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Eduardo Tanaka

Apostila de
DIREITO ADMINISTRATIVO

Atualizada em Abril de 2020


Videoaulas completas no Youtube

1ª Edição

Florianópolis
Eleva Concursos
2020

1
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A Eleva Concursos se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição
(apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a Eleva Concursos nem o
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Tanaka, Eduardo
Apostila de direito administrativo: atualizada em abril de 2020/ Eduardo Tanaka - Florianópolis : Eleva
Concursos, 2020.

1. Direito administrativo - Legislação - Brasil - Questões, exercícios.

“Quando uma criatura humana desperta para


um grande sonho e sobre ele lança a força de sua alma...
Todo universo conspira a seu favor!”
Goethe

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Dedicatórias
Para Raquel, Henrique e Isabela, fontes permanentes
de apoio e inspiração.

Agradecimentos
Aos meus pais, a quem devo o que hoje sou. Sempre me mostraram, com carinho, a
importância do estudo e da ética.
Aos meus mestres, de ontem e de hoje, que tanto contribuíram para minha formação
pessoal.
Aos meus alunos, objetivo desta obra, por compartilharem de um aprendizado mútuo
e constante.

Videoaulas no YouTube

Todo o conteúdo desta obra está didaticamente explicado no YouTube, no canal do


Prof. Edudardo Tanaka, disposto em playlists.
Além do Direito Previdenciário, neste canal você também encontrará playlist de
Direito Administrativo.
Nosso canal já ultrapassou a marca de 120 mil inscritos e 9 milhões de
visualizações!
Seu estudo de forma focada, objetiva, aprofundada e - por que não - gratuita e
divertida.
Acesse: youtube.com/profeduardotanaka

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O Autor

Eduardo Tanaka
É Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;
YouTuber de conteúdo educacional para concursos públicos;
Formado em Direito pela USP e pela UFMS e em Odontologia pela USP;
Pós-graduado em Direito Constitucional;
Professor de Direito Previdenciário, Administrativo e Constitucional;
Líder do Projeto EFD-Reinf e integrante da equipe do eSocial pela Receita Federal.
www.eduardotanaka.com

Apresentação
Há tempo meus alunos tem solicitado uma apostila de Direito Administrativo, com as
matérias e questões trabalhadas em minhas videoaulas. Além do mais, que facilitasse o
processo de aprendizado, sem a necessidade de copiar as leis e citações, compilando
tudo num só lugar.
De modo que esta apostila tem por objetivo servir ao estudo do Direito Administrativo
e proporcionar aos estudantes e profissionais da área um instrumento valioso, aliado às
minhas videoaulas gratuitas em meu canal no YouTube.
Por meio de uma linguagem objetiva, trato a matéria, assim como faço em minhas
aulas, ilustrando e aprofundando cada assunto, de modo suficiente e direto, de acordo
com o que é cobrado em provas de concursos públicos.
Organizei, também, as questões de concursos públicos pertinentes aos pontos
abordados de forma a proporcionar um aprendizado atualizado, crítico e sedimentado do
Direito Administrativo. É importante que a teoria esteja aliada à prática de questões.
Bons estudos e mãos à obra!

Professor Eduardo Tanaka

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Sumário
Estado, Administração Pública e Governo ......................................................................................... 11
Estado ............................................................................................................................................. 11
Governo ........................................................................................................................................... 12
Administração Pública ..................................................................................................................... 13
Estado - Poderes e organização ..................................................................................................... 15
Organização .................................................................................................................................... 16
Direito Administrativo: conceito e fontes............................................................................................. 17
Ramos do Direito Público ................................................................................................................ 17
Conceitos ........................................................................................................................................ 17
Fontes do Direito Administrativo ..................................................................................................... 17
Administração direta e indireta ........................................................................................................... 19
Desconcentração x Descentralização ............................................................................................. 19
Administração Indireta - Aspectos gerais ....................................................................................... 22
Administração Indireta – Autarquias ............................................................................................... 23
Administração Indireta - Fundações Públicas ................................................................................. 25
Administração Indireta - Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista ................................. 26
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista ........................................................................ 29
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista - Lei 13.303, de 30/06/2016. .......................... 31
Administração Indireta – Aprofundando o assunto ......................................................................... 34
Administração Indireta - Agências reguladoras .............................................................................. 36
Administração Indireta - Agências Executivas ................................................................................ 38
Administração Indireta - Agências Reguladoras e Executivas – Aprofundando ............................ 40
Administração Indireta - Consórcios públicos ................................................................................. 41
Entidades Paraestatais - Terceiro Setor ............................................................................................. 45
Entidades Paraestatais - Serviços Sociais Autônomos (Sistema S) .............................................. 46
Entidades Paraestatais - Organizações Sociais (OS) .................................................................... 47
Entidades Paraestatais - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) .......... 50
Entidades Paraestatais - Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) ....................... 54
Entidades Paraestatais - Entidades de apoio ................................................................................. 55
Princípios (parte 1).............................................................................................................................. 57
Princípios (parte 2) .......................................................................................................................... 59
Princípios (parte 3) .......................................................................................................................... 61
Princípio da Eficiência ..................................................................................................................... 64
Princípios (parte 4) .......................................................................................................................... 65
Princípio da Autotutela .................................................................................................................... 66
Princípios (parte 5) .......................................................................................................................... 68
LICITAÇÃO ......................................................................................................................................... 73
Introdução e Obrigatoriedade ......................................................................................................... 73
Conceito, objeto, finalidades (Lei 8.666/93 - dos princípios) .......................................................... 75
Licitação - Princípios expressos...................................................................................................... 76
Licitação - Princípios implícitos ....................................................................................................... 79
Inexigibilidade de Licitação ............................................................................................................. 81

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Licitação Dispensável (parte 1) ....................................................................................................... 85


Licitação Dispensável (parte 2) ....................................................................................................... 87
Licitação Dispensável (parte 3) ....................................................................................................... 89
Licitação Dispensável (parte 4) ....................................................................................................... 90
Licitação Dispensável (parte 5) ....................................................................................................... 92
Licitação Dispensada (vedação) Introdução e Alienação ............................................................... 96
(videoaula 36).................................................................................................................................. 96
Licitação Dispensada (vedação) para Bens Imóveis ...................................................................... 97
Licitação Dispensada (vedação) para Bens Móveis ..................................................................... 100
Inexigibilidade e Dispensa Licitação - Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista - Lei
13.303/16 ................................................................................................................................................... 102
Modalidades de Licitação – Introdução ........................................................................................ 104
Modalidade Concorrência ............................................................................................................. 107
Modalidade Tomada de Preços .................................................................................................... 110
Modalidade Convite ...................................................................................................................... 112
Modalidade Concurso ................................................................................................................... 115
Modalidade Leilão ......................................................................................................................... 117
Pregão (parte 1) ............................................................................................................................ 119
Pregão (parte 2) ............................................................................................................................ 122
Pregão (parte 3) ............................................................................................................................ 124
Modalidade Consulta .................................................................................................................... 125
Tipos de Licitação (parte 1) ........................................................................................................... 126
Tipos de Licitação (parte 2) ........................................................................................................... 128
Procedimento/Fases – Introdução e Audiência Pública ............................................................... 131
Procedimento/Fases - Edital (parte 1) .......................................................................................... 134
Procedimento/Fases - Edital (parte 2) .......................................................................................... 136
Procedimento/Fases - Edital (parte 3) .......................................................................................... 138
Procedimento/Fases - Habilitação (parte 1) ................................................................................. 141
Procedimento/Fases - Habilitação (parte 2) ................................................................................. 144
Procedimento/Fases - Julgamento ............................................................................................... 147
Procedimento/Fases - Homologação e Adjudicação .................................................................... 149
Procedimento - Lei 13.303/16 - Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista ................... 151
Sistema de Registro de Preços..................................................................................................... 155
Registros Cadastrais ..................................................................................................................... 158
Anulação e Revogação ................................................................................................................. 160
Recursos Administrativos .............................................................................................................. 163
Improbidade Administrativa - Lei 8429/92 ........................................................................................ 167
Introdução ..................................................................................................................................... 167
Improbidade Administrativa - Sujeitos. ......................................................................................... 169
Atos de Improbidade Administrativa (parte 1) ............................................................................... 171
Atos de Improbidade Administrativa (parte 2) ............................................................................... 173
Atos de Improbidade Administrativa (parte 3) ............................................................................... 174
Atos de Improbidade Administrativa - Lei 8429/92 - art. 10-A (parte 4) ....................................... 176
Atos de Improbidade Administrativa - Lei 8429/92 - art. 11 (parte 5) .......................................... 178
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Improbidade Administrativa - Sanções - art. 12 ............................................................................ 180


Improbidade Administrativa - Declaração de Bens - Lei 8429/92 - art. 13 ................................... 182
Procedimento Administrativo e Processo Judicial - Lei 8429/92 - art. 14 ao 16, 19, 20 e 22. ..... 183
Improbidade Administrativa - Processo Judicial - Lei 8429/92 - art. 17, 18 e 21. ........................ 186
Improbidade Administrativa - Prescrição - art. 23 - Lei 8429/92 ................................................... 188
Poderes Administrativos ................................................................................................................... 191
O Uso e Abuso do Poder .............................................................................................................. 191
Poder Vinculado e Poder Discricionário ....................................................................................... 194
Poder Hierárquico ......................................................................................................................... 196
Poder Disciplinar ........................................................................................................................... 198
Poder Regulamentar ..................................................................................................................... 199
Poder de Polícia (parte 1) ............................................................................................................. 201
Poder de Polícia (parte 2) - Atributos ............................................................................................ 204
Poder de Polícia (parte 3) - Ciclo de Polícia ................................................................................. 205
Poder de Polícia (parte 4) – Originário e Delegado ...................................................................... 209
Deveres Administrativos ............................................................................................................... 211
Atos Administrativos ......................................................................................................................... 213
Conceito ........................................................................................................................................ 213
Atos da Administração e Fatos Administrativos (parte 1) ............................................................ 214
Atos Administrativos – O Silêncio - Fatos Administrativos (parte 2) ............................................. 215
Requisitos - introdução e competência ......................................................................................... 217
Atos Administrativos - Requisitos - Competência (parte 2) .......................................................... 218
Atos Administrativos - Requisitos – Finalidade ............................................................................. 219
Atos Administrativos - Requisitos – Forma ................................................................................... 220
Atos Administrativos - Requisitos – Objeto ................................................................................... 221
Atos Administrativos - Requisitos – Motivo ................................................................................... 222
Motivação e Teoria dos Motivos Determinantes ........................................................................... 223
Mérito do Ato Administrativo ......................................................................................................... 225
Atos Administrativos - Atributos - Introdução ................................................................................ 226
Atos Administrativos - Atributos - Presunção de Legitimidade ..................................................... 227
Atos Administrativos - Atributos – Imperatividade ........................................................................ 228
Atos Administrativos - Atributos – Autoexecutoriedade ................................................................ 229
Atos Administrativos - Atributos – Tipicidade ................................................................................ 231
Atos Administrativos - Classificações - gerais, individuais, internos e externos. ......................... 232
Atos Administrativos - Classificações - Simples, complexo, composto, império, gestão, expediente.
................................................................................................................................................................... 232
Classificações - regra, condição, subjetivo, constitutivo, extintivo, modificativo, declaratório. .... 234
Classificações (parte 4) - válido , nulo, anulável, inexistente. ...................................................... 236
Classificações (parte 5) – perfeito, eficaz, pendente e consumado. ............................................ 237
Atos Administrativos – Validade, Eficácia e Perfeição.................................................................. 238
Atos Administrativos – Vinculação e Discricionariedade (parte 1) ............................................... 239
Vinculação e Discricionariedade (parte 2) .................................................................................... 241
Espécies de Atos Administrativos – Introdução e Atos Normativos ............................................. 242
Atos Ordinatórios........................................................................................................................... 244
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Atos Negociais (parte 1) ................................................................................................................ 245


Atos Negociais (parte 2) ................................................................................................................ 247
Atos Enunciativos .......................................................................................................................... 248
Atos Punitivos ................................................................................................................................ 250
Extinção (Desfazimento) – Anulação, Revogação e Cassação. ................................................. 251
Extinção (Desfazimento) – Caducidade, Contraposição e Extinção Natural, Subjetiva e Objetiva.
................................................................................................................................................................... 253
Convalidação (Saneamento, Ratificação). .................................................................................... 254
Convalidação: Conversão, Reforma e Confirmação..................................................................... 256
Serviços Públicos .............................................................................................................................. 259
Conceito. ....................................................................................................................................... 259
Serviços Públicos – Classificação – Gerais (uti universi) e Individuais (uti singuli). .................... 260
Serviços Públicos – Classificação – Delegáveis e Indelegáveis; próprios e impróprios. ............. 262
Serviços Públicos – Classificação – administrativos, comerciais ou industriais (econômicos) e
sociais. ....................................................................................................................................................... 263
Serviços Públicos – Princípios (Requisitos) – parte 1 .................................................................. 264
Serviços Públicos – Princípios (Requisitos) - (parte 2) ................................................................ 266
Formas e Meios de Prestação de Serviço .................................................................................... 268
Regulamentação e Controle ......................................................................................................... 269
Concessão .................................................................................................................................... 270
Permissão ..................................................................................................................................... 271
Concessão e Permissão - Lei Autorizativa, Prazos e Fiscalização.. ............................................ 273
Concessão e Permissão – Responsabilidade .............................................................................. 274
Concessão e Permissão - Prerrogativas do Poder Concedente .................................................. 275
Concessão e Permissão – Extinção (parte 1) ............................................................................... 277
Concessão e Permissão – Extinção (parte 2) ............................................................................... 278
Concessão e Permissão – Extinção (parte 3) ............................................................................... 280
Serviços Públicos – Autorização ................................................................................................... 281
Parcerias Público-Privadas (PPP) – Parte 1 ................................................................................. 281
Parcerias Público-Privadas (PPP) – Parte 2 ................................................................................. 282
Responsabilidade Civil do Estado .................................................................................................... 285
Responsabilidade Civil do Estado – Evolução Histórica.............................................................. 286
Responsabilidade Civil do Estado – na Constituição Federal - Art. 37, § 6º. ............................... 287
Causas Atenuantes e Excludentes de Reponsabilidade – Parte I. .............................................. 289
Causas Atenuantes e Excludentes de Reponsabilidade – Parte II. ............................................. 290
Teoria da Culpa Administrativa – aprofundando........................................................................... 292
Responsabilidade Civil do Estado – Ato Legislativo e Ato Jurisdicional....................................... 292
Danos de Obra Pública ................................................................................................................. 294
Responsabilidades Civil, Administrativa e Penal do Agente Público............................................ 295
Controle da Administração Pública ................................................................................................... 297
Conceito e classificação ................................................................................................................ 297
Controle externo ............................................................................................................................ 297
Controle hierárquico e finalístico ................................................................................................... 298
Controle prévio, concomitante e subsequente. ............................................................................. 299

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Controle da Administração Pública – legalidade e mérito ............................................................ 299


Controle Administrativo ................................................................................................................. 300
Controle Administrativo – Recursos Administrativos .................................................................... 301
Recursos Administrativos (Processos administrativos) – Recurso hierárquico próprio e recurso
hierárquico impróprio ................................................................................................................................. 302
Controle Administrativo – Recursos Administrativos – Princípios do Processo Administrativo ... 302
Controle Legislativo (parte 1) ........................................................................................................ 303
Controle Legislativo – Controle Político. ....................................................................................... 304
Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 1) . .................................................................. 305
Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 2) . .................................................................. 306
Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 3) . .................................................................. 307
Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 4) . .................................................................. 308
Controle Judicial (ou Judiciário) .................................................................................................... 309
Processo Administrativo ................................................................................................................... 311
Lei 9.784/1999 – art. 1º. ................................................................................................................ 311
Princípios - art. 2º (parte 1) ........................................................................................................... 311
Princípios - art. 2º (parte 2) ........................................................................................................... 312
Direitos e Deveres dos Administrados - art. 3º e 4º. .................................................................... 313
Início do Processo - art. 5º a 8º.................................................................................................... 314
Interessados - art. 9º e 10. ........................................................................................................... 315
Competência - art. 11 a 17........................................................................................................... 315
Impedimento e Suspeição - art. 18 a 21. ..................................................................................... 316
Forma, tempo e lugar dos atos do processo - art. 22 a 25. ......................................................... 317
Comunicação dos Atos - art. 26 a 28. .......................................................................................... 318
Instrução – parte 1 - art. 29 a 35. ................................................................................................. 319
Instrução – parte 2 - art. 36 a 41 .................................................................................................. 320
Instrução – parte 3 - art. 42 a 47 .................................................................................................. 320
Dever de Decidir............................................................................................................................ 321
Lei 9.784/1999 – art. 50 – Motivação ............................................................................................ 322
Lei 9.784/1999 – art. 51 e 52 – Desistência e outros casos de extinção do processo................. 323
Lei 9.784/1999 – art. 53 a 55 – Anulação, Revogação e Convalidação. ...................................... 323
Lei 9.784/1999 – art. 56 a 60 – Recurso. ...................................................................................... 324
Lei 9.784/1999 – art. 61 a 65 – Recurso Administrativo e Revisão. ............................................. 325
Lei 9.784/1999 – art. 66 e 67 – Contagem de Prazos. ................................................................. 326
Lei 9.784/1999 – art. 68 e 70 – Sanções e Disposições Finais. ................................................... 326
Agentes Públicos .............................................................................................................................. 329
Conceito, Espécies e Classificação .............................................................................................. 329
Classificação – Agentes Administrativos ...................................................................................... 329
Classificação – Agentes Políticos ................................................................................................. 330
Classificação – Agentes Honoríficos............................................................................................. 331
Classificação – Agentes Delegados.............................................................................................. 331
Classificação – Agentes Credenciados ........................................................................................ 332
Funcionários Públicos e Revisão Agentes Público. ...................................................................... 332

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Estado, Administração Pública e Governo


(videoaula 1)

Estado
O Estado possui diversos conceitos, porém para o estudo do Direito Administrativo para concursos
públicos, podemos levar em conta o conceito de que ele é uma entidade, pessoa jurídica de direito público,
com o poder (titularidade) soberano para governar um povo dentro de um espaço geográfico. Quando nos
referimos a Estado como pessoa, queremos dizer que ele é capaz de assumir direitos e contrair obrigações.
O Estado Brasileiro é denominado República Federativa do Brasil, daí é possível tornar a visão de Estado
mais clara.

Segundo Hely Lopes Meirelles, “o conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado.
Do ponto de vista sociológico, é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto
político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder superior de ação, de mando e de
coerção; sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso Código
Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Interno (art. 14, I). Como ente personalizado, o Estado tanto pode
atuar no campo do Direito Público como no do Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade
de Direito Público”.

Para José dos Santos Carvalho Filho, “A noção de Estado, como visto, não pode abstrair-se da de
pessoa jurídica. O Estado, na verdade, é considerado um ente personalizado, seja no âmbito internacional,
seja internamente. Quando se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, porque além da pessoa
jurídica central existem outras internas que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o
Estado manifesta sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande número de repartições
internas, necessárias à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e tamanha as atividades a
seu cargo. Tais repartições é que constituem os órgãos públicos”.

Assim, podemos concluir através dos conceitos acima que o Estado é uma pessoa jurídica territorial
soberana composto por três elementos inseparáveis - Povo, Território e Governo Soberano.

Povo: o componente humano. O povo origina o poder representado pelo Estado. Isso está
expressamente consignado no art. 1º, parágrafo único, da Constituição: "Todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Território: base física do Estado, assim entendida como a delimitação espacial geográfica de onde
está o povo e onde o Estado exerce sua soberania.
Governo soberano: ele faz valer sua própria vontade dentro de seu território (autodeterminação e
auto-organização emanados pelo povo).

Soberania é o poder que o Estado tem de se administrar. Por causa da soberania, o Estado é
independente e livre para exercer seu poder absoluto e indivisível, dentro de seu território, conforme a vontade
de seu povo e fazer cumprir suas decisões. Em razão da soberania, o Estado edita leis que se aplicam ao
seu território, sem se sujeitar a qualquer tipo de ingerência de outros Estados.

Para tornar mais fácil a compreensão observe o esquema abaixo, conforme trabalhado em nossa
videoaula 1:

11
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Questões

(2010 / CESPE / INSS/ Médico) Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
Gabarito: C

(CESPE - 2007 - MP-AM - PROMOTOR) Os tradicionais elementos apontados como constitutivos do Estado
são: o povo, a uniformidade linguística e o governo.
Gabarito: E

(CESPE - 2013 - TCE-RO - Contador) O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas
exteriormente, nas relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito
público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica.
Gabarito: C

Governo
O conceito de Governo, partindo do ponto de vista de alguns doutrinadores, pode ser descrito como
sendo um elemento de Estado que caracteriza - se pela autodeterminação e pela auto-organização do povo.
A constituição federal atribui ao Governo o exercício do poder político, concedendo a ele
discricionariedade nos negócios públicos. Quando nos referimos à discricionariedade queremos dizer que ele
é livre para atuar dentro dos limites que a constituição federal impõe a ele. Ou seja, quando pensamos em
Governo, podemos associar a ideia de condução política do Estado, é ele quem representa o poder do povo.

12
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Hely Lopes Meirelles, “a noção de Governo é a sua expressão política de comando, de
iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente, atuando
mediante atos de soberania e autonomia política na condução dos negócios públicos”.
Exercido pelos poderes executivo e legislativo.
Ex.: nomeação de Ministros e criação de CPIs.

Conforme Leandro Zannoni, “governo é elemento do Estado” e o define como “a atividade política
organizada do Estado, possuindo ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e política”.

Segundo Vicente Paulo, “a expressão “Governo” tem sido utilizada para designar o conjunto de
Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função do Estado. O Governo tem a incumbência de
zelar pela direção suprema e geral do Estado, determinar os seus objetivos, estabelecer as suas diretrizes,
visando à unidade da soberania estatal. Essa função política do Governo abrange atribuições que decorrem
diretamente da Constituição e por esta se regulam”.

Administração Pública
Pensando na Administração Pública como sendo o meio pelo qual o Estado dispõe para executar as
opções políticas do governo, é possível ver que ela pratica atos de execução. Dessa forma, a Administração
Pública é a encarregada de colocar na prática tudo aquilo que o governo diz. É como se fosse assim: A
administração Pública é parte de uma empresa (Estado), onde se tem um chefe maior (Governo), aquele que
vai dar as ordens para a execução das tarefas. Portanto, nessa analogia podemos ver que a Administração
Pública trabalha de forma subordinada. Em termos mais específicos ela atua de forma vinculada à lei, possui
discricionariedade apenas em alguns casos, podendo fazer somente aquilo que a lei ordena fazer. Em termos
práticos, a Administração Pública tratará da organização dos órgãos, agentes públicos, entidades públicas e
privadas e a sua relação com o interesse público.

Segundo Meirelles, Administração Pública é “todo o aparelhamento do Estado preordenado à


realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração pratica atos de
execução (atos administrativos) com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão
e de seus agentes”.

Segundo Di Pietro, a Administração Pública pode ser definida em seu sentido amplo e em seu sentido
estrito.

Em sentido amplo, a Administração Pública se subdivide:

em sentido subjetivo:
- órgãos governamentais (exercem função política. Incumbidos de planejar, traçar metas).
- órgãos administrativos (executam os planos governamentais, exercendo a função administrativa).

em sentido objetivo: função política e administrativa.

Em sentido estrito, a Administração Pública é subdividida nas pessoas jurídicas, órgãos e agentes
públicos que exercem funções administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses entes
(sentido objetivo).
No esquema abaixo é possível notar as diferenças entre sentido amplo e sentido estrito.

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Questões

(CESPE - 2010 - ABIN - Direito) A administração pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo, pela
própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.
Gabarito: C

(CESPE - 2010 - TRE-MT - Técnico - Adaptada) Administração pública em sentido subjetivo compreende as
pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes que exercem a função administrativa.
Gabarito: C

O quadro comparativo abaixo foi inspirado na definição de Hely Lopes Meirelles e traz de forma
sucinta as principais diferenças entre Governo e Administração Pública.

A administração pública é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções
políticas do Governo. (Meirelles)

Importante frisar que a Administração Pública tem poder de decisão, mas dentro dos limites legais de
suas competências. De modo que a Administração Pública pode decidir sobre assuntos jurídicos, técnicos,
financeiros, sem qualquer liberdade de opção política sobre a matéria.

Questões

(CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) O Estado constitui a nação politicamente organizada,
enquanto a administração pública corresponde à atividade que estabelece objetivos do Estado, conduzindo
politicamente os negócios públicos.
Gabarito: E

(CESPE – 2013 - MI – Analista técnico) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o


primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade
eminentemente técnica.
Gabarito: C

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Estado - Poderes e organização


(videoaula 2)

Primeiramente, é importante deixar claro que há uma divergência em tratar do termo “poderes”, pois
o mais correto seria “poder”, uma vez que segundo Montesquieu o poder é uno, indivisível, a divisão é apenas
no sentido funcional, ou seja, o que se divide são as funções do Estado. Logo, quando tratarmos do termo
“Poderes do Estado” trataremos dele como sendo funções estatais.
A ideia da existência de funções estatais já era mencionada por Aristóteles, na Grécia Antiga. Na obra
“O Espírito das Leis” (1748), Montesquieu esboçou o tema da tripartição dos poderes e influenciou as
Constituições modernas, a partir da Revolução Francesa (1789).
A Constituição Federal brasileira também adota a tripartição dos poderes como está expressamente
escrito no art. 2º:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Assim, é importante analisarmos no que consiste cada poder (função) estatal:


O Executivo - sua função precípua (principal) é administrar (executar) - atua por meio de atos
específicos de gestão. Sua função administrativa transforma a lei em atos executórios, individuais e concretos.
Entretanto, ele pode exercer secundariamente a função de legislar (por exemplo, quando edita uma medida
provisória que tem força de lei) e de julgar (por exemplo, quando julga administrativamente um recurso de
uma multa de trânsito).

O Legislativo - sua função precípua é fazer leis, legislar. Esse Poder representa a vontade do povo,
exercido por seus representantes (ex.: deputados). É o povo, por meio de um mandato conferido a seus
representantes, quem edita as leis. Entretanto, ele pode exercer secundariamente a função de administrar
(por exemplo, quando administra seu quadro de funcionários públicos) e de julgar (por exemplo, num processo
de "impeachment" de Presidente da República).

O Judiciário - sua função precípua é julgar, resolver os conflitos existentes entre as pessoas (físicas
e/ou jurídicas), bem como é dele a função de interpretar a lei para julgar os casos e aplicar o direito. Entretanto,
ele pode exercer secundariamente a função de legislar (por exemplo, quando edita suas normas internas) e
de administrar (por exemplo, quando administra seu quadro de funcionários públicos).

Dessa forma, a separação dos poderes não é uma divisão rígida, absoluta, entre o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário. A separação das funções no Brasil é “flexível”, pois cada um dos Poderes detém
atribuições típicas 1 e atípicas 2. O poder do Estado é soberano, único e emana do povo. Todos os Poderes
são partes de um todo: a atividade do Estado.
Por isso, a designação mais correta para essa repartição seria o vocábulo “funções” e não “Poderes”.

Para que haja harmonia e nenhum poder sobreponha o outro, institui-se o sistema de freios e
contrapesos. Nesse sistema há um controle de um poder sobre o outro. Importante salientar que não existe
hierarquia entre esses poderes, não há um poder mais importante que o outro, ou como alguns pensam de
forma equívoca, um poder que “mande” no outro. É apenas uma forma de se garantir um equilíbrio e a tão
famosa harmonia entre eles.
Assim, no sistema de freios e contrapesos, as funções (os poderes) promovem uma mútua
fiscalização umas das outras, um controle recíproco para que nenhum poder fique absolutamente tão mais
importante que o outro.
Qualquer atitude ou iniciativa no que tange aos poderes estatais que dependa de mais de um poder
para acontecer é exemplo do sistema de freios e contrapesos. Veja um exemplo prático desse sistema:
O poder legislativo faz as leis, mas depende do presidente da república (poder executivo) para
sancionar a lei. Caso a lei seja inconstitucional e entrar em vigor, quem julgará a inconstitucionalidade dessa
lei será o STF (poder judiciário).

OBS.: A tripartição dos poderes é cláusula pétrea conforme nos mostra a Constituição Federal:
Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

1
Função típica: função original do respectivo poder. Sua função primária, própria.
2
Função atípica: função exercida de forma acessória/ excepcional pelo poder, função que não é original dele.
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(...) III- a separação dos Poderes.

Questões

(CESPE – 2013 – MS – Analista-técnico) A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do


Estado.
Gabarito: Errado.

Organização
A Constituição Federal promove a organização do Estado de modo que podemos extrair a forma de
Estado (Federalismo), forma de Governo (República), sistema de governo (presidencialismo), atribuição de
cada poder, os direitos individuais, dentre outros, como podemos observar no texto da Constituição Federal:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...].

Segundo Meirelles:
"A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território
nacional, à estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos
direitos e garantias dos governados".

Para facilitar, vejamos o quadro abaixo:

Forma de Estado Federalismo

Forma de Governo República

Sistema de Governo Presidencialismo

Regime de Governo Democracia

Questão

(CESPE - 2009 - SEJUS-ES - Agente Penitenciário) A vontade do Estado é manifestada por meio dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais, no exercício da atividade administrativa, devem
obediência às normas constitucionais próprias da administração pública.
Gabarito: C

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Direito Administrativo: conceito e fontes


(videoaula 3)

Ramos do Direito Público


O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público considerado autônomo, pois possui regras,
princípios, conceitos e estrutura próprios. O Direito Administrativo vem a regrar precipuamente os interesses
estatais e sociais (interesse público), regendo os órgãos, agentes e atividades públicas.

Conceitos
Leandro Zannoni define: “Em sentido amplo, Direito Administrativo é o ramo do direito público interno
que visa a satisfazer os interesses da coletividade de forma direta e concreta”.

Segundo Di Pietro: “o ramo do direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas
jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que
exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.

Questões
(CESPE - 2013 - TRE-MS - Analista) Dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público significa
o mesmo que dizer que seu objeto está restrito a relações jurídicas regidas pelo direito público.
Gabarito: E

(CESPE – 2012 – MPE-PI – Analista Ministerial) O direito administrativo, ao reger as relações jurídicas entre
as pessoas e os órgãos do Estado, visa à tutela dos interesses privados.
Gabarito: E

(CESPE - 2009 - TCU - Analista de Controle Externo) O direito administrativo, como ramo autônomo, tem
como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este
e os administrados.
Gabarito: C

Fontes do Direito Administrativo


Após o estudo do conceito de direito administrativo, precisamos saber de onde ele emana, de onde
ele surgiu, sua origem, procedência. Para isso utilizamos de fontes, através das quais conseguimos identificar
a sua real “nascente” que disciplina o direito administrativo, moldando-o e estabelendo regras jurídicas.

As fontes do direito administrativo são:

1) Lei (em sentido amplo) – é a principal fonte do direito. Aqui, quando falamos “lei" no sentido
amplo, podemos citar: Constituição, leis ordinárias, leis complementares, decretos, portarias e outros atos
normativos.
2) A doutrina, ou seja, os ensinamentos dos estudiosos do direito administrativo.
3) A jurisprudência, que quer dizer o conjunto de decisões dos
tribunais. A súmula vinculante também é fonte do direito administrativo, decorrente da jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal.
4) Os costumes, que são condutas praticadas ao longo do tempo que acabam sendo vistas com
obrigatoriedade de execução, ou seja , são práticas de uso comum da sociedade.
FERRARA, assim o conceitua: "é um ordenamento de fatos que as necessidades e as condições
sociais desenvolvem e que, tornando-se geral e duradouro, acaba impondo-se psicologicamente aos
indivíduos".

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Por fim, os princípios gerais de direito são importantes fontes do direito administrativo.

Questões

(CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário)


Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito
administrativo.
Gabarito: C

(CESPE - 2013 - MI - Assistente Técnico Administrativo)


Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais
fontes do direito administrativo.
Gabarito: C

(CESPE- 2010 – INSS - Médico) A jurisprudência não é fonte de direito administrativo.


Gabarito: E

(CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) Apenas a lei, em sentido lato, pode ser tida como fonte de direito
administrativo.
Gabarito: E

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Administração direta e indireta


(videoaula 4)

Administração Pública pode ser classificada em duas formas: a direta e a Indireta.


Quando falamos em administração direta (centralizada) , como o próprio nome já diz, é a realização
das tarefas feitas pela própria administração pública, feita pelos próprios entes políticos (União, Estado, DF,
Municípios) através de seus órgãos e agentes públicos. Esses órgãos e agentes públicos farão a prestação
de serviços públicos essenciais, próprios e típicos do Estado.
Por outro lado, temos a administração indireta, podendo ser compreendida como aquela em que o
ente político (União, Estado, DF e munícipio) cria uma nova entidade administrativa, dotada de personalidade
jurídica, chamada de pessoa jurídica de direito público ou privado.
Para dar ênfase ao que acabamos de dizer, veja o que o decreto abaixo estabelece:
O Decreto-Lei nº 200/67 dispõe sobre a organização administrativa da União.
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de
Estado.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa
da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.

Desconcentração x Descentralização
Quando o próprio Estado exerce a atividade administrativa, através de seus órgãos, denomina-se
forma centralizada de prestação dos serviços ou prestação direta. Assim, a prestação é feita pela própria
Administração Direta, que é composta pelas pessoas (entes) políticas: União, Estados, Municípios e DF.
Entretanto, nem sempre é cabível atuar de forma centralizada. Dessa forma, a União distribui as atribuições
de sua competência a órgãos de sua própria estrutura, tais como seus Ministérios (desconcentração).
De acordo com a Lei 9.784/99, Art. 1º, § 2, I, Órgão é definido como:
A unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
Indireta.

Desconcentração administrativa (Administração Direta) - quando uma pessoa política ou uma


entidade da administração indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar
mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. (Alexandrino)
Envolve obrigatoriamente uma só pessoa - o que ocorre é uma redistribuição interna de competência.
Importante frisar que Órgão não tem personalidade jurídica, entende-se que um órgão, via de regra,
não tem vontade própria e não pode ser sujeito de direitos e obrigações. Ele deve atuar em nome da pessoa
jurídica de direito público a qual integra. Podemos destacar também, que na desconcentração, há uma
hierarquia, caracterizando-se na distribuição de responsabilidades e competências dentro dela mesma, com
a manutenção dessa hierarquia.

Descentralização administrativa (Administração Indireta ) -


No caso da Descentralização, temos a participação de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado
(União, Estado, DF ou município) e a pessoa que executará o serviço por ter recebido do Estado essa
atribuição. Descentralizar, sob a visão de Alexandrino é “quando o Estado desempenha algumas de suas
atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta”.
De forma básica, a palavra descentralizar significa criar outros centros, ou seja, criar novos centros
para agilizar as atividades da administração pública.
No caso da Descentralização, temos a participação de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado
(União, Estado, DF ou município) e a pessoa que executará o serviço por ter recebido do Estado essa
atribuição.
Ex.: autarquia

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"Para proteger o interesse público, buscando-se maior eficiência e especialização no exercício da


função pública, o Estado poderá transferir a responsabilidade pelo exercício de atividades administrativas que
lhe são pertinentes a pessoas jurídicas auxiliares por ele criadas com esse fim (que compõem a Administração
Indireta) ou para particulares. Nesse caso, ele passa a atuar indiretamente, pois o faz por intermédio de outras
pessoas, seres juridicamente distintos" (MARINELA, Fernanda; 2014).

Portanto fica claro que na descentralização, o Estado cria uma pessoa jurídica de direito público ou
privado e a ela transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de determinado serviço
público.
A nova entidade passa a ter capacidade de autoadministração e patrimônio próprio.
É o que ocorre com as entidades da Administração Indireta – autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista – que são criadas com o fim específico de prestação de determinado
serviço.
Uma outra característica dessas entidades da administração indireta é que não há vínculo hierárquico
entre a Administração Central (União, Estado, DF e munícipio) e a pessoa estatal descentralizada, mas
apenas um poder de controle, de fiscalização, logo, essa nova pessoa jurídica sofre um controle ministerial,
ou seja, ela passa por uma fiscalização feita pelo ministério ao qual ela está vinculada.

Para tornar mais fácil e compreensível a explicação, observe os esquemas abaixo:

Desconcentração ( Administração Direta)

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Descentralização (Administração Indireta)

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Questões

(CESPE – 2015 – DPU – Defensor Público Federal)


Acerca da organização da administração pública federal, julgue o item abaixo.
Considera-se desconcentração a transferência, pela administração, da atividade administrativa para outra
pessoa, física ou jurídica, integrante do aparelho estatal.
Gabarito: E

(CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública)


A respeito da organização administrativa, julgue os próximos itens. Configura hipótese de descentralização
administrativa a criação de uma eventual Secretaria de Estado de Aquisições do DF.
Gabarito: E

(2015-CESPE – MPU – ANALISTA) Julgue o item a seguir, referente às autarquias federais.


A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço
público para outra pessoa jurídica integrante do aparelho estatal.
Gabarito: C

(CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) A desconcentração administrativa consiste no


desmembramento de órgãos públicos, para criação de diversas pessoas jurídicas, às quais se distribuem
competências, mantidas ligadas por um vínculo de subordinação ao órgão originário.
Gabarito: E

(CESPE - 2013 - MI - Analista Técnico - Administrativo) Toda pessoa jurídica da administração pública
indireta, embora não se subordine, vincula-se a determinado órgão da estrutura da administração direta,
estando, assim, sujeita à chamada supervisão ministerial.
Gabarito: C

(CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Os órgãos públicos não são dotados de personalidade
jurídica própria.
Gabarito: C

Administração Indireta - Aspectos gerais


(videoaula 5)

Como vimos anteriormente, a administração indireta é aquela em que a Administração Pública passa
a atividade administrativa para outras entidades (pessoas jurídicas) criadas ou autorizadas por lei que
executarão as tarefas próprias do Estado ou do interesse do mesmo.
Portanto, a Administração Pública Indireta é formada por entidades que possuem personalidade
jurídica própria e são responsáveis pela execução de atividades administrativas que necessitam ser
desenvolvidas de forma descentralizada.
Para se criar essa nova pessoa jurídica é necessária a previsão em lei, como nos informa o art. 37,
inciso XIX da Constituição Federal: "somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação (...)".

De acordo com o DL 3 200/1967, a Administração Indireta é composta das seguintes entidades:


autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Veja agora algumas das principais características dessas pessoas jurídicas:

Finalidade específica: definida pela lei de criação.

Personalidade jurídica própria: podem ser sujeitos de direitos e obrigações, sendo,


consequentemente, responsáveis pelos seus atos.

3
Decreto - lei
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Patrimônio próprio: quando de sua criação, o Estado que transfere parte de seu patrimônio que, daí
em diante, passa a pertencer a esse novo ente e servirá para viabilizar a prestação de suas atividades, bem
como para garantir o cumprimento de suas obrigações.

Capacidade de autoadministração e receita própria:


autonomia administrativa, técnica e financeira, cumpridas as previsões legais e protegido o
interesse público.

Não estão subordinadas à Administração Direta: o que ocorre é um controle da Administração


Direta sobre a pessoa da administração indireta criada (= vinculação, supervisão).

Para ilustrar o que acabamos de explicar, observe o esquema abaixo:

Obs.: No esquema acima foi usado como exemplo o ente público Estado, poderia ser usado
também a União, os Munícipio e o DF.

Questão
(CESPE – 2015 – MPU – Técnico do MPU) Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico das
autarquias. Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica própria, comautonomia administrativa e
financeira, não sendo possível que a lei institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo
que a criou.
Gabarito: E

Administração Indireta – Autarquias


(videoaula 6)

Agora daremos início ao estudo de cada uma das entidades que compõem a administração indireta,
começando pela Autarquia.
Seguindo o sistema do Decreto - Lei nº 200/67, Autarquia é entidade da administração indireta. Elas
são pessoas jurídicas de direito público criadas por lei específica para executar serviços típicos e próprios do
Estado. Ora, mas quem criará essa lei? A iniciativa tanto da criação quanto da extinção dessa lei partirá
exclusivamente do chefe do poder executivo. Lembrando que ela será extinta da mesma forma como foi
criada, ou seja, através de lei específica, o chefe do poder executivo poderá decretar a sua extinção.
Outro ponto muito importante para ser abordado, é o fato de as Autarquias não poderem explorar
atividade econômica, sendo assim elas são criadas para prestarem serviços públicos.
Decreto Lei nº 200 de 25 de Fevereiro de 1967
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

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I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

Assim conceitua José dos Santos Carvalho Filho: "Autarquia é pessoa jurídica de direito público,
integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter
econômico, sejam próprias e típicas do Estado"
São exemplos de autarquia: INSS, IBAMA, INCRA, Banco Central do Brasil.

Art. 37, inciso XIX da Constituição Federal: "somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação (...)"
A iniciativa da referida lei é do chefe do poder que a criou (veja art. 61, § 1º, II, "e")

Por serem regidas pelo direito público e por prestarem atividades típicas do Estado, as autarquias
gozam de PRERROGATIVAS (ou de atributos especiais) assim como a União, os estados-membros e os
municípios.

PRERROGATIVAS:
Bens transferidos do ente que a criou - os seus bens são inalienáveis, imprescritíveis (são
insuscetíveis de usucapião) e impenhoráveis (seus bens não respondem pelas dívidas).

Imunidade de impostos (art. 150, VI, “a” e §2º, da Consitituição).


É vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias,
desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às que delas decorram (imunidade tributária
condicionada).
Sendo assim, sobre os demais bens e serviços que tiverem destinação
diversa da definida para sua criação, incidirão normalmente os respectivos impostos.

RESTRIÇÕES
Regime de Pessoal - as autarquias devem realizar concurso público para poderem contratar
servidores para cargos efetivos (servidor estatutário);
Licitação - só podem adquirir bens ou serviços se realizarem licitação, nos termos da Lei nº 8.666/93,
salvo as hipóteses de dispensas e inexigibilidades de licitação previstas em lei;
Controle (vinculação) - submetem-se ao controle dos tribunais de contas e são, em regra,
vinculados a um ministério que realiza do controle. Por exemplo, o INSS é controlado pelo Ministério da
Fazenda (anteriormente estava vinculado ao Ministério da Previdência Social, este ministério foi,
recentemente, incorporado pelo Ministério da Fazenda).

Para ilustrar e tornar mais fácil a compreensão observe o esquema abaixo:

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Questões

(CESPE – 2015 – MPU – TÉCNICO DO MPU) Julgue o item seguir, de acordo com o regime jurídico das
autarquias. O instrumento adequado para a criação de autarquia é o decreto, pois o ato é de natureza
administrativa e de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.
Gabarito: E

(CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) A
exploração de atividade econômica pela administração pública requer a instituição de uma autarquia.
Gabarito: E

(CESPE - 2014 - MEC - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos) No âmbito federal, as autarquias são
entes da administração indireta dotados de personalidade jurídica própria e criados por lei para executar
atividades típicas da administração. Essas entidades sujeitam- se à supervisão ministerial, mas não se
subordinam hierarquicamente ao ministério correspondente.
Gabarito: C

Administração Indireta - Fundações Públicas


(videoaula 7)
Fundação é uma personificação de um patrimônio para exercer atividades sem fins lucrativos.
Importante ressaltar que Fundação Pública de direito público ou de direito privado são instituídas e mantidas
pelo poder público e fazem parte da administração indireta, diferente das Fundações privadas que são
mantidas por particulares e são entidades que não fazem parte da administração indireta.
No estudo das Fundações Públicas, faz-se importante destacar que diferentemente das Autarquias,
elas poderão ser pessoa jurídica de direito público ou privado. Será de direito público a Fundação Pública que
for criada por lei, e de direito privado aquela que for autorizada por lei. Outra característica muito importante
é que suas atividades são de interesse social, por exemplo: religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Nota-se muito o poder público constituindo Fundações Públicas nas áreas dos mais diversos
interesses coletivos como educação, ensino, pesquisa, assistência social, dentre outros.

Segundo entendimento do STF: "A distinção entre fundações públicas e privadas decorre da forma
como foram criadas, da opção legal pelo regime jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e
também da natureza dos serviços por elas prestados" (STF – ADI 191/RS).

Se a fundação é de direito público, ela é chamada de “autarquia fundacional” ou “fundação


autárquica”.
Nesse caso elas possuem características idênticas às autarquias, aplicando-se todas as regras do
regime jurídico aplicável às autarquias.

Para definir se a fundação é pública ou privada a análise da lei instituidora é importante, tendo os
doutrinadores fixado alguns critérios de diferenciação que nela podem ser identificados:

- inexigibilidade de inscrição de seus atos constitutivos no Registro Civil das Pessoas


Jurídicas para as de direito público, porque a sua personalidade já decorre da lei (Di Pietro);

- origem dos recursos, serão de direito público aquelas cujos recursos tiverem previsão própria no
orçamento da pessoa federativa e que, por isso mesmo, sejam mantidas por tais verbas, sendo de direito
privado aquelas que sobreviverem basicamente com as rendas dos serviços que prestem e com outras rendas
e doações oriundas de terceiros (Carvalho Filho);

Exemplos de fundações públicas de direito público: FUNCEP (Fundação Centro de Formação de


Servidores Públicos); Fundação da Casa Popular; Fundação Brasil Central; FUNAI;IBGE; IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada).

Exemplos de fundações públicas de direito privado: FUNPRESP-Exe e FUNPRESP-Jud


(fundações de previdência complementar para servidores públicos federais), criadas recentemente.

Questão

25
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(CESPE - AFCE - TCU - 2011) Pode-se criar uma fundação pública para exploração de atividade econômica
de cunho lucrativo.
Gabarito: E

Administração Indireta - Empresa Pública e Sociedade


de Economia Mista
(videoaula 8)

É comum usar a expressão “empresa estatal ou governamental” para designar empresa pública e
sociedade de economia mista (SEM), que serão estudadas a seguir.

As empresas públicas e sociedade de economia mista (SEM) têm personalidade jurídica de direito
privado e devem ser criadas para exercer atividade econômica (existência de lucro) ou prestar serviço público
de relevante interesse social ou relacionado à segurança nacional. Estas empresas estatais compõem a
administração indireta da Administração Pública.

O Decreto-lei nº 200/1967, em seu art. 5º incisos II e III traz o conceito de cada umas destas entidades:

II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo
seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Assim, entende-se que o Estado pode criar empresas públicas para dois propósitos: (a) promover
atividades econômicas ou (b) prestar serviços públicos. Só será permitida a criação se a atividade da
empresa for de relevante interesse coletivo ou necessária à segurança nacional. Esta informação é dada pela
própria Constituição Federal:

Constituição Federal

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e


de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre (...)

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Quanto à sua criação, são criadas ante a existência de autorização legal e para os fins definidos
(princípio da especialidade).
Essas empresas estatais se submetem a controle do ente que o criou e do tribunal de contas.

CF. Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação;

Ao contrário das autarquias, essas empresas estatais, para que passem a existir efetivamente,
dependem, além da lei, do registro dos atos constitutivos no órgão competente (Cartório de Registro de
Pessoas Jurídicas, quando de natureza civil, e Junta Comercial, quando de natureza empresarial).

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Como vimos acima, a lei específica autoriza a criação das empresas públicas, quem cria,
efetivamente, é o registro dos atos de criação da empresa no órgão competente (cartório ou junta comercial).

Uma observação importante a ser feita é que, embora estas empresas sejam públicas, seus
trabalhadores são regidos pelo regime celetista (CLT), porém são contratados mediante concurso público e
irão ocupar emprego público e não cargo público, logo, estes são chamados de empregados públicos.
Os empregados das empresas estatais também se submetem ao teto remuneratório, salvo se a
empresa não receber recursos da Administração Direta para pagamento de seu pessoal ou custeio em geral,
e estão incluídos no regime da não acumulação de cargos e empregos públicos. Além disso, esses
empregados públicos estão sujeitos ao RGPS (Regime Geral da Previdência Social) e não possuem
estabilidade em seus empregos, mas o fato de a administração pública ser neste caso o empregador, ela
deverá atender aos princípios como legalidade, impessoalidade e moralidade, assim sendo, sua dispensa
deve ser motivada.
Sobre as empresas públicas e sociedades de economia mista gozarem de privilégios fiscais, a
Constituição Federal é clara:
Constituição Federal Art. 173
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
Assim seja, não gozarão de privilégios caso as empresas do setor privado também não o usufruam.

Questão

(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) Os empregados de
empresa pública são, necessariamente, estatutários e os de sociedade de economia mista celetistas, sendo
necessária prévia aprovação em concurso público para o ingresso em ambos os regimes.
Gabarito: Errado.

Licitação obrigatória - salvo para a atividade fim das que atuam em atividade econômica. Quando
prestadoras de serviços públicos, seguem as normas gerais para licitação (Lei nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02).
Submetem-se a controle dos tribunais de contas e pela Administração Direta;
Não se sujeitam à falência;
As empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas) não dispõem dos
benefícios processuais inerentes à Fazenda Pública.

Por outro lado, existem importantes diferenças quanto a elas:

As sociedades de economia mista possuem um capital misto, sendo que parte provém do poder
público, parte da iniciativa privada. Entretanto, a Administração Pública (Administração Direta ou Indireta) tem
que ter a maioria do capital votante, ou seja, deve ter o controle acionário. As SEM devem ser constituídas
sempre sob a forma de uma sociedade anônima.
Por outro lado, as empresas públicas, são constituídas sob qualquer uma das formas admitidas em
direito (Ltda. S/A entre outras), com capital formado unicamente por recursos públicos, de pessoas da
Administração Direta ou Indireta. O capital da empresa pública é 100% público, não se exigindo que seja de
um único ente, podendo ser de mais de uma pessoa jurídica da Administração Direta ou da Direta com a
Indireta.
Podem ser federal, estadual ou municipal, a depender da predominância acionária.
27
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Exemplos: BNDES; Radiobrás; ECT; CEF; Casa da Moeda do Brasil; FINEP (Financiadora de
Estudos e Projetos); EMBRAPA; SERPRO; INFRAERO.

A terceira importante diferença é que, mesmo as SEM da União respondem por ações judiciais na
justiça comum estadual enquanto as ações em que a Empresa Pública Federal seja autora, ré, assistente
ou oponente serão julgadas pela Justiça Federal (art. 109, I, CF), logo, as empresas públicas da União
respondem a essas ações na Justiça Federal, se forem do Estado na Justiça Estadual e as sociedades de
economia mista na Justiça Comum Estadual.

Para facilitar a compreensão, veja as distinções no quadro abaixo:

28
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

* Âmbito da justiça em que ocorrerão as ações relacionadas a essas estatais.

Questões

(CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII)
Uma empresa pública consiste em uma entidade de direito privado em que pelo menos 51% do seu capital
pertence à administração pública.
Gabarito: Errado. As empresas públicas têm personalidade de direito privado suas atividades são regidas
pelos preceitos comerciais, mas seu capital é exclusivamente público.

(CESPE - 2014 - MEC - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos) A empresa pública somente pode ser
criada por lei específica, com personalidade jurídica de direito público e adotando quaisquer formas
societárias admitidas pelo Direito.
Gabarito: Errado. Como sabemos, as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito privado.
Portanto, a assertiva está incorreta.

(CESPE - 2008 - PGE-ES - Procurador de Estado) A única diferença entre sociedade de economia mista e
empresa pública é a composição do capital.
Gabarito: Errado.

Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista


(videoaula 9)
No quadro abaixo é possível destacar as principais diferenças entres as Empresas Públicas e SEM
que realizam atividades econômicas das que são prestadoras de serviço público.
Lembrando que estas Estatais serão sempre de Direito Privado, o que pode se sujeitar ao regime de
Direito público são as atividades da Empresa Pública ou SEM prestadoras de serviço público. Digamos que
embora sejam de Direito Privado, elas obedecem a algumas regras do direito público, sendo caracterizadas
por um regime híbrido (misto), ou seja, existe uma flexibilização entre as regras do Direito Público com as do
Direito Privado, para se garantir o cumprimento do princípio da continuidade dos serviços públicos. Observe
o quadro:

29
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Atividades econômicas em sentido estrito - (livre concorrência - permissão legal)

O Art.173 da Constituição Federal traz as situações em que o Estado poderá explorar uma atividade
econômica, como no caso de Imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse público, ou seja,
somente em casos excepcionais. Daí é possível extrair a informação de que a União não é livre para explorar
atividade econômica quando quiser, mas sim nos casos estabelecidos pela Constituição. Veja o que diz o art.
173:
CF. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre (...).

Temos também a possibilidade de o Estado realizar atividade econômica no regime de monopólio, ou


seja, somente ele será o executor das atividades delegadas a ele pela Constituição, porém ela abre a exceção
de que nos casos previstos no inciso I a IV do artigo 177, a União poderá contratar com empresas privadas
ou estatais a execução dessas tarefas. Somente no caso do inciso V ( a pesquisa, a lavra, o enriquecimento,
o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com
exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização) será feita exclusivamente pela União
(regime de monopólio - previsão constitucional) Essa modalidade de atuação estatal é chamada de absorção,
já que o estado absorveu uma parte do mercado, retirando dos particulares a possibilidade de atuar em regime
de concorrência, não havendo que se falar em área privada. (PETROBRAS)

Art. 177. Constituem monopólio da União:


I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de
petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados
e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do
inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
49, de 2006)
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.

Serviços públicos (esse tema está tratado nas videoaulas 121 a 139)
A respeito dos serviços públicos, podemos dizer que o Estado busca tão somente alcançar o interesse
público e ainda suprir as necessidades básicas da sociedade.
O Estado pode prestar esses serviços ou pode passar a execução para uma empresa privada, através
do regime de concessão ou permissão, ou seja, é uma delegação que o Estado dá a uma empresa privada
para a prestação de alguns serviços públicos. Essa delegação ou concessão será feita sempre através de
licitação. Veja o que a Constituição Federal nos traz sobre este assunto:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A respeito dos serviços que podem ser delegados aos particulares mediante contratos de concessão
ou permissão de serviços públicos, podemos destacar serviços como: os de telefonia, transportes coletivos,
energia elétrica entre outros.
O Artigo 21 da Constituição Federal traz claramente as atividades que poderão ser delegadas sob o
regime de autorização, concessão ou permissão, observe:
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais,
ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

Questões
(FCC - TRT-MG - 2015 - Técnico Judiciário) O Ministério Público ingressou com ação contra
diversas empresas, dentre elas, uma empresa pública municipal prestadora de atividade econômica,
pleiteando reparação por suposto dano gerado ao patrimônio público. No que concerne ao prazo para
defesa da empresa pública, bem como ao tema da penhora de bens, vigora o prazo:
Parte superior do formulário
a) em quádruplo e a impenhorabilidade dos bens.
b) em dobro e a impenhorabilidade dos bens.
c) em quádruplo e admitida a penhora dos bens.
d) simples e a impenhorabilidade dos bens.
e) simples e admitida a penhora dos bens.
Gabarito: E

(CESPE - TJ-DFT - 2015 - Analista Judiciário) A respeito das sociedades de economia mista, da
convalidação de atos administrativos, da concessão de serviços públicos e da desapropriação, julgue o
item a seguir.
A criação, pela União, de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa. Autorizada, a
sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria de suas ações com direito a voto
pertencerão à União ou a entidade da administração indireta.
Gabarito: C

Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista - Lei


13.303, de 30/06/2016.
(Videoaula 9-A)
A Lei nº 13.303, de 2016, estabelece o estatuto jurídico das empresas públicas, sociedades de
economia mista e de suas subsidiárias (estatais), no âmbito da União, dos Estados , dos Municípios e do
Distrito Federal. É conhecida como Lei da Responsabilidade das Estatais ou Lei das Estatais
A Lei das Estatais vem a regulamentar o art. 173 da Constituição Federal e trouxe pequenas
inovações, quando comparadas com as atuais normas existentes para a Administração Pública. A maior parte
dos dispositivos consiste em interpretar o que a doutrina e jurisprudência já o fazia sobre o tema.

Passamos a transcrever o art. 173 da CF:


Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
31
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da


administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de
acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

Procuramos selecionar alguns dispositivos importantes da Lei 13.303/16.

Conceitos, conforme Lei 13.303/16:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao
regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.

Art. 3o Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de
outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 4o Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam
em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração
indireta.

Aplicação princípio da publicidade

Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão:


I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos administradores;
II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Conduta e Integridade e a outras regras de
boa prática de governança corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei.
Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as
divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários, nos
termos previstos em seu estatuto social.

Lei que autoriza a criação

Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da sociedade de economia mista deverá
dispor sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da companhia, em
especial sobre:
I - constituição e funcionamento do Conselho de Administração, observados o número mínimo de 7
(sete) e o número máximo de 11 (onze) membros;
II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, observado o número mínimo de 3 (três)
diretores;
III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de periodicidade anual, dos administradores e
dos membros de comitês, observados os seguintes quesitos mínimos:
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e à eficácia da ação administrativa;
b) contribuição para o resultado do exercício;
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negócios e atendimento à estratégia de longo
prazo;
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exercerá suas atribuições de modo
permanente;
V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Estatutário;
VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração e dos indicados para o cargo de
diretor, que será unificado e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) reconduções
consecutivas;
VII – (VETADO);

32
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não superior a 2 (dois) anos, permitidas 2
(duas) reconduções consecutivas.

Critério de escolha dos membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos


de diretor. (princípio da moralidade)

" O Conselho de Administração da Petrobras foi alvo de questionamentos por ter aprovado, na época
em que era comandado pela presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil no governo Lula, a compra
aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. O negócio passou a ser um dos alvo da
Operação Lava Jato por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas."
(link: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/04/veja-nova-composicao-do-conselho-de-
administracao-da-petrobras.html )

Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor,


inclusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada
e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b”
e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
I - ter experiência profissional de, no mínimo:
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da
sociedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção
superior; ou
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos:
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da
empresa pública ou da sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele
situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público;
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da sociedade de
economia mista;
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente
vinculada à área de atuação da empresa pública ou sociedade de economia mista;

II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado; e

III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas do inciso I do caput do
art. 1o da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, com as alterações introduzidas pela Lei
Complementar no 135, de 4 de junho de 2010.

Art. 1º São inelegíveis:


I - para qualquer cargo:
a) os inalistáveis e os analfabetos;
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa e das
Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e
II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante
o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da
legislatura;(...)

§ 5o Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dispensados no caso de indicação


de empregado da empresa pública ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou como
membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesitos mínimos:
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na sociedade de economia mista por meio
de concurso público de provas ou de provas e títulos;
II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efetivo na empresa pública ou na sociedade
de economia mista;
III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da empresa pública ou da sociedade de
economia mista, comprovando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de que trata
o caput.

Vedações
art. 17, § 2o É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria:

33
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista


está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem
vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na
administração pública, de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo
de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo;
§ 3o A vedação prevista no inciso I do § 2o estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins
até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas.

II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória
de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral;
III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante
ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa controladora da
empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período
inferior a 3 (três) anos antes da data de nomeação;
V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político-
administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria
empresa ou sociedade.
§ 1o O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias poderá
dispor sobre a contratação de seguro de responsabilidade civil pelos administradores.
§ 4o Os administradores eleitos devem participar, na posse e anualmente, de treinamentos
específicos sobre legislação societária e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle interno,
código de conduta, a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013 (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados
às atividades da empresa pública ou da sociedade de economia mista.

FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE

Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de governo fiscalizarão as
empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas
no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto
de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial.

"CF. - Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo;"
Divulgação de Informações
Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista relativas a
licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de dados
eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes.
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibilizar para
conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a execução
de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das
informações.

Administração Indireta – Aprofundando o assunto


(videoaula 10)

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(FCC - TRT-RS - 2015 - Analista Judiciário) A propósito dos entes que integram a Administração
Indireta, considere as afirmativas abaixo.
I. As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito público, possuem capacidade de
autoadministração e se distinguem das pessoas políticas no que concerne à competência legislativa,
pois não a detêm, o que não impede, todavia, que lhes seja transferida a titularidade e a execução de
serviços públicos.
II. As empresas estatais podem, na forma que seus Estatutos Sociais determinarem, exercer atividade
econômica de natureza privada ou prestar serviço público, o que, contudo, não impacta sua natureza
jurídica de direito privado e, assim, permite a contratação de obras e aquisições sem se submeter ao
regime de licitações.
III. Tanto as autarquias, quanto as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas
por lei, permitido às segundas um certo grau de flexibilização no regime jurídico a que estão
submetidas, com derrogação por normas de direito privado, tais como possibilidade de contratação de
servidores público sem submissão a concurso público.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I.
c) II.
d) II e III.
e) III.
Gabarito. B

(FCC - TCE-CE - 2015 - Analista de Controle Externo - Judiciário) O governador do Estado Y


entendeu pela necessidade de instituição de uma pessoa jurídica de direito privado, com capital
exclusivamente público, que realizasse a prestação de serviços, nos moldes da iniciativa privada, de
interesse da coletividade local, cuja autorização para sua criação se realizasse por lei específica. Tais
características são próprias das
Parte superior do formulário
a) empresas públicas.
b) sociedades de economia mista.
c) autarquias.
d) organizações sociais.
e) fundações públicas
Gabarito: A

(FCC - SEFAZ-PI - 2015 - Auditor Fiscal da Fazenda Estadual) Considere as seguintes afirmações
sobre Administração Direta e Indireta:
I. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público, que desempenham serviço público
descentralizado, com capacidade de auto-administração.
II. Sociedades de economia mista submetem-se ao regime jurídico de direito público e têm por objeto,
exclusivamente, o exercício de atividade econômica em regime de competição no mercado.
III. Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado que podem desempenhar apenas
serviços públicos ou atividade econômica em regime de monopólio.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.
Gabarito: B

Administração Indireta - Agências reguladoras


(videoaula 11)

Introdução
De acordo com o Decreto Lei 200, de 1.967, a administração indireta era composta apenas pelos 4
entes estudados (autarquia, fundação pública, empresa pública e sociedade de economia mista). Entretanto,
com as necessidades atuais e crescentes, foram formadas outras figuras específicas que compõe a

36
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

administração indireta. Dentre elas, temos: agências reguladoras, agências executivas e consórcios públicos;
as quais passaremos a estudar.

Agências reguladoras
Temos assistido há anos, principalmente a partir da década de 1990, o processo de desestatização
do estado. Diversos serviços públicos (como telefonia, energia elétrica, transporte aeroviário) hoje são
prestados por particulares mediante autorização, concessão ou permissão (conforme pode ser notado, por
exemplo, no art. 21, inc XI e XII, da CF).
Dessa forma, é necessário a criação de agências reguladoras para exercer o controle sobre
determinados serviços públicos prestados por particulares.
Por exemplo: a ANATEL é uma agência reguladora, vinculada ao Ministério das Comunicações, com
a função de promover a regulação das telecomunicações. Já a ANVISA, vinculada ao Ministério da Saúde,
tem a finalidade de promover a proteção da saúde da população.
Importante observar que neste capítulo trataremos das agências reguladoras federais. Entretanto, os
estados, municípios e distrito federal podem criar suas próprias agências reguladoras.

Conceito
Não existe um conceito em lei alguma sobre as agências reguladoras. E até hoje não foi editada uma
lei geral sobre as agências reguladoras. Entretanto, podemos traçar uma diretriz comum (mas, não obrigatória
por não existir lei a respeito) à maioria das agências reguladoras e que são cobradas em concursos públicos.
Sendo assim, são características gerais das agências reguladoras:
- são instituídas com autarquias sob regime especial - dessa forma, têm personalidade jurídica de
direito público e todas as características de autarquias (pois são espécie de autarquia).
- o termo "autarquia sob regime especial" é a intenção de se criar uma autarquia com maior
independência, ampliando sua autonomia orçamentária, gerencial e financeira.
- seus servidores são estatutários.
- possuem alto grau de especialização técnica. (área de regulação)
- tem a função do exercício da atividade regulatória em setor específico da atividade econômica ou
determinado serviço público.

Funções
Para desempenhar a atividade regulatória, as agências reguladoras têm a atribuição de:
Executiva - Fiscalizar e aplicar sanções (ex: multa, proibição).
Normativa - Editar normas (regras) através de "decretos delegados" (ou decretos autorizados). A
edição desses decretos deve estar expressamente prevista em lei e vem a complementá-la.
Judicante - Solução de conflitos, julgando processos administrativos.

Ampliação da autonomia administrativa.


Faz-se importante, no papel de agência reguladora, uma maior autonomia e independência. Para tal,
é importante um quadro próprio de servidores e autonomia financeira. Quanto aos seus dirigentes, em nível
federal, está previsto:
- Mandato de duração fixa, dos dirigentes (Lei 9986/2000, art. 9º).
- Dirigentes escolhidos pelo chefe do Poder Executivo (presidente), aprovados pelo Senado Federal.

Quarentena do dirigente - como o dirigente possui informações importantes e privilegiadas, após


sua saída ele fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado
pela respectiva agência, por um período de 4 meses (salvo se legislação específica cite outro período),
contados da exoneração ou do término de seu mandato.

Fernanda Marinela traz a seguinte divisão das agências reguladoras


em espécies:
1) Serviços públicos propriamente ditos. Ex: ANEEL, ANATEL, ANTT,
ANTAQ, ANAC
2) Atividades de fomento e fiscalização de atividade privada. Ex:
ANCINE
3) Atividades econômcas integrantes da indústria do petróleo. Ex:
ANP
4) Atividades que o Estado e o particular prestam. Exs: ANVISA, ANS
5) Agência reguladora do uso de bem público. Ex: ANA

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) As
agências reguladoras são órgãos pertencentes à administração pública direta.
Gabarito: E

(CESPE - ANATEL - Analista Administrativo - Direito) As agências reguladoras têm caráter nacional,
sendo vedado aos estados e ao Distrito Federal criar suas próprias agências estaduais quando se tratar
de serviço público, por ausência de previsão constitucional.
Gabarito: E

(CESPE - ANAC) Às agências reguladoras é atribuída a natureza jurídica de autarquias de regime especial.
Gabarito: C

(CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista


Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) Uma agência reguladora exerce funções executivas, normativas
e judicantes de Estado, não desempenhando funções de governo.
Gabarito: C

(CESPE - ANATEL - Analista Administrativo - Direito) O regime jurídico aplicável aos servidores das
agências reguladoras atualmente é o do emprego público, regulado pela Consolidação das Leis do
Trabalho, dado o caráter de autarquia especial conferido às agências.
Gabarito: E

(ESAF - Procurador - Tribunal de Contas - GO) As chamadas Agências Reguladoras


a) integram a administração direta, vinculadas que estão a órgãos do Poder Executivo.
b) poderão constituir-se como autarquias ou fundações, públicas ou privadas.
c) têm natureza jurídica de autarquia.
d) integram o chamado Terceiro Setor, assumindo atividades de interesse público.
e) têm natureza jurídica de fundação privada, subsidiada com recursos públicos, em face da independência
que devem possuir frente ao Estado.
Gabarito: c

Administração Indireta - Agências Executivas


(videoaula 12)

Para entender esta aula é importante que você já tenha estudado as aulas sobre autarquias e
fundações públicas. Isto porque, as agências executivas não são consideradas uma nova espécie de entidade
administrativa. São na verdade uma autarquia ou fundação pública que celebrou um contrato de gestão com
o Poder Executivo, recebendo a qualificação de agência executiva, concedido por decreto presidencial.
Como exemplo, podemos citar o INMETRO, que é uma autarquia qualificada como agência executiva.

Nas palavras de "di Pietro", sobre as agências executivas:


"Em regra, não se trata de entidade instituída com a denominação de agência executiva. Trata-se de
entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais,
recebe a qualificação de agência executiva, podendo perdê-la se deixar de atender aos mesmos requisitos.”.

A Lei 9.649/98, art. 51, regulamenta o assunto:

"Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que
tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente
da República.
§ 2º O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências
Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos
orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão."

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Então, por que uma autarquia ou fundação pública tem a intenção de tornar-se uma agência
executiva? Segundo Meireles: "A qualificação da autarquia ou fundação como agência executiva - efetuada
por ato específico do Presidente da República - permitirá que ela ingresse em um regime especial, usufruindo
de determinadas vantagens previstas em lei ou decretos. Na verdade, o objetivo daquele preceito é aumentar
a eficiência da autarquia ou fundação, mediante a ampliação de sua autonomia paralelamente à
responsabilidade de seus administradores."
Dessa forma, percebe-se que ao celebrar o Contrato de Gestão objetiva-se a aumentar a eficiência
(da autarquia ou fundação pública), que significa otimizar recursos, reduzir custos, melhorar os serviços (fazer
mais e melhor por menos). Em contrapartida terão maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira,
recebendo algumas prerrogativas e privilégios
O período mínimo de duração do contrato de gestão é de no mínimo 1 ano. Após expirado o contrato
de gestão, sem que haja renovação, o ente deixa de ser agência executiva, mas volta a ser uma simples
autarquia ou fundação pública. Perceba que ela (autarquia ou fundação pública) apenas perde a qualificação
de agência executiva.
O art. 52 da Lei 9.649/98, art. 51, aborda planos estratégicos:
"Art. 52. Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão
diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a
revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade
institucional da Agência Executiva.
§ 1o Os Contratos de Gestão das Agências Executivas serão celebrados com periodicidade
mínima de um ano e estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da
entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu
cumprimento.
§ 2o O Poder Executivo definirá os critérios e procedimentos para a elaboração e o
acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de
desenvolvimento institucional das Agências Executivas."
Um dos privilégios da agência executiva, sobre as autarquias e fundações públicas, são, por exemplo,
as regras para dispensa de licitação.
Há um aumento do limite de dispensa de licitação, de 10% para 20% do valor máximo admitido para
a utilização da modalidade convite, quando se tratar de autarquia ou fundação qualificadas como agências
executivas, conforme o art. 24, §1º, da Lei nº 8.666/93.
Os Estados e Municípios também poderão instituir agências executivas, desde que tenham leis
específicas para tal.

Questões
(CESPE - TJ-SE - técnico judiciário) Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento e que celebre
contrato de gestão com órgão do governo federal.
Gabarito: C

(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) Uma autarquia que
possuir um contrato de gestão com ente da administração direta e anteriormente já tiver um plano
estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em andamento poderá se qualificar como uma
agência executiva.
Gabarito: C

(FCC - TRT-15ª Reg - Juiz do Trabalho) De acordo com a legislação que rege a matéria, as
denominadas agências executivas são
Parte superior do formulário
a) entidades que não integram a Administração pública, mas com esta se relacionam por vínculo de
colaboração.
b) autarquias de regime especial, com prerrogativas de independência fixadas na lei instituidora.
c) órgãos colegiados instituídos no âmbito da Administração direta para atividades de coordenação de
ações estratégicas.
d) pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que recebem tal qualificação mediante celebração
de contrato de gestão.
e) entidades integrantes da Administração pública, criadas sob a forma de autarquias ou fundações, que,
em decorrência de tal qualificação, passam a se submeter a regime especial.
Gabarito: E

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(FCC - TRT-6ª Reg - Juiz do Trabalho) Uma fundação pública que tem como finalidade a pesquisa e
desenvolvimento de medicamentos e tratamentos na área de saúde pública apresentou ao Ministério
da Saúde um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional, objetivando a
ampliação de sua autonomia. De acordo com as disposições constitucionais e legais aplicáveis, a
referida fundação poderá
a) ser declarada, por Portaria do Ministro da Saúde, fundação de apoio e amparo à pesquisa, que poderá
celebrar contratos de gestão para prestação de serviços à Administração pública, com dispensa de licitação.
b) ter a sua autonomia ampliada mediante a edição de lei específica, que altere sua natureza para agência
reguladora ou agência executiva.
c) ter sua natureza alterada mediante atribuição de qualificação, por decreto governamental, de fundação de
apoio à pesquisa, passando a caracterizar-se como fundação privada.
d) ser alçada à categoria de agência reguladora, mediante a adequação de seus estatutos para refletir o
grau de autonomia compatível com tal categorização.
e) celebrar contrato de gestão com o Ministério da Saúde, com a fixação de metas de desempenho,
recebendo, por ato do Presidente da República, a qualificação de agência executiva.
Gabarito: E

Administração Indireta - Agências Reguladoras e


Executivas – Aprofundando
(videoaula 13)

Questões
(CESPE - AGU - Advogado da União) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, as
quais têm, regra geral, a função de regular e fiscalizar os assuntos relativos às suas respectivas áreas de
atuação. Não se confundem os conceitos de agência reguladora e de agência executiva, caracterizando-se
esta última como a autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com o órgão da administração
direta a que se acha hierarquicamente subordinada, para melhoria da eficiência e redução de custos.
Gabarito: E

(ESAF - DNIT - Técnico Administrativo) A respeito das agências reguladoras e das agências
executivas, analise as assertivas abaixo, classificando-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F).
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.


( ) A agência executiva é uma nova espécie de entidade integrante da Administração Pública Indireta.
( ) O grau de autonomia da agência reguladora depende dos instrumentos específicos que a
respectiva lei instituidora estabeleça.
( ) Ao contrário das agências reguladoras, as agências executivas não têm área específica de
atuação.
( ) As agências executivas podem ser autarquias ou fundações públicas.
a) V, F, V, V
b) F, V, V, V
c) F, F, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V

Gabarito: B

Administração Indireta - Consórcios públicos


(videoaula 14)

Vamos começar nossa aula com um exemplo de consórcio público, voltado para o atendimento
público na área da saúde, conforme texto de notícia abaixo:
"O Hospital Municipal de Teixeira de Freitas entrará para o rol de serviços do Consórcio Público
Interfederativo de Saúde do extremo sul da Bahia, formado por treze municípios da região. O consórcio é
formado pelos municípios de Teixeira de Freitas, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão,
Vereda, Prado e Nova Viçosa, Alcobaça, Medeiros Neto e Mucuri.
Com a decisão, os custos da unidade hospitalar, que giram em torno de R$3,6 milhões por mês, serão
rateados entre os entes consorciados, proporcionalmente à população, dando maior fôlego ao financiamento
do hospital.
O prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco Bittencourt, avalia a iniciativa como um avanço na saúde
pública, principalmente na área hospitalar. “Da forma que faremos, nenhum município ficará sobrecarregado
e conseguiremos suprir o déficit do hospital. Acredito que essa iniciativa irá melhorar a gestão da saúde em
todos os níveis”, afirmou o prefeito.
Com o modelo dos Consórcios de Saúde, a meta é construir policlínicas, com até 13 especialidades
e 32 serviços e equipamentos – tomógrafos, ressonância magnética, rastreamento de câncer de mama, entre
outros exames.
O objetivo é que as pessoas não precisem mais se deslocar para a capital a fim de fazer exames,
mas que eles sejam realizados nas diversas regiões do estado.
No modelo proposto pela Sesab (Secretaria da Saúde do Estado da Bahia), os consórcios envolvem
os municípios, que terão a participação do Estado, passando a ficar responsáveis pela gestão regionalizada
de serviços, como unidades de pronto atendimento, laboratórios regionais, e, eventualmente, o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) e hospitais municipais.
“Os consórcios permitirão uma gestão mais moderna e inovadora do sistema de saúde para que o
paciente possa permanecer na sua região tendo atendimento, completo e integrado, com elevado grau de
resolutividade”, diz o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas "
(fonte: site da Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia)

Como podemos perceber do texto acima, treze municípios e o estado da Bahia uniram-se para,
através de um consórcio público, prestar serviço de saúde de uma forma mais eficaz a toda a população
daquela região. Visto esse exemplo concreto, podemos iniciar nosso estudo sobre consórcios públicos, que
podem ser criados para prestar não somente serviços de saúde, mas também diversos serviços de interesse
público, como por exemplo: gerir o tratamento de lixo, saneamento básico da região, abastecimento e
alimentação ou ainda execução de projetos urbanos.

A Constituição Federal (art. 241) prevê a criação de consórcios públicos. Sendo que a Lei 11.107/05
dispõe sobre suas regras e o Decreto 6.017/2007 regulamente essa Lei e traz diversos conceitos a respeito
do assunto.

Vamos analisar o art. 241 da CF:

41
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 241. "A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada
de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos."

Verifica-se que os consórcios públicos são celebrados por entes federados (da mesma espécie ou
não). Por exemplo, o consórcio público pode ser celebrado por diversos Municípios; ou por Estado e alguns
de seus Municípios (como no exemplo do hospital, acima).
Entretanto, conforme art 1º, § 2º, da Lei 11.107/2005: "a União somente participará de consórcios
públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios
consorciados."
Além disso, não pode haver celebração de consórcio público entre um Estado e Município de outro
Estado. Mas, podem ser celebrado consórcios públicos entre o Distrito Federal e Municípios.
E conforme a CF, o objetivo dos consórcios públicos é promover a gestão associada de serviços
públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos.

Conceito:
Conforme inciso I, artigo 2º do Decreto 6.017/2007:
Consórcio público é pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei
no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos
de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e
natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos (...).

Do conceito acima, podemos extrair que o consórcio público é uma pessoa jurídica que pode ser de
direito público ou privado.
Se o consórcio público for:
a) pessoa jurídica de direito público - deverá ser constituído com Associação Pública e terá
natureza de autarquia. Assim, as regras que aplicamos às autarquias serão, também, aplicadas a esse
consórcio público.
Sendo que, o consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados. (Lei 11.107, art. 6º, §1º). Dessa forma, a doutrina
classifica esse consórcio público com personalidade jurídica de direito público como sendo autarquia
interfederativa ou multifederada (ou, ainda, multifederativa).
b) pessoa jurídica de direito privado - não poderá ter fins econômicos. Sendo assim, sua finalidade
não será lucrativa.
No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público deverá atender
os requisitos da legislação civil e, também, deverá observará as normas de direito público no que concerne à
realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Lei 11.107, art. 6º, inc II e §1º).
Esse consórcio público (de direito privado) adquire personalidade jurídica com a inscrição dos atos
constitutivos no registro público competente (registro civil das pessoas jurídicas). Deve assumir a forma de
Associação Civil.
A lei nada diz se os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito privado integram a
administração pública. Não há um posicionamento pacificado se esses consórcios públicos (de direito privado)
integram ou não a administração indireta.
O fato de o consórcio público for pessoa jurídica de direito público ou privado vai depender da opção
daquele que o criou.
A Lei nº 11.107/05 prevê o procedimento para a criação de um consórcio público, conforme veremos
a seguir.
- Protocolo de intenções - Este é o primeiro passo, pois trata-se de um contrato preliminar que,
ratificado (aprovado por lei) pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio
público. (Art. 2º, inc II, do Decreto 6017/2007).
- Ratificação - aprovação pelo ente da Federação, mediante lei, do protocolo de intenções ou do ato
de retirada do consórcio público. (Art. 2º, inc IV, do Decreto 6017/2007). Ratificado o protocolo, estará
celebrado o contrato de constituição do consórcio público.
Reserva: Desde que os demais entes aceitem, a ratificação pode ser realizada com reserva. Por
vezes, o ente pode participar apenas parcialmente do consórcio público ou de forma condicionada, daí a
utilização da ratificação com reserva.
Sendo assim, a reserva é o ato pelo qual ente da Federação não ratifica, ou condiciona a ratificação,
de determinado dispositivo de protocolo de intenções. (Art. 2º, inc V, do Decreto 6017/2007).

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Na gestão dos consórcios públicos está previsto o contrato de rateio e o contrato de programa.
- contrato de rateio: contrato por meio do qual os entes consorciados comprometem-se a fornecer
recursos financeiros para a realização das despesas do consórcio público (Art. 2º, inc VII, do Decreto
6017/2007).
- contrato de programa: instrumento pelo qual devem ser constituídas e reguladas as obrigações
que um ente da Federação, inclusive sua administração indireta, tenha para com outro ente da Federação,
ou para com consórcio público, no âmbito da prestação de serviços públicos por meio de cooperação
federativa (Art. 2º, inc XVI, do Decreto 6017/2007).

LEITURA COMPLEMENTAR
A depender da complexidade e da exigência do edital e da banca do concurso público, é importante
o estudo integral da Lei 11.107/05. Entretanto, destacamos, abaixo, alguns trechos importantes:
- Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que
regulam o Sistema Único de Saúde – SUS. (art. 1º, § 3º)
- Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços
públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma
específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada
a legislação de normas gerais em vigor. (art. 2º, § 3º).
- A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito
financeiro aplicáveis às entidades públicas. (art. 9º)
- O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de
Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio,
inclusive quanto à legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de
receitas, sem prejuízo do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio. (art.
9º, parágrafo único)
- O consórcio público poderá ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
Federação consorciados, dispensada a licitação. (art, 2º, § 1º, III).
- O representante legal do consórcio público deverá ser obrigatoriamente eleito dentre os Chefes do
Poder Executivo dos entes da Federação consorciados. (art. 4º, VIII).
- No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento dos consórcios públicos serão
disciplinados pela legislação que rege as associações civis. (art. 15).

Questões
(CESPE - STJ - Analista Judiciário) Os consórcios públicos, quando assumem personalidade jurídica de
direito público, constituem-se como associações públicas, passando, assim, a integrar a administração
indireta dos entes federativos consorciados.
Gabarito: C

(CESPE - TJ-RR - Agente de Proteção) Consórcio formado por municípios para preservar rio que abastece
a população da região constitui exemplo de associação pública.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-RN - Assessor Técnico Jurídico) Existe a possibilidade de o consórcio público ser
instituído com personalidade jurídica de direito privado, hipótese em que possuirá natureza jurídica de
associação.
Gabarito: C

(CESPE - AGU - Advogado da União) No caso de constituir associação pública, o consórcio público
adquirirá personalidade jurídica de direito público, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo
de intenções. Nesse caso, a associação pública integrará a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados. A União somente participará de consórcios públicos de que também façam parte
todos os estados em cujos territórios estejam situados os municípios consorciados.
Gabarito: C

(FCC - TCE-CE - Auditor) A disciplina legal dos consórcios públicos, alicerçada na Lei n o 11.107/2005,
estabelece a
a) aplicação do referido regime jurídico, em caráter subsidiário, aos consórcios de empresas privadas que
participam de licitações públicas.
b) obrigatoriedade de lei autorizando o contrato de consórcio, a qual poderá ser dispensada quando
existente prévio protocolo de intenções.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) possibilidade de contratação direta do consórcio, com dispensa de licitação, por entidades da


Administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados.
d) obrigatoriedade de participação do Estado membro, como ente consorciado, quando participem do
consórcio público três municípios ou mais.
e) obrigatoriedade de participação da União, como interveniente, quando participem do consórcio mais de
um Estado membro.
Parte inferior do formulário
Gabarito: C

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Entidades Paraestatais - Terceiro Setor


(videoaula 15)

Você certamente já ouviu falar de SESC, SENAC, SESI, SENAI, que são exemplos de entidades
paraestatais.
De modo que nesta aula, vamos estudar as entidades pararestatais ou, também chamadas de,
terceiro setor. Importante destacar que essas entidades paraestatais não integram a administração direta e
nem a administração indireta.
São consideradas entidades paraestatais, pois estão ao lado do Estado, paralelamente ao Estado,
mas, não o pertence.
Tanto é que também são chamadas de Terceiro Setor. Isso porque: o 1º setor corresponde ao próprio
Estado (e nele incluem a administração direta e indireta); o 2º setor é o mercado (as empresas privadas) e o
3º setor é aquele composto por entidades privadas da sociedade civil da iniciativa privada, que prestam
atividade de interesse social (mas não exclusivas de Estado), sem fins lucrativos e que recebem fomento
(incentivo, auxílio) do poder público.

Dessa forma destacamos os pontos comuns das entidades paraestatais (3º setor):
- Não possuem fins lucrativos
- Não fazem parte da Administração Pública
- São entidades privadas - Pessoa jurídica de direito privado. De modo que seu regime jurídico é
predominantemente privado, porém parcialmente derrogado por regras do direito público. Assim, utiliza-se
predominantemente regras de direito privado, porém, algumas regras de direito público também são
utilizadas.
- Recebem fomento (incentivo) do Estado que pode ser, por exemplo, em forma de ajuda financeira.
- Por haver recebimento de fomento do poder público, algumas regras de direito público lhe são
aplicadas. Dessa forma, as entidades paraestatais sujeitam-se ao controle pela Administração Pública e
Tribunal de Contas.

Entre as entidades paraestatais (e que vamos estudar), podemos dividir em:


- Serviços Sociais Autônomos (sistema "S")
- Organizações Sociais (OS)
- Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
- Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES)
- Entidades de Apoio.
Cada uma dessas será estudada nas aulas a seguir.

(CESPE - FUB - Administrador) Integram a administração federal indireta, entre outras entidades,
os serviços sociais autônomos e as organizações sociais.
Gabarito: E

(CETRO - AMAZUL - Analista Advogado) Com relação ao terceiro setor, assinale a alternativa
correta.
Parte superior do formulário
a) Refere-se a instituições não estatais sem fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse
público.
b) Trata-se de instituições estatais com fins lucrativos.
c) Diz respeito a instituições não estatais com fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse
público.
d) Caracteriza-se por representar instituições estatais e não estatais, com ou sem fins lucrativos, que
visam ao desenvolvimento, tão somente, de atividades de interesse público.
e) Refere-se a instituições não estatais sem fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse
público e privado.
Gabarito: a

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Entidades Paraestatais - Serviços Sociais Autônomos


(Sistema S)
(videoaula 16)

Vamos dar início ao estudo das espécies de entidades paraestatais, com o estudo dos Serviços
Sociais Autônomos (Sistema "S"). São chamados de sistema "S", pois encontramos como maiores exemplos:
SESC (Serviço Social do Comércio); SESI (Serviço Social da Indúrstria); SENAC (Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial); SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); SEBRAE (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas); SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural);
SEST (Serviço Social do Transporte); SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).
Lembrando que o sistema "S" segue todas as características das entidades paraestatais abordadas
na referida aula (aula anterior), como por exemplo: são pessoas jurídicas de direito privado e não tem fins
lucrativos.

Criação
São criadas por entidades privadas representativas de categorias econômicas, com por exemplo:
No caso do SESC e SENAC, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo) é responsável pela organização e administração nacional.
A CNC é integrada por Federações Patronais que, por sua vez, são integradas por Sindicatos
Patronais (ex.: Sindicatos de Supermercados, Sindicatos Atacadistas, Sindicatos do Comércio Varejista).
E, no caso do SENAI e SESI, estes são administrados pela Confederação Nacional da Indústria.
Sua criação é prevista em lei, apesar de não integrar a administração. Sendo que, sua personalidade
jurídica (de direito privado) ocorre quando, por exemplo, a Confederação que o criou, inscreve os respectivos
atos constitutivos no registro civil das pessoas jurídicas.

Objeto
Seu objeto é atividade social na prestação de um serviço de utilidade pública em benefício de
determinado grupo social ou profissional.

Financiamento
Seu financiamento e manutenção são feitos por contribuições sociais (parafiscais) de natureza
tributária e dotações orçamentárias do poder público.

Controle

Estão sujeitos ao controle pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Licitação? Não se submetem à licitação. Porém, estão sujeitos aos seus regulamentos próprios
devidamente publicados, consubstanciados nos princípios gerais do processo licitatório, a fim de assegurar
objetividade e impessoalidade.

Concurso Público? Não estão sujeitos a contratar seu pessoal por meio de concurso público.
Entretanto, devem "manter um padrão de objetividade e eficiência na contratação e nos gastos com seu
pessoal", conforme entendimento do STF.

Questões
(CESPE - PC-TO - Delegado de Polícia) Embora não integrem a administração indireta, os chamados
serviços sociais autônomos prestam relevantes serviços à sociedade brasileira. Entre eles podem ser
citados o SESI, o SENAC, o SEBRAE e a OAB.
Gabarito: E

(CESPE - TCE-ES - Auditor de Controle Externo) Os serviços sociais autônomos, entes paraestatais, sem
fim lucrativo, que prestam atividade privada de interesse público, compõem a administração indireta.
Gabarito: E

(CESPE - PC-DF - Agente de Polícia) Membros da direção de entidades privadas que prestem serviços
sociais autônomos, a exemplo do Serviço Social da Indústria (SESI), estão sujeitos a prestar contas ao
Tribunal de Contas da União (TCU), haja vista receberem recursos públicos provenientes de contribuições
parafiscais.
Gabarito: C
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(FGV - Prefeitura de Cuiabá - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal) Edinaldo e Pedro,
estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da sujeição, ou não, dos serviços sociais
autônomos à exigência constitucional de que a investidura em cargo ou emprego público dependa de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.
À luz da sistemática constitucional e da interpretação que lhe vem sendo dispensada pelo Supremo
Tribunal Federal, é correto afirmar que os serviços sociais autônomos,
a) por integrarem a Administração Pública direta, devem observar a referida exigência constitucional.
b) na medida em que não integram a Administração Pública, não devem observar a referida exigência
constitucional
c) por integrarem a Administração Pública indireta, devem observar a referida exigência constitucional.
d) somente estarão sujeitos à referida exigência constitucional quando receberem contribuições parafiscais.
e) por serem entes paraestatais, devem observar a referida exigência constitucional.
Gabarito: B

Entidades Paraestatais - Organizações Sociais (OS)


(Videoaula 17)
Da mesma forma que a orientação da aula anterior (Serviços Sociais Autônomos), as Organizações
Sociais (OS) seguem todas as características das entidades paraestatais abordadas na referida aula, como
por exemplo: são pessoas jurídicas de direito privado e não tem fins lucrativos.
Exemplos de organizações sociais: Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá (fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação), Projeto Guri (contrato de gestão com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo).
A Lei nº 9.637/98 regulamenta as Organizações Sociais.
Conforme se verifica no art. 20 da Lei 9.637/98, as Organizações Sociais foram idealizadas para
assegurar a absorção (substituição) de atividades (não exclusivas do Estado) desenvolvidas por entidades
ou órgãos públicos. Assim, algumas atividades desenvolvidas pelo Estado de natureza social, são passadas
às Organizações Sociais para o desempenho desses serviços públicos (forma-se uma parceria para execução
de atividades de interesse público).

Quem pode se qualificar como Organizações Sociais.

Conforme o art. 1º, da Lei nº 9.637/98: O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas:
- ao ensino,
- à pesquisa científica,
- ao desenvolvimento tecnológico,
- à proteção e preservação do meio ambiente,
- à cultura e
- à saúde.

Criação
A criação de uma Organização Social (OS) segue os seguintes passos:
1- Primeiramente, é criada uma associação ou fundação privadas (neste ponto, ainda não é
considerada OS);
2- a associação ou fundação habilita-se perante o poder público para receber a qualificação;
3 - recebe a qualificação - é um título jurídico, o qual o poder público pode conceder ou cancelar
(discricionariedade);
4 - celebra um contrato de gestão com a administração pública.

Contrato de Gestão
O contrato de gestão é o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como
organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades.
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e
da organização social.
As OS são as únicas entidades privadas que celebram contrato de gestão com a administração
pública.

Fomento

47
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de interesse
social e utilidade pública.
Às organizações sociais poderão ser destinados:
- recursos orçamentários (dinheiro público);
- bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão (dispensada a licitação);
- cessão especial de servidor para as organizações sociais, com ônus para a origem.

Licitação
Quando a OS é entidade contratante, e o contrato, relativo a obras, compras, seviços e alienações,
envolvam repasse voluntário de recursos públicos da União, deverão ser contratados mediante processo de
licitação pública, conforme Decreto 5.504/2005, art. 1º e §§ 1º e 5º.
Entretanto, para a organização social contratar bens e serviços
com os seus recursos próprios não é necessário licitar, mas sim
adotar o regulamento próprio mencionado no art. 17 da Lei n.
9.637/98.
Já, no caso de celebração de contratos de prestação de serviços da administração pública com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão, a licitação é dispensável, conforme inciso XXIV, do art. 24, da Lei
8.666/93. Essa modalidade de dispensa não está prevista para as OSCIP.

Concurso Público? Não estão sujeitos a contratar seu pessoal por meio de concurso público. Porém,
a seleção de pessoal deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal.

Fiscalização
A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será fiscalizada pelo órgão ou
entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada.(art. 8º, da Lei 9.637/98).
Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização
social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.(art. 9º, da
Lei 9.637/98).

Desqualificação
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando
constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.(art. 16, da Lei 9.637/98).
A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à utilização da
organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Os Estados e os Municípios também poderão qualificar entidades como organizações sociais,
conforme suas leis próprias, por se tratar de matéria de prestação de serviço público, em que a competência
é de cada entidade estatal.

Questões
(FCC - TCE-AL - Procurador) Organizações sociais, à luz da legislação federal, é qualificação atribuível a
a) pessoa jurídica de direito privado criada especificamente com esta finalidade, para a qual não podem ser
transferidos recursos públicos.
b) associação civil sem fins lucrativos ou fundação, formalizando-se o vínculo com o Poder Público por meio
da celebração de contrato de gestão.
c) sociedades de economia mista, em razão de sua natureza jurídica de direito privado.
d) sociedades de economia mista ou empresas públicas, formalizando-se o vínculo com Poder Público por
meio da celebração de contrato de gestão.
e) modalidade societária especificamente criada para a prestação de serviço público, formalizando-se o
vínculo com o Poder Público por meio da celebração de contrato de gestão.
Gabarito: B

(CESPE - MPE-SC - Promotor de Justiça) De acordo com a Lei n. 9.637/98 (Organizações Sociais), o
Poder Executivo, observados os requisitos legais, poderá qualificar como organizações sociais pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde. E é por meio de contrato de gestão que o Poder Público e a entidade qualificada como
organização social formam parcerias para fomento e execução de atividades relativas às áreas
suprarelacionadas.
Gabarito: C

48
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(VUNESP - Prefeitura de São Paulo - Analista Fiscal de Serviços) Assinale a alternativa que
contempla duas áreas em que a Administração Pública pode firmar um contrato de gestão com uma
organização social.
a) Cultura e saúde.
b) Preservação do meio ambiente e administração da justiça.
c) Administração e gerenciamento de rodovias e pesquisa científica.
d) Ensino universitário e administração de obras públicas.
e) Desenvolvimento tecnológico e segurança pública.
Gabarito: A

(CESPE – TCE-RN - InspetorA qualificação de uma entidade como organização social resulta de critério
discricionário do ministério competente para supervisionar ou regular a área de atividade correspondente ao
objeto social.
Gabarito: C

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Entidades Paraestatais - Organizações da Sociedade


Civil de Interesse Público (OSCIP)
(videoaula 18)

Vamos estudar as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que, da mesma
forma que as Organizações Sociais (OS), têm todas as características já estudadas na aulas "entidades
paraestatais".
A princípio, o aluno pode até confundir as OSCIP com as OS. Porém, vamos estudar suas diferenças
e peculiaridades que são cobradas em provas de concursos públicos.
Como exemplo de OSCIP podemos citar: AMAR (Amparo às Mães de Alto Risco); APAS (Associação
de Promoção e Assistência Social); ABAC (Associação Brasileira de Apoio ao Crédito); ABRAES (Associação
Brasileira de Educação Social); ABTS (Associação Brasileira para o Terceiro Setor); AAAV (Associação
Amigos da Amazônia).
São reguladas pela Lei 9.790/99, regulamentada pelo Decreto Federal nº 3.100/99.

Quem pode se qualificar como OSCIP:


- pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos;
- que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três)
anos;
- os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias devem atender aos requisitos da Lei 9.790/99.

A legislação define como sendo "sem fins lucrativos", conforme § 1º, do art. 1º, da Lei 9.790/99: " Para
os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui,
entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo
objeto social."

As OSCIP deverão atuar em uma das seguintes áreas (art. 3º, da Lei 9.790/99):
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;

50
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;


IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste
artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de
tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.

Já o art. 2º da referida Lei exclui expressamente aqueles que não poderão ser qualificadas como
OSCIP, conforme a seguir:
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou
por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Criação
A criação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) segue os seguintes
passos:
1- A pessoa jurídica (de direito privado) sem fins lucrativos deve estar constituída e se encontrar em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 anos;
2- o requerimento para qualificação como OSCIP deverá ser formalizado perante o Ministério da
Justiça;
3- conforme art. 3º do Decreto 3100/99, o Ministério da Justiça, após o recebimento do requerimento,
terá o prazo de trinta dias para deferir ou não o pedido de qualificação, ato que será publicado no Diário
Oficial da União no prazo máximo de quinze dias da decisão (é um ato vinculado);
4- é celebrado termo de parceria com a administração pública.

Termo de Parceria
Art. 9o , da Lei 9790/99 - Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento
passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e
a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.

Fomento
- Há previsão de destinação de recursos orçamentários (dinheiro público);
- Não há previsão de cessão de servidores ou de bens públicos.

Licitação
Da mesma forma que uma OS, quando a OSCIP é entidade contratante, e o contrato, relativo a obras,
compras, serviços e alienações, envolvam repasse voluntário de recursos públicos da União, deverão ser
contratados mediante processo de licitação pública, conforme Decreto 5.504/2005, art. 1º e §§ 1º e 5º.

51
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Estão obrigadas a contratar através de licitação na modalidade pregão (com recursos transferidos
pela União), inclusive, as organizações sociais e as entidades qualificadas como organizações da sociedade
civil de interesse público.

Concurso Público? Não estão sujeitos a contratar seu pessoal por meio de concurso público.

Fiscalização - Conforme a Lei 9790/99:


"Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do
Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas
Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo."
Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização
parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de
responsabilidade solidária.
Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo indícios fundados de
malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao
Ministério Público, à Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da
indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente
público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de
outras medidas (...)"

Desqualificação - Assim como a OS, a OSCIP pode perder a qualificação quando descumpridas as
disposições contidas no termo de parceria. Isso ocorrerá em processo administrativo, resguardando-se o
direito do interessado à ampla defesa. Observe o que preceitua os arts. 7º e 8º da Lei nº 9.790/99:
Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou
mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério
Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.
Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude,
qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial
ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.

Vedação - É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse


Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou
formas (art. 16).
Quadro resumo das diferenças entre OS e OSCIP

52
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(CESPE - TCE-RN - Auditor) A qualificação de OSCIP, a exemplo da entidade em questão, é
destinada a pessoas jurídicas de direito privado com fins lucrativos, habilitando-as a receberem
delegação estatal para o desempenho de serviços sociais não exclusivos do Estado mediante
incentivo do poder público e fiscalização deste.
Gabarito: E

(CESPE - TC-DF - Analista) Compete ao Ministério da Justiça expedir certificado às entidades interessadas
em obter qualificação como organização da sociedade civil de interesse público.
Gabarito: C

(FCC - MPE-SE - Técnico) As organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são
entidades:
a) criadas pelo Poder Público em parceria com entes particulares, visando à celebração de Contratos de
Gestão nas respectivas áreas de atuação, podendo integrar ou não as respectivas administrações indiretas.
b) qualificadas como tal por ato do Ministério da Justiça e que podem celebrar termos de parceria com
órgãos de qualquer ente da federação, para o exercício de atividades definidas na lei como de interesse
público.
c) integrantes da administração indireta da União, dos Estados ou dos Municípios e que podem exercer, por
ato de delegação, atividades de interesse público definidos na lei de sua instituição.
d) registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e cadastradas perante o Ministério da Justiça ou
órgão equivalente nos Estados e Municípios, para exercício das atividades de relevante interesse público
previstas nos seus estatutos.
e) autorizadas pelo Poder Executivo da União, dos Estados ou dos Municípios mas não integrante da
respectiva administração indireta, para exercício de atividades públicas sem sujeição ao regime jurídico da
Administração.
Gabarito: b

(FCC - TRT-AL - Analista) Quando celebram termo de parceria com a Administração Pública, as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), como entidades do terceiro setor,
Parte superior do formulário
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.
Gabarito: b

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Entidades Paraestatais - Instituições Comunitárias de


Educação Superior (ICES)
(videoaula 19)

Diversas universidades e faculdades brasileiras ofertam serviços gratuitos à população, proporcionais


aos recursos obtidos do poder público.
São exemplos: PUC (Pontifícia Universidade Católica de: SP, RJ, MG, PR, RS e Campinas),
Universidade Católica de Pernambuco, UNISUL.(fonte: Associação Brasileira das Universidades
Comunitárias)
As Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) estão previstas na Lei 12.881/2013.

Conceito (art. 1º, da Lei 12.881/13)


As Instituições Comunitárias de Educação Superior são organizações da sociedade civil brasileira
que possuem, cumulativamente, as seguintes características:
- estão constituídas na forma de associação ou fundação, com personalidade jurídica de direito
privado, inclusive as instituídas pelo poder público;
- patrimônio pertencente a entidades da sociedade civil e/ou poder público;
- sem fins lucrativos;
- transparência administrativa, nos termos da Lei 12.881/13;
- destinação do patrimônio, em caso de extinção, a uma instituição pública ou congênere.

Criação (art. 4º e 5º da Lei 12.881/13)

Cumpridos os requisitos da Lei 12.881/13, a instituição interessada em obter a qualificação de


Instituição Comunitária de Educação Superior deverá formular requerimento escrito ao Ministério da
Educação.
No caso de deferimento, o Ministério da Educação publicará a decisão no Diário Oficial da União, no
prazo de 15 (quinze) dias, e emitirá, no mesmo prazo, certificado de qualificação da requerente como
Instituição Comunitária de Educação Superior - ICES.
A outorga da qualificação de Instituição Comunitária de Educação Superior é ato vinculado ao
cumprimento dos requisitos instituídos pela Lei 12.881/13.
É celebrado termo de parceria.

Termo de parceria (art. 6º e 7º)


Termo de Parceria é o instrumento a ser firmado entre o poder público e as Instituições de Educação
Superior qualificadas como Comunitárias, destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes,
para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas nesta Lei.
O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o poder público e as Instituições Comunitárias
de Educação Superior discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

Prerrogativas (art. 2º)


As Instituições Comunitárias de Educação Superior contam com as seguintes prerrogativas:
- ter acesso aos editais de órgãos governamentais de fomento direcionados às instituições públicas;
- receber recursos orçamentários do poder público para o desenvolvimento de atividades de interesse
público;
- ser alternativa na oferta de serviços públicos nos casos em que não são proporcionados diretamente
por entidades públicas estatais;
- oferecer de forma conjunta com órgãos públicos estatais, mediante parceria, serviços de interesse
público, de modo a bem aproveitar recursos físicos e humanos existentes nas instituições comunitárias, evitar
a multiplicação de estruturas e assegurar o bom uso dos recursos públicos.

As Instituições Comunitárias de Educação Superior ofertarão serviços gratuitos à população,


proporcionais aos recursos obtidos do poder público, conforme previsto em instrumento específico.

Vedação
Art. 12. É vedado às Instituições Comunitárias de Educação Superior financiar campanhas político-
partidárias ou eleitorais.

Licitação
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Não sujeito a licitação, mas o Art. 9o institui que a Instituição Comunitária de Educação Superior fará
publicar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento
próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do poder público.

Questões
(Formulada pelo prof. Eduardo Tanaka) Uma universidade, para se habilitar como Instituições Comunitárias
de Educação Superior, deverá estar constituída na forma de associação ou fundação, com personalidade
jurídica de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos.
Gabarito: E

(Formulada pelo prof. Eduardo Tanaka) A qualificação da requerente como Instituição Comunitária de
Educação Superior - ICES - deverá ser feita pelo Ministério da Justiça, sendo um ato discricionário.
Gabarito: E

Entidades Paraestatais - Entidades de apoio


(videoaula 20)

Entidades de apoio, segundo Di Pietro, são “pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou
cooperativa, para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo
vínculo jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de
convênio”.

Exemplos de entidades de apoio: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP - ligada à
USP); FINATEC (ligada à UnB);
FUNDEP (ligada à UFMG); CERTI (ligada à UFSC); Fundação de
Desenvolvimento da UNICAMP.

-Podem ser instituídas sob a forma de fundação, associação ou cooperativa. -----Pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos.
-Instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio.
-Para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo
vínculo jurídico com entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O ente de apoio exerce a atividade que deveria ser exercida pela Administração, tendo a mesma
sede, o mesmo local de prestação de serviço, assumindo a gestão dos recursos públicos da entidade e o seu
quadro de pessoal que, em regra, é composto por servidores públicos.
Recebem recursos públicos e podem receber bens e servidores. Essas entidades recebem fomento
do Estado, quer por meio de dotações orçamentárias específicas, quer por meio de cessão provisória de
servidores públicos e também por permissão provisória de uso de bens públicos.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, essas entidades não se sujeitam a regime jurídico-administrativo,
uma vez que prestam atividade de natureza privada. Assim, seus contratos são de direito privado, celebrados
sem licitação e seus empregados são celetistas, contratados sem concurso público.

Não há uma lei geral para as entidades de apoio. Entretanto, a Lei 8.958/94 vem a regulamentar
apenas uma das espécies do gênero "entidades de apoio", que são fundações instituídas com a finalidade de
apoiar projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e
estímulo à inovação, de interesse das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e Instituições
Científicas e Tecnológicas (ICT).

Questão
(CESPE - TJ-RR - Analista Processual) As denominadas entidades de apoio não têm fins lucrativos e
são instituídas por iniciativa do poder público para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais
não exclusivos do Estado.
Gabarito: E

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Princípios (parte 1)
(videoaula 21)

Princípios, segundo José Cretela Júnior:


"Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas
as estruturações subseqüentes. São, portanto, os alicerces de uma ciência."
Segundo Marcelo Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo
suas diretrizes e conferindo à lei um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada
compreensão de seu modo de organizar-se. Os princípios determinam o alcance e sentido das regras de um
determinado ordenamento jurídico”.

É com base no regime jurídico administrativo que o Estado goza de prerrogativas e privilégios em
face daqueles que se relacionam com a Administração Pública, caracterizando uma relação jurídica onde não
se fala, a princípio, em igualdade entre as partes.

O regime jurídico-administrativo é construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos


quais surgem os demais princípio, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello. Estes princípios são:

- Supremacia do interesse público sobre o particular.


- Indisponibilidade do interesse público pela Administração

Obs.: Não existe hierarquia entre os princípios da administração pública.

Interesse Público
Para iniciar, antes de estudarmos esses dois princípios, perceba que o núcleo desses princípios é o
interesse público. Sobre ele, vamos traçar algumas considerações.
O art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal diz: " Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."
O interesse público é a vontade do povo, a vontade de quem detém o poder (que é o povo). Dessa
forma, a princípio, a vontade geral (o interesse público) deve se sobrepor aos interesses de um particular.
Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua interesse público como "o interesse resultante do conjunto
dos interesses que os indivíduos pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da
Sociedade e pelo simples fato de o serem."
Mello, também classifica os interesses públicos em: primário e secundário.
Interesses públicos primários: são os interesses diretos do povo, os interesses gerais e imediatos.
Interesses secundários: são os interesses do Estado de caráter patrimoniais, em que ele busca
aumentar sua riqueza, ampliando receitas ou evitando gastos.
O interesse público secundário só é legítimo quando não é contrário ao interesse público
primário.(ver...)

- Supremacia do interesse público sobre o particular (privado).

O princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Interesse Particular (privado) - também


chamado de princípio da finalidade pública - evidencia a superioridade do interesse da coletividade, firmando
a prevalência dele sobre o do particular.
Faz prevalecer a vontade geral sobre a individual.
Graças a este princípio, é proporcionado uma ordem social estável, em que todos possam se sentir
seguros, garantidos.
Sendo assim, a administração pública pode constituir os privados em obrigações por meio de ato
unilateral daquela. Como é o caso de imposição de sanções, como a multa.
Este princípio está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento de sua
execução em concreto pela Administração Pública. Não é um princípio absoluto, pois garante-se a vontade
da coletividade, respeitando-se as leis e demais princípios.
Ex.: Na desapropriação o desapropriado deve submeter-se a ela. Porém, a Constituição Federal (art.
5º, inc XXIV) prevê: "a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, (...)".

Questões

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - PRF - Policial Rodoviário Federal) A administração não pode estabelecer, unilateralmente,
obrigações aos particulares, mas apenas aos seus servidores e aos concessionários, permissionários e
delegatários de serviços públicos.
Gabarito: E

(CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária) O princípio da supremacia do
interesse público é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não comportando, por
isso, limites ou relativizações.
Gabarito: E

(CESPE - TJ-RR - Analista – Processual) O princípio da supremacia do interesse público vincula a


administração pública no exercício da função administrativa, assim como norteia o trabalho do legislador
quando este edita normas de direito público.
Gabarito: C

(CESPE - MPE-PI - Analista Ministerial) A supremacia do interesse público é o que legitima a atividade do
administrador público. Assim, um ato de interesse público, mesmo que não seja condizente com a lei, pode
ser considerado válido pelo princípio maior da supremacia do interesse público.
Gabarito: E

(CESPE-2011-STM-Analista Judiciário) Em situações em que


a administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando atividade
econômica em um mercado
concorrencial, manifesta-se a preponderância do princípio da
supremacia do interesse público.
Gabarito: E

(FCC - TRT-SP - Analista Judiciário) O princípio da supremacia do interesse público informa a


atuação da Administração pública .
Parte superior do formulário
a) de forma absoluta diante das lacunas legislativas, tendo em vista que o interesse público sempre pretere
o interesse privado, prescindindo da análise de outros princípios.
b) subsidiariamente, se não houver lei disciplinando a matéria em questão, pois não se presta a orientar
atividade interpretativa das normas jurídicas.
c) alternativamente, tendo em vista que somente tem lugar quando não acudirem outros princípios
expressos.
d) de forma prevalente, posto que tem hierarquia superior aos demais princípios.
e) de forma ampla e abrangente, na medida em que também orienta o legislador na elaboração da lei,
devendo ser observado no momento da aplicação dos atos normativos.

Gabarito: E (2014)

Princípio da indisponibilidade do interesse público


Talvez você já tenha ouvido falar: "o Governo passa, o Estado fica".
Isso porque, a administração pública e muito menos seus servidores não dispõem, não são
proprietários da coisa pública (dos bens e interesses públicos).
Esse princípio está presente em toda atuação da administração pública. Desse princípio decorrem
importantes princípios como o da: legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência. De modo que o
administrador deve agir gerindo a coisa pública conforme determinado em lei. Isto porque, a ele não pertence
a coisa pública, mas sim ao povo.

Questões
(CESPE - MJ - Analista Técnico – Administrativo) As restrições impostas à atividade administrativa que
decorrem do fato de ser a administração pública mera gestora de bens e de interesses públicos derivam do
princípio da indisponibilidade do interesse público, que é um dos pilares do regime jurídico-administrativo.
Gabarito: C

(CESPE- TRE-GO- Técnico Judiciário - Área Administrativa) O regime jurídico-administrativo brasileiro está
fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia
do interesse público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público.
Gabarito: C

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - CESPE- MTE- Contador) A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade,
pela administração, dos interesses públicos, integram o conteúdo do regime jurídico-administrativo.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Auditoria Governamental) Segundo o princípio da


indisponibilidade, o agente público não dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los
da forma que melhor atenda à coletividade.
Gabarito: C

Princípios (parte 2)
(videoaula 22)

Podemos classificar os princípios da administração pública como princípios explícitos e implícitos.

Princípios explícitos: Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, o art. 37, caput, reportou de modo
expresso à Administração Pública (direta e indireta) apenas cinco princípios: da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

Questão
(CESPE - TRE-GO- Técnico Judiciário - Área Administrativa) O princípio da eficiência está previsto no texto
constitucional de forma explícita.
Gabarito: C

59
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Princípios implícitos: Não estão expressos no art. 37, caput, da Constituição Federal. São
decorrentes de dispositivos esparsos na Constituição Federal, sendo descritos pela doutrina e jurisprudência.
São exemplos os princípios: da supremacia do interesse público, da indisponibilidade do interesse
público, da razoabilidade, entre outros.

Questão
(CESPE - INPI - Analista de Planejamento - Direito) A supremacia do interesse público constitui um dos
princípios que regem a atividade da administração pública, expressamente previsto na Constituição Federal.
Gabarito: E

Vamos tratar agora dos princípios explícitos

CF, Art. 37. "A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência (...)"
(dica: lembre-se da palavra - LIMPE)

Princípio da Legalidade
art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Em regra, pelo princípio da legalidade, o particular pode fazer tudo o que a lei não proíba.
Já, a administração pública deverá fazer apenas o que a lei determine (atuação vinculada) ou autorize
(atuação discricionária).

Segundo Mello, "o princípio da legalidade é o da completa submissão da Administração às leis. Esta
deve tão somente obedecê-las, compri-las, pô-las em prática."
A lei é a vontade do povo que é o detentor do poder. A vontade do povo deve ser cumprida. Percebe-
se que o princípio da legalidade decorre do princípio da supremacia do interesse público.

Di Pietro afirma que os princípios fundamentais do direito administrativo são o da legalidade e o da


supremacia do interesse público sobre o particular, haja vista a importância do princípio da legalidade.

Questões
(CESPE – 2014 - TRE-GO - Técnico Judiciário) Por força do princípio da legalidade, o administrador público
tem sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite
se não houver proibição legal.
Gabarito: C

(CESPE –FUB - Assistente em Administração) Na hierarquia dos princípios da administração pública, o


mais importante é o princípio da legalidade, o primeiro a ser citado na CF.
Gabarito: E

(CESPE-2011-TJ-ES-Analista Judiciário) O princípio da legalidade está relacionado ao fato de o gestor


público agir somente de acordo com a lei.
Gabarito: C

(CESPE –TC-DF – ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) O princípio da supremacia do interesse


público sobre o interesse privado é um dos pilares do regime jurídico administrativo e autoriza a
administração pública a impor, mesmo sem previsão no ordenamento jurídico, restrições aos direitos dos
particulares em caso de conflito com os interesses de toda a coletividade.
Gabarito: E

Princípio da Impessoalidade

Segundo Mello: "Nele se traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os
administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são
toleráveis. (...) O princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia".
Para Hely Lopes Meirelles, "o princípio da impessoalidade nada mais é que o clássico princípio da
finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é

60
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma
impessoal".
A finalidade será o atendimento, a satisfação do interesse público.

Outra vertente do princípio da impessoalidade é a vedação da promoção pessoal do administrador


público pelos serviços, obras e outras realizações efetuadas pela administração pública, conforma art. 37, 1º
da CF: "A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".

Questões
(CESPE- PC-ES-Perito Papiloscópico) O concurso público para ingresso em cargo ou emprego público é
um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade.
Gabarito: C

(CESPE - FUNASA - Todos os Cargos ) Se uma pessoa tomar posse em cargo público em razão de
aprovação em concurso público e, por ser filiado a um partido político, sofrer perseguição pessoal por parte
de seu superior hierárquico, poderá representar contra seu chefe por ofensa direta ao princípio da
impessoalidade.
Gabarito: C

(CESPE - TJ-RR - Administrador) O princípio da


impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da finalidade, que impõe ao administrador público
que só pratique o ato para o seu fim legal.
Gabarito: C
(FCC - Caixa - Engenheiro) Considere a seguinte situação hipotética: Lei Municipal atribuiu a hospital
público o sobrenome do então Prefeito, como inclusive era conhecido na Municipalidade e quando
ainda exercia seu mandato, ou seja, a introdução da norma no ordenamento jurídico municipal operou-
se em plena vigência do mandato eletivo do citado Prefeito, que não obstante detivesse o poder de
veto, sancionou a lei. A situação narrada fere especificamente o seguinte princípio da Administração
Pública:
a) Autotutela.
b) Eficiência.
c) Publicidade.
d) Especialidade.
e) Impessoalidade.
Gabarito: E

(ESAF - TRT-CE - Juiz do Trabalho) A estrutura lógica do Direito Administrativo está toda amparada em um
conjunto de princípios que integram o denominado regime jurídico-administrativo. Assim, para cada instituto
desse ramo do Direito Público há um ou mais princípios que o regem.
Assinale, no rol abaixo, o princípio identificado pela doutrina como aquele que, fundamentalmente, sustenta
a exigência constitucional de prévia aprovação em concurso público para o provimento de cargo público:
a) moralidade
b) legalidade
c) impessoalidade
d) publicidade
e) razoabilidade
Gabarito: C

Princípios (parte 3)
(videoaula 23)

Princípio da Moralidade

Cada sociedade estabelece sua Moral que dita os comportamentos permitidos ou proibidos, de acordo
com suas ideias de “Bem e Mal”. Está ligada aos costumes de uma sociedade em determinada época.
A moralidade administrativa está voltada ao interesse comum, ligada à idéia de bom administrador.

61
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Meirelles, citando Hauriou diz que "o agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade
de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto."
O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração.
E, ainda, complementa Meirelles: “o certo é que a moralidade do ato administrativo juntamente com
a sua legalidade e finalidade, além de sua adequação aos demais princípios, constituem pressupostos de
validade sem os quais toda atividade pública será ilegítima”.

Legalidade Administrativa = Lei + Interesse Público + Moral.

Cumpre destacar um tema quanto ao princípio da moralidade é a Súmula


Vinculante 13 do STF, que veda a prática do nepotismo na Administração Pública.
Segue a referida Súmula Vinculante:

"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal."

Questões
(CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Haverá ofensa ao princípio da
moralidade administrativa sempre que o comportamento da administração, embora em consonância com a
lei, ofender a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia
comum de honestidade.
Gabarito: C

(CESPE – TCU - Técnico Federal de Controle Externo - Conhecimentos Básicos) No que se refere aos
princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue o próximo item.
Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação administrativa que
contrariar, além da lei, a moral, os bons costumes, a honestidade ou os
deveres de boa administração.
Gabarito: E

(CESPE- FUB- Assistente em Administração) De acordo com o princípio da moralidade, os agentes públicos
devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada pela promoção pessoal.
Gabarito: E

(CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo ) O princípio da moralidade administrativa torna


jurídica a exigência de atuação ética dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos
administrativos.
Gabarito: C

(CESPE - MI - Assistente Técnico Administrativo)


Fere a moralidade administrativa a conduta do agente que se vale da
publicidade oficial para autopromover-se.
Gabarito: C

(CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) A nomeação, pelo presidente de um tribunal de justiça, de
sua companheira para o cargo de assessora de imprensa desse tribunal
violaria o princípio constitucional da moralidade.
Gabarito: C

(CESPE – 2014 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO –


DIREITO) Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, o STF,
por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração pública,
inclusive a efetuada mediante designações recíprocas — nepotismo cruzado.
Gabarito: C

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Princípio da Publicidade

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da publicidade "consagra-se o dever


administrativo de manter plena transparência em seus comportamentos. Não pode haver em um Estado
Democrático de Direito, no qual o poder reside no povo, ocultamento aos administrados dos assuntos quer a
todos interessam, e muito menos em relação aos sujeitos individualmente afetados por alguma medida".

Como o próprio nome deste princípio sugere, é a obrigação da administração em tornar público, em
divulgar seus atos. Para que seja assegurado seus efeitos externos, a fim de propiciar seu conhecimento e
controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral. Possibilita o exercício do direito à informação, que
é um direito constitucional consagrado no art. 5º (incisos XXXIII e XXXIV, "b") da CF.

CF, art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

CF, art. 5º, XXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (...)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

Lembrando que a publicidade não poderá caracterizar promoção pessoal do agente público. Caso
isto ocorra, este estará infringindo, principalmente, os princípios da impessoalidade e moralidade.

Questões
(CESPE –TCU - Técnico Federal de Controle Externo
- Conhecimentos Básicos) No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos
servidores públicos, julgue o próximo item. Se for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado,
será permitido o sigilo dos atos administrativos.
Gabarito: C

(CESPE - STJ - Técnico Judiciário) Julgue o item que se segue à luz dos princípios do
direito administrativo. Em um Estado democrático de direito, deve-se assegurar o acesso amplo às
informações do Estado, exigindo-se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta
transparência, sem espaço para excepcionalidades no âmbito interno.
Gabarito: E

(CESPE - SERPRO - Analista - Advocacia) O princípio da publicidade vincula-se à existência do ato


administrativo, mas a inobservância desse princípio não invalida o ato.
Gabarito: C

(FCC - TRE-AP - Técnico Judiciário) Considere a seguinte situação hipotética: Dimas, ex-prefeito de
um Município do Amapá, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado, tendo em vista que adotou
na comunicação institucional da Prefeitura logotipo idêntico ao de sua campanha eleitoral. O Tribunal
considerou tal fato ofensivo a um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa. Trata-se
especificamente do princípio da
Parte superior do formulário
a) moralidade.
b) publicidade.
c) eficiência.
d) impessoalidade.
e) motivação.
Gabarito: D

(ESAF - SMF-RJ - Agente da Fazenda) Em relação aos princípios constitucionais da administração


pública, é correto afirmar que:
I. o princípio da publicidade visa a dar transparência aos atos da administração pública e contribuir
para a concretização do princípio da moralidade administrativa;
II. a exigência de concurso público para ingresso nos cargos públicos reflete uma aplicação
constitucional do princípio da impessoalidade;
III. o princípio da impessoalidade é violado quando se utiliza na publicidade oficial de obras e de
serviços públicos o nome ou a imagem do governante, de modo a caracterizar promoção pessoal do

63
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

mesmo;
IV. o princípio da moralidade administrativa não comporta juízos de valor elásticos, porque o conceito
de “moral administrativa” está definido de forma rígida na Constituição Federal;
V. o nepotismo é uma das formas de ofensa ao princípio da impessoalidade.
Estão corretas:
a) apenas as afirmativas I, II, III e V.
b) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
c) as afirmativas I, II, III, IV e V.
d) apenas as afirmativas I, III e V.
e) apenas as afirmativas I e III.
Gabarito: A

Princípio da Eficiência
Foi incluída ao art. 37 da CF, pela Emenda Constitucional nº 19/1998, com a chamada reforma
administrativa.

Questões
(CESPE- PC-ES-Perito Papiloscópico) O princípio da eficiência não está expresso no texto constitucional,
mas é aplicável a toda atividade da administração pública.
Gabarito: E

(CESPE - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária) Ao ser promulgada, a CF inovou ao incluir o princípio
da eficiência entre os princípios que regem a administração pública.
Gabarito: E

Podemos conceituar este princípio, usando a máxima de "fazer mais e melhor, por menor custo". No
Direito italiano é tratado com princípio da "boa-administração".
Por este princípio, o serviço público deve ser prestado de forma célere, ágil, de forma adequada. Deve
cumprir as metas estabelecidas utilizando o mínimo de recursos e obtendo o melhor resultado.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o princípio da eficiência pode ser descrito:

relativamente à forma de atuação do agente público, espera-se o melhor desempenho possível de


suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;

b) quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, exige-se que este
seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

Questões
(CESPE - DPE-ES - Defensor Público - Estagiário- Questão adaptada) O princípio da eficiência refere-se
tanto à atuação do agente público quanto à organização da administração pública.
Gabarito: C
(CESPE - TJ-DFT - Juiz de Direito)
I A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas,
nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que os praticam, mas ao órgão da administração
pública.
II A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições,
visando obter os melhores resultados.
No direito administrativo, essas assertivas correspondem, respectivamente, aos princípios da
Parte superior do formulário
a) supremacia do interesse público sobre o individual e da proporcionalidade.
b) legalidade e da eficiência.
c) impessoalidade e da razoabilidade.
d) impessoalidade e da eficiência.
e) moralidade e da isonomia.
Gabarito: D

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC - TRT-PR - Técnico Judiciário) Os princípios balizadores das atividades da Administração pública
ganharam importância e destaque nas diversas esferas de atuação, tal como o princípio da eficiência, que
Parte superior do formulário
a) permite que um ente federado execute competência constitucional de outro ente federado quando este se
omitir e essa omissão estiver causando prejuízos aos destinatários da atuação.
b) autoriza que a Administração pública interprete o ordenamento jurídico de modo a não cumprir disposição
legal expressa, sempre que ficar demonstrado que essa não é a melhor solução para o caso concreto.
c) deve estar presente na atuação da Administração pública para atingimento dos melhores resultados,
cuidando para que seja com os menores custos, mas sem descuidar do princípio da legalidade, que não
pode ser descumprido.
d) substituiu o princípio da supremacia do interesse público que antes balizava toda a atuação da
Administração pública, passando a determinar que seja adotada a opção que signifique o atingimento do
melhor resultado para o interesse público.
e) não possui aplicação prática, mas apenas interpretativa, tendo em vista que a Administração pública está
primeiramente adstrita ao princípio da supremacia do interesse público e depois ao princípio da legalidade.
Gabarito: C

Princípios (parte 4)
(videoaula 24)

Nesta aula vamos estudar os Princípios da Administração Pública, denominados "princípios


implícitos".

Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade

Por vezes a administração pode praticar atos discricionários limitados, obviamente, pela lei. Sendo
que, conforme diz Celso Mello, esta discricionariedade "terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de
vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas. O fato de a lei conferir
ao administrador certa liberdade (margem de discrição) significa que lhe deferiu o encargo de adotar, ante a
diversidade de situações a serem enfrentadas, a providência mais adequada a cada qual delas."
Alguns doutrinadores tratam o princípio da razoabilidade e proporcionalidade como sinônimos. Já,
Celso Antônio Bandeira de Mello trata o princípio da proporcionalidade como uma vertente do princípio da
65
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

razoabilidade. Isso pelo motivo de que a razoabilidade exige que haja proporcionalidade entre os meios e os
fins.
O Princípio da Proporcionalidade (princípio da proibição de excesso) traz a ideia de algo que possa
ser mensurável e essa medida não pode ultrapassar os limites daquilo que seja razoável.
Por meio desses princípios, impõem-se limitações à discricionariedade administrativa.
Um ato praticado pela administração pública e que ofende ao princípio da razoabilidade ou da
proporcionalidade deverá ser anulado.
Dessa forma, a razoabilidade consiste no dever de adequação entre meios e fins, vedada a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
do interesse público (conforme art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei 9784/99).

Questões
(CESPE - IBAMA - Analista Ambiental - Conhecimentos Básicos - Todos os Temas) O princípio da
moralidade e o da eficiência estão expressamente previstos na CF, ao passo que o da proporcionalidade
constitui princípio implícito, não positivado no texto constitucional.
Gabarito: C

(FCC - TRF-1ª - Analista Judiciário) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional, ao preencher
incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem de trinta
reais. Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a
anulação da pena, o que foi acolhido pelos seguintes fundamentos: o servidor procurou regularizar o
erro, buscando recolher aos cofres públicos a quantia inferior recolhida; sua ficha funcional é boa e
não desabona sua atuação; a quantia inferior recolhida é irrisória; a pena de demissão é ato extremo
que deve ser efetivado apenas em casos gravíssimos.
O exemplo citado refere-se ao restabelecimento dos princípios, que devem sempre nortear a atuação
da Administração Pública:
a) moralidade e impessoalidade.
b) eficiência e motivação.
c) motivação e moralidade.
d) razoabilidade e proporcionalidade.
e) probidade e eficiência.
Gabarito: D

(CESPE/ANAC/Analista) O princípio da razoabilidade impõe à administração pública a adequação entre


meios e fins, não permitindo a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.
Gabarito: C

(CESPE - TRE-RJ - Analista Judiciário - Área Administrativa) No âmbito da administração pública, a


correlação entre meios e fins é uma expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente
associados ao princípio da eficiência.
Gabarito: E

Princípio da Autotutela
A administração pública está sujeita a praticar seus atos com eventuais erros. De forma que, se a
administração pública, por si mesma, detectar o erro ela deve corrigi-lo (de ofício). Também, esta correção
pode ser feita quando provocada. Este princípio da autotutela concede o poder-dever de corrigir esses erros,
por meio de:
- anulação - quando o ato foi praticado de forma ilegal. (aspecto de legalidade).
- revogação - quando, mesmo tendo sido praticado de forma legal, a administração pública examina
a conveniência e oportunidade e opta a desfazê-lo. (aspecto de mérito).

De modo que podemos verificar que este princípio da autotutela trata-se de um poder-dever de
autocorreção.
Este princípio, também chamado de autotutela administrativa, está consagrado na Súmula 473 do
STF, conforme a seguir: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial."

66
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Percebe-se que a apreciação judicial não pode ser afastada sob pena de ferir preceito constitucional
conforme art. 5º, XXXV, da CF.

Questões
(ESAF - CGU - Analista de Finanças e Controle) O princípio que instrumentaliza a Administração para a
revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle da sua atuação e, no que
toca ao controle de legalidade, representando potencial redução do congestionamento do Poder Judiciário,
denomina-se
a) Razoabilidade.
b) Proporcionalidade.
c) Autotutela.
d) Eficiência.
e) Eficácia.
Gabarito: C

(CESGRANRIO - TJ-RO - Técnico Judiciário) No exercício da autotutela, a Administração Pública tem a (o)
a) faculdade de revogar seus atos por razões de conveniência e oportunidade, mas precisa ir ao Poder
Judiciário para anulá-los.
b) faculdade de anular seus próprios atos, quando eivados de ilegalidade, mas precisa ir ao Poder Judiciário
para revogá-los.
c) faculdade de anular seus atos por questões de legitimidade e de revogá-los, quando eivados de nulidade.
d) dever de anular seus próprios atos, quando eivados de ilegalidade, e pode revogá-los, por razões de
conveniência e oportunidade.
e) dever de revogar seus atos por razões de conveniência e oportunidade, mas precisa ir ao Poder
Judiciário para anulá-los quando eivados de ilegalidade.
Gabarito: D

(FGV - TJ-PI - Analista Judiciário) A Secretaria Estadual de Trabalho em conjunto com a de Cultura, atentas
à atual crise de emprego e aproveitando o sucesso dos programas culinários, com escopo de fomentar a
qualificação profissional de cozinheiros regionais, organizou curso de especialização em comidas típicas do
Piauí. Inicialmente, o edital do curso previu que apenas cozinheiros com experiência poderiam se inscrever.
Posteriormente, ao verificarem a baixa procura e a existência de grande quantidade de profissionais sem
experiência comprovada, as Secretarias Estaduais envolvidas revogaram o edital e publicaram um novo,
permitindo a inscrição de qualquer cozinheiro, independentemente de experiência. O princípio administrativo
implícito que viabilizou a alteração do edital, permitindo a revisão de mérito de ato administrativo anterior por
motivos de oportunidade e conveniência, é o princípio da:
a) autotutela;
b) impessoalidade;
c) moralidade;
d) legalidade;
e) reconvenção.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: A

Princípio da Tutela (Controle)


Estudamos que a administração indireta é controlada (fiscalizada) pela administração direta.
Lembrando que nesse caso, não há que se falar em hierarquia, pois a administração indireta está
vinculada a órgão da administração direta.
O princípio da tutela diz respeito a este controle finalístico que a administração direta exerce sobre a
administração indireta.

Questão
(FCC - TRE-RN - Analista Judiciário) O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as
atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se
a) finalidade.
b) controle.
c) autotutela.
d) supremacia do interesse público.
e) legalidade.
Gabarito: B

Princípio da Continuidade do Serviço Público


Conforme Odete Medauar: "de acordo com esse princípio as atividades realizadas pela Administração
devem ser ininterruptas, para que o atendimento do interesse da coletividade não seja prejudicado".
É importante asseverar que os particulares que prestam serviços públicos sob regime de delegação
também não podem interromper a prestação do serviço público. Mesmo que em caso de descumprimento do
contrato pela administração pública concedente, o particular somente poderá rescindir o contrato mediante
sentença judicial transitada em julgado (Lei 8.987/1995, art. 39, parágrafo único).

Questões
(FCC - TRT-SE - Técnico Judiciário) O serviço público não é passível de interrupção ou suspensão afetando
o direito de seus usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser colocado à
disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade. Trata-se
do princípio fundamental dos serviços públicos denominado
a) impessoalidade.
b) mutabilidade.
c) continuidade.
d) igualdade.
e) universalidade.
Gabarito: C

(FCC - TRE-AC - Técnico Judiciário) Pode-se afirmar que uma empresa contratada pela Administração
Pública para executar uma obra não pode, de regra, interromper sua execução e alegar falta de pagamento.
Têm-se aí o princípio da
a) razoabilidade.
b) finalidade.
c) autotutela.
d) continuidade.
e) impessoalidade.
Gabarito: D

(CESPE - STJ - Técnico Judiciário) A exigência de que o administrador público atue com diligência e
racionalidade, otimizando o aproveitamento dos recursos públicos para obtenção dos resultados mais
úteis à sociedade, se amolda ao princípio da continuidade dos serviços públicos.
Gabarito: E

Princípios (parte 5)
(videoaula 25)

Princípio da Finalidade
A finalidade dos atos praticados pela administração pública é o interesse público.

68
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Na palavras de Meirelles: "a finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato
administrativo: o interesse público. Todo ato que se apartar desse objetivo sujeitar-se-á a invalidação por
desvio de finalidade (...)".

Questões
(FGV - SEAD-AP - Fiscal da Receita Estadual) Levando em consideração a doutrina da
administração pública no Brasil e a Constituição Federal de 1988, o princípio da administração pública
que impõe a prática de atos voltados para o interesse público é:
a) o princípio da moralidade.
b) o princípio da finalidade.
c) o princípio da impessoabilidade.
d) o princípio da continuidade.
e) o princípio da publicidade.
Gabarito: B

Princípio da Motivação
Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípios da motivação "implica para a Administração
o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação
lógica entre os eventos e situações que deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que este
último aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe
serviu de arrimo".
A motivação deve ser prévia ou contemporânea a todo ato administrativo praticado, seja este
vinculado ou discricionário.
O povo, que é o detentor do poder, tem o direito de conhecer o porquê dos atos administrativos
praticados, para que possa exercer o controle dos atos.

Questões
(FCC - TCE-PI) Uma determinada empresa pública ao rescindir unilateralmente o contrato de trabalho
com um de seus empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de fato e de
direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação ao princípio administrativo
a) do controle.
b) da eficiência.
c) da publicidade.
d) da presunção de legitimidade.
e) da motivação.
Gabarito: E

(FCC - TRE-AL - Analista Judiciário) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere:
I. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e
às exigências do bem comum.
II. Exigência de que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional.
III. Dever de expor expressamente os motivos que determinam o ato administrativo.
As afirmações acima dizem respeito, respectivamente, aos princípios da
a) motivação, razoabilidade e legalidade.
b) eficiência, impessoalidade e finalidade.
c) legalidade, eficiência e motivação.
d) proporcionalidade, finalidade e eficiência.
e) legalidade, proporcionalidade e fundamentação.
Gabarito: C

Princípio da Especialidade
A lei traça quais são os objetivos da administração pública que não deve se desviar destes.
Desta forma, a administração pública não pode alterar os fins para que foram criadas.
Para que a administração pública possa desempenhar diversas atividades, ela utiliza-se da
descentralização administrativa criando entidades da administração indireta que deverão seguir o princípio
da especialidade.

Questão
(FCC- TRT-SE - Analista Judiciário) No que concerne à Administração Pública, o princípio da especialidade
tem por característica
a) a descentralização administrativa através da criação de entidades que integram a Administração Indireta.

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b) a fiscalização das atividades dos entes da Administração Indireta.


c) o controle de seus próprios atos, com possibilidade de utilizar-se dos institutos da anulação e revogação
dos atos administrativos.
d) a relação de coordenação e subordinação entre uns órgãos da Administração Pública e outros, cada qual
com atribuições definidas em lei.
e) a identificação com o princípio da supremacia do interesse privado, inerente à atuação estatal.
Gabarito: A

Princípio da Presunção de Legitimidade (legalidade e veracidade)


Presume-se que os atos da administração pública são praticados de forma legal para atender ao
interesse público.
Porém, são passíveis de controle tanto judiciário quanto administrativo.
A referida presunção é relativa (juris tantum), cabendo ao particular provar que determinado ato da
administração é ilegal (invertendo-se o ônus da prova).
Obs.: Presunção absoluta é chamada de: juris et de juri. Por exemplo: presume-se de forma absoluta
que um menor de 16 anos é absolutamente incapaz.

Questões
(FCC - 2016 - Copergás - Analista Administrador) Considere:
I. Determinado Estado da Federação fiscaliza a atividade de autarquia estadual, com o objetivo de
garantir a observância de suas finalidades institucionais.
II. A Administração pública pode, através dos meios legais cabíveis, impedir quaisquer atos que
ponham em risco a conservação de seus bens.
III. Os atos da Administração pública revestem-se de presunção relativa, sendo o efeito de tal
presunção a inversão do ônus da prova.
No que concerne aos princípios do Direito Administrativo,
a) todos os itens relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios
da tutela, autotutela e presunção de legitimidade, respectivamente.
b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito Administrativo.
c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da tutela e da autotutela, respectivamente, estando o item III incorreto.
d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio do Direito Administrativo, qual seja, o princípio da
tutela, estando os itens I e III incorretos.
e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da especialidade e da tutela, respectivamente, estando o item III incorreto.
Gabarito: A

(CESPE - TRE-GO - Analista Judiciário) Quanto aos princípios e poderes da administração pública,
assinale a opção correta.
a) A atuação da administração pública, assim como a dos particulares, precisa ser compatível com o
ordenamento jurídico. Uma das semelhanças entre ambas consiste no fato de que os atos do poder público
não podem interferir na esfera de direitos dos cidadãos de maneira unilateral, pois, para isso, o estado
precisa de ordem judicial.
b) O princípio da legalidade, um dos mais importantes para a administração pública, é específico do direito
administrativo.
c) O princípio da supremacia do interesse público deriva de que a administração pública representa não só
o estado, mas toda a sociedade, de modo que, no choque dos interesses daquela com os do particular, os
primeiros devem sempre prevalecer.
d) O princípio da presunção de legitimidade dos atos administrativos não impede que, diante de prova
suficiente da nulidade do ato, este seja invalidado, quer pelo Poder Judiciário, quer pela própria
administração.
e) O princípio da continuidade do serviço público tem caráter absoluto.
Gabarito: D

Princípio da autoexecutoriedade
Segundo Odete Medauar: "segundo esse princípio, os atos e medidas da Administração são
colocados em prática, são aplicados pela própria Administração, mediante coação, conforme o caso, sem
necessidade de consentimento de qualquer outro poder".

Outros princípios: juntamente com os princípios expostos, há, também, princípios da administração
pública utilizados precipuamente em licitações e processos administrativos (por exemplo: segurança jurídica,
contraditório, ampla defesa), os quais abordaremos quando tratarmos dos respectivos assuntos.

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LICITAÇÃO
Introdução e Obrigatoriedade
(videoaula 26)
Iniciamos nossos estudos sobre licitação, inicialmente através da análise do artigo 37, inciso XXI, da
Constituição Federal.
C.F. art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Ainda no texto constitucional, encontramos em seu artigo 22 a competência para legislar sobre
licitação, veja:
C.F. art. 22 - "Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1°, III;"
Importante frisar que o artigo 22 da CF diz que é competência privativa da União legislar sobre
normas gerais de licitação, ou seja, são normas de caráter nacional que atingem a todos os entes
federados. Lembrando que os Estados, os Municípios e o Distrito Federal têm competência para legislar
sobre normas específicas, ou seja, normas que atendam as particularidades locais. Porém, as leis editadas
por esses entes não podem contrariar as normas gerais feitas pela União.

C.F., art. 173, § 1º - “A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública;"

Questão
(Cespe – Agente Administrativo/DPF) Cabe privativamente à União legislar acerca de normas gerais de
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, dos estados, do DF e dos municípios.
Gabarito: C

Já a Lei 8.666/1993 regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública. Nosso estudo estará focado nessa Lei e demais normas
pertinentes, como é o caso da Lei 10.520/2002, que regulamenta a modalidade de licitação denominada
pregão.
Lei 8.666/93, Art. 1o ”Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios."

Questões
(CESPE - DPU - Técnico - 2016) A exigência de processo licitatório para a contratação aplica-se apenas às
pessoas jurídicas de direito público.
Gabarito: E

(CESPE - ANATEL - Analista Administrativo) Consoante o princípio da indisponibilidade do interesse


público, as empresas estatais, embora regidas pelo direito privado, devem submeter-se ao processo
licitatório, uma vez que administram recursos total ou parcialmente públicos.
Gabarito: C

(FGV - TJ-PI - Analista Judiciário) Subordinam-se aos ditames normativos da Lei nº 8.666/93, que
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, os órgãos elencados naquele
diploma legal. A alternativa mais completa, que contempla todos que estão sujeitos a tal regime
jurídico é:
a) os órgãos da administração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e as concessionárias e permissionárias de serviços públicos da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios;
b) as entidades que ostentem personalidade jurídica de direito público, ou seja, da administração direta, das
autarquias e das fundações públicas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
c) as entidades que ostentem personalidade jurídica de direito público, ou seja, da administração direta e da
administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
d) os órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
e) os órgãos da administração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista, as concessionárias e permissionárias de serviços públicos e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Gabarito: D

Lembrando que no caso das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista que exercem
atividade econômica, não se sujeitam à licitação para contratos relativos à atividade-fim. Por isso o citado
Art. 173, § 1º, III, da CF, prevê regime próprio de licitação. Assista à aula sobre Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista - aprofundando. (vídeo 9).

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão
(CESPE - ANTT - Técnico Administrativo) As empresas estatais exploradoras de atividade econômica estão
dispensadas de observar os princípios da licitação.
Gabarito: E

Uma importante observação a se fazer, é em relação a uma nova lei que trata sobre as licitações
referentes às Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista, esta nova lei é a nº 13.303 (Lei das
Estatais).
A lei nº 8.666/1993 também era aplicada para as Empresas Públicas e Sociedade de Economia mista,
sendo que estas eram obrigadas a licitar somente suas atividades meio. O parágrafo da lei 8.666 que diz a
respeito destas duas estatais não fora ainda revogado.
Logo, se a questão vier a questionar sobre a obrigatoriedade constante na lei nº 8.666 fique com este
texto:

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

Conceito, objeto, finalidades (Lei 8.666/93 - dos


princípios)
(videoaula 27)

Conceito de Licitação
Segundo Hely Lopes Meirelles:
"Licitação é procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de
uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual
oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios
administrativos.
Do conceito mostrado acima, é importante para o nosso estudo destacar que:
Licitação é um procedimento, ou seja, segue uma sequência de atos administrativos. Ela vai passar
por várias etapas dentro de duas fases (fase interna e externa), tais como: abertura, habilitação, classificação,
homologação e adjudicação, audiência pública, edital, entre outros.
A Proposta mais vantajosa nem sempre será determinada pelo preço mais baixo, outros quesitos
também se somarão e poderão ser levados em conta como: melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou
menor oferta.
A licitação é aberta a todos os interessados que queiram concorrer para terem um contrato com o
Estado. Fica claro que os participantes deverão preencher alguns requisitos definidos no instrumento
convocatório. É dada igual oportunidade a todos os interessados, promovendo uma disputa justa e sempre
tendo como princípio norteador a isonomia.

Celso Antônio Bandeira de Mello também conceitua licitação e nos traz o seguinte: “Licitação é um
certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados
em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais
vantajosa às conveniências públicas”.

Objeto
Segundo Hely Lopes Meirelles:
"Objeto da licitação é a obra, o serviço, a compra, a alienação, a concessão, a permissão e a locação
que, afinal, será contratada com o particular."
Veja que o objeto da licitação é tudo aquilo que a Administração pretende contratar com o
particular/terceiros.

Lei 8.666/93, Art. 2o "As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos
ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada."

Finalidades (objetivos)
- selecionar a proposta mais vantajosa
- proporcionar igual oportunidade a todos os interessados (princípio da isonomia)
- promoção do desenvolvimento nacional sustentável (estabelece-se margem de preferência)

Lei 8.666/93, Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da


isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

Questões
(CESPE - DPU - 2016) A garantia do princípio da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável são objetivos da licitação.
Gabarito: C

(CESPE - STJ - 2015) O objetivo da licitação pública é escolher a proposta mais vantajosa para o futuro
contrato e fazer prevalecer o princípio da isonomia, visando à promoção do desenvolvimento nacional
sustentável.
Gabarito: C

(CESPE - MPE-PI - Analista) A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional


da isonomia e da seleção da proposta mais vantajosa para a administração, sendo, portanto, vedado o
estabelecimento de margens de preferência para determinados produtos manufaturados.
Gabarito: E

Em decisão feita pelo STF também encontramos o conceito de licitação:

A licitação é um procedimento que visa à satisfação do interesse público, pautando-se pelo


princípio da isonomia. Está voltada a um duplo objetivo: o de proporcionar à Administração a possibilidade
de realizar o negócio mais vantajoso --- o melhor negócio --- e o de assegurar aos administrados a
oportunidade de concorrerem, em igualdade de condições, à contratação pretendida pela Administração.
Imposição do interesse público, seu pressuposto é a competição. Procedimento que visa à satisfação do
interesse público, pautando-se pelo princípio da isonomia, a função da licitação é a de viabilizar, através da
mais ampla disputa, envolvendo o maior número possível de agentes econômicos capacitados, a satisfação
do interesse público. A competição visada pela licitação, a instrumentar a seleção da proposta mais vantajosa
para a Administração, impõe-se seja desenrolada de modo que reste assegurada a igualdade (isonomia) de
todos quantos pretendam acesso às contratações da Administração. [...]

(ADI 2.716, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29.11.07, DJE de 07.03.08).

Licitação - Princípios expressos


(videoaula 28)
Princípios
Lei 8.666/93, Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.

Dentro da Lei 8.666/93 podemos ter os princípios expressos, que são aqueles previstos em seu artigo
3º, caput. Já, podemos chamar de princípios implícitos aqueles que, segundo o referido artigo, são aqueles
correlatos à legislação sobre licitação.

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Questão
(ESAF - CGU - Analista de Finanças e Controle) A licitação, regulada pela Lei n. 8.666/93, destina-se a
garantir observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar propostas de preços mais
baratos, para a Administração contratar compras, obras e serviços, devendo ser processada e julgada com
observância da impessoalidade, igualdade e publicidade, entre outros.
Parte superior do formulário
a) Correta a assertiva.
b) Incorreta a assertiva, porque a licitação destina-se a selecionar proposta mais vantajosa para a
Administração, ainda que eventualmente não seja a mais barata.
c) Incorreta, porque o sigilo da licitação afasta a observância do princípio da publicidade.
d) Incorreta, porque a exigência de habilitação prévia afasta a observância do princípio da impessoalidade.
e) Incorreta, porque a exigência de condições passíveis de valorar propostas afasta a incidência do princípio
da igualdade.
Gabarito: B

São princípios expressos (na Lei 8.666/93):


Legalidade - a licitação deve observar rigorosamente a legislação.
Lei 8.666/93, Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a
que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido
nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a
perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal,
seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
Impessoalidade - Para que haja isonomia, todos os licitantes devem ser tratados com imparcialidade
e neutralidade.
Moralidade - diz respeito à probidade administrativa como dever de todo administrador público.
Igualdade
Segundo Odete Medauar: "isonomia de tratamento para todos os licitantes ou para aqueles que
pretendem participar da licitação, vedada qualquer discriminação."
A doutrina e a própria Lei 8.666/93 destacam o princípio da isonomia como sendo o mais relevante
de todos, aplicado à licitação. Tanto que, na Lei 8.666/93 verifica-se, em seu artigo 3º, o princípio da isonomia
sendo reforçado pelo princípio da igualdade, os quais podem ser tratados como sinônimos, no contexto dessa
Lei.
Lei 8.666/93, Art. 3o, § 1o - "É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e
local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o
disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
I- (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
de acessibilidade previstas na legislação."

Questões
(FCC - 2016 - TRF-3ª - Analista Judiciário) Em uma licitação para bens e serviços ocorreu empate
entre as propostas. Considere:
I. Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
de acessibilidade previstas na legislação.
II. Produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

III. Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de


tecnologia no País.
IV. Produzidos no País.
Nos termos da Lei no 8.666/1993, em condições de igualdade, como critério de desempate, será
assegurada preferência pela ordem, sucessivamente, aos itens
a) I, II, III e IV.
b) IV, I, II e III.
c) IV, II, III e I.
d) II, IV, I e III.
e) II, IV, III e I.
Gabarito: C

(FCC- TRE-BA - Técnico Judiciário) Embora determinando a estrita obediência a vários princípios
básicos, a Lei de Licitações dá especial relevância a um deles, dispondo que a licitação destina-se a
garantir a observância do princípio da
a) probidade administrativa.
b) legalidade.
c) publicidade.
d) isonomia.
e) moralidade.
Gabarito: D

Publicidade
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: "impõe que os atos e termos da licitação - no que se inclui
a motivação das decisões - sejam efetivamente expostos ao conhecimento de quaisquer
Lei 8.666/93 - Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os
atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Vinculação ao instrumento convocatório


O edital é a regra posta na licitação. De modo que para obedecer aos princípios da legalidade,
moralidade, impessoalidade, igualdade, dentre outros, todos os licitantes e a Administração Pública estão
obrigados a seguir fielmente o edital da licitação.
Lei 8.666/93 - Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao
qual se acha estritamente vinculada.

Julgamento objetivo
O julgamento deve estar estabelecido na legislação e no edital, que deverá ser seguido à risca pela
Administração Pública. Este julgamento diz respeito ao fato de que em caso de empate entre os concorrentes,
quais serão os critérios para determinar o licitante vencedor.
Lei 8.666/93 - Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação
ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Questões
(FCC - TRE-AC - Técnico Judiciário) Em matéria de licitação, quando se fala em princípio do
julgamento objetivo, tem-se em mente que o julgamento será feito
a) sempre pelo critério do menor preço oferecido.
b) segundo os critérios fixados no edital.
c) pela Comissão de Licitações designada previamente.
d) com justificação sobre a proposta vencedora.
e) de modo transparente, com admissão de recurso aos perdedores insatisfeitos.
Gabarito: B

(FCC - DPE-RR - Administrador) As contratações de obras, serviços, compras e alienações levadas a


efeito pela Administração pública, conforme determina a Constituição Federal, devem, como regra, ser
precedidas de processo de licitação pública. Nos termos do que estabelece a Lei Geral de Licitações,
o procedimento licitatório destina-se a garantir a
a) melhor contratação para a Administração, considerada aquela de menor preço, independentemente da
observância do princípio constitucional da isonomia, isso em razão da positivação dos princípios da
eficiência e da economicidade.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) melhor contratação para a Administração, considerada aquela de menor custo e melhor técnica,
independentemente da observância do princípio constitucional da isonomia, isso em razão da positivação
do princípio da promoção do desenvolvimento nacional sustentável.
c) seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável, com a observância do princípio constitucional da isonomia, devendo, ainda, ser processada e
julgada em estrita conformidade com os princípios constitucionais básicos regedores do agir administrativo e
com os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo.
d) seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável, o que pode implicar a não observância do princípio constitucional da isonomia, bem como a
desobrigação de seu processamento em conformidade com os princípios da vinculação ao instrumento
convocatório e do julgamento objetivo.
e) melhor contratação para a Administração, considerada aquela de menor preço, independentemente da
qualidade dos produtos e serviços, isso em razão do princípio que veda a preferência de marcas.
Gabarito: C

Licitação - Princípios implícitos


(videoaula 29)
São princípios implícitos (dentre outros):
Competitividade
Lei 8.666/93 - Art. 3º, § 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
Esse princípio deriva da igualdade/ isonomia. A competitividade dá a oportunidade para que vários
interessados participem da licitação, oferecendo seus preços e dando uma maior variedade de opções para
que a administração opte pela proposta que melhor atenda ao interesse público e que lhe seja mais vantajosa.

Sigilo das propostas


Lei 8.666/93 - Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os
atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
Observe que em regra a licitação não será sigilosa, sendo assim a seus atos serão dados publicidade.
Contudo, o legislador faz uma ressalva e no final do parágrafo diz que quanto ao conteúdo das propostas até
a respectiva abertura haverá sigilo.
No artigo 21 da Lei das licitações é notável que o legislador confere publicidade aos atos licitatórios :
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos
concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com
antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com
recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação
feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no
Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem,
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para
ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Questão
(CESPE - TRE-PA - Analista Judiciário) Os princípios que regem os procedimentos licitatórios, qualquer que
seja a modalidade, não incluem o princípio da
a) proposta mais vantajosa.
b) vinculação ao edital.
c) publicidade na apresentação das propostas no momento da entrega à administração.
d) legalidade.
e) isonomia dos licitantes.
Gabarito: C

Procedimento formal
Segundo Meirelles: "é o que impõe a vinculação da licitação às prescrições legais que a regem em
todos os seus atos e fases.”
Segundo este princípio, a licitação está vinculada em todo o seu procedimento à obediência não
somente da lei em seu sentido estrito, como também está vinculada ao regulamento, ao edital ou convite, pois
todos estes juntos servem de complementação às normas superiores.
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o
art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei,
podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar
ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal,
seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Adjudicação compulsória
Segundo Meirelles: "o princípio da adjudicação compulsória ao vencedor impede que a
Administração, concluído o procedimento licitatório, atribua seu objeto a outrem que não o legítimo vencedor".
Essa adjudicação ao vencedor é obrigatória, no entanto se este vier a desistir expressamente do
contrato ou não firmar no prazo estabelecido, a menos que se comprove neste último caso justo motivo, veda-
se a obrigatoriedade.
Importante salientar que adjudicar não se confunde com contratar. Não se confunde o direito à
adjudicação com eventual direito de contratar (Recurso Extraordinário – RE/STF nº 107.552).
“(...) o direito do vencedor limita-se a adjudicação, ou seja, à atribuição a ele do objeto da licitação, e
não ao contrato imediato.” Hely Lopes Meirelles
A administração não tem a obrigatoriedade de firmar o contrato de imediato com o licitante, por este
princípio o licitante não tem o direito adquirido de ser contratado, mas se a Administração necessitar do objeto
licitado então ela fica obrigada a contratar com o licitante vencedor, não podendo ela abrir uma nova licitação
enquanto válida a adjudicação anterior.

Lei 8.666/93, Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Lei 8.666/93, Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo
de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado
pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar
ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes
remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório,
ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

80
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a
contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Questões
(FCC - DPE-RS - Técnico) O princípio da adjudicação compulsória que instrui o procedimento de licitação,
expressa-se como
a) a proibição à administração de revogar o certame por razões de conveniência e oportunidade, sendo- lhe
possível, apenas, a anulação do procedimento por vício de ilegalidade.
b) o direito do vencedor à homologação do certame e à adjudicação do objeto em seu favor, sob pena de
responsabilização da administração.
c) a proibição da administração de cancelar o certame e o direito subjetivo do vencedor à celebração do
contrato.
d) o direito subjetivo do vencedor do certame à adjudicação do objeto em seu favor e à lavratura do contrato
no prazo máximo de 90 dias.
e) a proibição à administração de adjudicar o objeto da licitação a outrem que não o vencedor do certame,
inexistindo para esse, no entanto, direito subjetivo a celebração do contrato.
Gabarito: E

(FCC - TRE-MS - Analista Judiciário) No que diz respeito às licitações NÃO é correto o que se afirma em:
a) A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
vinculada.
b) Conceitua-se licitação como um procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública procura
selecionar a proposta mais vantajosa para os interesses da coletividade.
c) O julgamento das propostas deve ser realizado com observância em critérios objetivos.
d) Terminada a licitação, a Administração deve contratar o vencedor, pois este passa a ter direito adquirido.
e) A Administração não pode contratar com terceiros que não aquele que venceu a licitação.
Gabarito: D

(ESAF - Receita Federal do Brasil - Analista Tributário da RFB) Não configura princípio norteador do
procedimento licitatório
a) vinculação ao instrumento convocatório.
b) julgamento objetivo.
c) probidade administrativa.
d) igualdade de condições a todos os concorrentes.
e) dispensa e inexigibilidade.
Gabarito: E

(FCC - TRE-PI - Técnico Judiciário) Dentre os princípios expressamente previstos na Lei de Licitações, Lei
nº 8.666/93, NÃO se inclui o princípio
a) da razoabilidade.
b) da legalidade.
c) da impessoalidade.
d) do julgamento objetivo.
e) da vinculação do instrumento convocatório.
Gabarito: A

(FCC - TRE-AL - Analista Judiciário) São princípios da licitação expressamente citados na Lei nº 8.666/93,
dentre outros,
a) julgamento objetivo, competitividade e sigilo das propostas.
b) vinculação ao instrumento convocatório, competitividade e sigilo das propostas.
c) adjudicação compulsória, competitividade e igualdade.
d) probidade administrativa, julgamento objetivo e igualdade.
e) probidade administrativa, sigilo das propostas e adjudicação compulsória.
Gabarito: D

Inexigibilidade de Licitação
(videoaula 30)

Introdução
A regra é a exigência de licitação. Entretanto, a própria CF, art. 37, XXI, admite exceções:

81
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 37, XXI - "ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações."
As ressalvas à exigência de licitação estão previstas na própria Lei 8666/93 e podemos classificar
conforme abaixo:
I- Inexigibilidade - a licitação é juridicamente impossível. Há inviabilidade de competição.
II - Dispensa - a licitação é possível, mas a lei dispensa a obrigatoriedade. Podemos subdividir em:
a) Dispensada - é a situação em que não poderá haver a licitação.
b) Dispensável - é a situação em que a lei autoriza a administração, discricionariamente, a não realizar
a licitação.
Obs.: Na inexigibilidade e na dispensa da licitação:
- A motivação é obrigatória. Deve-se comprovar a inexigibilidade ou a dispensa.
- Se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública
o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções
legais cabíveis.
- deverão ser comunicados, dentro de 3 dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
imprensa oficial, no prazo de 5 dias, como condição para a eficácia dos atos. (art. 26, Lei 8666/93)

Questão
(FCC - MPE-MA - Analista) A inviabilidade de competição, técnica e documentalmente comprovada nos
autos de processo administrativo, permite à administração providenciar determinada contratação mediante
a) dispensa de licitação.
b) contratação emergencial.
c) contratação direta, desde que a contratada seja ente público integrante da administração.
d) inexigibilidade de licitação.
e) licitação dispensável, mediante juízo de conveniência e oportunidade.
Gabarito: D

Inexigibilidade de licitação
Vamos transcrever e comentar o art. 25, da Lei 8666/93. Os seus três incisos são considerados
exemplificativos.
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
pelas entidades equivalentes;
Neste inciso, fica claro o fato de que havendo um só produtor, empresa ou representante comercial
(na lei utiliza-se o termo “exclusivo”) para fornecer o produto ou prestar o serviço não há necessidade de
licitar, uma vez que não há o que se falar em competitividade.
A exclusividade deverá ser comprovada através de atestado. Esse atestado será fornecido por órgão
de registro do comércio local, Sindicato, Federação ou Confederação Nacional. Outra importante observação
é acerca da vedação à preferência de marca pela administração. Como vimos no inciso anterior é vedada a
preferência de marca.
Apenas para efeitos didáticos é importante saber que o TCU julgou recentemente, em janeiro de 2016,
a possibilidade de indicação de marca como mera referência. Essa indicação só poderá ser feita em situações
excepcionais e com a devida motivação, não contrariando assim o princípio da isonomia.
Porém, para efeitos da Lei nº 8.666/93 é vedada a preferência de marca.

Questões
(FGV - TJ-RO - Administrador) Uma licitação pode ser enquadrada como inexigível em situações em que
houver:
a) aquisição de materiais ou equipamentos de representante comercial exclusivo devido à marca indicada;
b) comprovação de exclusividade de fornecimento feita por atestado de órgão de registro do comércio do
local, sindicato ou confederação patronal;
c) contratação de profissional de setor tecnológico, desde que reconhecido tecnicamente pela organização;
d) notória especialização comprovada em serviços de publicidade e divulgação;
e) serviços de manutenção de equipamentos eletrônicos e informatizados para equipamentos adquiridos
pelo sistema de registro de preços.
Gabarito: B

82
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(CESPE - MPOG - técnico) Se um órgão público tiver de adquirir material que só possa ser fornecido por
representante comercial exclusivo, a licitação será inexigível e a administração ficará dispensada de
justificar os preços praticados.
Gabarito: E

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:


II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular,
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
Observe que o inciso traz a especificação de serviços, sendo eles serviços técnicos e não quaisquer
serviços. Os serviços ditos por esse inciso estão elencados no art. 13 da lei nº 8.666/93.
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
A lei também diz que esses serviços deverão ter natureza singular. Serviços singulares são aqueles
executados de maneira peculiar, especial, distinta.
Segundo Hely Lopes Meirelles: O fato de os serviços serem singulares não significa sejam únicos,
nem que não possam ser executados por mais de um prestador. São serviços que não podem ser
objetivamente comparáveis com outros do mesmo gênero, que apresentem determinadas características que
os individualizem, porque prestados por profissionais de notória especialização. (...) Tem-se entendido,
também, que serviços singulares são aqueles que podem ser prestados com determinado grau
de confiabilidade por determinado profissional ou empresa cuja especialização seja reconhecida (...).
No conceito de Marçal Justen Filho (...) a "natureza singular" do serviço deve ser entendida como
uma característica especial de algumas contratações de serviços técnicos profissionais especializados.
Enfim e para concluir essa questão, singular é a natureza do serviço, não o número de pessoas capacitadas
a executá-lo.
Os profissionais ou empresas deverão ter notória especialização para que haja a contratação direta,
ou seja, devem ser renomados em seu campo de atuação. A própria lei nos fornece o conceito de profissional
com notória especialização:
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de
sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. (Art.
25 § 1º Lei nº 8.666/93)

Questão
(CESPE – TCE-SC – 2016) O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar as
contas prestadas anualmente pelo governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi
contratada, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar ações do governo. (...)
A partir da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
O governador não praticou ato ilícito ao contratar diretamente a referida empresa, pois a prestação de
serviços publicitários é hipótese de inexigibilidade de licitação, estando incorreto o julgamento do tribunal.
Gabarito: E

§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de


integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa
ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e
diretamente os serviços objeto do contrato. (sem subcontratação)

Questões
(FCC - TCE-SP - Auxiliar de Fiscalização Financeira) Considere os seguintes serviços:
I. Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal.
II. Auditorias financeiras ou tributárias.

83
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III. Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos.


IV. Restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
Nos termos da Lei nº 8.666/93, é inexigível a licitação, quando houver inviabilidade de competição, em
especial, para a contratação de serviços técnicos, de natureza singular, com profissionais ou empresas de
notória especialização, constantes em
a) I, II e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Gabarito: E

(FGV - IBGE - Analista - 2016) De acordo com a Lei nº 8.666/93, aplica-se a inexigibilidade de licitação na
seguinte hipótese:
a) contratação em que a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento;
b) contratação de serviços técnicos de auditorias financeiras ou tributárias de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização;
c) compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração,
cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha;
d) contratação de instituição para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração e de edições técnicas oficiais;
e) fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica.
Gabarito: B

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:


III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Na hipótese do inciso III, será inexigível a licitação quando a contratação de der por conta de
profissional de qualquer setor artístico, desde que este seja consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.

Questões
(CESPE – TCE-PA) Com relação à organização administrativa e às licitações, julgue o próximo item.
Situação hipotética: Determinado tribunal de contas, para comemorar o aniversário de sua criação,
realizará um evento no qual está prevista a apresentação de renomado músico nacional. Assertiva: Nessa
situação, a contratação do referido músico configura hipótese de inexigibilidade de licitação, por se tratar de
profissional do setor artístico consagrado pela opinião pública.
Gabarito: C

(FCC - DPE-RR - Administrador) A Administração pública, para atender necessidade específica de


museu administrado pela Secretaria da Cultura, precisa contratar determinado pintor modernista, de
renome, consagrado pela crítica especializada e também pela opinião pública, para execução de
painel que passará a compor o acervo do respectivo equipamento público. Considerando os princípios
que disciplinam o agir administrativo e o disposto na Lei no 8.666/1993, para a referida contratação, a
Administração
a) deverá realizar previamente procedimento licitatório, na modalidade concorrência, sendo obrigatório que
da comissão de licitação participe crítico de arte, considerando que o critério de adjudicação
necessariamente será o de melhor técnica.
b) poderá contratar o profissional diretamente ou por meio de empresário exclusivo, sem a necessidade de
realizar prévia licitação, por se tratar de hipótese de inexigibilidade de licitação, admitida por lei, devendo, no
entanto, necessariamente, justificar a situação à autoridade superior para ratificação no prazo de 3 dias.
c) deverá realizar procedimento licitatório, na modalidade concurso, sendo obrigatório que da comissão de
licitação participe crítico de arte, considerando que o critério de adjudicação necessariamente será o de
melhor conteúdo artístico, para que seja selecionada a melhor proposta para a futura execução.
d) poderá contratar o profissional diretamente ou por meio de empresário exclusivo, sem a necessidade de
realizar prévia licitação, por se tratar de hipótese de dispensa de licitação, admitida por lei.
e) poderá contratar o profissional diretamente ou por meio de empresário exclusivo, sem a necessidade de
realizar prévia licitação, por se tratar de hipótese de inexigibilidade de licitação, admitida por lei, não

84
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

havendo necessidade de justificar a situação à autoridade superior, por se tratar de juízo de conveniência e
oportunidade, não sujeito a controle interno, fundamentado na hierarquia.
Gabarito: B

Lei nº 8.666/ 93, Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes
do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3
(três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5
(cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

Licitação Dispensável (parte 1)


(videoaula 31)

Na licitação dispensável há viabilidade de competição. Porém, a Lei 8.666/93, em seu artigo 24, traz
de forma exaustiva (taxativa), situações em que a administração pode (de forma discricionária, por uma
questão de conveniência ou oportunidade) dispensar a licitação.

85
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Por uma questão didática, vamos utilizar a classificação de Maria Sylvia Di Pietro que divide as
hipóteses de licitação dispensável em 4 grupos:
a- em razão de pequeno valor;
b- em razão da situação;
c- em razão do objeto;
d- em razão da pessoa.

Passamos, agora, a transcrever os casos de licitação dispensável, previstos no art. 24 da Lei


8.666/93, com os valores atualizados pelo Decreto 9.412/18:
Obs.: os incisos e parágrafos são todos referentes ao artigo 24 da Lei 8.666/93.

a - Em razão de pequeno valor:


Estes casos estão previstos nos incisos I e II.

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea
"a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente;

Comentário: 10% de R$330.000,00 = R$33.000,00. Então, até R$33.000,00 será o valor para obras
e serviços de engenharia.

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a",
do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

Comentário: 10% de R$176.000,00 = R$17.600,00. Então, até R$17.600,00 será o valor para outros
serviços e compras e para alienações.

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa
pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
Comentário: dessa forma os valores para compras, obras e serviços contratados por consórcios
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas como
Agências Executivas serão aplicados em dobro:
- para obras e serviços de engenharia: R$ 66.000,00
- para outros serviços e compras: R$ 35.200,00

Veja a tabela resumo a seguir:

Convite Dispensável Consórcios Públicos


SEM, EP, Autarquias e
Fundações Públicas
Obras e Serviços de Até 10% = 33.000 20% = 66.000
Engenharia 330.000,00
Compras e Outros Até 10% = 17.600 20% = 35.200
Serviços 176.000,00

Questões
(UFF – 2019 - COSEAC – Engenheiro) Segundo a Lei 8666/1993, o valor máximo vigente da
contratação para obras e serviços de engenharia por dispensa de licitação, desde que não se refira à parcela
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, NÃO deve exceder a:
a) R$ 8.000,00.
b) R$ 15.000,00.
c) R$ 17.600,00.
d) R$ 33.000,00.
e) R$ 150.000,00.
Gabarito: D

86
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC - Copergás - Auxiliar técnico - Atualizado) Uma empresa pública pretende adquirir
mobiliário para escritório, com valor estimado de R$ 20.000,00 (dez mil reais). De acordo com a Lei n°
8.666/93, que estabelece regras sobre licitações e contratos administrativos, o procedimento licitatório
a) poderá ser dispensado previamente, considerando que o valor estimado é inferior a R$ 35.200,00
(trinta e cinco mil e duzentos reais).
b) deverá ser previamente realizado, na modalidade convite.
c) deverá ser previamente realizado, na modalidade tomada de preços.
d) poderá ser previamente dispensado, se a empresa conseguir reduzir o valor da contratação ao
limite de R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais).
e) deverá ser previamente realizado, exceto se fracionar a aquisição.
Gabarito:A

Licitação Dispensável (parte 2)


(videoaula 32)

b- Em razão da situação:

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

Questão
(CESPE - MPE-RR - Promotor de Justiça) Em razão de situações excepcionais, a dispensa de licitação é
possível nos casos de guerra ou de grave perturbação da ordem.
Gabarito: C

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de


atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

Questão
(CESPE - DPU - Analista Administrativo) Considerando que, para atender casos de emergência e
calamidade pública, determinado órgão público pretenda dispensar a licitação, assinale a opção correta.
a) Casos de emergência e calamidade pública justificam a inexigibilidade de licitação, e não a sua dispensa.
b) Para ocorrer a dispensa de licitação, a emergência deve ser decorrente de fatos da natureza.
c) Nessa situação, a compra de material deverá ser para pronta entrega ou com exíguo espaço de tempo,
sob pena de ser afastada a justificativa da emergência.
d) Caso haja necessidade de contratação de obras, ela deve ocorrer no prazo máximo de cento e oitenta
dias sem limite para sua conclusão, desde que atenda à situação excepcional apresentada.
e) É vedada a contratação de serviço por dispensa de licitação para atender a essa situação.
Gabarito: C

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
Comentário: é conhecida como licitação deserta ou frustrada. Importante asseverar que a licitação
deserta ou frustrada é diferente de licitação fracassada. A licitação fracassada ocorre quando nenhum dos
licitantes interessados é selecionado, em decorrência de inabilitação ou desclassificação das propostas. No
caso de licitação fracassada aplica-se o § 3º, do art. 48. da Lei 8666/93. A licitação fracassada, em regra, não
é hipótese de licitação dispensável (exceção - inciso VII deste artigo 24).

87
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(FCC - TRE-AP - Técnico Judiciário) O Estado do Amapá realizou procedimento licitatório na modalidade
concorrência. No entanto, não acudiram interessados, isto é, nenhum interessado apresentou a
documentação exigida na proposta. Tendo em vista que a realização de novo certame será prejudicial ao
Estado, a licitação é
a) inexigível, não sendo necessariamente mantidas as mesmas condições do instrumento convocatório,
posto que a licitação anterior é denominada licitação deserta.
b) dispensável, não sendo necessariamente mantidas as mesmas condições do instrumento convocatório,
posto que a licitação anterior é denominada licitação fracassada.
c) inexigível, desde que mantidas, na contratação direta, todas as condições constantes do instrumento
convocatório.
d) dispensável, desde que mantidas, na contratação direta, todas as condições constantes do instrumento
convocatório.
e) inexigível, também ocorrendo quando, em licitação anterior tiver acudido interessados, mas nenhum for
selecionado, em decorrência da inabilitação ou da desclassificação.
Gabarito: D

(CESPE - DPE-MA - Defensor Público) Configurar-se-á licitação deserta quando


a) todos os licitantes forem inabilitados.
b) nenhum dos licitantes adjudicar o objeto do certame.
c) verificar-se conluio entre os licitantes, caracterizando-se ausência de concorrência.
d) não aparecerem interessados e a licitação não puder ser repetida sem prejuízo para a administração.
e) nenhum dos licitantes atender aos requisitos do edital.
Gabarito: D

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento;

Questão - (CESPE - TCU - Técnico de Controle Externo) Será dispensável a licitação quando a União tiver
de intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.
Gabarito: C

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos


praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes,
casos em que, observado o parágrafo único (atualmente § 3º) do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
Art. 48, § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 dias úteis para a apresentação de
nova documentação ou de outras propostas escoimadas (desobrigadas) das causas referidas neste artigo,
facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para 3 dias úteis.
88
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Comentário: Esta é uma hipótese de licitação fracassada.

Questão (CESPE - STJ - Técnico Judiciário) A Universidade de Brasília estabeleceu em edital as regras de
um processo licitatório para a aquisição de alguns equipamentos para o laboratório de química orgânica.
Após a abertura e análise das duas propostas encaminhadas, a comissão de licitação decidiu pela
inabilitação dos concorrentes.
Nessa situação, a licitação deve ser considerada deserta ou fracassada.
Gabarito: E

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos


estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

Questões
(CESPE - TRE-ES - Analista Judiciário) É dispensável a licitação caso haja possibilidade de
comprometimento da segurança nacional nos casos estabelecidos em decreto do presidente da
República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional.
Gabarito: C

(FCC - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Nos termos da Lei nº 8.666/1993, a licitação é dispensável
quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
decreto do Presidente da República. Nessa hipótese, deverá ser previamente ouvido o
a) Conselho de Defesa Nacional.
b) Ministro da Justiça.
c) Ministro das Relações Exteriores.
d) Ministro da Defesa.
e) Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Gabarito: A

Licitação Dispensável (parte 3)


(videoaula 33)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão


contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

Questão (CESPE - TRT-MA - Analista Judiciário) A administração pública pode dispensar a licitação na
contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual,
desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.
Gabarito: C

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado
pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder
Público;

Questão (FCC - TCE-GO - Analista) A União Federal pretende adquirir bens nos termos de acordo
internacional específico, devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, sendo as condições ofertadas
manifestamente vantajosas para o Poder Público. Na hipótese narrada, é
a) inexigível a licitação.
b) obrigatória licitação na modalidade concorrência
c) dispensável a licitação.
d) obrigatória licitação na modalidade convite.
e) obrigatória licitação na modalidade tomada de preços.
Gabarito: C

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações,


unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das

89
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23
(R$80.000,00) desta Lei;
Exemplo: alimento e combustível.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos


recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público
como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,
ambientais e de saúde pública;

Questão (FGV - DPE-DF - Analista) Durante muitos anos, dezenas de famílias viveram exercendo atividade
de catadores de material reciclável em antigo vazadouro de lixo municipal, chamado pela população de
“lixão”. Com a atual política nacional de resíduos sólidos, o vazadouro de lixo teve suas atividades
encerradas e recebeu a devida remediação ambiental. Em seu lugar, o Município licenciou novo aterro
sanitário, ecológica e ambientalmente equilibrado. As famílias que até então realizavam as atividades de
catadores de material reciclado ficaram inicialmente sem trabalho, mas conseguiram formalizar uma
cooperativa, formada exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda, reconhecidas pelo poder público
como catadores de materiais recicláveis. Atualmente, o Município pretende contratar tal cooperativa para
coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas
com sistema de coleta seletiva de lixo, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,
ambientais e de saúde pública. Esse contrato terá prazo de um ano, com valor total de quinhentos mil reais
(compatível com o preço de mercado, diante das peculiaridades locais, tal como população e extensão do
Município). Nesse caso, a respeito da necessidade e/ou modalidade de licitação, é correto afirmar que:
a) é cabível a inexigibilidade de licitação, desde que preenchidos os requisitos legais.
b) é cabível a dispensa de licitação, desde que preenchidos os requisitos legais.
c) não é possível a inexigibilidade ou a dispensa de licitação, devendo ocorrer a licitação na modalidade
adequada para a natureza e valor do contrato, qual seja, convite.
d) não é possível a inexigibilidade ou dispensa de licitação, devendo ocorrer a licitação na modalidade
adequada para a natureza e valor do contrato, qual seja, tomada de preços.
e) não é possível a inexigibilidade ou dispensa de licitação, devendo ocorrer a licitação na modalidade
adequada para a natureza e valor do contrato, qual seja, concorrência.
Gabarito: B

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
Exemplo: equipamentos militares de alta complexidade tecnológica.

Licitação Dispensável (parte 4)


(videoaula 34)

c- Em razão do objeto

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da


administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

Questão (FGV - TJ-PI - Analista Judiciário) O Poder Judiciário Estadual, com o escopo de modernizar as
instalações físicas e atender ao aumento da demanda revelado pelo crescente número de novas ações
judiciais distribuídas nos últimos anos, construirá novo fórum em certa comarca do interior. Após os devidos
estudos, o Tribunal de Justiça decidiu comprar determinado imóvel, por possuir as peculiaridades
necessárias, que será destinado ao atendimento de suas finalidades precípuas, cujas necessidades de
instalação e localização condicionaram a sua escolha. Para viabilizar a imediata compra pretendida, foi
decidido que será feita mediante dispensa de licitação. De acordo com a Lei nº 8.666/93, a opção feita pelo
Judiciário Estadual está:
a) correta, desde que o preço do imóvel seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
b) correta, desde que o preço do imóvel seja de até um milhão e quinhentos mil reais, segundo avaliação
prévia;
c) correta, desde que o preço do imóvel observe os limites legais e o contrato seja assinado pelo
Governador do Estado;

90
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

d) errada, pois a hipótese seria de inexigibilidade de licitação, observado o limite legal do valor do imóvel;
e) errada, pois deveria ser utilizada necessariamente a modalidade de licitação compatível com o valor do
imóvel.
Gabarito: A

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para
a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

Questão (FCC - TRT-MS - Técnico Judiciário) Dentre outras hipóteses, é dispensável a licitação
a) para a contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
b) quando houver possibilidade de comprometimento de segurança nacional, nos casos estabelecidos em
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho Nacional de Justiça.
c) nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia.
d) para a contratação de serviços de auditoria financeira, de natureza singular, com profissionais ou
empresas de notória especialização.
e) quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas apresentarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado.
Gabarito: C

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade


certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade;

Questão (FCC - TJ-AP - Analista Judiciário) NÃO configura hipótese legal em que a licitação é dispensável:
a) caso de guerra ou grave perturbação da ordem.
b) situação na qual não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições pré-estabelecidas.
c) situação na qual a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento.
d) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
e) contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Gabarito: E

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à


manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

Questão - (FCC - DPE-BA - Defensor Público - 2016) No âmbito da Administração Pública, questionou-se a
possibilidade de se dispensar licitação para a compra de materiais para a manutenção de fogão industrial.
Isso seria juridicamente possível se
a) não houvesse no mercado quantidade suficiente de fornecedores, o que impossibilitaria a competição.
b) houvesse aquisição de materiais que só pudessem ser fornecidos por empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação.
c) a aquisição desses componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira fosse necessária à
manutenção desse equipamento durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original, sendo
essa condição de exclusividade indispensável para a vigência da garantia.
d) a contratação desse serviço técnico resultasse em restauro para bem de valor histórico, de natureza
singular, com profissionais ou empresas de notória especialização.
e) houvesse autorização do setor municipal responsável pela autorização e liberação da dispensa de
licitação.
Gabarito: C

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

Questão (FCC - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Na compra de equipamentos de informática para
uso pelas Forças Armadas, que NÃO são materiais de uso pessoal e administrativo, os quais devem manter

91
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
parecer de comissão instituída por decreto e com comprovação de que a exiguidade dos prazos legais de
licitação pode comprometer a normalidade e os propósitos das operações, segundo a Lei n° 8.666/1993 e
atualizações, a licitação é
a) dispensável, consideradas as condições apresentadas.
b) indispensável, em razão de se tratar de aquisição militar.
c) indispensável, em função de não se tratar de equipamento de uso pessoal.
d) dispensável, somente se houver transferência de tecnologia do fornecedor.
e) indispensável, em razão da exclusividade de fornecimento.
Gabarito: A

XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I
do caput do art. 23; (valor da tomada de preços de obras de engenharia)
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de
engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (Incluído pela
Lei nº 13.243, de 2016)

§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI
do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
" Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou
serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;"

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de
fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de
criação protegida;

Questão (CESPE - CNPQ - Analista) Configura-se hipótese de dispensa de licitação a contratação realizada
por instituição científica e tecnológica (ICT) ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e
para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.
Gabarito: C

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das
Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas
quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força;

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos,
para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal;

Questão (FCC - TRE-RO - Técnico Judiciário) Nos termos da Lei no 8.666/1993, para a contratação de
instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal, é
a) inexigível a licitação
b) obrigatória a licitação na modalidade concorrência.
c) obrigatória a licitação na modalidade convite.
d) dispensável a licitação.
e) obrigatória a licitação na modalidade concurso.
Gabarito: D

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o


Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados
em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de
absorção tecnológica.

Licitação Dispensável (parte 5)


(videoaula 35)

92
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

d- Em razão da pessoa:

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim
específico em data anterior à vigência desta Lei (21/06/1.993), desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado;
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem
produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados
em ato da direção nacional do SUS.

Questão (CESPE - PGE-BA - Procurador do Estado) Desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado, é possível a dispensa de licitação para a aquisição, por secretaria estadual de
planejamento, de bens produzidos por autarquia estadual que tenha sido criada para esse fim específico em
data anterior à vigência da Lei n.º 8.666/1993.
Gabarito: C

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa,


do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso,
desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

Questão (FCC - TRE-PE - Técnico Judiciário) Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental
ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada
à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional
e não tenha fins lucrativos, a licitação
a) é inexigível.
b) é considerada dispensada.
c) é dispensável.
d) será por concurso.
e) será vedada.
Gabarito: C

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e
de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito
público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim
específico;

Questão (FCC - TRE-RR - Analista Judiciário - 2015) O Estado de Roraima pretende contratar serviços de
informática, a serem prestados por órgão que integra a Administração Pública, criado para esse fim
específico. Nesse caso e nos termos da Lei n o 8.666/1993, a licitação é
a) dispensável.
b) obrigatória na modalidade concorrência.
c) obrigatória na modalidade pregão.
d) inexigível.
e) obrigatória na modalidade convite
Gabarito: A

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de


comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços
ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
Ex.: APAE

Questão (FCC - TRT-MA - Analista Judiciário) O Governo do Maranhão pretende contratar associação de
portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade para a prestação de
serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
no mercado. Nesse caso, é
a) inexigível a licitação.
b) obrigatória licitação na modalidade convite.
c) dispensável a licitação.
d) obrigatória licitação na modalidade pregão.
e) obrigatória licitação na modalidade tomada de preços.
Gabarito: C

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XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I
do caput do art. 23;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

Questão (CESPE - MPE-PI - Técnico) Segundo as normas da legislação específica, a contratação de


fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário do Estado é hipótese de dispensa de
licitação.
Gabarito: C

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de
1998)

Questões
(CESPE - MTE - Economista) Para que a sociedade de economia mista adquira o asfalto de sua
subsidiária integral, há possibilidade de se dispensar a licitação, desde que o preço exigido seja
compatível com o de mercado.
Gabarito: C

(CESPE - TRE-BA - Analista Judiciário) A legislação de regência admite a dispensa de licitação na


hipótese de contratação realizada por sociedade de economia mista, com suas subsidiárias ou
controladas, para a aquisição de bens, com a exigência de que seja observada a compatibilidade do
preço contratado com o praticado no mercado.
Gabarito: C

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,


qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gestão.

Questão (CESPE - TCU - Técnico de Controle Externo) É dispensável a licitação para celebrar contrato de
prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
Gabarito: C

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado
em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

Questão (CESPE - MTE - Agente Administrativo) Considere que um município tenha interesse em celebrar
contrato de programa com outro ente da Federação, ou com entidade de sua administração indireta, para a
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público. Nessa situação, a licitação será dispensável.
Gabarito: C

Lembrado da aula de consórcio público: - contrato de programa: instrumento pelo qual devem ser
constituídas e reguladas as obrigações que um ente da Federação, inclusive sua administração indireta, tenha
para com outro ente da Federação, ou para com consórcio público, no âmbito da prestação de serviços
públicos por meio de cooperação federativa (Art. 2º, inc XVI, do Decreto 6017/2007).

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas
ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para
beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº
12.873, de 2013)

Questão (FCC - TRE-RR - Analista Judiciário) O Estado de Pernambuco, atingido por grave seca durante o
verão, pretende contratar entidade privada sem fins lucrativos para a implementação de tecnologia social de
acesso à água para consumo da população, bem como para a produção de alimentos, de modo a beneficiar

94
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as famílias rurais de baixa renda atingidas pela mencionada seca. Na hipótese narrada, consoante
preceitua os ditames da Lei n° 8.666/1993, a licitação é
a) obrigatória na modalidade pregão.
b) inexigível.
c) obrigatória na modalidade convite.
d) dispensável.
e) obrigatória na modalidade concorrência.
Gabarito: D

XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para
a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,
extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão
administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do
inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

Questão (FCC - TRE-SE - Analista Judiciário) Considere as seguintes situações hipotéticas:


I. Autarquia do Estado de Sergipe pretende contratar a Associação de portadores de deficiência
"Reintegrar", sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para o fornecimento de mão de obra, sendo o
preço contratado compatível com o praticado no mercado.
II. O Estado de Sergipe pretende contratar empresa visando a transferência de tecnologia de produto
estratégico para o Sistema Único de Saúde − SUS, conforme elencado em ato da direção nacional do SUS,
inclusive por ocasião da aquisição deste produto durante as etapas de absorção tecnológica.
Nos casos narrados, conforme dispõe a Lei no 8.666/1993, a licitação é
a) inexigível.
b) dispensável.
c) inexigível e dispensável, respectivamente.
d) dispensável e inexigível, respectivamente.
e) obrigatória e inexigível, respectivamente.
Gabarito: B

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Licitação Dispensada (vedação) Introdução e Alienação


(videoaula 36)
INTRODUÇÃO – Licitação Dispensada

Vamos agora abordar mais uma situação de dispensa de licitação, a chamada licitação dispensada
ou vedação.
Os casos de licitações dispensadas estão previstos no artigo 17 da Lei 8.666/93.
Diferentemente da licitação dispensável, caso ocorra alguma das situações elencadas como licitação
dispensada, mesmo que o poder público queira realizar o processo, a legislação expressamente veda a
licitação.
Os casos de licitação dispensada referem-se a alienação de bens móveis e imóveis. Alienação é a
forma voluntária de perda de propriedade, na qual seu titular a transfere a outro interessado. Como exemplo,
podemos citar a venda e doação.
Veremos abaixo quais são as situações previstas na norma, mas, primeiramente, seguindo o art 17
da Lei 8.666/93, vamos entender quais os quesitos em que a licitação é exigida para alienação de bens.

ALIENAÇÃO

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos (...)

Para bens imóveis (art. 17, I, da Lei 8.666/93) , da administração direta, autárquica e fundacional,
exige-se:
- existência de interesse público devidamente justificado
- autorização legislativa
- avaliação prévia
- licitação na modalidade de concorrência

Já no caso das empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades paraestatais todos os
critérios anteriormente listados são exigidos, com exceção da autorização legislativa (esta não é exigida).

Questões
(CESPE - TRT-10 - Técnico Judiciário) A alienação de bem imóvel de propriedade de órgão da
administração direta está subordinada ao interesse público e depende de autorização legislativa, de prévia
avaliação e, em regra, de licitação na modalidade concorrência.
Gabarito: C

(CESPE - ANAC - Técnico Administrativo) A alienação de bens imóveis da administração pública direta e
indireta independe da autorização legislativa, bastando a realização de avaliação prévia e de licitação na
modalidade de concorrência.
Gabarito: E

Art. 19, Lei 8.666/93: Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente,
observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

Questões
(CESPE - Correios - Analista) Os bens imóveis pertencentes à administração pública e cuja aquisição tenha
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento não são passíveis de alienação.
Gabarito: E

(CESPE - STM - Analista) Considerando-se que um bem imóvel tenha sido recebido pela União como forma
de pagamento de dívida de particular, é correto afirmar que a alienação desse bem poderá ocorrer por meio
de dispensa de licitação.
96
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: E

Para bens móveis (art. 17, II, da Lei 8.666/93) de toda a administração pública exige-se:
- existência de interesse público devidamente justificado
- avaliação prévia
- licitação (a Lei não especifica a modalidade).

Questão (CESPE - MS - Técnico) Caso a administração pública pretenda vender bens móveis, tal alienação
estará subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e
de licitação e dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades
autárquicas e fundacionais.
Gabarito: E

ALIENAÇÃO DE BENS (ART. 17 LEI Nº 8.666/1993)

Móveis Imóveis
Existência de SIM SIM
interesse público
devidamente Justificado
Avaliação Prévia SIM SIM
Autorização NÃO SIM
Legislativa
Modalidade de CONCORRÊNCIA
Licitação (Regra) / LEILÃO (Exceção)

Licitação Dispensada (vedação) para Bens Imóveis


(videoaula 37)

LICITAÇÃO DISPENSADA PARA BENS IMÓVEIS

As situações de licitação dispensada ocorrem quando a lei determina que a administração não
execute a licitação, mesmo sendo viável a competição. Logo, a administração pública é vinculada a não
realizar o procedimento licitatório.
Os casos previstos de licitação dispensada para bens imóveis estão previstos
expressamente (rol taxativo/ exaustivo) no art. 17, I, da Lei 8.666/93, transcritos a seguir:
a) dação em pagamento;
Dação em pagamento, como o próprio termo diz, é dar algo como pagamento.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Suponha que a administração pública esteja devendo algum tributo e possua um imóvel e queira
pagar essa dívida com o imóvel. Ela pode usar esse imóvel para pagar o tributo, ela dá o imóvel como forma
de pagamento.

Questão (CESPE - SERPRO - Técnico) Caso determinado órgão público realize dação em pagamento de
um galpão utilizado como depósito, o órgão doador estará dispensado de licitar.
Gabarito: C

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de


qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que
justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo
beneficiário.
Como exemplo podemos citar o Estado de Santa Catarina doando um imóvel para o município de
Florianópolis. Esse imóvel servirá como centro de saúde e a doação é feita sem licitação. Porém, caso por
uma razão de conveniência e oportunidade o município de Florianópolis resolva fechar aquele centro de
saúde, ele não poderá vendê-lo, ele deverá devolver este imóvel para o Estado de Santa Catarina.

Questão (CESPE - IEMA - Advogado) A doação de bem da União em favor do Instituto Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo dispensa a realização de licitação.
Gabarito: C

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
art. 24, X (dispensável) - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

d) investidura;
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros (fronteiriços) de área remanescente ou resultante
de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação
e desde que esse não ultrapasse a 50% do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei
(R$88.000,00);
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis
para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final
da concessão.

Questões
A incorporação de uma área pública isoladamente inconstruível ao terreno particular confinante que ficou
afastado do novo alinhamento em razão de alteração do traçado urbano é chamada de
a) concessão de domínio.
b) enfiteuse.
c) permuta.
d) investidura.
e) dação em pagamento.
Gabarito: D

(ESAF - CGU - Analista de Finanças e Controle) A lei de licitações determina que será pela modalidade
concorrência a alienação de bens imóveis pertencentes ao Poder Público. Todavia, a própria norma elenca

98
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

hipóteses de dispensa da licitação. Entre as hipóteses abaixo, aquela que não acarreta a referida dispensa
de licitação é a
a) investidura.
b) dação em pagamento.
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos do inciso X do artigo 24 da mesma lei de licitações.
d) doação para entidade social de fins filantrópicos, em lei declarada de utilidade pública.
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo.
Gabarito: D

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão
de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de
programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública;

Questão (CESPE - TRE-PR - Analista) É possível a alienação gratuita de imóveis públicos, sem licitação, no
âmbito de programas habitacionais instituídos pelo poder público.
Gabarito: C

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro


de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal
inclua-se tal atribuição;
Art. 29 da Lei 6.383/76 - O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas com o seu
trabalho e o de sua família, fará jus à legitimação da posse de área contínua até 100 (cem) hectares, desde
que preencha os seguintes requisitos:
I - não seja proprietário de imóvel rural;
II - comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de 1 (um) ano.
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão
de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta
metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União
na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e
quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de
imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja
implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área
rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais,
desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém
submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente
anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação
e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis
de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-
econômico; e(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração
de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente
a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº
11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso
I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005).

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Licitação Dispensada (vedação) para Bens Móveis


(videoaula 38)

LICITAÇÃO DISPENSADA PARA BENS MÓVEIS

Os casos previstos de licitação dispensada para bens imóveis estão previstos no art. 17, II, da Lei
8.666/93, transcritos a seguir:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os
encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;

Questões (CESPE - AGU - Advogado da União - modificada) No caso de doação com encargo a Lei nº
8.666/93 estabelece que deverá a administração pública realizar licitação, dispensada no caso de interesse
público devidamente justificado.
Gabarito: C

(FEPESE - FATMA - Advogado) Considere as seguintes hipóteses de alienação de bens imóveis da


Administração Pública:
1. Venda a pessoa jurídica de direito privado
2. Dação em pagamento
3. Investidura
4. Doação para organização religiosa
5. Concessão de direito real de uso de bem imóvel residencial destinado a programa de regularização
fundiária de interesse social
Dentre essas, considerada a existência de interesse público, avaliação prévia e autorização
legislativa, haverá dispensa de licitação para a alienação, de acordo com a Lei Federal no 8.666/93,
em sua redação atual:
a) apenas nas hipóteses 2 e 3.
b) apenas nas hipóteses 3 e 5.
c) apenas nas hipóteses 4 e 5.
d) apenas nas hipóteses 1, 4 e 5.
e) apenas nas hipóteses 2, 3 e 5.
Gabarito: E

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

100
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

Questão (IADES - Funpresp - Analista) Com base na Lei nº 8.666/1993, assinale a alternativa que
apresenta um caso de dispensa de licitação.
a) Aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
ou representante comercial exclusivo.
b) Contração de serviços de publicidade e divulgação.
c) Contratação de serviços técnicos, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização.
d) Contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
e) Venda de ações, na alienação de bens móveis, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica.
Gabarito: E

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

Questão (FCC - SERGAS - Assistente Técnico Administrativo) Hipótese prevista na Lei no 8.666/1993
para dispensa de prévia licitação:
a) contratação de serviços de publicidade.
b) alienação de bens inservíveis.
c) aquisição de equipamento ou programa de informática.
d) aquisição de bens mediante sistema de registro de preços.
e) venda de títulos, na forma da legislação pertinente.
Gabarito: E

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública,


em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública,


sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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Inexigibilidade e Dispensa Licitação - Empresa Pública


e Sociedade de Economia Mista - Lei 13.303/16
(videoaula 39)

Inexigibilidade
Os casos de inexigibilidade de Licitação e de dispensa, a Lei 13.303/16 chama de "contratação direta".
Como havíamos falado (na aula 30), na inexigibilidade a licitação é juridicamente impossível. Há
inviabilidade de competição.
É importante notar a semelhança destes dispositivos da Lei 13.303/16 com a Lei 8.666/93.
A seguir, transcrevemos a lei no que concerne aos pontos abordados na referida aula.

Lei 13.303/16, Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabilidade de competição, em
especial na hipótese de:
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo;
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de
notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa cujo conceito no campo de
sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização,
aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

102
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 2o Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado, pelo órgão de


controle externo, sobrepreço ou superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado quem
houver decidido pela contratação direta e o fornecedor ou o prestador de serviços.
(este § 2º é parecido com o § 2º, art. 25, da Lei 8.666/93).
§ 3o O processo de contratação direta será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante;
III - justificativa do preço.
(este § 3º é parecido com o parágrafo único do art. 26, da Lei 8.666/93).

Licitação Dispensável
Lei 13.303/16, Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades
de economia mista:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se
refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou
alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;
§ 3o Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem ser alterados, para refletir a variação
de custos, por deliberação do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade de economia
mista, admitindo-se valores diferenciados para cada sociedade.
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, não puder ser
repetida sem prejuízo para a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como para suas
respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condições preestabelecidas;
(É conhecida como licitação deserta ou frustrada, tratada na aula 32)

IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos


praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes;
(Esta é uma hipótese de licitação fracassada, tratada na aula 32)

V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas finalidades precípuas,


quando as necessidades de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde que o preço
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
(semelhante ao inc X, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 34)

VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento, em consequência de


rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
(semelhante ao inc XI, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 33)
§ 1o Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do inciso VI do caput, a
empresa pública e a sociedade de economia mista poderão convocar os licitantes remanescentes, na ordem
de classificação, para a celebração do contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o respectivo
valor seja igual ou inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quanto aos preços atualizados
nos termos do instrumento convocatório.
VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa,
do ensino ou do desenvolvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde
que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
(semelhante ao inc XIII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 35)
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(semelhante ao inc XVII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 34)
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência física, sem fins lucrativos e de
comprovada idoneidade, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado;
(semelhante ao inc XX, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 35)
X - na contratação de concessionário, permissionário ou autorizado para fornecimento ou suprimento
de energia elétrica ou gás natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as normas da
legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha pertinência com o serviço público.
(semelhante ao inc XXII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 35)

103
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de economia mista e suas respectivas
subsidiárias, para aquisição ou alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que os preços
sejam compatíveis com os praticados no mercado e que o objeto do contrato tenha relação com a atividade
da contratada prevista em seu estatuto social;
(semelhante ao inc XXIII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 35)
XII - na contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda que tenham como ocupação
econômica a coleta de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
técnicas, ambientais e de saúde pública;
(semelhante ao inc XXVII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 33)
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
(semelhante ao inc XXVIII, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 33)
XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973,
de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes;
(Lei que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
produtivo e dá outras providências. )
(semelhante ao inc XXXI, art. 24 da Lei 8.666/93)
XV - em situações de emergência, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros
bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial
e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
dias consecutivos e ininterruptos, contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos, observado o disposto no § 2o;
§ 2o A contratação direta com base no inciso XV do caput não dispensará a responsabilização de
quem, por ação ou omissão, tenha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao disposto na Lei
no 8.429, de 2 de junho de 1992.
(semelhante ao inc IV, art. 24 da Lei 8.666/93 - aula 32)

XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da administração pública, inclusive quando


efetivada mediante permuta;
(semelhante à alínea "b" , inc II, art. 17 da Lei 8.666/93 - aula 38)
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à escolha de outra forma de alienação;
(semelhante à alínea "a" , inc II, art. 17 da Lei 8.666/93 - aula 38)
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de dívida e de bens que produzam ou
comercializem.
(semelhante à alínea "c" , inc II, art. 17 da Lei 8.666/93 - aula 38)

Licitação Dispensada
Lei 13.303/16, art. 28, § 3o São as empresas públicas e as sociedades de economia mista
dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo nas seguintes situações:
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas mencionadas no caput,
de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais; (atividade
fim da empresa)
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas características particulares,
vinculada a oportunidades de negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento
competitivo. (parceria em oportunidade de negócios)

Modalidades de Licitação – Introdução


(videoaula 40)

Vamos tratar agora das modalidades de licitação. Lembrando que estamos a citar os dispositivos da
Lei 8.666/93.
Conforme art. 22 da Lei 8.666/93:
Art. 22. São modalidades de licitação:

104
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
A Lei 10.520/2002 criou a modalidade chamada Pregão.
E, ainda, há uma outra modalidade chamada Consulta, criada pela Lei 9.472/97, Lei da Agência
Nacional de Telecomunicações (ANATEL). E, posteriormente, o art. 37 da Lei 9.986/2000 estendeu às demais
agências reguladoras.

Questão (FCC - MPE-AM - Agente Técnico) Constituem modalidades de licitação, EXCETO:


a) convocação.
b) tomada de preços.
c) convite.
d) concurso.
e) leilão.
Gabarito: A

Art. 22, § 8o "É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas
neste artigo."
É importante observar que é possível a criação de outra modalidade ocorrida por meio de lei da União
(lei federal).

Questões
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) A Lei de Licitações instituiu como modalidades de
licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão, tendo vedado a criação de
outras modalidades ou a combinação das existentes, embora o pregão tenha sido legalmente instituído,
mais tarde, como nova modalidade de licitação.
Gabarito: C

(CESPE - MPOG - Administrador) Situação hipotética: Determinado órgão público está em processo de
mudança para novas instalações, o que justificou o início de processo licitatório para contratação de
empresa especializada em mudança. O servidor responsável pelo processo julgou ser a forma de licitar
mais adequada, nesse caso, a combinação entre as modalidades concorrência e tomada de preços. Por
isso, foi decidido realizar um pregão com a combinação de ambas as modalidades. Assertiva: Nessa
situação, é correto afirmar que o processo licitatório adotado foi adequado para o caso.
Gabarito: E

Conforme a Lei 8.666/93, com valores atualizados pelo Decreto nº 9.412/2018:


"Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
a) convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais);
c) concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). "

Convite Tomada de Preços Concorrência


Obras e Serviços de Até Até Acima
Engenharia 330.000 3.300.000 3.300.000
Compras e demais Até Até Acima
Serviços 176.000 1.430.000 1.430.000

Questão (FCC - TRE-SE - Técnico Judiciário - atualizada) O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe pretende
realizar licitação na modalidade convite para a execução de serviços de engenharia. Nesse caso, o valor do
contrato deverá ser de até
Parte superior do formulário
a) um milhão, quatrocentos e trinta mil reais.
105
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) trezentos e trinta mil reais.


c) quinhentos mil reais.
d) três milhões e trezentos mil reais.
e) cento e setenta e seis mil reais.
Gabarito: B

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto,
tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19§ 3o A concorrência é a
modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de
bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto
no art. 19§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto,
tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19§ 3o A concorrência é a
modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de
bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19Parte inferior do formulário

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto,
tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19 (...)

Questão (FCC - MPE-SE - Analista do MP - atualizada) Utiliza-se a modalidade licitatória concorrência


Parte superior do formulário
a) apenas para alienação de bens imóveis e móveis acima de R$ 1.430.000,00, sendo incabível para
obras, compras e serviços.
b) para compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00, obras acima de R$ 3.300.000,00 e para alienação
de bens imóveis.
c) apenas para obras acima de R$ 3.300.000,00, sendo incabível para compras e serviços.
d) apenas para compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00, sendo incabível para obras.
e) apenas para obras acima de R$ 3.300.000,00 para compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00, sendo
incabível para alienação de bens de qualquer espécie.
Gabarito: B

"§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste
artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número."

Questão (FCC - TCE-SP – Auxiliar de Fiscalização Financeira - atualizada) Nos termos da Lei nº 8.666/93,
quando o valor estimado da contratação, para obras e serviços de engenharia, superar três milhões e
trezentos mil reais, a modalidade licitatória apropriada é a concorrência. Quando se tratar de consórcio
público formado por até três entes da Federação aplicar-se-á
Parte superior do formulário
a) o dobro deste valor.
b) um terço deste valor.
c) o triplo deste valor.
d) exatamente o mesmo valor.
e) metade deste valor.

106
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: A

"§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em
qualquer caso, a concorrência."

Com esse § 4º estabelece-se a hierarquia entre concorrência, tomada de preços e convite,


modalidades estas que estudaremos a seguir.

Questões
(CESPE - DETRAN-ES - 2010) Concorrência é a modalidade de licitação reservada exclusivamente para a
contratação de obras de grande vulto.
Gabarito: E

(FCC - TRT-1ª - Técnico Judiciário) A União Federal pretende realizar certame licitatório de cunho
nacional, para a contratação de obras e serviços de engenharia, no valor de um milhão de reais.
Nesse caso,
a) a modalidade de licitação cabível é a tomada de preços, mas a Administração Pública também poderá
valer-se da concorrência, consoante previsto na Lei no 8.666/1993.
b) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade concorrência, por ser a única modalidade
possível.
c) a modalidade de licitação cabível é o convite, mas a Administração Pública também poderá valer-se da
tomada de preços, consoante previsto na Lei no 8.666/1993.
d) deve obrigatoriamente ser realizada licitação na modalidade tomada de preços, por ser a única
modalidade possível.
e) a única modalidade de licitação cabível, em virtude do objeto e valor, é o convite.
Gabarito: A

Modalidade Concorrência
(videoaula 41)

Conforme Lei 8.666/93, art. 22, § 1º:


"Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de
habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto."
Ela é uma modalidade de licitação destinada, em regra, a transações de maior vulto (valor), possui
ampla publicidade por ser mais rigorosa e genérica.

107
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Concorrência é a modalidade de licitação mais complexa, cujas fases estudaremos com profundidade
posteriormente.
Listo agora as principais situações em que se faz o uso da modalidade concorrência:

“Qualquer valor”: A lei nº 8.666, traz em seu artigo 23 que Obras e serviços de engenharia acima
de R$ 3.300.000 e Compras e demais serviços acima de R$ 1.430.000 será aplicada a modalidade de
concorrência. Porém, a lei confere a utilização desta modalidade a quaisquer objetos independentemente
de valor. Ou seja, mesmo o objeto sendo de valor inferior pode-se usar a modalidade concorrência.

Imóveis: Como vimos nas aulas anteriores, compra ou alienação de bens imóveis em regra será
sempre utilizada a modalidade concorrência. Com exceção de imóveis da administração pública oriundos de
dação de pagamento ou procedimentos judiciais, casos em que serão permitidos a utilização das modalidades
concorrência ou leilão.

Concessão de direito real de uso: Não se trata de compra ou alienação de imóveis, mas sim da
transferência de um imóvel a terceiros. Esse imóvel será transferido e utilizado durante um determinado
tempo, caso em que será acordado em contrato.

Licitações Internacionais: A regra é que se utilize da modalidade concorrência para as licitações


internacionais, porém, a lei traz em seu artigo 23 § 3º a possibilidade de utilização da modalidade de tomada
de preço ou convite, observando os limites conferidos pela lei. Além disso, deve-se observar que somente
se utilizará da tomada de preços caso o órgão ou a entidade dispuser de cadastro internacional de
fornecedores, ou ainda na utilização da modalidade convite, se não houver fornecedor do bem ou serviço no
país.

Questão (CESPE - ICMBIO - Técnico) Concorrência é a modalidade de licitação recomendada para


compras que importem valores elevados.
Gabarito: C

Somente para ilustrar, resumidamente, as fases estão previstas nos artigos 21 e 43 da Lei 8.666/93:
EDITAL - Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de
preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez (...)
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua
apreciação;
(comentário: esta fase da habilitação preliminar vem a garantir que o vencedor tenha condições para
cumprir o contrato e é característica da modalidade concorrência).

108
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (CESPE - ANEEL - Técnico Administrativo) Concorrência é a modalidade de licitação entre


quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação técnica, jurídica e financeira exigidos no edital.
Gabarito: C

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas


propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que
transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento
dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso,
com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do
sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento,
promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do
edital;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da
licitação.

Art. 23, § 3o :
"A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo,
a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o
convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País."

Questões
(CESPE - ANCINE - Especialista) A concorrência é modalidade de licitação obrigatória para as concessões
de direito real de uso.
Gabarito: C

(CESPE - MS - Analista) A concorrência é a modalidade de licitação cabível em contratações de grande


vulto, mas há previsão legal de que seja observada também em determinadas circunstâncias que não
dependem do valor, e sim da natureza do contrato a ser celebrado. Licitações com abrangência
internacional, por exemplo, sempre deverão adotar a modalidade concorrência.
Gabarito: E

Lembrando, para Concorrência:


a) obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação acima de R$3.300.000,00;
b) compras e serviços que não de engenharia até o valor estimado de contratação acima de R$
1.430.000,00.

Art. 23, § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços
e, em qualquer caso, a concorrência.

109
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Modalidade Tomada de Preços


(videoaula 42)

Conforme Lei 8.666/93, art. 22, § 2º:


"Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento
das propostas, observada a necessária qualificação."
Nesse caso, o cadastro corresponde à habilitação. O período de duração desse cadastro será de 1
ano; vencido esse prazo os interessados poderão renovar o contrato com a administração pública.
Podem participar tanto os cadastrados, quanto os não cadastrados. Os não cadastrados que
quiserem participar deverão apresentar a documentação até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas.
A tomada de preços é usada para contratos de valores médios. Os limites de valores aplicáveis a
essa modalidade são os seguintes:

Obras de serviços de engenharia Até R$ 3.300.000


Compras e demais serviços Até R$ 1.430.000

Questões
(CESPE - TJ-AL - Juiz) Licitação entre interessados prévia e devidamente cadastrados ou interessados que
atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação, enquadra-se na modalidade de
a) tomada de preços.
b) convite.
c) concorrência.
d) pregão.
e) concurso.
Gabarito: A

110
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC - TRT-15ª - Analista Judiciário) Tomada de preços é modalidade de licitação


a) que não pode ser substituída por concorrência.
b) exigível para obras e serviços de engenharia até 2.000.000,00.
c) empregada apenas para obras e serviços de engenharia.
d) entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o quinto dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
e) entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
Gabarito: E

Art. 23, § 3o : "A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu
objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões
de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os
limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País."

Assim, para que a licitação internacional possa ser feita através da Tomada de Preços, será
necessário que:
- O órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores.
- Os valores estejam dentro dos limites estabelecidos para a tomada de preços.

Questão (FCC - TRT-16ª - Técnico Judiciário) No que concerne às licitações internacionais, a Lei nº
8.666/1993
a) impõe obrigatoriamente licitação na modalidade concorrência, em qualquer hipótese.
b) admite a concorrência, a tomada de preços e o convite, desde que preenchidos os requisitos legais.
c) admite tão somente a concorrência e a tomada de preços, desde que preenchidos os requisitos legais.
d) impõe obrigatoriamente licitação na modalidade tomada de preços, em qualquer hipótese.
e) admite tão somente a concorrência e o convite, sendo este último admissível quando não houver
fornecedor do bem ou serviço no País.
Gabarito: B

O julgamento, assim como na modalidade concorrência, é feito por comissão integrada por 3
membros.
Lembrando, para Tomada de Preços:
a) obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação até R$ 3,300.000,00;
b) compras e serviços que não de engenharia até o valor estimado de contratação até R$
1.430.000,00.

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Modalidade Convite
(videoaula 43)

Conforme Lei 8.666/93, art. 22, § 3º:


"Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará,
em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas."

A modalidade convite recebe esse nome por ter como participantes os convidados pela
Administração Pública. Porém, aquelas empresas que não convidadas podem participar do certame. Para
participar, estas devem manifestar interesse em participar do convite no prazo de 24 horas da apresentação
das propostas e comprovar estar regularmente cadastradas no órgão público.
Segundo entendimento da doutrina majoritária, é possível a participação de licitantes não
cadastrados. Para estes segue-se a mesma regra da tomada de preços, devendo efetuar cadastro com até 3
dias de antecedência à data de apresentação das propostas. E como dito anteriormente, os interessados em
participar devem também manifestar interesse no prazo de 24 horas antes da apresentação (entrega) das
propostas. A Administração Pública irá escolher e convidar 3 interessados do ramo pertinente ao objeto a
ser licitado. As contratações dessa modalidade são de menor valor (pequeno vulto), sendo essa a
modalidade mais simples.

Valores limite para a modalidade convite:


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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Obras de serviços de engenharia Até R$ 330.000


Compras e demais serviços Até R$ 176.000

Questões
(FCC - TJ-PI - Técnico Judiciário) O convite é a modalidade de licitação entre
Parte superior do formulário
a) quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
b) interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
c) interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos em número mínimo de
três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas.
d) quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa
oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
e) quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior
lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Gabarito: c

(FCC - INFRAERO - Analista de Sistemas) De acordo com a Lei no 8.666/1993, a licitação, na modalidade
Convite,
a) terá no mínimo três participantes escolhidos e convidados pela unidade administrativa dentre
interessados, cadastrados ou não.
b) ocorre entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.
c) poderá ter o convite estendido a participantes cadastrados ou não que manifestarem seu interesse com
antecedência de até doze horas da apresentação das propostas.
d) terá no mínimo cinco participantes escolhidos e convidados pela unidade administrativa dentre
interessados, cadastrados ou não.
e) ocorre entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
Gabarito: a

(CESPE - STM - Analista Judiciário) Na modalidade convite, apenas as empresas convidadas poderão
apresentar propostas.
Gabarito: E

Carta-Convite

O Convite é a única modalidade de licitação que não se exige edital. O que substitui o edital é a carta-
convite, que é enviada diretamente aos interessados. A carta-convite não precisa ser publicada em diário
oficial, porém, deve ser afixado em local apropriado, observando-se o princípio da publicidade.

Questão (CESPE - STF - Analista Judiciário) A única modalidade de licitação para a qual não se exige edital
é o convite.
Gabarito: C

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento,
e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3
(três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades
administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
formalmente designado pela autoridade competente.

113
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

art. 22, § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for
impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no
§ 3o deste artigo (3 licitantes), essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no
processo, sob pena de repetição do convite.

Questão (CESPE - TRE-ES - Analista Judiciário) Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
ramo pertinente ao objeto a ser licitado, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, em número mínimo
de três, pela unidade administrativa, devendo, na impossibilidade de obtenção do número mínimo de
licitantes exigidos, a administração eleger outra modalidade para a realização do ato.
Gabarito: E

art. 22, § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a,
no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

Questão (FCC - TRF-1ª - Analista Judiciário) Na modalidade de convite,


a) a licitação deve ocorrer entre interessados, cadastrados ou não, que atenderem a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia posterior à data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.
b) a unidade administrativa afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá
aos demais cadas- trados, na correspondente especialidade, que manifestarem interesse com antecedência
de até 48 horas da apresentação das propostas.
c) a licitação passa por uma fase inicial de habilitação preliminar para que os interessados comprovem
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
d) a existência na praça de mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto
idêntico ou as- semelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações.
e) os interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração são convidados a oferecer
o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Gabarito: D

Licitações Internacionais
art. 23, § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu
objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões
de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de
fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Assim, para que a licitação internacional possa ser feita através da modalidade Convite, será
necessário que:
- Não haja fornecedor do bem ou serviço no País.
- Os valores estejam dentro dos limites estabelecidos para a modalidade convite.

Questão (CESPE - STJ - 2012) O convite é modalidade de licitação admitida nas licitações internacionais.
Gabarito: C

Lembrando, para Convite:


a) obras e serviços de engenharia com valor estimado de contratação até R$ 330.000,00;
b) compras e serviços que não de engenharia até o valor estimado de contratação até R$
176.000,00.

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Modalidade Concurso
(videoaula 44)
Conforme Lei 8.666/93, art. 22, § 4º:

"Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias."

Consoante ao exposto acima, é possível notar que se trata de uma modalidade que tem como
interesse não mais o valor do objeto mas sim a natureza deste.
Quanto ao prêmio mencionado no parágrafo, este pode ser em dinheiro ou até mesmo em viagem.
Podemos citar como exemplos de concursos para projetos arquitetônicos como a ponte JK em
Brasília, trabalhos de pesquisa como os realizados pela EMBRAPA, na concessão de bolsas para projetos
de pesquisa, obras de arte, monografias entre outros.

115
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (FCC TRT-MT - Técnico Judiciário) No que concerne à modalidade de licitação concurso, é correto
afirmar:
a) Destina-se à escolha de trabalho apenas técnico ou científico, não sendo admitido para qualquer outra
natureza de trabalho.
b) É possível, como forma contraprestação ao vencedor do certame, remuneração a ser paga pelo Poder
Público.
c) O edital deve ser publicado com antecedência mínima de quarenta dias.
d) Não é cabível, como forma de contraprestação ao vencedor do certame, a instituição de prêmios.
e) Apenas interessados previamente cadastrados podem participar do certame, não se admitindo a
participação de quaisquer interessados.
Gabarito: B

Art. 51, § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por
pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Veja que esta é a única modalidade de licitação em que a comissão especial não precisa ser
composta por agentes públicos, admitindo-se a participação de
técnicos e especialistas habilitados a julgar os concorrentes, mesmo que estes não pertençam aos quadros
da Administração Pública.

Questão (FCC - TRT-SP - Técnico Judiciário) No caso de licitação na modalidade de concurso, o


julgamento será feito
Parte superior do formulário
a) por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da
matéria em exame, servidores públicos ou não.
b) por um colegiado permanente, composto de pessoas da área específica dos licitantes, sendo que os
integrantes avaliadores devem ser servidores públicos.
c) pela mais elevada autoridade do órgão público, não sendo imprescindível ter conhecimento completo da
matéria, mas devendo ser titular de cargo efetivo.
d) por qualquer diretor ou assessor qualificado do órgão público interessado, mas que tenha conhecimento
da matéria em exame e esteja na Administração há mais de dois anos.
e) por uma comissão designada pela autoridade competente, integrada somente por particulares e que
atuem na área em exame há mais de cinco anos.
Gabarito: A

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1o O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

116
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.


§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo quando
julgar conveniente.
Com base no dispositivo acima, temos que essa modalidade terá regulamento próprio e quanto a ela
não serão aplicados os tipos de licitação (estudaremos mais à frente os tipos de licitação – melhor preço,
melhor técnica etc.) Toda a avaliação do concurso é feita a partir de critérios estabelecidos no regulamento
próprio citado no art. 52.
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços
técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de
concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

Questão (FCC - Prefeitura de Teresina-PI - Analista de Orçamento e Finanças - 2016) Considere:


I. Pareceres, perícias e avaliações em geral.
II. Auditorias financeiras ou tributárias.
III. Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal.
IV. Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas.
A Lei nº 8.666/93 previu que os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados
deverão, preferencialmente e ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, ser celebrados mediante
a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. São considerados serviços
técnicos profissionais especializados o que consta em
Parte superior do formulário
a) I, II e III, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) II e IV, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III e IV, apenas.
Gabarito: b

Modalidade Leilão
(videoaula 45)

Conforme Lei 8.666/93, art. 22, § 5º:


"Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis
inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação."
Quanto ao dispositivo acima, o mais importante é destacar que:
Aberta a todos interessados
Produtos legalmente apreendidos ou penhorados
- Trata-se de bens móveis inservíveis para a administração, ou seja, bens os quais já não são mais
de utilidade para a Administração Pública.
Mas não é em todos os casos que a lei permite a utilização dessa modalidade para bens móveis.
Segundo a lei 8.666, aplica-se essa modalidade a alienação de bens móveis com limite de valor até R$
650.000. Acima desse valor utilizar-se-á a modalidade concorrência.

Imóveis - desde que tenham sido recebidos pela Administração Pública por dação em pagamento ou
de procedimentos judiciais. Lembrando que a lei confere nestes casos o uso da modalidade concorrência ou
leilão. (art. 19)
Vence quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
A lei não traz nenhuma exigência quanto à habilitação previa dos licitantes.
O Leilão também admite a modalidade internacional

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

"Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos
judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas
as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão."

Questões (FCC - TRE-SE - Analista Judiciário) O leilão é uma modalidade de licitação


Parte superior do formulário
a) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, independentemente do valor da avaliação.
b) adequada somente para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior
ao valor da avaliação.
c) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de qualquer bem imóvel, a quem oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
d) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de bem imóvel, a quem oferecer o maior
lance, independentemente do valor da avaliação.
e) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Gabarito: E

(FCC - TRT-SC - Técnico Judiciário) No que concerne à modalidade de licitação leilão, é correto
afirmar:
a) O vencedor será o que oferecer o maior lance, que deve ser sempre superior ao valor da avaliação.
b) Os interessados devem estar previamente cadastrados.
c) Destina-se, dentre outras hipóteses, à venda de produtos ilegalmente apreendidos.
d) Não é destinada à alienação de bens imóveis da Administração, cuja aquisição haja derivado de dação
em pagamento.
e) Destina-se, dentre outras hipóteses, à venda de bens móveis inservíveis para a Administração.
Gabarito: E

(ESAF - MPU) A modalidade de licitação cabível, por previsão expressa de lei, gera a alienação de
bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, mas, a depender da forma pela qual forem adquiridos, é
a) a tomada de preço ou a concorrência.
b) a tomada de preço ou o leilão.
c) a concorrência ou o pregão.
d) a concorrência ou o leilão.
e) o pregão ou o leilão.
Gabarito: D

Art. 17, § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não
superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei (R$650 mil), a Administração poderá permitir
o leilão.
Como vimos anteriormente, caso o valor ultrapasse o limite de R$ 650.000, utilizar-se- á a modalidade
concorrência.

Questão (FCC - TCM-CE - Analista de Controle Externo) Leilão é modalidade licitatória aplicável para
Parte superior do formulário
a) alienação de bens móveis de qualquer valor.
b) aquisição de bens de natureza comum.
c) alienação de obras de arte e produtos penhorados, desde que em valor inferior a R$ 150.000,00.
d) alienação de bens móveis inservíveis e imóveis adquiridos em procedimento judicial.
e) alienação de bens móveis avaliados em até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e imóveis avaliados em até
R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Gabarito: D

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração,
procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço
mínimo de arrematação.

118
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior
a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente
entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de
convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro
horas.
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se
realizará.

Questão (FCC - TJ-PE - Oficial de Justiça) O leilão proceder-se-á na forma da legislação pertinente,
observando-se, entre outros aspectos, que
Parte superior do formulário
a) os bens arrematados deverão ser pagos, imediatamente após a realização do leilão, à vista ou no
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento), e o restante nas condições e prazos
estipulados no edital de convocação.
b) deverá ser cometido a leiloeiro oficial, ou não, mas vedada a designação de servidor pela Administração.
c) todo bem a ser leiloado dispensa a avaliação prévia, sendo esta facultativa, objetivando a fixação do
preço máximo de arrematação.
d) o edital do leilão não exige ampla divulgação no município em que será realizado, bastando uma simples
comunicação aos interessados.
e) o pagamento da parcela à vista, nos leilões internacionais, poderá ser realizado em até 03 (três) dias
úteis, prorrogáveis por mais 02 (dois) dias.
Gabarito: A

Pregão (parte 1)
(videoaula 46)
A Lei 10.520/2.002 instituiu a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e
serviços comuns, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Esta modalidade foi inicialmente
instituída pela MP 2016/2000.
Entretanto, as regras da Lei 8.666/93 devem ser aplicadas ao pregão subsidiariamente.

119
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Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21


de junho de 1993.

Questão (CESPE - STJ - Analista Judiciário) A respeito de pregão, julgue o item que se segue com base na
Lei n.o 10.520/2002.
Subsidiariamente, as normas da Lei n.º 8.666/1993 aplicam-se à modalidade de pregão.
Gabarito: C

Conforme Lei 10.520/2.002, art. 1º:


"Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de
pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado."
Segundo Hely Lopes Meirelles: "O que caracteriza bens e serviços comuns é sua padronização, ou
seja, a possibilidade de substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência. (...)
No pregão o fator técnico não é levado em consideração, mas apenas o fator preço".
Dessa forma, o pregão sempre adotará como critério de julgamento o menor preço. Sendo que,
poderá ser utilizado para qualquer valor do contrato.
O pregão é uma modalidade de licitação que foi instituída com a finalidade de conferir uma maior
competitividade e agilidade nas contratações públicas. Feito em sessão pública, através de propostas e
lances, vencendo aquele que oferecer um bem ou serviço pelo menor preço. Possui características
importantes a serem destacadas:

Qualquer valor: O pregão poderá ser usado quando a administração visar uma contratação de
qualquer valor. Sendo assim, ele funciona como uma alternativa às demais modalidades já estudadas. Porém,
para licitações federais ela é obrigatória.
Embora tenha sido instituído pela Lei nº 10.520/2002, o pregão alcança os mesmos órgãos e
entidades destacados pela lei nº 8.666/93, ou seja, aplica-se à administração direta e indireta dos entes
públicos, como autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Não podem ser licitados em pregão: Contratação de obras e serviços de engenharia, locações
imobiliárias e alienações em geral.

Questão (CESPE - STJ - Técnico Judiciário) Devido ao fato de o pregão ser utilizado para a contratação
de bens e serviços comuns, o critério empregado para a escolha do vencedor poderá ser o de menor preço
ou técnica e preço.
Gabarito: E

Lei 10.520/2.002, art. 2º, § 1º "Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de
tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica. O pregão poderá ser presencial ou
eletrônico."
Assim, podemos ter o pregão presencial e eletrônico. Na forma presencial, a Administração Pública
determina o local onde ocorrerá o pregão e os participantes comparecem ao local para participarem do
certame. Já na forma de pregão eletrônico, a disputa é feita à distância e pela internet por meio de um sistema.

Questões (FCC - TRT-MG - Analista Judiciário) Pregão é a modalidade licitatória aplicável para
Parte superior do formulário
a) aquisição de bens e serviços comuns e para contratação de obras de pouca complexidade.
b) alienação de bens adquiridos por adjudicação judicial.
c) aquisição de bens e serviços com valor inferior a R$ 80.000,00.
d) aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor.
e) alienação de bens inservíveis e aquisição de obras de arte.
Gabarito: d

(FCC - INFRAERO - Analista) O pregão, previsto na Lei no 10.520/2002,


a) não poderá ser adotado para a aquisição de bens e serviços comuns.
b) corresponde à modalidade de licitação em que a disputa não poderá ser feita por meio de propostas e
lances em sessão pública.
c) poderá ser realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia de informação, nos termos de
regulamentação específica.
d) corresponde à modalidade de licitação destinada apenas à União Federal.

120
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) trata de modalidade licitatória em que não são aplicáveis, subsidiariamente, as normas da Lei
no8.666/1993, dada a especificidade da disciplina legal que lhe é aplicável.
Gabarito: C

(CESPE - ANP - Analista Administrativo) O pregão não se aplica às contratações de obras e serviços de
engenharia.
Gabarito: C

A Lei 13.303/16, conhecida como Lei das Estatais, põe como modalidade de licitação preferencial
para aquisição de bens e serviços comuns, o pregão, conforme transcrevemos a seguir:
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão observadas as seguintes diretrizes: (...)
IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denominada pregão, instituída pela Lei no 10.520, de 17
de julho de 2002, para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado; (...)
Decreto 5.450/05 - Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços
comuns, para a União.
"Art. 1o A modalidade de licitação pregão, na forma eletrônica, de acordo com o disposto no § 1o do
art. 2 da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito
o

da União, e submete-se ao regulamento estabelecido neste Decreto.


Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade
pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica.
§ 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade,
a ser justificada pela autoridade competente."
Veja que a lei confere o uso preferencial do pregão eletrônico. Caso seja inviável o uso deste, a
Administração Pública deverá justificar a escolha pelo pregão presencial.
Fases do Pregão

Fase preparatória
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame,
as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
(CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - 2016) Com base na Lei n.º 10.520/2002,
julgue o item a seguir, relativo à contratação de bens e serviços de TI.
Na fase preparatória do pregão, podem ser feitas especificações do objeto que limitem a
competição, desde que elas sejam indispensáveis para o andamento do processo licitatório.
Gabarito: E

121
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo
e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da
licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo
efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
entidade promotora do evento.
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio
poderão ser desempenhadas por militares.

Questão (CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - 2016) No que se refere às licitações públicas,
julgue o próximo item.
No pregão, os membros da equipe de apoio deverão ser, em sua maioria, servidores que ocupem cargo
efetivo ou emprego na administração e que pertençam, preferencialmente, ao quadro permanente do órgão
ou entidade responsável pelo evento.
Gabarito: C

Pregão (parte 2)
(videoaula 47)

Fases do Pregão

Fase externa

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as
seguintes regras:
I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do
respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios
eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de
que trata o art. 2º;
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que
poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que
disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para
consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não
será inferior a 8 (oito) dias úteis;
VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas,
devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos
necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao
certame;
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando
ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a
indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da
conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

122
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VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10%
(dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do
vencedor;
IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os
autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos,
quaisquer que sejam os preços oferecidos;
X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados
os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e
qualidade definidos no edital;
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao
pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do
invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para
verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a
Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas
Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto
à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

Questões
(FCC - INFRAERO - Administrador) A modalidade licitatória pregão
a) aplica-se à aquisição ou alienação de bens e serviços comuns, excluídas obras e serviços de engenharia.
b) admite a apresentação de lances, após a abertura dos envelopes de preços, por todos os licitantes que
apresentaram propostas.
c) faculta a inversão de fases, com a abertura dos envelopes contendo as propostas de preços
preliminarmente ao exame da documentação de habilitação, a critério do pregoeiro.
d) aplica-se à aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado para a
contratação.
e) não se aplica à aquisição de bens e serviços de grande valor, assim entendidos aqueles com preço de
referência acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).
Gabarito: D

(CONSULPLAN - TRE-MG - Analista Judiciário) A Administração Pública estadual pretende realizar licitação
para a contratação de serviço de dedetização, decidindo-se pela utilização da modalidade de pregão. Diante
do exposto, é correto afirmar que
a) o pregão, como modalidade de procedimento licitatório, não pode ser utilizado pelos Estados, uma vez
que foi criado pela Lei Federal nº 10.520/2002 e direcionado à União Federal.
b) no caso não é necessária a realização de licitação em qualquer de suas modalidades, uma vez que o
objeto da contratação caracteriza-se como de urgência, configurando hipótese de licitação dispensada.
c) é possível a sua utilização, sendo certo que o pregão é um procedimento licitatório exclusivamente
documental, em que as propostas são abertas e julgadas em sessão única, o que garante a celeridade do
certame.
d) é possível a utilização do pregão, de modo que somente se procederá à verificação da habilitação do
licitante vencedor, etapa que sucederá a de julgamento, em contraposição ao que ocorre regularmente na
Lei nº 8.666/93.
e) não é possível a sua utilização, uma vez que não há previsão de utilização do pregão para contratação
de serviços, mas exclusivamente para a aquisição de bens comuns, quais sejam, aqueles cujos padrões de
desempenho sejam objetivamente definidos.
Parte inferior do formulário
Gabarito: D

XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do


Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados,
Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele
constantes;
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor;
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro
examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim
sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado
vencedor;
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o
proponente para que seja obtido preço melhor;

123
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XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a


intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do
recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número
de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata
dos autos;

Questão (CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo) Com relação à licitação pública, julgue o item
seguinte.
Declarado o vencedor da licitação, na modalidade pregão qualquer licitante poderá manifestar, imediata e
motivadamente, a intenção de recorrer, sendo-lhe concedido o prazo de três dias para apresentar as razões
do recurso.
Gabarito: C

XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de


aproveitamento;
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de
recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao
licitante vencedor;
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para
assinar o contrato no prazo definido em edital; e
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar
o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Pregão (parte 3)
(videoaula 48)

Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no
edital.
Questão (CESPE - TCU - Técnico Federal de Controle Externo) O prazo de validade das propostas no
pregão será de sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital pertinente.
Gabarito: C

Art. 5º É vedada a exigência de:


I - garantia de proposta;
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão
superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da
informação, quando for o caso.

Questões (CESPE - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) É vedada a exigência de garantia de
proposta no pregão.
Gabarito: C

(FCC - TRT-SP - Analista Judiciário) De conformidade com a Lei do Pregão,


Parte superior do formulário
a) a definição do objeto pode ser genérica, permitida a especificação por marca e modelo.
b) o prazo de validade das propostas é de 120 dias, se outro não for fixado no edital.
c) é vedada a exigência de pagamento de taxas e emolumentos, inclusive os referentes a fornecimento do
edital.
d) não é vedada a exigência de garantia da proposta.
e) é vedada a exigência de aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no
certame.
Gabarito: E

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar
de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução
de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo
inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal
ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se

124
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas
em edital e no contrato e das demais cominações legais.
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão
documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle,
nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Questão (CESPE - MME - Analista) No pregão é permitido


Parte superior do formulário
a) que todos os participantes participem de todos os lances subsequentes, após a oferta inicial de preços,
independentemente do valor originalmente dado.
b) documentar os atos essenciais, inclusive os decorrentes de meio eletrônico.
c) exigir garantia de proposta.
d) estabelecer, como condição para participação no certame, a aquisição do edital pelos licitantes.
e) avaliar as propostas com base nos critérios técnica e preço.
Gabarito: B

Modalidade Consulta
(videoaula 49)

A modalidade de licitação denominada Consulta surgiu na Lei Geral de Telecomunicações - Lei


9.472/1997 - que instituiu a ANATEL.
Posteriormente, a Lei n. 9.986/2000 em seu artigo 37 estendeu a modalidade
consulta para aquisição de bens e serviços por todas as agências reguladoras.

Questão (CESPE - HEMOBRÁS - Auxiliar Administrativo) As modalidades de licitação previstas na Lei n.º
8.666/1993 são a concorrência, a tomada de preço, o convite, o leilão, o concurso, o pregão e a consulta.
Gabarito: E

Lei 9.472/1997, "Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita ao
procedimento das licitações previsto em lei geral para a Administração Pública.
Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência poderá utilizar procedimentos
próprios de contratação, nas modalidades de consulta e pregão."
Dessa forma, obras e serviços de engenharia civil não estão sujeitas às modalidades consulta e
pregão.
Posteriormente, a Lei 9.986/2000 estendeu a modalidade Consulta a todas as agências reguladoras
federais, conforme abaixo:
Lei 9.986/2000, "Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Reguladoras
poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472,
de 1997, e nos termos de regulamento próprio.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referentes a obras e serviços de
engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de licitação e contratação para a
Administração Pública."

125
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Questões
(CESPE - Telebras - Especialista em Gestão) A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) pode
adquirir bens e serviços, por intermédio da modalidade de licitação denominada consulta.
Gabarito: C

(CESPE - ANTAQ - Analista Administrativo) A modalidade consulta de licitação é prevista apenas para as
agências reguladoras.
Gabarito: C

A Resolução nº 5, de 15 de janeiro de 1998, da ANATEL, regulamentou a modalidade consulta.


Transcrevemos, abaixo,
Art. 14. Para aquisição de bens ou serviços não comuns, a Agência adotará, preferencialmente, a
licitação na modalidade de consulta, que será regida por este Regulamento e, de modo subsidiário, pelas
normas procedimentais contidas no Regimento Interno, não se lhe aplicando a legislação geral para a
Administração Pública.
(...)
Art. 15. Consulta é a modalidade de licitação em que ao menos cinco pessoas, físicas ou jurídicas,
de elevada qualificação, serão chamadas a apresentar propostas para fornecimento de bens ou serviços não
comuns.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços não comuns aqueles com diferenças de
desempenho e qualidade, insuscetíveis de comparação direta, ou que tenham características
individualizadoras relevantes ao objeto da contratação, em casos como o dos trabalhos predominantemente
intelectuais, da elaboração de projetos, da consultoria, da auditoria e da elaboração de pareceres técnicos,
bem assim da aquisição de equipamentos sob encomenda e de acordo com especificações particulares da
Agência ou de outros bens infungíveis.
Art. 16. Aplicam-se à consulta as seguintes regras:
I - na fase preparatória a autoridade competente (art. 6º) aprovará a lista de pessoas a serem
chamadas a apresentar propostas, bem como a composição do júri que as avaliará e os critérios de aceitação
e julgamento das propostas;
II - o júri será constituído de pelo menos três pessoas de elevado padrão profissional e moral,
servidores ou não da Agência, devendo sua indicação ser justificada nos autos, apontando-se sua
qualificação;
(...)
X - as propostas serão classificadas de acordo com os critérios fixados na convocação, os quais
devem viabilizar a ponderação entre o custo e o benefício de cada proposta, considerando a qualificação do
proponente;
XI - a aceitabilidade das propostas, em relação ao seu conteúdo e preço, será decidida por maioria
de votos e a classificação será feita em função das notas que lhes forem atribuídas pelos jurados;
(...)

XIV - classificadas as propostas, o júri adjudicará o objeto da consulta ao vencedor;

Questão (CESPE - ANATEL - Analista Administrativo) Acerca de licitações e contratos e do regulamento de


contratações da ANATEL, julgue o próximo item.
O pregão é modalidade de licitação cabível à aquisição de bens e serviços comuns, entendidos como
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio
de especificações usuais no mercado. Já a consulta é modalidade de licitação cabível para bens e serviços
não comuns, sendo suas propostas submetidas a um júri. Essas duas modalidades de licitação se
identificam por não exigirem qualquer limite de valor para sua realização.
Gabarito: C

Tipos de Licitação (parte 1)


(videoaula 50)

Primeiramente, é importante não confundir "tipos" com "modalidades" de licitação. O termo "tipos de
licitação" diz respeito aos critérios de julgamento, conforme o § 1º, art. 45, Lei 8.666/93.

126
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O artigo 45 da lei das licitações traz os tipos de licitação, ou seja, critérios de julgamento que serão
adotados para a seleção da proposta vencedora. Esse julgamento da proposta será sempre objetivo, pois
cabe à administração a observância ao Princípio do Julgamento Objetivo.
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade
concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital
ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

Atente-se para o fato de que os tipos de licitação elencados no artigo 45 não se aplicam à modalidade
de licitação concurso.

Questões
(CESPE - ANTAQ - Analista Administrativo) Diferentemente das modalidades de licitação, que estabelecem
o critério de julgamento, os tipos de licitação definem os procedimentos a serem adotados.
Gabarito: E

(CESPE - MS - Analista Administrativo) À modalidade de licitação denominada concurso não se aplicam os


tipos de licitação melhor técnica, melhor preço, técnica e preço, maior lance ou oferta, uma vez que os
vencedores do concurso recebem um prêmio ou uma remuneração.
Gabarito: C

(CESPE - ANTAQ - Técnico Administrativo) Os tipos de licitação a serem utilizados na modalidade pregão
são menor preço e menor lance ou oferta.
Gabarito: E

(FCC- TRE-AL - Analista Judiciário) De acordo com a Lei nº 8.666/93, constituem tipos de licitação,
EXCETO na modalidade concurso, dentre outros,
Parte superior do formulário
a) empreitada por preço global e empreitada integral.
b) menor preço e técnica e preço.
c) convite e tomada de preços.
d) execução direta e execução indireta.
e) menor preço e tarefa.
Gabarito: B

Quando usar os tipos "melhor técnica" ou "técnica e preço"


Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente
para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos,
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do
artigo anterior.

Questões
(CESPE - STM) Melhor técnica ou técnica e preço são tipos de licitação que não podem ser utilizados para
serviços de natureza intelectual; na elaboração de projetos, cálculos, estudos técnicos preliminares e

127
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

projetos básicos e executivos; e na fiscalização, supervisão e gerenciamento de engenharia consultiva, em


geral.
Gabarito: E

(CESPE - MME - Analista) Descartando-se a realização de concurso, a elaboração de projeto de controle do


acesso de pessoas infectadas com vírus ou bactérias perigosas durante grandes eventos, que demande
prioritariamente trabalho intelectual para o desenvolvimento do melhor e mais seguro artefato para esse
controle, poderá ser contratada com licitação do tipo
Parte superior do formulário
a) melhor técnica.
b) melhor trabalho.
c) pregão.
d) menor preço.
e) menor lance ou oferta.
Gabarito: A

Tipos de Licitação (parte 2)


(videoaula 51)

Melhor técnica
Art. 46. § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente
explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes


previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios
pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório
e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta,
compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos,
e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço
dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à
negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos
detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela
proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado,
sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para
a contratação;
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente
habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.

128
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (ESAF - SUSEP - Analista Técnico) Para tornar correta a seguinte afirmação, basta preencher as
lacunas com as palavras da opção:
"Nas licitações do tipo 'melhor técnica', a consecução de acordo para a contratação deverá ter, como
referência, o limite representado pela proposta de __________ entre os licitantes que obtiveram a
valorização mínima em sua proposta __________."
Parte superior do formulário
a) menor preço // técnica
b) melhor técnica // de preços
c) maior preço // de preços
d) melhor técnica // técnica
e) menor preço // de preços
Gabarito: A

Técnica e preço
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo
anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos
preestabelecidos no instrumento convocatório;
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das
propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

Questão (FCC - TCM-RJ - Auditor - questão adaptada para C ou E) A Secretaria de Estado da Fazenda
instaurou procedimento licitatório do tipo técnica e preço objetivando a contratação de empresa ou
consórcio de empresa para realizar avaliação econômico-financeira e propor modelagem para privatização
de empresa controlada pelo Estado. Referido tipo de licitação determina que a classificação dos
proponentes seja feita de acordo com a média ponderada da proposta técnica e do preço, de acordo com os
pesos estabelecidos no edital.
Gabaritos: C

129
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Contratação de bens e serviços de informática


§ 4o , do art 45. Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o
disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em
seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de
outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
Lei 8.248/91, Art. 3º, § 3o A aquisição de bens e serviços de informática e automação, considerados
como bens e serviços comuns nos termos do parágrafo único do art. 1o da Lei no 10.520, de 17 de julho de
2002, poderá ser realizada na modalidade pregão, restrita às empresas que cumpram o Processo Produtivo
Básico nos termos desta Lei e da Lei no 8.387, de 30 de dezembro de 1991.

130
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Quanto aos bens e serviços de informática é importante salientar que existe uma peculiaridade, pois
o mesmo assunto é tratado tanto pela Lei nº 8.666/93,quanto pela 8.248/91. O que ocorre é que a lei 8.666
traz a obrigatoriedade do tipo técnica e preço, o que não é cabível sob a modalidade Pregão; Por outro lado
a Lei nº 8.248/91 traz a modalidade Pregão a ser aplicada quanto aos bens de serviço e informática. Para
efeitos de prova, mantenha-se atento ao que o examinador da banca está perguntando. Caso pergunte com
relação à Lei 8.666 utilizar-se-á o tipo técnica e preço, já se questionar sob a Lei 8.248/91 utilizar-se-á a
modalidade Pregão.

Questões
(FCC - TCE-SE - Analista de Controle Externo) As licitações para contratação de bens e serviços de
informática e automação realizadas pelos órgãos e entidades da Administração Federal, direta e indireta,
pelas fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações sob controle direto
ou indireto da União, segundo o Decreto n° 1.070, de 02/03/1994, ressalvadas as hipóteses de dispensa ou
inexigibilidade previstas na legislação, devem ser, obrigatoriamente, do tipo
a) menor preço.
b) melhor técnica.
c) técnica e preço
d) tomada de preços.
e) concorrência.
Gabarito: C

(CESPE - TRE-MS - Analista Judiciário) Para contratar bens e serviços de informática, a organização
pública deverá obrigatoriamente utilizar o tipo de licitação denominado
a) concorrência.
b) melhor preço.
c) tomada de preços.
d) melhor técnica.
e) técnica e preço.
Gabarito: E

Modalidades e Tipos de Licitação

Modalidade de Licitação Tipo de Licitação


Convite e Tomada de Preços Menor Preço, melhor técnica, técnica e
preço
Leilão Maior lance ou oferta
Pregão Menor preço
Concorrência Todos
Obs.: Lembrando que no caso do concurso não há que se falar em tipo de licitação.

Questão (FCC - TCM-BA - Procurador) A licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço aplica-se para

a) a contratação de serviços de natureza predominantemente intelectual.


b) a contratação de qualquer tipo de objeto, quando cabível exclusivamente a modalidade concorrência.
c) a contratação exclusiva de projetos de alta complexidade.
d) a contratação, a critério exclusivo da Administração, independentemente do objeto, desde que
devidamente justificada.
e) a escolha de trabalho científico ou artístico, apenas.
Gabarito: A

Procedimento/Fases – Introdução e Audiência Pública


(videoaula 52)
Introdução
A Lei 8.666/93 não trouxe, de forma didática e enumerada, as fases da licitação. Mas, por outro lado,
é nessa lei que encontramos todas as fases da licitação, em que vamos abordar.
Visto que a modalidade "concorrência" é a mais complexa, vamos tomá-la como eixo principal do
nosso estudo sobre as fases da licitação.
Didaticamente, a doutrina divide o procedimento licitatório em fase interna e externa.
131
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A fase interna é a primeira e como o nome sugere tem início dentro da administração pública e está
descrita no art. 38 da Lei 8.666/93, conforme a seguir:
"Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de
seu objeto e do recurso próprio para a despesa (...)"
Na modalidade "pregão" a fase interna é denominada "preparatória", conforme a Lei 10.520/2002 a
seguir:
"Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame,
as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo
e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da
licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo
efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
entidade promotora do evento.
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio
poderão ser desempenhadas por militares."
Atente-se para o fato de que é na fase interna que a administração pública irá preparar o edital,
indicar o objeto a ser licitado, a modalidade que será empregada e qual o tipo de licitação que será usado.

Segundo Hely Lopes Meirelles:


O procedimento da licitação inicia-se na repartição interessada com a abertura de processo em que
a autoridade competente determina sua realização, define seu objeto e indica os recursos hábeis para
a despesa. Essa é a fase interna da licitação, à qual se segue a fase externa, que se desenvolve através
dos seguintes atos, nesta sequência: audiência pública; edital ou convite de convocação aos
interessados; recebimento da documentação e
propostas; habilitação dos licitantes; julgamento das propostas; adjudicação e homologação.

Fase Externa

132
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A fase externa, mais importante e complexa, está descrita no art. 43 em sua grande parte.
Resumidamente e de forma didática, podemos organizá-la em:
- Audiência Pública
- Edital (ou Carta-convite)
- Recebimento da documentação e propostas
- Habilitação
- Julgamento
- Homologação
- Adjudicação

Questão (CESPE - CEHAP-PB - Administrador) A realização de uma licitação deve desenvolver-se em uma
sequência lógica, em que pode-se distinguir uma fase interna e uma fase externa. Assinale a opção que
apresenta uma das etapas da fase interna.
Parte superior do formulário
a) habilitação dos licitantes.
b) publicação do edital.
c) definição da modalidade e tipo de licitação.
d) homologação e adjudicação.
Gabarito: C

Audiência Pública
O art. 39, da Lei 8.666/93, disciplina a audiência pública:
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta
Lei (R$150 milhões), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública
concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista
para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização,
pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos
similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas
em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias
após o término do contrato resultante da licitação antecedente.
Veja que a Audiência Pública só ocorre quando o valor da licitação é superior à R$ 150 milhões de
reais, ou seja, licitações de grande valor (grande vulto) aplicando-se também aos conjuntos de licitações
simultâneas ou sucessivas.

Questões
(FCC - TRE-RO - Analista Judiciário) O Estado de Rondônia realizará procedimento licitatório na
modalidade concorrência para a construção de grandiosa obra pública. Cumpre salientar que o valor
estimado para a licitação é de R$ 160.000.000,00 (cento e sessenta milhões de reais). No caso narrado e
de acordo com a Lei nº 8.666/1993, o processo licitatório em questão
Parte superior do formulário
a) prescinde de audiência pública, haja vista que apenas as licitações cujo valor supera quinhentos milhões
de reais é que necessitam de tal formalidade.
b) prescinde de audiência pública, haja vista que apenas as licitações cujo valor supera duzentos milhões
de reais é que necessitam de tal formalidade.
c) será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com
antecedência mínima de trinta dias úteis da data prevista para a publicação do edital.
d) será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com
antecedência mínima de quinze dias úteis da data prevista para a publicação do edital.
e) será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com
antecedência mínima de quarenta e cinco dias úteis da data prevista para a publicação do edital.
Gabarito: D

(CESPE - TRE-ES - Analista Judiciário) Como expressão da participação popular no controle da


atividade administrativa, a legislação sobre licitações prevê, expressamente, que, nas contratações de
grande valor, é obrigatória a realização de audiência pública com antecedência mínima de quinze dias
úteis da data de publicação do edital.
Gabarito: C

133
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - Policia Federal - Perito Criminal Federal) Acerca da Lei n.o 8.666/1993, que estabelece
normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, julgue o seguinte item.
O critério para se definir a obrigatoriedade de audiência pública no início de um processo licitatório é o
valor estimado para uma licitação ou um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas.
Gabarito: C

(FCC - TCE-RO - Auditor) A Audiência Pública previamente à publicação do edital de licitação é exigível
a) nas licitações na modalidade concorrência, independentemente do valor, e realizada com, no mínimo, 15
dias úteis de antecedência em relação à publicação do edital.
b) nas licitações para contratação de parcerias públicoprivadas, independentemente do valor, e realizada
com, no mínimo, 30 dias úteis de antecedência em relação à publicação do edital.
c) sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
sucessivas seja superior a R$ 150 milhões e realizada com antecedência mínima de 15 dias úteis da data
prevista para a publicação do edital.
d) nas licitações para privatização de empresas públicas concessionárias de serviço público e realizada
com, no mínimo, 30 dias úteis de antecedência em relação à publicação do edital.
e) nas licitações para privatização de empresas públicas concessionárias de serviço público e para
contratação de parcerias público-privadas, sempre que o valor supere R$ 20 milhões, e realizada com, no
mínimo, 15 dias úteis de antecedência em relação à publicação do edital.
Gabarito: C

Procedimento/Fases - Edital (parte 1)


(videoaula 53)
Edital
O Edital é o instrumento que traz as regras que devem ser seguidas em determinada licitação, por
isso é conhecida como "lei interna" da licitação. É também o instrumento que dá publicidade à licitação. Todas
as modalidades estão sujeitas ao edital, exceto a modalidade "convite".
Carta-convite
Na modalidade convite o instrumento que substitui o edital, dando publicidade e trazendo as regras
de determinada licitação nessa modalidade é a "carta-convite". Lembrando que, conforme o art. 22, § 3º, a
carta-convite é enviada aos convidados em número mínimo de 3 e, também, deverá ser afixada cópia em
local apropriado. As regras aplicadas ao edital, no que for cabível, devem ser aplicadas também à carta-
convite.
Lei 8.666/93, Art. 22, § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos

134
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de
até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

Aviso
Conforme Lei 8.666/93: "Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com
recursos federais ou garantidas por instituições federais;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação
feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no
Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem,
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para
ampliar a área de competição.
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o
texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação."

Questão (ESAF - MPOG - Analista de Planejamento e Orçamento) No tocante ao princípio da publicidade


no âmbito das licitações regidas pela Lei n. 8.666/93, assinale a modalidade de licitação em que tal princípio
é garantido sem, todavia, haver publicação do instrumento convocatório no Diário Oficial da União.
a) Concorrência.
b) Tomada de Preços.
c) Concurso.
d) Leilão.
e) Convite.
Gabarito: E

A respeito do "aviso", a Lei 10.520/2002 (pregão), diz:


"Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as
seguintes regras:
I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do
respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios
eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de
que trata o art. 2º;
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que
poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que
disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;
"Art. 3º, I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do
certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por
inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento (...)"
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para
consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;(...)"

Questão (CESPE - UNIPAMPA - Administrador) A respeito da licitação pública, julgue os itens que se
seguem.
O pregão compreende uma fase interna, denominada preparatória, e uma fase externa, que se inicia com a
publicação do aviso do edital de convocação.
Gabarito: C

135
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Procedimento/Fases - Edital (parte 2)


(videoaula 54)

O art. 40 da Lei 8.666/93 traz quais as informações obrigatórias que devem estar contidas no edital.
Para facilitar o estudo desta parte, recomendo baixar qualquer edital de licitação na internet e visualizar um
exemplo. A seguir, o citado artigo:
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será
regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início
da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art.
64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa
ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma
de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão
fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento
das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de
licitações internacionais;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de
preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em
136
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a
adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do
orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que
serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de
adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de
recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais
antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

Questão (ESAF - DNIT - Técnico Administrativo) Um edital de licitação deve ter obrigatoriamente
determinados elementos. Assinale a opção que cita corretamente três desses elementos.

Parte superior do formulário


a) Objeto da licitação, condições para participação na licitação e forma de apresentação das propostas.
b) Condições diferenciadas de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, forma de
apresentação das propostas e preâmbulo.
c) Sanções para o caso de inadimplemento, nome do órgão interessado e critério de fixação de preços
mínimos.
d) Critérios de julgamento, critérios de ajuste e o cadastro da comissão de licitação, incluindo nome e e-mail.
e) Forma de apresentação das propostas, critérios de julgamento e critério de fixação de preços mínimos.
Parte inferior do formulário
Gabarito: A

Exemplo básico de um edital e as informações que devem conter em sua estrutura.

Roteiro aula 55
Licitação - Procedimento/Fases - Edital (parte 3)

137
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Procedimento/Fases - Edital (parte 3)


(videoaula 55)

Prazos Mínimos
Vamos estudar os prazos mínimos até o recebimento das propostas ou da realização do evento, que
está disciplinado no art. 21 da Lei 8.666/93 e, no caso do pregão, no art. 4º, V, da Lei 10520/2002.
Segundo a Lei 8.666/93:
Art. 21, § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última
publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do
convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.
Lei 8.666/93, Art. 21, § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I - quarenta e cinco dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
II - trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior,
ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite.

138
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Lei 8.666/93, Art. 21, § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente,
a alteração não afetar a formulação das propostas.

Pregão
Lei 10.520/2002, Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados
e observará as seguintes regras:
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para
consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não
será inferior a 8 (oito) dias úteis;

Questões
(FCC - Secretaria de Finanças-RO - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais)
Conforme estabelece a Lei no 8.666/93, o prazo mínimo até o recebimento das propostas ou a realização
do evento será de
a) quarenta e cinco dias para tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço".
b) trinta dias para concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada
integral.
c) trinta dias para a concorrência, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço".
d) cinco dias úteis para a licitação na modalidade convite.
e) trinta dias para a licitação na modalidade concurso.
Gabarito: D

(FCC - MPE-RN - Analista) O Estado do Rio Grande do Norte pretende realizar licitação na modalidade
tomada de preços, do tipo "técnica e preço", para a futura celebração de contrato administrativo. Nos termos
da Lei n° 8.666/1993, o prazo mínimo entre a publicação do edital e o recebimento das propostas será de
Parte superior do formulário
a) 5 dias.
b) 10 dias.
c) 20 dias.
d) 45 dias.
e) 30 dias.
Gabarito: E

Edital - Impugnação Administrativa


Qualquer irregularidade que ocorra no edital, este está passível de impugnação por qualquer cidadão.

139
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Os prazos para impugnação serão de 5 dias úteis para qualquer cidadão ou


2 dias úteis para o licitante.
Segundo a Lei 8.666/93:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura
dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante
que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência,
a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de
leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito
de recurso.
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo
licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.

Questões
(CESPE - TCU - Técnico Federal de Controle Externo) Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
edital de licitação por irregularidade na aplicação da lei, devendo a administração pública, caso a
impugnação seja protocolada no prazo da lei, julgá-la e respondê-la em até três dias úteis.
Gabarito: C

(FCC - TRE-RR - Analista Judiciário) A empresa XYZ constatou irregularidade em edital de


concorrência, na qual pretende participar, razão pela qual impugnou os termos do edital, dentro do
prazo previsto para tanto, conforme os ditames da Lei n°8.666/93. O prazo a que se refere o
enunciado é de até
Parte superior do formulário
a) três dias úteis, posteriores à abertura dos envelopes de habilitação.
b) um dia útil, antecedente à abertura dos envelopes de habilitação.
c) dois dias úteis, antecedentes à abertura dos envelopes de habilitação.
d) cinco dias úteis, posteriores à abertura dos envelopes de habilitação.
140
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) vinte horas antes da abertura dos envelopes de habilitação.


Gabarito: C

(FCC - MPU - Analista Administrativo) A respeito do procedimento licitatório, considere:


I. O pedido de impugnação de edital de licitação deve ser protocolado até 15 dias úteis antes da data fixada
para a abertura dos envelopes de habilitação.
II. A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até
o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
III. A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.
IV. Decairá do direito de impugnar o edital de licitação o licitante que não o fizer até o quinto dia útil que
anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência.
Está correto o que consta APENAS em
Parte superior do formulário
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.
Gabarito: C

Obs.: Na modalidade Pregão Presencial o prazo limite para protocolar o pedido de impugnação é de
até 2 (dois) dias úteis antes da data fixada para:
- recebimento das propostas (no caso do pregão presencial) Decreto 3.555/2000, artigo 12.
- abertura da sessão pública (no caso do pregão eletrônico) Decreto 5.450/2005 artigo 18 .

Procedimento/Fases - Habilitação (parte 1)


(videoaula 56)

Segundo a doutrina, a fase da licitação que antecede a habilitação é o


" recebimento da documentação e propostas". O próprio nome já diz tudo. Essa é a fase em que o
licitante formaliza sua entrada na licitação ao entregar a documentação para a habilitação e as propostas para
o julgamento.
Na fase de habilitação, a comissão de licitação irá receber, examinar e julgar os documentos e
procedimentos quanto à licitação e ao cadastramento, ou seja, irá avaliar se os interessados atendem às
condições exigidas no instrumento convocatório, podendo estes interessados serem inabilitados por não
preencherem os requisitos previstos em lei, ou habilitados se atenderem ao requisitos.
Importante lembrar que no caso da modalidade Tomada de Preços essa fase de habilitação ocorre
antes do cadastramento.
Habilitação - Comissão de Licitação

A formação da comissão de licitação ou comissão julgadora é um pré-requisito para a habilitação e


julgamento das propostas.
Conforme Lei 8.666/93:
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento,
e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3
(três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades
administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
formalmente designado pela autoridade competente.
§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição
de equipamentos.
§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos
praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e
registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a
recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.

141
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(FCC - TCE-SP - Auxiliar de Fiscalização Financeira) A habilitação preliminar, a inscrição em registro
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão
permanente ou especial de, no mínimo,

142
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) 6 membros, sendo pelo menos 3 deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes
dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
b) 9 membros, sendo pelo menos 5 deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes
dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
c) 7 membros, devendo todos serem servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
d) 5 membros, devendo todos serem servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
e) 3 membros, sendo pelo menos 2 deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes
dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
Gabarito: E

(FCC - TRT-AL - Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas, à luz da Lei no 8.666/93:
I. Na licitação modalidade convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades
administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
formalmente designado pela autoridade competente.
II. Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela
Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata
lavrada na reunião que tiver sido tomada a decisão.
III. A investidura dos membros das Comissões não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da
totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente.
IV. No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, obrigatoriamente servidores públicos.
Está correto o que consta APENAS em

a) III e IV.
b) I e IV.
c) II.
d) I, III e IV.
e) I, II e III.
Gabarito: E

Conceito de Habilitação conforme Hely Lopes Meirelles: "é o ato pelo qual o órgão competente, examinada
a documentação, manifesta-se sobre os requisitos pessoais dos licitantes, habilitando-os ou inabilitando-os."
A Lei 8.666/ 93 traz em seu artigo 43 os procedimentos a serem adotados pela Administração Pública para
o julgamento das licitações, por outro lado, o artigo 27 da mesma lei traz a exigência da documentação para
a habilitação, como veremos a seguir:
Lei 8.666/93, Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua
apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas
propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
Lei 8.666/93, Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente,
documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.

art. 7º, XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Questão (FCC - TRF-2ºR - Analista Judiciário - adaptado) Na fase de habilitação de um processo licitatório,
exigir-se-á dos interessados exclusivamente a documentação relativa
a) à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal e
trabalhista.
b) à habilitação jurídica, qualificações técnica e econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista e às
limitações constitucionais de trabalho aos menores de 18 anos de idade.

143
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) a qualificações técnica e econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista e às limitações


constitucionais de trabalho aos menores de 18 anos de idade.
d) à habilitação jurídica, regularidade fiscal e qualificação econômico-financeira e às limitações
constitucionais de trabalho aos menores de 18 anos de idade.
e) a qualificações técnicas, regularidade fiscal e trabalhista, qualificação econômico-financeira e à
capacidade eleitoral ativa.
Gabarito: B

Procedimento/Fases - Habilitação (parte 2)


(videoaula 57)

De acordo com artigo 27 da lei nº 8.666, na fase de habilitação serão exigidos exclusivamente alguns
documentos relativos à Habilitação Jurídica, Regularidade Fiscal e trabalhista, Qualificação Técnica e
Qualificação econômico Financeira.
A administração deverá exigir apenas os documentos listados do artigo 28 a 31, pois não são raras
às vezes em que uma licitação acaba sofrendo impugnação por exigir documentos não previstos nesses
artigos.

Habilitação Jurídica
A habilitação jurídica é a prova de que aquela pessoa, física ou jurídica, existe. E a depender da
pessoa, haverá a necessidade de apresentação de um documento.
Segundo Lei 8.666/93, Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de
sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de
seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em
exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento
no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a
atividade assim o exigir.

Questões
(CESPE - Banco da Amazônia - Advogado) A Lei n.º 8.666/1993 exige, para a demonstração da habilitação
jurídica de sociedade empresária, a apresentação do ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor,
devidamente registrado.
Gabarito: C

144
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(VUNESP - SPTrans - Analista) Cédula de identidade, registro comercial, ato constitutivo, estatuto ou
contrato social, inscrição do ato constitutivo e decreto de autorização compõem a documentação relativa à
a) qualificação técnica.
b) qualificação econômico-financeira.
c) regularidade fiscal e trabalhista.
d) qualificação administrativa.
e) habilitação jurídica.
Gabarito: E

Regularidade Fiscal e Trabalhista


A documentação referente à Regularidade Fiscal e Trabalhista diz respeito à situação daquela
empresa com relação ao fisco, verificando-se CPF, CGC (Cadastro Geral de Contribuintes ) regularidade com
as fazendas Federal Estadual e Municipal, regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS (Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço) e inexistência de débitos.
O CGC (Cadastro Geral de Contribuintes) não existe mais, em seu lugar usamos o CNPJ, porém caso
o examinador peça nos termos da lei 8.666 utilize o CGC.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em:

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes


(CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede
do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a
apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
CLT, Decreto-Lei 5.452/43, Título VII-A, Art. 642-A. É instituída a Certidão Negativa de Débitos
Trabalhistas (CNDT), expedida gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de débitos
inadimplidos perante a Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011)
§ 1o O interessado não obterá a certidão quando em seu nome constar
I – o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado
proferida pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no concernente aos
recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos ou a recolhimentos determinados em
lei; ou (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011)
II – o inadimplemento de obrigações decorrentes de execução de acordos firmados perante o
Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia.

Questão (FUNRIO - IF-PA - Auxiliar em Administração) Nos termos da Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho
de 1993 e alterações, a apresentação de prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e
Municipal do domicílio ou sede do licitante, constitui requisito para fins de comprovação de
a) qualificação técnica.
b) habilitação jurídica.
c) qualificação econômica.
d) regularidade financeira.
e) regularidade fiscal e trabalhista.
Gabarito: E

Qualificação Técnica
Como o próprio nome sugere, verifica-se a capacitação técnica da empresa, para avaliar se esta
possui a qualificação necessária para executar o objeto contratado.
Lei 8.666/93, Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do
aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

145
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido,
de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das
obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

Questão (FCC - Prefeitura de Teresina - PI - Analista) Nos termos da Lei nº 8.666/93, a “comprovação do
ato constitutivo, estatuto ou contrato social” e o “registro ou inscrição na entidade profissional competente”
são documentos relativos, respectivamente, à
a) regularidade fiscal e habilitação jurídica.
b) habilitação jurídica e habilitação jurídica.
c) regularidade fiscal e qualificação técnica.
d) habilitação jurídica e qualificação técnica.
e) habilitação jurídica e regularidade fiscal.
Gabarito: D

Qualificação econômico-financeira
Verifica-se se a empresa possui capacidade econômico- financeira para executar o objeto. Por
exemplo, suponhamos que o objeto da licitação seja a construção de uma grande ponte cujo valor é altíssimo,
porém a empresa não possui uma situação financeira favorável, passa por instabilidades ou corre risco de
falência, por isso faz-se importante a avaliação de documentos que comprovem sua capacidade financeira
em desempenhar o objeto da licitação.

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:


I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e
apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica,
ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei (para
garantia da celebração dos contratos), limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação.
Obs.: Lei 8.666/93, Art. 56, § 1º. § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma
escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco
Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.

Questões
(CESPE - Banco da Amazônia - Advogado) Não pode o poder público, para qualquer habilitação em
licitação, exigir documentação sobre a qualificação econômico-financeira de empresa habilitante, com o
objetivo de buscar melhor esclarecimento sobre a capacidade financeira dessa empresa de honrar os
compromissos que poderão advir da habilitação.
Gabarito: E

(UFPR - Itaipu Binacional - Engenharia civil) Com base na Lei 8.666/93, que trata de licitações,
identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A prova de situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei constitui um
dos documentos relativos à regularidade fiscal.
( ) A certidão negativa de falência expedida pelo distribuidor judicial da sede da empresa constitui um
dos documentos relativos à habilitação jurídica.
( ) O registro ou inscrição na entidade profissional competente constitui um dos documentos relativos
à qualificação técnica.
( ) A garantia prestada pelo interessado, no limite de 1% do valor estimado do objeto da contratação,
constitui um dos documentos relativos à qualificação econômico-financeira.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – F.
b) V – V – F – F.
c) F – V – F – V.
d) V – F – V – V.
e) F – V – V – F.

146
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: D

Lei 8.666/93, Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original,
por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou
publicação em órgão da imprensa oficial.
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em
parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

Questão (VUNESP - SPTrans - Analista) O § 1. o , do art. 32, da Lei n.º 8.666/93, estipula que a
documentação relativa à habilitação jurídica, à regularidade fiscal e trabalhista, à qualificação técnica e à
qualificação econômico-financeira poderá ser dispensada, em todo ou em parte, nos casos de
a) convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão, somente.
b) concorrência, tomada de preços, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão, somente.
c) concorrência, tomada de preços, convite e concurso, somente.
d) concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão, somente.
e) fornecimento de bens para pronta entrega, somente.
Gabarito:A

Procedimento/Fases - Julgamento
(videoaula 58)

O julgamento é a fase em que as propostas são analisadas, de modo a classificá-las para, assim,
determinar o vencedor.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua
apreciação; (Habilitação)
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas
propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; (Habilitação)
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que
transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento
dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso,
com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do

147
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento,
promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do
edital; (...)
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente
de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos
definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta
Lei.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou
reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais
licitantes.
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de
valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando
se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela
ou à totalidade da remuneração.
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra
estrangeira ou importações de qualquer natureza.

Questões
(CESPE - STM - Analista Judiciário) No processo licitatório, a desistência de proposta após a fase de
habilitação só é permitida por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissão de
licitação.
Gabarito: C

(FCC - TRE-PR - Técnico Judiciário) O julgamento das propostas apresentadas em regular


procedimento de concorrência deve ser feito
a) de acordo com os critérios, subjetivos e objetivos, constantes do edital publicado.
b) objetivamente, sendo possível a desconsideração parcial dos critérios constantes no edital caso
necessário para contratação da proposta de menor preço.
c) preliminarmente de acordo com os requisitos constantes do edital, facultando-se aos competidores, antes
do julgamento definitivo, a redução de sua proposta.
d) observando-se os critérios objetivos constantes do edital e de seus anexos, ainda que publicados após o
prazo para apresentação das propostas.
e) objetivamente, observando-se os critérios fixados no edital, que não poderá ser alterado para adequação
das propostas.
Gabarito: E

Art. 3º, § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Desempate
Art. 3º, § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
I - (revogado)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
de acessibilidade previstas na legislação.
Art. 45. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no
§ 2 do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual
o

todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (FCC - TRT-MT - Analista Judiciário) De acordo com a ordem estabelecida pelo § 2° do art. 3° da
Lei n° 8.666/1993, em igualdade de condições, como critério de desempate, é assegurada preferência aos
bens e serviços produzidos
Parte superior do formulário
a) por empresas estrangeiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia do País.
b) ou prestados por empresas que comprovem o cumprimento de reserva de cargos legal para pessoa com
deficiência.
c) ou prestados por empresas que possuam, no mínimo, 30% do capital estrangeiro.
d) ou prestados por empresas brasileiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País ou no exterior.
e) no País, ou seja dentro do território nacional brasileiro.
Gabarito: E

Procedimento/Fases - Homologação e Adjudicação


(videoaula 59)

Conforme a Lei 8.666/93, art. 43, inciso VI, após o julgamento ocorre a "deliberação da autoridade
competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação".
A homologação e adjudicação não é competência da comissão, mas sim, de autoridade superior à
comissão.

Homologação
Homologação é um ato em que a autoridade competente exerce o controle sobre todas as fases da
licitação e, caso realizadas de forma correta, aprova-se todo o procedimento.
Nessa fase de controle podem acontecer uma das 4 hipóteses a seguir:
1- Homologação (aprovação) propriamente dita, por estar em conformidade com a lei e edital.
2- Anulação - caso houver alguma ilegalidade praticada.
3- Saneamento - se houve algum vício de ilegalidade, mas que pode ser saneado.
4- Revogação - mesmo tendo sido realizada dentro da lei, a licitação, por razões de interesse público,
pode ser revogada.
Adjudicação
Segundo Di Pietro: Adjudicação "é o ato pelo qual a Administração, pela mesma autoridade
competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto da licitação. É o ato final do procedimento".
É importante destacar que a adjudicação não é a assinatura do contrato, mas sim, confere ao
vencedor a expectativa de direito em contratar com a administração.
Conforme Meirelles, são efeitos jurídicos da adjudicação:
a) a aquisição do direito de contratar com a Administração nos termos em que o adjudicatário
venceu a licitação;
b) a vinculação do adjudicatário (vencedor) a todos os encargos estabelecidos no edital e aos
prometidos na proposta;
149
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) a sujeição do adjudicatário às penalidades previstas no edital e normas legais pertinentes se


não assinar o contrato no prazo e condições estabelecidas;
d) impedimento de a Administração contratar o objeto licitado com outrem;
e) a liberação dos licitantes vencidos de todos os encargos da licitação e o direito de retirarem
os documentos e levantarem as garantias oferecidas, salvo se obrigados a aguardar a efetivação do
contrato por disposição do edital ou norma legal.
Lei 8.666/93, Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo
de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado
pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar
ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes
remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório,
ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a
contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Questões
(CESPE - MPOG - Técnico de Nível Superior) A homologação realizada pela administração atribui ao
licitante vencedor o direito de execução do objeto.
Gabarito: E

(CESPE - TRT 17ª - Analista Judiciário) Em um processo licitatório, o ato de homologação compete à
comissão de licitação e o ato de adjudicação, à autoridade competente para ordenar a despesa.
Gabarito: E

(ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil) O procedimento licitatório observa
vários atos até o encerramento do certame. Neste sentido,é correto afirmar que o ato que atribui ao
vencedor o objeto da licitação, encerrando-se o certame,nos termos da lei,é:
a) julgamento.
b) homologação.
c) contratação.
d) habilitação.
e) adjudicação.
Gabarito: E

(FUNRIO - IF-BA - Assistente em Administração - 2014) O ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da
licitação para a subsequente efetivação do contrato com a Administração Pública, e o ato administrativo
declaratório de que todos os atos praticados durante o certame são válidos, são definidos, respectivamente,
como
a) revisão e adjudicação.
b) adjudicação e homologação.
c) homologação e declaração.
d) homologação e adjudicação.
e) aprovação e permissão.
Gabarito: B

150
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Procedimento - Lei 13.303/16 - Empresa Pública e


Sociedade de Economia Mista
(videoaula 60)

A Lei 13.303/16 trata da licitação de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. O


procedimento de licitação está previsto em seu art. 51:
Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte sequência de fases:
I - preparação;
II - divulgação;
III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado;
IV - julgamento;
151
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;


VI - negociação;
VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
IX - adjudicação do objeto;
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.
§ 1o A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcionalmente, anteceder as referidas nos
incisos III a VI do caput, desde que expressamente previsto no instrumento convocatório.
§ 2o Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumeradas no caput praticados por empresas
públicas, por sociedades de economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente por meio
eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento convocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos
editais das licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente publicados no Diário Oficial da
União, do Estado ou do Município e na internet.
Perceba que se compararmos esse procedimento à Lei 8.666/93, encontraremos algumas diferenças,
como: a fase de habilitação está prevista para ser realizada após o julgamento, a homologação ocorre após
a adjudicação. Por outro lado, também perceba que esse procedimento é muito parecido com o pregão (Lei
10.520/02).
Continuando a Lei 13.303/16:
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou fechado, ou, quando o objeto da
licitação puder ser parcelado, a combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do art. 32 desta Lei.
§ 1o No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, crescentes
ou decrescentes, conforme o critério de julgamento adotado.
§ 2o No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas pelos licitantes serão sigilosas até a
data e a hora designadas para que sejam divulgadas.
Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, poderão ser admitidos:
I - a apresentação de lances intermediários;
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lance, para definição das demais
colocações, quando existir diferença de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o
subsequente.
Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances:
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o julgamento pelo critério da maior oferta;
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os demais critérios de julgamento.

Tipos de licitação (critério de julgamento, conforme Lei 13.303/16):


Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julgamento:
I - menor preço;
II - maior desconto;
III - melhor combinação de técnica e preço;
IV - melhor técnica;
V - melhor conteúdo artístico;
VI - maior oferta de preço;
VII - maior retorno econômico;
VIII - melhor destinação de bens alienados.

§ 1o Os critérios de julgamento serão expressamente identificados no instrumento convocatório e


poderão ser combinados na hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no inciso III do art. 32
(parcelamento).
§ 2o Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos III, IV, V e VII do caput deste artigo, o
julgamento das propostas será efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, definidos no
instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetividade do julgamento.
§ 3o Para efeito de julgamento, não serão consideradas vantagens não previstas no instrumento
convocatório.
§ 4o O critério previsto no inciso II do caput:
I - terá como referência o preço global fixado no instrumento convocatório, estendendo-se o desconto
oferecido nas propostas ou lances vencedores a eventuais termos aditivos;
II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto incidirá de forma linear sobre a totalidade
dos itens constantes do orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o instrumento
convocatório.
§ 5o Quando for utilizado o critério referido no inciso III do caput, a avaliação das propostas técnicas
e de preço considerará o percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (setenta por cento).
§ 6o Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do caput, os lances ou propostas terão o
objetivo de proporcionar economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista, por meio da redução

152
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

de suas despesas correntes, remunerando-se o licitante vencedor com base em percentual da economia de
recursos gerada.
§ 7o Na implementação do critério previsto no inciso VIII do caput deste artigo, será obrigatoriamente
considerada, nos termos do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio social, da finalidade
para cujo atendimento o bem será utilizado pelo adquirente.
§ 8o O descumprimento da finalidade a que se refere o § 7o deste artigo resultará na imediata
restituição do bem alcançado ao acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de economia mista,
vedado, nessa hipótese, o pagamento de indenização em favor do adquirente.

Critérios de desempate
Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão utilizados, na ordem em que se
encontram enumerados, os seguintes critérios de desempate:
I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta fechada, em ato
contínuo ao encerramento da etapa de julgamento;
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, desde que exista sistema objetivo de
avaliação instituído;
III - os critérios estabelecidos no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, e no § 2o do art.
3 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993;
o

IV - sorteio.
A Lei 8.248/91 dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação:
"Art. 3o Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta ou indireta, as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público e as demais organizações sob o controle direto ou indireto da União
darão preferência, nas aquisições de bens e serviços de informática e automação, observada a seguinte
ordem, a:
I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País;
II - bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico, na forma a ser definida pelo
Poder Executivo. '

Lei 8.666/93, art. 3º, § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras
de acessibilidade previstas na legislação.

Desclassificação
Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será promovida a verificação de sua
efetividade, promovendo-se a desclassificação daqueles que:
I - contenham vícios insanáveis;
II - descumpram especificações técnicas constantes do instrumento convocatório;
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;
IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contratação de que trata o § 1o do art. 57,
ressalvada a hipótese prevista no caput do art. 34 desta Lei;
V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela empresa pública ou pela
sociedade de economia mista;
VI - apresentem desconformidade com outras exigências do instrumento convocatório, salvo se for
possível a acomodação a seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudique a atribuição
de tratamento isonômico entre os licitantes.
§ 1o A verificação da efetividade dos lances ou propostas poderá ser feita exclusivamente em relação
aos lances e propostas mais bem classificados.
§ 2o A empresa pública e a sociedade de economia mista poderão realizar diligências para aferir a
exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do inciso V do caput.
§ 3o Nas licitações de obras e serviços de engenharia, consideram-se inexequíveis as propostas com
valores globais inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor do
orçamento estimado pela empresa pública ou sociedade de economia mista; ou
II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou sociedade de economia mista.

153
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§ 4o Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequibilidade ou de sobrepreço, deverão


ser estabelecidos critérios de aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quantitativos e os
preços unitários, assim definidos no instrumento convocatório.

Negociação
Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que obteve a primeira colocação na etapa de
julgamento, ou que passe a ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra que tenha
obtido colocação superior, a empresa pública e a sociedade de economia mista deverão negociar condições
mais vantajosas com quem o apresentou.
§ 1o A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem inicialmente
estabelecida, quando o preço do primeiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do
orçamento estimado.
§ 2o (VETADO).
§ 3o Se depois de adotada a providência referida no § 1o deste artigo não for obtido valor igual ou
inferior ao orçamento estimado para a contratação, será revogada a licitação.

Habilitação
Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir dos seguintes parâmetros:
I - exigência da apresentação de documentos aptos a comprovar a possibilidade da aquisição de
direitos e da contração de obrigações por parte do licitante;
II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técnica ou economicamente relevantes, de
acordo com parâmetros estabelecidos de forma expressa no instrumento convocatório;
III - capacidade econômica e financeira;
IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tratando-se de licitações em que se utilize como
critério de julgamento a maior oferta de preço.
§ 1o Quando o critério de julgamento utilizado for a maior oferta de preço, os requisitos de qualificação
técnica e de capacidade econômica e financeira poderão ser dispensados.
§ 2o Na hipótese do § 1o, reverterá a favor da empresa pública ou da sociedade de economia mista
o valor de quantia eventualmente exigida no instrumento convocatório a título de adiantamento, caso o
licitante não efetue o restante do pagamento devido no prazo para tanto estipulado.

Fase Recursal
Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento licitatório terá fase recursal única.
§ 1o Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias úteis após a habilitação e
contemplarão, além dos atos praticados nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto nos
incisos IV e V do caputdo art. 51 desta Lei.
§ 2o Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no § 1o será aberto após a habilitação e após
o encerramento da fase prevista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo prazo também atos
decorrentes da fase referida no inciso IV do caput do art. 51 desta Lei.

Homologação
Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição de direito relativo à celebração do contrato
em favor do licitante vencedor.
Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista não poderão celebrar contrato com
preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação.
Art. 62. Além das hipóteses previstas no § 3o do art. 57 desta Lei e no inciso II do § 2o do art. 75 desta
Lei, quem dispuser de competência para homologação do resultado poderá revogar a licitação por razões de
interesse público decorrentes de fato superveniente que constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-
la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo quando for viável a convalidação do ato ou
do procedimento viciado.
§ 1o A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, observado o
disposto no § 2o deste artigo.
§ 2o A nulidade da licitação induz à do contrato.
§ 3o Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou propostas, referida no inciso III
do caput do art. 51 desta Lei, a revogação ou a anulação da licitação somente será efetivada depois de se
conceder aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo ato prazo apto a lhes assegurar
o exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.
§ 4o O disposto no caput e nos §§ 1o e 2o deste artigo aplica-se, no que couber, aos atos por meio
dos quais se determine a contratação direta.

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Sistema de Registro de Preços


(videoaula 61)

O Registro de Preços é um sistema utilizado pela administração pública sempre que esta, por uma
questão de conveniência e oportunidade, queira utilizar em situações como: Quando há a necessidade de
compras ou serviços recorrentes, ou ainda quando não se sabe a quantidade exata do bem a contratar entre
outras possiblidades trazidas pelo decreto 7.892/ 2013 como veremos mais adiante.
Neste sistema, é cabível à administração pública a utilização da licitação na modalidade
concorrência ou pregão.
Estudaremos esse sistema com base na lei nº 8.666, porém trago alguns pontos importantes do
decreto 7.892/ 2013, que é o decreto que regulamenta o Sistema de Registro de Preços - SRP, no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas públicas,
sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União
Segundo Odete Medauer:
"Registro de preços é o modo pelo qual a Administração efetua compras. Por esse sistema, os
interessados em vender bens ao poder público indicam os valores de tais bens, válidos por certo período, e
as quantidades que podem fornecer, se solicitadas."
O Decreto 7892/2013 (que regulamenta em nível federal) conceitua o Sistema de Registro de Preços
como: "conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição
de bens, para contratações futuras".
DECRETO Nº 7.892/ 2013
Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo
menor preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de pregão, nos termos da Lei nº 10.520,
de 2002, e será precedida de ampla pesquisa de mercado.

Questão (FCC - TRT-3ª - Técnico Judiciário) O conjunto de procedimentos para registro formal de preços
relativos à prestação de serviços e aquisição de bens para contratações futuras é denominado
a) Sistema de Registro de Preços.
b) Ata de Registro de Preços.
c) Modalidade de Licitação Tomada de Preços.
d) Órgão Gerenciador de Registro de Preços.
e) Pregão Eletrônico.
Gabarito: A

Lei 8.666/93, diz:


Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

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(...)II - ser processadas através de sistema de registro de preços; (...)


§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na
imprensa oficial.
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades
regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.
Vale ressaltar que, embora a lei 8.666 traga apenas a possibilidade de este sistema de registro de
preços ser feito através da modalidade concorrência, é também possível a aplicação da modalidade pregão,
segundo a lei 10.520 (Lei do Pregão).
A lei nº 10.520/2002 diz que:
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15
da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento
específico.
Com excepcionalidade, é possível que a administração se utilize na modalidade concorrência da
aplicação do tipo Técnica e Preço, porém, somente se, presentes os pressupostos do art. 46, (serviços de
natureza predominantemente intelectual) ou art. 45, § 4º (bens e serviços de informática), ambos da Lei
8.666/93.

Questões
(CESPE - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência) O pregão é modalidade inaplicável na formação do
registro de preços, dada a exigência legal da concorrência.
Gabarito: E

(FCC - TRE-PE - Analista Judiciário) Nos termos da Lei no 8.666/93, no que concerne ao sistema de
registro de preços, está correto asseverar:
a) Deve haver estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados.
b) O registro de preços não necessita ser precedido de ampla pesquisa de mercado.
c) Os preços registrados serão publicados semestralmente para orientação da Administração, na imprensa
oficial.
d) O sistema de registro de preços será regulamentado por Lei Complementar, atendidas as peculiaridades
regionais.
e) A validade do registro de preços deve ser superior a dois anos.
Gabarito: A

§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles
poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações,
sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

Questão (FCC - PGE-AM - Procurador do Estado) O sistema de registro de preços, previsto na lei de
licitações,
a) não obriga a Administração a firmar as contratações que poderão advir dos preços registrados, mas
garante ao beneficiário da Ata de Registro de Preços a preferência de contratação em igualdade de
condições em relação a outros possíveis fornecedores.
b) é realizado por meio das modalidades concorrência ou tomada de preços.
c) é apenas um sistema de coleta de informações, com vista a verificar a exequibilidade e compatibilidade
dos preços com a prática do mercado, de maneira a possibilitar a desclassificação das propostas
inadequadas nos procedimentos licitatórios.
d) impede a Administração de realizar licitações em relação aos objetos que já constem na ata de registro
de preços.
e) é sistema aplicável apenas às compras realizadas pela União Federal, não sendo passível de utilização
pelos outros entes da federação.
Gabarito: A

§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser
informatizado.
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de
incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

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Registros Cadastrais
(videoaula 62)

Segundo Meirelles: "Registros cadastrais são assentamentos que se fazem nas repartições
administrativas que realizam licitações, para fins de qualificação dos interessados em contratar com a
Administração, no ramo de suas atividades."
Já estudamos a fase de habilitação, em que ocorre a verificação de uma série de documentos e
requisitos pessoais do licitante.
O registro cadastral vem a simplificar esta fase para os órgãos e entidades da Administração Pública
que realizam frequentemente licitações.
Dessa forma, o interessado não vai precisar providenciar e apresentar todo volume de papéis e
documentos, antes de cada nova licitação.
Pois, já que ele é cadastrado, e assim já apresentou anteriormente toda documentação necessária,
bastará apresentar o "certificado de inscrição" para participar da licitação.
Passamos a transcrever os artigos importantes, no que se refere a este tema, da Lei 8.666/93:
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem
freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar,
válidos por, no máximo, um ano.

Questão (CESPE - ANS - Analista Administrativo) Uma autarquia federal que realize freqüentemente
licitações deve manter registros cadastrais, para efeito de habilitação, os quais são válidos por cinco anos.
Gabarito: E

§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto
aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da
imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o
ingresso de novos interessados.
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos
ou entidades da Administração Pública.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
"Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente,
documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;

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IV – regularidade fiscal e trabalhista;


V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal."
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização,
subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes
da documentação relacionada nos arts. 30 (qualificação técnica) e 31 (qualificação econômico-financeira)
desta Lei.
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo
registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que
deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Questões
(FCC - TRT-RN - Analista Judiciário) No que diz respeito aos registros cadastrais para fins da Lei nº 8.666,
de 02/06/1993, que dispõe sobre as Licitações e os Contratos administrativos, é certo que
a) o chamamento público para o ingresso de novos interessados a cada dois anos é facultado à
Administração Pública.
b) aos inscritos será fornecido certificado e, em qualquer hipótese, não estará sujeito à renovação.
c) o registro do inscrito pode ser cancelado ou suspenso a qualquer tempo, a critério da administração.
d) as unidades administrativas não podem utilizar os registros cadastrais de outros órgãos da Administração
Pública.
e) os referidos registros cadastrais, para efeito de habilitação, serão válidos por, no máximo, um ano.
Gabarito: E

(FCC - MPE-RS - Agente Administrativo) Sobre os registros cadastrais na Lei de Licitações, considere:
I. Para a preservação do sigilo, é proibido às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais
de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
II. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em
grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação
exigida pela lei.
III. A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro
cadastral.
IV. O registro cadastral é válido por, no máximo, dois anos.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e IV.
b) II, III e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Gabarito: C

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Anulação e Revogação
(videoaula 63)
Vamos estudar Anulação e Revogação na licitação.
Como veremos no artigo 49 da Lei nº 8. 666, uma licitação poderá ser anulada ou revogada. Entende-
se por anulação da licitação, quando esta possuir um vício de ilegalidade, ou seja, há algo de errado e que
não fora feito de acordo com a lei.
Neste caso, a própria administração pública –de ofício – poderá, por conta de haver um vício de
ilegalidade, anular a licitação. A lei ainda confere essa possibilidade de anulação ser feita por provocação
de terceiros.
A anulação gera efeitos retroativos (ex tunc), sendo assim, em regra, não gera a obrigação de
indenizar. Mas existem casos em que será devida a indenização, como veremos mais a adiante. Para a
anulação, exige-se parecer escrito e devidamente fundamentado.
Por outro lado, na revogação, somente a administração poderá revogar uma licitação, quando há
um interesse público, por uma questão de conveniência e oportunidade, desde que, decorrente de fato
superveniente devidamente comprovado para que se possa justificar a opção pela revogação. Neste caso
não houve ilegalidade, a licitação foi feita de forma correta. Observe que este é um ato discricionário,
concedido à administração. Os efeitos da revogação não retroagem (ex nunc).

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a
licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado,
pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação
de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

Questão (FUNRIO - IF-PE - Auxiliar de Administração) O ato que, por motivo de ilegalidade, invalida a
licitação, observando para tanto o devido processo legal e a garantia do contraditório e da ampla defesa,
denomina-se
a) homologação.
b) rescisão.
c) adjudicação.
d) anulação.
e) revogação.
Gabarito: D

Art. 49. § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os
efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
causa.
Observe que art. 49 § 1º traz a regra de que em se tratando de anulação não gera a obrigação
de indenizar, porém, faz a ressalva indicando o art. 59 parágrafo único, assim dizendo que, caso o
contratado já houver executado o objeto da licitação então este deverá ser indenizado pelo
prejuízo que lhe foi causado.

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Questão (CESPE - FUB - Bibliotecário) A respeito de anulação e revogação de licitação, cada um dos itens
abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Determinado órgão público licitou material de expediente e limpeza e dois dos licitantes deram causa à
invalidação do procedimento licitatório, que foi anulado, por motivo de ilegalidade. Nessa situação, a
anulação da licitação gera para o referido órgão público a obrigação de indenizar os citados licitantes.
Gabarito: E

Art. 49. § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no


parágrafo único do art. 59 desta Lei.
Art. 49. § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a
ampla defesa.
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos
casos de:
(...)
c) anulação ou revogação da licitação;
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de
inexigibilidade de licitação.
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de
seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
(...)
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado
circunstanciadamente;
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação
das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato,
aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o
direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
(...)
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar
ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes
remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório,
ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

Questões
(FCC - MPE-SE - Analista - Direito) A respeito da revogação e da anulação da licitação, é INCORRETO
afirmar:
a) Tanto na revogação quanto na anulação da licitação devem ser assegurados o contraditório e a ampla
defesa.
b) A revogação depende de ocorrência de fato superveniente, devidamente comprovado.
c) A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade, em regra, não gera obrigação de
indenizar
d) O edital que não fornece as informações necessárias para que os interessados tomem conhecimento
acerca da existência e da finalidade concreta da licitação é viciado, o que leva à anulação do certame.
e) Verificado vício durante o procedimento licitatório, a autoridade competente deve promover a sua
revogação independentemente de provocação.
Gabarito: E

(ESAF - SMF-RJ - Agente de Fazenda) No que concerne à revogação e anulação da licitação, assinale a
opção correta..
a) A autoridade competente só poderá revogar a licitação mediante decisão fundamentada, embasada em
razões de interesse público decorrentes de fatos que possam ter ocorrido antes mesmo do certame
licitatório.
b) Somente a autoridade judiciária é competente para revogar a licitação.
c) No caso de desfazimento do processo licitatório, ficam assegurados o contraditório e a ampla defesa.
d) Não há a possibilidade de a anulação do certame licitatório ocorrer de ofício, por parte da Administração,
devendo haver sempre representação de particular.
e) A nulidade da licitação não induz à nulidade do contrato
Gabarito: C

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(VUNESP - TJ-PA - Analista Judiciário) Quanto à anulação ou revogação de uma licitação, assinale a
alternativa correta.
a) No caso de revogação do processo licitatório, não há necessidade de ser assegurado o contraditório e a
ampla defesa.
b) A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade sempre gera obrigação de indenizar.
c) Constatando a ocorrência de ilegalidade, a autoridade competente deverá revogar a licitação de ofício.
d) A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, produzindo efeitos retroativos.
e) A anulação por interesse público ocorrerá desde que provocação de terceiros demonstre fato
superveniente que impeça futura contratação.
Gabarito: D

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Recursos Administrativos
(videoaula 64)
Um recurso administrativo, em poucas palavras, nada mais é do que uma petição dirigida a uma
autoridade pública. Por exemplo, imagine que você sofreu uma multa de trânsito por ter passado o farol
quando o sinal estava vermelho, porém quando você passou o sinal estava verde. Você então pode entrar
com o recurso administrativo contra esse ato que foi ilegal. É como ocorre também dentro da licitação, imagine
que houve uma ilegalidade e a Administração anulou aquela licitação. Visto que não houve ilegalidade
alguma, você pode entrar com recurso administrativo.
Lembrando que o Direito de Petição é conferido a todos pela nossa Constituição Federal:
Direito de Petição - Constituição Federal, Art. 5º, inc. XXXIV - são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
Segundo Di Pietro: "Recursos Administrativos, em sentido amplo, é expressão que designa todos os
meios postos à disposição dos administrados para provocar o reexame dos atos da Administração."
Veremos que são três tipos de recursos administrativos que podemos entrar perante a administração
pública em caso de licitação: Recurso, Representação e Pedido de Reconsideração.
A seguir, a Lei das Licitações traz em quais casos pode-se entrar com recurso administrativo, prazos
limites para a interposição e tipos de recursos:
Lei 8.666/93

163
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Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos
casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

Questão (ESAF - MRE - Assistente de Chancelaria) Nos procedimentos licitatórios, dos atos da
Administração, que resultarem em anulação ou revogação da licitação, é cabível recurso, no prazo de
a) 3 dias.
b) 5 dias.
c) 10 dias.
d) 15 dias.
e) 30 dias.
Gabarito:B

§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo
a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso
interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
O parágrafo segundo exposto acima nos informa que os recursos relativos à alínea “a” (habilitação
ou inabilitação do licitante) e à alínea b (julgamento das propostas) terá efeito suspensivo.
Isso quer dizer que, se durante a licitação, em uma dessas duas fases apresentadas acima for
interposto recurso, então a licitação deverá ser suspensa, ou seja, ela para “de correr”, é dado uma pausa até
que seja decidido o recurso. Após a decisão do recurso a licitação segue normalmente. Nos demais casos
elencados nas alíneas “c”, “d” e “e”, a administração pode também atribuir efeito suspensivo desde que
motivadamente e presentes razões de interesse público.

Questão (CESPE - MPE-PI - Técnico Ministerial) O recurso administrativo interposto contra a decisão que
declarar inabilitado o licitante terá efeito suspensivo.
Gabarito: C

§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo
de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a
qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir,
devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os
relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial,
salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que
foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto
da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos
nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal,
conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do
ato.
Conforme Di Pietro: "O pedido de reconsideração é cabível com relação a ato de Ministro de Estado
ou Secretário estadual ou municipal, no caso de aplicação da pena de declaração de inidoneidade para licitar
ou contratar com a Administração Pública; o prazo para pedir a reconsideração é de 10 dias úteis da intimação
do ato...”.
§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem
que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

Questões
(FCC - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas) No regime da Lei no 8.666/93, a decisão de inabilitação de
participante em licitação enseja a apresentação, pelo prejudicado, de
a) recurso.

164
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b) pedido de reconsideração.
c) representação.
d) recurso hierárquico impróprio.
e) pedido de supervisão.
Gabarito: A

(FCC - PGE-RJ - Técnico Superior de Procuradoria) De acordo com a Lei nº 8.666/93, no procedimento
licitatório
a) admitem-se apenas os recursos de pedido de esclarecimentos, impugnação e pedido de reconsideração.
b) nenhum recurso terá efeito suspensivo, a não ser que a autoridade administrativa competente assim o
receba.
c) não cabe recurso contra o indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral.
d) os prazos recursais serão todos de 3 (três) dias úteis, se a licitação se desenvolver sob a modalidade de
carta-convite.
e) o recurso contra a habilitação ou inabilitação dos licitantes terá efeito suspensivo.
Gabarito: E

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Improbidade Administrativa - Lei 8429/92

Introdução
(videoaula 65)

A palavra improbidade no dicionário quer dizer desonestidade, ação perversa, maldade. A


improbidade administrativa seria o descumprimento, a lesão ao princípio constitucional da moralidade da
administração pública.
Improbidade = desonestidade, ação perversa, maldade.
O § 4º do art. 37 da Constituição Federal dispõe sobre a improbidade administrativa:
Constituição Federal - Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Segundo a Constituição Federal, pode-se ter sanção de natureza:


- Política: - suspensão dos direitos políticos;
- Administrativa: - a perda da função pública;
- Civil: - indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário;
e se couber:
- Penal: - ação penal.
As sanções previstas no § 4º do art. 37 da Constituição Federal, não têm caráter taxativo. A Lei
8.429/92, art. 12, também prevê outras sanções, conforme estudaremos adiante. Como por exemplo:
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Questões
(VUNESP - Fundação Casa - Analista Administrativo) Com o objetivo de moralizar a Administração Pública,
o constituinte originário elencou, no parágrafo 4.º do art. 37 da Constituição Federal, uma série de
reprimendas para os atos de improbidade administrativa. São elas:
a) a perda dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
b) a perda dos direitos políticos, bem como a indisponibilidade total dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
c) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública e a indisponibilidade dos bens, na forma e
gradação previstas em norma interna, em prejuízo da ação penal cabível.
d) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
e) a perda dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento parcial ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Gabarito: D

(UFF - Assistente Administrativo) O § 4° do art. 37 da Constituição Federal estabelece várias sanções para
atos de improbidade administrativa. NÃO corresponde a essas sanções:
a) a suspensão dos direitos políticos;
b) a perda da função pública;
c) a abertura do processo de investigação;
d) a indisponibilidade dos bens;
e) o ressarcimento ao erário.
Gabarito: C

(MPE-SC - Promotor de Justiça) As sanções pela prática de ato de improbidade administrativa


restringem-se àquelas descritas no § 4º do art. 37 da Constituição: suspensão dos direitos políticos,
perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário.
Gabarito: E

O citado dispositivo § 4º do art. 37 da Constituição Federal é norma constitucional de eficácia limitada.


A Lei 8.429/92 regulamenta este dispositivo constitucional. Esta Lei 8.429/92, considerada a Lei da
Improbidade Administrativa, dispõe "sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de

167
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enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional e dá outras providências".
Lei 8.429/92:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Lei 8.429/92
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos
que lhe são afetos.

Questão (FCC - SPPREV - Analista) A improbidade administrativa, tratada no artigo 37 da Constituição


Federal, ocorre quando há descumprimento
Parte superior do formulário
a) de todos os princípios, simultaneamente.
b) do princípio da legalidade, simultaneamente com o princípio da moralidade.
c) do princípio da moralidade, simultaneamente com o princípio da publicidade.
d) do princípio da impessoalidade, simultaneamente com o princípio da eficiência.
e) de qualquer um dos princípios.
Gabarito: E

Lei 8.429/92:
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou
de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Questão (VUNESP - TJ-SP - Agente de Fiscalização Judiciária) Assinale a alternativa que contém,
respectivamente, as expressões suprimidas do texto do art. 5º da Lei n.º 8.429/92. Ocorrendo lesão ao
patrimônio público por __________ , ___________, do _____________, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano.
Parte superior do formulário
a) ordem ou ato ... descuidado ou imprudente ... responsável legal
b) ação ou omissão ... dolosa ou culposa ... agente ou de terceiro
c) qualquer conduta ... culposa ou dolosa ... funcionário público
d) conduta ou ato ... premeditado ou intencional ... particular
e) ato discricionário ... doloso ou culposo ... agente público
Gabarito: B

Lei 8.429/92:
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Questão (FCC - TRE-SP - Técnico Judiciário) Mário, técnico judiciário, no exercício irregular de suas
funções, praticou ato omissivo culposo que resultou em prejuízo ao erário e a terceiros. Considerando que
Mário faleceu, seus sucessores

a) não serão responsáveis pela reparação do dano, uma vez que não há responsabilidade civil decorrente
de ato omissivo.
b) serão responsáveis pela reparação do dano até o limite do valor da herança recebida.
c) não serão responsáveis pela reparação do dano, uma vez que não há responsabilidade civil decorrente
de ato culposo.
d) não serão responsáveis pela reparação do dano, uma vez que a responsabilidade civil não se estende

168
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aos sucessores do autor do dano.


e) serão responsáveis pela reparação do dano até a satisfação integral do prejuízo, podendo ultrapassar,
inclusive, o valor da herança recebida.
Gabarito: B

Improbidade Administrativa - Sujeitos.


(videoaula 66)

SUJEITOS - Podem ser: passivos (aqueles que foram prejudicados) ou ativos (aqueles que
prejudicaram os sujeitos passivos, pela prática de ato de improbidade administrativa).
SUJEITOS PASSIVOS (o prejudicado):
Conforme a Lei 8.429/92:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Dessa forma, os sujeitos passivos podem ser:
- a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
- empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
- entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão
do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (ex.: organizações sociais (aula 17), serviços sociais
autônomos (aula 16)).

Questão (FCC - TJ-AP - Analista Judiciário) A Lei no 8.429/1992, promulgada para regulamentar o artigo
37, caput, da Constituição Federal, disciplina os denominados Atos de Improbidade Administrativa,
compreendendo os que importam enriquecimento ilícito, causam prejuízo ao erário e atentam contra os
princípios da Administração pública. Podem ser sujeito passivo destes atos
a) a Administração pública direta e a indireta, inclusive a fundacional, excluindo-se, no entanto, as
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
b) a Administração direta e a indireta, inclusive a fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
c) a Administração pública direta e as entidades que compõem a Administração pública indireta,
excetuando-se as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público ou exploradoras de
atividade econômica.
d) entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como aquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do
patrimônio ou da receita anual, desde que, neste caso, não haja correlação entre sanção patrimonial e a
repercussão do ilícito sobre a contribuição do erário.
e) a Administração pública direta e a indireta, inclusive a fundacional, excluindo-se as pessoas jurídicas de
direito privado.
Gabarito: B

SUJEITOS ATIVOS (aquele que praticou a improbidade): qualquer agente público, servidor ou
não. Por exemplo, um servidor de cargo efetivo, um terceirizado ou mesmo um particular.
Conforme a Lei 8.429/92:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.

169
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.
(verifica-se que um particular isoladamente não pratica ato de improbidade administrativa.)

JURISPRUDÊNCIA - Agentes Políticos - pelo entendimento do STJ os agentes políticos respondem


por ato de improbidade administrativa em conformidade com a Lei 8429/92 , ressalvado o Presidente da
República que responde conforme a Lei 1079/50 (Crime de responsabilidade do Presidente da república).

"Excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art.


85, V), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma
constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de
qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria incompatível com a
Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza. " (Rcl
2.790/SC e Rcl 2.115. Também AgRg no Resp 1088258, Corte Especial)

Questões
(CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) Um terceiro que pratique, juntamente com um agente
público, ato do qual decorra prejuízo ao erário não estará sujeito às sanções previstas na Lei de
Improbidade Administrativa.
Gabarito: E

(CESPE - 2011 - EBC - Analista) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se
submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem
constarem expressamente no rol de sujeitos ativos,
previstos taxativamente na norma de regência.
Gabarito: E

(CESPE - TRE-PE - 2017) Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou contrato
com o poder público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a efeito por
servidor público de determinado órgão estatal.
Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se pertencer a
órgão da administração direta.
b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o ato de
improbidade lhe tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver sido nomeado
para o cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que exerça suas
funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade
Administrativa.
Gabarito: D

(FCC - TRT-11 - Analista Judiciário - Área Administrativa) Vinicius é empresário, proprietário de


gráfica e papelaria situada no Município de Boa Vista. O Ministério Público do Estado de Roraima
ingressou com ação de improbidade administrativa contra Vinicius argumentando que, embora não
seja agente público, beneficiou-se, indiretamente, de ato de improbidade administrativa. As
disposições da Lei de Improbidade Administrativa
a) são aplicáveis, no que couber, a Vinicius.
b) não se aplicam a Vinicius, tendo em vista sua condição de particular.
c) são aplicáveis, em sua totalidade, a Vinicius, inclusive as destinadas especificamente aos agentes
públicos.
d) não se aplicam a Vinicius, haja vista que o benefício indireto não justifica a incidência da citada lei
e) não se aplicam a Vinicius, pois apenas o particular que induzir ou concorrer para a prática do ato ímprobo
é que estará sujeito às disposições da citada lei.
Gabarito: A

170
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Atos de Improbidade Administrativa (parte 1)


(videoaula 67)

Vamos dar início ao estudo dos atos de improbidade administrativa.

A Lei 8429/92 organizou estes atos em 4 grupos. Sendo que esse rol é exemplificativo, podendo haver
outras situações que se enquadram.
Abaixo, relacionamos os 4 grupos de atos de improbidade administrativa:
1- que importam enriquecimento ilícito (art. 9º);
2- que causam prejuízo ao erário (art. 10);
3 - que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11);
4 - decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.

Vamos iniciar, seguindo a ordem da Lei 8.429/92:

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego
ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;

Ex.: O ex-governador admitiu que sua esposa recebeu um anel de presente de empreiteiro. O
presente teria custado 220 mil euros (cerca de R$ 800 mil). Fonte: O Estado de São Paulo.

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior
ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer


natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
Ex.: Um funcionário da Prefeitura foi flagrado pelo Ministério Público utilizando máquinas do setor público
em uma obra particular, na qual ele trabalha. Além disso, um vídeo registrado pelo Ministério Público mostra
veículos da prefeitura executando serviços na propriedade privada.
“Ele foi acusado do crime de peculato, já que o uso indevido ou desvio dos bens públicos para fins
particulares é crime previsto no Código Penal e também na Lei de Improbidade Administrativa.” - fonte: G1.

Questão (VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Em apuração preliminar, verifica-se que
servidor do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, responsável por supervisionar as obras do Fórum
da Comarca X, utilizou – em obra particular de construção de sua residência de veraneio – máquinas,
equipamentos e materiais que se encontravam à disposição para a construção do Fórum. Nos termos da Lei
Federal n o 8.429/92, o servidor praticou
a) ato de improbidade administrativa previsto expressamente na lei como ato que importa enriquecimento
ilícito.
b) ato de improbidade administrativa previsto expressamente na lei como ato que atenta contra os princípios
da Administração Pública.
c) ato ilegal, mas que não pode ser qualificado como ato de improbidade administrativa
d) ato de improbidade administrativa previsto expressamente na lei como ato que causa prejuízo ao erário.
e) ato de improbidade administrativa que não se encontra previsto expressamente na lei.
Gabarito: A

171
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a


exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública,
bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente
público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para


pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Questão (CESPE – 2015 – DPU - Defensor Público Federal de Segunda Categoria) O rol de condutas
tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é
taxativo.
Gabarito: E

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
12.120, de 2009).
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez
anos;

Questão (VUNESP - TJ-MT - Juiz) José, funcionário público, recebeu dinheiro para deixar de tomar
determinada providência a que estava obrigado em decorrência do cargo que ocupa. Assim sendo, em
virtude da Lei de Improbidade Administrativa, José estará sujeito, entre outras, à pena de
Parte superior do formulário
a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
b) pagamento de multa civil de até dez vezes o valor do seu acréscimo patrimonial.
c) cassação dos seus direitos políticos.
d) suspensão dos direitos políticos por um prazo de cinco a oito anos.
e) suspensão da função pública.
Gabarito: A

172
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Atos de Improbidade Administrativa (parte 2)


(videoaula 68)

Continuando o estudo dos atos de improbidade administrativa, vamos abordar os atos que causam
prejuízo ao erário, previstos no art. 10 da Lei 8429/92, transcritos abaixo:

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
(obs.: Malbaratamento: Vender algo com perda, desperdiçar, gastar mal, dissipar.)
Comentário: Observe que o elemento "culpa" está presente somente neste art. 10. O restante, nos
artigos 9º, 10-A e 11, somente pode ser caracterizado por dolo.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou
de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Questão (FCC - MPE-MA - Técnico Ministerial) Nos termos da Lei no 8.429/92, ocorrendo lesão ao
patrimônio público, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. A lesão a que se refere o enunciado
pressupõe
a) ação ou omissão, apenas dolosa, do agente ou de terceiro.
b) ato apenas comissivo e doloso, do agente ou de terceiro.
c) ação ou omissão, apenas dolosa, do agente.
d) ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro.
e) ato apenas comissivo, doloso ou culposo, do agente ou de terceiro.
Gabarito: D

Vamos estudar o rol exemplificativo nos incisos desse art. 10:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;

173
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (FCC – TRT11 – Analista Judiciário) Guilherme, servidor público federal, recebeu vantagem
econômica para fazer declaração falsa sobre avaliação em obra pública. Ricardo, também servidor público
federal, através de determinado ato, facilitou que terceiro enriquecesse ilicitamente. Segundo as disposições
legais expressas contidas na Lei nº 8.429/1992, as condutas de Guilherme e Ricardo constituem
a) ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito e ato ímprobo causador de prejuízo ao erário,
respectivamente.
b) apenas ilícito penal, não caracterizando atos de improbidade administrativa, dada a atipicidade das
condutas.
c) ato ímprobo causador de prejuízo ao erário e ato ímprobo que atenta contra os princípios da
Administração Pública, respectivamente.
d) ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito e ato ímprobo que atenta contra os princípios da
Administração Pública, respectivamente.
e) atos ímprobos que importam enriquecimento ilícito.
Gabarito: A

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à
espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de


qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por
preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de


parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

Questão (CESPE - Correios - Analista) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além
de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento
ilícito daquele que o pratica.
Gabarito: E

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

Atos de Improbidade Administrativa (parte 3)


(videoaula 69)

Dando continuidade ao Art. 10 da Lei 8429/92:

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;

174
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;

(CESPE - MC - Técnico de Nível Superior) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio
da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei ou celebrar contrato de rateio de
consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária.
Gabarito: C

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública
a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
Observação: A Parceria Público-Privada (PPP) é um contrato de prestação de obras ou serviços não
inferior a R$ 20 milhões, com duração mínima de 5 e no máximo 35 anos, firmado entre empresa privada e o
governo federal, estadual ou municipal.
Difere ainda da lei de concessão comum pela forma de remuneração do parceiro privado. Na
concessão comum, o pagamento é realizado com base nas tarifas cobradas dos usuários dos serviços
concedidos. Já nas PPPs, o agente privado é remunerado exclusivamente pelo governo ou numa combinação
de tarifas cobradas dos usuários dos serviços mais recursos públicos. (fonte: Portal Brasil)
Exemplo: Reforma do estádio do Mineirão (Belo Horizonte).

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
XXI -liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem
a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (igual
o inciso XX)

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;

Questão (CESPE - MPE-RR - Promotor de Justiça) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Gabarito: C

175
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
ilícito.

Questão (FCC - TRE-PR - Técnico Judiciário) Os atos de improbidade que causarem lesão ao patrimônio
público ensejam, dentre outras providências,
a) representação ao Ministério Público ou à Procuradoria do Órgão para providenciar a indisponibilidade dos
bens do indiciado.
b) ajuizamento de ação judicial para sequestro do patrimônio do indiciado.
c) representação ao Ministério Público para ajuizamento de ação judicial para seqüestro e leilão dos bens
do indiciado.
d) bloqueio da totalidade dos bens do indiciado, até final conclusão do processo e apuração do real valor
devido para o ressarcimento do prejuízo.
e) sequestro do patrimônio do indiciado, com o depósito em juízo do valor obtido com o leilão dos bens, até
final conclusão do processo.
Gabarito: A

Atos de Improbidade Administrativa - Lei 8429/92 - art.


10-A (parte 4)
(videoaula 70)

Vamos estudar os Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação


Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário.

176
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Este artigo 10-A foi recentemente incluído na Lei de Improbidade Administrativa. A produção dos seus
efeitos está prevista para a partir de 30/12/2017. Porém, está em vigor desde 30/12/2016 e pode cair em
qualquer prova de concurso público.
Esta alteração refere-se ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Conforme a Lei 8429/92, Art. 10-A:


"Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) "

Vamos transcrever o referido § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116/2003:


"Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por
cento).
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou
financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer
outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da
alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e
16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar."
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) é um tributo municipal. O caput do referido
artigo 8º-A veio impor uma alíquota mínima de 2%. E seu § 1º veio impedir a redução deste imposto a pagar,
através de mecanismos como: isenções, incentivos, benefícios, redução de base de cálculo, ou qualquer outra
forma que reduza a carga tributária.
Isso ocorreu como mecanismo de minimizar a chamada "guerra fiscal" entre os municípios. A "guerra
fiscal" tem como objetivo atrair empresas para seu território através de diversas formas de diminuição do valor
do imposto a pagar.
Dessa forma, o art. 8º-A vem a minimizar essa "guerra fiscal", evitando prejuízo aos municípios com
menores condições de proporcionar a diminuição do ISS e que consequentemente perderiam as empresas
de seu território.
Tudo isso veio acompanhado da gravidade da punição ao administrador público que desrespeitar
estas regras. Por isso, é que o legislador optou, também, em inserir o desrespeito a esta norma na Lei de
Improbidade Administrativa.
De modo que, a punição para quem desrespeitar o artigo 10-A da Lei de Improbidade Administrativa
está em seu artigo 12, inciso IV, conforme abaixo transcrito:
"Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido."

177
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Atos de Improbidade Administrativa - Lei 8429/92 - art.


11 (parte 5)
(videoaula 71 E 71-A)

Vamos estudar o art. 11 da Lei 8429/92 que trata de Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
Contra os Princípios da Administração Pública.
Lembrando que o rol desse artigo, assim como o dos artigos anteriores que tratam de ato, é
meramente exemplificativo.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos
que lhe são afetos.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade
às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (viola o princípio da eficiência)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer
em segredo;

Questão (CESPE - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal) O servidor público que revelar fato ou
circunstância que tenha ciência em razão das suas atribuições, e que deva permanecer em segredo,
comete ato de improbidade administrativa.
R. C
IV - negar publicidade aos atos oficiais;

Questão (CESPE - DPE-AL - Defensor Público) Negar publicidade aos atos oficiais constitui ato de
improbidade administrativa que causa lesão ao erário.
R. E

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Questão (FCC - TRT 9ª - Técnico Judiciário) Felipe, servidor público ocupante de cargo em comissão no
âmbito do Ministério da Fazenda, revelou a empresários com os quais mantinha relações profissionais
anteriormente ao ingresso no serviço público, teor de medida econômica prestes a ser divulgada pelo
Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria diretamente os preços das mercadorias comercializadas
pelos referidos empresários. A conduta de Felipe
a) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, desde que comprovado efetivo
prejuízo ao erário.
b) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, podendo, contudo, ensejar a
responsabilização administrativa do servidor por violação do dever de sigilo funcional.
c) somente é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa se comprovado que
recebeu vantagem econômica direta ou indireta em decorrência da revelação.
d) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, tendo em vista o agente não
ser ocupante de cargo efetivo.
e) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração, independentemente de eventual enriquecimento ilícito.
R. E

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

178
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.


Este inciso IX diz respeito à observância e cumprimento do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/15).

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a
prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24
da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)

Segue o Art. 24 da Lei nº 8.080/90: “Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir
a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante
contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.”

Sanções
As sanções para este artigo 11 estão no art. 12, inciso III, conforme abaixo:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ (REsp 1.192.056/DF, 17/04/2012 – Informativo


495 do STJ) – este artigo 11 (violação dos princípios da administração pública) e art. 9º (enriquecimento ilícito)
exige o dolo, que demonstra o elemento subjetivo (a vontade de fazer ou deixar de fazer). Já as hipóteses do
art 10 (prejuízo ao erário) exige ao menos a demonstração de culpa.

Questão (CESPE/CEBRASPE – TCE-MG – Analista de Controle Externo) Visando garantir a cobertura


assistencial da população, o Sistema Único de Saúde (SUS) pode lançar mão de serviços de saúde
ofertados pela iniciativa privada. Sabendo disso, um secretário de saúde estadual, detentor de cargo
comissionado, transferiu recursos públicos a uma entidade privada sem fins lucrativos, para a prestação de
serviços na área de saúde, sem prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere.
Nessa situação hipotética, o referido secretário de saúde está
a) sujeito a sanção da Lei de Improbidade Administrativa, se a conduta tiver sido realizada de forma dolosa,
uma vez que atentou contra os princípios da administração pública.
b) sujeito a sanção da Lei de Improbidade Administrativa, independentemente de a conduta ter sido dolosa
ou culposa, uma vez que praticou ato que causa lesão ao erário.
c) imune à Lei de Improbidade Administrativa, por ser detentor de cargo em esfera estadual.
d) imune à Lei de Improbidade Administrativa, por não ser detentor de cargo efetivo.
e) sujeito a sanção da Lei de Improbidade Administrativa somente se a conduta tiver sido realizada de forma
culposa, uma vez que praticou ato que importou em enriquecimento ilícito.
R. A

179
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Improbidade Administrativa - Sanções - art. 12


(videoaula 72)

As penas de cada um dos atos de improbidade administrativa foram vistas no respectivo estudo.
Abaixo, transcrevemos o art. 12, que trata dessas penas:

"Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez
anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. "

Destacamos o parágrafo único do art. 12: Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei
o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

A Constituição Federal traz de modo genérico as sanções aplicáveis quanto aos atos de improbidade
administrativa:
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
A Lei de improbidade administrativa prevê, além dessas sanções já citadas pela Constituição Federal,
a multa civil, proibição para contratar ou licitar e a vedação de receber benefícios e incentivos fiscais.
Sobre as penalidades, explicaremos uma a uma:

Direitos políticos
Há a SUSPENSÃO dos direitos políticos por um determinado período. Como vimos anteriormente,
dependendo do ato praticado a suspensão varia de 3 a 10 anos, a depender da gravidade da conduta do
agente ou terceiro.
Nos termos da LIA, para que haja a suspensão dos direitos políticos, é necessário o trânsito em
julgado da sentença civil condenatória.

180
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Perda da função pública


Um dos requisitos necessários para o exercício da função pública é a regularidade dos direitos
políticos, sendo assim, a perda da função pública é consequência da suspensão dos direitos políticos.
Segundo a LIA, a perda do cargo depende de sentença judicial transitada em julgado. Porém, nada impede a
administração pública de demitir o servidor público por infração disciplinar, no entanto é condição necessária
que a lei estatutária preveja, expressamente, a infração disciplinar como improbidade administrativa.
Na esfera federal, a lei 8.112/90 prevê a demissão em caso de improbidade administrativa em seu
art. 132, inc. IV.

Indisponibilidade dos bens


A decretação de indisponibilidade dos bens depende de ação do ministério público, portanto, não
pode ser feita administrativamente.

Ressarcimento ao erário
O Ressarcimento é feito no exato valor do prejuízo causado ao erário. Essa é uma penalidade que
pode ser repassada aos herdeiros ou sucessores daquele que causar prejuízo ao erário até o valor limite da
herança da herança recebida.

As punições do art. 12 são originárias de questões recorrentes em concursos públicos. Por isso, é
importante, para facilitar os estudos, fazer uma tabela comparativa.

Artigo Perde Suspensão Multa Multa (base de cálculo)


função dos Direitos
pública? Políticos

9º sim 8 a 10 3x valor do acréscimo


patrimonial
10 sim 5a8 2x valor do dano
10-A sim 5a8 3x valor do benefício financeiro
ou tributário concedido
11 sim 3a5 100 x valor da remuneração

Artigo Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou


incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de:
9º 10 anos
10 5 anos
10-A sanção não prevista na legislação.
11 3 anos

Questões
(FCC - TRE-AP - Analista Judiciário) Considere os seguintes itens:
I. Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência.
II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.
III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo.
IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
V. Negar publicidade aos atos oficiais.
Nos termos da Lei n° 8.429/92, a pena de ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos é aplicável ao ato constante em
a) V; b) III; c) II; d) IV; e) I.
Gabarito: D

181
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC - TRT-MA - Analista Judiciário - Área Administrativa) Maurício é servidor público do Governo do
Maranhão, atuando em cargo diretivo em determinada secretaria e, no exercício regular de suas
funções, recebeu dinheiro em espécie de uma empresa para omitir ato de ofício a que estava
obrigado. Neste caso, Maurício cometeu ato de improbidade administrativa e estará sujeito, dentre
outras sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, à suspensão dos direitos políticos de :
a) oito a dez anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
b) cinco a oito anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
c) três a cinco anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
d) oito a dez anos, e ao pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial.
e) cinco a oito anos, e ao pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial.
Gabarito: A

Improbidade Administrativa - Declaração de Bens - Lei


8429/92 - art. 13
(videoaula 73)

Quando o agente público toma posse e entra em exercício no serviço público, ele deverá apresentar
sua declaração de bens que servirá como parâmetro para futuras investigações sobre sua variação
patrimonial.
Abaixo, transcrevemos o art. 13:
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso,
abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o
exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou
que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à
Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste
artigo .

Questão (VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) No tocante à Declaração de Bens, prevista na
Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto afirmar que
a) não supre a exigência contida na Lei de Improbidade Administrativa a entrega, em substituição à
Declaração de Bens, da cópia da declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal.
b) a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e
valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
c) a declaração de bens será quinquenalmente atualizada e na data em que o agente público deixar o
exercício do mandato.
d) somente será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, o agente público que prestar falsa declaração de bens.
e) será punido com a pena de repreensão escrita o agente público que se recusar a prestar declaração dos
bens.
Gabarito: B

182
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Procedimento Administrativo e Processo Judicial - Lei


8429/92 - art. 14 ao 16, 19, 20 e 22.
(videoaula 74)

Após ocorrida a prática de ato de improbidade administrativa, para que haja a aplicação de sanção,
haverá a necessidade de iniciar um procedimento administrativo e processo judicial.
O procedimento administrativo é uma fase inicial e investigativa.
No processo judicial é que são aplicadas as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
Ex.: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multa civil, proibição de contratar com o poder
público.
Obs.: Existe a possibilidade de demissão do servidor pela administração pública. Entretanto, essa
figura jurídica denominada "demissão", apesar de representar o mesmo efeito prático da perda da função
pública, aquela não terá por base a Lei 8429/92, mas sim, o estatuto do servidor público do respectivo ente
federado.

Conforme a Lei 8429/92, Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só
se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Questões
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Tratando-se de crime por ato de improbidade, a
perda de função pública e a suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o trânsito em julgado
da sentença condenatória.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - 2016) Em se tratando de ação de improbidade, a perda
da função pública é uma sanção administrativa decorrente de sentença de procedência dos pedidos.
Gabarito: E

Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial


Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Comentário: Aqui se observa o direito de petição, previsto no artigo 5º, inciso XXXIV, da Constituição
Federal:

183
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

"XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;"

Por exemplo, uma pessoa viu um funcionário de um município, que é seu vizinho, utilizando um trator
e funcionários da prefeitura para fazer limpeza de seu terreno particular.
Nesse caso, ele poderá representar esse ato de improbidade administrativa à autoridade
administrativa competente. Não se admitindo representação anônima.
Entretanto, a falsa denúncia é crime, conforme art. 19:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Questão (CESPE- MP-RN) É crime a representação por ato de improbidade administrativa contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia tem conhecimento de que este é inocente.
Gabarito: C

Continuando art. 14: § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá
a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
Comentário: Aqui são apresentadas as formalidades.

Questão (CESPE - PC-ES - Perito papoloscápico) Qualquer pessoa, independentemente de identificação,


poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada
a apurar a prática de ato de improbidade.
Gabarito: E

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta


não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Comentário: A autoridade administrativa não fará juízo de valor. Caso as formalidades estejam
cumpridas, mesmo que a autoridade administrativa não concorde, o processo administrativo deverá ter
prosseguimento.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração


dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182
da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.
Comentário: os arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112/90,referem-se às regras do Processo Disciplinar dos
servidores públicos federais. Contudo, conforme Maria Sylvia Di Pietro:
"em se tratando de matéria de processo administrativo, a competência legislativa é de cada ente da
federação, razão pela qual cada um observará as respectivas leis sobre processo administrativo disciplinar".

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou


Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Questão (CESPE - PGM-RR - Procurador Municipal) O procedimento administrativo cabe à


administração pública, mas a Lei de Improbidade permite ao Ministério Público designar um
representante do órgão para acompanhar esse procedimento.
Gabarito: C

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14,
poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

184
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 20. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério


Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos
bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
Código de Processo Civil. (o CPC - Título II - Tutela de Urgência - art. 300 a 310, CPC - Lei 13105/2015, em
vigor 17/03/2017)

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.
Comentário: Esta é uma ação cautelar pode ser prévia ao ingresso da ação de improbidade. Evita o
dilapidamento do patrimônio do acusado.

185
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Improbidade Administrativa - Processo Judicial - Lei


8429/92 - art. 17, 18 e 21.
(videoaula 75 e 75-A)

Vamos passar para o estudo da ação principal judicial (ação de improbidade administrativa), que pode
eu não ter havido a ação cautelar prévia.
Conforme Di Pietro: "Vem se firmando o entendimento de que a ação judicial cabível para apurar e
punir os atos de improbidade tem a natureza de ação civil pública, sendo-lhe cabível, no que não contrariar
disposições específicas da lei de improbidade, a Lei nº 7.347/85". Essa é a lei de ação civil pública.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
Comentário: Este prazo de 30 dias deve ser observado somente quando houve a medida cautelar
(sequestro, indisponibilidade, afastamento).
Pessoa jurídica interessada - é aquela lesada ou naquela cujo servidor ímprobo trabalhava.

Questões
(CESPE - ANS - Analista Administrativo) Caso procedimento administrativo da ANS identifique a
prática de ato de improbidade administrativa por um servidor da Agência, essa entidade não poderá
ajuizar ação judicial de improbidade administrativa contra o referido servidor, uma vez que cabe
exclusivamente ao Ministério Público propor esse tipo de ação.
Gabarito: E

(CESPE - TRF - Juiz) A ação de improbidade administrativa terá o rito ordinário e será proposta pelo
MP ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de 60 dias da efetivação da medida cautelar.
Gabarito: E

§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos
termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Comentário: este parágrafo possibilita o acordo antes ou após a ação de improbidade administrativa.
Feito o acordo, não haverá ação judicial.
Segundo Andrade: “A expressão “acordo de não persecução cível” designa a ideia
de autocomposição na esfera de improbidade administrativa, que torna desnecessária a propositura ou a
continuidade da ação eventualmente proposta com o objetivo principal de impor sanções ao agente ímprobo.
Por outras palavras, estabeleceu-se, no plano normativo, instituto de consensualidade e cooperação que
permite a conciliação antes ou depois da propositura da ação de improbidade administrativa.”

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do


ressarcimento do patrimônio público.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber,
o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Lei da Ação Popular)
Lei 4.717/65, art. 6º, § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja
objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que
isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal
da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente


intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Por exemplo, se o MP ingressar ação de improbidade em uma vara federal em Florianópolis e
posteriormente surgirem outras ações correlatas, as demais também deverão seguir para a referida vara.

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da
existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18
do Código de Processo Civil. (arts. 79 a 81, no novo CPC - Da Responsabilidade das Partes por Dano
Processual)

186
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do
prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a


ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação
da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

Questão (CESPE - MS - Analista Técnico) A notificação dos réus é fase prévia e obrigatória nos
procedimentos previstos para as ações que visem à condenação por atos de improbidade administrativa.
Somente após a apresentação da defesa prévia é que o juiz analisará a viabilidade da ação e, recebendo-a,
mandará citar o réu.
Gabarito: C

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.


Comentário: Agravo de instrumento é uma espécie de recurso judicial cabível contra um ato
processual praticado pelo juiz no processo.

§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a


interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
Comentário: Segundo Landolfo: “Note-se que a intenção da norma não é a de fixar um prazo fatal
para a celebração do acordo, mas sim a de ampliar as possibilidades de uma solução negociada, por meio
da interrupção do prazo para contestação, por até 90 dias. Nesse prazo, as partes poderão concentrar todos
os seus esforços nas tratativas necessárias à celebração do acordo, o que acaba ampliando,
indiscutivelmente, a chance de sucesso da negociação.”

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz


extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante
que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Lei que dispõe sobre Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza)

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

Questões
(CESPE - INPI - Analista) A aplicação das sanções da Lei de Improbidade independe da efetiva
ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo em relação à pena de ressarcimento.
Gabarito: C

(VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) Em relação ao procedimento administrativo


e ao processo judicial previstos na Lei n.º 8.429/92, assinale a alternativa correta.
a) O cidadão brasileiro e eleitor não poderá representar à autoridade policial competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
b) A representação, que poderá ser escrita ou oral, deverá conter a qualificação do representante, as
informações sobre o fato e sua autoria, sendo desnecessária a apresentação de provas.

187
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c) A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
d) É facultativa a transação, o acordo ou a conciliação nas ações de improbidade administrativa.
e) Recebida a petição inicial, o réu será notificado para apresentar contestação, e, da decisão que
receber a petição inicial, não caberá recurso.
Gabarito: C

Improbidade Administrativa - Prescrição - art. 23 - Lei


8429/92
(videoaula 76)

Prescrição: é a perda da ação por não exercer seu direito durante o prazo previsto em lei.
Conforme a Lei 8429/92:
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;

Questão (FCC - AL-PB - Assessor Técnico Legislativo) Flavio, advogado de renomado escritório de
advocacia, foi eleito Prefeito de determinado Município da Paraíba e exerceu o mandato até dezembro de
2003. Em julho de 2009, o Ministério Público Estadual ingressou com ação de improbidade administrativa
contra Flavio, alegando a prática de ato ímprobo consistente na violação dos princípios da Administração
Pública. Portanto, pleiteou a condenação do mesmo à suspensão dos direitos políticos por cinco anos e a
proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. A ação de improbidade
em questão
a) é imprescritível.
b) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de dez anos.
c) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de oito anos.
d) está prescrita.
e) foi proposta dentro do prazo prescricional, que, na hipótese, é de quinze anos.
Gabarito: D

188
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II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final
pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

CF - Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Comentário: Dessa forma, as ações de ressarcimento não prescrevem.

Questões
(CESPE - 2013 - TC-DF – Procurador) O prazo para a proposição da ação de improbidade administrativa
visando o ressarcimento dos danos causados pelo agente público é de cinco anos, a contar do término do
exercício de mandato, de cargo em concurso ou de função de confiança por esse agente.
Gabarito: E

(FCC - MPE-RS - Assessor -direito) Sobre prescrição em matéria de atos de improbidade administrativa,
considere:
I. Presença da prescrição da ação de improbidade dez anos após o término do exercício de mandato, de
cargo em comissão ou de função de confiança.
II. Ocorrência da prescrição no mesmo prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III. Incidência da prescrição cinco anos após a aposentadoria nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.
IV. Característica de imprescritibilidade das ações de ressarcimento por danos causados por agente
público.
V. Prescrição em quinze anos das ações de ressarcimento por danos causados por agente público.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II e IV.
d) II e V.
e) III e V.
Gabarito: C

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Poderes Administrativos
O Uso e Abuso do Poder
(videoaula 77)

Introdução
Iniciamos nosso estudo sobre Poderes Administrativos recordando os dois princípios básicos da
administração, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (aula 21), dos quais surgem os demais princípios.
Estes princípios são:

- Indisponibilidade do interesse público pela Administração


- Supremacia do interesse público sobre o particular

Estudamos (na aula 21) que o princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Interesse
Particular (privado) - também chamado de princípio da finalidade pública - evidencia a superioridade do
interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o do particular. De modo que, para que isso
ocorra é necessário que os agentes públicos tenham certas prerrogativas, conferidas pela lei, para que em
nome do Estado, possa satisfazer o interesse público. Como é o caso, por exemplo, de imposição de sanções,
como a multa ou de desapropriações.
Conforme Hely Lopes Meirelles, os Poderes Administrativos “nascem com a Administração e se
apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos
a que se dirigem; esses poderes são inerentes à Administração de todas as entidades estatais na proporção
e limites de suas competências institucionais, e podem ser usados isolada ou cumulativamente para a
consecução do mesmo ato.”
Na mesma linha, José dos Santos Carvalho Filho conceitua poderes administrativos como “o conjunto
de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de
permitir que o Estado alcance seus fins”.
Não devemos confundir os Poderes Administrativos com os três poderes políticos (Executivo,
Legislativo e Judiciário), que são poderes estruturais.
Estudaremos com detalhes, nas próximas aulas, os Poderes Administrativos descritos pela doutrina
e que frequentemente são cobrados.
São eles:
Poder Vinculado
Poder Discricionário
Poder Hierárquico
Poder Disciplinar
Poder Regulamentar
Poder de Polícia

O Uso e Abuso do Poder


Uso do Poder - Segundo Hely Lopes Meirelles, "o uso do poder é prerrogativa da autoridade. Mas, o
poder há que ser usado normalmente, sem abuso. Usar normalmente do poder é empregá-lo segundo as
normas legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. Abusar do
poder é empregá-lo fora da lei, sem utilidade pública."

O Abuso do Poder - Quando houver abuso do poder ocorreu uma ilegalidade que deverá ser
invalidado o ato. O abuso de poder pode ocorrer tanto de forma comissiva como omissiva. Pode ser dividido
em: Excesso de Poder e Desvio de Poder (ou de finalidade).

Questões
(CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo) Julgue o próximo item, a respeito de atos
administrativos e poderes administrativos.
O abuso de poder administrativo pode assumir tanto a forma comissiva quanto omissiva.
Gabarito: C

(FEC - ANS - Direito) Abuso de poder; excesso de poder; desvio de poder:


a) o primeiro e o segundo são manifestações do terceiro

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b) o primeiro e o terceiro são manifestações do segundo.


c) o segundo é manifestação do primeiro e do terceiro.
d) o terceiro é manifestação do primeiro e do segundo.
e) o segundo e o terceiro são manifestações do primeiro.
Gabarito: E

Excesso de Poder - o agente público vai além do que sua competência permite. Como o próprio
nome sugere, o agente público extrapola sua competência e, consequentemente, os limites da lei.
(obs.: competência seria o conjunto de atribuições de um cargo ou função, que podem ser executadas
pelo agente público).

Questão (CESPE - TRE-GO - Técnico Judiciário) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública.
O excesso de poder, espécie de abuso de poder, ocorre quando o agente público ultrapassa os limites
impostos a suas atribuições.
Gabarito: C

Desvio de Poder (ou de finalidade) - o agente público praticou o ato dentro de sua competência,
porém a finalidade objetivada pela lei não foi atingida. Nesse caso, segundo Hely Lopes Meirelles, houve uma
"violação moral da lei, colimando o administrador público fins não queridos pelo legislador, ou utilizando
motivos e meios imorais para a prática de um ato administrativo aparentemente legal".

Questões
(CESPE - INSS - Perito Médico Previdenciário) A alteração da finalidade do ato administrativo expressa
na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder.
Gabarito: C

(FCC - TRE-PI - Analista Judiciário) Sobre o abuso de poder, é correto afirmar que
Parte superior do formulário
a) o desvio de finalidade, sendo uma espécie de abuso, ocorre quando a autoridade, atuando fora dos
limites da sua competência, pratica o ato com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo
interesse público.
b) tem o mesmo significado de desvio de poder, sendo expressões sinônimas.
c) pode se caracterizar tanto por conduta comissiva quanto por conduta omissiva.
d) a invalidação da conduta abusiva só pode ocorrer pela via judicial.
e) se caracteriza, na forma de excesso de poder, quando o agente, agindo dentro dos limites da sua
competência, pratica o ato de forma diversa da que estava autorizado.
Gabarito: c

(VUNESP - Prefeitura de Poá - Procurador Jurídico) Florindo Furtado é Prefeito Municipal e tem como seu
adversário político, Fulaninho da Silva, que é Vereador. Florindo, querendo atingir seu desafeto, resolve
desapropriar a casa onde reside Fulaninho, para instalar no local uma Escola Municipal. E assim o faz,
utilizando o procedimento legal exigido para o caso. A população da região ficou bastante satisfeita com a
novidade, pois o Município era carente de escolas. Considerando essa situação, é correto afirmar que o ato
de Florindo
Parte superior do formulário
a) é perfeitamente constitucional, uma vez que Florindo atendeu aos anseios da população.
b) é irregular, uma vez que o imóvel residencial não pode ser desapropriado.
c) é inconstitucional, haja vista que a residência de Fulaninho tem proteção garantida por ser Vereador.
d) é regular, posto que atendeu aos preceitos legais e foi praticado em respeito ao interesse público local.
e) caracteriza desvio de poder, uma vez que a sua real intenção era de atingir seu desafeto político.
Gabarito: e

(CESPE - TJ-DFT - Técnico Judiciário) Configura-se abuso de poder por desvio de poder no caso
de vício de finalidade do ato administrativo, e abuso de poder por excesso de poder quando o ato
administrativo é praticado por agente que exorbita a sua competência.
Gabarito: C

(CESPE - Prefeitura de Fortaleza - Procurador - 2017) Com relação a processo administrativo, poderes
da administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Um secretário municipal removeu determinado assessor em razão de
desentendimentos pessoais motivados por ideologia partidária. Assertiva: Nessa situação, o secretário

192
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

agiu com abuso de poder, na modalidade excesso de poder, já que atos de remoção de servidor não
podem ter caráter punitivo.
Gabarito: E

(CESPE - ANVISA - Técnico Administrativo) O teto de um imóvel pertencente à União desabou em


decorrência de fortes chuvas, as quais levaram o poder público a decretar estado de calamidade na região.
Maria, servidora pública responsável por conduzir o processo licitatório para a contratação dos serviços de
reparo pertinentes, diante da situação de calamidade pública, decidiu contratar mediante dispensa de
licitação. Findo o processo de licitação, foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preços superiores ao
preço de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse contratada pela União, realizar, com
generoso desconto, uma grande reforma no banheiro da residência de Maria. Ao final, em razão da
urgência, foi firmado contrato verbal entre a União e a Empresa Y e executados tanto os reparos
contratados quanto a reforma prometida. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se
segue. Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y.
Gabarito: E

(CESPE - TCE-SC - 2016) Com base na doutrina e nas normas de direito administrativo, julgue o item
que se segue. Situação hipotética: Diante da ausência de Maria, servidora pública ocupante de cargo
de nível superior, João, servidor público ocupante de cargo de nível médio, recém-formado em
Economia, elaborou determinado expediente de competência exclusiva do cargo de nível superior
ocupado por Maria. Assertiva: Nessa situação, o servidor agiu com abuso de poder na modalidade
excesso de poder.
Gabarito: C

(CESPE - DPU - técnico) No que se refere aos poderes da administração pública e aos serviços
públicos, julgue o item subsecutivo.
Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos limites de suas
atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não incluído no âmbito de sua competência.
Gabarito: E

193
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Poder Vinculado e Poder Discricionário


(videoaula 78)

Poder Vinculado
Segundo Hely Lopes Meirelles: o Poder Vinculado (ou regrado) "é aquele que a lei confere à
Administração Pública para a prática de ato de sua competência determinando os elementos e requisitos
necessários à sua formalização".
Nesse caso o agente público deverá obedecer estritamente ao que está previsto na legislação.
Na prática é um "dever" à observância da lei, apesar de a doutrina considerar um "poder".
Por exemplo: dirigir sem o cinto de segurança, perde-se 5 pontos na carteira (CNH). O motorista que
for pego dirigindo sem cinto perderá exatamente 5 pontos e não 4 ou 6. Perceba que não há margem de
liberdade.
Posteriormente, estudaremos (em Atos) que nos atos vinculados, decorrentes do poder vinculado,
encontramos os seguintes elementos vinculados: competência, finalidade e forma, além de outros que
porventura a legislação estabeleça.

Poder Discricionário
Segundo Meirelles, o Poder Discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo
explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência,
oportunidade e conteúdo.
A prática de atos discricionários também deverá observar os seguintes elementos: competência,
finalidade e forma. E sua prática deve atender ao mérito administrativo: conveniência e oportunidade.
Um ato discricionário praticado de forma correta somente poderá ser revogado (desfeito) pela própria
administração pública praticante, que em momento posterior passe a julgar inconveniente e inoportuno. Dessa
forma, o poder judiciário não poderá revogar um ato praticado pelo poder executivo.
A liberdade do uso do Poder Discricionário não deve ser confundida com Arbitrariedade, pois os atos
discricionários devem ser praticados dentro dos limites estabelecidos pela própria legislação. Além do mais
deverá ser obedecido os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (estudados na minha "aula 24 -
Princípios" e, também, comentados na "Aula de Boteco 28 - Bloquearam o Whatsapp").
Um ato arbitrário é ilegal e deverá ser anulado pela administração pública praticante ou pelo Poder
Judiciário.

Questões

(CESPE - CNJ - Analista Judiciário) O exercício do poder discricionário pode concretizar-se tanto no
momento em que o ato é praticado, bem como posteriormente, como no momento em que a administração
decide por sua revogação.
Gabarito: C

(CESPE - TJ-RR - Administrador) Define-se poder discricionário como o poder que o direito concede à
administração para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência,
oportunidade e conteúdo, estando a administração, no exercício desse poder, imune à apreciação do Poder
Judiciário.
Gabarito: E

(CESPE - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) A razoabilidade funciona como limitador do poder
discricionário do administrador.
Gabarito: C

(CESPE - DETRAN-ES - Administrador) Ao administrador público são atribuídos poderes discricionários,


sendo-lhe facultado renunciar parcialmente aos poderes recebidos.
Gabarito: E

194
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

195
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Poder Hierárquico
(videoaula 79)

Poder Hierárquico
Segundo Meirelles, "é o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do
seu quadro de pessoal (...) O Poder Hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as
atividades administrativas , no âmbito interno da Administração Pública".
Dá para imaginar que hierarquia é uma ordem de subordinação existente entre os vários órgãos e
agentes públicos dentro de uma mesma pessoa jurídica.
Não existe hierarquia entre pessoas jurídicas distintas, Poderes (executivo, judiciário e legislativo)
distintos e entre administração e administrados.
Entre a administração direta e entidades da respectiva administração indireta existe vinculação.

Questão (CESPE - IPAJM - Advogado) O poder hierárquico da administração pública indireta é extensivo
aos administrados.
Gabarito: E

Do exercício do Poder Hierárquico decorrem as prerrogativas, do superior para o subordinado, de:


- dar ordens, fiscalizar, rever, delegar e avocar.

Dar ordens – determinar a prática de algum ato ou conduta.

Fiscalizar – vigiar de forma permanente os atos dos subordinados a fim de que se mantenham dentro
da legalidade.

Rever - apreciar (controlar) os atos de inferiores hierárquicos para mantê-los ou invalidá-los, de ofício
ou mediante provocação do interessado.

Delegar – ocorre quando o superior hierárquico confere ao subordinado atribuições que originalmente
lhe pertenciam. Não se delega ato político, mas somente ato administrativo.
Não se delega atribuições privativas. Não se admite delegação de um Poder de Estado para outro (a não ser
que esteja prevista na Constituição).

Avocar – chamar para si as atribuições originalmente distribuídas ao subordinado. Não pode ser
atribuição exclusiva do subordinado.

Questões

(CESPE - INSS - Analista do Seguro Social - Direito) A avocação de procedimentos administrativos decorre
do poder hierárquico.
Gabarito: C

(CESPE - STF - Técnico Judiciário - Área Administrativa) No exercício do poder hierárquico, os


agentes públicos têm competência para dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar
competência e fiscalizar.
Gabarito: C

(FCC - TRT-SE - Analista Judiciário) NÃO constitui característica do poder hierárquico:


a) delegar atribuições que não lhe sejam privativas.
b) dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência, para estes últimos, salvo para as
ordens manifestamente ilegais.
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, tendo o poder de anular e de revogar atos administrativos.
d) avocar atribuições, desde que estas não sejam da competência exclusiva do órgão subordinado.
e) editar atos normativos que poderão ser de efeitos internos e externos.
Gabarito: E

(FCC - TRT-MG -Analista Judiciário) O poder hierárquico


Parte superior do formulário

196
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) autoriza a Administração Direta a rever, de ofício, os atos praticados pelas entidades integrantes da
Administração Indireta, quando identificada a sua desconformidade com as diretrizes governamentais.
b) corresponde ao poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens a seus subordinados e aplicar
sanções disciplinares, ainda que não expressamente previstas em lei.
c) fundamenta a avocação, pela Administração Direta, de matérias inseridas na competência das autarquias
a ela vinculadas.
d) constitui fundamento da organização administrativa, estabelecendo relação de coordenação e
subordinação entre os vários órgãos integrantes da Administração Pública.
e) possibilita ao particular apresentar recurso ordinário ao Ministério ao qual se encontra vinculada entidade
integrante da Administração Indireta, insurgindo-se contra o mérito do ato praticado.
Gabarito: D

Leitura Complementar

Lei 9784/99 - (Processo Administrativo)


Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício
da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

197
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Poder Disciplinar
(videoaula 80)

Conforme Meirelles: "Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais


dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É uma
supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações
de qualquer natureza, subordinando-se às normas de funcionamento do serviço ou do estabelecimento que
passam a integrar definitiva ou transitoriamente."
Resumindo, o poder disciplinar confere à Administração Pública a possibilidade de punir internamente
as infrações:
- funcionais dos servidores públicos (vínculo funcional - deriva do poder hierárquico, mas com ele não
se confunde) e
- de particulares com vínculo jurídico específico com a Administração Pública (vínculo contratual -
não se relaciona com o poder hierárquico). Ex.: punição no descumprimento de contrato com a administração.

O poder disciplinar não deve ser confundido com o poder punitivo do Estado, exercido pela Justiça
Penal quando reprime crimes e contravenções tipificadas nas leis penais.

Questões

(CESPE - TJ-ES- Analista Judiciário) Estarão sujeitas ao poder disciplinar as pessoas que possuam algum
vínculo com a administração pública.
Gabarito: E

(CESPE - IFB - Assistente de Administração) O poder disciplinar autoriza a administração a aplicar multa ao
contratado por inadimplemento parcial do contrato.
Gabarito: C

(FCC - TCE-AP) Submetem-se ao poder disciplinar da Administração:


a) servidores submetidos ao regime estatutário e servidores ocupantes de emprego público.
b) funcionários públicos, exclusivamente.
c) particulares que atuam em setores considerados de interesse público.
d) as entidades da Administração indireta, em face da tutela exercida pelo ente instituidor.
e) os administrados, em face do poder da Administração de limitar a atuação privada em prol do interesse
coletivo.
Gabarito: A

(CESPE o TCU - Auditor Federal de Controle Externo) O poder disciplinar da administração pública
confunde-se com o poder punitivo do Estado.
Gabarito: E

198
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Poder Regulamentar
(videoaula 81)

Segundo Hely Lopes Meirelles:


"O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de executivo (Presidente da
República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos
autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. É um poder inerente e privativo
do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV), e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado."

Questões
(VUNESP - TJ-PA - Auxiliar Judiciário) O poder regulamentar é
a) função típica dos Promotores de Justiça.
b) função típica do Presidente do Tribunal de Justiça.
c) função típica do Presidente do Senado Federal.
d) atribuição privativa de qualquer magistrado.
e) atribuição típica do Chefe do Poder Executivo.
Gabarito: E

(CESPE - PRF - Agente Administrativo) Ao aplicar penalidade a servidor público, em processo


administrativo, o Estado exerce seu poder regulamentar.
Gabarito: E

DECRETOS DE EXECUÇÃO (ou Regulamentares)


CF. "Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;"
Estes são chamados de decretos de execução ou decretos regulamentares, que são atos do Chefe
do Executivo, que tem por objetivo explicar a lei e facilitar sua execução. Por isso, não podem contrariar a lei,
nem ampliar ou restringir.
Já o Regulamento, conforme Meirelles: "é ato administrativo expedido privativamente pelo Chefe do
Executivo, através de decreto, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei eu prover situações
não disciplinadas em lei".
Ex.: Lei 8112/90: Art. 58. "O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou
transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas
a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento".
Assim, os decretos e regulamentos encontram-se hierarquicamente abaixo da lei. E são considerados
atos secundários, pois necessitam de uma lei a ser regulamentada. Já uma lei é considerada ato primário (a
ser regulamentado).

Questões
(FCC - TRT-RJ - Analista Judiciário) O poder regulamentar da Administração pública consiste em
a) impor restrições à atuação de particulares, em benefício da coletividade, nos limites da lei.
b) controlar a atividade de órgãos inferiores, dando ordem a subordinados e verificando a legalidade dos
atos praticados.
c) editar normas complementares à lei, para a sua fiel execução.
d) organizar a atividade administrativa, inclusive com a avocação de competências e criação de órgãos.
e) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e particulares que contratam com a
Administração.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-RO - Contador) Por meio do poder regulamentar, a administração pública poderá
complementar e alterar a lei a fim de permitir a sua efetiva aplicação.
Gabarito: E

(CESPE - TRE-BA - Analista Judiciário) O poder regulamentar, regra geral, tem natureza primária e decorre
diretamente da CF, sendo possível que os atos expedidos inovem o próprio ordenamento jurídico.
Gabarito: E

199
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - MPU - Técnico Administrativo) É denominado regulamento executivo o decreto editado pelo
chefe do Poder Executivo federal para regulamentar leis.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a administração expede normas de caráter geral e
impessoal, ela está desempenhando o poder regulamentar e a função normativa simultaneamente.
Gabarito: C

DECRETOS AUTÔNOMOS
Existem também os chamados decretos autônomos, previstos no art. 84, VI, da CF, conforme abaixo:
CF. "Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;"
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos
VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Os decretos autônomos são expedidos como atos primários, independentemente de lei e previstos
pela Constituição Federal.

Questões
(FCC - AL-PB - Procurador - 2013 - adaptada) O chamado poder regulamentar autônomo, trata-se de
a) exercício de atividade normativa pelo Executivo, disciplinando matéria não regulada em lei.
b) poder conferido aos entes federados para legislar em matéria administrativa de seu próprio interesse.
c) atividade normativa exercida pelas agências reguladoras, nos setores sob sua responsabilidade.
d) prerrogativa conferida a todos os Poderes para disciplinar seus assuntos interna corporis.
e) atividade normativa excepcional, conferida ao Conselho de Defesa Nacional, na vigência de estado de
defesa ou estado de sítio.
Gabarito: A

(CESPE - DETRAN-ES - Advogado) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República


pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Gabarito: C

(CESPE - FUB - Auditor) No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no
exercício do poder regulamentar da administração pública.
Gabarito: C

Regulamentos autorizados (ou delegado)

Primeiramente, não tem nada a ver com a "lei delegada" prevista no art. 68 da CF.
É um ato secundário, porém inova o Direito nas matérias em que a lei autoriza. Assim ele completa a
lei em razão de sua delegação.
Não está previsto expressamente na Constituição Federal.
Os regulamentos autorizados completam a lei, assim, inovam o direito, pois a lei autoriza o
preenchimento dessa lacuna.

Controle - O controle é feito pelo Congresso Nacional, conforme CF:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;

Questão (CESPE - FNDE - Especialista em Financiamento) No tocante ao exercício do poder normativo, a


CF permite que os atos normativos do Poder Executivo sejam sustados pelo Congresso Nacional nos casos
em que exorbitem do poder regulamentar.
Gabarito: C

Poder Normativo

200
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Poder Normativo é gênero de Poder Regulamentar (que é espécie).

Poder de Polícia (parte 1)


(videoaula 82)

Lembrando, das aulas sobre Princípios da Administração Pública que o regime jurídico-administrativo
é construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais surgem os demais princípio,
segundo Celso Antônio Bandeira de Mello. Estes princípios são:

- Supremacia do interesse público sobre o particular.


- Indisponibilidade do interesse público pela Administração

Para que o princípio da "Supremacia do interesse público sobre o particular" seja de fato aplicado,
por vezes é necessário que a administração pública se utilize do emprego de força (coercibilidade), que é
atributo do Poder de Polícia.

Sendo assim, quando se fala em poder de polícia, não necessariamente estamos tratando dos órgãos
policiais, como por exemplo: a polícia civil.
Além dos órgãos policiais, o poder de polícia é exercido por diversos órgãos e entidades.
Dessa forma, antes de tratarmos do conceito do poder de polícia, convém diferenciar a polícia
administrativa e a polícia judiciária.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA

CONCEITO

O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) traz o conceito do poder de polícia:


Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de

201
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Segundo Hely Lopes Meirelles:
"Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir
o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado".
O poder de polícia representa o que é conhecido como "atividade negativa", que restringe, dentro da
lei, direitos e interesses dos administrados. O inverso, considerado como "atividade positiva", seria a
prestação de serviços pela Administração Pública, o que amplia seus direitos.
Em que pese ser considerada "atividade negativa", o poder de polícia também impõe a prática de ato,
como por exemplo a obrigatoriedade de o particular conseguir autorização para fabricar fogos de artifício.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA


Ocorrência
Infração administrativa Ilícito penal

Exemplo Investigação
Fiscalização Criminal
(ex.: perícia)
Órgão Polícia civil, Polícia
Diversos órgãos da
Federal
administração (polícia militar em
(polícia militar em
alguns casos)
alguns casos)
Incide sobre Atividades privadas,
Pessoas
bens e direitos
Atuação Essencialmente
Repressiva
Preventiva por vezes Repressiva

Questões
(CESPE - MC - Técnico de Nível Superior) A polícia judiciária é uma expressão do poder de polícia da
administração pública, sendo a primeira um gênero da qual o segundo é espécie.
Gabarito: E

(CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia - 2017) De acordo com a legislação e a doutrina pertinentes, o
poder de polícia administrativa
a) pode manifestar-se com a edição de atos normativos como decretos do chefe do Poder Executivo para a
fiel regulamentação de leis.
b) é poder de natureza vinculada, uma vez que o administrador não pode valorar a oportunidade e
conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e escolher seu conteúdo.
c) pode ser exercido por órgão que também exerça o poder de polícia judiciária.
d) é de natureza preventiva, não se prestando o seu exercício, portanto, à esfera repressiva.
e) é poder administrativo que consiste na possibilidade de a administração aplicar punições a agentes
públicos que cometam infrações funcionais.
Gabarito: C

(CESPE - SEDF - 2017) No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao
controle da administração, julgue o item seguinte. O fato de a administração pública internamente
aplicar uma sanção a um servidor público que tenha praticado uma infração funcional caracteriza o
exercício do poder de polícia administrativo.
Gabarito: E (isso é poder disciplinar)

(VUNESP - TJ-PA - Auxiliar Judiciário)


A____________ é essencialmente preventiva, embora algumas vezes seus agentes ajam
repressivamente.
A _____________é notadamente________________.

202
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

No tocante ao poder de polícia, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, o


enunciado.
a) polícia judiciária … polícia administrativa … repressiva
b) polícia judiciária … polícia administrativa … preventiva
c) polícia judiciária … polícia administrativa … punitiva
d) polícia administrativa … polícia judiciária … judicante
e) polícia administrativa … polícia judiciária … repressiva
Gabarito: E

(FGV - AL-BA - 2014 - Auditor) Sobre o poder de polícia, analise as afirmativas a seguir.
I. A polícia administrativa tem sua atuação voltada predominantemente para pessoas, e não para
atividades das pessoas.
II. A polícia administrativa tem caráter eminentemente preventivo.
III. Uma das funções primordiais da polícia administrativa, ao contrário da polícia judiciária, é a
de subsidiar a atuação do Ministério Público.
Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: A

(FCC- TRE-SP - Técnico Judiciário - 2017) Dentre as diversas atividades realizadas pelo Estado, no
desempenho de suas funções executivas, representam expressão de seu poder de polícia:
a) a regulação ou poder regulamentar, que visam conformar, de forma restritiva ou indutiva, as atividades
econômicas aos interesses da coletividade, podendo abranger medidas normativas, administrativas,
materiais, preventivas e fiscalizatórias e sancionatórias.
b) as medidas disciplinares e hierárquicas adotadas para conformação da atuação dos servidores públicos e
dos contratados pela Administração às normas e posturas por essa impostas.
c) a fiscalização e autuação de condutores exercidas pelas autarquias que desempenham serviços públicos
rodoviários.
d) a autotutela exercida pela Administração pública sobre seus próprios atos, que inclui a possibilidade de
revisão e anulação dos mesmos.
e) a imposição de multas contratuais a empresas estatais exploradoras de atividades econômicas ou
prestadoras de serviços públicos, que também exercem poder de polícia ao impor multas a usuários dos
serviços e atividades que prestam.
Gabarito: C

(CESPE - SEDF - 2017) No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao
controle da administração, julgue o item seguinte.
O poder de polícia administrativo é uma atividade que se manifesta por meio de atos concretos em benefício
do interesse público. Por conta disso, a administração pode delegar esse poder a pessoas da iniciativa
privada não integrantes da administração pública.
Gabarito: E

(ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Considerando-se os poderes


administrativos, relacione cada poder com o respectivo ato administrativo e aponte a ordem correta.
1 poder vinculado
2 poder de polícia
3 poder hierárquico
4 poder regulamentar
5 poder disciplinar
( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal
( ) alvará para construção de imóvel comercial
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor
( ) avocação de competência por autoridade superior
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega
a)3/2/5/4/1
b)1/2/3/5/4
c)4/1/5/3/2
d)2/5/4/1/3

203
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e)4/1/2/3/5
Gabarito: C

Poder de Polícia (parte 2) - Atributos


(videoaula 83)

Atributos do Poder de Polícia


São atributos ou qualidades características do poder de polícia:
Discricionariedade
Coercibilidade
Autoexecutoriedade

Vamos tratar a seguir de cada um dos atributos:

- Discricionariedade - segundo Meirelles: "traduz-se na livre escolha, pela Administração, da


oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia, bem como de aplicar as sanções e empregar
os meios conducentes a atingir o fim colimado, que é a proteção de algum interesse público.". E ainda:
"no uso da liberdade legal de valoração das atividades policiadas e na graduação das sanções aplicáveis
aos infratores é que reside a discricionariedade do poder de polícia, mas mesmo assim a sanção deve
guardar correspondência e proporcionalidade com a infração".
O ato de polícia que a princípio é discricionário, pode também, conforme o caso ser vinculado.
Por exemplo, a concessão de licença a uma pessoa para o exercício de uma profissão, caso o particular
atenda todos os requisitos legais, é um ato vinculado.

- Autoexecutoriedade - nas palavras de Meirelles: "é a faculdade de a Administração decidir e


executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário". Assim, para
a prática desses atos não é necessária a autorização ou ordem do Judiciário.
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, a autoexecutoriedade não existe em todos os atos de polícia.
Assim, ela só é possível:
1- Quando expressamente prevista em lei. Por exemplo: apreensão de mercadorias. Ou,
2- Quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar
prejuízo maior para o interesse público. Por exemplo: um prédio prestes a desmoronar é demolido.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, alguns autores desdobram o princípio da autoexecutoriedade


em 2:

1- exigibilidade: resulta da possibilidade que tem a Administração de tomar decisões


executórias, ou seja, decisões que dispensam a Administração de dirigir-se preliminarmente ao juiz para
impor a obrigação ao administrado. A decisão administrativa impõe-se ao particular ainda contra a sua
concordância; se este quiser se opor, terá que ir a juízo.
Pelo atributo da exigibilidade, a Administração se vale de meios indiretos de coação. Ex.: multa,
impossibilidade de licenciamento do veículo enquanto não pagas as multas de trânsito.
2- executoriedade: consiste na faculdade que tem a Administração, quando já tomou decisão
executória, de realizar diretamente a execução forçada, usando, se for o caso, da força pública para
obrigar o administrado a cumprir a decisão.
Pelo atributo da executoriedade a Administração compele materialmente o administrado, usando
meios diretos de coação. Por exemplo: apreensão de mercadoria, interdição de fábrica.
E, conforme Maria Sylvia Di Pietro, "a exigibilidade está presente em todas as medidas de
polícia, mas não a executoriedade".

Conforme Meirelles: "excluem-se da autoexecutoriedade as multas (execução de cobrança de


multa), ainda que decorrentes do poder de polícia, que só podem ser executadas por via judicial, como
as demais prestações pecuniárias devidas pelo administrados à Administração".

- Coercibilidade - Segundo Meirelles: "é a imposição coativa das medidas adotadas pela
Administração. Todo ato de polícia é imperativo (obrigatório para seu destinatário), admitindo até o
emprego da força pública para seu cumprimento, quando resistido pelo administrado. O atributo da
coercibilidade do ato de polícia justifica o emprego da força física quando houver oposição do infrator."

204
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Di Pietro: "A coercibilidade é indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só


é autoexecutório porque dotado de força coercitiva."

Outro Atributo: Atividade Negativa


Segundo Di Pietro, "outro atributo que alguns autores apontam para o poder de polícia é o fato
de ser uma atividade negativa, distinguindo-se, sob esse aspecto, do serviço público que seria uma
atividade positiva.
O poder de polícia é atividade negativa no sentido de que sempre impõe uma abstenção ao
particular, uma obrigação de não fazer. Mesmo quando o poder de polícia impõe, aparentemente, uma
obrigação de fazer, como exibir planta para licenciamento contra incêndio nos prédios, o poder público
não quer estes atos. Quer sim, evitar que as atividades ou situações pretendidas pelos particulares
sejam efetuadas de maneira perigosa ou nociva, o que ocorreria se realizadas fora dessas condições.
Por outras palavras, mesmo quando se exige prática de um ato pelo particular, o objetivo é
sempre uma abstenção: evitar um dano oriundo do mau exercício do direito individual".

Questões
(FCC - TRE-PR - Analista Judiciário) Considerando que sejam atributos do poder de polícia a
discricionariedade, a coercibilidade e a autoexecutoriedade, da qual são desdobramentos a
exigibilidade e a executoriedade, é correto afirmar:
a) A discricionariedade está presente em todos os atos emanados do poder de polícia.
b) A exigibilidade compreende a necessidade de provocação judicial para adoção de medidas de polícia.
c) A autoexecutoriedade prescinde da coercibilidade, que pode ou não estar presente nos atos de polícia.
d) A coercibilidade traduz-se na caracterização do ato de polícia como sendo uma atividade negativa, na
medida em que se presta a limitar a atuação do particular.
e) O poder de polícia pode ser exercido por meio de atos vinculados ou de atos discricionários, neste caso
quando houver certa margem de apreciação deixada pela lei.
Gabarito: E

(CESPE - TRT-9R - Analista Judiciário) Pelo atributo da coercibilidade, o poder de polícia tem execução
imediata, sem dependência de ordem judicial.
Gabarito: E (autoexecutoriedade)

(VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos - Analista Legislativo- Advogado) São
atributos do poder de polícia:
a) legitimidade e moralidade.
b) legalidade e imperatividade.
c) discricionariedade e autoexecutoriedade.
d) vinculação e coercibilidade.
e) positividade e proporcionalidade.
Gabarito: C

(FGV - MPE-MS - Analista-Direito) Sobre o Poder de Polícia, avalie as afirmativas a seguir.


I. São características do poder de polícia a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
II. O poder de polícia somente pode ser exercido por pessoa jurídica integrante da Administração
Pública.
III. A Polícia Administrativa incide sobre pessoas, enquanto a Polícia Judiciária sobre atividades.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: A

Poder de Polícia (parte 3) - Ciclo de Polícia


(videoaula 84)

Ciclo de policia (atuação, atividade)

205
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O ciclo de polícia observa 4 fases:


1- Ordem de polícia;
2- Consentimento de polícia;
3- Fiscalização de polícia;
4- Sanção de polícia.

Vamos estudar cada uma dessas fases.

1- Ordem de polícia - É a primeira fase. Em decorrência da aplicação do princípio da legalidade,


diz respeito às leis e atos normativos. É a legislação de determina os limites e condicionamentos ao
exercício de atividades privadas ou para determinado exercício de poderes referentes à propriedade
privada.

2- Consentimento de polícia - O exemplo clássico é o alvará (licenças e autorizações), quando


se faz necessário esse consentimento para o exercício de atividades privadas e o uso de bens. Esta é
uma fase que não está presente em todo e qualquer ciclo de polícia. Pois, por exemplo, há determinadas
atividades privadas que não estão sujeitos a alvará, mas estão sujeitos à fiscalização de polícia e sanção
de polícia.

3- Fiscalização de polícia - Como o próprio nome diz, é a própria fiscalização da administração


pública sobre o particular. Nessa fiscalização a administração verifica se o particular está a cumprir a
legislação e consequentemente a ordem de polícia.

4- Sanção de polícia - Como exemplo, podemos ter as sanções de multa administrativa e


apreensão de mercadoria. Segundo Vicente Paulo: "é a atuação administrativa coercitiva por meio da
qual a administração, constatando que está sendo violada uma ordem de polícia, ou que uma atividade
privada previamente consentida está sendo executada em desacordo com as condições e os requisitos
estabelecidos no ato de consentimento, aplica ao particular infrator uma medida repressiva (sanção) ,
dentre as previstas na lei de regência".

Questões
(ESAF - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Ao exercer o poder de polícia, o agente público percorre
determinado ciclo até a aplicação da sanção, também chamado ciclo de polícia. Identifique, entre as opções
abaixo, a fase que pode ou não estar presente na atuação da polícia administrativa.
a) Ordem de polícia.
b) Consentimento de polícia.
c) Sanção de polícia.
d) Fiscalização de polícia.
e) Aplicação da pena criminal.
Gabarito: B

(ESAF - CVM - Agente Executivo) A coluna I contém alguns exemplos de atos administrativos praticados no
exercício do poder de polícia. A coluna II contém as fases do ciclo de polícia que culminam na prática dos
atos administrativos listados na coluna I. Correlacione as colunas I e II e, ao final, assinale a opção que
expresse a correlação correta.

a) 3, 1, 2, 3, 1
b) 1, 2, 3, 1, 2
c) 2, 2, 3, 1, 2
d) 3, 1, 2, 1, 3
e) 2, 1, 3, 2, 1

206
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: A

Poder de Polícia - Sentido Amplo

Estudamos que o conceito de poder de polícia, segundo Meirelles é:


"Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir
o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado".
Entretanto, alguns autores adotam o "sentido amplo" do poder de polícia, incluindo até a criação de
leis pelo Poder Legislativo. Segundo Di Pietro:
"O Poder Legislativo, no exercício do poder de polícia que incumbe ao Estado, cria, por lei, as
chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.
A Administração Pública, no exercício da parcela que lhe é outorgada do mesmo poder, regulamenta
as leis e controla a sua aplicação, preventivamente (por meio de ordens, notificações, licenças ou
autorizações) ou repressivamente (mediante imposição de medidas coercitivas)."

Questão (FCC - TCE-SP - Procurador) O poder de polícia expressa-se, em sentido amplo, por meio de
a) medidas repressivas, não compreendendo medidas preventivas.
b) medidas gerais preventivas de limitação de direitos, podendo ser discricionárias quando não previstas em
lei.
c) atos administrativos concretos limitadores do exercício de direitos e atividades individuais em caráter
geral e abstrato.
d) atos administrativos normativos gerais e atos administrativos de aplicação da lei ao caso concreto.
e) medidas preventivas abstratas, tais como vistorias e licenças.
Gabarito: D

Questão - Dentre as características e peculiaridades do poder de polícia administrativa, considerado este


em seu sentido amplo, é INCORRETO afirmar que
a) se manifesta, dentre outras formas, através de atos normativos e de alcance geral, como, por exemplo,
regulamentos ou portarias que proíbem soltar balões em épocas de festas juninas.
b) dentre os meios de atuação, pode adotar medidas repressivas.
c) uma de suas características é a coercibilidade.
d) uma de suas características é a discricionariedade absoluta.
e) constitui exemplo de atos fiscalizatórios do poder de polícia, a vistoria de veículos automotores para
garantia de condições de segurança.
Gabarito: D

Modalidades de Exercício - Poder de Polícia Preventiva ou Repressiva

O poder de polícia pode ser exercido na modalidade preventiva ou repressiva, conforme a seguir:

- Preventiva: segundo Marcelo Alexandrino: "o poder público estabelece normas que limitam ou
condicionam a utilização de bens (públicos ou privados) ou o exercício de atividades privadas que
possam afetar a coletividade, exigindo que o particular obtenha anuência da administração pública
previamente à utilização desses bens ou ao exercício dessas atividades. Tal anuência é formalizada
nos denominados alvarás, expedidos pela administração à vista da demonstração, pelo particular
requerente, de que estão atendidos os requisitos ou cumpridas as condições para o uso da propriedade
ou a prática das atividades que devam ser objeto de controle pelos órgãos de polícia administrativa."
Quanto aos alvarás podemos classificá-los em: licença ou autorização.
Licença: - ato vinculado e definitivo. É um direito do particular, que preenchidos os requisitos
legais, não pode ser negado pela Administração. Por exemplo: concessão de licença para o exercício
de uma profissão.
Autorização: - ato discricionário e precário. É discricionário, pois pode ser negada mesmo que o
particular preencha os requisitos. É precário, pois pode ser revogada a qualquer tempo pela
Administração, sem gerar, em regra, direito a indenização ao particular. Por exemplo: concessão de
autorização para porte de arma de fogo.

- Repressiva: segundo Marcelo Alexandrino: "é consubstanciada na aplicação de sanções


administrativas como consequência da prática de infrações a normas de polícia pelos particulares a elas

207
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

sujeitos. Verificando a existência de infração, a autoridade administrativa deverá lavrar o auto de


infração pertinente e cientificar o particular da sanção aplicada."
Como exemplo de sanções de polícia podemos citar: multas administrativas, interdição de
estabelecimento comercial, apreensão de mercadoria contrabandeada, demolição de construção
irregular.

Questões
(CESPE - MC - Técnico de Nível Superior - Direito) A polícia administrativa tanto pode agir
preventivamente, a exemplo da atuação orientadora aos comerciantes sobre o risco de expor à venda
produtos deteriorados ou impróprios para o consumo, como pode agir repressivamente, apreendendo os
produtos vencidos dos estabelecimentos comerciais, por exemplo.
Gabarito: C

(FCC - TRE-AP - Técnico Judiciário) A autorização e a licença constituem exemplos clássicos


do exercício do poder de polícia e são medidas consideradas
a) repressivas.
b) preventivas.
c) judiciárias.
d) normativas.
e) normativas e punitivas.
Gabarito: B

(AOCP - Prefeitura de Juiz de Fora - Auditor Fiscal) O exercício do poder de polícia


administrativa, por meio de sua modalidade repressiva, caracteriza- se através da
a) emissão de alvará de construção.
b) emissão de carteira de motorista.
c) autorização de uso de bem público.
d) expedição do alvará do corpo de bombeiros.
e) imposição de multa.
Gabarito: E

(CESPE - FNDE - Técnico em Financiamento) No exercício do poder de polícia administrativa, o


Estado utiliza tanto medidas preventivas, como a de fiscalização e vistoria, quanto repressivas, a exemplo
da dissolução de reunião e interdição de atividade.
Gabarito: C

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Poder de Polícia (parte 4) – Originário e Delegado


(videoaula 85)

Poder de Polícia originário e delegado.

A doutrina classifica o poder de polícia em: originário e delegado. O que diferencia um do outro
é o fato do poder de polícia ser exercido pela administração direta ou administração indireta.

Poder de polícia originário - exercido pela administração direta.

Poder de polícia delegado - exercido pela administração indireta - pessoas jurídicas de direito
público (autarquia e fundação pública de direito público). É decorrente da descentralização mediante
outorga legal.

DELEGAÇÃO
A maior parte da doutrina não admite delegação de poder de polícia a pessoas privadas não
integrantes da administração pública.
O que se admite é a prática de atos de execução por parte de particulares, com o objetivo de
dar apoio à polícia administrativa, mas sem qualquer poder de decisão. Por exemplo: empresas
contratadas para efetuar manutenção nos radares de trânsito.
O STJ admite delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado pertencentes
à administração pública indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas de direito privado), no que concerne apenas às fases do ciclo de polícia denominados:
"consentimento de polícia" e "fiscalização de polícia". Já as fases "ordem de polícia" e "consentimento
de polícia" não podem ser delegadas a qualquer pessoa jurídica de direito privado.

Questões
(CESPE - SEDF - 2017) No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao
controle da administração, julgue o item seguinte.
O poder de polícia administrativo é uma atividade que se manifesta por meio de atos concretos em benefício
do interesse público. Por conta disso, a administração pode delegar esse poder a pessoas da iniciativa
privada não integrantes da administração pública.
Gabarito: E

(FGV - SUDENE-PE - Analista Administrativo) O poder de polícia possui uma serie de classificações. Dentre
essas classificações é possível encontrar na doutrina a divisão entre poder de polícia originário e poder de
polícia delegado.
Com relação a essa classificação,assinale a afirmativa correta.
a) O poder de polícia originário poderá ser exercido por todas as pessoas jurídicas de direito público.
b) O poder de polícia delegado poderá ser exercido através de delegação veiculada por norma que não
necessariamente seja uma lei formal.
c) As autarquias podem exercer o poder de polícia delegado.
d) O poder de polícia pode ser delegado a pessoas jurídicas não integrantes da Administração Pública.
e) O poder de polícia pode ser delegado a pessoa jurídica de direito privado integrante da Administração
Pública, ainda que haja o exercício de função de natureza não apenas executória, mas também inovadora.
Gabarito: C

(CESPE - TR-PE - 2017) O poder de polícia


a) é indelegável.
b) é delegável no âmbito da própria administração pública, em todas as suas dimensões, a pessoas
jurídicas de direito privado e, também, a particulares.
c) é suscetível de delegação no âmbito da própria administração pública, desde que o delegatário não seja
pessoa jurídica de direito privado.
d) pode ser delegado em sua dimensão fiscalizatória a pessoa jurídica de direito privado integrante da
administração pública.
e) pode ser delegado em suas dimensões legislativa e sancionadora a pessoa jurídica de direito privado
integrante da administração pública.
Gabarito: D

(FUNCAB – PC-PA – Delegado da Polícia Civil) “Afirmar que o poder de polícia não pode ser delegado por
ser uma atividade adstrita à soberania estatal e o Estado não pode delegar aquilo que é ligado a sua
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

soberania, trata -se de um posicionamento superado. Nem tudo ligado ao poder de polícia é vinculado à
soberania do Estado, ou seja, ao poder de império, pois existem atividades ligadas ao poder de polícia que
correspondem ao poder de gestão, que são justamente aquelas praticadas sem que o Estado utilize de sua
supremacia sobre os destinatários”. (PINHEIRO MADEIRA. 2014)
Assinale a alternativa em que se encontram as fases que podem ser delegadas a entidades privadas.
a) Sanção de polícia e consentimento de polícia.
b) Ordem de polícia e sanção de polícia.
c) Ordem de polícia e fiscalização de polícia.
d) Consentimento de polícia e fiscalização de polícia.
e) Ordem de polícia e consentimento de polícia.
Gabarito: D

(ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Considerando-se os poderes administrativos,
relacione cada poder com o respectivo ato administrativo e aponte a ordem correta.
1 poder vinculado
2 poder de polícia
3 poder hierárquico
4 poder regulamentar
5 poder disciplinar
( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal
( ) alvará para construção de imóvel comercial
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor
( ) avocação de competência por autoridade superior
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega
a) 3/2/5/4/1
b) 1/2/3/5/4
c) 4/1/5/3/2
d) 2/5/4/1/3
e) 4/1/2/3/5
Gabarito: C

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Deveres Administrativos
(videoaula 86)

A doutrina enumera alguns deveres impostos aos agentes públicos. São eles:
1- Poder-dever de agir;
2- Dever de eficiência;
3- Dever de probidade;
4- Dever de prestar contas.

Questão (COPEVE-UFAL - Assistente Administrativo) Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro.
16ª ed. São Paulo: Malheiros, 1991, p. 90) aponta quais são os três principais deveres do administrador
público. São eles:
a) Dever de fidelidade à instituição, dever de submissão aos superiores e dever de honestidade.
b) Dever de publicidade, dever de legalidade e dever de moralidade.
c) Dever de eficiência, dever de probidade e dever de prestar contas.
d) Dever de impessoalidade, dever de tratamento isonômico e dever de generalidade.
e) Dever de boa-fé, dever de transparência e dever de controle.
Gabarito: C

Vamos estudar cada um deles:


1- Poder-dever de agir
Segundo Meirelles: "O poder tem para o agente público o significado de dever para com a
comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que quem o detém está sempre na obrigação de
exercitá-lo. Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma
obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que
o Direito Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar".
O administrador tem o dever, a obrigação de agir. Segundo Hely Lopes Meirelles os 3 principais
deveres do administrador público são: dever de eficiência, dever de probidade e dever de prestar contas.

2- Dever de eficiência
Segundo Meirelles: "a eficiência funcional é, pois, considerada em sentido amplo, abrangendo
não só a produtividade do exercente do cargo ou da função como a perfeição do trabalho e sua
adequação técnica aos fins visados pela Administração, para o que se avaliam os resultados,
confrontam-se os desempenhos e se aperfeiçoa o pessoal através de seleção e treinamento. Tal
controle desenvolve-se, portanto, na tríplice linha administrativa, econômica e técnica."

Questão (FGV - INEA-RJ - Administrador) O administrador público, durante toda a sua vida funcional,
está sujeito aos ditames da Lei e às exigências do bem comum. Caso não cumpra os ditames legais será
enquadrado nas responsabilidades disciplinares, civis e/ou criminais, conforme o caso.
Analise o fragmento a seguir.
“A necessidade de tornar mais qualitativa a atividade administrativa, com o objetivo de se imprimir à atuação
do administrador público maior celeridade, perfeição, coordenação, técnica, controle, entre outros.”
Assinale a alternativa que indica o poder/dever do administrador público descrito no fragmento.
a) Dever de Probidade.
b) Dever de Prestar Contas.
c) Poder / Dever de Agir.
d) Poder / Dever de Comando.
e) Dever de Eficiência.
Gabarito: E

3- Dever de probidade
Segundo Meirelles: "O dever de probidade está constitucionalmente integrado na conduta do
administrador público como elemento necessário à legitimação de seus atos."
Conforme art. 37, §4º da CF: "Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível."
A Lei 8.429/92 (estudada nas aulas 65 a 74 - recomendo assistir pelo menos a aula 65) trata da
improbidade administativa.

211
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (TRE-SC - Analista Judiciário - MS Concursos)


No desempenho de suas atribuições, os servidores públicos deverão pautar- -
se pelos princípios da honestidade e da moralidade. Assinale a alternativa que traduza essas condutas.
a) Dever de probidade.
b) Dever de lealdade.
c) Dever de prestação de contas.
d) Dever de eficiência.
R. A

4- Dever de prestar contas.


Conforme Meirelles: "o dever de prestar contas é decorrência natural da administração como
encargo de gestão de bens e interesses alheios. A prestação de contas não se refere apenas aos
dinheiros públicos, à gestão financeira, mas a todos os atos de governo e de administração".
Decorre diretamente do princípio da "Indisponibilidade do interesse público pela Administração".
Este dever atinge a todos que recebam dinheiro público para determinada aplicação. Até, por
exemplo: um ente paraestatal ou um particular.

Questões
(ESAF - DNIT - Técnico Administrativo) O dever do agente público que decorre diretamente do princípio da
indisponibilidade do interesse público, sendo inerente à função daquele que administra a coisa pública,
denomina-se:
a) Dever de eficiência.
b) Dever de probidade.
c) Dever de prestar contas.
d) Poder dever de agir.
e) Poder dever de fiscalizar.
R. C

(FCC - MPU - Analista-Orçamento) Quanto aos deveres do administrador público, é INCORRETO afirmar
que o dever de
a) probidade está constitucionalmente integrado na conduta do administrador público como elemento
necessário à legitimidade de seus atos.
b) motivação dos atos administrativos não obriga o agente público a indicar as causas da prática de ato que
afete o interesse individual do administrado.
c) eficiência funcional abrange não só a produtividade do exercente do cargo ou da função como a perfeição
do trabalho e sua adequação técnica aos fins visados pela administração.
d) agir para o particular é uma faculdade, enquanto para o administrador é uma obrigação de atuar, desde
que o exercite em benefício da comunidade.
e) prestar contas alcança não só os administradores de entidades e órgãos públicos como também os
particulares que recebam subvenções estatais para aplicação determinada ou os entes paraestatais.
R. B

212
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Atos Administrativos
Conceito
(videoaula 87)

Segundo Hely Lopes Meirelles: "ato administrativo é toda manifestação de vontade unilateral da
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria".

Já para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo é "a declaração do Estado ou de quem o represente,
que produz efeitos jurídicos imediatos com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita
a controle pelo Poder Judiciário".

E para Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo é uma "declaração do Estado (ou de
quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de
prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar
cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional".

Vamos destacar alguns pontos importantes do ato administrativo:


- manifestação ou declaração unilateral de vontade (diferentemente dos contratos que são atos
bilaterais)
- da Administração Pública (do Estado)
- ou de particulares que a represente (mediante delegação - por exemplo um concessionário ou
permissionário de serviço público e oficial de cartório)
- produz efeitos jurídicos imediatos (é uma espécie de ato jurídico)
- sob regime jurídico de direito público
- sujeito a controle de legitimidade (legalidade) pelo Poder Judiciário.

Questões
(FCC - AL-MS - Agente) Considere:
I. São sempre passíveis de apreciação judicial.
II. Sujeitam-se à lei.
III. É espécie de ato jurídico.
IV. Em regra, não produzem efeitos jurídicos imediatos.
No que concerne aos atos administrativos, está correto o que consta em
a) IV, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I e II, apenas.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo) No que concerne à administração pública, julgue o
item a seguir.
Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de uma escola privada para a realização
do curso de formação de seus novos servidores. Assertiva: Nessa situação, o ato de locação, ainda
que seja regido pelo direito privado, é considerado um ato administrativo.
Gabarito: E

(CESPE - ANATEL - Analista Administrativo) Julgue o item, a respeito de atos e processos administrativos.
Os atos administrativos são praticados por servidores e empregados públicos, bem como por determinados
particulares, a exemplo dos concessionários e permissionários de serviços públicos e oficiais de cartórios.
Gabarito: C

(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) A respeito do regime jurídico administrativo, julgue
o item a seguir.
Os atos administrativos podem ser exarados por órgãos públicos ou por particulares mediante delegação.
Gabarito: C

213
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Na atividade pública em geral, podemos ter 3 categorias de atos, para cada Poder do Estado:
- atos administrativos
- atos legislativos (elaboração de normas primárias)
- atos judiciais (exercício da jurisdição).
Importante alertar que os Poderes Legislativos e Judiciários também editam atos administrativos.
Por exemplo: na gestão de seu pessoal e na licitação.

Questões
(CESPE - TCDF - Analista) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue o próximo item.
Os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário submetem-se ao regime
jurídico administrativo.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo) Acerca dos atos administrativos, julgue o item
subsequente.
O conceito de ato administrativo é praticamente o mesmo de ato jurídico, diferindo o primeiro do
segundo por ser aquele uma categoria informada pela administração de áreas meio.
Gabarito: E

Atos da Administração e Fatos Administrativos (parte


1)
(videoaula 88)

Atos da Administração
Segundo Di Pietro, "ato da Administração tem sentido mais amplo do que a expressão ato
administrativo, que abrange apenas determinada categoria de atos praticados no exercício da função
administrativa."
Segundo Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, citado por Celso Antonio Bandeira de Mello, os atos da
Administração incluem-se:
a. os "atos administrativos" propriamente ditos (manifestação de vontade cujo fim imediato seja a
produção de efeitos jurídicos, regida pelo direito público);
b. os atos da administração pública regidos pelo direito privado (contratos);
c. os chamados "atos materiais" praticados pela administração pública, que são os atos de mera
execução de determinações administrativas (portanto, não tem como conteúdo uma manifestação de
vontade), a exemplo da varrição de uma praça, da dissolução de uma passeata, da pavimentação de uma
estrada, da demolição de um prédio que esteja ameaçando ruir. Os atos materiais da Administração referem-
se à definição de fato administrativo.
d) os atos políticos (ou de governo) - estão sujeitos a regime jurídico-constitucional (com base
diretamente no texto constitucional, por exemplo: iniciativa de lei, sanção ou veto a projeto de lei).

Questão (CESPE - ANTAQ - Técnico Administrativo) Acerca dos atos administrativos, julgue o item a seguir.
A sanção do presidente da República é qualificada como ato administrativo em sentido estrito, ou seja, é
uma manifestação de vontade da administração pública no exercício de prerrogativas públicas, cujo fim
imediato é a produção de efeitos jurídicos determinados.
Gabarito: E

Fatos Administrativos
Fatos Administrativos correspondem ao "atos materiais", é a execução ou materialização da função
administrativa.
A própria doutrina traz conceitos discrepantes a respeito dos Fatos Administrativos.
Porém, faz-se necessário o estudo dos diversos aspectos dos fatos administrativos, que não se
confunde com atos administrativos.
Na acepção de Vicente Paulo: "Um fato administrativo, em regra, resulta de um ato administrativo (ou
mais de um), decorre de uma decisão ou determinação administrativa, mas com esta não se confunde. Uma
vez expressa a vontade da administração mediante a edição de um (ou mais) ato administrativo (manifestação
dotada de conteúdo jurídico), surge como consequência um fato administrativo (a implantação do ato)".

Ato administrativo = manifestação de vontade / decisão administrativa.


214
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Fato administrativo = materialização, execução prática do ato.

Ato Administrativo ---> Fato Administrativo

Um outro conceito de fato administrativo, segundo Marcelo Alexandrino, é: "fatos administrativos são
quaisquer atuações da administração que produzam efeitos jurídicos. São atuações que não correspondem
a uma manifestação de vontade da administração, mas que trazem consequências jurídicas."
Fato Administrativo ---> Consequência Jurídica

Questões
(FCC - CNMO - Técnico Administração) Ato administrativo é:
a) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
b) sinônimo de fato administrativo.
c) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos
administrados.
d) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.
e) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria.
Gabarito: E

(CESPE - MI - Assistente Técnico Administrativo) A construção de uma ponte pela administração


pública caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade pública material em cumprimento
de alguma decisão administrativa.
Gabarito: C

(CESPE - MI - Analista) A pavimentação de uma rua pela administração pública municipal


representa um fato administrativo, atividade decorrente do exercício da função administrativa, que pode
originar-se de um ato administrativo.
Gabarito: C

(CESPE - PC-AL - Delegado de Polícia) O fato administrativo é conceituado como a


materialização da função administrativa.
Gabarito: C

(CESPE - MPOG - Administrador) O fato administrativo trata de ações que não representam uma
vontade, mas puramente a necessidade executória, ao passo que um ato administrativo pode ser
considerado uma manifestação de vontade e uma declaração do Estado com produção imediata de
efeitos.
Gabarito: C

(CESPE - TRT 10ª - Analista Judiciário) Os fatos administrativos não produzem efeitos jurídicos,
motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.
Gabarito: E

Atos Administrativos – O Silêncio - Fatos


Administrativos (parte 2)
(Videoaula 89)

O Silêncio

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: "Se a Administração não se pronuncia quando deve fazê-
lo, seja porque foi provocada por administrado que postula interesse próprio, seja porque um órgão tem de
pronunciar-se para fins de controle de ato de outro órgão, está-se presente o silêncio administrativo."
Sendo assim, por exemplo, no caso do administrado postular interesse próprio, passado determinado
prazo sem a pronúncia da Administração, pode ser considerado deferida ou indeferida sua pretensão.

215
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O Silêncio (ou inércia ou omissão) da Administração que produz efeitos jurídicos - é considerado um
fato administrativo. Não há que se falar em ato administrativo, pois não houve qualquer ação por parte da
administração.
Silêncio (ou inércia ou omissão) ---> Fato Administrativo ---> Consequência Jurídica

Questão (CESPE - STJ - Técnico Judiciário) A respeito da administração pública direta e indireta e de
atos administrativos, julgue o item a seguir.
Em regra, o silêncio da administração pública, na seara do direito público, não é um ato, mas um fato
administrativo.
Gabarito: C

Fato Administrativo Natural


Já, para Di Pietro: "O Direito Civil faz distinção entre ato e fato; o primeiro é imputável ao homem; o
segundo decorre de acontecimentos naturais, que independem do homem ou que dele dependem apenas
indiretamente.
Quando o fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado fato jurídico e produz
efeitos no mundo do Direito. Quando do fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do Direito
Administrativo, ele é um fato administrativo, como ocorre com a morte de um funcionário, que produz a
vacância de seu cargo; com o decurso do tempo, que produz a prescrição administrativa.
Se o fato não produz qualquer efeito jurídico no Direito Administrativo, ele é chamado fato da
Administração."
Acontecimento natural ---> Fato Administrativo (natural) ---> Consequência Jurídica
Fato da Administração ---> Não produz consequência jurídica.

Questão (CESPE - AGU - Advogado da União) Os fatos administrativos voluntários se materializam ou por
meio de atos administrativos que exprimam a manifestação da vontade do administrador ou por meio de
condutas administrativas, as quais não são obrigatoriamente precedidas de um ato administrativo formal;
por sua vez, os fatos administrativos naturais originam-se de fenômenos da natureza com reflexos na órbita
administrativa.
Gabarito: C

QUADRO ATO X FATO

ATO FATO
tem como finalidade a produção de não tem como finalidade a produção
efeitos jurídicos de efeitos jurídicos

manifestação de vontade ato material de mera execução


pode ser revogado e anulado não pode ser revogado nem anulado
Atos podem ser discricionários ou não há que se falar em fatos
vinculados administrativos discricionários ou vinculados

Presunção de legitimidade é atributo não há que se falar em “presunção de


do ato administrativo legitimidade" para fato administrativo.

Questão (FAPEC - PC-MS - Delegado de Polícia - modificado) Segundo a doutrina pátria, “O interesse da
distinção entre ato jurídico e fato jurídico, para o Direito Administrativo, reside em que a Administração não
só produz atos jurídicos, mas também fatos jurídicos". Assinale a alternativa incorreta:
a) Atos administrativos gozam de presunção de legitimidade; fatos administrativos não.
b) Toda vez que se estiver perante uma declaração; 'falas' prescritivas, segundo Celso Antônio Bandeira de
Melo, estamos diante de um ato jurídico; fatos jurídicos não são falas, nem pronunciam coisa alguma.
c) Os atos administrativos podem ser anulados e revogados; fatos administrativos apenas são revogáveis, e
não anuláveis.
d) O fato administrativo pode ser ou não, consequência de um ato administrativo que o determina.
e) O ato é um comando jurídico; o fato não diz nada, apenas ocorre.
Gabarito: C

216
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Requisitos - introdução e competência


(videoaoula 90)

Introdução
Requisitos de validade ou elementos dos atos administrativos.
Para a formação de um ato administrativo são necessárias algumas condições para sua validade.
Importante notar que os requisitos de validade não se confundem com atributos do ato administrativo,
o qual estudaremos posteriormente.
Os requisitos constituem a infraestrutura e os atributos são as qualidades do ato administrativo.
Requisitos (ou elementos) = infraestrutura/condições para validade do ato administrativo
Atributos = qualidade/característica do ato administrativo
A Lei 4.717/65 (Lei da ação popular), em seu artigo 2º, indica os cinco requisitos (elementos) do ato
administrativo. São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. (ComFiFoMO)

Questões
(CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - 2016) São três os requisitos para que um ato
administrativo seja dito perfeito: competência, finalidade e objeto.
Gabarito: E

(CESPE - ANATEL - Analista Administrativo) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos
de validade de um ato administrativo.
Gabarito: C

(FCC - TRE-RS - Analista Judiciário) Indique a alternativa que completa a seguinte afirmação: Finalidade e
motivo são ...... do ato administrativo.
a) características.
b) atributos.
c) aspectos.
d) requisitos ou elementos.
e) modos de exteriorização.
Gabarito: D

Vamos agora tratar de cada um dos requisitos ou elementos:

Competência (Sujeito)
Alguns autores também chamam este requisito de "sujeito".
Segundo Meirelles, "entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao agente da
Administração para o desempenho específico de suas funções. A competência resulta da lei e por ela é
delimitada. Todo ato emanado de agente incompetente, ou realizado além do limite de que dispõe a
autoridade incumbida de sua prática, é inválido, por lhe faltar um elemento básico de sua perfeição, qual seja,
o poder jurídico para manifestar a vontade da Administração."
A competência é elemento vinculado de todo ato administrativo, pois "resulta da lei e por ela é
delimitada"
Características da competência, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello.
A competência é:
- intransferível - mesmo em caso de delegação. Pois, a delegação "- transfere o exercício do poder
de quem delegou (e não sua titularidade)".
- irrenunciável e seu exercício é obrigatório.
- imodificável pela vontade do agente. Já que é a lei que estabelece as competências.
- imprescritível - não importa o tempo que passar, mesmo o agente não tendo exercido determinada
competência, ele permanece titular dessa.
- improrrogável - pelo fato de algum agente (ou órgão) praticar indevidamente um ato o qual ele não
era competente, não faz com que ele passe a ser considerado competente (a competência não se estende
automaticamente a ele), a não ser que haja disposição expressa em lei.

Questões
(CESPE - PC-ES - Agente de Polícia) A competência é requisito de validade do ato administrativo e se
constitui na exigência de que a autoridade, órgão ou entidade administrativa que pratique o ato tenha
recebido da lei a atribuição necessária para praticá-lo.
Gabarito: C

217
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(VUNESP - TJ-SP - Advogado) A competência é um elemento ou requisito do ato administrativo. Quando o


ordenamento jurídico autoriza que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior,
funções que originariamente lhe são atribuídas, está-se diante do fenômeno da:
a) derrogabilidade de competência;
b) prorrogabilidade de competência;
c) delegação de competência;
d) avocação de competência;
e) declínio de competência.
Gabarito: B

(FCC - TRE-PI - Técnico Judiciário) A competência, como um dos requisitos do ato administrativo, é
Parte superior do formulário
a) transferível.
b) renunciável.
c) de exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos.
d) modificável por vontade do agente.
e) prescritível.
Gabarito: C

Atos Administrativos - Requisitos - Competência (parte


2)
(vdeoaula 91)

Delegação e Avocação de Competências (dica: assista à videoaula 79, poder hierárquico).


Se a lei permitir, a competência pode ser pode ser delegada e/ou avocada.
Sobre esse assunto, vamos utilizar da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal. Em que pese ser uma Lei aplicada à esfera federal, os demais entes
federativos também costumam observar essas regras, pelo fato dessa Lei ter incorporado a doutrina e
jurisprudência à época.
Segundo a citada Lei:
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Delegação - transfere o exercício do poder de quem delegou (e não sua titularidade).
Conforme Lei 9.784/99:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 14, § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação
do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício
da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
Considerando o texto acima, podemos extrair que a delegação:
- em regra não é admitida se não houver impedimento legal;
- pode ser concedida mesmo que aquele a quem foi delegado não seja hierarquicamente subordinado;
- deve ser de uma parte e não de todas as atribuições;
- deve ser por prazo determinado;
- é ato discricionário e é revogável a qualquer tempo.
A Lei 9.784/99 também traz situações em que a delegação é proibida:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Avocação - "é chamar a si funções originariamente atribuídas a um subordinado", segundo Meirelles.
A doutrina afirma que tanto a delegação, quanto a avocação, não podem ocorrer quando se tratar de
competência exclusiva do titular.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(VUNESP - TJ-SP - Advogado) A competência é um elemento ou requisito do ato administrativo. Quando o
ordenamento jurídico autoriza que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior,
funções que originariamente lhe são atribuídas, está-se diante do fenômeno da:
a) derrogabilidade de competência;
b) prorrogabilidade de competência;
c) delegação de competência;
d) avocação de competência;
e) declínio de competência.
Gabarito: C

(CESPE - FNDE - Especialista em Financiamento) Na delegação e avocação do ato administrativo,


transfere-se a titularidade da competência.
Gabarito: E

(CESPE - TJ-ES - Analista Judiciário) A delegação da competência para a realização de um ato


administrativo configura a renúncia da competência do agente delegante.
Gabarito: E

(CESPE - PC-ES - Auxiliar de Perícia) No âmbito da administração pública, a competência pode ser
objeto de delegação ou de avocação, mesmo quando seja atribuída em lei a competência a
determinado órgão ou agente com exclusividade.
Gabarito: E

(CESPE - FUB - Administrador) Para que haja delegação de competência para a prática de ato
administrativo, é necessário que exista subordinação hierárquica.
Gabarito: E

Atos Administrativos - Requisitos – Finalidade


(videoaula 92)

Finalidade
Estudamos (nas aulas 21 e 77) que o princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o
Interesse Particular (privado) - também chamado de princípio da finalidade pública - evidencia a
superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o do particular.
Também, estudamos (na aula 77) que uma as espécies de abuso de poder são: excesso de poder e
desvio de finalidade (ou de poder). O desvio de finalidade (ou de poder) ocorre quando o agente público
praticou o ato dentro de sua competência, porém a finalidade objetivada pela lei não foi atingida.
É o exemplo clássico do chefe que remove seu subordinado (mesmo tendo competência de removê-
lo) como punição. Como a remoção não é espécie de punição, esse ato foi praticado com desvio de finalidade.

Questões
(CESPE - BACEN - Técnico) O desrespeito ao elemento finalidade conduz ao vício conhecido
como abuso de poder.
Gabarito: C

(CESPE - ANS - 2013) Quando o governador de um estado edita um ato administrativo


determinando a desapropriação de terras particulares de um desafeto pessoal, sem motivo aparente, age
com desvio de finalidade.
Gabarito: C

Segundo Di Pietro: "Finalidade é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato."
Segundo Meirelles: "A finalidade é elemento vinculado de todo ato administrativo (...) porque o Direito
não admite ato administrativo sem finalidade pública ou desviado de sua finalidade (...)" e "Desde que a
Administração Pública só se justifica como fator de realização do interesse coletivo, seus atos hão de se dirigir
sempre e sempre para um fim público, sendo nulos quando satisfizerem pretensões descoincidentes do
interesse público".

219
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Assim, todo ato administrativo possui como objetivo uma determinada finalidade de se atingir o
interesse público. Por exemplo: a finalidade de um ato administrativo que interdita um estabelecimento que
vende produtos alimentícios impróprios para o consumo é a proteção da saúde pública.

Questões
(CESPE - TCU - Técnico de Controle Externo) A finalidade dos atos administrativos é sempre um
elemento vinculado, pois o fim desejado por qualquer ato administrativo é o interesse público.
Gabarito: C

(CESPE - MC ) A busca de fim diverso do estabelecido na lei, expressa ou implicitamente, implica


nulidade do ato administrativo por desvio de finalidade.
Gabarito: C

Atos Administrativos - Requisitos – Forma


(videoaula 93)

Forma
Celso Antônio Bandeira de Mello chama este requisito de "formalização", que segundo ele:
"formalização é a específica maneira pela qual o ato deve ser externado".
Segundo Meirelles: "Forma - O revestimento exteriorizador do ato administrativo constitui requisito
vinculado e imprescindível à sua perfeição. Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-se
livremente, a da Administração exige procedimentos especiais e forma legal para que se expresse
validamente."
Em regra, os atos administrativos são exteriorizados pela forma escrita. Porém, segundo Di Pietro:
"excepcionalmente, admitem-se ordens verbais, gestos, apitos, sinais luminosos; lembrem-se as hipóteses
do superior dando ordens ao seu subordinado ou do policial dirigindo o trânsito. Há, ainda, casos excepcionais
de cartazes e placas expressarem a vontade da Administração, como os que proíbem estacionar nas ruas,
vedam acesso de pessoas a determinados locais, proíbem fumar. Em todas essas hipóteses, tem que se
tratar de gestos ou sinais convencionais, que todos possam compreender. Até mesmo o silêncio pode
significar forma de manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei
fixa um prazo , findo o qual o silêncio da Administração significa concordância ou discordância".
(obs.: sobre o silêncio na Administração Pública, veja a aula 89 - fatos administrativos)

220
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Vimos no conceito de Meirelles que a forma é requisito vinculado. Entretanto, há autores que
consideram a "forma" elemento vinculado ou discricionário.
Segundo Marcelo Alexandrino:
"a) quando a lei não exigir forma determinada para os atos administativos, cabe à administração
adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade
administrativas; a liberdade da administração é, entretanto, estrita, porque a forma adotada deve proporcionar
segurança jurídica e, se se tratar de atos restritivos de direitos ou sancionatórios, deve possibilitar que os
administrados exerçam plenamente o contraditório e a ampla defesa;
b) diferentemente, sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade do ato,
a inobservância acarretará a sua nulidade.

Questões
(CESPE - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 2011) A forma é requisito vinculado e imprescindível
à validade do ato administrativo: sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade
do ato, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade desse ato.
Gabarito: C

(CESPE - PGE-BA - Procurador do Estado - 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do
Executivo, de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de
desapropriação, quando a lei exigir decreto.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-PE - Analista - 2017) O ato administrativo deve ser avaliado pelo seu conteúdo, não
devendo ser invalidado por desobediência a requisitos de forma.
Gabarito: E

Atos Administrativos - Requisitos – Objeto


(videoaula 94)

Segundo Meirelles: "Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação
de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. Nesse
sentido, o objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta seu poder e
sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes."
Para Di Pietro: "Objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz".
Por exemplo: é objeto do ato de demissão, a própria demissão; é objeto do ato de exoneração a
própria exoneração.
Para Vicente Paulo: "Nos atos vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o
motivo, a prática do ato (com aquele conteúdo estabelecido em lei) é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do objeto,
dentre os possíveis, autorizados em lei; o ato só será praticado se e quando a administração considerá-lo
oportuno e conveniente, e com o conteúdo escolhido pela administração, nos limites da lei."
Vício de objeto
O vício de objeto torna o ato nulo. Dessa forma o vício de objeto é insanável.
Podemos ter 2 possibilidades:
1 - ato praticado com conteúdo não previsto em lei
2- ato praticado com objeto diferente daquele que a lei prevê para aquela situação.

Questões
(FCC - MPE-PB - Técnico Ministerial) Considere a seguinte situação hipotética: Determinado órgão público
do Estado da Paraíba nomeia Marcílio para cargo público inexistente. Nesse caso, o ato administrativo de
nomeação apresenta vício de
a) motivo
b) forma.
c) competência.
d) objeto.
e) mérito.
Gabarito: D

221
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(VUNESP - SP-URBANISMO - Analista Administrativo) O ato de aplicação de pena de suspensão a um


servidor, quando, pela lei, seria cabível a pena de repreensão, é exemplo de vício do ato administrativo
quanto
a) ao objeto.
b) à competência.
c) à forma.
d) ao motivo.
e) à finalidade.
Gabarito: A

(CESPE - STJ - Técnico Judiciário) Quanto aos atos administrativos, julgue o próximo item.
O objeto do ato administrativo deve guardar estrita conformação com o que a lei determina.
Gabarito: C

Atos Administrativos - Requisitos – Motivo


(videoaula 95)

Conceito segundo Meirelles: "O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou
autoriza a realização do ato administrativo."
Para Di Pietro: "Motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo".
Dos conceitos, podemos concluir que o motivo é a causa imediata do ato administrativo. Sendo assim,
o motivo é o encontro de uma situação de fato com a previsão da norma legal.
Por exemplo: tomando a Lei 8.112/90, Art. 207, que trata da "Licença à Gestante": "Será concedida
licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.”.
Dessa forma o motivo da licença à gestante será o nascimento do filho. A Administração Pública é
obrigada a conceder a licença gestante, pois é um ato vinculado em que a lei determina que obrigatoriamente
deve ser praticado referido ato administrativo.

Questões
(CESPE - SEDF - 2017) A construção irregular de um prédio pode ser o motivo para a prática de um ato
administrativo com o objetivo de paralisar a atividade de construir.
Gabarito: C

(CESPE - STJ - Técnico Judiciário) O motivo do ato administrativo vincula-se ao pressuposto de fato e de
direito em que se deve fundamentar o ato administrativo.
Gabarito: C

(FCC - TRT-CE - Técnico Judiciário) Pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo é o conceito do requisito do ato administrativo denominado
a) forma.
b) objeto.
c) finalidade.
d) sujeito.
e) motivo.
Gabarito: E

Entretanto, segundo Meirelles, "o motivo, como elemento integrante da perfeição do ato, pode vir
expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador. No primeiro caso será um elemento
vinculado; no segundo, discricionário, quanto à sua existência e valoração."
Por exemplo: também na Lei 8.112/90, Art. 91, que aborda a licença para tratar de interesses
particulares, assim diz: "A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo
efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo
de até três anos consecutivos, sem remuneração."
Perceba que nesse caso, a administração poderá ou não conceder a referida licença, de forma
discricionária, utilizando seu critério de conveniência e oportunidade.

222
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Vício de motivo
Segundo Di Pietro: "A ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato
administrativo". Dessa forma, o vício de motivo torna o ato nulo, o que implica sua anulação por motivo
inexistente ou motivo ilegítimo.
Motivo inexistente: Tomando o exemplo anterior, imagine que não houve o nascimento do filho,
mesmo assim, ocorre a concessão da licença à gestante por 120 dias. Esse ato deverá ser anulado, por
motivo inexistente.
Motivo ilegítimo: Também, tomando o exemplo anterior, a Lei 8112/90 prevê a licença-paternidade ao
servidor, por 5 dias consecutivos, pelo nascimento do filho (artigo 208). Imagine que houve o nascimento do
filho e o servidor vem a receber, ao invés da licença-paternidade, a licença à gestante por 120 dias. Dessa
forma, o motivo (nascimento de filho de servidor) é considerado ilegítimo.

Questões
(CESPE - TRT-ES - Analista Judiciário) Considere que, no exercício do poder discricionário, determinada
autoridade indique os motivos fáticos que justifiquem a realização do ato. Nessa situação, verificando-se
posteriormente que tais motivos não existiram, o ato administrativo deverá ser invalidado.
Gabarito: C

(FCC - TRF-1Região - Técnico Judiciário) O motivo do ato administrativo


a) é sempre vinculado.
b) implica a anulação do ato, quando ausente o referido motivo.
c) sucede à prática do ato administrativo.
d) corresponde ao efeito jurídico imediato que o ato administrativo produz.
e) não implica a anulação do ato, quando falso o aludido motivo.
Gabarito: B

Motivo e Móvel
Segundo Mello, motivo é "situação objetiva, real , empírica (...). Motivo é realidade objetiva e externa
ao agente. É um antecedente, exterior ao ato, que transcorre na realidade empírica, servindo de suporte à
expedição do ato." Dessa forma, o motivo é considerado pressuposto objetivo de validade.
Já, quanto a móvel: "é intenção, propósito do agente que praticou o ato. Móvel é representação
subjetiva, psicológica, interna do agente e correspondente àquilo que suscita a vontade do agente (intenção)."

Questão (CESPE - STF - Técnico Judiciário) De acordo com a corrente dominante na literatura, o motivo é
requisito de validade do ato administrativo, denominado pressuposto objetivo de validade.
Gabarito: C

Motivação e Teoria dos Motivos Determinantes


(videoaula 96)

Motivação
É importante não confundir Motivo com Motivação, que são conceitos diferentes.
Segundo Mello: "Motivação é a exposição dos motivos, a fundamentação na qual são enunciados a
regra de Direito habilitante, os fatos em que o agente se estribou para decidir e, muitas vezes,
obrigatoriamente, a enunciação da relação de pertinência lógica entre os fatos ocorridos e o ato praticado.
(...) A motivação integra a "formalização" do ato, sendo um requisito formalístico dele".
Assim, a motivação é a explicação do motivo. Por exemplo, no caso da concessão do benefício
"licença à gestante". O motivo é o nascimento do filho, com previsão na Lei 8112/90. Já a motivação seria a
explicação do motivo, no exemplo em tela: "A servidora efetiva Maria da Silva, que ocupa o cargo de Analista
Administrativo neste órgão, teve um filho no dia primeiro deste mês e de acordo com a Lei 8.112/90, artigo
207, concedo 120 dias de licença à gestante".
Nem todo ato administrativo exige-se motivação. Entretanto, caso um determinado ato exija sua
motivação, e esta não for feita, ele será anulado por vício de forma e não por vício de motivo.

Questões
(FCC - TRE-AL - Técnico Judiciário) Sobre o motivo, como requisito do ato administrativo, é INCORRETO
afirmar que
a) motivo e móvel do ato administrativo são expressões que não se equivalem.
b) motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.

223
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) a sua ausência invalida o ato administrativo.


d) motivo é a causa imediata do ato administrativo.
e) motivo e motivação do ato administrativo são expressões equivalentes.
Gabarito: E

(CESPE - TRT-ES - Analista judiciário) O motivo é a justificativa escrita da ocorrência dos pressupostos
jurídicos autorizadores da prática de determinado ato administrativo.
Gabarito: E

(CESPE - TCE-RO - Agente Administrativo) A motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e


jurídico que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a exposição escrita da razão que
determinou a prática do ato.
Gabarito: E

(CESPE - UNIPAMPA - Assistente de Administração) Se um governador estadual, ao editar um decreto no


âmbito do estado, apresentar diversos considerandos, estes constituirão a motivação do ato administrativo,
e não o seu motivo.
Gabarito: C

Teoria dos Motivos Determinantes


Segundo Mello: "De acordo com esta teoria, os motivos que determinaram a vontade do agente, isto
é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a validade do ato. Sendo assim, a invocação de
"motivos de fato" falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando a lei não haja
estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a prática do ato." Dessa forma o ato deve ser
considerado nulo.
Por exemplo, a exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão é um dos raros atos que não
necessita a motivação. Entretanto, se o administrador exonera um servidor e apresenta uma motivação, este
ato ficará sujeito à verificação da existência e da adequação do motivo exposto. Dessa forma, caso o
administrador exonere um servidor de cargo em comissão e apresente a motivação de que este faltava com
frequência. E posteriormente este servidor consiga provar que jamais havia faltado, esse ato de exoneração
seria inválido e o ato poderia ser anulado na via administrativa ou judicial.

Questões
(CESPE - TCU - Técnico Federal de Controle Externo) Conforme a teoria dos motivos determinantes, a
validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato
administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a
sua realização.
Gabarito: C

(CESPE - TJ_ES - Analista Judiciário) Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No entanto,
nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato
administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato
administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos motivos determinantes.
Gabarito: C

(BIO-RIO - Prefeitura de Barra Mansa - RJ - Advogado) O Prefeito do Município Y exonerou a Sra. Clotilde
do cargo de Secretária Municipal de Educação, sob a alegação de contenção e redução de despesas, uma
vez que o Município encontra-se em um momento de profunda crise econômica. Entretanto, dias após a
publicação em Diário Oficial da exoneração da Sra. Clotilde, foi publicado novo ato nomeando o Sr. Abel,
amigo do prefeito, para o referido cargo.
Pode-se afirmar que:
a) Aplicando-se a teoria dos motivos determinantes, o ato de exoneração da Sra. Clotilde é nulo, pois o
motivo apresentado foi falso.
b) O prefeito praticou o ato de exoneração com excesso de poder, o que o torna anulável.
c) O ato de exoneração é plenamente válido, pois trata-se de cargo em comissão, de livre nomeação e
exoneração pelo administrador público, que prescinde de motivo.
d) O poder judiciário poderá revogar a nomeação do Sr. Abel e determinar a reintegração da Sra. Clotilde,
pois trata-se de mérito administrativo passível de controle pelo juiz.
Gabarito: A

224
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Mérito do Ato Administrativo


(videoaula 97)

Segundo Meirelles, o mérito administrativo consiste "na valoração dos motivos e na escolha do objeto
do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência,
oportunidade e justiça do ato a realizar".
O mérito do ato administrativo ocorre somente nos atos discricionários. Assim, atos vinculados não
há que se falar em mérito.
Dessa forma, nos atos vinculados todos os requisitos são vinculados (competência, finalidade, forma,
motivo e objeto).
Já nos atos discricionários, os requisitos competência, finalidade e forma são vinculados. Em que
pese, parte da doutrina considerar a "forma" como elemento discricionário, caso não haja previsão na lei de
forma específica.
Enquanto que o motivo e objeto são requisitos discricionários nos atos discricionários.
(Dica: Sobre Discricionariedade, assista também à aula 78 - Poder Vinculado e Poder Discricionário)

Questões
(ESAF - SUSEP - Analista Técnico) O chamado mérito administrativo costuma ser relacionado ao(s)
seguinte(s) elemento(s) do ato administrativo:
a) finalidade e objeto.
b) finalidade e motivo.
c) motivo e objeto.
d) finalidade, apenas.
e) motivo, apenas.
Gabarito: C

(FCC - PGM-Teresina - Procurador) Dentre as alternativas apresentadas, assinale a que corretamente


aborda dois requisitos dos atos administrativos, que são sempre vinculados:
a) forma e objeto.
b) competência e finalidade.
c) motivo e forma.
d) objeto e competência.
e) motivo e finalidade.
Gabarito: B

(CESPE - HEMOBRÁS - Advogado) O mérito administrativo consiste no poder conferido por lei ao
administrador para que ele, nos atos discricionários, decida sobre a oportunidade e conveniência de sua
prática.
225
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: C

Quanto a eventual apreciação judicial do mérito administrativo, segundo Meirelles, nesses atos
discricionários "não cabe ao Judiciário rever os critérios adotados pelo administrador , porque não há padrões
de legalidade para aferir essa atuação". Sendo assim, não é dado ao Judiciário apreciar o mérito
administrativo, cujo controle resulta em revogação. Porém, o judiciário pode apreciar a legalidade ou
legitimidade do ato discricionário, quando este extrapola os limites da legislação, razoabilidade e
proporcionalidade, anulando-o.

Questão (FCC - TRF4 - Analista Judiciário) Tendo em vista os requisitos do ato administrativo, observa- se
que, quanto aos atos discricionários, o núcleo do que costuma ser denominado pela doutrina
de mérito administrativo é formado pelos elementos
a) competência e objeto, os quais não podem ser apreciados pelo Judiciário.
b) motivo e objeto, os quais não estão sujeitos, em princípio, à apreciação judicial.
c) finalidade e motivo, os quais sempre devem ser apreciados pelo Judiciário.
d) objeto e forma, ambos suscetíveis de apreciação judicial em qualquer hipótese.
e) finalidade e competência, ambos insuscetíveis de apreciação pelo Judiciário.
Gabarito: B

Atos Administrativos - Atributos - Introdução


(videoaula 98)

Estudamos que:
Requisitos (ou elementos) = infraestrutura/condições para validade do ato administrativo
Atributos = qualidade/característica do ato administrativo
(Obs.: assista à aula 90 - Requisitos)
Estudamos também que um dos princípios básicos da Administração Publica é:
"Supremacia do interesse público sobre o particular"
(Obs.: assista à aula 21 - Princípios)
Dessa forma, a administração pública pode constituir os privados em obrigações por meio de ato
unilateral daquela. Como é o caso de imposição de sanções, como a multa.
Sendo assim, a Administração Pública possui determinadas prerrogativas a fim de poder cumprir esse
princípio e os objetivos concedidos pela legislação.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: "A ordem jurídica, é natural, dispensa tratamentos
diferentes aos interesses públicos e privados. A Administração Pública, por desenvolver atividade voltada à
realização de interesses da coletividade encontra-se sob uma disciplina peculiar que impõe certo ônus,
restrições, sujeições à sua atuação e lhe confere, de outro lado, prerrogativas de que não desfrutam
usualmente os particulares."
Os principais atributos descritos pela doutrina são:
- presunção de legitimidade;
- imperatividade;
- autoexecutoriedade (exigibilidade);
- tipicidade.

Questões
(CESPE - FUB - Administrador) São atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a
imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade.
Gabarito: C

(CESPE - TRT (DF e TO) - Técnico Judiciário) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos
atributos da presunção de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade.
Gabarito: C

Os atributos presunção de legitimidade e tipicidade são encontrados em todas as espécies de atos


administrativos. Já imperatividade e autoexecutoriedade são encontrados em alguns atos administrativos,
como estudaremos a seguir.

(CESPE - SEDF - 2017) Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato administrativo.

226
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito: C

(CESPE - BACEN - Técnico) A autoexecutoriedade é um atributo presente em todos os atos administrativos.


Gabarito: E

(CESPE - MI - Administrador) O atributo da imperatividade não está presente em todos os atos


administrativos.
Gabarito: C

Atos Administrativos - Atributos - Presunção de


Legitimidade
(videoaula 99)

Conceito
Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello: "Presunção de legitimidade é a qualidade, que reveste
tais atos, de se presumirem verdadeiros e conformes ao Direito, até prova em contrário".
Como estudamos, a presunção de legitimidade está presente em todos os atos administrativos
Dessa forma, a presunção é relativa (iuris tantum), pois cabe prova ao contrário. Diferentemente de
presunção absoluta (iuris et de iure).

Questões
(CESPE - MS - Analista Técnico) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de
legitimidade.
Gabarito: E

(CESPE - ANAC - Técnico Administrativo) Em razão do princípio da legalidade que vincula a administração,
os atos administrativos possuem presunção absoluta de legitimidade.
Gabarito: E

(CESPE - DPE-BA - Defensor Público) A presunção de legitimidade de que gozam os atos administrativos
constitui presunção iuris tantum, que pode ceder à prova em contrário.
Gabarito: C

A presunção de legitimidade também é conhecida como presunção de legalidade e, que segundo


Meirelles, "decorre do próprio princípio da legalidade da Administração".
Para Di Pietro existem a presunção de legitimidade e veracidade. Segundo a autora:

227
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

“Presunção de legitimidade: diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse
atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância
da lei”.
Presunção de veracidade: diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se
verdadeiros todos os fatos alegados pela Administração. Assim ocorre com relação às certidões, atestados,
declarações, informações por ela fornecidos, todos dotados de fé pública."

E, conforme a referida autora, "da presunção de veracidade decorrem alguns efeitos:


- enquanto não for decretada a invalidade do ato pela própria Administração ou pelo Judiciário, ele
produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido (...);
- o Judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato (...);
- a presunção de veracidade inverte o ônus da prova (...)"

Questões
(CESPE - ANTT - Técnico Administrativo) A presunção de legitimidade do ato administrativo decorre do
princípio da legalidade.
Gabarito: C

(CESPE - MPE-RR - Oficial de Promotoria) Os atos administrativos têm presunção de legitimidade e


veracidade.
Gabarito: C

(CESPE - TRE-BA - Analista Judiciário) Um dos efeitos do atributo da presunção de veracidade dos atos
administrativos reside na impossibilidade de apreciação de ofício da validade do ato por parte do Poder
Judiciário.
Gabarito: C

(FCC - TRE-PI - Técnico Judiciário) A presunção de legitimidade, como atributo do ato administrativo,
a) diz respeito à conformidade do ato com a lei.
b) é absoluta, não podendo ser contestada.
c) está presente apenas em alguns atos administrativos.
d) pode, por ser relativa, ser afastada ex officio pelo Poder Judiciário.
e) pode ser contestada somente no âmbito administrativo.
Gabarito: A

Atos Administrativos - Atributos – Imperatividade


(videoaula 100)

Conceito:
Segundo Mello, "imperatividade é a qualidade pela qual os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância."

Questão (CESPE - CPRM - Analista) Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
Gabarito: C

Renato Alessi diz que decorre do "poder extroverso", "que permite ao Poder Público editar atos que
vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas,
constituindo-as, unilateralmente, em obrigações". Por exemplo: fiscalização de imposto.

Questão (CESPE - MS - Analista Técnico) A imperatividade, atributo decorrente do poder extroverso, é a


qualidade pela qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua
aquiescência.
Gabarito: C

A imperatividade não ocorre em todos os atos administrativos. Por exemplo, não ocorre em atos
enunciativos (certidão, atestado) ou em atos que conferem direitos, solicitados pelos administrados (licença,
autorização).
A imperatividade ocorre em atos que impõem obrigações.

228
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Di Pietro, "a imperatividade é uma das características que distingue o ato administrativo do
ato de direito privado; este último não cria qualquer obrigação para terceiros sem a sua concordância".

Questões
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) A imperatividade é atributo presente apenas nos
atos administrativos que imponham restrições de direitos, não se aplicando aos atos ampliativos de direitos.
Gabarito: C

(CESPE - MPU - Técnico Administrativo) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se
presumir verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por servidor do MPU e emitida por técnico
do órgão.
Gabarito: E

Atos Administrativos - Atributos – Autoexecutoriedade


(videoaula 101)

Conceito:
Segundo Meirelles, "a autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos
ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial".
Importante destacar que a autoexecutoriedade não impede a apreciação judicial. Porém, a
administração não depende de ordem judicial para praticar determinados atos.
Segundo Vicente Paulo: "genericamente, afirma-se que a autoexecutoriedade é qualidade própria dos
atos inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando ela está atuando na condição de
poder público. A necessidade de defesa ágil dos interesses da sociedade justifica essa possibilidade de a
administração agir sem prévia intervenção do Poder Judiciário, especialmente no exercício do poder de
polícia".
A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos e, segundo Di Pietro, ela
só é possível:
1. "quando expressamente prevista em lei". Por exemplo: apreensão de mercadorias, fechamento de
casas noturnas, cassação de licença para dirigir.
2. "quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo
maior para o interesse público". Por exemplo: demolição de prédio que ameaça ruir, internamento de pessoa
com doença contagiosa.
A autoexecutoriedade não está presente em atos contra o patrimônio financeiro do particular. (ex.
cobrança de multas, desapropriação)

Questões
(CESPE - Câmara dos Deputados - Analista) Em decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos
administrativos, a administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial, interditar
determinado estabelecimento comercial.
Gabarito: C

(CESPE - Previc) Com fundamento no atributo da autoexecutoriedade, a administração pública pode


apreender mercadorias ou interditar estabelecimento comercial sem autorização prévia do Poder Judiciário.
Gabarito: C

(CESPE - MPU - Técnico) Imperatividade e autoexecutoriedade são características do ato administrativo. A


imperatividade diz respeito à execução do ato administrativo pela própria administração, dispensando-se a
intervenção judicial; a autoexecutoriedade, por sua vez, significa que os atos administrativos se impõem a
terceiros independentemente de sua concordância.
Gabarito: E

(CESPE - PC-AL - Escrivão de Polícia) Mesmo os atos administrativos sendo autoexecutáveis, ou seja,
podendo ser executados sem prévia autorização judicial — como ocorre no caso de demolição de obras
realizadas por particulares em terras públicas —, nada impede que o interessado provoque o Poder
Judiciário visando a anulação do ato.
Gabarito: C

229
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - ICMBIO - Técnico Administrativo) A autoexecutoriedade dos atos administrativos ocorre nos
casos em que é prevista em lei ou, ainda, quando é necessário adotar providências urgentes em relação a
determinada questão de interesse público.
Gabarito: C

(FCC - TRT-GO - Analista Judiciário) Sobre os atributos do ato administrativo, considere:


I. Autoriza a imediata execução do ato administrativo, mesmo que eivado de vícios ou defeitos.
II. É o que impõe a coercibilidade para o cumprimento ou execução de certos atos administrativos.
III. Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela
própria Administração, independentemente de ordem judicial.
As assertivas I, II e III referem-se, respectivamente, aos seguintes atributos:
a) presunção de legitimidade, imperatividade e auto-executoriedade.
b) imperatividade, auto-executoriedade e presunção de legitimidade.
c) auto-executoriedade, presunção de legitimidade e imperatividade.
d) presunção de legitimidade, auto-executoriedade e imperatividade.
e) auto-executoriedade, imperatividade e presunção de legitimidade.
Gabarito: A

(CESPE - INSS - Técnico do Seguro Social) A autoexecutoriedade é atributo restrito aos atos
administrativos praticados no exercício do poder de polícia.
Gabarito: E

(CESPE - TRE-PE - Técnico Judiciário - 2017) A respeito dos atributos dos atos administrativos, assinale a
opção correta.
a) O ato administrativo configura instrumento de realização do interesse público, razão por que ele tem a
coercibilidade como atributo absoluto.
b) A imperatividade é atributo que dota de coercitividade todos os atos administrativos.
c) A presunção de legitimidade do ato administrativo é atenuada pela possibilidade de o particular deixar de
cumpri-lo quando houver alguma dúvida sobre sua legalidade.
d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite exceções, como nas hipóteses de cobrança de multa e de
desapropriação.
e) O contraditório e a ampla defesa suprimem a autoexecutoriedade dos processos administrativos.
Gabarito: D

Celso Antônio Bandeira de Mello não utiliza a expressão "autoexecutoriedade", mas aponta duas figuras
distintas: exigibilidade e executoriedade.
Exigibilidade: Segundo Mello, "a exigibilidade é o atributo do ato pelo qual se impele à obediência, ao
atendimento da obrigação já imposta, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para induzir o
administrado a observá-la".
Já, Di Pietro afirma que "no caso da exigibilidade a Administração se utiliza de meios indiretos de
coerção, como a multa ou outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato".
Nesse caso os meios de coerção vem sempre definidos na lei.
Executoriedade: Segundo Mello, "é a qualidade pela qual o Poder Público pode compelir
materialmente o administrado, sem precisão de buscar previamente as vias judiciais, ao cumprimento da
obrigação que impôs e exigiu".
Di Pietro afirma que: "Na executoriedade, a Administração emprega meios diretos de coerção,
compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, utilizando-se inclusive da força". "Nesse caso
os meios de coerção podem ser utilizados, independentemente de previsão legal, para atender situação
emergente que ponha em risco a segurança , a saúde ou outro interesse da coletividade". (exemplo:
apreensão de mercadoria)

Questões (FCC - MPE-AL - Promotor de Justiça) No Direito Administrativo, o atributo da executoriedade


consiste na possibilidade que tem a Administração de
a) coagir materialmente o particular a adimplir obrigação que lhe é imposta, nos termos da lei.
b) coagir indiretamente o particular a adimplir obrigação que lhe é imposta, nos termos da lei.
c) executar de ofício medida imposta por lei ao particular, debitando-lhe os custos decorrentes de tal
execução.
d) impor obrigações aos particulares, de maneira unilateral, nos termos da lei.
e) promover a inscrição em dívida ativa de obrigação legal não adimplida pelo particular.
Gabarito: A

230
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE - MCT - Técnico) O ato administrativo goza do atributo da exigibilidade, ou seja, só se pode exigir o
seu cumprimento por meio de ação judicial.
Gabarito: E

Atos Administrativos - Atributos – Tipicidade


(videoaula 102)

Conceito
Segundo Di Pietro: "Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados."
Dessa forma todos os atos devem estar previstos, tipificados em lei.
Segundo Di Pietro, podemos destacar:
- para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei;
- trata-se de decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a Administração
praticar atos inominados;
- representa uma garantia para o administrado, pois impede que a Administração pratique atos
dotados de imperatividade e executoriedade, vinculando unilateralmente o particular, sem que haja previsão
legal;
- fica afastada a possibilidade de ser praticado ato totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o
ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida;
- a tipicidade só existe em relação aos atos unilaterais, não existe nos contratos.

Questões
(CESPE - STJ - Analista Judiciário) O atributo da tipicidade do ato administrativo impede que a
administração pratique atos sem previsão legal.
Gabarito: C

(CESPE - TCE-PA - Auxiliar Técnico de Controle Externo) Em decorrência do atributo da tipicidade, quando
da prática de ato administrativo, devem-se observar figuras definidas previamente pela lei, o que garante
aos administrados maior segurança jurídica.
Gabarito: C

(FCC - TRT-RN - Técnico Judiciário) Considere os seguintes atributos do ato administrativo:


I. Determinados atos administrativos que se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
II. O ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir
determinados resultados.
Esses atributos dizem respeito, respectivamente, à
a) imperatividade e à tipicidade.
b) auto-executoriedade e à legalidade.
c) exigibilidade e à legalidade.
d) legalidade e à presunção de legitimidade.
e) tipicidade e à imperatividade.
Gabarito: A

(FCC - TRT-PI - Técnico Judiciário) Acerca dos atributos dos atos administrativos, analise as seguintes
assertivas:
I. A imperatividade é um atributo que não existe em todos os atos administrativos.
II. A autoexecutoriedade consiste em atributo existente em todos os atos administrativos.
III. O atributo da tipicidade existe tanto em relação aos atos administrativos unilaterais, quanto em relação
aos contratos.
IV. Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nascem com presunção de
legitimidade.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.
Gabarito: C

231
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC - TRF-4ª - Analista Judiciário) No que diz respeito ao atributo da tipicidade do ato administrativo, é
certo que
a) trata-se de um atributo que pode criar obrigações, unilateralmente, aos administrados.
b) um dos fundamentos desse atributo é a necessidade da Administração em exercer com agilidade suas
atribuições.
c) tal qualidade permite a prática de ato totalmente discricionário ou de atos inominados.
d) esse atributo existe nos contratos porque há imposição de vontade da Administração.
e) essa tipicidade só existe em relação aos atos unilaterais.
Gabarito: E

Atos Administrativos - Classificações - gerais,


individuais, internos e externos.
(videoaula 103)

Introdução

No Direito Administrativo podemos encontrar na doutrina os mais diversos critérios para classificar o
Ato Administrativo.
Vamos estudar as classificações da doutrina majoritária e que, consequentemente, são objetos de
questões na maior parte das bancas de concursos públicos sobre o referido tema.
Critério de classificação quanto aos destinatários - os atos administrativos podem ser: Gerais
ou Individuais.
Atos Gerais: Segundo Di Pietro: "Os atos gerais atingem todas as pessoas que se encontram na
mesma situação; são os atos normativos praticados pela Administração, como regulamentos, portarias,
resoluções, circulares, instruções, deliberações, regimentos.
Atos Individuais: Segundo Meirelles: "Atos individuais (ou especiais) são todos aqueles que se dirigem
a destinatários certos , criando-lhes situação jurídica particular. O mesmo ato pode abranger um ou vários
sujeitos, desde que sejam individualizados."
Segundo Di Pietro: "Atos individuais são os que produzem efeitos jurídicos no caso concreto.
Exemplo: nomeação, demissão, tombamento, licença, autorização."

Questão (CESPE - DPE-ES - Defensor Público) De acordo com a doutrina, as resoluções e as portarias
editadas no âmbito administrativo são formas de que se revestem os atos gerais ou individuais, emanados
do chefe do Poder Executivo.
Gabarito: E

Critério de classificação quanto ao seu alcance (ou situação de terceiros) - os atos


administrativos podem ser: Internos ou Externos.
Segundo Mello:
"Atos Internos - os que produzem efeitos apenas no interior da Administração. Exemplo: propostas,
pareceres, informações, etc.
Atos externos - os que produzem efeitos sobre terceiros. Exemplo: admissão, licença, etc."

Questão (FUNRIO - IF-PA - Auxiliar de Administração) Os atos administrativos podem ser classificados
como atos internos e atos externos, de acordo com o critério de
a) sua interação.
b) seu alcance.
c) sua formação.
d) seu objeto.
e) seu regramento.
Gabarito: B

Atos Administrativos - Classificações - Simples,


complexo, composto, império, gestão, expediente.
(videoaula 104)

232
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Critério de classificação quanto à formação do ato (Meirelles) (quanto à composição da


vontade produtora do ato - Mello) - os atos administrativos podem ser: simples, complexo e composto.
Segundo Di Pietro:
"Atos simples são os que decorrem da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular
ou colegiado. Exemplo: a nomeação pelo Presidente da Republica; a deliberação de um Conselho.
Atos complexos são os que resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles singulares
ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único. Exemplo: o decreto que é assinado pelo
Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado; o importante é que há duas ou mais vontades
para a formação de 1 ato único.
Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é
instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades
para praticar 1 ato só, no ato composto, praticam-se 2 atos, um principal e outro acessório; este último pode
ser pressuposto ou complementar daquele. Exemplo: a nomeação do Procurador Geral da República (pelo
Presidente da República) depende da prévia aprovação pelo Senado (art. 128, § 1º, da Constituição); a
nomeação é o ato principal, sendo a aprovação prévia o ato acessório, pressuposto do principal."

Questões
(CESPE - MPE-RR - Oficial de Promotoria) Atos administrativos complexos são aqueles que demandam
profunda análise do administrador público e estudos técnicos prévios.
Gabarito: E

(FUNRIO - IF-PA - Administrador) O ato administrativo que, quanto à sua formação, resulta da manifestação
de vontade de um único órgão, denomina-se
a) composto.
b) indireto.
c) simples.
d) adicional.
e) complexo.
Gabarito: C

(AOCP - TCE-PA - Assessor Técnico) O ato administrativo que necessita para a sua formação da
manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgão denomina-se
a) simples.
b) complexo.
c) composto.
d) decorrente.
e) residual.
Gabarito: B

(FMP - TCE-MT - Auditor Público Externo) Levando-se em conta a classificação dos atos administrativos
quanto à intervenção da vontade administrativa, é correta a afirmação de que a nomeação de Presidente do
Banco Central do Brasil, que, segundo a Constituição Federal, exige a aprovação prévia do Senado
Federal, é ato administrativo
a) unilateral.
b) simples.
c) composto.
d) complexo.
e) declaratório.
Gabarito: C

Critério de classificação quanto ao seu objeto (Meirelles) (quanto à posição jurídica da


administração - Mello; ou quanto às prerrogativas com que atua a administração - Di Pietro) - os atos
administrativos podem ser: império, gestão e expediente.
Segundo Meirelles:
Atos de Império (ou de Autoridade) são todos aqueles que a Administração pratica usando de sua
supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. É o que ocorre nas
desapropriações, nas interdições.
Atos de gestão são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os
destinatários. Esses atos serão sempre de administração, mas nem sempre administrativos típicos,
principalmente quando bilaterais, de oneração ou aquisição de bens que se igualam aos do Direito Privado"

233
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Di Pietro: "Atos de gestão são os praticados pela Administração em situação de igualdade
com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a gestão de seus
serviços, como não diferem a posição da Administração e do particular, aplica-se a ambos o direito comum."
Assim, em regra:
Ato de império = ato administrativo
Ato de gestão = ato da administração.
Segundo Meirelles:
Atos de expediente são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade
competente. São atos de rotina interna, sem caráter decisório, sem caráter vinculante e sem forma especial,
geralmente praticados por servidores subalternos, sem competência decisória."

Questões
(FCC - MPU - Técnico Administrativo) Os atos administrativos puramente de administração dos bens e
serviços públicos, e os atos administrativos que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam pelas repartições públicas são classificados, respectivamente, como atos de
a) gestão e expediente.
b) expediente e gestão.
c) império e expediente.
d) expediente e império.
e) império e gestão.
Gabarito: A

(CAIP-IMES - CRAISA de Santo André - Advogado)


Como podem ser classificados os seguintes atos administrativos::
I- quanto ao destinatário:
II- quanto ao alcance:
III- quanto ao conteúdo:
IV- quanto ao regramento:
V- quanto à formação
( ) ato simples, ato complexo e ato composto.
( ) ato individual e ato geral.
( ) atos internos e atos externos.
( ) atos vinculados e atos discricionários.
( ) atos de império, atos de gestão e atos de expediente.
Assinale a classificação correta:
a)III, II, I, V, IV.
b)II, I, III, V e IV.
c)I, II. III, IV e V.
d)V, I, II, IV e III.
Gabarito: D

(FCC - TRT-GO - Técnico Judiciário) Quanto à liberdade que o administrador tem na prática dos atos
administrativos, considere:
I. Ato em que a lei estabelece todos os requisitos e as condições de sua realização, sem deixar qualquer
margem de liberdade para o administrador.
II. Ato que o administrador pode praticar com certa liberdade de escolha quanto à conveniência e
oportunidade.
Esses conceitos referem-se, respectivamente, ao ato administrativo
a) vinculado e de império.
b) de império e de gestão.
c ) discricionário e de gestão.
d ) vinculado e discricionário.
e) de gestão e de expediente.
Gabarito: D

Classificações - regra, condição, subjetivo, constitutivo,


extintivo, modificativo, declaratório.
(videoaula 105)

234
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Critério de classificação quanto aos efeitos (Di Pietro) - os atos administrativos podem ser:
constitutivo, declaratório, extintivo e modificativo.
Conforme Di Pietro:
"Ato constitutivo é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma
situação do administrado. É o caso da permissão, autorização, dispensa, aplicação de penalidade,
revogação."
Segundo Meirelles:
"Ato declaratório é visa a preservar direitos, reconhecer situações preexistentes ou, mesmo,
possibilitar seu exercício." São exemplos: certidões, atestado médico, declaração de tempo de serviço.
"Ato extintivo ou desconstitutivo: é o que põe termo (fim) a situações jurídicas individuais. Por
exemplo: cassação de autorização, demissão de um servidor.
"Ato modificativo: é o que tem por fim alterar situações preexistentes, sem suprimir direitos ou
obrigações, como ocorre com aqueles que alteram horários de trabalho de uma repartição, locais de reunião
e outras situações anteriores estabelecidas pela Administração."
Resumindo:
Constitutivo Declaratório Extintivo Modificativo
Como fica Cria uma Não cria Põe fim. Modifica
a situação nova uma nova e nem uma situação que já
jurídica? modifica ou existe.
extingue uma Mas não
situação que já suprime direitos ou
existe. obrigações.

Questões
(VUNESP - CREMESP - Advogado) Os atos administrativos podem ser classificados quanto aos seus
efeitos em
a) perfeitos e imperfeitos.
b) válidos e inválidos.
c) nulos e anuláveis.
d) concretos e abstratos.
e) constitutivos e declaratórios.
Gabarito: E

(FGV - TJ-PA - Juiz) Uma autorização para exploração de jazida, quanto aos efeitos, é exemplo de ato
administrativo:
a) negocial.
b) constitutivo.
c) externo.
d) concreto.
e) declaratório.
Gabarito: B

(FCC - MPE-PE - Promotor de Justiça) Tendo em vista a classificação dos atos administrativos, quanto aos
seus efeitos, é certo que os atos, entre outros, que
a) certificam a alteração havida na denominação de uma rua ou os que atestam o nascimento de uma
pessoa são caracterizados como constitutivos.
b) colocam em disponibilidade um servidor público ou os que afirmam a desnecessidade de cargos públicos
são considerados declaratórios.
c) outorgam permissão de serviço público ou de autorização para a exploração de jazida são considerados
constitutivos.
d) reconhecem insegura uma edificação ou se determinado prédio é seguro para a realização de uma
atividade são caracterizados como constitutivos.
e) nomeiam servidores públicos ou impõem sanções administrativas, inclusive a particulares, são
considerados declaratórios.
Gabarito: C

Critério de classificação quanto à natureza das situações jurídicas que criam (Mello) - os atos
administrativos podem ser: ato-regra, ato-condição e ato subjetivo.

Conforme Celso Antonio Bandeira de Mello:


235
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

"Atos-regra - os que criam situações gerais, abstratas e impessoais e por isso mesmo a qualquer
tempo modificáveis pela vontade de quem os produziu, sem que se possa opor direito adquirido à persistência
destas regras. Exemplo: regulamento. (atos administrativos normativos)
Atos-condição - os que alguém pratica incluindo-se, isoladamente ou mediante acordo com outrem,
debaixo de situações criadas pelos atos-regra, pelo quê sujeitam-se às eventuais alterações unilaterais delas.
Exemplo: o ato de aceitação de cargo público, o acordo na concessão de serviço público.
Atos subjetivos - os que criam situações particulares, concretas e pessoais, produzidas quanto à
formação e efeitos pela vontade das partes, sendo imodificáveis pela vontade de uma só delas e gerando,
então, direitos assegurados à persistência do que dispuseram. Exemplo: o contrato."
Segundo Marcelo Alexandrino: "Os atos subjetivos geram direito adquirido à manutenção da situação
jurídica por eles estabelecida."

Classificações (parte 4) - válido , nulo, anulável,


inexistente.
(Videoaula 106)

Critério de classificação quanto à eficácia (Meirelles) - os atos administrativos podem ser:


válido, nulo, anulável e inexistente.

Ato Válido - Segundo Vicente Paulo:


"Ato válido é o que está em conformidade com o ordenamento jurídico. É o ato que observou as
exigências legais e infralegais impostas para que seja regularmente editado, bem como os princípios jurídicos
orientadores da atividade administrativa. O ato válido respeitou, em sua formação, todos os requisitos jurídicos
relativos à competência para sua edição, à sua finalidade, è sua forma, aos motivos determinantes de sua
prática e ao seu objeto. Por outras palavras, é o ato que não contém qualquer vício, qualquer irregularidade,
qualquer ilegalidade".
Obs.: Alguns concursos (como o INSS) traz em seu edital o tema “Validade”.
Atos Inválidos
Os atos praticado em desconformidade com a legislação são atos inválidos. A doutrina pode
classificar em: ato nulo, ato anulável e ato inexistente.
Ato Nulo
"Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, normalmente resultante da ausência de um de
seus elementos constitutivos, ou de defeito substancial em algum deles (por exemplo, o ato com motivo
inexistente, o ato com objeto não previsto em lei e o ato praticado com desvio de finalidade). O ato nulo está
em desconformidade com a lei ou com os princípios jurídicos (é um ato ilegal ou ilegítimo) e seu defeito não
pode ser convalidado (corrigido). O ato nulo não pode produzir efeitos válidos entre as partes."
Referente ao ato nulo, diz Meirelles: "A nulidade, todavia, deve ser reconhecida e proclamada pela
Administração ou pelo Judiciário, não sendo permitido ao particular negar exequibilidade ao ato administrativo,
ainda que nulo, enquanto não for regularmente declarada sua invalidade, mas essa declaração opera ex tunc,
isto é, retroage às suas origens e alcança todos os seus efeitos passados, presentes e futuros em relação às
partes, só se admitindo exceção para com os terceiros de boa-fé, sujeitos às suas consequências reflexas."
Ato Anulável
Segundo Alexandrino: “é o que apresenta defeito sanável, ou sejam passível de convalidação pela
própria administração que o praticou, desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo
a terceiros. São sanáveis o vício de competência quanto à pessoa, exceto se se tratar de competência
exclusiva, e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida pela lei como condição essencial à
validade do ato.”
Lei 9.784/1999, art. 55 – “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.”
Obs.: Alguns concursos (como o INSS) traz em seu edital o tema “sanatória”.
Ato Inexistente
Segundo Meirelles: “Ato inexistente é o que apenas tem aparência de manifestação da Administração,
mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo. É o que ocorre, por exemplo, com o “ato” praticado
por um usurpador de função pública.”
Esse é o ato “parece que é, mas não é o que parece”.
Para Mello, “dir-se-ão inexistentes os atos que assistem no campo do impossível jurídico, como tal
entendida a esfera abrangente dos comportamentos que o Direito radicalmente inadmite, isto é, dos crimes,
valendo como exemplos as hipóteses de “instruções” baixadas por autoridade policial para que subordinados

236
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

torturem presos, autorizações para que agentes administrativos saqueiem estabelecimentos dos devedores
do Fisco ou para que alguém explore trabalho escravo etc.”
Segue abaixo um quadro comparativo:

Ato Nulo Ato Anulável Ato Inexistente


Efeitos Podem ser Podem ser Não podem ser
mantidos apenas mantidos apenas mantidos em qualquer
perante terceiros de perante terceiros de boa hipótese.
boa fé fé
Prazos para Decai em 5 Decai 5 anos Não há
declaração da anos para anulação, para anulação, salvo decadência.
inexistência e salvo comprovada má- comprovada má-fé (Lei
desconstituição dos fé (Lei 9.784/99, art. 9.784/99, art. 54).
efeitos 54).
Podem ser Não Sim Não
convalidados?

Questões
(CESPE – AGU – Advogado da União) No plano federal, a lei admite a convalidação de atos inexistentes,
desde que se evidencie que não acarretam lesão a interesse público nem prejuízo a terceiros.
Gabarito E

(UFMT – TJMT – Contador) O ato de um administrador público que, ao punir um servidor, impusesse a
este uma pena física (que obviamente não estaria prevista em lei), caracterizaria
ato discricionário.
ato anulável.
abuso de autoridade, na modalidade excesso de poder.
abuso de poder na modalidade desvio de poder ou desvio de finalidade.
Gabarito C

Classificações (parte 5) – perfeito, eficaz, pendente e


consumado.
(Videoaula 107)

Critério de classificação quanto à exequibilidade (Di Pietro) - os atos administrativos podem


ser: perfeito, pendente, eficaz e consumado.

Ato Perfeito
Segundo Di Pietro:
“É aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo o seu ciclo
de formação.”
Não devemos confundir ato perfeito do ato válido. O ato perfeito apenas indica que ele já cumpriu
todas as formalidades em sua formação. Já o ato válido é aquele que está em conformidade com a legislação.
De modo que um ato perfeito poderá ser válido ou inválido.
Já o ato imperfeito é o contrário, pois ele não está apto a produzir efeitos jurídicos, porque não
completou seu ciclo de formação.
Ato Pendente
Segundo Mello:
“É aquele que, embora perfeito, por reunir todos os elementos de sua formação, não produz seus
efeitos, por não verificado o termo ou a condição de que depende sua exequibilidade ou operatividade. O ato
pendente pressupõe sempre um ato perfeito, visto que antes de sua perfectibilidade não pode estar com
efeitos suspensos.”

Ato Eficaz
Segundo Mello:
“O ato administrativo é eficaz quando está disponível para a produção de seus efeitos próprios; ou
seja, quando o desencadear de seus efeitos típicos não se encontra dependente de qualquer evento posterior,
como uma condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade”.
Obs.: Alguns concursos (como o INSS) traz em seu edital o tema “eficácia”.

237
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Ato Consumado
Segundo Mello:
“É o que produziu todos os seus efeitos, tonando-se, por isso mesmo, irretratável ou imodificável por
lhe faltar objeto.”

Questões
(CESPE – INSS – Perito Médico) O ato administrativo pendente pressupõe um ato perfeito.
Gabarito C

(CESPE – PGE-PB – Procurador do Estado) A respeito dos atos administrativos, julgue os itens
subseqüentes.
I Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por ter esgotado todas as fases
necessárias à sua produção.
II Ato consumado é o que já produziu todos os seus efeitos.
III Ato pendente é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que comece a
produzir efeitos.
IV Ato imperfeito é o que apresenta aparência de manifestação de vontade da administração pública,
mas que não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo.
Estão certos apenas os itens
a) I e II; b) I e IV; c) II e III; d) II e IV; e) I, II e III.
Gabarito E

(FCC – TRT 4ª – Analista Judiciário) Em matéria de classificação dos atos administrativos, considere:
I. O ato imperfeito é o que está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir seus efeitos.
II. O ato consumado encontra-se em condições de produzir efeitos jurídicos, posto que já completou
integralmente seu ciclo de formação.
III. Os atos de império são todos aqueles que a Administração Pública pratica usando de sua
supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.
IV. Atos complexos são os que resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, sejam eles
singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para formar um ato único.
É correto APENAS o que consta em
a) I e III; b) III e IV; c) II e IV; d) I, II e IV; e) I, II e III.
Gabarito B

Atos Administrativos – Validade, Eficácia e Perfeição


(Videoaula 108)

Relembrando as aulas passadas – aulas 106 e 107 – Classificação (parte 3 e 4):


- Ato perfeito é aquele que esgotou todas as fases necessárias à sua produção.
- Ato válido é aquele que está em conformidade com a legislação.
- Ato eficaz é aquele que está apto para produção de seus efeitos.
Dica: Antes de assistir a esta aula, o aluno deverá assistir às aulas 106 e 107. Esta aula é uma
complementação daquelas.

Dessa forma, segundo Mello, um ato pode ser:


“a) perfeito, válido e eficaz – quando, concluído o seu ciclo de formação, encontra-se plenamente
ajustado às exigências legais e está disponível para deflagração dos efeitos que lhe são típicos.
b) perfeito, inválido e eficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e apesar de não se achar
conformado às exigências normativas, encontra-se produzindo os efeitos que lhe seriam inerentes.
c) perfeito, válido e ineficaz – quando, concluído seu ciclo de formação e estando adequado aos
requisitos de legitimidade, ainda não se encontra disponível para eclosão de seus efeitos típicos, por depender
de um termo inicial ou de uma condição suspensiva, ou autorização, aprovação ou homologação, a serem
manifestados por uma autoridade controladora.
d) perfeito, inválido e ineficaz – quando, esgotado seu ciclo de formação, sobre encontrar-se em
desconformidade com a ordem jurídica, seus efeitos ainda não podem fluir, por se encontrarem na
dependência de algum acontecimento previsto como necessário para a produção dos efeitos (condição
suspensiva ou termo inicial, ou aprovação ou homologação dependentes de outro órgão).

Questões

238
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC – DPE-SP – Defensor Público) O ato administrativo que se encontra sujeito a termo inicial e
parcialmente ajustado à ordem jurídica, após ter esgotado o seu ciclo de formação, é considerado
a) perfeito, válido e eficaz.
b) perfeito, inválido e ineficaz.
c) imperfeito, inválido e eficaz.
d) perfeito, válido e ineficaz.
e) imperfeito, inválido e ineficaz.
Gabarito B

(FCC- TRT 18ª – Juiz do Trabalho) Determinado servidor recebeu, de boa-fé, valores indevidos, em
virtude de interpretação errônea da lei, por parte da Administração pública. Com base em
entendimento dominante do Superior Tribunal de Justiça, deve-se concluir que o pagamento de tais
valores consistirá em ato administrativo
a) perfeito, válido e eficaz.
b) perfeito, inválido e eficaz.
c) imperfeito, válido e ineficaz.
d) imperfeito, inválido e eficaz.
e) perfeito, inválido e ineficaz.
Gabarito B
(CESPE – MDIC – Agente Administrativo) Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu
ciclo de formação, tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado, pela
própria administração pública, desconforme em relação ao ordenamento jurídico. Nesse caso,
considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido.
Gabarito C

Atos Administrativos – Vinculação e Discricionariedade


(parte 1)
(Videoaula 109)

Este tópico, também diz respeito a um critério de classificação dos atos administrativos.
(Dica.: assista também à Aula 78 – Poder Vinculado e Poder Discricionário)
Critério de classificação quanto ao seu regramento – Meirelles (quanto ao grau de liberdade
da Administração em sua prática - Mello) - os atos administrativos podem ser: Vinculado ou
Discricionário.

Ato Vinculado
Segundo Mello: “Atos vinculados seriam aqueles em que, por existir prévia e objetiva tipificação legal
do único possível comportamento da Administração em face de situação igualmente prevista em termos de
objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere com apreciação subjetiva alguma”.
Dessa forma, no ato vinculado:
- Não há liberdade de escolha.
- Único possível comportamento da Administração, pois já está regulado previamente.
- O agente público encontra-se vinculado à lei, referente a todos os requisitos do ato: competência,
finalidade, forma, motivo e objeto.
- No ato vinculado o agente usa apenas do poder vinculado.
- Não há que se falar em revogação do ato vinculado. Não há mérito administrativo em ato vinculado
(somente há em ato discricionário).
- Em caso de ato discricionário ilegal, poderá ser anulado tanto pela administração pública que o
praticou quanto pelo Poder Judiciário.

Questão (VUNESP – EMPLASA – Analista Jurídico) Atos vinculados;


a) são aqueles para os quais a lei estabelece requisitos e condições de sua realização e impõem à
Administração o dever de motivá-los.
b) podem desatender às disposições legais ou regulamentares se houver decisão judicial dizendo sobre a
conveniência e oportunidade.
c) encontram fundamento e justificativa na complexidade e variedade dos problemas que o Poder Público
tem que solucionar a cada caso e para os quais a lei, por mais casuística que seja, não poderia prever todas
as soluções.
d) são aqueles que permitem à Administração assegurar de modo eficaz os meios realizadores do fim a que
se propõe o Poder Público.
239
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) são instrumentos legais que permitem ao administrador fazer o que entender conveniente à coletividade.
Gabarito A

Ato Discricionário
Segundo Mello: “Atos discricionários, pelo contrário, seriam os que a Administração pratica com certa
margem de liberdade de avaliação ou decisão segundo critérios de conveniências e oportunidade formulados
por ela mesma, ainda que adstrita à lei reguladora da expedição deles.”
Dessa forma, no ato discricionário:
- Há liberdade para decidir em face das circunstâncias concretas do caso.
- O Administrador deverá decidir sobre 2 ou mais soluções admissíveis perante a situação concreta.
- O agente público encontra-se vinculado à lei, referente aos seguintes requisitos do ato: competência,
finalidade e forma. O agente público deverá valorar os motivos e escolher o objeto (conteúdo) segundo a
conveniência e oportunidade (mérito do ato administrativo).
- No ato discricionário o agente usa do poder discricionário e do poder vinculado. (obs.: poder
vinculado: competência, finalidade e forma. Poder discricionário: motivo e objeto).
- Pode haver a revogação do ato administrativo pela própria administração que o praticou. (O Poder
Judiciário não pode revogar um ato administrativo do Poder Executivo ou Poder Legislativo. Isso porque ele
estaria apreciando o mérito administrativo). Controle de mérito => revogação.
- Limites da discricionariedade (fator limitador do ato discricionário), segundo Di Pietro, são: a lei,
princípios da administração pública como razoabilidade, proporcionalidade e moralidade, teoria dos motivos
determinantes, ausência de desvio de poder.
- Em caso de ato discricionário ilegal, poderá ser anulado tanto pela administração pública que o
praticou quanto pelo Poder Judiciário.
Controle de legalidade => anulação.

Questões
(FCC - TRT-GO - Técnico Judiciário) Quanto à liberdade que o administrador tem na prática dos atos
administrativos, considere:

I. Ato em que a lei estabelece todos os requisitos e as condições de sua realização, sem deixar
qualquer margem de liberdade para o administrador.

II. Ato que o administrador pode praticar com certa liberdade de escolha quanto à conveniência e
oportunidade.

240
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Esses conceitos referem-se, respectivamente, ao ato administrativo


a) vinculado e de império.
b) de império e de gestão.
c) discricionário e de gestão.
d) vinculado e discricionário.
e) de gestão e de expediente.
Gabarito D

(CESPE – AGU – Contador) O ato discricionário permite liberdade de atuação administrativa, a qual
deve restringir-se, porém, aos limites previstos em lei.
Gabarito C

(CESPE – TC-DF – Auditor de Controle Externo) O fator limitador do ato administrativo discricionário é
o critério da conveniência e oportunidade.
Gabarito E

(CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo) O ato discricionário não está sujeito à
apreciação do Poder Judiciário.
Gabarito E

(VUNESP – Prefeitura de Alumínio-SP – Procurador Jurídico) Com relação aos atos discricionários,
pode-se afirmar corretamente que o controle judicial
a) é possível, mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa.
b) é possível somente nas hipóteses em que se verifica um excesso de poder.
c) é possível, não existindo qualquer restrição ao Poder Judiciário.
d) não é possível, pois se alicerçam na oportunidade e conveniência da Administração.
e) é possível somente nas hipóteses em que se verifica um desvio de poder.
Gabarito A

(CAIP-IMES - CRAISA de Santo André - Advogado)


Como podem ser classificados os seguintes atos administrativos::
I- quanto ao destinatário:
II- quanto ao alcance:
III- quanto ao conteúdo:
IV- quanto ao regramento:
V- quanto à formação
( ) ato simples, ato complexo e ato composto.
( ) ato individual e ato geral.
( ) atos internos e atos externos.
( ) atos vinculados e atos discricionários.
( ) atos de império, atos de gestão e atos de expediente.
Assinale a classificação correta:
a) III, II, I, V, IV.
b) II, I, III, V e IV.
c) I, II. III, IV e V.
d) V, I, II, IV e III.
Gabarito D

Vinculação e Discricionariedade (parte 2)


(Videoaula 110)

QUADRO COMPARATIVO – Ato Vinculado x Ato Discricionário

Ato Vinculado Ato Discricionário

Há liberdade de NÃO SIM


escolha?
Quantas 1 2 ou mais
possibilidades?

241
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O agente público Competência, Competência,


encontra-se vinculado à lei, finalidade, forma, motivo e finalidade e forma.
referente aos requisitos do objeto (todos).
ato:
Poder vinculado ou Poder vinculado Poder discricionário e
poder discricionário poder vinculado.
Pode ser revogado? Não Sim, apenas pela
administração que o praticou.
Em caso de ato Sim Sim
ilegal, pode ser anulado pela
administração que o praticou
e pelo poder judiciário?

Pratica-se um ato discricionário, quando:


- Não há na lei a descrição antecipada da situação em vista da qual será suscitado o comportamento
administrativo. Ex.: O Presidente da República poderá mudar a Capital do País”.
- A lei explicitamente concede a faculdade da prática do ato discricionário. Por exemplo: “
Administração poderá, a requerimento do interessado, converter em pecúnia a licença-prêmio a que o
funcionário faça jus”.(Mello)
- A lei usa conceitos indeterminados. Por exemplo: “conduta escandalosa”. Por exemplo: “Os que se
comportarem de modo indecoroso deverão ser expulsos do cinema”.(Mello)
Sobre “conceito indeterminado”, este possui 3 zonas:
- de certeza positiva – situações que com certeza se enquadram no conceito
- de certeza negativa – situações que com certeza não se enquadram no conceito
- de indeterminação (ou zona de penumbra ou área de incerteza) – situações de incertezas, que não
podem ser eliminadas objetivamente, que estão entre a zona positiva e negativa.
Importante observar que não existe ato totalmente discricionário, pois quanto, pelo menos, aos
requisitos de competência, finalidade e forma, existirá a vinculação.
E, segundo Mello, discricionariedade pode ser definida como “A margem de liberdade conferida pela
lei ao administrador a fim de que este cumpra o dever de integrar com sua vontade ou juízo a norma jurídica,
diante do caso concreto, segundo critérios subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos
consagrados no sistema legal”.
Importante não confundir discricionariedade com arbitrariedade.
Mérito Administrativo – utiliza os critérios de conveniência e oportunidade.
Conveniência – Diz respeito à satisfação do interesse público.
Oportunidade – Diz respeito ao momento em que o ato vai ser praticado.
Segundo Meirelles: “o mérito administrativo consiste na valoração dos motivos e na escolha do objeto
do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência,
oportunidade e justiça do ato a realizar”.
Busca-se a finalidade de bem atingir o interesse público. Deve ser pautado nos princípios
administrativos como moralidade, proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, dentre outros.

Questões
(CESPE – MPE-SC) O ato discricionário praticado por autoridade incompetente, ou realizado por forma
diversa da prescrita em lei, ou informado de finalidade estranha ao interesse público, é ilegítimo e nulo.
Em tal circunstância, deixaria de ser ato discricionário para ser ato arbitrário e ilegal.
Gabarito C

(CESPE – HEMOBRÁS – Analista) O mérito administrativo consiste no poder conferido por lei ao
administrador para que ele, nos atos discricionários, decida sobre a oportunidade e conveniência de
sua prática.
Gabarito C

Espécies de Atos Administrativos – Introdução e Atos


Normativos
(Videoaula 111)

Introdução

242
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Até a aula anterior estudamos a classificação dos atos administrativos. Vimos que diversos
doutrinadores trazem critérios diferentes para essa classificação.
O tema espécies de atos administrativos não deixa de ser também um tipo de classificação. Essa
proposta por Meirelles, cujo critério seria o “fim imediato a que se destinam e o objeto que encerram”.
Meirelles entende que nestas espécies “cabem todos os atos administrativos propriamente ditos,
excluídos os atos legislativos e os judiciais típicos, que formam dois gêneros à parte”.
Dessa forma, as espécies de atos administrativos são:
Normativos
Ordinatórios
Negociais
Enunciativos
Punitivos
Atos Normativos
Segundo Meirelles:
“Atos administrativos normativos são aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando
à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de trais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela
Administração e pelos administrados.”
“Tais atos, conquanto normalmente estabeleçam regras gerais e abstratas de conduta, não são leis
em sentido formal. São leis apenas em sentido material, vale dizer, provimentos executivos com conteúdo de
lei, com matéria de lei.”
Assim, atos normativos:
- objetivo é explicar a lei;
- são regras gerais e abstratas;
- são leis no sentido material.

Os principais atos normativos são:


- Decreto regulamentar ou de execução – competência exclusiva do Chefe do Executivo. Seu objetivo
é explicar a lei e facilitar sua execução.
- Decreto autônomo ou independente - competência exclusiva do Chefe do Executivo. É considerado
ou ato primário decorrente do texto constitucional. O art. 85, VI da CF descreve quais são as matérias que
podem estar contidas num decreto autônomo. Essas matérias são: “a) organização e funcionamento da
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.”
- Regulamentos – segundo Meirelles: “os regulamentos são atos administrativos, postos em vigência
por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas por lei”.
- Instruções Normativas – segundo Meirelles: “são atos administrativos expedidos pelos Ministros de
Estado para a execução das leis, decretos e regulamentos.”

243
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

- Regimentos – segundo Meirelles: “são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que
se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas”.
- Resoluções – segundo Meirelles – “são atos administrativos normativos expedidos pelas altas
autoridades do Executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir decretos) (...) para
disciplinar matéria de sua competência específica.”
- Deliberações – segundo Meirelles: “são atos administrativos normativos ou decisórios emanados de
órgãos colegiados. Quando normativas são atos gerais, quando decisórias, são atos individuais.

Questões
(FCC- TRT2ª – Analista Judiciário) Atos normativos são
a) atos que não contêm uma manifestação de vontade da Administração.
b) aqueles pelos quais a Administração pode impor diretamente sanções a seus servidores ou aos
administrados em geral.
c) aqueles editados em situações nas quais uma determinada pretensão do particular coincide com a
manifestação de vontade da Administração.
d) atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações
atinentes ao adequado desempenho de suas funções.
e) os que contêm comandos gerais e abstratos aplicáveis a todos os administrados que se enquadrem nas
situações nele previstas.
Gabarito E
(CESPE – SEDF) José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou ato
disciplinando as regras para a participação de servidores em concurso de promoção.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto.
Gabarito E
(FCC- TRE-SC – Analista Judiciário - modificado) NÃO se inclui entre os atos normativos emanados
do Poder Executivo:
a) os regimentos.
b) os decretos regulamentares.
c) as circulares.
d) as resoluções.
e) as instruções normativas.
Gabarito C

Atos Ordinatórios
(Videoaula 112)

Segundo Meirelles:
“Atos administrativos ordinatórios são os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e
a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam
aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições.”
Características, segundo Meirelles, dos atos ordinatórios:
- Emanam do poder hierárquico;
- Expedidos pelo chefe aos subordinados;
- Só atuam no âmbito interno da administração;
- Só alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os expediu;
- Não obrigam os particulares, nem funcionários subordinados a outras chefias;
- São inferiores aos atos normativos.

Questões
(IESES – IFC-SC – Auditor) Quanto a espécies de atos administrativos temos: “São aqueles que visam a
disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes no desempenho de suas
atribuições. Encontra fundamento no Poder Hierárquico." Estamos falando dos:
Parte superior do formulário
a) Atos Normativos.
b) Atos ordinatórios.
c) Atos Negociais.
d) Atos Punitivos.
Gabarito B

244
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE – TJSE – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Os atos ordinatórios visam disciplinar o
funcionamento da administração e a conduta funcional de seus agentes. Por isso, em regra, criam direitos e
obrigações também para os particulares que dependam dos serviços desses agentes.
Gabarito E

São exemplos de atos ordinatórios, segundo Meirelles:


- Instruções – são ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de determinado
serviço público, expedidas pelo superior hierárquico com o objetivo de orientar os subalternos no desempenho
das atribuições que lhes estão afetas e assegurar a unidade de ação no organismo administrativo.
- Circulares – são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou
agentes administrativos incumbidos de certo serviço, ou do desempenho de certas atribuições em
circunstâncias especiais.
- Avisos – emanados dos Ministros do Estado a respeito de assuntos afetos aos seus ministérios.
- Portarias – expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam
servidores para funções e cargos secundários. (Ex.: portaria de remoção, portaria de delegação de
competência)
- Ordens de serviços – são determinações especiais dirigidas por obras ou serviços públicos
autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo, ou especificações técnicas sobre o
modo e forma de sua realização.
- Provimentos – contem determinações e instruções que a Corregedoria ou os tribunais expedem para
a regularização e uniformização dos serviços, especialmente os da Justiça, com o objetivo de evitar erros e
omissões na observância da lei.
- Ofícios – comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores
e entre Administração e particulares em caráter oficial.
- Despachos – Despachos administrativos são decisões que as autoridades executivas proferem em
papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.

Questão (ESAF – PGFN – Procurador da Fazenda Nacional) À luz da tradicional doutrina administrativista, é
possível identificar, como espécie de ato administrativo, o chamado ato ordinatório, que tem, como um de
seus exemplos,
a) os decretos regulamentares.
b) os alvarás.
c) as circulares.
d) as multas.
e) as homologações.
Gabarito C

Atos Negociais (parte 1)


(Videoaula 113)

Segundo Meirelles:
“Atos negociais são praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público coincidente
com a pretensão do particular, visando à concretização de negócios jurídicos públicos ou à atribuição de
certos direitos ou vantagens ao interessado.”
Características dos Atos Negociais:
- declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular;
- são considerados atos de consentimentos, pois são editados a pedido do particular;
- produzem efeitos concretos e individuais para seu destinatário e para a Administração;
- manifestação unilateral da administração;
- são atos administrativos e não contratos administrativos;
- podem ser vinculados ou discricionários e definitivos ou precários;
- ato negocial vinculado – atendido os requisitos legais, o ato deverá ser praticado;
- ato discricionário – atendido os requisitos legais, o ato poderá ou não ser praticado;
- ato definitivo – gera expectativa de definitividade. Não cabe revogação, mas cabe cassação ou
anulação;
- ato precário – pode ser revogado a qualquer tempo. Somente atos discricionário podem ser
precários;
- são exemplos de atos negociais: licença, autorização, permissão, admissão, visto, aprovação,
homologação, dispensa, renúncia, protocolo administrativo. (Alvará)

245
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(FCC- TRE-CE – Analista Judiciário) Os atos administrativos denominados "negociais" .
a) embora unilaterais, encerram conteúdo tipicamente negocial, de interesse recíproco da Administração e
do administrado.
b) encerram um mandamento geral da Administração Pública.
c) são sempre discricionários por serem de interesse único da Administração.
d) operam efeitos jurídicos entre as partes (Administração e administrado), passando, portanto, à categoria
de contratos administrativos.
e) não produzem efeitos à Administração Pública que os expede, tendo em vista a supremacia do ente
público.
Gabarito A

(FCC – TRF-4ªR – Analista Judiciário) Em relação aos atos administrativos negociais, é certo que
a) podem ser discricionários ou precários, dependendo de sua espécie, mas nunca vinculados ou
definitivos.
b) podem ser considerados desta espécie as autorizações, as apostilas e os atestados.
c) não produzem quaisquer efeitos concretos e individuais para os administrados.
d) não são contratos, mas sim manifestações unilaterais de vontade da Administração coincidentes com a
pretensão do particular.
e) são dotados, como os demais atos, de imperatividade ou coercitividade.
Gabarito D

(CESPE – DPU – Defensor Público Federal) Os atos administrativos negociais são também
considerados atos de consentimento, uma vez que são editados a pedido do particular como forma de
viabilizar o exercício de determinada atividade ou a utilização de bens públicos.
Gabarito C

A seguir, vamos descrever brevemente os tipos de atos negociais:


Licença
Segundo Meirelles: “É ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verificado que o
interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a
realização de fatos materiais antes vedados ao particular.”
São exemplos: licença para dirigir, licença para o exercício de uma profissão, alvará para
realização de obra.

Questão (CESPE – TJ-RR – Titular de Serviços de Notas e de Registros) Suponha que determinado
cidadão que pretenda construir uma casa tenha sido informado pelo órgão estatal competente de que a
administração deve, por meio de ato administrativo, consentir a construção, antes do início das obras.
Nessa situação, o ato administrativo de consentimento a ser expedido pela administração é a
a) permissão.
b) aprovação.
c) admissão.
d) autorização.
e) licença.
Gabarito E

Autorização
Segundo Meirelles: “Autorização é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o
Poder Público torna possível ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou utilização de
determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse (...).”
Segundo Di Pietro “Ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a
Administração faculta ao particular o uso de bem público, ou o desempenho de atividade material, ou a
prática de ato que, sem esse consentimento, seria legalmente proibido”
Por exemplo: porte de arma, fechamento do trânsito em determinado local, utilização de vias
públicas para feira livre.

Questão (CESPE – SEGER – Analista Executivo) Caso determinada comunidade, desejando comemorar o
aniversário de seu bairro, decida solicitar o fechamento de uma rua para realizar uma festa comunitária, ela
deve obter do poder público
a) autorização.
b) permissão.
c) delegação.

246
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

d) convênio.
e) concessão.
Gabarito A

Permissão
Segundo Meirelles: “Permissão é ato discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta
ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, a título
gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pela Administração.”
“É admissível a permissão condicionada, ou seja, aquela em que o próprio Poder Público
automilita-se na faculdade discricionária de revoga-la a qualquer tempo, fixando em norma legal o prazo
de sua vigência e/ou assegurando outras vantagens ao permissionário (...)”

Exemplos de permissão: instalação de banca de jornal em praça, lanchonete em Universidade


Federal.
Segundo Vicente Paulo:
- As permissões de serviço público, atualmente, são contratos administrativos (bilaterais), e não
meros atos administrativos (unilaterais).
- A permissão de uso de bem público é ato administrativo negocial.

Questão (FGV – TJ-SC – Técnico Judiciário) O Município de um Balneário praticou ato de permissão de uso
de bem público, consistente em quiosque situado na orla da Avenida Atlântica, em favor de Joaquim, sem
prazo determinado. Um ano após a prática do ato, por motivo de interesse público devidamente
fundamentado, a municipalidade resolveu retomar a posse do imóvel, revogando a permissão e intimando o
particular de tal decisão. Inconformado, Joaquim manejou medida judicial cabível, com escopo de
prosseguir na posse direta do bem e explorar sua atividade comercial. O pleito de Joaquim:
a) merece prosperar, porque, apesar de a permissão de uso ser ato bilateral, discricionário e precário, é
imprescindível o prévio processo administrativo;
b) merece prosperar, porque, apesar de a permissão de uso ser ato unilateral, vinculado e precário, é
imprescindível o prévio processo administrativo;
c) merece prosperar, porque a retomada do bem somente pode ocorrer por meio de prévio processo judicial;
d) não merece prosperar, porque a permissão de uso é ato unilateral, discricionário e precário;
e) não merece prosperar, porque a permissão de uso é ato bilateral, vinculado e deve atender à finalidade
pública.
Gabarito D

Atos Negociais (parte 2)


(Videoaula 114)

A seguir, vamos estudar outros tipos de atos administrativos negociais.


Aprovação
Segundo Meirelles: “Aprovação é o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade
e o mérito de outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades
ou de particulares, dependentes de seu controle e consente na sua execução ou manutenção.”
Por exemplo: aprovação de um projeto, uma obra, um serviço.
Pode ser prévia ou subsequente, vinculada ou discricionária.

Questão (FCC – TRE-PE – Analista Judiciário) A “aprovação” é exemplo de ato administrativo


a) ordinatório.
b) normativo.
c) negocial.
d) enunciativo.
e) geral.
Gabarito C

Admissão
Segundo Di Pietro: “Admissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao
particular, que preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público.”
Exemplo: admissão nas escolas públicas, nos hospitais, nos estabelecimentos de assistência social.
Visto

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Meirelles: “Visto é ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria
Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe exequibilidade.” É ato
vinculado.
Homologação
Segundo Di Pietro: “Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública
reconhece a legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de
legalidade, no que se distingue da aprovação.”
Exemplo: ato da autoridade que homologa o procedimento de licitação.
Dispensa
Segundo Meirelles: “Dispensa é o ato administrativo que exime o particular do cumprimento de até
então exigida por lei, como, por ex., a prestação do serviço militar. É, normalmente, ato discricionário (...)”
Renúncia
Segundo Meirelles: “Renúncia administrativa é o ato pelo qual o Poder Público extingue
unilateralmente um crédito ou um direito próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a
Administração.”

Questão (FCC – SJCDH-BA - Agente Penitenciário) Considere:


I. Renúncia administrativa.
II. Portaria.
I e II configuram, respectivamente, atos administrativos
a) normativo e ordinatório.
b) ordinatório e punitivo.
c) negocial e ordinatório.
d) ordinatório e normativo.
e) negocial e punitivo.
Gabarito C

Protocolo Administrativo
Segundo Meirelles: “Protocolo administrativo é o ato negocial pelo qual o Poder Público acerta com o
particular a realização de determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no
interesse recíproco da Administração e do administrado signatário do instrumento protocolar.”
- É ato vinculante.
- Inclui o protocolo de intenção, que precede o ato ou contrato definitivo.

Questões
(FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial)NÃO constitui exemplo de ato administrativo negocial:
a) Autorização.
b) Licença.
c) Certidão.
d) Permissão.
e) Aprovação.
Gabarito C

(FCC - TRT-GO Analista Judiciário) Sobre as espécies de atos administrativos, analise:


I. Atos que contêm uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular.
II. Atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus
agentes.
III. Atos que contêm um comando geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei.
Essas afirmações referem-se, respectivamente, aos atos administrativos
a) negociais, ordinatórios e normativos.
b) ordinatórios, normativos e negociais.
c) normativos, negociais e ordinatórios.
d) negociais, normativos e ordinatórios.
e) ordinatórios, negociais e normativos.
Gabarito A

Atos Enunciativos
(videoaula 115)

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Segundo Di Pietro: “Ato Enunciativo é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece
determinada situação de fato ou de direito”
Características dos Atos Enunciativos:
- Enuncia uma situação preexistente;
- não há manifestação de vontade administrativa;
- não constitui direito;
- para produzir efeito jurídico, exige a prática de outro ato administrativo. Não produz efeito jurídico
(mero ato administrativo, Di Pietro);

Questão (FCC – TRF4ª – Técnico Judiciário) Analise:


I. Atos administrativos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações atinentes ao
adequado desempenho de suas funções, e não atingem os administrados, não criando para estes direitos
ou obrigações.
II. Atos administrativos que declaram, a pedido do interessado, uma situação jurídica preexistente relativa a
um particular, mas não contém uma manifestação de vontade da Administração Pública.
Nesse casos, são conhecidos, respectivamente, como espécies de atos
a) punitivos e declaratórios.
b) normativos e ordinatórios.
c) normativos e negociais.
d) enunciativos e declaratórios.
e) ordinatórios e enunciativos.
Gabarito E

São exemplos de atos enunciativos:


Certidões
Segundo Meirelles: “São cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de
processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas.” Exemplo: Certidão negativa de
débito, certidão de antecedentes criminais.
Hoje em dia as informações de uma certidão são provenientes de bancos de dados eletrônicos e não
mais de livros ou documentos. Bem como, as certidões não são cópias ou fotocópias de livros, mas sim, uma
folha impressa com as informações extraídas dos bancos de dados.

Questões
(FCC – TCE-GO – Analista de Controle Externo) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma
certidão e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são
classificados em
a) ordinatórios e negociais, respectivamente.
b) enunciativos.
c) negociais.
d) enunciativos e negociais, respectivamente.
e) normativos e ordinatórios, respectivamente.
Gabarito D

(CESPE – SEGESP-AL – Papiloscopista) Quando a administração pública emite uma certidão para o
particular, certificando situação existente, pratica um ato administrativo ordinatório.
Gabarito E

Atestados
Segundo Meirelles: “Atestados são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma
situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes.”
Atente que a certidão comprova fato que constam nos registros permanentes (livros, papéis,
documentos) e atestado comprova fatos ou situações passíveis de modificações frequentes. Por exemplo:
atestado médico.

Questão (Assistente de Planejamento – OBJETIVA – SAMAE Caxias do Sul) A certidão, que é uma cópia
de informações registradas em algum livro em poder da Administração, geralmente requerida pelo
administrado que tenha algum interesse nessas informações, ou o atestado, que é uma declaração da
Administração referente a uma situação de que ela toma conhecimento em decorrência de uma atuação de
seus agentes cujo conteúdo nos dois casos é declaratório, são exemplos de:
a) Atos punitivos.
b) Atos negociais.

249
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c) Atos ordinatórios.
d) Atos normativos.
e) Atos enunciativos.
Gabarito E

Pareceres
Segundo Meirelles: “Pareceres são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à
sua consideração. O parecer tem caráter meramente opinativo, não vinculando a Administração ou os
particulares à sua motivação ou conclusões, salvo se aprovado por ato subsequente.”
Após aprovados passam a ter caráter normativos (parecer normativo ou jurídico) ou ordinatórios
(parecer técnico).

Questão (CESPE – PGE-PB – Procurador do Estado) Os atos administrativos enunciativos são os que
declaram, a pedido do interessado, situação jurídica preexistente relativa a particular. É exemplo de ato
enunciativo o(a)
a) autorização.
b) instrução.
c) parecer.
d) decreto.
e) portaria.
Gabarito C

Apostilas
Segundo Meirelles: “Apostilas são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada
por lei. Ao apostilar um título a Administração não cria um direito, pois apenas reconhece a existência de um
direito criado por norma legal. Equivale a uma averbação.”
Segundo De Plácido e Silva: “Apostila é expressão que se usa para indicar a nota ou o aditamento
feito à margem de qualquer documento, ou papel público, para lhe acrescentar alguma coisa que lhe faltava
no texto, seja para o ilustrar, comentar ou para o interpretar.”
Exemplo: averbação de registro de imóvel, pela alteração do estado civil do proprietário; averbação
de certidão de casamento, pela separação judicial.

Questão (FCC – TJ-PE – Analista Judiciário) Analise sob o tema dos princípios da Administração Pública:
I. Ato administrativo negocial pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de determinado
empreendimento ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração.
II. Atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei. Nesse caso, não cria um
direito, mas reconhece a existência de um direito criado por norma legal.
Esses atos administrativos são denominados, respectivamente,
a) protocolo administrativo e apostilas.
b) apostila e portarias.
c) homologação e ordens de serviço.
d) protocolo administrativo e provimentos.
e) autorização e concessões.
Gabarito A

Atos Punitivos
(Videoaula 116)

Segundo Meirelles: “Atos administrativos punitivos são os que contêm uma sanção imposta pela
Administração àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou
serviços públicos. Visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos
servidores ou dos particulares perante a Administração.”
Os atos punitivos podem ser externos ou internos.
Os atos punitivos externos são dirigidos aos particulares. Essas sanções, segundo art. 68 da Lei
9.784/99, têm “natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer.” São atos
praticados no exercício do Poder de Polícia. Ex.: multa de trânsito, interdição de estabelecimento,
destruição de mercadoria contrabandeada.
Os atos punitivos internos são dirigidos aos servidores públicos. São atos praticados no
exercício do Poder disciplinar. Ex.: advertência, suspensão e demissão.

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Questões
(CESPE – MDIC – Analista) Um aviso é uma forma de ato administrativo classificado como ato punitivo, ou
seja, que certifica ou atesta um fato administrativo.
Gabarito E

(CESPE – Polícia Civil – PB – Técnico em Perícia) Assinale a opção correta no que se refere às
espécies de atos administrativos.
a) A licença é espécie de ato normativo.
b) A certidão caracteriza-se por ser ato ordinatório.
c) As circulares internas são exemplos de atos negociais.
d) O parecer é espécie de ato punitivo.
e) O atestado é modalidade de ato enunciativo.
Gabarito E

(CETRO – ANVISA – Técnico Administrativo) Sobre as espécies de atos administrativos, marque V


para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta.
( ) O ato administrativo negocial é diverso de negócio jurídico, dado que é ato unilateral, geralmente
consubstanciado, por exemplo, em alvará de funcionamento ou despacho de autoridade competente,
no qual a Administração Pública defere a pretensão do administrado e fixa as condições de sua
fruição.
( ) O ato administrativo enunciativo é aquele que comporta a emissão da opinião da autoridade
competente de uma situação que ainda está por ocorrer em forma de Certidão ou Atestado.
( ) O ato ordinário é aquele que contém um comando geral do poder executivo visando à correta
aplicação da lei, como, por exemplo, uma instrução normativa.
( ) A advertência ou cassação de aposentadoria de um funcionário público pode ser entendida como
um ato administrativo punitivo interno.
a) F/ V/ V/ F
b) V/ F/ V/ F
c) V/ V/ F/ F
d) V/ F/ F/ V
e) F/ V/ F/ V
Gabarito D

Extinção (Desfazimento) – Anulação, Revogação e


Cassação.
(Videoaula 117)

Dicas –
1- Alguns editais, como o do INSS, costumam trazer como tópico de ato administrativo a
“exteriorização”. Esse tópico diz respeito às “formas por vias das quais a Administração manifesta outros atos
e são meios pelos quais a Administração exterioriza sua vontade”, segundo Mello. Essas formas nada mais
são do que os atos que já estudamos nas aulas sobre espécies de atos administrativos (aulas 111 a 116).
Mello exemplifica a exteriorização dos atos como: decreto, portaria, alvará, instrução, aviso, circular, ordem
de serviço, resolução, parecer e ofício.
2 - Antes de assistir a esta aula, sugiro revisar:
- aula 106 – Atos administrativos – Classificação (ato nulo, anulável e inexistente):
https://www.youtube.com/watch?v=OJ8am0LE34Y
- aula 109 - Atos Administrativos – Vinculação e Discricionariedade:
https://www.youtube.com/watch?v=NLdMtsVtPpw

ANULAÇÃO
Conceito segundo Di Pietro: “Anulação (ou invalidação) é o desfazimento do ato administrativo por
razões de ilegalidade.”
Características:
- Ato nulo e ato inexistente – anulação obrigatória
- Ato anulável – pode ser anulado ou convalidado
- É um controle de legalidade (e não de mérito)
- Feita pela própria Administração (de ofício – autotutela - ou provocado) ou pelo Poder Judiciário
(provocado)
251
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

- Produz efeito retroativos – ex tunc


- O ato inválido (nulo, anulável e inexistente) não gera direito ou obrigação entre as partes
- Os efeitos produzidos em relação a terceiros de boa-fé devem ser resguardados
- Não gera o dever de indenizar o particular prejudicado, via de regra.

Questão (CESPE – INPI – Analista de Planejamento) Ao contrário da revogação, a anulação do ato


administrativo pode ser feita tanto pela administração como pelo Poder Judiciário. O efeito da anulação
opera ex tunc e, via de regra, não gera dever de indenizar o particular prejudicado.
Gabarito C

REVOGAÇÃO
Segundo Meirelles: “Revogação é a supressão de uma ato discricionário legítimo e eficaz,
realizada pela Administração – e somente por ela – por não mais lhe convir sua existência.”
Segundo Di Pietro: “Revogação é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração
extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.”
Características:
- É ato discricionário que suprime outro ato discricionário.
- Revoga-se por razões de conveniência e oportunidade. Controle de mérito.
- Somente a Administração que emitiu o ato é quem pode revogar.
- Efeito não retroage – ex nunc. Por isso, os direitos adquiridos devem ser respeitados.

Questões
(CESPE – TC-DF – Auditor de Controle Externo) A extinção de ato administrativo perfeito por motivo de
conveniência e oportunidade é denominada anulação.
Gabarito E

(CESPE – ABIN – Agente de Inteligência – 2018) Uma diferença entre a revogação e a anulação de um
ato administrativo é a de que a revogação é medida privativa da administração, enquanto a anulação
pode ser determinada pela administração ou pelo Poder Judiciário, não sendo, nesse caso, necessária
a provocação do interessado.
Gabarito E

(CESPE – TCE-PE – Analista de Gestão) Na revogação, o ato é extinto por oportunidade e


conveniência, ao passo que, na anulação, ele é desfeito por motivo(s) de ilegalidade.
Gabarito C

(FCC – TER-MS – Técnico Judiciário) Dentre as formas de extinção do ato administrativo, estão a
revogação e a anulação. Sobre esse tema, está INCORRETO o que se afirma apenas em:
a) A revogação tem como fundamento o juízo de valor da conveniência e oportunidade do ato administrativo
e só pode ser declarada pela Administração Pública.
b) A anulação tem como fundamento vícios de ilegalidade do ato administrativo e pode ser declarada pela
própria Administração, em decorrência do princípio da autotutela.
c) A anulação tem como fundamento a ilegalidade do ato administrativo e por vezes sua conveniência, pode
ser declarada pela própria Administração, assim como pelo Poder Judiciário e produz efeitos ex nunc.
d) A revogação e a anulação podem ser declaradas pela Administração, sendo que, na primeira, não produz
efeitos retroativos, enquanto que, na segunda, ocorre a retroatividade.
e) A revogação pressupõe a validade do ato administrativo e não pode ser declarada pelo Poder Judiciário.
Gabarito C

Súmula 473 do STJ. Diz assim: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
Sabendo-se que o mérito dos atos administrativos é identificado com os conceitos de conveniência e
oportunidade, decorre da Súmula que
a) somente a Administração pode anular seus atos, por motivo de legalidade.
b) sempre poderá haver apreciação judicial sobre o mérito dos atos administrativos.
c) tanto a Administração como o Poder Judiciário podem revogar atos administrativos, por motivo de mérito.
d) a anulação de um ato ilegal só produz efeitos após a apreciação judicial.
e) a Administração não depende do Poder Judiciário para anular seus atos ilegais.
Gabarito E

CASSAÇÃO

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Mello: é a retirada do ato “porque o destinatário do ato descumpriu condições que deveriam
permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. Exemplo: retirada da licença
para funcionamento de hotel por haver se convertido em casa de tolerância (prostíbulo).”
Característica:
- funciona como sanção pelo descumprimento das condições a serem atendidas.
Obs.: Extinção volitiva - Essas 3 formas de extinção estudadas (Anulação, revogação e cassação)
são conhecidas como formas do chamado desfazimento volitivo ou extinção volitiva. Isso porque, decorrem
da vontade da Administração Pública ou do Poder Judiciário através de uma manifestação expressa desses.

Questão (CESPE – TCM-BA – Auditor Estadual de Controle Externo – 2018) Considere que a administração
pública deseje desfazer ato administrativo porque determinado destinatário descumpriu condições
obrigatórias para que continuasse a desfrutar de determinada situação jurídica. Nessa situação, a
administração deverá adotar a seguinte modalidade de desfazimento do ato:
a) invalidação.
b) revogação.
c) cassação.
d) convalidação.
e) ratificação.
Gabarito C

Extinção (Desfazimento) – Caducidade, Contraposição


e Extinção Natural, Subjetiva e Objetiva.
(Videoaula 118)

CADUCIDADE
Segundo Mello: é a retirada do ato “porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível a
situação dantes permitida pelo Direito e outorgada pelo ato precedente. Exemplo: retirada de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face de nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível com
aquele tipo de uso”.

Questões
(CESPE – Polícia Federal – Delegado de Polícia) Ocorre a extinção do ato administrativo por
caducidade quando o ato perde seus efeitos jurídicos em razão de norma jurídica superveniente que
impede a permanência da situação anteriormente consentida.
Gabarito C

(FCC – MPE-AL – Promotor de Justiça) Permissionário de cantina localizada em estádio municipal


obteve autorização do Município para venda de bebidas alcoólicas no seu estabelecimento. Todavia,
sobreveio lei estadual proibindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol
localizados em território estadual. Dessa nova circunstância decorrerá a
a) anulação da autorização.
b) revogação da autorização.
c) superação da autorização.
d) caducidade da autorização.
e) cassação da autorização.
Gabarito D

CONTRAPOSIÇÃO (ou DERRUBADA)


Segundo Mello: é a retirada do ato “porque foi emitido ato com fundamento em competência
diversa da que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são contrapostos aos daquele.” Exemplo: a
exoneração de um servidor extingue os efeitos do ato de nomeação.

Questão (2018 – CESPE – SEFAZ-RS – Auditor do Estado) Determinado prefeito exarou ato administrativo
autorizando o uso de bem público em favor de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o
plano diretor, no que tange à ocupação do espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à
atividade particular.
Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de bem público extingue-se
por
a) revogação.
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) anulação.
c) contraposição.
d) caducidade.
e) cassação.
Gabarito D

EXTINÇÃO NATURAL
Segundo Alexandrino: “desfaz um ato administrativo pelo mero cumprimento normal de seus
efeitos. Por exemplo, uma permissão de uso concedida por 2 meses será extinta, naturalmente, no
termo final desse prazo.”
EXTINÇÃO SUBJETIVA
Segundo Mello: “é o desaparecimento do sujeito da relação jurídica constituída pelo ato.
Exemplo: a morte de um funcionário extingue os feitos da nomeação.”
EXTINÇÃO OBJETIVA
Segundo Mello: “é o desaparecimento do objeto da relação jurídica constituída pelo ato.” Por
exemplo, a interdição de um estabelecimento é desfeito se este vem a ser extinto pela empresa de que
ele fazia parte.

Questões
(FCC – TJ-PA – Auxiliar Judiciário) Tocante à revogação e extinção do ato administrativo emanado do
Poder Executivo, é correto afirmar que:
a) verifica-se a extinção natural quando desaparece o próprio objeto do ato praticado.
b) a revogação pode ser determinada pelo Poder Judiciário à vista da ilegalidade do ato.
c) o Poder Judiciário pode revogar o ato por inconveniente se for provocado por terceiro prejudicado.
d) ocorre a extinção subjetiva quando se verifica o cumprimento normal dos efeitos do ato.
e) a revogação é ato exclusivo da Administração e tem cabimento quando o ato tornou-se inoportuno ou
inconveniente.
Gabarito E

(FGV – TCE-BA – Agente Público) Tendo em


vista as hipóteses de extinção do ato administrativo, assinale a alternativa que apresenta apenas hi
póteses de extinção volitiva dos atos administrativos.
a) Invalidação e extinção subjetiva.
b) Revogação e cassação.
c) Extinção subjetiva e objetiva.
d) Anulação e execução material
e) Extinção objetiva e execução material.
Gabarito B

Convalidação (Saneamento, Ratificação).


(Videoaula 119)

CONVALIDAÇÃO (Saneamento)
Segundo Mello: “A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato com efeitos retroativos”.
Características:
- efeitos retroativos – ex tunc;
- para ato anulável (defeito sanável);
- “são convalidáveis os atos que tenham vício de competência e de forma” – José dos Santos
Carvalho Filho;
- pode haver convalidação de atos vinculados e de atos discricionários.

A Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal,
diz:
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
Dessa forma, na esfera federal, a convalidação está colocada na lei e suas características são:
- para defeitos sanáveis;
- não acarretar lesão ao interesse público;
- não acarretar prejuízo a terceiros;
- a administração pública decide, por razões de conveniência e oportunidade, em vez de anular,
convalidar o ato.

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VÍCIOS CONVALIDÁVEIS
A doutrina elenca os vícios de competência e forma como convalidáveis, conforme a seguir:
A- Vício de Competência – podemos encontrar 2 tipos de vício de competência:
1 - quanto à pessoa – desde que não trate de competência exclusiva, poderá ser convalidado
(ratificado).
Por exemplo: um subordinado pratica ato administrativo de competência, não exclusiva, de seu chefe.
Seu chefe poderá convalidá-lo (ratificar), caso considere conveniente e oportuno.
2 – quanto à matéria – esse vício NÃO poderá ser convalidado.
Por exemplo: o Ministério da Saúde edita um ato administrativo sobre pagamento de imposto, que é
matéria do Ministério da Fazenda. Nesse caso, por ser vício de competência quanto à matéria, não poderá
ser convalidado.
B - Vício de Forma
Pode ser convalidado desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade daquele
ato.
RATIFICAÇÃO
Segundo Di Pietro: “Se o ato for praticado com vício de incompetência, admite-se a
convalidação, que nesse caso recebe o nome de ratificação (...)”
Dessa forma, percebe-se que a doutrina, quando trata-se de vício de competência, chama sua
convalidação de ratificação. De modo que, convalidação é o gênero e ratificação sua espécie.

Questões
(CESPE – TCE-ES – Auditor) A ratificação, forma de convalidação de ato administrativo que contenha
vício sanável, possui efeitos ex tunc, isto é, seus efeitos retroagem ao momento em que o ato originário
foi praticado.
C - 2012
(VUNESP – CREMESP – Advogado) É correto afirmar a respeito da convalidação dos atos
administrativos:
a) é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data
em que este foi praticado.
b) se o ato foi praticado com vício de incompetência, não se admite, em regra, a sua convalidação.
c) a convalidação pode ocorrer quanto ao motivo do ato administrativo, por meio da denominada ratificação,
que terá efeitos ex tunc, desde que haja concordância do destinatário do ato.
d) não é admitida a convalidação de atos vinculados.
e) a convalidação é possível mesmo que o ato tenha apresentado lesão ao interesse público ou prejuízo a
terceiros.

Gabarito A
(FCC – SEGEP-MA – Auxiliar de Fiscalização) A convalidação dos atos administrativos
a) nem sempre é possível, sendo inviável, por exemplo, quando presente vício relacionado à finalidade do
ato.
b) somente é possível quando presente vício de competência, ainda que privativa, sendo denominada,
neste caso, ratificação.
c) corresponde à confirmação do ato pela autoridade hierarquicamente superior àquela que o praticou,
denominando-se homologação.
d) depende, para sua efetivação, de recurso administrativo manejado pelo interessado ou terceiro
prejudicado.
e) somente pode ser efetivada por ato de ofício, pela própria autoridade que praticou o ato, como expressão
da autotutela.
Gabarito A

(CESPE – Polícia Federal – Delegado de Polícia) Quando um ministério pratica ato administrativo de
competência de outro, fica configurado vício de incompetência em razão da matéria, que pode ser
convalidado por meio da ratificação.
E – 2013 (vício de incompetência em razão da matéria não pode ser convalidada) objeto plúrimo,
incompetência em razão do agente, forma
(FCC – TCE-AM – Analista Técnico de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética: ato
administrativo praticado com vício de incompetência relativo à pessoa jurídica. Exemplo: a
competência para a prática do ato administrativo era da União e o Município praticou o ato. Nesse
caso,
a) o vício comporta ratificação apenas pela União.
b) o ato administrativo é absolutamente válido.
c) o vício gera nulidade absoluta, não sendo passível de convalidação.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

d) o vício gera nulidade relativa, porém, não cabe convalidação.


e) é possível a convalidação.
Gabarito C

Convalidação: Conversão, Reforma e Confirmação.


(Videoaula 120)

CONVERSÃO
Parte da doutrina, assim como algumas bancas de concurso, entende a conversão como espécie
de convalidação.
Segundo Mello:
“Pela conversão, quando possível, o Poder Público trespassa, também com efeitos retroativos,
um ato de uma categoria na qual seria inválido para outra categoria na qual seria válido. (...) Na
conversão, o ato nulo produz, retroativamente, efeitos próprios de outro ato: aquele que seria possível.
Atos inexistentes jamais podem ser objeto de conversão.”
Exemplo: “a conversão de uma nomeação em caráter efetivo para cargo de provimento em
comissão em nomeação em comissão.” – Mello.
REFORMA
Segundo Carvalho Filho: a reforma “admite que novo ato suprima a parte inválida de ato anterior,
mantendo sua parte válida”.
Como exemplo, vide a próxima questão CESPE, a seguir:

Questões
(CESPE – TJ-DFT – Analista Judiciário) Situação hipotética: Poucos dias depois de determinado ato
administrativo de autoridade competente ter concedido licença e férias a servidor do TJDFT, verificou-
se que o servidor não tinha direito à licença. Novo ato foi, então, praticado, retirando-se a concessão
da licença e ratificando-se a concessão das férias. Assertiva: Nesse caso, o ato posterior convalidou o
anterior, por meio de ratificação.
Gabarito E

(FGV – Senado Federal – Técnico Legislativo) Determinado ato administrativo promoveu os servidores Caio
e Tício por merecimento e antiguidade, respectivamente. Contudo, verificou-se posteriormente que era
Mévio, e não Tício, o servidor mais antigo. Assim, editou-se novo ato mantendo a promoção de Caio,
inserindo a promoção de Mévio e anulando a de Tício, por ser inválida. Acerca do novo ato editado, é
correto dizer que
a) tem efeito apenas ex nunc, ou seja, para Mévio, os efeitos da promoção só vão valer dali pra frente.
b) pode ser efetuada pela administração, de ofício ou provocada, ou pelo próprio Judiciário, se provocado.
c) se trata de espécie de convalidação do ato administrativo anterior que, no caso em comento, é
denominado pela doutrina de ratificação.
d) se trata de espécie de sanatória do ato administrativo anterior que, no caso em comento, é, denominado
pela doutrina de reforma.
e) se trata de espécie de convalidação do ato administrativo anterior que, no caso em comento, é
denominado pela doutrina de conversão.
Gabarito E

CONFIRMAÇÃO
Segundo Di Pietro: “É a decisão da Administração que implica renúncia ao poder de anular o ato
ilegal. A própria administração pode deixar de anular o ato administrativo por razões de interesse público
quando a anulação possa causar prejuízo maior do que a manutenção do ato. Somente é possível
quando não causar prejuízo a terceiros”.
Por exemplo: A Administração faz a concessão de uso de uma área pantanosa, para pessoas
sem moradia. Essas pessoas beneficiadas urbanizam e dão uma utilidade pública àquela área. Depois,
verifica-se que houve ilegalidade no ato dessa concessão. Mas, se a administração pública for anular o
ato, causaria um prejuízo maior para o interesse público. Dessa forma, mantém-se o ato, através da
confirmação.
E, continuando as palavras de Di Pietro: “outra hipótese de confirmação é a que ocorre em
decorrência da prescrição do direito de anular o ato. Seria uma confirmação tácita, ou seja, uma
confirmação pelo decurso do tempo. Aqui não já propriamente renúncia da Administração, mas
impossibilidade decorrente da prescrição.” Esse caso também é conhecido pela doutrina como

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estabilização ou consolidação e está previsto no art. 54 da Lei 9784/99, aplicável no âmbito federal,
conforme a seguir:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.

Questões
(FCC – MPE-MA – Analista Ministerial) A confirmação do ato administrativo pode ser definida como:
a) Renúncia ao poder da administração de anular um ato ilegal, podendo se dar na hipótese da anulação
poder causar prejuízo maior que a manutenção do mesmo e desde que não haja prejuízo a terceiros.
b) A necessária ratificação de todos os atos administrativos eivados de vício de finalidade.
c) Expressão do poder hierárquico, que consiste na necessidade da autoridade superior validar todos os
atos praticados por seus subordinados.
d) A declaração de inconsistência de determinado ato, possibilitando até mesmo sua anulação ou
revogação por motivos de conveniência e oportunidade.
e) A correção de determinado vício do ato, a fim de recompor eventuais prejuízos a terceiros ou à
Administração Pública.
Gabarito A

(NCE-UFRJ – MPE-RJ – Analista Administrativo) Ratificação, reforma ou conversão são meios de:
a) conformação de atos administrativos instrumentais;
b) desfazimento de atos administrativos nulos;
c) convalidação de atos administrativos viciados;
d) revogação de atos administrativos anulados;
e) anulação de atos administrativos revigorados.
Gabarito C

(FGV – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público) Diretor do departamento de Recursos Humanos pratica
determinado ato administrativo, cuja competência não é exclusiva do Secretário-Geral do Ministério Público
do Rio de Janeiro. Concordando com o ato praticado e com o escopo de suprir o vício superável de
competência de maneira a aproveitá-lo, o Secretário-Geral procede à:
a) retificação do ato, na modalidade aproveitamento, com efeitos a partir da data do saneamento;
b) conversão do ato, na modalidade confirmação, com efeitos a partir da data do aproveitamento;
c) revogação do ato, na modalidade discricionária, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado;
d) convalidação do ato, na modalidade ratificação, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado
e) revisão do ato, na modalidade confirmação, com efeitos a partir da data do aproveitamento.
Gabarito D

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Serviços Públicos
Conceito.
(Videoaula 121)

INTRODUÇÃO
Para ter uma ideia sobre o que são serviços públicos, vamos ler alguns exemplos presentes na
Constituição Federal, a seguir:
“Art. 21. Compete à União: (...)XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (...)
Art. 25. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de
gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Art. 30. Compete aos Municípios: (...)V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
caráter essencial; (...)”
Também, encontramos na Constituição Federal uma disposição genérica sobre serviços públicos:
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.(...)”
Desses artigos pode-se chegar ao seguinte:
- a titularidade dos serviços públicos é do poder público (administração pública);
- a prestação dos serviços públicos pode ser: direta ou indireta – delegação (concessão, permissão
e, em alguns casos, autorização);
- a delegação transfere a execução do serviço público, mas nunca sua titularidade;
- os particulares não podem prestar serviços públicos por sua livre iniciativa (sem delegação).

Questões
(CESPE – PC-CE – Inspetor de Polícia) A titularidade dos serviços públicos é conferida
expressamente ao poder público.
Gabarito C (2012)

(FCC – TRF 5 – Técnico Judiciário) Titularidade e execução de serviços públicos são conceitos que
podem ou não estar vinculados à mesma pessoa, porque
a) tanto a titularidade, quanto a execução dos serviços públicos devem ser expressamente delegadas à
iniciativa privada quando o Poder Público pretender prover referidas utilidades de forma indireta.
b) a titularidade dos serviços públicos demanda delegação expressa na lei que autoriza a execução
daqueles pela iniciativa privada, seja por meio de concessão ou por permissão de serviços públicos.
c) a concessão de serviços públicos transfere a titularidade do serviço para o concessionário, que gozará de
proteção inerente ao regime jurídico da prestação do serviço enquanto perdurar a relação jurídica.
d) a titularidade do serviço público remanesce com o ente federado assim competente, sendo-lhe permitido
delegar à iniciativa privada a execução das referidas utilidades.
e) somente os consórcios podem reunir titularidade e execução de serviços públicos no que concerne aos
entes que integram a Administração indireta, tendo em vista que às autarquias e empresas estatais podem
ser atribuídos um ou outro conceito, alternativamente.
Gabarito D

CONCEITO de SERVIÇOS PÚBLICOS


Nem a Constituição Federal, nem as leis brasileiras conceituam o que são serviços públicos. Sendo
assim, o conceito deve ser buscado na doutrina.
Segundo Di Pietro, serviço público é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que
exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às
necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”.
Dessa definição de Di Pietro, tem-se 3 elementos: subjetivo, formal e material, os quais trataremos:
- Elemento subjetivo: o titular é o Estado. Segundo Di Pietro:
1 - A sua criação (do serviço público) é feita por lei e corresponde a uma opção do Estado; este
assume a execução de determinada atividade que, por sua importância para a coletividade, parece não ser
conveniente ficar dependendo da iniciativa privada;
2 – sua gestão incumbe ao Estado, que pode fazê-lo diretamente (por meio dos próprios órgãos que
compõem a Administração Pública centralizada da União, Estados ou Municípios) ou indiretamente, por meio
de concessão ou permissão, ou de pessoas jurídicas criadas pelo Estado com essa finalidade.
259
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

- Elemento formal: o regime jurídico é definido por lei. Na prestação de serviço pela administração
pública o regime jurídico é de direito público. Já quando se trata de serviços comerciais e industriais, segundo
Di Pietro: “o regime jurídico é híbrido, podendo prevalecer o direito público ou o direito privado, dependendo
do que dispuser a lei em cada caso; nunca se aplicará, em sua inteireza, o direito comum tal qual aplicado às
empresas privadas”.
- Elemento material. Segundo Di Pietro todo serviço público visa atender a necessidades públicas
(são atividade de interesse público).
E, segundo Alexandrino: “serviço público é a atividade administrativa concreta traduzida em
prestações que diretamente representem, em si mesmas, utilidades ou comodidades materiais para a
população em geral ou, se for o caso, por particulares delegatários (concessionários e permissionários, ou,
ainda, em restritas hipóteses, detentores de autorização de serviço público).

Questões
(CESPE – TCU – Analista de Controle Externo) A Constituição Federal não traz expresso, em seu
texto, o conceito de serviço público, nem tampouco as leis o fazem, no Brasil. Assim, a conceituação
do serviço público deve ser buscada na doutrina.
Gabarito C

(CESPE – MPU – Analista) Acerca dos serviços públicos, julgue os itens a seguir.
O Estado, mediante lei, determina quais as atividades, que, em determinado momento, são
consideradas serviços públicos.
Gabarito C

(CESPE – SERPRO – Analista) Julgue o item seguinte, a respeito dos serviços públicos.
O conceito de serviços públicos compreende as atividades exercidas diretamente pelo Estado,
excluídas as que são prestadas por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer às
necessidades coletivas, sob regime de direito público.
Gabarito E

(CESPE – FUB – Assistente Administrativo) Serviço público é a prestação que a administração efetua
de forma direta ou indireta para satisfazer uma necessidade de interesse geral.
Gabarito C

Serviços Públicos – Classificação – Gerais (uti universi)


e Individuais (uti singuli).
(Videoaula 122)

Introdução.
Sobre a classificação dos serviços públicos, podem ser encontrados na doutrina diversos tipos.
Nas próximas aulas, serão trabalhadas as classificações que têm sido objeto de destaque na doutrina
e em questões de concursos públicos.

Vamos estudar a classificação que distingue Serviços Gerais e Serviços Individuais.


A- Serviços Gerais (uti universi ou indivisíveis)
Segundo Meirelles: “são aqueles que a Administração presta sem ter usuários determinados, para
atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública, calçamento e outros dessa
espécie. Esses serviços satisfazem indiscriminadamente a população, sem que se erijam em direito subjetivo
de qualquer administrado à sua obtenção para seu domicílio, para sua rua ou para seu bairro. Estes serviços
são indivisíveis, isto é, são mensuráveis na sua utilização. Daí por que, normalmente, os serviços uti universi
devem ser mantidos por impostos (tributo geral), e não por taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e
proporcional ao uso individual do serviço.”
Segundo Di Pietro “os serviços uti universi são prestados à coletividade, mas usufruídos apenas
indiretamente pelos indivíduos”.
Sendo assim, pode-se destacar que os serviços gerais são:
- prestados a toda comunidade indistintamente;
- considerados uti universi (termo usado para aludir às coisas que devam ser tratadas como
universalidades, não individualmente);
- indivisíveis – não há como mensurar sua utilização por parte de seus usuários;
- usufruídos indiretamente pelos indivíduos;
- mantidos por impostos (tributo geral).
260
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- Exemplos: os de polícia, iluminação pública, calçamento, e outros dessa espécie.

Questão (CESPE – DPU – Técnico em Assuntos Educacionais) No que se refere aos poderes da
administração pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.
Os serviços públicos gerais são indivisíveis, sendo prestados a toda a coletividade, sem destinatários
determinados ou individualizados.
Gabarito C

B- Serviços Individuais (uti singuli, divisíveis ou específicos)


Segundo Meirelles: “são os que têm usuários determinados e utilização particular e mensurável para
cada destinatário, como ocorre com o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. Esses serviços, desde
que implantados, geram direito subjetivo à sua obtenção para todos os administrados que se encontrem na
área de sua prestação ou fornecimento e satisfaçam as exigências regulamentares. São sempre serviços de
utilização individual, facultativa e mensurável, pelo que devem ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa
(preço público), e não por imposto.”
Segundo Mello, “só esta categoria constitui serviço público: prestação de utilidade ou comodidade
fruível diretamente pela comunidade.”
Sendo assim, pode-se destacar que os serviços gerais são:
- prestados a beneficiários (pessoas) determinados;
- considerados uti singuli (de modo singular, separadamente);
- divisível - há como mensurar sua utilização por parte de seus usuários;
- usufruídos diretamente pelos indivíduos;
- remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público).
- Exemplos: o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares; a coleta de lixo domiciliar.
Segundo Di Pietro: serviços uti singuli são aqueles que têm por finalidade a satisfação individual e
direta das necessidades do cidadãos. A autora cita, além dos exemplos anteriores: serviços sociais (ensino,
saúde, assistência e previdência social).

Questões
(CESPE – DPU – Analista) A classificação de determinado serviço público como singular pressupõe a
individualização de seus destinatários, propiciando a medição da utilização individual direta do serviço
público prestado.
Gabarito C

(CESPE – INSS – Engenheiro) Os serviços de energia elétrica, gás, transportes, saúde, ensino e
assistência e previdência social são exemplos de serviços uti universi, que, na classificação dada pela
doutrina, são aqueles que visam à satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos.
Gabarito E

A taxa por ser um tributo é usada para remunerar serviços obrigatórios, como a “coleta de lixo”. O não
pagamento não autoriza outras sanções além de sua cobrança.
A tarifa (preço público) remunera serviços facultativos, como o telefone. O não pagamento causa a
suspensão desse serviço.
Os serviços de energia elétrica, gás, transportes, saúde, ensino e assistência e previdência social
são exemplos de serviços uti universi, que, na classificação dada pela doutrina, são aqueles que visam
à satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos.Os serviços de energia elétrica, gás,
transportes, saúde, ensino e assistência e previdência social são exemplos de serviços uti universi, que,
na classificação dada pela doutrina, são aqueles que visam à satisfação individual e direta das
necessidades dos cidadãos.Parte superior do formulário

Questões
(VUNESP – Prefeitura de Alumínio – Procurador Jurídico) Com relação aos Serviços Públicos, é
correto afirmar que serviço
a) uti singuli é aquele prestado à coletividade, mas usufruído apenas indiretamente pelos indivíduos.
b) uti universi é aquele prestado à coletividade e usufruído diretamente pelos indivíduos.
c) uti universi é aquele prestado à coletividade, mas usufruído apenas indiretamente pelos indivíduos.
d) uti singuli é aquele que tem por finalidade a satisfação individual ou coletiva, porém sempre usufruído
diretamente pelos indivíduos.
e) uti universi é aquele que tem por finalidade a satisfação individual ou coletiva, porém sempre usufruído
indiretamente pelos indivíduos.
Gabarito C

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(VUNESP – SP-Urbanismo – Analista Administrativo) Depois de algum tempo de divergência


doutrinária e jurisprudencial, o Supremo Tribunal Federal consagrou o entendimento de que a coleta, a
remoção e o tratamento ou a destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis
a) são serviços uti singuli e por isso as taxas podem ser calculadas individualizadamente.
b) devem ser cobrados por meio de taxa por serem um tipo de serviço uti universi.
c) devem ser cobrados por meio de imposto do respectivo município.
d) são serviços uti universi e devem ser cobrados por meio de contribuição de melhoria.
e) não podem ser cobrados por meio de taxa, devendo sua cobrança ser embutida no valor do IPTU do
respectivo imóvel.
Gabarito A

(UFCG – TJ-PB – Analista Judiciário) Assinale a alternativa correta na questão seguinte:


Quanto à maneira como concorrem para satisfazer ao interesse geral, os serviços públicos podem ser
classificados em uti singuli e uti universi. São serviços públicos uti universi
a) aqueles que a administração presta sem ter usuários determinados, atendendo a coletividade de forma
integral.
b) os que têm usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário.
c) os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses
comuns de seus membros.
d) aqueles divisíveis e mantidos mediante remuneração mensurável e proporcional ao uso individual do
serviço.
e) os que têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos, a exemplo dos
serviços comerciais e industriais do Estado (energia elétrica, gás, transportes) e de serviços sociais (saúde,
ensino, assistência e previdência social).
Gabarito A

Serviços Públicos – Classificação – Delegáveis e


Indelegáveis; próprios e impróprios.
(Videoaula 123)

Serviços delegáveis e serviços indelegáveis.


Serviços delegáveis
Segundo Alexandrino, serviços delegáveis são “aqueles que podem ser prestados pelo Estado –
centralizadamente ou por meio das entidades integrantes da administração indireta – ou, alternativamente,
ter a sua prestação delegada a particulares, mediante contratos de concessão ou permissão de serviço
público (ou, ainda, se cabível, mediante ato administrativo de autorização de serviço público).”
Por exemplo: serviços de telefonia, de fornecimento de energia elétrica, de transporte coletivo
rodoviário de passageiros.
Serviços indelegáveis
Segundo Alexandrino, serviços indelegáveis são “aqueles que somente podem ser prestados pelo
Estado, centralizadamente, ou pelas pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta.
São, portanto, serviços públicos cuja prestação exige exercício de poder de império. Os exemplos usualmente
apontados são a garantia da defesa nacional, da segurança interna, a fiscalização de atividades, etc.”
Serviços próprios e serviços impróprios
Serviços próprios
Segundo Di Pietro, serviços públicos próprios são aqueles que atendendo a necessidades coletivas,
o Estado assume como seus e o executa diretamente (por meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio
de concessionários e permissionários).
Serviços impróprios
Segundo Alexandrino, “serviços públicos impróprios seriam atividades de natureza social executadas
por particulares sem delegação, ou seja, serviços privados – sujeitos a regime jurídico de direito privado - ,
submetidos somente a fiscalização e controle estatal inerentes ao poder de polícia. São exemplos os serviços
de educação, saúde e assistência social prestados por estabelecimentos particulares”.

Questão (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle) A noção de “Serviço Público” é considerada por
autores como Cretella Jr. “a pedra angular do direito administrativo”.
No caso brasileiro, os serviços públicos são classificados segundo algumas características. Os enunciados
abaixo se referem a essas características.
I. Os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente, mediante concessionários, são
chamados Serviços Públicos Próprios.
262
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

II. Apenas os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado são chamados Serviços Públicos
Próprios.
III. Os serviços públicos prestados indiretamente, mediante concessão, autorização, permissão ou
regulamentação são Serviços Públicos Impróprios.
Quanto a esses enunciados, indique a opção correta.
a) Apenas o I está correto
b) Apenas o II está correto
c) Apenas o III está correto
d) Todos estão corretos
e) Nenhum está correto.
Gabarito A

Serviços Públicos – Classificação – administrativos,


comerciais ou industriais (econômicos) e sociais.
(Videoaula 124)

Serviços administrativos, comerciais ou industriais (econômicos) e sociais.


Serviços administrativos
Segundo Meirelles, serviços administrativos “são os que a Administração Pública executa para
atender às suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão prestados ao público, tais como
os de imprensa oficial (...)”
Para Mário Masagão serviço público administrativo consiste em “toda atividade que o Estado exerce
para cumprir seus fins, exceto a judiciária.”
Serviços comerciais ou industriais (econômicos)
Segundo Di Pietro, “serviço público comercial ou industrial é aquele que a Administração Pública
executa, direta ou indiretamente, para atender às necessidades coletivas de ordem econômica”.
Segundo Vicente Paulo, “serviços públicos econômicos são as atividades a que se refere o art. 175
da Constituição, ou seja, serviços públicos que se enquadram como atividade econômica em sentido amplo,
que têm possibilidade – ao menos teórica – de ser explorados com intuito de lucro, segundo os princípios
norteadores da atividade empresarial. (...) Essas atividades são de titularidade exclusiva do Estado, que pode
exercê-las diretamente ou mediante delegação a particulares. São exemplos os serviços de telefonia, de
fornecimento de energia elétrica, de fornecimento domiciliar de gás canalizado etc”.
Serviços Sociais
Segundo Di Pietro, “serviço público social é o que atende a necessidades coletivas em que a atuação
do Estado é essencial, mas que convivem com a iniciativa privada, tal como ocorre com os serviços de saúde,
educação, previdência, cultura, meio ambiente; são tratados na Constituição no capítulo da ordem social e
objetivam atender aos direitos sociais do homem, considerados direitos fundamentais pelo artigo 6º da
Constituição”.

Questões
(FCC – AL-SP – Procurador) Considerando-se a classificação do Serviço Público, é INCORRETO
afirmar que serviços
a) singulares são, preponderantemente, destinados a pessoas individualizadas, sendo mensurável a
utilização de cada um dos indivíduos.
b) indelegáveis são aqueles que somente podem ser prestados pelo Estado, ou seja, pelos seus próprios
órgãos ou agentes.
c) delegáveis são somente aqueles que por expressa disposição legal podem ser executados pelo Estado
ou por particulares.
d) sociais são os que o Estado executa para atender a reclamos sociais básicos e representam serviços
assistenciais e protetivos.
e) econômicos são aqueles que representam atividades de caráter industrial ou comercial, que possibilitam
lucro.
Gabarito C

(FGV – DPE-RO – Analista Jurídico) Em matéria de classificação dos serviços públicos, de acordo
com a doutrina de Direito Administrativo, é correto afirmar que serviços:
a) econômicos são aqueles que o Estado executa para atender aos reclamos sociais básicos e representam
serviços assistenciais e protetivos, como serviço de assistência médica e hospitalar;
b) singulares (uti singuli) são aqueles cujos destinatários não podem ser individualizados, sendo
imensurável a utilização por cada um dos indivíduos, como a coleta de lixo;
263
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) administrativos são aqueles que o Estado executa para compor melhor a organização dos interesses
particulares, fomentando a iniciativa privada para maior arrecadação tributária e oferta de empregos;
d) coletivos (uti universi) são aqueles prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos, de acordo
com as opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de que disponha, como
a iluminação pública;
e) delegáveis são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico,
somente podem ser executados diretamente pelo poder público, como os serviços de defesa nacional.
Gabarito D

Serviços públicos (propriamente ditos) e serviços de utilidade pública


Segundo Meirelles, “serviços públicos propriamente ditos são os que a Administração presta
diretamente à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo
social e do próprio Estado. Por isso mesmo, tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no
sentido de que só a Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros, mesmo porque geralmente
exigem atos de império e medidas compulsórias em relação aos administrados. Exemplos desses serviços
são os de defesa nacional, os de polícia, os de preservação da saúde pública”.
Segundo Meirelles, serviços de utilidade pública são os que a Administração, reconhecendo sua
conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da coletividade, presta-os
diretamente ou aquiesce em que sejam prestados por terceiros (concessionários, permissionários ou
autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores,
mediante remuneração dos usuários. São exemplos dessa modalidade os serviços de transporte coletivo,
energia elétrica, gás, telefone”.

Questões
(CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo) Os serviços públicos não essenciais, em regra,
são delegáveis e podem ser remunerados por preço público.
Gabarito C

(VUNESP – Prefeitura de São Paulo – Analista Fiscal de Serviços) Em relação a esse tipo de serviço
público, o Estado reconhece sua conveniência à comunidade, embora não essencial, e o Estado o
presta diretamente ou por terceiros delegados, mediante remuneração, regulamentado e controlado
pelo poder público, por conta e risco dos prestadores. Considerando a sua classificação e as suas
características, a definição acima diz respeito aos serviços públicos denominados de
a) uti universi.
b) próprios do Estado.
c) utilidade pública.
d) privativos do Estado.
e) administrativos.
Gabarito C

(FCC – TJ-PE – Técnico Judiciário) Os serviços de preservação da saúde pública e os de polícia,


dentre outros, são considerados serviços
a) públicos ou impróprios do Estado e também administrativos.
b) de utilidade pública, assim como impróprios do Estado ou uti singuli.
c) públicos, assim como, próprios do Estado ou uti universi.
d) públicos ou semi-comerciais e também administrativos.
e) de utilidade pública, e também próprios do Estado ou uti singuli.
Gabarito C

(BIO-RIO – IF-RJ – Contador) São exemplos de classificações dos serviços públicos os a seguir
indicados, EXCETO:
a) serviços delegáveis e indelegáveis.
b) serviços administrativos e de utilidade pública.
c) serviços coletivos e singulares.
d) serviços sociais e econômicos.
e) serviços operacionais e regulamentares.
Gabarito E

Serviços Públicos – Princípios (Requisitos) – parte 1


(Videoaula 125)

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Vamos estudar aqui o que a doutrina denomina como Princípios do Serviço Público. Já Meirelles
denomina de Requisitos do serviço público.
O art. 6º da Lei nº 8.987/95, ao tratar do tema “do serviço adequado”, diz:
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Visto isso, vamos tratar aqui dos mais relevantes princípios (ou requisitos) abordados pela doutrina.
A- CONTINUIDADE (ou permanência)
Segundo Mello: “significando isto a impossibilidade de sua interrupção e o pleno direito dos
administrados a que não seja suspenso ou interrompido”.
Entretanto, o § 3º do art. 6º da Lei nº 8.987/95 diz:
“§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.”
Também, a Constituição Federal garante o direito à greve, conforme seu art. 37, VII: “ o direito de
greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”.
Conforme Marinela, há alguns instrumentos utilizados para garantir a
continuidade do serviço público:
- Ocupação provisória e reversão (instrumentos existentes nos contratos de delegação de serviços
públicos): consistem na faculdade que tem a Administração Pública de utilizar os equipamentos e instalações
da empresa, em caráter provisório ou definitivo, mediante indenização, para assegurar a continuidade do
serviço.
- Encampação e caducidade (formas de extinção do contrato de delegação de serviços públicos):
permitem à Administração rescindir unilateralmente o contrato administrativo, por razões de interesse público
ou por inadimplemento, respectivamente, objetivando proteger a manutenção do serviço.

Questão (CESPE – TRE-PE Técnico Judiciário) O princípio da continuidade dos serviços públicos
a) afasta a possibilidade de interrupção, ainda que se trate de sistema de remuneração por tarifa no qual o
usuário dos referidos serviços esteja inadimplente.
b) diz respeito, apenas, a serviços públicos, não alcançando as demais atividades administrativas.
c) torna ilegal a greve de servidores públicos.
d) tem relação direta com os princípios da eficiência e da supremacia do interesse público.
e) impede a paralisação, ainda que a justificativa desta seja o aperfeiçoamento das atividades.
Gabarito D

B – REGULARIDADE
Os serviços públicos deverão obedecer a um padrão de qualidade. Dessa forma, deve haver a
manutenção da qualidade do serviço.

C - MODICIDADE
Segundo Meirelles: “o princípio da modicidade exige tarifas razoáveis”.
Sob o ponto do vista de Mello, não cabe às pessoas, para desfrutarem dos serviços públicos, terem
de pagar valores “que os onerassem excessivamente e, pior que isto, que os marginalizassem”.

Questão (CESPE – PRF – Agente Administrativo) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante
taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento,
em atenção ao princípio da modicidade.
Gabarito C

D- EFICIÊNCIA
Esse princípio já foi estudado (na aula 23), como um dos princípios constitucionais explícitos.
Por este princípio, o serviço público deve ser prestado de forma célere, ágil, de forma adequada. Deve
cumprir as metas estabelecidas utilizando o mínimo de recursos e obtendo o melhor resultado.
E – SEGURANÇA
O próprio termo impõe que o serviço público deve ser prestado dentro das normas de segurança e
não colocar as pessoas em riscos ou causar-lhes prejuízos.
F – ATUALIDADE (ou adaptabilidade ou atualização)
Segundo Mello, dever haver “sua atualização e modernização, conquanto, como é lógico, dentro
das possibilidades econômicas do Poder Público”.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O § 2º do art. 6º da Lei nº 8.987/95 diz:


“§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a
sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.”

Questão (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial) A conservação dos equipamentos e a melhoria e expansão
dos serviços públicos referem-se ao princípio da
a) modicidade.
b) atualidade.
c) cortesia.
d) impessoalidade.
e) continuidade.
Gabarito B

Serviços Públicos – Princípios (Requisitos) - (parte 2)


(Videoaula 126)

- GENERALIDADE (ou universalidade)


Segundo Meirelles, o princípio da generalidade impõe serviço igual para todos.
Mello chama este princípio de universalidade, que segundo ele, por força deste princípio, o
serviço deve ser indistintamente aberto à generalidade do público.
Como vertentes desse princípio temos o princípio da igualdade dos usuários.
Segundo Di Pietro: “Pelo princípio da igualdade dos usuários perante o serviço público, desde
que a pessoa satisfaça às condições legais, ela faz jus à prestação do serviço sem qualquer distinção
de caráter pessoal”.
Mello chama de princípio da impessoalidade – “do que decorre a inadmissibilidade de
discriminações entre os usuários”.

Questão (FCC – TRT-MT – Analista Judiciário) O Jurista José dos Santos Carvalho Filho apresenta o
seguinte conceito para um dos princípios dos serviços públicos: Significa de um lado, que os serviços
públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale dizer, deve beneficiar o maior número
de indivíduos. Mas é preciso dar relevo também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados, sem
discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a
fruição. Trata-se do princípio da
a) modicidade.
b) continuidade.
c) eficiência.
d) generalidade.
e) atualidade.
Gabarito D

- CORTESIA
Segundo Meirelles, “o princípio da cortesia traduz-se em bom tratamento para com o público”.

Questões
(FCC – TRT-MA – Técnico Judiciário) Um particular questionou a atuação da Administração pública, tendo
em vista a inobservância de um dos princípios basilares dos serviços públicos, justificando não ter havido
urbanidade na prestação do serviço. Trata-se do princípio da
a) continuidade.
b) modicidade.
c) universalidade.
d) mutabilidade.
e) cortesia.
Gabarito E

(COPS-UEL – PC-PR – Escrivão de Polícia) Quanto aos requisitos para o exercício do serviço público,
considere as afirmativas a seguir:
I. Regularidade, continuidade, eficiência e segurança.
II. Modicidade, cortesia, segurança e regularidade.
III. Imposição, regularidade, eficiência e cortesia.
IV. Cortesia, generalidade, modicidade e regularidade.

266
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Gabarito D

Vamos estudar a seguir outros princípios que não estão arrolados no art. 6º da referida Lei nº 8.987/95
Di Pietro discorre sobre o seguinte princípio:
- Princípio da MUTABILIDADE do regime jurídico ou da flexibilidade dos meios aos fins.
Segundo Di Pietro, esse princípio “autoriza mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-
lo ao interesse público, que é sempre variável no tempo. Em decorrência disso, nem os servidores públicos,
nem os usuários dos serviços públicos, nem os contratados pela Administração têm direito adquirido à
manutenção de determinado regime jurídico; o estatuto dos funcionários pode ser alterado, os contratos
também podem ser alterados ou mesmo rescindidos unilateralmente para atender ao interesse público”.

Questões
(CESPE – ANEEL – Todos os Cargos) Aplica-se ao serviço público o princípio da mutabilidade do regime
jurídico, segundo o qual é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço para
adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo.
Gabarito C

(Objetiva – Prefeitura Carlos Barbosa - RS – Agente Administrativo) Segundo DI PIETRO, existem


determinados princípios que são inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos. Com base nisso,
numerar a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA:
(1) Princípio da continuidade do serviço público.
(2) Princípio da mutabilidade do regime jurídico ou da flexibilidade dos meios aos fins.
(3) Princípio da igualdade dos usuários.
( ) Esse princípio tem aplicação especialmente com relação aos contratos administrativos e ao
exercício da função pública.
( ) Perante o serviço público, desde que a pessoa satisfaça às condições legais, ela faz jus à
prestação do serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal.
( ) Autoriza mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que é
sempre variável no tempo.
a) 1 - 2 - 3.
b) 1 - 3 - 2.
c) 2 - 3 - 1.
d) 2 - 1 - 3.
Gabarito B

Celso Antônio Bandeira de Mello discorre sobre os seguintes princípios:


- Princípio da TRANSPARÊNCIA
Segundo Mello, “o princípio da transparência, impositivo da liberação a mais ampla possível ao
público em geral do conhecimento de tudo o que concerne ao serviço e à sua prestação”.
- Princípio da MOTIVAÇÃO
“é o dever de fundamentar com largueza todas as decisões atinentes ao serviço”.
- Princípio do CONTROLE (interno e externo) sobre as condições de sua prestação. Dessa forma,
deve haver uma fiscalização efetiva nos serviços prestados. O controle pode ser exercido por órgãos da
própria Administração, pelos demais Poderes do Estado e pelo cidadão.
- Princípio do dever inescusável do Estado de promover a prestação dos serviços públicos.
Segundo Mello: “O Estado não pode se eximir de prestar os serviços públicos, seja diretamente, nos
casos em que é prevista a prestação direta, seja indiretamente mediante autorização, concessão ou
permissão. (...) Segue-se que, se o Estado omitir-se, cabe, dependendo da hipótese, ação judicial, para
compeli-lo a agir ou responsabilidade por danos que tal omissão haja causado.”
- Princípio da supremacia do interesse público
Este é um dos princípios básicos do Regime Jurídico Administrativo (assista ao vídeo da aula nº 21).
Segundo Mello: “tanto no concernente à sua organização quanto no relativo ao seu funcionamento, o
norte obrigatório de quaisquer decisões atinentes ao serviço sserão as conveniências da coletividade; jamais
os interesses secundários do estado ou os dos que hajam sido investidos no direito de prestá-los”.

267
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Formas e Meios de Prestação de Serviço


(Videoaula 127)

Segundo Meirelles: “A prestação do serviço público ou de utilidade pública pode ser centralizada,
descentralizada e desconcentrada, e sua execução, direta e indireta (não se confunda com
Administração direta e indireta)”.
Serviço Centralizado
Segundo Meirelles, “é o que o Poder Público presta por seus próprios órgãos em seu nome e
sob sua exclusiva responsabilidade. Em tais casos o Estado é, ao mesmo tempo, titular e prestador de
serviço.” - É o serviço prestado pela Administração Direta.
Serviço Descentralizado
Segundo Meirelles, “é todo aquele em que o Poder Público transfere sua titularidade ou,
simplesmente, sua execução, por outorga ou delegação , a autarquias, fundações empresas estatais,
empresas privadas ou particulares individualmente e aos consórcios públicos.”
Dessa forma, é outra pessoa quem presta o serviço.
- OUTORGA no Serviço Descentralizado (descentralização por serviços) - Meirelles afirma que
“há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público
ou de utilidade pública.” Nesse caso, o serviço é prestado pela Administração Indireta e, segundo
Meirelles, nesse caso, admite-se a transmissão da titularidade.
- DELEGAÇÃO no Serviço Descentralizado (descentralização por colaboração) – Meirelles
afirma que, “há delegação quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou consórcio público) ou
ato unilateral (permissão ou autorização), unicamente a execução do serviço, para que o delegado o
preste ao público em seu nome e por sua conta e risco, nas condições regulamentares e sob controle
estatal”. Nesse caso, o serviço é prestado por particulares.
Serviço Desconcentrado
Segundo Meirelles, “é todo aquele que a Administração executa centralizadamente, mas o
distribui entre vários órgãos da mesma entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos
usuários”.

Questão (FCC – MPE-RS – Assessor) Em relação às formas e meios de prestação de serviço público, é
correto afirmar:
a) Na denominação genérica de empresas estatais não se incluem as sociedades de economia mista.
b) Ocorre delegação quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço
público ou de utilidade pública.
c) As autarquias são entes administrativos autônomos criados por lei específica, porém sem personalidade
jurídica.
d) Serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa centralizadamente, mas o distribui
entre vários órgãos da mesma entidade.
e) As fundações prestam-se, principalmente, à realização de atividades lucrativas e típicas do Poder
Público, mas de interesse coletivo.
Gabarito D

Execução Direta do Serviço


Segundo Meirelles: “É a realizada pelos próprios meios da pessoa responsável pela sua prestação
ao púbico, seja esta pessoa estatal, autárquica, fundacional, empresarial, paraestatal, ou particular.
Considera-se serviço em execução direta sempre que o encarregado de seu oferecimento ao público o realiza
pessoalmente, ou por seus órgãos, ou por seus prepostos (não por terceiros contratados)”.
Execução Indireta do Serviço
Segundo Meirelles: “É a que o responsável pela sua prestação aos usuários comete a terceiros para
realizá-los nas condições regulamentares. Serviço próprio ou delegado feito por outrem, é execução indireta”.
Dessa forma, quando permitido em certos casos, o prestador de serviços contrata terceiros (não delegando)
para executar indiretamente o serviço.
Ex.: instalador de empresa terceirizada da Vivo.

Questões
(CESPE – INPI – Analista de Planejamento - adaptada) As atividades de conservação, limpeza,
segurança, vigilância, transportes e informática, entre outras, no âmbito dos órgãos da administração
federal direta, autárquica e fundacional, são preferencialmente objeto de execução indireta, por meio da
contratação de terceiros.
Gabarito C

268
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC – TJ-PE – Oficial de Justiça) No que se refere às formas e meios de prestação do serviço
público ou de utilidade pública, é INCORRETO afirmar que
a) serviço centralizado é todo aquele em que o Poder Público presta por seus próprios órgãos em seu nome
e sob sua exclusiva responsabilidade.
b) ocorre a outorga quando o Estado transfere, por contrato, unicamente a execução do serviço, para que o
outorgado preste-o ao público em seu nome, por conta e risco, nas condições regulamentares e sob
controle estatal.
c) serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa centralizadamente, mas o distribui
entre vários órgãos
da mesma entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários.
d) serviço descentralizado é todo aquele que o Poder Público transfere sua titularidade ou, simplesmente,
sua execução, por outorga ou delegação, a consórcios públicos, autarquias e empresas privadas, dentre
outras.
e) a execução direta do serviço ocorre sempre que o encarregado de seu oferecimento ao público o realiza
pessoalmente, ou por seus órgãos, ou por prepostos (não por terceiros contratados).
Gabarito B

Regulamentação e Controle
(Videoaula 128)

Segundo Meirelles, “a regulamentação e controle do serviço público e de utilidade pública caberão


sempre e sempre ao Poder Público, qualquer que seja a modalidade de sua prestação aos usuários”.

Questões
(CESPE – MI - Assistente) A regulamentação e o controle dos serviços públicos e de utilidade pública
competem sempre ao poder público.
Gabarito C

(CONSULPLAN – TSE – Analista Judiciário)


Quanto à regulamentação e controle dos Serviços Públicos, marque V para as afirmativas verdad
eiras e F para as falsas.
( ) A regulamentação e o controle do Serviço Público ou de Utilidade Pública,
na forma de prestação ao usuário por delegação ou prestação indireta, caberão sempre ao Poder
Público.
( )
São aplicáveis aos Serviços Públicos os Princípios da Permanência/Continuidade e da Generali
dade do Serviço.
( )
São considerados Serviços de Utilidade Pública aqueles prestados diretamente à comunidade po
r reconhecer sua essencialidade e necessidade para sobrevivência do grupo social e do Estado.
A sequência está correta em
a) V, V, F
b) V, F, F
c) V, F, V
d) V, V, V
Gabarito A

E, continuando Meirelles:
“Em todos os atos ou contratos administrativos, como são os que cometem a exploração de serviços
públicos a particulares, está sempre presente a possibilidade de modificação unilateral de suas cláusulas pelo
Poder Público ou de revogação da delegação, desde que o interesse coletivo assim o exija”.
“(...) daí decorre o dever indeclinável de o concedente regulamentar, fiscalizar e intervir no serviço
concedido sempre que não estiver sendo prestado a contento do público a que é destinado”.
Estudamos que o Poder Público continua com a titularidade do serviço público, mesmo com a
delegação. Sendo assim, se a titularidade pertence ao Estado, cabe a ele regulamentar e controlar os serviços
públicos.

Questão (CESPE – TRE-MT – Técnico Judiciário) Assinale a opção correta quanto aos serviços públicos.

269
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) Serviço público é toda atividade material que a lei atribui diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de
direito público; assim, as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por delegação do poder
público não podem ser consideradas como tal.
b) Serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado assume como seus e os executa diretamente, por
meio de seus agentes, ou indiretamente, por meio de concessionários e permissionários.
c) Tanto os serviços públicos prestados por pessoas da administração descentralizada quanto os prestados
por particulares colaboradores devem ser controlados pela administração, devendo a entidade federativa
respectiva aferir a forma de prestação, os resultados e os benefícios sociais alcançados, entre outros
aspectos.
d) Considera-se de execução direta o serviço público que é prestado diretamente pelo Estado ou que,
mesmo executado por entidades diversas das pessoas federativas, é objeto de regulamentação e controle
por parte delas.
e) Em atenção ao princípio da livre iniciativa, apenas os serviços prestados pelas pessoas de direito privado
que integram a administração pública indireta podem sofrer uma disciplina normativa que os regulamente.
Gabarito C

Observação: As agências reguladoras (por exemplo: ANP, ANEEL, ANATEL, ANVISA) atuam
assumindo a função eminentemente fiscalizadora. Nas palavras de Meirelles:
“Com a política governamental de transferir para o setor privado a execução de serviços públicos,
reservando ao Estado a regulamentação, o controle e a fiscalização desses serviços, houve a necessidade
de criar, na Administração, agências especiais destinadas a esse fim, no interesse dos usuários e da
sociedade. Tais agências têm sido denominadas de agências reguladoras e foram instituídas como autarquias
sob regime especial, com o propósito de assegurar sua autoridade e autonomia administrativa”.

Concessão
(Videoaula 129)

Vamos estudar concessão e permissão no serviço público, iniciando com a leitura do art 175, da CF.
Constituição Federal - Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Pontos de destaque!
- sempre através de licitação
- lei disporá:
- contrato (administrativo)
- direito dos usuários
- política tarifária
- serviço adequado

Questões
(CESPE – SEDF – Professor) A concessão de serviço público é um contrato administrativo pelo qual a
administração pública delega a outrem a execução de determinado serviço com características específicas,
sem, entretanto, transferir a titularidade do serviço.
Gabarito C
(CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) As concessões e permissões de serviços públicos deverão
ser precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra.
Gabarito E

Lei 8.987/95.
A Lei 8.987/1995 é a que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços
públicos.
Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos
reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e
pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.

270
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a revisão


e as adaptações necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades
das diversas modalidades dos seus serviços.
Percebe-se que essa Lei 8.987/95 é aplicada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios.
Conceito de Concessão
Lei 8.987/95. Art. 2º, II:
“concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”
Pontos de destaque!
- Licitação modalidade concorrência
- Contrato
- Somente a Pessoa Jurídica ou consórcio de empresas
- Por prazo determinado

Questão (CESPE – ANTAQ – especialista em Regulação) Nem toda concessão de serviço público deve ser
decorrente de licitação prévia, porém toda concessão deve observar os princípios da legalidade, da
moralidade, da publicidade e da igualdade.
Gabarito E

Lei 8.987/95. Art. 2º, III:


“concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra
por prazo determinado”
Pontos de destaque!
- Licitação modalidade concorrência
- Contrato
- Somente a Pessoa Jurídica ou consórcio de empresas
- Por prazo determinado

Questão (CESPE – PRF – Agente Administrativo) A concessão de serviço público, precedida ou não da
execução de obra pública, será formalizada mediante contrato administrativo.
Gabarito C

Permissão
(Videoaula 130)

Conceito de Permissão
Lei 8.987/95. Art. 2º, IV:
“permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco.”
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará
os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade
e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
- Contrato de adesão – sem possibilidade de serem negociadas entre as partes.
Apesar de a Lei destacar à permissão, o contrato de adesão é aplicado também à concessão. Porém,
no caso da concessão não há precariedade e nem revogabilidade.
Pontos de destaque!
- Título precário – provisório, podendo ser retirado a qualquer momento.
- Revogável, podendo ser tomado a qualquer instante. Revogabilidade unilateral.
- À pessoa física ou jurídica.
- Licitação (sem modalidade específica)
- Contrato de Adesão

Questões

271
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(ESAF – PGFN – Procurador da Fazenda Nacional) A permissão de serviço público, nos termos da
legislação federal, deverá ser formalizada mediante:
termo de permissão
contrato administrativo
contrato de permissão
contrato de adesão
termo de compromisso
Gabarito D

(CESPE – Polícia Federal – Delegado da PF) A permissão de serviço público, formalizada mediante
celebração de contrato de adesão entre o poder concedente e a pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para o seu desempenho, por sua conta e risco, tem como características a precariedade e a
possibilidade de revogação unilateral do contrato pelo poder concedente.
Gabarito C

Art. 40, Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.


A Lei 8.987/95, em sua maior parte, trata das regras da concessão. De modo que, o dispositivo acima,
apenas manda aplicar o “disposto nesta Lei”. Dessa forma, aplica-se no que couber, as regras da concessão
à permissão.

Questões
(CESPE – TCE-PE – Analista de Gestão) É vedada a concessão de serviço público a consórcios de
empresas.
Gabarito E

(CESPE – ANAC – Especialista em Regulação de Aviação Civil) Acerca de concessão e autorização dos
serviços públicos, julgue o item.
Não é admissível a concessão de serviços públicos a pessoas físicas.
Gabarito C

(CESPE – TCE-PE – Analista de Gestão) A concessão é feita a título precário; a permissão é contratada por
prazo determinado.
Gabarito E

272
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(CESPE – TCE-RN – Inspetor Direito) Relativamente aos serviços públicos e à concessão e permissão de
serviço público, julgue o item subsecutivo. Tanto a concessão como a permissão de serviço público têm a
natureza de contrato de adesão; nesse sentido, são formalizadas por contrato administrativo e não
dispensam licitação prévia.
Gabarito C

Concessão e Permissão - Lei Autorizativa, Prazos e


Fiscalização..
(Videoaula 131)

1- Obrigatoriedade de Lei Autorizativa.


O art. 2º da Lei 9.074/95, torna obrigatória a edição de Lei Autorizativa, conforme a seguir:
“Art. 2o É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e
serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os
termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na
Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios,
observado, em qualquer caso, os termos da Lei no 8.987, de 1995.”
Dessa forma, a Lei Autorizativa:
- vem a autorizar e fixar os termos da concessão e permissão de serviço público;
- aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
- é dispensada nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na Constituição
Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios.
2 – PRAZO
Tanto a concessão como a permissão devem ter seus contratos celebrados por prazo determinado.
Mesmo que no conceito de permissão trazida pela Lei 8.987/95 (art. 2º, inciso IV) o legislador tenha omitido
essa informação.
A Lei 8.666/93 que rege a licitação e os contratos administrativos, traz que:
Art. 57, § 3o “É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado”.
E mesmo o inciso I, do parágrafo único, do art. 175 da CF cita a prorrogação do contrato de permissão,
conforme a seguir:
“ (...) o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação (...)”
Assim, se há prorrogação do contrato de permissão, há prazo determinado.

Questão (CESPE – ANTT – Analista Administrativo – Direito) As concessões de serviço devem ser
firmadas, necessariamente, por prazo estabelecido.
Gabarito C

3 – Fiscalização
Lei 8.987/95, Art. 3o As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente
responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.
Lei 8.987/95, Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;(...)
Lei 8.987/95, Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados
relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder
concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma
regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos
usuários.
Depreende-se dos artigos 3º, 29 e 30 da Lei 8.987/95 que o poder concedente (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) deverá fiscalizar permanentemente a prestação de serviços pelas
concessionárias e permissionárias, com a cooperação dos usuários. Além disso essa fiscalização terá acesso
a todas as informações necessárias para seu desempenho.
Quem poderá fiscalizar?
- órgão técnico do poder concedente;
- entidade conveniada com o poder concedente e
- comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.

273
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (IDECAN – Câmara Municipal de Serra – ES – Procurador) Sobre o regime de concessão e


permissão de serviços públicos, regulamentado pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, analise as
afirmativas.
I. A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria de expansão do serviço.
II. Considera‐se permissão de serviço público, a delegação, a título precário, diante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente, exclusivamente, à pessoa jurídica, que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
III. As concessões e permissões sujeitar‐se‐ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela
delegação, com a cooperação dos usuários.
IV. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração,
contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.
Está(ão) INCORRETA(S) apenas a(s) afirmativa(s)
a - II.
b - I e II.
c - I e IV.
d - III e IV.
Gabarito A

Concessão e Permissão – Responsabilidade


(Videoaula 132)

Responsabilidade
Lei 8987/95, Art. 25. “Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a
fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.”
Dessa forma, é a concessionária (ou permissionária) quem responde por todos os prejuízos causados
ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros.
E a eventual falta de fiscalização, exercida pelo poder concedente, não irá excluir ou atenuar essa
responsabilidade.
Responsabilidade Subsidiária –
A doutrina considera a responsabilidade do poder concedente como sendo Responsabilidade
Subsidiária. Isso significa que, se um usuário for lesado pela concessionária, esta é que deverá ser cobrada
em primeiro lugar. Caso a concessionária não tenha como pagar, a pessoa lesada deverá cobrar do poder
concedente que responde subsidiariamente (em segundo lugar).
Reponsabilidade objetiva
A responsabilidade do concessionário é classificada como responsabilidade objetiva, pois responde
mesmo que não haja culpa ou dolo do concessionário, mas mesmo assim, causou prejuízo ao usuário.
CF, Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Questões
(CESPE – ANATEL – Analista Administrativo) A concessão de serviços de telecomunicações é a delegação
de sua prestação, mediante contrato. Nesse caso, a concessionária sujeita-se aos riscos empresariais,
sendo remunerada pela cobrança de tarifas dos usuários ou por outras receitas alternativas e respondendo
diretamente pelas suas obrigações e pelos prejuízos que causar. Não há, se não ocorrer ausência ou falha
na fiscalização do concedente, responsabilidade subsidiária do Estado.
Gabarito E

(VUNESP – Prefeitura de Andradina – Procurador) Tendo em vista o disposto na Lei no 8.987/95, que trata
da concessão do serviço público, na hipótese de a concessionária, na execução do serviço concedido,
causar prejuízos aos usuários,
a) esses danos serão ressarcidos pelo poder concedente, e a concessionária responderá perante a
Administração Pública por meio de ação regressiva.
b) a concessionária e o poder concedente responderão pelos danos causados de forma solidária.
c) a concessionária responderá pelos danos causados, mas o poder concedente responderá no lugar dela
se este não exerceu, corretamente, seu poder de fiscalização.
d) cabe-lhe responder por todos os danos, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua
ou atenue essa responsabilidade.

274
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) o poder concedente responderá pelos danos de forma exclusiva, por responsabilidade objetiva.
Gabarito D

(UESPI – Polícia Civil-PI – Delegado de Polícia) A responsabilidade civil da pessoa jurídica, concessionária
de serviço público, relativa aos danos causados aos usuários dos serviços por ela prestados:
a) é excluída, se a prestação do serviço concedido for fiscalizada pelo poder concedente.
b) é integral, se a prestação do serviço concedido não for fiscalizada pelo poder concedente.
c) é integral, mesmo se a prestação do serviço concedido for fiscalizada pelo poder concedente.
d) é atenuada, se a prestação do serviço concedido for fiscalizada pelo poder concedente.
e) a pessoa jurídica concessionária de serviços não tem responsabilidade civil quanto aos danos causados
aos usuários, haja vista que o poder concedente continua com a titularidade do serviço público concedido.
Gabarito C

Concessão e Permissão - Prerrogativas do Poder


Concedente
(Videoaula 133)

Prerrogativas (Encargos) do Poder Concedente


Essas prerrogativas são chamadas de “Encargos do Poder Concedente” pela Lei 8.987/95.
O Poder Concedente possui algumas prerrogativas aplicáveis aos contratos administrativos
denominadas “cláusulas exorbitantes”, presentes no art. 58 da Lei 8.666/93. Essas cláusulas são chamadas
exorbitantes, pois seriam inadmissíveis nos contratos regidos pelo direito privado.
O art. 29 da Lei 8.987/95 elenca as prerrogativas do poder concedente e são, em certos pontos, muito
parecidos com as cláusulas exorbitantes.
Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no contrato;
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das normas
pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais
da concessão;
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e reclamações
dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública,
promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em
que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão
administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou
mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas
indenizações cabíveis;
Obs.: A servidão administrativa, segundo Meirelles, é: “ônus real de uso imposto pela Administração
à propriedade particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de
utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário.” Ex.:
passagens de cabos elétricos de alta tensão sobre imóveis particulares, tombamento de bens em favor do
Patrimônio Público.
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente e
conservação;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses relativos ao
serviço.

Questão (CESPE – ANTT – Técnico Administrativo) Fazem parte dos encargos do poder concedente: a
aplicação das penalidades regulamentares e contratuais, a manutenção diária do inventário e o registro dos
bens vinculados à concessão.
Gabarito E

- Intervenção

275
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A intervenção é tratada pela Lei 8.666/93, art. 58, V, como uma ocupação provisória, “na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo”.
A Lei 8.987/95, art. 29, inc III, afirma a possibilidade de intervenção, que é regrada em seus artigos
32 a 34, conforme a seguir transcritos:
“Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na
prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a
designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar
procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades,
assegurado o direito de ampla defesa.
§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e
regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à
concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.
§ 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser concluído no
prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será
devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos
praticados durante a sua gestão.”
Pontos de atenção!
- Finalidade: assegurar a adequação na prestação de serviço e fiel cumprimento das normas (dos
contratos, regulamentos e leis).
- Determinada por Decreto do Poder Concedente (com designação do interventor, o prazo da
intervenção e os objetivos e limites da medida).
- Declarada intervenção - 30 dias para instaurar procedimento administrativo para comprovar as
causas determinantes da medida e apurar responsabilidades. Esse procedimento administrativo deve ser
concluído no prazo de 180 dias.
- Toda intervenção deve ser por prazo determinado. Porém, a Lei não estipula um prazo de duração
da intervenção (nem mínimo, nem máximo).
- Cessada a intervenção, a concessão pode:
I – ser extinta; ou
II – ser devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor.

Questões
(CESGRANRIO – CEF - Advogado) Com o objetivo de assegurar a adequação na prestação do serviço,
bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes, o poder
concedente pode intervir na concessão por prazo determinado.
Para sua formalização, a intervenção pressupõe
a) lei autorizativa
b) lei complementar
c) autorização judicial
d) decreto do poder concedente
e) resolução da agência reguladora competente
Gabarito D

(FGV – TJ-AM – Analista) A concessão de serviço público é uma forma de delegação, na qual o Estado
descentraliza a prestação de serviços públicos através de um contrato com um particular. A Lei n. 8987/95
prevê a possibilidade de intervenção do poder concedente na concessão.
Sobre a intervenção na concessão por parte do poder concedente, assinale a afirmativa correta.
a) O poder concedente poderá, de forma discricionária, intervir na concessão, não estando vinculado a
qualquer fundamentação específica para o ato.
b) Cessada a intervenção a concessão deverá necessariamente ser extinta e será aberto novo
procedimento licitatório.
c) A intervenção deverá ser implementada necessariamente através de lei.
d) Como o interventor atua na qualidade de agente estatal com poder de império não possui o dever de
prestar contas.
e) A intervenção poderá ser feita para garantir a adequada prestação do serviço.
Gabarito E

276
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FGV – SEFIN-RO – Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) A empresa "Tem Trem S.A.", concessionária do
serviço estadual de transporte ferroviário, atravessa grave crise econômica e de gestão. Com os atrasos de
salários e a notícia da prisão do Presidente e do Diretor Financeiro da empresa, os funcionários passaram a
adotar seguidas paralisações, prejudicando o fluxo de passageiros, especialmente nos horários de maior
movimento.
A Assessoria Jurídica da Chefia do Poder Executivo, consultada, informou que o Estado, concedente,
poderia intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço.
Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o
prazo, os objetivos e limites da medida.
b) A intervenção deverá ser concluída com a encampação do serviço, em um prazo de até 180 (cento e
oitenta) dias.
c) A administração do serviço, ao cessar a intervenção, será obrigatoriamente devolvida à concessionária,
precedida de prestação de contas pelo interventor.
d) A intervenção na concessão do serviço far-se-á por meio de lei ordinária emanada da Assembleia
Legislativa do Estado.
e) A intervenção é uma das causas de extinção da concessão, levando à nova licitação ou à assunção do
serviço por terceiro que demonstre preencher os requisitos previstos no edital.
Gabarito A

- Alteração unilateral do contrato


O art. 9º, § 4º da Lei 8.987/95 coloca a possibilidade de alteração unilateral do contrato por parte do
poder concedente. Essa alteração unilateral do contrato será admitida desde que se mantenha seu equilíbrio
econômico-financeiro. Assim, se a alteração unilateral do contrato não pode trazer prejuízo ao concessionário
por conta do rompimento do equilíbrio econômico-financeiro. Por exemplo, caso a alteração unilateral do
contrato aumente as despesas do concessionário, esta deverá ser proporcionalmente ressarcida.
Segue o art. 9º, § 4º da Lei 8.987/95:
§ 4o “Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-
financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração”.

Leitura complementar:
APROFUNDANDO O ASSUNTO
Caso seu concurso exija aprofundamento neste assunto, como é o caso de, por exemplo, concursos
da magistratura (juízes), recomendo o estudo dos seguintes assuntos/artigos trazidos pela Lei 8.987/95:
- Licitação - Lei 8.987/95 – arts. 14, 15 e 18-A;
- Cláusulas essenciais dos contratos – arts. 23 e 23-A;
- Direitos e obrigações do usuário – arts. 7º e 7º-A
- Obrigações da concessionária e permissionária – art. 31

Concessão e Permissão – Extinção (parte 1)


(Videoaula 134)

Toda concessão ou permissão um dia termina. Mesmo porque, conforme já estudamos, a concessão
e a permissão são contratos administrativos que devem ser firmados com prazo determinado. E todo prazo,
um dia expira.
Segundo art. 35 da Lei 8987/95:
“Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no
caso de empresa individual.”
Observe que o artigo citado fala da concessão. Porém, conforme já estudamos no parágrafo único do
art. 40 da mesma Lei, essas regras também aplicam-se à permissão.
Cada uma das modalidades de extinção serão estudadas. Porém, é importante destacar alguns
parágrafos do art. 35:
“§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e
privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.

277
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente,


procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder
concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à
extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos
montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.”
“Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: (...) X - aos bens reversíveis;
(...)”
Segundo Meirelles: “a reversão só abrange os bens, de qualquer natureza, vinculados à prestação
do serviço”.
De modo que, os bens reversíveis são aqueles vinculados à prestação do serviço público e que devem
retornar ao poder concedente ao final da concessão ou permissão.

I - advento do termo contratual (ou reversão da concessão)


Segundo Meirelles: “é o término do prazo da concessão, com o retorno do serviço ao poder
concedente; daí por que também é conhecida por reversão”.
Como dissemos, toda concessão e permissão devem ser contratadas com prazo determinado. O
advento do termo contratual é o cumprimento desse prazo.
Lei 8987/95, Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das
parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham
sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.

Questão (VUNESP – Prefeitura de São Paulo – Analista) Extinta a concessão do serviço público, a lei
estabelece que os bens reversíveis
a) devem ser vendidos em leilão, e o produto de sua arrecadação reverterá em favor do poder público.
b) retornam ao poder concedente, conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
c) devem ser vendidos em leilão, e o produto de sua arrecadação reverterá em favor da concessionária.
d) devem ser vendidos em leilão, e o produto de sua arrecadação reverterá metade em favor do poder
público e metade em favor da concessionária.
e) continuarão sendo de propriedade da concessionária que, no entanto, poderá reverter em favor do poder
concedente mediante a devida indenização.
Gabarito B

II – encampação
Lei 8987/95, Art. 37. “Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após
prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.’
Pontos de atenção:
- Retomada durante o prazo da concessão
- motivo de interesse público
- mediante lei autorizativa específica
- após prévio pagamento da indenização.

Questão (CESPE – ANATEL – Analista – Direito) Denomina-se encampação a retomada do serviço pelo
poder concedente, logo após a extinção do contrato de concessão, por motivo de interesse público e
realizada mediante lei autorizativa específica, após prévio pagamento de indenização.
Gabarito E

Concessão e Permissão – Extinção (parte 2)


(Videoaula 135)

III - caducidade

Lei 8987/95, Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder
concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas
as disposições d
Lei 8987/95, Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem
prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

278
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Lei 8987/95, Art. 38, § 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente
quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as
normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares
concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses
decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a
adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a
prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e
oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma
do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Questão (CESPE – ANTAQ – Especialista em Regulação) Caso um serviço não seja prestado de forma
adequada, segundo critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser declarada a caducidade da
concessão pelo poder concedente.
Gabarito C

Lei 8987/95, Art. 38, § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla
defesa.
Lei 8987/95, Art. 38, § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes
de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste
artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos
termos contratuais.
Lei 8987/95, Art. 38, § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a
caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia,
calculada no decurso do processo.
Lei 8987/95, Art. 38, § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma
do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela
concessionária.
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos
investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Lei 8987/95, Art. 38, § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente
qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com
terceiros ou com empregados da concessionária.

Questões
(FCC – TCE-RO – Procurador) Encampação e caducidade constituem, ambas, hipóteses legais de extinção
antecipada do contrato de concessão de serviço público. Diferem, porém, em seus pressupostos e
consequências, sendo correto afirmar que
a) ambas dependem de autorização legislativa, porém apenas a encampação assegura ao concessionário a
indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou
depreciados.
b) a encampação constitui prerrogativa do poder concedente, enquanto a caducidade pode ser declarada
tanto pelo poder concedente, como pelo concessionário, na hipótese de descumprimento de obrigações
contratuais pela outra parte.
c) apenas a encampação pressupõe autorização legislativa específica, enquanto a caducidade pode ser
declarada pelo poder concedente em caso de descumprimento total ou parcial do contato.
d) apenas a caducidade depende de autorização legislativa específica, porém ambas exigem a prévia
indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou
depreciados, descontando-se, no caso de encampação, o valor das multas aplicadas.
e) a caducidade pode ser declarada em função do interesse público na retomada do serviço, enquanto a
encampação pressupõe o descumprimento, pelo concessionário, de obrigação contratual.
Gabarito C

279
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FGV – SEFAZ-MT – Auditor Fiscal Tributário) O Estado ABCD declarou a caducidade da concessão do
serviço de transporte ferroviário de passageiros devido à prestação deficiente do serviço e a uma série de
descumprimentos contratuais pela empresa “XXX Ferrovias”.
Nesse caso,
a) o poder concedente procederá, em até 60 (sessenta) dias, à encampação do serviço público, por razão
de interesse público.
b) o poder concedente somente poderá retomar o serviço após o pagamento da indenização das parcelas
dos investimentos realizados pelo concessionário que ainda não tenham sido amortizadas.
c) ainda que se trate de descumprimento do contrato pelo concessionário, a retomada do serviço será feita
com indenização das parcelas dos investimentos ainda não amortizados, apurada no curso do processo.
d) após a declaração de caducidade, é necessária a instauração de processo judicial previamente à
retomada do serviço pelo poder concedente.
e) por se tratar de descumprimento do contrato pelo concessionário, este não terá direito a qualquer
indenização, ainda que não tenham sido amortizados todos os investimentos realizados.
Gabarito C

Concessão e Permissão – Extinção (parte 3)


(Videoaula 136)

Rescisão
Conforme Lei 8987/95:
“Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente
intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela
concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.”
Pontos de Atenção:
- Rescisão ocorre somente por iniciativa da concessionária
- Causa da rescisão: descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente
- A rescisão somente ocorrerá mediante ação judicial
- Os serviços prestados pela concessionária somente poderão ser interrompidos ou paralisados, após
a decisão judicial transitada em julgado.

Questão (CESPE – ANATEL – Conhecimentos básicos) Julgue o item subsecutivo, concernentes aos
serviços públicos.
O inadimplemento do concessionário, que deixa de executar total ou parcialmente serviço público
concedido, acarreta a extinção do contrato de concessão por rescisão promovida pelo poder concedente.
Gabarito E

Anulação
Segundo Meirelles: “Anulação é a invalidação do contrato por ilegalidade na concessão ou na
formalização do ajuste.”
Por exemplo, uma concessão realizada sem a licitação necessária.
Conforme Meirelles, “a anulação não se confunde com as formas de extinção antes examinadas,
porque todas elas pressupõem um contrato válido, mas mal-executado (inadimplência) ou cuja execução pelo
concessionário se tenha tornado inconveniente ao interesse público, ao passo que a anulação pressupõe um
contrato ilegal, embora esteja sendo regularmente executado.”
Pontos de atenção:
- Anulação - pressupõe contrato ilegal.
- É um controle de legalidade (e não de mérito)
- Feita pela própria Administração (de ofício – autotutela - ou provocado) ou pelo Poder Judiciário
(provocado)
- Produz efeito retroativos – ex tunc
- O ato inválido (nulo, anulável e inexistente) não gera direito ou obrigação entre as partes

OBS.: Sugiro revisar a aula 117 – “Atos Administrativos - Extinção ( Desfazimento ) - Anulação
, Revogação e Cassação”. https://www.youtube.com/watch?v=hLiuvcgDo5I&t=1313s

Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de


empresa individual

280
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Essa forma de extinção é autoexplicativa. Lembrando que no caso de falecimento ou incapacidade


do titular, só se aplica à permissão, isso porque, conforme estudado, concessão somente cabe às pessoas
jurídicas.

Questão (FCC – DPE-PA - Defensor Público) Nos termos do que prevê a Lei Federal n° 8.987/95, a
concessão de serviços públicos extingue-se por diversas formas, sendo correto afirmar, neste tema, que a
a) falência do concessionário acarreta a extinção da concessão e, como consequência, a reversão ao poder
concedente dos bens aplicados ao serviço objeto do contrato.
b) encampação da concessão é implementada por meio da edição de decreto e tem lugar quando se
verifica a inadimplência do concessionário
c) caducidade enseja a rescisão da concessão pela expiração do prazo fixado no contrato.
d) anulação da concessão tem lugar somente quando o concessionário pratica infração contratual que
também configure violação de dispositivo normativo, eivando a relação de vício de ilegalidade.
e) reversão da concessão enseja o retorno ao poder concedente dos bens afetos ao serviço público
somente nos casos em que tiver havido inadimplência do concessionário.
Gabarito A

Serviços Públicos – Autorização


(Videoaula 137)

Primeiramente é importante asseverar que a autorização, assim como a permissão estudadas aqui
nesses capítulos sobre Serviços Públicos, nada tem a ver com a autorização estudada na aula 84 – “Poder
de Polícia (parte 3)”.
A autorização aqui tratada diz respeito a uma delegação de uma atividade de titularidade exclusiva
do poder público. Sendo assim, estudamos aqui somente a autorização de serviço público.
Conforme Meirelles: Serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral,
precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a interesses coletivos instáveis
ou emergência transitória. (...) Em princípio, não exige licitação, mas poderá ser adotado qualquer tipo de
seleção. (...)”
E, continuando Meirelles: “A modalidade de serviços autorizados é adequada para todos aqueles que
não exigem execução pela própria Administração, nem pedem especialização na sua prestação ao público,
como ocorre com os serviços de táxi, de despachantes, de pavimentação de ruas por conta dos moradores,
de guarda particular de estabelecimentos e residências, os quais, embora não sendo uma atividade pública
típica, convém que o Poder Público conheça e credencie seus executores e sobre eles exerça o necessário
controle no seu relacionamento com o público e com os órgãos administrativos a que se vinculam para o
trabalho.”
Para Alexandrino, a autorização pode se ser definida como “o ato administrativo discricionário
mediante o qual é delegada a um particular, em caráter precário, a prestação de serviço público que não exija
elevado grau de especialização técnica, nem vultoso aporte de capital (...)”.
Pontos de atenção:
- A autorização de serviço público é ato administrativo unilateral, discricionário e precário.
- Se é unilateral, não depende de celebração de contrato
- Tendo em vista seu caráter precário, a revogação da autorização não implica o dever de indenizar.
- Não exige licitação
- Para pessoas físicas ou jurídicas
- Pode ser feita por prazo indeterminado
- Exemplo: serviço de táxi

Questão (CESPE – MEC – Especialista em Regulação) Serviço público pode ser delegado por meio da
concessão de autorização, desde que o contrato de autorização seja precedido da realização de licitação.
Gabarito E

Parcerias Público-Privadas (PPP) – Parte 1


(Videoaula 138)

Ao estudar a este tópico, sugiro assistir ao vídeo no YouTube:


“1º PRESÍDIO ADMINISTRADO POR PPP EM MINAS GERAIS” :
https://www.youtube.com/watch?v=zbP2aTWYXsg

281
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Segundo Meirelles, a parceria público-privada “é uma forma de participação do setor privado na


implantação, melhoria e gestão da infraestrutura pública, principalmente nos setores de rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, energia etc., como alternativa à falta de recursos estatais para investimentos nessas áreas.
A Lei 11.079/2004 define a parceria público-privada como contrato de concessão, mas uma
concessão especial, diversa da que estudamos anteriormente, porque o particular presta o serviço em seu
nome, mas não assume todo o risco do empreendimento, uma vez que o Poder Público contribui
financeiramente para sua realização e manutenção.”
Segundo Alexandrino: “As parcerias público-privadas têm como objetivo atrair o setor privado,
nacional e estrangeiro, basicamente para investimentos em projetos de infraestrutura de grande vulto,
necessário ao desenvolvimento do País, cujos recursos envolvidos excedem a capacidade financeira do setor
público. A principal estratégia para atrair esses investimentos é, simplificadamente, assegurar ao “parceiro
privado” um retorno mínimo sobre o capital investido. Esse “retorno mínimo” é proporcionado por uma
“contraprestação” paga ao investidor privado pela administração pública contratante (“parceiro público”).
Sendo assim, devemos estudar os artigos importantes da Lei 11.079/2004, que “institui normas gerais
para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios”. (art. 1º)
Art. 1º, Parágrafo único. “Esta Lei aplica-se aos órgãos da administração pública direta dos Poderes
Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas,
às sociedades de economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios”.
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada
ou administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata
a Lei n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
o

contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.


§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação
de bens.
§ 3o Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão
de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Questões
(FCC – MPE-PB – Auditor de Contas Públicas) Os contratos administrativos de concessão por meio
de Parceria Público-Privada admitem as modalidades
a) por adesão e administrativa.
b) patrocinada e por adesão.
c) gerencial e administrativa.
d) patrocinada e administrativa.
e) patrocinada e gerencial.
Gabarito D

(CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo) No que tange à parceria público-privada (PPP),
julgue o próximo item.
A PPP é definida como o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa. A modalidade patrocinada envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, a
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, na concessão de serviços públicos ou
de obras públicas; ao passo que, na modalidade administrativa, há contrato de prestação de serviços de
que a administração pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou
fornecimento e instalação de bens.
Gabarito C

Parcerias Público-Privadas (PPP) – Parte 2


(Videoaula 139)

Continuando nosso estudo sobre as PPP, vamos analisar brevemente alguns pontos importantes da
Lei 11.079/2004.
Vedações
Art. 2º, § 4o É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

282
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de


reais); (Redação dada pela Lei nº 13.529, de 2017)
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos (obs.: máx 35 anos); ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação
de equipamentos ou a execução de obra pública.
Pontos de Atenção
Vedado contrato PPP:
< R$10 milhões
< 5 anos (máximo 35 anos)
Objeto único:
- fornecimento de mão-de-obra,
- fornecimento e instalação de equipamentos ou
- execução de obra pública.

Questão (FGV – DPE-RO – Analista da Defensoria Pública) Um servidor público, especialista em


flexibilização da ação do Estado, está participando de um projeto para contratação de uma parceria público-
privada (PPP) no âmbito da organização da administração direta em que atua. Em uma das reuniões
preliminares ele informou, corretamente, à equipe que na contratação de uma PPP é permitido ter:
a) mão de obra como objeto único;
b) valor inferior a dez milhões de reais;
c) concessão comum de serviços públicos;
d) períodos de prestação de serviço inferior a quatro anos;
e) contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado.
Gabarito E

Aplicação da Lei 8.987/95


Art. 3o As concessões administrativas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes adicionalmente o
disposto nos arts. 21, 23, 25 e 27 a 39 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e no art. 31 da Lei no 9.074,
de 7 de julho de 1995.
§ 1o As concessões patrocinadas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes subsidiariamente o
disposto na Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e nas leis que lhe são correlatas.
Licitação
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de
concorrência (...)”
DIRETRIZES
Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes diretrizes:
I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade;
II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados
incumbidos da sua execução;
III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e
de outras atividades exclusivas do Estado;
IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;
V – transparência dos procedimentos e das decisões;
VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;
VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria.

Questão (FUBJ – MPE-RJ – Analista Administrativo) As Parcerias Público-Privadas disciplinadas na Lei nº


11.079/2004 são contratos administrativos:
a) baseados na exploração da atividade por conta e risco integral do parceiro privado;
b) que envolvem um compartilhamento de riscos entre a Administração e o parceiro privado;
c) não limitados pelo valor ou pela natureza do seu objeto;
d) que prescindem de prévia licitação;
e) destinados à intermediação de mão de obra.
Gabarito B

(Obs.: dar dicas de artigos importantes)- 5º ao 7º - do contrato de PPP,


Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei
n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:
o

I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados,


não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;

283
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado em caso de


inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma proporcional à gravidade da falta cometida, e às
obrigações assumidas;
III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior,
fato do príncipe e álea econômica extraordinária;
IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;
V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos serviços;
VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro público, os modos e o
prazo de regularização e, quando houver, a forma de acionamento da garantia;
VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;
VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e compatíveis
com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3o e 5o do art. 56 da Lei no 8.666, de 21 de
junho de 1993, e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no inciso XV do art. 18 da Lei
no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econômicos efetivos do
parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro
privado;
X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público reter os pagamentos
ao parceiro privado, no valor necessário para reparar as irregularidades eventualmente detectadas.
XI - o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das parcelas do aporte de
recursos, na fase de investimentos do projeto e/ou após a disponibilização dos serviços, sempre que
verificada a hipótese do § 2odo art. 6o desta Lei.

284
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Responsabilidade Civil do Estado


(Videoaula 140)

Responsabilidade Civil do Estado (Responsabilidade do Civil da Administração Pública /


Responsabilização da Administração / Responsabilidade Extracontratual do Estado) – Introdução
Introdução
Vamos agora iniciar um dos assuntos mais estudados pelos juristas e doutrinadores do direito, em
Direito Administrativo, que é a Responsabilidade Civil do Estado.
Conceito
Segundo Meirelles: “Responsabilidade civil da Administração é, pois, a que impõe à Fazenda Pública
a obrigação de compor o dano causado a terceiros por agentes públicos, no desempenho de suas atribuições
ou a pretexto de exercê-las. É distinta da responsabilidade contratual e da legal.”
E, continuando Meirelles: “(...) a responsabilidade civil independe da criminal e da administrativa, com
as quais pode coexistir sem, todavia, se confundir.”
Para que haja a responsabilidade civil, antes de mais nada, são necessários os seguintes elementos:
Conduta (Ação ou Omissão)
Dano
Nexo Causal (é a ligação lógica direta entre a conduta e o dano) (a conduta praticada gerou o dano?)

Questões
(CESPE - 2013 - MS - Administrador) O pressuposto da responsabilidade civil é a existência de dano, ou
seja, sem que ele ocorra, inexiste essa responsabilidade.
Gabarito C

(CESPE – Polícia Civil – CE – Inspetor de Polícia Civil) A responsabilidade civil do Estado exige três
requisitos para a sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e nexo de
causalidade.
Gabarito C

(CESPE – FUB – Assistente em Administração) A responsabilidade objetiva do Estado dispensa a


demonstração de nexo de causalidade entre a conduta do agente administrativo e o dano sofrido pela
vítima.
Gabarito E

Para entender a diferença entre responsabilidade objetiva e subjetiva, é importante conhecer os


elementos de vontade:
Dolo – Má-fé
Culpa – Negligência, Imperícia, Imprudência
A responsabilidade objetiva ocorre mesmo quando não há dolo ou culpa (mas deve haver conduta,
dano e nexo causal).
Segundo a doutrina e jurisprudência, em regra geral, a responsabilidade civil do Estado é objetiva.
Dessa forma, o particular não precisa comprovar qualquer tipo de culpa ou dolo do Estado ou do
agente público, para se ver indenizado. Assim, se for o caso, cabe ao Estado comprovar a ocorrência de
alguma das chamadas excludentes (culpa exclusiva da vítima, força maior e caso fortuito). Se houver culpa
recíproca a obrigação do Estado em indenizar será proporcionalmente atenuada.

Questões
(CESPE – DPU – Técnico) Para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado, é necessária a
demonstração de culpa ou dolo do agente público.
Gabarito E

(CESPE – Polícia Federal – Perito Criminal) Como, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, a
responsabilidade do Estado é objetiva, é possível a caracterização de responsabilização estatal por atos de
omissão, como a não prestação da assistência requerida para conter a multidão.
Gabarito C

Já, para que haja a responsabilidade subjetiva, além da conduta, dano e nexo causal , deve estar
presente o dolo ou a culpa.
Quando a conduta do Estado for uma omissão, a responsabilidade civil do Estado será subjetiva.

285
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (CESPE – TRE-ES – Analista Judiciário) A responsabilidade civil do Estado por condutas
omissivas é subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na atuação estatal, ou seja, a prova
da omissão do Estado, em que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e do nexo causal
entre ambos.
Gabarito C

Responsabilidade Civil do Estado – Evolução Histórica


(Videoaula 141)

Vamos estudar as fases da Responsabilidade Civil do Estado


1- 1ª Fase - Irresponsabilidade do Estado (Teoria da Irresponsabilidade)
Segundo Di Pietro: “a teoria da irresponsabilidade foi adotada na época dos Estados absolutos e
repousava fundamentalmente na ideia de soberania: o Estado dispõe de autoridade incontestável perante o
súdito; ele exerce a tutela do direito, não podendo, por isso, agir contra ele; daí os princípios de que “o rei não
pode errar” e o de que “aquilo que agrada ao príncipe tem força de lei”.
Esta teoria está superada, mas, por vezes pode ser citada em provas de concursos.

2- 2ª Fase - Teoria Civilista (ou da culpa civil, ou da responsabilidade subjetiva)


Segundo Di Pietro, por esta teoria, aceita-se a responsabilidade do Estado, desde que demonstrada
a culpa.
Sendo assim, há a responsabilidade subjetiva do Estado, gera-se a obrigação de indenizar, quando
seus agentes agirem com culpa ou dolo. Cabendo ao particular o ônus da prova (de que houve a culpa ou
dolo, além da conduta, dano e nexo causal).
Essa teoria é uma evolução entre a teoria da irresponsabilidade para a teoria publicista.

3- Teoria Publicista - Teoria da Culpa Administrativa (ou da culpa do serviço ou do acidente


administrativo).
Segundo Di Pietro: “distinguia-se, de um lado, a culpa individual do funcionário, pela qual ele mesmo
respondia, e, de outro, a culpa anônima do serviço público; nesse caso, o funcionário não é identificável e se
considera que o serviço funcionou mal; incide então a responsabilidade do Estado. Essa culpa do serviço
público ocorre quando: o serviço público não funcionou (omissão), funcionou atrasado ou funcionou mal.”
Segundo Meirelles: “Esta teoria pede muito da vítima, que, além da lesão sofrida injustamente, fica
no dever de comprovar a falta do serviço para obter a indenização”.

4- Teoria Publicista - Teoria do Risco Administrativo (Teoria da Responsabilidade Objetiva)


Segundo Vicente Paulo “a atuação estatal que cause dano ao particular faz nascer para a
administração pública a obrigação de indenizar, independentemente da existência de falta do serviço ou de
culpa de determinado agente público. Basta que exista o dano decorrente de atuação administrativa, sem que
para ele tenha concorrido o particular.
Ao particular que sofreu o dano não incumbe comprovação de qualquer espécie de culpa do Estado
ou do agente público. A administração é que, na sua defesa, poderá, se for o caso, visando a afastar ou
atenuar a sua responsabilidade, comprovar – e o ônus da prova é dela – a ocorrência de alguma das
chamadas excludentes. Embora haja divergência na doutrina, são usualmente aceitos como excludentes a
culpa exclusiva da vítima, a força maior e o caso fortuito (alguns falam ainda em “culpa de terceiros”).”

Questão (CESPE – TJ-DFT – Analista Judiciário) A teoria do risco administrativo se apresenta como
fundamento da responsabilidade objetiva do Estado.
Gabarito C

4- Teoria Publicista - Teoria do Risco Integral


Segundo Meirelles “por essa fórmula radical, a Administração ficaria obrigada a indenizar todo e
qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima”.
Segundo Meirelles “essa teoria jamais foi acolhida entre nós, embora haja quem tenha sustentado
sua admissibilidade no texto das Constituições da república”.
Isso porque, parte da doutrina entende que o artigo 21, XXIII, “d”, da Constituição Federal, que trata
de danos causados por acidentes nucleares, é um exemplo da aplicação da teoria do risco integral.
Artigo 21, XXIII, “d”, da Constituição Federal:
Art. 21. Compete à União: XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza
e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização
e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

286
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(...) d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (...)

Questões
(FGV – AL-RO – consultor Legislativo) Analise a afirmação a seguir.
O Estado é civilmente responsável pelos danos que seus agentes, nessa condição, causarem à vítima,
ainda que haja culpa exclusiva desta última.
Considerando a responsabilidade civil do Estado, a afirmativa acima descreve a teoria
a) da responsabilidade subjetiva.
b) do risco administrativo.
c) da falta do serviço.
d) do risco integral.
e) do risco social.
Gabarito D

(FCC – TCE-AL – Auditor) Em matéria de responsabilidade civil da Administração Pública, a corrente


doutrinária que passou a distinguir a culpa do funcionário da culpa anônima do serviço público,
reconhecendo a responsabilidade do Estado tão simplesmente se o serviço público não funcionou,
funcionou mal ou funcionou atrasado ficou conhecida como a teoria
a) da culpa administrativa.
b) do risco administrativo.
c) do risco integral.
d) da culpa civil.
e) da responsabilidade por atos de gestão.
Gabarito A

(FCC – TCE-CE – Analista de Controle Externo) Emengardo sofre acidente de veículo e é levado ao
hospital público local. No hospital, após aguardar 5 horas por atendimento médico sem recebê-lo,
Emengardo vem a falecer. Neste caso, pela morte de Emengardo, o Estado
a) tem responsabilidade solidária.
b) tem responsabilidade integral.
c) não tem responsabilidade.
d) tem responsabilidade subsidiária.
e) tem responsabilidade subjetiva.
Gabarito E

Responsabilidade Civil do Estado – na Constituição


Federal - Art. 37, § 6º.
(Videoaula 142)

Conforme Art. 37, § 6º, da Constituição Federal:


“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
A doutrina e jurisprudência entendem que este dispositivo constitucional que a responsabilidade civil
do Estado é objetiva, na modalidade do risco administrativo. E, no caso de omissão, a responsabilidade é
regulada pela teoria da culpa administrativa.
É importante analisar detalhadamente este dispositivo.
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos ...”
Quem estão alcançadas pela responsabilidade civil do Estado:
- pessoas jurídicas de direito público = administração direta, autarquias e fundações de direito público
- pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos = pessoas jurídicas
delegatárias de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e detentoras de autorização de serviços
públicos); empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado que
prestem serviços públicos.
Sendo assim, empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica não estão abrangidas pelo § 6º, art. 37 da CF.
“...responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros...”
Os danos causados a terceiros deverão ser indenizados, independentemente desses terceiros serem,
ou não, usuários do serviço público.
287
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O ato praticado pelo agente pode ser tanto lícito quanto ilícito.
O STF também entende que esses terceiros podem ser, ou não, servidores públicos.
Segundo Di Pietro, o termo agentes “abrange todas as categorias, de agentes políticos,
administrativos ou particulares em colaboração com a Administração, sem interessar o título sob o qual
prestam o serviço”.
Para que se configure a responsabilidade objetiva, o agente deve estar atuando no desempenho das
atribuições próprias de sua função pública, ou a pretexto de exercê-las. Isso, mesmo que atue com abuso de
poder e desvio de finalidade (na qualidade de agente público).
Entretanto, não haverá responsabilidade da administração pública em situações em que o dano foi
causado por um agente público, mas a atuação não esteja relacionada à condição de agente público.
Outrossim, um usurpador de função, uma pessoa que atua sem qualquer vínculo com a administração
pública, não será considerado agente público. Nesse caso o Estado não responderá pelos atos do usurpador.

Questões
(CESPE – FUB – Técnico de TI) Pessoa jurídica de direito público será responsabilizada por danos que
seus agentes causarem a terceiros, desde que seja comprovado o dolo ou a culpa de quem tiver causado o
dano.
Gabarito E

(CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário) Para que fique configurada a responsabilidade civil objetiva do
Estado, é necessário que o ato praticado pelo agente público seja ilícito.
Gabarito E

(CESPE – ANVISA – Técnico Administrativo) Para a caracterização da responsabilidade civil do Estado,


basta a comprovação da qualidade de agente público, não se exigindo para isso que o agente esteja agindo
no exercício de suas funções.
Gabarito E

“...assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”


A responsabilidade civil do agente público é subjetiva. Nesse caso é necessário estar presente os
elementos de vontade (Dolo ou culpa).

Questões
(CESPE – PC-SE – Delegado de Polícia) A apuração de eventual responsabilidade civil dos agentes
dispensa a presença de conduta dolosa ou culposa.
Gabarito E
(UFES – Economista – 2018) Sobre a responsabilidade da Administração Pública por danos causados a
particulares, disciplinada na Constituição Federal de 1988, é INCORRETO afirmar:
a) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o servidor público responsável nos casos de
dolo ou culpa.
b) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o servidor
público responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Não haverá,
porém, direito de regresso contra o servidor público responsável quando esse houver agido culposamente.
d) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, ainda que esses agentes não tenham agido
dolosamente.
e) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, ainda que esses agentes não tenham agido
culposamente.
Gabarito C

(FCC – INSS – Técnico do Seguro Social) Expedida certidão falsa por uma repartição pública federal, não
foi possível esclarecer qual servidor cometeu o ato ilícito, mas graves prejuízos sofreram algumas pessoas,
em razão dele. Neste caso, a União
a) responde objetivamente pelos prejuízos causados, desde que demonstrado o nexo causal entre esse ato
e os danos sofridos.
b) responde objetivamente pelos prejuízos causados, independentemente da demonstração de nexo causal
entre esse fato e os danos sofridos.

288
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) responde subjetivamente pelos prejuízos causados, desde que demonstrado o nexo causal entre esse
fato e os danos sofridos e a conduta culposa do servidor.
d) não responde pelos prejuízos causados, porque a hipótese configura conduta dolosa de servidor público.
e) não responde pelos prejuízos causados, até que seja apurada a autoria do ato ilícito, ainda que
comprovado ter sido a certidão expedida pela repartição pública.
Gabarito A

(FCC – TRE – Analista Judiciário) Com relação à responsabilidade civil do Estado, a ação regressiva é uma
a) medida de natureza administrativa de que dispõe a Administração para obrigar o agente, manu militari, a
ressarcir o valor da indenização que pagou a terceiros em decorrência de conduta daquele.
b) medida administrativa que o lesado tem contra o agente público causador do dano.
c) ação judicial que o agente público tem contra a vítima de dano se não agiu com culpa.
d) ação judicial que o lesado tem contra o agente público causador do dano para buscar indenização.
e) ação judicial de natureza civil que a Administração tem contra o agente público ou o particular prestador
de serviços públicos causador do dano a terceiros.
Gabarito E

Causas Atenuantes e Excludentes de Reponsabilidade


– Parte I.
(Videoaula 143)

Segundo Di Pietro, “sendo a existência do nexo de causalidade o fundamento da responsabilidade


civil do Estado, esta deixará de existir ou incidirá de forma atenuada quando o serviço público não for a causa
do dano ou quando estiver aliado a outras circunstâncias, ou seja, quando não for a causa única”.
Como excludentes de responsabilidade temos:
1- Culpa da Vítima
Podemos ter:
- culpa exclusiva da vítima – exclui-se a responsabilidade do Estado
- culpa concorrente da vítima com a do poder público – atenua-se a responsabilidade do Estado.

Questão (FCC – INFRAERO - Auditor) A responsabilidade civil da Administração por danos causados por
seus agentes, nessa qualidade, a terceiros
a) depende de comprovação de dolo ou culpa do agente.
b) é afastada quando não comprovado o nexo de causalidade, bem como quando comprovada culpa
exclusiva da vítima.
c) não se aplica às entidades de direito privado prestadoras de serviço público.
d) assegura direito de regresso contra o agente público, sempre que a Administração seja condenada
judicialmente.
e) é de natureza objetiva, o que significa que não admite causas excludentes ou atenuantes.
Gabarito B

2- Força Maior ou Caso Fortuito


Em regra, a doutrina trata força maior como sinônimo de caso fortuito.
Segundo Meirelles: “força maior e caso fortuito são eventos que, por sua imprevisibilidade e
invevitabilidade, criam para o contratado impossibilidade intransponível de normal execução do contrato”.
Já para Mello e Di Pietro, há diferenças entre Força Maior e Caso Fortuito. E desses, somente a força
maior é excludente de responsabilidade.
Segundo Di Pietro, Força Maior é “acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das
partes, como uma tempestade, um terremoto, um raio. Não sendo imputável à Administração, não pode incidir
a responsabilidade do Estado; não há nexo de causalidade entre o dano e o comportamento da
Administração. (...) Já no caso de caso fortuito, em que o dano seja decorrente de ato humano, de falha da
Administração, não ocorre a mesma exclusão; quando se rompe, por exemplo, uma adutora ou um cabo
elétrico, causando dano a terceiros, não se pode falar em força maior”.
(...) “ no entanto, mesmo ocorrendo motivo de força maior, a responsabilidade do Estado poderá
ocorrer se, aliada à força maior, ocorrer omissão do Poder Público na realização de um serviço”.

Questões
(CESPE – FUB – Administrador) A responsabilidade civil do Estado deve ser excluída em situações
inevitáveis, isto é, em caso fortuito ou em evento de força maior cujos efeitos não possam ser minorados.
Gabarito C
289
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(COPEVE – MPE-AL – Auditor do Ministério Pùblico) No tocante à responsabilidade civil do Estado, não se
pode afirmar:
a) prevalece no ordenamento jurídico brasileiro a teoria do risco administrativo, e não do risco integral.
b) em caso de culpa concorrente da vítima, atenua-se a responsabilidade estatal.
c) o ordenamento jurídico brasileiro estabelece que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão objetivamente, ou seja, independentemente da
comprovação de dolo ou culpa.
d) a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade do risco administrativo, não admite que o
caso fortuito e a força maior sejam invocados como causas excludentes da responsabilidade civil estatal.
e) segundo a Constituição Federal de 1988, o direito de regresso da Administração Pública contra o servidor
somente ocorrerá nos casos de dolo ou culpa.
Gabarito D

(NUCEPE – SEJUS – Agente Penitenciário) Sobre responsabilidade civil do Estado assinale a


alternativa CORRETA.
a) São apontadas como causas excludentes da responsabilidade: a força maior, a culpa da vítima e a culpa
de terceiros.
b) A culpa concorrente da vítima não é apontada como causa atenuante.
c) Caso fortuito é acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes.
d) Força maior ocorre nos casos em que o dano seja decorrente de ato humano ou de falha da
Administração.
e) A Constituição Federal faz referência somente à responsabilidade objetiva do Estado.
Gabarito A

(FCC – TRE-SP – Analista Judiciário) Suponha que tenha ocorrido o rompimento de uma adutora de
empresa prestadora de serviço público de saneamento básico, causando prejuízos materiais a diversas
famílias que residem na localidade, as quais buscaram a responsabilização civil da empresa objetivando a
reparação dos danos sofridos. De acordo com o regramento constitucional aplicável, referida empresa
a) será responsável pelos danos sofridos pelos moradores desde que comprovada culpa dos agentes
encarregados pela operação ou falha na prestação do serviço.
b) sujeita-se, sendo pública ou privada, à responsabilização subjetiva, baseada na teoria da culpa
administrativa.
c) não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos causados, eis que, em se tratando de responsabilidade
subjetiva, o caso fortuito seria excludente da responsabilidade.
d) sujeita-se, ainda que concessionária privada de serviço público, à responsabilização objetiva, que admite,
em certas hipóteses, algumas causas excludentes de responsabilidade, como força maior.
e) somente estará sujeita à responsabilização objetiva se for uma empresa pública, aplicando-se a teoria do
risco administrativo.
Gabarito D

Causas Atenuantes e Excludentes de Reponsabilidade


– Parte II.
(Videoaula 144)

3 – Ato de terceiros
Segundo Di Pietro: “quando se trata de ato de terceiros, como é o caso de danos causados por
multidão ou por delinquentes; o Estado responderá se ficar caracterizada a sua omissão, a sua inércia, a falha
da prestação do serviço público. Nesta hipótese, como na anterior, é desnecessário apelar para a teoria do
risco integral; a culpa do serviço público, demonstrada pelo seu mau funcionamento, não-funcionamento ou
funcionamento tardio é suficiente para justificar a responsabilidade do Estado”.

Questões
(CESPE – TRT-ES – Analista Judiciário) O Estado não responde civilmente pelos danos causados por atos
praticados por agrupamentos de pessoas ou multidões, por se tratar de atos de terceiros que caracterizam
uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar omissão do poder público em garantir a
integridade do patrimônio danificado, hipótese em que a responsabilidade civil é subjetiva.
Gabarito C

290
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

(FCC – TRT-SP – Analista Judiciário) Suponha que determinado cidadão tenha sofrido ferimentos enquanto
aguardava uma audiência em um prédio do Poder Judiciário, ocasionados por um servidor que buscava
conter um tumulto que se formou no local em razão de protestos de determinada categoria de funcionários
públicos. Referido cidadão buscou a responsabilização civil do Estado pelos danos sofridos. De acordo com
o que predica a teoria do risco administrativo, o Estado
a) não responde pelos danos causados, salvo se comprovada omissão no dever de fiscalizar a prestação do
serviço público envolvido e suas condições de segurança.
b) apenas responde pelos danos causados em caráter comprovadamente doloso ou culposo pelos seus
agentes, assegurado o direito de regresso contra o agressor.
c) pode ser responsabilizado, independentemente de culpa ou dolo de seus agentes, excluindo-se tal
responsabilidade se comprovada culpa de terceiros.
d) possui responsabilidade subjetiva pelos danos sofridos pelo cidadão, a quem compete comprovar o nexo
de causalidade e a culpa anônima do serviço.
e) possui responsabilidade objetiva pelos danos sofridos pelo cidadão, descabendo qualquer excludente de
responsabilidade, como força maior, culpa da vítima ou de terceiros.
Gabarito C

(FCC – TRE-SE – Analista Judiciário) A respeito da responsabilidade civil do Estado é correto afirmar:
a) em razão da adoção da responsabilidade objetiva do Estado, a culpa exclusiva da vítima não afasta a
responsabilidade civil do Estado.
b) a responsabilidade civil do Estado decorre dos danos causados a terceiros por seus agentes, ainda que
não estejam atuando no exercício de suas funções.
c) o Estado não será responsável pela reparação do dano decorrente exclusivamente de força maior.
d) em razão da adoção da responsabilidade objetiva do Estado, a Administração Pública não tem direito de
regresso em relação ao agente público que agiu com culpa.
e) a entidade de Administração Pública Indireta, que desempenha qualquer atividade, nunca responderá
pelos danos causados a terceiros por seus agentes.
Gabarito C

(CESPE – TJ-CE – Analista Judiciário) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção
correta.
a) As autarquias respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
devendo, para tanto, estar caracterizado o dolo ou a culpa na hipótese da prática de atos comissivos.
b) A culpa concorrente da vítima, a força maior e a culpa de terceiros são consideradas causas excludentes
da responsabilidade objetiva do Estado.
c) A reparação de danos causados pelo Estado a terceiros pode ser feita tanto no âmbito administrativo,
quanto na esfera judicial. Caso a administração não reconheça desde logo a sua responsabilidade e não
haja entendimento entre as partes quanto ao valor da indenização, o prejudicado poderá propor ação de
indenização contra a pessoa jurídica causadora do dano.
d) De acordo com a teoria da culpa do serviço público, não há o dever do ente público de indenizar os
terceiros pelos danos causados pela omissão do Estado.
e) No que tange à evolução da temática relacionada à responsabilidade civil do Estado, a regra adotada
inicialmente foi a da responsabilidade subjetiva, caminhando-se, posteriormente, para a teoria da
irresponsabilidade.
Gabarito C

Teoria do risco integral


Segundo Di Pietro “a teoria do risco integral não admite as causas excludentes de responsabilidade do
Estado”.
(FUNIVERSA – SEAP-DF – Agente de Atividades Penitenciárias) O Estado só deve responder civilmente
por danos decorrentes de acidentes nucleares caso seja demonstrada a falha na prestação de serviço.
Comprovada a ocorrência de caso fortuito e de força maior, exclui-se a responsabilidade estatal.
Gabarito E

(VUNESP – TJ-RJ – Juiz) Em relação ao tema da responsabilidade extracontratual do Estado, é correto


afirmar sobre a teoria do risco integral:
a) a teoria do risco integral é a modalidade mais branda da doutrina do risco administrativo, sendo adotada
como regra no Brasil, por conduzir à justiça social e à distribuição razoável dos riscos entre a sociedade e
os cidadãos.
b) na teoria do risco integral, também conhecida por teoria do risco administrativo, a responsabilidade do
Estado depende de dano, conduta do Estado, nexo causal, além de culpa ou dolo do agente.

291
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) na teoria do risco integral, a responsabilidade do Estado não se sujeita às excludentes de


responsabilidade, podendo ocorrer, até mesmo quando a culpa é da própria vítima.
d) a teoria do risco integral situa-se no início da história do direito administrativo comparado, em época na
qual não se admitia a possibilidade de reconhecimento de falhas por parte do Estado.
e) a teoria do risco integral apresenta diversas hipóteses de aplicação na Constituição Federal de 1988,
sendo afastada a responsabilidade do Estado por danos causados aos administrados apenas no caso de
caso fortuito ou força maior.
Gabarito C

Teoria da Culpa Administrativa – aprofundando.


(Videoaula 145)

Teoria da Culpa Administrativa (ou da culpa do serviço ou do acidente administrativo).


Segundo Di Pietro: “distinguia-se, de um lado, a culpa individual do funcionário, pela qual ele mesmo
respondia, e, de outro, a culpa anônima do serviço público; nesse caso, o funcionário não é identificável e se
considera que o serviço funcionou mal; incide então a responsabilidade do Estado. Essa culpa do serviço
público ocorre quando: o serviço público não funcionou (omissão), funcionou atrasado ou funcionou mal.”
Percebe-se que em casos de omissão, aplica-se a teoria da culpa administrativa. Dessa forma a
responsabilidade será subjetiva (necessário comprovar a culpa ou dolo).
Porém, em casos em que pessoas ou coisas estejam sob a guarda, proteção direta ou a custódia do
Estado, a responsabilidade civil é do tipo objetiva, na modalidade risco administrativo.
Um exemplo recorrente em concursos é o caso do preso. O Estado tem o dever de manter sua
integridade. O Estado responde de forma objetiva em decorrência de lesões sofridas pelo preso dentro da
penitenciária.

Questões
(CESPE – Câmara dos Deputados – todos os cargos) O fato de um detento morrer em estabelecimento
prisional devido a negligência de agentes penitenciários configurará hipótese de responsabilização objetiva
do Estado.
Gabarito C

(CESPE – Polícia Federal – Delegado de Polícia Federal) A responsabilidade civil do Estado pela morte de
detento sob sua custódia é objetiva, conforme a teoria do risco administrativo, em caso de inobservância do
seu dever constitucional específico de proteção.
Gabarito C

(CESPE – TJ-DFT – Juiz de Direito - adaptada) João, preso em estabelecimento prisional distrital, foi
encontrado enforcado com seus próprios lençóis em sua cela, e a perícia concluiu que o detento cometeu
suicídio. Nessa situação, o Estado não deve ser responsabilizado pelos danos diante do reconhecimento de
culpa exclusiva da vítima.
Gabarito E

(CESPE – STM - Analista Judiciário) Com referência à responsabilidade civil do Estado e supondo que um
aluno de escola pública tenha gerado lesões corporais em um colega de sala, com uma arma de fogo, no
decorrer de uma aula, julgue o item abaixo.
No caso considerado, existe a obrigação do Estado em indenizar o dano causado ao aluno ferido.
Gabarito C

(CESPE – ANS – Técnico) A respeito do controle e da responsabilização da administração, julgue o item


que se segue.
Se um professor concursado de uma escola pública tiver levado um tiro de um aluno dentro de sala de aula,
a responsabilidade do Estado pelos danos causados ao professor seria objetiva.
Gabarito C

Responsabilidade Civil do Estado – Ato Legislativo e


Ato Jurisdicional.
(Videoaula 146)
Ato Legislativo
292
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

A regra é que não se admite reponsabilidade civil do estado referente a ato legislativo. Por óbvio, os
atos praticados pelo Poder Legislativo, que não são propriamente atos legislativos, esses estão sujeitos à
responsabilidade civil do estado.
Isso porque, conforme Di Pietro: “o Poder Legislativo atua no exercício da soberania, podendo alterar,
revogar, criar ou extinguir situações sem qualquer limitação que não decorra da própria Constituição”.
Entretanto, a doutrina e a jurisprudência reconhecem 2 exceções:
1- Lei inconstitucional declarada pelo Supremo Tribunal Federal – STF – como inconstituicional;
2- Lei de efeito concreto (possui destinatário certo, determinado)

Questões
(CESPE – TC-DF – Procurador) O Estado só responderá pela indenização ao indivíduo prejudicado por ato
legislativo quando este for declarado inconstitucional pelo STF.
Gabarito E

(FGV – TJ-AM – Analista Judiciário) A atuação do Estado por meio de seus poderes se dá com base em
sua soberania. Tendo por base o atual momento, em que o Estado tornou-se responsável por suas ações,
de acordo com nosso ordenamento jurídico, assinale a afirmativa correta.
a) Havendo danos provocados por atos legislativos haverá sempre o dever de indenizar por parte do Estado
com base no princípio da isonomia.
b) Os atos legislativos não geram direito à indenização por serem manifestação soberana dos
representantes do povo.
c) Apenas no caso de leis inconstitucionais, assim declaradas pelo STF, pode-se reconhecer o direito à
reparação por atos legislativos.
d) Apenas no caso de leis de efeitos concretos pode-se reconhecer o direito à reparação por danos
advindos de atos legislativos.
e) Os danos advindos de atos legislativos apenas são indenizáveis quando se tratarem de leis de efeitos
concretos ou de leis reconhecidas como inconstitucionais pelo STF.
Gabarito E

(FGV – AL-RO – Advogado) A Assembleia Legislativa aprovou lei estadual declarando determinada área de
utilidade pública para fins de desapropriação. Por não concordar com a desapropriação de seu imóvel, o
particular interessado ingressou com ação judicial e comprovou que tal lei, em verdade, não atendia ao
interesse público e que sofreu danos materiais por sua aprovação, por ter perdido oportunidade de vender o
imóvel a terceira pessoa por preço mais elevado. No caso em tela, comprovados o ato ilícito, o nexo causal
e o dano ao particular,
a) não incide a responsabilidade civil do Estado, seja objetiva, seja subjetiva, pois o ato legislativo, por sua
natureza, não é suscetível de ensejar pleitos indenizatórios.
b) não incide a responsabilidade civil do Estado, seja objetiva, seja subjetiva, pois o ato legislativo está
sujeito apenas ao regime jurídico de controle de constitucionalidade.
c) incide a responsabilidade civil objetiva do Estado, por se tratar de lei de efeitos concretos que não
estabelece normas gerais e abstratas, constituindo verdadeiro ato administrativo.
d) incide a responsabilidade civil subjetiva do Estado, por se tratar de ato legislativo típico, que apenas
admite indenização se comprovado o dolo ou culpa do agente público.
e) incide a responsabilidade civil objetiva do Estado, por se tratar de ato legislativo típico, sendo necessária
a comprovação do elemento subjetivo dos agentes públicos envolvidos no ato.
Gabarito C

Ato Jurisdicional
A regra é que não se admite reponsabilidade civil do estado referente a ato jurisdicional. Da mesma
forma que no caso de ato legislativo, os atos praticados pelo Poder Judiciário, que não são propriamente atos
jurisdicionais, esses estão sujeitos à responsabilidade civil do estado.
Isso porque, conforme Di Pietro: “o Poder Judiciário é soberano”.
Entretanto, a doutrina e a jurisprudência reconhecem exceções.
O art. 5º, inc. LXXV da Constituição Federal diz:
“o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença”
O STF (RE 505.393/PE e ARE 846615/2015) entende que o “erro judiciário” a que se refere o art. 5º,
inc. LXXV, citado acima, diz respeito à área penal (criminal). Nesse caso, a responsabilidade do estado é
objetiva.

293
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Outra situação em que o estado responde civilmente é quando o juiz proceder com dolo ou fraude.
Segundo o código de processo civil: “Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos
quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude(...)”

Questões
(CESPE – TRE-PI – Analista Judiciário - adaptada) Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a
responsabilização direta e objetiva do juiz prolator da decisão.
Gabarito E

(FCC – TRF 4ª – Analista Judiciário - adaptada) Os atos jurisdicionais são absolutamente isentos de
responsabilidade civil.
Gabarito E

Danos de Obra Pública


(Videoaula 147)

Para se estudar os danos de obra pública, é necessário analisar alguns aspectos:


O dano foi causado:
a- Pelo “só fato da obra” – entende-se que são situações que decorrem inevitavelmente pela simples
execução da obra. Não há imperícia, imprudência ou negligência. Por exemplo: a pavimentação de uma rua,
mesmo tomando todos os cuidados causou rachaduras em alguns imóveis vizinhos.
b- Pela má execução da obra (dolo ou culpa)

A obra foi executada:


a- pela própria Administração Pública
b- pelo particular que celebrou contrato administrativo com a Administração Pública para a realização
da obra pública.
Visto isso, segundo Meirelles: “a responsabilidade pelos danos oriundos do só fato da obra é sempre
do Poder Público que determinou sua realização. O construtor particular de obra pública só responde por atos
lesivos resultantes de sua imperícia, imprudência ou negligência na condução dos trabalhos que lhe são
confiados”.
Lembrando que nos casos em que a Administração Pública responde, será na modalidade do risco
administrativo, assim, responsabilidade objetiva.
Podemos resumir através deste quadro:

Executor: Executor: Particular


Administração Pública
“Só fato da obra” Responde: Responde:
Administração Pública Administração Pública
Má execução da obra Responde: Responde:
Administração Pública Particular

Entretanto é importante ponderar que, segundo Alexandrino: “se o dano decorrente da má execução
da obra puder ser imputado, concorrentemente, ao contratado e à Administração Pública, haverá redução
proporcional da responsabilidade, respondendo cada um, na medida de sua culpa, pelo dano causado”.

Questões
(Quadrix – CFO-DF – Técnico Administrativo) Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item
subsecutivo. Suponha-se que uma passarela tenha sido derrubada por conta da força das ondas do mar e
que tenha causado dano a terceiros. Nesse caso, mesmo que provado que houve falha apenas na fase de
construção da passarela, haverá responsabilidade civil objetiva e primária do Estado, que contratou a obra
por meio de licitação.
Gabarito E

(FCC – TRF 5 – Analista Judiciário) O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT,


autarquia federal vinculada ao Ministério dos Transportes, ao executar obras viárias acabou por causar
prejuízos para proprietários rurais lindeiros, porquanto a implementação das obras desviou artificialmente o
curso das águas das chuvas de modo que passaram a atingir, diretamente, as plantações, causando
erosões e alagamentos nas propriedades vizinhas a rodovia federal não concedida. Considerando esta
situação hipotética, os atingidos

294
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) podem ingressar com ação de responsabilidade civil em face da autarquia, na qual terão que demonstrar
o dano, nexo causal entre prejuízo sofrido e a execução das obras, com o que exsurge o direito à
indenização.
b) podem ingressar com ação de responsabilidade civil em face da autarquia, devendo, no entanto,
demonstrar culpa ou dolo na execução das obras, para terem direito à indenização.
c) podem acionar a autarquia, mas, antes, devem mover ação em face da empreiteira contratada para
executar as obras, demonstrando falha na execução dos serviços e o nexo causal.
d) somente podem acionar a empreiteira contratada pela autarquia para a execução das obras, porquanto,
na hipótese de terceirização de serviços, fica excluída a responsabilidade estatal.
e) podem escolher acionar a autarquia ou mover ação em face do ente criador (União), porquanto a pessoa
jurídica instituidora responde integralmente pelos atos da entidade que criou.
Gabarito A

Responsabilidades Civil, Administrativa e Penal do


Agente Público.
(Videoaula 148)

Um determinado servidor público que praticou algum ato lesivo, poderá responder em 3 esferas:
- Administrativa
- Cível
- Penal
A legislação, em nível federal, conforme a Lei 8112/90, diz:
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa
qualidade.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre
si.
Porém, há exceções importantes a saber, em que decisão na esfera penal deverá prevalecer, com
reflexos na área cível e administrativa.
Condenação Penal (transitado em julgado): reconhece automaticamente a responsabilidade civil e
administrativa do servidor público. Mesmo que se o agente público já tiver sido absolvido, a condenação penal
acarretará a desconstituição da decisão administrativa e da sentença cível.
Já, no caso de absolvição penal, vamos analisar o dispositivo a seguir:
Segundo o Código Civil – Lei 10.405/02 – em seu artigo Art. 935: A responsabilidade civil é
independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Assim, no caso de absolvição penal por:
- Inexistência do fato
- Negativa de autoria
Acarretará reflexos nas esferas:
- Cível – e caso já tenha sido condenado, tornará a sentença sem efeito.
- Administrativa – e caso já tenha sido demitido, caberá a reintegração do servidor público.
Porém, a absolvição penal por outros motivos, como por exemplo: insuficiência de provas, ausência
de culpabilidade penal, ausência de tipicidade; não interferirá nas demais esferas.

Questões
(CESPE – TRE-AL – Técnico Judiciário) Considere que Mariana praticou um ato tipificado tanto como
infração penal quanto como infração administrativa disciplinar. Nesse caso, ela não poderá ser punida em
razão desse ato simultaneamente nas esferas penal e administrativa, pois isso violaria o princípio
constitucional da inacumulabilidade de sanções.
Gabarito E

(FCC – TRF 2ª – Analista Judiciário) O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições, sendo a responsabilidade
a) civil, penal e administrativa autônomas, e a absolvição em uma dessas áreas não exclui a
responsabilidade em qualquer outra.

295
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) civil e administrativa afastadas, dependendo da amplitude da absolvição criminal decorrente de


insuficiência de provas.
c) civil afastada na hipótese de ocorrer a absolvição administrativa em face da inexistência do fato e de sua
autoria.
d) criminal afastada no caso de absolvição civil e administrativa decorrente de insuficiência de provas.
e) administrativa afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Gabarito E

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Controle da Administração Pública


Conceito e classificação
(Videoaula 149)

Conceito
Segundo Meirelles, controle “é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão
ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro”.
Classificação das Formas de Controle.
Podemos encontrar diversos tipos e formas de controle.
1- Quanto à localização
a) Controle Interno:

2- Quanto ao Fundamento (amplitude)


a) Controle Hierárquico -

Questões
(CESPE – CGM – João Pessoa – Técnico) Julgue o item a seguir, referente a conceitos, tipos e formas de
controle na administração pública. Quanto ao aspecto controlado, o controle classifica-se em controle de
legalidade ou de correção.
Gabarito E

(CESPE – Câmara do Deputados – Analista Legislativo) Com relação aos controles interno e externo, julgue
o item a seguir.

Cabe aos órgãos de controle interno acompanhar o atingimento dos índices estabelecidos para a educação
e a saúde e verificar os atos de aposentadoria.
Gabarito C

(CESPE – TCE-RN – Assessor Jurídico) Entre os vários critérios adotados para classificar as modalidades
de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça
integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle externo é
exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.
Gabarito C

Controle externo
(Videoaula 150)

1- Quanto à localização (origem) – pode ser interno, externo ou popular.


b) Controle Externo
Segundo Meirelles: “é o que se realiza por um Poder ou órgão constitucional independente
funcionalmente sobre a atividade administrativa de outro Poder estranho à Administração responsável pelo
ato controlado”.
CF, Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.
(Mneumônico: FOCO PATRIMONIAL)

CF, Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público; (...)

297
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Obs.: Alguns doutrinadores entendem que o TCU é órgão integrante do Poder Legislativo. A doutrina
majoritária entende que o TCU é um órgão independente e autônomo que auxilia o Congresso Nacional no
exercício do controle externo.
Como exemplos de controle externo, podemos destacar:
- Auditoria do Tribunal de Contas da União sobre despesas do Poder Executivo Federal.
- Anulação pelo Poder Judiciário de um ato do Poder Executivo.

Questão (CESPE – EMAP – Analista - adaptada) Julgue o seguinte item, relativo ao controle da
administração indireta e à improbidade administrativa.
Dado o caráter privado das sociedades de economia mista, o Tribunal de Contas da União está
impossibilitado de exercer seu controle externo.
Gabarito E

c) Controle Popular (externo popular)


Segundo Vicente Paulo: “Como decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, a
Constituição contém diversos dispositivos que dão aos administrados a possibilidade de – diretamente ou por
intermédio de órgãos com essa função institucional – verificarem a regularidade da atuação da administração
pública e impedirem a prática de atos ilegítimos lesivos ao indivíduo ou à coletividade, ou provocarem a
reparação dos danos deles decorrentes”.
Como exemplo temos: art. 74, § 2º, da Constituição Federal: “Qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União”.
Da mesma forma, temos que o art. 31, § 3º, da Constituição Federal: “As contas dos Municípios
ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação,
o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei”.

Questões
(CESPE – MS – Analista) No Brasil, não se conhece o controle externo popular da administração pública.
Gabarito E

(CESPE – DPE-ES – Defensor Público) Em relação ao controle da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Dada a inafastabilidade do controle externo da administração pública pelo Poder Judiciário e pelo Poder
Legislativo, admite- se a renúncia pontual do controle interno pelos órgãos de controle do Poder Executivo.
b) A autotutela não se inclui entre os tipos de controle da administração pública.
c) O controle da administração pública pode ser interno e externo.
d) O controle da administração pública restringe-se ao mérito da atividade administrativa sujeita a controle.
e) Não podem os administrados participar das ações de controle da administração pública, uma vez que
constituem prerrogativas exclusivas dos agentes públicos provocar o procedimento de controle, bem como
realizá-lo.
Gabarito C

Controle hierárquico e finalístico


(Videoaula 151)

2- Quanto à Amplitude (fundamento) : podemos ter o controle hierárquico e o controle finalístico.


a) Controle Hierárquico
Segundo Meirelles: “É o que resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos do
Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores”.

Segundo Alexandrino: “O controle hierárquico decorre do escalonamento vertical de órgãos da


administração direta ou do escalonamento vertical de órgãos integrantes de cada entidade da administração
indireta.”
Por exemplo: dentro do poder executivo podemos ter a Presidência da República, que pode controlar
o Ministério da Economia, que pode controlar a Secretaria da Receita Federal.

Questões
(ESAF – adaptado – ANAC – Técnico Administrativo) O controle hierárquico é exemplo de controle interno
e, nesse sentido, o superior hierárquico está autorizado a exercer controle de mérito sobre os atos e as
atividades desenvolvidas pelos subordinados.

298
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito C

(UPENET – IPE – Advogado - 2019) O controle hierárquico poderá ser exercido por pessoas jurídicas
distintas.
Gabarito E

b) Controle Finalístico
Segundo Vicento Paulo: “O controle finalístico é aquele exercido pela administração direta sobre as
pessoas jurídicas integrantes da administração indireta”
Já Meirelles diz: “É o que a norma legal estabelece para as entidades autônomas, indicando a
autoridade controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades objetivadas. Por isso mesmo, é
sempre um controle limitado e externo”.

Questões
(Quadrix – CFO-DF – Técnico Administrativo) O Tribunal de Contas da União é órgão integrante do Poder
Legislativo e, no desempenho de suas funções institucionais, atua sob o controle hierárquico do Congresso
Nacional.
Gabarito E

(FEPESE – MPE-SC – Analista do Ministério Público) Controle finalístico é aquele que a Administração
exerce em relação a seus órgãos.
Gabarito E

Controle prévio, concomitante e subsequente.


(Videoaula 152)

Conforme o Momento de seu exercício: podemos ter o controle prévio o concomitante e subsequente.
a) Controle Prévio ou Preventivo (a priori)
Segundo Meirelles: “É o que antecede a conclusão ou operatividade do ato, como requisito para sua
eficácia”.
Por exemplo: autorização dada pelo Senado Federal necessária para que a União possa contrair
empréstimo externo.
b) Controle Concomitante ou Sucessivo
Segundo Meirelles: “É todo aquele que acompanha a realização do ato para verificar a regularidade
de sua formação”.
Por exemplo: A fiscalização de um contrato em andamento.
c) Controle Subsequente ou Corretivo (a posteriori)
Segundo Meirelles: “É o que se efetiva após a conclusão do ato controlado, visando a corrigir-lhe
eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe eficácia”.
Por exemplo: homologação de um concurso público.

Questão (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo) O controle interno poderá ser realizado
previamente, concomitante e subsequentemente aos atos administrativos, a fim de evitar o desperdício dos
recursos e o uso indevido de recursos e bens públicos.
Gabarito Certo

Controle da Administração Pública – legalidade e


mérito
(Videoaula 153)

Dica: antes desta aula, sugiro assistir/revisar a aula 110 – Atos Administrativos – Vinculação e
Discricionariedade (parte 2) – link: https://youtu.be/FvgRYdtdLVc
Quanto ao Aspecto Controlado: podemos ter o controle de legalidade e de mérito.
a) Controle de Legalidade ou Legitimidade
Segundo Meirelles: “é o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento
administrativo com as normas legais que o regem”.
Pode ser exercido:

299
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

- pela própria administração que praticou o ato – feito de ofício ou quando provocado (controle
interno);
- pelo Poder Judiciário (em sua função jurisdicional) – quando provocado através de ação adequada
(controle externo);
- pelo Poder Legislativo – nos casos previstos na Constituição (controle externo).
Nestes casos o ato ilegal ou ilegítimo deverá ser anulado. Outro efeito possível é a convalidação de
atos com defeitos sanáveis.
b) Controle de Mérito
Segundo Meirelles: “É todo aquele que visa à comprovação da eficiência, do resultado, da
conveniência ou oportunidade do ato controlado”.
Sobre conveniência e oportunidade, Meirelles diz que “seu juízo é fundamentalmente político-
administrativo e discricionário”.

Questão (FCC – TRT-MS – Analista Judiciário) A Administração Pública, ao revogar uma permissão de uso
de bem público por razões de conveniência, exerce controle
a) interno, de mérito e anterior.
b) interno, de mérito e posterior.
c) externo, de legalidade e concomitante.
d) externo, de mérito e posterior.
e) interno, de legalidade e anterior.
Gabarito B

Controle Administrativo
(Videoaula 154)

Conceito
Segundo Meirelles: “Controle Administrativo é todo aquele que o Executivo e os órgãos de
administração dos demais Poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando a mantê-las dentro da
lei, segundo as necessidades do serviço e as exigências técnicas e econômicas de sua realização, pelo que
é um controle de legalidade e de mérito.”
Perceba que o controle administrativo é um controle interno no que diz respeito à legalidade e ao
mérito.
Súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”.

Questões
(CESPE – ANTAQ - Técnico em Regulação) Em relação ao controle na administração pública, julgue o
próximo item. O controle administrativo permite que a organização pública fiscalize e corrija, por iniciativa
própria, atos administrativos sob os aspectos de legalidade e mérito.
Gabarito C

(CESPE - TRT DF – Analista Judiciário) O Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa, pode
exercer controle administrativo, inclusive para revogar seus próprios atos administrativos.
Gabarito C

(CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) O controle administrativo, que consiste no


acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura organizacional,
configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder Executivo.
Gabarito E

Meios de controle administrativo


Segundo Meirelles: “Os meios de controle administrativo, de um modo geral, bipartem-se em
fiscalização hierárquica e recursos administrativos (...)”
Fiscalização Hierárquica
Segundo Meirelles: “ A fiscalização hierárquica é exercida pelos órgãos superiores sobre os inferiores
da mesma Administração, visando ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas atividades e agentes.”
É uma fiscalização:

300
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- permanente - não há descontinuidade e


- automática – é um poder-dever da chefia e independe de solicitação especial.

Questão (CESPE – TCE-PE – 2017) A fiscalização hierárquica poderá ser realizada a qualquer tempo,
desde que haja provocação da administração ou de órgão a ela vinculado.
Gabarito E

Controle Administrativo – Recursos Administrativos


(Videoaula 155)

Recursos Administrativos (Processos administrativos)


Segundo Meirelles: “Recursos administrativos, em acepção ampla, são todos os meios hábeis a
propiciar o reexame de decisão interna pela própria Administração, por razões de legalidade e de mérito
administrativo”.
Segundo Di Pietro: “Recursos administrativos são todos os meios que podem utilizar os administrados
para provocar o reexame do ato pela Administração Pública. Eles podem ter efeito suspensivo ou devolutivo”.
Efeito devolutivo: devolve para a administração o exame da matéria.
Efeito suspensivo: suspende os efeitos do ato até a decisão do recurso; ele só existe quando a lei o
preveja expressamente.

Questões
(CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – adaptada) Os recursos administrativos são uma das maneiras de
controle administrativo, mas, devido às incidências dos princípios constitucionais da eficiência e da
economicidade, eles não possuem efeito suspensivo.
Gabarito E

(FCC- TCM-PA – Técnico de Controle Externo – adaptada) Os recursos administrativos podem ter efeito
suspensivo ou devolutivo, sendo que ambos são independentes de previsão legal.
Gabarito E

Os recursos administrativos estão previstos em diversas leis e atos administrativos de diversos entes
públicos. Ademais, possuem duplo fundamento constitucional no art. 5º:
CF, Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
CF, Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Coisa julgada administrativa. Segundo Meirelles: “é sua imodificabilidade na via administrativa, para
estabilidade das relações entre as partes.”. Dessa forma, seria a decisão definitiva da administração. Porém,
isso não afasta a possibilidade de apreciação pelo pode judiciário. Assim, pelo princípio da inafastabilidade
da jurisdição (tutela jurisdicional), conforme art. 5º, XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.

Questões
(CESPE – MPE-RR – Promotor de Justiça) Os recursos administrativos constituem mecanismos de controle
interno, por meio do qual a administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.
Gabarito C

(CESPE – TRT DF – Analista Judiciário) Lúcia foi exonerada do cargo que ocupava na administração direta
federal por ter sido reprovada no estágio probatório. Com base nessa situação hipotética, julgue o item
seguinte.
Para ter direito de impugnar judicialmente sua exoneração, Lúcia deve primeiramente esgotar os recursos
administrativos possíveis.
Gabarito E

301
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Recursos Administrativos (Processos administrativos)


– Recurso hierárquico próprio e recurso hierárquico
impróprio
(Videoaula 156)

Recurso Hierárquico
Segundo Meirelles: “Recurso Hierárquico são todos aqueles pedidos que as partes dirigem à instância
superior da própria Administração, propiciando o reexame do ato inferior sob todos os seus aspectos.”
Recurso Hierárquico Próprio
Segundo Meirelles: “Recurso hierárquico próprio é o que a parte dirige à autoridade ou instância
superior do mesmo órgão administrativo, pleiteando revisão do ato recorrido.”
Alguns autores consideram a expressão “recurso hierárquico próprio” como um pleonasmo vicioso.
Isso porque, se é considerado recurso hierárquico, naturalmente é próprio.
Recurso Hierárquico Impróprio
Segundo Meirelles: “é o que a parte dirige a autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu
o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa (...). Esse recurso só é admissível quando
estabelecido por norma legal que indique as condições de sua utilização, a autoridade ou órgão incumbido
do julgamento e os casos em que tem cabimento.”

Questão (CESPE – AGU – Procurador Federal) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é
dirigido a autoridade de órgão não integrado na mesma hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de
previsão legal.
Gabarito E

Controle Administrativo – Recursos Administrativos –


Princípios do Processo Administrativo
(Videoaula 157)

Os principais princípios do processo administrativo são:


Legalidade Objetiva
Segundo Meirelles: “exige que o processo administrativo seja instaurado com base e para
preservação da lei.”
Oficialidade (princípio do impulso oficial do processo ou impulsão)
Segundo Meirelles: “atribui sempre a movimentação do processo administrativo à Administração,
ainda que instaurado por provocação do particular; uma vez iniciado, passa a pertencer ao Poder Público, a
quem compete seu impulsionamento, até a decisão final.”

Informalismo
Segundo Meirelles: “o princípio do informalismo dispensa ritos sacramentais e formas rígidas para o
processo administrativo, principalmente para os atos a cargo do particular.” E “(...) o processo administrativo
deve ser simples, despido de exigências formais excessivas, tanto mais que a defesa pode ficar a cargo do
próprio administrado, nem sempre familiarizado com os meandros processuais.”
O processo administrativo pode ser conduzido pelo próprio administrado, sem necessidade de
advogado.
Verdade Material (liberdade da prova ou verdade real)
Segundo Meirelles: “autoriza a Administração a valer-se de qualquer prova lícita de que a autoridade
processante ou julgadora tenha conhecimento, desde que a faça trasladar no processo. É a busca da verdade
material em contraste com a verdade formal”.
Gratuidade
Segundo Di Pietro: “sendo a Administração Pública uma das partes do processo administrativo, não
se justifica a mesma onerosidade que existe no processo judicial.”
Porém:
Lei 9.784/99 Art 2° Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros,
os critérios de:
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

302
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questões
(CESPE – MI – Administrador) Julgue o próximo item, referente ao processo administrativo.
O princípio da gratuidade aplica-se a todo e qualquer processo administrativo.
Gabarito E

(CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário) No processo administrativo, a administração pública tem o poder-
dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, não devendo, por isso, ficar restrita ao
que as partes demonstrarem no procedimento. Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se
ao princípio da
a) da gratuidade.
b) oficialidade.
c) lealdade e boa-fé.
d) do informalismo.
e) da verdade material.
Gabarito E

(FUNDEP – HRTN-MG) Segundo Meirelles (2015), a responsabilização e a punição dos servidores públicos
por meios internos abrangem o processo administrativo disciplinar, que está sujeito a cinco princípios de
observação constante.
Sobre esse tema, se a administração retardar a movimentação do processo administrativo ou dele se
desinteressar, é CORRETO afirmar que está sendo infringido o princípio do(a):
a) Informalismo.
b) Legalidade Objetiva.
c) Oficialidade.
d) Verdade Material.
Gabarito C

Controle Legislativo (parte 1)


(Videoaula 158)

Controle Legislativo (ou Parlamentar)


Constituição Federal, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;
Segundo Di Pietro: “o controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública tem que
se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal, uma vez que implica interferência de um Poder nas
atribuições dos outros dois; alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e
o próprio Poder Judiciário, quando executa função administrativa.”
Deste conceito, aprendemos que:
- “tem que se limitar às hipóteses previstas na Constituição Federal” – uma lei complementar ou
ordinária federal ou uma Constituição Estadual não podem outras novas modalidades de controle que não as
previstas na Constituição Federal;
- alcança toda a administração direta e indireta;
- alcança tanto o Poder Executivo, quanto o Poder Judiciário, quando executa função administrativa;
- é um controle externo.

Questões
(CESPE - 2013 - TRT – 10ª(DF e TO) - Analista
Judiciário) Por força do princípio da separação de poderes, não se
admite o controle da administração pública pelo Poder Legislativo.
Gabarito E

(CESPE – CNJ – Analista Judiciário) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de
fiscalizar e controlar os atos praticados pelas entidades integrantes da administração direta, não sendo
cabível este tipo de controle em face dos entes que compõem a administração indireta.
Gabarito E

(CESPE – FUNASA) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar o


Poder Executivo, ressalvados os atos praticados pelos presidentes de empresas públicas e sociedade de
economia mista, em razão de sua natureza eminentemente empresarial.

303
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito E

(CESPE - Câmara dos Deputados-Analista Legislativo) O


controle legislativo, prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo para
fiscalizar a administração pública, não incide sobre os atos praticados
pelo Poder Judiciário, dada a previsão constitucional de autonomia
financeira desse poder.
Gabarito E

Controle Legislativo – Controle Político.


(Videoaula 159)

Di Pietro subdivide o controle legislativo em:


- controle político e
- controle financeiro.

Controle Político
Segundo Di Pietro, o controle político “abrange aspectos ora de legalidade, ora de mérito,
apresentando-se, por isso mesmo, como de natureza política, já que vai apreciar as decisões administrativas
sob o aspecto inclusive da discricionariedade, ou seja, da oportunidade e conveniência diante do interesse
público”.
Sendo assim, o controle político do legislativo observa tanto aspectos de legalidade, quanto de mérito
e pode ser exercido a priori (antes) ou a posteriori (posteriormente) ao ato administrativo.

Questão (FGV – MPE-AL – Técnico do Ministério Público) João, tão logo tomou posse no cargo de Prefeito
Municipal, foi informado pelo seu principal assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao
controle político e financeiro do Poder Legislativo. Sobre a referida informação, considerando a ordem
jurídica brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal de Contas, o financeiro.
b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido pelo Tribunal de Contas.
c) Está errada, pois a separação dos poderes impede que qualquer Poder controle os atos do Executivo.
d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos controles.
e) Está parcialmente certa, pois o Legislativo só exerce o controle político, não o financeiro.
Gabarito D.

São hipóteses de controle político previstas na Constituição Federal:


Dica: caso queira se aprofundar nos dispositivos constitucionais citados a seguir, recomendo assistir
às aulas do professor Émerson Bruno no Youtube.

- CPI – Art. 58, § 3º da Constituição Federal: “As comissões parlamentares de inquérito, que terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.”
- Apreciação a priori e a posteriori de atos do Poder Executivo (art. 49, I, II, III, IV, V, XII, XIV, XVI,
XVII e art. 52, III, IV, V e XI)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar;
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral
da República antes do término de seu mandato;
- Convocação de Ministro de Estado
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(...)

304
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos
de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
de informações falsas.
- Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade,
bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes
da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional
de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade;
- Cabe destacar também: Art. 52, II, VI, VII, VIII, da CF.

Questão (CESPE – STJ) A possibilidade de convocação, por qualquer das casas do Congresso Nacional,
de titulares de órgãos subordinados à Presidência da República ilustra o controle político da administração
pública, que abrange tanto aspectos de legalidade quanto de mérito.
Gabarito - Certo.

Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 1) .


(Videoaula 160)

Segundo Alexandrino: “A fiscalização contábil, financeira e orçamentária – muitas vezes denominada,


simplesmente, “controle financeiro”, em sentido amplo – é exercida sobre os atos de todas as pessoas que
administrem bens ou dinheiros públicos”.
O controle legislativo na modalidade controle financeiro está previsto nos artigos 70 a 75 da
Constituição Federal.
Dica: Para aprofundar o foco sob o ponto de vista do direito constitucional, recomendo assistir também
às aulas sobre os artigos 70 a 75 da CF, do prof. Émerson Bruno, no Youtube.
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,
ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete: (...)

Questões
(FCC – TRF 1ª – Analista Judiciário) Nos termos da Constituição Federal, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, será
exercida pelo
a) Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, mediante auxílio do Tribunal de Contas da União, e pela
Controladoria Geral da União.
b) Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, mediante auxílio do Tribunal de Contas da União, e pela
Secretaria Federal de Controle Interno.
C) Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
d) Congresso Nacional, mediante auxílio do Tribunal de Contas da União, e pela Controladoria Geral da
União.
e) Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio do Tribunal de Contas da União, pelo sistema de controle
interno e pelo Ministério Público.
Gabarito C

(FCC – TRT-8R – Analista Judiciário) O controle legislativo dos atos do Poder Executivo, em matéria
contábil, financeira e orçamentária, é exercido pelo Poder Legislativo
a) por meio de seus auditores.
b) com autorização do Poder Judiciário.
c) com auxílio do Tribunal de Contas.
d) com auxílio do Ministério Público.

305
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) por meio de comissões parlamentares de inquérito.


Gabarito C

“CF, Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais
e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que
serão integrados por sete Conselheiros.”
Dessa forma, no plano estadual o controle externo será exercido pela Assembleia Legislativa, com
auxílio do Tribunal de Contas do Estado. E no plano municipal, pela Câmara Municipal, auxiliada pelo Tribunal
de Contas do Estado, ou, onde houver, pelo Tribunal de Contas do próprio Município.

Questão (FGV – Prefeitura de Niterói – RJ – Contador) Em tema de controle da atividade administrativa, a


fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município (Poder Executivo),
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo sistema de controle:
a) interno do próprio Poder Executivo e, mediante controle externo, pelo Poder Judiciário Municipal com
auxílio do Tribunal de Contas;
b) interno do Poder Legislativo e, mediante controle externo, pelo Poder Judiciário Municipal com auxílio do
Tribunal de Contas;
c) interno do próprio Poder Executivo e, mediante controle externo, pela Câmara Municipal com auxílio do
Tribunal de Contas;
d) externo, por meio de prestação de contas ao Estado e à União e, mediante controle interno, pela Câmara
Municipal com auxílio do Tribunal de Contas;
e) externo, por meio de prestação de contas ao Estado e à União e, mediante controle interno, pelos
Poderes Legislativo e Judiciário municipais.
Gabarito C

Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 2) .


(Videoaula 161)

Funções do Tribunal de Contas da União – TCU.


CF, Art. 71. “O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)
Não há vínculo de subordinação institucional do Tribunal de Conta da União ao respectivo Poder
Legislativo. Esse órgão vem a auxiliar o Congresso Nacional e possue autonomia.
Funções (competências) do TCU
Conforme o art. 71 da CF, o TCU possui diversas competências (funções), que segundo Di Pietro
podem ser:
- de consulta – inciso I, do art. 71, da CF.
- de julgamento – inciso II, do art. 71, da CF.
- fiscalização financeira – incisos III, IV, V e VI, do art. 71, da CF.
- de informação – inciso VII, do art. 71, da CF.
- sancionatória – inciso VIII, do art. 71, da CF.
- corretiva – incisos IX, X, XI, do art. 71, da CF.
- de ouvidor – art. 74, §§ 1º e 2º, da CF.
Vamos passar a abordá-las:
- Função de Consulta – o TCU apenas emite um parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente
pelo Presidente da República.
Art. 71, I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
- Função de Julgamento
Art. 71, II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de
que resulte prejuízo ao erário público;(...)”
Note que o TCU tem competência para julgar as contas dos administradores. Porém, no caso do
Presidente da República a competência é apenas de apreciar as contas. Quem julga as contas do Presidente
da República é o Congresso Nacional (art. 49, IX, CF).

306
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Apesar de serem denominados “tribunais”, os Tribunais de Contas não exercem jurisdição e suas
decisões não fazem “coisa julgada” em sentido próprio. Eles praticam atos de fiscalização e controle, de
natureza administrativa. Sobre esse assunto, Di Pietro diz: “embora o dispositivo fale em julgar (inciso II do
art. 71, CF), não se trata de função jurisdicional, porque o Tribunal apenas examina as contas, tecnicamente,
e não aprecia a responsabilidade do agente público, que é de competência exclusiva do Poder Judiciário; por
isso se diz que o julgamento das contas é uma questão prévia, preliminar, de competência do Tribunal de
Contas, que antecede o julgamento do responsável pelo Poder Judiciário”.

Questões
(CESPE – PC-DF – Escrivão de Polícia) O Poder Legislativo exerce controle sobre os atos da administração
pública, contando com vários instrumentos para desempenhar tal atividade, como, por exemplo, o
julgamento pelo Tribunal de Contas da União das contas prestadas pelo presidente da República.
Gabarito E

(CESPE – PGE-PE – Assistente de Procuradoria) No que se refere ao controle da administração pública,


julgue o item que se segue.
Tribunais de contas estaduais têm competência para julgar as contas do governador do respectivo estado.
Gabarito E

Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 3) .


(Videoaula 162)

-Função de Fiscalização Financeira


Art. 71, III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;
Art. 71, IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de
Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
demais entidades referidas no inciso II;
Art. 71, V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
Art. 71, VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
- Função de Informação
Art. 71, VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
- Função Sancionatória
Art. 71, VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo.

Questões
(FGV – SEFAZ-RJ – Analista de Controle Interno) O Tribunal de Contas do Estado XYZ (TCE), ao realizar
auditoria em determinada entidade pública submetida ao seu controle, constatou irregulares nas medições
realizadas durante a execução de um contrato de obra pública. Após observar o devido processo legal, o
TCE identificou o gestor responsável pelas medições e quantificou o dano causado ao erário. Nessa
situação hipotética, o TCE tem competência para
a) instaurar processo administrativo disciplinar contra o servidor e, após o devido processo legal, aplicar-lhe
a sanção disciplinar cabível.
b) sustar a execução do contrato e aplicar multa sancionatória ao contratado e ao gestor responsável.
c) aplicar multa ao gestor responsável e imputar-lhe o débito decorrente do dano causado ao erário, em
decisão dotada de eficácia de título executivo extrajudicial.
d) ajuizar ação de improbidade administrativa visando à condenação do gestor público ao ressarcimento do
dano causado ao erário e à perda da função pública.

307
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

e) solicitar à Assembleia Legislativa a sustação do contrato, fixando-lhe o prazo de trinta dias para sua
efetivação.
Gabarito C

(FCC – TRT-RS – Analista Judiciário) O controle legislativo da Administração é


a) um controle externo e político, motivo pelo qual pode-se controlar os aspectos relativos à legalidade e à
conveniência pública dos atos do Poder Executivo que estejam sendo controlados.
b) sempre um controle subsequente ou corretivo, mas restrito à conveniência e oportunidade dos atos do
Poder Executivo objetos desse controle e de efeitos futuros.
c) exercido pelos órgãos legislativos superiores sobre quaisquer atos praticados pelo Poder Executivo, mas
vedado o referido controle por parte das comissões parlamentares.
d) exercido sempre mediante provocação do cidadão ou legitimado devendo ser submetido previamente ao
Judiciário para fins de questões referentes à legalidade.
e) próprio do Poder Público, visto seu caráter técnico e, subsidiariamente, político, com abrangência em
todas as situações e sem limites de qualquer natureza legal.
Gabarito A

Controle Legislativo – Controle Financeiro (parte 4) .


(Videoaula 163)

- Função Corretiva
Art. 71, IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
Art. 71, X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
dos Deputados e ao Senado Federal;
Art. 71, XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
Art. 71, § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Art. 71, § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar
as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
Art. 71, § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de
suas atividades.

Questão (TJ-PR – Assessor Jurídico) A respeito das competências cabíveis aos Tribunais de Contas,
assinale a alternativa correta.
a) Compete ao Tribunal de Contas da União julgar as contas do Presidente da República no prazo de
sessenta dias a contar do seu recebimento.
b) Verificada ilegalidade, compete ao Tribunal de Contas da União imediatamente sustar a execução de ato
ou contrato, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.
c) É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do Tribunal de Contas para realizar exame
prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público.
d) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode declarar a inconstitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.
Gabarito Certo.

- Funções de Ouvidor – Recebe denúncias de irregularidades ou ilegalidades. Estão presentes nos


§§ 1º e 2º, do art. 74, da CF, abaixo.
Art. 74, § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Questão (CESPE – AGU – Procurador Federal) Uma autoridade pública federal responsável pelo sistema
de controle interno que, após tomar conhecimento de uma irregularidade ou ilegalidade praticada no âmbito
do órgão em que atue, dela não der ciência ao TCU estará sujeita a ser solidariamente responsabilizada
pelo ato irregular ou ilegal.
Gabarito: Certo.

308
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Controle Judicial (ou Judiciário)


(Videoaula 164)

DICA: Assista à minha aula 109: “Atos Administrativos – Vinculação e Discricionariedade”


https://www.youtube.com/watch?v=NLdMtsVtPpw
Segundo Meirelles: “Controle judiciário ou judicial é o exercido privativamente pelos órgãos do Poder
Judiciário sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza
atividade administrativa. É um controle a posteriori, unicamente de legalidade, por restrito à verificação da
conformidade do ato com a norma legal que o rege.”
Desse conceito podemos extrair que o controle judiciário:
- É um controle de legalidade e legitimidade do ato administrativo. Sua consequência é a anulação
do ato.
- Em regra, é um controle posterior, corretivo sobre o ato praticado
- NÃO controla o mérito do ato administrativo. Assim, não há revogação do ato no controle judiciário.
ATENÇÃO! Em que pese não haver o controle de mérito, neste controle judiciário pode haver o
controle de atos discricionários.

Questões
(CESPE – MPR-RR – Analista) Os atos administrativos discricionários não são passíveis de controle pelo
Poder Judiciário.
Gabarito E

(CESPE – TRT-BA – Técnico Judiciário) O Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos
administrativos e anular os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo.
Gabarito C

(FCC – TRT-MT – Analista Judiciário) Sobre o controle e responsabilização da Administração Pública, é


INCORRETO afirmar:
a) Ao Poder Judiciário é vedado apreciar o mérito administrativo e, ao exercer o controle judicial, está
restrito ao controle da legitimidade e legalidade do ato impugnado.
b) Controle Administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública exerce sobre
sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
c) O Controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública tem que se limitar às hipóteses
previstas na Constituição Federal, sob pena de afronta ao princípio de separação de poderes.
d) No Controle Judicial, o Poder Judiciário exerce o poder fiscalizador sobre a atividade administrativa do
Estado, alcançando, além dos atos administrativos do Executivo, atos do Legislativo e do próprio Judiciário
quando realiza atividade administrativa.
e) O Controle Legislativo alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta,
mas jamais o Poder Judiciário, mesmo quando este último executa função administrativa.
Gabarito E

(CESPE – TCE-PE – Auditor de Controle Externo) Os tribunais de contas estaduais têm competência
constitucional para impor sanções, razão pela qual o Poder Judiciário não pode desempenhar o controle de
legalidade dos atos de fiscalização por eles exercidos.
Gabarito E.

Os meios para exercer o controle judicial são diversos. A Constituição Federal prevê diversas ações
conhecidas como remédios constitucionais, os quais podemos destacar: habeas corpus, habeas data,
mandado de segurança individual, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção, ação popular e
direito de petição. Por ser objeto de estudos da matéria de Direito Constitucional, recomendo assistir aos
vídeos do Professor Emerson Bruno, no Youtube.

309
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Processo Administrativo
Lei 9.784/1999 – art. 1º.
(Videoaula 165)

A Lei 9.784/1999 regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.


“Art. 1o , da Lei 9.784/1999 - Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no
âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração”.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
União, quando no desempenho de função administrativa.
É uma lei Federal (e não nacional) aplicada à:
- Administração Federal direta e indireta.
- Órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União (desempenho da função administrativa).

Questão (CESPE – FUB) É obrigatório que os procedimentos administrativos que ocorrem no âmbito dos
órgãos da administração direta e indireta dos poderes executivos da União, dos estados, do DF e dos
municípios sejam regulados pela Lei Federal n.º 9.784/1999.
Gabarito E

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Questões
(CESPE – TRT-ES – Analista Judiciário) Acerca das disposições que regulam o processo administrativo no
âmbito da administração pública federal, julgue o seguinte item segundo a Lei n.° 9.784/1999.
Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e indireta; entidade é unidade
não dotada de personalidade jurídica.
Gabarito E

(CESPE – MPU – Técnico Administrativo) A respeito do processo administrativo (Lei n.º 9.784/1999), julgue
o item abaixo. De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, entidade é a unidade de atuação dotada de
personalidade jurídica, enquanto autoridade é o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Gabarito. C

Princípios - art. 2º (parte 1)


(Videoaula 166)

Lei 9.784/1999, Art. 2o - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Segundo Di Pietro: “Além disso, embora não referidos especificamente nesse dispositivo, outros
princípios decorrem implicitamente da lei, como o da impessoalidade e o da participação do administrado nos
atos do processo.”
Já Mello cita, também, os princípios do informalismo, da gratuidade, da verdade material e da
oficialidade, que merecem destaque.
Dica: assista aos vídeos das aulas:
- aula 157 – Princípios do processo Administrativo. Nesse, tratamos dos seguintes princípios: do
informalismo, da gratuidade, da verdade material, da oficialidade e da legalidade.
- aulas 21 a 25 – Princípios da Administração Pública

Questões
(ESAF – Receita Federal – Auditor Fiscal da Receita Federal) Nos termos da lei, a Administração Pública
Federal observará, em se tratando do processo administrativo, princípios específicos, exceto:
a) princípio da segurança jurídica.
311
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) princípio da razoabilidade.
c) princípio da eficiência.
d) princípio da insignificância.
e) princípio da motivação.
Gabarito D

(CESPE – Polícia Científica – PE – Auxiliar de Perito) O princípio que está expressamente previsto na lei
que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal (Lei n.° 9.784/ 1999),
dispondo que a administração pública deverá obedecê-lo, é o princípio da
a) razoabilidade.
b) impessoalidade.
c) publicidade.
d) indisponibilidade.
e) precaução.
Gabarito A

O parágrafo único do art. 2º ilustra os princípios citados, estabelecendo critérios a serem observados
nos processos administrativos. Faremos uma correlação entre os critérios e princípios elencados, na visão de
Alexandrino.
Art. 2º, Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios
de:
I - atuação conforme a lei e o Direito (legalidade);
II - atendimento a fins de interesse geral (impessoalidade/finalidade), vedada a renúncia total ou
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei (indisponibilidade do interesse público);
III - objetividade no atendimento do interesse público (impessoalidade/finalidade), vedada a promoção
pessoal de agentes ou autoridades (impessoalidade);
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (moralidade);
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição (publicidade);
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (razoabilidade e
proporcionalidade);

Questão (CESPE – ANAC – Técnico) O princípio da razoabilidade é assegurado no processo administrativo


por meio da adequação entre meios e fins e da vedação à imposição de obrigações, restrições e sanções
superiores àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.
Gabarito Certo

Princípios - art. 2º (parte 2)


(Videoaula 167)

Lei 9.784/1999, Art. 2o , Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (motivação);
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados (segurança
jurídica);
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados (segurança jurídica e informalismo);

Questão (FCC – TRF-5ª Região – Técnico Judiciário) Nos processos administrativos serão observados,
entre outros, os critérios de
I. atendimento a fins de interesse individual, válida a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei.
II. objetividade no atendimento do interesse público, permitida a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
III. divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
IV. adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados.
No tocante a Lei nº 9.784/99, está INCORRETO o que consta APENAS em
a) I e II.

312
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e IV.
Gabarito A

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e


à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio (ampla
defesa e contraditório);
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (gratuidade);

Questão (CESPE – MI – Administrador) Julgue o próximo item, referente ao processo administrativo. O


princípio da gratuidade aplica-se a todo e qualquer processo administrativo.
Gabarito E

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados
(oficialidade);

Questão (CESPE – ANAC – Analista) No âmbito administrativo, o princípio da oficialidade assegura a


possibilidade de instauração do processo por iniciativa da administração, independentemente de
provocação do administrado e, ainda, possibilita o impulsionamento do processo, com a adoção de todas as
medidas necessárias a sua adequada instrução.
Gabarito C

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público
a que se dirige (impessoalidade e finalidade), vedada aplicação retroativa de nova interpretação (segurança
jurídica).

Questões (CESPE – TER-PE – Analista Judiciário) Conforme a Lei n.º 9.784/1999, nos processos
administrativos, a administração pública está proibida de aplicar nova interpretação de forma retroativa, em
decorrência do princípio do(a)
a) segurança jurídica.
b) legalidade.
c) informalismo ou formalismo mitigado.
d) oficialidade.
e) finalidade.
Gabarito A

(CESPE – ANEEL – Cargo Nível Superior) A administração pública pode, independentemente de


provocação do administrado, instaurar processo administrativo, como decorrência da aplicação do princípio
da oficialidade.
Gabarito C

Direitos e Deveres dos Administrados - art. 3º e 4º.


(Videoaula 168)

Dos Direitos dos Administrados


Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado,
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por
força de lei.
Dos Deveres dos Administrados
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em
ato normativo:

313
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

I - expor os fatos conforme a verdade;


II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Questões
(FCC – TRT-SC – Técnico Judiciário) Acerca dos direitos e deveres dos administrados previstos na Lei n°
9.784/1999, que regula os processos administrativos no âmbito da Administração Pública Federal,
considere:
I. O administrado tem o dever de prestar as informações que lhe forem solicitadas.
II. É direito do administrado formular alegações e apresentar documentos antes da decisão.
III. O administrado tem o direito de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações.
IV. O administrado deve fazer-se assistir, obrigatoriamente, por advogado.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) III e IV.
Gabarito A

(FGV – TJ-AM – Analista Judiciário) As alternativas a seguir apresentam deveres do administrado perante a
Administração, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Deve expor os fatos conforme a verdade.
b) Deve proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé.
c) Deve prestar as informações que lhe forem solicitadas.
d) Deve agir de modo temerário.
e) Deve colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Gabarito D

Início do Processo - art. 5º a 8º.


(Videoaula 169)

Esses artigos abordam como inicia-se o processo administrativo.


Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. (princípio da
oficialidade)
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Questão (CESPE – TCE-RN – Assessor Técnico Jurídico) O processo administrativo pode-se iniciar a
pedido de interessado, mas o equívoco na identificação do destinatário do requerimento inicial enseja
recusa motivada da administração ao recebimento de documentos.
Gabarito E

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados


para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

Questão (FCC – TRF-5ª – Analista Judiciário) Segundo a Lei no 9.784/99, no que diz respeito ao início do
processo é INCORRETO afirmar:
a) O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

314
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b) É lícito à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o


interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
c) O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser
formulado por escrito.
d) Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para
assuntos que importem pretensões equivalentes.
e) Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
Gabarito B

Interessados - art. 9º e 10.


(Videoaula 170)

Este artigo 9º enumera quem são as pessoas que podem dar início ao processo administrativo.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no
exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados
pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio.

Questão (FCC – TRT-GO – Analista Judiciário) De acordo com a Lei que regula o processo administrativo
no âmbito da Administração Pública Federal, NÃO se incluem, dentre os legitimados como interessados no
processo administrativo,
a) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos.
b) as pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no
exercício do direito de representação.
c) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela
decisão a ser adotada.
d) quaisquer pessoas do povo, mesmo que não possam ser atingidas pela decisão a ser adotada.
e) as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Gabarito D

Competência - art. 11 a 17.


(Videoaula 171)

Estes artigos tratam sobre a competência, bem como sua delegação e avocação.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Questão (CESPE – TCU – Técnico de Controle Externo) A competência é irrenunciável e se exerce pelos
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria. Como exceção, pode ser objeto de delegação a
decisão a ser proferida em recursos administrativos.
Gabarito E

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
315
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§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do


delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício
da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Questão (CESPE – ANP – Especialista em Regulação) Suponha que determinada autoridade administrativa
tenha delegado a outro titular atribuições de sua competência. Todavia, por motivo de conveniência,
revogou seu ato. Nessa situação, ambos os atos devem ser publicados no meio oficial.
Gabarito C

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Questão (CESPE – ANATEL – Analista Administrativo) A avocação temporária de competência é admitida,


desde que seja em caráter excepcional e se relacione a órgãos hierarquicamente subordinados,
prescindindo da relevância dos motivos e de justificação.
Gabarito E

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

Questão (FCC – TCE-GO – Analista de Controle Externo) Considere:


I. O processo administrativo somente poderá ter início mediante pedido do interessado.
II. Não pode ser objeto de delegação a decisão de recursos administrativos.
III. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo poderá ser iniciado perante a
autoridade de qualquer grau hierárquico para decidir:
Considerando a regulamentação do processo administrativo no âmbito da Administração Pública do Estado
de Goiás, está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.
Gabarito C

Impedimento e Suspeição - art. 18 a 21.


(Videoaula 172)

Suspeição significa suspeita, dúvida, desconfiança.


O impedimento e suspeição são medidas preventivas que existem para afastar, do processo
administrativo, servidor ou autoridade que poderiam ser imparciais no decorrer do processo.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares.

Questão (FCC – TRE-AC – Técnico Judiciário) Sou servidor público e, para atuar, recebi um processo
administrativo de interesse de meu sobrinho. Nesse caso,
a) posso atuar somente se ninguém alegar que ocorre a suspeição.
b) não há impedimento legal e devo atuar normalmente.

316
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c) devo comunicar o fato à autoridade competente e abster-me de atuar.


d) tenho a faculdade de atuar ou não, segundo meu exclusivo critério.
e) devo atuar, mas sou obrigado a comunicar o fato, para controle, à autoridade competente.
Gabarito C

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e
afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo.

Questões
(FCC – TRE-RO – Técnico Judiciário) Theodoro, no curso de determinado processo administrativo no qual
figura como parte interessada, ao detectar situação de suspeição do servidor responsável pela condução do
processo, alega a suspeição, postulando pela imediata abstenção do servidor em atuar no feito. Ao ser
apreciada a alegação de suspeição, a mesma é indeferida. Nesse caso, nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) não é cabível recurso, por tratar-se de decisão irrecorrível.
b) é cabível recurso, com efeito suspensivo.
c) é cabível recurso, sem efeito suspensivo.
d) não foi correta a forma como se deu a alegação de suspeição, pois tal alegação compete única e
exclusivamente ao servidor suspeito.
e) não poderia ter sido negada a alegação de suspeição, por tratar-se de situação objetiva, que não
comporta indeferimento.
Gabarito C

(CESPE – TRT-CE – Analista Judiciário) Alexandre, incumbido de julgar processo administrativo com base
na Lei n.º 9.784/1999, após incidente de suspeição, foi afastado dessa atividade.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que corresponde ao motivo que pode ter
provocado a suspeição de Alexandre e seu afastamento do processo.
a) Alexandre é inimigo declarado do cônjuge da pessoa interessada.
b) Alexandre litiga judicialmente com a pessoa interessada.
c) Alexandre tem interesse direto ou indireto na matéria.
d) Alexandre participa do processo como testemunha.
Gabarito A

Forma, tempo e lugar dos atos do processo - art. 22 a


25.
(Videoaula 173)

- Forma
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir. (princípio da informalidade)
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida
de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

Questão (CESPE – MC – Nível Superior em Direito) Acerca das regras previstas pela Lei n.º 9.784/1999,
que regulam o processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue o item que se
segue.
Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização e a assinatura da autoridade responsável, cuja firma deverá ser sempre reconhecida para que
não haja dúvida de sua autenticidade.
Gabarito E

- Tempo
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo.

317
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo
e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força
maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada
justificação.
- Lugar
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se
o interessado se outro for o local de realização.

Questão (FCC – TRE-RS – Técnico Judiciário) Dentre as regras a serem observadas no processo
administrativo previsto na Lei nº 9.784/99, NÃO consta que
a) os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
interessado se outro for o local de realização.
b) os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização e a assinatura da autoridade responsável.
c) o processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
d) os documentos exigidos em cópia devem ser necessariamente autenticados por Ofício de Notas.
e) os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição
na qual tramitar o processo.
Gabarito D

Comunicação dos Atos - art. 26 a 28.


- É comum no decorrer de um processo administrativo, a administração pública necessitar de
informações presenciais do particular. Este capítulo trata da comunicação da intimação realizada ao particular.
(Videoaula 174)

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação
do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento,
por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação
deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a
renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao
interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra
natureza, de seu interesse.

Questão (FCC – TRT-AL – Analista Judiciário) Sócrates na qualidade de legítimo interessado no processo
administrativo instaurado pelo Tribunal Regional do Trabalho, no desempenho de sua função administrativa,
foi intimado para comparecer pessoalmente à autoridade processante. Entretanto, Sócrates não atendeu à
referida intimação. Nesse caso, é certo que o desatendimento da intimação
a) afasta o direito de ampla defesa ao referido interessado.
b) importa na renúncia a seu direito e na preclusão.
c) implica no reconhecimento legal da verdade dos fatos.

318
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

d) não importa o reconhecimento da verdade dos fatos.


e) implica no arquivamento do processo e em sanção administrativa.
Gabarito D

Instrução – parte 1 - art. 29 a 35.


(Videoaula 175)

Vamos estudar sobre a instrução do processo administrativo.


Instrução pode ser definida como:
Reunião ou procura de provas;
Documentar ou apresentar o processo com as provas;
Esclarecer, elucidar;
Averiguar e comprovar os dados necessários a esclarecer, elucidar e tomar decisão.
Perceba que o artigo 29, a seguir, trata sobre o princípio da oficialidade no processo administrativo.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à
tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem
prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do
processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos
oneroso para estes.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.
Consulta Pública – é um mecanismo de transparência quando a matéria do processo envolver assunto
de interesse geral. Incentiva a participação da sociedade e amplia a discussão sobre o assunto. Através da
manifestação de terceiros a Administração Pública obtém informações, opiniões e críticas a respeito de
determinado item, para que seja feita a melhor tomada de decisão.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes
da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações
escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo,
mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as
alegações substancialmente iguais.

Questão (CESPE – FUB – Conhecimentos Básicos) Quando a matéria do processo envolver assunto de
interesse geral, poderá ser aberto período de consulta pública para a manifestação de terceiros, se não
houver prejuízo para a parte interessada.
Gabarito C

Audiência Pública é o nome que define uma reunião organizada, em que a comunidade aponta seus
problemas e apresenta suas propostas e sugestões aos órgãos públicos. Trata-se de um importante
mecanismo que garante a participação popular na discussão e solução de assuntos de interesse público.
(fonte: site Ministério Público do PR - http://www.mppr.mp.br/pagina-4756.html)
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá
ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente
reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de
administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes
dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Questão (FCC – TRT-RS – Analista Judiciário) As atividades de instrução destinadas a averiguar e


comprovar os dados necessários a tomada de decisão devem atender a certos requisitos. E, no que se
refere à consulta e audiência pública, é correto afirmar que,

319
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) é vedada aos órgãos e entidades administrativas, em qualquer hipótese, o estabelecimento de outros


meios de participação de administrados.
b) os resultados da audiência pública devem ser apresentados com a indicação do procedimento adotado,
condição desnecessária quando tratar-se de consulta pública.
c) tendo em vista a natureza informal da consulta pública, são admitidas no processo administrativo
quaisquer espécies de provas, inclusive as obtidas por meio ilícitos.
d) a consulta pública é cabível em todas as matérias do processo, ainda que envolvam assuntos de matéria
individual, salvo os de natureza difusa em razão das peculiaridades da consulta e da audiência pública.
e) os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de
participação de administrados, diretamente ou por meio de associações legalmente reconhecidas.
Gabarito E

Instrução – parte 2 - art. 36 a 41


(Videoaula 176)

Esta parte abordará o assunto provas e diligências.


A diligência aqui abordada tem o sentido de pesquisa para elucidação de questões. São inquirições,
vistorias, exames, em regra, realizada em local diverso da repartição pública.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído
ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes
na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente
para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do
processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e
condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante
a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva
apresentação implicará arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima
de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

Questão (FCC – TRE-AP – Analista Judiciário) Romilda, é interessada em processo administrativo no


âmbito da Administração Pública Direta. Neste processo foi intimada para comparecer em determinada
diligência na véspera de sua realização. Neste caso,
a) a Lei no 9.784/99 foi desrespeitada, tendo em vista que a intimação observará a antecedência mínima de
cinco dias úteis quanto à data de comparecimento.
b) Romilda deverá comparecer em razão da legalidade de sua intimação, uma vez que a Lei no 9.784/99
prevê que esta poderá ocorrer até a véspera da data de comparecimento.
c) a Lei no 9.784/99 foi desrespeitada, tendo em vista que a intimação observará a antecedência mínima de
três dias úteis quanto à data de comparecimento.
d) a Lei no 9.784/99 foi desrespeitada, tendo em vista que a intimação observará a antecedência mínima de
dez dias úteis quanto à data de comparecimento.
e) a Lei no 9.784/99 foi desrespeitada, tendo em vista que a intimação observará a antecedência mínima de
quarenta e oito horas à data de comparecimento.
Gabarito C

Instrução – parte 3 - art. 42 a 47


(Videoaula 177)

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

O próximo artigo a ser analisado é o 42, que aborda o tema referente a órgão consultivo. Como a
própria denominação sugere, é um órgão criado para consultas da administração pública. Como exemplo,
podemos citar o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
(http://www2.mma.gov.br/port/conama/estr.cfm)
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido
no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá
seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se
omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de
órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela
instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica
equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas
dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por
sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório
indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão,
objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.

Questão (FCC – MPE-CE – Analista) Considere as seguintes assertivas concernentes à fase de instrução
do processo administrativo, no âmbito da Administração Pública Federal:
I. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
II. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
III. Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter
prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
atendimento.
IV. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos
administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Nos termos da Lei no 9.784/99, está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) I e IV.
Gabarito C

Dever de Decidir
(Videoaula 178)

Esta parte aborda sobre o dever de decidir. Perceba que o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado
por mais 30 dias.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos
e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

Questão (FCC – TRT-AL – Analista Judiciário) No curso de determinado processo administrativo, a parte
interessada interpôs recurso administrativo, que deveria ter sido decidido dentro do prazo de trinta dias,
contados do recebimento dos autos pelo órgão competente, conforme preceitua a Lei no 9.784/99. No

321
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

entanto, passados quarenta dias do recebimento, a autoridade competente ainda não havia proferido
decisão no recurso. A propósito do tema, a autoridade competente
a) deverá decidir no prazo, máximo, de cento e vinte dias, não sendo necessário justificar a extensão do
prazo, haja vista a discricionariedade de tal prorrogação.
b) violou o dever de decidir, pois deveria ter decidido no prazo improrrogável de trinta dias, estando a
demora eivada de ilegalidade.
c) deverá decidir no prazo, máximo, de quarenta e cinco dias, desde que justifique de forma explícita a
necessidade de extensão do prazo.
d) deverá decidir no prazo, máximo, de quarenta e cinco dias, não sendo necessário justificar a extensão do
prazo, haja vista a supremacia do interesse público.
e) não violou o dever de decidir, caso tenha prorrogado o prazo de trinta dias por igual período, justificando
de maneira explícita.
Gabarito E

Lei 9.784/1999 – art. 50 – Motivação


(Videoaula 179)

Já aprendemos motivação na aula de Atos Administrativos (videoaula 96 – Atos Administrativos –


Motivação).
Só pra recordar, segundo Mello: "Motivação é a exposição dos motivos, a fundamentação na qual são
enunciados a regra de Direito habilitante, os fatos em que o agente se estribou para decidir e, muitas vezes,
obrigatoriamente, a enunciação da relação de pertinência lógica entre os fatos ocorridos e o ato praticado.
(...) A motivação integra a "formalização" do ato, sendo um requisito formalístico dele".
Nem todo ato administrativo exige-se motivação. Entretanto, caso um determinado ato exija sua
motivação, e esta não for feita, ele será anulado por vício de forma e não por vício de motivo.
Sendo assim, a Lei 9.784/99 enumera os atos administrativos que deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, conforme a seguir.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Questões
(FCC – TJ-PE – Juiz) Conforme o Direito federal vigente, como regra, não há necessidade de motivação de
atos administrativos que
a) imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções.
b) promovam a exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão.
c) decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública.
d) dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório.
e) decorram de reexame de ofício.
Gabarito B

(CESPE – DETRAN-ES – Advogado) Devem ser obrigatoriamente motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, os atos praticados na administração pública federal que, entre outras hipóteses,
importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
Gabarito C

§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de


concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste
caso, serão parte integrante do ato.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (CESPE – ANS – Analista Administrativo)Todo ato da ANS que imponha deveres a uma operado
setorial deve ser motivado de modo explícito, claro e congruente, sob pena de nulidade.
Gabarito C

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da
respectiva ata ou de termo escrito.

Questão (CESPE – STJ – Técnico Judiciário) Como regra geral os atos administrativos devem ser
motivados, com a clara indicação dos fatos e fundamentos, sendo, por esse motivo, vedadas as decisões
orais.
Gabarito E

Lei 9.784/1999 – art. 51 e 52 – Desistência e outros


casos de extinção do processo.
(Videoaula 180)

Vamos estudar sobre a desistência e extinção do processo.


Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o
objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

Questão (VUNESP – Prefeitura de Cerquilho – Procurador Jurídico) A propósito da desistência e da


extinção de processo administrativo tratado na Lei federal n° 9.784/99, assinale a alternativa correta.
a) O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir do pedido formulado, não se admitindo
desistência parcial.
b) É defeso ao interessado renunciar a direitos, sejam eles disponíveis ou indisponíveis.
c) Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia de um atinge a todos indistintamente.
d) A desistência ou renúncia do interessado sempre prejudica o prosseguimento do processo pela
Administração.
e) O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando o objeto da decisão se tornar impossível,
inútil ou prejudicado por fato superveniente.
Gabarito E

Lei 9.784/1999 – art. 53 a 55 – Anulação, Revogação e


Convalidação.
(Videoaula 181)

Sobre anulação, revogação e convalidação estudamos anteriormente em Atos Administrativos.


Vamos estudar, aqui, qual a abordagem conferida pela Lei 9.784/99.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que
importe impugnação à validade do ato.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (CESPE – IBAMA – Analista Administrativo) Acerca da revogação do ato administrativo, julgue os
itens que se seguem.
O direito da administração de revogar os seus atos decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
(FGV – TJ-PA – Juiz) Com base na Lei 9.784/99, analise as afirmativas a seguir.
I. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
II. O prazo de decadência, na hipótese de efeitos patrimoniais contínuos, será contado a partir da percepção
do primeiro pagamento.
III. A convalidação é da competência privativa da própria Administração, logo, é incabível que o órgão
jurisdicional pratique a convalidação de atos administrativos, a menos que se trate de seus próprios atos
administrativos.
IV. Na revogação, a Administração Pública atua com discricionariedade, exercendo o poder de autotutela
quanto a motivos de mérito, avaliando a conveniência e a oportunidade de suprimir o ato administrativo.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito E

Lei 9.784/1999 – art. 56 a 60 – Recurso.


(Videoaula 182)

No processo administrativo, quando o particular não se conforma com a decisão, há a possibilidade


de ele entrar com um recurso administrativo. Vamos agora estudá-lo.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

Questão (CESPE – TCE-ES – Auditor) É permitido à administração pública exigir do administrado, para a
admissibilidade de recurso administrativo, depósito prévio em dinheiro.
Gabarito E

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante,


caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar
o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

Questão (CESPE – TRT -ES – Analista Judiciário) Se o recorrente de decisão administrativa alegar que a
decisão contraria enunciado de súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se
não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
inaplicabilidade da súmula.
Gabarito C

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Questão (FCC – TRT-AL – Técnico Judiciário) Dario, titular de cargo efetivo na administração federal,
oficiando em processo administrativo e designado para analisar a legitimidade para a interposição de um
recurso administrativo, deverá ter conhecimento de que não tem legitimidade para tanto

324
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

a) as associações, quanto aos direitos difusos.


b) os cidadãos, quanto aos interesses difusos.
c) aqueles cujos direitos forem indiretamente afetados pela decisão recorrida.
d) os titulares de interesses que forem parte nesse processo.
e) as organizações, no tocante a direitos ou interesses individuais.
Gabarito E

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo
máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Lei 9.784/1999 – art. 61 a 65 – Recurso Administrativo e


Revisão.
(Videoaula 183)

Nesta aula, além do recurso administrativo, vamos estudar a revisão. Que é parecida com o recurso,
porém, ocorre quando:
- já houve o julgamento administrativo;
- resulte sanção; e
- surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe
devolvido o prazo para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde
que não ocorrida preclusão administrativa.

Questão (CESPE – FUB – Conhecimentos Básicos) Cláudio, servidor público federal lotado na capital
federal, pediu remoção para o estado de São Paulo. O pedido foi deferido pelo órgão ao qual ele pertence.
Imediatamente, Cíntia, sua esposa, também servidora pública federal lotada em Brasília, solicitou remoção
para acompanhar o cônjuge. O pedido de Cíntia foi negado. Quinze dias depois da data de ciência da
decisão, Cíntia apresentou recurso, que não foi conhecido, por ter sido apresentado fora do prazo. Diante
disso, Cíntia, sem prévia autorização do chefe imediato, se ausentou do serviço durante o expediente para
auxiliar na mudança de Cláudio.
A decisão da administração de não conhecer o recurso está correta: quinze dias não é o prazo previsto em
lei para a apresentação de recurso.
Gabarito C

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar,
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do
recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente
para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o
caso.
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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado
da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do
recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de
responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção

Questão (FCC – TRE-AC – Técnico Judiciário) A revisão do processo administrativo


a) tem cabimento em qualquer tipo de processo, tenha sido aplicada sanção ou não.
b) só tem cabimento a pedido do interessado.
c) não pode ser pedida se já tiver ocorrido a coisa julgada administrativa.
d) subordina-se à existência de fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada.
e) pode implicar o agravamento da sanção imposta.
Gabarito D

Lei 9.784/1999 – art. 66 e 67 – Contagem de Prazos.


Nesta aula, vamos estudar a contagem de prazos no processo administrativo. Um detalhe importante
é que ele sempre inicia no dia seguinte em que o requerente é cientificado.
(Videoaula 184)

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em
que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não
houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
(FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – adaptada para C ou E) Os prazos começam a correr a partir
da data da sua edição, incluindo-se na contagem o dia do começo e excluindo-se o do vencimento.
Gabarito E
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se
suspendem.

Questão (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário) No que diz respeito aos prazos que devem ser observados
no processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é correto afirmar que, de regra, os
prazos fixados em
a) horas, contam-se de minuto a minuto, e sempre admitem suspensão.
b) dias contam-se de data a data, e sempre admitem suspensão.
c) semanas contam-se de forma descontínua, e não se suspendem.
d) anos contam-se de modo contínuo, e sempre admitem suspensão.
e) meses contam-se de data a data, e não se suspendem.
Gabarito E

Lei 9.784/1999 – art. 68 e 70 – Sanções e Disposições


Finais.
(Videoaula 185)

Nesta aula, vamos estudar Sanções genéricas a serem aplicadas. E em Disposições Finais, o foco
principal para concursos públicos é o art 69-A, que trata de prioridade na tramitação do processo
administrativo.

Sanções
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Questão (FCC – TRT-AL – Analista Judiciário) Nos termos da Lei no 9.784/99, que regula o processo
administrativo no âmbito da Administração pública federal, as sanções, desde que assegurado o prévio
direito de defesa, serão aplicadas por autoridade competente e
a) terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer.
b) terão natureza, exclusivamente, pecuniária.
c) consistirão, exclusivamente, em obrigação de fazer.
d) terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação tão somente de fazer.
e) consistirão, exclusivamente, em obrigação de não fazer.
Gabarito A

Disposições Finais
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.

Questão (CESPE – INCA – Analista) Aos processos administrativos disciplinares instaurados para apurar
infração disciplinar praticada por servidor público civil da União serão aplicadas, de forma subsidiária, as
normas insertas na Lei n.º 9.784/1999 (lei que regula o processo administrativo no âmbito da administração
pública federal).
Gabarito C

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
III – (VETADO)
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
processo.
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá
requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas.
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.

Questão (CESPE – PC-ES – Escrivão de Polícia) Terão prioridade na tramitação do processo


administrativo, em qualquer órgão ou instância, em que figurem como partes ou interessados, pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos, pessoas portadoras de deficiência, física ou mental, e portadores de
doenças graves.
Gabarito: C

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Observação: a data da publicação foi 01/02/1999.

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Agentes Públicos

Conceito, Espécies e Classificação


(Videoaula 186)

Introdução
Quando se fala no termo “Agente Público”, vem logo à cabeça aquela figura do servidor público
concursado que trabalha para o governo.
Porém, o conceito de Agente Público é bem mais amplo, não importando se ele é remunerado ou
não, nem se o vínculo com o Estado é permanente ou temporário. O importante é que o indivíduo esteja
atuando em uma atribuição de acordo com a vontade do Estado, como estudaremos a seguir.

Conceito
Segundo Meirelles: “Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou
transitoriamente, do exercício de alguma função estatal”.

Questão (FEC – MPA – Agente Administrativo) Perim e Quiom, estudando sobre servidores públicos,
ficaram com dúvida da expressão Agentes Públicos. Os servidores públicos são uma espécie dentro do
gênero "agentes públicos". Entende-se por Agentes Públicos os:
a) ocupantes que servem ao Poder Privado, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodicamente.
b) sujeitos que servem unicamente ao Poder Público.
c) sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua vontade ou ação, ainda
quando o façam apenas ocasional ou episodicamente.
d) ocupantes dos que não integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do
Poder.
e) sujeitos que integram as empresas privadas, ainda que o façam apenas ocasional ou episodicamente.
Gabarito C

Espécies e Classificação
A doutrina costuma tratar os termos “espécies” e “classificação” de agentes públicos como sinônimos.
Segundo Meirelles, os agentes públicos repartem-se inicialmente em cinco espécies ou categorias
bem diferenciadas, a saber:
agentes administrativos;
agentes políticos;
agentes honoríficos;
agentes delegados e
agentes credenciados.

Classificação – Agentes Administrativos


(Videoaula 187)

Vamos tratar de cada uma das espécies de agentes públicos, segundo a classificação de Meirelles.
Agentes administrativos
Segundo Alexandrino: “são todos aqueles que exercem uma atividade pública de natureza profissional
e remunerada, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pelo ente federado ao qual
pertencem. São os ocupantes de cargos públicos, de empregos públicos e de funções públicas nas
administrações direta e indireta das diversas unidades da Federação, nos três Poderes”.
Esses agentes administrativos podem sem classificados em:
a) Servidores Públicos (servidores estatutários) – segundo Di Pietro, são “sujeitos ao regime
estatutário e ocupantes de cargos públicos”.
Esses cargos públicos podem ser tanto de provimento efetivo, como de provimento em comissão. O
estatuto, no caso dos servidores públicos federais, é regido pela Lei 8.112/90.
Por exemplo: Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, Técnico da Previdência Social, Analista
Judiciário.
b) Empregados Públicos – segundo Di Pietro, são “contratados sob o regime da legislação trabalhista
e ocupantes de emprego público”,
329
Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Esses empregados públicos são os chamados “celetistas”. Dessa forma, a relação de trabalho é
regida pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Os empregados públicos, em regra, estão nas
empresas estatais. Por exemplo: trabalhadores do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da
Petrobrás, da Dataprev.
c) Servidores Temporários – estão previstos na Constituição Federal, art. 37, IX. São os contratados
por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
Percebe-se, por exclusão, que esses servidores não tem vinculo estatutário e nem trabalhista
(celetista), mas são remunerados pelo dinheiro público e existe vínculo de emprego.
Por exemplo: servidor contratado para dedetizar determinada área urbana em época de epidemia de
dengue.

Questão (FCC – TRE- AL – Analista Judiciário) Do gênero agente público, a espécie agente administrativo,
representa a grande massa de prestadores de serviços, subdividindo-se esta no mínimo em três categorias,
a saber:
a) Temporários, Comissionados e Concursados.
b) Servidores Públicos, Empregados Comissionados e Temporários.
c) Empregados Públicos, Agentes Comissionados e Delegados.
d) Servidores Públicos, Empregados Públicos e Temporários.
e) Concursados, Funcionários Públicos e Comissionados.
Gabarito D

Classificação – Agentes Políticos


(Videoaula 188)

Agentes Políticos
Segundo Meirelles: “agentes políticos são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões,
investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação
para o exercício de atribuições constitucionais.”
Os agentes políticos:
- estão nos primeiros escalões;
- atuam com independência funcional (em regra, não são subordinados);
- possuem prerrogativas próprias e legislações específicas.

Meirelles inclui nessa categoria:


- Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos);
- Auxiliares direto dos Chefes de Executivo (Ministros e Secretários de Estado e de Município);
- Membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores);
- Membros do Poder Judiciário (Juízes, Desembargadores e Ministros de Tribunais Superiores);
- Membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores Públicos);
- Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros);
- Representantes Diplomáticos.

Questões (CESPE – ANS – Técnico Administrativo) Um secretário estadual de educação é considerado um


agente político.
Gabarito C
(FCC – TRE-AP – Analista Judiciário) NÃO constitui exemplo de agente político, dentre outros, o
a) Secretário da Educação.
b) Ministro da Justiça.
c) Senador.
d) Vereador.
e) Coronel da Polícia Militar.
Gabarito E

(FCC – TRT-PE – Juiz do Trabalho) O conceito de agente público NÃO é coincidente com o de agente
político, cabendo destacar que
a) os particulares que atuam em colaboração com a Administração, embora no exercício de função estatal,
não são considerados agentes públicos.
b) todos aqueles que exercem função estatal em caráter transitório, sem vínculo com a Administração, não
são considerados agentes públicos e sim agentes políticos.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

c) apenas os ocupantes de cargos, empregos e funções na Administração pública podem ser considerados
agentes públicos.
d) são exemplos de agentes políticos os Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos, assim entendidos
Ministros e Secretários de Estado.
e) os detentores de mandato eletivo são os únicos que se caracterizam como agentes políticos.
Gabarito D

Classificação – Agentes Honoríficos


(Videoaula 189)

Agentes Honoríficos, segundo Meirelles: “são cidadãos convocados, designados ou nomeados para
prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua
honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou
estatutário e, normalmente, sem remuneração”.
E, continua Meirelles: “os agentes honoríficos não são servidores públicos, mas momentaneamente
exercem uma função pública e, enquanto a desempenham, sujeitam-se à hierarquia e disciplina do órgão a
que estão servindo, podendo perceber um pro labore e contar o período de trabalho como de serviço público”.
Como exemplo podemos citar: mesários eleitorais, jurados, membros dos Conselhos Tutelares
criados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, dentre outros.

Os agentes honoríficos:
- são convocados, designados ou nomeados;
- prestam, transitoriamente, determinados serviços ao Estado;
- sem vínculo empregatício ou estatutário;
- não incidem as proibições constitucionais de acumulação de cargos, funções ou empregos (art 37,
XVI e XVII).

Questão (CESPE – ANS – Técnico Administrativo) Os ocupantes de cargo ou função em comissão são
considerados agentes honoríficos.
Gabarito E

Classificação – Agentes Delegados


(Videoaula 190)

Agentes delegados, segundo Meirelles: “são particulares que recebem a incumbência da execução
de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas
segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do delegante”.
Como exemplo podemos citar: concessionários e permissionários (dica: assista às videoaulas sobre
serviços públicos), os leiloeiros, os tradutores públicos.

Assista a um vídeo sobre tradutor público: “Tradutor Juramentado (519)”


https://www.youtube.com/watch?v=d_KH55ZEBGQ

Os agentes delegados:
- não são servidores públicos (não possuem vínculo de trabalho com o estado);
- não são honoríficos;
- não representam o estado;
- são colaboradores do Poder Público;
- estão sujeitos à responsabilidade civil objetiva (CF, art. 37, § 6º) e ao mandado de segurança;
- o estado responde subsidiariamente (segundo Meirelles).

Questão (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo) Os agentes particulares colaboradores,
como, por exemplo, os concessionários e permissionários de serviços públicos, embora atuem em funções
públicas delegadas pelo Estado, não são agentes públicos, ante a ausência de vínculo estatutário, celetista
ou eletivo com a administração.
Gabarito E

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Classificação – Agentes Credenciados


(Videoaula 191)

Agentes credenciados, segundo Meirelles: “são os que recebem a incumbência da Administração


para representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder
Público credenciante”.
Como exemplo, podemos citar estudantes que foram credenciados a representar oficialmente o Brasil
em um evento internacional de tecnologia, como na reportagem intitulada: “Discentes da UFRA Paraupebas
são credenciados para representar o Brasil na XIX Exporecerca Jove, na Espanha”, cujo link é:
https://novo.ufra.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1373:discentes-da-ufra-
parauapebas-sao-credenciados-para-representar-o-brasil-na-xix-exporecerca-jove-na-espanha-
2&catid=17&Itemid=121

Questões
(CESPE – TJ-AP – Analista Judiciário) Enquanto os agentes honoríficos são convocados, designados ou
nomeados para prestar transitoriamente determinados serviços do Estado, os agentes credenciados
recebem incumbência da administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade
específica, mediante remuneração.
Gabarito C

(IF-PE – Assistente em Administração) Agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das
proposições a seguir sobre os agentes públicos.
Tipo de agente - Características - Exemplo
( ) Agente político - Recebe a incumbência da administração para praticar determinados atos, com ou sem
remuneração. - Prefeito
( ) Agente honorífico - Colabora transitoriamente com o Estado em função de sua honra ou condição cívica.
Mesário
( ) Agente delegado - Por delegação do Estado, executa atividade ou serviço público sob fiscalização
administrativa. - Jurado
( ) Agente administrativo - Sujeita-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico próprio da entidade. -
Servidor público
( ) Agente credenciado - É investido em seu cargo por meio de eleição, nomeação ou designação. -
Intérprete juramentado
Marque a alternativa que completa corretamente, de cima para baixo, os parênteses.
a) F – F – V – F – V
b) V – V – F – V – V
c) F – V – V – F – F
d) F – V – F – V – F
e) V – F – F – V – V
Gabarito D

Funcionários Públicos e Revisão Agentes Público.


(Videoaula 192)

Antes da Constituição Federal de 1988 empregava-se o termo “funcionários públicos” nas normas
legais. Já a Constituição vigente abandonou esse termo que ainda está presente no Código Penal (art. 327),
conforme transcrito a seguir:

“Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”

Dessa forma, segundo Alexandrino: “o conceito de funcionário público é a mais amplo possível,
correspondendo à da expressão “agente público”, consagrada no âmbito do direito administrativo”.

Questão (CESPE – CNJ – Técnico Judiciário) Considere que determinado cidadão tenha sido convocado
como mesário em um pleito eleitoral. Nessa situação hipotética, no exercício de suas atribuições, ele deve
ser considerado agente político e, para fins penais, funcionário público.

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Apostila de Direito Administrativo Prof. Eduardo Tanaka

Gabarito E

Servidores Públicos

Na classificação de Meirelles, podemos entender o termo “Servidores Públicos” sob 2 aspectos:


1) Servidores públicos em sentido amplo – “são todos os agentes públicos que se vinculam à
Administração Pública, direta e indireta, do Estado, sob regime jurídico estatutário regular, geral ou peculiar,
ou administrativo especial, ou celetista (regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT), de natureza
profissional e empregatícia”.
2) Servidores públicos em sentido estrito (ou estatutário) – “são os titulares de cargo público efetivo e
em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração direta, das
autarquias e das fundações públicas com personalidade de Direito Público”.

Militares

Ao contrário de Meirelles, Di Pietro elenca como mais uma espécie de agente público, os Militares,
que segundo a autora: “abragem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas – Marinha,
Exército e Aeronáutica – e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e Distrito
Federal, com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres
públicos”.

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