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PM-SP

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

SOLDADO PM
DE 2ª CLASSE

CONTEÚDO
- Língua Portuguesa
GRÁTIS
- Matemática CONTEÚDO ONLINE
- História Geral
- História Do Brasil Geografia - Mecanismos
- Geografia Geral da Natureza

- Geografia Do Brasil História - História do Brasil

- Atualidades
Informática
- Noções Básicas de Informática
Matemática - Números
- Noções de Administração Pública Naturais Inteiros e Racionais

Direito Administrativo
CONTEÚDO DE ACORDO COM O ÚLTIMO EDITAL - Ato Administrativo
2020 COLEÇÃO PREPARATÓRIA
Polícia Militar do Estado de São Paulo

PM-SP
Soldado
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior,
para que o aluno antecipe seus estudos.

JN034-N0
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
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OBRA

Polícia Militar do Estado de São Paulo - PM-SP

Soldado

Atualizada até 01/2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
História Geral - Profª Roberta Amorim
História do Brasil - Profª Roberta Amorim
Geografia Geral - Profª Roberta Amorim
Geografia do Brasil - Profª Roberta Amorim
Atualidades - Profª Roberta Amorim
Noções Básicas de Informatica - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Noções de Adiministração Pública - Profº Fernando Zantedeschi

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Aline Carvalho
Elaine Cristina
Leandro Filho
Robson Silva

DIAGRAMAÇÃO
Dayverson Ramon
Higor Moreira
Thais Regis
Rodrigo Bernardes de Moura

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)...................................................................... 01


Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras.............................................................................................. 11
Pontuação........................................................................................................................................................................................................... 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: empre-
go e sentido que imprimem às relações que estabelecem............................................................................................................. 16
Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................................. 57
Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................................... 64
Colocação pronominal................................................................................................................................................................................... 69
Crase..................................................................................................................................................................................................................... 69

MATEMÁTICA
Números inteiros: operações e propriedades.......................................................................................................................... 01
Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e propriedades................................................ 04
Mínimo múltiplo comum........................................................................................................................................................................... 11
Razão e proporção........................................................................................................................................................................................ 11
Porcentagem.................................................................................................................................................................................................... 14
Regra de três simples................................................................................................................................................................................... 17
Média aritmética simples........................................................................................................................................................................... 18
Equação do 1º grau...................................................................................................................................................................................... 19
Sistema de equações do 1º grau........................................................................................................................................................... 21
Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade............................................................... 24
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos.................................................................................................................................... 29
Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, teorema de Pitágoras............................................................. 32
Raciocínio lógico............................................................................................................................................................................................ 55
Resolução de situações-problema........................................................................................................................................................ 85

HISTÓRIA GERAL

Primeira Guerra Mundial.............................................................................................................................................................................. 01


O nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial...................................................................................................................................... 04
A Guerra Fria..................................................................................................................................................................................................... 08
Globalização e as políticas neoliberais................................................................................................................................................... 08
SUMÁRIO
HISTÓRIA DO BRASIL

A Revolução de 1930 e a Era Vargas........................................................................................................................................... 01


As Constituições Republicanas...................................................................................................................................................... 03
A estrutura política e os movimentos sociais no período militar.................................................................................... 06
A abertura política e a redemocratização do Brasil............................................................................................................... 10

GEOGRAFIA GERAL

A nova ordem mundial, o espaço geopolítico e a globalização ..................................................................................... 01


Os principais problemas ambientais........................................................................................................................................... 01

GEOGRAFIA DO BRASIL

A natureza brasileira (relevo, hidrografia, clima e vegetação). A população: crescimento, distribuição, es-
trutura e movimentos. As atividades econômicas: industrialização e urbanização, fontes de energia e
agropecuária. Os impactos ambientais...................................................................................................................................... 01

ATUALIDADES

Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a
partir de 6 (seis) meses anteriores à publicação deste Edital, divulgados na mídia local e/ou nacional...................... 01
SUMÁRIO
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

MS-Windows 10: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência,
manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de
aplicativos MS-Office 2010.................................................................................................................................................................... 01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos,
fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de
páginas, legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto............................................... 12
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elabora-
ção de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos prede-
finidos, controle de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados... 21
MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, ca-
beçalhos e rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de
páginas, botões de ação, animação e transição entre slides.................................................................................................... 31
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos.................. 38
Internet: Navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas............................... 43

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL . Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Capítulo I – Dos Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos; Capítulo IV – Dos Direitos Políticos. Título III – Da Organização do Estado:
Capítulo VII – Da Administração Pública: Seção I – Disposições Gerais; Seção III – Dos Militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Capítulo III – Da Segurança Pública...................... 01
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Título II – Da Organização e Poderes: Capítulo III – Do Poder
Executivo; Capítulo IV – Do Poder Judiciário: Seção V – Do Tribunal de Justiça Militar e dos Conselhos de
Justiça Militar.
Título III – Da Organização do Estado: Capítulo I – Da Administração Pública: Seção I – Disposições Gerais;
Capítulo II – Dos Servidores Públicos do Estado: Seção I – Dos Servidores Públicos Civis; Seção II – Dos
Servidores Públicos Militares; Capítulo III – Da Segurança Pública: Seção I – Disposições Gerais; Seção III – Da
Polícia Militar................................................................................................................................................................................................... 09
LEI FEDERAL Nº 12.527/11 – Lei de Acesso à Informação............................................................................................................. 15
DECRETO nº 58.052/12 – Regulamenta a Lei nº 12.527/11, que regula o acesso a informações, e dá
providências correlatas................................................................................................................................................................................ 17
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)..................................................................................... 01
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras.............................................................................................................. 11
Pontuação.......................................................................................................................................................................................................................... 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem...................................................................................................................................... 16
Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................................ 57
Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................................................... 64
Colocação pronominal................................................................................................................................................................................................. 69
Crase.................................................................................................................................................................................................................................... 69
Compreender significa
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO O texto diz que...
LITERÁRIOS) É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
O narrador afirma...
Interpretação Textual
Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz  Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- sai do contexto, acrescentando ideias que não
ficar e decodificar). estão no texto, quer por conhecimento prévio
do tema quer pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.  Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para um texto é um conjunto de ideias), o que pode
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- ser insuficiente para o entendimento do tema
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento desenvolvido.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
de seu contexto original e analisada separadamente, po- contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
derá ter um significado diferente daquele inicial. clusões equivocadas e, consequentemente, er-
rar a questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação
deração é o que o autor diz e nada mais.
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun-
Coesão e Coerência
damentações), as argumentações (ou explicações), que
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
prova.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
 Identificar os elementos fundamentais de uma um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
argumentação, de um processo, de uma época pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, que se vai dizer e o que já foi dito.
os quais definem o tempo). São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
 Comparar as relações de semelhança ou de dife- eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-
renças entre as situações do texto. me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam-
com uma realidade. bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- tecedente.
lavras. Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
Condições básicas para interpretar coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- cia, a saber:
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- te, mas depende das condições da frase.
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação qual (neutro) idem ao anterior.
e de síntese; capacidade de raciocínio. quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
Interpretar/Compreender o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

como (modo)
Interpretar significa: onde (lugar)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quando (tempo)
Através do texto, infere-se que... quanto (montante)
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que... Exemplo:
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Falou tudo QUANTO queria (correto)

1
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).
Dicas para melhorar a interpretação de textos EXERCÍCIOS COMENTADOS

 Leia todo o texto, procurando ter uma visão ge- 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística –
ral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há AOCP-2015)
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto
mais informação você absorver com a leitura, mais O verão em que aprendi a boiar
chances terá de resolver as questões. Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca-
 Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que
rompa a leitura. éramos
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas
forem necessárias. IVAN MARTINS
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre-
conclusão). dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um
 Volte ao texto quantas vezes precisar. gosto especial.
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
do autor. mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
lhor compreensão. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
cada questão. as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra- insuspeitada.
fo geralmente mantém com outro uma relação de Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
que muito bem essas relações. mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou in-
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou teiramente.
seja, a ideia mais importante. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” coberta temporã.
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
hora da resposta – o que vale não somente para num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da
Interpretação de Texto, mas para todas as demais flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
questões! va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin- segui boiar.
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a con- Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
clusão. anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
 Olhe com especial atenção os pronomes relativos, ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- esqueceram de como tudo isso é bom.
tem a outros vocábulos do texto. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
SITES montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/ isso, curiosamente, não é fácil.
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
-provas> bre a vida em geral.
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de
html> um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo-
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi- rando novidades que nos transformam. Somos geneti-
nho/questoes/questao-117-portugues.htm> camente elaborados para lidar com o novo, mas não só.
Também somos profundamente modificados por ele. A
cada momento da vida, quando achamos que tudo já
LÍNGUA PORTUGUESA

aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós


uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os re-
lacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a

2
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. Resposta: Letra A. Ao texto: (...) tudo se aprende,
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. /
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra- melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender).
ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça, Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen- menos medo = correta.
tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela-
do outro e de si mesmo, no mundo. cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci- = incorreta – o autor propõe viver intensamente.
sam ser aprendidas. Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode objetivo nos relacionamentos.
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, rosas = incorreta – ser mais emoção.
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada não pensando em algo ruim.
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e
relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for- 2. (BACEN – TÉCNICO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –
ÁREA 1 e 2 – CESPE-2013)
ma relaxada e consciente um grande amor.
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra-
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval.
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
Suas consequências sobre a economia das famílias e das
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi-
empresas são imprevisíveis. Os agentes econômicos rela-
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações
cionam-se em suas operações de compra, venda e troca
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
de mercadorias e serviços de modo que cada fato econô-
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
mico, seja ele de simples circulação, de transformação ou
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas de consumo, corresponde à realização de ao menos uma
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. operação de natureza monetária junto a um intermediá-
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se rio financeiro, em regra, um banco comercial que recebe
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impos- um depósito, paga um cheque, desconta um título ou
síveis. antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilida-
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me- de do sistema que intermedeia as operações monetárias,
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra portanto, é fundamental para a própria segurança e esta-
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com bilidade das relações entre os agentes econômicos.
mais prazer, com mais intensidade e menos medo. A iminência de uma crise bancária é capaz de afetar e
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se contaminar todo o sistema econômico, fazendo que os
pode tentar boiar. titulares de ativos financeiros fujam do sistema financeiro
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-mar- e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio,
tins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em
estoques crescentes de moeda estrangeira. Para se evitar
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To- esse tipo de distorção, é fundamental a manutenção da
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de credibilidade no sistema financeiro. A experiência bra-
sileira com o Plano Real é singular entre os países que
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar adotaram políticas de estabilização monetária, uma vez
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- que a reversão das taxas inflacionárias não resultou na
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos fuga de capitais líquidos do sistema financeiro para os
medo. ativos reais.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- Pode-se afirmar que a estabilidade do Sistema Financei-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam. ro Nacional é a garantia de sucesso do Plano Real. Não
LÍNGUA PORTUGUESA

c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- existe moeda forte sem um sistema bancário igualmente
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam forte. Não é por outra razão que a Lei n.º 4.595/1964, que
vividos intensamente. criou o Banco Central do Brasil (BACEN), atribuiu-lhe si-
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- multaneamente as funções de zelar pela estabilidade da
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. moeda e pela liquidez e solvência do sistema financeiro.
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Internet: <
acontecer. www.bcb.gov.br > (com adaptações).

3
Conclui-se da leitura do texto que a comparação entre porque é gerada pela simples manipulação de bancos de
“crise bancária” e “vendaval” embasa-se na impossibi- dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po-
lidade de se preverem as consequências de ambos os der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de
fenômenos. 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1%
mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
( ) CERTO ( ) ERRADO [...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventan-
Resposta: Certo. Conclui-se da leitura do texto que do-dinheiro/
a comparação entre “crise bancária” e “vendaval” em- Acessado em 20/03/2018
basa-se na impossibilidade de se preverem as conse- De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-
quências de ambos os fenômenos. rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
Voltemos ao texto: Uma crise bancária pode ser com-
parada a um vendaval. Suas consequências sobre a eco- a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
nomia das famílias e das empresas são imprevisíveis. b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
Lastro e o Sistema Bancário
Resposta: Letra D. Ao texto: (...) Com o tempo, os
[...] banqueiros se deram conta de que ninguém estava
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita- interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram ma-
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade nobras, como a reserva fracional, para emprestar mui-
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse to mais dinheiro do que realmente tinham em ouro
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei- nos cofres.
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = in-
se deram conta de que ninguém estava interessado em correta
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re- Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = in-
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do correta
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar incorreta
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas correta
economias seguramente guardadas. Em “e”, preservar as economias das pessoas = incor-
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- reta
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e
principalmente de valores em contas bancárias, já não 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria- A leitura do texto permite a compreensão de que
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imagi-
decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa nário.
explicação permaneceu controversa e escondida por c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
Bank of England de 2014. e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- Resposta: Letra A.
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma bancos = correta
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
números em uma tabela com meu nome e pede que eu imaginário = nem todo
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o tros clientes
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
LÍNGUA PORTUGUESA

nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo vidados = desde que não paguem a dívida
dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante

4
5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais
RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários pas-
abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati- saram a ser valorizados também pela nobreza dos metais
vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de neles empregados.
2018. Embora a evolução dos tempos tenha levado à substi-
tuição do ouro e da prata por metais menos raros ou
suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a as-
sociação dos atributos de beleza e expressão cultural ao
valor monetário das moedas, que quase sempre, na atua-
lidade, apresentam figuras representativas da história, da
cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança le-
vou ao surgimento dos bancos. Os negociantes de ouro
e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passa-
ram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de
seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guar-
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO dadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a como meio de pagamento por seus possuidores, por ser
seguinte informação: mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim
surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cé-
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- dulas de banco; concomitantemente ao surgimento das
metidos no Rio; cédulas, a guarda dos valores em espécie dava origem a
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- instituições bancárias.
-feita; Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História,
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com 1694/1984.
o interlocutor;
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da char- Depreende-se do texto que duas características das
ge; moedas se mantiveram ao longo do tempo: a veiculação
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre- de formas em sua superfície e a associação de seu valor
sença do Exército. monetário a atributos como beleza.

Resposta: Letra D. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Depreende-se do texto que duas


características das moedas se mantiveram ao longo do
tempo: a veiculação de formas em sua superfície e a
associação de seu valor monetário a atributos como
beleza = errado (é o inverso).
Texto: (...) a associação dos atributos de beleza e ex-
pressão cultural ao valor monetário das moedas, que
quase sempre, na atualidade, apresentam figuras re-
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- presentativas da história, da cultura, das riquezas e do
guinte informação: poder das sociedades.
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri-
mes cometidos no Rio = inferência correta 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
do bem-feita = inferência correta denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
de com o interlocutor = inferência correta ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
da charge = incorreta pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
a presença do Exército = inferência correta nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:
LÍNGUA PORTUGUESA

6. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – a) Presa por mensagem racista na internet;
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
As primeiras moedas, peças representando valores, ge- d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
ralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
século VII a.C. As características que se desejava ressaltar
eram transportadas para as peças por meio da panca-
da de um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o

5
Resposta: Letra C. Em “a”: Presa por mensagem ra- Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incor-
cista na internet = como a repressão política, familiar reto
ou de gênero Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos.
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene- Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve.
zuelana = como a repressão política, familiar ou de gê- = incorreto
nero Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô- devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
nico = não consta na Manchete acima conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa
Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na acontecer... = precisa acontecer a punição dos exces-
Rússia = como a repressão política, familiar ou de gê- sos.
nero
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho 9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CES-
escravo = o desgaste causado pelas condições de tra- PE-2018)
balho
Texto CG1A1AAA
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos
Oportunismo à Direita e à Esquerda políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in-
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica-
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz.
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime Mas, o que significa “cultura da paz”?
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, e os adultos da compreensão de princípios como liber-
conforme estabelecido na legislação. dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância,
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami- igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi-
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da
se beneficiar do barateamento do combustível. paz tem de procurar soluções que advenham de dentro
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior.
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei- Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado
ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não em sentido negativo, quando se traduz em um estado
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para de não guerra, em ausência de conflito, em passividade
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po- e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese,
der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o condenada a um vazio, a uma não existência palpável,
que está delimitado pelo estado democrático de direito, difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concep-
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de ção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, prática da não violência para resolver conflitos, a prática
Forças Armadas etc. do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrá-
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de tica frente à vida, que pressupõe a dinâmica da coope-
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan- ração planejada e o movimento constante da instalação
do, do qual depende a sobrevivência física da população. de justiça.
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
autoridades desenvolvam planos de contingência. samento e a ação das pessoas para que se promova a
O Globo, 31/05/2018. paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se- vras e conceitos que anunciem os valores humanos que
gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
é lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
LÍNGUA PORTUGUESA

c) lastrear leis e regras na Constituição.


d) punirem-se os responsáveis por excessos. tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos
Resposta: Letra D. Em “a”: manter-se o direito de livre exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão
expressão do pensamento. = incorreto estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
incorreto lamentos e centros de comunicação e associações.

6
Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento susten-
tado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as instituições democráticas, promovendo a liberdade de expres-
são, preservando a diversidade cultural e o ambiente.
É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — direitos humanos — democracia” que podemos vislumbrar a
educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ.
(Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).

De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebidos
como

a) obstáculos para a construção da cultura da paz.


b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
d) etapas para a construção da cultura da paz.
e) consequências da construção da cultura da paz.

Resposta: Letra D. Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorreto


Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar erradicar a
pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz.

10. (PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP-2013) Leia o cartum de Jean Galvão

(https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)

Considerando a relação entre a fala do personagem e a imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a
onda é a necessidade de

a) demonstrar respeito às religiões.


b) realizar um ritual místico.
c) divertir-se com os amigos.
d) preservar uma tradição familiar.
e) esquivar-se da sujeira da água.
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra E. Em “a”: demonstrar respeito às religiões. = incorreto


Em “b”: realizar um ritual místico. = incorreto
Em “c”: divertir-se com os amigos. = incorreto
Em “d”: preservar uma tradição familiar. = incorreto
Em “e”: esquivar-se da sujeira da água.
O personagem pula a onda para que não seja atingido pelo lixo que se encontra no mar.

7
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU- Resposta: Letra E. Em “a”: os personagens têm uma
NESP-2015) Leia a tira. autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo
em uma situação de completo confinamento. = incor-
reto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor-
mados sobre a economia, o que não condiz com a
imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a
vida dos personagens, pois eles demonstram preocu-
pação com a aparência. = incorreto
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur-
Com sua fala, a personagem revela que preende os personagens, que estão acostumados a
pagar caro por eles nos presídios. = incorreto
a) a violência era comum no passado. Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser
b) as pessoas lutam contra a violência. relevantes para os personagens, dada a condição em
c) a violência está banalizada. que se encontram.
d) o preço que pagou pela violência foi alto. Pela condição em que as personagens se encontram, o
aumento no preço dos cosméticos não os afeta.
Resposta: Letra C. Em “a”: a violência era comum no
passado. = incorreto 13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incor- TIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
reto
Em “c”: a violência está banalizada. Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = as figurinhas da Copa
incorreto
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressi-
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo
vos.
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor-
12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE-
naleiros estão levando seus estoques para casa quando
RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.
termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até
boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha-
dos por mensagens de celular.
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa
adequada é:

a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do


celular e da carteira nos roubos urbanos;
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei-
ra como alvo de desejo dos assaltantes;
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que
vendem as figurinhas da Copa;
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br) d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa
nas bancas de jornais;
É correto associar o humor da charge ao fato de que e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin-
cipal dos ladrões.
a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com- Resposta: Letra B. Em “a”: as figurinhas da Copa
pleto confinamento. passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos
b) os dois personagens estão muito bem informados so- roubos urbanos; = incorreto
bre a economia, o que não condiz com a imagem de Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
criminosos. à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros
LÍNGUA PORTUGUESA

personagens, pois eles demonstram preocupação que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
com a aparência. Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende Copa nas bancas de jornais; = incorreto
os personagens, que estão acostumados a pagar caro Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no
por eles nos presídios. alvo principal dos ladrões. = incorreto
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes O título do texto já nos dá a resposta: além do celular
para os personagens, dada a condição em que se en- e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
contram. passaram a ser alvo dos assaltantes.

8
14. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- 15. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Obser-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) ve a charge abaixo.

No caso da charge, a crítica feita à internet é:

a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva;


b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
O humor da tira é conseguido através de uma quebra de c) o risco de contatos perigosos;
expectativa, que é: d) o abandono dos estudos regulares;
e) a falta de contato entre membros da família.
a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;
b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; Resposta: Letra A. Em “a”: a criação de uma depen-
c) a falta de muitas figurinhas no álbum; dência tecnológica excessiva;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = in-
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. correto
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
Resposta: Letra B. Em “a”: o fato de um adulto cole- Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incor-
cionar figurinhas; = incorreto reto
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não Em “e”: a falta de contato entre membros da família.
esportivos; = incorreto
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incor- Através da fala do garoto chegamos à resposta: de-
reto pendência tecnológica - expressa em sua fala.
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não
pelo filho; = incorreto 16. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con- 2018) Observe a charge a seguir:
trário. = incorreto
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema
incomum: assuntos sociais.

A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,


destacando o fato de o cientista:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) ter alcançado o céu após sua morte;


b) mostrar determinação no combate à doença;
c) ser comparado a cientistas famosos;
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.

9
Resposta: Letra D. Em “a”: ter alcançado o céu após a) apresenta uma temática, assim como a descrição dos
sua morte; = incorreto personagens e do ambiente, de forma sutil e dinâmica.
Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; b) permite visualizar a degradação da figura humana e
= incorreto o retrato da figura da morte afugentada pelos perso-
Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incor- nagens.
reto c) apresenta elementos físicos presentes no cotidiano
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante; dos retirantes vítimas da seca e aspectos relacionados
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. à desigualdade social.
= incorreto d) utiliza a linguagem não verbal com o objetivo de cons-
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es- truir uma imagem cuja ênfase mística se opõe aos fa-
távamos esperando”. tos da realidade observável.

17. (TJ-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FUNÇÃO ADMI- Resposta: Letra C. Em “a”: apresenta uma temática,
NISTRATIVA – IBFC-2017) assim como a descrição dos personagens e do am-
biente, de forma sutil e dinâmica.
Texto II Em “b”: permite visualizar a degradação da figura hu-
mana e o retrato da figura da morte afugentada pelos
personagens.
Em “c”: apresenta elementos físicos presentes no co-
tidiano dos retirantes vítimas da seca e aspectos rela-
cionados à desigualdade social.
Em “d”: utiliza a linguagem não verbal com o objetivo
de construir uma imagem cuja ênfase mística se opõe
aos fatos da realidade observável.
A observação dos elementos não verbais do texto é res- A obra retrata, de forma nada sutil, os elementos físi-
ponsável pelo entendimento do humor sugerido. Nesse cos de uma família vítima da seca.
sentido, a evolução do homem e do computador, através
de tais elementos, deve ser entendida como:
Linguagem Verbal e Não Verbal
a) complementar.
b) semelhante. O que é linguagem? É o uso da língua como forma de
c) conflitante. expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
d) antitética. não é somente um conjunto de palavras faladas ou es-
e) idealizada. critas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos
comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
Resposta: Letra D. As imagens mostram um con- Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem
traste entre o desenvolvimento do computador e do a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem
homem; enquanto aquele vai se tornando mais “fino, utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se
elegante”, este fica sedentário, engorda. A palavra ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem
“antitética” significa “oposta, oposição”. verbal é a que utiliza palavras quando se fala ou quando
se escreve.
18. (TRF-2.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver-
ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) bal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que
se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar
de outros meios comunicativos, como: placas, figuras,
gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo,
uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou tele-
visionado, um bilhete? = Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de
futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança,
o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi-
LÍNGUA PORTUGUESA

ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na


porta do banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem
A produção da obra acima, Os Retirantes (1944), foi rea- não verbal!
lizada seis anos depois da publicação do romance Vidas
Secas. Nessa obra, ao abordar a miséria e a seca clara-
mente vistas através da representação de uma família de
retirantes, Cândido Portinari

10
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e rentes na pronúncia:
anúncios publicitários. rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
Alguns exemplos: (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol. nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
Placas de trânsito.
Imagem indicativa de “silêncio”. B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. diferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
SITE zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda- reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
cao/linguagem.htm> e passo (andar).

C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
 Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
porém de formas relativamente próximas. São pa-
Semântica é o estudo da significação das palavras e lavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta
das suas mudanças de significação através do tempo ou (receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e
em determinada época. A maior importância está em dis- sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre)
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e e iminente (que está para ocorrer), osso (substan-
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo
“ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimen-
1. Sinônimos to (medida) e cumprimento (saudação), autuar
(processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa- infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (diver-
beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar gir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender
- abolir. (conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de),
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara mento, trânsito), mandato (procuração) e manda-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan- do (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir
do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela (mergulhar, afundar).
outra, em determinado enunciado (aguadar e esperar).
4. Hiperonímia e Hiponímia
Observação:
A contribuição greco-latina é responsável pela exis- Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten-
tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemici- o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o
clo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diá- hiperônimo, mais abrangente.
logo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô-
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se-
2. Antônimos mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi-
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de
São palavras que se opõem através de seu significa- significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
do: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - cen- Veículos é um hiperônimo de carros.
surar; mal - bem. Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
Observação: zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita
A antonímia pode se originar de um prefixo de sen- a repetição desnecessária de termos.
tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático
e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e antico- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
munista; simétrico e assimétrico.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.


Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
3. Homônimos e Parônimos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
 Homônimos = palavras que possuem a mesma Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
grafia ou a mesma pronúncia, mas significados di- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
ferentes. Podem ser XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.

11
SITE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
-antonimos,-homonimos-e-paronimos Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras:
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido SITE
literal) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido cao/
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) POLISSEMIA
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
(conotação) das palavras. multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
A) Denotação mas que abarca um grande número de significados den-
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando tro de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significa- cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
do mais objetivo e comum, aquele imediatamente reco- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
nhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado -se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais li- uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
teral da palavra. ocorrência da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o recep- O rapaz é um tremendo gato.
tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo O gato do vizinho é peralta.
um caráter prático. É utilizada em textos informativos, Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bu- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
las de medicamentos, textos científicos, entre outros. A sobrevivência
palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é O passarinho foi atingido no bico.
apenas um pedaço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co-
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de
B) Conotação “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
interpretações, dependendo do contexto em que esteja é o formato quadriculado que têm.
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua 1. Polissemia e homonímia
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido co- comum. Quando a mesma palavra apresenta vários sig-
notativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), re- nificados, estamos na presença da polissemia. Por outro
provação (tomei pau no concurso). lado, quando duas ou mais palavras com origens e sig-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- nificados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos
tos no receptor da mensagem, através da expressividade uma homonímia.
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
numa linguagem poética e na literatura, mas também significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em é polissemia porque os diferentes significados para a
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos: palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
Você é o meu sol! palavra polissêmica: pode significar o elemento básico
Minha vida é um mar de tristezas. do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um
Você tem um coração de pedra! determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes signifi-
LÍNGUA PORTUGUESA

cados estão interligados porque remetem para o mesmo


conceito, o da escrita.
#FicaDica
2. Polissemia e ambiguidade
Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
é utilizado com o sentido que consta no di-
na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
cionário.
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma in-

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terpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à d) O país obrigou‐se a recorrer a um programa de racio-
colocação específica de uma palavra (por exemplo, um namento.
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase: e) O Brasil optou por um programa de racionamento.
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre- Resposta: Letra E. “o país teve de recorrer a um pro-
quentemente são felizes. grama de racionamento”. Assinale a opção que apre-
Neste caso podem existir duas interpretações dife- senta a forma de reescrever esse segmento, QUE
rentes: ALTERA O SEU SENTIDO ORIGINAL.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um progra-
felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi- ma de racionamento = mesmo sentido.
librada. Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um pro-
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, grama de racionamento = mesmo sentido.
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito de racionamento = mesmo sentido.
importante saber qual o contexto em que a frase é pro- Em “d”: O país obrigou‐se a recorrer a um programa
ferida. de racionamento = mesmo sentido.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Em “e”: O Brasil optou por um programa de raciona-
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, mento = mudança de sentido (segundo o enunciado,
comicidade. Repare na figura abaixo: o país não teve outra opção a não ser recorrer. Na al-
ternativa, provavelmente havia outras opções, e o país
escolheu a de “recorrer”).

PONTUAÇÃO.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que


servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
-cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). depende, em certos momentos, da intenção do autor do
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen-
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, te relacionados ao contexto e ao interlocutor.
mas duas seriam:
Corte e coloração capilar 1. Principais funções dos sinais de pontuação
ou
Faço corte e pintura capilar A) Ponto (.)
 Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cerrando o período.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
Paulo: Saraiva, 2010. de período, este não receberá outro ponto; neste
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de período. Exemplo: Estudei português, matemári-
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
SITE  Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm ponto, assim como após o nome do autor de uma
citação:
Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
EXERCÍCIO COMENTADO leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
 Os números que identificam o ano não utili-
1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – zam ponto nem devem ter espaço a separá-los,
FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006,
racionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma 17600-250.
de reescrever esse segmento, que altera o seu sentido
LÍNGUA PORTUGUESA

original. B) Ponto e Vírgula (;)


a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de  Separa várias partes do discurso, que têm a mes-
racionamento. ma importância: “Os pobres dão pelo pão o traba-
b) O país teve como recurso recorrer a um programa lho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
de racionamento. generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espí-
c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio- rito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
namento.

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 Separa partes de frases que já estão separadas por Usa-se a vírgula:
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
tros, montanhas, frio e cobertor. 1. Para marcar intercalação:
 Separa itens de uma enumeração, exposição de A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
motivos, decreto de lei, etc. abundância, vem caindo de preço.
Ir ao supermercado; B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Pegar as crianças na escola; produzindo, todavia, altas quantidades de alimen-
Caminhada na praia; tos.
Reunião com amigos. C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto
C) Dois pontos (:) é, não querem abrir mão dos lucros altos.
 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto: 2. Para marcar inversão:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agra- A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
dam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es- portas fechadas.
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
a rotina de sempre. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
 Em frases de estilo direto C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou: maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
3. Para separar entre si elementos coordenados
D) Ponto de Exclamação (!) (dispostos em enumeração):
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cóle- Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
ra, susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
casar com você! mais.
 Depois de interjeições ou vocativos 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que-
Ai! Que susto! remos comer pizza; e vocês, churrasco.
João! Há quanto tempo!
5. Para isolar:
E) Ponto de Interrogação (?) A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra-
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. sileira, possui um trânsito caótico.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
vedo)
Observações:
F) Reticências (...) Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá- são latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria
pis, canetas, cadernos... dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre-
dizer... é verdad... Ah!” guemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política,
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este futebol, lazer, etc.
mal... pega doutor? As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei- binados o ponto de interrogação e o de exclamação:
xa, depois, o coração falar... Você falou isso para ela?!

G) Vírgula (,) Temos, ainda, sinais distintivos:


 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
Não se usa vírgula ração de siglas (IOF/UPC);
Separando termos que, do ponto de vista sintático,  os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
ligam-se diretamente entre si: pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
opção aos parênteses, principalmente na matemá-
1. Entre sujeito e predicado: tica;
Todos os alunos da sala foram advertidos.  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a
Sujeito predicado uma nota de rodapé ou no fim do livro, para subs-
LÍNGUA PORTUGUESA

tituir um nome que não se quer mencionar.


2. Entre o verbo e seus objetos:
O trabalho custou sacrifício aos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
realizadores. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
V.T.D.I. O.D. O.I. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

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SITE 2. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ CIÁRIA – CESPE – 2017 – ADAPTADA)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir-
gula.htm Texto 1A1AAA

Após o processo de redemocratização, com o fim da di-


tadura militar, em meados da década de 80 do século
EXERCÍCIOS COMENTADOS passado, era de se esperar que a democratização das
instituições tivesse como resultado direto a consolidação
1. (STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- da cidadania — compreendida de modo amplo, abran-
GO 1 – CESPE – 2018 – ADAPTADA) gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram
Texto CB1A1CCC mais desafios para a cidadania brasileira, como a violên-
cia urbana — que ameaça os direitos individuais — e o
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes re- desemprego — que ameaça os direitos sociais.
velaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir
relatos de sofrimento, dor, angústia que se transporta- de 1980, impacto do processo de modernização pelo
vam da cadeira das vítimas, testemunhas e réus para mi- qual o país passou. Isso sugere que o boom do consumo
nha cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles re- colocou em circulação bens de alto valor e, consequente-
latos sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam mente, aumentou as oportunidades para o crime, inclusi-
à minha frente, por diversas vezes, me escoltaram até ve porque a maior mobilidade de pessoas torna o espaço
minha casa e passaram a ser companheiras de noites de social mais anônimo, menos supervisionado.
insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Era Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
preciso colocar no papel e compartilhar a dor daquelas dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade.
pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a senten- O objetivo em relação à criminalidade torna-se bem me-
ça prolatada, não me deixavam esquecê-las. nos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais impor-
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas, tância na modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla
esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co- necessidade dessa nova cultura: castigo e controle do
mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de risco. Essa postura às vezes proporciona controle, porém
casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para es- não segurança, pois o Estado tem o poder limitado de
sas mulheres, havia se transformado no pior dos mundos. manter a ordem por meio da polícia, sendo necessário
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sen- dividir as tarefas de controle com organizações locais e
tavam à minha frente, os relatos se transformavam em com a comunidade.
desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justi- Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pú-
ficar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. blica e garantia dos direitos individuais: os desafios da
A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a polícia em sociedades democráticas. In: Revista Brasilei-
culpa por não ter sido boa o suficiente, a culpa por não ra de Segurança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. –
ter conseguido manter a família. Sempre a culpa. mar./2011, p. 84-5 (com adaptações).
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for-
ça externa como se somente nós, juízes, promotores e No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos
advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo introduzem
de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela
violência invisível. a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias b) resultados da “consolidação da cidadania”.
além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
adaptações). algo “amplo”.
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen- d) uma generalização do termo “direitos”.
tido de “nós”. e) objetivos do “processo de redemocratização”.

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso


SEMPRE durante seu concurso. O texto é a base para
Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che- encontrar as respostas para as questões!): (...) abran-
gavam à Justiça buscando uma força externa como se gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
somente nós, juízes, promotores e advogados, pudésse- sociais. Os dois-pontos introduzem a enumeração dos
LÍNGUA PORTUGUESA

mos não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os direitos; apresenta-os.
termos entre vírgulas servem para exemplificar quem
são os “nós” citados pela autora (juízes, promotores,
advogados).

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3. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE –
2010) Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
da indústria com relação ao futuro próximo. Um deles ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,
refere-se às exportações. “O comércio mundial já está ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO:
voltando a se abrir para as empresas”, diz o gerente exe- EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
cutivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indús-
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.
tria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora
das expectativas dos industriais com relação ao mercado
externo.
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria Adjetivo
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois
elas já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a É a palavra que expressa uma qualidade ou caracte-
pesquisa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, rística do ser e se relaciona com o substantivo, concor-
registra grande otimismo da indústria com relação à de- dando com este em gênero e número.
manda interna. Trata-se de um sentimento generalizado. As praias brasileiras estão poluídas.
Em todos os setores industriais, a expressiva maioria dos Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
entrevistados acredita no aumento das vendas internas. (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
ções). 1. Locução adjetiva

O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
por tratar-se de um vocativo. cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes-
ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição +
( ) CERTO ( ) ERRADO substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo-
cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o freio (paixão desenfreada).
gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio-
nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar Observe outros exemplos:
a melhora das expectativas. O termo em destaque não
está exercendo a função de vocativo, já que não é uti- de águia aquilino
lizado para evocar, chamar o interlocutor do diálogo.
Sua função é de aposto – explicar quem é o gerente de aluno discente
executivo da CNI. de anjo angelical

4. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO de ano anual


TRABALHO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) A correção de aranha aracnídeo
gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cerve-
de boi bovino
jas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria
prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a de cabelo capilar
palavra “vinhos”. de cabra caprino

( ) CERTO ( ) ERRADO de campo campestre ou rural


de chuva pluvial
Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre
de criança pueril
sujeito e predicado, a não ser que se trate de um apos-
to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que de dedo digital
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O de estômago estomacal ou gástrico
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de falcão falconídeo
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
LÍNGUA PORTUGUESA

de fogo ígneo
de garganta gutural
de gelo glacial
de guerra bélico
de homem viril ou humano

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de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
de leão leonino
de lebre l eporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
de mestre magistral
de ouro áureo
de paixão passional
de pâncreas pancreático
de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
de rio fluvial
de sonho onírico
de velho senil
de vento eólico
de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico

Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série.
/ O muro de tijolos caiu.

2. Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

3. Adjetivo Pátrio (ou gentílico)


Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
LÍNGUA PORTUGUESA

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4. Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5. Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

6. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em:

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano,
a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

7. Número dos Adjetivos

A) Plural dos adjetivos simples


Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos subs-
tantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o
último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um
dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará in-
variável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substan-
tivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.

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Ternos rosa-claro. B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
Olhos verde-claros. dade de um ser é intensificada, sem relação com outros
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. seres. Apresenta-se nas formas:
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.  Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Observação: Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste,
vestidos cor-de-rosa. Observe alguns superlativos sintéticos:
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. benéfico - beneficentíssimo
8. Grau do Adjetivo bom - boníssimo ou ótimo
comum - comuníssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- cruel - crudelíssimo
jetivo: o comparativo e o superlativo. difícil - dificílimo
doce - dulcíssimo
A) Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica fácil - facílimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte- fiel - fidelíssimo
rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser
de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
No comparativo de igualdade, o segundo termo da seres. Essa relação pode ser:
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto  De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
ou quão. todas.
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su- todas.
perioridade
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In- dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
ferioridade antepostos ao adjetivo.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons-
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos
rior, grande/maior, baixo/inferior. -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo;
a popular é constituída do radical do adjetivo português
Observe que: + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
 As formas menor e pior são comparativos de su- Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi-
mau, respectivamente. nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
 Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas – cheíssimo.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
exemplo: Paulo: Saraiva, 2010.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
elementos. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
duas qualidades de um mesmo elemento. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-


ferioridade SITE
Sou menos passivo (do) que tolerante. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf32.php
B) Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
tivo e apresenta as seguintes modalidades:

19
Advérbio lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
Compare estes exemplos: fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
O ônibus chegou. aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis-
O ônibus chegou ontem. tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
esquerda, ao lado, em volta.
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
do próprio advérbio. sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan-
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei temente, entrementes, imediatamente, primeira-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
(bem) à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- quando, de quando em quando, a qualquer mo-
jetivo (claros) mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-
centar ideia de: pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla-
Tempo: Ela chegou tarde. ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Lugar: Ele mora aqui. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Modo: Eles agiram mal. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Negação: Ela não saiu de casa. vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
Dúvida: Talvez ele volte. te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
1. Flexão do Advérbio dalosamente, bondosamente, generosamente.
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, bitavelmente.
porém, admitem a variação em grau. Observe:
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
A) Grau Comparativo
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
modo que o comparativo do adjetivo:
quem sabe.
 de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex-
Renato fala tão alto quanto João.
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
 de inferioridade: menos + advérbio + que (do
que): Renato fala menos alto do que João. quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
 de superioridade: nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato extremamente, intensamente, grandemente, bem
fala mais alto do que João. (quando aplicado a propriedades graduáveis).
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
fala melhor que João. mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
B) Grau Superlativo I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
O superlativo pode ser analítico ou sintético: bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- durante a adolescência.
nato fala muito alto. J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
de modo aos meus amigos por comparecerem à festa.
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al-
tíssimo. Saiba que:
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
Observação: ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
comuns na língua popular. tarde possível.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
LÍNGUA PORTUGUESA

Maria mora pertinho daqui. (muito perto)


A criança levantou cedinho. (muito cedo) em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.
2. Classificação dos Advérbios
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
De acordo com a circunstância que exprime, o advér-
Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
bio pode ser de:
cer como advérbio e como pronome indefinido.
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-

20
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. adverbial desempenham na oração a função de adjunto
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
bio. Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
#FicaDica verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
Como saber se a palavra bastante é advérbio
dade e de tempo, respectivamente.
(não varia, não se flexiona) ou pronome
indefinido (varia, sofre flexão)? Se der, na
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
frase, para substituir o “bastante” por “muito”,
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
estamos diante de um advérbio; se der para
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
substituir por “muitos” (ou muitas), é um
Paulo: Saraiva, 2010.
pronome. Veja:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
4. Advérbios Interrogativos morf75.php

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? Artigo


por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen-
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
-se como o termo variável que serve para individualizar
Interrogação Direta Interrogação Indireta ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê-
nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Onde mora? Indaguei onde morava. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Por que choras? Não sei por que choras. “uma”[s] e “uns]).
Aonde vai? Perguntei aonde ia. A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
Donde vens? Pergunto donde vens. determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
Quando voltas? Pergunto quando voltas.
muito.
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
5. Locução Adverbial
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova-
da! Umas candidatas foram aprovadas!
Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
nariamente por uma preposição. Veja:
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
para dentro, por aqui, etc. numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con-
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. teúdo.
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
em geral, frente a frente, etc. admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, Janeiro, Veneza, A Bahia...
hoje em dia, nunca mais, etc. Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, No caso de nomes próprios personativos, denotando
o adjetivo e outro advérbio: a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
Chegou muito cedo. (advérbio) do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
Pedro é o xodó da família.
LÍNGUA PORTUGUESA

Joana é muito bela. (adjetivo)


De repente correram para a rua. (verbo) No caso de os nomes próprios personativos estarem
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: os Incas, Os Astecas...
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
bio: Cheguei primeiro.

21
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) 2. Classificação da Conjunção
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe) De acordo com o tipo de relação que estabelecem,
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- as conjunções podem ser classificadas em coordenati-
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. vas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da uni-
ter é uns vinte anos. dade de sentido que cada um dos elementos possui. Já
O artigo também é usado para substantivar palavras no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- conjunção depende da existência do outro. Veja:
quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
2. Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
conhecidas: O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
“mas”. Já em:
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- Espero que eu seja aprovada no concurso!
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
bela Roma. a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te-
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta
sairá agora? (ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
Exceção: O senhor vai à festa? principal).

Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse 3. Conjunções Coordenativas


é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can-
didato cuja nota foi a mais alta. São aquelas que ligam orações de sentido completo
e independente ou termos da oração que têm a mesma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS função gramatical. Subdividem-se em:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
Paulo: Saraiva, 2010. ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- não), não só... mas também, não só... como também,
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC- bem como, não só... mas ainda.
CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. A sua pesquisa é clara e objetiva.
30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Não só dança, mas também canta.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
Paulo: Saraiva, 2010. expressando ideia de contraste ou compensação.
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
SITE no entanto, não obstante.
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-


Conjunção sando ideia de alternância ou escolha, indicando
fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
Além da preposição, há outra palavra também inva- ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: vez... talvez.
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
palavras de mesma função em uma oração:
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
São Paulo. que expressa ideia de conclusão ou consequência.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
LÍNGUA PORTUGUESA

conseguinte, por isso, assim.


1. Morfossintaxe da Conjunção Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

22
Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! #FicaDica

4. Conjunções Subordinativas Você deve ter percebido que a conjunção con-


dicional “se” também é conjunção integrante.
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de- A diferença é clara ao ler as orações que são
las dependente da outra. A oração dependente, intro- introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome da condição para que recebamos um telefo-
de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
começado quando ela chegou. sei se farei o concurso. Não há ideia de
O baile já tinha começado: oração principal condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo- oração principal (sei) pede complemento (ob-
ral) jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
ela chegou: oração subordinada algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
a função de objeto direto da oração principal,
As conjunções subordinativas subdividem-se em in- sendo classificada como oração subordinada
tegrantes e adverbiais: substantiva objetiva direta.

Integrantes - Indicam que a oração subordinada por


elas introduzida completa ou integra o sentido da prin- D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos, prime a conformidade de um fato com outro. São
ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: elas: conforme, como (= conforme), segundo, con-
que, se. soante, etc.
Quero que você volte. (Quero sua volta) O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer- E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
com a circunstância que expressam, classificam-se em: principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-
que (= para que), que, etc.
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da Toque o sinal para que todos entrem no salão.
ocorrência da oração principal. São elas: porque,
que, como (= porque, no início da frase), pois que, F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde pressa um fato relacionado proporcionalmente
que, etc. à ocorrência do expresso na principal. São elas:
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. à medida que, à proporção que, ao passo que e
as combinações quanto mais... (mais), quanto me-
B) Concessivas: introduzem uma oração que expres- nos... (menos), quanto menos... (mais), quanto me-
sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, nos... (menos), etc.
impedir sua realização. São elas: embora, ainda O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por casseiam.
mais que, posto que, conquanto, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica em que, na medida que e na medida em que.
a hipótese ou a condição para ocorrência da prin-
cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
sim que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa.

H) Comparativas: introduzem uma oração que ex-


LÍNGUA PORTUGUESA

pressa ideia de comparação com referência à ora-


ção principal. São elas: como, assim como, tal como,
como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
binado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

23
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expres- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
sa a consequência da principal. São elas: de sorte puxa: interjeição; tom da fala: decepção
que, de modo que, sem que (= que não), de forma As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
que, de jeito que, que (tendo como antecedente na
oração principal uma palavra como tal, tão, cada, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
tanto, tamanho), etc. gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes-
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do sante!
exame. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
minha frente.
FIQUE ATENTO!
As interjeições podem ser formadas por:
Muitas conjunções não têm classificação  simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
única, imutável, devendo, portanto, ser clas-  palavras: Oba! Olá! Claro!
sificadas de acordo com o sentido que apre-  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
sentam no contexto (destaque da Zê!). Deus! Ora bolas!

1. Classificação das Interjeições


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Atenção! Olha! Alerta!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Paulo: Saraiva, 2010. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
SITE F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
morf84.php H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
te! Essa não! Chega! Basta!
Interjeição I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
ra Deus!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- J) Desculpa: Perdão!
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
decorrente de uma situação particular, um momento ou N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
um contexto específico. Exemplos: Puxa! Pô! Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
hum: expressão de um pensamento súbito = inter- Deus!
jeição Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
O significado das interjeições está vinculado à ma- R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
neira como elas são proferidas. O tom da fala é que dita
o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto Saiba que:
em que for utilizada. Exemplos: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
frem variação em gênero, número e grau como os no-
Psiu! mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
contexto: alguém pronunciando esta expressão na voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata
mando! Ei, espere!” de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
LÍNGUA PORTUGUESA

Psiu! plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.


contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- 2. Locução Interjetiva
cio!”
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!

24
Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla- B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando ou alguma coisa ocupa numa determinada se-
análise dos termos que a compõem: Macacos me mor- quência: primeiro, segundo, centésimo, etc.
dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por #FicaDica
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
As palavras anterior, posterior, último, antepe-
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é
núltimo, final e penúltimo também indicam
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
posição dos seres, mas são classificadas como
classes gramaticais podem aparecer como inter-
adjetivos, não ordinais.
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora!
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fique quieto! quintos, etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
que! Quá-quá-quá!, etc. foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó”
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira- 2. Flexão dos numerais
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
“ó” vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
dosa e pura!” (Olavo Bilac) duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa cardinais são invariáveis.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus primeiro segundo milésimo
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
primeira segunda milésima
SITE primeiros segundos milésimos
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf89.php primeiras segundas milésimas

NUMERAL Os numerais multiplicativos são invariáveis quando


atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
Numeral é a palavra variável que indica quantidade forço e conseguiram o triplo de produção.
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
minada sequência. triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex- duas terças partes.
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
trata de numerais, mas sim de algarismos. Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
palavras consideradas numerais porque denotam quan- nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: de sentido. É o que ocorre em frases como:
década, dúzia, par, ambos(as), novena. “Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Classificação dos Numerais O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol)
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-
nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-
dinais têm sentido coletivo, como por exemplo:
século, par, dúzia, década, bimestre.

25
3. Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de cente-
nas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um ponto:
8.234.456 ou 8 234 456.

Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhe-
cida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
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cinco quinto quíntuplo quinto


seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono

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dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreen-
são do texto.

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1. Tipos de Preposição 2. Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
das por meio das preposições:
A) Preposições essenciais: palavras que atuam ex-
clusivamente como preposições: a, ante, perante, Destino = Irei a Salvador.
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, Modo = Saiu aos prantos.
por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para Lugar = Sempre a seu lado.
com. Assunto = Falemos sobre futebol.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Tempo = Chegarei em instantes.
gramaticais que podem atuar como preposições, Causa = Chorei de saudade.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: Fim ou finalidade = Vim para ficar.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segun- Instrumento = Escreveu a lápis.
do, senão, visto. Posse = Vi as roupas da mamãe.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Autoria = livro de Machado de Assis
lendo como uma preposição, sendo que a última Companhia = Estarei com ele amanhã.
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Matéria = copo de cristal.
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, Meio = passeio de barco.
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, Origem = Nós somos do Nordeste.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por Conteúdo = frascos de perfume.
cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
a = pela. prepositiva por trás de.
Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Esse processo de junção de uma preposição com ou- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 Combinação: união da preposição “a” com o ar- Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
aos. Os vocábulos não sofrem alteração. Paulo: Saraiva, 2010.
 Contração: união de uma preposição com outra Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fo- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
nema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos,
de + aquele = daquele, em + isso = nisso. SITE
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi- http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal
do pronome “aquilo”). Substantivo

Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-


#FicaDica veis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
O “a” pode funcionar como preposição, prono- fenômenos, os substantivos também nomeiam:
me pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-  lugares: Alemanha, Portugal
-los? Caso o “a” seja um artigo, virá preceden-  sentimentos: amor, saudade
do um substantivo, servindo para determiná-lo  estados: alegria, tristeza
como um substantivo singular e feminino: A  qualidades: honestidade, sinceridade
matéria que estudei é fácil!  ações: corrida, pescaria

1. Morfossintaxe do substantivo
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
Irei à festa sozinha. ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é arti- núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
LÍNGUA PORTUGUESA

go; o segundo, preposição. reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,


Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje-
apostila. = Nós a trouxemos. to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
penhadas por grupos de palavras.

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2. Classificação dos Substantivos Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
A) Substantivos Comuns e Próprios res da mesma espécie.
Observe a definição:
Substantivo coletivo Conjunto de:
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, assembleia pessoas reunidas
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma alcateia lobos
cidade (em oposição aos bairros).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas acervo livros
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada antologia trechos literários selecionados
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
arquipélago ilhas
tivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de banda músicos
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, bando desordeiros ou malfeitores
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. banca examinadores
batalhão soldados
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
cardume peixes
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de caravana viajantes peregrinos
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cacho frutas

B) Substantivos Concretos e Abstratos cancioneiro canções, poesias líricas


B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o colmeia abelhas
ser que existe, independentemente de outros seres.
concílio bispos
Observação: congresso parlamentares, cientistas
Os substantivos concretos designam seres do mundo elenco atores de uma peça ou filme
real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, esquadra navios de guerra
Brasília. enxoval roupas
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
falange soldados, anjos
ma.
fauna animais de uma região
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se- feixe lenha, capim
res que dependem de outros para se manifestarem ou
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, flora vegetais de uma região
não pode ser observada. Só podemos observar a beleza frota navios mercantes, ônibus
numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende
girândola fogos de artifício
de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra bele-
za é um substantivo abstrato. horda bandidos, invasores
Os substantivos abstratos designam estados, quali- junta médicos, bois, credores, exa-
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem minadores
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade júri jurados
(sentimento). legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas
 Substantivos Coletivos
malta malfeitores ou desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, manada búfalos, bois, elefantes,
outra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. matilha cães de raça
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. molho chaves, verduras
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multidão pessoas em geral


Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas tos, etc.)
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs- penca bananas, chaves
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto
de seres da mesma espécie (abelhas). pinacoteca pinturas, quadros
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.

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quadrilha ladrões, bandidos Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar
ramalhete flores Um Natal inesquecível
rebanho ovelhas Os reis da praia
repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
réstia alhos ou cebolas podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas A história sem fim
Uma cidade sem passado
revoada pássaros As tartarugas ninjas
sínodo párocos
5. Substantivos Biformes e Substantivos Unifor-
talha lenha mes
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores 1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen-
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho-
vara porcos mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
3. Formação dos Substantivos forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
A) Substantivos Simples e Compostos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a se faz mediante a utilização das palavras “macho”
terra. e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
O substantivo chuva é formado por um único ele- macho e o jacaré fêmea.
mento ou radical. É um substantivo simples. B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste-
único elemento. munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in-
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja divíduo.
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é compos- indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
to. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por a artista.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, pas-
satempo. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
sintoma, o teorema.
B) Substantivos Primitivos e Derivados  Existem certos substantivos que, variando de
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva gênero, variam em seu significado:
de nenhuma outra palavra da própria língua por- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
tuguesa. (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origi- a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
na de outra palavra. O substantivo limoeiro, por beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
exemplo, é derivado, pois se originou a partir da mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
palavra limão. clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
4. Flexão dos substantivos
6. Formação do Feminino dos Substantivos Bifor-
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- mes
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar: Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - aluna.
meninão / Diminutivo: menininho  Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa
A) Flexão de Gênero  Substantivos terminados em -ão: fazem o femini-
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-
LÍNGUA PORTUGUESA

no de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti- sultana
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.

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 Substantivos terminados em -or: A palavra personagem é usada indistintamente nos
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz acentuada preferência pelo masculino: O menino desco-
 Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: briu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe- Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta O problema está nas mulheres de mais idade, que não
- profetisa aceitam a personagem.
 Substantivos que formam o feminino trocando o
-e final por -a: elefante - elefanta Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
 Substantivos que têm radicais diferentes no mas- fotográfico Ana Belmonte.
culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
 Substantivos que formam o feminino de maneira Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras )pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
anteriores: czar – czarina, réu - ré maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
proclama, o pernoite, o púbis.
7. Formação do Feminino dos Substantivos Uni- Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
formes a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. São geralmente masculinos os substantivos de ori-
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
forma para indicar o masculino e o feminino. o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
coma, o hematoma.
Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
palavras macho e fêmea.
Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
A cobra macho picou o marinheiro.
gre. / Uma Londres imensa e triste.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
8. Sobrecomuns: 10. Gênero e Significação
Entregue as crianças à natureza.
Muitos substantivos, como já mencionado anterior-
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mente, têm uma significação no masculino e outra no fe-
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa,
nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi- indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um
A criança chorona chamava-se João. bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite
A criança chorona chamava-se Maria. ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (par-
te do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a
Outros substantivos sobrecomuns: cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzen-
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma ta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
boa criatura. a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
Marcela faleceu a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
na administração da crisma e de outros sacramentos), a
9. Comuns de Dois Gêneros: crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe
(vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves),
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun-
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen-
LÍNGUA PORTUGUESA

A distinção de gênero pode ser feita através da análi- tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs- ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
repórter francês - repórter francesa. -fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
(aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
a voga (moda).

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B) Flexão de Número do Substantivo 12. Plural dos Substantivos Compostos

Em português, há dois números gramaticais: o singu- A formação do plural dos substantivos compostos
lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte- lavras que formam o composto e da relação que esta-
rística do plural é o “s” final. belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen
comportam-se como os substantivos simples: aguar-
11. Plural dos Substantivos Simples dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
malmequer/malmequeres.
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e O plural dos substantivos compostos cujos elementos
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
Exceção: cânon - cânones. A) Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural dos de:
em “ns”: homem - homens. substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. feitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
Atenção: mens
O plural de caráter é caracteres. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; quando formados de:
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
cônsul e cônsules. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de alto-falantes
duas maneiras: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -recos
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Observação: quando formados de:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
neiras: répteis ou reptis (pouco usada). -de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de valo-vapor e cavalos-vapor
duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. peixe-espada - peixes-espada.

Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
de três maneiras. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães saca-rolhas
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
13. Casos Especiais
Observação:
Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam o louva-a-deus e os louva-a-deus
dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos o bem-te-vi e os bem-te-vis
ancião – anciões/anciães/anciãos o bem-me-quer e os bem-me-queres
charlatão – charlatões/charlatães
corrimão – corrimãos/corrimões o joão-ninguém e os joões-ninguém.
LÍNGUA PORTUGUESA

guardião – guardiões/guardiães
vilão – vilãos/vilões/vilães 14. Plural das Palavras Substantivadas

Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
o látex - os látex. classes gramaticais usadas como substantivo apresen-
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.

32
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Singular Plural
Observação: corpo (ô) corpos (ó)
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” esforço esforços
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
seis e alguns dez. fogo fogos
forno fornos
15. Plural dos Diminutivos
fosso fossos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi- imposto impostos
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo. olho olhos
osso (ô) ossos (ó)
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
ovo ovos
animai(s) + zinhos = animaizinhos
poço poços
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
porto portos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
posto postos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tijolo tijolos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
flore(s) + zinhas = florezinhas
etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Observação:
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas molho (ó) = feixe (molho de lenha).
funi(s) + zinhos = funizinhos
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pai(s) + zinhos = paizinhos
pé(s) + zinhos = pezinhos Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural:
sempre que a terminação preste-se à flexão. Aqui morreu muito negro.
Os Napoleões também são derrotados. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
As Raquéis e Esteres. improvisadas.

17. Plural dos Substantivos Estrangeiros C) Flexão de Grau do Substantivo

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside-
shorts, os jazz. rado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho- nho do ser. Classifica-se em:
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad-
os réquiens. jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Observe o exemplo: Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.
LÍNGUA PORTUGUESA

O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.


3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
18. Plural com Mudança de Timbre nho do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
Certos substantivos formam o plural com mudança vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- 1. Pronomes Pessoais
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos, indican-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
São Paulo: Saraiva, 2002. quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
SITE Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
morf12.php ou do caso oblíquo.

A) Pronome Reto
Pronome
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- flores.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes retos apresentam flexão de número,
forma. gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-
O homem julga que é superior à natureza, por isso o tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
homem destrói a natureza... discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é assim configurado:
superior à natureza, por isso ele a destrói... 1.ª pessoa do singular: eu
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter- 2.ª pessoa do singular: tu
mos (homem e natureza). 3.ª pessoa do singular: ele, ela
Grande parte dos pronomes não possuem significa- 1.ª pessoa do plural: nós
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 2.ª pessoa do plural: vós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 3.ª pessoa do plural: eles, elas
referência exata daquilo que está sendo colocado por
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex- Esses pronomes não costumam ser usados como
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de- complementos verbais na língua-padrão. Frases como
mais pronomes têm por função principal apontar para as “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
dessa característica, os pronomes apresentam uma for- mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
ma específica para cada pessoa do discurso. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. -me até aqui”.
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] Frequentemente observamos a omissão do pronome
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se formas verbais marcam, através de suas desinências, as
fala] pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. boa viagem. (Nós)
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
se fala] B) Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras sentença, exerce a função de complemento verbal
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em nú- (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
mero (singular ou plural). Assim, espera-se que a refe- jeto indireto)
rência através do pronome seja coerente em termos de
gênero e número (fenômeno da concordância) com o Observação:
seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
enunciado. me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
LÍNGUA PORTUGUESA

diversa que eles desempenham na oração: pronome reto


nossa escola neste ano. marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
cia adequada] variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
[neste: pronome que determina “ano” = concordân- suem, podendo ser átonos ou tônicos.
cia adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]

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2. Pronome Oblíquo Átono Há construções em que a preposição, apesar de sur-
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não gir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô- oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o ver-
nica fraca: Ele me deu um presente. bo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Lista dos pronomes oblíquos átonos nome, deverá ser do caso reto.
1.ª pessoa do singular (eu): me Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
2.ª pessoa do singular (tu): te Não vá sem eu mandar.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
1.ª pessoa do plural (nós): nos A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
2.ª pessoa do plural (vós): vos está correta, já que “para mim” é complemento de “fá-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil
para mim!

FIQUE ATENTO! A combinação da preposição “com” e alguns prono-


Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
peciais depois de certas terminações verbais: go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao de companhia: Ele carregava o documento consigo.
mesmo tempo que a terminação verbal é su- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
primida. Por exemplo: Ela veio até mim, mas nada falou.
fiz + o = fi-lo Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fazeis + o = fazei-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
dizer + a = dizê-la prova, até eu! (= inclusive eu)

2. Quando o verbo termina em som nasal, o As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
pronome assume as formas no, nos, na, nas. por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
Por exemplo: soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
viram + o: viram-no próprios, todos, ambos ou algum numeral.
repõe + os = repõe-nos Você terá de viajar com nós todos.
retém + a: retém-na Estávamos com vós outros quando chegaram as más
tem + as = tem-nas notícias.
Ele disse que iria com nós três.

B.2 Pronome Oblíquo Tônico 3. Pronome Reflexivo


Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi- São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-
dos por preposições, em geral as preposições a, para, de cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
função de objeto indireto da oração. Possuem acentua- a ação expressa pelo verbo.
ção tônica forte. Lista dos pronomes reflexivos:
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo lembro disso.
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco lherme já se preparou.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Ela deu a si um presente.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas Antônio conversou consigo mesmo.

Observe que as únicas formas próprias do pronome 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do com esta conquista.
caso reto. 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
LÍNGUA PORTUGUESA

reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da


língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.

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celência, por exemplo, estamos nos endereçando à
#FicaDica excelência que esse deputado supostamente tem
para poder ocupar o cargo que ocupa.
O pronome é reflexivo quando se refere à mes- 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
me arrumei e saí. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
É pronome recíproco quando indica recipro- possessivos e os pronomes oblíquos empregados
cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo- em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
-nos calados. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
O “se” pode ser usado como palavra expletiva messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhe-
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente cidos.
necessária e sem função sintática: Os explora- 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
se foram? ao longo do texto, a pessoa do tratamento esco-
lhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começa-
mos a chamar alguém de “você”, não poderemos
C) Pronomes de Tratamento usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, ver-
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri- bo na terceira pessoa.
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
pessoa. Alguns exemplos: teus cabelos. (errado)
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e reli- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
giosos em geral ou
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente supe-
rior à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
professores de curso superior, ministros de Estado e de teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presiden-
te da República (sempre por extenso) 4. Pronomes Possessivos
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de univer-
sidades
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, ofi-
(coisa possuída).
ciais até a patente de coronel, chefes de seção e funcio-
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
nários de igual categoria
singular)
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
de direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento NÚMERO PESSOA PRONOME
cerimonioso singular primeira meu(s), minha(s)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- singular segunda teu(s), tua(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em- singular terceira seu(s), sua(s)
pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”,
no tratamento familiar. Você e vocês são largamente em- plural primeira nosso(s), nossa(s)
pregados no português do Brasil; em algumas regiões, a plural segunda vosso(s), vossa(s)
forma tu é de uso frequente; em outras, pouco emprega-
plural terceira seu(s), sua(s)
da. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica,
ultraformal ou literária.
Note que:
Observações: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de a que se refere; o gênero e o número concordam com o
tratamento que possuem “Vossa(s)” são emprega- objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
dos em relação à pessoa com quem falamos: Es- naquele momento difícil.
pero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
Observações:
LÍNGUA PORTUGUESA

encontro.
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da Repúbli- obrigado, seu José.
ca, agiu com propriedade. 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
3. Os pronomes de tratamento representam uma for- posse. Podem ter outros empregos, como:
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlo- A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
cutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Ex-

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B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
anos. fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. mos!
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex- Este e aquele são empregados quando se quer fazer
celência trouxe sua mensagem? referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- termo referido em primeiro lugar e este para o referido
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus por último:
livros e anotações.
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau-
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) Paulo], aquele [Palmeiras])
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, ou
para que não ocorra redundância: Coloque tudo
nos respectivos lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau-
lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São
5. Pronomes Demonstrativos Paulo], aquele [Palmeiras])
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
São utilizados para explicitar a posição de certa pa- invariáveis, observe:
lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
A) Em relação ao espaço: Também aparecem como pronomes demonstrativos:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
pessoa que fala: e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
Este material é meu. aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disses-
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da te.)
pessoa com quem se fala: Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse material em sua carteira é seu? indiquei.)

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
quem se fala: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Aquele material não é nosso. Eu mesma refiz os exercícios.
Vejam aquele prédio! Elas mesmas fizeram isso.
Eles próprios cozinharam.
B) Em relação ao tempo: Os próprios alunos resolveram o problema.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Esta manhã farei a prova do concurso!  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
rém relativamente próximo à época em que se situa a (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
pessoa que fala: fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! à mencionada em primeiro lugar.
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
remoto: 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
Naquele tempo, os professores eram valorizados. em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se que estava vendo. (no = naquilo)
LÍNGUA PORTUGUESA

falará ou escreverá):
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer 6. Pronomes Indefinidos
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa-
lará: São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
ortografia, concordância. quantidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
-plantadas.

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Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desco-
nhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é.

B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:

algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe:


 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pou-
ca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros,
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, cada.

*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é
feito em seu interior).
Todo e toda no singular e junto de artigo significa inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
Trabalho todo dia. (= todos os dias)

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.

7. Pronomes Relativos

São aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Quem casa, quer casa.
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.

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Note que:
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substi-
tuído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
encantado: o sítio ou minha tia?).
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
o qual / a qual)

O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural.

O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale
a do qual, da qual, dos quais, das quais.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.


(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.


(antecedente)
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um professor a quem muito devemos.


(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


LÍNGUA PORTUGUESA

O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.


= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente
que conversava, (que) ria, observava.

39
8. Pronomes Interrogativos
#FicaDica
São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini- Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun-
dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im- ção de complemento verbal (objeto). Por isso,
preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e memorize:
variações), quanto (e variações). OBlíquo = OBjeto!
Com quem andas?
Qual seu nome? Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
Diz-me com quem andas, que te direi quem és. mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
oblíquo quando desempenha função de complemento. A próclise é usada:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia  Quando o verbo estiver precedido de palavras
lhe ajudar. que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce jamais, etc.: Não se desespere!
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. B) Advérbios: Agora se negam a depor.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur- C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta quem tudo!
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe). esforçou.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, nidade.
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi- F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
dos de preposição.  Orações iniciadas por palavras interrogativas:
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o Quem lhe disse isso?
que eu estava fazendo.  Orações iniciadas por palavras exclamativas:
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para Quanto se ofendem!
mim o que eu estava fazendo.  Orações que exprimem desejo (orações optativas):
Que Deus o ajude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. material amanhã. / Tu sabes cantar?
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
Paulo: Saraiva, 2010. verbo. A mesóclise é usada:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – prol da paz no mundo.
São Paulo: Saraiva, 2002. Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
SITE palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ ria. Veja: Não se realizará...
morf42.php Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
9. Colocação Pronominal (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos nharia nessa viagem).
LÍNGUA PORTUGUESA

pronomes oblíquos átonos na frase.


Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
 Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
 Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.

40
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não SITE
se inicia período com pronome oblíquo). http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-
Vou-me embora agora mesmo. -pronominal-.html
Levanto-me às 6h.
 Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo Observação: Não foram encontradas questões
no concurso, mudo-me hoje mesmo! abrangendo tal conteúdo.
 Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida. VERBO

10. Colocação pronominal nas locuções verbais Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
 Após verbo no particípio = pronome depois do nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
verbo auxiliar (e não depois do particípio): é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
Tenho me deliciado com a leitura! outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme-
Eu tenho me deliciado com a leitura! no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
Eu me tenho deliciado com a leitura!
 Não convém usar hífen nos tempos compostos e 1. Estrutura das Formas Verbais
nas locuções verbais:
Vamos nos unir! Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
Iremos nos manifestar. os seguintes elementos:
 Quando há um fator para próclise nos tempos A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi-
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não -ava; fal-am. (radical fal-)
vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo- B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
cupar”). indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
exemplo: fala-r. São três as conjugações:
11. Emprego de o, a, os, as 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
 Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
os pronomes: o, a, os, as não se alteram. designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Chame-o agora. falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo)
Deixei-a mais tranquila. / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
 Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan- designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: número (singular ou plural):
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. (indica a 3.ª pessoa do plural.)

 Em verbos terminados em ditongos nasais (am,


em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se FIQUE ATENTO!
para no, na, nos, nas. O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
Chamem-no agora. por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
Põe-na sobre a mesa. pois a forma arcaica do verbo pôr era poer.
A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do
#FicaDica infinitivo, revela-se em algumas formas do
verbo: põe, pões, põem, etc.
Dica da Zê!
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig-
nifica “antes”! Pronome antes do verbo! 2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end,
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
depois do verbo! dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver- bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
bo to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo,
LÍNGUA PORTUGUESA

por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico


não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

41
3. Classificação dos Verbos Estava frio naquele dia.

Classificam-se em: 3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natu-


A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi- reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, tro-
cal inalterado durante a conjugação e desinências vejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém,
idênticas às de todos os verbos regulares da mes- se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver- “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do impessoal, empregado em sentido figurado, dei-
Modo Indicativo: xa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
canto falo Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
cantas falas Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
canta falas
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
cantamos falamos tempo: Já passa das seis.
cantais falais
cantam falam 5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
“de”, indicando suficiência:
Basta de tolices.
#FicaDica Chega de promessas.
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
Observe que, retirando os radicais, as desi- Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
nências modo-temporal e número-pessoal referência a sujeito expresso anteriormente (por
mantiveram-se idênticas. Tente fazer com exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso,
outro verbo e perceberá que se repetirá o classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
fato (desde que o verbo seja da primeira tais verbos, pessoais.
conjugação e regular!). Faça com o verbo
“andar”, por exemplo. Substitua o radical 7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo de “ser possível”. Por exemplo:
andar). Viu? Fácil! Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alte-
rações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
fizesse. jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singu-
lar e do plural. São unipessoais os verbos constar,
Observação: convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar,
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/ latir, piar).
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema Os verbos unipessoais podem ser usados como ver-
permanece inalterado. bos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam con- O que é que aquela garota está cacarejando?
jugação completa. Os principais são adequar, pre-
caver, computar, reaver, abolir, falir. Principais verbos unipessoais:
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
e, normalmente, são usados na terceira pessoa do  Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, pare-
singular. Os principais verbos impessoais são: cer, ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- bastante)
zar-se ou fazer (em orações temporais). Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Existiam)
LÍNGUA PORTUGUESA

Houve duas guerras mundiais. (Houve = Acontece-  Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo,
ram) seguidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.

42
F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

43
4. Conjugação dos Verbos Auxiliares
4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

4.5. ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
LÍNGUA PORTUGUESA

estás estiveste estavas estiveras estarás estarias


está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

44
4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
LÍNGUA PORTUGUESA

haveres

haver

havermos
haverdes
Haverem

45
4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais
LÍNGUA PORTUGUESA

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

46
6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adje-
tivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de subs-
tantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exem-
plo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)
8. Tempos Verbais
LÍNGUA PORTUGUESA

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

47
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

1. Modo Indicativo

1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaSTES vendeSTES partISTES STES


cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

48
1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS


cantarIAM venderIAM partirIAM

49
1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaREM vendeREM partiREM R EM

50
C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
LÍNGUA PORTUGUESA

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


LÍNGUA PORTUGUESA

O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)

52
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética -
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, EXERCÍCIOS COMENTADOS
seguido do pronome apassivador “se”. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso. 1. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
Destruiu-se o velho prédio da escola. TRATIVA – FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez
não acrescentem novos troféus, mas elas trazem recom-
Observação: pensas valiosas, [...] que contribuem de forma significa-
O agente não costuma vir expresso na voz passiva tiva para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como
sintética. fora dela.
Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos
1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os ele-
mentos sublinhados na frase acima, na ordem dada, por:
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase. a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem
Sujeito da Ativa objeto Direto c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam
d) acrescentariam − trariam− contribuíram
A apostila foi comprada pelo concurseiro. e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram
(Voz Passiva)
Sujeito da Passiva Agente da Passiva Resposta: Letra E.
Questão que envolve correlação verbal. Realizando as
alterações solicitadas, segue como ficariam (em des-
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
taque):
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui-
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
riam
tempo.
Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contri-
nos.
buíram
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram
los mestres. Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contri-
buíram = correta
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim. 2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: TRABALHO – FCC – 2012) Está inadequado o emprego
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. do elemento sublinhado na seguinte frase:
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou refle- a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao
xiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente, que dispenso aos homens religiosos.
paciente ou agente paciente. b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS mente virtuosos.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescin-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. dir os que se dizem homens de fé.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Paulo: Saraiva, 2010. e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Resposta: Letra C.
SITE Corrigindo o inadequado:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento si-
morf54.php milar ao que dispenso aos homens religiosos.
Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em precon-
ceitos de que deveriam desviar-se todos os homens
LÍNGUA PORTUGUESA

verdadeiramente virtuosos.
Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que)
não podem prescindir os que se dizem homens de fé.
Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que dei-
xem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.

53
3. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO 6. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO TRATIVA – FCC – 2012) O verbo indicado entre pa-
TRABALHO – FCC – 2012) rênteses deverá flexionar-se no singular para preencher
Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus adequadamente a lacuna da frase:
despertariam a ira de qualquer fanático, a forma ver-
bal obtida será: a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
a) seria despertada. b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre
b) teria sido despertada. o peso de suas mais graves decisões.
c) despertar-se-á. c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer)
d) fora despertada. tomar decisões sem medir suas consequências.
e) teriam despertado. d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (cos-
tumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
Resposta: Letra A. e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco-
Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A humana.
ira de qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
Resposta: Letra C.
4. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Flexões em destaque e sublinhei os termos que esta-
TRATIVA – ESPECIALIDADE SEGURANÇA JUDICIÁ- belecem concordância:
RIA – FCC – 2012) Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar
...ela nunca alcançava a musa. de corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
verbal resultante será: sobre o peso de suas mais graves decisões.
Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocor-
a) alcança-se. re tomar decisões sem medir suas consequências. =
b) foi alcançada. Isso não ocorre aos governantes – uma oração exerce
c) fora alcançada. a função de sujeito (subjetiva)
d) seria alcançada. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente cos-
e) era alcançada. tumam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade,
Resposta: Letra E. recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois a dor humana.
na passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no
mesmo tempo verbal, forma particípio): A musa nun- 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO –
ca era alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016 ) ... para quem
pretérito imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar Manoel de Barros era comparável a São Francisco de As-
também (é = presente, foi = pretérito perfeito, era = sis...
imperfeito, fora = mais que perfeito, será = futuro do O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
presente, seria = futuro do pretérito). frase acima está em:

5. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO a) Dizia-se um “vedor de cinema”...


ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no es-
TRABALHO – FCC – 2012) Aos poucos, contudo, fui che- paço...
gando à constatação de que todo perfil de rede social é um c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
retrato ideal de nós mesmos. Charles Baudelaire.
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al- d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser ros na literatura...
substituído por: e) ... para depois casá-las...

a) ademais. Resposta: Letra A.


b) conquanto. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicati-
c) porquanto. vo. Procuremos nos itens:
d) entretanto. Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
LÍNGUA PORTUGUESA

e) apesar. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do In-


dicativo
Resposta: Letra D. Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa opo- to do Indicativo
sição). A substituição deve utilizar outra de mesma Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
classificação, para que se mantenha a ideia do perío- cativo
do. A correta é entretanto. Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
elas)

54
8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016) Aí conheci o FCC – 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude
escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo a comer...
Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a his- O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
tória de Zé de Julião. Considerando-se a norma-padrão sublinhado acima está também sublinhado em:
da língua, ao reescrever-se o trecho acima em um único
período, o segmento destacado deverá ser antecedido a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou
de vírgula e substituído por as amas...
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
a) perante ao qual c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in-
b) de cujo dústria de consumo...
c) o qual d) E, mesmo que se esforcem muito [...]
d) frente à quem e) Hoje há algo novo nesse cenário.
e) de quem
Resposta: Letra D.
Resposta: Letra E. que nos ajude = presente do Subjuntivo
Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alter- Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e tam-
nativa que substitui corretamente o trecho destacado é bém mais-que-perfeito) do Indicativo
“de quem ouvi oralmente”. Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indi-
cativo
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
RIO – FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de ou- Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do In-
tras pessoas que tenham documentos em casa e se dis- dicativo
ponham a trazer para a Academia, que é a guardiã desse
tipo de acervo, que é muito difícil de ser guardado em 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
casa, pois o tempo destrói e aqui temos a melhor técnica FCC – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões
de conservação de documentos”, disse Cavalcanti. ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
O termo sublinhado faz referência a Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
verbal resultante será:
a) pessoas.
b) acervo. a) é privilegiado.
c) Academia. b) sendo privilegiadas.
d) tempo. c) são privilegiados.
e) casa. d) foi privilegiado.
e) são privilegiadas.
Resposta: Letra B.
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) Resposta: Letra C.
é muito difícil de ser guardado... Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
(auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- o mundo são privilegiados pelo modelo ainda domi-
RIO – FCC – 2016) O marechal organizou o acervo... nante.
A forma verbal está corretamente transposta para a voz
passiva em: 13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO
– FCC – 2016) Empregam-se todas as formas verbais de
a) estava organizando acordo com a norma culta na seguinte frase:
b) tinha organizado
c) organizando-se a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
d) foi organizado não poderia receber qualquer tipo de retificação.
e) está organizado b) Os documentos com assinatura digital disporam de
algoritmos de criptografia que os protegeram.
Resposta: Letra D. c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) contar com a proteção de uma assinatura digital.
e objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
LÍNGUA PORTUGUESA

passarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no fado deve saber que comprometerá sua integridade.
mesmo tempo que o verbo da ativa + o particípio do e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
verbo da voz ativa = organizado). O objeto exercerá comprometer a integridade dos documentos.
a função de sujeito paciente, e o sujeito da ativa será
o agente da passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi Resposta: Letra E.
organizado pelo marechal. Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua auten-
ticidade, o documento não poderia receber qualquer
tipo de retificação.

55
Em “b”: Os documentos com assinatura digital dispo- Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = pre-
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os sente do Indicativo
protegeram.
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos 16. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-
poderam (puderam) contar com a proteção de uma CIAL – VUNESP – 2014) Assinale a alternativa em que a
assinatura digital. palavra em destaque na frase pertence à classe dos adje-
Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu- tivos (palavra que qualifica um substantivo).
mento criptografado deve saber que comprometerá
sua integridade. a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie- tanásia...
rem sem comprometer a integridade dos documentos b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
= correta c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
a morte.
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁRIO – d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
FCC – 2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a e) E como seria a verdadeira boa morte?
trajetória da utopia no país.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Resposta: Letra E.
verbal resultante será: Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a mor-
a) foram marcados. te = pronome
b) foi marcado. Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando
c) são marcados. distanciar a morte = substantivo
d) foi marcada. Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
e) é marcada. Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = ad-
jetivo
Resposta: Letra E.
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então 17. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
teremos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente] 2014) As formas verbais conjugadas no modo impera-
+ particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da uto- tivo, expressando ordem, instrução ou comando, estão
pia do país é marcada pelos sessenta anos de história. destacadas em

15. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem ní-
– SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP – 2017) Consi- tidas na memória: são aqueles donos de qualidades
dere as seguintes frases: incomuns.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e
Segundo, não memorize apenas por repetição. quase não acreditei no que ouvi.
Terceiro, rabisque! c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos pro estúdio e ponha a rádio no ar.
empregados nessas frases está em destaque em: d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem locutor não chegava para os textos de abertura, pu-
com que o cérebro humano não considere útil gravar blicidade, chamadas.
esses dados [...] e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem- quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
-número de informações. suando frio e atentos às suas finas e cortantes pala-
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais vras.
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Resposta: Letra C.
que morou quando era criança? Aos itens:
e) É o que mostra também uma pesquisa recente condu- Em “a”: há = presente / acabam = presente / são =
zida pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] presente
Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = preté-
Resposta: Letra D. rito perfeito
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati- Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
LÍNGUA PORTUGUESA

vo (expressam ordem). Vamos aos itens: imperativo afirmativo (ordens)


Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = preté-
fazem = presente do Indicativo rito imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio
Indicativo
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
= presente do Indicativo
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo

56
18. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) 21. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
Em – O destino me prestava esse pequeno favor: comple- 2013) Assinale a alternativa que completa respectiva-
tava minha identificação com o resto da humanidade, que mente as lacunas, em conformidade com a norma-pa-
tem sempre para contar uma história de objeto achado; drão de conjugação verbal.
– o pronome em destaque retoma a seguinte palavra/ Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
expressão: quando __________ um diploma de mestrado, mas há
aqueles que _________ de opinião e procuram investir em
a) o resto da humanidade. cursos profissionalizantes.
b) esse pequeno favor.
c) minha identificação. a) obtiver … divirgem
d) O destino. b) obter … divergem
e) completava. c) obtesse … devirgem
d) obter … divirgem
Resposta: Letra A. e) obtiver … divergem
Completava minha identificação com o resto da huma-
nidade, que (a qual) tem sempre para contar uma his- Resposta: Letra E.
tória de objeto achado = pronome relativo que retoma Há quem acredite que alcançará o sucesso profissio-
o resto da humanidade. nal quando obtiver um diploma de mestrado, mas há
aqueles que divergem de opinião e procuram investir
19. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) em cursos profissionalizantes.
Considere o trecho a seguir.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais 22. (PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP –
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados 2014) Considerando que o adjetivo é uma palavra que
se as pessoas __________ a atenção voltada para seus per- modifica o substantivo, com ele concordando em gênero
tences, conservando-os junto ao corpo. e número, assinale a alternativa em que a palavra desta-
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- cada é um adjetivo.
mente, as lacunas do texto.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
a) sejam ... mantesse b) Ele tem dezesseis anos...
b) sejam ... mantém c) Eu queria que ele morresse logo, ...
c) sejam ... mantivessem d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
d) seja ... mantivessem mílias.
e) seja ... mantêm e) E o inferno não atinge só os terminais.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.


Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú- Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se famílias = substantivo
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
pertences, conservando-os junto ao corpo. tantivo

20. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-


CIAL – VUNESP – 2013) Nas frases – Não vou mais à CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
escola!… – e – Hoje estão na moda os métodos audio-
visuais. – as palavras em destaque expressam, correta e
respectivamente, circunstâncias de Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos.
a) dúvida e modo.
b) dúvida e tempo. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na
c) modo e afirmação. terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
d) negação e lugar. jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
e) negação e tempo. “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
LÍNGUA PORTUGUESA

e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-


Resposta: Letra E. curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de número e gênero se correspondem. A correspondência
tempo. de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
ser verbal ou nominal.

57
1. Concordância Verbal D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou
seu sujeito. “de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
1.1. Sujeito Simples - Regra Geral pronome pessoal.
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Quais de nós são / somos capazes?
em número e pessoa. Veja os exemplos: Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. vadoras.
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
Observação:
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize-
1.1.1. Casos Particulares mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande ver no singular, o verbo ficará no singular.
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome Qual de nós é capaz?
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no Algum de vós fez isso.
plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta- que indica porcentagem seguida de substantivo, o
ram proposta. verbo deve concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân- do prefeito.
dalos destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
Observação: 1% dos alunos faltaram à prova.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a  Quando a expressão que indica porcentagem não
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aos elementos que formam esse conjunto. com o número.
25% querem a mudança.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 1% conhece o assunto.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-  Se o número percentual estiver determinado por
tantivo, o verbo concorda com o substantivo. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. -á com eles:
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida- Os 30% da produção de soja serão exportados.
de. Esses 2% da prova serão questionados.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
mas Olimpíadas. F) O pronome “que” não interfere na concordância;
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
Observação: do singular.
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- Fui eu que paguei a conta.
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Fomos nós que pintamos o muro.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende- És tu que me fazes ver o sentido da vida.
ram um ao outro) Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado.
C) Quando se trata de nomes que só existem no
plural, a concordância deve ser feita levando-se G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as-
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem sumir a forma plural.
LÍNGUA PORTUGUESA

artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
no plural, o verbo deve ficar o plural. taram os poetas.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
As Minas Gerais são inesquecíveis. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. singular:

58
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Observação:
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Quando o sujeito é composto, formado por um ele-
mento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é
 Quando “um dos que” vem entremeada de subs- possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
tantivo, o verbo pode: (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
de “tomaríeis”.
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves-
sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
que faça o mesmo). passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po- em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei-
luídos (noção de que existem outros rios na mesma to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
condição). do sujeito mais próximo.
Faltaram coragem e competência.
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Faltou coragem e competência.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Compareceram todos os candidatos e o banca.
Vossa Excelência está cansado? Compareceu o banca e todos os candidatos.
Vossas Excelências renunciarão? D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se dância é feita no plural. Observe:
de acordo com o numeral. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Deu uma hora no relógio da sala. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Soam dezenove horas no relógio da praça. 1.2.1. Casos Particulares
Baterão doze horas daqui a pouco.
 Quando o sujeito composto é formado por
Observação: núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, singular.
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. Descaso e desprezo marca seu comportamento.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. A coragem e o destemor fez dele um herói.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
 Quando o sujeito composto é formado por nú-
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum cleos dispostos em gradação, verbo no singular:
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin- Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se-
gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de gundo me satisfaz.
existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi-  Quando os núcleos do sujeito composto são
cam fenômenos da natureza. Exemplos: unidos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural,
Havia muitas garotas na festa. de acordo com o valor semântico das conjunções:
Faz dois meses que não vejo meu pai. Drummond ou Bandeira representam a essência da
Chovia ontem à tarde. poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
1.2. Sujeito Composto Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
“adição”. Já em:
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver- Juca ou Pedro será contratado.
bo, a concordância se faz no plural: Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
Pai e filho conversavam longamente. píada.
Sujeito
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
Pais e filhos devem conversar com frequência. no singular.
Sujeito
 Com as expressões “um ou outro” e “nem um
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas nem outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin- Um ou outro compareceu à festa.
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece Nem um nem outro saiu do colégio.
sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
sobre a terceira (eles). Veja:  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural
LÍNGUA PORTUGUESA

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. ou no singular: Um e outro farão/fará a prova.


Primeira Pessoa do Plural (Nós)
 Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Segunda Pessoa do Plural (Vós) cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
tem sentido muito próximo ao de “e”.
Pais e filhos precisam respeitar-se. O pai com o filho montaram o brinquedo.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)

59
O governador com o secretariado traçaram os planos Aqui não se cometem equívocos
para o próximo semestre. Alugam-se casas.
O professor com o aluno questionaram as regras.

Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se


#FicaDica
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Para saber se o “se” é partícula apassivadora
O pai com o filho montou o brinquedo. ou índice de indeterminação do sujeito, tente
O governador com o secretariado traçou os planos transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
para o próximo semestre. se construída for “compreensível”, estaremos
O professor com o aluno questionou as regras. diante de uma partícula apassivadora; se não, o
“se” será índice de indeterminação. Veja:
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito Precisa-se de funcionários qualificados.
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres- Tentemos a voz passiva:
sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos Funcionários qualificados são precisados (ou
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou- precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
vesse uma inversão da ordem. Veja: tacado é índice de indeterminação do sujeito.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Agora:
“O governador traçou os planos para o próximo semes- Vendem-se casas.
tre com o secretariado.” Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
“O professor questionou as regras com o aluno.” correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
Casos em que se usa o verbo no singular: vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
Café com leite é uma delícia! Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
O frango com quiabo foi receita da vovó. ça? Agora é só memorizar!)

Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-


pressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não O Verbo “Ser”
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
o verbo ficará no plural. A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân-
Nordeste. cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a do sujeito.
notícia.
Quando os elementos de um sujeito composto são Quando o sujeito ou o predicativo for:
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor. A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa- SER concorda com a pessoa gramatical:
tia. Ele é forte, mas não é dois.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante Fernando Pessoa era vários poetas.
na vida das pessoas. A esperança dos pais são eles, os filhos.

1.2.2 Outros Casos B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro


no plural, o verbo SER concordará, preferencial-
O Verbo e a Palavra “SE” mente, com o que estiver no plural:
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há Os livros são minha paixão!
duas de particular interesse para a concordância verbal: Minha paixão são os livros!
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora. Quando o verbo SER indicar

Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”  horas e distâncias, concordará com a expressão
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos numérica:
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na É uma hora.
terceira pessoa do singular: São quatro horas.
Precisa-se de funcionários. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô-
Confia-se em teses absurdas. metros.
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in- estar expressa ou subentendida:
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Hoje é dia 26 de agosto.
Exemplos: Hoje são 26 de agosto.
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.

60
 Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida- A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
de e for seguido de palavras ou expressões como se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER denunciavam o que sentia.
fica no singular:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. a concordância pode variar. Podemos sistematizar
Duas semanas de férias é muito para mim. essa flexão nos seguintes casos:

 Quando um dos elementos (sujeito ou predica-  Adjetivo anteposto aos substantivos:


tivo) for pronome pessoal do caso reto, com este O adjetivo concorda em gênero e número com o
concordará o verbo. substantivo mais próximo.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Aqui os adultos somos nós. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
Observação:
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
o pronome sujeito. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Eu não sou ela. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Ela não é eu.
 Adjetivo posposto aos substantivos:
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plu- ou com todos eles (assumindo a forma masculina
ral, o verbo SER concordará com o predicativo. plural se houver substantivo feminino e masculi-
A grande maioria no protesto eram jovens. no).
O resto foram atitudes imaturas. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
O Verbo “Parecer” A indústria oferece localização e atendimento perfei-
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução tos.
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordân- A indústria oferece atendimento e localização perfei-
cias: tos.
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do Observação:
desenho. Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infini- pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
tivo sofre flexão: dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
As crianças parece gostarem do desenho. no plural masculino, que é o gênero predominante quan-
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho do há substantivos de gêneros diferentes.
aas crianças) Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s).
FIQUE ATENTO!
O carro e o iate novo(s).
Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
CER fica no singular. Por exemplo: As pare- C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
des parece que têm ouvidos. (Parece que as O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
paredes têm ouvidos = oração subordinada vo não for acompanhado de nenhum modificador:
substantiva subjetiva). Água é bom para saúde.
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
modificado por um artigo ou qualquer outro determina-
Concordância Nominal tivo: Esta água é boa para saúde.

A concordância nominal se baseia na relação entre D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes trou-as muito felizes.
LÍNGUA PORTUGUESA

adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:


normalmente, o substantivo funciona como núcleo de E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adno- neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
minal. DE + adjetivo, este último geralmente é usado no
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as masculino singular: Os jovens tinham algo de mis-
seguintes regras gerais: terioso.

61
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
função adjetiva e concorda normalmente com o Quite
nome a que se refere:
Cristina saiu só. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina e Débora saíram sós. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas.
Observação: A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável: Seguem inclusos os papéis solicitados.
Eles só desejam ganhar presentes. Estamos quites com nossos credores.

Bastante - Caro - Barato - Longe


#FicaDica
Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
Se a frase ficar coerente com o primeiro, rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se tivos, ou numerais.
houver coerência com o segundo, função de As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
adjetivo, então varia: Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo (pronome adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descansan- Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
do) - advérbio As casas estão caras. (adjetivo)
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula Achei barato este casaco. (advérbio)
depois de “só”, haverá, novamente, um ad- Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
jetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e Meio - Meia
descansando)
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
G) Quando um único substantivo é modificado por concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa- meia porção de polentas.
das as construções: Quando empregada como advérbio permanece inva-
 O substantivo permanece no singular e coloca-se riável: A candidata está meio nervosa.
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
espanhola e a portuguesa. #FicaDica
 O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
portuguesa. saberei que se trata de um advérbio, não
de adjetivo: “A candidata está um pouco
1. Casos Particulares nervosa”.

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per- Alerta - Menos


mitido
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
 Estas expressões, formadas por um verbo mais um sempre invariáveis.
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se Os concurseiros estão sempre alerta.
referem possuir sentido genérico (não vier prece- Não queira menos matéria!
dido de artigo).
É proibido entrada de crianças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em certos momentos, é necessário atenção. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
No verão, melancia é bom. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
É preciso cidadania. Paulo: Saraiva, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
LÍNGUA PORTUGUESA

minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o verbo como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças. SITE
Esta salada é ótima. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.
A educação é necessária. php
São precisas várias medidas na educação.

62
b) não existe e inexiste.
c) inexiste e não há.
EXERCÍCIOS COMENTADOS d) inexiste e não acontece.
e) não tem e não têm.
1. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE-
DERAL – CESPE – 2013) Formas de tratamento como Resposta: Letra C.
Vossa Excelência e Vossa Senhoria, ainda que sejam em- Busquemos o contexto:
pregadas sempre na segunda pessoa do plural e no femi- - sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
nino, exigem flexão verbal de terceira pessoa; além disso, há democracia = poderíamos substituir por “não exis-
o pronome possessivo que faz referência ao pronome te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido
de tratamento também deve ser o de terceira pessoa, e de “existir”)
o adjetivo que remete ao pronome de tratamento deve - sem democracia, não existem as condições mínimas
concordar em gênero e número com a pessoa — e não para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis-
com o pronome — a que se refere. tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural,
já que devemos concordar com “as condições míni-
( ) CERTO ( ) ERRADO mas”. A única “troca” adequada seria o verbo “haver”
– que pode ser utilizado com o sentido de “existir”.
Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordân- Teríamos: sem direitos humanos reconhecidos e prote-
cias verbal e nominal ao se utilizar pronome de trata- gidos, inexiste democracia; sem democracia, não há
mento devem ser na terceira pessoa e concordar em as condições mínimas para a solução pacífica dos con-
gênero (masculino ou feminino) com a pessoa a quem flitos.
se dirige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – con-
cordará com quem está se falando: uma mulher ou um 3. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚS-
homem / “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” / TRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO
“Vossas Senhorias gostariam de um café?”. ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Em “Vossa Exce-
lência deve estar satisfeita com os resultados das nego-
2. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMEN- ciações”, o adjetivo estará corretamente empregado se
TOS BÁSICOS CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL – dirigido a ministro de Estado do sexo masculino, pois o
NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017) termo “satisfeita” deve concordar com a locução prono-
minal de tratamento “Vossa Excelência”.
Texto CB3A2BBB
( ) CERTO ( ) ERRADO
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
estão na base das Constituições democráticas modernas. Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o re- do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto;
conhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos mas, se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá fle-
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo xão de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento
tempo, o processo de democratização do sistema in- é apenas a maneira como tratar a autoridade, não re-
ternacional, que é o caminho obrigatório para a busca gendo as demais concordâncias.
do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma
gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção 4. (ABIN – AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos CESPE – 2010 – ADAPTADA) (...) Da combinação entre
humanos, democracia e paz são três elementos funda- velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilida-
mentais do mesmo movimento histórico: sem direitos de surge a noção contemporânea de agilidade, transfor-
humanos reconhecidos e protegidos, não há democra- mada em principal característica de nosso tempo.
cia; sem democracia, não existem as condições mínimas A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramati-
para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras, cal para o texto, ser flexionada no plural, para concordar
a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se com “velocidade, persistência, relevância, precisão e fle-
tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns xibilidade”
direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que
não tenha a guerra como alternativa, somente quando ( ) CERTO ( ) ERRADO
existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele
Estado, mas do mundo. Resposta: Errado. O verbo está concordando com o
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson termo “combinação”, por isso deve ficar no singular.
Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adapta-
LÍNGUA PORTUGUESA

ções). 5. (TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL-


-DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – ANALISTA DE
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA –
2BBB, os termos “não há” e “não existem” poderiam ser CESPE – 2014 – ADAPTADA) (...) Há décadas, países
substituídos, respectivamente, por como China e Índia têm enviado estudantes para países
centrais, com resultados muito positivos.(...)
a) não existe e não têm.

63
A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída Chegar, Ir
por Fazem. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos ad-
verbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas
( ) CERTO ( ) ERRADO para indicar destino ou direção são: a, para.

Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empre- Fui ao teatro.


gado no sentido de tempo passado, não sofre flexão. Adjunto Adverbial de Lugar
Portanto, sua forma correta seria: “faz décadas”
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
Dá-se o nome de regência à relação de subordina- por em ou a.
ção que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
nome (regência nominal) e seus complementos. último jogo.

1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO B) Verbos Transitivos Diretos


Os verbos transitivos diretos são complementados
A regência verbal estuda a relação que se estabele- por objetos diretos. Isso significa que não exigem prepo-
ce entre os verbos e os termos que os complementam sição para o estabelecimento da relação de regência. Ao
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad- empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes
juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses
regência, o que corresponde à diversidade de significa- pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após
dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
contexto em que forem empregados.
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais),
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
contentar.
objetos indiretos.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
agrado ou prazer”, satisfazer.
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, au-
“agradar a alguém”.
xiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
O conhecimento do uso adequado das preposições
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, pre-
verbal (e também nominal). As preposições são capazes judicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver,
de modificar completamente o sentido daquilo que está visitar.
sendo dito. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Cheguei ao metrô. como o verbo amar:
Cheguei no metrô. Amo aquele rapaz. / Amo-o.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no Amo aquela moça. / Amo-a.
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
A voluntária distribuía leite às crianças.
A voluntária distribuía leite com as crianças. Observação:
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi emprega- Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
do como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
(objeto indireto: às crianças); na segunda, como transiti- adnominais):
vo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjun- Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
to adverbial). Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver- reira)
bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife- mor)
rentes formas em frases distintas.
C) Verbos Transitivos Indiretos
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Verbos Intransitivos Os verbos transitivos indiretos são complementados


Os verbos intransitivos não possuem complemento. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
É importante, no entanto, destacar alguns detalhes re- gem uma preposição para o estabelecimento da relação
lativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompa- de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
nhá-los. terceira pessoa que podem atuar como objetos indire-
tos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se
utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos
de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos

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que não representam pessoas, usam-se pronomes oblí- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
quos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos vos preços)
pronomes átonos lhe, lhes. Na utilização de pronomes como complementos, veja
as construções:
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre-
Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- ços.
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em di- Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
reitos iguais para todos. sobre eles)

Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- Observação:


mentos introduzidos pela preposição “a”: A mesma regência do verbo informar é usada para os
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparar
Responder - Tem complemento introduzido pela Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para in- as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple-
dicar “a quem” ou “ao que” se responde. mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com
Respondi ao meu patrão. o) de uma criança.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura. Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
Observação: na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan- de pessoa.
do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
analítica: Pedi-lhe favores.
O questionário foi respondido corretamente. Objeto Indireto Objeto Direto
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoria-
mente. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple- tantiva Objetiva Direta
mentos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Simpatizo com os que condenam os políticos que go- gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín-
vernam para uma minoria privilegiada. gua culta. No entanto, é considerada correta quando a
palavra licença estiver subentendida.
D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom- Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro-
panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de
destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coi-
sas e objeto indireto relacionado a pessoas. Preferir
Agradeço aos ouvintes a audiência. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
Objeto Indireto Objeto Direto indireto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Paguei o débito ao cobrador. Prefiro trem a ônibus.
Objeto Direto Objeto Indireto
Observação:
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
com particular cuidado: termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve-
Agradeci o presente. / Agradeci-o. zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. prefixo existente no próprio verbo (pre).
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi-
LÍNGUA PORTUGUESA

Paguei minhas contas. / Paguei-as. cado


Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
tividade, apresentam mudança de significado. O conhe-
Informar cimento das diferentes regências desses verbos é um re-
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto curso linguístico muito importante, pois além de permitir
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. a correta interpretação de passagens escritas, oferece
Informe os novos preços aos clientes. possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Den-
tre os principais, estão:

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Agradar Custar
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
nhos, acariciar, fazer as vontades de. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
Sempre agrada o filho quando. bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Aquele comerciante agrada os clientes.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti-
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento reduzida de infinitivo.
introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. Muito custa viver tão longe da família.
O cantor não lhes agradou. Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
to: O cantor desagradou à plateia. Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Aspirar tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) A Gramática Normativa condena as construções que
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As- pessoa: Custei para entender o problema.
pirávamos a ele) = Forma correta: Custou-me entender o problema.
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são Implicar
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
Aspiravam a ela) implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência,
Assistir acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
tar assistência a, auxiliar. Como transitivo direto e indireto, significa compro-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
ciar, estar presente, caber, pertencer. quem não trabalhasse arduamente.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. Namorar
Essa lei assiste ao inquilino. Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
anos.
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de Obedecer - Desobedecer
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa Sempre transitivo indireto:
conturbada cidade. Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.
Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
licitar a atenção ou a presença de. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
má-la. Proceder
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
dicativo preposicionado ou não. adverbial de modo.
A torcida chamou o jogador mercenário. As afirmações da testemunha procediam, não havia
LÍNGUA PORTUGUESA

A torcida chamou ao jogador mercenário. como refutá-las.


A torcida chamou o jogador de mercenário. Você procede muito mal.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu-
zido pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.

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O delegado procederá ao inquérito.

Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
LÍNGUA PORTUGUESA

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

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Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
LÍNGUA PORTUGUESA

68
CRASE.
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE- A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, sé- com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
ria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo
das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
culturais de todos os Estados e sociedades. Suas con- quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar-
sequências infligem considerável prejuízo às nações do cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo,
mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam à qual, às quais.
por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
geográficos, afetando homens e mulheres de diferen- do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
tes grupos étnicos, independentemente de classe social e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevân- regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
cia na discussão dos efeitos adversos do uso indevido que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e termo regido é aquele que completa o sentido do termo
dos crimes conexos — geralmente de caráter transna- regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
cional — com a criminalidade e a violência. Esses fato- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
res ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura contratada recentemente.
social e econômica interna, devendo o governo adotar Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, ar- dos entre parênteses), temos:
ticulando-se internamente e com a sociedade, de forma Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção da recentemente.
e repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos
cidadãos. O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos
referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-
ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a +
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em o pronome demonstrativo aquela (àquela).
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência
do vocábulo “conexos”. Observações importantes:
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
( ) CERTO ( ) ERRADO confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de crase está confirmada.
drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos Os dados foram solicitados à diretora.
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional Os dados foram solicitados ao diretor.
— com a criminalidade e a violência.
 No caso de nomes próprios geográficos, substi-
tui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso re-
O termo está se referindo à associação – associação do sulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalidade crase.
(2) (associação daquilo [1] com isso [2])
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma-
da)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado mais vividos.
em: Classes de palavras: substantivo, adjetivo, nume- Nas situações em que o nome geográfico se apresen-
ral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjun-
LÍNGUA PORTUGUESA

tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está


ção: emprego e sentido que imprimem às relações confirmada.
que estabelecem” Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias.

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 Não se efetiva o uso da crase diante da locução
#FicaDica adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
observamos a queima de fogos a distância.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
quê?) tre foi arremessado à distância de cem metros.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- Ensino a distância.
rerá crase. Veja:  Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo petidas, não há ocorrência da crase.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Ela ficou frente a frente com o agressor.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Eu o seguirei passo a passo.

A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Casos em que não se admite o emprego da crase:
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
regente exigir complemento regido da preposição “a”. Antes de vocábulos masculinos.
Entregamos a encomenda àquela menina. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
(preposição + pronome demonstrativo) Esta caneta pertence a Pedro.

Iremos àquela reunião. Antes de verbos no infinitivo.


(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
Antes de numeral.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
O número de aprovados chegou a cem.
(preposição + pronome demonstrativo)
Faremos uma visita a dez países.
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
Observações:
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
 Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
grave: nando como uma locução adverbial feminina – ocor-
 locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às rerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas.
pressas, à vontade...  Diante de numerais ordinais femininos a crase está
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- confirmada, visto que estes não podem ser empre-
cura de... gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida das à primeira aluna da classe.
que.  Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem dos exaustos a casa.
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Eu adoro a noite! Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer exaustos à casa de Marcela.
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não  Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
preposição. indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
ram a terra, já era noite.
Casos passíveis de nota:
Contudo, se o termo estiver precedido por um de-
 A crase é facultativa diante de nomes próprios fe- terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase.
mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. Paulo viajou rumo à sua terra natal.
 Também é facultativa diante de pronomes posses- O astronauta voltou à Terra.
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua
empresa.  Não ocorre crase antes de pronomes que reque-
LÍNGUA PORTUGUESA

 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja rem o uso do artigo.


ficará aberta até as (às) dezoito horas. Os livros foram entregues a mim.
 Constata-se o uso da crase se as locuções prepo- Dei a ela a merecida recompensa.
sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o
moda de Luís XV) uso da crase está confirmado no “a” que os antece-
de, no caso de o termo regente exigir a preposição.

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Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
 Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza- pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cum-
do em sentido genérico ou indeterminado: priram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigoro-
Estamos sujeitos a críticas. sa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão
Refiro-me a conversas paralelas. sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na
lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. setor público de adaptar suas despesas às receitas em
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- queda por causa da crise.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
ções).
SITE
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra- O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da
se-.html regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo de-
finido feminino determinando o substantivo “receitas”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-


1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE- ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA) O acento indicativo receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
de crase em “à humanidade e à estabilidade” é de uso adapta algo/alguém A algo/alguém.
facultativo, razão por que sua supressão não prejudicaria
a correção gramatical do texto. 3. (FNDE – TÉCNICO EM FINANCIAMENTO E EXE-
CUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIO-
( ) CERTO ( ) ERRADO
NAIS – CESPE – 2012) O emprego do sinal indicativo de
crase em “adequando os objetivos às necessidades” justi-
Resposta: Errado. Retomemos o contexto: (...) O uso
fica-se pela regência do verbo adequar, que exige com-
indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e per-
plemento regido pela preposição “a”, e pela presença de
sistente ameaça à humanidade e à estabilidade das es-
artigo definido feminino antes de “necessidades”.
truturas e valores políticos (...).
O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já
que os termos “humanidade” e “estabilidade” comple- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mentam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?”
= a regência nominal pede preposição. Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (obje-
to direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) neces-
2. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDI- sidades – objeto indireto. A explicação do enunciado
TOR DE CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – está correta.
CESPE – 2016)
4. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
Texto CB1A1BBB RIO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) No trecho “deu
início à sua caminhada cósmica”, o emprego do acento
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com grave indicativo de crase é obrigatório.
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que
estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela ( ) CERTO ( ) ERRADO
Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cósmi-
legislação destinada a assegurar, como alegam, maior ri- ca” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é
gor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de facultativo (antes de pronome possessivo).
responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, for-
talecer a estrutura legal que protege o dinheiro público
do mau uso por gestores irresponsáveis.
Examinando-se a situação financeira dos estados que
preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal,
LÍNGUA PORTUGUESA

fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000,


quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os
demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do
dinheiro público, para a criação de despesas e, em par-
ticular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo des-
cumprido algumas dessas regras, estariam interessados
em torná-las ainda mais rigorosas?

71
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con-
teúdos.
HORA DE PRATICAR! d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
colegas e chefes.
(TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
- VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res- constante dos chefes.
ponder às questões de 1 a 7.
2. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executi-
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
vos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu
nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará-
sua equipe para um chamado escritório aberto, sem pa-
grafo apresenta concordância de acordo com a norma-
redes e divisórias.
-padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele
executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem
e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi-
cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes
Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove para o chamado escritório aberto, como feito por Ch-
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio ris Nagele.
chefe. b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um Chris Nagele fazem mais de quatro anos.
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es- c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas
paço, com portas e tudo. equipes para escritórios abertos, também foi feito por
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni- d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas. transferido por muitos executivos.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o
15% da produtividade, desenvolver problemas graves que já tinham sido feitos por outros executivos do se-
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar tor.
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de 3. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
organização. DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele – até então –, em destaque no início do segundo pará-
já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir grafo, expressa um limite, com referência
falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- a) temporal ao momento em que se deu a transferência
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é da equipe de Nagele para o escritório aberto.
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em equipe de Nagele antes da mudança para locais aber-
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo tos.
de Nagele e voltando aos espaços privados. c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade tório que adotou.
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
por até 20 minutos. e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
Retemos mais informações quando nos sentamos em um poral às mudanças favoráveis à integração.
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e
design de interiores. 4. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser ruins DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.uol.com.br>. Aces- – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
so em: 04.04.2017. Adaptado) uma relação de sentido com o parágrafo
1. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos
LÍNGUA PORTUGUESA

empresas que adotaram o modelo de escritórios aber-


desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos compar- tos.
tilhados b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
do modelo de escritórios abertos.
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri- c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
ção à criatividade. base em resultados de pesquisas.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a d) anterior, introduzindo informações que se contra-
transferência de atividades para o lar.
põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos.

72
e) posterior, contestando com dados estatísticos o for- patinadores, maracatus, big bands, corredores evangé-
mato tradicional de escritório fechado. licos, góticos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos
de tango, barraquinhas de yakissoba e barris de cerveja
5. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- artesanal.
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a frase do texto em que Tenho estado atento às agruras e oportunidades da ci-
se identifica expressão do ponto de vista do próprio au- dade porque, depois de cinco anos vivendo na Granja
tor acerca do assunto de que trata. Viana, vim morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da
tarde, eu corria em volta de um lago, desviando de patos
a) “Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar e assustando jacus. Agora, aos domingos, corro pela Pau-
mais trabalho para casa”, diz ele. (6.º parágrafo). lista ou Minhocão e, durante a semana, venho testando
b) Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório diferentes percursos.
aberto... (4.º parágrafo). Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
c) Retemos mais informações quando nos sentamos em Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas en-
um local fixo, afirma Sally Augustin... (último parágra- costas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer,
fo). descobri um insuspeito parque noturno com bastante
d) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas gente, quase nenhum carro e propício a todo tipo de ati-
ele queria que todos estivessem juntos... (2.º parágra- vidades: o estacionamento do estádio do Pacaembu.
fo). (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toalha. Prefere esten-
e) É improvável que o conceito de escritório aberto caia dê-la e deitar em cima.” Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.
em desuso... (7.º parágrafo). br/colunas>. Acesso em: 13.04.2017. Adaptado)

6. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- É correto afirmar que, do ponto de vista do autor, o pau-
DIO - VUNESP – 2017) Na frase – É improvável que o listano
conceito de escritório aberto caia em desuso... (7.º pará-
grafo) – a expressão em destaque tem o sentido de a) busca em Ipanema o contato com a natureza exube-
rante que não consegue achar em sua cidade.
a) sofra censura. b) sabe como vencer a rudeza da paisagem de São Paulo,
b) torne-se obsoleto. encontrando nesta espaços para o lazer.
c) mostre-se alterado. c) se vê impedido de realizar atividades esportivas, no
d) mereça sanção. mar de asfalto que é São Paulo.
e) seja substituído. d) tem feito críticas à cidade, porque ela não oferece ati-
vidades recreativas a seus habitantes.
7. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- e) toma Ipanema como um símbolo daquilo que se pode
DIO - VUNESP – 2017) O trecho destacado na passagem alcançar, apesar de muito andar e andar.
– Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio 9. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
chefe.– tem sentido de: DIO - VUNESP – 2015)

a) até mesmo o próprio chefe. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insis-
b) apesar do próprio chefe. te, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase
c) exceto o próprio chefe. te mata de susto buzinando e te xingando porque você
d) diante do próprio chefe. usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado
e) portanto o próprio chefe. para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes so-
ciais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos,
8. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos.
DIO - VUNESP – 2017) Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você Há teorias evolucionistas que defendem que as socieda-
anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomar- des com maior número de pessoas altruístas sobrevive-
mos “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômi- ram por mais tempo por serem mais capazes de manter
ca. Tomando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados
como um exemplo de alívio, promessa de alegria em em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias
meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de um tris- que proporcionam prazer e felicidade.
te realismo: o problema de São Paulo é que você anda, Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas
anda, anda e nunca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a
LÍNGUA PORTUGUESA

parque do Estado, o Jardim da Luz são uns raros respiros aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes bati- parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragili-
das e os Corcovados de concreto armado. dades seriam uma vergonha social. Um empecilho à car-
O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere reira, ao acúmulo de dinheiro.
estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável
metros quadrados de chão. É o que vemos nas aveni- diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
das abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta li- bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
berarem um pedacinho do cinza e surgem revoadas de você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar

73
os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado
errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém
chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora
de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e,
em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)

É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gentileza

a) é prerrogativa dos que querem ter sua importância reconhecida socialmente.


b) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser praticada se não houver reciprocidade.
c) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as relações interpessoais.
d) restringe-se ao gênero masculino, pois este representa os mais fortes.
e) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade nos dias atuais.

10. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO - VUNESP – 2015) No final do último parágrafo, a autora
caracteriza a gentileza como “ato de pura desobediência civil”; isso permite deduzir que

a) assumir a prática da gentileza é rebelar-se contra códigos de comportamento vigentes, mesmo que não declarados.
b) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e aos protocolos sociais de relacionamento humano.
c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes, sem medo de ver atingida sua individualidade, no contexto geral.
d) há, nas sociedades modernas, a constatação de que a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade como ato
de rebeldia.
e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a intolerân-
cia.

11. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL


MILITAR – VUNESP-2010)

__________ moro fora do Brasil. Sou baiana e, cada vez que volto a Salvador, fico chocada, constrangida e enojada com
essa prática _________ e, _________ não dizer, machista dos meus conterrâneos – não se veem mulheres fazendo xixi na
rua. Mas, antes de prender os___________, tente encontrar um banheiro público em Salvador. Se encontrar, tente entrar –
normalmente estão trancados –, e tente então não passar __________. Vamos copiar a Europa na proibição, mas também
na infraestrutura.
(Seção “Leitor”, Veja, 14.07.2010. Adaptado)

Os espaços do texto devem ser preenchidos, correta e respectivamente, com:

a) A dez anos … sub-desenvolvida … por quê … cidadões … mau


b) Há dez anos … subdesenvolvida … por que … cidadãos … mal
c) Fazem dez anos que … subdesenvolvida … porque … cidadões … mau
d) São dez anos que … sub desenvolvida … porquê … cidadãos … mal
e) Faz dez anos que … sub-desenvolvida … porque … cidadães … mau

12. (PM-SP - TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL MILITAR – VUNESP-2014) Leia a tira de Hagar, por Chris
Browne, e assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, em conformidade com as regras
de ortografia.
LÍNGUA PORTUGUESA

(Folha de S.Paulo, 08.02.2014, http://zip.net/bdmBgf)

a) porque ... por que ... porque ... atraz


b) por que ... por quê ... por que ... atraz

74
c) por que ... por que ... porque ... atráz d) Enche-se … move-se
d) porque ... porquê ... por que ... atrás e) Enche-se … se movem
e) por que ... por quê ... porque ... atrás
16. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) As-
13. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013) sinale a alternativa correta quanto à colocação prono-
A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de minal, de acordo com a norma-padrão da língua portu-
37 anos, acusado de ____________ de drogas e ____________ guesa.
à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso em __________
com uma pequena quantidade de drogas no bairro Ira- a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação
puá II, em Floriano, após várias denúncias de vizinhos. De de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado era b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
conhecido na região pela atuação no crime. abrisse a bolsa que encontrara.
(www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013. Adaptado) c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectiva- eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
mente, com: e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
a) tráfico … mal-tratos … flagrante nos.
b) tráfego … maltratos … fragrante
c) tráfego … maus-trato … flagrante 17. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CUR-
d) tráfico … maus-tratos … flagrante SO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - PM/2014) A fra-
e) tráfico … mau-trato … fragrante se – Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto.
– está corretamente reescrita quanto à flexão verbal, à
14. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014) pontuação e à colocação pronominal em:
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica a) Se remordia, o amigo, no seu canto, sem que nada
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme- visse.
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é b) O amigo, sem que nada vesse, se remordia no seu can-
um adjetivo. to.
c) Remordia-se, no seu canto, o amigo, sem que nada
a) ... um câncer de boca horroroso, ... visse.
b) Ele tem dezesseis anos... d) Se remordia no seu canto o amigo, sem que nada ves-
c) Eu queria que ele morresse logo, ... se.
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
mílias. 18. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017-
e) E o inferno não atinge só os terminais. ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho está
reescrito conforme a norma-padrão da língua portugue-
15. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- sa, com a expressão destacada substituída pelo pronome
NESP-2014) correspondente.

Compras de Natal a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer


de contar-nas...
A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século
__________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões sem escrevê-los.
que não sobem, anjos e santos que não __________ , estre- c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe...
las que jamais estiveram no céu. d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He-
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano mingway... → ... livro que reúne-as...
inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão e) O médico que atendia pacientes... → O médico que
de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coi- lhe atendia...
sas que possam representar beleza e excelência.
Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po- 19. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
anos, num abrigo de animais, em Belém. – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) A frase:
(Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado) “Começa vacinação contra gripe A.”, só não está correta-
LÍNGUA PORTUGUESA

mente analisada em:


De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- a) O sujeito é classificado como simples
pectivamente, com: b) O núcleo do sujeito é vacinação.
c) O verbo é classificado como intransitivo.
a) Se enche … movem-se d) Vacinação é um substantivo abstrato.
b) Se enchem … se movem e) O objeto direto é vacinação contra gripe A.
c) Enchem-se … se move

75
20. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VU- c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
NESP-2014) Assinale a alternativa cuja frase está correta ções muito mais severas.
quanto à pontuação. d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
dos demais motoristas e de pedestres.
a) O médico, solidário e comovido, apertou minha mão e e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
entendeu o pedido de minha mãe. nova lei para que ela possa funcionar.
b) A diferença entre parada cardíaca e morte, não é ensi-
nada, aos médicos nas faculdades. 25. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
c) Prof. Alvariz, chefe da clínica sabia qual a diferença en- Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
tre, parada cardíaca e morte. mente, as lacunas do texto a seguir.
d) O aborto de fetos anencéfalos motivo de muita revol-
ta, foi bastante contestado. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi-
e) Iniciei assim que o velhinho teve uma parada cardíaca, mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo,
os processos de reanimação. o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de
uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es-
21. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
- SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010 - ADAP- e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra-
TADA) “– Mas não é minha cabeça que eles querem de- balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato
golar a cada jogo, François.” O uso da vírgula destacada das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam-
neste trecho tem a função de: bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de
a) Separar o aposto. duas mil mulheres.
b) Delimitar o sujeito. (https://oglobo.globo.com. Adaptado)
c) Delimitar uma nova oração.
d) Separar o vocativo. a) à … às … a
e) Marcar uma pausa forte. b) a … as … a
c) a … às … a
22. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- d) à … às … à
NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acen- e) a … as … à
tuadas segundo as regras de acentuação, respectivamen-
te, de intercâmbio e antropológico.

a) Distúrbio e acórdão.
b) Máquina e jiló. GABARITO
c) Alvará e Vândalo.
d) Consciência e características. 1 C
e) Órgão e órfãs.
2 C
23. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- 3 A
NESP-2014)
4 D
A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo
especialistas, quase metade delas está associada _____ 5 E
bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com- 6 B
bate efetivo _____ embriaguez ao volante.
7 A
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e
respectivamente, com: 8 B
9 E
a) às … a
b) as … à 10 A
c) à … à 11 B
d) às … à 12 E
e) à … a
13 E
24. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De 14 D
LÍNGUA PORTUGUESA

acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o 15 A


acento indicativo de crase está corretamente empregado
em: 16 E
17 D
a) A população, de um modo geral, está à espera de que, 18 C
com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa- 19 B
rem a sua postura.

76
20 E ANOTAÇÕES
21 A
22 D
23 D ________________________________________________

24 D _________________________________________________
25 A _________________________________________________

_________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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77
ANOTAÇÕES

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LÍNGUA PORTUGUESA

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78
Números inteiros: operações e propriedades........................................................................................................................................... 01
Números racionais, representação fracionária e decimal: operações e propriedades......................................................... 04
Mínimo múltiplo comum.................................................................................................................................................................................... 11
Razão e proporção................................................................................................................................................................................................. 11
Porcentagem............................................................................................................................................................................................................. 14
Regra de três simples............................................................................................................................................................................................ 17
Média aritmética simples.................................................................................................................................................................................... 18
Equação do 1º grau................................................................................................................................................................................................ 19
Sistema de equações do 1º grau..................................................................................................................................................................... 21
Sistema métrico: medidas de tempo, comprimento, superfície e capacidade......................................................................... 24
Relação entre grandezas: tabelas e gráficos.............................................................................................................................................. 29
Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, teorema de Pitágoras....................................................................... 32
Raciocínio lógico..................................................................................................................................................................................................... 55
Resolução de situações-problema................................................................................................................................................................. 85
Números Opostos: Voltando a definição do inicio do
NÚMEROS INTEIROS: capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
OPERAÇÕES E PROPRIEDADES. outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos
que os representam distam igualmente da origem. Vejam
os exemplos:
NÚMEROS INTEIROS E SUAS OPERAÇÕES FUNDA- Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
MENTAIS pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de
1.1 Definição de Números Inteiros a é – a, e vice-versa.
Ex: O oposto de zero é o próprio zero.
Definimos o conjunto dos números inteiros como a
união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 1.3 Operações com Números Inteiros
4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na-
turais, que são definidos como números negativos. Este Adição: Diferentemente da adição de números natu-
conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte rais, a adição de números inteiros pode gerar um pouco
forma: de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … } operação, associaremos aos números inteiros positivos o
conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é conceito de “perder”. Vejam os exemplos:
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:
Ex: (+3) + (+5) = ?
a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São
todos os números inteiros, exceto o zero: Obviamente, quem conhece a adição convencional,
sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo
ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … } conceito de “ganhar” e “perder”:

b) O conjunto dos números inteiros não negativos: +3 = Ganhar 3


São todos os inteiros que não são negativos, ou +5 = Ganhar 5
seja, os números naturais:
ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)

c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to- Ex: (−3) + (−5) = ?
dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto: Agora é o caso em que temos dois números negati-
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, … vos, usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:

d) O conjunto dos números inteiros não positivos: -3 = Perder 3


São todos os inteiros não positivos: -5 = Perder 5
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, } Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)

e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to- Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois
dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior.
não pertence ao subconjunto:
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1} E se tivermos um número positivo e um negativo? Va-
mos ver os exemplos:
Ex: (+8) + (−5) = ?
1.2 Definições Importantes dos Números inteiros
Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5,
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a que naturalmente sabemos que resultará em um ganho
distância ou afastamento desse número até o zero, na de 3:
reta numérica inteira. Representa-se o módulo pelo sím-
bolo | |. Vejam os exemplos: +8 = Ganhar 8
-5 = Perder 5
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
Se observarem essa operação, vocês irão perceber
MATEMÁTICA

a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de que ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basica-
zero, é sempre positivo. mente ambas são as mesmas operações, sem a presença
dos parênteses e a explicação de como se chegar a essa
simplificação será apresentado nos itens seguintes deste
capítulo.

1
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du-
exemplo: rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai-
xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite
Ex: −8 + +5 = ? de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
Usando a regra, temos que: (–3) = +3

-8 = Perder 8 Se compararmos as duas igualdades, verificamos que


+5 = Ganhar 5 (+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3) Temos:
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
Após a definição de adição de números inteiros, va- (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
mos apresentar algumas de suas propriedades: (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3

a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adi- Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
ção, isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do
número inteiro. segundo.

b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :


𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐 EXERCÍCIO COMENTADO

Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7 1. Calcule:

Comutativa: Para todos a,b em Z: a) (+12) + (–40) ;


a+b=b+a b) (+12) – (–40)
3+7=7+3 c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20)
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15)
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é: Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de
z+0=z inteiros, tem-se que:
7+0=7 a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25
tal que – 25 = 0
z + (–z) = 0 d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15
9 + (–9) = 0 = 6 – 24 = -18
Subtração de Números Inteiros
1.4. Multiplicação de Números Inteiros
A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quanti- A multiplicação funciona como uma forma simplifica-
dade; da de uma adição quando os números são repetidos. Po-
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto deríamos analisar tal situação como o fato de estarmos
uma delas tem a mais que a outra; ganhando repetidamente alguma quantidade, como por
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, sig-
falta a uma delas para atingir a outra. nifica ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser indi-
cada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Observe que: 9 – 5 = 4 Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
diferença Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
subtraendo (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
Observamos que a multiplicação é um caso particular
minuendo da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
Considere as seguintes situações: ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras.
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião Para realizar a multiplicação de números inteiros, de-
MATEMÁTICA

passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da vemos obedecer à seguinte regra de sinais:
temperatura? (+1) x (+1) = (+1)
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) (+1) x (-1) = (-1)
– (+3) = +3 (-1) x (+1) = (-1)
(-1) x (-1) = (+1)

2
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: 1- Não existe divisão por zero.
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não exis-
Sinais dos números Resultado do produto te um número inteiro cujo produto por zero seja
igual a –15.
Iguais Positivo 2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife-
Diferentes Negativo rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer
número inteiro por zero é igual a zero.
Propriedades da multiplicação de números inteiros: O Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1)
conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a mul- =0
tiplicação de dois números inteiros ainda é um número
inteiro. 1.6. Potenciação de Números Inteiros

Associativa: Para todos a,b,c em Z: A potência an do número inteiro a, é definida como


a x (b x c) = (a x b) x c um produto de n fatores iguais. O número a é denomi-
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7 nado a base e o número n é o expoente.
an = a x a x a x a x ... x a
Comutativa: Para todos a,b em Z: a é multiplicado por a n vezes
axb=bxa Exemplos:
3x7=7x3 33 = (3) x (3) x (3) = 27
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por (-7)² = (-7) x (-7) = 49
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: (+9)² = (+9) x (+9) = 81
zx1=z
7x1=7 - Toda potência de base positiva é um número inteiro
positivo.
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
z x z–1 = z x (1/z) = 1 - Toda potência de base negativa e expoente par é
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1 um número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) - Toda potência de base negativa e expoente ímpar é
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5) um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
1.5. Divisão de Números Inteiros
Propriedades da Potenciação:
Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 a base e somam-se os expoentes.
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9

Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di- Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: -se a base e subtraem-se os expoentes.
(+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6 = (+13)2
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4)
Logo: (–20) : (+5) = +4 Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
Considerando os exemplos dados, concluímos que, cam-se os expoentes.
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó-
dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí: Potência de expoente 1: É sempre igual à base.
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, (+9)1 = +9
o quociente é um número inteiro positivo. (–13)1 = –13
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen-
tes, o quociente é um número inteiro negativo. Potência de expoente zero e base diferente de zero:
- A divisão nem sempre pode ser realizada no con- É igual a 1.
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são Exemplo: (+14)0 = 1
divisões que não podem ser realizadas em Z, pois (–35)0 = 1
MATEMÁTICA

o resultado não é um número inteiro.

- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é


associativa e não tem a propriedade da existência
do elemento neutro.

3
1.7. Radiciação de Números Inteiros No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun-
tos:

A raiz nésima (de ordem n) de um número inteiro a • 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
é a operação que resulta em outro número inteiro não • 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos;
negativo b que elevado à potência n fornece o número a. • 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
O número n é o índice da raiz enquanto que o número a • − = conjunto dos racionais não positivos;
𝑄
é o radicando (que fica sob o sinal do radical). • 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro
a é a operação que resulta em outro número inteiro não Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto
negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú- que representa esse número ao ponto de abscissa zero.
mero a. 3 3 3 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
2 2
Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú-
3 3 3 3
mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. Módulo de+ é . Indica-se =
2 2 2 2
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a 3 3
é a operação que resulta em outro número inteiro que Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res- ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
tringimos os nossos cálculos somente aos números não o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao
negativos. ponto zero da reta são iguais. 2 2

Exemplos 1.1. Soma (Adição) de Números Racionais

(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. Como todo número racional é uma fração ou pode
ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8.
a c
entre os números racionais e , , da mesma forma que
a soma de frações, através de:
b d
(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27.
a c a�d+b�c
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. + =
b d b�d
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o 1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racio-
produto de números inteiros, concluímos que: nais
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme-
ro inteiro negativo. O conjunto Q é fechado para a operação de adição,
isto é, a soma de dois números racionais resulta em um
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a número racional.
raiz de qualquer número inteiro. - Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b
)+c
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a
NÚMEROS RACIONAIS, REPRESENTAÇÃO - Elemento neutro: Existe em , que adicionado a todo
FRACIONÁRIA E DECIMAL: OPERAÇÕES E em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
PROPRIEDADES. - Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q,
tal que q + (–q) = 0

NÚMEROS RACIONAIS: FRAÇÕES, NÚMEROS DECI- 1.2. Subtração de Números Racionais


MAIS E SUAS OPERAÇÕES
A subtração de dois números racionais e é a própria
1. Números Racionais operação de adição do número com o oposto de q, isto
é: p – q = p + (–q)
Umm número racional é o que pode ser escrito na for-
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n 1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racio-
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m nais
para significar a divisão de m por n . n
Como podemos observar, números racionais podem Como todo número racional é uma fração ou pode
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros, ser escrito na forma de umaa fração, definimos o produto
razão pela qual, o conjunto de todos os números racio- de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
c
MATEMÁTICA

nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na produto de frações, através de:
literatura a notação:

Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero } a c a�c
� =
b d b� d

4
O produto dos números racionais a e b também pode Exs:
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
entre as letras.
125
Para realizar a multiplicação de números racionais, 5 3 5 5 5
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
  −
toda a Matemática:  2  2  2  2 8
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo � Positivo = Positivo c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo � Negativo = Negativo
(-1)�(+1) = (-1) - Negativo � Positivo = Negativo d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo � Negativo = Positivo

1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-


#FicaDica meros racionais
O produto de dois números com o mesmo
sinal é positivo, mas o produto de dois Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
números com sinais diferentes é negativo.
0
 2
+  = 1
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números  5
Racionais
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, base.
o produto de dois números racionais resulta em um nú- 9
1
 9
mero racional. −  =−
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a  4 4
∙b)∙c
- Toda potência com expoente negativo de um núme-
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a ro racional diferente de zero é igual a outra potência que
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: igual ao oposto do expoente anterior.
q∙1=q a b
- Elemento inverso: Para todo q = b em Q, a di-
q−1 =
 3  5 25
−2 2

ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja, −  = −  =


a b
×a =1  5  3 9
b
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
∙ b ) + ( a∙ c ) sinal da base.

1.4. Divisão de Números Racionais 3


8
2 2 2 2
  =   .  .   =
A divisão de dois números racionais p e q é a própria  3   3   3   3  27
operação de multiplicação do número p pelo inverso de
q, isto é: p ÷ q = p × q-1 - Toda potência com expoente par é um número po-
De maneira prática costuma-se dizer que em uma di- sitivo.
visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e 2
 1  1  1 1
multiplica-se pelo inverso da segunda: −  = −  .−  =
a c a d a�d
 5   5   5  25
∶ = � =
b d b c b�c
- Produto de potências de mesma base. Para redu-
zir um produto de potências de mesma base a uma só
Observação: É possível
a encontrar divisão de frações potência, conservamos a base e somamos os expoentes.
c.
da seguinte forma: b . O procedimento de cálculo é o
mesmo. 2 3 2+3 5
d  2  2  2 2 2 2 2  2 2
  .   =  . . . .  =   = 
1.5. Potenciação de Números Racionais  5  5 5 55 5 5 5 5
𝐧
A potência q do número racional é um produto - Quociente de potências de mesma base. Para redu-
MATEMÁTICA

de fatores iguais. O número é denominado a base e o zir um quociente de potências de mesma base a uma só
número é o expoente. potência, conservamos a base e subtraímos os expoen-
n tes.
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)

5
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
3 3 3 3 3 conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
5 2 . . . . 5− 2 3
perfeito.
3 3
    2 2 2 2 2 3 3
  :  = =  = 
2 2 3 3 2 2 O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não
. 3
2 2 existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de 2. Frações
potência a uma potência de um só expoente, conserva- Frações são representações de partes iguais de um
mos a base e multiplicamos os expoentes. todo.xSão expressas como um quociente de dois núme-
ros , sendo x o numerador e y o denominador da
y com y ≠ 0 .
fração,

2.1. Frações Equivalentes

São frações que, embora diferentes, representam a


1.6. Radiciação de Números Racionais mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente
a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume-
Se um número representa um produto de dois ou rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
número. Vejamos alguns exemplos:
Ex: 3 e 6 .
Ex: 5 10
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
quadrada de 4. Indica-se 4 = 2. A segunda fração pode ser obtida multiplicando o
numerador e denominador de 3 por 2:
Ex: 5
2 3�2 6
1 1 1 1 =
Representa o produto . ou   . 5 � 2 10
9 1 3 31  3  1 1 6
Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se = Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
3 9 9 3 10 5
2.2. Operações com Frações
Ex:
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . 2.2.1. Adição e Subtração
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

Assim, podemos construir o diagrama: Frações com denominadores iguais:

Ex: 3
5 Jorge comeu 8 de um tablete de chocolate e Miguel
8 desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho-
colate que Jorge e Miguel comeram juntos?

A figura abaixo representa o tablete de chocolate.


Nela também estão representadas as frações do tablete
que Jorge e Miguel comeram:

FIQUE ATENTO!
3 2 5
Um número racional, quando elevado ao Observe que = =
8 8 8
quadrado, dá o número zero ou um número
racional positivo. Logo, os números racio- Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5
do table-
te de chocolate.
8
nais negativos não têm raiz quadrada em Q.

Na adição e subtração de duas ou mais frações que


100
MATEMÁTICA

O número − não tem raiz quadrada em Q, pois têm denominadores iguais, conservamos o denominador
tanto − 10 como +910 , quando elevados ao quadrado, dão comum e somamos ou subtraímos os numeradores.
100 . 3
3
Outro Exemplo:
9

6
3 5 7 3+5−7 1 2 4 8
+ − = = � =
2 2 2 2 2 3 5 15
Ou seja:
2.2.2. Frações com denominadores diferentes:
2 de 4 2 4 2�4 8
= � 5 = 3�5 = 15
Calcular o valor de 3 + 5 Inicialmente, devemos re- 3 5 3

duzir as frações ao mesmo 8 6 denominador comum. Para O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en- numerador é o produto dos numeradores e cujo deno-
tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se- minador é o produto dos denominadores das frações
guida, encontramos as frações equivalentes com o novo dadas.
denominador:
2 4 7 2�4�7 56
Outro exemplo: � � = =
3 5 9 20 3 5 9 3 � 5 � 9 135
mmc (8,6) = 24 = = =
8 6 24 24
#FicaDica
24 ∶ 8 � 3 = 9
24 ∶ 6 � 5 = 20 Sempre que possível, antes de efetuar
a multiplicação, podemos simplificar as
frações entre si, dividindo os numeradores
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso,
e os denominadores por um fator comum.
simplificando o resultado, quando possível:
Esse processo de simplificação recebe o
nome de cancelamento.
9 20 29
+ =
24 24 24

3 5 9 20 29
Portanto: + = + = 2.4. Divisão
8 6 24 24 24
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu-
Deste modo, é importante lembrar que na adição e merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
na subtração de duas ou mais frações que têm os deno- Exemplo
minadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações
ao menor denominador comum, após o que procedemos 2 é a fração inversa de 3
como no primeiro caso. 3 2
5 ou 5 é a fração inversa de 1

2.3. Multiplicação 1 5

Considere a seguinte situação:


Ex:
De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates con-
2
bananas, estão estragadas.
5 Qual é a fração de frutas tidos em uma caixa. Do total de5chocolates recebidos,
3 estão estragadas?
da caixa que Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado
de Lúcia?
A solução do problema consiste em dividir o total de
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja,
Representa 4/5 do conteúdo da caixa 4
:3
5

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1


desse algo. 3

Portanto: : 3 = de 4
4 1
5 3 5
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa. 1 4 1 4 4 1
Como de 5= 3 � 5 = 5 � 3 , resulta que
3
Repare que o problema proposto consiste em cal-
MATEMÁTICA

2 4
cular o valor de de que, de acordo com a figura, 4 4 3 4 1
equivale a do total de5 frutas. De acordo com a tabela
8 3
5
:3 = : = �
5 1 5 3
2 4
acima, 2 de 4 equivale a � . Assim sendo:
15
3 5 3 5

7
3 1
Observando que as frações e são frações inver- Exemplo
1 3
sas, podemos afirmar que:
2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri-
meira pelo inverso da segunda. Disposição prática:
4 4 3 4 1 4 2,3500
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15
14,3000
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4
do total de + 0,0075
chocolates contidos na caixa.
15
5,0000
4 8 41 5 5
Outro exemplo: : = . 2 = 21,6575
3 5 3 8 6

3.1.2. Multiplicação
Observação:
Vamos calcular o valor do seguinte produto:
2,58 � 3,4 .
Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão Transformaremos, inicialmente, os números decimais
3 1 em frações decimais:
:
2 5
258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
Portanto 100 10 1000

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772


3. Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números #FicaDica


que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
0,004; etc. Na prática, a multiplicação de números
decimais é obtida de acordo com as
3.1. Operações com Números Decimais seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como
3.1.1. Adição e Subtração se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas
Vamos calcular o valor da seguinte soma: decimais quantas forem as do primeiro fator
somadas às do segundo fator.
5,32 + 12,5 + 0, 034
Exemplo:
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
em frações decimais: Disposição prática:
652,2  1 casa decimal
532 125 34 5320 12500 34 17854
5,32 + 12,5 + 0,034 = 100
+ 10
+ 1000 = 1000
+ 1000 + 1000 = X
1000
17,854
=2,03 2 casas decimais
19 566
532 125 34 5320 12500 34 17854
= + + = + + = = 17,854
100 10 1000 1000 1000 1000 1000
1 304 4
Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854 1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais
Na prática, a adição e a subtração de números deci-
mais são obtidas de acordo com a seguinte regra: 1.3. Divisão
- Igualamos o número de casas decimais, acrescen-
tando zeros.
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
MATEMÁTICA

do vírgula embaixo de vírgula.


- Somamos ou subtraímos os números decimais
como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír-
gula dos números dados.

8
Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: Ex: 0,14 ∶ 28
24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5 Ex: 2 ∶ 16

A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-


mos em número natural o número decimal que aparecia
na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais
se transforma numa equivalente com números naturais.
Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
2. Representação Decimal das Frações
p
#FicaDica Tomemos um número racional q tal que p não seja
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta
Na prática, a divisão entre números deci- efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
mais é obtida de acordo com as seguintes Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
regras:
- Igualamos o número de casas decimais do 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
dividendo e do divisor. um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
como se os números fossem naturais.
2
= 0,4
5
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
1
= 0,25
Disposição prática: 4
35
= 8,75
4
153
= 3,06
50
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien- 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
te é exato. infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe-
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Ex: 9,775 ∶ 4,25
1
Disposição prática: = 0,333 …
3

1
= 0,04545 …
22
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.
167
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada = 2,53030 …
e o quociente é aproximado. 66

Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-


vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin- FIQUE ATENTO!
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo Se após as vírgulas os algarismos não são pe-
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto, riódicos, então esse número decimal não está
colocamos uma vírgula no quociente. contido no conjunto dos números racionais.

3.Representação Fracionária dos Números Deci-


MATEMÁTICA

mais

Trata-se do problema inverso: estando o número ra-


cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
na forma de fração. Temos dois casos:

9
1º) Transformamos o número em uma fração cujo Façamos
numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno- x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
minador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos
x =
zeros quantas forem as casas decimais do deci-… ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
1,23434
número
mal dado:
Subtraindo membro a membro, temos:
9
0,9 = 990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
10
1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
57 990
5,7 =
10 611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz
da dízima 1,23434... 495
76
0,76 =
100 Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia
consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe-
riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a
348 subtração membro a membro, ambas se cancelarem.
3,48 =
100

5 1 EXERCÍCIOS COMENTADOS
0,005 = =
1000 200 1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das
páginas de um livro numa semana. Na segunda semana,
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta)
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:
alguns exemplos:
a) 300
Ex: b) 360
Seja a dízima 0,333... c) 400
Façamos e multipliquemos ambos os membros por d) 450
10: e) 480
10x = 0,333 Resposta: Letra D.

Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade Mara leu 1 2 3+10 13 do livro.


da segunda: 5
+3= 15
= 15
13 15−13 2
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
3 Logo, ainda falta 1 − = = para ser
9 lido. Essa fração que falta
15 ser lida
15 equivale
15 a 60 pá-
ginas
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
2
9 Assim:  60 páginas.
15
Ex: Portanto,
1
 30 páginas.
Seja a dízima 5,1717... Logo o livro
15todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas
Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .
2. Em uma caixa de ferramentas, 4/5 são chaves de fen-
Subtraindo membro a membro, temos: da. Do total das chaves, 2/3 estão enferrujadas. Qual é
a fração de chaves da caixa de ferramentas que estão
99x = 512 x = 512⁄99 enferrujadas?
512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração . Resposta: 8/15
MATEMÁTICA

99 O problema proposto consiste em calcular o valor de


Ex: 2/3 de 4/5, que equivale a 8/15 do total das chaves.
Seja a dízima 1,23434...

10
Resposta: Letra C. O período em que João trabalha
e folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo pe-
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM. ríodo, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o pro-
blema consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo,
eles folgarão no mesmo dia novamente após 12 dias
MMC pois mmc (6,4)=12.

O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números 2. Quais dos números a seguir são primos? Justifique.
é o menor número positivo que é múltiplo comum de
todos os números dados. Consideremos: a) 88
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6 b) 20
Múltiplos positivos de 6: M(6) = c) 101
{6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
Múltiplos positivos de 8: M(8) = Resposta: Letra C. Para ser número primo, um núme-
{8,16,24,32,40,48,56,64,...} ro deve ser divisível apenas por 1 e por ele mesmo.
Em outras palavras, caso um número seja múltiplo de
Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co- qualquer outro, ele não é primo.
muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...} a) 88 é divisível por 2, 4, 8, 11, 22, entre outros. Logo,
Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar como existem divisores diferentes de 1 e de 88, dize-
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja: mos que 88 não é primo.
Outra técnica para o cálculo do MMC: b) 20 é divisível por 2, 4, 5 e 10. Logo, como existem
divisores diferentes de 1 e de 20, dizemos que 20 não
Decomposição isolada em fatores primos: Para ob- é primo.
ter o MMC de dois ou mais números por esse processo, c) 101 é primo porque não é divisível por nenhum nú-
procedemos da seguinte maneira: mero primo menor que ele.
- Decompomos cada número dado em fatores pri-
mos.
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-co- RAZÃO E PROPORÇÃO.
muns, cada um deles elevado ao seu maior ex-
poente.
Razão
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120.
Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
blemas, os números precisam ser relacionados para se
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
os números é através da razão. Sejam dois números reais
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
𝑎
dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏

A razão basicamente é uma fração, e como sabem,


18 = 2 .32 frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
120 = 23.3 .5 te número é diferente, justamente para diferenciarmos
quando estamos falando de fração ou de razão.
mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360
3
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
fração, lê-se: “três quintos”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS b) Quando temos o número


3
e estamos tratando
5
de razão, lê-se: “3 para 5”.
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan-
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam Além disso, a nomenclatura dos termos também é
no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão diferente:
para que eles folguem no mesmo dia novamente?

a) 8 O número 3 é numerador
b) 10
3
c) 12 a) Na fração
MATEMÁTICA

5
d) 15
e) 24 O número 5 é denominador

O número 3 é antecedente

11
#FicaDica
b) Na razão
3
5 A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha-
O número 5 é consequente
ma-se escala
Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50
20 2
50 5 50 5
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece- Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de possível também relacionar espécies diferentes e isto
montarmos a razão. está normalmente relacionado a unidades utilizadas na
física:
Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
ças. A razão entre o número de rapazes e o número de Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
moças é5 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi- lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
21

moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa- tempo gasto no translado?
zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale Para montarmos a razão, precisamos obter as infor-
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”. mações:
36 12

Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
dos números que expressam as medidas dessas grande- Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
zas numa mesma unidade. tempo gasto para isso:
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
140 𝑘𝑚 70
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a 𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
distância percorrida em relação ao total? 2ℎ 1

Como os dois números são da mesma espécie (dis- Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra- será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
zão:
240 𝑘𝑚 2
𝑟= = #FicaDica
360 𝑘𝑚 3
A razão entre uma distância e uma medida
No caso de mesma espécie, porém em unidades di-
de tempo é chamada de velocidade.
ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a outra.

Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex- 927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
tensão da prova? aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo
Veja que agora estamos tentando relacionar metros Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes
unidades, vamos utilizar “km”: e a área total?

36000 m=36 km Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-


remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
Como é pedida a razão entre o que falta em relação
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
ao total, temos que: 𝑑= = 71,5
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1 927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
𝑟= = =
42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7
#FicaDica
Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a A razão entre o número de habitantes e a
razão entre o comprimento representado no desenho e área deste local é denominada densidade
o comprimento real? demográfica.
Convertendo o comprimento real para cm, temos
MATEMÁTICA

que: Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L


20 𝑐𝑚 1 de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per-
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40 corridos pelo número de litros de combustível consumi-
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro
percorre com um litro de gasolina:

12
83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
𝑐= = 10,47 se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
8𝑙 𝑙 equivalentes. Lembra deste conceito?

#FicaDica
FIQUE ATENTO!
A razão entre a distância percorrida em rela- Uma fração é equivalente a outra quando
ção a uma quantidade de combustível é de- podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
finida como “consumo médio” rador e o denominador da fração por um
mesmo número, chegando ao numerador e
Proporção denominador da outra fração.

A definição de proporção é muito simples, pois se tra-


4 12
ta apenas da igualdade de razões. Ex. e são frações equivalentes, pois:
3 9
3 6
Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim 4x=12 →x=3
5 10
como 6 está para 10”). 3x=9 →x=3
Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro- 4
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda- Ou seja, o numerador e o denominador de quan-
3
mental das proporções do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
merador e denominador da outra fração, logo, elas são
equivalentes e consequentemente, proporcionais.
#FicaDica Agora vamos apresentar algumas propriedades da
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere- proporção:
mos que os produtos entre o numeradores
e os denominadores da outra razão serão a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
iguais. porcionais, podemos criar outra proporção soman-
do os numeradores com os denominadores e divi-
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das
Ex. Na igualdade
2 6 razões originais:
= , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
temos uma proporção.3 9
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se = → = → =
2 4 5 10 5 10
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
ou
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
correta? 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
Como temos que seguir a receita, temos que atender
= → = → =
2 4 2 4 2 4
a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
gotas a serem ministradas:
b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te-
7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 mos também que se realizarmos a diferença entre
= os termos, também chegaremos em outras pro-
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔 porções:
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos 4 8 4−3 8−6 1 2
= → = → =
encontrar qual o número que atenderá a proporção. 3 6 4 8 4 8
Multiplicando em cruz, temos que: ou

3x=105 4 8 4−3 8−6 1 2


= → = → =
3 6 3 6 3 6
105
𝑥= c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
3
dos antecedentes está para a soma dos conse-
x=35 gotas quentes assim como cada antecedente está para o
seu consequente:
Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
12 3 12 + 3 15 12 3
MATEMÁTICA

35 gotas do remédio, atendendo a proporção. = → = = =


8 2 8+2 10 8 2
Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma
proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-

13
d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
soma dos antecedentes está para a soma dos con- 16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so-
sequentes assim como cada antecedente está para bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en-
o seu consequente: tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
12 3 12 − 3 9 12 3 exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu
= → = = = respectivo lucro:
8 2 8−2 6 8 2
9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222
FIQUE ATENTO!
4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de
Usamos razão para fazer comparação entre
água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as
duas grandezas. Assim, quando dividimos
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água
uma grandeza pela outra estamos compa-
por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias
rando a primeira com a segunda. Enquanto
sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação
proporção é a igualdade entre duas razões.
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Qual será a economia diária de água obtida por meio da
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que
gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma
EXERCÍCIOS COMENTADOS bacia sanitária ecológica?

1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de Resposta: Se x for o número de litros de água despe-
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins jadas pela bacia ecológica, tem-se que:
tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha- 15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de Logo: x=360/15=24 litros.
Tocantins? Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros.

Resposta : A densidade demográfica é definida como


a razão entre o número de habitantes e a área ocu- PORCENTAGEM.
pada:

1 156 000 hab. Porcentagem


d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km² A definição de porcentagem passa pelo seu próprio
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300  cm²  e a
porcentagem pelo% e lê-se:50“por cento”.
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equiva-
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
tar por 50%.
Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
A1 300 A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
=
A2 100
=3 representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve- 𝑝
𝐴= .𝑉
zes maior que a área do retângulo 2. 100
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016) todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto gem se resumem a três tipos:
por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan- 𝑝
ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100
to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o por V. Assim: 𝑝
investimento um lucro: P% de V =A= 100 .V

a) Maior que R$ 810,00 Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2


MATEMÁTICA

b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00 100


c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00 Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
e) Menor que R$ 795,00 Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?

14
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as- Aumento e desconto percentual
siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
o total, basta realizarmos a multiplicação: Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
centagem está relacionada ao aumento e a redução per-
67
67% de 56000=A= 56000=37520 centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
100 ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria
Resp. 37 520 pessoas. envolvida

Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial


achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va- V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Cha-
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma: memos de VA o valor após o aumento. Assim:
𝑝 𝐴 p
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 VA = V + .V
100 𝑉 100
Fatorando:
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
p
Qual foi sua porcentagem de vitórias? VA = ( 1 + ) .V
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta- 100
gem de vitórias que esse time obteve, assim: Em que (1 + p ) será definido como fator de au-
mento, que pode100 estar representado tanto na forma de
𝐴 10 fração ou decimal.
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos. V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou memos de VD o valor após o desconto.
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
p
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi VD = V – .V
aprovado? 100
Para sabermos se o candidato passou, é necessário Fatorando:
calcular sua porcentagem de acertos: p
VD = (1 – ) .V
𝐴 48 100
𝑝 = . 100 = . 100 = 60% > 55% p
𝑉 80 Em que (1 – ) será definido como fator de des-
Logo, o candidato foi aprovado. 100
conto, que pode estar representado tanto na forma de
fração ou decimal.
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
𝑝 𝐴 𝐴 mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100 nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
100 𝑉 𝑝 deve admiti-lo?
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus saber o valor de V, assim:
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, p
quantos tiros ele deu no total? VA = ( 1 + ).V
100
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale 40
o “todo”, assim: 3500 = ( 1 + ).V
100
𝐴 15
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠 3500 =(1+0,4).V
𝑝 75
3500 =1,4.V
Forma Decimal: Outra forma de representação de 3500
porcentagens é através de números decimais, pois to- V= =2500
1,4
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há Resp. R$ 2 500,00
um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver- Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
MATEMÁTICA

está representada na forma de fração: les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
75 Aqui, basta calcular o valor de VD :
75% = = 0,75
100 p
VD = (1 – ) .V
100

15
Como temos também uma expressão para V2, basta
20
VD = (1 – ) .250,00 substituir:
100
𝑝1 𝑝2
VD = (1 –0,2) .250,00 V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100
VD = (0,8) .250,00
Além disso, essa formulação também funciona para
VD = 200,00 aumentos e descontos em sequência, bastando apenas
Resp. R$ 200,00 a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
FIQUE ATENTO! Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
Em alguns problemas de porcentagem são
𝑝1
necessários cálculos sucessivos de aumen- V1 = V .(1+ )
tos ou descontos percentuais. Nesses ca- 100
sos é necessário ter atenção ao problema, Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
pois erros costumeiros ocorrem quando se 𝑝2
calcula a porcentagens do valor inicial para V2 = V_1 .(1 – )
obter todos os valores finais com descon- 100
tos ou aumentos. Na verdade, esse cálculo Como temos uma expressão para , basta substituir:
só pode ser feito quando o problema diz 𝑝1 𝑝2
que TODOS os descontos ou aumentos V2 = V .(1+ ) .(1 – )
são dados a uma porcentagem do valor 100 100
inicial. Mas em geral, os cálculos são feitos Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
como mostrado no texto a seguir. sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
ao seu valor original.

Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos ( ) Certo ( ) Errado


um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor Este problema clássico tem como finalidade concei-
após o primeiro aumento, temos: tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
𝑝1 o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
V1 = V .(1 + ) nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
100 aprendemos, temos que:
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, 𝑝1 𝑝2
após já ter aumentado uma vez, temos que: V2 = V . 1+ . 1–
100 100
𝑝2 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
V2 = V1 .(1 + )
100
20 20
Como temos também uma expressão para V1, basta V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
substituir:
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) V2 = V .(1,2) .(0,8)
100 100
96
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- V2 = 0,96.V= V=96% de V
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar 100
ao resultado final. Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V nalar a opção ERRADO
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: EXERCÍCIOS COMENTADOS


𝑝1
V1 = V.(1 – ) 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
100 uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
MATEMÁTICA

Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja, mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
após já ter descontado uma vez, temos que: um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
𝑝2 entre as mulheres, o número de votantes do sexo masculi-
V2 = V_1 .(1 – ) no será exatamente igual ao número de votantes do sexo
100 feminino. Determine o número de eleitores de cada sexo.

16
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo Distância (km) Litros de álcool
femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo 180 15
enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o 210 x
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-
e 91% das mulheres compareceram a votação, onde cool”), vamos colocar uma flecha:
94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
minar o número de eleitores de cada sexo temos os
seguinte sistema para resolver:
F + M = 18500

0,94M = 0,91F
0,91
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
substituindo M na primeira equação do sistema en- Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100 de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No
2. (UFMG 2017) Uma pessoa comprou, fora do Brasil, esquema que estamos montando, indicamos esse fato
um produto por U$S 80,00 Sobre esse valor foi cobra- colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo
da uma taxa de 45% (frete) para o envio da mercadoria. sentido da flecha da coluna “litros de álcool”:
Chegando ao Brasil, esse produto foi tarifado com 15%
de imposto sobre importação que incidiu sobre o valor
do produto e do frete. Desta forma, o aumento percen-
tual do produto em relação ao preço de compra foi de,
aproximadamente,

a) 12
b) 37
c) 60
d) 67 Armando a proporção pela orientação das flechas,
temos:

Resposta: Letra D. Considerando o valor de U$S 80,00


180 15
para o produto, temos: = → 180x = 15 � 210
Valor com a taxa de 45%: 80+80∙0,45=80∙1,45 210 𝑥
Valor com a tarifa de 15% 80∙1,45+80∙1,45∙0,15=80∙1,67
Portanto, o aumento percentual será dado por: → 180x = 3150 → x = 3150/180 → x = 17,5
80∙1,67-80 ou seja 67% de 80.

Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.


REGRA DE TRÊS SIMPLES.
#FicaDica

Regra de Três Simples Procure manter essa linha de raciocínio nos


diversos problemas que envolvem regra de
Os problemas que envolvem duas grandezas direta- três simples ! Identifique as variáveis, verifi-
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol- que qual é a relação de proporcionalidade e
vidos através de um processo prático, chamado regra de siga este exemplo !
três simples.

Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km? eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando
a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
Solução: percurso?
Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
O problema envolve duas grandezas: distância e litros cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma
de álcool. coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor-
MATEMÁTICA

Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser respondem em uma mesma linha, temos:
consumido.
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma Velocidade (km/h) Tempo (h)
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que 60 4
se correspondem em uma mesma linha: 80 x

17
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va- ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
mos colocar uma flecha: siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
4∙0,24=R$ 0,96
2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3
trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
para construir um muro de 51m²?

Resposta: 9 trabalhadores.
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente
fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas proporcionais. Assim, a regra de três é direta:
velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na Área N Trabalhadores
coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
da flecha da coluna “tempo”: 17 3
51 x
17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores

MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES.

Estatística
Na montagem da proporção devemos seguir o senti-
do das flechas. Assim, temos: Definições Básicas
4 80
= → 80x = 4 � 60 Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na
𝑥 60
tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga-
nização e interpretação de dados.
→ 80x = 240 → x = 240/80 → x = 3
População: conjunto de entidades (pessoas, obje-
tos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. apresentem no mínimo uma característica em comum.
Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços
de um produto, médicos de um hospital, estudantes que
EXERCÍCIOS COMENTADOS prestam determinado concurso, etc.

Amostra: É uma parte da população que será objeto


1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU- do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar
MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im- a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho
portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro significativo (há métodos para determinar isso) que re-
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis- trate o comportamento da população. Exemplo: pesquisa
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi: de intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas
são entrevistadas e a pesquisa retrata a intenção de vo-
a) R$ 0,69 tos da população.
b) R$ 0,96
c) R$ 1,08 Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chama-
d) R$ 1,20 do de e cada valor desse dado será chamado de . Essa
variável pode ser quantitativa (assume valores) ou quali-
Resposta: Letra B. As grandezas (comprimento e pre- tativa (assume características ou propriedades).
ço) são diretamente proporcionais. Assim, a regra de
três é direta: Medidas de tendência central

Metros Preço São medidas que auxiliam na análise e interpretação


de dados para a tomada de decisões. As três medidas de
1 12
tendência central são:
0,02 x
MATEMÁTICA

Média aritmética simples: razão entre a soma de to-


1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24
dos os valores de uma mostra ∑x
e o número de elementos
i
Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para da amostra. Expressa por x
� .=
Calculada por:
que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim, n
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como

18
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com média aritmética simples, porém aqui cada variável tem um
peso diferente pi que é levado em conta no cálculo da média.
∑xi pi
x� =
∑pi
Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre
os elementos intermediários
Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.
Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exem-
plo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: 3+4 7
= = 3,5
2 2
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução:
Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual
a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

EQUAÇÃO DO 1º GRAU.

EQUAÇÃO DO 1º GRAU
MATEMÁTICA

Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas. Resol-
ver uma equação significa encontrar o valor das incógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde há somente
uma incógnita a ser encontrada e seu expoente é igual a 1. A forma geral de uma equação do primeiro grau é:
ax + b = 0

19
Onde a e b são números reais.
3x 12 12
= →x= → x = 4 → S = {4�
O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º 3 3 3
membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º
membro. 2x
Exemplo: Resolva a equação +2 x−4 = x+1
3
Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para
#FicaDica isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses:
Para resolver uma equação do primeiro grau, 2x
costuma-se concentrar todos os termos que + 2x − 8 = x + 1
contenham incógnitas no 1º membro e to- 3
dos os termos que contenham somente nú-
Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores
meros no 2º membro.
de todos os termos. Nessa equação, o denominador co-
mum é “3”:
FIQUE ATENTO! 2x 6x 24 3x 3
Há diversas formas de equações do primeiro + − = +
3 3 3 3 3
grau e a seguir serão apresentados alguns
deles. Antes, há uma lista de “regras” para a Como há o mesmo denominador em todos os ter-
solução de equações do primeiro grau: mos, eles podem ser “cortados”:
2x + 6x − 24 = 3x + 3
Regra 1 – Eliminar os parênteses
Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os
Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “3x” para o
termos caso haja frações
1º membro:
Regra 3 – Transferir todos os termos que conte-
nham incógnitas para o 1º membro 2x + 6x − 3x − 24 = 3
Regra 4 – Transferir todos os termos que conte-
nham somente números para o 2º membro
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-24” para
Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os
o 2º membro:
membros
Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro 2x + 6x − 3x = 24 + 3
Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em
Exemplo: Resolva a equação 5x − 4 = 2x + 8
ambos os membros:
As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses, 5x = 27
nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo
“2x” para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo
Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no
no 1º membro com o sinal trocado:
1º membro:
5x − 4 − 2x = 8
27 27
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-4” para o x= →S=
5 5
2º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º mem-
bro com o sinal trocado:
5x − 2x = 8 + 4
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em
1. Calcule:
ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos
os termos com incógnitas em um único termo no 1º
a) −3x – 5 = 25
membro e fazer o mesmo com todos os temos que con-
tenham somente números no 2º membro:
1
3x = 12 b) 2x − =3
2

Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem-


Resposta:
MATEMÁTICA

bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por


3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :

20
a) −3x – 5 = 25 Exemplo
Resolva o seguinte sistema de equações:
⟹ −3x − 5 + 5 = 25 + 5
⟹ −3x = 30
−3x 30
⟹ = ⟹ x = −10
−3 −3
b) 1 Resolução
2x –=3
2 Vamos começar escolhendo a primeira equação do
1 1 1 sistema, que é a equação mais simples, para isolar o x.
⟹ 2x − + = 3 +
2 2 2 Assim temos:

7 2x 7
⟹ 2x = ⟹ =
2 2 4
7
⟹x=
4

2. Encontre o valor de x que satisfaz a equação


3x + 24 = −5x

Resposta:

3x + 24 = −5x
⟹ 3x + 5x + 24 = 0 − 5x + 5x Após substituir o valor de x, na segunda equação, po-
demos resolvê-la, da seguinte maneira:
⟹ 8x = −24
⟹ x = −3

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU.

Sistemas de Equações

Um sistema de equações é constituído por um con-


junto de equações que apresentam mais de uma incóg- Agora que encontramos o valor do y, podemos subs-
nita. Para resolver um sistema é necessário encontrar os tituir esse valor da primeira equação, para encontrar o
valores que satisfaçam simultaneamente todas as equa- valor do x:
ções.
Um sistema é chamado do 1º grau, quando o maior
expoente das incógnitas, que integram as equações, é
igual a 1 e não existe multiplicação entre essas incógni-
tas.
Assim, a solução para o sistema dado é o par orde-
Como resolver um sistema de equações do 1º nado (8, 4). Repare que esse resultado tornam ambas as
grau? equações verdadeiras, pois 8 + 4 = 12 e 3.8 - 4 = 20.
Podemos resolver um sistema de equações do 1º
grau, com duas incógnitas, usando o método da substi- Método da Adição
tuição ou o da soma. No método da adição buscamos juntar as duas equa-
ções em uma única equação, eliminando uma das incóg-
Método da substituição nitas.
Esse método consiste em escolher uma das equações Para isso, é necessário que os coeficientes de uma das
e isolarmos uma das incógnitas, para determinar o seu incógnitas sejam opostos, isto é, devem ter o mesmo va-
valor em relação a outra incógnita. Depois, substituímos lor e sinais contrários.
esse valor na outra equação.
MATEMÁTICA

Desta forma, a segunda equação ficará com uma úni- Exemplo


ca incógnita e, assim, poderemos encontrar o seu valor Para exemplificar o método da adição, vamos resolver
final. Para finalizar, substituímos na primeira equação o o mesmo sistema anterior:
valor encontrado e, assim, encontramos também o valor
da outra incógnita.

21
Note que nesse sistema a incógnita y possui coefi-
cientes opostos, ou seja, 1 e - 1. Então, iremos começar
a calcular somando as duas equações, conforme indica-
mos abaixo:
Logo, x = - 12, não podemos esquecer de substituir
esse valor em uma das equações para encontrar o valor
do y. Substituindo na primeira equação, temos:

Ao anular o y, a equação ficou apenas com o x, por-


tanto agora, podemos resolver a equação:

Assim, a solução para o sistema é o par ordenado (-


Para encontrar o valor do y, basta substituir esse valor 12, 60)
em uma das duas equações. Vamos substituir na mais
simples: Classificação dos sistemas de equações

Um sistema do 1º grau, com duas incógnitas x e y,


Note que o resultado é o mesmo que já havíamos formado pelas equações a1x + b1y = c1 e a2x + b2y = c2,
encontrado, usando o método da substituição. terá a seguinte classificação: possível e determinado,
Quando as equações de um sistema não apresentam possível e indeterminado e impossível.
incógnitas com coeficientes opostos, podemos multipli-
car todos os termos por um determinado valor, a fim de O sistema será possível e determinado quando apre-
tornar possível utilizar esse método. sentar uma única solução. Isso acontecerá quando:

Por exemplo, no sistema abaixo, os coeficientes de x e


de y não são opostos:

Quando o sistema apresentar infinitas soluções, será


classificado como possível e indeterminado. A condição
para que um sistema seja desse tipo é:
Portanto, não podemos, inicialmente, anular nenhu-
ma das incógnitas. Neste caso, devemos multiplicar por
algum número que transforme o coeficiente em um nú-
mero oposto do coeficiente da outra equação.
Podemos, por exemplo, multiplicar a primeira equa- Já os sistemas impossíveis, não possuem nenhuma
ção por - 2. Contudo, devemos ter o cuidado de multipli- solução. Nesse tipo de sistema temos:
carmos todos os termos por - 2, para não modificarmos
a igualdade.

Assim, o sistema equivalente ao que queremos cal-


cular é:
Exemplo

Classifique o sistema abaixo:


MATEMÁTICA

Agora, é possível resolver o sistema por adição, con-


forme apresentado abaixo:

22
Para identificar o tipo de sistema, vamos calcular a razão entre os coeficientes das equações:

Como

Então, o sistema é impossível.

SITE
https://www.todamateria.com.br/sistemas-de-equacoes/

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Cefet - RJ - 2016
Uma garrafa PET (politereftalato de etileno) com sua tampa custa sessenta centavos. Sabendo que a garrafa custa cin-
quenta centavos a mais que a tampa, quanto custa só a tampa?

a) R$ 0,05
b) R$ 0,15
c) R$ 0,25
d) R$ 0,35

Resposta; Letra A. Considerando x o valor da garrafa e y o valor da tampa, temos o seguinte sistema:

Resolvendo o sistema por adição, temos:

x = 0,55 , que é o valor da garrafa. Logo só a tampa custa 0,55-0,50 = 0,05

2. Cefet - RJ - 2014
Se eu leio 5 páginas por dia de um livro, eu termino de ler 16 dias antes do que se eu estivesse lendo 3 páginas por dia.
Quantas páginas tem o livro?

a) 120
b) 125
MATEMÁTICA

c) 130
d) 135

23
Resposta; Letra A. Considerando x a quantidade de dias na 1ª situação; e y a quantidade de dias na 2ª situação, e
que em ambas situações o número de páginas lidas é o mesmo, podemos formar o seguinte sistema:

Resolvendo o sistema por substituição, temos:


5 (y-16) = 3y
5y - 80 = 3y
5y - 3y = 80
2y = 80
y = 80/2 = 40

O número de páginas do livro será dado por 3.y, logo o livro tem 120 páginas.

SISTEMA MÉTRICO: MEDIDAS DE TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE E CAPACIDADE.

SISTEMA MÉTRICO: MEDIDAS DE TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE E CAPACIDADE.

Sistema de Unidades de Medidas

O sistema de medidas e unidades existe para quantificar dimensões. Como a variação das mesmas pode ser gigan-
tesca, existem conversões entre unidades para melhor leitura.

Medidas de Comprimento

A unidade principal (utilizada no sistema internacional de medidas) de comprimento é o metro. Para medir dimen-
sões muito maiores ou muito menores que essa referência, surgiram seis unidades adicionais:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

A conversão de unidades de comprimento segue potências de 10. Para saber o quanto se deve multiplicar (ou
dividir), utiliza-se a regra do 10 c , onde c é o número de casas que se andou na tabela acima. Adicionalmente, se você
andou para a direita, o número deverá ser multiplicado, se andou para a esquerda, será dividido. As figuras a seguir
exemplificam as conversões:

Ex: Conversão de 2,3 metros para centímetros

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.

2o passo: Conte a
quantidade de casas
que você anda de uma
unidade para a outra. De
metro para centímetro
foram 2 casas.
MATEMÁTICA

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

24
Ex: Conversão de 125 000 mm para decâmetro:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
1º passo: Inicia-se
da unidade que
você vai converter.

2º passo: Conte a quan-


tidade de casas que você
anda de uma unidade para
a outra. De milímetro para
decâmetro são 4 casas.
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

Medidas de Área (Superfície)

As medidas de área seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o metro
quadrado e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de 10c , utiliza-
-se a regra de 102c , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 2. A definição se multiplica
ou divide segue a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

Ex: Conversão de 2 km² para m²


MATEMÁTICA

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

25
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.

2º passo: Conte a
quantidade de casas que
você andou. Neste caso,
de km2 para m2, andou-
se 3 casas.
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

Ex: Conversão de 20 mm² para cm²

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

2o passo: Conte a quantidade


de casas que você andou.
Neste caso, de mm2 para
cm2, andou-se 1 casa.
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

Medidas de Volume (Capacidade)

As medidas de volume seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o
metro cúbico e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:
MATEMÁTICA

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

26
c
A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de 10 , utiliza-se
a regra de 103c , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 3. A definição se multiplica ou
divide segue a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

Ex: Conversão de 3,7 m³ para cm³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a
quantidade de
casas que você andou.
Neste caso, de m3
para cm3, forma2 casas.

Ex: Conversão de 50000 dm³ para m³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a
quantidade de ca-
sas que você an-
dou. Neste caso, de
MATEMÁTICA

m3 para dm3, an-


dou-se 1 casa.

27
kL hL dal³ l³ dl³ cl³ ml³
(quilolitro) (hectolitro) (decalitro) (litro) (decilitro) (centilitro) (mililitro)

Para essa tabela, o roteiro para converter unidades de medidas é o mesmo utilizado para as medidas anteriores. A
diferença é que para cada unidade à direita multiplica-se por 10 e para cada unidade à esquerda divide-se por 10 (igual
para unidades de comprimento).

Medidas de Massa

As medidas de massa segue a base 10, como as medidas de comprimento. A unidade principal é o grama (g) e suas
seis unidades complementares estão apresentadas a seguir:

kg hg dag g dg cg mg
(kilograma) (hectograma) (decagrama) (grama) (decígrama) (centígrama) (milígrama)

Os passos para conversão de unidades segue o mesmo das medidas de comprimento. Utiliza-se a regra do 10c ,
multiplicando se caminha para a direita e divide quando caminha para a esquerda.

FIQUE ATENTO!
Outras unidades importantes:
• Massa: A tonelada, sendo que 1 tonelada vale 1000 kg.
• Volume : O litro (l) que vale 1 decímetro cúbico (dm³) e o mililitro, que vale 1 cm³.
• Área: O hectare (ha) que vale 1 hectômetro quadrado (ou 10000 m²) e o alqueire, (varia de região para
região e normalmente a conversão desejada é dada na prova).

Medidas de Tempo

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
2h = 2 ∙ 60min = 120 min = 120 ∙ 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h
= 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia,
na cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma
coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

#FicaDica
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau
– minuto – segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.
MATEMÁTICA

28
5. Converta 2,5 metros em centímetros.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: 250 cm.
Para convertermos 2,5 metros em centímetros, deve-
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o mos multiplicar (porque na tabela  metro  está à es-
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e che- querda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para
gou na hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. passarmos de metros para centímetros saltamos dois
A que horas terminará a aula de inglês? níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e de-
a) 14h pois de decímetros para centímetros:
b) 14h 30min 2,5m∙10∙10 ⟹ 250cm
c) 15h 15min Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a di-
d) 15h 30min reita.
e) 15h 45min Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.

Resposta: Letra D. Basta somarmos todos os valores


mencionados no enunciado do teste, ou seja: RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min TABELAS E GRÁFICOS.
Logo, a questão correta é a letra D.
Tabelas e Gráficos
2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?
Tabelas
Resposta: “0, 00348 dl”.
Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais
mm3  por mil, para obtermos o seu equivalente em diversos tipos de dados. O mais importante é saber in-
centímetros cúbicos: 0,348 cm3. terpretá-las e para isso é conveniente saber como uma
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se tabela é estruturada. Toda tabela possui um título que
equivalem. indica sobre o que se trata a tabela. Toda tabela é divi-
Neste ponto já convertemos de uma unidade de me- dida em linhas e colunas onde, no começo de uma linha
dida de volume, para uma unidade de medida de ca- ou de uma coluna, está indicado qual o tipo de dado que
pacidade. aquela linha/coluna exibe.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quan-
do então passaremos dois níveis à esquerda. Dividire- Ex:
mos então por 10 duas vezes: Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade
0,348ml:10:100,00348dl ALFA divididos por curso
Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.
Curso Número de Estudantes
3. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.
Administração 2000
Resposta: 0, 00005 hm². Arquitetura 1450
Para passarmos de decímetros quadrados para hectô-
Direito 2500
metros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes: Economia 1800
50dm2:100:100:100 ⟹ 0,00005hm2 Enfermagem 800
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a es-
Engenharia 3500
querda.
Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm². Letras 750
4. Passe 5.200 gramas para quilogramas. Medicina 1500
Psicologia 1000
Resposta: 5,2 kg.
Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, deve- TOTAL 15300
mos dividir (porque na tabela grama está à direita de
quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passar- Nesse caso, as colunas são: curso e número de estu-
mos de gramas para quilogramas saltamos três níveis dantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Uni-
à esquerda. versidade com o respectivo número de alunos de cada
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois curso.
de decagrama para hectograma e finalmente de hec-
MATEMÁTICA

tograma para quilograma:


5200g:10:10:10 ⟹ 5,2Kg
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a es-
querda.
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.

29
Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua par-
ticularidade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário
identificar linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

Gráficos

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência

Absoluta: mede a quantidade de repetições.


Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:

fi = 4
Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência relativa:
6
fr = ∙ 100 = 20%
30
MATEMÁTICA

Tipos de Gráficos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na horizontal
são apresentados os grupos (dados qualitativos) dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na vertical são apre-
sentados os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos ou frequências absolutas)

30
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas
todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
estudantes separados pelos seus continentes de origem: gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalida-
de entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram
uma pizza pelo formato redondo com seus pedaços (fre-
Estudantes da Universidade ALFA quências relativas).
700

600
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de
500
estudantes de acordo com seus continentes de origem
400

300

200 Estudantes da Universidade ALFA


100 30

0 150
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central 260 630

Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos 440


de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal
são apresentados os valores referentes a cada grupo (da- 520
dos quantitativos) enquanto na vertical são apresentados
150

os grupos (dados qualitativos)


América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos
estudantes separados pelos seus continentes de origem: alunos de um curso da Universidade ALFA.

Frequências absolutas:
Estudantes da Universidade ALFA

Oceania

África

Ásia

Europa

América Central

América do Sul

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700

Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas


séries históricas de dados e mostram a evolução dessas
séries ao longo do tempo. Frequências relativas:
Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências
e seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número
de alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.
Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

2500

2000

1500
MATEMÁTICA

1000

500

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

31
Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
(Me é a média aritmética de suas notas), o quociente
EXERCÍCIOS COMENTADOS da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual – (x + y)/(25+5) = 7
FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento y = 25∙Me
ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que Para calcular a média da turma, devemos somar as no-
atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento tas dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir
recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses pela quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado
funcionários em um determinado dia. deverá ser 7. Sendo assim, temos:

x + y
= 7
25 + 5
30 + 25 ∙ Me
= 7
30
Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia,
é correto afirmar que a média das notas dista da moda 30 + 25 ∙ Me = 7 • 30
dessas mesmas notas um valor absoluto, aproximada-
30 + 25 ∙ Me = 210
mente, igual a:
25 ∙ Me = 210 – 30
a) 0,33
b) 0,83 25 ∙ Me = 180
c) 0,65
d) 0,16 Me = 7,2
e) 0,21 Portanto, a média aritmética das notas das meninas
é 7,2.
Resposta: Letra C Trata-se de um caso de média arit-
mética ponderada. Considerando as 95 avaliações, o
peso de cada uma das notas é igual ao total de pes-
NOÇÕES DE GEOMETRIA: FORMA, PERÍMETRO,
soas que atribuiu a nota. Analisando a tabela
8 pessoas atribuíram nota 1 ÁREA, VOLUME, TEOREMA DE PITÁGORAS.
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
Introdução a Geometria Plana
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por: Ponto, Reta e Plano

8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318 A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano


x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95 é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui será
o mais importante é sua representação geométrica e es-
2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos pacial.
de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é
igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos Representação, (notação)
é igual a 6, a média aritmética das notas das meninas é
igual a: → Pontos serão representados por letras latinas
a) 6,5 maiúsculas; ex: A, B, C,…
b) 7,2 → Retas serão representados por letras latinas minús-
c) 7,4 culas; ex: a, b, c,…
d) 7,8 → Planos serão representados por letras gregas mi-
e) 8,0 núsculas; ex: β,∞,α,...

Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada a Representação gráfica


soma das notas dos meninos por x e a da nota das
meninas por y. Se a turma tem 5 meninos e a média
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das
notas dos meninos  (x)  dividida pela quantidade de
meninos (5) deve ser igual a 6, isto é:
MATEMÁTICA

x
= 6
5
x = 6 ∙ 5

x = 30

32
Postulados primitivos da geometria, qualquer postu- Observe que r ∩ s = {H} . Sendo que H está contido
lado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova, na reta r e na reta s.
contanto que não exista a contraprova.
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal
distintos. modo que quaisquer dois pontos desse conjunto podem
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so- ser ligados por um segmento de reta inteiramente con-
mente uma reta). tida no conjunto.
Um plano no espaço pode ser determinado por qual-
quer uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à
mesma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem
- Pontos colineares pertencem à mesma reta. o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Dois segmentos de reta paralelos que não se so-
brepõe;
- Duas retas concorrentes;
- Dois segmentos de reta concorrentes.

Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem


ser: paralelas, concorrentes ou reversas.
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se
- Três pontos determinam um único plano. pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se


ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento
- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta de reta contido no plano que tem P como uma de suas
reta está contida neste plano. extremidades é perpendicular à reta.

Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se


existe uma reta s inteiramente contida no plano que é
paralela à reta dada.
- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis-
ponto em comum. tância do ponto ao plano é a medida do segmento de
MATEMÁTICA

reta perpendicular ao plano em que uma extremidade é


o ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a inter-
seção entre o plano e o segmento.

33
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula. Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE
, nesta ordem, são proporcionais se: A B⁄B C = C D⁄D E .
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e
os segmentos BC e CD e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
sentam as medidas dos segmentos:

Planos concorrentes no espaço são planos cuja inter- m (AB) m (CD)


=
seção é uma reta. m (BC) m (DE)
Planos paralelos no espaço R3 são planos que não
tem interseção. Feixe de Retas Paralelas
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que
tais planos formam um diedro e o ângulo formado en- Um conjunto de três ou mais retas paralelas num pla-
tre estes dois planos é denominado ângulo diedral. Para no é chamado feixe de retas paralelas. A reta que inter-
obter este ângulo diedral, basta tomar o ângulo forma- cepta as retas do feixe é chamada de reta transversal. As
do por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos retas a, b, c e d que aparecem no desenho anexado, for-
concorrentes. mam um feixe de retas paralelas enquanto que as retas s
e t são retas transversais.

Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um


ângulo reto (90°).

Razão entre Segmentos de Reta

Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos


de uma reta que estão limitados por dois pontos que são
as extremidades do segmento, sendo um deles o ponto Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas de-
inicial e o outro o ponto final. Denotamos um segmento termina sobre duas transversais quaisquer, segmentos
por duas letras como, por exemplo, AB, sendo A o início proporcionais. A figura abaixo representa uma situação
e B o final do segmento. onde aparece um feixe de três retas paralelas cortadas
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB. por duas retas transversais.

Segmentos Proporcionais

Proporção é a igualdade entre duas razões equiva-


lentes. De forma semelhante aos que já estudamos com
números racionais, é possível estabelecer a proporcio-
nalidade entre segmentos de reta, através das medidas
desse segmentos. Identificamos na sequência algumas proporções:
Vamos considerar primeiramente um caso particular
com quatro segmentos de reta com suas medidas apre-
sentadas na tabela a seguir: A B⁄B C = DE⁄E F
B C⁄ A B = EF ⁄D E
m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm A B⁄D E = B C⁄ E F
m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm D E⁄ A B = E F ⁄B C
A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre
Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de
os segmentos PQ e RS e , são dadas por frações equivalen-
retas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indica-
tes, isto é A B⁄C D = 2⁄3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6,
MATEMÁTICA

das em centímetros.
segue a existência de uma proporção entre esses quatro
segmentos de reta. Isto nos conduz à definição de seg-
mentos proporcionais.

34
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Assim:
B C⁄A B = E F⁄D E Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-
tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode
ser formulada de várias maneiras. Se um
dos segmentos do feixe de paralelas for
desconhecido, a sua dimensão pode
ser determinada com o uso de razões
proporcionais. Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego


- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem
não colineares.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


MATEMÁTICA

Ângulo Central
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o cen-
tro da circunferência;

35
Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde
a 1/360 da circunferência denominamos de grau.

Ângulos formados por duas retas paralelas com


Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple- uma transversal
mentares se a soma das suas medidas é 900.
Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no
mesmo plano e não possuem ponto em comum.

Vamos observar a figura abaixo:

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:

Ângulos colaterais internos: O termo colateral signifi-


ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.
MATEMÁTICA

Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos


ângulos 3 e 6 também será 180°

36
Ângulos colaterais externos: O termo colateral signifi-
ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


igual ao ângulo 8

Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam


Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos uma mesma posição na reta transversal, um na região
ângulos 1 e 8 também será 180° interna e o outro na região externa.

Ângulos alternos internos: O termo alterno significa


lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é


igual ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o
ângulo 4 é igual ao ângulo 8.

FIQUE ATENTO!
Há cinco classificações distintas para os ân-
gulos formados por duas retas paralelas que
Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é intersectam uma transversal. Então, procure
visualizar bem as imagens para associá-las a
MATEMÁTICA

igual ao ângulo 5
cada classificação existente.
Ângulos alternos externos: O termo alterno significa
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

37
POLÍGONOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS Um polígono é uma figura geométrica plana limitada
por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono”
1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo re- advém do grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos
presenta um relógio analógico cujos ponteiros das ho- (gon).
ras (menor) e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min.
Nestas condições, a medida do menor ângulo, em graus, Linhas poligonais e polígonos
formado pelos ponteiros deste relógio, é:
Linha poligonal é uma sucessão de segmentos conse-
cutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada


simples:

a) 120°
b) 126°
c) 130° Linha poligonal fechada
d) 132° não-simples:

Resposta: Letra C. Se o ponteiro das horas estivesse


no 4 daria 120 graus. Como ele está antes e se passou
40 minutos (2/3 de uma hora), então ele está 1/3 de
30° (10°) atrás. Se somarmos 120+ 10 = 130°
Linha poligonal aberta
simples:
2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e
cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos
ângulos x e y.

Linha poligonal aberta


não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um
polígono divide o plano em que se encontra
em duas regiões (a interior e a exterior), sem
pontos comuns.
Resposta: x = 50° e y = 130°
Elementos de um polígono
Facilmente observamos que os ângu-
los x e 50° são opostos pelo vértice, logo, x = 50°. Po-
demos constatar também que y e 50° são suplemen-
tares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°
MATEMÁTICA

38
Um polígono possui os seguintes elementos:

Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E


Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .
Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

Alguns polígonos regulares:

a) triângulo equilátero
b) quadrado
c) pentágono regular
d) hexágono regular

Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem dv = n – 3


O número de diagonais (d) de um polígono é dado por:
MATEMÁTICA

n n−3
d=
2

39
Onde n é o número de lados do polígono.

A soma das medidas dos ângulos internos de um po- EXERCÍCIOS COMENTADOS


lígono de n lados (Si) é dada por:
1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURAN-
Si = n − 2 � 180° ÇA DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra
A soma das medidas dos ângulos externos de um po- um octógono regular de lado √2 cm.
lígono de n lados (Se) é igual a:

360°
Se =
n

Em um polígono convexo de n lados, o número de


triângulos formados por diagonais que saem de cada
vértice é dado por n - 2.

A medida do ângulo interno de um polígono regular


de n lados (ai ) é dada por:

n − 2 � 180° Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do


ai =
n triângulo retângulo ADE vale, em cm²

A medida do ângulo externo de um polígono regular a) 5


de n lados (ae ) é dada por: b) 4
360° c) 5
ae =
n d) 2 + 1
e) 2
A soma das medidas dos ângulos centrais de um po-
lígono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º. Resposta: Letra D.

A medida do ângulo central de um polígono regular


de n lados () é dada por:
360°
ac =
n

Polígonos regulares
COMENTÁRIO:
Os polígonos regulares são aqueles que possuem to-
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruen- Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
tes. Todas as propriedades anteriores são válidas para os gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
polígonos regulares, a diferença é que todos os valores AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
são distribuídos uniformemente, ou seja, todos os ân-
2+2 2 2 2 2
gulos terão o mesmo valor e todas as medidas terão o A= = + =1+ 2
mesmo valor. 2 2 2

2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes


#FicaDica
podem ser conectados lado a lado, formando uma es-
Polígonos regulares são formas de polígo- trela de cinco pontas, conforme destacado na figura a
nos mais estudadas e cobradas em questões seguir
de concursos.
MATEMÁTICA

40
QUADRILÁTEROS, CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO

Quadriláteros

São figuras que possuem quatro lados dentre os


quais temos os seguintes subgrupos:

Paralelogramo

Nessas condições, o ângulo θ mede:

a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D. Na ponta da estrela onde está des-


tacado o ângulo θ, temos o encontro de três ângulos Características:
internos de pentágonos regulares. Para descobrir a me-
dida de cada um desses ângulos, basta calcular a soma Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
dos ângulos internos do pentágono e dividir por 5.
AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
A altura é medida em relação a distância entre os seg-
mentos paralelos, ou seja: B : altura = h
A base é justamente a medida dos lados que se me-
diu a altura: AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

Retângulo

A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos


de um polígono é: S = (n – 2) · 180
*n é o número de lados do polígono. No caso desse
exercício:

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540
Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um
pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare- Características:
mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três ângu- Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
los internos do pentágono com o ângulo θ tem como
resultado 360°. AB // DC e AD // BC
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
MATEMÁTICA

108 + 108 + 108 + θ = 360 ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC


324 + θ = 360 Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos
θ = 360 – 324 do retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
θ = 36°

41
No retângulo, um par de lados paralelos Características:
será a base e o outro será a altura, no desenho: Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB: altura = h e AD: base = b AB // DC e AD // BC
A área é calculada como o produto da base pela al- Possuem os quatro lados com medidas iguais:
AB = DC = AD = BC
tura: Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas Diferentemente do losango, todos os ângulos do
de todos os quatro lados: quadrado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
A área é calculada de maneira simples: Área = L2
Losango

O perímetro é calculado como a soma das medidas


de todos os quatro lados:

Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L
Trapézio

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC
Possuem os quatro lados com medidas iguais: Características:
AB = DC = AD = BC Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
No losango, definem-se diagonais como a distância chamados de bases maior e menor:
entre vértices opostos, assim:
AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d
A área é calculada a partir das diagonais e não dos A altura será definida como a distância entre as bases:
D�d
lados: Área = 2 B : altura = h
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA A área é calculada em função das bases e da altura:

B+b
Quadrado Área = �h
2

O perímetro é calculado como a soma das medidas


de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

Circunferência e Círculo

Uma circunferência é definida como o conjunto de


pontos cuja distância de um ponto, denominado de cen-
tro, O é igual a R, definido como raio.
MATEMÁTICA

42
Já um círculo é definido como um conjunto de pontos Características:
cuja distância de O é menor ou igual a R. O ângulo α é definido como ângulo central απR2
Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2

Segmento Circular

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

Características:
A medida relevante da circunferência é o raio (R) que
é a distância de qualquer ponto da circunferência em re-
lação ao centro C.
A área é calculada em função do raio: Área = πR2
O perímetro, também chamado de comprimento da
circunferência, é calculado em função do raio também:
Perímetro = 2πR
Setor Circular
Características:
Um Setor Circular é uma região de um círculo com- A Área do Setor Circular (para α em radianos):
preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam R2
no centro e vão até a circunferência. A= α − sen α
2
3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências
#FicaDica
Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
Em termos práticos, um setor circular é um distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as se-
“pedaço” de um círculo. guintes posições relativas:

Reta Tangente: Reta e circunferência possuem apenas


um ponto em comum (dOP = R)
MATEMÁTICA

43
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado


MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as
curvas MQ e QP representem semicircunferências de diâ-
metros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem pon-


tos em comum (dOP > R)

A área sombreada, em cm2, corresponde a:

a) 30
b) 36
c) 3 46π − 2

d) 6(36π − 1)

e) 2(6π − 1)

Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do segmen-


to circular, encontra-se a área de intersecção dos dois
círculos. Subtraindo esse valor da área do semicírculo,
chega-se ao resultado.

Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois 2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor
pontos em comum (dOP < R) de x e y, a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e
o perímetro do triângulo BMC.

Resposta: Aplicando as relações geométricas referen-


tes ao losango, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
MATEMÁTICA

BMC = 15 + 20 + 25 = 60

44
TRIÂNGULOS E TEOREMA DE PITÁGORAS Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).
Definição

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono


que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui
alguns elementos e os principais são: vértices, lados, ân-
gulos, alturas, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
sobre os mesmos.

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. .
m(AB) = m(BC) = m(CA)

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
formando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo. Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.
m(AB) = m(AC).

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
médio do lado oposto. BM é uma mediana. diferentes.

Classificação dos triângulos quanto às medidas


dos ângulos
Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas
partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
caso Ê = Ô. agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.
MATEMÁTICA

Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângu- Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,
lo. Todo triângulo possui três ângulos internos. isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

45
Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma
dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b
(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é
muito cobrado! Ex: No triângulo desenhado, podemos achar
a medida do ângulo externo x, escrevendo:
x = 50º + 80º = 130°.

Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos Congruência de Triângulos
ângulos internos desse triângulo.
Duas figuras planas são congruentes quando têm a
mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
#FicaDica tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF
são congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Em alguns locais escrevemos as letras mai- Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
úsculas, acompanhadas de acento () para cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
representar os ângulos. entre os ângulos:

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângu-


los internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180 Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST,
graus, isto é: a + b + c = 180° escrevemos: A�~R � , B� ~ S� , C� ~ �T

Ex: Considerando
o triângulo abai-
xo, podemos achar o
valor de x, escrevendo: FIQUE ATENTO!
70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos Dois triângulos são congruentes, se os seus
x = 180º − 70º − 60º = 50º elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas. Deste
modo, para verificar se um triângulo é con-
gruente a outro, não é necessário saber a
medida de todos os seis elementos, basta
conhecerem três elementos, entre os quais
esteja presente pelo menos um lado. Para
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. facilitar o estudo, indicaremos os lados cor-
Como observamos no desenho, as letras minúsculas respondentes congruentes marcados com
MATEMÁTICA

representam os ângulos internos e as respectivas letras símbolos gráficos iguais.


maiúsculas os ângulos externos.

46
Casos de Congruência de Triângulos

LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.


Dois triângulos são congruentes quando têm, respecti-
vamente, os três lados congruentes. Observe que os ele-
mentos congruentes têm a mesma marca.

Os três ângulos são respectivamente congruentes,


isto é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem


LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân- dois ângulos correspondentes congruentes, então os
gulo. Dois triângulos são congruentes quando têm dois triângulos são semelhantes.
lados congruentes e os ângulos formados por eles tam-
bém são congruentes.

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e um Se A~D e C~F então: ABC =
� DEF
lado. Dois triângulos são congruentes quando têm um
lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectiva- Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois
mente, congruentes. lados correspondentes proporcionais e os ângulos for-
mados por esses lados também são congruentes, então
os triângulos são semelhantes.

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois triân-
gulos são congruentes quando têm um lado, um ângulo, Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(F ) = 2 ,
um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado
respectivamente congruente. então ABC =
� EF
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo
pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângu-
los semelhantes e o valor de x será igual a 8.

Semelhança de Triângulos

Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma


forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se
MATEMÁTICA

duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: . Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os
três lados correspondentes proporcionais, então os
Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figu- triângulos são semelhantes.
ras semelhantes. Para os triângulos:

47
Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição
do seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre


a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.
A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos
realizados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os
triângulos retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:
MATEMÁTICA

48
Onde os catetos são os segmentos que formam o No triângulo equilátero, a altura e a mediana coinci-
ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse dem. Logo, H é ponto médio do lado BC. No triângulo re-
ângulo. Chamando de “a” e “b” as medidas dos catetos e tângulo AHC, H � é ângulo reto. De acordo com o teorema
“c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas de Pitágoras, podemos escrever:
mais conhecidos da matemática, o Teorema de Pitágoras:
c 2 = a2 + b2

Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos


é igual ao quadrado da hipotenusa.

Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida d da diago- 3l2
nal e a medida l do lado de um quadrado. h² =
4

l 3
h=
2

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão
d= medida da diagonal indicadas em metros, mostra as regiões   R e R , e ,
l= medida do lado ambas com formato de triângulos retângulos, situadas
1 2

em uma praça e destinadas a atividades de recreação in-


Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân- fantil para faixas etárias distintas.
gulo ABC, temos:

d² = l² + l²
d = √2l²
d=l 2

Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida h da altura
e a medida l do lado de um triângulo equilátero.

Se a área de R eé R
54 ,m², então o perímetro
R1de
e R 2 , é, em
metros, igual a:
1 2

a) 54
b) 48
c) 36
d) 40
e) 42

Resposta: Letra B. Esse problema se resolve tanto por


semelhança de triângulos, quanto pela área de . Em
ambos os casos, encontraremos x = 12 m. Após isso,
MATEMÁTICA

pelo teorema de Pitágoras, achamos a hipotenusa do


l= medida do lado triângulo
R1 e R 2 , , que será 20 m. Assim, o perímetro será
h= medida da altura 12+16+20 = 48 m.

49
2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madei- Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo,
ra, perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão a soma dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo,
distantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas a respeito do triângulo ABC apresentado, dizemos que:
uma outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará
apoiada nos pontos A e B, conforme mostra a figura. α + β + 90° = 180° → α + β = 90°

Com isso, podemos concluir:

a) Que os ângulos α e β são complementares, isto é,


são ângulos cujas medidas somam 90º;
b) Uma vez que são complementares ambos terão
sempre medida inferior a 90º, ou seja, serão ân-
gulos agudos.

FIQUE ATENTO!
Dizemos que todo triângulo retângulo tem
um ângulo interno reto e dois agudos, com-
plementares entre si.

A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da


menor estaca, nessa ordem, em cm, é: #FicaDica

a) 95. Vale lembrar que a hipotenusa será sempre


b) 75. o lado oposto ao ângulo reto e, ainda, o
c) 85. lado maior do triângulo. Podemos relacio-
d) 80. ná-los através do Teorema de Pitágoras, o
e) 90. qual enuncia que o quadrado sobre a hipo-
tenusa de um triângulo retângulo é igual à
Resposta: Letra D. Note que x é exatamente a dife- soma dos quadrados sobre os catetos.
rença que queremos, e podemos calculá-lo através do
Teorema de Pitágoras:

1,72 = 1,52 + x 2 Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo


2,89 = 2,25 + x 2
A figura abaixo ilustra um triângulo retângulo com
x 2 = 2,89 – 2,25
suas medidas de lados:
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Definiremos algumas relações e números obtidos


a partir dos lados de triângulos retângulos. Antes, po-
rém, precisamos revisar seus conceitos básicos. A figura
abaixo apresenta um triângulo onde um de seus ângulos
π
internos é reto (de medida 90º ou 2 rad), o que nos per- De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades
mite classificá-lo como um triângulo retângulo. de comprimento) satisfazem a sentença do teorema de
Pitágoras: 52 = 32 + 42.
Agora, definiremos três importantes relações entre
os lados do triângulo, aos quais chamaremos de seno,
co-seno e tangente. Essas propriedades serão sempre
relativas a um determinado ângulo, assim, precisaremos
MATEMÁTICA

especificar de qual ângulo estamos falando. A expressão


geral é apresentada abaixo, com as abreviações as pro-
priedades:

50
cateto oposto ao ângulo
sen Ângulo =
hipotenusa

cateto adjacente ao ângulo


cos Ângulo =
hipotenusa

cateto oposto ao ângulo


tg Ângulo =
cateto adjacente ao ângulo

A partir dessas definições, podemos calcular o seno, Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da
co-seno e tangente do ângulo α, do triângulo da figura: diagonal do quadrado e a altura h, do triângulo equi-
látero. Como já vimos as fórmulas na seção anterior de
cateto oposto a α triângulos, vamos apenas indicar os valores:
sen α =
hipotenusa
d=a 2
cateto adjacente a α l 3
cos α =
hipotenusa h=
2

cateto oposto a α Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no inte-


tg α = rior do quadrado tem catetos de medida 𝐚 e2hipotenusa
cateto adjacente a α
𝐚 2 . Para o outro triângulo sombreado, teremos cate-
tos e medidas 1 e l 3 , enquanto sua hipotenusa tem
No caso de α , o cateto oposto a ele será aquele que comprimento 1. 2 2
não forma o ângulo, ou seja, o segmento AC. Já o cateto
adjacente será o cateto que junto com a hipotenusa, for- Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tan-
ma o ângulo, assim, ele será AB. Substituindo os valores: gente dos ângulos de 30o, 45o e 60o.

cateto oposto a α 3
sen α = = = 0,6
hipotenusa 5
Seno, Co-seno e Tangente de 30° e 60°.

cateto adjacente a α 4 Tomando por base o triângulo equilátero da figura


cos α = = = 0,8 acima, e conhecendo as medidas de seus lados, temos:
hipotenusa 5
cateto oposto a 30° l/2 1
cateto oposto a α 3 sen 30° = = =
tg α = = = 0,75 hipotenusa l 2
cateto adjacente a α 4
l 3
cateto adjacente a 30° 3
cos 30° = = 2
=
Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notáveis hipotenusa l 2
cateto oposto a 30° l/2 3
Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e tg 30° = cateto adjacente a 30° = =
tangente de ângulos agudos internos a um triângulo
l 3 3
2
retângulo, passaremos a determinar seus valores para
ângulos de grande utilização em diversas atividades pro- E
fissionais e encontrados facilmente em situações cotidia-
nas.
Observemos, nas figuras abaixo, que a diagonal de
um quadrado divide ângulos internos opostos, que são
retos, em duas partes de 45 + o+, e que o segmento l
que define a bissetriz (e altura) de um ângulo interno do cateto adjacente a 60° 1
cos 60° = = 2
=
triângulo equilátero permite-nos reconhecer, em qual- hipotenusa l 2
quer das metades em que este é dividido, ângulos de
MATEMÁTICA

l 3
medidas 30o e 60o. cateto oposto a 60°
tg 60° = = 2
l = 3
cateto adjacente a 60°
2

51
Observação Importante: Observe que os ângulos de
30° e 60° são complementares, e isso provoca a troca dos
valores de seno e cosseno. Já a tangente, temos exata-
mente o valor inverso.

Seno, Co-seno e Tangente de 45°

A partir do quadrado representado na figura acima,


de lado a e diagonal 𝐚 2 , podemos calcular:

Nele, podemos ver a divisão do círculo em quadran-


cateto oposto a 45° a tes e em cada quadrante, podemos ver as posições do
tg 45° = = =1
cateto adjacente a 45° a seno e cosseno dos ângulos. É importante memorizar os
sinais dos senos e cossenos, pois eles se alteram confor-
me mudamos de quadrante.
Note que o ângulo de 45° tem valores iguais de seno Também é importante notar os limites de valores
e cosseno, o que implica em uma tangente igual a 1. Isso para o seno e cosseno. Para qualquer ângulo x, os va-
se deve pois o complementar deste ângulo é ele mesmo. lores de seno e cosseno estarão sempre entre -1 e 1 e
Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a isto está representado nos valores para os ângulos de
seguir, uma tabela de valores de seno, co-seno e tangen- π 3π
te dos ângulos notáveis, que nos será extremamente útil. 0, , π, e 2π
2 2

30o 45o 60o Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente, Se-


sen cante e Co-secante
1 2 3
2 2 2 Além das razões com que trabalhamos até aqui, são
definidas a co-tangente, secante e co-secante de um ân-
cos gulo agudo de triângulo retângulo através de relações
3 2 1 entre seus lados, como definimos a seguir, com suas res-
2 2 2 pectivas abreviações

tg
3 1 3
cateto adjacente ao ângulo
3 2 cotg Ângulo =
cateto oposto ao ângulo
hipotenusa
O círculo trigonométrico sec Ângulo =
cateto adjacente ao ângulo
hipotenusa
Definidas principais propriedades e o ângulos notá- cossec Ângulo = cateto oposto ao ângulo
veis, podemos expandir essa análise para todos os ân-
gulos de um círculo, indo de 0 a 360° ou de 0 a 2π rad.
Para isso, usamos o circulo trigonométrico apresentado Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados 3,
a seguir: 4 e 5 unidades de comprimento que apresentamos ante-
riormente, temos para o ângulo α:

cateto adjacente a α 4
cotg α = =
cateto oposto a α 3
hipotenusa 5
sec α = =
cateto adjacente a α 4
hipotenusa 5
MATEMÁTICA

cossec α = cateto oposto a α = 3

52
Identidades Trigonométricas De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado
se tomar o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um
É comum a necessidade de obtermos uma razão tri- ângulo x, cujo cosseno não será nulo:
gonométrica, para um ângulo, a partir de outra razão
cujo valor seja conhecido, ou mesmo simplificar expres- sen x
sões extensas envolvendo várias relações trigonométri- tg x =
cas para um mesmo ângulo. Nesses casos, as identidades
cos x
trigonométricas que iremos deduzir neste tópico são fer-
ramentas de grande aplicabilidade. Podemos observar, também, que a razão b , que re-
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igualda- presenta tg α , se invertida (passando a c ), vemc a consti-
de verdadeira para quaisquer valores a elas atribuídos, tuir cotg α . Em virtude disso, e aproveitando
b
a identidade
desde que verifiquem as condições de existência de ex- enunciada anteriormente, podemos dizer que, para todo
pressão. ângulo x de seno não-nulo:
Vamos iniciar então, mostrando um triângulo retân-
1 cos x
gulo qualquer: cotg x = =
tg x sen x

Tais inversões ocorrem também e se tratando das re-


lações seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que:

Aplicando as medidas de seus lados no teorema de


Pitágoras, obtemos a seguinte igualdade:

b2 + c 2 = a2 e

Dividindo os seus membros por , não alteraremos a


igualdade. Assim, teremos:
2
b2 c 2 a2 b c 2
2 + 2= 2→ + =1
a a a a a
Se utilizarmos as relações trigonométricas que defi-
nimos (seno, cosseno e tangente), podemos simplificar a
expressão de duas maneiras possíveis, em função de ou :
Teríamos encontrado inversões análogas se utilizás-
2 2 semos o ângulo β. Assim, essas relações também vale-
sen α + cos α = 1 rão para qualquer ângulo x, desde que seja respeitada a
ou condição de os denominadores dos segundos membros
2 2
cos β + sen β = 1 dessas identidades não serem nulos.
Aplicando essas relações no teorema de Pitágoras,
chegamos as outras duas importantes identidades trigo-
Logo, como sempre teremos a soma dos quadrados nométricas:
de seno e co-seno de um ângulo. Essa identidade valerá
para qualquer ângulo x:
2
tg x + 1 = sec 2 x
2
cotg x + 1 = cosec2 x
sen2x + cos 2 x = 1
Adição e Subtração de Arcos
Essa relação, é conhecida como relação fundamental
da trigonometria. Outras identidades trigonométricas estão relaciona-
das a operações com ângulos. As fórmulas a seguir foram
Façamos agora outro desenvolvimento. Tomemos deduzidas para facilitar algumas operações matemáticas.
um dos ângulos agudos do triângulo ABC, da figura. Por Sejam α e β ângulos quaisquer. Temos que:
MATEMÁTICA

exemplo, α. Dividindo-se sen α por cos α, obtemos:

sen α b⁄a b
= = = tg α
cos α c⁄a c

53
a) 4,8
Seno da Soma: sen α + β = sen α � cos β + sen β � cos α
b) 5,0
Seno da Diferença: sen α − β = sen α � cos β − sen β � cos α c) 5,5
Cosseno da Soma: cos α + β = cos α � cos β − sen α � sen β d) 5,7
Cosseno da Diferença: cos α − β = cos α � cos β + sen α � sen β e) 6,0

Resposta: Letra D. Usando o cosseno de 45°, chega-


tg α+tg β
Tangente da Soma: tg α + β = 1−tgα � tgβ

Tangente da Diferença: tg α − β =
tg α−tg β -se na resposta.
1+tgα.tg β

3. Assinale a alternativa que representa os valores de


Dessas fórmulas, podemos deduzir uma variação im- sen (75°) e cos (75°)
portante, que são as fórmulas dos arcos duplos:
6− 2 6+ 2
a) 2
e 2
sen 2θ = 2 � sen θ � cos θ
6− 2 6+ 2
2 b) e
cos 2θ = cos θ − sen ²θ 4 4
6+ 2 6− 2
c) 4
e 4
6− 2 6+ 2
d) 4
e 4

Resposta: Letra C. Usando a fórmula de soma de ar-


cos para seno e cosseno e considerando que 75° =
30° + 45°:
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Dado o triângulo a seguir, obtenha os valores dos ca-


tetos. Utilize 3 = 1,7

LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de


um triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser
retângulo) com os seus respectivos lados opostos. Além
disso, há uma relação direta com o raio da circunferência
a) 10 e 7,5 circunscrita neste triângulo:
b) 5 e 8,5
c) 5 e 5
d) 8,5 e 7,5
e) 7,5 e 7,5

Resposta: Letra B. Basta calcular o seno e o cosseno


de 30° e igualar aos valores de ½ e 3⁄2 . Nem sempre
os exercícios passarão os valores dos ângulos notá-
veis, é importante memorizar.

2. Dado o triângulo a seguir, obtenha o valor da hipote-


nusa. Utilize 2 = 1,4

a b c
= = = 2R
sen A sen B sen C�
� �
MATEMÁTICA

54
Lei dos Cossenos
x 100
=
A lei dos cossenos é considerada uma generalização sen 45° sen 30°
do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo,
conseguimos relacionar seus lados com a subtração de x 100
um termo que possui o ângulo oposto do lado de refe- =
rência. 2/2 1/2

x = 100 2

2.Calcule a medida de x:


a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
2 2 2
b = a + c − 2 � a � c � cos B �
c = a + b − 2 � a � b � cos C�
2 2 2 Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que
ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao
triângulo:

FIQUE ATENTO! x
Há três formas distintas de utilizar a Lei dos = 2R
sen 60°
Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha cui-
dado ao expressar os termos conhecidos e
x
a incógnita em uma das três equações pro- =2 3
postas. Note que o termo à esquerda do si- 3/2
nal de igual é o lado oposto ao ângulo que
deve aparecer na equação.
x=3

RACIOCÍNIO LÓGICO.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x: Conceito Fundamental: A Preposição

No ensino fundamental, nos ensinam que os seres


humanos são diferentes dos outros animais e a justifica-
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam.
Porém, temos animais com inteligência suficiente para
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife-
renciam de todos os outros seres vivos?
A resposta envolve não somente o ato se pensar
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos
Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré-
temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que ire- -História e História. Os registros por escrito guardaram
mos usar. Assim, o lado de medida 100 possui o ângu- os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan-
lo A
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas do as gerações futuras, dados importantíssimos para se
dos outros ângulos, assim: ir além daquilo que já foi feito.
MATEMÁTICA

Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor-


teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re-
gistros?

55
A grande diferença do ser humano em relação aos Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante v.) Sentenças abertas: Este tipo de sentença possui
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar uma grande quantidade de exemplos e os exem-
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados plos são importantes para sabermos identifica-las:
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire- Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
tamente ligada ao raciocínio lógico. si só é genérica pois não temos informações de x
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto,
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que tornará uma proposição, pois será possível atribuir
provam nosso conceito: VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim,
- Um advogado reúne todas as informações dos au- a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que
tos do processo e através do Raciocínio Lógico, 7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro
elabora sua tese de acusação ou defesa; lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a uma proposição mas é FALSA.
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
e propor um tratamento; não necessariamente são números, como mostra
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
mensais consegue definir o plano de ação para es- sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
timular o crescimento da companhia. ris, a proposição será VERDADEIRA.

Todos os exemplos acima mostram como será o estu- Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensamento
do da disciplina, onde receberemos informações e delas
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões. Definido o que é preposição, podemos aprofundar
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po- que norteiam a lógica:
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA ou
FALSA. Essas declarações serão chamadas de PROPOSI- 1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
ÇÕES. ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
As proposições são a base do pensamento lógico. pre um destes casos e nunca um terceiro”.
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa. fundem em questões de concursos públicos quan-
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL-
proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer
juízos que formamos a respeito das coisas. proposição lógica será verdadeira ou falsa, não
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser existe uma terceira opção.
respondida: como realmente podemos identificar uma
proposição? A única técnica direta que temos é verificar 2) Principio da identidade: “Se uma proposição é
se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a elas. verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam-
Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita muito bém será verdadeiro”.
o trabalho de identificação de uma proposição e é fre- Esse principio coloca que se duas proposições que
quentemente cobrada em concursos públicos. apresentam a mesma informação mas são escritas
A técnica consiste em sabermos o que não é propo- de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va-
sição e por eliminação, achar a proposição. A seguir, se- lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho
guem exemplos do que não é proposição e a recomen- que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”.
dação é que se memorizem esses tipos para facilitar na As duas proposições dizem a mesma coisa mas de
hora da prova: maneira diferente. Portanto se uma delas é verda-
deira, a outra deve ser.
i.) Sentenças Imperativas: Todas as declarações que
remeterem a uma ordem não são proposições. 3) Princípio da não contradição: “Uma proposição
Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem-
faça isso”. po”
Esse axioma é importante, pois a partir do momen-
ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi- to em uma proposição recebe um valor lógico, ele
nidas como proposições: deve ser carregado em toda a análise para evitar
Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”, contradições.
“Onde está minha carteira?”
Tipos de proposições
MATEMÁTICA

iii.) Sentenças Exclamativas:


Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”, Existem dois tipos de proposições: Simples e Com-
“Não concordo com isto!” postas

iv.) Sentenças que não tem verbo: 

56
As proposições simples são aquelas que não con- “Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes- de jogar futebol”
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas Facilmente conseguimos separar essa sentença em
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá-
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem tratarmos as duas proposições simples separadamente,
novas proposições. ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos
Exemplos: conectores lógicos que iremos estudar a seguir.
p – O rato comeu o queijo; Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro-
q – Astolfo é advogado; posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira-
r – Hermenegildo gosta de pizza; mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo-
s – Raimunda adora samba. sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
no valor a ser atribuído na proposição composta.
Já as proposições compostas são formadas por uma As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos
ou mais proposições que podem ser divididas, formando lógicos, apresentando suas características principais e as
proposições simples. São, geralmente, designadas por combinações possíveis entre duas proposições simples.
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos:
P – O rato é branco e comeu o queijo; A Negação – Conectivo “Não”
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol;
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim-
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. ples de todos e remete a negação de uma proposição.
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o
Veja que as proposições acima podem ser divididas valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a
em duas partes. Observe: negação de um valor lógico será exatamente o outro va-
lor lógico, ou seja:
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação
será FALSA.
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será
VERDADEIRA.

Aqui conseguimos observar a importância do “Prin-


cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos.
As sentenças compostas dos exemplos acima não são O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda-
ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas -se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con-
por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi- Observe o exemplo a seguir:
mo capítulo: p : A secretária foi ao banco esta tarde.
T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro. O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí-
tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare-
mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê-
FIQUE ATENTO! -se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição
usando os dois símbolos possíveis:
As proposições compostas irão nortear ~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
seus estudos nos próximos capítulos, então ¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
atente-se a saber como dividir as proposi-
ções compostas em duas ou mais proposi- Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
ções simples! negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
CONECTIVOS LÓGICOS ve este outro exemplo:
q : Bráulio não comprou detergente
Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co-
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro- Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
posições compostas a partir da junção de proposições quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
MATEMÁTICA

simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- mativa:


nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas ~ q : Bráulio comprou detergente.
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a ¬ q : Bráulio comprou detergente.
seguir:

57
Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q
FIQUE ATENTO! forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições
No Raciocínio Lógico, pode-se existir a simples for (forem) falsa(s), R será FALSO.
“negação da negação” que chamaremos A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU”
de Dupla Negação e veremos isso mais
adiante no capítulo 4. O que você precisa O conectivo “ou”, também conhecido como disjun-
saber neste momento é que negando uma ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec-
negação, voltaremos a uma frase afirmati- tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman-
va, ou na linguagem coloquial: “O não do do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo
não é o sim”. da seção anterior:
p : Carlos gosta de jogar badminton.
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e” q : Pablo tomou suco de maçã

O próximo conectivo lógico certamente é um dos Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um mar agora uma proposição composta usando o conecti-
dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con- vo “ou”:
junção e segue a mesma classificação da própria língua 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
portuguesa. tomou suco de maçã.
Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá
relacionar duas proposições simples, formando uma pro- O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele
posição composta. Vamos ao exemplo: aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe
p : Carlos gosta de jogar badminton. que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então,
q : Pablo tomou suco de maçã muita atenção na hora de identificar um ou o outro.
Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
Temos acima duas proposições simples e podemos maremos outra proposição composta:
formar uma proposição composta usando o conectivo 𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos-
“e”: ta de jogar badminton.
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
tomou suco de maçã. No caso da disjunção, o valor lógico da proposição
composta também não se altera com a inversão das pro-
Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição posições simples (igual a conjunção).
composta será indicada com uma letra maiúscula, neste Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando veis para uma proposição composta formada pelo co-
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”. nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão
maremos outra proposição composta: (e muito!) na memorização das combinações possíveis
𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar
de jogar badminton. todos os casos para familiarização:
i) Uma proposição composta formada por uma dis-
No caso da conjunção, o valor lógico da proposição junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi-
composta não se altera com a inversão das proposições ções forem VERDADEIRAS.
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po- ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
dem ter alterações dependendo da ordem das proposi- junção será FALSA se todas as proposições simples
ções simples. forem FALSAS.
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
veis para uma proposição composta formada pelo co- Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe- ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
rização: rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
i) Uma proposição composta formada por uma con- proposição composta VERDADEIRA.
junção será VERDADEIRA se todas as proposições No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
simples forem VERDADEIRAS. onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
ii) Uma proposição composta formada por uma con- FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
junção será FALSA se uma ou mais proposições
simples forem FALSAS. Assim:
MATEMÁTICA

𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo


Recuperando o exemplo anterior: tomou suco de maçã.
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)
tomou suco de maçã. proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
p e q forem FALSOS.

58
A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusivo” p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
O conectivo “ou” possui um caso particular que nor- Temos acima duas proposições simples e vamos for-
malmente é cobrado em concursos públicos de maior mar agora uma proposição composta usando o conecti-
complexidade, porém é importante que o leitor tenha vo “Se...então”:
conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife- 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
rencial importante em concursos públicos de maior dis- tão Pablo tomou suco de maçã.
puta.
Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois Observe que agora temos uma condição para que
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer
seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará
necessariamente FALSA. Veja o exemplo: sentido a conexão de duas proposições e até por isso
p: Diego nasceu no Brasil nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais
q: Diego nasceu na Argentina familiarizado com essa situação!
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
Temos duas proposições referentes a nacionalidade a proposição da esquerda condiciona o acontecimento
de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em da proposição da direita. As combinações possíveis para
dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q esse conector são:
é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando i) Uma proposição composta formada por uma condi-
montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão cional será VERDADEIRA se ambas as proposições
e será feito da seguinte forma: forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- do conector for FALSA.
tina ii) Uma proposição composta formada por uma con-
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
A leitura da proposição lógica acrescente mais um (antecedente) do conector for VERDADEIRA e a
“ou” no início e o restante é como se fosse um operador proposição a direita (consequente) do conector for
“ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de FALSA.
inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi- Observe agora que a posição da proposição em rela-
vo” são: ção ao conector lógico importa no resultado da proposi-
i) Uma proposição composta formada por uma dis- ção composta. Considerando os casos observados, certa-
junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
das proposições for VERDADEIRA. onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
ii) Uma proposição composta formada por uma dis- isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
junção exclusiva será FALSA se todas as proposi- A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi- apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
ções forem VERDADEIRAS. em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan-
do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi- caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que
uma contradição e assim a proposição composta deve p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre
ser FALSA. Usando o exemplo: VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo:
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tina tão Pablo tomou suco de maçã.

Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS. for VERDADEIRO e q FALSO.

A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO” Pegadinhas da condicional

O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio- Este tópico é uma análise complementar da condi-
nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
durante a prova. A principal característica dele é que se Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
MATEMÁTICA

você inverter a ordem das proposições simples, o valor dicional que merecem destaque.
lógico da proposição composta muda, o que não acon- i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
tecia na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o da condicional onde considera a mesma VERDA-
mesmo exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4: DEIRA e no caso da ocorrência de p, podemos afir-
mar com certeza que q ocorreu:

59
FIQUE ATENTO!
As pegadinhas da condicional nem sempre
são cobradas em concursos mas se você
Exemplo: observar os exercícios resolvidos deste ca-
pítulo, verá o quanto é importante este co-
nector lógico e o conhecimento de todos
os casos possíveis.

ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE SE”
que é a pegadinha mais clássica da condicional
pois induz a pessoa a considerar que se o conse- O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi
quente ocorreu (q), pode-se afirmar que o antece- condicional elimina justamente o limitante da condicio-
dente (p) também ocorreu: nal de não ser possível inverter a ordem das proposições
Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem- sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago-
bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA. ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a
Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou
importa o valor lógico de q, a proposição com condicio- FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo:
nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia p : Carlos gosta de jogar badminton.
que p também ocorreu: q : Pablo tomou suco de maçã

Temos acima duas proposições simples e vamos for-


mar agora uma proposição composta usando o conecti-
vo “Se e somente se”:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, esta- somente se Pablo tomou suco de maçã.
mos negando que o consequente (q) ocorreu e se
olharmos os casos possíveis da condicional, isso O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois
só será possível se o antecedente (p) também não sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi
ocorrer: condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi-
cos das duas proposições forem iguais:
i) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo-
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo-
sições forem FALSAS.
Exemplo: ii) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será FALSA se uma proposição for
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa.

Assim:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um somente se Pablo tomou suco de maçã.
erro de pensamento referente aos casos possí- A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER-
veis da condicional. Se você nega o antecedente DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for
(p) não é garantia que o consequente (q) não irá VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO.
ocorrer pois a partir do momento que temos ~p, o
valor lógico de q pode ser qualquer um e a condi- TABELAS VERDADE
cional se manterá VERDADEIRA:
A tabela-verdade é um dispositivo prático muito usa-
do para a organizar os valores lógicos de proposições
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores ló-
gicos da estrutura composta, correspondentes a todas as
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
Exemplo: simples.
Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
três informações iniciais: O número de proposições que
MATEMÁTICA

compõem a proposição composta, o número de linhas


que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores ló-
gicos.

60
A primeira informação é puramente visual, basta TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIMPLES
olhar a proposição composta e verificar quantas propo-
sições simples a compõem, contando a quantidade de Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais
letras distintas que existem nela, vejam os exemplos: sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a Iniciando com uma estrutura de duas proposições sim-
proposição composta possui duas proposições; ples, vamos primeiramente explicar a organização destas
(𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas pro- proposições.
posições simples também, p e q. Não se deve considerar Como já sabemos que são duas proposições simples,
a repetição das proposições que no caso de p e q, repe- que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade
tiram duas vezes; terá quatro linhas:
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da propo-
sição r, temos três proposições simples distintas, p,q e r. p q
A segunda informação, que é o número de linhas da
tabela verdade, deriva do número de proposições sim-
ples que a estrutura composta possui. Usando essa conta
simples:
𝐿 = 2𝑛

Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n FIQUE ATENTO!


é o número de proposições simples que ela possui. Ou Observe que além das linhas correspon-
seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na dentes da tabela-verdade, nós inserimos
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas na uma linha inicial indicando qual a proposi-
tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui 16 ção que estamos atribuindo o valor lógico.
linhas. Além disso, para o caso de uma proposição sim- Isso é de suma importância para se domi-
ples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos duas nar esse conteúdo.
linhas na tabela-verdade.
Esses valores são derivados da organização da tabela,
para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados. Agora temos que combinar os dois valores lógicos
Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso possíveis entre as proposições, formando as quatro li-
será apresentado caso a caso nas seções seguintes. nhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes
passos:
TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES:
NEGAÇÃO i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor
de V para a primeira metade das linhas e F para a
Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas
apresentar a montagem das tabelas-verdade para os são V e as duas últimas são F:
operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
p q
tabela-verdade:
V
p ~p V
V F F
F V F

Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi-
contém os valores possíveis para a proposição simples, mento dentro de cada valor lógico atribuído para
que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V) a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas
e o FALSO (F). primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira
Já a segunda coluna possui o operador lógico ne- linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa-
gação. O operador foi aplicado em casa linha da tabela, zer o mesmo procedimento para as duas linhas de
gerando o resultado correspondente. Ou seja, se a pro- p que contém F:
posição p é V, sua negação será F e vice-versa.
É importante frisar que as operações da tabela-ver- p q
dade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na primeira
linha temos que a proposição p é V, esse valor perma- V V
MATEMÁTICA

necerá assim até que todas as operações daquela linha V F


correspondente tenham terminado.
F V
F F

61
Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi p q
organizada e agora podemos passar para as proposições
compostas. V V V
V F F
Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
F V F
Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o ope- F F F
rador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores ló-
gicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser
tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de ta-
iremos tratar, desta maneira: belas maiores.
p q Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)

V V Passando agora para o próximo conectivo, que é a


V F disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição con-
trária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso de as
F V
duas proposições simples serem FALSAS, caso contrário,
F F será sempre VERDADEIRO.

No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA Montando a tabela:


apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando p q
essa informação, vamos preencher a tabela:
Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e q é V V
VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será VERDA- V F
DEIRA por definição:
F V

p q F F

V V V A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao me-


V F nos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição sufi-
ciente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
F V
p q
F F
V V V
A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjun- V F V
ção é necessário que as duas proposições sejam V para
ela ser V, logo, ela será FALSA: F V V
F F
p q
Já a última linha, possui ambas proposições simples
V V V com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser FAL-
V F F SA também:
F V
p q
F F
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui V V V
p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA: V F V
F V V
p q
F F F
V V V
V F F Esta é a tabela da disjunção é também deve ser me-
morizada.
F V F
F F Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
MATEMÁTICA

Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições O próximo conector lógico é a condicional (“Se...en-
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção tão”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
ser FALSA também: que os anteriores:

62
p q Observe que a proposição possui duas proposições
simples mas possui três operações lógicas. Para mon-
V V tar a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer
V F combinações dos resultados fundamentais vistos ante-
riormente.
F V Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as
F F colunas de p e q:

O princípio deste operador lógico está na relação en-


tre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será FAL-
SO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na segunda p q
linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO. Em caso
de dúvidas deste operador, recomenda-se a releitura do V V
capítulo 2. V F
F V
p q
F F
V V V
V F F Agora, vamos analisar a expressão: temos dois pa-
rênteses separados por uma bicondicional, portanto, te-
F V V remos que saber os valores lógicos de cada parêntese
F F V antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos
criar colunas específicas na tabela para cada informação
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”) e depois agrupá-las.
Começando com a conjunção no primeiro parêntese
O último operador é o Bicondicional (“Se e somente e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
se”) e a tabela será montada da mesma forma: terceira coluna a partir da primeira e da segunda:

p q p q
V V V V V
V F V F F
F V F V F
F F F F F

Montaremos a tabela usando sua lógica simples: Ele Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
será VERDADEIRO se as duas proposições simples tive- isso, precisaremos da negação de p para fazer uma dis-
rem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores junção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna da
diferentes: negação e depois faremos a disjunção:

p q p q ~p
V V V V V V F
V F F V F F F
F V F F V F V
F F V F F F V

Com essas informações memorizadas é possível Observe que esta quarta coluna é a negação da pri-
montar QUALQUER tabela-verdade. meira, como deve ser, já que estamos negando a proposi-
ção p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde faremos
Montagem de tabelas usando mais de um operador a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda coluna):
lógico
p q ~p
Obviamente que as seções acima introduziram as ta-
belas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na monta- V V V F
MATEMÁTICA

gem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar um V F F F


exemplo onde isso será aplicado. Considere a seguinte
F V F V
proposição composta:
F F F V
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒

63
Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta e ~p
p q
segunda colunas em cada linha correspondente da tabe-
la. É aqui que muitos candidatos se confundem e acabam V V V F V
usando colunas diferentes. Na primeira linha, temos que V F F F F
a quarta coluna tem valor F e a segunda coluna tem valor
V, assim a disjunção entre elas será V: F V F V V
F F F V V
p q ~p
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEI-
V V V F V
RA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um
V F F F valor VERDADEIRO:
F V F V
F F F V p q ~p
V V V F V V
Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna V F F F F
com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
F V F V V
p q ~p F F F V V
V V V F V
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS,
V F F F F que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:
F V F V
F F F V p q ~p
V V V F V V
Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que V F F F F V
faz a disjunção VERDADEIRA:
F V F V V
p q ~p F F F V V
V V V F V
Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com
V F F F F a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que
F V F V V gera um valor FALSO na bicondicional:

F F F V
p q ~p
E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEI- V V V F V V
RA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser V F F F F V
VERDADEIRA:
F V F V V F
p q ~p F F F V V F
V V V F V
Pronto, esses são os resultados possíveis da proposi-
V F F F F ção composta, variando os valores lógicos das proposi-
F V F V V ções simples p e q que a compõem.

F F F V V TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Vamos agora aumentar a complexidade do problema


FIQUE ATENTO! inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a
então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso
da disjunção, se fizéssemos invertido, não
haveria problemas, mas nem sempre isso
acontece. A recomendação é que se man-
MATEMÁTICA

tenha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bi-


condicional da terceira e quinta colunas:

64
p q r V F
F V
F V
F F
F F

A terceira coluna é mais simples, basta subdividir


cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
possíveis:

Para organizar todas as combinações possíveis dos p q r


valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos V V V
dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde V V F
o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:
V F V

p q r V F F

V F V V

V F V F

V F F V

V F F F

F Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da


F seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . Com
a tabela acima, vamos organizar quais informações pre-
F cisamos para montar a expressão final. Observando o
F primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou
seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em
Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da função da primeira:
primeira coluna em dois novamente, colocando VERDA-
DEIRO na primeira parte e FALSO na segunda, desta ma- p q r ~p
neira:
V V V F
p q r V V F F
V V V F V F
V V V F F F
V F F V V V
V F F V F V
F F F V V
F F F F V
F Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r no
F primeiro parênteses para poder combinar com a nega-
ção de p. Montando a quinta coluna com , que é a com-
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é binação entre a segunda e a terceira coluna, temos que:
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas p q r ~p 𝒒∧𝒓
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o blo-
co seguinte: V V V F V
p q r
MATEMÁTICA

V V F F F
V V V F V F F
V V V F F F F
V F

65
F V V V V
F V F V F
F F V V F
F F F V F

Interessante observar que ficamos apenas com duas linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
problema, pois quando se realiza operações lógicas não teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50% FALSO.
Combinando a quarta e quinta colunas, podemos formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V V V F V V
V V F F F V
V F V F F V
V F F F F V
F V V V V V
F V F V F F
F F V V F F
F F F V F F

Antes de montarmos a bicondicional entre os dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa ao segundo
parênteses da expressão. Colocando a conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V
V V F F F V V
V F V F F V V
V F F F F V V
F V V V V V V
F V F V F F F
F F V V F F V
F F F V F F F

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V
MATEMÁTICA

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

66
TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES A segunda coluna subdivide a primeira novamente
em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando
Os problemas envolvendo 4 proposições simples são os valores V e F:
mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. En-
tretanto, a resolução é a mesma dos problemas de duas p q r s
ou três proposições simples. Considerando as proposi-
ções p, q, r e s, a tabela fica da seguinte maneira: V V
V V
p q r s V V
V V
V F
V F
V F
V F
F V
F V
F V
F V
F F
F F
F F
F F

A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de


duas linhas, intercalando V e F:

p q r s
A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito
linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo. V V V
V V V
p q r s V V F
V V V F
V V F V
V V F V
V V F F
V V F F
V F V V
V F V V
V F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
MATEMÁTICA

F
F

67
A quarta coluna basta intercalar V e F: Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta co-
lunas:
p q r s
V V V V p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞

V V V F V V V V
V V F V V F F V
V V F F F V F V
V F V V F F F F
V F V F
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta co-
V F F V
lunas:
V F F F
F V V V p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
F V V F
V V V V V
F V F V
V F F V V
F V F F
F V F V V
F F V V
F F F F V
F F V F
F F F V O resultado da proposição composta mostra que
F F F F todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
Assim, podemos classificar essa proposição composta
como Tautologia.
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A TA-
BELA-VERDADE FIQUE ATENTO!
Após a montagem de qualquer proposição composta O exemplo de tautologia foi com duas
na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de proposições simples mas considere que a
três maneiras: classificação é válida também para três ou
mais proposições simples.
Tautologia

A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna Contradição


correspondente a proposição composta seja VERDADEI-
RA. Ou seja, não importa os valores lógicos das proposi- A contradição é exatamente o contrário da tauto-
ções simples, a proposição composta terá sempre o valor logia, onde todos os resultados lógicos da operação da
lógico V. Observe o exemplo: proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
exemplo:
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..
São duas proposições simples, o que formará quatro
linhas na tabela: Antes de montarmos a proposição composta, preci-
saremos montar a negação de q, a bicondicional do pri-
meiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
p q
V V p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
V F
V V F F V
F V
V F V V F
F F
F V F V F
F F V F F
MATEMÁTICA

Combinando a quarta e quinta colunas para montar a


disjunção entre os dois parênteses:

68
p q ~q Nenhum A é B
𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).

V V F F V F A segunda proposição categórica é a mais simples de


se observar através do diagrama de conjuntos pois quan-
V F V V F F do falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum
F V F V F F elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja,
são dois conjuntos distintos sem nenhuma intersecção:
F F V F F F

Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,


temos uma contradição.

Contingência

A contingência é o caso mais simples de todos pois


são as tabelas-verdade que não são tautologia ou con-
tradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e F) no
resultado final.
Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer que
PROPOSIÇÕES LÓGICAS
“Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer que
“Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos con-
As proposições categóricas são formadas basicamen-
juntos sem prejudicar o raciocínio.
te por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta úl-
tima, deriva-se também o “Algum Não” para completar
Algum A é B
as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos inter-
pretar e representar as seguintes expressões:
As próximas duas proposições também são categóri-
cas, mas não casos extremos como as anteriores em que
Todo A é B
ou temos todos os elementos de A pertencente a B ou
não temos nenhum. A expressão “Algum A é B” estabe-
A primeira proposição categórica é bem conhecida e
lece que ao menos um elemento pertence também ao
facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elemen-
conjunto B. Ela não fala quantos elementos de A perten-
tos que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem,
cem a B (podem ser todos inclusive), o que ela descarta
conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este
é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B, e essa
caso, temos duas representações possíveis:
consideração será importante quando estudarmos a ne-
gação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para in-
terpretar essa proposição:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pes-


soas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja,
o conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entre-
tanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou
sejam, são exatamente iguais, a proposição ainda é váli-
da, com todos os elementos do conjunto A pertencentes
também ao conjunto B.

FIQUE ATENTO!
Observe que quando falamos que “Todo A é
B” não é necessariamente verdade que “Todo Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser
B é A” pois o primeiro caso da figura acima subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos consegui-
MATEMÁTICA

justifica que nem todos os elementos de B mos afirmar que existe ao menos um elemento de A que
podem pertencer ao conjunto A.”. pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é
B” pois, como dissemos, essa proposição afirma que te-
mos no mínimo um elemento de A que está em B, en-
tão logicamente todos os elementos de A pertencerem

69
a B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele Proposição Universal Negativa
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois A proposição universal negativa é equivalente a ex-
conjuntos, satisfazendo a proposição. pressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
Além disso, é possível inverter os conjuntos de posi- conjunto A não pertence a B.
ção e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos que
“Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A” Proposição Particular Afirmativa

Algum A não é B A proposição particular afirmativa é equivalente a ex-


pressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum universo do conjunto A pertence a B.
A não é B” estabelece que há ao menos um elemento
de A que não pertence ao conjunto B. Novamente não Proposição Particular Negativa
se estipula quantos elementos de A não são de B (e po-
dem ser todos eles inclusive), mas sim que não temos A proposição particular negativa é equivalente a ex-
todos os elementos de A pertencendo a B, algum neces- pressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de todo
sariamente não será. São três diagramas para representar o universo do conjunto A não pertence a B.
essa proposição categórica:
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As proposições categóricas possuem relações entre si


para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com
as definições apresentadas abaixo:

No primeiro caso, como temos elementos exclusivos


de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a propo-
sição. No segundo caso, temos B como subconjunto de As proposições que são contraditórias entre si, ou
A sem serem coincidentes, o que também deixam alguns seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
elementos de A não pertencendo a B. Finalmente o ter- justamente as negações lógicas da proposição categóri-
ceiro caso, onde A e B não possuem intersecção (coinci- ca considerada, ou seja:
dente com “Nenhum A é B”), temos que os elementos de - A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
A não pertencem a B, bastava apenas 1 mas nesse caso - A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
foram todos. - A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
- A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma pro-
As quatro proposições categóricas também possuem posição universal é transformá-la em uma proposição
nomes formalizados que são de importante conhecimen- particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso refor-
to para se interpretar enunciados de concursos que utili- ça o que foi dito no início do capítulo que a negação
zarem essas definições. Vamos a elas de “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
Proposição Universal Afirmativa apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
MATEMÁTICA

A proposição universal afirmativa é equivalente a ex-


pressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do conjun- No caso das relações “subalternas”, quando temos o
to A pertence a B. valor lógico definido da proposição universal, podemos
expandi-lo para a sua correspondente proposição parti-
cular, ou seja:

70
- O valor lógico da proposição particular afirmativa - R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, po-
será o mesmo que o da proposição universal afir- demos ter A intersectando G ou não:
mativa.
- O valor lógico da proposição particular negativa será
o mesmo que o da proposição universal negativa.

ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CATEGÓ-


RICA ENVOLVIDA

Os problemas envolvendo proposições categóricas


podem ser simples de se revolver como visto no exercí-
cio comentado acima, porém, existem casos mais elabo- - A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
rados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem pois nenhum R é G;
analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
a) Algum A não é G
b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.

Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R e


G e eles estão relacionados através de proposições cate- - A e R possuem intersecção com elementos exclusi-
góricas. Para resolver esse tipo de problema, temos que vos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não de A
utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-lo. A em G:
ordem de aplicação das proposições determina seu êxi-
to no exercício, onde recomenda-se começar pelas pro-
posições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos:

- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual
não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum alternativa atende todos simultaneamente:
R é G: a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-
pre há ao menos um todos os elementos de A que
não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
MATEMÁTICA

casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo


esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta.

71
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade:
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b p
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa 𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
V V V
são suficientes para eliminar esta alternativa.
F F F
Logo, encontramos a alternativa correta. O que é im-
portante observar é que problemas envolvendo mais de Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
uma proposição categórica podem ser complicados e re- quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
quererem uma análise aprofundada de todos os casos. sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
resultado da proposição composta é FALSO.
EQUIVALÊNCIA LÓGICA Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
A equivalência lógica é a relação entre duas proposi- João é professor e João é professor = João é profes-
ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se sor
montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos João é professor ou João é professor = João é pro-
valores lógicos será a mesma. fessor
O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando Comutação
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi- A propriedade comutativa da equivalência lógica é
valência lógica, usando frases simples como: “A negação análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
equivalente a ... é:”. sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re- casos:
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
a seguir. 𝑝 𝑝∧𝑝∧𝑞∧𝑞=𝑞=𝑞=𝑞∧𝑞∧𝑝∧𝑝 𝑝
𝑝 𝑝∨𝑝∨𝑞∨𝑞=𝑞=𝑞=𝑞∨𝑞∨𝑝∨𝑝 𝑝
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
𝑝↔
𝑝 𝑝↔ 𝑞=𝑞↔𝑝
↔𝑞 𝑞==𝑞 𝑞↔↔𝑝 𝑝
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen-
taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas:
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
Dupla Negação possível inverter a ordem das proposições simples, man-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores 5 km
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir: Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
andei 5 km
Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
~ ~𝑝 = 𝑝
um suco se e somente se andei 5 km

Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados,


restando apenas a proposição simples. FIQUE ATENTO!
O leitor mais atento percebeu uma poten-
Idempotência cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
não vale para o operador “Se...então” que
A idempotência trata de duas relações, uma com o é a condicional. Muita atenção quando for
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou” utilizar essa propriedade!
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli-
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- Associação
sultado é a própria proposição. Vejam os casos:
A propriedade associativa também tem a mesma ca-
MATEMÁTICA

𝑝∧𝑝=𝑝 racterística encontrada na matemática, onde você pode


inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
𝑝∨𝑝=𝑝 feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
operações, observe:

72
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟 p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼
∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟 V V V F F F F
O que a propriedade nos mostrou é que podemos V F F V F V V
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
F V F V V F V
entre q e r.
F F F V V V V
Distribuição
Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
A propriedade distributiva também segue a analogia mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
da propriedade vista na matemática, sendo conhecida equivalência.
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
distribuição nos elementos internos, desta forma: de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou
não sei correr”

𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟) Negação da disjunção – Regra de De Morgan
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟)
A negação da disjunção também é conhecida como
Regra de De Morgan:
Observe novamente que essa propriedade também é
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere A regra nos diz que ao negar uma disjunção, pode-
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r mos negar individualmente cada proposição simples
= “Arlequina é bandida”, assim: trocando o operador “ou” por um operador “e”. A prova
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
permite dizer que a proposição:
𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 “Almir
= 𝑝 ∨é 𝑞biólogo, e Jo- p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ~p
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
seval é médico ou Arlequina é bandida” é equivalente ~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
à proposição: “Almir é biólogo e Joseval é escritor, ou
Almir é biólogo e Arlequina
𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟é bandida”
= 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) V V V F F F F
V F V F F V F
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos F V V F V F F
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo-
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à F F F V V V V
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al-
mir é biólogo ou Arlequina é bandida” Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS equivalência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
Este tópico provavelmente é o mais importante deste “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação
capítulo pois apresentará as negações das proposições correta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será
lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi- “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
cional” e “Bicondicional”
Negação da Condicional
Negação da conjunção – Regra de De Morgan
A negação da condicional é uma expressão que vem
As negações da conjunção e da disjunção são conhe- derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo- De Morgan e Implicação material (apresentada nos tópi-
rizar pela sua estrutura simples: cos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções,
vamos mostrar a equivalência e prova-la através da ta-
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞 bela-verdade:
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞
A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po-
MATEMÁTICA

demos negar individualmente cada proposição simples


trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

73
Montando a tabela-verdade:
p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

Negação da Bicondicional

Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica.
Ela não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expres-
são e provar com a tabela-verdade:
∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova
e não passei de ano”.

EquivalÊncias lógicas da condicional e bicondicional

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas im-
portantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a
seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞

V V V F V
MATEMÁTICA

V F F F F
F V V V V
F F V V V

74
A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são,
portanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equiva-
lência é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-ver-
dade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:
𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V
MATEMÁTICA

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.

75
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒
Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ainda
continua sendo o elemento fundamental, pois a partir dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de contas, o
que é um Argumento? Essa definição é importante para o seguimento do capítulo e será apresentada a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas ou mais proposições. Diferentemente de uma proposição
composta, o argumento apresenta as proposições de maneira separada, classificando-as em dois tipos: Premissas e
Conclusão. As premissas são as bases e as informações que irão nortear a Conclusão (que é única, apenas 1 proposição
pode ser a conclusão). Assim, a estrutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão.
Normalmente, os argumentos são apresentados na forma vertical, separando as premissas e a conclusão por um
traço, desta maneira:

As três premissas informam que há uma característica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e você pos-
suem olhos azuis. Dadas essas informações, concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou seja, olho azul.
Como este argumento é mais genérico, vamos a um mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:

A argumentação apresenta que o grupo denominado “brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto “de-
vedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasileiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argumento
composto por 2 (duas) premissas e a conclusão, ele será considerado um caso particular e terá o nome de silogismo.
Ambos os argumentos foram conclusões verdadeiras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos classifi-
ca-los como argumentos válidos, ou seja, as premissas levam a esta conclusão.
A oposição disso é justamente uma ou mais premissas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento inválido,
pois não atende integralmente todas as premissas.
Outro caso de argumentos que podem ser cobrados são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por exem-
plo, neste exercício que caiu em um concurso:
MATEMÁTICA

76
Exemplo:

Se considerarmos as proposições:
O ponto chave da lógica da argumentação é verificar
se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:
Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-
sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.

ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS

Normalmente quando os argumentos são analisados,


a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
nesta seção, porém, é importante que fique claro que
ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
(exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
A segunda proposição diz que nenhuma morena can-
Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
se resolver qualquer problema de argumentação.

FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais
de uma técnica pode ser usada para sua
resolução. Esta apostila será uma referên-
cia para sugestão de qual técnica utilizar.
Caso consiga resolver por outra técnica, é
um ponto a mais no seu aprendizado.

Diagramas de Conjuntos (Euler)


Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto
A análise de argumentos usando os diagramas de
mulheres também não possui intersecção com o conjun-
conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos
tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
forem montados com proposições categóricas (capítulo
portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que
são morenas mas isso não pode interferir na validade do
designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al-
argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
temos que ter a conclusão verdadeira.
proposições que aprendemos no capítulo anterior.
Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
Este método prevê que desenharemos as premissas
do. Observem:
dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
interseções entre eles. Após a construção do diagrama,
verifica-se a validade do argumento.
MATEMÁTICA

77
Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos ou
que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
“convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
“parentes”:

A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o


que é verdade na segunda e na terceira possibilidade.
Na primeira, ambas as premissas são atendidas mas a
conclusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
parentes.
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não te-
ou mos garantia integral do argumento, tornando-o inválido.

Premissas verdadeiras

A segunda estratégia já envolve premissas que não


tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples
que a compõe.
Para avaliar a validade do argumento, basta adotar
que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro-
posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver-
A segunda premissa nos mostra que Roberto não é dadeira.
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi- Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
um “X”: inválido.
Vamos a um exemplo:

Esse argumento está montado apenas com os valores


lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar-
gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:
ou

Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e


MATEMÁTICA

a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira,


temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter
que P seja falso, ou seja, P=F .

78
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a conclusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão verda-
deira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado ~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argumento
inválido.

Tabela verdade

O método de resolução do argumento por tabela verdade é utilizado quando não se consegue resolver pelos dois
métodos anteriores, ou seja, quando não temos proposições categóricas ou quando não temos premissas sob a forma
de proposições simples ou uma delas sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso onde o método de pre-
missas verdadeiras é aplicável, a tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método mais genérico.
A resolução se baseia na construção da tabela verdade e temos que olhar as linhas correspondentes a todas as
premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um argumento
válido, caso contrário, ele será inválido.

FIQUE ATENTO!
Lembre-se que a quantidade de linhas da tabela-verdade é calculada em função da quantidade de
proposições simples que formam as premissas. Quanto maior o problema, mais trabalhoso será a sua
resolução!

Vamos analisar um exemplo passo a passo:


Analise o argumento a seguir e verifique se ele é válido
Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpinteiro.
João não é carpinteiro ou Irene é médica.
Logo, Pablo não é ator ou Irene é médica.

Passando para a linguagem lógica, temos que:

Observe que este argumento possui duas premissas e uma conclusão, porém é formado por três proposições sim-
ples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4. Construindo a base da tabela:

p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

p q r

V V V V V
V V F V F
MATEMÁTICA

V F V F V
V F F F V
F V V F V

79
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
F F F F V V V

Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
MATEMÁTICA

do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.
Conclusão Falsa

80
Para os casos onde temos um número de proposi- Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício
ções simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés que o mesmo quer a identificação da proposição. As
de se aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas alternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças
será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se exclamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o
o valor lógico FALSO na conclusão além de considerar que não as caracterizam como proposições. Já a al-
as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos ternativa D é uma sentença que pode ser classificada
um argumento inválido, caso contrário, ele será válido. como verdadeira ou falsa, caracterizando uma propo-
Este método funciona bem quando a conclusão é uma sição.
condicional ou uma conjunção, pois conseguiremos atri-
buir valores lógicos a todas as proposições simples que 2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa
a compõe. que representa um não cumprimento das 3 leis de pen-
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Racio- samento da lógica 
cínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber
Campos, um dos livros que usamos como referência para a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio
montar esta apostila: da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo
que Abelardo.
b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode ser
considerada “meia verdade” se apenas uma leve garoa
atingir a cidade.
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado
Temos 4 proposições simples formando o argumento, no banco do motorista durante a abordagem policial,
o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos caracterizando uma contradição.
pelo método de premissas verdadeiras, teríamos muitos d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1
casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão
Para facilitar, vamos então adotar também a conclusão e não pode ser considerado um milionário.
FALSA, o que para a condicional, tem-se apenas um caso, e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que
que é a proposição da esquerda VERDADEIRA e da direi- derrubou o vaso.
ta FALSA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽.
Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro
a segunda premissa, onde sabemos o valor de . Para essa da lógica. As proposições receberão apenas dois valo-
premissa ser verdadeira, teremos que ter . Na primeira res lógicos: Verdadeiro ou Falso.
premissa, a condicional será verdadeira, dado que se .
Como , temos que ter para atender a primeira premissa. 3. (PREFEITURA DE SARZEDO, MG – TÉCNICO ADMI-
Finalmente, como , temos que ter , mas isso contradiz a NISTRATIVO – IBGP, 2018) “Cecília comprará ou o vesti-
primeira premissa que determinou que . do azul ou o vestido preto.” 
Como houve falha em provar que a conclusão é FAL- Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
SA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a conclu- RETA.
são é VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO!
a) 𝑝∨𝑞
b) 𝑝∧𝑞
EXERCÍCIOS COMENTADOS c) 𝑝∨𝑞
d) 𝑝→𝑞
1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTA-
DUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro Resposta: Letra C. Provavelmente muitos devem ter
delas têm uma mesma característica lógica em comum, pensado que este era um caso de “ou exclusivo”, mas
enquanto uma delas não tem essa característica.  observe que o verbo em questão é “comprar” e não
“vestir”. Cecília pode muito bem comprar os dois ves-
I. Que belo dia!  tidos, não há nada lógico que impeça isso, porém se a
II. Um excelente livro de raciocínio lógico.  proposição fosse “Cecília vestirá ou o vestido azul ou
III. O jogo terminou empatado?  o vestido preto”, aí teríamos o caso de “ou exclusivo”
IV. Existe vida em outros planetas do universo.  pois ela não poderia vestir os dois vestidos ao mesmo
V. Escreva uma poesia.  tempo.

A frase que não possui essa característica comum é a 4. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
a) I CONCURSO – 2018) Considere as proposições compos-
MATEMÁTICA

b) II tas abaixo, identificadas como P e Q.


c) III
d) IV P: Se faz frio, então bebo muita água.
e) V Q: Se estudo e trabalho no mesmo dia, fico muito can-
sado.

81
Sabendo-se que as duas proposições citadas no enuncia- A alternativa C é FALSA pois “O monitor não está fun-
do são falsas, é verdade afirmar que cionando” é FALSO e “A memória apresenta defeito”
também é FALSA, sendo o único caso da disjunção ser
a) Fico muito cansado ou bebo muita água FALSA. Por fim, a alternativa D também é falsa pois “A
b) Não estudo e trabalho no mesmo dia e faz frio memória apresenta defeito” é FALSA e isso na conjun-
c) Não fico muito cansado e não bebo muita água ção já caracteriza uma proposição composta FALSA.
d) Se faz frio, então não estudo e trabalho no mesmo dia
6. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
Resposta: Letra C. O enunciado nos diz que as duas GESTÃO CONCURSO, 2018) Para Alencar (2002, p.14),
condicionais são falsas, ou seja, podemos afirmar que “na tabela verdade figuram todos os possíveis valores ló-
“Faz frio” e “Estudo e trabalho no mesmo dia” são gicos da proposição composta, correspondentes a todas
VERDADEIRAS e “Bebo muita água” e “Fico muito can- as possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
sado” são FALSAS, pois é a única combinação possível simples correspondentes.” Considerando duas proposi-
para as condicionais serem FALSAS. Logo, a letra A é ções identificadas como p e q, deseja-se construir a tabe-
FALSA pois ambas são FALSAS e a disjunção será FAL- la verdade da proposição composta , conforme descrito
SA, a letra B é FALSA pois ‘Não estudo e trabalho” é na tabela a seguir.
FALSO o que faz a conjunção ser FALSA. A letra C é
VERDADEIRA pois as duas negações geram proposi-
ções VERDADEIRAS que combinada em uma conjun-
ção, formam uma proposição VERDADEIRA. E por fim
a letra D é FALSA pois “Faz frio” é VERDADEIRO e “Não
estudo e trabalho no mesmo dia” é FALSO e combina-
dos em uma condicional, gera uma proposição FALSA.

5. (COLÉGIO PEDRO II – ANALISTA DA TECNOLOGIA Os valores lógicos da proposição composta , descritos de


DA INFORMAÇÃO - 2018) Considere as seguintes pro- cima para baixo na última coluna da tabela, serão, res-
posições P e Q, sendo que P é falsa e Q é verdadeira;  pectivamente,

P: Se o monitor está funcionando, então a placa de vídeo a) (F);(F);(F);(F)


não está com defeito.     b) (F);(V);(F);(F)
Q: A placa de vídeo está com defeito se, e somente se, a c) (V);(V);(V);(V)
memória não apresenta defeito.  d) (V);(F);(V);(V)

Logo, é verdadeira a proposição: Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a


tabela com todas as colunas organizado. A “pegadi-
a) Se o monitor não está funcionando, então a memória nha” é se você esquecer de fazer a negação final, que
não apresenta defeito. faria você marcar a alternativa B e não a D.
b) O monitor está funcionando ou a memória não apre- p q ~q
senta defeito.
c) O monitor não está funcionando ou a memória apre- V V F F V
senta defeito. V F V V F
d) O monitor está funcionando e a memória apresenta
defeito. F V F F V
F F V F V
Resposta: Letra A e B (Anulada). Como P é uma
condicional FALSA, temos que “O monitor está fun-
cionando” é VERDADEIRO e “A placa de vídeo não 7. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
está com defeito” é FALSO. No caso de Q temos duas CONCURSO, 2018) Considere que temos três proposi-
possibilidades: “A placa de vídeo está com defeito” e ções, identificadas como p, q e r. Objetiva-se construir
“A memória não apresenta defeito” são ambas VER- uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a
DADEIRAS ou ambas FALSAS. Entretanto, como vimos proposição composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respei-
em P que “A placa de vídeo está com defeito” é VER- to, avalie as afirmações a seguir.
DADEIRO, só teremos um caso, onde “A memória não
apresenta defeito” também é VERDADEIRO. A alter- I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.
nativa A é VERDADEIRA pois temos uma condicional II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
e a proposição “O monitor não está funcionando” é III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na colu-
FALSA, o que faz a condicional ser VERDADEIRA. A al- na correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ
MATEMÁTICA

ternativa B é VERDADEIRA também pois “O monitor ~ r, que assumirá o valor verdadeiro.


está funcionando” é VERDADEIRO e isso já basta para
uma disjunção ser VERDADEIRA, além disso, “A me-
mória não apresenta defeito” também é VERDADEIRA.

82
Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a
II está certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de
proposições simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores
lógicos, pois não temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional),
você verificará que a linhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3
linhas que são VERDADEIRAS.

8. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC, 2017) De acordo com o raciocí-
nio lógico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

9. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB, 2013). A negação de “Todos os padeiros dessa cidade são talentosos” é:

a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos.


b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso.
c) Não já padeiro talentoso nessa cidade.
d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talentoso.
e) Não há padeiros nessa cidade.

Resposta: Letra D. A negação de uma proposição universal afirmativa será uma proposição particular negativa, ou
seja “Algum A não é B” que nesse caso é “Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”.

10. (SERPRO – ANALISTA – ESAF, 2001). Todos os alunos de Matemática são, também, alunos de Inglês, mas nenhum
aluno de inglês é aluno de História. Todos os alunos de Português são também alunos de informática, e alguns alunos
de informática são também alunos de história. Como nenhum aluno de informática é aluno de inglês, e como nenhum
aluno de Português e aluno de História, então:

a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês


b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de História
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática
MATEMÁTICA

d) todos os alunos de Informática são alunos de Matemática


e) todos os alunos de Informática são alunos de Português

83
Resposta: Letra C. São muitos diagramas para se A resposta CORRETA é: 
montar, porém quase todos são proposições univer-
sais de fácil entendimento. Unificando todas as infor- a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9
mações, monta-se o diagrama e se observa que ne- de fevereiro
nhum aluno de Português é aluno de Matemática. b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro
c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro

Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível.


11. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de
que não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é en- fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te-
fermeira, é logicamente equivalente a dizer que é verda- mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9
de que: de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval.
Usando a propriedade comutativa onde podemos in-
a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfer- verter a ordem das proposições, conseguimos montar
meira. a alternativa C.
b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira.
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira. 15. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF,
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira. 2016). A proposição “se o voo está atrasado, então o
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira. aeroporto está fechado para decolagens” é logicamente
equivalente à proposição:
Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan,
a negação da conjunção será a disjunção das nega- a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para
ções, então nega-se ambas as proposições e aplica-se decolagens.
o operador “ou”. b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
do para decolagens.
12. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma ne- c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está
gação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é fechado para decolagens.
pobre” é: d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não
está fechado para decolagens.
a) Se João é rico, então Maria é pobre e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado
b) João não é rico, e Maria não é pobre para decolagens.
c) João é rico, e Maria não e pobre
d) Se João não é rico, então Maria não é pobre Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio-
e) João não é rico, ou Maria não é pobre nal, devemos pensar em aplicar a implicação material
ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape-
Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a nas uma delas que é condicional, então provavelmen-
negação da disjunção será a conjunção das negações. te será melhor aplicar a implicação material primeiro,
que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra-
13. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMI- sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”.
NISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da propo-
sição composta “Se goleia o rival, então é campeão” é 16. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma
equivalente a: proposição logicamente equivalente a “se eu não posso
pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte: 
a) Não goleia o rival e é campeão.
b) Goleia o rival e não é campeão. a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi 
c) Não goleia o rival ou é campeão. b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
d) Nem goleia o rival, nem é campeão. c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um
Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma táxi
conjunção da primeira proposição com a negação da
segunda, o que aparece na alternativa B. Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são
condicionais, provavelmente o exercício se resolve
14. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). aplicando a transposição. Negando as duas proposi-
MATEMÁTICA

Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou
de “hoje é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de feve- de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que
reiro”? já temos uma negação na frase original e na hora de
negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando
os dois “não”.

84
17. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A pro- Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas
posição equivalente para “A lua é um satélite natural se e verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que
somente se Saturno ter anéis” é: César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção
a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre-
ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe
natural penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen-
b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa
anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
satélite natural que não temos informações suficientes para determi-
nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis isto não afeta a escolha da alternativa correta.
e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na-
tural
d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA.
tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um
satélite natural
IMPLICAÇÃO LÓGICA
Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material
que transforma a bicondicional em duas condicionais, Os problemas de implicação lógica são muito seme-
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa- lhantes à estrutura apresentada no capítulo de lógica
turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é da argumentação. Eles são constituídos de proposições,
um satélite natural”. simples ou compostas, que irão levar a uma conclusão,
que nesse caso, será válida uma vez que foi deduzida a
18. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte partir das hipóteses.
afirmação é válida: A estratégia de resolução, portanto, será a mesma
utilizada na lógica da argumentação, com algumas alte-
Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de- rações. São dois tipos de problemas que serão apresen-
vidos tados a seguir:
Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos
Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta Implicação Lógica tipo I – Premissas Verdadeiras
O primeiro tipo de implicação lógica adota a mes-
( ) CERTO ( ) ERRADO ma resolução que o método de premissas verdadeiras
da lógica da argumentação. Consideram-se todas as pre-
Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do missas verdadeiras para se conseguir atribuir os valores
diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos” lógicos das proposições simples. Com esses valores de-
e “honestos” não forem coincidentes, não há como finidos, testam-se as alternativas, procurando a resposta
garantir que Carlos está necessariamente dentro do correta.
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se Vale lembrar que no caso de problemas de premissas
inválido. verdadeiras é necessário que tenhamos nas hipóteses ao
menos 1 proposição simples ou uma conjunção (opera-
19. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere dor “e”) para iniciarmos o problema. Sem essa condição,
que as seguintes proposições são premissas de um ar- os problemas serão do tipo II que serão apresentados na
gumento: sequência.
Vamos iniciar com um exemplo, que foi cobrado em
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um um concurso de fiscal, pela banca ESAF, em 2013:
conselheiro Ex. André é inocente ou Beto é inocente. Se Beto é
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou inocente, então Caio é culpado. Caio é inocente, se e so-
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei mente se, Dênis é culpado. Ora, Dênis é culpado, Logo:
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en- a) Caio e Beto são inocentes
tão Tito não é o corregedor. b) André e Caio são inocentes
c) André e Beto são inocentes
Com base nas definições apresentadas no texto acima, d) Caio e Dênis são culpados
assinale a opção em que a proposição apresentada, junto e) André e Dênis são culpados
com essas premissas, forma um argumento válido:
Diferente de um exercício comentado, este nós iremos
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas destrinchar em todos os detalhes, para que o leitor consi-
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então ga fazer os próximos a partir do raciocínio proposto aqui.
MATEMÁTICA

Adriano não é o corregedor. Iniciando, temos 4 proposições onde é pedido uma


c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi- conclusão. Reparem que a última delas, “Dênis é culpa-
dente do tribunal de contas. do”, é uma proposição simples, portanto, podemos ado-
d) Tito não é o corregedor tar o método de premissas verdadeiras para obter os va-
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei lores lógicos desejados.

85
Considerando as proposições simples A: André é ino- I: A professora de Inglês deu aula.
cente, B: Beto é inocente, C: Caio é inocente e D: Dênis é F: A professora de Francês deu aula.
inocente, vamos começar a atribuir os valores lógicos em P: A professora de Português foi a reunião.
cada uma delas. R: Todos os problemas foram resolvidos.
Pelo método, iniciamos justamente pela proposição
simples, ou seja, “Dênis é culpado”. Se ela é considera- Com a nomenclatura, podemos transformar as hipó-
da VERDADEIRA, então temos que Dênis não é inocente, teses em operações lógicas, desta maneira:
logo: D=F. “Se a professora de Matemática foi a reunião, nem a
Com o valor lógico de D, parte-se para a terceira hi- professora de Inglês nem a professora de Francês deram
pótese, que é “Caio é inocente, se e somente se, Dênis é aula” = 𝑀 → (~𝐼 ∧ ~𝐹)
culpado”. Como Dênis é culpado e no operador bicon- “Se a professora de Francês não deu aula, a professo-
dicional temos que ter os dois valores lógicos das pro- ra de Português foi a reunião” = (~𝐹) → 𝑃
posições simples iguais para ter a proposição composta “Se a professora de Português foi a reunião, todos os
VERDADEIRA, temos que Caio é inocente, logo: C=V. problemas foram resolvidos” = 𝑃 → 𝑅
“Um problema não foi resolvido” = ~𝑅
Partindo agora para a segunda hipótese, “Se Beto é
inocente, então Caio é culpado”, temos o valor lógico Como todas as premissas são VERDADEIRAS, vamos
de C, que na hipótese entra como FALSO, pois Caio é novamente partir da proposição simples, que nos dará
inocente. Como se trata de um operador condicional, o que 𝑅 = 𝐹 .
único caso onde a proposição é VERDADEIRA com a se- Com essa informação, para que a terceira hipótese,
gunda proposição simples FALSA é quando a primeira que é uma condicional, seja VERDADEIRA, temos que ter
também é FALSA, logo Beto não é inocente: B=F. 𝑃 = 𝐹:
Por fim, a primeira hipótese, “André é inocente ou Analogamente, a segunda hipótese segue o mesmo
Beto é inocente” é uma disjunção e como Beto não é raciocínio, com ~𝐹 = 𝐹 ou seja: 𝐹 = 𝑉 .
inocente, para que a proposição composta seja VERDA- Já a primeira hipótese, temos que ~𝐹 = 𝐹 , ou seja,
DEIRA, temos que André é inocente, logo: A=V. a conjunção entre parênteses será FALSA, independente
Com os valores lógicos, testam-se as alternativas: do valor lógico de I. Para a hipótese ser VERDADEIRA,
a) Caio e Beto são inocentes – Errado, Beto é culpado. temos que ter: 𝑀 = 𝐹 .
b) André e Caio são inocentes – Certo, ambos são ino- Este problema é interessante, pois não conseguimos
centes. atribuir um valor lógico para I e isto não é nenhum con-
c) André e Beto são inocentes – Errado, Beto é cul- tratempo, basta utilizar essa informação para testar as
pado. alternativas:
d) Caio e Dênis são culpados – Errado, Caio é inocente a) a professora de Matemática não foi a reunião e a
e) André e Dênis são culpados – Errado, André é ino- professora de Francês não deu aula
cente. Errado, a professora de Francês deu aula.
Assim a alternativa correta é a B.
b) a professora de Matemática e a professora de Por-
Para o leitor ter um segundo exemplo mais detalha- tuguês não foram à reunião
do, observe este agora, também da banca Esaf: Correto, ambas não foram a reunião.
Ex. Se a professora de Matemática foi a reunião, nem
a professora de Inglês nem a professora de Francês de- c) a professora de Francês não deu aula e a professora
ram aula. Se a professora de Francês não deu aula, a de Português não foi à reunião
professora de Português foi a reunião. Se a professora Errado, a professora de Francês deu aula.
de Português foi a reunião, todos os problemas foram
resolvidos. Ora, pelo menos um problema não foi resol- d) a professora de Francês não deu aula ou a profes-
vido. Logo: sora de Português foi à reunião
a) a professora de Matemática não foi a reunião e a Errado, a professora de Francês deu aula.
professora de Francês não deu aula
b) a professora de Matemática e a professora de Por- e) a professora de Inglês e a professora de Francês
tuguês não foram à reunião não deram aula.
c) a professora de Francês não deu aula e a professora Errado, a professora de Francês deu aula e não se
de Português não foi à reunião pode afirmar sobre a professora de Inglês.
d) a professora de Francês não deu aula ou a profes-
sora de Português foi à reunião Implicação Lógica tipo II
e) a professora de Inglês e a professora de Francês O segundo caso de problemas de implicação lógica é
não deram aula. justamente aqueles que não compõem o primeiro tipo,
ou seja, nas hipóteses não há proposições simples e nem
MATEMÁTICA

Novamente é um problema de Implicação Lógica conjunções de onde parte-se a resolução.


Tipo I, pois temos uma proposição simples envolvida: São duas estratégias possíveis. A primeira será utilizar
“Um problema não foi resolvido”. Nomeando as propo- a contradição como ferramenta, ou seja, provar que uma
sições, temos que: determinada proposição simples não pode ser VERDA-
M : A professora de Matemática foi a reunião. DEIRA ou FALSA ao mesmo tempo. Para isso, mantém-se

86
a ideia de premissas verdadeiras, adicionando a atribuição de um valor lógico (VERDADEIRO ou FALSO) a uma das
proposições simples. Com este valor definido, analisam-se as proposições e verifica-se se alguma delas atribuirá valores
diferentes a uma mesma proposição. Se isso ocorrer, prova-se que o valor lógico atribuído inicialmente está errado e
portanto, o valor correto é seu oposto. Para o método ficar mais claro, observe o exemplo a seguir:
Ex. Se não durmo, bebo. Se estou furioso, durmo. Se durmo, não estou furioso. Se não estou furioso, não bebo. Logo:
a) não durmo, estou furioso e não bebo.
b) durmo, estou furioso e não bebo.
c) não durmo, estou furioso e bebo.
d) não durmo, não estou furioso e não bebo.
e) não durmo, não estou furioso e bebo.

Como se pode observar, não há proposições simples ou conjunções. Assim, é um problema de implicação lógica
tipo II. São três proposições simples, “Eu durmo”, “Eu estou furioso” e “Eu bebo”, que chamaremos de P,Q e R. Assim,
traduzindo as hipóteses para a linguagem lógica:
Se não durmo, bebo = (~𝑃) → 𝑅
Se estou furioso, durmo = 𝑄 → 𝑃
Se durmo, não estou furioso = 𝑃 → (~𝑄)
Se não estou furioso, não bebo = (~𝑄) → (~𝑅)

Agora, temos que escolher uma proposição para atribuirmos um valor lógico. Pode ser qualquer uma das três mas
para o método ficar mais eficiente, busca-se aquela que aparece mais vezes nas hipóteses, pois ficará mais fácil para
provar a contradição. Neste caso, tanto P quanto Q aparecem 4 vezes e R aparece 2 vezes. Vamos escolher então P e
atribuiremos a ela o valor VERDADEIRO.
Considerando P=V, observam-se as hipóteses:
A primeira hipótese mostra que se P=V, temos ~𝑃 = 𝐹 . Assim o valor de R fica indefinido neste caso.
Na segunda hipótese, considerando P=V, também teremos indefinição sobre o valor lógico de Q.
Na terceira hipótese, se P=V, necessariamente deveremos ter ~𝑄 = 𝑉 para a condicional ser VERDADEIRA, logo
Q=F.
Já a quarta hipótese, com os valor lógico de Q, chega-se a conclusão que ~𝑅 = 𝑉 , ou seja R=F.

Observe que todos os casos atenderam as premissas verdadeiras, ou seja, são os valores lógicos corretos. Obvia-
mente foi um golpe de sorte já acertarmos o valor lógico de P e para se ter uma ideia como funcionaria a contradição,
vamos agora testar como se tivéssemos atribuído o valor FALSO a P.
Considerando P=F, observam-se as hipóteses:
A primeira hipótese mostra que se P=F, temos ~𝑃 = 𝑉 . Assim o valor de R deverá ser VERDADEIRO para a condi-
cional ser VERDADEIRA.
Na segunda hipótese, considerando P=F, temos que ter o valor lógico de Q também FALSO para a condicional ser
VERDADEIRA.
Na terceira hipótese, se P=F, Q poderia ser qualquer valor, mas como já definimos que Q é FALSO, a premissa está
correta.
Finalmente na quarta hipótese, como Q=F e R=V, temos que ~𝑄 → ~𝑅 = 𝑉 → 𝐹 = 𝐹 , ou seja, com esses valores
lógicos, a quarta hipótese falha e não será VERDADEIRA. Com isso, prova-se a contradição mostrando que o valor ló-
gico de P não pode ser FALSO e sim VERDADEIRO.
Mostrada a solução pelo método da contradição, vamos apresentar a segunda estratégia agora, que é a mais clás-
sica e mais popular entre os estudantes de raciocínio lógico: A Tabela-Verdade. Recordando o capítulo de lógica da
argumentação, praticamente todos os problemas deste tipo podem ser solucionados com a Tabela-Verdade e neste
caso não seria diferente. Mantendo a mesma nomenclatura das proposições e usando as expressões lógicas já feitas,
montamos a seguinte tabela:

P Q R (~𝑷) → 𝑹 𝑸→𝑷 𝑷 → (~𝑸) ~𝑸) → (~𝑹

V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
MATEMÁTICA

F V F
F F V
F F F

87
Agora basta preencher as colunas das hipóteses com os valores lógicos de cada linha, resultando em:

P Q R (~𝑷) → 𝑹 𝑸→𝑷 𝑷 → (~𝑸) ~𝑸) → (~𝑹

V V V V V F V
V V F V V F V
V F V V V V F
V F F V V V V
F V V V F V V
F V F F F V V
F F V V V V F
F F F F V V V

Se você observar, apenas uma linha terá as 4 hipóteses VERDADEIRAS, que neste caso, é a quarta linha. Assim, os
valores lógicos de P,Q e R respectivamente são VERDADEIRO, FALSO e FALSO como encontrado no primeiro método.

Com os valores obtidos, testam-se as alternativas:

a) não durmo, estou furioso e não bebo.


Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO” e “Eu não durmo” é FALSO.

b) durmo, estou furioso e não bebo.


Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO”.

c) não durmo, estou furioso e bebo.


Errado, pois “Eu estou furioso é FALSO”, “Eu não durmo” é FALSO e “Eu bebo” é FALSO.
d) durmo, não estou furioso e não bebo.
Certo, pois “Eu durmo” é VERDADEIRO, “Eu não estou furioso” é VERDADEIRO e “Eu não bebo” é VERDADEIRO.

e) não durmo, não estou furioso e bebo.


Errado, “Eu não durmo” é FALSO e “Eu bebo” é FALSO.

Assim, a alternativa correta é a D.


ASSOCIAÇÃO LÓGICA

Os problemas de associação lógica, por mais que se tenha uma definição formal deles, são problemas considerados
educativos, ou na melhor das palavras, lúdicos. São os famosos desafios que você recebe pela internet, ou quando
compra uma revistinha de passatempos.
A palavra associação vem justamente da estratégia que será utilizada. Os problemas terão diversas categorias como,
por exemplo, nomes de pessoas, cores, veículos e cidades, e a ideia será associar um membro de cada categoria com
um membro das outras, neste caso, um nome de pessoa, com uma cor, um veículo e uma cidade.
Como no caso de problemas de implicação lógica, não há um desenvolvimento de teoria neste tipo de problema,
pois o aprendizado se dá por exemplos e organização dos dados. O que vocês irão observar é que os enunciados irão
descrever o problema e passar as dicas que serão as informações para se obter a solução. Observe os exemplos a seguir.
Ex. Vamos utilizar outro exemplo da banca ESAF, pois ela é especialista neste tipo de abordagem: “Os carros de
Artur, Bernardo e César são, não necessariamente nesta ordem, uma Brasília, uma Parati e um Santana. Um dos carros
é cinza, um outro é verde e o outro é azul. O carro de Artur é cinza, o carro de César é o Santana; o carro de Bernardo
não é verde e não é a Brasília. As cores da Brasília, da Parati e do Santana são, respectivamente:
a) cinza, verde e azul
b) azul, cinza e verde
c) azul, verde e cinza
d) cinza, azul e verde
e) verde, azul e cinza
MATEMÁTICA

Como descrevemos na introdução da seção, os problemas lógicos terão várias categorias que devem ter um mem-
bro de cada uma delas associada a um membro das outras. Neste caso, temos 3 categorias: nome, carro e cor. Ou seja,
uma pessoa tem um carro com uma determinada cor e o objetivo é saber justamente como é cada caso.

88
Para fazer isso, vamos novamente recorrer ao uso das tabelas, mas neste caso, não é a tabela-verdade, sendo ape-
nas uma tabela de organização. A tabela é montada a partir de uma das categorias e a partir dela vamos associando as
outras. Neste tipo de exemplo, normalmente utilizam-se as pessoas como referências e assim o faremos. Montando a
tabela, ficamos com a seguinte divisão:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur
Bernardo
César

Com essa tabela, conseguimos associar uma pessoa a uma categoria, usando as dicas presentes no enunciado.
Começando com a primeira, o enunciado fala que o carro de Artur é cinza, ou seja, podemos marcar um “X”, na linha
correspondente a Artur, a cor cinza:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X
Bernardo
César

Com essa informação, conseguimos eliminar algumas possibilidades, como por exemplo, o fato de Bernardo e César
não terem carros cinza e Artur não ter carro nem verde e nem azul, assim:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - -
Bernardo -
César -

A segunda dica nos fala que “O carro de César é o Santana”, preenchendo a tabela, já colocando as eliminações:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur - X - -
Bernardo - -
César - - X -

A terceira dica nos diz que “O carro de Bernardo não é verde e não é a Brasília”, assim, temos apenas eliminações
para fazer:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur - X - -
Bernardo - - - -
César - - X -
MATEMÁTICA

89
Com as dicas postas, podemos tirar algumas conclusões. A primeira delas é que se a Brasília não é de Bernardo e
não é de César, ela será necessariamente de Artur:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - X - -
Bernardo - - - -
César - - X -

Como Artur tem a Brasília, não terá a Parati, que sobra para Bernardo:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - - X - -
Bernardo - X - - -
César - - X -

Analogamente, como o carro de Artur e de Bernardo não é verde, sobra essa cor para César e por eliminação, sobra
a cor azul para Bernardo:

Carro Cor do Carro


Nomes Brasília Parati Santana cinza verde azul
Artur X - - X - -
Bernardo - X - - - X
César - - X - X -

Assim, Artur tem uma Brasília cinza, Bernardo tem uma Parati azul e César tem um Santana Verde. Logo, a alternativa
correta é a D.
Vamos agora trocar um pouco de banca, e vamos usar um exemplo da FCC, com uma tabela maior.
Ex. Cinco amigos, que estudaram juntos no colégio estão reunidos num jantar. São eles: Almir, Branco, Caio, Danilo
e Edílson. Atualmente eles moram nas cidades de Atibaia, Batatais, Catanduva, Dracena e Embu, onde exercem as se-
guintes profissões: advogado, bibliotecário, contabilista, dentista e engenheiro. Considere que:
I. Nenhum deles vive na cidade que tem a mesma letra inicial de seu nome, nem o nome de sua ocupação tem a
mesma inicial de seu nem da cidade em que vive
II. Almir não reside em Batatais e Edílson, que não é bibliotecário e nem dentista, tampouco ai vive.
III. Branco, que não é contabilista e nem dentista, não mora em Catanduva e nem em Dracena.
IV. Danilo vive em Embu, não é bibliotecário e nem advogado.
V. O bibliotecário não mora em Catanduva.

Nessas condições, é verdade que:


a) Almir é contabilista e reside em Dracena
b) Branco é advogado e reside em Atibaia
c) Caio é dentista e reside em Catanduva
d) Danilo é dentista e reside em Embu
e) Edílson é advogado e reside em Catanduva

Bom, temos muitas dicas e 3 categorias com 5 membros cada. A tabela ficará grande, mas é possível organizá-la
abreviando os nomes:

Cidade Profissão
MATEMÁTICA

Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir
Branco

90
Caio
Danilo
Edílson

Iniciando a primeira dica, temos que ninguém vive na cidade que começa com a letra do seu nome, assim faremos
uma eliminação em diagonal:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir -
Branco -
Caio -
Danilo -
Edílson -

A segunda parte da primeira dica fala que a profissão da pessoa também não se inicia com a letra do nome e tam-
bém com a letra da cidade, logo teremos uma eliminação em diagonal também na parte de profissão:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - -
Branco - -
Caio - -
Danilo - -
Edílson - -

Ainda falta a parte que o nome da cidade e da profissão não são os mesmos, mas não temos colocar isso na tabela
agora pois faltam informações. Deve-se lembrar de usar ao longo da resolução.
A segunda dica elimina informações sobre Almir e Edilson:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - -
Caio - -
Danilo - -
Edílson - - - - -

Usamos todas as informações da dica. A terceira fala sobre Branco:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - - - - - -
Caio - -
MATEMÁTICA

Danilo - -
Edílson - - - - -

Também usamos todas as informações da dica. A quarta fala sobre Danilo;

91
Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - -
Branco - - - - - -
Caio - -
Danilo - X - - -
Edílson - - - - -

Para completar a quarta dica, vamos preencher as eliminações da informação de que Danilo vive em Embu.

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - -
Edílson - - - - -

Além das informações da cidade, há uma outra eliminação que podemos fazer. Como descobrimos a cidade de
Danilo, sabemos que sua profissão não pode começar com a inicial do seu nome nem do nome da cidade. Como ele
vive em Embu, ele não pode ser engenheiro:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - - -
Edílson - - - - -

Com esse dado, resta apenas que Danilo é Contabilista. Fazendo a marcação e preenchendo as eliminações:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - -
Caio - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - - - -

Como a quinta dica relaciona uma cidade com uma profissão, não temos como preencher na tabela agora e vamos
usar assim que possível. Dando seguimento, com a definição da profissão de Danilo, definiu-se também a profissão de
Edílson, que é advogado:

Cidade Profissão
MATEMÁTICA

Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - -

92
Caio - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - X - - - -

Fazendo as eliminações relativas a profissão e descartando que ele vive em Atibaia, temos que:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco - - - - - - - -
Caio - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Com essas eliminações, resolvemos a associação relativa a Branco. Sobrou para ele viver em Atibaia e ser Engenhei-
ro:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Aplicando as eliminações:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Agora, vamos olhar para Caio que só resta como possibilidade de Batatais:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -
MATEMÁTICA

Fazendo as eliminações sobre a cidade e descartando que ele seja bibliotecário, tem-se que:

Cidade Profissão

93
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Com essa eliminação, cobra para Caio a profissão de Dentista:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Assim, Almir será o Bibliotecário:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - - X - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - - X - - - -

Com as profissões resolvidas, resta saber onde Almir e Edílson vive. Para isso, usa-se a quinta dica que fala que o
Bibliotecário não vive em Catanduva, ou seja, Almir mora em Dracena e Edílson em Catanduva:

Cidade Profissão
Nomes At. Bat. Cat. Dra. Emb. Adv. Bibl. Cont. Dent. Eng.
Almir - - - X - - X - - -
Branco X - - - - - - - - X
Caio - X - - - - - - X -
Danilo - - - - X - - X - -
Edílson - - X - - X - - - -

Observando as alternativas, a correta é a letra E.

QUEM ESTÁ MENTINDO?


O último tipo de problema a ser estudado neste capítulo são as verdades e mentiras. Basicamente são problemas
onde receberemos afirmações de pessoas e uma delas estará mentindo. Os enunciados apresentação as orações e
teremos que determinar quem está faltando com a verdade.
Análogo aos outros dois tipos de problemas, não temos uma teoria envolvida para a resolução, apenas técnicas com
as ferramentas que já aprendemos em raciocínio lógico. Vamos aos exemplos, começando com um da ESAF:
MATEMÁTICA

Ex. Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles entrou sem pagar. Apanhados por um funcionário do
parque, que queria saber qual deles entrou pagar, eles informaram:
“Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos
“Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário
“Foi a Mara”, disse Manuel, disse Manuel

94
“O Mário está mentindo”, disse Mara a) André, Caio, Beto e Dênis
“Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria b) André, Caio, Dênis e Beto
c) Beto, André, Dênis e Caio
Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas d) Beto, André, Caio, Dênis
mentiu, conclui-se logicamente que quem entrou sem e) Caio, Beto, Dênis, André
pagar foi...
Observe que desta vez não há um juiz que está men-
Para resolver o problema, temos que achar o mentiro- tindo integralmente, mas todos estão mentindo parcial-
so e por consequência, quem entrou sem pagar, cuidado mente. Logo, o teste de verdades e mentiras deve ser
com a pegadinha neste caso pois o mentiroso não neces- mais cuidadoso, porém com a mesma metodologia.
sariamente é o que entrou sem pagar. Vamos iniciar com o Juiz 1, considerando a primei-
Casos que envolvem verdades e mentiras geralmente ra afirmação VERDADEIRA e a segunda FALSA, ou seja,
são resolvidos através de testes das hipóteses colocadas, André foi o primeiro e Beto não foi o segundo. No Juiz
atribuindo a mentira a uma delas e verificando se as ou- 2, temos que André foi o segundo, mas como considera-
tras se mantém consistentes. Vamos iniciar então consi- mos ele como primeiro lugar no Juiz 1, essa tem que ser
derando que Marcos mentiu. a mentira e logo Dênis será o terceiro. No Juiz 3, afirma-
Se Marcos mentiu, então ou ele entrou sem pagar, ou -se que Caio foi o segundo e Dênis o quarto, mas como
Manuel. Vamos comparar portanto com as outras falas. Dênis foi o terceiro segundo a verdade do Juiz 2, temos
Mário disse que foi Manuel ou Maria e isso pode verdade que Caio será o segundo, o que condiz com o que o Juiz
uma vez que Manuel ou Marcos são os suspeitos. Entre- 1 falou de Beto não ser o segundo. Logo, tudo permane-
tanto, a fala de Manuel contradiz a nossa hipótese pois ceu coerente com André em primeiro, Caio em segundo,
se Marcos ou Manuel são os suspeitos, ao afirmar que foi Dênis em terceiro e Beto em quarto, o que resulta na
Mara, Manuel também está mentindo, mas sabemos que alternativa B.
há apenas 1 mentiroso na história. Assim Marcos está fa- Para caráter didático, vamos inverter a verdade do
lando a VERDADE. Juiz 1, considerando que André não foi o primeiro e Beto
Como Marcos fala a VERDADE, já sabemos que não foi o segundo. No Juiz 2, ele afirma que André foi o se-
foi ele e nem Manuel que entraram sem pagar. Vamos gundo, mas Beto foi o segundo de acordo com o Juiz
testar agora a hipótese de Mário estar mentindo. Se ele 1, assim, essa é a mentira e a verdade é que Dênis foi o
está mentindo, então temos que nem Manuel e nem terceiro. O Juiz 3 afirma que Caio foi o segundo, mas não
Maria entraram em pagar, o que por enquanto pode ser pode ser já que André é o segundo pelo Juiz 1, sobra a
VERDADE. Pegando a fala de Manuel, temos que ele acu- verdade para Dênis foi o quarto, mas isso contradiz com
sa a Mara, e como admitimos que ele fala a VERDADE, é o Juiz 2 que afirmou que Dênis foi o terceiro. Logo, por
Mara que entrou sem pagar. contradição, a hipótese de Beto ser segundo e André não
Porém, temos que ver se isso não cai em contradição ser o primeiro é equivocada, restando apenas o caso in-
com as falas de Mara e Maria. Mara diz que o Mário está verso descrito anteriormente.
mentindo e isto está correto pois estamos considerando
isto também. Já Maria, disse que ou foi a Mara ou foi o
Marcos, mas como Marcos está falando a VERDADE e ele
afirma que não foi ele, resta apenas Mara como a pessoa
que entrou sem ingresso. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Como todas as hipóteses foram consistentes, temos
que Mário mentiu e Mara entrou sem pagar, assinalando 1. (CGU – TODOS OS CARGOS – AFC, 2006). Ana é ar-
a alternativa C. tista ou Carlos é compositor. Se Mauro gosta de música,
Vale como exercício vocês provarem a contradição então Flávia não é fotógrafa. Se Flávia não é fotógrafa,
considerando os casos onde Manuel, Mara e Maria men- então Carlos não é compositor. Ana não é artista e Da-
tiram individualmente. niela não fuma. Pode-se portanto concluir corretamente
Vamos partir para mais um exemplo, onde vocês ve- que:
rão exatamente a mesma estratégia, onde testaremos
quem está mentindo e testando se as outras falas per- a) Ana não é artista e Carlos não é compositor.
manecem coerentes: b) Carlos é compositor e Flávia é fotógrafa.
Ex. Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obti- c) Mauro gosta de música e Daniela não fuma.
veram os quatro primeiros lugares em um concurso de d) Ana não é artista e Mauro gosta de música
oratória julgado por uma comissão de três juízes. Ao co- e) Mauro não gosta de música e Flávia não é fotógrafa
municarem a classificação final, cada juiz anunciou duas
colocações, sendo uma delas verdadeira e a outra falsa: Resposta: Letra B. Esta questão não possui uma pro-
Juiz 1: “André foi o primeiro, Beto foi o segundo”. posição simples, mas tem-se uma conjunção na última
Juiz 2: “André foi o segundo, Dênis foi o terceiro”. hipótese que nos auxilia a iniciar a resolução. Partin-
MATEMÁTICA

Juiz 3: “Caio foi o segundo, Dênis foi o quarto”. do dela como VERDADEIRA, teremos A=F e D=F. Da
Sabendo que não houve empates, o primeiro, o se- primeira hipótese temos C=V, da segunda, F=V e da
gundo, o terceiro e o quarto colocados foram respecti- terceira, M=F. Substituindo os valores lógicos nas al-
vamente: ternativas, encontra-se a correta.

95
2. (MPOG – TODOS OS CARGOS – ESAF, 2006). Ana, EQUIVALÊNCIA LÓGICA
Beatriz e Carla desempenham diferentes papéis em uma
peça de teatro. Uma delas faz o papel de bruxa, a outra A equivalência lógica é a relação entre duas proposi-
o de fada e a outra o de princesa. Sabe-se que: ou Ana é ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se
Bruxa, ou Carla é bruxa; ou Ana é fada, ou Beatriz é prin- montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
cesa; ou Carla é princesa, ou Beatriz é princesa; ou Beatriz valores lógicos será a mesma.
é fada, ou Carla é fada. Com essas informações conclui- O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
-se que os papéis desempenhados por Ana e Carla são gurança de se manipular expressões lógicas, buscando
respectivamente a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi-
a) bruxa e fada valência lógica, usando frases simples como: “A negação
b) bruxa e princesa da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente
c) fada e bruxa equivalente a ... é:”.
d) princesa e fada
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re-
e) fada e princesa
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
Resposta: Letra B. Este problema é interessante, pois
não há condicionais, apenas disjunções, exclusivas ou a seguir.
não. Testando o método da contradição, vamos atri-
buir que Ana é Bruxa. Na primeira hipótese, se Ana é EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
Bruxa, Carla não pode ser, portanto está correta. Já a Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen-
segunda hipótese, como Ana é Bruxa, Beatriz neces- taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas:
sariamente tem que ser a princesa. Na terceira, como
Beatriz é a princesa, Carla não é, portanto está correta Dupla Negação
e a quarta, como Beatriz não é a Fada, sobra Carla ser A dupla negação já foi introduzida quando se definiu
a Fada, o que é consistente com Ana ser a Bruxa e o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou
Beatriz a princesa. que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores
3. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC, 2012). Hugui- “não” que estão juntos, como no exemplo a seguir:
nho, Zezinho e Luizinho, três irmãos gêmeos, estavam
brincando na casa de seu tio quando um deles quebrou ~ ~𝑝 = 𝑝
seu vaso de estimação. Ao saber do ocorrido, o tio per-
guntou a cada um deles quem havia quebrado o vaso. Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados,
Leia as respostas de cada um: restando apenas a proposição simples.
Huguinho: Eu não quebrei o vaso.
Zezinho: Foi o Luizinho quem quebrou o vaso. Idempotência
Luizinho: O Zezinho está mentindo. A idempotência trata de duas relações, uma com o
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou”
Sabendo que somente um dos três falou a verdade, con- (disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli-
clui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que disse ca esses operadores na mesma proposição simples, o re-
a verdade são, respectivamente, sultado é a própria proposição. Vejam os casos:
a) Huguinho e Luizinho 𝑝∧𝑝=𝑝
b) Huguinho e Zezinho
c) Zezinho e Huguinho 𝑝∨𝑝=𝑝
d) Luizinho e Zezinho
e) Luizinho e Huguinho
Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade:
Resposta: Letra A. Agora, ao invés de termos um
mentindo temos apenas uma pessoa dizendo a ver- p 𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
dade. Vamos aos testes. Considerando que Huguinho
está falando a verdade, ele afirma que não quebrou o V V V
vaso, já Zezinho, mentindo, está dizendo que foi Lui-
zinho o que não é verdade, sendo por eliminação o F F F
próprio Zezinho quem quebrou. Mas Luizinho diz que
Zezinho está mentindo, o que é verdade, mas não po- Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
deria ser já que consideramos que Huguinho falava a quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
verdade. Com essa contradição, já sabemos que Hu- sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
guinho mente, ou seja, ele que quebrou o vaso. Resta resultado da proposição composta é FALSO.
MATEMÁTICA

saber quem fala a verdade, mas nesse caso é fácil, já Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
que Luizinho afirma que Zezinho está mentindo. Se ele permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
está dizendo a verdade, Zézinho realmente mentiu, o João é professor e João é professor = João é professor
que faz sentido pois quem quebrou o vaso foi Hugui- João é professor ou João é professor = João é pro-
nho. Logo, Luizinho fala a verdade. fessor

96
Comutação Observe novamente que essa propriedade também é
A propriedade comutativa da equivalência lógica é válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
análoga a propriedade de mesmo nome da matemática. junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo- bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
sições simples sem afetar o resultado final. Existem três que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
casos: = “Arlequina é bandida”, assim:
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
𝑝 𝑝∧𝑝∧𝑞∧𝑞=𝑞=𝑞=𝑞∧𝑞∧𝑝∧𝑝 𝑝 permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo-
𝑝 ∨ 𝑞 ∧é 𝑟bandida”
seval é médico ou Arlequina = 𝑝 ∨ 𝑞é ∧equivalente
(𝑝 ∨ 𝑟)
𝑝 𝑝∨𝑝∨𝑞∨𝑞=𝑞=𝑞=𝑞∨𝑞∨𝑝∨𝑝 𝑝
à proposição: “Almir𝑝 ∧é biólogo
𝑞 ∨ 𝑟 =e 𝑝Joseval é escritor,
∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) ou
𝑝↔
𝑝 𝑝↔ 𝑞=𝑞↔𝑝 Almir é biólogo e Arlequina é bandida”
↔𝑞 𝑞==𝑞 𝑞↔↔𝑝 𝑝
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo-
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à
possível inverter a ordem das proposições simples, man- proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando mir é biólogo ou Arlequina é bandida”
novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
dei 5km” e q = “Tomei um suco”: NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS
Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei Este tópico provavelmente é o mais importante deste
5 km capítulo pois apresentará as negações das proposições
Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi-
andei 5 km cional” e “Bicondicional”
Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
um suco se e somente se andei 5 km Negação da conjunção – Regra de De Morgan
As negações da conjunção e da disjunção são conhe-
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo-
FIQUE ATENTO! rizar pela sua estrutura simples:
O leitor mais atento percebeu uma poten-
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
não vale para o operador “Se...então” que é a
condicional. Muita atenção quando for utili-
zar essa propriedade! A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po-
demos negar individualmente cada proposição simples
Associação trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
A propriedade associativa também tem a mesma ca- desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
racterística encontrada na matemática, onde você pode
inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼ ~p
feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas ∧ 𝒒𝑞 ∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
operações, observe:
V V V F F F F
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟
V F F V F V V
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟 F V F V V F V
F F F V V V V
O que a propriedade nos mostrou é que podemos
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
entre q e r. mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
equivalência.
Distribuição Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
A propriedade distributiva também segue a analogia “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
da propriedade vista na matemática, sendo conhecida de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir não sei correr”
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a
distribuição nos elementos internos, desta forma:
Negação da disjunção – Regra de De Morgan
A negação da disjunção também é conhecida como
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟) Regra de De Morgan:
MATEMÁTICA

𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟) ∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞

97
A regra nos diz que ao negar uma disjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “ou” por um operador “e”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝
~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equi-
valência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação cor-
reta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.

Negação da Condicional
A negação da condicional é uma expressão que vem derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de De
Morgan e Implicação material (apresentada nos tópicos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções, vamos
mostrar a equivalência e prova-la através da tabela-verdade:
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞

Montando a tabela-verdade:
p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

Negação da Bicondicional
Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:
∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:
p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
MATEMÁTICA

lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

98
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS DA CONDICIONAL E BICONDICIONAL
Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material
A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição
A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
cia é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material
A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
MATEMÁTICA

pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

99
Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer que não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é enfermeira,
é logicamente equivalente a dizer que é verdade que:

a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfermeira.


b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira.
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira.
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira.
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira.

Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da conjunção será a disjunção das negações, então
nega-se ambas as proposições e aplica-se o operador “ou”.
2. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:

a) Se João é rico, então Maria é pobre


b) João não é rico, e Maria não é pobre
c) João é rico, e Maria não e pobre
MATEMÁTICA

d) Se João não é rico, então Maria não é pobre


e) João não é rico, ou Maria não é pobre

Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da disjunção será a conjunção das negações.

100
3. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMI- 6. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma
NISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da propo- proposição logicamente equivalente a “se eu não posso
sição composta “Se goleia o rival, então é campeão” é pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte: 
equivalente a:
a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi 
a) Não goleia o rival e é campeão. b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
b) Goleia o rival e não é campeão. c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
c) Não goleia o rival ou é campeão. d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um
d) Nem goleia o rival, nem é campeão. táxi

Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são
conjunção da primeira proposição com a negação da condicionais, provavelmente o exercício se resolve
segunda, o que aparece na alternativa B. aplicando a transposição. Negando as duas proposi-
ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou
4. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que
Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação já temos uma negação na frase original e na hora de
de “hoje é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de feve- negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando
reiro”? os dois “não”.

A resposta CORRETA é:  7. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A propo-


sição equivalente para “A lua é um satélite natural se e
a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9 somente se Saturno ter anéis” é:
de fevereiro
b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro natural
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro satélite natural
c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível. e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na-
Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de tural
fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te- d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não
mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9 tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um
de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval. satélite natural
Usando a propriedade comutativa onde podemos in-
verter a ordem das proposições, conseguimos montar Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material
a alternativa C. que transforma a bicondicional em duas condicionais,
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa-
5. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF, 2016). turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é
A proposição “se o voo está atrasado, então o aeroporto um satélite natural”.
está fechado para decolagens” é logicamente equivalen-
te à proposição:

a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para


decolagens.
b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
do para decolagens.
c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está
fechado para decolagens.
d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não
está fechado para decolagens.
e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado
para decolagens.

Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio-


nal, devemos pensar em aplicar a implicação material
MATEMÁTICA

ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape-


nas uma delas que é condicional, então provavelmen-
te será melhor aplicar a implicação material primeiro,
que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra-
sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”.

101
a) 0,8.
b) 0,7.
HORA DE PRATICAR! c) 0,6.
d) 0,5.
1. (VUNESP – Agente de Copa – 2013) Uma pessoa e) 0,4.
deve distribuir 2L de água em copos com capacidade
para 250 mL. Para distribuir todo o líquido, enchendo 6. (VUNESP – Curso de Formação de Sargentos – 2014)
completamente os copos, ela precisará de Em uma marcenaria há 3 ripas de madeira de mesma lar-
gura e de comprimentos 2,20 m, 2,75 m e 3,30m, que fo-
a) 5 copos ram cortadas, no sentido do comprimento, em pedaços
b) 7 copos iguais, de maior comprimento possível e todos com a lar-
c) 8 copos gura original, não ocorrendo nenhuma sobra. O número
d) 9 copos total de pedaços obtidos foi:

2. (VUNESP – GCM – 2012) Das 10 questões de matemá- a) 12


tica de um concurso, um candidato demorou 8 minutos e b) 13
40 segundos para resolver quatro questões fáceis, 9 mi- c) 14
nutos e 50 segundos para resolver três questões médias d) 15
e 12 minutos e 30 segundos para resolver duas difíceis.
Sabendo-se que ele demorou na prova de matemática 7. (VUNESP – Curso de Formação de Sargentos –
44 minutos e 30 segundos, o tempo gasto, em minutos, 2014) Uma pessoa precisa recortar uma folha retangular
na última questão que era a mais difícil, foi: de papelão, com 1,26 m de comprimento por 91 cm de
largura, em quadrados, todos do mesmo tamanho e de
a) 11,5 maior lado possível, de modo que não ocorra sobra. O
b) 12 número de quadrados recortados será:
c) 12,5
d) 13 a) 220
e) 13,5 b) 234
c) 256
3. (VUNESP – Agente de Copa – 2013) Três amigos fa- d) 288
rão uma viagem de ida e volta entre Cascavel, no Paraná,
8. (Pref. Suzano-SP – Guarda Civil Municipal – VU-
e Chapecó, em Santa Catarina. Irão no carro de um deles,
NESP/2018) Para imprimir um lote de panfletos, uma
que faz 10 quilômetros com um litro de álcool. A distân-
gráfica utiliza apenas uma máquina, trabalhando 5 horas
cia entre essas cidades é de 290 quilômetros. O total de
por dia durante 3 dias. O número de horas diárias que
litros gastos será de:
essa máquina teria que trabalhar para imprimir esse mes-
mo lote em 2 dias seria 
a) 55
b) 58 a) 8,0.
c) 62 b) 7,5.
d) 63 c) 7,0.
d) 6,5.
4. (Pref. Guarulhos-SP – Agente Escolar – VU- e) 6,0.
NESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco es-
tudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam 9. (VUNESP – Câmara Municipal de São Carlos – Agen-
cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto te de Copa – 2013) Com uma lata de leite condensado,
Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na- é possível se fazer 30 brigadeiros. Sabendo que o preço
quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária, de cada lata é de 4 reais, e para uma comemoração serão
não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número necessários 450 brigadeiros, o total gasto, em reais, para
dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria: fazer esses brigadeiros, será de

a) 3,0 a) 45
b) 3,2 b) 53
c) 3,4 c) 60
d) 3,6 d) 70.
e) 4,0

5. (Pref. Guarulhos-SP – Auxiliar Administrativo – VU- 10. (VUNESP – Câmara Municipal de São Carlos – Re-
MATEMÁTICA

NESP/2018) Um terreno retangular tem 35 m de largura cepcionista – 2013) Num posto de gasolina, foi pedido
e 1750 m2 de área. A razão entre a largura e o compri- ao frentista que enchesse o tanque de combustível. Fo-
mento desse terreno é  ram colocados 20,6 litros de gasolina, pelos quais custou
R$ 44,29. Se fossem colocados 38 litros de gasolina, o
valor a ser pago seria de

102
a) R$ 37,41. possível, de modo que cada grupo tivesse somente alu-
b) R$ 79,80. nos de um único ano e que não restasse nenhum aluno
c) R$ 81,70. fora de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar
d) R$ 85,30. que o número total de grupos formados foi
e) R$ 88,50.
a) 8
11. (VUNESP - Câmara Municipal de São Carlos – Re- b) 12
cepcionista – 2013) Lendo 30 páginas por dia de um li- c) 13
vro, gastarei 6 dias para ler esse livro. Se eu ler 20 páginas d) 15
por dia desse mesmo livro, gastarei e) 18

a) 9 dias. 16. (VUNESP – Agente Administrativo – 2016) Para um


b) 8 dias. trabalho de campo, Agentes Recenseadores das regiões
c) 6 dias. A e B devem formar equipes. Todas as equipes devem
d) 5 dias. ter o mesmo número de agentes, sendo esse número o
e) 4 dias. maior possível, de modo que cada equipe tenha agentes
de uma só região e que não reste nenhum agente fora
12. (VUNESP – PROCON – Auxiliar de Manutenção – de uma equipe. Sabe-se que, da região A, participarão 60
2013) Um supermercado fez a seguinte oferta “3/4 de agentes, e da região B, 72. Nessas condições, o número
quilograma de carne moída por apenas R$ 4,50 ‘’. Uma total de equipes formadas será
pessoa aproveitou a oferta e comprou 3 quilogramas de
carne moída. Essa pessoa pagou pelos 3 quilogramas de a) 8
carne b) 9
c) 11
a) R$ 18,00. d) 12
b) R$ 18,50. e) 14
c) R$ 19,00.
d) R$ 19,50. 17. (VUNESP – Agente Administrativo – 2016) Um
e) R$ 20,00. hipermercado recebe determinados produtos todos os
dias da semana. Considerando que ele recebe o produto
13. (VUNESP – TJM – SP – Agente de Segurança Ju- A de 4 em 4 dias, o produto B de 5 em 5 dias e o pro-
diciária – 2013) Se certa máquina trabalhar seis horas duto C de 6 em 6 dias, e, ainda, que, no último sábado,
por dia, de forma constante e sem parar, ela produzira ele recebeu esses três produtos, então é correto afirmar
n peças em seis dias. Para produzir quantidade igual das que a vez imediatamente anterior que ele recebeu os três
mesmas peças em quatro dias, essa máquina deverá tra- produtos no mesmo dia foi em uma:
balhar diariamente, nas mesmas condições, um número
de horas igual a a) sexta-feira
b) quinta-feira
a) 12. c) quarta-feira
b) 10. d) terça-feira
c) 9. e) segunda-feira
d) 8.
18. (UNESP – Assistente Administrativo – VU-
14. (VUNESP – Auxiliar Agropecuário – 2014) O refei- NESP/2017) Utilize os dados do gráfico a seguir, que
tório de uma fábrica prepara suco para servir no almoço. mostra o número de rascunho vendas realizadas pelo
Com 5 litros de suco é possível encher completamente vendedor Carlos em seis dias de uma semana, para res-
20 copos de 250 ml. Em um certo dia, foram servidas 90 ponder à questão.
refeições e acompanhando cada uma delas, 1 copo com
250 ml de suco. O número, mínimo, de litros de suco ne-
cessário para o almoço, desse dia, foi

a) 21,5.
b) 22.
c) 22,5.
d) 23.
e) 23,5.
MATEMÁTICA

15. (Pref. Guarulhos-SP –Assistente de gestão esco-


lar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita monitorada
a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º ano
de certa escola foram divididos em grupos, todos com o
mesmo número de alunos, sendo esse número o maior

103
A média diária de vendas de Carlos, nessa semana, é,
Ano Frota Radares Arrecadação
aproximadamente, igual a:
2004 5,8 milhões 260 328 milhões
a) 12 2013 7,5 milhões 601 850 milhões
b) 15
c) 18 Se o número de radares e o valor da arrecadação ti-
d) 20 vessem crescido de forma diretamente proporcional ao
e) 21 crescimento da frota de veículos no período considera-
do, então em 2013 a quantidade de radares e o valor
19. (TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – UNVU- aproximado da arrecadação, em milhões de reais (des-
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a considerando-se correções monetárias), seriam, respec-
questão. tivamente,
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 can-
didatos que realizaram a prova da segunda fase de um a) 336 e 424.
concurso, que continha 5 questões de múltipla escolha. b) 336 e 426.
c) 334 e 428.
d) 334 e 430.
e) 330 e 432.

22.(VUNESP – UNIFESP – Assistente em Administra-


ção – 2014) Para produzir uma certa encomenda, uma
empresa com 7 funcionários trabalhando 6 horas por dia
durante 15 dias, mas para agilizar as entregas de final de
ano, foram contratados mais 3 funcionários. Consideran-
do-se todos os funcionários com a mesma capacidade de
trabalho, pode-se concluir que o número de dias neces-
sários para produzir a mesma encomenda, trabalhando
Analisando-se as informações apresentadas na tabela, é por 9 horas por dia, será
correto afirmar que:
a) 7
a) mais da metade dos candidatos acertou menos de b) 8
50% da prova. c) 9
b) menos da metade dos candidatos acertou mais de d) 10
50% da prova. e) 11.
c) exatamente 168 candidatos acertaram, no mínimo, 2
questões.
d) 264 candidatos acertaram, no máximo, 3 questões.
e) 132 candidatos acertaram a questão de número 4.

20. (CRO-SP – Assistente Administrativo – VU-


NESP/2015) Cinco máquinas, todas de igual eficiência, 23. (UNESP – Assistente Administrativo – VU-
funcionando 8 horas por dia, produzem 600 peças por NESP/2017) O quadrado da altura de um triângulo equi-
dia. O número de peças que serão produzidas por 12 látero é exatamente 300. O perímetro desse triângulo,
dessas máquinas, funcionando 10 horas por dia, durante em uma determinada unidade de medida, é:
5 dias, será igual a
a) 60
a) 1800. b) 50
b) 3600. c) 30
c) 5400. d) 20
d) 7200. e) 10
e) 9000.
cos2 θ
24. (VUNESP/2013) A expressão , com sen θ≠1,
21. (VUNESP – PMESP – Curso de Formação de Ofi- é igual a: 1 − senθ
ciais – 2014) A tabela, com dados relativos à cidade de
MATEMÁTICA

São Paulo, compara o número de veículos de frota, o nú- a) sen θ


mero de radares e o valor total, em reais, arrecadado com b) sen θ+1
multas de trânsito, relativos aos anos de 2004 e 2013: c) tg θ.cosθ
d) 1
e) senθ
cos θ

104
25.(VUNESP - Guarda Portuário – 2011) A diferença
entre a hipotenusa e o maior cateto de um triângulo re-
tângulo é 2. Sendo o perímetro desse triângulo igual a GABARITO
40 cm, e a diferença entre os catetos igual a 7 cm, a área
desse triângulo, em cm2 , vale 1 D
a) 60 2 B
b) 64 3 D
c) 72
4 D
d) 76
e) 78 5 B
6 D
26.(VUNESP – Agente Administrativo – 2016) O gráfi-
7 B
co de setores mostra a distribuição percentual do resul-
tado de uma pesquisa qualitativa feita para determinado 8 B
produto, na qual cada entrevistado deveria optar apenas 9 C
por um dos seguintes conceitos: Ótimo – Bom – Regular
– Ruim – Péssimo. 10 C
11 A
12 A
13 C
14 C
15 D
16 C
17 D
18 C
19 D
20 E
21 A
a) 90°
b) 108° 22 A
c) 120° 23 A
d) 126°
e) 130° 24 B
25 A
26 D
27 A
27. (TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2017) Em um terreno retangular, a medida do
lado maior tem 1 metro a mais que a medida do lado
menor. Se a área desse terreno é de 182 metros qua-
drados, então é correto afirmar que o seu perímetro, em
metros, é igual a:

a) 54
b) 55
c) 56
d) 57
e) 58
MATEMÁTICA

105
ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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106
ÍNDICE

HISTÓRIA GERAL

Primeira Guerra Mundial................................................................................................................................................................................ 01


O nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial........................................................................................................................................ 04
A Guerra Fria....................................................................................................................................................................................................... 08
Globalização e as políticas neoliberais..................................................................................................................................................... 08
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL1,2,3

Período que vai de 1914 a 1918, marcado por vários problemas que atingiram as principais nações europeias no
início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar.
O descontentamento com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX; o nacionalismo; a forte
concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores, entre
outros, eram elementos de frequentes atritos.
Além de tudo, os países europeus estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira
de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre
os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.

Principais causas que desencadearam a Primeira Guerra Mundial


- A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre
as nações europeias. Enquanto Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para
explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios e de baixo valor. Este descontenta-
mento ítalo-germânico permaneceu até o começo do século XX, pois estas duas nações queriam mais territórios
para explorar para aumentar seus recursos.
- As nações europeias passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos (final do século XIX e começo
do XX). O aumento das tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares aumentassem
diante de uma possibilidade de conflito armado na região;
- A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias-
-primas. Algumas ações economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou empresas (com
apoio do governo);
- O nacionalismo também esteve presente na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e In-
glaterra), havia o pan-germanismo (o ideal alemão de formar um grande império, unindo os países de origem
germânica) e o pan-eslavismo (sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros países de
origem eslava).

A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do continente europeu. No começo
do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente dominados pelo Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por
causa da multiplicidade de nacionalidades e movimentos separatistas que existiam em seu território.
A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente ao controle da Bósnia. Os
sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso, desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era
parte da Áustria-Hungria desde 1908 oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela Rússia
por meio do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em uma nação liderada pelo czar russo.
Mediante a este quadro de tensões e rivalidades, as nações europeias meteram-se em um labirinto de alianças
militares, que acabou sendo definido da seguinte maneira:
Tríplice Entente: formada por Rússia, Grã-Bretanha e França.
Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.
HISTÓRIA GERAL

1 “Primeira Guerra Mundial” em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019.


2 SCHNEEBERGER, Carlos Alberto - História geral: teoria e prática - 1.ed. – São Paulo: Rideel, 2006.
3 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm

1
Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação secreta.

Fonte: SCHNEEBERGER, Carlos Alberto - História geral: teoria e prática

Países envolvidos
Os dois grupos que lutaram entre si na Primeira Guerra Mundial ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as prin-
cipais forças eram a Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice Entente (as principais forças eram
a Rússia, Grã-Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a participar da
guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à Tríplice Entente.
No lado da Tríplice Entente, países como Grécia, Estados Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no
confronto. Já no lado da Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária e de outros povos e Estados clientes, como
o Sultanato de Darfur.

O início da Grande Guerra


O estopim aconteceu no dia 28 de julho de 1914, durante a visita do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro
do trono austríaco, a Sarajevo, capital da Bósnia, que culminou em seu assassinato e de sua esposa. As investigações
levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áus-
tria-Hungria na região dos Balcãs. A consequência direta do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida
como Crise de Julho.
O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e declarou guerra à
Servia.

Desenvolvimento
Os sérvios conseguiram o apoio russo, e estes o da França. Os russos iniciaram uma mobilização geral. Os alemães,
sentindo-se ameaçados, exigiram a desmobilização russa, mas foram negados. Diante do agravamento da situação, a
Alemanha declarou guerra à Rússia. A França, solidária aos russos, declarou guerra à Alemanha.
Para derrotar rapidamente a França, os alemães invadiram e quebraram a neutralidade belga. Os ingleses, então,
declararam guerra à Alemanha. Enquanto a Itália permanecia neutra.
Na Batalha do Marne, as força francesas resistiram aos ataques alemães. A fronte ocidental de guerra se estabilizou.
Iniciava-se a “guerra de trincheiras”. Na frente oriental, os alemães obtiveram grandes vitórias sobre os russos. Mas não
eram decisivas.
Utilizando a classificação do estudioso Luiz de Alencar Araripe4, a Primeira Guerra Mundial pode ser dividida em
HISTÓRIA GERAL

duas grandes fases:


- A primeira fase ficou conhecida como Guerra de Movimento (agosto e novembro de 1914).
- A segunda fase ficou conhecida como Guerra de Trincheiras (1915 e 1918).

4 ARARIPE, Luiz de Alencar. Primeira Guerra Mundial. In.: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013, p. 332.

2
Da primeira fase da guerra, destacou-se o plano ale- 10) Autonomia para os povos da Áustria-Hungria.
mão de invasão da França pelo território belga, o cha- 11) Restauração da Sérvia, Montenegro e Romênia.
mado Plano Schlieffen, elaborado pelo conde Alfred von 12) Autonomia para os povos do Império Turco e a
Schlieffen que consistia basicamente em uma manobra Internacionalização dos Estreitos.
para envolver as tropas francesas e conquistar Paris, a 13) Restauração da Polônia, com uma saída para o
capital da França. mar.
Poucos meses depois que os franceses conseguiram 14) Criação de uma sociedade internacional de na-
impedir os alemães de conquistar Paris, iniciou-se a se- ções.
gunda fase da guerra, caracterizada pelas trincheiras.
Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias Como a situação militar parecia ser favorável à Ale-
entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pe- manha, seus generais pressionaram para que o governo
daços de território. A fome e as doenças também eram não aceitasse a proposta de Wilson. O desembarque de
os inimigos destes guerreiros. Nos combates também soldados americanos, armas, munições e alimentos nos
houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, países aliados fizeram o resultado da guerra pender para
por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os os aliados. Em julho de 1918, os alemães foram derrota-
homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalha- dos na Batalha do Marne. O moral das tropas caiu e os
vam nas indústrias bélicas como empregadas. produtos básicos se esgotaram rapidamente. O drástico
O ano de 1917 foi decisivo (alguns autores conside- racionamento foi imposto às tropas e à população civil.
ram esta como o início da terceira fase, caracterizado com A Itália expulsou os austríacos de seu território. Bulgá-
a entrada dos Estados Unidos na guerra). Os problemas ria, Turquia e Áustria se renderam. Os generais alemães,
políticos internos na Rússia arruinaram sua organização considerando que a guerra estava perdida, pressionaram
militar e a vitória da revolução bolchevique, em outubro, o kaiser a aceitar a paz baseada nos “14 Pontos”. Os ame-
levou a uma paz em separado com a Alemanha. Dessa ricanos se negaram a negociar. Convulsões sociais na
maneira, os exércitos alemães puderam ser deslocados Alemanha fizeram Guilherme II abdicar. A República foi
para a fronte ocidental. instalada e seus governantes solicitaram um armistício,
A princípio, os Estados Unidos se declararam neutros. em novembro de 1918.
Porém, a neutralidade americana não impedia a venda
Fim do conflito
de armamentos, produtos agrícolas e matérias-primas
Em 1917, com a entrada dos Estados Unidos no con-
principalmente para a Inglaterra. Era uma solidariedade
flito ao lado da Tríplice Entente, marcou a vitória da En-
econômica. Assim, capitais europeus eram transferidos e
tente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendi-
acumulados nos Estados Unidos; parte desse capital era
ção. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado
emprestado à Inglaterra.
de Versalhes, que impunha a estes países fortes restri-
O bloqueio marítimo imposto pelos britânicos à Ale-
ções e punições. A Alemanha teve seu exército reduzi-
manha foi seguido de um contra bloqueio submarino
do, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do
alemão, que declarou as ilhas Britânicas zona de guerra. corredor polonês, teve que devolver à França a região
E em poucos meses, foram afundados mais de 2 milhões da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos
de toneladas de navios britânicos. da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes
Navios americanos também foram torpedeados, que- teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da
brando a resistência de muitos americanos que advoga- Segunda Guerra Mundial.
vam manter a neutralidade. Mas a grande imprensa era A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de
notoriamente favorável aos aliados. mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas,
Os americanos declaram guerra à Alemanha, em 6 de destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos eco-
abril. A revelação do “telegrama Zimmermann” foi ape- nômicos. Acabou com a ‘Belle époque”, derrocada dos
nas o último pretexto. Nessa nota, o embaixador alemão impérios, reformulação do mapa mundial, entre outros.
no México convidava esse país a juntar-se à Alemanha,
caso os Estados Unidos declarassem guerra. Em troca, os O Tratado de Versalhes
mexicanos teriam de volta os territórios perdidos no sé- As principais disposições do Tratado de Versalhes
culo XIX. aplicadas à Alemanha foram:
O presidente americano Woodrow Wilson, um inte- a) Princípio da culpabilidade: a Alemanha se declara-
lectual idealista que ainda acreditava em uma paz justa va culpada pela guerra.
e honrosa, sem vencidos nem vencedores, fez uma pro- b) Cláusulas territoriais: devolução da Alsácia-Lorena
posta em janeiro de 1918, chamada de “14 Pontos” que, para a França; cessão do porto de Dantzig e de um
em síntese eram: “corredor territorial” para a Polônia, que assim teria
1) Abolição da diplomacia secreta. acesso direto ao mar; perda de vários territórios
2) Liberdade dos mares à navegação internacional. fronteiriços com outros países europeus; cessão
3) Fim das tarifas protecionistas. das colônias para a França e Inglaterra, principal-
HISTÓRIA GERAL

4) Desarmamento geral. mente.


5) Divisão das colônias equitativamente. c) Cláusulas militares: desmilitarização da região do
6) Retirada do território russo. Reno; proibição de produção de armas pesadas e
7) Retirada e restauração da Bélgica. munições; redução significativa de navios da mari-
8) Devolução da Alsácia-Lorena para a França. nha de guerra; exército limitado a apenas 100 mil
9) Retificação das fronteiras italianas. homens; extinção da força aérea.

3
d) Cláusulas financeiras: a indenização a ser paga pela b) A desigualdade de desenvolvimento das nações capi-
Alemanha, estimada inicialmente em 5 bilhões de talistas europeias acentuou a rivalidade imperialista. A
dólares, foi elevada para 15 bilhões. disputa colonial marcada por um nacionalismo agres-
sivo e pela corrida armamentista expandiu os pontos
O Brasil na primeira Guerra Mundial de atrito entre as potências.
O Brasil participou, enviando para os campos de ba- c) O sucesso da política de apaziguamento e do siste-
talha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países ma de aliança equilibrou o sistema de forças entre as
da Tríplice Entente. nações europeias, acirrando as lutas de conquista das
Os alemães, diante da superioridade naval da Ingla- colônias da África e da Ásia.
terra, resolveram empreender uma guerra submarina d) O expansionismo na Áustria, a invasão da Polônia pe-
sem restrições. Na noite de 5 de abril de 1917, o navio las tropas alemãs assustaram a Inglaterra e a França,
brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães que reagiram contra a agressão declarando guerra ao
perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wen- inimigo.
ceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou e) O desequilíbrio entre a produção e consumo incen-
sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros fo- tivou a conquista de novos mercados produtores de
ram afundados. Em outubro, quando recebeu a notícia matérias-primas e consumidores de bens de produção
do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou reativando as rivalidades entre os países europeus e
guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no os da América do Norte.
policiamento do Atlântico e uma missão médica.
Cronologicamente temos: Resposta: Letra B. O fato de a industrialização ter
- 5 de abril de 1917: o vapor brasileiro “Paraná”, que ocorrido de forma desigual, motivou a criação de riva-
navegava de acordo com as exigências feitas a lidades entre as nações da Europa. De um lado, nações
países neutros, foi torpedeado por um submarino como França e Inglaterra se mostravam preocupadas
alemão. em conservar sua situação de vanguarda. Do outro,
- 11 de abril o Brasil rompe relações diplomáticas países como Alemanha e Itália pretendiam acelerar o
com o bloco germânico desenvolvimento de suas economias ao buscar terri-
- 20 de maio, o navio “Tijuca” foi torpedeado perto tórios de exploração imperialista em regiões já ocupa-
da costa francesa. Nos meses seguintes, o governo das por outras nações capitalistas.
Brasileiro confisca 42 navios alemães que estavam
em portos brasileiros, como uma indenização de
guerra. O NAZIFASCISMO E A SEGUNDA GUERRA
- 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional “Ma- MUNDIAL.
cau”, um dos navios arrestados, foi torpedeado por
um submarino alemão, perto da costa da Espanha,
e seu comandante feito prisioneiro. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL5,6,7,8
- 26 de outubro de 1917 o país declara guerra à alian-
ça germânica. Começou então uma intensa agita- A Segunda Guerra Mundial foi um conflito de propor-
ção nacionalista, comícios louvam a atitude brasi- ções globais que aconteceu entre 1939 e 1945.Iniciou-se
leira de apoiar a Tríplice Entente. um pouco mais de 20 anos após a Primeira Guerra, ca-
racterizando-se como um conflito em estado de guerra
Monteiro Lobato criticou esse nacionalismo na época, total (no qual há mobilização de todos os recursos para
pois, de acordo com ele, isso estava desviando a atenção a guerra). Envolveu 72 nações e foi travada em todos os
do país em relação a seus problemas internos. A parti- continentes, de forma direta ou indiretamente. O número
cipação militar do Brasil no solo europeu foi pequena, de mortos superou os cinquentas milhões, havendo ain-
resumindo-se a algumas ações de pilotos da força aérea, da uns vinte e oito milhões de mutilados.
treinados na Europa, e apoio médico, além do forneci-
mento de alimentos e matérias-primas. A Marinha rece- Combatentes
beu a incumbência de patrulhar o Atlântico, evitando a Os participantes da Segunda Guerra Mundial podem
ação dos submarinos inimigos. ser agrupados em dois grupos.
Aliados: Reino Unido, França, União Soviética e Esta-
dos Unidos eram os membros principais;
Eixo: Alemanha, Itália e Japão eram os membros prin-
EXERCÍCIO COMENTADO cipais.

1. (PUC- Campinas) Em relação às causas da Primeira


Guerra Mundial é correto afirmar que: 5 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-guerra-mun-
HISTÓRIA GERAL

dial.htm
a) A incapacidade dos Estados liberais em solucionar 6 “Segunda Guerra Mundial - As guerras localizadas” em Só Histó-
a crise econômica do século XIX colocou em xeque ria. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019.
toda a estrutura do sistema capitalista. A instabilidade 7 https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/segunda-guerra-
política e social das nações europeias impulsionou as -mundial
8 SCHNEEBERGER, Carlos Alberto - História geral: teoria e prática -
disputas colonialistas e o conflito entre as potências.
1.ed. – São Paulo: Rideel, 2006.

4
As guerras localizadas
As hostilidades começaram na Europa em 1º de setembro de 1939, quando divisões nazistas entraram no território
polonês. No dia 3, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha.
Os alemães utilizaram-se de uma estratégia nova – a blitzkrieg, “guerra-relâmpago” - não tendo dificuldade em
vencer os poloneses. Ao fim de duas semanas, a Polônia já estava derrotada. Em seguida, os nazistas caminharam em
direção à França, que foi dominada rapidamente. Nesse meio tempo, caíram em poder dos alemães a Dinamarca, a
Bélgica, a Holanda e a Noruega.
Grande parte da França ficou sob domínio alemão durante o conflito. Uma parcela da população resistiu aos na-
zistas, principalmente os membros do partido Comunista Francês, no que ficou conhecido como Resistência francesa.
Da França, a aviação alemã começou a bombardear os ingleses, causando sérios prejuízos materiais e humanos. A Força
Aérea Britânica (RAF), conseguiu enfrentar os aviões nazistas e impediu que o território inglês fosse invadido e ocupado.
A Itália tentou invadir a Grécia, mas suas tropas foram derrotadas, obrigando o Exército alemão a enviar algumas
divisões para ajudar os fascistas.
Em 1941, (muitos historiadores consideram que foi o grande erro de Hitler), sem que a Inglaterra estivesse domina-
da, Hitler deu ordens para ativar a Operação Barbarrossa, por meio da qual invadiria a União Soviética. Rompendo-se
o pacto estabelecido com Stálin dois anos antes.
Enquanto os alemães conseguiam importantes vitórias na Europa, na Ásia o Japão dava prosseguimento ao seu
projeto expansionista, invadindo a China e outras regiões no Pacífico. As rivalidades imperialistas dos japoneses com os
norte-americanos, que já vinham de longa data, explodiram com intensidade. Em dezembro de 1941, a base naval de
Pearl Harbour, no Havaí, foi atacada pelos japoneses, determinando a entrada dos Estados Unidos no conflito.

A ascensão dos regimes totalitários e a política de apaziguamento


Voltando a fatos da Primeira Guerra Mundial, a situação da Europa no pós-guerra e a imposição do Tratado de
Versalhes à Alemanha acentuaram a crise econômica pela qual o país passava. As condições de vida se tornaram ainda
piores após a crise de 1929 - que começou nos Estados Unidos, mas atingiu todos os países do mundo capitalista.
Mediante este cenário de crise econômica, associado aos conflitos não resolvidos na Primeira Guerra Mundial, ali-
mentou o sentimento de revanche e a ação de grupos nacionalistas no continente europeu. Desse modo, o período
entreguerras, que dura de 1918 a 1939, é marcado pela ascensão dos regimes totalitários na Europa. Em especial, des-
tacamos o nazismo, na Alemanha, e o fascismo, na Itália.

Esses regimes concentraram o poder de Estado em torno de alguns líderes, acabaram com as oposições e elegeram
inimigos, internos e externos, como formas de unificar a nação.
De um lado o alemão, Adolf Hitler que chegou ao poder com promessas de restaurar a “grande Alemanha” através
do Terceiro Reich (Terceiro Império Alemão), o que incluía expandir o território alemão e recuperar o que haviam per-
dido na Primeira Guerra.
Do outro, as democracias liberais da Europa, em especial França e Inglaterra, reagiram com pouco vigor à ascensão
de Hitler e ao descumprimento de cláusulas do Tratado de Versalhes.
Temendo uma nova guerra, ainda sem se recuperar plenamente do primeiro conflito e reconhecendo a dureza im-
posta pelo acordo de paz, britânicos e franceses optaram por uma política de apaziguamento, na qual se baseava na
ideia de que, se algumas de suas reivindicações fossem atendidas, a Alemanha ficaria satisfeita e não criaria grandes
problemas. Esta política foi conduzida em especial pelo primeiro-ministro inglês no período de 1937 a 1940, Neville
Chamberlain. A forte oposição que o führer alemão fazia ao comunismo também contribuiu para que França e Ingla-
terra preferissem não entrar em conflito com a Alemanha.

HISTÓRIA GERAL

5
O acirramento dos conflitos e o início da guerra
Antes de chegar ao poder, Hitler já havia firmado os preceitos do nazismo em seu livro Mein Kampf. Dentre eles,
destacamos a crença na superioridade da raça ariana e a defesa de um espaço vital para o desenvolvimento dos povos
alemães. Além de subjugar povos não-germânicos que viviam na Alemanha, como os judeus e os ciganos, a questão
do espaço vital previa a expansão da Alemanha e criação de um grande estado para os povos germânicos.
O expansionismo alemão se iniciou pela anexação da Áustria, em 1938, sob a justificativa de que lá vivia uma
maioria de alemães. A ação do führer foi legitimada por um plebiscito, e não houve grandes protestos por partes das
potências europeias.
Em seguida, Hitler passou a reivindicar o território dos Sudetos, então parte da Tchecoslováquia, sob a mesma justi-
ficativa. Novamente não houve uma resistência efetiva por parte das grandes potências e a Alemanha passou a avançar
por áreas da Tchecoslováquia que iam além dos Sudetos.

Temendo ser a próxima a ser invadida, a Polônia celebra um acordo de proteção com a Inglaterra. A Alemanha, por
sua vez, fez um acordo com a Itália fascista de Mussolini, e assim começaram a se desenhar as alianças militares que
entrariam em confronto em pouco tempo.

Fonte: SCHNEEBERGER, Carlos Alberto - História geral: teoria e prática

O fim da guerra e a vitória dos Aliados


A invasão da URSS fracassa e, depois da batalha de Stalingrado, o Exército Vermelho passa a avançar em direção a
Berlim. No norte da África, tropas inglesas e americanas impõem nova derrota às forças do Eixo e passam a ter controle
da região.
Em 1943, a Itália é invadida e Mussolini é deposto e preso. Em 6 de junho de 1944, forças aliadas desembarcam na
França, no que ficou conhecido como Dia D, e fazem recuar as tropas nazistas que dominavam a região.
Em abril de 1945, o Exército Vermelho chega a Berlim. Hitler, que estava escondido em um bunker, comete suicídio,
o que culmina com a rendição alemã em 8 de maio.
Nos meses finais do conflito, Roosevelt dos Estados Unidos, Churchill da Inglaterra e Stálin da União Soviética co-
meçaram a discutir os rumos da política e da economia mundiais.
As principais reuniões celebradas entre os três líderes durante o conflito foram:
- Conferência de Teerã, em 1943. Os três se comprometeram a continuar a luta até a derrota definitiva do Eixo; de-
cidiu-se que haveria a abertura de uma nova frente, a ocidente, para obrigar os alemães a dividirem suas forças.
- Conferência de Yalta, em 1945. Onde foi traçada as áreas de influência de cada um. Por sugestão de Churchill,
acatada por Stálin, a Europa Oriental seria considerada área de influência da união Soviética.
- Conferência de Potsdam, em 1945. Decidiu-se pela ocupação da Alemanha e sua divisão em quatro áreas, situa-
ção que deveria se manter até a completa desnazificação do país. Nessa conferência, o presidente dos estados
Unidos já era Truman, em virtude do falecimento de Roosevelt.
HISTÓRIA GERAL

As bombas atômicas
Apesar do fim da guerra na Europa, a frente de batalha do Pacífico continuou por mais alguns meses.
Para encerrar o conflito e mostrar seu poder para a União Soviética, nova superpotência que emergia com o final
da guerra, os Estados Unidos lançam duas bombas atômicas no Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9
de agosto, respectivamente.

6
Seu potencial destrutivo das bombas nucleares supe- peus continuaram a disputar mercados e regiões para
rava todos os armamentos que haviam sido utilizados até investir seus capitais, tal qual faziam antes da Primeira
então e causaram a destruição total das cidades atingi- Guerra.
das. Até hoje, foram as únicas armas atômicas utilizadas
fora de testes. 2. (UFRGS) Em 1942, o governo brasileiro decretou es-
Em 15 de agosto de 1945, o Japão se rende e encerra tado de guerra contra a Alemanha e a Itália, enviando,
definitivamente a Segunda Guerra Mundial. em 1944, tropas para o continente europeu. Com relação
à participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, é
Resultados correto afirmar que
De uma maneira ainda mais intensa do que sua an-
tecessora, remodelou o mundo. O terror do holocaus- a) a experiência da Força Expedicionária Brasileira (FEB),
to nos campos de concentração nazistas e das bombas durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi
atômicas marcaria o mundo dali em diante. Instituições decisiva para o sucesso da expedição brasileira.
multilaterais, como a Organização das Nações Unidas, b) a tomada de Monte Castelo, na Itália, foi a principal
inspirada na Liga das Nações, surgem para mediar os conquista militar realizada pelas pracinhas da FEB.
conflitos internacionais e defender os direitos humanos; c) o Brasil, durante o período em que permaneceu neutro
a independência das últimas colônias na África e na Ásia em relação aos conflitos, não permitiu a instalação de
ganham um impulso definitivo. bases militares norte-americanas em seu território.
O mundo sofre uma polarização, desta vez entre um d) a participação do Brasil na guerra, contra os regimes
bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e um nazifascistas, estava em consonância com a forma de
bloco comunista, liderado pela União Soviética, dando governo democrática assumida por Getúlio Vargas,
início à Guerra Fria. desde 1937.
e) a participação do Brasil junto aos aliados concedeu ao
O Brasil na segunda guerra mundial país um assento permanente no Conselho de Segu-
O governo brasileiro enviou um corpo de soldados rança da Organização das Nações Unidas.
para lutar na Itália contra os fascistas. Era a Força Expedi-
cionária Brasileira (FEB) que, apesar de pequena, deu sua Resposta: Letra B. A tomada de Monte Castelo, na
colaboração para a vitória aliada. Em agosto de 1942, o Itália, foi a principal conquista militar realizada pelas
Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália e a decisão pracinhas da FEB.
de enviar as tropas em 1944, além de atender a um pedi-
do dos estados Unidos, deveu-se ao torpedeamento de 3. (Fuvest) As bombas atômicas, lançadas contra Hi-
alguns navios brasileiros supostamente por submarinos roshima e Nagasaki em 1945, resultaram na morte de
alemães. aproximadamente 300.000 pessoas, vítimas imediatas
das explosões ou de doenças causadas pela exposição à
radiação. Esses eventos marcaram o início de uma nova
etapa histórica na corrida armamentista entre as nações,
EXERCÍCIOS COMENTADOS caracterizada pelo desenvolvimento de programas nu-
cleares com finalidades bélicas.
Considerando essa etapa e os efeitos das bombas atômi-
1. (Fuvest) “Esta guerra, de fato, é uma continuação da
cas, analise as afirmações abaixo.
anterior.” (Winston Churchill, em discurso feito no Parla-
mento em 21 de agosto de 1941).
I. As bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Na-
A afirmativa acima confirma a continuidade latente de gasaki foram lançadas pelos Estados Unidos, único país
problemas não solucionados na Primeira Guerra Mun- que possuía esse tipo de armamento ao fim da Segunda
dial, que contribuíram para alimentar antagonismos e Guerra Mundial.
levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial. II. As radiações liberadas numa explosão atômica podem
Entre esses problemas, identificamos: produzir mutações no material genético humano, que
causam doenças como o câncer ou são transmitidas para
a) o crescente nacionalismo econômico e o aumento da a geração seguinte, caso tenham ocorrido nas células
disputa por mercados consumidores e por áreas de germinativas.
investimentos. III. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, várias na-
b) o desenvolvimento do imperialismo chinês da Ásia, ções desenvolveram armas atômicas e, atualmente, entre
com abertura para o Ocidente. as que possuem esse tipo de armamento, têm-se Chi-
c) os antagonismos austro-ingleses em torno da questão na, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Paquistão, Reino
da Alsácia-Lorena. Unido e Rússia.
d) a oposição ideológica que fragilizou os vínculos entre
os países, enfraquecendo todo tipo de nacionalismo. Está correto o que se afirma em
HISTÓRIA GERAL

e) a divisão da Alemanha, que a levou a uma política


agressiva de expansão marítima. a) I, somente.
b) II, somente.
Resposta: Letra A. o crescente nacionalismo econô- c) I e II, somente.
mico e o aumento da disputa por mercados consumi- d) II e III, somente.
dores e por áreas de investimentos. Os países euro- e) I, II e III.

7
Resposta: Letra E. Os Estados Unidos eram o único o capitalismo americano como imperialista, explorador
que dominaram a tecnologia atômica, os efeitos da dos trabalhadores americanos e dos países subdesenvol-
radiação podem ser transmitidos de geração em gera- vidos.
ção e há países que possuem o armamento atômico. Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presiden-
te dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Mar-
shal, que era um oferecimento de empréstimos com ju-
A GUERRA FRIA. GLOBALIZAÇÃO E AS ros baixos e investimentos para que os países arrasados
POLÍTICAS NEOLIBERAIS. na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar eco-
nomicamente. A partir desta estratégia a União Soviética
criou, em 1949, o COMECON, que era uma espécie de
GUERRA FRIA contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados
socialistas de se interessar ao favorecimento proposto
O marco inicial da Guerra Fria foi a Doutrina Truman pelo então inimigo político.
(1947), política da Casa Branca que pretendia conter um
suposto avanço das ideias socialistas pelo planeta
Estados Unidos e União Soviética, findam a Segunda
Grande Guerra, tendo uma meta: impor seus modelos
políticos e econômicos ao mundo. O antagonismo entre
as duas superpotências originou a Guerra Fria, uma nova
corrida armamentista e a produção de armas, sem pre-
cedentes, de destruição do mundo, a bomba atômica. Os
Estados Unidos lideravam o bloco de países capitalista,
e já a União Soviética, defendia um modelo alternativo,
o socialismo (sistema econômico que tinha por objetivo
superar o capitalismo, e que na prática se manifestava
pela economia planificada implantada por Stalin).

Curiosidade Fonte: História geral: teoria e prática


A Guerra foi dita “fria”, devido não ter ocorrido uma
guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade O Conselho de Assistência Econômica Mútua (COME-
da vitória em uma batalha nuclear. CON), foi criado para promover a integração e desenvol-
vimento dos países socialistas do Leste europeu.
A Guerra Fria foi o prolongado período de tensão in-
ternacional, decorrente do antagonismo entre as duas
superpotências, URSS (comunista) e EUA (capitalista). A
hostilidade provocava crises e conflitos localizados, mas
nunca o confronto direto. Certamente porque cada su-
perpotência tinha capacidade de retaliar a rival com suas
bombas atômicas. A expressão passou a ser utilizada
após a tomada do poder pelos comunistas na Tchecoslo-
váquia, em 1948. O poder da economia de mercado (ca-
pitalismo) se concentrava nos Estados Unidos. Expandiu-
-se notavelmente sua sociedade de consumo, motor do
desenvolvimento interno. A Europa, em boa parte des- Fonte: História geral: teoria e prática
truída, não tinha capacidade de suportar a concorrência
americana nos mercados internacionais. Nem mesmo a A Alemanha ao aderir ao Plano Marshall para se res-
rival União Soviética podia competir, seja pela natureza tabelecer, fez com que a União Soviética bloqueasse to-
de sua economia (comunismo), seja pela necessidade de das as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta
se reconstruir, pois fora brutalmente devastada pela in- forma, a Alemanha, tendo o apoio dos Estados Unidos,
vasão alemã. Seu objetivo era recuperar e ampliar as suas abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando
indústrias bélica, siderúrgica e química, em detrimento maior insatisfação soviética e o que ocasionou a divisão
dos bens de consumo duráveis e não duráveis, manten- da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ociden-
do, portanto, os princípios dos seus planos econômicos tal.
stalinistas. Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus
Países circunstancialmente foram aliados na guerra aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlân-
HISTÓRIA GERAL

contra o inimigo comum, a Alemanha Nazista. Findo o tico Norte) com o objetivo manter alianças militares para
conflito, o antagonismo voltou a se manifestar, de ma- que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em
neira muito mais aguda. A mídia americana, sempre à contra partida, a União Soviética assina com seus aliados
procura de um inimigo, demonizou o comunismo, carac- o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo
terizando-o como antiamericano, anticristão e antilibe- a união das forças militares de toda a Europa Oriental.
ral. Por seu lado, a mídia estatal soviética caracterizava Destacam-se:

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- Aliados da Otan: Estados Unidos, Canadá, Grécia,
Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holan-
da, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. EXERCÍCIO COMENTADO
- Aliados do Pacto de Varsóvia: União Soviética, Po-
lônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coreia do 1. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 2 - CESPE
Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romê- - 2018) Na sociedade atual, não há dúvida alguma que
nia. não é absolutamente normal, porque é uma situação for-
çada, mas na sociedade futura será completamente nor-
O Exército Vermelho, que ocupara a Europa Central mal, porque será livre. Mas, mesmo agora, [ela] estava no
no final do conflito mundial, impôs à força o modelo so- seu direito; sofria, e isso constitui, por assim dizer, os seus
viético. Os países do Leste europeu passaram a ser go- fundos, o seu capital, do qual tinha o pleno direito de
vernados pelos partidos comunistas locais, mas sob a di- dispor. É claro que na sociedade futura não existirá o ca-
reção do Partido Comunista da URSS. Polônia, Alemanha pital; mas a sua profissão poderá ser designada por outro
Oriental, Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária e Albânia nome e regulada de maneira racional e normal. Pelo que
tornaram-se verdadeiros satélites soviéticos, seguindo o se refere pessoalmente a Sófia Siemiônovna, nos tempos
modelo estalinista de economia estatizada, partido úni- atuais, eu considero o seu procedimento um enérgico
co, sem liberdade política, religiosa e de pensamento, e concreto protesto contra a estrutura da sociedade, e
e com uma rígida censura aos meios de comunicação. respeito-a profundamente por isso.
A oposição foi silenciada e a burocracia soviética, sob a Fiódor M. Dostoiévski. Crime e castigo. São Paulo: Mar-
liderança de Stalin, controlava totalmente o Leste euro- tin Claret, 2013, p. 406. Publicação original: 1866 (com
peu, impondo o totalitarismo de Estado, também chama- adaptações).
do de socialismo real. Considerando as ideias do fragmento de texto antece-
Somente a Iugoslávia construiu o seu socialismo in- dente como referência inicial, julgue (C ou E) o item a
dependente de Moscou, ficando isolada e execrada pelos seguir, a respeito de significativas transformações sociais
demais Partidos Comunistas, todos submetidos ao do- e políticas ocorridas ao fim do século XIX e ao longo do
mínio soviético. Seu líder, Tito, foi hábil em manter seu século XX.
país fora da órbita soviética, causando assim a primeira A Guerra Fria ficou caracterizada por certa estabilidade,
grande ruptura do comunismo, após a Segunda Guerra além de padrões previsíveis de confrontos. Os Estados
Mundial. Unidos da América e a União Soviética enfrentavam-se
De acordo com os vários tratados assinados pelos indiretamente por meio de seus satélites e zonas de in-
vencedores da guerra, a Alemanha foi dividida em quatro fluência, mas, paradoxalmente, evitavam que conflitos
zonas de ocupação (americana, inglesa, francesa e russa). locais fugissem ao controle e alcançassem proporções
A antiga capital, Berlim, inteiramente foi também dividi- mundiais.
da em quatro partes: a parte ocidental sob administração
anglo-franco-americana, e a oriental, russa. (  ) CERTO   (  ) ERRADO

Resposta: Certo. As duas potências sabiam que um


confronto direto entre elas representaria perdas irre-
paráveis, provavelmente se tivesse acontecido uma
guerra entre EUA e URSS.

Corrida Armamentista
Em 1949 os russos explodiram sua primeira bomba
atômica. Começava a corrida nuclear. Em seguida, os
americanos testaram a bomba de hidrogênio, mil vezes
mais poderosa que a bomba atômica. Pouco depois, a
URSS comunicava também possuir sua bomba H.
Na década de 1960, as superpotências rivais lança-
ram-se à construção de mísseis intercontinentais, subma-
rinos nucleares, lançamento de satélites militares espiões
etc. O desenvolvimento tecnológico no setor de foguetes
permitia colocar em órbita terrestre equipamentos e ho-
mens. A Guerra Fria chegava ao espaço.
Os soviéticos tomaram a dianteira, ao lançar o Sput-
nik, o primeiro satélite artificial, em 4 de outubro de 1957.
HISTÓRIA GERAL

Fonte: História geral: teoria e prática


Poucos anos depois, o russo Iuri Gagárin se tornava o pri-
meiro ser humano a ir ao espaço. Os americanos, choca-
dos pelos feitos dos soviéticos, criaram a Administração
Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) para coorde-
nar e executar todo o seu programa espacial.

9
As grandes crises durante a Guerra Fria
A Guerra Fria não se resumiu apenas à ameaça de conflito entre Estados Unidos e União Soviética que não se concretizou.
Durante as disputas entre as superpotências pela influência em países estratégicos, houve a eclosão de conflitos
militares e paramilitares em diversas regiões do mundo.
O bloqueio de Berlim: Em junho de 1948, França, Grã-Bretanha e EUA decidiram reunir suas zonas de ocupação na
Alemanha, criar uma Assembleia Constituinte, para organizar um futuro Estado independente, contrariando os acordos
anteriores. Com a rivalidade a pleno vapor, os soviéticos decidiram bloquear os acessos a Berlim Ocidental, que ficava
dentro do território sob seu controle (Alemanha Oriental), ocasionando a primeira grande crise pós-guerra. Os ameri-
canos responderam com uma grande ponte aérea, para manter o abastecimento da cidade. Até maio de 1949, quase
200 mil vôos garantiram alimentos e combustível para os berlinenses do Oeste. Na iminência de uma nova guerra, os
russos acabaram cedendo.

Fonte: História geral: teoria e prática

Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de um conflito armado de grandes proporções.
Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu ter-
ritório. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura
dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência soviética
e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.
HISTÓRIA GERAL

Fonte: História geral: teoria e prática

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Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os
soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados viet-
congues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morre-
ram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa
em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.

Fonte: História geral: teoria e prática

Guerra Afegã-soviética: Os países membros da ONU, em 1947, decidiram pela criação de um Estado judeu indepen-
dente, localizado no Oriente Médio. Assim nasceu o Estado de Israel. A região, chamada Palestina, era até então um
protetorado britânico, obtido após a Primeira Guerra Mundial, com a divisão do Império turco otomano.

Fonte: História geral: teoria e prática


HISTÓRIA GERAL

Em 14 de maio de 1948 foi proclamado oficialmente o Estado de Israel, um ato unilateral que provocou a reação
militar dos países árabes vizinhos (Egito, Líbano, Jordânia, Síria). Iniciava-se a primeira guerra, que terminou em janeiro
de 1949, com a vitória de Israel e a não-instalação do Estado árabe-palestino. Os israelenses passaram a controlar 75%
do território da Palestina. A Faixa de Gaza foi anexada ao Egito, e a Jordânia incorporou a Cisjordânia. Intimidados,
cerca de 800 mil árabes fugiram da área controlada por Israel. Em 1956, O Egito nacionalizou o Canal de Suez (antes
de domínio britânico).

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Temendo um ataque árabe, Israel decidiu atacar pre- como compensação, a garantia de que os americanos
ventivamente, em 5 de junho de 1967. Iniciava-se a Guer- impediriam qualquer invasão de Cuba por grupos con-
ra dos Seis Dias, que terminou em 10 de junho com a trarrevolucionários.
vitória israelense e a ocupação do Sinai e da Faixa de
Gaza (pertencentes ao Egito), da Cisjordânia (pertencen- A crise do comunismo na URSS
te à Jordânia), e das Colinas de Golã, território sírio. A No começo da década de 1980, o sistema soviético
zona oriental de Jerusalém, majoritariamente árabe, foi começou a mostrar os sinais de incapacidade que o leva-
anexada ao território de Israel, decisão não reconhecida riam ao desaparecimento. Ao assumir o cargo de secre-
por muitos países. tário do Partido Comunista, em março de 1985, Mikhail
Os grandes problemas que dificultavam uma paz de- Gorbatchev deu início a um amplo programa de refor-
finitiva na região são: mas, mas que resultariam no fim da URSS. Duas eram as
a) O status de Jerusalém, cidade considerada sagrada suas palavras de ordem:
por três religiões: o judaísmo, o cristianismo e o - Glasnost (transparência): que significava um abran-
islamismo. Israel a considera sua capital histórica e damento da profunda censura típica do modelo
religiosa, portanto indivisível. Os palestinos reivin- soviético e
dicam a parte oriental da cidade para sua capital. - Perestroika (reestruturação): introduzia critérios de
Habitada por 180 mil judeus e 200 mil palestinos, eficiência na gestão da economia, seriamente pre-
em Jerusalém Oriental se localiza todo o setor mu- judicada por décadas de excessiva centralização,
rado, chamado Cidade Velha, onde ficam os mo- ineficiência, enorme burocracia e larga corrupção.
numentos das três religiões. O Vaticano apoia a
internacionalização de Jerusalém. O país passava por uma grave crise econômica e a
b) A construção de centenas de colônias judaicas nos produção já não mais atendia às necessidades básicas
territórios ocupados. da população. As filas para a compra de alimentos, algo
c) A existência de grupos radicais, tanto do lado pa- muito comum no sistema comunista, tornaram-se mais
longas. E havia uma insatisfação geral devido à falta de
lestino (Hamas, Hezbollah), como do lado israelen-
liberdade de expressão e participação política.
se (grupos sionistas e ultra religiosos).
A desejo do povo soviético de acelerar as reformas
d) Os atentados terroristas praticados por fundamen-
econômicas e políticas frustraram as expectativas de Gor-
talistas islâmicos. São ativistas que amarram bom-
batchev de promover um processo de abertura gradual.
bas em seu corpo e as fazem explodir em locais
Políticos populistas, e até mesmo demagogos e oportu-
frequentados por cidadãos israelenses.
nistas, aproveitaram o caos e se transformara uma das
e) As represálias praticadas pelas forças armadas isra-
superpotências, para promover a substituição do regime.
elenses, causando muitas baixas na população civil O sistema de partido único, instituído pela Revolução Co-
palestina. munista, deu lugar ao pluripartidarismo.
Em agosto de 1991, setores ultraconservadores do
A crise cubana (A crise dos misseis) Partido Comunista e das Forças Armadas, aproveitando
Em 1o de janeiro de 1959, os guerrilheiros cubanos, a ausência em Moscou do secretário, deram um golpe
liderados por Fidel Castro e Che Guevara, entraram em de Estado, determinaram a prisão de Gorbatchev e ten-
Havana, derrubando uma típica ditadura latino-ame- taram restaurar a linha tradicional do sistema soviético. A
ricana sustentada pelos Estados Unidos. Castro nacio- firme oposição de Iéltsin e a mobilização da população
nalizou muitas empresas americanas, especialmente as de Moscou e Leningrado fizeram o golpe fracassar. For-
que controlavam o setor açucareiro, o mais importante talecido politicamente, Iéltsin promoveu a liquidação das
da economia cubana. Em 1961, Castro proclamava Cuba principais instituições da URSS, esvaziando a autoridade
uma república socialista, iniciando a construção de uma de Gorbatchev, que renunciou em 25 de dezembro de
economia estatal e dirigida. Pela primeira vez, os EUA ti- 1991. A URSS simplesmente deixava de existir.
nham em sua proximidade um país socialista. O presi- Com o desaparecimento da URSS, os demais países
dente americano, John Kennedy, foi acusado de ser mui- do Leste europeu abandonaram o modelo socialista para
to tolerante com o avanço do comunismo. Pressionado ingressar numa economia de mercado.
pelos conservadores e mal informado pela Central de In-
teligência Americana (CIA), se envolveu numa desastrada Fim da Guerra Fria
aventura, ao apoiar uma invasão de Cuba por exilados A falta de democracia, o atraso econômico e a crise
e mercenários, que tentavam destruir a revolução. A in- nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise
vasão da baía dos Porcos foi um completo desastre, o do socialismo no final da década de 1980. A queda do
que aumentou ainda mais a popularidade de Castro e a Muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991)
simpatia que muitos latino-americanos tinham por ele. pôs fim à Guerra Fria e à ameaça de um conflito nuclear.
Os russos se aproveitam da situação para instalar fo- Os EUA se tornaram a única potência militar mundial e
guetes com ogivas atômicas em Cuba, capazes de atingir passaram a agir como verdadeiros policiais, inclusive
HISTÓRIA GERAL

rapidamente cidades americanas, entre elas Washing- passando por cima das decisões da ONU, como ocorreu
ton. Começava a “crise dos mísseis” em cuba. A tensão recentemente na Guerra do Iraque (2003).
entre americanos e soviéticos chegava ao auge com O capitalismo é dominante em todo o mundo. A
uma ameaça concreta de guerra nuclear. Prudentemen- maioria dos países que eram socialistas, inclusive a Rús-
te, após vária negociações, a União Soviética começou sia, aderiu à globalização e o inglês se transforma, cada
a desmantelar a bases e a retirar os foguetes. Obteve, vez mais, na língua universal.

12
Na década de 1990, a administração do democrata sidade de reorganizar o modo de produção capitalista.
Bill Clinton proporcionou o maior crescimento contínuo O modelo neoliberal implantado nos países capitalistas
da história dos Estados Unidos. avançados expande-se por toda parte (Anderson, 1995).
Contudo, mesmo com a supremacia militar norte-a-
mericana, a globalização e as relações econômicas deixa-
ram os países (inclusive os EUA) mais dependentes entre
EXERCÍCIO COMENTADO si. Uma guerra de grandes proporções é sempre evita-
da. Pode-se dizer que a geopolítica atual é marcada por
1. (IF-SP – História - IF-SP - 2019) “Tive a sorte de le- grandes incertezas, uma vez que diversos atores estão
cionar em uma faculdade que proporcionava proteção surgindo a todo instante, sejam eles econômicos, como
interna e espontânea contra as pressões externas da os BRICS, ou terroristas, como o Estado Islâmico, relativi-
Guerra Fria. No entanto, a situação acadêmica não era zando e criando novos cenários geopolíticos.
boa. Tanto quanto eu podia saber, todos os comunistas O neoliberalismo vai criar as condições políticas para
que haviam sido nomeados para cargos acadêmicos an- o atual estágio de globalização. Sem dúvidas, a globa-
tes do verão de 1948 permaneceram em seus lugares e lização não seria como é hoje, sem esses modelos de
tampouco houve tentativas de demiti-los. Por outro lado, discursos neoliberais. Esse neoliberalismo teve como
pelo que eu soube, nenhum comunista conhecido foi no- objetivo as aberturas dos mercados, a redução do pro-
meado para cargos em universidades durante cerca de tecionismo (teoria oposta ao livre comércio). Se a globa-
dez anos a partir de 1948, tampouco foram promovidos, lização é entendida como uma expansão de mercados, o
se já estivessem em posição docente”. neoliberalismo defende o fim do protecionismo, a redu-
(HOBSBAWM, E. Tempos interessantes: uma vida no sé- ção das barreiras, a redução das tarifas, permitindo uma
culo XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 206). expansão no processo de globalização.
No neoliberalismo não há intervenção do Estado, res-
No excerto, o autor, ao tratar do contexto da Guerra Fria, gatando as ideias clássicas do liberalismo. A globalização
faz uma referência: que vivemos atualmente é o resultado do avanço desse
discurso político econômico que é o neoliberalismo. Ele
a) à política anticomunista do Plano Marshall. é um modelo que vai tentar resgatar os pressupostos do
b) à cortina de ferro durante o governo Eisenhower. liberalismo econômico como os de Adam Smith, John
c) ao caráter intervencionista do Welfare State. Locke e outros pensadores importantes do século XVI,
d) aos reflexos do macarthismo na Europa. XVII. O neoliberalismo surgiu a partir da Segunda Guerra
Mundial, tentando recuperar as visões de uma sociedade
Resposta: Letra D. Marchatismo foi a política inter- livre, uma sociedade de mercado aberto; uma tentativa
na dos EUA de combate ao comunismo; enquanto o de romper com esse Estado interventor alegando que
Plano Marshal foi o plano de reconstrução da Europa, o Estado ao intervir demais tira a liberdade das ações
parava evitar o avanço do Socialismo. econômicas principalmente no que diz respeito a livre
iniciativa privada.
A partir do colapso do bloco socialista onde tínhamos
GLOBALIZAÇÃO E AS POLÍTICAS NEOLIBERAIS um Estado altamente interventor, a chamada “Economia
Planificada”, onde o Estado determinava o que, como e
A derrubada do muro de Berlim, em 1989, e a poste- quando produzir. Esse modelo também entrou em co-
rior dissolução da URSS, em 1991, fizeram como que a lapso, passando a disseminar a ideia de que o Estado
antiga ordem mundial deixasse de existir. Nesse momen- altamente interventor seria prejudicial para a economia,
to, acaba o mundo bipolar, e surgia uma Nova Ordem com isso, então, fez predominar a filosofia neoliberal.
Mundial, marcada pelo domínio hegemônico dos EUA Assim, se expandiram transações econômicas, surgi-
como principal potência política e militar. Podemos des- ram novos blocos econômicos e despontaram, no campo
tacar a expansão do processo de globalização como uma da economia, países como Alemanha e Japão. Portanto,
das principais características da nova ordem mundial, le- pode-se afirmar que a nova ordem mundial, iniciada a
vando ao aumento dos fluxos mundiais de pessoas, mer- partir dos anos 1990, é marcada por uma unipolaridade
cadoria, capitais e informações. no campo militar e político, e por uma multipolaridade
A globalização pode ser entendida também como no campo da economia.
uma nova modalidade de acumulação de capital. Em mo- Os Estados Unidos e a Inglaterra foram não tão so-
mentos anteriores a principal estratégia de acumulação
mente as primeiras nações a implementarem essa doutri-
capitalista concentrava-se na extensão da produção de
na, como também se responsabilizaram em disseminá-la
valor e de mais valia.
pelo mundo. Em alguns casos, como no Chile, ela foi im-
Uma outra marca do estágio do capitalismo atual, glo-
posta à força, por meio do fortalecimento de um regime
balizado, diz respeito à hegemonia das ideias neoliberais.
ditatorial local. Em outros casos, o neoliberalismo foi co-
A dimensão político-ideológica deste atual momento do
locado como alternativa a países extremamente depen-
HISTÓRIA GERAL

capitalismo é a associação globalização/neoliberalismo,


dentes e com economias em crise ou fragilizadas, como
apresentada como a antessala da realização do sonho
iluminista de uma sociedade harmônica e racional. o Brasil. No caso brasileiro, os anos 1990 foram marcan-
A proposta política neoliberal tem origem na crise tes para a implementação do neoliberalismo, através da
teórica, política e econômica do socialismo real e do capi- privatização da maioria das estatais então existentes,
talismo internacional. Essas crises evidenciaram a neces- com destaque para a Vale do Rio Doce, a Telebrás e a
Embratel.

13
HORA DE PRATICAR!

1. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – 2018) Analise os dois materiais a seguir para responder à questão.

Material 1

Disponível em: <https://goo.gl/mPzavT>.


Traço contínuo: ferrovia já construída
Linha tracejada: ferrovia em construção
Mapa da ferrovia Berlim-Bagdá em 1914

Material 2
A Primeira Guerra Mundial envolveu vários países, mas representou, principalmente, o confronto entre quatro po-
tências: França, Inglaterra e Rússia, de um lado; Alemanha, do outro.
MOTTA, M. M. M. A Primeira Grande Guerra. Em: REIS FILHO, D. A.; FERREIRA, J.; ZENHA, C. O século X X v.1. O
tempo das certezas: da formação do capitalismo à Primeira Grande Guerra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
(Adaptado.)

A análise dos materiais permite concluir que uma das causas da Primeira Guerra Mundial foi

a) a invasão e o domínio do Império Turco Otomano pelos alemães entre o final do século XIX e o início do século XX,
o que contrariou os interesses do Império Britânico, principal aliado otomano.
b) o controle direto exercido pelo Império Alemão sobre os Bálcãs, o que intensificou a revolta nacionalista dos povos
eslavos da região, especialmente sérvios e búlgaros, contrários à Tríplice Aliança.
c) a presença alemã na região dos Bálcãs, o que ameaçava diretamente os interesses russos e austro-húngaros na re-
gião, aliados que pretendiam controlar a navegação entre o Mediterrâneo e o Mar Negro.
d) a aliança entre o Império Russo e o Império Turco Otomano, o que contrariava os interesses alemães e austro-
-húngaros nos Bálcãs e no Mediterrâneo oriental, agravando as tensões na região.
e) o expansionismo germânico em direção à Península Balcânica e ao Oriente Médio, com o objetivo de facilitar o aces-
so ao petróleo do Golfo Pérsico e aos territórios coloniais na África oriental.

2. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – 2018) Na Guiné, Moçambique e Angola, os movimentos de liber-
tação sempre fizeram cuidadosa distinção entre o povo português, que os apoiava, e o governo ditatorial que estava
HISTÓRIA GERAL

tentando esmagá-los. Desde o início, tais movimentos temeram que uma revolução política na África portuguesa ainda
pudesse deixá-los na condição de dependência neocolonial de Lisboa e dos interesses econômicos europeus aos quais
Lisboa estava ligada e pelos quais às vezes atuava como agente. Por isso, a emergência de ideias “terceiro-mundistas”,
no seio das forças armadas portuguesas, foram observadas com grande interesse pelos movimentos marxistas na África.
MAXWELL, K. O Império derrotado: revolução e democracia em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
(Adaptado.)

14
O trecho citado evidencia o fato de que, no contexto da Quanto aos exemplos de conflito entre as duas superpo-
Guerra Fria, havia forte associação entre tências, é correto identificar:

a) o nacionalismo conservador e a luta pela autodetermi- a) a Ucrânia, em que os países da OTAN e do Pacto de
nação dos povos. Varsóvia disputaram o acesso ao Mar Negro, principal
b) o terceiro-mundismo e os ideais e valores associados via de ligação marítima entre a Ásia Continental e o
ao bloco capitalista. Mar Mediterrâneo.
c) as lutas anti-coloniais e a defesa de vínculos identitá- b) o Japão, em que Estados Unidos e União Soviética
rios com a metrópole. tentaram controlar os rumos políticos do país após a
d) as lutas socialistas e os processos de descolonização e explosão das bombas atômicas, o que prolongou os
libertação nacional. conflitos do pós-guerra.
e) os princípios democráticos liberais e o anti-autoritaris- c) aÍndia, em que comunistas e liberais indianos lutaram
mo comunista. juntos contra o domínio britânico, mas depois se divi-
diram em choques internos que levaram à guerra civil
3. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – no país.
2017) O presidente dos EUA, Thomas Woodrow Wilson, d) o Paquistão, em que os movimentos de libertação na-
presidira o comitê que redigiu os 30 artigos do pacto cional se voltaram para o anti-imperialismo e se apro-
constitutivo da Liga das Nações, projeto de seu coração. ximaram das lutas revolucionárias anticapitalistas.
O presidente via na Liga das Nações o órgão maior de e) a Coreia, em que os coreanos do norte tiveram o apoio
um sistema de segurança coletiva das nações. Pensou do bloco socialista contra os coreanos do sul, apoia-
grande, muito além do seu tempo e muito além dos dos pelos EUA em um violento confronto que durou
tempos de hoje, a julgar pela experiência da ONU. As cerca de três anos.
demonstrações de impotência da Liga das Nações para
coibir o emprego da força foram se acumulando. (Luiz de 5. (IF-MT – História - IF-MT - 2018) “A peculiaridade
Alencar Araripe, “Tratado de Versalhes”. da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não
Em: Demétrio Magnoli (org.), História da Paz. São existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso:
Paulo: Contexto, 2008. (Adaptado.) apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas
sobretudo do lado americano, os governos das duas su-
Uma das “demonstrações de impotência” da entidade perpotências aceitaram a distribuição global de forças
está corretamente identificada: no fim da Segunda Guerra Mundial, que equivalia a um
equilíbrio de poder desigual mas não contestado em sua
essência. A URSS controlava uma parte do globo, ou so-
a) na tomada da Etiópia pela Itália (1935), caracterizada
bre ela exercia influência — a zona ocupada pelo Exército
pelo expansionismo fascista e apoiada por Hitler na
Vermelho e/ ou outras armadas comunistas no término
geopolítica europeia da época.
da guerra — e não tentava ampliá-la com o uso da força
b) na anexação da Polônia pela URSS (1934), uma das
militar. Os EUA exerciam controle e predominância sobre
marcas do expansionismo soviético que precedeu o
o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e
início da Segunda Guerra Mundial.
oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia
c) na militarização da Espanha pela França (1937), com
imperial das antigas potências coloniais. Em troca, não
o objetivo de conter o expansionismo nacionalista no intervinha na zona aceita de hegemonia soviética”.
levante liderado pelo General Franco. (HOBSBAWM, Eric. A Guerra Fria. In: ______. Era dos Ex-
d) na militarização da Normandia pela Inglaterra (1936), tremos. O breve século XX (1914-1991). São Paulo: Com-
como tentativa de bloquear o possível avanço nazista panhia das Letras, 1998).
sobre o norte da França e sobre o Canal da Mancha.
e) na ocupação da Armênia pela Turquia (1933), o que O texto acima refere-se ao papel dos EUA e da URSS no
levou ao chamado “genocídio armênio” no contexto período da Guerra Fria, com destaque para o “equilíbrio
de formação do Estado nacional turco. desigual de poder” entre ambos, o que se revela em sua
complexidade de mais de 40 anos de existência, bem
4. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – como nos diferentes momentos de seus desdobramen-
2017) O fim dos velhos impérios coloniais era previsível tos nas diversas regiões do globo terreste. No princípio
e, na verdade, em 1945, considerado iminente na Ásia, da Guerra Fria, particularmente entre 1945-1949, há pre-
mas a futura orientação dos novos Estados pós-coloniais domínio da chamada pax americana. Marque a alternati-
não estava nada clara. Foi nessa área que as duas super- va correta que caracteriza a pax americana:
potências continuaram a competir, por apoio e influên-
cia, durante toda a Guerra Fria, e por isso a maior zona de a) Manter o controle político e a primazia econômica
atrito entre elas, aquela onde o conflito armado era mais tanto sobre seus aliados industriais europeus, como
provável, e onde de fato irrompeu. sobre a periferia subdesenvolvida, diretamente na
HISTÓRIA GERAL

Eric Hobsbawm. Era dos Extremos: o breve século XX América Latina e Ásia Oriental, ou através dos aliados
(1914-1991). europeus na África ou no Oriente Médio.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Adaptado.) b) Manter o controle político e econômico exclusivamen-
te sobre os aliados europeus mais fragilizados pela
guerra e mais suscetíveis de interferências comunistas,
em especial no oeste do continente.

15
c) Manter o controle econômico sobre seus aliados in-
dustriais europeus e sobre a Ásia Oriental, em espe-
cial, devido à ascensão do comunismo na China, no GABARITO
Vietnã e na Coreia.
d) Manter o controle econômico sobre a metade leste 1 E
da Europa, mais vulnerável às fronteiras soviéticas, e
barrar a influência do Partido Comunista sobre as de- 2 D
mocracias da América Latina. 3 A
e) Manter o controle econômico tanto sobre seus aliados
4 E
industriais europeus, como sobre a periferia subde-
senvolvida, Ásia Oriental e África. 5 A
6 D
6. (SABESP - Programa de Aprendizagem de Assisten-
te Administrativo - FCC - 2019) A ditadura militar brasi-
leira deve ser relacionada historicamente ao contexto da
Guerra Fria, pois

a) a imprensa liberal brasileira alegou ter descoberto um


plano conspiratório comunista que ameaçava o Brasil,
o Plano Cohen, razão pela qual conclamava a popu-
lação a apoiar a ditadura militar como uma medida
preventiva, a fim de evitar que o Brasil fosse dominado
pelos comunistas.
b) os militares foram influenciados pela Doutrina de Se-
gurança Nacional, discurso de propaganda ideológica
desenvolvido nos Estados Unidos durante a II Guer-
ra, que justificou a decretação de Estado de sítio em
1964, em razão da legalização do Partido Comunista
aprovada pelo Congresso Nacional.
c) a Igreja Católica, após a decisão de Cuba em adotar o
regime socialista, em 1961, clamou às Forças Armadas
e à população em geral pegar em armas e sair às ruas
contra o “perigo vermelho”, alegando que os comu-
nistas estavam ganhando terreno na América Latina.
d) o governo dos Estados Unidos se empenhou em as-
segurar o golpe civil-militar de 1964 em nome da de-
fesa da democracia, por meio da Operação Brother
Sam, acionada caso houvesse alguma resistência na
deposição de João Goulart, identificado pelos setores
conservadores como um presidente simpatizante dos
comunistas.
e) a economia nacional, durante o período da ditadura
militar, viveu um crescimento contínuo (milagre eco-
nômico), uma vez que, com o apoio dos Estados Uni-
dos, o Brasil passou a integrar a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte) em nome do fortaleci-
mento do bloco capitalista.
HISTÓRIA GERAL

16
ÍNDICE

HISTÓRIA DO BRASIL

A Revolução de 1930 e a Era Vargas.............................................................................................................................................. 01


As Constituições Republicanas........................................................................................................................................................ 03
A estrutura política e os movimentos sociais no período militar....................................................................................... 06
A abertura política e a redemocratização do Brasil................................................................................................................. 10
A) Ação Integralista brasileira (AIB).
B) Ministério da Educação e desporto (MEC).
A REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS
C) Departamento de Imprensa e Propagando (DIP).
D) A Rádio Nacional Brasileira (RNB).

Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República Ve- Resposta: C. DIP- Departamento de Imprensa e Pro-
lha, conhecida hoje como o primeiro período republica- paganda: responsável pela censura e propaganda
no brasileiro. Como característica principal centralizava o política de Getúlio e foi o departamento responsável
poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança pelo programa “ Hora do Brasil”.
política “café-com-leite” (entre São Paulo e Minas Ge-
rais), a República Velha tinha como base a economia ca- A Era Vargas
feeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes
proprietários de terras. Era Vargas foi o período de quinze anos da história
As elites rurais e os setores burgueses industriais brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Ge-
preocupavam-se com as constantes agitações populares túlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Var-
nos grandes centros urbanos e com as articulações da jo- gas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930,
vem oficialidade militar. Temendo que as manifestações que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio
adquirissem aspectos radicais, muitos grupos dissidentes Prestes (presidente eleito que assumiria o país).
aderiram ao golpismo. O governador de Minas, Antônio Vargas precisava resolver o problema emergencial
Carlos, deu o tom do movimento golpista: “Façamos a herdado da crise de 1929, e destruiu 80mil sacas de café,
Revolução, antes que o povo a faça”. para elevar o preço do produto, e depois criou o Ministé-
Um fato precipitou o golpe: o assassinato de João rio do Trabalho. No entanto sofreu uma terrível oposição
Pessoa (26 de julho), na Paraíba, devido a disputas lo- vinda dos paulistas, descontentes com a recente perca de
cais entre os chefes políticos. É fácil dizer quem perdeu autonomia, alguns estudantes de Direito, saíam nas ruas
a Revolução de 30: o esquema oligárquico-coronelista e e faziam discursos contra Getúlio e exigiam uma consti-
os setores das elites econômicas que tentaram mantê-lo. tuição. Os Paulistas pegaram em armas e fizeram a Re-
Mas é difícil apontar o vencedor. volução Constitucionalista de 1932, tal revolução acabou
Assim, o gaúcho Getúlio Vargas chegou ao poder em dois meses, porém, Getúlio Vargas acabou fazendo a
por meio do Golpe de Estado organizado pela Aliança Constituição de 1934.
Libertadora, comumente chamado de Revolução de 30. A Uma das preocupações iniciais do programa de go-
partir de então inicia-se o Governo Provisório de Getúlio verno apresentado por Getúlio era a modernização do
Vargas – intitulado dessa maneira por haver expectativa ensino e o amparo aos trabalhadores, quanto a segunda
de que novas eleições fossem convocadas. preocupação, em março de 1931 é assinado o Decreto
Durante o processo de construção da ordem republi- 19.770 regulamentando a sindicalização das classes pa-
cana, os quarenta anos da República Velha traçaram um tronais tendo os sindicatos reconhecimento do Ministé-
perfil do poder executivo que poderia, em linhas gerais, rio do trabalho. Bem como a proteção aos cafeicultores
apresentar os seguintes aspectos: com a criação do Conselho Nacional do Café em maio
- Todos os presidentes no poder colocavam-se acima do mesmo ano. Na esfera administrativa foi estipulado o
dos partidos, o que evidenciava o caráter personalista contingente de 2/3 de empregados nacionais em estabe-
dos chefes políticos, ou seja, os partidos representavam lecimentos industriais e comerciais, com a assinatura do
as articulações necessárias para medir forças de prestígio Decreto 20.291 em agosto. Em matéria educacional, nes-
social, econômico e aquele que possuísse trânsito polí- se período começava-se a pensar na qualificação profis-
tico entre as várias facções dentro de um mesmo poder sional baseada em técnicas aprendidas e postas em pra-
tornava-se presidente. tica no decorrer do curso, a conhecida escola tecnicista
- o presidente, que nos comícios dizia representar proporcionava ao país a força trabalhista especializada
todo o povo brasileiro, consultava um número muito de que necessitava para reorganizar os moldes trabalhis-
pequeno de pessoas, atendia aos interesses econômicos tas que vinha empregando. Era o momento da técnica
dos que o apoiavam e usava de todo o rigor repressivo praticada se sobressair a teoria.
contra as manifestações populares. Internacionalmente, em 1930 foram marcados pelo
crescimento das hostilidades no continente Europeu,
onde se traçava o caminho para a Segunda Guerra Mun-
EXERCÍCIO COMENTADO dial. Na Itália, Benito Mussolini governava sob um regi-
me fascista desde 1925. Na Alemanha, Hitler ascendia ao
HISTÓRIA DO BRASIL

poder e instaurava o nazismo. A União Soviética, por sua


1- (Prefeitura de São Miguel do Oeste - SC - Professor
vez, era liderada por Josef Stalin. Dessa forma, a Europa
– História - AMEOSC - 2019) Após o golpe de Estado
vivia um momento em que as hostilidades entre o fas-
de Getúlio Vargas, que deu início ao período conheci-
cismo e o comunismo estavam prestes a desencadear o
do como Estado Novo (1937-1945), o governo procurou,
além de perseguir opositores, difundir seus ideais e in- maior conflito da história.
fluenciar a opinião pública. Para isso, foi criado o seguin-
te órgão:

1
Características da Era Vargas Revolução Constitucionalista de 1932.
O movimento foi um fracasso e, após a sua derrota,
De maneira geral, as seguintes características podem Getúlio Vargas atendeu as demandas dos paulistas, no-
ser destacadas. meando para o estado um interventor (governador) civil
e nascido em São Paulo, além de garantir a realização de
Centralização do poder: Ao longo de seus quinze uma eleição em 1933 para compor a Constituinte.
anos no poder, Vargas tomou medidas para enfra- A nova Constituição foi considerada bastante mo-
quecer o Legislativo e reforçar os poderes do Exe- derna para a época e trouxe novidades, como o sufrágio
cutivo. Característica que ficou evidente durante o universal feminino (confirmando o que já havia sido esti-
Estado Novo. pulado pelo Código Eleitoral de 1932). Junto da promul-
gação da nova Constituição, Vargas foi reeleito indireta-
Política Trabalhista: Atuou de maneira consisten- mente para ser presidente brasileiro entre 1934 e 1938.
te no sentido de ampliar os benefícios trabalhistas. Após isto, um novo presidente deveria ser eleito.
Para isso, criou o Ministério do Trabalho e conce- A política econômica de Vargas concentrou-se em
deu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de combater os efeitos da Crise de 1929 no Brasil. Para isso,
reforçar seu poder aproximando-se das massas. agiu comprando milhares de sacas de café e incendian-
do-as como forma de valorizar o principal produto da
Propaganda Política: O uso da propaganda como
nossa economia. Nas questões trabalhistas, autorizou a
forma de ressaltar as qualidades de seu governo
criação do Ministério do Trabalho em 1930 e começou a
foi uma marca forte de Vargas e que também ficou
intervir diretamente na atuação dos sindicatos.
evidente durante o Estado Novo a partir do Depar-
tamento de Imprensa e Propaganda (DIP.)
Governo Constitucional (1934-1937)
Capacidade de negociação política: Sua capa-
cidade política não surgiu do nada, mas foi sen- Na fase constitucional a política brasileira como um
do construída e aprimorada ao longo de sua vida todo – o próprio Vargas, inclusive – caminhava para a
política. Vargas tinha uma grande capacidade de radicalização. Assim, surgiram grupos que expressavam
conciliar grupos opostos em seus governos, como essa radicalização do nosso país.
aconteceu em 1930, quando oligarquias dissi- Ação Integralista Brasileiro (AIB): grupo de extrema-
dentes e tenentistas estavam no mesmo grupo -direita que surgiu em São Paulo em 1932. Esse grupo
apoiando-lhe. possuía inspiração no fascismo italiano, expressando
valores nacionalistas e até mesmo antissemitas. Tinha
O populismo de Vargas pela sua postura trouxe os como líder Plínio Salgado.
seguintes aspectos: Aliança Libertadora Nacional (ANL): grupo de orien-
tação comunista que surgiu como frente de luta anti-
- Relação direta e não institucionalizada do líder com fascista no Brasil e converteu-se em um movimento que
as massas; buscava tomar o poder do país pela via revolucionária.
- Defesa da união das massas; O grande líder desse grupo era Luís Carlos Prestes. Ela
- Liderança baseada no carisma; foi a responsável por uma tentativa de tomada do poder
- Sistema partidário frágil. aqui no Brasil em 1935. Esse movimento ficou conhecido
como Intentona Comunista e foi deflagrado em três cida-
Fases da Era Vargas des (Rio de Janeiro, Natal e Recife), mas foi um fracasso
completo.
Era Vargas, segundo os historiadores, divide-se em Após a Intentona Comunista, Getúlio Vargas ampliou
três fases: Governo Provisório (1930-34), Governo Cons- as medidas centralizadoras e autoritárias, o que resultou
titucional (1934-37) e Estado Novo (1937-1945). no Estado Novo.
Essa fase constitucional estendeu-se até novembro
Governo Provisório (1930-34) de 1937, pois foi quando Getúlio Vargas realizou um au-
togolpe, cancelou a eleição de 1938 e instalou um regi-
Deveria ter sido uma fase de transição em que Vargas me ditatorial no país. O golpe do Estado Novo teve como
rapidamente organizaria uma Assembleia Constituinte pretexto a divulgação de um documento falso conhecido
para elaborar uma nova Constituição para o Brasil. Po- como Plano Cohen. Esse documento falava sobre uma
rém, nesse momento, Getúlio Vargas já deu mostras da conspiração comunista que estava em curso no país.
sua habilidade de se sustentar no poder, pois adiou o
HISTÓRIA DO BRASIL

quanto foi possível a realização da Constituinte. Plano Cohen


As primeiras medidas de centralização do poder, fo-
ram realizadas nesta fase, e, assim, dissolveu o Congresso Documento revelado pelo governo brasileiro, que
Nacional, por exemplo. A demora de Vargas em realizar continha um suposto plano para a tomada do poder pe-
eleições e convocar uma Constituinte teve impactos em los comunistas. O general Góes Monteiro chefe do Es-
alguns locais do país, como São Paulo, que se rebelou tado-Maior do Exército brasileiro, noticiou, através do
contra o governo em 1932 no que ficou conhecido como programa radiofônico Hora do Brasil, a descoberta de

2
um plano cujo objetivo era derrubar o presidente Getúlio Vargas. Segundo o general, o Plano Cohen, como passou a
ser chamado, tinha sido arquitetado, em conjunto, pelo Partido Comunista Brasileiro e por organizações comunistas
internacionais.
O plano, supostamente apreendido pelas Forças Armadas, anunciava uma nova insurreição armada, semelhante à
Intentona de 1935. A invasão comunista previa a agitação de operários e estudantes, a liberdade de presos políticos,
o incêndio de casas e prédios públicos, manifestações populares que terminariam em saques e depredações, além da
eliminação de autoridades civis e militares que se opusessem à tomada do poder.
No dia 10 de novembro, a ditadura do Estado Novo foi implantada. Algumas semanas depois, com o apoio de várias
lideranças nacionais, com as quais havia se aliado desde a revelação do Plano Cohen, Getúlio autorizou o Exército a
cercar o Congresso Nacional, no Rio de Janeiro. À noite, em pronunciamento ao país, o presidente anunciou a outorga
da nova Constituição. Começava, assim, o período da Era Vargas, conhecido como Estado Novo, que terminaria apenas
em 1945, com o afastamento de Vargas da presidência.

Estado Novo (1937-1945)

Fase ditatorial da Era Vargas que se estendeu por oito anos. Nesse período, Vargas reforçou o seu poder, reduziu as
liberdades civis e implantou a censura. Também foi o período de intensa propaganda política e um momento em que
Vargas estabeleceu sua política de aproximação das massas. No campo político, ele governou a partir de decretos-leis,
ou seja, as determinações dele não precisavam de aprovação do Legislativo, pois já possuíam força de lei. O Legislati-
vo, por sua vez, foi suprimido e, assim, o Congresso e as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais foram fechadas.
Todos os partidos políticos foram fechados e colocados na ilegalidade.
A censura instituída ficou a cargo do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável por censurar as
opiniões contrárias ao governo e produzir a propaganda que ressaltava o regime e o líder. Para fazer a propaganda do
governo, foi criado um jornal diário na rádio chamado “A Hora do Brasil”.
Durante esse período, também se destacou a política trabalhista, destacando-se a criação do salário-mínimo (1940)
e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Os sindicatos passaram para o controle do Estado.
Entretanto, após 15 anos à frente do Executivo, a Era Vargas se encaminhava para o declínio. Durante a Segunda
Guerra Mundial, o Governo brasileiro declarou ofensiva contra os países do Eixo ao entrar no conflito ao lado dos alia-
dos, tendo como marco a criação da Força Expedicionária Brasileira – FEB. Esse fato contribui para que Getúlio perdesse
importante apoio devido as contradições políticas que apresentava, pois ao aderir ao grupo dos aliados esperava-se
que fascismo fosse banido do território brasileiro, sem a possibilidade logica de se manter uma Constituição autoritária
baseada no modelo fascista. Assim, diversos documentos como o Manifesto dos Mineiros foram assinados em todo
país forçando-o a assinar o Ato Adicional em 1945, Lei Constitucional n. 9, de fevereiro de 1945, que convocava eleições
presidenciais caracterizando a bancarrota do Estado Novo.
Esses fatos culminaram na deposição de Getúlio Vargas da presidência, pelos Generais Gaspar Dutra e Góis Montei-
ro. Deposto pelas mesmas Forças Armadas que o alçaram ao poder por meio da revolução de 1930. A partir de então
o Executivo passara ser exercido pelo presidente do STF o Ministro José Linhares que governara até 1946.

AS CONSTITUIÇÕES REPUBLICANAS.

Fique Atento!!!
Ao todo são 7 Constituições, mas somente 6
são do período republicano, sendo a primeira
delas a de constituição de 1891. A constituição
de 1824 é a primeira constituição, mas esta é do
período imperial.

CONSTI- QUEM FEZ PERÍODO


HISTÓRIA DO BRASIL

TUIÇÃO
1824 Imposta por Dom Pedro Imperador Império
1891 Aprovada por Assembleia Consti- República
tuinte

3
1934 Aprovada por Assembleia Consti- Era Vargas
tuinte
1937 Imposta por Getúlio Vargas Era Vargas
1946 Aprovada por Assembleia Consti- Democracia Po-
tuinte pulista
1967 Aprovada no Congresso por exi- Regime Militar
gência do Regime
1988 Aprovada por Assembleia Consti- República Con-
tuinte temporânea
Constituição de 1891

Onde as províncias passariam a tornar Estados, e estabeleceria a oligarquia no país. Com o afastamento de Deo-
doro, assume outro militar, Floriano Peixoto, este autoritário, logo que assumiu, contrariou a constituição, pois deveria
convocar novas eleições, não fez isso e arrumou inúmeros inimigos.
As principais características:

– República federativa liberal, com sistema presidencialista de governo;


– Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo que o Poder Moderador foi extinto;
– Fim do voto censitário ou por renda: seriam eleitores todos os cidadãos, mas analfabetos, mendigos, soldados e
membros de ordens religiosas não eram considerados eleitores e eram impedidos de votar;
– Separação entre Estado e Igreja;
– Autonomia dos estados, conforme almejava a elite agrária ao apoiar o republicanismo.

Fique por dentro!!


A Constituição de 1891 também não fazia referência às mulheres, mas conside-
rou-se implicitamente que elas estavam impedidas de votar. O voto feminino só seria
conquistado décadas depois.
Constituição de 1934

A Constituição de 1934 foi uma consequência direta da Revolução Constitucionalista de 1932. Com o fim da Revo-
lução, a questão do regime político veio à tona, forçando desta forma as eleições para a Assembleia Constituinte em
maio de 1933, que aprovou a nova Constituição substituindo a Constituição de 1891.
Seu objetivo era o de melhorar as condições de vida da grande maioria dos brasileiros, criando leis sobre educação,
trabalho, saúde e cultura, ampliando o direito de cidadania dos brasileiros, que até então era marginalizada do proces-
so político do Brasil, participando então desse processo. Ela trouxe, portanto, uma perspectiva de mudanças na vida de
grande parte dos brasileiros.
A Constituição de 1934 também cuidou dos direitos culturais, aprovando os seguintes princípios, entre outros:

- O direito de todos à educação, com a determinação de que esta desenvolvesse a consciência da solidariedade
humana;
- A obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, inclusive para os adultos, e intenção à gratuidade do ensino
imediato ao primário;
- O ensino religioso facultativo, respeitando a crença do aluno;
- A liberdade de ensinar e garantia da cátedra.

A Constituição de 1934 ainda garante ao cidadão:


HISTÓRIA DO BRASIL

- Que a lei não prejudicaria o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
- O princípio da igualdade perante a lei, instituindo que não haveria privilégios, nem distinções, por motivo de
nascimento, sexo, raça, profissão própria ou dos pais, riqueza, classe social, crença religiosa ou ideias políticas;
- A aquisição de personalidade jurídica, pelas associações religiosas, e introduziu a assistência religiosa facultativa
nos estabelecimentos oficiais;
- A obrigatoriedade de comunicação imediata de qualquer prisão ou detenção ao juiz competente para que a

4
relaxasse e, se ilegal. requerer a responsabilidade sembleia Nacional Constituinte, paralelamente à eleição
da autoridade coautora; presidencial. Eleita a Constituinte, seus membros se reu-
- O habeas-corpus, para proteção da liberdade pes- niram para elaborar uma nova constituição, que entrou
soal, e estabeleceu o mandado de segurança, para em vigor a partir de setembro de 1946, substituindo a
defesa do direito, certo e incontestável, ameaça- de 1937.
do ou violado por ato inconstitucional ou ilegal de A Constituição de 1937 originou vários acontecimen-
qualquer autoridade; tos que têm consequências até hoje. E, principalmente,
- A proibição da pena de caráter perpétuo; formou o grupo de oposição a Getúlio que culminou no
- O impedimento da prisão por dívidas, multas ou golpe militar de 1964. Este, por sua vez, deu origem à
custas; Constituição de 1967, a outra constituição republicana
- A extradição de estrangeiro por crime político ou autoritária — a segunda e, até os dias de hoje, a última.
de opinião e, em qualquer caso, a de brasileiros; Da Constituição de 1937 pode-se destacar que:
- A assistência judiciária para os desprovidos finan-
ceiramente; - Concentra os poderes executivo e legislativo nas
- Que as autoridades a emitam certidões requeridas, mãos do Presidente da República;
para defesa de direitos individuais ou para escla- - Estabelece eleições indiretas para presidente, que
recimento dos cidadãos a respeito dos negócios terá mandato de seis anos;
públicos; - Acaba com o liberalismo;
- A isenção de impostos ao escritor, jornalista e ao - Admite a pena de morte;
professor; - Retira dos trabalhadores o direito de greve;
- Que a todo cidadão legitimidade para pleitear a - Permitia ao governo expurgar funcionários que se
declaração de utilidade ou anulação dos atos le- opusessem ao regime;
sivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos - Previu a realização de um plebiscito para referen-
Municípios; dá-la, o que nunca ocorreu.
- A proibição de diferença de salário para um mes-
mo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionali-
Constituição de 1946
dade ou estado civil;
- Receber um salário mínimo capaz de satisfazer à
Em 1946, a Assembleia Constituinte aprovou a nova
necessidades normais do trabalhador;
- A limitação do trabalho a oito horas diárias, só Carta Magna brasileira. Os aspectos da Constituição de
prorrogáveis nos casos previstos pela lei; 1946 se assemelhavam aos das Cartas Magnas de 1891 e
- A proibição de trabalho a menores de 14 anos, de 1934, e incluíam:
trabalho noturno a menores de 16 anos e em in-
dústrias insalubres a menores de 18 anos e a mu- – Poder Executivo exercido pelo Presidente da Repú-
lheres; blica, eleito pelo povo para um mandato de
- A regulamentação do exercício de todas as profis- cinco anos;
sões. – Poder Legislativo constituído pelo Senado Fede-
ral e Câmara dos Deputados. Tanto os senadores
A Constituição de 1934 representou o início de uma quanto os deputados eram eleitos pelo povo; os
nova fase na vida do país, entretanto vigorou por pouco primeiros, na quantia de três por estado, e os se-
gundos, de forma proporcional à população de
tempo, até a introdução do Estado Novo, em 10 de no-
cada estado;
vembro de 1937, sendo substituída pela Constituição de
– Poder Judiciário formado por tribunais federais de
1937.
cada estado e pelo Supremo Tribunal Federal;
– Autonomia política e administrativa para os esta-
Constituição Polaca – 1937 dos.
Outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10 de A Constituição de 1946 pode ser vista como liberal e
novembro de 1937, mesmo dia em que foi implanta a di- adequada ao contexto da Redemocratização. No entan-
tadura do Estado Novo, é a quarta Constituição do Brasil to, seus itens começaram a ser considerados inválidos a
e a terceira da república. Ficou conhecida como Polaca, partir de 1964, com a criação dos Atos Institucionais do
por ter sido baseada na Constituição dominadora da Po- Regime Militar.
lônia (redigida por Francisco Campos, então ministro da
Justiça do novo regime). Constituição de 1967
A característica principal dessa constituição era a
HISTÓRIA DO BRASIL

grande concentração de poderes nas mãos do chefe do Logo após os militares tomarem o poder, a Constitui-
Executivo. Seu conteúdo era fortemente centralizador, fi- ção de 1946 começou a ser invalidada pouco a pouco,
cando a cargo do presidente da República a nomeação através dos Atos Institucionais (AIs), decretos autoritários
das autoridades estaduais, os interventores e a esses, por que davam ao presidente poderes praticamente absolu-
sua vez, cabia nomear as autoridades municipais. tos, apesar de haver uma Constituição em vigor:
Após a queda de Vargas e o fim do Estado Novo em - O AI-1, decretado poucos dias após o golpe e re-
outubro de 1945, foram realizadas eleições para a As- digido pelo autor da Constituição Polaca de 1937,

5
dava ao Executivo poderes para cassar mandatos – Ampla garantia de direitos fundamentais, que são
parlamentares e suspendia os direitos políticos dos listados logo nos primeiros artigos, antes da parte
cidadãos por 10 anos. sobre a organização do Estado.
- O AI-2, também de 1964, decretou o fim dos par-
tidos políticos e decretou que os crimes contra a Constituição de 1988 alterou significativamente a di-
segurança nacional seriam julgados por tribunais visão de poderes entre legislativo e executivo. No perío-
militares. do de redemocratização após o Estado Novo até mesmo
- AI-3, de 1966, eliminou as eleições diretas para go- as decisões de curto prazo dependiam de aprovação do
vernador. Congresso, na Constituição atual o poder está concen-
- O AI-4 determinou as regras para que fosse apro- trado no Executivo. O executivo hoje tem fortes poderes
vada a Constituição de 1967, projeto dos militares de estabelecer a agenda dos trabalhos legislativos, prin-
que fortalecia tremendamente o Poder Executivo e cipalmente através das Medidas Provisórias.
que foi aprovada sem discussões.
- O AI-5, o mais violento e duradouro de todos os
atos baixados pela ditadura, suspendia o habeas A ESTRUTURA POLÍTICA E OS MOVIMENTOS SO-
corpus, dava ao presidente poderes para fechar o CIAIS NO PERÍODO MILITAR
Congresso Nacional por tempo ilimitado e de sus-
pender os direitos políticos de qualquer cidadão.
Qualquer pessoa atingida pelos efeitos do AI-5 es- Os movimentos sociais se constituíram em elementos
tava proibida de reclamar na Justiça. de grande relevância na história das conquistas sociais
em nosso país. Assim, eles nascem da iniciativa popu-
Observa-se que, nos anos que sucederam 1964, a ex- lar, cujo objetivo tem origem e é motivado pelas mazelas
pansão do autoritarismo foi constante. Paralelamente às ocorridas no interior da sociedade seja pela imposição
medidas autoritárias, figuravam a repressão e a violência, de um regime autoritário, seja entre o universo do capital
com prisões arbitrárias, demissões em massa de funcio- em detrimento ao trabalho, pela exclusão de certos gru-
nários, cassações de mandatos e vinganças pessoais. O pos sociais, pela assimetria de gênero e de raça, dentre
regime foi endurecendo cada vez mais, mostrando que o outros destemperos. Eles podem ser visto ao longo dos
grupo que tomou o poder pretendia ficar nele por mui- governos.
to tempo. Contudo, após dez anos de endurecimento
(1964-1974), a ditadura iniciou o processo de abertura A estrutura política no período militar:
política (1974-1985).
Governo Jânio Quadros (1961): assumiu a presidên-
Constituição de 1988 cia do Brasil em janeiro de 1961. Sua campanha (união
entre o PTN e a UDN) fora marcada pela imagem de um
Constituição de 1988, conhecida como Constituição político que “lideraria a massa popular brasileira”. Era
Cidadã, é a que rege todo o ordenamento jurídico bra- demagogo, populista e engraçado. Encontrou, ao longo
sileiro hoje. O resultado de mais de 19 meses de assem- da campanha, um país que vivia com taxas altíssimas de
bleia foi a Constituição de 1988, apelidada de cidadã. É inflação devido ao governo anterior. Ao lado disso, havia
uma das mais extensas constituições já escritas, com 245 uma dívida externa crescente e organização administrati-
artigos e mais de 1,6 mil dispositivos. Mesmo assim, ela va marcada pela corrupção.
é considerada incompleta, pois vários dispositivos que Em visita a Cuba, a convite de Fidel Castro, Jânio espe-
dependem de regulamentação ainda não entraram em rava legitimar, internacionalmente, seu governo. O pre-
vigor. sidente desenvolvia uma política externa independente,
Principais determinações: negociava ora com países de ordem capitalista, ora so-
cialista (levando-se em conta a vigência da Guerra Fria
– Sistema presidencialista de governo, com eleição e a validade da ordem bipolar mundial nesse contexto).
direta em dois turnos para presidente; Em âmbito econômico, seguiu orientações do FMI, a
– Transformação do Poder Judiciário em um órgão fim de cortar gastos e conter a inflação, suas austeras
verdadeiramente independente, apto inclusive medidas restringiram o crédito e congelaram os salários,
para o que ocasionou insatisfação imediata da população.
julgar e anular atos do Executivo e Legislativo; Em sete meses de governo, renunciou, em 25 de
– Intervencionismo estatal e nacionalismo econômi- agosto de 1961, sob a alegação de estar sendo pressio-
co; nado por “forças terríveis”, por meio de um possível com-
– Assistência social, ampliando os direitos dos traba- plô contra seu governo. Congresso Nacional, entretanto,
HISTÓRIA DO BRASIL

lhadores;
não questionou a decisão. Jânio ficou em exílio até o fim
– Criação de medidas provisórias, que permitem ao
do regime Civil-Militar.
presidente da República, em situação de emergên-
cia, decretar leis que só posteriormente serão exa-
minadas pelo Congresso Nacional; Governo João Goulart (1961-1964): ao saber da re-
– Direito ao voto para analfabetos e menores entre núncia de Jânio Quadros, João Goulart estava em viagem
16 e 18 anos de idade; à China. Quem assumia, interinamente, o posto presiden-

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cial era Ranieri Mazzili. - Comício na Central do Brasil em 13 de março.
Enquanto isso, o general Odilo Denis, o almirante - Dia 19 de março, Marcha da Família com Deus
Silvio Heck e o brigadeiro Grun Moss, reuniram-se em pela Liberdade em SP: financiada pelo IPES contra
nome das Forças Armadas e de parte da elite brasileira a possível infiltração comunista no Brasil. Contou
para vetar o nome de Jango à presidência. A imagem de com a participação da União Cívica Feminista e
Jango como Ministro do Trabalho ainda era presente na pela Campanha da Mulher pela Democracia.
memória de determinado grupos. Grupos de esquerda e - Dias 25, 26 e 27: Manifestação de Marinheiros, li-
políticos legalistas baseavam-se na Constituição Federal derado por Anselmo Santos: interrompiam suas
de 1946 para garantir a defesa de Jango e esse pudes- atividades enquanto não fosse exonerado o Sr.
se assumir o posto presidencial. O cunhado de Jango e Silvio Frota, ministro da Marinha. Foi descoberto
governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, desta- que Anselmo era um infiltrado da CIA. De qualquer
cou-se nessa empreitada. Brizola utilizou as rádios para forma, o pedido de exoneração de Frota foi aceito.
A notícia foi entendia como quebra de hierarquia
tornar conhecida a Campanha da Legalidade e utilizou os
militar.
porões do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, para
- Discurso no Automóvel Clube do Brasil, no RJ, em
fazer as transmissões para a região Sul. A empreitada de
30 de março: frente a inúmeros sargentos, o pre-
Brizola foi apoiada por populares e, inclusive, membros
sidente tenta conseguir apoio. O contato com a
da milícia estadual. Quando foi ordenado ao general Ma- baixa oficialidade transformou-se em afronta aos
chado Lopes, que comandava o III Exército, esse se ne- altos escalões militares.
gou a realizar a tarefa e se uniu ao governante gaúcho. A - 31 de março: início da Operação Popeye. Era o iní-
grave crise político-militar instaurada no Brasil por pouco cio do golpe para retirar João Goulart do poder.
não levou o país à guerra civil. Generais Luís Carlos Guedes e Olímpio Mourão
Filho iniciam o movimento a partir de Minas Ge-
Fase parlamentarista: o Congresso Nacional, insti- rais rumando ao RJ. A movimentação seria seguida
tuiu o Parlamentarismo através da Emenda Número 4. pela Operação Silêncio (controle dos meios de co-
As Forças Armadas cederam mediante o novo tipo de municação) e pela Operação Gaiola (prisão daque-
regime e, assim, assumiu, então, o Vice-presidente João les que reagissem ao movimento ainda em MG).
Goulart. Como primeiro-ministro assumiram, respectiva- - O Golpe/ “Revolução” de 64: Apoio de Carlos La-
mente, Tancredo Neves, Hermes Lima e Francisco Bro- cerda, governador do RJ, Ademar de Barros, de SP,
chado da Rosa. O sistema parlamentarista cairia, em pou- Magalhaes Pinto, de MG e Ildo Meneghetti, do RS
co tempo, em descrédito. (inimigo de Brizola e de Jango). O presidente, por
sua vez, viria para Porto Alegre, pois aqui, ainda
Fase presidencialista: atuando no sistema presi- teria mais apoio, sobretudo de parte das Forças Ar-
dencialista, Jango tentou colocar em prática o chamado madas gaúchas (Amaury Kruel, Morais Ancora, La-
Plano Trienal (plano que previa medidas nacionalistas, as dário Teles). No dia 4 de abril, o presidente Jango
quais aumentavam a intervenção do Estado na vida eco- deixava o posto presidencial e seguia em exílio no
nômica) para combater a inflação, reduzir o déficit públi- Uruguai. Retornaria ao Brasil em fins dos anos 70
co e promover o crescimento econômico. Nesse sentido, para seu ritual fúnebre na cidade de São Borja.
desvalorizou-se a moeda e a redução das importações. Encerrava-se assim a fase populista no Brasil, ini-
Também era a intenção do presidente melhorar a distri- ciando-se a repressão política e social. A economia
buição de renda e encampar refinarias de petróleo. Em foi aberta ao capital estrangeiro e o nacionalismo
perdeu força e espaço. Por trás do golpe, havia a
março de 1964, Jango realizou o Comício na Central do
chamada Doutrina de Segurança Nacional (base da
Brasil, no Rio de Janeiro. foram nacionalizadas refinarias
Escola das Américas no Panamá, feita por norte-
estrangeiras e desapropriadas inúmeras propriedades.
-americanos). No Brasil, a doutrina foi colocada em
Ali, o presidente lançava as Reformas de Base. Dentre as
prática pela Escola Superior de Guerra (ESG), assim
ações dessa reforma eram previstas mudanças nos se- se afastaria o perigo socialista no Brasil.
tores:
- Urbano: controle no valor dos aluguéis, criação de Regime Militar (1964-1985): Estrutura do regime
um fundo para o povo adquirir casas. Desagradou
militar: “de cima para baixo”
classe média que temia perder seus imóveis.
- Política baseada no autoritarismo e profunda cen-
- Agrário: desapropriar grandes latifundiários me-
tralização política.
diante indenização. Grande pressão contrária da
- Atos Institucionais como formas jurídicas de con-
classe em questão.
trole da nação (decretos que iam contra a Consti-
- Tributário: reorganizar a cobrança dos impostos.
tuição e necessidade de aprovação do Congresso
HISTÓRIA DO BRASIL

- Bancário: Diminuir lucros dos banqueiros.


Nacional).
- Educacional: Melhorar índices educacionais, ensino
- Forte intervenção do Estado na economia: desen-
público de qualidade. Influência de Paulo Freire na
volvimento econômico no modelo tecno burocrá-
implantação das medidas de ensino.
tico, capitalista, dependente do capital internacio-
nal.
Acontecimentos no mês de março de 1964: - Preceitos da Escola Monetarista/ “Industrialização
Excludente”

7
- Modernização dos setores da infraestrutura (ener- te. Autorização para cassar mandatos e suspender direi-
gia, comunicação e transportes) tos políticos por dez anos. Extinção dos partidos políti-
- Expansão da linha de crédito para classe média e cos. Criação do bipartidarismo (ARENA e MDB).
elite. Ato Institucional nº 3 (AI-3, de 13 de fevereiro de
1966): Eleições indiretas para governadores e vice-gover-
Linhas entre os militares: nadores, ambos de mesmo partido e na qual os governa-
dores eleitos nomeariam prefeitos. Tentativa frustrada de
Linha moderada/Castelanista/Sorbonne: oriundos da formação de uma frente oposicionista composta por an-
ESG (Escola Superior de Guerra –1948), intelectuais, ve- tigos rivais: Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João
teranos da 2ª Guerra, próximos da UDN, alinhados ideo- Goulart, a Frente Ampla.
logicamente com os EUA, anticomunistas, partidários de Ato Institucional nº 4 (AI-4, de 6 de dezembro de
um poder executivo forte e soluções econômicas técni- 1966): Incorporava o que já havia dito os atos 2, 3 e 4.
cas. Mantinha na orientação da Doutrina de Segurança Na-
Linha Dura: também anticomunistas, sem ligações di- cional. Congresso Nacional com poderes constitucionais
retas com os EUA, nacionalistas, avessos a políticos e a para aprovar a Nova Constituição (1967), promulgada em
qualquer tipo de democracia. janeiro de 1965 e que vigorou a partir de março daquele
Após o golpe assume Ranieri Mazzili (presidente da ano. Criou a Lei de Segurança Nacional, normas para a
Câmara) interinamente. A Constituição de 1946 ainda sociedade brasileira. Envio de tropas para apoio aos EUA
existe e será mantida. O poder de fato é instituído por na intervenção realizada na República Dominicana (acu-
meio do Comando Supremo Revolucionário (Brigadeiro sada de ser socialista, mas era nacionalista).
Correia de Mello, almirante Augusto Rademaker e o ge-
neral Artur da Costa e Silva). Em 09 de abril de 1964 foi Costa e Silva (1967-1969): Pertencente à Linha Dura.
lançado: Ficou conhecido pelo governo os Anos de Chumbo. Em
Ato Institucional nº 1 (AI – 1), de autoria de Francisco 1968, realizou o Acordo MEC-USAID (Ministério Brasilei-
Campos, mesmo autor da Carta de 1937, prevendo: De- ro de Educação e United States Agency for Internacional
missão de funcionários públicos (civis ou militares) leais Development), o qual previa apoio de especialistas vin-
ao antigo governo. Cassações de mandatos de oposito- dos dos EUA para normatizar o ensino brasileiro. As rea-
res do golpe (Luís Carlos Prestes, João Goulart, Leonel ções estudantis frente ao presidente Costa e Silva foram
Brizona, Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros). Prisões de imediatas: caso mais famoso o do estudando Edson Luís,
opositores. Eleições indiretas para presidente (Castello assassinado pela repressão ao movimento estudantil no
Branco). restaurante universitário Calabouço. Em maio de 1968,
ocorreu a maior greve registrada no Brasil, desde
Castello Branco (Sorbonne 1964 – 1967): perten- 1964, entre operários de MG e SP. E, em junho, houve
cente à linha de caráter mais democrático, buscou aca- a Passeata dos Cem Mil organizada pela UNE. A pensa
bar com a tortura, mas intensificou investigações. Criou organização realizaria um Congresso na cidade de Ibiúna
o Sistema Nacional de Informações (SNI, criado pelo Ge- e seria repreendida pela polícia, 1240 estudantes foram
neral Golbery do Couto e Silva para espionagem e co- fichados e liberados na ocasião.
leta de dados). Realizou corte de gastos, aumentou de Outros mecanismos de repressão vinham da extrema
tarifas e impostos. Já os salários foram reajustados uma direita, apoiadora do regime: o Comando de Caça aos
vez ao ano, abaixo do nível da inflação. O arrocho salarial Comunistas (CCC) e o Movimento Anticomunista (MAC).
foi acompanhado pela restrição de crédito, recessão e Diante da resistência popular, o governo lançou, deses-
desemprego, bem como a desvalorização monetária (o peradamente, o Plano Para-Sar, a fim de sequestrar ini-
Cruzeiro Novo). Na área econômica havia o PAEG (Plano migos do regime e de jogá-los ao mar. Esse plano nunca
de Ação Econômica do Governo), sob direção do Minis- foi colocado em prática.
tro da Fazenda, Otávio Gouveia de Bulhões e do Ministro A repressão do governo seria aumentada ainda em
do Planejamento, Roberto Campos. Além disso, empre- 1968 após o pronunciamento do Deputado Federal, Mar-
sas nacionais foram compradas por estrangeiras. Hou- cio Moreira Alves, do MDP, o qual sugeria, em discur-
ve renegociação da dívida externa e pedidos de novos so na tribuna da Câmara, que a população boicotasse o
empréstimos. Surge a nova Lei de Remessa de Lucros, desfile do Dia da Independência, que as mulheres não
terminando com aquela feita, em 1962, por Goulart. Bem namorassem os militares e, ainda, que houvesse greve
como a criação do FGTS (Fundo de Garantia por Tem- de sexo entre as esposas de milites. Moreira Alves teve
po de Serviço, a qual finalizava a Lei de Estabilidade no pedido de cassação, por parte do governo, o que não foi
emprego); Banco Central; Banco Nacional de Habitação aceito pelo Congresso. Após o ocorrido foi lançado:
HISTÓRIA DO BRASIL

(BNH, o qual tinha relação com o FGTS para a constru- Ato Institucional nº 5 (AI-5, de 13 de dezembro de
ção de casas para a população). Também era evidente a 1968): foi o maior instrumento de repressão da ditadura
aproximação do governo brasileiro cada vez maior com militar de validade indeterminada. Baseou-se no discurso
os EUA. Foi responsável pelos Atos Institucionais que se- do deputado Márcio Moreira Alves (MDB) como pretexto
guem: para o fechamento do Poder Legislativo (presidente as-
Ato Institucional nº 2 (AI-2, de 27 de outubro de sume sua função). Suspendem-se os direitos políticos e
1965): Eleições indiretas para presidente e vice-presiden- individuais (como o recurso do Habeas Corpus). Intensi-

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fica-se a intervenção em Estados e municípios, a permis- Assassinado em 1971.
são para cassar mandatos, demitir, prender, editar leis. Partido Comunista do Brasil (PC do B): Cisão interna
do PCB em 1962. Interiorizou a guerrilha no país, Guerri-
Outras ações de Costa e Silva, antes de se ausentar do lha do Araguaia, líder Oswaldo Orlando da Costa (segui-
poder por problemas de saúde em agosto de 1969: dos da Teoria Maoísta, a revolução a partir do campo).
Ajudaram famílias que eram expulsas por latifundiários.
- Criação da Funrural (reforma agrária); Membros foram exterminados em 1974.
- Criação da Funai (proteção indígena);
- Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico Medidas de repressão:
(PED), seguia normas do PAEG.
- Operação Bandeirante (OBAN): A polícia (Del. Fleu-
O vice-presidente, Pedro Aleixo, que havia sido con- ry) e Exército juntos em ações contra subversão.
trário ao AI-5 e, contrariando a Constituição de 1967, foi - Centro de Operações de Defesa Interna (CODI).
impedido de assumir. Em 31 de agosto de 1969, foi lan- - Destacamento de Operações Internas. (Ambos
çado o AI-12, permitindo que ministros militares assu- formavam o “DOI-CODI”)
missem temporariamente a presidência do país. A Junta - Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Militar (general Lyra Tavares, o almirante Augusto Rede- - Centros de Informação das Forças Armadas: CENI-
maker e o brigadeiro Marcio de Souza Mello) assume o MAR, CISA, CIEX.
poder e escolhe novo presidente. Mas antes disso, lan- - SNI, já existente.
çaram:
Ato Institucional nº 14 (AI-14, de 5 de setembro de Os capturados foram julgados pelos Inquéritos Poli-
1969): modifica a Constituição e aprova pena de morte ciais Militares (IPMs): prática de tortura. O governo uti-
para casos de subversão. Essa determinação era relacio- lizava-se da censura dos meios de comunicação para
nada ao crescimento da oposição e dos movimentos re- esconder muitas de suas ações com uso de violência ex-
volucionários e guerrilheiros no país. tremado. Optavam, ainda, pela valorização de conquistas
Ato Institucional nº 16 (AI-16, de 14 de outubro de esportivas e associavam as vitórias com o sucesso do go-
1969): eleições indiretas para substituir Costa e Silva; sen- verno. No futebol, com o tricampeonato da Seleção Bra-
do eleito Emilio Garrastazu Médici, ex-chefe do SNI. sileira, por exemplo. E o governo também se beneficiou
Emenda Constitucional nº 1: “Constituição de 1969”, de uma condição econômica para ampliar sua populari-
incorporou o AI-5 à Constituição de 1967 e na qual o dade: o Milagre Econômico.
presidente poderia criar decretos-leis a serem incorpora- Milagre Econômico: Crescimento brasileiro em 10%
dos à Constituição livremente. ao ano. Ministro da Fazenda, Delfim Neto, e a utilização
das práticas baseadas na Teoria Maoísta. Atração do ca-
Governo E. G. Médici (1969 – 1974): pertencente à pital estrangeiro, internacionalização da economia brasi-
Linha Dura. Sua atuação como presidente seria por meio leira, renegociação da dívida externa, desenvolvimento
do binômio Segurança X Desenvolvimento. O poder do de indústria de bens de consumo duráveis. Empresas
Exército no primeiro âmbito e a presença de tecnocra- estatais, estrangeiras e privadas. Alta oferta de emprego.
tas no âmbito administrativo em segundo. Foi também Realizaram obras “faraônicas” ao longo de todo país,
o período de maior repressão e tortura, havia os “de- como: a Rodovia Transamazônica (jamais concluída), a
saparecidos” durante o regime. Médici manteve o AI-5 Rodovia Rio-Santos, a Ponte Rio-Niterói, a Ponte Colom-
e a Emenda Constitucional nº1 de 1969. São destaque bo- Salles (SC), as hidrelétricas de Solteira (SP) e Passo
em seu governo: o Milagre Econômico e as Guerrilhas: Fundo (RS). A ampliação do mar territorial brasileiro de 12
A respeito das guerrilhas, essas surgiram no Brasil já a para 200 milhas marítimas (aproximadamente 350 Km).
partir de 1967, todavia ganharam força a partir da gestão Criou-se o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), a
Médici, pela vigência do AI-5. Essas guerrilhas também Telebrás, o INCRA (Instituto de Reforma Agrária) e, até
foram insufladas pelas vitórias da revolução Cubana de o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Em
1959 e pela Revolução Chinesa de 1949. Movimentos 1971, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
guerrilheiros do período: Nacional (lei 5692), ao lado isso, surgiram as disciplinas
Aliança Libertadora Nacional (ALN): Líder Carlos Ma- de Educação Moral e Cívica e a Organização Social e Po-
righella, ex-depurato comunista. Sequestro do embaixa- lítica do Brasil (OSPB). O sentimento ufanista permeava o
dor norteamericano Charles Elbrinck em 4 de setembro Brasil. Slogans como “Ninguém segura mais esse país” e
de 1969. Pedido de liberdade aceito para 15 presos polí- “Brasil, ame-o ou deixe-o”, eram constantemente veicu-
ticos. Posterior assassinato de Marighella em novembro ladas. Entretanto, a crise do petróleo a partir de 1973 e
HISTÓRIA DO BRASIL

daquele ano. acirrada em 1974 abalaram o crescimento do “Milagre”.


Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8): Dis-
sidência do PCB na cidade de Niterói, RJ. Sequestro e Governo Ernesto Geisel (Sorbonne 1974 – 1979):
assaltos a banco. Ainda que a Linha Dura tentasse se manter no poder, o
Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares): general Ernesto Geisel, de orientação mais democrática,
Líder capitão Carlos Lamarca, dissidente do Exército, chegava, por indicação dos próprios militares, ao posto
atuou no interior de SP. Foi o “inimigo nº 1 dos militares”. presidencial. Sua missão era realizar uma abertura po-

9
lítica “lenta, gradual e segura”. Os generais Golbery do Em 1980 iniciaram-se as ações de violência dos grupos
Couto e Silva e Orlando Geisel (seu irmão), ajudaram o de direita, com incêndios em bancas de jornais de Mi-
então presidente nesse contexto. Órgãos de repressão nas Gerais e São Paulo, com o propósito de aterrorizar
começaram a ser desmantelados. os proprietários para que estes não vendessem em suas
Isso não impediu o surgimento de novos casos de bancas publicações indicadas como “subversivas” (o jor-
tortura e de novas vítimas fatais. A violenta repressão nal Movimento foi o mais visado pelos direitistas). Em
vivida no Brasil durante esse período começou a per- julho, na visita do papa João Paulo II ao Brasil, o jurista
der ainda mais força com a Emenda Constitucional nº Dalmo Dallari (opositor ao regime militar) foi sequestra-
11, dando fim ao AI-5 e aos demais Atos Institucionais. do e agredido por homens desconhecidos, a fim de im-
Logo, surgiria no cenário político a Lei de Anistia, a qual pedir seu discurso ao papa.
só atuaria de fato na cena política brasileira no governo No segundo semestre de 1980, houve atentados a
militar seguinte, de Figueiredo. bomba no Rio de Janeiro: primeiro, na OAB (em sua sede
A realização da abertura política “lenta, gradual e do Conselho Federal), o que provocou a morte de uma
segura” seguia ao longo da gestão Geisel, entretanto, o funcionária e, segundo, na Câmara Municipal (na sala de
MDB ganhava espaço como maior partido do período. um vereador peemedebista), mutilando um funcioná-
Disso, resultaram novas leis, por parte do governo, para rio. No dia 30 de abril de 1981, no Rio de Janeiro, em
barrar aquele crescimento político: surgia a chamada Lei um show comemorativo ao Dia do Trabalhador, ocorreu
Falcão, de 1976. A partir dela, era regulada a propaganda a explosão de uma bomba no colo de um sargento do
política. No ano seguinte, era lançado o Pacote de Abril, Exército, provocando sua morte imediata e ferindo gra-
fechando o Congresso Nacional e aumentando o man- vemente um capitão que dirigia um carro de “chapa fria”.
dato presidencial para 6 anos. Além de criar os cargos de Tudo indicava que ambos estavam no Rio Centro (local
senadores biônicos (sendo que 1/3 do Senado não era do show) para ações terroristas.
escolhido pelo povo). O desdobramento político do atentado foi o pedido
Geisel colocou em prática um novo Plano Nacional de de demissão do general Golbery do Couto e Silva do Mi-
Desenvolvimento, apesar da crise econômica. Baseado nistério da Casa Civil. Sua saída deveu-se à não punição
na manutenção de modelo anterior, realizou novos em- dos responsáveis envolvidos no atentado. Esse militar era
préstimos, mais importações e buscou novos mercados o principal articulador da abertura política, que prosse-
para exportação. Além disso, mais obras foram realizadas guiu com seu substituto no ministério, Leitão de Abreu.
(algumas delas tenham suas utilidades questionáveis): Esses atentados eram praticados por força policial -
militares responsáveis pelas torturas, prisões e assassi-
- Usinas siderúrgicas de Tubarão (ES) e Açominas natos de prisioneiros políticos, que temiam os possíveis
(MG). revanchismos criados pela perspectiva de uma redemo-
- Ferrovia do Aço (MG) – interrompida em 1979. cratização do país. Mas a abertura prosseguiu. O gover-
- Usinas hidrelétricas de Itaipu (PR), Tucuruí (PA), e no Figueiredo concedeu anistia (1979) parcial; e restabe-
Sobradinho (BA). leceu o pluripartidarismo (1980). Em ambos os casos, o
- Acordo nuclear com ALE para construção de 8 usi- governo tentava dividir as forças oposicionistas. Conten-
nas nucleares (apenas uma realmente começou a tava-se com a permanência de um partido majoritário
funcionar – ANGRA I). aliado ao governo e com a fragmentação das oposições.
- Programa PROÁLCOOL (faliu pela falta de investi-
mentos de tecnologia de ponta e superfaturamen-
to dos usineiros de açúcar) A ABERTURA POLÍTICA E A REDEMOCRATI-
ZAÇÃO DO BRASIL
A partir de 1979, Geisel sairia do poder para que o úl-
timo presidente militar assumisse o Brasil, o general João
Baptista Figueiredo. Abertura política em Geisel e Figueiredo

Governo de Figueiredo (1979-1985): Os militares O processo de redemocratização compreendeu uma


da “linha dura” propunham o nome do general Sílvio série de medidas que, progressivamente, foram amplian-
Frota (ministro da Guerra), enquanto setores governistas do novamente as garantias individuais e a liberdade de
Indicavam o chefe do SNI general João Figueiredo. imprensa até culminar na eleição do primeiro presidente
Privilegiada pelo Pacote de Abril, a Arena elegeu o civil após 21 anos de ditadura militar.
maior número de congressistas - embora a soma dos Esse processo, foi composto por momentos de avan-
votos dos deputados e senadores oposicionistas fosse ço e recuo dos militares, uma vez que desejavam garantir
uma transição controlada sem que os setores mais radi-
HISTÓRIA DO BRASIL

muitas vezes superior à dos arenistas. A administração


Figueiredo responsabilizou-se pelas tentativas de transi- cais da oposição chegassem ao poder. Por isso, medidas
ção democrática entre um regime de ditadura e um de de distensão como a Lei de Anistia, conviveram com me-
liberdade democrática calçada em leis e na participa- didas de repressão, como o Pacote de Abril e a recusa
ção popular. Diante dos primeiros sinais democráticos, da Emenda Dante de Oliveira, que pedia eleições diretas
os grupos conservadores mais radicais começaram com para presidente da república.
ações terroristas contra a efetivação da abertura política. Dentre as principais medidas que caracterizaram o

10
processo de distensão, encontram-se: blica. A criação da Justiça Eleitoral aconteceu com a
promulgação de um novo Código Eleitoral, que trouxe
- O fim da censura prévia à espetáculos e publicações; outras reformas, como a adoção do voto secreto. Em
- A revogação do AI-5; longo prazo, o resultado disso foi que as eleições bra-
- O retorno ao pluripartidarismo; sileiras se tornaram seguras e sem o risco de manipu-
- A Lei de Anistia. lações, como acontecia na Primeira República.

A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já 2. (SABESP - Programa de Aprendizagem de Assisten-


te Administrativo - FCC - 2019) Sobre o processo de
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apre- redemocratização do Brasil, é correto afirmar:
senta vários problemas. A inflação é alta e a recessão
também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com A) Foi um processo lento, com avanços e recuos no sen-
o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento tido da redemocratização, a exemplo da vitória da
dos sindicatos. Em 1984, políticos de oposição, artistas, campanha pelas Diretas Já, em 1984, que garantiu a
jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam eleição direta do primeiro presidente civil, Tancredo
do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável Neves.
à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garan- B) Teve início durante o governo do presidente Figueire-
tiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para do, que permitiu a volta do pluripartidarismo, o fim da
censura e instaurou uma Comissão da Verdade para
a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela
apurar os crimes políticos cometidos pelos agentes de
Câmara dos Deputados.
Estado durante a ditadura.
No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral es-
C) Foi conduzido pelos partidos de centro-direita que
colheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com
defendiam a exclusão das Forças Armadas da cena
Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fa- política, uma vez que os militares estiveram por mais
zia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição de vinte anos no controle do país e este encontrava-
formado pelo PMDB e pela Frente Liberal. -se em grave crise econômica e de representatividade.
Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves D) Ocorreu graças à pressão e à interferência direta de
fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume organismos internacionais como a ONU, a Anistia In-
o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma ternacional e a Comissão Interamericana de Direitos
nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 Humanos, que atuaram no Brasil e em toda a América
apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu prin- Latina nos anos 1980, para assegurar a volta da de-
cípios democráticos no país. mocracia.
E) Caracterizou-se por um processo permeado por bar-
ganhas políticas, caso da Lei de Anistia, que anistiou
EXERCÍCIO COMENTADO tanto os acusados de atividades subversivas como os
acusados de torturar a serviço do Estado, razão pela
qual é chamado de “transição negociada”.
1. (Enem) A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, como
parte de uma ampla reforma no processo eleitoral incen- Resposta: E. A Lei da Anistia anistiou tanto os políti-
tivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi um gran- cos, entre outros acusados de crimes políticos, como
de avanço institucional, garantindo que as eleições tives- também anistiou os torturadores.
sem o aval de um órgão teoricamente imune à influência
dos mandatários.
TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L.; ANASTA-
SIA, F. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, HORA DE PRATICAR!
2006 (adaptado).
Em relação ao regime democrático no país, a institui- 1. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP
ção analisada teve o seguinte papel: – 2018) No Brasil pós 1930, a relação entre intelec-
tuais e os valores autoritários que emanavam do Es-
A) Implementou o voto direto para presidente. tado não deve ser vista como passiva, com homens
B) Combateu as fraudes sistemáticas nas apurações. letrados e artistas “bem-intencionados” tornando-se
C) Alterou as regras para as candidaturas na ditadura. vítimas das manipulações de políticos espertalhões.
D) Impulsionou as denúncias de corrupção administra- As soluções autoritárias para a “questão nacional” ou
tiva. para o campo cultural, sobretudo aquelas que envol-
E) Expandiu a participação com o fim do critério censi- viam a educação das massas e a imposição de valores
HISTÓRIA DO BRASIL

tário. nacionalistas às elites regionais, eram compartilhadas


por vários intelectuais ideologicamente distintos en-
Resposta: B. A criação da Justiça Eleitoral em 1932 tre si, como liberais, fascistas, católicos e positivistas.
refletia os interesses dos tenentistas, que, desde a dé- (Napolitano, M. História do Brasil República: da queda
cada de 1920, buscavam reformas no sistema eleitoral da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Con-
brasileiro de forma a evitar as fraudes que aconteciam texto, 2016. Adaptado) À época, os intelectuais passa-
de maneira descontrolada durante a Primeira Repú- ram a ver no Estado

11
a) um agente de efetivação de um projeto politicamen- E) o cumprimento da lei pelos militares, de tal forma que
te descentralizado, em que prevalecesse a autonomia todos os trâmites legais fossem observados nos con-
dos estados. textos eleitorais.
b) um meio para construir os valores da “brasilidade”,
forjando uma nação integrada que unisse elites e clas- 4. (Prefeitura de Pedra - PE - Professor – História -
ses populares. ADM&TEC - 2019) Leia as afirmativas a seguir:
c) um potencializador das práticas econômicas e sociais
rurais, evitando choques oriundos da industrialização I. Jean Piaget defendeu uma abordagem interdisciplinar
e da urbanização. para a investigação epistemológica. Esse estudioso
d) um mecanismo de reafirmação da identidade religiosa denominou a assimilação e a acomodação de funções
católica brasileira, em detrimento de outras crenças e invariantes, pois esses processos não mudam por cau-
religiões. sa do desenvolvimento do sujeito.
e) uma forma de afirmação de um ideal racista, volta- II. A Era Vargas compreende o período que vai da Revo-
do para a defesa da cultura popular e das políticas de lução de 1930 e a derrubada do poder de Washington
branqueamento. Luís até o fim do governo de Getúlio Vargas, quinze
anos depois. Getúlio instaurou o Estado Novo, um re-
2. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – gime político caracterizado pela centralização do po-
2018) Ainda hoje, as interpretações mais difundidas, em- der, nacionalismo, anticomunismo e por seu autorita-
bora reconheçam a inequívoca vocação democrática da rismo. No período do seu segundo governo, em que
Constituição de 1946, sublinham suas limitações e sua foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil
incidência sobre aquilo que consideram ser a fragilida- como presidente da república por menos de quatro
de da experiência democrática brasileira nesse período. anos, encerrando seu mandato quando se suicidou.
(Schwarcz, L. M.; Starling, H. M. Brasil: uma biografia. São
Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado). Entre as Marque a alternativa CORRETA:
limitações citadas no trecho, é correto identificar
A) As duas afirmativas são verdadeiras.
a) a exclusão do voto feminino. B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
b) a manutenção do voto censitário. C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
c) a proibição de manifestações de rua. D) As duas afirmativas são falsas.
d) a inexistência do direito ao habeas corpus.
e) a exclusão do direito de voto aos analfabetos. 5. (MPE-SP - Auxiliar de Promotoria I – Administrati-
vo - VUNESP - 2019) Leia o texto.
3. (PM-SP – SOLDADO PM 2ª CLASSE – VUNESP – A comoção gerada pela notícia do Plano Cohen e o
2018) Em agosto de 1969, o Presidente Costa e Silva so- consequente medo do “perigo vermelho” serviram de
freu grave ataque cardíaco. Seguiu-se uma intensa luta pretexto para Vargas decretar a dissolução do Congresso
pelo poder, em torno da sucessão. Segundo a Constitui- Nacional, em 10 de novembro de 1937. O presidente ou-
ção de 1967, então em vigência, o Vice-Presidente Pedro torgou uma nova Constituição [...]
Aleixo deveria suceder imediatamente ao presidente, em (Patrícia Ramos Braick, Estudar história: das origens
caso de morte ou incapacidade deste para os deveres do homem à era digital)
do cargo. Mas Pedro Aleixo opusera-se abertamente ao É correto afirmar que a Constituição de 1937
AI-5, não servindo, portanto, aos propósitos das forças
armadas que controlavam o Estado. O Alto Comando A) suspendeu as liberdades individuais dos cidadãos e
das Forças Armadas, dotado de poderes extraordinários, impôs censura aos meios de comunicação.
concluiu que “a solução constitucional não era viável”, B) limitou a presença do Estado como agente econômico
decidindo que a presidência seria exercida por uma junta e criou algumas estatais, como a Petrobras.
pelos ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. C) garantiu o direito de greve para os trabalhadores e
(Alves, M. H. M. Estado e oposição no Brasil:1964-1984. instituiu o voto direto para a escolha dos governado-
Bauru: Edusc, 2005. Adaptado) A crise sucessória de Cos- res de estado.
ta e Silva evidencia D) ampliou os direitos de cidadania, como a liberdade de
expressão, e estabeleceu a autonomia estadual.
A) a estabilidade política que marcou o país no período, E) permitiu a criação de partidos políticos regionais e re-
garantida por meio de acordos dos militares com a forçou as atribuições do Poder Legislativo.
oposição civil.
B) o compromisso reiterado dos militares com a perspec- 6. (IF-SP – História - IF-SP - 2019)
tiva de abertura política, ainda que os movimentos de
HISTÓRIA DO BRASIL

oposição tenham impedido esse processo.


Disponível em http://movimentossociaisde1970.
C) a importância que a interlocução com os civis sempre
blogspot.com/2013/11/lei-da-anistia.html. Acesso em
teve para os militares, em especial nas eleições e nas
17dez2018
sucessões presidenciais.
Sobre a promulgação da Lei da Anistia, em 1979, po-
D) o caráter autoritário e politicamente instável do regi-
me militar, na medida em que a própria Constituição demos concluir que:
de 1967 estava sendo desrespeitada.

12
A) foi resultado de negociações envolvendo os movi-
mentos sociais que, naquele momento, identificaram
como positivo o processo de distensão lenta, gradual GABARITO
e segura.
B) limitou a responsabilização dos crimes de natureza 1 B
política apenas aos que possuíam processo transitado
em julgado e desconsiderando a ação violenta do Es- 2 E
tado. 3 D
C) marcou a transição para o regime democrático, per- 4 A
mitindo o retorno dos exilados, porém, impossibilitou
a punição dos que protagonizaram o regime de exce- 5 A
ção. 6 C
D) a anistia indiscriminada se constitui como norma inte-
grante do sistema judiciário brasileiro, conferindo um
caráter de legitimidade à ação do Estado e conciliação
nacional.

HISTÓRIA DO BRASIL

13
ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

GEOGRAFIA GERAL

A nova ordem mundial, o espaço geopolítico e a globalização........................................................................................... 01


Os principais problemas ambientais.............................................................................................................................................. 01
vez menor. Novos termos foram criados para identificar
A NOVA ORDEM MUNDIAL, O ESPAÇO GEO- essa nova imagem, como: “nave Terra”, “aldeia global”,
POLÍTICO E A GLOBALIZAÇÃO. OS PRINCIPAIS “sociedade global” etc. Portanto, há muito tempo o
PROBLEMAS AMBIENTAIS mundo vem se internacionalizando, mas só recentemen-
te tornou-se globalizado.
Principais características da globalização são:
A NOVA ORDEM MUNDIAL, O ESPAÇO GEOPOLÍ-
TICO E A GLOBALIZAÇÃO - Domínio crescente das empresas multinacionais
(transnacionais) sobre a economia mundial.
Todos esses fatos estão diretamente relacionados - Reorganização do sistema financeiro internacional,
com o mundo pós Guerra Fria, onde nasce uma nova de acordo com as exigências dos grandes comple-
ordem mundial, com novas discussões sobre o espaço xos empresariais e dos países desenvolvidos, bem
geopolítico, onde se desenvolve a globalização. Veja- como o rápido descolamento de imensas somas
mos: de dinheiro e a interdependência de praticamente
Em todos os setores da vida social, ouve-se falar de todas as bolsas de valores.
uma nova ordem mundial. A conjunção de uma crescen- - Avanços da microeletrônica, uma verdadeira revo-
te internacionalização e interdependência dos mercados lução na informática, que influencia os mais diver-
com a formação de áreas de livre comércio e a chamada sos setores da vida social, acelerando os transpor-
Terceira Revolução Tecnológica caracterizam atualmente tes, os fluxos de informação, encurtando o tempo
a globalização da economia. A globalização tem apare- e o espaço.
cido como uma nova diretriz para a organização da eco- - Expansão mundial do neoliberalismo, contrário à
nomia dos mais diferentes países do mundo, atingindo interferência dos governos na economia, que deve
todos os setores da organização social. As metáforas da ser regida pela lei da oferta e a procura (“a mão
globalização estão por aí (Ianni, 1997): fim do Estado, invisível”, dos economistas clássicos liberais, como
fim da Geografia, fim da História, mundialização, aldeia Adam Smith).
global, mercado único etc. No entanto é preciso lembrar - Consequentemente, ocorre o enfraquecimento
que o capitalismo sempre foi internacional. dos Estados, pois os governos estão perdendo seu
O movimento de expansão é uma tendência inerente controle da economia.
ao capitalismo. Já em 1848 Marx e Engels, no Manifesto - Uso do inglês como língua universal, facilitando
as trocas de informação entre diferentes pessoas,
do Partido Comunista, entre outros escritos, apontavam
grupos e povos.
a tendência à expansão do capitalismo como uma ca-
- Transformação dos espaços nacionais em espaços
racterística deste modo de organização da produção: “...
da economia internacional, o que provoca a perda
Impelida pela necessidade de mercados sempre novos,
da ideia de fronteiras nacionais diante dos fluxos
a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer- econômicos e financeiros globais.
-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos - Aceleração de todas as formas de circulação e co-
em toda parte.” (Marx & Engels, 1968, p.26-7). municação de pessoas, mercadorias e ideias.
Em resumo, a Nova Ordem Mundial é um conceito - Desenvolvimento de uma consciência ecológica
político e econômico que se refere ao contexto histórico planetária, a partir da identificação de problemas
do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se no fim da ambientais globais, como efeito estufa, chuva áci-
década de 80, com a queda do muro de Berlim (1989), da, buraco na camada de ozônio etc, que afetam a
no quadro das transformações ocorridas no Leste Euro- todos, não obedecendo a fronteiras políticas.
peu com a desintegração do bloco soviético. O termo
Nova Ordem Mundial é aplicado de forma abrangente. A Geopolítica é a ciência que se concentra na utili-
Em um contexto atual, pode se referir também à impor- zação de poder político sob determinado território. Em
tância das novas tecnologias em um mundo progres- uma visão mais prática, a geopolítica compreende as
sivamente globalizado e às novas formas de controle análises de geografia, história e ciências sociais mescla-
tecnológico sobre as pessoas. A Nova Ordem Mundial das com teoria política em vários níveis, desde o Estado
busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e até o internacional-mundial.
estrutura-se a partir de uma hierarquização de países, O conceito de geopolítica começou a ser desenvolvi-
de acordo com seu nível de desenvolvimento do capi- do a partir da segunda metade do século XIX, por conta
talismo e estrutura-se a partir de uma hierarquização de da redefinição de fronteiras na Europa e do expansionis-
países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e mo das nações europeias, o que ficou conhecido como
de especialização econômica. imperialismo ou ainda neocolonialismo.
O uso de palavras como mundialização, internacio- O espaço geográfico não deveria ser o único objeti-
GEOGRAFIA GERAL

nalização, planetarização, como sinônimo de globaliza- vo de uma nação, pois seria preciso considerar o tempo
ção. Porem nem sempre são sinônimos entre si. Certa- histórico, as ações humanas e demais interações, o que
mente, são muito próximos, mas têm também algumas na verdade acabou lançando as bases para uma geo-
diferenças, por vezes muito claras, outras vezes muito grafia regional. Assim, a soberania sobre um território
sutis. Globalização é o nível mais elevado da internacio- estaria vinculada ao conhecimento regional, como a
nalização. Com a globalização, o mundo torna-se cada compreensão das formas de relevo, aspectos climáticos,

1
economia, população, etc.
O período conhecido como Guerra Fria expressou muitos dos princípios da geopolítica, pois envolveu uma grande
disputa ideológica e territorial entre duas potências, a União Soviética e os Estados Unidos, com grande ênfase no
papel do Estado no que tange às decisões estratégicas e na definição de valores e padrões sociais.
Com o fim da Guerra Fria, as maiores discussões geopolíticas se voltam ao combate ao terrorismo, à questão
nuclear, às redefinições de fronteiras nos países africanos e do Oriente Médio e até mesmo aos problemas socioam-
bientais.

Os Principais problemas ambientais1

- Poluição do ar por gases poluentes, gerados principalmente pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral,
gasolina e diesel) e indústrias;
- Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vaza-
mento de petróleo), etc;
- Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incor-
reto de lixo;
- Queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura;
- Desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira;
- Esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado por seu uso incorreto;
- Diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição de ecossistemas;
- Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos
recursos hídricos;
- Acidentes nucleares que causam contaminação do solo por centenas de anos. Podemos citar como exemplos os
acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e na Usina Nuclear de Fukushima no Japão (2011);
- Aquecimento global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa;
- Diminuição da camada de ozônio, provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio
ambiente.

HORA DE PRATICAR!

1. (PM-SP – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP – 2018) Nestas últimas décadas, o processo de globaliza-
ção econômica esteve atrelado ao comércio internacional. Comprova esse fato

a) a expansão do pleno emprego no setor industrial nos países considerados emergentes.


b) o aumento da independência econômica dos países produtores e exportadores de commodities.
c) o protecionismo, prática comum, sendo um entrave à circulação de mercadorias.
d) a crescente pressão dos países ricos em enfraquecer os blocos econômicos.
e) o enfraquecimento de países que defendem relações comerciais bi ou multilaterais.

2. (PM-SP – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP – 2018) Observe o mapa para responder à questão.
GEOGRAFIA GERAL

1
“Problemas ambientais” em Só Geografia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007-2020. 

2
<htps://planetevivante.files.wordpress.com. Acesso
em 01.04.2018>
GABARITO
A leitura do mapa e os conhecimentos sobre as atuais
condições socioeconômicas mundiais permitem afirmar que 1 C
é provável que, em 2020,
2 C
a) os países mais populosos e urbanizados do mundo deve- 3 B
rão manter grande suprimento de água potável.
4 E
b) os países com forte crescimento demográfico apresenta-
rão grande disponibilidade de recursos hídricos.
c) as cidades com maior carência de fornecimento de água
potável estarão localizadas nos países subdesenvolvidos.
d) as áreas mais desenvolvidas correrão sérios riscos de ca-
rência de água, principalmente para as atividades econô-
micas.
e) as cidades mundiais com forte influência econômica de-
verão apresentar situações críticas de abastecimento de
água potável.

3. (PM-SP – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP – 2017)


Fundada em 1957, por seis países, a União Europeia com-
pleta, neste ano de 2017, 60 anos, contando com 28 países
membros, embora o Reino Unido esteja em processo de saída
do bloco, que é o mais antigo e estruturado do mundo. No
entanto, apesar da longevidade e poderio econômico, pode-
-se citar como um dos problemas enfrentados pela União
Europeia

a) A perda de mercados consumidores devido à concorrên-


cia com países emergentes do Brics, como a Índia e a
África do Sul.
b) As diferenças socioeconômicas entre os países membros,
o que provoca a forte hegemonia da rica Alemanha sobre
vários países.
c) As políticas sociais atualmente em declínio devido à en-
trada de imigrantes, principalmente nos antigos países
comunistas.
d) A atual perda de importância econômica e política da
moeda única, o Euro, frente a moedas fortes como o dó-
lar e o iene japonês.
e) A deficiência de recursos naturais, o que gera a necessi-
dade de importações de produtos básicos para a indús-
tria, como o ferro e o carvão.

4. (MPE-GO - SECRETÁRIO AUXILIAR - MPE-GO - 2019)


Atualmente, muitos fatos têm ocorrido de maneira ex-
pressiva e dinâmica: pessoas migram de um país para
outro em busca de empregos e melhores condições de
vida, empresas de países desenvolvidos instalam-se em
países subdesenvolvidos em busca de espaços maiores
e mais baratos e também de mão de obra barata, indús-
trias distribuem as etapas de produção em vários países
a fim de baratear os custos. Tudo isso acontece devido
a um fenômeno que ocorre há muitos anos e recebe o
nome de:
GEOGRAFIA GERAL

A) Blocos Econômicos
B) Regionalização
C) Capitalização
D) Colonização
E) Globalização

3
ANOTAÇÕES

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GEOGRAFIA GERAL

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4
ÍNDICE

GEOGRAFIA DO BRASIL

A natureza brasileira (relevo, hidrografia, clima e vegetação). A população: crescimento, distribuição,


estrutura e movimentos. As atividades econômicas: industrialização e urbanização, fontes de energia
e agropecuária. Os impactos ambientais.......................................................................................................................... 01
A NATUREZA BRASILEIRA (RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO). A
POPULAÇÃO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS. AS
ATIVIDADES ECONÔMICAS: INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO, FONTES DE ENERGIA E
AGROPECUÁRIA. OS IMPACTOS AMBIENTAIS.

Relevo
O relevo do Brasil tem formação antiga e atualmente existem várias classificações para o mesmo. Entre elas, desta-
cam-se as dos seguintes professores:
Aroldo de Azevedo - esta classificação data de 1940, sendo a mais tradicional. Ela considera principalmente o nível
altimétrico para determinar o que é um planalto ou uma planície.
Aziz Nacib Ab’Saber - criada em 1958, esta classificação despreza o nível altimétrico, priorizando os processos geo-
morfológicos, ou seja, a erosão e a sedimentação. Assim, o professor considera planalto como uma superfície na qual
predomina o processo de desgaste, enquanto planície é considerada uma área de sedimentação.
Jurandyr Ross - é a classificação mais recente, criada em 1995. Baseia-se no projeto Radambrasil, um levantamento
feito entre 1970 e 1985, onde foram tiradas fotos aéreas da superfície do território brasileiro, por meio de um sofis-
ticado radar. Jurandyr também utiliza os processos geomorfológicos para elaborar sua classificação, destacando três
formas principais de relevo:
1) Planaltos
2) Planícies
3) Depressões

Sendo que:
- Planalto é uma superfície irregular, com altitude acima de 300 metros e produto de erosão.
- Planície é uma área plana, formada pelo acúmulo recente de sedimentos.
- Depressão é uma superfície entre 100 e 500 metros de altitude, com inclinação suave, mais plana que o planalto
e formada por processo de erosão.

O território brasileiro é constituído, basicamente, por grandes maciços cristalinos (36%) e grandes bacias sedimen-
tares (64%). Aproximadamente 93% do território brasileiro apresenta altitudes inferiores a 900 m. Em grande parte as
estruturas geológicas são muito antigas, datando da Era Paleozóica à Mesozóica, no caso das bacias sedimentares, e da
Era Pré-Cambriana, caso dos maciços cristalinos.
As bacias sedimentares formam-se pelo acúmulo de sedimentos em depressão. É um terreno rico em combustíveis
fósseis, como carvão, petróleo, gás natural e xisto betuminoso. Os maciços são mais antigos e rígidos e se caracterizam
pela presença de rochas cristalinas, como granitos e gnaisses, e são ricos em riquezas minerais metálicas, como ferro
e manganês.
O relevo brasileiro não sofre mais a ação de vulcões e terremotos, agentes internos, porém, os agentes externos,
como chuvas, ventos, rios, marés, calor e frio, continuam sua obra de esculpir as formas do relevo. Eventualmente, em
determinados pontos do território brasileiro podem-se sentir os reflexos dos tremores de terra ocorridos em alguns
pontos distantes, como no Chile e Peru.
As unidades do relevo brasileiro são:
a) Planaltos: das Guianas e Brasileiro (formado pelo Planalto Central, Atlântico e Meridional).
Planalto das Guianas
Ocupando a porção extremo setentrional do país, tem sua maior parte fora do território brasileiro, em terras da
Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Constituído por rochas cristalinas pré-cambrianas, pode ser dividido
em duas porções:
- Planalto Norte-Amazônico: também chamado de Baixo Platô, apresenta pequenas elevações levemente ondula-
das, formando uma espécie de continuação das terras baixas da Planície Amazônica.
- Região Serrana: situada na porção Norte do Planalto, acompanha de perto as fronteiras do Brasil com as Guianas e
com a Venezuela. Dominada por dois arcos de escarpas (o Maciço Oriental e o Maciço Ocidental), separados por
uma área deprimida e aplainada no noroeste de Roraima. O Maciço Oriental é caracterizado por pequenas alti-
tudes que raramente superam os 600 m, onde se encontram serras como as de Tumucumaque e Açari, enquanto
no Maciço Ocidental encontram-se as maiores altitudes absolutas do Brasil, destacando-se na serra do Imeri ou
GEOGRAFIA DO BRASIL

Tapirapecó o pico da Neblina, com 3.014 m de altitude (ponto culminante do país); na fronteira do estado do
Amazonas com a Venezuela, o pico 31 de Março, com 2.992 m; e na serra de Pacaraima o monte Roraima, com
2.727 m.

1
Planalto das Guianas (Fonte: www.sogeografia.com.br)

Planalto Brasileiro
Uma das mais vastas regiões planálticas do mundo, estendendo- se do sul da Amazônia ao Rio Grande do Sul e de
Roraima ao litoral Atlântico. É dominado por terrenos cristalinos amplamente recobertos por sedimentos. Por
motivos didáticos e pelas diferenças morfológicas que apresenta, pode-se dividi-lo em três subunidades:
- Planalto Central: Abrange uma extensa região do Brasil Central, englobando partes do Norte, Nordeste, Sudeste
e principalmente do Centro-Oeste. Apresenta terrenos cristalinos antigos fortemente erodidos e amplamente
recobertos por sedimentos paleozóicos e mesozóicos. Além de planaltos cristalinos, destacam-se as chapadas
recobertas por sedimentos, como dos Parecis, entre Roraima e Mato Grosso.
- Planalto Atlântico ou Planalto Oriental: Estende-se do Nordeste, onde é bastante largo, ao nordeste do Rio Grande
do Sul. Pode-se também o dividir em duas subunidades distintas:
i) Região das Chapadas no Nordeste
ii) Região Serrana

- Planalto Meridional ou Arenito Basáltico: Abrange grande parte das terras da região Sul, o centro-oeste de São
Paulo, o sul de Minas Gerais e o Triângulo Mineiro, o sul de Goiás e parte leste do Mato Grosso do Sul, corres-
pondendo às terras drenadas pela bacia do rio Paraná. Predominam terrenos sedimentares, assentados sobre o
embasamento cristalino, sendo os terrenos mesozóicos associados a rochas vulcânicas, provenientes do derrame
de lavas ocorrido nessa era. Essas rochas vulcânicas, em especial o basalto e o diabásio, com o passar do tempo
sofreram desagregação pela ação dos agentes erosivos, dando origem a um dos solos mais férteis do Brasil, a
chamada “terra roxa”. As áreas onde predominam sedimentos paleozoicos e mesozóicos (arenitos), associados às
rochas vulcânicas, constituem uma subunidade do planalto Meridional. Outra subunidade é a Depressão Perifé-
rica, uma estreita faixa de terrenos relativamente baixos que predominam arenitos, que se estende de São Paulo
a Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. É no planalto Meridional que aparece com destaque o relevo de
“Cuestas”, costas (escarpas) sucessivas de leste para oeste.

b) Planícies: Amazônica, do Pantanal, Costeira e Gaúcha.


Planície Amazônica
Vasta área de terras baixas e planas que corresponde à Bacia Sedimentar Amazônica, onde se distinguem alongadas
faixas de sedimentos paleozóicos que afloram na sua porção centro-oriental, além de predominar arenitos, argilitos e
areias terciárias e quaternárias. Localizada entre o planalto das Guianas ao norte e o Brasileiro ao sul, a planície é estrei-
GEOGRAFIA DO BRASIL

ta a leste, próximo ao litoral do Pará, e alarga-se bastante para o interior na Amazônia Ocidental.

Planície do Pantanal
Ocupando quase toda metade oeste do Mato Grosso do Sul e o sudeste do Mato Grosso, a planície do Pantanal
se estende para além do território brasileiro, em áreas do Paraguai, Bolívia e extremo norte da Argentina, recebendo
nesses países a denominação de “Chaco”. Com terras muito planas e baixas (altitude média de 100 m), o Pantanal se
constitui numa grande depressão interior do continente que se inunda largamente no verão. Os pontos mais elevados
da planície, que ficam a salvo das cheias, levam o nome de “cordilheiras”, e as partes mais baixas, “baías” ou “lagos”.

2
Planície Costeira
Estendendo-se por quase todo o litoral brasileiro, do Pará ao Rio Grande do Sul, é uma área de sedimentos recentes:
terciários e quaternários. Em alguns trechos, principalmente no Sul e Sudeste, a planície é interrompida pela proximi-
dade do planalto Atlântico, dando origem às falésias; em alguns pontos surgem as baixadas litorâneas, destacando-se
a baixada Capixaba no Espírito Santo, a baixada Fluminense no Rio de Janeiro, as baixadas Santista e de Iguape em São
Paulo, a de Paranaguá no Paraná e a de Laguna em Santa Catarina.

Planície Gaúcha ou dos Pampas


Ocupa, esquematicamente, a metade sul do Rio Grande do Sul, constituída por sedimentos recentes; apresenta-se
plana e suavemente ondulada, recebendo a denominação de Coxilhas.

Pontos mais altos


Os relevos brasileiros caracterizam-se por baixas altitudes. Os maiores picos brasileiros, assim como sua localização
e altitude, são:

Fonte: www.sogeografia.com.br
Hidrografia
O Brasil é um país rico em rios e pobre em formações lacustres. Os rios brasileiros são predominantemente de pla-
naltos, o que determina um grande potencial hidrelétrico.
Nossas bacias apresentam como principais dispersores de água: Cordilheira dos Andes, Planalto Guiano e Planalto
Brasileiro. Os rios brasileiros são, direta ou indiretamente, afluentes do Atlântico, em consequência da presença da
Cadeia Andina, que impossibilita a passagem dos rios em direção ao Pacífico.
Quanto à foz, há uma predominância de estuários, exceto no caso do rio Parnaíba (foz em delta) e do Amazonas
(mista = delta + estuário). Predomina o regime pluvial tropical (cheias de verão e vazantes de inverno).

Principais características da hidrografia brasileira


- Grande riqueza fluvial, tanto na quantidade quanto na extensão e no volume de água;
- Pobreza de lagos;
- Predomínio do regime pluvial;
- Predomínio dos rios perenes e de bacias exorreicas (que deságua no mar);
- Predomínio de foz do tipo estuário (que desemboca no mar em forma de um único canal).
- Na produção de energia elétrica, o uso dos rios é muito grande. Aproximadamente cerca de 90% da eletricidade
brasileira provém dos rios. Seu potencial hidráulico vem de quedas d’água e corredeiras, dificultando a nave-
gabilidade desses mesmos rios. Na construção da maioria das usinas hidrelétricas, não foi levado em conta a
possibilidade futura de navegação, dificultando o transporte hidroviário.

O Brasil apresenta fundamentalmente nove bacias hidrográficas: Amazônia, Paraná, Tocantins, São Francisco, Para-
guai, Uruguai, Nordeste, Leste e Sudeste.
Em termos de tamanho e volume de água, as principais bacias hidrográficas brasileiras são:
- Bacia Amazônica: é a maior bacia fluvial do mundo. Cobre 46,93% do território brasileiro e ainda penetra na Bolí-
via, Peru, Colômbia e Venezuela. É formada pelo rio principal, o Amazonas, e por seus vários afluentes.
- Bacia do Paraná: cobre 10% do país e faz parte da Bacia Platina. É formada pelo rio principal, o Paraná, e destaca-
-se pelo seu potencial hidrelétrico, em virtude da sua localização favorável: na região Sudeste do país (maior
mercado consumidor de energia do país).
GEOGRAFIA DO BRASIL

- Bacia do Tocantins-Araguaia: com uma área superior a 800.000 km2, a bacia do rio Tocantins-Araguaia é a maior
bacia hidrográfica inteiramente situada em território brasileiro. O rio Tocantins nasce na confluência dos rios
Maranhão e Paraná (GO), enquanto o Araguaia nasce no Mato Grosso. Localiza-se nessa bacia a usina de Tucuruí
(PA), que abastece projetos para a extração de ferro e alumínio.
- Bacia do São Francisco: abrange cerca de 7,5% do território brasileiro. Nasce ao sul de Minas Gerais (Serra da Canas-
tra) e é formada pelo rio principal, o São Francisco, e seus inúmeros afluentes. É a maior bacia hidrográfica genui-
namente brasileira. Seu principal trecho navegável está entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA). E entre esses pontos,
acham-se as eclusas da usina de Sobradinho.

3
- Bacia do Paraguai: destaca-se por sua navegabilidade, sendo bastante utilizada para o transporte de carga. Assim,
torna-se importante para a integração dos países do Mercosul. Suas águas banham terras brasileiras, paraguaias
e argentinas.
- Bacia do Uruguai: é formada pelo rio Uruguai e por seus afluentes, desaguando no estuário do rio da Prata, já fora
do território brasileiro. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas e serve de divisa entre os Estados
de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz ainda a fronteira entre Brasil e Argentina e entre Argentina e Uruguai.
Deságua no oceano após percorrer 1.400 km. A região hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial
hidrelétrico, possuindo uma das maiores relações energia/km² do mundo.
- Bacia do Nordeste: abrange diversos rios de grande porte e de significado regional, como: Acaraú, Jaguaribe,
Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba. O rio Parnaíba
forma a fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano
Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região.
- Bacia do Leste: assim como a bacia do nordeste, esta bacia possui diversos rios de grande porte e importância
regional. Entre eles, temos os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas, Para-
guaçu, entre outros. O rio Paraíba do Sul, por exemplo, situa-se entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais, apresentando ao longo do seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de
porte e indústrias importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional.
- Bacia do Sudeste-Sul: é composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mes-
mos possuem importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento
d’água e geração de energia elétrica.

Clima
Uma das primeiras realidades que se evidenciam, quando se examina a colocação no Brasil no planisfério terrestre,
é sua localização na faixa intertropical.

Cortado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil é um país quase inteiramente
tropical. Cerca de 92% do seu território se localiza na zona intertropical. Sua localização na área de maior aquecimento
solar da superfície terrestre é responsável, juntamente com outros fatores, pela predominância dos climas quentes, mas
que apresenta variações e dá origem a vários subtipos climáticos, em função da altitude, da continentalidade (maior
ou menor distância em relação à costa) e da maritimidade que favorece a visita constante das massas de ar, de origem
tanto tropical como polar.
Do ponto de vista físico, dois fatores são responsáveis por ser o clima brasileiro predominantemente tropical:
GEOGRAFIA DO BRASIL

- Sua posição geográfica na faixa intertropical.


- A modéstia de seu relevo, na sua quase totalidade, com altitudes inferiores a 1.300 m, com muita pouca influência
na caracterização climática geral do país.

4
Apenas a região Sul foge à regra, não chegando, porém, nem a se caracterizar seu clima como tipicamente tempe-
rado, sendo muito mais de transição (subtropical), nem a influir decisivamente no quadro geral dos climas brasileiros,
já que essa região abrange pouco mais de 10% do nosso território.
Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros: Subtropical, Semiárido, Equatorial úmido, Equatorial se-
miúmido, Tropical e Tropical de altitude.
- Clima subtropical: As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de temperatura entre
verão e inverno, não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano. É um clima
característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com tempe-
raturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.
- Clima semiárido: O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos
e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo, ficando em
torno de 26 ºC. A vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.
- Clima equatorial úmido: Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são
altas, sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenô-
meno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima predominante no complexo
regional amazônico.
- Clima equatorial semiúmido: Uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial semiúmido, que
também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado (o planalto residual norte-ama-
zônico) e às correntes de ar que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a novembro.
Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais baixa e pela presença de
duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.
- Clima tropical: Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas
altas. As temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical
apresenta uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice pluviométrico é
mais elevado nas áreas litorâneas.
- Clima tropical de altitude: Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º
e 22º C. Este clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro
de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas se
concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do oceano.
GEOGRAFIA DO BRASIL

Vegetação
O Brasil apresenta uma grande variedade de paisagens vegetais, por sua grande extensão territorial e pela influência
de vários fatores: clima, solo, relevo, fauna e ação humana.

5
Fonte: www.sogeografia.com.br

O fator mais importante é o clima, que exerce grande influência na distribuição dos vegetais, através da temperatu-
ra, umidade, pressão atmosférica e insolação.
Higrófitos: vegetais adaptados aos ambientes de elevada quantidade de água (comuns nas regiões de clima tropical
super úmido ou equatorial).
Xerófitos: vegetais adaptados aos ambientes com pouca água (comuns nas áreas do semiárido nordestino).
Normalmente, as formações vegetais são divididas de acordo
com o porte dos vegetais que as compõem. Assim, podemos ter:
- Formações arbóreas ou florestais (grande porte);
- Formações arbustivas (médio porte);
- Formações herbáceas (pequeno porte).

Formações florestais
Originalmente eram as predominantes em nosso território, tendo sofrido ao longo dos tempos intensa devastação,
o que levou largas áreas, principalmente próximas ao litoral, a perder quase totalmente sua cobertura original. É
o caso do estado de São Paulo, que hoje não chega a ter 3% do seu território ocupado por vegetação florestal
nativa. As principais formações vegetais do território brasileiro são:
- Floresta Latifoliada Equatorial (pluvial): Trata-se da Floresta Amazônica, batizada de Hiléia por Humboldt. É a maior
floresta úmida do mundo em variedade e quantidade de espécies vegetais. Cobre uma área superior a 6 milhões
de km2, dos quais cerca de 4 milhões em território brasileiro. Sua vegetação predominante é do tipo higrófila,
heterogênea, densa e latifoliada (vegetais com folhas largas).
- Floresta Latifoliada Tropical: Originalmente ocupava toda área do litoral brasileiro. Era estreita no Nordeste, alarga-
va-se no Sudeste, e no Sul voltava a se estreitar. Composta por inúmeras espécies, de vegetação bastante densa
(menos que a Floresta Latifoliada Equatorial), foi intensamente devastada pela lógica de ocupação do espaço
adotada ao longo da história econômica do país.
- Floresta Subtropical (araucária): Também conhecida como Mata dos Pinhais, é mais aberta e homogênea que as
duas formações mencionadas anteriormente. É formada principalmente pela Araucária Angustifolia, espécie de
pinheiro, e por algumas espécies associadas, incluindo as do tipo latifoliada, como a Imbuia, Canela, Cedro etc.
Originalmente ocupava os planaltos de clima tropical de altitude em São Paulo e Paraná, até as áreas de clima
subtropical do Rio Grande do Sul. Sua intensa exploração levou a ser considerada extinta pelo IBDF (Instituto
Brasileiro de Defesa Florestal) em 1985.

Formações herbáceas
GEOGRAFIA DO BRASIL

Como principais exemplos deste tipo de formação vegetal temos:


- Campos ou Pradarias: Predominam espécies rasteiras do tipo gramínea, caracterizada por pequenos arbustos es-
palhados pelo terreno. Quando grandes áreas do terreno são cobertas pelo tipo de vegetação
predominantemente de espécies gramíneas, tem-se a formação de campos limpos; quando aparecem arbustos,
trata-se de campos sujos.
- Cerrado: Trata-se de vegetação predominantemente arbustiva, encontrada em quase todo Brasil Central, cobrin-
do particularmente o Planalto Central. Seus arbustos de galhos retorcidos podem aparecer espalhados ou em
formações compactas.

6
- Caatinga: Vegetação típica do semiárido nordestino, formada por espécies xerófitas, representada pelas espécies
de cactáceas e bromeliáceas.
- Formação Litorânea: formada pelo mangue, é uma paisagem vegetal típica de litorais tropicais como o nosso.
Ocorre em terrenos baixos que sofrem a ação das marés ou da água salobra. Suas espécies vegetais são geral-
mente arbustivas, adaptadas a ambientes de grande umidade (higrófilos) e grande acidez (halófilo).

A POPULAÇÃO: CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESTRUTURA E MOVIMENTOS


O crescimento da população brasileira, nas últimas décadas, está ligado principalmente ao crescimento vegetativo
(ou natural). A queda nesse crescimento apresenta outras justificativas que merecem atenção.
- Maior custo para criar filhos;
- Acesso a métodos anticoncepcionais;
- Trabalho feminino extradomiciliar;
- Acesso a tratamento médico;
- Saneamento básico.

Para conhecer a população de um país, devemos, primeiramente, definir dois conceitos demográficos básicos:
- População absoluta: corresponde ao número total de pessoas de uma área. No Brasil, por exemplo, a população
absoluta era de 190.755.799 pessoas, pelo censo de 2010.
- População relativa: é também chamada de densidade demográfica e é dada pelo número de habitantes por qui-
lômetro quadrado de uma determinada região.
O declínio da mortalidade deve-se, em grande parte, à diminuição da mortalidade infantil, isto é, dos óbitos de
crianças com menos de um ano de idade. Em 1970, a taxa era de cem mortes em cada mil nascimentos vivos; em 1980,
caiu para setenta por mil; em 1991, para 45 por mil; e no ano de 2000, para 35 por mil.
Em relação aos países desenvolvidos, este índice ainda é elevado. Por isso, programas de combate à mortalidade
vêm sendo implementados tanto pelo governo quanto por entidades privadas
A taxa de mortalidade infantil no Brasil está baixando, conforme indicadores. A queda da mortalidade infantil indica
aumento no percentual de adultos e melhorias na expectativa de vida, que em 1950 era de mais ou menos 46 anos e,
em 2018, chegou a 76 anos (IBGE).

Migrações populacionais
As migrações populacionais remontam aos tempos pré-históricos. O homem parece estar constantemente à pro-
cura de novos horizontes. As razões que justificam as migrações são inúmeras (político-ideológicas, étnico-raciais,
profissionais, econômicas, catástrofes naturais, entre outras), ainda que as razões econômicas sejam predominantes.
A grande maioria das pessoas migra em busca de melhores condições de vida. Todo ato migratório apresenta
causas repulsivas (o indivíduo é forçado a migrar) e/ou atrativas (o indivíduo é atraído por determinado lugar ou país).
Considera-se emigração como a saída de uma área para outra; imigração é a entrada de pessoas em uma área. As
migrações podem ser internas, quando ocorrem dentro do país, e externas, quando ocorrem de um país para outro.
Ainda podem ser permanentes ou temporárias.

Movimentos migratórios no Brasil


Externos
Até 1934, foi liberada a entrada de estrangeiros no Brasil. A partir dessa data, ficou estabelecido que só poderiam
imigrar 2% de cada nacionalidade dos estrangeiros que haviam migrado entre 1884 e 1934.
Os fatores que mais favoreceram a entrada de imigrantes no Brasil foram:
- A dificuldade de encontrar escravos após a extinção do tráfico, depois de 1850;
- O ciclo do café, que exigia mão de obra numerosa;
- Abundância de terras.

Para a maior parte dos imigrantes, a adaptação foi muito difícil, pois além das diferenças climáticas, da língua e dos
costumes, não havia no país uma política firme que assegurasse garantias as pessoas que aqui chegavam. As regiões
sul e sudeste foram as que receberam maior contingente de imigrantes, principalmente por causa do ciclo do café e
povoamento da região sul.

Internos
GEOGRAFIA DO BRASIL

Em nossa história, os principais movimentos migratórios foram:


- Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
- Migração de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVII (ouro);
- Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
- Migração de nordestinos para a Amazônia, devido ao ciclo da borracha;
- Migração de nordestinos para Goiás, na década de 1950 (construção de Brasília);
- Migrações de paulistas para Rondônia e Mato Grosso, na década de 1970.

7
Fonte: www.sogeografia.com.br

Os movimentos migratórios mais intensos nas décadas de 1980 e 1990 foram nas regiões:
- Centro-oeste: Brasília e arredores; áreas do interior do MT, MS e GO, onde ocorre a expansão da pecuária e da
agricultura comercial.
- Norte: zonas de extrativismo mineral em RO, AP e PA; zonas madeireiras no PA e AM; áreas agrícolas em RO e AC.
- Sudeste: migrações das capitais para o interior dos estados de SP, RJ e MG.
- Sul: até o final da década de 1980, os movimentos emigratórios para o centro-Oeste e norte foram muito signifi-
cativos. Na década de 1990, houve forte migração intraestadual, principalmente das metrópoles para o interior.
- Nordeste: tradicionalmente, o Nordeste era uma área de evasão populacional, principalmente do sertão para a
Zona da Mata ou outras regiões do país, como sudeste e centro-oeste. Atualmente, há uma atração devido os
incentivos fiscais dos estados às empresas de fora, mão de obra barata e turismo.

Estrutura etária da população brasileira


Avalia-se a estrutura da população através da sua distribuição etária, condição socioeconômica e sua posição no
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Em relação aos critérios de avaliação dos países, desde 1950 até o final da
década de 1980, a classificação comum era aquela que enquadrava os países da seguinte forma:

1º mundo: países capitalistas desenvolvidos;


2º mundo: países socialistas de economia planificada;
3º mundo: países subdesenvolvidos.
Acontecimentos na geopolítica internacional, como a queda do Muro de Berlim, fim da Guerra Fria, ressurgimento
da Europa como potência econômica e o fim da experiência socialista soviética, marcam uma nova disposição da or-
dem mundial, em que se menciona o mundo multipolar e a globalização da economia.
A partir daí, tornou-se necessário um novo entendimento para classificar os países. A ONU passou a utilizar o IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano), que tem por objetivo avaliar a qualidade de vida através de alguns critérios:
- Expectativa de vida;
- Renda per capita;
- Grau de instrução.
O IDH avalia e aplica uma nota que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do 1, melhor o IDH de uma país, ou de uma
região. Veremos mais informações sobre o IDH nos próximos tópicos.
Essa organização é apresentada em gráficos cartesianos, em que na abscissa (horizontal) são colocadas as popula-
ções por milhões, divididas em homens e mulheres, cada qual ficando de um lado da ordenada (vertical), onde é colo-
cada uma tabela de idades, dividida em faixas de 5 em 5 ou de 10 em 10 anos. Esses gráficos cartesianos são chamados
de pirâmides etárias. Normalmente, as faixas resultantes são divididas em três partes ou faixas etárias:
- População jovem: 0 a 19 anos.
- População adulta: de 20 a 59 anos.
- População idosa: acima de 60 anos.

A pirâmide etária do Brasil tem sua base larga e vai estreitando-se até atingir o topo. Isso significa que o número de
idosos é relativamente pequeno. O gráfico do Brasil demonstra que, mesmo com todo o crescimento, continuamos a
GEOGRAFIA DO BRASIL

ser um país jovem, pois no caso dos países mais desenvolvidos, a base da pirâmide costuma ser menos larga e o topo
mais amplo.

8
Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

PEA (População Economicamente Ativa)


É a população que exerce atividade remunerada nas formas da lei. Nos países desenvolvidos, os ativos são pre-
dominantemente a população adulta, enquanto nos subdesenvolvidos tanto os jovens quanto os idosos trabalham
juntamente com os adultos.
GEOGRAFIA DO BRASIL

AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO, FONTES DE ENERGIA E AGROPE-


CUÁRIA

O processo industrial brasileiro, sobretudo após a II Grande Guerra, beneficiou consideravelmente o Sudeste,
cujas condições naturais e históricas impulsionaram seu desenvolvimento. Destacam-se a existência de uma maior
concentração populacional e, por conseguinte, de uma maior oferta de mão-de-obra, principalmente no eixo Rio-São
Paulo, e também a melhoria nas condições infraestruturas (estradas de ferro, rodovias, portos, rede bancária). Essa
concentração vai acentuar-se ainda mais, fazendo convergir para a região Sudeste a polarização da economia nacional.

9
Como indústria atrai indústria e como era a indústria que - Curitiba destaca-se com diversificação industrial,
passava a comandar a vida econômica brasileira, depois Guarapuava com a indústria de madeira e São José
de 1940 o Sudeste ampliou ainda mais a sua influência a dos Pinhais, com a indústria automobilística.
partir de dois núcleos: São Paulo, mais importante cen-
tro econômico do país, e Rio de Janeiro, capital federal. Urbanização1
Essa área, a mais dinâmica do país pela diversificação das A urbanização é um processo de transformação das
atividades industriais, constitui-se num autêntico polo de características rurais de uma localidade ou região para
desenvolvimento. características urbanas. Normalmente, a urbanização
Como decorrência do processo, ampliaram-se as dife- está relacionada ao desenvolvimento da civilização e da
renças regionais, cujos problemas procurou-se diminuir tecnologia. Nesse processo, o espaço rural transforma-se
por meio de órgãos governamentais, com destaque para em espaço urbano e ocorre a migração populacional do
a criação da Sudene (Superintendência para o Desenvol- tipo campo-cidade.
vimento do Nordeste), da Sudam (Superintendência para A urbanização é estudada por ciências diversas, como
o Desenvolvimento da Amazônia) e da Zona Franca de a sociologia, a geografia e a antropologia, cada uma de-
Manaus. las propondo abordagens diferentes sobre o problema
Outra característica importante da industrialização do crescimento das cidades. As disciplinas que procuram
entender, regular, desenhar e planejar os processos de
brasileira é sua distribuição. As indústrias concentram-se
urbanização são o urbanismo, o planejamento urbano,
principalmente na região Sudeste. Contudo, dentro des-
o planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geo-
sa região, destaca-se o estado de São Paulo, pois con-
grafia, entre outras.
centra quase a metade da população operária do país
A urbanização no Brasil teve seu início na década de
e produz mais de 55% do valor da produção total. Na 1950, a partir do processo de industrialização, que fun-
região Sudeste, destacam-se como áreas industriais: cionou como um dos fatores fundamentais para o des-
- a Grande São Paulo (a cidade de São Paulo e mais locamento da população da área rural (êxodo rural) em
36 municípios); direção à área urbana. Este processo aconteceu de ma-
- a Baixada Santista, principalmente o município de neira rápida e desordenada ao longo do século XX, com
Cubatão; a grande migração da população, em busca das oportu-
- a região de Campinas e Jundiaí; nidades oferecidas pelas cidades.
- Sorocaba (denominada a Manchester Paulista), com O crescimento e o desenvolvimento do Brasil impulsio-
a indústria têxtil; naram o surgimento de diversas cidades, sobretudo com a
- Americana; implementação de várias indústrias, que permitiram novos
- Mogi das Cruzes, centro poli industrial, destacando- empregos, atraindo a população que vivia no campo para
-se a indústria metalúrgica; as cidades. No entanto, esse processo não aconteceu da
- a cidade do Rio de Janeiro, que tem, nas regiões mesma forma em todo o país. Algumas regiões brasileiras
próximas a ela, áreas poli industriais; Petrópolis e urbanizaram-se mais do que outras em razão das políticas
Nova Friburgo (cidade monoindustrial têxtil); Volta públicas (que incentivaram determinadas áreas e outras
Redonda, a cidade do aço, situada a meio caminho não). As regiões sul e sudeste destacam-se porque pos-
entre os grandes centros consumidores (São Paulo suem uma concentração maior de áreas urbanas.
e Rio de Janeiro); A região sudeste, por exemplo, por concentrar a maior
- no estado de Minas Gerais, a “Zona Metalúrgica”. parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes
Trata-se de uma área que se desenvolveu basica- fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente
mente em função de seus recursos naturais (ferro e da região nordeste. Na região centro-oeste, o processo
manganês). Compreende os municípios de Sabará, de urbanização teve como principal fator a construção de
Monlevade, Ipatinga, Itabira, Coronel Fabriciano, Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores,
entre outros. a maior parte deles vindos das regiões norte e nordeste.
- A cidade de Belo Horizonte, que possui caracterís- Desde o final da década de 1960 e início da década de
ticas de uma capital industrializada. No seu subúr- 1970, o centro-oeste tornou-se a segunda região mais
bio, instalou-se o Distrito Industrial de Contagem. urbanizada do país.
A situação da indústria em outras regiões Na re- A urbanização na região sul foi lenta até a década
gião Sul do país destaca-se como áreas industriais: de 1970, em razão de suas características econômicas
Rio Grande do Sul de predomínio da propriedade familiar e da policultura,
- Porto Alegre se destaca na poli indústria, tendo Ca- pois um número reduzido de trabalhadores rurais acaba-
noas e Esteio como centros periféricos; va migrando para as áreas urbanas.
A região nordeste é a que apresenta a menor taxa
- Caxias do Sul, São Leopoldo, Garibaldi, Bento Gon-
de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está
çalves destacam-se com indústrias vinícolas;
sustentada no fato de que dessa região partiram várias
GEOGRAFIA DO BRASIL

- Novo Hamburgo concentra indústrias de vestuário


correntes migratórias para o restante do país e, além dis-
e couro;
so, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades
- Pelotas destaca-se com a monoindústria alimentar. nordestinas não era capaz de atrair a sua própria popu-
Santa Catarina lação rural.
- Joinville e as cidades do vale do Itajaí, onde se des-
taca Blumenau, são áreas poli industriais, mas no- 1 “Regiões metropolitanas” em Só Geografia. Virtuous
ta-se a predominância de indústrias de vestuário, Tecnologia da Informação, 2007-2020.Disponivel em http://www.
sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaHumana/Urbanizacao/
alimentos, maquinário, porcelanas e cristais.
urbanizacao3.php

10
Até a década de 60, a região norte era a segunda mais urbanizada do país. Porém, a concentração da economia do
país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população
urbana regional diminuísse.
O êxodo rural foi muito intenso nas décadas passadas e a migração dessas pessoas gerou um inchaço urbano em
determinadas regiões.
A falta de planejamento urbano, junto com o crescimento desordenado, acarretaram em algumas consequências
para esses centros urbanos, tais como: problemas de saneamento básico (como tratamento de distribuição de água e
esgoto), congestionamentos no trânsito (em razão da falta de espaço nas ruas), falta de moradias, poluição ambien-
tal, falta de áreas verdes (como praças e bosques), indústrias e residências na mesma área (ocasionando problemas
ambientais e de saúde), barulho, violência e diversos outros transtornos que resultam em má qualidade de vida para a
sociedade.
Também ocorreu no Brasil o planejamento urbano para a criação de algumas cidades, entre elas a capital federal,
Brasília. O planejamento urbano tem como objetivo evitar os problemas que ocorrem com as cidades que se desenvol-
vem velozmente e não têm um acompanhamento adequado.

Fontes de energia
Em nosso planeta, encontramos vários tipos de fontes de energia. Essas fontes podem ser renováveis ou esgotáveis.
A energia solar e a eólica (obtida através dos ventos), por exemplo, fazem parte das fontes de energia inesgotáveis.
Em contrapartida, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e do carvão mineral) possuem uma quantidade
limitada em nosso planeta, podendo acabar caso não exista um consumo racional. As fontes tradicionais de energia
são esgotáveis (a maior parte delas). Disso, resulta a necessidade de se encontrar modelos alternativos que contribuam
com a produção mundial.
- Energia hidrelétrica: no Brasil, a grande disponibilidade de rios de planaltos e a carência de petróleo, carvão mine-
ral e gás natural levaram o poder público a optar pela hidreletricidade como principal matriz energética.
- Petróleo: Desde a perfuração do primeiro poço de petróleo na cidade de Lobato no estado da Bahia, a produção
de petróleo no Brasil vem crescendo continuamente. Possuindo em seu território treze refinarias, onze delas
pertencentes à União, o Brasil é praticamente autossuficiente no setor, necessitando importar menos de 20% do
produto para atender às suas necessidades de consumo.
- Carvão: O carvão encontrado no território brasileiro não é coqueificável. Isso significa que ele se encontra numa
fase geológica prematura, não atingiu o estado de hulha, em que pode ser transformado em coque, uma massa
porosa rica em carbono, resultante da destilação do carvão para produção de derivados plásticos, inseticidas, e
ser utilizado como combustível nos altos-fornos das usinas siderúrgicas para a produção de ferro e aço. Portan-
to, o país tem de importar a maior parte do carvão mineral utilizado no país.
- Energia eólica: Gerada a partir do vento, grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que os movimen-
tos delas geram energia elétrica. É uma fonte limpa e inesgotável, e em expansão no Brasil. A maior parte dos
parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No entanto, quase todo o território nacional
tem potencial para geração desse tipo de energia. O desenvolvimento da energia eólica no Brasil está ajudando
o país a alcançar seus objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética, reduzir as emissões de gases
de efeito estufa e criar empregos.

Atividades econômicas do Brasil


A ampla extensão territorial do Brasil permite inúmeras possibilidades no que diz respeito às atividades econômicas.
O Brasil desenvolve em seu território atividades dos setores primário, secundário e terciário. Esse último é o desta-
que do país, sendo responsável por mais da metade do seu Produto Interno Bruto (PIB) e pela geração de 75% de seus
empregos.
GEOGRAFIA DO BRASIL

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Fonte: www.sogeografia.com.br
O setor terciário é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região,
maior é a presença de atividades do setor terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o setor terciário
foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo.
O Brasil é um país que apresenta uma economia sólida, é exportador de uma grande variedade de produtos, fato que
fortalece a economia. As atividades de agropecuária, indústria e serviços são bem atuantes e contribuem para o crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto).
Contribuem para o crescimento econômico do país
- Principais produtos agrícolas produzidos no Brasil: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja,
tabaco, milho, mate.
- Principais produtos da pecuária: carne bovina, carne de frango, carne suína.
- Principais minérios produzidos: ferro, alumínio, manganês, magnesita e estanho.
- Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados as empresas,
transporte de cargas, limpeza predial e domiciliar, informática, transportes aéreos e alimentação.
- Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos
básicos, máquinas e equipamentos, produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.

A atividade agrícola no Brasil


Desempenhou sempre papel de suma importância na economia brasileira e, ainda hoje, destaca-se a participação desse
setor de atividade na produção econômica nacional. Pode-se dizer que, em termos reais, a agricultura é uma das bases mais
importantes da economia brasileira, pois oferece trabalho para aproximadamente 1/3 dos trabalhadores brasileiros, produz
10% do PIB, matérias-primas para a crescente indústria nacional, alimentos; e, ainda, seus produtos representam parcela
significativa das exportações.
Observado as últimas décadas, ficou notório a acelerada modernização da agricultura, representada, essencialmente,
pelo emprego maciço de maquinaria no processo produtivo e pela utilização, cada vez mais difundida, de insumos químicos.
A articulação crescente da agricultura com o setor industrial dominante da economia, evidenciada nas características do
GEOGRAFIA DO BRASIL

processo produtivo ou na subordinação frequente às indústrias de processamento da produção, configurando a existência


de um Complexo Agroindustrial (CAI), redefiniu o contexto produtivo na agricultura e acentuou as diferenciações existentes
entre áreas do país, produtores e segmentos produtivos da economia agrária.
A agricultura brasileira não tem representado um papel mais relevante devido aos inúmeros problemas que a afetam,
tais como:
- Utilização de técnicas de cultivo ultrapassadas e danosas ao solo (queimadas desenfreadas, plantações em declives –
que acentua a erosão – etc.).
- Baixo poder aquisitivo do agricultor.
- Criação de imensas pastagens – que concentram a propriedade de terra e, também, aceleram o processo de erosão do solo.

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- Subaproveitamento do espaço agrícola – dos 8,5 mi- de plástico, papel e metal, e de produtos químicos,
lhões de quilômetros do país, apenas 3 milhões são como fertilizantes, pesticidas e herbicidas. A melhor
utilizados por estabelecimentos rurais. forma de amenizar o problema é investir nos proces-
- Conflitos sociais: o processo de formação da proprie- sos de reciclagem e também no uso de materiais bio-
dade de terra no Brasil foi marcado pela violência, degradáveis ou não descartáveis.
pela imprecisão dos limites dos lotes e, consequen-
temente, pela falta de garantias legais para o direito
de propriedade, dando margens à utilização da força
como solução.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

Os impactos ambientais 01. (MPE-SP - Auxiliar de Promotoria I – Administrati-


Meio ambiente é o conjunto dos elementos físicos, quí- vo - VUNESP - 2019) Observe a paisagem para respon-
micos e biológicos necessários à sobrevivência de der à questão.
cada espécie, vegetal e mineral. O Brasil não é exce-
ção nesse quadro trágico. A ação humana tem provo-
cado sérios danos à diversidade biológica em nosso
país. Atualmente, os principais problemas têm origem
nas atividades agropecuárias predatórias e na extra-
ção madeireira.
- Desmatamento: O modelo de exploração econômica
implantado no Brasil desde a época colonial tem in-
terferido de maneira direta na relação entre a popula-
ção e o meio ambiente, com graves reflexos na atua-
lidade. A expansão das fronteiras agrícolas, a pecuária
não sustentável, a atividade mineradora e a ação das
madeireiras continuam a causar grandes impactos
ambientais.
- Queimadas: É uma das mais antigas técnicas para lim-
peza e preparo do solo para plantio e pastagem. A
queimada é ainda largamente praticada em nosso
país, apesar das tentativas legais para proibi-la e o tra-
balho de conscientização. É uma forma muito barata
de “limpar uma área”, mas certamente a mais nociva,
pois ela empobrece o solo e consome seus nutrientes. A paisagem mostrada é característica do domínio
A fumaça liberada causa danos à saúde, polui o meio
ambiente e contribui para o aquecimento do planeta. A) das caatingas.
- Desertificação: A ação humana, por meio do desmata- B) amazônico.
mento e de atividades agropecuárias e mineradoras C) dos mares de morros.
predatórias, tem provocado o surgimento do fenô- D) das pradarias.
meno de desertificação de grandes áreas em algumas E) do cerrado.
regiões brasileiras. A desertificação provoca a perda
gradual de fertilidade biológica do solo e é resultado Resposta: A. A paisagem é típica da região da caatinga.
sobretudo do cultivo inadequado da terra, associado
a variações climáticas locais e a características do solo 02. (Prefeitura de Porto Nacional - TO - Assistente
(pedregoso ou impermeável, com evaporação eleva- Administrativo - COPESE - UFT - 2019)
da por causa das altas temperaturas do clima semiári-
do, típico do interior nordestino).
- Poluição: Rios e lagos formam os ecossistemas de água
doce e são considerados o meio de vida natural mais
ameaçado do planeta. Cerca de 80% dos esgotos do país
não recebem nenhum tipo de tratamento e são despeja-
dos diretamente em rios, mares, lagos e mananciais.
- Poluição do ar: A quantidade de resíduos tóxicos lan-
çados pelo tráfego excessivo de veículos e, em menor
escala, pela atividade industrial afeta cada vez mais a
qualidade do ar, prejudicando as condições de saúde
da população, especialmente a dos centros urbanos.
GEOGRAFIA DO BRASIL

Se inalados diariamente e com frequência, os gases


poluentes afetam diretamente o sistema respiratório,
causando doenças como rinite, bronquite, pneumo-
nia e asma. Quando inalado em níveis muito altos, o
CO provoca náuseas e dor de cabeça, além de agravar
problemas cardíacos.
- Poluição do solo: As principais causas da poluição do
solo são o acúmulo de lixo sólido, como embalagens

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É CORRETO afirmar que a área demarcada no mapa corresponde ao bioma:

A) Pampa.
B) Cerrado.
C) Caatinga.
D) Pantanal.

Resposta: B. A região demarcada no mapa corresponde ao cerrado.

03. (SABESP - Programa de Aprendizagem de Assistente Administrativo - FCC - 2019) Analise as pirâmides para
responder à questão.

Após a análise é correto afirmar que a pirâmide

A) I identifica a população de uma região com fraco desenvolvimento, onde há forte taxa de natalidade e baixa expec-
tativa de vida.
B) I caracteriza a população de uma região que estimula a natalidade com o objetivo de renovar a população e atingir
GEOGRAFIA DO BRASIL

o pleno desenvolvimento.
C) II caracteriza a população de uma região em desenvolvimento em contínuos processos de emigração que reduzem
os grupos jovens e adultos.
D) II identifica a população de uma região desenvolvida que, devido à escassez de recursos, promove forte controle de
natalidade.
E) II identifica a população de uma região com economia emergente que tem passado por rápidas transformações
sociais e demográficas.

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Resposta: A. I - Base larga e Topo estreito: identifica a população de uma região com fraco desenvolvimento, onde
há forte taxa de natalidade (nascidos) e baixa expectativa de vida (idosos vivendo menos). II - Base estreita e Topo
largo: identifica a população de uma região desenvolvida, com baixa natalidade (nascidos) e fecundidade (nº de fi-
lhos por mulheres), ocorre o processo que chamamos de bônus demográfico (quando há um aumento da população
economicamente ativa (PEA) que são os adultos e aumento da expectativa de vida (idosos vivendo mais). Logo,a
ocorrência de l (base larga e topo estreito) para ll (base estreita e topo largo) é chamada de transição demográfica.

04. (MPE-SP - Auxiliar de Promotoria I – Administrativo - VUNESP - 2019) Observe o mapa para responder à
questão.

Assinale a alternativa que identifica, corretamente, a legenda do mapa.

A) Regiões com fraco dinamismo demográfico.


B) Principais concentrações industriais.
C) Áreas com elevado nível de erosão dos solos.
D) Novas áreas de produção agropecuária.
E) Grandes polos de produção mineral.

Resposta: B. Fica evidente que se trata das indústrias, principalmente em Manaus a Zona Franca.

GEOGRAFIA DO BRASIL

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05. (EMATER-MG - Assistente Técnico I – Geografia - Gestão Concurso - 2018) Nos gráficos a seguir, é possível
identificar as principais matrizes energéticas do mundo e do Brasil.

A respeito da análise dos gráficos, é correto concluir que


A) no Brasil, 53% da produção de energia provém de fontes renováveis.
B) os combustíveis fósseis são as principais matrizes energéticas nos dois casos apresentados.
C) nos dois casos, a hidráulica tem valor elevado, como fonte de energia, mas o consumo mundial é maior do que o
brasileiro.
D) no caso das fontes renováveis, o mais elevado uso brasileiro é a hidráulica, enquanto que no mundo é a biomassa.

Resposta: B. Combustíveis fósseis são combustíveis formados por meio de processos naturais, como a decompo-
GEOGRAFIA DO BRASIL

sição de organismos mortos soterrados. Os combustíveis fósseis contêm alta quantidade de carbono, usados para
alimentar a combustão. São usados como combustíveis, o carvão mineral, gás natural e o petróleo. Logo o que se
constata pelo gráfico apresentado na questão é de combustíveis fósseis em ambos.

16
a) Os cultivos permanentes fortemente mecanizados.
b) As terras produtivas ocupadas por posseiros.
HORA DE PRATICAR! c) As grandes propriedades rurais acima de mil hectares.
d) Os minifúndios que ocupam metade das terras rurais.
1. (PM-SP – Soldado da Polícia Militar – VUNESP – e) As pastagens destinadas à criação de gado leiteiro.
2018)
4. (CGE - RN - Analista Contábil - IBFC - 2019) “Para
a atual identificação das macrounidades do relevo bra-
sileiro, elaborada por Ross (1989), foram fundamentais
os trabalhos de Ab’Sáber e os relatórios e mapas produ-
zidos pelo Projeto Radambrasil na série Levantamentos
dos Recursos Naturais. O relevo brasileiro apresenta três
tipos de unidades geomorfológicas, que refletem sua gê-
nese: os planaltos, as depressões e as planícies” (ROSS,
2011). Considerando estas três unidades geomorfológi-
cas brasileiras, assinale a alternativa correta.
O climograma é característico
a) Os planaltos são grandes sistemas serranos e monta-
a) De grande parte da Amazônia, que apresenta clima nhosos, que correm em local de encontro entre duas
equatorial, forte pluviosidade e temperaturas elevadas placas tectônicas e apresentam altitudes acima de
o ano todo. 1.200 m
b) Da área litorânea da região Sul, que apresenta clima b) As depressões no território brasileiro apresentam uma
subtropical, sem estação seca e elevada amplitude tér- característica genética muito marcante, que é o fato
mica. de não terem sido geradas pela atuação de processos
c) Da área sul da região Sudeste, que apresenta clima erosivos, e sim antrópicos
tropical de altitude, fraca pluviosidade e temperaturas c) As planícies correspondem geneticamente às áre-
elevadas o ano todo. as essencialmente planas, geradas por deposição de
d) Da porção central do Centro-Oeste, que apresenta cli- sedimentos recentes de origem marinha, lacustre ou
ma tropical úmido, com grande pluviosidade e eleva- fluvial
da amplitude térmica. d) As depressões no Brasil estão localizadas apenas na
e) Do interior nordestino, que apresenta clima tropical, região amazônica, devido à forte erosão fluvial, espe-
com os meses de verão mais chuvosos e baixa ampli- cialmente pelo rio Amazonas e seus afluentes
tude térmica.
5. (SABESP - Programa de Aprendizagem de Assisten-
2. (PM-SP – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – VU- te Administrativo - FCC - 2019) Considere o texto e o
NESP – 2018) Analisando-se as características da popu- mapa apresentados a seguir.
lação brasileira, é possível constatar que É o único clima brasileiro que registra uma queda sensí-
vel das temperaturas durante o inverno. Mas seu verão é
a) A taxa de fecundidade tem permanecido em fraca ex- muito quente e por isso apresenta as maiores amplitudes
pansão, mostrando que há uma tendência de se man- térmicas do país. As chuvas são regulares ao longo do
ter o crescimento vegetativo elevado, principalmente ano. (Brasil: Tipos de Clima)
na zona urbana.
b) A taxa de urbanização, que mostra o dinamismo de-
mográfico de um país, tem apresentado forte amplia-
ção, fato que deve igualar as taxas entre as diferentes
regiões do país.
c) A esperança de vida, que indica o tempo médio de
vida dos habitantes, tem sido reduzida, principalmen-
te devido aos problemas decorrentes do desemprego
e da crise econômica.
d) A migração entre as regiões brasileiras parou de crescer
há mais de uma década, o que mostra a regularidade
da distribuição das atividades econômicas pelo país.
e) A taxa de mortalidade infantil, que é um dos indicadores
GEOGRAFIA DO BRASIL

mais utilizados para mostrar as condições de vida, em


especial aquelas relacionadas à saúde, está em declínio.

3. (PM-SP – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – VU-


NESP – 2018) O último recenseamento agropecuário
foi realizado em 2006. Os doze anos que separaram os
dois censos não devem alterar o fato de que, no país,
predominam

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O texto descreve o clima identificado no mapa pelo número

A) 1. GABARITO
B) 5.
C) 2. 1 A
D) 3.
E) 4. 2 E
3 C
6. (Prefeitura de São Miguel do Oeste - SC - Professor 4 C
– Geografia - AMEOSC - 2019) Definido como ecossis-
tema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre 5 B
e marinho, característico de regiões tropicais e subtropi- 6 A
cais, sujeito ao regime das marés, esta descrição corres-
7 C
ponde ao chamado:

a) Manguezal.
b) Pantanal.
c) Mata dos cocais.
d) Matas ciliares.

7. (Prefeitura de Santa Rosa - RS - Professor de Geo-


grafia - FUNDATEC - 2019) Segundo artigo publicado
pelo IBGE, os dados de 2015 evidenciam o aumento da
representatividade de mães entre 30 e 39 anos (de 22,5%,
em 2005, chegando a 30,8%, em 2015) e a redução dos
registros de filhos de mães mais jovens. No grupo de
mães de 15 a 19 anos, o percentual de nascimentos caiu
de 20,3%, em 2005, para 17%, em 2015. A partir desses
dados, podemos determinar que as mães brasileiras es-
tão tendo seus primogênitos mais tarde. Isso é retratado
por meio do(a):

A) Crescimento total, que expressa o cálculo de taxa de


natalidade, menos a taxa de mortalidade, mais imigra-
ção e menos migração.
B) Taxa de fecundidade, que expressa a estimativa do nú-
mero médio de filhos que uma mulher teria até o final
de sua idade reprodutiva. Corresponde à relação entre
nascidos (vivos) e mulheres em idade reprodutiva.
C) Taxa de fertilidade, que expressa o número de mulhe-
res em idade fértil entre 15 e 49 anos de idade de um
país ou região.
D) Taxa de mortalidade infantil, que expressa o número
de óbitos até 12 meses por mil divididos pelo número
de habitantes.
E) Taxa de natalidade, que expressa o número de nasci-
dos vivos por mil divididos pelo número de habitantes.
GEOGRAFIA DO BRASIL

18
ÍNDICE

ATUALIDADES

Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a
partir de 6 (seis) meses anteriores à publicação deste Edital, divulgados na mídia local e/ou nacional........................ 01
do presidente. A Presidência também conta com dois ór-
QUESTÕES RELACIONADAS A gãos de consulta: o Conselho da República e o Conselho
FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS, de Defesa Nacional.
SOCIAIS E CULTURAIS, NACIONAIS Os ministérios são 16: Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento; Cidadania; Ciência, Tecnologia, Inovações e
E INTERNACIONAIS, DIVULGADOS
Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; Eco-
NA MÍDIA LOCAL E/OU NACIONAL,
nomia; Educação; Infraestrutura; Justiça e Segurança Pú-
VEICULADOS NOS ÚLTIMOS SEIS MESES blica; Meio Ambiente; Minas e Energia; Mulher, Família e
ANTERIORES À DATA DA PROVA Direitos Humanos; Relações Exteriores; Saúde; Turismo; e
a Controladoria-Geral da União. De acordo com a nova
organização, também possuem o status de ministros de
Estado o chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-
POLÍTICA
ca; o chefe da Secretaria de Governo da Presidência da
República; o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
Posse de Jair Messias Bolsonaro
República; o chefe do Gabinete de Segurança Institucio-
nal da Presidência da República; o advogado-geral da
Jair Messias Bolsonaro (PSL), 63, tomou posse como
o 38º presidente do Brasil às 15h15 desta terça-feira União; e o presidente do Banco Central.
(1º/01/19), em cerimônia no Congresso Nacional, para
o mandato entre 2019 e 2022. Emocionado, ele acom- Fonte:
panhou a execução do Hino Nacional antes de fazer o https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noti-
juramento constitucional e assinar o termo de posse. cias/2019/01/01/bolsonaro-moro-guedes-ministerio-
Em seguida, fez seu primeiro discurso no novo cargo. Às -governo-medida-provisoria-primeiro-ato.htm
16h35, teve início o cerimonial rumo ao Palácio do Pla-
nalto. Após descer a rampa do Congresso ao lado dos Flávio Bolsonaro: entenda as suspeitas e o que o
presidentes do Senado, Eunicio Oliveira (MDB-CE), e da senador eleito diz sobre elas
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro ouviu nova-
mente o Hino e passou as tropas em revista. Às 17h01, Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o se-
após subir a rampa do Planalto acompanhado da primei- nador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se tornou o cen-
ra-dama, Michelle, do vice, Hamilton Mourão e da mu- tro das atenções da família depois que veio à tona, em
lher dele, Paula, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial dezembro de 2018, um relatório do Coaf (Conselho de
das mãos do agora ex-presidente Michel Temer (MDB). Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério
da Fazenda, sobre movimentação financeiras atípicas fei-
Fonte: tas por seu então assessor parlamentar, Fabricio Queiroz.
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/01/bol- Além disso, Flávio também é investigado por ter ocu-
sonaro-posse-presidente.htm pado um cargo comissionado na Câmara dos Deputados
enquanto fazia estágio e faculdade no Rio.
MP de Bolsonaro reorganiza ministério e dá supe- Já no dia 22 de janeiro, uma nova operação do MP
restrutura a Moro e Guedes contra 13 suspeitos de envolvimento com milícias trou-
xe novamente o nome o nome do primogênito de Jair
Nas primeiras horas de seu governo, o presidente Bolsonaro aos holofotes: Flávio Bolsonaro empregou em
Jair Bolsonaro (PSL) publicou três atos nesta terça-feira seu gabinete parentes do ex-capitão da PM Adriano Ma-
(01/01/19): uma medida provisória que determina a es- galhães da Nóbrega, acusado de comandar milícias no
trutura do novo governo e um decreto que estabelece o Rio de Janeiro.
novo valor do salário mínimo (R$ 998) e a nomeação de
21 dos 22 ministros do novo governo. A medida provi- Caso Queiroz
sória publicada em edição extraordinária do Diário Oficial
“estabelece a organização básica dos órgãos da Presi- O Conselho de Controle de Atividades Financeiras
dência da República e dos Ministérios”, oficializando fu- (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que atua
sões, extinções e transferências de órgãos e a criação da na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, pro-
superestrutura das pastas comandadas por Sergio Moro duziu um relatório de inteligência financeira que sinali-
(Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia). za movimentações atípicas de diversas pessoas ligadas
De acordo com a medida, os seguintes órgãos inte- à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre
gram a Presidência da República: Casa Civil, secretaria de elas, Fabricio Queiroz, um policial militar aposentado que
Governo, secretaria-geral, o gabinete pessoal do presi- foi motorista e segurança de Flávio Bolsonaro e é amigo
dente, o gabinete de Segurança Institucional e a Autori- do presidente Jair Bolsonaro desde os anos 1980.
dade Nacional de Proteção de Dados Pessoais. Também A investigação do Ministério Público Federal, um des-
ATUALIDADES

integram a Presidência da República, mas como órgãos dobramento da Operação Lava Jato, buscava identificar
de assessoramento, o Conselho de Governo, o Conselho movimentações suspeitas que poderiam estar relaciona-
Nacional de Política Energética, o Conselho do Programa das a pagamento de propina a deputados em troca de
de Parcerias de Investimentos da Presidência da Repú- apoio ao governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro.
blica, o Advogado-Geral da União e a assessoria especial

1
Fonte: “Queremos reformar a União Europeia (UE) e o Par-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/25/ lamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mu-
flavio-bolsonaro-entenda-quais-sao-as-suspeitas-e-o- danças radicais”, disse Meuthen.
-que-o-senador-eleito-diz-sobre-elas.htm Líderes dos direitistas Partido Popular Dinamarquês
e Finns, da Finlândia, também participaram do encon-
Presidência divulga balanço de ações do primeiro tro organizado por Salvini. A Rassemblement National
mês de governo (Agrupamento ou Comício Nacional, a antiga Frente Na-
cional), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade da
O governo federal divulgou hoje (31/1/19) o balanço Áustria também devem se juntar à EAPN, embora não
de um mês de trabalho. Em uma nota, divulgada pela tenham participado da reunião desta segunda-feira.
assessoria da Presidência da República, foram destaca- “A ideia é deixar de ter uma Europa centralizada e co-
das 15 ações. Dentre elas, a proposta de reforma da Pre- mum para todos, mas devolver o poder aos parlamentos
vidência que, segundo integrantes do governo federal, nacionais para criar uma cooperação honesta entre Es-
tados iguais e abandonar a perigosa utopia dos Estados
está em fase final de elaboração e será apresentada no
unidos da Europa”, disse Marco Zanni, porta-voz de as-
Congresso em fevereiro.
suntos estrangeiros da Liga, à agência de notícias alemã
A reforma da Previdência será destaque também da
DPA.
mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso
Meuthen defendeu uma “proteção poderosa” das
Nacional, que será lida no próximo dia 4/2/19. Nela, o fronteiras externas da UE e a supressão da “migração ile-
presidente ressaltará a necessidade de mudar o sistema gal”.
atual. Na Itália, o discurso de Salvini contra a imigração ile-
A nota do Palácio do Planalto lembra que em janeiro gal e o lema de “primeiro os italianos” seduziu eleitores.
foi assinada a medida provisória para combater fraudes Agora, ele quer conquistar com a suas ideias também as
na Previdência. O texto altera regras de concessão de instituições europeias.
benefícios, como auxílio-reclusão, pensão por morte e “Fazemos parte de famílias políticas distintas, mas o
aposentadoria rural. Além disso, prevê a revisão de uma importante é que estamos promovendo alianças, esta-
série de benefícios e “processos com suspeitas de irregu- mos trabalhando para tornar realidade um novo sonho
laridades” concedidos pelo Instituto Nacional de Seguri- europeu, ainda que para alguns em Bruxelas isso seja um
dade Social (INSS). Segundo o governo federal, a MP vai pesadelo”, afirmou Salvini.
gerar uma economia de R$ 9,8 bilhões nos primeiros 12 Atualmente, há três grupos de extrema direita e eu-
meses de vigência. rocéticos no Parlamento Europeu: o Europa da Liberdade
e da Democracia Direta, da AfD; os Conservadores e Re-
Fonte: formadores Europeus, que incluem o Partido Lei e Justiça
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noti- (PiS), da Polônia; e o Europa das Nações e da Liberdade,
cia/2019-01/presidencia-divulga-balanco-de-acoes-do- da Liga e de Le Pen.
-primeiro-mes-de-governo (Fonte:https://www.dw.com/pt-br/populistas-
-anunciam-alian%C3%A7a-europeia-de-extrema-direi-
Populistas anunciam aliança europeia de extrema ta/a-48253448)
direita
STF proíbe privatização de estatais sem aval do
Os partidos populistas de direita Alternativa para a Congresso, mas permite venda de subsidiárias
Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anunciaram nesta se- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quin-
ta-feira (6/6/19) que o governo federal não pode vender
gunda-feira (08/04/19) que pretendem formar um novo
estatais sem aval do Congresso Nacional e sem licitação
bloco no Parlamento Europeu junto com outras legendas
quando a transação implicar perda de controle acionário.
eurocéticas e de extrema direita.
Na terceira sessão de julgamento do tema, a maioria
O novo grupo deve se chamar Aliança Europeia de
dos magistrados da Suprema Corte permitiu vendas sem
Pessoas e Nações (EAPN), afirmou Jörg Meuthen, um dos autorização do parlamento somente para as empresas
líderes da AfD, em coletiva de imprensa ao lado do líder estatais subsidiárias. A decisão também vale para gover-
da Liga, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro nos estaduais e prefeituras.
italiano, Matteo Salvini, em Milão. Uma empresa subsidiária é uma espécie de subdivi-
Meuthen, que também é o principal candidato da AfD são de uma companhia, encarregada de tarefas especí-
para as eleições europeias de maio deste ano, afirmou ficas no mesmo ramo de atividades da “empresa-mãe”.
que o encontro em Milão foi um “sinal de partida para A Petrobras, por exemplo, tem 36 subsidiárias, como a
algo novo”. Ele viajou à Itália a convite de Salvini, que Transpetro e a BR Distribuidora; a Eletrobras, 30; e o Ban-
também lançou sua campanha para o Parlamento Euro- co do Brasil, 16.
peu. O governo federal tem, segundo o Ministério da Eco-
ATUALIDADES

Meuthen enfatizou que, no futuro, os nacionalistas de nomia, 134 estatais, das quais 88 são subsidiárias.
direita não estariam mais fragmentados, mas unidos. O
desejo do grupo é promover a concessão de mais pode- Fonte:
res aos Estados-membros e reduzir a influência de Bru- https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/st-
xelas. f-julgamento-privatizacao-estatais.ghtml

2
ECONOMIA Agora, o Ministério da Economia tem 3.612 cargos
comissionados distribuídos da seguinte forma: 1.569
Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança cria- cargos de DAS e 2.043 Funções Comissionadas do Poder
da pelo brasileiro Carlos Ghosn Executivo (FCPE). Essas últimas só podem ser ocupadas
por servidores concursados.
A repercussão mundial da prisão do brasileiro Carlos Ao todo, sete Secretarias Especiais compõem o pri-
Ghosn está muito ligada ao fato de ele ser o homem de meiro escalão do ministério: Fazenda; Receita Federal;
frente não só da Nissan, onde é membro do conselho, Previdência e Trabalho; Comércio Exterior e Assuntos
mas de 3 grandes montadoras, comandando a chamada Internacionais; Desestatização e Desinvestimento; Pro-
Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. dutividade, Emprego e Competitividade; e Desburocra-
Juntas, elas venderam 10,6 milhões de carros no mun- tização, Gestão e Governo Digital, além da Procuradoria-
do em 2017, reivindicando o posto de número 1 sobre o -Geral da Fazenda Nacional.
grupo Volkswagen. Cada uma das Secretarias Especiais tem pelo menos
Ghosn foi preso sob suspeita de sonegação e fraude duas secretarias, como a Secretaria de Previdência e a
fiscal. O executivo não declarou mais de 5 bilhões de ie- Secretaria de Trabalho, que integram da Secretaria Espe-
nes (o equivalente a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento cial de Previdência e Trabalho. Responsável por herdar as
como presidente na Nissan. As fraudes fiscais ocorreram atividades do antigo Ministério da Fazenda e parte das
entre 2010 e 2015. atividades dos antigos Ministérios do Planejamento e do
A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Po- Trabalho, a Secretaria Especial de Fazenda tornou-se a
rém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm divisão com mais órgãos, com quatro secretarias, cinco
parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma subsecretarias e dois departamentos.
fusão. (...) Entre as atribuições do Ministério da Economia, estão
Na prática, elas dividem conhecimentos em engenha- a administração financeira e a contabilidade pública, a
ria, pesquisa e desenvolvimento, partes da produção e desburocratização, a gestão e o governo digital, a fiscali-
têm investimentos comuns. Isso resulta em menos gas- zação e o controle do comércio exterior, a previdência e
tos para ambas, uma bandeira de Ghosn, que chegou a as negociações econômicas e financeiras com governos,
ser apelidado de “cost-killer” (“cortador de custos”) na organismos multilaterais e agências governamentais.
Nissan.
Fonte:
Fonte http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
:https://g1.globo.com/carros/noticia/2018/11/21/re- cia/2019-01/ministerio-da-economia-reduziu-29-mil-
nault-nissan-mitsubishi-conheca-a-alianca-criada-pelo- -cargos-em-comissao
-brasileiro-carlos-ghosn.ghtml
Governo informa que neste ano não haverá horá-
Ministério da Economia reduziu 2,9 mil cargos em rio de verão
comissão
O porta-voz da Presidência da República, Otávio
A fusão de quatro antigos ministérios – Fazenda; Pla- Rêgo Barros, informou nesta sexta-feira (5/4/19) que não
nejamento; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e par- haverá horário de verão neste ano.
te da estrutura do Trabalho – gerou a redução de 2,9 mil Inicialmente, Rêgo Barros disse que o governo havia
cargos. O novo quadro dos cargos em comissão e das decidido acabar com o horário de verão. De acordo com
funções de confiança entrou em vigor hoje (30/01/19). o porta-voz, o Ministério de Minas e Energia fez uma
A economia em dinheiro não foi informada. Os fun- pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram
cionários serão dispensados amanhã (31/01/19). De o fim do horário de verão.
acordo com a pasta, foi necessário um período de transi- Pouco depois de Otávio Rêgo Barros informar a de-
ção em janeiro para não demitir todos os comissionados cisão do governo, Bolsonaro publicou uma mensagem
de uma vez e afetar a continuidade do ministério. sobre o assunto em uma rede social:
Nos últimos 28 dias, o Ministério da Economia ado- “Após estudos técnicos que apontam para a elimina-
tou medidas para alocar os servidores dentro da nova ção dos benefícios por conta de fatores como iluminação
estrutura, publicar os atos de nomeação e definir a cor- mais eficiente, evolução das posses, aumento do consu-
respondência entre as funções dos órgãos extintos e do mo de energia e mudança de hábitos da população, de-
novo ministério. cidimos que não haverá Horário de Verão na temporada
A adequação dos espaços físicos está em andamento 2019/2020.”
e levará vários meses. Segundo o Ministério da Econo- De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o
mia, os servidores deverão permanecer no local onde Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010
desempenham suas funções. Pela nova estrutura, a pasta por adotar o horário de verão. Segundo os números já
funciona em cinco prédios da Esplanada dos Ministérios. divulgados, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz
ATUALIDADES

Segundo o Ministério da Economia, a fusão permitiu do sol resultou em economia de R$ 835 milhões para os
a redução de 243 cargos de Direção e Assessoramento consumidores.
Superior (DAS), 389 funções comissionadas do Poder
Executivo (FCPE) e mais 2.355 funções gratificadas, tota-
lizando 2.987 cargos extintos.

3
negociados na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Os
acionistas da Avon terão opção de receber ADRs nego-
ciados na NYSE ou ações listadas na B3.
Em comunicado, a Natura informa que a transação
permanece “sujeita às condições finais habituais, incluin-
do a aprovação tanto pelos acionistas da Natura quanto
da Avon, assim como das autoridades antitruste do Brasil
e outras jurisdições”. A conclusão da operação é espera-
da para o início de 2020.

Fonte:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/
natura-anuncia-compra-da-avon.ghtml

Brasil fica isolado no Brics por posições sobre Ve-


nezuela e comércio

A situação na Venezuela e a reforma da Organização


Mundial do Comércio estão aprofundando o racha den-
tro dos Brics e ameaçam a reunião do grupo que se reali-
zará em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro.
O placar entre os Brics é de 4 a 1 no tema Venezuela:
Fonte:
China, Rússia, África do Sul e Índia têm posição oposta à
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/ do Brasil, que se alinhou aos EUA.
governo-anuncia-fim-do-horario-de-verao.ghtml Nenhum dos quatro países reconhece como legítimo
o governo do autodeclarado presidente interino Juan
Desemprego cresce em 14 das 27 unidades da fe- Guaidó, ao contrário do Brasil, e todos se opõem a qual-
deração no 1º trimestre, diz IBGE quer tipo de intervenção externa.

O desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da fe- Fonte:


deração no 1º trimestre, na comparação com o trimestre https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essen-
anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira cial/brasil-fica-isolado-no-brics-por-posicoes-sobre-ve-
(16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nezuela-e-comercio/
(IBGE). Nos demais estados, houve estabilidade.
A taxa de desemprego média no país nos 3 primeiros Guerra comercial entre EUA e China se agrava
meses do ano subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão. Pequim, 24 Ago 2019 (AFP) - O presidente dos Es-
Segundo o IBGE, as maiores taxas de desemprego fo- tados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta sexta-feira às
ram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre novas tarifas anunciadas por Pequim contra produtos
(18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Gran- americanos elevando a taxação sobre bens chineses,
de do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). ampliando a guerra comercial que ameaça a economia
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em global. Trump criticou a “relação comercial injusta” e dis-
13,5% e 15,3%, respectivamente. se que “a China não deveria ter colocado novas tarifas
(Fonte:https://g1.globo.com/economia/noti- sobre 75 bilhões de dólares de produtos americanos” por
cia/2019/05/16/desemprego-cresce-em-14-das-27-uni- motivação política. O presidente decidiu elevar a tarifa de
dades-da-federacao-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml) 25% sobre 250 bilhões em produtos chineses para 30%,
a partir de 1º de outubro. E as tarifas sobre 300 bilhões
de dólares em produtos que devem entrar em vigor em
Natura anuncia compra da Avon
1º de setembro e que eram de 10%, agora serão fixadas
em 15%.
A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta
Acusando a China de “tirar proveito dos Estados Uni-
quarta-feira (22) a aquisição da Avon, em uma operação dos em comércio, roubo de propriedade intelectual e
de troca de ações. Segundo a companhia, a operação cria muito mais”, Trump disse que, “devemos equilibrar essa
o quarto maior grupo exclusivo de beleza do mundo. relação comercial muito... Injusta”.
A partir da transação, será criada uma nova holding O conflito acelerado preocupa as empresas america-
brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura nas, muitas das quais dependem da China para fornecer
ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais insumos, produtos e até para a fabricação.
ATUALIDADES

detentores da Avon terão os demais cerca de 24%.


No negócio, o valor da Avon é estimado em US$ 3,7 Fonte
bilhões, e o da nova companhia combinada em US$ 11 :https://economia.uol.com.br/noticias/
bilhões. Os papéis da Natura Holding serão listados na afp/2019/08/24/guerra-comercial-entre-eua-e-china-se-
B3, a bolsa brasileira, e terão certificados de ações (ADRs) -agrava.htm

4
Plano de Ação cios do País. A Sepec reconhece todos os desafios diag-
nosticados nesse ranking, mas traz uma visão de futuro
O secretário especial de Produtividade e Competitivi- e um plano de trabalho que vão transformar a produtivi-
dade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, reforça dade e a competitividade do Brasil.
que, desde que assumiu a Secretaria, trabalha para colo-
car em prática um plano de ataque aos problemas que Fonte:
impedem o crescimento econômico do Brasil. http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Nosso planejamento estratégico inclui metas ambi- sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
ciosas, baseadas em indicadores globais de desempenho nomico-mundial
ancorados no GCI e desdobradas em planos alinhados
com os desafios que temos a enfrentar”, afirma. A meta Número de empresas abertas no país cresce 30,8%
para 2022 é chegar ao 50º lugar, por meio de ações que em outubro
estão sendo desenvolvidas.
Para Da Costa, o Brasil ainda tem muito a melhorar. O número de empresas abertas em outubro deste
“Em relação aos Estados Unidos, nossa produtividade ano aumentou 30,8%, ante o mesmo período de 2018,
vem caindo desde 1980 e hoje representa aproximada- com o surgimento de 307.443 novos empreendimentos,
mente 25% da americana. O baixo progresso na produ- quase 10 mil por dia, segundo levantamento da Serasa
tividade brasileira levou à queda do país nos rankings Experian.
de competitividade global. Ainda estamos distantes dos O acumulado de janeiro a outubro foi de 2,6 milhões,
países da OCDE (Organização para Cooperação e Desen- 23,1% a mais do que a soma de janeiro a dezembro de
volvimento Econômico). Os estudos internacionais con- 2018, quando o volume foi de 2,5 milhões.
vergem sobre os principais gargalos da produtividade no Segundo os dados, as empresas do setor de serviços
Brasil, e estamos trabalhando para atacá-los um a um”, apresentaram variação de 26,6%, seguidas por indústrias
complementa. (18,2%) e comércio (13,1%). Até outubro, os microem-
preendedores individuais representavam 81,5% do total,
enquanto 7,2% eram sociedades limitadas e 5,4%, em-
Fonte:
presas individuais.
http://www.economia.gov.br/noticias/2019/10/bra-
“Os novos empreendedores se formalizam para ter
sil-sobe-no-ranking-de-competitividade-do-forum-eco-
mais opções de trabalho em um contexto de geração
nomico-mundial
de emprego formal ainda bastante lento. Adicionalmen-
te, alguns setores da economia, como a construção civil
Brasil sobe no ranking de competitividade do Fó-
residencial, estão se tornando mais dinâmicos e podem
rum Econômico Mundial
buscar profissionais que sejam formalizados para ter
mais facilidade na contratação”, disse o economista da
O Brasil subiu um degrau no ranking do Fórum Eco-
Serasa Experian Luiz Rabi..
nômico Mundial que avalia a competitividade de 141 Segundo Rabi, outro fator que pode ter impulsiona-
países. Avançamos da 72ª posição (2018) para a 71ª co- do é o aquecimento do mercado típico de fim do ano,
locação na lista de 2019. O Global Competitiveness Index quando as pessoas buscam alternativas para aumentar a
(GCI) foi divulgado, nesta quarta-feira (9/10/19), pelo Fó- renda familiar e acabam abrindo novos negócios.
rum Econômico Mundial. Singapura foi apontado como
o país mais competitivo do mundo, à frente dos Estados Fonte:
Unidos e de Hong Kong. Os últimos lugares ficaram com http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
República Democrática do Congo, Yemen e Chade. cia/2019-12/numero-de-empresas-abertas-no-pais-
Os melhores resultados do Brasil foram nos pilares -cresce-308-em-outubro
de infraestrutura, dinamismo de negócios e mercado de
trabalho. Em infraestrutura, o país passou para o 78º lu- Mercado vê ritmo ainda fraco de crescimento no
gar, avançando três pontos em relação a 2018; em dina- 3º trimestre, mas projeta PIB melhor em 2020
mismo de negócios, subimos da 108ª posição para a 67ª,
principalmente, por causa da redução do tempo para A economia brasileira manteve a trajetória de recu-
abrir um negócio. Outra melhora foi registrada no pilar peração no 3º trimestre, mas em ritmo ainda fraco, com
mercado de trabalho: estávamos em 114º lugar em 2018 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sendo sus-
e passamos para a 105ª posição em 2019. tentado por um maior consumo das famílias, em meio a
Em capacidade de inovação, permanecemos na 40ª um cenário de juros mais baixos, inflação controlada e
posição, mesmo desempenho do ano passado. E em expansão do volume das operações de crédito.
qualificação, caímos do 94º para o 96º lugar. Já em mer- Levantamento do G1 aponta para uma expectativa
cado de produtos, passamos da 117ª para 124ª coloca- de alta entre 0,3% e 0,66% do Produto Interno Bruto
ATUALIDADES

ção. Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e (PIB) no 3º trimestre, frente aos 3 meses anteriores. Das
Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), os 14 consultorias e instituições financeiras consultadas, 9
números refletem principalmente dados até 2018, e são esperam uma alta entre 0,4% e 0,5%. Os dados oficiais
fruto das políticas praticadas por governos anteriores, serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
que produziram diversos entraves no ambiente de negó- Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3/12/19).

5
Para o resultado de 2019, 7 das 14 ainda estimam um Fundadora de site pornô que divulgava vídeos de
avanço abaixo 1%, e outras 7 preveem uma alta de 1% ou câmera escondida é presa na Coreia do Sul
1,1%. Portanto, provavelmente abaixo do desempenho
registrado nos 2 anos anteriores. Já para 2012, 12 delas Cofundadora de um dos maiores sites de pornografia
projetam um crescimento de, no mínimo, 2%. da Coreia do Sul, Soranet Song, de 46 anos, foi senten-
Por conta das possíveis revisões dos resultados an- ciada a quatro anos de prisão, em Seul, por incentivar a
teriores, ainda há dúvidas se o resultado do PIB do 3º ajudar na distribuição de material pornográfico.
trimestre será maior ou menor que o do 2º trimestre. Song tinha mais de um milhão de usuários em seu
Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Ten- site e hospedava milhares de vídeos ilegais, muitos fil-
dências, a economia apresentou ritmo de crescimento mados com câmeras escondidas e compartilhados sem o
semelhante ao registrado no 2° trimestre. “A nossa análi- consentimento das mulheres retratadas.
se é calcada nas projeções para o período tanto na métri- Mulheres organizaram enormes protestos de rua na
ca interanual [0,9% no 3º trimestre ante 1% no 2º trimes- Coreia do Sul, pedindo para que o governo tomasse me-
tre] como margem dessazonalizada [0,3% no 3º trimestre didas mais sérias contra a pornografia ilegal.
ante 0,4% no 2º trimestre]”, afirma.
Segundo o economista da Austin Rating, Alex Agosti- Fonte:
ni, os dados preliminares do 3º trimestre indicam que as https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/09/fun-
bases de comparação já estão se recompondo. “Não dá dadora-de-site-porno-que-divulgava-videos-de-came-
para soltar rojões, mas é possível comemorar. Portanto, ra-escondida-e-presa-na-coreia-do-sul.htm
o crescimento daqui em diante, ainda que em nível baixo
para um país emergente, já é um sinal muito positivo”, Por que o Brasil decidiu isentar de visto turistas de
afirma. EUA, Japão, Austrália e Canadá
A avaliação geral é que, independentemente do per-
centual de crescimento no período de julho a setembro, O governo brasileiro anunciou nesta segunda-feira
a economia brasileira chega na reta final do ano com que cidadãos de EUA, Japão, Austrália e Canadá não pre-
perspectivas melhores que as que se tinha nos primei- cisarão mais de vistos para viajar ao Brasil como turistas.
ros meses do ano, quando parte do mercado chegou a A decisão - que rompe o princípio de reciprocidade
temer inclusive o risco de uma recessão técnica, caracte- adotado historicamente pela diplomacia brasileira - não
implica qualquer contrapartida dos países contemplados,
rizada por duas retrações trimestrais seguidas.
que continuarão a exigir vistos para turistas brasileiros.
O decreto que detalha a medida, publicado em uma
Fonte:
edição extraordinária do Diário Oficial da União, é assi-
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/
nado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros Er-
mercado-ve-ritmo-ainda-fraco-de-crescimento-no-3o-
nesto Araújo (Relações Exteriores), Sérgio Moro (Justiça e
-trimestre-mas-projeta-pib-melhor-em-2020.ghtml
Segurança Pública) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
A isenção se aplica a turistas que visitem o Brasil por
até 90 dias e pode ser prorrogada por outros 90, desde
SOCIEDADE que a estadia não ultrapasse 180 dias por ano a partir da
primeira entrada no país.
Ministra de Bolsonaro, Damares aparece vestindo
azul em loja e é questionada por vendedor Princípio de reciprocidade
Uma declaração da ministra Damares Alves - de que Em janeiro, a BBC News Brasil publicou que o Minis-
meninos devem vestir azul e meninas, a cor rosa - gerou tério das Relações Exteriores - historicamente contrário à
bastante repercussão e resultou em cenas de constran- liberação unilateral de vistos - havia revisto sua posição
gimento para a própria ministra da Família, Mulher e Di- sob o comando de Araújo.
reitos Humanos. Damares foi questionada por um ven-
dedor ao entrar vestida de azul em uma loja do Brasília Fonte:
Shopping. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47605005
A cena repercutiu e também foi compartilhada pela
deputada federal Erika Kokay. “Flagrante! Ministra Dama- Sarampo causou 142 mil mortes no mundo em
res usa azul e se revolta com vendedor que pergunta se 2018, diz OMS
ela é menino ou menina! #cornãotemgênero”, escreveu
a parlamentar. Depois de décadas de grandes progressos, a luta
contra o sarampo está estagnando e o número de mor-
Fonte: tes voltou a aumentar em 2018, de acordo com alerta da
ATUALIDADES

https://www.bol.uol.com.br/entretenimen- Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta


to/2019/01/04/ministra-de-bolsonaro-damares-apare- quinta-feira (5). No total, 142 mil pessoas morreram de
ce-vestindo-azul-em-loja-e-e-questionada-por-vende- sarampo no mundo em 2018. A cifra é quatro vezes me-
dor.htm nor do que em 2000, mas 15% maior do que em 2017. As
crianças representam a maior parte das mortes.

6
O sarampo é um vírus muito contagioso, que pode Mudança no topo
permanecer em uma área até duas horas depois de que
uma pessoa infectada tenha falecido. Ressurgiu com epi- Além da queda do Brasil, outras mudanças devem
demias nos cinco continentes desde 2018, sobretudo, em acontecer na parte de cima do ranking populacional. De
cidades ou vizinhanças com baixos níveis de vacinação. acordo com as estimativas da ONU, por volta de 2027 a
Em 2019, quase 12 mil pessoas tiveram sarampo no Índia deve superar a China no primeiro lugar, graças às
Brasil, principalmente jovens. Antes considerado um país medidas de controle de natalidade de Pequim.
livre do sarampo, o Brasil perdeu o certificado de elimi- Os países da África Subsaariana também aumentarão
nação da doença concedido pela Organização Pan-Ame- suas taxas de natalidade nos próximos anos e a popu-
ricana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após re- lação na região, uma das mais pobres do mundo, deve
gistrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu dobrar até 2050.
principalmente nos estados de Amazonas e Roraima. Já no Brasil, a população passará a encolher a partir
de 2049, quando atingirá o ápice de 229.196.000 brasi-
Surtos pelo mundo leiros. A redução se dará de maneira gradual ao longo da
segunda metade do século e, em 2100, o Brasil deve ter
As pequenas ilhas da Samoa, no Pacífico Sul, atual- 180,6 milhões de habitantes — voltando ao patamar do
mente lutam contra uma epidemia de sarampo. Foram 62 início dos anos 2000.
mortes desde outubro, quase todas entre crianças meno- O país era o quinto mais populoso do mundo desde
res de quatro anos. As autoridades cortaram o acesso o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em oitenta
ao arquipélago e lançaram uma campanha de vacinação anos, deve despencar para a 12ª posição, sendo ultra-
nesta quinta-feira (05/12/19). passado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do
Cinco países concentraram quase metade dos casos Congo, Tanzânia, Egito e Angola.
em 2018: República Democrática do Congo (RDC), Libé- Hoje, a taxa de natalidade brasileira é de 1,73 nasci-
ria, Madagascar, Somália e Ucrânia, segundo um informe mentos por mulher, valor mais aproximado ao de países
publicado pelos Centros para o Controle e a Prevenção desenvolvidos, como o Japão, com média de 1,3 filhos.
de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A taxa paquistanesa, por exemplo, é de 3,48 nasci-
Nos países ricos, o sarampo mata pouco, ou nada. Na mentos, e a da Índia, apesar da megapopulação, conti-
RDC, porém, esse vírus matou o dobro do que o do pe- nua em 2,33 filhos por mulher.
rigoso vírus ebola, com mais de 5 mil mortes neste ano.
O vírus se propaga com facilidade. Israel importou Fonte:
uma centena de casos de outros países, como Filipinas e https://veja.abril.com.br/mundo/paquistao-ultra-
Ucrânia. De lá, alguns viajantes infectados transmitiram a passa-o-brasil-em-lista-de-paises-mais-populosos-do-
doença aos bairros judeus de Nova York e contribuíram -mundo
para a maior epidemia dos Estados Unidos desde 1992.
Guia Alimentar Brasileiro poderá ser adaptado
Fonte: para outros países
https://g1.globo.com/bemestar/sarampo/noti-
cia/2019/12/05/sarampo-causou-140-mil-mortes-no- Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de
-mundo-em-2018-diz-oms.ghtml 2 Anos, publicação feita pelo Ministério da Saúde com
o intuito de combater a obesidade infantil, poderá ser
Paquistão ultrapassa o Brasil em lista de países adaptado e usado por outros países que têm o portu-
mais populosos do mundo guês como língua oficial. A sugestão foi apresentada
hoje (13/12/19) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique
Com uma população de 216 milhões de pessoas, o Mandetta, durante a V Reunião de Ministros da Saúde
Paquistão ultrapassou o Brasil e conquistou a posição de – encontro que reúne autoridades da Comunidade dos
quinto país mais populoso do mundo. Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal.
Segundo a Projeção de População Mundial da Orga- Lançado este ano, o guia apresenta recomendações e
nização das Nações Unidas (ONU), atualmente o Brasil informações sobre alimentação de crianças nos dois pri-
tem 211 milhões de pessoas. A perspectiva é de que em meiros anos de vida.
um ano o país ganhe “apenas” um milhão de pessoas, Além de promover saúde, crescimento e desenvolvi-
enquanto o Paquistão deve chegar a 220 milhões de ha- mento a esse público, o guia subsidia família e profissio-
bitantes, consolidando-se no top 5 do ranking. nais de saúde em ações de educação alimentar e nutri-
Nas primeiras posições estão China, Índia, Estados cional. Ao mesmo tempo, é um instrumento que ajuda
Unidos e Indonésia. Juntas, as cinco nações somam me- na orientação de políticas públicas que visam a apoiar,
tade de toda a população global, de 7,7 bilhões de pes- proteger e promover a saúde das crianças.
ATUALIDADES

soas. Ainda de acordo com o relatório, mais 2 bilhões No encontro da Comunidade dos Países de Língua
de indivíduos devem nascer nos próximos vinte anos, Portuguesa, Mandetta compartilhou a experiência brasi-
apesar da tendência à redução populacional em diversas leira e ofereceu ajuda aos demais países integrantes do
regiões. grupo, no sentido de elaborar e adaptar guias alimenta-
res às realidades locais de cada um deles.

7
A ideia é promover, já no primeiro trimestre de 2020, EDUCAÇÃO
oficinas técnicas para apresentar a metodologia adotada
pelo Brasil na elaboração do guia. Análise de dados pode ajudar a melhorar educa-
Instituída em julho de 1996, a CPLP reúne nove Esta- ção, dizem especialistas
dos membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e A coleta e a análise de dados se tornaram uma rea-
Príncipe e Timor-Leste. Juntos, esses países têm 230 mi- lidade não somente na economia, mas em diversas
lhões de habitantes distribuídos por quatro continentes. áreas. Para especialistas, também na educação, esse tipo
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti- de prática pode contribuir para identificar problemas e
cia/2019-12/guia-alimentar-brasileiro-podera-ser-adap- orientar a ação de gestores, profissionais e governantes
tado-para-outros-paises) tanto na administração escolar quanto na elaboração de
políticas públicas.
Anvisa decide banir gordura trans até 2023 O tema foi discutido no evento Data Meeting Brazil,
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizado em Brasília hoje (26/11/19). A professora de ad-
aprovou hoje (17/12/19), por votação unânime, um novo ministração da Universidade de São Paulo (USP) Alessan-
conjunto de regras que visa banir o uso e o consumo de dra Montini destacou que, atualmente, há muitos dados
gorduras trans até 2023. disponíveis e o desafio é extrair deles valor para institui-
A nova norma será dividida em 3 etapas. A primeira ções e benefícios para a sociedade.
será a limitação da gordura na produção industrial de Na avaliação do gerente de políticas do movimento
óleos refinados. O índice de gordura trans nessa cate- Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o trabalho orienta-
goria de produtos será de, no máximo, 2%. Essa etapa do por dados pode ajudar de diversas formas no setor.
tem um prazo de 18 meses de adaptação, e deverá ser A primeira é reconhecendo o que funciona. Entre 2007 e
totalmente aplicada até 1º de julho de 2021. 2017, por exemplo, os percentuais de alunos do 5o ano
A data também marca o início da segunda etapa, com aprendizagem satisfatória em língua portuguesa e
mais rigorosa, que limita a 2% a presença de gorduras
matemática mais que dobraram, saindo, respectivamen-
trans em todos os gêneros alimentícios. De acordo com
te, de 28% para 60,7% e de 23,7% para 48,9%.
nota publicada pela Anvisa, a medida deverá “ampliar a
proteção à saúde, alcançando todos os produtos desti-
Fonte:
nados à venda direta aos consumidores”.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
A restrição da segunda fase será aplicada até 1º de
cia/2019-11/analise-de-dados-pode-ajudar-melhorar-e-
janeiro de 2023 - período que marca o início da terceira
ducacao-dizem-especialistas
fase e o banimento total do ingrediente para fins de con-
sumo. A gordura trans ainda poderá ser usada para fins
industriais, mas não como ingrediente final em receitas Videoprova em Libras do Enem está disponível na
para o consumidor. internet

Ácidos graxos trans A videoprova em Libras do Exame Nacional do Ensino


Médio (Enem) deste ano está disponível na internet, na
Presente principalmente em produtos industrializa- página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
dos, a gordura trans - ou ácido graxo trans, na nomen- cacionais Anísio Teixeira (Inep). Com o material, o partici-
clatura técnica - é usada para eliminar odores desagra- pante que já fez o Enem pode assistir à prova, comparar
dáveis e indesejáveis nos produtos finais. A gordura trans os resultados das respostas e conferir o gabarito. Para
está associada ao aumento do colesterol ruim (LDL) e de- quem ainda não fez a prova, o material servirá de suporte
gradação do colesterol bom (HDL). para os estudos.
Segundo informa a Anvisa, há provas concretas de O Inep passou a oferecer a videoprova em Libras em
que o consumo de gordura trans acima de 1% do va- 2017 como parte da política de inclusão do instituto. Em
lor energético total dos alimentos aumenta o risco de 2018, foi lançado o selo Enem em Libras, com todo o
doenças cardiovasculares. A agência informou ainda que, conteúdo disponível em Língua Brasileira de Sinais. No
em 2010, a média de consumo de gorduras trans pelos mesmo ano foi lançada a Plataforma Enem em Libras, na
brasileiros em alimentos industrializados girava em torno qual a videoprova pode ser acessada em plataforma si-
de 1,8% - valor considerado perigoso. Segundo a Orga- milar à adotada na aplicação da prova.
nização Mundial de Saúde (OMS), a gordura trans foi res- (Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/no-
ponsável por 11,5% das mortes por doenças coronárias ticia/2019-12/videoprova-em-libras-do-enem-esta-dis-
no Brasil naquele ano, o equivalente a 18.576 óbitos em ponivel-na-internet)
decorrência do consumo excessivo do óleo.
BNCC é “instrumento poderoso” para ensino de
Fonte: qualidade, diz educadora
ATUALIDADES

http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noti-
cia/2019-12/anvisa-decide-banir-gordura-trans-a- A diretora do Instituto Reúna, Kátia Smole, disse hoje
te-2023 (11) que a implementação integral da Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC) vai permitir, pela primeira vez, a
criação de um sistema coerente de educação no país.

8
Na avaliação da educadora, o ensino de qualidade Violência contra professores e alunos cresce na
homogênea compreenderia um alinhamento entre currí- rede pública paulista
culo, material didático, formações inicial e continuada de
professores e avaliação, independentemente da esfera Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva
de gestão da escola, ou seja, se é de âmbito municipal, e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Es-
estadual ou federal. tado de São Paulo (Apeoesp) revela que 54% dos pro-
“Nós não vamos ter revolução 4.0, 5.0 se os alunos fessores já sofreram algum tipo de violência nas escolas.
não aprenderem o que é certo, na idade certa”, afirmou Em 2017, o percentual era 51% e, em 2014, 44%. Entre
Kátia, que participou hoje do 1º Encontro da Organiza- os estudantes, 37% declararam ter sofrido violência (em
ção dos Estados Ibero-Americanos (OEI) de Políticas Pú- 2014 eram 38%, e 2017, 39%).
blicas de Educação e Cultura, realizado em São Paulo. Em 2019, 81% dos estudantes e 90% dos professores
Na opinião da diretora, de nada adianta investir em souberam de casos de violência em suas escolas esta-
ações de aceleração de aprendizagem se ainda houver duais no último ano. Ocorrências mais frequentes de vio-
distorções na assimilação de conteúdos. lência nas escolas estaduais envolveram bullying, agres-
“A base [BNCC] tem, para mim, um valor importan- são verbal, agressão física e vandalismo.
te porque diz claramente, corajosamente, ainda que nós Entre os estudantes, há mais casos de bullying, cita-
possamos ter muitas sugestões de melhoria: há uma dos por 62% deles e, entre os professores, as ocorrências
progressão de aprendizagem. É necessário que eu passe mais frequentes são de agressão verbal, citada por 83%
pela escola e aprenda na escola o que é certo, na idade dos docentes. “O bullying é o ponto de partida para di-
certa, não por sorte, não porque eu peguei um professor versas violências”, disse a presidente do sindicato.
bom, não porque deu certo de eu estar em uma esco- Outro ponto da pesquisa mostra que 95% da popu-
la privilegiada, mas porque é direito. É direito. Eu posso lação de SP, 98% dos estudantes e 99% dos professores
saber mais do que está aí [previsto na BNCC], mas eu afirmam que o governo estadual deveria dar mais condi-
não posso saber menos”, disse Katia, que foi secretária ções de segurança às escolas.
de Educação Básica do Ministério da Educação, durante
Opinião semelhante tem a população do país: 93%
o governo Michel Temer.
dos brasileiros acreditam que o governo estadual deveria
“Por sorte, eu tive professores que fizeram a diferen-
dar mais condições de segurança as escolas, revelou o
ça. Eu não queria que dependesse da sorte”, destacou.
estudo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada
A percepção da violência pelos professores aumen-
pelo Brasil em 2017 para o ensino infantil e fundamental
tou nos últimos anos: 71% dos estudantes e 71% dos
e, em 2018, para o ensino médio, define o mínimo que
professores perceberam o aumento este ano. Em 2017,
os estudantes devem aprender a cada etapa de ensino. A
BNCC prevê ainda que, em todo o período escolar, além a percepção era de 72% para os estudantes e 61% para
de capacidades acadêmicas, sejam desenvolvidas habili- os professores. Em 2014, a taxa era menor: 70% e 57%
dades socioemocionais. A partir da Base, as redes públi- respectivamente.
cas de ensino e as escolas privadas devem elaborar os Entre a população, a grande maioria (77%) soube de
currículos que serão implementados nas salas de aula. Os algum caso recente de violência em escolas públicas. No
novos currículos estão em fase de elaboração. estado de São Paulo, essa percepção atinge 79% da po-
pulação. “A violência passa a fazer parte do território da
Obstáculos da carreira docente aprendizagem, é essa a realidade das escolas”, lamentou
Meirelles.
O secretário de Educação do estado de São Paulo,
Rossieli Soares, destacou a importância da valorização Crise e cortes na educação
dos professores da rede pública de ensino.
Um dos problemas, segundo ele, é a forma como a Para a população, saúde e educação são áreas que
progressão salarial da categoria está estruturada, além deveriam ser poupadas de cortes mesmo em períodos
da remuneração inicial baixa. Para o educador, porém, a de crise. Para 45% dos entrevistados, a saúde vem em
questão transcende tal aspecto, passando também pela primeiro lugar e não deveria sofrer cortes. Em seguida,
condição de trabalho a que são submetidos, que estaria figuram educação, criminalidade, violência e geração de
fazendo com que percam “o brilho no olhar” quanto à empregos.
profissão.
Um levantamento sistematizado pelo Interdisciplina- Fonte:
ridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
base nos dados do Programa Internacional de Avaliação cia/2019-12/violencia-contra-professores-e-alunos-
de Alunos (Pisa) de 2015, revelou que apenas 3,3% dos -cresce-na-rede-publica-paulista
estudantes brasileiros de 15 anos querem ser professo-
res. Se a opção for pela docência na educação básica, o Cursos à distância superam presenciais em nota
percentual cai para 2,4%. máxima
ATUALIDADES

O percentual de cursos de ensino a distância (EaD)


Fonte: com nota máxima superou o de presenciais em avaliação
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti- do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
cia/2019-12/bncc-e-instrumento-poderoso-para-ensi- nais Anísio Teixeira (Inep), que mede a qualidade do en-
no-de-qualidade-diz-educadora sino superior.

9
Os dados são do indicador ao Conceito Preliminar de BNCC
Curso (CPC), referentes a 2018, e foram divulgados hoje A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
(12/12/19) pelo Inep, vinculado ao Ministério da Educa- documento de caráter normativo que define o conjun-
ção (MEC). to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
Ao todo, 2,7% dos cursos EaD obtiveram conceito que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
5, enquanto apenas 1,6% dos presenciais alcançaram etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a
o mesmo patamar. O CPC classifica os cursos em uma que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem
escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos e desenvolvimento, em conformidade com o que precei-
cursos. Aqueles que tiveram um desempenho menor que tua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento
a maioria recebe conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram de- normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar,
sempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5. tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes
Ainda considerando as modalidades de ensino, mais e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996),
cursos distância (94,5%) obtiveram conceito superior a e está orientado pelos princípios éticos, políticos e esté-
3: 94,5%. Entre os cursos presenciais, 86,7% obtiveram ticos que visam à formação humana integral e à cons-
conceitos entre 3 e 5. Na relação de cursos com pior de- trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
sempenho, o CPC 2018 apurou uma maior participação como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacio-
da modalidade presencial. Enquanto 0,4% de cursos pre- nais da Educação Básica (DCN).
senciais conseguiram conceito 1, o percentual do EaD foi Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essen-
de 0%. Já os cursos com nota 2 representam 5,5% na ciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências
modalidade EaD e 9,5% entre os presenciais.
gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Fonte:
Na BNCC, competência é definida como a mobiliza-
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noti-
ção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), ha-
cia/2019-12/cursos-distancia-superam-presenciais-em- bilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitu-
-nota-maxima des e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
Mais quatro universidades portuguesas vão usar do trabalho.
Enem para selecionar alunos
Fonte:
Quatro novas instituições de ensino superior de Por- http://basenacionalcomum.mec.gov.br
tugal assinaram acordo para usar as notas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de se- TECNOLOGIA
lecionar estudantes para seus cursos de graduação. As
Universidades de Coimbra e do Algarve, que foram as DNA de fósseis do Brasil desafia teorias de ‘desco-
primeiras a firmar parceria para usar o exame, também berta’ da América
renovaram os convênios com o Instituto Nacional de Es-
tudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Todos os indígenas que vivem ou já viveram nas Amé-
Ministério da Educação (MEC). ricas descendem de uma única população que chegou ao
Ao todo são 41 instituições portuguesas que usam o Novo Mundo vinda do leste asiático, através do estreito
Enem. Entre as quatro novas, três têm sede em Lisboa – de Bering, há cerca de 20 mil anos. A conclusão, de um
Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), a Universidade trabalho de uma equipe internacional de 72 arqueólogos
Autônoma de Lisboa (UAL) e o Instituto Politécnico da e geneticistas - entre os quais 17 brasileiros -, refuta as
Lusofonia (Ipluso). A quarta nova instituição conveniada teorias mais discutidas ou aceitas até hoje sobre o po-
é a Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha voamento do continente posteriormente “descoberto”
Portuguesa, em Oliveira de Azeméis. por Cristóvão Colombo.
O programa de convênio com as instituições portu- Assinado por pesquisadores das universidades de São
guesas completou cinco anos em maio de 2019. As duas Paulo (USP) e Harvard, dos Estados Unidos, e do Instituto
Max Planck, da Alemanha, o artigo científico foi publica-
primeiras instituições a assinar o acordo, em 2014, a Uni-
do nesta quinta-feira na prestigiosa revista científica Cell.
versidade de Coimbra e a Universidade do Algarve, reno-
Para chegar às conclusões, os autores se basearam
varam o convênio.
na análise do DNA fóssil de 49 esqueletos provenientes
Ao celebrar o acordo, a instituição passa a ter acesso
de 15 sítios arqueológicos, dos quais dois na Argentina
facilitado, junto ao Inep, aos resultados dos estudantes (11 esqueletos com idades entre 8,9 mil e 6,6 mil anos),
que buscam vaga em seus cursos. Cada instituição define um em Belize (três, de 9,4 mil a 7,3 mil anos), quatro no
as regras e os pesos para uso das notas. Brasil (15, de 10,1 mil a 1 mil anos), três no Chile (cinco,
de 11,1 mil a 540 anos) e sete no Peru (15, de 10,1 mil a
ATUALIDADES

Fonte: 730 anos).


https://exame.abril.com.br/mundo/mais-quatro-uni- Dos esqueletos brasileiros, sete, com cerca de 9,6 mil
versidades-portuguesas-vao-usar-enem-para-selecio- anos, foram escavados no sítio arqueológicos Lapa do
nar-alunos/ Santo, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais; cinco,
com idade em torno de 2 mil anos, no sambaqui Jabu-

10
ticabeira 2, em Santa Catarina; e dois, de 6,7 mil anos, e Engineering Fair) 2019, realizada no dia 17 de maio, nos
um, com 5,8 mil anos, nos sambaquis fluviais Laranjal e Estados Unidos. A jovem, que é de Osório, no Rio Grande
Moraes, respectivamente, localizados no Vale do Ribeira do Sul, também poderá batizar um asteroide com seu
no estado de São Paulo. nome por conta do resultado.
Em seu projeto, Juliana utiliza casca da macadâmia
Fonte: para alimentar microorganismos responsáveis por pro-
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/dna-de- duzir membranas que podem ser utilizadas em várias si-
-fosseis-do-brasil-desafia-teorias-de-descoberta-da- tuações, como para fabricar embalagens biodegradáveis.
-america,d35d470f5700c8d641e78af6bba8c4b7cjdn- Ela também está investigando como aplicar essa pesqui-
b19b.html sa na área de saúde, utilizando a membrana como cura-
tivos após a realização de cirurgias.
Foto de um buraco negro é revelada pela primeira O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciên-
vez na história cias e Engenharia (FEBRACE), organizada pela Universida-
de de São Paulo (USP), em março de 2019, quando foi se-
A primeira imagem de um buraco negro foi revelada lecionado para a Intel ISEF. Nos Estados Unidos, a jovem
nesta quarta-feira, 10/04/19, pela Fundação Nacional de teve a oportunidade de conhecer o trabalho científicos
Ciências (National Science Foundation, em inglês). A sur- de 1,8 mil jovens pesquisadores de 80 países.
preendente foto é resultado do trabalho de uma rede de Realizada desde 1950, a Intel ISELF é considerada a
telescópios, o projeto Event Horizon Telescope. maior feira de ciências do mundo para os estudantes que
A imagem disponibilizada mostra um buraco negro ainda estão no Ensino Médio. Além do prêmio de US$ 3
no centro da enorme galáxia Messier 87, localizada no mil, Estradioto terá a honra de batizar um asteroide com
aglomerado vizinho de Virgem, a 5 milhões de anos-luz o seu sobrenome.
da Terra. A região escura da foto é, na realidade, a som- Juliana pretende ingressar na graduação na área de
bra do buraco negro. O buraco negro fotografado é 6,5 Biologia — e, um dia, trazer um Prêmio Nobel para o
bilhões de vezes mais massivo que o Sol. Brasil. Além disso, ela afirma que deseja ajudar na divul-
gação científica e trabalhar com outros jovens. “Um dos
Até então, os astrônomos não tinham conseguido
maiores ensinamentos que aprendi é espalhar essa lição
captar precisamente a imagem de um buraco negro.
de fazer a ciência”.
Eram conhecidas apenas ilustrações, concepções artísti-
cas e simulações. Mas por que levou-se tanto tempo? A
Fonte:
razão principal é que eles são fenômenos invisíveis —
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noti-
com a força da gravidade exercendo uma pressão que
cia/2019/05/brasileira-ganha-1-lugar-na-feira-de-cien-
nada escapa ao seu redor: incluindo a radiação eletro-
cias-da-intel-maior-do-mundo.html
magnética.
“Se você quiser tirar uma foto de algo que se recusa Cientista brasileira cria “caneta” que detecta cân-
a ser fotografado, como um buraco negro, você precisa cer durante cirurgia
construir um tipo especial de telescópio. Então, conec-
tamos radiotelescópios ao redor do globo, os sincroni- Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma
zamos com relógios atômicos e todos eles olham para o espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em
mesmo buraco negro ao mesmo tempo”, explicou She- poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em
perd Doeleman, diretor assistente para observação na Química pela Universidade Estadual de Campinas (Uni-
Black Hole Initiative. camp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um labo-
A importância do anúncio foi explicada na conferên- ratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin,
cia internacional, acompanhada ao vivo por diversos paí- nos Estados Unidos.
ses. Segundo um dos porta-vozes, a imagem do buraco Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de
negro é resultado do trabalho em equipe de centenas de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido hu-
cientistas e pesquisadores ao redor do mundo — envol- mano e apontar, no material analisado, a presença de
veram-se no projeto oito telescópios e profissionais de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já
20 países —, além de ter sido fruto do sonho de Albert teve resultados promissores ao ser usada na análise de
Einstein, há 100 anos. 800 amostras de tecido humano.
A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA,
Fonte: para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/no- nesta semana para apresentar os achados de sua pes-
ticia/2019/04/foto-de-um-buraco-negro-e-revelada-pe- quisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, pro-
la-primeira-vez-na-historia.html movido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na
cidade de São Paulo.
Brasileira ganha 1º lugar na feira de ciências da Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comu-
Intel, a maior do mundo nidade científica ao ser uma das personalidades selecio-
ATUALIDADES

nadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fun-


Com apenas 18 anos, Juliana Estradioto já conta com dação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e
um currículo acadêmico de dar orgulho. Agora, ela ga- destinada a profissionais com atuação destacada e criati-
nhou o primeiro lugar na categoria Ciência dos Materiais va em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca
na premiação da Intel ISELF (International Science and de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

11
A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pes- “Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
quisadores usa uma técnica de análise química para dar para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
essa mesma resposta que um patologista daria. “A cane- do para motoristas de entrega.”
ta tem um reservatório preenchido com água. Quando Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dis- volviam também a tentativa de fazer com que as bandas
solvem em água e são transportadas para um espectrô- se encontrassem em entradas específicas dos locais de
metro de massa, equipamento que caracteriza a amostra apresentação, também alimentaram sua frustração.
como cancerosa ou não”, explica a cientista. “Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
Essa caracterização da amostra em maligna ou não latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.
pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equi- “Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo
pamentos de análise química, técnicas de inteligência ar- muito mais amigável? Eu estava falando com um mate-
tificial para que a máquina “responda” se as células são mático e descobrimos que havia combinações suficientes
tumorais.
de três palavras para cada local do mundo.”
Para isso, foram usadas, na criação do modelo, cen-
Na verdade, 40 mil palavras foram suficientes.
tenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio
A empresa começou em 2013 e agora emprega mais
de suas características, “ensinam” a máquina a identificar
de cem pessoas em sua base em Royal Oak, oeste de
tecido tumoral.
Londres.
Fonte:
https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-brasilei- Serviços de emergência e guias de viagem
ra-cria-caneta-que-detecta-cancer-durante-cirurgia
A Mongólia adotou as palavras-chave para seu ser-
What3words: como um aplicativo usa três pala- viço postal, e o guia de viagens Lonely Planet sobre o
vras para salvar vidas país fornece endereços de três palavras para pontos tu-
rísticos.
A polícia britânica pediu a todos que façam o down- A Mercedes Benz também incluiu o sistema em seus
load do aplicativo what3words para celular porque, se- carros, e o what3words está sendo usado agora em 35
gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa idiomas. O Airbnb também usa as três palavras para lo-
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona? calizar imóveis oferecidos na plataforma.
“Chutado. Convergido. Futebol” Segundo Lee Wilkes, gerente do Cornwall Fire and
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo Rescue Service, um dos 35 serviços de emergência ingle-
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando ses e galeses que assinaram o sistema, o aplicativo “eli-
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi- mina toda a ambiguidade sobre onde precisamos estar”.
da na Inglaterra. O grupo havia planejado uma trilha cir- O sistema pode ajudar também a combater incêndios
cular de 8 km na Hamsterley Forest, de quase 20 km², em grandes extensões rurais, por exemplo, disse Wilkes.
no condado de Durham, na noite de domingo, mas os “Em vez de dizer ‘encontrem-se no portão e depois
amigos se perderam depois de três horas. sejam orientados de lá’, podemos ser absolutamente es-
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de pecíficos sobre onde a nossa equipe precisa chegar”, dis-
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível. se Wilkes. “Eu simplesmente não consigo ver uma des-
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir vantagem (no sistema).”
para não chorar.” Caso as pessoas perdidas não tenham o aplicativo
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
instalado, os serviços de emergência poderão enviar uma
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
mensagem de texto contendo um link da web para seus
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
telefones.
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
Essa alternativa exigiria um sinal de celular. No Bra-
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta sil, a operadora com maior cobertura 3G do país, a Vivo,
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta atende a 4.471 dos 4.635 municípios do país, seguida por
para um local muito específico. Tim (3.195), Claro (3.966) e Oi (1.644), segundo dados da
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri- consultoria Teleco.
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com Mas o what3words não precisa dessa conexão de da-
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea- dos para determinar a localização de três palavras.
toriamente. “Digamos que um membro de um grupo se feriu em
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por uma montanha e não pode se locomover. Eles não têm
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode sinal de celular para pedir ajuda, mas podem anotar as
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le- três palavras e avisar as equipes de resgate assim que
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”. conseguirem sinal e determinar exatamente onde está a
ATUALIDADES

O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres- pessoa ferida”, disse Sheldrick.


pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick, Foi o caso da polícia do Condado inglês de South
que cresceu na zona rural de Hertfordshire. Yorkshire, que usou as três palavras para encontrar um
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”, homem de 65 anos que ficou preso depois de cair em um
disse ele. aterro em Sheffield.

12
O Serviço de Bombeiros e Resgate de outro condado, Produção de energia eólica no Brasil se equipara
North Yorkshire, encontrou uma mulher que havia batido a de Itaipu
o carro, mas não sabia onde estava.
E a polícia do Condado inglês de Humberside con- A produção de energia eólica no Brasil atingiu a mar-
seguiu resolver rapidamente um crime em curso envol- ca de 14 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Os
vendo reféns depois que uma vítima conseguiu dizer aos dados referentes à medição de setembro foram divulga-
policiais exatamente onde ela estava detida. dos nesta segunda-feira, 5, pela Associação Brasileira de
“Essa foi uma situação crítica e ser capaz de usar um Energia Eólica (Abeeólica) e mostram que o total da pro-
endereço de três palavras significava que os policiais po- dução dessa matriz energética é equivalente a mesma
deriam chegar lá muito mais rápido, resgatar o refém e capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica
prender um homem”, disse Sheldrick. do Brasil.
No total, são 14,34 GW de capacidade instalada em
Fonte: 568 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49353306 12 estados. Os estados da Região Nordeste agregam a
maior parte da produção. O Rio Grande do Norte apare-
ENERGIA ce em primeiro lugar com 146 parques e 3.949,3 mega-
watts (MW) de potência. Em seguida vem a Bahia, com
Brasil ocupa oitavo lugar no ranking mundial de 133 parques e potência de 3.525 MW; o Ceará vem em
produção de energia eólica terceiro lugar, com 2.049,9 MW de potência e 80 parques
instalados.
e vento em popa. Este é o ritmo do crescimento da “A fonte eólica tem mostrado um crescimento con-
energia eólica no Brasil. Os investimentos no setor co- sistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os
meçaram por volta de 2005 e, menos de 10 anos após 14 GW de agora, completamente conectados à rede de
o primeiro leilão da energia dos ventos no país (realiza- transmissão. Em média, a energia gerada por estas eóli-
do em 2009), o Brasil atingiu na semana passada a po-
cas equivale atualmente ao consumo residencial médio
tência instalada 13 gigawatts (GW), quase a mesma da
de cerca de 26 milhões de habitações [80 milhões de
Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Segundo dia da série do
pessoas]”, informou a associação.
Estado de Minas sobre energias limpas mostra como o
De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com
Brasil passou a ocupar o oitavo lugar no ranking mundial
ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema
da produção de energia, divulgado pelo Global World
Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nor-
Energy Council (GWEC), superando países desenvolvidos
deste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam
como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco
70% da energia produzida na região.
anos, pois, até 2012, estava em 15º.
Com mais 500 parques eólicos em operação, o país “O dado mais recente de recorde da região é do dia
tem uma produtividade bem acima da média mundial, se- 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da
gundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeo- demanda foi atendida pela energia eólica, com geração
lica). O crescimento sustentável e os sucessivos recordes média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médios] e
de geração levaram esse tipo de energia a abastecer 11% fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma
do país, em setembro de 2017. Sua importância é maior máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda
no Nordeste, onde, em alguns meses do ano, ela garan- e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar tam-
te 60% do abastecimento. Lá estão os três estados que bém que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador
lideram o ranking da produção eólica nacional: Rio Gran- de energia durante todo dia, uma realidade totalmente
de do Norte (3,7GW); Bahia (2,5GW) e Ceará (1,9GW). O oposta ao histórico do submercado que é por natureza
quarto colocado é o Rio Grande do Sul, com 1,8GW. importador de energia”, disse a Abeeólica.
Os avanços do país no setor se devem diretamente (Fonte: https://www.fiern.org.br/producao-de-ener-
à boa qualidade dos ventos do Nordeste e do Rio Gran- gia-eolica-no-brasil-se-equipara-de-itaipu/)
de do Sul, segundo a presidente da Abeeólica. “O Bra-
sil conseguiu trazer novas tecnologias desenvolvidas lá Governo seguirá com privatização da Eletrobras e
fora para serem aplicadas aqui. Ao trazer a tecnologia da reformas em energia, diz ministro
energia eólica, percebemos que o Brasil tem uma grande
particularidade: o país tem os melhores ventos do mun- O novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento
do para gerar energia. Os aerogeradores no Brasil –prin- Albuquerque, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro
cipalmente no Nordeste e no Sul do país – têm uma pro- levará adiante propostas de desestatização da Eletro-
dutividade que costuma ser o dobro da produtividade do brase de reformas no setor de energia apresentadas no
restante do mundo”, explica Elbia. governo de Michel Temer, ao falar durante cerimônia de
transmissão do cargo em Brasília.
Fonte: O projeto de Temer para a Eletrobras previa a priva-
ATUALIDADES

https://www.em.com.br/app/noticia/econo- tização da companhia por meio de uma oferta bilionária


mia/2018/02/26/internas_economia,940112/brasil-ocu- de novas ações que diluiria a participação do governo na
pa-8-lugar-no-ranking-mundial-de-producao-de-ener- elétrica a uma posição minoritária.
gia-eolica.shtml As ações ordinárias da estatal dispararam após a fala
de Albuquerque, e subiam quase de 16% às 13h26.

13
“Sempre levando em consideração o interesse pú- nou ao país. Ele foi capturado no sábado (12/01/19) por
blico, se dará prosseguimento ao processo em curso de agentes bolivianos em parceria com italianos após fugir
capitalização da Eletrobras”, afirmou o ministro em seu do Brasil, onde era buscado pela PF (Polícia Federal).
discurso, sem detalhar. Considerado terrorista pelas autoridades brasileiras e
Ele também disse que pretende avançar com uma re- italianas, Battisti foi condenado pelo assassinato de qua-
forma da regulamentação do setor elétrico que chegou tro pessoas na década de 1970, quando integrava o gru-
a ser apoiada por Temer e continuar com mudanças nas po Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das
regras para exploração de campos de petróleo, incluindo Brigadas Vermelhas.Em 1991, a sentença foi confirmada
na região do pré-sal. pela Corte Suprema italiana (Cassazione).
“Modernizaremos o modelo do setor elétrico, preser- Após fugir da Itália na década de 1980, Battisti se es-
vando a segurança energética e priorizando a racionali- condeu em Paris e logo depois foi para o México. Depois
dade econômica”, apontou Albuquerque. de 10 anos em território mexicano, ele voltou a fugir para
“No setor de óleo e gás, aprimoraremos a Lei da Parti- a França onde viveu por 15 anos sob proteção do Eliseu,
lha da Produção, de modo a proporcionar maior compe- mas teve que deixar o país com a mudança de governo.
titividade no ambiente de exploração e produção, maior Em 2004 fugiu para o Brasil e viveu foragido até ser pre-
pluralidade de investidores, menor custo de transação so em Copacabana, em 2007. Foi solto em 2011, após o
para a União e, consequentemente, mais investimentos e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negar a extra-
retornos econômicos e sociais”, acrescentou. dição e conceder-lhe o status de refugiado político. Em
2017 voltou a ser preso, desta vez na Bolívia, mas três
Fonte: dias depois estava livre novamente. Após o ex-presiden-
https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noti- te Michel Temer autorizar a extradição no final do ano
cia/2019/01/governo-seguira-com-privatizacao-da-ele- passado, voltou a ficar foragido em dezembro do ano
trobras-e-reformas-em-energia-diz-ministro.html passado até ser preso neste sábado, em Santa Cruz de
la Sierra.
Sirius: primeira volta de elétrons no acelerador
Fonte:
principal demonstra funcionalidade de laboratório
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/14/bat-
tisti-italia-37-anos-fuga.htm
Principal projeto de pesquisa científica do governo
federal, o Sirius, em Campinas (SP), registrou um impor-
Trump firma acordo que acaba com ‘shutdown’
tante avanço nesta sexta-feira (22/11/19). Pesquisadores
concluíram com sucesso a 1ª volta de elétrons no tercei-
O presidente Donald Trump firmou nesta sexta-feira
ro e principal acelerador, demonstrando a funcionalidade (25/01/19) um acordo com a oposição democrata para
do equipamento. reabrir temporariamente o governo federal, paralisado
Diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva clas- há um recorde de cinco semanas devido à disputa so-
sificou o teste como um “grande marco” e projetou que bre o financiamento do muro na fronteira entre Estados
as primeiras linhas de luz da estrutura possam realizar Unidos e México. Trump assinou a lei que prevê o finan-
experimentos no segundo semestre de 2020 - o atraso ciamento de parte das agências federais até 15 de fe-
no orçamento, no entanto, impede a conclusão das 13 vereiro, informou o Executivo. “Alcançamos um acordo
linhas de pesquisa previstas para o ano que vem. para encerrar o ‘shutdown’ e reabrir o governo federal
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª ge- (...) por três semanas, até 15 de fevereiro”, havia declara-
ração, que atua como uma espécie de “raio X superpo- do o presidente. O projeto foi aprovado por unanimida-
tente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de no Senado.
de átomos e moléculas. Atualmente, há apenas um la- Legisladores e a Casa Branca estavam sob intensa
boratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no pressão para resolver o impasse, enquanto centenas de
mundo: o MAX-IV, na Suécia. milhares de trabalhadores federais entravam em um se-
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equi- gundo mês sem pagamentos, e o impasse político come-
pamentos de 2ª geração, em funcionamento há 30 anos. çou a atrapalhar alguns dos aeroportos mais movimen-
(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/ tados do país.
noticia/2019/11/22/sirius-primeira-volta-de-eletrons-
-no-acelerador-principal-demonstra-funcionalidade-de- Fonte:
-laboratorio.ghtml) www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/26/trump-fir-
ma-acordo-que-acaba-com-hutdown.htm
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Incêndio consome catedral de Notre-Dame de Pa-
Battisti chega à Itália após 37 anos de fuga ris
O terrorista italiano Cesare Battisti, 64, desembarcou
por volta das 11h30, do horário local, (8h30 no horário Na noite desta segunda-feira (15/04/19), os bombei-
ATUALIDADES

de Brasília) desta segunda-feira (14/01/19) no aeroporto ros já haviam controlado quase todo o fogo na catedral
de Ciampino, em Roma, após ser entregue na tarde de mais conhecida e visitada de todo o planeta. Mas os
ontem às autoridades italianas no aeroporto de Viru Viru, danos na Notre-Dame, em Paris, são incalculáveis. Um
em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Battisti deixou a desastre de proporções gigantescas para o patrimônio
Itália após fugir da prisão, em 1981, e nunca mais retor- cultural e arquitetônico da humanidade.

14
Os parisienses e turistas testemunharam atônitos a Modi enfrentou críticas no início da campanha por ter
queda do ponto mais alto da catedral, conhecido como falhado em criar mais empregos e pelos baixos preços
flecha. O incêndio começou uma hora antes, perto das agrícolas, e tanto analistas quanto políticos disseram que
19h no horário local – 14h no Brasil. a disputa eleitoral estava ficando acirrada, com o prin-
Fiéis que participavam de uma missa abandonaram cipal partido de oposição, Congresso Nacional Indiano,
a catedral. Rapidamente, as chamas no prédio de mais ganhando território.
de 850 anos podiam ser vistas de quase toda a capital O primeiro-ministro fez campanha entre sua base na-
francesa. As imagens se espalharam pelas redes sociais. cionalista hindu e transformou a disputa em uma briga
A polícia disse que a estrutura principal foi salva. As por segurança nacional após uma escalada nas tensões
estátuas de bronze foram removidas na semana passada
com o Paquistão. Ele atacou seu principal adversário por
para as obras.
ser “frouxo” com relação ao arqui-inimigo do país.
O Ministério Público já abriu uma investigação para
apurar as causas do incêndio. O presidente francês can- O partido de Modi deve conquistar entre 339 e 365
celou um pronunciamento que faria na TV e foi até o cadeiras da câmara baixa do Parlamento, composta por
local conversar com bombeiros. 545 membros, seguido por 77 a 108 cadeiras para a alian-
ça de oposição liderada pelo Congresso Nacional India-
Fonte: no, mostrou a pesquisa boca de urna India Today Axis.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- Na Índia, uma força política precisa somar o apoio de
cia/2019/04/15/incendio-consome-catedral-de-notre- uma maioria simples, ou seja, pelo menos 272 parlamen-
-dame-de-paris.ghtml tares, para poder formar governo.
Pesquisas boca de urna, no entanto, têm um histórico
Maduro rompe com EUA, pede lealdade a milita- controverso em um país com 900 milhões de eleitores
res e diz que não sai do poder --dos quais cerca de dois terços votaram na eleição de
sete etapas. As pesquisas frequentemente erraram o nú-
O aumento da pobreza e a repressão do governo de mero de cadeiras, mas o resultado, em geral, tem sido
Nicolás Maduro propiciou uma onda de manifestações acertado, disseram analistas.
na Venezuela pedindo a queda do ditador. O país agora Com as pesquisas indicando uma vitória da aliança
vive a instalação de um governo paralelo, liderado pelo
de Modi, os mercados acionários indianos devem subir
deputado de oposição, Juan Guaidó.
com força na segunda-feira, enquanto também se espera
Maduro afirma que não deixará a presidência da Ve-
nezuela e culpa os Estados Unidos por “uma tentativa de que a rupia indiana se fortaleça contra o dólar, de acordo
golpe”. Maduro rompeu relações com os EUA e está se com analistas do mercado financeiro.
apoiando na força dos militares do país. Uma vitória clara significaria que Modi poderá realizar
as reformas que investidores esperam o que tornará a
Guaidó desmente maduro Índia um lugar mais fácil para negócios, disseram eco-
nomistas.
Após o anúncio de Maduro, Juan Guaidó publicou (Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/
um documento em suas redes sociais dirigido a todas noticia/2019-05/india-encerra-eleicao-que-deve-reele-
embaixadas presentes na Venezuela afirmando que as ger-narendra-modi)
relações diplomáticas com todos os países do mundo
estão mantidas. “Peço que vocês desconheçam qualquer Brexit
ordem ou disposição que contradiga o firme propósito
do poder legislativo da Venezuela”, afirmou. Relatos da Brexit é o processo de saída do Reino Unido da União
imprensa afirmam que há uma ordem de prisão contra Europeia iniciado em 2017 e com previsão para terminar
Guaidó, que já foi preso brevemente há cerca de duas em 2020.
semanas. Em 24 de novembro de 2018, após dois anos de ne-
gociação, a União Europeia aceitou os termos de retirada
Fonte:
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/23/ma- apresentado pela então primeira-ministra Theresa May.
duro-rompe-com-os-eua-e-diz-que-nao-deixara-presi- No entanto, sem conseguir que seu projeto fosse
dencia-da-venezuela.html aprovado no Parlamento, May demitiu-se e foi substituí-
da pelo deputado Boris Johnson.
Índia encerra eleição que deve reeleger Narendra O Brexit está previsto para 31 de janeiro de 2020.
Modi
Aprovação do acordo do Brexit
Indianos foram às urnas neste domingo (19/05) para
a sétima e última fase das eleições gerais no país. Pesqui- Após intensas negociações com os 27 países inte-
sas de boca de urna indicam vitória do Partido do Povo grantes da União Europeia, o Reino Unido conseguiu um
Indiano (BJP), legenda nacionalista hindu do primeiro- acordo para a saída desse bloco econômico, em 16 de
-ministro Narendra Modi. outubro de 2019.
ATUALIDADES

O pleito, o maior do mundo com um eleitorado de Desta vez, estão garantidas a livre circulação de pes-
902 milhões de pessoas, teve início em 11 de abril. A con- soas e mercadorias entre a fronteira da República da Ir-
tagem de votos das sete fases das eleições está prevista landa e da Irlanda do Norte. No entanto, o novo acordo
para a próxima quinta-feira, 23 de maio, e os resultados prevê o fim do status especial para o Reino Unido e o
só devem ser conhecidos na quinta ou na sexta-feira. torna um rival.

15
O projeto foi aprovado no Parlamento britânico no Economia
mesmo mês. Porém, os parlamentares não concederam
debater o texto em apenas dois dias e obrigaram ao pri- Em relação à situação econômica e social, a alta co-
meiro-ministro pedir um adiamento de três meses. missária da ONU afirmou que a crise continua afetando
Como consequência, Johnson teve que pedir novo os direitos dos venezuelanos. De acordo com a Comis-
adiamento à União Europeia. Desta vez, a data para um são Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
possível Brexit será 31 de janeiro de 2020. em 2019, a economia do país sofrerá uma contração de
25,5%, atingindo uma perda acumulada do Produto In-
Referendo sobre o Brexit terno Bruto (PIB) de 62,2% desde 2013.
“Embora nos últimos meses tenha havido melhora
O Brexit tem origem no governo do primeiro-ministro no suprimento de alimentos, apenas a minoria da po-
conservador David Cameron. pulação com acesso a divisas estrangeiras pode cobrir
Para disputar a reeleição, Cameron se aliou ao partido regularmente os altos preços dos alimentos devido à hi-
nacionalista, Partido da Independência do Reino Unido perinflação e à dolarização de fato da economia”, relata
(UKIP, na sigla em inglês). Bachellet, acrescentando que o salário mínimo no país
Em troca do seu apoio, este partido exigiu a convoca- cobre apenas 3,5% da cesta básica.
ção de um referendo onde os eleitores pudessem esco- Na apresentação, feita hoje em Bruxelas, Bachelet dis-
lher entre seguir ou sair da União Europeia. se que sua equipe visitou a cidade de Maracaibo, onde
O UKIP argumentava que a União Europeia retirava a verificou longas filas para comprar combustível, em meio
soberania do Reino Unido em assuntos econômicos e de a prolongados e repetidos cortes de eletricidade, que
imigração. Por isso, pedia que fosse feito uma consulta à também afetam o abastecimento de água. “Os direitos
população sobre a permanência neste bloco econômico. à saúde e educação também foram afetados, principal-
(Fonte: https://www.todamateria.com.br/brexit/) mente devido à falta de pessoal, infraestrutura precária
e falta de insumos”.
ONU alerta para incorporação de milícia às Forças Segundo Bachelet, durante o mês de novembro, a
Armadas venezuelanas Cáritas informou que, nas paróquias mais pobres de 19
estados do país, 11,9% das crianças apresentam sinais de
A alta comissária da Organização das Nações Uni-
desnutrição aguda – um aumento de 56% em relação a
das para os Direitos Humanos (ONU), Michelle Bachelet,
2018 – e que 32,6% têm atrasos de crescimento. A Cári-
apresentou hoje (18/12/19) um novo relatório sobre a
tas também relatou que 48,5% das gestantes atendidas
situação na Venezuela. Entre os temas abordados estão a
apresentam deficiências nutricionais.
liberação de presos políticos, a falha no acesso à saúde e
educação, os altos índices de violência e a preocupação
Violência
com uma possível incorporação das milícias às Forças Ar-
madas nacionais.
A alta comissária da ONU, em sua apresentação hoje, Diante da ausência de dados oficiais atualizados e pú-
em Bruxelas, demonstrou preocupação com apelos de blicos, o Observatório Venezuelano da Violência estimou
altas autoridades venezuelanas para que continuem a ar- uma taxa de 60,3 homicídios violentos por 100 mil ha-
mar as milícias, bem como a apresentação, no Congres- bitantes de janeiro a novembro de 2019. Embora tenha
so, de um projeto de lei que fortalece e incorpora esses havido uma redução em relação a 2018, o número segue
grupos às Forças Armadas Nacionais da Bolívia. sendo um dos mais altos da região.
Bachelet afirmou ainda que membros de sua equi- “Reitero minha preocupação com os níveis de violên-
pe fizeram visitas a nove centros de detenção e entre- cia que nos últimos meses também impactaram os líde-
vistaram, de maneira confidencial, mais de 70 pessoas res políticos locais, como ilustrado pelos assassinatos do
privadas de liberdade. Foram detectados 118 casos (109 ex-vereador da oposição Edmundo “Pipo” Rada Angulo
homens e nove mulheres) que requerem uma resposta e do ex-governador oficialista Johnny Yáñez Rangel. De
urgente por motivos de saúde, atrasos em processos ju- agosto até hoje, meu escritório documentou alegações
diciais e demora na liberação de pessoas que já cumpri- de supostas execuções extrajudiciais por membros das
ram suas penas. Forças de Ações Especiais (Faes), principalmente contra
“Destaco a liberação em setembro e outubro de 28 jovens, no contexto de operações de segurança em fa-
pessoas (24 homens e quatro mulheres) privadas de li- velas.”
berdade por motivos políticos e exorto as autoridades a Bachelet afirmou ainda que vê com preocupação al-
liberar incondicionalmente todas as pessoas detidas por tos índices de violência e a presença de grupos armados
motivos políticos, incluso militares. Reitero meu pedido irregulares envolvidos em exploração ilegal de recursos
para que se continue dando cumprimento às orientações naturais.
do grupo de trabalho sobre detenções arbitrárias”, afir-
mou Bachelet. Migrações
ATUALIDADES

Bachelet relatou atos de assédio, ameaças e deten-


ções pelos serviços de inteligência e forças de segurança, A Plataforma de Coordenação das Nações Unidas
além de outros casos de restrição das liberdades públicas para Refugiados e Migrantes da Venezuela estima que
que “limitam o espaço cívico-democrático”, como a de- 4,7 milhões de venezuelanos deixaram o país e projeta
tenção de jornalistas. que esse número chegará a 6,5 ​​milhões no final de 2020.

16
“Estou preocupada com o aumento da migração ir- A comunidade internacional deve “impedir que a
regular devido, por um lado, às maiores exigências de península volte à tensão e ao confronto”, argumentou
entrada em alguns países de trânsito e destino, mas tam- o porta-voz chinês, em entrevista coletiva, em que justifi-
bém pelas dificuldades que o povo venezuelano enfrenta cou o pedido apresentado à ONU.
na obtenção de sua documentação de viagem. Recente- Entre outras medidas, o documento sugere a suspen-
mente, as autoridades venezuelanas aumentaram o custo são da proibição de importação de carvão, de ferro, de
da emissão de passaportes em 70%, um custo equivalen- minério de ferro e de têxteis da Coreia do Norte.
te a 54 salários mínimos. O uso de rotas mais perigosas e China e Rússia pedem ainda o fim de uma medida
a exposição ao tráfico de pessoas aumentaram”, afirmou. que exige que os países recusem trabalhadores norte-
-coreanos que procurem emigrar.
Ano eleitoral O documento pede também a Pyongyang que inicie
um processo de desnuclearização. O pedido tem sido re-
cusado por Kim Jong-un, alegando que as armas nuclea-
Michelle Bachelet demonstrou preocupação com o
res são a única forma de garantir a segurança nacional
processo eleitoral de 2020. “É crucial garantir as liberda- contra ataques externos.
des públicas que são fundamentais para criar as condi-
ções necessárias para eleições livres, imparciais, credíveis, Fonte:
transparentes e pacíficas. A esse respeito, estou preocu- http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti-
pada com a retirada da imunidade de cinco deputados cia/2019-12/china-e-russia-pedem-onu-reducao-de-
da oposição, aumentando o total para 30 deputados -sancoes-contra-coreia-do-norte)
privados de imunidade, bem como com atos de assédio
contra representantes da oposição, incluindo o presiden- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
te da Assembleia Nacional”, afirmou a alta comissária da
ONU. Mais da metade da população mundial não tem
acesso à água potável, diz ONU
Fonte:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noti- Considerado um direito humano pela Organização
cia/2019-12/onu-alerta-para-incorporacao-de-milicia- das Nações Unidas (ONU), o acesso à água potável e
-forcas-armadas-venezuelanas ao saneamento básico está longe de ser uma realidade
para mais da metade da população mundial. Segundo o
Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos
China e Rússia pedem à ONU redução de sanções
Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Genebra, fal-
contra Coreia do Norte
ta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, en-
quanto 4,5 bilhões carecem de serviços sanitários. Com o
A China pediu hoje (17/12/19) ao Conselho de Se- alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave,
gurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que devido às mudanças climáticas, o documento, intitulado
apoie uma proposta sino-russa de reduzir as sanções Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de
contra a Coreia do Norte, desde que o país aceite um políticas públicas comprometidas a mudar essa situação.
plano de desnuclearização. “Os números falam por eles mesmos. Como o rela-
Nas últimas semanas, o governo norte-coreano tem tório mostra, se a degradação do ambiente natural e a
pedido aos Estados Unidos (EUA) que suspenda as san- pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais
ções impostas e fez um ultimato, ameaçando com um continuarem nas taxas atuais, 45% do Produto Interno
“presente de Natal” se Washington não fizer concessões Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão
em sua posição. em risco em 2050”, disse, em comunicado de imprensa,
O presidente norte-americano, Donald Trump, res- Gilbert F. Houngbo, presidente da ONU Água e do Fun-
pondeu ao ultimato da Coreia do Norte, afirmando que do Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). “Os
ficaria “decepcionado se alguma coisa estivesse sendo pobres e as populações marginalizadas serão afetados
preparada”, referindo-se à possibilidade de qualquer re- desproporcionalmente, exacerbando mais as desigualda-
des já crescentes. O relatório de 2019 fornece evidências
taliação militar por parte de Pyongyang.
da necessidade de adaptar abordagens, tanto nas políti-
A proposta apresentada por Pequim e Moscou à ONU
cas quanto na prática, e de adereçar às causas da exclu-
busca uma solução para o impasse, sugerindo que os são e da desigualdade.”
EUA ajustem as suas sanções contra a Coreia do Norte Na semana em que se comemora o Dia da Água, cele-
“de acordo com os passos dados por esse país em dire- brado na sexta-feira, o trabalho da ONU detalha as múlti-
ção à desnuclearização”. plas faces da disparidade ao acesso aos recursos hídricos.
A proposta chega em um momento de tensão entre Por exemplo, em países mais pobres, as mulheres estão
Washington e Pyongyang, com as negociações travadas em desvantagem dentro do grupo dos mais desfavore-
desde o fracasso da cúpula entre Donald Trump e o pre- cidos — nesses locais, geralmente cabe a elas andar qui-
sidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em fevereiro lômetros para coletar água. O relatório mostra que, em
ATUALIDADES

passado. uma escala global, metade das pessoas que toma água
“A península coreana atravessa um período impor- de fontes não seguras vive na África. Na região subsaa-
tante e sensível. A urgência de um acordo político au- riana do continente, somente 24% da população têm
mentou ainda mais”, disse o porta-voz do Ministério dos água potável e apenas 28% contam com saneamento
Negócios Estrangeiros da China. não compartilhado com outras pessoas.

17
Dentro das cidades, a desigualdade também está ma dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para
presente. “Na África subsaariana, a maioria da popula- limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos ní-
ção tem acesso nas cidades, mas, na periferia urbana, veis pré-industriais.
não acessam nem água nem saneamento”, exemplifica Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de
Massimo Lombardo, oficial de Meio Ambiente da Orga- pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emis-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e sões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia
a Cultura (Unesco) no Brasil. Ele esclarece que o relató- em Nova York, no dia 22 de abril de 2016, abriu o período
rio não traz informações destacadas por países, mas diz para assinatura oficial do acordo, pelos países signatá-
que alguns dos problemas descritos, como desigualda-
rios. Este período se encerrou em 21 de abril de 2017.
des regionais, territoriais e socioeconômicas associadas
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os gover-
ao acesso à água de qualidade, também são realidade
nos se envolveram na construção de seus próprios com-
brasileira.
promissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribui-
Fonte: ções Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua
ciencia-e- saude/2019/03/19/interna_ciencia_saude, contribuição de redução de emissões dos gases de efeito
743808/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao- estufa, seguindo o que cada governo considera viável a
-tem-acesso-a-agua-potavel.shtml partir do cenário social e econômico local.
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil
Queimadas e desmatamento na Amazônia aumen- concluiu, em 12 de setembro de 2016, o processo de ra-
tam após saída do Exército tificação do Acordo de Paris. No dia 21 de setembro, o
instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso,
Na Amazônia, as queimadas e o desmatamento vol- as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tor-
taram a crescer em novembro, com o fim da atuação das naram-se compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla
Forças Armadas na região. perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou a ser
A operação de garantia da lei e da ordem, a GLO, na chamada apenas de NDC.
região amazônica durou dois meses. Terminou no fim de A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emis-
outubro. Dez mil soldados combateram quase dois mil sões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos ní-
focos de queimadas na floresta
veis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa
Em agosto, o Inpe registrou quase 31 mil focos de
subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito
queimada. Em setembro e outubro, com a GLO, os nú-
meros caíram para 19.900 e depois para 7.800. Agora em estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para
novembro, depois da saída dos militares, os focos au- isso, o país se comprometeu a aumentar a participação
mentaram de novo: 10.200. de bioenergia sustentável na sua matriz energética para
O mesmo movimento foi registrado com o desmata- aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar
mento. Aumento em agosto, 223%a mais que em agosto 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar
de 2018. E com a entrada da GLO o ritmo de crescimento uma participação estimada de 45% de energias renová-
do desmatamento diminui em setembro e em outubro, veis na composição da matriz energética em 2030. Con-
mas voltou a aumentar em novembro 40% em relação ao fira os fundamentos para NDC brasileira.
mesmo mês de 2018. A NDC do Brasil corresponde a uma redução estima-
O ministro do Meio Ambiente disse que, para comba- da em 66% em termos de emissões de gases efeito de
ter o desmatamento, o governo vai investir no desenvol- estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em
vimento sustentável. 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões
em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto,
Fonte: reduzirá emissões de gases de efeito estufa no contexto
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noti- de um aumento contínuo da população e do PIB, bem
cia/2019/11/29/numero-de-queimadas-na-amazonia- como da renda per capita, o que confere ambição a essas
-aumenta-apos-saida-do-exercito.ghtml
metas.
No que diz respeito ao financiamento climático, o
Acordo de Paris
Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em me-
em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo didas de combate à mudança do clima e adaptação, em
central de fortalecer a resposta global à ameaça da mu- países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito
dança do clima e de reforçar a capacidade dos países do apoio financeiro é a possibilidade de financiamento
para lidar com os impactos decorrentes dessas mudan- entre países em desenvolvimento, chamada “cooperação
ças. Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos pro-
ATUALIDADES

O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte jetos.


da UNFCCC para reduzir emissões de gases de efeito es- Esse mecanismo exige que os países atualizem con-
tufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. tinuamente seus compromissos, permitindo que am-
O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento pliem suas ambições e aumentem as metas de redução
da temperatura média global em bem menos de 2°C aci- de emissões, evitando qualquer retrocesso. Para tanto, a

18
partir do início da vigência do acordo, acontecerão ciclos com o outro, o que condiciona e modela nosso compor-
de revisão desses objetivos de redução de gases de efei- tamento. Existem, pelo menos, duas pessoas que partici-
to estufa a cada cinco anos. pam dessa interação: o agressor e a vítima.
De fato, é inconcebível uma conduta violenta sem a
Fonte: presença do outro. Não há violência sem vítima. Ela en-
https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-na- contra sua origem imediata e se explica com referência
coes-unidas/acordo-de-paris à palavra e aos atos de outrem. Mas, também não existe
violência sem um contexto. Um comportamento social
SEGURANÇA não é um ato de indivíduos isolados, porém de pessoas
que têm os mesmos valores, expectativas, papéis e re-
Jovem é assassinado ao defender mãe durante as- gras que definem as relações entre si.
salto a mercado no Rio Sobre a violência contemporânea, vale destacar o
acentuado processo de banalização da vida humana pro-
O estudante de psicologia Matheus dos Santos Lessa, vocado pela nossa intensa exposição a cenas televisivas
22, morreu na noite do dia 15 ao tentar defender a mãe violentas. O intenso contato com este tipo de programa-
ção de TV, associado ao irreversível processo de urba-
durante um assalto ao mercado da família, no bairro de
nização e desenvolvimento tecnológico que nos afasta
Guaratiba, na zona oeste do Rio.
cada vez mais dos relacionamentos sociais direitos, tem
Segundo a PM, dois homens chegaram ao local em
provocado nas pessoas, em geral, reações de total indife-
uma moto e anunciaram o assalto à mãe de Matheus,
rença em relação às ações violentas alheias.
Carla Rodrigues Santos, que estava no caixa do merca-
Hoje em dia, somos capazes de viver dez, quinze ou
do. Ao ver a abordagem, o jovem reagiu, colocou-se na
vinte anos no mesmo edifício de apartamentos e, ainda
frente da mãe e acabou baleado no pescoço e no braço.
assim, não sabermos o nome do nosso vizinho de porta.
Tudo o que sabemos sobre o mundo e as pessoas nos
Fonte: chega através da TV, da Rede mundial de computado-
https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/16/jo- res ou do telefone. Este processo social que nos torna
vem-morre-ao-defender-mae-durante-assalto-a-merca- próximos do ponto de vista físico e distantes do ponto
do-no-rio.htm de vista dos relacionamentos sociais, faz com que não
esbocemos mais nenhuma reação emocional quando
Mídia, violência e segurança pública: Novos as- nos deparamos com a violência praticada contra pessoas
pectos da violência e da criminalidade no Brasil que não conhecemos. Somente nos chocamos com a
violência sofrida por seres humanos que compartilham
Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças do nosso, cada vez mais restrito, rol de relacionamentos
no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, pessoais.
que não fazem parte do mundo da pobreza e da dis- Destacando o mesmo problema na sociedade dos
criminação racial, têm tido participação constante nas Estados Unidos da América, recentemente um famoso
ações de violência. No Brasil, são cada vez mais frequen- cineasta, produziu dois filmes de curta duração que fo-
tes as informações que nos chegam sobre atos de violên- ram exibidos em diversas vias públicas dos centros ur-
cia envolvendo jovens da alta classe média que agridem, banos do seu país. O primeiro vídeo mostrava a técnica
por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais de retirar pele de coelhos desenvolvida por uma artesã
do sexo, negros, nordestinos e indígenas, entre outros do interior de um dos estados tradicionais dos EUA. A
seguimentos que integram um extenso leque de mino- retirada da pele ocorria sem os coelhos serem abatidos
rias sociais. preliminarmente e, a população que assistia a cena, em
Há muitos questionamentos sobre os elementos que total perplexidade, dava as costas à tela que exibia o ima-
motivam os jovens que receberam carinho dos pais, edu- ginável ritual de dor ao qual estavam sendo submetidos
cação escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de os animais, recusava-se a continuar vendo as imagens. O
consumo, a praticar ações de violência. segundo mostrava um homem negro sendo baleado – à
Para tentar responder este questionamento, uma coi- queima roupa – por um policial após roubar uma cartei-
sa é certa, não podemos deixar de levar em considera- ra. As pessoas que assistiam um ser humano perdendo
ção os novos elementos que passaram a atuar no nosso a vida de forma brutal não esboçavam nenhuma reação
processo de socialização dos anos 80 do século passado emotiva. Alguns justificavam sua frieza afirmando que o
para cá. Há pelo menos três décadas, crianças e jovens coelho não havia roubado ninguém.
do Brasil estão em contato diário com uma série de infor- Sobre este enfoque, torna-se interessante investigar
mações que incentivam e banalizam a violência. os atos de violência associados a pessoas ou grupos so-
De modo geral, a violência, traduz-se na época atual ciais que não habitam o espaço social violento, mas que
por um evento cujas implicações e desdobramentos atin- estão frequentemente expostos aos seus efeitos através
gem, sem distinção, todos os segmentos sociais. dos instrumentos de mídia.
ATUALIDADES

Conforme relata Moser (1991), a violência é, concei- Inúmeras pesquisas no campo da psicologia têm
tualmente, um comportamento social, já que pressupõe mostrado, de maneira repetida, que há correlação positi-
uma relação que envolve pelo menos duas pessoas, va em a assistência a filmes violentos e o comportamento
como a maioria das condutas humanas. É uma intera- agressivo dos pacientes. Na realidade, a carga de violên-
ção, na medida em que se origina e se efetiva na relação cia a que as crianças estão expostas na televisão está po-

19
sitivamente correlacionada com certos comportamentos ‘Coletes amarelos’ protestam na França mesmo
agressivos como discutir, entrar em conflitos com os pais, após medidas anunciadas por Emmanuel Macron
ou, mesmo, cometer atos delituosos. (MOSER, 1991).
Não resta dúvida que o resultado de tanta exposição Vários milhares de “coletes amarelos” mobilizaram-se
aos cenários de violência influencia diretamente o nosso pela 24ª vez neste sábado (27/04/19) em diversas cida-
comportamento social. A escalada da violência no Brasil des da França, apesar do recente anúncio do presidente
se banaliza cada vez mais porque ela está ganhando con-
Emmanuel Macron de medidas em resposta à crise social
tornos culturais. Geertz (1989), por exemplo, afirma que
a tentativa de compreender tanto a organização da ati- no país.
vidade social como a natureza de suas relações, nos im- O Ministério do Interior registrou 23.600 manifestan-
põe a difícil tarefa científica de interpretar a cultura. Para tes em todo o país, 2.600 dos quais em Paris, onde duas
interpretar a cultura é preciso voltar-se para o “universo marchas, também convocadas pela Confederação Geral
das idéias”: conjunto de experiências, crenças e senti- do Trabalho, começaram pouco depois das 11h. Um de
mentos que dão ordem e significado ao comportamento seus alvos foram os canais de televisão, tachados de “mí-
social dos seres humanos. dia mentirosa” por sua cobertura dos protestos.
Não é nenhuma novidade que os heróis de nossos Cerca de 2 mil “coletes amarelos” desfilaram em Es-
filhos são personagens de desenhos animados que se trasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, cujas
relacionam de forma violenta e intolerante com seus ad-
eleições estão marcadas para dentro de um mês. A mani-
versários. Qualquer pai que passa uma manhã acompa-
nhando a programação infantil de TV que seu filho assis- festação, inicialmente calma, cresceu em tensão quando
te semanalmente veria porque que mesmo nunca tendo as forças de segurança impediram a massa de seguir em
comprado uma arma de brinquedo para o garoto, ainda direção às instituições europeias e responderam com gás
sim, ele vive transformando seus brinquedos de encaixe lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas.
em poderosas metralhadoras e emitindo sons de rajadas Em resposta à série de manifestações, numa confe-
de balas pelos corredores da casa. rência de imprensa na quinta-feira o presidente francês
Os modernos jogos de videogame, com suas cenas apresentara um conjunto de medidas visando aumentar
que tentam imitar uma suposta realidade, são tão vio- o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte
lentos que o governo brasileiro estuda a possibilidade de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da
de proibir alguns deles: acredita-se que eles incitam a
previdência social.
violência e o crime.
Se no passado a violência estava presente no ambien- Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas
te sócio-cultural das populações marginalizadas pela po- correções da inflação, redução no imposto sobre o ren-
breza e, por isso, não era passível de escolha; hoje, os dimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu
jogos virtuais tornaram a violência, inclusive, opcional: que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hos-
compra-se um DVD com jogos violentos, e a violência pitais sem acordo das autoridades locais.
– virtual – vai até você. Você pode levar a violência para Há mais de cinco meses os “coletes amarelos” saem à
casa e oferecê-la para seus filhos, parentes e amigos. rua todos os sábados sob o pretexto de pedir mais justiça
Na verdade, a violência ganhou sentido mercadológi- social e fiscal, em passeatas em parte entremeadas de
co. Os produtores de jogos e programas de TV violentos violência, com prédios incendiados, vitrines, estilhaçadas
argumentam que, nos dias de hoje, as pessoas já apren- e lojas saqueadas.
deram a distinguir a fantasia do real. Contudo, o que não
se pode esquecer é que as pessoas são produtos do seu
meio: seja ele real ou virtual. Fonte:
De todo modo, percebe-se que muito mais que um https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/27/
efeito do velho comércio de drogas alimentado pelo coletes-amarelos-protestam-na-franca-mesmo-apos-
consumo das classes médias urbanas, a violência hoje -medidas-anunciadas-por-emmanuel-macron.ghtml
também gera lucros como instrumento de diversão. Ela
pode ser percebida nas rinhas clandestinas de cães ou
de seres humanos que lutam para gerar diversão a um ECOLOGIA
público sedento para poder acompanhar a banalização
da vida: banalização da vida que produz lucro.
Isso é um problema para o Brasil, principalmente Rio São Francisco está contaminado com rejeitos
quando os efeitos deste novo tipo de violência se somam da barragem de Brumadinho
aos da violência tradicional, ligada ao ambiente social da
pobreza. De acordo com dados fornecidos por Cerqueira Quase três meses após a tragédia do rompimento da
(2005), nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que
Horizonte, o custo da violência e da criminalidade, entre matou 210 pessoas e deixou outras 96 ainda considera-
os anos de 1995 e 1999, somou mais de 70 bilhões de
das desaparecidas, um relatório da Fundação SOS Mata
reais. As estimativas para os anos posteriores acresciam a
este total cerca de 5% ao ano. Atlântica revela que os danos ambientais provocados por
mais um crime da empresa são ainda piores do que os
ATUALIDADES

Fonte: divulgados até o momento.


https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-74/mi- Segundo a entidade, o rio São Francisco está conta-
dia-violencia-e-seguranca-publica-novos-aspectos-da- minado com rejeitos de minério. Entre os dias 8 e 14 de
-violencia-e-da-criminalidade-no-brasil março, a equipe da SOS Mata Atlântica revisitou a região

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até o Alto São Francisco para monitorar sua água. A notificação exigiu também a licença para operação
Dos 12 pontos analisados, nove estavam com con- do terminal da Guaíba, que não foi apresentada. Nova
dição ruim e três regular, o que torna o trecho a partir notificação foi feita no dia 21 de janeiro, também com
do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de a mesma resposta de que as licenças não seriam neces-
Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias, sárias. Segundo a prefeitura, a operação no finger não
no Alto São Francisco, com água imprópria para uso da precisa de licença, mas ela é necessária para o armaze-
população. namento temporário do minério no local, atividade com
A análise apontou que, em alguns trechos, as con- grande capacidade poluidora.
centrações de ferro, manganês, cromo e cobre, assim O prefeito Alan Costa afirmou que o Executivo mu-
como o nível de turbidez da água, estavam acima do re- nicipal pesquisou a legislação ambiental para embasar a
comendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente interdição. “Fizemos um grande estudo, baseado na le-
(Conama). gislação ambiental e com fundamentação jurídica para
A turbidez é avaliada pela quantidade de partícula não errarmos. Temos toda a capacidade de avaliar as ati-
sólida em suspensão, o que impede a passagem da luz vidades de disposição de minério, que são de competên-
e a fotossíntese, causando a morte da vida aquática (em cia da prefeitura”.
relatório divulgado pelo Portal do Meio Ambiente de Mi- A Secretaria de Meio Ambiente destaca também a ne-
nas Gerais, datado do dia 20/02, a Vale teria informado cessidade de outorga para a captação de água e a licença
que já teriam sido encontrados mais de 1.500 peixes na- de operação das atividades de gestão do terminal aqua-
tivos mortos no Paraopeba). viário e informa que é possível que as praias ao redor da
Ilha da Guaíba estejam poluídas por resíduos de minério
Fonte: de ferro.
http://conexaoplaneta.com.br/blog/rio-sao-francis- O prefeito informou que a Vale tem grande importân-
co-esta-contaminado-com-rejeitos-da-barragem-de- cia para o município, em geração de emprego e arreca-
-brumadinho dação, e que a intenção não é paralisar as atividades, que
poderão ser retomadas após a apresentação das licenças
Sobe o número de mortos por tsunami na Indoné- ou assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental.
sia; vulcão ainda está em erupção A Vale tem 20 dias para recorrer da multa.
Localizado na parte leste da Baía da Ilha Grande, o
O balanço de vítimas do tsunami que atingiu a Indo- terminal foi construído em 1973 e recebe cerca de 40 mi-
nésia no último sábado subiu para 373 mortos e mais lhões toneladas de minério de ferro por ano, que chegam
de 1.400 feridos, anunciou a Agência Nacional de Gestão de trem e são levados de navio ao Porto de Sepetiba,
de Desastres nesta segunda-feira (24/12/18). Outras 128 para exportação. A Vale foi procurada pela reportagem
pessoas seguem desaparecidas. O tsunami foi provocado para se posicionar, mas ainda não deu retorno.
pela erupção do vulcão Anak Krakatoa, que segundo a
agência ainda está em erupção e pode provocar novos Fonte:
tsunamis. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noti-
cia/2019-01/mangaratiba-interdita-terminal-da-vale-e-
Fonte: -aplica-multa-de-r-20-milhoes
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/24/
sobe-o-numero-de-mortos-por-tsunami-na-indonesia- Crianças e jovens lideram greve global pelo clima
-vulcao-ainda-esta-em-erupcao.ghtml Mais 1 milhão de crianças e jovens foram às ruas em
120 países para pressionar líderes políticos e empresa-
Mangaratiba interdita terminal da Vale e aplica riais a agirem para evitar que as mudanças climáticas afe-
multa de R$ 20 milhões tem gravemente o futuro deles. A greve global de estu-
dantes pelo clima mobilizou também pais e professores
A prefeitura de Mangaratiba interditou o terminal da nesta sexta-feira (15/03/19). No Rio de Janeiro, a greve
mineradora Vale localizado na Ilha de Guaíba e multou foi na frente da Assembleia Legislativa (Alerj).
a empresa em R$ 20 milhões. A interdição ocorreu após O movimento de greve escolar é liderado pela jovem
uma vistoria feita na manhã de hoje (31/01/19) pela Se- sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta-
cretaria Municipal de Meio Ambiente do município. -feira de agosto do ano passado começou a protestar so-
A ação contou com engenheiros ambientais, enge- zinha em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo. Na-
nheiros químicos, técnicos do trabalho, biólogos, Polícia quele dia, ela faltou à aula e levou seu cartaz explicativo
Militar, Guarda Municipal, além do prefeito, Alan Costa. “em greve escolar pelo clima”, deflagrando o movimento
Foram inspecionados cerca de 15 itens e encontradas di- chamado de Fridays for Future [Sextas pelo Futuro], que
versas irregularidades. culminou nesta sexta-feira em greves em mais de 120
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente países. O número de quantas pessoas participaram ainda
solicitou da empresa as licenças ambientais no dia 18 de está sendo apurado.
ATUALIDADES

dezembro de 2018, mas a Vale teria respondido que “as A greve escolar no Rio foi articulada pela Priscilla
atividades de terminal marítimo no finger pier, que rece- Gouvas, Milena Batista, Nayara Almeida e pelo Carlos
be navios e o transporte de passageiros (funcionários), Victor Dourado e contou com o apoio da ONG de jo-
estavam corretas, já que não há necessidade de licencia- vens Engajamundo. Cerca de 40 estudantes do ensino
mento”. médio e superior participaram do evento. Priscilla, de 22

21
anos, explicou que resolveu organizar a greve depois de O que representa Trump cumprir promessa e tirar
ler uma matéria com críticas por não ter mobilização da EUA do Acordo de Paris
juventude no Brasil. A estudante, que terminou ensino
médio no tradicional Colégio Pedro II em 2018 e se pre- A exatamente um ano de enfrentar a disputa eleito-
para para o vestibular, abriu um evento no Facebook e ral que poderá reconduzi-lo à Casa Branca ou retirá-lo
começou daí a organizar a greve. da presidência, o presidente americano Donald Trump
cumpriu uma promessa de campanha e notificou a Or-
De acordo com a Embaixada da Suécia, até a véspera
ganização das Nações Unidas (ONU) sobre a retirada dos
da greve global, estavam programadas 19 greves no Bra- Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris. O envio da
sil. Já para os mobilizadores do Rio, estavam confirmadas carta de saída, divulgada pelo secretário do departamen-
18 greves no país: Juazeiro do Norte (CE), Belo Horizonte, to de Estado Mike Pompeo, via Twitter, foi confirmado
Florianópolis, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, Santa Maria à BBC News Brasil pela ONU. “Recebemos o pedido de
(RS), Imbé (RS), São Paulo, Brasília, Confresa (MT), Fran- retirada dos Estados Unidos do Acordo do Clima hoje e
cisco Beltrão (PR), Alta Floresta (MT), Natal, Pato Branco vamos iniciar as medidas para efetivar esse pedido uni-
(PR), Aracaju, Jundiaí e Mogi das Cruzes. lateral. Mas a retirada efetivamente só acontecerá daqui
um ano”, afirmou o porta-voz da ONU Farah Haq.
Fonte:
https://www.oeco.org.br/reportagens/criancas-e-jo- Promessa nos EUA, promessa no Brasil
vens-lideram-greve-global-pelo-clima
Alinhado ideologicamente a Trump, o presidente bra-
sileiro Jair Bolsonaro também chegou a fazer promessas
Balanços oficiais de desmatamento da Amazônia de retirar o Brasil do Acordo de Paris ainda durante sua
confirmam dados de sistema de alerta; entenda campanha eleitoral, em 2018. “O que está em jogo é a
soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares
A série com dados oficiais de desmatamento da Ama- que perdemos ingerência sobre eles”, afirmou, em refe-
zônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto rência à dimensão da área que deveria ser protegida de
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que os desmatamento pelo governo federal. “Eu saio do Acordo
alertas preliminares de áreas com sinais de devastação de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano, e com for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia,
estou fora sim.”
margem.
Além da retirada do acordo de Paris, Bolsonaro havia
A divulgação destes alertas gerou críticas do presi- prometido acabar com o Ministério do Meio Ambiente e
dente Jair Bolsonaro, que afirmou que os números preju- rever as medidas de proteção ambiental do Código Flo-
dicam a imagem do país. O episódio levou à exoneração restal. O presidente também resolveu que o Brasil já não
do então diretor do instituto, Ricardo Galvão. Tanto a mais seria anfitrião de um acordo global do clima, mar-
taxa oficial quanto os alertas diários preliminares são do cado para acontecer no país no final de 2019. O encontro
Inpe, que é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. foi transferido para o Chile que, diante das intensas ma-
De agosto de 2018 a julho deste ano, os alertas indi- nifestações de rua que enfrenta, redirecionou o evento
caram que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. O para Madri, na Espanha.
balanço do período que se encerrou em julho de 2019 Os posicionamentos políticos de Bolsonaro caíram
mal na opinião pública internacional. A possibilidade de
ainda não foi divulgado.
que produtos agrícolas brasileiros sofressem boicote in-
Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018 ternacional levou o governo a rever seu posicionamento
os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ² e a taxa antes mesmo que as queimadas na Amazônia ganhas-
oficial ficou em 7,5 mil km² – 64,8% maior. sem manchetes em jornais do mundo todo. Em junho
Os alertas diários são emitidos pelo Sistema de Detec- desse ano, no encontro dos líderes dos países do G-20,
ção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e servem em Osaka, Japão, o presidente sinalizou à comunidade
para embasar ações de fiscalização do Instituto Brasileiro internacional a intenção de manter o compromisso esta-
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis belecido no acordo do clima.
(Ibama). Historicamente, Brasil e Estados Unidos ocupam po-
Já os dados oficiais são do Programa de Monitora- sição muito distintas no debate internacional sobre meio
mento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Pro- ambiente. Enquanto o primeiro assumiu protagonismo
no tema ainda na década de 1990, o segundo reluta em
des), que tem índice de confiança próximo a 95%.
se posicionar de modo efetivo em relação ao assunto.
Especialistas dizem que a falta de fiscalização e puni- Um exemplo disso é o fato de os americanos não terem
ção está levando ao crescimento do desmatamento na ratificado o acordo anterior ao de Paris, o Protocolo de
região amazônica. Kyoto. Assim, politicamente, tomar uma medida como
essa teria um impacto negativo muito maior no públi-
Fonte: co brasileiro do que potencialmente terá no eleitorado
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/18/ americano no geral.
ATUALIDADES

balancos-oficiais-de-desmatamento-da-amazonia-con-
firmam-dados-de-sistema-de-alerta-entenda.ghtml Fonte:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bb-
c/2019/11/04/o-que-representa-trump-cumprir-pro-
messa-e-tirar-eua-do-acordo-de-paris.htm

22
Manchas de óleo no litoral atingem mais de 500 As principais características das florestas tropicais são:
locais no Nordeste e Sudeste a presença de árvores altas, o clima quente e a elevada
precipitação. A temperatura média atinge 20 ºC e chove
Chegou a 527 o número de locais afetados pelas cerca de 1.200 milímetros anuais.
manchas de óleo que desde o final de agosto poluem a Apesar de suportar uma enorme variedade de plan-
costa brasileira. O dado é do último balanço do Instituto tas, os solos das florestas tropicais são pobres. A sua
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- produtividade é garantida pela grande disponibilidade
nováveis (Ibama), divulgado na manhã desta quarta-feira de água e temperatura elevada. Além disso, os nutrientes
(13/11/19) com dados compilados até terça (12/11/19). necessários encontram-se em sua maior parte na bio-
Ao todo, 68% dos municípios do litoral nordestino fo- massa das próprias árvores vivas do que no solo.
ram contaminados desde o início do desastre ambiental. O processo de decomposição da matéria orgânica é
Das 111 cidades afetadas, 107 estão no Nordeste e 4 no extremamente rápido nas florestas tropicais, garantindo
Espírito Santo, primeiro estado do Sudeste atingido pe- a ciclagem dos nutrientes, que é uma condição funda-
mental para manter o funcionamento desse complexo
las manchas. Segundo o IBGE, existem 156 municípios no
ecossistema.
litoral nordestino.
As florestas tropicais úmidas são encontradas na Áfri-
Ainda de acordo com o Ibama, 97 animais já morre-
ca, Ásia e na América Central e do Sul. Ocorrem princi-
ram por conta da contaminação e pelo menos 134 foram
palmente em quatro regiões, que são chamadas de do-
encontrados com manchas de óleo. Desses, apenas 37 mínios biogeográficos, a saber:
foram localizados vivos. As tartarugas marinhas são as Afrotropical: localizado no continente africano, em
mais atingidas: 90 tartarugas, de diferentes espécies, fo- Madagascar e em ilhas dispersas;
ram contaminadas. Austrália: localizado na Austrália, Nova Guiné e nas
Ilhas do Pacífico;
Investigação federal Indomalásio: localizado na Índia, Sri Lanka, continente
asiático e Sudeste da Ásia;
Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em Neotropical: localizado na América do Sul, América
todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a Central e nas ilhas do Caribe.
vida de animais marinhos e causado impactos nas cida- As maiores regiões de florestais tropicais concen-
des litorâneas. tram-se na América do Sul com a Amazônia e nas regiões
Uma investigação da Polícia Federal aponta que o africanas e do sudeste da Ásia.
navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo va- A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Ama-
zamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de zônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de formas
petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no de vida e a maior disponibilidade de água doce do mun-
dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando do.
pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho. Cerca de um
mês depois as primeiras manchas foram registradas em Fonte:
praias do estado. https://www.todamateria.com.br/floresta-tropical
A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afir-
ma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com
o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira
junto com responsáveis por outras quatro embarcações EXERCÍCIO COMENTADO
de bandeira grega.
Dentre os cinco navios gregos notificados pela Mari-
01. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Combate a
nha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo,
Endemias - VUNESP - 2019) Nesta terça-feira (22.jan.),
dois não transportaram petróleo da Venezuela no perío-
o presidente Jair Bolsonaro, em encontro com executi-
do de julho até setembro. A Petrobras disse, no último
vos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça,
dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas afirmou que “nossa missão agora é avançar na compa-
é petróleo bruto originário de três diferentes campos da tibilização entre a preservação do meio ambiente e da
Venezuela. biodiversidade com o necessário desenvolvimento eco-
nômico, lembrando que são interdependentes e indisso-
Fonte: ciáveis”.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/08/ (Último Segundo – IG - https://bit.ly/2GhajfX. Acesso em
lista-de-praias-atingidas-pelas-manchas-de-oleo-no- 27.01.2019. Adaptado)
-nordeste.ghtml
Além da afirmação, o presidente esclareceu que o Brasil
Floresta Tropical
ATUALIDADES

a) deverá criar novas reservas ambientais no Nordeste.


As florestas tropicais ou pluviais ou úmidas são bio- b) permanecerá no Acordo de Paris sobre o clima.
mas com maior produtividade e variedade de espécies c) impedirá o avanço da agricultura na mata atlântica.
do planeta, com alto índice pluviométrico. Estão localiza- d) protegerá as terras indígenas de desmatamentos.
das entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. e) incentivará a criação de centros de pesquisa climáticas.

23
Resposta: B. Inicialmente com o objetivo e sair do em inglês). A surpreendente foto é resultado do tra-
acordo de Paris em uma política ambiental similar à balho de uma rede de telescópios, o projeto Event
do governo Donald Trump, Bolsonaro mudou seu po- Horizon Telescope. 
sicionamento devido acordos econômicos entre Brasil
/ América do Sul e Europa que exigiu a permanência
04. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC -
do Brasil no acordo.
2019) A estudante gaúcha Juliana Estradioto, de 18 anos,
batizará um asteroide com seu nome. A oportunidade é
02. (TJ-SP - Contador Judiciário - VUNESP - 2019) Mi-
dada para os vencedores que ficam em primeiro e se-
lhares de pessoas foram às ruas para manifestarem- -se
gundo lugar de cada categoria da maior feira de ciências
contra o aumento de combustíveis. São chamados de
do mundo. A jovem conquistou a premiação máxima na
“coletes amarelos”.
categoria de Ciências Materiais.
As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e
(Disponível em: https://jovempan.uol.com.br. Adaptado)
usaram um canhão de água para conter o avanço dos
manifestantes que tentavam ultrapassar o perímetro de
A pesquisa da brasileira é sobre
segurança determinado pela polícia. Os manifestantes
gritam palavras de ordem e carregam cartazes pedindo a
a) a utilização da folha da mandioca.
renúncia do presidente.
b) o aproveitamento da casca da macadâmia.
Para as autoridades, facções de extrema-direita podem
c) o reaproveitamento de canudos plásticos.
ter se infiltrado entre os manifestantes para radicalizar o
d) a reciclagem de peças de computadores.
movimento.
e) o uso de materiais orgânicos em tecidos.
Os protestos mantêm os bloqueios de centros logísticos
e estradas iniciados há uma semana, mas com menos in-
Resposta: B. Em seu projeto, Juliana utiliza casca da
tensidade que no sábado passado, quando eram estima-
macadâmia para alimentar microorganismos respon-
dos quase 300 mil manifestantes.
sáveis por produzir membranas que podem ser utili-
(http://agenciabrasil.ebc.com.br, 24.11.2018.
zadas em várias situações, como para fabricar emba-
Adaptado)
lagens biodegradáveis. Ela também está investigando
A notícia refere-se a acontecimento como aplicar essa pesquisa na área de saúde, utilizan-
do a membrana como curativos após a realização de
a) na Hungria. cirurgias.
b) no Peru.
c) na Índia. 05. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
d) na França. Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
e) no México. Uma cientista brasileira de 33 anos, formada em Química
pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de-
Resposta: D. A onda de protestos do movimento cha- senvolveu um equipamento que poderá revolucionar o
mado de “coletes amarelos” ocorreu na França. tratamento de uma moléstia que, não raro, necessita de
intervenção cirúrgica. Apesar da pouca idade, a cientista
é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade
03. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
do Texas, em Austin (EUA).
- 2019) A notícia abaixo relata uma recente imagem cap-
(Disponível em: https://bit.ly/2WaaiPh. Acesso em
tada por telescópio e recebida como um grande avanço
31.05.2019)
para os estudos astronômicos:
Até então, os astrônomos não tinham conseguido captar O equipamento criado pela brasileira assemelha-se a
precisamente a imagem. Eram conhecidas apenas ilustra- uma caneta capaz de
ções, concepções artísticas e simulações. A razão princi-
pal é que eles são fenômenos invisíveis − com a força da a) detectar células tumorais.
gravidade exercendo uma pressão que nada escapa ao b) extrair tumores do cérebro de forma pouca invasiva.
seu redor: incluindo a radiação eletromagnética. c) executar filmagens em órgãos com células canceríge-
(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Adap- nas.
tado) d) injetar medicamentos direta e somente nas células
malignas.
A imagem captada é e) possibilitar a aplicação quimioterápica na residência
do doente.
a) da Órbita de Plutão.
b) da Via Láctea. Resposta: A. Uma cientista brasileira de 33 anos de-
c) da Galáxia de Andrômeda. senvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar
d) da Camada de Ozônio. células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavi-
ATUALIDADES

e) do Buraco Negro. nato Eberlin é formada em Química pela Universidade


Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca
Resposta: E. A primeira imagem de um buraco ne- idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da
gro foi revelada nesta quarta-feira, 10, pela Fundação Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.
Nacional de Ciências (National Science Foundation,

24
06. (Câmara de Orlândia - SP – Contador - VUNESP d) A privacidade geralmente é pensada no contexto das
- 2019) Pesquisadores da Universidade de São Paulo e ações ou pensamentos privados de uma pessoa ou em
Harvard divulgaram nesta quinta-feira (8 de novembro) relação à interação dela com outras, mas a questão
uma importante descoberta arqueológica. Com ajuda é muito mais complexa envolvendo a inviolabilidade
da extração de DNA de fósseis enterrados por mais de da intimidade e a autodeterminação informativa, por
dez mil anos, eles puderam avaliar o código genético dos exemplo.
fósseis. e) A privacidade não está morta uma vez que sempre
(G1, 8 nov. 18. Disponível em:<https://goo.gl/ vamos querer maneiras de manter certas coisas priva-
vpdksa>. Adaptado) das, mas ficará mais difícil. As sociedades precisarão
A descoberta arqueológica mencionada na notícia con- reconsiderar o que a privacidade significa de diversas
tradiz maneiras.

a) a explicação consagrada para a sedentarização huma- Resposta: C. Esta Lei dispõe sobre o tratamento de
na, relacionada à agricultura. dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pes-
b) a teoria de que os primeiros habitantes da América soa natural ou por pessoa jurídica de direito público
tiveram diferentes origens. ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
c) a tese que explicava a religiosidade ameríndia, funda- fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
da na crença em uma só divindade. desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
d) as ideias de “igualdade nativa” e “comunidades hori-
zontais” oriundas da antropologia. 08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
e) a oposição entre povos “primitivos” e “avançados”, vis- - 2019) A taxa cresceu em 14 das 27 unidades da Fede-
tos respectivamente como selvagens e civilizados. ração no primeiro trimestre deste ano (2019), na compa-
ração com o último trimestre do ano passado, segundo o
Resposta: B. Todos os indígenas que vivem ou já Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas
viveram nas Américas descendem de uma única po- outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável. No final
pulação que chegou ao Novo Mundo vinda do leste de abril, o IBGE informou a taxa no Brasil no primeiro se-
asiático, através do estreito de Bering, há cerca de 20 mestre: 12,7%. (Disponível em: https://www.cartacapital.
mil anos. A conclusão, de um trabalho de uma equipe com.br. Adaptado)
internacional de 72 arqueólogos e geneticistas - entre
os quais 17 brasileiros -, refuta as teorias mais discuti- De acordo com os seus conhecimentos sobre o panora-
das ou aceitas até hoje sobre o povoamento do con- ma da economia nacional contemporânea, a taxa men-
tinente posteriormente “descoberto” por Cristóvão cionada na notícia é a de
Colombo.
a) juros.
b) inflação.
07. (IF-PR - Professor – Sociologia - FAU - 2019) “Temo
c) desemprego.
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa huma-
d) subutilização da mão de obra.
nidade. O mundo só terá uma geração de idiotas”. (Al-
e) aposentadoria por invalidez.
bert Einstein). Considerando que a internet e os apare-
lhos móveis mudaram para sempre nosso modo de viver
e imprimiram um novo ritmo de vida, produzindo novas Resposta: C. O desemprego cresceu em 14 das 27
realidades e moldando definitivamente o futuro da natu- unidades da federação no 1º trimestre, na compara-
reza humana, colocando-nos uma grande indagação no ção com o trimestre anterior, segundo dados divul-
tempo presente, a saber: “A tecnologia moldará o futuro gados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro
da política, da sociedade e dos direitos humanos?”, ava- de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais estados,
lie os enunciados abaixo mencionados e marque a única houve estabilidade. A taxa de desemprego média no
questão considerada INCORRETA: país nos 3 primeiros meses do ano subiu para 12,7%,
conforme já divulgado anteriormente pelo órgão.
a) Compreendemos como um dos maiores problemas da
tecnologia em relação aos direitos humanos o fim da 09. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária
privacidade, uma vez que precisaremos de sistemas - FCC - 2019) Os analistas do mercado financeiro ana-
robustos de proteção dos dados como leis, criptogra- lisaram pela 20a semana consecutiva a previsão de cres-
fia, cibersegurança e supervisão. cimento da economia em 2019, segundo dados divulga-
b) Sobre a questão da privacidade e sua relação com a dos pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
tecnologia, as pessoas precisarão ter um debate públi-
co e aberto sobre o que é privacidade além dos limites Na previsão dos analistas, haverá
estreitos de segurança nacional e o que esperam que
seus governos protejam e as empresas respeitem. a) aumento dos impostos para obter recursos e incenti-
ATUALIDADES

c) Infelizmente o Brasil ainda não se atentou para a peri- var a produção.


culosidade da tecnologia de ponta e suas implicações b) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a
sobre os direitos humanos, não dispondo ainda de Le- 12%.
gislação sobre a proteção de dados pessoais. c) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.

25
d) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cam- 12. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidrome-
bial. cânica - Torneiro Mecânico - FCC - 2019) Um recente
e) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). relatório publicado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), denominado “Perspectivas do Meio Ambiente
Resposta: E. A projeção do mercado financeiro para Mundial”, apresenta um quadro sombrio sobre as con-
o PIB de 2019 é de 0,87%, segundo o Boletim Focus sequências para a sociedade da degradação da qualida-
do Banco Central. O governo prevê um crescimento de ambiental planetária. Com relação à água, o relatório
ligeiramente menor, de 0,85%. mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca
de 2,3 bilhões de habitantes, não têm acesso ao sanea-
10. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC mento.
- 2019) O vice-primeiro-ministro italiano conduziu uma (Disponível em: https://www.ecodebate.com.br.Acesso
reunião de seus aliados europeus na frente da catedral em 26.mai.2019)
gótica de Milão no sábado 18/05/2019. Ele prometeu
mudar a história depois das eleições para o Parlamen- Sobre os recursos hídricos do Brasil e do mundo são fei-
to Europeu e fazer da aliança populista um dos maiores tas as seguintes proposições:
agrupamentos no Parlamento Europeu.
(Disponível em: https://www.cartacapital.com.br. Adap- I. As questões ambientais que envolvem os recursos hí-
tado) dricos devem ser tratadas de forma integrada, ou seja,
escassez ou abundância de água devem ser relaciona-
De acordo com a notícia e de seus conhecimentos so- das ao clima, à vegetação e às ações humanas.
bre a política internacional, os aliados europeus do vice- II. A gestão de recursos hídricos, elemento fundamental
-primeiro-ministro italiano representam uma orientação para a sobrevivência da humanidade, deve estar em-
política de basada em políticas de sustentabilidade.
III. Os problemas de segurança hídrica devem fazer par-
a) centro-direita. te das políticas públicas e, portanto, independem de
b) extrema-esquerda. ações da sociedade civil.
c) centro-esquerda.
d) extrema-direita.
Está correto o que consta APENAS de
e) centro.
a) II e III.
Resposta: D. Os partidos populistas de direita Alter- b) I e III.
nativa para a Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anun- c) II.
ciaram nesta segunda-feira (08/04/19) que pretendem d) I e II.
formar um novo bloco no Parlamento Europeu junto e) III.
com outras legendas eurocéticas e de extrema direita.
Resposta: D. A alternativa se torna incorreta, pois o
11. (Prefeitura de Itapevi - SP - Agente de Comba- problema de segurança hídrica DEPENDE das ações da
te a Endemias - VUNESP - 2019) O balanço de vítimas sociedade civil.
do tsunami que atingiu o país no último sábado [22.dez]
subiu para cerca de 400 mortos e mais de 1400 feridos,
anunciou a Agência Nacional de Gestão de Desastres 13. (SANASA Campinas - Analista de Tecnologia da
nesta segunda-feira (24.dez). Outras 128 pessoas seguem Informação - Análise e Desenvolvimento - FCC - 2019)
desaparecidas. O tsunami foi provocado pela erupção de Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvi-
um vulcão que, segundo a agência, ainda está em erup- mento dos Recursos Hídricos 2019, lançado hoje em Ge-
ção e pode provocar novos tsunamis. nebra (19.03.2019), que trata do acesso da população à
(G1. https://glo.bo/2SkoF5K. Acesso em 29.01.2019. água potável e saneamento básico,
Adaptado) (Disponível em: https://bit.ly/2WaPp6q.Acesso em
02/06/2019)
É correto apontar como sendo o país atingido pelo tsu-
nami a que se refere a notícia: a) três bilhões de pessoas, aproximadamente, não têm
acesso a serviços sanitários.
a) as Filipinas. b) há sensível melhora dos índices de saneamento básico
b) a Índia. em países africanos.
c) a Malásia. c) somente cerca de 50% dos países da União Europeia
d) a Tailândia. oferecem água potável a toda população.
e) a Indonésia. d) cerca de 80% das águas residuais dos países ricos são
ATUALIDADES

tratadas antes de serem lançadas nos rios.


Resposta: E. O Referido país é a Indonésia.
e) falta água limpa e segura para mais de dois bilhões de
pessoas.

26
Resposta: E. Segundo o Relatório Mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019, lançado
hoje em Genebra, falta água limpa e segura para 2,1 bilhões de pessoas, enquanto 4,5 bilhões carecem de serviços
sanitários. Com o alerta de que a expectativa é de que a situação se agrave, devido às mudanças climáticas, o do-
cumento, intitulado Não deixar ninguém para trás, destaca a necessidade de políticas públicas comprometidas a
mudar essa situação.

14. (Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais - EDUCA - 2019) As Florestas Pluviais Tropicais são
encontradas nas regiões de clima quente e úmido. Essas florestas possuem o bioma mais complexo e rico em biodiver-
sidade da Terra, cobrem apenas 6% da superfície do planeta, mas possuem mais de 60% de todas as espécies animais
e vegetais. Essas formações se estendem por áreas nas Américas Central e do Sul, na África, na Ásia e na Oceania, em
torno da linha do equador.

A maior e mais importante Floresta Pluvial Tropical é a

a) Floresta de Taiga, no Hemisfério Norte.


b) Floresta do Congo, na África Central.
c) Floresta Amazônica, na América Latina.
d) Selva Valdiviana, no Chile.
e) Florestas Nubladas, no Equador.

Resposta: C. A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Amazônica. Esse bioma abriga enorme diversidade de
formas de vida e a maior disponibilidade de água doce do mundo.

15. (Prefeitura de Resende - RJ - Agente Comunitário de Saúde - CONSULPAM - 2019) Yasodora Córdova, pes-
quisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, destaca alguns fatores sociais para a difusão
de desinformação no Brasil, que são:
Fonte: Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil45978191. Acessado em 01 mar de 2019. (Adaptado)

a) A nova safra de militantes de direita, mais massificados e organizados em rede.


b) O despreparo dos órgãos públicos, a conivência da imprensa oficial e a crise econômica.
c) A falta de veículos de imprensa locais, a falta de bibliotecas e o acesso limitado à internet.
d) O sentimento de antipetismo, a rejeição aos candidatos e o baixo nível intelectual do eleitor.

Resposta: C. Yasodora Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News, de Harvard, elenca
outros fatores sociais para a difusão de desinformação no Brasil: a falta de veículos de imprensa locais, a falta de
bibliotecas e o acesso limitado à internet no Brasil.

16. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente Social - MS CONCURSOS - 2019) Leia, a seguir, o trecho da notícia pu-
blicada pelo G1 em 11 de agosto de 2019 e responda à próxima questão.
Brasil fecha Pan com recorde de medalhas e vice-liderança no quadro que não vinha há 56 anos

Mesmo com menos atletas que nas últimas três edições, delegação conquista o maior número de medalhas na história,
quebra o recorde de ouros, e termina atrás apenas dos Estados Unidos
ATUALIDADES

27
Barba, cabelo e bigode. A delegação brasileira conquis- c) Os prédios das Universidades Federais.
tou, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, en- d) Os templos religiosos.
cerrados neste domingo, os três maiores objetivos que
poderiam ser atingidos: quebrou o recorde de medalhas Resposta: D. A redação original, proposta pelo sena-
de ouro, levando 55, três a mais que no Pan de 2007, no dor Weverton Rocha (PDT-MA), previa punição para
Rio de Janeiro, foi ao pódio como jamais havia feito, 171, aquele que “praticar, induzir ou incitar a discriminção
14 vezes a mais do que a marca anterior, e encerrou o ou preconceito de ‘raça, cor, etnia, religião, proce-
evento em segundo no quadro geral, atrás apenas dos dência nacional, identidade de gênero e/ou orienta-
Estados Unidos, repetindo o ocorrido em 1963, no Pan ção sexual”, dentre outras ações – tais como impedir
de São Paulo. Portanto, o Brasil fechou com 55 ouros, 45 o acesso a locais públicos e o desempenho da ativi-
pratas e 71 bronzes. dade profissional em razão do preconceito. O relator
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) não tinha colocado acrescentou ao texto um trecho que prevê punição a
uma meta em número de medalhas ou de pódios, nem quem “impedir ou restringir a manifestação razoável
posição no quadro. Para a entidade que comanda o es-
de afetividade de qualquer pessoa em local público
porte no país, o importante era a conquista de vagas
ou privado aberto ao público, ressalvados os templos
olímpicas e a melhora do desempenho da maioria dos
religiosos”.
esportes com relação a Toronto 2015. O país garantiu,
pelo Pan, um lugar na Olimpíada no handebol, hipismo,
tiro com arco, tênis de mesa, tênis, pentatlo e vela, mas 18. (Prefeitura de Acaraú - CE - Procurador Adminis-
acabou sucumbindo no handebol masculino e no tiro es- trativo - CETREDE - 2019) Gestos e atitudes como um
portivo. olhar, um sorriso, uma postura corporal e um aperto de
Outro recorde interessante atingido pelo Brasil foi o de mão constituem formas
número de modalidades que foi ao pódio. O Brasil con-
quistou medalha em 41, mais que os 40 do Rio 2007. Nos a) de interação virtual.
títulos, foram 22 modalidades com ouros, repetindo as b) de não interação.
22 de 2007. Com menos de 500 atletas, delegação foi a c) verbais de interação.
menor desde 2003, o Brasil se destacou muito mais em d) não verbais de interação.
esportes individuais do que nos coletivos. [...] e) não usuais de interação.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/jogos-pan-ame-
ricanos/noticia/brasil-fecha-pan-de-lima-com-recorde-
Resposta: D. A linguagem verbal é aquela expressa
-de-medalhas-e-vice-lideranca-que-nao-vinha-ha-56-
por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a lin-
-anos.ghtml, acesso em 11/08/2019.
guagem verbalizada, já a linguagem não- verbal, utili-
As próximas Olímpiadas acontecerão no ano de: za dos signos visuais para ser efetivada, por exemplo,
as imagens nas placas e as cores na sinalização de
a) 2020. trânsito.
b) 2021.
c) 2022. 19. (PGE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2, 3
d) 2023. e 4 - CESPE - 2019) Acerca de temas da atualidade que
envolvem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
Resposta: A. As Olimpíadas acontecem de 4 em 4 As práticas sociais na atualidade são totalmente dire-
anos, a última foi realizada em 2016, já a próxima será cionadas pela comunicação nas redes sociais, que pro-
em 2020 serão realizadas em Tóquio, no Japão, de 24 porcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre
de julho a 9 de agosto de 2020. temas relevantes à maioria da população.

17. (SCGás – Advogado - IESES - 2019) A Comissão de ( ) CERTO ( ) ERRADO


Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado apro-
vou no dia 22 de maio projeto de criminalização da ho- Resposta: Errado. As práticas sociais na atualidade
mofobia no Brasil. O texto (PL 672/2019) iguala as penas [NÃO] são totalmente direcionadas pela comunica-
para crimes motivados por preconceitos de gênero ou ção nas redes sociais, que [NÃO] proporcionam amplo
orientação sexual àquelas previstas para quem comete debate e [NÃO] favorecem o consenso sobre temas
crimes de discriminação racial. A redação original previa relevantes à maioria da população.
punição para aquele que “praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, 20. (Prefeitura de Arujá - SP - Escriturário - Oficial
procedência nacional, identidade de gênero e/ou orien- Administrativo - VUNESP - 2019) Um importante e in-
tação sexual. O relator acrescentou ao texto um trecho fluente líder religiosa em atividade no país morreu nesta
que prevê punição a quem impedir ou restringir a mani-
quinta-feira (27 de dezembro) em Santo Antônio de Je-
ATUALIDADES

festação razoável de afetividade de qualquer pessoa em


sus (108 km de Salvador), aos 93 anos. Ela dedicou 80
local público ou privado aberto ao público, ressalvados:
anos da vida à religião.
(Folha de S.Paulo, 27 dez.18. Disponível em: <ht-
a) Os prédios públicos federais.
b) Os ambientes públicos de grande circulação. tps://goo.gl/6A1BRP>. Adaptado)

28
A notícia trata do falecimento de uma importante lide-
rança religiosa ligada
HORA DE PRATICAR!
a) ao espiritismo.
b) ao islamismo. 01. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Ad-
c) ao judaísmo. ministração - MS CONCURSOS - 2019) Para responder
d) ao candomblé. à questão, leia o trecho, a seguir, da notícia publicada
e) ao catolicismo. pela BBC News Brasil, em 15 de agosto de 2019.

Resposta: D. Mãe Stella é referência no combate ao What3words: como um aplicativo usa três pala-
racismo e à intolerância religiosa, sendo a primeira a vras para salvar vidas
receber o título de “imortal” pela Academia de Letras
da Bahia (ALB), com nove livros publicados. A ialorixá, A polícia britânica pediu a todos que façam o down-
inclusive, já recebeu o título de Doutora Honoris Cau- load do aplicativo what3words para celular porque, se-
sa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). gundo eles, várias vidas foram salvas graças ao programa
disponível também no Brasil. Mas como ele funciona?
“Chutado. Convergido. Futebol”
Essas três palavras escolhidas aleatoriamente pelo
aplicativo salvaram Jess Tinsley e seus amigos quando
eles se perderam na floresta em uma noite escura e úmi-
da na Inglaterra.
O grupo havia planejado uma trilha circular de 8 km
na Hamsterley Forest, de quase 20 km², no condado de
Durham, na noite de domingo, mas os amigos se perde-
ram depois de três horas.
“Estávamos em um campo e não fazíamos ideia de
onde era aquilo”, disse a jovem de 24 anos. “Foi horrível.
Eu estava fazendo piadas sobre a situação, tentando rir
para não chorar.”
Às 22h30 do horário local, encontraram uma área com
sinal de telefone e ligaram para o serviço de emergência.
“Uma das primeiras coisas que o atendente nos dis-
se para fazer foi baixar o aplicativo what3words, do qual
nunca tinha ouvido falar”, disse Tinsley.
Um minuto depois do download, a polícia conseguiu
descobrir onde o grupo estava. Eles foram resgatados
pouco tempo depois.
Quando o CEP ou o GPS não dão conta
O aplicativo what3words, essencialmente, aponta
para um local muito específico.
Seus desenvolvedores dividiram o mundo em 57 tri-
lhões de quadrados, cada um medindo 3m x 3m e com
um endereço exclusivo de três palavras, atribuído alea-
toriamente.
A estação de metrô Faria Lima em São Paulo, por
exemplo, tem duas entradas e saídas. Uma delas pode
ser encontrada pelo trio de palavras “Gelar. Recuar. Le-
var” e a outra, “Falhar. Pirata. Aflita”.
O aplicativo surgiu de problemas ligados a corres-
pondências do fundador da empresa, Chris Sheldrick,
que cresceu na zona rural de Hertfordshire.
“Nosso CEP não apontava direito para a nossa casa”,
disse ele.
“Nós nos acostumamos a receber cartas que eram
para outras pessoas, ou ter que ficar na estrada acenan-
do para motoristas de entrega.”
Dez anos trabalhando na indústria da música, que en-
ATUALIDADES

volviam também a tentativa de fazer com que as bandas


se encontrassem em entradas específicas dos locais de
apresentação, também alimentaram sua frustração.
“Eu tentei orientar as pessoas a usarem longitude e
latitude, mas isso nunca pegou de fato”, disse Sheldrick.

29
“Então, pensei: como comprimir 16 dígitos em algo muito mais amigável? Eu estava falando com um matemático e
descobrimos que havia combinações suficientes de três palavras para cada local do mundo.”
[...]

Assinale a alternativa correta.

a) O what3words não precisa de conexão de dados (sinal de celular) para determinar a localização de três palavras.
b) O objetivo futuro de Chris Sheldrick é que seja abolido o modelo de endereçamento com CEP, como conhecemos.
c) O aplicativo conseguiu mapear o mundo todo, porém não há registros de que seja funcional em países como a
Mongólia e Senegal.
d) A polícia de alguns condados ingleses repudiou a nova forma de tratar as emergências, já que consideram ineficaz
a inovação trazida pelo what3words para socorro de vítimas.

02. (Prefeitura de Sonora - MS - Assistente de Administração - MS CONCURSOS - 2019) Ainda relacionado ao


texto acima. Na íntegra da notícia, são citados nomes de empresas/marcas que já estão usando o what3words. São elas:

a) Motorola e Jaguar.
b) Mercedes-Benz e Airbnb.
c) Apple e Nike.
d) Fiat e Walmart.

03. (Prefeitura de Porto Velho - RO - Especialista em Educação - Supervisão Educacional - IBADE - 2019) A Nova
Face da Criminalidade

Atualmente vem ocorrendo significativas mudanças no perfil social da violência. Pessoas, sobretudo jovens, que não
fazem parte do mundo da pobreza e da discriminação racial, têm tido participação constante nas ações de violência.
No Brasil, são cada vez mais frequentes as informações que nos chegam sobre atos de violência envolvendo jovens da
alta classe média que agridem, por diversão ou intolerância, homossexuais, profissionais do sexo, negros, nordestinos
e indígenas, entre outros seguimentos que integram um extenso leque de minorias sociais.
Há muitos questionamentos sobre os elementos que motivam os jovens que receberam carinho dos pais, educação
escolar de qualidade e acesso ativo ao mercado de consumo, a praticar ações de violência.
Para tentar responder este questionamento, uma coisa é certa, não podemos deixar de levar em consideração os
novos elementos que passaram a atuar no nosso processo de socialização dos anos 80 do século passado para cá.
Há pelo menos três décadas, crianças e jovens do Brasil estão em contato diário com uma série de informações que
incentivam e banalizam a violência.
Adaptação http://ambitojuridico.com.br/site/index.php?artigo_id=7319&n_ link=revista_artigos_le
Acerca do texto acima, podem ser feitas as seguintes afirmações:

I. A violência, traduz-se na época atual por um evento cujas implicações e desdobramentos atingem, sem distinção,
ATUALIDADES

todos os segmentos sociais.


II. A violência tem mostrado que ultrapassou os limites da pobreza, sendo praticada, também, por jovens de diferentes
classes sociais.
III. Informações que incentivam e banalizam a violência podem estar por trás do aumento e da prática indiscriminada.

30
IV. A prática da violência gerada pelo ódio à “diferenças” III As revoluções tecnológicas demandam capacidade de
tem sido mais presente no cotidiano dos jovens da inovação para estimular a competitividade, aspecto
alta classe média. que tem sido explorado por políticas públicas brasilei-
V. A violência no Brasil ocorre somente dentro das comu- ras que elevaram a posição do Brasil no ranking inter-
nidades mais pobres. nacional de competitividade.
IV Devido aos impactos resultantes da tecnologia no
Dos itens acima descritos, estão corretos: mercado de trabalho, a maioria das escolas brasileiras
da rede privada e pública já tem em seus currículos
a) I, II e III, somente. disciplinas relacionadas a programação e robótica.
b) II, III, IV e V, somente.
Estão certos apenas os itens
c) I, III, IV e V, somente.
d) I, II, III e IV, somente.
a) I e II.
e) I, II, III, IV e V. b) I e IV.
c) III e IV.
04. (Prefeitura de Itapevi - SP - Médico – Psiquiatria - d) I, II e III.
VUNESP - 2019) “Este é o melhor acordo possível.” e) II, III e IV.

A premiê britânica, Theresa May, tem repetido há sema- 06. (SANASA Campinas - Agente Técnico de Hidro-
nas essa frase na tentativa de convencer o Parlamento mecânica – Mecânico - FCC - 2019) É forte o ritmo do
de seu país a aprovar o acordo que ela negociou com a crescimento desta fonte de energia no Brasil. Os investi-
União Europeia, estabelecendo os termos do Brexit - o mentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos
processo de saída do Reino Unido do bloco. de 10 anos após o primeiro leilão deste tipo de energia
Mas, na segunda-feira [17.dez], a premiê adiou indefini- no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início de
damente a votação do acordo no Parlamento, reconhe- 2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a
cendo que ele seria rejeitado pela maioria dos parlamen- mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs). Atualmente, o
tares britânicos Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da pro-
G1. https://glo.bo/2FTOmUF. Acesso em 24.jan.2019. dução deste tipo de energia, superando países desenvol-
vidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos
Adaptado
cinco anos, pois, até 2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em
Tem sido considerado como o ponto mais delicado do 26.mai.2019)
acordo para viabilizar o Brexit
O texto descreve o avanço da energia
a) o retorno imediato dos cidadãos europeus que vivem
no Reino Unido para os seus países de origem, fato a) solar.
que provocaria forte déficit de mão de obra no Reino b) eólica.
Unido. c) de biogás.
b) a rápida desvalorização da libra nos mercados euro- d) de biocombustível
peu e mundial, fato que provocaria forte abalo econô- e) de biomassa.
mico-financeiro para todo o Reino Unido.
c) o fechamento da fronteira entre a Irlanda do Norte 07. (SEE-MG - Especialista em Educação Básica - FU-
(parte do Reino Unido) e a Irlanda, fato que retomaria MARC - 2018) A Base Nacional Comum Curricular é um
antigas tensões entre norte-irlandeses e irlandeses. documento de caráter que define um conjunto de apren-
d) a perda do prestígio político do Reino Unido frente dizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
à Europa, o que inviabilizaria a permanência do país volver ao longo das etapas de um período da educação.
na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O debate sobre a Base Nacional vem sendo ampliada em
2018 e é referente ao seguinte período da escolarização:
e) a obrigação do governo britânico em continuar rece-
bendo grupos de refugiados do Oriente Médio e Áfri-
ca mesmo após a saída do bloco econômico europeu. a) Mestrados em todas as universidades.
b) Especializações em universidades públicas.
05. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Re- c) Doutorado em universidades públicas.
gistros – Remoção - CESPE - 2019) Acerca de aspectos d) Cursos pré-vestibulares.
relacionados ao impacto da tecnologia no mercado de e) Educação básica.
trabalho, julgue os itens que se seguem.
08. (SABESP - Estagiário Ensino Médio Regular - FCC
I Os impactos da tecnologia no mundo do trabalho não - 2019) Em março de 2019, mais de 1 milhão de crian-
são necessariamente imediatos, mas, a longo prazo, ças e jovens foram às ruas em 120 países para pressionar
líderes políticos e empresariais a agirem para evitar que
ATUALIDADES

podem implicar no desaparecimento de determinadas


profissões. os problemas afetem gravemente o futuro deles. A greve
II Projeções sobre o futuro do mercado de trabalho dão global de estudantes mobilizou também pais e professo-
destaque às profissões de índole criativa no mercado res no Brasil.
de trabalho dominado pela tecnologia. (Disponível em: http://www.bit.ly. Adaptado)

31
Os protestos tiveram como alvo os problemas relacio-
nados
GABARITO
a) às mudanças climáticas.
b) à violência no trânsito. 1 A
c) à poluição dos aquíferos.
d) ao desmatamento de regiões temperadas 2 B
e) aos resíduos sólidos sem destinação adequada. 3 D
4 C
09. (Prefeitura de Sorocaba - SP - Conselheiro Tute-
lar - VUNESP - 2019) O presidente americano Donald 5 A
Trump prometeu, na sexta-feira, 10 de maio de 2019, 6 A
mais que dobrar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em
7 E
mercadorias e introduzir novas taxas “em breve”. Segun-
do ele, o governo local está tentando recuar nos termos 8 A
do acordo que teria sido costurado entre os negociado- 9 C
res dos dois países.
10 D
BBC.https://www.bbc.com/portuguese/internacio-
nal-48228954. 13.05.2019. Adaptado

O excerto faz alusão

a) à guerra comercial contra o México devido ao aumen-


to de suas exportações.
b) às sanções comerciais impostas ao Irã devido ao seu
programa nuclear.
c) à guerra comercial em curso com a China devido ao
protecionismo norte-americano.
d) às sanções econômicas impostas à Coreia do Norte
devido ao seu programa balístico.

10. (METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária -


FCC - 2019) A série com dados oficiais de desmatamento
da Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que
os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação
na floresta vêm sendo confirmados ano a ano. (Adaptado
de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as
seguintes afirmações. I. Vários estudos já mostram que
uma das causas do aumento do desmatamento é a re-
dução da fiscalização. II. Em vários locais da região ob-
servam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens
para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a
cultura de soja). III. Embora expressivas, as áreas amazô-
nicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas
em desmatamento no cerrado e na caatinga. Está correto
o que consta APENAS em

a) II e III.
b) I e III.
c) II.
d) I e II.
e) III.
ATUALIDADES

32
ÍNDICE

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

MS-Windows 10: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, mani-
pulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos
MS-Office 2010........................................................................................................................................................................................................ 01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto............................................................................... 12
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, con-
trole de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados........................................ 21
MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de
ação, animação e transição entre slides........................................................................................................................................................ 31
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos................................. 38
Internet: Navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas............................................... 43
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
MS-WINDOWS 10: CONCEITO DE PASTAS, “Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA você precisará de um processador capaz de executar
uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um
DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA,
sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quan-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS,
do você tem uma grande quantidade de RAM (memória
USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICA- de acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB
TIVOS, INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE ou mais. Nesses casos, como um sistema operacional de
APLICATIVOS MS-OFFICE 2010. 64 bits pode processar grandes quantidades de memó-
ria com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema
de 64 bits poderá responder melhor ao executar vários
programas ao mesmo tempo e alternar entre eles com
Windows frequência”.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
O Windows assim como tudo que envolve a informá- reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
tica passa por uma atualização constante, os concursos caso, é possível instalar:
públicos em seus editais acabam variando em suas ver- - Sobre o Windows XP;
sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
as versões do Windows quanto do Linux. (Win Vista), também 32 bits;
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
software, um programa de computador desenvolvido por - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
programadores através de códigos de programação. Os - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
são considerados como a parte lógica do computador, a insta- lação;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada - Win 7 em um computador sem SO;
apenas quando o computador está em funcionamento. O
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
o primeiro a ser instalado na máquina. tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
Quando montamos um computador e o ligamos pela chave do produto, que é um código que será solicitado
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu- durante a instalação.
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti- Vamos adotar a opção de instalação com formatação
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Cor-
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a poration:
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard- - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
ware, temos que instalar o SO. seja inicializado normalmente, insira do disco de instala-
Após sua instalação é possível configurar as placas ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar seu computador.
os demais programas, como os softwares aplicativos e - Reinicie o computador.
utilitários. - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- isso, e siga as instruções exibidas.
rencia os demais programas. - Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits
ou outras preferências e clique em avançar.
e 64 bits está na forma em que o processador do com-
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e
putador trabalha as informações. O Sistema Operacional
o programa não solicitar que você pressione alguma te-
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que
cla, talvez seja necessário alterar algumas configurações
tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits
do sistema. Para obter mais informações sobre como fa-
tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
zer isso, consulte. Inicie o seu computador usando um
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows,
disco de instalação do Windows 7 ou um pen drive USB.
segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais
- Na página Leia os termos de licença, se você acei-
memória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

ajuda a reduzir o tempo despendido na permuta de pro- tar os termos de licença, clique em aceito os termos de
cessos para dentro e para fora da memória, pelo arma- licença e em avançar.
zenamento de um número maior desses processos na - Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo que em Personalizada.
no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o - Na página onde deseja instalar Windows? clique em
desempenho geral do programa”. opções da unidade (avançada).
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
Windows 7 opção de formatação desejada e siga as instruções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: - Siga as instruções para concluir a instalação do
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito Windows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
em computador e clique em Propriedades. configuração de uma conta do usuário inicial.

1
Conceitos de organização e de gerenciamento de
informações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
vamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

1. Criação de pastas (diretórios)


Figura 66: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la


e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos


quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
Figura 64: Criação de pastas documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
#FicaDica
Clicando com o botão direito do mouse em
um espaço vazio da área de trabalho ou ou-
Figura 68: Barra de tarefas
tro apropriado, podemos encontrar a opção
pasta. 1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Clicando nesta opção com o botão esquerdo com todos os outros programas instalados, programas
do mouse, temos então uma forma prática que fazem parte do sistema operacional e ambientes de
de criar uma pasta. configuração e trabalho. Com um clique nesse botão,
abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém
opções que nos permitem ver os programas mais aces-
sados, todos os outros programas instalados e os recur-
sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de
acesso para todas as opções disponíveis no computador.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
Figura 65: Criamos aqui uma pasta o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva-
chamada “Trabalho”. mente a máquina;

2
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema
para efetivarem sua instalação, durante congelamento
de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um am-
biente com características diferentes para cada usuário
do mesmo computador.

Figura 70: Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,


determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Inter-
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe,
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar
um horário diferente do que realmente deveria mostrar,
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
dos com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

idioma que está sendo usada pelo teclado.


4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o computa-
dor é iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo
todo no sistema, como é o caso de ícones de programas Figura 71: Restauração de arquivos
antivírus que monitoram constantemente o sistema para enviados para a lixeira
verificar se não há invasões ou vírus tentando ser execu-
tados. A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o ser feita com um clique com o botão direito do mouse
relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessa- querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
mos as Propriedades de data e hora. o arquivo para seu local de origem.

3
#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o
objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho


muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se-
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma
de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif-
t+Delete.
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado Figura 73: Propriedades da barra de
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela). tarefas e do menu iniciar
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
está marcada. - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
esquerdo do mouse pressionado.
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe-
rior do monitor.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Iniciar.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Por meio do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”. Figura 21: Barra de Ferramentas

4
3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
Possui ferramentas que permitem a atualização do Siste-
ma Operacional, que exibem a quantidade de memória Figura 76: Computador
RAM instalada no computador e a velocidade do proces-
sador. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Observe que é possível visualizarmos as unidades de
Firewall para tornar o computador mais protegido. disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
Vemos também informações como o nome do computa-
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
dor, a quantidade de memória e o processador instalado
lita configurações de rede e Internet. É possível também
na máquina.
definir preferências para compartilhamento de arquivos
e computadores. Windows 8
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
hardwares como impressoras, por exemplo. Também É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs automa- Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celu-
ticamente, configurar modo de economia de energia e lares, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente
atualizar drives de dispositivos instalados. no layout, que acabou surpreendendo milhares de usuá-
- Programas: através desta opção, podemos realizar rios acostumados com o antigo visual desse sistema.
a desinstalação de programas ou recursos do Windows. A tela inicial completamente alterada foi a mudança
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al-
as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini-
teramos senhas, criamos contas de usuários, determina-
ciar e também é possível visualizar previsão do tempo,
mos configurações de acesso. cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as
- Aparência: permite a configuração da aparência da pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu para ter acesso aos programas que mais utiliza.
iniciar e barra de tarefas. Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando
números e moedas. uma das pastas e não encontre algum comando, clique
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com- com o botão direito do mouse para que esse painel apa-
putador às necessidades visuais, auditivas e motoras do reça.
usuário. A organização de tela do Windows 8 funciona como
o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com
imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica-
3.1. Computador
tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

área de trabalho, que representam aplicativos de versões


anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
#FicaDica tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados
Através do “Computador” podemos con- automaticamente.
sultar e acessar unidades de disco e outros A tela pode ser customizada conforme a conveniência
dispositivos conectados ao nosso compu- do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
tador. mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que
um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar
Computador. A janela a seguir será aberta: na Tela Inicial.

5
1. Charms Bar isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se-
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this
e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura- Program as Default.
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e 9. Imagem e Senha
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso,
no sistema e configurada de acordo com a página em acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo
que você está. em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus- Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um
e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
pode selecionar desenhos durante a personalização do
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a
papel de parede.
imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou-
2. Redimensionar as tiles se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez,
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di- repita os movimentos para acessar seu computador.
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser 10. Internet Explorer no Windows 8
destacar no computador. Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá-
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
3. Grupos de Aplicativos ferramentas e menus.
Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos Windows 10
podem ser renomeados. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
4. Visualizar as pastas mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
A interface do programas no computador podem ser sões é ficar com um visual mais de smart e touch.
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
a lado. Para passar de um painel para outro é necessário
usar a barra de rolagem que fica no rodapé.

5. Compartilhar e Receber
Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-
viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
também a opção Dispositivo que é usada para receber
e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
tador.

6. Alternar Tarefas
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os
Figura 77: Tela do Windows 10
programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-
lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo- sões (com destaque para as duas primeiras):
dernos.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

1. Windows 10
7. Telas Lado a Lado É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
Esse sistema operacional não trabalha com o concei- maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
ao mesmo tempo. É indicado para quem precisa acom-
panhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do 2. Windows 10 Pro
computador. Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
8. Visualizar Imagens ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
O sistema operacional agora faz com que cada vez Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
que você clica em uma figura, um programa específico quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar realizar conexões a uma rede corporativa.

6
3. Windows 10 Enterprise segurança a um determinado ponto da rede. O firewall
Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy de aplica-
do Licenciamento por Volume, voltado a empresas. ções, etc. Os firewalls são geralmente associados a re-
des TCP/IP.
4. Windows 10 Education Este dispositivo de segurança existe na forma de sof-
Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender tware e de hardware, a combinação de ambos é cha-
as necessidades do meio educacional. Também tem seu mada tecnicamente de “appliance”. A complexidade
método de distribuição baseado através da versão aca- de instalação depende do tamanho da rede, da polí-
dêmica de licenciamento de volume. tica de segurança, da quantidade de regras que con-
trolam o fluxo de entrada e saída de informações e do
5. Windows 10 Mobile grau de segurança desejado.
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-
sia como um sistema operacional único, os smartphones 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e
com o Windows 10 possuem uma versão específica do a atualização de programas na plataforma Linux a serem
sistema operacional compatível com tais dispositivos. efetuadas com o comando aptget, podem ser acionadas
por meio das opções install e upgrade, respectivamente.
6. Windows 10 Mobile Enterprise Em ambos os casos, é indispensável o uso do comando
Projetado para smartphones e tablets do setor cor- sudo, ou equivalente, se o usuário não for administrador
porativo. Também estará disponível através do Licencia- do sistema.
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas ( ) CERTO ( ) ERRADO
para o mercado corporativo.
Resposta: Errado. O comando para a atualização é
7. Windows 10 IoT Core
“sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet
cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do
mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise
realmente permite a usuários comuns obter privilégios
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter-
de outro usuário como o administrador
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core
3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em compu-
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo
tadores com sistema operacional Linux ou Windows, o
custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- aumento da memória virtual possibilita a redução do
soft indica como requisitos básicos dos computadores: consumo de memória RAM em uso, o que permite exe-
• Processador de 1 Ghz ou superior; cutar, de forma paralela e distribuída, no computador,
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para uma quantidade maior de programas.
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido; ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior. Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais
eficaz é o uso da memória em um dispositivo alterna-
tivo (para o PC não “travar”), e não uma redução de
consumo de memória RAM em uso, visto que esta op-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ção foi projetada para ajudar quando a memória RAM
do PC for insuficiente para a execução de demasiados
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere programas.
que o usuário de um computador com sistema opera-
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu- diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu- cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
rança avançado do firewall do Windows para especificar gravados nas unidades de disco nas quais permanecem
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa- até serem apagados. Em uma mesma rede é possível ha-
zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes ver comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos
podem, ou não, ser externamente acessados. entre máquinas com Windows e máquinas com Linux.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
de fogo) é um dispositivo de uma rede de compu- ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si
tadores que tem por objetivo aplicar uma política de pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.

7
5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ma operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação
Windows, não há possibilidade de o usuário interagir não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente
com o sistema operacional por meio de uma tela de a este sistema software. A premissa de que a informa-
computador sensível ao toque. ção fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win- ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar
dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade arquivos de um diretório para um pen drive.
de que a tela seja sensível ao toque.
( ) CERTO ( ) ERRADO
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a
computadores com outros sistemas operacionais, com- Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a
putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem execução de vários comandos por meio de um con-
de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga- sole. O comando “cp” é utilizado para copiar arquivos
das por meio de interrupção do fornecimento de energia entre diretórios e arquivos para dispositivos.
elétrica.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se
( ) CERTO ( ) ERRADO clicar a opção , será exibida uma janela por
meio da qual se pode verificar diversas propriedades do
Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos- arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
sui a vantagem de não perder dados caso a máquina Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri-
seja desligada por meio de interrupção do forneci- féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa-
mento de energia elétrica. ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização ( ) CERTO ( ) ERRADO
GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux,
podem ser acessadas por uma interface de linha de co- Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po-
mando.
dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de
um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri-
( ) CERTO ( ) ERRADO
butos
Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-
cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura-
ção, assim como é possível alterar as opções de inicia-
lização do Windows (em Win+Pause, Configurações Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre
Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini-
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
cialização e Recuperação).
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambien-
tes gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows.
8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside-
Apesar desses ambientes gráficos serem cada vez mais
re que um usuário de login joao_jose esteja usando o
adotados, os comandos do Linux ainda são largamente
Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos
empregados, sendo importante seu conhecimento e es-
de um computador com ambiente Windows 7. Considere
tudo.
ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é
apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz
do Windows Explorer, as seguintes informações: Biblio- a ligação entre software e máquina, é a camada de soft-
tecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais ware mais próxima do hardware, considerado o núcleo do
provável que tais arquivos e pastas estejam contidos no sistema. O Linux teve início com o desenvolvimento de
diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no di- um pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em
retório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos. 1991, quando era apenas um estudante finlandês. Ao ker-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

nel que Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o


( ) CERTO ( ) ERRADO kernel é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos
e essenciais para o funcionamento da máquina, foi neces-
Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\ sário desenvolver módulos específicos para atender várias
Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas necessidades, como por exemplo um módulo capaz de
estarem em outro diretório, se forem feitas configu- utilizar uma placa de rede ou de vídeo lançada no merca-
rações customizadas pelo usuário. Mesmo na configu- do ou até uma interface gráfica como a que usamos no
ração em português o diretório dos documentos do Windows.
usuário continua sendo nomeado em inglês: “docu- Uma forma de atender a necessidade de comunicação
ments”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System
“C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço
O item considera o comportamento padrão do siste- de usuário e um serviço que o kernel fornece.

8
Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada - dig - testa a configuração do servidor DNs
direta não pode ser executada; em vez disso, você deve - dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço - du - exibe estado de ocupação dos discos/parti-
do usuário/kernel. ções
No Linux também existem diferentes run levels de - du -msh - mostra o tamanho do diretório em me-
operação. O run level de uma inicialização padrão é o de gabytes
número 2. - env - mostra variáveis do sistema
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
- exit - sair do terminal ou de uma sessão de root
tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que - /etc - é o diretório onde ficam os arquivos de con-
é justamente o programa que permite ao usuário digitar figuração do sistema
comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacio- - /etc/skel - é o diretório onde fica o padrão de ar-
nal e executem funções. quivos para o diretório Home de novos usuários
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command. - fdisk - l - mostra a lista de partições
com, através do qual podíamos usar comandos como o - find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3
dir, cd e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, - find - busca arquivos no disco rígido
que, para usuários comuns, aparece com o símbolo $, e - halt - p - desligar o computador
para o root, aparece com o símbolo #. - head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo
Temos também os termos usuário e superusuário. En-
- history - mostra o histórico de comandos dados no
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de co-
mandos simples, ao superusuário é permitido configurar terminal
quais comandos os usuários podem usar, se eles podem - ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as
apenas ver ou também alterar e gravar diretórios, ou seja, infor- mações relacionadas a cada uma delas
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- - iptraf - analisador de tráfego da rede com interface
drão que contém os programas utilizados pelo superusuá- gráfica baseada em diálogos
rio para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o - kill - manda um sinal para um processo. Os sinais
/sbin. sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por
- kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
usuários comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são - killall - manda um sinal para todos os processos
utilizados pelos usuários comuns. - less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de su- com controle
perusuário, pois existem comandos que só podem ser - ls - listar o conteúdo do diretório
utilizados nesse diretório. É como se quem estivesse no - ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
diretório sbin fosse o administrador do sistema, com per-
missões especiais de inclusões, exclusões e alterações.
1. Comandos básicos - ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l)
em ordem inversa (r) de data (t)
Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos - man - mostra informações sobre um comando
que podemos usar no Shell do Linux: - mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado
- addgroup - adiciona grupos
na raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
- adduser - adiciona usuários
- apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
- cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó-
texto rio chamado “myfolder”.
- cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou re-
torna para home
cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
plo: cd /usr/bin/
- chfn - altera informação relativa a um utilizador
- chmod - altera as permissões de arquivos ou di-
retórios. É um comando para manipulação de ar-
quivos e diretórios que muda as permissões para
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

acesso àqueles. Por exemplo, um diretório que


poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser
apenas leitura, impedindo que seu conteúdo seja Figura 78: Prompt “ftp”
alterado.
- chown - altera a propriedade de arquivos e pastas - mount - montar partições em algum lugar do siste-
(dono) ma.
- clear - limpa a tela do terminal - mtr - mostra rota até determinado IP
- cmd>>txt - adiciona o resultado do comando
- mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
(cmd) ao fim do arquivo (txt)
- nano - editor de textos básico
- cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
- nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
- df - reporta o uso do espaço em disco do sistema
nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela
de arquivos
rede

9
- netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis- - umount - desmontar partições
tema - uname - a - informações sobre o sistema operacio-
- nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais nal
atrás de portas abertas - userdel - remove usuários
- nslookup - consultas a serviços DNs - vi - editor de ficheiros de texto
- ntsysv - exibe e configura os processos de inicializa- - vim - versão melhorada do editor supracitado
ção - which - mostra qual arquivo binário está sendo cha-
- passwd - modifica senha (password) de usuários mado pelo shell quando chamado via linha de co-
- ps - mostra os processos correntes mando
- ps - aux - mostra todos os processos correntes no - who - informa quem está logado no sistema
sistema
- ps - e - lista os processos abertos no sistema Não são só comandos digitados via teclado que po-
- pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt pa- demos executar no Linux. Várias versões foram desenvol-
drão do Linux exibe apenas o último nome do cami- vidas e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais
nho do diretório atual. Para exibir o caminho comple- diversas interfaces gráficas, baseadas principalmente no
to do diretório atual digite o comando pwd. Linux@ servidor de janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces
fedora11 – é a versão do Linux que está sendo usada. gráficas criadas para o Linux, vamos citar o KDE.
help pwd – é o comando que nos mostrará o conteú-
do da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos
mostra que pwd imprime o nome do diretório atual.
- reboot - reiniciar o computador.
- recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
15.. utf8 file_to_change.txt
- rm - remoção de arquivos (também remove diretó-
rios)
- rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
- rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- route - mostra as informações referentes às rotas
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- split - divide um arquivo
- smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar
sua senha criptografada smb que é armazenada
no arquivo smbpasswd (normalmente no diretório
privado sob a hierarquia de diretórios do samba).
Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
os usuários comuns só podem executar o coman-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
do sem opções. Ele os levará para que sua senha
terface_gr%C3%A1fica_KDE
velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes-
sua nova senha duas vezes, para garantir que a se-
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional
nha foi digitada corretamente. Nenhuma senha será
é a quantidade de programas compatíveis com ele, o que
mostrada na tela enquanto está sendo digitada.
vem sendo solucionado com o passar do tempo. Sua in-
- su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
terface familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado
-su user - troca para o usuário especificado em
a aumentar os adeptos ao Linux.
‘user’ (é exigida a senha)
Distribuição Linux é um sistema operacional que utili-
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
za o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um
várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, De-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas li-
bian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvan-
nhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
tagens. O que torna a escolha de uma distribuição bem
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n
pessoal.
que mostra o [numero] de linhas do final do arqui-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

vo; o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes


do final do arquivo e o – f que exibe continuamen-
te os dados do final do arquivo à medida que são #FicaDica
acrescentados.
- tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que Distribuições são criadas, normalmente,
“ouve” os pacotes para atender razões específicas. Por exem-
- top - mostra os processos do sistema e dados do plo, existem distribuições para rodar em
processador. servidores, redes - onde a segurança é prio-
- touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; ridade - e, também, computadores pessoais.
também altera data e hora de modificação para Assim, não é possível dizer qual é a melhor
agora distribuição. Pois, depende da finalidade do
- traceroute - traça uma rota do host local até o des- seu computador.
tino mostrando os roteadores intermediários

10
2. Sistema de arquivos: organização e gerencia- Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar-
mento de arquivos, diretórios e permissões no Linux quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado
Dependendo da versão do Linux é possível encontrar e movê-lo para o destino.
gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-
nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia, 2.1. Instalar, remover e atualizar programas
recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui-
vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de Para instalar ou remover um programa, considerando
armazenamento não são nomeados por letras. o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na Remover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplica-
será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um ções, Adicionar/Remover.
mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. Na parte superior da janela encontramos uma linha de
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo de-
sejado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração
de mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos,
Gráficos, Internet, entre outros.

2.2. Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen dri-
As principais pastas do Linux são:
ve, após sua conexão física, aparecerá uma janela do ge-
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do sis-
renciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo.
tema e dos
É importante, porém, lembrar-se de desmontar correta-
programas instalados. mente os dispositivos de armazenamento e outros antes
/home – cada conta de usuário possui um diretório sal- de encerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar
vo na pasta home com o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na
/boot – arquivos de carregamento do sistema, incluin- área de trabalho e depois em Desmontar.
do configuração do gerenciador de boot e o kernel
/dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi- 2.3. Agendamento de tarefas
vos como rede, som, impressoras
/lib – bibliotecas do sistema O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
/media – possui a instalação de dispositivos como dri- do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite
ve de CD, pen drives e outros estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe-
/opt – usado por desenvolvedores de programas cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que
/proc – armazena informações sobre o estado atual do ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto
sistema que armazena a lista de comandos a serem acionados no
/root – diretório do superusuário horário e data estipulados.

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, 2.4. Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

- superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem


- Copiar: clique com o botão direito do mouse so-
acesso e permissão para executar todos os coman-
bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido dos.
para a área de transferência, mas o original perma- - usuário comum: tem as permissões configuradas
necerá no local. pelo superusuário para o grupo em que se encon-
- Recortar: clique com o botão direito do mouse so- tra.
bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido
para a área de transferência, sendo removido do seu Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
local de origem. grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de desejamos que tenha determinada permissão no grupo
transferência será colado. correspondente.

11
2.5. Comandos básicos para grupos

- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo


- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password no-
meusuario
- Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeu-
suario

2.6. Permissões no Linux

Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem


acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
pendem de sua permissão para executar comandos. As
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
do proprietário, permissões do grupo e permissões para
os outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Alguns dos comandos utilizados em permissões são:
Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_
do proprietário do grupo interface_gr%C3%A1fica_KDE
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r-
-permissão para os outros usuários Como no Painel de controle do Windows, temos o
centro de controle do KDE, que nos permite personalizar
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução. toda a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de
- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas trabalho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segu-
veja, ou seja, leia o arquivo. rança e privacidade, som e configurações para o adminis-
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode trador do sistema.
criar e alterar arquivos.
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
arquivos.
MS-WORD 2010: ESTRUTURA BÁSICA
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, signifi- DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMA-
ca que ela não é atribuída ao usuário. TAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS, PA-
2.7.Compactação e descompactação de arquivos RÁGRAFOS, FONTES, COLUNAS, MAR-
CADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS,
Comandos básicos para compactação e descompacta- TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE
ção de arquivos: QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OB-
compactados com gzip. JETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAI-
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. XAS DE TEXTO.
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat
[opções] [arquivos] descompacta arquivos.
EDITOR DE TEXTO
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

#FicaDica O Microsoft Word é um processador de texto que


cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo,
ofícios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto
que atende às necessidades de um usuário doméstico ou
de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integran-
te dos programas Microsoft Office: um conjunto de soft-
wares aplicativos destinados a uso de escritório e usuá-
rios domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
compatíveis com o sistema operacional Windows.

12
Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando
ou exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

13
Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas

Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas
e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa
opção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho”
e “término”).
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:
Para localizar digite exemplo
Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.

14
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não lo-
[!x-z]
entre colchetes caliza ferro.
ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n}
catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
seguinte tela:

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 11: Bordas e sombreamento

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.

15
- Visualização: através desse recurso, podemos defi- Grupo texto:
nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por
exemplo, podemos escolher um estilo e, em visu-
alização, clicar na borda superior; escolher outro
estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores
e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um
documento e não em uma tabela. Figura 13: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que
tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
envolve vários tipos de desenhos.
inserção de textos que podem ser direcionados exa-
Alguns desses desenhos podem ser formatados
tamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per-
“Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura.
até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo texto pré-formado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, bas-
ta clicar no parágrafo desejado e depois na opção
“Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular


Figura 12: Grupo Ilustrações
Guia revisão
1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto
uma imagem que esteja salva no computador ou Grupo revisão de texto
em outra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

dados.

Grupo Links: Figura 14: Grupo revisão de texto


1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web, pesquisas em materiais de referência como jornais,
enciclopédias e serviços de tradução.
uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre
para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indica-
algumas palavras é possível realizar sua tradução
dor pode se tornar um link dentro do próprio documento.
para outro idioma.
Referência cruzada: referência tabelas.
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar
Grupo cabeçalho e rodapé: a correção de ortografia e gramática.
Insere cabeçal 4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
hos, rodapés e números de páginas. caracteres, parágrafos e linhas de um documento.

16
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- Grupo comentário:
rar a palavra selecionada por outra de significado
igual ou semelhante. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para serve como comentário do texto selecionado, onde é
outro idioma. possível realizar exclusão e navegação entre os comen-
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica tários.
e gramatical do documento. Assim que clicamos
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela Grupo controle:
será aberta:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
to.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática 5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua- Grupo alterações:
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto- Figura 17: Grupo alterações
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
indicando que o Word a considera incorreta, podemos próxima alteração proposta.
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. seja aceita ou rejeitada.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que


#FicaDica possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
Por exemplo, a palavra informática. Se cli- gação para aceitação ou rejeição.
carmos com o botão direito do mouse so-
bre ela, um menu suspenso nos será mos- Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo-
trado, nos dando a opção de escolher a tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
palavra informática. Clicando sobre ela, a primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
palavra do texto será substituída e o texto - Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ficará correto. ra, o número de cópias e outras opções de confi-
guração antes de imprimir.

17
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
para a impressora configurada como padrão e não a leitura de documentos perceberá rapidamente a di-
abre opções de configuração. ferença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um
- Visualização da Impressão – promove a exibição do método que abre o arquivo automaticamente no for-
documento na forma como ficará impresso, para mato de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas,
que possamos realizar alterações, caso necessário. edição e formatação. Além de utilizar a setas do teclado
(ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para
a troca e rolagem da página durante a leitura, basta o
usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabe-
la ou gráfico e o mesmo será ampliado, facilitando sua
visualização. Como se não bastasse, clicando com o bo-
tão direito do mouse sobre uma palavra desconhecida,
é possível ver sua definição através do dicionário inte-
grado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um
documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao
Adobe Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz
de converter o arquivo em uma extensão padrão e, de-
pois de editado, salvá-lo novamente no formato origi-
nal. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa uti-
lização, pois o uso de arquivos PDF está sendo cada vez
mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação
de um documento, ou seja, os comentários realizados
neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o
Word 2013 é possível responder diretamente o comen-
tário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha,
presente no campo de leitura do mesmo. Esta interação
de usuários, realizada através dos comentários, aparece
Figura 18: Imprimir em forma de pequenos balões à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
As opções que temos antes de imprimir um arqui- mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata-
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com- forma Office 2013. O responsável por esta apresentação
putador ou na rede, configurar as propriedades da im- online é o Office Presentation Service, porém, para isso,
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en- acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em  Ar-
tre outras opções. quivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, Online e o mesmo será enviado para a nuvem e, com
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou -lo também por e-mail, permitindo aos demais usuários
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número baixá-lo em formato PDF.
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- Ocultar títulos em um documento: apontado como
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois gem e edição de determinadas partes de um arquivo
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
primeira forem impressas. 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

mento, bastando os mesmos estarem formatados no


estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o
#FicaDica mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo
a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe-
Perguntas de intervalos de impressão são rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
constantes em questões de concurso! mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem
outras tantas, como um layout totalmente modificado,
Word 2013 focado para a utilização do software em tablets e apare-
lhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma,
Vejamos abaixo alguns novos itens implementados também, abre um amplo leque para a adição de vídeos
na plataforma Word 2013: online e imagens ao documento. Contudo, como forma

18
de assegurar toda esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos
de segurança para seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applica-
tions (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra.
Writer → .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Do-
cument Presentations).

Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades


do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Writer.

19
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer
 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

 Figura 21: Atalhos Word x Writer

20
MS-EXCEL 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS,
COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMU-
LAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS,
CONTROLE DE QUEBRAS ENUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS,
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS.

Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e
rastrear informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um
modelo faça a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

21
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:
A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

22
Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

23
Figura 31: Cabeçalho de linha

Figura 30: Seleção de Coluna


#FicaDica
Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre Célula: As células, são as combinações en-
o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, tre linha e colunas. Por exemplo, na coluna
onde as opções deste menu são as seguintes: A, linha 1, temos a célula A1. Na Caixa de
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida Nome, aparecerá a célula onde se encontra
permite escolher a formatação de fonte e formato o cursor.
de dados, bem como mesclagem das células (será
abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de trans-
ferência, para que possa ser colada em outro local Sendo assim, as células são representadas como mos-
determinado e, após colada, essa coluna é excluída tra a tabela:
do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transfe-
rência, para que possa ser colada em outro local
determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de
itens que estão na área de transferência e que te-
nham sido recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos
na colagem de dados, sobretudo copiados de ou-
tros aplicativos.
Figura 32: Representação das Células
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente an-
tes da coluna selecionada. Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
dados nela contidos e sua formatação. ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi-
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur-
coluna, mantendo a formatação das células. sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente
-Formatar células: permite escolher entre diversas op- posicionado na célula desejada.
ções para fazer a formatação das células (tal proce- Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel,
dimento será visto detalhadamente adiante). ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três pla-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co- nilhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta ver-
luna selecionada. são, somente uma planilha é criada, e você poderá criar
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da
uma coluna é utilizada para fazer determinados pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para
cálculos, necessários para a totalização geral, mas alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na
desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza- planilha que deseja trabalhar.
-se esse recurso. Você verá, no decorrer desta lição, como podemos
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas. cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca- Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla-
beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá
no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada. um menu pop up.

24
Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
Figura 33: Menu Planilhas que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal,
As funções deste menu são as seguintes: oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes ou números comuns de uma fórmula.
da planilha selecionada. Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
ela contém. formas de fazê-lo:
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da plani-
lha com todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente
ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou
exclua dados importantes de planilhas ou pastas
de trabalho, você pode proteger determinados
Figura 35: Soma simples
elementos da planilha (planilha: o principal docu-
mento usado no Excel para armazenar e trabalhar
com dados, também chamado planilha eletrôni- Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
ca. Uma planilha consiste em células organizadas Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência
uma pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, até o último valor.
com ou sem senha (senha: uma forma de restrin- Após a sequência de células a serem somadas, clicar
gir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
parte de uma planilha. As senhas do Excel podem A última forma que veremos é a função soma digi-
ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
É necessário digitar as letras maiúsculas e minús- fundamental:
culas corretamente ao definir e digitar senhas.). É = nome da função (
possível remover a proteção da planilha, quando
necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação 1 - Sinal de igual.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às 2 – Nome da função.


guias de planilhas (trata-se de tópico de progra- 3 – Abrir parênteses.
mação avançada, que não é o objetivo desta lição,
portanto, não será abordado). Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas. lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí-
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em a seguir, a função = soma(B2:B4).
todas as planilhas para que possam ser configura- Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
das e impressas juntamente. meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor.
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va-
tudo, todas as células da planilha ativa serão seleciona-
lores, por isso não precisamos de uma função específica.
das.

25
Tendo dois valores em células diferentes, podemos com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) Arredondar para cima: Com essa função, é possível
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a arredondar um número com casas decimais para o nú-
seguir a fórmula = B2-B3. mero mais distante de zero.
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- dígitos)
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no Onde:
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último dar.
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
Outra forma de realizar a multiplicação é através da deseja arredondar núm.
seguinte função:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va-
lor da célula C2.

Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de


forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
Figura 37: Início da função arredondar para cima
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular
e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
dígitos para a qual queremos arredondar.
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5).
Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
na coluna C:
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in-
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
tervalo de células selecionadas.
mesmo conceito.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Resto: Com essa função podemos obter o resto de
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
mínimo (A2:A5).
= mod (núm;divisor)
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) –
Onde:
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
o resto.
Média: A função da média soma os valores de uma
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo-
número.
res dessa sequência.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.
Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
te: 1,5 e 1.
planilha.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:


=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 36: Exemplo função hoje

Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-


ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
Figura 39: Exemplo função abs
Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo

26
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta


“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

27
Valor_se_falso: “Abaixo” Critério: “FEMININO”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Intervalo para soma: D3:D10
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) taxe desta função é a seguinte:
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) = : significa a chamada para uma fórmula/função
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina- “intervalo”
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a Usando a planilha acima como exemplo, queremos
seguinte: saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
=Significa a chamada para uma fórmula/função abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
SomaSe: função SOMASE D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise
dos dados R$ 1.200,00 ou MAIS:
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
liados a fim de chegar à condição verdadeira OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
cada a condição para soma dos valores MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Traduzindo a condição em variáveis teremos:
o resultado na célula D16. E também queremos somar Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- onde devemos digitar a fórmula
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte Intervalo para análise: C3:C10
condição: Critério: >=1200
HOMENS: Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
LINO, ENTÃO MENOS DE R$ 1.200,00:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
INTERVALO D3 ATÉ D10 NOR QUE 1200, ENTÃO
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
Traduzindo a condição em variáveis teremos: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Intervalo para análise: C3:C10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
Critério: “MASCULINO” onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para soma: D3:D10 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:


=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-
NO, ENTÃO nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- semos determinado a contagem de valores >1200 (maior
TERVALO D3 ATÉ D10 que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 (igual a 1200) não entraria na contagem.
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é Formatação de Células: Ao observar a planilha abai-
onde devemos digitar a fórmula xo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, va-
Intervalo para análise: C3:C10 mos deixar ela de uma maneira mais agradável.

28
Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

29
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C - Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode planilha - Validação de dados: permite especificar
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, valores inválidos para uma planilha. Por exemplo,
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- podemos especificar que a planilha não aceitará
pbox onde está escrito geral e escolher. receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os


dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3) rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
O resultado final nos traz uma planilha muito mais ser utilizados.
agradável e de fácil entendimento:

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados


em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta
muito útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classi-
ficar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decres-
cente) ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula
da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
crescente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecio-
nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus
dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará
a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma,
fazer a classificação dos dados junto com a coluna de ori-
gem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção
FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção
dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
então somente os gastos com contas de consumo, por
exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu- Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D
la do Excel em colunas separadas.

30
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia,
bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfi- Atingir meta, Rastrear erro, etc.
co na página, clicando nas linhas e arrastando até o local Dados - contém comandos para editar os dados de
desejado. uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar,
etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir ja-
#FicaDica nelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do Li-
Importante mencionar que o conceito do Ex- breOffice.
cel 365 é o mesmo apontado no Word, ou
seja, fazem parte do Office 365, que podem
ser comprados conforme figura 39.
MS-POWERPOINT 2010: ESTRUTURA BÁ-
SICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS
LibreOffice Calc DE SLIDES, ANOTAÇÕES, RÉGUA, GUIAS,
O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOf-
CABEÇALHOS E RODAPÉS, NOÇÕES DE
fice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESEN-
Document Spreadsheet). TAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS, NUME-
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que RAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO,
se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é ini- ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES.
ciada pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência
de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-
-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas
retornará a C3 e C4 (interseção entre os dois interva- apresentações editadas (à esquerda), opção para criar
los). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco nova apresentação em branco e ainda, são sugeridos
(B2:C4 C3:C6). modelos para criação de novas apresentações (ao cen-
tro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco
você será direcionado para a tela principal, composta
pelos elementos básicos apontados na figura abaixo, e
descritos nos tópicos a seguir.

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em ou-


tra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_
da_planilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz re-
ferência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel,
isso é feito usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Arquivo - contém comandos que se aplicam ao do-


cumento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo
documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e
Substituir, Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um
documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador. Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013
Inserir - contém comandos para inserção de novos ele-
mentos no documento como células, linhas, colunas, planilhas, Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de
gráficos.
títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
Formatar - contém comandos para formatar células
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você
selecionadas, objetos e o conteúdo das células no do-
ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
cumento.

31
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.


Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).

32
Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

33
Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição


Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estrutura-
ção de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos
de animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

34
Alterando o Design: A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
O design de um slide é a apresentação visual do mes- do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. utilizar.
O PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
aplicar ao design de sua apresentação. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
Para inserir um Tema de design pronto nos slides a utilização dos recursos de Conteúdo.
acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
lateral para visualizar todos os temas existentes. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide sele- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
cionado. O tema será aplicado em todos os slides. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al- do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
terando cores e fontes, criando novos temas de cores. se pode utilizar.
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito
na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê • Escolher Elemento Gráfico SmartArt
um clique com o mouse para aplicá-la à apresentação. • Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.
Agora é com você!
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
Figura 61: Variantes de Temas de Design teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam Animação dos Slides: A animação dos slides é um
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, for- dos últimos passos da criação de uma apresentação.
mas e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos
recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
rapidamente a aparência dos objetos.
exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
Layout de Texto:
estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um
apresentação, passam a dar foco para as animações.
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo
Transições: A transição dos slides nada mais é que
da palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítu-
a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
lo pois trata-se do slide inicial.
entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui
para adicionar um título’, e escreva o título de sua apre- ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
sentação. A apresentação que criaremos será sobre ‘Gru- apresentação e clique nesta opção.
po Nova”. Escolha uma das transições prontas e veja o que
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas pro-
empresa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado duzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependen-
ao tema da apresentação. do do intuito da apresentação, o exagero pode tornar
Formate o texto da forma como desejar, selecionando sua apresentação pouco profissional.
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando so- Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

bre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
Será criado um novo slide com layout diferente do an- também pode aplicar som durante a transição.
terior. Isso acontece porque o programa entende que o
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, Animações: As animações podem ser definidas para
e assim sucessivamente para a criação da sua apresen- cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
tação. sentação você pode optar em ir abrindo o texto confor-
me trabalha os assuntos.
Layouts de Conteúdo: Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir apresentação para enriquecer as explicações. Clique um
figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe uma das caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMA-
de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.). ÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

35
Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, assunto, palavras-chave e comentários de um documento são
metadados típicos presentes em um documento produzido por processadores de texto como o BrOffice e o Microsoft
Office.

( ) CERTO ( ) ERRADO

36
Resposta: CERTO. Quando um determinado docu-
mento de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar
pelo Microsoft Office ele fica armazenado em forma correspondências em massa que podem ser persona-
de arquivo em uma memória especificada no momen- lizadas para cada destinatário. É possível adicionar ele-
to da gravação deste. Ao clicar como botão direito do mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta,
mouse no arquivo de texto armazenado e clicar em carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o
propriedades é possível por meio da guia Detalhes conteúdo do documento, inclusive imagens. O Word
perceber os metadados “Título, assunto, palavras-cha- preenche automaticamente os campos com as infor-
ve e comentários”. mações do destinatário e gera todos os documentos
individuais. Contudo, não envia um arquivo a outros
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que usuários como diz a questão.
um usuário disponha de um computador apenas com Li-
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse
6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se-
computador realize a leitura de um arquivo em formato
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
um pendrive formatado com a opção NTFS, será neces- do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção
sária a conversão batch do arquivo, antes de sua leitura definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
com o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem das as configurações exigidas, um dicionário contendo
do sistema de arquivos presente no pendrive. significados da palavra selecionada.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão
Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an-
sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de
Linux, sem necessidade de conversão de qualquer na- sinônimos).
tureza. E o fato do suposto arquivo estar em formato
Excel (xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOf-
fice é capaz de abrir ambos os formatos.

3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3,


que reúne, entre outros softwares livres de escritório, o
editor de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o edi-
tor de apresentação Impress, é compatível com as pla-
taformas computacionais Microsoft Windows, Linux e
MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-


junto de aplicativos para escritório livre multiplatafor-
ma chamado OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Li-
nux e Mac OS X, mantida pela Apache Software Fou-
ndation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir


de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir
em um documento uma imagem localizada no próprio
computador ou em outros computadores a que o usuá-
rio esteja conectado, seja em rede local, seja na Web.
Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do
( ) CERTO ( ) ERRADO Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens


Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Ima- subsequentes.
gem possibilita a inserção de imagens no documento,
sejam elas armazenadas no computador, na rede ou 7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside-
na Internet (no 2013 é possível na opção Imagens on-
re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai,
-line, no 2010 não).
(...) Federal”; clicar a opção
5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação,
no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse
deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele- procedimento fará que todas as letras do referido trecho
cionar a opção Iniciar Mala Direta. fiquem com a fonte maiúscula.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

37
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: se- a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
lecionar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
FONTE no menu FORMATAR na janela decorrente des- esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
sa ação, marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar liberar o botão esquerdo.
OK. Em um computador cujo sistema operacional é o Windo-
ws XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor- , contido na área de trabalho e referente a determi-
mações contidas na figura mostrada permitem concluir nado arquivo, foi exibido o menu mostrado na figura ao
que o documento em edição contém duas páginas e, lado. A respeito dessa figura e do Windows XP, julgue os
caso se disponha de uma impressora devidamente ins- itens a seguir.
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em
decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos


assim como para efetuar as devidas configurações da ( ) CERTO ( ) ERRADO
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo
/ Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P. Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível
copiar toda a formatação de uma célula para outra cé-
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-
lula, e o procedimento correto foi descrito na questão.
contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce-
dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão . CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO
ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE MEN-
( ) CERTO ( ) ERRADO
SAGENS, ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS.
Resposta: ERRADO.O botão mostrado na questão
não deve ser utilizado para encontrar ocorrências de
um determinado termo no documento que se está O correio eletrônico1 se parece muito com o correio
editando, tal recurso pode ser conseguido através do tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e
botão Localizar ou do atalho CTRL+L. uma caixa postal, o carteiro é a Internet. Você escreve
sua mensagem, diz pra quem quer mandar e a Internet
cuida do resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão
depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não paga
nada por uma comunicação via e-mail, apenas os cus-
tos de conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez,
enquanto o correio tradicional levaria dias para entregar
uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que instan-
taneamente e não utiliza papel. Por último, a mensagem
vai direto ao destinatário, não precisa passa de mão-em-
-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua
caixa postal onde somente o dono tem acesso e, ape-
sar de cada pessoa ter seu endereço próprio, você pode
acessar seu e-mail de qualquer computador conectado
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

à Internet. Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do


correio convencional com a velocidade do telefone, se
tornando um dos melhores e mais utilizado meio de co-
municação.
A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
planilha em processo de edição. Com relação a essa figu- Estrutura e Funcionalidade do e-mail
ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo. Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos
os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão,
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí- nome do usuário + @ + host, onde:
vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar 1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioe-
letronicoewebmail001.asp

38
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a
pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: maioria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na
sergiodecastro. Internet através do navegador. Este tipo de correio é cha-
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa mado de WebMail. O WebMail é responsável pela gran-
o nome do usuário do seu provedor. de popularização do e-mail, pois mesmo as pessoas que
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o en- não tem computador, podem acessar sua caixa postal de
dereço eletrônico. Exemplo: click21.com.br . qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao ter um endereço eletrônico basta querer e acessar a In-
serviço 24 horas por dia. ternet, é claro. Existe quase que uma guerra por usuários.
Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21. Os provedores, também, disputam quem oferece maior
com.br espaço em suas caixas postais. Há pouco tempo encon-
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: trar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não era fácil.
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com
mensagens recebidas. 30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofe-
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não receu 120 Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo
enviadas. culminando com o anúncio de que o Google iria oferecer
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os 1 Gb (1024 Mb). A última campanha do GMail, e-mail do
e-mails que foram enviados. Google, é de aumentar sua caixa postal constantemente,
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda a última vez que acessei estava em 2663 Mb.
não terminou de redigir.
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas. WebMail

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação
presentes: acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de
» Para – é o campo onde será inserido o endereço do usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos
os e-mails possuem aplicações para acesso direto na In-
destinatário.
ternet. É grande o número de provedores que oferecem
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da
correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo segue uma
mesma mensagem, ao usar este campo os endere-
lista dos mais populares.
ços aparecerão para todos os destinatários.
» Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior,
» GMail – http://www.gmail.com
no entanto os endereços só aparecerão para os
» Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br
respectivos donos.
» iG Mail – http://www.ig.com.br
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensa- » Yahoo – http://www.yahoo.com.br
gem.
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e
(imagens, programas, música, arquivos de texto, seguir as instruções do site. Outro importante fator a ser
etc.). observado é o tamanho máximo permitido por anexo,
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida este foi outro fator que aumentou muito de tamanho, há
a mensagem. pouco tempo a maioria dos provedores permitiam em
torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já oferecem em
Alguns nomes podem mudar de servidor para ser- média 25 Mb. Além de caixa postal os provedores costu-
vidor, porém representando as mesmas funções. Além mam oferecer serviços de agenda e contatos.
dos destes campos tem ainda os botões para EVIAR, EN- Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a cri-
CAMINHAR e EXCLUIR as mensagens, este botões bem tério de cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus,
como suas funcionalidades veremos em detalhes, mais eu, por exemplo, procuro aqueles que oferecem uma in-
à frente. terface com o menor propaganda possível.
Para receber seus e-mails você não precisa estar co-
nectado à Internet, pois o e-mail funciona com prove- » Criando seu e-mail
dores. Mesmo você não estado com seu computador Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente
ligado, seus e-mail são recebidos e armazenados na sua simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

caixa postal, localizada no seu provedor. Quando você WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os
acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line (di- entendimentos, no entanto você pode acessar qualquer
retamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos dos endereços informados acima ou ainda qualquer ou-
para seu computador através de programas de correio tro que você conheça. O processo de cadastro é muito
eletrônico. Um programa muito conhecido é o Outlook simples, basta preencher um formulário e depois você
Express, o qual detalhar mais à frente. terá sua conta de e-mail pronta para ser usada. Vamos
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço aos passos:
de e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço, 1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.
pode enviar mensagens para você. Também é possível br) ou qualquer outro de sua preferência.
enviar mensagens para várias pessoas ao mesmo tem- 2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”,
po, para isto basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos será aberto um formulário, preencha-o observan-
acima. do todos os campos. Os campos do formulário têm

39
suas particularidades de provedor para provedor, 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de men-
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher in- sagens que estão na tela e também o total da se-
formações do usuário. Este será a primeira parte ção selecionada.
do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadas- 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão
tro, no exemplo temos “@outlook.com”. A junção todos os comandos relacionados com as mensa-
do nome de usuário com o nome do provedor é gens exibidas. Para usar estes comandos, selecione
que será seu endereço eletrônico. No exemplo fi- uma ou mais mensagens o comando desejado e
caria o seguinte: seunome@outlook.com. clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, blo-
3. Após preencher todo o formulário clique no botão queia o endereço de e-mail da mensagem, útil para
“Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado. bloquear e-mails indesejados. Já o botão “Contas
externas” abre uma seção para configurar outras
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é co- contas de e-mails que enviarão as mensagens a
mum que muitos nomes já tenham sido cadastrados por sua caixa postal. Para o correto funcionamento
outros usuários, neste caso será exibida uma mensagem desta opção é preciso que a conta a ser acessada
lhe informando do problema. Isso acontece porque den- tenha serviço POP3 e SMTP.
tro de um mesmo provedor não pode ter dois nomes 11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lis-
de usuários iguais. A solução é procurar outro nome que ta de página, que aumenta conforme a quantidade
ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões de e-mails na seção. Para acessar selecione a pági-
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso na desejada e clique no botão “OK”. Veja que todos
com você (o que é bem provável que acontecerá) escolha os comandos estão disponíveis também na parte
uma das sugestões ou informe outro nome (não desista, inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
você vai conseguir), finalize seu cadastro que seu e-mail 12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de
vai está pronto para ser usado. um correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensa-
gens Enviadas; Rascunho e Lixeira. Um detalhe im-
» Entendendo a Interface do WebMail portante é o estilo do nome, quando está normal
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail significa que todas as mensagens foram abertas,
que nos liga do mundo externo aos comandos do pro- porém quando estão em negrito, acusam que há
grama. Estes conhecimentos vão lhe servir para qualquer uma ou mais mensagens que não foram lidas, o
WebMail que você tiver e também para o Outlook, que número entre parêntese indica a quantidade. Este
é um programa de gerenciamento de e-mails, vamos ver detalhe funciona para todas as pastas e mensa-
este programa mais adiante. gens do correio.
1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exi-
sua caixa de entrar, verificando se há novas men- bir as mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa
sagens no servidor. postal, é exibido o conteúdo da Caixa de Entrada,
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição mas este painel exibe também as mensagens das
de e-mail será aberta. A janela de edição é o espa- diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
ço no qual você vai redigir, responder e encami- observação feita no item anterior, sobre negrito,
nhar mensagens. Semelhante à função novo e-mail também é válida para esta seção. Observe as caixas
do Outlook. de seleção localizadas do lado esquerdo de cada
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus mensagem, é através delas que as mensagens são
endereços de e-mail são previamente guardados selecionadas. A seleção de todos os itens ao mes-
para utilização futura, nesta seção também é possí- mo tempo, também pode ser feito pela caixa de
vel criar grupos para facilitar o gerenciamento dos seleção do lado esquerdo do título da coluna “Re-
seus contatos. metente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
4. Configurações – Este botão abre (como o próprio também serve para classificar as mensagens que
nome já diz) a janela de configurações. Nesta ja- por padrão estão classificadas através da coluna
nela podem ser feitas diversas configurações, tais “Data”, para usar outra coluna na classificação bas-
como: mudar senha, definir número de e-mail por ta clicar sobre nome dela.
página, assinatura, resposta automática, etc. 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma adicionar, renomear e apagar as suas pastas. As
seção com vários tópicos de ajuda. pastas são um modo de organizar seu conteúdo,
6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através armazenando suas mensagens por temas. Quando
dele que você vai fechar sua caixa postal, muito seu e-mail é criado não existem pastas nesta se-
recomendado quando o uso de seu e-mail ocorrer ção, isso deve ser feito pelo usuário de acordo com
em computadores de terceiros. suas necessidades.
7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu 15. Contas Externas – Este item é um link que abri-
endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa rá a seção onde pode ser feita uma configuração
posta; parte utilizada em porcentagem e um pe- que permitirá você acessar outras caixas postais
queno gráfico. diretamente da sua. O próximo link, como o nome
8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você já diz, abre a janela de configuração dos e-mails
está, no exemplo a Caixa de Entrada. bloqueados e mais abaixo o link para baixar um

40
plug-in que lhe permite fazer uma configuração Na página Configuração Automática de Conta, insira o
automática do Outlook Express. Estes dois primei- seu nome, endereço de email e senha e escolha Avançar.
ros links são os mesmos apresentados no item 10. Observação : Se você receber uma mensagem de erro
após escolher Avançar, verifique novamente seu endere-
Outlook ço de email e senha. Se ambos estiverem corretos, esco-
lha Configuração manual ou tipos de servidor adicionais..
O Microsoft Outlook é um software de automação de Escolha Concluir.
escritório e cliente de correio electrónico que faz parte
do pack Microsoft Office. Mas não é apenas um geren- A configuração automática não funcionou
ciador de e-mails, o Outlook possui funcionalidades de
grupos de discussão com base em padrões avançados Se a instalação não tiver sido concluída, o Outlook
de internet, além de possuir calendário integral e geren- pode solicitar que você tente novamente usando uma
ciamento de tarefas e de contatos. Além disso, possui conexão não criptografada com o servidor de email. Se
capacidades de colaboração em tempo de execução e isso não funcionar, escolha Configuração manual ou ti-
pos de servidor adicionais.
em tempo de criação robustos e integrados.
Observações: Se estiver usando o Outlook 2016, você
não poderá usar o tipo de configuração manual para
Configurando uma conta2
as contas do Exchange. Contate o seu administrador se
Em muitos casos, o Outlook pode configurar a sua houver falha na configuração automática de conta. Ele
conta para você apenas com um endereço de email e informará a você o nome do Exchange Server para seu
uma senha. Ao iniciar o Outlook pela primeira vez, o As- email e o ajudará a configurar o Outlook.
sistente Automático de Conta é iniciado. Se você atualizar para o Outlook 2016 a partir de uma
versão anterior e receber mensagens de erro informan-
Para configurar uma conta automaticamente do que não é possível fazer logon ou iniciar o Outlook,
é porque o serviço Descoberta Automática do Exchange
Abra o Outlook e, quando o Assistente Automático não foi configurado ou não está funcionando correta-
de Conta for aberto, escolha Avançar. mente.
Observação : Se o Assistente não abrir ou se você
quiser adicionar uma outra conta de email, na barra de Para configurar uma conta manualmente
ferramentas, escolha a guia Arquivo.
Escolha Configuração manual ou tipos de servidor
adicionais > Avançar.

Na página Contas de Email, escolha Avançar > Adi-


cionar Conta.

Selecione o tipo de conta desejado e escolha Avançar.


Preencha as seguintes informações:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Seu Nome, Endereço de Email, Tipo de Conta, Servi-


dor de Entrada de Emails, Servidor de Saída de Emails,
Nome de Usuário e Senha.
Escolha Testar Configurações da Conta para verificar
as informações inseridas.
Observação : Se o teste falhar, escolha Mais Configu-
rações. O administrador poderá solicitar que você faça
outras alterações, incluindo inserir portas específicas
para o servidor de entrada (POP3 ou IMAP) ou o servidor
de saída (SMTP).

Escolha Avançar > Concluir.


2 Fonte: Ajuda do MSOutlook

41
Excluir uma conta de email Se várias contas de email configuradas no Microsoft
Outlook, o botão de aparece e a conta que enviará a men-
Para excluir uma conta de email sagem é mostrada. Para alterar a conta, clique em de.
No painel direito da guia Arquivo, selecione Configu- Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem.
rações de Conta > Configurações de Conta. Insira os endereços de email dos destinatários ou os
nomes na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatá-
rios com um ponto e vírgula.
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma
lista no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou
Cco e clique nos nomes desejados.
Não vejo a caixa Cco. Como posso ativá-lo?
Para exibir a caixa Cco para esta e todas as mensagens
futuras, clique em Opções e, no grupo Mostrar Campos,
clique em Cco.
Clique em Anexar arquivo para adicionar um anexo.
Ou clique em Anexar Item para anexar itens do Outlook,
como mensagens de email, tarefas, contatos ou itens de
calendário.

Na lista de contas de email, selecione a conta que de-


seja excluir e escolha Remover. Dica : Se você não gostar a fonte ou o estilo do seu
email, você pode alterar sua aparência. Também é uma
boa ideia Verificar a ortografia em sua mensagem antes
de enviar.
Após terminar de redigir sua mensagem, clique em
Enviar.
Observação : Se você não consegue encontrar o botão
Enviar, talvez você precise configurar uma conta de email.

Pesquisar email

Da Caixa de Entrada, ou de qualquer outra pasta de


email, localize a caixa Pesquisar na parte superior de suas
mensagens.
Para encontrar uma palavra que você sabe que está
em uma mensagem ou uma mensagem de uma pessoa
em particular, digite a palavra ou o nome da pessoa na
caixa Pesquisar. Mensagens que contenham a palavra ou
o nome que você especificou serão exibidas com o texto
Obs.: Microsoft Exchange Server é uma aplicação ser- de pesquisa destacado nos resultados.
vidora de e-mails de propriedade da Microsoft Corp e
que pode ser instalado somente em plataformas da fa- Restrinja os resultados de pesquisa
mília Windows Server.
No grupo  Escopo  na faixa de opções, escolha onde
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Criar uma mensagem de email você deseja pesquisar: Todas as Caixas de Correio, Caixa


Clique em Novo Email, ou pressione Ctrl + N. de Correio Atual, Pasta Atual, Subpasta ou Todos os Itens
do Outlook.
No grupo Refinar na faixa de opções, escolha se você
está procurando pela pessoa que enviou a mensagem ou
pelo assunto.
Você pode filtrar ainda mais os resultados da pesqui-
sa ao selecionar:
Com Anexos  – para localizar somente emails com
anexos
Categorizado – para localizar emails que tenham sido
atribuídos a uma categoria específica

42
Esta Semana – para pesquisar quando o email foi re- Veja alguns tipos de redes:
cebido. Há vários períodos de tempo para escolher (Hoje, Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
Ontem, Mês Passado, etc.) comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
Enviado para – para localizar emails enviados a você,
não enviados diretamente a você ou enviados por outro Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
destinatário que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,
Sinalizado – para localizar emails sinalizados por você um prédio ou um campus de universidade;
apenas Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
Importante – para localizar somente emails rotulados MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
como importantes tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área
INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET, geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
IMPRESSÃO DE PÁGINAS. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta-
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem
maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
REDES DE COMPUTADORES Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
Redes de Computadores refere-se à interligação por eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
missões e protocolos de vários computadores com o ob- para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa grandes distâncias.
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos
ou dispositivos de rede). 2. Topologia de Redes
Atualmente, existe uma interligação entre computa-
Astopologias das redes de computadores são as es-
dores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
truturas físicas dos cabos, computadores e componen-
ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que
pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá-
mostram a localização de cada componente da rede que
rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do-
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar
modo que os dados trafegam na rede:
e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
de jogos, etc.
tão interconectadas por pares através de um roteamento
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, de dados;
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
o crescimento das redes de computadores também tem hub ou switch;
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- automação industrial e na década de 1980 pelas redes To-
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- ken Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo entreligados formando um anel e os dados são propagados
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. de computador a computador até a máquina de origem;
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante a computadores conectados em formato linear, cujo ca-
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com beamento é feito sequencialmente;
objetivos militares: interconectar os centros de comando Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

1. Alguns tipos de Redes de Computadores


3. Cabos
Antigamente, os computadores eram conectados em
distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. Mas, Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
com a evolução das redes de computadores, foi necessário física utilizada para conectar computadores em rede, es-
aumentar a distância da troca de informações entre as pes- tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
soas. As redes podem ser classificadas de acordo com sua missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, etc.), a exten- vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
são geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, etc.), a topologia Os mais utilizados são:
(anel, barramento, estrela, ponto-a-ponto, etc.) e o meio de Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
transmissão (redes por cabo de fibra óptica, trançado, via velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em
rádio, etc.). lojas de informática ou produzidos pelo usuário;

43
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
suporte não encontrado em computadores mais novos; OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências diferentes fabricantes), identificando e determinando um
eletromagnéticas. IP para cada computador que se conecta com a rede.
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os
#FicaDica roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami-
Após montar o cabeamento de rede é ne- nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con-
cessário realizar um teste através dos testa- gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram
dores de cabos, adquirido em lojas especia- caminhos mais rápidos e menos congestionados para o
lizadas. Apesar de testar o funcionamento, tráfego.
ele não detecta se existem ligações incorre- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
tas. É preciso que um técnico veja se os fios onda analógica que será transmitida por meio da linha
dos cabos estão na posição certa. telefônica, transformando-a em sinal digital original.
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
4. Sistema de Cabeamento Estruturado
ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de servidor são conhecidos como clientes.
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica-
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen- ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de
to estruturado. rede depende de um tipo de placa específica. As mais
Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção anel).
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS
um único local, sem a necessidade de serem conectados À INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA
diretamente no hub. WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB.
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
inseridos em um rack. na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto tar os computadores de departamentos de pesquisas e
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
pensada de forma a realizar a sua expansão. se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- outros pontos estratégicos.
dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
serem transmissores de informações para outros pontos, nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
eles também diminuem o desempenho da rede, poden-
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
do haver colisões entre os dados à medida que são ane-
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente,
informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
encontra-se dentro do hub.
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra ga da informação, é importante mencionar que a maior
máquina consegue enviar um determinado sinal até que distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti- tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os a troca de informações de computadores de universi-
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. dades dos EUA e de outros países, criando assim uma
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além nome passa a ser, INTERNET.
de relacionar diferentes arquiteturas. A evolução não parava, além de atingir fronteiras
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, continentais, os computadores pessoais evoluíam em
mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter-
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas net deixou de conectar apenas computadores de univer-
portas de entrada e melhor performance, podendo ser sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
utilizado para redes maiores. domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu-

44
nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil Encontramos, ainda, variações na URL de um site,
trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co- que demonstram a finalidade e organização que o criou,
merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta como:
de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua .gov - Organização governamental
difusão nos tempos atuais. .edu - Organização educacional
Um marco que é importante frisar é o surgimento do .org - Organização
WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá- .ind - Organização Industrial
fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta- .net - Organização telecomunicações
josa, pois até então, só era possível a existência de textos. .mil - Organização militar
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .pro - Organização de profissões
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido .eng – Organização de engenheiros
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que E também, do país de origem:
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS- .it – Itália
SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de .pt – Portugal
Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo .ar – Argentina
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível .cl – Chile
tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en- .gr – Grécia
tendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e rece- Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
bendo informações, por isso o periférico que permite a que se trata de um site hospedado em um servidor dos
conexão com a internet chama MODEM, porque que ele Estados Unidos.
MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP. - HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se-
melhante ao HTTP, porém permite que os dados
sejam transmitidos através de uma conexão cripto-
1. Protocolos Web
grafada e que se verifique a autenticidade do servi-
dor e do cliente através de certificados digitais.
Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou-
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe-
tros que são largamente usados na Internet:
rência de arquivo, é o protocolo utilizado para po-
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
der subir os arquivos para um servidor de internet,
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP,
trocar informações na Internet. Quando digitamos um
FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o profissio-
site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
nal utiliza um desses programas FTP ou similares
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
e executa a transferência dos arquivos criados, o
Onde: manuseio é semelhante à utilização de gerencia-
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- dores de arquivo, como o Windows Explorer, por
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter exemplo.
texto, som, imagem, filmes e links. - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão dos Correios permite, como o seu nome o indica,
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, recuperar o seu correio num servidor distante (o
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de servidor POP). É necessário para as pessoas não
acessar um determinado site. ligadas permanentemente à Internet, para pode-
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: rem consultar os mails recebidos offline. Existem
duas versões principais deste protocolo, o POP2 e
Faz a solicitação de um arquivo de o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente
http:// as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de
hiper mídia para a Internet.
comandos textuais radicalmente diferentes, na tro-
Estipula que esse recurso está na rede
ca de e-mails ele é o protocolo de entrada.
mundial de computadores (veremos
www - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro-
mais sobre www em um próximo
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

tocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofere-


tópico).
ce muitas mais possibilidades, como, gerir vários
É o endereço de domínio. Um acessos simultâneos e várias caixas de correio,
endereço de domínio representará além de poder criar mais critérios de triagem.
novaconcursos
sua empresa ou seu espaço na - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protoco-
Internet. lo padrão para envio de e-mails através da Internet.
Indica que o servidor onde esse site Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele
está que verifica se o endereço de e-mail do destinatá-
.com rio está corretamente digitado, se é um endereço
hospedado é de finalidades
comerciais. existente, se a caixa de mensagens do destinatário
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca
.br Indica queo servidor está no Brasil.
de e-mails ele é o protocolo de saída.

45
- UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
Permite que a aplicação escreva um datagrama en- Indices/
capsulado num pacote IP e transportado ao des- Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
tino. É muito comum lermos que se trata de um temos uma relação de alguns deles:
protocolo não confiável, isso porque ele não é im- - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
plementado com regras que garantam tratamento etc.).
de erros ou entrega. - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF,
2. Provedor BMP, PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários.
O provedor é uma empresa prestadora de serviços - Apresentações.
que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
necessário conectar-se com um computador que já este- INTRANET
ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
deve permitir que seus usuários também tenham acesso A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
a Internet. uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre-
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida sa.
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse e departamentos, mesclando (com segurança) as suas
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as informações particulares dentro da estrutura de comuni-
cações da empresa.
ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link
O grande sucesso da Internet, é particularmente da
como o backbone possui uma velocidade de transmis-
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
evolução da informática nos últimos anos.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
so e um endereço eletrônico na Internet.
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
zaram o acesso à informação através de redes de com-
3. Home Page putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca
base de usuários, já familiarizados com conhecimentos
Pela definição técnica temos que uma Home Page é básicos de informática e de navegação na Internet. Fi-
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com- nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de
putadores rodando um Navegador (Browser), que per- custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga-
mite o acesso às informações em um ambiente gráfico nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de e começar a acessar e colocar informação. O resultado
informações dentro das Home Pages. inevitável foi a impressionante explosão na informação
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran-
do de tamanho a cada mês.
#FicaDica Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-
to, que tem interessado um número cada vez maior de
O endereço de Home Pages tem o seguinte empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
formato: interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
http://www.endereço.com/página.html net. Seu advento e disseminação promete operar uma
Por exemplo, a página principal do meu pro- revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
jeto de mestrado: to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

http://www.youtube.com/canaldoovidio tadores, no final da década de 80.

1. O que é Intranet?
4. Plug-ins
O termo “intranet” começou a ser usado em meados
Os plug-ins são programas que expandem a capaci- de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se
dade do Browser em recursos específicos - permitindo, referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno-
por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja logias projetadas para a comunicação por computador
filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis-
de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci- te em uma rede privativa de computadores que se baseia
dade impressionante. Maiores informações e endereços nos padrões de comunicação de dados da Internet pú-
sobre plug-ins são encontradas na página: blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas

46
HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
o custo de implantação relativamente baixo e a facilida- rer graças à execução de programas aplicativos,
de de uso propiciada pelos programas de navegação na que podem estar no servidor, ou nos microcompu-
Web, os browsers. tadores que acessam a rede (também chamados
de clientes, daí surgiu à expressão que caracteriza
2. Objetivo de construir uma Intranet a arquitetura da intranet: cliente-servidor).
- A vantagem da intranet é que esses programas
Organizações constroem uma intranet porque ela é são ativados através da WWW, permitindo grande
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien- flexibilidade. Determinadas linguagens, como Java,
te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da assumiram grande importância no desenvolvimen-
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de to de softwares aplicativos que obedeçam aos três
capital com conhecimentos das operações e produtos da conceitos anteriores.
empresa.
5. Mecanismos de Buscas
3. Aplicações da Intranet
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co- exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
municações corporativas em uma intranet dá para simpli- ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
ficar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na mes- algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
ma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido opera- lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
cional) os diversos profissionais de uma empresa. Mas em otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
algumas áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: acesso a resultados mais relevantes.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produ- Os mecanismos de buscas contam com operadores
tos, listas de preços, promoções, planejamento de para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
eventos; entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida- e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
des de membros das equipes, situações de proje- pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
tos; tados podem ser mais especializados em relação ao que
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- você procura.
temas de melhoria contínua (Sistema de Suges-
tões), manuais de qualidade; 5.1. -palavra_chave
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
tilas, políticas da companhia, organograma, opor- Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa-
tunidades de trabalho, programas de desenvolvi- lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
mento pessoal, benefícios. por computação, provavelmente encontrarei na relação
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
Para acessar as informações disponíveis na Web cor-
ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei-
-ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
serão omitidos.
resume quase somente em clicar nos links que remetem
às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in-
5.2. +palavra_chave
tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro-
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a
quantidade de informações nela armazenadas. ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
putação, terei como retorno uma gama mista de resul-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

4. A intranet é baseada em quatro conceitos: tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma
- Conectividade - A base de conexão dos computa- busca do tipo computação + ciência SP.
dores ligados por meio de uma rede, e que podem
transferir qualquer tipo de informação digital entre si; 5.3. “frase_chave”
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
dores e sistemas operacionais podem ser conecta- Retorna uma busca em que existam as ocorrências
dos de forma transparente; dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
- Navegação - É possível passar de um documento exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
a outro por meio de referências ou vínculos de busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
hipertexto, que facilitam o acesso não linear aos da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
documentos; foi empregada.

47
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re-
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes- de se utilizar dos editores, para você que não precisa de
se caso, como as duas palavras chaves são populares, os tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata-
dois resultados são apresentados em posição de desta- mento especial para as suas mais variadas imagens.
que. O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo-
5.5. filetype:tipo tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen-
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de imagem do computador.
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi- As ferramentas de edição possuem os métodos mais
letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra avançados para automatizar o processo de correção de
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o
de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
DOC. vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02 tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen-
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con-
em que os termos inicial e final aparecem, independente tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar
apenas as fotos que contém pessoas.
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
Depois de tudo organizado em seu computador, você
cebook * msn e veja o resultado na prática.
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser
6. Áudio e Vídeo
feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O progra-
ma possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita
A popularização da banda larga e dos serviços de
enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
e-mail com grande capacidade de armazenamento está
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve
blema é que a profusão de formatos de arquivos pode e com uma interface gráfica simples porém otimizada e
tornar a experiência decepcionante. fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade
A maioria deles depende de um único programa para com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns
rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces- recursos simples de editor. Com ele é possível fazer ope-
sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player rações como copiar e deletar imagens até o efeito de re-
de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo moção de olhos vermelhos em fotos. O programa oferece
de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple- alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração
mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o de cores em sua imagem por meio de apenas um clique.
caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des- Além disso sempre é possível a visualização de ima-
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação gens pelo próprio gerenciador do Windows.
é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - 7. Transferência de arquivos pela internet
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
tanto offline como por streaming (neste caso, o down- cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
Terra). arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Atualmente, devido à evolução da internet com os como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
há uma grande demanda por programas para trabalhar texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra- e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento sempre transferida como uma informação textual, en-
ou conversão de imagens. quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri-
Porém, muitos destes programas não são o que se zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
Caso o que você precise seja apenas um programa para capaz de se comunicar com outro computador na Rede
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples que o esteja acessando através de um cliente FTP.

48
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dois Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas
tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a cone- a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
xão anônima, na qual não é preciso possuir um username No mesmo ano, também surge uma plataforma que
ou password (senha) no servidor de FTP, bastando apenas permite a interação com antigos colegas da escola, o
identificar-se como anonymous (anônimo). Neste caso, o Classmates.
que acontece é que, em geral, a árvore de diretório que Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma que,
se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto é desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias.
muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co- deira rede social, o Friendster.
nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de diretó- social de caráter profissional do mundo.
rios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e in- E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
coming. O segundo tipo de conexão envolve uma autenti- Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
cação, e portanto, é indispensável que o usuário possua um Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
username e uma password que sejam reconhecidas pelo entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no
amizade ou namoro).
diretório criado para a conta do usuário – diretório home, e
• Networking: partilha e busca de conhecimentos
dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
profissionais e procura emprego ou preenchimen-
escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas to de vagas.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema • Partilha e busca de imagens e vídeos.
operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon- • Partilha e busca de informações sobre temas varia-
sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. dos.
• Divulgação para compra e venda de produtos e
8. Algumas dicas serviços.
• Jogos, entre outros.
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o
número de conexões simultâneas para evitar uma Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
sobrecarga na máquina. Uma outra limitação pos- das, destacamos:
sível é a faixa de horário de acesso, que muitas • Facebook: interação e expansão de contatos.
vezes é considerada nobre em horário comercial, • Youtube: partilha de vídeos.
e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de- • Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
sativado. chamadas de voz.
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites • Instagram: partilha de fotos e vídeos.
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site • Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
sendo acessado. são conhecidas como “tweets”.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui- • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
vo verifique se você está usando o modo correto, • Skype: telechamada.
isto é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e • LinkedIn: interação e expansão de contatos profis-
no caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, sionais.
etc.), o modo é binário. Esta prevenção pode evitar • Badoo: relacionamentos amorosos.
perda de tempo. • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir
• Flickr: partilha de imagens.
que um amigo seu consiga acessar o seu compu-
• Google+: partilha de conteúdos.
tador como um servidor remoto de FTP, bastando
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
que ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atri-
lhante ao Twitter.
buído dinamicamente.
10. Vantagens e Desvantagens
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

9. Grupos de Discussão e Redes Sociais

São espaços de convivências virtuais em que grupos Existem várias vantagens em fazer parte de redes
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, crescimento tão significativo ao longo dos anos.
entre outras ações. Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- As redes também facilitam a relação com quem está
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
para que elas próprias criassem suas páginas na internet. trem fisicamente.

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Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá- Com base na figura acima, que ilustra as configurações
pida e eficaz de comunicar algo para um grande número da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão
de pessoas ao mesmo tempo. 9, julgue os próximos itens.
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
um acontecimento, a preparação de uma manifestação ( ) CERTO ( ) ERRADO
ou a mobilização de um grupo para um protesto.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re- Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
é a falta de privacidade. permite ao seu computador trocar informações com
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po-
para algumas precauções. dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os
códigos que resultam na página acessada pelo nave-
gador.
#FicaDica O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô-
Por ser algo muito atual, tem caído mui- nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem
tas questões de redes sociais nos concursos atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti-
atualmente. dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em
HTTP é insegura.
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro-
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na
transmissão de dados entre seu computador e o ser-
EXERCÍCIOS COMENTADOS vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação
é criptografada, aumentando significativamente a se-
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma gurança dos dados. É como se cliente e servidor con-
impressora estiver compartilhada em uma intranet por versassem uma língua que só as duas entendessem,
meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar- dificultando a interceptação das informações.
quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão Para saber se está navegando em um site com crip-
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual
no navegador web a seguinte url: será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente,
, em um símbolo de cadeado que denota segurança. Além
que deve estar acessível via rede e disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome
do site, já que a conexão segura também identifica pá-
deve ser do tipo PDF. ginas na Internet por meio de seu certificado.

( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o
Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir- servidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
ser impressos, o que torna o item errado, o comando conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
para impressão não verifica o formato do arquivo, tão de destino no endereço do proxy.
somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa- Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-
ções acessível por meio de um navegador, será possível xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

configurado o servidor do portal. virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica- Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser-
ção se o servidor assim estiver configurado, do con- viço online que o Internet Explorer usa para recomen-
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de- dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos
finido para a rede Interna e não para acesso à Internet. sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos.
5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere Considere que um delegado de polícia federal, em
que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos uma sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve
computacionais, permanentemente conectados à Inter- a janela ilustrada acima, que mostra uma página web
net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o do sítio do DPF, cujo endereço eletrônico está indica-
Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o do no campo . A partir dessas informações,
usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter- julgue os itens de 09 a 12.
net message access protocol), em detrimento do POP3
(post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con-
conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa- teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da-
mente, fazer o download das mensagens para o compu- dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua-
tador em uso. lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração
( ) CERTO ( ) ERRADO desse conteúdo.
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá
Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o condições de verificar se houve ou não a alteração men-
padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a cionada, independentemente da configuração do IE6,
função de baixar as mensagens do servidor de e-mail mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja
para o computador que o programa foi configurado. em modo online.
Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
sagens são baixadas para o computador do usuário ( ) CERTO ( ) ERRADO
só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
as mensagens originais; quando o acesso é feito por Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma
outro computador essas mensagens que estão no ser- nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste
vidor são baixadas para este outro computador, dei-
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es-
xando sempre a original no servidor.
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi-
bido sem alterações.
6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
mento de arquivos entre seus usuários
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar-
( ) CERTO ( ) ERRADO mazenamento de informações em arquivos denomina-
Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um
principal é enviar mensagens e não o compartilha- sistema de segurança instalado em um computador. Para
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi- reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos
tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o para impedir que cookies sejam armazenados no com-
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos
todas as redes citadas na questão permitem. referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do
uso do menu .
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que ( ) CERTO ( ) ERRADO
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
são mostrados detalhes como a data da instalação e o Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
usuário que executou a operação. seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
( ) CERTO ( ) ERRADO depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
e, em Configurações, mover o controle deslizante até
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o da, clicar em OK.
usuário que executou a operação. Este recurso está
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado – 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
Atualizações – Histórico de atualizações. acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com-
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, putador do delegado, é correto concluir que as informa-
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
portantes e recomendá-los aos seus amigos. criptografado.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

51
Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente
que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não
conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto- ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega-
colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo dores mais rápidas e com maior segurança contra hac-
de criptografia do tipo SSL. kers.

12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por


meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
nas páginas contidas no diretório histórico do IE6. Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox

( ) CERTO ( ) ERRADO Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande


desempenho, porém especialistas em segurança o consi-
Resposta: Certo. É possível através do botão descrito, dera o navegador com menos segurança.
o botão de histórico, que se encontre informações das
páginas acessadas anteriormente, e também permite
que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
contidas no diretório do IE6.

Noções básicas de ferramentas e aplicativos de


navegação e correio eletrônico

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


através da internet, interpretando arquivos e sites web Figura 3: Símbolo do Opera
desenvolvidos com frequência em código HTML que
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
as partes do mundo. navegador considerado pelos especialistas e possui uma
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
são programas de computador especializados em vi- Apple existem versões para Windows.
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google Figura 4: Símbolo do Safari
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples
muito fácil de utilizar. Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

clique em seu símbolo.

Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas relacio-
nadas a guia anônima que não deixa rastro
(senhas, auto completar, entre outros), e é
acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N
Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

52
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
#FicaDica xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
Glossário interessante que abordam inter- ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
net e correio eletrônico chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro cutada a World Wide Web (www), sistema que contém
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
de mensagens indesejadas.
etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
Browser: Programa utilizado para navegar
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
na Web, também chamado de navegador.
projeto que pode ser considerado o princípio da World
Exemplo: Mozilla Firefox.
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo-
Cliente de e-mail: Software destinado a ge-
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido
renciar contas de correio eletrônico, possi-
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a
bilitando a composição, envio, recebimen- partir disso surgiu o “http” (em português significa pro-
to, leitura e arquivamento de mensagens. tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam-
A seguir, uma lista de gerenciadores de bém é um personagem importante e inclusive é conheci-
e-mail (em negrito os mais conhecidos e do por muitos como o pai da internet.
utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Ou-
tlook Express, Mozilla Thunderbird, Eudo- #FicaDica
ra, URL: Tudo que é disponível na Web tem
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail seu próprio endereço, chamado URL, ele
(Linux) e Windows Mail. facilita a navegação e possui característi-
cas específicas como a falta de acentuação
Outros pontos importantes de conceitos que podem gráfica e palavras maiúsculas. Uma url pos-
ser abordado no seu concurso são: sui o http (protocolo), www (World Wide
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten- Web), o nome da empresa que representa
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos o site, .com (ex: se for um site governa-
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail, mental o final será .gov) e a sigla do país
como imagens, sons, filmes, entre outros. de origem daquele site (no Brasil é usado
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência o BR).
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio): CORREIOS ELETRÔNICOS
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
bird, Microsoft Outlook Express etc. Os correios eletrônicos se dividem em duas formas:
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de os agentes de usuários e os agentes de transferência de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de
para o computador as mensagens armazenada sem sua transferência realizam um processo de envio dos agentes
caixa postal no servidor. usuários e servidores de e-mail.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de Os agentes de transferência usam três protoco-
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- los: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. computadores. O POP é muito usado para verificar men-
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente servidor suas mensagens são levadas do servidor para o
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga computador local. Pode ser usado por quem usa conexão
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discada.
discussão. Já o IMAP também é um protocolo padrão que per-
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

1. Um pouco de história possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per-
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem
A internet é uma rede de computadores que liga os acessa o e-mail de vários locais diferentes.
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No #FicaDica
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte- Um e-mail hoje é um dos principais meios
-americano resolveu criar um sistema interligado para tro- de comunicação, por exemplo:
car informações sobre pesquisas e armamentos que não canaldoovidio@gmail.com
pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, Onde, canaldoovidio é o usuário o arro-
foi criado o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de ba quer dizer na, o gmail é o servidor e o
Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. .com é a tipagem.

53
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô- Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
nicas em um único computador, sem necessariamente seus estudos do conteúdo básico de informática para a
estarmos conectados à Internet no momento da criação sua preparação para concurso. Ao contrário do que mui-
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor- ta gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, uma assinatura é bastante simples, de forma que perder
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como pontos por conta dessa questão em específico é perder
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá- pontos à toa.
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
similares. Apresentaremos os recursos dos programas de que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão
correio eletrônico através do Outlook Express que tam- de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail
bém estão presentes no Mozilla Thunderbird. e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicio-
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos nar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem
de teclado para a realização de diversas funções dentro maiores problemas.
do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote No Outlook Express podemos preparar uma mensa-
alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta gem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na fi-
apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada gura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a
mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso seguir:
em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
profissionais que compartilham uma mesma área é o
compartilhamento de calendário entre membros de uma
mesma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
do Outlook que permite que o usuário organize de for-
ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
compromissos e reuniões de maneira organizada por dia, Figura 6: Tela de Envio de E-mail
de forma a ter um maior controle das atividades que de-
vem ser realizadas durante o seu dia a dia.
#FicaDica
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou Para: deve ser digitado o endereço eletrô-
parte dele com quem você desejar, de forma a permitir nico ou o contato registrado no Outlook
que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o do destinatário da mensagem. Campo
que pode ser uma ótima pedida para profissionais den- obrigatório.
tro de uma mesma equipe, principalmente quando um Cc: deve ser digitado o endereço eletrô-
determinado membro entra de férias. nico ou o contato registrado no Outlook
Para conseguir utilizar essa função basta que você en- do destinatário que servirá para ter ciência
tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. desse e-mail.
Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários
por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta ficam ocultos.
no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as Assunto: campo onde será inserida uma breve des-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

informações que vão ser compartilhadas com quem você crição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen- sobre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional,
dário de forma simples e detalhada de fácil visualização mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento
para quem você deseja enviar uma mensagem. pode levar o destinatário a não dar a devida importância
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra- à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura pró- Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
pria para deixar os comunicados enviados por e-mail equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
com uma aparência mais profissional. A mensagem, após digitada, pode passar pelas for-
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico matações existentes na barra de formatação do Outlook:
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
dentro de um concurso público. (mesma criadora do Mozilla Firefox).

54
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem
não necessita de instalação no computador do usuário, já como sendo de alta prioridade quando se deseja que
que funciona como uma página de internet, bastando o as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten-
usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo
seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili- ou se está enviando um e-mail sobre um tema que
dade já que não necessita estar na máquina em que um não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa
cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. prioridade.
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
um indicador específico na lista de mensagens ou nos
#FicaDica cabeçalhos.
Segmentos do Outlook Express Na faixa de opções, é possível saber quando a priori-
Painel de Pastas: permite que o usuário dade foi definida, pois o botão fica realçado.
salve seus e-mails em pastas específicas e
dá a possibilidade de criar novas pastas; 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário
Painel das Mensagens: onde se concentra preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o
a lista de mensagens de determinada pas- Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e
ta e quando se clica em um dos e-mails enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois,
o conteúdo é disponibilizado no painel de percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes-
conteúdo. mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário,
aparecer o conteúdo das mensagens en- agora com o anexo. Assinale a alternativa correta.
viadas.
Painel de Contatos: nesse local se concen- a) A mensagem original, sem o anexo, foi automatica-
tram as pessoas que foram cadastradas em mente apagada no computador do destinatário e
sua lista de endereço. substituída pela segunda mensagem, uma vez que
ambas têm o mesmo assunto e são do mesmo reme-
tente.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a
segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
EXERCÍCIOS COMENTADOS do no computador do destinatário apenas a primeira
mensagem.
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode, ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
novas mensagens. com o mesmo assunto e mesmo remetente.

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra D. Alternativa “A” está incorreta, pois


todas mensagens enviadas são armazenadas de forma
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o independente, novas mensagens com mesmo assun-
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com- to ou ainda idênticas a anteriores não influenciam em
putador cliente remoto). mensagens já enviadas.
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- possível enviar mensagens com mesmo assunto ou
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens
uma mensagem está sendo preparada, o usuário pode anteriores.
indicar aos destinatários que a mensagem precisa de Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

atenção utilizando a marca de _________________. Esse re- gens serão enviadas, independentemente do destina-
curso pode ser encontrado no grupo Marcas, da guia tário ler as anteriores.
Mensagem. Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen- beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a
che corretamente a lacuna do enunciado. segunda, com o anexo.
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
a) SPAM. mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
mo destinatário.
b) Alta Prioridade.
c) Baixa Prioridade.
4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
d) Assinatura Personalizada.
João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
e) Arquivo Anexado.
as seguintes características:

55
De: Pedro 6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a
Para: João; Marta imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
Cc: Ricardo; Ana configuração padrão. A página exibida no navegador foi
Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração completamente carregada.
padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
Isso significa que João usou a opção:

a) Responder.
b) Arquivar.
c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
e) Marcar como lida

Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao


e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
“C” e “E” por não terem correspondência com a função
“Resposta”.
Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
como o João deseja responder apenas para Pedro ele
deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes- Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida
se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também será
receberiam a mensagem.
a) imediatamente fechada.
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar- b) enviada para impressão.
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo- c) atualizada.
gle, na ilustração apresentada a seguir. d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C. a) Imediatamente fechada.


۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P
c) Atualizada.
۰ F5
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al- d) Enviada por e-mail.
ternativa correta. ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
e) Aberta em uma nova aba.
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
como antônimo do que foi digitado.
Computação na nuvem (cloud computing)
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados
pesquisados. Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re- internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
lacionados ao argumento digitado. tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

os seus sinônimos diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
os dados não se encontram em um computador específi-
Resposta: Letra A. co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
O comando “entre aspas” durante uma busca, efetua Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
a busca pela ocorrência exata de tudo que está en- aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
tre as aspas, agrupado da mesma forma, desta forma, como o One Drive.
para esta questão será retornado o resultado da ocor- Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
rência “garota de Ipanema”. possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta-
lugar — é justamente por isso que o seu computador
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale-
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati-
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan- vos a partir de qualquer computador que tenha acesso
der G. Bell. à internet.

56
HORA DE PRATICAR!

1.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Osasco - SP) Por meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração


padrão, é possível criar conjuntos de e-mails, chamados Grupos de Contato, que facilitam o envio, por exemplo, de um
comunicado para um grupo de pessoas, como mostrado na imagem a seguir. 
 

Assinale a alternativa que apresenta a guia e o grupo, respectivamente, onde se localiza a opção para criar Grupos de
Contatos no MS-Outlook 2010.

a) Contatos; Novo.
b) Contatos; Grupo.
c) Página Inicial; Novo.
d) Página Inicial; Contatos.
e) Grupo de Contatos; Criar.

2.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Osasco - SP) Por meio do MS-PowerPoint 2010, em sua configu-


ração padrão, um usuário preparou o slide exibido a seguir.

Os objetos inseridos no slide exibido são desenhos do ícone

a) Formas.
b) Estilos.
c) Tema.
d) Efeitos.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

e)Janela.

57
3.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de d) Del + P.
Osasco - SP) Observe a planilha a seguir, elaborada por d) Shift + X.
meio do MS-Excel 2010, em sua configuração padrão.
7.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de
Osasco - SP) Para alterar a altura das linhas ou a largura
das colunas de uma planilha elaborada com o programa
MS-Excel 2010, em sua configuração padrão, um usuário
deve utilizar os recursos do menu Formatar, que perten-
ce a um grupo da guia Página Inicial denominado

a) Alinhamento.
b) Células.
c) Edição.
d) Estilos.
e) Fonte.

8.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de
O valor apresentado na célula A1, após esta ser preenchi- Osasco - SP) A figura a seguir mostra as células de uma
da com a fórmula =MAIOR(B3:B7;4) será planilha que está sendo elaborada com o MS-Excel 2010,
em sua configuração padrão.
a) 10
b) 9
c) 8
d) 6
e) 4

4.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de
Osasco - SP) Assinale a alternativa que contém a sigla
que corresponde ao endereço de recurso disponível na
Internet e que, em português, é conhecido por Localiza- Se a fórmula =CONT.SE(A1:D4;MAIOR(A1:C3;1)) for digi-
dor Padrão de Recursos. tada na célula D5, o valor obtido será

a) ANS a) 3.
b) HTP b) 4.
c) PPP c) 5.
d) SSL d) 6.
e) URL e) 7.

5.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de 9.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de
Osasco - SP) Em relação ao serviço de Correio Eletrônico, Osasco - SP) Um funcionário público que está elabo-
assinale a alternativa com termo utilizado para designar rando um relatório no programa MS-Word 2010, em sua
as mensagens não solicitadas pelo usuário, que geral- configuração padrão, deseja que um dos parágrafos do
mente são enviadas para grande número de pessoas e texto editado seja apresentado em duas colunas. Para
que, na maioria dos casos, contém publicidade. tanto, esse funcionário deverá selecionar o parágrafo de
interesse e escolher a correta opção do menu Colunas,
a) Avatar que pertence à guia
b) Buffer
c) Podcast a) Inserir Colunas.
d) Spam b) Design de Página.
e) Tweet c) Exibir Colunas.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

d) Layout de Página.
6.(Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de e) Revisão de Página.
Osasco - SP) Um funcionário está preparando uma apre-
sentação para a reunião semanal de seu departamento.
Durante a elaboração do trabalho, o usuário acrescentou
diversos slides à apresentação por meio da opção Novo
Slide da guia Página Inicial ou pelo acionamento das te-
clas de atalho

a) Alt + S.
b) Ctrl + M.
c) Esc + N.

58
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 C _________________________________________________
2 A __________________________________________________
3 D _________________________________________________
4 E
__________________________________________________
5 D
6 B __________________________________________________

7 B __________________________________________________
8 A __________________________________________________
9 D
__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

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NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

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ANOTAÇÕES

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NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

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ÍNDICE

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL . Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos; Capítulo IV – Dos Direitos Políticos. Título III – Da Organização do Estado: Capítulo VII – Da Administração
Pública: Seção I – Disposições Gerais; Seção III – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Capítulo III – Da Segurança Pública.................................................. 01
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Título II – Da Organização e Poderes: Capítulo III – Do Poder Executivo;
Capítulo IV – Do Poder Judiciário: Seção V – Do Tribunal de Justiça Militar e dos Conselhos de Justiça Militar.
Título III – Da Organização do Estado: Capítulo I – Da Administração Pública: Seção I – Disposições Gerais;
Capítulo II – Dos Servidores Públicos do Estado: Seção I – Dos Servidores Públicos Civis; Seção II – Dos Servidores Públicos
Militares; Capítulo III – Da Segurança Pública: Seção I – Disposições Gerais; Seção III – Da Polícia Militar.......................................... 09
LEI FEDERAL Nº 12.527/11 – Lei de Acesso à Informação......................................................................................................................................... 15
DECRETO nº 58.052/12 – Regulamenta a Lei nº 12.527/11, que regula o acesso a informações, e dá providências correlatas... 17
ANOTAÇÕES

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; CAPÍTULO IV – DOS
DIREITOS POLÍTICOS. TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: CAPÍTULO VII – DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS; SEÇÃO III – DOS MILITARES
DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. TÍTULO V – DA DEFESA DO
ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: CAPÍTULO III – DA SEGURANÇA PÚBLICA

Direitos e garantias fundamentais; Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalida-
de, direitos políticos, partidos políticos.
Os direitos fundamentais são os direitos humanos positivados na Constituição Federal de 1988, os quais devem ser
garantidos e protegidos pelo Estado.
No tocante as garantias fundamentais, elas são uma forma ou, até mesmo um instrumento, para garantir a efe-
tivação dos direitos. A Carta Magma ampliou a proteção aos direitos fundamentais e por isso ficou conhecida como
Constituição cidadã.
Os direitos e garantias fundamentais possuem aplicabilidade imediata, isto é, a existência deles é suficientemente
para produzirem os devidos efeitos. Eles estão tutelados no Título II da Constituição Federal, nos art. 5º ao 17. Ainda
assim, destaca-se que os direitos citados nesses artigos não proíbem a existência de outros.
O art. 5º é um dos artigos mais importantes do texto Constitucional, o qual protege a igualdade entre todos, tute-
lando os direitos coletivos e os direitos individuais nos seus 78 incisos. Vejamos alguns:
1. homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
2. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
3. ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
4. é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
5. é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
6. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
7. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva;
8. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei;
9. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença;
10. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
11. é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
12. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de au-
torização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
13. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
14. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
15. a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
16. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
17. não haverá penas:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

- de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
- de caráter perpétuo;
- de trabalhos forçados;
- de banimento;
- cruéis;
18. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
19. ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
20. o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
21. será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
22. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem, DENTRE OUTROS.
Do art. 6º ao 11º, a Carta Magna trata dos direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, dando o enfoque nos direitos dos trabalhadores.

1
Tanto os trabalhadores urbanos como os rurais tem VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
o direito a seguro-desemprego, em caso de desempre- crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
go involuntário, fundo de garantia do tempo de serviço, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
salário mínimo, fixado em lei, garantia de salário, décimo todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
terceiro salário, remuneração do trabalho noturno supe- nativa, fixada em lei;
rior à do diurno, salário-família para os seus dependen- IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
tes, gozo de férias anuais, licença à gestante, aposenta- tica, científica e de comunicação, independentemente
doria, proibição de qualquer discriminação no tocante a de censura ou licença;
salário e critérios de admissão do trabalhador portador X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
de deficiência, proibição de distinção entre trabalho ma- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais res- denização pelo dano material ou moral decorrente de
pectivos, dentre outros. sua violação;
Quanto ao sindicalismo, ninguém será obrigado a fi- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
liar-se ou a manter-se filiado a sindicato, é obrigatória a nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
participação dos sindicatos nas negociações coletivas de dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
trabalho, é vedada a dispensa do empregado sindicaliza- para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
do a partir do registro da candidatura a cargo de direção nação judicial;
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer municações telegráficas, de dados e das comunicações
falta grave nos termos da lei e etc. telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
Ainda assim, importante informar que o Direito Co- nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
letivo compõe-se de direitos transindividuais de pessoas fins de investigação criminal ou instrução processual
que se conectam por uma relação jurídica, tendo base de penal;
si mesmo ou com outro indivíduo, podendo as pessoas XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
ser determinadas ou determináveis. profissão, atendidas as qualificações profissionais que
Isto é, os Direitos Coletivos abrange todo o grupo da a lei estabelecer;
categoria que possuem uma relação jurídica já pré-exis- XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
tente ao dano ou a lesão, pois, esse direito irá tutelar esse resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
grupo que já subsiste ao prejuízo e não os que não se exercício profissional;
enquadram na relação. XV - é livre a locomoção no território nacional em tem-
No tocante ao Direito Individual, estes são os interesses po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
que têm a mesma origem e também a mesma causa. Eles nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
acontecem de acordo com uma mesma situação que se XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
aplica a cada um individualmente, e, ainda que contenham mas, em locais abertos ao público, independentemente
características “individuais”, no fim possuem origem comum. de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
Capítulo I apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Dos direitos e deveres individuais e coletivos XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
tos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos a de cooperativas independem de autorização, sendo
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di- vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
propriedade, nos termos seguintes: dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
ções, nos termos desta Constituição; em julgado;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
alguma coisa senão em virtude de lei; permanecer associado;
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- XXI - as entidades associativas, quando expressamen-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

mento desumano ou degradante; te autorizadas, têm legitimidade para representar seus


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- filiados judicial ou extrajudicialmente;
dado o anonimato; XXII - é garantido o direito de propriedade;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
ao agravo, além da indenização por dano material, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
moral ou à imagem; propriação por necessidade ou utilidade pública, ou
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de Constituição;
culto e a suas liturgias; XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de de competente poderá usar de propriedade particular,
assistência religiosa nas entidades civis e militares de assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
internação coletiva; houver dano;

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XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
em lei, desde que trabalhada pela família, não será tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
objeto de penhora para pagamento de débitos decor- ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
os meios de financiar o seu desenvolvimento; dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de evitá-los, se omitirem;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: ordem constitucional e o Estado democrático;
a) a proteção às participações individuais em obras XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
inclusive nas atividades desportivas; tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco- estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
nômico das obras que criarem ou de que participarem até o limite do valor do patrimônio transferido;
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
sentações sindicais e associativas; tará, entre outras, as seguintes:
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- a) privação ou restrição da liberdade;
triais privilégio temporário para sua utilização, bem b) perda de bens;
como proteção às criações industriais, à propriedade c) multa;
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos d) prestação social alternativa;
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen- e) suspensão ou interdição de direitos;
volvimento tecnológico e econômico do País; XLVII - não haverá penas:
XXX - é garantido o direito de herança; a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
c) de trabalhos forçados;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
d) de banimento;
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
e) cruéis;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
do consumidor;
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
e o sexo do apenado;
cos informações de seu interesse particular, ou de in-
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida-
teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- de física e moral;
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas L - às presidiárias serão asseguradas condições para
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da que possam permanecer com seus filhos durante o pe-
sociedade e do Estado; ríodo de amamentação;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
do pagamento de taxas: ralizado, em caso de crime comum, praticado antes
a) o direito de petição aos poderes públicos em defe- da naturalização, ou de comprovado envolvimento
sa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, forma da lei;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
de interesse pessoal; crime político ou de opinião;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
ciário lesão ou ameaça a direito; pela autoridade competente;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
jurídico perfeito e a coisa julgada; bens sem o devido processo legal;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
organização que lhe der a lei, assegurados: traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a) a plenitude de defesa; a ela inerentes;


b) o sigilo das votações; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
c) a soberania dos veredictos; por meios ilícitos;
d) a competência para o julgamento dos crimes do- LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
losos contra a vida; em julgado de sentença penal condenatória;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, LVIII - o civilmente identificado não será submetido
nem pena sem prévia cominação legal; a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; em lei;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
dos direitos e liberdades fundamentais; pública, se esta não for intentada no prazo legal;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
da lei; resse social o exigirem;

3
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi- bres, na forma da lei:
ciária competente, salvo nos casos de transgressão mi- a) o registro civil de nascimento;
litar ou crime propriamente militar, definidos em lei; b) a certidão de óbito;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
contre serão comunicados imediatamente ao juiz com- habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao
petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; exercício da cidadania.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada são assegurados a razoável duração do processo e os
a assistência da família e de advogado; meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; fundamentais têm aplicação imediata.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciária; § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido ção não excluem outros decorrentes do regime e dos
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-
sem fiança; nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu- direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência lentes às emendas constitucionais.
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega- § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
lidade ou abuso de poder; Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data , quando o responsá- Dos Direitos Sociais
vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os
atribuições do poder público; direitos fundamentais/ básicos que devem ser comparti-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im- lhados por todos da sociedade, sem distinção de gênero,
petrado por: etnia, sexo, classe econômica, religião, e etc.
a) partido político com representação no Congresso A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem-
Nacional; pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações
b) organização sindical, entidade de classe ou asso- que representam as desigualdades da sociedade, para
ciação legalmente constituída e em funcionamento há que todas as pessoas tenham e vivam com o mínimo de
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus qualidade de vida e dignidade.
membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável #FicaDica
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
Os direitos sociais são tutelados e protegi-
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
dos pela Declaração Universal dos Direitos
nia e à cidadania; Humanos (1948), sendo que, apenas neste
LXXII - conceder-se-á habeas data : momento histórico (pós 2ª guerra mundial)
a) para assegurar o conhecimento de informações que o mundo começou a trabalhar com es-
relativas à pessoa do impetrante, constantes de regis- ses direitos.
tros ou bancos de dados de entidades governamentais O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde,
ou de caráter público; educação, alimentação, trabalho, lazer, se-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira gurança, assistência, previdência, proteção
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; a maternidade e a infância, dentre outros,
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor são direitos essenciais e básicos que todos
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô- devem ter.
nio público ou de entidade de que o Estado participe, O art. 7º da CF prevê os direitos dos traba-
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao lhadores, seja eles rurais ou urbanos, todos
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, sal- possuem direitos como: seguro desempre-
vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do go, FGTS, adicional noturno, férias, 13º sa-
ônus da sucumbência; lário, repouso semanal remunerado, licença
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e maternidade e paternidade, aposentadoria,
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; aviso prévio, dentre outros.
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- Já o art. 8º da CF, tutela sobre os direitos e
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo deveres dos sindicatos, e o art. 9º protege o
fixado na sentença; direito de greve dos trabalhadores.

4
Da Nacionalidade
Os brasileiros natos são: FIQUE ATENTO!
- os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda São inelegíveis os inavistáveis e os analfabe-
que de pais estrangeiros, desde que estes não es- tos, e também, são inelegíveis para os mesmos
tejam a serviço de seu país; cargos, no período subsequente, o Presidente
- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de da República, os Governadores de Estado e do
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
serviço da República Federativa do Brasil; sucedido ou substituído nos seis meses ante-
- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe riores ao pleito.
brasileira, desde que sejam registrados em reparti- Para concorrerem a outros cargos, o Presiden-
ção brasileira competente, ou venham a residir na te da República, os Governadores de Estado
República Federativa do Brasil antes da maioridade e do Distrito Federal e os Prefeitos devem re-
e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nunciar aos respectivos mandatos até seis me-
nacionalidade brasileira; ses antes do pleito.
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
Os naturalizados são:
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
- os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
- cancelamento da naturalização por sentença
brasileira, exigidas aos originários de países de
transitada em julgado;
língua portuguesa apenas residência por um ano
- incapacidade civil absoluta;
ininterrupto e idoneidade moral;
- condenação criminal transitada em julgado,
- os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen-
enquanto durarem seus efeitos;
tes na República Federativa do Brasil há mais de
trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, - recusa de cumprir obrigação a todos impos-
desde que requeiram a nacionalidade brasileira. ta ou prestação alternativa, nos termos do art.
5º, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do
FIQUE ATENTO! art. 37, § 4º.
Os portugueses com residência permanente
no País, se houver reciprocidade em favor Dos Partidos Políticos
dos brasileiros, serão atribuídos os direitos É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de parti-
inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos dos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
previstos nesta Constituição. democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
Os cargos de Presidente e Vice-Presidente da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
da República, de Presidente da Câmara dos - caráter nacional;
Deputados, de Presidente do Senado Fede- - proibição de recebimento de recursos financeiros
ral, de Ministro do Supremo Tribunal Federal, de entidade ou governo estrangeiros ou de subor-
da carreira diplomática e de oficial das Forças dinação a estes;
Armadas, são cargos que apenas os brasilei- - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
ros NATO podem exercer. - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
O brasileiro que tiver cancelada sua naturaliza-
ção, por sentença judicial, em virtude de ativi- Os partidos políticos possuem autonomia para definir
dade nociva ao interesse nacional ou adquirir sua estrutura interna, organização e funcionamento, de-
outra nacionalidade por naturalização volun- vendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e
tária, perderá a nacionalidade de brasileiro. disciplina partidárias.

Dos Direitos Políticos Organização político administrativa do Estado.


O voto será direto e secreto, com valor igual para to- Conforme o art. 18 da CF, a organização político-ad-
dos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, referendo, ministrativa da República Federativa do Brasil compreen-
iniciativa popular. de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos sendo que todos possuem sua autonomia, tendo Brasília
e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta como Capital Federal.
anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Dalmo Dallari define o estado como uma ordem ju-
Para ter elegibilidade a pessoa deve ter a nacionali- rídica soberana que tem por finalidade o bem do povo
dade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o situado em um determinado território. Isto é, dentro desta
alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscri- frase o Dalmo trouxe os principais elementos que compõe
ção, a filiação partidária, a idade mínima de: o Estado, que são: soberania, finalidade, povo e território.
- trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden- A estrutura e organização do Estado podem ser ana-
te da República e Senador; lisados sob três aspectos, conforme Pedro Lenza, p. 499:
- trinta anos para Governador e Vice-Governador de 1) Forma de governo: República ou Monarquia;
Estado e do Distrito Federal; 2) Sistema de Governo: Presidencialismo ou Parla-
- vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado mentarismo;
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 3) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação.
- dezoito anos para Vereador.

5
Em 1889, surgiu a Federação do Brasil, juntamente - declarar a guerra e celebrar a paz;
com a forma de governo (republicana). A forma de go- - assegurar a defesa nacional;
verno republicana seria realizar através do regime repre- - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
sentativo em 1891. que forças estrangeiras transitem pelo território
Desta forma, o Brasil consagrou o seguinte: nacional ou nele permaneçam temporariamente;
1) Forma de Estado: Federação. - emitir moeda;
2) Entes componentes do Estado brasileiro: União, Es- - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
tado, Distrito Federal e Municípios. ordenação do território e de desenvolvimento eco-
3) Características do Estado brasileiro: Estado Demo- nômico e social;
crático de Direito. - explorar, diretamente ou mediante autorização,
4) Sistema de Governo: Presidencialista. concessão ou permissão, os serviços de telecomu-
5) Forma de Governo: Republicana. nicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão
O idioma oficial do país é a língua portuguesa e os regulador e outros aspectos institucionais;
símbolos da República Federativa do Brasil são: bandeira, - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
hino, armas e o selo nacional, sendo que o Distrito Fe- Público do Distrito Federal e dos Territórios e a De-
deral, Estados e os Municípios poderão ter seus próprios fensoria Pública dos Territórios, DENTRE OUTROS.
símbolos, conforme o art. 13 §1º e §2º da CF.
Conforme tutela o art. 19 da CF, existe vedações Os itens elencados acima, são de competência exclu-
constitucional para que os Estados, Distrito Federal, Mu- siva da União. Já os itens do art. 23 da CF, são de com-
nícipios e a União não possam: petência cumulativa (comuns) entre a União, Estados,
- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- Distrito Federal e Munícipios, como por exemplo: zelar
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
eles ou seus representantes relações de dependência ou democráticas e conservar o patrimônio público, cuidar
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in- da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
teresse público; das pessoas portadoras de deficiência, proteger os do-
- recusar fé aos documentos públicos; cumentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar-
- criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. tístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos, proporcionar os meios
União Federal de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à
A República Federativa do Brasil é composta pela pesquisa e à inovação, proteger o meio ambiente e com-
União, Estados Membros, Distrito Federal e os Municípios. bater a poluição em qualquer de suas formas e etc.
A União possui bens próprios os quais estão descri-
tos no art. 20 da CF, como por exemplo: mar territorial,
os terrenos de marinha e seus acrescidos, as ilhas flu- #FicaDica
viais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ex- Conforme o art.24 da CF, compete à União,
cluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a uni- concorrentemente sobre: direito tributá-
dade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II, os po- rio, financeiro, penitenciário, econômico e
tenciais de energia hidráulica, as terras tradicionalmente urbanístico; orçamento; juntas comerciais;
ocupadas pelos índios, dentre outros. custas dos serviços forenses; produção e
consumo; Florestas, proteção ao patrimô-
nio histórico, cultural, artístico, turístico e
FIQUE ATENTO! paisagístico; responsabilidade por dano ao
meio ambiente, ao consumidor, a bens e
É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, direitos de valor artístico e etc; educação,
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem cultura, ensino, desporto, ciência, tecnolo-
como a órgãos da administração direta da gia, pesquisa, desenvolvimento e inovação,
União, participação no resultado da explo- dentre outros.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ração de petróleo ou gás natural, de recur-


sos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no Estados – Membros
respectivo território, plataforma continental, Os Estados membros são a materialização da des-
mar territorial ou zona econômica exclusiva, centralização do poder político. Esses Estados são au-
ou compensação financeira por essa explo- tônomos e devido a isso, possuem a capacidade de
ração. auto-organização, autogoverno, autoadministração e
autolegislação.
Por se tratarem de Estados autônomos, a Constitui-
No tocante a área de atuação da União, a mesma ção Federal delegou a competência da estruturação de
possui competência não legislativa, ou seja, ela atua no seus poderes para eles mesmos, sem que haja qualquer
campo politico-administrativo, como por exemplo:
interferência federal ou subordinação ao poder central:
- manter relações com Estados estrangeiros e partici-
o legislativo (art. 27 da CF), executivo (art. 28 da CF) e o
par de organizações internacionais;
judiciário (art. 125 da CF). (MASSON, 2016, p. 552).

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Em especial ao poder legislativo, em âmbito estadual, - Publicidade: todos os atos devem ser públicos, ex-
podemos dizer que ele é unicameral (conforme art. 27da ceto os quais visão a necessidade de se ter sigilo.
CF), sendo o poder representado pela Assembleia Legis- - Eficiência: o administrador deve ter uma boa gestão,
lativa. O sistema eleitoral para a casa é o sistema propor- ser um bom profissional e não utilizar da procrasti-
cional, isto é, os deputados são eleitos para um mandato nação para desenvolver seu trabalho.
de 4 anos, sendo que o número de Deputados estaduais
corresponderá ao triplo da representação do Estado da
Câmara dos Deputados, e atingido o número de trinta e #FicaDica
seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputa-
dos Federais acima de 12. (MASSON, 2016, p. 552). Para melhor fixação dos 5 princípios explí-
Por fim, a eleição do governador e vice, é pelo sistema citos, lembrem: LIMPE (é a inicial de cada
majoritário absoluto, sendo que a posse ocorrerá no dia princípio).
1º de Janeiro do ano subsequente (art. 28, CF).

Municípios
Conforme dispõe o art. 29 da CF, os municípios de or- FIQUE ATENTO!
ganizam através de Lei Orgânica, votada sempre em dois Além desses princípios explícitos, ainda pos-
turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada sui o grupo dos princípios implícitos, que
por 2/3 dos membros da respectiva Câmara Municipal, são: Princípio do Interesse Público, Princípio
que a promulgará. Ao elaborar sua lei, o município de- da Finalidade, Princípio da Igualdade, Princí-
verá observar os princípios abordados na Constituição, pio da Lealdade e boa-fé, Princípio da Moti-
bem como, pela Constituição Estadual, conforme o art. vação.
11, parágrafo único do ADCT.
Os municípios possuem o autogoverno de eleger o
poder executivo (seu prefeito), bem como, o poder legis- Neste diapasão, importante lembrar que o adminis-
lativo da cidade (os vereadores). trador público pode fazer parte da administração direta
ou administração indireta.
A administração direta, seria aquela realizada pelos
Administração Pública. Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Conceitualmente, a administração pública é o con- Ou seja, órgãos citados não possuem personalidade ju-
junto de órgãos, serviços e agentes do Estado que ob- rídica própria e as despesas inerentes à administração,
jetivam satisfazer as necessidades da sociedade, como são contempladas no orçamento público e ocorre a des-
por exemplo: na área da educação, cultura, segurança, concentração administrativa, que consiste na delegação
saúde, dentre outros. Ou seja, a administração pública é de tarefas.
a gestão dos interesses públicos por meio da prestação Já a administração pública indireta, é, quando o Es-
de serviços públicos, sendo dividida em administração tado transfere sua função/dever para outras pessoas ju-
pública direta e indireta. rídicas, sendo que essas pessoas jurídicas podem vir a
Como dito, o objetivo principal da administração pú- ser: fundações, empresas públicas, organismos privados,
blica é trabalhar a favor do interesse público, como tam- dentre outros. Isto é, no presente caso ocorre a descen-
bém, dos direitos e interesses dos cidadãos. tralização administrativa, pois a tarefa de administração
Todo trabalhador que atua na administração pública é transferida para outra pessoa jurídica.
é, comumente, conhecido como gestor público. O gestor
público possui uma grande carga de responsabilidade, Principais características da Administração Pública:
devendo sempre seguir com transparência e ética, prin- - A administração pública praticar atos tão somente
cipalmente, aos princípios da administração pública que de execução – ou seja, atos administrativos, sendo que,
são: quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes,
que são sempre públicos.
- Legalidade: este princípio é base do Estado de Di- - Exerce atividade à Lei e não à Política.
reito sendo um dos mais importantes para a Admi- - Tem conduta hierarquizada de dever e de obediência.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

nistração Pública. Em sentido ao Art. 5º da CF, que - Deve praticar seus atos com responsabilidade ma-
diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar terial e legal.
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, ou - Administração Pública serve como um instrumento
seja, todo administrador público deve realizar seus para o Estado conseguir seus objetivos.
atos sob a égide da lei. - A competência é limitada pois cada um tem sua área
- Impessoalidade: o agente público deve tratar todos e “poder” de atuação.
iguais, sem atribuição de privilégios a qualquer
pessoa. Da segurança pública.
- Moralidade: este princípio tem a junção do princí- Conforme o art. 144 da Constituição Federal nos apre-
pio da Legalidade com o da Finalidade, resultando senta, a segurança pública é obrigação do Estado, sendo
em Moralidade. Ou seja, o princípio da moralidade todos os indivíduos detentores de direitos e responsa-
traz a ideia de que o trabalhador da administração bilidades para preservar a ordem pública, bem como da
pública tem que ter bases éticas na administração. incolumidade das pessoas e do patrimônio.

7
O conceito jurídico de ordem pública não se confunde com incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144
da CF/1988). Sem embargo, ordem pública se constitui em bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado
pelo modo personalizado com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do patrimônio de tercei-
ros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e drogas afins). Daí sua categorização
jurídico-positiva, não como descrição do delito nem cominação de pena, porém como pressuposto de prisão cautelar;
ou seja, como imperiosa necessidade de acautelar o meio social contra fatores de perturbação que já se localizam na
gravidade incomum da execução de certos crimes. Não da incomum gravidade abstrata deste ou daquele crime, mas
da incomum gravidade na perpetração em si do crime, levando à consistente ilação de que, solto, o agente reincidirá
no delito. Donde o vínculo operacional entre necessidade de preservação da ordem pública e acautelamento do meio
social. Logo, conceito de ordem pública que se desvincula do conceito de incolumidade das pessoas e do patrimônio
alheio (assim como da violação à saúde pública), mas que se enlaça umbilicalmente à noção de acautelamento do meio
social.
[HC 101.300, rel. min. Ayres Britto, j. 5-10-2010, 2ª T, DJE 18-11-2010.]
A sociedade possui o direito a segurança, no entanto, deve cooperar para que a paz social e a ordem se mantenha.
Neste diapasão, é dever do Estado buscar meios para concretizar a segurança através do poder de polícia.
A atividade policial é carreira de Estado imprescindível à manutenção da normalidade democrática, sendo impos-
sível sua complementação ou substituição pela atividade privada. A carreira policial é o braço armado do Estado, res-
ponsável pela garantia da segurança interna, ordem pública e paz social (...) [ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre
de Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018, Tema 541.]
O Estado delega a função de exercer a segurança pública através dos órgãos: 1) Polícia Federal, 2) Rodoviária Fede-
ral, 3) Ferroviária Federal, 4) Policia Civil e 5) Militares e Bombeiros.
Importante lembrar que, através da Ação Direito de Inconstitucionalidade (ADI) nº 236-8-RJ, os órgãos descritos
acima são os únicos responsáveis para realizar a função de proteção, não podendo ser delegado a mais nenhum órgão,
ente ou pessoa física ou jurídica.
O item I “Policia Federal” é um órgão organizado e mantido pela União, o qual subordina-se ao Ministério da Justiça.
As principais funções da Polícia Federal é investigar e apurar as infrações penais que atinjam exclusivamente a União,
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, até mesmo investigações de outras funções (desde que previstas).
Ainda assim, a polícia federal é responsável por exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras,
bem como, exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
No tocante a Polícia Rodoviária Federal, o mesmo tem o dever de realizar patrulhamento ostensivo das rodovias
federais, para fiscalizar o tráfego nas rodovias e evitar crimes de trânsito. Ainda assim, o policial rodoviário federal tam-
bém é responsável pelo controle das fronteiras do país. E também, é responsável por mais algumas funções descritas
no art.20 do CTB.
Já a Polícia Ferroviária Federal, destina-se também a realizar patrulhamento ostensivo, porém, nas ferrovias, e é
responsável pela fiscalização, repressão de atos de vandalismo e crimes, e prevenção de acidentes e em toda a malha
ferroviária do país.
Os Policiais Civis, são policiais capacitados por apurar infrações penais, realizar Boletins de Ocorrência, investigar
algum crime, bem como a função de polícia judiciária.
Por fim, o Policial Militar é responsável, principalmente, pela ordem pública e paz social através da segurança. Já o
Corpo de Bombeiro, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
ATENÇÃO!!!
As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, junta-
mente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

*Os municípios podem constituir guardas municipais para auxílio na segurança pública.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO E PODERES:
CAPÍTULO III – DO PODER EXECUTIVO; CAPÍTULO IV – DO PODER JUDICIÁRIO: SEÇÃO V
– DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR E DOS CONSELHOS DE JUSTIÇA MILITAR. TÍTULO
III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: CAPÍTULO I – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SEÇÃO
I – DISPOSIÇÕES GERAIS; CAPÍTULO II – DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO: SEÇÃO
I – DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS; SEÇÃO II – DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES;
CAPÍTULO III – DA SEGURANÇA PÚBLICA: SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS; SEÇÃO III – DA
POLÍCIA MILITAR

2. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO


A Constituição do Estado de São Paulo foi promulgada em 5 de outubro de 1989, com o seguinte preâmbulo:
O Povo Paulista, invocando a proteção de Deus, e inspirado nos princípios constitucionais da República e no ideal de a todos
assegurar justiça e bem-estar, decreta e promulga, por seus representantes, a CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1 TÍTULO I – DOS FUNDAMENTOS DO ESTADO


Os fundamentos são a razões de existência do Estado. De modo geral as constituições trazem nos artigos iniciais os
seus fundamentos. A Constituição Paulista apresenta seus fundamentos nos primeiros artigos.
O Estado de São Paulo, integrante da República Federativa do Brasil, exerce as competências que não lhe são veda-
das pela Constituição Federal.
A lei estabelecerá procedimentos judiciários abreviados e de custos reduzidos para as ações cujo objeto principal
seja a salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais.
O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que declararem insuficiência de recursos.
Nos procedimentos administrativos, qualquer que seja o objeto, serão observados, entre outros requisitos de vali-
dade, a igualdade entre os administrados e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência da publicidade,
do contraditório, da ampla defesa e do despacho ou decisão motivados.

2.2. TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO E DOS PODERES: CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES; E CAPÍTULO


III – DO PODER EXECUTIVO
São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições.
O cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercer a de outro, salvo as exceções previstas nesta
Constituição.
O Município de São Paulo é a Capital do Estado.
São símbolos do Estado a bandeira, o brasão de armas e o hino.
Além dos indicados no art. 26, da Constituição Federal:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da
lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

... incluem-se entre os bens do Estado os terrenos reservados às margens dos rios e lagos do seu domínio.
O Poder Executivo do Estado de São Paulo é exercido pelo Governador do Estado, eleito para um mandato de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

quatro anos, podendo ser reeleito para um único período subsequente, na forma estabelecida na Constituição Federal.
Substituirá o Governador, no caso de impedimento, e o sucederá no de vaga, o Vice-Governador.
O Vice-Governador, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Gover-
nador, sempre que por ele convocado para missões especiais.
A eleição do Governador e do Vice-Governador realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno,
e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus
antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77, da Constituição Federal.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro do-
mingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior
ao do término do mandato presidencial vigente.
Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessiva-
mente chamados ao exercício da Governança o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça.

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Vagando os cargos de Governador e Vice-Governa- • iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
dor, fará eleição noventa dias depois de aberta a última previstos nesta Constituição;
vaga. • fixar ou alterar, por decreto, os quadros, vencimen-
Ocorrendo a vacância no último ano do período go- tos e vantagens do pessoal das fundações instituí-
vernamental, aplica-se também o disposto acima. das ou mantidas pelo Estado, nos termos da lei;
Em qualquer dos casos, os sucessores deverão com- • indicar diretores de sociedade de economia mista
pletar o período de governo restante. e empresas públicas;
Perderá o mandato o Governador que assumir outro • praticar os demais atos de administração, nos limi-
cargo ou função na administração pública direta ou indi- tes da competência do Executivo;
reta, ressalvada a posse em virtude de concurso público • subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar
e observado o disposto na Constituição Federal. capital, desde que haja recursos hábeis, de socie-
O Governador e o Vice-Governador tomarão posse dade de economia mista ou de empresa pública,
perante a Assembleia Legislativa, prestando compromis- bem como dispor, a qualquer título, no todo ou
so de cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal e a em parte, de ações ou capital que tenha subscrito,
do Estado e de observar as leis. adquirido, realizado ou aumentado, mediante au-
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o torização da Assembleia Legislativa;
Governador ou o Vice-Governador, salvo motivo de força • delegar, por decreto, a autoridade do Executivo,
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado funções administrativas que não sejam de sua ex-
vago. clusiva competência;
O Governador e o Vice-Governador não poderão, • enviar à Assembleia Legislativa projetos de lei rela-
sem licença da Assembleia Legislativa, ausentar-se do tivos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
Estado por período superior a quinze dias, sob pena de orçamento anual, dívida pública e operações de
perda do cargo. crédito;
O pedido de licença, amplamente motivado, indicará, • enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei sobre
especialmente, as razões da viagem, o roteiro e a previ- o regime de concessão ou permissão de serviços
são de gastos. públicos;
O Governador deverá residir na Capital do Estado, no • dispor, mediante decreto, sobre:
município de São Paulo. a) organização e funcionamento da administração es-
O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato tadual, quando não implicar aumento de despesa,
da posse e no término do mandato, fazer declaração pú- nem criação ou extinção de órgãos públicos;
blica de bens. b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
Vamos conhecer as atribuições do Governador. vagos.
Compete privativamente ao Governador, além de ou- A representação do Estado nas relações jurídicas, po-
tras atribuições previstas nesta Constituição: líticas e administrativas poderá ser delegada por lei, de
• representar o Estado nas suas relações jurídicas, iniciativa do Governador, a outra autoridade.
políticas e administrativas; Admitida a acusação contra o Governador, por dois
• exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a terços da Assembleia Legislativa, será ele submetido a
direção superior da administração estadual; julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas
• sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem infrações penais comuns.
como, no prazo nelas estabelecido, não inferior a O Governador ficará suspenso de suas funções nas
trinta nem superior a cento e oitenta dias, expedir infrações penais comuns, recebida a denúncia ou queixa-
decretos e regulamentos para sua fiel execução, -crime pelo Superior Tribunal de Justiça.
ressalvados os casos em que, nesse prazo, houver Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julga-
interposição de ação direta de inconstitucionalida- mento não estiver concluído, cessará o afastamento do Go-
de contra a lei publicada; vernador, sem prejuízo do prosseguimento do processo.
• vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Os Secretários de Estado serão escolhidos entre bra-
• prover os cargos públicos do Estado, com as restri- sileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
ções da Constituição Federal e desta Constituição, direitos políticos.
na forma pela qual a lei estabelecer; Os Secretários de Estado, auxiliares diretos e da con-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• nomear e exonerar livremente os Secretários de fiança do Governador, serão responsáveis pelos atos que
Estado; praticarem ou referendarem no exercício do cargo, bem
• nomear e exonerar os dirigentes de autarquias, ob- como por retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
servadas as condições estabelecidas na Constitui- ato de ofício.
ção Estadual; Os Secretários de Estado responderão, no prazo de
• decretar e fazer executar intervenção nos Muni- 30 dias, os requerimentos de informação formulados
cípios, na forma da Constituição Federal e desta por Deputados e encaminhados pelo Presidente da As-
Constituição; sembleia após apreciação da Mesa, reputando-se não
• prestar contas da administração do Estado à As- praticado o ato de seu ofício sempre que a resposta for
sembleia Legislativa, na forma desta Constituição; elaborada em desrespeito ao parlamentar ou ao Poder
• apresentar à Assembleia Legislativa, na sua sessão Legislativo, ou que deixar de referir-se especificamente
inaugural, mensagem sobre a situação do Estado, a cada questionamento feito. Sendo assim, os Secretá-
solicitando medidas de interesse do Governo; rios de Estado respondem pelos atos dos dirigentes, di-

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retores e superintendentes de órgãos da administração A lei deverá fixar prazos para a prática dos atos ad-
pública direta, indireta e fundacional a eles diretamente ministrativos e estabelecer recursos adequados à sua re-
subordinados ou vinculados. visão, indicando seus efeitos e forma de processamento.
A regra acima são aplicas aos diretores de Agência A administração é obrigada a fornecer a qualquer ci-
Reguladora. dadão, para a defesa de seus direitos e esclarecimentos
Caberá a cada Secretário de Estado, semestralmente, de situações de seu interesse pessoal, no prazo máximo
comparecer perante a Comissão Permanente da Assem- de dez dias úteis, certidão de atos, contratos, decisões ou
bleia Legislativa a que estejam afetas as atribuições de pareceres, sob pena de responsabilidade da autoridade
sua Pasta, para prestação de contas do andamento da ou servidor que negar ou retardar a sua expedição. No
gestão, bem como demonstrar e avaliar o desenvolvi- mesmo prazo deverá atender às requisições judiciais, se
mento de ações, programas e metas da Secretaria cor- outro não for fixado pela autoridade judiciária.
respondente. Para a organização da administração pública direta
Aplica-se o disposto acima aos Diretores de Agên- e indireta, inclusive as fundações instituídas ou manti-
cias Reguladoras. Também se aplicam aos procedimentos das por qualquer dos Poderes do Estado, é obrigatório o
previstos acima, no que couber, aqueles já disciplinados cumprimento das seguintes normas:
em Regimento Interno do Poder Legislativo. • os cargos, empregos e funções públicas são aces-
O comparecimento do Secretário de Estado, com a síveis aos brasileiros que preenchem os requisitos
finalidade de apresentar, quadrimestralmente, perante estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
Comissão Permanente do Poder Legislativo, a demons- na forma da lei;
tração e a avaliação do cumprimento das metas fiscais • a investidura em cargo ou emprego público de-
por parte do Poder Executivo. pende de aprovação prévia, em concurso público
No caso das Universidades Públicas Estaduais e da de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as no-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Pau- meações para cargo em comissão, declarado em
lo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores e ao lei, de livre nomeação e exoneração;
Presidente, efetivar, anualmente as suas atribuições. • o prazo de validade do concurso público será de
Os Secretários farão declaração pública de bens, no até dois anos, prorrogável uma vez, por igual perí-
ato da posse e no término do exercício do cargo, e terão odo. A nomeação do candidato aprovado obede-
os mesmos impedimentos estabelecidos nesta Consti- cerá à ordem de classificação;
tuição para os Deputados, enquanto permanecerem em • durante o prazo improrrogável previsto no edital
suas funções. de convocação, o aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado
2.3. TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: com prioridade sobre novos concursados para as-
CAPÍTULO I – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SEÇÃO sumir cargo ou emprego, na carreira;
I – DISPOSIÇÕES GERAIS: ARTIGOS 111 A 114, E 115 • as funções de confiança, exercidas exclusivamen-
“CAPUT” E INCISOS I A X, XVIII, XIX, XXIV, XXVI E XX- te por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
VII; CAPÍTULO II – DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ES- cargos em comissão, a serem preenchidos por ser-
TADO: SEÇÃO I – DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS: vidores de carreira nos casos, condições e percen-
ARTIGO 124 “CAPUT”, E ARTIGOS 125 A 137; SEÇÃO tuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas
II – DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES; CAPÍTU- às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
LO III – DA SEGURANÇA PÚBLICA: SEÇÃO I – DISPOSI- • é garantido ao servidor público civil o direito à livre
ÇÕES GERAIS; SEÇÃO III – DA POLÍCIA MILITAR. associação sindical, obedecido o disposto no arti-
go 8º da Constituição Federal (É livre a associação
A administração pública direta, indireta ou fundacio- profissional ou sindical, observado o seguinte);
nal, de qualquer dos Poderes do Estado, obedecerá aos • o servidor e empregado público gozarão de esta-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, bilidade no cargo ou emprego desde o registro de
publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, inte- sua candidatura para o exercício de cargo de re-
resse público e eficiência. presentação sindical ou no caso de ficar instituída
É vedada a nomeação de pessoas que se enquadram a obrigatoriedade de um Diretor Representante e
nas condições de inelegibilidade nos termos da legis- de um Conselho de Representantes, eleitos pelos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

lação federal para os cargos de Secretário de Estado, servidores e empregados públicos, nas autarquias,
Secretário-Adjunto, Procurador-Geral de Justiça, Pro- sociedades de economia mista e fundações insti-
curador-Geral do Estado, Defensor Público-Geral, Su- tuídas ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à
perintendentes e Diretores de órgãos da administração lei definir os limites de sua competência e atuação,
pública indireta, fundacional, de agências reguladoras e até um ano após o término do mandato, se eleito,
autarquias, Delegado-Geral de Polícia, Reitores das uni- salvo se cometer falta grave definida em lei;
versidades públicas estaduais e ainda para todos os car- • o direito de greve será exercido nos termos e nos
gos de livre provimento dos poderes Executivo, Legislati- limites definidos em lei específica;
vo e Judiciário do Estado. • a lei reservará percentual dos cargos e empre-
As leis e atos administrativos externos deverão ser gos públicos para os portadores de deficiências,
publicados no órgão oficial do Estado, para que produ- garantindo as adaptações necessárias para a sua
zam os seus efeitos regulares. A publicação dos atos não participação nos concursos públicos e definirá os
normativos poderá ser resumida. critérios de sua admissão;

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• a lei estabelecerá os casos de contratação por tem- Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado,
po determinado, para atender a necessidade tem- incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regi-
porária de excepcional interesse público; me de previdência de caráter contributivo e solidário, me-
• a proibição de acumular estende-se a empregos e diante contribuição do respectivo ente público, dos ser-
funções e abrange autarquias, fundações, empre- vidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
sas públicas, sociedades de economia mista, suas critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou Os servidores abrangidos pelo regime de previdência
indiretamente, pelo Poder Público; de que trata este artigo serão aposentados:
• ao servidor público que tiver sua capacidade de • por invalidez permanente, sendo os proventos
trabalho reduzida em decorrência de acidente de proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
trabalho ou doença do trabalho será garantida a decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-
transferência para locais ou atividades compatíveis fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
com sua situação; na forma da lei;
• é vedada a estipulação de limite de idade para in- • compulsoriamente, aos setenta anos de idade,
gresso por concurso público na administração dire- com proventos proporcionais ao tempo de contri-
ta, empresa pública, sociedade de economia mis- buição;
ta, autarquia e fundações instituídas ou mantidas • voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
pelo Poder Público, respeitando-se apenas o limite nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
constitucional para aposentadoria compulsória; e público e cinco anos no cargo efetivo em que se
• é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- dará a aposentadoria, observadas as seguintes
blicos, exceto quando houver compatibilidade de condições:
horários: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri-
a) de dois cargos de professor; buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
b) de um cargo de professor com outro técnico ou idade e trinta de contribuição, se mulher;
científico; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis- senta anos de idade, se mulher, com proventos
sionais de saúde, com profissões regulamentadas. proporcionais ao tempo de contribuição.
Os servidores da administração pública direta, das au-
tarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Po- Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
der Público terão regime jurídico único e planos de carreira. ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
O exercício do mandato eletivo por servidor público será neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
feita com observância do art. 38 da Constituição Federal: se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para
a concessão da pensão.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
autárquica e fundacional, no exercício de mandato ocasião da sua concessão, serão consideradas as remu-
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: nerações utilizadas como base para as contribuições do
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual servidor aos regimes de previdência de que se trata aci-
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou ma e no art. 201, da Constituição Federal, A previdência
função; social será organizada sob a forma de regime geral, de
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial,
pela sua remuneração; e atenderá, nos termos da lei.
III - investido no mandato de Vereador, havendo com- É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-
patibilidade de horários, perceberá as vantagens de ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangi-
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu- dos pelo regime de que se trata na Constituição Estadual,
neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili- ressalvados, nos termos definidos em leis complementa-
dade, será aplicada a norma do inciso anterior; res, os casos de servidores:
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para portadores de deficiência;
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço que exerçam atividades de risco;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

será contado para todos os efeitos legais, exceto para cujas atividades sejam exercidas sob condições espe-
promoção por merecimento; ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
afastamento, os valores serão determinados como se serão reduzidos em cinco anos, em relação à aposenta-
no exercício estivesse. doria, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
Fica assegurado ao servidor público, eleito para ocu- educação infantil e no ensino fundamental e médio.
par cargo em sindicato de categoria, o direito de afas- Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car-
tar-se de suas funções, durante o tempo em que durar o gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada
mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
termos da lei. regime de previdência previsto na Constituição Estadual.
O tempo de mandato eletivo será computado para Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
fins de aposentadoria especial. por morte, que será igual:

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• ao valor da totalidade dos proventos do servidor couber, por intermédio de entidades fechadas de pre-
falecido, até o limite máximo estabelecido para os vidência complementar, de natureza pública, que ofere-
benefícios do regime geral de previdência social cerão aos respectivos participantes planos de benefícios
de que trata a Constituição Federal, acrescido de somente na modalidade de contribuição definida.
setenta por cento da parcela excedente a este limi- Somente mediante sua prévia e expressa opção, po-
te, caso aposentado à data do óbito; ou derá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no ser-
• ao valor da totalidade da remuneração do servidor viço público até a data da publicação do ato de instituição
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até do correspondente regime de previdência complementar.
o limite máximo estabelecido para os benefícios Todos os valores de remuneração considerados para
do regime geral de previdência social de que trata o cálculo do benefício serão devidamente atualizados, na
também, a Constituição Federal, acrescido de se- forma da lei.
tenta por cento da parcela excedente a este limite, Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este
caso em atividade na data do óbito.
artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que
É assegurado o reajustamento dos benefícios para
trata a Constituição Federal, com percentual igual ao es-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, con- tabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
forme critérios estabelecidos em lei. O servidor de que trata este artigo que tenha comple-
O tempo de contribuição federal, estadual ou munici- tado as exigências para aposentadoria voluntária estabe-
pal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo lecidas na Constituição Estadual, e que opte por perma-
de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. necer em atividade fará jus a um abono de permanência
A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con- equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
tagem de tempo de contribuição fictício. completar as exigências para aposentadoria compulsória.
Aplica-se o limite fixado de, a remuneração e o subsídio Fica vedada a existência de mais de um regime pró-
dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da prio de previdência social para os servidores titulares de
administração direta, autárquica e fundacional, os proven- cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
tos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o dis-
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais posto na Constituição Federal.
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o A contribuição previdenciária incidirá apenas sobre as
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais no âmbito do superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do benefícios do regime geral de previdência social de que
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e trata a Constituição Federal, quando o beneficiário, na
cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espé- forma da lei, for portador de doença incapacitante.
cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito O servidor, após noventa dias decorridos da apresen-
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do tação do pedido de aposentadoria voluntária, instruído
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Pú- com prova de ter cumprido os requisitos necessários à
blicos, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive obtenção do direito, poderá cessar o exercício da função
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empre- pública, independentemente de qualquer formalidade
gos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a Aplica-se aos servidores públicos estaduais, para efeito de
estabilidade, o disposto no art. 41, da Constituição Federal:
contribuição para o regime geral de previdência social, e
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí-
ao montante resultante da adição de proventos de inati-
cio os servidores nomeados para cargo de provimento
vidade com remuneração de cargo acumulável na forma
efetivo em virtude de concurso público.
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
Além do disposto acima, o regime de previdência dos II - mediante processo administrativo em que lhe seja
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, assegurada ampla defesa;
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o III - mediante procedimento de avaliação periódica de
regime geral de previdência social. desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em rada ampla defesa.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
ção bem como de outro cargo temporário ou de empre- servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
go público, aplica-se o regime geral de previdência social. ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
O Estado, desde que institua regime de previdência de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
complementar para os seus respectivos servidores titula- outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
res de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das apo- ração proporcional ao tempo de serviço.
sentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
para os benefícios do regime geral de previdência social remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
de que trata a Constituição Federal. seu adequado aproveitamento em outro cargo.
O regime de previdência complementar será insti- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
tuído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
observado o disposto na Constituição Federal, no que comissão instituída para essa finalidade.

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As vantagens de qualquer natureza só poderão ser O oficial condenado na Justiça comum ou militar à
instituídas por lei e quando atendam efetivamente ao in- pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sen-
teresse público e às exigências do serviço. tença transitada em julgado, será submetido ao julga-
Ao servidor público estadual é assegurado o percebi- mento previsto no Tribunal de Justiça Militar do Estado.
mento do adicional por tempo de serviço, concedido no O direito do servidor militar de ser transferido para
mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem a reserva ou ser reformado será assegurado, ainda que
como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedi- respondendo a inquérito ou processo em qualquer juris-
da aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorpora- dição, nos casos previstos em lei específica.
rão aos vencimentos para todos os efeitos, observado,
sempre, o disposto na Constituição Estadual.
Ao servidor será assegurado o direito de remoção FIQUE ATENTO!
para igual cargo ou função, no lugar de residência do
cônjuge, se este também for servidor e houver vaga, nos A Segurança Pública, dever do Estado, direito
termos da lei. e responsabilidade de todos, é exercida para
O disposto acima também se aplica ao servidor côn- a preservação da ordem pública e incolumi-
juge de titular de mandato eletivo estadual ou municipal. dade das pessoas e do patrimônio.
O Estado responsabilizará os seus servidores por al- O Estado manterá a Segurança Pública por
cance e outros danos causados à administração, ou por meio de sua polícia, subordinada ao Gover-
pagamentos efetuados em desacordo com as normas le- nador do Estado.
gais, sujeitando-os ao sequestro e perdimento dos bens, A polícia do Estado será integrada pela Polí-
nos termos da lei. cia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Os servidores titulares de cargos efetivos do Estado, A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de
incluídas suas autarquias e fundações, desde que tenham Bombeiros é força auxiliar, reserva do Exér-
completado cinco anos de efetivo exercício, terão com- cito.
putado, para efeito de aposentadoria, nos termos da lei,
o tempo de contribuição ao regime geral de previdên- À Polícia Militar, órgão permanente, incumbe, além
cia social decorrente de atividade de natureza privada, das atribuições definidas em lei, a polícia ostensiva e a
rural ou urbana, hipótese em que os diversos sistemas preservação da ordem pública.
de previdência social se compensarão financeiramente, O Comandante-Geral da Polícia Militar será nomeado
segundo os critérios estabelecidos em lei. pelo Governador do Estado dentre oficiais da ativa, ocu-
O servidor, com mais de cinco anos de efetivo exer- pantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais
cício, que tenha exercido ou venha a exercer cargo ou Militares, conforme dispuser a lei, devendo fazer decla-
função que lhe proporcione remuneração superior à do ração pública de bens no ato da posse e de sua exone-
cargo de que seja titular, ou função para a qual foi ad- ração.
mitido, incorporará um décimo dessa diferença, por ano, Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização,
até o limite de dez décimos. o funcionamento, direitos, deveres, vantagens e regime
O servidor, durante o exercício do mandato de verea- de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes, ser-
dor, será inamovível. Ao servidor público titular de cargo vidores militares estaduais, respeitadas as leis federais
efetivo do Estado será contado, como efetivo exercício, concernentes.
para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo A criação e manutenção da Casa Militar e Assessorias
de contribuição decorrente de serviço prestado em car-
Militares somente poderão ser efetivadas nos termos em
tório não oficializado, mediante certidão expedida pela
que a lei estabelecer.
Corregedoria-Geral da Justiça.
O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo Governa-
O servidor público civil demitido por ato administra-
tivo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato dor do Estado entre oficiais da ativa, ocupantes do último
que deu causa à demissão, será reintegrado ao serviço posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
público, com todos os direitos adquiridos. Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições defini-
A lei assegurará à servidora gestante mudança de das em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
função, nos casos em que for recomendado, sem prejuí- civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento defini-
zo de seus vencimentos ou salários e demais vantagens dos em legislação específica.
do cargo ou função-atividade.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sobre os servidores públicos, vamos iniciar os estu-


dos agora.
São servidores públicos militares estaduais os inte-
grantes da Polícia Militar do Estado.
Aplica-se, no que couber, aos servidores públicos de
São Paulo, o disposto na Constituição Federal.
O servidor público militar demitido por ato adminis-
trativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato
que deu causa à demissão, será reintegrado à Corpora-
ção com todos os direitos restabelecidos.
O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e a patente
se for julgado indigno do Oficialato ou com ele incompa-
tível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do Estado.

14
A) Princípio da Publicidade Máxima: a abrangên-
LEI FEDERAL Nº 12.527/11 – LEI DE ACESSO cia do direito à informação deve ser ampla no tocante
à quantidade de informações e órgãos envolvidos, bem
À INFORMAÇÃO como quanto aos indivíduos que poderão reivindicar
esse direito.
B) Princípio da Transparência ativa ou obrigação
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº de publicar: os órgãos públicos têm a obrigação de pu-
12.527/2011) blicar informações de interesse público sem necessidade
de provocação dos interessados.
Antes de realizar uma análise comentada da Lei nº C) Princípio da abertura de dados: traduz-se no
12.1527/2011, que dispõe sobre o direito ao acesso à in- estímulo à disponibilização de dados em formato aberto,
formação, convém realizar uma breve introdução sobre o utilizado livremente, cujo acesso é facultado a qualquer
tema. O Brasil foi marcado, na década de 1960 até meados interessado.
de 1980, por um governo ditatorial militar, ocasião em que D) Princípio da criação de procedimentos que
houve uma grande restrição dos direitos fundamentais dos facilitam o acesso: os pedidos de informação devem
cidadãos, incluindo nesse rol o direito ao acesso à informa- ser processados mediante procedimentos ágeis, de for-
ção. O Poder Público, na época, tinha a faculdade de decidir ma transparente e em linguagem de fácil compreensão,
quais atos e outros eventos poderiam ser transmitidos para com a possibilidade de apresentação de recurso em caso
a população, e quais atos deveriam permanecer sob sigilo. de negativa da informação. O recurso disposto na re-
Contudo, tal cenário mudou com a redemocratização ferida Lei não é o remédio constitucional denominado
do País, e a promulgação da Constituição Federal de 1988. habeas data, cuja regulamentação encontra-se na Lei nº
Atualmente, o acesso à informação é reconhecido como di- 9.507/1997.
reito humano fundamental por importantes organismos da
comunidade internacional. O art. 5º, XXXIII, da CF/1988 pre- Transparência Ativa e Transparência Passiva
vê de modo expresso o direito ao acesso à informação, ao
dispor que “todos têm direito a receber dos órgãos públi- A LAI estimula exaustivamente a iniciativa de transpa-
cos informações de seu interesse particular, ou de interesse rência, que pode ser dividida em duas espécies. A trans-
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob parência ativa consiste na obrigatoriedade dos órgãos e
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo entidades públicas, por iniciativa própria, de divulgarem
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. informações de interesse geral ou coletivo, salvo aque-
Assim, as noções de publicidade e transparência passam a las que contenham informações que mereçam especial
se tornar princípios basilares da Administração Pública (art. proteção em razão do seu caráter sigiloso. Sobre o tema,
37, caput, CF/1988), e como forma de melhor regulamentar o caput do art. 8º da LAI é bastante claro ao expor que
o referido disposto constitucional, surge a Lei de Acesso à “É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
Informação (Lei nº 12.527/2011), que analisaremos alguns dependentemente de requerimentos, a divulgação em
de seus principais dispositivos. local de fácil acesso, no âmbito de suas competências,
de informações de interesse coletivo ou geral por eles
Princípios e Diretrizes produzidas ou custodiadas”.
Além da obrigação geral, o § 1º do referido art. 8º
A Lei de Acesso à Informação (LAI), é considerada um também elenca um rol de dados que devem obrigato-
divisor de águas em matéria de transparência pública, riamente constar na divulgação de informações pelos
pois, dentre outros princípios, define que o acesso à in- órgãos e entidades públicas, dentre os quais destaca-se:
formação é a regra, e o sigilo, a exceção. Qualquer pessoa, o registro das competências e estrutura organizacional,
física ou jurídica, poderá solicitar acesso às informações endereços e telefones das respectivas unidades e horá-
públicas, isto é, aquelas não classificadas como sigilosas, rios de atendimento ao público; o registro de despesas;
conforme procedimento que observará as regras, prazos, as informações concernentes a procedimentos licitató-
instrumentos de controle e recursos previstos, sendo de- rios, incluindo os editais e resultados, bem como todos
ver do Estado garantir esse direito fundamental, que será os contratos celebrados; e as respostas a perguntas mais
franqueada mediante procedimentos simples e objeti- frequentes da sociedade. A LAI definiu a internet como
vos, de forma transparente, clara e de fácil compreensão. sendo o canal obrigatório para a divulgação das iniciati-
vas de Transparência Ativa, conforme se depreende do
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O parágrafo único do art. 1º da LAI dispõe sobre os


destinatários, ou aqueles que devem se subordinar à seu art. 8º, § 2º: “Para cumprimento do disposto no caput,
referida legislação. São os órgãos públicos integrantes os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos
da administração dos Poderes Executivo, Legislativo, in- os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem,
cluindo o Tribunal de Contas, Ministério Público etc; as sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
entidades federativas integrantes da Administração Pú- mundial de computadores”.
blica Direta; e as autarquias, fundações públicas, empre- Por outro lado, a LAI também estabelece procedimen-
sas públicas, e sociedades de economia mista integrantes tos e ações a serem realizados pelos órgãos e entidades
da Administração Indireta. públicas de forma a garantir o atendimento ao princípio
Os procedimentos previstos na LAI destinam-se a as- da Transparência Passiva. A transparência passiva ocorre
segurar o direito fundamental de acesso à informação e quando algum órgão ou ente é provocado pela socieda-
devem ser executados em conformidade com os princí- de a prestar informações. A obrigatoriedade de prestar as
pios básicos da administração pública e com as diretrizes informações solicitadas está prevista especificamente no
previstas no art. 3º da referida Lei. São eles: artigo 10 da LAI: “Qualquer interessado poderá apresentar

15
pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referi- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
dos no art. 1° desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o permitir acesso indevido à informação sigilosa ou in-
pedido conter a identificação do requerente e a especificação formação pessoal;
da informação requerida”. Os pedidos devem ser encaminha- V - impor sigilo à informação para obter proveito pes-
dos ao serviço de informação do órgão público, podendo ser soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
realizados inclusive pela internet, devem conter informações ilegal cometido por si ou por outrem;
como identificação do requerente, mas sem exigências que VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
inviabilizem a solicitação, e não se podem exigir justificativas petente informação sigilosa para beneficiar a si ou a
para solicitar informações de interesse público. outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
Uma vez recebido um pedido de informação, o Poder VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
Público deve autorizar ou conceder acesso imediato à infor- mentos concernentes a possíveis violações de direitos
mação. Não sendo possível acesso imediato, em até 20 dias, humanos por parte de agentes do Estado.
o órgão deve responder o requerente apresentando: a data,
local e modo para se realizar o acesso; as razões para se recusar Os agentes militares serão penalizados segundo regi-
o acesso pretendido; o comunicado de que não possui a infor- mento próprio, podendo ser consideradas transgressões
mação ou que encaminhou o pedido ao órgão que realmente médias ou graves. Já os demais servidores públicos, sub-
detém a informação. Tal prazo poderá ser prorrogado por mais metidos ao regime da Lei nº 8.112/1990, a prática de tais
10 dias mediante justificativa apresentada pelo ente público. condutas enseja à pena de, no mínimo, suspensão.
Por fim, a LAI também prevê penalidades para as pes-
Recursos administrativos na LAI soas físicas e entidades privadas que detiverem informa-
ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o
O demandante somente poderá recorrer nas seguintes poder público e deixarem de observar os princípios e di-
hipóteses: havendo negativa de acesso à informação; ou retrizes da referida Lei, podendo ser punidos com: a) ad-
quando não há motivação obrigatória da negativa de acesso. vertência; b) multa; c) rescisão do vínculo com o poder pú-
blico; d) suspensão temporária de participar em licitação
A Lei de Acesso à Informação apenas detalha os procedimen-
e impedimento de contratar com a administração pública
tos de recursos administrativos no âmbito da administração
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e e) declaração de
pública federal, mas a doutrina entende que os Poderes Exe-
inidoneidade para licitar ou contratar com a administração
cutivo e Legislativo tenham seus respectivos procedimentos
pública, até que seja promovida a reabilitação perante a
recursais, desde que devidamente regulamentados.
própria autoridade que aplicou a penalidade.
Nos termos do caput e do parágrafo único do art. 15 da
LAI, o interessado poderá interpor recurso contra a decisão
no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência, sendo diri-
gido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a EXERCÍCIO COMENTADO
decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5
(cinco) dias. O serviço de busca e fornecimento da informa- 1. (ILSL – ENFERMEIRO – IBFC – 2013) A Lei nº 12.527
ção é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de docu- de 18-11-2011 regula direito fundamental de acesso às
mentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação informações. Na sua seção V, regula o acesso às informa-
em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor neces- ções pessoais. Assinale a alternativa incorreta:
sário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais
utilizados. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou a) O tratamento das informações pessoais deve ser
entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá feito de forma transparente e com respeito à intimidade,
recorrer à Controladoria-Geral da União, que terá o prazo de vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às
5 dias para decidir sobre o referido pleito. liberdades e garantias individuais.
4. Responsabilidades na Lei de Acesso à Informação: b) O consentimento expresso da pessoa a que elas se
A LAI não dispõe apenas de regras gerais sobre o referirem não será exigido quando as informações forem
acesso à informação. Também elenca uma série de san- necessárias à prevenção e diagnóstico médico, quando a
ções e penalidades aos agentes públicos que se opor aos pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utili-
seus ditames. O art. 32 da LAI apresenta as condutas que zação única e exclusivamente para o tratamento médico.
são consideradas condutas ilícitas que ensejam respon- c) O consentimento expresso da pessoa a que elas
sabilidade do agente público ou militar: se referirem será exigido quando as informações forem
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam res- necessárias ao cumprimento de ordem judicial.
ponsabilidade do agente público ou militar: d) A restrição de acesso à informação relativa à vida
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser in-
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu for- vocada com o intuito de prejudicar processo de apura-
necimento ou fornecê-la intencionalmente de forma ção de irregularidades em que o titular das informações
incorreta, incompleta ou imprecisa; estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, recuperação de fatos históricos de maior relevância.
inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcial-
mente, informação que se encontre sob sua guarda ou a Resposta: Letra C. O erro da alternativa está no fato de
que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercí- que o consentimento da pessoa para a divulgação de in-
cio das atribuições de cargo, emprego ou função pública; formações pessoais não é obrigatório quando tais informa-
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações ções forem necessárias ao cumprimento de ordem judicial,
de acesso à informação; conforme dispõe o art. 31, § 2º, III, da Lei nº 12.527/2011.

16
Artigo 2º - O direito fundamental de acesso a documen-
DECRETO Nº 58.052/12 – REGULAMENTA A tos, dados e informações será assegurado mediante:
I - observância da publicidade como preceito geral e
LEI Nº 12.527/11, QUE REGULA O ACESSO do sigilo como exceção;
A INFORMAÇÕES, E DÁ PROVIDÊNCIAS II - implementação da política estadual de arquivos e
CORRELATAS gestão de documentos;
III - divulgação de informações de interesse público,
independentemente de solicitações;
DECRETO Nº 58.052, DE 16 DE MAIO DE 2012 IV - utilização de meios de comunicação viabilizados
pela tecnologia da informação;
Regulamenta a Lei federal n° 12.527, de 18 de novem- V - fomento ao desenvolvimento da cultura de trans-
bro de 2011, que regula o acesso a informações, e dá pro- parência na administração pública;
vidências correlatas VI - desenvolvimento do controle social da adminis-
tração pública.
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Artigo 3º - Para os efeitos deste decreto, consideram-
Paulo, no uso de suas atribuições legais, -se as seguintes definições:
Considerando que é dever do Poder Público promo- I - arquivos públicos: conjuntos de documentos pro-
ver a gestão dos documentos públicos para assegurar o duzidos, recebidos e acumulados por órgãos públi-
cos, autarquias, fundações instituídas ou mantidas
acesso às informações neles contidas, de acordo com o §
pelo Poder Público, empresas públicas, sociedades de
2º do artigo 216 da Constituição Federal e com o artigo
economia mista, entidades privadas encarregadas da
1º da Lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; gestão de serviços públicos e organizações sociais, no
Considerando que cabe ao Estado definir, em legisla- exercício de suas funções e atividades;
ção própria, regras específicas para o cumprimento das II - autenticidade: qualidade da informação que tenha
determinações previstas na Lei federal nº 12.527, de 18 de sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
novembro de 2011, que regula o acesso a informações; determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
Considerando as disposições das Leis estaduais nº III - classificação de sigilo: atribuição, pela autoridade
10.177, de 30 de dezembro de 1998, que regula o pro- competente, de grau de sigilo a documentos, dados e
cesso administrativo e nº 10.294, de 20 de abril de 1999, informações;
que dispõe sobre proteção e defesa do usuário de servi- IV - credencial de segurança: autorização por escrito
ços públicos, e dos Decretos estaduais nº 22.789, de 19 concedida por autoridade competente, que habilita o
de outubro de 1984, que institui o Sistema de Arquivos agente público estadual no efetivo exercício de cargo,
do Estado de São Paulo - SAESP, nº 44.074, de 1º de julho função, emprego ou atividade pública a ter acesso a
de 1999, que regulamenta a composição e estabelece a documentos, dados e informações sigilosas;
competência das Ouvidorias, nº 54.276, de 27 de abril V - criptografia: processo de escrita à base de métodos
de 2009, que reorganiza a Unidade do Arquivo Público lógicos e controlados por chaves, cifras ou códigos, de
do Estado, da Casa Civil, nº 55.479, de 25 de fevereiro forma que somente os usuários autorizados possam
de 2010, que institui na Casa Civil o Comitê Gestor do reestabelecer sua forma original;
Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arquivística VI - custódia: responsabilidade pela guarda de docu-
de Documentos e Informações - SPdoc, alterado pelo de mentos, dados e informações;
nº 56.260, de 6 de outubro de 2010, nº 55.559, de 12 de VII - dado público: sequência de símbolos ou valo-
março de 2010, que institui o Portal do Governo Aberto res, representado em algum meio, produzido ou sob
SP e nº 57.500, de 8 de novembro de 2011, que reorga- a guarda governamental, em decorrência de um pro-
niza a Corregedoria Geral da Administração e institui o cesso natural ou artificial, que não tenha seu acesso
Sistema Estadual de Controladoria; e restrito por legislação específica;
VIII -  desclassificação: supressão da classificação de
Considerando, finalmente, a proposta apresentada
sigilo por ato da autoridade competente ou decurso
pelo Grupo Técnico instituído pela Resolução CC-3, de
de prazo, tornando irrestrito o acesso a documentos,
9 de janeiro de 2012, junto ao Comitê de Qualidade da
dados e informações sigilosas;
Gestão Pública, IX - documentos de arquivo: todos os registros de in-
formação, em qualquer suporte, inclusive o magnético
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Decreta: ou óptico, produzidos, recebidos ou acumulados por


órgãos e entidades da Administração Pública Estadu-
CAPÍTULO I al, no exercício de suas funções e atividades;
Disposições Gerais X - disponibilidade: qualidade da informação que
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipa-
Artigo 1º - Este decreto define procedimentos a se- mentos ou sistemas autorizados;
rem observados pelos órgãos e entidades da Administra- XI - documento: unidade de registro de informações,
ção Pública Estadual, e pelas entidades privadas sem fins qualquer que seja o suporte ou formato;
lucrativos que recebam recursos públicos estaduais para XII - gestão de documentos: conjunto de procedimen-
a realização de atividades de interesse público, à vista tos  operações técnicas referentes à sua produção,
das normas gerais estabelecidas na Lei federal nº 12.527, classificação, avaliação, tramitação, uso, arquivamen-
de 18 de novembro de 2011. to e reprodução, que assegura a racionalização e a
eficiência dos arquivos;

17
XIII - informação: dados, processados ou não, que po- CAPÍTULO II
dem ser utilizados para produção e transmissão de Do Acesso a Documentos, Dados e Informações
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou SEÇÃO I
formato; Disposições Gerais
XIV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa
natural identificada ou identificável; Artigo 4º - É dever dos órgãos e entidades da Adminis-
XV - informação sigilosa: aquela submetida tempo- tração Pública Estadual:
rariamente à restrição de acesso público em razão de I - promover a gestão transparente de documentos,
sua imprescindibilidade para a segurança da socieda- dados e informações, assegurando sua disponibilida-
de e do Estado; de, autenticidade e integridade, para garantir o pleno
XVI - integridade: qualidade da informação não mo- direito de acesso;
dificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; II - divulgar documentos, dados e informações de inte-
XVII - marcação: aposição de marca assinalando o grau resse coletivo ou geral, sob sua custódia, independen-
de sigilo de documentos, dados ou informações, ou sua temente de solicitações;
condição de acesso irrestrito, após sua desclassificação; III - proteger os documentos, dados e informações si-
XVIII - metadados: são informações estruturadas e co- gilosas e pessoais, por meio de critérios técnicos e ob-
dificadas que descrevem e permitem gerenciar, com- jetivos, o menos restritivo possível.
preender, preservar e acessar os documentos digitais
ao longo do tempo e referem-se a: SEÇÃO II
a) identificação e contexto documental (identificador Da Gestão de Documentos, Dados e Informações
único, instituição produtora, nomes, assunto, datas,
local, código de classificação, tipologia documental, Artigo 5º - A Unidade do Arquivo Público do Estado,
temporalidade, destinação, versão, documentos rela- na condição de órgão central do Sistema de Arquivos
cionados, idioma e indexação); do Estado de São Paulo - SAESP, é a responsável pela
formulação e implementação da política estadual de
b) segurança (grau de sigilo, informações sobre crip-
arquivos e gestão de documentos, a que se refere o ar-
tografia, assinatura digital e outras marcas digitais);
tigo 2º, inciso II deste decreto, e deverá propor normas,
c) contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho
procedimentos e requisitos técnicos complementares,
de arquivo, dependências de hardware e software, ti-
visando o tratamento da informação.
pos de mídias, algoritmos de compressão) e localiza-
Parágrafo único - Integram a política estadual de ar-
ção física do documento;
quivos e gestão de documentos:
XIX - primariedade: qualidade da informação coleta-
1. os serviços de protocolo e arquivo dos órgãos e entidades;
da na fonte, com o máximo de detalhamento possível, 2. as Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso
sem modificações; - CADA, a que se refere o artigo 11 deste decreto;
XX - reclassificação: alteração, pela autoridade com- 3. o Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arqui-
petente, da classificação de sigilo de documentos, da- vística de Documentos e Informações - SPdoc;
dos e informações; 4. os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC.
XXI - rol de documentos, dados e informações sigi- Artigo 6º - Para garantir efetividade à política de ar-
losas e pessoais: relação anual, a ser publicada pelas quivos e gestão de documentos, os órgãos e entidades
autoridades máximas de órgãos e entidades, de docu- da Administração Pública Estadual deverão:
mentos, dados e informações classificadas, no perío- I -  providenciar a elaboração de planos de classifi-
do, como sigilosas ou pessoais, com identificação para cação e tabelas de temporalidade de documentos de
referência futura; suas atividadesfim, a que se referem, respectivamente,
XXII - serviço ou atendimento presencial: aquele pres- os artigos 10 a 18 e 19 a 23, do Decreto nº 48.897, de
tado a presença física do cidadão, principal beneficiá- 27 de agosto de 2004;
rio ou interessado no serviço; II - cadastrar todos os seus documentos no Sistema
XXIII - serviço ou atendimento eletrônico: aquele pres- Informatizado Unificado de Gestão Arquivística de
tado remotamente ou à distância, utilizando meios Documentos e Informações - SPdoc.
eletrônicos de comunicação; Parágrafo único - As propostas de planos de classifi-
XXIV - tabela de documentos, dados e informações si- cação e de tabelas de temporalidade de documentos
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

gilosas e pessoais: relação exaustiva de documentos, deverão ser apreciadas pelos órgãos jurídicos dos ór-
dados e informações com quaisquer restrição de aces- gãos e entidades e encaminhadas à Unidade do Ar-
so, com a indicação do grau de sigilo, decorrente de quivo Público do Estado para aprovação, antes de sua
estudos e pesquisas promovidos pelas Comissões de oficialização.
Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, e publica- Artigo 7º - Ficam criados, em todos os órgãos e entidades
da pelas autoridades máximas dos órgãos e entidades; da Administração Pública Estadual, os Serviços de Infor-
XXV - tratamento da informação: conjunto de ações mações ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo 5º, in-
referentes à produção, recepção, classificação, utili- ciso IV, deste decreto, diretamente subordinados aos seus
zação, acesso, reprodução, transporte, transmissão, titulares, em local com condições apropriadas, infraestru-
distribuição, arquivamento, armazenamento, elimina- tura tecnológica e equipe capacitada para:
ção, avaliação, destinação ou controle da informação. I - realizar atendimento presencial e/ou eletrônico na sede
e nas unidades subordinadas, prestando orientação ao
público sobre os direitos do requerente, o funcionamento

18
do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC, a tramitação III - documento, dado ou informação produzida ou cus-
de documentos, bem como sobre os serviços prestados pe- todiada por pessoa física ou entidade privada decorrente
las respectivas unidades do órgão ou entidade; de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mes-
II - protocolar documentos e requerimentos de acesso mo que esse vínculo já tenha cessado;
a informações, bem como encaminhar os pedidos de IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica e
informação aos setores produtores ou detentores de do- atualizada;
cumentos, dados e informações; V - documento, dado ou informação sobre atividades
III - controlar o cumprimento de prazos por parte dos exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas
setores produtores ou detentores de documentos, dados à sua política, organização e serviços;
e informações, previstos no artigo 15 deste decreto; VI - documento, dado ou informação pertinente à ad-
IV - realizar o serviço de busca e fornecimento de docu- ministração o patrimônio público, utilização de recursos
mentos, dados e informações sob custódia do respectivo públicos, licitação, contratos administrativos;
órgão ou entidade, ou fornecer ao requerente orienta- VII - documento, dado ou informação relativa:
ção sobre o local onde encontrá-los. a) à implementação, acompanhamento e resultados dos
§ 1º - As autoridades máximas dos órgãos e entidades programas, projetos e ações dos órgãos e entidades pú-
da Administração Pública Estadual deverão designar, blicas, bem como metas e indicadores propostos;
no prazo de 30 (trinta) dias, os responsáveis pelos Ser- b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to-
viços de Informações ao Cidadão - SIC. madas de contas realizadas pelos órgãos de controle in-
§ 2º - Para o pleno desempenho de suas atribuições, os terno e externo, incluindo prestações de contas relativas
Serviços de Informações ao Cidadão - SIC deverão: a exercícios anteriores.
1. manter intercâmbio permanente com os serviços de § 1º - O acesso aos documentos, dados e informações
protocolo e arquivo; previsto no «caput» deste artigo não compreende as
2. buscar informações junto aos gestores de sistemas informações referentes a projetos de pesquisa e desen-
informatizados e bases de dados, inclusive de portais e volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja im-
sítios institucionais;
prescindível à segurança da sociedade e do Estado.
3. atuar de forma integrada com as Ouvidorias, insti-
§ 2º - Quando não for autorizado acesso integral ao do-
tuídas pela Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de
cumento, dado ou informação por ser ela parcialmente
1999, e organizadas pelo Decreto nº 44.074, de 1º de
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por
julho de 1999.
meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
§ 3º - Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC, in-
parte sob sigilo.
dependentemente do meio utilizado, deverão ser iden-
tificados com ampla visibilidade. § 3º - O direito de acesso aos documentos, aos dados
Artigo 8º - A Casa Civil deverá providenciar a contra- ou às informações neles contidas utilizados como fun-
tação de serviços para o desenvolvimento de «Sistema damento da tomada de decisão e do ato administrativo
Integrado de Informações ao Cidadão», capaz de inte- será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
roperar com o SPdoc, a ser utilizado por todos os órgãos § 4º - A negativa de acesso aos documentos, dados e
e entidades nos seus respectivos Serviços de Informa- informações objeto de pedido formulado aos órgãos e
ções ao Cidadão - SIC. entidades referidas no artigo 1º deste decreto, quando
Artigo 9º - A Unidade do Arquivo Público do Estado, da não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas
Casa Civil, deverá adotar as providências necessárias disciplinares, nos termos do artigo 32 da Lei federal nº
para a organização dos serviços da Central de Aten- 12.527, de 18 de novembro de 2011.
dimento ao Cidadão - CAC, instituída pelo Decreto nº § 5º - Informado do extravio da informação solicitada,
54.276, de 27 de abril de 2009, com a finalidade de: poderá o interessado requerer à autoridade competente
I - coordenar a integração sistêmica dos Serviços de In- a imediata instauração de apuração preliminar para in-
formações ao Cidadão - SIC, instituídos nos órgãos e en- vestigar o desaparecimento da respectiva documentação.
tidades; § 6º - Verificada a hipótese prevista no § 5º deste ar-
II - realizar a consolidação e sistematização de dados a tigo, o responsável pela guarda da informação extra-
que se refere o artigo 26 deste decreto, bem como a ela- viada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato
boração de estatísticas sobre as demandas de consulta e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
e os perfis de usuários, visando o aprimoramento dos
serviços. SEÇÃO III
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Parágrafo único - Os Serviços de Informações ao Cida- Das Comissões de Avaliação de Documentos e
dão - SIC deverão fornecer, periodicamente, à Central de Acesso
Atendimento ao Cidadão - CAC, dados atualizados dos
atendimentos prestados. Artigo 11 - As Comissões de Avaliação de Documentos
Artigo 10 - O acesso aos documentos, dados e informa- de Arquivo, a que se referem os Decretos nº 29.838,
ções compreende, entre outros, os direitos de obter: de 18 de abril de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de 2004, instituídas nos órgãos e entidades da Admi-
de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser en- nistração Pública Estadual, passarão a ser denomina-
contrado ou obtido o documento, dado ou informação das Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso
almejada; - CADA.
II - dado ou informação contida em registros ou docu- § 1º - As Comissões de Avaliação de Documentos e
mentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou Acesso - CADA deverão ser vinculadas ao Gabinete da
entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; autoridade máxima do órgão ou entidade.

19
§ 2º - As Comissões de Avaliação de Documentos e Artigo 13 - À Unidade do Arquivo Público do Estado,
Acesso - CADA serão integradas por servidores de ní- órgão central do Sistema de Arquivos do Estado de
vel superior das áreas jurídica, de administração geral, São Paulo - SAESP, responsável por propor a política
de administração financeira, de arquivo e protocolo, de acesso aos documentos públicos, nos termos do ar-
de tecnologia da informação e por representantes das tigo 6º, inciso XII, do Decreto nº 22.789, de 19 de outu-
áreas específicas da documentação a ser analisada. bro de 1984, caberá o reexame, a qualquer tempo, das
§ 3º - As Comissões de Avaliação de Documentos e tabelas de documentos, dados e informações sigilosas
Acesso - CADA serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete) e pessoais dos órgãos e entidades da Administração
ou 9 (nove) membros, designados pela autoridade Pública Estadual.
máxima do órgão ou entidade.
Artigo 12 - São atribuições das Comissões de Avalia- SEÇÃO IV
ção de Documentos e Acesso - CADA, além daquelas Do Pedido
previstas para as Comissões de Avaliação de Docu-
mentos de Arquivo nos Decretos nº 29.838, de 18 de Artigo 14 - O pedido de informações deverá ser apre-
abril de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004: sentado ao Serviço de Informações ao Cidadão - SIC
I - orientar a gestão transparente dos documentos, do órgão ou entidade, por qualquer meio legítimo que
dados e informações do órgão ou entidade, visando contenha a identificação do interessado (nome, nú-
assegurar o amplo acesso e divulgação; mero de documento e endereço) e a especificação da
II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Uni- informação requerida.
dade do Arquivo Público do Estado, órgão central do Artigo 15 - O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC
Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, do órgão ou entidade responsável pelas informações
visando à identificação e elaboração de tabela de do- solicitadas deverá conceder o acesso imediato àquelas
cumentos, dados e informações sigilosas e pessoais, de disponíveis.
seu órgão ou entidade; § 1º - Na impossibilidade de conceder o acesso ime-
diato, o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do
III -  encaminhar à autoridade máxima do órgão ou
órgão ou entidade, em prazo não superior a 20 (vinte)
entidade a tabela mencionada no inciso II deste arti-
dias, deverá:
go, bem como as normas e procedimentos visando à
1. comunicar a data, local e modo para se realizar a
proteção de documentos, dados e informações sigilo-
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
sas e pessoais, para oitiva do órgão jurídico e posterior
2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa,
publicação;
total ou parcial, do acesso pretendido;
IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta apli-
3. comunicar que não possui a informação, indicar,
cação dos critérios de restrição de acesso constantes se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade
das tabelas de documentos, dados e informações sigi- que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse
losas e pessoais; órgão ou entidade, cientificando o interessado da re-
V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Es- messa de seu pedido de informação.
tado a publicação de tabela de documentos, dados e § 2º - O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser
informações sigilosas e pessoais, e suas eventuais al- prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justifica-
terações, para consolidação de dados, padronização tiva expressa, da qual será cientificado o interessado.
de critérios e realização de estudos técnicos na área; § 3º - Sem prejuízo da segurança e da proteção das in-
VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entida- formações e do cumprimento da legislação aplicável, o
de a renovação, alteração de prazos, reclassificação ou Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou
desclassificação de documentos, dados e informações entidade poderá oferecer meios para que o próprio inte-
sigilosas; ressado possa pesquisar a informação de que necessitar.
VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restri- § 4º - Quando não for autorizado o acesso por se tra-
ção de acesso aos documentos, dados ou informações tar de informação total ou parcialmente sigilosa, o in-
pessoais; teressado deverá ser informado sobre a possibilidade
VIII - atuar como instância consultiva da autoridade de recurso, prazos e condições para sua interposição,
máxima do órgão ou entidade, sempre que provocada, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
sobre os recursos interpostos relativos às solicitações tente para sua apreciação.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

de acesso a documentos, dados e informações não § 5º - A informação armazenada em formato digital
atendidas ou indeferidas, nos termos do parágrafo será fornecida nesse formato, caso haja anuência do
único do artigo 19 deste decreto; interessado.
IX - informar à autoridade máxima do órgão ou enti- § 6º - Caso a informação solicitada esteja disponível
dade a previsão de necessidades orçamentárias, bem ao público em formato impresso, eletrônico ou em
como encaminhar relatórios periódicos sobre o anda- qualquer outro meio de acesso universal, serão infor-
mento dos trabalhos. mados ao interessado, por escrito, o lugar e a forma
Parágrafo único - Para o perfeito cumprimento de pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a
suas atribuições as Comissões de Avaliação de Docu- referida informação, procedimento esse que desone-
mentos e Acesso - CADA poderão convocar servidores rará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu
que possam contribuir com seus conhecimentos e ex- fornecimento direto, salvo se o interessado declarar
periências, bem como constituir subcomissões e gru- não dispor de meios para realizar por si mesmo tais
pos de trabalho. procedimentos.

20
Artigo 16 - O serviço de busca e fornecimento da in- § 2º - Verificada a procedência das razões do recurso,
formação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução a Corregedoria Geral da Administração determinará
de documentos pelo órgão ou entidade pública con- ao órgão ou entidade que adote as providências ne-
sultada, situação em que poderá ser cobrado exclusi- cessárias para dar cumprimento ao disposto na Lei fe-
vamente o valor necessário ao ressarcimento do custo deral nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste
dos serviços e dos materiais utilizados, a ser fixado em decreto.
ato normativo pelo Chefe do Executivo. Artigo 21 - Negado o acesso ao documento, dado ou
Parágrafo único - Estará isento de ressarcir os custos informação pela Corregedoria Geral da Administra-
previstos no «caput» deste artigo todo aquele cuja situ- ção, o requerente poderá, no prazo de 10 (dez) dias
ação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo a contar da sua ciência, interpor recurso à Comissão
do sustento próprio ou da família, declarada nos ter- Estadual de Acesso à Informação, de que trata o artigo
mos da Lei federal nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. 76 deste decreto.
Artigo 17 - Quando se tratar de acesso à informação con-
Artigo 22 - Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº
tida em documento cuja manipulação possa prejudicar
10.177, de 30 de dezembro de 1998, ao procedimento
sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia,
de que trata este Capítulo.
com certificação de que esta confere com o original.
Parágrafo único - Na impossibilidade de obtenção de
cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expen- CAPÍTULO III
sas e sob Grupo Técnico supervisão de servidor pú- Da Divulgação de Documentos, Dados e Informações
blico, a reprodução seja feita por outro meio que não
ponha em risco a conservação do documento original. Artigo 23 - É dever dos órgãos e entidades da Admi-
Artigo 18 - É direito do interessado obter o inteiro teor nistração Pública Estadual promover, independente-
de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. mente de requerimentos, a divulgação em local de
fácil acesso, no âmbito de suas competências, de do-
SEÇÃO V cumentos, dados e informações de interesse coletivo
Dos Recursos ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
§ 1º - Na divulgação das informações a que se refere
Artigo 19 - No caso de indeferimento de acesso aos do- o «caput» deste artigo, deverão constar, no mínimo:
cumentos, dados e informações ou às razões da negati- 1. registro das competências e estrutura organizacio-
va do acesso, bem como o não atendimento do pedido, nal, endereços e telefones das respectivas unidades e
poderá o interessado interpor recurso contra a decisão horários de atendimento ao público;
no prazo de 10 (dez) dias a contar de sua ciência. 2. registros de quaisquer repasses ou transferências de
Parágrafo único - O recurso será dirigido à apreciação recursos financeiros;
de pelo menos uma autoridade hierarquicamente su- 3. registros de receitas e despesas;
perior à que exarou a decisão impugnada, que deverá 4. informações concernentes a procedimentos licitató-
se manifestar, após eventual consulta à Comissão de rios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem
Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a que se como a todos os contratos celebrados;
referem os artigos 11 e 12 deste decreto, e ao órgão 5. relatórios, estudos e pesquisas;
jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias. 6. dados gerais para o acompanhamento da execução
orçamentária, de programas, ações, projetos e obras
Artigo 20 - Negado o acesso ao documento, dado e
de órgãos e entidades;
informação pelos órgãos ou entidades da Administra-
7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
ção Pública Estadual, o interessado poderá recorrer à
§ 2º - Para o cumprimento do disposto no «caput»
Corregedoria Geral da Administração, que deliberará
no prazo de 5 (cinco) dias se: deste artigo, os órgãos e entidades estaduais deverão
I - o acesso ao documento, dado ou informação não utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que
classificada como sigilosa for negado; dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
II - a decisão de negativa de acesso ao documento, oficiais da rede mundial de computadores (internet).
dado ou informação, total ou parcialmente classifica- § 3º - Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deverão
da como sigilosa, não indicar a autoridade classifica- atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
dora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser 1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

dirigido o pedido de acesso ou desclassificação; mita o acesso à informação de forma objetiva, trans-
III - os procedimentos de classificação de sigilo estabe- parente, clara e em linguagem de fácil compreensão;
lecidos na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2.  possibilitar a gravação de relatórios em diversos
2011, não tiverem sido observados; formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprie-
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros tários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar
procedimentos revistos na Lei federal nº 12.527, de 18 a análise das informações;
de novembro de 2011. 3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas ex-
§ 1º - O recurso previsto neste artigo somente pode- ternos em formatos abertos, estruturados e legíveis
rá ser dirigido à Corregedoria Geral da Administração por máquina;
depois de submetido à apreciação de pelo menos uma 4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para
autoridade hierarquicamente superior àquela que estruturação da informação;
exarou a decisão impugnada, nos termos do parágrafo 5. garantir a autenticidade e a integridade das infor-
único do artigo 19 deste decreto. mações disponíveis para acesso;

21
6. manter atualizadas as informações disponíveis para § 3º - O «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados
acesso; da Administração Pública do Estado de São Paulo -
7. indicar local e instruções que permitam ao interes- CSBD», bem como as bases de dados da Administra-
sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, ção Pública Estadual deverão estar disponíveis no Por-
com o órgão ou entidade detentora do sítio; tal do Governo Aberto e no Portal da Transparência,
8. adotar as medidas necessárias para garantir a aces- nos termos dos Decretos nº 57.500, de 8 de novembro
sibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, de 2011, e nº 55.559, de 12 de março de 2010, com
nos termos do artigo 17 da Lei federal nº 10.098, de todos os elementos necessários para permitir sua uti-
19 de dezembro de 2000, artigo 9° da Convenção so- lização por terceiros, como a arquitetura da base e o
bre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada dicionário de dados.
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008,
e da Lei estadual n° 12.907, de 15 de abril de 2008. CAPÍTULO IV
Das Restrições de Acesso a Documentos, Dados e
Artigo 24 - Os documentos que contenham informa-
Informações
ções que se enquadrem nos casos referidos no artigo
SEÇÃO I
anterior deverão estar cadastrados no Sistema Infor-
Disposições Gerais
matizado Unificado de Gestão Arquivística de Docu-
mentos e Informações - SPdoc. Artigo 27 - São consideradas passíveis de restrição de
Artigo 25 -  A autoridade máxima de cada órgão ou acesso, no âmbito da Administração Pública Estadual,
entidade estadual publicará, anualmente, em sítio duas categorias de documentos, dados e informações:
próprio, bem como no Portal da Transparência e do I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente à
Governo Aberto: restrição de acesso público em razão de sua imprescin-
I - rol de documentos, dados e informações que tenham dibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;
sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural
II - rol de documentos classificados em cada grau de identificada ou identificável, relativas à intimidade,
sigilo, com identificação para referência futura; vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pe- às liberdades e garantias individuais.
didos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, Parágrafo único -  Cabe aos órgãos e entidades da
bem como informações genéricas sobre os solicitantes. Administração Pública Estadual, por meio de suas
Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Adminis- respectivas Comissões de Avaliação de Documentos e
tração Pública Estadual deverão manter exemplar da Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e 12
publicação prevista no «caput» deste artigo para con- deste decreto, promover os estudos necessários à ela-
sulta pública em suas sedes, bem como o extrato com boração de tabela com a identificação de documentos,
o rol de documentos, dados e informações classifica- dados e informações sigilosas e pessoais, visando as-
das, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos segurar a sua proteção.
fundamentos da classificação. Artigo 28 - Não poderá ser negado acesso à informa-
Artigo 26 - Os órgãos e entidades da Administração ção necessária à tutela judicial ou administrativa de
Pública Estadual deverão prestar no prazo de 60 (ses- direitos fundamentais.
senta) dias, para compor o «Catálogo de Sistemas e Parágrafo único - Os documentos, dados e informa-
Bases de Dados da Administração Pública do Estado ções que versem sobre condutas que impliquem viola-
ção dos direitos humanos praticada por agentes públi-
de São Paulo - CSBD», as seguintes informações:
cos ou a mando de autoridades públicas não poderão
I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados;
ser objeto de restrição de acesso.
II - metadados;
Artigo 29 - O disposto neste decreto não exclui as de-
III - dicionário de dados com detalhamento de conteúdo; mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça
IV - arquitetura da base de dados; nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da
V - periodicidade de atualização; exploração direta de atividade econômica pelo Estado
VI - software da base de dados; ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
VII - existência ou não de sistema de consulta à base qualquer vínculo com o poder público.
de dados e sua linguagem de programação;
VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base de SEÇÃO II
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

dados. Da Classificação, Reclassificação e Desclassificação


§ 1º - Os órgãos e entidades da Administração Públi- de Documentos, Dados e Informações Sigilosas
ca Estadual deverão indicar o setor responsável pelo
fornecimento e atualização permanente de dados e Artigo 30 - São considerados imprescindíveis à segu-
informações que compõem o «Catálogo de Sistemas rança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis
e Bases de Dados da Administração Pública do Estado de classificação de sigilo, os documentos, dados e in-
de São Paulo - CSBD». formações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
§ 2º - O desenvolvimento do «Catálogo de Sistemas I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
e Bases de Dados da Administração Pública do Es- integridade do território nacional;
tado de São Paulo - CSBD», coleta de informações, II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negocia-
manutenção e atualização permanente ficará a cargo ções ou as relações internacionais do País, ou as que
da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros
SEADE. Estados e organismos internacionais;

22
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da II - análise do caso concreto pela autoridade responsável
população; ou agente público competente, e formalização da deci-
IV -  oferecer elevado risco à estabilidade financeira, são de classificação, reclassificação ou desclassificação
econômica ou monetária do País; de sigilo, bem como de restrição de acesso à informação
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações pessoal, que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
estratégicos das Forças Armadas; a) assunto sobre o qual versa a informação;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesqui- b) fundamento da classificação, reclassificação ou des-
sa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim classificação de sigilo, observados os critérios estabele-
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de inte- cidos no artigo 31 deste decreto, bem como da restri-
resse estratégico nacional; ção de acesso à informação pessoal;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, me-
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como conforme limites previstos no artigo 31 deste decreto,
de investigação ou fiscalização em andamento, relacio- bem como a indicação do prazo mínimo de restrição
nadas com a prevenção ou repressão de infrações. de acesso à informação pessoal;
Artigo 31 - Os documentos, dados e informações sigilo- d) identificação da autoridade que a classificou, reclas-
sas em poder de órgãos e entidades da Administração sificou ou desclassificou.
Pública Estadual, observado o seu teor e em razão de Parágrafo único - O prazo de restrição de acesso contarse-á
sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do da data da produção do documento, dado ou informação.
Estado, poderão ser classificados nos seguintes graus: Artigo 33 -  A classificação de sigilo de documentos,
I - ultrassecreto; dados e informações no âmbito da Administração Pú-
II - secreto; blica Estadual, a que se refere o inciso II do artigo 32
III - reservado. deste decreto, é de competência:
§ 1º - Os prazos máximos de restrição de acesso aos do- I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
cumentos, dados e informações, conforme a classifica- a) Governador do Estado;
ção prevista no «caput» e incisos deste artigo, vigoram a b) Vice-Governador do Estado;
partir da data de sua produção e são os seguintes: c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado;
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos; d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da
2. secreto: até 15 (quinze) anos; olícia Militar;
3. reservado: até 5 (cinco) anos. II - no grau de secreto, das autoridades referidas no in-
§ 2º - Os documentos, dados e informações que pu- ciso I deste artigo, das autoridades máximas de autar-
derem colocar em risco a segurança do Governador e quias, fundações ou empresas públicas e sociedades de
Vice-Governador do Estado e respectivos cônjuges e economia mista;
filhos (as) serão classificados como reservados e fica- III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos
rão sob sigilo até o término do mandato em exercício incisos I e II deste artigo e das que exerçam funções de
ou do último mandato, em caso de reeleição. direção, comando ou chefia, ou de hierarquia equiva-
§ 3º - Alternativamente aos prazos previstos no § 1º lente, de acordo com regulamentação específica de cada
deste artigo, poderá ser estabelecida como termo fi- órgão ou entidade, observado o disposto neste decreto.
nal de restrição de acesso a ocorrência de determina- § 1º - A competência prevista nos incisos I e II deste
do evento, desde que este ocorra antes do transcurso artigo, no que se refere à classificação como ultrasse-
do prazo máximo de classificação. creta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade
§ 4º - Transcorrido o prazo de classificação ou consu- responsável a agente público, vedada a subdelegação.
mado o evento que defina o seu termo final, o docu- § 2º - A classificação de documentos, dados e informa-
mento, dado ou informação tornar-se-á, automatica- ções no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades
mente, de acesso público. previstas na alínea «d» do inciso I deste artigo deverá
§ 5º - Para a classificação do documento, dado ou in- ser ratificada pelo Secretário da Segurança Pública, no
formação em determinado grau de sigilo, deverá ser prazo de 10 (dez) dias.
observado o interesse público da informação, e utili- § 3º - A autoridade ou outro agente público que classi-
zado o critério menos restritivo possível, considerados: ficar documento, dado e informação como ultrassecre-
1. a gravidade do risco ou dano à segurança da socie- to deverá encaminhar a decisão de que trata o inciso
dade e do Estado; II do artigo 32 deste decreto, à Comissão Estadual de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento Acesso à Informação, a que se refere o artigo 76 deste
que defina seu termo final. diploma legal, no prazo previsto em regulamento.
Artigo 32 -  A classificação de sigilo de documentos, Artigo 34 -  A classificação de documentos, dados e
dados e informações no âmbito da Administração Pú- informações será reavaliada pela autoridade classifi-
blica Estadual deverá ser realizada mediante: cadora ou por autoridade hierarquicamente superior,
I - publicação oficial, pela autoridade máxima do ór- mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos
gão ou entidade, de tabela de documentos, dados e previstos em regulamento, com vistas à sua desclassi-
informações sigilosas e pessoais, que em razão de seu ficação ou à redução do prazo de sigilo, observado o
teor e de sua imprescindibilidade à segurança da so- disposto no artigo 31 deste decreto.
ciedade e do Estado ou à proteção da intimidade, da § 1º - O regulamento a que se refere o «caput» des-
vida privada, da honra e imagem das pessoas, sejam te artigo deverá considerar as peculiaridades das in-
passíveis de restrição de acesso, a partir do momento formações produzidas no exterior por autoridades ou
de sua produção, agentes públicos.

23
§ 2º - Na reavaliação a que se refere o «caput» des- § 1º - O acesso, a divulgação e o tratamento de do-
te artigo deverão ser examinadas a permanência dos cumentos, dados e informações classificados como
motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorren- sigilosos ficarão restritos a pessoas que tenham neces-
tes do acesso ou da divulgação da informação. sidade de conhecê-la e que sejam devidamente cre-
§ 3º - Na hipótese de redução do prazo de sigilo da denciadas na forma dos artigos 62 a 65 deste decreto,
informação, o novo prazo de restrição manterá como sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos au-
termo inicial a data da sua produção. torizados por lei.
§ 2º - O acesso aos documentos, dados e informações
SEÇÃO III classificados como sigilosos ou identificados como
Da Proteção de Documentos, Dados e Informa- pessoais, cria a obrigação para aquele que as obteve
ções Pessoais de resguardar restrição de acesso.
Artigo 37 - As autoridades públicas adotarão as provi-
Artigo 35 - O tratamento de documentos, dados e in-
dências necessárias para que o pessoal a elas subordi-
formações pessoais deve ser feito de forma transpa-
nado hierarquicamente conheça as normas e observe
rente e com respeito à intimidade, vida privada, honra
as medidas e procedimentos de segurança para trata-
e imagem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
rantias individuais. mento de documentos, dados e informações sigilosos
§ 1º - Os documentos, dados e informações pessoais, e pessoais.
a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida Parágrafo único - A pessoa física ou entidade privada
privada, honra e imagem: que, em razão de qualquer vínculo com o poder públi-
1. terão seu acesso restrito, independentemente de co executar atividades de tratamento de documentos,
classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 dados e informações sigilosos e pessoais adotará as
(cem) anos a contar da sua data de produção, a agen- providências necessárias para que seus empregados,
tes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que prepostos ou representantes observem as medidas e
elas se referirem; procedimentos de segurança das informações resul-
2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso tantes da aplicação deste decreto.
por terceiros diante de previsão legal ou consentimen- Artigo 38 - O acesso a documentos, dados e informa-
to expresso da pessoa a que elas se referirem. ções sigilosos, originários de outros órgãos ou insti-
§ 2º - Aquele que obtiver acesso às informações de que tra- tuições privadas, custodiados para fins de instrução
ta este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. de procedimento, processo administrativo ou judicial,
§ 3º - O consentimento referido no item 2 do § 1º des- somente poderá ser realizado para outra finalidade se
te artigo não será exigido quando as informações fo- autorizado pelo agente credenciado do respectivo ór-
rem necessárias: gão, entidade ou instituição de origem.
1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização SUBSEÇÃO I
única e exclusivamente para o tratamento médico; Da Produção, do Registro, Expedição, Tramitação
2.  à realização de estatísticas e pesquisas científicas e Guarda
de evidente interesse público ou geral, previstos em
lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as Artigo 39 - A produção, manuseio, consulta, transmis-
informações se referirem; são, manutenção e guarda de documentos, dados e
3. ao cumprimento de ordem judicial;
informações sigilosos observarão medidas especiais
4. à defesa de direitos humanos;
de segurança.
5. à proteção do interesse público e geral preponderante.
Artigo 40 - Os documentos sigilosos em sua expedição
§ 4º - A restrição de acesso aos documentos, dados e
informações relativos à vida privada, honra e imagem e tramitação obedecerão às seguintes prescrições:
de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de I - deverão ser registrados no momento de sua pro-
prejudicar processo de apuração de irregularidades dução, prioritariamente em sistema informatizado de
em que o titular das informações estiver envolvido, gestão arquivística de documentos;
bem como em ações voltadas para a recuperação de II - serão acondicionados em envelopes duplos;
fatos históricos de maior relevância. III - no envelope externo não constará qualquer in-
§ 5º - Os documentos, dados e informações identifi- dicação do grau de sigilo ou do teor do documento;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cados como pessoais somente poderão ser fornecidos IV - o envelope interno será fechado, lacrado e ex-
pessoalmente, com a identificação do interessado. pedido mediante relação de remessa, que indicará,
necessariamente, remetente, destinatário, número de
SEÇÃO IV registro e o grau de sigilo do documento;
Da Proteção e do Controle de Documentos, Dados V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser
e Informações Sigilosos observadas as prescrições referentes à criptografia.
Artigo 41 - A expedição, tramitação e entrega de do-
Artigo 36 - É dever da Administração Pública Estadu- cumento ultrassecreto e secreto, deverá ser efetuadas
al controlar o acesso e a divulgação de documentos, pessoalmente, por agente público credenciado, sendo
dados e informações sigilosos sob a custódia de seus vedada a sua postagem.
órgãos e entidades, assegurando a sua proteção con- Parágrafo único - A comunicação de informação de na-
tra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e tureza ultrassecreta e secreta, de outra forma que não
divulgação não autorizados. a prescrita no «caput» deste artigo, só será permitida

24
excepcionalmente e em casos extremos, que requeiram § 4º - A marcação deverá ser necessariamente datada.
tramitação e solução imediatas, em atendimento ao Artigo 49 - A marcação em extratos de documentos,
princípio da oportunidade e considerados os interesses esboços, desenhos, fotografias, imagens digitais, multi-
da segurança da sociedade e do Estado, utilizando-se o mídia, negativos, diapositivos, mapas, cartas e fotocar-
adequado meio de criptografia. tas obedecerá ao prescrito no artigo 48 deste decreto.
Artigo 42 - A expedição de documento reservado pode- § 1º - Em fotografias e reproduções de negativos sem
rá ser feita mediante serviço postal, com opção de re- legenda, a indicação do grau de sigilo será no verso e
gistro, mensageiro oficialmente designado, sistema de nas respectivas embalagens.
encomendas ou, quando for o caso, mala diplomática. § 2º - Em filmes cinematográficos, negativos em rolos
Parágrafo único - A comunicação dos documentos contínuos e microfilmes, a categoria e o grau de sigilo
de que trata este artigo poderá ser feita por outros serão indicados nas imagens de abertura e de encerra-
meios, desde que sejam usados recursos de criptogra- mento de cada rolo, cuja embalagem será tecnicamen-
fia compatíveis com o grau de sigilo do documento, te segura e exibirá a classificação do conteúdo.
conforme previsto nos artigos 51 a 56 deste decreto. § 3º - Os esboços, desenhos, fotografias, imagens digi-
Artigo 43 - Cabe aos agentes públicos credenciados res- tais, multimídia, negativos, diapositivos, mapas, cartas
ponsáveis pelo recebimento de documentos sigilosos: e fotocartas de que trata esta seção, que não apresen-
I -  verificar a integridade na correspondência rece- tem condições para a indicação do grau de sigilo, serão
bida e registrar indícios de violação ou de qualquer guardados em embalagens que exibam a classificação
irregularidade, dando ciência do fato ao seu superior correspondente à classificação do conteúdo.
hierárquico e ao destinatário, o qual informará ime- Artigo 50 -  A marcação da reclassificação e da des-
diatamente ao remetente; classificação de documentos, dados ou informações
II - proceder ao registro do documento e ao controle sigilosos obedecerá às mesmas regras da marcação
de sua tramitação. da classificação.
Artigo 44 - O envelope interno só será aberto pelo des- Parágrafo único - Havendo mais de uma marcação,
tinatário, seu representante autorizado ou autoridade
prevalecerá a mais recente.
competente hierarquicamente superior, observados os
requisitos do artigo 62 deste decreto.
SUBSEÇÃO III
Artigo 45 - O destinatário de documento sigiloso co-
Da Criptografia
municará imediatamente ao remetente qualquer indí-
cio de violação ou adulteração do documento.
Artigo 51 - Fica autorizado o uso de código, cifra ou
Artigo 46 - Os documentos, dados e informações si-
gilosos serão mantidos em condições especiais de se- sistema de criptografia no âmbito da Administração
gurança, na forma do regulamento interno de cada Pública Estadual e das instituições de caráter público
órgão ou entidade. para assegurar o sigilo de documentos, dados e infor-
Parágrafo único - Para a guarda de documentos se- mações.
cretos e ultrassecretos deverá ser utilizado cofre forte Artigo 52 - Para circularem fora de área ou instalação
ou estrutura que ofereça segurança equivalente ou sigilosa, os documentos, dados e informações sigilo-
superior. sos, produzidos em suporte magnético ou óptico, de-
Artigo 47 - Os agentes públicos responsáveis pela guar- verão necessariamente estar criptografados.
da ou custódia de documentos sigilosos os transmitirão Artigo 53 - A aquisição e uso de aplicativos de cripto-
a seus substitutos, devidamente conferidos, quando da grafia no âmbito da Administração Pública Estadual
passagem ou transferência de responsabilidade. sujeitar-se-ão às normas gerais baixadas pelo Comitê
de Qualidade da Gestão Pública - CQGP.
SUBSEÇÃO II Parágrafo único - Os programas, aplicativos, sistemas
Da Marcação e equipamentos de criptografia são considerados sigi-
losos e deverão, antecipadamente, ser submetidos à
Artigo 48 - O grau de sigilo será indicado em todas certificação de conformidade.
as páginas do documento, nas capas e nas cópias, se Artigo 54 - Aplicam-se aos programas, aplicativos,
houver, pelo produtor do documento, dado ou infor- sistemas e equipamentos de criptografia todas as me-
mação, após classificação, ou pelo agente classificador didas de segurança previstas neste decreto para os do-
que juntar a ele documento ou informação com algu- cumentos, dados e informações sigilosos e também os
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ma restrição de acesso. seguintes procedimentos:


§ 1º - Os documentos, dados ou informações cujas I - realização de vistorias periódicas, com a finalida-
partes contenham diferentes níveis de restrição de de de assegurar uma perfeita execução das operações
acesso devem receber diferentes marcações, mas no criptográficas;
seu todo, será tratado nos termos de seu grau de sigilo II - elaboração de inventários completos e atualizados
mais elevado. do material de criptografia existente;
§ 2º - A marcação será feita em local que não com- III -  escolha de sistemas criptográficos adequados a
prometa a leitura e compreensão do conteúdo do do- cada destinatário, quando necessário;
cumento e em local que possibilite sua reprodução em IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autori-
eventuais cópias. dade competente, de qualquer anormalidade relativa
§ 3º - As páginas serão numeradas seguidamente, deven- ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à autentici-
do a juntada ser precedida de termo próprio consignando dade, à legitimidade e à disponibilidade de documen-
o número total de folhas acrescidas ao documento. tos, dados e informações sigilosos criptografados;

25
V - identificação e registro de indícios de violação ou Artigo 60 - A eliminação de documentos dados ou
interceptação ou de irregularidades na transmissão informações sigilosos em suporte magnético ou ótico
ou recebimento que não possuam valor permanente deve ser feita, por
de documentos, dados e informações criptografados. método que sobrescreva as informações armazena-
§ 1º -  A autoridade máxima do órgão ou entidade das, após sua desclassificação.
da Administração Pública Estadual responsável pela Parágrafo único - Se não estiver ao alcance do órgão
custódia de documentos, dados e informações sigilo- a eliminação que se refere o «caput» deste artigo, de-
sos e detentor de material criptográfico designará um verá ser providenciada a destruição física dos disposi-
agente público responsável pela segurança criptográ- tivos de armazenamento.
fica, devidamente credenciado, que deverá observar
os procedimentos previstos no «caput» deste artigo. SUBSEÇÃO V
§ 2º - O agente público referido no § 1º deste artigo Da Publicidade de Atos Administrativos
deverá providenciar as condições de segurança neces-
sárias ao resguardo do sigilo de documentos, dados Artigo 61 - A publicação de atos administrativos re-
e informações durante sua produção, tramitação e ferentes a documentos, dados e informações sigilosos
guarda, em suporte magnético ou óptico, bem como poderá ser efetuada mediante extratos, com autoriza-
a segurança dos equipamentos e sistemas utilizados. ção da autoridade classificadora ou hierarquicamente
§ 3º - As cópias de segurança de documentos, dados e superior.
informações sigilosos deverão ser criptografados, ob- § 1º - Os extratos referidos no «caput» deste artigo
servadas as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. limitar-se-ão ao seu respectivo número, ao ano de
Artigo 55 - Os equipamentos e sistemas utilizados edição e à sua ementa, redigidos por agente público
para a produção e guarda de documentos, dados e credenciado, de modo a não comprometer o sigilo.
informações sigilosos poderão estar ligados a redes de § 2º - A publicação de atos administrativos que trate
comunicação de dados desde que possuam sistemas de documentos, dados e informações sigilosos para
sua divulgação ou execução dependerá de autoriza-
de proteção e segurança adequados, nos termos das
ção da autoridade classificadora ou autoridade com-
normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualidade da
petente hierarquicamente superior.
Gestão Pública - CQGP.
Artigo 56 -  Cabe ao órgão responsável pela cripto-
SUBSEÇÃO VI
grafia de documentos, dados e informações sigilosos
Da Credencial de Segurança
providenciar a sua descriptação após a sua desclas-
sificação.
Artigo 62 - O credenciamento e a necessidade de
conhecer são condições indispensáveis para que o
SUBSEÇÃO IV agente público estadual no efetivo exercício de cargo,
Da Preservação e Eliminação função, emprego ou atividade tenha acesso a docu-
mentos, dados e informações sigilosos equivalentes ou
Artigo 57 - Aplicam-se aos documentos, dados e infor- inferiores ao de sua credencial de segurança.
mações sigilosos os prazos de guarda estabelecidos na Artigo 63 - As credenciais de segurança referentes aos
Tabela de Temporalidade de Documentos das Ativida- graus de sigilo previstos no artigo 31 deste decreto,
des-Meio, oficializada pelo Decreto nº 48.898, de 27 serão classificadas nos graus de sigilo ultrassecreta,
de agosto de 2004, e nas Tabelas de Temporalidade de secreta ou reservada.
Documentos das Atividades-Fim, oficializadas pelos Artigo 64 - A credencial de segurança referente à in-
órgãos e entidades da Administração Pública Estadu- formação pessoal, prevista no artigo 35 deste decreto,
al, ressalvado o disposto no artigo 59 deste decreto. será identificada como personalíssima.
Artigo 58 - Os documentos, dados e informações si- Artigo 65 - A emissão da credencial de segurança
gilosos considerados de guarda permanente, nos ter- compete às autoridades máximas de órgãos e entida-
mos dos Decretos nº 48.897 e nº 48.898, ambos de des da Administração Pública Estadual, podendo ser
27 de agosto de 2004, somente poderão ser recolhidos objeto de delegação.
à Unidade do Arquivo Público do Estado após a sua § 1º - A credencial de segurança será concedida me-
desclassificação. diante termo de compromisso de preservação de sigi-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Parágrafo único - Excetuam-se do disposto no «caput» lo, pelo qual os agentes públicos responsabilizam-se
deste artigo, os documentos de guarda permanente por não revelarem ou divulgarem documentos, dados
de órgãos ou entidades extintos ou que cessaram suas ou informações sigilosos dos quais tiverem conheci-
atividades, em conformidade com o artigo 7, § 2º, da mento direta ou indiretamente no exercício de cargo,
Lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e com o função ou emprego público.
artigo 1º, § 2º, do Decreto nº 48.897, de 27 de agosto § 2º - Para a concessão de credencial de segurança se-
de 2004. rão avaliados, por meio de investigação, os requisitos
Artigo 59 - Decorridos os prazos previstos nas tabe- profissionais, funcionais e pessoais dos propostos.
las de temporalidade de documentos, os documentos, § 3º - A validade da credencial de segurança poderá
dados e informações sigilosos de guarda temporária ser limitada no tempo e no espaço.
somente poderão ser eliminados após 1 (um) ano, a § 4º - O compromisso referido no «caput» deste artigo
contar da data de sua desclassificação, a fim de ga- persistirá enquanto durar o sigilo dos documentos a
rantir o pleno acesso às informações neles contidas. que tiveram acesso.

26
SUBSEÇÃO VII CAPÍTULO V
Da Reprodução e Autenticação Das Responsabilidades

Artigo 66 - Os Serviços de Informações ao Cidadão Artigo 71 - Constituem condutas ilícitas que ensejam res-
- SIC dos órgãos e entidades da Administração Pú- ponsabilidade do agente público:
blica Estadual fornecerão, desde que haja autoriza- I - recusar-se a fornecer documentos, dados e informações
ção expressa das autoridades classificadoras ou das requeridas nos termos deste decreto, retardar deliberada-
autoridades hierarquicamente superiores, reprodução mente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente
total ou parcial de documentos, dados e informações de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
sigilosos. II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
§ 1º - A reprodução do todo ou de parte de documen- zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, docu-
tos, dados e informações sigilosos terá o mesmo grau mento, dado ou informação que se encontre sob sua guarda
de sigilo dos documentos, dados e informações origi- ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercí-
nais. cio das atribuições de cargo, emprego ou função pública;
§ 2º - A reprodução e autenticação de cópias de docu- III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de
mentos, dados e informações sigilosos serão realiza- acesso a documento, dado e informação;
das por agentes públicos credenciados. IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou per-
§ 3º - Serão fornecidas certidões de documentos sigi- mitir acesso indevido ao documento, dado e informação
losos que não puderem ser reproduzidos integralmen- sigilosos ou pessoal;
te, em razão das restrições legais ou do seu estado de V - impor sigilo a documento, dado e informação para ob-
conservação. ter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação
§ 4º - A reprodução de documentos, dados e informa- de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
ções pessoais que possam comprometer a intimidade, VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente
a vida privada, a honra ou a imagem de terceiros po- documento, dado ou informação sigilosos para beneficiar a
derá ocorrer desde que haja autorização nos termos si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros;
item 2 do § 1º do artigo 35 deste decreto. VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos
Artigo 67 - O responsável pela preparação ou repro- concernentes a possíveis violações de direitos humanos por
dução de documentos sigilosos deverá providenciar a parte de agentes do Estado.
eliminação de provas ou qualquer outro recurso, que § 1º - Atendido o princípio do contraditório, da ampla de-
possam dar origem à cópia não autorizada do todo fesa e do devido processo legal, as condutas descritas no
ou parte. «caput» deste artigo serão apuradas e punidas na forma
Artigo 68 - Sempre que a preparação, impressão ou, da legislação em vigor.
se for o caso, reprodução de documentos, dados e in- § 2º - Pelas condutas descritas no «caput» deste artigo, po-
formações sigilosos forem efetuadas em tipografias, derá o agente público responder, também, por improbidade
impressoras, oficinas gráficas, ou similares, essa ope- administrativa, conforme o disposto na Lei federal nº 8.429,
ração deverá ser acompanhada por agente público de 2 de junho de 1992.
credenciado, que será responsável pela garantia do Artigo 72 - O agente público que tiver acesso a documen-
sigilo durante a confecção do documento. tos, dados ou informações sigilosos, nos termos deste decre-
to, é responsável pela preservação de seu sigilo, ficando su-
SUBSEÇÃO VIII jeito às sanções administrativas, civis e penais previstas na
Da Gestão de Contratos legislação, em caso de eventual divulgação não autorizada.
Artigo 73 - Os agentes responsáveis pela custódia de do-
Artigo 69 - O contrato cuja execução implique o aces- cumentos e informações sigilosos sujeitam-se às normas
so por parte da contratada a documentos, dados ou referentes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu
informações sigilosos, obedecerá aos seguintes requi- código de ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
sitos: Artigo 74 - A pessoa física ou entidade privada que detiver
I - assinatura de termo de compromisso de manuten- documentos, dados e informações em virtude de vínculo de
ção de sigilo; qualquer natureza com o poder público e deixar de obser-
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: var o disposto na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo de 2011, e neste decreto estará sujeita às seguintes sanções:
ao objeto contratado, bem como à sua execução; I - advertência;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

b) obrigação de o contratado adotar as medidas de II - multa;


segurança adequadas, no âmbito de suas atividades, III - rescisão do vínculo com o poder público;
para a manutenção do sigilo de documentos, dados e IV - suspensão temporária de participar em licitação e im-
informações aos quais teve acesso; pedimento de contratar com a Administração Pública Esta-
c) identificação, para fins de concessão de credencial dual por prazo não superior a 2 (dois) anos;
de segurança, das pessoas que, em nome da contrata- V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
da, terão acesso a documentos, dados e informações com a Administração Pública Estadual, até que seja pro-
sigilosos. movida a reabilitação perante a própria autoridade que
Artigo 70 - Os órgãos contratantes da Administração aplicou a penalidade.
Pública Estadual fiscalizarão o cumprimento das me- § 1º - As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
didas necessárias à proteção dos documentos, dados poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, as-
e informações de natureza sigilosa transferidos aos segurado o direito de defesa do interessado, no respectivo
contratados ou decorrentes da execução do contrato. processo, no prazo de 10 (dez) dias.

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§ 2º - A reabilitação referida no inciso V deste artigo será Artigo 2º - Os órgãos e entidades da Administração Públi-
autorizada somente quando o interessado efetivar o ressar- ca Estadual deverão proceder à reavaliação dos documen-
cimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e tos, dados e informações classificados como ultrassecretos
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV. e secretos no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do
§ 3º - A aplicação da sanção prevista no inciso V deste ar- termo inicial de vigência da Lei federal nº 12.527, de 18 de
tigo é de competência exclusiva da autoridade máxima do novembro de 2011.
órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interes- § 1º - A restrição de acesso a documentos, dados e infor-
sado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da mações, em razão da reavaliação prevista no «caput» deste
abertura de vista. artigo, deverá observar os prazos e condições previstos na
Artigo 75 -  Os órgãos e entidades estaduais respondem Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
diretamente pelos danos causados em decorrência da di- § 2º - No âmbito da administração pública estadual, a rea-
vulgação não autorizada ou utilização indevida de docu- valiação prevista no «caput» deste artigo poderá ser revis-
mentos, dados e informações sigilosos ou pessoais, cabendo
ta, a qualquer tempo, pela Comissão Estadual de Acesso à
a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo
Informação, observados os termos da Lei federal nº 12.527,
ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
de 18 de novembro de 2011, e deste decreto.
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se à pes-
soa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo § 3º - Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação
de qualquer natureza com órgãos ou entidades estaduais, previsto no «caput» deste artigo, será mantida a classifica-
tenha acesso a documento, dado ou informação sigilosos ção dos documentos, dados e informações nos termos da
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. legislação precedente.
§ 4º - Os documentos, dados e informações classificados
CAPÍTULO VI como secretos e ultrassecretos não reavaliados no prazo
Disposições Finais previsto no «caput» deste artigo serão considerados, auto-
maticamente, de acesso público.
Artigo 76 - O tratamento de documento, dado ou informa- Artigo 3º - No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigência
ção sigilosos resultante de tratados, acordos ou atos inter- deste decreto, a autoridade máxima de cada órgão ou en-
nacionais atenderá às normas e recomendações constantes tidade da Administração Pública Estadual designará subor-
desses instrumentos. dinado para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade,
Artigo 77 - Aplica-se, no que couber, a Lei federal nº 9.507, exercer as seguintes atribuições:
de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os re-
pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de cursos organizacionais, materiais e humanos, bem como as
dados de entidades governamentais ou de caráter público. demais providências necessárias à instalação e funciona-
Artigo 78 - Cabe à Secretaria de Gestão Pública: mento dos Serviços de Informações ao Cidadão - SIC, a que
I - realizar campanha de abrangência estadual de fomento se refere o artigo 7º deste decreto;
à cultura da transparência na Administração Pública Esta- II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao aces-
dual e conscientização do direito fundamental de acesso à so a documentos, dados ou informações, de forma eficiente
informação; e adequada aos objetivos da Lei federal nº 12.527, de 18 de
II - promover treinamento de agentes públicos no que se novembro de 2011, e deste decreto;
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à trans- III - orientar e monitorar a implementação do disposto
parência na Administração Pública Estadual;
na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e
III - formular e implementar política de segurança da infor-
neste decreto, e apresentar relatórios periódicos sobre o
mação, em consonância com as diretrizes da política esta-
dual de arquivos e gestão de documentos; seu cumprimento;
IV - propor e promover a regulamentação do credencia- IV - recomendar as medidas indispensáveis à implementa-
mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos ne-
e entidades da Administração Pública Estadual para trata- cessários ao correto cumprimento do disposto neste decreto;
mento de informações sigilosas e pessoais. V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a atualização
Artigo 79 -  A Corregedoria Geral da Administração será de pessoal que desempenhe atividades inerentes à salvaguarda
responsável pela fiscalização da aplicação da Lei federal de documentos, dados e informações sigilosos e pessoais.
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste decreto no Artigo 4º - As Comissões de Avaliação de Documentos e
âmbito da Administração Pública Estadual, sem prejuízo da Acesso - CADA deverão apresentar à autoridade máxima
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

atuação dos órgãos de controle interno. do órgão ou entidade, plano e cronograma de trabalho, no
Artigo 80 - Este decreto e suas disposições transitórias en- prazo de 30 (trinta) dias, para o cumprimento das atribui-
tram em vigor na data de sua publicação. ções previstas no artigo 6º, incisos I e II, e artigo 32, inciso I,
deste decreto. Palácio dos Bandeirantes, 16 de maio de 2012
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - Fica instituído Grupo Técnico, junto ao Co- #FicaDica


mitê de Qualidade da Gestão Pública - CQGP, visando
a promover os estudos necessários à criação, composi- Os recursos previstos no Artigo 20 já foram
ção, organização e funcionamento da Comissão Estadual objetos de provas anteriores.
de Acesso à Informação.
Parágrafo único - O Presidente do Comitê de Qualidade da
Gestão Pública designará, no prazo de 30 (trinta) dias, os
membros integrantes do Grupo Técnico.

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3. (SEDUC-SP – Agente de Organização Escolar – CKM
Serviço - 2018) Segundo a Constituição do Estado de
HORA DE PRATICAR! São Paulo, anualmente, no período de 3 a 9 de julho, o
1. (PGE-SP – Procurador do Estado – VUNESP – 2018) Estado comemora a
Segundo a Constituição do Estado de São Paulo, os Po-
deres Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de for- a) Revolução Constitucionalista de 1932.
ma integrada, sistema de controle interno, sobre o qual b) Promulgação da Constituição Cidadã.
é correto afirmar: c) Inconfidência Mineira.
d) Greve Geral de 1917.
a) ao tomarem conhecimento de qualquer irregularida- e) Coluna Prestes de 1925.
de, ilegalidade, ou ofensa aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, 4. (SEDUC-SP – Agente de Organização Escolar – CKM
previstos no artigo 37 da Constituição Federal, dela Serviço - 2018) Com base na Constituição do Estado de
darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob São Paulo, pode-se afirmar que o(a) servidor(a) público(a)
pena de responsabilidade solidária. civil:
b) são legitimados para propor ação de inconstitucionali-
dade de lei ou ato normativo estaduais ou municipais, a) Pode receber vantagens de qualquer natureza, confor-
contestados em face da Constituição do Estado de me suas necessidades.
São Paulo ou por omissão de medida necessária para b) Não tem direito à adicional por tempo de serviço.
tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, c) Será inamovível durante o exercício do mandato de
no âmbito de seu interesse. vereador.
c) não há de se falar em forma integrada de sistema de d) Não pode ser removido para igual cargo ou função, no
controle interno, conceito inconstitucional, por ferir o lugar de residência do cônjuge.
princípio da separação dos Poderes e a competência e) Quando gestante, não poderá, a qualquer título, solici-
do Tribunal de Contas do Estado. tar a mudança de função.
d) podem convocar a qualquer momento o Procurador-
-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o 5. (TJM-SP – Juiz de Direto Substituto – VUNESP -
Defensor Público-Geral para prestar informações a 2016) A Constituição do Estado de São Paulo prevê, den-
respeito de assuntos previamente fixados, relaciona- tre os fundamentos do Estado, que os processos admi-
dos com a respectiva área. nistrativos, qualquer que seja o objeto, deverão observar,
e) deverão avaliar as metas previstas no plano plurianual, entre outros requisitos de validade
nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual por
meio de inspeções e auditorias de natureza contábil, a) o devido processo legal, mediante intimação pessoal
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, de todos os atos praticados.
nas unidades administrativas. b) a igualdade entre os administrados.
c) a publicidade como regra geral e o sigilo como exce-
2. (SEDUC-SP – Agente de Organização Escolar – CKM ção.
Serviço - 2018) Segundo a Constituição do Estado de d) a ampla defesa, mediante assistência jurídica integral
São Paulo, considerando o Poder Executivo, pode-se e gratuita.
afirmar quanto ao Governador e ao Vice-Governador do e) a motivação da decisão, sempre que dela possa resul-
Estado: tar restrição de direitos.

a) Em caso de impedimento ou vacância dos respectivos 6. (DETRAN – Agente de Trânsito – VUNESP- 2013) De
cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício acordo com o que estabelece a Constituição do Estado
da Governança o Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, é correto afirmar que
e o Presidente do Tribunal de Justiça.
b) Mantém-se o mandato do Governador, mesmo ao as- a) os atos administrativos normativos poderão ser publi-
sumir outro cargo ou função na administração pública cados no órgão oficial do Estado, de forma reduzida.
direta ou indireta, inclusive quando se tratar de posse b) os atos administrativos não normativos não poderão
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

em virtude de concurso público. ser publicados.


c) Independentemente do motivo, podem tomar posse c) as leis internas deverão ser publicadas de forma redu-
perante a Assembleia Legislativa no prazo de até trinta zida, para que produzam seus efeitos regulares.
dias após a data fixada para a posse. d) os atos administrativos não normativos poderão ser
d) Podem ausentar-se do Estado pelo período de quinze publicados de forma reduzida.
dias a quarenta e cinco dias. e) as leis externas poderão ser publicadas de forma redu-
e) Devem fazer declaração pública de bens somente no zida, para que produzam seus efeitos regulares.
término do mandato.

29
7. (PM-SP – Soldado da Polícia Militar – VUNESP - c) infringentes, conscientemente, à aceitação dos valores
2014) Em relação ao que dispõe a Lei Complementar n.º e deveres policiais-militares e à firme disposição de
1.080/08, no que se refere ao Ingresso, ao Estágio Proba- bem cumpri-los.
tório e à Jornada de Trabalho, Vencimentos e Vantagens d) atentatórias ao bem de todos, sem preconceitos de
Pecuniárias, assinale a alternativa correta. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
mas de discriminação.
a) Para o ingresso nos cargos e funções-atividades para e) atentatórias a valores espirituais superiores, destinados a
as classes de nível intermediário, o certificado de con- elevar a profissão policial-militar à condição de missão.
clusão das quatro primeiras séries do ensino funda-
mental ou equivalente é um requisito básico. 10. (PM-SP – Soldado Polícia Militar – VUNESP – 2017)
b) Para os cargos em comissão e as funções-atividades Segundo o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar,
em confiança, não se exige experiência profissional quando a ordem parecer obscura, compete ao subordi-
anterior. nado, ao recebê-la,
c) No período de estágio probatório, que se caracteriza
em até os 2 (dois) primeiros anos de efetivo exercício a) representar ao superior hierárquico daquele que proferiu
nos cargos ou funções-atividades, os servidores serão a ordem.
submetidos à avaliação especial de desempenho. b) cumpri-la da melhor forma que puder, com seu
d) Durante o período de estágio probatório, o servidor entendimento.
não poderá ser afastado ou licenciado do seu cargo, c) deixar de cumpri-la, registrando o fato por escrito.
sendo uma das exceções quando nomeado para o d) solicitar que a ordem seja direcionada a outro subordinado.
exercício de cargo em comissão em órgão diverso da e) solicitar os esclarecimentos necessários ao seu total
sua lotação de origem. entendimento.
e) Os cargos e funções-atividades serão exercidos em
jornada comum de trabalho, caracterizada pela exi- 11. (PM-SP – Aspirante Polícia Militar – VUNESP – 2017)
gência da prestação de 45 (quarenta e cinco) horas Considere a seguinte situação hipotética.
semanais de trabalho. Policial militar conduz viatura em deslocamento, com os si-
nais luminosos de emergência desligados. Apesar disso, ao
8. (PM-SP – Aspirante Polícia Militar – VUNESP - 2018) chegar a um cruzamento sinalizado por semáforo, desconsi-
No que diz respeito à violação dos valores, dos deveres derou o sinal vermelho para si e ultrapassou o cruzamento,
e da disciplina policial-militar, o Regulamento Disciplinar sem reduzir a velocidade. Tal conduta acabou por provocar
da Polícia Militar (Lei Complementar n° 893/01) dispõe a colisão da viatura com um veículo particular, ocasionando
que: danos em ambos os automóveis, além de lesões corporais
ao particular que se encontrava conduzindo o outro veículo
a) a ofensa aos valores e aos deveres vulnera a discipli- envolvido no acidente. A Polícia Judiciária Militar passa a in-
na policial-militar, constituindo infração administrativa, vestigar os fatos, para verificar a existência de crime e sua na-
mas não gera responsabilidade penal ou civil ao infrator. tureza, e, paralelamente, na esfera administrativa disciplinar,
b) a violação da disciplina policial-militar será tão mais é instaurada apuração de eventual transgressão disciplinar.
grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de Diante do estabelecido no ordenamento a respeito da
quem a cometer. responsabilidade administrativa, civil e penal dos militares
c) a simples falta de observância ou falta de exação no do Estado de São Paulo, é correto afirmar que, no caso
cumprimento de seus deveres não gera responsabili- hipotético narrado:
dade disciplinar do militar do Estado.
d) o superior hierárquico responderá solidariamente com a) a apuração de eventual transgressão disciplinar deve ser
seu subordinado na esfera disciplinar quando concor- sobrestada até que a denúncia pelo crime de lesões cor-
rer diretamente, por ação ou omissão, para o cometi- porais seja oferecida e recebida pelo Juiz de Direito do
mento da transgressão, exceto se não estiver presente Juízo Militar Estadual, quando a apuração administrativa
no local do ato. poderá prosseguir.
e) se o superior hierárquico presenciar o cometimento de b) o policial militar não pode ser responsabilizado penal e
transgressão cometida pelo seu subordinado e deixar administrativamente, pois isso caracterizaria bis in idem,
de atuar para fazê-la cessar imediatamente, responde- já que o fundamento para a imposição da sanção admi-
rá exclusivamente pela infração. nistrativa disciplinar é o mesmo da sanção penal.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

c) os fatos podem ensejar a responsabilização penal e admi-


9. (PM-SP – Soldado Polícia Militar – VUNESP – 2018) nistrativa policial militar, no entanto, no âmbito adminis-
O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado trativo, não lhe pode ser imputada transgressão disciplinar,
de São Paulo prevê que as transgressões disciplinares mas tão somente a infração de trânsito correspondente.
decorrentes de ações ou omissões contrárias à disciplina d) os fatos podem ensejar somente a apuração adminis-
policial-militar poderão ser consideradas graves se. trativa de eventual transgressão disciplinar e da indeni-
zação dos danos causados ao erário e ao particular, não
a) atentatórias às instituições ou ao Estado; atentatórias incidindo, no caso, o crime de lesão corporal culposa, por
aos direitos humanos fundamentais; ou de natureza ausência de previsão específica no Código Penal Militar.
desonrosa. e) o processo disciplinar pode ser concluído com a im-
b) infringentes ao compromisso de honra, prestado em posição de penas disciplinares mesmo que ainda não
caráter solene, de cumprimento da deontologia poli- tenha havido decisão sobre a eventual ação penal re-
cial-militar. lativa às lesões corporais sofridas pelo particular.

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12. (PM-SP – Aspirante Polícia Militar – VUNESP – c) não constitui transgressão disciplinar.
2017) Assinale a alternativa correta com relação à orga- d) constitui transgressão disciplinar grave.
nização básica da Polícia Militar do Estado de São Paulo. e) constitui transgressão somente se o superior hierár-
quico assim a entender.
a) É função comum a todos os estados maiores coorde-
nar estudos sobre a atualização e o desenvolvimento 15. (PM-SP – Aspirante Polícia Militar – VUNESP –
do Sistema de Apoio Logístico da Polícia Militar. 2016) No que concerne às sanções disciplinares, o Regu-
b) Compete à Polícia Militar exercer guarda da sede dos lamento Disciplinar da Polícia Militar prevê que:
Poderes Estaduais e da Secretaria da Segurança Pública.
c) As Normas Gerais de Ação (NGA) baixadas por um ór- a) a expulsão não pode ser aplicada ao Oficial.
gão constituem e estabelecem as normas que devem ser b) a demissão não pode ser aplicada ao Oficial.
seguidas pelo próprio órgão e seus subordinados, inde- c) a proibição do uso do uniforme pode ser aplicada ao
pendentemente da existência de outras de nível superior. Oficial da ativa.
d) O Comando (Cmdo) é constituído pelo Comandante d) a advertência será publicada em Diário Oficial.
(Cmt) e o seu Gabinete, sendo que o Subcomando e) o recolhimento disciplinar é a sanção mais grave a ser
(SCmdo) é constituído pelo Subcomandante e seu Es- aplicada ao Oficial.
tado Maior (EM).
e) Aos órgãos de direção incumbe atender às necessida-
des de pessoal e de material da Corporação, em cum- GABARITO
primento às diretrizes dos órgãos de execução.

13. (PM-SP – Aspirante Polícia Militar – VUNESP – 1 A


2017) Assinale a alternativa correta no que diz respeito
2 A
ao Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado
de São Paulo. 3 A
4 C
a) Ao militar do Estado, aluno de curso da Polícia Militar,
aplica-se, no que concerne à disciplina, além do pre- 5 C
visto no Regulamento Disciplinar, subsidiariamente, o 6 D
disposto nos regulamentos próprios dos estabeleci- 7 D
mentos de ensino onde estiver matriculado.
b) Estão sujeitos ao Regulamento Disciplinar da Polícia Mi- 8 B
litar os militares do Estado do serviço ativo, da reserva 9 A
remunerada, da reserva não remunerada, os reforma-
10 E
dos e os agregados, nos termos da legislação vigente.
c) É dever ético do militar do Estado abster-se, salvo se na 11 E
inatividade, do uso das designações hierárquicas em 12 B
pronunciamento público a respeito de assunto policial.
d) O recolhimento disciplinar de qualquer transgressor 13 A
à prisão, que depende de nota de punição publicada 14 D
em boletim, poderá ocorrer quando houver indício de 15 A
autoria de infração penal e for necessário ao bom an-
damento das investigações para sua apuração.
e) Representação é toda comunicação que se referir a ato
praticado ou aprovado por subordinado hierárquico
ou funcional, que se repute irregular, ofensivo, injusto
ou ilegal.

14. (PM-SP – Soldado Polícia Militar – VUNESP –


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2017) Considere a seguinte situação hipotética: Policial


Militar do Estado de São Paulo, designado para realizar
atividade policial-militar com veículo automotor, que de-
veria permanecer, por determinado período, estacionado
em cruzamento com alto índice de ocorrências, resolve
afastar-se do local e ir até região na qual considera ter
maior número de ocorrências envolvendo violência, dis-
tante 2 km do local onde deveria estar estacionado.
A conduta do Policial Militar em questão, diante do pre-
visto no Regulamento Disciplinar da Polícia Militar,

a) constitui transgressão disciplinar leve.


b) constitui transgressão disciplinar média.

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ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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