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CÓD: SL-027MR-22

7908433218548

SUZANO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SUZANO
ESTADO DE SÃO PAULO

Motorista de Transporte Escolar


EDITAL Nº 02/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação De Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos E Antônimos. Sentido Próprio E Sentido Figurado Das Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Ortografia. Ordem Alfabética. Plural Dos Substantivos E Adjetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5. Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
6. Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Artigo E Substantivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
7. Divisão Silábica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
8. Reconhecimento De Frases Corretas E Incorretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Matemática
1. As Quatro Operações, Adição, Subtração, Multiplicação E Divisão, Envolvendo Números Inteiros, Fracionários E Decimais. Resolução
De Problemas Envolvendo As Quatro Operações. Expressões Numéricas. Potencialização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Porcentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Média Aritmética Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Regra De Três Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
5. Noções De Geometria: Perímetro E Área Do Quadrado, Do Retângulo E Do Triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
6. Unidades De Medida: Metro, Centímetro, Milímetro, Decâmetro, Decímetro, Hectômetro E Quilômetro. Medidas De Tempo: Hora,
Minuto E Segundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Conhecimentos Específicos
Motorista de Transporte Escolar
1. Legislação de Trânsito. Código de Trânsito Brasileiro. Sistema Nacional de Trânsito: composição. Documentação exigida do veículo
e do motorista. Tipos de habilitação (carteiras). Normas gerais de circulação e conduta. Crimes de trânsito. Infrações e penalidades.
Sinalização de trânsito, segurança e velocidade. Condutores de veículos: deveres e proibições. Cidadania e ética. . . . . . . . . . . 01
2. Direção defensiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3. Meio ambiente e trânsito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4. Noções básicas de mecânica automotiva e reparos de urgência no veículo. Revisão, manutenção preventiva, verificação das condições
de funcionamento e limpeza do veículo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5. Noções de Primeiros Socorros em acidentes de trânsito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6. Lei Complementar nº 190, de 08/07/2010, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Suzano, e dá outras
providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
7. Segurança do motorista e dos passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
8. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
9. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Lei Brasileira de Inclusão). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Interpretação De Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos E Antônimos. Sentido Próprio E Sentido Figurado Das Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Ortografia. Ordem Alfabética. Plural Dos Substantivos E Adjetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5. Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
6. Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Artigo E Substantivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
7. Divisão Silábica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
8. Reconhecimento De Frases Corretas E Incorretas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo
o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habi-
lidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de
uma boa prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpre-
tação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um
tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no tex- Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
to ou que faça com que você realize inferências. identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. damos a este processo é intertextualidade.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava,
mas podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora Interpretação de Texto
é feliz. Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
Percebeu a diferença? a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada
ao subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode
Tipos de Linguagem deduzir de um texto.
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
que facilite a interpretação de textos. prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determi-
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. nado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido es-
Ela pode ser escrita ou oral. tabeleça uma relação com a informação já possuída, o que leva
ao crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja
uma apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteú-
do lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura ana-
lítica e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de no-
tícias (e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações or-
tográficas, gramaticais e interpretativas;
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente ima- - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais
gens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é ten-
tar compreender o sentido global do texto e identificar o seu
objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem principal e das ideias secundárias do texto.
verbal com a não-verbal. – Separe fatos de opiniões.

1
LÍNGUA PORTUGUESA
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objeti- CACHORROS
vo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa
e mutável). Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
– Retorne ao texto sempre que necessário. espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo.
os enunciados das questões. Essa amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as
pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perce-
– Reescreva o conteúdo lido. beram que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram
tópicos ou esquemas. que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e
a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar colaborava com o outro e a parceria deu certo.
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vo-
cabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o
são uma distração, mas também um aprendizado. possível assunto abordado no texto. Embora você imagine que
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a com- o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente
preensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informa-
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, me- ções ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem
lhora nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensan- dos cães, a associação entre eles e os seres humanos, a dissemi-
tes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de nação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre
memória. cães e homens.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- As informações que se relacionam com o tema chamamos
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se inte-
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclu- gram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer
são do texto. uma unidade de sentido. Portanto, pense: sobre o que exata-
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a mente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certa-
identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as mente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a rela-
ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou ção entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns!
explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresen- Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!
tadas na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um sig- Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-
nificado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso deias-secundarias/
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao tex- IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
to, e nunca extrapole a visão dele. TEXTOS VARIADOS

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO Ironia


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as dife- ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
rentes informações de forma a construir o seu sentido global, ou A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou
seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem expressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha
um todo significativo, que é o texto. um novo sentido, gerando um efeito de humor.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler Exemplo:
um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título.
Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informa-
ções sobre o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura
porque achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se
atraído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É
muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferen-
tes, dependendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, pre-
ferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro,
sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuida-
dos com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são pra-
ticamente infinitas e saber reconhecer o tema de um texto é
condição essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então,
começar nossos estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um tex-
to: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há
as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito
cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, fre-
quentemente acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos
em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou sa-
tírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O
o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. GÊNERO EM QUE SE INSCREVE
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem pla- Compreender um texto trata da análise e decodificação do
neja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes.
No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode che-
Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao gar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação
longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o
sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A texto.
ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
famoso após a morte. quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
principal. Compreender relações semânticas é uma competência
Ironia dramática (ou satírica) imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos Quando não se sabe interpretar corretamente um texto po-
textos literários quando o leitor, a audiência, tem mais informa- de-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimen-
ções do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e to profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
sobre intenções de outros personagens. É um recurso usado para
aprofundar os significados ocultos em diálogos e ações e que, Busca de sentidos
quando captado pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
ou mesmo comédia, visto que um personagem é posto em situ- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
ações que geram conflitos e mal-entendidos porque ele mesmo apreensão do conteúdo exposto.
não tem ciência do todo da narrativa. Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando
o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram expli-
exemplo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da citadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conce-
história irão morrer em decorrência do seu amor. As persona- der espaço para divagações ou hipóteses, supostamente conti-
gens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus das nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não
objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-suce- quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto,
didos. mas é fundamental que não sejam criadas suposições vagas e
inespecíficas.
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que Importância da interpretação
pareçam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para
humor. se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compar- a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de
tilham da característica do efeito surpresa. O humor reside em conteúdos específicos, aprimora a escrita.
ocorrer algo fora do esperado numa situação.

3
LÍNGUA PORTUGUESA
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assun-
presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se to que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é
faz suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre convencer o leitor a concordar com ele.
releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos
surpreendentes que não foram observados previamente. Para Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de
auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informa-
dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certa- ções. Tem como principal característica transmitir a opinião de
mente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse.
de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um
bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materia-
porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hie- liza em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite
rárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, aju-
ou apresentando novos conceitos. dando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo
autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço
para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entre- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como obje-
linhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer tivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma
que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- certa liberdade para quem recebe a informação.
damental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas
e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós
leitores proficientes. Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A exis-
Diferença entre compreensão e interpretação tência do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do pode é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de al-
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpre- guma maneira, através de algum documento, números, vídeo ou
tação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. registro.
O leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. causas, previmos suas consequências.
No romance nós temos uma história central e várias histórias Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se
secundárias. apontamos uma causa ou consequência, é necessário que seja
plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmen- ou diferenças sejam detectáveis.
te imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas
personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma Exemplos de interpretação:
única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em
ações encaminham-se diretamente para um desfecho. outro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferen- são do que com a filha.
ciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e
tem a história principal, mas também tem várias histórias secun- Opinião
dárias. O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando
local são definidos pelas histórias dos personagens. A história um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a inter-
(enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por pretação que fazemos do fato.
ter um texto mais curto. Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coe-
rência que mantêm com a interpretação do fato. É uma inter-
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações pretação do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato.
que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a iro- Esta opinião pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores
nia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica socioculturais.
o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pe-
quenos intervalos como horas ou mesmo minutos. Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpreta-
ções anteriores:
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em
linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o mo- outro país. Ela tomou uma decisão acertada.
mento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
criação de imagens. são do que com a filha. Ela foi egoísta.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, ad-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- vérbios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem,
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previ- muitas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se
sões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, obscuro, sem coerência.
já estamos expressando nosso julgamento. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumen-
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, tativos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quan- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa
do analisamos um texto dissertativo. estrutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensa-
mento mais direto.
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se impor- NÍVEIS DE LINGUAGEM
tando com o sofrimento da filha.
Definição de linguagem
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, grá-
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento ficos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia
do texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar dependendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A
as ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no maneira de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto,
texto. Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pen- determina nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão
samento e o do leitor. pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam,
Parágrafo com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o
é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam
formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. na língua e caem em desuso.
No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar
todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geral- Língua escrita e língua falada
mente apresentada na introdução. A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar gran-
Embora existam diferentes formas de organização de pará- de parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entona-
grafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros ção, e ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua
jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutu- falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque se
ra consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundá- manifesta na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade
rias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafir- de expressão do falante. Nessas situações informais, muitas re-
ma a ideia-básica). Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão. gras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome
da naturalidade, da liberdade de expressão e da sensibilidade
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já estilística do falante.
traz uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que
você irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está Linguagem popular e linguagem culta
sendo escrito. Normalmente o tema e o problema são dados Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lin-
pela própria prova. guagem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na
fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos ela esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Bra-
e ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É sileiro procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas
possível usar argumentos de várias formas, desde dados estatís- e romances em que o diálogo é usado para representar a língua
ticos até citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. falada.

Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abor- Linguagem Popular ou Coloquial
dado e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se
maneiras diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de ví-
criando uma pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as cios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
suas próprias conclusões a partir das ideias e argumentos do de- barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade;
senvolvimento. cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da lín-
Outro aspecto que merece especial atenção são os conec- gua. A linguagem popular está presente nas conversas familiares
tores. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas
mais fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico en- de TV e auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais
tre as ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior etc.
do período, e o tópico que o antecede.
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quan-
to ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência tam-
bém para a clareza do texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Linguagem Culta ou Padrão • Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual,
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pes-
soas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se Exemplo:
pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada Era uma casa muito engraçada
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. Não tinha teto, não tinha nada
É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está Ninguém podia entrar nela, não
presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, Porque na casa não tinha chão
comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais Ninguém podia dormir na rede
etc. Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Gíria Porque penico não tinha ali
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais Mas era feita com muito esmero
como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses gru- Na rua dos bobos, número zero
pos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para (Vinícius de Moraes)
que as mensagens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos
pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vo- e comportamentos, nas leis jurídicas.
cabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “gale- Características principais:
ra”, “mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com
verbos de comando, com tom imperativo; há também o uso do
Linguagem vulgar futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar 2ª pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código
Linguagem regional Eleitoral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua exprimir-se na língua nacional, e os que estejam privados, tem-
padrão, quanto às construções gramaticais e empregos de cer- porária ou definitivamente dos direitos políticos. Os militares são
tas palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-mari-
amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. nha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas
Tipos e genêros textuais militares de ensino superior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e
abrangentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, Tipo textual expositivo
bem como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descri- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
ção e explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A disserta-
tipos clássicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, ção pode ser expositiva ou argumentativa.
expositivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um
Vejamos alguns exemplos e as principais características de cada assunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de
um deles. maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.

Tipo textual descritivo Características principais:


A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, in-
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, formar.
um movimento etc. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no pre-
Características principais: sente.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor ad- • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
jetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua fun- de ponto de vista.
ção caracterizadora. • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa
enumeração. Exemplo:
• A noção temporal é normalmente estática. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a de- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
finição. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. determinado tema.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disser- Exemplo:
tação expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opina- Solidão
tiva). João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- era o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira,
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. só e feliz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão.
Casam-se. Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar
Tipo textual dissertativo-argumentativo certo: ao se unirem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Nelson S. Oliveira
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur-
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetivida- reais/4835684
de, clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência,
seu intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o in- GÊNEROS TEXTUAIS
terlocutor (leitor ou ouvinte). Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferen-
tes de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração
Características principais: de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimen- seu produtor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e
to e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (es- exercem funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ade-
tratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, tes- mais, são passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo
temunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, que preservando características preponderantes. Vejamos, ago-
exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos princi- ra, uma tabela que apresenta alguns gêneros textuais classifica-
pais com sugestão/solução). dos com os tipos textuais que neles predominam.
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumen-
tações informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (nor- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
malmente nas argumentações formais) para imprimir uma atem-
poralidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito. Descritivo Diário
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas mo- Relatos (viagens, históricos, etc.)
dalizações discursivas (indicando noções de possibilidade, cer- Biografia e autobiografia
teza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos Notícia
exaltados. Currículo
Lista de compras
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com
Cardápio
o desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro-
Anúncios de classificados
deios.
Injuntivo Receita culinária
Exemplo: Bula de remédio
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Manual de instruções
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Regulamento
administração política (tese), porque a força governamental cer- Textos prescritivos
tamente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negli- Expositivo Seminários
gência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes Palestras
metrópoles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do Conferências
RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for Entrevistas
do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-es- Trabalhos acadêmicos
tar da população, isso é plenamente possível (estratégia argu- Enciclopédia
mentativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que Verbetes de dicionários
não devemos ficar de mãos atadas à espera de uma atitude do Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
governo só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre Carta de opinião
terá de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão). Resenha
Artigo
Tipo textual narrativo Ensaio
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Monografia, dissertação de
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo mestrado e tese de doutorado
e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um
Narrativo Romance
enredo, personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narra- Novela
tivo). Crônica
Contos de Fada
Características principais: Fábula
• O tempo verbal predominante é o passado. Lendas
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da
história – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da
– onisciente). forma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são flui-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em dos, infinitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.

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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERTEXTUALIDADE Para compreender claramente o que é um argumento, é
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis
Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de pro- quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”.
dução de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma
elementos existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argu-
forma ou de ambos: forma e conteúdo. mentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde.
de forma que essa relação pode ser estabelecida entre as pro- Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais
duções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, desejável. O argumento pode então ser definido como qualquer
auditiva, escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, recurso que torna uma coisa mais desejável que outra. Isso sig-
escultura, música, dança, cinema), propagandas publicitárias, nifica que ele atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para
programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.
fazer o interlocutor crer que, entre duas teses, uma é mais pro-
vável que a outra, mais possível que a outra, mais desejável que
Tipos de Intertextualidade
a outra, é preferível à outra.
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geral-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
mente, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do
grego (parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
“para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poe- enunciador está propondo.
sia) semelhante a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumenta-
programas humorísticos. ção. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pre-
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a tende demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utiliza- das premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
ção de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (para- postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não
phrasis), significa a “repetição de uma sentença”. dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos apenas do encadeamento de premissas e conclusões.
científicos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamen-
que tenha alguma relação com o que será discutido no texto. to:
Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” A é igual a B.
(posição superior) e “graphé” (escrita). A é igual a C.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa pro- Então: C é igual a A.
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoria-
outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apre- mente, que C é igual a A.
sentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Outro exemplo:
Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar. Todo ruminante é um mamífero.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros A vaca é um ruminante.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por Logo, a vaca é um mamífero.
dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma infor-
-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
mação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz -se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o -nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
texto diz e faça o que ele propõe. e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
todo texto contém um componente argumentativo. A argumen- peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um ban-
tação é o conjunto de recursos de natureza linguística destina- co. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo
dos a persuadir a pessoa a quem a comunicação se destina. Está seja mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
presente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às te- Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
ses e aos pontos de vista defendidos. impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar entender bem como eles funcionam.
a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o in- acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o au-
terlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como ver- ditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fá-
dadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação pertence cil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
uso de recursos de linguagem. um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas

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LÍNGUA PORTUGUESA
que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documen-
que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja tais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacio- concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
nal. Nos Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que
efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquia-
no Brasil. O poder persuasivo de um argumento está vinculado no. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas,
ao que é valorizado ou desvalorizado numa dada cultura. poderia ser vista como propagandística. No entanto, quando do-
cumentada pela comparação do número de canhões, de carros
Tipos de Argumento de combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a
fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um Argumento quase lógico
argumento. Exemplo: É aquele que opera com base nas relações lógicas, como
causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses ra-
Argumento de Autoridade ciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconheci- raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer relações ne-
das pelo auditório como autoridades em certo domínio do sa- cessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prová-
ber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. veis, possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual
Esse recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimen- a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma
to do produtor do texto a respeito do assunto de que está tratan- relação de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Ami-
do; dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, go de amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade
não fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa lógica, mas uma identidade provável.
ser pertinente e verdadeira. Exemplo: Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmen-
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” te aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico:
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há co- que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afir-
nhecimento. Nunca o inverso. mações gerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele ex-
Alex José Periscinoto. trair generalizações indevidas.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
Argumento do Atributo
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais im- É aquele que considera melhor o que tem propriedades tí-
portante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir picas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo,
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mun- o mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é
do. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas melhor que o que é mais grosseiro, etc.
devem acreditar que é verdade. Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o con-
Argumento de Quantidade
sumidor tende a associar o produto anunciado com atributos da
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
celebridade.
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fun-
competência linguística. A utilização da variante culta e formal
damento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publi-
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
cidade faz largo uso do argumento de quantidade.
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir
um texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que
Argumento do Consenso
o modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta- Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saú-
-se em afirmações que, numa determinada época, são aceitas de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a me- maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente
nos que o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte mais adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta
da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, correspon- produziria certa estranheza e não criaria uma imagem de com-
de ao indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que petência do médico:
aquilo que não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando
por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica
protegido e de que as condições de vida são piores nos países houve por bem determinar o internamento do governador pelo
subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
risco de passar dos argumentos válidos para os lugares comuns, - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica. alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
hospital por três dias.
Argumento de Existência
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunica-
enuncia o argumento de existência no provérbio “Mais vale um ção deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda
pássaro na mão do que dois voando”. ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.

9
LÍNGUA PORTUGUESA
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falan- A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão vá-
te traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de lida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou
um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicu- proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do ra-
larizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. ciocínio empregado na argumentação. A persuasão não válida
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chan-
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos epi- tagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a in-
sódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e flexão de voz, a mímica e até o choro.
não outras, etc. Veja: Alguns autores classificam a dissertação em duas modalida-
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras des, expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, ra-
trocavam abraços afetuosos.” zões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informa-
tiva, apresenta dados sem a intenção de convencer. Na verdade,
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que no- a escolha dos dados levantados, a maneira de expô-los no texto
ras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhi- já revelam uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de
do esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o vista na dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de
termo até, que serve para incluir no argumento alguma coisa argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser defi-
inesperada. nida como discussão, debate, questionamento, o que implica a
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou con-
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: cordar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental,
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão mas não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É ne-
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu cessária também a exposição dos fundamentos, os motivos, os
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmen- porquês da defesa de um ponto de vista.
te, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude ar-
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) gumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se
meio ambiente, injustiça, corrupção). evidencia.
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posi-
por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos ções, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de
são ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para vista e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, mui-
destruir o argumento. tas vezes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do sempre, essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando- exercício para aprender a argumentar e contra-argumentar con-
-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o siste em desenvolver as seguintes habilidades:
caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
não permite que outras crescam”, em que o termo imperialismo ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição to-
é descabido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado talmente contrária;
visando a reduzir outros à sua dependência política e econômica”. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais
os argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apre-
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a si- sentaria contra a argumentação proposta;
tuação concreta do texto, que leva em conta os componentes - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a oposta.
comunicação, o assunto, etc).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não cos- argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclu-
tumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em sões válidas, como se procede no método dialético. O método
fórmulas feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de
óbvio, é evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade
prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e pelo estudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao
verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. fenômeno em questão e da mudança dialética que ocorre na na-
Em outros termos, essas qualidades não se prometem, manifes- tureza e na sociedade.
tam-se na ação. Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o
A argumentação é a exploração de recursos para fazer pare- método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que par-
cer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a te do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado
um ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que em partes, começando-se pelas proposições mais simples até
inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de per- alcançar, por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha
suadir. Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem rela- de raciocínio cartesiana, é fundamental determinar o problema,
ções para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir dividi-lo em partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enu-
é um processo de convencimento, por meio da argumentação, merar todos os seus elementos e determinar o lugar de cada um
no qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar no conjunto da dedução.
seu pensamento e seu comportamento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Exemplos de sofismas:
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs qua-
tro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, Dedução
uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em Todo professor tem um diploma (geral, universal)
busca da verdade: Fulano tem um diploma (particular)
- evidência; Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução; Indução
- enumeração. O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (par-
ticular)
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omis- Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
são e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
quebrar o encadeamento das ideias, indispensável para o pro- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (ge-
cesso dedutivo. ral – conclusão falsa)
A forma de argumentação mais empregada na redação aca-
dêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Re-
que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A dentor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas
premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois ou infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou
alguns não caracteriza a universalidade. análise superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subje-
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (si- tivos, baseados nos sentimentos não ditados pela razão.
logística), que parte do geral para o particular, e a indução, que Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não funda-
vai do particular para o geral. A expressão formal do método de- mentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da
dutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
baseia-se em uma conexão descendente (do geral para o parti- existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
cular) que leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar à pre- realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
visão ou determinação de fenômenos particulares. O percurso método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
do raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo: análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas mé-
todos sistemáticos, porque pela organização e ordenação das
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
ideias visam sistematizar a pesquisa.
Fulano é homem (premissa menor = particular)
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interliga-
Logo, Fulano é mortal (conclusão)
dos; a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes
para o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo,
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, ba-
uma depende da outra. A análise decompõe o todo em partes,
seiase em uma conexão ascendente, do particular para o geral.
enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião das partes.
Nesse caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou
Sabe-se, porém, que o todo não é uma simples justaposição das
seja, parte de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais,
partes. Se alguém reunisse todas as peças de um relógio, não
desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a
causa. Exemplo: significa que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amon-
O calor dilata o ferro (particular) toado de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem
O calor dilata o bronze (particular) organizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem de
O calor dilata o cobre (particular) relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria recons-
O ferro, o bronze, o cobre são metais truído.
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fa- decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo
tos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma em partes. As operações que se realizam na análise e na síntese
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição podem ser assim relacionadas:
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando
o sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se cha- A análise tem importância vital no processo de coleta de
mar esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra- ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da
-se um exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: criação de abordagens possíveis. A síntese também é importante
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? na escolha dos elementos que farão parte do texto.
- Lógico, concordo. Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Claro que não! é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e ex-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... perimentais. A análise informal é racional ou total, consiste em

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LÍNGUA PORTUGUESA
“discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos O que distingue o termo definido de outros elementos da
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto mesma espécie. Exemplo:
ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação es- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
tabelece as necessárias relações de dependência e hierarquia
entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a
ponto de se confundir uma com a outra, contudo são procedi-
mentos diversos: análise é decomposição e classificação é hie- Elemento especie diferença
rarquisação. a ser definido específica
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fe-
nômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências É muito comum formular definições de maneira defeituo-
naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de um pro- sa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo
cesso mais ou menos arbitrário, em que os caracteres comuns e em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto;
diferenciadores são empregados de modo mais ou menos con- quando é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espé-
vencional. A classificação, no reino animal, em ramos, classes, cie, a gente é forma coloquial não adequada à redação acadê-
ordens, subordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classi- mica. Tão importante é saber formular uma definição, que se
ficação natural, pelas características comuns e diferenciadoras. recorre a Garcia (1973, p.306), para determinar os “requisitos da
A classificação dos variados itens integrantes de uma lista mais definição denotativa”. Para ser exata, a definição deve apresen-
ou menos caótica é artificial. tar os seguintes requisitos:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, cami-
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramen-
nhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo,
ta ou instalação”;
relógio, sabiá, torradeira.
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
os exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente res-
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. trito para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons-
Os elementos desta lista foram classificados por ordem al- titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um
fabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer cri- homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
térios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem de - deve ser breve (contida num só período). Quando a de-
importância, é uma habilidade indispensável para elaborar o finição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries
desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou definição expandida;d
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impac- - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo)
to do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjun-
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação tos (as diferenças).
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguís-
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para ex- tica que consiste em estabelecer uma relação de equivalência
pressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara entre a palavra e seus significados.
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verda-
e a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas deira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser de-
também os pontos de vista sobre ele. monstrada com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lin- e racional do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado
de uma fundamentação coerente e adequada.
guagem e consiste na enumeração das qualidades próprias de
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julga-
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica
mento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e
que o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas relações;
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se de
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa um argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer,
ou metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo verificar se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em segui-
a lógica tradicional aristotélica, a definição consta de três ele- da, avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há
mentos: coerência e adequação entre seus elementos, ou se há contra-
- o termo a ser definido; dição. Para isso é que se aprende os processos de raciocínio por
- o gênero ou espécie; dedução e por indução. Admitindo-se que raciocinar é relacio-
- a diferença específica. nar, conclui-se que o argumento é um tipo específico de relação
entre as premissas e a conclusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimen- Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
tos argumentativos mais empregados para comprovar uma afir- um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
mação: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. concretos, estatísticos ou documentais.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declara-
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme ções, julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apre- opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade com-
sentação de causas e consequências, usando-se comumente as provada, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, juízo que expresse uma opinião pessoal só terá validade se fun-
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. damentada na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é ex- provas, validade dos argumentos, porém, pode ser contestada
plicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se por meio da contra-argumentação ou refutação. São vários os
alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela processos de contra-argumentação:
interpretação. Na explicitação por definição, empregamse ex- Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demons-
pressões como: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, trando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a con-
isto é, haja vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as traargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
expressões: conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, cordeiro”;
consoante as ideias de, no entender de, no pensamento de. A ex- Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
plicitação se faz também pela interpretação, em que são comuns para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
as seguintes expressões: parece, assim, desse ponto de vista. verdadeira;
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à
de elementos que comprovam uma opinião, tais como a enu- opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a uni-
meração de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, versalidade da afirmação;
em que são frequentes as expressões: primeiro, segundo, por
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: con-
último, antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente,
siste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
antigamente, depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado,
autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
sucessivamente, respectivamente. Na enumeração de fatos em
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
uma sequência de espaço, empregam-se as seguintes expres-
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador ba-
sões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de,
seou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou in-
no Estado tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul,
consequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se,
no leste...
por meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
produz o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é incon-
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da sequente, pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. ser comprovada. Para contraargumentar, propõese uma relação
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
que, menos que, melhor que, pior que. Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumen- para desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adapta-
tar o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: das ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e,
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autorida- em seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser ado-
de reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma tados para a elaboração de um Plano de Redação.
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações li- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evo-
terais no corpo de um texto constituem argumentos de autorida- lução tecnológica
de. Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, res-
contidos na linha de raciocínio que ele considera mais adequada ponder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê
para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de da resposta, justificar, criando um argumento básico;
argumento tem mais caráter confirmatório que comprobatório. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refuta-
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como ção que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqua-
válido por consenso, pelo menos em determinado espaço socio- lificá-la (rever tipos de argumentação);
cultural. Nesse caso, incluem-se - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de
- A declaração que expressa uma verdade universal (o ho- ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as
mem, mortal, aspira à imortalidade); ideias podem ser listadas livremente ou organizadas como causa
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos pos- e consequência);
tulados e axiomas); - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de na- o argumento básico;
tureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a pró- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as
pria razão desconhece); implica apreciação de ordem estética que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transfor-
(gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas mam-se em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a
(creio, ainda que parece absurdo). ideia do argumento básico;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma A coerência:
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão con-
ou menos a seguinte: ceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo,
Introdução com o aspecto global do texto;
- função social da ciência e da tecnologia; - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
- definições de ciência e tecnologia;
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. Coesão
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do tex-
Desenvolvimento to, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desen- vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via
volvimento tecnológico; gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou vocabulário, tem-se a coesão lexical.
as condições de vida no mundo atual; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pa-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologi- lavras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por ele-
camente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países mentos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre
subdesenvolvidos; os componentes do texto.
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a le-
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do xical, que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos,
passado; apontar semelhanças e diferenças; nomes genéricos e formas elididas, e a gramatical, que é conse-
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros guida a partir do emprego adequado de artigo, pronome, adjeti-
urbanos; vo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para huma- e numerais.
nizar mais a sociedade. A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
Conclusão - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequen-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse- cial;
quências maléficas; - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumen- componentes do texto;
tos apresentados. - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das fra-
ses.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
redação: é um dos possíveis.

Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E SEN-
de um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as TIDO FIGURADO DAS PALAVRAS
ideias são organizadas a fim de que o objetivo final seja alcan-
çado: a compreensão textual. Na redação espera-se do autor Significação de palavras
capacidade de mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunica-
de modo coerente, além de expressar-se com clareza, de forma ção. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem
correta e adequada. cuida dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente,
com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos
Coerência conteúdos que compõem este estudo.
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação Antônimo e Sinônimo
semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. Começaremos por esses dois, que já são famosos.
(Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa
bate com outra”). O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a ou-
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que tras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o
se estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a com- significado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre
preender a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual com homem que é antônimo de mulher.
cada uma das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em
conjunto dos elementos formativos de um texto. Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respei- e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos
to aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união é muito importante para produções textuais, porque evita que
dos elementos textuais. você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um fa- os mesmos exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de
lante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.
as proposições de um enunciado oral ou escrito. É a competên-
cia linguística, tomada em sentido lato, que permite a esse falan-
te reconhecer de imediato a coerência de um discurso.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperô-
nimo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E
animais domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperô-
nimo com substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, diciona-
rizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da
loja, por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma
palavra, frase ou textos inteiros.

Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou
tornando-o poético.

As figuras de linguagem classificam-se em


- figuras de palavra;
- figuras de pensamento;
- figuras de construção ou sintaxe.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife- Exemplos:
rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se con- Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
seguir um efeito mais expressivo na comunicação. Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte)
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos
conectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normal- Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como si-
mente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na nédoque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plu-
frase. ral.

Exemplos Exemplo:
...a vida é cigana A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistolei-
É caravana ro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular
É pedra de gelo ao sol. pelo plural)
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença) (José Cândido de Carvalho)

Encarnado e azul são as cores do meu desejo.


(Carlos Drummond de Andrade) Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, mente em posição inicial da palavra.
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual,
tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a Exemplo:
comparação: parecer, assemelhar-se e outros. Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes
veladas.
Exemplo: (Cruz e Sousa)
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quan-
do você entrou em mim como um sol no quintal. Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de
(Belchior) um verso ou poesia.
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
qual não existe uma designação apropriada. Exemplo:
Sou Ana, da cama,
Exemplos da cana, fulana, bacana
– folha de papel Sou Ana de Amsterdam.
– braço de poltrona (Chico Buarque)
– céu da boca
– pé da montanha Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma
ou na prosódia, mas diferentes no sentido.
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco
sentidos físicos. Exemplo:
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
Exemplo: [erro
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) quero que você ganhe que
mecânica. [você me apanhe
(Carlos Drummond de Andrade) sou o seu bezerro gritando
[mamãe.
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sines- (Caetano Veloso)
tesia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indi-
ferença gelada”. Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som
produzido por seres animados e inanimados.
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualida-
de, atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabili- Exemplo:
za-o. Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
Exemplos inseto múltiplo reunido
O filósofo de Genebra (= Calvino). para compor o zanzineio surdo
O águia de Haia (= Rui Barbosa). circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma da noite em branco
que a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omi- (Carlos Drummond de Andrade)
tida.
Observação: verbos que exprimem os sons são considera-
dos onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a des- Exemplos:
vios em relação à concordância entre os termos da oração, sua Ouvir com os ouvidos.
ordem, possíveis repetições ou omissões. Rolar escadas abaixo.
Colaborar juntos.
Podem ser formadas por: Hemorragia de sangue.
omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Repetir de novo.
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente su-
ruptura: anacoluto; bentendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes,
concordância ideológica: silepse. conjunções, preposições e verbos.

Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um perío- Exemplos:


do, frase ou verso. Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Exemplo: Ele dormiu duas horas. (durante)
Dentro do tempo o universo No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
[na imensidão. (Camões)
Dentro do sol o calor peculiar
[do verão. Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas an-
Dentro da vida uma vida me teriormente.
[conta uma estória que fala
[de mim. Exemplos:
Dentro de nós os mistérios Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Fili-
[do espaço sem fim! pes.
(Toquinho/Mutinho) (Camilo Castelo Branco)

Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deve- Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
riam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem sepa- (Machado de Assis)
radas por vírgulas.
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos ele-
Exemplo: mentos na frase.
Não nos movemos, as mãos é
que se estenderam pouco a Exemplos:
pouco, todas quatro, pegando-se, Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
apertando-se, fundindo-se. (Carlos Drummond de Andrade)
(Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coor- Paciência tenho eu tido...
denativa mais vezes do que exige a norma gramatical. (Antônio Nobre)

Exemplo:
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia
nem tuge, nem muge. a frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção
(Rubem Braga) do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e
sem função sintática definida.
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um
termo já expresso. Exemplos:
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a ex- (Manuel Bandeira)
pressão, dando ênfase à mensagem.
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas
Exemplos: botassem as mãos.
Não os venci. Venceram-me (José Lins do Rego)
eles a mim.
(Rui Barbosa) Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade
que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias) Exemplo:
...em cada olho um grito castanho de ódio.
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, coti- (Dalton Trevisan)
diana, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. ...em cada olho castanho um grito de ódio)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Silepse:
Como era Como fica
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjeti- baiúca baiuca
vo ou pronome com a pessoa a que se refere. bocaiúva bocaiuva

Exemplos: Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em


Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho... posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
(Rachel de Queiroz) tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

V. Ex.a parece magoado... – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
(Carlos Drummond de Andrade) e ôo(s).

Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal


com o sujeito da oração. Como era Como fica
abençôo abençoo
Exemplos: crêem creem
Os dois ora estais reunidos...
(Carlos Drummond de Andrade)
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pes-
pera.
soas.
(Machado de Assis)
Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Silepse de número: Não há concordância do número verbal
• Permanece o acento diferencial em pôr/por.
com o sujeito da oração.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do
plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (man-
Exemplo:
ter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar
(Mário Barreto)
as palavras forma/fôrma.

Uso de hífen
ORTOGRAFIA. ORDEM ALFABÉTICA. PLURAL DOS Regra básica:
SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem.
ORTOGRAFIA OFICIAL
Outros casos
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram
1. Prefixo terminado em vogal:
reintroduzidas as letras k, w e y.
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaé-
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N
reo.
OPQRSTUVWXYZ
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: antepro-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre
jeto, semicírculo.
a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirra-
gue, gui, que, qui.
cismo, antissocial, ultrassom.
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-
Regras de acentuação
-ondas.
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúl-
2. Prefixo terminado em consoante:
tima sílaba)
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário.
Como era Como fica – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal,
alcatéia alcateia supersônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
apóia apoia
apóio apoio Observações:
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de pa-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas lavra iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subuma-
nidade.
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de
no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-ame-
ricano.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemen- Dois-pontos ( : )
to, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluí-
cooperar, cooperação, cooptar, coocupante. da. Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice- citação (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enu-
-almirante. merativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam apositiva.
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachu- Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
va, pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, Ponto e vírgula ( ; )
pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que
aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró- o ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vír-
-europeu. gulas, para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de
uma enumeração (frequente em leis), etc.
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está domi- Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi
nando muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! também uma linda decoração e bebidas caras.
Por isso vamos passar para mais um ponto importante.
Travessão ( — )
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e
PONTUAÇÃO com o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-
-lu-ta-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode
Pontuação substituir vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma ex-
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema pressão intercalada e pode indicar a mudança de interlocutor, na
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados transcrição de um diálogo, com ou sem aspas.
a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de
todas as funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semân- Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
ticas”. (BECHARA, 2009, p. 514) Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semân-
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber tico mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer
maior intimidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a in-
a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por al-
serção do parêntese é assinalada por uma entonação especial.
guns sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [
Intimamente ligados aos parênteses pela sua função discursiva,
, ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [
os colchetes são utilizados quando já se acham empregados os
! ], reticências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois
parênteses, para introduzirem uma nova inserção.
pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão sim-
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo
ples [ – ], travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou
governador)
parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
Aspas ( “ ” )
Ponto ( . )
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior particular (na linguagem falada é em geral proferida com ento-
pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer ação especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto
tipo de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa ou para apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É
e as reticências. utilizada, ainda, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Estaremos presentes na festa. Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.

Ponto de interrogação ( ? ) Vírgula


Põe-se no fim da oração enunciada com entonação inter- São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Evi-
rogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada re- denciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação.
tórica. Antes disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em re-
Você vai à festa? lação à vírgula:
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “sen-
Ponto de exclamação ( ! ) timos” o momento certo de fazer uso dela.
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação excla- 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
mativa. alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgu-
Ex: Que bela festa! la, o leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra.
Afinal, cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Reticências ( ... ) 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou textos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão ela é menos importante e que pode ser colocada depois.
com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso inter- Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma
locutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. ordem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Ver-
Ex: Essa festa... não sei não, viu. bo > Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto

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LÍNGUA PORTUGUESA
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
ocorre por alguns motivos: aberto.
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. Já cursei a Faculdade de História.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o tim-
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do bre fechado.
verbo e o adjunto. Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem este caso afundo mais à frente).
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula Sou leal à mulher da minha vida.
é necessária:
Ontem, Maria foi à padaria. As palavras podem ser:
Maria, ontem, foi à padaria. – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-
À padaria, Maria foi ontem. -cu-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é ne- sa-bo-ne-te, ré-gua...)
cessário: – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
• Separa termos de mesma função sintática, numa enume- (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
ração.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
a serem observadas na redação oficial. • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
• Separa aposto. íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L,
• Separa vocativo. N, R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron,
Brasileiros, é chegada a hora de votar. éter, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
• Separa termos repetidos. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
Aquele aluno era esforçado, esforçado. E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô,
céu, dói, coronéis...)
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exem- • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vo-
plificativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizen- gais (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
do, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes,
com efeito, digo. Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem cla- treinar e fixar as regras.
ra, ou seja, de fácil compreensão.

• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus comple- ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO,
mentos). ARTIGO E SUBSTANTIVO
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os parti-
culares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) CLASSES DE PALAVRAS

• Separa orações coordenadas assindéticas. Substantivo


Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou ima-
as ideias na cabeça... ginários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações
e sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
• Isola o nome do lugar nas datas.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. Classificação dos substantivos

• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
dessa forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
expressões conectivas, como: em primeiro lugar, como supraci- sua estrutura. macaco/João/sabão
tado, essas informações comprovam, etc.
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/
amenizar o problema. são formados por mais de um porta-voz/
radical em sua estrutura. pé-de-moleque
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
ACENTUAÇÃO são os que dão origem a mundo/
outras palavras, ou seja, ela é população
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons a primeira. /formiga
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das pala- são formados por outros populacional/formigueiro
vras. Vejamos um por um: radicais da língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo Adjetivo


designa determinado ser /Brasil É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substan-
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da tivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expres-
espécie. São sempre iniciados Liberdade são composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro subs-
por letra maiúscula. tantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função
que um adjetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ tarde (jornal vespertino).
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
uma mesma espécie. Flexão do Adjetivos
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente • Gênero:
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femi-
própria. Esses seres podem /lobisomem nino: homem feliz, mulher feliz.
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
reais ou imaginários. para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
nomeiam ações, estados, bondade/
qualidades e sentimentos que confiança/ • Número:
não tem existência própria, ou lembrança/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão
seja, só existem em função de amor/ de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ na-
um ser. alegria moradores, japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) • Grau:
mesmo quando empregado
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vi-
no singular e constituem um
torioso (do) que o seu.
substantivo comum.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vi-
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS torioso (do) que o seu.
QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
quanto o seu.
Flexão dos Substantivos – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosís-
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: mascu- simo.
lino e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito
ou uniformes famoso.
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta – Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigre- mais famoso de todos.
sa, o presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma menos famoso de todos.
única forma para o masculino e o feminino. Os uniformes divi-
dem-se em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. Artigo
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invari- É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
áveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, pal- substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
meira macho/palmeira fêmea. • Classificação e Flexão do Artigos
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo con- – Artigos Definidos: o, a, os, as.
texto que aparecem que se determina o gênero: a criança (o O menino carregava o brinquedo em suas costas.
criança), a testemunha (o testemunha), o individuo (a individua). As meninas brincavam com as bonecas.
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a Um menino carregava um brinquedo.
agente, o/a estudante, o/a colega. Umas meninas brincavam com umas bonecas.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais
de 1). Numeral
– Singular: anzol, tórax, próton, casa. É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas. ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau – Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
diminutivo.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
quantidade é multiplicada:
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no
tempo ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os prono-
mes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pou-
co, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem
ser variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três:
presente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas
infinitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada
pelo sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição
por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas,
às ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo,
etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pou-
co, de todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que
ligam orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um ele-
mento é determinante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações
das pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e
a função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

DIVISÃO SILÁBICA

A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada palavra numa só emissão de voz, dá-se o nome de sílaba. Na Língua
Portuguesa, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal, não existe sílaba sem vogal e nunca mais que uma vogal em cada sílaba.
Para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Mas preste atenção,
pois as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.

Classificação por número de sílabas

Monossílabas: palavras que possuem uma sílaba.


Exemplos: ré, pó, mês, faz

Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas.


Exemplos: ca/sa, la/ço.

Trissílabas: palavras que possuem três sílabas.


Exemplos: i/da/de, pa/le/ta.

Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas.


Exemplos: mo/da/li/da/de, ad/mi/rá/vel.
Divisão Silábica

- Letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc” devem permanecer em sílabas diferentes. Exemplos:
des – cer
pás – sa – ro...

- Dígrafos “ch”, “nh”, “lh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única sílaba. Exemplos:
chu – va
quei – jo

- Hiatos não devem permanecer na mesma sílaba. Exemplos:


ca – de – a – do
ju – í – z

- Ditongos e tritongos devem pertencer a uma única sílaba. Exemplos:


en – xa – guei
cai – xa

- Encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas não permanecem juntos, exceto aqueles em que a segunda consoan-
te é “l” ou “r”. Exemplos:
ab – dô – men
flau – ta (permaneceram juntos, pois a segunda letra é representada pelo “l”)
pra – to (o mesmo ocorre com esse exemplo)
- Alguns grupos consonantais iniciam palavras, e não podem ser separados. Exemplos:
peu – mo – ni – a
psi – có – lo – ga

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LÍNGUA PORTUGUESA
Acento Tônico Porquê?
Quando se pronuncia uma palavra de duas sílabas ou mais, Usamos como substantivo, grafado junto e com acento cir-
há sempre uma sílaba com sonoridade mais forte que as demais. cunflexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas
valor - a sílaba lor é a mais forte. sentenças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral
maleiro - a sílaba lei é a mais forte. com objetivo de explicar o motivo dentro da frase.
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.
Classificação por intensidade
-Tônica: sílaba com mais intensidade. Mau e Bom
- Átona: sílaba com menos intensidade. Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão
- Subtônica: sílaba de intensidade intermediária. característica a um substantivo, locução ou qualquer palavra
substantivada. Seu significado está ligado à qualidade ou com-
Classificação das palavras pela posição da sílaba tônica portamentos, podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e
As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de “maldoso/bondoso”. As palavras podem se flexionar por gênero
acordo com a posição da sílaba tônica. e nûmero, se tornando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”.
Veja alguns exemplos e entenda melhor o seu uso.
- Oxítonos: a sílaba tônica é a última. Exemplos: paletó, Pa- Ele é um mau aluno
raná, jacaré. Anderson é um bom lutador
- Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: fácil, Essa piada foi de mau gosto
banana, felizmente. Não sei se você está tendo boas influências
- Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima. Exem-
plos: mínimo, fábula, término. Mal e Bem
Essas palavras normalmente são usadas como advérbios,
ou seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de
modo e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamen-
RECONHECIMENTO DE FRASES te”, “erradamente/certamente” e “negativamente/positivamen-
CORRETAS E INCORRETAS te”. Mal também pode exercer função de conjunção, ligando dois
elementos ou orações com o significado de “assim que”. Outro
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” uso comum para estas palavras é o de substantivo, podendo
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sem- significar uma situação negativa ou positiva. Veja os exemplos
pre gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos: seguidos das funções das palavras em cada um deles para uma
compreensão melhor.
Perguntas = por que Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
Respostas = porque Eles representaram bem a sala. – Adverbio
Perguntas no fim das frases = por quê Mal começou e já terminou. – Conjunção
Substantivo = (o) porquê Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
Vejamos uma explicação melhor de cada um:
MAIS OU MAS
Por que?
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é Usadas para adição ou adversidade
usado no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas
pode ser substituído por: “pela qual” ou suas variações. de formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação
Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da da morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar
preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”. dependendo da palavra usada.
Exemplos: Por que está tão quieta? No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pes-
Não sei por que tamanho mau humor. soas falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à
expressão “mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso,
Porque? é importante falar certo para escrever adequadamente.
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de
de conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e quando usar mais ou mas por meio de substituições de palavras.
pode ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões Elas serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este ar-
“para que” e “uma vez que”. tigo para nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões
e ter sucesso na sua prova.
Por quê?
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separa- Quando usar Mais
do e com acento circunflexo, e é usado no final das interrogati- A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação
vas diretas ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o ou quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais
sentido interrogativo ou exclamativo. ou mas, utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser pas-
Exemplos: O portão não foi aberto por quê sar a ideia de numeral.
Não vai comer mais? Por quê?

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos: A frase expressa defeito porque embora Messias seja um
- Mais café, por favor! / + café, por favor! bom garoto, anda com más influências.
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze. 2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conheci- todo mundo tira vantagem disso.
mento, melhor.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo
+ alta da turma. em negrito.
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de +
frutas no café da manhã. Observação: a palavra mas não deve ser confundida com
más porque esta palavra quando é acentuada passa a ter equi-
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de valência de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”.
intensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode rece- Exemplo: “As más companhias não renderão um futuro promis-
ber classificações variadas a depender do contexto da oração. E sor”.
assumir a forma de um substantivo, pronome indefinido, advér-
bio de intensidade, preposição ou conjunção. Mais ou mas em composições
A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na
Como identificar música “Mais uma vez”, interpretada por Renato Russo.
Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de Mas é claro que o sol
“mas”, troque pelo antônimo “menos”. Vai voltar amanhã
Assim: Mais uma vez, eu sei
- Mais café, por favor! / Menos café, por favor! (...)
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a Tem gente que está do mesmo lado que você
zero. Mas deveria estar do lado de lá
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos co- Tem gente que machuca os outros
nhecimento, pior. Tem gente que não sabe amar
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota Tem gente enganando a gente
menos alta da turma. Veja nossa vida como está
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de Mas eu sei que um dia
menos frutas no café da manhã. A gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Quando usar Mas Confie em si mesmo
A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usa- (...)
da para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode
ser substituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, en- Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo
tretanto, no entanto e não obstante. Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em
negrito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição res-
Como identificar pectivamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a
palavra por outra conjunção. Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais
Exemplos: ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela.
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atra- Mais uma vez eu vou te deixar
sado no trabalho. Mas eu volto logo pra te ver
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar Vou com saudades no meu coração
pela gerência. Mando notícias de algum lugar.
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) (..)
hoje tive que estudar Trigonometria. Compositores: Marisa De Azevedo Monte
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei
atrasado na escola. FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”
As palavras “que” e “se” podem exercer inúmeros papéis em
Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você uma frase, como conjunção, pronome, partícula expletiva ou de
pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem sucedendo uma realce etc.
vírgula. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a
dúvida de quando usar “mais ou mas” no texto. Funções do “QUE”
Funções morfológicas: A palavra “que” pode pertencer às
Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou seguintes classes gramaticais:
mas, atente-se para a possibilidade da palavra “mas” assumir
característica de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e – Substantivo
advérbio, quando intensificar ou der ênfase à afirmação. Precedido de artigo ou outro termo que funcione como ad-
junto adnominal, e recebe acento.
Exemplos:
1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas Percebi um quê de mistério.
anda com más influências.

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Pronome d) Alternativa: denota alternância entre ideias.
interrogativo: Que deixem, que não deixem, farei o que quero.
Que livros você leu? (= quais)
De que eles estavam reclamando? (= que coisa) Funções sintáticas: O pronome “que” pode desempenhar as
seguintes funções sintáticas:
indefinido: é precedido por substantivo. Equivale a
QUANTO(A). – Sujeito
Veja que horas o ônibus sai. (= quantas) Há muros que impedem a felicidade.

c) relativo: inicia a oração subordinada adjetiva, e pode ser – Objeto direto


substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais. Os carros que vimos são interessantes.
Os móveis que me restam são de doações.
– Objeto indireto
– Preposição A mulher a que me referi, partiu.
Equivalente à preposição de.
Você tem que ir à festa. – Predicativo
“Não conheço que fui no que hoje sou.”
– Advérbio de intensidade
Aparece antes de adjetivos, e equivale a QUÃO. – Adjunto adnominal
Que difícil foi o trabalho! (=quão) Que horas são?

– Interjeição – Complemento nominal


Representa surpresa, e recebe acento. É usado com ponto O partido a que sou afiliado é este.
de exclamação.
Quê! Todos sumiram! – Adjunto adverbial
Esta é a empresa em que trabalho.
– Partícula expletiva (ou de realce)
É uma expressão dispensável no ponto de sintático. – Agente da passiva
Quase que ela tropeçou. Encontrou-se a arma por que ele foi alvejado.

– Conjunção subordinativa Funções do “SE”


a) Integrante: inicia a oração subordinada substantiva. Pode
ser trocada pelo termo “isso”. Funções morfológicas
É certo que ele seja reconhecido.
– Conjunção subordinativa
b) Causal: carrega em si a relação de causa e efeito. Pode ser a) Integrante:
substituída por “porque”. Não sei se vocês já foram à Londres.
Faça tudo certo, que se sua mãe chega e vê vira uma fera!
b) Condicional:
c) Comparativa: Se você prefere ser feliz, arrisque-se.
Os homens são mais lentos que as mulheres.
c) Concessiva:
d)Temporal: Se não traçou o próprio destino, ficou à mercê da sorte.
“Já são oito anos passados que nos separamos.”
d) Causal:
e) Consecutiva: Se ele sabe o que quer da vida, sabe que precisa tratar bem
Estudou tanto, que caiu no sono. uma mulher.
f) Concessiva:
Jovem que é, não gosta de esporte. – Conjunção coordenativa alternativa
Se há lágrimas, se há risos, a felicidade habita em seu cora-
– Conjunção coordenativa ção.

a) Aditiva: dá ideia de adição, e pode ser trocada pela con- – Pronome (ou partícula) apassivador
junção “e”. Vendem-se ovos.
“Dize-me com quem andas, que te direi quem és.”
– Partícula (ou índice) de indeterminação do sujeito
b) Explicativa: equivale a “porque”, “pois”. Vive-se bem.
Não saiam, que vai chover.
– Parte integrante de verbo
c) Adversativa: dá ideia de oposição. Pode ser substituída Ele se arrependeu de tê-la deixado.
por “mas”, “porém”, “contudo”.
Ele tem uma coragem que eu não.

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Partícula expletiva ou de realce (junto a verbos intransi- Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber em-
tivos) pregá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais
Passam-se as horas. de que participamos.
A norma culta é responsável por representar as práticas lin-
– Pronome guísticas embasadas nos modelos de uso encontrados em textos
a) Reflexivo: formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo
Ele feriu-se com a faca. nos textos não literários, pois segue rigidamente as regras gra-
maticais. A norma culta conta com maior prestígio social e nor-
b) Recíproco: malmente é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a
Mãe e filho deram-se as mãos. escolarização, maior a adequação com a língua padrão.
Exemplo:
Funções sintáticas: Como pronome, o se pode exercer as se- Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja
guintes funções sintáticas: conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima
da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao
– Objeto direto movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças,
Marina se apressou em pedir perdão. atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem
se levar em conta que a mulher não poderá praticar este espor-
– Objeto indireto te violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas
O réu reservou-se no direito de permanecer calado. funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe.

– Sujeito (de uma oração infinitiva) A Linguagem Popular ou Coloquial


Marcus deixou-se estar à espera dela.” É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo.
Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é
A Linguagem Culta ou Padrão carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências e concordância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão;
em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares,
pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de
mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente esportes, programas de TV e auditório, novelas, na expressão
nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações dos esta dos emocionais etc.
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever
Dúvidas mais comuns da norma culta
bem. Procure ler muito, ler bons autores, para redigir bem.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa-
Perca ou perda
miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança
Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara
imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis
que ele não perca o ônibus ou não perda o ônibus? Quais são as
combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com
frases corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de
outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a
tempo.
escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma
forma. Há pessoas que falam de forma diferente por pertence-
Embaixo ou em baixo
rem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de
outro grupo ou classe social. Essas diferenças no uso da língua O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Con-
constituem as variedades linguísticas. tinuarei falando em baixo tom de voz ou embaixo tom de voz?
Certas palavras e construções que empregamos acabam de- Quais são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O
nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do gato está embaixo da cama
país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação
e, às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. O Ver ou vir
uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes constru-
capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa inse- ções: Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou quando eu vir?
gurança. Qual das frases com ver ou vir está correta? Se eu vir você lá
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas esco- fora, você vai ficar de castigo!
las, contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mí-
dias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão Onde ou aonde
aparecem: a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está?
de grupos ou profissões. O ensino da língua culta na escola não Aonde você vai? Qual é a diferença entre onde e aonde? Onde
tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos indica permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que
em nossa família ou em nossa comunidade. O domínio da língua lugar Fica?
culta, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, tor-
na-nos mais preparados para nos comunicarmos nos diferentes Como escrever o dinheiro por extenso?
contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com
de trabalho não deve ser a mesma utilizada em uma reunião de algarismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$ 15 R$ 100,00 ou R$
amigos no final de semana. 100 R$ 1400,00 ou R$ 1400.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
Obrigado ou obrigada Um texto parafraseado não deve configurar uma integral
Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem substituição de palavras, mas uma acomodação das ideias a uma
ao agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve linguagem diferente, mais explícita, sem nada acrescentar ou
dizer obrigada. subtrair ao texto original.
Portanto, parafrasear não é apenas substituir palavras, é en-
Mal ou mau contrar a expressão que recupere a ideia original, por meio de
Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronun- uma nova organização de frases.
ciadas da mesma forma, são facilmente confundidas pelos fa-
lantes. Qual a diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, Como ler um texto
antônimo de bem. Mau é o adjetivo contrário de bom. Recomendam-se duas leituras. A primeira, chamaremos de
leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal.
“Vir”, “Ver” e “Vier”
A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalidade
situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é, o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta visão
por exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”. geral, podemos passar para o próximo passo.
Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo
verbal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”. Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o le-
vantamento dos referenciais do texto-base para a perfeita com-
“Ao invés de” ou “em vez de” preensão. É importante grifar, em cada parágrafo lido, as ideias
“Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado ape- principais. Após escrever à parte as ideias recolhidas nos grifos,
nas para expressar oposição. procurando dar uma redação própria, independente das pala-
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda. vras utilizadas pelo autor do texto.
Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usa-
do principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele tam- Perífrase
bém pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguis- Trata-se da substituição de um nome comum ou próprio por
tas recomendam usar “em vez de” caso esteja na dúvida. uma expressão que a caracterize. Nada mais é do que um circun-
lóquio, isto é, um rodeio de palavras.
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de
bicicleta.
Exemplos:
– astro rei (Sol)
“Para mim” ou “para eu”
– última flor do Lácio (língua portuguesa)
Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a
– Cidade-Luz (Paris)
frase com um verbo, deve usar “para eu”.
– Rainha da Borborema (Campina Grande)
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu
– Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro)
para eu curtir as fotos dele.
Existe também um tipo especial de perífrase que se refere
“Tem” ou “têm”
Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do ver- somente a pessoas. Tal figura de estilo é chamada de antonomá-
bo “ter” no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o sia e baseia-se nas qualidades ou ações notórias do indivíduo ou
segundo no plural. da entidade a que a expressão se refere.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo
de mudança. Exemplos:
– A rainha do mar (Iemanjá)
“Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos – O poeta dos escravos (Castro Alves)
atrás”
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já Síntese
que ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro. A síntese é uma técnica de escrita que consiste em reduzir
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; um texto às suas ideias essenciais, com liberdade na ordem e
O romance começou muito tempo atrás. organização das ideias.
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos Trata-se de um texto que é um tipo especial de composição
atrás, de Raul Seixas, está incorreta. que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor
expressou amplamente. Desse modo, só devem ser aproveitadas
Paráfrase as ideias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário.
Ao parafrasear, reescrevemos um texto com nossa própria Resumo
linguagem, mantendo o conteúdo e a clareza originais. A pontu- Resumir um texto é reproduzir com poucas palavras aquilo
ação adequada, a variação vocabular e novos torneios frásicos que o autor disse. Saber resumir as ideias expressas em um texto
asseguram a qualidade da paráfrase. não é difícil.
Paráfrase é a “tradução” de um texto em outro, na mesma O resumo é uma técnica de escrita que consiste em con-
língua. É um exercício de leitura aprofundada, porque exige e fa- densar as ideias principais de um texto, não introduzindo qual-
vorece uma compreensão completa do texto que estamos para- quer comentário e respeitando o sentido, a estrutura e o tipo de
fraseando. É também um excelente exercício de redação, porque enunciação.
amplia nosso domínio das estruturas da linguagem, ao mesmo
tempo que propicia a ampliação do nosso vocabulário.

30
LÍNGUA PORTUGUESA
Nos resumos de livros, não devem aparecer diálogos, descri- As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de
ções detalhadas, cenas ou personagens secundárias. Somente as formalismo existente na situação de comunicação; com o modo
personagens, os ambientes e as ações mais importantes devem de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito;
ser registrados. com a sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como
Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das ideias graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um voca-
de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. bulário específico de algum campo científico, por exemplo).
Nele devem aparecer as principais ideias do autor.
Expressões que demandam atenção
REESCRITA DE FRASES – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, di- – aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e
ficilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, che- estar, aceito
gamos ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. – acendido, aceso (formas similares) – idem
Aquele que observa um resultado ruim na primeira versão que – à custa de – e não às custas de
escreveu terá, na reescrita, a possibilidade de alcançar um re- – à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que,
sultado satisfatório. A reescrita é um processo mais trabalhoso conforme
do que a revisão, pois, nesta, atemo-nos apenas aos pequenos – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
detalhes, cuja ausência não implicaria em uma dificuldade do – a meu ver – e não ao meu ver
leitor para compreender o texto. – a ponto de – e não ao ponto de
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces- – em termos de – modismo; evitar
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – enquanto que – o que é redundância
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, – entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos – implicar em – a regência é direta (sem em)
erros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a – ir de encontro a – chocar-se com
desenvolver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a – ir ao encontro de – concordar com
esclarecer melhor seus objetivos e razões para a produção de – se não, senão – quando se pode substituir por caso não,
textos. separado; quando não se pode, junto
– todo mundo – todos
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja – todo o mundo – o mundo inteiro
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
passa a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desen- for substantivo
volvimento do processo de escrever do aluno. – este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tem-
po presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tra-
Operações linguísticas de reescrita: tando)
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de – esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
operações linguísticas encontradas neste momento específico (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do
da construção do texto escrito. presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um
elemento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas Expressões não recomendadas
também do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma
ou de várias frases. – a partir de (a não ser com valor temporal).
- Supressão: supressão sem substituição do segmento supri- Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se
mido. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, gra- de...
femas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um – através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
termo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
sintagma, ou sobre conjuntos generalizados. gundo...
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por
modificar sua ordem no processo de encadeamento. – devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais – dito.
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o Opção: citado, mencionado.
coloquial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-
-se por construções gramaticais mais livres, repetições frequen- – enquanto.
tes, frases curtas e conectores simples; o informal, que se carac- Opção: ao passo que.
teriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples
( geralmente usado entre membros de uma mesma família ou – inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
entre amigos). Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
– pois (no início da oração). sidade de nomeação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que. nossas ideias fica mediado por uma unidade menor que se cha-
ma signo. O signo é o símbolo dos objetos ou ideias que quere-
– principalmente. mos veicular (oral ou textualmente): a maneira de articular as
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em parti- palavras e de organizá-las na frase, no texto determina nosso
cular. discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal).

USO ADEQUADO DO VOCABULÁRIO A linguagem culta ou padrão


Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências
fala. As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas
a certos contextos. pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se
A adequação vocabular trata das corretas situações em que pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada
devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural.
dos momento em que determinadas linguagens devem ser usa- É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está pre-
da. sente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comu-
É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma si- nicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
tuação informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar
gírias além de demais palavras menor formais. Diferente de situ- A linguagem popular ou coloquial
ações em que estamos diante de momento mais formais, como É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos-
o trabalho por exemplo. tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada
de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concor-
O ato de escrever dância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; am-
O que para alguns parece fácil e agradável, para outros re- biguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias
presenta um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e
popular da língua. A linguagem popular está presente nas mais
escolares, não se prepara o aluno para ser escritor, mas para
diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedo-
escrever satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão
tas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de
vocabular e clareza de ideias.
auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc.
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento or-
ganizado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os
SINTAXE
recursos expressivos da língua e a interpretação analítica da re-
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em mui-
alidade, em especial na dissertação. Qualquer que seja a mo-
tos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o
dalidade redacional, sua finalidade é concretizar a comunicação
estudo da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que
de ideias (conteúdo), valorizadas por uma expressão estética
sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de
da linguagem (forma). Não basta, pois, saber o que escrever, classificar algumas questões importantes:
mas como escrever.
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no • Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de
receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em méto- sentido completo.
dos didáticos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores Os jornais publicaram a notícia.
que bloqueiam a escrita. Silêncio!
Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de co-
municação de massa que, saturando nossos sentidos com ima- • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com
gem e som, pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocu- uma locução verbal.
pando um espaço que poderia ser preenchido pela leitura. Este filme causou grande impacto entre o público.
Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimora- A inflação deve continuar sob controle.
mento da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para
expressar o pensa mento. A habilidade com que a usamos per- • Período Simples: formado por uma única oração.
mite-nos apreender o mundo e agir sobre ele. O clima se alterou muito nos últimos dias.
Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista
maior, combinando as impressões dos sentidos, a vivência pes- • Período Composto: formado por mais de uma oração.
soal e o pensamento crítico. Para aperfeiçoar o exercício reda- O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
cional, devemos aguçar a capacidade de interpretação, o espíri-
to questionador e analítico, bem como o desprendimento para Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e perío-
criar e inovar. do. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma
Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfató- oração:
ria, é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensa- • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
mento e da imaginação criadora, num contínuo e diletante pro- O problema da violência preocupa os cidadãos.
cesso de aprendizagem. • Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
Da palavra ao texto • Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transi-
A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias tivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio
históricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo da preposição.
de seus processos de desenvolvimento, foram criando a neces-

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LÍNGUA PORTUGUESA
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
preposição.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensi-
fica um verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação
de um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicio-
nado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou
equivalentes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza,
moleza. Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra
para construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para
construir sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam
da conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que vere-
mos agora por meio do quadro seguinte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do jantar.
Exercem a função de sujeito
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a refeição no
Orações Subordinadas Exercem a função de predicativo lugar.
Substantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se aborrecesse
Exercem a função de aposto com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de quinta, terão


Explicam um termo dito anteriormente. SEMPRE serão aula de reforço.
Orações Subordinadas acompanhadas por vírgula.
Adjetivas Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta terão
Restringem o sentido de um termo dito anteriormente. aula de reforço.
NUNCA serão acompanhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na reunião.
Assumem a função de advérbio de condição
Orações Subordinadas Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos previsto.
Adverbiais Assumem a função de advérbio de conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais tarde.
Assumem a função de advérbio de concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de finalidade tenham acesso aos benefícios.
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de suas
Assumem a função de advérbio de tempo casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassifi-
cações das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Analise as assertivas e responda:
EXERCÍCIOS (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualida- (C) Somente a III é correta
de é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que (D) A III e IV são corretas.
NÃO se fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter mor- 3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que
rido há muito tempo.” ainda suja o Brasil”:
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem proble-
mete onde não é chamada.” mas no desenvolvimento do assunto.
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta
gente mesmo!” problemas no uso de conjunções e preposições.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das clas-
tudo bem.” ses de palavras e da ordem sintática.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
temática e bom uso dos recursos coesivos.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
A lama que ainda suja o Brasil Analise as assertivas e responda:
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (C) Somente a III é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasi- (D) Somente a IV é correta.
leira: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante
de um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Leia o texto abaixo para responder as questões.
Rio Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de
recuperação efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). UM APÓLOGO
Tampouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale Machado de Assis.
e pela anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
a aplicação da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há ga-
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enro-
rantias de que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu
lada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
e a calha profunda e larga se transformou num córrego raso”, diz
— Deixe-me, senhora.
Malu Ribeiro, coordenadora da rede de águas da Fundação SOS
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que
Mata Atlântica, sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O
está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que
volume de rejeitos se tornou uma bomba relógio na região.”
me der na cabeça.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agu-
riscos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém.
lha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar
Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
menos 16 barragens de mineração em todo o País apresentam — Mas você é orgulhosa.
condições de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade — Decerto que sou.
de aparelhar órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na di- — Mas por quê?
reção oposta — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, ama, quem é que os cose, senão eu?
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ig-
um tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo nora que quem os cose sou eu, e muito eu?
marco regulatório da mineração, por sua vez, também conce- — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
de prioridade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento pedaço ao outro, dou feição aos babados…
dos conflitos judiciais, o que não será interessante para o setor — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
empresarial”, diz Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
Ambiental (ISA). Com o avanço dessa legislação outros danos ir- e mando…
reversíveis podem ocorrer. — Também os batedores vão adiante do imperador.
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA — Você é imperador?
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo
2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baro-
fato. nesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baro-
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence nesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
ao gênero textual editorial. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositi- da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra
vas, já que se trata de uma reportagem. iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de
já se trata de um editorial. Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

35
LÍNGUA PORTUGUESA
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; co? Não repara que esta distinta costureira só se importa
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
abaixo e acima… eles, furando abaixo e acima.” (L.25-26)
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha
sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para nin-
vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi an- guém. Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
dando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia
mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, 5. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar ou-
a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou tros valores semânticos além da noção de dimensão, como afeti-
ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou vidade, pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afir-
esperando o baile. mar que os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, “unidinha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, (A) dimensão e pejoratividade;
para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vesti- (B) afetividade e intensidade;
do da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui (C) afetividade e dimensão;
ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar (D) intensidade e dimensão;
da agulha, perguntou-lhe: (E) pejoratividade e afetividade.

— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da 6. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alter-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para nativa cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da ex-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? pressividade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Vamos, diga lá. (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agu- (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agu-
lha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para lha. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo
de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. um pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
Onde me espetam, fico. (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha or-
Contei esta história a um professor de melancolia, que me
dinária!” (L.43)
disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agu-
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
lha a muita linha ordinária!
co?” (L.25)
4. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de As-
7. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de
sis e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as per-
modo metafórico, considerando as relações existentes em um
sonagens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, in-
ambiente de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a
dique a opção em que a fala não é compatível com a associação
uma ideia presente no texto:
entre os elementos dos textos:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de traba-
lho, cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente co-
letivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes
do sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

8. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –


2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa or-
dem, o seguinte par de palavras:
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda
(A) estrondo – ruído;
enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?”
(L.02) (B) pescador – trabalhador;
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agu- (C) pista – aeroporto;
lha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (D) piloto – comissário;
(L.06) (E) aeronave – jatinho.
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou
adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao
que eu faço e mando...” (L.14-15)

36
LÍNGUA PORTUGUESA
9. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classifica-
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma ção morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é (A) Pronome demonstrativo.
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em desta- (B) Pronome relativo.
que tem como antônimo: (C) Pronome possessivo.
(A) fortuna; (D) Pronome pessoal.
(B) opulência; (E) Pronome indefinido.
(C) riqueza;
(D) escassez; 15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto,
(E) abundância. na oração “A abordagem social constitui-se em um processo de
trabalho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos
10. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚ- sublinhados classificam-se, respectivamente, em
NIOR – 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à or- (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
tografia é: (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capaci- (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
dade extraordinária de imitar vários estilos musicais. (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar sen- (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
timentos pessoais por meio de sua música.
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
composições do músico na cultura ocidental. GABARITO
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do com-
positor termina em uma cena de reconciliação entre os per-
sonagens. 1 E
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspira- 2 C
ção. 3 D
4 E
11. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a al-
ternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma 5 D
razão. 6 D
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”. 7 D
(C) “sérios”, “potência”, “após”. 8 E
(D) “Goiás”, “já”, “vários”. 9 D
(E) “solidária”, “área”, “após”.
10 C
12. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMA- 11 A
GEM DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos
12 E
sinais de pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos con- 13 A
vidados e retirou-se da sala: era o final da reunião. 14 E
(B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sor-
15 B
rateiramente pela porta?
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-
-se tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem
muito branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com ANOTAÇÕES
os irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
______________________________________________________
cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
______________________________________________________
13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título
do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
(A) pronome; ______________________________________________________
(B) adjetivo;
(C) advérbio; ______________________________________________________
(D) substantivo;
(E) preposição. ______________________________________________________

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37
LÍNGUA PORTUGUESA

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38
MATEMÁTICA

1. As Quatro Operações, Adição, Subtração, Multiplicação E Divisão, Envolvendo Números Inteiros, Fracionários E Decimais. Resolução
De Problemas Envolvendo As Quatro Operações. Expressões Numéricas. Potencialização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Porcentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Média Aritmética Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Regra De Três Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
5. Noções De Geometria: Perímetro E Área Do Quadrado, Do Retângulo E Do Triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
6. Unidades De Medida: Metro, Centímetro, Milímetro, Decâmetro, Decímetro, Hectômetro E Quilômetro. Medidas De Tempo: Hora,
Minuto E Segundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
MATEMÁTICA

Números Inteiros
AS QUATRO OPERAÇÕES, ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, Podemos dizer que este conjunto é composto pelos núme-
MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO, ENVOLVENDO ros naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o
NÚMEROS INTEIROS, FRACIONÁRIOS E DECIMAIS. zero. Este conjunto pode ser representado por:
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO AS
QUATRO OPERAÇÕES. EXPRESSÕES NUMÉRICAS.
POTENCIALIZAÇÃO
Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Números Naturais
Os números naturais são o modelo matemático necessário {...-2, -1, 1, 2, ...}
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
obtemos o conjunto infinito dos números naturais
{0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos


- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1. {...-3, -2, -1}
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
São exemplos de números racionais:
{1,2,3,4,5,6... . } -12/51
-3
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um ante- -(-3)
cessor (número que vem antes do número dado). -2,333...
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de
zero. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
a) O antecessor do número m é m-1. portanto são consideradas números racionais.
b) O antecessor de 2 é 1. Como representar esses números?
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Representação Decimal das Frações
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número
multiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer decimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
em uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas
utilizamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro opera-


ções, devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeira-
mente, na ordem em que elas aparecerem e somente depois a
adição e a subtração, também na ordem em que aparecerem e
os parênteses são resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
22 – 6 + 7 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racional
16 + 7 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
23 não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais,
que trataremos mais a frente.
Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

1
MATEMÁTICA

Representação Fracionária dos Números Decimais – Os números irracionais não podem ser expressos na forma
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com , com a e b inteiros e b≠0.
o denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
– O quociente de dois números irracionais, pode ser um nú-
mero racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um nú-


mero racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número


natural, se não inteira, é irracional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então Números Reais


como podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima
dada de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos


por 10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9 Fonte: www.estudokids.com.br
X=1/3
Representação na reta
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de pe-
ríodo.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo: Intervalos limitados


100x-x=112,1212...-1,1212... Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
99x=111 iguais a e menores do que b ou iguais a b.
X=111/99

Números Irracionais

Identificação de números irracionais Intervalo:[a,b]


– Todas as dízimas periódicas são números racionais. Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
– Todos os números inteiros são racionais.
– Todas as frações ordinárias são números racionais. Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais. que b.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional
é sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um nú- Intervalo:]a,b[
mero racional. Conjunto:{xϵR|a<x<b}

2
MATEMÁTICA

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a Casos


ou iguais a A e menores do que B. 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.


Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta
em um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, re-


Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais sulta em um número negativo.
menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b] 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o


Conjunto:{x ϵ R|x≤b} sinal para positivo e inverter o número que está na base.

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais


menores que b.

Intervalo:]-∞,b[ 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor
Conjunto:{x ϵ R|x<b} do expoente, o resultado será igual a zero.

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a A.

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mes-
Intervalo:[a,+ ∞[ ma base, repete-se a base e soma os expoentes.
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
Exemplos:
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maio- 24 . 23 = 24+3= 27
res que a. (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a} 2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma
base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
2³=2.2.2=8

3
MATEMÁTICA

Exemplos: Observe:
96 : 92 = 96-2 = 94 1 1
1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-


a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
-se os expoentes.
Então:
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56
n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado


é igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do
radicando.
Raiz quadrada de frações ordinárias
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a
um expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. 1 1
(4.3)²=4².3² 2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 =
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, pode- 3 3 3
mos elevar separados. 32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente in-
dicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos
Radiciação termos do radicando.
Radiciação é a operação inversa a potenciação
Raiz quadrada números decimais

Operações

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se
mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em núme-
ros primos. Veja:

64 2 Operações
32 2
16 2 Multiplicação
8 2
Exemplo
4 2
2 2
1
Divisão
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se”


um e multiplica. Exemplo

Adição e subtração

4
MATEMÁTICA

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. Observações:


– Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
8 2 20 2 – Todo número natural é múltiplo de 1.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl-
4 2 10 2 tiplos.
2 2 5 5 - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
1 1
Máximo Divisor Comum
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos
Caso tenha: seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com ra-
dicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos ra- Exemplo:
dicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela 15 3 24 2
5 5 12 2
1 6 2
3 3
1

15 = 3.5 24 = 23.3
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c
(15,24) = 3

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença Mínimo Múltiplo Comum
de quadrados no denominador: O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais núme-
ros é o menor número, diferente de zero.

Para calcular devemos seguir as etapas:


• Decompor os números em fatores primos
Múltiplos • Multiplicar os fatores entre si
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri-
meiro pelo segundo, o resto é zero. Exemplo:

Exemplo 15,24 2
15,12 2
15,6 2
15,3 3
5,1 5
O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é 1
infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado
por todos os números naturais. Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
M(3)={0,3,6,9,12,...} Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divi-
são com algum dos números, não é necessário que os dois sejam
Divisores divisíveis ao mesmo tempo.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
de 12 e 15. aparecendo.
D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120

5
MATEMÁTICA

Exemplo
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, PORCENTAGEM
será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão,
inteiros, de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu
vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encon-
maior dimensão possível. tramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máqui-
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir nas de calcular, etc.

(A) mais de 30 cm. Os acréscimos e os descontos é importante saber porque


(B) menos de 15 cm. ajuda muito na resolução do exercício.
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm. Acréscimo
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando
Resposta: A. esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acrésci-
mo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja
352 2 416 2 a tabela abaixo:
176 2 208 2
ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
88 2 104 2
10% 1,10
44 2 52 2
15% 1,15
22 2 26 2
11 11 13 13 20% 1,20

1 1 47% 1,47
67% 1,67
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível
E são os fatores que temos iguais:25=32 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:

Exemplo 10 x 1,10 = R$ 11,00


(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No ae-
roporto de uma pequena cidade chegam aviões de três compa- Desconto
nhias aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 mi- No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
nutos, da companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
cada 44 minutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões Veja a tabela abaixo:
das três companhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se
repetir, nesse mesmo dia, às:
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
(A) 16h 30min.
(B) 17h 30min. 10% 0,90
(C) 18h 30min. 25% 0,75
(D) 17 horas.
34% 0,66
(E) 18 horas.
60% 0,40
Resposta: E. 90% 0,10

20,30,44 2 Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:


10,15,22 2
10 X 0,90 = R$ 9,00
5,15,11 3
5,5,11 5 Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra
1,1,11 11 e venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo
1,1,1
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660 duas formas:
1h---60minutos
x-----660
x=660/60=11

Então será depois de 11horas que se encontrarão


7+11=18h

6
MATEMÁTICA

Exemplo Mediana (Md)


(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn
aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe.
Se x% das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
possível para x é igual a ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
(A) 8. termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
(B) 15. em rol.
(C) 10. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
(D) 6. mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
(E) 12. precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequên-
Resolução cia (xn) em rol.
45------100%
Exemplo 1:
X-------60%
Determinar a mediana do conjunto de dados:
X=27
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to- Solução:
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão. Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
Resposta: C. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.

MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES Solução:


Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
entre os dois termos centrais do rol.
Média Aritmética E Ponderada
Logo:
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos Resposta: Md=15
do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Moda (Mo)
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti- aquele valor que ocorre com maior frequência.
ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen- Observação:
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Exemplo 1:
jogadores é: O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0 Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas: Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- Variância
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
da média aritmética ponderada. conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:

7
MATEMÁTICA

Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé-
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se
Isto é: por , o número:

E para amostra Isto é:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se- Exemplo:
guinte desempenho, descrito na tabela abaixo: As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
JOGO NÚMERO DE PONTOS a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
1 22
2 18 Solução:
3 13 Sendo a estatura média, temos:
4 24
5 26
6 20
7 19
8 18 Sendo o desvio padrão, tem-se:

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:

a) A média de pontos por jogo é:

REGRA DE TRÊS SIMPLES

Regra de três simples


Regra de três simples é um processo prático para resolver
b) A variância é:
problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos
três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos
três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:


1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mes-
ma espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grande-
Desvio médio zas de espécies diferentes em correspondência.
Definição 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversa-
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma mente proporcionais.
sequência. Esta medida representa a média das distâncias entre 3º) Montar a proporção e resolver a equação.
cada elemento da amostra e seu valor médio. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto
tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fos-
se de 480km/h?

8
MATEMÁTICA

Solução: montando a tabela: Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h) HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
400 ----- 3
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
480 ----- X
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
2) Identificação do tipo de relação:
HORAS CAMINHÕES VOLUME
VELOCIDADE Tempo
8 ----- 20 ----- 160
400 ↓ ----- 3↑
5 ----- X ----- 125
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os


números mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda
coluna ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em
baixo na segunda coluna vai para cima Logo, serão necessários 25 caminhões

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↓
480 ↓ ----- X↓
NOÇÕES DE GEOMETRIA: PERÍMETRO E ÁREA DO
480x=1200 QUADRADO, DO RETÂNGULO E DO TRIÂNGULO
X=25
Geometria Plana
Regra de três composta
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais
de duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas
Exemplos: semirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. lados do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.
Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descar-
regar 125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de
espécies diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela
onde está o x.

Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos di-
minuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversa-
mente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o nú-
mero de caminhões. Portanto a relação é diretamente propor-
cional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão
que contém o termo x com o produto das outras razões de acor-
do com o sentido das setas.

9
MATEMÁTICA

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º; Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas. um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a
esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a


esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga
um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta


o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz


de um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do
lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

10
MATEMÁTICA

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor
que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior
ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes proprieda-
des:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Triângulo equilátero: três lados iguais. Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Quanto aos ângulos - é paralelo a


- Losango: 4 lados congruentes
Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos - Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
Triângulo retângulo: tem um ângulo reto - No losango e no quadrado as diagonais são perpendicula-
res entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos
internos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b


é a medida da base menor e h é medida da altura.

11
MATEMÁTICA

2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente
a medida da altura. escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos
ângulos internos do polígono é igual à soma das medidas dos
3 - Retângulo: A = b.h ângulos internos dos n-2 triângulos.

4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e


d é a medida da diagonal menor.

5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chama-
dos lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vérti-
ces do polígono.

Ângulos Externos

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremida-


des são vértices não-consecutivos desse polígono.
A soma dos ângulos externos=360°
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então
a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual
à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são
válidas as seguintes proporções:

Número de Diagonais Exemplo

Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono
convexo de n lados é (n-2).180

12
MATEMÁTICA

Semelhança de Triângulos Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo


Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus
ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medi- Considerando o triângulo retângulo ABC.
das, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes propor- Temos:
cionais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, en-
tão esses dois triângulos são semelhantes.

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes propor-
cionais, então esses dois triângulos são semelhantes. Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno
de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²

13
MATEMÁTICA

Dividindo os membros por c² Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo pla-
no. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também
não estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas
reversas.

Retas Coplanares

Como a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:
-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.


2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coin-
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa cidentes.

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenu-


sa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa


pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções


dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados


dos catetos (Teorema de Pitágoras).

14
MATEMÁTICA

Geometria Espacial

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro
O contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de
todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo
e no outro plano.

Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também
chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é deno-
minado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as ge-
ratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equi-
látero.
g2 = h2 + r2
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área
Área
Área da base: Sb=πr²

Volume
Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um
ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os seg-
mentos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra
num ponto do círculo denomina-se cone circular.

15
MATEMÁTICA

Pirâmides Classificação
As pirâmides são também classificadas quanto ao número
de lados da base. Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às ba-
ses
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO

Área e Volume

Área lateral: Sl = n. área de um triângulo

Onde n = quantidade de lados


Classificação pelo polígono da base
Stotal = Sb + Sl
TRIANGULAR QUADRANGULAR

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R conti-
do em α e uma reta r concorrente aos dois.

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se
paralelepípedos.

PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de to-


dos os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono
R e no plano β.

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces qua-


dradas.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

16
MATEMÁTICA

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo: St = 6a2

Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)

A área de um prisma: St = 2Sb + St

Onde: St = área total


Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³

Demais: V = Sb . h

UNIDADES DE MEDIDA: METRO, CENTÍMETRO, MILÍMETRO, DECÂMETRO, DECÍMETRO, HECTÔMETRO E


QUILÔMETRO. MEDIDAS DE TEMPO: HORA, MINUTO E SEGUNDO

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para
medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade
imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

17
MATEMÁTICA

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos
encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e
capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e sub-
múltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 mi-
nutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

18
MATEMÁTICA

15h 35 minutos
EXERCÍCIOS
1 minutos 25 segundos
30 minutos
-------------------------------------------------- 1. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-
RIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de
15h 66 minutos 25 segundos 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime
5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de
Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir funcionamento, a máquina A quebra e o serviço restante passa
para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem a ser feito pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 mi-
que ser na mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos nutos. O tempo que a máquina B levará para imprimir o restante
Então fica: 16h6 minutos 25segundos do lote de folhetos é
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação in- (A) 14 horas e 10 minutos.
versa. (B) 14 horas e 05 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
Subtração (D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 (E) 13 horas e 20 minutos.
minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto
tempo ficou fora? 2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica.
1h 60 minutos Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela
16h 6 minutos 25 segundos ficou durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto
no trânsito, no trajeto de ida e volta, foi igual a
-15h 35 min (A) 1/2h.
-------------------------------------------------- (B) 3/4h.
(C) 1h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma (D) 1h 15min.
forma que conta de subtração. (E) 1 1/2h.
1hora=60 minutos
3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de
15h 66 minutos 25 segundos
suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis-
15h 35 minutos tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada
-------------------------------------------------- uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a
indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a
0h 31 minutos 25 segundos
(A) 25000.
(B) 24500.
Multiplicação
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas de-
(D) 22000.
morou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
(E) 20500.

2h 40 minutos 4. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-


x2 GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros
de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um.
----------------------------
Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas.
4h 80 minutos OU A quantidade de toneladas que representa todos os recipientes
5h 20 minutos cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos : 2 (C) 1600
(D) 16000

5h 20 minutos 2
5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)
1h 20 minutos 2h 40 minutos João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula
tem duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sa-
80 minutos bendo-se que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente,
0 pode-se afirmar que o término das aulas de João se dá às:
(A) 22h30min
1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80mi- (B) 22h40min
nutos (C) 22h50min
(D) 23h
(E) Nenhuma das anteriores

19
MATEMÁTICA

6. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO- 11. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA


FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em - MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que custa
1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min. R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação, com um des-
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a conto de 40%. Marta queria comprar essa televisão, porém não ti-
época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: nha condições de pagar à vista, e o vendedor propôs que ela desse
(A) 10 minutos; um cheque para 15 dias, pagando 10% de juros sobre o valor da
(B) 7 minutos; venda na liquidação. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
(C) 5 minutos; (A) R$1120,00
(D) 3 minutos; (B)R$1056,00
(E) 2 minutos. (C)R$960,00
(D) R$864,00
7. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário 12. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) A equipe de
de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsi- segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmente cer-
to intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade ca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas cercanias
média 20km/h maior do que no dia de trânsito intenso e gastou desse prédio, identificando os criminosos e os encaminhando às
48min. autoridades competentes. Após uma reestruturação dos proce-
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: dimentos de segurança, a mesma equipe conseguiu aumentar
(A) 36; o percentual de resolução mensal de ocorrências desse tipo de
(B) 40; crime para cerca de 63%. De acordo com esses dados, com tal
(C) 48; reestruturação, a equipe de segurança aumentou sua eficácia no
(D) 50; combate ao dano ao patrimônio em
(E) 60. (A) 35%.
(B) 28%.
8. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – (C) 63%.
IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às (D) 41%.
13:12. O total de segundos que representa o tempo que Carlos (E) 80%.
almoçou nesse dia é:
(A) 1840 13. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Três irmãos,
(B) 1620 André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia herança consti-
(C) 1780 tuída pelas seguintes joias: um bracelete de ouro, um colar de
(D) 2120 pérolas e um par de brincos de diamante. A tia especificou em
testamento que as joias não deveriam ser vendidas antes da
9. (ANP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRAN- partilha e que cada um deveria ficar com uma delas, mas não
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abasteci- especificou qual deveria ser dada a quem. O justo, pensaram os
mento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório. Parte irmãos, seria que cada um recebesse cerca de 33,3% da herança,
dessa gasolina é transferida para dois tanques de armazenamen- mas eles achavam que as joias tinham valores diferentes entre
to, enchendo-os completamente. Um desses tanques tem 12,5 si e, além disso, tinham diferentes opiniões sobre seus valores.
m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios. Então, decidiram fazer a partilha do seguinte modo:
Após a transferência, quantos litros de gasolina restaram no − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um deveria
caminhão-tanque? escrever em um papel três porcentagens, indicando sua avaliação
(A) 35.722,00 sobre o valor de cada joia com relação ao valor total da herança.
(B) 8.200,00 − A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas avalia-
(C) 3.577,20 ções.
(D) 357,72 − Uma partilha seria considerada boa se cada um deles re-
(E) 332,20 cebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da herança
toda ou mais.
10. (DPE/RR – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FCC/2015) As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das joias foi
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45 m. a seguinte:
Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem 40 cm
de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas em pedaços ANDRÉ Bracelete: 40% Colar: 50% Brincos: 10%
de 40 cm de comprimento e assim conseguiu obter
(A) 6 pedaços. BEATRIZ Bracelete: 30% Colar: 50% Brincos: 20%
(B) 8 pedaços. CLARICE Bracelete: 30% Colar: 20% Brincos: 50%
(C) 9 pedaços.
(D) 5 pedaços. Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice re-
(E) 7 pedaços. cebessem, respectivamente,
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete.
(C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.

20
MATEMÁTICA

14. (UTFPR – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMA- Nessa oferta, o desconto é de:


ÇÃO – UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas (A) 70%.
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser 2/ 3 (B) 50%.
do comprimento original e sua largura foi reduzida e passou a (C) 30%.
ser 3/ 4 da largura original. (D) 10%.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo origi-
nal, a área do novo retângulo: 19 (CODAR – RECEPCIONISTA – EXATUS/2016) Considere
(A)foi aumentada em 50%. que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$ 8,60 e
(B) foi reduzida em 50%. passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento no preço
(C) aumentou em 25%. dessa caixa de bombom foi de:
(D) diminuiu 25%. (A) 30%.
(E)foi reduzida a 15%. (B) 25%.
(C)20%.
15. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPE- (D) 15%
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma editora
um lote de apostilas para concursos, cujo valor unitário original 20. (ANP – TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE PETRÓLEO E
é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido estabelecimento, ele DERIVADOS – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
recebeu 30% de desconto na compra. Para revender os mate- vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 12
riais, Paulo decidiu acrescentar 30% sobre o valor que pagou tanques menores, idênticos e cheios.
por cada apostila. Nestas condições, qual será o lucro obtido por Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% maior do
unidade? que a sua capacidade original, o grande tanque seria cheio, sem
(A) R$ 4,20. excessos, após receber todo o conteúdo de
(B) R$ 5,46. (A) 4 tanques menores
(C) R$ 10,70. (B) 6 tanques menores
(D) R$ 12,60. (C) 7 tanques menores
(E) R$ 18,00. (D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores
16. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO/2017) Joa-
na foi fazer compras. Encontrou um vestido de R$ 150,00 reais. 21. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VU-
Descobriu que se pagasse à vista teria um desconto de 35%. De- NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma caixa
pois de muito pensar, Joana pagou à vista o tal vestido. Quanto contendo n bombons. Para serem vendidos, devem ser reparti-
ela pagou? dos em pacotes iguais, todos com a mesma quantidade de bom-
(A) R$ 120,00 reais bons. Com os bombons dessa caixa, podem ser feitos pacotes
(B) R$ 112,50 reais com 5, ou com 6, ou com 7 unidades cada um, e, nesses casos,
(C) R$ 127,50 reais não faltará nem sobrará nenhum bombom. Nessas condições, o
(D) R$ 97,50 reais menor valor que pode ser atribuído a n é
(E) R$ 90 reais (A) 280.
(B) 265.
17. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- (C) 245.
NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão de (D) 230.
receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o primeiro (E) 210.
trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é 10% inferior ao
da receita prevista para o trimestre seguinte. A receita prevista 22. (EMBASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC/2017)
para o primeiro semestre é 5% inferior à prevista para o segundo Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os números
semestre. Nessas condições, é correto afirmar que a receita mé- 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre os números
dia trimestral prevista para 2018 é, em milhões de reais, igual a 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a:
(A) 200. (A) 72
(B) 203. (B) 156
(C) 195. (C) 144
(D) 190. (D) 204
(E) 198.
23. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO
18. (CRM/MG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA- FUN- /2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom Preço: cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas.
Considerando que todos foram alimentados às 8 horas da ma-
Aproveite a Promoção! nhã de domingo, é correto afirmar que o funcionário encarrega-
Forno Micro-ondas do deverá servir a alimentação a todos concomitantemente às:
De R$ 720,00 (A) 8 horas de segunda-feira.
Por apenas R$ 504,00 (B) 14 horas de segunda-feira.
(C) 10 horas de terça-feira.
(D) 20 horas de terça-feira.
(E) 9 horas de quarta-feira.

21
MATEMÁTICA

24. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – (A) 8.


IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma (B) 12.
com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 metros de (C) 13.
comprimento. Ele pretende cortá-las em barras de tamanhos (D) 15.
iguais, de modo que cada pedaço tenha a maior medida possí- (E) 18.
vel. Nessas circunstâncias, o total de pedaços que o marceneiro
irá cortar, utilizando as duas de ferro, é: 29. (PREF. DE JAMBEIRO – AGENTE ADMINISTRATIVO –
(A) 9 JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
(B) 11 (A) 39000
(C) 12 (B) 38000
(D) 13 (C) 37000
(D) 36000
25. (TJM/SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- (E) 35000
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu fazer
uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas registradoras 30. (MPE/SP – ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO – VU-
foi programada para acender uma luz, em intervalos de tempo NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas, sen-
regulares: na caixa 1, a luz acendia a cada 15 minutos; na caixa 2, do 126 com formação na área de exatas e 90 com formação na
a cada 30 minutos; e na caixa 3, a luz acendia a cada 45 minutos. área de humanas, em grupos menores contendo, obrigatoria-
Toda vez que a luz de uma caixa acendia, o cliente que esta- mente, elementos de cada uma dessas áreas, de modo que:
va nela era premiado com um desconto de 3% sobre o valor da (1) o número de grupos seja o maior possível;
compra e, quando as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com
desconto era de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um deter- formação na área de exatas e o mesmo número y de pessoas
minado dia, as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, com formação na área de humanas; e
então é verdade que o número máximo de premiações de 5% de (3) cada uma das 216 pessoas participe de um único gru-
desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus clientes, po. Nessas condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa
das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia, seria igual a com ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
(A) 8. grupo, a diferença entre os números de pessoas com formação
(B) 10.
em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(C) 21.
(D) 27.
(A) 1
(E) 33.
(B) 2
(C) 3
26. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – AGENTE ADMINISTRATI-
(D) 4
VO – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na
(E) 5
matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C.
significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor do
31. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDEN-
M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72?
(A) 8 CIÁRIOS- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
(B) 6 das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa trabalhar 5
(C) 4 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administrativos, será
(D) 2 necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 dias. O número
de horas diárias que essa máquina terá que trabalhar para rea-
27. (CELESC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FEPE- lizar a tarefa é
SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160 mulhe- (A) 6.
res. Em determinado momento é preciso dividir os participantes em (B) 7.
grupos formados somente por homens ou somente por mulheres, (C) 8.
de maneira que os grupos tenham o mesmo número de integrantes. (D) 9.
(E) 10.
Neste caso, o número máximo de integrantes em um grupo é:
(A) 10. 32. (SEPOG – ANALISTA EM TECNOLOGIA DA INFORMA-
(B) 15. ÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV/2017) Uma máquina copiadora
(C) 20. A faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mesmo
(D) 30. tempo.
(E) 40. A máquina B faz 100 cópias em uma hora.

28. (PREF. DE GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GESTÃO A máquina A faz 100 cópias em


ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita monitorada a (A) 44 minutos.
um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º ano de certa (B) 46 minutos.
escola foram divididos em grupos, todos com o mesmo número (C) 48 minutos.
de alunos, sendo esse número o maior possível, de modo que (D) 50 minutos.
cada grupo tivesse somente alunos de um único ano e que não (E) 52 minutos.
restasse nenhum aluno fora de um grupo. Nessas condições, é
correto afirmar que o número total de grupos formados foi

22
MATEMÁTICA

33. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA 38. (FCEP – TÉCNICO ARTÍSTICO – AMAUC/2017) A vazão
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma rodovia, 12 de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tempo neces-
operários trabalham 8 horas por dia durante 14 dias e comple- sário para essa torneira encher completamente um reservatório
tam exatamente a metade da obra. Porém, a rodovia precisa ser retangular, cujas medidas internas são 1,5 metros de compri-
terminada daqui a exatamente 8 dias, e então a empresa contra- mento, 1,2 metros de largura e 70 centímetros de profundidade
ta mais 6 operários de mesma capacidade dos primeiros. Juntos, é de:
eles deverão trabalhar quantas horas por dia para terminar o (A) 1h 16min 00s
trabalho no tempo correto? (B) 1h 15min 36s
(A) 6h 8 min (C) 1h 45min 16s
(B)6h 50min (D) 1h 50min 05s
(C) 9h 20 min (E) 1h55min 42s
(D) 9h 33min
39. (CRMV/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IE-
34. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produzem
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus preços 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas por sete
de acordo com a tabela: operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças
(B)952 peças
(C) 875 peças
(D) 1250 peças

Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-feira. Se 40. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VUNESP/2016)
a quantidade de alimentos que consumiu nesse almoço custou Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 funcionários, to-
R$ 21,00, então está correto afirmar que essa quantidade é, em dos com a mesma capacidade de produção, trabalharam por 3
gramas, igual a horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 funcionários, todos com
(A) 375. o mesmo rendimento dos iniciais, deveriam trabalhar um total
(B) 380. de tempo, em minutos, igual a
(C) 420. (A) 48.
(D) 425. (B) 50.
(E) 450. (C) 46.
(D) 54.
35. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- (E) 52.
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente embala-
do em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fossem colocados 41. (PREF. DE ITAPEMA/SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MS-
apenas 30 kg em cada saco, o número de sacos necessários para CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, cuja
embalar todo o carregamento seria igual a altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um cilindro
(A) 420. circular reto. Sabendo que o raio da base do cone é o triplo do
(B) 375. raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(C) 370. (A) 9 cm
(D) 345. (B) 30 cm
(E) 320. (C) 60 cm
(D) 90 cm
36. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-
GO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa empresa, 42. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA
trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas por semana. – MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de óleo
Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 horas por dia, po- perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a altura é 20
dem assegurar uma produção de 1200 bolsas por semana? cm? (use π=3)
(A) 48 (A)3,84 l
(B) 96 (B)96 ml
(C) 102 (C) 384 ml
(D) 144 (D) 960 ml

37. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) 43. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VU-
Durante 90 dias, 12 operários constroem uma loja. Qual o núme- NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato de pa-
ro mínimo de operários necessários para fazer outra loja igual ralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas indicadas na
em 60 dias? figura.
(A) 8 operários.
(B) 18 operários.
(C) 14 operários.
(D) 22 operários.
(E) 25 operários

23
MATEMÁTICA

Estando o referido aquário completamente cheio, a sua ca-


pacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

46. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de madeira
A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com formato de pa-
Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar em 1 m ralelepípedo reto retângulo, cujos respectivos volumes, em cm³,
a medida da largura, indicada por x na figura, mantendo-se inal- são representados por VA, VB e VC.
teradas as demais medidas. Desse modo, o volume inicialmente
previsto para esse reservatório foi aumentado em:
(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

44. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos de Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco C,
mesmo volume, posicionados em uma caixa com a forma de pa- indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
ralelepípedo reto retângulo. (A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

47. (MPE/GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadrada,
com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25 cm de
altura, está com 20% de seu volume total preenchido com água,
conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)

Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volume


interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

45. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de para- Para completar o volume total desse recipiente, serão des-
lelepípedo, contendo as seguintes dimensões: pejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL cada um.
O número de copos totalmente cheios necessários para comple-
tar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C)10 copos
(D) 12 copos
(E)15 copos

24
MATEMÁTICA

48. (CELG/GT/GO – ANALISTA DE GESTÃO – CSUFG/2017)


figura a seguir representa um cubo de aresta a.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o compri-


mento da cinta acima representada é
Considerando a pirâmide de base triangular cujos vértices (A) 8/3 π + 8 .
são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é dado por (B) 8/3 π + 24.
(A) a³/6 (C) 8π + 8 .
(B) a³/3 (D) 8π + 24.
(C) a³/3√3 (E) 16π + 24.
(D) a³/6√6
52. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na fi-
49. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU- gura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H são
NESP/2017) De um reservatório com formato de paralelepípedo pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os centros de
reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água. quatro círculos tangentes entre si.
Após a retirada, o nível da água restante no reservatório ficou
com altura igual a 1 m, conforme mostra a figura.

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura total A área da região sombreada, da figura acima apresentada, é
do reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a (A)100 - 5π .
(A) 1,8. (B) 100 - 10π .
(B) 1,75. (C) 100 - 15π .
(C) 1,7. (D)100 - 20π .
(D) 1,65. (E)100 - 25π .
(E) 1,6.
53. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No
50. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Consi- cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado
dere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e 5m. Um um plano passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q,
segundo triângulo retângulo, semelhante ao primeiro, cuja área pontos médios, respectivamente, das arestas EF e HG, gerando
é o dobro da área do primeiro, terá como medidas dos catetos, o quadrilátero BCQP.
em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D)5 e 6.
(E) 6 e 10.

51. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na fi-


gura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada pas-
sando em torno de três discos de mesmo diâmetro e tangentes
entre si.

25
MATEMÁTICA

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é O número de candidatos homens de nível médio é
(A) 25√5. (A) 42.
(B) 50√2. (B) 45.
(C) 50√5. (C) 48.
(D)100√2 . (D) 50.
(E) 100√5. (E) 52.

54. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - 57. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a seguir, de MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e
vértices A, B e C, representa uma praça de uma cidade. Qual é a José foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o compe-
área dessa praça? tidor que obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam
incrementados 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10”
com 1 falta, Maria Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07”
com 2 faltas, Raoni fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 fal-
ta. Verificando a colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
(A) José
(B) Isabella
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni

(A) 120 m² 58. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -


(B)90 m² MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
(C) 60 m² (A) 0,2222...
(D) 30 m² (B) 0,6666...
(C) 0,1616...
(D) 0,8888...
55. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centímetros,
59. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017)
mostra um painel informativo ABCD, de formato retangular, no
Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10,
qual se destaca a região retangular R, onde x > y.
sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

60. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) As expres-


sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um
padrão específico:

1ª expressão: 1 x 9 + 2
2ª expressão: 12 x 9 + 3
3ª expressão: 123 x 9 + 4
...
7ª expressão: █ x 9 + ▲
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados corres-
pondentes do retângulo ABCD e da região R é igual a 5/2 , é Seguindo esse padrão e colocando os números adequados
correto afirmar que as medidas, em centímetros, dos lados da no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª expressão será
região R, indicadas por x e y na figura, são, respectivamente,
(A) 80 e 64. (A) 1 111 111.
(B) 80 e 62. (B) 11 111.
(C) 62 e 80. (C) 1 111.
(D) 60 e 80. (D) 111 111.
(E) 60 e 78. (E) 11 111 111.

56. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL 61. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Durante um
SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can- treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio co-
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. mercial informou que, nos cinquenta anos de existência do pré-
Sabe-se que: dio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas situações
• dentre os candidatos, 82 são homens; de risco, felizmente controladas a tempo. Segundo ele, 1/13
• o número de candidatos homens de nível superior é igual dessas situações deveu-se a ações criminosas, enquanto as de-
ao de mulheres de nível médio; mais situações haviam sido geradas por diferentes tipos de dis-
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres. plicência. Dentre as situações de risco geradas por displicência,

26
MATEMÁTICA

− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inadequa- Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
damente; 4500-------48
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; 75000------x
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e; X=3600000/4500=800 minutos
− As demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. 800/60=13,33h
13 horas e 1/3 hora
De acordo com esses dados, ao longo da existência desse 13h e 20 minutos
prédio comercial, a fração do total de situações de risco de in-
cêndio geradas por descuidos ao cozinhar corresponde à
(A) 3/20.
(B) 1/4.
(C) 13/60.
(D) 1/5.
(E) 1/60.
2. Resposta: C.
62. (ITAIPU BINACIONAL - PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNI- Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida e
CO I - TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Assinale a volta demorou 1 hora.
alternativa que apresenta o valor da expressão
3. Resposta: A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

(A) 1. 4. Resposta: A.
(B) 2. 14400litros=14400000 ml
(C) 4.
(D) 8.
(E) 16.

63. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas


GO/2017)
5. Resposta: B.
Qual o resultado de ? 5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de
(A) 3 intervalo=4horas
(B) 3/2 18:40+4h=22h:40
(C) 5
(D) 5/2 6. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos
64. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI- 15km-------105
SOR – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b . 1--------------x
X=7 minutos
Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a: 1h20min=60+20=80min
(A) 1; 8km----80
(B) 2; 1-------x
(C) 3; X=10minutos
(D) 4; A diferença é de 3 minutos
(E) 6.
7. Resposta: B.
V------80min
GABARITO V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)

1. Resposta: E.
3h 20 minutos-200 minutos
5000-----40
x----------200 80v=48V+960
x=1000000/40=25000 32V=960
V=30km/h
30km----60 min
x-----------80

27
MATEMÁTICA

180-----90%
x---------100
x=200
60x=2400
X=40km 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
380----95
8 Resposta: B. x----100
12:45 até 13:12 são 27 minutos x=400 milhões
27x60=1620 segundos
Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
9. Resposta: B. 780/4trimestres=195 milhões
1m³=1000litros
36000/1000=36 m³ 18. Resposta: C.
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros

10.Resposta: E.
1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10 Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
145/40=3 resta 25 OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não errar
4+3=7 conforme a pergunta feita.

11. Resposta: B. 19. Resposta: B.


Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do produto. 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
1600⋅0,6=960 8,6x=10,75-8,6
Como vai pagar 10% a mais: 8,6x=2,15
960⋅1,1=1056 X=0,25=25%

12. Resposta: E. 20. Resposta: D.


63/35=1,80 50% maior quer dizer que ficou 1,5
Portanto teve um aumento de 80%. Quantidade de tanque: x
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tanques
13. Resposta: D. 1,5x=12
Clarice obviamente recebeu o brinco. X=8
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou acima
de 30% e André recebeu o bracelete.
21. Resposta: E.
14. Resposta: B.
A=b⋅h 5,6,7 2
5,3,7 3
5,1,7 5
1,1,7 7

Portanto foi reduzida em 50% 1,1,1

15. Resposta: D. Mmc(5,6,7)=2.3.5.7=210


Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do valor:
60⋅0,7=42 22. Resposta: E.
Ele revendeu por:
42⋅1,3=54,60 24 2 60 2
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60 12 2 30 2

16. Resposta: D. 6 2 15 3
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido 3 3 5 5
150⋅0,65=97,50 1 1

17. Resposta: C. Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180 milhões MDC(24,60)=2².3=12
e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma previsão de

28
MATEMÁTICA

12,20 2 Mmc(6,8)=24

6,10 2
30 2 36 2 72 2
3,5 3
15 3 18 2 36 2
1,5 5
5 5 9 3 18 2
1,1
1 3 3 9 3
Mmc(12,20)=2².3.5=60 1 3 3
2A+3B=24+180=204 1

23. Resposta: D. Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Mmc(3, 4, 5)=60 Portanto: 24/6=4
60/24=2 dias e 12horas
Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima alimenta- 27. Resposta: E.
ção será na terça às 20h.

24. Resposta: B. 120 2 160 2


60 2 80 2
140 2 245 5 30 2 40 2
70 2 49 7 15 3 20 2
35 5 7 7 5 5 10 2
7 7 1 1 5 5
1 1

MDC(120,160)=8x5=40
Mdc=5.7=35
140/35=4 28. Resposta: D.
245/35=7
Portanto, serão 11 pedaços. 96 2 84 2

25. Resposta: D. 48 2 42 2
24 2 21 3
15,30,45 2 12 2 7 7
15,15,45 3 6 2 1
5,5,15 3 3 3
5,5,5 5 1
1,1,1
MDC(84,96)=2²x3=12
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos 84/12=7
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações. 96/12=8
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos E 7+8=15

29. Resposta: A.

120,125,130 2
9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu. 60,125,65 2
Como são 3 premiações: 9x3=27
30,125,65 2
26. Resposta: C. 15,125,65 3
5,125,65 5
6,8 2 1,25,13 5
3,4 2 1,5,13 5
3,2 2 1,5,13 13
3,1 3 1,1,1
1,1
Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000

29
MATEMÁTICA

30. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor Co-
mum)
8.18x=14.12.8
126 2 90 2 X=9,33h
63 3 45 3 9 horas e 1/3 da hora
1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
21 3 15 3 9 horas e 20 minutos
7 7 5 5
1 1 34. Resposta: C
12,50------250
Mdc(90, 125)=2.3²=18 21----------x
Então teremos X=5250/12,5=420 gramas
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas 35. Resposta: E

A diferença é de 7-5=2 SACOS kg


- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números pares. 240 ----- 40
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo de 3, X ----- 30
basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9 Quanto mais sacos, menos areia foi colocada(inversamente)
90=9+0=9
162=1+6+2=9

31. Resposta: C 30x=9600


X=320
↑ APOSTILAS ↑ HORAS DIAS ↓ 36. Resposta: A
300 ----- 5 ----- 4
360 ----- X ----- 3 ↑ FUNCIONÁRIOS ↑ HORAS BOLSAS ↓
48 ----- 12 ----- 480
↑ APOSTILAS ↑ HORAS DIAS ↑ X ----- 15 ----- 1200
300 ----- 5 ----- 3
360 ----- X ----- 4 Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

900x=7200
X=8 X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários
32. Resposta: D
Como a máquina A faz 20% a mais: 37. Resposta: B
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos OPERÁRIOS dias
10-------x 12 ----- 90
X=50 minutos
X ----- 60
33. Resposta: C
Quanto mais operários, menos dias (inversamente propor-
cional)
↑ OPERÁRIO ↓ HORAS DIAS ↑
12 ----- 8 ----- 14
18 ----- X ----- 8

Quanto mais horas, menos operários 60x=1080


Quanto mais horas, menos dias X=18

30
MATEMÁTICA

38. Resposta: B 42. Resposta: D


V=1,5.1,2.0,7=1,26m³=1260 litros V= πr²h
50 litros-----3 min V=3.4².20=960 cm³=960 ml
1260--------x
X=3780/50=75,6min 43. Resposta: E
0,6min=36s V=2.3.x=6x
75min=60+15=1h15min Aumentando 1 na largura
V=2.3.(x+1)=6x+6
39. Resposta: A Portanto, o volume aumentou em 6.

↑ DIAS ↑ OPERÁRIOS PEÇAS ↑ 44. Resposta: E


São 6 cubos no comprimento: 6.5=30
6 ----- 5 ----- 600 São 4 cubos na largura: 4.5=20
8 ----- 7 ----- X 3 cubos na altura: 3.5=15
V=30.20.15=9000

45. Resposta: C
V=20.15.20=6000cm³=6000ml==6 litros

30x=33600 46. Resposta: C


X=1120 VA=125cm³
VB=1000cm³
40. Resposta: D
Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3
horas em minutos

3x60=180 minutos

↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↓
6 ----- 180
20 ----- X
180h=2250
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto H=12,5
mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos 47. Resposta: C
V=10.10.25=2500 cm³
↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↑ 2500.0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
6 ----- X 2500-500=2000 cm³
20 ----- 180 2000/200=10 copos

20x=6.180 48. Resposta: A


20x=1040 A base é um triângulo de base a e altura a
X=54 minutos

41. Resposta: D.
Cone

49. Resposta: E
Cilindro V=2,5.2.1=5m³
V=Ab.h Como foi retirado 3m³
V=πr²h 5+3=2,5.2.h
8=5h
Como o volume do cone é 30% maior: H=1,6m
117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90

31
MATEMÁTICA

50. Resposta: B

A sombreada=100-25π

53. Resposta: C
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

54. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
Lado=3√2
Outro lado =5√2 17²=x²+8²
289=x²+64
51. Resposta: D X²=225
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente a mes- X=15
ma medida da parte reta da cinta.
55. Resposta: A
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado esti-
cado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, como
são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π 5y=320
Portanto, a cinta tem 8π+24 Y=64

52. Resposta: E
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

5x=400
X=80

56. Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são
de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio.

57. Resposta: D.
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o ven-
O lado AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o ponto cedor.
Médio
X²=5²+5² 58. Resposta: B.
X²=25+25 Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
X²=50 X=0,4444....
X=5√2 10x=4,444...
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, te- 9x=4
mos 2 círculos inteiros.

A área de um círculo é

32
MATEMÁTICA

59. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 ______________________________________________________
que é igua o quociente.
11x11=121+10=131 ______________________________________________________

60. Resposta: E. ______________________________________________________


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
______________________________________________________
61. Resposta: D.
______________________________________________________

______________________________________________________
Gerado por descuidos ao cozinhar:
______________________________________________________

______________________________________________________

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13) ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
62. Resposta: C.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
63. Resposta: D.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

64. Resposta: C. ______________________________________________________


2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12 ______________________________________________________
4N=12
N=3 ______________________________________________________

______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

_____________________________________________________ ______________________________________________________

_____________________________________________________ ______________________________________________________

33
MATEMÁTICA

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

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______________________________________________________ ______________________________________________________

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______________________________________________________ ______________________________________________________

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______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
1. Legislação de Trânsito. Código de Trânsito Brasileiro. Sistema Nacional de Trânsito: composição. Documentação exigida do veículo
e do motorista. Tipos de habilitação (carteiras). Normas gerais de circulação e conduta. Crimes de trânsito. Infrações e penalidades.
Sinalização de trânsito, segurança e velocidade. Condutores de veículos: deveres e proibições. Cidadania e ética. . . . . . . . . . . 01
2. Direção defensiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3. Meio ambiente e trânsito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4. Noções básicas de mecânica automotiva e reparos de urgência no veículo. Revisão, manutenção preventiva, verificação das condições
de funcionamento e limpeza do veículo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5. Noções de Primeiros Socorros em acidentes de trânsito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6. Lei Complementar nº 190, de 08/07/2010, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Suzano, e dá outras
providências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
7. Segurança do motorista e dos passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
8. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
9. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Lei Brasileira de Inclusão). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO II
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO. CÓDIGO DE TRÂNSITO DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
BRASILEIRO. SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO: COM-
POSIÇÃO. DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA DO VEÍCULO E SEÇÃO I
DO MOTORISTA. TIPOS DE HABILITAÇÃO (CARTEIRAS). DISPOSIÇÕES GERAIS
NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA. CRI-
MES DE TRÂNSITO. INFRAÇÕES E PENALIDADES. SINA- Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de ór-
LIZAÇÃO DE TRÂNSITO, SEGURANÇA E VELOCIDADE. gãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
CONDUTORES DE VEÍCULOS: DEVERES E PROIBIÇÕES. Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de
CIDADANIA E ÉTICA planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e
licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário,
policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. aplicação de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à
educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;
CAPÍTULO I II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução das
atividades de trânsito;
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de infor-
território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. mações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, ve- o processo decisório e a integração do Sistema.
ículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para
fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou SEÇÃO II
descarga. DA COMPOSIÇÃO E DA COMPETÊNCIA DO SISTEMA NACIO-
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos NAL DE TRÂNSITO
e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional
de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competên- Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes
cias, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. órgãos e entidades:
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador
de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho
ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos,
projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito consultivos e coordenadores;
seguro. III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos
§ 4º (VETADO) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Siste- IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos
ma Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente. V - a Polícia Rodoviária Federal;
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodo- VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
vias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade concessioná-
circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e ria de porto organizado poderá celebrar convênios com os órgãos
as circunstâncias especiais. previstos no art. 7o, com a interveniência dos Municípios e Estados,
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são considera- juridicamente interessados, para o fim específico de facilitar a autu-
das vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias ação por descumprimento da legislação de trânsito. (Incluído pela
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades Lei nº 12.058, de 2009)
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- § 1o O convênio valerá para toda a área física do porto organi-
tos privados de uso coletivo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de zado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas estações
2015) (Vigência) de transbordo, nas instalações portuárias públicas de pequeno por-
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer te e nos respectivos estacionamentos ou vias de trânsito internas.
veículo, bem como aos proprietários, condutores dos veículos na- (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
cionais ou estrangeiros e às pessoas nele expressamente mencio- § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
nadas. § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organi-
deste Código são os constantes do Anexo I. zarão os respectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e
executivos rodoviários, estabelecendo os limites circunscricionais
de suas atuações.
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou
órgão da Presidência responsável pela coordenação máxima do Sis-
tema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e
subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da União.

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Art.10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas
no Distrito Federal, tem a seguinte composição: à aplicação da legislação de trânsito;
I - (VETADO) X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habili-
II - (VETADO) tação, expedição de documentos de condutores, e registro e licen-
II-A - Ministro de Estado da Infraestrutura, que o presidirá; ciamento de veículos;
III - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações; XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinali-
IV - Ministro de Estado da Educação; zação e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
V - Ministro de Estado da Defesa; XII - (revogado);
VI - Ministro de Estado do Meio Ambiente; XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos
VII - (revogado);VIII - (VETADO) de competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar
IX - (VETADO) as decisões administrativas; e
X - (VETADO) XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de
XI - (VETADO) trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
XII - (VETADO) XV - normatizar o processo de formação do candidato à obten-
XIII - (VETADO) ção da Carteira Nacional de Habilitação, estabelecendo seu conte-
XIV - (VETADO) údo didático-pedagógico, carga horária, avaliações, exames, execu-
XV - (VETADO) ção e fiscalização. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
XVI - (VETADO) § 1ºAs propostas de normas regulamentares de que trata o in-
XVII - (VETADO) ciso I do caput deste artigo serão submetidas a prévia consulta pú-
XVIII - (VETADO) blica, por meio da rede mundial de computadores, pelo período mí-
XIX - (VETADO) nimo de 30 (trinta) dias, antes do exame da matéria pelo Contran.
XX - (revogado); § 2ºAs contribuições recebidas na consulta pública de que tra-
XXI - (VETADO) ta o § 1º deste artigo ficarão à disposição do público pelo prazo de 2
XXII - Ministro de Estado da Saúde; (dois) anos, contado da data de encerramento da consulta pública.
XXIII - Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública; § 3ºEm caso de urgência e de relevante interesse público, o
XXIV - Ministro de Estado das Relações Exteriores; Presidente do Contran poderá editar deliberação, ad referendum
XXV - (revogado); do Conselho e com prazo de validade máximo de 90 (noventa) dias,
XXVI - Ministro de Estado da Economia; e para estabelecer norma regulamentar prevista no inciso I do caput ,
XXVII - Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abaste- dispensado o cumprimento do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo,
cimento. vedada a reedição.
§ 1º (VETADO) § 4ºEncerrado o prazo previsto no § 3º deste artigo sem o refe-
§ 2º (VETADO) rendo do Contran, a deliberação perderá a sua eficácia, e permane-
§ 3º (VETADO) cerão válidos os efeitos dela decorrentes.
§ 4ºOs Ministros de Estado deverão indicar suplente, que será § 5ºNorma do Contran poderá dispor sobre o uso de sinaliza-
servidor de nível hierárquico igual ou superior ao nível 6 do Grupo- ção horizontal ou vertical que utilize técnicas de estímulos compor-
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS ou, no caso do Minis- tamentais para a redução de acidentes de trânsito.” (NR)
tério da Defesa, alternativamente, Oficial-General. Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao
§ 5ºCompete ao dirigente do órgão máximo executivo de trân- CONTRAN, são integradas por especialistas e têm como objetivo es-
sito da União atuar como Secretário-Executivo do Contran. tudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos
§ 6ºO quórum de votação e de aprovação no Contran é o de específicos para decisões daquele colegiado.
maioria absoluta.” (NR) § 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representan-
Art. 10-A.Poderão ser convidados a participar de reuniões do tes de órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do
Contran, sem direito a voto, representantes de órgãos e entidades Distrito Federal e dos Municípios, em igual número, pertencentes
setoriais responsáveis ou impactados pelas propostas ou matérias ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas represen-
em exame. tantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com o
Art. 11. (VETADO) trânsito, todos indicados segundo regimento específico definido
Art. 12. Compete ao CONTRAN: pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coordena-
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Códi- dor máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
go e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito; § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, obje- anterior, serão representados por pessoa jurídica e devem atender
tivando a integração de suas atividades; aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.
III - (VETADO) § 3ºA coordenação das Câmaras Temáticas será exercida por
IV - criar Câmaras Temáticas; representantes do órgão máximo executivo de trânsito da União
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o ou dos Ministérios representados no Contran, conforme definido
funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE; no ato de criação de cada Câmara Temática.
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI; § 4º (VETADO)
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas conti- I - (VETADO)
das neste Código e nas resoluções complementares; II - (VETADO)
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para o en- III - (VETADO)
quadramento das condutas expressamente referidas neste Código, IV - (VETADO)
para a fiscalização e a aplicação das medidas administrativas e das Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN
penalidades por infrações e para a arrecadação das multas aplica- e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:
das e o repasse dos valores arrecadados; I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito,
no âmbito das respectivas atribuições;

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II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências; II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos ór-
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e gãos delegados, ao controle e à fiscalização da execução da Política
dos procedimentos normativos de trânsito; Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trân-
de trânsito; sito, de Transporte e de Segurança Pública, objetivando o combate
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: à violência no trânsito, promovendo, coordenando e executando o
a) das JARI; controle de ações para a preservação do ordenamento e da segu-
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de rança do trânsito;
inaptidão permanente constatados nos exames de aptidão física, IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbida-
mental ou psicológica; de contra a fé pública, o patrimônio, ou a administração pública ou
VI - indicar um representante para compor a comissão exami- privada, referentes à segurança do trânsito;
nadora de candidatos portadores de deficiência física à habilitação V - supervisionar a implantação de projetos e programas rela-
para conduzir veículos automotores; cionados com a engenharia, educação, administração, policiamen-
VII - (VETADO) to e fiscalização do trânsito e outros, visando à uniformidade de
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, procedimento;
educação, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trân- VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habi-
sito, formação de condutores, registro e licenciamento de veícu- litação de condutores de veículos, a expedição de documentos de
los, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao condutores, de registro e licenciamento de veículos;
CONTRAN; VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trân- Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licenciamento Anual
sito no âmbito dos Municípios; e mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distri-
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências to Federal;
definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de Habilitação - RENACH;
reavaliação dos exames, junta especial de saúde para examinar os IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Auto-
candidatos à habilitação para conduzir veículos automotores. (In- motores - RENAVAM;
cluído pela Lei nº 9.602, de 1998) X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacio-
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo nal, definindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e
órgão, não cabe recurso na esfera administrativa. promover sua divulgação;
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, as ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
respectivamente, e deverão ter reconhecida experiência em maté- XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segu-
ria de trânsito. rança e à educação de trânsito;
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomea- XIII - coordenar a administração do registro das infrações de
dos pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respec- trânsito, da pontuação e das penalidades aplicadas no prontuário
tivamente. do infrator, da arrecadação de multas e do repasse de que trata o
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser § 1º do art. 320; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
pessoas de reconhecida experiência em trânsito. gência)
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de
é de dois anos, admitida a recondução. Trânsito informações sobre registros de veículos e de condutores,
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito mantendo o fluxo permanente de informações com os demais ór-
ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de gãos do Sistema;
Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do
dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas. Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o do CONTRAN, a elaboração e a implementação de programas de
disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;
do órgão ou entidade junto ao qual funcionem. XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a edu-
Art. 17. Compete às JARI: cação de trânsito;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e trânsito;
executivos rodoviários informações complementares relativas aos XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades
recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do CON-
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito TRAN, a complementação ou alteração da sinalização e dos disposi-
e executivos rodoviários informações sobre problemas observados tivos e equipamentos de trânsito;
nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistema- XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e
ticamente. normas de projetos de implementação da sinalização, dos dispositi-
Art. 18. (VETADO) vos e equipamentos de trânsito aprovados pelo CONTRAN;
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo e
União: o certificado de passagem nas alfândegas mediante delegação aos
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade
das normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de habilitada para esse fim pelo poder público federal; (Redação dada
suas atribuições; pela lei nº 13.258, de 2016)

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XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me-
congressos nacionais de trânsito, bem como propor a representa- didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos,
ção do Brasil em congressos ou reuniões internacionais; escolta e transporte de carga indivisível;
XXII - propor acordos de cooperação com organismos interna- VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo
cionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segu- solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e
rança e educação de trânsito; zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamen- vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações
to e especialização do pessoal encarregado da execução das ativi- não autorizadas;
dades de engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscaliza- VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aci-
ção, operação e administração de trânsito, propondo medidas que dentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas
estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-profissional de operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário
interesse do trânsito, e promovendo a sua realização; federal;
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interes- VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Seguran-
tadual e internacional; ça e Educação de Trânsito;
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as nor- IX - promover e participar de projetos e programas de educa-
mas e requisitos de segurança veicular para fabricação e montagem ção e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
de veículos, consoante sua destinação; CONTRAN;
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacio-
marca-modelo dos veículos para efeito de registro, emplacamento nal de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas
e licenciamento; impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CON- licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de
TRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unida-
Nacional de Trânsito; de da Federação;
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzi-
submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão co- dos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com
ordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e finan- ações específicas dos órgãos ambientais.
ceiro ao CONTRAN. Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviá-
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no
Trânsito (Renainf). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) âmbito de sua circunscrição:
XXXI - organizar, manter e atualizar o Registro Nacional Positi- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito,
vo de Condutores (RNPC). no âmbito de suas atribuições;
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técni- II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de ve-
ca ou administrativa ou a prática constante de atos de improbidade ículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento
contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra a administração da circulação e da segurança de ciclistas;
pública, o órgão executivo de trânsito da União, mediante aprova- III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dis-
ção do CONTRAN, assumirá diretamente ou por delegação, a exe- positivos e os equipamentos de controle viário;
cução total ou parcial das atividades do órgão executivo de trânsito IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de
estadual que tenha motivado a investigação, até que as irregulari- trânsito e suas causas;
dades sejam sanadas. V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento
União disporá sobre sua estrutura organizacional e seu funciona- ostensivo de trânsito;
mento. VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as pe-
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos nalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- administrativas cabíveis, notificando os infratores e arrecadando as
cípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísti- multas que aplicar;
cos para os fins previstos no inciso X. VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio-
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das nadas ou perigosas;
rodovias e estradas federais: VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas admi-
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, nistrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso, di-
no âmbito de suas atribuições; mensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar as
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações multas que aplicar;
relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, apli-
a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de cando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
terceiros; X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e
III - executar a fiscalização de trânsito, aplicar as penalidades do Programa Nacional de Trânsito;
de advertência por escrito e multa e as medidas administrativas ca- XI - promover e participar de projetos e programas de educa-
bíveis, com a notificação dos infratores e a arrecadação das multas ção e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
aplicadas e dos valores provenientes de estadia e remoção de veí- CONTRAN;
culos, objetos e animais e de escolta de veículos de cargas superdi- XII - aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir,
mensionadas ou perigosas; quando prevista de forma específica para a infração cometida, e
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito comunicar a aplicação da penalidade ao órgão máximo executivo
e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas; de trânsito da União.” (NR)

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XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzi- XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de
dos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas dos XVII - criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito,
órgãos ambientais locais, quando solicitado; destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de au-
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial las teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamen-
para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observa- to no trânsito.
dos para a circulação desses veículos. Parágrafo único. As competências descritas no inciso II do
XV - aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, caput deste artigo relativas ao processo de suspensão de conduto-
quando prevista de forma específica para a infração cometida, e res serão exercidas quando:
comunicar a aplicação da penalidade ao órgão máximo executivo I - o condutor atingir o limite de pontos estabelecido no inciso
de trânsito da União. I do art. 261 deste Código;
Parágrafo único. (VETADO) II - a infração previr a penalidade de suspensão do direito de
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsi- dirigir de forma específica e a autuação tiver sido efetuada pelo
to dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição: próprio órgão executivo estadual de trânsito.” (NR)
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito
no âmbito das respectivas atribuições; Federal:
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, de I - (VETADO)
aperfeiçoamento, de reciclagem e de suspensão de condutores e II - (VETADO)
expedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme
e Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos
máximo executivo de trânsito da União; de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente com os
III - vistoriar, inspecionar as condições de segurança veicular, demais agentes credenciados;
registrar, emplacar e licenciar veículos, com a expedição dos Certi- IV - (VETADO)
ficados de Registro de Veículo e de Licenciamento Anual, mediante V - (VETADO)
delegação do órgão máximo executivo de trânsito da União; VI - (VETADO)
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as dire- VII - (VETADO)
trizes para o policiamento ostensivo de trânsito; Parágrafo único. (VETADO)
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medi- Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsi-
das administrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, to dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: (Redação dada
excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no pela Lei nº 13.154, de 2015)
exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito; I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito,
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, no âmbito de suas atribuições;
com exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de ve-
notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; ículos, de pedestres e de animais e promover o desenvolvimento,
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de temporário ou definitivo, da circulação, da segurança e das áreas
veículos e objetos; de proteção de ciclistas;
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a sus- III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dis-
pensão e a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da Cartei- positivos e os equipamentos de controle viário;
ra Nacional de Habilitação; IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os aci-
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre aciden- dentes de trânsito e suas causas;
tes de trânsito e suas causas; V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de ativida- de trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
des previstas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edifi-
norma do CONTRAN; cações de uso público e edificações privadas de uso coletivo, autuar
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e e aplicar as medidas administrativas cabíveis e as penalidades de
do Programa Nacional de Trânsito; advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, esta-
XII - promover e participar de projetos e programas de educa- cionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular
ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci- do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e arreca-
das pelo CONTRAN; dando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbi-
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacio- to de edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações
nal de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas de uso de vagas reservadas em estacionamentos; (Redação dada
impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e mul-
veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unida- ta, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas
de da Federação; neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e que aplicar;
executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veículos VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas ad-
registrados e dos condutores habilitados, para fins de imposição e ministrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, di-
notificação de penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de mensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar as
suas competências; multas que aplicar;
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzi- IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, apli-
dos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com cando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento ro-
ações específicas dos órgãos ambientais locais; tativo pago nas vias;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de Art. 25-A.Os agentes dos órgãos policiais da Câmara dos Depu-
veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensio- tados e do Senado Federal, a que se referem o inciso IV do caput
nadas ou perigosas; do art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição Federal
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar me- , respectivamente, mediante convênio com o órgão ou entidade de
didas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, trânsito com circunscrição sobre a via, poderão lavrar auto de in-
escolta e transporte de carga indivisível; fração de trânsito e remetê-lo ao órgão competente, nos casos em
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacio- que a infração cometida nas adjacências do Congresso Nacional ou
nal de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas nos locais sob sua responsabilidade comprometer objetivamente
impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do os serviços ou colocar em risco a incolumidade das pessoas ou o
licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de patrimônio das respectivas Casas Legislativas.
veículos e de prontuários dos condutores de uma para outra unida- Parágrafo único. Para atuarem na fiscalização de trânsito, os
de da Federação; agentes mencionados no caput deste artigo deverão receber trei-
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do namento específico para o exercício das atividades, conforme regu-
Programa Nacional de Trânsito; lamentação do Contran
XV - promover e participar de projetos e programas de educa-
ção e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabeleci- CAPÍTULO III
das pelo CONTRAN; DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação
de veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
emissão global de poluentes; I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstá-
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de culo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda
tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autu- causar danos a propriedades públicas ou privadas;
ando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atiran-
infrações; (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) do, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propul- nela criando qualquer outro obstáculo.
são humana e de tração animal; Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públi-
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de cas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de
Trânsito no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN; funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzi- assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar
dos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com ao local de destino.
o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de
órgão ambiental local, quando solicitado; seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial segurança do trânsito.
para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observa- Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à cir-
dos para a circulação desses veículos. culação obedecerá às seguintes normas:
XXII - aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as
quando prevista de forma específica para a infração cometida, e exceções devidamente sinalizadas;
comunicar a aplicação da penalidade ao órgão máximo executivo II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral
de trânsito da União; e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação
XXIII - criar, implantar e manter escolas públicas de trânsito, ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e
destinadas à educação de crianças e adolescentes, por meio de au- as condições do local, da circulação, do veículo e as condições cli-
las teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamen- máticas;
to no trânsito. III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passa-
serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade exe- gem:
cutivos de trânsito. a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia,
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, aquele que estiver circulando por ela;
os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
por meio de órgão ou entidade executivos de trânsito ou direta- c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
mente por meio da prefeitura municipal, conforme previsto no art. IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas
333 deste Código.” (NR) de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacio- deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando
nal de Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, des-
previstas neste Código, com vistas à maior eficiência e à segurança tinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior
para os usuários da via. velocidade;
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acos-
prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e monitoramen- tamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos
to das atividades relativas ao trânsito durante prazo a ser estabe- imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
lecido entre as partes, com ressarcimento dos custos apropriados. VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de
passagem, respeitadas as demais normas de circulação;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, § 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b
os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambu- do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas,
lâncias, além de prioridade no trânsito, gozam de livre circulação, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da
estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, de poli- direita.
ciamento ostensivo ou de preservação da ordem pública, observa- § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabe-
das as seguintes disposições: lecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior
a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os
iluminação intermitente estiverem acionados, indicando a proximi- motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade
dade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a pas- dos pedestres.
sagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, § 3ºCompete ao Contran regulamentar os dispositivos de alar-
se necessário; me sonoro e iluminação intermitente previstos no inciso VII do
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz caput deste artigo.
intermitente, deverão aguardar no passeio e somente atravessar a § 4ºEm situações especiais, ato da autoridade máxima federal
via quando o veículo já tiver passado pelo local; de segurança pública poderá dispor sobre a aplicação das exceções
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação ver- tratadas no inciso VII do caput deste artigo aos veículos oficiais des-
melha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação caracterizados.” (NR)
de serviço de urgência; Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá:
dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segu- I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se
rança, obedecidas as demais normas deste Código; para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão apli- II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela
cadas somente quando os veículos estiverem identificados por dis- na qual está circulando, sem acelerar a marcha.
positivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação intermi- Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deve-
tente; rão manter distância suficiente entre si para permitir que veículos
f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somen- que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança.
te quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regu- Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um
lamentares de iluminação intermitente; veículo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando em-
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, barque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a velocida-
quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacio- de, dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas
namento no local da prestação de serviço, desde que devidamente à segurança dos pedestres.
sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias
CONTRAN; com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos em cur-
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá vas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de nível,
ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando
demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veí- houver sinalização permitindo a ultrapassagem.
culo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não
esquerda; poderá efetuar ultrapassagem.
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassa- Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deve-
gem, certificar-se de que: rá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma ma- usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele,
nobra para ultrapassá-lo; considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indica- Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um
do o propósito de ultrapassar um terceiro; deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz indica-
suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua dora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de
o trânsito que venha em sentido contrário; braço.
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá: Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a trans-
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando posição de faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda
a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto con- e retornos.
vencional de braço; Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e
forma que deixe livre uma distância lateral de segurança; pedestres que por ela estejam transitando.
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à es-
de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fa- querda e a operação de retorno deverão ser feitas nos locais apro-
zendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessá- priados e, onde estes não existirem, o condutor deverá aguardar no
rios para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.
ultrapassou; Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação. I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo pos-
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigên- sível do bordo direito da pista e executar sua manobra no menor
cia) espaço possível;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a
possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, sinalização devida, a manobra de redução de velocidade.
caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos, ou do Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o
bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido. condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transi-
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, tando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veí-
o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos culo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que
veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da tenham o direito de preferência.
qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem. Art. 44-A.É livre o movimento de conversão à direita diante de
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser fei- sinal vermelho do semáforo onde houver sinalização indicativa que
ta nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, permita essa conversão, observados os arts. 44, 45 e 70 deste Có-
quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros lo- digo
cais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja
características da via, do veículo, das condições meteorológicas e favorável, nenhum condutor pode entrar em uma interseção se
da movimentação de pedestres e ciclistas. houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo na área
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes de- do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
terminações: transversal.
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por meio da Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária
utilização da luz baixa: de um veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá
a) à noite; ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na forma
b) mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou estabelecida pelo CONTRAN.
cerração; Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exce- deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou de-
to ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; sembarque de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
curto período de tempo, com o objetivo de advertir outros moto- Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regula-
ristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de ultrapassar mentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é
o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à considerada estacionamento.
segurança para os veículos que circulam no sentido contrário; Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos
IV - (revogado); estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da
a) em imobilizações ou situações de emergência; calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
b) quando a regulamentação da via assim o determinar; § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados,
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão estar
a luz de placa; situados fora da pista de rolamento.
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição § 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas
quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou desem- será feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e
barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias. junto a ela, salvo quando houver sinalização que determine outra
§ 1ºOs veículos de transporte coletivo de passageiros, quando condição.
circularem em faixas ou pistas a eles destinadas, e as motocicletas, § 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condu-
motonetas e ciclomotores deverão utilizar-se de farol de luz baixa tor poderá ser feito somente nos locais previstos neste Código ou
durante o dia e à noite. naqueles regulamentados por sinalização específica.
§ 2ºOs veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diur- Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta
na deverão manter acesos os faróis nas rodovias de pista simples do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se cer-
situadas fora dos perímetros urbanos, mesmo durante o dia.” (NR) tificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, usuários da via.
desde que em toque breve, nas seguintes situações: Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar aci- sempre do lado da calçada, exceto para o condutor.
dentes; Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adja-
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a centes às estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança
um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo. do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veí- sobre a via.
culo, salvo por razões de segurança. Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios consti-
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar tuídos por unidades autônomas, a sinalização de regulamentação
constantemente as condições físicas da via, do veículo e da carga, da via será implantada e mantida às expensas do condomínio, após
as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obede- aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição
cendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, sobre a via.
além de: Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela di-
I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circu- reita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento,
lação sem causa justificada, transitando a uma velocidade anormal- sempre que não houver faixa especial a eles destinada, devendo
mente reduzida; seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo previstas neste Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou
deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem in- entidade com circunscrição sobre a via.
convenientes para os outros condutores, a não ser que haja perigo Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular
iminente; nas vias quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:

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I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei nº
divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos 13.281, de 2016) (Vigência)
outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito; 1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automó-
II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão veis, camionetas e motocicletas; (Redação dada pela Lei nº 13.281,
ser mantidos junto ao bordo da pista. de 2016) (Vigência)
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomo- 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veí-
tores só poderão circular nas vias: culos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos pro- 3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
tetores; gência)
II - segurando o guidom com as duas mãos; b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela Lei nº
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- 13.281, de 2016) (Vigência)
cações do CONTRAN. 1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis,
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomo- camionetas e motocicletas; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
tores só poderão ser transportados: (Vigência)
I - utilizando capacete de segurança; 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veí-
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suple- culos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
mentar atrás do condutor; c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora). (In-
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especifi- cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
cações do CONTRAN. § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com cir-
Art. 56. (VETADO) cunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinaliza-
Art. 56-A.(VETADO). ção, velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da parágrafo anterior.
pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade
direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver acosta- da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições ope-
mento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação racionais de trânsito e da via.
nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas. Art. 63. (VETADO)
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais fai- Art. 64.As crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não
xas de trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros)
tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular pela faixa adjacen- de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispo-
te à da direita. sitivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura, salvo
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circu- exceções relacionadas a tipos específicos de veículos regulamenta-
lação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ci- das pelo Contran.
clofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização Parágrafo único. O Contran disciplinará o uso excepcional de
destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de dispositivos de retenção no banco dianteiro do veículo e as espe-
circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os ve- cificações técnicas dos dispositivos de retenção a que se refere o
ículos automotores. caput deste artigo.” (NR)
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condu-
sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido tor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em
contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o situações regulamentadas pelo CONTRAN.
trecho com ciclofaixa. Art. 66. (VETADO)
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser realizadas me-
circulação de bicicletas nos passeios. diante prévia permissão da autoridade de trânsito com circunscri-
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utiliza- ção sobre a via e dependerão de:
ção, classificam-se em: I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva
I - vias urbanas: ou de entidades estaduais a ela filiadas;
a) via de trânsito rápido; II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
b) via arterial; III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de
c) via coletora; terceiros;
d) via local; IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos
II - vias rurais: operacionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá.
a) rodovias; Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via
b) estradas. arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada seguro.
por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e
as condições de trânsito. CAPÍTULO III-A
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocida- (INCLUÍDO LEI Nº 12.619, DE 2012) (VIGÊNCIA)
de máxima será de: DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIO-
I - nas vias urbanas: NAIS
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais; Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras; profissionais: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais; I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído
II - nas vias rurais: pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

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II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei nº Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên-
13.103, de 2015) (Vigência) cia)
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar
(Vigência) e registrar o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com vis-
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) tas à sua estrita observância. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência) (Vigência)
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) § 1o A não observância dos períodos de descanso estabele-
(Vigência) cidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional às penalida-
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) des daí decorrentes, previstas neste Código. (Incluído pela Lei nº
(Vigência) 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) § 2o O tempo de direção será controlado mediante registra-
(Vigência) dor instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho
(Vigência) externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) norma do Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
(Vigência) § 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcio-
§ 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) nar de forma independente de qualquer interferência do condutor,
Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) quanto aos dados registrados. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de (Vigência)
5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodovi- § 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informações con-
ário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de cargas. tidas no equipamento registrador instantâneo inalterável de velo-
(Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) cidade e de tempo são de responsabilidade do condutor. (Incluído
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso den- pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
tro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de transporte de
carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de dire- CAPÍTULO IV
ção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORI-
no exercício da condução. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) ZADOS
(Vigência)
§ 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou
cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodoviário de pas- passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das
sageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente per-
direção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) mitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justificada do não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
tempo de direção, devidamente registradas, o tempo de direção § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se
poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor, ao pedestre em direitos e deveres.
o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quan-
o atendimento demandados, desde que não haja comprometimen- do não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres na
to da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) pista de rolamento será feita com prioridade sobre os veículos, pe-
(Vigência) los bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela si-
§ 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e nalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida.
quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, § 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quan-
que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com do não for possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na
os intervalos mencionados no § 1o, observadas no primeiro perí- pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os veículos,
odo 8 (oito) horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela Lei nº pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslo-
13.103, de 2015) (Vigência) camento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução ape- nas situações em que a segurança ficar comprometida.
nas o período em que o condutor estiver efetivamente ao volante, § 4º (VETADO)
em curso entre a origem e o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103, § 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte
de 2015) (Vigência) a serem construídas, deverá ser previsto passeio destinado à cir-
§ 5o Entende-se como início de viagem a partida do veículo culação dos pedestres, que não deverão, nessas condições, usar o
na ida ou no retorno, com ou sem carga, considerando-se como acostamento.
sua continuação as partidas nos dias subsequentes até o destino. § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via de-
§ 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o cumpri- verá assegurar a devida sinalização e proteção para circulação de
mento integral do intervalo de descanso previsto no § 3o deste ar- pedestres.
tigo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passagei- precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a visi-
ros, embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais bilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando sempre
de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou agente as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas existirem
de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que numa distância de até cinquenta metros dele, observadas as se-
subcontratado, que conduza veículo referido no caput sem a obser- guintes disposições:
vância do disposto no § 6o. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via
(Vigência) deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou § 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito
delimitada por marcas sobre a pista: deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscri-
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das ção e de acordo com as peculiaridades locais.
luzes; § 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter per-
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáfo- manente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens
ro ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos; explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratuita-
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam mente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes
faixas de travessia, os pedestres devem atravessar a via na continu- do Sistema Nacional de Trânsito.
ação da calçada, observadas as seguintes normas: Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-es-
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que cola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e
podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos; ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacio-
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não nal de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito
deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
sem necessidade. Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Mi-
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre nistério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CON-
as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, TRAN e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, dire-
exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser res- tamente ou mediante convênio, promoverá:
peitadas as disposições deste Código. I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo in-
terdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trân-
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafó-
sito;
rica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito
que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudan-
nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de pro-
ça do semáforo liberando a passagem dos veículos.
fessores e multiplicadores;
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levanta-
manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em mento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;
boas condições de visibilidade, higiene, segurança e sinalização. IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito
junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com
CAPÍTULO V vistas à integração universidades-sociedade na área de trânsito.
DO CIDADÃO Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Mi-
nistério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de soli- campanha nacional esclarecendo condutas a serem seguidas nos
citar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de primeiros socorros em caso de acidente de trânsito.
Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por
de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas
e outros assuntos pertinentes a este Código. nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76.
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Na- Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades compo-
cional de Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e respon- nentes do Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos
der, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a possibilidade nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de mensagens educativas de
ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise trânsito em todo o território nacional, em caráter suplementar às
efetuada, e, se pertinente, informando ao solicitante quando tal campanhas previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006,
evento ocorrerá. de 2009).
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou
quais as atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao Siste- promoção, nos meios de comunicação social, de produto oriundo
ma Nacional de Trânsito e como proceder a tais solicitações. da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente,
mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veiculada.
CAPÍTULO VI (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO § 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se pro-
dutos oriundos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela
Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e consti-
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie,
tui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de
incluídos os de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei nº
Trânsito.
12.006, de 2009).
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos
cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trân- veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, de
sito. 2009).
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão § 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propagan-
promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante da de natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do
convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos produto, em qualquer das seguintes modalidades: (Incluído pela Lei
moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN. nº 12.006, de 2009).
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escola- IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
res, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito. V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabri- § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e
cante o montador, o encarroçador, o importador e o revendedor por período prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste
autorizado dos veículos e demais produtos discriminados no § 1o Código.
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). § 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em out- internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades
door instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva autônomas e nas vias e áreas de estacionamento de estabeleci-
faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à mentos privados de uso coletivo é de seu proprietário. (Incluído
propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
àquela de caráter institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar lu-
12.006, de 2009). zes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especifi- gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e compro-
cará o conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem meter a segurança do trânsito.
como os procedimentos envolvidos na respectiva veiculação, em Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e res-
conformidade com as diretrizes fixadas para as campanhas educati- pectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade,
vas de trânsito a que se refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a men-
de 2009). sagem da sinalização.
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas
as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do
com as seguintes sanções: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, de Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição so-
2009). bre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qual-
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de quer elemento que prejudique a visibilidade da sinalização viária
qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (ses- e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
senta) dias; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009). Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) com circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser
a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), cobrada do sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
dobro até o quíntuplo em caso de reincidência. (Redação dada pela Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, es-
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) tacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entra-
§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, das e saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada
conforme dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.006, de pelo CONTRAN.
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que
2009).
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor-
infração acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça pu-
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido. (In-
blicitária até que sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts.
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Despor-
I - verticais;
to, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do
II - horizontais;
CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas destinados
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
à prevenção de acidentes. IV - luminosos;
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos V - sonoros;
valores arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Auto- Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após
motores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras
de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coorde- ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada,
nador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições ade-
programas de que trata este artigo. quadas de segurança na circulação.
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá
firmar convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, ser afixada sinalização específica e adequada.
do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:
das obrigações estabelecidas neste capítulo. I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circula-
ção e outros sinais;
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
CAPÍTULO VII III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trân-
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO sito.
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Códi-
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, go por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou
sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, incorreta.
destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qual- § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
quer outra. a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.
tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em § 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se
distância compatível com a segurança do trânsito, conforme nor- refere à interpretação, colocação e uso da sinalização.
mas e especificações do CONTRAN.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO VIII 3 - motoneta;
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALI- 4 - motocicleta;
ZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO 5 - triciclo;
6 - quadriciclo;
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos 7 - automóvel;
a serem adotados em todo o território nacional quando da imple- 8 - microônibus;
mentação das soluções adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim 9 - ônibus;
como padrões a serem praticados por todos os órgãos e entidades 10 - bonde;
do Sistema Nacional de Trânsito. 11 - reboque ou semi-reboque;
Art. 92. (VETADO) 12 - charrete;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar- b) de carga:
-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia 1 - motoneta;
anuência do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e sem 2 - motocicleta;
que do projeto conste área para estacionamento e indicação das 3 - triciclo;
vias de acesso adequadas. 4 - quadriciclo;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de 5 - caminhonete;
veículos e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não pos- 6 - caminhão;
sa ser retirado, deve ser devida e imediatamente sinalizado. 7 - reboque ou semi-reboque;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações trans- 8 - carroça;
versais e de sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em 9 - carro-de-mão;
casos especiais definidos pelo órgão ou entidade competente, nos c) misto:
padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN. 1 - camioneta;
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou in- 2 - utilitário;
terromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em 3 - outros;
risco sua segurança, será iniciada sem permissão prévia do órgão d) de competição;
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via. e) de tração:
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou 1 - caminhão-trator;
manutenção da obra ou do evento. 2 - trator de rodas;
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito 3 - trator de esteiras;
com circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermé- 4 - trator misto;
dio dos meios de comunicação social, com quarenta e oito horas de f) especial;
antecedência, de qualquer interdição da via, indicando-se os cami- g) de coleção;
nhos alternativos a serem utilizados. III - quanto à categoria:
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido a) oficial;
com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta e cinco centavos) b) de representação diplomática, de repartições consulares de
a R$ 488,10 (quatrocentos e oitenta e oito reais e dez centavos), carreira ou organismos internacionais acreditados junto ao Gover-
independentemente das cominações cíveis e penais cabíveis, além no brasileiro;
de multa diária no mesmo valor até a regularização da situação, c) particular;
a partir do prazo final concedido pela autoridade de trânsito, le- d) de aluguel;
vando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento e o e) de aprendizagem.
prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei nº 13.281, de 2016) Art. 97. As características dos veículos, suas especificações bá-
(Vigência) sicas, configuração e condições essenciais para registro, licencia-
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de mento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função
qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autorida- de suas aplicações.
de de trânsito aplicará multa diária na base de cinqüenta por cento Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem pré-
do dia de vencimento ou remuneração devida enquanto permane- via autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que
cer a irregularidade. sejam feitas no veículo modificações de suas características de fá-
CAPÍTULO IX brica.
DOS VEÍCULOS Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que
sofrerem alterações ou conversões são obrigados a atender aos
SEÇÃO I mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e ruído pre-
DISPOSIÇÕES GERAIS vistos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN, ca-
bendo à entidade executora das modificações e ao proprietário do
Art. 96. Os veículos classificam-se em: veículo a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.
I - quanto à tração: Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veí-
a) automotor; culo cujo peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos
b) elétrico; pelo CONTRAN.
c) de propulsão humana; § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesa-
d) de tração animal; gem ou pela verificação de documento fiscal, na forma estabelecida
e) reboque ou semi-reboque; pelo CONTRAN.
II - quanto à espécie: § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bru-
a) de passageiros: to total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície
1 - bicicleta; das vias, quando aferido por equipamento, na forma estabelecida
2 - ciclomotor; pelo CONTRAN.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem § 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos ve-
de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia e na perio- ículos reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de
dicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade gases poluentes e ruído.
de metrologia legal. § 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento, os veículos novos
transitar com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com classificados na categoria particular, com capacidade para até 7
peso bruto total combinado com peso por eixo, superior ao fixado (sete) passageiros, desde que mantenham suas características ori-
pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da ginais de fábrica e não se envolvam em acidente de trânsito com
unidade tratora. danos de média ou grande monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão 2016) (Vigência)
ser dotados de pneus extralargos. (Incluído pela Lei nº 13.281, de § 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o §
2016) (Vigência) 6º será de 2 (dois) anos, desde que mantenham suas características
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para originais de fábrica e não se envolvam em acidente de trânsito com
os demais veículos. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) danos de média ou grande monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de pas- 2016) (Vigência)
sageiros de até 15 m (quinze metros) de comprimento na configu- Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre
ração de chassi 8x2. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
Art. 101.Ao veículo ou à combinação de veículos utilizados no I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do
transporte de carga que não se enquadre nos limites de peso e di- CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte de
mensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida, pela passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé;
autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de
trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem ou por período, transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga
atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias, con- com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e
forme regulamentação do Contran seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável
§ 1º(VETADO). de velocidade e tempo;
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilida- III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automo-
de por eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos tores, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN;
causar à via ou a terceiros. IV - (VETADO)
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões pode- V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases po-
rá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, au- luentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
torização especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dian-
as medidas de segurança consideradas necessárias. teira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado es-
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipa- querdo.
do quando transitar, de modo a evitar o derramamento da carga VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal
sobre a via. para o condutor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a Lei nº 11.910, de 2009)
forma de proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo VIII - luzes de rodagem diurna.
com a sua natureza. § 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obriga-
tórios dos veículos e determinará suas especificações técnicas.
SEÇÃO II § 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou
DA SEGURANÇA DOS VEÍCULOS acessório proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medi-
das administrativas previstas neste Código.
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando aten- § 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os en-
didos os requisitos e condições de segurança estabelecidos neste carroçadores de veículos e os revendedores devem comercializar
Código e em normas do CONTRAN. os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os en- artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN.
carroçadores de veículos deverão emitir certificado de segurança, § 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do
indispensável ao cadastramento no RENAVAM, nas condições esta- disposto neste artigo.
belecidas pelo CONTRAN. § 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste ar-
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a pe- tigo será progressivamente incorporada aos novos projetos de au-
riodicidade para que os fabricantes, os importadores, os montado- tomóveis e dos veículos deles derivados, fabricados, importados,
res e os encarroçadores comprovem o atendimento aos requisitos montados ou encarroçados, a partir do 1o (primeiro) ano após a
de segurança veicular, devendo, para isso, manter disponíveis a definição pelo Contran das especificações técnicas pertinentes e
qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas e do respectivo cronograma de implantação e a partir do 5o (quinto)
componentes abrangidos pela legislação de segurança veicular. ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilôme-
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de se- tro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles derivados.
gurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído ava- (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
liadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e perio- § 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste ar-
dicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança e tigo não se aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluído
pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e ruído. pela Lei nº 11.910, de 2009)
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação § 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de pré-
de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento via autorização da autoridade executiva de trânsito e somente se-
de segurança especificado pelo fabricante, será exigido, para licen- rão processadas por estabelecimento por ela credenciado, median-
ciamento e registro, certificado de segurança expedido por institui- te a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma
ção técnica credenciada por órgão ou entidade de metrologia legal, identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
conforme norma elaborada pelo CONTRAN. § 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da
Parágrafo único. Quando se tratar de blindagem de veículo, autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça,
não será exigido qualquer outro documento ou autorização para o modificações da identificação de seu veículo.
registro ou o licenciamento.” (NR) Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte in- de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura,
dividual ou coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CON-
exigências previstas neste Código, às condições técnicas e aos re- TRAN.
quisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder § 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada
competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração des- veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado
sa atividade. seu reaproveitamento.
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autorida- § 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacio-
de com circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário, nal serão usadas somente pelos veículos de representação pessoal
o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto, desde do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Presidentes
que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Có- do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos
digo e pelo CONTRAN. Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado,
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá ex- do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República.
ceder a doze meses, prazo a partir do qual a autoridade pública § 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribu-
responsável deverá implantar o serviço regular de transporte cole- nais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais
tivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das
e com os dispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602, de Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do
1998) Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e ainda
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas especiais, de
transporte de passageiros só pode ser realizado de acordo com as acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
normas estabelecidas pelo CONTRAN. § 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arras-
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas carac- tar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos de
terísticas para competição ou finalidade análoga só poderá circular construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro na repar-
nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito, em tição competente, se transitarem em via pública, dispensados o li-
itinerário e horário fixados. cenciamento e o emplacamento. (Redação dada pela Lei nº 13.154,
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo: de 2015) (Vide)
I - (VETADO) § 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destina-
dos a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar tra-
II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veí-
balhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública,
culos em movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores
são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do
em ambos os lados.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos
III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis
componentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Redação dada pela
decorativos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veí-
Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
culo, na forma de regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso
nº 9.602, de 1998)
bélico.
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publi-
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa
citário ou qualquer outra que possa desviar a atenção dos condu-
dianteira.
tores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos veículos, § 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e fun-
salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito. damentada das respectivas corregedorias e com a devida comuni-
Art. 112. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999) cação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utilizados
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público que exer-
e fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e crimi- çam competência ou atribuição criminal poderão temporariamen-
nalmente por danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio te ter placas especiais, de forma a impedir a identificação de seus
ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualida- usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido, con-
de dos materiais e equipamentos utilizados na sua fabricação. juntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho
Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de
SEÇÃO III Trânsito - CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
DA IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO § 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (je-
ricos), para efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam dispensa-
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por ca- dos da exigência prevista no art. 106. (Incluído pela Lei nº 13.154,
racteres gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em de 2015)
outras partes, conforme dispuser o CONTRAN. § 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identifi-
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de cação do veículo ao qual estão atreladas são dispensadas da utiliza-
modo a identificar o veículo, seu fabricante e as suas característi- ção do lacre previsto no caput, na forma a ser regulamentada pelo
cas, além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado. Contran. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exterio-
do Distrito Federal, devidamente registrados e licenciados, somen- res, quando se tratar de veículo importado por membro de missões
te quando estritamente usados em serviço reservado de caráter diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representa-
policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios ções de organismos internacionais e de seus integrantes.
e limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de
veículo oficial. Registro de Veículo quando:
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de I - for transferida a propriedade;
passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residên-
indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total cia;
combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua III - for alterada qualquer característica do veículo;
lotação, vedado o uso em desacordo com sua classificação. IV - houver mudança de categoria.
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o
CAPÍTULO X proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da ex-
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL pedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias,
sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas.
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, inde- § 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no
pendentemente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os paí- mesmo Município, o proprietário comunicará o novo endereço
ses com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-se-á num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamento para
pelas disposições deste Código, pelas convenções e acordos inter- alterar o Certificado de Licenciamento Anual.
nacionais ratificados. § 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de executivo de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM.
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de
fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e saída
Veículo serão exigidos os seguintes documentos:
temporária ou definitiva de veículos.
I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do
II - Certificado de Licenciamento Anual;
território nacional sem o prévio pagamento ou o depósito, judicial
III - comprovante de transferência de propriedade, quando for
ou administrativo, dos valores correspondentes às infrações de o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN;
trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos que tiverem causa- IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluen-
do ao patrimônio público ou de particulares, independentemente tes e ruído, quando houver adaptação ou alteração de caracterís-
da fase do processo administrativo ou judicial envolvendo a ques- ticas do veículo;
tão. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cum- dos componentes e agregados adaptados ou montados no veículo,
primento do disposto no § 1º e que posteriormente forem flagra- quando houver alteração das características originais de fábrica;
dos tentando ingressar ou já em circulação no território nacional VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso
serão retidos até a regularização da situação. (Incluído pela Lei nº de veículo da categoria de missões diplomáticas, de repartições
13. 281, de 2016) (Vigência) consulares de carreira, de representações de organismos interna-
cionais e de seus integrantes;
CAPÍTULO XI VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida
DO REGISTRO DE VEÍCULOS no Município do registro anterior, que poderá ser substituída por
informação do RENAVAM;
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos,
ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de encargos e multas de trânsito vinculados ao veículo, independente-
trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio mente da responsabilidade pelas infrações cometidas; (Vide ADIN
ou residência de seu proprietário, na forma da lei. 2998)
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
Federal somente registrarão veículos oficiais de propriedade da ad- X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art.
ministração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 98, quando houver alteração nas características originais do veículo
Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, que afetem a emissão de poluentes e ruído;
por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou en- XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de po-
tidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se os luentes e ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do
CONTRAN e do CONAMA.
veículos de representação e os previstos no art. 116.
Parágrafo único. O disposto no inciso VIII do caput deste artigo
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso
não se aplica à regularização de bens apreendidos ou confiscados
bélico.
na forma da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela
Art. 121.Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Re-
Lei nº 13.886, de 2019)
gistro de Veículo (CRV), em meio físico e/ou digital, à escolha do Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agre-
proprietário, de acordo com os modelos e com as especificações gados e as características originais do veículo deverão ser prestadas
estabelecidos pelo Contran, com as características e as condições ao RENAVAM:
de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.” (NR) I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veí- caso de veículo nacional;
culo o órgão executivo de trânsito consultará o cadastro do RENA- II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por
VAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos: pessoa física;
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou do- III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa
cumento equivalente expedido por autoridade competente; jurídica.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM § 4ºAs informações referentes às campanhas de chamamento
serão repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo de consumidores para substituição ou reparo de veículos não aten-
registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o ve- didas no prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua comunicação,
ículo registrado. deverão constar do Certificado de Licenciamento Anual.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado § 5ºApós a inclusão das informações de que trata o § 4º deste
à desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e artigo no Certificado de Licenciamento Anual, o veículo somente
forma estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do veí- será licenciado mediante comprovação do atendimento às campa-
culo sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro anterior. nhas de chamamento de consumidores para substituição ou reparo
(Redação dada pela Lei nº 12.977, de 2014) (Vigência) de veículos.” (NR)
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da com- Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento
panhia seguradora ou do adquirente do veículo destinado à des- e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto
montagem, quando estes sucederem ao proprietário. entre a fábrica e o Município de destino.
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará § 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veícu-
a baixa do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM. los importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta alfandegário e o Município de destino. (Renumerado do parágrafo
comunicada, de imediato, ao RENAVAM. único pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de § 2o (Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015)
Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento
ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da respon- Anual.
sabilidade pelas infrações cometidas. (Vide ADIN 2998) Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momen-
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propul- to da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema infor-
são humana e dos veículos de tração animal obedecerão à regu- matizado para verificar se o veículo está licenciado. (Incluído pela
lamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
residência de seus proprietários. (Redação dada pela Lei nº 13.154, Art. 134.No caso de transferência de propriedade, expirado o
de 2015) prazo previsto no § 1º do art. 123 deste Código sem que o novo
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos auto- proprietário tenha tomado as providências necessárias à efetivação
motores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo, o antigo
a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Mi- proprietário deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou Estado ou do Distrito Federal, no prazo de 60 (sessenta) dias, cópia
mediante convênio. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) autenticada do comprovante de transferência de propriedade, de-
Art. 129-B.O registro de contratos de garantias de alienação vidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabili-
fiduciária em operações financeiras, consórcio, arrendamento mer- zar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências
cantil, reserva de domínio ou penhor será realizado nos órgãos ou até a data da comunicação.
entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, Parágrafo único. O comprovante de transferência de proprie-
em observância ao disposto no § 1º do art. 1.361 da Lei nº 10.406, dade de que trata o caput deste artigo poderá ser substituído por
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , e na Lei nº 13.709, de 14 de documento eletrônico com assinatura eletrônica válida, na forma
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) regulamentada pelo Contran.” (NR)
Art. 134-A.O Contran especificará as bicicletas motorizadas e
CAPÍTULO XII equiparados não sujeitos ao registro, ao licenciamento e ao empla-
DO LICENCIAMENTO camento para circulação nas vias.
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte indi-
Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque vidual ou coletivo de passageiros de linhas regulares ou emprega-
ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anu- dos em qualquer serviço remunerado, para registro, licenciamento
almente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito e respectivo emplacamento de característica comercial, deverão
Federal, onde estiver registrado o veículo. estar devidamente autorizados pelo poder público concedente.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bé-
lico. CAPÍTULO XIII
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é vá- DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES
lido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 131.O Certificado de Licenciamento Anual será expedido Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução
ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro de Veícu- coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com auto-
lo, em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo rização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos
com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo Contran. Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao I - registro como veículo de passageiros;
registro. II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obri-
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando gatórios e de segurança;
quitados os débitos relativos a tributos, encargos e multas de trân- III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quaren-
sito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da ta centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das
responsabilidade pelas infrações cometidas. (Vide ADIN 2998) partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor
sua aprovação nas inspeções de segurança veicular e de controle amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;
de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme disposto no IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velo-
art. 104. cidade e tempo;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas ex- CAPÍTULO XIV
tremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha DA HABILITAÇÃO
dispostas na extremidade superior da parte traseira;
VI - cintos de segurança em número igual à lotação; Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elé-
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabeleci- trico será apurada por meio de exames que deverão ser realizados
dos pelo CONTRAN. junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Fe-
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá deral, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadu-
ser afixada na parte interna do veículo, em local visível, com inscri- al ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher os
ção da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares seguintes requisitos:
em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante. I - ser penalmente imputável;
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de esco- II - saber ler e escrever;
lares deve satisfazer os seguintes requisitos: III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
I - ter idade superior a vinte e um anos; Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação se-
II - ser habilitado na categoria D; rão cadastradas no RENACH.
III - (VETADO) Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à
IV - não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos 12
aprendizagem para conduzir veículos automotores e elétricos e à
(doze) últimos meses;
autorização para conduzir ciclomotores serão regulamentados pelo
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regula-
CONTRAN.
mentação do CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão huma-
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência
municipal de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, na e de tração animal ficará a cargo dos Municípios.
para o transporte de escolares. § 2º (VETADO)
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro
CAPÍTULO XIII-A país está subordinado às condições estabelecidas em convenções
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE e acordos internacionais e às normas do CONTRAN.
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.009, DE 2009) Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de
A a E, obedecida a seguinte gradação:
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao trans- I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou
porte remunerado de mercadorias – moto-frete – somente poderão três rodas, com ou sem carro lateral;
circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangi-
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, do pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e
para tanto: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares,
I – registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela excluído o do motorista;
Lei nº 12.009, de 2009) III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e qui-
chassi do veículo, destinado a proteger o motor e a perna do con- nhentos quilogramas;
dutor em caso de tombamento, nos termos de regulamentação IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no
do Conselho Nacional de Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, ex-
12.009, de 2009) cluído o do motorista;
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que
termos de regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja uni-
de 2009) dade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja
obrigatórios e de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) lotação exceda a 8 (oito) lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452,
§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para trans-
de 2011)
porte de cargas deve estar de acordo com a regulamentação do
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar
Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
habilitado no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido
§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos infla-
nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infra-
máveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo,
com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mineral, ções médias, durante os últimos doze meses.
desde que com o auxílio de side-car, nos termos de regulamenta- § 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir
ção do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) veículo automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil qui-
municipal ou estadual de aplicar as exigências previstas em seus logramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o
regulamentos para as atividades de moto-frete no âmbito de suas do motorista. (Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)
circunscrições. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combina-
ção de veículos com mais de uma unidade tracionada, independen-
temente da capacidade de tração ou do peso bruto total. (Renume-
rado pela Lei nº 12.452, de 2011)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto
ou o equipamento automotor destinado à movimentação de cargas
ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção
ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por
condutor habilitado nas categorias C, D ou E.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automo- § 4ºQuando houver indícios de deficiência física ou mental,
tores destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser condu- ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade
zidos em via pública também por condutor habilitado na categoria para conduzir o veículo, os prazos previstos nos incisos I, II e III do
B. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015) § 2º deste artigo poderão ser diminuídos por proposta do perito
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para condu- examinador.
zir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de § 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo
emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional de Habili-
os seguintes requisitos: tação, conforme especificações do Conselho Nacional de Trânsito
I - ser maior de vinte e um anos; – Contran. (Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001)
II - estar habilitado: § 6ºOs exames de aptidão física e mental e a avaliação psico-
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um lógica deverão ser analisados objetivamente pelos examinados,
ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e limitados aos aspectos técnicos dos procedimentos realizados,
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender ha- conforme regulamentação do Contran, e subsidiarão a fiscalização
bilitar-se na categoria E; prevista no § 7º deste artigo.
III - não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últi- § 7ºOs órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados
mos 12 (doze) meses; e do Distrito Federal, com a colaboração dos conselhos profissio-
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de trei- nais de medicina e psicologia, deverão fiscalizar as entidades e os
namento de prática veicular em situação de risco, nos termos da profissionais responsáveis pelos exames de aptidão física e mental
normatização do CONTRAN. e pela avaliação psicológica no mínimo 1 (uma) vez por ano.” (NR)
Parágrafo único. A participação em curso especializado previs- Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada
to no inciso IV independe da observância do disposto no inciso III. acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias
(Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo de
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambu- § 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
lâncias, o candidato deverá comprovar treinamento especializado e dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta
reciclagem em cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda ocul-
da normatização do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) ta associada à tradução simultânea em Libras. (Incluído pela Lei nº
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor 13.146, de 2015) (Vigência)
deverá realizar exames complementares exigidos para habilitação § 2o É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
na categoria pretendida. tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
Art. 147.O candidato à habilitação deverá submeter-se a exa- Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluí-
mes realizados pelo órgão executivo de trânsito, na ordem descrita do pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
a seguir, e os exames de aptidão física e mental e a avaliação psi- Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicu-
cológica deverão ser realizados por médicos e psicólogos peritos lar, poderão ser aplicados por entidades públicas ou privadas cre-
examinadores, respectivamente, com titulação de especialista em denciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distri-
medicina do tráfego e em psicologia do trânsito, conferida pelo res- to Federal, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
pectivo conselho profissional, conforme regulamentação do Con- § 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamen-
tran:“(Parte promulgada pelo Congresso Nacional) te, curso de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção
I - de aptidão física e mental; ao meio ambiente relacionados com o trânsito.
II - (VETADO) § 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Di-
III - escrito, sobre legislação de trânsito; rigir, com validade de um ano.
IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamenta- § 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao con-
ção do CONTRAN; dutor no término de um ano, desde que o mesmo não tenha co-
V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da metido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja
categoria para a qual estiver habilitando-se. reincidente em infração média.
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos § 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo
examinadores serão registrados no RENACH. (Renumerado do pa- em vista a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo
rágrafo único, pela Lei nº 9.602, de 1998) anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo de habili-
§ 2ºO exame de aptidão física e mental, a ser realizado no local tação.
de residência ou domicílio do examinado, será preliminar e renová- § 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dis-
vel com a seguinte periodicidade: pensar os tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de
I - a cada 10 (dez) anos, para condutores com idade inferior a saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo Departamento de
50 (cinquenta) anos; Aeronáutica Civil, respectivamente, da prestação do exame de apti-
II - a cada 5 (cinco) anos, para condutores com idade igual ou dão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
superior a 50 (cinquenta) anos e inferior a 70 (setenta) anos; Art. 148-A.Os condutores das categorias C, D e E deverão com-
III - a cada 3 (três) anos, para condutores com idade igual ou provar resultado negativo em exame toxicológico para a obtenção
superior a 70 (setenta) anos. e a renovação da Carteira Nacional de Habilitação.
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica § 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo
preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condu- de substâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam
tor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção mínima
avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran. (Incluído
primeira habilitação. (Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001) pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 2ºAlém da realização do exame previsto no caput deste ar- § 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na
tigo, os condutores das categorias C, D e E com idade inferior a 70 dispensa de que trata o § 2º instruirá seu requerimento com ofício
(setenta) anos serão submetidos a novo exame a cada período de do comandante, chefe ou diretor da unidade administrativa onde
2 (dois) anos e 6 (seis) meses, a partir da obtenção ou renovação prestar serviço, do qual constarão o número do registro de identi-
da Carteira Nacional de Habilitação, independentemente da valida- ficação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se
de dos demais exames de que trata o inciso I do caput do art. 147 habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos exames
deste Código. prestados. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º(Revogado). § 4º (VETADO)
§ 4ºÉ garantido o direito de contraprova e de recurso adminis- Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a iden-
trativo, sem efeito suspensivo, no caso de resultado positivo para tificação de seus instrutores e examinadores, que serão passíveis
os exames de que trata este artigo, nos termos das normas do Con- de punição conforme regulamentação a ser estabelecida pelo CON-
tran. TRAN.
§ 5ºO resultado positivo no exame previsto no § 2º deste artigo Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e
acarretará a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) examinadores serão de advertência, suspensão e cancelamento da
meses, condicionado o levantamento da suspensão à inclusão, no autorização para o exercício da atividade, conforme a falta come-
Renach, de resultado negativo em novo exame, e vedada a aplica- tida.
ção de outras penalidades, ainda que acessórias. Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores se-
§ 6o O resultado do exame somente será divulgado para o inte- rão identificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de
largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a inscri-
ressado e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao disposto
ção AUTO-ESCOLA na cor preta.
neste artigo ou no § 6o do art. 168 da Consolidação das Leis do
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio
aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim, deverá
de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca
§ 7o O exame será realizado, em regime de livre concorrência, removível, de vinte centímetros de largura, com a inscrição AUTO-
pelos laboratórios credenciados pelo Departamento Nacional de -ESCOLA na cor preta.
Trânsito - DENATRAN, nos termos das normas do Contran, vedado Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elé-
aos entes públicos: (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) trico será realizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo
I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº 13.103, de de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não
2015) (Vigência) à entidade credenciada.
II - limitar o número de empresas ou o número de locais em Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para
que a atividade pode ser exercida; e (Incluído pela Lei nº 13.103, de aprendizagem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN,
2015) (Vigência) após aprovação nos exames de aptidão física, mental, de primeiros
III - estabelecer regras de exclusividade territorial. (Incluído socorros e sobre legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602,
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) de 1998)
Art. 149. (VETADO) Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, prestação de serviço pelas auto-escolas e outras entidades desti-
o condutor que não tenha curso de direção defensiva e primeiros nadas à formação de condutores e às exigências necessárias para o
socorros deverá a eles ser submetido, conforme normatização do exercício das atividades de instrutor e examinador.
CONTRAN. Art. 157. (VETADO)
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei nº
para operar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de 12.217, de 2010) Vigência
direção defensiva, primeiros socorros e outros conforme normati- I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão exe-
zação do CONTRAN. cutivo de trânsito;
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre le- II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
gislação de trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
repetir o exame depois de decorridos quinze dias da divulgação do aprendizagem poderá conduzir apenas mais um acompanhante.
resultado. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.217, de 2010).
§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante
durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária mí-
comissão integrada por 3 (três) membros designados pelo dirigen-
nima correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.217, de 2010).
te do órgão executivo local de trânsito. (Redação dada pela Lei nº
Art. 159.A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em meio
13.281, de 2016) (Vigência)
físico e/ou digital, à escolha do condutor, em modelo único e de
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos acordo com as especificações do Contran, atendidos os pré-requisi-
um membro deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à tos estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e
pretendida pelo candidato. número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do con-
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombei- dutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em
ros dos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do todo o território nacional.
Distrito Federal que possuírem curso de formação de condutor mi- § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Car-
nistrado em suas corporações serão dispensados, para a concessão teira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção
do documento de habilitação, dos exames aos quais se houverem do veículo.
submetido com aprovação naquele curso, desde que neles sejam § 1º-AO porte do documento de habilitação será dispensado
observadas as normas estabelecidas pelo Contran. (Redação dada quando, no momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sis-
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) tema informatizado para verificar se o condutor está habilitado.
§ 2º (VETADO)

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§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
será regulamentada pelo CONTRAN. tação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habili-
§ 4º (VETADO) tado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Di- III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para
rigir somente terão validade para a condução de veículo quando Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo:
apresentada em original. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expe- Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
dida e a da autoridade expedidora serão registradas no RENACH. 2016) (Vigência)
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RE- Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela Lei nº
NACH, agregando-se neste todas as informações. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habili- Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
tação ou a emissão de uma nova via somente será realizada após ção de condutor habilitado; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
quitação de débitos constantes do prontuário do condutor. 2016) (Vigência)
§ 9º (VETADO) IV - (VETADO)
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condi- V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida
cionada ao prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. há mais de trinta dias:
(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Infração - gravíssima;
§ 11. (Revogado). Penalidade - multa;
§ 12.Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de
e do Distrito Federal enviarão por meio eletrônico, com 30 (trinta) Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor
dias de antecedência, aviso de vencimento da validade da Cartei- habilitado;
ra Nacional de Habilitação a todos os condutores cadastrados no VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de
Renach com endereço na respectiva unidade da Federação.” (NR) audição, de prótese física ou as adaptações do veículo impostas por
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir:
ser submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de Infração - gravíssima;
acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, independen- Penalidade - multa;
temente do reconhecimento da prescrição, em face da pena con- Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento
cretizada na sentença. da irregularidade ou apresentação de condutor habilitado.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido po- Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições
derá ser submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da au- previstas no artigo anterior:
toridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
ao condutor. Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva es- Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo
tadual de trânsito poderá apreender o documento de habilitação anterior.
do condutor até a sua aprovação nos exames realizados. Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos inci-
sos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a condu-
CAPÍTULO XV zi-lo na via:
DAS INFRAÇÕES Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Art. 161.Constitui infração de trânsito a inobservância de Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art.
qualquer preceito deste Código ou da legislação complementar, e 162.
o infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra
indicadas em cada artigo deste Capítulo e às punições previstas no substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada
Capítulo XIX deste Código pela Lei nº 11.705, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado).” (NR) Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de
Art. 162. Dirigir veículo: 2008)
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir
para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor: (Redação por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art.
2016) (Vigência) 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
13.281, de 2016) (Vigência) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta- em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Reda-
ção de condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) ção dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
(Vigência) Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico,
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Diri- perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
gir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com sus- álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo
pensão do direito de dirigir: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de art. 277: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
2016) (Vigência) Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de gência)
2016) (Vigência) Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigên-
13.281, de 2016) (Vigência) cia)

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Medida administrativa - recolhimento do documento de habi- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração
270. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados,
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses (Incluí- exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou
do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de
“Art. 165-B.Conduzir veículo para o qual seja exigida habilita- trânsito com circunscrição sobre a via: (Redação dada pela Lei nº
ção nas categorias C, D ou E sem realizar o exame toxicológico pre- 12.971, de 2014) (Vigência)
visto no § 2º do art. 148-A deste Código, após 30 (trinta) dias do Infração - gravíssima;
vencimento do prazo estabelecido: Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir
Infração - gravíssima; e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de diri- (Vigência)
gir por 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
à inclusão no Renach de resultado negativo em novo exame. tação e remoção do veículo.
Parágrafo único. Incorre na mesma penalidade o condutor que § 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos con-
exerce atividade remunerada ao veículo e não comprova a realiza- dutores participantes. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigên-
ção de exame toxicológico periódico exigido pelo § 2º do art. 148-A cia)
deste Código por ocasião da renovação do documento de habilita- § 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
ção nas categorias C, D ou E. reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior.
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir ma-
condições de dirigi-lo com segurança: nobra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frena-
Infração - gravíssima; gem com deslizamento ou arrastamento de pneus: (Redação dada
Penalidade - multa. pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de Infração - gravíssima;
segurança, conforme previsto no art. 65:
Infração - grave; Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir
Penalidade - multa; e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do (Vigência)
cinto pelo infrator. Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem ob- tação e remoção do veículo.
servância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
Código: em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração
Infração - gravíssima; anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Penalidade - multa; Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:
Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregu- I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-
laridade seja sanada. -lo;
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensá- II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evi-
veis à segurança: tar perigo para o trânsito no local;
Infração - leve; III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da
Penalidade - multa. polícia e da perícia;
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atraves- IV - de adotar providências para remover o veículo do local,
sando a via pública, ou os demais veículos: quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trân-
Infração - gravíssima; sito;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do necessárias à confecção do boletim de ocorrência:
documento de habilitação. Infração - gravíssima;
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de di-
veículos, água ou detritos: rigir;
Infração - média; Medida administrativa - recolhimento do documento de habi-
Penalidade - multa. litação.
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de aci-
substâncias: dente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº 12.971, Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem víti-
de 2014) (Vigência) ma, de adotar providências para remover o veículo do local, quan-
Infração - gravíssima; do necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir trânsito:
e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) Infração - média;
(Vigência) Penalidade - multa.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via
tação e remoção do veículo. pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção
e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:

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I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação
Medida administrativa - remoção do veículo; de veículos e pedestres:
II - nas demais vias: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de com- XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto
bustível: de embarque ou desembarque de passageiros de transporte coleti-
Infração - média; vo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido
Penalidade - multa; entre dez metros antes e depois do marco do ponto:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - média;
Art. 181. Estacionar o veículo: Penalidade - multa;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha- Medida administrativa - remoção do veículo;
mento da via transversal: XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí- XV - na contramão de direção:
metros a um metro: Infração - média;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado
Medida administrativa - remoção do veículo; e sem calço de segurança, quando se tratar de veículo com peso
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro: bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código: XVII - em desacordo com as condições regulamentadas espe-
Infração - média;
cificamente pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamen-
Penalidade - multa;
tado):
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias
(Vigência)
de trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela si-
Medida administrativa - remoção do veículo;
nalização (placa - Proibido Estacionar):
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou
tampas de poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devi- Infração - média;
damente identificados, conforme especificação do CONTRAN: Penalidade - multa;
Infração - média; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibi-
Medida administrativa - remoção do veículo; dos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Estacionar):
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo.
Medida administrativa - remoção do veículo; XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou ido-
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ci- sos, sem credencial que comprove tal condição: (Incluído pela Lei
clovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre nº 13.281, de 2016) (Vigência)
canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de cana- Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
lização, gramados ou jardim público: gência)
Infração - grave; Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
Penalidade - multa; gência)
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destina- nº 13.281, de 2016) (Vigência)
da à entrada ou saída de veículos: § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito
Infração - média; aplicará a penalidade preferencialmente após a remoção do veí-
Penalidade - multa; culo.
Medida administrativa - remoção do veículo; § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o cal-
X - impedindo a movimentação de outro veículo: ço de segurança na via.
Infração - média; Art. 182. Parar o veículo:
Penalidade - multa; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha-
Medida administrativa - remoção do veículo; mento da via transversal:
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí- II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
metros a um metro: Infração - média;
Infração - leve; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro: I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapas-
Infração - média; sar outro veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a pre-
Penalidade - multa; ferência do veículo que transitar em sentido contrário:
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de circulação:
de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento: Infração - gravíssima;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa; Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela re-
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, gulamentação estabelecida pela autoridade competente:
refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e mar- I - para todos os tipos de veículos:
cas de canalização: Infração - média;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou
de veículos e pedestres: perturbando o trânsito:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
VIII - nos viadutos, pontes e túneis: Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de
Infração - média; batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de ope-
Penalidade - multa; ração e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em servi-
IX - na contramão de direção: ço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regula-
Infração - média; mentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
X - em local e horário proibidos especificamente pela sinaliza- Penalidade - multa.
ção (placa - Proibido Parar): Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este
Infração - média; com prioridade de passagem devidamente identificada por dispo-
Penalidade - multa. sitivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
XI - sobre ciclovia ou ciclofaixa: intermitentes:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa.” (NR) Penalidade - multa.
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em
sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao
de sinal luminoso:
realizar operação de ultrapassagem:
Infração - média;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de diri-
Art. 184. Transitar com o veículo:
gir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circula-
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
ção exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infra-
a imóveis lindeiros ou conversões à direita:
ção anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - leve;
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e
Penalidade - multa; frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circu- bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as
lação exclusiva para determinado tipo de veículo: condições climáticas do local da circulação e do veículo:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, pas-
circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo de sarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, can-
passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do poder teiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos,
público competente: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) marcas de canalização, gramados e jardins públicos:
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído pela Lei Penalidade - multa (três vezes).
nº 13.154, de 2015) Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância neces-
Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei sária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segu-
nº 13.154, de 2015) rança:
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de Infração - grave;
conservá-lo: Penalidade - multa.
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade
exceto em situações de emergência; competente de trânsito ou de seus agentes:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Infração - grave; Art. 206. Executar operação de retorno:
Penalidade - multa. I - em locais proibidos pela sinalização;
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamen-
início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mu- to ou canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas
dança de direção ou de faixa de circulação: de pedestres e nas de veículos não motorizados;
Infração - grave; IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via
Penalidade - multa. transversal;
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que
a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão em locais permitidos:
de direção, quando for manobrar para um desses lados: Infração - gravíssima;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à es-
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando soli- querda em locais proibidos pela sinalização:
citado: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 208.Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de para-
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da da obrigatória, exceto onde houver sinalização que permita a livre
frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai conversão à direita prevista no art. 44-A deste Código
entrar à esquerda: Infração - gravíssima;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às
ou de escolares, parado para embarque ou desembarque de passa- áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para não efe-
geiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o pedestre: tuar o pagamento do pedágio:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta: Infração - gravíssima;
Infração - média; Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do di-
Penalidade - multa. reito de dirigir;
Art. 202. Ultrapassar outro veículo: Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do
I - pelo acostamento; documento de habilitação.
II - em interseções e passagens de nível; Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro
2014) (Vigência) obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº Infração - grave;
12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa.
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo: Parágrafo único. (VETADO).”(NR)
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente; Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha fér-
II - nas faixas de pedestre; rea:
III - nas pontes, viadutos ou túneis; Infração - gravíssima;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, Penalidade - multa.
cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação; Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de flu- marcha for interceptada:
xos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua ama- I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas,
rela: desfiles e outros:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de Infração - gravíssima;
2014) (Vigência) Penalidade - multa.
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações
12.971, de 2014) (Vigência) militares e outros:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput Infração - grave;
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infra- Penalidade - multa.
ção anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, veículo não motorizado:
para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquer- I - que se encontre na faixa a ele destinada;
da, onde não houver local apropriado para operação de retorno: II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal
Infração - grave; verde para o veículo;
Penalidade - multa. III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestan-
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre corte- tes:
jo, préstito, desfile e formações militares, salvo com autorização da Infração - gravíssima;
autoridade de trânsito ou de seus agentes: Penalidade - multa.
Infração - leve; IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja
Penalidade - multa. sinalização a ele destinada;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se di- X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituo-
rige o veículo: so ou avariado;
Infração - grave; XI - à aproximação de animais na pista;
Penalidade - multa. XII - em declive;
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem: Infração - grave;
I - em interseção não sinalizada: Penalidade - multa;
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória; XIII - ao ultrapassar ciclista:
b) a veículo que vier da direita; Infração - gravíssima;
II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê Penalidade - multa;
a Preferência: XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de em-
Infração - grave; barque e desembarque de passageiros ou onde haja intensa movi-
Penalidade - multa. mentação de pedestres:
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequada- Infração - gravíssima;
mente posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a Penalidade - multa.
segurança de pedestres e de outros veículos: Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacor-
Infração - média; do com as especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar Penalidade - multa;
preferência de passagem a pedestres e a outros veículos: Medida administrativa - retenção do veículo para regularização
Infração - média; e apreensão das placas irregulares.
Penalidade - multa. Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que con-
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida fecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros,
para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em placas de identificação não autorizadas pela regulamentação.
rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: (Reda- Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimen-
ção dada pela Lei nº 11.334, de 2006) to de emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vin- dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de
te por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Infração - média;
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Penalidade - multa.
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de
(vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento): (Redação dada luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor:
pela Lei nº 11.334, de 2006) Infração - grave;
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Penalidade - multa;
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de ção.
50% (cinquenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006) Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias pro-
Infração - gravíssima; vidas de iluminação pública:
Penalidade - multa (três vezes) e suspensão do direito de diri- Infração - leve;
gir.” (NR) Penalidade - multa.
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à me- Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os de-
tade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou mais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes externas
obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e me- ou omitir-se quanto a providências necessárias para tornar visível
teorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita: o local, quando:
Infração - média; I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou perma-
Penalidade - multa. necer no acostamento;
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada
compatível com a segurança do trânsito: imediatamente:
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, Infração - grave;
préstitos e desfiles: Penalidade - multa.
Infração - gravíssima; Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha
Penalidade - multa; sido utilizado para sinalização temporária da via:
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo Infração - média;
agente da autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou ges- Penalidade - multa.
tos; Art. 227. Usar buzina:
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acosta- I - em situação que não a de simples toque breve como adver-
mento; tência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada; II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada; III - entre as vinte e duas e as seis horas;
VI - nos trechos em curva de pequeno raio; IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de V - em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas
obras ou trabalhadores na pista; pelo CONTRAN:
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes; Infração - leve;
IX - quando houver má visibilidade; Penalidade - multa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou Medida administrativa – remoção do veículo; (Incluído pela Lei
frequência que não sejam autorizados pelo CONTRAN: nº 13.855, de 2019) (Vigência)
Infração - grave; XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscri-
Penalidade - multa; ções previstas neste Código;
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou
ção. com lâmpadas queimadas:
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme Infração - média;
ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em Penalidade - multa.
desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN: XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art.
Infração - média; 67-C, relativamente ao tempo de permanência do condutor ao vo-
Penalidade - multa e apreensão do veículo; lante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de veículo de
Medida administrativa - remoção do veículo. transporte de carga ou coletivo de passageiros: (Redação dada pela
Art. 230. Conduzir o veículo: Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)
outro elemento de identificação do veículo violado ou falsificado; (Vigência)
II - transportando passageiros em compartimento de carga, Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)
salvo por motivo de força maior, com permissão da autoridade (Vigência)
competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN; Medida administrativa - retenção do veículo para cumpri-
III - com dispositivo anti-radar; mento do tempo de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei nº
IV - sem qualquer uma das placas de identificação; 13.103, de 2015) (Vigência)
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado; XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên-
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condi- cia)
ções de legibilidade e visibilidade: § 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12
Infração - gravíssima; (doze) meses, será convertida, automaticamente, a penalidade dis-
Penalidade - multa e apreensão do veículo; posta no inciso XXIII em infração grave. (Incluído pela Lei nº 13.103,
Medida administrativa - remoção do veículo; de 2015) (Vigência)
VII - com a cor ou característica alterada; § 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, veículo fica condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial ou
quando obrigatória; administrativo, da multa. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vi-
IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente gência)
ou inoperante; Art. 231. Transitar com o veículo:
X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabe- I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;
lecido pelo CONTRAN; II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão a) carga que esteja transportando;
defeituoso, deficiente ou inoperante; b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
XII - com equipamento ou acessório proibido; c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sina- Infração - gravíssima;
lização alterados; Penalidade - multa;
XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência desse apa- ção;
relho; III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superio-
XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter res aos fixados pelo CONTRAN;
publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a exten- IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites
são da parte traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização:
neste Código; Infração - grave;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas Penalidade - multa;
refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas; Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela ção;
legislação; V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a se- quando aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo
gurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de CONTRAN:
emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104; Infração - média;
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva: Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou
Infração - grave; fração de excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela:
Penalidade - multa; a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- trinta e dois centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
ção; (Vigência)
XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas)
forma estabelecida no art. 136: - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos); (Redação dada
Infração – gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
2019) (Vigência) c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$
Penalidade – multa (cinco vezes); (Redação dada pela Lei nº 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos); (Redação dada pela
13.855, de 2019) (Vigência) Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ Infração - grave;
31,92 (trinta e um reais e noventa e dois centavos); (Redação dada Penalidade - multa;
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, sal-
- R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta e seis centavos); (Re- vo em casos de emergência:
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - média;
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 Penalidade - multa.
(cinquenta e três reais e vinte centavos); (Redação dada pela Lei nº Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as espe-
13.281, de 2016) (Vigência) cificações, e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da identificação, quando exigidas pela legislação:
carga excedente; Infração - grave;
VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela Penalidade - multa;
autoridade competente para transitar com dimensões excedentes, Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
ou quando a mesma estiver vencida: ção.
Infração - grave; Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a
Penalidade - multa e apreensão do veículo; seus agentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de
Medida administrativa - remoção do veículo; registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para
VII - com lotação excedente; averiguação de sua autenticidade:
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, Infração - gravíssima;
quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior Penalidade - multa e apreensão do veículo;
ou com permissão da autoridade competente: Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração – gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regu-
2019) (Vigência) larização, sem permissão da autoridade competente ou de seus
Penalidade – multa; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de agentes:
2019) (Vigência) Infração - gravíssima;
Medida administrativa – remoção do veículo; (Redação dada Penalidade - multa e apreensão do veículo;
pela Lei nº 13.855, de 2019) (Vigência) Medida administrativa - remoção do veículo.
IX - desligado ou desengrenado, em declive: Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro
Infração - média; de veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - retenção do veículo; Penalidade - multa;
X - excedendo a capacidade máxima de tração: Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Regis-
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre tro e do Certificado de Licenciamento Anual.
o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo
regulamentada pelo CONTRAN; ou de habilitação do condutor:
Penalidade - multa; Infração - leve;
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de Penalidade - multa.
carga excedente. Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de regis-
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos tro, licenciamento ou habilitação:
V e X, o veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à Infração - gravíssima;
capacidade máxima de tração, não computado o percentual tolera- Penalidade - multa.
do na forma do disposto na legislação, somente poderá continuar Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão
viagem após descarregar o que exceder, segundo critérios estabe- executivo de trânsito competente a ocorrência de perda total do
lecidos na referida legislação complementar. veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos:
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obriga- Infração - grave;
tório referidos neste Código: Penalidade - multa;
Infração - leve; Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos docu-
Penalidade - multa; mentos.
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta- Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor:
ção do documento. I - sem usar capacete de segurança ou vestuário de acordo com
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de as normas e as especificações aprovadas pelo Contran;
trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipó- II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na
teses previstas no art. 123: forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suple-
Infração - média; mentar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
Penalidade - multa; III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma
Medida administrativa - remoção do veículo.” (NR) roda;
Art. 233-A.(VETADO). IV - (revogado);
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de V - transportando criança menor de 10 (dez) anos de idade ou
identificação do veículo: que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar da própria
Infração - gravíssima; segurança:
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Infração - gravíssima;
Medida administrativa - remoção do veículo. Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes exter- Medida administrativa - retenção do veículo até regularização
nas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados: e recolhimento do documento de habilitação;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
VI - rebocando outro veículo; Infração - média;
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventu- Penalidade - multa.
almente para indicação de manobras; Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de
VIII – transportando carga incompatível com suas especifica- passageiros carga excedente em desacordo com o estabelecido no
ções ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta art. 109:
Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Infração - grave;
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em de- Penalidade - multa;
sacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas Medida administrativa - retenção para o transbordo.
que regem a atividade profissional dos mototaxistas: (Incluído pela Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição,
Lei nº 12.009, de 2009) quando o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desem-
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias:
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Infração - média;
Medida administrativa – apreensão do veículo para regulariza- Penalidade - multa.
ção. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)[ Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
X - com a utilização de capacete de segurança sem viseira ou I - deixar de manter acesa a luz baixa:
óculos de proteção ou com viseira ou óculos de proteção em desa- b)de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;
cordo com a regulamentação do Contran; c)de dia, no caso de veículos de transporte coletivo de passa-
XI - transportando passageiro com o capacete de segurança geiros em circulação em faixas ou pistas a eles destinadas;
utilizado na forma prevista no inciso X do caput deste artigo: d)de dia, no caso de motocicletas, motonetas e ciclomotores;
Infração - média; e)de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos perí-
Penalidade - multa; metros urbanos, no caso de veículos desprovidos de luzes de roda-
Medida administrativa - retenção do veículo até regularização; gem diurna;
XII – (VETADO). II - (revogado);
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
além de: Infração - média;
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial Penalidade - multa.
a ele destinado; Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de
houver acostamento ou faixas de rolamento próprias; emergência;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes
condições de cuidar de sua própria segurança. situações:
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do pará- a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro
grafo anterior: condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
Infração - média; b) em imobilizações ou situação de emergência, como adver-
Penalidade - multa. tência, utilizando pisca-alerta;
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar
não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi- o uso do pisca-alerta:
-reboques especialmente projetados para esse fim e devidamente Infração - média;
homologados pelo órgão competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, Penalidade - multa.
de 2002) Art. 252. Dirigir o veículo:
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais I - com o braço do lado de fora;
ou equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsi- II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda
to com circunscrição sobre a via: ou entre os braços e pernas;
Infração - grave; III - com incapacidade física ou mental temporária que compro-
Penalidade - multa; meta a segurança do trânsito;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do mate- IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que compro-
rial. meta a utilização dos pedais;
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidi- V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais
rão sobre a pessoa física ou jurídica responsável. regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circula- equipamentos e acessórios do veículo;
ção, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terres- VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelha-
tre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente: gem sonora ou de telefone celular;
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da Penalidade - multa.
autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança. VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movi-
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou mento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com cir- Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
cunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstru- Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-
ção. -se-á como infração gravíssima no caso de o condutor estar segu-
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, rando ou manuseando telefone celular. (Incluído pela Lei nº 13.281,
em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de de 2016) (Vigência)
tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles Art. 253. Bloquear a via com veículo:
destinados: Infração - gravíssima;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Penalidade - multa e apreensão do veículo; § 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não
Medida administrativa - remoção do veículo. elide as punições originárias de ilícitos penais decorrentes de cri-
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, in- mes de trânsito, conforme disposições de lei.
terromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autoriza- § 2º (VETADO)
ção do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre ela: § 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou
(Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) entidades executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) do veículo e habilitação do condutor.
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de diri- Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao pro-
gir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) prietário do veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei casos de descumprimento de obrigações e deveres impostos a pes-
nº 13.281, de 2016) soas físicas ou jurídicas expressamente mencionados neste Código.
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos § 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas
organizadores da conduta prevista no caput. (Incluído pela Lei nº concomitantemente as penalidades de que trata este Código toda
13.281, de 2016) vez que houver responsabilidade solidária em infração dos precei-
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no tos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela
período de 12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) falta em comum que lhes for atribuída.
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas § 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela
que incorram na infração, devendo a autoridade com circunscrição infração referente à prévia regularização e preenchimento das for-
sobre a via restabelecer de imediato, se possível, as condições de malidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via
normalidade para a circulação na via. (Incluído pela Lei nº 13.281, terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características,
de 2016) componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus
Art. 254. É proibido ao pedestre: condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para observar.
cruzá-las onde for permitido; § 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações de-
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, correntes de atos praticados na direção do veículo.
salvo onde exista permissão; § 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bru-
quando houver sinalização para esse fim; to total, quando simultaneamente for o único remetente da carga
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior
trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e àquele aferido.
similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da auto- § 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao
ridade competente; transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a
V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o peso
subterrânea; bruto total.
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica; § 6º O transportador e o embarcador são solidariamente res-
Infração - leve; ponsáveis pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se
Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do valor da o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao
infração de natureza leve. limite legal.
VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 7ºQuando não for imediata a identificação do infrator, o prin-
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) cipal condutor ou o proprietário do veículo terá o prazo de 30 (trin-
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) ta) dias, contado da notificação da autuação, para apresentá-lo, na
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) forma em que dispuser o Contran, e, transcorrido o prazo, se não o
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permiti- fizer, será considerado responsável pela infração o principal condu-
da a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o tor ou, em sua ausência, o proprietário do veículo.
disposto no parágrafo único do art. 59: § 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não haven-
Infração - média; do identificação do infrator e sendo o veículo de propriedade de
Penalidade - multa; pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do veículo,
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo mantida a originada pela infração, cujo valor é o da multa multi-
para o pagamento da multa. plicada pelo número de infrações iguais cometidas no período de
doze meses.
CAPÍTULO XVI § 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do
DAS PENALIDADES disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259.
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após aceitar a in-
estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá dicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro do
aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades: veículo no Renavam. (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
I - advertência por escrito; § 11. O principal condutor será excluído do Renavam: (Incluído
II - multa; pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
III - suspensão do direito de dirigir; I - quando houver transferência de propriedade do veículo; (In-
IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) cluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do veí-
VI - cassação da Permissão para Dirigir; culo; (Incluído pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)
VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem. III - a partir da indicação de outro principal condutor. (Incluído
pela Lei nº 13.495, 2017) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de I - sempre que, conforme a pontuação prevista no art. 259 des-
acordo com sua gravidade, em quatro categorias: te Código, o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a se-
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor guinte contagem de pontos:
de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete a)20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações
centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) gravíssimas na pontuação;
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de b)30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima
R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos); na pontuação;
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) c)40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração
III - infração de natureza média, punida com multa no valor gravíssima na pontuação;
de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos); (Redação II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código,
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) cujas infrações preveem, de forma específica, a penalidade de sus-
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ pensão do direito de dirigir. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos). (Redação dada (Vigência)
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) do direito de dirigir são os seguintes: (Redação dada pela Lei nº
(Vigência) 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e,
ou índice adicional específico é o previsto neste Código. no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito)
§ 3º (VETADO) meses a 2 (dois) anos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
§ 4º (VETADO) gência)
Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguin- II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses,
tes números de pontos: exceto para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracio-
I - gravíssima - sete pontos; nal, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8
II - grave - cinco pontos; (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art.
III - média - quatro pontos; 263. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
IV - leve - três pontos. § 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Car-
§ 1º (VETADO) teira Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular imediata-
§ 2º (VETADO) mente após cumprida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) § 3ºA imposição da penalidade de suspensão do direito de diri-
§ 4ºAo condutor identificado será atribuída pontuação pelas gir elimina a quantidade de pontos computados, prevista no inciso
infrações de sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do I do caput ou no § 5º deste artigo, para fins de contagem subse-
art. 257 deste Código, exceto aquelas: quente.
I - praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte § 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
rodoviário de passageiros em viagens de longa distância transitan- § 5ºNo caso do condutor que exerce atividade remunerada ao
do em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares in- veículo, a penalidade de suspensão do direito de dirigir de que trata
termunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de o caput deste artigo será imposta quando o infrator atingir o limite
longa distância por fretamento e turismo ou de qualquer modalida- de pontos previsto na alínea c do inciso I do caput deste artigo, in-
dependentemente da natureza das infrações cometidas, facultado
de, excluídas as situações regulamentadas pelo Contran conforme
a ele participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no
disposto no art. 65 deste Código;
período de 12 (doze) meses, atingir 30 (trinta) pontos, conforme
II - previstas no art. 221, nos incisos VII e XXI do art. 230 e nos
regulamentação do Contran.
arts. 232, 233, 233-A, 240 e 241 deste Código, sem prejuízo da apli-
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o, o con-
cação das penalidades e medidas administrativas cabíveis;
dutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem sido atribuídos,
III - puníveis de forma específica com suspensão do direito de
para fins de contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.154,
dirigir.” (NR)
de 2015)
Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) meses. (Redação
ocorrido a infração, de acordo com a competência estabelecida dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
neste Código. § 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de ser-
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade viço público tem o direito de ser informada dos pontos atribuídos,
da Federação diversa da do licenciamento do veículo serão arreca- na forma do art. 259, aos motoristas que integrem seu quadro fun-
dadas e compensadas na forma estabelecida pelo CONTRAN. cional, exercendo atividade remunerada ao volante, na forma que
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade dispuser o Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
da Federação diversa daquela do licenciamento do veículo poderão § 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o con-
ser comunicadas ao órgão ou entidade responsável pelo seu licen- dutor que, notificado da penalidade de que trata este artigo, dirigir
ciamento, que providenciará a notificação. veículo automotor em via pública. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) 2016) (Vigência)
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado § 10.O processo de suspensão do direito de dirigir a que se
no exterior, em trânsito no território nacional, a multa respectiva refere o inciso II do caput deste artigo deverá ser instaurado con-
deverá ser paga antes de sua saída do País, respeitado o princípio comitantemente ao processo de aplicação da penalidade de multa,
de reciprocidade. e ambos serão de competência do órgão ou entidade responsável
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será pela aplicação da multa, na forma definida pelo Contran.
imposta nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de § 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo.
2016) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 262. (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 5ºA consulta ao RNPC é garantida a todos os cidadãos, nos
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á: termos da regulamentação do Contran.
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir § 6ºA União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
qualquer veículo; derão utilizar o RNPC para conceder benefícios fiscais ou tarifários
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das in- aos condutores cadastrados, na forma da legislação específica de
frações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, cada ente da Federação
173, 174 e 175;
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, CAPÍTULO XVII
observado o disposto no art. 160. DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade
na expedição do documento de habilitação, a autoridade expedido- Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfe-
ra promoverá o seu cancelamento. ra das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
Habilitação, o infrator poderá requerer sua reabilitação, submeten- I - retenção do veículo;
do-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma esta- II - remoção do veículo;
belecida pelo CONTRAN. III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
Art. 264. (VETADO) IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de V - recolhimento do Certificado de Registro;
cassação do documento de habilitação serão aplicadas por decisão VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
fundamentada da autoridade de trânsito competente, em processo VII - (VETADO)
administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa. VIII - transbordo do excesso de carga;
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia
ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as res- de substância entorpecente ou que determine dependência física
pectivas penalidades. ou psíquica;
Art. 267.Deverá ser imposta a penalidade de advertência por X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e
escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus
proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.
com multa, caso o infrator não tenha cometido nenhuma outra in-
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legisla-
fração nos últimos 12 (doze) meses.
ção, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluí-
§ 1º (Revogado).
do pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º (Revogado).” (NR)
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas ad-
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na
ministrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito
forma estabelecida pelo CONTRAN:
e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à
I - (revogado);
incolumidade física da pessoa.
II - quando suspenso do direito de dirigir;
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não eli-
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja dem a aplicação das penalidades impostas por infrações estabeleci-
contribuído, independentemente de processo judicial; das neste Código, possuindo caráter complementar a estas.
IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito; § 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Ha-
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está bilitação e a Permissão para Dirigir.
colocando em risco a segurança do trânsito; § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o
VI - (revogado). disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.
Parágrafo único. Além do curso de reciclagem previsto no § 5ºNo caso de documentos em meio digital, as medidas admi-
caput deste artigo, o infrator será submetido à avaliação psicoló- nistrativas previstas nos incisos III, IV, V e VI do caput deste artigo
gica nos casos dos incisos III, IV e V do caput deste artigo.’ (NR)” serão realizadas por meio de registro no Renach ou Renavam, con-
(Parte promulgada pelo Congresso Nacional) forme o caso, na forma estabelecida pelo Contran.” (NR)
Art. 268-A.Fica criado o Registro Nacional Positivo de Conduto- Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste
res (RNPC), administrado pelo órgão máximo executivo de trânsito Código.
da União, com a finalidade de cadastrar os condutores que não co- § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da in-
meteram infração de trânsito sujeita à pontuação prevista no art. fração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
259 deste Código, nos últimos 12 (doze) meses, conforme regula- § 2ºQuando não for possível sanar a falha no local da infração,
mentação do Contran. o veículo, desde que ofereça condições de segurança para circula-
§ 1ºO RNPC deverá ser atualizado mensalmente. ção, deverá ser liberado e entregue a condutor regularmente ha-
§ 2ºA abertura de cadastro requer autorização prévia e expres- bilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento
sa do potencial cadastrado. Anual, contra apresentação de recibo, assinalando-se ao condutor
§ 3ºApós a abertura do cadastro, a anotação de informação no prazo razoável, não superior a 30 (trinta) dias, para regularizar a si-
RNPC independe de autorização e de comunicação ao cadastrado. tuação, e será considerado notificado para essa finalidade na mes-
§ 4ºA exclusão do RNPC dar-se-á: ma ocasião.
I - por solicitação do cadastrado; § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao
II - quando for atribuída ao cadastrado pontuação por infração; condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas adminis-
III - quando o cadastrado tiver o direito de dirigir suspenso; trativas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade devida-
IV - quando a Carteira Nacional de Habilitação do cadastrado mente regularizado.
estiver cassada ou com validade vencida há mais de 30 (trinta) dias;
V - quando o cadastrado estiver cumprindo pena privativa de
liberdade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da in- § 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados
fração, o veículo será removido a depósito, aplicando-se neste caso por particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente
o disposto no art. 271. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) ao contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
(Vigência) § 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o res-
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, pectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa
quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando instituída em lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecí- § 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhi-
vel, desde que ofereça condições de segurança para circulação em mento comprovar, administrativa ou judicialmente, que o recolhi-
via pública. mento foi indevido ou que houve abuso no período de retenção em
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § depósito, é da responsabilidade do ente público a devolução das
2o, será feito registro de restrição administrativa no Renavam por quantias pagas por força deste artigo, segundo os mesmos critérios
órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito da devolução de multas indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
Federal, que será retirada após comprovada a regularização. (Inclu- 2016)
ído pela Lei nº 13.160, de 2015) Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e
§ 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos
resultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inautentici-
nesse caso, o disposto no art. 271. (Incluído pela Lei nº 13.160, de dade ou adulteração.
2015) Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
Código, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente,
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade
com circunscrição sobre a via.
no prazo de trinta dias.
§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anu-
prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e es-
al dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código,
tada, além de outros encargos previstos na legislação específica. quando:
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
§ 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao repa- II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
ro de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não
esteja em perfeito estado de funcionamento. (Incluído pela Lei nº puder ser sanada no local.
13.160, de 2015) Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condi-
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que ção para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às
não possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicá-
remoção liberará o veículo para reparo, na forma transportada, vel.
mediante autorização, assinalando prazo para reapresentação. (Re- Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo po- liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de re-
derão ser realizados por órgão público, diretamente, ou por par- moção e estada.
ticular contratado por licitação pública, sendo o proprietário do Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue
veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços. ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previs-
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) tas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerân-
de remoção do veículo, sobre as providências necessárias à sua res- cia quando a infração for apurada por meio de aparelho de medi-
tituição e sobre o disposto no art. 328, conforme regulamentação ção, observada a legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº
do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) 12.760, de 2012)
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em aci-
momento da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no pra- dente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá
zo de 10 (dez) dias contado da data da remoção, deverá expedir ao ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimen-
proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou to que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo
Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância
por outro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso
psicoativa que determine dependência. (Redação dada pela Lei nº
reste frustrada, a notificação poderá ser feita por edital. (Redação
12.760, de 2012)
dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 7o A notificação devolvida por desatualização do endereço
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser carac-
do proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será terizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indi-
considerada recebida para todos os efeitos (Incluído pela Lei nº quem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
13.160, de 2015) psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito
§ 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
será feita por edital. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas
§ 9ºNão caberá remoção nos casos em que a irregularidade for estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recu-
sanada no local da infração. sar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será cor- deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
respondente ao período integral, contado em dias, em que efetiva-
mente o veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6
(seis) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não subme- § 4º O agente da autoridade de trânsito competente para
tendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou
ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de
da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência.
obrigatória.
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, SEÇÃO II
a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplican- DO JULGAMENTO DAS AUTUAÇÕES E PENALIDADES
do-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no
art. 210. Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência
Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
do crime de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.
arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu regis-
de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em de- tro julgado insubsistente:
cisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento I - se considerado inconsistente ou irregular;
de habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a no-
veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei tificação da autuação. (Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998)
nº 13.804, de 2019) Art. 281-A.Na notificação de autuação e no auto de infração,
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, quando valer como notificação de autuação, deverá constar o pra-
submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na zo para apresentação de defesa prévia, que não será inferior a 30
forma deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019) (trinta) dias, contado da data de expedição da notificação
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos Art. 282.Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja apre-
crimes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qual- sentada no prazo estabelecido, será aplicada a penalidade e expe-
quer fase da investigação ou da ação penal, se houver necessidade dida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, no prazo
para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do cometi-
ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante repre- mento da infração, por remessa postal ou por qualquer outro meio
sentação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a tecnológico hábil que assegure a ciência da imposição da penali-
suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo auto- dade.
motor, ou a proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei nº 13.804, § 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço
de 2019) do proprietário do veículo será considerada válida para todos os
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo efeitos.
equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo, so- § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repar-
mente o perito oficial encarregado do levantamento pericial pode- tições consulares de carreira e de representações de organismos
rá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. internacionais e de seus integrantes será remetida ao Ministério
das Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança
CAPÍTULO XVIII dos valores, no caso de multa.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condu-
tor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação
SEÇÃO I será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu
DA AUTUAÇÃO pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, para apresentação de recurso pelo responsável pela infração, que
não será inferior a trinta dias contados da data da notificação da
lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
I - tipificação da infração;
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no
II - local, data e hora do cometimento da infração;
parágrafo anterior será a data para o recolhimento de seu valor.
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca
(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identifi-
§ 6ºEm caso de apresentação da defesa prévia em tempo há-
cação;
bil, o prazo previsto no caput deste artigo será de 360 (trezentos e
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
sessenta) dias.
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou
§ 7ºO descumprimento dos prazos previstos no caput ou no §
agente autuador ou equipamento que comprovar a infração;
6º deste artigo implicará a decadência do direito de aplicar a pena-
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta lidade.” (NR)
como notificação do cometimento da infração. Art. 282-A.O órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsá-
§ 1º (VETADO) vel pela autuação deverá oferecer ao proprietário do veículo ou ao
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da condutor autuado a opção de notificação por meio eletrônico, na
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho forma definida pelo Contran.
eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou § 1ºO proprietário e o condutor autuado deverão manter seu
qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do
regulamentado pelo CONTRAN. Distrito Federal.
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de § 2ºNa hipótese de notificação prevista no caput deste artigo,
trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, in- o proprietário ou o condutor autuado será considerado notificado
formando os dados a respeito do veículo, além dos constantes nos 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico
incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte. e do envio da respectiva mensagem.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o re-
atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurí- curso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a pe-
dica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra- nalidade acompanhado das cópias dos prontuários necessários ao
sileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) julgamento.
Art. 283. (VETADO) Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publi-
data do vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento cação ou da notificação da decisão.
do seu valor. § 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento,
§ 1ºCaso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, pelo responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela
conforme regulamentação do Contran, e opte por não apresentar autoridade que impôs a penalidade.
defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infra- § 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010) (Vide ADIN 2998)
ção, poderá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será aprecia-
cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, até o vencimen- do no prazo de trinta dias:
to da multa. I - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade da
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia União, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-Geral da
ao questionamento administrativo, que pode ser realizado a qual- Jari, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um
quer momento, respeitado o disposto no § 1º. (Incluído pela Lei nº Presidente de Junta;
13.281, de 2016) (Vigência) a) (revogada);
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada b) (revogada);
qualquer restrição, inclusive para fins de licenciamento e transfe- II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade
rência, enquanto não for encerrada a instância administrativa de de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CE-
julgamento de infrações e penalidades. (Incluído pela Lei nº 13.281, TRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.
de 2016) (Vigência) Parágrafo único. No caso do inciso I do caput deste artigo,
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de quando houver apenas uma Jari, o recurso será julgado por seus
infrações e penalidades, a multa não paga até o vencimento será membros.” (NR)
acrescida de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Siste- Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa
ma Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais de julgamento de infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei
acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente nº 13.281, de 2016) (Vigência)
ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e 289;
(um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
sendo efetuado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) II - a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído
§ 5ºO sistema de notificação eletrônica, referido no § 1º deste pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
artigo, deve disponibilizar, na mesma plataforma, campo destinado III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração
à apresentação de defesa prévia e de recurso, quando o condutor e requerimento de encerramento do processo na fase em que se
não reconhecer o cometimento da infração, na forma regulamen- encontra, sem apresentação de defesa ou recurso. (Incluído pela
tada pelo Contran.” (NR) Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplica-
a autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, das nos termos deste Código serão cadastradas no RENACH.
que deverá julgá-lo em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. CAPÍTULO XIX
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso DOS CRIMES DE TRÂNSITO
ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis subseqüentes à sua
apresentação, e, se o entender intempestivo, assinalará o fato no SEÇÃO I
despacho de encaminhamento. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado
dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos auto-
penalidade, de ofício, ou por solicitação do recorrente, poderá con- motores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do
ceder-lhe efeito suspensivo. Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não
§ 4ºNa apresentação de defesa ou recurso, em qualquer fase dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de se-
do processo, para efeitos de admissibilidade, não serão exigidos tembro de 1995, no que couber.
documentos ou cópia de documentos emitidos pelo órgão respon- § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa
sável pela autuação.” (NR) o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo
interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor. único pela Lei nº 11.705, de 2008)
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o es- I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi-
tabelecido no parágrafo único do art. 284. coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705,
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recur- de 2008)
so, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a im- II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou com-
portância paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de correção petição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia
dos débitos fiscais. em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apre- III - transitando em velocidade superior à máxima permitida
sentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da residência ou para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído
domicílio do infrator. pela Lei nº 11.705, de 2008)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de
instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. categoria diferente da do veículo;
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) ciais com o transporte de passageiros ou de carga;
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi-
art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu
Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às cir- funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos
cunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 13.546, nas especificações do fabricante;
de 2017) (Vigência) VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão destinada a pedestres.
ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta Art. 299. (VETADO)
isolada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação Art. 300. (VETADO)
dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante,
obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será SEÇÃO II
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho- DOS CRIMES EM ESPÉCIE
ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo au-
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se tomotor:
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, es- Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proi-
tiver recolhido a estabelecimento prisional. bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, automotor.
havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o § 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo au-
juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Mi- tomotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o
nistério Público ou ainda mediante representação da autoridade agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita-
ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de ção; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
sua obtenção. II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem ris-
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. co pessoal, à vítima do acidente; (Incluído pela Lei nº 12.971, de
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proi- 2014) (Vigência)
bição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comu- IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver condu-
zindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº
nicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito
12.971, de 2014) (Vigência)
- CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou
V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)
réu for domiciliado ou residente.
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de
neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis-
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705,
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibi-
de 2008)
ção do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pa- veículo automotor. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
gamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo
sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do automotor:
art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material re- Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou
sultante do crime. proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí-
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do culo automotor.
prejuízo demonstrado no processo. § 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocor-
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 rer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Renumerado do
do Código Penal. parágrafo único pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória § 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cin-
será descontado. co anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalida- agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em
des dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
infração: determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com gran- natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017)
de risco de grave dano patrimonial a terceiros; (Vigência)
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul- Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente,
teradas; de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo dire-
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili- tamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
tação; pública:

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato § 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e
não constituir elemento de crime mais grave. as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o con- nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
dutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimen- penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
tos leves. (Vigência)
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do aciden- Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a de-
te, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser vida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o
atribuída: direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psico- Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au-
motora alterada em razão da influência de álcool ou de outra subs- tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com
tância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de
Lei nº 12.760, de 2012) saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condi-
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ções de conduzi-lo com segurança:
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
veículo automotor. Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por: (In- gência)
cluído pela Lei nº 12.760, de 2012) Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a seguran-
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por ça nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e
litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando peri-
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, go de dano:
alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
de 2012) Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente auto-
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento
mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perí- policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado
cia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente
admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela policial, o perito, ou juiz:
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos
não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o
testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização
inquérito ou o processo aos quais se refere.
do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312
de 2014) (Vigência)
deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado
de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN-
deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades
METRO - para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela Lei
públicas, em uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº
nº 13.840, de 2019)
13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a per- I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas
fundamento neste Código: no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281,
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova de 2016) (Vigência)
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibi- II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da
ção. rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e poli-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que traumatizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Per- III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recu-
missão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. peração de acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via 2016) (Vigência)
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ain- IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e
da de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando nº 13.281, de 2016) (Vigência)
situação de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação dada Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º
pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) do art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e caput do art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação (Código Penal) .
para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
de 2014) (Vigência)
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão CAPÍTULO XX
corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a
pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos mem-
sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela bros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação deste
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Código.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no míni-
a partir da publicação deste Código para expedir as resoluções ne- mo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à habilitação de con-
cessárias à sua melhor execução, bem como revisar todas as reso- dutores, ao registro e ao licenciamento de veículos e aos autos de
luções anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas que infração de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
visam a diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção (Vigência)
de pedestres. § 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até a tramitados eletronicamente, bem como arquivados e armazenados
data de publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em em meio digital, desde que assegurada a autenticidade, a fidedig-
que não conflitem com ele. nidade, a confiabilidade e a segurança das informações, e serão vá-
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante lidos para todos os efeitos legais, sendo dispensada, nesse caso, a
proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta sua guarda física. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
dias contado da publicação, estabelecer o currículo com conteúdo § 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arqui-
programático relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim vamento, o armazenamento e a eliminação de documentos eletrô-
de atender o disposto neste Código. nicos e físicos gerados em decorrência da aplicação das disposições
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do pará- deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
grafo único do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e quaren- § 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser
ta dias contados da publicação desta Lei. certificado digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestru-
de até um ano para a adaptação dos veículos de condução de es- tura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº
colares e de aprendizagem às normas do inciso III do art. 136 e art. 13.281, de 2016) (Vigência)
154, respectivamente. Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada
Art. 318. (VETADO) anualmente no período compreendido entre 18 e 25 de setembro.
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacional de
CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92 do Regulamento Trânsito, no que se refere à política de segurança no trânsito, deve-
do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16 de janei- rá voltar-se prioritariamente para o cumprimento de metas anuais
ro de 1968. de redução de índice de mortos por grupo de veículos e de índice
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código po- de mortos por grupo de habitantes, ambos apurados por Estado
derão ser corrigidos monetariamente pelo Contran, respeitado o e por ano, detalhando-se os dados levantados e as ações realiza-
limite da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor das por vias federais, estaduais e municipais. (Incluído pela Lei nº
13.614, de 2018) (Vigência)
Amplo (IPCA) no exercício anterior. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
§ 1o O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao final
2016) (Vigência)
do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mínimo, o índice nacio-
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto no
nal de mortos por grupo de veículos e o índice nacional de mortos
caput serão divulgados pelo Contran com, no mínimo, 90 (noventa)
por grupo de habitantes, relativamente aos índices apurados no
dias de antecedência de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 13.281,
ano da entrada em vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redu-
de 2016) (Vigência)
ção de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). (Incluído pela Lei nº
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de
13.614, de 2018) (Vigência)
trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia
§ 2o As metas expressam a diferença a menor, em base per-
de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de centual, entre os índices mais recentes, oficialmente apurados, e
trânsito. os índices que se pretende alcançar. (Incluído pela Lei nº 13.614,
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de de 2018) (Vigência)
trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de § 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as res-
fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de pectivas margens de tolerância. (Incluído pela Lei nº 13.614, de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 2018) (Vigência)
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede § 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada um dos
mundial de computadores (internet), dados sobre a receita arreca- Estados da Federação e para o Distrito Federal, mediante propos-
dada com a cobrança de multas de trânsito e sua destinação. (Inclu- tas fundamentadas dos Cetran, do Contrandife e do Departamento
ído pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência) de Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das respectivas circunscri-
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de ções. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
Trânsito poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento § 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran, os Cetran,
da fiscalização de trânsito, inclusive por meio do compartilhamento o Contrandife e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal reali-
da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito. (Re- zarão consulta ou audiência pública para manifestação da socieda-
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) de sobre as metas a serem propostas. (Incluído pela Lei nº 13.614,
Art. 321. (VETADO) de 2018) (Vigência)
Art. 322. (VETADO) § 6o As propostas dos Cetran, do Contrandife e do Departa-
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a meto- mento de Polícia Rodoviária Federal serão encaminhadas ao Con-
dologia de aferição de peso de veículos, estabelecendo percentuais tran até o dia 1o de agosto de cada ano, acompanhadas de relatório
de tolerância, sendo durante este período suspensa a vigência das analítico a respeito do cumprimento das metas fixadas para o ano
penalidades previstas no inciso V do art. 231, aplicando-se a penali- anterior e de exposição de ações, projetos ou programas, com os
dade de vinte UFIR por duzentos quilogramas ou fração de excesso. respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende cumprir as
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este metas propostas para o ano seguinte. (Incluído pela Lei nº 13.614,
artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabelecidos de 2018) (Vigência)
pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.
Art. 324. (VETADO)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 7o As metas fixadas serão divulgadas em setembro, durante Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título
a Semana Nacional de Trânsito, assim como o desempenho, absolu- e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta
to e relativo, de cada Estado e do Distrito Federal no cumprimento dias, contado da data de recolhimento, será avaliado e levado a
das metas vigentes no ano anterior, detalhados os dados levanta- leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico. (Re-
dos e as ações realizadas por vias federais, estaduais e municipais, dação dada pela Lei nº 13.160, de 2015)
devendo tais informações permanecer à disposição do público na § 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser ini-
rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão máxi- ciada após trinta dias, contados da data de recolhimento do veícu-
mo executivo de trânsito da União. (Incluído pela Lei nº 13.614, de lo, o qual será classificado em duas categorias: (Incluído pela Lei nº
2018) (Vigência) 13.160, de 2015)
§ 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária I – conservado, quando apresenta condições de segurança
Federal e demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, definirá para trafegar; e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
as fórmulas para apuração dos índices de que trata este artigo, as- II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluído pela Lei
sim como a metodologia para a coleta e o tratamento dos dados es- nº 13.160, de 2015)
tatísticos necessários para a composição dos termos das fórmulas. § 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avalia-
(Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) ção, o lote será incluído no leilão seguinte, quando será arrematado
§ 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no Dis- pelo maior lance, desde que por valor não inferior a cinquenta por
trito Federal serão tratados e consolidados pelo respectivo órgão cento do avaliado. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
ou entidade executivos de trânsito, que os repassará ao órgão má- § 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo que for
ximo executivo de trânsito da União até o dia 1o de março, por levado a leilão por duas vezes e não for arrematado será leiloado
meio do sistema de registro nacional de acidentes e estatísticas de como sucata. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à cir-
trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência)
culação. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo órgão
§ 5o A cobrança das despesas com estada no depósito será
ou entidade executivos de trânsito do Estado ou do Distrito Federal
limitada ao prazo de seis meses. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
compreendem os coletados naquela circunscrição: (Incluído pela
2015)
Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) § 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo ro- para custeio da realização do leilão, dividindo-se os custos entre
doviário da União; (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) os veículos arrematados, proporcionalmente ao valor da arremata-
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executivos ção, e destinando-se os valores remanescentes, na seguinte ordem,
rodoviários do Estado ou do Distrito Federal; (Incluído pela Lei nº para: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
13.614, de 2018) (Vigência) I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela Lei nº
III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e pelos 13.160, de 2015)
órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Municípios. (Incluí- II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10; (Incluí-
do pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) do pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o Distri- III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito
to Federal, será feito pelo órgão máximo executivo de trânsito da com garantia real, segundo a ordem de preferência estabelecida no
União, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária Federal e de- art. 186 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributá-
mais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. (Incluído pela Lei nº rio Nacional); (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
13.614, de 2018) (Vigência) IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 31 de leilão; (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
março de cada ano. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Siste-
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no decorrer do ma Nacional de Trânsito, segundo a ordem cronológica; e (Incluído
ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife poderão recomendar aos pela Lei nº 13.160, de 2015)
integrantes do Sistema Nacional de Trânsito alterações nas ações, VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal.
projetos e programas em desenvolvimento ou previstos, com o fim (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
de atingir as metas fixadas para cada um dos Estados e para o Distri- § 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os dé-
to Federal. (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) bitos incidentes sobre o veículo, a situação será comunicada aos
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refere o § 7o credores. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
deste artigo, o Contran elaborará e divulgará, também durante a § 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do
leilão previamente para que formalizem a desvinculação dos ônus
Semana Nacional de Trânsito: (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018)
incidentes sobre o veículo no prazo máximo de dez dias. (Incluído
(Vigência)
pela Lei nº 13.160, de 2015)
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito Fe-
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação
deral, uma referente ao ano analisado e outra que considere a evo-
administrativa ficam dele automaticamente desvinculados, sem
lução do desempenho dos Estados e do Distrito Federal desde o prejuízo da cobrança contra o proprietário anterior. (Incluído pela
início das análises; (Incluído pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) Lei nº 13.160, de 2015)
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral do § 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito relativo a
estabelecimento de metas previsto no § 1o deste artigo. (Incluído tributo cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil, a pos-
pela Lei nº 13.614, de 2018) (Vigência) se, a circulação ou o licenciamento de veículo. (Incluído pela Lei nº
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente pode- 13.160, de 2015)
rão ser fabricados e licenciados veículos que obedeçam aos limites § 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por
de peso e dimensões fixados na forma desta Lei, ressalvados os que qualquer meio, os débitos serão novamente vinculados ao bem,
vierem a ser regulamentados pelo CONTRAN. aplicando-se, nesse caso, o disposto nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271.
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depo- VI - número da placa de experiência.
sitado em conta específica do órgão responsável pela realização § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente
do leilão e ficará à disposição do antigo proprietário, devendo ser e serão encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primeiro
expedida notificação a ele, no máximo em trinta dias após a rea- caso, conterão termo de abertura e encerramento lavrados pelo
lização do leilão, para o levantamento do valor no prazo de cinco proprietário e rubricados pela repartição de trânsito, enquanto,
anos, após os quais o valor será transferido, definitivamente, para no segundo, todas as folhas serão autenticadas pela repartição de
o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320. (Incluído pela trânsito.
Lei nº 13.160, de 2015) § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos re-
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao ani- feridos neste artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se ve-
mal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por seu proprie- rificarem assinaladas, inclusive, as horas a elas correspondentes,
tário no prazo de sessenta dias, a contar da data de recolhimen- podendo os veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser
to, conforme regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº apreendidos ou retidos para sua completa regularização.
13.160, de 2015) § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial acesso aos livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretan-
sobre o prontuário do veículo, a autoridade responsável pela restri- to, retirá-los do estabelecimento.
ção será notificada para a retirada do bem do depósito, mediante § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao
a quitação das despesas com remoção e estada, ou para a autori- realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas com a multa pre-
zação do leilão nos termos deste artigo. (Redação dada pela Lei nº vista para as infrações gravíssimas, independente das demais comi-
13.281, de 2016) (Vigência) nações legais cabíveis.
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação § 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos
de que trata o § 14, não houver manifestação da autoridade res- por sistema eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (In-
ponsável pela restrição judicial ou policial, estará o órgão de trân- cluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
sito autorizado a promover o leilão do veículo nos termos deste Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) a integrar os colegiados destinados ao julgamento dos recursos ad-
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens auto- ministrativos previstos na Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o
motores que se encontrarem nos depósitos há mais de 1 (um) ano julgamento dos recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
poderão ser destinados à reciclagem, independentemente da exis- Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Na-
tência de restrições sobre o veículo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de cional de Trânsito proporcionarão aos membros do CONTRAN,
2016) (Vigência) CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as facilidades para o
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 cumprimento de sua missão, fornecendo-lhes as informações que
será realizado por lote de tonelagem de material ferroso, observan- solicitarem, permitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer
do-se, no que couber, o disposto neste artigo, condicionando-se a serviços e deverão atender prontamente suas requisições.
entrega do material arrematado aos procedimentos necessários à Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias
descaracterização total do bem e à destinação exclusiva, ambien- após a nomeação de seus membros, as disposições previstas nos
talmente adequada, à reciclagem siderúrgica, vedado qualquer arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelos órgãos e entida-
aproveitamento de peças e partes. (Incluído pela Lei nº 13.281, de des executivos de trânsito e executivos rodoviários para exercerem
2016) (Vigência) suas competências.
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adul- § 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo
terados ou estrangeiros, bem como aqueles sem possibilidade de de um ano, após a edição das normas, para se adequarem às novas
disposições estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste
regularização perante o órgão de trânsito, serão destinados à re-
artigo.
ciclagem, independentemente do período em que estejam em de-
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exer-
pósito, respeitado o prazo previsto no caput deste artigo, sempre
cerão as competências previstas neste Código em cumprimento às
que a autoridade responsável pelo leilão julgar ser essa a medida
exigências estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste
apropriada. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
artigo, acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou enti-
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135
dade municipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do
e 136, para exercerem suas atividades, deverão apresentar, previa-
Distrito Federal ou da União, passando a integrar o Sistema Nacio-
mente, certidão negativa do registro de distribuição criminal rela-
nal de Trânsito.
tivamente aos crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser
menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão responsável homologadas pelo órgão ou entidade competente no prazo de um
pela respectiva concessão ou autorização. ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser retiradas em
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas caso contrário.
ou recuperação de veículos e os que comprem, vendam ou des- Art. 335. (VETADO)
montem veículos, usados ou não, são obrigados a possuir livros de Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II
registro de seu movimento de entrada e saída e de uso de placas até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta
de experiência, conforme modelos aprovados e rubricados pelos dias da publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara Te-
órgãos de trânsito. mática de Engenharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrões
§ 1º Os livros indicarão: internacionais.
I - data de entrada do veículo no estabelecimento; Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Es-
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor; tados e Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito
III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem; Federal.
IV - nome, endereço e identidade do comprador;
V - características do veículo constantes do seu certificado de
registro;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível di-
fabricantes, ao comerciarem veículos automotores de qualquer ferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trân-
categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato da comercia- sito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário
lização do respectivo veículo, manual contendo normas de circula- urbano, sinalização, vegetação e outros fins.
ção, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros socorros CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar
e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro. ou arrastar outro.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito es- CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com
pecial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro mil, peso bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas.
novecentos e cinquenta e quatro reais), em favor do ministério ou CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passa-
órgão a que couber a coordenação máxima do Sistema Nacional geiros e carga no mesmo compartimento.
de Trânsito, para atender as despesas decorrentes da implantação CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como sepa-
deste Código. rador de duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a marcas viárias (canteiro fictício).
data de sua publicação. CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unida-
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setembro de de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, basea-
de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novem- do em condições sobre suas limitações de geração e multiplicação
bro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de de momento de força e resistência dos elementos que compõem a
dezembro de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de transmissão.
dezembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automo-
tores em sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou
de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts.
de uma classe.
1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no
Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 de outubro
transporte de pequenas cargas.
de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte
de carga.
ANEXO I CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utili-
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES zado na sinalização de vias e veículos (olho-de-gato).
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições: de pessoas.
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rola- CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
mento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circula-
de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não ção exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.
houver local apropriado para esse fim. CICLOMOTOR - veículo de 2 (duas) ou 3 (três) rodas, provido de
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou poli- motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a 50 cm
cial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercí- 3 (cinquenta centímetros cúbicos), equivalente a 3,05 pol 3 (três
cio das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo polegadas cúbicas e cinco centésimos), ou de motor de propulsão
de trânsito ou patrulhamento. elétrica com potência máxima de 4 kW (quatro quilowatts), e cuja
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originá- velocidade máxima de fabricação não exceda a 50 Km/h (cinquenta
rio dos alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012) quilômetros por hora).
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, sepa-
passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o con- rada fisicamente do tráfego comum.
dutor. CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita,
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou de mudança da direção original do veículo.
entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.
pessoa por ele expressamente credenciada. DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha
ÁREA DE ESPERA - área delimitada por 2 (duas) linhas de reten- a função específica de proporcionar maior segurança ao usuário da
ção, destinada exclusivamente à espera de motocicletas, motone- via, alertando-o sobre situações de perigo que possam colocar em
tas e ciclomotores, junto à aproximação semafórica, imediatamen- risco sua integridade física e dos demais usuários da via, ou danifi-
car seriamente o veículo.
te à frente da linha de retenção dos demais veículos.
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo supe-
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando
rior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros.
pelos centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado
ESTRADA - via rural não pavimentada.
do veículo, considerando-se todos os elementos rigidamente fixa-
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico
dos ao mesmo. no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas ro- FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimi-
das, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, mo- tada por lei específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade
toneta e ciclomotor. de trânsito competente com circunscrição sobre a via.
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacio- FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais
namento de bicicletas. em que a pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre tri- viárias longitudinais, que tenham uma largura suficiente para per-
lhos. mitir a circulação de veículos automotores.
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada
por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via des-
tinada à circulação de veículos.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar
estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de po- a presença e a largura do veículo.
lícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição dos ór- MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar
gãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as compe- a posição em que o veículo está no momento em relação à via.
tências definidas neste Código. MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas,
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou im- marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas, apos-
pedimento de locomoção na faixa apropriada. tos ao pavimento da via.
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com
o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um rebo- capacidade para até vinte passageiros.
que, se este se encontra desengatado. MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a side-car, dirigido por condutor em posição montada.
diminuir a marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço. MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminui- condutor em posição sentada.
ção da marcha do veículo ou pará-lo. MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja car-
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, roçaria seja fechada e destinada a alojamento, escritório, comércio
adotados exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito
ou finalidades análogas.
nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos veículos
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o
ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou completando ou-
nascer do sol.
tra sinalização ou norma constante deste Código.
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capa-
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de bra-
ço, adotados exclusivamente pelos condutores, para orientar ou cidade para mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de
indicar que vão efetuar uma manobra de mudança de direção, re- adaptações com vista à maior comodidade destes, transporte nú-
dução brusca de velocidade ou parada. mero menor.
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, desti- OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo,
nado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção. pelo tempo estritamente necessário ao carregamento ou descar-
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de regamento de animais ou carga, na forma disciplinada pelo órgão
trânsito, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho ou entidade executivo de trânsito competente com circunscrição
Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão sobre a via.
ou entidade executiva do trânsito. OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez,
bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos, en- de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as interfe-
troncamentos ou bifurcações. rências tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados
INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando socorros ime-
atender circunstância momentânea do trânsito. diatos e informações aos pedestres e condutores.
LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tem-
do proprietário de veículo, comprovado por meio de documento po estritamente necessário para efetuar embarque ou desembar-
específico (Certificado de Licenciamento Anual). que de passageiros.
LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela munici- PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via
palidade à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista própria.
circulação de pedestres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem
calçadões. à frente de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em
LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passagei- menor velocidade, mas em faixas distintas da via.
ros, que o veículo transporta, expressa em quilogramas para os PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transpo-
veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos de pas- sição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou
sageiros.
veículos.
LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em
rurais e que com elas se limita.
desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste úl-
até uma grande distância do veículo.
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via timo caso, separada por pintura ou elemento físico separador, livre
diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injus- de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e,
tificáveis aos condutores e outros usuários da via que venham em excepcionalmente, de ciclistas.
sentido contrário. PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Fe-
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais deral com o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito,
usuários da via, que se encontram atrás do veículo, que o condutor assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
está aplicando o freio de serviço. PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo des- PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao
tinada a indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação.
propósito de mudar de direção para a direita ou para a esquerda. PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás ao pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu
do veículo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está semi-reboque ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques.
efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré. PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em cará-
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a ilu- ter de advertência, destinada a indicar aos demais usuários da via
minação da via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó. que o veículo está imobilizado ou em situação de emergência.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados,
veículos, identificada por elementos separadores ou por diferença sendo um deles automotor.
de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais. VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para
lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de cará- o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de
ter permanente e, eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo
legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais de compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não
trânsito. circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga,
pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos podendo transportar dois passageiros, exclusive o condutor.
relacionados com a segurança pública e de garantir obediência às VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabrica-
normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre circu- do há mais de trinta anos, conserva suas características originais de
lação e evitando acidentes. fabricação e possui valor histórico próprio.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o pri-
opostas de uma superfície líquida qualquer. meiro um veículo automotor e os demais reboques ou equipamen-
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veí- tos de trabalho agrícola, construção, terraplenagem ou pavimen-
culo automotor. tação.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de re- VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao
gulamentação pelo órgão ou entidade competente com circunscri- transporte de carga com peso bruto total máximo superior a dez
ção sobre a via, definindo, entre outros, sentido de direção, tipo de mil quilogramas e de passageiros, superior a vinte passageiros.
estacionamento, horários e dias. VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, pessoas e suas bagagens.
destinada ao uso de pedestres durante a travessia da mesma. VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados. simultâneo de carga e passageiro.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores. VEÍCULO DE COLEÇÃO - veículo fabricado há mais de 30 (trinta)
RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção anos, original ou modificado, que possui valor histórico próprio.
original de veículos. VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,
RODOVIA - via rural pavimentada. compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro
SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apoia na central.
sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação. VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessi-
utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de controle lumi- bilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em
nosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusi- nível.
vamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e pedestres. VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível,
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes
segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito en-
utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e tre as regiões da cidade.
maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam. VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trân-
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente sito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito
pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da
indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres, sobrepon- cidade.
do-se ou completando sinalização existente no local ou norma es- VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não
tabelecida neste Código. semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restri-
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carro- tas.
çaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessó- VIA RURAL - estradas e rodovias.
rios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares
arrefecimento, expresso em quilogramas. abertos à circulação pública, situados na área urbana, caracteriza-
TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, qua- dos principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de
tro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel sua extensão.
ou camionete, utilizado em geral em atividades turísticas como alo- VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destina-
jamento, ou para atividades comerciais. das à circulação prioritária de pedestres.
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma
e animais nas vias terrestres. depressão de terreno ou servir de passagem superior.
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma
faixa demarcada para outra.
TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho DIREÇÃO DEFENSIVA
agrícola, de construção e pavimentação e tracionar outros veículos
e equipamentos.
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro ve- Direção Defensiva é a técnica indispensável para o aperfeiço-
ículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e amento do motorista que trata de forma correta o uso do veículo
na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de na maneira de dirigir, reduzindo a possibilidade de envolvimento
origem. nos acidentes de trânsito; ou seja: é uma atitude de segurança e
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do prevenção de acidentes.
seu uso, inclusive fora de estrada.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
A Direção Defensiva pode ser dividida em: Desse modo, o condutor deve manter sua atenção no trânsito
Preventiva: deve ser a atitude permanente do motorista para e não se distrair com conversas, som alto ou uso de rádio ou apare-
evitar acidentes. lho celular. Além disso, deve manter-se em estado de alerta duran-
Corretiva: é a atitude que o motorista deverá adotar ao se de- te todo o tempo em que estiver conduzindo o veículo, consciente
frontar com a possibilidade de acidente, corrigindo situações não das situações de risco em que pode envolver-se e pronto a tomar a
previstas. atitude necessária em tal situação para evitar o acidente.
Em suma, direção defensiva é dirigir de modo a evitar aciden-
tes, apesar das ações incorretas dos outros e das condições adver- 3) Previsão:
sas que encontramos nas vias de trânsito. É a capacidade do condutor em prever uma situação de risco,
Por que praticar a direção defensiva? ou seja, é a antecipação de uma situação de risco, podendo ser de-
Pesquisas realizadas em todo o mundo, sobre acidentes de senvolvida e treinada no uso do seu veículo.
trânsito, apresentaram a seguinte estatística: São exercidas numa ação próxima/imediata (curto prazo, ex.: o
- Apenas 6 % dos acidentes de trânsito têm como causa os pro- condutor prevê a possibilidade de riscos nos cruzamentos; ver um
blemas da via; pedestre à sua frente e prever complicações.) ou distante/media-
- 30 % dos acidentes têm origem em problemas mecânicos; ta (longo prazo, ex.: revisão do veículo; abastecimento; verificação
- A maioria dos acidentes, (64%) têm como causa, problemas de equipamentos obrigatórios.), dependendo sempre do seu bom
com o condutor. senso e conhecimento.

Dentre os principais Problemas com o Condutor temos: 4)Decisão


- Dirigir sob o efeito de álcool ou substâncias entorpecentes; A decisão do condutor dependerá da situação que é apresen-
- Imprudência - trafegar em velocidade inadequada; tada, do seu conhecimento, das possibilidades do veículo, das leis e
- Imperícia - inexperiência ou falta de conhecimento do local; normas relacionadas ao trânsito, do tempo e do espaço que de que
- Negligência - falta de atenção, falha de observação. dispõe para tomar a atitude correta. Em outros termos, o condutor
precisa ser ágil em suas ações, sem deixar de lado o bom senso e a
O Condutor defensivo é aquele que adota um procedimento sua experiência.
preventivo no trânsito, sempre com cautela e civilidade. O moto- É importante destacar que o condutor que não possua curso
rista defensivo não dirige apenas, pois está sempre pensando em de Direção Defensiva e Primeiros Socorros, ao renovar o exame de
segurança, pensando sempre em prevenir acidentes, independente habilitação, deverá submeter-se a eles, de acordo com o art. 150 do
dos fatores externos e das condições adversas que possam estar CTB e Resolução n. 50 do CONTRAN.
presentes. Desta maneira, é prudente que o condutor esteja sempre pre-
O Condutor defensivo é aquele que tem uma postura pacífica, parado para fazer a escolha correta nas situações imprevistas, de
consciência pessoal e de coletividade, tem humildade e autocrítica. modo que possa contribuir para evitar acidentes de trânsito, man-
Dentro das diferentes técnicas de como conduzir defensivamente tendo-se atento a tudo que circunda a via, mesmo à sua traseira,
existem várias precauções que deve-se tomar ao iniciar uma jor- para que esta decisão possa ser rápida e precisa, salvando sua vida
nada, mesmo sem ter conhecimentos especializados de mecânica, e a de outros envolvidos numa situação de risco.
para evitar envolver-se em situações de risco, realizando um trajeto
sem cometer infrações de trânsito, sem abusos com o veículo, sem 5)Habilidade
atrasos de horário, sem faltar com a cortesia devida, ou seja, sem A habilidade se desenvolve por meio de aprendizado e da prá-
envolver-se em acidentes. tica. Deve-se aprender o modo correto de manuseio do veículo e
executar várias vezes essas manobras, de forma a fixar esses proce-
Elementos básicos da Direção Defensiva: dimentos e adquirir a habilidade necessária à prática de direção no
trânsito das vias urbanas e rurais.
Abordaremos aqui os principais elementos: Assim, ser um condutor hábil significa que ser capaz de manu-
sear os controles de um veículo e executar com perícia e sucesso
1) Conhecimento: qualquer manobra necessária no trânsito.
É de fundamental importância o conhecimentos das as leis e Atualmente a Permissão para Dirigir tem a validade de 12 me-
normas que regem o trânsito. Este conhecimento é obtido por meio ses, sendo conferida a Carteira Nacional de Habilitação ao término
do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e do aprendizado prático. É desse prazo, desde que o condutor não tenha cometido nenhuma
preciso conhecer seus direitos e deveres em qualquer situação de infração de natureza grave ou gravíssima nem seja reincidente em
trânsito, como condutor ou pedestre, a fim de evitar atitudes que infração média.
possam causar acidentes ou danos aos usuários da via. Não esqueça: a prática conduz à perfeição, tornando você um
Além do CTB, existem livros e revistas especializadas para o condutor defensivo.
trânsito e publicações jornalísticas sérias que nos mantêm em dia É necessário conhecimento e atenção para que seja possível
com as novas leis e resoluções. fazer uma previsão dos problemas que serão encontrados no trân-
Outros procedimentos dependem do bom senso de todos os sito e tomar, no momento necessário, a decisão mais adequada,
condutores e pedestres, quais sejam, as atitudes educadas, com- com habilidade adquirida pelo treino no uso da direção, tornando o
preensivas, de paciência, que ajudam a fazer um trânsito mais se- trânsito mais humano e seguro para todos.
guro. A Direção Defensiva só funcionará se cada condutor conhe-
cer e praticar os elementos básicos que dela fazem parte, no seu
2) Atenção: cotidiano, cada vez que fizer uso do seu veículo nas vias públicas
A atenção deve ser direcionada a todos os elementos da via e (urbanas e rurais).
também às condições físicas e mentais do condutor, aos cuidados e Com o Código de Trânsito Brasileiro surgiram vários manuais
à manutenção do veículo, tempo de deslocamento e conhecimento ou livretos que ajudam a atualizar seus conhecimentos.
prévio do percurso, entre outros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Existem procedimentos que, quando praticados consciente- Vias
mente, ajudam a prevenir ou evitar acidentes. Tais procedimentos Antes de iniciar um percurso, é sempre bom procurar infor-
são chamados Método Básico na Prevenção de Acidentes. mações sobre as condições das vias, nas estradas, rodovias e perí-
É possível aplica-los, inclusive, no ato de dirigir, desde que se metro urbano que será utilizada, para planejar melhor o itinerário,
conheça os fatores que mais levam à ocorrência de um acidente. assim como o tempo que será necessário para chegar ao destino
Além de conhecer estes fatores e os tipos de colisões, é preciso desejado.
estar preparado em todos os momentos, para atitudes que ajudem Essas informações podem ser obtidas com o policial de trânsi-
na prevenção. Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e res- to, pelo rádio, ou com outros condutores que a usem com frequ-
ponsabilidade são os princípios básicos de qualquer método de pre- ência.
venção de acidentes. Conhecendo suas reais condições como: estado de conserva-
ção da via, largura, se existe acostamento ou não, quantidade de
Condições Adversas: veículos, etc; é possível que o condutor se prepare melhor para
Condições adversas são todos aqueles fatores que podem pre- aquilo que vai enfrentar e tomar os cuidados indispensáveis à segu-
judicar o real desempenho da pessoa do no ato de conduzir, tor- rança e uso de equipamentos que auxiliem no percurso, como, por
nando maior a possibilidade de um acidente de trânsito. exemplo, o uso de correntes nas estradas.
Existem várias “condições adversas” e é importante lembrar
que nem sempre elas aparecem isoladamente, tornando o perigo Algumas condições adversas das vias de trânsito:
ainda maior. . curvas;
Serão ilustradas as seis condições adversas mais importantes, . desvio;
são elas: Luz, Tempo, Vias, Trânsito, Veículo e Condutor. . subidas e descidas;
. tipo de pavimentação;
Luz . largura da pista;
Refere-se às condições de iluminação em determinado local; . desníveis;
tanto pode ser natural (sol) como artificial (elétrica). . acostamento;
. trechos escorregadios;
O excesso de claridade provoca ofuscamentos e a sua falta . buracos;
pode ocasionar uma visão inadequada ao ato de conduzir, poden- . obras na pista.
do provocar, nos dois casos, condições favoráveis a um acidente.
Por exemplo: ao transitar por uma via urbana, estrada ou rodovia, É importante que o condutor verifique se os equipamentos de
o farol alto do veículo em sentido contrário causa cegueira momen- uso obrigatório para tais situações estão em perfeitas condições de
tânea, dificultando o controle do veículo. uso, bem como o bom funcionamento do veículo.
Deve-se avisar o condutor piscando os faróis e desviando o
foco de visão para o acostamento do lado direito. Trânsito
O excesso de luz solar incidindo nos olhos, causa ofuscamento Trata-se, aqui, da presença de outros elementos (pedestres,
e isso acontece com mais facilidade pela manhã e no final da tarde, veículos, animais, etc.) na via, e também a determinadas ocasiões
podendo ocorrer também pelo reflexo da luz solar em objetos poli- (natal, carnaval, férias) que interferem no comportamento do con-
dos, como latas, vidros, para-brisas, etc. dutor e na quantidade de veículos, pedestres e condutores de veí-
Para evitar o ofuscamento é indicada a utilização de pala de culos não automotores em circulação nas vias.
proteção (equipamento obrigatório no veículo) ou óculos de sol.
Além disso, é bom conduzir com mais atenção, mantendo os faróis Pode-se diferenciar duas situações de trânsito:
baixos acesos.
A falta de iluminação nas estradas e rodovias, assim como os - Nas cidades (vias urbanas)
faróis com defeito, mal regulados ou que não funcionam, causam O trânsito é mais intenso e mais lento, havendo maior número
situações de pouca visibilidade (penumbra) que impedem o condu- de veículos, pedestres e condutores de veículos não automotores,
tor de perceber situações de risco a tempo de evitar danos maiores mas existe uma sinalização específica para controle do tráfego com
ao veículo e aos usuários da via, tais como: buracos na pista, desvio, segurança.
acostamento em desnível, ponte interditada, etc. Em determinados locais (área central, área escolar, órgãos pú-
Neste caso, é prudente que o condutor dirija mais devagar, blicos) em que o número de veículos e pedestres é maior, e tam-
com atenção redobrada, regule corretamente os faróis e nunca di- bém em determinados horários (entrada ou saída de trabalhadores
rija com eles apagados ou com defeito. e escolares) que chamamos de “rush”, as dificuldades no trânsito
aumentam.
Tempo Se possível, é prudente que o condutor evite estes horários ou
A chuva, o vento, o granizo, a neve, a neblina, a fumaça, o fogo locais, faça uso do transporte coletivo, obedeça toda a sinalização
o frio e até mesmo o calor excessivo, diminuem muito a capacidade existente e redobre a atenção e cuidados ao conduzir.
de conduzir o veículo.
Além da dificuldade do condutor de ver e ser visto, as con- - Nas estradas e rodovias (vias rurais)
dições adversas de tempo causam problemas nas estradas como Os limites de velocidade são maiores (consulte a tabela de
barro, areia, desmoronamento, tornando-as mais lisas e perigosas, infrações e penalidades), mas o número de veículos e pedestres
causando derrapagens e acidentes. geralmente é menor, o que predispõe o condutor a exceder a velo-
Nessas situações, é importante que o condutor reduza a mar- cidade permitida, aumentando também o risco de acidentes, além
cha, acenda as luzes e, se o tempo estiver muito ruim, saia da es- de cometer infração de trânsito.
trada e espere que as condições melhorem (procure um local ade- Em determinadas épocas (férias, feriados prolongados, festas),
quado, sem riscos, como um recanto, posto rodoviário ou, ainda, o número de veículos aumenta, causando congestionamento e ou-
posto de gasolina). tros tipos de problemas com o trânsito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Deve o condutor verificar as reais condições do seu veículo, . sono;
abastecer de combustível necessário ao percurso e manter a calma. . visão ou audição deficiente;
Em certos locais, as condições de trânsito mudam devido a presen- . perturbações físicas (dores ou doenças).
ça de maquinários agrícolas, carroças, animais, ônibus de excursão,
caminhões de transporte, etc., tornando o trânsito mais lento e - Mentais
mais difícil. . estados emocionais (tristezas ou alegrias) ;
Há também a possibilidade de recuperação de vias, ou cons- . preocupações;
truções, situações que causam sérios problemas ao deslocamento . medo, insegurança, inabilidade.
e dificultam o trânsito no local.
O bom condutor é cauteloso. Observa bem a sua frente, prevê Quais são os tipos de colisões no trânsito?
situações de risco no trânsito, evita situações difíceis, obedece às As colisões podem envolver um ou mais veículos, como tam-
instruções recebidas no percurso e sempre mantém a calma e a bém outros usuários do trânsito e objetos fixos.
educação. É importante para o condutor defensivo conhecer cada um dos
tipos de colisão e saber como agir em cada caso.
Veículo
É um fator muito importante a ser considerado para que não Existem os seguintes tipos de colisão:
ocorra acidentes, porque péssimas condições do veículo são res- • Colisão com o veículo da frente
ponsáveis por um número enorme dos acidentes ocorridos em • Colisão com o veículo de trás
trânsito, normalmente envolvendo outros veículos, pedestres, ani- • Colisão frente com frente
mais, o patrimônio público e o natural. • Colisão no cruzamento
Deve-se manter o veículo em condições de transitar e respon- • Colisão na ultrapassagem
der tecnologicamente a todos os comandos necessários, pois: “não • Colisão misteriosa
é possível dirigir com segurança usando um veículo defeituoso”. • Colisão com objetos fixos
Lembre-se: Um veículo em mau estado de conservação, além • Abalroamento
da possibilidade de “deixá-lo na mão”, vai resultar numa penalida- • Colisão nas manobras de marcha ré
de prevista no Código de Trânsito. • Colisão na passagem de nível
São muitas as condições adversas causadas por um veículo de- • Colisão com veículos pesados
feituoso, aqui serão listadas apenas os defeitos mais comuns que • Colisão com motocicletas
podem causar acidentes: • Colisão com ciclistas
. pneus gastos; • Colisão com pedestres
. limpadores de para-brisa com defeito; • Colisão com animais
. freios desregulados;
. falta de buzina; O que é e como evitar uma colisão com o veículo da frente?
. sistema de suspensão com problemas;
. lâmpadas queimadas;
O que é Como evitar
. espelhos retrovisores deficientes;
. defeito nos equipamentos obrigatórios; É quando o veículo bate • Manter a distância de segui-
. cinto de segurança defeituoso. no veículo logo à sua fren- mento de 2 segundos em relação
te, que circula na mesma ao veículo da frente.
Cuidado: revisões periódicas e manutenção completa mantêm direção e sentido. • Observar o trânsito à frente do
o veículo em boas condições de uso, e pequenos cuidados diários veículo que o precede, para se
garantem sua segurança no trânsito e o cumprimento da legislação. antecipar a qualquer situação de
perigo que possa levá-lo a frear
Condutor bruscamente.
Esta é a condição adversa mais perigosa, mas é também a mais •Ficar atento aos sinais emitidos
fácil de ser evitada, pois trata-se do estado em que o condutor se por esse veículo da frente para
encontra física e mentalmente no momento em que irá fazer uso saber se vai parar, mudar de dire-
do veículo no trânsito. ção ou realizar alguma manobra.
São várias as situações envolvendo o estado físico e mental
do condutor (doenças físicas, problemas emocionais) e podem ser
momentâneas, ou definitivas (problemas físicos, corrigidos e adap-
tados ao uso do veículo).
Cabe ao condutor avaliar suas reais condições ao propor-se a
conduzir um veículo, e ter o bom senso para evitar envolver-se em
situação de risco.
Lembre-se: Dirigir quando sentir-se sem condições físicas ou
emocionais, põe em risco não só a sua vida, mas a de todos os usu-
ários do trânsito.
Existem muitas condições adversas do condutor, sendo as mais
comuns:
- Físicas
. fadiga;
. dirigir alcoolizado, após ter utilizado um “rebite”, ou qualquer
outra droga, mesmo que sejam remédios;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
O que é e como evitar uma colisão com o veículo de trás? O que é e como evitar uma colisão na ultrapassagem?

O que é Como evitar O que é Como evitar


É quando o veículo atrás de • Não parar bruscamente é a É uma das principais causas • Ultrapassar somente em
você bate na traseira do seu principal regra. Se você frear de acidentes em rodovias de locais permitidos, com condi-
carro. de forma repentina e inespe- mão dupla. ções de segurança, espaço e
rada, as chances de alguém visibilidade.
colidir na sua traseira são bem Colisões na ultrapassagem ge-
grandes. ralmente estão relacionadas • Verificar pelos retrovisores
• Definir o trajeto e sinalizar à falta de avaliação correta de como está o tráfego atrás do
com antecedência, indicando espaço e tempo necessários veículo para conferir se há
com sinal de braço e luz de para realizar manobra. outro veículo realizando ultra-
seta mudanças de direção. passagem.
• Facilitar a ultrapassagem,
sempre que possível. • Sinalizar com a luz de seta a
intenção de ultrapassagem.
O que é como evitar uma colisão frente com frente?
• Manter distância lateral de
segurança.
O que é Como evitar
É quando 2 veículos colidem • Ultrapassar com segurança, • Jamais ultrapassar em cur-
de frente. A força do impacto somente em condições de vas, túneis, viadutos, aclives,
corresponde à soma das velo- boa visibilidade e onde for lombadas e cruzamentos.
cidades dos 2 veículos. permitido.
• Ao ser ultrapassado, facilitar
Ou seja, se ambos estiverem • Entrar nas curvas com velo- a ultrapassagem, manten-
a 80 km/hora, o impacto será cidade moderada, seguindo a do-se à direita e reduzindo a
de 160 km/hora, por isso suas trajetória do raio da curva. velocidade.
consequências são tão graves.
• Respeitar os limites de ve- • Ao ser ultrapassado, sinali-
Acontecem geralmente por locidade e demais condições zar para o outro condutor se
causa de ultrapassagens mal da via. há ou não condições para a
planejadas ou realizadas em ultrapassagem.
locais proibidos.
O que é e como evitar uma colisão misteriosa?
O que é e como evitar uma colisão no cruzamento?
O que é Como evitar
O que é Como evitar É chamada de colisão mis- • A perícia levanta hipóteses
É o tipo mais comum de co- • Reduzir a velocidade ao teriosa acidentes com causa para os motivos do acidente,
lisão. transpor o cruzamento, mes- desconhecida, envolvendo mas não é possível comprovar
mo se a preferência for sua. apenas um veículo. o que realmente causou a
Cerca de ⅓(um terço) dos aci- colisão.
dentes de trânsito acontece • Manter o pé apoiado no É sempre um acidente grave,
em cruzamentos. pedal de freio para eliminar o em geral com vítimas fatais ou
tempo de reação. gravemente feridas.

• Olhar para os dois lados, Quando o condutor sobrevive,


primeiro para a esquerda e geralmente não consegue se
depois para a direita. lembrar de como aconteceu o
acidente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
O que é e como evitar uma colisão com objetos fixos? O que é e como evitar uma colisão nas passagens de nível?

O que é Como evitar O que é Como evitar


É quando o veículo colide com Na maioria das vezes a culpa é Colisões em passagens de • Antes de transpor uma pas-
um objeto fixo, como poste de exclusiva do condutor. níveis (cruzamento com linha sagem de nível, o condutor
iluminação, canteiro central, férrea) envolvendo carro e tem o dever de sempre parar,
árvore, muro, barranco, ca- As causas mais comuns são: trem são graves, especial- olhar e escutar.
çamba, entre outros. mente para os ocupantes do
• Falta de atenção. veículo. • Jamais atravessar se os si-
nais estiverem fechados.
• Excesso de velocidade.
• Reduzir a marcha e não mu-
• Sono ou consumo de álcool. dá-la durante a transposição
da ferrovia, para não correr
O que é e como evitar um abalroamento? o risco do carro engasgar e
morrer.
O que é Como evitar
O que é e como evitar uma colisão com veículos pesados?
O abalroamento é uma colisão • Respeitar a distância lateral
leve nas laterais dos veículos. de segurança (1,5 m).
O que é Como evitar
Em geral acontece em cruza-
mentos ou devido a manobras • Realizar as conversões den- Veículos de grande porte, • Respeitar as distâncias de
inesperadas. tro da sua mão direcional. como caminhões e ônibus, segurança.
têm campo de visão e capa-
As conversões à esquerda são • Redobrar a atenção ao se cidade de realizar manobras • Em pista molhada e na chu-
a causa da maioria dos abalro- aproximar de cruzamentos. mais limitados. va, é recomendado aumentar
amentos. a distância de seguimento
Em geral, acidentes envolven- para 4 segundos.
Nos cruzamentos, as causas do veículos pesados e veículos
mais comuns são falta de visi- de pequeno porte acontecem • Ser paciente e aguardar a
bilidade ou desconhecimento por causa da impaciência oportunidade ideal para a
das preferências. do condutor em aguardar o ultrapassagem.
momento certo para a ultra-
O que é e como evitar uma colisão nas manobras de marcha passagem. • O condutor deve manter seu
ré? veículo no campo de visão do
motorista do veículo de gran-
de porte.
O que é Como evitar
A marcha a ré é uma manobra • Não realizar a manobra em O que é e como evitar uma colisão com motocicletas?
que deve ser evitada, pois o esquinas.
campo de visão do condutor é
O que é Como evitar
limitado. • Evitar sair de garagens e es-
tacionamentos de marcha ré. Condutores de motocicletas • Aumentar a distância de
Não é possível ver objetos de são mais expostos aos danos seguimento.
pequeno porte que estiverem • Realizar a manobra em velo- causados por acidentes.
atrás do veículo. cidade reduzida. • Não disputar espaço com
Lembre-se de que os veículos motociclista, dando a prefe-
É proibido andar por longos • Virar a cabeça para os dois de maior porte são respon- rência de passagem.
trechos em marcha ré. Ela lados durante a manobra. sáveis pela segurança dos
deve ser usada apenas para menores. • Antes de trocar de faixa,
pequenas manobras. • Verificar se existem crianças olhar com muita atenção,
nas proximidades do veículo. movimentando a cabeça para
compensar os pontos cegos.
• Veículos de grande porte só
devem executar a manobra
com auxílio de alguém.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O que é e como evitar uma colisão com ciclistas?

O que é Como evitar


Deve ser aplicada a regra da • Respeitar a distância lateral
responsabilidade hierárquica, de segurança (1,5 m).
ou seja, os veículos motori-
zados são responsáveis pela • Manter o ciclista sempre em
segurança dos não motoriza- seu campo de visão, evitando
dos. ou compensando os pontos
cegos.

O que é e como evitar uma colisão com pedestres?

O que é Como evitar


A colisão com pedestre é cha- • Nunca apressar o pedestre
mada de atropelamento. durante a travessia, mesmo se
o semáforo abrir a favor dos
Como determina o CTB, o veículos.
pedestre tem preferência no
trânsito e todos os veículos • Transitar em velocidade
são responsáveis pela sua compatível em locais onde há
segurança. maior circulação de pedestres,
como em escolas e cruzamen-
tos.

O que é e como evitar uma colisão com animais?

O que é Como evitar


Atropelamentos de animais Ficar atento à sinalização da
ocorrem principalmente nas rodovia e redobrar a atenção
rodovias, nas proximidades de quando houver indicação de
áreas rurais. animais na pista.

Dependendo do tamanho Não buzinar e nem ligar farol


do animal, as consequências alto.
podem ser graves e até fatais
(tanto para quem está no Se possível, passar por trás do
veículo quanto para o próprio animal.
animal).

Direção defensiva - Comportamentos Perigosos


Além de tudo que você já aprendeu para evitar acidentes, ainda existem alguns comportamentos que são causadores de situações
perigosas ao conduzir seu veículo pelas vias.
Se você conhecê-los e evitá-los, certamente estará diminuindo os riscos de se envolver em acidentes ou pôr em perigo seu veículo e
os outros usuários e animais que transitam pelas vias, mostrando que você é um condutor defensivo.

Manobra de marcha à ré
Por ser considerada manobra perigosa, você deve evitá-la sempre que possível e nunca realizá-la sem adotar medidas de segurança
numa via, por onde circulam condutores e pedestres.
Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança, resulta em
multa, sendo considerada em infração grave (Art 194 - CTB).
Ela serve apenas para pequenas distâncias e para manobras como entrada e saída de garagem, estacionamento, não sendo permitido
usá-la para locomover-se de um a outro local nas vias públicas.
Para evitar riscos jamais dê marcha à ré em esquinas, não saia de ré de garagens ou estacionamentos, pois sua visão da área estará
prejudicada. Use sempre os retornos. Fique atento.

Velocidade e Tempo de Reação


Do ponto de vista da segurança devemos estar sempre muito atentos na condução de um veículo, pois a qualquer momento pode ser
necessário tomar uma ação rápida para evitar se envolver em um acidente de trânsito.
Existem vários tipos de colisão que podem acontecer com o seu veículo, e os comportamentos perigosos dos condutores nas vias
também são bem variados, mas o fator mais comum nos acidentes é não ter conseguido desviar ou parar a tempo o seu veículo, evitando
a colisão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Como Parar
Você, condutor defensivo, deve conhecer os tipos de paradas do veículo, tempo e distância necessários para cada uma delas.
- Distância de seguimento – É aquela que você deve manter entre o seu veículo e o que vai à frente, de forma que você possa parar,
mesmo numa emergência, sem colidir com a traseira do outro. O ideal é manter a distância de aproximadamente dois segundos em rela-
ção a um ponto fixo.
- Distância de reação – É aquela que seu veículo percorre, desde o momento que você vê a situação de perigo, até o momento em que
pisa no freio. Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador até colocá-lo no freio. Varia de pessoa para pessoa,
mas no geral está entre 0,75 e 1,5 segundos.
- Distância de frenagem – É aquela que o veículo percorre depois de você pisar no freio até o momento total da parada. Você sabe
que o seu veículo não pára imediatamente, não é mesmo?
- Distância de parada – É aquela que o seu veículo percorre desde o momento em que você vê o perigo e decide parar até a parada
total do seu veículo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pedestre ou qualquer objeto na via. Ou seja, é a soma da distância
da reação com a distância da frenagem.

Você mesmo(a) pode observar o funcionamento de seu veículo, seja pelas indicações do painel, ou por uma inspeção visual simples:

• Combustível: veja se o indicado no painel é suficiente para chegar ao destino;


• Nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica: observe os respectivos reservatórios, conforme manual do proprietário;
• Nível de óleo do sistema de transmissão (câmbio): para veículos de transmissão automática, veja o nível do reservatório. Nos demais
veículos, procure vazamentos sob o veículo;
• Água do radiador: nos veículos refrigerados a água, veja o nível do reservatório de água;
• Água do sistema limpador de pára-brisa: verifique o reservatório de água;
• Palhetas do limpador de pára-brisa: troque, se estiverem ressecadas;
• Desembaçador dianteiro e traseiro (se existirem): verifique se estão funcionando corretamente;
• Funcionamento dos faróis: verifique visualmente se todos estão acendendo (luzes baixa e alta);
• Regulagem dos faróis: faça através de profissionais habilitados;
• Lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de direção, luz de freio e luz de ré: inspeção visual.

Todos os sistemas e componentes do seu veículo se desgastam com o uso. O desgaste de um componente pode prejudicar o funcio-
namento de outros e comprometer a sua segurança.
Isso pode ser evitado, observando a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes para os componentes, dentro de certas con-
dições de uso.
Para manter seu veículo em condições seguras, crie o hábito de fazer periodicamente a manutenção preventiva. Ela é fundamental
para minimizar o risco de acidentes de trânsito.
Respeite os prazos e as orientações do manual do proprietário e, sempre que necessário, use profissionais habilitados.
Uma manutenção feita em dia evita quebras, custos com consertos e, principalmente, acidentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Força centrífuga e força centrípeta
“A força centrífuga é o poder de inércia real que empurra um peso para fora do movimento curvilíneo quando o veículo estiver em
uma trajetória em curva. Esta força centrífuga aparece em todos os movimentos curvilíneos. Ao percorrer um trecho de rodovia em curva
horizontal com certa velocidade, um veículo fica sujeito à ação desta força, que atua no sentido de dentro para fora da curva, facilitando
saídas de pista e capotagens.

A força centrífuga está diretamente ligada à aceleração escalar do objeto, sendo um movimento uniformemente variado, a acele-
ração é constante. Essa força provoca variação do módulo da velocidade e atuará deslocando o veículo em uma direção retilínea. Ao
fazermos uma curva sentimos o efeito da força centrífuga, a força que nos joga para fora da curva e exige certo esforço para não deixar
o veículo sair da trajetória. Quanto mais elevada velocidade, maior será a aplicação dessa força. Ela pode chegar ao ponto de o motorista
perder o controle da trajetória do veículo, provocar sua capotagem ou atravessá-lo na pista, proporcionando uma provável colisão com
outros veículos ou atropelamento de pedestres ou ciclistas.

Já a força centrípeta será protagonista na mudança de direção do objeto. Objetos que se deslocam em movimento retilíneo uniforme
possuem velocidade modular constante. Entretanto, se há um deslocamento em arco, com o valor da velocidade constante, haverá uma
variação na direção do movimento; como a velocidade é um vetor de módulo, direção e sentido, uma alteração na direção implica em
uma mudança no vetor velocidade. A razão dessa mudança na velocidade é a aceleração centrípeta. A força centrípeta é a resultante que
puxa o corpo para o centro da trajetória em um movimento curvilíneo ou circular.
Um verdadeiro duelo de titãs é travado durante a execução de uma curva. A força centrípeta e o atrito se opõem, um tentando forçar
a saída do veículo pela tangente e o outro aplicado em mantê-lo na pista.
A velocidade máxima permitida numa curva leva em consideração aspectos geométricos da construção da via. Para manter a segu-
rança deve-se acreditar na sinalização e adotar alguns procedimentos: diminua a velocidade com antecedência usando o freio e, se ne-
cessário, reduza a marcha antes de entrar na curva e de iniciar o movimento do volante; comece a fazer a curva com movimentos suaves
e contínuos no volante, acelerando gradativamente e respeitando a velocidade máxima permitida; à medida que a curva for terminando,
retorne o volante à posição inicial, também com movimentos suaves; procure fazer a curva movimentando o menos que puder o volante,
evitando movimentos bruscos e oscilações na direção. “

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
O que é a aquaplanagem?
A aquaplanagem, também chamada de hidroplanagem, é um fenômeno que pode acontecer quando o veículo passa sobre uma su-
perfície molhada.
À medida em que percorre a via, o automóvel perde contato com o solo devido à existência de uma camada de água entre os pneus
e a pista.
Essa situação é bastante comum ao se trafegar por rodovias planas e bem pavimentadas, onde o motorista imprime alta velocidade
de deslocamento.

A aquaplanagem pode ocorrer tanto em linha reta, quanto em curvas.


Sendo que nas curvas é muito mais perigoso! Já que o veículo pode se deslocar de forma desgovernada para além do meio-fio por
conta da inércia.

O que causa
A aquaplanagem ocorre quando as bandas de rodagem dos pneus não conseguem escoar o excesso de água.
Seja por suas ranhuras e sulcos, causando a perda da aderência entre a borracha e o solo e o descontrole na direção do automóvel.
A falha no escoamento acontece principalmente porque a profundidade dos sulcos já está bastante rasa, consequência de um pneu
desgastado ou ao final de sua vida útil.
Importante dizer também que, quanto mais largos os pneus são, maior a probabilidade de o fenômeno vir a ocorrer.
Isso significa que se eles estiverem com pouca pressão (baixa calibração), haverá mais chances de se “surfar” sobre a superfície mo-
lhada da estrada.

Como evitar
Em piso molhado, a distância percorrida depois de acionada a frenagem do veículo aumenta consideravelmente.
Desse modo, a melhor forma de se evitar a aquaplanagem é reduzir a velocidade.
A aceleração deve ser diminuída a até metade daquela permitida ou indicada para a via nas áreas em que estiver passando por grande
acúmulo de água.
Prefira colocar em seu veículo um conjunto de pneus que tenham uma escultura assimétrica na banda de rodagem.

Banda de Rodagem
Os desenhos favorecem a evacuação da água, diminuindo os riscos de perda de aderência em superfícies molhadas.
Confira se os traçados e sulcos estão com pouca profundidade, pois nesse caso os componentes terão sua capacidade de drenagem
de água diminuída.
Também preste atenção na calibragem de seus pneus e nunca os deixe abaixo de 30% do recomendado pelo fabricante.

O que fazer
No caso de você passar sobre uma poça d’água ou superfície molhada e sentir seu veículo perder o atrito com o piso, não acione
totalmente o freio, pare de acelerar e segure a direção com força; tente manter o controle sobre o carro até que ele retorne ao equilíbrio.
É difícil ter calma nessa situação, mas é o que deve ser feito para evitar danos maiores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Importante dizer que a aquaplanagem não ocorre exclusiva- Em suma todos os questionamentos acerca dos problemas am-
mente com a presença de água pouco profunda nas vias, podendo bientais devem ser encarados de forma coletiva, pois não é só o
acontecer também com lama ou óleo na estrada. poder governamental que deve ter compromisso, mas sim todos os
cidadãos podem participar cada um fazendo sua parte.

MEIO AMBIENTE E TRÂNSITO Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/cons-


ciencia-ecologica.htm

MEIO AMBIENTE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE


A atual sociedade de consumo vem alterando de forma cada Cuidar do meio ambiente em que vivemos é uma questão
vez mais perigosa a biosfera. No capitalismo a função da natureza de sobrevivência e responsabilidade de todos. Nesse contexto se
é exclusivamente de promover recursos, mas em contrapartida as conscientizar da necessidade da mudança de comportamento para
consequências são extremamente negativas. a preservação do meio ambiente e suas relações no trânsito é pre-
Do ponto de vista ambiental o mundo passa por uma série de ciso objetivando, com isso, um bom convívio social entre as pes-
modificações, devido a esse processo percebemos o fim do petró- soas, condutores e demais participantes do sistema rodoviário.
leo, escassez de água e aquecimento global, tudo isso fruto da so- Grande parte da população está preocupada com o que po-
ciedade industrial consumista. derá acontecer com o nosso planeta. Os meios de comunicação
O homem esquece que quando promove a destruição da natu- não param de noticiar sobre o aquecimento global. Sabemos que
reza ele está se autodestruindo pois esse é parte integrante da na- o aquecimento global, como o próprio nome já diz, é a elevação
tureza, esquece também que os elementos da natureza (hidrosfe- da temperatura do planeta e não de uma pequena parte deste, e
ra, atmosfera, litosfera, animais, plantas entre outros) possui uma que tem como consequências desastrosas situações que estamos
relação de interdependência. presenciando em várias partes da terra como: furacões, secas, ex-
A Hipótese Gaia, do grego “mãe Terra”, divindade que também tinção de animais e vegetais, derretimento dos polos.
recebia o nome de Gea, é uma nova visão de mundo, diz que a na- Como vimos, são problemas que o homem não tem condi-
tureza poderá impor limitações à existência da vida humana no pla- ções de enfrentar ou controlar se não tomar atitudes enérgicas.
neta. Algumas das limitações podem ser percebidas, como o aque- Pelo contrário, o que observamos e que há muitos anos o homem
cimento global, ou efeito estufa, fenômeno que se caracteriza pelo destrói o planeta desmatando, matando e poluindo. O homem é
aumento da temperatura média do planeta, provocando aumento ganancio- so e para alcançar seus objetivos não pensa no amanhã.
dos níveis das águas oceânicas, além de mudanças climáticas com Acredita-se que o aumento da quantidade de gás carbônico,
efeitos imprevisíveis. metano, lançados na atmosfera provoca uma elevação da tempera-
Com base nestes problemas alguns grupos começaram a se tura. A emissão desses gases fruto do desmatamento e da queima
preocupar, dando início a vários movimentos ambientalistas e o de combustíveis formam uma barreira impedindo que o calor se
despertar da consciência ecológica, é lógico que isso não ocorre de propague aumentando a temperatura da terra.
forma homogênea nos governos das maiores potências, pois vários Os maiores responsáveis pela emissão desses gases são os Es-
acordos são gerados, muitos não são cumpridos para não compro- tados Unidos (que lideram a lista com cerca de 36% do total mun-
meter a prosperidade econômica. dial), a União Europeia, China, Rússia, Japão e Índia.
Hoje existem muitos movimentos ambientalistas, em sua gran- O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáti-
de maioria se tratam de ONG´s (Organizações não Governamen- cas ou Intergovernamental Panel on Climate Change) criado pela
tais), que lutam para preservar a natureza, dentre muitas podemos ONU, ganhou destaque por causa dos seus esperados relatórios a
citar o Greenpeace, grupo de defesa ecológica, SOS MATA ATLÂN- respeito das causas desse imenso problema e também por apontar
TICA e o Fundo Mundial para a Natureza, os movimentos em defesa alguns caminhos para reverter a situação.
surgiram principalmente a partir da década de 1960 e 1970. O Brasil já contribui para mudar esse triste quadro, aqui já exis-
Qual caminho seguir na preservação ambiental num mundo te o desenvolvimento de matrizes energéticas de origens vege- tais
moderno em que não há maneiras de retroceder em condição de (etanol, biodiesel).
vida? Paralelamente, a Lei de Crimes Ambientais, como ficou co-
Primeiro é preciso um despertar da sociedade, que é o agente nhecida a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, entrou em vigor
das questões ambientais, tanto positivas quanto negativas. após sua regulamentação através do Decreto n º 3.179, de 21 de
Atualmente existem várias correntes de pensamentos de pre- setembro de 1999, do Ministério do Meio Ambiente, tendo à frente
servação, o conservacionismo (consiste no pensamento de que a da pasta o Exmo. Sr. Ministro José Sarney Filho.
prioridade é a natureza com uma preocupação de conservação A referida regulamentação passou a ser uma ferramenta fun-
para as demais gerações), desenvolvimentismo ecológico (consiste damental para a proibição de práticas nocivas ao meio ambiente.
no pensamento de que o mundo pode continuar crescendo econo- As multas aplicadas variam de 50 reais a 50 milhões de reais e es-
micamente de forma sustentável) e ecocapitalismo (corresponde tão graduadas de acordo com a gravidade do dano ambiental, com
ao pensamento capitalista de obter vantagens com as questões os antecedentes do infrator e com a sua situação econômica. Veri-
ambientais). ficada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos,
Em busca de soluções para os problemas ambientais são reali- lavrando-se os respectivos autos.
zados, ocasionalmente, conferências, congressos, acordos para dis-
cutir as possíveis maneiras de solucionar ou pelo menos amenizar,
alguns dos principais eventos mundiais estão o Rio 92, Protocolo
de Quioto, Rio +10 e outras, além de outras discussões no campo
acadêmico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Quando da apreensão de animais os mesmos serão libertados Além disso, a procura de minerais preciosos resulta na poluição
em seu habitat ou entregues a jardins zoológicos ou entidades as- das águas correntes, que por sua vez, recebem resíduos sem tra-
semelhadas, desde que fiquem sob responsabilidade de técnicos tamento das indústrias que acabam poluindo o mar e o ar através
habilitados. Quantos aos instrumentos utilizados na prática da in- de suas chaminés sem filtros com a liberação de fumaça, também,
fração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio provocada pelas queimadas.
de reciclagem. Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, se- Sabemos que os seres vivos dependem de vários fatores físico-
rão estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, -químicos do ambiente e para que possam pensar viver de forma
penais e outras com fins beneficentes. Os produtos e subprodutos saudável, aproveitando aquilo que a natureza lhe oferece, é preciso
da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições uma mudança radical no seu comportamento, o que só poderá se
científicas, culturais ou educacionais. concretizar através de uma conscientização plena sobre a preserva-
ção da “mãe natureza”.
O código de trânsito e o meio ambiente
O Código de Trânsito Brasileiro, define as responsabilidades O cidadão e o meio ambiente
e competências em relação à proteção do Meio Ambiente. Como De acordo com a Constituição Federal, art. 225 -”Todos têm
regra geral, o dever dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito de direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
priorizar ações em defesa da vida, incluída a preservação da saúde comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
do meio ambiente. A fiscalização do nível de emissão de poluentes ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
e ruídos é da competência dos órgãos executivos do Sistema Nacio- -lo para as presentes e futuras gerações”.
nal de Trânsito.
Em relação à autuação do condutor e à proteção do Meio Am- Ambiente
biente, o Código de Trânsito Brasileiro prevê: É o conjunto formado por todos os seres vivos que nele vi- vem
- Infração leve: mais os fatores físico-químicos (água, luz, solo, ar etc), ali existen-
- usar buzina: tes.
- em situação que não a de simples toque breve como adver- Os seres vivos, dentro dos quais o homem se destaca pela sua
tência ao pedestre ou a condutores de outros veículos; inteligência, dependem de vários desses fatores para sua sobrevi-
- prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; vência, como podemos ver a seguir:
- entre as vinte e duas às seis horas; -para que possam ter alimentação sadia, é necessário que o
- em locais e horários proibidos pela sinalização; solo apresente condições excelentes para o plantio.;
- em desacordo com os padrões e as frequências estabeleci- -somos dependentes da qualidade da água que bebemos -
das pelo CONTRAN água potável;
Infrações médias: -necessitamos do ar que respiramos e este não pode ter polui-
- usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veícu- ção que pode provocar doenças.
los, água ou detritos;
- atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substância; Poluição
- usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que Contaminação e consequentemente degradação do meio natu-
produza sons e ruídos que perturbem o sossego público, em desa- ral causados por agentes químicos, detritos domésticos, industriais
cordo com as normas fixadas pelo CONTRAN. etc. Pode ser, também conceituada como degradação do meio am-
biente por um ou mais fatores prejudiciais à saúde, ao equilíbrio
Infração grave: emocional, etc.
- usar no veículo equipamento com som em volume ou fre- qu-
ência que não sejam autorizados pelo CONTRAN; Riscos para a saúde
Poluição do ar: Comparando o ar que circula em matas, praias
Infração gravíssima: e parques com o dos grandes centros urbanos, percebemos com fa-
- transitar com o veículo; cilidade uma grande diferença. Enquanto o ar dos grandes centros
- danificando a via, suas instalações e equipamentos; é impregnado de gases tóxicos, principalmente o monóxido de car-
- derramando, lançando ou arrastando sobre a via: bono expelido pelos veículos automotores, e de fuligem que saem
- carga que esteja transportando; das chaminés de fábricas, o ar nos parques e em algumas praias ge-
- combustível ou lubrificante que esteja utilizando; ralmente não são poluídos. Muitos problemas são causa- dos à saú-
- qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente; de do homem através da poluição do ar, como exemplos podemos
- produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores citar: dor de cabeça, tontura, náusea, vômito, irritação dos olhos.
aos fixados pelo CONTRAN; Poluição da água: Além da poluição por substâncias tóxicas, as
- com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limi- tes águas dos rios, lagos e mares é frequentemente contaminada por
estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização. bactérias, vermes, protozoários, ovos e larvas de seres vivos causa-
Respeite a Natureza dores de doenças. Em geral, toda essa contaminação é causada pe-
O mundo moderno está fazendo com que os habitantes do nos- los esgotos das cidades. Doenças relacionadas com a contaminação
so planeta paguem por um preço muito alto pela sua sobrevivência, das águas: disenteria, cólera, esquistossomose, malária, dengue, e
justamente pela ambição de ganho do homem, que através do ex- febre amarela.
trativismo vegetal à procura de madeiras nobres, vem praticando o
desmatamento de forma indiscriminada, trazendo como prejuízo,
entre outros, a morte de animais e das nascentes de muitos rios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Poluição do solo: Sabemos que o solo é muito importante para -destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vege-
a nossa vida. Todavia, ele vem sendo continuamente agredido pe- tação fixadora de dunas protetora de mangues, objeto de especial
las pessoas, de várias maneiras: uso inadequado de agrotóxico, preservação;
de posição de lixo domésticos e de resíduos industriais em locais -comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas de-
impróprios, lançamento de esgoto em valas descobertas. Doenças mais formas de vegetação, sem licença da autoridade competente;
transmitidas pelo solo contaminado: ascaridíase (causada pelo ver- causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que re sul-
me lombriga); teníase (causada pela tênia - conhecida como solitá- tem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provo-
ria); oxiuríase (causada pelo verme oxiúro). quem a mortandade de animais ou a destruição;;
executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem
Crimes contra o meio ambiente a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em
São considerados crimes contra a fauna: desacordo com a obtida;
-matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna -produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercia-
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, lizar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito
licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacor- ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde
do com a obtida; humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências
-exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos.
em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental;
-introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico ofi- Faça a sua parte, jogue o lixo no lixo.
cial favorável e licença expedida pela autoridade competente;
-praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos; NOÇÕES BÁSICAS DE MECÂNICA AUTOMOTIVA E REPA-
-provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de mate- ROS DE URGÊNCIA NO VEÍCULO. REVISÃO, MANUTEN-
riais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em ÇÃO PREVENTIVA, VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE
rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras.; FUNCIONAMENTO E LIMPEZA DO VEÍCULO
-pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares
interditados por órgão competente;
-pescar mediante utilização de: MECÂNICA BÁSICA
I - explosivos ou substancias que, em contato com a água, pro- Para a perfeita condução de um veículo, é necessário conhe-
duzam efeito semelhante; cermos um pouco dos sistemas que o compõe.
II- substâncias tóxicas, ou um outro meio proibido pela autori- Ter noções básicas de mecânica é muito importante. Segundo
dade competente; o Código de Trânsito Brasileiro os veículos deverão ser conduzidos
em perfeitas condições de conservação, isto é, não comprometen-
São considerados crimes contra a flora: do a segurança ou sendo reprovado na avaliação de inspeção de
-destruir ou danificar floresta considerada de preservação per- segurança e de emissão de poluentes e ruídos.
manente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência O Código de Trânsito Brasileiro define em seus artigos várias
das normas de proteção; infrações e penalidades que estão diretamente ligadas com a mecâ-
-cortar árvores em floresta considerada de preservação per- nica básica dos veículos automotores, nas quais condutores e pro-
manente, sem permissão da autoridade competente; prietários estão sujeitos, como por exemplo:
-causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e Suspensão: Com sua altura alterada
as áreas de que trata o art. 27 do Decreto n º 99.274, de 6 de junho Pneus: Que não oferecem condições mínimas de segurança
de 1990, independentemente de sua localização; Iluminação: Com equipamentos do sistema de iluminação e de
-provocar incêndio em mata ou floresta; sinalização alterados ou defeituosos.
-fabricar, vender, transformar ou soltar balões que possam Escapamento: Com descarga livre ou silenciador de motor de
provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em explosão defeituoso.
áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano. Freios/ Buzina/ Limpador de Para-brisa/ Lanternas: São equipa-
-extrair de florestas de domínio público ou considerados de mentos obrigatórios que deverão estar eficientemente e operante.
preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal
ou qualquer espécie de minerais; MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA
-cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classifi- O motor de combustão interna é uma máquina termodinâmica
cada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou na qual a mistura ar-combustível é inflamada e queimada.
para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo O calor liberado pela queima aumenta a pressão dos gases pre-
com as determinações legais; viamente comprimidos.
-receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, ma Esta pressão gerada pela queima forma o trabalho mecânico
deira, lenha, carvão ou outros produtos de origem vegetal, sem exi- no motor através do movimento retilíneo do pistão, transforman-
gir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade do-o em movimento rotativo pelo virabrequim (eixo do motor).
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o pro- Após cada tempo de trabalho, os gases queimados são expeli-
duto até final beneficiamento. dos e é admitida mistura nova de ar-combustível.
impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e de- Sendo a finalidade de um motor de combustão interna, pro-
mais formas de vegetação; duzir movimentos de rotação, por meio de explosões alternadas,
-destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou dentro de cilindros fechados, as suas partes fundamentais são:
meio plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em pro- Válvula de admissão: a válvula de admissão tem a função de
priedade privada alheia; deixar entrar a mistura ar-combustível.
Válvula de escape: a válvula de escape tem a função de contro-
lar a saída dos gases resultantes da explosão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Cabeçote: No cabeçote, estão as câmaras de combustão que com seus dispositivos, permitem a admissão, a compressão e a queima
da mistura que causa as explosões alternadas que movimentam os pistões, e ainda, a expulsão dos gases resultantes da queima.
Bloco do motor: o bloco é a estrutura principal do motor, pois, além de alojar os cilindros, onde os pistões se movimentam, serve de
apoio para a fixação e o movimento de rotação do virabrequim (eixo do motor), e ainda, para a fixação do cabeçote.
Conjunto móvel: o conjunto móvel transforma os movimentos retilíneos, de vaivém dos pistões, que se prendem ao virabrequim (eixo
do motor), em movimento de rotação que, transmite as rodas do veículo, causando o deslocamento do mesmo.

Funcionamento do motor
O motor é a fonte de energia do automóvel. Converte a energia calorífica produzida pela combustão da gasolina em energia mecâni-
ca, capaz de imprimir movimento nas rodas. O carburante, normalmente constituído por uma mistura de gasolina e ar (a mistura gasosa),
é queimado no interior dos cilindros do motor.
A mistura gasosa é formada no carburador ou calculada pela injeção eletrônica, nos motores mais modernos, e admitida nas câmaras
de explosão.
Os pistões, que se deslocam dentro dos cilindros, comprimem a mistura que é depois inflamada por uma vela de ignição. À me- dida
que a mistura se inflama, expande-se, empurrando o pistão para baixo.
O movimento dos pistões para cima e para baixo é convertido em movimento rotativo pelo virabrequim ou eixo de manivelas o qual,
por seu turno, o transmite às rodas através da embreagem, da caixa de câmbio, do eixo de transmissão e do diferencial. Os pistões estão
ligados ao virabrequim pelas bielas. Uma árvore de cames, também conhecida por árvore de comando de válvulas, movida pelo virabre-
quim, aciona as válvulas de admissão e escapamento situadas geralmente na parte superior de cada cilindro.

A energia inicial necessária para por o motor em movimento é fornecida pelo motor de arranque. Este engrena numa cremalheira que
envolve o volante do motor, constituído por um disco pesado, fixado à extremidade do virabrequim ou árvore de manivelas. O volante do
motor amortece os impulsos bruscos dos pistões e origina uma rotação relativamente suave ao virabrequim.
Devido ao calor gerado por um motor de combustão interna, as peças metálicas que estão em contínuo atrito engripariam se não
houvesse um sistema de arrefecimento.
Para evitar desgastes e aquecimento excessivos, o motor inclui um sistema de lubrificação. O óleo, armazenado no cárter sob o bloco
do motor, é obrigado a circular sob pressão através de todas as peças do motor que necessitam de lubrificação.

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Sistema de Alimentação
Por meio de pressão causada por uma bomba, este sistema transporta o combustível do tanque até à cuba do carburador, atra- vés
de condutores apropriados, de onde é entregue ao motor, em forma de mistura dosada.
Carburador: dispositivo que regula a mistura ar-combustível na dose certa para o motor. A regulagem é feita manualmente ajustando
a válvula chamada agulha. Atualmente nos veículos mais modernos, o carburador foi substituído pela injeção eletrônica.
Injeção Eletrônica: a dosagem do combustível com o ar pelo sistema eletrônico dispensa a regulagem manual porque o ma- peamento
programação na central eletrônica comanda a mistura ar-combustível em quantidade ideais, garantindo assim menor po- luição, maior
economia, melhor rendimento, partidas mais rápidas, melhor aproveitamento do combustível e não utiliza o afogador. Alguns veículos
possuem a indicação SPI ou SFI que é a indicação de que o mesmo possui um único bico injetor que alimenta todos os cilindros e outros
possuem a indicação MPFI que é a indicação que para cada cilindro possui o seu próprio bico injetor.

Combustível (álcool, gasolina, diesel e GNV).

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Álcool
O etanol (CH3 CH2OH), também chamado álcool etílico e, na linguagem popular, simplesmente álcool, é uma substância obtida da
fermentação de açúcares, encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, bem como na indústria de perfumaria. No Brasil, tal
substância é também muito utilizada como combustível de motores de explosão, constituindo assim um mercado em ascensão para um
combustível obtido de maneira renovável e o estabelecimento de uma indústria de química de base, sustentada na utilização de biomassa
de origem agrícola e renovável.

O etanol é o mais comum dos álcoois. Os álcoois são compostos que têm grupos hidroxilo ligados a átomos de carbono sp3. Podem
ser vistos como derivados orgânicos da água em que um dos hidrogênios foi substituído por um grupo orgânico.

As técnicas de produção do álcool, na Antiguidade apenas restritas à fermentação natural ou espontânea de alguns produtos vege-
tais, como açúcares, começaram a se expandir a partir da descoberta da destilação – procedimento que se deve aos árabes. Mais tarde,
já no século XIX, fenómenos como a industrialização expandem ainda mais este mercado, que alcança um protagonismo definitivo, ao
mesmo ritmo em que se vai desenvolvendo a sociedade de consumo no século XX. O seu uso é vasto: em bebidas alcoólicas, na indústria
farmacêutica, como solvente químico, como combustível ou ainda com antídoto.

O álcool combustível (Etanol) é um biocombustível produzido, geralmente, a partir da cana-de-açúcar, mandioca, milho ou beterraba.
O Etanol (álcool etílico) é limpo, sem cor e tem um odor agradável, diluído em água apresenta um sabor doce, mas na forma concen-
trada é um poderoso combustível.
O etanol combustível é composto, aqui no Brasil, de 96% de etanol e 4% de água, e aparece na nossa gasolina, como substituto do
chumbo, com 22%, formando o chamado gasool.

Aplicação
Ele é utilizado desde o início da indústria automotiva, servindo de combustível para motores a explosão do tipo ciclo Otto. Porém,
com a utilização de combustíveis fósseis, no começo do século XX, mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente
ignorada.

Vantagens do uso do álcool combustível


Menor dependência de combustíveis fósseis importados, e da variação de preço dos mesmos.
Menor emissão de poluentes, já que grande parte dos poluentes resultantes da queima do combustível no motor são re-absorvidos
no ciclo de crescimento da cana de açúcar, e os resíduos das usinas são totalmente reaproveitados na lavoura e na indústria. Produz me-
nor volume de gases poluentes em comparação com a gasolina
Maior geração de empregos, sobretudo no campo, diminuindo a evasão rural e o “inchamento” das grandes cidades.
Os subprodutos da cana são utilizados no próprio ciclo produtor de álcool, como fonte de energia elétrica obtida pela queima do
bagaço, e como fertilizante da terra utilizada no plantio, através do chamado vinhoto, tornando uma usina de álcool auto-dependente.
Fonte de geração de divisas internacionais, sobretudo em tempos de escassez de petróleo e consciência ecológica.
Em média, custa quase 50% menos que a gasolina;
Suporta taxas de compressão elevadas, o que implica em mais potência e torque para o motor;
Como não tem poder de solvente, prejudica menos a película de óleo lubrificante no interior dos cilindros

Desvantagens do uso do álcool combustível


O preço e disponibilidade do álcool variam de acordo com o interesse dos usineiros, pois eles decidem se vão produzir álcool ou açú-
car de acordo com o preço internacional de cada produto.
Más condições de trabalho aos chamados cortadores de cana, especialmente quando são terceirizados e contratados através dos
chamados “gatos”.
As queimadas provocadas na pré-colheita da cana, que por força de lei e pela maior eficiência da colheita mecanizada sem queima
serão em breve eliminadas, agravam o desconforto e problemas respiratórios que ocorrem durante o inverno seco da região centro-sul
do Brasil, especialmente nas cidades próximas às grandes usinas;
Exige ficar atento ao nível do reservatório de partida a frio;
Tem maior poder corrosivo que a gasolina;
Pelo menor poder calorífico que a gasolina, gera um consumo maior.

Gasolina
A gasolina básica (sem oxigenados) possui uma composição complexa. A sua formulação pode demandar a utilização de diversas
correntes nobres oriundas do processamento do petróleo como:
- nafta leve (produto obtido a partir da destilação direta do petróleo);
- nafta craqueada que é obtida a partir da quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos);
- nafta reformada (obtida de um processo que aumenta a quantidade de substâncias aromáticas), o fósforo é utilizado para que haja
a queima de hidrocarbonatos mais leves que o próprio valor quantitativo químico dos elementos da gasolina expresso na formula gasoli
+ queima² = CH4+ QUEIMA PADRONIZADA;
- nafta alquilada (de um processo que produz iso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc.

Quanto maior a octanagem (número de moléculas com octanos) da gasolina maior será a sua resistência à detonação espontânea.

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Constituintes Processo de Obtenção Faixa de ebulição(°C) Índice de Octano Motor (Clear)


destilação e processos de
Butano - 101
transformação
destilação, processos de
Isopentano 27 75
transformação, isomerização
Alcoilada alcoilação 40 150 90 100
Nafta leve de destilação destilação 30 120 50 65
Nafta pesada de destilação destilação 90 220 40 50
Hidrocraqueada hidrocraqueamento 40 220 80 85
Craqueadacataliticamente craqueamento catalítico 40 220 78 80
Polímera polimerização de olefinas 60 220 80 100
Craqueada termicamente coqueamento retardo 30 150 70 76
Reformada reforma catalítica 40 220 80 85

A tabela acima mostra os principais constituintes da gasolina, como de suas propriedades e processos de obtenção.

Aplicações:
Existem 4 tipos de gasolina automotiva comercializadas no Brasil: Comum, Aditivada, Premium e Podium.

Gasolina Comum
- é a gasolina mais simples;
- não recebe nenhum tipo de aditivo ou corante;
- recebe, por força de lei federal, a adição de 20% de álcool anidro;
- possui coloração amarelada.

Aplicação: Pode ser utilizada em qualquer veículo movido à gasolina.

Gasolina Aditivada
- possui as mesmas características da gasolina comum, diferindo apenas pela presença de aditivos detergentes/ dispersantes que têm
a função de limpar e manter limpo todo o sistema de alimentação de combustível (tanque, bomba de combustível, tubulações, carbura-
dor, bicos injetores e válvulas do motor).
- Recebe, por força de lei federal, a adição de 20% de álcool anidro;
- recebe um corante que a deixa com a cor esverdeada para diferenciá-la da gasolina comum;

Aplicação: Pode ser utilizada em qualquer veículo movido à gasolina, sendo especialmente recomendada para veículos com motores
mais compactos, que trabalham a rotações e temperaturas mais elevadas e dispõem de sistemas de injeção eletrônica, entre outros.

Gasolina Premium
- gasolina com 91 octanas (IAD índice antidetonante), que proporciona um maior desempenho dos motores, quando comparada às
ga- solinas comum e aditivada;
- recebe os mesmos aditivos da Gasolina BR Supra;
- recebe, por força de lei federal, a adição de 20% de álcool anidro;
- possui coloração amarelada;

Aplicação: Pode ser utilizada em qualquer veículo movido à gasolina, mas recomendada para veículos com motores equipados com
sistema de injeção eletrônica, sensor de detonação e alta taxa de compressão (maior que 10:1).

Gasolina Podium
é a melhor gasolina do mercado. Possui uma octanagem superior às demais gasolinas encontradas no País, que proporciona um maior
desempenho dos motores (índice Antidetonante = 95);
- baixa formação de depósitos;
- Isenta de benzeno e menor teor de enxofre (30 ppm), permitindo uma redução das emissões de poluentes no meio ambiente;
- recebe os mesmos aditivos da Gasolina BR Supra;
- recebe, por força de lei federal, a adição de 20% de álcoolanidro;
- é alaranjada devido à adição de corante laranja ao AEAC.

Aplicação: Pode ser utilizada em qualquer veículo movido à gasolina, mas a eficácia do desempenho é melhor percebida em veículos
com motores equipados com sistema de injeção eletrônica, sensor de detonação e alta taxa de compressão (maior que 10:1).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Vantagens do uso de Gasolina É um produto inflamável, medianamente tóxico, volátil, límpi-
Quando a gasolina é o combustível utilizado na combustão do do, isento de material em suspensão e com odor forte e caracterís-
motor, o arranque e desenvolvimento do carro é mais eficiente que tico. Recebeu este nome em homenagem ao seu criador, o enge-
um motor a Diesel; nheiro alemão Rudolf Diesel.
A utilização de gasolina com aditivos ajuda a limpar e manter
limpos os sistemas de injeção. O que significa que com o sistema de Recentemente, o diesel de petróleo vem sendo substituído
injeção limpo o desgaste das peças diminui protegendo o motor; pelo biodiesel, que é uma fonte de energia renovável.
A gasolina com maior octanagem, queima de forma mais efi-
ciente no motor, resultando em alguns cavalos a mais de potência Aplicação
em alguns veículos. Este combustível é o resultado de um processo O gasóleo é o combustível utilizado em motores de combustão
mais apurado no refino do petróleo, em que são eliminadas impu- interna ( inflamação do combustível se faz pela compressão do ar
rezas naturais que podem prejudicar a combustão. dentro da câmara de combustão) e ignição por compressão (moto-
É encontrada facilmente nos postos de abastecimento; res do ciclo diesel) e é utilizado nas mais diversas aplicações, tais
Garante bom rendimento do motor mesmo nos dias frios, des- como: automóveis, caminhões, pequenas embarcações marítimas,
de os primeiros instantes após a partida; máquinas de grande porte e aplicações estacionárias (geradores
Pelo maior poder calorífico que os outros dois combustíveis, eléctricos, por exemplo). Os componentes do gasóleo são selecio-
torna os motores mais econômicos nados de acordo com as características de ignição e de escoamento
adequadas ao funcionamento dos motores diesel.
Desvantagens do uso de Gasolina Em função dos tipos de aplicações, o óleo diesel apresenta
A principal desvantagem do uso deste tipo de combustível é o características e cuidados diferenciados para conservar sempre o
seu preço. Em Portugal qualquer tipo de gasolina é mais cara que mesmo ponto de fulgor e não fugir dos padrões de ignição preesta-
Diesel e o GPL. belecidos por essa tecnologia. Porém, em alguns países, essa regra
Em comparação com o álcool e o GNV, é o combustível que vem sendo descumprida e já é costume os governos permitirem a
gera maior emissão de poluentes. Polui o ar com as emissões de mistura de outras substâncias ao óleo diesel.
Co2
Fonte esgotável; depende do petróleo;
Dissolve parte da película lubrificante de óleo do interior Vantagens do uso do Gasóleo (Diesel)
- dos cilindros; Combustível mais económico que a gasolina
Pela alta taxa de enxofre, facilita a formação de ácido sulfúrico Garante elevados níveis de performance
dentro do motor, o que provoca desgastes das peças internas.
Desvantagens do uso do Gasóleo (Diesel)
Diesel Os carros a Diesel não desenvolvem tão bem, como os a gaso-
Em um processo para a obtenção de um combustível diesel, no lina, no arranque.
qual é obtido um óleo médio do carvão como produto prévio para o Com temperaturas muito baixas, o gasóleo pode congelar no
tratamento posterior em uma etapa de refinação ou hidrocraquea- depósito.
mentosob obtenção de combustível Diesel, por meio de: Polui o ar com as emissões de Co2
- liquefação hidrogenante do carvão na presença de óleo de Fonte esgotável, depende do petróleo.
preparo oriundo de processo (óleo de mistura inicial), gás de circu-
lação contendo hidrogênio e catalisador finamente particularizado Tipos de Diesel
(fase de fundo). O óleo diesel pode ser classificado de acordo com sua aplica-
- separação de materiais sólidos não liquefeitos, de fase de fun- ção, nos seguintes tipos:
do, em um separador a calor a temperaturas e pressões semelhan- Tipo “Interior” (máximo 0,2% de enxofre)
tes ao do reator de liquefação, Tipo “Metropolitano” (máximo de 0,05% de enxofre)
Extra Diesel Aditivado
Condensação do produto de cabeça em forma de vapor, do se- De referência (também chamado diesel padrão)
parador a calor, em um separador intermediário e um separador a
frio sob recuperação simultânea do gás de circulação, é aumentada O óleo diesel Tipo “Metropolitano” é utilizado nas regiões com
aparte de óleo médio e especialmente a parte do óleo médio que as maiores frotas em circulação e condições climáticas adversas à
poderá ser aproveitada como combustível Diesel, a um mesmo ren- dispersão dos gases resultantes da combustão do óleo diesel, ne-
dimento total do carvão. cessitando de maior controle das emissões.
O condensado é encaminhado, do separador intermediário e Para as demais regiões do país é utilizado o óleo diesel Tipo
do separador a frio, a uma coluna de destilação que opera sob pres- “Interior”. A partir de 2005 nas grandes metrópoles brasileiras, o
são atmosférica, e alí decomposto em quatro etapas de ebulição: Diesel “Metropolitano” passou a ser comercializado adequando-se
às tendências internacionais de redução da emissão de enxofre na
Corte I de ebulição abaixo de 180ºC, Corte II de ebulição entre atmosfera. Esse Diesel tem no máximo 0,05% de enxofre.
180 e 250ºC, Corte III de ebulição entre 250 e 350ºC e Corte IV de O Extra Diesel Aditivado é um óleo diesel que contém um pa-
ebulição acima de 350ºC. cote multifuncional de aditivos com objetivo de manter limpo o
sistema de alimentação de combustível, reduzir o desgaste dos bi-
Os Cortes II e IV são usados como óleo de preparo, o Corte cos injetores, reduzir a formação de sedimentos e depósitos, pro-
I como óleo leve de carvão a ser processado posteriormente, e o porcionar melhor separação da água eventualmente presente no
Corte II como produto prévio para o tratamento posterior subse- diesel e conferir maior proteção anticorrosiva a todo o sistema de
quente, sob obtenção de combustível Diesel alimentação. Além disto, possui um aditivo antiespumante, para
acelerar o enchimento dos tanques dos veículos, evitando assim
eventuais transbordamentos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
A utilização continuada do Extra Diesel Aditivado garante uma A obtenção do gás natural é mais fácil e mais rápida do que o
pulverização mais eficaz do combustível na câmara de combustão, diesel e a gasolina, sem necessidade de passar por qualquer refi-
permitindo uma mistura mais homogênea do combustível com o no, ao contrário do diesel e da gasolina, obtidos da destilação do
ar, melhorando o rendimento do motor, evitando o desperdício petróleo.
de óleo diesel e reduzindo as emissões de gases à atmosfera, con- Seu transporte, seja por gasoduto ou metaneiro, é discreto lim-
tribuindo para uma melhor qualidade do ar. A utilização do Extra po e seguro, os gasodutos são subterrâneos, não interferindo na
Diesel Aditivado traz, como consequência, a redução da frequência paisagem ou nas culturas.
de manutenção dos componentes do sistema de alimentação e o Os terminais de recepção de gás liquefeito, geralmente loca-
aumento da vida útil do motor. lizados em zonas portuárias ou industriais, longe das populações,
O chamado óleo Diesel de Referência é produzido especial- não geram fumaça, barulho, ou tráfego rodoviário.
mente para as companhias montadoras de veículos a diesel, que O gás natural oferece uma resposta às preocupações do mun-
o utilizam como padrão para a homologação, ensaios de consumo, do moderno relativos a proteção da natureza e à melhora da quali-
desempenho e teste de emissão. dade de vida nos centros urbanos.
GNV Em média, custa menos da metade do preço da gasolina. Pode
Gás natural veicular (GNV) é um combustível disponibilizado ser usado perfeitamente em motores bi combustível, principalmen-
na forma gasosa, a cada dia mais utilizado em automóveis como te os que funcionam com álcool e GNV, pelas taxas de compressão
alternativa à gasolina e ao álcool. compatíveis.
O GNV diferencia-se do gás liquefeito de petróleo (GLP) por ser Gera o menor volume de gases poluentes ao meio ambiente se
constituído por hidrocarbonetos na faixa do metano e do etano, en- comparado à gasolina e ao álcool.
quanto o GLP é possui em sua formação hidrocarbonetos na faixa Um processo rápido e fácil pra converter um carro para uti-
do propano e do butano. lizar gás natural (consiste na instalação do sistema de gás e do(s)
A obtenção do gás natural é mais fácil e mais rápida do que o cilindro(s) de armazenagem, sem precisar remover qualquer equi-
diesel e a gasolina, sem necessidade de passar por qualquer refi- pamento original do veículo.);
no, ao contrário do diesel e da gasolina, obtidos da destilação do A queima do gás natural não produz depósitos de carbono nas
petróleo. partes internas do motor, o que aumenta intervalo de troca de
O gás natural pode ser obtido diretamente na natureza junta- óleo, e também não provoca a formação de compostos de enxofre,
mente com o petróleo, como subproduto do processo de refino ou diminuindo a corrosão do escapamento do veículo.
ainda de biodigestores, num processo de decomposição de mate- A queima do gás natural, comparada aos outros combustíveis,
rial orgânico. é muito mais completa, diminuindo consideravelmente a emissão
O gás natural, após sua extração, é enviado por gasodutos a de poluentes responsáveis pelo efeito estufa, como o monóxido de
Unidades de Processamento de Gás Natural, (UPGN) para retirada carbono (CO).
de frações condensáveis. Uma delas é o Gás Liquefeito de Petróleo Por se mais leve que o ar, o gás natural, em caso de vazamento,
GLP (mistura dos gases propano e butano), à outra fração é a ga- se dissipa na atmosfera, reduzindo o risco de explosões e incên-
solina natural. dios. Todo abastecimento é realizado sem que o produto entre em
contato com o ar, evitando, assim, qualquer possibilidade de com-
Aplicação bustão. Além disso, os cilindros e componentes do kit de conversão
Com essa qualidade o gás natural está cada vez mais se im- carregados no veículo são projetados para suportar alta pressão e
pondo como uma resposta técnica e econômica interessante aos possuem capacidade para resistir a choques e colisões.
problemas de poluição, as aplicações para esse fim são bastante
diversificadas e abrangem basicamente as seguintes formas: Desvantagens do uso do GNV
Substituição de combustíveis poluentes (óleos pesados, car- É difícil de ser encontrado pela pequena quantidade de bom-
vão e outros) em instalações industriais, para aquecer caldeira e bas de abastecimento;
alimentar usinas termoelétricas, ou de geração elétrica em instala- Os reservatórios de gás ocupam boa parte do espaço no por-
ções domésticas existentes; ta-malas;
Sua combustão é completa e os gases de exaustão de tal for- Quando usado em conjunto com a gasolina, causa perda de
ma limpa que podem ser usados diretamente na fabricação do leite rendimento do motor;
em pó, na cultura de hortigranjeiros em estufa, ou na secagem de O pequeno volume dos reservatórios proporciona baixa auto-
cereais; nomia.
Na incineração de solventes provenientes da aplicação e seca-
gem das tintas nas indústrias automobilísticas, de móveis, gráficas A conversão tem um custo alto, entre R$ 2.000 e R$ 3.000, e
e outras. A reação é completa e os produtos da combustão se re- acarreta numa pequena perda de rendimento e potência, uma vez
sumem a água, CO2 e energia. O calor recuperado é geralmente que o veículo foi projetado para utilizar combustíveis líquidos.
usado para produzir vapor ou aquecer locais de trabalho. Essa apli- Por outro lado, por causa do peso do cilindro, em alguns casos,
cação recente permite economia de 20% a 30% de energia; recomenda-se reforçar as molas de suspensão.
Como combustível automotivo em carros, caminhões e ônibus. Por ser um combustível fóssil, formado a milhões de anos, tra-
ta-se de uma energia não renovável, portanto finita, assim como o
Vantagens do uso do GNV petróleo.
Ao longo processo de produção, transporte e estocagem, é o
combustível que menos polui o ambiente.
Na fase de produção, os poços não ferem a paisagem, e as ins-
talações de tratamento são de pequeno porte. Mesmo em caso de
vazamento em áreas de produção submarina, o gás seco não polui
o mar.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
O Gás Natural apresenta riscos de asfixia, incêndio e explosão. Válvula Termostática: Mantém o líquido de arrefecimento cir-
A perda de potência, problema crítico observado nos primei- culando apenas, no bloco e cabeçote. É um interruptor térmico en-
ros testes com os ônibus movidos a gás natural hoje não são tão tre a água do radiador (fria) e a água que circula no bloco do motor
significativos quanto eram antes graças ao gerenciamento eletrôni- (quente) controlando sempre a mistura ideal.
co dos motores hoje no mercado. Acredita-se que hoje essa perda Líquido de Arrefecimento: É um composto de água destilada
se equivale a 10%, o que corresponde à perda proporcionada pelo e aditivo, impedem a formação de ferrugem, retarda o ponto de
equipamento de ar condicionado. ebulição em conjunto com a pressurização do sistema. E por fim,
evita o congelamento do líquido de arrefecimento à baixas tempe-
Um pouco mais sobre GNV raturas, em lugares de baixa temperatura. Deve ser substituído de
O GNV trabalha com uma pressão de 220 bar, enquanto que acordo com o plano de manutenção da montadora.
o GLP o faz a somente 8 bar. Além de ser mais leve que o GLP, o Mangueiras:Conduzem o líquido a alta temperatura do cabe-
GNV é armazenado em um cilindro sem costuras, bifurcações ou çote, para o radiador, na sua parte superior. E conduzem o líquido
soldas, sendo uma peça completa, já o GLP possui uma costura em já arrefecido na parte inferior do radiador, para a bomba d’água,
volta de seu cilindro. O cilindro para GNV passa por um processo de para ser direcionado as partes aquecidas do bloco, como cilindro
tratamento chamado têmpera que consiste em aquecer o material e do cabeçote. As mangueiras devem ser substituídas, sempre que
até temperaturas elevadas e depois submergi-lo em um fluido com apresentarem fissuras ou sinais de fadigas.
substâncias que quimicamente contribuirão para aumentar a resis-
tência do material. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
O sistema de distribuição de um motor é responsável pela
No Brasil ocorreu uma corrida para a instalação de GNV nos abertura e fecho das válvulas de escape e de admissão de cada ci-
motores a gasolina e a álcool. No entanto, com a crise na Bolívia, a lindro. A distribuição engloba como componentes principais a cor-
partir do decreto de nacionalização da exploração de hidrocarbo- reia da distribuição e a árvore de cames (igualmente denominada
netos realizada por Evo Morales, houve redução no crescimento. de veio de excêntricos ou veio de ressaltos).
A economia com a utilização do GNV chega a 66%, sendo indi-
cado para usuários que rodam acima de mil quilômetros por mês, O momento de abertura das válvulas assim como a duração
devido ao custo da transformação do veículo. da abertura pode ser fixa ou variável. No caso de ser variável, esta-
É um combustível extremamente seguro se o veículo for pre- remos perante os sistemas de distribuição variável. São exemplos
parado em uma oficina credenciada; os acidentes registrados até disso o VVT da Rover, o VTEC da Honda, ou o VANOS da Porsche.
hoje são em função de adaptações realizadas por pessoas não ha- Árvore de cames: Componente mecânico do sistema de distri-
bilitadas a realizá-las. buição responsável pela abertura e fecho das válvulas de escape e
de admissão. Componente igualmente designado de veio de excên-
SISTEMA DE ARREFECIMENTO tricos ou veio de ressaltos.
O motor de combustão interna é uma máquina térmica, o con-
trole de temperatura do motor é feita pelo sistema de resfriamento Correia da distribuição: Correio responsável por fornecer o mo-
ou arrefecimento. vimento de rotação à árvore de cames. A correia de distribuição
O líquido de arrefecimento circula sob pressão por todo o in- recebe a energia de rotação da cambota.
terior do motor. A bomba d’ água é o componente encarregado de Cross-flow: Solução adoptada em muitos motores a gasolina
forçar a circulação da água entre o motor e radiador. (essencialmente multiválvulas) onde as condutas de admissão e de
As causas mais comuns de superaquecimento são a falta de escape se encontram cada uma do seu lado do bloco do motor.
líquido de arrefecimento no motor, vazamento na mangueira de Esta solução promove o atravessamento dos gases entre a ad-
água ou uma correia rompida. missão e o escape através do cilindro.
Parte do sistema de arrefecimento do veículo, o radiador reali- Cruzamento de válvulas: Situação que ocorre nos motores em
za as trocas de calor entre ar/água, mantendo o motor e seus com- que durante o final do tempo de escape/início da fase de admissão
ponentes em uma temperatura ideal de funcionamento. A válvula as válvulas de escape e de admissão se encontram simultaneamen-
termostática é um interruptor térmico entre a água do radiador te abertas.
(fria) e a água que circula no bloco do motor (quente) controlando DOH (Double Over Head Came Dupla árvore de cames à cabe-
sempre a mistura ideal. ça): A árvore de cames (igualmente designada por veio de ressaltos
Os componentes são os seguintes: ou veio de excêntricos) é o componente que controla a abertura
Bomba de água: movimentada pelo motor, faz o líquido cir- e fecho das válvulas de admissão e de escape. Antigamente este
cular sob pressão, pelas galerias de arrefecimento do bloco e ca- componente encontrava-se montado lateralmente. Com o evoluir
beçote retirando o excesso de temperatura e enviando-o para o da tecnologia passaram a montar-se na cabeça do motor. Quando
radiador. um motor apresenta duas árvores de cames montadas na cabeça
Radiador: é montado à frente do veiculo, recebendo uma cor- do motor (uma para comandar as válvulas de admissão e uma para
rente de ar que ao atravessa-lo auxilia na refrigeração do líquido. acionar as de escape) dá-se a designação de DOHC.
Conta com um ventilador acionado por correia ou eletro-ventilado- OHC (Over Head Came Árvore de cames à cabeça): A árvore
res, que puxam a massa de ar quando o veículo esta parado, ou em de cames (igualmente designada por veio de ressaltos ou veio de
trânsito lento. Os eletro ventiladores comandados pelo módulo de excêntricos) é o componente que controla a abertura e fecho das
injeção, atualmente. válvulas de admissão e de escape. Antigamente este componente
Vaso de Expansão: Tem por objetivo manter o sistema de arre- encontrava-se montado lateralmente. Com o evoluir da tecnolo-
fecimento selado e pressurizado. Uma tampa calibrada, mantém a gia passaram a montar-se na cabeça do motor. Quando um motor
pressão evitando perdas de vapores e condensando esses vapores. apresenta uma (ou duas) árvore de cames montada na cabeça do
Mantendo-se assim, o nível do líquido de arrefecimento sempre motor (para comandar as válvulas de admissão e de escape) dá-se-
constante. Se o nível estiver abaixo do mínimo, verificar possíveis -lhe a designação de SOHC (ou DOHC).
focos de vazamentos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
OHV (Over Head Valves): Válvulas montadas na cabeça do mo- Pistão: o óleo permite que o pistão se mova livremente e ao
tor. Denominação dada aos motores cujas válvulas de escape e de mesmo tempo, impede que as partes metálicas entrem em contato
admissão se encontrem montadas na cabeça do motor. direto. Isso evita o superaquecimento e ajuda a refrigerar os com-
Há já várias dezenas de anos que os motores apresentam esta ponentes.
configuração. Dutos para o cabeçote: é através destes pequenos canais que
SOHC (Single Over Head Came Árvore de cames à cabeça): o óleo chega até o alto do motor e recomeça sua jornada. É impor-
A árvore de cames (igualmente designada por veio de ressaltos tante que os dutos estejam livres e limpos.
ou veio de excêntricos) é o componente que controla a abertura
e fecho das válvulas de admissão e de escape. Antigamente este SISTEMA PURIFICADOR DE AR
componente encontrava-se montado lateralmente. Com o evoluir Formado pela caixa do elemento do filtro de ar, elemento do
da tecnologia passaram a montar-se na cabeça do motor. Quando filtro de ar, dutos e mangueiras.
um motor apresenta uma árvore de cames montada na cabeça do Sua principal função é filtrar o ar admitido pelo motor, para
motor (para comandar as válvulas de admissão e de escape) desig- que não haja contaminação do óleo e a presença de impurezas,
na-se de SOHC. dentro da câmara de combustão. O elemento deve ser substituído
TwinCam: A árvore de cames (igualmente designada por veio na quilometragem especificada.
de ressaltos ou veio de excêntricos) é o componente que controla a
abertura e fecho das válvulas de admissão e de escape. Antigamen- SISTEMA ELÉTRICO
te este componente encontrava-se montado lateralmente. Cerca de 1000 metros de fio unem os componentes elétricos
num automóvel atual. Todos os fios da instalação, à exceção das
Com o evoluir da tecnologia passaram a montar-se na cabe- ligações à massa, à bateria e aos cabos de alta tensão da ignição,
ça do motor. Quando um motor apresenta duas árvores de cames apresentam cores diversas, que correspondem a um código de
montadas na cabeça do motor (uma para comandar as válvulas de identificação. Na maioria dos automóveis, o código está normaliza-
admissão e uma para acionar as de escape) chama-se TwinCam ou do a fim de permitir reconhecer rapidamente os diferentes circui-
DOHC. tos ao efetuar-se qualquer reparação.
Distribuição variável: Num sistema de distribuição conven- A bateria atua como reservatório de energia que fornece ao
cional a árvore de cames apresenta uma geometria perfeitamen- sistema quando o motor está parado; quando trabalha a um regime
te definida, significando que cada válvula (seja de escape ou de superior da marcha lenta, o alternador supre todas as necessidades
admissão) abre e fecha sempre no mesmo momento (ângulo de de energia do automóvel e carrega a bateria. Para manter o motor
cambota) e o curso de abertura é igualmente constante. Acontece do automóvel em funcionamento são apenas solicitados alguns ele-
que, consoante a rotação do motor e os objetivos desejados (mais mentos do sistema elétrico; os restantes fazem funcionar as luzes,
potência ou melhores consumos) a abertura e fecho das válvulas limpadores de para brisas e outros acessórios.
deveriam ser ajustados. Alguns destes, como a buzina, por exemplo, são considerados
Os sistemas que proporcionam variar o momento de abertura obrigatórios por lei, sendo muitos outros considerados extras. Ins-
e fecho das válvulas e/ou o curso das mesmas são denominados sis- talação dos diferentes circuitos – A corrente do sistema elétrico de
temas de distribuição variáveis. São exemplos disso o sistema VVT um automóvel é fornecida pela bateria – quando o motor não esta
da Toyota ou VTEC da Honda. funcionando – e pelo gerador, normalmente um dínamo que foi
substituído por um alternador, que fornece a corrente necessária
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO para o número, sempre crescente, de acessórios elétricos que os
Este sistema reduz o atrito entre as peças em movimento, no automóveis modernos incluem.
motor, depositando, entre elas, uma película de óleo lubrificante. Sempre que o motor estiver parado, toda a corrente utilizada
O sistema de lubrificação é parte integrante do motor e de vital tem a voltagem (tensão) da bateria (normalmente 12 volts).
importância para o funcionamento e vida útil dos componentes Com o alternador em funcionamento, a corrente é utilizada
mecânicos móveis. Com a colaboração do sistema de lubrificação o aproximadamente à tensão de 14,8 volts, exceto a que é fornecida
motor pode atingir os graus de desempenho desejado e para isso o às velas de ignição, que é elevada para mais de 25.000 volts por
sistema conta com alguns componentes. meio de sistema da ignição. Uma das principais funções do sistema
O sistema de lubrificação ajuda também no sistema de arre- elétrico consiste em produzir a faísca, que permite a explosão, nos
fecimento a manter a temperatura normal de funcionamento do cilindros, da mistura comprimida a gasolina e o ar, além de tornar
motor. possível o arranque do motor térmico por meio do motor de arran-
É formado pelos seguintes componentes: que. O sistema elétrico de um veículo está dividido em circuitos,
Comando de válvula: a parte mais alta por onde passa o óleo. cada um dos quais com diferentes funções básicas e comandos.
É também por onde entra no motor, para lubrificar o eixo.Cárter São eles o circuito de ignição, o circuito de arranque, o circuito da
do óleo: com a gravidade, o óleo escorre por dutos até este reser- carga da bateria, o circuito das luzes e os circuitos acessórios, por
vatório. Aqui ocorre seu resfriamento, para voltar à circulação. Os vezes, comandado pelo interruptor da ignição e, na maior parte dos
aditivos dispersantes, presentes em todos os lubrificantes evitam a casos, protegidos por um fusível. Um fusível fundido (queimado)
formação de borra. indica, quase sempre, que há uma avaria em qualquer outro ponto
Bomba de óleo: aspira e pressuriza o óleo do cárter, enviando- que não seja o próprio fusível, tal como sobrecarga de um circuito
-o sob alta pressão à galeria principal para ser filtrado e de lá, distri- (partindo-se do principio de que foi utilizado o fusível adequado).
buído aos órgãos móveis para reduzir o atrito entre peças, limpar e Os componentes elétricos de um automóvel estão ligados através
auxiliar no controle da temperatura do motor. As bombas de óleo, de interruptores a um dos lados da bateria, estando o outro lado
hoje são do tipo duocentrícas. ligado à carroceria ou ao chassi, isto é, à massa.
Filtro: retém as impurezas do óleo do motor. Deve ser trocado
regularmente, para manter o sistema de lubrificação eficiente.
Mancais do virabrequim: para o virabrequim ficar lubrificado
e limpo, o óleo é pulverizado sobre este eixo movido pelos pistões.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Deste modo, o circuito de qualquer componente completa-se através da carroceria que desempenha naquele a função de um fio, o
do retorno à massa. Este processo de ligação à massa não só economiza cerca de 30 metros de fio de cobre, mas também reduz a possibi-
lidade de interrupção no circuito e simplifica a localização de avaria e a instalação de extras. Recorre-se a fios de diferentes diâmetros para
possibilitar a passagem da corrente necessária, sem causar aquecimento do fio. Assim, na ligação entre o motor de arranque e a bateria,
por exemplo, utiliza-se um fio de diâmetro muito maior que as dos restantes fios, porque a corrente que o atravessa chega a atingir de
300 a 400 A. Nos esquemas elétricos, as cores dos fios são normalmente indicadas por meio de letras.

É o sistema elétrico composto basicamente pelos seguintes elementos:

Bateria: alimenta o sistema elétrico com a carga acumulada pelo alternador, quando o motor esta desligado, por um certo tempo.
Após ultrapassado o período de consumo sua capacidade de armazenagem de carga, a bateria começa a descarregar-se. Tornando-se
necessário recarrega-la, seja com o motor funcionando, ou recarrega por fonte externa.

Chave de ignição: é uma “chave elétrica” rotativa, dotada de contatos que permitem ligações em dois estágios distintos. É acionada
por meio de uma chave metálica, tipo das de fechaduras, que é introduzida em uma fenda existente na sua parte frontal.

Distribuidor: a finalidade do distribuidor é levar a cada vela a alta tensão no momento em que ela deve entrar em ação. O distribuidor
consiste num sistema de contatos móveis, que gira comandado pela própria rotação do motor, de modo a “distribuir” a alta tensão entre
as velas.

Vela de ignição: ao receber a alta tensão proveniente da bobina, gera a faísca que inflama a mistura ar-combustível comprimida.
Bobina de ignição: é o componente que transforma a corrente de baixa voltagem em corrente de alta voltagem (+ ou – 15.000 a
25.000 volts), e dela saindo corrente de alta voltagem que é levada ao distribuidor.
Motor de partida: é um motor elétrico que funciona “alimentado” por corrente contínua, fornecido pela bateria do veículo. A sua
finalidade é causar as primeiras rotações do motor de combustão interna, até o momento em que este entre em funcionamento. O motor
de partida consome grande quantidade de carga da bateria, pois engrena na cremalheira do volante motor, fazendo-o girar a rotações
entre 350 à 450 rpm’s.
Alternador: recebe o movimento de rotação do motor, através de uma correia.

Através desta rotação o alternador gera um valor de tensão, para manter a bateria devidamente carregada. Além de carregar a bate-
ria, o alternador alimenta todo o sistema elétrico do veículo, quando o motor esta funcionando.
Caixa de fusíveis: protegem todos os circuitos elétricos do veículo, contra sobre cargas com fusíveis que rompem-se com a sobre
carga.

Luzes: o bom funcionamento das luzes é fundamental em um veículo e pode evitar situações de perigo. Não só os faróis, mas também
lanternas, pisca-piscas, luzes de freio e de ré, iluminação interna, luzes do painel, bem como a fonte de energia, a bateria, devem ser
constantemente checados para que não haja surpresas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
A transmissão comunica às rodas a potência do motor transformada em energia mecânica. Num automóvel convencional, com motor
dianteiro, a transmissão tem inicio no volante do motor e prolonga-se através da embreagem, da caixa de câmbio, do eixo de transmissão
e do diferencial até as rodas de trás. Os automóveis com motor à frente e com tração dianteira ou com o motor atrás e tração nas rodas
de trás dispensam o eixo transmissão sendo, neste caso, o movimento transmitido por meio de eixos curtos.
A embreagem, que se situa entre o volante do motor e a caixa de cambio, permite desligar a energia motriz da parte da parte restante
da transmissão para libertar esta do torque quando as mudanças são engrenadas ou mudadas.

Função da caixa de câmbio – Um automóvel, quando se movimenta ou sobe uma encosta, necessita de um torque superior àquele de
que precisa quando se desloca a uma velocidade constante numa superfície plana. A caixa de câmbio permite ao motor fornecer às rodas
a força motriz apropriada a todas as condições de locomoção. Assim, quanto maior for o número de rotações ao virabrequim em relação
ao número de rotações das rodas, maior será a força motriz transmitida às rodas, verificando-se, ao mesmo tempo, uma proporcional re-
dução da velocidade do automóvel. Várias engrenagens são utilizadas para permitir uma ampla gama de desmultiplicações, ou reduções.
A transmissão final, ou conjunto do eixo traseiro inclui um mecanismo – o diferencial – que permite às rodas girarem a diferentes
velocidades. A energia mecânica é finalmente transmitida às rodas motrizes por meio de um semieixo existente em cada um dos lados do
diferencial.
Transmissão automática – Os automóveis apresentam, geralmente, uma embreagem acionada por um pedal e uma alavanca de
mudanças.
Existem, contudo, outros sistemas de transmissão: transmissão semiautomática ou totalmente automática. No primeiro caso, o mo-
torista apenas tem de selecionar as mudanças; já no segundo caso, as mudanças são selecionadas mudadas por meio de um mecanismo
de comando que funciona de acordo com a velocidade do automóvel e com a utilização do acelerador.
Além da disposição de motor dianteiro e tração traseira, existem outros sistemas que dispensam o eixo de transmissão pelo fato de
incluírem um motor que forma conjunta com a caixa de cambio e o diferencial.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR

Tal conjunto pode ser montado longitudinal ou transversalmente em relação ao chassi e mover as rodas, quer seja a da frente, quer
seja a de trás. Quando o motor é montado transversalmente, não é necessária qualquer alteração (90º) da direção do movimento, pois
todos estão paralelos aos eixos das rodas.
O diferencial faz parte integrante da caixa de cambio ou está ligado a esta que, por sua vez, está fixa ao chassi. Desta forma, num piso
regular, as rodas podem subir e descer em relação ao diferencial.
Todos os automóveis com tração à frente e também alguns com tração traseira, apresentam cardans ou homocinéticas nas extre-
midades dos semi-eixos. Nos automóveis com tração dianteira estas homocinéticas suplementares são necessárias para que as rodas
possam girar quando se muda de direção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SISTEMA DE SUSPENSÃO
Se o pavimento das faixas de rodagem oferecesse perfeitas condições de rolamento, os automóveis não necessitariam de um siste-
ma complexo de suspensão para proporcionar conforto aos seus ocupantes. Um bom sistema de suspensão deve incluir molejamento e
amortecimento.
O primeiro consiste na resistência elástica a uma carga e o segundo na capacidade de absorver parte da energia de uma mola após
esta ter sido comprimida.
Se esta energia não for absorvida, a mola ultrapassará bastante a sua posição original e continuará a oscilar para cima e para baixo
até que essas oscilações cessem.
O amortecimento converte a energia mecânica em energia calorífica. Para reduzir o ruído e aumentar a suavidade, as molas são
montadas sobre borracha. O sistema de suspensão inclui ainda almofadadas dos bancos, que também protegem contra as vibrações. As
dimensões das rodas constituem um fator importante para uma marcha suave. Uma roda grande transporá a maioria das irregularidades
do pavimento; contudo, não é viável uma roda suficientemente grande para anular os efeitos de todas essas irregulari dades.
Uma roda não deverá também ser tão pequena que caiba em todos os buracos da superfície da faixa de rodagem o que resultaria
numa marcha irregular.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR

SISTEMA DE DIREÇÃO
Para dirigir um automóvel recorre-se ao volante, que vira as rodas da frente na direção pretendida, seguindo as rodas de trás a traje-
tória daquelas. Haveria várias desvantagens – a principal das quais seria a instabilidade – em orientar as rodas traseiras. Numa bicicleta, a
direção é comandada pelo guidon. Num automóvel, contudo, o motorista não teria força suficiente para comandar as rodas da frente se
estas estivessem diretamente ligadas ao volante. Assim, o sistema de direção inclui um mecanismo de redução e , às vezes, um dispositivo
de assistência mecânica para multiplicar o esforço que o motorista aplica ao volante.
São requisitos fundamentais, em qualquer mecanismo de direção, a facilidade de manobra e a tendência das rodas da frente para se
endireitarem após descreverem uma curva. A direção também não deve transmitir ao motorista os efeitos das irregularidades do pavi-
mento, embora deva proporcionar-lhe uma certa sensibilidade a esses efeitos. Na coluna de direção, que aloja o eixo da direção e serve
de apoio a este, estão montados, às vezes, alguns comandos, tais como a alavanca das mudanças de marchas, os interruptores das luzes
e o botão da buzina. O comutador dos faróis encontra-se, com frequência, montado sob o volante, ficando o comando do pisca – pisca,
por vezes, no lado oposto.
Estes dois comandos podem também estar combinados numa só alavanca, bem como o comando do limpador do para brisa que tam-
bém nos carros modernos é montado junto ao volante. Alguns automóveis apresentam uma coluna de direção ajustável. A parte superior,
onde se encontra o volante, pode ser deslocada telescopicamente para cima e para baixo e, em alguns casos, pode ser inclinada para se
adaptar à estrutura e posição do motorista. A coluna da direção pode ser construída de modo a ceder ou dobrar em caso de colisão. Por
exemplo, no sistema AC Delco a coluna tubular é constituída por uma rede metálica que, apesar de resistir à torção, cede e absorve ener-
gia quando comprimida longitudinalmente.
O eixo da direção apresenta uma união telescópica. Em outro sistema o eixo está dividido em seções, ligadas entre si por cardans, cujo
eixo geométrico não é comum. Os eixos dianteiros de seção perfilada dos automóveis antigos possuíam pinos nos quais giravam as man-
gas de eixo para dirigir as rodas. Alguns dos primeiros sistemas de suspensão independente possuíam ainda um pino mestre da manga de
eixo entre as forquilhas que servia de apoio ao elemento giratório.
Em muitos casos, o sistema rotativo pôr pino mestre da manga de eixo substituído por um par de rótulas ou pivôs entre as quais se
encontra o elemento giratório.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SISTEMA DE FREIOS
Um freio funciona graças ao atrito resultante do contato entre um elemento não rotativo do veículo e um disco ou tambor (polia) que
gira com a roda. O atrito produz a força necessária para reduzir a velocidade do automóvel ao converter em calor que se dissipa no ar a
energia mecânica do veículo.

Durante muitos anos, a parte rotativa do freio constituiu num tambor ao qual podiam ser aplicados dois tipos de mecanismo de atrito:
uma cinta exterior que se contraía a volta do tambor ou sapatas interiores que se expandiam contra a superfície interior do tambor. Um
revestimento (lona) resistente ao calor, contendo amianto, estava fixo à cinta ou as sapatas.
Os freios de tambor com expansão interior são ainda utilizados em grande quantidade de automóveis; por vezes, apenas nas rodas
traseiras, caso em que se recorre aos freios de discos nas rodas dianteiras.
Nos sistemas mais atuais, o pedal do freio está ligado a quatro rodas, enquanto o freio de mão bloqueia apenas as rodas traseiras, a
alavanca do freio de mão esta equipada com um sistema de serrilha que permite manter o automóvel travado, mesmo quando se encon-
tra estacionado. Os freios de tambor são desenhados e fabricados de modo que a chuva, a neve, o gelo ou as impurezas de estradas de
terra, não tenham contato com seus componentes, já que a umidade reduz, substancialmente, o atrito entre o revestimentos das sapatas
e o tambor. Contudo, a blindagem que protege o tambor não é estanque em caso de imersão na água, pelo que, após a passagem através
de um pavimento inundado, o motorista deverá aplicar o uso dos freios para que o atrito e o calor os sequem.
O sobreaquecimento diminui, contudo, a eficácia dos freios de tambor e, quando excessivo, inutilizará para sempre as suas lonas.
Pode também se suceder uma perda temporária de eficácia durante uma frenagem prolongada, tal como acontece numa longa descida.
Os freios a disco estão mais expostos ao ar e dissipam o calor mais rapidamente do que os freios de tambor, sendo por conseguintes,
mais eficazes em caso de sobre aquecimento ou utilização prolongada.
Na maioria dos automóveis de elevada potência, os freios de disco são utilizados, usualmente, somente nas rodas dianteiras. Um
freio a disco funciona como um freio de bicicleta, que é constituído por um bloco de frenagem de cada lado da roda, os quais as apertam.
O freio a disco de um automóvel também apresenta um par de placas de atrito, as pastilhas; estas, contudo, em vez de atuarem dire-
tamente sobre a roda, atuam sobre duas faces de um disco metálico que gira solidário com ela.
O tempo que o motorista demora para parar o seu automóvel depende da rapidez dos seus reflexos e do tempo necessário para que
os freios imobilizem o veículo. Durante o período de tempo em que o motorista reage ao estímulo – cerca de dois terços de segundo na
maioria dos casos -, o automóvel percorre uma determinada distância, a distância de reação.
O quadro mostra as distâncias percorridas, durante os tempos de reação e de frenagem, por automóveis de dimensões médias, equi-
padoscom freios de 60% e 80% de eficácia e a uma velocidade de deslocamento de 50 km/h, 80 km/h e 110 km/h.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR

A eficiência dos freios devidamente regulados e em boas condições deverá ser, pelo menos, de 80%; contudo, para obter as distân-
cias de frenagem indicadas, os pneus devem aderir devidamente à estrada. Normalmente é difícil avaliar a possibilidade de aderência ao
pavimento apenas pelo aspecto deste e, por isso, é sempre aconselhável utilizar cuidadosamente os freios em condições de chuva ou gelo.
Teoricamente, o esforço de frenagem deveria ser distribuído entre as rodas dianteiras e as traseiras, de acordo com o peso que elas
suportam. Esta distribuição varia de acordo com o modelo do automóvel (de motor na frente ou na parte traseira do veículo, por exem-
plo), com o número de seus ocupantes e com a quantidade de bagagem. Contudo, em consequência da frenagem, uma parte do peso é
transferida para frente e acrescentada à carga que estão sujeitas às rodas da frente, reduzindo-se assim a carga sobre as de trás.
Quando se aplicam os freios a fundo, a transferência de peso é maior, tendendo as rodas de trás a bloquear-se, o que, frequente-
mente, provoca derrapagem lateral da parte de trás do automóvel. Se as rodas da frente ficarem imobilizadas primeiro, o automóvel
deslocar-se-á em linha reta, perdendo-se, contudo, o domínio da direção.
Em pavimentos escorregadios, é mais provável que as rodas fiquem bloqueadas em consequência de uma travagem a fundo e, nessas
condições, o motorista deverá sempre utilizar cautelosamente os freios.
Ao projetar o automóvel, os engenheiros equilibram o efeito da frenagem entre as rodas da frente e as de trás, tendo em conta a
distribuição de peso nas condições médias de utilização. Perda de rendimento – O aquecimento excessivo dos freios, em consequência de
frenagens repetidas ou prolongadas, pode provocar a perda da eficácia destes.
O calor origina alterações temporárias nas propriedades de fricção do material utilizado nas pastilhas e nas lonas de freios, tornando
estes menos eficazes à medida que aquecem. Se um freio for sujeito a maiores esforços que os restantes poderá perder mais rapidamente
a sua eficiência, do que resulta uma frenagem desigual, capaz de provocar uma derrapagem.
Os sistemas hidráulicos baseiam-se no fato de os líquidos serem praticamente incompressíveis. Uma pressão aplicada em qualquer
ponto de um fluído transmite-se uniformemente através deste. Um dispositivo de pistão e cilindro acionado por um pedal pode ser utiliza-
do para gerar pressão numa extremidade de um circuito hidráulico, num sistema de freios de um automóvel. Esta pressão do fluído pode
assim mover outro pistão situado na extremidade oposta do sistema e acionar o freio.
Em geral, a maior parte do esforço de frenagem atua sobre as rodas da frente, já que o peso do veículo é deslocado para a frente
quando os freios são acionados. Por conseguinte, são utilizados nos freios da frente os pistões de diâmetro maior.
Em todos os automóveis atuais, o pedal do freio aciona hidraulicamente os freios. A ligação mecânica por meio de tirantes ou cabos
ou por meio de ambos está reservada para o sistema de freio de mão, normalmente utilizado apenas após a parada do automóvel. Um
sistema hidráulico de freio apresenta várias vantagens sobre um sistema acionado mecanicamente. É silencioso, flexível e auto lubrificado
e assegura a aplicação de forças de frenagem automaticamente igualadas em ambos os lados do automóvel.
O pedal de freio está ligado, por meio de uma haste curta ao cilindro mestre. Quando o motorista pressiona o pedal, a haste faz
mover o pistão no interior do cilindro mestre, empurrando o fluido hidráulico e forçando-o, através dos tubos, passar para os cilindros do
freio das rodas, que aciona os freios. Uma válvula de retenção existente na extremidade de saída cilindro mestre mantém-se sempre uma
ligeira pressão no circuito dos freios, a fim de impedir a entrada do ar.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Quando se deixa de exercer pressão sobre o pedal, o cilindro mestre entra em ligação com um depósito de onde o fluído flui pela ação
da gravidade, o que não só compensa qualquer perda de fluído, mas também permite a sua expansão e contração devido às variações de
temperatura. É importante verificar, de vez em quando, o nível do fluído no reservatório.
Alguns automóveis possuem circuitos hidráulicos independentes para as rodas da frente e para as de trás, tendo cada um dos circuitos
o seu cilindro mestre. Assim, se ocorrer alguma falha de pressão num dos circuitos, o outro continuará funcionando.
A força exercida pelo motorista no pedal do freio é aplicada ao pistão do cilindro mestre depois de multiplicada por efeito de alavanca
e, em seguida, transmitida pelo fluído até aos pistões dos cilindros do freio, onde é novamente multiplicada, em virtude de o diâmetro
destes ser superior ao diâmetro do cilindro mestre. Neste diafragma, onde as dimensões aparecem aumentadas para melhor compre-
ensão, o curso do pedal é 3,5 vezes superior ao pistão do cilindro mestre que, por seu turno, é 1,25 e 2,5 vezes maior do que os cursos
dos pistões dos cilindros do freio. Assim, estes pistões aplicam uma força maior percorrendo, contudo, um curso menor. Funcionamento
conjunto dos cilindros – A pressão necessária para acionar os freios hidráulicos é gerada no cilindro mestre. Uma haste, movida pelo pedal
dos freios, obriga o pistão a avançar. O fluído passa então através da válvula de retenção e dos tubos para os cilindros do freio, onde os
pistões, acionados pela pressão, atuam sobre os freios. A pressão de frenagem é igual e simultânea em todas as rodas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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ABS (Anti-lockbrakesistem): Sistema antibloqueio de freios.
O sistema ABS tem a função de evitar o travamento das rodas nas mais intensas aplicações de frenagem. Não importando se o veículo
está sendo freado sobre o asfalto seco ou molhado, terra, cascalho, grama, barro ou até mesmo gelo, sempre é garantida um frenagem
segura, mantendo-se a dirigibilidade do veículo e otimização na distância percorrida até a parada.
Ele funciona comandado por uma unidade de controle instalada próxima ao motor. Essa unidade está ligada a quatro sensores, conec-
tados a cada uma das rodas. Eles informam a velocidade medindo os pulsos gerados por uma roda dentada. Assim que o pedal do freio é
acionado, os sensores leem a que velocidade as rodas estão girando. Com essa informação, a unidade de controle calcula qual roda deve
girar mais rápido ou mais devagar para evitar uma derrapagem.

SISTEMA DE RODAGEM
O sistema de rodagem é composto por aros e pneus recebendo a rotação do motor, sua função é assegurar e dar movimento ao
veículo.
Os aros (rodas) são peças produzidas em ferro ou liga leve em formato circular onde são montados os pneus.
Os pneus são compostos por:
Carcaça: parte resistente do pneu; deve resistir a pressão, peso e choques. Compõem-se de lonas de poliéster, nylon ou aço. A carcaça
retém o ar sob pressão que suporta o peso total do veículo. Os pneus radiais possuem ainda as cintas que complementam sua resistência;
Talões: constituem-se internamente de arames de aço de grande resistência, tendo por finalidade manter o pneu fixado ao aro da
roda;
Parede lateral: são as laterais da carcaça. São revestidos por uma mistura de borracha com alto grau de flexibilidade e alta resistência
à fadiga;
Cintas (lonas): compreende o feixe de cintas (lonas estabilizadoras) que são dimensionadas para suportar cargas em movimento. Sua
função é garantir a área de contato necessária entre o pneu e o solo;
Banda de rodagem: é a parte do pneu que fica em contato direto com o solo. Seus desenhos possuem partes cheias chamadas de
biscoitos ou blocos e partes vazias conhecidas como sulcos, e devem oferecer aderência, tração, estabilidade e segurança ao veículo.
Ombro: É o apoio do pneu nas curvas e manobras.
Nervura central: proporciona um contato “circunferencial” do pneu com o solo.

Para maior durabilidade dos pneus deve-se realizar o rodízio regularmente conferindo o alinhamento e balanceamento das rodas,
pois os veículos com os pneus em bom estado garantem um boa estabilidade.
O pneu é uma das partes mais importantes de qualquer veículo automotor. É o pneu que suporta o peso do veículo e sua carga e, faz
o contato do veículo com o solo. O pneu transforma a força do motor em tração e é responsável pela eficiência da frenagem e da estabi-
lidade nas curvas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Por isso, é muito importante conhecer como um pneu é fabricado, as características de cada modelo e tipo, aplicações e principal-
mente os cuidados e manutenção.
Limite de segurança
O limite de segurança em um pneu é de 1,6 mm de profundidade dos sulcos da bandagem. Nos pneus novos existem ressaltos no
fundo dos sulcos que indicam quando o pneu atinge este limite, abaixo do qual o pneu não dá drenagem adequada de água e proporciona
elevados riscos. Com isso, é necessário verificar a pressão dos pneus a cada quinze dias e antes de viagens longas. Se a pressão dos pneus
estiver incorreta, a dirigibilidade do carro será comprometida.
O estepe deve ser mantido com uma pressão ligeiramente maior do que a normal, pois costuma perder pressão com o tempo.

Rodízio de pneus
O rodízio consiste na mudança da posição dos pneus em um carro. Esta mudança varia de acordo com o tipo de veículo, tipo de tração
(traseira ou dianteira) e tipo de pneu (normal ou unidirecional). Para veículos de passeio com pneus radiais recomenda-se o rodízio a cada
8.000km. É importante ressaltar que o primeiro rodízio é o mais importante, é o ponto chave para a durabilidade dos pneus.

Pressão dos pneus


Verifique no manual do seu veículo a pressão indicada para os pneus do seu carro, transitar com a pressão acima ou abaixo do reco-
mendado causa maior desgaste e fadiga. Também podem acarretar instabilidade nas curvas e perda de aderência em pistas molhadas. A
baixa pressão tende a desgastar mais rapidamente as laterais dos pneus enquanto a alta pressão consome o centro dos pneus. Recomen-
da-se a averiguação da pressão uma vez por semana.

Alinhamento da direção
O desalinhamento da direção pode causar um desgaste prematuro dos pneus ou mesmo irregularidade em sua forma. Em geral o
alinhamento deve ser realizado a cada 10.000km ou período inferior se indicado pelo fabricante. Porém se o veículo apresentar o volante
descentralizado, puxando para um lado, pneus gerando mais ruídos ou se foi trocada alguma peça da suspensão é recomendada o alinha-
mento imediato do veículo.

Balanceamento das rodas


O balanceamento das rodas também deve ser efetuado a cada 10.000km para evitar desconforto ao dirigir, perda de tração e esta-
bilidade, além de desgastes acentuados em componentes mecânicos e no próprio pneu. O Balanceamento deverá ser antecipado caso
o veículo apresente vibração do volante, tenha efetuado troca de pneus ou rodas, o pneu sofreu reparo devido a corte ou furo ou tenha
sido feito rodízio.

ESTRUTURA DOS VEÍCULOS


Os veículos são montados sobre uma base que pode ser chassi ou monobloco.

Chassi
O chassi é o suporte do veículo. É sobre ele que se montam a “carroçaria”, o motor, a ele se prendem as rodas, sendo a própria estru-
tura do veículo. Em geral, é constituído por duas longarinas de aço, paralelas, com um “X” ou travessas, no meio. O X ou barra melhora a
resistência à torção. É importante que o chassi resista bem a torção, para impedir que a carroçaria também se torça: isto levaria a movi-
mentos das portas, podendo até abri-las.
Normalmente, nos veículos com chassi, todos os esforços a que fica sujeito o veículo se concentram neste. A carroçaria é apenas o
elemento de cobertura, para abrigar os passageiros. Nos veículos monoblocos, todo o conjunto trabalha. Os esforços são suportados,
simultaneamente, pelo chassi e pela cobertura.
Esse sistema encontra, hoje, larga aplicação, inclusive em diversas marcas de caminhões. Alguns modelos de veículos não possuem
um chassi propriamente dito. A própria carroçaria se une ao plano do assoalho formando um único conjunto. Essas estruturas são chama-
das, por isso, de monoblocos. Existem dois processos para se montar a estrutura dos veículos. Um deles é o que vem sendo utilizado há
mais tempo; pode-se dizer que é o processo tradicional, pois já aparecia em carroças e carruagens, muito tempo antes de se inventar o
automóvel. O outro processo veremos adiante. Esta montagem consiste de um chassi que suporta todo o conjunto.
Chassi tem o mesmo significado que suporte, estrutura. Sempre que se monta uma máquina, ou um instrumento, o suporte sobre o
qual é montado o conjunto recebe o nome de chassi. Da mesma maneira, em se tratando de automóveis, é necessário que se pense numa
estrutura para suportar todo o conjunto de carroçaria, motor, caixa de mudanças, eixo traseiro e dianteiro. Basicamente, quase todos os
chassis são construídos com duas travessas de aço ao longo do veículo, fixadas por meio de várias travessas menores, perpendiculares.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Todas as travessas são rebitadas entre si, de maneira que for- Reforços do Chassi
mam uma única estrutura sólida. O chassi apóia-se sobre os dois Os reforços podem ser feitos com um ferro chato ou uma can-
eixos: dianteiro e traseiro. Na parte dianteira, montam-se o motor toneira, que devem ter a mesma espessura que a peça que está
e a caixa de mudanças; na parte traseira, montamse o diferencial sendo reparada. O reforço sempre no local onde surgiu a trinca.
e o tanque de combustível. Com essa distribuição, os fabricantes A solda do reforço é feita com um equipamento de solda elétrica,
conseguem um bom equilíbrio de pesos: metade do peso, mais ou aquecendo-se somente o local a ser soldado, para evitar que se afe-
menos, fica sobre o eixo dianteiro, e a outra metade, sobre o eixo te a dureza do aço. A solda deve ser feita em toda a sua volta.
traseiro. Os esforços que o chassi sofre, quando o veículo está an-
dando, são violentos e, por isso, ele deve ter um formato que seja ANÁLISE DAS TRINCAS
resistente. As longarinas e travessas de aço são fabricadas com cha- Trincas, e algumas vezes empenamentos, podem surgir por ou-
pa de aço bastante grossas, que são pré-moldadas numa prensa e tras causas, que não sejam batidas. Podem surgir trincas por flexão
ficam com o formato de um “U”. O formato em “U” é utilizado para excessiva ou por esforço concentrado. A flexão excessiva ocorre
que as longarinas e travessas adquiram, assim, maior resistência. O principalmente quando se carrega o veículo com cargas elevadas,
chassi não deve movimentar-se (torcer) nem permitir que a carro- ou então mal distribuídas. O veículo, quando se desloca, balança a
çaria se movimente. Se isso acontecer, logo surgirão pontos fracos, carga. Todo esse esforço de flexão é suportado pelas longarinas.
as dobradiças ficarão folgadas, podendo gerar ruídos. O chassi de
construção mais simples é o do tipo paralelo, no qual todas as vigas CAMINHÕES COM QUINTA-RODA
são retas. Sua montagem é mais simples. Deste tipo são quase to- São assim denominados os caminhões que possuem em sua
dos os chassi brasileiros. parte traseira, um suporte especial com a forma de uma roda (daí
o nome), sobre o qual se monta uma carreta com a carga em ques-
MEDIDAS DO CHASSI tão. O veículo que executa a tração propriamente dita é conhecido
É muito importante que sejam conhecidas as dimensões do pelo nome de cavalo-mecânico, ou também caminhão-trator, por-
chassi. Em caso de alguma batida que empene ou entorte o chassi, que ele só traciona. Estes veículos, quando recebem a carga, têm
ele será restaurado, contanto que se conheçam as suas medidas as suas longarinas flexionadas para baixo, na zona logo adiante dos
corretas. apoios dianteiros das molas traseiras.
Por isso, sempre que se enfrentar um problema de chassi tor-
to, o primeiro passo é conseguir suas medidas originais, com o au- CAMINHÕES COMUNS
xílio do fabricante ou de outro veículo igual, em boas condições. A parte da longarina que sofre máxima flexão é a que fica entre
Geralmente, as oficinas especializadas nesse tipo de serviço, a cabine e a carroçaria fechada (furgões), ou com caminhões de car-
possuem os manuais necessários para as correções que serão reali- roçaria aberta. O tipo de trinca ou torção é o mesmo que o anterior.
zadas no chassi a ser recuperado, como também todas as medidas As causas comuns são carga em excesso ou carga mal distribúida,
originais. em que a maior parte do peso fica na frente da carroçaria.
ALINHAMENTO DO CHASSI
Se após uma pancada o chassi entortar, será necessário que CAMINHÕES BASCULANTES
se refaçam suas medidas originais. Um desalinhamento do chassi Nos dois casos anteriores, a flexão máxima ocorria na parte
pode afetar o alinhamento das rodas dianteiras, ocasionando um de baixo da longarina. Contudo, nos caminhões basculantes pode
desgaste mais intenso de vários componentes. Antes de verificar ocorrer o contrário.
o alinhamento do chassi, deve-se observar se não apresenta trin- Há muitos motoristas que, após descarregar sua carga, fazem a
cas ou partes soltas. Verificam-se todas as conexões rebitadas ou manobra do veículo com a carroçaria levantada. Neste caso, como
soldadas. Inspecionam-se as longarinas quanto a empenamento ou ela faz o peso para trás, a sua tendência é entortar para cima. O
torção. As longarinas em forma de “U” são fáceis de serem torcidas. mesmo poderá ocorrer, se a sua carroçaria for muito comprida, es-
O método que será apresentado, é utilizado por quase todos os me- tando em desacordo com a distância entre eixos do caminhão.
cânicos para se alinhar um chassi. Chama-se método da verificação
em diagonal ou “X”, e que consiste no seguinte: 1 CHASSI MONOBLOCO
Colocar o veículo sobre um chão limpo e plano, e puxar o freio Ou mais corretamente carroçaria monobloco, pois nele não
de mão (freio de estacionamento) 2 Escolher os pontos extremos existe chassi e a carroçaria é construída de maneira tal que rece-
das longarinas, e com um fio de prumo, marcar esses pontos no be todos os esforços suportando os pesos, durante o movimento
chão. Esses pontos devem ser traçados na maior precisão possível, do veículo. O assoalho, as laterais e o teto da carroçaria são cons-
pois deles vai depender todo o alinhamento do veículo. Este é um truídos de maneira tal que trabalham como se fossem um único
sistema simples, colocado aqui a título de conhecimento. conjunto. A vantagem disso se sente imediatamente no peso, pois
uma carroçaria monobloco é bem mais leve. Não pense, porém,
ENDIREITAMENTO” DO CHASSI que apenas veículos pequenos utilizam este sistema, sendo usado
Esse serviço só deve ser realizado por profissionais experimen- até em grandes veículos. É o caso de veículos de carga, em que tan-
tados e cuidadosos. É preciso ter o máximo de cuidado ao endi- to a cabina do caminhão quanto a carroçaria inteira do ônibus são
reitar a peça, devendo-se agir de maneira a não provocar outras construídas com base neste sistema.
deformações. Algumas vezes, é até necessário aquecer alguma tra-
vessa ou longarina, para poder desempená-la. Para esse serviço, O USO DE MACACOS
usa-se um maçarico, mas é preciso tomar bastante cuidado, para Em se tratando de desentortar chassi, os macacos têm grande
evitar que se aqueça demais. O calor excessivo pode enfraquecer o utilidade. Existem vários tipos, que se encontram à venda em casas
aço das longarinas ou travessa e resulta daí, em dano permanente. de autopeças, desde simples macacos à base do sistema-parafuso,
A temperatura das peças não pode ultrapassar 650ºC, o que se re- até macacos hidráulicos, de grande capacidade.
conhece pela cor violeta-opaco do aço, a essa temperatura.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Na foto, por exemplo, mostramos um chassi que recebeu uma Trocando o par, você estará mais garantido e livre de impre-
pancada do lado direito. O macaco deverá ser aplicado, então, de vistos. E mais: não vai gastar tempo e dinheiro parando para fazer
maneira que se mostra ao lado, até o chassi voltar quase a posição outra troca.
original. O acabamento final será feito com pancadas de martelo e
ajuda do maçarico. Evidentemente, serão apenas os ajustes finais Verifique sempre as luzes de sinalização
Nem sempre a falta de luz do veículo é causada por uma lâm-
CARROÇARIA pada queimada. Podem ocorrer problemas de curto-circuito, oxi-
É toda a cobertura que proporciona aos ocupantes, a proteção dação de contatos, contatos soltos pela trepidação e ainda assim a
adequada contra sol, chuva, vento, poeira, etc. Pode ser construída lâmpada não estar queimada.
separadamente e presa ao chassi, ou pode , como já vimos, formar Redobre sua atenção e controle constantemente essas luzes.
com o assoalho um conjunto monobloco. A carroçaria é fabricada Você pode verificar seu funcionamento mesmo sem sair do carro.
em chapa de aço, podendo ser uma única peça ou mais de uma, Basta observar o reflexo no para-choque de outros carros ou na
soldadas ou parafusadas entre si. Dentro de uma indústria de au- parede da sua garagem.
tomóveis, a carroçaria é construída numa fábrica à parte, que se Vale a pena ser prevenido. Mantenha lâmpadas de reserva em
dedica só a isso. seu porta-luvas
Não basta substituir as lâmpadas queimadas. É importante e
AIR-BAG muito útil manter lâmpadas de reserva no seu porta-luvas.
Considerando acessório, o air-bag é uma bolsa de ar que infla Poderão ser úteis em qualquer emergência. Assim, você evita
em caso de colisão para proteger motorista e passageiro. Atuando multas, acidentes e aumenta o seu conforto, pois dirigir com luz
em conjunto com o cinto de segurança, o air-bag pode reduzir o insuficiente além de perigoso é muito cansativo.
risco de ferimentos graves, em caso de impacto considerável.
O sistema de air-bag é ativado se ocorrer um forte impacto
frontal ou impacto em um ângulo até 30º do lado direito ou es- NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM
querdo, o air-bag é inflado em milésimos de segundo. ACIDENTES DE TRÂNSITO
Assim que a cabeça e a parte superior do corpo do ocupante
entram em contato com o air-bag o gás propelente evacua e amor-
tece o movimento de avanço da cabeça e da parte de cima do corpo PRIMEIROS SOCORROS;
dos ocupantes dos bancos dianteiros.
Sinalização do Local do Acidente
TROCA DE FUSÍVEIS Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou di-
Verificar a parte elétrica e trocar fusíveis e lâmpadas se neces- ficultando a passagem normal dos outros veículos. Por isso, esteja
sário; observar a formação de “zinabre” nas conexões e encaixes e certo de que situações de perigo vão ocorrer (novos acidentes ou
fios desencapados, utilizar para cobrilos fita isolante. atropelamentos), se você demorar muito ou não sinalizar o local de
forma adequada. Algumas regras são fundamentais para você fazer
LÂMPADAS a sinalização do acidente:
A troca preventiva de lâmpadas é recomendável a cada 50.000
km. Mesmo funcionando corretamente, a lâmpada perde cerca de O QUE FAZER PRIMEIRO
30% da luminosidade ao longo do uso. E isso representa uma redu- Normalmente, em um lugar de acidente, há cenas de sofri-
ção de 1/3 também na sua segurança. mento, nervosismo e pânico, além de situações que exigem provi-
dências imediatas. Independentemente da gravidade da situação,
Aprenda a identificar você mesmo às lâmpadas “cansadas”. É devemos agir com calma e frieza:
muito fácil: basta observar o bulbo (vidro da lâmpada) para ver seu - Sinalize o local a fim de evitar outro acidente;
enegrecimento. O enegrecimento é um sinal de que a lâmpada está - Acione o socorro especializado;
perto do fim. - Não movimente a vítima;
Ele é causado pela evaporação do filamento de tungstênio, ou - Se a vítima estiver consciente, converse calmamente com ela
seja: as partículas vão se desprendendo do filamento e se acumu- transmitindo alívio e segurança, informando que o socorro já está a
lando na superfície do bulbo. Com isso, além de oferecer menos caminho e convencendo-a a não se mover;
luz, a lâmpada começa a reter calor, o que acelera ainda mais o - Acione novamente o socorro em caso de demora, mas não
processo de evaporação do tungstênio. ofereça nada para vítima engolir. Nem remédios e nem qualquer
Quando você menos esperar, ficará no escuro. Por isso, olhe tipo de líquido;
atentamente o vidro de suas lâmpadas. - Se a vítima estiver inconsciente, mantenha sua boca aberta e
Na checagem periódica das lâmpadas externas, deve-se tam- seu nariz desobstruído;
bém observar o conjunto óptico. Se o vidro estiver embaçado, é - Com a vítima consciente ou inconsciente, procure por sinais
sinal de infiltração de água, causado por alguma rachadura no con- de sangramento, começando na cabeça e descendo até os pés (sem
junto óptico, o que aumenta consideravelmente o risco de queima esquecer os braços). Caso encontre algum sangramento, afaste as
precoce da lâmpada. roupas da região e comprima o local com um pano de forma mo-
derada e firme;
Troque as lâmpadas sempre aos pares - Peça e aceite a colaboração de outras pessoas, deixando a
Quando queimar a lâmpada de um dos faróis, troque a do ou- liderança para quem tiver mais experiência, conhecimento, frieza
tro também. As lâmpadas são fabricadas pelo mesmo processo, e calma.
com o mesmo material e o mesmo equipamento. Por isso, elas têm
aproximadamente a mesma durabilidade. Ou seja, quando uma
lâmpada queima, é muito provável que a outra, que é igual, esteja
também próxima do seu fim de vida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Atenção! Os passos principais de Primeiros Socorros: ACIONAMENTO DE RECURSOS
1) Garanta a segurança – sinalize o local; Quanto mais cedo chegar um socorro profissional, melhor para
2) Peça socorro – acione o socorro especializado; as vítimas de um acidente. Solicite um, o mais rápido possível.
3) Controle a situação – mantenha a calma; Hoje, em grande parte do Brasil, nós podemos contar com ser-
4) Verifique a situação – localize, proteja e examine as vítimas. viços de atendimento às emergências.
O chamado Resgate, ligado aos Corpos de Bombeiros, os SA-
PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASODE ACIDEN- MUs, os atendimentos das próprias rodovias ou outros tipos de so-
TES corro, recebem chamados por telefone, fazem uma triagem prévia
e enviam equipes treinadas em ambulâncias equipadas. No próprio
Parada e Estacionamento local, após uma primeira avaliação, os feridos são atendidos emer-
Estacione seu carro a mais ou menos 30 metros do local do gencialmente para, em seguida, serem transferidos aos hospitais.
acidente, use o triângulo, pisca-alerta, lanternas, entre outros. São serviços gratuitos, que têm, em muitos casos, números
de telefone padronizados em todo o Brasil. Use o seu celular, o de
Sinalização do local outra pessoa, os telefones dos acostamentos das rodovias, os tele-
Use também para sinalizar o local do acidente os mesmos ma- fones públicos ou peça para alguém que esteja passando pelo local
teriais descritos acima. Inicie a sinalização em um ponto em que os que vá até um telefone ou um posto rodoviário e acione rapida-
motoristas ainda não possam ver o acidente. mente o Socorro.

VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA; CUIDA-


DOS COM A VÍTIMA (O QUE NÃO FAZER)
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar
(APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve antes de
tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a
outras pessoas, não justifica a tomada de atitudes inconsequentes,
que acabem transformando-o em mais uma vítima. A seriedade e o
respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH
(primeiros socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta
desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informa-
ções pessoais que ela lhe revele durante o atendimento.
Não adianta ver o acidente quando já não há tempo suficiente Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não
para parar ou diminuir a velocidade. No caso de vias de fluxo rápi- deve ser desprezado em hipótese alguma. A demora na prestação
do, com veículos ou obstáculos na pista, é preciso alertar os moto- do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim
ristas antes que eles percebam o acidente. Assim, vai dar tempo como procedimentos inadequados. Importante lembrar que um ser
para reduzir a velocidade, concentrar a atenção e desviar. Então humano pode passar até três semanas sem comida, uma semana
não se esqueça que a sinalização deve começar antes do local do sem água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco
acidente ser visível. minutos sem oxigênio.
Nem é preciso dizer que a sinalização deverá ser feita antes
da visualização nos dois sentidos (ida e volta) nos casos em que o As fases do socorro:
acidente interferir no tráfego das duas mãos de direção 1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada no lo-
cal do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a
Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo
Não é só a sinalização que deve se iniciar bem antes do aci- em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializa-
dente. É necessário que todo o trecho, do início da sinalização até do. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o
o acidente, seja demarcado, indicando quando houver desvio de número de vítimas e a provável gravidade delas e todas as outras
direção. Se isso não puder ser feito de forma completa, faça o me- informações que possam ser úteis para a notificação do acidente,
lhor que puder, aguardando as equipes de socorro, que deverão bem como a utilização dos equipamentos de proteção individual
completar a sinalização e os desvios. (EPI luvas, mascaras, óculos, capote, etc) e solicitação de auxílio a
serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193), SAMU
Mantenha o tráfego fluindo (192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Civil (363
Outro objetivo importante na sinalização é manter a fluidez do 1350), CEB (0800610196), Cruz Vermelha, etc.
tráfego, isto é, apesar do afunilamento provocado pelo acidente, Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para: Avaliar
deve sempre ser mantida uma via segura para os veículos passa- a situação:
rem. Faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego, - Inteirar-se do ocorrido com tranquilidade e rapidez;
o congestionamento, ao surgir repentinamente, pode provocar no- - Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e terceiros;
vas colisões. - Criar um rápido plano de ação para administrar os recursos
Além disso, não se esqueça que, com o trânsito parado, as via- materiais e humanos visando garantir a eficiência do atendimento.
turas de socorro vão demorar mais a chegar. Para manter o tráfego
fluindo, tome as seguintes providências: Manter a segurança da área:
• Mantenha, dentro do possível, as vias livres para o tráfego - Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança da cena;
fluir; - Não tentar fazer sozinho mais do que o possível.
• Coloque pessoas ao longo do trecho sinalizado para cuidarem
da fluidez; Chamar por socorro especializado: Assegurar-se que a ajuda
• Não permita que curiosos parem na via destinada ao tráfego. especializada foi providenciada e está a caminho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção imediata - apalpe a artéria braquial;
dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles: - bombeie o manguito até cessar o pulso;
- Vias aéreas Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical? - coloque o estetoscópio encima do local do pulso braquial;
- Respiração Está adequada? - libere o ar vagarosamente até ouvir o 1º som de “korotkoff”;
- Circulação Existe pulso palpável? Há hemorragias graves? - observe no mostrador os mmHg no momento do 1º som (sís-
- Nível de Consciência AVDI. tole);
- continue esvaziando até para o som de “korotkoff”;
Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que pos- - observe no mostrador os mmHg no último som (diástole);
sam ajudar ao prestador de socorro classificar a vítima como clínica - continue esvaziando totalmente o manguito;
ou traumática. - anote os valores da PA e a hora, ex: 130x80 mmHg 10:55 h.
Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com
natureza fisiológica, como doenças, etc. 4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se da cabeça
Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza aos pés da vítima, procurando identificar lesões.
traumática, como possíveis fraturas. Devemos nesses casos atentar Durante a inspeção dos membros inferiores e superiores deve-
para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão. -se avaliar o Pulso, Perfusão, Sensibilidade e a Motricidade (PPSM)

3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os componentes ne- 5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se o exame da
cessários para que se possa tomar a decisão correta sobre os cuida- vítima, avalia-se a região dorsal, prevenir-se o estado de choque e
dos que devem ser aplicados na vítima. prepara-se para o transporte.
- Entrevista rápida SAMPLE; 6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se periodica-
- Exame rápido; mente os sinais vitais e mantém-se uma constante observação do
- Aferição dos Sinais vitais TPRPA. aspecto geral da vítima.
Reavaliar vítimas Críticas e Instáveis a cada 3 minutos; Reava-
SAMPLE: liar vítimas Potencialmente Instáveis e Estáveis a cada 10 minutos.
S - sinais e sintomas; Críticas: PCR e parada respiratória.
A - alergias; Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, queimaduras,
M - medicações; etc.
P - passado médico; Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxações,
L - líquidos e alimentos; queimaduras, etc.
E - eventos relacionados com o trauma ou doença. Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras, disten-
sões, etc.
O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar o pulso
e a respiração. Remoção do acidentado: A remoção da vítima, do local do aci-
dente para o hospital, é tarefa que requer da pessoa prestadora de
Pulso: primeiros socorros o máximo de cuidado e correto desempenho.
Frequência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser
normal, lenta ou rápida. Antes da remoção:
Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e - Tente controlar a hemorragia;
outro. Pode ser regular ou irregular. - Inicie a respiração de socorro;
Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser - Execute a massagem cardíaca externa;
cheio (quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco). - Imobilize as fraturas;
Respiração: - Evite o estado de choque, se necessário.
Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser:
normal, lenta ou rápida. Para o transporte da vítima, podemos utilizar: maca ou padio-
la, ambulância, helicóptero ou recursos improvisados (Meios de
Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e Fortuna):
outra, podendo ser regular ou irregular. - Ajuda de pessoas;
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou - Maca;
superficial. - Cadeira;
- Tábua;
Sinais Vitais - Cobertor;
(TPRPA) Pulso Respiração - Porta ou outro material disponível. Como proceder
Temperatura
Vítima consciente e podendo andar: Remova a vítima apoian-
Adulto 60 a 100 bpm do-a em seus ombros.
Adulto 12 a 20 ipm
Fria Normal Criança 80 a 120
Criança 20 a 30 ipm
Quente bpm Vítima consciente não podendo andar:
Bebê 30 a 60 ipm
Bebê 100 a 160 bpm - Transporte a vítima utilizando dos recursos aqui demonstra-
dos, em casos de:
Pressão Arterial - Fratura, luxações e entorses de pé;
VN <130mmHg sistólica e <80mmHg diastólica - Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros in-
- estenda o braço da vítima com a mão em supinação; feriores;
- enrole o manguito vazio no ponto médio do braço; - Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e outros.
- feche a válvula perto da pera;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Importante: Possui as seguintes causas:
- Evite paradas e freadas bruscas do veículo, durante o trans- Perdas sanguíneas hemorragias internas e externas; Perdas de
porte; plasma queimaduras e peritonites; Perdas de fluídos e eletrólitos
- Previna-se contra o aparecimento de danos irreparáveis ao vômitos e diarreias.
acidentado, movendo-o o menos possível Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alérgica.
- Solicite, sempre que possível, a assistência de um médico na
remoção de acidentado grave; Ocorrem as seguintes reações:
- Não interrompa, em hipótese alguma, a respiração de socorro Pele: urticária, edema e cianose dos lábios;
e a compressão cardíaca externa ao transportar o acidentado. Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da árvore
respiratória;
Hemorragias: Sistema circulatório: dilatação dos vasos sanguíneos, queda da
É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso PA, pulso fino e fraco, palidez. como se manifesta
sanguíneo, podendo ser arterial, venosa ou capilar. - Pele fria e úmida;
Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A he- - Sudorese (transpiração abundante) na testa e nas palmas das
morragia abundante e não controlada pode causar a morte de 3 a mãos;
5 minutos. - Palidez;
Classificação quanto ao volume de sangue perdido: - Sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores;
Classe I perda de até 15% do volume sanguíneo (adulto de 70 - Náusea e vômitos;
kg = até 750 ml de sangue), apresenta discreta taquicardia; - Respiração curta, rápida e irregular;
Classe: II perda de 15 a 30% do volume sanguíneo (adulto de 70 - Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do brilho
kg = até 750 a 1.500 ml de sangue), apresenta taquicardia, taquip- dos olhos;
neia, queda da PA e ansiedade; - Queda gradual da PA;
Classe III perda de 30 a 40% do volume sanguíneo (adultode 70 - Pulso fraco e rápido;
kg = 2 litros, de sangue), apresenta taquicardia, taquipneia, queda - Enchimento capilar lento;
da PA e ansiedade, insuficiente perfusão; - Inconsciência total ou parcial.

Classe IV perda de mais de 40% do volume sanguíneo (adulto Como proceder


de 70 kg = acima de 2 litros, de sangue), apresenta acentuado au- - Realize uma rápida inspeção na vítima;
mento da FC e respiratória, queda intensa da PA. - Combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se
possível;
Como proceder (técnicas de hemostasia): - Mantenha a vítima deitada e em repouso;
- Mantenha a região que sangra em posição mais elevada que - Controle toda e qualquer hemorragia externa;
o resto do corpo; - Verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca,
- Use uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, se necessário, secreção, dentadura ou qualquer outro objeto;
pressionando-o com firmeza, a fim de estancar o sangramento; - Inicie a respiração de socorro boca-a-boca, em caso de parada
- Comprima com os dedos ou com a mão os pontos de pressão, respiratória;
onde os vasos são mais superficiais, caso continue o sangramento; - Execute a compressão cardíaca externa associada à respira-
- Dobre o joelho se o ferimento for na perna; o cotovelo se no ção de socorro boca-a-boca, se a vítima apresentar ausência de pul-
antebraço, tendo o cuidado de colocar por dentro da parte dobra- so e dilatação das pupilas (midríase);
da, bem junto da articulação, um chumaço de pano, algodão ou - Afrouxe a vestimenta da vítima;
papel; - Vire a cabeça da vítima para o lado, caso ocorra vômito;
- Evite o estado de choque; - Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto nos casos
- Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi- de choque cardiogênicos (infarto agudo do miocárdio, arritmias e
mo. cardiopatias) pela dificuldade de trabalho do coração;
Desmaio e estado de choque: É o conjunto de manifestações - Procure aquecer a vítima;
que resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue cir- - Avalie o status neurológico (ECG);
culante e a capacidade do sistema vascular, causados geralmente - Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi-
por: choque elétrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, fe- mo.
rimento grave, envenenamento, exposição a extremos de calor e
frio, fratura, emoção violenta, distúrbios circulatórios, dor aguda e Queimaduras, Insolação e Intermação
infecção grave. Queimaduras: São lesões dos tecidos produzidas por substân-
cia corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou frio e de emanação
Tipos de estado de choque: radioativa. A gravidade de uma queimadura não se mede somente
Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de bombear pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela ex-
sangue para o resto do corpo. Possui as seguintes causas: infarto tensão ou localização da área atingida.
agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias.
Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sanguíneos em fun- Classificação das Queimaduras
ção de uma lesão medular. Geralmente é provocado por traumatis- 1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com:
mos que afetam a coluna cervical (TRM e/ou TCE). - Eritema (vermelhidão);
Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do organismo - Dor local suportável;
em reagir a uma infecção provocada por bactérias ou vírus que - Inchaço.
penetram na corrente sanguínea liberando grande quantidade de
toxinas.
Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume sanguíneo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com: - Temperatura do corpo elevada;
- Eritema (vermelhidão); - Dificuldade respiratória;
- Formação de Flictenas (bolhas); - Inconsciência.
- Inchaço; Como proceder
- Dor e ardência locais, de intensidades variadas. - Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo - Afrouxe as vestes da vítima;
os tecidos mais profundos, podendo ainda alcançar músculos e os- - Mantenha o acidentado em repouso e recostado;
sos. Estas queimaduras se apresentam: - Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível;
- Secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas, - Procure o hospital mais próximo.
- Pouca ou nenhuma dor local;
- Pele branca escura ou carbonizada; Intermação: Perturbação do organismo causada por excessivo
- Não ocorrem bolhas. calor em locais úmidos e não arejados, dificultando a regulação tér-
mica do organismo.
Queimaduras de 1º, 2º e 3º grau podem apresentar-se no mes- Como se manifesta
mo acidentado. O risco de morte (gravidade do caso) não está no - Dor de cabeça e náuseas;
grau da queimadura, e sim na extensão da superfície atingida e ou - Palidez acentuada;
da localidade da lesão. Quanto maior a área queimada, maior a gra- - Sudorese (transpiração excessiva);
vidade do caso. - Pulso rápido e fraco;
Avaliação da Área Queimada - Temperatura corporal ligeiramente febril;
Use a “regra dos nove” correspondente a superfície corporal: - Inconsciência.
Genitália 1%
Cabeça 9% Como proceder
Membros superiores 18% - Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
Membros inferiores 36% - Afrouxe as vestes da vítima;
Tórax e abdômen (anterior) 18% Tórax e região lombar (poste- - Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que
rior) 18% Considere: o resto do corpo.
Pequeno queimado menos de 10% da área corpórea; Grande
queimado Mais de 10% da área corpórea; Asfixia e Afogamento
Asfixia: Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser pro-
Importante: Área corpórea para crianças: vocada por: choque elétrico, afogamento, deficiência de oxigênio
Cabeça 18% atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVA-
Membros superiores 18% CE), etc. A falta de oxigênio pode provocar sequelas dentro de 3 a 5
Membros inferiores 28% minutos, caso não haja atendimento conveniente.
Tórax e abdômen (anterior) 18% Tórax e região lombar (poste- Como se manifesta
rior) 13% Nádegas 5% - Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Ausência de movimentos respiratórios;
Como proceder - Inconsciência;
Afastar a vítima da origem da queimadura; - Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas);
Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso contrário, - Midríase (pupilas dilatadas);
abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco; - Respiração ruidosa;
- Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau); - Fluxo aéreo diminuído ou ausente.
- Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das
bolhas; Como proceder
- Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos; - Encoraje ou estimule a vítima a tossir;
- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas; - Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras de Hei-
- Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisio- mlich.
lógico; - Caso esteja inconsciente, aplique duas insuflações e observe
- Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente, marga- sinais da passagem do ar (expansão de tórax); caso não haja, in-
rina, etc. sobre a área queimada; tercale 5 Heimlich com a inspeção das vias aéreas para observar a
- Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque; expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, percebendo a parada
- Procure um médico. respiratória e notando sinais da passagem do ar, mantenha 1 insu-
flação a cada 5 segundos (12 ipm) até a retomada da respiração ou
Importante: Nas queimaduras por soda cáustica, devemos lim- chegada do socorro especializado.
par as áreas atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem, - Para: lactentes conscientes, aplique 5 compressões do tórax
pois o contato destas substâncias com a água cria uma reação quí- intercalado de 5 tapotagens (como no desenho) e inspeção das vias
mica que produz enorme quantidade de calor. aéreas;
- Para lactentes inconsciente, aplique duas insuflações (somen-
Insolação: É uma perturbação decorrente da exposição direta e te o ar que se encontra nas bochechas) e observe sinais da passa-
prolongada do organismo aos raios solares. gem do ar (expansão de tórax). Caso não haja, intercale 5 Heimlich
Como se manifesta: (como no desenho) com a inspeção das vias aéreas para observar a
- Pele seca, quente e avermelhada; expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, se perceber a parada
- Pulso rápido e forte; respiratória e notar sinais da passagem do ar, mantenha 1 insufla-
- Dor de cabeça acentuada; ção a cada 3 segundos (20 ipm) até a retomada da respiração ou
- Sede intensa; chegada do socorro especializado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
- Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de pulso), - Realize a hiperextensão do pescoço. Esta manobra não de-
executar a reanimação cárdio pulmonar (RCP); verá ser realizada se houver suspeita de lesão na coluna cervical.
- Procure o hospital mais próximo. Nesse caso, realize a tração da mandíbula, sem inclinar e girar a
Afogamento: Asfixia provocada pela imersão em meio líquido. cabeça da vítima ou empurre mandibular;
Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito, onda mais forte, inun- - Verifique se as vias aéreas da vítima estão desobstruídas apli-
dação ou enchente e por quem se lança na água sem saber nadar. cando-lhe duas insuflações pelo método boca-a-boca:

Como se manifesta
- Agitação;
- Dificuldade respiratória;
- Inconsciência;
- Parada respiratória; - Verifique se a vítima apresenta pulso, caso negativo inicie a
- Parada cardíaca. compressão cardíaca externa:
Como proceder - Posicione as mãos sobre o externo, 02 cm acima do processo
- Tente retirar a vítima da água utilizando material disponível xifoide;
(corda, boia, remo, etc.) - Mantenha os dedos das mãos entrelaçados e afastados do
corpo da vítima;
- Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxime-se - Mantenha os braços retos e perpendiculares ao corpo da ví-
da vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a cabeça fora tima;
d’água (cuidado com o afogamento duplo);
- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando fora
d’água;
- Insista na respiração de socorro se necessário, o mais rápido
possível;
- Execute a compressão cardíaca externa se a vítima apresentar
ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas);
- Friccione vigorosamente os braços e as pernas da vítima, es-
timulando a circulação;
- Aqueça a vítima;
- Remova a vítima para o hospital mais próximo. - Inicie a compressão cardíaca comprimindo o peito da vítima
em torno de 03 a 05 cm;
Ressuscitação Cárdio Pulmonar (Rcp):
Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar uma
vida pela falência ou insuficiência do sistema respiratório ou car-
diovascular. Sem oxigênio as células do cérebro morrem em 10
minutos. As lesões começam após 04 minutos a partir da parada
respiratória.
Causas da parada cardiorrespiratória (pcr):
- Asfixia;
- Intoxicações; - Realize as compressões de forma ritmada procurando atingir
- Traumatismos; de 80 a 100 compressões por minuto;
- Afogamento; - Deve intercalar 02 insuflações a cada 30 compressões.
- Eletrocussão (choque elétrico);
- Estado de choque;
- Doenças.

Como Se Manifesta
- Perda de consciência;
- Ausência de movimentos respiratórios; - Após 01 ciclo (02 insuflações e 30 compressões 4 vezes) mo-
- Ausência de pulso; nitorar novamente os sinais vitais;
- Cianose (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da unhas ar- - Não interrompa a rcp, mesmo durante o transporte, até a re-
roxeadas); cuperação da vítima ou a chegada do socorro especializado.
- Midríase (pupilas dilatadas e sem fotorreatividade).
Casos Específicos
Como proceder Ao executar a compressão cardíaca externa em adolescentes
- Verifique o estado de consciência da vítima, perguntando-lhe ou em crianças, pressione o tórax com uma das mãos, em lactentes
em voz alta: “Posso lhe ajudar?”; apenas com a ponta dos dedos, sendo que para estes deve se fazer
- Trate as hemorragias externas abundantes; 1 insuflação (somente o ar nas bochechas) para 5 compressões, re-
- Coloque a vítima em decúbito dorsal sobre uma superfície avaliar a cada ciclo (01 insuflação e 5 compressões 20 vezes)
dura;
- Verifique se a vítima está respirando (VOS);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Respiração de Socorro Método de Silvester (Modificado) Contusões
Este método é aplicado nos casos em que não se pode em- Providencias: repouso do local (imobilização), compressas
pregar o método boca-a-boca (traumatismos graves de face, en- frias.
venenamento por cianureto, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, soda
cáustica, fenol e outras substâncias cáusticas). O método silvestre Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pan-
permite não só o restabelecimento dos movimentos respiratórios cada na cabeça (concussão cerebral).
como os do coração.
Ferimentos
Como proceder
Desobstrua a boca e a garganta da vítima, fazendo tração da A leves ou superficiais
língua e retirando corpos estranhos e secreção; Procedimentos: Faca limpeza do local com soro fisiológico ou
Coloque a vítima em decúbito dorsal; água corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra o feri-
Eleve o tórax da vítima com auxílio de um travesseiro, cobertor mento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto
dobrado, casaco ou pilha de jornal, inclinando sua cabeça para trás, Socorro ou UBS. Não tente retirar farpas, vidros ou partículas de
provocando a hiperextensão do pescoço; metal do ferimento.
Ajoelhe-se, coloque a cabeça da vítima entre suas pernas e
com os braços paralelos ao corpo; B ferimentos extensos ou profundos 1 ferimentos abdominais
Segure os punhos da vítima, trazendo seus braços para trás e abertos
para junto de suas pernas (rente ao solo); Procedimentos: evite mexer em vísceras expostas, cubra com
Volte com os braços da vítima para frente (rente ao solo), cru- compressa úmida e fixe-a com faixa, removendo a vitima com cui-
zando-os sobre o peito (parte inferior do externo 2 cm do processo dado a um pronto-socorro mais próximo.
xifoide);
Pressione o tórax da vítima 05 vezes seguidas; ferimentos profundos no tórax
Procedimentos cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, evi-
Volte os braços da vítima para a posição inicial e reinicie o mé- tando entrada de ar para o interior do tórax, durante a inspiração.
todo. Aperte moderadamente um cinto ou faixa em torno do tórax
para não prejudicar a respiração da vitima.
Equipamentos para socorros de urgência (sugestão):
Prepare sua caixa de primeiros socorros antes de precisar dela. ferimentos na cabeça
Amanhã, uma vida poderá depender de você. Procedimentos: afrouxe suas roupas, mantenha a vitima dei-
tada em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para conter
hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo.
Algodão Esparadrapo Papel e caneta
Ataduras Estetoscópio Pinças C Ferimentos Perfurantes: São lesões causadas por acidente
hemostáticas com vidros metais, etc.
Atadura elástica Gaze esterilizada Respirador farpas Prenda-as com uma atadura sobre uma gaze.
“Ambu” atadura Nos dedos, mãos, antebraço ou perna, cotovelo ou jo-
elho Como fazer.
Cobertor térmico Lenço Triangular Sabão bandagem Serve para manter um curativo, uma imobilização
Colar cervical Luva de Soro fisiológico de fratura ou conter provisoriamente uma parte do corpo lesada.
procedimentos
Cuidados:
Compressas limpas Máscaras Talas variadas
-a região deve estar limpa;
Curativos protetores Micropore Telefones úteis -os músculos relaxados;
Cânulas de Guedel Maca rígida ou KED Tesoura -começar das extremidades dos membros lesados para o cen-
tro;
Esfigmomanômetro Óculos de proteção Válvula para RCP
Importante: qualquer enfaixamento ou bandagem que provo-
Lesões nos ossos e articulações Lesões na espinha (coluna) que dor ou arroxeamento na região deve ser afrouxado imediata-
Providências: Cuidado no atendimento e no transporte (imo- mente.
bilização correta)
Torniquetes: São utilizados somente para controlar hemorra-
Fraturas: O primeiro socorro consiste apenas em impedir o gias nos casos em que a vítima teve o braço ou a perna amputada
deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores danos. ou esmagadas.
Fechadas
Expostas
Não faça: não desloque ou arraste a vítima até que a região
suspeita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que haja emi-
nente perigo (explosões ou trânsito).
Luxações ou deslocamentos das juntas (braço, ombro)
Tipoia
Entorses e distensões
Trate como se fosse fraturas.
Aplique gelo e compressas frias no local.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
II - o gozo dos direitos políticos;
LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 08/07/2010, QUE DIS- III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
PÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS IV - o nível de escolaridade e capacitação exigido para o exer-
DO MUNICÍPIO DE SUZANO, E DÁ OUTRAS cício do cargo;
PROVIDÊNCIAS V - a idade mínima de 18 (dezoito) anos;
VI - aptidão física e mental.
Parágrafo Único. As atribuições do cargo podem justificar a exi-
LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 08/07/2010 gência de outros requisitos estabelecidos em Lei especial.
Art. 9º O provimento dos cargos públicos será através de ato
DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO da autoridade competente de cada Poder.
MUNICÍPIO DE SUZANO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 10. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Art. 11. São formas de provimento de cargo público a:
O PREFEITO MUNICIPAL DE SUZANO, usando das atribuições I - nomeação;
legais que lhe são conferidas; FAZ SABER que a Câmara Municipal II - progressão;
de Suzano aprova e ele promulga a seguinte Lei: III - readaptação;
IV - reversão;
PARTE GERAL V - aproveitamento;
LIVRO ÚNICO VI - reintegração.
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS EM GERAL
TÍTULO I SEÇÃO II
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DA NOMEAÇÃO

Art. 1º Esta Lei estabelece o provimento e a vacância dos cargos Art. 12. A nomeação será:
públicos municipais, os direitos, vantagens, deveres e responsabili- I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou
dades dos Servidores Públicos do Município de Suzano, incluindo os isolado;
da área da Educação e os da Guarda Civil Municipal. II - em comissão, para cargos de livre nomeação e exoneração.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente Art. 13. A nomeação para cargo de provimento efetivo de car-
investida em cargo público, seja de provimento efetivo ou de pro- reira ou isolado depende de prévia aprovação em concurso público
vimento em comissão. de provas ou de provas e títulos, obedecido em qualquer caso, a
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabi- ordem de classificação e o prazo de validade.
lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser atribu-
ídas a um servidor público. SEÇÃO III
Parágrafo Único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os cida- DA POSSE
dãos, são criados por Lei, com denominação própria, número certo,
atribuições, funções e responsabilidades específicas e vencimento Art. 14. Posse é a aceitação expressa das atribuições, dos deve-
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou res, das responsabilidades e dos direitos inerentes ao cargo ocupa-
em comissão. do, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer
Art. 4º Os cargos públicos de provimento efetivo do Município das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em Lei.
de Suzano serão os organizados em carreira e os isolados. § 1º A posse será efetivada pela assinatura do respectivo termo
Art. 5º As carreiras serão organizadas em grupos ocupacionais pelo empossado e pela autoridade competente.
de cargos de provimento efetivo, observadas a escolaridade e a § 2º A posse ocorrerá no prazo de 15 (quinze) dias, contados da
qualificação profissional exigidas, assim como a natureza e comple- publicação do ato de nomeação, podendo ser prorrogável por igual
xidade das atribuições a serem exercidas por seus ocupantes, na período mediante requerimento do interessado, devidamente jus-
forma prevista em Lei. tificado e fundamentado.
Art. 6º É vedado a qualquer agente público atribuir aos ocu- § 3º Em se tratando de servidor que esteja na data de publi-
pantes de cargos públicos atribuições ou responsabilidades diver- cação do ato de provimento em licença ou afastado por qualquer
sas das descritas para o cargo que ocupa, conforme previsto em Lei, motivo legal, o prazo será contado do término do impedimento.
ressalvadas as responsabilidades, encargos e atribuições decorren- § 4º No ato da posse o servidor apresentará obrigatoriamente
tes do exercício de função de direção, chefia e assessoramento ou declaração de bens e valores que constituem o seu patrimônio e
da prestação de serviços especiais. declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
Art. 7º É proibido o exercício gratuito de cargos públicos, salvo função pública.
os casos previstos em Lei. § 5º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a pos-
se não ocorrer no prazo previsto no parágrafo 2º, salvo a hipótese
TÍTULO II elencada no parágrafo 3º.
DO INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO Art. 15. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
CAPÍTULO ÚNICO ção médica oficial, além do exame relativo à aptidão psicológica e
DO PROVIMENTO psiquiátrica, nos casos específicos.
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO IV
DO EXERCÍCIO
Art. 8º São requisitos básicos para investidura em cargo públi-
co: Art. 16. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
I - a nacionalidade brasileira ou estrangeira, desde que preen- cargo público.
chidos os requisitos legais;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1º A autoridade competente do órgão ou entidade para onde SEÇÃO VII
for designado o servidor compete dar-lhe exercício. DA REVERSÃO
§ 2º É de 10 (dez) dias úteis, o prazo improrrogável para o ser-
vidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados Art. 21. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposen-
da data da posse. tado por invalidez, quando, por laudo de perícia da Previdência So-
§ 3º O servidor será exonerado do cargo se não entrar em exer- cial, forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria.
cício no prazo previsto no parágrafo 2º. Art. 22. A reversão será no mesmo cargo ou no cargo resultan-
Art. 17. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do te de sua transformação ou redenominação.
exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. Parágrafo Único. Encontrando-se provido o cargo, o servidor
Parágrafo Único. Ao entrar em exercício o servidor apresen- exercerá suas funções como excedente, até a ocorrência de vaga,
tará ao setor de recursos humanos a documentação necessária ao preservado os seus direitos já adquiridos.
assentamento individual. Art. 23. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
Art. 18. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em tado 70 (setenta) anos de idade.
razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeita- Art. 24. Em qualquer hipótese de reversão, deverá ser observa-
da a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas. da a legislação previdenciária vigente.
Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica a du-
ração de trabalho estabelecida para categorias profissionais com SEÇÃO VIII
regulamentação específica, bem como aos cargos de provimento DA REINTEGRAÇÃO
em comissão.
Art. 25. Reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo an-
SEÇÃO V teriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação,
DA PROGRESSÃO quando invalidada a sua exoneração por decisão administrativa ou
judicial, com ressarcimento de todas as suas vantagens.
Art. 19. O servidor público ocupante de cargo de provimento Parágrafo Único. Na hipótese do cargo ter sido extinto, o ser-
efetivo deverá receber progressão na carreira nos termos da Lei vidor ficará em disponibilidade com remuneração proporcional ao
que fixar diretrizes do sistema de carreiras no Serviço Público Mu- tempo de serviço, observado o disposto nos arts. 27 a 29.
nicipal.
SEÇÃO IX
SEÇÃO VI DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
DA READAPTAÇÃO
Art. 26. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
Art. 20 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) servidor estável ficará em disponibilidade com remuneração total e
§ 1º (VETADO) que seu direito seja assegurado ao tempo de serviço, até seu ade-
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) quado aproveitamento em outro cargo.
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) Art. 27. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade
§ 4º (VETADO) far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em função de atri-
§ 5º (VETADO) buições, requisitos, especificações e vencimento compatíveis com
§ 6º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) o anteriormente ocupado.
Art. 20 A - A readaptação é a colocação do servidor em car- Art. 28. O setor de recursos humanos determinará o imediato
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a
que tenha sofrido em sua capacidade física, sensorial ou mental. ocorrer nos órgãos de cada Poder, observado o disposto no art. 27.
§ 1º A readaptação dependerá obrigatoriamente de laudo de Art. 29. O aproveitamento de servidor que se encontre em dis-
perícia da Previdência Social e exame médico oficial que avalie sua ponibilidade dependerá de prévia comprovação de sua capacidade
condição, apontando as funções que o servidor poderá executar. física e mental, por junta médica oficial.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo com atribuições e Parágrafo Único. Se julgado apto, o servidor passará por treina-
jornada de trabalho afins e respeitada em todo o caso a escolarida- mento e adaptação às suas novas funções e deverá assumir o exer-
de e habilitação exigida. cício do cargo no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação
§ 3º A readaptação não acarretará aumento, reajuste ou dimi- do ato de aproveitamento.
nuição da remuneração devida. Art. 30. Será tornado sem efeito o aproveitamento e extinta a
§ 4º Havendo o restabelecimento da capacidade física, sen- disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo es-
sorial ou mental, constatado através de laudo de perícia da Previ- tipulado pelo parágrafo único do art. 29, salvo em caso de doença
dência Social e exame médico oficial, o servidor readaptado deverá comprovada por junta médica oficial.
retornar às atribuições de seu cargo de provimento efetivo. Parágrafo Único. A hipótese prevista neste artigo configurará
§ 5º O servidor readaptado deverá se submeter a exame médi- abandono de cargo apurado mediante processo administrativo, na
co oficial nas periodicidades estipuladas pelo Poder Público Munici- forma desta Lei.
pal ou pela Previdência Social.
§ 6º Para a realização do exame tratado no parágrafo 5º, o SEÇÃO X
servidor será convocado através de correspondência registrada ou DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
outro meio de comunicação. (Redação acrescida pela Lei Comple-
mentar nº 198/2011) Art. 31. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
público de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório
por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual sua aptidão
e capacidade serão objeto obrigatório de avaliação de desempe-
nho, observados os seguintes fatores:

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I - interesse; TÍTULO III
II - respeito às normas e regulamentos; DOS DIREITOS E VANTAGENS
III - responsabilidade; CAPÍTULO I
IV - adaptação; DO VENCIMENTO E DEMAIS VANTAGENS
V - cooperação e solidariedade com os colegas; Art. 38 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
VI - respeito; Parágrafo Único. (VETADO)
VII - qualidade e atenção; Art. 38 A - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
VIII - produtividade; de cargo público, com valor fixado em Lei.
IX - economia; Parágrafo Único. O vencimento deverá ser revisado periodica-
X - flexibilidade; mente nos termos do inciso X do art. 37 da Constituição Federal,
XI - iniciativa; notadamente no mês de março de cada ano, conforme dispuser Lei
XII - pontualidade; Municipal. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 198/2011)
XIII - assiduidade; Art. 39. Vencimentos expressa a retribuição pecuniária pelo
XIV - disciplina. exercício de cargo público efetivo, acrescido das vantagens pecuni-
Art. 32. Os servidores em estágio probatório serão submetidos árias permanentes estabelecidas em Lei.
a 3 (três) avaliações de desempenho, sendo a primeira aos 6 (seis) Art. 40. O vencimento do cargo público de provimento efetivo
meses, contados da entrada em efetivo exercício; a segunda aos 18 é irredutível, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV do art. 37 da
(dezoito) meses e a terceira e última aos 30 (trinta) meses. Constituição Federal.
§ 1º As avaliações de desempenho serão realizadas pela chefia § 1º É assegurada a isonomia de vencimento para cargos de
do setor em que o servidor estiver lotado e acompanhadas pela atribuições iguais ou assemelhadas dos Poderes, ressalvadas as
Comissão de Avaliação de Desempenho do Estágio Probatório, que vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local
será composta por 3 (três) servidores obrigatoriamente efetivos e de trabalho.
estáveis. § 2º A Lei que estabelecer o quadro geral de pessoal deverá
§ 2º A Comissão de que trata o parágrafo 1º será designada por fixar o limite máximo e a relação entre o maior e o menor venci-
ato da autoridade máxima de cada Poder ou órgão, vinculada ao mento dos servidores públicos municipais, nos termos do § 5º do
setor administrativo competente. art. 39 da Constituição Federal.
Art. 33. O servidor deverá cumprir todo o período de estágio Art. 41. Nenhum servidor público municipal poderá perceber,
probatório no cargo público de provimento efetivo em que se deu mensalmente, a título de vencimentos, importância superior ao
a posse. subsídio do Prefeito Municipal.
§ 1º Na hipótese de nomeação para cargo de provimento em Parágrafo Único. Excluem-se do teto de vencimentos estabe-
comissão, a contagem do período do estágio probatório será sus- lecido no “caput” as importâncias recebidas a título de gratificação
pensa enquanto perdurar a referida situação. natalina, adicional pela prestação de serviço extraordinário e adi-
§ 2º Sem prejuízo da contagem do tempo de efetivo exercício, cional de férias previstos nos incisos VIII, XVI e XVII do art. 7º da
o servidor efetivo nomeado para cargo de provimento em comissão Constituição Federal.
conforme o parágrafo 1º, terá a avaliação de desempenho suspen-
sa nos mesmos termos. CAPÍTULO II
Art. 34. O servidor em período de estágio probatório não po- DAS FALTAS
derá ser promovido. SEÇÃO I
Art. 35. O servidor estável que, em virtude de concurso público DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
de provas ou de provas e títulos, for nomeado para outro cargo
público, ficará obrigado a cumprir novo período de estágio proba- Art. 42. Os critérios para fins de desconto da retribuição pecu-
tório. niária pelo não comparecimento do servidor, serão os que seguem:
I - ao servidor que não cumprir a totalidade de sua jornada diá-
SEÇÃO XII ria de trabalho será consignada como “falta dia”;
DA ESTABILIDADE II - o descumprimento de parte da jornada diária de trabalho
será caracterizada como “falta hora”, as quais serão ao longo do
Art. 36. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo exercício, os mês, somadas às demais para integralização da “falta dia”.
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude § 1º O desconto financeiro da “falta dia” será efetuado à razão
de concurso público. de 1/30 (um trinta avos) do valor da retribuição pecuniária mensal.
§ 1º A estabilidade de que trata o “caput” terá como condição § 2º Se no final do mês ocorrer o saldo de “faltas hora”, se-
para sua aquisição a obrigatoriedade de avaliação especial de de- rão elas somadas às que vierem ocorrer no mês seguinte ou sub-
sempenho, nos termos do parágrafo 4º do art. 41 da Constituição sequentes, para fins do desconto previsto no parágrafo anterior.
Federal e arts. 31 e 32 desta Lei.
§ 2º O servidor aprovado no estágio probatório será confirma- SEÇÃO II
do no cargo, mediante ato a ser expedido pela autoridade de cada DAS FALTAS JUSTIFICADAS
Poder ou órgão no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
§ 3º (VETADO) Art. 43. Nenhum servidor público municipal poderá faltar ao
Art. 37. O servidor estável somente perderá o cargo nos ter- serviço, em período integral ou parcial, sem causa justificada.
mos do parágrafo 1º do art. 41 e dos parágrafos 4º, 5º, 6º e 7º do Parágrafo Único. Considera-se causa justificada o fato que, por
art. 169 da Constituição Federal. sua natureza ou circunstância, principalmente pela consequência
Parágrafo Único. Aplicam-se aos servidores públicos munici- no âmbito da família, possa constituir necessidade imperiosa ao
pais o disposto nos parágrafos 2º e 3º do art. 41 da Constituição não comparecimento ao serviço.
Federal.

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Art. 44. O servidor que faltar ao trabalho ficará obrigado a de- § 2º O servidor cuja dívida relativa a reposição for superior a
clarar, por escrito, a justificação da falta, a seu superior imediato, cinco (05) vezes o valor de sua remuneração, terá o prazo máximo
no primeiro dia em que a este comparecer, sob pena de sujeitar-se de 120 (cento e vinte) dias para quitar o seu débito nos casos pre-
às consequências da falta injustificada. vistos no “caput”.
§ 1º Não serão objeto de abono ou compensação as faltas que § 3º Os valores percebidos pelo servidor, em razão de decisão
excederem a 2 (duas) por mês. liminar, de qualquer medida de caráter antecipatório ou de sen-
§ 2º O superior imediato do servidor decidirá sobre a justifica- tença, posteriormente cassada ou revista, deverão ser repostos ao
ção das faltas até o máximo de 5 (cinco) por ano. erário no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da notificação
§ 3º A justificação das faltas que excederem a 6 (seis) por ano, para fazê-lo, sob pena de inscrição em dívida ativa.
até o limite de 12 (doze), será submetida, devidamente informada
e formalizada pelo superior imediato, ao titular da pasta em que o CAPÍTULO IV
servidor estiver lotado, no prazo máximo de 3 (três) dias. DAS VANTAGENS
§ 4º Para a justificação de qualquer falta será exigida prova ma- SEÇÃO I
terial do motivo alegado pelo servidor. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 5º Decidido o pedido de justificação da falta, será o reque-
rimento encaminhando imediatamente ao setor de recursos hu- Art. 50. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
manos para as devidas anotações no assentamento individual do seguintes vantagens:
servidor. I - gratificações;
II - adicionais;
SEÇÃO III III - auxílios.
DAS FALTAS INJUSTIFICADAS Parágrafo Único. As gratificações e os adicionais incorporam-se
aos vencimentos, apenas nos casos e condições indicados em Lei.
Art. 45. Serão consideradas faltas injustificadas aquelas em Art. 51. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
que o servidor ausentar-se do serviço sem um justo motivo. acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés-
Parágrafo Único. Na hipótese do “caput” deste artigo, o servi- cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun-
dor sofrerá o desconto em seu vencimento e não será considerado damento.
como período de efetivo exercício para todos os efeitos. SEÇÃO II
DAS GRATIFICAÇÕES E DOS ADICIONAIS
SEÇÃO IV
DAS FALTAS ABONADAS Art. 52. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes gratificações e adi-
Art. 46. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 (seis) por ano, cionais:
que não exceda a 1 (uma) por mês, serão abonadas desde que não I - gratificação por escolaridade;
haja prejuízo à Administração. II - gratificação por trabalho em local de difícil lotação;
§ 1º O servidor deverá encaminhar requerimento com no mí- III - gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e
nimo dois (02) dias de antecedência solicitando o abono das faltas assessoramento;
a que se refere o “caput”, sendo ouvido o seu superior hierárquico, IV - gratificação natalina;
cabendo a decisão final ao titular da pasta imediatamente subordi- V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
nado ao chefe de cada Poder Público Municipal. VI - adicional noturno;
§ 2º Não serão permitidas faltas abonadas em emendas de fe- VII - adicional de férias;
riado. VIII - adicional pelo exercício de atividades insalubres ou peri-
culosas;
CAPÍTULO III IX - adicional por tempo de serviço.
DOS DESCONTOS
Art. 47. Salvo por imposição legal ou mandado judicial, ne- SUBSEÇÃO I
nhum desconto incidirá sobre os vencimentos do servidor público, DA GRATIFICAÇÃO POR ESCOLARIDADE
com exceção da contribuição sindical fixada por Lei.
Parágrafo Único. Mediante autorização por escrito do servidor,
poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de enti- Art. 53. Ao servidor público municipal ocupante de cargo de
dade sindical e de terceiros, na forma da Lei. provimento efetivo constante do grupo ocupacional superior, que
Art. 48. As reposições ao erário serão previamente comunica- comprovarem a conclusão de curso superior, desde que não seja
das ao servidor e descontadas em parcelas mensais cujo valor não requisito de provimento de seu cargo, será pago, a título de Gra-
excederá 10% (dez por cento) de seus vencimentos. tificação por Escolaridade, o percentual de 20% (vinte por cento)
Parágrafo Único. A reposição será feita em uma (01) única par- sobre o valor de seu vencimento.
cela quando constatado pagamento indevido no mês anterior ao do
processamento da folha de pagamento. SUBSEÇÃO II
Art. 49. O servidor em débito decorrente da relação de traba- DA GRATIFICAÇÃO POR TRABALHO EM LOCAL DE DIFÍCIL
lho com o Poder Público que for exonerado ou aposentado, terá o LOTAÇÃO
valor de seu débito descontado dos créditos que porventura tenha
para receber do respectivo Poder. Art. 54. Além do vencimento e das vantagens constantes desta
§ 1º Caso não existam créditos a receber ou estes não sejam Lei, será concedida a Gratificação por Trabalho em Local de Difícil
suficientes para suportar o valor devido, o servidor terá o prazo de Lotação, no percentual de 15% (quinze por cento) do valor de seu
até 90 (noventa) dias para quitar o débito. vencimento, especificamente aos servidores ocupantes dos cargos
de provimento efetivo de:

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I - Profissionais da Saúde; II - nos casos de emergência por doença grave do próprio ser-
II - Profissionais da Educação; vidor ou do cônjuge, companheiro (a), pais, padrasto, madrasta,
III - (VETADO) filhos, enteados, netos, menor sob guarda ou tutela, irmãos, sogro
§ 1º A gratificação de que trata o “caput” não será incorporada e sogra;
ao vencimento para nenhum fim. III - falecimento de pessoas da família dentre os relacionados
§ 2º Os servidores que percebem a gratificação nos termos do no inciso II;
“caput” perderão o direito no momento em que cessar sua atuação IV - realização de despesas necessárias em virtude de caso for-
nos referidos locais. tuito ou força maior, conforme previsto no Código Civil Brasileiro.
§ 3º O disposto neste artigo deverá ser regulamentado através § 8º O requerimento a que se refere o parágrafo 7º deverá ser
de ato próprio da autoridade do respectivo Poder. encaminhado para o titular da pasta responsável pelo setor de re-
cursos humanos do respectivo Poder, que deverá decidir sobre o
SUBSEÇÃO III seu deferimento, ou não, no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO, § 9º No caso previsto no inciso II do parágrafo 7º, deverá ser
CHEFIA E ASSESSORAMENTO anexado ao requerimento laudo comprovando a emergência e ne-
cessidade, realizado por equipe médica oficial e pelo serviço social.
Art. 55. Ao servidor estável, ocupante de cargo de provimento § 10. No caso previsto no inciso III do parágrafo 7º, deverá ser
efetivo, que vier a ser designado para o desempenho de função de anexado ao requerimento certificado de óbito, comprovante do
direção, chefia ou assessoramento, será devida uma gratificação parentesco e laudo do serviço social comprovando a necessidade.
pelo seu exercício. § 11. No caso previsto no inciso IV do parágrafo 7º, deverá ser
§ 1º A percepção da gratificação de que trata o “caput” deste anexado ao requerimento a comprovação do caso fortuito ou de
artigo não constitui cargo e será considerada como vantagem aces- força maior reconhecido oficialmente.
sória ao vencimento do servidor designado. Art. 58. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na-
§ 2º A denominação, qualificação, percentuais e demais requi- talina, proporcionalmente aos meses de efetivo exercício no ano,
sitos para a percepção da gratificação de que trata o “caput” deste calculada sobre os vencimentos do mês da exoneração.
artigo serão estabelecidos através de Lei. Art. 59. A gratificação natalina não será considerada para cál-
§ 3º A gratificação de que trata o “caput” deste artigo apenas culo de qualquer vantagem pecuniária.
é devida ao servidor durante o período em que estiver exercendo
efetivamente a função que foi designada, sendo indevido o seu re- SUBSEÇÃO V
cebimento no caso de revogação de sua designação. DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
Art. 56. Aos ocupantes dos cargos de provimento em comissão
poderá ser concedida, por ato do Chefe de cada Poder, gratificação Art. 60. O serviço extraordinário será remunerado:
a título de dedicação integral, pelo exercício de função de direção e I - com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), em relação a
assessoramento, a qual não poderá ultrapassar 50% (cinquenta por hora normal de trabalho, de segunda-feira a sábado, nos dias con-
cento) do vencimento correspondente. siderados ponto facultativo e nos dias objeto de compensação por
ausência de expediente definidos em atos do Chefe de cada Poder;
SUBSEÇÃO IV II - com acréscimo de 100% (cem por cento), em relação à hora
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA normal de trabalho, nos domingos e feriados.
Parágrafo Único. O serviço extraordinário realizado no período
Art. 57. A gratificação natalina será paga, anualmente, a todo compreendido entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5
servidor municipal, independente da remuneração a que fizer jus. (cinco) horas do dia seguinte, será acrescido do percentual relativo
§ 1º A gratificação natalina corresponderá a 1/12 (um doze ao adicional noturno, nos termos do art. 62 desta Lei.
avos) por mês de efetivo exercício no ano, da remuneração devida Art. 61. Somente será permitido o serviço extraordinário para
em dezembro do ano correspondente. atender a situações excepcionais, temporárias e de interesse pú-
§ 2º A fração igual ou superior a 20 (vinte) dias de efetivo exer- blico.
cício será considerada como mês integral, para efeito do parágrafo Parágrafo Único. As normas para a autorização da realização
anterior. de serviços extraordinários no âmbito do serviço público local serão
§ 3º A gratificação natalina será calculada sobre os vencimen- definidas e regulamentadas através de ato do Chefe de cada Poder.
tos do servidor, neles incluídos todas as vantagens de natureza
permanente, inclusive a média aritmética das horas extraordinárias SUBSEÇÃO VI
efetivamente pagas durante o ano. DO ADICIONAL NOTURNO
§ 4º A gratificação natalina será estendida aos inativos e pen-
sionistas, tendo como base o valor dos proventos que perceberem Art. 62. O serviço noturno, prestado em horário compreendido
no mês de dezembro de cada ano. entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia
§ 5º A gratificação natalina será paga até o dia 20 (vinte) do seguinte terá o valor-hora acrescido de mais 25% (vinte e cinco por
mês de dezembro de cada ano. cento), computando-se cada hora como 52 (cinquenta e dois) mi-
§ 6º A primeira parcela correspondente a 50% (cinquenta por nutos e 30 (trinta) segundos.
cento) do valor da gratificação natalina será paga até o último dia Parágrafo Único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
útil do mês de novembro de cada ano. acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre os valores previs-
§ 7º O servidor efetivo poderá requerer o adiantamento de tos no art. 60.
parcela não superior a 50% (cinquenta por cento) do valor total da
mesma, no período de fevereiro a novembro do ano corresponden-
te, no caso de:
I - gozo do período de férias anuais;

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SUBSEÇÃO VII § 1º Na concessão do adicional por tempo de serviço severa
DO ADICIONAL DE FÉRIAS ser observado o disposto no inciso XIV do art. 37 da Constituição
Federal.
Art. 63. Independentemente de solicitação, será pago ao ser- § 2º A fim de que se garanta a continuidade do adicional já exis-
vidor, nos termos do inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, tente, previsto no inciso I, a contagem do prazo para sua concessão
por ocasião do gozo parcial ou total das férias, um adicional corres- iniciar-se-á na data de ingresso do servidor no serviço público.
pondente a 1/3 (um terço) do vencimento do período. § 3º A contagem do prazo para concessão dos adicionais pre-
vistos nos incisos II e III iniciar-se-á com a vigência desta Lei Com-
SUBSEÇÃO VIII plementar.
DO ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSALUBRES § 4º O adicional por tempo de serviço que trata este artigo será
OU PERICULOSAS incorporado ao vencimento para todos os efeitos. (Redação acres-
cida pela Lei Complementar nº 198/2011)
Art. 64. Os servidores que:
I - trabalharem com habitualidade em locais insalubres, identi- SEÇÃO III
ficados através de laudo emitido pelo órgão municipal competente, DOS AUXÍLIOS
farão jus a um adicional com percentuais variáveis de 10% (dez por
cento), 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento) sobre o Art. 69. Além do vencimento e das demais vantagens previstas,
menor vencimento pago pelo erário municipal, conforme o grau da serão concedidos aos servidores os seguintes auxílios:
insalubridade; I - cesta básica;
II - estiverem expostos a contato permanente com substâncias II - vale-alimentação;
inflamáveis, explosivas, eletricidade de alta tensão, em condições III - vale-transporte.
de risco acentuado, durante o período de trabalho, farão jus ao
adicional denominado de periculosidade de 30% (trinta por cento) SUBSEÇÃO I
sobre o valor do vencimento de seu cargo de provimento efetivo. DA CESTA BÁSICA
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
de periculosidade deverá optar por apenas um deles, não sendo Art. 70. Fica estabelecido que os servidores que percebem a
acumuláveis estas vantagens. título de vencimento o equivalente a 2 (duas) vezes o menor venci-
§ 2º O direito de adicional de insalubridade ou de periculosida- mento farão jus a um auxílio, denominado “Cesta-Básica”, que será
de cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram concedido através de crédito em cartão específico fornecido pelo
causa a sua concessão. Poder Público.
§ 3º (VETADO) Parágrafo Único. O disposto no “caput” aplica-se, inclusive,
Art. 65. Haverá permanente controle da atividade de servido- aos:
res em operações ou locais considerados insalubres ou perigosos, I - servidores aposentados e pensionistas do Município de Su-
através da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. zano;
Parágrafo Único. A servidora gestante ou lactante será afasta- II - servidoras em gozo das licenças constantes do inciso V do
da, enquanto durar a gestação ou lactação, das operações e locais art. 82;
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre III - servidores afastados nos termos do inciso X do art. 82;
e em serviço não perigoso. IV - (VETADO)
Art. 66. Na concessão dos adicionais de que trata o art. 64 se-
rão observadas as situações estabelecidas em legislação específica, SUBSEÇÃO II
em especial as Normas Regulamentadoras do Ministério do Traba- DO VALE-ALIMENTAÇÃO
lho e Emprego.
Art. 67. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Art. 71. Será concedido aos servidores públicos do serviço pú-
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per- blico municipal o auxilio denominado “Vale-Alimentação”, através
manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra- do fornecimento de cartão ou assemelhado, que deverá ser utiliza-
passem o nível máximo previsto em legislação própria. do para a aquisição de gêneros alimentícios nos estabelecimentos
Parágrafo Único. Os servidores a que se refere este artigo se- credenciados no Município de Suzano.
rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses, por parte Parágrafo Único. O valor total do “Vale-Alimentação” será defi-
da Secretaria Municipal de Saúde. nido através de legislação própria.
Art. 72. O “Vale-Alimentação” não será concedido aos servi-
SUBSEÇÃO IX dores:
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO I - afastados nos termos dos arts. 114 e 115;
II - em gozo das licenças previstas nos incisos II, III, IV, V, VII, IX,
Art. 68 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) X e XI do art. 82.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) SUBSEÇÃO III
Art. 68 A - O adicional por tempo de serviço é devido aos servi- DO VALE-TRANSPORTE
dores, na seguinte proporção:
I - à razão de 2% (dois por cento) de seu vencimento a cada Art. 73. Será concedido o auxílio Vale-Transporte aos servido-
período de 2 (dois) anos de efetivo exercício, contínuo ou não; res públicos do Município de Suzano, o qual deverá ser utilizado
II - à razão de 5% (cinco por cento) do seu vencimento a cada exclusivamente para o deslocamento entre o local de moradia e o
período de 5 (cinco) anos de efetivo exercício; local de trabalho, sendo de uso estritamente pessoal.
III - a sexta-parte, à razão de 1/6 (um sexto) do seu vencimento,
após 20 (vinte) anos de efetivo exercício.

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1º O deslocamento de que trata o “caput” compreende a III - para atividade política;
soma de todos os componentes da viagem por um ou mais meios IV - para tratar de interesses particulares;
de transporte entre o seu local de moradia e o local de trabalho. V - a gestante e a adotante;
§ 2º O Vale-Transporte é aplicável a todas as formas e modali- VI - paternidade;
dades de transporte público coletivo urbano em linhas municipais VII - para desempenho de mandato em Sindicato da categoria;
e intermunicipais regulares e com tarifas fixadas pela autoridade VIII - para capacitação;
competente, excluídos os serviços seletivos e especiais. IX - para tratamento da própria saúde;
Art. 74. Cada um dos Poderes Municipais participará dos gastos X - por motivo de acidente em serviço ou para tratamento de
de deslocamento do servidor com a ajuda de custo equivalente à doença profissional;
parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu vencimento. XI - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro
Art. 75. Para fazer jus a concessão do Vale-Transporte, o ser- (a);
vidor deverá requerer por escrito, em formulário próprio, padroni- XII - prêmio.
zado e distribuído pelo competente setor de recursos humanos, no § 1º É vedado o exercício de qualquer atividade remunerada
qual constarão obrigatoriamente: durante o período das licenças previstas nos incisos I, V, VII, VIII,
I - o endereço residencial do servidor; IX, X e XII.
II - os serviços e meios de transporte necessários ao desloca- § 2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma
mento do local de moradia ao local de trabalho e vice e versa; espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos
III - compromisso a ser firmado pelo servidor, sob responsabi- casos dos incisos II, III, VII, IX e X.
lidade, de que somente utilizará o Vale-Transporte para o seu pró-
prio e efetivo deslocamento do local de moradia ao local de traba- SEÇÃO II
lho e vice e versa, sob as penas da Lei; DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ-
IV - autorização do servidor para o desconto em folha de paga- LIA
mento da parcela de custeio nos termos do art. 74.
Art. 76. O desconto da parcela de custeio nos termos do art. 74 Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor ocupante de
terá por base o período a que se refere o pagamento do vencimen- cargo de provimento efetivo por motivo de doença do cônjuge ou
to e se processará na ocasião deste. companheiro (a), dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
Parágrafo Único. Nos casos em que a despesa se situe aquém enteado ou de dependente que viva às suas expensas e conste do
da parcela de custeio definida no art. 74, o desconto dar-se-á de seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta mé-
acordo com o número de deslocamentos efetivamente concedidos. dica oficial.
Art. 77. O Vale-Transporte não será concedido durante os perí- § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta
odos de férias, licenças, afastamentos e outras situações em que o do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultane-
servidor não esteja obrigado a prestar serviços no local de trabalho amente com o exercício do cargo ou mediante compensação de
previamente declarado nos termos do art. 74. horário.
Art. 78. A distribuição ou a utilização indevida do Vale-Trans- § 2º A licença poderá ser concedida sem prejuízo do respectivo
porte caracteriza falta grave, sujeitando o responsável às penalida- vencimento do cargo de provimento efetivo, por até 05 (cinco) dias,
des previstas em Lei, assim como à suspensão ou cassação definitiva mediante comprovação por junta médica oficial.
do benefício, após a devida apuração em processo administrativo a § 3º Após o prazo máximo constante do parágrafo 2º deste ar-
ser realizada pelo setor competente do respectivo Poder. tigo, a licença poderá ser concedida, com prejuízo da remuneração,
Parágrafo Único. A concessão será suspensa mediante despa- até o limite máximo de 30 (trinta) dias.
cho fundamentado pelo titular da pasta responsável pelo órgão de § 4º Em qualquer situação, a licença prevista neste artigo ape-
recursos humanos, nos casos em que se verificar irregularidades na nas será concedida se não houver prejuízo para o serviço público,
distribuição ou na utilização do Vale-Transporte até a apuração dos mediante análise do titular da pasta onde o servidor estiver lotado
fatos e responsabilidades. e regular autorização do Chefe de cada Poder.
Art. 79. Não será concedido Vale-Transporte: § 5º Somente poderá ser concedida nova licença de que trata
I - por expressa desistência do servidor; o “caput” deste artigo, depois de decorrido o dobro do período da
II - pela exoneração, disponibilidade, aposentadoria, faleci- primeira licença concedida, ficando a concessão desta limitada a 02
mento ou por qualquer outro ato que implique a exclusão do servi- (duas) a cada ano.
dor do serviço público do Município de Suzano; § 6º Ao ocupante de cargo de provimento em comissão não se
III - pela cassação nos termos do art. 78. concederá a licença de que trata este artigo.
Art. 80. O Vale-Transporte não possui natureza remunerató- Art. 84. Quando a pessoa da família do servidor estiver em tra-
ria e não se incorpora aos vencimentos do servidor para nenhum tamento médico fora do Município de Suzano ou residir em outro
efeito. Município, será admitida a comprovação por junta médica oficial
Art. 81. Cada Poder definirá o órgão de sua estrutura adminis- do outro Município.
trativa que ficará encarregado de distribuir, controlar e operaciona- Art. 85. O servidor deverá requerer a licença com antecedência
lizar a entrega do Vale-Transporte. mínima de 5 (cinco) dias úteis antes do dia previsto para o período
de licença, salvo se comprovadamente em caso de situação emer-
CAPÍTULO V gencial.
DAS LICENÇAS
SEÇÃO I SEÇÃO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR

Art. 82. Conceder-se-á ao servidor licença: Art. 86. Ao servidor convocado para o serviço militar será con-
I - por motivo de doença em pessoa da família; cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe-
II - para o serviço militar; cífica.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SEÇÃO IV II - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 2
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA (dois) meses até 1 (um) ano de idade, o período de licença será de
120 (cento e vinte) dias;
Art. 87. A partir do registro de sua candidatura e até o dia se- III - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de
guinte ao da eleição, o servidor efetivo fará jus à licença do serviço 1 (um) ano até 4 (quatro) anos de idade, o período de licença será
público, assegurados os vencimentos do cargo efetivo. de 60 (sessenta) dias;
§ 1º O período de licença previsto no “caput” será considerado IV - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de
como de efetivo exercício para todos os efeitos. 4 (quatro) anos até 8 (oito) anos de idade, o período de licença será
§ 2º Os servidores que exerçam cargos em comissão deverão de 30 (trinta) dias.
desincompatibilizar-se na forma prevista pela legislação federal. Parágrafo Único. A licença-maternidade só será concedida me-
diante a apresentação do termo judicial de guarda a adotante ou
SEÇÃO V guardiã.
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
SEÇÃO VII
Art. 88. Poderá ser concedida licença para tratar de interesses DA LICENÇA PATERNIDADE
particulares, pelo período de até 02 (dois) anos consecutivos, sem
vencimentos, ao servidor que, ocupante de cargo de provimento Art. 94. Pelo nascimento, adoção ou guarda judicial de filho,
efetivo, já não se encontre em período de estágio probatório. o servidor terá direito a uma licença remunerada de 15 (quinze)
§ 1º O disposto no “caput” deste artigo dependerá de deci- dias consecutivos, a contar do nascimento, da data de adoção ou
são conclusiva do titular do respectivo Poder, ouvido o responsável da guarda judicial.
pela pasta competente e a assistência prévia do Sindicato dos Ser- Parágrafo Único. Em caso de nascimento de mais de um filho
vidores Públicos do Município de Suzano. no mesmo dia, o período da licença de que trata este artigo não
§ 2º A licença de que trata o “caput” deste artigo poderá ser será cumulativo.
prorrogada, a pedido do servidor e a critério do Poder Público Mu- Art. 95. O período da licença de que trata o artigo anterior será
nicipal, por mais um período de, no máximo, até 1 (um) ano. contado como de efetivo exercício para todos os efeitos.
§ 3º A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a
pedido do servidor ou em decorrência do interesse público. SEÇÃO VIII
§ 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO EM SINDI-
(dois) anos do término da licença anterior ou de sua prorrogação. CATO DA CATEGORIA
§ 5º O servidor aguardará em exercício o despacho decisório
do seu pedido de licença. Art. 96. Fica assegurado aos servidor, eleito para ocupar cargo
Art. 89. O período em que o servidor estiver usufruindo da li- na Diretoria Executiva em sindicato da categoria, o direito de afas-
cença de que trata o artigo anterior não será contado como efetivo tar-se de suas funções durante o tempo em que durar o mandato,
exercício para nenhum efeito e toda contagem de tempo de serviço recebendo seus vencimentos e vantagens nos termos da Lei.
para a concessão de qualquer vantagem será suspensa. Parágrafo Único. A licença de que trata este artigo terá dura-
Art. 90. Não retornando ao trabalho o servidor no período ção igual à do mandato.
máximo de até 30 (trinta) dias após o término da licença, configu- Art. 97. O servidor ocupante de cargo de provimento em co-
rar-se-á o abandono de cargo, que deverá ser apurado nos termos missão ou designado para o exercício de função de direção, chefia
desta Lei. ou assessoramento deverá desincompatibilizar-se do cargo ou da
Art. 91. O respectivo setor de recursos humanos prestará assis- função quando for empossado no mandato de que trata o artigo
tência ao servidor que optar por efetuar o recolhimento da contri- anterior.
buição previdenciária durante o período da licença a que se refere
o art. 88. SEÇÃO IX
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
SEÇÃO VI
DA LICENÇA À GESTANTE E À ADOTANTE Art. 98. O servidor efetivo e estável poderá afastar-se do exer-
cício do cargo de provimento efetivo que ocupa, assegurada a res-
Art. 92. A servidora gestante terá direito à licença-maternidade pectiva remuneração por até 90 (noventa) dias fracionáveis, para
de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo de sua remuneração. participar de curso de capacitação profissional, ministrado por ór-
§ 1º Salvo prescrição médica em contrário, a licença poderá ser gão oficial ou privado.
concedida a partir do 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e a § 1º A licença somente será concedida mediante anuência do
data de ocorrência deste. titular da pasta onde o servidor estiver lotado e autorização do Che-
§ 2º Ocorrido o parto sem que tenha sido concedida a licença, fe do respectivo Poder.
esta será considerada a partir da data do evento mediante apresen- § 2º Os períodos de licença de que trata o “caput” deste artigo
tação da certidão de nascimento da criança. não são acumuláveis.
§ 3º Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante SEÇÃO X
atestado médico, a servidora terá direito a uma licença correspon- LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA SAÚDE
dente a duas (02) semanas, sem prejuízo de sua remuneração.
Art. 93. A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial para Art. 99. Será concedida ao servidor licença remunerada para
fins de adoção de criança será concedida licença-maternidade nos tratamento de saúde, a pedido do médico assistente, com base em
seguintes termos: perícia médica oficial.
I - no caso de adoção ou guarda judicial de criança até 2 (dois) Art. 100. Para licença até 15 (quinze) dias, a inspeção será feita
meses de idade, o período de licença será de 180 (cento e oitenta) por médico da rede oficial, solicitada pelo setor de recursos huma-
dias; nos do respectivo Poder ou órgão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1º Na impossibilidade de locomoção do servidor decorrente SEÇÃO XIII
da moléstia apresentada, a inspeção médica será realizada em sua DA LICENÇA-PRÊMIO
residência ou no estabelecimento hospitalar onde se encontre in-
ternado. Art. 108. Após cada 5 (cinco) anos de efetivo exercício contí-
§ 2º Se o servidor estiver fora do Município, será admitido nuo, ao servidor será concedida licença especial a título de licença-
atestado passado por médico que integre a rede do respectivo ser- -prêmio pelo período de 90 (noventa) dias, com todos os direitos e
viço público de saúde. vantagens do cargo.
§ 3º Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova § 1º A licença-prêmio não será concedida, se o servidor, duran-
inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço ou para o en- te o período aquisitivo desta licença:
caminhamento do mesmo à previdência social. I - faltar, injustificadamente, por 15 (quinze) dias ou mais, con-
Art. 101. A recusa do servidor em submeter-se à perícia médica secutivos ou alternados;
que trata o parágrafo 3º do artigo anterior interromperá a licença II - sofrido qualquer pena de suspensão;
e importará no imediato retorno do mesmo à atividade, sob pena III - gozado de licença:
de caracterização de abandono de cargo, a partir do 30º (trigésimo) a) para tratamento de saúde, por prazo superior a 90 (noventa)
dia. dias;
Art. 102. O atestado ou laudo da junta médica oficial não se b) por motivo de doença de pessoa da família, por prazo supe-
referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar rior a 30 (trinta) dias;
de lesões produzidas por acidente em trabalho, doença profissional c) para tratar de interesses particulares;
ou qualquer das doenças especificadas na legislação previdenciária. d) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro(a).
§ 1º Somente serão aceitos atestados médicos em que conste IV - sofrido pena de advertência por mais de 3 (três) vezes, a
o Código Internacional de Doenças - CID. cada ano do período aquisitivo;
§ 2º A entrega de atestado médico, com a ciência da chefia V - estiver respondendo processo administrativo disciplinar.
imediata, deverá ser realizada no período máximo de 24 (vinte e § 2º A contagem para novo período aquisitivo da licença-prê-
quatro) horas a partir da data de emissão do mesmo, ao setor de mio, nos casos previstos nos incisos I e II, começará a partir da data
recursos humanos competente. em que o servidor reassumir o exercício do cargo ou no dia seguinte
à falta injustificada.
SEÇÃO XI § 3º No caso de que trata o inciso IV, respeitar-se-á o limite de
DA LICENÇA POR MOTIVO DE ACIDENTE DO TRABALHO OU 3 (três) meses, contados da aplicação da última pena de advertên-
PARA TRATAMENTO DE DOENÇA PROFISSIONAL cia, para se contar novo período aquisitivo.
§ 4º Na hipótese do inciso V, a concessão da licença-prêmio
Art. 103. Será licenciado, nos termos da legislação previdenciá- ficará suspensa até o julgamento final do processo administrativo
ria vigente, o servidor acidentado no trabalho ou que tenha adqui- disciplinar.
rido doença profissional. Art. 109. A licença-prêmio será usufruída dentro do próximo
Art. 104. Quando expressamente constar na descrição das atri- período aquisitivo até o limite de 01 (um) ano, escalonada de acor-
buições de seu cargo que o servidor deverá participar de atividades do com a solicitação do servidor e atendido o interesse de cada
físicas ou esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortú- um dos Poderes, devendo o servidor aguardar em exercício a sua
nio ocorrido durante estas atividades será considerado como aci- concessão.
dente do trabalho. Parágrafo Único. A licença-prêmio prescreverá quando o ser-
Art. 105. Será considerado como dia do acidente, no caso de vidor não iniciar o seu gozo dentro de 30 (trinta) dias, contados da
doença profissional ou em serviço, a data do início da incapacidade publicação do ato que a houver concedido.
laborativa para o exercício da atividade habitual ou o dia em que Art. 110. A licença-prêmio será concedida por ato do Chefe de
for realizado o diagnóstico, cabendo para esse efeito o que ocorrer cada Poder, mediante requerimento do servidor interessado.
primeiro. § 1º A concessão da licença-prêmio será processada e forma-
Art. 106. A prova do acidente em serviço será feita no prazo lizada após a verificação de todos os requisitos constantes do art.
máximo de 24 (vinte e quatro) horas, após o ocorrido, com verifi- 108 desta Lei e após a manifestação favorável, quanto a oportuni-
cação obrigatória da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes dade e o período, do superior imediato e do titular da pasta onde o
- CIPA. servidor estiver lotado.
§ 2º A concessão da licença-prêmio será decidida no prazo má-
SEÇÃO XII ximo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento do re-
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE querimento, podendo ser prorrogada mediante justificativa formal.
OU COMPANHEIRO(A) Art. 111. A licença-prêmio, no todo ou em parte, poderá ser
convertida em pecúnia, a critério de cada um dos Poderes, exceto
Art. 107. O servidor poderá requerer licença não remunerada nas situações previstas no art. 122.
pelo período de até 2 (dois) anos, prorrogável por igual período, a § 1º Para efeito do cálculo da conversão da licença-prêmio em
critério de cada um dos Poderes, quando o cônjuge ou companhei- pecúnia, será considerada a remuneração do mês da concessão.
ro(a) servir em outro local no território nacional, ou até, em outro § 2º Não serão consideradas para o cálculo previsto no pará-
país. grafo 1º as vantagens percebidas pelo servidor em caráter even-
Parágrafo Único. A licença de que trata o “caput” será concedi- tual.
da mediante requerimento instruído através de documentos com- Art. 112. A critério de cada um dos Poderes, a licença-prêmio
probatórios da transferência. poderá ter seu gozo parcelado, sendo que cada período não poderá
ser inferior a 30 (trinta) dias.
Art. 113. Ao servidor investido em cargo de provimento em co-
missão, salvo se servidor ocupante de cargo de provimento efetivo,
não será concedida licença-prêmio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO VI V - por 1 (um) dia a cada trimestre para acompanhar filho me-
DOS AFASTAMENTOS nor de 17 (dezessete) anos e 11 (onze) meses e seus dependentes,
SEÇÃO I comprovadamente, a atendimento médico e odontológico.
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTI- Parágrafo Único. Para a comprovação das situações descritas
DADE neste artigo, o servidor deverá apresentar atestado, declaração ou
certidão, conforme o caso, no prazo máximo de 1 (um) dia útil após
Art. 114. O servidor ocupante de cargo de provimento efeti- a ocorrência.
vo e que não esteja em período de estágio probatório, poderá ser
cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes CAPÍTULO VIII
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas DO TEMPO DE SERVIÇO
seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo de provimento em comissão ou exer- Art. 118. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
cício de função de chefia, direção ou assessoramento; que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365
II - em casos previstos em Leis específicas. (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou Art. 119. Além das ausências ao serviço previstas no art. 117,
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em
cípios, o ônus da remuneração será do órgão ou da entidade ces- virtude de:
sionária, mantido o ônus para o cedente nas hipóteses do inciso II. I - férias;
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido à empresa pública ou II - exercício de cargo de provimento em comissão ou equiva-
sociedade de economia mista, optar pela remuneração do cargo de lente em órgão ou entidade federal, estadual ou municipal, exceto
provimento efetivo, a entidade cessionária efetuará o reembolso para efeito de contagem para o estágio probatório;
das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. III - participação em programa de treinamento instituído e au-
§ 3º A cessão far-se-á mediante ato próprio do Chefe do res- torizado pelo respectivo órgão ou repartição municipal;
pectivo Poder, com a imprescindível publicidade. IV - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu-
§ 4º O período do afastamento de que trata este artigo será nicipal, exceto para as progressões funcionais e para efeito de con-
contado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos. tagem para o estágio probatório;
V - júri e outros serviços obrigatórios por Lei;
VI - licença:
SEÇÃO II
a) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte
DO AFASTAMENTO PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETI-
e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
VO
prestado ao Município, em cargo de provimento efetivo;
b) para o desempenho de mandato classista;
Art. 115. Ao servidor investido em mandato eletivo aplica-se o
c) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
disposto em legislação específica.
d) para capacitação, conforme dispuser regulamento especí-
Parágrafo Único. O servidor investido em mandato eletivo é
fico;
inamovível de ofício pelo tempo de duração de seu mandato.
e) por convocação para o serviço militar;
f) a gestante e a adotante;
SEÇÃO III g) paternidade e adoção;
DO AFASTAMENTO PARA MISSÃO OFICIAL NO PAÍS OU NO h) por motivo de doença em pessoa da família, até o limite de
EXTERIOR 90 (noventa) dias;
i) participação em competição desportiva ou evento cultural
Art. 116. Em caso do servidor ser requisitado para acompanhar ou educacional de caráter oficial.
qualquer autoridade, de qualquer dos Poderes e de qualquer esfera VII - desempenho de mandato sindical.
em missão oficial no País ou no Exterior, este deverá ser afastado Art. 120. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
por ato autorizativo do Chefe do respectivo Poder. prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
Parágrafo Único. O afastamento de que trata o “caput” deste órgãos ou entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Fede-
artigo será sem prejuízo dos vencimentos do servidor, e o respec- ral e Municípios.
tivo tempo de serviço será contado como de efetivo exercício para
todos os efeitos. CAPÍTULO IX
DO BANCO DE HORAS
CAPÍTULO VII
DAS CONCESSÕES Art. 121. O servidor que prestar serviços a título de horas ex-
traordinárias, assim definidas as horas efetivamente prestadas
Art. 117. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se anteriores ou posteriores a jornada normal de trabalho e as horas
do serviço: efetivamente trabalhadas nos feriados, sábados e domingos, pode-
I - por 1 (um) dia por ano, para doação de sangue; rão, a critério do respectivo Poder, ser compensadas em sistema
II - por 1 (um) dia, para alistar-se como eleitor; denominado Banco de Horas, cuja data base deverá ser negociado
III - por 7 (sete) dias consecutivos em razão de: com o representante da classe.
a) casamento; § 1º Para efeito de operacionalização do disposto no “caput”,
b) falecimento do cônjuge, companheiro(a), pais, padrasto, o período trabalhado como horas extraordinárias poderá ser acu-
madrasta, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. mulado até o limite de 40% (quarenta por cento) das horas efetiva-
IV - por 2 (dois) dias em razão de falecimento de avós e netos; mente prestadas em um sistema de banco de dados para posterior
compensação.

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§ 2º A compensação deverá ser efetivada até o período de 03 CAPÍTULO XII
(três) meses seguintes ao da realização das horas extraordinárias, DAS FÉRIAS
e não ocorrendo neste período, deverá ser paga junto ao próximo
vencimento do Servidor, nos termos do art. 60 desta Lei. Art. 126. Todo servidor terá direito ao gozo de 1 (um) período
§ 3º A compensação referida no parágrafo anterior, dentro do de férias anuais de 30 (trinta) dias, sem prejuízo de seus vencimen-
prazo de 3 (três) meses, será efetuada obedecendo o critério esta- tos.
belecido no art. 60 desta Lei. § 1º O período de férias de que trata o “caput” deste artigo
§ 4º Na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 122 a 124 será concedido de acordo com escala organizada pela unidade que
sem que tenha ocorrido a compensação total das horas, o servidor o servidor estiver lotado, com o adequado encaminhamento ao se-
fará jus ao pagamento das horas não compensadas, calculadas so- tor de recursos humanos do respectivo Poder.
bre o valor do vencimento do mês da ocorrência e com os percen- § 2º A escala de férias poderá ser alterada pela autoridade
tuais previstos no art. 60 desta Lei. competente, sempre que houver necessidade de serviço e atendi-
do o interesse público, mediante prévia comunicação ao respectivo
CAPÍTULO X setor de recursos humanos.
DA VACÂNCIA Art. 127. Para a aquisição do direito ao gozo de férias serão
exigidos 12 (doze) meses completos de efetivo exercício.
Art. 122. A vacância do cargo público decorrerá de: § 1º As férias serão concedidas na seguinte proporção:
I - exoneração; I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado sem
II - aposentadoria; justificativa ao serviço mais de 5 (cinco) vezes durante o período
III - falecimento. aquisitivo;
§ 1º No caso de aposentadoria, a vaga ocorrerá com a edição II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver faltado
do ato que a conceder oficialmente ao servidor. sem justificativa ao serviço mais de 6 (seis) vezes e até 14 (quator-
§ 2º No caso do servidor completar 70 (setenta) anos de idade, ze) vezes durante o período aquisitivo;
a vaga ocorrerá na data imediata ao aniversário, nos termos do art. III - 8 (dezoito) dias corridos, quando houver faltado sem justi-
40, inciso II, da Constituição Federal. ficativa ao serviço mais de 15 (quinze) vezes e até 23 (vinte e três)
Art. 123. A exoneração de cargo de provimento efetivo dar-se- vezes durante o período aquisitivo;
-á a pedido do servidor ou de ofício. IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver faltado injustifica-
Parágrafo Único. A exoneração de ofício dar-se-á: damente ao serviço mais de 24 (vinte e quatro) vezes e até 32 (trin-
I - quando não satisfeitas as condições de desempenho do es- ta e duas) vezes durante o período aquisitivo.
tágio probatório; § 2º Perderá o direito às férias anuais o servidor que houver
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em faltado injustificadamente mais de 33 (trinta e três) vezes durante
exercício no prazo estabelecido; o período aquisitivo.
III - em decorrência de decisão irrecorrível de processo admi- § 3º Para efeito da contagem das faltas ao serviço, nos termos
nistrativo disciplinar. dos parágrafos 1º e 2º deste artigo, serão consideradas apenas as
Art. 124. A exoneração de cargo de provimento em comissão faltas especificadas no art. 44 desta Lei.
dar-se-á: § 4º O servidor poderá solicitar a conversão de 1/3 (um terço)
I - a juízo da autoridade competente; do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no va-
II - a pedido do próprio servidor. lor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
§ 5º O abono pecuniário a que se refere o parágrafo anterior
CAPÍTULO XI deverá ser solicitado até 30 (trinta) dias antes do início do período
DA SUBSTITUIÇÃO de gozo das férias, e seu pagamento ficará condicionado à decisão
do Poder Público Municipal.
Art. 125. Os servidores efetivos e estáveis designados para o Art. 128. Perderá o direito a férias o servidor que, no período
desempenho de função de direção, chefia ou assessoramento po- aquisitivo, houver gozado licença a que se refere os incisos III, IV e
derão ser substituídos por meio de ato oficial expedido pela autori- XI do art. 82 desta Lei.
dade máxima de cada Poder. § 1º Perderá igualmente o direito a férias o servidor que tiver
§ 1º O substituto assumirá o exercício das funções do cargo nos recebido benefícios previdenciários de acidente do trabalho ou de
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e auxílio doença por mais de 180 (cento e oitenta) dias, mesmo des-
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pelo venci- contínuos, no período aquisitivo.
mento de um deles durante o respectivo período. § 2º Em qualquer caso, a contagem de novo período aquisitivo
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo, de férias será iniciada assim que o servidor retornar ao serviço.
nos casos dos afastamentos, férias ou impedimentos legais do titu- Art. 129. O pagamento do adicional de que trata o art. 63 desta
lar paga na proporção dos dias de efetiva substituição. Lei será efetuado juntamente com as férias.
§ 3º Em caso excepcional, atendida a conveniência e o interes- Parágrafo Único. Além do pagamento da remuneração total
se público, o titular de cargo de provimento em comissão ou fun- do servidor deverá ser acrescida a média aritmética das horas ex-
ção de direção ou chefia, poderá ser designado, cumulativamente, traordinárias efetivamente pagas durante o período aquisitivo das
como substituto para outro cargo ou função da mesma natureza, férias.
até que se verifique a nomeação ou designação do titular, nesse Art. 130. O servidor exonerado do cargo de provimento efetivo
caso, somente perceberá o vencimento correspondente a um dos ou de provimento em comissão, perceberá indenização relativa ao
cargos ou funções. período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício ou fração su-
perior a 14 (quatorze) dias.
Parágrafo Único. A indenização será calculada com base nos
vencimentos do mês em que for publicado o ato de exoneração.

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Art. 131. As férias somente poderão ser interrompidas por mo- X - participar de gerência ou administração de empresa priva-
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, da, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade
serviço militar ou eleitoral ou por necessidade imperiosa do servi- de acionista, cotista ou comanditário, que mantenha contratos com
ço, declarada pela autoridade máxima de cada Poder. o Poder Público Municipal;
Parágrafo Único. O restante do período interrompido será des- XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
frutado de uma só vez. ções públicas municipais;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual-
TÍTULO IV quer espécie, em razão de suas atribuições;
DO REGIME DISCIPLINAR XIII - praticar usura sob qualquer de suas formas;
CAPÍTULO I XIV - proceder de forma desidiosa;
DOS DEVERES XV - utilizar pessoal ou recursos materiais do Poder Público
Municipal em serviços ou atividades particulares;
Art. 132. São deveres do servidor: XVI - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
II - ser leal à instituição a que serve; XVII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
III - observar as normas legais e regulamentares; com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- XVIII - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
mente ilegais; licitado.
V - atender com presteza:
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; CAPÍTULO III
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito DA ACUMULAÇÃO
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal que serão for-
necidas no prazo máximo de até 15 (quinze) dias; Art. 134. Ressalvados os casos previstos no inciso XVI do art.
c) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 37 da Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de
ressalvadas as protegidas por sigilo; cargos públicos.
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula- § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
ridades de que tiver ciência em razão do cargo; e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri- sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades con-
mônio público; troladas direta ou indiretamente pelo Poder Público.
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-
IX - manter conduta compatível com a moralidade administra- da à:
tiva;
I - comprovação da compatibilidade de horários, consideran-
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
do-se todos os seus componentes nos dois (02) cargos;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
II - comprovação da viabilidade de acesso aos locais de traba-
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
lho por meios normais de transporte;
der.Parágrafo único - A representação de que trata o inciso XII será
III - existência de intervalo entre o término de uma jornada e
encaminhada através de via hierárquica e apreciada pela autorida-
início da outra de, no mínimo, 1 (uma) hora.
de superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
§ 3º O intervalo constante do inciso III do parágrafo 2º poderá
representando o direito a ampla defesa.
ser reduzido para, o mínimo de até 15 (quinze) minutos quando os
CAPÍTULO II locais de trabalho forem situados próximos, ou no mesmo local,
DAS PROIBIÇÕES sempre a critério da autoridade competente e desde que não haja
prejuízo para o serviço público municipal.
Art. 133. Ao servidor é proibido: § 4º Além dos requisitos previstos no parágrafo 2º, apenas será
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- possível a acumulação de cargos cuja carga horária total máxima
torização do chefe imediato; não exceda 70 (setenta) horas semanais, somadas as duas (02) jor-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, nadas.
qualquer documento ou objeto da repartição; § 5º É vedada a percepção simultânea de proventos de aposen-
III - recusar fé a documentos públicos; tadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento ressalvados os cargos e empregos acumuláveis na forma do inciso
e processo ou execução de serviço; XVI do art. 37 da Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto de provimento em comissão declarados em Lei de livre nomeação
da repartição; e exoneração.
VI - incumbir pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre- Art. 135. É expressamente vedado o exercício de mais de um
vistos em Lei, o desempenho de atribuição que seja de sua respon- cargo de provimento em comissão junto ao serviço público muni-
sabilidade ou de seu subordinado; cipal.
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a Art. 136. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-
associação profissional ou sindical ou a partido político; mular licitamente 2 (dois) cargos de provimentos efetivos, quando
VIII - manter, sob sua chefia imediata, em cargo de provimento investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
em comissão ou exercício de função de direção, chefia ou assesso- ambos os cargos efetivos.
ramento, cônjuge, companheiro (a), filhos ou parentes até o segun- Parágrafo Único. O servidor que se afastar dos cargos de pro-
do grau civil; vimentos efetivo que ocupa poderá optar pela remuneração de um
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- deles ou pela do cargo de provimento em comissão.
trem, em detrimento da dignidade da função pública;

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CAPÍTULO IV Art. 147. As penalidades de advertência e de suspensão terão
DAS RESPONSABILIDADES seus registros cancelados após o decurso de 2 (dois) e 4 (quatro)
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-
Art. 137. O servidor responde civil, penal e administrativamen- ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
te pelo exercício irregular de suas atribuições. Parágrafo Único. O cancelamento da penalidade não surtirá
Art. 138. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou efeitos retroativos.
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou Art. 148. A exoneração será aplicada nos seguintes casos:
a terceiros. I - crime contra a administração pública;
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário II - abandono de cargo;
somente será liquidada na forma prevista no art. 48, na falta de III - inassiduidade habitual;
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. IV - improbidade administrativa;
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o V - incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. VI - insubordinação grave em serviço;
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores VII - ofensa física, em serviço, a agente político, servidor ou a
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança re- particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
cebida. VIII - aplicação irregular de dinheiro público;
Art. 139. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
venções imputadas ao servidor, nessa qualidade. cargo;
Art. 140. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio do
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun- Município;
ção. XI - corrupção;
Art. 141. As sanções civis, penais e administrativas poderão XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
cumular-se, sendo independentes entre si. cas;
Art. 142. A responsabilidade administrativa do servidor será XIII - transgressão dos incisos VIII, IX, X, XII e XIII do art. 133
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do desta Lei.
fato ou sua autoria. Art. 149. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
cargos, empregos e funções públicas, a autoridade competente no-
CAPÍTULO V tificará o servidor por intermédio de seu superior imediato, para
DAS PENALIDADES apresentar opção por um dos cargos no prazo improrrogável de 10
(dez) dias, contados da data da ciência.
Art. 143. São penalidades disciplinares: Parágrafo Único. Na hipótese de omissão do servidor, o Poder
I - advertência; Público Municipal adotará processo administrativo disciplinar para
II - suspensão; sua apuração.
III - exoneração; Art. 150. Será cassada a disponibilidade do servidor que houver
IV - cassação de disponibilidade; praticado, na atividade, falta punível com a exoneração.
V - destituição de cargo de provimento em comissão; Art. 151. A destituição de ocupante de cargo de provimento
VI - destituição de exercício de função de direção, chefia ou em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será apli-
assessoramento. cada nos casos de infração sujeita às penalidades de exoneração.
Art. 144. Na aplicação das penalidades serão consideradas a Art. 152. A exoneração ou a destituição de ocupante de cargo
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela de provimento em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou art. 148 desta Lei implica o ressarcimento ao erário, sem prejuízo
atenuantes e os antecedentes funcionais. da ação penal cabível, bem como da indisponibilidade dos bens de-
Parágrafo Único. O ato de imposição da penalidade menciona- terminada pela via judicial.
rá sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Art. 153. Não poderá retornar ao serviço público municipal o
Art. 145. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de servidor que for exonerado ou destituído do cargo de provimento
violação de proibição constante dos incisos I a VII e XVIII do art. 133 em comissão por infringência aos incisos I, IV, VIII, X e XI do art. 148
desta Lei e de inobservância de dever funcional previsto em Lei, desta Lei.
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de Art. 154. Configura abandono de cargo a ausência injustificada
penalidade mais grave. do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 146. A suspensão será aplicada sem vencimentos em caso Art. 155. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servi-
de reincidência das faltas punidas com advertência por escrito e de ço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente,
violação das proibições constantes dos incisos XI, XIV, XV, XVI e XVII durante o período de 12 (doze) meses.
do art. 133 desta Lei e de outras que não tipifiquem infração sujeita Art. 156. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
a penalidade de exoneração, não podendo exceder, o período má- habitual, também será adotado o processo administrativo discipli-
ximo de 30 (trinta) dias. nar previsto nesta Lei.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servi- Art. 157. A competência para a aplicação das penalidades disci-
dor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção plinares será estabelecida da seguinte forma:
médica, física, mental e psicológica, determinada pela autoridade I - de exoneração, cassação de disponibilidade ou suspensão
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida superior a 15 (quinze) dias, pela autoridade máxima de cada Poder
a determinação. ou órgão;
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalida- II - de suspensão de até 15 (quinze) dias, ou advertência, pelas
de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior
(cinquenta por cento) por dia da remuneração, ficando o servidor àquelas mencionadas no inciso anterior e às quais o servidor esteja
obrigado a permanecer em serviço. subordinado; e

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III - de destituição de cargo em comissão, pela autoridade má- Art. 163. O Sistema de Avaliação de Desempenho Funcional
xima de cada Poder ou órgão que o houver nomeado. proporciona a aferição do desempenho no exercício do seu cargo
Art. 158. São prescricionais os prazos para a instauração de de provimento efetivo, no seu ambiente de trabalho durante um
processo administrativo disciplinar, da seguinte forma: determinado período de tempo, mediante a observação e mensu-
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com exone- ração de fatores disciplinares e de desempenho.
ração, cassação de disponibilidade e destituição de cargo de provi- Parágrafo Único. Cada fator terá seu padrão para efeito de
mento em comissão; comparação e mensuração do desempenho, sendo atribuídos pon-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; tos que somados identificarão a posição do servidor na avaliação.
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Art. 164. A coordenação geral do programa de avaliação de de-
§ 1º O prazo de que trata o “caput” começa a correr da data em sempenho é de responsabilidade do órgão responsável pelo setor
que o fato se tornou conhecido pela autoridade competente para de recursos humanos, que deverá fornecer todo apoio material e
iniciar o processo administrativo disciplinar. técnico e programas de formação, necessários ao seu desenvolvi-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na legislação penal apli- mento, bem como dar o encaminhamento cabível às questões sus-
cam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. citadas a partir das avaliações.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo ad-
ministrativo disciplinar interrompe a prescrição até a decisão final SUBSEÇÃO II
proferida por autoridade competente. DA AVALIAÇÃO DOS FATORES DISCIPLINARES
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. Art. 165. Na avaliação dos fatores disciplinares, o padrão atri-
buído a cada servidor será de 100 (cem) pontos iniciais, sendo des-
CAPÍTULO VI contado deste total o número de pontos, conforme a quantidade
DA CAPACITAÇÃO FUNCIONAL de ocorrências, correspondentes aos apontamentos nos registros
funcionais no período de avaliação, relativos aos seguintes fatores:
Art. 159. A capacitação funcional, objetivando o aprimoramen- I - Pontualidade:
to permanente e a progressão funcional, será assegurada através a) até 6 (seis) atrasos no período, 0 (zero) pontos;
de cursos de formação, aperfeiçoamento ou especialização, em b) de 7 (sete) a 12 (doze) atrasos no período, 6 (seis) pontos;
instituições credenciadas, de programas de aperfeiçoamento em c) de 13 (treze) a 18 (dezoito) atrasos no período, 8 (oito) pon-
serviço e de outras atividades de atualização profissional e de de- tos;
senvolvimento funcional e pessoal, observados os programas prio- d) acima de 19 (dezenove) atrasos no período, 10 (dez) pontos.
ritários. II - Assiduidade:
§ 1º Os cursos, programas e atividades que trata o “caput” a) até 1 (uma) falta no período, 0 (zero) pontos;
b) de 2 (duas) a 3 (três) faltas no período, 4 (quatro) pontos;
poderão ser desenvolvidos através de parcerias ou convênios com
c) de 4 (quatro) a 5 (cinco) faltas no período, 6 (seis) pontos;
outras instituições de ensino e pesquisa.
d) de 6 (seis) a 7 (sete) faltas no período, 8 (oito) pontos;
§ 2º Na elaboração de programa de capacitação funcional, de-
e) acima de 8 (oito) faltas no período, 10 (dez) pontos.
verão ser levadas em consideração a situação funcional e a utiliza-
III - Disciplina:
ção de metodologias de ensino diversificadas, inclusive a educação
a) advertência, 50 (cinquenta) pontos por ocorrência no perí-
à distância em suas diversas modalidades.
odo;
b) suspensão, 100 (cem) pontos por ocorrência no período.
CAPÍTULO VII
§ 1º Para efeito do inciso I do “caput”, considera-se atraso a
DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL chegada ao local de trabalho após o período de 5 (cinco) minutos
SEÇÃO I do horário previsto para o início da jornada de trabalho.
DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO § 2º Para efeito do inciso II do “caput”, considera-se falta o
não comparecimento ao local de trabalho e que enseje o desconto
SUBSEÇÃO I pecuniário, nos termos dos arts. 42 e segs. desta Lei.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º Não serão consideradas como faltas para efeito do inciso II
do “caput”, as situações previstas no art. 46 desta Lei.
Art. 160. A avaliação de desempenho será realizada periodica- § 4º A pontuação final será o resultado da soma das ocorrên-
mente, de acordo com os critérios constantes neste Capítulo. cias subtraído do padrão atribuído, desprezando-se o resultado in-
Art. 161. Os servidores ocupantes de cargos de provimento ferior a 0 (zero).
efetivo submeter-se-ão a avaliação de desempenho funcional, obe-
decidos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, SUBSEÇÃO III
publicidade, eficiência, do contraditório, da ampla defesa e da su- DA AVALIAÇÃO DOS FATORES DE DESEMPENHO
premacia do interesse público.
Parágrafo Único. O setor competente do respectivo Poder dará Art. 166. A avaliação dos fatores de desempenho, mediante a
conhecimento prévio a seus servidores dos critérios, das normas e aplicação de questionários e atribuição pelo avaliador de pontos
dos padrões a serem utilizados para a avaliação de desempenho de que variam de 1 (um) a 4 (quatro) em resposta às questões dirigi-
que trata esta Lei. das, visa medir, em determinado período de tempo, a conduta e o
Art. 162. A avaliação de desempenho funcional será aplicada: grau de comprometimento do servidor no exercício do seu cargo de
I - para efeito de evolução funcional, nos termos desta Lei; provimento efetivo.
II - indicador de necessidade de desenvolvimento e participa-
ção em programas de formação;
III - para preservar a eficiência e a qualidade dos serviços pres-
tados pelo Poder Público.

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Parágrafo Único. Na avaliação dos fatores de desempenho, os § 2º Todos os fatores de cada critério utilizados no processo de
pontos atribuídos para cada um dos fatores, serão multiplicados avaliação de desempenho, estarão graduados entre o grau 1 (um) e
pelo seu peso, sendo que a soma dos pesos não excederá a 100 o grau 4 (quatro), a saber:
(cem), conforme o grupo de cargos constantes da legislação pró- I - Grau 1: o servidor neste fator apresenta desempenho in-
pria, a saber: compatível com as necessidades dos trabalhos;
I - cumprimento das normas de procedimento e de conduta no II - Grau 2: o servidor neste fator apresenta um comportamen-
desempenho das atribuições do cargo; to aceitável segundo às expectativas para o seu desempenho, sen-
a) qualidade do trabalho; do-lhe necessárias algumas medidas de aprimoramento;
b) flexibilidade; III - Grau 3: o servidor neste fator atingiu o desempenho espe-
c) iniciativa; rado para o cargo;
d) produtividade; IV - Grau 4: o servidor neste fator excedeu ao desempenho es-
e) economia. perado para o cargo.
II - produtividade no trabalho, com base em padrões previa- Art. 171. Os fatores dos critérios de desempenho serão des-
mente estabelecidos de qualidade e de economicidade; critos nas fichas de avaliação de desempenho com o objetivo de
a) disciplina no trabalho; indicar os vários tipos de comportamentos de cada agrupamento
b) respeito; de cargos de servidores.
c) responsabilidade; Art. 172. Serão as fichas de avaliação de desempenho constitu-
d) cooperação; ídas por questões relacionadas aos fatores descritos no parágrafo
e) interesse. único do art. 166, que deverão ser analisados no desempenho de
Art. 167. O conceito final de avaliação, conforme a soma da cada servidor.
pontuação obtida nos fatores disciplinares e de desempenho, será Parágrafo Único. Na avaliação dos fatores dos critérios de de-
atribuída ao servidor na seguinte forma: sempenho, os graus atribuídos para cada um dos fatores, serão
I - Insatisfatório: de 100 (cem) a 300 (trezentos) pontos; multiplicados pelo seu peso, sendo que a soma dos pesos não ex-
II - Regular: de 301 (trezentos e um) a 369 (trezentos e sessenta cederá a 100 (cem).
e nove) pontos; Art. 173. Ato próprio de cada Poder instituirá a Ficha para Ava-
III - Bom: de 370 (trezentos e setenta) a 430 (quatrocentos e liação de Desempenho Funcional a que alude esta Seção.
trinta) pontos;
SEÇÃO II
IV - Excelente: de 431 (quatrocentos e trinta e um) a 500 (qui-
DO PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO
nhentos) pontos.
DE DESEMPENHO FUNCIONAL
Art. 168. A soma das pontuações referentes aos fatores dis-
ciplinares e de desempenho, referidos nos incisos I a IV do artigo
Art. 174. A avaliação anual de desempenho será realizada por
anterior, acrescidos da pontuação obtida pela participação em
comissão, denominada Comissão de Avaliação de Desempenho,
cursos de formação, torna o servidor apto a concorrer à evolução
composta por 5 (cinco) servidores:
funcional pela via não acadêmica, desde que tenha conceito final
I - 3 (três) deles, ocupantes de cargos de provimento efetivo
“excelente” ou “bom”, sendo a sua evolução dentro dos níveis re- com, no mínimo, 03 (três) anos de exercício;
ferente ao seu cargo de provimento efetivo constantes das tabelas II - chefe imediato ao qual esteja o servidor vinculado;
de vencimento da legislação própria. III - 1 (um) servidor cuja indicação será efetuada pelo Sindicato
§ 1º Os fatores de avaliação a que se refere o “caput” serão dos Servidores Públicos Municipais ou respaldada no prazo máximo
aplicados e ponderados nos termos e fatores descritos nos arts. de 5 (cinco) dias, por manifestação expressa dos servidores avalia-
165 e 166, com base em valores universais de produtividade, de dos.
qualidade, de urbanidade no trabalho e especificamente em con- § 1º Qualquer servidor que atenda as exigências estabelecidas
formidade com as características das atividades exercidas, com as no “caput” poderá ser nomeado.
competências do órgão a que esteja vinculado. § 2º A comissão de que trata este artigo tem como funções:
§ 2º Será considerado insuficiente o desempenho apurado em I - validar as avaliações de desempenho realizadas pela chefia
avaliação que comprove o desatendimento, de forma habitual, de imediata ou por servidor designado como avaliador;
qualquer dos requisitos previstos naquele dispositivo. II - recepcionar, protocolar, distribuir, se necessário, e julgar os
Art. 169. A totalização dos pontos será de responsabilidade da recursos administrativos dos servidores;
Comissão de Avaliação de Desempenho, devendo ser obtida a par- III - revisar as fichas de avaliação de desempenho, adequando
tir da somatória após a multiplicação dos graus pelos pesos. para melhor atender às necessidades do processo de avaliação;
IV - revisar o preenchimento das fichas de avaliação de desem-
SUBSEÇÃO IV penho, retornando-as ao avaliador, caso alguma dúvida seja susci-
DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO tada, com o objetivo de evitar erros ou enganos na avaliação;
ANUAL DE DESEMPENHO V - emitir parecer sobre o resultado das avaliações de desem-
penho;
Art. 170. A avaliação dos critérios de desempenho, mediante a VI - indicar os programas de desenvolvimento, formação e de
aplicação de questionários e atribuição pelo avaliador de graus que acompanhamento sócio-funcional, com o objetivo de aprimorar o
variam de 1 (um) a 4 (quatro), em resposta às questões dirigidas, desempenho dos servidores, melhorando assim a eficiência e a pro-
visa medir, em determinado período de tempo, a conduta e o grau dutividade do trabalho;
de comprometimento do servidor no exercício do seu cargo efetivo. VII - participar do processo de acompanhamento dos servido-
§ 1º Os graus dos fatores de cada critério subjetivo de desem- res considerados com baixo desempenho.
penho deverão obedecer a um padrão de classificação dos compor- § 3º O membro indicado ou respaldado pelos servidores ava-
tamentos verificáveis e sua descrição será adaptada para o respec- liados terá direito a voz e não a voto nas reuniões deliberativas da
tivo fator. comissão a que se refere o “caput”.

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MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 4º Caso a pasta a que o servidor esteja vinculado não possua SEÇÃO IV
servidores que preencham os requisitos estabelecidos no “caput” DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
poderão ser nomeados servidores de outras unidades administra-
tivas. Art. 181. As pontuações obtidas serão divulgadas no prazo má-
Art. 175. Fica assegurado o direito ao servidor cujo desempe- ximo de 30 (trinta) dias após o término do procedimento da avalia-
nho será avaliado, o acompanhamento do preenchimento de sua ção de desempenho.
avaliação quanto aos critérios estabelecidos no art. 166. Parágrafo Único. As dúvidas suscitadas serão respondidas pela
§ 1º O preenchimento da ficha de avaliação de desempenho, Comissão de Avaliação de Desempenho e pelo setor de recursos
para apuração dos critérios previstos, será realizado pela chefia humanos, cabendo recurso nos termos do parágrafo 4º do art. 175.
imediata e, obrigatoriamente, assegurada a presença do servidor Art. 182. Os servidores serão avaliados a cada período de 12
cujo desempenho está sendo avaliado. (doze) meses e poderão obter a evolução funcional, nos termos
§ 2º No preenchimento da ficha de avaliação de desempenho, desta Lei.
o servidor avaliado poderá registrar as suas observações em campo Parágrafo Único. (VETADO)
especifico. Art. 183. Para um acompanhamento efetivo por parte do ava-
§ 3º Após o preenchimento, a ficha de avaliação de desem- liador e do servidor avaliado durante todo o período compreendido
penho deverá ser encaminhada para a Comissão de Avaliação de entre uma avaliação e a próxima, deverá ser utilizado instrumento
Desempenho para sua análise, validação e totalização. de acompanhamento que deverá indicar os problemas relaciona-
§ 4º Após a totalização da avaliação, será intimado o interessa- dos ao desempenho, as soluções adotadas e as medidas necessá-
do para exercício do direito de recurso, no prazo de 5 (cinco) dias, rias para o aprimoramento do desempenho do servidor avaliado,
dirigido ao Secretário Municipal de Administração através da Co- além de permitir anotações sobre eventuais ocorrências que pos-
missão de Avaliação de Desempenho, que será decidido no prazo sam interferir no desempenho.
de 10 (dez) dias. Art. 184. O servidor avaliado deverá realizar uma análise de sua
§ 5º Homologada a avaliação pelo Chefe do respectivo Poder, participação no processo de avaliação de desempenho, onde se-
os autos serão remetidos ao setor de recursos humanos para o rão apontados aspectos positivos e indicados para melhoria em seu
competente registro. comportamento que afetem o desempenho e também os fatores
§ 6º Caberá representação ao Chefe do respectivo Poder acer- externos que possam afetar o desempenho, assim como a indica-
ca de qualquer matéria que não caiba recurso. ção das medidas de correção necessárias.
§ 7º O recurso que trata este artigo não trará prejuízo aos pra-
zos previstos nesta Lei. TÍTULO V
Art. 176. O resultado da avaliação de desempenho anual será DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
motivado exclusivamente com base na aferição dos critérios pre- CAPÍTULO I
vistos nesta Lei, sendo obrigatória a indicação dos fatos, das cir- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cunstâncias e dos demais elementos de convicção no termo final
de avaliação, inclusive, quando for o caso, o relatório relativo ao Art. 185. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
colhimento de provas testemunhais e documentais. serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
Parágrafo Único. É assegurado ao servidor o direito de acom- mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse-
panhar todos os atos de instrução do procedimento que tenha por gurada ao acusado ampla defesa.
objeto a avaliação de seu desempenho. Parágrafo Único. O setor competente de cada Poder deverá
Art. 177. O resultado e os instrumentos de avaliação, a indica- supervisionar e fiscalizar o cumprimento do disposto no “caput”
ção dos elementos de convicção e de prova dos fatos narrados na deste artigo.
avaliação, os recursos interpostos, bem como as metodologias e os Art. 186. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
critérios utilizados na avaliação serão arquivados na pasta ou base apuração, desde que contenham a identificação do denunciante e
de dados individual, permitida a consulta pelo servidor a qualquer sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
tempo. Parágrafo Único. Quando o fato narrado não configurar evi-
dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquiva-
SEÇÃO III da, por falta de objeto.
DA CAPACITAÇÃO FUNCIONAL DO SERVIDOR COM DESEMPE-
NHO INSUFICIENTE CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 178. O termo de avaliação anual indicará as medidas de
correção necessárias, em especial as destinadas a promover a capa- Art. 187 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
citação funcional ou desenvolvimento do servidor avaliado. Parágrafo Único. (VETADO)
Art. 179. O termo de avaliação obrigatoriamente relatará os Art. 187 A - Como medida cautelar, no curso da apuração da
pontos indicados para melhoria identificados no desempenho do irregularidade, a autoridade instauradora do processo administra-
servidor, considerados os critérios de avaliação previstos. tivo disciplinar poderá determinar o afastamento do servidor pelo
Art. 180. As necessidades de capacitação funcional ou desen- prazo não superior a 60 (sessenta) dias, caso tal ato se mostre con-
volvimento do servidor cujo desempenho tenha sido considerado veniente à instrução do feito ou à ordem do serviço público.
insuficiente serão priorizadas no planejamento de programa de ca- Parágrafo Único. O servidor que venha a ser afastado preven-
pacitação funcional do respectivo Poder. tivamente perderá 2/3 (dois terços) de seus vencimento, que lhe
serão restituídos em caso de reconhecimento de sua inocência ou
de aplicação de penalidade que seja inferior ao prazo pelo qual
teve vigor a media. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
198/2011)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CAPÍTULO III Art. 196. A comissão permanente exercerá suas atividades com
DA SINDICÂNCIA independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse do serviço público lo-
Art. 188. A sindicância é o instrumento administrativo voltado cal.
à averiguação de fatos que evidenciem conduta funcional irregular, Parágrafo Único. As reuniões e as audiências da comissão per-
destinado à identificação de indícios quanto à autoria e à materiali- manente terão caráter reservado.
dade da conduta faltosa. Art. 197. O processo administrativo disciplinar se desenvolve
Parágrafo Único. A autoridade competente dispensará a sindi- nas seguintes fases:
cância quando do expediente constar indícios suficientes quanto à I - instauração;
autoria e materialidade da infração. II - interrogatório do acusado, no qual este poderá apresentar
Art. 189. A sindicância será processada por comissão perma- requerimento de produção de provas;
nente, composta por no mínimo 03 (três) servidores de ilibada re- III - instrução;
putação moral e funcional, designados pela autoridade competen- IV - defesa;
te, sempre em número ímpar. V - relatório;
§ 1º A autoridade designará os servidores suplentes que assu- VI - julgamento.
mirão nos casos de impedimento dos titulares, observado o dispos- Art. 198. O prazo para a conclusão do processo administrativo
to no “caput” e parágrafo 1º deste artigo. disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados da data de pu-
§ 2º São impedidos de participar de comissão de sindicância blicação do ato que instaurar o processo, admitida a sua prorroga-
ou do processo administrativo disciplinar, cônjuge, companheiro ção por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou Parágrafo Único. As reuniões serão registradas em atas que de-
colateral, até o terceiro grau. verão detalhar as deliberações adotadas.
Art. 190. Da sindicância poderá resultar:
I - arquivamento do processo; CAPÍTULO V
II - instauração de processo administrativo disciplinar. DA INSTRUÇÃO NOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
Parágrafo Único. O prazo para conclusão da sindicância não
excederá 60 (sessenta) dias, a contar da instauração, podendo ser Art. 199. A instrução obedecerá ao princípio do contraditório,
prorrogado por até igual período, a critério da autoridade compe- assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e
tente. recursos admitidos em direito.
Art. 191. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que Art. 200. Os autos da sindicância integrarão o processo admi-
a infração está capitulada como possível ilícito penal, a autoridade nistrativo disciplinar, como peça informativa da instrução.
competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, Art. 201. Na fase de instrução, a comissão promoverá, de ofício
independentemente da imediata instauração do processo adminis- ou a requerimento do acusado, os seguintes atos:
trativo disciplinar. I - tomada de depoimentos;
Art. 192. Poderá a comissão sindicante concluir por infração II - acareações;
diversa daquela definida no ato de instauração e/ou imputar ao sin- III - investigações;
dicado outras infrações, além da originária. IV - perícia;
Parágrafo Único. O disposto no “caput” deste artigo aplica-se V - demais diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova.
ao processo administrativo disciplinar, desde que, para tanto, seja Art. 202. É assegurado ao acusado o direito de acompanhar o
dada ao acusado a oportunidade do contraditório e ampla defesa processo pessoalmente ou por intermédio de seu defensor, arrolar
quanto ao fato novo, emergente das provas. e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formu-
lar quesitos, quando se tratar de prova pericial.
CAPÍTULO IV § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos consi-
DO PROCEDIMENTO NO PROCESSO DISCIPLINAR derados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
interesse para o esclarecimento dos fatos.
Art. 193. O processo administrativo disciplinar é o instrumen- § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
to destinado a apurar responsabilidade de servidor por possível provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha Art. 203. No ato do interrogatório, o acusado será novamente
relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. informado a respeito da acusação que lhe é formulada.
Art. 194. Do ato que instaurar processo administrativo discipli- Art. 204. No caso de mais de um acusado, cada um deles será
nar necessariamente constarão os seguintes elementos: ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas decla-
I - qualificação do servidor-acusado; rações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
II - descrição pormenorizada da conduta; entre eles.
III - descrição das disposições legais infringidas, consignando Art. 205. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
expressamente as agravantes que sejam imputadas ao acusado; acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
IV - pena máxima prevista para a infração. submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
Art. 195. O processo administrativo disciplinar será remetido a menos um (01) médico psiquiatra.
comissão permanente, composta por no mínimo 03 (três) servido- Parágrafo Único. O incidente de sanidade mental será proces-
res de ilibada reputação moral e funcional, designados pela autori- sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-
dade competente, sempre em número ímpar. pedição do laudo pericial.
Art. 206. O acusado que mudar de residência fica obrigado a
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
Art. 207. Achando-se o acusado em lugar incerto e não sabi-
do, será citado por edital, publicado na forma da legislação vigente,
para apresentar defesa.

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Parágrafo Único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo, Art. 217. Apreciada a defesa, a comissão permanente elabora-
o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a contar da data da rá relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos
publicação do edital. e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua con-
Art. 208. Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente vicção.
citado, deixar de comparecer ao interrogatório ou de apresentar Parágrafo Único. O relatório será sempre conclusivo quanto à
defesa no prazo legal. inocência ou à responsabilidade do acusado.
Parágrafo Único. A revelia será declarada, por termo, nos autos Art. 218. Após o relatório da comissão, o processo será remeti-
do processo. do à autoridade competente para o julgamento, que poderá solici-
Art. 209. Interrogado o acusado ser-lhe-á concedido o prazo tar a análise jurídica ao setor competente.
de 5 (cinco) dias, a contar da data da intimação, para apresentar Parágrafo Único. A atuação do setor jurídico limitar-se-á à
defesa prévia e rol de testemunhas, que não ultrapassará o número apreciação das questões formais do processo.
de 3 (três) e requerer diligências.
§ 1º A intimação será dispensada quando a defesa prévia for CAPÍTULO VI
oferecida logo após o término do interrogatório. DO JULGAMENTO NOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
§ 2º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
diligências reputadas indispensáveis. Art. 219. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento
§ 3º No caso de recusa do acusado em apor o ciente na cópia do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
da intimação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori-
em termo próprio, pelo servidor responsável pelo ato, com a assi- dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida-
natura de 2 (duas) testemunhas. de competente, que decidirá em igual prazo.
Art. 210. O defensor do acusado poderá assistir ao interroga- § 2º Havendo mais de um acusado e diversidade de sanções, o
tório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, pena mais grave.
reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão. § 3º Se a penalidade prevista for a exoneração ou cassação de
Art. 211. O acusado será intimado com antecedência mínima disponibilidade, o julgamento caberá ao Chefe do respectivo Poder,
de 2 (dois) dias para, querendo, acompanhar, em audiência, a pro- conforme o caso.
dução das provas. Art. 220. Quando o relatório da comissão permanente contra-
Art. 212. Quando depositar o rol de suas testemunhas, caberá riar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivada-
ao acusado indicar sua qualificação completa, mencionando, ainda, mente, adotar conclusão diversa da apresentada.
em qual repartição o servidor público está lotado. Art. 221. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autorida-
Parágrafo Único. Se a testemunha for servidor público, será de que determinou a instauração do processo ou outra de hierar-
expedido ofício solicitando o seu comparecimento ao chefe da re- quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
partição onde serve, com a indicação do local, dia e hora marcados no mesmo ato, a instauração de novo processo.
para inquirição. § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
Art. 213. As testemunhas arroladas serão chamadas a depor processo.
mediante intimação expedida pelo presidente da comissão, a ser § 2º Caso entenda a autoridade que servidor designado para
encaminhada ao endereço fornecido pelo acusado, devendo a se- a comissão permanente concorreu, de modo doloso ou culposo,
gunda via, com o ciente da testemunha, ser anexado aos autos, po- para a ocorrência da nulidade, deverá designar outros servidores
dendo, ainda, comparecer à audiência independentemente de inti- para se responsabilizarem pelo processo, sem prejuízo das demais
mação ou serem intimidas por carta, telegrama ou pessoalmente. cominações legais.
§ 1º Expedida a comunicação, nos termos do “caput” deste ar-
tigo, e ao endereço constante da indicação fornecida pelo acusado, CAPÍTULO VII
o não comparecimento de testemunha não implicará adiamento de DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
qualquer ato processual.
§ 2º Cabe ao acusado ou seu defensor diligenciar junto aos au- Art. 222. O processo administrativo disciplinar poderá ser re-
tos do processo administrativo e, verificando que não produziu os visto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
efeitos a comunicação expedida a qualquer de suas testemunhas, fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
providenciar sua substituição ou ainda a indicação de novo endere- punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
ço para expedição de nova comunicação, com prazo de no mínimo Parágrafo Único. Em caso de falecimento, ausência ou desapa-
05 (cinco) dias anteriores à audiência, sob pena de preclusão. recimento do servidor, qualquer pessoa que tenha interesse legíti-
Art. 214. Serão convidadas a depor, mediante ofício, com a mo poderá requerer a revisão do processo.
possibilidade de indicar dia, hora e local para a realização do ato, as Art. 223. A simples alegação de injustiça da penalidade não
seguintes autoridades: constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos
I - Vereador; expressamente consignados na petição.
II - Secretário; § 1º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao reque-
III - Outras autoridades a quem, por determinação legal, seja rente.
dispensado o mesmo tratamento. § 2º Não será processado o requerimento de revisão que verse
Art. 215. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a sobre fatos anteriormente apreciados em processo revisional.
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. Art. 224. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. Art. 225. A revisão não será remetida aos mesmos servidores
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in- que conduziram o processo originário, sendo designada uma comis-
firmem, proceder-se-á a acareação entre os depoentes. são revisora para cada caso, mediante ato do Chefe de cada Poder.
Art. 216. Finda a instrução, será ouvida a defesa em alegações Art. 226. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
finais, no prazo de 10 (dez) dias. conclusão dos trabalhos.

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Art. 227. Aplica-se aos trabalhos da comissão revisora, no que Art. 235. A gestão democrática da educação consistirá na par-
couber, as normas e procedimentos próprios da comissão perma- ticipação das comunidades internas e externas, na forma colegiada
nente. e representativa, observada em qualquer caso a legislação perti-
Art. 228. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena nente.
ou à autoridade instauradora. Art. 236. O ensino público municipal deverá garantir à criança,
Parágrafo Único. O prazo para julgamento será de 30 (trinta) ao adolescente, ao jovem e ao adulto:
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au- I - a aprendizagem integrada e abrangente objetivando:
toridade julgadora poderá determinar diligências. a) superar a fragmentação das várias áreas do conhecimento,
Art. 229. Julgada procedente a revisão, será declarada sem observando as especificidades de cada modalidade e nível de en-
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos sino;
do servidor. b) propiciar ao educando o saber organizado, para que possa
Parágrafo Único. Da revisão do processo não poderá resultar reconhecer-se como agente do processo de construção do conheci-
agravamento de penalidade. mento e transformação das relações humanas.
II - o preparo do educando para o exercício consciente da cida-
TÍTULO VI dania e no seu processo de humanização;
DASEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR III - a garantia de igualdade de tratamento, sem discriminação
CAPÍTULO ÚNICO de qualquer espécie;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV - a garantia do direito de organização e representação estu-
dantil no âmbito do Município.
Art. 230. Os servidores públicos municipais ocupantes de cargo Art. 237. A valorização dos Profissionais da Educação será as-
de provimento efetivo, regulados pelas disposições contidas nesta segurada por meio de:
Lei, serão segurados do RGPS, até a implantação do Regime Próprio I - formação permanente e sistemática de todos os servidores
da Previdência do Servidor do Município de Suzano, nos termos do Quadro de Pessoal dos Profissionais da Educação, promovida
do art. 40 da Constituição Federal e legislação regulamentadora e pela Secretaria Municipal de Educação;
complementar. II - condições dignas de trabalho para os Profissionais da Edu-
Parágrafo Único. Os Servidores Públicos Municipais ocupantes cação;
de cargo de provimento em comissão, regulados pelas disposições III - perspectivas de progressão na carreira de forma organiza-
contidas nesta Lei, são segurados obrigatórios do RGPS. da por meio de Plano de Carreira e Vencimento dos Profissionais
da Educação;
PARTE ESPECIAL IV - realização periódica de concurso público;
LIVRO I V - exercício de todos os direitos e vantagens compatíveis com
DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO as atribuições e responsabilidades dos Profissionais da Educação;
TÍTULO I VI - apuração e punição dos envolvidos em casos de assédio
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES moral nos termos da legislação vigente;
VII - exercício do direito de greve, nos termos da Lei.
Art. 231. Os Profissionais da Educação do Município de Suzano,
que ocupam cargos efetivos ou de comissão, além das disposições TÍTULO II
contidas nesta Lei, ainda estão sujeitos a disposições específicas da DOS ATOS PARA O INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO
categoria. CAPÍTULO I
§ 1º Para efeitos da presente Lei, Profissionais da Educação são DISPOSIÇÕES GERAIS
todos os servidores integrantes do Quadro de Pessoal da Secretaria
Municipal de Educação nos termos da legislação própria. Art. 238. São requisitos básicos para investidura em cargo da
§ 2º Aplica-se o disposto nesta Lei, no que couber, aos cargos carreira dos Profissionais da Educação os constantes do art. 8º des-
públicos de provimento em comissão, ligados à carreira dos Profis- ta Lei e também:
sionais da Educação. I - o nível de escolaridade, capacitação e, se for o caso, habilita-
Art. 232. Os cargos de carreira dos Profissionais da Educação ção profissional para o exercício das atribuições inerentes do cargo
são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos exigidas em Lei;
estabelecidos em Lei. II - a aptidão física e mental, nos termos do art. 15 desta Lei;
Art. 233. O exercício dos cargos da carreira dos Profissionais III - o atendimento às condições específicas e especiais, que
da Educação exige não só conhecimentos específicos, adquiridos e porventura exista, estabelecidas em Lei.
mantidos por meio de estudos contínuos, mas também responsabi- § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
lidades pessoais e coletivas para com a Educação e o bem-estar dos outros requisitos estabelecidos em Lei.
educandos e da comunidade. § 2º Às pessoas com deficiência é assegurado o direito de se
Art. 234. Este estatuto tem como princípios o disposto no art. inscrever em concurso público para investidura em cargo público
206 da Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educa- cujas atribuições sejam compatíveis, nos termos da legislação pró-
ção Nacional, e também ao seguinte: pria.
I - a gestão democrática da educação; § 3º A investidura nos cargos da carreira dos (as) Profissionais
II - o aprimoramento da qualidade do ensino público no Muni- da Educação ocorrerá com a posse.
cípio de Suzano; Art. 239. O provimento dos cargos da carreira dos Profissionais
III - a valorização dos Profissionais da Educação; da Educação será por meio de ato do Chefe do Poder Executivo.
IV - a escola gratuita e de qualidade para todos.

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CAPÍTULO II § 1º A atribuição de sedes aos servidores não docentes far-se-á
DO CONCURSO PÚBLICO de acordo com os seguintes critérios:
I - aferição do tempo de serviço, por meio da conversão em
Art. 240. O concurso público para os cargos da carreira dos pontos do tempo de efetivo exercício na Rede Municipal Pública
Profissionais da Educação será de provas e títulos, podendo ser re- de Ensino;
alizado em duas (02) etapas, conforme dispuser a Lei que fixa as II - aferição da conclusão de graduação na área da educação,
diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Profissionais da por meio da conversão em pontos da respectiva conclusão;
Educação do Município de Suzano. III - combinação das razões tempo e títulos descritas nos inci-
Art. 241. Aplica-se aos concursos públicos para os cargos da sos I e II deste artigo.
carreira dos Profissionais da Educação as normas gerais de concur- § 2º Havendo a necessidade excepcional de remanejamento de
sos públicos estabelecidas pela legislação pertinente. servidores à outras unidades escolares, por motivos emergenciais
Parágrafo Único. Os concursos públicos para os cargos da car- e de reorganização, à Secretaria Municipal de Educação é reserva-
reira dos Profissionais da Educação serão realizados, obrigatoria- do o direito de transferir temporariamente o servidor, seguindo os
mente, quando: seguintes critérios:
I - o percentual dos cargos vagos atingir 5% (cinco por cento) I - servidor lotado em unidade escolar mais próxima da unidade
do total de cargos; escolar com necessidade;
II - não houver aprovados e classificados excedentes de concur- II - menor tempo de serviço na Rede Municipal Pública de En-
so anterior para a carreira com prazo de validade em vigor. sino;
Art. 242. O edital do concurso público estabelecerá os requisi- III - local de residência do servidor;
tos a serem cumpridos pelos candidatos com base no disposto no IV - servidor não estudante;
artigo anterior. V - menor número de filhos;
VI - menor idade.
CAPÍTULO III
DO PROVIMENTO SUBSEÇÃO III
SEÇÃO I DA READAPTAÇÃO
DAS FORMAS DE PROVIMENTO
Art. 249. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
Art. 243. São formas de provimento de cargo da carreira dos atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
Profissionais da Educação: tenha sofrido em sua capacidade física, sensorial ou mental e obe-
I - nomeação; decerá ao disposto na legislação própria.
II - readaptação; Art. 250. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
III - reversão; readaptado temporariamente, manterá sua lotação durante o perí-
IV - reintegração; odo de vigência do laudo médico.
V - aproveitamento; § 1º Havendo renovação do laudo médico temporário por perí-
VI - remoção. odo superior a 2 (dois) anos, contínuos ou interpolados, o servidor
SUBSEÇÃO I perderá sua lotação.
DA NOMEAÇÃO § 2º Haverá classificação e atribuição específicas para o servi-
dor readaptado.
Art. 244. A nomeação para os cargos da carreira dos Profissio- § 3º Os laudos médicos de readaptação deverão ser reavalia-
nais da Educação será: dos por junta médica oficial a cada 1 (um) ano, contabilizados a
I - em caráter efetivo; partir da data da readaptação.
II - em comissão, para cargos de livre nomeação e exoneração.
Art. 245. A nomeação para cargo de provimento efetivo da car- SUBSEÇÃO IV
reira dos Profissionais da Educação depende de prévia aprovação DA REVERSÃO
em concurso público de provas e títulos, obedecido em qualquer
caso, a ordem de classificação e os termos da legislação própria. Art. 251. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposen-
Parágrafo Único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- tado por invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declara-
senvolvimento do servidor na carreira, serão estabelecidos pela Lei dos insubsistentes os motivos da aposentadoria, nos termos desta
que fixar as diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Pro- Lei.
fissionais da Educação.
SUBSEÇÃO V
SUBSEÇÃO II DA REINTEGRAÇÃO
DA LOTAÇÃO
Art. 252. Reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo
Art. 246. A lotação é o número de servidores que devem ter anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transforma-
exercício em cada órgão ou unidade responsável pelo desempenho ção, quando invalidada a sua exoneração por decisão administrati-
das atividades vinculadas à educação formal no Município. va ou judicial, com ressarcimento de todas as suas vantagens nos
Art. 247. O número de servidores lotados em cada uma das termos desta Lei.
unidades escolares será o designado pela Secretaria Municipal de
Educação.
Art. 248. Caberá aos Coordenadores Educacionais organizar
e compatibilizar horários dos turnos de funcionamento, visando
ao cumprimento da proposta educacional da respectiva pasta, de
acordo com o plano de lotação aprovado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SUBSEÇÃO VI Art. 263. A posse e o exercício do servidor da carreira dos Pro-
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO fissionais da Educação obedecerá ao disposto nesta Lei.
Art. 264. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada
Art. 253. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos.
servidor estável ficará em disponibilidade com remuneração pro- Parágrafo Único. O disposto no “caput” não se aplica a duração
porcional ao tempo de serviço até o seu aproveitamento obrigató- de trabalho estabelecida para categorias de profissionais com regu-
rio conforme o disposto nesta Lei. lamentação específica.

SUBSEÇÃO VII CAPÍTULO IV


DA REMOÇÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA ESTABILIDADE
SEÇÃO ÚNICA
Art. 254. Remoção é o deslocamento do servidor da carreira DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
dos Profissionais da Educação de sua lotação para outra.
Art. 255. A remoção se faz anualmente, a pedido, obedecen- Art. 265. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
do uma ordem de classificação, efetuada por meio do exposto nos go de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educação
incisos I, II e III do § 1º do art. 248 e incisos I, II, III e IV do art. 305, ficará sujeito a estágio probatório visando a aquisição da estabili-
durante o último trimestre de cada ano ou em outro período, nos dade, por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual sua
casos excepcionais, a critério da Secretaria Municipal de Educação. aptidão e capacidade serão objeto obrigatório de avaliação especial
Parágrafo Único. O processo de remoção precederá aos con- de desempenho.
cursos públicos para ingresso na carreira dos Profissionais da Edu- Parágrafo Único. O estágio probatório e a aquisição da estabi-
cação em cargos equivalentes. lidade do servidor da carreira dos Profissionais da Educação obede-
Art. 256. A remoção a pedido se processa por meio de reque- cerão ao disposto nesta Lei.
rimento do interessado à Secretaria Municipal de Educação, o qual
será avaliado e deferido ou indeferido mediante a possibilidade e a TÍTULO III
necessidade da Rede Municipal Pública de Ensino. DOS DIREITOS E VANTAGENS
Art. 257. A remoção por permuta se processa a pedido de am- CAPÍTULO I
bos os interessados precedendo o inicio do ano letivo conforme o DOS DIREITOS
calendário escolar.
§ 1º Os permutadores devem ter a mesma categoria funcional Art. 266. São direitos dos integrantes da carreira dos Profissio-
e o mesmo regime de trabalho. nais da Educação do Município de Suzano, além de outros:
§ 2º Apenas poderá ser solicitada a remoção por permuta após I - ter ao seu alcance informações educacionais, bibliografia,
1 (um) ano de lotação na unidade escolar. materiais didáticos e outros instrumentos inclusive informatizados,
§ 3º Em situação excepcional devidamente justificada e com- bem como contar com assistência técnico-pedagógica que auxilie
provada por meio de documentos, a remoção por permuta poderá e estimule a melhoria de sua atuação profissional e ampliação de
ocorrer no mês de julho, desde que não ocorra prejuízo para o an- seus conhecimentos;
damento das atividades escolares. II - dispor no ambiente de trabalho, de instalações e materiais
Art. 258. Não poderá solicitar a remoção por permuta, o Profis- técnico-pedagógicos suficientes e adequados para que possa de-
sional da Educação que: senvolver suas atividades;
I - esteja em processo de avaliação médica oficial para a rea- III - ter liberdade de escolha e de utilização de materiais, equi-
daptação nos termos dos arts. 249 e 250; pamentos e procedimentos didáticos, bem como dispor de instru-
II - esteja na condição de readaptado com laudo médico oficial mentos de avaliação do processo de ensino-aprendizagem, dentro
temporário; dos princípios psicopedagógicos, em acordo com o projeto políti-
III - esteja lotado em unidade escolar que possua Profissional co-pedagógico;
da Educação em situação de excedente na mesma área de atuação. IV - receber auxílio, se necessário, para a publicação de traba-
Art. 259. A remoção independerá de processo de seleção: lhos técnico-científicos e livros didáticos ou técnico-científicos, me-
I - para o membro da carreira dos Profissionais da Educação diante solicitação e aprovação da Administração, compreendendo
que apresentar problema de saúde que impeça o exercício em seu conteúdos pertinentes à área da educação;
local de lotação, comprovado por órgão médico oficial; V - ter assegurada a igualdade de tratamento no plano técni-
II - quando ocorrer extinção de escolas, alteração de matrículas co-pedagógico;
ou disciplinas, que importe em diminuição de lotação. VI - receber, por meio de serviços técnicos especializados em
Art. 260. À Secretaria Municipal de Educação caberá verificar educação e apoio à educação, assistência ao exercício profissional;
os casos omissos, não previstos nesta Lei. VII - participar das deliberações que afetam a vida e as ativida-
des da unidade escolar e do desenvolvimento eficiente do processo
SEÇÃO II pedagógico;
DA POSSE E DO EXERCÍCIO VIII - participar do processo de planejamento, execução e ava-
liação das atividades educativas, assim como de reuniões, comis-
Art. 261. Posse é a aceitação expressa das atribuições, dos de- sões e conselhos escolares.
veres, das responsabilidades e dos direitos inerentes ao cargo ocu-
pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por quais- CAPÍTULO II
quer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em Lei. DO VENCIMENTO E DEMAIS VANTAGENS PESSOAIS
Art. 262. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
cargo da carreira dos Profissionais da Educação, sendo que ao Se- Art. 267. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
cretário Municipal de Educação compete atestar o início do exercí- de cargo público, com valor fixado em Lei.
cio pelo servidor.

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Art. 268. Vencimentos expressa a retribuição pecuniária pelo SEÇÃO V
exercício de cargo público efetivo, acrescido das vantagens pecuni- DO BANCO DE HORAS
árias permanentes estabelecidas em Lei.
Art. 269. O disposto neste capítulo deverá ser aplicado na for- Art. 274. Os Profissionais da Educação com funções não docen-
ma desta Lei. tes que prestarem serviços a título de horas extraordinárias pode-
rão, a critério do Secretário Municipal de Educação, compensarem
CAPÍTULO III as horas em sistema denominado banco de horas nos termos do
DAS FALTAS art. 121 desta Lei.
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO IV
DA EVOLUÇÃO E PROGRESSÃO FUNCIONAL
Art. 270. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
perderá: Art. 275. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo
I - a remuneração do dia em que não comparecer ao serviço, terá evolução e progressão funcional nos termos da Lei que fixa as
sem motivo justificado; diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Profissionais da
II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, Educação do Município de Suzano.
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art.
292, e as saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação CAPÍTULO V
de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser esta- DA FORMAÇÃO
belecida pela chefia imediata, iguais ou superiores a 60 (sessenta)
minutos. Art. 276. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
deverá participar de processos de formação continuada integrados
SEÇÃO II às necessidades do serviço e do interesse público, na área de atu-
DAS FALTAS JUSTIFICADAS ação do mesmo.
Art. 277. A Secretaria Municipal de Educação cuidará perma-
Art. 271. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação nentemente da formação dos servidores de carreira dos Profissio-
justificará ao superior imediato de até o máximo de 5 (cinco) faltas nais da Educação do Município.
por ano nos termos desta Lei. Art. 278. A formação é o conjunto de procedimentos que vi-
sam proporcionar aos integrantes da carreira dos Profissionais da
SEÇÃO III Educação a sua atualização profissional, com vistas à melhoria da
DAS FALTAS INJUSTIFICADAS qualidade de ensino e demais atividades educativas.
Parágrafo Único. A formação será desenvolvida por intermédio
Art. 272. Serão consideradas faltas injustificadas aquelas em de cursos, congressos, seminários, encontros, simpósios, palestras,
que o servidor da carreira dos Profissionais da Educação ausentar- fórum de debates, semanas de estudos, acompanhamento e acon-
-se do serviço sem um justo motivo. selhamento, além de outros procedimentos similares.
Parágrafo Único. O servidor sofrerá o desconto em seu venci- Art. 279. São objetivos da formação:
mento e não será considerado como período de efetivo exercício I - propiciar a associação entre teoria e prática;
para todos os efeitos. II - criar condições propícias à efetiva qualificação dos servido-
res, de acordo com suas atribuições, por meio de cursos, seminá-
SEÇÃO IV rios, conferências, oficinas de trabalho, implementação de projetos
DAS FALTAS ABONADAS e outros instrumentos para possibilitar a definição de novos pro-
gramas, métodos e estratégias de ensino, adequadas às transfor-
Art. 273. As faltas ao serviço dos servidores nomeados para mações educacionais;
cargo de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educa- III - promover a valorização do (a) Profissional da Educação.
ção, até o máximo de 6 (seis) por ano, que não exceda a 1 (uma) por Art. 280. Compete à Secretaria Municipal de Educação:
mês, serão abonadas desde que não haja prejuízo ao educando, à I - identificar as áreas e servidores para programas de forma-
unidade escolar e a Rede Municipal Pública de Ensino. ção;
§ 1º O servidor deverá encaminhar requerimento solicitando II - planejar a participação do servidor da carreira dos Profissio-
com, no mínimo, 2 (dois) dias de antecedência o abono das faltas a nais da Educação nos programas de formação e adotar as medidas
que se refere o “caput”, sempre a critério da autoridade competen- necessárias para que os afastamentos que ocorrerem não causem
te ouvido o Coordenador Educacional da unidade escolar. prejuízo às atividades educacionais;
§ 2º A construção da política das faltas abonadas no interior III - estabelecer a data de realização dos programas de forma-
das unidades escolares dar-se-á no Conselho de Escola em reunião ção contínua, respeitados o turno de trabalho e a jornada do pro-
específica durante o período de planejamento no início de cada ano fissional;
letivo, a qual referenciará a ação do Coordenador Educacional sem- IV - incentivar o auto-desenvolvimento profissional.
pre considerando o previsto nesta Lei. Art. 281. Os programas de formação serão conduzidos:
§ 3º Não serão permitidas faltas abonadas em emendas de fe- I - sempre que possível, diretamente pela Secretaria Municipal
riado. de Educação;
II - por meio de contratação de especialistas ou instituições es-
pecializadas, observada a legislação pertinente;
III - mediante encaminhamento do servidor à organizações es-
pecializadas, sediadas ou não no Município;
IV - por meio da realização de programas de diferentes forma-
tos utilizados, também, os recursos da educação à distância.

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MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 282. Os programas de formação serão elaborados e orga- § 1º O afastamento será sem prejuízo da remuneração quando
nizados anualmente a tempo de se prever, na proposta orçamentá- o curso de pós-graduação estiver vinculado a pesquisa acadêmica
ria, os recursos para sua implementação. focada em estudo de caso da Rede Municipal Pública de Ensino de
Suzano e coerente com a atividade fim do cargo de provimento efe-
CAPÍTULO VI tivo ocupado pelo servidor.
DAS VANTAGENS § 2º O afastamento será com prejuízo da remuneração nas
situações não previstas no parágrafo 1º, podendo, ser solicitada,
Art. 283. Além do vencimento, serão pagas aos servidores da neste caso, bolsa de estudo no valor de 30% (trinta por cento) do
carreira dos Profissionais da Educação as vantagens constantes vencimento do cargo de provimento efetivo ocupado pelo servidor.
desta Lei, em especial: § 3º O período de afastamento nos termos do “caput” fica con-
I - gratificação por trabalho ou docência em escola com difícil dicionado ao período de vínculo comprovado entre o servidor e a
provimento; unidade acadêmica não excedendo a 3 (três) anos para mestrado e
II - adicional noturno. 4 (quatro) anos para doutorado.
§ 4º Os servidores em afastamento remunerado de que trata o
SEÇÃO I parágrafo 1º não poderão exceder a 5% (cinco por cento) do total
DA GRATIFICAÇÃO POR TRABALHO OU DOCÊNCIA EM ESCO- do quadro de pessoal efetivo de cada cargo em atividade.
LA COM DIFÍCIL LOTAÇÃO § 5º Os critérios para seleção dos candidatos e demais normas
para a concessão do afastamento serão fixados por meio de ato do
Art. 284. Os servidores da carreira dos Profissionais da Educa- Chefe do Poder Executivo.
ção, enquanto atuarem em escolas consideradas de difícil lotação,
farão jus à gratificação neste período. CAPÍTULO VIII
Art. 285. Para efeitos desta Lei, considerar-se-á escola de difícil DO TEMPO DE SERVIÇO
lotação, as que serão definidas por meio de ato do Chefe do Poder
Executivo. Art. 294. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
Art. 286. A gratificação por trabalho ou docência em escola de que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365
difícil lotação será concedida aos servidores da carreira dos Pro- (trezentos e sessenta e cinco) dias.
fissionais da Educação enquanto atuarem nas referidas unidades Art. 295. O tempo de efetivo exercício deverá ser apurado nos
escolares e terá o valor do vencimento acrescido o percentual de termos da parte geral desta Lei.
15% (quinze por cento).
Art. 287. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação CAPÍTULO IX
perderá o direito à gratificação por trabalho ou docência em escola DA VACÂNCIA
com difícil lotação, no momento em que cessar sua atuação nas
referidas escolas. Art. 296. A vacância do cargo público da carreira dos Profissio-
Art. 288. A gratificação por trabalho ou docência em escola nais da Educação decorrerá das situações previstas na parte geral
com difícil lotação não se incorporará ao vencimento para nenhum desta Lei.
efeito. Art. 297. A exoneração do servidor ocupante de cargo de pro-
vimento efetivo dar-se-á exclusivamente após processo administra-
SEÇÃO II tivo disciplinar nos termos da parte geral desta Lei.
DO ADICIONAL NOTURNO
CAPÍTULO X
Art. 289. O serviço noturno, prestado pelo servidor ocupante DA SUBSTITUIÇÃO
de cargo de provimento efetivo com funções docentes, em horário
compreendido entre 19h00 (dezenove horas) e 23h00 (vinte e três Art. 298. Os servidores da carreira dos Profissionais da Educa-
horas), terá o valor do vencimento acrescido em 25% (vinte e cinco ção investidos em cargo de provimento em comissão ou função de
por cento). direção ou chefia terão substitutos indicados no regimento inter-
Art. 290. O serviço noturno, prestado pelo servidor ocupante no do órgão ou, no caso de omissão, previamente designados por
de cargo de provimento efetivo não docente, devido a natureza do meio de ato regular do Chefe do Poder Executivo.
seu trabalho na área da Educação, em horário compreendido entre § 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem
19h00 (dezenove horas) e 23h00 (vinte e três horas), terá o valor do prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo de provimento
vencimento acrescido em 25% (vinte e cinco por cento). em comissão ou função de direção ou chefia, nos afastamentos,
Art. 291. O adicional de que trata os arts. 289 e 290 não se impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do
incorporará a remuneração do servidor. cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de-
les durante o respectivo período.
CAPÍTULO VII § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
DAS LICENÇAS, DOS AFASTAMENTOS E DAS CONCESSÕES de provimento em comissão ou função de direção ou chefia, nos
Art. 292. Conceder-se-á ao servidor da carreira dos Profissio- casos dos afastamentos, férias ou impedimentos legais do titular,
nais da Educação as licenças constantes da parte geral desta Lei. superiores a 5 (cinco) dias consecutivos, paga na proporção dos
Art. 293. Fica garantido aos servidores ocupantes de cargo de dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.
provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educação da § 3º No caso de substituição com base no parágrafo 2º, o subs-
Rede Municipal Pública de Ensino o afastamento para fins de reali- tituto perceberá o vencimento do cargo de provimento em comis-
zação de curso de pós-graduação presencial. são ou função de direção ou chefia em que se der a substituição,
salvo se optar pelo vencimento de seu cargo de provimento efetivo.

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§ 4º Em caso excepcional, atendida a conveniência da Adminis- Art. 303. Durante as férias e o recesso escolar, os Profissionais
tração e o interesse público, o titular de cargo de provimento em da Educação perceberão o mesmo vencimento recebido no mês
comissão ou função de direção ou chefia, poderá ser designado ou anterior.
nomeado, cumulativamente, como substituto para outro cargo ou Art. 304. Durante o recesso escolar, ressalvando o período de
função da mesma natureza, até que se verifique a nomeação ou de- gozo de férias, o servidor poderá ser convocado a prestar serviços
signação do titular, nesse caso, somente perceberá o vencimento educacionais.
correspondente a um dos cargos ou funções.
Art. 299. As substituições de professores por período inferior CAPÍTULO XII
a 15 (quinze) dias, sempre que possível, deverão ser efetuadas por DA ATRIBUIÇÃO DE TURMAS
professores ocupantes de cargos de provimento efetivo por meio
da suplementação da jornada de trabalho ou por meio dos profes- Art. 305. Para fins de atribuição de turmas, os docentes serão
sores substitutos. classificados, observada a seguinte ordem de preferência:
§ 1º Na impossibilidade da substituição ser realizada nos ter- I - situação funcional:
mos do “caput”, deverão ser admitidos professores em caráter a) admitidos para cargos de provimento efetivo, mediante con-
temporário. curso público de provas e títulos, correspondentes aos componen-
§ 2º As substituições de que trata este artigo, não poderão ul- tes curriculares das classes a serem atribuídas;
trapassar o ano letivo para a qual foi autorizada e serão obrigatoria- b) professores com carga horária de 24 (vinte e quatro) horas
mente, por tempo determinado. semanais.
§ 3º Os professores tratados no parágrafo 1º serão seleciona- II - tempo de serviço no magistério público, na forma a ser re-
dos e admitidos mediante processo seletivo, nos termos de legisla- gulamentada;
ção específica. III - títulos computáveis obtidos pelo docente, por meio da con-
§ 4º Esses professores serão remunerados na mesma propor- versão em pontos das cargas horárias dos respectivos títulos;
ção do ocupante de cargo de provimento efetivo que estão substi- IV - combinação das razões tempo e títulos descritas nos inci-
tuindo, considerando o seu vencimento. sos II e III.
Art. 300. As substituições de servidores por período igual ou § 1º Aos docentes admitidos para cargo de provimento efetivo
superior a 15 (quinze) dias, poderá ser realizada por servidores ad- na Rede Municipal Pública de Ensino, serão atribuídas simultanea-
mitidos em caráter temporário. mente as classes em substituição referente aos docentes afastados.
§ 1º As substituições de que trata este artigo, não poderão ul- § 2º O docente, indicado e nomeado para as funções de su-
trapassar o ano letivo para a qual foi autorizada e serão obrigatoria- porte pedagógico e que seja exonerado a pedido ou a critério da
mente, por tempo determinado. Administração, não perde o direito de voltar às turmas das quais é
§ 2º Os servidores tratados no “caput” serão selecionados e titular, durante o ano letivo.
admitidos mediante processo seletivo, nos termos de legislação es- Art. 306. Compete à Secretaria Municipal de Educação atribuir
pecífica. as classes aos docentes da Rede Municipal Pública de Ensino, res-
§ 3º Esses servidores serão remunerados na mesma proporção peitada a ordem de classificação, conforme o artigo anterior.
do ocupante de cargo de provimento efetivo que estão substituin- Parágrafo Único. A Secretaria Municipal de Educação expedirá
do, considerando o seu vencimento. as normas complementares necessárias ao cumprimento do dis-
posto neste artigo.
CAPÍTULO XI
DAS FÉRIAS E DO RECESSO CAPÍTULO XIII
DO HORÁRIO DE TRABALHO PEDAGÓGICO COLETIVO
Art. 301. Aos Profissionais da Educação em exercício de docên-
cia nas unidades escolares, são assegurados 30 (trinta) dias de fé- Art. 307. Cabe à Coordenação Educacional da unidade escolar
rias anuais, durante o mês de janeiro. garantir a participação de todos os Profissionais da Educação não
§ 1º O período de férias de que trata o “caput” será concedido docentes nos Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), em
nos termos do art. 125 desta Lei. sistema de rodízio.
§ 2º O pagamento da remuneração devida por ocasião das fé- Art. 308. O Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) do
rias deverá ser efetuado em conformidade com o disposto no art. pessoal docente deverá ser sistematizado pela Secretaria Municipal
130 desta Lei. de Educação.
§ 3º O servidor exonerado do cargo de provimento efetivo ou
de provimento em comissão, perceberá indenização relativa ao pe- CAPÍTULO XIV
ríodo das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício ou fração su-
perior a 14 (quatorze) dias. Art. 309. A assistência a saúde do servidor da carreira dos Pro-
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do fissionais da Educação e de sua família compreende assistência
mês em que for publicado o ato de exoneração. médica ambulatorial, hospitalar, odontológica, psicológica e farma-
§ 5º O período de gozo de férias somente poderá ser interrom- cêutica prestada pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
pido por motivo de calamidade pública, comoção interna, convoca-
ção para júri, serviços militar ou eleitoral ou por motivo de superior CAPÍTULO XV
interesse público devidamente justificado. DO DIREITO DE PETIÇÃO
§ 6º O restante do período interrompido será gozado de uma
só vez. Art. 310. É assegurado ao servidor da carreira dos Profissionais
Art. 302. Além do período de férias constante do artigo ante- da Educação o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa
rior, os Profissionais da Educação poderão gozar de recesso escolar, de direito ou interesse legítimo, nos termos desta Lei.
conforme calendário escolar.

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TÍTULO IV CAPÍTULO II
DO REGIME DISCIPLINAR DAS PROIBIÇÕES
CAPÍTULO I
DOS DEVERES Art. 312. Sem prejuízo das demais proibições constantes da
parte geral desta Lei, ao servidor que integre o Quadro dos Profis-
Art. 311. São deveres do servidor ocupante de cargo da carrei- sionais da Educação ainda é vedada:
ra dos Profissionais da Educação: I - a ação ou omissão que traga prejuízo físico, moral ou inte-
I - conhecer e respeitar as Leis; lectual;
II - preservar os princípios, os ideais e os fins da educação bra- II - a imposição de castigo físico ou humilhante;
sileira, por meio de seu desempenho profissional; III - a prática de discriminação por motivo de raça, condição
III - empenhar-se em prol do desenvolvimento do educando, social, intelectual, sexo, credo ou convicção política;
utilizando processos que acompanhem o progresso científico da IV - a alteração de qualquer resultado de avaliação, ressalvados
educação; os casos de erro manifesto, por ele considerado ou reconhecido;
IV - participar das atividades educacionais que lhe forem atri- V - impedir que o educando participe das atividades educativas
buídas por força de suas funções; em razão de qualquer carência material.
V - comparecer ao local de trabalho com assiduidade e pontu-
alidade, executando suas tarefas com eficiência, zelo e presteza; CAPÍTULO III
VI - manter o espírito de cooperação e solidariedade com a DA ACUMULAÇÃO
equipe escolar e a comunidade em geral;
VII - incentivar a participação, o diálogo e a cooperação entre Art. 313. Ressalvados os casos previstos no inciso XVI do art.
os educandos e demais educadores; 37 da Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de
VIII - contribuir para o desenvolvimento do senso crítico e da cargos públicos.
consciência política do educando; § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
IX - respeitar o educando como sujeito do processo educativo e e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
comprometer-se com a eficácia de seu aprendizado; sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades con-
X - comunicar ao superior imediato as irregularidades de que troladas direta ou indiretamente pelo Poder Público.
tiver conhecimento, na sua área de atuação, ou às entidades supe- § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-
riores, no caso de omissão por parte da primeira; da à:
XI - zelar pela defesa dos direitos profissionais e pela reputação I - comprovação da compatibilidade de horários, consideran-
da categoria profissional; do-se todos os seus componentes nos dois (02) cargos;
XII - fornecer elementos para a permanente atualização de II - comprovação da viabilidade de acesso aos locais de traba-
seus assentamentos, junto a unidade de pessoal; lho por meios normais de transporte;
XIII - considerar os princípios psicopedagógicos, a realidade só- III - existência de intervalo entre o término de uma jornada e
cio-econômica da clientela escolar e as diretrizes da Política Educa- início da outra de, no mínimo, 1 (uma) hora.
cional na escolha e utilização de materiais, procedimentos didáticos § 3º O intervalo constante do inciso III do parágrafo 2º poderá
e instrumentos de avaliação do processo ensino-aprendizagem; ser reduzido para, o mínimo de até 15 (quinze) minutos quando os
XIV - participar de conselhos referentes ao desenvolvimento da locais de trabalho forem situados próximos, ou no mesmo local,
educação no Município de Suzano; sempre a critério da autoridade competente e desde que não haja
XV - participar do processo de planejamento, execução e ava- prejuízo para o serviço público municipal.
liação das atividades escolares; § 4º Além dos requisitos previstos no parágrafo 2º, apenas será
XVI - acatar as decisões do Conselho de escola, observando a possível a acumulação de cargos que perfazerem uma carga horária
legislação vigente; total máxima de 70 (setenta) horas semanais, somadas as 02 (duas)
XVII - participar das atividades educacionais que forem pró- jornadas.
prias do cargo ou da função que ocupa; § 5º É vedada a percepção simultânea de proventos de aposen-
XVIII - assegurar a efetivação dos direitos pertinentes à criança tadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
e ao adolescente, nos termos do Estatuto da Criança e do Adoles- ressalvados os cargos e empregos acumuláveis na forma do inciso
cente, comunicando às autoridades competentes os casos de que XVI do art. 37 da Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos
tenham conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de de provimento em comissão declarados em Lei de livre nomeação
maus-tratos; e exoneração.
XIX - zelar pelo cumprimento dos horários e calendário escolar; Art. 314. O servidor não poderá exercer mais de um (01) cargo
XX - manter a Secretaria Municipal de Educação informada do de provimento em comissão.
desenvolvimento do processo educacional, expondo suas críticas e Art. 315. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-
apresentando sugestões para a sua melhoria; mular licitamente 2 (dois) cargos de provimento efetivo da Rede
XXI - buscar o seu constante aperfeiçoamento profissional por Municipal Pública de Ensino de Suzano, quando investido em cargo
meio de participação em cursos, reuniões, seminários, sem prejuízo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
de suas atribuições; efetivos.
XXII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- Parágrafo Único. O servidor que se afastar dos cargos de pro-
der. vimentos efetivo que ocupa poderá optar pela remuneração de um
Parágrafo Único. A representação de que trata o inciso XXII deles ou pela do cargo de provimento em comissão.
será encaminhada, assegurando-se ao representando o direito a
ampla defesa.

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CAPÍTULO IV Art. 323. Consideram-se da família do servidor, além do cônju-
DAS RESPONSABILIDADES ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons-
tem do seu assentamento individual e sejam reconhecidos pela
Art. 316. O servidor responde civil, penal e administrativamen- legislação civil.
te pelo exercício irregular de suas atribuições observado o disposto Parágrafo Único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
na parte geral desta Lei. companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.
Art. 324. Os instrumentos de procuração utilizados para o re-
CAPÍTULO V cebimento de direitos ou vantagens de servidores municipais terão
DAS PENALIDADES validade por 12 (doze) meses, devendo ser renovados após findo
esse prazo.
Art. 317. São penalidades disciplinares a que estão sujeitos Art. 325. Para todos os efeitos previstos nesta Lei, os exames
os servidores ocupantes de cargos da carreira dos Profissionais da de aptidão física e mental serão obrigatoriamente realizados por
Educação: médicos do serviço público municipal, ou na sua falta, por médicos
I - advertência; credenciados pelo Poder Público.
II - suspensão; § 1º Em casos especiais, atendendo a natureza da enfermida-
III - exoneração; de, a Administração poderá designar junta médica para proceder
IV - cassação de disponibilidade; ao exame, dela fazendo parte, obrigatoriamente, médicos do servi-
V - destituição de cargo de provimento em comissão; ço público municipal ou médicos credenciados pelo Poder Público.
VI - destituição de exercício de função de direção, chefia ou § 2º Os atestados médicos concedidos aos servidores munici-
assessoramento. pais, quando em tratamento fora do Município, terão sua validade
Art. 318. Na aplicação das penalidades será aplicado o previsto condicionada à ratificação posterior pelo médico do serviço público
na parte geral desta Lei. municipal.
Art. 326. São isentos de taxas, emolumentos ou custas os re-
TÍTULO V querimentos, certidões e outros papéis que, na esfera administrati-
DA SINDICÂNCIA E DO PROCESSO va, interessarem ao servidor municipal, ativo ou inativo, exclusiva-
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR mente nos assuntos funcionais.
Art. 327. O servidor que apresentar-se ao serviço em estado
Art. 319. Para a apuração de infrações e aplicação das penali- de embriaguez causada por bebida alcoólica, entorpecentes ou
dades disciplinares aos servidores ocupantes dos cargos da carreira quaisquer outras substâncias químicas ou naturais deverá ser en-
dos Profissionais da Educação deverá ser observado o disposto no caminhado ao serviço médico competente para diagnóstico e, se
Capitulo específico desta Lei. necessário, inicio de tratamento específico.
Parágrafo Único. A recusa ou o abandono do tratamento es-
TÍTULO VI pecífico será considerado infração disciplinar ensejando a imediata
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR abertura de processo administrativo disciplinar nos termos desta
Lei.
Art. 320. Os servidores públicos municipais ocupantes de car- Art. 328. Os regulamentos necessários para a execução do dis-
gos de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educa- posto nesta Lei serão editados por ato próprio do Chefe do Poder
ção serão segurados do RGPS, até a implantação do Regime Próprio Executivo.
da Previdência do Servidor no Município de Suzano, nos termos
do art. 40 da Constituição Federal e legislação regulamentadora e SEÇÃO ÚNICA
complementar. DA CONTAGEM DOS PRAZOS

TÍTULO VII Art. 329. Os prazos previstos nesta Lei começam a contar a par-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS tir da data da notificação pessoal ou da publicação oficial, excluin-
CAPÍTULO I do-se da contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
Art. 321. O Dia do Professor será comemorado em 15 (quinze) ou se este for encerrado antes do horário normal.
de outubro de cada ano. § 2º Os prazos previstos nesta Lei são contados em dias corri-
Parágrafo Único. Esta data poderá ser declarada ponto faculta- dos.
tivo para os servidores ocupantes dos cargos da carreira dos Profis- Art. 330. Salvo motivo de força maior devidamente comprova-
sionais da Educação do Município de Suzano. do, os prazos previstos nesta Lei não serão prorrogados.
Art. 322. Ao servidor da carreira dos Profissionais da Educação
é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre CAPÍTULO II
associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela de- DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
correntes:
I - de ser representado pelo sindicato, inclusive como substitu- Art. 331. Será de responsabilidade da Administração Pública
to processual; do Município de Suzano dar ciência do teor desta Lei no ato da
II - de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o transposição de regime jurídico a todos os servidores da carreira
final do mandato, exceto se a pedido; dos Profissionais da Educação, bem como, no ato da posse de no-
III - de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a vos servidores e a totalidade dos servidores lotados na Secretaria
que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas Municipal de Educação quando de modificações legais posteriores
em assembleia geral da categoria. a sua primeira publicação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
LIVRO II TÍTULO II
DOS SERVIDORES DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DAS COMPETÊNCIAS
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 337. Compete à Guarda Civil Municipal de Suzano:
I - promover a proteção dos bens, instalações e serviços muni-
Art. 332. Esta Lei estabelece ainda as normas específicas sobre cipais através da:
o regime jurídico e o regimento disciplinar dos servidores ocupan- a) vigilância interna e externa dos próprios públicos municipais
tes de cargos do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal de em geral;
Suzano. b) fiscalização da adequada utilização dos parques, jardins,
§ 1º O pessoal admitido para os cargos de provimento efetivo praças, cemitérios, mercados, feiras-livres, museus, bibliotecas e
do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal terão a sua relação outros bens de domínio público, evitando a sua depredação.
de trabalho regida por esta Lei. II - atuar no auxílio ao público em geral junto aos próprios pú-
§ 2º Aplica-se o disposto nesta Lei, no que couber, aos cargos blicos municipais;
públicos de provimento em comissão ligados a Guarda Civil Muni- III - participar, de maneira ativa, nas comemorações cívicas de
cipal. feitos e fatos programados pelo Município, destinados à exaltação
do patriotismo;
CAPÍTULO I IV - atender à população:
DA NOMEAÇÃO a) nas atividades de assistência social em geral, inclusive aque-
Art. 333. A nomeação no quadro de pessoal da Guarda Civil las voltadas para a criança, o adolescente, o idoso e a pessoa porta-
Municipal dar-se-á nos termos desta Lei para os cargos de provi- dora de necessidades especiais;
mento efetivo de Guarda Civil Municipal na graduação de 3ª Classe b) quando da ocorrência de quaisquer sinistros ou eventos
e na forma prevista por esta Lei. danosos, em auxílio à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil e
Art. 334. O concurso público será realizado em 3 (três) etapas: demais autoridades competentes.
I - de provas e títulos; V - promover a vigilância:
II - de teste de aptidão física, avaliação psicológica e investiga- a) de logradouros públicos, mediante o policiamento diurno e
ção social; noturno do Município, tanto na zona urbana quanto na zona rural,
III - de curso de formação para ingresso no quadro de pessoal em caráter supletivo;
da Guarda Civil Municipal. b) das áreas de preservação do patrimônio natural e cultural
§ 1º O teste de aptidão física apenas poderá ser realizado com do Município, bem como da preservação de mananciais e da defesa
a apresentação de laudo médico que descreva as condições físicas da fauna e da flora.
do candidato e o considere apto para a sua realização. VI - garantir a realização dos serviços de responsabilidade do
§ 2º Serão de caráter eliminatório o teste de aptidão física, a Município e sua ação fiscalizadora no desempenho de atividades de
investigação social e o curso de formação para ingresso no quadro polícia administrativa, em especial nos serviços ligados às áreas de:
de pessoal da Guarda Civil Municipal e de caráter classificatório a a) educação;
avaliação psicológica. b) saúde pública;
§ 3º O laudo médico exigido no parágrafo 1º não substitui o c) transporte coletivo;
exame de aptidão para o exercício do cargo nos termos do Capítulo d) arrecadação tributária;
próprio desta Lei. e) meio ambiente;
f) trânsito;
CAPÍTULO II g) urbanismo; e,
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO h) demais órgãos oficiais.
VII - colaborar com a fiscalização do serviço público local na
Art. 335. O estágio probatório será realizado nos termos da aplicação da legislação relativa ao exercício do poder de polícia ad-
parte geral desta Lei. ministrativa do Município;
Art. 336. Para fins da avaliação de desempenho de que trata o VIII - executar o patrulhamento escolar, bem como auxiliar es-
art. 31 desta Lei, o servidor nomeado para o quadro de pessoal da tudantes na travessia de vias e logradouros públicos;
Guarda Civil Municipal será avaliado também nos seguintes fatores: IX - outros não previstos e que lhes venham a ser atribuídos por
I - subordinação; legislação especial ou, ainda, determinados pelo respectivo Coman-
II - conduta moral compatível com as atribuições do cargo; do, respeitadas as normas adequadas.
III - conduta profissional compatível com as atribuições do car- Parágrafo Único. Incumbirá, ainda, à Guarda Civil Municipal:
go; a) coordenar suas atividades com as ações do Estado, no senti-
IV - não ter praticado infração disciplinar classificada como de do de obter e oferecer auxílio recíproco; e,
natureza média ou grave nos termos desta Lei; b) colaborar com os órgãos federais e estaduais competentes
V - não ter praticado ilícito penal doloso relacionado com as para a preservação da segurança interna, quando solicitada, obser-
atribuições do cargo. vada a legislação aplicável.
Parágrafo Único. A descrição dos fatores constantes dos incisos
I, II e III do “caput” será realizada na Ficha de Avaliação de Desem- TÍTULO III
penho da Guarda Civil Municipal e será instituída através de ato DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
próprio do Chefe do respectivo Poder. CAPÍTULO I
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 338. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da


Guarda Civil Municipal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 339. São princípios norteadores da disciplina e da hierar- III - submissão à participação em programa de requalificação
quia da Guarda Civil Municipal: profissional no Centro de Formação e Ensino da Guarda Civil Mu-
I - o respeito à dignidade humana; nicipal de Suzano, nas hipóteses dos incisos III e IV do “caput”, se a
II - o respeito à cidadania; soma das penas de suspensão aplicadas for superior a 10 (dez) dias
III - o respeito à justiça; e nos incisos I e II a critério do Comandante Geral.
IV - o respeito à legalidade democrática; Art. 345. O Comandante Geral da Guarda Civil Municipal deve-
V - o respeito à coisa pública. rá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar do seu efetivo a
Art. 340. As ordens legais devem ser prontamente executadas, ser enviado ao Secretário de Defesa Social e Prevenção à Violência.
cabendo inteira responsabilidade à autoridade que as determinar. § 1º Os critérios de avaliação terão por base a aplicação do
Parágrafo Único. Em caso de dúvida, será assegurado esclare- disposto nesta Lei.
cimento ao subordinado. § 2º A avaliação deverá considerar a totalidade das infrações
Art. 341. Todo servidor da Guarda Civil Municipal que se depa- cometidas e punidas, a tipificação e as sanções correspondentes,
rar com ato contrário à disciplina da instituição ou do serviço públi- o cargo ocupado pelo infrator e a localidade do cometimento da
co local deverá adotar medida saneadora. falta disciplinar.
§ 1º Se detentor de precedência hierárquica sobre o infrator, Art. 346. O ato do Comandante Geral da Guarda Civil Municipal
o servidor da Guarda Civil Municipal deverá adotar as providências que reclassificar os integrantes da corporação caberá recurso de
cabíveis pessoalmente e se subordinado, deverá comunicar às au- reclassificação do comportamento dirigido ao Corregedor Geral da
toridades competentes. Guarda Civil Municipal.
§ 2º Ficará a critério do Comando Geral da Guarda Civil Muni- Parágrafo Único. O recurso previsto no caput deverá ser inter-
cipal encaminhar o servidor reincidente em transgressões de na- posto no prazo máximo de 5 (cinco) dias, contados da data da publi-
tureza leve que não sofrer a penalidade disciplinar de suspensão cação oficial do ato impugnado e terá efeito suspensivo.
ao Centro de Formação e Ensino para participar de programa de
requalificação profissional. TÍTULO IV
Art. 342. O servidor da Guarda Civil Municipal tem que obser- DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES DISCIPLINARES
var todos os deveres enumerados nesta Lei. CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DISCIPLI-
CAPÍTULO II NARES
DO COMPORTAMENTO
Art. 347. Infração disciplinar é toda a violação aos deveres fun-
Art. 343. Ao ingressar no quadro de pessoal da Guarda Civil cionais previstos nesta Lei pelos servidores integrantes do quadro
Municipal, o servidor será classificado no comportamento estabe- de pessoal da Guarda Civil Municipal.
lecido no inciso II do artigo subsequente. Art. 348. As infrações disciplinares, quanto à sua natureza, clas-
Parágrafo Único. Os atuais integrantes do quadro de pessoal sificam-se em:
da Guarda Civil Municipal serão classificados no comportamento I - Leves;
correspondente a sua conduta transcrita no seu assentamento in- II - Médias;
dividual. III - Graves.
Art. 344. Para fins disciplinares e para os demais efeitos legais, Art. 349. São infrações disciplinares de natureza leve:
o comportamento do servidor da Guarda Civil Municipal será con- I - deixar de comunicar ao superior hierárquico, tão logo possí-
siderado: vel, a execução de ordem legal recebida;
I - excelente, quando nos últimos 48 (quarenta e oito) meses II - chegar atrasado, sem justo motivo, a ato ou ao serviço;
não tiver sofrido qualquer punição; III - deixar de apresentar-se ao superior hierárquico, estando
II - bom, quando nos últimos 36 (trinta e seis) meses não tiver em serviço;
sofrido pena de suspensão; IV - deixar de verificar, com antecedência necessária, a escala
III - regular, quando no período de 24 (vinte e quatro) meses de serviço;
tiver sofrido 1 (uma) suspensão; V - permutar serviço sem comunicar e receber permissão da
IV - insuficiente, quando no período de 24 (vinte e quatro) me- autoridade competente;
ses tiver sofrido 2 (duas) suspensões; VI - deixar de se apresentar na sede da Guarda Civil Municipal,
V - mau, quando no período de 12 (doze) meses tiver sofrido estando de folga, quando houver iminência de perturbação da or-
mais de 2 (duas) penas de suspensão, acima de 15 (quinze) dias. dem ou calamidade pública;
§ 1º Para reclassificação de comportamento, 2 (duas) adver- VII - demorar-se na apresentação ao superior hierárquico,
tências equivalerão a 1 (uma) repreensão e 2 (duas) repreensões a quando convocado ao trabalho por justo motivo, ainda que fora do
1 (uma) suspensão. horário de trabalho;
§ 2º A reclassificação de comportamento dar-se á, anualmen- VIII - usar aparelho telefônico ou outro meio de comunicação
te, ex-officio, por ato do Comandante Geral da Guarda Civil Munici- analógico ou digital de propriedade ou uso da Guarda Civil Munici-
pal, de acordo com os prazos e critérios estabelecidos. pal para conversas particulares, sem a devida autorização;
§ 3º O conceito atribuído ao comportamento do servidor da IX - permitir o uso de aparelho telefônico ou outro meio de
Guarda Civil Municipal será considerado para: comunicação analógico ou digital de propriedade ou uso da Guarda
I - a finalidade estabelecida no inciso I do art. 368 e no inciso I Civil Municipal para conversas particulares, sem registrar o número
do art. 369; do aparelho chamado e o nome de seus usuários;
II - indicação para participação em cursos de aperfeiçoamento; X - usar termos de gíria ou palavras de baixo calão em comuni-
cação, informação ou atos semelhantes;
XI - revelar indiscrição em linguagem falada ou escrita;
XII - cantar, assobiar ou fazer ruído em local ou ocasião em que
seja exigido silêncio;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
XIII - portar-se inconvenientemente em solenidades ou reuni- XXXVI - faltar com o devido respeito às autoridades civis, poli-
ões sociais; ciais, militares e eclesiásticas;
XIV - viajar sentado, estando uniformizado, em veículo de XXXVII - ponderar ordens ou orientações legais emanadas de
transporte coletivo, estando de pé grávidas ou pessoas com crian- superior hierárquico;
ças de colo, idosos, enfermos, pessoas portadoras de necessidades XXXVIII - imiscuir-se em assuntos que embora sejam da Guarda
especiais e autoridades; Civil Municipal, não são de sua competência;
XV - entrar, sem necessidade, em estabelecimentos comerciais XXXIX - interceder de qualquer forma pela liberdade de pessoa
estando de serviço; detida legalmente por membros da Guarda Civil Municipal ou das
XVI - tratar de assuntos particulares durante o serviço, sem a Polícias Civil ou Militar;
devida autorização; XL - deixar de apresentar no tempo determinado:
XVII - retirar-se da presença de superior hierárquico, sem pedir a) para a autoridade competente, no caso de requisição para
a necessária licença; depor ou prestar declarações;
XVIII - permitir a permanência de pessoas estranhas ao serviço, b) no local determinado por superior hierárquico, em ordem
nos locais em que isso seja vedado; manifestamente legal.
XIX - entreter-se ou preocupar-se com atividades estranhas ao XLI - dirigir-se, verbalmente ou por escrito, a órgão superior,
serviço durante as horas de trabalho; sem ser por intermédio daquele a quem estiver direta ou imediata-
XX - representar ou requerer sem observar as prescrições regu- mente subordinado;
lamentares, em especial as contidas nesta Lei; XLII - deixar de comunicar a transgressão da disciplina por
XXI - sentar-se, estando de serviço, salvo quando pela sua natu- membro da Guarda Civil Municipal ou servidor público municipal;
reza circunstancial e admissível; XLIII - ler ou retirar sem permissão, documento, livro ou objeto
XXII - perambular ou permanecer uniformizado, quando de fol- existente na repartição ou local de trabalho;
ga, em logradouros públicos; XLIV - ausentar-se de sua residência sem comunicar endereço
XXIII - sobrepor os interesses particulares aos da Guarda Civil onde possa ser encontrado, nos casos em que estiver escalado de
Municipal e do serviço público local; sobreaviso;
XXIV - deixar de manter em dia os seus assentamentos ou de XLV - discutir, estando uniformizado;
sua família no setor de recursos humanos do respectivo Poder e no XLVI - deixar de fornecer os dados referentes à sua identidade
prontuário específico da Guarda Civil Municipal; funcional;
XXV - deixar de atender a reclamação justa de subordinado, ou XLVII - utilizar-se de papel ou formulário oficial, em vigor, para
impedi-lo de recorrer à autoridade superior, sempre que a inter- rascunho, anotações ou qualquer fim inadequado;
venção desta se torne indispensável; XLVIII - deixar o subordinado de cumprimentar superior hierár-
XXVI - dar a superior, tratamento íntimo verbal ou por escrito; quico, uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça ou de
XXVII - atrasar sem motivo justificável: prestar-lhe homenagens ou sinais regulamentares de consideração
a) a entrega de objetos achados ou apreendidos; e respeito, bem como o superior hierárquico, de responder ao cum-
b) a prestação de contas de pagamentos referentes a Guarda primento;
Civil Municipal ou outro órgão do serviço público local; XLIX - usar uniforme incompleto, contrariando as normas res-
c) o encaminhamento de informações, comunicações e docu- pectivas, ou vestuário incompatível com a função, ou, ainda, descu-
mentos; rar-se do asseio pessoal ou coletivo;
d) a entrega de armamento, equipamento e outros destinados L - conduzir veículo da Guarda Civil Municipal sem a devida au-
ao serviço. torização;
XXVIII - trazer a mão no bolso quando uniformizado; LI - apresentar comunicação, representação ou queixas desti-
XXIX - atender ao público demonstrando preferência pessoal; tuídas de fundamento ou provas.
XXX - apresentar-se na formatura diária ou em público: Art. 350. São infrações disciplinares de natureza média:
a) com costeletas, barbas ou cabelos crescidos, bigodes ou I - deixar de comunicar ao superior imediato ou em sua ausên-
unhas desproporcionais ou adornos (brincos ou outro enfeite); cia, a outro superior hierárquico, informação sobre perturbação da
b) com uniforme em desalinho ou desasseado; ordem pública, logo que dela tenha conhecimento;
c) com cestas, sacolas ou qualquer excesso de volume, que não II - maltratar animais ou mantê-los em cativeiro sem observar
tenha correlação com as atividades desempenhadas. a legislação específica;
XXXI - usar termos descorteses para com superiores, subordi- III - deixar de dar informações em processos, quando for de sua
nados, iguais, munícipes ou quaisquer outros cidadãos; competência;
XXXII - procurar resolver assunto referente à disciplina ou ao IV - encaminhar documento à superior hierárquico comunican-
serviço que escape da sua alçada; do infração disciplinar inexistente ou instaurar procedimento admi-
XXXIII - alegar desconhecimento de ordens publicadas em bole- nistrativo disciplinar sem indícios de fundamento fático;
tim ou registradas em livro, bem como das Normas Gerais de Ação; V - desempenhar inadequadamente suas funções, por falta de
XXXIV - deixar de trazer consigo a credencial de Guarda Civil atenção;
Municipal e respectiva cédula de identidade; VI - afastar-se, momentaneamente, sem justo motivo, do local
XXXV - deixar de comunicar ao superior imediato, em termo em que deveria encontrar-se por força de ordens ou disposições
oportuno: legais;
a) as ordens que tiver recebido, sobre pessoal ou material; VII - representar a instituição em qualquer ato sem estar au-
b) as ocorrências de qualquer natureza; torizado;
c) estragos ou extravios de qualquer material da Guarda Civil VIII - assumir compromisso pela Guarda Civil Municipal que co-
Municipal que tenha sob sua responsabilidade; manda ou em que serve, sem estar autorizado;
d) os recados telefônicos ou pessoais; IX - sobrepor aos uniformes insígnias de sociedades particula-
e) as partes de transgressões disciplinares. res, entidades religiosas ou políticas ou, ainda, usar indevidamente
medalhas desportivas, distintivos ou condecorações;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
X - entrar ou sair de qualquer unidade da Guarda Civil Munici- XXXVIII - apresentar-se publicamente em visível estado de em-
pal ou tentar fazê-lo com arma não letal da corporação ou qualquer briaguez causado por bebidas alcoólicas, entorpecentes ou qual-
outro bem existente na unidade ou local de trabalho sem previa quer substância química ou natural, trajado civilmente;
autorização da autoridade competente; XXXIX - manter relações de amizade com pessoas notoriamen-
XI - dirigir veículo do serviço público local, da Guarda Civil Mu- te suspeitas, que venha o público fazer juízo temerário da Guarda
nicipal ou particular com negligência, imprudência ou imperícia; Civil Municipal;
XII - ofender a moral e os bons costumes por meio de atos, XL - praticar, na vida privada, qualquer ato que provoque es-
palavras ou gestos durante o serviço ou uniformizado, se fora dele; cândalo público;
XIII - usar termos descorteses, inadequados ou desrespeitosos XLI - fazer propaganda político-partidária nas dependências da
para com superiores, subordinados, iguais, munícipes ou quaisquer Guarda Civil Municipal ou de qualquer outra repartição pública;
outros cidadãos; XLII - entrar ou permanecer em comitê político ou comícios du-
XIV - deixar de zelar pela economia do material do serviço pú- rante o serviço ou uniformizado fora dele;
blico local e pela conservação do que for confiado à sua guarda ou XLIII - recusar-se a auxiliar as autoridades públicas ou seus
utilização; agentes, que estejam nos exercícios de suas funções e que em vir-
XV - andar armado, com documento de porte legal, estando tude destas, necessitem de auxílio;
em trajes civis, sem o cuidado de ocultar a arma; XLIV - deixar de atender pedido de socorro;
XVI - disparar arma não letal por descuido ou sem necessidade; XLV - omitir-se em atender ocorrência com alto grau de risco
XVII - resolver assunto referente ao serviço da Guarda Civil Mu- dentro das competências da Guarda Civil Municipal;
nicipal, à disciplina e ao serviço que escape de sua alçada; XLVI - pedir ou aceitar por empréstimo, dinheiro ou qualquer
XVIII - deixar de prestar auxílio que estiver ao seu alcance, para outro valor de pessoa que:
manutenção ou restabelecimento da ordem pública; a) trate de interesse na repartição;
XIX - apropriar-se de material da Guarda Civil Municipal ou do b) esteja sujeito a sua fiscalização;
serviço público local para uso particular; XLVII - evadir-se de escolta ou contra ela resistir de forma pas-
XX - induzir superior a erro ou engano, mediante informações siva ou agressiva;
inexatas; XLVIII - contrariar as regras de trânsito, deixar de controlar os
XXI - negar-se a receber uniformes e/ou objetos que lhe sejam limites de velocidade, salvo quando caracterizar direção emergen-
destinados regularmente, ou que necessitam ficar em seu poder; cial para atendimento de ocorrência;
XXII - divulgar decisão, despacho, ordem ou informação, antes XLIX - trafegar com bicicleta ou assemelhado, não respeitando
de tornada publica; a legislação do Código de Trânsito Brasileiro - CTB;
XXIII - exercer atividades incompatíveis com a função de Guar- L - dirigir motocicleta ou assemelhado, sem os acessórios e de-
da Civil Municipal; mais exigências, bem como em desrespeito às regras que lhe são
XXIV - usar linguagem ofensiva ou injuriosa em requerimento, pertinentes;
comunicação, informação ou ato semelhante; LI - dirigir veículo automotor sem estar devidamente habilita-
XXV - deixar, por culpa, que se extravie, deteriore ou estrague do;
material da Guarda Civil Municipal, sob sua guarda ou responsabi- LII - solicitar interferência de pessoas estranhas a Guarda Civil
lidade direta; Municipal, a fim de obter, para si ou outrem, quaisquer vantagens
XXVI - deixar a identidade funcional, credencial da Guarda Civil ou benefícios;
Municipal ou outros documentos que o qualifique profissionalmen- LIII - valer-se da sua qualidade de Guarda Civil Municipal para
te com pessoas estranhas à corporação; levar vantagem sobre coisas e pessoas;
XXVII - entrar, permanecer ou frequentar, ainda que fora do LIV - deixar de entregar à autoridade competente, dentro do
serviço, locais incompatíveis com a função e que contrariem a legis- prazo máximo de 12 (doze) horas do ocorrido, objeto achado ou
lação em vigor e os bons costumes; que lhe venha às mãos em razão de suas funções;
XXVIII - tentar ou introduzir bebidas alcoólicas em dependência LV - procurar a parte interessada no caso de furto ou de obje-
da Guarda Civil Municipal ou em repartição pública; to achado, mantendo com a mesma, entendimento que ponha em
XXIX - concorrer para discórdia ou desavença entre os compo- dúvida a sua honestidade funcional;
nentes da Guarda Civil Municipal; LVI - utilizar-se do anonimato;
XXX - fornecer notícias à imprensa sobre serviços que atender LVII - emprestar, dar, alugar, penhorar ou vender, peças do uni-
ou de que tenha conhecimento, ou quando o caso exigir sigilo ou forme ou de equipamento de propriedade da Guarda Civil Munici-
sem a devida autorização da Secretaria Municipal de Comunicação pal, do serviço público local ou de terceiros, novas ou usadas, sem
ou de seu superior hierárquico; a permissão necessária;
XXXI - provocar, tomar parte ou aceitar discussão acerca de po- LVIII - promover desordem;
lítica partidária, religião ou esporte, estando uniformizado; LIX - tomar parte em reunião preparatória de greve sem a devi-
XXXII - aconselhar para que não seja cumprida ordem legal ou da autorização ou observação da legislação pertinente;
retardada a sua execução; LX - praticar atos obscenos em lugar público;
XXXIII - ofender colegas de serviço com palavras ou gestos; LXI - tomar parte em reunião preparatória de agitação social;
XXXIV - perambular ou permanecer em logradouros públicos, LXII - adulterar qualquer espécie de documento em proveito
zona suspeita ou má frequência; próprio ou alheio;
XXXV - apresentar-se uniformizado, quando proibido; LXIII - aliciar, ameaçar ou coagir parte, testemunha ou perito
XXXVI - dormir durante as horas de trabalho; que funcione em processo administrativo ou judicial;
XXXVII - espalhar notícias falsas em prejuízo da ordem, da disci- LXIV - responder, inadequada ou inconvenientemente, na qua-
plina ou do bom nome da Guarda Civil Municipal, do serviço público lidade de parte, testemunha ou perito;
local, de qualquer servidor público ou cidadão;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
LXV - revelar, parcialmente, em processo que realize ou como XXI - referir-se à qualquer pessoa através de expressões joco-
membro de comissão de promoção, de ato apuratório, de trans- sas ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o credo ou
gressão disciplinar, sindicância ou processo administrativo de que a orientação sexual;
faça parte; XXII - aconselhar ou concorrer para o descumprimento de or-
LXVI - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos dem legal de autoridade competente;
ou documentos privativos do Comando da Guarda Civil Municipal XXIII - dar ordem ilegal ou claramente inexequível;
ou do serviço público local; XXIV - participar da gerência ou administração de empresa pri-
LXVII - valer-se da qualidade de Guarda Civil Municipal para lo- vada de segurança;
grar, direta ou indiretamente, qualquer proveito ilícito; XXV - referir-se depreciativamente em informações, parecer,
LXVIII - fumar durante o serviço nos locais em que tal seja veda- despacho, pela imprensa ou por qualquer meio de divulgação, às
do, de acordo com a legislação federal e estadual vigorantes; ordens legais, às autoridades, aos superiores, iguais ou subordina-
LXIX - criticar ato legal praticado por superior hierárquico. dos, ou atos do serviço público local;
Art. 351. São infrações disciplinares de natureza grave; XXVI - determinar a execução de serviços não previsto em Lei
I - faltar com a verdade; ou regulamento, salvo comprovada necessidade do serviço;
II - desempenhar inadequadamente suas funções, de modo in- XXVII - valer-se ou fazer uso do cargo ou função pública para
tencional; praticar assédio sexual ou moral;
III - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever XXVIII - violar, alterar ou deixar de preservar local de suspeita
ou para obter licença ou qualquer outra vantagem; ou de ocorrência de crime;
IV - suprimir a identificação do uniforme ou utilizar-se de meios XXIX - praticar usura sob qualquer de suas formas;
ilícitos para dificultar sua identificação; XXX - procurar a parte interessada em ocorrência, para obten-
V - deixar de comunicar, a quem de direito, transgressão disci- ção de vantagem indevida;
plinar cometida por integrante da Guarda Civil Municipal; XXXI - deixar de tomar providencias para garantir a integridade
VI - dificultar ao servidor da Guarda Civil Municipal em função física de pessoa detida;
subordinada a apresentação de recurso ou o exercício do direito XXXII - liberar pessoa detida ou dispensar parte da ocorrência
de petição; sem atribuição legal;
VII - abandonar o serviço ou posto para o qual tenha sido de- XXXIII - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos
signado; ou documentos afetos à Guarda Civil Municipal que possam con-
VIII - fazer, com a Administração Pública Direta ou Indireta con- correr para comprometer-se a segurança;
tratos ou negócios de naturezas comerciais, industriais ou de pres- XXXIV - deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou
tação de serviços com fins lucrativos, por si ou como representante pelos atos praticados por servidor da Guarda Civil Municipal em
de outrem; função subordinada, que agir em cumprimento de sua ordem;
IX - usar armamento, munição ou equipamento, não autoriza- XXXV - omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis
do; ao esclarecimento de fatos;
X - fazer disparo de armas de fogo ou assemelhadas sem que XXXVI - transportar na viatura que esteja sob seu comando ou
haja necessidade ou por descuido, bem como portar ou fazer uso responsabilidade, pessoal ou material, sem autorização da autori-
durante o serviço de armamento que não seja regulamentar; dade competente;
XI - praticar violência, em serviço ou em razão dele, contra ser- XXXVII - ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declara-
vidores ou particulares, salvo se em legitima defesa ou de outrem; ções falsas em procedimento penal, civil ou administrativo;
XII - maltratar pessoa detida, sob sua custódia, sua guarda, sua XXXVIII - participar de gerencia ou administração de empresas
tutela ou responsabilidade; bancarias ou industriais ou de sociedades comerciais que mante-
XIII - contribuir para que pessoas detidas ou presas conservem nham relações comercias com a Administração Pública Municipal,
em seu poder objetos não permitidos; sejam por esta subvencionadas ou estejam diretamente relaciona-
XIV - abrir ou tentar abrir qualquer departamento da Guarda das com a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado;
Civil Municipal ou do serviço público local sem autorização; XXXIX - acumular ilicitamente cargos públicos, se provada a
XV - ofender, provocar ou desafiar autoridade ou servidores má-fé;
da Guarda Civil Municipal que exerça função superior, igual ou su- XL - deixar de comunicar ato ou fato irregular de natureza gra-
bordinada, munícipes ou quaisquer outros cidadãos, com palavras, ve que presenciar, mesmo quando não lhe couber intervir;
gestos ou ações, resguardando-se ao servidor da Guarda Civil Muni- XLI - faltar sem motivo justificado ao serviço;
cipal os princípios de liberdade de expressão previstos na Constitui- XLII - ingerir bebidas alcoólicas ou substâncias entorpecentes
ção Federal e dos princípios norteadores de disciplina e hierarquia ou estimulantes, sejam artificiais ou naturais, estando de serviço;
inscritos no art. 5º; XLIII - apresentar-se ao serviço em visível estado de embria-
XVI - retirar ou empregar, sem previa permissão da autoridade guez ou sob efeito de substâncias entorpecentes ou estimulantes,
competente, qualquer documento, material, objeto ou equipamen- sejam artificiais ou naturais, ou fora do serviço nos locais de traba-
to do serviço público municipal, salvo se comprovada necessidade lho e demais setores do serviço público local;
do serviço; XLIV - disparar qualquer tipo de arma de fogo, por descuido ou
XVII - retirar ou tentar retirar, de local sob a responsabilidade sem necessidade, quando do ato resultar morte ou lesão à integri-
da Guarda Civil Municipal objeto, viatura ou animal, sem autoriza- dade física de outrem;
ção dos respectivos responsáveis, salvo se comprovada necessida- XLV - abandono de cargo ou função;
de do serviço; XLVI - ingressar na classificação de mau comportamento du-
XVIII - extraviar ou danificar documentos ou objetos perten- rante o período de estágio probatório;
centes ao serviço público local de forma dolosa; XLVII - não melhorar a classificação de comportamento ou de
XIX - deixar de cumprir ou retardar serviço ou ordem legal; conduta, no espaço de 2 (dois) anos, o Guarda Civil Municipal, fora
XX - descumprir preceitos legais durante a prisão ou a custódia do período de estágio probatório, enquadrado na classificação de
de pessoa detida ou presa; mau comportamento;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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XLVIII - for cometido de incontinência pública e escandalosa ou SEÇÃO III
de vícios de jogos proibidos; DA SUSPENSÃO
XLIX - usar ou portar entorpecentes, estimulantes ou qualquer
substância artificial ou natural de porte e uso ilegal durante o ser- Art. 357. A penalidade disciplinar de suspensão, que não exce-
viço; derá, em nenhuma hipótese, a 120 (cento e vinte) dias, será aplica-
L - tentar ou introduzir, de qualquer forma, entorpecentes, es- da às infrações de natureza média, terá publicidade nos termos da
timulantes ou qualquer substância artificial ou natural de porte e legislação vigente e no Boletim Interno da Guarda Civil Municipal,
uso ilegal em qualquer repartição pública ou facilitar sua introdu- devendo ser averbado no prontuário individual do infrator para os
ção; fins do disposto no art. 340.
LI - passar declarações falsas, a fim de obter vantagem econô- § 1º A penalidade de suspensão superior a 10 (dez) dias su-
mica para si ou para outrem; jeitará o infrator, compulsoriamente, à participação em programa
LII - utilizar o cargo ou função para obter ou conceder vanta- de requalificação profissional no Centro de Formação e Ensino da
gem ilícita para si ou para outrem; Guarda Civil Municipal, com a finalidade de resgatar e fixar os valo-
LIII - não ter o devido zelo com veículos, equipamentos e imó- res morais e sociais da corporação.
veis que lhe estejam confiados. § 2º Ficará a critério do Comando Geral da Guarda Civil Muni-
cipal encaminhar o servidor suspenso por menos de 10 (dez) dias
CAPÍTULO II ao Centro de Formação e Ensino para participar de programa de
DAS PENALIDADES DISCIPLINARES requalificação profissional.
Art. 358. Durante o período de cumprimento da suspensão, o
Art. 352. As penalidades disciplinares aplicáveis aos servidores servidor perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exer-
da Guarda Civil Municipal são: cício do cargo de provimento efetivo que ocupa.
I - advertências; § 1º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de
II - repreensão; suspensão poderá ser convertida em multa, sendo o servidor, neste
III - suspensão;
caso, obrigado a permanecer em exercício, sem prejuízo do dispos-
IV - exoneração;
to nos parágrafos 1º e 2º do artigo anterior.
V - cassação de disponibilidade.
§ 2º A multa não poderá exceder à metade do vencimento do
Art. 353. As penalidades disciplinares definidas no artigo an-
servidor infrator e nem perdurar por mais de 120 (cento e vinte)
terior poderão ser abrandadas pela autoridade competente para
sua aplicação, levada em consideração as circunstâncias da infração dias.
disciplinar e o histórico de comportamento verificado em prontuá- Art. 359. A penalidade disciplinar de suspensão apenas poderá
rio do servidor. ser aplicada após a conclusão de processo administrativo discipli-
Art. 354. Uma vez aberto o processo administrativo disciplinar, nar nos termos desta Lei.
mesmo que em seu procedimento sumário, o servidor somente po-
derá ser exonerado a pedido, após a comprovação de sua inocência SEÇÃO IV
ou após o cumprimento da penalidade disciplinar que lhe houver DA EXONERAÇÃO
sido imposta.
Art. 360. Será aplicada a penalidade disciplinar de exoneração
SEÇÃO I nos casos de cometimento de infrações de natureza grave.
DA ADVERTÊNCIA Parágrafo Único. A penalidade disciplinar de exoneração por
ineficiência no serviço somente será aplicada quando verificada a
Art. 355. A advertência, forma mais branda das penalidades impossibilidade de readaptação.
disciplinares, será aplicada por escrito às faltas de natureza leve, Art. 361. A penalidade disciplinar de exoneração apenas pode-
constará do prontuário individual do infrator e será levada em con- rá ser aplicada após a conclusão de processo administrativo discipli-
sideração para os efeitos do disposto no art. 340. nar nos termos desta Lei.
Parágrafo Único. Para a aplicação da advertência será utilizado
o procedimento sumário, conforme previsto nesta Lei. SEÇÃO V
DA CASSAÇÃO DE DISPONIBILIDADE
SEÇÃO II
DA REPREENSÃO Art. 362. Será cassada a disponibilidade remunerada prevista
nos parágrafos 2º e 3º do art. 41 da Constituição Federal, se ficar
Art. 356. A penalidade disciplinar de repreensão será aplicada, provado, através de processo administrativo disciplinar, que o ser-
por escrito, ao servidor quando reincidente na pratica de infrações vidor em disponibilidade praticou, quando em atividade, falta grave
de natureza leve e terá publicidade nos termos da legislação vigen-
para a qual seja cominada a pena de exoneração.
te e no Boletim Interno da Guarda Civil Municipal, devendo igual-
mente, ser averbada no prontuário individual do servidor para os
CAPÍTULO III
efeitos do disposto no art. 340.
DA REMOÇÃO TEMPORÁRIA
Parágrafo Único. Para a aplicação da repreensão será utilizado
o procedimento sumário nos termos desta Lei.
Art. 363. Nos casos de apuração de infração disciplinar de natu-
reza grave e que possa ensejar a aplicação da pena de exoneração,
o Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência po-
derá determinar, cautelarmente, a remoção temporária do servidor
para que desenvolva suas funções em outro setor, local ou posto,
até a conclusão do processo administrativo disciplinar instaurado.

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Parágrafo Único. A remoção temporária não implicará na per- CAPÍTULO V
da das vantagens e direitos decorrentes do cargo de provimento DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES
efetivo e nem terá caráter punitivo, sendo cabível somente quando
presentes indícios suficientes de autoria e materialidade da infra- Art. 367. Na aplicação da penalidade disciplinar serão conside-
ção. rados os motivos, circunstâncias e consequências da infração, os
antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a intensi-
CAPÍTULO IV dade do dolo ou o grau da culpa.
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO Art. 368. São circunstâncias atenuantes:
I - estar classificado, no mínimo, na categoria de bom compor-
Art. 364. O servidor poderá ser afastado preventivamente, por tamento, conforme disposição prevista no inciso II do art. 340;
até 120 (cento e vinte) dias, desde que o seu afastamento seja ne- II - ter prestado relevantes serviços para a Guarda Civil Muni-
cessário para a apuração da infração a ele imputada ou para inibir a cipal;
possibilidade de reiteração da prática de irregularidades. III - ter cometido a infração para a preservação da ordem ou do
§ 1º O afastamento preventivo poderá ser aplicado: interesse público.
I - quando se tratar de sindicância, após a oitiva do servidor Art. 369. São circunstâncias agravantes:
intimado para prestar esclarecimentos; I - mau comportamento, conforme disposição prevista no inci-
II - quando se tratar de procedimento de investigação da Ouvi- so V do art. 340;
doria Geral do Município, após a oitiva do servidor a ser afastado; II - prática simultânea ou conexão de 2 (duas) ou mais infra-
III - quando se tratar de processo administrativo disciplinar de ções;
exercício da pretensão punitiva, após citação do indiciado nos ter- III - reincidência;
mos desta Lei. IV - conluio de 2 (duas) ou mais pessoas;
§ 2º Se, após a realização dos procedimentos previstos nos in- V - falta praticada com abuso de autoridade;
cisos I e II do parágrafo 1º persistirem as condições previstas no VI - falta praticada perante a presença de superior hierárquico
“caput” por ocasião da instauração de processo administrativo dis- ou subordinado.
ciplinar de exercício da pretensão punitiva, o afastamento preven- § 1º Verifica-se a reincidência quando o servidor cometer nova
tivo poderá ser novamente aplicado, respeitado o prazo máximo de infração depois de transitar em julgado decisão administrativa que
120 (cento e vinte) dias. o tenha condenado por infração anterior.
§ 3º Findo o prazo do afastamento, cessarão os seus efeitos, § 2º Dá-se o transito em julgado administrativo quando a deci-
ainda que o processo administrativo disciplinar não esteja conclu- são não comportar mais recursos.
ído. Art. 370. Em caso de reincidência, as faltas leves serão puníveis
Art. 365. Os processos administrativos disciplinares em que com repreensão e as médias com suspensão superior a 15 (quinze)
ocorra o afastamento preventivo de servidores terão tramitações dias.
urgentes e preferenciais, devendo ser concluídos no prazo referen- Parágrafo Único. As punições canceladas ou anuladas não se-
te ao de afastamento preventivo dos envolvidos, salvo justificativa rão consideradas para fins de reincidência.
fundamentada. Art. 371. O servidor responde civil, penal e administrativamen-
Parágrafo Único. O Presidente da Comissão Processante provi- te pelo exercício irregular das atribuições, sendo responsável por
denciará para que os autos dos processos administrativos discipli- todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar ao Poder Público
nares sejam submetidos à apreciação da autoridade competente local, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
em até, pelo menos, 72 (setenta e duas) horas antes do término do Parágrafo Único. As cominações civis, penais e disciplinares
período do afastamento preventivo. poderão cumular-se, sendo independentes entre si, assim como as
Art. 366 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) instâncias civil, penal e administrativa.
Art. 366 A - Durante o período do afastamento preventivo, o Art. 372. Na ocorrência de mais de uma infração, sem conexão
servidor afastado perderá 1/3 (um terço) de seu vencimento, ex- entre si, serão aplicadas as sanções correspondentes isoladamente.
ceto nas hipóteses previstas nos incisos I e II do parágrafo 1º do
art. 364. CAPÍTULO VI
§ 1º O servidor terá direito: DO CUMPRIMENTO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES
I - à diferença do vencimento e à contagem do tempo de ser-
viço relativo ao período do afastamento preventivo, quando do Art. 373. A autoridade responsável pela execução da sanção
processo não resultar punição ou esta se limitar à penalidade de imposta a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de
advertência ou repreensão; outra unidade fará a devida comunicação para que a medida seja
II - à diferença do vencimento e à contagem de tempo de servi- cumprida.
ço correspondente ao período do afastamento excedente ao prazo
de suspensão efetivamente aplicada. TÍTULO V
§ 2º Na decisão final que aplicar pena de suspensão será com- DA CORREGEDORIA GERAL DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE
putado o período de suspensão preventiva, determinando-se os SUZANO
acertos pecuniários cabíveis. (Redação acrescida pela Lei Comple-
mentar nº 198/2011) Art. 374. Fica criada, vinculada diretamente ao Gabinete do
Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência, a
Corregedoria Geral da Guarda Civil Municipal.
Art. 375. Compete à Corregedoria Geral da Guarda Civil Mu-
nicipal:
I - apurar as infrações disciplinares atribuídas aos servidores
integrantes do quadro de pessoal dos servidores da Guarda Civil
Municipal, nos termos desta Lei;

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II - realizar visitas de inspeção e correições extraordinárias em Art. 378. A Comissão de Sindicância e a Comissão Permanente
qualquer unidade ou posto da Guarda Civil Municipal; de Processo Administrativo a que se refere o artigo anterior serão
III - apreciar as representações que lhe forem dirigidas relativa- assistidas por servidores denominados Agentes Disciplinares, que
mente à atuação irregular de servidores integrantes do quadro de comporão a estrutura da Corregedoria Geral da Guarda Civil Mu-
pessoal dos servidores da Guarda Civil Municipal; nicipal.
IV - promover investigação sobre os comportamentos éticos, § 1º Comporão a estrutura da Corregedoria Geral da Guarda
sociais e funcionais dos candidatos a cargos de provimento efeti- Municipal:
vo ou em comissão na Guarda Civil Municipal, bem como dos ocu- I - Divisão de Processos Disciplinares;
pantes desses cargos em estágio probatório e dos indicados para II - Seção de Sindicâncias;
o exercício de cargos de provimento em comissão, observadas as III - Seção de Processos Administrativos Disciplinares.
normas legais e regulamentares aplicáveis. § 2º Compete ao Chefe de Divisão de Processos Disciplinares
Art. 376. Compete ao Corregedor Geral da Guarda Civil Muni- supervisionar as atividades administrativas do cartório da Correge-
cipal: doria Geral da Guarda Civil Municipal, referente às sindicâncias e
I - assistir o Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção aos processos administrativos disciplinares, bem como os demais
à Violência nos assuntos disciplinares relativos aos servidores da serviços relacionados ao andamento dos processos sob a responsa-
Guarda Civil Municipal ou diretamente vinculados a ela; bilidade deste órgão.
II - manifestar-se sobre assuntos que devem ser submetidos à § 3º Compete aos chefes das Seções de Sindicâncias e de Pro-
apreciação do Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à cessos Administrativos Disciplinares acompanhar as atividades dos
Violência, bem como indicar a composição das comissões de pro- Agentes Disciplinares, respectivamente no que diz respeito às sin-
cesso administrativo disciplinar e de sindicância; dicâncias e processos administrativos disciplinares, organizando e
III - dirigir, planejar, coordenar e supervisionar as atividades, dirigindo as atividades que dizem respeito ao suporte de suas ati-
assim como distribuir os serviços da Corregedoria Geral; vidades.
IV - apreciar e encaminhar as representações que lhe forem di-
TÍTULO VI
rigidas relativamente à atuação irregular de servidores integrantes
DAS NORMAS GERAIS SOBRE OS PROCEDIMENTOS DISCIPLI-
do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal propor ao Secretá-
NARES
rio Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência a instaura-
CAPÍTULO I
ção de sindicância e processo administrativo disciplinar atribuídas DAS MODALIDADES DE PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
aos referidos servidores;
V - avocar, excepcional e fundamentadamente, processo admi- Art. 379. São procedimentos disciplinares:
nistrativo disciplinar e sindicância atribuído a servidores integran- I - de preparação e investigação:
tes do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal; a) o relatório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos;
VI - responder as consultas formuladas pelos órgãos da Admi- b) a sindicância.
nistração Pública sobre assuntos de sua competência; II - do exercício da pretensão punitiva:
VII - determinar a realização de correições extraordinárias nas a) aplicação direta da penalidade;
unidades e postos da Guarda Civil Municipal, remetendo, sempre, b) processo sumário;
relatório reservado ao Comandante da Guarda; c) inquérito administrativo.
VIII - remeter ao Comandante da Guarda relatório circunstan- III - a exoneração em período probatório.
ciado sobre a atuação pessoal e funcional dos servidores integran-
tes do quadro de pessoal dos servidores da Guarda Civil Municipal CAPÍTULO II
em estágio probatório, propondo, se for o caso, a instauração de DA PARTE E DE SEUS PROCURADORES
procedimento especial, observada a legislação pertinente;
IX - submeter ao Comandante da Guarda Civil Municipal, rela- Art. 380. São consideradas partes, nos procedimentos discipli-
tório circunstanciado e conclusivo sobre a atuação pessoal e funcio- nares de exercício da pretensão punitiva, o servidor integrante do
nal de servidor integrante do quadro de pessoal dos servidores da quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal ocupante de cargo de
Guarda Civil Municipal indicado para o exercício de chefias e encar- provimento efetivo e o titular de cargo de provimento em comis-
regaturas, observada a legislação aplicável; são.
X - praticar todo e qualquer ato ou exercer quaisquer das atri- Art. 381. Os servidores considerados incapazes temporária ou
buições e competências das unidades ou dos servidores subordi- permanentemente, em razão de doença física ou mental, serão re-
nados; presentados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
XI - proceder, pessoalmente, às correições nas comissões de forma de lei civil.
Parágrafo Único. Inexistindo representantes legalmente inves-
sindicância e de processo administrativo disciplinar que lhe são su-
tidos ou na impossibilidade comprovada de trazê-los ao procedi-
bordinadas;
mento disciplinar, ou ainda, se houver pendências sobre a capaci-
XII - aplicar penalidades dentro de sua competência, na forma
dade do servidor, serão convocados como seus representantes os
prevista em Lei;
pais, o cônjuge ou companheiro, os filhos ou parentes até segundo
XIII - julgar os recursos de classificação ou reclassificação de grau, observada a ordem aqui estabelecida.
comportamento dos servidores integrantes do quadro de pessoal Art. 382. A parte poderá constituir advogado legalmente habi-
dos servidores da Guarda Civil Municipal. litado para acompanhar os termos dos procedimentos disciplinares
Art. 377. Ficam criadas, junto ao Gabinete do Secretário Mu- de seu interesse.
nicipal de Defesa Social e Prevenção à Violência, a Comissão de § 1º Nos procedimentos de exercício da pretensão punitiva, se
Sindicância e a Comissão Permanente de Processo Administrativo a parte não constituir advogado ou for declarada revel, ser-lhe-á
Disciplinar, ambas a serem compostas por três (03) membros, no- dado defensor, na pessoa de Procurador Municipal, que não terá
meados livremente pelo Chefe do Poder Executivo. poderes para receber citação e confessar.

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§ 2º A parte poderá, a qualquer tempo, constituir advogado, Art. 391. A intimação do defensor constituído ou dativo será
hipótese em que se encerrará imediatamente, a representação do feita por intermédio de publicação nos termos da legislação vigo-
defensor dativo. rante, através de jornal de grande circulação na região durante 3
§ 3º Ser-lhe-á dado também defensor dativo quando, notifica- (três) edições consecutivas, em quadro de avisos fixado na sede da
da de que seu advogado constituído não praticou atos necessários Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de outras formas admissíveis,
e a parte não tomar qualquer providência no prazo de 3 (três) dias. devendo dela constar o número do processo, o nome dos advoga-
dos e da parte.
CAPÍTULO III § 1º Dos atos realizados em audiência reputam-se intimados,
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS desde logo, à parte, o advogado e o defensor dativo.
SEÇÃO I § 2º Quando houver somente um defensor dativo designado
DAS CITAÇÕES no processo, o cartório encaminhar-lhe-á os autos por carga, dire-
tamente, independentemente de intimação ou publicação, deven-
Art. 383. Todo servidor que for parte em procedimento disci- do ser observado, na sua devolução, o prazo legal cominado para
plinar de exercício da pretensão punitiva será citado, sob pena de a prática do ato.
nulidade do procedimento, para dele participar e defender-se. CAPÍTULO IV
Parágrafo Único. O comparecimento espontâneo da parte ou DOS PRAZOS
qualquer outro ato que implique ciência inequívoca a respeito da
instauração do procedimento administrativo suprem a necessidade Art. 392. Os prazos serão contados nos termos da parte geral
de realização de citação. desta Lei.
Art. 384. A citação far-se-á com, no mínimo, 48 (quarenta e Art. 393. Decorrido o prazo, extingue-se para a parte, automa-
oito) horas antes da data do interrogatório designado, da seguinte ticamente, o direito de praticar o ato, salvo se esta provar que não
forma: o realizou por evento imprevisto, alheio à sua vontade ou a de seu
I - por entrega pessoal do mandado ou por meio do órgão de procurador, hipótese em que o Presidente da Comissão Processan-
Recursos Humanos; te permitirá a prática do ato, assinalando prazo para tanto.
II - por correspondência; Art. 394. Não havendo disposição expressa nesta Lei e nem
III - por edital. assinalação de prazo pelo Presidente da Comissão Processante, o
Art. 385. A citação por entrega pessoal far-se-á sempre que o prazo para a prática dos atos no procedimento disciplinar, a cargo
servidor estiver em exercício. da parte, será de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo Único. A parte poderá renunciar ao prazo estabeleci-
Art. 386. Far-se-á a citação por correspondência quando o ser-
do exclusivamente a seu favor.
vidor não estiver em exercício ou residir fora do Município, deven-
Art. 395. Quando, no mesmo procedimento disciplinar, houver
do o mandado ser encaminhado, com aviso de recebimento, para
mais de uma (01) parte, os prazos serão comuns, exceto para as
o endereço residencial constante do seu assentamento funcional.
razões finais, quando será contado em dobro, se houver diferentes
Art. 387. Estando o servidor em local incerto e não sabido ou
advogados.
não sendo encontrado, por duas vezes, no endereço residencial
§ 1º Havendo no processo até 2 (dois) defensores, cada um
constante do seu assentamento funcional, promover-se-á citação
apresentará alegações finais, sucessivamente, no prazo de 10 (dez)
por editais, com prazo de 15 (quinze) dias, publicados nos termos
dias cada um.
da legislação vigorante, divulgado em jornal de grande circulação § 2º Havendo mais de 2 (dois) defensores, caberá ao Presiden-
na região durante 3 (três) edições consecutivas, em quadro de avi- te da Comissão Processante conceder, mediante despacho nos au-
sos fixado na sede da Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de ou- tos, prazo para vista fora da repartição, designando data única para
tras formas admissíveis. apresentação dos memoriais de defesa na repartição.
Art. 388. O mandado de citação conterá a designação de dia,
hora e local para interrogatório e será acompanhado da cópia da CAPÍTULO V
denuncia administrativa, que dele fará parte integrante e comple- DAS PROVAS
mentar. SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO II
DAS INTIMAÇÕES Art. 396. Todos os meios de prova admitidos em direito e mo-
ralmente legítimos são hábeis para demonstrar a veracidade dos
Art. 389. A intimação de servidor efetivo em exercício será feita fatos.
nos termos da legislação vigorante, através de jornal de grande cir- Art. 397. O Presidente da Comissão Processante poderá limitar
culação na região durante 3 (três) edições consecutivas, em quadro e excluir, mediante despacho fundamentado, as provas que consi-
de avisos fixado na sede da Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de derar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
outras formas admissíveis.
Parágrafo Único. O responsável pelo órgão de recursos huma- SEÇÃO II
nos deverá diligenciar para que o servidor tome ciência da publi- DA PROVA FUNDAMENTAL
cação.
Art. 390. O servidor que, sem justa causa, deixar de atender à Art. 398. Fazem a mesma prova que o original, as certidões de
intimação com prazo marcado, terá, por decisão do Presidente da processos judiciais e as reproduções de documentos autenticadas
Comissão Processante, suspenso o pagamento de seu vencimento, por oficial público ou conferidas e autenticadas por servidor públi-
até que satisfaça a exigência. co para tanto competente.
Parágrafo Único. Igual penalidade poderá ser aplicada à chefia
do setor de pessoal que deixar de dar ciência da publicação ao ser-
vidor intimado.

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Art. 399. Admitem-se como provas as declarações constantes Art. 408. Antes de depor, a testemunha será qualificada, indi-
de documento particular, escrito e assinado pelo declarante, bem cando nome, idade, profissão, local e função de trabalho, número
como depoimentos constantes de sindicâncias, que não puderem, da cédula de identidade, residência, estado civil, bem como se tem
comprovadamente, ser reproduzido verbalmente em audiência. parentesco com a parte e, se for servidor municipal, o número de
Art. 400. Servem também à prova dos fatos o telegrama, o ra- seu registro funcional.
diograma, a fotografia, a fonografia, a fita de vídeo e outros meios Art. 409. A parte cujo defensor não comparecer à audiência
obtidos de maneira lícita e aceita pelas partes, inclusive os eletrô- de oitiva de testemunha será assistida por um defensor designado
nicos. para o ato pelo Presidente da Comissão Processante.
Art. 401. Caberá à parte que impugnar a prova produzir a perí- Art. 410. O Presidente da Comissão Processante interrogará a
cia necessária à comprovação do alegado. testemunha, cabendo, primeiro aos membros e depois à defesa,
formular reperguntas tendentes a esclarecer ou complementar o
SEÇÃO III depoimento.
DA PROVA TESTEMUNHAL Parágrafo Único. O Presidente da Comissão Processante pode-
rá indeferir as reperguntas, mediante justificativa expressa no ter-
Art. 402. A prova testemunhal é sempre admissível, podendo mo de audiência.
ser indeferida pelo Presidente da Comissão Processante: Art. 411. O depoimento, depois de lavrado, será rubricado e
I - se os fatos sobre os quais serão inquiridas as testemunhas já assinado pelos membros da Comissão Processante, pelo depoente
foram provados por documentos ou confissão da parte; e pelo defensor constituído ou dativo.
II - quando os fatos só puderem ser provados por documentos Art. 412. O Presidente da Comissão Processante poderá deter-
minar, de oficio ou a requerimento:
ou perícia.
I - a oitiva de testemunhas referidas nos depoimentos;
Art. 403. Compete à parte entregar na repartição, no tríduo
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas, ou de alguma
probatório, o rol das testemunhas de defesa, indicando seu nome
delas com a parte, quando houver divergência essencial entre as
completo, endereço e respectivo código de endereçamento postal
declarações sobre fato que possa ser determinante na conclusão
- CEP. do procedimento.
§ 1º Se a testemunha for servidor municipal, deverá a parte in-
dicar o nome completo, unidade de lotação e o número do registro SEÇÃO IV
funcional. DA PROVA PERICIAL
§ 2º Depois de apresentado o rol de testemunhas, a parte po-
derá substituí-la até a data da audiência designada, com a condição Art. 413. A prova pericial consistirá em exames, vistorias e ava-
de ficar sob sua responsabilidade levá-las à audiência. liações e terá indeferimento pelo Presidente da Comissão Proces-
§ 3º O não comparecimento da testemunha substituída impli- sante, quando dela não depender a prova do fato.
cará desistência de sua oitiva pela parte. Art. 414. Se o exame tiver por objeto a autenticidade ou falsi-
Art. 404. Cada parte poderá arrolar, no máximo, 4 (quatro) tes- dade de documento ou for da natureza médico-legal, a Comissão
temunhas. Processante requisitará, preferencialmente, elementos junto às
Art. 405. As testemunhas serão ouvidas, de preferência, pri- autoridades policiais ou judiciais, quando em curso investigação
meiramente as da Comissão Processante e, após, as da parte. criminal ou processo judicial.
Art. 406. As testemunhas deporão em audiência perante o Pre- Art. 415. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade de
sidente da Comissão Processante, os membros e o defensor consti- letra ou firma, o Presidente da Comissão Processante, se necessá-
tuído e, na sua ausência, o defensor dativo. rio ou conveniente, poderá determinar à pessoa à qual se atribui a
§ 1º Se a testemunha, por motivo relevante, estiver impossibi- autoria do documento, que copie ou escreva, sob ditado, em folha
litada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, de papel, dizeres diferentes, para fins de comparação e posterior
o Presidente da Comissão Processante poderá designar dia, hora e perícia.
local para inquiri-la. Art. 416. Ocorrendo necessidade de perícia médica do servi-
§ 2º Sendo necessária a oitiva de servidor que estiver cumprin- dor denunciado administrativamente, o órgão pericial do Municí-
do pena privativa de liberdade, o Presidente da Comissão Proces- pio dará à solicitação da Comissão Processante caráter urgente e
sante solicitará a autoridade competente que, se possível, apresen- preferencial.
te o preso em dia e hora designados para a realização da audiência. Art. 417. Quando não houver possibilidade de obtenção de
elementos junto às autoridades policiais ou judiciais e a perícia for
§ 3º O Presidente da Comissão Processante poderá, ao invés de
indispensável para a conclusão do processo, o Presidente da Comis-
realizar a audiência mencionada no parágrafo 2º, fazer a inquirição
são Processante solicitará ao Secretário Municipal de Defesa Social
por escrito, dirigindo correspondência à autoridade competente,
e Prevenção à Violência a contratação de perito para esse fim.
para que tome o depoimento, conforme as perguntas formuladas
pela Comissão Processante e, se for o caso, pelo defensor, consti- CAPÍTULO VI
tuído ou dativo. DAS AUDIÊNCIAS E DO INTERROGATÓRIO DA PARTE
Art. 407. Incumbirá à parte levar à audiência, independente-
mente de intimação, as testemunhas por ela indicadas que não se- Art. 418. A parte será interrogada na forma prevista para a in-
jam servidores municipais, decaindo o direito de ouvi-las, caso não quirição de testemunhas, vedada a presença de terceiros, exceto
compareçam. seu defensor constituído ou dativo.
Parágrafo Único. As chefias imediatas diligenciarão para que Art. 419. O termo de audiência será lavrado, rubricado e assi-
sejam dispensados os servidores no momento das audiências, de- nado pelos membros da Comissão Processante, pela parte e, se for
vendo para tanto ser informadas a respeito da designação da audi- o caso, por seu defensor.
ência com, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de antecedência.

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO VII IV - quando em procedimento estiver postulando como advo-
DA REVELIA E DE SUAS CONSEQUÊNCIAS gado da parte seu cônjuge, companheiro(a) ou parentes consanguí-
neos ou afins, em linha reta ou colateral até segundo grau;
Art. 420. O Presidente da Comissão Processante decretará a V - quando houver atuado na sindicância que precedeu o pro-
revelia da parte que, regularmente citada, não comparecer perante cedimento de exercício de pretensão punitiva;
a Comissão no dia e hora designados. VI - na etapa da revisão, quando tenha atuado anteriormente.
§ 1º A regular citação será comprovada mediante aos autos: Art. 426. A arguição de suspeição de parcialidade de alguns ou
I - da contrafé do respectivo mandado, no caso de citação pes- de todos os membros da Comissão Processante e do defensor da-
soal; tivo precederá qualquer outra, salvo quando fundada em motivo
II - das cópias dos 3 (três) editais publicados nos termos da le- superveniente.
gislação vigente, através de jornal de grande circulação na região § 1º A arguição deverá ser alegada pelos citados no caput ou
durante 3 (três) edições consecutivas, sem prejuízo de outras for- pela parte, em declarações escritas e motivadas, que suspenderá o
mas admissíveis, no caso de citação por edital; andamento do processo.
III - do aviso de recebimento (AR), no caso de citação por cor- § 2º Sobre a suspeição arguida, o Corregedor Geral da Guarda
respondência. Civil Municipal:
§ 2º Não sendo possível realizar a citação, o intimador certifica- I - se a acolher, tomará as medidas cabíveis, necessárias à subs-
rá os motivos nos autos. tituição do(s) suspeito(s) ou à redistribuição do processo;
Art. 421. A revelia deixará de ser decretada ou, se decretada, II - se a rejeitar, motivará a decisão e devolverá o processo ao
será revogada quando verificado, a qualquer tempo, que, na data Presidente da Comissão Processante, para prosseguimento.
designada para o interrogatório:
I - a parte estava legalmente afastada de suas funções por mo- CAPÍTULO IX
tivos constantes nos incisos V, VI, IX e X do art. 82 e nos incisos III e DA COMPETÊNCIA
IV do art. 117, ou em gozo de férias nos termos do art. 126, todos
desta Lei, em prisão provisória ou temporária ou em cumprimento Art. 427. A decisão nos procedimentos disciplinares será pro-
de pena de privação de liberdade. ferida por despacho devidamente fundamentado da autoridade
II - a parte comprovar motivo de força maior que tenha impos- competente, no qual será mencionada a disposição legal em que
sibilitado seu comparecimento tempestivo. se baseia o ato.
Parágrafo Único. Revogada a revelia, será realizado o interro- Art. 428. Compete ao Chefe do Poder Executivo a aplicação da
gatório, reiniciando-se a instrução, com aproveitamento dos atos pena de exoneração, na hipótese prevista nos arts. 360 e 361.
instrução, com aproveitamento dos atos de instrução já realizados, Art. 429. Compete ao Secretário Municipal de Defesa Social e
desde que ratificados pela parte, por termo lançado nos autos. Prevenção à Violência:
Art. 422. Decretada a revelia, dar-se-á prosseguimento ao pro- I - determinar a instauração:
cedimento disciplinar, designando-se defensor dativo para atuar a) das sindicâncias em geral;
em defesa da parte. b) dos procedimentos de exoneração no período de estágio
Parágrafo Único. É assegurado ao revel o direito de constituir probatório;
advogado em substituição ao defensor dativo que lhe tenha sido c) dos processos sumários.
designado. II - aplicar o afastamento preventivo;
Art. 423. A decretação da revelia acarretará a preclusão das
III - decidir, por despacho, o processo administrativo discipli-
provas que deveriam ser requeridas, especificadas e/ou produzidas
nar, nos casos de:
pela parte em seu interrogatório, assegurada a faculdade de junta-
a) absolvição;
da de documentos com as razões finais.
b) desclassificação da infração ou abrandamento de penalida-
Parágrafo Único. Ocorrendo a revelia, a defesa poderá reque-
de de que resulte a imposição de pena de repreensão ou de sus-
rer provas no tríduo probatório.
pensão;
Art. 424. A parte revel não será intimada pela Comissão Proces-
c) aplicação de pena de suspensão por período superior a 15
sante para a prática de qualquer ato, constituindo ônus da defesa
(quinze) dias.
comunicar-se com o servidor, se assim entender necessário.
§ 1º Desde que compareça perante a Comissão Processante ou IV - decidir as sindicâncias;
intervenha no processo, pessoalmente ou por meio de advogado V - decidir os procedimentos de exoneração em estágio pro-
com procuração nos autos, o revel passará a ser intimado pela Co- batório;
missão, para a prática de atos processuais. VI - decidir os processos sumários;
§ 2º O disposto no parágrafo 1º não implica a revogação da VII - deliberar sobre a remoção temporária de servidor inte-
revelia nem elide os demais efeitos desta. grante do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal.
Parágrafo Único. A competência estabelecida neste artigo
CAPÍTULO VIII abrange as atribuições para decidir os pedidos de reconsideração,
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO apreciar e encaminhar os recursos e os pedidos de revisão de pro-
cesso administrativo ao Chefe do Poder Executivo.
Art. 425. É defeso aos membros da Comissão Processante exer- Art. 430. Compete ao Corregedor Geral da Guarda Civil Muni-
cer suas funções em procedimentos disciplinares: cipal, além das competências atribuídas no art. 376, também a de
I - de que faça parte; determinar o cancelamento da punição, conforme o disposto no
II - em que interveio como mandatário da parte, defensor da- art. 186 desta Lei.
tivo ou testemunha; Art. 431. Compete somente ao Secretário Municipal de Defesa
III - quando a parte for seu cônjuge, companheiro(a), parente Social e Prevenção à Violência a aplicação das penalidades discipli-
consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até segundo grau, nares de advertência, repreensão e suspensão até 15 (quinze) dias,
amigo íntimo ou inimigo capital; observado o disposto nesta Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 432. Na ocorrência de infração disciplinar envolvendo ser- Art. 441. Os procedimentos disciplinados nesta Lei terão sem-
vidores de mais de uma unidade ou posto da Guarda Civil Munici- pre tramitação em autos próprios, sendo vedada sua instauração
pal, caberá à chefia imediata com responsabilidade territorial sobre ou processamento em expedientes que cuidem de assuntos diver-
a área onde ocorreu o fato elaborar relatório circunstanciado sobre sos da infração a ser apurada ou punida.
a irregularidade e remetê-lo à Corregedoria Geral da Guarda Civil § 1º Os processos acompanhantes ou requisitados para sub-
Municipal para o respectivo processamento. sidiar a instrução de sindicância ou processos administrativos
Art. 433. Quando duas autoridades de níveis hierárquicos dife- disciplinares serão devolvidos à unidade competente para pros-
rentes, ambas com competência disciplinar sobre o infrator, conhe- seguimento, assim que extraídos os elementos necessários, por
cerem da infração disciplinar, caberá à de maior hierarquia instau- determinação do Presidente da Comissão Processante.
rar e encaminhar à Corregedoria Geral da Guarda Civil Municipal o § 2º Quando o conteúdo do acompanhante for essencial para
relatório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos. a formação de opinião e julgamento do processo administrativo
disciplinar, os autos somente serão devolvidos à unidade após a
decisão final.
CAPÍTULO X Art. 442. O pedido de vista de autos em tramitação, por quem
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DO PROCESSO ADMINIS- não seja parte ou defensor, dependerá de requerimento por escrito
TRATIVO DISCIPLINAR e será cabível para a defesa de direitos e esclarecimentos de situa-
ções de interesse pessoal.
Art. 434. Extingue-se a punibilidade: Parágrafo Único. Poderá ser vedada a vista dos autos até a pu-
I - pela morte da parte; blicação da decisão final, inclusive para as partes e seus defensores,
II - pela prescrição; quando o processo se encontrar relatado.
III - pela anistia.
Art. 435. O processo administrativo disciplinar extingue-se com TÍTULO VIII
a publicação do despacho decisório pela autoridade competente. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
Parágrafo Único. O processo, após sua extinção, será enviado
à unidade de lotação do servidor infrator, para as necessárias ano- Art. 443. A jornada de trabalho dos servidores integrantes do
tações no prontuário e arquivamento, se não interposto recurso. quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal será de 40 (quarenta)
Art. 436. Extingue-se o processo sem julgamento de mérito, horas semanais, sendo estabelecido o horário de trabalho confor-
quando a autoridade competente para proferir a decisão acolher me a necessidade do serviço através de escala mensal na propor-
proposta da comissão processante, nos seguintes casos: ção de 12 (doze) horas de trabalho com 36 (trinta e seis) horas de
I - morte da parte; descanso.
II - ilegitimidade da parte; § 1º Os integrantes do quadro efetivo de pessoal da Guarda
III - quando a parte já tiver sido demitida, dispensada ou exo- Civil Municipal que prestarem serviços a título de horas extraordi-
nerada do serviço público, casos em que se farão as necessárias nárias poderão, a critério do Secretário Municipal de Defesa Social
anotações no prontuário para os fins de registro de antecedentes; e Prevenção a Violência, compensarem as horas em sistema deno-
IV - quando o processo administrativo disciplinar versar sobre a minado banco de horas nos termos do art. 121 desta Lei.
mesma infração de outro em curso ou já decidido; § 2º A escala mensal de que trata o “caput” será instituída atra-
V - por anistia.
vés de ato do Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à
Art. 437. Extingue-se o processo com julgamento de mérito,
Violência até o dia 25 (vinte e cinco) do mês anterior a sua vigência.
quando a autoridade competente proferir decisão:
Art. 444. Fica atribuída ao Corregedor Geral da Guarda Civil
I - pelo arquivamento da sindicância ou pela instauração do
Municipal competência para apreciar e decidir os pedidos de cer-
subsequente processo administrativo disciplinar de pretensão pu-
tidões e fornecimento de copias reprográficas ou qualquer outro
nitiva;
meio de reprodução referente a sindicâncias ou processos adminis-
II - pelo reconhecimento da prescrição.
trativos disciplinares ou não, que esteja em andamento na Correge-
doria Geral da Guarda Civil Municipal.
TÍTULO VII
DOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES Art. 444-A (VETADO)
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS LIVRO COMPLEMENTAR
TÍTULO ÚNICO
Art. 438. Aplica-se aos servidores integrantes do quadro de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
pessoal da Guarda Civil Municipal e aos ocupantes dos cargos de
provimento em comissão ligados a Guarda Civil Municipal o proces- Art. 445. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
so administrativo disciplinar previsto nesta Lei. corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci-
Art. 439. Após o julgamento do processo administrativo disci- mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte o pra-
plinar é vedado à autoridade julgadora avocá-lo para modificar a zo vencido em dia em que não haja expediente.
sanção aplicada ou agravá-la. Art. 446. Para todos os efeitos previstos nesta Lei, os exames
Art. 440. Durante a tramitação do processo administrativo de aptidão física e mental serão obrigatoriamente realizados por
disciplinar, fica vedada aos órgãos da Administração Municipal a médicos da Rede Municipal, ou na sua falta, por médicos credencia-
requisição dos respectivos autos, para consulta ou qualquer outro dos pelas autoridades máximas de cada Poder ou órgão.
fim. § 1º Em casos especiais, atendendo a natureza da enfermida-
Parágrafo Único. Excluem-se do disposto no “caput” apenas os de, a autoridade máxima de cada Poder ou Órgão poderá designar
órgãos que possuem competência legal para esta requisição. junta médica para proceder ao exame, dela fazendo parte, obriga-
toriamente, médicos da Rede Municipal ou médicos credenciados
pela mesma.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2º Os atestados médicos concedidos aos servidores munici- A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção
pais, quando em tratamento fora do Município, terão sua validade das doenças ocupacionais, a partir do estudo e do controle do ho-
condicionada à ratificação posterior por médico da Rede Municipal. mem e seu ambiente de trabalho.
Art. 447. São isentos de taxas, emolumentos ou custas os re- Ela tem caráter preventivo por promover a saúde e o conforto
querimentos, certidões e outros papéis que, na esfera administrati- do funcionário, evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho.
va, interessarem ao servidor municipal, ativo ou inativo, exclusiva- Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho.
mente nos assuntos funcionais. A iluminação, a temperatura e o ruído fazem parte das condi-
Art. 448. (VETADO) ções ambientais de trabalho.
Art. 448 A - O Chefe de cada Poder expedirá os atos necessários Uma má iluminação, por exemplo, causa fadiga à visão, afeta o
à execução da presente Lei. (Redação acrescida pela Lei Comple- sistema nervoso, contribui para a má qualidade do trabalho poden-
mentar nº 198/2011) do, inclusive, prejudicar o desempenho dos funcionários.
Art. 449. As jornadas de trabalho nas repartições públicas mu- A falta de uma boa iluminação também pode ser considerada
nicipais serão fixadas através de ato do Chefe de cada Poder, no responsável por uma razoável parcela dos acidentes que ocorrem
âmbito de suas competências. nas organizações.
Art. 450. As despesas decorrentes da execução da presente Lei Envolvem riscos os trabalhos noturnos ou turnos, temperatu-
Complementar correrão a conta de verbas próprias do orçamento ras extremas – que geram desde fadiga crônica até incapacidade
vigente e futuros, autorizadas desde já eventuais suplementações laboral.
se necessárias. Um ambiente de trabalho com temperatura e umidade inade-
Art. 451. Esta Lei Complementar entra em vigor no primeiro dia quadas é considerado doentio.
útil do mês subsequente a sua publicação e os Chefes de cada um Por isso, o funcionário deve usar roupas adequadas para se
dos Poderes expedirão os atos necessários a sua execução. proteger do que “enfrenta” no dia-a-dia corporativo.
Paço Municipal “Prefeito Firmino José da Costa”, 08 de julho de O mesmo ocorre com a umidade. Já o ruído provoca perca da
2010, 61º da Emancipação Político-Administrativa. audição e quanto maior o tempo de exposição a ele maior o grau da
perda da capacidade auditiva.
A segurança do trabalho implica no uso de equipamentos ade-
SEGURANÇA DO MOTORISTA E DOS PASSAGEIROS quados para evitar lesões ou possíveis perdas.
É preciso, conscientizar os funcionários da importância do uso
dos EPIs, luvas, máscaras e roupas adequadas para o ambiente em
De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho com-
que eles atuam.
põem duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de ga-
Fazendo essa ação específica, a organização está mostrando re-
rantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de man-
conhecimento ao trabalho do funcionário e contribuindo para sua
ter certo nível de saúde dos empregados.
melhoria da qualidade de vida.
Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a
Ao invés de obrigar os funcionários a usarem, é melhor realizar
saúde e a segurança dos empregados constituem uma das princi-
esse tipo de trabalho de conscientização, pois o retorno será bem
pais bases para a preservação da força de trabalho adequada atra-
mais positivo.
vés da Higiene e Segurança do trabalho.
Já ouvi muitos colaboradores falarem, por exemplo, que os EPIs
Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saú-
de, a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e e as máscaras incomodam e, algumas vezes, chagaram a pedir aos
social e que não consiste somente na ausência de doença ou de gestores que usassem os equipamentos para ver se era bom.
enfermidade. Ora, na verdade os equipamentos incomodam, mas o traba-
A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e pro- lhador deve pensar o uso desses que é algo válido, pois o ajuda a
cedimentos que visa à proteção da integridade física e mental do prevenir problemas futuros.
trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas Na segurança do trabalho também é importante que a empre-
do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. sa forneça máquinas adequadas, em perfeito estado de uso e de
Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, edu- preferência com um sistema de travas de segurança.
cacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir aci- É fundamental que as empresas treinem os funcionários e os
dentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer alertem em relação aos riscos que máquinas podem significar no
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas dia-a-dia.
preventivas. Caso algum funcionário apresente algum problema de saúde
A atividade de Higiene do Trabalho no contexto da gestão de mais tarde ou sofra algum acidente, a responsabilidade será toda
RH inclui uma série de normas e procedimentos, visando essencial- da empresa por não ter obrigado o funcionário a seguir os procedi-
mente, à proteção da saúde física e mental do empregado. mentos adequados de segurança.
Procurando também resguardá-lo dos riscos de saúde rela- Caso o funcionário se recuse a usar os equipamentos que o
cionados com o exercício de suas funções e com o ambiente físico protegerão de possíveis acidentes, a organização poderá demiti-lo
onde o trabalho é executado. por justa causa.
Hoje a Higiene do Trabalho é vista como uma ciência do reco- As prevenções dessas lesões/acidentes podem ser feitas atra-
nhecimento, avaliação e controle dos riscos à saúde, na empresa, vés de:
visando à prevenção de doenças ocupacionais. - Estudos e modificações ergonômicas dos postos de trabalho.
- Uso de ferramentas e equipamentos ergonomicamente adap-
O que é higiene e segurança do trabalho? tados ao trabalhador.
A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos - Diminuição do ritmo do trabalho.
adequados para proteger a integridade física e mental do trabalha- - Estabelecimento de pausas para descanso.
dor, preservando-o dos riscos de saúde inerente às tarefas do cargo - Redução da jornada de trabalho.
e ao ambiente físico onde são executadas. - Diversificação de tarefas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
- Eliminação do clima autoritário no ambiente de trabalho. Indiretamente, a inexistência deste sistema pode levar a perdas
- Maior participação e autonomia dos trabalhadores nas deci- acentuadas de produtividade, custos com a reparação de produtos
sões do seu trabalho. e equipamentos danificados, custos associados à substituição de
- Reconhecimento e valorização do trabalho. trabalhadores, custos administrativos, perdas de competitividade,
- Valorização das queixas dos trabalhadores. perdas associadas à imagem e custos sociais diversos.
É sabido que, um ambiente de trabalho seguro aumenta a mo-
É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que ral do trabalhador, o que, por sua vez, aumenta a produtividade a
a higiene e a segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfa- eficiência e, consequentemente, as margens de lucro.
tórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o valor humano. Quando os trabalhadores têm um ambiente de trabalho segu-
Nesse contexto, a necessidade de reconhecimento pode ser ro, sentem que podem fazer a diferença, verificam-se maiores índi-
frustrada pela organização quando ela não valoriza o desempenho. ces de assiduidade, menos rotatividade de pessoal e uma melhor
Por exemplo, quando a política de promoção é baseada nos qualidade de trabalho.
anos de serviço e não no mérito ou, então, quando a estrutura sa- Outra área não menos importante, e que deve ser parte inte-
larial não oferece qualquer possibilidade de recompensa financeira grante da Empresa, é a formação dos trabalhadores em matéria de
por realização como os aumentos por mérito. segurança e saúde.
Se o ambiente enfatizar as relações distantes e impessoais en- A formação contínua nesta matéria assume um papel funda-
tre os funcionários e se o contato social entre os mesmos for deses- mental na melhoria do nível de vida dos trabalhadores.
timulado, existirão menos chances de reconhecimento. Uma formação eficaz permite:
Conforme Arroba e James (1988) uma maneira de reconhecer Contribuir para que os trabalhadores se tornem competentes
os funcionários é admitir que eles têm outras preocupações além em matéria de saúde e segurança;
do desempenho imediato de seu serviço. Desenvolver uma cultura de segurança e saúde positiva, onde
Uma outra causa da falta de reconhecimento dos funcionários o trabalho e o ambiente seguro sejam parte integrante e natural do
na organização são os estereótipos, pois seus julgamentos não são
dia-a-dia dos trabalhadores;
baseados em evidências ou informações sobre a pessoa.
Informar os trabalhadores dos riscos existentes e inerentes ao
seu local de trabalho, das medidas de prevenção e proteção e res-
A partir do momento que as pessoas fazem parte de uma orga-
pectiva aplicação;
nização podem obter reconhecimento positivo ou negativo.
Os grupos de trabalho, por exemplo, podem satisfazer ou frus- Tanto em termos de postos de trabalho, como em termos ge-
trar as necessidades de reconhecimento. rais da empresa;
Dotar o trabalhador das competências necessárias para atuar
Quem a higiene e segurança do trabalho beneficia? em caso de perigo grave e iminente;
A Segurança e Higiene do Trabalho beneficia qualquer tipo ne- Evitar os custos associados aos acidentes e problemas de saúde
gócio, além de ser uma obrigação legal e social. ocupacional;
Todas as organizações deverão entender que este ramo serve Em especial, os associados às perdas materiais, paragens e
para prevenir acidentes e doenças laborais, mas que também é uma consequente perda de produção, absentismo e a desmotivação dos
parte essencial para o sucesso do seu negócio. trabalhadores;
Todas as empresas podem gozar de benefícios significativos ao Cumprir a legislação legal e obrigatória em matéria de Segu-
investirem em medidas de Segurança e Higiene do Trabalho. rança e Saúde.
Pequenos melhoramentos podem levar ao aumento da compe-
titividade e da motivação dos trabalhadores. A importância da higiene e segurança do trabalho
A qualidade das condições de trabalho é um dos fatores funda- Qualquer empresa de hoje em dia conhece bem as implicações
mentais para o sucesso do sistema produtivo de qualquer Empresa. e requisitos legais quando se fala em HSST- Higiene, Segurança e
Nesse âmbito, a melhoria da produtividade e da competitivida- Saúde no trabalho, tendo consciência de que uma falha neste âmbi-
de das Empresas passa, necessariamente, por uma intervenção no to dentro da empresa, pode gerar automaticamente o pagamento
sentido da melhoria das condições de trabalho. de uma multa por incumprimento legal.
Os benefícios da manutenção de um ambiente de trabalho se- A Higiene, Segurança e Saúde no trabalho é um conjunto de
guro são muitos, mas em primeiro lugar, a segurança é saber o que ações que nasceu das preocupações dos trabalhadores da indústria
é que pode fazer para proteger os seus trabalhadores. em meados do século 20, pois as condições de trabalho nunca eram
Na realidade, a prática da segurança nos locais de trabalho traz levadas em conta, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou
também inúmeros benefícios financeiros para a Empresa através mesmo de morte dos trabalhadores.
da Higiene e Segurança do trabalho. Numa época em que a indústria era a principal atividade eco-
O impacto de um ambiente de trabalho seguro é desde logo
nômica em Portugal, os trabalhadores morriam ou tinham aciden-
benéfico tanto direta como indiretamente.
tes onde ficavam impossibilitados para toda a vida por não terem os
Senão vejamos, diretamente, falamos na prevenção de custos
devidos processos de Higiene e Segurança do trabalho.
associados aos incidentes e acidentes, incluindo os custos com as
Simplesmente porque a mentalidade corrente era a de que o
indemnização e salários aos trabalhadores, os custos com a assis-
tência médica, os custos com seguros e as contra ordenações apli- valor da vida humana era para apenas útil para trabalhar e porque
cáveis. não existia qualquer legislação que protegesse o trabalhador.
Estes só serão minimizados quando existe um Sistema de Ges- O cenário demorou tempo a mudar e apenas a partir da década
tão da Segurança e Saúde implementado, que vise e contemple to- de 50/60, surgiram as primeiras tentativas sérias de integrar os tra-
das as áreas da Segurança. balhadores em atividades devidamente adequadas às suas capaci-
dades, e dar-lhes conhecimento dos riscos a que estariam expostos
aquando do seu desempenhar de funções.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Atualmente a dimensão que encontramos neste âmbito é mui- Desta feita torna-se mais do que evidente de que o sucesso
to diferente, sobretudo porque a Lei-Quadro de Segurança, Higiene de um sistema produtivo passa inevitavelmente pela qualidade das
e Saúde no Trabalho faz impender sobre as entidades empregado- condições de trabalho que este proporciona aos seus colaborado-
ras a obrigatoriedade de organizarem os serviços de Segurança e res.
Saúde no Trabalho. Nesta perspectiva, a melhoria da produtividade e da compe-
Desta forma, para além de análises minuciosas aos postos de titividade das empresas portuguesas passa, necessariamente, por
trabalho a empresa tem que garantir também as condições de saú- uma intervenção no sentido da melhoria das condições de trabalho.
de dos trabalhadores (como a existência de um posto médico den- Ainda que este conjunto de atividades seja visto atualmente,
tro de cada empresa). pela gestão das empresas, mais como um gasto, do que propria-
E ainda garantir que são objeto de estudo as investigações de mente um incentivo à produtividade.
quaisquer tipo de incidentes ocorridos, sendo sempre analisada a Ao tornar evidentes junto dos colaboradores os riscos a que
utilização ou não de equipamentos de proteção individual (vulgo estão expostos durante o seu período de trabalho, a Higiene, Se-
EPI). gurança e Saúde no Trabalho permite relembrar todos os colabora-
Em resumo, todas as atividades de HSST se constituem como dores de que para um trabalho feito em condições é preciso que as
as atividades cujo objetivo é o de garantir condições de trabalho em condições permitam que o trabalho se faça.
qualquer empresa “num estado de bem-estar físico, mental e social
e não somente a ausência de doença e enfermidade” (de acordo LEGISLAÇÃO APLICADA A HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABA-
com a Organização Mundial de Saúde.) LHO
Analisando parcelarmente este tipo de atividades temos que:
A higiene e saúde no trabalho procura combater de um pon- A legislação da higiene e segurança do trabalho é bem específi-
to de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os ca e grande, sabendo disso iremos mostrar abaixo apenas os artigos
fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, e incisos principais.
procurando eliminar ou reduzir os riscos profissionais. Art. 163 – Será obrigatória a constituição de Comissão Interna
A segurança do trabalho por outro lado, propõe-se combater, de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções
também dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou lo-
eliminando para isso não só as condições inseguras do ambiente, cais de obra nelas especificadas.
como sensibilizando também os trabalhadores a utilizarem medi- As instruções do Ministério do Trabalho e Emprego correspon-
das preventivas. dem à NR5, que trata especificamente das Comissões Internas de
Dadas as características específicas de algumas atividades pro- Prevenção de Acidentes – CIPA.
fissionais, nomeadamente as que acarretam algum índice de pe- O item 5.1, da NR 5, estabelece que o objetivo da CIPA é a pre-
rigosidade, é necessário estabelecer procedimentos de segurança, venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
para que estas sejam desempenhadas dentro de parâmetros de se- tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
gurança para o trabalhador. da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Nesse sentido, é necessário fazer desde logo um levantamento
dos fatores que podem contribuir para ocorrências de acidentes, O emprego da palavra “permanentemente”, traz a ideia de
como sejam: “sem interrupção”.
- Acidentes devido a ações perigosas; O item 5.2, da NR 5, dispõe que devem constituir CIPA, por es-
- Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.) tabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas
- Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem) privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da admi-
- Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, mano- nistração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
brar empilhadores inadequadamente, distrações). recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admi-
- Acidentes devido a Condições perigosas: tam trabalhadores como empregados.
- Máquinas e ferramentas; Como já vimos, a noção correta, para os obrigados a obedecer
- Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, toda e qualquer disposição de Norma Regulamentadora, não só re-
ruído). lativa à CIPA, é de empregador.
Na aula 4 conceituamos, de acordo com a CLT, e através de
Condições de organização (Layout mal feito, armazenamento exemplos, o que se entende, juridicamente, por empregador.
perigoso, falta de Equipamento de Proteção Individual – E.P.I.) Numa palavra: empregador é aquele que contrata força de tra-
Após o processo de identificação deste tipo de condições é im- balho através do regime celetista.
portante desenvolver uma análise de riscos, sendo para isso neces- O item 5.3 dispõe que as normas da NR5 aplicam-se, no que
sária à sua identificação e mapeamento. couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem
A fim de que posteriormente se possa estudar a possibilidade serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Re-
de aplicação de medidas que visam incrementar um maior nível de
gulamentadoras de setores econômicos específicos.
segurança no local de trabalho, e que concretizam na eliminação do
Sabemos que não existe vínculo empregatício, celetista, na re-
risco de acidente, tornando-o inexistente ou neutralizando-o.
lação de trabalho avulso. Sabemos, também, que as normas de SST,
Por fim, importa ter ainda em conta que para além da matriz
em regra, só se aplicam aos trabalhadores regidos pela Consolida-
de identificação de riscos no trabalho é imprescindível considerar o
ção das Leis do Trabalho.
risco ergonômico que surge da não adaptação dos postos de traba-
Entretanto, no caso específico da NR5, suas disposições, quan-
lho às características do operador através da Higiene e Segurança
do não forem incompatíveis com as características do trabalho avul-
do trabalho.
so, são plenamente aplicáveis a esta relação de trabalho.
Quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no
Parágrafo único – O Ministério do Trabalho regulamentará as
espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que
utiliza nas suas funções. atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 164 – Cada CIPA será composta de representantes da em- Como as atividades da CIPA são permanentes, os seus mem-
presa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a bros devem participar assiduamente, das reuniões.
ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do O empregador designará, anualmente, dentre os seus repre-
artigo anterior. sentantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre
1º – Os representantes dos empregadores, titulares e suplen- eles, o Vice–Presidente.
tes, serão por eles designados. Art. 165 – Os titulares da representação dos empregados nas
2º – Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo–se
serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, indepen- como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econô-
dentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados mico ou financeiro.
interessados. Parágrafo único – Ocorrendo a despedida, caberá ao empre-
gador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a
Escrutínio secreto significa votação secreta, sigilosa. existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob
Vejamos quais são as disposições específicas da NR5, acerca pena de ser condenado a reintegrar o empregado.
das atribuições e composição dos processos de higiene e seguran-
ça do trabalho. Não abordaremos o funcionamento da CIPA, pois a Fatores que afetam a higiene e segurança do trabalho
matéria foge do nosso estudo. Dadas as especificidades de algumas atividades profissionais
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos através da Higiene e Segurança do trabalho., as quais acarretam
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Qua- algum índice de perigosidade, é necessário que sobre as mesmas
dro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos nor- incidam procedimentos de segurança para que as mesmas sejam
mativos para setores econômicos específicos. desempenhadas dentro de parâmetros de segurança para o traba-
Semelhante ao que ocorre para o dimensionamento do SESMT, lhador.
a NR5 estabelece grupos de atividades, e os relaciona ao número de Nesse sentido, é necessário fazer desde logo um levantamento
empregados do estabelecimento, para fixar o número de membros dos fatores que podem contribuir para ocorrências de acidentes,
da CIPA. como sejam:
Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, se- - Máquinas e ferramentas;
rão por eles designados. - Condições de organização;
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, se- - Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras,
rão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independen- ruído).
temente de filiação sindical, exclusivamente os empregados inte- -Acidentes devido a ações perigosas:
ressados. - Falta de comprimento de ordens (não usar E.P.I);
A CIPA é um “fórum”, um local de discussão e debate, que se - Ligado à natureza do trabalho (Erros na armazenagem);
beneficia das opiniões do empregador e dos empregados. Por isso a - Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, mano-
necessidade de cada uma dessas categorias indicar seus membros, brar empilhadores inadequadamente, distrações, brincadeiras).
para que todos sejam representados nas decisões.
A CIPA terá por atribuição: Fundamentos de higiene e segurança do trabalho
- Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que
mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalha- a higiene e a segurança no ambiente de trabalho se tornem satis-
dores, com assessoria do SESMT, onde houver; fatórios.
- Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva
Nessas mudanças se faz necessário resgatar o valor humano
na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
através dos processos de higiene e segurança do trabalho.
- Participar da implementação e do controle da qualidade das
Nesse contexto, a necessidade de reconhecimento pode ser
medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das
frustrada pela organização quando ela não valoriza o desempenho.
prioridades de ação nos locais de trabalho;
Por exemplo, quando a política de promoção é baseada nos
- Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condi-
anos de serviço e não no mérito ou, então, quando a estrutura sa-
ções de trabalho visando a identificação de situações que venham a
larial não oferece qualquer possibilidade de recompensa financeira
trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
por realização como os aumentos por mérito.
- Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas Se o ambiente enfatizar as relações distantes e impessoais en-
fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco tre os funcionários e se o contato social entre os mesmos for deses-
que foram identificadas; divulgar aos trabalhadores informações timulado, existirão menos chances de reconhecimento.
relativas à segurança e saúde no trabalho; Conforme Arroba e James (1988) uma maneira de reconhecer
- Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promo- os funcionários é admitir que eles têm outras preocupações além
vidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no do desempenho imediato de seu serviço.
ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde Uma outra causa da falta de reconhecimento dos funcionários
dos trabalhadores; na organização são os estereótipos, pois seus julgamentos não são
- Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a pa- baseados em evidências ou informações sobre a pessoa.
ralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e A partir do momento que as pessoas fazem parte de uma orga-
iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; nização podem obter reconhecimento positivo ou negativo.
- O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 Os grupos de trabalho, por exemplo, podem satisfazer ou frus-
(um) ano, permitida uma reeleição. trar as necessidades de reconhecimento.
- O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro Pois, a importância do reconhecimento pela higiene e seguran-
suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos ça do trabalho é que a partir do momento que a organização está
da metade do número de reuniões da CIPA. preocupada com a higiene e a segurança do trabalho, ele está sen-
do valorizado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
E quando os colaboradores percebem o fato de serem valori- tes implica a responsabilização por conta fato ocorrido, que pode
zados, reconhecidos isso os torna mais motivados para o trabalho. ser responsabilidade civil, criminal ou administrativa. Para essa fi-
Sendo assim? nalidade, é necessário considerar-se os conceitos de dolo e de cul-
A Segurança do Trabalho corresponde ao conjunto de ciências pa. O dolo é quando existe a intenção de produzir o resultado. E a
e tecnologias que tem por objetivo proteger o trabalhador em seu culpa, ao contrário, ocorre quando não há a intenção de que aquele
ambiente de trabalho, buscando minimizar e/ou evitar acidentes de resultado seja produzido.
trabalho e doenças ocupacionais. Assim, dentre as principais ativi- Segundo a legislação brasileira do Ministério do Trabalho e Em-
dades da segurança do trabalho, podemos citar: prevenção de aci- prego, Lei nº. 6.367, de 19 de outubro de 1976, artigo 2º, aciden-
dentes, promoção da saúde e prevenção de incêndios. te do trabalho é definido da seguinte forma: “é aquele que ocorre
No Brasil, a segurança e saúde ocupacionais estão regulamen- pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
tadas e descritas como Serviço Especializado em Engenharia de Se- corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou perda, ou
gurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que está regulamen- redução, permanente ou temporária, da capacidade para o traba-
tado em uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), lho”. Ainda, segundo a NR-3, de Segurança e Medicina do Trabalho:
Norma Regulamentadora nº 4 (NR-4) e, portanto, na legislação tra- “considera-se grave e iminente risco toda condição de trabalho que
balhista brasileira. possa causar acidentes do trabalho ou doença profissional com le-
Na NR-4, está descrito como devem ser organizados os Servi- são grave à integridade física do trabalhador”.
ços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho, buscando diminuir os acidentes de trabalho e as doenças Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medici-
ocupacionais. Para alcançar esses objetivos e cumprir com suas fun- na/conceito-e-objetivo-da-seguranca-do-trabalho/52231
ções, o SESMT deve ser constituído por: médico do trabalho, enge-
nheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico Prevenção: a melhor ferramenta da segurança do trabalho
de segurança do trabalho, auxiliar de enfermagem, sendo o número Algumas atitudes são muito importantes para se preservar a
de profissionais necessários determinado pelo número de trabalha- saúde e a segurança no ambiente de trabalho.
dores e grau de risco. A ideia de que a simples utilização dos Equipamentos de Prote-
O SESMT tem como finalidade a prevenção, e é desempenhado ção Individual (EPI) é suficiente e determinante para evitar aciden-
pelos profissionais que o compõe, abrangendo conhecimentos de tes deve ser desconstruída, uma vez que é apenas um dos fatores
engenharia de segurança e de medicina ocupacional no ambiente que auxiliam na proteção do indivíduo.
de trabalho, de forma a reduzir ou eliminar os riscos à saúde dos Todos os anos, milhões de trabalhadores vêm ao óbito ou fi-
trabalhadores. Dentre as atribuições dos SESMTs, podemos citar a cam seriamente feridos e com sequelas em virtude de acidentes ou
análise de riscos, a orientação dos trabalhadores quanto ao uso dos lesões ocasionadas durante suas atividades profissionais. Propor-
equipamentos de proteção individual e o registro dos acidentes de cionalmente, as empresas são penalizadas com perda/afastamento
trabalho (CLT – Artigo 162, inciso 4.1|4.2|4.8.9|4.10). de funcionários e demandas em juízo com imensuráveis taxas de
indenização e tratamentos médicos de alta complexidade.
É certo que a melhor maneira de evitar episódios de aciden-
CONCEITO DE ACIDENTE DE TRABALHO
tes laborais é investindo em segurança do trabalho. A prevenção é,
Anualmente, aproximadamente 330 milhões de trabalhadores
sobretudo, uma ferramenta que atua a fim de evitar problemas fu-
são vítimas de acidentes de trabalho em todo o mundo e 160 mi-
turos. Seja engenheiro ou técnico de segurança do trabalho, todos
lhões de novos casos de doenças ocupacionais surgem, segundo da-
devem ter como meta a melhoria nas estatísticas de não acidentes.
dos da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ainda segundo
Algumas dicas para a prevenção no horário do trabalho:
a OIT, há o registro de mais de 2 milhões de mortes relacionadas
1. Manter-se atento, todo e qualquer trabalho deve ser feito
aos acidentes de trabalho, das quais 1,574 milhão ocorreram por
com plena consciência;
doenças ocupacionais, 355 mil por acidentes e 158 mil por aciden-
2. Não se expor à riscos, acidentes acontecem muitas vezes por
tes de trajeto.
imprudência;
Segundo dados estatísticos da Previdência Social, em 2001, no 3. Manter o local de trabalho limpo e organizado pode evitar
Brasil, ocorreram cerca de 340 mil acidentes de trabalho, colocan- escorregões e quedas por exemplo;
do-nos entre os países com maior número de acidentes de trabalho. 4. Usar corretamente os equipamentos de proteção (que de-
De acordo com o artigo 19 da Lei n.º 8.213, de 1991, aciden- vem ser, obrigatoriamente, fornecidos pela empresa);
te de trabalho “é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a 5. Sempre comunicar incidentes para que a solução não demo-
serviço da empresa, provocando lesão corporal, ou perturbação re a aparecer.
funcional, que cause perda ou redução da capacidade de trabalho,
temporária ou permanente, ou ainda a morte”. Como se faz notar, uma simples caixa deixada no meio do ca-
Acidente pode ser descrito como toda ocorrência não deseja- minho, uma ferramenta largada ou um rastro de produto no chão
da que possa modificar ou pôr fim ao andamento normal de uma podem ser mais perigosos do que parecem. Assim como ocorre no
atividade. Em um sentido mais genérico, o conceito de acidente ambiente residencial, as situações mais simples e improváveis po-
pode ser aplicado a acontecimentos que provocam perdas mate- dem gerar acidentes. Por isso, prevê-las e evita-las faz toda a dife-
riais, quando alguém sofre algum tipo de lesão, ou qualquer outro rença.
acontecimento que venha a provocar danos ao indivíduo que foi
vitimado. Importante destacar que a utilização de um EPI não garante
A ocorrência de um acidente de trabalho pode ocasionar le- a proteção do trabalhador. Acidentes ocorrem, corriqueiramente,
sões, danos e perdas, principalmente ao trabalhador, levando à sua devido à falta de atenção ou uso incorreto desses equipamentos.
incapacidade parcial ou permanente. As empresas também podem Portanto, não basta entregar nas mãos do funcionário seu equipa-
ser prejudicadas e sofrer prejuízos significativos, deixando-as mui- mento laboral, é preciso ensiná-lo a usar, fiscalizar o seu uso e exigir
tas vezes em sérias dificuldades. Além disto, a ocorrência de aciden- a correta utilização, sob pena de advertência.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Atitudes como as listadas a seguir podem, se devidamente apli- - Envenenamento
cadas, atuar de forma significativa na segurança laboral: - Picada de cobra
– Evitar realizar atividade a qual não foi devidamente treinado - Corpos estranhos e asfixia
para fazer (departamentos diferentes). - Queimaduras
– Analisar sempre os riscos e questionar-se: estou preparado - Sangramentos
para realizar essa tarefa? - Transporte de vítimas
– Sendo necessário realizar a tarefa, verificar o que pode fazer - Fraturas, luxações, contusões e entorces
além da utilização do EPI para reduzir os riscos. - Acidentes de trânsito
– Verificar as condições do ambiente: onde será realizada a ta-
refa? Quais as condições do local (É muito úmido? É muito seco? É importante aplicar primeiros socorros?
Existe ruído?)? É de vital importância a prestação de atendimentos emergen-
– Confirmar se os riscos mais prováveis foram neutralizados, ciais. Conhecimentos simples muitas vezes diminuem o sofrimento,
caso não esteja tudo neutralizado, ou caso não se sinta seguro a evitam complicações futuras e podem inclusive em muitos casos
realizar a tarefa, simplesmente não a faça. Comunicar essa situação salvar vidas. Porém deve-se saber que nessas situações em primeiro
é primordial. lugar deve-se procurar manter a calma, verificar se a prestação do
– Evitar ao máximo as distrações no ambiente de trabalho, socorro não trará riscos para o socorrente, saber prestar o socorro
como aparelhos eletrônicos, fones de ouvido e conversas paralelas, sem agravar ainda mais a saúde da(s) vítima(s), e nunca esquecer-se
toda elas, evidentemente, tiram a atenção. que a prestação dos primeiros socorros não exclui a importância de
– Pedir, sempre que houver dúvidas, instruções ou o auxílio um médico.
direto a alguém que tenha mais conhecimento do procedimento.
– A pressa é de fato comprovado, inimiga da perfeição, então, O que se deve fazer?
jamais pensar que fazer algo com pressa será a melhor opção. A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém
– A tarefa a ser executada coloca em risco outras pessoas ao quando acontecem , geralmente eles vem acompanhados de inú-
seu redor? Muito cuidado! Sinalizar o local, colocar avisos, cones meros outros fatores, como por exemplo: nervosismo, cenas de so-
ou demarcações no chão são ótimas sugestões para flagrar os de- frimento, pânico, pessoas inconscientes, etc.. Este é o quadro em
savisados. maior ou menor extensão que depara-se quem chega primeiro ao
– As ferramentas corretas para realizar essa tarefa estão sendo local, e dependendo da situação exigem-se providências imediatas.
utilizadas? O uso errado da ferramenta e o uso da ferramenta erra- Sempre que possível devemos pedir e aceitar a colaboração de
da são grandes causadores de acidentes. outras pessoas, sempre deixando que o indivíduo com maior co-
– Caso a tarefa realizada seja em maquinas, quadros elétricos nhecimento e experiência possa liderar, dando espaço para que o
ou hidráulicos, certificar-se de que não existe a possibilidade de um mesmo demonstre à cada uma, com calma e firmeza o que deve ser
terceiro ligar/desligar, mexer, mover, abrir ou acionar o equipamen- feito, de forma rápida, correta e precisa.
to. Sinalize sua atividade!
Atitudes corretas
Cumpre, por fim, frisar que o acidente só acontece onde a 1) A calma, o bom-senso e o discernimento são elementos pri-
prevenção falhou. Novamente, apenas o uso do EPI não protege mordiais neste tipo de atendimento.
totalmente o trabalhador. É necessária uma gestão em grupo, parti- 2) Agir rapidamente, porém respeitando os seus limites e o dos
cipação e discussão das medidas de segurança com a CIPA, SESMT, outros.
empregados, líderes e empregadores. 3) Transmitir á(s) vítima(s), tranqüilidade, alívio, confiança e se-
gurança, e quando estiverem conscientes informar-lhes que o aten-
Fonte: https://www.ambientec.com/prevencao-melhor-ferramenta-da- dimento especializado está a caminho.
-seguranca-do-trabalho/ 4) Utilize-se de conhecimentos básicos de primeiros socorros,
Prevenção de acidentes e primeiros socorros improvisando se necessário.
Tratam-se de procedimentos de emergência, os quais devem 5)Nunca tome atitudes das quais não tem conhecimento, no
ser aplicados a vítimas de acidentes, mal súbito ou em perigo de intuito de ajudar, apenas auxilie dentro de sua capacidade.
vida, com o intuito de manter sinais vitais, procurando evitar o
agravamento do quadro no qual a pessoa se encontra. É uma ação Omissão de Socorro
individual ou coletiva, dentro de suas devidas limitações em auxílio É importante saber que a falta de atendimento de primeiros
ao próximo, até que o socorro avançado esteja no local para prestar socorros e a omissão de socorro eficientes são os primeiros motivos
uma assistência mais minuciosa e definitiva. de mortes e danos irreversíveis às vítimas de acidentes de trânsito.
O socorro deverá ser prestado sempre que a vítima não tiver Os momentos subsequentes a um acidente, principalmente as duas
condições de cuidar de si própria, recebendo um primeiro atendi- primeiras horas são os mais críticos e importantes para garantir a
mento e logo acionando-se o atendimento especializado, o qual recuperação ou sobrevivência das pessoas envolvidas.
encontra-se presente na maioria das cidades e rodovias principais, Segundo o Art. 135 do Código Penal Brasileiro, deixar de pres-
e chega ao local do fato em poucos O profissional em atendimento tar socorro à vítima de acidentes ou pessoas em perigo eminente,
de emergência é denominado de Socorrista, este possue formação podendo fazê-lo, é crime, mesmo que a pessoa não seja a causado-
e equipamentos especiais, assim como os Paramédicos, e uma pes- ra do evento. Ainda de acordo com a atual Lei de Trânsito, todos os
soa que realiza um curso básico de Primeiros Socorros é chamado motoristas deverão ter conhecimentos de primeiros socorros. Abai-
de Atendente de emergência. xo podemos verificar o artigo na íntegra:
Tipos de acidentes Para cada caso existe uma atitude, e um so- Código Penal - OMISSÃO DE SOCORRO
corro diferente, veja à seguir alguns exemplos que exigem primeiros Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
socorros: sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
- Choque elétrico inválida ou ferida, ao desamparado ou em grave e iminente perigo ;
- Infarto e parada cardiorrespiratória ou não pedir , nesses casos, o socorro da autoridade pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Pena: Detenção de 01 ( um ) a 6 ( seis ) meses ou multa. - Inibição: impedimento da transmissão de calor entre partícu-
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se a omissão las do combustível, por exemplo através de pó químico.
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplica , se resulta em
morte. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO
No entanto, deixar de prestar socorro significa não prestar “ne- Durante uma combustão completa nos podemos observar al-
nhuma assistência à vitima”. Uma pessoa que solicita os serviços guns pontos que irão auxiliar na estimativa de velocidade da propa-
especializados, já esta fazendo o seu papel de cidadão, providen- gação do incêndio, níveis de temperatura e riscos. Os pontos notá-
ciando socorro. veis da combustão são:
Nunca é demais que procuremos ter conhecimento de técni-
cas de primeiros socorros, pois nunca se sabe quando poderemos Ponto de fulgor
precisar. Mesmo achando que não teremos coragem ou habilidade É a menor temperatura na qual um combustível liberta vapor
para aplicá-las não devemos deixar de aprender. Pois muitas ve- em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável por
zes espírito de solidariedade apenas, não basta, é preciso que nos uma fonte externa de calor. O ponto de fulgor não é suficiente para
utilizemos de técnicas que nos possibilitem à prestar um socorro que a combustão seja mantida.
rápido, preciso e eficiente, auxiliando pessoas que encontram-se,
naquele momento totalmente dependentes do auxílio de terceiros.

Fonte: https://www.infoescola.com/medicina/primeiros-socorros/

PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
Um Incêndio é quando existe um fogo não controlado, o que
poderá ser bastante perigoso para pessoas, animais e bens. Mortes
podem ocorrer pela exposição a um incêndio, quer por inalação de
gases, ou pelo desmaio causado por eles ou, numa fase posterior,
pelas queimaduras graves.

Os produtos de um fogo são os seguintes:


- O calor dissipado para o ambiente (poder calorífico), variando
o risco de incêndio de acordo com a densidade da carga de incên- Ponto de combustão
dio; É a temperatura mínima necessária para que um combustível
- Os gases da combustão, alguns invisíveis, como por exemplo desprenda vapores ou gases combustíveis que, combinados com
vapor de água, dióxido e monóxido de carbono; oxigênio do ar e em contato com uma chama ou centelha (agente
- O fumo e os aerossóis que são produtos voláteis não gasosos; ígneo) externa, se inflamam; e mantém-se queimando, mesmo com
- A radiação luminosa relacionada com a temperatura e com a retirada do agente ígneo, face a quantidade de vapores liberados
as brasas; àquela temperatura, bem como o aumento da temperatura provo-
- Produtos não voláteis; cada pela queima.

A que velocidade se pode propagar a combustão?


- Lenta: quando ocorre a uma temperatura baixa (inferior a
500ºC) e não existe emissão de luz.
- Viva: quando é produzida luz, chama ou incandescência.
- Deflagração: é uma combustão mais rápida cuja propagação
tem uma velocidade inferior à do som no ar (340m/s).
- Explosão: combustão resultante de uma mistura explosiva
que se propaga a mais do que 340m/s.

Como se propaga um incêndio?


A propagação de incêndios pode ocorrer de quatro maneiras,
de acordo com o tipo de transporte da energia:
- Radiação: ocorre de forma omnidirecional através do ar, su- Ponto de ignição ou autoignição
portada por infravermelhos e ondas eletromagnéticas; É a temperatura mínima em que ocorre uma combustão, in-
- Convecção: movimentação do ar aquecido pela combustão; dependente de uma fonte de ignição, como uma chama ou faísca,
- Condução: através de um corpo; quando o simples contato do combustível (em vapor, por exemplo),
- por Projeção: de partículas inflamadas, que pode ocorrer na em contato com o comburente já é o suficiente para estabelecer a
presença de explosões e fagulhas transportadas pelo vento. reação.
É variável de extrema importância nos combustíveis usados
Quais os métodos de extinção de um incêndio? em motores diesel, em que a explosão se dá apenas pela pressão
- Carência ou remoção do combustível: ou seja, a diminuição da e temperatura, sem a ação de uma fonte de faísca, mecanismo de
quantidade de material passível de incendiar-se. desencadear a combustão que é relacionado com o ponto de fulgor.
- Limitação do comburente (oxigénio é o principal): impedi- Percebe-se o que seja o ponto de ignição, mesmo em combus-
mento do acesso do comburente à superfície do combustível por tíveis sólidos, facilmente, ao colocar folhas de papel sobre brasas
asfixia ou abafamento. sem chamas, ou ao contato com metal ao rubro, quando o papel en-
- Arrefecimento: redução da temperatura dos elementos com- tra em combustão imediatamente, sem contato algum com chama.
bustíveis, com água por exemplo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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É de importância nas fenomenologias dos incêndios e seu com- incêndios é o extintor, que deve ser submetido a manutenção pelo
bate, pois aos cômodos de prédios atingirem o ponto de ignição, menos uma vez por ano, por pessoas credenciadas e especializadas
móveis e outros materiais combustíveis entram em combustão no assunto. É importante também, além de adquirir e conservar os
mesmo sem o contato com as chamas que iniciaram o incêndio. O equipamentos de segurança, saber manuseá-los e ensinar a todos
mesmo se dá com fumaças provenientes da decomposição de plás- os trabalhadores como acionar o alarme, funcionar o extintor ou
ticos e polímeros de todos os tipos, que inicialmente são produzi- abandonar o recinto, quando necessário, sem provocar tumultos.
das apenas pela temperatura de decomposição destes terem sido
alcançada e posteriormente, atingindo o ponto de ignição, entram Regras Básicas
em combustão. *Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo
É muitas vezes confundido com o termo em inglês flash point, de Bombeiros - 193
que significa na verdade o mesmo que Ponto de fulgor. *Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeita condi-
ções de uso e somente as utilize em caso de incêndio.
*Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil
acesso, devidamente carregados e revisados (periodicamente).
*Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio,
procurando inclusive constatar também a existência de possíveis
vazamentos de gases.
*Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.
*Evitar a falta de ventilação.
*Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta
corta-fogo ou outras saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com
materiais ou equipamentos.
*Tomar cuidado com cera, utilizada nos piso,s quando dissolvi-
da. Não deixar estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas
em locais inadequados.
*Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como ele-
vadores) e sobre o cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros
Prevenir incêndios acessos em qualquer lugar.
É tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber *Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de
como agir corretamente no momento em que eles ocorrem. sair de seus locais de trabalho, ao término da lornada de trabalho,
Início de incêndio e outros sinistros de menor vulto podem dei- se desligaram todos os aparelhos elétricos, como estufas, ar condi-
xar de transformar-se em tragédia, se forem evitados e controlados cionado, exaustores, dentre outros.
com segurança e tranqüilidade por pessoas devidamente treinadas. *Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais
Na maioria das vezes, o pânico dos que tentam se salvar faz mais rápido possível: a ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao
vítimas que o próprio acidente. local e o número de pessoas acidentadas, inclusive nas proximida-
Uma das principais providências que a Comissão Interna de des.
Biossegurança pode tomar, para que qualquer acidente seja con- *Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.
trolado, é alertar todos os trabalhadores sobre as devidas precau- *Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e
ções quando ocorrer algum distúrbio ou tumulto, causados por manter a área junto aos hidrantes livre para manobras e estaciona-
incidentes, como por exemplo vazamentos de gás, fumaça, fogo e mento de viaturas.
vazamento de água. O primeiro passo é detalhar em procedimen- NORMAS DE SEGURANÇA
tos operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos
os trabalhadores, contendo informações sobre todas as precauções Entre as normas de segurança estabelecidas por lei para as ins-
necessárias, como: os cuidados preventivos; a conscientização so- talações prediais, estão a conservação e a manutenção das insta-
lações elétricas. Existem vários tipos de sistemas de proteção das
bre o planejamento de como atuar na hora do abandono do local
instalações elétricas, como fusível tipo rolha, disjuntor, entre ou-
de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate e a
tros. Todos devem estar funcionando perfeitamente, pois qualquer
retirada.
princípio de incêndio pode ser ocasionado por descargas de curto-
Segundo o Corpo de Bombeiros, o mais correto inclusive é
-circuíto.
que todos os trabalhadores ou usuários da edifícação coloquem Qualquer edificação possui um projeto de circuito elétrico, que
em prática as normas estabelecidas sobre os cuidados preventivos dimensiona tipos e números de pontos de corrente (tomadas) ou
e o comportamento diante do incidente, promovendo exercícios, luz, conforme suas características de consumo. Quando na presen-
através da simulação de incêndios. Esse tipo de prática contribui ça de uma sobrecarga este circuito não dimensionado para uma
suficientemente para a prevenção e a segurança de todos. Mas para corrente de curto-circuito eleva-se em muito a temperatura, ini-
efetuar essa operação é necessário um fator indispensável, a exis- ciando o processo de fusão do fio, ou pior, o início de um incêndio.
tência - em perfeito estado de uso e conservação - de equipamen- Por este motivo cuidado com a utilização de benjamins.
tos destinados a combater incêndios. Todos os trabalhadores devem estar sempre atentos às normas
A prudência também é outro fator primordial no combate aos básicas de segurança contra incêndio para evitar acidentes. Preve-
incêndios. nir é a palavra de ordem e todos devem colaborar, pois é mais im-
Todos sabem que qualquer instalação predial deve funcionar portante evitar incêndios do que apagá-los.
conforme as condições de segurança estabelecidas por lei, que vão
desde a obrigatoriedade de extintores de incêndios, hidrantes, man- Alarme Geral
gueiras, registros, chuveiros automáticos (sprinklers) e escadas com Ao primeiro indício de incêndio, transmita o alarme geral e cha-
corrimão. Entre esses equipamentos, o mais utilizado no combate a me imediatamente o Corpo de Bombeiros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Combate ao Fogo Quando usar um extintor e quando deixar o local
Desligue a chave elétrica geral, em caso de curto-circuito. Pro- Se estiver num local em que surge um princípio de incêndio,
cure impedir a propagação do fogo combatendo as chamas no es- você pode combatê-lo antes que ele tome proporções incontrolá-
tágio inicial. veis. Para isso, siga as instruções abaixo:
Utilize o equipamento de combate ao fogo disponível nas áreas 1.Tente identificar primeiro a origem do fogo para escolher o
comuns da edificação. extintor mais indicado. Não se deve usar um extintor com carga de
água para apagar um incêndio Classe B, porque ele pode propagar
Evacuação da Edificação mais o fogo, nem de Classe C, devido aos riscos de curtos circuitos
Não sendo possível eliminar o fogo, abandone o edifício rapi- e choques elétricos. Além disso, se utilizar o PQS em equipamen-
damente, pelas escadas. Ao sair, feche todas as portas atrás de si, tos elétricos, o produto que serviria para apagar o fogo“gruda” nos
sem trancá-las.. componentes, arruinando seus circuitos elétricos (como placas-
-mãe de computadores). Na dúvida, utilize o extintor de PQS, cujos
Não utilize o elevador como meio de escape. riscos ao usuário são menores;
Não sendo possível abandonar o edifício pelas escadas, perma- 2. Corte o lacre de plástico, torcendo-o;
neça no pavimento em que se encontra, aguardando a chegada do 3. Retire o pino de segurança;
Corpo de Bombeiros. 4. Faça um teste rápido, pressionando o gatilho ou abrindo a
Somente suba ao terraço se o edifício oferecer condições de válvula;
evacuação pelo alto, ou se a situação o exigir. 5. Posicione-se a uma distância segura do foco. Se estiver ven-
tando, coloque-se de uma forma que o fogo não venha na sua di-
Instruções complementares reção;
-Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuse- 6. Dirija o jato para a base das chamas e faça movimentos de
ando e feche as saídas de gás. um lado para o outro, como se você estivesse “varrendo” o fogo;
-Procure sempre manter a calma e não fume. Não tire as rou- 7. Se o fogo estiver se propagando verticalmente, mire na base
pas. Dê o alarme. das chamas e faça um movimento ascendente e lento (de baixo
-Mantenha, se possível, as roupas molhadas. para cima).
-Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue
consigo. Outros pontos importantes:
-Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta Se houver vários extintores, utilize-os de forma conjunta para
umedecida pelo lado interno e vedada com toalha ou papel mo- obter um resultado mais rápido.
lhados. Não tente combater um incêndio que está se expandindo mui-
-Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço to além do seu ponto de origem.
molhado. Chame sempre os bombeiros – basta discar UM (1), NOVE (9),
-Não fique no peitoril antes de haver condições de salvamento, TRÊS (3). Mantenha os números de emergência perto dos telefones
proporcionadas pelo Corpo de Bombeiros. Indique sua posição no fixos e na memória dos celulares.
edifício acenando para o Corpo de Bombeiros com um lenço. Caso não lembre como usar, siga as instruções que estão no
-Aguarde outras instruções do Corpo de Bombeiros. verso do extintor.
-Em caso de incêndio, se você se encontra em lugar cheio de A questão principal aqui é que os extintores, por exemplo, ser-
fumaça procure sair, andando o mais rente possível do piso, para vem para combater apenas o princípio do incêndio, quando ainda
evitar ficar asfixiado. há pouco fogo.
-Em regra geral, uma pessoa cuja roupa pegou fogo procura Após certo momento, não é possível controlar o fogo apenas
correr. Não o faça: a vítima deve procurar não respirar o calor das com o uso de extintores, e deve-se utilizar os hidrantes, ligados a
chamas. Para o evitar, dobre os braços sobre o rosto, apertando-os: uma mangueira, alimentados pela água da rede pública (o uso de
jogue-se ao chão e role, ou envolva-se numa coberta ou num tecido hidrantes deve ser feito apenas por pessoas minimamente treina-
qualquer. das, como brigadistas; se você não foi treinado, saia do local ime-
-Vendo correr uma pessoa com as roupas em chamas, não a diatamente).
deixe faze-lo. Obrigue-a a jogar-se ao chão e rolar lentamente. Quando o incêndio toma proporções ainda maiores, é absolu-
-Use de força, se necessário, para isso. tamente necessário ligar para o Corpo de Bombeiros, solicitando
-Se for possível, use extintor ou mangueira sobre o acidentado. ajuda.
-No caso de não haver nada por perto, jogue areia ou terra na Por isso a importância de haver uma brigada de incêndio de
vítima, enquanto ela está rolando. Se puder, envolva o acidentado prontidão em locais de grande acúmulo de pessoas. Quanto mais
com um cobertor, lona ou com panos grossos. pessoas, maior o número de brigadistas treinados necessários, po-
-Envolva primeiro o peito, para proteger o rosto e a cabeça. dendo-se inclusive ser necessária a contratação de profissionais
Nunca envolva a cabeça da vítima, pois assim você a obriga a res- (bombeiros) para permanecer em prontidão.
pirar gases. A ação imediata e precisa enquanto incêndio está no seu início
-Ao perceber um incêndio não se altere; estando num local é fundamental para diminuir as perdas e danos.
com muitas pessoas ao redor, não grite nem corra. Acate as normas
de prevenção e evite acidentes. Qual Tipo De Extintor Eu Devo Usar?
-Trate de sair pelas portas principais ou de emergência, de A presença de fogo em local não desejado é conhecida como
maneira rápida, sem gritos, em ordem, sem correrias. Nunca feche incêndios que são capazes de provocar, além de prejuízos materiais,
com chaves as portas principais e as de emergência. quedas, queimaduras e intoxicações por fumaça.
-Não guarde panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou
outros inflamáveis.
-Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para
recarregamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Sabemos que existem três elementos essenciais envolvidos no O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos,
processo de produção do fogo: calor, oxigênio e combustível (tri- proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e
ângulo do fogo). Para acabar com um incêndio, é preciso retirar social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e
completamente um desses três elementos. Abafar o fogo com um da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
cobertor ou jogar água é a primeira atitude de quem está desespe- O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
rado em extinguir as chamas, mas nenhuma dessas alternativas é educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
tão eficiente como o extintor de incêndio. Esse objeto é essencial respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me-
em qualquer casa ou escritório. Embora exista uma grande possibi- ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten-
lidade dele ficar na parede durante anos acumulando poeira, tam- dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre
bém pode acabar salvando a vida de alguém. outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados
Os extintores de incêndio são constituídos por um cilindro de à Constituição da República de 1988.
metal que contém um agente extintor (água, espuma, pó químico Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze anos
ou dióxido de carbono - CO2). Quando você pressiona a alavanca de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida entre
da parte superior do cilindro, o agente confinado em seu interior é doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o estatuto, excepcional-
expelido com grande pressão, parecida com a pressão utilizada em mente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade, em
uma lata de aerossol (spray). situações que serão aqui demonstradas.
É de extrema importância conhecer e identificar bem o incên- Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será ob-
dio que se vai combater, antes de escolher o extintor, um erro na jeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
escolha pode tornar inútil o esforço de combater um incêndio, po- violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, de-
dendo até piorar a situação: aumentar ou espalhar ainda mais as vendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus
chamas, ou criar novas causas de fogo (curtos-circuitos). direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a
Os principais tipos de extintores são os seguintes: criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde,
1. Extintor H2O: água na forma líquida (jato ou neblina); mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam
2. Extintor à base de Espuma: espuma mecânica; o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condi-
3. Extintor de Dióxido de carbono (CO2); ções dignas de existência.
4. Extintor Pó químico: bicarbonato de sódio. As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguar-
dar a família natural ou a família substituta, sendo está ultima pela
Classes de incêndio: guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de assistên-
A - Materiais como madeira, papel, tecido, que se caracterizam cia material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os deve-
por deixar, após a queima, resíduos como carvão e cinza. Essa clas- res da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos incom-
se de incêndios deve ser combatida com extintores de H2O ou de pletos, já a adoção atribui condição de filho, com mesmos direito e
Espuma; deveres, inclusive sucessórios.
B - Líquidos e gases inflamáveis, ou em sólidos que se liquefa- A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensá-
zem para entrar em combustão: gasolina, GLP (gás de cozinha), pa- vel à organização social, conforme preceitua o art. 226 da CR/88.
rafina, etc. Os extintores à base de água não são permitidos nesse Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco quando
caso; fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas.
C - Equipamentos elétricos energizados: motores, geradores, Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos fi-
cabos, etc. Extintores de pó químico e Dióxido de carbono são os lhos, não constituindo motivo de escusa a falta ou a carência de
indicados para esse tipo de incêndio. recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio
Dicas de uso: Retire o pino de segurança do extintor e pressio- poder.
ne a alavanca de operação. O jeito adequado de se usar um extintor Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou
de incêndio é mirá-lo diretamente no combustível, em vez de mirar qualquer deles e seus descendentes, descumpra qualquer de suas
nas chamas. obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família
substituta mediante guarda, tutela ou adoção.
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado
no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 (ESTATUTO DA assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE) da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecen-
tes.
LEI FEDERAL Nº 8.069/90 – Por tal razão que a responsabilidade dos pais é enorme no de-
DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE; senvolvimento familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao máxi-
mo a estabilidade emocional, econômica e social.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal A perda de valores sociais, ao longo do tempo, também são fa-
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos tores que interferem diretamente no desenvolvimento das crianças
das crianças e adolescentes em todo o Brasil. e adolescentes, visto que não permanecem exclusivamente inseri-
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par- dos na entidade familiar.
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica- Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto que
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute- cabe a sociedade, família e ao poder público proibir a venda e co-
lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. mercialização à criança e ao adolescente de armas, munições e
A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem explosivos, bebida alcoólicas, drogas, fotos de artifício, revistas de
distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos conteúdo adulto e bilhetes lotéricos ou equivalentes.
como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em
desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Cada município deverá haver, no mínimo, um Conselho Tutelar auxílio à família, encaminhamento a tratamento médico, psicológi-
composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local, re- co ou psiquiátrico, abrigo, tratamento toxicológico e, até, colocação
gularmente eleitos e empossados, encarregado pela sociedade de em família substituta.
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Já o adolescente entre 12 e 18 anos incompletos (inimputáveis)
O Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competen- que pratica algum ato infracional, além das medidas protetivas já
tes a salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas descritas, a autoridade competente poderá aplicar medida socioe-
hipóteses em que haja desrespeito, inclusive com relação a seus ducativa de acordo com a capacidade do ofensor, circunstâncias do
pais e responsáveis, bem como aos direitos e deveres previstos na fato e a gravidade da infração, são elas:
legislação do ECA e na Constituição. São deveres dos Conselheiros 1) Advertências – admoestação verbal, reduzida a termo e assi-
Tutelares: nada pelos adolescentes e genitores sob os riscos do envolvimento
1. Atender crianças e adolescentes e aplicar medidas de pro- em atos infracionais e sua reiteração,
teção. 2) Obrigação de reparar o dano – caso o ato infracional seja
2. Atender e aconselhar os pais ou responsável e aplicar medi- passível de reparação patrimonial, compensando o prejuízo da ví-
das pertinentes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. tima,
3. Promover a execução de suas decisões, podendo requisitar 3) Prestação de serviços à comunidade – tem por objetivo
serviços públicos e entrar na Justiça quando alguém, injustificada- conscientizar o menor infrator sobre valores e solidariedade social,
mente, descumprir suas decisões. 4) Liberdade assistida – medida de grande eficácia para o en-
4. Levar ao conhecimento do Ministério Público fatos que o Es- fretamento da prática de atos infracionais, na medida em que atua
tatuto tenha como infração administrativa ou penal. juntamente com a família e o controle por profissionais (psicólogos
5. Encaminhar à Justiça os casos que a ela são pertinentes. e assistentes sociais) do Juizado da Infância e Juventude,
6. Tomar providências para que sejam cumpridas as medidas 5) Semiliberdade – medida de média extremidade, uma vez
sócio-educativas aplicadas pela Justiça a adolescentes infratores. que exigem dos adolescentes infratores o trabalho e estudo duran-
7. Expedir notificações em casos de sua competência. te o dia, mas restringe sua liberdade no período noturno, mediante
recolhimento em entidade especializada
8. Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e
adolescentes, quando necessário. 6) Internação por tempo indeterminado – medida mais extre-
9. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da propos- ma do Estatuto da Criança e do Adolescente devido à privação total
ta orçamentaria para planos e programas de atendimento dos direi- da liberdade. Aplicada em casos mais graves e em caráter excep-
tos da criança e do adolescente. cional.
10. Entrar na Justiça, em nome das pessoas e das famílias, para
que estas se defendam de programas de rádio e televisão que con- Antes da sentença, a internação somente pode ser determina-
trariem princípios constitucionais bem como de propaganda de da pelo prazo máximo de 45 dias, mediante decisão fundamentada
baseada em fortes indícios de autoria e materialidade do ato infra-
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
cional.
meio ambiente.
Nessa vertente, as entidades que desenvolvem programas de
11. Levar ao Ministério Público casos que demandam ações ju-
internação têm a obrigação de:
diciais de perda ou suspensão do pátrio poder.
1) Observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
12. Fiscalizar as entidades governamentais e não-governamen-
lescentes;
tais que executem programas de proteção e socioeducativos.
2) Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade
restrição na decisão de internação,
da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer trata-
3) Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
mento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrange- dignidade ao adolescente,
dor, havendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra algu- 4) Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação
ma criança ou adolescente, serão obrigatoriamente comunicados dos vínculos familiares,
ao Conselho Tutelar para providências cabíveis. 5) Oferecer instalações físicas em condições adequadas, e toda
Ainda com toda proteção às crianças e aos adolescentes, a de- infraestrutura e cuidados médicos e educacionais, inclusive na área
linquência é uma realidade social, principalmente nas grandes cida- de lazer e atividades culturais e desportivas.
des, sem previsão de término, fazendo com que tenha tratamento 6) Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo
diferenciado dos crimes praticados por agentes imputáveis. de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade compe-
Os crimes praticados por adolescentes entre 12 e 18 anos tente.
incompletos são denominados atos infracionais passíveis de apli-
cação de medidas socioeducativas. Os dispositivos do Estatuto da Uma vez aplicada as medidas socioeducativas podem ser im-
Criança e do Adolescente disciplinam situações nas quais tanto o plementadas até que sejam completados 18 anos de idade. Contu-
responsável, quanto o menor devem ser instados a modificarem do, o cumprimento pode chegar aos 21 anos de idade nos casos de
atitudes, definindo sanções para os casos mais graves. internação, nos termos do art. 121, §5º do ECA.
Nas hipóteses do menor cometer ato infracional, cuja conduta Assim como no sistema penal tradicional, as sanções previstas
sempre estará descrita como crime ou contravenção penal para os no Estatuto da Criança e do Adolescente apresentam preocupação
imputáveis, poderão sofrer sanções específicas aquelas descritas no com a reeducação e a ressocialização dos menores infratores.
estatuto como medidas socioeducativas. Antes de iniciado o procedimento de apuração do ato infracio-
Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, mas res- nal, o representante do Ministério Público poderá conceder o per-
pondem pela prática de ato infracional cuja sanção será desde a dão (remissão), como forma de exclusão do processo, se atendido
adoção de medida protetiva de encaminhamento aos pais ou res- às circunstâncias e consequências do fato, contexto social, perso-
ponsável, orientação, apoio e acompanhamento, matricula e fre- nalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
quência em estabelecimento de ensino, inclusão em programa de infracional.

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Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente institui medi- Denominada “Lei da Escuta Protegida”, essa lei tem como ob-
das aplicáveis aos pais ou responsáveis de encaminhamento a pro- jetivo a proteção de crianças e adolescentes após a revelação da
grama de proteção a família, inclusão em programa de orientação violência sofrida, promovendo uma escuta única nos serviços de
a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a tratamento psico- atendimento e criando um protocolo de atendimento a ser adotado
lógico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos ou programas de por todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
orientação, obrigação de matricular e acompanhar o aproveitamen-
to escolar do menor, advertência, perda da guarda, destituição da Lei 13.436, de 12 de abril de 2017 - Garantia do direito a acom-
tutela e até suspensão ou destituição do pátrio poder. panhamento e orientação à mãe com relação à amamentação
O importante é observar que as crianças e os adolescentes não Esta lei introduziu no artigo 10 do ECA uma responsabilidade
podem ser considerados autênticas propriedades de seus genito- adicional para os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
res, visto que são titulas de direitos humanos como quaisquer pes- à saúde de gestantes, públicos e particulares: daqui em diante eles
soas, dotados de direitos e deveres como demonstrado. estão obrigados a acompanhar a prática do processo de amamenta-
A implantação integral do ECA sofre grande resistência de parte ção, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
da sociedade brasileira, que o considera excessivamente paternalis- mãe permanecer na unidade hospitalar.
ta em relação aos atos infracionais cometidos por crianças e ado-
lescentes, uma vez que os atos infracionais estão ficando cada vez Lei 13.438, de 26 de abril de 2017 – Protocolo de Avaliação de
mais violentos e reiterados. riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças
Consideram, ainda, que o estatuto, que deveria proteger e edu-
Esta lei determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) será
car a criança e o adolescente, na prática, acaba deixando-os sem
obrigado a adotar protocolo com padrões para a avaliação de riscos
nenhum tipo de punição ou mesmo ressocialização, bem como é
ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de ida-
utilizado por grupos criminosos para livrar-se de responsabilidades
de. A lei estabelece que crianças de até 18 meses de idade façam
criminais fazendo com que adolescentes assumam a culpa.
Cabe ao Estado zelas para que as crianças e adolescentes se acompanhamento através de protocolo ou outro instrumento de
desenvolvam em condições sociais que favoreçam a integridade detecção de risco. Esse acompanhamento se dará em consulta pe-
física, liberdade e dignidade. Contudo, não se pode atribuir tal res- diátrica. Por meio de exames poderá ser detectado precocemente,
ponsabilidade apenas a uma suposta inaplicabilidade do estatuto por exemplo, o transtorno do espectro autista, o que permitirá um
da criança e do adolescente, uma vez que estes nada mais são do melhor acompanhamento no desenvolvimento futuro da criança.
que o produto da entidade familiar e da sociedade, as quais têm
importância fundamental no comportamento dos mesmos.1 Lei nº 13.440, de 8 de maio de 2017 – Aumento na penalização
de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes
Últimas alterações no ECA Esta lei promoveu a inclusão de mais uma penalidade no artigo
244-A do ECA. A pena previa reclusão de quatro a dez anos e multa
As mais recentes: nos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Agora
São quatro os pontos modificados no ECA durante a atual ad- o texto está acrescido de perda de bens e que os valores advindos
ministração: dessas práticas serão revertidos em favor do Fundo dos Direitos da
- A instituição da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Dis-
na Adolescência, na lei nº 13.798, de 3 de janeiro de 2019; trito Federal) em que foi cometido o crime.
- A criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas - na
lei nº 13.812, de 16 de março 2019; Lei nº 13.441, de 8 de maio de 2017 - Prevê a infiltração de
- A mudança na idade mínima para que uma criança ou adoles- agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes con-
cente possa viajar sem os pais ou responsáveis e sem autorização tra a dignidade sexual de criança e de adolescente
judicial, passando de 12 para 16 anos - na mesma lei nº 13.812; Esta lei prevê a infiltração policial virtual no combate aos crimes
- A mudança na lei sobre a reeleição dos conselheiros tutelares, contra a dignidade sexual de vulneráveis. A nova lei acrescentou ao
que agora podem ser reeleitos por vários mandatos consecutivos, ECA os artigos 190-A a 190-E e normatizou a investigação em meio
em vez de apenas uma vez - lei 13.824, de 9 de maio 2019. cibernético.
Lei nº 13.509/17, publicada em 22 de novembro de 2017 al-
Revogação do artigo 248 que versava sobre trabalho domésti-
tera o ECA ao estabelecer novos prazos e procedimentos para o
co de adolescentes
trâmite dos processos de adoção, além de prever novas hipóteses
Foi revogado o artigo 248 do ECA que possibilitava a regu-
de destituição do poder familiar, de apadrinhamento afetivo e dis-
larização da guarda de adolescentes para o serviço doméstico. A
ciplinar a entrega voluntária de crianças e adolescentes à adoção.
Constituição Brasileira proíbe o trabalho infantil, mas este artigo
Lei Federal nº 13.431/2017 – Lei da Escuta Protegida estabelecia prazo de cinco dias para que o responsável, ou novo
Esta lei estabelece novas diretrizes para o atendimento de guardião, apresentasse à Vara de Justiça de sua cidade ou comarca
crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violências, o adolescente trazido de outra localidade para prestação de serviço
e que frequentemente são expostos a condutas profissionais não doméstico, o que, segundo os autores do projeto de lei que resultou
qualificadas, sendo obrigados a relatar por várias vezes, ou para na revogação do artigo, abria espaço para a regularização do traba-
pessoas diferentes, violências sofridas, revivendo desnecessaria- lho infantil ilegal.
mente seu drama.
Lei 13.306 de 2016 publicada no dia 04 de julho, alterou o Es-
tatuto da Criança e do Adolescente fixando em cinco anos a idade
máxima para o atendimento na educação infantil.2
1 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Cláudia Mara
de Almeida Rabelo Viegas / Cesar Leandro de Almeida Rabelo 2 Fonte: www.equipeagoraeupasso.com.br/www.g1.globo.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe-
das crianças e adolescentes em todo o Brasil. tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par- cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica- de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute- a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. cunstâncias;
Na presente Lei estão dispostos os procedimentos de adoção b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
(Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro II, levância pública;
capítulo II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também dos c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais
crimes cometidos contra crianças e adolescentes. públicas;
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e cionadas com a proteção à infância e à juventude.
social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me- Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten- sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos
dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
à Constituição da República de 1988.
TÍTULO II
Dispõe a Lei 8.069/1990 que nenhuma criança ou adolescente DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, ex-
ploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que CAPÍTULO I
seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
seus direitos fundamentais.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra-
outras providências.
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodu-
tivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Na-
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
TÍTULO I
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante garan-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabeleci-
adolescente. mento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre § 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu-
doze e dezoito anos de idade. rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep- responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o
cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
anos de idade. dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos § 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi-
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote- cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e § 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser
social, em condições de liberdade e de dignidade. prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, pela Lei nº 13.257, de 2016)
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, § 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa-
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba-
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni- lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257,
dade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) de 2016)

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento § 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nas-
materno, alimentação complementar saudável e crescimento e de- cido serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no âmbito
senvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a cria- do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da
ção de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com imple-
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) mentação de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du- de progressão:
rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo- I – etapa 1:
-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) b) hipotireoidismo congênito;
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem d) fibrose cística;
como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In- e) hiperplasia adrenal congênita;
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016) f) deficiência de biotinidase;
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher g) toxoplasmose congênita;
com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em II – etapa 2:
unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas a) galactosemias;
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi- b) aminoacidopatias;
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen- c) distúrbios do ciclo da ureia;
te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos;
Lei nº 13.257, de 2016) III – etapa 3: doenças lisossômicas;
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;
Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.
que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar in- § 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do
formações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, com
para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído base em evidências científicas, considerados os benefícios do ras-
pela Lei nº 13.798, de 2019) treamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no doenças com maior prevalência no País, com protocolo de trata-
caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto mento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema Único
com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritaria- de Saúde.
mente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de § 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá ser
2019) expandido pelo poder público com base nos critérios estabelecidos
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores pro- no § 2º deste artigo.
piciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive § 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério
aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. imediato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e os
acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as
§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde de-
eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no
senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando
Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde.” (NR)
ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro-
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol-
moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Siste-
complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
ma Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
13.257, de 2016)
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de-
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais
saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de pela Lei nº 13.257, de 2016)
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im- les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju- tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
competente; cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica pela Lei nº 13.257, de 2016)
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen-
prestar orientação aos pais; te de crianças na primeira infância receberão formação específica
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces- e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol-
sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
neonato; necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
permanência junto à mãe. sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, pres- termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
tando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) 13.257, de 2016)

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte-
de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abran-
ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên- valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em en- adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano,
tregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminha- violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
das, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educa-
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra- ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
da, os serviços de assistência social em seu componente especia- qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
lizado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
(Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com nº 13.010, de 2014)
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu- Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído
lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede pela Lei nº 13.010, de 2014)
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
13.257, de 2016)
cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida-
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomen-
tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído
dados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo úni-
pela Lei nº 13.010, de 2014)
co pela Lei nº 13.257, de 2016)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e
2014)
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu-
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa
ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeduca-
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por
tivas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu-
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela
didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (In-
Lei nº 13.257, de 2016)
cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus pri-
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
meiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumen-
teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
to construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consul-
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
ta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (In-
(Vigência)
cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especiali-
CAPÍTULO II
zado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de-
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.
CAPÍTULO III
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec-
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
tos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá-
SEÇÃO I
rios, ressalvadas as restrições legais;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e edu-
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
cado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi-
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
VI - participar da vida política, na forma da lei;
que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
nº 13.257, de 2016)

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro- § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o ge-
grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação re- nitor nem representante da família extensa para confirmar a inten-
avaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade ção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamenta- a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído
da pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em pela Lei nº 13.509, de 2017)
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze)
28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data
§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em progra- do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509,
ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 de 2017)
(dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu § 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju- em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da
diciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) criança após o nascimento, a criança será mantida com os genito-
§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- res, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimen-
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. to, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 13.509, de 2017)
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente § 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crian-
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas perió- ças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trin-
dicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimen- ta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei
to institucional, pela entidade responsável, independentemente de nº 13.509, de 2017)
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhi-
§ 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a mento institucional ou familiar poderão participar de programa de
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluí- apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio-
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em en- desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, edu-
tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será cacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que
nº 13.509, de 2017)
cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissio-
de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nal da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adoles-
à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos
cente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela
do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
Lei nº 13.509, de 2017)
2017)
§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinha-
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de-
do será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua
com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibi-
expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência so-
lidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (In-
cial para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
de 2017) § 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por
do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela pela Lei nº 13.509, de 2017)
Lei nº 13.509, de 2017) § 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os res-
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não ponsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão
existir outro representante da família extensa apto a receber a guar- imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Inclu-
da, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (In- quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igual-
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a
Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
de 2017) de 2009) Vigência
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direi- § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será ne-
tos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuida- cessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada
do e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evi-
13.257, de 2016) tar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não consti- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
Vigência existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a de- mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família subs-
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) tituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanha-
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a mento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o
por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual- apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política munici-
mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou ou- pal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
tro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) 12.010, de 2009) Vigência
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar § 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alu- I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
de o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições,
Vigência desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela
SEÇÃO II Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DA FAMÍLIA NATURAL II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de
sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles-
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofis-
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pes-
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco- soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natu-
nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo reza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu- Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transfe-
mento público, qualquer que seja a origem da filiação. rência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades gover-
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimen- namentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
to do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per- medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, median-
o segredo de Justiça. te termo nos autos.

SEÇÃO III SUBSEÇÃO II


DA FAMÍLIA SUBSTITUTA DA GUARDA

SUBSEÇÃO I Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,


DISPOSIÇÕES GERAIS moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante nº 12.010, de 2009) Vigência
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo
da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tu-
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será tela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im- tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a fal-
plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. ta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de representação para a prática de atos determinados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de SUBSEÇÃO IV
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previ- DA ADOÇÃO
denciários.
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrá- Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segun-
rio, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for do o disposto nesta Lei.
aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de § 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten-
de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que ção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na
serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessa- forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
do ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 12.010, de 2009) Vigência
Vigência § 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência 12.010, de 2009) Vigência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma § 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do ado-
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. tando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela
§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas de Lei nº 13.509, de 2017)
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio- Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos
nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcio- à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos ado-
nal da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, tantes.
de 2009) Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal cadas- os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
trado no programa de acolhimento familiar poderá receber a crian- de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
ça ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. matrimoniais.
28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços de acolhi- concubino do adotante e os respectivos parentes.
mento em família acolhedora como política pública, os quais de- § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
verão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colate-
crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, rais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de ado- Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde-
ção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri- de 2009) Vigência
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado-
tando.
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova-
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
2009) Vigência
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
SUBSEÇÃO III
velho do que o adotando.
DA TUTELA
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com-
panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con-
de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên-
12.010, de 2009) Vigência cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demonstrado
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer do- efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti-
cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de
1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, in- 2009) Vigência
gressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observan- § 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após ine-
do o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação quívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do pro-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados 12.010, de 2009) Vigência
os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta-
deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta- gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar
que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência curatelado.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
representante legal do adotando.

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§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julga-
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido desti- do da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do
tuídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
será também necessário o seu consentimento. relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma-
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiarida- 12.010, de 2009) Vigência
des do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o ado- que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com
tando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual pe-
Vigência ríodo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen- (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sa da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bio-
nº 12.010, de 2009) Vigência lógica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
damentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
de 2017) também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou do- pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
miciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorro- Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder
gável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fun- poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº
damentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
13.509, de 2017) Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da ado- (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equi- aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfi-
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe- zer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previs-
cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que tas no art. 29.
apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe- § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um
rimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi-
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no território na- pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
cional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu-
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada,
nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de resi-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação re-
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial,
ferida no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e ado-
que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se
lescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições
fornecerá certidão.
de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
bem como o nome de seus ascendentes.
com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimen-
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o regis-
to e pela execução da política municipal de garantia do direito à
tro original do adotado.
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Reda- § 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons- e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº
tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen-
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de
a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no §
prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado- § 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado-
tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de
§§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (In-
de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a com-
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar provação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habi-
na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida litados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referi- adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;
dos no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi-
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comuni- mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pa-
cação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº recer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto
12.010, de 2009) Vigência nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre- 2009) Vigência
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscri- aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou
to nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela Vigência
Lei nº 13.509, de 2017) § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au-
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção inter-
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re-
nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento pre-
2009) Vigência
visto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações:
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (In- (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi- ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à
dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção inter-
desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está si-
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº tuada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
12.010, de 2009) Vigência Vigência
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles- II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes-
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam
de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; (Incluída
e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluí- III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re- IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne-
quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluí- cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente,
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte- acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº
ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com 12.010, de 2009) Vigência
doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente
grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradu-
pretendente possui residência habitual em país-parte da Conven-
ção, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010,
ção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crian-
de 2009) Vigência
ças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promul-
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e so-
gada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar
criança em outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei licitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante
nº 13.509, de 2017) estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela
§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente bra- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central
comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacio-
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao nal, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida
caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimen-
to, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacio-
nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência

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VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será auto- VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotan-
rizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e tes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (In- nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad- § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste
mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
12.010, de 2009) Vigência gência
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre- § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publica- gência
ção nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de organis- Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respecti-
mos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
vo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central
a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competên- determinará a expedição de alvará com autorização de viagem,
cia profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos paí- bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria-
ses respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí- mente, as características da criança ou adolescente adotado, como
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di-
e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídi- 2009) Vigência
co brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual-
Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden-
dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central
onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
gência 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re-
reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex- presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na
periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autorida- de 2009) Vigência
de Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser
Vigência
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organis-
tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive
mos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pro-
quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (In-
gramas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a
ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relató- devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
rio de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no Vigência
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou
Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que jul-
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade gar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (Inclu-
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Bra- ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre-
será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos
estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (In- estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter-
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efe- V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residên-
tuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e es- cia, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que
tarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
da Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Vigência Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país do processo pedagógico, bem como participar da definição das pro-
ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha postas educacionais.
sido processado em conformidade com a legislação vigente no país Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar me-
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o didas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou de-
reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pendência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de que a ele não tiveram acesso na idade própria;
2009) Vigência II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país ensino médio;
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Bra- III - atendimento educacional especializado aos portadores de
sil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
Vigência a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de criação artística, segundo a capacidade de cada um;
origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita- do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra-
ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali-
Federal e determinará as providências necessárias à expedição do
mentação e assistência à saúde.
Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
de 2009) Vigência
subjetivo.
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú-
blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida-
se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
de competente.
ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no en-
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista responsável, pela freqüência à escola.
no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re- Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular
querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe- mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgo-
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o tados os recursos escolares;
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori- III - elevados níveis de repetência.
gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda,
na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e
ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodo-
processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído logia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e ado-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores cul-
CAPÍTULO IV turais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o
LAZER acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, es-
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, vi- timularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro-
sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o gramações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando- e a juventude.
-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es- CAPÍTULO V
cola; DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO
II - direito de ser respeitado por seus educadores; TRABALHO
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
às instâncias escolares superiores; Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
IV - direito de organização e participação em entidades estu- anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição
dantis; Federal)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Minis-
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. tério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as en-
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de tidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e
educação em vigor. defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguin- nº 13.010, de 2014)
tes princípios: III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regu- de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
lar; atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescen- adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
te; à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en-
III - horário especial para o exercício das atividades. frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura- adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
da bolsa de aprendizagem. IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente;
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a ga-
trabalho protegido. rantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- -natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação so-
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: bre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
cinco horas do dia seguinte; 2014)
II - perigoso, insalubre ou penoso; VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articula-
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu ção de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; nas famílias em situação de violência, com participação de profis-
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüên- sionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles-
cia à escola.
cente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu-
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas
-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescen-
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
te que dele participe condições de capacitação para o exercício de
2014)
atividade regular remunerada.
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes-
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar
soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho 2014)
não desfigura o caráter educativo. Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunica-
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro- ção de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de
teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos
ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
TÍTULO III Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
DA PREVENÇÃO cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi-
ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol-
CAPÍTULO I vimento.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
violação dos direitos da criança e do adolescente. em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- Lei.
pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa-
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma-
nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO II VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
DA PREVENÇÃO ESPECIAL Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
SEÇÃO I autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, DIVERSÕES E
ESPETÁCULOS SEÇÃO III
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regula-
rá as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezes-
deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários seis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacom-
em que sua apresentação se mostre inadequada. panhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada § 1º A autorização não será exigida quando:
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do es- a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou
petáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação. do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unida-
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões de da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Re-
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa dação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
etária. b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente po- estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
derão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibi- 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com-
ção quando acompanhadas dos pais ou responsável. provado documentalmente o parentesco;
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas ou responsável.
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res-
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou ponsável, conceder autorização válida por dois anos.
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é
apresentação ou exibição. dispensável, se a criança ou adolescente:
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programa- II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa-
ção em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em de- mente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
sacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente. Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair
no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no
que se destinam. exterior.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio
ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa- PARTE ESPECIAL
das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que TÍTULO I
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi- DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
das com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infan- CAPÍTULO I
to-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, DISPOSIÇÕES GERAIS
crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e muni-
ções, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
família. adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, Distrito Federal e dos municípios.
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen- Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência I - políticas sociais básicas;
de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência so-
do público. cial de garantia de proteção social e de prevenção e redução de vio-
lações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação
SEÇÃO II dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: abuso, crueldade e opressão;
I - armas, munições e explosivos; IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável,
II - bebidas alcoólicas; crianças e adolescentes desaparecidos;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
física ou psíquica ainda que por utilização indevida; da criança e do adolescente.
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
físico em caso de utilização indevida; exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e 12.010, de 2009) Vigência
à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com de- nº 12.594, de 2012) (Vide)
ficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2009) Vigência 2012) (Vide)
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
I - municipalização do atendimento; 2012) (Vide)
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e contro- § 1 o As entidades governamentais e não governamentais de-
ladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação po- verão proceder à inscrição de seus programas, especificando os re-
pular paritária por meio de organizações representativas, segundo gimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho
leis federal, estaduais e municipais; Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá
III - criação e manutenção de programas específicos, observada registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunica-
a descentralização político-administrativa; ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais nº 12.010, de 2009) Vigência
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do § 2 o Os recursos destinados à implementação e manutenção
adolescente; dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota-
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre- Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se
ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preco-
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato nizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput
infracional; e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério de 2009) Vigência
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução § 3 o Os programas em execução serão reavaliados pelo Con-
das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máxi-
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos mo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se 2009) Vigência
mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família subs- I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como
tituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei; às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável parti- em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta-
12.010, de 2009) Vigência das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, gência
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de- III - em se tratando de programas de acolhimento institucional
senvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegra-
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direi- ção familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso.
tos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi-
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao
infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
de 2016) § 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conse- nº 12.010, de 2009) Vigência
lhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
é considerada de interesse público relevante e não será remunera- habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
da. b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
pios desta Lei;
CAPÍTULO II c) esteja irregularmente constituída;
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e delibe-
SEÇÃO I rações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas
DISPOSIÇÕES GERAIS pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos
os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela § 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina- cente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
dos a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide) observado o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
I - orientação e apoio sócio-familiar; 12.010, de 2009) Vigência
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - colocação familiar;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi- Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judi-
mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí- ciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do
pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promo-
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reinte- ver a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente
gração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
cia para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, ins-
II - integração em família substituta, quando esgotados os titucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do
recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; ção têm as seguintes obrigações, entre outras:
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
V - não desmembramento de grupos de irmãos; lescentes;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras en- II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
tidades de crianças e adolescentes abrigados; restrição na decisão de internação;
VII - participação na vida da comunidade local; III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
VIII - preparação gradativa para o desligamento; des e grupos reduzidos;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu- IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
cativo. dignidade ao adolescente;
§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa de V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os dos vínculos familiares;
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os ca-
§ 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas sos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vín-
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade ju- culos familiares;
diciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne-
cessários à higiene pessoal;
família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
à faixa etária dos adolescentes atendidos;
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu-
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e
tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua-
farmacêuticos;
lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em X - propiciar escolarização e profissionalização;
programas de acolhimento institucional e destinados à colocação XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei acordo com suas crenças;
nº 12.010, de 2009) Vigência XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
§ 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciá- XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máxi-
ria competente, as entidades que desenvolvem programas de aco- mo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade com-
lhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do petente;
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em sua situação processual;
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhimen- XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
to familiar ou institucional somente poderão receber recursos pú- adolescentes;
blicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha-
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mento de egressos;
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo diri- XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
gente de entidade que desenvolva programas de acolhimento fa- cidadania àqueles que não os tiverem;
miliar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir-
apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que
acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, § 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes
deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento
às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas,
institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
Vigência
de 2016)
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi-
entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou
acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto- recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem-
ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de res- reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
ponsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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SEÇÃO II II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro-
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adoles-
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais centes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministé- III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a
rio Público e pelos Conselhos Tutelares. plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen-
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta
apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli-
dotações orçamentárias. dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza-
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: 2009) Vigência
I - às entidades governamentais: IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter-
a) advertência; venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
b) afastamento provisório de seus dirigentes; criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010,
II - às entidades não-governamentais: de 2009) Vigência
a) advertência; V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas; e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade,
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº
d) cassação do registro. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com-
de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co-
nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou re- nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
presentado perante autoridade judiciária competente para as pro- VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex-
vidências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis-
da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum- necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o
primento dos princípios norteadores das atividades de proteção es- adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
pecífica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada
TÍTULO II de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote-
CAPÍTULO I ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me-
DISPOSIÇÕES GERAIS didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou
extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
ameaçados ou violados: respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com-
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
III - em razão de sua conduta. como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
gência
CAPÍTULO II XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen-
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de
pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli- direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me-
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
quer tempo. devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne- observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lecimento dos vínculos familiares e comunitários. Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98,
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se-
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência guintes medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi- I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos de responsabilidade;
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento
oficial de ensino fundamental;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles- criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri- expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
co, em regime hospitalar ou ambulatorial; serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 2009) Vigência
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº § 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
12.010, de 2009) Vigência mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e
12.010, de 2009) Vigência estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido.
§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran- § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res-
sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
colocação em família substituta, não implicando privação de liber- fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên- § 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au- minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé- apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao
rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui-
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami- ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído
nhados às instituições que executam programas de acolhimento pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga- de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do
toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
2009) Vigência complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui-
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
2009) Vigência foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e institucional sob sua responsabilidade, com informações porme-
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê- norizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro-
-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vidências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art.
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi- Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis-
mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá- de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças
ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo- e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva 12.010, de 2009) Vigência
dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de
Vigência nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen-
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go-
nº 12.010, de 2009) Vigência zando de absoluta prioridade.
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e § 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispen- II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do à sua defesa;
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for III - defesa técnica por advogado;
encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
Vigência na forma da lei;
§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de petente;
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (In- VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
cluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) em qualquer fase do procedimento.
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requeri-
da do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento CAPÍTULO IV
e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
2016)
SEÇÃO I
TÍTULO III DISPOSIÇÕES GERAIS
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
CAPÍTULO I competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
DISPOSIÇÕES GERAIS I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como III - prestação de serviços à comunidade;
crime ou contravenção penal. IV - liberdade assistida;
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito V - inserção em regime de semi-liberdade;
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. VI - internação em estabelecimento educacional;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
a idade do adolescente à data do fato. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde- capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
rão as medidas previstas no art. 101. ção.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a
CAPÍTULO II prestação de trabalho forçado.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
mental receberão tratamento individual e especializado, em local
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade adequado às suas condições.
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
mentada da autoridade judiciária competente. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,
seus direitos. nos termos do art. 127.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada. SEÇÃO II
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- DA ADVERTÊNCIA
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. será reduzida a termo e assinada.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada SEÇÃO III
a necessidade imperiosa da medida. DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub-
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
fundada. adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
CAPÍTULO III Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS poderá ser substituída por outra adequada.

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade


sem o devido processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se-
guintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
nal, mediante citação ou meio equivalente;

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SEÇÃO IV § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado-
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re- lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberda-
alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não de ou de liberdade assistida.
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro- § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
gramas comunitários ou governamentais. autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti- § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser
dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má- revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
jornada normal de trabalho. do:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
SEÇÃO V ou violência a pessoa;
DA LIBERDADE ASSISTIDA II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi- anteriormente imposta.
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti-
e orientar o adolescente.
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa-
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei
nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro-
nº 12.594, de 2012) (Vide)
grama de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada do outra medida adequada.
ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
Público e o defensor. clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre pleição física e gravidade da infração.
outros: Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en-
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; tre outros, os seguintes:
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; tério Público;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
e de sua inserção no mercado de trabalho; III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - apresentar relatório do caso. IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so-
licitada;
SEÇÃO VI V - ser tratado com respeito e dignidade;
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, pos- VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
sibilitada a realização de atividades externas, independentemente IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
de autorização judicial. soal;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de- X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na
salubridade;
comunidade.
XI - receber escolarização e profissionalização;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se,
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
no que couber, as disposições relativas à internação.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
SEÇÃO VII XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des-
DA INTERNAÇÃO de que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à tura depositados em poder da entidade;
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
judicial em contrário. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
máximo a cada seis meses. lescente.

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men- TÍTULO V
tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con- DO CONSELHO TUTELAR
tenção e segurança.
CAPÍTULO V CAPÍTULO I
DA REMISSÃO DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu- Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po- não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri-
derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati-
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
menor participação no ato infracional. como órgão integrante da administração pública local, composto de
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re- 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato
missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin- de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
ção do processo. escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para serão exigidos os seguintes requisitos:
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação I - reconhecida idoneidade moral;
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em II - idade superior a vinte e um anos;
regime de semi-liberdade e a internação. III - residir no município.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
Público. direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
TÍTULO IV 2012)
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: 12.696, de 2012)
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu-
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua de 2012)
freqüência e aproveitamento escolar; Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata- tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
mento especializado; dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
VII - advertência;
VIII - perda da guarda; CAPÍTULO II
IX - destituição da tutela; DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar .
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou VII;
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi- II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do medidas previstas no art. 129, I a VII;
agressor da moradia comum. III - promover a execução de suas decisões, podendo para tan-
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação to:
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de serviço social, previdência, trabalho e segurança;
2011) b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
cumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons-
titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança
ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua compe-
tência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
autor de ato infracional;

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
VII - expedir notificações; Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao repre-
ou adolescente quando necessário; sentante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos
direitos da criança e do adolescente; TÍTULO VI
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a viola- DO ACESSO À JUSTIÇA
ção dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição
Federal ; CAPÍTULO I
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de DISPOSIÇÕES GERAIS
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profis- qualquer de seus órgãos.
sionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela
de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
pela Lei nº 13.046, de 2014) § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conse- e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
lho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, hipótese de litigância de má-fé.
comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
informações sobre os motivos de tal entendimento e as providên-
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
cias tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da fa-
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
mília. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
processual.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à
revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo
interesse. criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem
com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de repre-
CAPÍTULO III sentação ou assistência legal ainda que eventual.
DA COMPETÊNCIA Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e ad-
ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência atribua autoria de ato infracional.
constante do art. 147. Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não pode-
rá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, refe-
CAPÍTULO IV rência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive,
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764,
de 12.11.2003)
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a respon- refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade ju-
sabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado- diciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a fi-
lescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela nalidade.
Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar CAPÍTULO II
ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
(quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano sub-
sequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, SEÇÃO I
de 2012) DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
Lei nº 12.696, de 2012) especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao
§ 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho Tute-
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimen-
eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
to, inclusive em plantões.
brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

CAPÍTULO V SEÇÃO II
DOS IMPEDIMENTOS DO JUIZ

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infân-
e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, ir- cia e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei
mãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou de organização judiciária local.
madrasta e enteado. Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta
dos pais ou responsável.

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida- c) a existência de instalações adequadas;
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, d) o tipo de freqüência habitual ao local;
continência e prevenção. e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre-
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade qüência de crianças e adolescentes;
competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde f) a natureza do espetáculo.
sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve-
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si- rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, caráter geral.
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judi-
ciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sen- SEÇÃO III
tença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do DOS SERVIÇOS AUXILIARES
respectivo estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
para: posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, Juventude.
aplicando as medidas cabíveis; Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer
do processo; subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiên-
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; cia, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orien-
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, tação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata
difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifesta-
disposto no art. 209; ção do ponto de vista técnico.
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti- Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores pú-
dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; blicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de ava-
contra norma de proteção à criança ou adolescente; liações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial,
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos
aplicando as medidas cabíveis. termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi-
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente go de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân-
cia e da Juventude para o fim de: CAPÍTULO III
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; DOS PROCEDIMENTOS
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder fa-
miliar , perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão subs- SEÇÃO I
tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência DISPOSIÇÕES GERAIS
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar ; subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sual pertinente.
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando fal- § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
tarem os pais; absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos
f) designar curador especial em casos de apresentação de quei- nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais
xa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extra- a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
g) conhecer de ações de alimentos; procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro
registros de nascimento e óbito. para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de 13.509, de 2017)
portaria, ou autorizar, mediante alvará: Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa- a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judici-
companhado dos pais ou responsável, em: ária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
a) estádio, ginásio e campo desportivo; necessárias, ouvido o Ministério Público.
b) bailes ou promoções dançantes; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o
c) boate ou congêneres; fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família de
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos.
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - a participação de criança e adolescente em: Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá-
ria levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SEÇÃO II Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liber-
DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER PODER FAMI- dade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
LIAR pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei
(EXPRESSÃO SUBSTITUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) VI- nº 12.962, de 2014)
GÊNCIA Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu-
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pá- mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das par-
trio poder poder familiar terá início por provocação do Ministério tes ou do Ministério Público.
Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituí- Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional
Art. 156. A petição inicial indicará: ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o reque-
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- rente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de de 2017)
pedido formulado por representante do Ministério Público; § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
III - a exposição sumária do fato e o pedido; partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu-
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão
rol de testemunhas e documentos. ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judici- Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24
ária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
poder poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamen- § 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
to definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado § 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária deter- compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº
minará, concomitantemente ao despacho de citação e independen- 12.010, de 2009) Vigência
temente de requerimento do interessado, a realização de estudo
social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem iden-
para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou tificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de
destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. não comparecimento perante a Justiça quando devidamente cita-
101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 dos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a auto-
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído
ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou pela Lei nº 12.962, de 2014)
multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
de 2017) ção e julgamento.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, § 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e § 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pesso- pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10
almente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver § 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a auto-
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encon- ridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura
trar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pes- no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
soa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que 2017)
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos § 4 o Quando o procedimento de destituição de poder familiar
do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de no-
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) meação de curador especial em favor da criança ou adolescente.
§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in- (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a lo- será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
calização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em fa-
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- mília substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspen-
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir são do poder familiar será averbada à margem do registro de nas-
da intimação do despacho de nomeação. cimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

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SEÇÃO III § 7 o A família natural e a família substituta receberão a devida
DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a ser-
viço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimen- apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal
to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei
couber, o disposto na seção anterior. nº 13.509, de 2017)
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
SEÇÃO IV das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de
DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional,
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de coloca- caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
ção em família substituta: Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn- do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue
juge, ou companheiro, com expressa anuência deste; ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi- Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
cando se tem ou não parente vivo; ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, deci-
pais, se conhecidos; dindo a autoridade judiciária em igual prazo.
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan- Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda
do, se possível, uma cópia da respectiva certidão; ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressupos-
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi- to lógico da medida principal de colocação em família substituta,
mentos relativos à criança ou ao adolescente. será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
também os requisitos específicos. 2009) Vigência
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa- ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
mente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá disposto no art. 35.
ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis-
próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Reda- posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi- ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº
damente assistidas por advogado ou por defensor público, para 12.010, de 2009) Vigência
verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega SEÇÃO V
da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLES-
pela Lei nº 13.509, de 2017) CENTE
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será pre- será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in- Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe-
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído tente.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para
§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos deten- atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional
tores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Reda- praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da re-
ção dada pela Lei nº 13.509, de 2017) partição especializada, que, após as providências necessárias e con-
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade forme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste arti- Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido me-
go. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial,
§ 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de-
audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exer- verá:
cer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada lescente;
pela Lei nº 13.509, de 2017) II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
§ 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após o III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova-
nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- ção da materialidade e autoria da infração.
gência Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura
do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circuns-
tanciada.

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Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, ofe-
sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta- recerá representação à autoridade judiciária, propondo a instaura-
ção ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sen- ção de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que
do impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela se afigurar a mais adequada.
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado- § 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o
lescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran- breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quan-
ça pessoal ou manutenção da ordem pública. do necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oral-
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca- mente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério § 2º A representação independe de prova pré-constituída da
Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim autoria e materialidade.
de ocorrência. Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente,
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, será de quarenta e cinco dias.
que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
prazo de vinte e quatro horas. designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi- desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de servado o disposto no art. 108 e parágrafo.
repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre- § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica-
sentação em dependência separada da destinada a maiores, não dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên-
podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pará- cia, acompanhados de advogado.
grafo anterior. § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori-
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi- § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judici-
co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. ária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o so-
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios brestamento do feito, até a efetiva apresentação.
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto- § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
relatório das investigações e demais documentos. Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in- judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar- § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características de-
timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à finidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente trans-
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou ferido para a localidade mais próxima.
mental, sob pena de responsabilidade. § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi- aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, bole- isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
tim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do ado- bilidade.
lescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- do solicitar opinião de profissional qualificado.
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
polícias civil e militar. § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autorida-
rior, o representante do Ministério Público poderá: de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
I - promover o arquivamento dos autos; constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
II - conceder a remissão; em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medi- estudo do caso.
da sócio-educativa. § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defe-
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante ter- sa prévia e rol de testemunhas.
mo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
conclusos à autoridade judiciária para homologação. arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili-
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade gências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medi- a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
da. sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au- rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen- seguida proferirá decisão.
tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com-
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori-
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
a homologar. coercitiva.

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Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do § 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será
processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, admitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído
antes da sentença. pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão
desde que reconheça na sentença: encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da
I - estar provada a inexistência do fato; medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
II - não haver prova da existência do fato; 2017)
III - não constituir o fato ato infracional; Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
ato infracional. de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles- sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
cente internado, será imediatamente colocado em liberdade. Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua iden-
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter- tidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e ma-
nação ou regime de semi-liberdade será feita: terialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B
I - ao adolescente e ao seu defensor; , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
responsável, sem prejuízo do defensor. Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unica- Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
mente na pessoa do defensor. servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces-
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento si-
SEÇÃO V-A giloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessá-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.441, DE 2017) rias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A INVESTI- 13.441, de 2017)
GAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIAN- Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Se-
ÇA E DE ADOLESCENTE” ção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017)
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos
o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados,
, 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun-
218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 tamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441,
(Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº de 2017)
13.441, de 2017) Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no
I – será precedida de autorização judicial devidamente circuns- caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados
tanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegu-
para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela rando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e
Lei nº 13.441, de 2017) a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou pela Lei nº 13.441, de 2017)
representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de
sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou SEÇÃO VI
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pesso- ATENDIMENTO
as; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem pre- Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
juízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 entidade governamental e não-governamental terá início median-
(setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessida- te portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
de, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re-
2017) sumo dos fatos.
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requi- Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
sitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do término judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
Lei nº 13.441, de 2017) fundamentada.
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, iní- indicar as provas a produzir.
cio, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utili- Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a
zado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen-
de 2017) to, intimando as partes.
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende- § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código autoridade judiciária em igual prazo.
de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.

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§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa-
dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficia- mento, ou declaração relativa ao período de união estável; (Incluído
rá à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
marcando prazo para a substituição. IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi- Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi- V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº
cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga- 12.010, de 2009) Vigência
mento de mérito. VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da 12.010, de 2009) Vigência
entidade ou programa de atendimento. VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
SEÇÃO VII VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei
DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS NORMAS nº 12.010, de 2009) Vigência
DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no pra-
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade admi- zo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
nistrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado-
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe in-
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou do
terprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se
Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efe-
refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
tivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas,
Vigência
se possível. II - requerer a designação de audiência para oitiva dos pos-
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode- tulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as 2009) Vigência
circunstâncias da infração. III - requerer a juntada de documentos complementares e a re-
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á alização de outras diligências que entender necessárias. (Incluído
a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do retardamento. Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter-
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que
de defesa, contado da data da intimação, que será feita: deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o
presença do requerido; exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou de 2009) Vigência
a seu representante legal, lavrando certidão; § 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em programa
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encon- oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen-
trado o requerido ou seu representante legal; te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabi- municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos
do o paradeiro do requerido ou de seu representante legal. de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da In-
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a au- fância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orienta-
toridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por ção e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes
cinco dias, decidindo em igual prazo. com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades espe-
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária proce- cíficas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei nº
derá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, de- 13.509, de 2017)
signará audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº § 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigató-
ria da preparação referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato
12.010, de 2009) Vigência
com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão suces-
institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação
sivamente o Ministério Público e o procurador do requerido, pelo
da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos gru-
tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a
pos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo
critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá senten- programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução
ça. da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
SEÇÃO VIII § 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhi-
(INCLUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) VIGÊNCIA dos institucionalmente ou por família acolhedora sejam preparados
DA HABILITAÇÃO DE PRETENDENTES À ADOÇÃO por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação
apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciá-
12.010, de 2009) Vigência ria, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das dili-
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) gências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada
Vigência do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
gência gência

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Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão reme-
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a jun- terá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte
tada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Mi- e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente;
nistério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Inclu- se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito dias, contados da intimação.
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilita- caberá recurso de apelação.
ção e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes ado- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
táveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva-
§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente poderá mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio-
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
12.010, de 2009) Vigência genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Re- de 2009) Vigência
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, destituição de poder familiar, em face da relevância das questões,
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia-
por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à ado- situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
ção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhi- julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Públi-
do, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei co. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 13.509, de 2017) Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do
exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresen-
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das tar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº
Vigência
13.509, de 2017)
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à
de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual pe-
o descumprimento das providências e do prazo previstos nos arti-
ríodo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
gos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
CAPÍTULO V
CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
DOS RECURSOS

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe- serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de Art. 201. Compete ao Ministério Público:
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adap- I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in-
I - os recursos serão interpostos independentemente de pre- frações atribuídas a adolescentes;
paro; III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce-
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o dimentos de suspensão e destituição do pátrio poder poder fami-
prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 liar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem
(dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) como oficiar em todos os demais procedimentos da competência
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela
revisor; Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con-
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins- crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten- ção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infân-
do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; cia e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II,
da Constituição Federal ;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;

158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de CAPÍTULO VI
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di- DO ADVOGADO
reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
tigatórias; Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável,
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti- e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide
tuições privadas; poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen-
e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude; Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais gratuita àqueles que dela necessitarem.
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de
judiciais e extrajudiciais cabíveis; ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas sem defensor.
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de
adolescente; sua preferência.
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de
infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à
nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
penal do infrator, quando cabível;
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten-
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser- CAPÍTULO VII
viços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFU-
públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições. SOS E COLETIVOS
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res-
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei. ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público. I - do ensino obrigatório;
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de II - de atendimento educacional especializado aos portadores
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian- de deficiência;
ça ou adolescente. III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu-
nas hipóteses legais de sigilo. cando;
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII des- V - de programas suplementares de oferta de material didáti-
te artigo, poderá o representante do Ministério Público: co-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o fundamental;
competente procedimento, sob sua presidência; VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família,
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla- à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às
mada, em dia, local e horário previamente notificados ou acertados; crianças e adolescentes que dele necessitem;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú- VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fi- VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes pri-
xando prazo razoável para sua perfeita adequação.
vados de liberdade.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte,
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e pro-
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos
moção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito
e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos
à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei
autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer
diligências, usando os recursos cabíveis. nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, X - de programas de atendimento para a execução das medidas
será feita pessoalmente. socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque- XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
rimento de qualquer interessado. criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. (Inclu-
Art. 205. As manifestações processuais do representante do ído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Ministério Público deverão ser fundamentadas. § 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da prote-
ção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, pró-
prios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição
e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de
2005)

159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou ado- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
lescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos para evitar dano irreparável à parte.
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeropor- Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
tos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tiva aos demais legitimados.
tribunais superiores. Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
I - o Ministério Público; cesso Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os infundada.
territórios; Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização responsabilidade por perdas e danos.
da assembléia, se houver prévia autorização estatutária. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não have-
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios rá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos quaisquer outras despesas.
de que cuida esta Lei. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por asso- provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa-
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-
assumir a titularidade ativa. -lhe os elementos de convicção.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura
gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as provi-
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por dências cabíveis.
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re-
querer às autoridades competentes as certidões e informações que
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Código de Processo Civil.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi-
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú-
público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias,
blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
úteis.
de segurança.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di-
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri-
ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta-
prático equivalente ao do adimplemento. damente.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
o réu. § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar-
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sen- quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi-
tença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane-
prazo razoável para o cumprimento do preceito. xados às peças de informação.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme
se houver configurado o descumprimento. dispuser o seu regimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério
município. Público para o ajuizamento da ação.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis-
julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciati-
va aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará
depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
correção monetária.

160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
TÍTULO VII Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
CAPÍTULO I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
DOS CRIMES Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
em benefício de adolescente privado de liberdade:
SEÇÃO I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária,
membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Públi-
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra co no exercício de função prevista nesta Lei:
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do Pena - detenção de seis meses a dois anos.
disposto na legislação penal. Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as perti- de colocação em lar substituto:
nentes ao Código de Processo Penal. Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in- Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
condicionada. terceiro, mediante paga ou recompensa:
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por efetiva a paga ou recompensa.
servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. (Inclu- Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
ído pela Lei nº 13.869. de 2019) Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
SEÇÃO II Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres-
DOS CRIMES EM ESPÉCIE pondente à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou regis-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es- trar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, en-
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro volvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 de 2008)
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne-
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
onato:
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
2008)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe-
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Se o crime é culposo: III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre-
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra- tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com- pela Lei nº 11.829, de 2008)
petente: Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro
Pena - detenção de seis meses a dois anos. registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol-
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à vendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
apreensão sem observância das formalidades legais. de 2008)
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir,
pessoa por ele indicada: publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de siste-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ma de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 : pela Lei nº 11.829, de 2008)

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
11.829, de 2008) fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (In- Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres-
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (In-
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei ou explosivo:
nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
pela Lei nº 11.829, de 2008) dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) de 2015)
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi- Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utili-
de 2008) zação indevida:
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Lei nº 11.829, de 2008) Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, nidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa- sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação
III – representante legal e funcionários responsáveis de prove-
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalva-
dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado-
do o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440,
res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
de 2017)
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou
pela Lei nº 11.829, de 2008) o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído
sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
2008) § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In-
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera- cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a
de 2008) praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.829, de 2008) nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual- pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual- § 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumenta-
quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar das de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar
ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 .
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati-
car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO II Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
se recomendem:
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
maus-tratos contra criança ou adolescente: em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se sificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou
o dobro em caso de reincidência. adolescentes admitidos ao espetáculo:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a crian- ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
ça ou adolescente a que se atribua ato infracional: Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
o dobro em caso de reincidência. pelo órgão competente:
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio- reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos mento do estabelecimento por até quinze dias.
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, di- Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 des-
reta ou indiretamente. ta Lei:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autori- -se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
dade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou revista ou publicação.
a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em-
como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança
declarada inconstitucional pela ADIN 869). ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) espetáculo:
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres ine- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
rentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Con- mento do estabelecimento por até quinze dias.
selho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a
Vigência
instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
o dobro em caso de reincidência.
Vigência
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re-
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à
§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa,
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta- adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento ins-
belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, titucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009). Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta-
§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co-
sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei: Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o dobro em caso de reincidência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro-
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú- grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con-
blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no
de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifica- Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do
ção: art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez
o dobro em caso de reincidência. mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comer- § 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
cial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
nº 13.106, de 2015) ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publi- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a cria- § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº
ção ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendi- 12.594, de 2012) (Vide)
mento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II. I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
pios estabelecidos nesta Lei. de 2012) (Vide)
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun- a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, de 2012) (Vide)
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se- nº 12.594, de 2012) (Vide)
guintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado 12.594, de 2012) (Vide)
pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Reda- III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vi-
pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto gor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação § 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, observa-
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efei- das instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
to) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com § 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3
os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pes-
dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as soa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido
disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comu- previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada § 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-ca-
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
lendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da
§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional
tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado
meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594,
receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
de 2012) (Vide)
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá
para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Eco- 12.594, de 2012) (Vide)
nomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as
doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela
Lei nº 8.242, de 12.10.1991) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for- Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe-
ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº
da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste 12.594, de 2012) (Vide)
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem
§ 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o 9.249, ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o inciso I do de 2012) (Vide)
caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite depositadas em conta específica, em instituição financeira pública,
em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído
nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa operacional na Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em fa-
2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso vor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente
II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
(Vide) de 2012) (Vide)
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi-
reço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) mento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doa- 2012) (Vide)
dor; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por
§ 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados
a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (In-
em relação anexa ao comprovante, informando também se houve cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluí- VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: cional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594,
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta- Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comar-
ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais refe-
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, ridos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes- (Vide)
soa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro-
nº 12.594, de 2012) (Vide) posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requeri-
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara- mento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº
ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca- 12.594, de 2012) (Vide)
do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico con-
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será tendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do
considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indi-
o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei cação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas
nº 12.594, de 2012) (Vide) bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído
260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cin- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as
co) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-
Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da crian-
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
ça e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se
nal, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº
referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
12.594, de 2012) (Vide)
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a enti-
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente
dade.
a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados
(Vide) e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
nº 12.594, de 2012) (Vide) criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do seus respectivos níveis.
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi-
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) ciária.
(Vide) Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 1) Art. 121 ............................................................
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre- § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
12.594, de 2012) (Vide) vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles- para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla- é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) menor de catorze anos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
2) Art. 129 ............................................................... LIVRO I
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das PARTE GERAL
hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. TÍTULO I
3) Art. 136................................................................. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos. CAPÍTULO I
4) Art. 213 .................................................................. DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos. Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
5) Art. 214................................................................... Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as-
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
Pena - reclusão de três a nove anos.» direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de visando à sua inclusão social e cidadania.
1973 , fica acrescido do seguinte item: Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
“Art. 102 .................................................................... Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “ ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi-
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe-
mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo,
do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano
criança e do adolescente. interno.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul- Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu- impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
nicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será vei- obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças de condições com as demais pessoas.
e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi-
(seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi- considerará: (Vigência)
cação. I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen- III - a limitação no desempenho de atividades; e
tos acerca do disposto nesta Lei. IV - a restrição de participação.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da
de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126,
em contrário. de 2021)
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 (LEI BRASILEIRA lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
DE INCLUSÃO) pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência com deficiência ou com mobilidade reduzida;
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
e privados; que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
de transportes; des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer com profissões legalmente estabelecidas;
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida-
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer
nologia da informação; necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im- tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen-
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici- tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
pessoas; ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- pessoal.
so da pessoa com deficiência às tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- CAPÍTULO II
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
pécie de discriminação.
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di- ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
reitos e liberdades fundamentais; § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput
as indicações do planejamento urbanístico; deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança,
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- soa, inclusive para:
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses I - casar-se e constituir união estável;
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
outros de natureza análoga; mento familiar;
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou compulsória;
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
nitária; e
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco-
como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas
as demais pessoas.
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas,
que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de com deficiência.
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi- Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os
lizados ou rompidos; tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola-
XI - moradia para a vida independente da pessoa com defici- ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
ência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar para as providências cabíveis.
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am- Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar
pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência; à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni-
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
bem-estar pessoal, social e econômico. CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
SEÇÃO ÚNICA
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
da pessoa com deficiência.
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi- Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação
mento prioritário, sobretudo com a finalidade de: tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos,
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi- atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis-
mento ao público; ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- social em igualdade de condições e oportunidades com as demais
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições pessoas.
com as demais pessoas; Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
rança no embarque e no desembarque; I - diagnóstico e intervenção precoces;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
municação acessíveis; cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi- públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di- deficiência;
ligências. IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, cessidades específicas da pessoa com deficiência;
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori-
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-
do Sistema Único de Saúde (SUS).
dimento médico.
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
TÍTULO II
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
atender às características de cada pessoa com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
CAPÍTULO I III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e
DO DIREITO À VIDA equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
soa com deficiência ao longo de toda a vida. cipem dos programas e serviços.
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí-
teção e segurança. ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a participação social.
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo
institucionalização forçada. podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ-
em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção
com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa
procedimento, hospitalização e pesquisa científica. com deficiência exercer sua cidadania.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, CAPÍTULO III
para a obtenção de consentimento. DO DIREITO À SAÚDE
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará- Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com
ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do
para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e SUS, garantido acesso universal e igualitário.
desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável § 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na
com participantes não tutelados ou curatelados. elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade escrito.
e autonomia. § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. pessoal.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
soa com deficiência devem assegurar: pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
multidisciplinar; sua condição.
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
latorial e internação; 3º desta Lei.
IV - campanhas de vacinação; Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
atendentes pessoais; em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
tação sexual da pessoa com deficiência; de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
zação assistida; Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
volvimento de deficiências e agravos adicionais; Direitos da Pessoa com Deficiência.
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
atendentes pessoais; sofrimento físico ou psicológico.
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor- CAPÍTULO IV
mas vigentes do Ministério da Saúde. DO DIREITO À EDUCAÇÃO
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên-
que recebam recursos públicos para sua manutenção. cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre- e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi-
venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de: mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte-
garantia de parto humanizado e seguro; resses e necessidades de aprendizagem.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa
vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
negligência e discriminação.
criança;
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
e de triagem neonatal;
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida-
IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga-
são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos
rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-
os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi- III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, educacional especializado, assim como os demais serviços e adap-
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência tações razoáveis, para atender às características dos estudantes
e de seu acompanhante. com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con-
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de- autonomia;
vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín-
adequadas para sua permanência em tempo integral. gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;

169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien- Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es- nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
participação e a aprendizagem em instituições de ensino; adotadas as seguintes medidas:
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto- I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen- pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
tos e de recursos de tecnologia assistiva; II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano campos específicos para que o candidato com deficiência informe
de atendimento educacional especializado, de organização de re- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- para sua participação;
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- atendimento às necessidades específicas do candidato com defici-
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; ência;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e candidato com deficiência;
os interesses do estudante com deficiência; V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele-
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas
ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma-
e comprovação da necessidade;
ção continuada para o atendimento educacional especializado;
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis-
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi-
cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; língua portuguesa;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li-
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades bras.
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici-
pação; CAPÍTULO V
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e DO DIREITO À MORADIA
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-
mais pessoas; Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna,
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com-
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen-
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
conhecimento; § 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con- para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-
dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no pendente da pessoa com deficiência.
sistema escolar; § 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi-
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em
educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica- situação de dependência que não disponha de condições de autos-
ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda- sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
lidades, etapas e níveis de ensino; Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá-
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
públicas. observado o seguinte:
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
habitacionais para pessoa com deficiência;
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III,
II - (VETADO);
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri-
térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi-
mento dessas determinações. sos;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar acessíveis;
o seguinte: V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per-
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação mitam a instalação de elevadores.
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi- § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será
cado de proficiência na Libras; (Vigência) reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi-
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes-
pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio- soa com deficiência ou de sua família.
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 29. (VETADO).

170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni- § 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
às demais pessoas. ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
Art. 33. Ao poder público compete: sional para ingresso no campo de trabalho.
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do § 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí- necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti-
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
CAPÍTULO VI § 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
DO DIREITO AO TRABALHO fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
bientes acessíveis e inclusivos.
SEÇÃO I § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
DISPOSIÇÕES GERAIS vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em diretamente com o empregador.
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual-
com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces-
serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e
síveis e inclusivos.
concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de disposto em regulamento.
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá- § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten-
veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual derão à pessoa com deficiência.
valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência SEÇÃO III
e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABA-
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames LHO
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
plena. no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car- e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces-
reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais adaptação razoável no ambiente de trabalho.
empregados. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida- ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas
de em cursos de formação e de capacitação. as seguintes diretrizes:
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba- I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com
lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per- maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo- sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi-
rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso- bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e
ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência de apoio no ambiente de trabalho;
e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias. III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
deficiência apoiada;
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores,
ÇÃO II
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PRO-
barreiras, inclusive atitudinais;
FISSIONAL
V - realização de avaliações periódicas;
VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra- VII - possibilidade de participação de organizações da socieda-
mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis- de civil.
sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo
ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está
sua vocação e seu interesse. obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios de acessibilidade vigentes.
previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de
reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
e habilidades de trabalho.

171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO VII Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência,
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de- disposto em regulamento.
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança § 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen- ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade,
volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina-
para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social. lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços § 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen-
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por observado o disposto em regulamento.
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua grupo familiar e comunitário.
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
CAPÍTULO VIII da, em caso de emergência.
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL § 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste
artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência)
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 . § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
CAPÍTULO IX Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar
LAZER todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vi-
gência) (Reglamento)
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es- § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar,
porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis,
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
I - a bens culturais em formato acessível; § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades ser localizados em rotas acessíveis.
culturais e desportivas em formato acessível; e
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços CAPÍTULO X
que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos. DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for-
mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com
inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual-
intelectual. dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden-
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi- tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu
nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso.
acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi- § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís- tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside-
tico nacional. ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais,
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes- as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do
soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, serviço.
esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo: § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei,
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re- sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou-
cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a
pessoas; habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati- veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
vidades de que trata este artigo; e dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo- responsável pela prestação do serviço.
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-
cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
demais pessoas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú- TÍTULO III
blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, DA ACESSIBILIDADE
devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem CAPÍTULO I
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des- DISPOSIÇÕES GERAIS
de que devidamente identificados.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi- Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de-
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi- Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei
lidade. e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi- interação com a matéria nela regulada:
bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de
ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli- comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte
narão suas características e condições de uso. coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual-
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XVII do art. 181 II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori-
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito zação ou habilitação de qualquer natureza;
Brasileiro) . III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 contrato, convênio ou instrumento congênere; e
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
Brasileiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
dade e é válida em todo o território nacional. sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
uso por todas as pessoas. como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti- § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi- caráter geral.
bilize informações sobre todos os pontos do itinerário. § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni-
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se- versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra-
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos zoável.
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas. § 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú-
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri-
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público e na formação das carreiras de Estado.
responsável pela prestação do serviço. § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes-
na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis- quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para
posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência) o desenho universal.
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão
acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir considerar a adoção do desenho universal.
o seu uso por todas as pessoas. Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas
por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.
(Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) § 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi-
adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência. lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis-
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere tas em legislação e em normas técnicas pertinentes.
o caput deste artigo. § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi-
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala-
(um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen-
conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
de 2019) (Vigência) serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, de.
câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi-
manuais de freio e de embreagem. cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des-
existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de-
as normas de acessibilidade vigentes. ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for- Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o
ma regulamentar. (Regulamento) art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen-
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje- to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica-
artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter- ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con-
namente acessíveis, na forma regulamentar. forme regulamentação específica.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare-
de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre
artigo. outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi- de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das I - subtitulação por meio de legenda oculta;
pessoas, durante e após sua execução. II - janela com intérprete da Libras;
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi- III - audiodescrição.
lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização
de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir informação e à comunicação.
da publicação desta Lei; § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas-
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os
ocupação do solo e as leis do sistema viário; níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po-
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e de editoras que não ofertem sua produção também em formatos
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico. acessíveis.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais
para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi- que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores
cação das regras de acessibilidade. de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva- permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di-
lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen- ferentes contrastes e impressão em Braille.
te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a
certificação das regras de acessibilidade. produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das Libras.
ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas: Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
de recursos para implementação das ações; e ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol- inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de
vidos. quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici- como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi-
tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran- dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que
ças de tributos em formato acessível. couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi-
CAPÍTULO II citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei,
mantidos por empresas com sede ou representação comercial no a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo
País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên- da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11
cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as de setembro de 1990 .
melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna- § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita-
cionalmente. ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des- de material de divulgação em formato acessível.
taque. Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários,
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi- oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem
cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec-
possuir equipamentos e instalações acessíveis. nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67
os recursos de tecnologia assistiva. desta Lei;
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan-
serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a
e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua
atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à escolha.
tecnologia assistiva. § 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das
com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni-
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis- dades, observado o seguinte:
sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen- I - participação em organizações não governamentais relacio-
dagem. nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis-
tração de partidos políticos;
II - formação de organizações para representar a pessoa com
CAPÍTULO III deficiência em todos os níveis;
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA III - participação da pessoa com deficiência em organizações
que a representem.
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ- TÍTULO IV
tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
pessoal e qualidade de vida. Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me- científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol-
didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
finalidade de: deficiência e sua inclusão social.
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta § 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec- conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento
nologia assistiva; de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so-
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação cial.
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro- § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
cedimentos alfandegários e sanitários; ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na- formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de de áreas do conhecimento.
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
quisa oficiais; ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de
e da participação social da pessoa com deficiência.
importação de tecnologia assistiva;
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos
periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do
mento.
SUS e por outros órgãos governamentais.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os
to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.
comunicação e às tecnologias sociais.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
CAPÍTULO IV I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍ- como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
TICA reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
to da pessoa com deficiência;
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
dade de condições com as demais pessoas. sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo-
tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis
a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defici-
ência;
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
quando apropriado;

175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
LIVRO II § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons-
PARTE ESPECIAL tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
dos os interesses do curatelado.
TÍTULO I § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao
DO ACESSO À JUSTIÇA nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
CAPÍTULO I Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
DISPOSIÇÕES GERAIS a situação de curatela da pessoa com deficiência.
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela,
com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório,
recursos de tecnologia assistiva. o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em Processo Civil .
todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério TÍTULO II
Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defici-
ência. Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme- razão de sua deficiência:
tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili- § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon-
dade. trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é
medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei. cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
publicação de qualquer natureza:
assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga-
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o quérito policial, sob pena de desobediência:
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma-
inclusive no exercício da advocacia. terial discriminatório;
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
por ocasião da aplicação de sanções penais. mação na internet.
Art. 82. (VETADO). § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- material apreendido.
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- com deficiência:
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
CAPÍTULO II crime é cometido:
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
menteiro ou depositário judicial; ou
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com fissão.
as demais pessoas. Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
tida à curatela, conforme a lei. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
de tomada de decisão apoiada. necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui por lei ou mandado.
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas
cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
ano.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados indevida para si ou para outrem:
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à crime é cometido por tutor ou curador.
saúde, ao trabalho e ao voto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
TÍTULO III serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas,
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional
Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi- e indevido.
nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa- Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de
ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte- 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação:
rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das “Art. 135. .................................................................
barreiras que impedem a realização de seus direitos. ........................................................................................
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi- § 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei-
vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi- ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es-
mentos e sistemas eletrônicos. colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti- para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi-
dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa ....................................................................................” (NR)
com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar
acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os com as seguintes alterações:
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. “Art. 428. ..................................................................
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa- ...........................................................................................
cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova-
contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi- ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar,
sitos e procedimentos previstos em legislação específica. sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro-
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li- fissionalização.
berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios ...........................................................................................
éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa- § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
das as salvaguardas estabelecidas em lei. mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili- na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
zados para as seguintes finalidades: desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas técnico-profissional metódica.” (NR)
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- “Art. 433. ..................................................................
ras que impedem a realização de seus direitos; ...........................................................................................
II - realização de estudos e pesquisas. I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis-
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
seminadas em formatos acessíveis.
desempenho de suas atividades;
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos
..................................................................................” (NR)
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen-
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a vigo-
to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de
rar com as seguintes alterações:
acessibilidade vigentes.
“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes-
ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
soa com deficiência moderada ou grave que:
poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
tório do RGPS; empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- .................................................................................” (NR)
quadre como segurado obrigatório do RGPS. “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- (cinco) anos e multa:
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
rão observados os seguintes procedimentos: sua deficiência;
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
sidência; III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- em razão de sua deficiência;
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
-se por procurador constituído para essa finalidade. tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- ficiência;
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis IV - (VETADO);
à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi- V - (VETADO).
sitados. § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de-
menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após
indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa- reabilitado da Previdência Social.
bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer
causados. a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in- sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas
gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So-
à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados. cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida-
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.
emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR) § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
“Art. 20. ...................................................................... aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
.............................................................................................. § 4º (VETADO).” (NR)
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio-
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili- nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de
dade e de inclusão social. curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados
..................................................................................” (NR) os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991
de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes alte- , passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
rações: “Art. 2º .........................................................................
“Art. 6º ....................................................................... .............................................................................................
............................................................................................
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
o disposto em regulamento.” (NR)
deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
“Art. 43. ......................................................................
Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , passa
............................................................................................
a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo
“Art. 11. .....................................................................
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a
............................................................................................
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigorar
com as seguintes alterações: de previstos na legislação.” (NR)
“Art. 16. ...................................................................... Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não rar com as seguintes alterações:
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos “Art. 3º .....................................................................
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- ..........................................................................................
ciência grave; § 2º ...........................................................................
............................................................................................ ..........................................................................................
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu- cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
al ou mental ou deficiência grave; deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
.................................................................................” (NR) às regras de acessibilidade previstas na legislação.
“Art. 77. ..................................................................... ...........................................................................................
............................................................................................ § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
§ 2º .............................................................................. gem de preferência para:
............................................................................................ I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- dam a normas técnicas brasileiras; e
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
ou mental ou deficiência grave; pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
................................................................................... que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
§ 4º (VETADO). ...................................................................................” (NR)
...................................................................................” (NR) “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
“Art. 93. (VETADO): inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
I - (VETADO); o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
II - (VETADO); lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
III - (VETADO); Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen- “Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura-
to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo-
trabalho.” gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo
Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , de habilitação.
passa a vigorar com as seguintes alterações: § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
“Art. 20. ...................................................................... dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
............................................................................................. deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti- associada à tradução simultânea em Libras.
nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe- § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade “Art. 154. (VETADO).”
de condições com as demais pessoas. “Art. 181. ...................................................................
............................................................................................ ..........................................................................................
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e XVII - .........................................................................
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da Infração - grave;
renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo. .................................................................................” (NR)
............................................................................................. Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação:
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con- “Art. 56. ....................................................................
dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera- ...........................................................................................
bilidade, conforme regulamento.” (NR) VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
Art. 106. (VETADO). ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
com as seguintes alterações: -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- .............................................................................................
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
Federal. ” (NR) vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- aplicáveis à celebração de convênios pela União.
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito ..................................................................................” (NR)
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000
são passíveis das seguintes cominações: , passa a vigorar com a seguinte redação:
..................................................................................” (NR)
“Art. 4º ........................................................................ “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; rio, nos termos desta Lei.” (NR)
....................................................................................” (NR) Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 vigorar com as seguintes alterações:
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : “Art. 2º .......................................................................
“Art. 35. ...................................................................... I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
............................................................................................. lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa com cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) com deficiência ou com mobilidade reduzida;
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
“Art. 2º ........................................................... como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter- acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au- entre outros, classificadas em:
tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
privados de uso coletivo.” (NR) públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com e privados;
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” de transportes;

179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi-
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-
nologia da informação; destre.” (NR)
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de “Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen-
ções com as demais pessoas; tes.”
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por “Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê-
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- lidade reduzida.”
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente “Art. 3º ......................................................................
pessoal; ............................................................................................
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta-
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam dos demais espaços de uso público;
as indicações do planejamento urbanístico; IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- .................................................................................” (NR)
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses “Art. 41. ....................................................................
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, ...........................................................................................
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
outros de natureza análoga; qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
de vida e inclusão social;
correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
sageiros.” (NR)
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- I - (Revogado);
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; II - (Revogado);
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- III - (Revogado).” (NR)
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos ra de os exercer:
de tecnologia assistiva.” (NR) .....................................................................................
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as derem exprimir sua vontade;
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade .............................................................................................
reduzida. Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada por
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de legislação especial.” (NR)
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em “Art. 228. .....................................................................
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, .............................................................................................
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- II - (Revogado);
ção.” (NR) III - (Revogado);
“Art. 9º ........................................................................ .............................................................................................
§ 1º ..............................................................................

180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual- “TÍTULO IV
dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO
todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR) APOIADA”
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
tutores revogar a autorização.” (NR) Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº
“Art. 1.548. ................................................................... 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar
I - (Revogado); acrescido do seguinte Capítulo III:
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.550. .................................................................. “CAPÍTULO III
............................................................................................. DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta- qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
“Art. 1.557. ................................................................ fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
............................................................................................ vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir- para que possa exercer sua capacidade.
remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
IV - (Revogado).” (NR) missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
“Art. 1.767. .................................................................. o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu- devem apoiar.
derem exprimir sua vontade; § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
II - (Revogado); pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
IV - (Revogado); § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
....................................................................................” (NR) são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes-
ser promovido: soas que lhe prestarão apoio.
............................................................................................. § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei-
IV - pela própria pessoa.” (NR) tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o proces- limites do apoio acordado.
so que define os termos da curatela: § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
............................................................................................ to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men- apoiado.
cionadas no inciso II.” (NR) § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) Público, decidir sobre a questão.
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
do art. 1.782, e indicará curador. apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em blico ou ao juiz.
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR) pessoa para prestação de apoio.
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com de- § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
de uma pessoa.” da.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar com Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
a seguinte redação: passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
que observadas as condições impostas por esta Lei.
.............................................................................................

181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo- Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa- até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina-
brasileiro.” (NR) dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro seguintes dispositivos:
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”: I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses;
“Art. 46. ...................................................................... II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação
........................................................................................... dada pela Lei nº 14.159, de 2021)
IV - .............................................................................. III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
........................................................................................... IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
k) de acessibilidade a todas as pessoas. Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da
.................................................................................” (NR) Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a vigo- Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
rar acrescida do seguinte art. 12-B: oitenta) dias de sua publicação oficial .
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser-
var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de-
ficiência.
LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 08/07/2010, QUE DIS-
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des-
PÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes
DO MUNICÍPIO DE SUZANO, E DÁ OUTRAS
requisitos quanto ao veículo utilizado:
PROVIDÊNCIAS
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
lação vigente. LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 08/07/2010
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta-
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo- DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO
nibilizadas para os demais concorrentes.” MUNICÍPIO DE SUZANO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go-
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri- O PREFEITO MUNICIPAL DE SUZANO, usando das atribuições le-
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 gais que lhe são conferidas; FAZ SABER que a Câmara Municipal de
de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , Suzano aprova e ele promulga a seguinte Lei:
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór-
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis. PARTE GERAL
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar- LIVRO ÚNICO
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS EM GERAL
entrada em vigor desta Lei. TÍTULO I
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- Art. 1º Esta Lei estabelece o provimento e a vacância dos cargos
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- públicos municipais, os direitos, vantagens, deveres e responsabili-
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos dades dos Servidores Públicos do Município de Suzano, incluindo os
internacionais vinculantes sobre a matéria. da área da Educação e os da Guarda Civil Municipal.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente
com deficiência. investida em cargo público, seja de provimento efetivo ou de provi-
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto mento em comissão.
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabi-
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser atribu-
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de ídas a um servidor público.
dezembro de 2006 . Parágrafo Único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os cida-
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) dãos, são criados por Lei, com denominação própria, número certo,
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março atribuições, funções e responsabilidades específicas e vencimento
de 1995 ; pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei- em comissão.
ro de 2002 (Código Civil); Art. 4º Os cargos públicos de provimento efetivo do Município
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei- de Suzano serão os organizados em carreira e os isolados.
ro de 2002 (Código Civil); Art. 5º As carreiras serão organizadas em grupos ocupacionais
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de de cargos de provimento efetivo, observadas a escolaridade e a
2002 (Código Civil); qualificação profissional exigidas, assim como a natureza e comple-
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro xidade das atribuições a serem exercidas por seus ocupantes, na
de 2002 (Código Civil); forma prevista em Lei.
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil);
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 6º É vedado a qualquer agente público atribuir aos ocu- § 3º Em se tratando de servidor que esteja na data de publi-
pantes de cargos públicos atribuições ou responsabilidades diversas cação do ato de provimento em licença ou afastado por qualquer
das descritas para o cargo que ocupa, conforme previsto em Lei, motivo legal, o prazo será contado do término do impedimento.
ressalvadas as responsabilidades, encargos e atribuições decorren- § 4º No ato da posse o servidor apresentará obrigatoriamente
tes do exercício de função de direção, chefia e assessoramento ou declaração de bens e valores que constituem o seu patrimônio e
da prestação de serviços especiais. declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
Art. 7º É proibido o exercício gratuito de cargos públicos, salvo função pública.
os casos previstos em Lei. § 5º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a pos-
se não ocorrer no prazo previsto no parágrafo 2º, salvo a hipótese
TÍTULO II elencada no parágrafo 3º.
DO INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO Art. 15. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
CAPÍTULO ÚNICO ção médica oficial, além do exame relativo à aptidão psicológica e
DO PROVIMENTO psiquiátrica, nos casos específicos.
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO IV
DO EXERCÍCIO
Art. 8º São requisitos básicos para investidura em cargo públi-
co: Art. 16. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
I - a nacionalidade brasileira ou estrangeira, desde que preen- cargo público.
chidos os requisitos legais; § 1º A autoridade competente do órgão ou entidade para onde
II - o gozo dos direitos políticos; for designado o servidor compete dar-lhe exercício.
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; § 2º É de 10 (dez) dias úteis, o prazo improrrogável para o ser-
IV - o nível de escolaridade e capacitação exigido para o exer- vidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados
cício do cargo;
da data da posse.
V - a idade mínima de 18 (dezoito) anos;
§ 3º O servidor será exonerado do cargo se não entrar em exer-
VI - aptidão física e mental.
cício no prazo previsto no parágrafo 2º.
Parágrafo Único. As atribuições do cargo podem justificar a exi-
Art. 17. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer-
gência de outros requisitos estabelecidos em Lei especial.
Art. 9º O provimento dos cargos públicos será através de ato da cício serão registrados no assentamento individual do servidor.
autoridade competente de cada Poder. Parágrafo Único. Ao entrar em exercício o servidor apresentará
Art. 10. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. ao setor de recursos humanos a documentação necessária ao as-
Art. 11. São formas de provimento de cargo público a: sentamento individual.
I - nomeação; Art. 18. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
II - progressão; razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeita-
III - readaptação; da a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas.
IV - reversão; Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica a du-
V - aproveitamento; ração de trabalho estabelecida para categorias profissionais com
VI - reintegração. regulamentação específica, bem como aos cargos de provimento
em comissão.
SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO SEÇÃO V
DA PROGRESSÃO
Art. 12. A nomeação será:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou Art. 19. O servidor público ocupante de cargo de provimento
isolado; efetivo deverá receber progressão na carreira nos termos da Lei que
II - em comissão, para cargos de livre nomeação e exoneração. fixar diretrizes do sistema de carreiras no Serviço Público Municipal.
Art. 13. A nomeação para cargo de provimento efetivo de car-
reira ou isolado depende de prévia aprovação em concurso público SEÇÃO VI
de provas ou de provas e títulos, obedecido em qualquer caso, a DA READAPTAÇÃO
ordem de classificação e o prazo de validade.
Art. 20 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
SEÇÃO III § 1º (VETADO)
DA POSSE
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
Art. 14. Posse é a aceitação expressa das atribuições, dos de-
§ 4º (VETADO)
veres, das responsabilidades e dos direitos inerentes ao cargo ocu-
§ 5º (VETADO)
pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer
das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em Lei. § 6º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
§ 1º A posse será efetivada pela assinatura do respectivo termo Art. 20 A - A readaptação é a colocação do servidor em cargo
pelo empossado e pela autoridade competente. de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
§ 2º A posse ocorrerá no prazo de 15 (quinze) dias, contados tenha sofrido em sua capacidade física, sensorial ou mental.
da publicação do ato de nomeação, podendo ser prorrogável por § 1º A readaptação dependerá obrigatoriamente de laudo de
igual período mediante requerimento do interessado, devidamente perícia da Previdência Social e exame médico oficial que avalie sua
justificado e fundamentado. condição, apontando as funções que o servidor poderá executar.

183
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 2º A readaptação será efetivada em cargo com atribuições e Parágrafo Único. Se julgado apto, o servidor passará por treina-
jornada de trabalho afins e respeitada em todo o caso a escolarida- mento e adaptação às suas novas funções e deverá assumir o exer-
de e habilitação exigida. cício do cargo no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação
§ 3º A readaptação não acarretará aumento, reajuste ou dimi- do ato de aproveitamento.
nuição da remuneração devida. Art. 30. Será tornado sem efeito o aproveitamento e extinta a
§ 4º Havendo o restabelecimento da capacidade física, senso- disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo es-
rial ou mental, constatado através de laudo de perícia da Previdên- tipulado pelo parágrafo único do art. 29, salvo em caso de doença
cia Social e exame médico oficial, o servidor readaptado deverá re- comprovada por junta médica oficial.
tornar às atribuições de seu cargo de provimento efetivo. Parágrafo Único. A hipótese prevista neste artigo configurará
§ 5º O servidor readaptado deverá se submeter a exame médi- abandono de cargo apurado mediante processo administrativo, na
co oficial nas periodicidades estipuladas pelo Poder Público Munici- forma desta Lei.
pal ou pela Previdência Social.
§ 6º Para a realização do exame tratado no parágrafo 5º, o SEÇÃO X
servidor será convocado através de correspondência registrada ou DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
outro meio de comunicação. (Redação acrescida pela Lei Comple-
mentar nº 198/2011) Art. 31. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
go público de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório
SEÇÃO VII por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual sua aptidão e
DA REVERSÃO capacidade serão objeto obrigatório de avaliação de desempenho,
observados os seguintes fatores:
Art. 21. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposenta- I - interesse;
do por invalidez, quando, por laudo de perícia da Previdência Social, II - respeito às normas e regulamentos;
forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria. III - responsabilidade;
Art. 22. A reversão será no mesmo cargo ou no cargo resultante IV - adaptação;
de sua transformação ou redenominação. V - cooperação e solidariedade com os colegas;
Parágrafo Único. Encontrando-se provido o cargo, o servidor VI - respeito;
exercerá suas funções como excedente, até a ocorrência de vaga, VII - qualidade e atenção;
preservado os seus direitos já adquiridos. VIII - produtividade;
Art. 23. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple- IX - economia;
tado 70 (setenta) anos de idade. X - flexibilidade;
Art. 24. Em qualquer hipótese de reversão, deverá ser observa- XI - iniciativa;
da a legislação previdenciária vigente. XII - pontualidade;
XIII - assiduidade;
SEÇÃO VIII XIV - disciplina.
DA REINTEGRAÇÃO Art. 32. Os servidores em estágio probatório serão submetidos
a 3 (três) avaliações de desempenho, sendo a primeira aos 6 (seis)
Art. 25. Reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo an- meses, contados da entrada em efetivo exercício; a segunda aos 18
teriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, (dezoito) meses e a terceira e última aos 30 (trinta) meses.
quando invalidada a sua exoneração por decisão administrativa ou § 1º As avaliações de desempenho serão realizadas pela chefia
judicial, com ressarcimento de todas as suas vantagens. do setor em que o servidor estiver lotado e acompanhadas pela
Parágrafo Único. Na hipótese do cargo ter sido extinto, o ser- Comissão de Avaliação de Desempenho do Estágio Probatório, que
vidor ficará em disponibilidade com remuneração proporcional ao será composta por 3 (três) servidores obrigatoriamente efetivos e
tempo de serviço, observado o disposto nos arts. 27 a 29. estáveis.
§ 2º A Comissão de que trata o parágrafo 1º será designada por
SEÇÃO IX ato da autoridade máxima de cada Poder ou órgão, vinculada ao
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO setor administrativo competente.
Art. 33. O servidor deverá cumprir todo o período de estágio
Art. 26. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o probatório no cargo público de provimento efetivo em que se deu
servidor estável ficará em disponibilidade com remuneração total e a posse.
que seu direito seja assegurado ao tempo de serviço, até seu ade- § 1º Na hipótese de nomeação para cargo de provimento em
quado aproveitamento em outro cargo. comissão, a contagem do período do estágio probatório será sus-
Art. 27. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade pensa enquanto perdurar a referida situação.
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em função de atri- § 2º Sem prejuízo da contagem do tempo de efetivo exercício,
buições, requisitos, especificações e vencimento compatíveis com o servidor efetivo nomeado para cargo de provimento em comissão
o anteriormente ocupado. conforme o parágrafo 1º, terá a avaliação de desempenho suspensa
Art. 28. O setor de recursos humanos determinará o imediato nos mesmos termos.
aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a Art. 34. O servidor em período de estágio probatório não po-
ocorrer nos órgãos de cada Poder, observado o disposto no art. 27. derá ser promovido.
Art. 29. O aproveitamento de servidor que se encontre em dis- Art. 35. O servidor estável que, em virtude de concurso público
ponibilidade dependerá de prévia comprovação de sua capacidade de provas ou de provas e títulos, for nomeado para outro cargo pú-
física e mental, por junta médica oficial. blico, ficará obrigado a cumprir novo período de estágio probatório.

184
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SEÇÃO XII II - o descumprimento de parte da jornada diária de trabalho
DA ESTABILIDADE será caracterizada como “falta hora”, as quais serão ao longo do
mês, somadas às demais para integralização da “falta dia”.
Art. 36. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo exercício, os § 1º O desconto financeiro da “falta dia” será efetuado à razão
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de 1/30 (um trinta avos) do valor da retribuição pecuniária mensal.
de concurso público. § 2º Se no final do mês ocorrer o saldo de “faltas hora”, se-
§ 1º A estabilidade de que trata o “caput” terá como condição rão elas somadas às que vierem ocorrer no mês seguinte ou subse-
para sua aquisição a obrigatoriedade de avaliação especial de de- quentes, para fins do desconto previsto no parágrafo anterior.
sempenho, nos termos do parágrafo 4º do art. 41 da Constituição
Federal e arts. 31 e 32 desta Lei. SEÇÃO II
§ 2º O servidor aprovado no estágio probatório será confirma- DAS FALTAS JUSTIFICADAS
do no cargo, mediante ato a ser expedido pela autoridade de cada
Poder ou órgão no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Art. 43. Nenhum servidor público municipal poderá faltar ao
§ 3º (VETADO) serviço, em período integral ou parcial, sem causa justificada.
Art. 37. O servidor estável somente perderá o cargo nos termos Parágrafo Único. Considera-se causa justificada o fato que, por
do parágrafo 1º do art. 41 e dos parágrafos 4º, 5º, 6º e 7º do art. sua natureza ou circunstância, principalmente pela consequência
169 da Constituição Federal. no âmbito da família, possa constituir necessidade imperiosa ao
Parágrafo Único. Aplicam-se aos servidores públicos municipais não comparecimento ao serviço.
o disposto nos parágrafos 2º e 3º do art. 41 da Constituição Federal. Art. 44. O servidor que faltar ao trabalho ficará obrigado a de-
clarar, por escrito, a justificação da falta, a seu superior imediato, no
TÍTULO III primeiro dia em que a este comparecer, sob pena de sujeitar-se às
DOS DIREITOS E VANTAGENS consequências da falta injustificada.
CAPÍTULO I § 1º Não serão objeto de abono ou compensação as faltas que
DO VENCIMENTO E DEMAIS VANTAGENS excederem a 2 (duas) por mês.
Art. 38 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) § 2º O superior imediato do servidor decidirá sobre a justifica-
Parágrafo Único. (VETADO) ção das faltas até o máximo de 5 (cinco) por ano.
Art. 38 A - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício § 3º A justificação das faltas que excederem a 6 (seis) por ano,
de cargo público, com valor fixado em Lei. até o limite de 12 (doze), será submetida, devidamente informada
Parágrafo Único. O vencimento deverá ser revisado periodica- e formalizada pelo superior imediato, ao titular da pasta em que o
mente nos termos do inciso X do art. 37 da Constituição Federal, servidor estiver lotado, no prazo máximo de 3 (três) dias.
notadamente no mês de março de cada ano, conforme dispuser Lei § 4º Para a justificação de qualquer falta será exigida prova ma-
Municipal. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 198/2011) terial do motivo alegado pelo servidor.
Art. 39. Vencimentos expressa a retribuição pecuniária pelo § 5º Decidido o pedido de justificação da falta, será o reque-
exercício de cargo público efetivo, acrescido das vantagens pecuni- rimento encaminhando imediatamente ao setor de recursos hu-
árias permanentes estabelecidas em Lei. manos para as devidas anotações no assentamento individual do
Art. 40. O vencimento do cargo público de provimento efetivo servidor.
é irredutível, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV do art. 37 da
Constituição Federal. SEÇÃO III
§ 1º É assegurada a isonomia de vencimento para cargos de DAS FALTAS INJUSTIFICADAS
atribuições iguais ou assemelhadas dos Poderes, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local
de trabalho. Art. 45. Serão consideradas faltas injustificadas aquelas em que
§ 2º A Lei que estabelecer o quadro geral de pessoal deverá o servidor ausentar-se do serviço sem um justo motivo.
fixar o limite máximo e a relação entre o maior e o menor venci- Parágrafo Único. Na hipótese do “caput” deste artigo, o servi-
mento dos servidores públicos municipais, nos termos do § 5º do dor sofrerá o desconto em seu vencimento e não será considerado
art. 39 da Constituição Federal. como período de efetivo exercício para todos os efeitos.
Art. 41. Nenhum servidor público municipal poderá perceber,
mensalmente, a título de vencimentos, importância superior ao SEÇÃO IV
subsídio do Prefeito Municipal. DAS FALTAS ABONADAS
Parágrafo Único. Excluem-se do teto de vencimentos estabe-
lecido no “caput” as importâncias recebidas a título de gratificação Art. 46. As faltas ao serviço, até o máximo de 6 (seis) por ano,
natalina, adicional pela prestação de serviço extraordinário e adi- que não exceda a 1 (uma) por mês, serão abonadas desde que não
cional de férias previstos nos incisos VIII, XVI e XVII do art. 7º da haja prejuízo à Administração.
Constituição Federal. § 1º O servidor deverá encaminhar requerimento com no mí-
nimo dois (02) dias de antecedência solicitando o abono das faltas
CAPÍTULO II a que se refere o “caput”, sendo ouvido o seu superior hierárquico,
DAS FALTAS cabendo a decisão final ao titular da pasta imediatamente subordi-
SEÇÃO I nado ao chefe de cada Poder Público Municipal.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 2º Não serão permitidas faltas abonadas em emendas de fe-
riado.
Art. 42. Os critérios para fins de desconto da retribuição pecu-
niária pelo não comparecimento do servidor, serão os que seguem:
I - ao servidor que não cumprir a totalidade de sua jornada diá-
ria de trabalho será consignada como “falta dia”;

185
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO III VIII - adicional pelo exercício de atividades insalubres ou peri-
DOS DESCONTOS culosas;
IX - adicional por tempo de serviço.
Art. 47. Salvo por imposição legal ou mandado judicial, ne-
nhum desconto incidirá sobre os vencimentos do servidor público, SUBSEÇÃO I
com exceção da contribuição sindical fixada por Lei. DA GRATIFICAÇÃO POR ESCOLARIDADE
Parágrafo Único. Mediante autorização por escrito do servidor,
poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de enti- Art. 53. Ao servidor público municipal ocupante de cargo de
dade sindical e de terceiros, na forma da Lei. provimento efetivo constante do grupo ocupacional superior, que
Art. 48. As reposições ao erário serão previamente comunica- comprovarem a conclusão de curso superior, desde que não seja
das ao servidor e descontadas em parcelas mensais cujo valor não requisito de provimento de seu cargo, será pago, a título de Gratifi-
excederá 10% (dez por cento) de seus vencimentos. cação por Escolaridade, o percentual de 20% (vinte por cento) sobre
Parágrafo Único. A reposição será feita em uma (01) única par- o valor de seu vencimento.
cela quando constatado pagamento indevido no mês anterior ao do
processamento da folha de pagamento. SUBSEÇÃO II
Art. 49. O servidor em débito decorrente da relação de traba- DA GRATIFICAÇÃO POR TRABALHO EM LOCAL DE DIFÍCIL
lho com o Poder Público que for exonerado ou aposentado, terá o LOTAÇÃO
valor de seu débito descontado dos créditos que porventura tenha
para receber do respectivo Poder. Art. 54. Além do vencimento e das vantagens constantes desta
§ 1º Caso não existam créditos a receber ou estes não sejam Lei, será concedida a Gratificação por Trabalho em Local de Difícil
suficientes para suportar o valor devido, o servidor terá o prazo de Lotação, no percentual de 15% (quinze por cento) do valor de seu
até 90 (noventa) dias para quitar o débito. vencimento, especificamente aos servidores ocupantes dos cargos
§ 2º O servidor cuja dívida relativa a reposição for superior a de provimento efetivo de:
cinco (05) vezes o valor de sua remuneração, terá o prazo máximo I - Profissionais da Saúde;
de 120 (cento e vinte) dias para quitar o seu débito nos casos pre- II - Profissionais da Educação;
vistos no “caput”. III - (VETADO)
§ 3º Os valores percebidos pelo servidor, em razão de decisão § 1º A gratificação de que trata o “caput” não será incorporada
liminar, de qualquer medida de caráter antecipatório ou de sen- ao vencimento para nenhum fim.
tença, posteriormente cassada ou revista, deverão ser repostos ao § 2º Os servidores que percebem a gratificação nos termos do
erário no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da notificação “caput” perderão o direito no momento em que cessar sua atuação
para fazê-lo, sob pena de inscrição em dívida ativa. nos referidos locais.
§ 3º O disposto neste artigo deverá ser regulamentado através
CAPÍTULO IV de ato próprio da autoridade do respectivo Poder.
DAS VANTAGENS
SEÇÃO I
SUBSEÇÃO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO,
CHEFIA E ASSESSORAMENTO
Art. 50. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
seguintes vantagens:
Art. 55. Ao servidor estável, ocupante de cargo de provimen-
I - gratificações;
to efetivo, que vier a ser designado para o desempenho de função
II - adicionais;
de direção, chefia ou assessoramento, será devida uma gratificação
III - auxílios.
pelo seu exercício.
Parágrafo Único. As gratificações e os adicionais incorporam-se
aos vencimentos, apenas nos casos e condições indicados em Lei. § 1º A percepção da gratificação de que trata o “caput” deste
Art. 51. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem artigo não constitui cargo e será considerada como vantagem aces-
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés- sória ao vencimento do servidor designado.
cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun- § 2º A denominação, qualificação, percentuais e demais requi-
damento. sitos para a percepção da gratificação de que trata o “caput” deste
artigo serão estabelecidos através de Lei.
SEÇÃO II § 3º A gratificação de que trata o “caput” deste artigo apenas
DAS GRATIFICAÇÕES E DOS ADICIONAIS é devida ao servidor durante o período em que estiver exercendo
efetivamente a função que foi designada, sendo indevido o seu re-
Art. 52. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta cebimento no caso de revogação de sua designação.
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes gratificações e adi- Art. 56. Aos ocupantes dos cargos de provimento em comissão
cionais: poderá ser concedida, por ato do Chefe de cada Poder, gratificação
I - gratificação por escolaridade; a título de dedicação integral, pelo exercício de função de direção e
II - gratificação por trabalho em local de difícil lotação; assessoramento, a qual não poderá ultrapassar 50% (cinquenta por
III - gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e cento) do vencimento correspondente.
assessoramento;
IV - gratificação natalina; SUBSEÇÃO IV
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias; Art. 57. A gratificação natalina será paga, anualmente, a todo
servidor municipal, independente da remuneração a que fizer jus.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 1º A gratificação natalina corresponderá a 1/12 (um doze Art. 61. Somente será permitido o serviço extraordinário para
avos) por mês de efetivo exercício no ano, da remuneração devida atender a situações excepcionais, temporárias e de interesse pú-
em dezembro do ano correspondente. blico.
§ 2º A fração igual ou superior a 20 (vinte) dias de efetivo exer- Parágrafo Único. As normas para a autorização da realização de
cício será considerada como mês integral, para efeito do parágrafo serviços extraordinários no âmbito do serviço público local serão
anterior. definidas e regulamentadas através de ato do Chefe de cada Poder.
§ 3º A gratificação natalina será calculada sobre os vencimen-
tos do servidor, neles incluídos todas as vantagens de natureza per- SUBSEÇÃO VI
manente, inclusive a média aritmética das horas extraordinárias DO ADICIONAL NOTURNO
efetivamente pagas durante o ano.
§ 4º A gratificação natalina será estendida aos inativos e pen- Art. 62. O serviço noturno, prestado em horário compreendido
sionistas, tendo como base o valor dos proventos que perceberem entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia
no mês de dezembro de cada ano. seguinte terá o valor-hora acrescido de mais 25% (vinte e cinco por
§ 5º A gratificação natalina será paga até o dia 20 (vinte) do mês cento), computando-se cada hora como 52 (cinquenta e dois) minu-
de dezembro de cada ano. tos e 30 (trinta) segundos.
§ 6º A primeira parcela correspondente a 50% (cinquenta por Parágrafo Único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
cento) do valor da gratificação natalina será paga até o último dia acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre os valores previs-
útil do mês de novembro de cada ano. tos no art. 60.
§ 7º O servidor efetivo poderá requerer o adiantamento de
parcela não superior a 50% (cinquenta por cento) do valor total da SUBSEÇÃO VII
mesma, no período de fevereiro a novembro do ano corresponden- DO ADICIONAL DE FÉRIAS
te, no caso de:
I - gozo do período de férias anuais; Art. 63. Independentemente de solicitação, será pago ao servi-
II - nos casos de emergência por doença grave do próprio ser- dor, nos termos do inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal, por
vidor ou do cônjuge, companheiro (a), pais, padrasto, madrasta, fi- ocasião do gozo parcial ou total das férias, um adicional correspon-
lhos, enteados, netos, menor sob guarda ou tutela, irmãos, sogro dente a 1/3 (um terço) do vencimento do período.
e sogra;
III - falecimento de pessoas da família dentre os relacionados SUBSEÇÃO VIII
no inciso II; DO ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSALUBRES
IV - realização de despesas necessárias em virtude de caso for- OU PERICULOSAS
tuito ou força maior, conforme previsto no Código Civil Brasileiro.
§ 8º O requerimento a que se refere o parágrafo 7º deverá ser Art. 64. Os servidores que:
encaminhado para o titular da pasta responsável pelo setor de re- I - trabalharem com habitualidade em locais insalubres, identi-
cursos humanos do respectivo Poder, que deverá decidir sobre o ficados através de laudo emitido pelo órgão municipal competente,
seu deferimento, ou não, no prazo máximo de 15 (quinze) dias. farão jus a um adicional com percentuais variáveis de 10% (dez por
§ 9º No caso previsto no inciso II do parágrafo 7º, deverá ser cento), 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento) sobre o
anexado ao requerimento laudo comprovando a emergência e ne- menor vencimento pago pelo erário municipal, conforme o grau da
cessidade, realizado por equipe médica oficial e pelo serviço social. insalubridade;
§ 10. No caso previsto no inciso III do parágrafo 7º, deverá ser II - estiverem expostos a contato permanente com substâncias
anexado ao requerimento certificado de óbito, comprovante do pa- inflamáveis, explosivas, eletricidade de alta tensão, em condições
rentesco e laudo do serviço social comprovando a necessidade. de risco acentuado, durante o período de trabalho, farão jus ao
§ 11. No caso previsto no inciso IV do parágrafo 7º, deverá ser adicional denominado de periculosidade de 30% (trinta por cento)
anexado ao requerimento a comprovação do caso fortuito ou de sobre o valor do vencimento de seu cargo de provimento efetivo.
força maior reconhecido oficialmente. § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
Art. 58. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na- de periculosidade deverá optar por apenas um deles, não sendo
talina, proporcionalmente aos meses de efetivo exercício no ano, acumuláveis estas vantagens.
calculada sobre os vencimentos do mês da exoneração. § 2º O direito de adicional de insalubridade ou de periculosida-
Art. 59. A gratificação natalina não será considerada para cálcu- de cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
lo de qualquer vantagem pecuniária. causa a sua concessão.
§ 3º (VETADO)
SUBSEÇÃO V Art. 65. Haverá permanente controle da atividade de servido-
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO res em operações ou locais considerados insalubres ou perigosos,
através da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.
Art. 60. O serviço extraordinário será remunerado: Parágrafo Único. A servidora gestante ou lactante será afasta-
I - com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), em relação a da, enquanto durar a gestação ou lactação, das operações e locais
hora normal de trabalho, de segunda-feira a sábado, nos dias con- previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e
siderados ponto facultativo e nos dias objeto de compensação por em serviço não perigoso.
ausência de expediente definidos em atos do Chefe de cada Poder; Art. 66. Na concessão dos adicionais de que trata o art. 64 se-
II - com acréscimo de 100% (cem por cento), em relação à hora rão observadas as situações estabelecidas em legislação específica,
normal de trabalho, nos domingos e feriados. em especial as Normas Regulamentadoras do Ministério do Traba-
Parágrafo Único. O serviço extraordinário realizado no período lho e Emprego.
compreendido entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5
(cinco) horas do dia seguinte, será acrescido do percentual relativo
ao adicional noturno, nos termos do art. 62 desta Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 67. Os locais de trabalho e os servidores que operam com SUBSEÇÃO II
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per- DO VALE-ALIMENTAÇÃO
manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
passem o nível máximo previsto em legislação própria. Art. 71. Será concedido aos servidores públicos do serviço pú-
Parágrafo Único. Os servidores a que se refere este artigo serão blico municipal o auxilio denominado “Vale-Alimentação”, através
submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses, por parte da do fornecimento de cartão ou assemelhado, que deverá ser utiliza-
Secretaria Municipal de Saúde. do para a aquisição de gêneros alimentícios nos estabelecimentos
credenciados no Município de Suzano.
SUBSEÇÃO IX Parágrafo Único. O valor total do “Vale-Alimentação” será defi-
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO nido através de legislação própria.
Art. 72. O “Vale-Alimentação” não será concedido aos servido-
Art. 68 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) res:
§ 3º (VETADO) I - afastados nos termos dos arts. 114 e 115;
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011) II - em gozo das licenças previstas nos incisos II, III, IV, V, VII, IX,
Art. 68 A - O adicional por tempo de serviço é devido aos servi- X e XI do art. 82.
dores, na seguinte proporção:
I - à razão de 2% (dois por cento) de seu vencimento a cada SUBSEÇÃO III
período de 2 (dois) anos de efetivo exercício, contínuo ou não; DO VALE-TRANSPORTE
II - à razão de 5% (cinco por cento) do seu vencimento a cada
período de 5 (cinco) anos de efetivo exercício; Art. 73. Será concedido o auxílio Vale-Transporte aos servido-
III - a sexta-parte, à razão de 1/6 (um sexto) do seu vencimento, res públicos do Município de Suzano, o qual deverá ser utilizado
após 20 (vinte) anos de efetivo exercício.
exclusivamente para o deslocamento entre o local de moradia e o
§ 1º Na concessão do adicional por tempo de serviço severa
local de trabalho, sendo de uso estritamente pessoal.
ser observado o disposto no inciso XIV do art. 37 da Constituição
§ 1º O deslocamento de que trata o “caput” compreende a
Federal.
soma de todos os componentes da viagem por um ou mais meios
§ 2º A fim de que se garanta a continuidade do adicional já exis-
tente, previsto no inciso I, a contagem do prazo para sua concessão de transporte entre o seu local de moradia e o local de trabalho.
iniciar-se-á na data de ingresso do servidor no serviço público. § 2º O Vale-Transporte é aplicável a todas as formas e modali-
§ 3º A contagem do prazo para concessão dos adicionais pre- dades de transporte público coletivo urbano em linhas municipais
vistos nos incisos II e III iniciar-se-á com a vigência desta Lei Com- e intermunicipais regulares e com tarifas fixadas pela autoridade
plementar. competente, excluídos os serviços seletivos e especiais.
§ 4º O adicional por tempo de serviço que trata este artigo será Art. 74. Cada um dos Poderes Municipais participará dos gastos
incorporado ao vencimento para todos os efeitos. (Redação acresci- de deslocamento do servidor com a ajuda de custo equivalente à
da pela Lei Complementar nº 198/2011) parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu vencimento.
Art. 75. Para fazer jus a concessão do Vale-Transporte, o servi-
SEÇÃO III dor deverá requerer por escrito, em formulário próprio, padroniza-
DOS AUXÍLIOS do e distribuído pelo competente setor de recursos humanos, no
qual constarão obrigatoriamente:
Art. 69. Além do vencimento e das demais vantagens previstas, I - o endereço residencial do servidor;
serão concedidos aos servidores os seguintes auxílios: II - os serviços e meios de transporte necessários ao desloca-
I - cesta básica; mento do local de moradia ao local de trabalho e vice e versa;
II - vale-alimentação; III - compromisso a ser firmado pelo servidor, sob responsabili-
III - vale-transporte. dade, de que somente utilizará o Vale-Transporte para o seu próprio
e efetivo deslocamento do local de moradia ao local de trabalho e
SUBSEÇÃO I vice e versa, sob as penas da Lei;
DA CESTA BÁSICA IV - autorização do servidor para o desconto em folha de paga-
mento da parcela de custeio nos termos do art. 74.
Art. 70. Fica estabelecido que os servidores que percebem a Art. 76. O desconto da parcela de custeio nos termos do art. 74
título de vencimento o equivalente a 2 (duas) vezes o menor venci- terá por base o período a que se refere o pagamento do vencimento
mento farão jus a um auxílio, denominado “Cesta-Básica”, que será e se processará na ocasião deste.
concedido através de crédito em cartão específico fornecido pelo
Parágrafo Único. Nos casos em que a despesa se situe aquém
Poder Público.
da parcela de custeio definida no art. 74, o desconto dar-se-á de
Parágrafo Único. O disposto no “caput” aplica-se, inclusive, aos:
acordo com o número de deslocamentos efetivamente concedidos.
I - servidores aposentados e pensionistas do Município de Su-
Art. 77. O Vale-Transporte não será concedido durante os perí-
zano;
II - servidoras em gozo das licenças constantes do inciso V do odos de férias, licenças, afastamentos e outras situações em que o
art. 82; servidor não esteja obrigado a prestar serviços no local de trabalho
III - servidores afastados nos termos do inciso X do art. 82; previamente declarado nos termos do art. 74.
IV - (VETADO) Art. 78. A distribuição ou a utilização indevida do Vale-Transpor-
te caracteriza falta grave, sujeitando o responsável às penalidades
previstas em Lei, assim como à suspensão ou cassação definitiva do
benefício, após a devida apuração em processo administrativo a ser
realizada pelo setor competente do respectivo Poder.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Parágrafo Único. A concessão será suspensa mediante despa- § 4º Em qualquer situação, a licença prevista neste artigo ape-
cho fundamentado pelo titular da pasta responsável pelo órgão de nas será concedida se não houver prejuízo para o serviço público,
recursos humanos, nos casos em que se verificar irregularidades na mediante análise do titular da pasta onde o servidor estiver lotado
distribuição ou na utilização do Vale-Transporte até a apuração dos e regular autorização do Chefe de cada Poder.
fatos e responsabilidades. § 5º Somente poderá ser concedida nova licença de que trata
Art. 79. Não será concedido Vale-Transporte: o “caput” deste artigo, depois de decorrido o dobro do período da
I - por expressa desistência do servidor; primeira licença concedida, ficando a concessão desta limitada a 02
II - pela exoneração, disponibilidade, aposentadoria, falecimen- (duas) a cada ano.
to ou por qualquer outro ato que implique a exclusão do servidor § 6º Ao ocupante de cargo de provimento em comissão não se
do serviço público do Município de Suzano; concederá a licença de que trata este artigo.
III - pela cassação nos termos do art. 78. Art. 84. Quando a pessoa da família do servidor estiver em tra-
Art. 80. O Vale-Transporte não possui natureza remuneratória e tamento médico fora do Município de Suzano ou residir em outro
não se incorpora aos vencimentos do servidor para nenhum efeito. Município, será admitida a comprovação por junta médica oficial do
Art. 81. Cada Poder definirá o órgão de sua estrutura adminis- outro Município.
trativa que ficará encarregado de distribuir, controlar e operaciona- Art. 85. O servidor deverá requerer a licença com antecedência
lizar a entrega do Vale-Transporte. mínima de 5 (cinco) dias úteis antes do dia previsto para o período
de licença, salvo se comprovadamente em caso de situação emer-
CAPÍTULO V gencial.
DAS LICENÇAS
SEÇÃO I SEÇÃO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR

Art. 82. Conceder-se-á ao servidor licença: Art. 86. Ao servidor convocado para o serviço militar será con-
I - por motivo de doença em pessoa da família; cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe-
II - para o serviço militar; cífica.
III - para atividade política;
IV - para tratar de interesses particulares; SEÇÃO IV
V - a gestante e a adotante; DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
VI - paternidade;
VII - para desempenho de mandato em Sindicato da categoria; Art. 87. A partir do registro de sua candidatura e até o dia se-
VIII - para capacitação; guinte ao da eleição, o servidor efetivo fará jus à licença do serviço
IX - para tratamento da própria saúde; público, assegurados os vencimentos do cargo efetivo.
X - por motivo de acidente em serviço ou para tratamento de § 1º O período de licença previsto no “caput” será considerado
doença profissional; como de efetivo exercício para todos os efeitos.
XI - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro (a); § 2º Os servidores que exerçam cargos em comissão deverão
XII - prêmio. desincompatibilizar-se na forma prevista pela legislação federal.
§ 1º É vedado o exercício de qualquer atividade remunerada
durante o período das licenças previstas nos incisos I, V, VII, VIII, IX, SEÇÃO V
X e XII. DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
§ 2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma
espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos Art. 88. Poderá ser concedida licença para tratar de interesses
casos dos incisos II, III, VII, IX e X. particulares, pelo período de até 02 (dois) anos consecutivos, sem
vencimentos, ao servidor que, ocupante de cargo de provimento
SEÇÃO II efetivo, já não se encontre em período de estágio probatório.
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ- § 1º O disposto no “caput” deste artigo dependerá de decisão
LIA conclusiva do titular do respectivo Poder, ouvido o responsável pela
pasta competente e a assistência prévia do Sindicato dos Servidores
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor ocupante de Públicos do Município de Suzano.
cargo de provimento efetivo por motivo de doença do cônjuge ou § 2º A licença de que trata o “caput” deste artigo poderá ser
companheiro (a), dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e prorrogada, a pedido do servidor e a critério do Poder Público Mu-
enteado ou de dependente que viva às suas expensas e conste do nicipal, por mais um período de, no máximo, até 1 (um) ano.
seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta mé- § 3º A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a
dica oficial. pedido do servidor ou em decorrência do interesse público.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do § 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois)
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen- anos do término da licença anterior ou de sua prorrogação.
te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. § 5º O servidor aguardará em exercício o despacho decisório do
§ 2º A licença poderá ser concedida sem prejuízo do respectivo seu pedido de licença.
vencimento do cargo de provimento efetivo, por até 05 (cinco) dias, Art. 89. O período em que o servidor estiver usufruindo da li-
mediante comprovação por junta médica oficial. cença de que trata o artigo anterior não será contado como efetivo
§ 3º Após o prazo máximo constante do parágrafo 2º deste ar- exercício para nenhum efeito e toda contagem de tempo de serviço
tigo, a licença poderá ser concedida, com prejuízo da remuneração, para a concessão de qualquer vantagem será suspensa.
até o limite máximo de 30 (trinta) dias.

189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 90. Não retornando ao trabalho o servidor no período má- Parágrafo Único. A licença de que trata este artigo terá duração
ximo de até 30 (trinta) dias após o término da licença, configurar-se- igual à do mandato.
-á o abandono de cargo, que deverá ser apurado nos termos desta Art. 97. O servidor ocupante de cargo de provimento em co-
Lei. missão ou designado para o exercício de função de direção, chefia
Art. 91. O respectivo setor de recursos humanos prestará assis- ou assessoramento deverá desincompatibilizar-se do cargo ou da
tência ao servidor que optar por efetuar o recolhimento da contri- função quando for empossado no mandato de que trata o artigo
buição previdenciária durante o período da licença a que se refere anterior.
o art. 88.
SEÇÃO IX
SEÇÃO VI DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
DA LICENÇA À GESTANTE E À ADOTANTE
Art. 98. O servidor efetivo e estável poderá afastar-se do exer-
Art. 92. A servidora gestante terá direito à licença-maternidade cício do cargo de provimento efetivo que ocupa, assegurada a res-
de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo de sua remuneração. pectiva remuneração por até 90 (noventa) dias fracionáveis, para
§ 1º Salvo prescrição médica em contrário, a licença poderá ser participar de curso de capacitação profissional, ministrado por ór-
concedida a partir do 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e a gão oficial ou privado.
data de ocorrência deste. § 1º A licença somente será concedida mediante anuência do
§ 2º Ocorrido o parto sem que tenha sido concedida a licença, titular da pasta onde o servidor estiver lotado e autorização do Che-
esta será considerada a partir da data do evento mediante apresen- fe do respectivo Poder.
tação da certidão de nascimento da criança. § 2º Os períodos de licença de que trata o “caput” deste artigo
§ 3º Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante não são acumuláveis.
atestado médico, a servidora terá direito a uma licença correspon-
dente a duas (02) semanas, sem prejuízo de sua remuneração. SEÇÃO X
Art. 93. A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial para LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA SAÚDE
fins de adoção de criança será concedida licença-maternidade nos
Art. 99. Será concedida ao servidor licença remunerada para
seguintes termos:
tratamento de saúde, a pedido do médico assistente, com base em
I - no caso de adoção ou guarda judicial de criança até 2 (dois)
perícia médica oficial.
meses de idade, o período de licença será de 180 (cento e oitenta)
Art. 100. Para licença até 15 (quinze) dias, a inspeção será feita
dias;
por médico da rede oficial, solicitada pelo setor de recursos huma-
II - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 2
nos do respectivo Poder ou órgão.
(dois) meses até 1 (um) ano de idade, o período de licença será de
§ 1º Na impossibilidade de locomoção do servidor decorrente
120 (cento e vinte) dias;
da moléstia apresentada, a inspeção médica será realizada em sua
III - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de
residência ou no estabelecimento hospitalar onde se encontre in-
1 (um) ano até 4 (quatro) anos de idade, o período de licença será ternado.
de 60 (sessenta) dias; § 2º Se o servidor estiver fora do Município, será admitido ates-
IV - no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de tado passado por médico que integre a rede do respectivo serviço
4 (quatro) anos até 8 (oito) anos de idade, o período de licença será público de saúde.
de 30 (trinta) dias. § 3º Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova
Parágrafo Único. A licença-maternidade só será concedida me- inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço ou para o en-
diante a apresentação do termo judicial de guarda a adotante ou caminhamento do mesmo à previdência social.
guardiã. Art. 101. A recusa do servidor em submeter-se à perícia médica
que trata o parágrafo 3º do artigo anterior interromperá a licença
SEÇÃO VII e importará no imediato retorno do mesmo à atividade, sob pena
DA LICENÇA PATERNIDADE de caracterização de abandono de cargo, a partir do 30º (trigésimo)
dia.
Art. 94. Pelo nascimento, adoção ou guarda judicial de filho, Art. 102. O atestado ou laudo da junta médica oficial não se
o servidor terá direito a uma licença remunerada de 15 (quinze) referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar
dias consecutivos, a contar do nascimento, da data de adoção ou de lesões produzidas por acidente em trabalho, doença profissional
da guarda judicial. ou qualquer das doenças especificadas na legislação previdenciária.
Parágrafo Único. Em caso de nascimento de mais de um filho § 1º Somente serão aceitos atestados médicos em que conste
no mesmo dia, o período da licença de que trata este artigo não o Código Internacional de Doenças - CID.
será cumulativo. § 2º A entrega de atestado médico, com a ciência da chefia
Art. 95. O período da licença de que trata o artigo anterior será imediata, deverá ser realizada no período máximo de 24 (vinte e
contado como de efetivo exercício para todos os efeitos. quatro) horas a partir da data de emissão do mesmo, ao setor de
recursos humanos competente.
SEÇÃO VIII
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO EM SINDI- SEÇÃO XI
CATO DA CATEGORIA DA LICENÇA POR MOTIVO DE ACIDENTE DO TRABALHO OU
PARA TRATAMENTO DE DOENÇA PROFISSIONAL
Art. 96. Fica assegurado aos servidor, eleito para ocupar cargo
na Diretoria Executiva em sindicato da categoria, o direito de afas- Art. 103. Será licenciado, nos termos da legislação previdenciá-
tar-se de suas funções durante o tempo em que durar o mandato, ria vigente, o servidor acidentado no trabalho ou que tenha adqui-
recebendo seus vencimentos e vantagens nos termos da Lei. rido doença profissional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
Art. 104. Quando expressamente constar na descrição das atri- Art. 109. A licença-prêmio será usufruída dentro do próximo
buições de seu cargo que o servidor deverá participar de atividades período aquisitivo até o limite de 01 (um) ano, escalonada de acor-
físicas ou esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortúnio do com a solicitação do servidor e atendido o interesse de cada um
ocorrido durante estas atividades será considerado como acidente dos Poderes, devendo o servidor aguardar em exercício a sua con-
do trabalho. cessão.
Art. 105. Será considerado como dia do acidente, no caso de Parágrafo Único. A licença-prêmio prescreverá quando o ser-
doença profissional ou em serviço, a data do início da incapacidade vidor não iniciar o seu gozo dentro de 30 (trinta) dias, contados da
laborativa para o exercício da atividade habitual ou o dia em que publicação do ato que a houver concedido.
for realizado o diagnóstico, cabendo para esse efeito o que ocorrer Art. 110. A licença-prêmio será concedida por ato do Chefe de
primeiro. cada Poder, mediante requerimento do servidor interessado.
Art. 106. A prova do acidente em serviço será feita no prazo § 1º A concessão da licença-prêmio será processada e forma-
máximo de 24 (vinte e quatro) horas, após o ocorrido, com verifi- lizada após a verificação de todos os requisitos constantes do art.
cação obrigatória da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 108 desta Lei e após a manifestação favorável, quanto a oportuni-
- CIPA. dade e o período, do superior imediato e do titular da pasta onde o
servidor estiver lotado.
SEÇÃO XII § 2º A concessão da licença-prêmio será decidida no prazo má-
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE ximo de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento do re-
OU COMPANHEIRO(A) querimento, podendo ser prorrogada mediante justificativa formal.
Art. 111. A licença-prêmio, no todo ou em parte, poderá ser
Art. 107. O servidor poderá requerer licença não remunerada convertida em pecúnia, a critério de cada um dos Poderes, exceto
pelo período de até 2 (dois) anos, prorrogável por igual período, a nas situações previstas no art. 122.
critério de cada um dos Poderes, quando o cônjuge ou companhei- § 1º Para efeito do cálculo da conversão da licença-prêmio em
ro(a) servir em outro local no território nacional, ou até, em outro pecúnia, será considerada a remuneração do mês da concessão.
país. § 2º Não serão consideradas para o cálculo previsto no pará-
Parágrafo Único. A licença de que trata o “caput” será concedi- grafo 1º as vantagens percebidas pelo servidor em caráter eventual.
da mediante requerimento instruído através de documentos com- Art. 112. A critério de cada um dos Poderes, a licença-prêmio
probatórios da transferência. poderá ter seu gozo parcelado, sendo que cada período não poderá
ser inferior a 30 (trinta) dias.
SEÇÃO XIII Art. 113. Ao servidor investido em cargo de provimento em co-
DA LICENÇA-PRÊMIO missão, salvo se servidor ocupante de cargo de provimento efetivo,
não será concedida licença-prêmio.
Art. 108. Após cada 5 (cinco) anos de efetivo exercício contí-
nuo, ao servidor será concedida licença especial a título de licença- CAPÍTULO VI
-prêmio pelo período de 90 (noventa) dias, com todos os direitos e DOS AFASTAMENTOS
vantagens do cargo. SEÇÃO I
§ 1º A licença-prêmio não será concedida, se o servidor, duran- DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTI-
te o período aquisitivo desta licença: DADE
I - faltar, injustificadamente, por 15 (quinze) dias ou mais, con-
secutivos ou alternados; Art. 114. O servidor ocupante de cargo de provimento efeti-
II - sofrido qualquer pena de suspensão; vo e que não esteja em período de estágio probatório, poderá ser
III - gozado de licença: cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes
a) para tratamento de saúde, por prazo superior a 90 (noventa) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas
dias; seguintes hipóteses:
b) por motivo de doença de pessoa da família, por prazo supe- I - para exercício de cargo de provimento em comissão ou exer-
rior a 30 (trinta) dias; cício de função de chefia, direção ou assessoramento;
c) para tratar de interesses particulares; II - em casos previstos em Leis específicas.
d) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro(a). § 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou
IV - sofrido pena de advertência por mais de 3 (três) vezes, a entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
cada ano do período aquisitivo; cípios, o ônus da remuneração será do órgão ou da entidade ces-
V - estiver respondendo processo administrativo disciplinar. sionária, mantido o ônus para o cedente nas hipóteses do inciso II.
§ 2º A contagem para novo período aquisitivo da licença-prê- § 2º Na hipótese de o servidor cedido à empresa pública ou
mio, nos casos previstos nos incisos I e II, começará a partir da data sociedade de economia mista, optar pela remuneração do cargo de
em que o servidor reassumir o exercício do cargo ou no dia seguinte provimento efetivo, a entidade cessionária efetuará o reembolso
à falta injustificada. das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.
§ 3º No caso de que trata o inciso IV, respeitar-se-á o limite de 3 § 3º A cessão far-se-á mediante ato próprio do Chefe do res-
(três) meses, contados da aplicação da última pena de advertência, pectivo Poder, com a imprescindível publicidade.
para se contar novo período aquisitivo. § 4º O período do afastamento de que trata este artigo será
§ 4º Na hipótese do inciso V, a concessão da licença-prêmio contado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos.
ficará suspensa até o julgamento final do processo administrativo
disciplinar. SEÇÃO II
DO AFASTAMENTO PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

Art. 115. Ao servidor investido em mandato eletivo aplica-se o


disposto em legislação específica.

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Parágrafo Único. O servidor investido em mandato eletivo é f) a gestante e a adotante;
inamovível de ofício pelo tempo de duração de seu mandato. g) paternidade e adoção;
h) por motivo de doença em pessoa da família, até o limite de
SEÇÃO III 90 (noventa) dias;
DO AFASTAMENTO PARA MISSÃO OFICIAL NO PAÍS OU NO i) participação em competição desportiva ou evento cultural ou
EXTERIOR educacional de caráter oficial.
VII - desempenho de mandato sindical.
Art. 116. Em caso do servidor ser requisitado para acompanhar Art. 120. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
qualquer autoridade, de qualquer dos Poderes e de qualquer esfera prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
em missão oficial no País ou no Exterior, este deverá ser afastado órgãos ou entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal
por ato autorizativo do Chefe do respectivo Poder. e Municípios.
Parágrafo Único. O afastamento de que trata o “caput” deste
artigo será sem prejuízo dos vencimentos do servidor, e o respec- CAPÍTULO IX
tivo tempo de serviço será contado como de efetivo exercício para DO BANCO DE HORAS
todos os efeitos.
Art. 121. O servidor que prestar serviços a título de horas ex-
CAPÍTULO VII traordinárias, assim definidas as horas efetivamente prestadas
DAS CONCESSÕES anteriores ou posteriores a jornada normal de trabalho e as horas
efetivamente trabalhadas nos feriados, sábados e domingos, pode-
Art. 117. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se rão, a critério do respectivo Poder, ser compensadas em sistema
do serviço: denominado Banco de Horas, cuja data base deverá ser negociado
I - por 1 (um) dia por ano, para doação de sangue; com o representante da classe.
II - por 1 (um) dia, para alistar-se como eleitor; § 1º Para efeito de operacionalização do disposto no “caput”,
III - por 7 (sete) dias consecutivos em razão de: o período trabalhado como horas extraordinárias poderá ser acu-
a) casamento; mulado até o limite de 40% (quarenta por cento) das horas efetiva-
b) falecimento do cônjuge, companheiro(a), pais, padrasto, mente prestadas em um sistema de banco de dados para posterior
madrasta, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. compensação.
IV - por 2 (dois) dias em razão de falecimento de avós e netos; § 2º A compensação deverá ser efetivada até o período de 03
V - por 1 (um) dia a cada trimestre para acompanhar filho me- (três) meses seguintes ao da realização das horas extraordinárias,
nor de 17 (dezessete) anos e 11 (onze) meses e seus dependentes, e não ocorrendo neste período, deverá ser paga junto ao próximo
comprovadamente, a atendimento médico e odontológico. vencimento do Servidor, nos termos do art. 60 desta Lei.
Parágrafo Único. Para a comprovação das situações descritas § 3º A compensação referida no parágrafo anterior, dentro do
neste artigo, o servidor deverá apresentar atestado, declaração ou prazo de 3 (três) meses, será efetuada obedecendo o critério esta-
certidão, conforme o caso, no prazo máximo de 1 (um) dia útil após belecido no art. 60 desta Lei.
a ocorrência. § 4º Na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 122 a 124
sem que tenha ocorrido a compensação total das horas, o servidor
CAPÍTULO VIII fará jus ao pagamento das horas não compensadas, calculadas so-
DO TEMPO DE SERVIÇO bre o valor do vencimento do mês da ocorrência e com os percen-
tuais previstos no art. 60 desta Lei.
Art. 118. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 CAPÍTULO X
(trezentos e sessenta e cinco) dias. DA VACÂNCIA
Art. 119. Além das ausências ao serviço previstas no art. 117,
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em vir- Art. 122. A vacância do cargo público decorrerá de:
tude de: I - exoneração;
I - férias; II - aposentadoria;
II - exercício de cargo de provimento em comissão ou equiva- III - falecimento.
lente em órgão ou entidade federal, estadual ou municipal, exceto § 1º No caso de aposentadoria, a vaga ocorrerá com a edição
para efeito de contagem para o estágio probatório; do ato que a conceder oficialmente ao servidor.
III - participação em programa de treinamento instituído e au- § 2º No caso do servidor completar 70 (setenta) anos de idade,
torizado pelo respectivo órgão ou repartição municipal; a vaga ocorrerá na data imediata ao aniversário, nos termos do art.
IV - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu- 40, inciso II, da Constituição Federal.
nicipal, exceto para as progressões funcionais e para efeito de con- Art. 123. A exoneração de cargo de provimento efetivo dar-se-á
tagem para o estágio probatório; a pedido do servidor ou de ofício.
V - júri e outros serviços obrigatórios por Lei; Parágrafo Único. A exoneração de ofício dar-se-á:
VI - licença: I - quando não satisfeitas as condições de desempenho do es-
a) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte tágio probatório;
e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
prestado ao Município, em cargo de provimento efetivo; exercício no prazo estabelecido;
b) para o desempenho de mandato classista; III - em decorrência de decisão irrecorrível de processo admi-
c) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; nistrativo disciplinar.
d) para capacitação, conforme dispuser regulamento específi- Art. 124. A exoneração de cargo de provimento em comissão
co; dar-se-á:
e) por convocação para o serviço militar; I - a juízo da autoridade competente;

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II - a pedido do próprio servidor. § 5º O abono pecuniário a que se refere o parágrafo anterior
deverá ser solicitado até 30 (trinta) dias antes do início do período
CAPÍTULO XI de gozo das férias, e seu pagamento ficará condicionado à decisão
DA SUBSTITUIÇÃO do Poder Público Municipal.
Art. 128. Perderá o direito a férias o servidor que, no período
Art. 125. Os servidores efetivos e estáveis designados para o aquisitivo, houver gozado licença a que se refere os incisos III, IV e
desempenho de função de direção, chefia ou assessoramento po- XI do art. 82 desta Lei.
derão ser substituídos por meio de ato oficial expedido pela autori- § 1º Perderá igualmente o direito a férias o servidor que tiver
dade máxima de cada Poder. recebido benefícios previdenciários de acidente do trabalho ou de
§ 1º O substituto assumirá o exercício das funções do cargo nos auxílio doença por mais de 180 (cento e oitenta) dias, mesmo des-
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e contínuos, no período aquisitivo.
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pelo venci- § 2º Em qualquer caso, a contagem de novo período aquisitivo
mento de um deles durante o respectivo período. de férias será iniciada assim que o servidor retornar ao serviço.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo, Art. 129. O pagamento do adicional de que trata o art. 63 desta
nos casos dos afastamentos, férias ou impedimentos legais do titu- Lei será efetuado juntamente com as férias.
lar paga na proporção dos dias de efetiva substituição. Parágrafo Único. Além do pagamento da remuneração total do
§ 3º Em caso excepcional, atendida a conveniência e o interes- servidor deverá ser acrescida a média aritmética das horas extraor-
se público, o titular de cargo de provimento em comissão ou fun- dinárias efetivamente pagas durante o período aquisitivo das férias.
ção de direção ou chefia, poderá ser designado, cumulativamente, Art. 130. O servidor exonerado do cargo de provimento efetivo
como substituto para outro cargo ou função da mesma natureza, ou de provimento em comissão, perceberá indenização relativa ao
até que se verifique a nomeação ou designação do titular, nesse período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
caso, somente perceberá o vencimento correspondente a um dos de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício ou fração su-
cargos ou funções. perior a 14 (quatorze) dias.
Parágrafo Único. A indenização será calculada com base nos
CAPÍTULO XII vencimentos do mês em que for publicado o ato de exoneração.
DAS FÉRIAS Art. 131. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
Art. 126. Todo servidor terá direito ao gozo de 1 (um) período serviço militar ou eleitoral ou por necessidade imperiosa do serviço,
de férias anuais de 30 (trinta) dias, sem prejuízo de seus vencimen- declarada pela autoridade máxima de cada Poder.
tos. Parágrafo Único. O restante do período interrompido será des-
§ 1º O período de férias de que trata o “caput” deste artigo será frutado de uma só vez.
concedido de acordo com escala organizada pela unidade que o ser-
vidor estiver lotado, com o adequado encaminhamento ao setor de TÍTULO IV
recursos humanos do respectivo Poder. DO REGIME DISCIPLINAR
§ 2º A escala de férias poderá ser alterada pela autoridade CAPÍTULO I
competente, sempre que houver necessidade de serviço e atendi- DOS DEVERES
do o interesse público, mediante prévia comunicação ao respectivo
setor de recursos humanos. Art. 132. São deveres do servidor:
Art. 127. Para a aquisição do direito ao gozo de férias serão I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
exigidos 12 (doze) meses completos de efetivo exercício. II - ser leal à instituição a que serve;
§ 1º As férias serão concedidas na seguinte proporção: III - observar as normas legais e regulamentares;
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado sem IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
justificativa ao serviço mais de 5 (cinco) vezes durante o período mente ilegais;
aquisitivo; V - atender com presteza:
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver faltado sem a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
justificativa ao serviço mais de 6 (seis) vezes e até 14 (quatorze) b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
vezes durante o período aquisitivo; ou esclarecimento de situações de interesse pessoal que serão for-
III - 8 (dezoito) dias corridos, quando houver faltado sem justi- necidas no prazo máximo de até 15 (quinze) dias;
ficativa ao serviço mais de 15 (quinze) vezes e até 23 (vinte e três) c) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
vezes durante o período aquisitivo; ressalvadas as protegidas por sigilo;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver faltado injustifica- VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula-
damente ao serviço mais de 24 (vinte e quatro) vezes e até 32 (trin- ridades de que tiver ciência em razão do cargo;
ta e duas) vezes durante o período aquisitivo. VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri-
§ 2º Perderá o direito às férias anuais o servidor que houver mônio público;
faltado injustificadamente mais de 33 (trinta e três) vezes durante VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
o período aquisitivo. IX - manter conduta compatível com a moralidade administra-
§ 3º Para efeito da contagem das faltas ao serviço, nos termos tiva;
dos parágrafos 1º e 2º deste artigo, serão consideradas apenas as X - ser assíduo e pontual ao serviço;
faltas especificadas no art. 44 desta Lei. XI - tratar com urbanidade as pessoas;
§ 4º O servidor poderá solicitar a conversão de 1/3 (um terço) XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no va- der.Parágrafo único - A representação de que trata o inciso XII será
lor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. encaminhada através de via hierárquica e apreciada pela autorida-
de superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando o direito a ampla defesa.

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CAPÍTULO II § 3º O intervalo constante do inciso III do parágrafo 2º poderá
DAS PROIBIÇÕES ser reduzido para, o mínimo de até 15 (quinze) minutos quando
os locais de trabalho forem situados próximos, ou no mesmo local,
Art. 133. Ao servidor é proibido: sempre a critério da autoridade competente e desde que não haja
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- prejuízo para o serviço público municipal.
torização do chefe imediato; § 4º Além dos requisitos previstos no parágrafo 2º, apenas será
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, possível a acumulação de cargos cuja carga horária total máxima
qualquer documento ou objeto da repartição; não exceda 70 (setenta) horas semanais, somadas as duas (02) jor-
III - recusar fé a documentos públicos; nadas.
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento § 5º É vedada a percepção simultânea de proventos de aposen-
e processo ou execução de serviço; tadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto ressalvados os cargos e empregos acumuláveis na forma do inciso
da repartição; XVI do art. 37 da Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos
VI - incumbir pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre- de provimento em comissão declarados em Lei de livre nomeação
vistos em Lei, o desempenho de atribuição que seja de sua respon- e exoneração.
sabilidade ou de seu subordinado; Art. 135. É expressamente vedado o exercício de mais de um
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a cargo de provimento em comissão junto ao serviço público muni-
associação profissional ou sindical ou a partido político; cipal.
VIII - manter, sob sua chefia imediata, em cargo de provimento Art. 136. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-
em comissão ou exercício de função de direção, chefia ou assesso- mular licitamente 2 (dois) cargos de provimentos efetivos, quando
ramento, cônjuge, companheiro (a), filhos ou parentes até o segun- investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
do grau civil; ambos os cargos efetivos.
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- Parágrafo Único. O servidor que se afastar dos cargos de pro-
trem, em detrimento da dignidade da função pública; vimentos efetivo que ocupa poderá optar pela remuneração de um
X - participar de gerência ou administração de empresa priva- deles ou pela do cargo de provimento em comissão.
da, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade
de acionista, cotista ou comanditário, que mantenha contratos com CAPÍTULO IV
o Poder Público Municipal; DAS RESPONSABILIDADES
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
ções públicas municipais; Art. 137. O servidor responde civil, penal e administrativamen-
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- te pelo exercício irregular de suas atribuições.
quer espécie, em razão de suas atribuições; Art. 138. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
XIII - praticar usura sob qualquer de suas formas; comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
XIV - proceder de forma desidiosa; a terceiros.
XV - utilizar pessoal ou recursos materiais do Poder Público Mu- § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
nicipal em serviços ou atividades particulares; somente será liquidada na forma prevista no art. 48, na falta de
XVI - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
XVII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
XVIII - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so- e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece-
licitado. bida.
Art. 139. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
CAPÍTULO III venções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
DA ACUMULAÇÃO Art. 140. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun-
Art. 134. Ressalvados os casos previstos no inciso XVI do art. ção.
37 da Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de Art. 141. As sanções civis, penais e administrativas poderão
cargos públicos. cumular-se, sendo independentes entre si.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos Art. 142. A responsabilidade administrativa do servidor será
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades con- fato ou sua autoria.
troladas direta ou indiretamente pelo Poder Público.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada CAPÍTULO V
à: DAS PENALIDADES
I - comprovação da compatibilidade de horários, considerando-
-se todos os seus componentes nos dois (02) cargos; Art. 143. São penalidades disciplinares:
II - comprovação da viabilidade de acesso aos locais de trabalho I - advertência;
por meios normais de transporte; II - suspensão;
III - existência de intervalo entre o término de uma jornada e III - exoneração;
início da outra de, no mínimo, 1 (uma) hora. IV - cassação de disponibilidade;
V - destituição de cargo de provimento em comissão;
VI - destituição de exercício de função de direção, chefia ou as-
sessoramento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 144. Na aplicação das penalidades serão consideradas a Art. 152. A exoneração ou a destituição de ocupante de cargo
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela de provimento em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou art. 148 desta Lei implica o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
atenuantes e os antecedentes funcionais. ação penal cabível, bem como da indisponibilidade dos bens deter-
Parágrafo Único. O ato de imposição da penalidade menciona- minada pela via judicial.
rá sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Art. 153. Não poderá retornar ao serviço público municipal o
Art. 145. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de servidor que for exonerado ou destituído do cargo de provimento
violação de proibição constante dos incisos I a VII e XVIII do art. 133 em comissão por infringência aos incisos I, IV, VIII, X e XI do art. 148
desta Lei e de inobservância de dever funcional previsto em Lei, desta Lei.
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de Art. 154. Configura abandono de cargo a ausência injustificada
penalidade mais grave. do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 146. A suspensão será aplicada sem vencimentos em caso Art. 155. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servi-
de reincidência das faltas punidas com advertência por escrito e de ço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente,
violação das proibições constantes dos incisos XI, XIV, XV, XVI e XVII durante o período de 12 (doze) meses.
do art. 133 desta Lei e de outras que não tipifiquem infração sujeita Art. 156. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
a penalidade de exoneração, não podendo exceder, o período má- habitual, também será adotado o processo administrativo discipli-
ximo de 30 (trinta) dias. nar previsto nesta Lei.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servi- Art. 157. A competência para a aplicação das penalidades disci-
dor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção plinares será estabelecida da seguinte forma:
médica, física, mental e psicológica, determinada pela autoridade I - de exoneração, cassação de disponibilidade ou suspensão
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida superior a 15 (quinze) dias, pela autoridade máxima de cada Poder
a determinação. ou órgão;
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalida- II - de suspensão de até 15 (quinze) dias, ou advertência, pelas
de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior
(cinquenta por cento) por dia da remuneração, ficando o servidor àquelas mencionadas no inciso anterior e às quais o servidor esteja
obrigado a permanecer em serviço. subordinado; e
Art. 147. As penalidades de advertência e de suspensão terão III - de destituição de cargo em comissão, pela autoridade má-
seus registros cancelados após o decurso de 2 (dois) e 4 (quatro) xima de cada Poder ou órgão que o houver nomeado.
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou- Art. 158. São prescricionais os prazos para a instauração de pro-
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. cesso administrativo disciplinar, da seguinte forma:
Parágrafo Único. O cancelamento da penalidade não surtirá I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com exone-
efeitos retroativos. ração, cassação de disponibilidade e destituição de cargo de provi-
Art. 148. A exoneração será aplicada nos seguintes casos: mento em comissão;
I - crime contra a administração pública; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
II - abandono de cargo; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
III - inassiduidade habitual; § 1º O prazo de que trata o “caput” começa a correr da data em
IV - improbidade administrativa; que o fato se tornou conhecido pela autoridade competente para
V - incontinência pública e conduta escandalosa na repartição; iniciar o processo administrativo disciplinar.
VI - insubordinação grave em serviço; § 2º Os prazos de prescrição previstos na legislação penal apli-
VII - ofensa física, em serviço, a agente político, servidor ou a cam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo ad-
VIII - aplicação irregular de dinheiro público; ministrativo disciplinar interrompe a prescrição até a decisão final
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do proferida por autoridade competente.
cargo; § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio do correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
Município;
XI - corrupção; CAPÍTULO VI
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- DA CAPACITAÇÃO FUNCIONAL
cas;
XIII - transgressão dos incisos VIII, IX, X, XII e XIII do art. 133 Art. 159. A capacitação funcional, objetivando o aprimoramen-
desta Lei. to permanente e a progressão funcional, será assegurada através
Art. 149. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de de cursos de formação, aperfeiçoamento ou especialização, em
cargos, empregos e funções públicas, a autoridade competente no- instituições credenciadas, de programas de aperfeiçoamento em
tificará o servidor por intermédio de seu superior imediato, para serviço e de outras atividades de atualização profissional e de de-
apresentar opção por um dos cargos no prazo improrrogável de 10 senvolvimento funcional e pessoal, observados os programas prio-
(dez) dias, contados da data da ciência. ritários.
Parágrafo Único. Na hipótese de omissão do servidor, o Poder § 1º Os cursos, programas e atividades que trata o “caput” po-
Público Municipal adotará processo administrativo disciplinar para derão ser desenvolvidos através de parcerias ou convênios com ou-
sua apuração. tras instituições de ensino e pesquisa.
Art. 150. Será cassada a disponibilidade do servidor que houver § 2º Na elaboração de programa de capacitação funcional, de-
praticado, na atividade, falta punível com a exoneração. verão ser levadas em consideração a situação funcional e a utiliza-
Art. 151. A destituição de ocupante de cargo de provimento em ção de metodologias de ensino diversificadas, inclusive a educação
comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada à distância em suas diversas modalidades.
nos casos de infração sujeita às penalidades de exoneração.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CAPÍTULO VII § 1º Para efeito do inciso I do “caput”, considera-se atraso a
DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL chegada ao local de trabalho após o período de 5 (cinco) minutos do
SEÇÃO I horário previsto para o início da jornada de trabalho.
DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO § 2º Para efeito do inciso II do “caput”, considera-se falta o não
comparecimento ao local de trabalho e que enseje o desconto pe-
SUBSEÇÃO I cuniário, nos termos dos arts. 42 e segs. desta Lei.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º Não serão consideradas como faltas para efeito do inciso II
do “caput”, as situações previstas no art. 46 desta Lei.
Art. 160. A avaliação de desempenho será realizada periodica- § 4º A pontuação final será o resultado da soma das ocorrên-
mente, de acordo com os critérios constantes neste Capítulo. cias subtraído do padrão atribuído, desprezando-se o resultado in-
Art. 161. Os servidores ocupantes de cargos de provimento ferior a 0 (zero).
efetivo submeter-se-ão a avaliação de desempenho funcional, obe-
decidos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, SUBSEÇÃO III
publicidade, eficiência, do contraditório, da ampla defesa e da su- DA AVALIAÇÃO DOS FATORES DE DESEMPENHO
premacia do interesse público.
Parágrafo Único. O setor competente do respectivo Poder dará Art. 166. A avaliação dos fatores de desempenho, mediante a
conhecimento prévio a seus servidores dos critérios, das normas e aplicação de questionários e atribuição pelo avaliador de pontos
dos padrões a serem utilizados para a avaliação de desempenho de que variam de 1 (um) a 4 (quatro) em resposta às questões dirigi-
que trata esta Lei. das, visa medir, em determinado período de tempo, a conduta e o
Art. 162. A avaliação de desempenho funcional será aplicada: grau de comprometimento do servidor no exercício do seu cargo de
I - para efeito de evolução funcional, nos termos desta Lei; provimento efetivo.
II - indicador de necessidade de desenvolvimento e participa- Parágrafo Único. Na avaliação dos fatores de desempenho, os
ção em programas de formação; pontos atribuídos para cada um dos fatores, serão multiplicados
III - para preservar a eficiência e a qualidade dos serviços pres- pelo seu peso, sendo que a soma dos pesos não excederá a 100
tados pelo Poder Público. (cem), conforme o grupo de cargos constantes da legislação pró-
Art. 163. O Sistema de Avaliação de Desempenho Funcional pria, a saber:
proporciona a aferição do desempenho no exercício do seu cargo I - cumprimento das normas de procedimento e de conduta no
de provimento efetivo, no seu ambiente de trabalho durante um desempenho das atribuições do cargo;
determinado período de tempo, mediante a observação e mensu- a) qualidade do trabalho;
ração de fatores disciplinares e de desempenho. b) flexibilidade;
Parágrafo Único. Cada fator terá seu padrão para efeito de c) iniciativa;
comparação e mensuração do desempenho, sendo atribuídos pon- d) produtividade;
tos que somados identificarão a posição do servidor na avaliação. e) economia.
Art. 164. A coordenação geral do programa de avaliação de de- II - produtividade no trabalho, com base em padrões previa-
sempenho é de responsabilidade do órgão responsável pelo setor mente estabelecidos de qualidade e de economicidade;
de recursos humanos, que deverá fornecer todo apoio material e a) disciplina no trabalho;
técnico e programas de formação, necessários ao seu desenvolvi- b) respeito;
mento, bem como dar o encaminhamento cabível às questões sus- c) responsabilidade;
citadas a partir das avaliações. d) cooperação;
e) interesse.
SUBSEÇÃO II Art. 167. O conceito final de avaliação, conforme a soma da
DA AVALIAÇÃO DOS FATORES DISCIPLINARES pontuação obtida nos fatores disciplinares e de desempenho, será
atribuída ao servidor na seguinte forma:
Art. 165. Na avaliação dos fatores disciplinares, o padrão atri- I - Insatisfatório: de 100 (cem) a 300 (trezentos) pontos;
buído a cada servidor será de 100 (cem) pontos iniciais, sendo des- II - Regular: de 301 (trezentos e um) a 369 (trezentos e sessenta
contado deste total o número de pontos, conforme a quantidade e nove) pontos;
de ocorrências, correspondentes aos apontamentos nos registros III - Bom: de 370 (trezentos e setenta) a 430 (quatrocentos e
funcionais no período de avaliação, relativos aos seguintes fatores: trinta) pontos;
I - Pontualidade: IV - Excelente: de 431 (quatrocentos e trinta e um) a 500 (qui-
a) até 6 (seis) atrasos no período, 0 (zero) pontos; nhentos) pontos.
b) de 7 (sete) a 12 (doze) atrasos no período, 6 (seis) pontos; Art. 168. A soma das pontuações referentes aos fatores disci-
c) de 13 (treze) a 18 (dezoito) atrasos no período, 8 (oito) pon- plinares e de desempenho, referidos nos incisos I a IV do artigo an-
tos; terior, acrescidos da pontuação obtida pela participação em cursos
d) acima de 19 (dezenove) atrasos no período, 10 (dez) pontos. de formação, torna o servidor apto a concorrer à evolução funcional
II - Assiduidade: pela via não acadêmica, desde que tenha conceito final “excelente”
a) até 1 (uma) falta no período, 0 (zero) pontos; ou “bom”, sendo a sua evolução dentro dos níveis referente ao seu
b) de 2 (duas) a 3 (três) faltas no período, 4 (quatro) pontos; cargo de provimento efetivo constantes das tabelas de vencimento
c) de 4 (quatro) a 5 (cinco) faltas no período, 6 (seis) pontos; da legislação própria.
d) de 6 (seis) a 7 (sete) faltas no período, 8 (oito) pontos; § 1º Os fatores de avaliação a que se refere o “caput” serão
e) acima de 8 (oito) faltas no período, 10 (dez) pontos. aplicados e ponderados nos termos e fatores descritos nos arts.
III - Disciplina: 165 e 166, com base em valores universais de produtividade, de
a) advertência, 50 (cinquenta) pontos por ocorrência no perí- qualidade, de urbanidade no trabalho e especificamente em con-
odo; formidade com as características das atividades exercidas, com as
b) suspensão, 100 (cem) pontos por ocorrência no período. competências do órgão a que esteja vinculado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 2º Será considerado insuficiente o desempenho apurado em I - validar as avaliações de desempenho realizadas pela chefia
avaliação que comprove o desatendimento, de forma habitual, de imediata ou por servidor designado como avaliador;
qualquer dos requisitos previstos naquele dispositivo. II - recepcionar, protocolar, distribuir, se necessário, e julgar os
Art. 169. A totalização dos pontos será de responsabilidade da recursos administrativos dos servidores;
Comissão de Avaliação de Desempenho, devendo ser obtida a partir III - revisar as fichas de avaliação de desempenho, adequando
da somatória após a multiplicação dos graus pelos pesos. para melhor atender às necessidades do processo de avaliação;
IV - revisar o preenchimento das fichas de avaliação de desem-
SUBSEÇÃO IV penho, retornando-as ao avaliador, caso alguma dúvida seja susci-
DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ANUAL DE DESEMPE- tada, com o objetivo de evitar erros ou enganos na avaliação;
NHO V - emitir parecer sobre o resultado das avaliações de desem-
penho;
Art. 170. A avaliação dos critérios de desempenho, mediante a VI - indicar os programas de desenvolvimento, formação e de
aplicação de questionários e atribuição pelo avaliador de graus que acompanhamento sócio-funcional, com o objetivo de aprimorar o
variam de 1 (um) a 4 (quatro), em resposta às questões dirigidas, desempenho dos servidores, melhorando assim a eficiência e a pro-
visa medir, em determinado período de tempo, a conduta e o grau dutividade do trabalho;
de comprometimento do servidor no exercício do seu cargo efetivo. VII - participar do processo de acompanhamento dos servido-
§ 1º Os graus dos fatores de cada critério subjetivo de desem- res considerados com baixo desempenho.
penho deverão obedecer a um padrão de classificação dos compor- § 3º O membro indicado ou respaldado pelos servidores ava-
tamentos verificáveis e sua descrição será adaptada para o respec- liados terá direito a voz e não a voto nas reuniões deliberativas da
tivo fator. comissão a que se refere o “caput”.
§ 2º Todos os fatores de cada critério utilizados no processo de § 4º Caso a pasta a que o servidor esteja vinculado não possua
avaliação de desempenho, estarão graduados entre o grau 1 (um) e servidores que preencham os requisitos estabelecidos no “caput”
o grau 4 (quatro), a saber: poderão ser nomeados servidores de outras unidades administra-
I - Grau 1: o servidor neste fator apresenta desempenho incom- tivas.
patível com as necessidades dos trabalhos; Art. 175. Fica assegurado o direito ao servidor cujo desempe-
II - Grau 2: o servidor neste fator apresenta um comportamen- nho será avaliado, o acompanhamento do preenchimento de sua
to aceitável segundo às expectativas para o seu desempenho, sen- avaliação quanto aos critérios estabelecidos no art. 166.
do-lhe necessárias algumas medidas de aprimoramento; § 1º O preenchimento da ficha de avaliação de desempenho,
III - Grau 3: o servidor neste fator atingiu o desempenho espe- para apuração dos critérios previstos, será realizado pela chefia
rado para o cargo; imediata e, obrigatoriamente, assegurada a presença do servidor
IV - Grau 4: o servidor neste fator excedeu ao desempenho es- cujo desempenho está sendo avaliado.
perado para o cargo. § 2º No preenchimento da ficha de avaliação de desempenho,
Art. 171. Os fatores dos critérios de desempenho serão des- o servidor avaliado poderá registrar as suas observações em campo
critos nas fichas de avaliação de desempenho com o objetivo de especifico.
indicar os vários tipos de comportamentos de cada agrupamento § 3º Após o preenchimento, a ficha de avaliação de desempe-
de cargos de servidores. nho deverá ser encaminhada para a Comissão de Avaliação de De-
Art. 172. Serão as fichas de avaliação de desempenho constitu- sempenho para sua análise, validação e totalização.
ídas por questões relacionadas aos fatores descritos no parágrafo § 4º Após a totalização da avaliação, será intimado o interessa-
único do art. 166, que deverão ser analisados no desempenho de do para exercício do direito de recurso, no prazo de 5 (cinco) dias,
cada servidor. dirigido ao Secretário Municipal de Administração através da Co-
Parágrafo Único. Na avaliação dos fatores dos critérios de de- missão de Avaliação de Desempenho, que será decidido no prazo
sempenho, os graus atribuídos para cada um dos fatores, serão de 10 (dez) dias.
multiplicados pelo seu peso, sendo que a soma dos pesos não ex- § 5º Homologada a avaliação pelo Chefe do respectivo Poder,
cederá a 100 (cem). os autos serão remetidos ao setor de recursos humanos para o
Art. 173. Ato próprio de cada Poder instituirá a Ficha para Ava- competente registro.
liação de Desempenho Funcional a que alude esta Seção. § 6º Caberá representação ao Chefe do respectivo Poder acerca
de qualquer matéria que não caiba recurso.
SEÇÃO II § 7º O recurso que trata este artigo não trará prejuízo aos pra-
DO PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUN- zos previstos nesta Lei.
CIONAL Art. 176. O resultado da avaliação de desempenho anual será
motivado exclusivamente com base na aferição dos critérios pre-
Art. 174. A avaliação anual de desempenho será realizada por vistos nesta Lei, sendo obrigatória a indicação dos fatos, das cir-
comissão, denominada Comissão de Avaliação de Desempenho, cunstâncias e dos demais elementos de convicção no termo final
composta por 5 (cinco) servidores: de avaliação, inclusive, quando for o caso, o relatório relativo ao
I - 3 (três) deles, ocupantes de cargos de provimento efetivo colhimento de provas testemunhais e documentais.
com, no mínimo, 03 (três) anos de exercício; Parágrafo Único. É assegurado ao servidor o direito de acom-
II - chefe imediato ao qual esteja o servidor vinculado; panhar todos os atos de instrução do procedimento que tenha por
III - 1 (um) servidor cuja indicação será efetuada pelo Sindicato objeto a avaliação de seu desempenho.
dos Servidores Públicos Municipais ou respaldada no prazo máximo Art. 177. O resultado e os instrumentos de avaliação, a indica-
de 5 (cinco) dias, por manifestação expressa dos servidores avalia- ção dos elementos de convicção e de prova dos fatos narrados na
dos. avaliação, os recursos interpostos, bem como as metodologias e os
§ 1º Qualquer servidor que atenda as exigências estabelecidas critérios utilizados na avaliação serão arquivados na pasta ou base
no “caput” poderá ser nomeado. de dados individual, permitida a consulta pelo servidor a qualquer
§ 2º A comissão de que trata este artigo tem como funções: tempo.

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SEÇÃO III CAPÍTULO II
DA CAPACITAÇÃO FUNCIONAL DO SERVIDOR COM DESEMPE- DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
NHO INSUFICIENTE
Art. 187 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
Art. 178. O termo de avaliação anual indicará as medidas de Parágrafo Único. (VETADO)
correção necessárias, em especial as destinadas a promover a capa- Art. 187 A - Como medida cautelar, no curso da apuração da ir-
citação funcional ou desenvolvimento do servidor avaliado. regularidade, a autoridade instauradora do processo administrativo
Art. 179. O termo de avaliação obrigatoriamente relatará os disciplinar poderá determinar o afastamento do servidor pelo prazo
pontos indicados para melhoria identificados no desempenho do não superior a 60 (sessenta) dias, caso tal ato se mostre convenien-
servidor, considerados os critérios de avaliação previstos. te à instrução do feito ou à ordem do serviço público.
Art. 180. As necessidades de capacitação funcional ou desen- Parágrafo Único. O servidor que venha a ser afastado preven-
volvimento do servidor cujo desempenho tenha sido considerado tivamente perderá 2/3 (dois terços) de seus vencimento, que lhe
insuficiente serão priorizadas no planejamento de programa de ca- serão restituídos em caso de reconhecimento de sua inocência ou
pacitação funcional do respectivo Poder. de aplicação de penalidade que seja inferior ao prazo pelo qual
teve vigor a media. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
SEÇÃO IV 198/2011)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO III
Art. 181. As pontuações obtidas serão divulgadas no prazo má- DA SINDICÂNCIA
ximo de 30 (trinta) dias após o término do procedimento da avalia-
ção de desempenho. Art. 188. A sindicância é o instrumento administrativo voltado
Parágrafo Único. As dúvidas suscitadas serão respondidas pela à averiguação de fatos que evidenciem conduta funcional irregular,
Comissão de Avaliação de Desempenho e pelo setor de recursos destinado à identificação de indícios quanto à autoria e à materiali-
humanos, cabendo recurso nos termos do parágrafo 4º do art. 175. dade da conduta faltosa.
Art. 182. Os servidores serão avaliados a cada período de 12 Parágrafo Único. A autoridade competente dispensará a sindi-
(doze) meses e poderão obter a evolução funcional, nos termos cância quando do expediente constar indícios suficientes quanto à
desta Lei. autoria e materialidade da infração.
Parágrafo Único. (VETADO) Art. 189. A sindicância será processada por comissão perma-
Art. 183. Para um acompanhamento efetivo por parte do ava- nente, composta por no mínimo 03 (três) servidores de ilibada re-
liador e do servidor avaliado durante todo o período compreendido putação moral e funcional, designados pela autoridade competen-
entre uma avaliação e a próxima, deverá ser utilizado instrumento te, sempre em número ímpar.
de acompanhamento que deverá indicar os problemas relaciona- § 1º A autoridade designará os servidores suplentes que assu-
dos ao desempenho, as soluções adotadas e as medidas necessá- mirão nos casos de impedimento dos titulares, observado o dispos-
rias para o aprimoramento do desempenho do servidor avaliado, to no “caput” e parágrafo 1º deste artigo.
além de permitir anotações sobre eventuais ocorrências que pos- § 2º São impedidos de participar de comissão de sindicância
sam interferir no desempenho. ou do processo administrativo disciplinar, cônjuge, companheiro ou
Art. 184. O servidor avaliado deverá realizar uma análise de sua parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou cola-
participação no processo de avaliação de desempenho, onde serão teral, até o terceiro grau.
apontados aspectos positivos e indicados para melhoria em seu Art. 190. Da sindicância poderá resultar:
comportamento que afetem o desempenho e também os fatores I - arquivamento do processo;
externos que possam afetar o desempenho, assim como a indicação II - instauração de processo administrativo disciplinar.
das medidas de correção necessárias. Parágrafo Único. O prazo para conclusão da sindicância não
excederá 60 (sessenta) dias, a contar da instauração, podendo ser
TÍTULO V prorrogado por até igual período, a critério da autoridade compe-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR tente.
CAPÍTULO I Art. 191. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS a infração está capitulada como possível ilícito penal, a autoridade
competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
Art. 185. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no independentemente da imediata instauração do processo adminis-
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, trativo disciplinar.
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- Art. 192. Poderá a comissão sindicante concluir por infração
gurada ao acusado ampla defesa. diversa daquela definida no ato de instauração e/ou imputar ao sin-
Parágrafo Único. O setor competente de cada Poder deverá su- dicado outras infrações, além da originária.
pervisionar e fiscalizar o cumprimento do disposto no “caput” deste Parágrafo Único. O disposto no “caput” deste artigo aplica-se
artigo. ao processo administrativo disciplinar, desde que, para tanto, seja
Art. 186. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de dada ao acusado a oportunidade do contraditório e ampla defesa
apuração, desde que contenham a identificação do denunciante e quanto ao fato novo, emergente das provas.
sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Parágrafo Único. Quando o fato narrado não configurar eviden-
te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada,
por falta de objeto.

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CAPÍTULO IV Art. 203. No ato do interrogatório, o acusado será novamente
DO PROCEDIMENTO NO PROCESSO DISCIPLINAR informado a respeito da acusação que lhe é formulada.
Art. 204. No caso de mais de um acusado, cada um deles será
Art. 193. O processo administrativo disciplinar é o instrumento ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas decla-
destinado a apurar responsabilidade de servidor por possível infra- rações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
ção praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação entre eles.
com as atribuições do cargo em que se encontre investido. Art. 205. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
Art. 194. Do ato que instaurar processo administrativo discipli- acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
nar necessariamente constarão os seguintes elementos: submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
I - qualificação do servidor-acusado; menos um (01) médico psiquiatra.
II - descrição pormenorizada da conduta; Parágrafo Único. O incidente de sanidade mental será proces-
III - descrição das disposições legais infringidas, consignando sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-
expressamente as agravantes que sejam imputadas ao acusado; pedição do laudo pericial.
IV - pena máxima prevista para a infração. Art. 206. O acusado que mudar de residência fica obrigado a
Art. 195. O processo administrativo disciplinar será remetido a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
comissão permanente, composta por no mínimo 03 (três) servido- Art. 207. Achando-se o acusado em lugar incerto e não sabi-
res de ilibada reputação moral e funcional, designados pela autori- do, será citado por edital, publicado na forma da legislação vigente,
dade competente, sempre em número ímpar. para apresentar defesa.
Art. 196. A comissão permanente exercerá suas atividades com Parágrafo Único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo,
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a contar da data da
elucidação do fato ou exigido pelo interesse do serviço público lo- publicação do edital.
cal. Art. 208. Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente
Parágrafo Único. As reuniões e as audiências da comissão per- citado, deixar de comparecer ao interrogatório ou de apresentar
manente terão caráter reservado. defesa no prazo legal.
Art. 197. O processo administrativo disciplinar se desenvolve Parágrafo Único. A revelia será declarada, por termo, nos autos
nas seguintes fases: do processo.
I - instauração; Art. 209. Interrogado o acusado ser-lhe-á concedido o prazo de
II - interrogatório do acusado, no qual este poderá apresentar 5 (cinco) dias, a contar da data da intimação, para apresentar defesa
requerimento de produção de provas; prévia e rol de testemunhas, que não ultrapassará o número de 3
III - instrução; (três) e requerer diligências.
IV - defesa; § 1º A intimação será dispensada quando a defesa prévia for
V - relatório; oferecida logo após o término do interrogatório.
VI - julgamento. § 2º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
Art. 198. O prazo para a conclusão do processo administrativo diligências reputadas indispensáveis.
disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados da data de pu- § 3º No caso de recusa do acusado em apor o ciente na cópia
blicação do ato que instaurar o processo, admitida a sua prorroga- da intimação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
ção por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. termo próprio, pelo servidor responsável pelo ato, com a assinatura
Parágrafo Único. As reuniões serão registradas em atas que de- de 2 (duas) testemunhas.
verão detalhar as deliberações adotadas. Art. 210. O defensor do acusado poderá assistir ao interroga-
tório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado
CAPÍTULO V interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, rein-
DA INSTRUÇÃO NOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES quiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
Art. 211. O acusado será intimado com antecedência mínima
Art. 199. A instrução obedecerá ao princípio do contraditório, de 2 (dois) dias para, querendo, acompanhar, em audiência, a pro-
assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e dução das provas.
recursos admitidos em direito. Art. 212. Quando depositar o rol de suas testemunhas, caberá
Art. 200. Os autos da sindicância integrarão o processo admi- ao acusado indicar sua qualificação completa, mencionando, ainda,
nistrativo disciplinar, como peça informativa da instrução. em qual repartição o servidor público está lotado.
Art. 201. Na fase de instrução, a comissão promoverá, de ofício Parágrafo Único. Se a testemunha for servidor público, será
ou a requerimento do acusado, os seguintes atos: expedido ofício solicitando o seu comparecimento ao chefe da re-
I - tomada de depoimentos; partição onde serve, com a indicação do local, dia e hora marcados
II - acareações; para inquirição.
III - investigações; Art. 213. As testemunhas arroladas serão chamadas a depor
IV - perícia; mediante intimação expedida pelo presidente da comissão, a ser
V - demais diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova. encaminhada ao endereço fornecido pelo acusado, devendo a se-
Art. 202. É assegurado ao acusado o direito de acompanhar o gunda via, com o ciente da testemunha, ser anexado aos autos, po-
processo pessoalmente ou por intermédio de seu defensor, arrolar dendo, ainda, comparecer à audiência independentemente de inti-
e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formu- mação ou serem intimidas por carta, telegrama ou pessoalmente.
lar quesitos, quando se tratar de prova pericial. § 1º Expedida a comunicação, nos termos do “caput” deste ar-
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos con- tigo, e ao endereço constante da indicação fornecida pelo acusado,
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum o não comparecimento de testemunha não implicará adiamento de
interesse para o esclarecimento dos fatos. qualquer ato processual.
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
provação do fato independer de conhecimento especial de perito.

199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
§ 2º Cabe ao acusado ou seu defensor diligenciar junto aos au- CAPÍTULO VII
tos do processo administrativo e, verificando que não produziu os DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
efeitos a comunicação expedida a qualquer de suas testemunhas,
providenciar sua substituição ou ainda a indicação de novo endere- Art. 222. O processo administrativo disciplinar poderá ser re-
ço para expedição de nova comunicação, com prazo de no mínimo visto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
05 (cinco) dias anteriores à audiência, sob pena de preclusão. fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
Art. 214. Serão convidadas a depor, mediante ofício, com a pos- punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
sibilidade de indicar dia, hora e local para a realização do ato, as Parágrafo Único. Em caso de falecimento, ausência ou desapa-
seguintes autoridades: recimento do servidor, qualquer pessoa que tenha interesse legíti-
I - Vereador; mo poderá requerer a revisão do processo.
II - Secretário; Art. 223. A simples alegação de injustiça da penalidade não
III - Outras autoridades a quem, por determinação legal, seja constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos
dispensado o mesmo tratamento. expressamente consignados na petição.
Art. 215. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a § 1º No processo revisional, o ônus da prova cabe ao reque-
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. rente.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. § 2º Não será processado o requerimento de revisão que verse
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in- sobre fatos anteriormente apreciados em processo revisional.
firmem, proceder-se-á a acareação entre os depoentes. Art. 224. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
Art. 216. Finda a instrução, será ouvida a defesa em alegações Art. 225. A revisão não será remetida aos mesmos servidores
finais, no prazo de 10 (dez) dias. que conduziram o processo originário, sendo designada uma comis-
Art. 217. Apreciada a defesa, a comissão permanente elaborará são revisora para cada caso, mediante ato do Chefe de cada Poder.
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e Art. 226. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con-
mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convic- clusão dos trabalhos.
ção. Art. 227. Aplica-se aos trabalhos da comissão revisora, no que
Parágrafo Único. O relatório será sempre conclusivo quanto à couber, as normas e procedimentos próprios da comissão perma-
inocência ou à responsabilidade do acusado. nente.
Art. 218. Após o relatório da comissão, o processo será remeti- Art. 228. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena
do à autoridade competente para o julgamento, que poderá solici- ou à autoridade instauradora.
tar a análise jurídica ao setor competente. Parágrafo Único. O prazo para julgamento será de 30 (trinta)
Parágrafo Único. A atuação do setor jurídico limitar-se-á à apre- dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au-
ciação das questões formais do processo. toridade julgadora poderá determinar diligências.
Art. 229. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
CAPÍTULO VI efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos
DO JULGAMENTO NOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES do servidor.
Parágrafo Único. Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 219. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento agravamento de penalidade.
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- TÍTULO VI
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida- DASEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
de competente, que decidirá em igual prazo. CAPÍTULO ÚNICO
§ 2º Havendo mais de um acusado e diversidade de sanções, o DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
pena mais grave. Art. 230. Os servidores públicos municipais ocupantes de cargo
§ 3º Se a penalidade prevista for a exoneração ou cassação de de provimento efetivo, regulados pelas disposições contidas nesta
disponibilidade, o julgamento caberá ao Chefe do respectivo Poder, Lei, serão segurados do RGPS, até a implantação do Regime Próprio
conforme o caso. da Previdência do Servidor do Município de Suzano, nos termos do
Art. 220. Quando o relatório da comissão permanente contra- art. 40 da Constituição Federal e legislação regulamentadora e com-
riar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivada- plementar.
mente, adotar conclusão diversa da apresentada. Parágrafo Único. Os Servidores Públicos Municipais ocupantes
Art. 221. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autorida- de cargo de provimento em comissão, regulados pelas disposições
de que determinou a instauração do processo ou outra de hierar- contidas nesta Lei, são segurados obrigatórios do RGPS.
quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
no mesmo ato, a instauração de novo processo. PARTE ESPECIAL
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do LIVRO I
processo. DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
§ 2º Caso entenda a autoridade que servidor designado para a TÍTULO I
comissão permanente concorreu, de modo doloso ou culposo, para DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
a ocorrência da nulidade, deverá designar outros servidores para se
responsabilizarem pelo processo, sem prejuízo das demais comina- Art. 231. Os Profissionais da Educação do Município de Suzano,
ções legais. que ocupam cargos efetivos ou de comissão, além das disposições
contidas nesta Lei, ainda estão sujeitos a disposições específicas da
categoria.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 1º Para efeitos da presente Lei, Profissionais da Educação são TÍTULO II
todos os servidores integrantes do Quadro de Pessoal da Secretaria DOS ATOS PARA O INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO
Municipal de Educação nos termos da legislação própria. CAPÍTULO I
§ 2º Aplica-se o disposto nesta Lei, no que couber, aos cargos DISPOSIÇÕES GERAIS
públicos de provimento em comissão, ligados à carreira dos Profis-
sionais da Educação. Art. 238. São requisitos básicos para investidura em cargo da
Art. 232. Os cargos de carreira dos Profissionais da Educação carreira dos Profissionais da Educação os constantes do art. 8º des-
são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos ta Lei e também:
estabelecidos em Lei. I - o nível de escolaridade, capacitação e, se for o caso, habilita-
Art. 233. O exercício dos cargos da carreira dos Profissionais ção profissional para o exercício das atribuições inerentes do cargo
da Educação exige não só conhecimentos específicos, adquiridos e exigidas em Lei;
mantidos por meio de estudos contínuos, mas também responsabi- II - a aptidão física e mental, nos termos do art. 15 desta Lei;
lidades pessoais e coletivas para com a Educação e o bem-estar dos III - o atendimento às condições específicas e especiais, que
educandos e da comunidade. porventura exista, estabelecidas em Lei.
Art. 234. Este estatuto tem como princípios o disposto no art. § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
206 da Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educa- outros requisitos estabelecidos em Lei.
ção Nacional, e também ao seguinte: § 2º Às pessoas com deficiência é assegurado o direito de se
I - a gestão democrática da educação; inscrever em concurso público para investidura em cargo público
II - o aprimoramento da qualidade do ensino público no Muni- cujas atribuições sejam compatíveis, nos termos da legislação pró-
cípio de Suzano; pria.
III - a valorização dos Profissionais da Educação; § 3º A investidura nos cargos da carreira dos (as) Profissionais
IV - a escola gratuita e de qualidade para todos. da Educação ocorrerá com a posse.
Art. 235. A gestão democrática da educação consistirá na parti- Art. 239. O provimento dos cargos da carreira dos Profissionais
cipação das comunidades internas e externas, na forma colegiada e da Educação será por meio de ato do Chefe do Poder Executivo.
representativa, observada em qualquer caso a legislação pertinen-
te. CAPÍTULO II
Art. 236. O ensino público municipal deverá garantir à criança, DO CONCURSO PÚBLICO
ao adolescente, ao jovem e ao adulto: Art. 240. O concurso público para os cargos da carreira dos
I - a aprendizagem integrada e abrangente objetivando: Profissionais da Educação será de provas e títulos, podendo ser re-
a) superar a fragmentação das várias áreas do conhecimento, alizado em duas (02) etapas, conforme dispuser a Lei que fixa as
observando as especificidades de cada modalidade e nível de en- diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Profissionais da
sino; Educação do Município de Suzano.
b) propiciar ao educando o saber organizado, para que possa Art. 241. Aplica-se aos concursos públicos para os cargos da
reconhecer-se como agente do processo de construção do conheci- carreira dos Profissionais da Educação as normas gerais de concur-
mento e transformação das relações humanas. sos públicos estabelecidas pela legislação pertinente.
II - o preparo do educando para o exercício consciente da cida- Parágrafo Único. Os concursos públicos para os cargos da car-
dania e no seu processo de humanização; reira dos Profissionais da Educação serão realizados, obrigatoria-
III - a garantia de igualdade de tratamento, sem discriminação mente, quando:
de qualquer espécie; I - o percentual dos cargos vagos atingir 5% (cinco por cento)
IV - a garantia do direito de organização e representação estu- do total de cargos;
dantil no âmbito do Município. II - não houver aprovados e classificados excedentes de concur-
Art. 237. A valorização dos Profissionais da Educação será asse- so anterior para a carreira com prazo de validade em vigor.
gurada por meio de: Art. 242. O edital do concurso público estabelecerá os requisi-
I - formação permanente e sistemática de todos os servidores tos a serem cumpridos pelos candidatos com base no disposto no
do Quadro de Pessoal dos Profissionais da Educação, promovida artigo anterior.
pela Secretaria Municipal de Educação;
II - condições dignas de trabalho para os Profissionais da Edu- CAPÍTULO III
cação; DO PROVIMENTO
III - perspectivas de progressão na carreira de forma organizada SEÇÃO I
por meio de Plano de Carreira e Vencimento dos Profissionais da DAS FORMAS DE PROVIMENTO
Educação;
IV - realização periódica de concurso público; Art. 243. São formas de provimento de cargo da carreira dos
V - exercício de todos os direitos e vantagens compatíveis com Profissionais da Educação:
as atribuições e responsabilidades dos Profissionais da Educação; I - nomeação;
VI - apuração e punição dos envolvidos em casos de assédio II - readaptação;
moral nos termos da legislação vigente; III - reversão;
VII - exercício do direito de greve, nos termos da Lei. IV - reintegração;
V - aproveitamento;
VI - remoção.
SUBSEÇÃO I
DA NOMEAÇÃO

Art. 244. A nomeação para os cargos da carreira dos Profissio-


nais da Educação será:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
I - em caráter efetivo; § 3º Os laudos médicos de readaptação deverão ser reavalia-
II - em comissão, para cargos de livre nomeação e exoneração. dos por junta médica oficial a cada 1 (um) ano, contabilizados a par-
Art. 245. A nomeação para cargo de provimento efetivo da car- tir da data da readaptação.
reira dos Profissionais da Educação depende de prévia aprovação
em concurso público de provas e títulos, obedecido em qualquer SUBSEÇÃO IV
caso, a ordem de classificação e os termos da legislação própria. DA REVERSÃO
Parágrafo Único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-
senvolvimento do servidor na carreira, serão estabelecidos pela Lei Art. 251. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposen-
que fixar as diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Pro- tado por invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declara-
fissionais da Educação. dos insubsistentes os motivos da aposentadoria, nos termos desta
Lei.
SUBSEÇÃO II
DA LOTAÇÃO SUBSEÇÃO V
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 246. A lotação é o número de servidores que devem ter
exercício em cada órgão ou unidade responsável pelo desempenho Art. 252. Reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo
das atividades vinculadas à educação formal no Município. anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transforma-
Art. 247. O número de servidores lotados em cada uma das ção, quando invalidada a sua exoneração por decisão administrativa
unidades escolares será o designado pela Secretaria Municipal de ou judicial, com ressarcimento de todas as suas vantagens nos ter-
Educação. mos desta Lei.
Art. 248. Caberá aos Coordenadores Educacionais organizar e
SUBSEÇÃO VI
compatibilizar horários dos turnos de funcionamento, visando ao
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
cumprimento da proposta educacional da respectiva pasta, de acor-
do com o plano de lotação aprovado.
Art. 253. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
§ 1º A atribuição de sedes aos servidores não docentes far-se-á
servidor estável ficará em disponibilidade com remuneração pro-
de acordo com os seguintes critérios:
porcional ao tempo de serviço até o seu aproveitamento obrigató-
I - aferição do tempo de serviço, por meio da conversão em
rio conforme o disposto nesta Lei.
pontos do tempo de efetivo exercício na Rede Municipal Pública de
Ensino;
SUBSEÇÃO VII
II - aferição da conclusão de graduação na área da educação, DA REMOÇÃO
por meio da conversão em pontos da respectiva conclusão;
III - combinação das razões tempo e títulos descritas nos incisos Art. 254. Remoção é o deslocamento do servidor da carreira
I e II deste artigo. dos Profissionais da Educação de sua lotação para outra.
§ 2º Havendo a necessidade excepcional de remanejamento de Art. 255. A remoção se faz anualmente, a pedido, obedecen-
servidores à outras unidades escolares, por motivos emergenciais e do uma ordem de classificação, efetuada por meio do exposto nos
de reorganização, à Secretaria Municipal de Educação é reservado incisos I, II e III do § 1º do art. 248 e incisos I, II, III e IV do art. 305,
o direito de transferir temporariamente o servidor, seguindo os se- durante o último trimestre de cada ano ou em outro período, nos
guintes critérios: casos excepcionais, a critério da Secretaria Municipal de Educação.
I - servidor lotado em unidade escolar mais próxima da unidade Parágrafo Único. O processo de remoção precederá aos concur-
escolar com necessidade; sos públicos para ingresso na carreira dos Profissionais da Educação
II - menor tempo de serviço na Rede Municipal Pública de En- em cargos equivalentes.
sino; Art. 256. A remoção a pedido se processa por meio de reque-
III - local de residência do servidor; rimento do interessado à Secretaria Municipal de Educação, o qual
IV - servidor não estudante; será avaliado e deferido ou indeferido mediante a possibilidade e a
V - menor número de filhos; necessidade da Rede Municipal Pública de Ensino.
VI - menor idade. Art. 257. A remoção por permuta se processa a pedido de am-
bos os interessados precedendo o inicio do ano letivo conforme o
SUBSEÇÃO III calendário escolar.
DA READAPTAÇÃO § 1º Os permutadores devem ter a mesma categoria funcional
e o mesmo regime de trabalho.
Art. 249. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de § 2º Apenas poderá ser solicitada a remoção por permuta após
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que 1 (um) ano de lotação na unidade escolar.
tenha sofrido em sua capacidade física, sensorial ou mental e obe- § 3º Em situação excepcional devidamente justificada e com-
decerá ao disposto na legislação própria. provada por meio de documentos, a remoção por permuta poderá
Art. 250. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação ocorrer no mês de julho, desde que não ocorra prejuízo para o an-
readaptado temporariamente, manterá sua lotação durante o perí- damento das atividades escolares.
odo de vigência do laudo médico. Art. 258. Não poderá solicitar a remoção por permuta, o Profis-
§ 1º Havendo renovação do laudo médico temporário por perí- sional da Educação que:
odo superior a 2 (dois) anos, contínuos ou interpolados, o servidor I - esteja em processo de avaliação médica oficial para a rea-
perderá sua lotação. daptação nos termos dos arts. 249 e 250;
§ 2º Haverá classificação e atribuição específicas para o servi- II - esteja na condição de readaptado com laudo médico oficial
dor readaptado. temporário;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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III - esteja lotado em unidade escolar que possua Profissional III - ter liberdade de escolha e de utilização de materiais, equi-
da Educação em situação de excedente na mesma área de atuação. pamentos e procedimentos didáticos, bem como dispor de instru-
Art. 259. A remoção independerá de processo de seleção: mentos de avaliação do processo de ensino-aprendizagem, dentro
I - para o membro da carreira dos Profissionais da Educação dos princípios psicopedagógicos, em acordo com o projeto político-
que apresentar problema de saúde que impeça o exercício em seu -pedagógico;
local de lotação, comprovado por órgão médico oficial; IV - receber auxílio, se necessário, para a publicação de traba-
II - quando ocorrer extinção de escolas, alteração de matrículas lhos técnico-científicos e livros didáticos ou técnico-científicos, me-
ou disciplinas, que importe em diminuição de lotação. diante solicitação e aprovação da Administração, compreendendo
Art. 260. À Secretaria Municipal de Educação caberá verificar conteúdos pertinentes à área da educação;
os casos omissos, não previstos nesta Lei. V - ter assegurada a igualdade de tratamento no plano técni-
co-pedagógico;
SEÇÃO II VI - receber, por meio de serviços técnicos especializados em
DA POSSE E DO EXERCÍCIO educação e apoio à educação, assistência ao exercício profissional;
VII - participar das deliberações que afetam a vida e as ativida-
Art. 261. Posse é a aceitação expressa das atribuições, dos de- des da unidade escolar e do desenvolvimento eficiente do processo
veres, das responsabilidades e dos direitos inerentes ao cargo ocu- pedagógico;
pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por quais- VIII - participar do processo de planejamento, execução e ava-
quer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em Lei. liação das atividades educativas, assim como de reuniões, comis-
Art. 262. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do sões e conselhos escolares.
cargo da carreira dos Profissionais da Educação, sendo que ao Se-
cretário Municipal de Educação compete atestar o início do exercí- CAPÍTULO II
cio pelo servidor. DO VENCIMENTO E DEMAIS VANTAGENS PESSOAIS
Art. 263. A posse e o exercício do servidor da carreira dos Pro-
fissionais da Educação obedecerá ao disposto nesta Lei. Art. 267. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
Art. 264. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada de cargo público, com valor fixado em Lei.
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos. Art. 268. Vencimentos expressa a retribuição pecuniária pelo
Parágrafo Único. O disposto no “caput” não se aplica a duração exercício de cargo público efetivo, acrescido das vantagens pecuni-
de trabalho estabelecida para categorias de profissionais com regu- árias permanentes estabelecidas em Lei.
lamentação específica. Art. 269. O disposto neste capítulo deverá ser aplicado na for-
ma desta Lei.
CAPÍTULO IV
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA ESTABILIDADE CAPÍTULO III
SEÇÃO ÚNICA DAS FALTAS
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 265. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
go de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educação Art. 270. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
ficará sujeito a estágio probatório visando a aquisição da estabili- perderá:
dade, por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual sua I - a remuneração do dia em que não comparecer ao serviço,
aptidão e capacidade serão objeto obrigatório de avaliação especial sem motivo justificado;
de desempenho. II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos,
Parágrafo Único. O estágio probatório e a aquisição da estabili- ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art.
dade do servidor da carreira dos Profissionais da Educação obede- 292, e as saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de
cerão ao disposto nesta Lei. horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida
pela chefia imediata, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos.
TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS SEÇÃO II
CAPÍTULO I DAS FALTAS JUSTIFICADAS
DOS DIREITOS
Art. 271. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
Art. 266. São direitos dos integrantes da carreira dos Profissio- justificará ao superior imediato de até o máximo de 5 (cinco) faltas
nais da Educação do Município de Suzano, além de outros: por ano nos termos desta Lei.
I - ter ao seu alcance informações educacionais, bibliografia,
materiais didáticos e outros instrumentos inclusive informatizados, SEÇÃO III
bem como contar com assistência técnico-pedagógica que auxilie DAS FALTAS INJUSTIFICADAS
e estimule a melhoria de sua atuação profissional e ampliação de
seus conhecimentos; Art. 272. Serão consideradas faltas injustificadas aquelas em
II - dispor no ambiente de trabalho, de instalações e materiais que o servidor da carreira dos Profissionais da Educação ausentar-
técnico-pedagógicos suficientes e adequados para que possa de- -se do serviço sem um justo motivo.
senvolver suas atividades; Parágrafo Único. O servidor sofrerá o desconto em seu venci-
mento e não será considerado como período de efetivo exercício
para todos os efeitos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SEÇÃO IV Art. 280. Compete à Secretaria Municipal de Educação:
DAS FALTAS ABONADAS I - identificar as áreas e servidores para programas de forma-
ção;
Art. 273. As faltas ao serviço dos servidores nomeados para II - planejar a participação do servidor da carreira dos Profissio-
cargo de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educa- nais da Educação nos programas de formação e adotar as medidas
ção, até o máximo de 6 (seis) por ano, que não exceda a 1 (uma) por necessárias para que os afastamentos que ocorrerem não causem
mês, serão abonadas desde que não haja prejuízo ao educando, à prejuízo às atividades educacionais;
unidade escolar e a Rede Municipal Pública de Ensino. III - estabelecer a data de realização dos programas de forma-
§ 1º O servidor deverá encaminhar requerimento solicitando ção contínua, respeitados o turno de trabalho e a jornada do pro-
com, no mínimo, 2 (dois) dias de antecedência o abono das faltas a fissional;
que se refere o “caput”, sempre a critério da autoridade competen- IV - incentivar o auto-desenvolvimento profissional.
te ouvido o Coordenador Educacional da unidade escolar. Art. 281. Os programas de formação serão conduzidos:
§ 2º A construção da política das faltas abonadas no interior I - sempre que possível, diretamente pela Secretaria Municipal
das unidades escolares dar-se-á no Conselho de Escola em reunião de Educação;
específica durante o período de planejamento no início de cada ano II - por meio de contratação de especialistas ou instituições es-
letivo, a qual referenciará a ação do Coordenador Educacional sem- pecializadas, observada a legislação pertinente;
pre considerando o previsto nesta Lei. III - mediante encaminhamento do servidor à organizações es-
§ 3º Não serão permitidas faltas abonadas em emendas de fe- pecializadas, sediadas ou não no Município;
riado. IV - por meio da realização de programas de diferentes forma-
tos utilizados, também, os recursos da educação à distância.
SEÇÃO V Art. 282. Os programas de formação serão elaborados e organi-
DO BANCO DE HORAS zados anualmente a tempo de se prever, na proposta orçamentária,
os recursos para sua implementação.
Art. 274. Os Profissionais da Educação com funções não docen-
tes que prestarem serviços a título de horas extraordinárias pode- CAPÍTULO VI
rão, a critério do Secretário Municipal de Educação, compensarem DAS VANTAGENS
as horas em sistema denominado banco de horas nos termos do
art. 121 desta Lei. Art. 283. Além do vencimento, serão pagas aos servidores da
carreira dos Profissionais da Educação as vantagens constantes des-
CAPÍTULO IV ta Lei, em especial:
DA EVOLUÇÃO E PROGRESSÃO FUNCIONAL I - gratificação por trabalho ou docência em escola com difícil
provimento;
Art. 275. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo II - adicional noturno.
terá evolução e progressão funcional nos termos da Lei que fixa as
diretrizes do sistema de carreira e vencimento dos Profissionais da SEÇÃO I
Educação do Município de Suzano. DA GRATIFICAÇÃO POR TRABALHO OU DOCÊNCIA EM ESCOLA
COM DIFÍCIL LOTAÇÃO
CAPÍTULO V
DA FORMAÇÃO Art. 284. Os servidores da carreira dos Profissionais da Educa-
ção, enquanto atuarem em escolas consideradas de difícil lotação,
Art. 276. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação farão jus à gratificação neste período.
deverá participar de processos de formação continuada integrados Art. 285. Para efeitos desta Lei, considerar-se-á escola de difícil
às necessidades do serviço e do interesse público, na área de atua- lotação, as que serão definidas por meio de ato do Chefe do Poder
ção do mesmo. Executivo.
Art. 277. A Secretaria Municipal de Educação cuidará perma- Art. 286. A gratificação por trabalho ou docência em escola de
nentemente da formação dos servidores de carreira dos Profissio- difícil lotação será concedida aos servidores da carreira dos Profis-
nais da Educação do Município. sionais da Educação enquanto atuarem nas referidas unidades es-
Art. 278. A formação é o conjunto de procedimentos que vi- colares e terá o valor do vencimento acrescido o percentual de 15%
sam proporcionar aos integrantes da carreira dos Profissionais da (quinze por cento).
Educação a sua atualização profissional, com vistas à melhoria da Art. 287. O servidor da carreira dos Profissionais da Educação
qualidade de ensino e demais atividades educativas. perderá o direito à gratificação por trabalho ou docência em escola
Parágrafo Único. A formação será desenvolvida por intermédio com difícil lotação, no momento em que cessar sua atuação nas
de cursos, congressos, seminários, encontros, simpósios, palestras, referidas escolas.
fórum de debates, semanas de estudos, acompanhamento e acon- Art. 288. A gratificação por trabalho ou docência em escola
selhamento, além de outros procedimentos similares. com difícil lotação não se incorporará ao vencimento para nenhum
Art. 279. São objetivos da formação: efeito.
I - propiciar a associação entre teoria e prática;
II - criar condições propícias à efetiva qualificação dos servido-
res, de acordo com suas atribuições, por meio de cursos, seminá-
rios, conferências, oficinas de trabalho, implementação de projetos
e outros instrumentos para possibilitar a definição de novos progra-
mas, métodos e estratégias de ensino, adequadas às transforma-
ções educacionais;
III - promover a valorização do (a) Profissional da Educação.

204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
SEÇÃO II CAPÍTULO X
DO ADICIONAL NOTURNO DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 289. O serviço noturno, prestado pelo servidor ocupante Art. 298. Os servidores da carreira dos Profissionais da Educa-
de cargo de provimento efetivo com funções docentes, em horário ção investidos em cargo de provimento em comissão ou função de
compreendido entre 19h00 (dezenove horas) e 23h00 (vinte e três direção ou chefia terão substitutos indicados no regimento interno
horas), terá o valor do vencimento acrescido em 25% (vinte e cinco do órgão ou, no caso de omissão, previamente designados por meio
por cento). de ato regular do Chefe do Poder Executivo.
Art. 290. O serviço noturno, prestado pelo servidor ocupante § 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem
de cargo de provimento efetivo não docente, devido a natureza do prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo de provimento
seu trabalho na área da Educação, em horário compreendido entre em comissão ou função de direção ou chefia, nos afastamentos, im-
19h00 (dezenove horas) e 23h00 (vinte e três horas), terá o valor do pedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do
vencimento acrescido em 25% (vinte e cinco por cento). cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de-
Art. 291. O adicional de que trata os arts. 289 e 290 não se les durante o respectivo período.
incorporará a remuneração do servidor. § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
de provimento em comissão ou função de direção ou chefia, nos
CAPÍTULO VII casos dos afastamentos, férias ou impedimentos legais do titular,
DAS LICENÇAS, DOS AFASTAMENTOS E DAS CONCESSÕES superiores a 5 (cinco) dias consecutivos, paga na proporção dos dias
de efetiva substituição, que excederem o referido período.
Art. 292. Conceder-se-á ao servidor da carreira dos Profissio- § 3º No caso de substituição com base no parágrafo 2º, o subs-
nais da Educação as licenças constantes da parte geral desta Lei. tituto perceberá o vencimento do cargo de provimento em comis-
Art. 293. Fica garantido aos servidores ocupantes de cargo de são ou função de direção ou chefia em que se der a substituição,
provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educação da salvo se optar pelo vencimento de seu cargo de provimento efetivo.
Rede Municipal Pública de Ensino o afastamento para fins de reali- § 4º Em caso excepcional, atendida a conveniência da Admi-
zação de curso de pós-graduação presencial. nistração e o interesse público, o titular de cargo de provimento
§ 1º O afastamento será sem prejuízo da remuneração quando em comissão ou função de direção ou chefia, poderá ser designado
o curso de pós-graduação estiver vinculado a pesquisa acadêmica ou nomeado, cumulativamente, como substituto para outro cargo
focada em estudo de caso da Rede Municipal Pública de Ensino de ou função da mesma natureza, até que se verifique a nomeação ou
Suzano e coerente com a atividade fim do cargo de provimento efe- designação do titular, nesse caso, somente perceberá o vencimento
tivo ocupado pelo servidor. correspondente a um dos cargos ou funções.
§ 2º O afastamento será com prejuízo da remuneração nas Art. 299. As substituições de professores por período inferior
situações não previstas no parágrafo 1º, podendo, ser solicitada, a 15 (quinze) dias, sempre que possível, deverão ser efetuadas por
neste caso, bolsa de estudo no valor de 30% (trinta por cento) do professores ocupantes de cargos de provimento efetivo por meio
vencimento do cargo de provimento efetivo ocupado pelo servidor. da suplementação da jornada de trabalho ou por meio dos profes-
§ 3º O período de afastamento nos termos do “caput” fica con- sores substitutos.
dicionado ao período de vínculo comprovado entre o servidor e a § 1º Na impossibilidade da substituição ser realizada nos ter-
unidade acadêmica não excedendo a 3 (três) anos para mestrado e mos do “caput”, deverão ser admitidos professores em caráter tem-
4 (quatro) anos para doutorado. porário.
§ 4º Os servidores em afastamento remunerado de que trata o § 2º As substituições de que trata este artigo, não poderão ul-
parágrafo 1º não poderão exceder a 5% (cinco por cento) do total trapassar o ano letivo para a qual foi autorizada e serão obrigatoria-
do quadro de pessoal efetivo de cada cargo em atividade. mente, por tempo determinado.
§ 5º Os critérios para seleção dos candidatos e demais normas § 3º Os professores tratados no parágrafo 1º serão seleciona-
para a concessão do afastamento serão fixados por meio de ato do dos e admitidos mediante processo seletivo, nos termos de legisla-
Chefe do Poder Executivo. ção específica.
§ 4º Esses professores serão remunerados na mesma propor-
CAPÍTULO VIII ção do ocupante de cargo de provimento efetivo que estão substi-
DO TEMPO DE SERVIÇO tuindo, considerando o seu vencimento.
Art. 300. As substituições de servidores por período igual ou
Art. 294. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, superior a 15 (quinze) dias, poderá ser realizada por servidores ad-
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 mitidos em caráter temporário.
(trezentos e sessenta e cinco) dias. § 1º As substituições de que trata este artigo, não poderão ul-
Art. 295. O tempo de efetivo exercício deverá ser apurado nos trapassar o ano letivo para a qual foi autorizada e serão obrigatoria-
termos da parte geral desta Lei. mente, por tempo determinado.
§ 2º Os servidores tratados no “caput” serão selecionados e
CAPÍTULO IX admitidos mediante processo seletivo, nos termos de legislação es-
DA VACÂNCIA pecífica.
§ 3º Esses servidores serão remunerados na mesma proporção
Art. 296. A vacância do cargo público da carreira dos Profissio- do ocupante de cargo de provimento efetivo que estão substituin-
nais da Educação decorrerá das situações previstas na parte geral do, considerando o seu vencimento.
desta Lei.
Art. 297. A exoneração do servidor ocupante de cargo de provi-
mento efetivo dar-se-á exclusivamente após processo administrati-
vo disciplinar nos termos da parte geral desta Lei.

205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO XI CAPÍTULO XIII
DAS FÉRIAS E DO RECESSO DO HORÁRIO DE TRABALHO PEDAGÓGICO COLETIVO

Art. 301. Aos Profissionais da Educação em exercício de docên- Art. 307. Cabe à Coordenação Educacional da unidade escolar
cia nas unidades escolares, são assegurados 30 (trinta) dias de fé- garantir a participação de todos os Profissionais da Educação não
rias anuais, durante o mês de janeiro. docentes nos Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), em
§ 1º O período de férias de que trata o “caput” será concedido sistema de rodízio.
nos termos do art. 125 desta Lei. Art. 308. O Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) do
§ 2º O pagamento da remuneração devida por ocasião das fé- pessoal docente deverá ser sistematizado pela Secretaria Municipal
rias deverá ser efetuado em conformidade com o disposto no art. de Educação.
130 desta Lei.
§ 3º O servidor exonerado do cargo de provimento efetivo ou CAPÍTULO XIV
de provimento em comissão, perceberá indenização relativa ao pe- DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
ríodo das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de
1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício ou fração superior Art. 309. A assistência a saúde do servidor da carreira dos Pro-
a 14 (quatorze) dias. fissionais da Educação e de sua família compreende assistência mé-
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do dica ambulatorial, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêu-
mês em que for publicado o ato de exoneração. tica prestada pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
§ 5º O período de gozo de férias somente poderá ser interrom-
pido por motivo de calamidade pública, comoção interna, convoca- CAPÍTULO XV
ção para júri, serviços militar ou eleitoral ou por motivo de superior DO DIREITO DE PETIÇÃO
interesse público devidamente justificado.
§ 6º O restante do período interrompido será gozado de uma Art. 310. É assegurado ao servidor da carreira dos Profissionais
só vez. da Educação o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa
Art. 302. Além do período de férias constante do artigo ante- de direito ou interesse legítimo, nos termos desta Lei.
rior, os Profissionais da Educação poderão gozar de recesso escolar,
conforme calendário escolar. TÍTULO IV
Art. 303. Durante as férias e o recesso escolar, os Profissionais DO REGIME DISCIPLINAR
da Educação perceberão o mesmo vencimento recebido no mês an- CAPÍTULO I
terior. DOS DEVERES
Art. 304. Durante o recesso escolar, ressalvando o período de
gozo de férias, o servidor poderá ser convocado a prestar serviços Art. 311. São deveres do servidor ocupante de cargo da carreira
educacionais. dos Profissionais da Educação:
I - conhecer e respeitar as Leis;
CAPÍTULO XII II - preservar os princípios, os ideais e os fins da educação bra-
DA ATRIBUIÇÃO DE TURMAS sileira, por meio de seu desempenho profissional;
III - empenhar-se em prol do desenvolvimento do educando,
Art. 305. Para fins de atribuição de turmas, os docentes serão utilizando processos que acompanhem o progresso científico da
classificados, observada a seguinte ordem de preferência: educação;
I - situação funcional: IV - participar das atividades educacionais que lhe forem atri-
a) admitidos para cargos de provimento efetivo, mediante con- buídas por força de suas funções;
curso público de provas e títulos, correspondentes aos componen- V - comparecer ao local de trabalho com assiduidade e pon-
tes curriculares das classes a serem atribuídas; tualidade, executando suas tarefas com eficiência, zelo e presteza;
b) professores com carga horária de 24 (vinte e quatro) horas VI - manter o espírito de cooperação e solidariedade com a
semanais. equipe escolar e a comunidade em geral;
II - tempo de serviço no magistério público, na forma a ser re- VII - incentivar a participação, o diálogo e a cooperação entre
gulamentada; os educandos e demais educadores;
III - títulos computáveis obtidos pelo docente, por meio da con- VIII - contribuir para o desenvolvimento do senso crítico e da
versão em pontos das cargas horárias dos respectivos títulos; consciência política do educando;
IV - combinação das razões tempo e títulos descritas nos incisos IX - respeitar o educando como sujeito do processo educativo e
II e III. comprometer-se com a eficácia de seu aprendizado;
§ 1º Aos docentes admitidos para cargo de provimento efetivo X - comunicar ao superior imediato as irregularidades de que
na Rede Municipal Pública de Ensino, serão atribuídas simultanea- tiver conhecimento, na sua área de atuação, ou às entidades supe-
mente as classes em substituição referente aos docentes afastados. riores, no caso de omissão por parte da primeira;
§ 2º O docente, indicado e nomeado para as funções de su- XI - zelar pela defesa dos direitos profissionais e pela reputação
porte pedagógico e que seja exonerado a pedido ou a critério da da categoria profissional;
Administração, não perde o direito de voltar às turmas das quais é XII - fornecer elementos para a permanente atualização de
titular, durante o ano letivo. seus assentamentos, junto a unidade de pessoal;
Art. 306. Compete à Secretaria Municipal de Educação atribuir XIII - considerar os princípios psicopedagógicos, a realidade só-
as classes aos docentes da Rede Municipal Pública de Ensino, res- cio-econômica da clientela escolar e as diretrizes da Política Educa-
peitada a ordem de classificação, conforme o artigo anterior. cional na escolha e utilização de materiais, procedimentos didáticos
Parágrafo Único. A Secretaria Municipal de Educação expedirá e instrumentos de avaliação do processo ensino-aprendizagem;
as normas complementares necessárias ao cumprimento do dispos- XIV - participar de conselhos referentes ao desenvolvimento da
to neste artigo. educação no Município de Suzano;

206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
XV - participar do processo de planejamento, execução e ava- § 4º Além dos requisitos previstos no parágrafo 2º, apenas será
liação das atividades escolares; possível a acumulação de cargos que perfazerem uma carga horária
XVI - acatar as decisões do Conselho de escola, observando a total máxima de 70 (setenta) horas semanais, somadas as 02 (duas)
legislação vigente; jornadas.
XVII - participar das atividades educacionais que forem pró- § 5º É vedada a percepção simultânea de proventos de aposen-
prias do cargo ou da função que ocupa; tadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
XVIII - assegurar a efetivação dos direitos pertinentes à criança ressalvados os cargos e empregos acumuláveis na forma do inciso
e ao adolescente, nos termos do Estatuto da Criança e do Adoles- XVI do art. 37 da Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos
cente, comunicando às autoridades competentes os casos de que de provimento em comissão declarados em Lei de livre nomeação
tenham conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de e exoneração.
maus-tratos; Art. 314. O servidor não poderá exercer mais de um (01) cargo
XIX - zelar pelo cumprimento dos horários e calendário escolar; de provimento em comissão.
XX - manter a Secretaria Municipal de Educação informada do Art. 315. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-
desenvolvimento do processo educacional, expondo suas críticas e mular licitamente 2 (dois) cargos de provimento efetivo da Rede
apresentando sugestões para a sua melhoria; Municipal Pública de Ensino de Suzano, quando investido em cargo
XXI - buscar o seu constante aperfeiçoamento profissional por de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
meio de participação em cursos, reuniões, seminários, sem prejuízo efetivos.
de suas atribuições; Parágrafo Único. O servidor que se afastar dos cargos de pro-
XXII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- vimentos efetivo que ocupa poderá optar pela remuneração de um
der. deles ou pela do cargo de provimento em comissão.
Parágrafo Único. A representação de que trata o inciso XXII será
encaminhada, assegurando-se ao representando o direito a ampla CAPÍTULO IV
defesa. DAS RESPONSABILIDADES

CAPÍTULO II Art. 316. O servidor responde civil, penal e administrativamen-


DAS PROIBIÇÕES te pelo exercício irregular de suas atribuições observado o disposto
na parte geral desta Lei.
Art. 312. Sem prejuízo das demais proibições constantes da
parte geral desta Lei, ao servidor que integre o Quadro dos Profis- CAPÍTULO V
sionais da Educação ainda é vedada: DAS PENALIDADES
I - a ação ou omissão que traga prejuízo físico, moral ou inte-
lectual; Art. 317. São penalidades disciplinares a que estão sujeitos os
II - a imposição de castigo físico ou humilhante; servidores ocupantes de cargos da carreira dos Profissionais da Edu-
III - a prática de discriminação por motivo de raça, condição cação:
social, intelectual, sexo, credo ou convicção política; I - advertência;
IV - a alteração de qualquer resultado de avaliação, ressalvados II - suspensão;
os casos de erro manifesto, por ele considerado ou reconhecido; III - exoneração;
V - impedir que o educando participe das atividades educativas IV - cassação de disponibilidade;
em razão de qualquer carência material. V - destituição de cargo de provimento em comissão;
VI - destituição de exercício de função de direção, chefia ou as-
CAPÍTULO III sessoramento.
DA ACUMULAÇÃO Art. 318. Na aplicação das penalidades será aplicado o previsto
na parte geral desta Lei.
Art. 313. Ressalvados os casos previstos no inciso XVI do art.
37 da Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de TÍTULO V
cargos públicos. DA SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLI-
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos NAR
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades con- Art. 319. Para a apuração de infrações e aplicação das penali-
troladas direta ou indiretamente pelo Poder Público. dades disciplinares aos servidores ocupantes dos cargos da carreira
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada dos Profissionais da Educação deverá ser observado o disposto no
à: Capitulo específico desta Lei.
I - comprovação da compatibilidade de horários, considerando-
-se todos os seus componentes nos dois (02) cargos; TÍTULO VI
II - comprovação da viabilidade de acesso aos locais de trabalho DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
por meios normais de transporte;
III - existência de intervalo entre o término de uma jornada e Art. 320. Os servidores públicos municipais ocupantes de car-
início da outra de, no mínimo, 1 (uma) hora. gos de provimento efetivo da carreira dos Profissionais da Educação
§ 3º O intervalo constante do inciso III do parágrafo 2º poderá serão segurados do RGPS, até a implantação do Regime Próprio da
ser reduzido para, o mínimo de até 15 (quinze) minutos quando Previdência do Servidor no Município de Suzano, nos termos do art.
os locais de trabalho forem situados próximos, ou no mesmo local, 40 da Constituição Federal e legislação regulamentadora e comple-
sempre a critério da autoridade competente e desde que não haja mentar.
prejuízo para o serviço público municipal.

207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
TÍTULO VII SEÇÃO ÚNICA
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS DA CONTAGEM DOS PRAZOS
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 329. Os prazos previstos nesta Lei começam a contar a par-
tir da data da notificação pessoal ou da publicação oficial, excluin-
Art. 321. O Dia do Professor será comemorado em 15 (quinze) do-se da contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento.
de outubro de cada ano. § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
Parágrafo Único. Esta data poderá ser declarada ponto faculta- guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
tivo para os servidores ocupantes dos cargos da carreira dos Profis- ou se este for encerrado antes do horário normal.
sionais da Educação do Município de Suzano. § 2º Os prazos previstos nesta Lei são contados em dias corri-
Art. 322. Ao servidor da carreira dos Profissionais da Educação dos.
é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre Art. 330. Salvo motivo de força maior devidamente comprova-
associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela de- do, os prazos previstos nesta Lei não serão prorrogados.
correntes:
I - de ser representado pelo sindicato, inclusive como substitu- CAPÍTULO II
to processual; DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
II - de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
final do mandato, exceto se a pedido; Art. 331. Será de responsabilidade da Administração Pública do
III - de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a Município de Suzano dar ciência do teor desta Lei no ato da trans-
que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas posição de regime jurídico a todos os servidores da carreira dos
em assembleia geral da categoria. Profissionais da Educação, bem como, no ato da posse de novos
Art. 323. Consideram-se da família do servidor, além do cônju- servidores e a totalidade dos servidores lotados na Secretaria Muni-
ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons- cipal de Educação quando de modificações legais posteriores a sua
tem do seu assentamento individual e sejam reconhecidos pela primeira publicação.
legislação civil.
Parágrafo Único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou LIVRO II
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. DOS SERVIDORES DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL
Art. 324. Os instrumentos de procuração utilizados para o re- TÍTULO I
cebimento de direitos ou vantagens de servidores municipais terão DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
validade por 12 (doze) meses, devendo ser renovados após findo
esse prazo. Art. 332. Esta Lei estabelece ainda as normas específicas sobre
Art. 325. Para todos os efeitos previstos nesta Lei, os exames o regime jurídico e o regimento disciplinar dos servidores ocupan-
de aptidão física e mental serão obrigatoriamente realizados por tes de cargos do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal de
médicos do serviço público municipal, ou na sua falta, por médicos Suzano.
credenciados pelo Poder Público. § 1º O pessoal admitido para os cargos de provimento efetivo
§ 1º Em casos especiais, atendendo a natureza da enfermida- do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal terão a sua relação
de, a Administração poderá designar junta médica para proceder ao de trabalho regida por esta Lei.
exame, dela fazendo parte, obrigatoriamente, médicos do serviço § 2º Aplica-se o disposto nesta Lei, no que couber, aos cargos
público municipal ou médicos credenciados pelo Poder Público. públicos de provimento em comissão ligados a Guarda Civil Muni-
§ 2º Os atestados médicos concedidos aos servidores munici- cipal.
pais, quando em tratamento fora do Município, terão sua validade
condicionada à ratificação posterior pelo médico do serviço público CAPÍTULO I
municipal. DA NOMEAÇÃO
Art. 326. São isentos de taxas, emolumentos ou custas os re- Art. 333. A nomeação no quadro de pessoal da Guarda Civil
querimentos, certidões e outros papéis que, na esfera administrati- Municipal dar-se-á nos termos desta Lei para os cargos de provi-
va, interessarem ao servidor municipal, ativo ou inativo, exclusiva- mento efetivo de Guarda Civil Municipal na graduação de 3ª Classe
mente nos assuntos funcionais. e na forma prevista por esta Lei.
Art. 327. O servidor que apresentar-se ao serviço em estado Art. 334. O concurso público será realizado em 3 (três) etapas:
de embriaguez causada por bebida alcoólica, entorpecentes ou I - de provas e títulos;
quaisquer outras substâncias químicas ou naturais deverá ser en- II - de teste de aptidão física, avaliação psicológica e investiga-
caminhado ao serviço médico competente para diagnóstico e, se ção social;
necessário, inicio de tratamento específico. III - de curso de formação para ingresso no quadro de pessoal
Parágrafo Único. A recusa ou o abandono do tratamento es- da Guarda Civil Municipal.
pecífico será considerado infração disciplinar ensejando a imediata § 1º O teste de aptidão física apenas poderá ser realizado com
abertura de processo administrativo disciplinar nos termos desta a apresentação de laudo médico que descreva as condições físicas
Lei. do candidato e o considere apto para a sua realização.
Art. 328. Os regulamentos necessários para a execução do dis- § 2º Serão de caráter eliminatório o teste de aptidão física, a
posto nesta Lei serão editados por ato próprio do Chefe do Poder investigação social e o curso de formação para ingresso no quadro
Executivo. de pessoal da Guarda Civil Municipal e de caráter classificatório a
avaliação psicológica.
§ 3º O laudo médico exigido no parágrafo 1º não substitui o
exame de aptidão para o exercício do cargo nos termos do Capítulo
próprio desta Lei.

208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
CAPÍTULO II VII - colaborar com a fiscalização do serviço público local na
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO aplicação da legislação relativa ao exercício do poder de polícia ad-
ministrativa do Município;
Art. 335. O estágio probatório será realizado nos termos da VIII - executar o patrulhamento escolar, bem como auxiliar es-
parte geral desta Lei. tudantes na travessia de vias e logradouros públicos;
Art. 336. Para fins da avaliação de desempenho de que trata o IX - outros não previstos e que lhes venham a ser atribuídos por
art. 31 desta Lei, o servidor nomeado para o quadro de pessoal da legislação especial ou, ainda, determinados pelo respectivo Coman-
Guarda Civil Municipal será avaliado também nos seguintes fatores: do, respeitadas as normas adequadas.
I - subordinação; Parágrafo Único. Incumbirá, ainda, à Guarda Civil Municipal:
II - conduta moral compatível com as atribuições do cargo; a) coordenar suas atividades com as ações do Estado, no senti-
III - conduta profissional compatível com as atribuições do car- do de obter e oferecer auxílio recíproco; e,
go; b) colaborar com os órgãos federais e estaduais competentes
IV - não ter praticado infração disciplinar classificada como de para a preservação da segurança interna, quando solicitada, obser-
natureza média ou grave nos termos desta Lei; vada a legislação aplicável.
V - não ter praticado ilícito penal doloso relacionado com as
atribuições do cargo. TÍTULO III
Parágrafo Único. A descrição dos fatores constantes dos incisos DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I, II e III do “caput” será realizada na Ficha de Avaliação de Desem- CAPÍTULO I
penho da Guarda Civil Municipal e será instituída através de ato DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
próprio do Chefe do respectivo Poder.
Art. 338. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da
TÍTULO II Guarda Civil Municipal.
DAS COMPETÊNCIAS Art. 339. São princípios norteadores da disciplina e da hierar-
quia da Guarda Civil Municipal:
Art. 337. Compete à Guarda Civil Municipal de Suzano: I - o respeito à dignidade humana;
I - promover a proteção dos bens, instalações e serviços muni- II - o respeito à cidadania;
cipais através da: III - o respeito à justiça;
a) vigilância interna e externa dos próprios públicos municipais IV - o respeito à legalidade democrática;
em geral; V - o respeito à coisa pública.
b) fiscalização da adequada utilização dos parques, jardins, pra- Art. 340. As ordens legais devem ser prontamente executadas,
ças, cemitérios, mercados, feiras-livres, museus, bibliotecas e ou- cabendo inteira responsabilidade à autoridade que as determinar.
tros bens de domínio público, evitando a sua depredação. Parágrafo Único. Em caso de dúvida, será assegurado esclareci-
II - atuar no auxílio ao público em geral junto aos próprios pú- mento ao subordinado.
blicos municipais; Art. 341. Todo servidor da Guarda Civil Municipal que se depa-
III - participar, de maneira ativa, nas comemorações cívicas de rar com ato contrário à disciplina da instituição ou do serviço públi-
feitos e fatos programados pelo Município, destinados à exaltação co local deverá adotar medida saneadora.
do patriotismo; § 1º Se detentor de precedência hierárquica sobre o infrator,
IV - atender à população: o servidor da Guarda Civil Municipal deverá adotar as providências
a) nas atividades de assistência social em geral, inclusive aque- cabíveis pessoalmente e se subordinado, deverá comunicar às au-
las voltadas para a criança, o adolescente, o idoso e a pessoa porta- toridades competentes.
dora de necessidades especiais; § 2º Ficará a critério do Comando Geral da Guarda Civil Muni-
b) quando da ocorrência de quaisquer sinistros ou eventos da- cipal encaminhar o servidor reincidente em transgressões de na-
nosos, em auxílio à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil e de- tureza leve que não sofrer a penalidade disciplinar de suspensão
mais autoridades competentes. ao Centro de Formação e Ensino para participar de programa de
V - promover a vigilância: requalificação profissional.
a) de logradouros públicos, mediante o policiamento diurno e Art. 342. O servidor da Guarda Civil Municipal tem que obser-
noturno do Município, tanto na zona urbana quanto na zona rural, var todos os deveres enumerados nesta Lei.
em caráter supletivo;
b) das áreas de preservação do patrimônio natural e cultural do CAPÍTULO II
Município, bem como da preservação de mananciais e da defesa da DO COMPORTAMENTO
fauna e da flora.
VI - garantir a realização dos serviços de responsabilidade do Art. 343. Ao ingressar no quadro de pessoal da Guarda Civil
Município e sua ação fiscalizadora no desempenho de atividades de Municipal, o servidor será classificado no comportamento estabe-
polícia administrativa, em especial nos serviços ligados às áreas de: lecido no inciso II do artigo subsequente.
a) educação; Parágrafo Único. Os atuais integrantes do quadro de pessoal
b) saúde pública; da Guarda Civil Municipal serão classificados no comportamento
c) transporte coletivo; correspondente a sua conduta transcrita no seu assentamento in-
d) arrecadação tributária; dividual.
e) meio ambiente; Art. 344. Para fins disciplinares e para os demais efeitos legais,
f) trânsito; o comportamento do servidor da Guarda Civil Municipal será con-
g) urbanismo; e, siderado:
h) demais órgãos oficiais. I - excelente, quando nos últimos 48 (quarenta e oito) meses
não tiver sofrido qualquer punição;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
II - bom, quando nos últimos 36 (trinta e seis) meses não tiver V - permutar serviço sem comunicar e receber permissão da
sofrido pena de suspensão; autoridade competente;
III - regular, quando no período de 24 (vinte e quatro) meses VI - deixar de se apresentar na sede da Guarda Civil Municipal,
tiver sofrido 1 (uma) suspensão; estando de folga, quando houver iminência de perturbação da or-
IV - insuficiente, quando no período de 24 (vinte e quatro) me- dem ou calamidade pública;
ses tiver sofrido 2 (duas) suspensões; VII - demorar-se na apresentação ao superior hierárquico,
V - mau, quando no período de 12 (doze) meses tiver sofrido quando convocado ao trabalho por justo motivo, ainda que fora do
mais de 2 (duas) penas de suspensão, acima de 15 (quinze) dias. horário de trabalho;
§ 1º Para reclassificação de comportamento, 2 (duas) adver- VIII - usar aparelho telefônico ou outro meio de comunicação
tências equivalerão a 1 (uma) repreensão e 2 (duas) repreensões a analógico ou digital de propriedade ou uso da Guarda Civil Munici-
1 (uma) suspensão. pal para conversas particulares, sem a devida autorização;
§ 2º A reclassificação de comportamento dar-se á, anualmente, IX - permitir o uso de aparelho telefônico ou outro meio de
ex-officio, por ato do Comandante Geral da Guarda Civil Municipal, comunicação analógico ou digital de propriedade ou uso da Guarda
de acordo com os prazos e critérios estabelecidos. Civil Municipal para conversas particulares, sem registrar o número
§ 3º O conceito atribuído ao comportamento do servidor da do aparelho chamado e o nome de seus usuários;
Guarda Civil Municipal será considerado para: X - usar termos de gíria ou palavras de baixo calão em comuni-
I - a finalidade estabelecida no inciso I do art. 368 e no inciso I cação, informação ou atos semelhantes;
do art. 369; XI - revelar indiscrição em linguagem falada ou escrita;
II - indicação para participação em cursos de aperfeiçoamento; XII - cantar, assobiar ou fazer ruído em local ou ocasião em que
III - submissão à participação em programa de requalificação seja exigido silêncio;
profissional no Centro de Formação e Ensino da Guarda Civil Mu- XIII - portar-se inconvenientemente em solenidades ou reuni-
nicipal de Suzano, nas hipóteses dos incisos III e IV do “caput”, se a ões sociais;
soma das penas de suspensão aplicadas for superior a 10 (dez) dias XIV - viajar sentado, estando uniformizado, em veículo de
e nos incisos I e II a critério do Comandante Geral. transporte coletivo, estando de pé grávidas ou pessoas com crian-
Art. 345. O Comandante Geral da Guarda Civil Municipal deve- ças de colo, idosos, enfermos, pessoas portadoras de necessidades
rá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar do seu efetivo a especiais e autoridades;
ser enviado ao Secretário de Defesa Social e Prevenção à Violência. XV - entrar, sem necessidade, em estabelecimentos comerciais
§ 1º Os critérios de avaliação terão por base a aplicação do dis- estando de serviço;
posto nesta Lei. XVI - tratar de assuntos particulares durante o serviço, sem a
§ 2º A avaliação deverá considerar a totalidade das infrações devida autorização;
cometidas e punidas, a tipificação e as sanções correspondentes, o XVII - retirar-se da presença de superior hierárquico, sem pedir
cargo ocupado pelo infrator e a localidade do cometimento da falta a necessária licença;
disciplinar. XVIII - permitir a permanência de pessoas estranhas ao serviço,
Art. 346. O ato do Comandante Geral da Guarda Civil Munici- nos locais em que isso seja vedado;
pal que reclassificar os integrantes da corporação caberá recurso de XIX - entreter-se ou preocupar-se com atividades estranhas ao
reclassificação do comportamento dirigido ao Corregedor Geral da serviço durante as horas de trabalho;
Guarda Civil Municipal. XX - representar ou requerer sem observar as prescrições regu-
Parágrafo Único. O recurso previsto no caput deverá ser inter- lamentares, em especial as contidas nesta Lei;
XXI - sentar-se, estando de serviço, salvo quando pela sua natu-
posto no prazo máximo de 5 (cinco) dias, contados da data da publi-
reza circunstancial e admissível;
cação oficial do ato impugnado e terá efeito suspensivo.
XXII - perambular ou permanecer uniformizado, quando de fol-
ga, em logradouros públicos;
TÍTULO IV
XXIII - sobrepor os interesses particulares aos da Guarda Civil
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES DISCIPLINARES
Municipal e do serviço público local;
CAPÍTULO I
XXIV - deixar de manter em dia os seus assentamentos ou de
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DISCIPLI-
sua família no setor de recursos humanos do respectivo Poder e no
NARES
prontuário específico da Guarda Civil Municipal;
XXV - deixar de atender a reclamação justa de subordinado, ou
Art. 347. Infração disciplinar é toda a violação aos deveres fun- impedi-lo de recorrer à autoridade superior, sempre que a interven-
cionais previstos nesta Lei pelos servidores integrantes do quadro ção desta se torne indispensável;
de pessoal da Guarda Civil Municipal. XXVI - dar a superior, tratamento íntimo verbal ou por escrito;
Art. 348. As infrações disciplinares, quanto à sua natureza, clas- XXVII - atrasar sem motivo justificável:
sificam-se em: a) a entrega de objetos achados ou apreendidos;
I - Leves; b) a prestação de contas de pagamentos referentes a Guarda
II - Médias; Civil Municipal ou outro órgão do serviço público local;
III - Graves. c) o encaminhamento de informações, comunicações e docu-
Art. 349. São infrações disciplinares de natureza leve: mentos;
I - deixar de comunicar ao superior hierárquico, tão logo possí- d) a entrega de armamento, equipamento e outros destinados
vel, a execução de ordem legal recebida; ao serviço.
II - chegar atrasado, sem justo motivo, a ato ou ao serviço; XXVIII - trazer a mão no bolso quando uniformizado;
III - deixar de apresentar-se ao superior hierárquico, estando XXIX - atender ao público demonstrando preferência pessoal;
em serviço; XXX - apresentar-se na formatura diária ou em público:
IV - deixar de verificar, com antecedência necessária, a escala a) com costeletas, barbas ou cabelos crescidos, bigodes ou
de serviço; unhas desproporcionais ou adornos (brincos ou outro enfeite);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MOTORISTA DE TRANSPORTE ESCOLAR
b) com uniforme em desalinho ou desasseado; II - maltratar animais ou mantê-los em cativeiro sem observar
c) com cestas, sacolas ou qualquer excesso de volume, que não a legislação específica;
tenha correlação com as atividades desempenhadas. III - deixar de dar informações em processos, quando for de sua
XXXI - usar termos descorteses para com superiores, subordi- competência;
nados, iguais, munícipes ou quaisquer outros cidadãos; IV - encaminhar documento à superior hierárquico comunican-
XXXII - procurar resolver assunto referente à disciplina ou ao do infração disciplinar inexistente ou instaurar procedimento admi-
serviço que escape da sua alçada; nistrativo disciplinar sem indícios de fundamento fático;
XXXIII - alegar desconhecimento de ordens publicadas em bole- V - desempenhar inadequadamente suas funções, por falta de
tim ou registradas em livro, bem como das Normas Gerais de Ação; atenção;
XXXIV - deixar de trazer consigo a credencial de Guarda Civil VI - afastar-se, momentaneamente, sem justo motivo, do local
Municipal e respectiva cédula de identidade; em que deveria encontrar-se por força de ordens ou disposições
XXXV - deixar de comunicar ao superior imediato, em termo legais;
oportuno: VII - representar a instituição em qualquer ato sem estar au-
a) as ordens que tiver recebido, sobre pessoal ou material; torizado;
b) as ocorrências de qualquer natureza; VIII - assumir compromisso pela Guarda Civil Municipal que co-
c) estragos ou extravios de qualquer material da Guarda Civil manda ou em que serve, sem estar autorizado;
Municipal que tenha sob sua responsabilidade; IX - sobrepor aos uniformes insígnias de sociedades particula-
d) os recados telefônicos ou pessoais; res, entidades religiosas ou políticas ou, ainda, usar indevidamente
e) as partes de transgressões disciplinares. medalhas desportivas, distintivos ou condecorações;
XXXVI - faltar com o devido respeito às autoridades civis, poli- X - entrar ou sair de qualquer unidade da Guarda Civil Munici-
ciais, militares e eclesiásticas; pal ou tentar fazê-lo com arma não letal da corporação ou qualquer
XXXVII - ponderar ordens ou orientações legais emanadas de outro bem existente na unidade ou local de trabalho sem previa
superior hierárquico; autorização da autoridade competente;
XXXVIII - imiscuir-se em assuntos que embora sejam da Guarda XI - dirigir veículo do serviço público local, da Guarda Civil Mu-
Civil Municipal, não são de sua competência; nicipal ou particular com negligência, imprudência ou imperícia;
XXXIX - interceder de qualquer forma pela liberdade de pessoa XII - ofender a moral e os bons costumes por meio de atos,
detida legalmente por membros da Guarda Civil Municipal ou das palavras ou gestos durante o serviço ou uniformizado, se fora dele;
Polícias Civil ou Militar; XIII - usar termos descorteses, inadequados ou desrespeitosos
XL - deixar de apresentar no tempo determinado: para com superiores, subordinados, iguais, munícipes ou quaisquer
a) para a autoridade competente, no caso de requisição para outros cidadãos;
depor ou prestar declarações; XIV - deixar de zelar pela economia do material do serviço pú-
b) no local determinado por superior hierárquico, em ordem blico local e pela conservação do que for confiado à sua guarda ou
manifestamente legal. utilização;
XLI - dirigir-se, verbalmente ou por escrito, a órgão superior, XV - andar armado, com documento de porte legal, estando em
sem ser por intermédio daquele a quem estiver direta ou imediata-
trajes civis, sem o cuidado de ocultar a arma;
mente subordinado;
XVI - disparar arma não letal por descuido ou sem necessidade;
XLII - deixar de comunicar a transgressão da disciplina por
XVII - resolver assunto referente ao serviço da Guarda Civil Mu-
membro da Guarda Civil Municipal ou servidor público municipal;
nicipal, à disciplina e ao serviço que escape de sua alçada;
XLIII - ler ou retirar sem permissão, documento, livro ou objeto
XVIII - deixar de prestar auxílio que estiver ao seu alcance, para
existente na repartição ou local de trabalho;
manutenção ou restabelecimento da ordem pública;
XLIV - ausentar-se de sua residência sem comunicar endereço
XIX - apropriar-se de material da Guarda Civil Municipal ou do
onde possa ser encontrado, nos casos em que estiver escalado de
serviço público local para uso particular;
sobreaviso;
XLV - discutir, estando uniformizado; XX - induzir superior a erro ou engano, mediante informações
XLVI - deixar de fornecer os dados referentes à sua identidade inexatas;
funcional; XXI - negar-se a receber uniformes e/ou objetos que lhe sejam
XLVII - utilizar-se de papel ou formulário oficial, em vigor, para destinados regularmente, ou que necessitam ficar em seu poder;
rascunho, anotações ou qualquer fim inadequado; XXII - divulgar decisão, despacho, ordem ou informação, antes
XLVIII - deixar o subordinado de cumprimentar superior hierár- de tornada publica;
quico, uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça ou de XXIII - exercer atividades incompatíveis com a função de Guar-
prestar-lhe homenagens ou sinais regulamentares de consideração da Civil Municipal;
e respeito, bem como o superior hierárquico, de responder ao cum- XXIV - usar linguagem ofensiva ou injuriosa em requerimento,
primento; comunicação, informação ou ato semelhante;
XLIX - usar uniforme incompleto, contrariando as normas res- XXV - deixar, por culpa, que se extravie, deteriore ou estrague
pectivas, ou vestuário incompatível com a função, ou, ainda, descu- material da Guarda Civil Municipal, sob sua guarda ou responsabi-
rar-se do asseio pessoal ou coletivo; lidade direta;
L - conduzir veículo da Guarda Civil Municipal sem a devida au- XXVI - deixar a identidade funcional, credencial da Guarda Civil
torização; Municipal ou outros documentos que o qualifique profissionalmen-
LI - apresentar comunicação, representação ou queixas destitu- te com pessoas estranhas à corporação;
ídas de fundamento ou provas. XXVII - entrar, permanecer ou frequentar, ainda que fora do
Art. 350. São infrações disciplinares de natureza média: serviço, locais incompatíveis com a função e que contrariem a legis-
I - deixar de comunicar ao superior imediato ou em sua ausên- lação em vigor e os bons costumes;
cia, a outro superior hierárquico, informação sobre perturbação da XXVIII - tentar ou introduzir bebidas alcoólicas em dependência
ordem pública, logo que dela tenha conhecimento; da Guarda Civil Municipal ou em repartição pública;

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XXIX - concorrer para discórdia ou desavença entre os compo- LVI - utilizar-se do anonimato;
nentes da Guarda Civil Municipal; LVII - emprestar, dar, alugar, penhorar ou vender, peças do uni-
XXX - fornecer notícias à imprensa sobre serviços que atender forme ou de equipamento de propriedade da Guarda Civil Munici-
ou de que tenha conhecimento, ou quando o caso exigir sigilo ou pal, do serviço público local ou de terceiros, novas ou usadas, sem
sem a devida autorização da Secretaria Municipal de Comunicação a permissão necessária;
ou de seu superior hierárquico; LVIII - promover desordem;
XXXI - provocar, tomar parte ou aceitar discussão acerca de po- LIX - tomar parte em reunião preparatória de greve sem a devi-
lítica partidária, religião ou esporte, estando uniformizado; da autorização ou observação da legislação pertinente;
XXXII - aconselhar para que não seja cumprida ordem legal ou LX - praticar atos obscenos em lugar público;
retardada a sua execução; LXI - tomar parte em reunião preparatória de agitação social;
XXXIII - ofender colegas de serviço com palavras ou gestos; LXII - adulterar qualquer espécie de documento em proveito
XXXIV - perambular ou permanecer em logradouros públicos, próprio ou alheio;
zona suspeita ou má frequência; LXIII - aliciar, ameaçar ou coagir parte, testemunha ou perito
XXXV - apresentar-se uniformizado, quando proibido; que funcione em processo administrativo ou judicial;
XXXVI - dormir durante as horas de trabalho; LXIV - responder, inadequada ou inconvenientemente, na qua-
XXXVII - espalhar notícias falsas em prejuízo da ordem, da disci- lidade de parte, testemunha ou perito;
plina ou do bom nome da Guarda Civil Municipal, do serviço público LXV - revelar, parcialmente, em processo que realize ou como
local, de qualquer servidor público ou cidadão; membro de comissão de promoção, de ato apuratório, de trans-
XXXVIII - apresentar-se publicamente em visível estado de em- gressão disciplinar, sindicância ou processo administrativo de que
briaguez causado por bebidas alcoólicas, entorpecentes ou qual- faça parte;
quer substância química ou natural, trajado civilmente; LXVI - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos
XXXIX - manter relações de amizade com pessoas notoriamen- ou documentos privativos do Comando da Guarda Civil Municipal
te suspeitas, que venha o público fazer juízo temerário da Guarda ou do serviço público local;
Civil Municipal; LXVII - valer-se da qualidade de Guarda Civil Municipal para lo-
XL - praticar, na vida privada, qualquer ato que provoque es- grar, direta ou indiretamente, qualquer proveito ilícito;
cândalo público; LXVIII - fumar durante o serviço nos locais em que tal seja veda-
XLI - fazer propaganda político-partidária nas dependências da do, de acordo com a legislação federal e estadual vigorantes;
Guarda Civil Municipal ou de qualquer outra repartição pública; LXIX - criticar ato legal praticado por superior hierárquico.
XLII - entrar ou permanecer em comitê político ou comícios du- Art. 351. São infrações disciplinares de natureza grave;
I - faltar com a verdade;
rante o serviço ou uniformizado fora dele;
II - desempenhar inadequadamente suas funções, de modo in-
XLIII - recusar-se a auxiliar as autoridades públicas ou seus
tencional;
agentes, que estejam nos exercícios de suas funções e que em vir-
III - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever
tude destas, necessitem de auxílio;
ou para obter licença ou qualquer outra vantagem;
XLIV - deixar de atender pedido de socorro;
IV - suprimir a identificação do uniforme ou utilizar-se de meios
XLV - omitir-se em atender ocorrência com alto grau de risco
ilícitos para dificultar sua identificação;
dentro das competências da Guarda Civil Municipal;
V - deixar de comunicar, a quem de direito, transgressão disci-
XLVI - pedir ou aceitar por empréstimo, dinheiro ou qualquer
plinar cometida por integrante da Guarda Civil Municipal;
outro valor de pessoa que: VI - dificultar ao servidor da Guarda Civil Municipal em função
a) trate de interesse na repartição; subordinada a apresentação de recurso ou o exercício do direito de
b) esteja sujeito a sua fiscalização; petição;
XLVII - evadir-se de escolta ou contra ela resistir de forma pas- VII - abandonar o serviço ou posto para o qual tenha sido de-
siva ou agressiva; signado;
XLVIII - contrariar as regras de trânsito, deixar de controlar os li- VIII - fazer, com a Administração Pública Direta ou Indireta con-
mites de velocidade, salvo quando caracterizar direção emergencial tratos ou negócios de naturezas comerciais, industriais ou de pres-
para atendimento de ocorrência; tação de serviços com fins lucrativos, por si ou como representante
XLIX - trafegar com bicicleta ou assemelhado, não respeitando de outrem;
a legislação do Código de Trânsito Brasileiro - CTB; IX - usar armamento, munição ou equipamento, não autoriza-
L - dirigir motocicleta ou assemelhado, sem os acessórios e de- do;
mais exigências, bem como em desrespeito às regras que lhe são X - fazer disparo de armas de fogo ou assemelhadas sem que
pertinentes; haja necessidade ou por descuido, bem como portar ou fazer uso
LI - dirigir veículo automotor sem estar devidamente habilita- durante o serviço de armamento que não seja regulamentar;
do; XI - praticar violência, em serviço ou em razão dele, contra ser-
LII - solicitar interferência de pessoas estranhas a Guarda Civil vidores ou particulares, salvo se em legitima defesa ou de outrem;
Municipal, a fim de obter, para si ou outrem, quaisquer vantagens XII - maltratar pessoa detida, sob sua custódia, sua guarda, sua
ou benefícios; tutela ou responsabilidade;
LIII - valer-se da sua qualidade de Guarda Civil Municipal para XIII - contribuir para que pessoas detidas ou presas conservem
levar vantagem sobre coisas e pessoas; em seu poder objetos não permitidos;
LIV - deixar de entregar à autoridade competente, dentro do XIV - abrir ou tentar abrir qualquer departamento da Guarda
prazo máximo de 12 (doze) horas do ocorrido, objeto achado ou Civil Municipal ou do serviço público local sem autorização;
que lhe venha às mãos em razão de suas funções;
LV - procurar a parte interessada no caso de furto ou de objeto
achado, mantendo com a mesma, entendimento que ponha em dú-
vida a sua honestidade funcional;

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XV - ofender, provocar ou desafiar autoridade ou servidores XXXIX - acumular ilicitamente cargos públicos, se provada a má-
da Guarda Civil Municipal que exerça função superior, igual ou su- -fé;
bordinada, munícipes ou quaisquer outros cidadãos, com palavras, XL - deixar de comunicar ato ou fato irregular de natureza grave
gestos ou ações, resguardando-se ao servidor da Guarda Civil Muni- que presenciar, mesmo quando não lhe couber intervir;
cipal os princípios de liberdade de expressão previstos na Constitui- XLI - faltar sem motivo justificado ao serviço;
ção Federal e dos princípios norteadores de disciplina e hierarquia XLII - ingerir bebidas alcoólicas ou substâncias entorpecentes
inscritos no art. 5º; ou estimulantes, sejam artificiais ou naturais, estando de serviço;
XVI - retirar ou empregar, sem previa permissão da autoridade XLIII - apresentar-se ao serviço em visível estado de embriaguez
competente, qualquer documento, material, objeto ou equipamen- ou sob efeito de substâncias entorpecentes ou estimulantes, sejam
to do serviço público municipal, salvo se comprovada necessidade artificiais ou naturais, ou fora do serviço nos locais de trabalho e
do serviço; demais setores do serviço público local;
XVII - retirar ou tentar retirar, de local sob a responsabilidade XLIV - disparar qualquer tipo de arma de fogo, por descuido ou
da Guarda Civil Municipal objeto, viatura ou animal, sem autoriza- sem necessidade, quando do ato resultar morte ou lesão à integri-
ção dos respectivos responsáveis, salvo se comprovada necessida- dade física de outrem;
de do serviço; XLV - abandono de cargo ou função;
XVIII - extraviar ou danificar documentos ou objetos pertencen- XLVI - ingressar na classificação de mau comportamento duran-
tes ao serviço público local de forma dolosa; te o período de estágio probatório;
XIX - deixar de cumprir ou retardar serviço ou ordem legal; XLVII - não melhorar a classificação de comportamento ou de
XX - descumprir preceitos legais durante a prisão ou a custódia conduta, no espaço de 2 (dois) anos, o Guarda Civil Municipal, fora
de pessoa detida ou presa; do período de estágio probatório, enquadrado na classificação de
XXI - referir-se à qualquer pessoa através de expressões jocosas mau comportamento;
ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o credo ou a XLVIII - for cometido de incontinência pública e escandalosa ou
orientação sexual; de vícios de jogos proibidos;
XXII - aconselhar ou concorrer para o descumprimento de or- XLIX - usar ou portar entorpecentes, estimulantes ou qualquer
dem legal de autoridade competente; substância artificial ou natural de porte e uso ilegal durante o ser-
XXIII - dar ordem ilegal ou claramente inexequível; viço;
XXIV - participar da gerência ou administração de empresa pri- L - tentar ou introduzir, de qualquer forma, entorpecentes, esti-
vada de segurança; mulantes ou qualquer substância artificial ou natural de porte e uso
XXV - referir-se depreciativamente em informações, parecer, ilegal em qualquer repartição pública ou facilitar sua introdução;
despacho, pela imprensa ou por qualquer meio de divulgação, às LI - passar declarações falsas, a fim de obter vantagem econô-
mica para si ou para outrem;
ordens legais, às autoridades, aos superiores, iguais ou subordina-
LII - utilizar o cargo ou função para obter ou conceder vanta-
dos, ou atos do serviço público local;
gem ilícita para si ou para outrem;
XXVI - determinar a execução de serviços não previsto em Lei
LIII - não ter o devido zelo com veículos, equipamentos e imó-
ou regulamento, salvo comprovada necessidade do serviço;
veis que lhe estejam confiados.
XXVII - valer-se ou fazer uso do cargo ou função pública para
praticar assédio sexual ou moral;
CAPÍTULO II
XXVIII - violar, alterar ou deixar de preservar local de suspeita
DAS PENALIDADES DISCIPLINARES
ou de ocorrência de crime;
XXIX - praticar usura sob qualquer de suas formas; Art. 352. As penalidades disciplinares aplicáveis aos servidores
XXX - procurar a parte interessada em ocorrência, para obten- da Guarda Civil Municipal são:
ção de vantagem indevida; I - advertências;
XXXI - deixar de tomar providencias para garantir a integridade II - repreensão;
física de pessoa detida; III - suspensão;
XXXII - liberar pessoa detida ou dispensar parte da ocorrência IV - exoneração;
sem atribuição legal; V - cassação de disponibilidade.
XXXIII - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos Art. 353. As penalidades disciplinares definidas no artigo ante-
ou documentos afetos à Guarda Civil Municipal que possam concor- rior poderão ser abrandadas pela autoridade competente para sua
rer para comprometer-se a segurança; aplicação, levada em consideração as circunstâncias da infração dis-
XXXIV - deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou ciplinar e o histórico de comportamento verificado em prontuário
pelos atos praticados por servidor da Guarda Civil Municipal em do servidor.
função subordinada, que agir em cumprimento de sua ordem; Art. 354. Uma vez aberto o processo administrativo disciplinar,
XXXV - omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis mesmo que em seu procedimento sumário, o servidor somente po-
ao esclarecimento de fatos; derá ser exonerado a pedido, após a comprovação de sua inocência
XXXVI - transportar na viatura que esteja sob seu comando ou ou após o cumprimento da penalidade disciplinar que lhe houver
responsabilidade, pessoal ou material, sem autorização da autori- sido imposta.
dade competente;
XXXVII - ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declara- SEÇÃO I
ções falsas em procedimento penal, civil ou administrativo; DA ADVERTÊNCIA
XXXVIII - participar de gerencia ou administração de empresas
bancarias ou industriais ou de sociedades comerciais que mante- Art. 355. A advertência, forma mais branda das penalidades
nham relações comercias com a Administração Pública Municipal, disciplinares, será aplicada por escrito às faltas de natureza leve,
sejam por esta subvencionadas ou estejam diretamente relaciona- constará do prontuário individual do infrator e será levada em con-
das com a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado; sideração para os efeitos do disposto no art. 340.

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Parágrafo Único. Para a aplicação da advertência será utilizado SEÇÃO V
o procedimento sumário, conforme previsto nesta Lei. DA CASSAÇÃO DE DISPONIBILIDADE

SEÇÃO II Art. 362. Será cassada a disponibilidade remunerada prevista


DA REPREENSÃO nos parágrafos 2º e 3º do art. 41 da Constituição Federal, se ficar
provado, através de processo administrativo disciplinar, que o ser-
Art. 356. A penalidade disciplinar de repreensão será aplicada, vidor em disponibilidade praticou, quando em atividade, falta grave
por escrito, ao servidor quando reincidente na pratica de infrações para a qual seja cominada a pena de exoneração.
de natureza leve e terá publicidade nos termos da legislação vigente
e no Boletim Interno da Guarda Civil Municipal, devendo igualmen- CAPÍTULO III
te, ser averbada no prontuário individual do servidor para os efeitos DA REMOÇÃO TEMPORÁRIA
do disposto no art. 340.
Parágrafo Único. Para a aplicação da repreensão será utilizado Art. 363. Nos casos de apuração de infração disciplinar de natu-
o procedimento sumário nos termos desta Lei. reza grave e que possa ensejar a aplicação da pena de exoneração,
o Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência po-
SEÇÃO III derá determinar, cautelarmente, a remoção temporária do servidor
DA SUSPENSÃO para que desenvolva suas funções em outro setor, local ou posto,
até a conclusão do processo administrativo disciplinar instaurado.
Art. 357. A penalidade disciplinar de suspensão, que não exce- Parágrafo Único. A remoção temporária não implicará na perda
derá, em nenhuma hipótese, a 120 (cento e vinte) dias, será aplica- das vantagens e direitos decorrentes do cargo de provimento efeti-
da às infrações de natureza média, terá publicidade nos termos da vo e nem terá caráter punitivo, sendo cabível somente quando pre-
legislação vigente e no Boletim Interno da Guarda Civil Municipal, sentes indícios suficientes de autoria e materialidade da infração.
devendo ser averbado no prontuário individual do infrator para os
fins do disposto no art. 340. CAPÍTULO IV
§ 1º A penalidade de suspensão superior a 10 (dez) dias su- DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
jeitará o infrator, compulsoriamente, à participação em programa
de requalificação profissional no Centro de Formação e Ensino da Art. 364. O servidor poderá ser afastado preventivamente, por
até 120 (cento e vinte) dias, desde que o seu afastamento seja ne-
Guarda Civil Municipal, com a finalidade de resgatar e fixar os valo-
cessário para a apuração da infração a ele imputada ou para inibir a
res morais e sociais da corporação.
possibilidade de reiteração da prática de irregularidades.
§ 2º Ficará a critério do Comando Geral da Guarda Civil Muni-
§ 1º O afastamento preventivo poderá ser aplicado:
cipal encaminhar o servidor suspenso por menos de 10 (dez) dias
I - quando se tratar de sindicância, após a oitiva do servidor
ao Centro de Formação e Ensino para participar de programa de
intimado para prestar esclarecimentos;
requalificação profissional.
II - quando se tratar de procedimento de investigação da Ouvi-
Art. 358. Durante o período de cumprimento da suspensão, o
doria Geral do Município, após a oitiva do servidor a ser afastado;
servidor perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exer-
III - quando se tratar de processo administrativo disciplinar de
cício do cargo de provimento efetivo que ocupa.
exercício da pretensão punitiva, após citação do indiciado nos ter-
§ 1º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de mos desta Lei.
suspensão poderá ser convertida em multa, sendo o servidor, neste § 2º Se, após a realização dos procedimentos previstos nos in-
caso, obrigado a permanecer em exercício, sem prejuízo do dispos- cisos I e II do parágrafo 1º persistirem as condições previstas no
to nos parágrafos 1º e 2º do artigo anterior. “caput” por ocasião da instauração de processo administrativo dis-
§ 2º A multa não poderá exceder à metade do vencimento do ciplinar de exercício da pretensão punitiva, o afastamento preventi-
servidor infrator e nem perdurar por mais de 120 (cento e vinte) vo poderá ser novamente aplicado, respeitado o prazo máximo de
dias. 120 (cento e vinte) dias.
Art. 359. A penalidade disciplinar de suspensão apenas poderá § 3º Findo o prazo do afastamento, cessarão os seus efeitos,
ser aplicada após a conclusão de processo administrativo disciplinar ainda que o processo administrativo disciplinar não esteja conclu-
nos termos desta Lei. ído.
Art. 365. Os processos administrativos disciplinares em que
SEÇÃO IV ocorra o afastamento preventivo de servidores terão tramitações
DA EXONERAÇÃO urgentes e preferenciais, devendo ser concluídos no prazo referen-
te ao de afastamento preventivo dos envolvidos, salvo justificativa
Art. 360. Será aplicada a penalidade disciplinar de exoneração fundamentada.
nos casos de cometimento de infrações de natureza grave. Parágrafo Único. O Presidente da Comissão Processante provi-
Parágrafo Único. A penalidade disciplinar de exoneração por denciará para que os autos dos processos administrativos discipli-
ineficiência no serviço somente será aplicada quando verificada a nares sejam submetidos à apreciação da autoridade competente
impossibilidade de readaptação. em até, pelo menos, 72 (setenta e duas) horas antes do término do
Art. 361. A penalidade disciplinar de exoneração apenas pode- período do afastamento preventivo.
rá ser aplicada após a conclusão de processo administrativo discipli- Art. 366 (Revogado pela Lei Complementar nº 198/2011)
nar nos termos desta Lei. Art. 366 A - Durante o período do afastamento preventivo, o
servidor afastado perderá 1/3 (um terço) de seu vencimento, exce-
to nas hipóteses previstas nos incisos I e II do parágrafo 1º do art.
364.
§ 1º O servidor terá direito:

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I - à diferença do vencimento e à contagem do tempo de ser- TÍTULO V
viço relativo ao período do afastamento preventivo, quando do DA CORREGEDORIA GERAL DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE
processo não resultar punição ou esta se limitar à penalidade de SUZANO
advertência ou repreensão;
II - à diferença do vencimento e à contagem de tempo de servi- Art. 374. Fica criada, vinculada diretamente ao Gabinete do
ço correspondente ao período do afastamento excedente ao prazo Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência, a
de suspensão efetivamente aplicada. Corregedoria Geral da Guarda Civil Municipal.
§ 2º Na decisão final que aplicar pena de suspensão será com- Art. 375. Compete à Corregedoria Geral da Guarda Civil Muni-
putado o período de suspensão preventiva, determinando-se os cipal:
acertos pecuniários cabíveis. (Redação acrescida pela Lei Comple- I - apurar as infrações disciplinares atribuídas aos servidores
mentar nº 198/2011) integrantes do quadro de pessoal dos servidores da Guarda Civil
Municipal, nos termos desta Lei;
CAPÍTULO V II - realizar visitas de inspeção e correições extraordinárias em
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES qualquer unidade ou posto da Guarda Civil Municipal;
III - apreciar as representações que lhe forem dirigidas relativa-
Art. 367. Na aplicação da penalidade disciplinar serão consi- mente à atuação irregular de servidores integrantes do quadro de
derados os motivos, circunstâncias e consequências da infração, os pessoal dos servidores da Guarda Civil Municipal;
antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a intensi- IV - promover investigação sobre os comportamentos éticos,
dade do dolo ou o grau da culpa. sociais e funcionais dos candidatos a cargos de provimento efeti-
Art. 368. São circunstâncias atenuantes: vo ou em comissão na Guarda Civil Municipal, bem como dos ocu-
I - estar classificado, no mínimo, na categoria de bom compor- pantes desses cargos em estágio probatório e dos indicados para
tamento, conforme disposição prevista no inciso II do art. 340; o exercício de cargos de provimento em comissão, observadas as
II - ter prestado relevantes serviços para a Guarda Civil Muni- normas legais e regulamentares aplicáveis.
cipal; Art. 376. Compete ao Corregedor Geral da Guarda Civil Muni-
III - ter cometido a infração para a preservação da ordem ou do cipal:
interesse público. I - assistir o Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção
Art. 369. São circunstâncias agravantes: à Violência nos assuntos disciplinares relativos aos servidores da
I - mau comportamento, conforme disposição prevista no inci- Guarda Civil Municipal ou diretamente vinculados a ela;
so V do art. 340; II - manifestar-se sobre assuntos que devem ser submetidos à
II - prática simultânea ou conexão de 2 (duas) ou mais infra- apreciação do Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à
ções; Violência, bem como indicar a composição das comissões de pro-
III - reincidência; cesso administrativo disciplinar e de sindicância;
IV - conluio de 2 (duas) ou mais pessoas; III - dirigir, planejar, coordenar e supervisionar as atividades,
V - falta praticada com abuso de autoridade; assim como distribuir os serviços da Corregedoria Geral;
VI - falta praticada perante a presença de superior hierárquico IV - apreciar e encaminhar as representações que lhe forem di-
ou subordinado. rigidas relativamente à atuação irregular de servidores integrantes
§ 1º Verifica-se a reincidência quando o servidor cometer nova do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal propor ao Secretá-
infração depois de transitar em julgado decisão administrativa que rio Municipal de Defesa Social e Prevenção à Violência a instauração
o tenha condenado por infração anterior. de sindicância e processo administrativo disciplinar atribuídas aos
§ 2º Dá-se o transito em julgado administrativo quando a deci- referidos servidores;
são não comportar mais recursos. V - avocar, excepcional e fundamentadamente, processo admi-
Art. 370. Em caso de reincidência, as faltas leves serão puníveis nistrativo disciplinar e sindicância atribuído a servidores integrantes
com repreensão e as médias com suspensão superior a 15 (quinze) do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal;
dias. VI - responder as consultas formuladas pelos órgãos da Admi-
Parágrafo Único. As punições canceladas ou anuladas não se- nistração Pública sobre assuntos de sua competência;
rão consideradas para fins de reincidência. VII - determinar a realização de correições extraordinárias nas
Art. 371. O servidor responde civil, penal e administrativamen- unidades e postos da Guarda Civil Municipal, remetendo, sempre,
te pelo exercício irregular das atribuições, sendo responsável por relatório reservado ao Comandante da Guarda;
todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar ao Poder Público VIII - remeter ao Comandante da Guarda relatório circunstan-
local, por dolo ou culpa, devidamente apurados. ciado sobre a atuação pessoal e funcional dos servidores integran-
Parágrafo Único. As cominações civis, penais e disciplinares tes do quadro de pessoal dos servidores da Guarda Civil Municipal
poderão cumular-se, sendo independentes entre si, assim como as em estágio probatório, propondo, se for o caso, a instauração de
instâncias civil, penal e administrativa. procedimento especial, observada a legislação pertinente;
Art. 372. Na ocorrência de mais de uma infração, sem conexão IX - submeter ao Comandante da Guarda Civil Municipal, rela-
entre si, serão aplicadas as sanções correspondentes isoladamente. tório circunstanciado e conclusivo sobre a atuação pessoal e funcio-
nal de servidor integrante do quadro de pessoal dos servidores da
CAPÍTULO VI Guarda Civil Municipal indicado para o exercício de chefias e encar-
DO CUMPRIMENTO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES regaturas, observada a legislação aplicável;
X - praticar todo e qualquer ato ou exercer quaisquer das atri-
Art. 373. A autoridade responsável pela execução da sanção buições e competências das unidades ou dos servidores subordi-
imposta a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de nados;
outra unidade fará a devida comunicação para que a medida seja XI - proceder, pessoalmente, às correições nas comissões de
cumprida. sindicância e de processo administrativo disciplinar que lhe são su-
bordinadas;

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XII - aplicar penalidades dentro de sua competência, na forma Parágrafo Único. Inexistindo representantes legalmente inves-
prevista em Lei; tidos ou na impossibilidade comprovada de trazê-los ao procedi-
XIII - julgar os recursos de classificação ou reclassificação de mento disciplinar, ou ainda, se houver pendências sobre a capaci-
comportamento dos servidores integrantes do quadro de pessoal dade do servidor, serão convocados como seus representantes os
dos servidores da Guarda Civil Municipal. pais, o cônjuge ou companheiro, os filhos ou parentes até segundo
Art. 377. Ficam criadas, junto ao Gabinete do Secretário Muni- grau, observada a ordem aqui estabelecida.
cipal de Defesa Social e Prevenção à Violência, a Comissão de Sindi- Art. 382. A parte poderá constituir advogado legalmente habi-
cância e a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disci- litado para acompanhar os termos dos procedimentos disciplinares
plinar, ambas a serem compostas por três (03) membros, nomeados de seu interesse.
livremente pelo Chefe do Poder Executivo. § 1º Nos procedimentos de exercício da pretensão punitiva, se
Art. 378. A Comissão de Sindicância e a Comissão Permanente a parte não constituir advogado ou for declarada revel, ser-lhe-á
de Processo Administrativo a que se refere o artigo anterior serão dado defensor, na pessoa de Procurador Municipal, que não terá
assistidas por servidores denominados Agentes Disciplinares, que poderes para receber citação e confessar.
comporão a estrutura da Corregedoria Geral da Guarda Civil Mu- § 2º A parte poderá, a qualquer tempo, constituir advogado,
nicipal. hipótese em que se encerrará imediatamente, a representação do
§ 1º Comporão a estrutura da Corregedoria Geral da Guarda defensor dativo.
Municipal: § 3º Ser-lhe-á dado também defensor dativo quando, notifica-
I - Divisão de Processos Disciplinares; da de que seu advogado constituído não praticou atos necessários
II - Seção de Sindicâncias; e a parte não tomar qualquer providência no prazo de 3 (três) dias.
III - Seção de Processos Administrativos Disciplinares.
§ 2º Compete ao Chefe de Divisão de Processos Disciplinares CAPÍTULO III
supervisionar as atividades administrativas do cartório da Correge- DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
doria Geral da Guarda Civil Municipal, referente às sindicâncias e SEÇÃO I
aos processos administrativos disciplinares, bem como os demais DAS CITAÇÕES
serviços relacionados ao andamento dos processos sob a responsa-
bilidade deste órgão. Art. 383. Todo servidor que for parte em procedimento disci-
§ 3º Compete aos chefes das Seções de Sindicâncias e de Pro- plinar de exercício da pretensão punitiva será citado, sob pena de
cessos Administrativos Disciplinares acompanhar as atividades dos nulidade do procedimento, para dele participar e defender-se.
Agentes Disciplinares, respectivamente no que diz respeito às sin- Parágrafo Único. O comparecimento espontâneo da parte ou
dicâncias e processos administrativos disciplinares, organizando e qualquer outro ato que implique ciência inequívoca a respeito da
dirigindo as atividades que dizem respeito ao suporte de suas ati- instauração do procedimento administrativo suprem a necessidade
vidades. de realização de citação.
Art. 384. A citação far-se-á com, no mínimo, 48 (quarenta e
TÍTULO VI oito) horas antes da data do interrogatório designado, da seguinte
DAS NORMAS GERAIS SOBRE OS PROCEDIMENTOS DISCIPLI- forma:
NARES I - por entrega pessoal do mandado ou por meio do órgão de
CAPÍTULO I Recursos Humanos;
DAS MODALIDADES DE PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES II - por correspondência;
III - por edital.
Art. 379. São procedimentos disciplinares: Art. 385. A citação por entrega pessoal far-se-á sempre que o
I - de preparação e investigação: servidor estiver em exercício.
a) o relatório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos; Art. 386. Far-se-á a citação por correspondência quando o ser-
b) a sindicância. vidor não estiver em exercício ou residir fora do Município, devendo
II - do exercício da pretensão punitiva: o mandado ser encaminhado, com aviso de recebimento, para o
a) aplicação direta da penalidade; endereço residencial constante do seu assentamento funcional.
b) processo sumário; Art. 387. Estando o servidor em local incerto e não sabido ou
c) inquérito administrativo. não sendo encontrado, por duas vezes, no endereço residencial
III - a exoneração em período probatório. constante do seu assentamento funcional, promover-se-á citação
por editais, com prazo de 15 (quinze) dias, publicados nos termos
CAPÍTULO II da legislação vigorante, divulgado em jornal de grande circulação
DA PARTE E DE SEUS PROCURADORES na região durante 3 (três) edições consecutivas, em quadro de avi-
sos fixado na sede da Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de ou-
Art. 380. São consideradas partes, nos procedimentos discipli- tras formas admissíveis.
nares de exercício da pretensão punitiva, o servidor integrante do Art. 388. O mandado de citação conterá a designação de dia,
quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal ocupante de cargo de hora e local para interrogatório e será acompanhado da cópia da
provimento efetivo e o titular de cargo de provimento em comissão. denuncia administrativa, que dele fará parte integrante e comple-
Art. 381. Os servidores considerados incapazes temporária ou mentar.
permanentemente, em razão de doença física ou mental, serão re-
presentados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma de lei civil.

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SEÇÃO II CAPÍTULO V
DAS INTIMAÇÕES DAS PROVAS
SEÇÃO I
Art. 389. A intimação de servidor efetivo em exercício será feita DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
nos termos da legislação vigorante, através de jornal de grande cir-
culação na região durante 3 (três) edições consecutivas, em quadro Art. 396. Todos os meios de prova admitidos em direito e mo-
de avisos fixado na sede da Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de ralmente legítimos são hábeis para demonstrar a veracidade dos
outras formas admissíveis. fatos.
Parágrafo Único. O responsável pelo órgão de recursos huma- Art. 397. O Presidente da Comissão Processante poderá limitar
nos deverá diligenciar para que o servidor tome ciência da publi- e excluir, mediante despacho fundamentado, as provas que consi-
cação. derar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 390. O servidor que, sem justa causa, deixar de atender à
intimação com prazo marcado, terá, por decisão do Presidente da SEÇÃO II
Comissão Processante, suspenso o pagamento de seu vencimento, DA PROVA FUNDAMENTAL
até que satisfaça a exigência.
Parágrafo Único. Igual penalidade poderá ser aplicada à chefia Art. 398. Fazem a mesma prova que o original, as certidões de
do setor de pessoal que deixar de dar ciência da publicação ao ser- processos judiciais e as reproduções de documentos autenticadas
vidor intimado. por oficial público ou conferidas e autenticadas por servidor público
Art. 391. A intimação do defensor constituído ou dativo será para tanto competente.
feita por intermédio de publicação nos termos da legislação vigo- Art. 399. Admitem-se como provas as declarações constantes
rante, através de jornal de grande circulação na região durante 3 de documento particular, escrito e assinado pelo declarante, bem
(três) edições consecutivas, em quadro de avisos fixado na sede da como depoimentos constantes de sindicâncias, que não puderem,
Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de outras formas admissíveis, comprovadamente, ser reproduzido verbalmente em audiência.
devendo dela constar o número do processo, o nome dos advoga- Art. 400. Servem também à prova dos fatos o telegrama, o ra-
dos e da parte. diograma, a fotografia, a fonografia, a fita de vídeo e outros meios
§ 1º Dos atos realizados em audiência reputam-se intimados, obtidos de maneira lícita e aceita pelas partes, inclusive os eletrô-
desde logo, à parte, o advogado e o defensor dativo. nicos.
§ 2º Quando houver somente um defensor dativo designado Art. 401. Caberá à parte que impugnar a prova produzir a perí-
no processo, o cartório encaminhar-lhe-á os autos por carga, dire- cia necessária à comprovação do alegado.
tamente, independentemente de intimação ou publicação, deven-
do ser observado, na sua devolução, o prazo legal cominado para a SEÇÃO III
prática do ato. DA PROVA TESTEMUNHAL

CAPÍTULO IV Art. 402. A prova testemunhal é sempre admissível, podendo


DOS PRAZOS ser indeferida pelo Presidente da Comissão Processante:
I - se os fatos sobre os quais serão inquiridas as testemunhas já
Art. 392. Os prazos serão contados nos termos da parte geral foram provados por documentos ou confissão da parte;
desta Lei. II - quando os fatos só puderem ser provados por documentos
Art. 393. Decorrido o prazo, extingue-se para a parte, automa- ou perícia.
ticamente, o direito de praticar o ato, salvo se esta provar que não Art. 403. Compete à parte entregar na repartição, no tríduo
o realizou por evento imprevisto, alheio à sua vontade ou a de seu probatório, o rol das testemunhas de defesa, indicando seu nome
procurador, hipótese em que o Presidente da Comissão Processante completo, endereço e respectivo código de endereçamento postal
permitirá a prática do ato, assinalando prazo para tanto. - CEP.
Art. 394. Não havendo disposição expressa nesta Lei e nem § 1º Se a testemunha for servidor municipal, deverá a parte in-
assinalação de prazo pelo Presidente da Comissão Processante, o dicar o nome completo, unidade de lotação e o número do registro
prazo para a prática dos atos no procedimento disciplinar, a cargo funcional.
da parte, será de 48 (quarenta e oito) horas. § 2º Depois de apresentado o rol de testemunhas, a parte po-
Parágrafo Único. A parte poderá renunciar ao prazo estabeleci- derá substituí-la até a data da audiência designada, com a condição
do exclusivamente a seu favor. de ficar sob sua responsabilidade levá-las à audiência.
Art. 395. Quando, no mesmo procedimento disciplinar, houver § 3º O não comparecimento da testemunha substituída impli-
mais de uma (01) parte, os prazos serão comuns, exceto para as cará desistência de sua oitiva pela parte.
razões finais, quando será contado em dobro, se houver diferentes Art. 404. Cada parte poderá arrolar, no máximo, 4 (quatro) tes-
advogados. temunhas.
§ 1º Havendo no processo até 2 (dois) defensores, cada um Art. 405. As testemunhas serão ouvidas, de preferência, pri-
apresentará alegações finais, sucessivamente, no prazo de 10 (dez) meiramente as da Comissão Processante e, após, as da parte.
dias cada um. Art. 406. As testemunhas deporão em audiência perante o Pre-
§ 2º Havendo mais de 2 (dois) defensores, caberá ao Presiden- sidente da Comissão Processante, os membros e o defensor consti-
te da Comissão Processante conceder, mediante despacho nos au- tuído e, na sua ausência, o defensor dativo.
tos, prazo para vista fora da repartição, designando data única para § 1º Se a testemunha, por motivo relevante, estiver impossibi-
apresentação dos memoriais de defesa na repartição. litada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento,
o Presidente da Comissão Processante poderá designar dia, hora e
local para inquiri-la.

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§ 2º Sendo necessária a oitiva de servidor que estiver cumprin- Art. 416. Ocorrendo necessidade de perícia médica do servi-
do pena privativa de liberdade, o Presidente da Comissão Proces- dor denunciado administrativamente, o órgão pericial do Município
sante solicitará a autoridade competente que, se possível, apresen- dará à solicitação da Comissão Processante caráter urgente e pre-
te o preso em dia e hora designados para a realização da audiência. ferencial.
§ 3º O Presidente da Comissão Processante poderá, ao invés de Art. 417. Quando não houver possibilidade de obtenção de
realizar a audiência mencionada no parágrafo 2º, fazer a inquirição elementos junto às autoridades policiais ou judiciais e a perícia for
por escrito, dirigindo correspondência à autoridade competente, indispensável para a conclusão do processo, o Presidente da Comis-
para que tome o depoimento, conforme as perguntas formuladas são Processante solicitará ao Secretário Municipal de Defesa Social
pela Comissão Processante e, se for o caso, pelo defensor, consti- e Prevenção à Violência a contratação de perito para esse fim.
tuído ou dativo.
Art. 407. Incumbirá à parte levar à audiência, independente- CAPÍTULO VI
mente de intimação, as testemunhas por ela indicadas que não se- DAS AUDIÊNCIAS E DO INTERROGATÓRIO DA PARTE
jam servidores municipais, decaindo o direito de ouvi-las, caso não
compareçam. Art. 418. A parte será interrogada na forma prevista para a in-
Parágrafo Único. As chefias imediatas diligenciarão para que quirição de testemunhas, vedada a presença de terceiros, exceto
sejam dispensados os servidores no momento das audiências, de- seu defensor constituído ou dativo.
vendo para tanto ser informadas a respeito da designação da audi- Art. 419. O termo de audiência será lavrado, rubricado e assi-
ência com, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. nado pelos membros da Comissão Processante, pela parte e, se for
Art. 408. Antes de depor, a testemunha será qualificada, indi- o caso, por seu defensor.
cando nome, idade, profissão, local e função de trabalho, número
da cédula de identidade, residência, estado civil, bem como se tem CAPÍTULO VII
parentesco com a parte e, se for servidor municipal, o número de DA REVELIA E DE SUAS CONSEQUÊNCIAS
seu registro funcional.
Art. 409. A parte cujo defensor não comparecer à audiência Art. 420. O Presidente da Comissão Processante decretará a re-
de oitiva de testemunha será assistida por um defensor designado velia da parte que, regularmente citada, não comparecer perante a
para o ato pelo Presidente da Comissão Processante. Comissão no dia e hora designados.
Art. 410. O Presidente da Comissão Processante interrogará a § 1º A regular citação será comprovada mediante aos autos:
testemunha, cabendo, primeiro aos membros e depois à defesa, I - da contrafé do respectivo mandado, no caso de citação pes-
formular reperguntas tendentes a esclarecer ou complementar o soal;
depoimento. II - das cópias dos 3 (três) editais publicados nos termos da le-
Parágrafo Único. O Presidente da Comissão Processante pode- gislação vigente, através de jornal de grande circulação na região
rá indeferir as reperguntas, mediante justificativa expressa no ter- durante 3 (três) edições consecutivas, sem prejuízo de outras for-
mo de audiência. mas admissíveis, no caso de citação por edital;
Art. 411. O depoimento, depois de lavrado, será rubricado e III - do aviso de recebimento (AR), no caso de citação por cor-
assinado pelos membros da Comissão Processante, pelo depoente respondência.
e pelo defensor constituído ou dativo. § 2º Não sendo possível realizar a citação, o intimador certifica-
Art. 412. O Presidente da Comissão Processante poderá deter- rá os motivos nos autos.
minar, de oficio ou a requerimento: Art. 421. A revelia deixará de ser decretada ou, se decretada,
I - a oitiva de testemunhas referidas nos depoimentos; será revogada quando verificado, a qualquer tempo, que, na data
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas, ou de alguma designada para o interrogatório:
delas com a parte, quando houver divergência essencial entre as I - a parte estava legalmente afastada de suas funções por mo-
declarações sobre fato que possa ser determinante na conclusão tivos constantes nos incisos V, VI, IX e X do art. 82 e nos incisos III e
do procedimento. IV do art. 117, ou em gozo de férias nos termos do art. 126, todos
desta Lei, em prisão provisória ou temporária ou em cumprimento
SEÇÃO IV de pena de privação de liberdade.
DA PROVA PERICIAL II - a parte comprovar motivo de força maior que tenha impos-
sibilitado seu comparecimento tempestivo.
Art. 413. A prova pericial consistirá em exames, vistorias e ava- Parágrafo Único. Revogada a revelia, será realizado o interro-
liações e terá indeferimento pelo Presidente da Comissão Proces- gatório, reiniciando-se a instrução, com aproveitamento dos atos
sante, quando dela não depender a prova do fato. instrução, com aproveitamento dos atos de instrução já realizados,
Art. 414. Se o exame tiver por objeto a autenticidade ou falsi- desde que ratificados pela parte, por termo lançado nos autos.
dade de documento ou for da natureza médico-legal, a Comissão Art. 422. Decretada a revelia, dar-se-á prosseguimento ao pro-
Processante requisitará, preferencialmente, elementos junto às au- cedimento disciplinar, designando-se defensor dativo para atuar
toridades policiais ou judiciais, quando em curso investigação crimi- em defesa da parte.
nal ou processo judicial. Parágrafo Único. É assegurado ao revel o direito de constituir
Art. 415. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade de advogado em substituição ao defensor dativo que lhe tenha sido
letra ou firma, o Presidente da Comissão Processante, se necessá- designado.
rio ou conveniente, poderá determinar à pessoa à qual se atribui a Art. 423. A decretação da revelia acarretará a preclusão das
autoria do documento, que copie ou escreva, sob ditado, em folha provas que deveriam ser requeridas, especificadas e/ou produzidas
de papel, dizeres diferentes, para fins de comparação e posterior pela parte em seu interrogatório, assegurada a faculdade de junta-
perícia. da de documentos com as razões finais.
Parágrafo Único. Ocorrendo a revelia, a defesa poderá requerer
provas no tríduo probatório.

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Art. 424. A parte revel não será intimada pela Comissão Proces- c) aplicação de pena de suspensão por período superior a 15
sante para a prática de qualquer ato, constituindo ônus da defesa (quinze) dias.
comunicar-se com o servidor, se assim entender necessário. IV - decidir as sindicâncias;
§ 1º Desde que compareça perante a Comissão Processante ou V - decidir os procedimentos de exoneração em estágio pro-
intervenha no processo, pessoalmente ou por meio de advogado batório;
com procuração nos autos, o revel passará a ser intimado pela Co- VI - decidir os processos sumários;
missão, para a prática de atos processuais. VII - deliberar sobre a remoção temporária de servidor inte-
§ 2º O disposto no parágrafo 1º não implica a revogação da grante do quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal.
revelia nem elide os demais efeitos desta. Parágrafo Único. A competência estabelecida neste artigo
abrange as atribuições para decidir os pedidos de reconsideração,
CAPÍTULO VIII apreciar e encaminhar os recursos e os pedidos de revisão de pro-
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO cesso administrativo ao Chefe do Poder Executivo.
Art. 430. Compete ao Corregedor Geral da Guarda Civil Muni-
Art. 425. É defeso aos membros da Comissão Processante exer- cipal, além das competências atribuídas no art. 376, também a de
cer suas funções em procedimentos disciplinares: determinar o cancelamento da punição, conforme o disposto no
I - de que faça parte; art. 186 desta Lei.
II - em que interveio como mandatário da parte, defensor dati- Art. 431. Compete somente ao Secretário Municipal de Defesa
vo ou testemunha; Social e Prevenção à Violência a aplicação das penalidades discipli-
III - quando a parte for seu cônjuge, companheiro(a), parente nares de advertência, repreensão e suspensão até 15 (quinze) dias,
consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até segundo grau, observado o disposto nesta Lei.
amigo íntimo ou inimigo capital; Art. 432. Na ocorrência de infração disciplinar envolvendo ser-
IV - quando em procedimento estiver postulando como advo- vidores de mais de uma unidade ou posto da Guarda Civil Munici-
gado da parte seu cônjuge, companheiro(a) ou parentes consanguí- pal, caberá à chefia imediata com responsabilidade territorial sobre
neos ou afins, em linha reta ou colateral até segundo grau; a área onde ocorreu o fato elaborar relatório circunstanciado sobre
V - quando houver atuado na sindicância que precedeu o pro- a irregularidade e remetê-lo à Corregedoria Geral da Guarda Civil
cedimento de exercício de pretensão punitiva; Municipal para o respectivo processamento.
VI - na etapa da revisão, quando tenha atuado anteriormente. Art. 433. Quando duas autoridades de níveis hierárquicos dife-
Art. 426. A arguição de suspeição de parcialidade de alguns ou rentes, ambas com competência disciplinar sobre o infrator, conhe-
de todos os membros da Comissão Processante e do defensor da- cerem da infração disciplinar, caberá à de maior hierarquia instaurar
tivo precederá qualquer outra, salvo quando fundada em motivo e encaminhar à Corregedoria Geral da Guarda Civil Municipal o rela-
superveniente. tório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos.
§ 1º A arguição deverá ser alegada pelos citados no caput ou
pela parte, em declarações escritas e motivadas, que suspenderá o CAPÍTULO X
andamento do processo. DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DO PROCESSO ADMINIS-
§ 2º Sobre a suspeição arguida, o Corregedor Geral da Guarda TRATIVO DISCIPLINAR
Civil Municipal:
I - se a acolher, tomará as medidas cabíveis, necessárias à subs- Art. 434. Extingue-se a punibilidade:
tituição do(s) suspeito(s) ou à redistribuição do processo; I - pela morte da parte;
II - se a rejeitar, motivará a decisão e devolverá o processo ao II - pela prescrição;
Presidente da Comissão Processante, para prosseguimento. III - pela anistia.
Art. 435. O processo administrativo disciplinar extingue-se com
CAPÍTULO IX a publicação do despacho decisório pela autoridade competente.
DA COMPETÊNCIA Parágrafo Único. O processo, após sua extinção, será enviado
à unidade de lotação do servidor infrator, para as necessárias ano-
Art. 427. A decisão nos procedimentos disciplinares será pro- tações no prontuário e arquivamento, se não interposto recurso.
ferida por despacho devidamente fundamentado da autoridade Art. 436. Extingue-se o processo sem julgamento de mérito,
competente, no qual será mencionada a disposição legal em que quando a autoridade competente para proferir a decisão acolher
se baseia o ato. proposta da comissão processante, nos seguintes casos:
Art. 428. Compete ao Chefe do Poder Executivo a aplicação da I - morte da parte;
pena de exoneração, na hipótese prevista nos arts. 360 e 361. II - ilegitimidade da parte;
Art. 429. Compete ao Secretário Municipal de Defesa Social e III - quando a parte já tiver sido demitida, dispensada ou exo-
Prevenção à Violência: nerada do serviço público, casos em que se farão as necessárias
I - determinar a instauração: anotações no prontuário para os fins de registro de antecedentes;
a) das sindicâncias em geral; IV - quando o processo administrativo disciplinar versar sobre a
b) dos procedimentos de exoneração no período de estágio mesma infração de outro em curso ou já decidido;
probatório; V - por anistia.
c) dos processos sumários. Art. 437. Extingue-se o processo com julgamento de mérito,
II - aplicar o afastamento preventivo; quando a autoridade competente proferir decisão:
III - decidir, por despacho, o processo administrativo disciplinar, I - pelo arquivamento da sindicância ou pela instauração do
nos casos de: subsequente processo administrativo disciplinar de pretensão pu-
a) absolvição; nitiva;
b) desclassificação da infração ou abrandamento de penalida- II - pelo reconhecimento da prescrição.
de de que resulte a imposição de pena de repreensão ou de sus-
pensão;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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TÍTULO VII LIVRO COMPLEMENTAR
DOS PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES TÍTULO ÚNICO
CAPÍTULO ÚNICO DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 445. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
Art. 438. Aplica-se aos servidores integrantes do quadro de corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci-
pessoal da Guarda Civil Municipal e aos ocupantes dos cargos de mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte o prazo
provimento em comissão ligados a Guarda Civil Municipal o proces- vencido em dia em que não haja expediente.
so administrativo disciplinar previsto nesta Lei. Art. 446. Para todos os efeitos previstos nesta Lei, os exames de
Art. 439. Após o julgamento do processo administrativo disci- aptidão física e mental serão obrigatoriamente realizados por mé-
plinar é vedado à autoridade julgadora avocá-lo para modificar a dicos da Rede Municipal, ou na sua falta, por médicos credenciados
sanção aplicada ou agravá-la. pelas autoridades máximas de cada Poder ou órgão.
Art. 440. Durante a tramitação do processo administrativo dis- § 1º Em casos especiais, atendendo a natureza da enfermida-
ciplinar, fica vedada aos órgãos da Administração Municipal a requi- de, a autoridade máxima de cada Poder ou Órgão poderá designar
sição dos respectivos autos, para consulta ou qualquer outro fim. junta médica para proceder ao exame, dela fazendo parte, obriga-
Parágrafo Único. Excluem-se do disposto no “caput” apenas os toriamente, médicos da Rede Municipal ou médicos credenciados
órgãos que possuem competência legal para esta requisição. pela mesma.
Art. 441. Os procedimentos disciplinados nesta Lei terão sem- § 2º Os atestados médicos concedidos aos servidores munici-
pre tramitação em autos próprios, sendo vedada sua instauração ou pais, quando em tratamento fora do Município, terão sua validade
processamento em expedientes que cuidem de assuntos diversos condicionada à ratificação posterior por médico da Rede Municipal.
da infração a ser apurada ou punida. Art. 447. São isentos de taxas, emolumentos ou custas os re-
§ 1º Os processos acompanhantes ou requisitados para subsi- querimentos, certidões e outros papéis que, na esfera administrati-
diar a instrução de sindicância ou processos administrativos discipli- va, interessarem ao servidor municipal, ativo ou inativo, exclusiva-
nares serão devolvidos à unidade competente para prosseguimen- mente nos assuntos funcionais.
to, assim que extraídos os elementos necessários, por determinação Art. 448. (VETADO)
do Presidente da Comissão Processante. Art. 448 A - O Chefe de cada Poder expedirá os atos necessários
§ 2º Quando o conteúdo do acompanhante for essencial para a à execução da presente Lei. (Redação acrescida pela Lei Comple-
formação de opinião e julgamento do processo administrativo disci- mentar nº 198/2011)
plinar, os autos somente serão devolvidos à unidade após a decisão Art. 449. As jornadas de trabalho nas repartições públicas mu-
final. nicipais serão fixadas através de ato do Chefe de cada Poder, no
Art. 442. O pedido de vista de autos em tramitação, por quem âmbito de suas competências.
não seja parte ou defensor, dependerá de requerimento por escrito Art. 450. As despesas decorrentes da execução da presente Lei
e será cabível para a defesa de direitos e esclarecimentos de situa- Complementar correrão a conta de verbas próprias do orçamento
ções de interesse pessoal. vigente e futuros, autorizadas desde já eventuais suplementações
Parágrafo Único. Poderá ser vedada a vista dos autos até a pu- se necessárias.
blicação da decisão final, inclusive para as partes e seus defensores, Art. 451. Esta Lei Complementar entra em vigor no primeiro dia
quando o processo se encontrar relatado. útil do mês subsequente a sua publicação e os Chefes de cada um
dos Poderes expedirão os atos necessários a sua execução.
TÍTULO VIII Paço Municipal “Prefeito Firmino José da Costa”, 08 de julho de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS 2010, 61º da Emancipação Político-Administrativa.

Art. 443. A jornada de trabalho dos servidores integrantes do


quadro de pessoal da Guarda Civil Municipal será de 40 (quarenta)
horas semanais, sendo estabelecido o horário de trabalho confor- EXERCÍCIOS
me a necessidade do serviço através de escala mensal na propor-
ção de 12 (doze) horas de trabalho com 36 (trinta e seis) horas de 1. Os veículos automotivos de linha leve, como os populares de
descanso. motor 1.0, funcionam alimentados por gasolina, álcool ou a mistura
§ 1º Os integrantes do quadro efetivo de pessoal da Guarda de ambos. Quanto aos componentes do sistema de alimentação de
Civil Municipal que prestarem serviços a título de horas extraordi- combustível, assinale a alternativa correta.
nárias poderão, a critério do Secretário Municipal de Defesa Social (A)Bomba de combustível, distribuidor, pistão e biela.
e Prevenção a Violência, compensarem as horas em sistema deno- (B)Junta homocinética, eletroinjetor, cânister e amortecedor.
minado banco de horas nos termos do art. 121 desta Lei. (C)Filtro de combustível, bomba de combustível, rotor e tubo
§ 2º A escala mensal de que trata o “caput” será instituída atra- distribuidor.
vés de ato do Secretário Municipal de Defesa Social e Prevenção à (D)Filtro de combustível, bomba de combustível, eletroinjetor
Violência até o dia 25 (vinte e cinco) do mês anterior a sua vigência. e tubo distribuidor.
Art. 444. Fica atribuída ao Corregedor Geral da Guarda Civil (E)Filtro de combustível, bomba de combustível, distribuidor e
Municipal competência para apreciar e decidir os pedidos de cer- tubo distribuidor.
tidões e fornecimento de copias reprográficas ou qualquer outro
meio de reprodução referente a sindicâncias ou processos adminis-
trativos disciplinares ou não, que esteja em andamento na Correge-
doria Geral da Guarda Civil Municipal.
Art. 444-A (VETADO)

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2. Assinale a alternativa que apresenta exclusivamente compo- Está correto o que se afirma em
nentes do sistema elétrico de um carro. (A) I, II e III.
(A) bateria, motor de partida (arranque), alternador e distri- (B) II e III, somente.
buidor (C) I e III, somente.
(B) bateria, motor de partida (arranque), mangueiras e radia- (D) II, somente.
dor (E) I, somente.
(C) radiador, ventilador, bomba d’água, vaso de expansão e ve-
las de ignição 7. Considere as afirmativas abaixo.
(D) motor de partida (arranque), distribuidor e válvula termos- I. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito − CETRAN e ao
tática Conselho de Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE, aprova-
(E) alternador, ventoinha, bomba d’água, carburador, válvula rem, complementarem ou alterarem os dispositivos de sinalização
termostática e distribuidor e os dispositivos e equipamentos de trânsito.
II. Compete ao Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN es-
3. Assinale a alternativa que apresenta uma das funções do sis- tabelecer as diretrizes do regimento das Juntas Administrativas de
tema de lubrificação do motor de um veículo. Recursos de Infrações – JARIS.
(A) transformar a energia calorífica, resultante da queima da III. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União
mistura, em energia mecânica organizar e manter o Registro Nacional de
(B) realizar os tempos de funcionamento do motor, sincroni- Veículos Automotores − RENAVAM.
zando-os com o subsistema de conjunto móvel
(C) manter a temperatura do motor em uma faixa ideal de fun- Está correto o que consta em
cionamento (A) I, somente.
(D) enviar ao motor a quantia necessária de mistura ar/com- (B) III, somente.
bustível para que seja queimada, sendo transformada de ener- (C) I e II, somente.
gia química em energia mecânica (D) II e III, somente.
(E) auxiliar no sistema de arrefecimento do motor, fazendo a (E) I, II e III.
troca de calor
8. Quanto ao uso de luzes em veículo, considere as afirmativas
4. Acerca do sistema de arrefecimento de um veículo, assinale abaixo.
a alternativa correta. I. O condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando
(A) A perda de líquido de arrefecimento não gera aumento de luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de
temperatura do motor. iluminação pública.
(B) Uma das causas do superaquecimento do motor é o emper- II. Nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exce-
ramento da válvula termostática. to ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo.
(C) Caso o ventilador elétrico deixe de funcionar, haverá vaza- III. O condutor utilizará o pisca-alerta no caso de chuva forte
mento de fluido de arrefecimento. ou neblina.
(D) A bomba d’água é acionada automaticamente quando a IV. O condutor manterá acesas, à noite, as luzes baixas dos
temperatura do motor for excedida. faróis, quando o veículo estiver parado para fins de embarque ou
(E) A alta temperatura do motor pode ser justificada pela au- desembarque de passageiros.
sência de água na lubrificação do motor.
É correto o que se afirma em
5. Pode-se afirmar que a “aquaplanagem” ou “hidroplana- (A) I e II, apenas.
gem”, muito discutida em Direção Defensiva é (B) III e IV, apenas.
(A) a falta de contato do pneu com o solo, em dia de chuva. (C) I, II e III, apenas.
(B) a forma correta de dirigir, aumentando a velocidade. (D) II, III e IV, apenas.
(C) o aumento de contato do pneu com o solo, quando a velo- (E) I, II, III e IV.
cidade aumenta.
(D) o acúmulo de ar no sistema de freio hidráulico dos veículos 9. O Certificado de Registro de Veículo (CRV) é documento
equipados com freio “ABS”. obrigatório para proprietários de veículos automotores. A expedi-
(E) a falta de estabilidade quando a pista está muito seca. ção de novo CRV deverá ser imediata quando
(A) ocorrer mudança de endereço no mesmo município.
6. Quanto à posição correta do condutor ao dirigir um veículo, (B) se alterar qualquer característica do veículo.
o condutor deve (C) houver transferência de propriedade.
I. segurar o volante com as duas mãos, na posição de 11 horas (D) se extraviar nota fiscal fornecida pelo fabricante.
e 5 minutos, para melhor acessar os comandos do veículo, e melhor (E) da quitação de multas de trânsito.
enxergar o painel;
II. dirigir com os braços e pernas ligeiramente dobrados, evi-
tando tensões;
III. apoiar bem o corpo no assento e no encosto do banco, o
mais próximo possível de um ângulo de 60°.

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10. De acordo com o CTB, constitui infração gravíssima
(A) atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substân- GABARITO
cias.
(B) deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente
de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes.
1 D
(C) dirigir veículo com CNH ou permissão para dirigir de cate-
goria inferior à exigida para a condução do veículo que esteja 2 A
conduzindo. 3 E
(D) ter o veículo imobilizado na via por falta de combustível.
(E) estacionar o veículo nas esquinas e a menos de cinco me- 4 B
tros do bordo do alinhamento da via transversal. 5 A

11. De acordo com o CTB, assinale a opção correta acerca das 6 D


ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automo- 7 D
tores.
8 A
(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de
trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os jui- 9 B
zados especiais criminais. 10 C
(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a ha-
bilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como 11 E
penalidade principal, mas sempre de forma isolada, sendo ve- 12 A
dada a aplicação cumulativa com outras penalidades.
(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor tem ANOTAÇÕES
a duração de dois anos.
(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será
intimado a entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a per- ______________________________________________________
missão para dirigir ou a CNH.
(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsi- ______________________________________________________
to de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro
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àquela.

12. A cada infração cometida são computados os seguintes nú- ______________________________________________________


meros de pontos:
I. LEVE: 2 pontos. ______________________________________________________
II. II: MÉDIA: 4 pontos.
III. GRAVE: 5 pontos. ______________________________________________________
IV. GRAVÍSSIMA: 7 pontos.
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Qual está incorreta?
(A) Apenas I. ______________________________________________________
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas IV. ______________________________________________________
(E) Todas estão corretas.
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