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Polícia Militar do Estado de Sergipe

PM-SE
Soldado PM – 3ª Classe
(Combatente)
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com
base no Edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.

AG091-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Polícia Militar do Estado de Sergipe - PM-SE

Cargo: Soldado PM – 3ª Classe (Combatente)

(Baseado no Edital de Concurso Público Nº 03, de 23 de dezembro 2013)

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Informática Básica
• Atualidades
• Conhecimentos Gerais do Estado de Sergipe
• Noções de Direito

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira

Capa
Bruno Fernandes

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de textos. ....................................................................................................................................................... 01


Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. .............................................................................................................................. 05
Classes de palavras e suas flexões. ................................................................................................................................................................... 12
Processo de formação de palavras. .................................................................................................................................................................. 49
Verbos: conjugação, emprego dos tempos, modos e vozes verbais. ................................................................................................. 54
Regras gerais de concordância nominal e verbal. ...................................................................................................................................... 54
Regras gerais de regência nominal e verbal. ................................................................................................................................................ 60
Emprego do acento indicativo da crase. ........................................................................................................................................................ 66
Colocação dos pronomes átonos. .................................................................................................................................................................... 71
Funções sintáticas. .................................................................................................................................................................................................. 71
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos....................................................................................................................................... 83
Emprego dos sinais de pontuação.................................................................................................................................................................... 89

Matemática

Conjuntos: conceito, igualdade, classificação, pertinência, inclusão, operações de união, interseção e diferença; ........ 01
Sistema de Numeração Decimal e outras bases de numeração; .......................................................................................................... 07
Operações com números naturais; problemas com as quatro operações; expressões numéricas; divisibilidade; múltiplos
e divisores; números primos; fatoração; ......................................................................................................................................................... 09
MDC e MMC e aplicações; ................................................................................................................................................................................... 09
Números Racionais: forma fracionária e forma decimal, operações e problemas; ....................................................................... 09
Medidas: unidades de medida (comprimento, massa, capacidade, superfície e volume); ......................................................... 16
Grandezas Proporcionais: razão, proporção, regra de três simples e composta; porcentagem; juros simples; ................ 20
Equações do Primeiro e do Segundo Grau;................................................................................................................................................... 44
Noções de Geometria Plana: Triângulos, quadriláteros, polígonos, semelhança, teorema de Pitágoras, áreas e
volumes....................................................................................................................................................................................................................49
Funções: tabelas, gráficos, estatísticas. Grau, quadrática, exponencial e logaritmos. .................................................................. 68
Matrizes. Determinantes. Sistema Linear. ....................................................................................................................................................... 74
Probabilidade e Estatística.................................................................................................................................................................................... 78

Informática Básica

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática.......................................... 01


Sistema Operacional Windows (XP/7/8). ....................................................................................................................................................... 23
Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática.......................................... 44
Uso dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. ........................................................................................................................................................... 45
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão.......................................................................................................................................................................................... 51
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet.................................................................................................................................................................112
Conceito de software livre. ................................................................................................................................................................................150
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC........................................................................................................................153
Cópia de segurança (backup): Conceitos. ....................................................................................................................................................158
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores...............................................................................................................................160
SUMÁRIO

Atualidades

Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecologia, tecnologia,
energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, saúde, segurança e artes e literatura e suas
vinculações históricas. Atualidades e contextos históricos, geográficos, sociais, políticos, econômicos e culturais referen-
tes ao Brasil e ao Mundo ...................................................................................................................................................................................... 01
Noções de cidadania............................................................................................................................................................................................... 25

Conhecimentos Gerais do Estado de Sergipe

Conhecimentos Gerais do Estado de Sergipe:.............................................................................................................................................. 01


Formação territorial de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 01
Formação e desmembramento de municípios sergipanos. Localização dos municípios de Sergipe. ................................... 02
Aspectos climáticos de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 02
Principais relevos e ecossistemas de Sergipe. .............................................................................................................................................. 04
Bacias hidrográficas de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 04
A economia de Sergipe no período Colonial e Imperial. ......................................................................................................................... 07
Governadores e Prefeitos do período republicano. ................................................................................................................................... 07
O Patrimônio Histórico do Estado de Sergipe. ............................................................................................................................................ 08
Principais atividades econômicas de Sergipe. .............................................................................................................................................. 08
Aspectos populacionais de Sergipe.................................................................................................................................................................. 09

Noções de Direito

Direitos Humanos: histórico dos Direitos Humanos. ................................................................................................................................. 01


Direitos Fundamentais, Direitos Sociais e Direitos Difusos, Direito Civis e Políticos. .................................................................... 07
Violação dos Direitos Humanos. ....................................................................................................................................................................... 08
Segurança Pública e Cidadania. ......................................................................................................................................................................... 10
Constituição Federal Brasileira de 1988 e suas Emendas. ....................................................................................................................... 14
Título I – Dos Princípios Fundamentais. .......................................................................................................................................................... 15
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais. .................................................................................................................................... 21
Emenda Constitucional n° 45/2004................................................................................................................................................................... 57
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 (ONU). ........................................................................................................... 57
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José de Costa Rica). ......................................................................... 65
Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009 - Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3. ......... 86
Direito Constitucional: Formação Constitucional do Brasil. ..................................................................................................................104
A Constituição de 1988: Origem e Objetivos fundamentais. ...............................................................................................................107
Estrutura e Organização do Estado Brasileiro. ...........................................................................................................................................108
Direito Constitucional Estadual e Municipal. ..............................................................................................................................................116
Organização dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário..............................................................................................................116
Funções essenciais à justiça. .............................................................................................................................................................................142
O artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: A missão constitucional das Polícias Milita-
res............................................................................................................................................................................................................................ 148
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos. ....................................................................................................................................................... 01


Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. .............................................................................................................................. 05
Classes de palavras e suas flexões. ................................................................................................................................................................... 12
Processo de formação de palavras. .................................................................................................................................................................. 49
Verbos: conjugação, emprego dos tempos, modos e vozes verbais. ................................................................................................. 54
Regras gerais de concordância nominal e verbal. ...................................................................................................................................... 54
Regras gerais de regência nominal e verbal. ................................................................................................................................................ 60
Emprego do acento indicativo da crase. ........................................................................................................................................................ 66
Colocação dos pronomes átonos. .................................................................................................................................................................... 71
Funções sintáticas. .................................................................................................................................................................................................. 71
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos....................................................................................................................................... 83
Emprego dos sinais de pontuação.................................................................................................................................................................... 89
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação – na semântica (significado das palavras)


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
TEXTOS. tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi-
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, Interpretar X compreender
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento
de responder às questões relacionadas a textos. Interpretar significa
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Através do texto, infere-se que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - É possível deduzir que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - O autor permite concluir que...
e decodificar ). - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Compreender significa


Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- está escrito.
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. - o texto diz que...
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que - é sugerido pelo autor que...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
frase for retirada de seu contexto original e analisada se- ção...
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele - o narrador afirma...
inicial.
Erros de interpretação
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
na prova.
entendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- cadas e, consequentemente, errando a questão.
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
definem o tempo). prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança é o que o autor diz e nada mais.
ou de diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
com uma realidade, opinando a respeito. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
dárias em um só parágrafo. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vras. vai dizer e o que já foi dito.

Condições básicas para interpretar OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
Fazem-se necessários: do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
literários, estrutura do texto), leitura e prática; também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
texto) e semântico; cedente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes relativos são muito importantes na in- nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
a saber: neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
te, mas depende das condições da frase. No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
- qual (neutro) idem ao anterior. reduzido no qual o menino detém sua atenção é
- quem (pessoa) (A) fresta.
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois (B) marca.
o objeto possuído. (C) alma.
- como (modo) (D) solidão.
- onde (lugar) (E) penumbra.
quando (tempo)
quanto (montante) 2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
PE/2012)
Exemplo: O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a
Falou tudo QUANTO queria (correto) totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
aparecer o demonstrativo O ). que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É,
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
Dicas para melhorar a interpretação de textos todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do
mundo.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o
assunto; Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
a leitura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
pelo menos duas vezes; tual “O riso”.
- Inferir; ( ) CERTO ( ) ERRADO
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do 3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
autor; Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
compreensão; uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de generalizado de energia no final de 2009.
cada questão; Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
Fonte: 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
gues/como-interpretar-textos produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
buição de energia do país desde o traumático racionamento
QUESTÕES de 2001.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta-
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – ções).
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
tão, considere o texto abaixo. Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
A marca da solidão A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de ( ) CERTO ( ) ERRADO
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de 4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
penumbra na tarde quente. Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- — Carta para o 9.326!!!
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque- em

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LÍNGUA PORTUGUESA

branco, e um outro pergunta: Férias na Ilha do Nanja


— Quem te mandou essa carta?
— Minha irmã. Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
— Mas por que não está escrito nada? malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
adaptações). Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
acima decorre numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
A) da identificação numérica atribuída ao louco. própria vida.
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a E eu vou para a Ilha do Nanja.
carta no hospício. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
a carta. cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran- tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
co. moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV Adaptado)
PROJETOS/2010)
*fissuras: fendas, rachaduras
Painel do leitor (Carta do leitor)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Resgate no Chile – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos-
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de tra que seus amigos estão
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (A) serenos.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (B) descuidados.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com (C) apreensivos.
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- (D) indiferentes.
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode (E) relaxados.
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- 7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- que, assim como seus amigos, a autora viaja para
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
ajudar no salvamento. (B) escapar do lugar em que está.
(C) reencontrar familiares queridos.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- (D) praticar esportes radicais.
nel do leitor – 17/10/2010) (E) dedicar-se ao trabalho.

Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- 8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” gere que viajará para um lugar
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma (A) repulsivo e populoso.
mina de cobre e ouro no Chile.” (B) sombrio e desabitado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (C) comercial e movimentado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” (D) bucólico e sossegado.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des- (E) opressivo e agitado.
ceram na mina...”
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – 9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
questões de números 6 a 8. o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide

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LÍNGUA PORTUGUESA

opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
Prepare-se para o debate que está apenas começando. quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) delimita a informação – como no caso do exercício).
RESPOSTA: “CERTO’.
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe- 4-)
dágio urbano. Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans- aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
porte público e estender as ciclovias. porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida- RESPOSTA: “D”.
des, que não resolveu os problemas do trânsito.
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun- 5-)
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. Em todas as alternativas há expressões que represen-
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio- tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
namento, revisão....e agora mais o pedágio? Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
investido no transporte público. RESPOSTA: “B”.
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
gue pelo privilégio! 6-)
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
urbano melhorou. fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
A ordem obtida é: nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N) RESPOSTA: “C”.
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) 7-)
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N) da própria autora!
RESPOSTA: “B”.
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ –
ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que 8-)
apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex- Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se RESPOSTA: “D”.
você está na rua, não pode entrar”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”. 9-)
b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. (S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”. porte público e estender as ciclovias.
d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”. (N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
Resolução (S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
1-) (N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- namento, revisão....e agora mais o pedágio?
do cabe numa fresta. (N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
RESPOSTA: “A”. investido no transporte público.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
2-) gue pelo privilégio!
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie- (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos urbano melhorou.
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. S - N - S - N - N - S - S
RESPOSTA: “CERTO”. RESPOSTA: “B”.

3-) 10-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é:
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua,
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, não pode entrar”.
temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O fonema z:
ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS E
ACENTUAÇÃO GRÁFICA. Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
ORTOGRAFIA *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
tamorfose.
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão quiseste.
culto da língua. *nomes derivados de verbos com radicais terminados
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- empresa / difundir - difusão
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas *após ditongos: coisa, pausa, pouso
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
lácio ou passo, movimento durante o andar). Escreve-se com Z e não com S:
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem- *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
se observar as seguintes regras: tivo: macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
O fonema s: origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
cretizar
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan-
*como consoante de ligação se o radical não terminar
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel,
com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão /
inho - lapisinho
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
O fonema j:
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
Escreve-se com G e não com J:
- consensual
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- gesso.
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão /
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - Observação: Exceção: pajem
compromisso / submeter - submissão *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com litígio, relógio, refúgio.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
trico / re + surgir - ressurgir *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- gir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
nado com j: ágil, agente.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com J e não com G:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, boia, manjerona.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / O fonema ch:
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição Escreve-se com X e não com CH:
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção caxi, muxoxo, xucro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
xampu, lagartixa. tarão e divirta-se!
*depois de ditongo: frouxo, feixe. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as
expressões
Observação: Exceção: quando a palavra de origem A) A fim ...a partir ... as
não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: D) Afim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, E) Afim ...à partir ... as
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
As letras e e i: ortografia:
A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são D) Saiu com descrição da sala.
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
- atenção para as palavras que mudam de sentido escrita?
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su- A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan- pansa.
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de B) O mendigo não depositou na caderneta de poupan-
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). ça.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
Fonte:
sa.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
ortografia
pansa.
Questões sobre Ortografia
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alter-
nativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do programa 5inco Minutos.
do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenôme-
no da corrupção e das fraudes.
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca
(C) a … concenso … a cerca
(D) a … consenso … há cerca
(E) há … consenço … a cerca

02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-


nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo
com a norma- -padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
cal. Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. propaganda, adaptada, assume a seguinte redação:
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! (A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma-
tem-na porisso.
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – (B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma-
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para tem-na por isso.
informar os usuários sobre o festival Sounderground. (C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
Prezado Usuário matem por isso.
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do (D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, matem por isso.
começa o Sounderground, festival internacional que presti- (E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a
gia os músicos que tocam em estações do metrô. matem porisso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO O “lhe” é usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a


conjunção “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-
01. B 02. D 03. C 04. C 05. B 06. C na” estaria correta, já que, após vírgula, o ideal é que utili-
zemos ênclise – pronome oblíquo após o verbo).
RESOLUÇÃO
HÍFEN
1-) O exercício quer a alternativa que apresenta cor-
reção ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
que está empregado no sentido de “existir”; na segunda, para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor,
“consenso” com “s”; na terceira, “acerca” significa “a res- ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofe-
peito de”, o que se encaixa perfeitamente no contexto. “Há receram-me; vê-lo-ei).
cerca” = tem cerca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” Serve igualmente para fazer a translineação de pala-
= a cerca está destruída (arame, madeira...) vras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em
duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
2-)
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta-
tográfica:
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
= cidadãos uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
cal. = certidões luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de- guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
graus
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
3-) Prezado Usuário zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do menina, erva-doce, feijão-verde.
metrô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, co-
meça o Sounderground, festival internacional que prestigia 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
os músicos que tocam em estações do metrô. e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casa-
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- do, aquém- -fiar, etc.
tarão e divirta-se!
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
antes de horas: há crase mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-
4-) de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
cassado Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
D) Saiu com descrição da sala. = discrição históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al-
sácia-Lorena, etc.
5-)
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
per- quando associados com outro termo que é iniciado
pansa. = mendigo/caderneta/poupança
por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
sa. = mendigo/caderneta/poupança
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou- ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
6-) A questão envolve colocação pronominal e orto- pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra
“por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi- ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser
um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a for- do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele-
ma correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
Porque quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. semi-hospitalar, super- -homem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on- D) Nossos antepassados realizaram vários anteproje-
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. tos.
E) O autodidata fez uma autoanálise.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. 03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu- A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for- B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre- do campeonato.
verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas D) O recém-chegado veio de além-mar.
as linhas). E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.

Não se emprega o hífen: 04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo hífen é obrigatório:
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou A) em nenhuma delas.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir- B) na segunda palavra.
religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, C) na terceira palavra.
microrradiografia, etc. D) em todas as palavras.
E) na primeira e na segunda palavra.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __.
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes- Qual alternativa completa corretamente as lacunas?
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes- A) sobreumano/interregional
cola, infraestrutura, etc. B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos D) sobrehumano/ inter-regional
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu- E) sobre-humano /interegional
mano, inábil, desabilitar, etc.
GABARITO
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo- 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir,
etc. RESOLUÇÃO

5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção 1-)


de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis- A) autocrítica
ta, etc. C) pontapé
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- D) supermercado
to, benquerer, benquerido, etc. E) infravermelhos

Questões sobre Hífen 2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom-


brada.
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
novo Acordo, está sendo usado corretamente:
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. 4-)
B) Ela é muito mal-educada. a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo-
C) Ele tomou um belo ponta-pé. leque (doce)
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. apresentam elementos de ligação.
b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé-
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos,
hífen: raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam
faria uma superalimentação. elementos de ligação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam- caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
peonato inter-regional. da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. tongos abertos)
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma
letra com que se inicia a outra palavra acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.:
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
ACENTUAÇÃO
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re- artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia- mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
linguagem escrita. mülleriano (de Müller)
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
competências, e logo nos adequamos à forma padrão. gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã

Regras básicas – Acentuação tônica Regras fundamentais:

A acentuação tônica implica na intensidade com que Palavras oxítonas:


são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
As demais, como são pronunciadas com menos intensida- pó(s) – armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
de, são denominadas de átonas.
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
cadas como:
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
pô-lo
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
Paroxítonas:
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
– passível - i, is : táxi – lápis – júri
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím- fórceps
pano – médico – ônibus - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que, das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memo-
quanto à intensidade. rização!
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
podemos observar no exemplo a seguir: não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
“Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor”. Regras especiais:

Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
mais, como átonos (que, em, de). abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
Os acentos palavras paroxítonas.

acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Antes Depois


assembléia assembleia apazigúe (apaziguar) apazigue
idéia ideia averigúe (averiguar) averigue
geléia geleia argúi (arguir) argui
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
paranóico paranoico do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
vir)
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca A regra prevalece também para os verbos conter, ob-
– baú – país – Luís ter, reter, deter, abster.
ele contém – eles contêm
Observação importante: ele obtém – eles obtêm
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando ele retém – eles retêm
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.: ele convém – eles convêm
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
feiúra feiura antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
Sauípe Sauipe lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
exceções, como:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
abolido. Ex.: pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
Antes Agora do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
crêem creem do singular do presente do indicativo). Ex:
lêem leem Ela pode fazer isso agora.
vôo voo Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
enjôo enjoo
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos preposição por.
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Repare: Faço isso por você.
1-) O menino crê em você Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! Questões sobre Acentuação Gráfica
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala. 01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
Esperamos que os garotos deem o recado! A) Tem a última sílaba como tônica.
4-) Rubens vê tudo! B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Eles veem tudo! C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica.
* Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde! 02. Assinale a alternativa correta.
Eles vêm à tarde! A palavra faliu contém um:
A) hiato
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- B) dígrafo
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru C) ditongo decrescente
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz D) ditongo crescente

Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmen-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. te, aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada
pelo mesmo motivo que:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem A) túnel
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba B) voluntário
As formas verbais que possuíam o acento tônico na C) até
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de D) insólito
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: E) rótulos

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. Assinale a alternativa correta. GABARITO


A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
paroxítonas terminadas em ditongo. 01. B 02. C 03. B 04. A 05. E
B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamen- 06. A 07. A 08. B 09. D
te, encontro consonantal e hiato.
C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as RESOLUÇÃO
palavras grifadas são paroxítonas.
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as par- 1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima
tes destacadas são dígrafos. sílaba é a tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúl-
E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p- tima sílaba tônica = paroxítona
si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.
2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sí-
05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO: laba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta
A) saúde uma vogal e uma semivogal. Na classificação, ambas são
B) cooperar semivogais, mas quando juntas, a que “aparecer” mais na
C) ruim pronúncia será considerada “vogal”.
D) creem
E) pouco 3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em
ditongo crescente (semivogal + vogal)
06. “O episódio aconteceu em plena via pública de a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em diton-
mundial. A partir daquele momento outras pessoas que go
passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamen- c-) A - té – oxítona
te, uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a forma- d-) in – só – li – to : proparoxítona
e-) ró – tu los – proparoxítona
ção do maior coral popular de Assis”. O vocábulo subli-
nhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo mesmo
4-)
motivo das palavras:
a-) correta
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
DÍGRAFO
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério
d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som
do U, portanto não é caso de dígrafo
07. Assinale a opção CORRETA em que todas as pala-
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
vras estão acentuadas na mesma posição silábica.
A) Nazaré - além - até - está - também. 5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im /
B) Água - início - além - oásis - religião. cre - em / pou - co (ditongo)
C) Município - início - água - século - oásis
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário 6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em di-
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município tongo
a-) ok
08. Considerando as palavras: também / revólver / lâm- b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
pada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de c-) chi – nês : oxítona, idem
acentuação gráfica não se refere a uma delas: d-) sa – bi – á : idem
A) palavra paroxítona terminada em - is
B) palavra proparoxítona terminada em - em 7-)
C) palavra paroxítona terminada em - r a-) oxítona – TODAS
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentua- b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona –
das não acentuada
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paro-
09. Assinale a alternativa incorreta: xítona
A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxíto- d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
nos terminadas em ditongos crescentes. e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparo-
B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxíto- xítona – paroxítona
no terminado em em.
C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos. 8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm
D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono – pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona
terminado em u. a-) é a regra do LÁPIS

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LÍNGUA PORTUGUESA

b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen- América américo- / Companhia américo-africana
dente de sua terminação Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
c-) regra para REVÓLVER China sino- / Acordos sino-japoneses
d-) relativa à palavra lâmpada Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas. França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Na D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por ter- Grécia greco- / Filmes greco-romanos
minar em ditongo aberto. Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES.
Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.


Adjetivo
Gênero dos Adjetivos
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo. Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per- referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode substantivos, classificam-se em:
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
moça bondosa, pessoa bondosa. Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua- culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho- mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Morfossintaxe do Adjetivo
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
feliz.
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
ou do objeto).
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
político-social.
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Número dos Adjetivos
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles: Plural dos adjetivos simples
Estados e cidades brasileiros:
Alagoas alagoano Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor-
Amapá amapaense do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Aracaju aracajuano ou aracajuense substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Amazonas amazonense ou baré zes, ruim e ruins boa e boas
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Cabo Frio cabo-friense função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Campinas campineiro ou campinense que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
Adjetivo Pátrio Composto a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- cinza.
dita. Observe alguns exemplos: Veja outros exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana Motos vinho (mas: motos verdes)
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto Paredes musgo (mas: paredes brancas).
-inglesas Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica- se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran-
rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente de e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um mentos.
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
invariável. Por exemplo: duas qualidades de um mesmo elemento.
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Olhos verde-claros. ferioridade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre O superlativo expressa qualidades num grau muito
invariáveis. elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
têm os dois elementos flexionados.
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
Grau do Adjetivo
senta-se nas formas:
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
o comparativo e o superlativo.
O secretário é muito inteligente.
Comparativo
Sintética: a intensificação se faz por meio do acrésci-
mo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- Observe alguns superlativos sintéticos:
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de benéfico beneficentíssimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe bom boníssimo ou ótimo
os exemplos abaixo: comum comuníssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade cruel crudelíssimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da difícil dificílimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou doce dulcíssimo
quão. fácil facílimo
fiel fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
que” ou “mais...que”. De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.

O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- Note bem:


rioridade Sintético 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- etc., antepostos ao adjetivo.
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
grande/maior, baixo/inferior. de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo

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LÍNGUA PORTUGUESA

radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A tempos em tempos, em breve, hoje em dia
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu- de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, preca- abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
riíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o de- namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
sagradável hiato i-í. cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
Advérbio de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
O advérbio, assim como muitas outras palavras exis- mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz tavelmente (=sem dúvida).
referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo, de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo mente, simplesmente, só, unicamente
se desenvolve. de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sen- bém
tido de caracterizar os processos expressos por ele. Contu- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos), de designação: Eis
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se- de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan-
guem alguns exemplos: do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade),
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, para quê? (finalidade)
você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad- Locução adverbial
jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
O artista canta muito mal. vérbio. Exemplo:
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi- Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama- apressadamente.
mos de locução adverbial, representada por algumas ex- Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
modo algum, entre outras. variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér- categoria dos advérbios é a de grau:
bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
expressas por: - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres- inconstitucionalissimamente, etc.;
sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste- Artigo
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
mente indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, gênero e o número dos substantivos.
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
de todo, de muito, por completo. Classificação dos Artigos
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, Artigos Definidos: determinam os substantivos de
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata- Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em um animal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Combinação dos Artigos - O artigo também é usado para substantivar palavras


oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
É muito presente a combinação dos artigos definidos tudo isso.
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
essas combinações: - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
lativo cujo (e flexões).
Preposições Artigos Este é o homem cujo amigo desapareceu.
o, os Este é o autor cuja obra conheço.
a ao, aos
de do, dos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
em no, nos sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme),
por (per) pelo, pelos a menos que venham especificadas.
a, as um, uns uma, umas Eles estavam em casa.
à, às - - Eles estavam na casa dos amigos.
da, das dum, duns duma, dumas Os marinheiros permaneceram em terra.
na, nas num, nuns numa, numas Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
pela, pelas - -
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata-
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa
com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
conhecida por crase.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do
Constatemos as circunstâncias nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
em que os artigos se manifestam Estado de S. Paulo.

Morfossintaxe
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
das olimpíadas.
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
do substantivo a que se refere. Tal função independe da
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
função exercida pelo substantivo:
A Bahia...
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. Conjunção
- No caso de nomes próprios personativos, denotando Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
do artigo: O Pedro é o xodó da família. exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
- No caso de os nomes próprios personativos estarem amiguinhas.
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
os Incas, Os Astecas... Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to- as amiguinhas
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer. Cada informação está estruturada em torno de um ver-
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- ções:
dos. (qualquer classe) 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
facultativo: a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
Observe: Gosto de natação e de futebol.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
é uns vinte anos. “e” está ligando termos de uma mesma oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Morfossintaxe da Conjunção - CONFORMATIVAS


Principais conjunções conformativas: como, segundo,
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- conforme, consoante
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. Cada um colhe conforme semeia.
Classificação Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor-
- Conjunções Coordenativas midade.
- Conjunções Subordinativas
- CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.
Conjunções coordenativas
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”,
“tanto”, “tão”, “tamanho”).
Dividem-se em: Falou tanto que ficou rouco.
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex.
Gosto de cantar e de dançar. - FINAIS
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas Expressam ideia de finalidade, objetivo.
também, não só...como também. Todos trabalham para que possam sobreviver.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que,
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo- porque (=para que),
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu- - PROPORCIONAIS
do, todavia, no entanto, entretanto. Principais conjunções proporcionais: à medida que,
quanto mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
- TEMPORAIS
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
quer...quer, já...já. logo que.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora- Quando eu sair, vou passar na locadora.
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois Diferença entre orações causais e explicativas
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. (OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de-
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá paramos com a dúvida de como distinguir uma oração
fora. causal de uma explicativa. Veja os exemplos:
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
(antes do verbo), porquanto. atropelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati-
va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
Conjunções subordinativas
b) As orações são coordenadas e, por isso, indepen-
dentes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as
- CAUSAIS orações que vêm marcadas por vírgula.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
uma vez que, como (= porque). Outra dica é, quando a oração que antecede a OC
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. (Oração Coordenada) vier com verbo no modo imperativo,
ela será explicativa.
- COMPARATIVAS Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im-
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão... perativo)
como, mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra
cidade porque não havia cemitério no local.”
- CONCESSIVAS a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
mesmo que, apesar de, se bem que. colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
um fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de os mortos em outra cidade.
estar cansada) b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
Apesar de ter chovido fui ao cinema. dependentes uma da outra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Interjeição 2) Sintetizar uma frase apelativa


Cuidado! Saia da minha frente.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
ções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir As interjeições podem ser formadas por:
sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comporta- - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
mento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de es- - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
truturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! Ora bolas!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! exemplo:
As sentenças da língua costumam se organizar de for- Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra-
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e riedade)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in- Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra-
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um Classificação das Interjeições
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Bravo! Bis! - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi Atenção!, Olha!, Alerta!
muito bom! Repitam!” - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!”
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!,
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um
Boa!
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
particular, um momento ou um contexto específico. Exem-
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
plos:
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Desculpa: Perdão!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- Oh!, Eh!
ção - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
Epa!, Ora!
O significado das interjeições está vinculado à maneira - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- Cruz!, Putz!
to de enunciação. Exemplos: - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
chamando! Ei, espere!” - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
são em um hospital; significado da interjeição (sugestão): me, Deus!
“Por favor, faça silêncio!” - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Você faz o que no Brasil? dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Eu? Eu negocio com madeiras. linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Ah, deve ser muito interessante. até loguinho.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Locução Interjetiva Numeral

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma Numeral é a palavra que indica os seres em termos
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! situa em determinada sequência.
Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Alto lá! Muito bem! [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]

Observações: Eu quero café duplo, e você?


- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! =
Peço-lhe que me desculpe. A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên-
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o cia de “fila”]
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
gramaticais podem aparecer como interjeições. Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Viva! Basta! (Verbos) os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
Fora! Francamente! (Advérbios) a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
trata de numerais, mas sim de algarismos.
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto! vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita- dúzia, par, ambos(as), novena.
tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bum-
ba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!,
Classificação dos Numerais
etc.
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
sico: um, dois, cem mil, etc.
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Obrigadinho!
Leitura dos Numerais
Interjeições, leitura e produção de textos
Separando os números em centenas, de trás para fren-
Usadas com muita frequência na língua falada informal, te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos- e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali- conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con-
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços junção “e”.
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem e vinte e seis.
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à Flexão dos numerais
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter- Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
jeições presença constante nos textos publicitários. uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
Fonte: centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89. em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
php são invariáveis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os numerais ordinais variam em gênero e número:


primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sen-
tido. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos

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LÍNGUA PORTUGUESA

dezoito décimo oitavo - dezoito avos


dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

1. Combinação: A preposição não sofre alteração.


preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em + a(s) = na(s) Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
Em + um = num parte da família
Em + uma = numa Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
Em + uns = nuns / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s) 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Por + o = pelo(s) das preposições:
Por + a = pela(s) Destino = Irei para casa.
Modo = Chegou em casa aos gritos.
Preposição + Pronomes Lugar = Vou ficar em casa;
De + ele(s) = dele(s) Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
De + ela(s) = dela(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + este(s) = deste(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + esta(s) = desta(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
De + esse(s) = desse(s) tamento.
De + essa(s) = dessa(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + aquele(s) = daquele(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + aquela(s) = daquela(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + isto = disto Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + isso = disso Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + aquilo = daquilo Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aqui = daqui Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aí = daí Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + ali = dali Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + outro = doutro(s) Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s) Fonte:
Em + esta(s) = nesta(s) http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) Pronome
Em + aquela(s) = naquela(s)
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + isto = nisto
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + isso = nisso
de alguma forma.
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so-
A + aquela(s) = àquela(s)
nhos!
A + aquilo = àquilo
[substituição do nome]
Dicas sobre preposição
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo-
nita!
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome [referência ao nome]
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá Essa moça morava nos meus sonhos!
para determiná-lo como um substantivo singular e femi- [qualificação do nome]
nino.
A dona da casa não quis nos atender. Grande parte dos pronomes não possuem significados
Como posso fazer a Joana concordar comigo? fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên-
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro- têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
curar um tratamento adequado. curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica,
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o os pronomes apresentam uma forma específica para cada
lugar e/ou a função de um substantivo. pessoa do discurso.

21
LÍNGUA PORTUGUESA

Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] como complementos verbais na língua-padrão. Frases
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. me até aqui”.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
se fala] Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência boa viagem. (Nós)
através do pronome seja coerente em termos de gênero
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, Pronome Oblíquo
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
sa escola neste ano. direto ou indireto) ou complemento nominal.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
adequada] variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- indica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, marca o complemento da oração.
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
Pronomes Pessoais tônicos.

São aqueles que substituem os substantivos, indicando Pronome Oblíquo Átono


diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa fraca: Ele me deu um presente.
ou às pessoas de quem fala. O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- figurado:
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1ª pessoa do singular (eu): me
ou do caso oblíquo. - 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Pronome Reto - 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. Observações:
Nós lhe ofertamos flores. O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi- Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
gurado: diretos como objetos indiretos.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
- 1ª pessoa do singular: eu objetos diretos.
- 2ª pessoa do singular: tu Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi-
- 3ª pessoa do singular: ele, ela nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for-
- 1ª pessoa do plural: nós mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha,
- 2ª pessoa do plural: vós lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.
- 3ª pessoa do plural: eles, elas Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem:

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- Trouxeste o pacote? Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.


- Sim, entreguei-to ainda há pouco. Não vá sem eu mandar.
- Não contaram a novidade a vocês?
- Não, no-la contaram. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
No português do Brasil, essas combinações não são conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
é muito raro. companhia.
Ele carregava o documento consigo.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
é suprimida. Por exemplo: todos, ambos ou algum numeral.
fiz + o = fi-lo Você terá de viajar com nós todos.
fazeis + o = fazei-lo Estávamos com vós outros quando chegaram as más
dizer + a = dizê-la notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: Pronome Reflexivo
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
retém + a: retém-na nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
tem + as = tem-nas da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
expressa pelo verbo.
Pronome Oblíquo Tônico
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configura-
do:
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
Eu não me vanglorio disso.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte.
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
Assim tu te prejudicas.
figurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Conhece a ti mesmo.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Guilherme já se preparou.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Ela deu a si um presente.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas Antônio conversou consigo mesmo.

Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As Lavamo-nos no rio.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre prono- - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
forma: Eles se conheceram.
Não há mais nada entre mim e ti. Elas deram a si um dia de folga.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim. A Segunda Pessoa Indireta
Não vá sem mim.
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem
de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam
uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados prono-
verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro- mes de tratamento, que podem ser observados no quadro
nome, deverá ser do caso reto. seguinte:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em rela-
ção à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

NÚMERO PESSOA PRONOME


singular primeira meu(s), minha(s)
singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s)
plural terceira seu(s), sua(s)

Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele


1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resul- está se referindo a um passado distante.
tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
seu José. - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
invariáveis, observe:
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
posse. Podem ter outros empregos, como: la(s).
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Invariáveis: isto, isso, aquilo.

b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e o problema.
anotações.
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir- - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex-
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar
espaço, no tempo ou discurso.
No espaço: das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o
carro está perto da pessoa que fala. - O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
pessoa que fala. cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que pressentiam.
o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com
quem falo. - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que
quanto por meio de correspondência, que é uma moda- faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que
lidade escrita de fala), são particularmente importantes o ela o fizesse.
este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
pode causar ambiguidade. mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer- amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
sidade destinatária). solteiro, aquele casado]
Reafirmamos a disposição desta universidade em parti-
cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi- - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
dade que envia a mensagem). irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
refere ao ano presente. com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
refere a um passado próximo. = naquilo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Indefinidos sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm


sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
quantidade indeterminada. algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém e qualquer, que generaliza.
-plantadas.
Essas oposições de sentido são muito importantes na
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: de que fazem parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- prático.
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- pessoas quaisquer.
guém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda? Pronomes Relativos
Quem avisa amigo é.
São aqueles que representam nomes já mencionados
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade as orações subordinadas adjetivas.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
Cada povo tem seus costumes. um grupo racial sobre outros.
Certas pessoas exercem várias profissões. (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
tros = oração subordinada adjetiva).
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
ora pronomes indefinidos adjetivos: e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, me demonstrativo o, a, os, as.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), Não sei o que você está querendo dizer.
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
Menos palavras e mais ações. expresso.
Alguns se contentam pouco. Quem casa, quer casa.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- Observe:


riáveis e invariáveis. Observe: Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, quantas.
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne- Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, Note que:
outras, quantas. - O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
algo, cada. tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
antecedente for um substantivo.
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= qual)
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
Cada um escolheu o vinho desejado. quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
Indefinidos Sistemáticos quais)

Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi- pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que

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LÍNGUA PORTUGUESA

podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo
de clareza ou depois de determinadas preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou
encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de
ser poeta, que era a sua vocação natural.

- O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos
quais, das quais.
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
( antecedente) (consequente)

- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)

- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


É um professor a quem muito devemos.
(preposição)

- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada.

- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.


Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente
que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, refe-
rem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
quanto (e variações).
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

Sobre os pronomes

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quan-
do desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de complemento, e, consequentemente, é do caso
oblíquo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, Ênclise


o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
nos. A ênclise vai acontecer quando:
Importante: Em observação à segunda oração, o em- - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- Amem-se uns aos outros.
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode Sigam-me e não terão derrotas.
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. - O verbo iniciar a oração:
Eu desejo lhe perguntar algo. Diga-lhe que está tudo bem.
Eu estou perguntando-lhe algo. Chamaram-me para ser sócio.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, - O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos posição “a”:
de preposição. Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
eu estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim - O verbo estiver no gerúndio:
o que eu estava fazendo. Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
cupada.
Colocação Pronominal Despediu-se, beijando-me a face.

A colocação pronominal é a posição que os prono- - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
mes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: mesmo instante.
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
na oração em relação ao verbo: Mesóclise
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
3. mesóclise: pronome no meio do verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
Próclise se realizará)
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: proposta a você)
- Palavras com sentido negativo:
Nada me faz querer sair dessa cama. Questões sobre Pronome
Não se trata de nenhuma novidade.
01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).
- Advérbios: Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Nesta casa se fala alemão. está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
Naquele dia me falaram que a professora não veio. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
- Pronomes relativos: É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. e da água faça em si diferença, as companhias não podem
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
- Pronomes indefinidos: tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
Quem me disse isso? elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
- Pronomes demonstrativos: de crescimento verde sempre será a segunda opção.
Isso me deixa muito feliz! (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re-
- Preposição seguida de gerúndio: ferem- -se, respectivamente, a
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais (A) dúvidas e preços.
indicado à pesquisa escolar. (B) dúvidas e insumos básicos.
(C) companhias e insumos básicos.
- Conjunção subordinativa: (D) companhias e preços do carbono e da água.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. (E) políticas de crescimento e preços adequados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – 07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- 2013).
cho grifado está corretamente substituído por um prono- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
me em: tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo prazo.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
lhes desalentado e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem A) a que … acaba … à
de conhecê-lo? B) com que … acabam … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não C) de que … acabam … a
parecia ser-lhe D) em que … acaba … a
E) incomodaram o general... − incomodaram-no E) dos quais … acaba … à

08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP


03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013-
– 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome
respectivamente, as lacunas do trecho.
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
de modo INCORRETO em: vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
A) mostrando o rio= mostrando-o. sujeito de forma cômica.
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = C) Fazem ...à ... com que
nada lhes acrescentariam. D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. E) Faz ...à ... a que

04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). 09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
posicionado de acordo com a norma-padrão da língua. lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a pronome, na ordem dada, em:
alternativa cujo emprego do pronome está em conformi- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
dade com a norma padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
lada. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
(D) Conformado, se rendeu às punições.
– 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
(E) Todos querem que combata-se a corrupção.
dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013).
ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi- substituem, corretamente, os termos em destaque são:
nal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. A) os comprovam … ajudá-la.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se B) os comprovam …ajudar-la.
que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. C) os comprovam … ajudar-lhe.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. E) lhes comprovam … ajudá-la.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui-
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu. GABARITO
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe
que abrisse a bolsa que encontrara. 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
nos. RESOLUÇÃO

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) 9-)
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
não está claro até onde pode realmente chegar uma po- oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países “lhe” é para objeto indireto
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- to; “lhe” é para objeto indireto
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- 10-)
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde nhas vão ajudar a polícia na investigação.
sempre será a segunda opção. felizmente os comprovam ... ajudá-la
(advérbio)
2-)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los Substantivo
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
desalentado Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
conhecê-las ? denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não nos, os substantivos também nomeiam:
parecia sê-lo -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor...
3-) -estados: alegria, tristeza...
transpor [...] as matas espessas= transpô-las -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
4-)
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. Morfossintaxe do substantivo
(B) A menina tinha se distanciado muito da família.
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver-
bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver-
5-) bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva.
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento no-
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba- minal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito,
lada. do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra-
(D) Conformado, rendeu-se às punições. mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
(E) Todos querem que se combata a corrupção. de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
penhadas por grupos de palavras.
6-)
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa- Classificação dos Substantivos
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos 1- Substantivos Comuns e Próprios
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila,
que abrisse a bolsa que encontrara. com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten- (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. uma cidade (em oposição aos bairros).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e
7-) edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade.
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro- Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
dutos de que não necessitam e acabam tendo de Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
pagar tudo a prazo. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
homem, mulher, país, cachorro.
8-) Estamos voando para Barcelona.
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
jovem fazia referência à violência a que o brasileiro pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
estava sujeito de forma cômica. prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2 - Substantivos Concretos e Abstratos



LÂMPADA MALA

Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são independentes de outros seres. São
substantivos concretos.

Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres.

Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.


Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.

Observe agora:
Beleza exposta
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.

O substantivo beleza designa uma qualidade.

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir.
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou
coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraí-
dos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

3 - Substantivos Coletivos

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.

Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais
outra abelha...
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma
espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mes-
ma espécie.

Substantivo coletivo Conjunto de:


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
acervo livros
antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
batalhão soldados
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
chusma gente, pessoas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

elenco atores de uma peça ou filme


esquadra navios de guerra
enxoval roupas
falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça
molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral
ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros
quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
rebanho ovelhas
récua bestas de carga, cavalgadura
repertório peças teatrais, obras musicais
réstia alhos ou cebolas
romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros
sínodo párocos
talha lenha
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos

Formação dos Substantivos

Substantivos Simples e Compostos

Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.


O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.

Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.


Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois elemen-
tos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.

Substantivos Primitivos e Derivados

Meu limão meu limoeiro,


meu pé de jacarandá...

O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O substan-
tivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão dos substantivos - Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao


masculino: freguês - freguesa
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por de três formas:
exemplo, pode sofrer variações para indicar: - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
Plural: meninos Feminino: menina - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho -troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão
Flexão de Gênero - sultana

Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar - Substantivos terminados em -or:


sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
O velho e o mar sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Um Natal inesquecível - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
Os reis da praia
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que final por -a: elefante - elefanta
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Uma cidade sem passado no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
As tartarugas ninjas
- Substantivos que formam o feminino de maneira es-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina réu - ré
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for-
mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser-
Epicenos:
ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- prefeita
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
para o feminino. Classificam-se em: para indicar o masculino e o feminino.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
fêmea. a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes- macho e fêmea.
soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, A cobra macho picou o marinheiro.
o ídolo, o indivíduo. A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a Sobrecomuns:
doente, o artista e a artista. Entregue as crianças à natureza.

Saiba que: Substantivos de origem grega terminados A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas-
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
sistema, o sintoma, o teorema. o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
- Existem certos substantivos que, variando de gêne- sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
ro, variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) A criança chorona chamava-se João.
e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital A criança chorona chamava-se Maria.
(cidade)
Outros substantivos sobrecomuns:
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
criatura.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
- aluna. Marcela faleceu

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Comuns de Dois Gêneros: dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei-
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
A distinção de gênero pode ser feita através da análise (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de
cês - repórter francesa peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
- A palavra personagem é usada indistintamente nos (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha. a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o
aceitam a personagem. voga (remador), a voga (moda, popularidade).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o do plural é o “s” final.
soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
Plural dos Substantivos Simples
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
- cânones.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
em “ns”: homem - homens.
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
ma, o hematoma.
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
Gênero dos Nomes de Cidades se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. e cônsules.
A histórica Ouro Preto.
A dinâmica São Paulo. - Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
A acolhedora Porto Alegre. duas maneiras:
Uma Londres imensa e triste. - Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. - Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.

Gênero e Significação Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar duas maneiras:
em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural Plural das Palavras Substantivadas


de três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: O aluno errou na prova dos noves.
o látex - os látex. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
Plural dos Substantivos Compostos “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
tos seis e alguns dez.
-A formação do plural dos substantivos compostos de-
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras Plural dos Diminutivos
que formam o composto e da relação que estabelecem en-
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme- pãe(s) + zinhos = pãezinhos
queres. animai(s) + zinhos = animaizinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
de:
flore(s) + zinhas = florezinhas
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
mão(s) + zinhas = mãozinhas
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
feitos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
funi(s) + zinhos = funizinhos
mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando pé(s) + zinhos = pezinhos
formados de: pé(s) + zitos = pezitos
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e Plural dos Nomes Próprios Personativos
alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re- Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
cos sempre que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando As Raquéis e Esteres.
formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água- Plural dos Substantivos Estrangeiros
de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cava- Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
lo-vapor e cavalos-vapor critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce-
substantivo + substantivo que funciona como deter- to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo jazz.
do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba, Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada. do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
- Permanecem invariáveis, quando formados de: os réquiens.
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Observe o exemplo:
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa- Este jogador faz gols toda vez que joga.
ca-rolhas O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

- Casos Especiais Plural com Mudança de Timbre


o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis Certos substantivos formam o plural com mudança de
o bem-me-quer e os bem-me-queres timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
o joão-ninguém e os joões-ninguém. fonético chamado metafonia (plural metafônico).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Singular Plural O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não


corpo (ô) corpos (ó) os seus possíveis significados. Observe que palavras como
esforço esforços corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
fogo fogos ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
forno fornos porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
fosso fossos possuem.
imposto impostos
olho olhos Estrutura das Formas Verbais
osso (ô) ossos (ó)
ovo ovos Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
poço poços apresentar os seguintes elementos:
porto portos
posto postos - Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
tijolo tijolos do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am.
(radical fal-)
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
fala-r
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa-
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática
- I - (partir).
Particularidades sobre o Número dos Substantivos - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
gular ou plural):
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
com sentido de plural:
Aqui morreu muito negro. Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação,
improvisadas. pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
Flexão de Grau do Substantivo algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir Formas Rizotônicas e Arrizotônicas


as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera- Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
do normal. Por exemplo: casa dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
do ser. Classifica-se em: tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje- exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende-
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- rão, nutriríamos.
cador de aumento. Por exemplo: casarão.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos
do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. - Regulares: são aqueles que possuem as desinências
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alte-
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. rações no radical: canto cantei cantarei cantava
cantasse.
Verbo - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi-
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, zesse.
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais
ocorrência (nascer); desejo (querer). e pessoais:

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais
verbos impessoais são:
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figu-
rado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

** São impessoais, ainda:


1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a
sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

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LÍNGUA PORTUGUESA

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

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LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

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LÍNGUA PORTUGUESA

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula inte-
grante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia
reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):


Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.

Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

- Há verbos que também são acompanhados de pro- Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- - Particípio: quando não é empregado na formação
plo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis- aluna escolhida para representar a escola.
tem três modos:
Tempos Verbais
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu
sempre estudo. Tomando-se como referência o momento em que se
fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: tempos. Veja:
Talvez eu estude amanhã.
1. Tempos do Indicativo
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda
agora, menino. - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
colégio.
Formas Nominais
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
rompido.
nominais. Observe:
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver-
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
de substantivo. Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen- tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
exemplo: (forma simples).
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro. - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três atual: Ele estudará as lições amanhã.
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im- - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira: ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) 2. Tempos do Subjuntivo
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no mo-
boa colocação. mento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado,
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele ven-
ou advérbio. Por exemplo: cesse o jogo.
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad- Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas cons-
vérbio) truções em que se expressa a ideia de condição ou desejo.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do cam-
adjetivo) peonato.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

42
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

43
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (AGENTE POLÍCIA - VUNESP 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pes-
soas _____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm

02. (MGS - TÉCNICO CONTÁBIL – IBFC/2017-adaptada)


Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos”, nota--se que o acento do verbo em destaque deve-se a uma
exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação ao emprego desse mesmo verbo.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. 07. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL VUNESP 2013-adap.)
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. Assinale a alternativa que substitui, corretamente e sem al-
c) As pessoas tem muitos planos. terar o sentido da frase, a expressão destacada em – Se a
d) A mentira tem perna curta. criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira ins-
truções para que envie uma mensagem eletrônica ao gru-
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem po ou acione o código na internet.
querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um (A) Caso a criança se havia perdido…
ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante (B) Caso a criança perdeu…
da pergunta “débito ou crédito?”. (C) Caso a criança se perca…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de (D) Caso a criança estivera perdida…
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. (E) Caso a criança se perda…
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
dela.
08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
(C) adotar como referência de qualidade.
2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo desta-
(D) julgar de acordo com normas legais.
cado está no tempo futuro.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al- B) … somente eles podem decidir se irão ou não com-
ternativa contendo a frase do texto na qual a expressão prar.
verbal destacada exprime possibilidade. C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces-
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis- sidades”…
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras D) … de onde vem o produto…?
literárias... E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa-
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme 09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/
arquivo virtual. 2017-adaptada)
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por
associação, e não mais por sequências fixas previamente A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares,
estabelecidas. pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse mãe sempre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse sen-
conceito está ligado a uma nova concepção de textuali- tido, assinale a alternativa em que se indica INCORRETA-
dade... MENTE a sua flexão.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponi- a) queres – Presente do Indicativo.
bilizar toda a literatura do mundo... b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO d) queira – Presente do Subjuntivo.
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre-
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, 10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN-
se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito CIÁRIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
do indicativo, teremos a forma: I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
A) puder.
deira no animal.
B) poderia.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
C) pôde.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
D) poderá.
movimentada.
E) pudesse.

06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al- Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
ternativa em que todos os verbos estão empregados de pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
acordo com a norma- -padrão. A) Existia – Haviam – Existiam
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da B) Existiam – Havia – Existiam
impressão definitiva. C) Existiam – Haviam – Existiam
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em D) Existiam – Havia – Existia
silêncio. E) Existia – Havia – Existia
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra-
balhar no feriado. GABARITO
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque- 01. B 02. D 03. E 04. B 05. B
ra a seu superior. 06. A 07. C 08. B 09. B 10. D

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 9-)
Vamos aos itens:
1-) a) queres – Presente do Indicativo = eu quero, tu que-
É comum que objetos sejam esquecidos em locais res - correta.
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo = eu que-
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus reria, tu quererias, ele quereria - incorreta.
pertences, conservando-os junto ao corpo. c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo =
eu quisera, ele quisera – correta.
2-) d) queira – Presente do Subjuntivo = que eu queira,
Analisemos: que tu queiras, que ele queira - correta
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a so- e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = se eu
ciedade tem (verbo no singular) quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse – correta.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o RESPOSTA: B
jovem tem (verbo no singular)
c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm 10-)
(verbo no plural) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
d) A mentira tem perna curta. = correta madeira no animal.
RESPOSTA: D II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
3-) movimentada.
Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata- Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das existir = variável. Portanto, temos:
vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. I – Existiam onze pessoas...
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de II – Havia muitos ferimentos...
III – Existia muita gente...
classificar segundo ideias preconcebidas.
Vozes do Verbo
4-)
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa-
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente
arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito
da ação. São três as vozes verbais:
5-) - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- Ele fez o trabalho.
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração sujeito agente ação objeto (paciente)
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
soa do singular (ele) = poderia. - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
6-) O trabalho foi feito por ele.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em sujeito paciente ação agente da pas-
silêncio. siva
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a
trabalhar no feriado. - Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen-
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo:
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a re- O menino feriu-se.
queira a seu superior.
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com
7-) a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao
Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve outro)
uma grande perda salarial...)
Formação da Voz Passiva
8-)
A) Os consumidores são assediados pelo marketing = A voz passiva pode ser formada por dois processos:
presente analítico e sintético.
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessi- 1- Voz Passiva Analítica
dades”… = pretérito do Subjuntivo Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particí-
D) … de onde vem o produto…? = presente pio do verbo principal. Por exemplo:
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = A escola será pintada.
pretérito perfeito O trabalho é feito por ele.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva,
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ati-
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda- vo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tem-
dos. po. Observe mais exemplos:
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. nos.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- mestres.
ção das frases seguintes:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) - Eu o acompanharei.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi- Ele será acompanhado por mim.
cativo)
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Saiba que:
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) xivos, são chamados neutros.
O vinho é bom.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Aqui chove muito.
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte: - Há formas passivas com sentido ativo:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas-
cido.)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passi- És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
va analítica com outros verbos que podem eventualmente
funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
cada pela doença. passivo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
2- Voz Passiva Sintética Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
Por exemplo: sujeito é paciente.
Abriram-se as inscrições para o concurso. Chamo-me Luís.
Destruiu-se o velho prédio da escola. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Operou-se de hérnia.
sintética. Vacinaram-se contra a gripe.
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
Fonte:
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
php
o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
Questões sobre Vozes dos Verbos
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
e AGENTE DA PASSIVA. NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados
ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva (A) adjunto adnominal.
(B) sujeito paciente.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- (C) objeto indireto.
tancialmente o sentido da frase. (D) complemento nominal.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) (E) agente da passiva.
Sujeito da Ativa objeto Direto
02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS-
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas- TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela
siva) raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva,
Sujeito da Passiva Agente da Passiva a forma verbal resultante será:

47
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) era abatido. 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –


(B) fora abatido. PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 -
(C) abatera-se. adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está
(D) foi abatido. em:
(E) tinha abatido (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) nheiro”
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie- (C) “enviar o brinquedo por sedex”
dade como tais. (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas- Defesa do Consumidor”
sará a ser, corretamente, (E) “A empresa fez campanha para recolher”
(A) perceba.
(B) foi percebido. 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
(C) tenham percebido. Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde
(D) devam perceber. vim a entender a tradução completa, a forma verbal resul-
(E) estava percebendo. tante será:
(A) veio a ser entendida.
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM (B) teria entendido.
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas (C) fora entendida.
pela multidão... (D) terá sido entendida.
A forma verbal resultante da transposição da frase aci- (E) tê-la-ia entendido.
ma para a voz ativa é:
(A) ocupava-se. 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
(B) ocupavam. PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
(C) ocupou.
TADA)
(D) ocupa.
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
(E) ocupava.
Mulheres.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
ma verbal resultante será:
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva
(A) foi empreendida.
está em:
(B) são empreendidos.
(A) Quando Rodolfo surgiu...
(C) foi empreendido.
(B) ... adquiriu as impressoras...
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. (D) é empreendida.
(D) ... acolheu-o como patrono. (E) são empreendidas.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do
Recife ... GABARITO

06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- RESOLUÇÃO
ma verbal resultante é:
a) se constituiu. 1-)
b) chegou a ser constituído. No enunciado temos uma oração com a voz passiva
c) teria chegado a constituir. do verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto
d) chega a se constituir. Sou da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz”
e) chegaria a ser constituído. funciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua
função é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS dados”.
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis- 2-)
tintamente as músicas produzidas no interior do país... Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- foi abatido...
ma verbal resultante será:
(A) vinham indicadas. 3-)
(B) era indicado. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) eram indicadas. ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
(D) tinha indicado. remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
(E) foi indicada. princípios...

48
LÍNGUA PORTUGUESA

4-) Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa pala-


As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos vra observamos facilmente a existência de quatro elemen-
na passiva, um verbo na ativa: tos. São eles:
A multidão ocupava as ruas. cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja,
aquele que contém o significado.
5-) inh - indica que a palavra é um diminutivo
B = as impressoras foram adquiridas... a - indica que a palavra é feminina
C = família numerosa é sustentada... s - indica que a palavra se encontra no plural
D – foi acolhido como patrono...
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada... Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.
Existem palavras que não comportam divisão em unida-
6-) des menores, tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos
O engajamento moral e político não chegou a consti- mórficos:
- Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significa-
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
tivos
verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e,
- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Te-
um deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no
mática: elementos modificadores da significação dos pri-
infinitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) fi-
meiros
cará no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual - Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elemen-
de Said não chegou a ser constituído pelo engajamento... tos de ligação ou eufônicos.
7-) Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se
’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produ- concentra a significação das palavras, consideradas do ân-
zidas no interior do país. gulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo às palavras da mesma família etimológica. Exemplo: Raiz
sertanejo, indistintamente. noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral
de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum,
8-) as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo,
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa etc.
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
nheiro” = voz ativa Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa -ão; ac-ionar;
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de
Defesa do Consumidor” = voz passiva Radical:
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa
Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho;
9-) livr-eiro; livr-eco. Você reparou que há um elemento co-
Mais tarde vim a entender a tradução completa... mum nesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve
A tradução completa veio a ser entendida por mim. de base para o significado? Esse elemento é chamado de
radical (ou semantema). Elemento básico e significativo das
10-) palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático.
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série É encontrado através do despojo dos elementos secundá-
rios (quando houver) da palavra. Exemplo: cert-o; cert-eza;
Mulheres.
in-cert-eza.
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira
quase clandestina.
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem
vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para
formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do
PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS. morfema “-mente”, por exemplo, cria uma nova palavra a
partir de “certo”: certamente, advérbio de modo. De ma-
neira semelhante, o acréscimo dos morfemas “a-” e “-ar”
à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS são morfemas capazes de operar mudança de classe gra-
matical na palavra a que são anexados.
Estudar a estrutura é conhecer os elementos formado- Quando são colocados antes do radical, como aconte-
res das palavras. Assim, compreendemos melhor o signifi- ce com “a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quan-
cado de cada uma delas. As palavras podem ser divididas do, como “-ar”, surgem depois do radical, os afixos são
em unidades menores, a que damos o nome de elementos chamados de sufixos. Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer;
mórficos ou morfemas. inter-nacion-al.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

Desinências: são os elementos terminais indicativos Tipos de Derivação


das flexões das palavras. Existem dois tipos:
- Desinências Nominais: indicam as flexões de gêne- - Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acrés-
ro (masculino e feminino) e de número (singular e plural) cimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significa-
dos nomes. Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. do alterado: crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz.
Só podemos falar em desinências nominais de gêne- - Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acrésci-
ros e de números em palavras que admitem tais flexões, mo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração
como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, de significado ou mudança de classe gramatical: alfabetiza-
telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal ção. No exemplo, o sufixo -ção transforma em substantivo
de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do subs-
nominal de número. tantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:


- Desinências Verbais: indicam as flexões de número
Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel –
e pessoa e de modo e tempo dos verbos. A desinência
papelaria; riso – risonho.
“-o”, presente em “am-o”, é uma desinência número pes-
Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
soal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do
Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – feliz-
singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal: mente.
caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do in-
dicativo, na 1ª conjugação. - Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre
quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâ-
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, pre- neo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da
parando-o para receber as desinências. Nos verbos, distin- parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos)
guem-se três vogais temáticas: e verbos. Considere o adjetivo “triste”. Do radical “trist-”
- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, bus- formamos o verbo entristecer através da junção simultâ-
cavas, etc. nea do prefixo  “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma
rompemos, etc. nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proi- “entriste”, nem “tristecer”. Exemplos:
birá, etc. emudecer
mudo – palavra inicial
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal te- e – prefixo
mática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, mud – radical
rompe-, proibi- ecer – sufixo

Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e con- desalmado


soantes de ligação são morfemas que surgem por motivos alma – palavra inicial
eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a des – prefixo
pronúncia de uma determinada palavra. Exemplos: pari- alm – radical
siense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i); gas ado – sufixo
-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira,
Não devemos confundir derivação parassintética, em
cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente
simultâneo, com casos como os das palavras desvaloriza-
Formação das Palavras: existem dois processos bá-
ção e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acopla-
sicos pelos quais se formam as palavras: a Derivação e a
dos em sequência: desvalorização provém de desvalorizar,
Composição. A diferença entre ambos consiste basica- que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor.
mente em que, no processo de derivação, partimos sempre É impossível fazer o mesmo com palavras formadas
de um único radical, enquanto no processo de composição por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém
sempre haverá mais de um radical. de “propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não exis-
tem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo
Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma pa- acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
lavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, - Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva
chamada primitiva. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas
marujo); terra (enterrar, terreiro, aterrar). Observamos que por redução: comprar (verbo), compra (substantivo); beijar
«mar» e «terra» não se formam de nenhuma outra palavra, (verbo), beijo (substantivo).
mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por Para descobrirmos se um substantivo deriva de um
meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte
terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.  orientação:

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, - Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou
e o verbo palavra primitiva. mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou
- Se o nome denota algum objeto ou substância, veri- mais de seus elementos fonéticos: embora (em boa hora);
fica-se o contrário. fidalgo (filho de algo - referindo-se a família nobre); hi-
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo in- drelétrico (hidro + elétrico); planalto (plano alto). Ao agluti-
dicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não narem-se, os componentes subordinam-se a um só acento
ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. tônico, o do último componente.
Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao
verbo ancorar. - Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de
sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por
Por derivação regressiva, formam-se basicamente automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputa-
substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome dor; Zé - por José. Como exemplo de redução ou simpli-
de substantivos deverbais. Note que na linguagem popu- ficação de palavras, podem ser citadas também as siglas,
lar, são frequentes os exemplos de palavras formadas por muito frequentes na comunicação atual.
derivação regressiva. o portuga (de português); o boteco
(de botequim); o comuna (de comunista); agito (de agitar); - Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja
amasso (de amassar); chego (de chegar) formação entram elementos de línguas diferentes: auto
(grego) + móvel (latim).
O processo normal é criar um verbo a partir de um
substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em - Onomatopeia: numerosas palavras devem sua ori-
sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. gem a uma tendência constante da fala humana para imi-
tar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são
- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as
quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acrésci- vozes dos seres: miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar,
mo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. cocoricar, etc.
Neste processo:
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam
contemplados. antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. classe gramatical. Os prefixos ocorrentes em palavras por-
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Ro- tuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que
berta era fascinante; O badalar dos sinos soou na cidade- funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como
zinha. vocábulos autônomos.  Alguns prefixos foram pouco ou
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fan- nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive-
tasma foi despedido; O menino prodígio resolveu o pro- ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- ,
blema. contra- , des- , em-  (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- ,
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que anti-.
ninguém escutasse.
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não enten- Prefixos de Origem Grega
do o porquê disso tudo.
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência,
coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) carência: anônimo, amoral, ateu, afônico.
ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise,
Os processos de derivação vistos anteriormente fazem anagrama, anacrônico.
parte da Morfologia porque implicam alterações na forma anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplici-
das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basi- dade: anfiteatro, anfíbio, anfibologia.
camente com seu significado, o que acaba caracterizando anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, an-
um processo semântico. Por essa razão, entendemos o mo- tagonista, antítese.
tivo pelo qual é denominada “imprópria”. apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo,
apocalipse, apologia.
Composição: é o processo que forma palavras com- arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, ex-
postas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem cesso: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário.
dois tipos: cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, ca-
tálogo, catarata.
- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas di-:  duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética: dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, dia-
passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «giras- gonal, diafragma, diagrama.
sol» houve uma alteração na grafia (acréscimo de um «s») dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispep-
justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra. sia, disfasia.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, exportação, expelir.
êxodo, ectoderma, exorcismo. en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para
en-, em-, e-:  posição interior, movimento para dentro: um estado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, em-
encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo. beber, injetar, importar.
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocar- extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordi-
po, endosmose. nário, extraviar.
epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epí- i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal,
logo, epidemia, epitáfio. impossível, improdutivo.
eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, eufo- inter-, entre-: posição intermediária: internacional, in-
ria, eucaristia, eufonia. terplanetário.
hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemi- intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, in-
plégico. traverbal.
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipér- intro-: movimento para dentro: introduzir, introverti-
bole, hipertrofia. do, introspectivo.
hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, justa-: posição ao lado: justapor, justalinear.
hipodérmico. ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar,
meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, ocupar, obstáculo.
metacarpo. per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar,
para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, perverter.
parasita, paradoxo, paradigma. pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado.
peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, prelimi-
peripécia, período, periscópio. nar.
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prog- pro-: movimento para frente: progresso, promover,
nóstico, profeta, programa. prosseguir, projeção.
pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia. re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater,
proto-: início, começo, anterioridade: proto-história, reatar.
protótipo, protomártir. retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso,
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeís- retroagir, retrógrado.
mo. so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima,
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfo- inferioridade: soterrar, sobpor, subestimar.
nia, simpatia, sinopse. super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: su-
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telé- percílio, supérfluo.
grafo. soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga,
soto-pôr.
Prefixos de Origem Latina trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movi-
mento através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ul-
abstinência, abstração. trarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjun- vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vi-
to,advogado, advir, aposto. ce-almirante.
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessa-
la, anteontem, antever. Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos)
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguida- que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua
de, ambivalente. principal característica é a mudança de classe gramatical
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: bene- que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o
fício, bendito. significado de um verbo num contexto em que se deve
bis-, bi-:  repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bi- usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é coloca-
savô, biscoito. do depois do radical, a ele são incorporadas as desinências
circu(m)-: movimento em torno: circunferência, cir- que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois
cunscrito, circulação. grupos de sufixos formadores de substantivos extrema-
cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino. mente importantes para o funcionamento da língua. São
co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, os que formam nomes de ação e os que formam nomes
cooperativa, condutor. de agente.
contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
de-: movimento de cima para baixo, separação, nega- Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminha-
ção: decapitar, decair, depor. da; -ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção;
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: des- -dão – solidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza;
ventura, discórdia, discussão. -ismo – civismo; -mento – casamento; -são – compreen-
e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, são; -tude – amplitude; -ura – formatura.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – se- a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias,
cretário; -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – luta- especialmente a de modo. Exemplos: altiva-mente, bra-
dor; -nte – feirante. va-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente,
pia-mente. Já os advérbios que se derivam de adjetivos ter-
Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: minados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.)
-aria – churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro; não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
-or – corredor; -tério – cemitério; -tório – dormitório. uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.

Sufixos que formam nomes indicadores de abun- Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via
dância, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – pa- de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para for-
pelada; -agem – folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame; mar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua
-ario(a) - casario, infantaria; -edo – arvoredo; -eria – cor- formam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos:
reria; -io – mulherio; -ume – negrume. esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; tele-
fon-ar; (a)portugues-ar.
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciên- Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de
cia: ação.
-ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fós- -ar: cruzar, analisar, limpar
seis). -ear: guerrear, golear
-oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores). -entar: afugentar, amamentar
-ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito -ficar: dignificar, liquidificar
(pedra). -izar: finalizar, organizar
-ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
-ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto). Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação re-
-ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciên- petida.
cia linguística). Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer
ou causar.
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)
Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pou-
co intensa.
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas fi-
losóficas, sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo,
Exercícios
comunismo.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se for-
Sufixos Formadores de Adjetivos
mam pelo mesmo processo:
a) ajoelhar / antebraço / assinatura
- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; b) atraso / embarque / pesca
-áceo(a) - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; c) o jota / o sim / o tropeço
-ar – escolar; -ário - diário, ordinário; -ático – problemá- d) entrega / estupidez / sobreviver
tico; -az – mordaz; -engo – mulherengo; -ento – cruento; e) antepor / exportação / sanguessuga
-eo – róseo; -esco – pitoresco; -este – agreste; -estre –
terrestre; -enho – ferrenho; -eno – terreno; -ício – ali- 02. A palavra “aguardente” formou-se por:
mentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino – cristalino; a) hibridismo
-ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; -udo b) aglutinação
– barrigudo. c) justaposição
d) parassíntese
- de verbos: e) derivação regressiva
-(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante,
doente, seguinte. 03. Que item contém somente palavras formadas por
-(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação justaposição?
– louvável, perecível, punível. a) desagradável – complemente
-io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afir- b) vaga-lume - pé-de-cabra
mativo, pensativo. c) encruzilhada – estremeceu
-(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma d) supersticiosa – valiosas
ação, referência – movediço, quebradiço, factício. e) desatarraxou – estremeceu
-(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, prepa-
ratório. 04. “Sarampo” é:
a) forma primitiva
Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe ape- b) formado por derivação parassintética
nas um único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado c) formado por derivação regressiva
do substantivo feminino latino mens, mentis que pode sig- d) formado por derivação imprópria
nificar “a mente, o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se e) formado por onomatopéia

53
LÍNGUA PORTUGUESA

05. Numere as palavras da primeira coluna conforme 10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não
os processos de formação numerados à direita. Em segui- é formada por prefixação:
da, marque a alternativa que corresponde à sequência nu- a) readquirir, predestinado, propor
mérica encontrada: b) irregular, amoral, demover
c) remeter, conter, antegozar
( ) aguardente     1) justaposição d) irrestrito, antípoda, prever
( ) casamento     2) aglutinação e) dever, deter, antever
( ) portuário         3) parassíntese
( ) pontapé         4) derivação sufixal Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A
( ) os contras     5) derivação imprópria / 9-D / 10-E /
( ) submarino     6) derivação prefixal
( ) hipótese
VERBOS: CONJUGAÇÃO, EMPREGO DOS
a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 TEMPOS, MODOS E VOZES VERBAIS.
b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 “Caro Candidato, o Tópico acima, foi abordado em:
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES.”
06. Indique a palavra que foge ao processo de forma-
ção de chapechape:
a) zunzum
b) reco-reco REGRAS GERAIS DE CONCORDÂNCIA
c) toque-toque NOMINAL E VERBAL.
d) tlim-tlim
e) vivido

07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos
derivação imprópria? nos referindo à relação de dependência estabelecida entre
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho princi- um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta
feita, os agentes principais desse processo são representa-
pal: a votação.
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante;
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
secreto... Bobagens, bobagens! Dessa forma, temos que a concordância verbal carac-
c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições con- teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que-
tinuariam sendo uma farsa! sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se en- cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
tenderam. apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe-
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
de raiva. poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.

08. Assinale a série de palavras em que todas são for- Casos referentes a sujeito simples
madas por parassíntese:
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
b) solução, passional, corrupção, visionário
2) Nos casos referentes a sujeito representado por
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes-
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo Observação:
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
formadas por: poderá ir para o plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
a) derivação Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
b) onomatopeia
c) hibridismo 3) Quando o sujeito é representado por expressões
d) composição partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
e) prefixação de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto

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LÍNGUA PORTUGUESA

pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol- gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire-
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar. toria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
4) No caso de o sujeito ser representado por expres- determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso. 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre-
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex- gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. agradeceu o convite.
Observação:
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
necessariamente, deverá permanecer no plural: aspectos que os determinam:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
na campanha de doação de alimentos. bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
dades de formatura. Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi tência mundial.
um dos que atuaram na Copa América. - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
7) Em casos relativos à concordância com locuções Unidos é uma potência mundial.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário Casos referentes a sujeito composto
nos atermos a duas questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós tando relacionado a dois pressupostos básicos:
o receberemos. / Alguns de nós o receberão. - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
- Quando o primeiro pronome da locução estiver ex- demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin- - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio-
gular: Algum de nós o receberá. nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
primos.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
do singular ou poderá concordar com o antecedente desse teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para dois filhos compareceram ao evento.
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex- com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa felicidade do mundo.
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô-
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
Observações: poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por- vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de
centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova- meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre-
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. miação é fruto de meu esforço.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos g) É bom, é necessário, é proibido


demais termos da oração para que concordem em gênero - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan- cedido de artigo ou outro determinante.
to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, Canja é bom. / A canja é boa.
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
me concordam em gênero e número com o substantivo. trada é proibida.
- A pequena criança é uma gracinha. h) Muito, pouco, caro
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à Pouco arroz é suficiente para mim.
regra geral mostrada acima. Os sapatos estavam caros.
a) Um adjetivo após vários substantivos - Como advérbios: são invariáveis.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Comi muito durante a viagem.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Comprei caro os sapatos.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural i) Mesmo, bastante
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Como advérbios: invariáveis
- Ela tem pai e mãe louros. Preciso mesmo da sua ajuda.
- Ela tem pai e mãe loura. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria- - Como pronomes: seguem a regra geral.
mente para o plural. Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- O homem e o menino estavam perdidos. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. j) Menos, alerta
- Em todas as ocasiões são invariáveis.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
Preciso de menos comida para perder peso.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
Estamos alerta para com suas chamadas.
mais próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
k) Tal Qual
Provei deliciosa fruta e suco.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
com o consequente.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
As garotas são vaidosas tais qual a tia.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
l) Possível
c) Um substantivo e mais de um adjetivo - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
- antecede todos os adjetivos com um artigo. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. pressões.
A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- coloca o substantivo no plural. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. presa.
As piores situações possíveis são encontradas nas fave-
d) Pronomes de tratamento las da cidade.
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa Santidade esteve no Brasil. m) Meio
- Como advérbio: invariável.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado Estou meio (um pouco) insegura.
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como numeral: segue a regra geral.
As cartas estão anexas. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios. n) Só
Obrigado, disse o rapaz. - apenas, somente (advérbio): invariável.
Só consegui comprar uma passagem.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) - sozinho (adjetivo): variável.
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no Estiveram sós durante horas.
singular e o adjetivo no plural. Fonte:
Renato advogou um e outro caso fáceis. http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. verbal.htm

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Concordância Nominal e Verbal Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na ___________ a segunda opção.
frase: (Carta Capital,
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- 27.06.2012. Adaptado)
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
conferir legitimidade a suas decisões. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
vem ser embasados na percepção dos valores e princípios pectivamente, com:
que regem a prática política. (A) Restam… faça… será
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei- (B) Resta… faz… será
(C) Restam… faz... serão
ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber-
(D) Restam… façam… serão
dades individuais quanto as coletivas.
(E) Resta… fazem… será
(D) As instituições fundamentais de um regime demo-
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi-
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
nadas de um único poder central. tiva em que o trecho
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
niões existentes na sociedade. está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
drão da língua portuguesa.
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con- (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon-
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
em: insumos básicos.
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo- trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au- cos ser quantificados.
tor, mediante palavras, sua matéria-prima. (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
B) Obras que se considera clássicas na literatura sem- até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
pre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o sicos sejam quantificado.
leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-pri- trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
ma. mos básicos seja quantificado.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per- trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os os insumos básicos.
leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
tiva...
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi-
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que
ficação do continente americano (2,0)...
constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época.
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
exemplos, em:
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o
responder à questão. próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, maioria?
não está claro até onde pode realmente chegar uma políti- (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
carbono e da água em si ___________diferença, as compa- (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
nhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, também existem umas que não merecem nossa atenção.
40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer prepara- (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
ção. Portanto, elas começam a usar preços- -sombra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
peregrinação. neta)
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
ral caso o segmento grifado seja substituído por: consumo mundial de barris de petróleo)
(A) Há folheteiros que (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(B) A maior parte dos folheteiros no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(C) O folheteiro e sua família (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
(D) O grosso dos folheteiros forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
climáticas)
(E) Cada um dos folheteiros
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) nale a alternativa em que a concordância das formas ver-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
em: língua.
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir nização subterrânea.
dessas criações poéticas tão originais. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status trabalhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
nas melhores universidades do país. riscos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble- GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
representatividade.
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – RESOLUÇÃO
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
cordância verbal e nominal em: 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- lores que determinam as escolhas dos governantes, para
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias conferir legitimidade a suas decisões.
de hoje. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
b) A importância de intelectuais como Edward Said e vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões valores e princípios que regem a prática política.
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
escreveram. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
menos de terem alguma trégua.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
que admiradores. 2-)
e) No final do século XX já não se via muitos intelec- A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo-
notícia pelos livros que publicavam como pelas posições ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
que corajosamente assumiam. tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
está em: matéria-prima.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per- (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside-
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa-
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. zes de fruir dessas criações poéticas tão originais.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o nas melhores universidades do país.
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo- por merecer.
ca. (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
3-) _Restam___dúvidas
só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da
nhecimento.
água em si __faça __diferença
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
a maioria das políticas de crescimento verde sempre
os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
____será_____ a segunda opção. à falta de representatividade.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tan-
to no plural quanto no singular. Nas alternativas não há 8-) Fiz as correções entre parênteses:
“restam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as op- a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
ções adequadas. entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
4-) (comum) nos dias de hoje.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que escreveram.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
cos serem quantificados. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- (ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
mos básicos sejam quantificados. alguma trégua.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
mos básicos sejam quantificados. ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- que admiradores.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem e) No final do século XX já não se via (viam) muitos
os insumos básicos. = correta intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos posições que corajosamente assumiam.
aos itens:
9-)
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
tem (singular)
“há” permaneceria no singular
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- neta) = “sabe” permaneceria no singular
ram (plural) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
umas (plural) ceria no singular
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
as formas estão no plural) no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re-
flete” passaria para “refletem-se”
6-) (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
“folheterios”) climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) 10-) Fiz as correções:
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular (B) Ainda existe muitas pessoas = existem

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos Verbos Intransitivos


riscos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
sete da manhã = eram importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
começou = começaram
- Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
REGRAS GERAIS DE REGÊNCIA NOMINAL E indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
VERBAL.
Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala- - Comparecer
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva- O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Regência Verbal último jogo.

Termo Regente: VERBO Verbos Transitivos Diretos

A regência verbal estuda a relação que se estabelece Os verbos transitivos diretos são complementados por
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos para o estabelecimento da relação de regência. Ao em-
adverbiais). pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos- oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro-
sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas
conhecermos as diversas significações que um verbo pode verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre- formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
posição. Observe: lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
contentar. nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
agrado ou prazer”, satisfazer. castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender,
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
“agradar a alguém”. proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Saiba que: como o verbo amar:
O conhecimento do uso adequado das preposições é Amo aquele rapaz. / Amo-o.
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquela moça. / Amo-a.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amam aquele rapaz. / Amam-no.
modificar completamente o sentido do que se está sendo Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô. Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
Cheguei no metrô. bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
adnominais).
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de reira)
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín- Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di- mor)
vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
verbos, e a regência culta. Verbos Transitivos Indiretos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, Os verbos transitivos indiretos são complementados
não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
diferentes formas em frases distintas. gem uma preposição para o estabelecimento da relação de

60
LÍNGUA PORTUGUESA

regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter- Informar


ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos Informe os novos preços aos clientes.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos preços)
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos - Na utilização de pronomes como complementos, veja
lhe, lhes. as construções:
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi- bre eles)
tos iguais para todos.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
mentos introduzidos pela preposição “a”:
venir.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparar
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
quem” ou “ao que” se responde. indireto.
Respondi ao meu patrão. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Respondemos às perguntas. criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas- forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
siva analítica. Veja: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te. Objeto Indireto Objeto Direto

- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


tos introduzidos pela preposição “com”. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Antipatizo com aquela apresentadora. Objetiva Direta
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
nam para uma minoria privilegiada. Saiba que:
- A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- licença estiver subentendida.
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Agradeço aos ouvintes a audiência. tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
- A construção “dizer para”, também muito usada po-
Paguei o débito ao cobrador. pularmente, é igualmente considerada incorreta.
Objeto Direto Objeto Indireto
Preferir
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
com particular cuidado. Observe: direto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Prefiro trem a ônibus.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
Paguei minhas contas. / Paguei-as. vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. prefixo existente no próprio verbo (pre).

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi- - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode


cado apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- cativo preposicionado ou não.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- A torcida chamou o jogador mercenário.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- A torcida chamou ao jogador mercenário.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta A torcida chamou o jogador de mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades A torcida chamou ao jogador de mercenário.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
estão: CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
AGRADAR valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- Frutas e verduras não deveriam custar muito.
nhos, acariciar.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
quando o revê. ou transitivo indireto.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Muito custa viver tão longe da família.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Verbo Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Intransitivo Reduzida de Infinitivo
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
introduzido pela preposição “a”. Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
O cantor não agradou aos presentes. atitude.
O cantor não lhes agradou. Objeto Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
ASPIRAR Indireto Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
por pessoa. Observe:
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Custei para entender o problema.
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
(Aspirávamos a elas)
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
IMPLICAR
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= implicavam um firme propósito.
Aspiravam a ela) b) Ter como consequência, trazer como consequência,
acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
ASSISTIR cimento político de um povo.
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. econômicas.

- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran-
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos: sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
Assistimos ao documentário. quem não trabalhasse arduamente.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino. PROCEDER
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
conturbada cidade. de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia
CHAMAR como refutá-las.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, Você procede muito mal.
solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
má-la. sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. do pela preposição “a”) é transitivo indireto.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

O avião procede de Maceió.


Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.


Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve altera-
ção de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

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LÍNGUA PORTUGUESA

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- (C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
adap.). pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
filhos do sueco. exemplo, do que em outros.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
plementos que o grifado acima está empregado em: mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
A) ...que existe uma coisa chamada exército... seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? – do que em outros.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
cia...
ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
plo) do que em outros.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre-
vimento. 06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). destaque.
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
partes desiguais... responsabilidade pelo problema.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
o grifado acima está empregado em: se perdido.
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
extremos de sutileza. de um índio na porta do prédio.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
do nos troncos mais robustos. perdido de sua família.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
rientam, não raro, quem... à garotinha.
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
gentio, mestre e colaborador...
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que a mídia pode exercer sobre os jovens.
o da frase acima se encontra em: A) dos … na
A) A palavra direito, em português, vem de directum, B) nos … entre a
do verbo latino dirigere... C) aos … para a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das D) sobre os … pela
sociedades... E) pelos … sob a
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
pela justiça. 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
rações da justiça... da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
sentimento de justiça. A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
de dez mil tomadas.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
criar logotipos e negociar.
nominal e à pontuação. D) O taxista levou o autor a indagar no número de
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- tomadas do edifício.
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, parasse a um prédio na marginal.
do que em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
exemplo!, do que em outros. língua e sem alteração de sentido.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de 5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon-
direitos dos trabalhadores domésticos. tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
A) da gência (pontuação encontra-se em tópico específico)
B) na (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
C) pela (B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
D) sob a tuação)
E) sobre a (C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto
à pontuação)
GABARITO
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi-
01. D 02. D 03. A 04. A 05. D damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o
06. A 07. C 08. A 09. C avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
exemplo) do que em outros.
RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ter se perdido.
outras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de li- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se per-
gação dido de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se re-
verbo transitivo indireto portou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da
imagem corporal e a exposição a imagens idealizadas pela
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito mídia.
nos filhos do sueco. A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
Pedir = verbo transitivo direto e indireto que a mídia pode exercer sobre os jovens.
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
sitivo direto 8-)
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
ligação ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
cia... =verbo intransitivo criar logotipos e negociar.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi-
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
mento. =transitivo direto
tomadas do edifício.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
em partes desiguais... parasse em um prédio na marginal.
Constar = verbo intransitivo
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
do nos troncos mais robustos. =ligação direitos dos trabalhadores domésticos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DA
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto CRASE.

4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...


Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
sociedades... =transitivo direto “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado “junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân-
pela justiça. =ligação cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a”
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- (s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s),
ções da justiça... =transitivo direto e indireto aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escrita,
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso
sentimento de justiça. =transitivo direto apropriado do acento grave depende da compreensão da

66
LÍNGUA PORTUGUESA

fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que
exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma
preposição e um artigo ou pronome. Observe:
Vou a + a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do
artigo “a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se
unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não
pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”.
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes
já especificados.

Casos em que a crase NÃO ocorre:

- diante de substantivos masculinos:


Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.

- diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita
e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método: troque a palavra
feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Usava sapatos à (moda de) Luís XV.


Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”.
A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)

*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.

- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:


Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos

Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome
Refiro-me àquele atentado.

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.

O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja
outros exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Assisti àquele filme três vezes. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse. - diante de nomes próprios femininos:
Comprei aquela caneta. Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
mes próprios femininos porque é facultativo o uso do ar-
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais tigo. Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege es-
ses pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É pos- Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo
sível detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando feminino diante de nomes próprios femininos, então pode-
a substituição do termo regido feminino por um termo re- mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
gido masculino. Por exemplo: Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Ro-
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. berto.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da ci-
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro-
dade.
berto.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a
- diante de pronome possessivo feminino:
crase. Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro-
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam artigo. Observe:
responder nenhuma das questões. Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperan-
A sessão à qual assisti estava vazia. do por você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está es-
Crase com o Pronome Demonstrativo “a” perando por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo pronomes possessivos femininos, então podemos escrever
“a” também pode ser detectada através da substituição do as frases abaixo das seguintes formas:
termo regente feminino por um termo regido masculino. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
Veja: Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país. - depois da preposição até:
As orações são semelhantes às de antes. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
Os exemplos são semelhantes aos de antes. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o
Suas perguntas são superiores às dele. até à porta.
Seus argumentos são superiores aos dele. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A
Sua blusa é idêntica à de minha colega. palestra vai até às cinco horas da tarde.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Questões sobre Crase
A Palavra Distância
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis-
Se a palavra distância estiver especificada, determina- cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju-
da, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à dis-
rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências
tância de 100km daqui. (A palavra está determinada)
estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri-
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde
palavra está especificada.)
pública como programas de esclarecimento e prevenção, de
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase tratamento para dependentes e de reintegração desses____
não pode ocorrer. Por exemplo: vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou
Os militares ficaram a distância. clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa
Gostava de fotografar a distância. própria família?
Ensinou a distância. (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Pau-
Dizem que aquele médico cura a distância. lo, 17.09.2012. Adaptado)
Reconheci o menino a distância. As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
respectivamente, com:
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambi- (A) aos … à … a … a
guidade, pode-se usar a crase. Veja: (B) aos … a … à … a
Gostava de fotografar à distância. (C) a … a … à … à
Ensinou à distância. (D) à … à … à … à
Dizem que aquele médico cura à distância. (E) a … a … a … a

69
LÍNGUA PORTUGUESA

02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia a) às - àquelas _ à


o texto a seguir. b) as - aquelas - a
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor- c) às àquelas - a
reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira d) às - aquelas - à
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto- e) as - àquelas - à
mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
deu-a por ter feito o que fez. 07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está cor-
Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6) retamente empregado em:
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas
ordem dada: com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
A) à – a – a desejos.
B) a – a – à B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações
C) à – a – à nos mecanismos biológicos de controle emocional.
D) à – à – a C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
E) a – à – à D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida-
de alimentam a violência crescente nas cidades.
03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ proble- E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
mas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”. dade atinge os mais vulneráveis.
a) à - àqueles - a - há
b) a - àqueles - a - há 08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
c) a - aqueles - à - a O sinal indicativo de crase está correto em:
d) à - àqueles - a - a A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
e) a - aqueles - à - há área de biotecnologia.
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
04.(Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não à educação dos filhos.
me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
efervescente. as instalações do prédio.
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
se o segmento grifado for substituído por: detalhe que envolva a segurança das pessoas.
A) leitura apressada e sem profundidade. E) É função da política é dedicar-se à todo problema
B) cada um de nós neste formigueiro. que comprometa o bem-estar do cidadão.
C) exemplo de obras publicadas recentemente.
D) uma comunicação festiva e virtual. 09. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. a alternativa em que a sequência da frase a seguir traz o
uso correto do acento indicativo de crase, de acordo com a
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- norma-padrão da língua portuguesa.
NESP – 2013).
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) Um bom conhecimento de matemática é indispensável
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ res- A) à todo e qualquer estudante.
socialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará- B) à estudantes de nível superior.
-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e D) à construção do saber nas mais diversas áreas.
uma vida digna. E) à uma boa formação profissional.
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Aces- GABARITO
so em: 18.08.2012. Adaptado)
01. B 02. A 03. B 04. A 05. D
Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti- 06. A 07. E 08. B 09. D
vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa-
drão da língua portuguesa. RESOLUÇÃO
A) à … à … à
B) a … a … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
C) a … à … à Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina
D) à … à ... a não há crase)
E) a … à … a de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a
vida = à)
06. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en-
contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de
casa própria. pronome indefinido/relativo)

70
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la 8-)


sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vi- A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na
mos que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ área de biotecnologia. (artigo indefinido)
confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar
ter feito o que fez. à educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar
a)
3-) “Nesta oportunidade, volto _a_ referir-me àqueles__ C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar
problemas já expostos a _ V. Sª _há_ alguns dias”. as instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
- a referir = antes de verbo no infinito não há crase; D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer
- quem faz referência, faz referência A algo ou A al- detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome
guém ( a regência do verbo pede preposição) indefinido)
- antes de pronome de tratamento não há crase (exce- E) É função da política é dedicar-se à todo problema
ção à senhora, que admite artigo); que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in-
- há no sentido de tempo passado. definido)
9-) Um bom conhecimento de matemática é indispen-
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressa- sável à construção do saber nas mais diversas áreas.
da e sem profundidade. A) à todo e qualquer estudante. (pronome indefinido)
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de prono- B) à estudantes de nível superior. (“a” no singular antes
me indefinido) de palavra no plural)
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
masculina) (pronome indefinido/relativo)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefini- E) à uma boa formação profissional. (artigo indefinido)
do)
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa-
lavra masculina)
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisio-
nal (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de
apoio___à__ ressocialização do indivíduo preso, com o ob-
jetivo de prepará--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa
forma, quando em liberdade, ele estará capacitado__a___ “Caro Candidato, o Tópico acima, foi abordado em:
ter uma profissão e uma vida digna. CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES.”
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
- retorno a? regência nominal pede preposição;
- antes de verbo no infinitivo não há crase.
FUNÇÕES SINTÁTICAS.
6-) O Ministro informou que iria resistir _às__ pressões
contrárias àquelas_ modificações relativas __à_ aquisição
da casa própria.
- resistir a? regência verbal pede preposição; SINTAXE
- contrária a? regência nominal pede preposição;
- relativas a? regência nominal pede preposição. O princípio é o verbo.

7-) Essa é a premissa fundamental da Sintaxe, que é a par-


A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas te da gramática que estuda as palavras enquanto elementos
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus de uma frase, as suas relações de concordância, de subor-
desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase) dinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a
nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a
o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito,
crase) se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. verbal, se há circunstância (adjunto adverbial), etc.
(artigo indefinido) Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida- oração. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos jun-
de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra tos, para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou
masculina) que o sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali- o nome de locução verbal. Toda locução verbal é formada
dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi- por um verbo auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal
nal: desfavorável a?) (somente um).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito, A garota estava muito alegre.
por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver Estar é verbo de ligação porque indica qualidade do
no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se sujeito.
o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará
no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os Se o verbo indicar que o sujeito pratica uma ação, ou
seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, ir, dentre outros. que participa ativamente de um fato, será denominado de
O verbo principal é o que indica se o sujeito possui VERBO INTRANSITIVO ou VERBO TRANSITIVO, de acordo
uma qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o com o seguinte:
mais importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo
principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er, - Quem ............ , ................. : Todo verbo que se encaixar
ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio nessa frase será INTRANSITIVO. Por exemplo, o verbo cor-
(terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações). rer: Quem corre, corre.
Veja alguns exemplos de locuções verbais:
- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo
Os funcionários FORAM CONVOCADOS pelo diretor. que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por
(aux.: SER; princ.: CONVOCAR) exemplo, o verbo comer: Quem come, come algo; ou o ver-
bo amar: Quem ama, ama alguém.
Os estudantes ESTÃO RESPONDENDO às questões.
(aux.: ESTAR; princ.: RESPONDER) - Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo
verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDI-
Os trabalhadores TÊM ENFRENTADO muitos proble- RETO. Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de
mas.(aux.: TER; princ.: ENFRENTAR) algo ou de alguém. As preposições mais comuns são as
seguintes: a, de, em, por, para, sem e com.
O vereador HAVIA DENUNCIADO seus companheiros.
(aux.: HAVER; princ.: DENUNCIAR) - Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/
alguém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRAN-
Os alunos DEVEM ESTUDAR todos os dias. (aux.: DE- SITIVO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BI-
VER; princ.: ESTUDAR) TRANSITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra,
mostra algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa,
Sujeito informa alguém de algo ou Quem informa, informa algo a
alguém.
Para se descobrir qual o sujeito do verbo (ou da locu-
ção verbal), deve-se perguntar a ele (ou a ela) o seguinte: É importante salientar que um verbo só será TRAN-
Que(m) é que ..........? A resposta será o sujeito. Por exemplo, SITIVO se houver complemento (objeto direto ou objeto
analisemos a primeira frase dentre as apresentadas acima: indireto). A análise de um verbo depende, portanto, do
Os funcionários foram convocados pelo diretor. ambiente sintático em que ele se encontra. Um verbo que
aparentemente seja transitivo direto pode ser, na realida-
O princípio é o verbo. Procura-se, portanto, o verbo: é de, intransitivo, caso não haja complemento. Por exemplo,
a locução verbal foram convocados. - - Pergunta-se a ela: observe a seguinte frase:
Que(m) é que foi convocado? O pior cego é aquele que não quer ver.
- Resposta: Os funcionários. O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma
- O sujeito da oração, então, é o seguinte: os funcio- vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, po-
nários. rém, que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não
Encontrado o sujeito, parte-se para a análise do verbo: quer ver o quê? Não aparece na oração; não há, portanto,
Se ele indicar que o sujeito possui uma qualidade, um o objeto direto. Como não o há, o verbo não pode ser tran-
estado ou um modo de ser, sem praticar ação alguma, será sitivo direto, e sim intransitivo.
denominado de VERBO DE LIGAÇÃO. Os verbos de ligação Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, em-
mais comuns são os seguintes: ser, estar, parecer, ficar, per- presta a Deus.
manecer e continuar. Não se esqueça, porém, de que só Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente,
será verbo de ligação o que indicar qualidade, estado ou transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas
modo de ser do sujeito, sem praticar ação alguma. Observe frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em-
as seguintes frases: presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”.
O político continuou seu discurso mesmo com todas as Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não
vaias recebidas. aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como
Continuar, nesta frase, não é de ligação já que não in- não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e
dica qualidade do sujeito, e sim ação. indiretos, e sim somente transitivos indiretos.
A professora estava na sala de aula.
Estar, nesta frase, não é de ligação já que não indica FONTE:
qualidade do sujeito, e sim fato. http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Análise Sintática 06. Classifique o sujeito das orações destacadas no tex-
to seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
01. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – É notável, nos textos épicos, a participação do sobrena-
2013). Os trabalhadores passaram mais tempo na escola... tural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacio-
O segmento grifado acima possui a mesma função sin- nalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deu-
tática que o destacado em: ses tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis,
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. ajudando-os ou atrapalhando- -os.
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa clas- A)simples, composto
se. B)indeterminado, composto
C) O crescimento da escolaridade também foi impul- C)simples, simples
sionado... D) oculto, indeterminado
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
dio... 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni- Identifique a alternativa que classifica corretamente a fun-
ção sintática e a classe morfológica dos termos destacados:
versidades...
A) objeto indireto – substantivo
B) objeto direto - substantivo
02.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013).
C) sujeito – adjetivo
Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas selva- D) objeto direto – adjetivo
gens [...], sabiam os paulistas como... E) sujeito - substantivo
O segmento em destaque na frase acima exerce a mes-
ma função sintática que o elemento grifado em: GABARITO
A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mos-
tradores para a volta. 01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E
B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescenta-
riam aqueles de considerável... RESOLUÇÃO
C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o
sinal. 1-)
D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flores- Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
ta, podia significar uma pista. = SUJEITO
E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam- A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob-
nos a vila de São Paulo como centro... jeto direto
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
03. Há complemento nominal em: = objeto direto
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada. C) O crescimento da escolaridade também foi impul-
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de sionado... = sujeito paciente
ganhar a vida. D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
C)Ela estava na janela do edifício. dio... = objeto direto
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer-
E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e sidades... = agente da passiva
mocinho de cinema.
2-)
Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas
04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o ter-
selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO
mo destacado é:
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL
A) pronome possessivo
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= ad-
B) complemento nominal junto adverbial
C) objeto indireto C) seria perceptível o sinal. = predicativo
D) adjunto adnominal D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
E) objeto direto E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto
direto
05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito
das seguintes orações em relação aos verbos destacados: 3-)
- Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal
vida. B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento
- Neste ano, quero prestar serviço voluntário. nominal (possibilidade de quê?)
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal
A)Tu – vós D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto
B)Nós – eu indireto
C)Vós – nós E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto
D) Ele - tu indireto

73
LÍNGUA PORTUGUESA

4-) cido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário


esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitransiti- que as frases escritas sejam linguisticamente mais comple-
vo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa de tas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obe-
dois complementos – dois objetos: direto e indireto. decer às regras gerais da língua. Portanto, a organização
Deu o quê? = cem mil contos (direto) e a ordenação dos elementos formadores da frase devem
Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto seguir os padrões da língua. Por isso é que: As meninas
estavam alegres. = constitui uma frase, enquanto: Alegres
5-) meninas estavam as. = não é considerada uma frase da lín-
- Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qualida- gua portuguesa.
de de vida.
- Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário. Tipos de Frases

6-) Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só po-


É notável, nos textos épicos, a participação do sobrena- dem ser integralmente captados se atentarmos para o con-
tural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacio- texto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das
nalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deu- situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo,
ses tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém in-
ajudando-os ou atrapalhando-os. vadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso,
Ambos os termos apresentam sujeito simples ela expressa exatamente o contrário do que aparentemen-
te diz.
7-) A entoação é um elemento muito importante da frase
Surgiram fotógrafos e repórteres. falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão.
O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É
(final da oração). Portanto: função sintática: sujeito (com- ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indigna-
posto); classe morfológica (classe de palavras): substanti- ção, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontua-
vos.
ção podem agir como definidores do sentido das frases.
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou
Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo
menos previsível, de acordo com o sentido que transmi-
ser formada por uma só palavra ou por várias, ter verbos ou
tem. São elas:
não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias,
emoções, ordens, apelos. Define-se pelo seu propósito co-
- Frases Interrogativas: ocorrem quando uma per-
municativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâm-
gunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas
bio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a
quando se deseja obter alguma informação. A interrogação
situação em que é utilizada. Exemplos:
pode ser direta ou indireta.
O Brasil possui um grande potencial turístico.
Espantoso! Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)
Não vá embora. Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interro-
Silêncio! gação indireta)
O telefone está tocando.
- Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da
Observação: a frase que não possui verbo denomina- mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido,
se Frase Nominal. utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirma-
Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoa- tivas ou negativas.
ção, que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)
pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do Não faça isso. (Negativa)
olhar, além de ser complementada pela situação em que o Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)
falante se encontra. Esses fatos contribuem para que fre-
quentemente surjam frases muito simples, formadas por - Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor
apenas uma palavra. Observe: exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligei-
Rua! ramente prolongada. Por Exemplo:
Ai! Que prova difícil!
É uma delícia esse bolo!
Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acom-
panhadas de gestos peculiares, são suficientes para satisfa- - Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor
zer suas necessidades expressivas. constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara al-
Na língua escrita, a entoação é representada pelos si- guma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.
nais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)
frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é forne- Ela não está em casa. (Negativa)

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- Frases Optativas: são usadas para exprimir um dese- Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si,
jo. Por Exemplo: como partes de um conjunto harmônico: elas são os ter-
Deus te acompanhe! mos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada ter-
Bons ventos o levem! mo da oração desempenha uma função sintática.

De acordo com a construção, as frases classificam-se Atenção: Nem toda frase é oração. Por Exemplo: Que
em: dia lindo!
Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. Exem- Esse enunciado é frase, pois tem sentido. Esse enun-
plos: ciado não é oração, pois não possui verbo. Assim, não pos-
Fogo! suem estrutura sintática, portanto não são orações, frases
Cuidado! como:
Belo serviço o seu! Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante!
Trabalho digno desse feirante. A frase pode conter uma ou mais orações. Veja:
Brinquei no parque. (uma oração)
Frase Verbal: é a frase construída com verbo. Por Entrei na casa e sentei-me. (duas orações)
Exemplo: Cheguei, vi, venci. (três orações)
O sol ilumina a cidade e aquece os dias.
Os casais saíram para jantar. Período
A bola rolou escada abaixo.
Período é a frase constituída de uma ou mais orações,
Estrutura da Frase formando um todo, com sentido completo. O período
pode ser simples ou composto.
As frases que possuem verbo são geralmente estrutu- Período Simples: é aquele constituído por apenas uma
radas a partir de dois elementos essenciais: sujeito e pre- oração, que recebe o nome de oração absoluta. Exemplos:
dicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases de- O amor é eterno.
vam ser formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase As plantas necessitam de cuidados especiais.
“Saímos”, por exemplo, há um sujeito implícito na termina- Quero aquelas rosas.
ção do verbo: nós. O tempo é o melhor remédio.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se Período Composto: é aquele constituído por duas ou
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. mais orações. Exemplos:
O predicado é a parte da frase que contém “a infor- Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
mação nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que
sujeito. É sempre muito importante analisar qual é o nú- acontece ao anoitecer.
cleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração Cheguei, jantei e fui dormir.
estiver no verbo, teremos um predicado verbal (ocorre nas
frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum Saiba que: Como toda oração está centrada num verbo
nome, teremos um predicado nominal (ocorre nas frases ou numa locução verbal, a maneira prática de saber quan-
nominais que possuem verbo de ligação). Observe: O amor tas orações existem num período é contar os verbos ou
é eterno. locuções verbais.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é “O Período Composto


amor”. A declaração referente a “o amor”, ou seja, o predi-
cado, é «é eterno». É um predicado nominal, pois seu nú- O período composto caracteriza-se por possuir mais
cleo significativo é o nome «eterno». Já na frase: Os rapazes de uma oração em sua composição. Sendo Assim:
jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, que identificamos
por ser o termo que concorda em número e pessoa com o - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”, cujo núcleo oração)
significativo é o verbo “jogam”. Temos, assim, um predica- - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
do verbal. (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
Oração protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
ções).
Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima cor-
isso é necessário: responde a uma oração. Isso implica que o primeiro exem-
- que o enunciado tenha sentido completo; plo é um período simples, pois tem apenas uma oração, os
- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal). dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm
Por Exemplo: Camila terminou a leitura do livro. mais de uma oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
entre as orações de um período composto: uma relação de principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
coordenação ou uma relação de subordinação. seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
Duas orações são coordenadas quando estão juntas - Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
em um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de - Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- - Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: - A situação é delicada; devemos, pois, agir
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
(Período Composto) principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
Podemos dizer: de, pois (anteposto ao verbo).
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
1. Estou comprando um protetor solar.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
2. Irei à praia.
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Separando as duas, vemos que elas são independentes. mingo.
É esse tipo de período que veremos: o Período Com-
posto por Coordenação. Fonte:
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-coor-
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas denadas-assindeticas-e-sindeticas/
Sindéticas.
Questões sobre Orações Coordenadas
Coordenadas Assindéticas
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan-
São orações coordenadas entre si e que não são liga- tação integral de gosto e de estilo” tem valor:
das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos- A) conclusivo
tas. B) adversativo
C) concessivo
Coordenadas Sindéticas D) explicativo
E) alternativo
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”.
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
A oração em destaque é:
denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração
a) coordenada explicativa
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são b) coordenada adversativa
classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna- c) coordenada aditiva
tivas, conclusivas e explicativas. d) coordenada conclusiva
e) coordenada assindética
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não 03. (AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP – 2013-adap.)
só... como, assim... como. Releia o seguinte trecho:
- Não só cantei como também dancei. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
- Comprei o protetor solar e fui à praia. prática.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. em:
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan- quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
para nossa vida prática.
çando.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
praia. para nossa vida prática.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; sa vida prática.
seja...seja. D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como qua-
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carrei- nossa vida prática.
ras diferentes. E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
quarto. sa vida prática.

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013- 5-)


adap.) Em – ...fruto não só do novo acesso da população Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
ao automóvel mas também da necessidade de maior nú- = conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin-
mero de viagens... –, os termos em destaque estabelecem dética explicativa
relação de
A) explicação. Subordinação
B) oposição.
C) alternância. Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
D) conclusão.
E) adição. “Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.”
Oração Principal Oração Subordinada
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
estaremos a seu lado sempre. Observe que na oração subordinada temos o verbo
Marque a opção correta quanto à sua classificação: “existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
A) Coordenada sindética aditiva. do presente do indicativo. As orações subordinadas que
B) Coordenada sindética alternativa. apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem-
C) Coordenada sindética conclusiva. pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são
D) Coordenada sindética explicativa. chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Pode-
mos modificar o período acima. Veja:
GABARITO
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D Oração Principal Oração Subordinada

RESOLUÇÃO A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu


sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
1-) subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que
“Não se verificou, todavia, uma transplantação integral a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo.
de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
oração coordenada sindética adversativa orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
2-) não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a das ou implícitas.
oração em destaque não é introduzida por conjunção, en- Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
tão: coordenada assindética conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
mente, introduzidas por preposição.
3-)
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
ideia) adversativa
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte-
para nossa vida prática. = conclusiva grante (que, se).
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância Suponho que você foi à biblioteca hoje.
para nossa vida prática. = conformativa Oração Subordinada Substantiva
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- Você sabe se o presidente já chegou?
sa vida prática. = conclusiva Oração Subordinada Substantiva
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
sa vida prática. = explicativa introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
substituir por porque; como conclusiva: substituo por por- como). Veja os exemplos:
tanto.
O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
4-) Oração Subordinada Substantiva
fruto não só do novo acesso da população ao auto-
móvel mas também da necessidade de maior número de Não sabemos por que a vizinha se mudou.
viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos Oração Subordinada Substantiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Substantivas “se”:
A professora verificou se todos alunos estavam presen-
De acordo com a função que exerce no período, a ora- tes.
ção subordinada substantiva pode ser: - Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
a) Subjetiva O pessoal queria saber quem era o dono do carro im-
portado.
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito
do verbo da oração principal. Observe: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
É fundamental o seu comparecimento à reunião. vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
Sujeito Eu não sei por que ela fez isso.
É fundamental que você compareça à reunião.
c) Objetiva Indireta
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva
A oração subordinada substantiva objetiva indireta
atua como objeto indireto do verbo da oração principal.
Atenção: Observe que a oração subordinada substan-
tiva pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, te- Vem precedida de preposição.
mos um período simples:
É fundamental isso. ou Isso é fundamental. Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exerce-
rá a função de sujeito Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai in-
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração siste nisso)
principal: Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
- É claro - Está evidente - Está comprovado na oração.
É bom que você compareça à minha festa.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube- Oração Subordinada Substantiva
se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun- Objetiva Indireta
ciado - Ficou provado
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. d) Completiva Nominal

3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - A oração subordinada substantiva completiva nominal
importar - ocorrer - acontecer completa um nome que pertence à oração principal e tam-
Convém que não se atrase na entrevista. bém vem marcada por preposição.
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
Sentimos orgulho de seu comportamento.
soa do singular.
Complemento Nominal
b) Objetiva Direta
Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
Sentimos orgulho disso.)
ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Oração Subordinada Substantiva
Todos querem sua aprovação no concurso. Completiva Nominal
Objeto Direto
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
Todos querem que você seja aprovado. (= Todos jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
querem isso) que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
Oração Principal oração Subordinada Substantiva nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma
Objetiva Direta da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas complemento nominal: o primeiro complementa um verbo,
desenvolvidas são iniciadas por: o segundo, um nome.

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Predicativa Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-


conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
A oração subordinada substantiva predicativa exerce substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- Refiro-me ao aluno que é estudioso.
pal e vem sempre depois do verbo ser. Essa oração é equivalente a:
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Predicativo do Sujeito
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso dese-
jo era isso) Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Oração Subordinada Substantiva apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Predicativa orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
fui bem na prova. verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio).
f) Apositiva Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
A oração subordinada substantiva apositiva exerce
função de aposto de algum termo da oração principal. No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
seu casamento. perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
Aposto dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) lativo e seu verbo está no infinitivo.

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu ca- Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
samento chegasse.
Oração Subordinada Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
Substantiva Apositiva rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As também orações que realçam um detalhe ou amplificam
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente-
a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad-
o exemplo: jetivas explicativas.
Exemplo 1:
Esta foi uma redação bem-sucedida. Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo Restritiva
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa- Nesse período, observe que a oração em destaque res-
pel. Veja: tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-
se de um homem específico, único. A oração limita o uni-
Esta foi uma redação que fez sucesso. verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva mas sim àquele que estava passando naquele momento.
Exemplo 2:
Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad- O homem, que se considera racional, muitas vezes
jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita age animalescamente.
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio- Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
seria exercido pelo termo que o antecede. restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
Obs.: para que dois períodos se unam num período oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração. contida no conceito de “homem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Saiba que: Circunstâncias Expressas


A oração subordinada adjetiva explicativa é separada pelas Orações Subordinadas Adverbiais
da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre-
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação a) Causa
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara
na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS acontecimento”.
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exer- Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
ce a função de adjunto adverbial do verbo da oração prin- introduzido na oração anteposta à oração principal), pois,
pois que, já que, uma vez que, visto que.
cipal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo,
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desen-
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
volvida, vem introduzida por uma das conjunções subor-
ternativa a não ser cancelá-lo.
dinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de
Já que você não vai, eu também não vou.
acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a in-
troduz. b) Consequência
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. As orações subordinadas adverbiais consecutivas ex-
primem um fato que é consequência, que é efeito do que
Oração Subordinada Adverbial se declara na oração principal. São introduzidas pelas con-
junções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto
Observe que a oração em destaque agrega uma cir- que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...
cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração su- que.
bordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
termos acessórios que indicam uma circunstância refe- (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa
adverbial depende da exata compreensão da circunstância dor.)
que exprime. Observe os exemplos abaixo: Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de cretizando-os.
minha vida. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi-
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de da de Infinitivo)
minha vida.
c) Condição
No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal Condição é aquilo que se impõe como necessário para
“senti”. No segundo período, esse papel é exercido pela a realização ou não de um fato. As orações subordinadas
oração “Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor-
subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvol- rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres-
so na oração principal.
vida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
Principal conjunção subordinativa condicional: SE
(quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que,
vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que,
reduzi-la, obtendo-se:
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de certamente o melhor time será campeão.
minha vida. Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
contrato.
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma Caso você se case, convide-me para a festa.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma d) Concessão
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
As orações subordinadas adverbiais concessivas in-
Obs.: a classificação das orações subordinadas adver- dicam concessão às ações do verbo da oração principal,
biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad- isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A
juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à
oração. quebra de expectativa.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu- Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos- entrasse.
to que, apesar de que.
Só irei se ele for. h) Proporção

A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex-
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Com- primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
pare agora com: expresso na oração principal.
Irei mesmo que ele não vá. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio-
nal: À PROPORÇÃO QUE
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
cessiva. Observe outros exemplos: quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
Embora fizesse calor, levei agasalho. (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me- À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
tade da população continua à margem do mercado de con- tões.
sumo. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
i) Tempo
e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
As orações subordinadas adverbiais comparativas es-
centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
tabelecem uma comparação com a ação indicada pelo ver-
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
bo da oração principal.
terioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
Ele dorme como um urso.
Outras conjunções subordinativas temporais: enquan-
to, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo: vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Agem como crianças. (agem) Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Oração Subordinada Adverbial Comparativa Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
No entanto, quando se comparam ações diferentes, Mal você saiu, ela chegou.
isso não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
(comparação do verbo falar e do verbo fazer). nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)

f) Conformidade Fonte:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint29.
As orações subordinadas adverbiais conformativas in- php
dicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma re-
gra, um modelo adotado para a execução do que se decla- Questões sobre Orações Subordinadas
ra na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CON- 01. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESp/2013).
FORME Mais denso, menos trânsito
Outras conjunções conformativas: como, consoante e
segundo (todas com o mesmo valor de conforme). As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e
Fiz o bolo conforme ensina a receita. em processo de deterioração agudizado pelo crescimento
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm econômico da última década. Existem deficiências evidentes
direitos iguais. em infraestrutura, mas é importante também considerar o
planejamento urbano.
g) Finalidade Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração de deslocamento.
principal. Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
locução conjuntiva para que. aumentando a necessidade do transporte individual.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Se olharmos Los Angeles como a região que levou a


desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Numa região rica como a Califórnia, com enorme investi-
mento viário, temos engarrafamentos gigantescos que vira-
ram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com
elevado adensamento e predominância do transporte coleti-
vo, como mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade
mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura
de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras
grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da
metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
gradual do centro, com deslocamento das atividades para
diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de trans-
porte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será pos-
sível reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do
transporte individual, fruto não só do novo acesso da popu-
lação ao automóvel, mas também da necessidade de maior
número de viagens em função da distância cada vez maior (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. É correto afirmar que a expressão contanto que esta-
Adaptado) belece entre as orações relação de
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja traba-
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, lhar depois de casada.
estabelecem entre si uma relação de B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso
(A) comparação e adição. como cantor romântico.
(B) causa e consequência. C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já
(C) conformidade e negação. pensam em casamento.
(D) hipótese e concessão. D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão
(E) alternância e explicação de músico provavelmente ganhará pouco.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido
02. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN- torne-se um artista famoso.
CIÁRIA – VUNESP – 2013). No trecho – Tem surtido um
efeito positivo por eles se tornarem uma referência positi- 05. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013).
va dentro da unidade, já que cumprem melhor as regras, Em – Apesar da desconcentração e do aumento da ex-
respeitam o próximo e pensam melhor nas suas ações, re- tensão urbana verificados no Brasil, é importante desen-
fletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen-
estabelece entre as orações uma relação de tes... –, sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em
destaque está corretamente reescrito em:
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo.
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex-
E) concessão.
tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol-
ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, mento da extensão urbana no Brasil, é importante desenvol-
exceto: ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. C) Assim como são verificados a desconcentração e o
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita aumento da extensão urbana no Brasil, é importante de-
sobre sua vida. senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis-
C) Ignoras quanto custou meu relógio? tentes...
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebi- D) Visto que com a desconcentração e o aumento da ex-
dos. tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol-
E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
04. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃO – VUNESP to da extensão urbana verificados no Brasil, é importante
– 2013). Considere a tirinha em que se vê Honi conversan- desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já
do com seu Namorado Lute. existentes...

82
LÍNGUA PORTUGUESA

06. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013). 4-)


Em – É fundamental que essa visão de adensamento com a expressão contanto que estabelece uma relação de
uso abundante de transporte coletivo seja recuperada para condição (condicional)
que possamos reverter esse processo de uso… –, a expres-
são em destaque estabelece entre as orações relação de 5-)
A) consequência. Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
B) condição. urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva
C) finalidade. B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
D) causa. mento da extensão urbana no Brasil, = causal
E) concessão. C) Assim como são verificados a desconcentração e o
aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa
07. (ANALISTA DE SISTEMAS – VUNESP – 2013 – D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
adap.). Considere o trecho: “Como as músicas eram de extensão urbana verificados no Brasil = causal
protesto, naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de se- E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
gurança nacional pela ditadura militar e exilado.” O termo to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
Como, em destaque na primeira parte do enunciado, ex-
pressa ideia de 6-)
A) contraste e tem sentido equivalente a porém. para que possamos = conjunção final (finalidade)
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a confor- 7-)
me. “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. de causa da consequência “foi enquadrado” = causa e
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. tem sentido equivalente a visto que.

08. (ANALISTA EM PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E 8-)


com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a
FINANÇAS PÚBLICAS – VUNESP – 2013-adap.) No tre-
construção estabelece uma relação de causa e consequên-
cho – “Fio, disjuntor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com
cia. (a causa da “contaminação” – consequência)
tanto orgulho que chega a contaminar-me. –, a construção
tanto ... que estabelece entre as construções [com tanto or-
gulho] e [que chega a contaminar-me] uma relação de
A) condição e finalidade.
B) conformidade e proporção. SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS, HOMÔNIMOS E
C) finalidade e concessão. PARÔNIMOS.
D) proporção e comparação.
E) causa e consequência.
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
GABARITO
Consideremos as seguintes frases:
01. B 02. B 03. C 04. D Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
05. A 06. C 07. D 08. E Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
RESOLUÇÃO Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.

1-) Chegamos à conclusão de que se trata de palavras


mais denso e menos trânsito = mais denso, conse- idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
quentemente, menos trânsito, então: causa e consequência o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada
2-) Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
já que cumprem melhor as regras = estabelece entre dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
as orações uma relação de causa com a consequência de contexto em que se insere.
“tem um efeito positivo”. Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
3-) com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subor- dicionário.
dinada substantiva objetiva direta Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi-
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos significado é de: participação, interação mediante a uma
verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e tam- tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
bém não inicia com as conjunções integrantes “que” e “se”. último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- Sentido Próprio e Figurado das Palavras
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em Pela própria definição acima destacada podemos per-
consideração as situações de aplicabilidade. ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode- relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem- significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
plo: pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
O rapaz é um tremendo gato. dem-se assim:
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. - Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua do comum que costumamos dar a uma palavra.
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico. - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
do”, que podemos dar a uma palavra.
Polissemia e homonímia
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante contextos:
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
quando duas ou mais palavras com origens e significados dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co-
monímia. nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
em sentido figurado.
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
Podemos então concluir que um mesmo significante
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
uma entrada no dicionário.
Denotação e Conotação
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os
com o seu significado primitivo e original, com o sentido
diferentes significados estão interligados porque remetem do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
para o mesmo conceito, o da escrita. comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
que não voasse mais.
Polissemia e ambiguidade Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
próprio, comum, usual, literal.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di-
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta- cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação lizado em seu sentido dicionarístico.
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes- simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
felizes porque têm uma alimentação equilibrada. Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes
que seja tarde demais.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor- de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida. to.

Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo- Fonte:


la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu-
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. rado-das-palavras.html

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Denotação e Conotação (A) contrastada.


(B) confrontada.
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- (C) ombreada.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O (D) rivalizada.
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão (E) equiparada.
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala- 5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
vras ígneo e pétreo. NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
(A) De corda; de plástico. abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
(B) De fogo; de madeira. do em sentido figurado.
(C) De madeira; de pedra. Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
(D) De fogo; de pedra. continua sendo empregado em sentido figurado.
(E) De plástico; de cinza. (A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- dor.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 (C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se- (D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em
guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti- casa.
pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, (E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. tão, considere o texto abaixo.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
dela. A marca da solidão
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- penumbra na tarde quente.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
dêmica, (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
analogia e associação... No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
figurado é
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a (A) menino.
ideia de hipertexto... (B) chão.
... 20 anos depois de seu artigo fundador... (C) testa.
(D) penumbra.
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo (E) tenda.
são:
(A) algo, especialmente e Quando. 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
(B) Desde, especialmente e algo. NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
(C) especialmente, Quando e depois. questão.
(D) Desde, Quando e depois.
(E) Desde, algo e depois. RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
grandes nomes... onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
tituído por: pública como a casa da sogra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os 4-)


recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas Ao participar de um concurso, não temos acesso a di-
que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, cionários para que verifiquemos o significado das palavras,
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar por isso, caso não saibamos o que significam, devemos
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban- analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”.
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo
com ele. RESPOSTA: “E”.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum 5-)
motivo, parecem querer levar ao colapso. Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre-
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis- gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade,
(“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias).
resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
RESPOSTA: “C”.
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
Adaptado)
6-)
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º Novamente, responderemos com frase do texto: seu
parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de rosto formando uma tenda.
(A) progresso.
(B) descaso. RESPOSTA: “E”.
(C) vitória.
(D) tédio. 7-)
(E) ruína. Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção
do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se
8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN- à queda, ao fim, à ruína da cidade.
DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
“Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva RESPOSTA: “E”.
anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo
sentido é: 8-)
(A) O menino leva o material adequado para a escola. No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
(B) João levou uma surra da mãe. sentido de “duração/tempo”
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. (A) O menino leva o material adequado para a escola.
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = carrega
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar (B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
a prova. (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. =
RESOLUÇÃO direciona
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a
1-) prova = duração/tempo
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as-
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos
RESPOSTA: “E”.
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a respos-
ta?
- Sinônimos
RESPOSTA: “D”. São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
2-) Observação: A contribuição greco-latina é responsável
Classificar conforme regras conhecidas, mas não con- pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver-
firmadas se verdadeiras. sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he-
miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
RESPOSTA: “E”. diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.

3-) - Antônimos
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: São palavras de significação oposta: ordem - anarquia;
desde, quando e depois. soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um pre-
RESPOSTA: “D”. fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;

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LÍNGUA PORTUGUESA

simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- – Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
ticomunista; simétrico e assimétrico. ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo
eletrônico.
O que são Homônimos e Parônimos: Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
- Homônimos constroem carros com sensores de movimento que respon-
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen- dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de
tes na pronúncia: baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa-
rego (subst.) e rego (verbo); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
colher (verbo) e colher (subst.); robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
jogo (subst.) e jogo (verbo); aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
providência (subst.) e providencia (verbo). que comprar tudo, não seria viável”, completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
ferentes na escrita: colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
acender (atear) e ascender (subir); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
cela (compartimento) e sela (arreio); início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
censo (recenseamento) e senso ( juízo); interessando”, disse.
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
paço (palácio) e passo (andar).
Adaptado)
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São
02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
palavras iguais na escrita e na pronúncia:
sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
caminho (subst.) e caminho (verbo);
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
cedo (verbo) e cedo (adv.);
gem, pela seguinte expressão:
livre (adj.) e livre (verbo).
A) Pelo menos
B) A contar de
- Parônimos C) Em substituição a
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro D) Com exceção de
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede E) No que se refere a
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au-
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo
e diferir; suar e soar. para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an- A) Estimulante.
tonimos,-homonimos-e-paronimos B) Cansativo.
C) Irritante.
Questões sobre Significação das Palavras D) Confuso.
E) Improdutivo.
01. Assinale a alternativa que preenche corretamente 04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
as lacunas da frase abaixo: NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir.
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________ I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________ por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”.
internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo. II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
a) imigraram - emigram - migram reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
b) migraram - imigram - emigram ção.
c) emigraram - migram - imigram. III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
d) emigraram - imigram - migram. rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
e) imigraram - migram – emigram pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 do”, sem alterar o sentido do texto.
- Leia o texto para responder às questões de números 02 De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
e 03. está correto o que se afirma em
A) I, II e III.
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica B) III, apenas.
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu C) I e III, apenas.
celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo D) I, apenas.
para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID E) I e II, apenas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

05. Leia as frases abaixo: RESOLUÇÃO


1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em 1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses
Marte. imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra-
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca
de humor. de uma vida melhor; internamente, migram para o
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. Sul, pelo mesmo motivo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
de vocábulos para as lacunas existentes: comprar, é tudo reciclagem”...
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há; 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
c) concerto – a – há – seções – a;
sando”
d) concerto – a – há – sessões – há;
“No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
e) conserto – há – a – sessões – a .
depois fui me interessando”
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- 4-)
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
ponder à questão. por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans- II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
lhes impuseram limites de disciplina. ção. = correta
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
trecho, é: pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
A) de desprendimento. do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
B) de responsabilidade.
C) de abnegação. 5-)
D) de amor. 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
E) de egoísmo. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
vida em Marte.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos gramas de humor.
parênteses: 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- tempo passado)
chentes. (afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
flingirem - infringirem). não lhes impuseram limites de disciplina.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos.
trecho, é de egoísmo
(concelhos - conselhos).
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer-
nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
ca de - acerca de).
de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
direita de cada palavra há um sinônimo. conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) coletivas).
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder 7-)
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
GABARITO dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
01. A 02. D 03. A 04. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
05. D 06. E 07. E 08. A arreio no cavalo)

88
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Serão punidos os que infringirem o regulamen- Dois pontos


to. (inflingirem = aplicarem a pena) 1- Antes de uma citação
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve- - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
de um distrito). 2- Antes de um aposto
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. - Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
(acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.). tarde e calor à noite.

8-) 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento


b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = - Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven-
significados invertidos do a rotina de sempre.
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi-
4- Em frases de estilo direto
cados invertidos
Maria perguntou:
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi-
- Por que você não toma uma decisão?
cados invertidos
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação =
Ponto de Exclamação
significados invertidos 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. - Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
servem para compor a coesão e a coerência textual, além “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve- vedo)
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
nhecidos pelo uso da língua portuguesa. Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
Ponto - Comprei lápis, canetas, cadernos...
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em 2- Indica interrupção violenta da frase.
que se encontra. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Este mal... pega doutor?
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
Ponto e Vírgula ( ; ) - Deixa, depois, o coração falar...
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
Vírgula
importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
Não se usa vírgula
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
*separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) gam-se diretamente entre si:
- entre sujeito e predicado.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por Todos os alunos da sala foram advertidos.
vírgulas. Sujeito predicado
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
nhas, frio e cobertor. - entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo- V.T.D.I. O.D. O.I.
tivos, decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado; Usa-se a vírgula:
- Pegar as crianças na escola; - Para marcar intercalação:
- Caminhada na praia; a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
- Reunião com amigos. dância, vem caindo de preço.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão 02. Assinale a opção em que está corretamente indica-
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. da a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- as lacunas da frase abaixo:
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas
querem abrir mão dos lucros altos. devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica
que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa
- Para marcar inversão: ter.
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe- B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
chadas. C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982. 03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os
sinais de pontuação estão empregados corretamente em:
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos- A) Duas explicações, do treinamento para consultores
tos em enumeração): iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a cons-
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. trução de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. metas de vendas associadas aos dois temas.
B) Duas explicações do treinamento para consultores
- Para marcar elipse (omissão) do verbo: iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a cons-
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. trução de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das
- Para isolar: metas de vendas associadas aos dois temas.
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
C) Duas explicações do treinamento para consultores
ra, possui um trânsito caótico.
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a cons-
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das
metas de vendas associadas aos dois temas.
Fontes:
D) Duas explicações do treinamento para consulto-
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu- res iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e
la.htm a construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou
falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
Questões sobre Pontuação E) Duas explicações, do treinamento para consulto-
res iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter- construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar
nativa em que a pontuação está corretamente empregada, das metas, de vendas associadas aos dois temas.
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, 04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alter-
embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi- nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua nominal e à pontuação.
dona. (A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi- seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- do que em outros.
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra-
dona. pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
embora experimentasse a sensação de violar uma intimida- exemplo!, do que em outros.
de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar (C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra-
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um
embora experimentasse a sensação de violar uma intimi- exemplo, do que em outros.
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en- (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
dona. seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, – do que em outros.
embora, experimentasse a sensação de violar uma intimi- (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, en- mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
dona. plo) do que em outros.

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LÍNGUA PORTUGUESA

05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). RESOLUÇÃO


Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
após o acréscimo das vírgulas. 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô- embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
nica ao grupo ou acione o código na internet. intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
onde o código foi acionado. sua dona.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
que a criança foi encontrada. intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
primeiro às, areias do Guarujá. sua dona.
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te- (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re-
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
ferência
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
06. Assinale a série de sinais cujo emprego correspon-
sua dona.
de, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
“Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará- (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente ( timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mos- (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
trou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”. a sua dona.
A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interro-
gação, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final 2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas
B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga- devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica
ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação que o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que
C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final, possa ter.
travessão, travessão, ponto final, ponto final
D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra- vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga- 3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação quadas
A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de
pontuada corretamente: PPD e a construção de tabelas Price; mas por outro lado,
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re- faltou falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
sultado do concurso. C) Duas explicações do treinamento para consultores
B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re- iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
sultado do concurso. construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou
C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re- falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
sultado do concurso. D) Duas explicações do treinamento para consultores
D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a
concurso, em fila.
construção de tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou
E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul-
falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
tado do concurso.
E) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
08. A frase em que deveria haver uma vírgula é: tores iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito
A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde. de PPD e a construção de tabelas Price , (X) mas por outro
B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã lado, faltou falar das metas , (X) de vendas associadas aos
usou um vestido azul. dois temas.
C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
D) Não limparam a sala nem a cozinha. 4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas
GABARITO (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X)
rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda
01. C 02. C 03. B 04. D 05. E que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é
06. B 07. B 08. B um exemplo, do que em outros.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) am- (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
pliam rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X) cado por alguns teóricos.
ainda que o avanço seja mais notável , (X) em alguns paí- (E) Os debates relacionado à distribuição de riquezas
ses, o Brasil é um exemplo ! (X) , do que em outros. não são de exclusividade dos economistas.
(C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam
rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ain- Realizei a correção nos itens:
da que o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
Brasil é um exemplo, do que em outros. cial está = estão
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- (B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
mente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X) gem
o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
exemplo) do que em outros. mais pobres é um fenômeno crescente.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- cado = criticada
quadas (E) Os debates relacionado = relacionados
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem RESPOSTA: “C”.
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Seguin-
pais de onde o código foi acionado. do a norma-padrão da língua portuguesa, a frase – Um le-
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- vantamento mostrou que os adolescentes americanos con-
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem somem em média 357 calorias diárias dessa fonte. – recebe
dizendo que a criança foi encontrada. o acréscimo correto das vírgulas em:
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che- (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá. americanos consomem em média 357 calorias, diárias des-
sa fonte.
6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse pa- (B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
rágrafo americanos consomem, em média 357 calorias diárias des-
( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o sa fonte.
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
(? ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - ) americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
ou mostrou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os res- sa fonte.
tantes ( ? ) (D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias des-
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o sa fonte.
resultado do concurso. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, des-
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha sa fonte.
irmã usou um vestido azul.
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
“e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena ora- ou faltante:
ções de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode (A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
ser prejudicada pela ausência da pontuação. americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/SP americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
– ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a alternativa sa fonte.
correta quanto à concordância, de acordo com a norma (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
-padrão da língua portuguesa. americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- diárias dessa fonte.
cial está no centro dos debates atuais. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em relação americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
aos efeitos da desigualdade social. diárias, (X) dessa fonte.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente. RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2011) 5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) A
Estão plenamente observadas as normas de concordância concordância verbal está plenamente observada na frase:
verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e ma-
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas terialistas, o posicionamento de alguns religiosos e par-
ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibili- lamentares acerca da educação religiosa nas escolas pú-
dade social. blicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famigera- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àque-
do homem-placa carregam ditos que soam irônicos, como les que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso,
“compro ouro”. para se reservar essa prática a setores da iniciativa priva-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a da.
exposição pública a que se submetem os guardadores de (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
carros. contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na pública, consistem nos altos custos econômicos que acar-
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma demons- retarão tal medida.
tração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade de
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados em São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos ção maior do que ocorrem com o número de escolas pú-
carros-placa. blicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
Fiz as correções entre parênteses: a regulação natural do mercado sinalizam para as incon-
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- veniências que adviriam da adoção do ensino religioso
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá ha-
nicos, como “compro ouro”. ver
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
exposição pública a que se submetem os guardadores de contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
carros. pública, consistem = consiste.
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros (D) O número de templos em atividade na cidade de
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
demonstração de mau gosto. ção maior do que ocorrem = ocorre
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- a regulação natural do mercado sinalizam para as incon-
queles velhos carros-placa. veniências que adviriam da adoção do ensino religioso
nas escolas públicas.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “E”.
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se-
mesma regra que distribuídos. gundo o Manual de Redação da Presidência da República,
(A) sócio NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(B) sofrê-lo (A) embaixadores.
(C) lúcidos (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(D) constituí (C) prefeitos municipais.
(E) órfãos (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) vereadores.
Distribuímos = regra do hiato
(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senho-
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome ria (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim.
oblíquo. Nunca!) Numa Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência
(C) lúcidos = proparoxítona para o seu presidente, de acordo com o Manual de Reda-
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” ção da Presidência da República (1991).
– oxítona: cons-ti-tui) (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” detail.php?id=393)

RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “E”.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (B) O conceito de espetáculo unifica e explica
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie- uma grande diversidade de fenômenos.
dade como tais. (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas- de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
sará a ser, corretamente, (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
(A) perceba. vida (...).
(B) foi percebido. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
(C) tenham percebido. e da falsa consciência.
(D) devam perceber.
(E) estava percebendo. (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
do.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- grande diversidade de fenômenos.
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
princípios... explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
RESPOSTA: “A” de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A vida (...).
concordância verbal e nominal está inteiramente correta (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
na frase: e da falsa consciência.
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para RESPOSTA: “B”.
conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
vem ser embasados na percepção dos valores e princípios - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê deze-
que regem a prática política. nas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadei- Geraldo Motta.
ro regime democrático, em que se respeita tanto as liber- Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinha-
dades individuais quanto as coletivas. dos devem sofrer as seguintes alterações:
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- (A) entrar − vira
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi- (B) entrava − tinha visto
nadas de um único poder central. (C) entrasse − veria
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (D) entraria − veria
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- (E) entrava − teria visto
niões existentes na sociedade.
Fiz os acertos entre parênteses: Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- ria = entrasse / veria.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
conferir legitimidade a suas decisões. RESPOSTA: “C”.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo-
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.

RESPOSTA: “A”.

9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A


frase que admite transposição para a voz passiva é:
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
do.

94
MATEMÁTICA

Conjuntos: conceito, igualdade, classificação, pertinência, inclusão, operações de união, interseção e diferença; ........ 01
Sistema de Numeração Decimal e outras bases de numeração; .......................................................................................................... 07
Operações com números naturais; problemas com as quatro operações; expressões numéricas; divisibilidade; múltiplos
e divisores; números primos; fatoração; ......................................................................................................................................................... 09
MDC e MMC e aplicações; ................................................................................................................................................................................... 09
Números Racionais: forma fracionária e forma decimal, operações e problemas; ....................................................................... 09
Medidas: unidades de medida (comprimento, massa, capacidade, superfície e volume); ......................................................... 16
Grandezas Proporcionais: razão, proporção, regra de três simples e composta; porcentagem; juros simples; ................ 20
Equações do Primeiro e do Segundo Grau;................................................................................................................................................... 44
Noções de Geometria Plana: Triângulos, quadriláteros, polígonos, semelhança, teorema de Pitágoras, áreas e
volumes....................................................................................................................................................................................................................49
Funções: tabelas, gráficos, estatísticas. Grau, quadrática, exponencial e logaritmos. .................................................................. 68
Matrizes. Determinantes. Sistema Linear. ....................................................................................................................................................... 74
Probabilidade e Estatística.................................................................................................................................................................................... 78
MATEMÁTICA

Pela propriedade de seus elementos: Conhecida


CONJUNTOS: CONCEITO, IGUALDADE, uma propriedade P que caracteriza os elementos de um
CLASSIFICAÇÃO, PERTINÊNCIA, INCLUSÃO, conjunto A, este fica bem determinado.
OPERAÇÕES DE UNIÃO, INTERSEÇÃO E P termo “propriedade P que caracteriza os elementos
de um conjunto A” significa que, dado um elemento x
DIFERENÇA;
qualquer temos:
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem
a propriedade P é indicado por:
Conjuntos {x, tal que x tem a propriedade P}

É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou ob- Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou |
jetos. Dá a ideia de coleção. ou ainda :, podemos indicar o mesmo conjunto por:
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
Conjuntos Primitivos {x : x tem a propriedade P}

Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são Exemplos


primitivos, ou seja, não são definidos.
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma - { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
porção de livros são todos exemplos de conjuntos. - {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm que {0, 1, 2, 3}
elementos. Um elemento de um conjunto pode ser uma - {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que
banana, um peixe ou um livro. Convém frisar que um {0, 1}
conjunto pode ele mesmo ser elemento de algum outro
conjunto. Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um Euler consiste em representar o conjunto através de um
feixe de retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é “círculo” de tal forma que seus elementos e somente eles
também conjunto (de pontos). estejam no “círculo”.
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras
maiúsculas A, B, C, ..., X, e os elementos pelas letras Exemplos
minúsculas a, b, c, ..., x, y, ..., embora não exista essa - Se A = {a, e, i, o, u} então
obrigatoriedade.
Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados
por letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de
pontos) por letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de
pertinência que nos dá um relacionamento entre um
elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos


x∈ A - Se B = {0, 1, 2, 3 }, então
Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos


x∉ A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.

Como representar um conjunto

Pela designação de seus elementos: Escrevemos os Conjunto Vazio


elementos entre chaves, separando os por vírgula. Conjunto vazio é aquele que não possui elementos.
Representa-se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou,
Exemplos simplesmente { }.
Simbolicamente: ∀ x, x ∉ 0/
- {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos
3, 6, 7 e 8. Exemplos
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos
a, b e m. - 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1}
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, - 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4}
{2; 3} e {3}. - 0/ = {x | x ≠ x}

1
MATEMÁTICA

Subconjunto - {a,a} = {a}


Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é - {a,b = {a} ⇔ a= b
também elemento de B, dizemos que A é um subconjunto - {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
de B ou A é a parte de B ou, ainda, A está contido em B e
indicamos por A ⊂ B. Conjunto das partes
Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B) Dado um conjunto A podemos construir um novo
conjunto formado por todos os subconjuntos (partes) de A.
Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto Esse novo conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos
de B ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido (ou das partes) de A e é indicado por P(A).
em B. Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo A
menos, um elemento de A que não é elemento de B.
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B) Exemplos

Exemplos a) = {2, 4, 6}
- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4} P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4}
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6} b) = {3,5}
P(B) = { 0/ , {3}, {5}, B}
Inclusão e pertinência
c) = {8}
A definição de subconjunto estabelece um P(C) = { 0/ , C}
relacionamento entre dois conjuntos e recebe o nome de
relação de inclusão ( ⊂ ). d) = 0/
A relação de pertinência ( ∈ ) estabelece um P(D) = { 0/ }
relacionamento entre um elemento e um conjunto e,
portanto, é diferente da relação de inclusão. Propriedades
Simbolicamente Seja A um conjunto qualquer e 0/ o conjunto vazio.
x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A Valem as seguintes propriedades
x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A

Igualdade 0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ }
0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A⊂A ⇔ A ∈ P(A)
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B
e indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de
B e B é também subconjunto de A. Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A e, portanto, P(A) possui 2n elementos.
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais
equivale, segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B União de conjuntos
e B ⊂ A.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto
somente se, possuem os mesmos elementos. formado por todos os elementos que pertencem a A ou a
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto B. Representa-se por A ∪ B.
A ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não Simbolicamente: A 4 ∉BN = {X | X ∈ A ou X ∈ B}
é subconjunto de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou
B⊄A

Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto nos


mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não
deve ser levada em consideração. Em outras palavras, um
conjunto fica determinado pelos elementos que o mesmo
possui e não pela ordem em que esses elementos são Exemplos
descritos.
- {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂ - {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é - {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
desnecessária. - {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4}
- {a,b} ∪ φ {a,b}

2
MATEMÁTICA

Intersecção de conjuntos Observe o diagrama e comprove.


A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
por todos os elementos que pertencem, simultaneamente,
a A e a B. Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B
= {X | X ∈ A ou X ∈ B}

Exemplos
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ
Subtração
Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto
conjuntos disjuntos. formado por todos os elementos que pertencem a A e não
pertencem a B. Representa-se por A – B. Simbolicamente:
A – B = {X | X ∈ A e X ∉ B}

Número de Elementos da União e da Intersecção de


Conjuntos
O conjunto A – B é também chamado de conjunto
complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}
abaixo, podemos estabelecer uma relação entre os
respectivos números de elementos. Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}

- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Observações: Alguns autores preferem utilizar o
conceito de completar de B em relação a A somente nos
casos em que B ⊂ A.
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto
Note que ao subtrairmos os elementos comuns complementar de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A
evitamos que eles sejam contados duas vezes. ⇔ B = A – B = CAB`
Observações:

a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo


um deles estiver contido no outro, ainda assim a relação
dada será verdadeira.
b) Podemos ampliar a relação do número de elementos
para três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.

3
MATEMÁTICA

Exemplos Questões

Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então: 1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-


a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6} MINISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2} cidade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
c) C = φ ⇒ C = S cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
Número de elementos de um conjunto inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
Sendo X um conjunto com um número finito de Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
elementos, representa-se por n(X) o número de elementos em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
de X. Sendo, ainda, A e B dois conjuntos quaisquer, com res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
número finito de elementos temos: A) 15.
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B) B) 21.
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B) C) 18.
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B) D) 27.
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B) E) 16.

Resolução de Problemas
2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que diri-
Exemplo: gem automóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que diri-
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças gem automóveis e motocicleta. Quantos motoristas há no
ruivas, 13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergun- grupo?
ta-se A) 16 motoristas
a) quantas crianças existem na escola? B) 32 motoristas
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas C) 48 motoristas
D) 36 motoristas

3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014)


Dos 46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos
15 deles também estão aptos para classificar processos e
os demais estão aptos para atender ao público. Há outros
11 técnicos que estão aptos para atender ao público, mas
não são capazes de arquivar documentos. Dentre esses úl-
timos técnicos mencionados, 4 deles também são capazes
de classificar processos. Sabe-se que aqueles que classi-
ficam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando
que todos os técnicos que executam essas três tarefas fo-
Sejam: ram citados anteriormente, eles somam um total de
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x A) 58.
B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9 B) 65.
C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13 C) 76.
D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y D) 53.
De acordo com o enunciado temos: E) 95.

n( B ∪ D) = n( B) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33
 4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI-
n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15 FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de
atletas da delegação de um país nos jogos universitários
Assim sendo por medalha conquistada. Sabe-se que esse país conquis-
a) O número total de crianças da escola é: tou medalhas apenas em modalidades individuais. Sabe-se
ainda que cada atleta da delegação desse país que ganhou
n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70 uma ou mais medalhas não ganhou mais de uma meda-
b) O número de crianças que são meninas ou são lha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o
ruivas é: diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país
ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro.
n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57

4
MATEMÁTICA

8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO


TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas,
investigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do
Metrô de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam
a linha A; 94 pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utili-
zam a linha C. Utilizam as linhas A e B um total de 38 pes-
soas, as linhas A e C um total de 42 pessoas e as linhas B e
C um total de 60 pessoas; 26 pessoas que não se utilizam
dessas linhas. Desta maneira, conclui-se corretamente que
o número de entrevistados que utilizam as linhas A e B e
C é igual a
A) 50.
A análise adequada do diagrama permite concluir cor- B) 26.
retamente que o número de medalhas conquistadas por C) 56.
esse país nessa edição dos jogos universitários foi de D) 10.
A) 15. E) 18.
B) 29.
C) 52.
9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-
D) 46.
RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-
E) 40.
se, durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do
Tribunal de Justiça, verificou-se que 16 executaram dese-
nhos arquitetônicos, 15 prepararam croquis e 3 realizaram
5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM outras atividades. O número de desenhistas que executa-
SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos ram desenho arquitetônico e prepararam croquis, nesse
que formam o conjunto dos múltiplos estritamente positi- período, é de
vos do número 3, menores que 31? A) 10.
A) 9 B) 11.
B) 10 C) 12.
C) 11 D) 13.
D) 12 E) 14.
E) 13

10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CE-


6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM TRO/2013) Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da pa-
SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e lavra CARRO} e B = {x | x é letra da palavra CAMINHO}, é
B, sabendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B correto afirmar que A∩ B tem
= {1 ; 2}, assinale a alternativa que apresenta o conjunto B. A) 1 elemento.
A) {1; 2; 3} B) 2 elementos.
B) {0; 3} C) 3 elementos.
C) {0; 1; 2; 3; 5} D) 4 elementos.
D) {3; 5} E) 5 elementos.
E) {0; 3; 5}

7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem


duas empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente
70% dos estudantes desta cidade utilizam a Empresa A e
50% a Empresa B. Sabendo que todo estudante da cidade
é usuário de pelo menos uma das empresas, qual o % deles
que utilizam as duas empresas?
A) 20%
B) 25%
C) 27%
D) 33%
E) 35%

5
MATEMÁTICA

Respostas 4 - RESPOSTA: “D”.


O diagrama mostra o número de atletas que ganharam
1 - RESPOSTA: “C” medalhas.
De acordo com os dados temos: No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2
7 vereadores se inscreveram nas 3. por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas mul-
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o tiplica-se por 3.
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos Intersecções:
três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá-
sico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea-
dores. Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46

5 -RESPOSTA: “B”.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguin-
te conjunto
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos.

Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18


6 - RESPOSTA: “E”.
2 – RESPOSTA: “B” A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é ele-
mento de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.

Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8 7 - Resposta “A”.


Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 =
32 motoristas.

3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31
classificam e atendem: 4 70 – 50 = 20.
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8 20% utilizam as duas empresas.
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capa-
zes de classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos 8 - RESPOSTA: “E”.
são aptos a atender ao público.
Somando todos os valores obtidos no diagrama tere-
mos: 31+15+7+4+8 = 65 técnicos.

6
MATEMÁTICA

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+- Números no Sistema Decimal


60-x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200 0 - zero:
92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+- 1 - um: 
60-x+26=200 2 - dois:   
92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200 3 - três:     
x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x 4 - quatro:       
= 18 5 - cinco:         
6 - seis:           
7 - sete:             
9 - RESPOSTA: “A”. 8 - oito:               
9 - nove:                 

Acima vemos dez números no sistema decimal com


apenas um Dígito.
Observe que o 0 ( zero ) é utilizado neste caso para re-
presentarmos a ausência de bolinhas. O 1 representa uma
bolinha, o  2representa duas bolinhas e assim por diante,
sempre considerando uma bolinha a mais, até chegarmos
ao número 9 que representa um total de nove bolinhas.
Se tivermos mais uma bolinha, como será a representa-
ção simbólica deste numeral?
16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = Como já utilizamos todos os dez símbolos e não dispo-
-10, como não existe variável negativa neste caso multipli- mos de outros, vamos recomeçar a sequência pegando no-
ca-se por (-1) ambos os lados , logo x = 10. vamente o 0, mas agora iremos trabalhar com dois dígitos.
À esquerda deste zero devemos colocar o próximo
símbolo. Como ainda não utilizamos nenhum símbolo nes-
10 - RESPOSTA: “B”. ta posição, ele seria o 0, mas como o zero não é um dígito
Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e significativo, pois ele representa a ausência, então o pri-
B é dado pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ meiro símbolo a utilizar será o 1.
B={A,O} O próximo número será então:

10 - dez:   |
Note que a bolinha à esquerda do símbolo | representa
SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL E as dez bolinhas, ou uma dezena e à direita do | não temos
OUTRAS BASES DE NUMERAÇÃO; nenhuma bolinha, pois estamos representando o zero.
Se tivermos uma bolinha a mais, ou seja, onze, a repre-
sentação será:

SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL 11 - onze:   | 


Repare que agora temos uma bolinha de cada lado do
Para expressarmos quantidades ou para enumerarmos símbolo |, a bolinha à esquerda vale dez vezes mais que a
objetos, por exemplo, utilizamos um sistema de numera- da direita. A da esquerda vale dez e a da direita vale um.
ção. Existem vários sistemas de numeração, mas o mais co-
mum e que é frequentemente utilizado por nós, é o sistema De doze a dezenove temos as seguintes representa-
de numeração decimal. ções:
Neste sistema os números são representados por um 12 - doze:   |   
agrupamento de símbolos que chamamos de algarismos 13 - treze:   |     
ou dígitos. 14 - quatorze:   |       
O sistema de numeração decimal possui ao todo dez 15 - quinze:   |         
símbolos distintos, através dos quais se utilizarmos ape- 16 - dezesseis:   |           
nas um dígito, podemos representar quantidades de zero 17 - dezessete:   |             
a nove. 18 - dezoito:   |               
Dígitos ou algarismos são símbolos numéricos utiliza- 19 - dezenove:   |                 
dos na representação de um número, por exemplo, o nú-
mero 756 é composto de três dígitos: 7, 5 e 6. O critério é sempre o mesmo, a bolinha à esquerda do
No sistema decimal contamos com dez símbolos dis- símbolo | vale dez vezes mais que qualquer uma das boli-
tintos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. nhas da direita.
E se tivermos outra bolinha a mais, qual será a repre-
sentação?

7
MATEMÁTICA

Como no novo ciclo já utilizamos todos os dígitos de 0 a 9, faremos tal qual no caso do dez. À direita utilizaremos o 0,
e a esquerda utilizaremos o próximo símbolo. Como estávamos utilizando o 1, o próximo será o 2. Temos então:
20 - vinte:     |

Seguindo o raciocínio vinte e um será:


21 - vinte e um:     | 

Para setenta e dois temos:


72 - setenta e dois:               |   

Para noventa e nove temos:


99 - noventa e nove:                   |                 

Com mais uma bolinha chegaremos a cem. Como já utilizamos os noves símbolos à direita do |, devemos novamente
reiniciar em 0 e na esquerda devemos utilizar o próximo símbolo da sequência, mas acontece que na esquerda do | tam-
bém já utilizamos os nove símbolos, então devemos voltar a 0 nesta posição e à sua esquerda utilizarmos o próximo sím-
bolo. Como ainda não utilizamos nenhum e como não podemos utilizar o zero, pois ele não é significativo, utilizaremos o 1.

A representação para o número cem será então:


100 - cem:   | |
Qualquer bolinha nesta posição valerá cem vezes mais que qualquer bolinha na posição da direita.

Vejamos a representação para o número cento e onze:


111 - cento e onze:   |   | 

Temos uma bolinha na esquerda, outra no centro e uma outra na direita. Embora todas sejam representadas pelo sím-
bolo 1, a da esquerda vale 100, a do meio vale 10 e a da direita vale 1 mesmo.
A bolinha da direita ocupa a casa das unidades e por isto vale exatamente o que o seu símbolo representa, ou seja,
vale 1unidade.
A bolinha à sua esquerda, isto é, a bolinha do centro, ocupa a casa das dezenas e por isto vale dez vezes mais do que
o seu símbolo representa, ou seja, vale 10 unidades.
Finalmente a bolinha à sua esquerda, isto é, a bolinha da esquerda, ocupa a casa das centenas e por isto vale cem vezes
mais do que o seu símbolo representa, ou seja, vale 100 unidades.

Ordens e Classes
As casas das unidades, das dezenas e das centenas são chamadas de ordens.
No sistema de numeração decimal a cada três ordens posicionadas da direita para a esquerda temos uma classe.
A primeira classe, também da direita para a esquerda, é a das unidades, na sequência temos a classe dos milhares, dos
milhões, bilhões e assim por diante conforme a figura abaixo:

O número 111 visto acima está todo contido na classe das unidades simples.


O dígito da esquerda é da ordem das centenas, por isto ao invés de 1 unidade, ele equivale a 100 unidades.
O central é da ordem das dezenas, equivalendo então a 10 unidades ao invés de 1 unidade apenas.
O dígito da direita é da ordem das unidades equivalendo ao próprio valor do símbolo 1 que é de 1 unidade.
Para facilitar a leitura dos números com muitas classes, podemos separá-las utilizando o caractere “.”, assim o núme-
ro dois milhões, quinhentos e seis mil, oitocentos e trinta e nove pode ser escrito como 2.506.839.
Este número é formado por três classes.
A classe dos milhões é composta por uma única ordem, o dígito das unidades de milhões. Neste caso o símbolo 2 na
verdade representa dois milhões unidades ( 2.000.000 ).
Na segunda classe, a dos milhares, temos três ordens, cada uma com os seguintes valores:
O símbolo 5 na ordem das centenas de milhar representa quinhentas mil unidades ( 500.000 ).
O símbolo 0 na ordem das dezenas de milhar, como sabemos não representa qualquer unidade.
O símbolo 6 na ordem das unidades de milhar representa seis mil unidades ( 6.000 ).
Finalmente na primeira classe, a classe das unidades, temos:
O símbolo 8 na ordem das centenas de unidades representa oitocentas unidades ( 800 ).
O símbolo 3 na ordem das dezenas de unidades representa trintas unidades ( 30 ).
O símbolo 9 na ordem das unidades de milhar representa nove unidades ( 9 ).

8
MATEMÁTICA

Parte Fracionária Exemplos: Seja m um número natural.


Até agora só tratamos de números inteiros, mas no a) O sucessor de m é m+1.
universo do sistema de numeração decimal temos também b) O sucessor de 0 é 1.
os números fracionários. c) O sucessor de 1 é 2.
Para separarmos a parte inteira da parte fracionária, d) O sucessor de 19 é 20.
utilizamos a vírgula.
Como já vimos, na parte inteira o valor de cada símbolo - Se um número natural é sucessor de outro, então os
depende da sua posição relativa no número. Partindo-se da dois números juntos são chamados números consecutivos.
posição mais à direita, quando nos deslocamos à esquerda, Exemplos:
a cada ordem o valor do símbolo aumenta em 10 vezes. a) 1 e 2 são números consecutivos.
De forma semelhante, quando nos deslocamos à direita na b) 5 e 6 são números consecutivos.
parte fracionária, a cada posição o valor do símbolo dimi- c) 50 e 51 são números consecutivos.
nui em 10 vezes.
A primeira casa após a vírgula refere-se aos décimos, a - Vários números formam uma coleção de números na-
segunda aos centésimos, a terceira aos milésimos, a quar- turais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro,
ta aosdécimos de milésimos, e assim por diante, centési- o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do
mos de milésimos, milionésimos, ... terceiro e assim sucessivamente.
Assim no número 0,1 o símbolo 1 não tem o valor de Exemplos:
um, mas sim o valor relativo de apenas um décimo. a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
No número 0,02 o símbolo 2 equivale a dois centési- b) 5, 6 e 7 são consecutivos.
mos. c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
No número 0,003 o símbolo 3 equivale a três milési-
mos e em 0,0003 equivale a três décimos de milésimos. - Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
O número 0,25 pode ser lido como vinte e cinco cen- antecessor (número que vem antes do número dado).
tésimos ou ainda como dois décimos e cinco centésimos. Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
Lê-se 7,123 como sete inteiros e cento e vinte e três de zero.
milésimos, ou ainda como sete inteiros, um décimo, dois a) O antecessor do número m é m-1.
centésimos e três milésimos. b) O antecessor de 2 é 1.
1,5 é lido como um inteiro e cinco décimos. c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.
Fonte: http://www.matematicadidatica.com.br/Siste-
maNumeracaoDecimal.aspx Subconjuntos de
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra
que simboliza um conjunto, significa que o zero foi excluí-
do de tal conjunto.
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS;
PROBLEMAS COM AS QUATRO OPERAÇÕES;
EXPRESSÕES NUMÉRICAS; DIVISIBILIDADE;
MÚLTIPLOS E DIVISORES; NÚMEROS
PRIMOS; FATORAÇÃO; Expressões Numéricas
MDC E MMC E APLICAÇÕES;
NÚMEROS RACIONAIS: FORMA Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
FRACIONÁRIA E FORMA DECIMAL, ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
OPERAÇÕES E PROBLEMAS; acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro ope-


Números Naturais rações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão pri-
Os números naturais são o modelo matemático neces- meiramente, na ordem em que elas aparecerem e somente
sário para efetuar uma contagem. depois a adição e a subtração, também na ordem em que
Começando por zero e acrescentando sempre uma uni- aparecerem e os parênteses são resolvidos primeiro.
dade, obtemos os elementos dos números naturais:
Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
A construção dos Números Naturais 22 – 6 + 7
- Todo número natural dado tem um sucessor (número 16 + 7
que vem depois do número dado), considerando também 23
o zero.

9
MATEMÁTICA

Exemplo 2 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgu-


la, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para ser
40 – 9 x 4 + 23 número racional
40 – 36 + 23 OBS: período da dízima são os números que se repe-
4 + 23 tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números
27 irracionais, que trataremos mais a frente.

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros

Podemos dizer que este conjunto é composto pelos


números naturais, o conjunto dos opostos dos números
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
Representação Fracionária dos Números Decimais

Trata-se do problema inverso: estando o número ra-


Subconjuntos do conjunto  : cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na
forma de fração. Temos dois casos:
1)
1º) Transformamos o número em uma fração cujo nu-
merador é o número decimal sem a vírgula e o denomina-
dor é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros
2) quantas forem as casas decimais do número decimal dado:

3)

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode
ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
com b≠0

Assim, os números são dois


exemplos de números racionais. 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
Representação Decimal das Frações alguns exemplos:
Exemplo 1
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
decimais Seja a dízima 0, 333... .

1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú- Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os mem-
mero decimal terá um número finito de algarismos após a bros por 10: 10x = 3,333
vírgula. Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade
da segunda:
10x – x = 3,333... – 0,333... → 9x = 3 → x = 3/9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
Exemplo 2

Seja a dízima 5, 1717... .

Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .

10
MATEMÁTICA

Subtraindo membro a membro, temos: Representação na reta


99x = 512 → x = 512/99

Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512/99 .

Números Irracionais

Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais. INTERVALOS LIMITADOS


- Todos os números inteiros são racionais. Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
- Todas as frações ordinárias são números racionais. iguais a e menores do que b ou iguais a b.
- Todas as dízimas não periódicas são números irracio-
nais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra-
cional é sempre um número irracional. Intervalo:[a,b]
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
forma , com a e b inteiros e b≠0. nores que b.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser um


número racional. Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}
Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores
- O produto de dois números irracionais, pode ser um que a ou iguais a a e menores do que b.
número racional.

Exemplo:  .  =  = 5 e 5 é um número racional.


Intervalo:{a,b[
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um núme- Conjunto {x∈R|a≤x<b}
ro natural, se não inteira, é irracional. Intervalo fechado à direita – números reais maiores que
a e menores ou iguais a b.

Números Reais

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Fonte: www.estudokids.com.br

11
MATEMÁTICA

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,
reais menores que b. resulta em um número positivo.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b} 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
par, resulta em um número negativo.
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais
maiores ou iguais a a.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-


Intervalo:[a,+ ∞[ sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Conjunto:{x∈R|x≥a}
base. 
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais
maiores que a.

Intervalo:]a,+ ∞[ 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o
Conjunto:{x∈R|x>a} valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

Potenciação
Os números envolvidos em uma multiplicação são cha-
mados de fatores e o resultado da multiplicação é o pro-
duto, quando os fatores são todos iguais existe uma forma
diferente de fazer a representação dessa multiplicação que
é a potenciação.  Propriedades

2 . 2 . 2 . 2 = 16 → multiplicação de fatores iguais. 1) (am . an  = am+n)  Em uma multiplicação de potências


de mesma base, repete-se a base e  adiciona-se (soma) os
expoentes.

Exemplos:
54 . 53 = 54+3= 57
(5.5.5.5) .( 5.5.5)= 5.5.5.5.5.5.5 = 57

Casos

1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.


2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma
base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio Exemplos:


número. 96 : 92 = 96-2 = 94

12
MATEMÁTICA

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multi-


plica-se os expoentes. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 a na
n =
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
Radiciação indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
Radiciação é a operação inversa a potenciação ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Operações
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-
se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja: 

Operações

Multiplicação

Exemplo

Divisão

64=2.2.2.2.2.2=26
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
se” um e multiplica.
Exemplo

1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
1
Observe: 2 2 2

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então: Adição e subtração


n
a.b = n a .n b
O radical de índice inteiro e positivo de um produto in-
dicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


1 1
2  2 2 22 2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32

13
MATEMÁTICA

Caso tenha: Escrevendo a fatoração dos números na forma de


potência, temos:
12 = 22  x  3
30 = 2   x  3  x  5 
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. m.m.c (12,30)  = 22  x  3  x  5

Racionalização de Denominadores O mmc de dois ou mais números, quando fatorados,


é o produto dos fatores comuns e não comuns , cada um
Normalmente não se apresentam números irracionais com seu maior expoente
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali- 2) Método da decomposição simultânea
zação do denominador. Vamos encontrar o mmc (15, 24, 60)

1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Neste processo decompomos todos os números ao


mesmo tempo, num dispositivo como mostra a figura aci-
ma. O produto dos fatores primos que obtemos nessa de-
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. composição é o m.m.c. desses números.
Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120
OBS:
1. Dados dois ou mais números, se um deles é múlti-
plo de todos os outros, então ele é o m.m.c. dos números
dados.
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
2. Dados dois números primos entre si, o mmc deles é
rença de quadrados no denominador:
o produto desses números.

MDC

MMC Máximo divisor comum (mdc)

É o maior divisor comum entre dois ou mais núme-


O mmc de dois ou mais números naturais é o menor ros naturais. Usamos a abreviação MDC
número, excluindo o zero, que é múltiplo desses números. Cálculo do m.d.c

Cálculo do m.m.c. Vamos estudar dois métodos para encontrar o mdc de


dois ou mais números
Vamos estudar dois métodos para encontrar o mmc de 1) Um modo de calcular o m.d.c. de dois ou mais nú-
dois ou mais números: meros é utilizar a decomposição desses números em fato-
1)  Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números res primos:
utilizando a fatoração. Acompanhe o cálculo do m.m.c. de - Decompomos os números em fatores primos;
12 e 30: - O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns.
1º) decompomos os números em fatores primos Acompanhe o cálculo do m.d.c. entre 36 e 90:
2º) o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e 36 = 2 x 2 x 3 x 3
não comuns: 90 = 2 x 3 x 3 x 5
                   12   =  2  x  2  x  3 O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns =>
                   30   =          2  x  3   x  5 m.d.c.(36,90) = 2 x 3 x 3
m.m.c (12,30)  = 2  x  2  x  3   x  5 Portanto m.d.c.(36,90) = 18.

14
MATEMÁTICA

Escrevendo a fatoração do número na forma de potência temos:


36 = 22 x 32
90 = 2  x 32 x 5
Portanto m.d.c.(36,90) = 2 x 32 = 18.
2) Processo das divisões sucessivas : Nesse processo efetuamos várias divisões até chegar a uma divisão exata. O
divisor desta divisão é o m.d.c. Acompanhe o cálculo do m.d.c.(48,30).
Regra prática:
1º) dividimos o número maior pelo número menor;
    48 / 30 = 1 (com resto 18)
2º) dividimos o divisor 30, que é divisor da divisão anterior, por 18, que é o resto da divisão anterior, e assim suces-
sivamente;
    30 / 18 = 1 (com resto 12)
18 / 12 = 1 (com resto 6)
12 / 6 = 2 (com resto zero - divisão exata)

3º) O divisor da divisão exata é 6. Então m.d.c.(48,30) = 6.


OBS:
1.Dois ou mais números são primos entre si quando o máximo divisor comum entre eles é o número.
2.Dados dois ou mais números, se um deles é divisor de todos os outros, então ele é o mdc dos números dados.

Problemas

1. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizarem os cortes necessários, verificou-
se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156 centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao
ser informado das medidas, deu a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Como ele poderá resolver essa situação? 
2. Uma empresa de logística é composta de três áreas: administrativa, operacional e vendedores. A área administrativa
é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a de vendedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza
uma integração entre as três áreas, de modo que todos os funcionários participem ativamente. As equipes devem conter o
mesmo número de funcionários com o maior número possível. Determine quantos funcionários devem participar de cada
equipe e o número possível de equipes. 
3. (PUC–SP) Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na máquina B, a
cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita a manutenção nas três máquinas, após quantos
dias as máquinas receberão manutenção no mesmo dia. 

4. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos pelo paciente de acordo
com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas, remédio B, de 3 em 3 horas e remédio C, de 6 em 6 horas.
Caso o paciente utilize os três remédios às 8 horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos?

5. João tinha 20 bolinhas de gude e queria distribuí-las entre ele e 3 amigos de modo que cada um ficasse com um
número par de bolinhas e nenhum deles ficasse com o mesmo número que o outro. Com quantas bolinhas ficou cada
menino? 
Resposta

1. Calculamos o MDC entre 156 e 234 e o resultado é :  os retalhos devem ter 78 cm de comprimento. 

2. Calculamos o MDC entre 30, 48 e 36. O número de equipes será igual a 19, com 6 participantes cada uma. 

3. Calculamos o MMC entre 3, 4 e 6. Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto,
dia 14 de dezembro. 

4. Calculamos o MMC entre 2, 3 e 6. De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo
horário será às 14 horas. 

5. Se o primeiro menino ficar com 2 bolinhas, sobrarão 18 bolinhas para os outros 3 meninos. Se o segundo receber 4,
sobrarão 14 bolinhas para os outros dois meninos. O terceiro menino receberá 6 bolinhas e o quarto receberá 8 bolinhas.

15
MATEMÁTICA

MEDIDAS: UNIDADES DE MEDIDA


(COMPRIMENTO, MASSA, CAPACIDADE,
SUPERFÍCIE E VOLUME);

Sistema de Medidas Decimais


Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema
métrico decimal é hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de
comprimento do sistema métrico. A unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão:
cada unidade vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.

E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome
popular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro
quadrado, o metro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hec-
tare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos
comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102.

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc.
Na prática, são muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 =
103, o sistema continua sendo decimal.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros,
dizemos que essa é a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.


Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

16
MATEMÁTICA

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t):
1t = 1000 kg.

Não Decimais

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.

2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.

0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h =
18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na
cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma
coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto –
segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para me-
dir a informação armazenada em memória de computadores, disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são
bytes (b), kilobytes (kb), megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos “kilo” e “mega”, essas unidades não formam
um sistema decimal.

Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210 kilobytes.

Exercícios

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e che-
gou na hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?
a) 14h
b) 14h 30min
c) 15h 15min
d) 15h 30min
e) 15h 45min

2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

17
MATEMÁTICA

5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?

6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl?

7. Passe 5.200 gramas para quilogramas.

8. Converta 2,5 metros em centímetros.

9. Quantos minutos equivalem a 5h05min?

10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as 10h35min?

Respostas
1) Resposta “D”.
Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
Logo, a questão correta é a letra D.

2) Resposta “0, 00348 dl”.


Solução: Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em cen-
tímetros cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equivalem.
Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então
por 10 duas vezes:

Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.

3) Resposta “100 dal”.


Solução: Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível
à esquerda.
Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:

Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.


Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à
direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:

Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.

4) Resposta “0, 00005 hm²”.


Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes:

Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.


Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².

5) Resposta “0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3”.  


Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividire-
mos então 14 por 1000 seis vezes:

Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se expresso em notação científica equivalem a 14 mm3.

18
MATEMÁTICA

6) Resposta “150.000 cl”. Usamos o sistema sexagesimal, que emprega a base


Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passa- sessenta. Os múltiplos do segundo enquadram-se nesse
remos quatro níveis à direita. sistema. Repare que cada unidade é sessenta vezes maior
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes: que a unidade que a antecede.
1 h = 60 min
1 min = 60 s

Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a di- Para transformar uma unidade em outra imediatamen-
reita. te superior, basta dividi-la por 60 e inferior basta multipli-
ca-la por 60.
Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl. Ex:3h = 3 . 60 = 180 min
52 min = 52 . 60 = 3120 s
7) Resposta “5,2 kg”. 1020 s = 1020 : 60 = 17 min
420 min = 420 : 60 = 7 h
Solução: Para passarmos 5.200 gramas para quilogra-
mas, devemos dividir (porque na tabela grama está à direita
Ao usarmos o sistema sexagesimal, cada grupo de 60
de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passar-
forma outra classe; então, 60 segundos formam 1 minuto e
mos de gramas para quilogramas saltamos três níveis à es- 60 minutos formam 1 hora. Para adicionarmos unidades de
querda. tempo vamos tomar cuidado para posicionar hora embaixo
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de hora, minuto embaixo de minuto e segundo embaixo
de decagrama para hectograma e finalmente de hectogra- de segundo.
ma para quilograma: Por exemplo: 1)Para adicionarmos 5h 12 min 37 s a
8 h 20 min 11 s, vamos colocar as unidades iguais uma
embaixo da outra e depois adicionar os valores da mesma
classe.
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a es-
querda. Horaminuto segundo
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg. 5 1237
8 2011
8) Resposta “250 cm”. --------------------------------------------
Solução: Para convertermos  2,5 metros  em  centíme- 13 3248
tros, devemos multiplicar (porque na tabela  metro  está à 2)vamos adicionar 8h 19 min 58 s com 2 h 24 min 39 s
esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para Horaminuto segundo
passarmos de metros para centímetros saltamos dois níveis 8 19 58
à direita. 224 39
Primeiro passamos de metros para decímetros e de- -------------------------------------------
pois de decímetros para centímetros: 10 43 97
Note que , na casa dos segundos, obtivemos 97 s e
vamos decompor esse valor em:
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita. 97 s = 60 s + 37 s = 1 min + 37 s
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm. Então, devemos retirar 60 s da classe dos segundos e
acrescentar 1 min na classe dos minutos.
Logo a resposta fica: 10 h 44 min 37 s
9) Resposta “305min”.
Solução:
Para subtrair unidades de medida de tempo, o proces-
(5 . 60) + 5 = 305 min. so é semelhante ao usado na adição.
Ex; vamos subtrair 4 h 41 min 44 s de 7 h 53 min 36 s
10) Resposta “45 min”. Horaminutosegundo
Solução: 45 min 7 5336
4 4144
Unidade de tempo --------------------------------------------------

A unidade padrão de medida de tempo é o segundo, Perceba que a subtração 36 s – 44 s não é possível nos
abreviado por s. números naturais, então, vamos retirar 1 min de 53 min,
Os múltiplos do segundo são: transformar esse 1 min em 60 s e acrescenta-los aos 36 s.
Assim:
Hora Minuto Segundo Hora minuto segundo
7 52 96
h min s 4 41 44
3600 s 60 s 1s ------------------------------------------------
3 11 52

19
MATEMÁTICA

Para multiplicarmos uma unidade de medida de tempo O mesmo acontece com os minutos. Vamos emprestar
por um número natural, devemos multiplicar as horas, mi- 1 hora das 19 que passa a ser 18 e no lugar de 26 minutos
nutos e segundos Por esse número natural. usamos 26 + 60 ( que é uma hora). Então 86 – 32 = 54
Ex: multiplicar 4 h 52 min 8 s por 6 minutos
4 h52 min 8 s
X6 Por fim 18 h – 14 h = 4 horas
-------------------------------------- Resp. 4 horas 54 min e 57 seg.
24h 312 min48 s

Como 312 min é maior que 1 hora, devemos descobrir


quantas horas cabem em 312 minutos. Para isso basta divi- GRANDEZAS PROPORCIONAIS: RAZÃO,
dir 312 por 60 onde o resultado é 5 e o resto é 12. PROPORÇÃO, REGRA DE TRÊS SIMPLES
Então 312 min = 5 h 12 min E COMPOSTA; PORCENTAGEM; JUROS
Devemos então acrescentar 5 h a 24 h = 29 h e o re- SIMPLES;
sultado fica
29 h 12 min 48 s

Problemas NÚMEROS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS

1.Dois amigos partiram às 10h 32 min de Aparecida do Considere a seguinte situação:


Norte e chegaram a Ribeirão Preto às 16 h 8 min. Quanto
tempo durou a viagem? Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender
a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita,
2. João nasceu numa terça feira às 13 h 45 min 12 s e os ingredientes necessários são:
Maria nasceu no mesmo dia, às 8 h 13 min 47 s. Determine
3 ovos
a diferença entre os horários de nascimento de João e Ma-
1 lata de leite condensado
ria, nessa ordem.
1 xícara de leite
2 colheres das de sopa de farinha de trigo
3.Um passageiro embarcou em um ônibus na cidade
1 colher das de sobremesa de fermento em pó
A às 14h 32 min 18s, esse ônibus saiu da rodoviária desta
1 pacote de coco ralado
cidade às 14h 55min 40s e chegou à rodoviária da cidade
1 xícara de queijo ralado
B às 19h 27min 15s,do mesmo dia. Quanto tempo o passa-
1 colher das de sopa de manteiga
geiro permaneceu no interior do ônibus?
a) 05h 54min 09s Veja que:
b) 04h 05min 57s
c) 05h 05min 09s - Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para
d) 04h 54min 57s 4 colheres de farinha;
- Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para
Respostas 6 colheres de farinha;
- Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para
1.5 h 36 min 8 colheres de farinha;
- Observe agora as duas sucessões de números:
2.5 h 31 min 25 s
Sucessão do número de ovos: 6
3.Vamos considerar o horário de chegada à cidade B e 9 12
o horário que o passageiro entrou no ônibus Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6
8
19 h27 min15 seg
14 h32 min18 seg Nessas sucessões as razões entre os termos
correspondentes são iguais:
Para subtrair 18 de 15 não é possível então empresta- 6 3
= 9 3 12 3
mos 1 minuto dos 27 4 2
= =
6 2 8 2
Que passa a ser 26 e no lugar de 15 seg usamos 15
6 9 12 3
+60(que é 1 min). Então Assim: = = =
4 6 8 2
75 – 18 = 57 seg. Dizemos, então, que:

20
MATEMÁTICA

- os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente y 4


proporcionais aos da sucessão 4, 6, 8; =
27000 10
- o número 2 , que é a razão entre dois termos corres-
3

pondentes, é chamado fator de proporcionalidade.


Duas sucessões de números não-nulos são diretamen- 10y = 108 000
te proporcionais quando as razões entre cada termo da y = 10 800
primeira sucessão e o termo correspondente da segunda z 4
sucessão são iguais. =
3000 10
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as
sucessões sejam diretamente proporcionais: 10z = 120 000
z = 12 000
2 8 y
3 x 21 Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$
10.800,00 e Toni, R$ 12.000,00.
Como as sucessões são diretamente proporcionais, as
razões são iguais, isto é: Números Inversamente Proporcionais
2 8 y Considere os seguintes dados, referentes à produção de
= =
3 x 21 sorvete por uma máquina da marca x-5:

2 8 2 y 1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min.


= =
3 x 3 21 2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min.
2x = 3 . 8 3y = 2 . 21 4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min.
2x = 24 3y = 42 6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20
min.
24 42
x= y=
2 3 Observe agora as duas sucessões de números:
x=12 y=14
Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6
Logo, x = 12 e y = 14 Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20

Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, Nessas sucessões as razões entre cada termo da
César e Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ primeira sucessão e o inverso do termo correspondente da
24.000,00, César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. segunda são iguais:
Depois de 6 meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi 1 2 4 6
= = = = 120
repartido entre eles em partes diretamente proporcionais 1 1 1 1
à quantia investida. Calcular a parte que coube a cada um. 120 60 30 20

Solução:
Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, Dizemos, então, que:
e a de Toni por z, podemos escrever: - os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente
proporcionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20;
 x + y + z = 32400  - o número 120, que é a razão entre cada termo da
 
 x
=
y
=
z  primeira sucessão e o inverso do seu correspondente na
 24000 27000 30000  segunda, é chamado fator de proporcionalidade.

32400

x y z x+ y+z Observando que
= = =
24000 27000 30000 24000
 +
27000
+ 30000
 1 4 é mesmo que
81000 é o mesmo que 1.120=120
1 1
20
Resolvendo as proporções: 30
4.30=120
x 32400 4
= 2 é o mesmo que 2.60=120 6 é o mesmo que
24000 8100010
1 1
10x = 96 000 60 20
x = 9 600
6.20= 120

21
MATEMÁTICA

Podemos dizer que: Duas sucessões de números Com base na tabela apresentada observamos que:
não-nulos são inversamente proporcionais quando os
produtos de cada termo da primeira sucessão pelo termo - duplicando o número de dias, duplicou a
correspondente da segunda sucessão são iguais. produção de açúcar;
- triplicando o número de dias, triplicou a produção
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as de açúcar, e assim por diante.
sucessões sejam inversamente proporcionais:
4 x 8 Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e
20 16 y produção são diretamente proporcionais.
Observe também que, duas a duas, as razões entre o
Para que as sucessões sejam inversamente número de dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
proporcionais, os produtos dos termos correspondentes
deverão ser iguais. Então devemos ter:
4 . 20 = 16 . x = 8 . y

16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20
16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8
x=5 y = 10 Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são
diretamente proporcionais quando a razão entre os valores
Logo, x = 5 e y = 10. da primeira é igual à razão entre os valores da segunda.

Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes Tomemos agora outro exemplo.
inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4. Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz
70l de álcool.
Representamos os números procurados por x, y e z. E De acordo com esses dados podemos supor que:
como as sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente
proporcionais, escrevemos: - com o dobro do número de toneladas de cana, a usina

104
 produza o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
x y z x y z x+ y+z - com o triplo do número de toneladas de cana, a usina
= = = = = produza o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l.
1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ +
2 3 4 2 3 4 2 3 4 Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-
de-açúcar e número de litros de álcool são diretamente
proporcionais.

Como, vem Grandezas Inversamente Proporcionais

Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo


gasto para percorrer determinada distância encontram-se
na tabela:

Velocidade Tempo
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24. 30 km/h 12 h
60 km/h 6h
Grandezas Diretamente Proporcionais
90 km/h 4h
Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos
cinco primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte: 120 km/h 3h

Com base na tabela apresentada observamos que:


Dias Sacos de açúcar
1 5 000 - duplicando a velocidade da moto, o número de horas
2 10 000 fica reduzido à metade;
- triplicando a velocidade, o número de horas fica
3 15 000 reduzido à terça parte, e assim por diante.
4 20 000
5 25 000 Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e
tempo são inversamente proporcionais.

22
MATEMÁTICA

Observe que, duas a duas, as razões entre os números 2 - (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATE-
que indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões MÁTICA – IMA/2014) Uma herança de R$ 750.000,00 deve
que indicam o tempo: ser repartida entre três herdeiros, em partes proporcionais
a suas idades que são de 5, 8 e 12 anos. O mais velho re-
30 6
= inverso da razão 12 ceberá o valor de:
60 12 6 A) R$ 420.000,00
B) R$ 250.000,00
30 4
= inverso da razão 12 C) R$ 360.000,00
90 12 4 D) R$ 400.000,00
E) R$ 350.000,00
30 3 12
= inverso da razão
120 12 3
3 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-
60 4 6
= inverso da razão MINISTRATIVO – FCC/2014) Uma empresa foi consti-
90 6 4 tuída por três sócios, que investiram, respectivamente,
R$60.000,00, R$40.000,00 e R$20.000,00. No final do pri-
60 3
= inverso da razão 6 meiro ano de funcionamento, a empresa obteve um lucro
120 6 3 de R$18.600,00 para dividir entre os sócios em quantias di-
retamente proporcionais ao que foi investido. O sócio que
90 3 inverso da razão 4 menos investiu deverá receber
=
120 6 3 A) R$2.100,00.
B) R$2.800,00.
Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas C) R$3.400,00.
são inversamente proporcionais quando a razão entre os D) R$4.000,00.
valores da primeira é igual ao inverso da razão entre os E) R$3.100,00.
valores da segunda.
Acompanhe o exemplo a seguir:
4 - (METRÔ/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. VIÁRIA I - FCC/2013) Um mosaico foi construído com
De acordo com esses dados, podemos supor que: triângulos, quadrados e hexágonos. A quantidade de po-
lígonos de cada tipo é proporcional ao número de lados
- o dobro do número de máquinas realiza o mesmo do próprio polígono. Sabe-se que a quantidade total de
trabalho na metade do tempo, isto é, 18 dias; polígonos do mosaico é 351. A quantidade de triângulos e
- o triplo do número de máquinas realiza o mesmo quadrados somada supera a quantidade de hexágonos em
trabalho na terça parte do tempo, isto é, 12 dias. A) 108.
Então concluímos que as grandezas quantidade de B) 27.
máquinas e tempo são inversamente proporcionais. C) 35.
D) 162.
E) 81.
QUESTÕES

1 - (PGE/BA – ASSISTENTE DE PROCURADORIA – 5 - (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-


FCC/2013) Uma faculdade irá inaugurar um novo espaço NESP/2014) Foram construídos dois reservatórios de
para sua biblioteca, composto por três salões. Estima-se água. A razão entre os volumes internos do primeiro e do
que, nesse espaço, poderão ser armazenados até 120.000 segundo é de 2 para 5, e a soma desses volumes é 14m³.
livros, sendo 60.000 no salão maior, 15.000 no menor e os Assim, o valor absoluto da diferença entre as capacidades
demais no intermediário. Como a faculdade conta atual- desses dois reservatórios, em litros, é igual a
mente com apenas 44.000 livros, a bibliotecária decidiu co- A) 8000.
locar, em cada salão, uma quantidade de livros diretamente B) 6000.
proporcional à respectiva capacidade máxima de armaze- C) 4000.
namento. Considerando a estimativa feita, a quantidade de D) 6500.
livros que a bibliotecária colocará no salão intermediário é E) 9000.
igual a
A) 17.000.
B) 17.500. 6 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
C) 16.500. NISTRATIVO – FCC/2014) Na tabela abaixo, a sequência
D) 18.500. de números da coluna A é inversamente proporcional à se-
E) 18.000. quência de números da coluna B.

23
MATEMÁTICA

4 - RESPOSTA: “B”.

A letra X representa o número

A) 90.
B) 80.
C) 96.
D) 84.
E) 72.
189-162= 27
7 - (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
SPDM/2012) Carlos dividirá R$ 8.400,00 de forma inver-
samente proporcional à idade de seus dois filhos: Marcos, 5 - RESPOSTA: “B”.
de12 anos, e Fábio, de 9 anos. O valor que caberá a Fábio Primeiro:2k
será de: Segundo:5k
A) R$ 3.600,00 2k+5k=14
B) R$ 4.800,00 7k=14
C) R$ 7.000,00 K=2
D) R$ 5.600,00 Primeiro=2.2=4
Segundo=5.2=10
8 - (TRT – FCC) Três técnicos judiciários arquivaram Diferença=10-4=6m³
um total de 382 processos, em quantidades inversamente
proporcionais as suas respectivas idades: 28, 32 e 36 anos. 1m³------1000L
Nessas condições, é correto afirmar que o número de pro- 6--------x
cessos arquivados pelo mais velho foi: X=6000 l
A) 112
B) 126 6 - RESPOSTA: “B”.
C) 144
D) 152
E) 164

RESPOSTAS

1 - RESPOSTA: “C”.
Como é diretamente proporcional, podemos analisar X=80
da seguinte forma:
No salão maior, percebe-se que é a metade dos livros,
7 - RESPOSTA: “B”.
no salão menor é 1/8 dos livros.
Marcos: a
Então, como tem 44.000 livros, no salão maior ficará
com 22.000 e no salão menor é 5.500 livros. Fábio: b
22000+5500=27500 a+b=8400
Salão intermediário:44.000-27.500=16.500 livros. b=4800

2 - RESPOSTA: “C”.
5x+8x+12x=750.000
25x=750.000
X=30.000
O mais velho receberá:12⋅30000=360.000,00

3 - RESPOSTA: “E”.
20000 :40000 :60000
1: 2: 3
k+2k+3k=18600
6k=18600
k=3100
O sócio que investiu R$20.000,00 receberá R$3.100,00.

24
MATEMÁTICA

8 - RESPOSTA “A”.

382 ➜Somamos os inversos dos números, ou seja: . Dividindo-se os denominadores por 4, ficamos
com: = . Eliminando-se os denominadores, temos  191 que corresponde a uma soma. Divi-
dindo-se a soma pela soma:

Razão

Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou .
A razão é representada por um número racional, mas é lida de modo diferente.

Exemplos

3
a) A fração lê-se: “três quintos”.
5
3
b) A razão lê-se: “3 para 5”.
5
Os termos da razão recebem nomes especiais.
O número 3 é numerador
3
a) Na fração
5
O número 5 é denominador

O número 3 é antecedente

a) Na razão 3
5 O número 5 é consequente
Exemplo 1

A razão entre 20 e 50 é 20 = 2 ; já a razão entre 50 e 20 é 50 5 .


50 5 =
20 2
Exemplo 2
18 3
Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. A razão entre o número de rapazes e o número de moças é 24 = 4 ,
o que significa que para “cada 3 rapazes há 4 moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapazes e o total de alunos
é dada por 18 = 3 , o que equivale a dizer que “de cada 7 alunos na classe, 3 são rapazes”.
42 7

25
MATEMÁTICA

Razão entre grandezas de mesma espécie A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade de-
mográfica.
A razão entre duas grandezas de mesma espécie é o A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro
quociente dos números que expressam as medidas dessas quadrado”) deve acompanhar a razão.
grandezas numa mesma unidade.
Exemplo Exemplo 3

Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de
dessa sala mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros percor-
área do tapete e a área da sala. ridos pelo número de litros de combustível consumidos,
Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em teremos o número de quilômetros que esse carro percorre
uma mesma unidade: com um litro de gasolina:
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
Área do tapete: 384 dm2 83, 76km
≅ 10, 47km / l
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos 8l
escrever a razão:
384dm 2 384 16 A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo mé-
= = dio.
1800dm 2 1800 75
A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve
acompanhar a razão.
Razão entre grandezas de espécies diferentes
Exemplo 4
Exemplo 1
Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse comprimento
Considere um carro que às 9 horas passa pelo quilô- é representado num desenho por 20 cm. Qual é a escala
metro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilômetro do desenho?
170.
comprimento i no i desenho 20cm 20cm 1
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km Escala = = = = ou1: 40
comprimento i real 8m 800cm 40
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h

Calculamos a razão entre a distância percorrida e o A razão entre um comprimento no desenho e o corres-
tempo gasto para isso: pondente comprimento real, chama-se Escala.
140km Proporção
= 70km / h
2h
A igualdade entre duas razões recebe o nome de pro-
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade mé- porção.
dia. 3 6
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim como
Observe que: 6 está para 10”), os números 3 e 10 são chamados extre-
- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas mos, e os números 5 e 6 são chamados meios.
diferentes;
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao pro-
acompanhar a razão. duto 5 x 6 = 30, o que caracteriza a propriedade fundamen-
Exemplo 2 tal das proporções:

A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de “Em toda proporção, o produto dos meios é igual
Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 ao produto dos extremos”.
km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, aproxi- Exemplo 1
madamente, segundo estimativas projetadas pelo Instituto
2 6
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de Na proporção = , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
1995. 3 9
e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- 4 16
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):

6628000
≅ 71,5hab. / km 2
927286

26
MATEMÁTICA

Exemplo 2 A soma dos antecedentes está para a soma dos con-


sequentes assim como cada antecedente está para o seu
Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a consequente.
seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da
criança. 12 3 ⎧12 + 3 12 15 12
= ⇒⎨ = ⇒ =
Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada 8 2 ⎩ 8+2 8 10 8
por:
ou
5gotas x
= → x = 30gotas 12 3 ⎧12 + 3 3 15 3
2kg 12kg = ⇒⎨ = ⇒ =
8 2 ⎩ 8 + 2 2 10 2
Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que A diferença dos antecedentes está para a diferença dos
seu “peso” é 8 kg, pois: consequentes assim como cada antecedente está para o
seu consequente.
5gotas
= 20gotas / p → p = 8kg
2kg 3 1 ⎧ 3−1 3 2 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
(nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é co- 15 5 ⎩15 − 5 15 10 15
mumente chamado de regra de três simples.)
ou
Propriedades da Proporção 3 1 ⎧ 3−1 1 2 1
= ⇒⎨ = ⇒ =
O produto dos extremos é igual ao produto dos meios: 15 5 ⎩15 − 5 5 10 5
essa propriedade possibilita reconhecer quando duas ra-
zões formam ou não uma proporção.
Questões
4 12
e
3 9 formam uma proporção, pois 1 - (VUNESP - AgSegPenClasseI-V1 - 2012) – Em um
concurso participaram 3000 pessoas e foram aprovadas
Produtos dos extremos ← 4.9
 = 3.12
 → Produtos dos 1800. A razão do número de candidatos aprovados para o
meios. 36 36
total de candidatos participantes do concurso é:
A) 2/3
A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro B) 3/5
(ou para o segundo termo) assim como a soma dos dois C) 5/10
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo). D) 2/7
E) 6/7
5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14 2 – (VNSP1214/001-AssistenteAdministrativo-I – 2012)
= ⇒⎨ = ⇒ =
2 4 ⎩ 5 10 5 10 – Em uma padaria, a razão entre o número de pessoas que
tomam café puro e o número de pessoas que tomam café
ou com leite, de manhã, é 2/3. Se durante uma semana, 180
pessoas tomarem café de manhã nessa padaria, e supondo
5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14 que essa razão permaneça a mesma, pode-se concluir que
= ⇒⎨ = ⇒ =
2 4 ⎩ 2 4 2 4 o número de pessoas que tomarão café puro será:
A) 72
A diferença entre os dois primeiros termos está para B) 86
o primeiro (ou para o segundo termo) assim como a dife- C) 94
rença entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o D) 105
quarto termo). E) 112
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2 3 - (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
= ⇒ = ⇒ =
3 6  4 8 4 8 RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Num zooló-
gico, a razão entre o número de aves e mamíferos é igual à
ou razão entre o número de anfíbios e répteis. Considerando
que o número de aves, mamíferos e anfíbios são, respecti-
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ = vamente, iguais a 39, 57 e 26, quantos répteis existem neste
3 6  3 6 3 6 zoológico?

27
MATEMÁTICA

A) 31 D)
B) 34 Nº de livros Nº de revistas
C) 36
D) 38 Antes da compra 200 50
E) 43 Após a compra 300 200

E)
4 - (TRT - Técnico Judiciário) Na figura abaixo, os pon-
Nº de livros Nº de revistas
tos E e F dividem o lado AB do retângulo ABCD em seg-
mentos de mesma medida. Antes da compra 200 200
Após a compra 50 300

6 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012)


Uma rede varejista teve um faturamento anual de 4,2 bi-
lhões de reais com 240 lojas em um estado. Considerando
que esse faturamento é proporcional ao número de lojas,
em outro estado em que há 180 lojas, o faturamento anual,
em bilhões de reais, foi de
A) 2,75
B) 2,95
C) 3,15
D) 3,35
E) 3,55

A razão entre a área do triângulo (CEF) e a área do 7 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. IMA-
retângulo é: RUÍ/2014) De cada dez alunos de uma sala de aula, seis são
a) 1/8 do sexo feminino. Sabendo que nesta sala de aula há de-
b) 1/6 zoito alunos do sexo feminino, quantos são do sexo mas-
c) 1/2 culino?
d) 2/3 A) Doze alunos.
e) 3/4 B) Quatorze alunos.
C) Dezesseis alunos.
D) Vinte alunos.
5 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Na
biblioteca de uma faculdade, a relação entre a quantidade 8 - (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
de livros e de revistas era de 1 para 4. Com a compra de NESP/2013) Em um dia de muita chuva e trânsito caótico,
novos exemplares, essa relação passou a ser de 2 para 3. 2/5 dos alunos de certa escola chegaram atrasados, sendo
Assinale a única tabela que está associada corretamen- que 1/4 dos atrasados tiveram mais de 30 minutos de atra-
te a essa situação. so. Sabendo que todos os demais alunos chegaram no ho-
rário, pode-se afirmar que nesse dia, nessa escola, a razão
A) entre o número de alunos que chegaram com mais de 30
Nº de livros Nº de revistas minutos de atraso e número de alunos que chegaram no
horário, nessa ordem, foi de
Antes da compra 50 200
A) 2:3
Após a compra 200 300 B) 1:3
C) 1:6
B) D) 3:4
Nº de livros Nº de revistas E) 2:5
Antes da compra 50 200 9 - (PMPP1101/001-Escriturário-I-manhã – 2012) – A
Após a compra 300 200 razão entre as idades de um pai e de seu filho é hoje de
5/2. Quando o filho nasceu, o pai tinha 21 anos. A idade do
C) filho hoje é de
Nº de livros Nº de revistas A) 10 anos
B) 12 anos
Antes da compra 200 50 C) 14 anos
Após a compra 200 300 D) 16 anos
E) 18 anos

28
MATEMÁTICA

10 - (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Em uma fundação, verificou-se que a razão entre o nú-
mero de atendimentos a usuários internos e o número de atendimento total aos usuários (internos e externos), em um
determinado dia, nessa ordem, foi de 3/5. Sabendo que o número de usuários externos atendidos foi 140, pode-se concluir
que, no total, o número de usuários atendidos foi
A) 84
B) 100
C) 217
D) 280
E) 350

Respostas

1 – Resposta “B”

2 – Resposta “A”
Sejam CP e CL o número de pessoas que consumiram café puro e café com leite respectivamente. Como na semana o
número total de pessoas que consumiram café foi de 180, temos que:
CP+CL = 180

A relação encontrada entre eles é de ; assim aplicando a propriedade da proporção teremos:

  180.2 = CP.5  CP =  CP = 72

3 - RESPOSTA: “D”

Aplicando-se o produto dos meios pelos extremos temos:

4 - Resposta “B”

5 - RESPOSTA: “A”
Para cada 1 livro temos 4 revistas
Significa que o número de revistas é 4x o número de livros.
50 livros: 200 revistas
Depois da compra
2 livros :3 revistas
200 livros: 300 revistas

29
MATEMÁTICA

6 - RESPOSTA: “C” REGRA DE TRÊS SIMPLES

Os problemas que envolvem duas grandezas direta-


mente ou inversamente proporcionais podem ser resol-
vidos através de um processo prático, chamado regra de
três simples.
240.x = 4,2.180 → 240x = 756 → x = 3,15 bilhões
Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool.
7 - RESPOSTA: “A” Quantos litros de álcool esse carro gastaria para percorrer
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculi- 210 km?
no(10-6 = 4) .Então temos a seguinte razão:
Solução:
O problema envolve duas grandezas: distância e litros
 6x = 72  x = 12 de álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
8- RESPOSTA: “C” Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que
Se 2/5 chegaram atrasados se correspondem em uma mesma linha:
Distância (km) Litros de álcool
chegaram no horário 180 15
210 x
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de
álcool”), vamos colocar uma flecha:
tiveram mais de 30 minutos de atraso Distância (km) Litros de álcool
180 15  
210 x

Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo


de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No es-
quema que estamos montando, indicamos esse fato colo-
cando uma flecha na coluna “distância” no mesmo sentido
da flecha da coluna “litros de álcool”:
9 – RESPOSTA: “C”

A razão entre a idade do pai e do filho é respectiva- Distância (km) Litros de álcool
mente , se quando o filho nasceu o pai tinha 21, sig- 180 15
nifica que hoje o pai tem x + 21 , onde x é a idade do filho. 210 x
Montando a proporção teremos:
mesmo sentido
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:

180 6 15
= 6x = 7 . 15 6x = 105 x = 105 x
210 7 x = 17,5 6

Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.

10 - RESPOSTA: “E” Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade


Usuários internos: I de 60 km/h, eu gastaria 4 h para fazer certo percurso.
Usuários externos : E Aumentando a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo
farei esse percurso?
 5I = 3I+420 2I = 420 I = 210 Solução: Indicando por x o número de horas e colocando
as grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e
as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
I+E = 210+140 = 350 em uma mesma linha, temos:

30
MATEMÁTICA

Velocidade (km/h) Tempo (h) Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andan-
60 4 do em 200 km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o
80 x percurso.

Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), REGRA DE TRÊS COMPOSTA


vamos colocar uma flecha:
O processo usado para resolver problemas que
Velocidade (km/h) Tempo (h) envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou
60 4 inversamente proporcionais, é chamado regra de três
80 x composta.

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160
fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas peças. Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras
velocidade e tempo são inversamente proporcionais. produziriam 300 dessas peças?
No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na Solução: Indiquemos o número de dias por x.
coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
da flecha da coluna “tempo”: só coluna e as grandezas de espécies diferentes que se
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
Velocidade (km/h) Tempo (h) aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:
60 4
80 x Máquinas Peças Dias
8 160 4  
6 300 x
sentidos contrários Comparemos cada grandeza com aquela em que está
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido o x.
das flechas. Assim, temos: As grandezas peças e dias são diretamente
4 80 4 proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
= 12
4x = 4 . 3 4x = 12 x= x=3 colocando-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo
x 60 3 4 sentido da flecha da coluna “dias”:
Resposta: Farei esse percurso em 3 h.
Máquinas Peças Dias
Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 8 160 4
1, um competidor, imprimindo velocidade média de 200 6 300 x
km/h, faz o percurso em 18 segundos. Se sua velocidade
fosse de 240 km/h, qual o tempo que ele teria gasto no Mesmo sentido
percurso?
Vamos representar pela letra x o tempo procurado. As grandezas máquinas e dias são inversamente
Estamos relacionando dois valores da grandeza proporcionais (duplicando o número de máquinas, o
velocidade (200 km/h e 240 km/h) com dois valores da número de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema
grandeza tempo (18 s e x s). isso será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma
Queremos determinar um desses valores, conhecidos flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
os outros três. Máquinas Peças Dias
Velocidade Tempo gasto para fazer o percurso 8 160 4
6 300 x
200 km/h 18 s
240 km/h x Sentidos contrários

Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo Agora vamos montar 4 a proporção, igualando a razão
gasto para fazer o percurso cairá para a metade; logo, que contém o x, que é , com o produto das outras razões,
x
as grandezas são inversamente proporcionais. Assim, os obtidas segundo a orientação das flechas  6 160  :
números 200 e 240 são inversamente proporcionais aos  . 
4 6 2 160 8
1
 8 300 
números 18 e x. = .
Daí temos:
5
x 81 30015
200 . 18 = 240 . x 4 2 4 2.5
3 600 = 240x = => 2x = 4 . 5 a x = => x = 10
x 5 21
240x = 3 600
x = 3600
240 Resposta: Em 10 dias.
x = 15

31
MATEMÁTICA

Exemplo 2: Uma empreiteira contratou 210 pessoas 2 – (SAP/SP – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
para pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após CIÁRIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Uma máquina de-
4 meses de serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. mora 1 hora para fabricar 4 500 peças. Essa mesma máqui-
Quantos empregados ainda devem ser contratados para na, mantendo o mesmo funcionamento, para fabricar 3 375
que a obra seja concluída no tempo previsto? dessas mesmas peças, irá levar
A) 55 min.
Solução: Em de ano foi pavimentada de estrada. B) 15 min.
C) 35 min.
Comparemos cada grandeza com aquela em que está D) 1h 15min.
o x. E) 45 min.

3 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.


IMARUÍ/2014) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(-
vinte e sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por
cento) sobre o valor de custo do tal veículo, por quanto
Sentido contrário Manoel adquiriu o carro em questão?
A) R$24.300,00
As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente B) R$29.700,00
proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tem- C) R$30.000,00
po fica reduzido à metade). No nosso esquema isso será D)R$33.000,00
indicado colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no E) R$36.000,00
sentido contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:
4 - (DNOCS -2010) Das 96 pessoas que participaram
de uma festa de Confraternização dos funcionários do De-
partamento Nacional de Obras Contra as Secas, sabe-se
que 75% eram do sexo masculino. Se, num dado momento
antes do término da festa, foi constatado que a porcen-
tagem dos homens havia se reduzido a 60% do total das
pessoas presentes, enquanto que o número de mulheres
As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente permaneceu inalterado, até o final da festa, então a quanti-
proporcionais. No nosso esquema isso será indicado colo- dade de homens que haviam se retirado era?
cando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo senti- A) 36.
do da flecha da coluna “pessoas”: B) 38.
C) 40.
D) 42.
E) 44.

5 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em uma ma-


quete, uma janela de formato retangular mede 2,0 cm de
largura por 3,5 cm de comprimento. No edifício, a largura
real dessa janela será de 1,2 m. O comprimento real corres-
pondente será de:
Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – A) 1,8 m
210 = 105 pessoas. B) 1,35 m
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas. C) 1,5 m
D) 2,1 m
E) 2,45 m
Questões
6 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-
1 – (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPE- MINISTRATIVO – FCC/2014) O trabalho de varrição de
RACIONAL – VUNESP/2013) Um atleta está treinando 6.000 m² de calçada é feita em um dia de trabalho por 18
para fazer 1 500 metros em 5 minutos. Como ele pretende varredores trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as
manter um ritmo sempre constante, deve fazer cada 100 mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de
metros em calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
A) 15 segundos. A) 8 horas e 15 minutos.
B) 20 segundos. B) 9 horas.
C) 22 segundos. C) 7 horas e 45 minutos.
D) 25 segundos. D) 7 horas e 30 minutos.
E) 30 segundos. E) 5 horas e 30 minutos.

32
MATEMÁTICA

7 – (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL/2014) Respostas


Uma equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8
horas por dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma 1- RESPOSTA: “B”
área igual a 4800 m². Se essa equipe fosse constituída por Como as alternativas estão em segundo, devemos tra-
15 operários, trabalhando 10 horas por dia, durante 80 balhar com o tempo em segundo.
dias, faria o calçamento de uma área igual a: 1 minuto = 60 segundos ; logo 5minutos = 60.5 = 300
A) 4500 m² segundos
B) 5000 m² Metro Segundos
C) 5200 m² 1500 ----- 300
D) 6000 m² 100 ----- x
E) 6200 m²
Como estamos trabalhando com duas grandezas dire-
tamente proporcionais temos:
8 – (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2014) Dez funcionários de uma repartição traba-
lham 8 horas por dia, durante 27 dias, para atender certo
número de pessoas. Se um funcionário doente foi afastado
por tempo indeterminado e outro se aposentou, o total de 15.x = 300.1 ➜ 15x = 300 ➜ x = 20 segundos
dias que os funcionários restantes levarão para atender o
mesmo número de pessoas, trabalhando uma hora a mais 2- RESPOSTA: “E”.
por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será: Peças Tempo
A) 29. 4500 ----- 1 h
B) 30. 3375 ----- x
C) 33. Como estamos trabalhando com duas grandezas dire-
D) 28. tamente proporcionais temos:
E) 31.

9 - (TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Sa- 4500.x = 3375.1 ➜ x = 0,75 h


be-se que uma máquina copiadora imprime 80 cópias em Como a resposta esta em minutos devemos achar o
1 minuto e 15 segundos. O tempo necessário para que 7 correspondente em minutos
máquinas copiadoras, de mesma capacidade que a primei- Hora Minutos
ra citada, possam imprimir 3360 cópias é de 1 ------ 60
A) 15 minutos. 0,75 ----- x
B) 3 minutos e 45 segundos. 1.x = 0,75.60 ➜ x = 45 minutos.
C) 7 minutos e 30 segundos.
D) 4 minutos e 50 segundos. 3. RESPOSTA : “C”
E) 7 minutos. Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é
90% do valor total.
Valor %
10 – (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- 27000 ------ 90
MA/2013) Os 5 funcionários de uma padaria produzem, X ------- 100
utilizando três fornos, um total de 2500 pães ao longo das
10 horas de sua jornada de trabalho. No entanto, o dono = 27000.10 ➜ 9x = 270000
de tal padaria pretende contratar mais um funcionário,
comprar mais um forno e reduzir a jornada de trabalho de ➜ x = 30000.
seus funcionários para 8 horas diárias. Considerando que
todos os fornos e funcionários produzem em igual quan- 4. RESPOSTA : “A”
tidade e ritmo, qual será, após as mudanças, o número de 75% Homens = 72
pães produzidos por dia? 25% Mulheres = 24 Antes
A) 2300 pães.
B) 3000 pães. 40% Mulheres = 24
C) 2600 pães. 60% Homens = x Depois
D) 3200 pães. 40% -------------- 24
E) 3600 pães. 60% -------------- x

40x = 60 . 24 ➜ x = ➜ x = 36.

Portanto: 72 – 36 = 36 Homens se retiraram.

33
MATEMÁTICA

5. RESPOTA: “D” Quanto menos funcionários, mais dias devem ser tra-
Transformando de cm para metro temos : 1 metro = balhados (inversamente proporcionais).
100cm Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser tra-
➜ 2 cm = 0,02 m e 3,5 cm = 0,035 m balhados (inversamente proporcionais).
Largura comprimento
0,02m ------------ 0,035m Funcionários↓ horas↓ dias↓
1,2m ------------- x 8---------------9-------------- 27
10----------------8----------------x

➜ x.8.9 = 27.10.8 ➜ 72x = 2160 ➜ x = 30


dias.

6. - RESPOSTA: “D”.
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta 9 - RESPOSTA: “C”.
o x. Transformando o tempo para segundos: 1 min e 15 se-
M²↑ varredores↓ horas↑ gundos = 75 segundos
6000--------------18-------------- 5 Quanto mais máquinas menor o tempo (flecha con-
7500--------------15--------------- x trária) e quanto mais cópias, mais tempo (flecha mesma
posição)
Quanto mais a área, mais horas(diretamente propor-
cionais) Máquina↑ cópias↓ tempo↓
Quanto menos trabalhadores, mais horas(inversamen- 1----------------80-----------75 segundos
te proporcionais) 7--------------3360-----------x
Devemos deixar as 3 grandezas da mesma forma, in-
vertendo os valores de” máquina”.

Máquina↓ cópias↓ tempo↓


7----------------80----------75 segundos
1--------------3360--------- x

➜ x.7.80 = 75.1.3360 ➜ 560x = 252000


Como 0,5 h equivale a 30 minutos , logo o tempo será ➜ x = 450 segundos
de 7 horas e 30 minutos.
Transformando
7 - RESPOSTA: “D”. 1minuto-----60segundos
Operários↑ horas↑ dias↑ área↑ x-------------450
20-----------------8-------------60-------4800 x=7,5 minutos=7 minutos e 30segundos.
15----------------10------------80-------- x
10 - RESPOSTA: “D”.
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, Funcionários↑ Fornos ↑ pães ↑ horas↑
logo: 5--------------------3-----------2500----------10
6--------------------4-------------x--------------8
As flecham indicam se as grandezas são inversamente
ou diretamente proporcionais.
Quanto mais funcionários mais pães são feitos(direta-
mente)

8- RESPOSTA: “B”
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamen-
to esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas
por dia , passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo
um total de 9 horas, nesta condições temos:
Funcionários↑ horas↑ dias↓
10---------------8--------------27
8----------------9-------------- x

34
MATEMÁTICA

PORCENTAGEM Exemplo

É uma fração de denominador centesimal, ou seja, Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida
é uma fração de denominador 100. Representamos por R$ 800,00.
porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”. Pede-se:
50 - o lucro obtido na transação;
Deste modo, a fração 100 é uma porcentagem que - a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;
podemos representar por 50%. - a porcentagem de lucro sobre o preço de venda.

Forma Decimal: É comum representarmos uma Resposta:


porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00
forma decimal seriam representados por 0,35.
Lc = 300
= 0,60 = 60%
75 500
75% = = 0,75
100
300
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma Lv = = 0,375 = 37,5%
800
porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p
por V. 100 Aumento
p Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
P% de V = .V
100 V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor.
Exemplo 1 Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor após o
aumento. Então, A = p% de V = p . V
23 100
23% de 240 = . 240 = 55,2
100 p
Exemplo 2 VA = V + A = V + .V
100
p
VA = ( 1 + ).V
Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% 100
de uma amostra assistem a um certo programa de TV. p
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
67 Desconto
Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
100
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
Resposta: 37 520 pessoas.
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor.
Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor após o
Porcentagem que o lucro representa em relação ao desconto. Então, D = p% de V = p . V
preço de custo e em relação ao preço de venda 100

Chamamos de lucro em uma transação comercial de VD = V – D = V –


p
.V
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o 100
preço de custo. VD = (1 –
p
).V
Lucro = preço de venda – preço de custo 100
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de Em que (1 –
p
) é o fator de desconto.
prejuízo. 100
Exemplo
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
Preço de custo – prejuízos = preço de venda sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a
empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir de
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo?
de duas formas: Resolução: VA = 1,4 . V
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100% 3 500 = 1,4 . V
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%
3500
V= = 2500
1,4
Observação: A mesma análise pode ser feita para o
caso de prejuízo. Resposta: R$ 2 500,00

35
MATEMÁTICA

Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois
aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro aumento, temos:
p
V1 = V . (1 + 1 )
100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
V2 = V1 . (1 + p2 )
100
p p
V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
100 100
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:


V1 = V. (1 – p1 )
100
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
p2
V2 = V1 . (1 – )
100
V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de
p2%.
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
p
V1 = V . (1+ 1 )
100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
V2 = V1 . (1 – p2 )
100
V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Exemplo

(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa
modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o
capital que esse cliente terá em reais, relativo a esse depósito, são:
n
 p 
Resolução: VA = 1 +  .v
 100 
n
VA = 1. 15  .1000
 100 
V = 1 000 . (1,15)n
A

VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n

QUESTÕES

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros
de etanol em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente
que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

36
MATEMÁTICA

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia
de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa
representa, aproximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é
de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida
por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J
após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem
o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.

6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser sufi-
ciente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra.
Nessas condições, o preço que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.

7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 bolas
pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a probabilidade de que ela seja preta é
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%.
C) maior do que 65%.
D) maior do que 50% e menor do que 55%.
E) maior do que 60% e menor do que 65%.

8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYAMA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete referente
a sua fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo
assim, qual porcentagem representa, em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas que têm a maçã como fruta
preferida?

37
MATEMÁTICA

A) 10% RESPOSTAS
B) 1,5%
C) 25% 1 - RESPOSTA: “B”.
D) 7,5% Mistura:28+45=73
E) 5% 73------100%
28------x
X=38,356%
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte 2 - RESPOSTA “C”.
promoção: 12 horas → 100 %
50 % de 12 horas = = 6 horas

X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado


Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y
faz o mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.
Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção
e revendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por
ele com a revenda das latas de cerveja das duas embala-
gens completas foi:
A) R$33,60 4 - RESPOSTA: “B”.
B) R$28,60
C) R$26,40
D) R$40,80
E) R$43,20

10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) O reajuste deve ser de 50%.


Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia
7 de dezembro. 5 - RESPOSTA: “A”.
Preço de venda: PV
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – De- Preço de compra: PC
tran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 ho-
ras, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele supe-
fiscalizações de trânsito. Ao todo foram leiloados 195 veí- rou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma
culos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.
e 12 foram vendidos como aptos para circulação.
PV - 0,16PV = 1,4PC
Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão 0,84PV=1,4PC
pagou 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no
ato da arrematação. Os 80% restantes foram pagos impre-
terivelmente até o dia 11 de dezembro.
Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).
O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato
da arrematação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de 6 - RESPOSTA: “C”.
dezembro. Com base nas informações contidas no texto, Preço de venda: PV
calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão. Preço de compra: 350
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu
A) R$34.600,00 valor.
B) R$36.000,00 Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço
C) R$35.400,00 de compra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜
D) R$32.000,00 0,7PV = 1,2 . 350
E) R$37.800,00

O preço de venda deve ser R$600,00.

38
MATEMÁTICA

7 - RESPOSTA: “A”. Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma


Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se unidade:
tirar uma preta é: Taxa anual --------------------- tempo em anos
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
Taxa diária---------------------- tempo em dias

Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:


8 - RESPOSTA: “D”.
Tem que ser menina E gostar de maçã. Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quan-
Meninas:100-70=30% tia de R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao
mês. Quanto deverá ser pago de juros?
, simplificando temos ➜
P = 0,075 . 100% = 7,5%. Resolução:

9 - RESPOSTA: “A”. - Capital aplicado (C): R$ 3.000,00


- Tempo de aplicação (t): 4 meses
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:


- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x
R$ 3.000,00 = R$ 60,00
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
O lucro de Alexandre foi de R$33,60. 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos
10 - RESPOSTA: “E”. R$ 240,00 de juros.
R$28.800-------80%
x------------------100% Fazendo o cálculo, período a período:
- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
-----------------------------------------------------------
--
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C +
Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00 ... + i.C

Portanto, temos:
JUROS SIMPLES
J=C.i.t
Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um Observações:
devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele
que empresta). 1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma
unidade.
- Os juros são representados pela letra j. 2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma
- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos decimal.
de capital e é representado pela letra C. 3) Chamamos de montante (M) a soma do capital
- O tempo de depósito ou de empréstimo é com os juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro
representado pela letra t. variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre calcular o 4º valor.
um capital durante certo tempo. É representado pela letra i
e utilizada para calcular juros. M=C+ j

Chamamos de simples os juros que são somados ao


capital inicial no final da aplicação.

39
MATEMÁTICA

Exemplo Na prática, as empresas, órgãos governamentais e


investidores particulares costumam reinvestir as quantias
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o
para render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: emprego mais comum de juros compostos na Economia.
Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.) Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em
estudos econômicos.
C = R$ 20.000,00
t = 3 anos Fórmula para o cálculo de Juros compostos
j = R$ 28.800,00 Considere o capital inicial (principal P) $1000,00
i = ? (ao ano) aplicado a uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de
10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal
j = C.i.t + juros), mês a mês:
100 Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1
28 800 = 20000..i.3 + 0,1)
100 Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1
28 800 = 600 . i + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1
i = 28.800 + 0,1)3
600 .................................................................................................
i = 48 Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n
Resposta: 48% ao ano.
De uma forma genérica, teremos para um principal
JUROS COMPOSTOS P, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o
período n : S = P (1 + i)n onde S = montante, P = principal,
O capital inicial (principal) pode crescer, como já i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal
sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a P (capital inicial) foi aplicado.
saber: Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser
rende juros. necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo,
Juros compostos - após cada período, os juros são que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa
incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar
juros. Também conhecido como “juros sobre juros”. 2% ao mês durante 3x12=36 meses.
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
capital através juros simples e juros compostos, com um Exemplos
exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma 1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação,
taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos: em função do montante S e da taxa de aplicação i por
período.

Solução:
Temos S = P(1+i)n
Logo, S/P = (1+i)n
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos
escrever:
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal
Observe que o crescimento do principal segundo juros (base 10), vem:
simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo log(S / P) log S − log P
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um n= =
crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado log(1+ i) log(1+ i)
graficamente da seguinte forma:
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) =
logS – logP

Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos


juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos
logaritmos.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros
compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de
quanto tempo este capital estará duplicado?

40
MATEMÁTICA

Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital 4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
inicial estiver duplicado, teremos S = 2P. MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 com seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor
= 2%] da conta, juro de 0,5% em regime simples, para cada dia
Simplificando, fica: de atraso. Com isso, qual foi o valor total pago por Teresa?
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. A) R$ 420,00.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 B) R$ 412,00.
/ 0,00860 = 35 C) R$ 410,00.
D) R$ 415,00.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores E) R$ 422,00.
podem ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras
científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular, o 5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
examinador teria de informar os valores dos logaritmos Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
necessários, ou então permitir o uso de calculadora na No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia
prova, o que não é comum no Brasil. de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar.
(observe que a taxa de juros do problema é mensal), o que Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores.
equivale a 2 anos e 11 meses. Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CP-
Resposta: 2 anos e 11 meses. Tran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e
quatro por desobediência à Lei Seca[...].
EXERCÍCIOS O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e
teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por
1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA- um ano.
DE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de (Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de Investindo um capital inicial no valor total das quatros
mulas durante um período de dez meses, com juros de 5%
um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou meta-
ao mês, no sistema de juros simples, o total de juros obti-
de dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por
dos será:
quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de
A) R$2.768,15
1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplica-
B) R$1.595,27
ção, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em
C) R$3.821,08
reais, aplicada por Renato no primeiro investimento foi de
D) R$9.552,70
A) 154.000,00
E) R$1.910,54
B) 156.000,00
C) 158.000,00 6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
D) 160.000,00 DEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente
E) 162.000,00 0,72%. Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00
renderá: (Considere juros compostos)
2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- A) R$ 267,92
NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 B) R$ 285,49
num fundo de investimento, em regime de juros compos- C) R$300,45
tos, com taxa de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante D) R$304,58
que José Luiz poderá sacar é
A) R$63.600,00. 7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –
B) R$63.672,48. INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal
C) R$63.854,58. de um capital de R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6
D) R$62.425,00. meses?
E) R$62.400,00. (Considere juros simples)
A) 2,2%
3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA- B) 1,6%
TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no C) 1,4%
prazo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). D) 0,7%
Nesse sentido, o valor da dívida na data do seu vencimento
será: 8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo
A) R$6.250,00. aplicar em um fundo que rende juros compostos, um inves-
B) R$16.250,00. tidor fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar
C) R$42.650,00. hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fi-
D) R$56.250,00. zer nenhuma retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$
E) R$62.250,00. 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual
de juros considerada nessa simulação foi de

41
MATEMÁTICA

A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em
um regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa
aplicação render 1% ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha
em sua aplicação uma quantia suficiente para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros com-
postos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
A) 240,00
B) 330,00
C) 429,00
D) 489,00
E) 538,00
RESPOSTAS

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período
R$ 95.082,00

95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

42
MATEMÁTICA

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.


6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.
C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

43
MATEMÁTICA

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a


fórmula de Bhaskara: EQUAÇÕES DO PRIMEIRO E DO SEGUNDO
GRAU;

Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta represen-
tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação re-
dutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
chamados coeficientes, com a≠0.
É correto afirmar que a taxa é de 20% Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numéri-
co de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.
9 - RESPOSTA: “B”.
C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01 Nada mais é que pensarmos em uma balança.

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos


começar dos números mais baixos:
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), en-
tão ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a
equação também.
10 - RESPOSTA: “E”.
No exemplo temos:
3x+300
C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses
Outro lado: x+1000+500
depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês
E o equilíbrio?
3x+300=x+1500

Quando passamos de um lado para o outro invertemos


o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.
X=600
1089-600=489
Exemplo

(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –


FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
(D) 63;
(E) 60.

44
MATEMÁTICA

Resolução Exemplo
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”

, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da 2.


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
3.

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13 Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
Pe=40+6=46 real de um número negativo.
Soma das idades: 10+13+46=69
Se , há duas soluções iguais:
Resposta: B.

Equação 2º grau Se , há soluções reais diferentes:

A equação do segundo grau é representada pela fór-


mula geral:

Onde a, b e c são números reais, Relações entre Coeficientes e Raízes

Discussão das Raízes Dada as duas raízes:

1.

Soma das Raízes

Se for negativo, não há solução no conjunto dos


números reais.
Produto das Raízes
Se for positivo, a equação tem duas soluções:

45
MATEMÁTICA

Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
as raízes equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
x²-Sx+P=0 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
desigualdade.
Exemplo
Exemplo 1
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. 4x + 12 > 2x – 2
4x – 2x > – 2 – 12
Solução 2x > – 14
S=x1+x2=-2+7=5 x > –14/2
P=x1.x2=-2.7=-14 x>–7
Então a equação é: x²-5x-14=0
Inequação-Produto
Exemplo
Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A da desigualdade em cada função e obter a resposta final
mais velha das duas tem: realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
(A) 24 anos
(B) 26 anos Exemplo
(C) 31 anos
(D) 33 anos a)(-x+2)(2x-3)<0

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J

(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468 Inequação-Quociente
∆=1936-1872=64 Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolu-
ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa Exemplo
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi- Resolva a inequação a seguir:
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:

>: maior 
<: menor
≥: maior ou igual  x-2≠0
≤: menor ou igual  x≠2

46
MATEMÁTICA

S = S1 ∩ S2

Portanto: 
S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
Sistema de Inequação do 1º Grau
Substituindo em A
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por A=44-26=18
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma Ou A=44-18=26
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as Resposta: B.
outras inequações envolvidas. 
Inequação 2º grau
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
grau:  pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Vamos achar a solução de cada inequação.  Exemplo


Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4  Resolvendo Inequações
x ≤ - 4 : 4  Resolver uma inequação significa determinar os valores
x ≤ - 1  reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x
que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 


x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 

Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação


temos: 
S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}

47
MATEMÁTICA

Sistemas de equações primeiro grau Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma
Duas  equações de 1º grau, com duas incógnitas for- das incógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira
mam um “sistema de equações”. equação por – 3. 
Para encontramos o par ordenado solução de um siste-
ma pode-se utilizar dois métodos para a sua solução. 
Esses dois métodos são: Substituição e Adição. 

Método da substituição 
Esse método consiste em escolher uma das duas equa-
ções, isolar uma das incógnitas e substituir na outra equa-
ção, veja como:  Agora, o sistema fica assim:

Dado o sistema , enumeramos as equa-


ções. 

Adicionando as duas equações: 


       - 3x – 3y = - 60 
+     3x + 4y = 72
                y   = 12 
Escolhemos a equação 1 e isolamos o x: 
x + y = 20  Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das
x = 20 – y  duas equações e substituir o valor de y encontrado: 
x + y = 20 
Agora na equação 2 substituímos o valor de x = 20 – y.  x + 12 = 20 
x = 20 – 12 
 3x   +   4 y   = 72  x = 8 
3 (20 – y) + 4y = 72  Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12). 
 60-3y + 4y  = 72  Se resolver um sistema utilizando qualquer um dois
 -3y + 4y   =   72 – 60 métodos o valor da solução será sempre o mesmo.
y = 12 
Descobrimos o valor de y, para descobrir o valor de x (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016)
basta substituir 12 na equação  Um artesão produz três tipos de peças: A, B e C. Em um
x = 20 – y.  mesmo dia ele só produz um desses tipos de peça, sendo
x = 20 – y  que ele consegue produzir, por dia, 7 peças do tipo A, ou
x = 20 – 12  10 peças do tipo B, ou 15 do tipo C. Em 30 dias de trabalho,
x = 8  ele produziu um total de 333 peças. O número de dias que
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)  ele trabalhou produzindo peças do tipo B foi 13 a mais do
que o número de dias trabalhados produzindo peças do
Método da adição  tipo A. Nesses 30 dias, o número de peças do tipo C que
Esse método consiste em adicionar as duas equações ele produziu foi
de tal forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. (A) 180.
Para que isso aconteça será preciso que multipliquemos (B) 135.
algumas vezes as duas equações ou apenas uma equação (C) 150.
por números inteiros para que a soma de uma das incóg- (D) 120.
nitas seja zero.  (E) 165.

Dado o sistema:  Resposta: B.


Sabemos que se somarmos a produção dará 30 dias, e
se multiplicarmos as peças pelos dias dará 333 peças pro-
duzidas.

48
MATEMÁTICA

Substituindo III em I Ângulo


A+A+13+C=30
2A+C=30-13
2A+C=17
C=17-2A (IV)
Substituindo III e IV em II
7A+10(A+13)+15(17-2A)=333
7A+10A +130+255-30A=333
-13A=-52
A=4
Trabalhou 4 dias produzindo a peça A.
C=17-8=9 dias produzindo a peça C Definições.
Devemos multiplicar por 15, pois ele produz 15 peças a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas
por dia de C de mesma origem.
9x15=135 peças
b) Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos
congruentes se têm a mesma medida.

NOÇÕES DE GEOMETRIA PLANA: c) Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no


TRIÂNGULOS, QUADRILÁTEROS, vértice do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos
POLÍGONOS, SEMELHANÇA, TEOREMA DE congruentes.
PITÁGORAS, ÁREAS E VOLUMES
Perímetro: entendendo o que é perímetro.
Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de
comprimento.
Quantos metros lineares serão necessários para
A Geometria é a parte da matemática que estuda as colocar rodapé nesta sala, sabendo que a porta mede 1m
figuras e suas propriedades. A geometria estuda figuras de largura e que nela não se coloca rodapé?
abstratas, de uma perfeição não existente na realidade.
Apesar disso, podemos ter uma boa ideia das figuras
geométricas, observando objetos reais, como o aro da
cesta de basquete que sugere uma circunferência, as portas
e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere um
cubo.

Reta, semirreta e segmento de reta

A conta que faríamos seria somar todos os lados da


sala, menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
P = 26 – 1
P = 25

Definições.
a) Segmentos congruentes.
Dois segmentos são congruentes se têm a mesma
medida.

b) Ponto médio de um segmento.


Um ponto P é ponto médio do segmento AB se
pertence ao segmento e divide AB em dois segmentos
congruentes.

c) Mediatriz de um segmento. Colocaríamos 25m de rodapé.


É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto A soma de todos os lados da planta baixa se chama
médio Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana.

49
MATEMÁTICA

Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua
superfície (gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos
em uma malha quadriculada, a sua área será equivalente
à quantidade de quadradinho. Se cada quadrado for uma
unidade de área:

Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha


quadriculada onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm.
Se contarmos, veremos que há 24 quadrados de 1 cm de
dimensões no retângulo. Como sabemos que a área é a
medida da superfície de uma figuras podemos dizer que
24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.

Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades


de área.
A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados),
cm² (centímetros quadrados), e outros.

Se tivermos uma figura do tipo:

O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o


outro, só que representado de forma diferente. O cálculo
da área do retângulo pode ficar também da seguinte forma:
A = 6 . 4 A = 24 cm²
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

Sua área será um valor aproximado. Cada é uma


unidade, então a área aproximada dessa figura será de 4
unidades. A=b
.h
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras
planas e para cada figura há uma fórmula pra calcular a
sua área. Quadrado

Retângulo É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos


os ângulos internos a congruentes (90º).
É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos
congruentes e iguais a 90º.

Sua área também é calculada com o produto da base


No cálculo da área de qualquer retângulo podemos pela altura. Mas podemos resumir essa fórmula:
seguir o raciocínio:

50
MATEMÁTICA

Um trapézio é formado por uma base maior (B), por


uma base menor (b) e por uma altura (h).
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso
dividi-lo em dois triângulos, veja como:
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que


base é igual a e a altura igual a , então, substituindo na
fórmula A = b . h, temos:

A= .
A= ² Segundo: o dividimos em dois triângulos:

Trapézio
É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura de
um trapézio é a distância entre as retas suporte de suas bases.

A área desse trapézio pode ser calculada somando as


áreas dos dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo
separadamente observamos que eles possuem bases
diferentes e alturas iguais.

Em todo trapézio, o segmento que une os pontos Cálculo da área do ∆CEF:


médios dos dois lados não paralelos, é paralelo às bases e
vale a média aritmética dessas bases. A∆1 = B . h
2
Cálculo da área do ∆CFD:

A∆2 = b . h
2
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo
da área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2
A área do trapézio está relacionada com a área do
triângulo que é calculada utilizando a seguinte fórmula: AT = B . h + b . h
A = b . h (b = base e h = altura). 2 2
2
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos
mais importantes (elementos utilizados no cálculo da sua AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-
área): 2
dência, pois é um termo comum aos dois fatores.

AT = h (B + b)
2

Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer


utilizamos a seguinte fórmula:

51
MATEMÁTICA

Propriedades dos triângulos


A = h (B + b)
2 1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3
ângulos internos é 180º.
h = altura
B = base maior do trapézio
b = base menor do trapézio

Losango
É o quadrilátero que tem os lados congruentes.

2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo


é igual à soma das medidas dos 2 ângulos internos não
adjacentes.

Em todo losango as diagonais são:

a) perpendiculares entre si;

b) bissetrizes dos ângulos internos.

A área do losango é definida pela seguinte fórmula:


d .D Onde D é a diagonal maior e d é a menor.
S=
2
3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3
Triângulo ângulos externos é 360º.
Figura geométrica plana com três lados.

4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base


são congruentes. Observação - A base de um triângulo
isósceles é o seu lado diferente.
Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer
polígono convexo é o ângulo formado entre um lado e o
prolongamento do outro lado.

Classificação dos triângulos.

a) quanto aos lados:


- triângulo equilátero.
- triângulo isósceles.
- triângulo escaleno.

b) quanto aos ângulos: Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do


- triângulo retângulo. lado oposto.
- triângulo obtusângulo.
- triângulo acutângulo.

52
MATEMÁTICA

Área do triangulo Exercícios

1. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da


altura respectivamente, indicadas por b e h. Se construir-
mos um outro paralelogramo que tem o dobro da base e o
dobro da altura do outro paralelogramo, qual será relação
entre as áreas dos paralelogramos?

2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm.


Qual é a área deste triângulo equilátero?

Segmentos proporcionais 3. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas me-


didas da altura e da base são respectivamente 10 cm e 2 dm?
Teorema de Tales.
4. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm.
Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma Qual é a medida da sua superfície?
reta transversal, a razão entre dois segmento quaisquer
de uma transversal é igual à razão entre os segmentos 5. Considerando as informações constantes no triangulo
correspondentes da outra transversal. PQR, pode-se concluir que a altura PR desse triângulo mede:

Semelhança de triângulos a)5 b)6 c)7 d)8


6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao
Definição. dobro de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que
Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos formam, entre si, um ângulo reto (90°). Observe a figura:
dois a dois congruentes e os lados correspondentes dois a
dois proporcionais.

Definição mais “popular”.


Dois triângulos são semelhantes se um deles é a
redução ou a ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
proporcionalidade se mantém constante para quaisquer
dois segmentos correspondentes, tais como: lados,
medianas, alturas, raios das circunferências inscritas, raios
das circunferências circunscritas, perímetros, etc. Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine:
a) as dimensões do cartão;
b) o comprimento do vinco AC

7. Na figura, os ângulos assinalados sao iguais, AC=2 e


AB=6. A medida de AE é:
a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4

53
MATEMÁTICA

8. Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à 5. 4 6 36


reta valem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre = ⇒ PR = =6
PR 9 6
essa reta são os pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que
distância de C deverá estar o ponto E, do segmento CD,
para que CÊA=DÊB 6.
x 9
= ⇒ x ² = 144 ⇒ x = 12
a)3 16 x
b)4
= =
a ) x 12( altura ); 2 x 24(comprimento)
c)5
d)6 b) AC = 9² + x ² = 81 + 144 = 15
e)7

7.

9. Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente


400 peças iguais de cerâmica na forma de um quadrado.
Sabendo-se que a área da sala tem 36m², determine:
a) a área de cada peça, em m².
b) o perímetro de cada peça, em metros.

10. Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se


AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos triângu-
los ABC e CDE é:

a)6
b)4
c)3
d)2
e) 3 8.

Respostas

1. A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1

2. Segundo o enunciado temos:


l=5mm

Substituindo na fórmula: 9.
l² 3 5² 3
=
S ⇒=S = 6, 25 3 ⇒ =
S 10,8
4 4
3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm, temos:
h=10
b=20

Substituindo na fórmula:
=
S b= = 100cm
.h 20.10 = ² 2dm² 10.

4. Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula


que envolve as diagonais, cujos valores temos abaixo:
d1=10
d2=15

Utilizando na fórmula temos:


d1.d 2 10.15
S= ⇒ = 75cm ²
2 2

54
MATEMÁTICA

Ângulos Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-


tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego
- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem não
colineares.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a


uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Central:

- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro


da circunferência;
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices conse-
cutivos do polígono.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

55
MATEMÁTICA

Ângulo Reto: Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos re-


0
plementares se a soma das suas medidas é 360 .
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.

Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple-


0
mentares se a soma das suas medidas é 90 .

Poligonal: Linha quebrada, formada por vários seg-


mentos formando ângulos.
Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a
mesma medida.

Grado: (gr.): Do latim - gradu; dividindo a circunferên-


cia em 400 partes iguais, a cada arco unitário que corres-
Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são ponde a 1/400 da circunferência denominamos de grado.
opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro. Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência
em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a
1/360 da circunferência denominamos de grau.

56
MATEMÁTICA

Exercícios 3. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:

1. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a me- a)


dida do ângulo â, nos seguintes casos:

a)

b)
b)

c)

c)

d)

2. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?

4. Usando uma equação, determine a medida de cada


ângulo do triângulo:

Quanto mede a soma dos ângulos de um quadrado?

57
MATEMÁTICA

5. Dois ângulos são complementares tais que o triplo Respostas


de um deles é igual ao dobro do outro. Determine o suple-
mento do menor. 1) Resposta
a) 55˚
6. A metade de um ângulo menos a quinta parte de seu b) 74˚
complemento mede 38 graus. Qual é esse angulo? c) 33˚

7. Cinco semi-retas partem de um mesmo ponto V, for-


mando cinco ângulos que cobrem todo o plano e são pro- 2) Resposta “130”.
porcionais aos números 2, 3, 4, 5 e 6. Calcule o maior dos Solução: Imagine uma linha cortando o ângulo î, for-
ângulos. mando uma linha paralela às retas “a” e “b”.

8. Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo Fica então decomposto nos ângulos ê e ô.
y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.

Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual


ao complemento de 130° na reta b.

Logo, î = 80° + 50° = 130°.

9. Observe a figura abaixo e determine o valor de m e 3) Solução:


n. a) 160° - 3x = x + 100°        
160° - 100° = x + 3x    
60° = 4x     
x = 60°/4    
x = 15°  

Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°

b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180°


6x + 2x = 180° -15° - 5°
8x = 160°
x = 160°/8
10. Determine o valor de a na figura seguinte: x = 20°
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45°

c) Sabemos que a figura tem 90°.


Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90°
4x + 50° = 90°
4x = 40°
x = 40°/4
x = 10°

d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam


180°, pois são exatamente a metade de um círculo.
Então, 138° + x = 180°
x = 180° - 138°
x = 42°

Logo, o ângulo x mede 42°.

58
MATEMÁTICA

4) Solução: Sabemos que a soma dos ângulos do triân- 8) Resposta “135˚”.


gulo é 180°. Solução: Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do
ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
Então, 6x + 4x + 2x = 180°
12x = 180° Então vale lembrar que:
x = 180°/12
x = 15° x + y = 180 então y = 180 – x.
Os ângulos são: 30° 60° e 90°.
E também como x e z são opostos pelo vértice, x = z
a) Um quadrado tem quatro ângulos de 90º, e, portan-
to a soma deles vale 360º. E de acordo com a figura:  o ângulo x mede a sexta
parte do ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
5) Resposta “144˚”.
Solução: x = y/6 + z/2
- dois ângulos são complementares, então a + b = 90º Agora vamos substituir lembrando que y = 180 - x e x
- o triplo de um é igual ao dobro do outro, então 3a =z
= 2b Então:

É um sistema de equações do 1º grau. Se fizermos a = x = 180° - x/6 + x/2 agora resolvendo fatoração:
2b/3, substituímos na primeira equação: 6x = 180°- x + 3x | 6x = 180° + 2x
6x – 2x = 180°
2b/3 + b = 90 4x = 180°
5b/3 = 90 x=180°/4
b = 3/5 * 90 x=45º
b = 54 → a = 90 – 54 = 36º
Agora achar y, sabendo que y = 180° - x
Como a é o menor ângulo, o suplemento de 36 é 180- y=180º - 45°
36 = 144º. y=135°.

6) Resposta “80˚”. 9) Resposta “11º; 159º”.


Solução: (a metade de um ângulo) menos seu a [quinta Solução:
parte] de seu [complemento] mede 38º. 3m - 12º e m + 10º, são ângulos opostos pelo vérti-
ce logo são iguais.
[a/2] – [1/5] [(90-a)] = 38
a/2 – 90/5 + a/5 = 38 3m - 12º = m + 10º
a/2 + a/5 = 38 + 90/5 3m - m = 10º + 12º
7a/10 = 38 + 18 2m = 22º
a = 10/7 * 56 m = 22º/2
a = 80º m = 11º
m + 10º e n são ângulos suplementares logo a soma
7) Resposta “180˚”. entre eles é igual a 180º.
Solução: Seja x a constante de proporcionalidade, te- (m + 10º) + n = 180º
mos para os ângulos: a, b, c, d, e…, a seguinte proporção (11º + 10º) + n = 180º
com os números 2, 3, 4, 5 e 6: 21º + n = 180º
n = 180º - 21º
a/2 = x → a = 2x n = 159º
b/3 = x → b = 3x
c/4 = x → c = 4x Resposta: m = 11º e n = 159º.
d/5 = x → d = 5x
e/6 = x → e = 6x 10) Resposta “45˚”.
É um ângulo oposto pelo vértice, logo, são ângulos
Assim as semi-retas: a + b + c + d + e = 2x + 3x + 4x iguais.
+ 5x + 6x = 360º

Agora a soma das retas: 20x

Então: 20x = 360º → x = 360°/20


x = 18°
Agora sabemos que o maior é 6x, então 6 . 18° = 108°.

59
MATEMÁTICA

Triângulos Classificação dos triângulos quanto ao número de la-


dos
Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono
que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí- Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui al- iguais. m(AB) = m(BC) = m(CA)
guns elementos e os principais são: vértices, lados, ângulos,
alturas, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
sobre os mesmos.

Triângulo Isóscele: Pelo menos dois lados têm medi-


das iguais. m(AB) = m(AC).
1. Vértices: A,B,C.
2. Lados: AB,BC e AC.
3. Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice for-
mando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.
Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
diferentes.

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto


médio do lado oposto. BM é uma mediana.
Classificação dos triângulos quanto às medidas dos
ângulos

Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são


agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas


partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste
caso Ê = Ô.

Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,
Todo triângulo possui três ângulos internos. isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-


gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

60
MATEMÁTICA

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto Exemplo


(90 graus).
No triângulo desenhado: x=50º+80º=130º.

Medidas dos Ângulos de um Triângulo


Congruência de Triângulos
Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-
deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos A idéia de congruência: Duas figuras planas são con-
ângulos internos desse triângulo. Em alguns locais escre- gruentes quando têm a mesma forma e as mesmas dimen-
vemos as letras maiúsculas A, B e C para representar os sões, isto é, o mesmo tamanho.
ângulos. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são con-
gruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF

Para os triângulos das figuras abaixo, existe a con-


gruência entre os lados, tal que:
AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e entre os ângulos: A ~ R , B
~S,C~T

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é


sempre igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º

Exemplo

Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever


que: 70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º
- 70º - 60º = 50º. Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, es-
crevemos: ABC ~ RST

Dois triângulos são congruentes, se os seus elementos


correspondentes são ordenadamente congruentes, isto é,
os três lados e os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas.
Para verificar se um triângulo é congruente a outro,
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. não é necessário saber a medida de todos os seis elemen-
Como observamos no desenho, em anexo, as letras minús- tos, basta conhecerem três elementos, entre os quais esteja
culas representam os ângulos internos e as respectivas le- presente pelo menos um lado. Para facilitar o estudo, indi-
tras maiúsculas os ângulos externos. caremos os lados correspondentes congruentes marcados
com símbolos gráficos iguais.

Casos de Congruência de Triângulos


LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.
Dois triângulos são congruentes quando têm, respec-
tivamente, os três lados congruentes. Observe que os ele-
mentos congruentes têm a mesma marca.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
externo. Assim: A = b+c, B = a+c, C = a+b

61
MATEMÁTICA

LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân- os três ângulos são respectivamente congruentes, isto
gulo é: A~R, B~S, C~T
Dois triângulos são congruentes quando têm dois la-
dos congruentes e os ângulos formados por eles também Observação: Dados dois triângulos semelhantes, tais
são congruentes. triângulos possuem lados proporcionais e ângulos con-
gruentes. Se um lado do primeiro triângulo é proporcio-
nal a um lado do outro triângulo, então estes dois lados
são ditos homólogos. Nos triângulos acima, todos os lados
proporcionais são homólogos.
Realmente:

AB~RS pois m(AB)/m(RS) = 2


BC~ST pois m(BC)/m(ST) = 2
AC~RT pois m(AC)/m(RT) = 2
ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e
um lado Como as razões acima são todas iguais a 2, este valor
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado comum é chamado razão de semelhança entre os triângu-
e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectivamente, los. Podemos concluir que o triângulo ABC é semelhante
congruentes. ao triângulo RST.
Dois triângulos são semelhantes se, têm os 3 ângulos
e os 3 lados correspondentes proporcionais, mas existem
alguns casos interessantes a analisar.

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem


dois ângulos correspondentes congruentes, então os triân-
gulos são semelhantes.
LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um
lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado.
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado,
um ângulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a
esse lado respectivamente congruente.

Se A~D e C~F então: ABC~DEF

Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois


Semelhança de Triângulos lados correspondentes proporcionais e os ângulos forma-
A idéia de semelhança: Duas figuras são semelhantes dos por esses lados também são congruentes, então os
quando têm a mesma forma, mas não necessariamente o triângulos são semelhantes.
mesmo tamanho.
Se duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: R~S.

Exemplo
As ampliações e as reduções fotográficas são figuras
semelhantes. Para os triângulos:

Como m(AB) / m(EF) = m(BC) / m(FG) = 2


Então ABC ~ EFG

62
MATEMÁTICA

Exemplo 4. Determine os valores literais indicados na figura:


Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode
ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos se-
melhantes e o valor de x será igual a 8.

5. Determine os valores literais indicados na figura:


Realmente, x pode ser determinado a partir da seme-
lhança de triângulos.

Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os


três lados correspondentes proporcionais, então os triân-
gulos são semelhantes.

6. Determine a altura de um triângulo equilátero de


lado l.
Exercícios
1. Neste triângulo ABC, vamos calcular a, h, m e n:

2. Determine os valores literais indicados na figura:

7. Determine x nas figuras.

3. Determine os valores literais indicados na figura:

63
MATEMÁTICA

8. Determine a diagonal de um quadrado de lado l. 3) Solução:


52 = 32 + x2
25 = 9 + x2
x2 = 16
x = √16 = 4

32 = 5m
9
m=
5
9. Calcule o perímetro do triângulo retângulo ABC da 4 = 5n
2

figura, sabendo que o segmento BC é igual a 10 m e cos


α = 3/5
16
n=
5
9 16
h2 = x
5 5
144
h2 =
25
144
h=
25
10. Calcule a altura de um triângulo equilátero que
tem 10 cm de lado. 12
h=
5
4) Solução:

AC = 10 → e ← AB = 24

(O é o centro da circunferência)

Solução:

Respostas (BC)2 = 10 2 + 24 2
1) Solução: (BC)2 = 100 + 576
a² = b² + c² → a² = 6² + 8² → a² = 100 → a = 10
b.c = a.h → 8.6 = 10.h → h = 48/10 = 4,8
c² = a.m → 6² = 10.m → m = 36/10 = 3,6 (BC)2 = 676
b² = a.n → 8² = 10.n → n = 64/10 = 6,4
BC = 676 = 26
2) Solução:
26
13² = 12² + x²
169 = 144 + x²
x= = 13
x² = 25 2
x=5
5) Solução:
5.12 = 13.y d2 = 52 + 42
y = 60/13 d2 = 25 + 16
d2 = 41
d = √41

64
MATEMÁTICA

6) Solução: 10) Solução:


2
⎛ 1⎞
l 2 = h2 ⎜ ⎟
⎝ 2⎠
12
l =h +
2 2

4
12
h2 = l 2 −
4
4l − l 2
2
h2 =
4
2
10 2 = 5 2 + h 2
3l
h2 = h 2 = 100 − 25
4 h 2 = 75
2
3l l 3 h = 75 = 5 2.3 = 5 3cm
h= =
4 2
Quadrilátero

7) Solução: O triângulo ABC é equilátero. Quadriláteros e a sua classificação

l 3 Quadrilátero é um polígono com quatro lados e os


x=
2 principais quadriláteros são: quadrado, retângulo, losango,
trapézio e trapezóide.
8 3
x= =4 3
2

8) Solução:
d2 = l2 + 12
d2 = 2l2
d = √2l2
d = 1√2

9) Solução:
No quadrilátero acima, observamos alguns elementos
x
cos α = geométricos:
10 - Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
3 x - Os lados são os segmentos AB, BC, CD e DA.
=
5 10
Observação: Ao unir os vértices opostos de um quadri-
5x = 30 látero qualquer, obtemos sempre dois triângulos e como a
soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é
30 180 graus, concluímos que a soma dos ângulos internos de
x= =6 um quadrilátero é igual a 360 graus.
5
10 2 = 6 2 + y 2
100 = 36 + y2
y 2 = 100 − 36
y 2 = 64 ⇒ y = 64 = 8
P = 10 + 6 + 8 = 24m

65
MATEMÁTICA

Classificação dos Quadriláteros Exercícios

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opos- 1. Determine a medida dos ângulos indicados:
tos paralelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são a)
congruentes. Os paralelogramos mais importantes rece-
bem nomes especiais:
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

b)

Trapézio: É o quadrilátero que tem apenas dois lados


opostos paralelos. Alguns elementos gráficos de um trapé-
zio (parecido com aquele de um circo).

c)

- AB é paralelo a CD
- BC é não é paralelo a AD
- AB é a base maior 2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilátero
- DC é a base menor são: x + 17°; x + 37°; x + 45° e x + 13°. Determine as medi-
das desses ângulos.
Os trapézios recebem nomes de acordo com os triân-
gulos que têm características semelhantes. Um trapézio 3. No paralelogramo abaixo, determine as medidas de
pode ser: x e y.

- Retângulo: dois ângulos retos


- Isósceles: lados não paralelos congruentes
- Escaleno: lados não paralelos diferentes

4. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de


x e y, a medida da diagonal AC , da diagonal BD e o pe-
rímetro do triângulo BMC.

66
MATEMÁTICA

5. No retângulo abaixo, determine as medidas de x e 18º + 90º + y + 90º = 360°


y indicadas: y + 198° = 360°
y = 360º - 198°
y = 162º

c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º
(3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2
10a = 720º
a = 720° / 10
a =  72°
6. Determine as medidas dos ângulos do trapézio da 72° + b + 90° = 180°
figura abaixo: b + 162° = 180°
b = 180° - 162°
b = 18°.

2) Solução:
x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360°
4x + 112° = 360°
4x = 360° - 112°
x = 248° / 4
x = 62°

7. A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c Então, os ângulos são:


representam medidas dos ângulos internos desse trapézio. x + 17° = 79°
Determine a medida de a, b, c. x + 37° = 99°
x + 45° = 107º
x + 13° = 75°.

3) Solução:
9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24°
8. Sabendo que x é a medida da base maior, y é a medi- y = 24º /2
da da base menor, 5,5 cm é a medida da base média de um y = 12°
trapézio e que x - y = 5 cm, determine as medidas de x e y.
Então:
9. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da x + (7 * 12° + 40°) = 180°
altura respectivamente, indicadas por b e h. Se construir- x = 180º - 124°
mos um outro paralelogramo que tem o dobro da base e o x = 56°
dobro da altura do outro paralelogramo, qual será relação
entre as áreas dos paralelogramos? 4) Solução:
x = 15
10. É possível obter a área de um losango cujo lado y = 20
mede 10 cm? AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
Respostas BMC = 15 + 20 + 25 = 60.

1) Solução: 5) Solução:
a) x + 105° + 98º + 87º = 360º 12 x + 2° + 5 x + 3° = 90°
x + 290° = 360° 17 x + 5° = 90°
x = 360° - 290° 17 x = 90° - 5°
x = 70º 17 x = 85°
x = 85° / 17° = 5°
b) x + 80° + 82° = 180° y = 5x + 3°
x + 162° = 180° y = 5 (5°) + 3°
x = 180º - 162º y = 28°
x = 18°

67
MATEMÁTICA

6) Solução:
x + 27° + 90° = 180° FUNÇÕES: TABELAS, GRÁFICOS,
x + 117° = 180° ESTATÍSTICAS. GRAU, QUADRÁTICA,
x = 180° - 117° EXPONENCIAL E LOGARITMOS.
x = 63°

y + 34° + 90° = 180°


y + 124° = 180° Diagrama de Flechas
y = 180° - 124°
y = 56°

As medidas dos ângulos são:


63° ; 56° ; 90° + 27° = 117° ; 90 + 34° = 124°.
7) Solução:
c = 117°
a + 117° = 180°
a = 180° - 117°
a = 63°
b = 63°
Gráfico Cartesiano
8) Solução:

⎧x + y ⎫
⎪ = 5,5 ⎪
⎨ 2 ⎬
⎪⎩ x − y = 5 ⎪⎭
x+y
= 5,5
2
x + y = 11
x + y = 11
x-y=5
__________ Muitas vezes nos deparamos com situações que envol-
vem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago
2x + 0 = 16 na conta de luz depende do consumo medido no período;
2x = 16/2 o tempo de uma viagem de automóvel depende da veloci-
x=8 dade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
x + y = 11  o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
8 + y = 11 mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
y = 11 – 8 ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.
y=3
Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f
uma relação de A em B.
9) Solução: Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
A2 = (2b)(2h) = 4 bh = 4 A1 elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.

10) Solução: Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)


Não, pois os ângulos entre os lados de dois losangos,
podem ser diferentes. Domínio, contradomínio, imagem
O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.

68
MATEMÁTICA

O conjunto A é denominado domínio da função, indi- Bijetora: Quando apresentar as características de fun-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun- ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
variável x. os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
O conjunto B é denominado contradomínio, CD. nos um elemento do domínio.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é: Função 1 grau

A função do 1° grau relacionará os valores numéricos


obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti-
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais


Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra- as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
= {6, 9, 12} Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Classificação das funções
Função Crescente: a > 0
Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfi-
apresentam imagens também distintas no contradomínio. co que os valores de y vão crescendo.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-


domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
domínio. Função Decrescente: a < 0
Nesse caso, os valores de y, caem.

69
MATEMÁTICA

Raiz da função Considerações


Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor Concavidade
de y igual a zero, pois no momento em que a reta intersec- A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
ta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica a seguir: baixo se a<0

Discriminante(∆)
Podemos estabelecer uma formação geral para o cálcu-
lo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma gene- ∆=b²-4ac
ralização com base na própria lei de formação da função,
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função). ∆>0
X=-b/a A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema equação ax²+bx+c=0
com duas equações para acharmos o valor de a e b.
Exemplo: ∆=0
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função. Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto
F(1)=1a+b
3=a+b Repare que, quando tivermos o discriminante , as
duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
F(3)=3a+b
5=3a+b ∆<0

A função não tem raízes reais

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5 Raízes
-2b=-4
b=2
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau

Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-


gundo grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando  a > 0, a parábola tem concavidade voltada
f(x)=a(x-x1)(x-x2) para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
drática e deve ser o maior termo. máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 

70
MATEMÁTICA

. Veja os gráficos:

Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponen-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.
Função crescente
  Se   temos uma função exponencial crescente,
qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente.

Função decrescente
Se   temos uma função exponencial de-
crescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida
Equação Exponencial que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoen- a curva da função é decrescente.
te de uma ou mais potências de bases positivas e diferen-
tes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

71
MATEMÁTICA

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma- Exemplo
temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei- Resolva as inequações:
ros a estudar as propriedades desse número. a)
O valor deste número expresso com 10 dígitos deci- b)
mais, é:
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) Solução
pode ser escrita como a potência de base e com expoente a) x≤-2 ou x≥2
x, isto é:  S={x∈R| x≤-2 ou x≥2}
ex = exp(x)
b) -3<2x+5<3
Propriedades dos expoentes -3-5<2x<3-5
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um -8<2x<-2
número racional, então: -4<x<-1
- ax ay= ax + y S={x∈R|-4<x<-1}
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y Função Modular
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx dada por f(x)=|x| denomina-se
- a-x = 1 / ax   função modular.
As principais características dessa função modular são:
Dado um número real x, o módulo de x, denotado por -domínio:R
é igual a x se x≥0 e igual a –x se x<0. -imagem:R+

Equação Modular
Toda equação em que a variável aparece em módulo.
Sua solução é obtida aplicando-se a definição de módulo.

Exemplo -

Exemplo
Faça o gráfico da função f(x)=|x²-5x+4|
Solução
Solução
Primeiramente, fazemos o gráfico da função sem o mó-
dulo:f(x)=x²-5x+4

2x-4=x+2
X=6
2x-4=-x-2
3x=2
X=2/3
S={2/3, 6}

Inequação Modular
Para resolver uma inequação modular, empregamos
inicialmente a propriedade seguinte, obtendo as inequa-
ções equivalentes de resoluções conhecidas.

72
MATEMÁTICA

O gráfico da função f(x)=|x²-5x+4| será

Mudança de Base

Exemplo
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
a)log 6
b) log1,5
c) log 16
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, Solução
com a ≠1, existe um número c tal que: a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

b)
A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N c)
na base a

Função Logarítmica
Ainda com base na definição podemos estabelecer con- Uma função dada por , em que
dições de existência: a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.

Exemplo

Consequências da Definição

Propriedades

73
MATEMÁTICA

Matriz coluna
MATRIZES. DETERMINANTES. Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma
SISTEMA LINEAR. única coluna.

Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a Matriz quadrada


toda tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
colunas. número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
seus elementos entre parênteses ou entre colchetes como, n e indica-se por An. Exemplo:
por exemplo, a matriz A de ordem 2x3.

Diagonais
Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
Representação da matriz (a11, a22, a33,..)
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in-
dicado por ij.

Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j. Matriz diagonal

A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de


matriz diagonal se, e somente se, todos os elementos que
não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de


matriz identidade se, e somente se, os elementos da diago-
nal principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.
Portanto,

Tipos de Matriz
Matriz nula
Matriz linha É chamada matriz nula se, e somente se, todos os ele-
mentos são iguais a zero.
Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
única linha.
Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.

74
MATEMÁTICA

Matriz Transposta Multiplicação de matrizes

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)
transposta de A a matriz do tipo n x m. mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim
obtidos.

Dada as matrizes:

Adição de Matrizes
Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo
m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por
A+B.

Dada as matrizes:

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


, portanto é chamada inversa de A se, e somente se,

Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O Exemplo:
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
Determine a matriz inversa de A.
Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo


m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se,
C=A+(-B). Solução

Seja

Temos que x=3; y=2; z=1; t=1


Multiplicação de um número por uma matriz
Logo,
Considere:

75
MATEMÁTICA

Determinante Sistema de equações lineares


Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
número real a ela associado. de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1

Determinante de ordem 2

Dada a matriz Em que:

O determinante é dado por:

Sistema Linear 2 x 2

Determinante de ordem 3 Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
Regra 1: mente.
Repete a primeira e a segunda coluna Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3

Regra 2

Sistemas Lineares equivalentes

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto
a21 a33 - a32 a23 a11
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequên-
cia ordenada de números reais que verifica, simultanea-
mente, todas as equações do sistema.
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar
todas as sequências ordenadas de números reais que satis-
façam as equações do sistema.

76
MATEMÁTICA

Matriz Associada a um Sistema Linear Exemplo


Sistema 2x2 escalonado.
Dado o seguinte sistema:

Sistema 3x3
Matriz incompleta A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um.

Sistema 2x3
Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento

Podemos transformar qualquer sistema linear em um


O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações:
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di-
ferente de 0.
Como não existe outro par que satisfaça simultanea- -Multiplicar uma equação por um número real e adicio-
mente as duas equações, dizemos que esse sistema é SP- nar o resultado a outra equação.
D(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma única Exemplo
solução.

2. Sistema Possível e Indeterminado

Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é


conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.

esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores


de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a
seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc.  Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
Multiplicando a equação por -2:
3. Sistema Impossível

Somando as duas equações:


Não existe um par real que satisfaça simultaneamente
as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
tanto é impossível.

Sistema Escalonado
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
incógnitas das equações lineares estão escritas em uma ro de Incógnitas
mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação Quando o sistema linear apresenta nº de equações
anterior. igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

77
MATEMÁTICA

- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,


- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou portanto são eventos.
impossível. Ø = evento impossível.
S = evento certo.
Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca- Conceito de Probabilidade
lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
As probabilidades têm a função de mostrar a chance
Exemplos de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de
- Discutir, em função de a, o sistema: um espaço amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre
o número de elementos A e o número de elemento S.
x + 3 y = 5 Representando:

2 x + ay = 1

Resolução Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados


de 1 a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
1 3 - um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3,
4, 5, 6}.
D= = a−6 - um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2,
2 a 4, 6} C S.
- o número de elementos do evento número par é
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6 n(A1) = 3.

Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. - a probabilidade do evento número par é 1/2, pois

Para a ≠ 6, temos:

x + 3 y = 5
 Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
x + 3 y = 5 Vazio
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9 - Em um evento impossível a probabilidade é igual a
 zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a 1.
Simbolicamente: P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
Que é um sistema impossível. - Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
Assim, temos: P(A) ≤ 1.
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado) - Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A)
a = 6 → SI (Sistema impossível) = 1 - P(A).

Demonstração das Propriedades


Considerando S como um espaço finito e não vazio,
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA. temos:

PROBABILIDADE

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento


Em uma tentativa com um número limitado de
resultados, todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
resultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
resultados possíveis; será representado por S e o número
de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do
espaço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).

78
MATEMÁTICA

União de Eventos Probabilidade Condicionada

Considere A e B como dois eventos de um espaço Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S,
amostral S, finito e não vazio, temos: finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é
dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que
A já ocorreu A. É representada por P(B/A).

B Veja:
S

Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)

Eventos Mutuamente Exclusivos


Eventos Independentes
A Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
quando:

B P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)


S
Intersecção de Eventos
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão Considerando A e B como dois eventos de um espaço
denominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = amostral S, finito e não vazio, logo:
0, portanto: P(A B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2,
A3, …, An de S forem, de dois em dois, sempre mutuamente
exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:

P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +


P(An)

Eventos Exaustivos
Assim sendo:
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois
em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
exaustivos se A1 A2 A3 … An = S P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)

Considerando A e B como eventos independentes, logo


P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)
. P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes,
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de
A ∩ B. Veja a representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)
Então, logo:
Lei Binominal de Probabilidade
Considere uma experiência sendo realizada diversas
vezes, dentro das mesmas condições, de maneira que
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 os resultados de cada experiência sejam independentes.
Sendo que, em cada tentativa ocorre, obrigatoriamente,
um evento A cuja probabilidade é p ou o complemento A
cuja probabilidade é 1 – p.

79
MATEMÁTICA

Problema: Realizando-se a experiência descrita 05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500.
exatamente n vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o Uma bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade
evento A só k vezes? de que seja escolhida uma bola com um número de três
algarismos ou múltiplo de 10 é
Resolução: (A) 10%
- Se num total de n experiências, ocorrer somente (B) 12%
k vezes o evento A, nesse caso será necessário ocorrer (C) 64%
exatamente n – k vezes o evento A. (D) 82%
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do (E) 86%
evento A é 1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k
vezes o evento A e n – k vezes o evento A, ordenadamente,
é: 06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3
bolas vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a
probabilidade de ela ser amarela ou branca?

07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com


- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer probabilidade 40% e 30%, respectivamente, de acertar.
entre as n vezes possíveis. O número de maneiras de Nestas condições, a probabilidade de apenas uma delas
escolher k vezes o evento A é, portanto Cn,k. acertar o alvo é:
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que (A) 42%
possuem a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a (B) 45%
probabilidade desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (C) 46%
(D) 48%
QUESTÕES (E) 50%

01. A probabilidade de uma bola branca aparecer


ao se retirar uma única bola de uma urna que contém, 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes
exatamente, 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: A e B são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos
concluir que o valor de P(B) é:
(A) (B) (C) (D) (E) (A) 0,5
(B) 5/7
(C) 0,6
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o (D) 7/15
Ensino Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião (E) 0,7
comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A
distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade de
filhos, é mostrada no gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro
entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de pretas. Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de
que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é cada bola antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só
a primeira e a terceira serem brancas é:

(A) (B) (C) (D) (E)

10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores:


laranja, abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são
utilizadas 3 laranjas e a probabilidade de um cliente pedir
(A) (B) (C) (D) (E) esse suco é de 1/3. Se na lanchonete, há 25 laranjas, então
a probabilidade de que, para o décimo cliente, não haja
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 mais laranjas suficientes para fazer o suco dessa fruta é:
cartas, qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
(A) 1 (B) (C) (D) (E)
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces,
numeradas de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das
duas faces voltadas para cima. Calcular a probabilidade
de serem obtidos dois números ímpares ou dois números
iguais?

80
MATEMÁTICA

Respostas 06.
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas
01. e V1, V2, V3 as vermelhas.
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
02. A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
A partir da distribuição apresentada no gráfico: B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
06 mulheres com 2 filhos.
02 mulheres com 3 filhos.

Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a


probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a) Como A B = , A e B são eventos mutuamente
filho(a) único(a) é igual a P = 7/25. exclusivos;
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) =

03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =

07.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas os seguintes eventos:
de 1 a 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos (A) “A” acerta e “B” erra; ou
A (dois números ímpares) e B (dois números iguais), a (B) “A” erra e “B” acerta.
probabilidade pedida é: Assim, temos:
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
P (A B) = 0,28 + 0,18
P (A B) = 0,46
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) P (A B) = 46%
= 500

A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; 08.


A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) .
401/500 P(B) e como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
B: o número sorteado é múltiplo de 10; 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
B = {10, 20, ..., 500}. 0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7.
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo
geral da P.A., em que 09. Representando por a
a1 = 10 probabilidade pedida, temos:
an = 500
r = 10 =
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 →
n = 50 =

Dessa forma, p(B) = 50/500.

A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;


A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10
→ n = 41 e p(A B) = 41/500 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três
tipos de sucos e que os nove primeiros clientes foram
servidos com apenas um desses sucos, então:
Por fim, p(A.B) = I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.

81
MATEMÁTICA

II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado)
cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito é menor, o valor é menos provavelmente um extremo em
tenham pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido relação ao valor crítico. Deste modo, um resultado que é
outro suco. “significante ao nível de 1%” é mais significante do que um
A probabilidade de isso ocorrer é: resultado que é significante “ao nível de 5%”. No entanto,
um teste ao nível de 1% é mais susceptível de padecer do
erro de tipo II do que um teste de 5% e por isso terá menos
poder estatístico.
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá
tentar maximizar o poder de uma dada significância, mas
ultimamente tem de reconhecer que o melhor resultado
que se pode obter é um compromisso entre significância e
poder, em outras palavras, entre os erros de tipo I e tipo II.
ESTATÍSTICA É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são
filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman
A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em -Pearson. Esta confusão é infelizmente propagada por mui-
alguns casos, indispensável para tomadas de decisão em tos livros de estatística.
diversos campos: científico, econômico, social, político…
Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação Divisão da Estatística:
para tomadas de decisão, há que proceder a um indispen-
sável trabalho de recolha e organização de dados, sendo - Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométri-
a recolha feita através de recenseamentos (ou censos ou ca, Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância
levantamentos estatísticos) ou sondagens. - Desvio padrão - Coeficiente de variação.
Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam - Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Signi-
censos na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se
ficância - Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa
destinavam à taxação de impostos.
- Erro de tipo I - Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distri-
Estatística pode ser pensada como a ciência de apren-
buição t de Student - Normalização - Valor p - Análise de
dizagem a partir de dados. No nosso quotidiano, precisa-
variância.
mos tomar decisões, muitas vezes decisões rápidas.
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste
Qui-quadrado (uma amostra, duas amostras independen-
tes, k amostras independentes) - Teste Kolmogorov-Smir-
nov (uma amostra, duas amostras independentes) - Teste
de McNemar - Teste dos Sinais - Teste de Wilcoxon - Teste
de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste Q de Cochran - Tes-
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que au- te de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman.
xiliam o processo de tomada de decisão através da análise - Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência -
dos dados que possuímos. Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, hazards models.
tem significância estatística, se for improvável que tenha - Amostragem: Amostragem aleatória simples (com
ocorrido por acaso (que em estatística e probabilidade é reposição, sem reposição) - Amostragem estratificada -
tratado pelo conceito de chance), caso uma determinada Amostragem por conglomerados - Amostragem sistemá-
hipótese nula seja verdadeira, mas não sendo improvável tica - estimador razão - estimador regressão.
caso a hipótese base seja falsa. A expressão teste de signifi- - Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto
cância foi cunhada por Ronald Fisher. - De Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base - Binomial negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Sne-
em frequência estatística, a significância de um teste é a decor.
probabilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hi- - Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de
pótese nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro correlação de Pearson - Coeficiente de correlação de pos-
de tipo I). O nível de significância de um resultado é tam- tos de Spearman - Coeficiente de correlação tau de Ken-
bém chamado de α e não deve ser confundido com o valor dall).
p (p-value). Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear
Por exemplo, podemos escolher um nível de signifi- - Regressão logística - Método dos mínimos quadrados
cância de, digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um - Modelos Lineares Generalizados - Modelos para Dados
parâmetro (por exemplo a média) de modo que a probabi- Longitudinais.
lidade de ela exceder esse valor, dada a verdade da hipó- - Análise Multivariada: Distribuição normal multiva-
tese nulo, ser 5%. Se o valor estatístico calculado (ou seja, riada - Componentes principais - Análise fatorial - Análise
o nível de 5% de significância anteriormente escolhido) ex- discriminante - Análise de “Cluster” (Análise de agrupa-
ceder o valor crítico, então é significante “ao nível de 5%”. mento) - Análise de Correspondência.

82
MATEMÁTICA

- Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão
Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização expo- bem” elas podem ser medidas, isto é, em quanta informa-
nencial - ARIMA - Modelos sazonais. ção seu nível de mensuração pode prover. Há obviamente
Panorama Geral: algum erro em cada medida, o que determina o “montante
de informação” que se pode obter, mas basicamente o fator
Variáveis: São características que são medidas, contro- que determina a quantidade de informação que uma variá-
ladas ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em mui- vel pode prover é o seu tipo de nível de mensuração. Sob
tos aspectos, principalmente no papel que a elas é dado este prisma as variáveis são classificadas como nominais,
em uma pesquisa e na forma como podem ser medidas. ordinais e intervalares.
- Variáveis nominais permitem apenas classificação
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimen- qualitativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em
tal”: A maioria das pesquisas empíricas pertencem cla- termos de quais itens pertencem a diferentes categorias,
ramente a uma dessas duas categorias gerais: em uma mas não se pode quantificar nem mesmo ordenar tais ca-
pesquisa correlacional (Levantamento) o pesquisador não tegorias. Por exemplo, pode-se dizer que 2 indivíduos são
influencia (ou tenta não influenciar) nenhuma variável, mas diferentes em termos da variável A (sexo, por exemplo),
apenas as mede e procura por relações (correlações) en- mas não se pode dizer qual deles “tem mais” da qualidade
tre elas, como pressão sangüínea e nível de colesterol. Em representada pela variável. Exemplos típicos de variáveis
uma pesquisa experimental (Experimento) o pesquisador nominais são sexo, raça, cidade, etc.
manipula algumas variáveis e então mede os efeitos des- - Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos
ta manipulação em outras variáveis; por exemplo, aumen- em termos de qual tem menos e qual tem mais da quali-
tar artificialmente a pressão sangüínea e registrar o nível dade representada pela variável, mas ainda não permitem
de colesterol. A análise dos dados em uma pesquisa ex- que se diga “o quanto mais”. Um exemplo típico de uma
perimental também calcula “correlações” entre variáveis, variável ordinal é o status sócio-econômico das famílias re-
especificamente entre aquelas manipuladas e as que fo- sidentes em uma localidade: sabe-se que média-alta é mais
ram afetadas pela manipulação. Entretanto, os dados ex- “alta” do que média, mas não se pode dizer, por exemplo,
perimentais podem demonstrar conclusivamente relações que é 18% mais alta. A própria distinção entre mensuração
nominal, ordinal e intervalar representa um bom exemplo
causais (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o
de uma variável ordinal: pode-se dizer que uma medida
pesquisador descobrir que sempre que muda a variável A
nominal provê menos informação do que uma medida or-
então a variável B também muda, então ele poderá concluir
dinal, mas não se pode dizer “quanto menos” ou como esta
que A “influencia” B. Dados de uma pesquisa correlacional
diferença se compara à diferença entre mensuração ordinal
podem ser apenas “interpretados” em termos causais com
e intervalar.
base em outras teorias (não estatísticas) que o pesquisa-
- Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar
dor conheça, mas não podem ser conclusivamente provar em postos os itens que estão sendo medidos, mas também
causalidade. quantificar e comparar o tamanho das diferenças entre
eles. Por exemplo, temperatura, medida em graus Celsius
Variáveis dependentes e variáveis independentes: constitui uma variável intervalar. Pode-se dizer que a tem-
Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas peratura de 40C é maior do que 30C e que um aumento de
enquanto que variáveis dependentes são apenas medidas 20C para 40C é duas vezes maior do que um aumento de
ou registradas. Esta distinção confunde muitas pessoas 30C para 40C.
que dizem que “todas variáveis dependem de alguma coi-  
sa”. Entretanto, uma vez que se esteja acostumado a esta Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis
distinção ela se torna indispensável. Os termos variável quaisquer estão relacionadas se em uma amostra de ob-
dependente e independente aplicam-se principalmente servações os valores dessas variáveis são distribuídos de
à pesquisa experimental, onde algumas variáveis são ma- forma consistente. Em outras palavras, as variáveis estão
nipuladas, e, neste sentido, são “independentes” dos pa- relacionadas se seus valores correspondem sistematica-
drões de reação inicial, intenções e características dos su- mente uns aos outros para aquela amostra de observações.
jeitos da pesquisa (unidades experimentais).Espera-se que Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se a maioria
outras variáveis sejam “dependentes” da manipulação ou dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres bai-
das condições experimentais. Ou seja, elas dependem “do xa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
que os sujeitos farão” em resposta. Contrariando um pouco tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indi-
a natureza da distinção, esses termos também são usados víduos baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em
em estudos em que não se manipulam variáveis indepen- um teste se pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos
dentes, literalmente falando, mas apenas se designam su- erros.
jeitos a “grupos experimentais” baseados em propriedades
pré-existentes dos próprios sujeitos. Por exemplo, se em Importância das relações entre variáveis: Geralmente
uma pesquisa compara-se a contagem de células brancas o objetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é
(White Cell Count em inglês, WCC) de homens e mulheres, encontrar relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensi-
sexo pode ser chamada de variável independente e WCC na que não há outro meio de representar “significado” exce-
de variável dependente. to em termos de relações entre quantidades ou qualidades,

83
MATEMÁTICA

e ambos os casos envolvem relações entre variáveis. Assim, Como determinar que um resultado é “realmente”
o avanço da ciência sempre tem que envolver a descoberta significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na de-
de novas relações entre variáveis. Em pesquisas correlacio- cisão final de qual nível de significância será tratado como
nais a medida destas relações é feita de forma bastante dire- realmente “significante”. Ou seja, a seleção de um nível de
ta, bem como nas pesquisas experimentais. Por exemplo, o significância acima do qual os resultados serão rejeitados
experimento já mencionado de comparar WCC em homens como inválidos é arbitrária. Na prática, a decisão final de-
e mulheres pode ser descrito como procura de uma corre- pende usualmente de: se o resultado foi previsto a priori ou
lação entre 2 variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada mais apenas a posteriori no curso de muitas análises e compara-
faz do que auxiliar na avaliação de relações entre variáveis. ções efetuadas no conjunto de dados; no total de evidên-
  cias consistentes do conjunto de dados; e nas “tradições”
Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas existentes na área particular de pesquisa. Tipicamente, em
propriedades formais mais elementares de qualquer relação muitas ciências resultados que atingem nível-p 0,05 são
entre variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a confiabili- considerados estatisticamente significantes, mas este nível
dade da relação. ainda envolve uma probabilidade de erro razoável (5%). Re-
- Magnitude é muito mais fácil de entender e medir sultados com um nível-p 0,01 são comumente considerados
do que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 ou nível-p
nossa amostra tem um WCC maior do que o de qualquer 0,001 são freqüentemente chamados “altamente” significan-
mulher da amostra, poderia-se dizer que a magnitude da tes. Estas classificações, porém, são convenções arbitrárias
relação entre as duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta e apenas informalmente baseadas em experiência geral de
em nossa amostra. Em outras palavras, poderia-se prever pesquisa. Uma conseqüência óbvia é que um resultado con-
uma baseada na outra (ao menos na amostra em questão). siderado significante a 0,05, por exemplo, pode não sê-lo a
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, 0,01.
mas extremamente importante. Relaciona-se à “represen-
tatividade” do resultado encontrado em uma amostra es- Significância estatística e o número de análises rea-
pecífica de toda a população. Em outras palavras, diz quão lizadas: Desnecessário dizer quanto mais análises sejam
realizadas em um conjunto de dados, mais os resultados
provável será encontrar uma relação similar se o experi-
atingirão “por acaso” o nível de significância convenciona-
mento fosse feito com outras amostras retiradas da mesma
do. Por exemplo, ao calcular correlações entre dez variáveis
população, lembrando que o maior interesse está na popu-
(45 diferentes coeficientes de correlação), seria razoável es-
lação. O interesse na amostra reside na informação que ela
perar encontrar por acaso que cerca de dois (um em cada
pode prover sobre a população. Se o estudo atender certos
20) coeficientes de correlação são significantes ao nível-p
critérios específicos (que serão mencionados posteriormen- 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente
te) então a confiabilidade de uma relação observada entre aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem na po-
variáveis na amostra pode ser estimada quantitativamente pulação. Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas
e representada usando uma medida padrão (chamada tec- comparações, e portanto uma boa chance para tais erros,
nicamente de nível-p ou nível de significância estatística). incluem alguma “correção” ou ajuste para o número total de
comparações. Entretanto, muitos métodos estatísticos (es-
Significância Estatística (nível-p): A significância esta- pecialmente análises exploratórias simples de dados) não
tística de um resultado é uma medida estimada do grau em oferecem nenhum remédio direto para este problema. Cabe
que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que seja então ao pesquisador avaliar cuidadosamente a confiabili-
realmente o que ocorre na população, ou seja no sentido dade de descobertas não esperadas.
de “representatividade da população”). Mais tecnicamen-
te, o valor do nível-p representa um índice decrescente da Força X Confiabilidade de uma relação entre variá-
confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o nível-p, veis: Foi dito anteriormente que força (magnitude) e confia-
menos se pode acreditar que a relação observada entre as bilidade são dois aspectos diferentes dos relacionamentos
variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre variáveis. Contudo, eles não são totalmente indepen-
entre as respectivas variáveis na população. Especificamen- dentes. Em geral, em uma amostra de um certo tamanho
te, o nível-p representa a probabilidade de erro envolvida quanto maior a magnitude da relação entre variáveis, mais
em aceitar o resultado observado como válido, isto é, como confiável a relação.
“representativo da população”. Por exemplo, um nível-p de Assumindo que não há relação entre as variáveis na po-
0,05 (1/20) indica que há 5% de probabilidade de que a pulação, o resultado mais provável deveria ser também não
relação entre as variáveis, encontrada na amostra, seja um encontrar relação entre as mesmas variáveis na amostra da
“acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo que não haja pesquisa. Assim, quanto mais forte a relação encontrada na
relação entre aquelas variáveis na população, e o experi- amostra menos provável é a não existência da relação corres-
mento de interesse seja repetido várias vezes, poderia-se pondente na população. Então a magnitude e a significância
esperar que em aproximadamente 20 realizações do expe- de uma relação aparentam estar fortemente relacionadas, e
rimento haveria apenas uma em que a relação entre as va- seria possível calcular a significância a partir da magnitude
riáveis em questão seria igual ou mais forte do que a que e vice-versa. Entretanto, isso é válido apenas se o tamanho
foi observada naquela amostra anterior. Em muitas áreas da amostra é mantido constante, porque uma relação de
de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costumeiramente tratado certa força poderia ser tanto altamente significante ou não
como um “limite aceitável” de erro. significante de todo dependendo do tamanho da amostra.

84
MATEMÁTICA

Por que a significância de uma relação entre variá- Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que
veis depende do tamanho da amostra: Se há muito pou- quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram
cas observações então há também poucas possibilidades caras do que coroas (por exemplo uma proporção 60%
de combinação dos valores das variáveis, e então a proba- para 40%). Então dez lançamentos não seriam suficientes
bilidade de obter por acaso uma combinação desses valores para convencer alguém de que a moeda é viciada, mesmo
que indique uma forte relação é relativamente alta. Consi- que o resultado obtido (6 caras e 4 coroas) seja perfeita-
dere-se o seguinte exemplo: mente representativo do viesamento da moeda. Entretan-
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; to, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez
(2 homens e 2 mulheres). A probabilidade de se encontrar, lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se
puramente por acaso, uma relação de 100% entre as duas que a moeda seja tão viciada que não importe como ve-
variáveis pode ser tão alta quanto 1/8. Explicando, há uma nha a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda fos-
chance em oito de que os dois homens tenham alta WCC se lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras,
e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou vice-versa, muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que
mesmo que tal relação não exista na população. Agora con- há “algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria
sidere-se a probabilidade de obter tal resultado por acaso considerada prova convincente de que a população teórica
se a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de de um número infinito de lançamentos desta moeda teria
obter aquele resultado por acaso seria praticamente zero. mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande,
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma então poderá ser considerada significante mesmo em uma
população teórica em que a média de WCC em homens e pequena amostra.
mulheres é exatamente a mesma. Supondo um experimen-
to em que se retiram pares de amostras (homens e mu- Pode uma “relação inexistente” ser um resultado
lheres) de um certo tamanho da população e calcula-se a significante: Quanto menor a relação entre as variáveis
diferença entre a média de WCC em cada par de amostras maior o tamanho de amostra necessário para prová-la sig-
(supor ainda que o experimento será repetido várias vezes). nificante. Por exemplo, imagine-se quantos lançamentos
Na maioria dos experimento os resultados das diferenças seriam necessários para provar que uma moeda é viciada
serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um se seu viesamento for de apenas 0,000001 %! Então, o ta-
par de amostra apresentará uma diferença entre homens manho mínimo de amostra necessário cresce na mesma
e mulheres consideravelmente diferente de zero. Com que proporção em que a magnitude do efeito a ser demonstra-
freqüência isso acontece? Quanto menor a amostra em do decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
cada experimento maior a probabilidade de obter esses re- de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo
sultados errôneos, que, neste caso, indicariam a existência aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
de uma relação entre sexo e WCC obtida de uma população há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra pre-
em que tal relação não existe. Observe-se mais um exemplo cisa quase ser igual ao tamanho da população, que teorica-
(“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., 1987): mente é considerado infinitamente grande. A significância
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada estatística representa a probabilidade de que um resultado
dia e no outro apenas 12. Em média a razão de meninos similar seja obtido se toda a população fosse testada. As-
para meninas nascidos a cada dia em cada hospital é de sim, qualquer coisa que fosse encontrada após testar toda
50/50. Contudo, certo dia, em um dos hospitais nasceram a população seria, por definição, significante ao mais alto
duas vezes mais meninas do que meninos. Em que hospital nível possível, e isso também inclui todos os resultados de
isso provavelmente aconteceu? A resposta é óbvia para um “relação inexistente”.
estatístico, mas não tão óbvia para os leigos: é muito mais
provável que tal fato tenha ocorrido no hospital menor. A Como medir a magnitude (força) das relações en-
razão para isso é que a probabilidade de um desvio aleató- tre variáveis: Há muitas medidas da magnitude do rela-
rio da média da população aumenta com a diminuição do cionamento entre variáveis que foram desenvolvidas por
tamanho da amostra (e diminui com o aumento do tama- estatísticos: a escolha de uma medida específica em dadas
nho da amostra). circunstâncias depende do número de variáveis envolvi-
das, níveis de mensuração usados, natureza das relações,
Por que pequenas relações podem ser provadas etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: elas
como significantes apenas por grandes amostras: Os procuram avaliar a relação comparando-a de alguma for-
exemplos dos parágrafos anteriores indicam que se um ma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas va-
relacionamento entre as variáveis em questão (na popula- riáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de
ção) é pequeno, então não há meio de identificar tal re- realizar tais avaliações é observar quão diferenciados são
lação em um estudo a não ser que a amostra seja corres- os valores das variáveis, e então calcular qual parte des-
pondentemente grande. Mesmo que a amostra seja de fato ta “diferença global disponível” seria detectada na ocasião
“perfeitamente representativa” da população o efeito não se aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas devida à
será estatisticamente significante se a amostra for pequena. relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis em
Analogamente, se a relação em questão é muito grande na questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o que
população então poderá ser constatada como altamente é comum naquelas variáveis” com “o que potencialmente
significante mesmo em um estudo baseado em uma pe- poderia haver em comum se as variáveis fossem perfeita-
quena amostra. Mais um exemplo: mente relacionadas”. Outro exemplo:

85
MATEMÁTICA

Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 (significantes). Assim, para determinar o nível de significân-
em homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer cia estatística torna-se necessária uma função que repre-
que, em média, o desvio de cada valor da média de ambos sente o relacionamento entre “magnitude” e “significância”
(101) contém uma componente devida ao sexo do sujeito, das relações entre duas variáveis, dependendo do tama-
e o tamanho desta componente é 1. Este valor, em certo nho da amostra. Tal função diria exatamente “quão prová-
sentido, representa uma medida da relação entre sexo e vel é obter uma relação de dada magnitude (ou maior) de
WCC. Contudo, este valor é uma medida muito pobre, por- uma amostra de dado tamanho, assumindo que não há tal
que não diz quão relativamente grande é aquela compo- relação entre aquelas variáveis na população”. Em outras
nente em relação à “diferença global” dos valores de WCC. palavras, aquela função forneceria o nível de significância
Há duas possibilidades extremas: S (nível-p), e isso permitiria conhecer a probabilidade de erro
- Se todos os valore de WCC de homens são exata- envolvida em rejeitar a idéia de que a relação em ques-
mente iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então tão não existe na população. Esta hipótese “alternativa” (de
todos os desvios da média conjunta na amostra seriam in- que não há relação na população) é usualmente chamada
teiramente causados pelo sexo. Poderia-se dizer que nesta de hipótese nula. Seria ideal se a função de probabilidade
amostra sexo é perfeitamente correlacionado a WCC, ou fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferentes incli-
seja, 100% das diferenças observadas entre os sujeitos re- nações para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente,
lativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo. a função é mais complexa, e não é sempre exatamente a
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de mesma. Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhe-
0 a 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de cida e isso pode ser usado para determinar os níveis de
homens e mulheres encontrada no estudo seria uma par- significância para os resultados obtidos em amostras de
te tão pequena na diferença global dos valores que muito certo tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas
provavelmente seria considerada desprezível. Por exemplo, a um tipo geral de função que é chamada de normal (ou
um sujeito a mais que fosse considerado poderia mudar, gaussiana).
ou mesmo reverter, a direção da diferença. Portanto, toda
boa medida das relações entre variáveis tem que levar em Por que a distribuição normal é importante: A “dis-
conta a diferenciação global dos valores individuais na tribuição normal” é importante porque em muitos casos
amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de quanto ela se aproxima bem da função introduzida no item ante-
desta diferenciação se deve à relação em questão. rior. A distribuição de muitas estatísticas de teste é normal
ou segue alguma forma que pode ser derivada da distribui-
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como ção normal. Neste sentido, filosoficamente, a distribuição
o objetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar normal representa uma das elementares “verdades acerca
relações entre variáveis, muitos desses testes seguem o da natureza geral da realidade”, verificada empiricamente,
princípio exposto no item anterior. Tecnicamente, eles re- e seu status pode ser comparado a uma das leis funda-
presentam uma razão de alguma medida da diferenciação mentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição
comum nas variáveis em análise (devido à sua relação) pela normal (a característica “curva do sino”) é definida por uma
diferenciação global daquelas variáveis. Por exemplo, teria- função que tem apenas dois parâmetros: média e desvio
se uma razão da parte da diferenciação global dos valores padrão.
de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação Uma propriedade característica da distribuição normal
global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente cha- é que 68% de todas as suas observações caem dentro de
mada de razão da variação explicada pela variação total. um intervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de
Em estatística o termo variação explicada não implica ne- 2 desvios padrões inclui 95% dos valores, e 99% das obser-
cessariamente que tal variação é “compreendida concei- vações caem dentro de um intervalo de 3 desvios padrões
tualmente”. O termo é usado apenas para denotar a va- da média. Em outras palavras, em uma distribuição normal
riação comum às variáveis em questão, ou seja, a parte da as observações que tem um valor padronizado de menos
variação de uma variável que é “explicada” pelos valores do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência relativa
específicos da outra variável e vice-versa. de 5% ou menos (valor padronizado significa que um valor
é expresso em termos de sua diferença em relação à média,
Como é calculado o nível de significância estatís- dividida pelo desvio padrão).
tico: Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida Ilustração de como a distribuição normal é usada
da relação entre duas variáveis (como explicado acima). A em raciocínio estatístico (indução): Retomando o exem-
próxima questão é “quão significante é esta relação”? Por plo já discutido, onde pares de amostras de homens e mu-
exemplo, 40% da variação global ser explicada pela relação lheres foram retirados de uma população em que o valor
entre duas variáveis é suficiente para considerar a relação médio de WCC em homens e mulheres era exatamente o
significante? “Depende”. Especificamente, a significância mesmo. Embora o resultado mais provável para tais expe-
depende principalmente do tamanho da amostra. Como já rimentos (um par de amostras por experimento) é que a
foi explicado, em amostras muito grandes mesmo relações diferença entre a WCC média em homens e mulheres em
muito pequenas entre variáveis serão significantes, en- cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par
quanto que em amostras muito pequenas mesmo relações de amostras apresentará uma diferença substancialmente
muito grandes não poderão ser consideradas confiáveis diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se o

86
MATEMÁTICA

tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados análise. Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram
de tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, usados extensivamente com testes baseados na distribui-
conhecendo a forma da curva normal pode-se calcular pre- ção normal para determinar quão sensíveis eles eram à vio-
cisamente a probabilidade de obter “por acaso” resultados lações da suposição de que as variáveis analisadas tinham
representando vários níveis de desvio da hipotética média distribuição normal na população. A conclusão geral destes
populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão estudos é que as conseqüências de tais violações são me-
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de sig- nos severas do que se tinha pensado a princípio. Embora
nificância estatística, então pode-se concluir que o resul- estas conclusões não devam desencorajar ninguém de se
tado obtido produz uma melhor aproximação do que está preocupar com a suposição de normalidade, elas aumenta-
acontecendo na população do que a “hipótese nula”. Lem- ram a popularidade geral dos testes estatísticos dependen-
brando ainda que a hipótese nula foi considerada apenas tes da distribuição normal em todas as áreas de pesquisa.
por “razões técnicas” como uma referência contra a qual o
resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata
que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, orga-
Todos os testes estatísticos são normalmente dis- nizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de parâ-
tribuídos: Não todos, mas muitos são ou baseados na metros extraídos da população, tais como média ou desvio
distribuição normal diretamente ou em distribuições a ela padrão. A estatística fornece-nos as técnicas para extrair
relacionadas, e que podem ser derivadas da normal, como informação de dados, os quais são muitas vezes incom-
as distribuições t, F ou Chi-quadrado (Qui-quadrado). Tipi- pletos, na medida em que nos dão informação útil sobre
camente, estes testes requerem que as variáveis analisadas o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatís-
sejam normalmente distribuídas na população, ou seja, que tica extrair informação dos dados para obter uma melhor
elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas variá- compreensão das situações que representam. Quando se
veis observadas realmente são normalmente distribuídas, aborda uma problemática envolvendo métodos estatísti-
o que é outra razão por que a distribuição normal repre- cos, estes devem ser utilizados mesmo antes de se recolher
senta uma “característica geral” da realidade empírica. O a amostra, isto é, deve-se planejar a experiência que nos vai
problema pode surgir quando se tenta usar um teste ba- permitir recolher os dados, de modo que, posteriormente,
seado na distribuição normal para analisar dados de variá- se possa extrair o máximo de informação relevante para o
veis que não são normalmente distribuídas. Em tais casos problema em estudo, ou seja, para a população de onde
há duas opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste os dados provêm. Quando de posse dos dados, procura-se
“não paramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribui- agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de
ção”); mas isso é freqüentemente inconveniente porque lado a aleatoriedade presente. Seguidamente o objetivo do
tais testes são tipicamente menos poderosos e menos fle- estudo estatístico pode ser o de estimar uma quantidade
xíveis em termos dos tipos de conclusões que eles podem ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas
proporcionar. Alternativamente, em muitos casos ainda convenientes, as quais realçam toda a potencialidade da
se pode usar um teste baseado na distribuição normal se Estatística, na medida em que vão permitir tirar conclusões
apenas houver certeza de que o tamanho das amostras é acerca de uma população, baseando-se numa pequena
suficientemente grande. Esta última opção é baseada em amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
um princípio extremamente importante que é largamente Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não pre-
responsável pela popularidade dos testes baseados na dis- cisamos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas
tribuição normal. Nominalmente, quanto mais o tamanho e de carnes disponíveis, para conseguirmos chegar a con-
da amostra aumente, mais a forma da distribuição amos- clusão de que a comida é de boa qualidade. Basta que seja
tral (a distribuição de uma estatística da amostra) da média provado um tipo de cada opção para concluirmos que es-
aproxima-se da forma da normal, mesmo que a distribui- tamos sendo bem servidos e que a comida está dentro dos
ção da variável em questão não seja normal. Este princípio padrões.
é chamado de Teorema Central do Limite.
Noção Geral de Média
Como se conhece as consequências de violar a supo-
sição de normalidade: Embora muitas das declarações fei- Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e
tas anteriormente possam ser provadas matematicamente, efetue uma certa operação com todos os elementos de A.
algumas não têm provas teóricas e podem demonstradas Se for possível substituir cada um dos elementos do
apenas empiricamente via experimentos Monte Carlo (si- conjunto A por um número x de modo que o resultado da
mulações usando geração aleatória de números). Nestes operação citada seja o mesmo diz-se, por definição, que x
experimentos grandes números de amostras são geradas será a média dos elementos de A relativa a essa operação.
por um computador seguindo especificações pré-designa-
das e os resultados de tais amostras são analisados usando
uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico
de avaliar o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a
que se expõe o pesquisador quando certas suposições teó-
ricas dos testes usados não são verificadas nos dados sob

87
MATEMÁTICA

Média Aritmética P1 .x1; P2 .x2 ; P3 .x3;...Pn xn


x=
P1 + P2 + P3 + ...+ Pn
Definição
Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
A média dos elementos do conjunto numérico A x1; x2 ; x3;...; xn que é a média aritmética simples.
x=
relativa à adição é chamada média aritmética. n
Cálculo da média aritmética Conclusão

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto A média aritmética ponderada dos n elementos do
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição: conjunto numérico A é a soma dos produtos de cada
elemento multiplicado pelo respectivo peso, dividida pela
soma dos pesos.

n parcelas Exemplo
e, portanto,
x1; x2 ; x3;...; xn Calcular a média aritmética ponderada dos números
x= 35, 20 e 10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.
n
Resolução
Conclusão
Se x for a média aritmética ponderada, então:
A média aritmética dos n elementos do conjunto
numérico A é a soma de todos os seus elementos, dividida 2.35 + 3.20 + 5.10 70 + 60 + 50 180
x= ↔x= ↔x= ↔ x = 18
por n. 2 + 3+ 5 10 10

Exemplo A média aritmética ponderada é 18.


Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6,
Observação: A palavra média, sem especificar se é
9, e 13.
aritmética, deve ser entendida como média aritmética.
Resolução
Exercícios
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8.
(3, 4, 6, 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida
por 5. Assim:
2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10.
3 + 4 + 6 + 9 + 13 35
x= ↔x= ↔x=7
15 5 3. Qual é a média aritmética simples dos números 11,
7, 13 e 9?
A média aritmética é 7.
4. A média aritmética simples de 4 números pares
Média Aritmética Ponderada distintos, pertences ao conjunto dos números inteiros não
nulos é igual a 44. Qual é o maior valor que um desses
Definição números pode ter?

A média dos elementos do conjunto numérico A relativa 5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos
à adição e na qual cada elemento tem um “determinado seguintes casos:
peso” é chamada média aritmética ponderada. a) 15; 48; 36
b) 80; 71; 95; 100
Cálculo da média aritmética ponderada c) 59; 84; 37; 62; 10
Se x for a média aritmética ponderada dos elementos d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9
do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1;
P2; P3; ...; Pn, respectivamente, então, por definição: 6. Qual é a média aritmética ponderada dos números
10, 14, 18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respecti-
P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x = vamente 1, 2, 3 e 5?
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
(P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x = 7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto, respectivos pesos 5 , 3 e 2.

88
MATEMÁTICA

8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 5) Solução:


anos, 12 alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de a) (15 + 48 + 36)/3 =
idade. Qual será a idade média dessa turma? 99/3 = 33

9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja fo- b) (80 + 71 + 95 + 100)/4=


lha de pagamento é assim discriminada: 346/4 = 86,5

Profissionais → Quantidade → Salário c) (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5=


= 252/5
Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00 = 50,4
Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00 d) (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9=
45/9 =
10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os =5
respectivos pesos 10, 5 e 20.

Respostas 6) Resposta “22”.


Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicar-
1) Resposta “5”. mos cada número pelo seu respectivo peso e somarmos
Solução: todos estes produtos. Este total deve ser então dividido
M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) = 5. pela soma total dos pesos:
10.1+ 14.2 + 18.3 + 30.5 10 + 28 + 54 + 150 242
2) Resposta “6”. = = = 22
1+ 2 + 3 + 5 11 11
Solução:
M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. (
3, 5 e 10 ) = 6. Logo, a média aritmética ponderada é 22.

3) Resposta “10”.
Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a 7) Resposta “4,9”.
soma dos números e dividi-los por quatro, que é a quanti- Solução:
dade de números, portanto: 3.5 + 6.3 + 8.2 15 + 18 + 16 49
MP = = = = 4,9
11+ 7 + 13 + 9 40 5 + 3+ 2 10 10
M .A = = = 10
4 4
Logo, a média aritmética é 10.
8) Resposta “ ±14,93 ”
Solução:
4) Resposta “164”. 14.10 + 15.12 + 16.8 140 + 180 + 128 448
Solução: Quando falamos de média aritmética simples, MP = = = = ±14,93
10 + 12 + 8 30 30
ao diminuirmos um dos valores que a compõe, precisamos
aumentar a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí
-la entre vários outros valores, de sorte que a soma total
não se altere, se quisermos obter a mesma média. 9) Resposta “ ≅ R$651, 43 ”
Neste exercício,  três  dos elementos devem ter o menor Solução: Estamos diante de um problema de média
valor possível, de sorte que o quarto elemento tenha o maior aritmética ponderada, onde as quantidades de profissio-
valor dentre eles, tal que a média aritmética seja igual a 44. nais serão os pesos. E com isso calcularemos a média pon-
Este será o maior valor que o quarto elemento poderá assumir. derada entre R$ 320,00 , R$ 840,00 e R$ 1 600,00 e seus
Em função do enunciado, os três menores valores intei- respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto:
ros, pares, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando 320.20 + 840.10 + 1600.5 22.800
como x este quarto valor, vamos montar a seguinte equação: MP = = ≅ R$651, 43
20 + 10 + 5 35
2+4+6+x
= 44
4
Solucionando-a temos: 10) Resposta “11,42”.
Solução:
Logo, o maior valor que um desses números pode ter 5.10 + 10.5 + 15.20 50 + 50 + 300 400
é 164. MP = = = = 11, 42
10 + 5 + 20 35 35

89
MATEMÁTICA

Média Geométrica Este é o valor percentual médio mensal do aumento


salarial, ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o
Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos percentual 12, 8741%, no final teremos o mesmo resultado
os valores e extraindo-se a raiz de índice n deste produto. que se tivéssemos aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.
Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para ob-
termos o valor médio geométrico deste conjunto, multipli- Digamos que o salário desta categoria de operários seja
camos os elementos e obtemos o produto 216. de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos temos:
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cú-
bica, chegando ao valor médio 6. Salário +% Salário Salário +% Salário
Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de Inicial Informado final inicial médio final
3 elementos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de
R$ R$ R$ R$
índice n. 20% 12, 8417
1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
Neste exemplo teríamos a seguinte solução:
R$ R$ R$ R$
12% 12, 8417
3
4.6.9 ⇒ 3 216 ⇒ 6 1.200,00 1.334,00 1.287,74 1.274,06
R$ R$ R$ R$
7% 12, 8417
Utilidades da Média Geométrica 1.334,00 1.438,00 1.274,06 1.438,08

Progressão Geométrica Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo


nos dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética
Uma das utilizações deste tipo de média é na definição no lugar da média geométrica, os valores finais seriam
de uma progressão geométrica que diz que em toda distintos, pois a média aritmética de  13%  resultaria em
PG., qualquer termo é média geométrica entre o seu um salário final de R$ 1.442,90, ligeiramente maior como
antecedente e o seu consequente: já era esperado, já que o percentual de  13%  utilizado é
ligeiramente maior que os 12, 8417% da média geométrica.
an = an−1 .an+1
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de Cálculo da Média Geométrica
uma PG.: 7, 21 e 63. Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos ⎛ n ⎞
1/n

termos 7 e 63. ⎜⎝ ∏ ai ⎟⎠ = (a1 .a2 ...an )1/n = n a1 .a2 ...an


i=1

Vejamos:
A média geométrica de um conjunto de números é
7.63 ⇒ 441 ⇒ 21 sempre menor ou igual à média aritmética dos membros
desse conjunto (as duas médias são iguais se e somente se
Variações Percentuais em Sequência todos os membros do conjunto são iguais). Isso permite a
definição da média aritmética geométrica, uma mistura das
Outra utilização para este tipo de média é quando es- duas que sempre tem um valor intermediário às duas.
tamos trabalhando com variações percentuais em sequên- A média geométrica é também a média aritmética har-
cia. mônica no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são
definidas:
Exemplo
an + hn x+y
an+1 = ,a1 =
Digamos que uma categoria de operários tenha um 2 2
aumento salarial de 20% após um mês, 12% após dois me-
ses e 7% após três meses. Qual o percentual médio mensal E
de aumento desta categoria? 2 2
hn+1 = ,h =
1 1 1 1 1
Sabemos que para acumularmos um aumento + +
an hn x y
de 20%, 12% e 7% sobre o valor de um salário, devemos
multiplicá-lo sucessivamente por 1,2,  1,12 e 1,07 que são então  an  e  hn  convergem para a média geométrica
os fatores correspondentes a tais percentuais. de x e y.
A partir dai podemos calcular a média geométrica
destes fatores: Cálculo da Media Geométrica Triangular
Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas
3
1,2.1,12.1,07 ⇒ 3 1, 43808 ⇒ 1,128741
dos quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no
final pegamos a soma dos ângulos subtraindo o que esta
Como sabemos, um fator de  1, 128741  corresponde entre os catetos e dividimos por PI(3,1415...) assim desco-
a 12, 8741% de aumento. brimos a media geométrica dos triângulos.

90
MATEMÁTICA

Exemplo 4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto


A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e devo multiplicar um desses números para que a média
345, é dada por: aumente 2 unidades ?
5. Qual é a média geométrica dos núme-
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 ros 2, 4, 8, 16 e 32?

Aplicação Prática 6. Dados dois números quaisquer, a média aritmética


Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², simples e a média geométrica deles são respectivamente
qual é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto 20 e 20,5. Quais são estes dois números?
é, o mais econômico? A resposta a este tipo de questão
é dada pela média geométrica entre as medidas do 7. A média geométrica entre dois números é igual a 6.
comprimento a e da largura b, uma vez que a.b = 64. Se a eles juntarmos o número 48, qual será a média geo-
métrica entre estes três números?
A média geométrica G entre a e b fornece a medida
desejada. 8. Calcule a média geométrica entre 4 e 9.
G = R[a × b] = R[64] = 8
9. Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81
Resposta
É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico 10. Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.
que a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um
quadrado! O perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer Respostas
outra situação em que as medidas dos comprimentos
forem diferentes das alturas, teremos perímetros maiores 1) Resposta “4”.
do que 32 cm. Solução:

Interpretação gráfica M .G.(2e8) = 2 2 × 8 = 16 = 4 ⇒ M .G.(2e8) = 4


A média geométrica entre dois segmentos de reta
pode ser obtida geometricamente de uma forma bastante 2) Resposta “2”.
simples. Solução:
Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento
de reta que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de M .G.(1,2e4) = 3 1× 2 × 4 = 3 8 = 2 ⇒ M .G.(1,2e4) = 2
forma que eles formem segmentos consecutivos sobre a
mesma reta. Observação: O termo média proporcional deve ser, ape-
nas, utilizado para a média geométrica entre dois números.

3) Resposta “6”.
Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos:

g2 = 4.9 → g2 = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6.


27
Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. 4) Resposta “ ”
Obtenha o ponto médio O deste segmento e com um 8
compasso centrado em O e raio OA, trace uma semi- Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4,
circunferência começando em A e terminando em C. O podemos escrever:
segmento vertical traçado para cima a partir de B encontrará
M .G. = 3 x.y.z ⇒ 4 = 3 x.y.z ⇒ x.y.z = 64
o ponto D na semi-circunferência. A medida do segmento
BD corresponde à média geométrica das medidas dos
segmentos AB e BC. Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será:
4 + 2 = 3 x.y.z.m ⇒ 6 = 3 x.y.z.m ⇒ x.y.z.m = 216
Exercícios 216 27
e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 → m = =
1. Determine a média proporcional ou geométrica 64 8
entre 2 e 8. 5) Resposta “8”.
Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica,
2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4. este exercício pode ser solucionado multiplicando-se to-
dos os números e extraindo-se do produto final, a raiz de
3. Determine a média geométrica entre dois números índice cinco, pois se tratam de cinco números:
sabendo que a média aritmética e a média harmônica entre
eles são, respectivamente, iguais a 4 e 9.
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 32768 ⇒ 8

91
MATEMÁTICA

Se não dispusermos de uma calculadora científica esta O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25.
solução ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal É de se esperar, portanto que quando  b  for igual a  16,
raiz, isto sem contar na dificuldade em realizarmos as mul- que a seja igual a 25 e quando b for igual a 25, que a seja
tiplicações? igual a 16. Vamos conferir.
Repare que todos os números são potência de 2, po- Sabemos que a = 41 - b, portanto atribuindo a b um de
demos então escrever: seus possíveis valores, iremos encontrar o valor de a.
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 2.2 2.2 3.2 4.2 5 Para b = 16 temos:

Como dentro do radical temos um produto de potên- a = 41 - b ⇒ 41 - 16 ⇒ a = 25


cias de mesma base, somando-se os expoentes temos:
Para b = 25 temos:
5
2.2 2.2 3.2 4.2 5 ⇒ 5 215
a = 41 - b ⇒ a = 41 - 25 ⇒ a = 16
Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e
resolvendo a potência resultante: Logo, os dois números são 16, 25.
5
2 ⇒ 2 ⇒2 ⇒8
15 1 3 3
7) Resposta “12”.
Solução: Se chamarmos de  P  o produto destes dois
Logo, a média geométrica deste conjunto é 8. números, a partir do que foi dito no enunciado podemos
6) Resposta “16, 25”. montar a seguinte equação:
Solução: Chamemos de  a e b  estes dois números. A
média aritmética deles pode ser expressa como: P =6
Elevando ambos os membros desta equação ao qua-
a+b
= 20,5 drado, iremos obter o valor numérico do produto destes
2 dois números:
2
P = 6 ⇒ ( P) = 6 2 ⇒ P = 36
Já média geométrica pode ser expressa como:
Agora que sabemos que o produto de um número pelo
a.b = 20 outro é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos
a raiz cúbica deste novo produto para encontrarmos a mé-
Vamos isolar a na primeira equação: dia desejada:
a+b
= 20,5 ⇒ a + b = 20,5.2 ⇒ a = 41− b M = 3 36.48 ⇒ M = 3 (2 2.32 ).(2 4.3) ⇒ M = 3 2 6.33
2
⇒ M = 2 2.3 ⇒ M = 4.3 ⇒ M = 12
Agora para que possamos solucionar a segunda equa- Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, rea-
ção, é necessário que fiquemos com apenas uma variável lizamos a decomposição dos números 36 e 48 em fatores
na mesma. Para conseguirmos isto iremos substituir a por primos. Acesse a página decomposição de um número na-
41 - b: tural em fatores primos para maiores informações sobre
este assunto.
( ) = 20
2
a.b = 20 ⇒ (41− b).b = 20 ⇒ 41b − b 2 2
Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números ini-
ciais, a média geométrica passará a ser 12.
⇒ 41b − b 2 = 400 ⇒ −b 2 + 41b − 400 = 0
Note que acabamos obtendo uma equação do segun- 8) Resposta “6”.
do grau: Solução: G = 2 4.9 = 6

-b2 + 41b - 400 = 0 9) Resposta “9”.


Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9
Solucionando a mesma temos:
10) Resposta “6”.
−41 ± 412 − 4.(−1).(−400) Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6
−b + 41b − 400 = 0 ⇒ b =
2

2.(−1)
Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele,
⎧ −41+ 81 −41+ 9 −32 como depois dele. Para se medir a mediana, os valores de-
⎪⎪b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = 16
vem estar por ordem crescente ou decrescente. No caso do
−2 −2 −2
⇒⎨
número de dados ser ímpar, existe um e só um valor central
⎪b = −41− 81 ⇒ b = −41+ 9 ⇒ b = −50 ⇒ b = 25 que é a mediana. Se o número de dados é par, toma-se a
⎪⎩ 2 −2
2
−2
2
−2
2
média aritmética dos dois valores centrais para a mediana.

92
MATEMÁTICA

É uma medida de localização do centro da distribui- Como medida de localização, a mediana é mais robus-
ção dos dados, definida do seguinte modo: Ordenados os ta do que a média, pois não é tão sensível aos dados.
elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente - Quando a distribuição é simétrica, a média e a me-
ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos diana coincidem.
elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e - A mediana não é tão sensível, como a média, às ob-
os outros 50% são maiores ou iguais à mediana.  servações que são muito maiores ou muito menores do
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, de- que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o
pois de ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, valor de todas as observações.
a mediana é o elemento médio. Se n é par, a mediana é a A média ao contrário da mediana, é uma medida muito
semi-soma dos dois elementos médios. influenciada por valores “muito grandes” ou “muito peque-
A mediana, m, é uma medida de localização do centro nos”, mesmo que estes valores surjam em pequeno núme-
da distribuição dos dados, definida do seguinte modo: ro na amostra. Estes valores são os responsáveis pela má
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o va- utilização da média em muitas situações em que teria mais
lor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto significado utilizar a mediana.
é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição
mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana. dos dados:
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, de- - for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se
pois de ordenada a amostra de n elementos: da mediana.
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio. - for enviesada para a direita (alguns valores grandes
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois ele- como “outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
mentos médios. - for enviesada para a esquerda (alguns valores peque-
nos como “outliers”), a média tende a ser inferior à media-
Se se representarem os elementos da amostra orde- na.
nada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma
expressão para o cálculo da mediana será:

Como medida de localização, a mediana é mais robusta


do que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consi- Dado um histograma é fácil obter a posição da media-
deremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve na, pois esta está na posição em que passando uma linha
as seguintes notas: 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a vertical por esse ponto o histograma fica dividido em duas
mediana da amostra anterior são respectivamente. partes com áreas iguais.

=10.75 e =11

Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída Como medida de localização, a mediana é mais resis-
por uma de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser tente do que a média, pois não é tão sensível aos dados.
igual a 11, enquanto que a média subiria para 11.75. - Quando a distribuição é simétrica, a média e a me-
diana coincidem.
- A mediana não é tão sensível, como a média, às ob-
servações que são muito maiores ou muito menores do
que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o
Média e Mediana: Se se representarmos os elementos valor de todas as observações.
da amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n,
..., Xn: “n” então uma expressão para o cálculo da mediana
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual
será:
destas medidas de localização é preferível, dependendo do
contexto em que estão a ser utilizadas.

93
MATEMÁTICA

Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma


determinada empresa, distribuem-se de acordo com a se-
guinte tabela de frequências:
Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700
Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160

Calcular a média e a mediana  e comentar os resulta-


dos obtidos. Esta medida é especialmente útil para reduzir a infor-
Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/16 mação de um conjunto de dados qualitativos, apresenta-
0 = 156,10 dos sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de se pode calcular a média e por vezes a mediana (se não
ordem 80 e 81 = 100 euros. forem susceptíveis de ordenação).
Comentário: O fato de termos obtido uma média de
156,10 e uma mediana de 100, é reflexo do fato de exis-
tirem alguns, embora poucos, salários muito altos, relati-
vamente aos restantes. Repare-se que, numa perspectiva
social, a mediana é uma característica mais importante do
que a média. Na realidade 50% dos trabalhadores têm sa-
lário menor ou igual a 100 €, embora a média de 156,10 €
não transmita essa ideia.

Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a dis- Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que
tribuição dos dados é simétrica ou aproximadamente si- como vimos anteriormente é a medida de localização, tal
métrica, as medidas de localização do centro da amostra que 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais
(média e mediana) coincidem ou são muito semelhantes. a m, e os outros 50% são maiores ou iguais a m, temos a
O mesmo não se passa quando a distribuição dos dados noção de quartil de ordem p, com 0<p<1, como sendo
é assimétrica, fato que se prende com a pouca resistência o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são
da média. menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos ele-
mentos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Representando as distribuições dos dados (esta obser- Tal como a mediana, é uma medida que se calcula
vação é válida para as representações gráficas na forma de a partir da amostra ordenada. Um processo de obter os
diagramas de barras ou de histograma) na forma de uma quartis é utilizando a Função Distribuição Empírica.
mancha, temos, de um modo geral: Generalizando ainda a expressão para o cálculo da me-
diana, temos uma expressão análoga para o cálculo dos
quartis:

Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distri-


buição, ou seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior Qp =
frequência. Define-se moda como sendo: o valor que sur-
ge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o onde representamos por [a], o maior inteiro contido
intervalo de classe com maior frequência se os dados são em a.
contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, ob- Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectiva-
tém-se imediatamente o valor que representa a moda ou mente o nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se
a classe modal. Esta medida é especialmente útil para re- decidido registrar os pesos dos alunos de uma determi-
duzir a informação de um conjunto de dados qualitativos, nada turma prática do 10º ano, obtiveram-se os seguintes
apresentados sob a forma de nomes ou categorias, para os valores (em kg):
quais não se pode calcular a média e por vezes a mediana.
Para um conjunto de dados, define-se moda como 52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49
sendo: o valor que surge com mais frequência  se os dados
são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequên- a) Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e
cia se os dados são contínuos. Assim, da representação 3º quartis.
gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que b) Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considera-
representa a moda ou a classe modal. do “normal”, isto é nem demasiado magro, nem demasiado
gordo?

94
MATEMÁTICA

Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimen- Pictogramas


são é 16, temos:
49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67 1ª (10)
2ª (8)
a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52 3ª (4)
16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56 4ª (5)
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53 5ª (4)
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5 = 1 unidade

b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pou- Tabela de Frequências: Como o nome indica, conte-
co “forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que rá os valores da variável e suas respectivas contagens, as
têm peso maior ou igual a 60.5 kg. quais são denominadas frequências absolutas ou simples-
mente, frequências. No caso de variáveis qualitativas ou
Escalas – Tabelas – Gráficos quantitativas discretas, a tabela de freqüência consiste em
listar os valores possíveis da variável, numéricos ou não, e
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser repre- fazer a contagem na tabela de dados brutos do número de
sentados de várias formas: suas ocorrências. A frequência do valor i será representada
por ni, a frequência total por n e a freqüência relativa por
Diagramas de Barras fi = ni/n.
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natu-
ral (qualitativas ordinais e quantitativas em geral), faz sen-
tido incluirmos também uma coluna contendo as frequên-
cias acumuladas f ac, obtidas pela soma das frequências
de todos os valores da variável, menores ou iguais ao valor
considerado.

No caso das variáveis quantitativas contínuas, que po-


dem assumir infinitos valores diferentes, é inviável construir
a tabela de frequência nos mesmos moldes do caso ante-
rior, pois obteríamos praticamente os valores originais da
tabela de dados brutos. Para resolver este problema, deter-
minamos classes ou faixas de valores e contamos o número
de ocorrências em cada faixa. Por ex., no caso da variável
peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes faixas: 30
Diagramas Circulares |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e assim por
diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra formal
para estabelecer as faixas, procuraremos utilizar, em geral,
de 5 a 8 faixas com mesma amplitude.

Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser


convenientes para representar valores nas extremidades da
tabela. Exemplo:

Histogramas

95
MATEMÁTICA

Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para
representamos os valores da variável no eixo das abscissas apresentar observações medidas ao longo do tempo, enfa-
e suas as frequências ou porcentagens no eixo das orde- tizando sua tendência ou periodicidade. Exemplo:
nadas. Para cada valor da variável desenhamos uma barra
com altura correspondendo à sua freqüência ou porcenta-
gem. Este tipo de gráfico é interessante para as variáveis
qualitativas ordinais ou quantitativas discretas, pois permi-
te investigar a presença de tendência nos dados. Exemplo:

Diagrama Circular: Para construir um diagrama circu-


lar ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores
circulares correspondentes às porcentagens de cada valor Polígono de Frequência:
(calculadas multiplicando-se a frequência relativa por 100). Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos
Este tipo de gráfico adapta-se muito bem para as variáveis pontos médios das classes. Exemplo:
qualitativas nominais. Exemplo:

Gráfico de Ogiva:
Apresenta uma distribuição de frequências acumuladas,
utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos extremos.

Histograma: O histograma consiste em retângulos


contíguos com base nas faixas de valores da variável e com
área igual à frequência relativa da respectiva faixa. Desta
forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade
de frequência ou simplesmente densidade definida pelo
quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores
utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na cons-
trução do histograma, o que pode ocasionar distorções (e,
consequentemente, más interpretações) quando amplitu-
des diferentes são utilizadas nas faixas. Exemplo:

96
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES _____


8.7.6.5.4=6720
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYAMA/2013)
Dentre os nove competidores de um campeonato municipal RESPOSTA: “D”.
de esportes radicais, somente os quatro primeiros colocados
participaram do campeonato estadual. Sendo assim, quantas 4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o tre-
combinações são possíveis de serem formadas com quatro cho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche
desses nove competidores? corretamente a lacuna.
A) 126 Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ anagramas
B) 120 começados por consoante e terminados por vogal.
C) 224 A) 120
D) 212 B) 480
E) 156 C) 1.440
D) 5.040

9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! _______
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24 P5.4.3.2.1 A=120
! 120.2(letras E e U)=240

RESPOSTA: “A”. 120+240=360 anagramas com a letra P

2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR 360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que Jorge de
forma que a razão entre o número de anagramas de seus no- RESPOSTA: “C”.
mes representa a diferença entre suas idades. Se Jorge tem 20 5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a alternativa
anos, a idade de Renato é que apresenta o número de anagramas da palavra QUARTEL
A) 24. que começam com AR.
B) 25. A) 80.
C) 26. B) 120.
D) 27. C) 240.
E) 28. D) 720.

Anagramas de RENATO AR_ _ _ _ _


______ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
6.5.4.3.2.1=720
RESPOSTA: “B”.
Anagramas de JORGE
_____
5.4.3.2.1=120 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de certo país
720
Razão dos anagramas: = 6! determinou que as placas das viaturas de polícia deveriam ter
120
3 algarismos seguidos de 4 letras do alfabeto grego (24 letras).
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos Sendo assim, o número de placas diferentes será igual a
A) 175.760.000.
RESPOSTA: “C”. B) 183.617.280.
C) 331.776.000.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CONSUL- D) 358.800.000.
PLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de rosto do ba-
nheiro diariamente e só volta a repeti-la depois que já tiver Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
utilizado todas as toalhas. Sabe-se que a dona de casa dispõe _ _ _ _ _ _ _
de 8 toalhas diferentes. De quantas maneiras ela pode ter uti- 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
lizado as toalhas nos primeiros 5 dias de um mês?
A) 4650. RESPOSTA: “C”.
B) 5180.
C) 5460. 7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
D) 6720. TRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e multiplicados
E) 7260. os números de pontos obtidos em cada um deles. A quantida-
de de produtos distintos que se pode obter nesse processo é

97
MATEMÁTICA

A) 36. De quantos modos distintos é possível escolher uma cor


B) 27. para o fundo e uma cor para o texto se, por uma questão de
C) 30. contraste, as cores do fundo e do texto não podem ser iguais?
D) 21. A) 13
E) 18. B) 14
C) 16
__ D) 17
6.6=36 E) 18
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois da-
dos, 36/2=18 __
6.3=18
RESPOSTA: “E”.
Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:
8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTI- P P e V V=2 possibilidades
CA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da palavra TESOU- 18-2=16 possiblidades
RA?
A) 2300 RESPOSTA: “C”.
B) 5040
C) 4500 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
D) 1000 RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala há
E) 6500 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com interruptores
independentes. De quantas maneiras é possível ventilar e ilu-
_______ minar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ventiladores ligados
7.6.5.4.3.2.1=5040 e 3 lâmpadas acesas?
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- A) 12.
madas com as letras, independente se formam palavras que B) 18.
existam ou não. C) 20.
D) 24.
RESPOSTA: “B”. E) 36.

9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Analise as 1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas


sentenças abaixo. !!
I. 4! + 3! = 7! !!,! = !!!! = 3
II. 4! ⋅ 3! = 12!
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5! !!
!!!,! = =4
É correto o que se apresenta em !!!!
A) I, apenas.
B) II, apenas. !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
C) III, apenas. !
D) I, II e III. 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
!!
I falsa !!,! = !!!! = 3
4!=24
3!=6 !!
7!=5040 !!,! = =1
!!!!
II falsa
4! ⋅ 3! ≠12!
III verdadeira
!!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
5!=120 !
5!+5!=240 3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
2 ⋅ 5!=240 !!
!!,! = !!!! = 1
RESPOSTA: “C”.
!!
!!,! = !!!! = 4
10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRAN-
RIO/2013) Uma empresa de propaganda pretende criar pan-
fletos coloridos para divulgar certo produto. O papel pode ser !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4
laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou roxo, enquanto o !
texto é escrito no panfleto em preto, vermelho ou branco.

98
MATEMÁTICA

4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas trabalho. As barras podem ser pretas ou brancas. Se não pode
!! haver código com todas as barras da mesma cor, o número de
!!,! = =1 códigos diferentes que se pode obter é de
!!!!
A) 10.
!! B) 30.
!!,! = !!!! = 1 C) 50.
D) 150.
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 E) 250.
_____
!
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser qual-
quer uma das cores
RESPOSTA: “C”. Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco.
32-2=30
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTI-
CA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obteremos RESPOSTA: “B”.
um agrupamento dentre quantos possíveis.
A) 150 15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – CES-
B) 200 GRANRIO/2012) Certa empresa identifica as diferentes peças
C) 410 que produz, utilizando códigos numéricos compostos de 5 dí-
D) 216 gitos, mantendo, sempre, o seguinte padrão: os dois últimos
E) 320 dígitos de cada código são iguais entre si, mas diferentes dos
!!,! ∙ !!,! ∙ !!,! demais. Por exemplo, o código “03344” é válido, já o código
“34544”, não.
Quantos códigos diferentes podem ser criados?
6! 6.5! A) 3.312
!!,! = = =6
1! 5! 5! B) 4.608
C) 5.040
6 ∙ 6 ∙ 6 = 216 D) 7.000
E) 7.290
! _____
RESPOSTA: “D”. 9.9.9.1.1=729
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E
ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico judiciário deve São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz B e 2 do juiz C, de 729.10=7290
modo que os processos de um mesmo juiz fiquem sempre
juntos e em qualquer ordem. A quantidade de maneiras dife- RESPOSTA: “E”.
rentes de efetuar o agrupamento é de
A) 32. 16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMINISTRA-
B) 38. TIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batista farão uma
C) 288. exposição de seus quadros. Antônio vai expor 3 quadros dis-
D) 864. tintos e Batista 2 quadros distintos. Os quadros serão expostos
E) 1728. em uma mesma parede e em linha reta, sendo que os quadros
de um mesmo pintor devem ficar juntos. Então, o número de
Juiz A:P4=4!=24 possibilidades distintas de montar essa exposição é igual a:
Juiz B: P3=3!=6 A) 5
Juiz C: P2=2!=2 B) 12
_ _ _ C) 24
24.6.2=288.P3=288.6=1728 D) 6
A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar juntos, E) 15
mas não falam em que ordem podendo ser de qualquer juiz Para Antônio
antes. _ _ _ P3=3!=6
Portanto pode haver permutação entre eles.
Para Batista
RESPOSTA: “E”. _ _ P2=2!=2
E pode haver permutação dos dois expositores:
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E
ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de Justiça está 6.2.2=24
utilizando um código de leitura de barras composto por 5 bar-
ras para identificar os pertences de uma determinada seção de RESPOSTA: “C”.

99
MATEMÁTICA

17. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDA- Para Alberto:5+4=9


ÇÃO BIO-RIO/2014) Um anagrama de uma palavra é um reor- Para Bianca:4
denamento de todas as suas letras. Por exemplo, ADEUS é um Para Carolina: 12
anagrama de SAUDE e OOV é um anagrama de OVO. A palavra ___
MOTO possui a seguinte quantidade de anagramas: 9.4.12=432
A)8
RESPOSTA: “E”.
B)10
C)12
20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
D)16 SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que termi-
E)20 nam por um número par e que podem ser formados pelos
algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de:
Como tem letra repetida: A) 50
!! !∙!∙!∙! B) 100
!!! = !! = = 12 C) 75
!
D) 80
! O último algarismo pode ser 4 ou 8
RESPOSTA: “C”. ___
18. (TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI- 5.5.2=50
VA – FCC/2012) A palavra GOTEIRA é formada por sete letras
diferentes. Uma sequência dessas letras, em outra ordem, é RESPOSTA: “A”.
TEIGORA. Podem ser escritas 5040 sequências diferentes com
21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRA-
essas sete letras. São 24 as sequências que terminam com as
TIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não
letras GRT, nessa ordem, e começam com as quatro vogais. se inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento
Dentre essas 24, a sequência AEIOGRT é a primeira delas, se Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três comissões
forem listadas alfabeticamente. A sequência IOAEGRT ocupa- citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comissões de Edu-
ria, nessa listagem alfabética, a posição de número cação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas comissões
A) 11. de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se ins-
B) 13. creveu em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
C) 17. res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
D) 22. A) 15.
E) 23. B) 21.
C) 18.
A_ _ _ GRT P3=3!=6 D) 27.
E) 16.
E_ _ _ GRT P3=3!=6
IA_ _GRT P2=2!=2
7 vereadores se inscreveram nas 3.
IE_ _GRT P2=2!=2 APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12
IOAEGRT-17ª da sequência não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos,
pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos três)
RESPOSTA: “C”. APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
19. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR – Portanto, 30-7-12-8=3
VUNESP/2012) Um restaurante possui pratos principais e indi- Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.
viduais. Cinco dos pratos são com peixe, 4 com carne verme-
lha, 3 com frango, e 4 apenas com vegetais. Alberto, Bianca e
Carolina pretendem fazer um pedido com três pratos princi-
pais individuais, um para cada. Alberto não come carne ver-
melha nem frango, Bianca só come vegetais, e Carolina só não
come vegetais. O total de pedidos diferentes que podem ser
feitos atendendo as restrições alimentares dos três é igual a
A) 384.
B) 392.
C) 396.
D) 416. Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
E) 432.
RESPOSTA: “C”.

100
MATEMÁTICA

22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos 46 A) 15.


técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 deles B) 29.
também estão aptos para classificar processos e os demais es- C) 52.
tão aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que D) 46.
estão aptos para atender ao público, mas não são capazes de E) 40.
arquivar documentos. Dentre esses últimos técnicos mencio-
nados, 4 deles também são capazes de classificar processos. O diagrama mostra o número de atletas que ganharam
Sabe-se que aqueles que classificam processos são, ao todo, medalhas.
27 técnicos. Considerando que todos os técnicos que execu- No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por
tam essas três tarefas foram citados anteriormente, eles so- ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-
mam um total de -se por 3.
A) 58.
B) 65. Intersecções:
C) 76.
6 ∙ 2 = 12
D) 53. 1∙2=2
E) 95. 4∙2=8
3∙3=9
15 técnicos arquivam e classificam !
46-15=31 arquivam e atendem Somando as outras:
4 classificam e atendem 2+5+8+12+2+8+9=46
Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8
RESPOSTA: “D”.

24. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE


NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que formam
o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do número 3,
menores que 31?
A) 9
B) 10
C) 11
D) 12
E) 13
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}

10 elementos
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “B”.
23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARIFADO I
– FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atletas da de- 25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
legação de um país nos jogos universitários por medalha con- NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sabendo
quistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas que ! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
delegação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não A) {1;2;3}
ganhou mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, B) {0;3}
bronze). De acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da C) {0;1;2;3;5}
delegação desse país ganharam, cada um, apenas uma meda- D) {3;5}
lha de ouro. E) {0;3;5}

A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemen-


to de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}.

RESPOSTA: “E”.

26. (TJ/BA – ANAISTA JUDICIARIO – BANCO DE DADOS


– FAPERP/2012) Foi realizada uma pesquisa, com um grupo
A análise adequada do diagrama permite concluir correta- de pessoas, envolvendo a preferência por até duas marcas de
mente que o número de medalhas conquistadas por esse país carros dentre as marcas C1, C2 e C3. A pesquisa apresentou os
nessa edição dos jogos universitários foi de seguintes dados:

101
MATEMÁTICA

-59 preferem a marca C1


40 preferem a marca C2
-50 preferem a marca C3.
-17 preferem as marcas C1 e C2.
-12 preferem as marcas C1 e C3
-23 preferem as marcas C2 e C3
-49 não preferem nenhuma das três marcas.

O número de pessoas que preferem apenas a marca C2


é igual a
A) 0
B) 15 A+B+C=90
C) 25. Simpatiza com as três: 10
D) 40. Não simpatizam com nenhuma 20
90+10+20 =120 pessoas
Como têm 160 pessoas:
X+Y+Z=160-120=40 pessoas
Portanto, a quantidade de sócios que simpatizam com
pelo menos 2 são 40 (dos sócios que simpatizam com duas
pessoas) + 10 (simpatizam com três)=50

RESPOSTA: “D”.

28. (EBSERH/HU-UFS/SE - TECNÓLOGO EM RADIOLO-


GIA - AOCP /2014) Em uma pequena cidade, circulam apenas
dois jornais diferentes. O jornal A e o jornal B. Uma pesquisa
O número de pessoas que preferem apenas a marca C2 realizada com os moradores dessa cidade mostrou que 33% lê
é zero. o jornal A, 45% lê o jornal B, e 7% leem os jornais A e B. Sendo
assim, quantos porcentos não leem nenhum dos dois jornais?
RESPOSTA: “A”. A) 15%
B) 25%
C) 27%
27. (TJ/PE – OFICIAL DE JUSTIÇA – JUDICIÁRIO E ADMI- D) 29%
NISTRATIVO – FCC/2012) Em um clube com 160 associados, E) 35%
três pessoas, A, B e C (não associados), manifestam seu in-
teresse em participar da eleição para ser o presidente deste
clube. Uma pesquisa realizada com todos os 160 associados
revelou que

− 20 sócios não simpatizam com qualquer uma destas


pessoas.

− 20 sócios simpatizam apenas com a pessoa A.

− 40 sócios simpatizam apenas com a pessoa B.

− 30 sócios simpatizam apenas com a pessoa C. 26+7+38+x=100


x=100-71
− 10 sócios simpatizam com as pessoas A, B e C. x=29%

A quantidade de sócios que simpatizam com pelo menos RESPOSTA: “D”.


duas destas pessoas é
A) 20.
B) 30.
C) 40.
D) 50.
E) 60.

102
INFORMÁTICA BÁSICA

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática.......................................... 01


Sistema Operacional Windows (XP/7/8). ....................................................................................................................................................... 23
Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática.......................................... 44
Uso dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. .......................................................................................................................................................... 45
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão.......................................................................................................................................................................................... 51
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet.................................................................................................................................................................112
Conceito de software livre. ................................................................................................................................................................................150
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC........................................................................................................................153
Cópia de segurança (backup): Conceitos. ...................................................................................................................................................158
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores...............................................................................................................................160
INFORMÁTICA BÁSICA

MAINFRAMES
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO
DE HARDWARE E SOFTWARE EM AMBIENTE
DE MICROINFORMÁTICA.

HISTÓRICO

Os primeiros computadores construídos pelo homem


foram idealizados como máquinas para processar números
(o que conhecemos hoje como calculadoras), porém, tudo
era feito fisicamente.
Existia ainda um problema, porque as máquinas pro-
cessavam os números, faziam operações aritméticas, mas
depois não sabiam o que fazer com o resultado, ou seja,
eram simplesmente máquinas de calcular, não recebiam
instruções diferentes e nem possuíam uma memória. Até
então, os computadores eram utilizados para pouquíssi-
mas funções, como calcular impostos e outras operações.
Os computadores de uso mais abrangente apareceram
logo depois da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desen- Os computadores podem ser classificados pelo porte.
volveram ― secretamente, durante o período ― o primei- Basicamente, existem os de grande porte ― mainframes
ro grande computador que calculava trajetórias balísticas. ― e os de pequeno porte ― microcomputadores ― sen-
A partir daí, o computador começou a evoluir num ritmo do estes últimos divididos em duas categorias: desktops ou
cada vez mais acelerado, até chegar aos dias de hoje. torres e portáteis (notebooks, laptops, handhelds e smar-
tphones).
Código Binário, Bit e Byte Conceitualmente, todos eles realizam funções internas
idênticas, mas em escalas diferentes.
O sistema binário (ou código binário) é uma repre- Os mainframes se destacam por ter alto poder de pro-
sentação numérica na qual qualquer unidade pode ser cessamento, muita capacidade de memória e por controlar
demonstrada usando-se apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é atividades com grande volume de dados. Seu custo é bas-
a única linguagem que os computadores entendem. Cada tante elevado. São encontrados, geralmente, em bancos,
um dos dígitos utilizados no sistema binário é chamado de grandes empresas e centros de pesquisa.
Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e representa
a menor unidade de informação do computador. CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
Os computadores geralmente operam com grupos de
bits. Um grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode A classificação de um computador pode ser feita de
ser usado na representação de caracteres, como uma letra diversas maneiras. Podem ser avaliados:
(A-Z), um número (0-9) ou outro símbolo qualquer (#, %, • Capacidade de processamento;
*,?, @), entre outros. • Velocidade de processamento;
Assim como podemos medir distâncias, quilos, tama- • Capacidade de armazenamento das informações;
nhos etc., também podemos medir o tamanho das infor- • Sofisticação do software disponível e compatibi-
mações e a velocidade de processamento dos computa- lidade;
dores. A medida padrão utilizada é o byte e seus múltiplos, • Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Pro-
conforme demonstramos na tabela abaixo: cessing Uni), Unidade Central de Processamento.

TIPOS DE MICROCOMPUTADORES

Os microcomputadores atendem a uma infinidade de


aplicações. São divididos em duas plataformas: PC (compu-
tadores pessoais) e Macintosh (Apple).
Os dois padrões têm diversos modelos, configurações
e opcionais. Além disso, podemos dividir os microcompu-
tadores em desktops, que são os computadores de mesa,
com uma torre, teclado, mouse e monitor e portáteis, que
podem ser levados a qualquer lugar.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

DESKTOPS Sistema de Processamento de Dados

São os computadores mais comuns. Geralmente dis- Quando falamos em “Processamento de Dados” trata-
põem de teclado, mouse, monitor e gabinete separados mos de uma grande variedade de atividades que ocorre
fisicamente e não são movidos de lugar frequentemente, tanto nas organizações industriais e comerciais, quanto na
uma vez que têm todos os componentes ligados por cabos. vida diária de cada um de nós.
São compostos por: Para tentarmos definir o que seja processamento de
• Monitor (vídeo) dados temos de ver o que existe em comum em todas es-
• Teclado tas atividades. Ao analisarmos, podemos perceber que em
• Mouse todas elas são dadas certas informações iniciais, as quais
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memó- chamamos de dados.
rias, drives, disco rígido (HD), modem, portas USB etc. E que estes dados foram sujeitos a certas transforma-
ções, com as quais foram obtidas as informações.
PORTÁTEIS O processamento de dados sempre envolve três fases
essenciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da
Os computadores portáteis possuem todas as partes Informação.
integradas num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e Para que um sistema de processamento de dados fun-
gabinete em uma única peça. Os computadores portáteis cione ao contento, faz-se necessário que três elementos
começaram a aparecer no início dos anos 80, nos Estados funcionem em perfeita harmonia, são eles:
Unidos e hoje podem ser encontrados nos mais diferen-
tes formatos e tamanhos, destinados a diferentes tipos de Hardware
operações. Hardware é toda a parte física que compõe o sistema
de processamento de dados: equipamentos e suprimentos
LAPTOPS tais como: CPU, disquetes, formulários, impressoras.

Também chamados de notebooks, são computadores Software


portáteis, leves e produzidos para serem transportados fa- É toda a parte lógica do sistema de processamento de
cilmente. Os laptops possuem tela, geralmente de Liquid dados. Desde os dados que armazenamos no hardware, até
Crystal Display (LCD), teclado, mouse (touchpad), disco os programas que os processam.
rígido, drive de CD/DVD e portas de conexão. Seu nome
vem da junção das palavras em inglês lap (colo) e top (em Peopleware
cima), significando “computador que cabe no colo de qual- Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles
quer pessoa”. que usam a informática como um meio para a sua ativi-
dade fim), programadores e analistas de sistemas (aqueles
NETBOOKS que usam a informática como uma atividade fim).
Embora não pareça, a parte mais complexa de um sis-
São computadores portáteis muito parecidos com o tema de processamento de dados é, sem dúvida o People-
notebook, porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais ware, pois por mais moderna que sejam os equipamentos,
baratos e não possuem drives de CD/ DVD. por mais fartos que sejam os suprimentos, e por mais inte-
ligente que se apresente o software, de nada adiantará se
PDA as pessoas (peopleware) não estiverem devidamente trei-
nadas a fazer e usar a informática.
É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e O alto e acelerado crescimento tecnológico vem apri-
também são conhecidos como palmtops. São computado- morando o hardware, seguido de perto pelo software.
res pequenos e, geralmente, não possuem teclado. Para a Equipamentos que cabem na palma da mão, softwares que
entrada de dados, sua tela é sensível ao toque. É um assis- transformam fantasia em realidade virtual não são mais
tente pessoal com boa quantidade de memória e diversos novidades. Entretanto ainda temos em nossas empresas
programas para uso específico. pessoas que sequer tocaram algum dia em um teclado de
computador.
SMARTPHONES Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relaciona-
mento entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente
São telefones celulares de última geração. Possuem processamento da informação, sucateando e subutilizando
alta capacidade de processamento, grande potencial de equipamentos e softwares. Isto pode ser vislumbrado, so-
armazenamento, acesso à Internet, reproduzem músicas, bretudo nas instituições públicas.
vídeos e têm outras funcionalidades.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

POR DENTRO DO GABINETE Devido à complexidade das motherboards, da sofisti-


cação dos sistemas operacionais e do crescente aumento
do clock, o chipset é o conjunto de CIs (circuitos integra-
dos) mais importante do microcomputador. Fazendo uma
analogia com uma orquestra, enquanto o processador é o
maestro, o chipset seria o resto!

• BIOS

O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico


de entrada e saída, é a primeira camada de software do
micro, um pequeno programa que tem a função de “iniciar”
Identificaremos as partes internas do computador, lo- o microcomputador. Durante o processo de inicialização, o
calizadas no gabinete ou torre: BIOS é o responsável pelo reconhecimento dos componen-
tes de hardware instalados, dar o boot, e prover informa-
• Motherboard (placa-mãe) ções básicas para o funcionamento do sistema.
• Processador O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a
• Memórias utilização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix,
• Fonte de Energia Hurd, BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS
• Cabos que estão descritos os elementos necessários para ope-
• Drivers racionalizar o Hardware, possibilitando aos diversos S.O.
• Portas de Entrada/Saída acesso aos recursos independe de suas características es-
pecíficas.
MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)

É uma das partes mais importantes do computador. A


motherboard é uma placa de circuitos integrados que ser-
ve de suporte para todas as partes do computador. O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de al- EPROM (Erased Programmable Read Only Memory). É um
guma maneira, seja por cabos ou por meio de barramentos. tipo de memória “não volátil”, isto é, desligando o com-
A placa mãe é desenvolvida para atender às caracte- putador não há a perda das informações (programas) nela
rísticas especificas de famílias de processadores, incluindo contida. O BIOS é contem 2 programas: POST (Power On
até a possibilidade de uso de processadores ainda não Self Test) e SETUP para teste do sistema e configuração dos
lançados, mas que apresentem as mesmas características parâmetros de inicialização, respectivamente, e de funções
previstas na placa. básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo Sis-
A placa mãe é determinante quanto aos componentes tema Operacional.
que podem ser utilizados no micro e sobre as possibilida- Quando inicializamos o sistema, um programa chama-
des de upgrade, influenciando diretamente na performan- do POST conta a memória disponível, identifica dispositi-
ce do micro. vos plug-and-play e realiza uma checagem geral dos com-
ponentes instalados, verificando se existe algo de errado
Diversos componentes integram a placa-mãe, como: com algum componente. Após o término desses testes, é
• Chipset emitido um relatório com várias informações sobre o hard-
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao micro- ware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil
computador que gerenciam praticamente todo o funciona- e rápida de verificar a configuração de um computador.
mento da placa-mãe (controle de memória cache, DRAM, Para paralisar a imagem tempo suficiente para conseguir
controle do buffer de dados, interface com a CPU, etc.). ler as informações, basta pressionar a tecla “pause/break”
O chipset é composto internamente de vários outros do teclado.
pequenos chips, um para cada função que ele executa. Há Caso seja constatado algum problema durante o POST,
um chip controlador das interfaces IDE, outro controlador serão emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro en-
das memórias, etc. Existem diversos modelos de chipsets, contrado. Por isso, é fundamental a existência de um alto-
cada um com recursos bem diferentes. falante conectado à placa mãe.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de PROCESSADOR


memória com tecnologia flash. Memórias que podem ser
atualizadas por software e também não perdem seus da-
dos quando o computador é desligado, sem necessidade
de alimentação permanente.
As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix.
50% dos micros utilizam BIOS AMI.

• Memória CMOS

CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor)


é uma memória formada por circuitos integrados de bai-
xíssimo consumo de energia, onde ficam armazenadas as
informações do sistema (setup), acessados no momento
do BOOT. Estes dados são atribuídos na montagem do mi- O microprocessador, também conhecido como proces-
crocomputador refletindo sua configuração (tipo de win- sador, consiste num circuito integrado construído para rea-
chester, números e tipo de drives, data e hora, configura- lizar cálculos e operações. Ele é a parte principal do com-
ções gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo putador, mas está longe de ser uma máquina completa por
armazenados na CMOS enquanto houver alimentação da si só: para interagir com o usuário é necessário memória,
bateria interna. Algumas alterações no hardware (troca e/ dispositivos de entrada e saída, conversores de sinais, entre
ou inclusão de novos componentes) podem implicar na al- outros.
teração de alguns desses parâmetros. É o processador quem determina a velocidade de pro-
Muitos desses itens estão diretamente relacionados cessamento dos dados na máquina. Os primeiros modelos
com o processador e seu chipset e portanto é recomen- comerciais começaram a surgir no início dos anos 80.
dável usar os valores default sugerido pelo fabricante da
BIOS. Mudanças nesses parâmetros pode ocasionar o tra-
• Clock Speed ou Clock Rate
vamento da máquina, intermitência na operação, mau fun-
É a velocidade pela qual um microprocessador execu-
cionamento dos drives e até perda de dados do HD.
ta instruções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções
uma CPU pode executar por segundo.
• Slots para módulos de memória
Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória
processador. Porém, alguns computadores têm uma “cha-
eram encaixados (ou até soldados) diretamente na placa
ve” que permite 2 ou mais diferentes velocidades de clock.
mãe, um a um. O agrupamento dos chips de memória em
módulos (pentes), inicialmente de 30 vias, e depois com 72 Isto é útil porque programas desenvolvidos para trabalhar
e 168 vias, permitiu maior versatilidade na composição dos em uma máquina com alta velocidade de clock podem não
bancos de memória de acordo com as necessidades das trabalhar corretamente em uma máquina com velocidade
aplicações e dos recursos financeiros disponíveis. de clock mais lenta, e vice versa. Além disso, alguns com-
Durante o período de transição para uma nova tecno- ponentes de expansão podem não ser capazes de trabalhar
logia é comum encontrar placas mãe com slots para mais a alta velocidade de clock.
de um modelo. Atualmente as placas estão sendo pro-
duzidas apenas com módulos de 168 vias, mas algumas Assim como a velocidade de clock, a arquitetura inter-
comportam memórias de mais de um tipo (não simulta- na de um microprocessador tem influência na sua perfor-
neamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. mance. Dessa forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de
clock não necessariamente trabalham igualmente. Enquan-
• Clock to um processador Intel 80286 requer 20 ciclos para multi-
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que plicar 2 números, um Intel 80486 (ou superior) pode fazer
gera um pulso elétrico. A função do clock é sincronizar to- o mesmo cálculo em um simples ciclo. Por essa razão, estes
dos os circuitos da placa mãe e também os circuitos inter- novos processadores poderiam ser 20 vezes mais rápido
nos do processador para que o sistema trabalhe harmoni- que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
camente. mesma. Além disso, alguns microprocessadores são supe-
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são me- rescalar, o que significa que eles podem executar mais de
didos pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz uma instrução por ciclo.
(Hz). 1 MHz é igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Nor- Como as CPUs, os barramentos de expansão também
malmente os processadores são referenciados pelo clock têm a sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocida-
ou frequência de operação: Pentium IV 2.8 MHz. des de clock da CPU e dos barramentos fossem a mesma
para que um componente não deixe o outro mais lento. Na
prática, a velocidade de clock dos barramentos é mais lenta
que a velocidade da CPU.

4
INFORMÁTICA BÁSICA

• Overclock Esses são os processadores fabricados pela INTEL, em-


Overclock é o aumento da frequência do processador presa que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos tam-
para que ele trabalhe mais rapidamente. bém alguns concorrentes famosos dessa marca, tais como
A frequência de operação dos computadores domésti- NEC, Cyrix e AMD; sendo que atualmente apenas essa últi-
cos é determinada por dois fatores: ma marca mantém-se fazendo frente aos lançamentos da
INTEL no mercado. Por exemplo, um modelo muito popular
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida de 386 foi o de 40 MHz, que nunca foi feito pela INTEL, cujo
também como velocidade de barramento, que nos compu- 386 mais veloz era de 33 MHz, esse processador foi obra
tadores Pentium pode ser de 50, 60 e 66 MHz. da AMD. Desde o lançamento da linha Pentium, a AMD foi
obrigada a criar também novas denominações para seus
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2,
que permite ao processador trabalhar internamente a uma K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron)
velocidade maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os e os mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.
outros periféricos do computador (memória RAM, cache L2,
placa de vídeo, etc.) continuam trabalhando na velocidade MEMÓRIAS
de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha
com velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador
de 2,5x. Fazendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o proces-
sador trabalha a 166 MHz, mas se comunica com os demais
componentes do micro a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exem-
plo acima), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simples-
mente aumentando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x.
Caso a placa-mãe permita, pode-se usar um barramento de
75 ou até mesmo 83 MHz (algumas placas mais modernas
suportam essa velocidade de barramento). Neste caso, man-
tendo o multiplicador de clock de 2,5x, o Pentium 166 po- Vamos chamar de memória o que muitos autores de-
deria trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208 MHz (2,5 x 83). nominam memória primária, que é a memória interna do
As frequências de barramento e do multiplicador podem ser computador, sem a qual ele não funciona.
alteradas simplesmente através de jumpers de configuração A memória é formada, geralmente, por chips e é uti-
da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mes- lizada para guardar a informação para o processador num
ma. O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe determinado momento, por exemplo, quando um progra-
pode criar problemas caso algum periférico (como memória ma está sendo executado.
RAM, cache L2, etc.) não suporte essa velocidade. As memórias ROM (Read Only Memory - Memória So-
Quando se faz um overclock, o processador passa a mente de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Me-
trabalhar a uma velocidade maior do que ele foi projetado, mória de Acesso Randômico) ficam localizadas junto à pla-
fazendo com que haja um maior aquecimento do mesmo. ca-mãe. A ROM são chips soldados à placa-mãe, enquanto
Com isto, reduz-se a vida útil do processador de cerca de a RAM são “pentes” de memória.
20 para 10 anos (o que não chega a ser um problema já
que os processadores rapidamente se tornam obsoletos). FONTE DE ENERGIA
Esse aquecimento excessivo pode causar também frequen-
tes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante o
seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um
cooler (ventilador que fica sobre o processador para redu-
zir seu aquecimento) de qualidade e, em alguns casos, uma
pasta térmica especial que é passada diretamente sobre a
superfície do processador.
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou
quad, essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do
processador, onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). É um aparelho que transforma a corrente de eletricida-
Nos modelos DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que de alternada (que vem da rua), em corrente contínua, para
proporciona uma execução de duas instruções efetivamen- ser usada nos computadores. Sua função é alimentar todas
te ao mesmo tempo, embora isto não aconteça o tempo as partes do computador com energia elétrica apropriada
todo. Basta uma instrução precisar de um dado gerado por para seu funcionamento.
sua “concorrente” que a execução paralela torna-se inviável, Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por
tendo uma instrução que esperar pelo término da outra. Os meio de cabos coloridos com conectores nas pontas.
modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadruplicado.

5
INFORMÁTICA BÁSICA

CABOS São as portas do computador nas quais se conectam


todos os periféricos. São utilizadas para entrada e saída de
dados. Os computadores de hoje apresentam normalmen-
te as portas USB, VGA, FireWire, HDMI, Ethernet e Modem.
Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao com-
putador por meio dessas Portas: modem, monitor, pen dri-
ve, HD externo, scanner, impressora, microfone, Caixas de
som, mouse, teclado etc.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante


Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro usadas, como as portas paralelas (impressoras e scan-
do gabinete: podem ser de energia ou de dados e co- ners) e as portas PS/2(mouses e teclados).
nectam dispositivos, como discos rígidos, drives de CDs e
DVDs, LEDs (luzes), botão liga/desliga, entre outros, à pla- MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
ca-mãe. DE ARMAZENAMENTO
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE,
SATA, SATA2, energia e som. Memórias

DRIVERS Memória ROM

São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou re- No microcomputador também se encontram as me-
movíveis - de armazenamento de dados, nos quais a in- mórias definidas como dispositivos eletrônicos responsá-
formação é gravada por meio digital, ótico, magnético ou veis pelo armazenamento de informações e instruções uti-
mecânico. lizadas pelo computador.
Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD,
os drives de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em
antigos ainda apresentam drives de disquetes, que são que os dados não se perdem quando o computador é des-
bem pouco usados devido à baixa capacidade de armaze- ligado. Este tipo de memória é ideal para guardar dados
namento. Todos os drives são ligados ao computador por da BIOS (Basic Input/Output System - Sistema Básico de
meio de cabos. Entrada/Saída) da placa-mãe e outros dispositivos.

PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA Os tipos de ROM usados atualmente são:

• Electrically-Erasable Programmable Read-Only


Memory (Eeprom)
É um tipo de PROM que pode ser apagada simples-
mente com uma carga elétrica, podendo ser, posteriormen-
te, gravada com novos dados. Depois da NVRAM é o tipo
de memória ROM mais utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)


Também conhecida como flash RAM ou memória flash,
a NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os
dados quando desligada. Este tipo de memória é o mais
usado atualmente para armazenar os dados da BIOS, não
só da placa-mãe, mas de vários outros dispositivos, como
modems, gravadores de CD-ROM etc.

6
INFORMÁTICA BÁSICA

É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado A memória cache é um tipo de memória de acesso
em memória flash que permite realizarmos upgrades de BIOS. rápido utilizada, exclusivamente, para armazenamento de
Na verdade essa não é exatamente uma memória ROM, já dados que provavelmente serão usados novamente.
que pode ser reescrita, mas a substitui com vantagens. Quando executamos algum programa, por exemplo,
parte das instruções fica guardada nesta memória para
• Programmable Read-Only Memory (Prom) que, caso posteriormente seja necessário abrir o programa
É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sendo novamente, sua execução seja mais rápida.
programada posteriormente. Uma vez gravados os dados, Atualmente, a memória cache já é estendida a outros
eles não podem ser alterados. Este tipo de memória é usado dispositivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos
em vários dispositivos, assim como em placas-mãe antigas. dados. Os processadores e os HDs, por exemplo, já utilizam
Memoria RAM este tipo de armazenamento.

DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO

Disco Rígido (HD)

Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso


aleatório onde são armazenados dados em tempo de pro-
cessamento, isto é, enquanto o computador está ligado e,
também, todas as informações que estiverem sendo executa-
das, pois essa memória é mantida por pulsos elétricos. Todo
conteúdo dela é apagado ao desligar-se a máquina, por isso é
O disco rígido é popularmente conhecido como HD
chamada também de volátil.
(Hard Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também,
O módulo de memória é um componente adicionado à
de memória, mas ao contrário da memória RAM, quando o
placa-mãe. É composto de uma série de pequenos circuitos
computador é desligado, não perde as informações.
integrados, chamados chip de RAM. A memória pode ser O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para
aumentada, de acordo com o tipo de equipamento ou das armazenamento de informações indispensável ao funcio-
necessidades do usuário. O local onde os chips de memória namento do computador. É nele que ficam guardados to-
são instalados chama-se SLOT de memória. dos os dados e arquivos, incluindo o sistema operacional.
A memória ganhou melhor desempenho com versões Geralmente é ligado à placa-mãe por meio de um cabo,
mais poderosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâmi- que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2.
ca), EDO (Extended Data Out - Saída Estendida Dados), entre
outras, que proporcionam um aumento no desempenho de HD Externo
10% a 30% em comparação à RAM tradicional. Hoje, as me-
mórias mais utilizadas são do tipo DDR2 e DDR3.

Memória Cache

Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta


capacidade de armazenamento, chegando facilmente à
casa dos Terabytes. Eles, normalmente, funcionam a partir
de qualquer entrada USB do computador.

7
INFORMÁTICA BÁSICA

As grandes vantagens destes dispositivos são: O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do lei-
• Alta capacidade de armazenamento; tor ótico que, na verdade, para o olho humano, apresenta
• Facilidade de instalação; uma cor violeta azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi
• Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qual- retirado do nome por fins jurídicos, já que muitos países
quer lugar sem necessidade de abrir o computador. não permitem que se registre comercialmente uma palavra
CD, CD-R e CD-RW comum. O Blu-Ray foi introduzido no mercado no ano de
2006.
O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década
de 80 e é hoje um dos meios mais populares de armazenar Pen Drive
dados digitalmente.
Sua composição é geralmente formada por quatro ca-
madas:
• Uma camada de policarbonato (espécie de plásti-
co), onde ficam armazenados os dados
• Uma camada refletiva metálica, com a finalidade
de refletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os É um dispositivo de armazenamento de dados em me-
rótulos mória flash e conecta-se ao computador por uma porta
Na camada de gravação existe uma grande espiral que USB. Ele combina diversas tecnologias antigas com baixo
tem um relevo de partes planas e partes baixas que repre- custo, baixo consumo de energia e tamanho reduzido, gra-
sentam os bits. Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a ças aos avanços nos microprocessadores. Funciona, ba-
informação. Temos hoje, no mercado, três tipos principais sicamente, como um HD externo e quando conectado ao
de CDs: computador pode ser visualizado como um drive. O pen
drive também é conhecido como thumbdrive (por ter o ta-
1. CD comercial
manho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdri-
(que já vem gravado com música ou dados)
ve (por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível.
2. CD-R
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)
CDs, ou seja, armazenar dados para serem transportados,
3. CD-RW
porém, com uma capacidade maior, chegando a 256 GB.
(que pode ter seus dados apagados e regravados)
Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca
de 700 MB ou 80 minutos de música. Cartão de Memória

DVD, DVD-R e DVD-RW

O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é


hoje o formato mais comum para armazenamento de vídeo
digital. Foi inventado no final dos anos 90, mas só se popu-
larizou depois do ano 2000. Assim como o CD, é composto
por quatro camadas, com a diferença de que o feixe de
laser que lê e grava as informações é menor, possibilitando
uma espiral maior no disco, o que proporciona maior capa- Assim como o pen drive, o cartão de memória é um
cidade de armazenamento. tipo de dispositivo de armazenamento de dados com me-
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo mória flash, muito encontrado em máquinas fotográficas
R de gravação única e RW que possibilita a regravação de digitais e aparelhos celulares smartphones.
dados. A capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas
ou 4,7 GB de dados, existindo ainda um tipo de DVD cha- e nos telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos,
mado Dual Layer, que contém duas camadas de gravação, ringtones, endereços, números de telefone etc.
cuja capacidade de armazenamento chega a 8,5 GB. O cartão de memória funciona, basicamente, como o
pen drive, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparen-
Blu-Ray te no dispositivo e é bem mais compacto.

O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia Os formatos mais conhecidos são:
entre 25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas • Memory Stick Duo
camadas de gravação. • SD (Secure Digital Card)
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD • Mini SD
e DVD comuns, com a diferença de que o feixe de laser • Micro SD
usado para leitura é ainda menor que o do DVD, o que
possibilita armazenagem maior de dados no disco.

8
INFORMÁTICA BÁSICA

OS PERIFÉRICOS É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada


Os periféricos são partes extremamente importantes dos de dados no computador.
computadores. São eles que, muitas vezes, definem sua aplicação. Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi
pouco alterado. Possui teclas representando letras, núme-
Entrada ros e símbolos, bem como teclas com funções específicas
São dispositivos que possuem a função de inserir dados (F1... F12, ESC etc.).
ao computador, por exemplo: teclado, scanner, caneta óptica,
leitor de código de barras, mesa digitalizadora, mouse, micro- Câmera Digital
fone, joystick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera fotográfica digital,
câmera de vídeo, webcam etc.

Mouse

É utilizado para selecionar operações dentro de uma tela Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes
apresentada. Seu movimento controla a posição do cursor na fotográficos. As imagens são capturadas e gravadas numa
tela e apenas clicando (pressionando) um dos botões sobre o memória interna ou, ainda, mais comumente, em cartões
que você precisa, rapidamente a operação estará definida. de memória.
O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias Ma-
O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos
cintosh e Windows, tornando-se indispensável para a utilização
é o JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao compu-
do microcomputador.
tador por meio de um cabo ou, nos computadores mais
modernos, colocando-se o cartão de memória diretamente
Touchpad
no leitor.

Câmeras de Vídeo

As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são


Existem alguns modelos diferentes de mouse para notebooks, também aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras
como o touchpad, que é um item de fábrica na maioria deles. de vídeo digitais ligam-se ao microcomputador por meio
É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a mes- de cabos de conexão e permitem levar a ele as imagens em
ma funcionalidade do mouse. Para movimentar o cursor na movimento e alterá-las utilizando um programa de edição
tela, passa-se o dedo levemente sobre a área do touchpad. de imagens. Existe, ainda, a possibilidade de transmitir as
imagens por meio de placas de captura de vídeo, que po-
Teclado dem funcionar interna ou externamente no computador.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Webcam

É uma câmera de vídeo que capta imagens e as trans-


fere instantaneamente para o computador. A maioria delas
não tem alta resolução, já que as imagens têm a finalidade
Scanner de serem transmitidas a outro computador via Internet, ou
seja, não podem gerar um arquivo muito grande, para que
possam ser transmitidas mais rapidamente.
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate
-papo) com suporte para webcam. Os participantes podem
conversar e visualizar a imagem um do outro enquanto
conversam. Nos laptops e notebooks mais modernos, a câ-
mera já vem integrada ao computador.

Saída

São dispositivos utilizados para saída de dados do


computador, por exemplo: monitor, impressora, projetor,
caixa de som etc.
É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à
memória do computador uma imagem desenhada, pintada Monitor
ou fotografada. Ele é formado por minúsculos sensores fo-
toelétricos, geralmente distribuídos de forma linear. Cada É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão)
linha da imagem é percorrida por um feixe de luz. Ao mes- que tem a função de exibir a saída de dados.
mo tempo, os sensores varrem (percorrem) esse espaço e A qualidade do que é mostrado na tela depende da
armazenam a quantidade de luz refletida por cada um dos resolução do monitor, designada pelos pontos (pixels - Pic-
pontos da linha. ture Elements), que podem ser representados na sua su-
A princípio, essas informações são convertidas em car- perfície.
gas elétricas que, depois, ainda no scanner, são transforma- Todas as imagens que você vê na tela são compostas
das em valores numéricos. O computador decodifica esses de centenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels).
números, armazena-os e pode transformá-los novamente Quanto mais pixels, maior a resolução e mais detalhada
em imagem. Após a imagem ser convertida para a tela, será a imagem na tela. Uma resolução de 640 x 480 signi-
pode ser gravada e impressa como qualquer outro arquivo. fica 640 pixels por linha e 480 linhas na tela, resultando em
Existem scanners que funcionam apenas em preto e 307.200 pixels.
branco e outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, A placa gráfica permite que as informações saiam do
os sensores passam apenas uma vez por cada ponto da computador e sejam apresentadas no monitor. A placa
imagem. Os aparelhos de fax possuem um scanner desse determina quantas cores você verá e qual a qualidade dos
tipo para captar o documento. Para capturar as cores é pre- gráficos e imagens apresentadas.
ciso varrer a imagem três vezes: uma registra o verde, outra Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou
o vermelho e outra o azul. seja, apresentavam apenas uma cor e suas tonalidades,
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou mostrando os textos em branco ou verde sobre um fun-
menor definição. Isso é determinado pelo número de pon- do preto. Depois, surgiram os policromáticos, trabalhando
tos por polegada (ppp) que os sensores fotoelétricos po- com várias cores e suas tonalidades.
dem ler. As capacidades variam de 300 a 4800 ppp. Alguns A tecnologia utilizada nos monitores também tem
modelos contam, ainda, com softwares de reconhecimento acompanhado o mercado de informática. Procurou-se re-
de escrita, denominados OCR. duzir o consumo de energia e a emissão de radiação ele-
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para tromagnética. Outras inovações, como controles digitais,
os scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de tela plana e recursos multimídia contribuíram nas mudan-
supermercados, para ler os códigos de barras dos produtos ças.
vendidos.

10
INFORMÁTICA BÁSICA

Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays A impressora jato de tinta forma imagens lançando a
Tube (CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo prin- tinta diretamente sobre o papel, produzindo os caracteres
cípio da TV), em que um canhão dispara por trás o feixe de como se fossem contínuos. Imprime sobre papéis especiais
luz e a imagem é mostrada no vídeo. Uma grande evolu- e transparências e são bastante versáteis. Possuem fontes
ção foi o surgimento de uma tela especial, a Liquid Crystal (tipos de letras) internas e aceitam fontes via software. Tam-
Display (LCD) - Tela de Cristal Líquido. bém preparam documentos em preto e branco e possuem
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por mi- cartuchos de tinta independentes, um preto e outro colorido.
núsculos cristais líquidos na formação dos feixes de luz até
a montagem dos pixels. Com este recurso, pode-se aumen- Impressora Laser
tar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade
da imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo cam-
po de visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos mo-
vimentos de vídeo
Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ga-
nhando força no mercado, o LED. A principal diferença en-
tre LED x LCD está diretamente ligado à tela. Em vez de
células de cristal líquido, os LED possuem diodos emissores As impressoras a laser apresentam elevada qualidade de
de luz (Light Emitting Diode) que fornecem o conjunto de impressão, aliada a uma velocidade muito superior. Utilizam
luzes básicas (verde, vermelho e azul). Eles não aquecem folhas avulsas e são bastante silenciosas.
para emitir luz e não precisam de uma luz branca por trás, Possuem fontes internas e também aceitam fontes via
o que permite iluminar apenas os pontos necessários na software (dependendo da quantidade de memória). Algu-
tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia. mas possuem um recurso que ajusta automaticamente as
A definição de cores também é superior, principalmen- configurações de cor, eliminando a falta de precisão na im-
te do preto, que possui fidelidade não encontrada em ne- pressão colorida, podendo atingir uma resolução de 1.200
nhuma das demais tecnologias disponíveis no mercado. dpi (dots per inch - pontos por polegada).
Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED
também pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma Impressora a Cera
polegada de espessura. Isso resultado num monitor de de-
sign mais agradável e bem mais leve. Categoria de impressora criada para ter cor no impresso
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam com qualidade de laser, porém o custo elevado de manu-
o tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não tenção aliado ao surgimento da laser colorida fizeram essa
deram continuidade à produção dos equipamentos com tecnologia ser esquecida. A ideia aqui é usar uma sublimação
tubo de imagem. de cera (aquela do lápis de cera) para fazer impressão.
Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geral-
mente, 13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando Plotters
com imagens, cores, movimentos e animações multimídia,
sentiu-se a necessidade de produzir telas maiores.
Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes
formatos e tamanhos. As televisões mais modernas apre-
sentam uma entrada VGA ou HDMI, para que computado-
res sejam conectados a elas.

Impressora Jato de Tinta

Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter,


que é uma impressora destinada a imprimir desenhos em
Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet grandes dimensões, com elevada qualidade e rigor, como
(como também são chamadas), são as mais populares do plantas arquitetônicas, mapas cartográficos, projetos de en-
mercado. Silenciosas, elas oferecem qualidade de impres- genharia e grafismo, ou seja, a impressora plotter é destinada
são e eficiência. às artes gráficas, editoração eletrônica e áreas de CAD/CAM.

11
INFORMÁTICA BÁSICA

Vários modelos de impressora plotter têm resolução de • I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo de
300 dpi, mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por pole- I/O, os quais serão colocados no barramento de dados.
gada, permitindo imprimir, aproximadamente, 20 páginas por • Bus request - Indica que um módulo pede controle do
minuto (no padrão de papel utilizado em impressoras a laser). barramento do sistema.
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com lar- • Reset - Inicializa todos os módulos
gura de até três metros (são usadas em empresas que impri-
mem grandes volumes e utilizam vários formatos de papel). Todo barramento é implementado seguindo um con-
junto de regras de comunicação entre dispositivos conhe-
Projetor cido como BUS STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO
DE BARRAMENTO, que vem a ser um padrão que qualquer
É um equipamento muito utilizado em apresentações dispositivo que queira ser compatível com este barramen-
multimídia. to deva compreender e respeitar. Mas um ponto sempre é
Antigamente, as informações de uma apresentação eram im- certeza: todo dispositivo deve ser único no acesso ao bar-
pressas em transparências e ampliadas num retroprojetor, mas, com ramento, porque os dados trafegam por toda a extensão
o avanço tecnológico, os projetores têm auxiliado muito nesta área. da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura de
Quando conectados ao computador, esses equipamentos dados seria o caos para o funcionamento do computador.
reproduzem o que está na tela do computador em dimensões Os barramentos têm como principais vantagens o fato
ampliadas, para que várias pessoas vejam ao mesmo tempo. de ser o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os
periféricos, o que barateia o projeto do computador. Outro
Entrada/Saída ponto positivo é a versatilidade, tendo em vista que toda
São dispositivos que possuem tanto a função de inserir placa sempre tem alguns slots livres para a conexão de no-
dados, quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen drive, vas placas que expandem as possibilidades do sistema.
modem, CD-RW, DVD-RW, tela sensível ao toque, impressora A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de
multifuncional, etc. engarrafamentos pelo uso da mesma via por muitos perifé-
ricos, o que vem a prejudicar a vazão de dados (troughput).
IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser Dispositivos conectados ao barramento
classificada como periférico de Entrada/Saída, pois sua princi- • Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o
pal característica é a de realizar os papeis de impressora (Saída) acesso ao barramento para leitura ou escrita de dados
e scanner (Entrada) no mesmo dispositivo.
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente
obedecem à requisição do mestre.
BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS
Exemplo:
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escre-
Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são
va um bloco de dados.
conjuntos de fios que normalmente estão presentes em todas
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo.
as placas do computador.
Na verdade existe barramento em todas as placas de produ-
tos eletrônicos, porém em outros aparelhos os técnicos referem- Barramentos Comerciais
se aos barramentos simplesmente como o “impresso da placa”.
Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem a co- Serão listados aqui alguns barramentos que foram e
municação entre todos os dispositivos do computador: UCP, me- alguns que ainda são bastante usados comercialmente.
mória, dispositivos de entrada e saída e outros. Os sinais típicos en-
contrados no barramento são: dados, clock, endereços e controle. ISA – Industry Standard Architeture
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade de
serem levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localização
para onde os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como sín-
cronos, pois os dispositivos são obrigados a seguir uma sin-
cronia de tempo para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos envolvi-
dos na transmissão do barramento se a operação em curso
é de escrita, leitura, reset ou outra qualquer. Alguns sinais de
controle são bastante comuns:
• Memory Write - Causa a escrita de dados do barramento
de dados no endereço especificado no barramento de endereços.
• Memory Read - Causa dados de um dado endereço es- Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo
pecificado pelo barramento de endereço a ser posto no bar- PC-AT. Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-
ramento de dados. compatíveis. Era um barramento único para todos os com-
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados serem ponentes do computador, operando com largura de 16 bits
enviados para uma porta de saída (dispositivo de I/O). e com clock de 8 MHz.

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INFORMÁTICA BÁSICA

PCI – Peripheral Components Interconnect Esse barramento permite que uma placa controladora
gráfica AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI.
O Chip controlador AGP substitui o controlador de E/S do
barramento PCI. O novo conjunto AGP continua com fun-
ções herdadas do PCI. O conjunto faz a transferência de
dados entre memória, o processador e o controlador ISA,
tudo, simultaneamente.
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela por-
ta gráfica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM,
eliminando a necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na
própria placa para armazenar grandes arquivos de bits
como mapas e textura.
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-
mãe que usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse
chipset foi o primeiro a ter suporte ao AGP. A principal van-
tagem desse barramento é o uso de uma maior quantidade
de memória para armazenamento de texturas para objetos
tridimensionais, além da alta velocidade no acesso a essas
PCI é um barramento síncrono de alta performance, texturas para aplicação na tela.
indicado como mecanismo entre controladores altamen- O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que pro-
te integrados, plug-in placas, sistemas de processadores/ porciona uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além
memória. disso, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por se-
Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plu- gundo quando operando no esquema de velocidade X1, e
g-and-play. a 532 MB quando no esquema de velocidade 2X. Existem
Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o pro- também as versões 4X, 8X e 16X. Geralmente, só se en-
cessador PENTIUM da Intel. Assim o novo processador contra um único slot nas placas-mãe, visto que o AGP só
realmente foi revolucionário, pois chegou com uma série interessa às placas de vídeo.
de inovações e um novo barramento. O PCI foi definido
com o objetivo primário de estabelecer um padrão da in- PCI Express
dústria e uma arquitetura de barramento que ofereça baixo
custo e permita diferenciações na implementação.

Componente PCI ou PCI master


Funciona como uma ponte entre processador e barra-
mento PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI
estão conectados.

- Add-in cards interface


Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São
gerenciados pelo PCI master e são totalmente programá-
veis.

AGP – Advanced Graphics Port


Na busca de uma solução para algumas limitações dos
barramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha
no barramento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Tra-
ta-se de um padrão que proporciona altas taxas de transfe-
rência de dados entre o computador em si e um dispositivo,
por exemplo, entre a placa-mãe e uma placa de vídeo 3D.
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que
permite o uso de uma ou mais conexões seriais, também
chamados de lanes para transferência de dados. Se um
determinado dispositivo usa um caminho, então diz-se que
esse utiliza o barramento PCI Express 1X; se utiliza 4 lanes ,
sua denominação é PCI Express 4X e assim por diante. Cada
lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe e envia dados.
Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8 bits por
vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express

13
INFORMÁTICA BÁSICA

1X consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo, Interface Serial


um valor bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse
barramento trabalha com até 16X, o equivalente a 4000 MB Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta in-
por segundo. A tabela abaixo mostra os valores das taxas terface no passado já conectou até impressoras. Sua carac-
do PCI Express comparadas às taxas do padrão AGP: terística fundamental é que os bits trafegam em fila, um
por vez, isso torna a comunicação mais lenta, porém o cabo
do dispositivo pode ser mais longo, alguns chegam até a
AGP PCI Express
10 metros de comprimento. Isso é útil para usar uma baru-
AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por lhenta impressora matricial em uma sala separada daquela
segundo segundo onde o trabalho acontece.
As velocidades de comunicação dessa interface variam
AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por de 25 bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na par-
segundo segundo te externa do gabinete, essas interfaces são representadas
por conectores DB-9 ou DB-25 machos.
AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB
segundo por segundo
PCI Express 16X: 4000 MB
 
por segundo

É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado


e, devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express
2X de PCI Express 1X.
Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode represen-
tar também taxas de transferência de dados de 500 MB por
segundo.
A Intel é uma das grandes precursoras de inovações
tecnológicas.
No início de 2001, em um evento próprio, a empresa
mostrou a necessidade de criação de uma tecnologia capaz
Interface Paralela
de substituir o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Ge-
neration I/O – 3ª geração de Entrada e Saída). Em agosto
Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa
desse mesmo ano, um grupo de empresas chamado de
interface transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits
PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD
em paralelo existe um RISCo de interferência na corrente
e Microsoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
elétrica dos condutores que formam o cabo. Por esse moti-
Entre os quesitos levantados nessas especificações,
vo os cabos de comunicação desta interface são mais cur-
estão os que se seguem: suporte ao barramento PCI, pos-
tos, normalmente funcionam muito bem até a distância de
sibilidade de uso de mais de uma lane, suporte a outros
1,5 metro, embora exista no mercado cabos paralelos de
tipos de conexão de plataformas, melhor gerenciamento
até 3 metros de comprimento. A velocidade de transmissão
de energia, melhor proteção contra erros, entre outros.
desta porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encon-
Esse barramento é fortemente voltado para uso em
trada na forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impres-
subsistemas de vídeo.
soras, normalmente, os conectores paralelos são conheci-
dos como interface centronics.
Interfaces – Barramentos Externos

Os barramentos circulam dentro do computador, co-


brem toda a extensão da placa-mãe e servem para co-
nectar as placas menores especializadas em determinadas
tarefas do computador. Mas os dispositivos periféricos
precisam comunicarem-se com a UCP, para isso, historica-
mente foram desenvolvidas algumas soluções de conexão
tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passando ainda
por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente
funcionavam com determinado periférico e de determina-
do fabricante.

14
INFORMÁTICA BÁSICA

USB – Universal Serial Bus Conectores USB 3.0


A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então, foi
passando por várias revisões. As mais populares são as versões Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz
1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é respeito ao conector. Os conectores de ambos são bastante
capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s parecidos, mas não são iguais.
(megabits por segundo), enquanto que a segunda pode ofere-
cer até 480 Mb/s. Conector USB 3.0 A
Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido,
afinal, 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia
segundo. No entanto, acredite, a evolução da tecnologia acaba USB 3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os cabos
fazendo com que velocidades muito maiores sejam necessárias. USB 2.0 utilizam apenas 4. Isso acontece para que o padrão
Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à novo possa suportar maiores taxas de transmissão de dados.
Assim, os conectores do USB 3.0 possuem contatos para es-
internet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz com
tes fios adicionais na parte do fundo. Caso um dispositivo
que as pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos, mú-
USB 2.0 seja utilizado, este usará apenas os contatos da parte
sicas, fotos e jogos em alta definição. Some a isso ao fato de
frontal do conector. As imagens a seguir mostram um conec-
ser cada vez mais comum o surgimento de dispositivos como
tor USB 3.0 do tipo A:
smartphones e câmeras digitais que atendem a essas necessi-
dades. A consequência não poderia ser outra: grandes volumes
de dados nas mãos de um número cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro
de 2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da deman-
da que está por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias
como o FireWire ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB
3.0 tem como principal característica a capacidade de oferecer
taxas de transferência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por
segundo). Mas não é só isso...

O que é USB 3.0?

Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque o


padrão precisou evoluir para atender novas necessidades. Mas, Estrutura interna de um conector USB 3.0 A
no que consiste exatamente esta evolução? O que o USB 3.0
tem de diferente do USB 2.0? A principal característica você já
sabe: a velocidade de até 4,8 Gb/s (5 Gb/s, arredondando), que
corresponde a cerca de 600 megabytes por segundo, dez vezes
mais que a velocidade do USB 2.0. Nada mal, não?

Conector USB 3.0 A

Você deve ter percebido que é possível conectar disposi-


Símbolo para dispositivos USB 3.0 tivos USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é compa-
tível com as versões anteriores. Fabricantes também podem
Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimentação fazer dispositivos USB 3.0 compatíveis com o padrão 2.0, mas
elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, enquanto que neste caso a velocidade será a deste último. E é claro: se você
o novo padrão pode suportar 900 miliampéres. Isso significa quer interconectar dois dispositivos por USB 3.0 e aproveitar
que as portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos que con- a sua alta velocidade, o cabo precisa ser deste padrão.
somem mais energia (como determinados HDs externos, por
exemplo, cenário quase impossível com o USB 2.0). Conector USB 3.0 B
É claro que o USB 3.0 também possui as características que
fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como Plug and Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 tam-
Play (plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de um bém conta com conectores diferenciados para se adequar a
dispositivo na mesma porta, hot-swappable (capacidade de co- determinados dispositivos. Um deles é o conector do tipo B,
nectar e desconectar dispositivos sem a necessidade de desligá utilizado em aparelhos de porte maior, como impressoras ou
-los) e compatibilidade com dispositivos nos padrões anteriores. scanners, por exemplo.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB rística tornaria a tecnologia cara e de fabricação mais com-
3.0 possui uma área de contatos adicional na parte supe- plexa. A solução encontrada para dar viabilidade ao padrão
rior. Isso significa que nela podem ser conectados tantos foi a adoção de mais fios. Além daqueles utilizados no USB
dispositivos  USB 2.0 (que aproveitam só a parte inferior) 2.0, há também os seguintes: StdA_SSRX- e StdA_SSRX+
quanto USB 3.0. No entanto, dispositivos 3.0 não poderão para recebimento de dados, StdA_SSTX- e StdA_SSTX+ para
ser conectados em portas B 2.0: envio, e GND_DRAIN como “fio terra” para o sinal.
O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma va-
riação (USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais
para alimentação elétrica e outro associado a este que ser-
ve como “fio terra”, permitindo o fornecimento de até 1000
miliampéres a um dispositivo.
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite defi-
nido, no entanto, testes efetuados por algumas entidades
especialistas (como a empresa Cable Wholesale) recomen-
dam, no máximo, até 3 metros para total aproveitamento
da tecnologia, mas esta medida pode variar de acordo com
as técnicas empregadas na fabricação.
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB
Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org 3.0 faz esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre
dispositivos conectados, é possível o envio e o recebimen-
Micro-USB 3.0 to simultâneo de dados. No USB 2.0, é possível apenas um
tipo de atividade por vez.
O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no con-
exemplo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0 trole do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a
- com nome de micro-USB B -, passou a contar com uma máquina na qual os dispositivos são conectados, se comu-
área de contatos adicional na lateral, o que de certa forma nica com os aparelhos de maneira assíncrona, aguardando
diminui a sua praticidade, mas foi a solução encontrada estes indicarem a necessidade de transmissão de dados.
para dar conta dos contatos adicionais: No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa contínua”, onde
o host necessita enviar sinais constantemente para saber
qual deles necessita trafegar informações.
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tan-
to o host quanto os dispositivos conectados podem entrar
em um estado de economia em momentos de ociosidade.
Além disso, no USB 2.0, os dados transmitidos acabam indo
do host para todos os dispositivos conectados. No USB 3.0,
essa comunicação ocorre somente com o dispositivo de
destino.

Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org Em determinados equipamentos, especialmente lap-
tops, é comum encontrar, por exemplo, duas portas USB
Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotan- 2.0 e uma USB 3.0. Quando não houver nenhuma descrição
do a cor azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e, identificando-as, como saber qual é qual? Pela cor existen-
algumas vezes, nos cabos destes. Note, no entanto, que é te no conector.
essa não é uma regra obrigatória, portanto, é sempre con- Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa par-
veniente prestar atenção nas especificações do produto te dos fabricantes segue a recomendação de identificar os
antes de adquiri-lo. conectores USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal
como informado anteriormente. Nas portas USB 2.0, por
Sobre o funcionamento do USB 3.0 sua vez, os conectores são pretos ou, menos frequente-
mente, brancos.
Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9
fios, enquanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), USB 3.1: até 10 Gb/s
D+, D- e GND. O primeiro é o responsável pela alimentação
elétrica, o segundo e o terceiro são utilizados na transmis- Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especifica-
são de dados, enquanto que o quarto atua como “fio terra”. ções finais do  USB 3.1  (também chamado deSuperSpeed
No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de USB 10 Gbps), uma variação do USB 3.0 que se propõe a
dados em alta velocidade fez com que, no início, fosse con- oferecer taxas de transferência de dados de até 10 Gb/s (ou
siderado o uso de fibra óptica para este fim, mas tal caracte- seja, o dobro).

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar Suas principais vantagens:
taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal, • São similares ao padrão USB;
há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do
de monitores de vídeo que são conectados ao computador via micro (hot-plugable);
porta USB, por exemplo. • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso por porta);
de nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essen- • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
cialmente, está no uso de um método de codificação de dados • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
mais eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de disposi-
significantemente mais cara. tivo, etc;
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores • Totalmente Digital (sem a necessidade de converso-
e cabos das especificações anteriores, assim como com dispo- res analógico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
sitivos baseados nestas versões. • Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexí-
Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica: vel, barato e simples;
o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de • Como é um barramento serial, permite conexão bem
energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser facilitada, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessi-
alimentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs ex- dade de conexão ao micro (somente uma ponta é conec-
ternos são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo tada no micro).
destes dispositivos?
A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de
equipamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao haver distorções no sinal, porém, restringindo a velocida-
mercado no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados. de do barramento podem-se alcançar maiores distâncias
Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados de cabo (até 14 metros). Lembrando que esses valores são
Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novida- para distâncias “ENTRE PERIFÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO
DE TRANSCEIVERS (com transceivers a previsão é chegar a
de para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até
até 70 metros usando fibra ótica).
agora, pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte
O barramento firewire permite a utilização de dispo-
um cabo à entrada a partir de qualquer lado.
sitivos de diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200
Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou
Mb/s) no mesmo barramento.
pendrive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e
O suporte a esse barramento está nativamente em
somente então percebe que o conectou incorretamente? Com
Macs, e em PCs através de placas de expansão específicas
o novo conector, este problema será coisa do passado: qual-
ou integradas com placas de captura de vídeo ou de som.
quer lado fará o dispositivo funcionar. Os principais usos que estão sendo direcionados a essa
Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante interface, devido às características listadas, são na área de
aos conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal multimídia, especialmente na conexão de dispositivos de
como estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões vídeo (placas de captura, câmeras, TVs digitais, setup bo-
reduzidas, o que facilitará a sua adoção em smartphones, ta- xes, home theather, etc).
blets e outros dispositivos móveis.
Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo
uso de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será
possível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
A USB.org promete liberar mais informações sobre esta
novidade em meados de 2014.

Firewire
O barramento firewire, também conhecido como IEEE
1394 ou como i.Link, é um barramento de grande volume de INTERFACE DE VIDEO
transferência de dados entre computadores, periféricos e al-
guns produtos eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido ini- Conector VGA (Video Graphics Array)
cialmente pela Apple como um barramento serial de alta ve-
locidade, mas eles estavam muito à frente da realidade, ainda Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão
mais com, na época, a alternativa do barramento USB que já presentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monito-
possuía boa velocidade, era barato e rapidamente integrado res CRT (Cathode Ray Tube) e também em alguns modelos
no mercado. Com isso, a Apple, mesmo incluindo esse tipo de que usam a tecnologia LCD, além de não ser raro encontrá
conexão/portas no Mac por algum tempo, a realidade “de fato”, -los em placas de vídeos (como não poderia deixar de ser).
era a não existência de utilidade para elas devido à falta de peri- O conector desse padrão, cujo nome é D-Sub, é composto
féricos para seu uso. Porém o desenvolvimento continuou, sen- por três “fileiras” de cinco pinos. Esses pinos são conecta-
do focado principalmente pela área de vídeo, que poderia tirar dos a um cabo cujos fios transmitem, de maneira indepen-
grandes proveitos da maior velocidade que ele oferecia. dente, informações sobre as cores vermelha (red), verde

17
INFORMÁTICA BÁSICA

(green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e Conector DVI-D


sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a
estes últimos aspectos: frequência horizontal consiste no Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com
número de linhas da tela que o monitor consegue “preen- conectores VGA, precisa converter o sinal que recebe para
cher” por segundo. Assim, se um monitor consegue varrer digital. Esse processo faz com que a qualidade da imagem
60 mil linhas, dizemos que sua frequência horizontal é de diminua. Como o DVI trabalha diretamente com sinais di-
60 KHz. Frequência vertical, por sua vez, consiste no tempo gitais, não é necessário fazer a conversão, portanto, a qua-
em que o monitor leva para ir do canto superior esquerdo lidade da imagem é mantida. Por essa razão, a saída DVI
da tela para o canto inferior direito. Assim, se a frequên- é ótima para ser usada em monitores LCD, DVDs, TVs de
cia horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão plasma, entre outros.
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical É necessário frisar que existe mais de um tipo de co-
indica a quantidade de vezes que a tela toda é percorrida nector DVI:
por segundo. Se é percorrida, por exemplo, 56 vezes por DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém ofe-
segundo, dizemos que a frequência vertical do monitor é rece qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
de 56 Hz. DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digi-
tal. É também mais comum que seu similar, justamente por
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui ser usado em placas de vídeo;
pinos faltantes. Não se trata de um defeito: embora os co- DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI
nectores VGA utilizem um encaixe com 15 pinos, nem to- -A como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
dos são usados. Há ainda conectores DVI que trabalham com as espe-
cificações Single Link e Dual Link. O primeiro suporta reso-
luções de até 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até
2048x1536, em ambos os casos usando uma frequência de
60 Hz.
O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI
é composto, basicamente, por quatro pares de fios trança-
dos, sendo um par para cada cor primária (vermelho, verde
e azul) e um para o sincronismo. Os conectores, por sua
vez, variam conforme o tipo do DVI, mas são parecidos en-
tre si, como mostra a imagem a seguir:

Conector e placa de vídeo com conexão VGA

Conector DVI (Digital Video Interface)

Os conectores DVI  são bem mais recentes e propor-


cionam qualidade de imagem superior, portanto, são con-
siderados substitutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, Atualmente, praticamente todas as  placas de vídeo  e
conforme indica seu nome, as informações das imagens monitores são compatíveis com DVI. A tendência é a de
podem ser tratadas de maneira totalmente digital, o que que o padrão VGA caia, cada vez mais, em desuso.
não ocorre com o padrão VGA.
Conector S-Video (Separated Video)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Padrão S-Video A conexão do Component Video é feita através de um


cabo com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado
Para entender o  S-Video, é melhor compreender, pri- pela cor verde, outro é indicado pela cor azul e o terceiro
meiramente, outro padrão: o  Compost Video, mais conhe- é indicado pela cor vermelha, em um esquema conhecido
cido como  Vídeo Composto. Esse tipo utiliza conectores do como  Y-Pb-Pr  (ou  Y-Cb-Cr). O primeiro (de cor verde), é
tipo  RCA  e é comumente encontrado em TVs, aparelhos de responsável pela transmissão do vídeo em preto e branco,
DVD, filmadoras, entre outros. isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais conectores
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem trabalham com os dados das cores e com o sincronismo.
uso de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e ca- Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez
nal direito) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmen- mais comum em placas de vídeo. No entanto, alguns mo-
te faz parte do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um delos são  também  compatíveis com Vídeo Componente.
para a transmissão da imagem e outro que atua como “terra”. Nestes casos, o encaixe que fica na placa pode ser do tipo
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três que aceita sete pinos (pode haver mais). Mas, para ter cer-
fios: um transmite imagem em preto e branco; outro transmite teza dessa compatibilidade, é necessário consultar o ma-
imagens em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção nual do dispositivo.
que faz com que o S-Video receba essa denominação, assim Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador
como é essa uma das características que faz esse padrão ser usando o Component Video, é necessário utilizar um cabo
melhor que o Vídeo Composto. especial (geralmente disponível em lojas especializadas):
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhe- uma de suas extremidades contém os conectores Y-Pb-Pr,
cido como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado enquanto a outra possui um encaixe único, que deve ser
em mouses do tipo PS/2). Também é possível encontrar co- inserido na placa de vídeo.
nexões S-Video de sete pinos, o que indica que o dispositivo
também pode contar com Vídeo Componente (visto adiante). MONITOR DE VÍDEO
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI O monitor é um dispositivo de saída do computador,
com S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os cuja função é transmitir informação ao utilizador através
três tipos na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV da imagem.
um vídeo armazenado em seu computador, basta usar a cone- Os monitores são classificados de acordo com a
xão S-Video, desde que a televisão seja compatível com esse tecnologia de amostragem de vídeo utilizada na for-
conector, é claro. mação da  imagem. Atualmente, essas tecnologias são
três: CRT , LCD e plasma. À superfície do monitor sobre a
qual se projecta a imagem chamamos tela, ecrã ou écran.

Tecnologias
CRT

Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA

Component Video (Vídeo Componente)


O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado
em computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, Monitor CRT da marca LG.
para atividades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de
aparelhos de DVD e em televisores de alta definição (HDTV - raios catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela
High-Definition Television), sendo um dos preferidos para sis- é repetidamente atingida por um feixe de  elétrons, que
temas de home theater. Isso ocorre justamente pelo fato de o atuam no material fosforescente que a reveste, assim for-
Vídeo Componente oferecer excelente qualidade de imagem. mando as imagens.
Este tipo de monitor tem como principais vantagens:
• longa vida útil;
• baixo custo de fabricação;
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar
em diversas resoluções, sem que ocorram grandes distor-
Component Video ções na imagem).

19
INFORMÁTICA BÁSICA

As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: • o contraste não é muito bom como nos monitores
• suas dimensões (um monitor CRT de 20  polega- CRT ou de Plasma, assim a imagem fica com menos de-
das pode ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de finição, este aspecto vem sendo atenuado com os novos
20 kg); paineis com iluminação por  leds  e a fidelidade de cores
• o consumo elevado de energia; nos monitores que usam paineis do tipo TN (monitores co-
• seu efeito de cintilação (flicker); e muns) são bem ruins, os monitores com paineis IPS, mais
• a possibilidade de emitir radiação que está fora raros e bem mais caros, tem melhor fidelidade de cores,
do espectro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de chegando mais proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
longos períodos de exposição. Este último problema é mais • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cris-
frequentemente constatado em monitores e televisores an- tal líquido da tela do monitor for danificado e ficar exposto
tigos e desregulados, já que atualmente a composição do ao ar, pode emitir alguns compostos tóxicos, tais como o
vidro que reveste a tela dos monitores detém a emissão óxido de zinco e o sulfeto de zinco; este será um problema
dessas radiações. quando alguns dos monitores fabricados hoje em dia che-
• Distorção geométrica. garem ao fim de sua vida útil (estimada em 20 anos).
• ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, dife-
LCD rente de um monitor CRT, apresenta limitação com relação
ao ângulo em que a imagem pode ser vista sem distorção.
Isto era mais sensível tempos atrás quando os monitores
LCDs eram de tecnologia passiva, mas atualmente apresen-
tam valores melhores em torno de 160º.
Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda
de monitores e televisores LCD vem crescendo bastante.

Principais características técnicas


Para a especificação de um monitor de vídeo, as carac-
terísticas técnicas mais relevantes são:
• Luminância;
• Tamanho da tela;
• Tamanho do ponto;
• Temperatura da cor;
• Relação de contraste;
Um monitor de cristal líquido.
• Interface (DVI ou VGA, usualmente);
• Frequência de sincronismo horizontal;
LCD (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de • Frequência de sincronismo vertical;
cristal líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a • Tempo de resposta; e
tela é composta por cristais que são polarizados para gerar • Frequência de atualização da imagem
as cores.
Tem como vantagens: LED
• O baixo consumo de energia; Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o
• As dimensões e peso reduzidas; mesmo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação
• A não-emissão de radiações nocivas; LED. Ao invés de uma única luz branca que incide sobre
• A capacidade de formar uma imagem praticamen- toda a superfície da tela, encontra-se um painel com mi-
te perfeita, estável, sem cintilação, que cansa menos a vi- lhares de pequenas luzes coloridas que acendem de forma
são - desde que esteja operando na resolução nativa; independente. Em outras palavras, aplica-se uma tecnolo-
As maiores desvantagens são: gia similar ao plasma a uma tela de LCD.
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tende-
rá a impactar cada vez menos no custo final do produto, à KIT MULTIMÍDIA
medida que o mesmo se for popularizando); Multimídia nada mais é do que a combinação de textos,
• o fato de que, ao trabalhar em uma resolução dife- sons e vídeos utilizados para apresentar informações de
rente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD uti- maneira que, antes somente imaginávamos, praticamente
liza vários artifícios de composição de imagem que acabam dando vida às suas apresentação comerciais e pessoais. A
degradando a qualidade final da mesma; e multimídia mudou completamente a maneira como as pes-
• o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o soas utilizam seus computadores.
que confere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que
não apresentando desta forma um preto real similar aos compõem a parte física (hardwares) do computador rela-
oferecidos nos monitores CRTs; cionados a áudio e som do sistema operacional.
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma
placa de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par
de caixas acústicas.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas por-
tas paralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e,
como tal, tem um desempenho superior em relação às por-
tas série. No caso desta norma, são enviados 8 bits de cada
vez, o que faz com que a sua capacidade de transmisssão
atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada para ligar impres-
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em soras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.
termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às Porta USB (Universal Serial Bus)
quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc- Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, In-
tamente ligados à motherboard . tel, Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir co-
Estas portas ou canais de comunicação podem ser:
nectar periféricos por fora da caixa do computador, sem
* Porta Dim
a necessidade de instalar placas e reconfigurar o sistema.
* Porta PS/2
Computadores equipados com USB vão permitir que os
* Porta série
periféricos sejam automaticamente configurados assim
* Porta Paralela
que estejam conectados fisicamente, sem a necessidade de
* Porta USB
reboot ou programas de setup. O número de acessórios
* Porta FireWire
ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso
Porta DIM um periférico de expansão.
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o com-
os teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por putador ligado. O barramento USB promete acabar com os
exemplo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia problemas de IRQs e DMAs.
só uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais O padrão suportará acessórios como controles de mo-
recentes, os teclados são ligados às portas PS/2. nitor, acessórios de áudio, telefones, modems, teclados,
mouses, drives de CD ROM, joysticks, drives de fitas e dis-
quetes, acessórios de imagem como scanners e impresso-
ras. A taxa de dados de 12 megabits/s da USB vai acomo-
dar uma série de periféricos avançados, incluindo produtos
baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e interfaces
de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital Net-
work) e PBXs digital.

Porta PS/2
Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
através destes conectores. Nas motherboards actuais existem
duas portas deste tipo.
Porta Série
A saída série de um computador geralmente está localiza-
da na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins como, por
exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um rato série, uma
plotter, uma impressora e outros periféricos. As portas cujas fichas
têm 9 ou 25 pinos são também designadas de COM1 e COM2. As
motherboards possuem uma ou duas portas deste tipo.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Porta FireWire Os Arquivos


A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo
nome, que representa um padrão de comunicações recen- O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo
te e que tem várias características em comum como o USB, sistema operacional para organizar e controlar os arquivos.
mas traz a vantagem de ser muito mais rápido, permitindo Um arquivo é uma coleção de dados gravados com um
transferências a 400 Mbps e, pela norma IEEE 1394b, irá nome lógico chamado “nomedoarquivo” (filename). Toda
permitir a transferência de dados a velocidades a partir de informação que o computador armazena está na forma de
800 Mbps. arquivos.
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de
amovíveis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, tele- programas, dados, texto, imagens e assim por diante. A
visões, impressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . maneira que um sistema operacional organiza as informa-
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire ções em arquivos é chamada sistema de arquivos.
podem ser conectados e desconectados com o computa- A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de
dor ligado. arquivo hierárquico em que os arquivos são organizados
em diretórios sob a estrutura de uma árvore. O início do
FAX/MODEM sistema de diretório é chamado diretório raiz.

Funções do Sistema Operacional

Não importa o tamanho ou a complexidade do com-


putador: todos os sistemas operacionais executam as mes-
mas funções básicas.
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sis-
tema operacional cria uma estrutura de arquivos no disco
rígido (hard disk), de forma que os dados dos usuários pos-
Placa utilizada para conecção internet pela linha disca- sam ser armazenados e recuperados. Quando um arquivo
da (DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de é armazenado, o sistema operacional o salva, atribuindo a
transmissão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 ele um nome e local, para usá-lo no futuro.
bits).Usa interface PCI. - Gerenciador de aplicações: quando um usuário re-
quisita um programa (aplicação), o sistema operacional lo-
O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT- caliza-o e o carrega na memória RAM.
WARES Quando muitos programas são carregados, é trabalho
do sistema operacional alocar recursos do computador e
Um sistema operacional (SO) é um programa (softwa- gerenciar a memória.
re) que controla milhares de operações, faz a interface en-
tre o usuário e o computador e executa aplicações. Programas Utilitários do Sistema Operacional
Basicamente, o sistema operacional é executado quan-
do ligamos o computador. Atualmente, os computadores Suporte para programas internos (vulto-in): os progra-
já são vendidos com o SO pré-instalado. mas utilitários são os programas que o sistema operacional
Os computadores destinados aos usuários individuais, usa para se manter e se reparar. Estes programas ajudam
chamados de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema a identificar problemas, encontram arquivos perdidos, re-
operacional projetado para pequenos trabalhos. Um SO param arquivos danificados e criam cópias de segurança
é projetado para controlar as operações dos programas, (backup).
como navegadores, processadores de texto e programas Controle do hardware: o sistema operacional está
de e-mail. situado entre os programas e o BIOS (Basic Input/Output
Com o desenvolvimento dos processadores, os com- System - Sistema Básico de Entrada/Saída).
putadores tornaram-se capazes de executar mais e mais O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os pro-
instruções por segundo. Estes avanços possibilitaram aos gramas que necessitam de recursos do hardware devem,
sistemas operacionais executar várias tarefas ao mesmo primeiramente, passar pelo sistema operacional que, por
tempo. Quando um computador necessita permitir usuá- sua vez, pode alcançar o hardware por meio do BIOS ou
rios simultâneos e trabalhos múltiplos, os profissionais da dos drivers de dispositivos.
tecnologia de informação (TI) procuram utilizar computa- Todos os programas são escritos para um sistema
dores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais operacional específico, o que os torna únicos para cada
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários um. Explicando: um programa feito para funcionar no
comuns usam. Windows não funcionará no Linux e vice-versa.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

Termos Básicos
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
Para compreender do que um sistema operacional é (XP/7/8).
capaz, é importante conhecer alguns termos básicos. Os
termos abaixo são usados frequentemente ao comparar ou
descrever sistemas operacionais:
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP
programas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositi-
vos, como a impressora. O Windows XP (o XP utilizado no nome vêm da palavra
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional eXPerience), que inicialmente foi chamado de Windows
em executar mais de um programa ao mesmo tempo. Whistler, e que sucede o Windows Me e também o
• Multiprocessamento: permite que um computa- Windows 2000.
dor tenha duas ou mais unidades centrais de processa- O WinXP possui duas versões: o Windows XP Home
mento (CPU) que compartilhem programas. Edition (que substitui o Windows Me) e o Windows XP
• Multithreading: capacidade de um programa Professional Edition (que substitui o Windows 2000
ser quebrado em pequenas partes podendo ser car- Professional).
regadas conforme necessidade do sistema operacional.
Multithreading permite que os programas individuais Iniciando o Windows
sejam multitarefa. Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é
tela de logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar
Tipos de Sistemas Operacionais o computador.
Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows
Atualmente, quase todos os sistemas operacionais efetuará o Logon (entrada no sistema) e nos apresentará
são multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. a área de trabalho:
Os mais utilizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e
o Linux.
O Windows é hoje o sistema operacional mais popu-
lar que existe e é projetado para funcionar em PCs e para
ser usado em CPUs compatíveis com processadores Intel e
AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados
ao consumidor doméstico utilizam interfaces gráficas para
realizar a ponte máquina-homem.
As primeiras versões dos sistemas operacionais
foram construídas para serem utilizadas por somente
uma pessoa em um único computador. Com o decor-
rer do tempo, os fabricantes atenderam às necessidades
dos usuários e permitiram que seus softwares operassem
múltiplas funções com (e para) múltiplos usuários.

Sistemas Proprietários e Sistemas Livres

O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas


operacionais proprietários. Isto significa que é necessá- Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:
rio comprá-los ou pagar uma taxa por seu uso às com- • Ícones;
panhias que registraram o produto em seu nome e cobram • Barra de tarefas;
pelo seu uso. • O Botão iniciar.
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremen-
te e tem grande aceitação por parte dos profissionais Ícones
da área, uma vez que, por possuir o código aberto,
qualquer pessoa que entenda de programação pode Figuras que representam recursos do computador, um
contribuir com o processo de melhoria dele. ícone pode representar um texto, música, programa, fotos
Sistemas operacionais estão em constante evolução e etc. você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim
e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são como pode excluir. Alguns ícones são padrão do Windows:
usados em PDAs, celulares, laptops etc. • Meu Computador;
• Meus Documentos;
• Meus locais de Rede;
• Internet Explorer.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de tarefas Menu Iniciar

A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP,
neste momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou você pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se
ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas preferir, configurar o menu Iniciar para que tenha a aparência
janelas ou entre programas com rapidez e facilidade. das versões anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que barra de tarefas com o botão direito do mouse e selecione
você esteja criando um texto em um editor de texto e um de propriedades e então clique na guia menu Iniciar.
seus colegas lhe pede para você imprimir uma determinada Esta guia tem duas opções:
planilha que está em seu micro. - Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a
Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o e-mail e Internet, seus documentos, imagens e música e
arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir, aos programas usados recentemente, pois estas opções são
enquanto imprime você não precisa esperar que a planilha
exibidas ao se clicar no botão Iniciar. Esta configuração é uma
seja totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando
novidade do Windows XP.
e volte para o editor de textos, dando um clique no botão
- Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a
correspondente na Barra de tarefas e volte a trabalhar.
A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores aparência das versões antigas do Windows, como o Windows
ferramentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns ME, 98 e 95.
aplicativos e ver como ela se comporta.
Propriedades do menu Iniciar

Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro
O Botão Iniciar submenu, no qual aparecem todas as opções de programas.
Para entrar neste submenu, arraste o mouse em linha reta para
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. a direção em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá
Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros selecionar o aplicativo desejado. Para executar, por exemplo,
menus que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao o Paint, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção
ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com Acessórios. O submenu Acessórios será aberto. Então aponte
várias opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para Paint e dê um clique com o botão esquerdo do mouse.
para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis
em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre Logon e Logoff
um item com uma seta, será exibido outro menu. Abre uma janela onde você poderá optar por fazer logoff
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um ou mudar de usuário. Veja a função de cada um:
programa que estiver instalado no computador, ou fazer • Trocar usuário: Clicando nesta opção, os programas
alterações nas configurações do computador, localizar um que o usuário atual está usando não serão fechados, e uma ja-
arquivo, abrir um documento. nela com os nomes dos usuários do computador será exibida
para que a troca de usuário seja feita. Use esta opção na se-
guinte situação: Outro usuário vai usar o computador, mas de-
pois você irá continuar a usá-lo. Então o Windows não fechará
seus arquivos e programas, e quando você voltar ao seu usuá-
rio, a área de trabalho estará exatamente como você deixou.
• Fazer logoff: este caso é também para a troca de
usuário. A grande diferença é que, ao efetuar o logoff, todos
os programas do usuário atual serão fechados, e só depois
aparece a janela para escolha do usuário.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Desligando o Windows XP Meu Computador

Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é No Windows XP, tudo o que você tem dentro do
possível escolher entre três opções: computador - programas, documentos, arquivos de dados e
• Hibernar: Clicando neste botão, o Windows salvará o unidades de disco, por exemplo - torna-se acessível em um só
estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o local chamado Meu Computador.
computador. Desta forma, quando ele for ligado novamente, a Quando você inicia o Windows XP, o Meu computador
área de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, aparece como um ícone na parte esquerda da tela, ou Área de
com os programas e arquivos que você estava usando, abertos. Trabalho (opcional).
• Desativar: Desliga o Windows, fechando todos os pro- O Meu computador é a porta de entrada para o usuário
gramas abertos para que você possa desligar o computador navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM).
com segurança. Normalmente, nas empresas existem vários departamentos
• Reiniciar: Encerra o Windows e o reinicia. como administração, compras, estoque e outros. Para que os
arquivos de cada departamento não se misturem, utilizamos
o Meu computador para dividirmos o Disco em pastas que
organizam os arquivos de cada um dos departamentos. Em
casa, se mais de uma pessoa utiliza o computador, também
criaremos pastas para organizar os arquivos que cada um cria.

Exibir o conteúdo de uma pasta


Para você ter uma ideia prática de como exibir o conteúdo
de uma pasta (estas são utilizadas para organizar o disco
rígido, como se fossem gavetas de um armário), vamos, por
exemplo, visualizar o conteúdo de pasta Windows. Siga os
seguintes passos:
Acessórios do Windows
1. Dê um clique sobre a pasta correspondente ao disco
rígido (C:)
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios
2. será aberta uma janela com título correspondente ao
úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de
rótulo da unidade de disco rígido C:. Nesta janela aparecem as
imagens, jogos, ferramentas para melhorar a performance do
pastas correspondentes às “gavetas” existentes no disco rígido
computador, calculadora e etc.
Se fôssemos analisar cada acessório que temos, C:, bem como os ícones referentes aos arquivos gravados no
encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas “raiz” (pasta principal) da unidade C.
e importantes. Imagine que você está montando um manual para
ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa
do computador. Neste manual, com certeza você acrescentaria a
imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar
só a parte desejada, utilizaremos o Paint, que é um programa
para trabalharmos com imagens. As pessoas que trabalham com
criação de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de
Notas, que é um editor de texto muito simples. Assim, vimos
duas aplicações para dois acessórios diferentes.
A pasta acessória é acessível dando-se um clique no
botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos
os Programas e, no submenu que aparece, escolha Acessórios.

3. Dê um clique sobre a pasta Windows. Ela será aberta


como uma janela cujo título é Windows, mostrando todas as
pastas (“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta
Windows.

Criando pastas
Como já mencionado anteriormente, as pastas servem
para organizar o disco rígido. Para conseguirmos esta
organização, é necessário criarmos mais pastas e até mesmo
subpastas destas.

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Para criar uma pasta siga estes passos: Quando você aprendeu a usar o Meu Computador, você
1. Abra a pasta ou unidade de disco que deverá conter viu que, apesar da janela não aparecer dividida, você pode
a nova pasta que será criada. dividi-la clicando no ícone que fica na barra de ferramentas.
2. clique no menu Arquivo / Novo / Pasta. Outra formatação que serve tanto para o Meu
3. Aparecerá na tela uma Nova Pasta selecionada para Computador, quanto para o Windows Explorer é que você
que você digite um nome. pode escolher se deseja ou não exibir, do lado esquerdo da
4. Digite o nome e tecle ENTER janela, um painel que mostra as tarefas mais comuns para as
5. Pronto! A Pasta está criada. pastas e links que mostram outras partes do computador.
Clicando no menu Ferramentas e depois clicando em Opções
de pasta, a janela seguinte é apresentada:

Windows Explorer

O Windows Explorer tem a mesma função do Meu


Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar
com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão
e mudança no local dos arquivos. Enquanto o Meu
Computador traz como padrão a janela sem divisão, você
observará que o Windows Explorer traz a janela dividida
em duas partes. Mas tanto no primeiro como no segundo,
esta configuração pode ser mudada.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma
empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar
arquivos indesejáveis e muito mais.
Lixeira do Windows
Janela do Windows Explorer
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas encontra na Área de trabalho, como já mencionado, mas pode
localizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente ser acessada através do Windows Explorer. Se você estiver
útil para copiar e mover arquivos. trabalhando com janelas maximizadas, não conseguirá ver a
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: lixeira. Use o botão direito do mouse para clicar em uma área
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada vazia da Barra de Tarefas. Em seguida, clique em Minimizar
que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de todas as Janelas. Para verificar o conteúdo da lixeira, dê um
trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O clique sobre o ícone e surgirá a seguinte figura:
painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para abrir o
Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos
os Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer
ou clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse
e selecione a opção Explorar.
Preste atenção na Figura da página anterior que o painel
da esquerda na figura acima, todas as pastas com um sinal
de + (mais) indicam que contêm outras pastas. As pastas
que contêm um sinal de - (menos) indicam que já foram
expandidas (ou já estamos visualizando as subpastas).

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INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que Para Abrir o WordPad, localize o item Acessórios no Menu
o mesmo será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar Iniciar. Ao abrir o programa a seguinte janela será exibida:
um arquivo de texto vazio com o bloco de notas e salvá-lo
em Meus documentos, após isto, abra a pasta, e selecione
o arquivo recém-criado, e então pressione a tecla DELETE.
Surgirá uma caixa de dialogo como a figura a seguir:

Clique em SIM e então o arquivo será enviado para Lixeira.

Esvaziando a Lixeira Barra Padrão


Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamente Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para
os arquivos do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais as tarefas que executamos com mais frequência, tais como:
ser mais recuperados pelo Windows. Então, esvazie a Lixeira Abrir, salvar, Novo documento, imprimir e etc.
somente quando tiver certeza de que não precisa mais dos
arquivos ali encontrados.
1. Abra a Lixeira
2. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira.
Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la,
para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre o Funções dos botões:
ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto Esvaziar Lixeira. 1. Novo documento
2. Abrir documento
3. Salvar
4. Visualizar
5. Localizar (esmaecido)
6. Recortar (esmaecido)
7. Copiar (esmaecido)
8. Colar
9. Desfazer
10. Inserir Data/Hora

Barra de formatação
Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de
Formatação, ela é usada para alterar o tipo de letra (fonte),
tamanho, cor, estilo, disposição de texto e etc.
WordPad

O Windows traz junto dele um programa para edição de


textos. O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, Funções dos botões:
deixando-os com uma boa aparência. 1. Alterar fonte
Como mencionado no parágrafo anterior, o WordPad 2. Alterar tamanho da fonte
é um editor de textos que nos auxiliará na criação de vários 3. Lista de conjunto de caracteres do idioma
tipos de documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad 4. Negrito
é uma versão muito simplificada do Word. 5. Itálico
Os usuários do Word vão se sentir familiarizados, pois 6. Sublinhado
ele possui menus e barras de ferramentas similares. Porém o 7. Cor da fonte
Word tem um número muito maior de recursos. A vantagem 8. Texto alinhado á esquerda
do WordPad é que ele já vem com o Windows. Então, se você 9. Texto Centralizado
não tem em seu computador o Microsoft Word, poderá usar 10. Texto alinhado a direita
o WordPad na criação de seus textos. 11. Marcadores

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Formatando o texto Na janela de Propriedades do Disco, clique na guia


Para que possamos formatar (alterar a forma) de um Ferramentas:
texto todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de tudo Nesta janela, temos as seguintes opções:
selecionar o item em que iremos aplicar a formatação. Para
selecionar, mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse
e arraste sobre a(s) palavra(s) ou letra(s) que deseja alterar:
Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra
de formatação.
Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de
diálogo para formatação, para isso clique em: Menu Formatar
/ Fonte, a seguinte tela será apresentada:
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto,
bom como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.
Com o Neste menu (Formatar), temos também a opção
de formatar o parágrafo, definindo os recuos das margens e
alinhamento do texto.

Paint
O Paint é um acessório do Windows que permite o
tratamento de imagens e a criação de vários tipos de desenhos
para nossos trabalhos.
Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel Verificação de erros: Ferramenta que procura no disco
de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa- erros, defeitos ou arquivos danificados.
las em documentos de textos. Desfragmentação: Quando o Windows grava um arquivo
Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas no Disco, ele o grava em partes separadas, quando precisar abrir
que estão iniciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas esse mesmo arquivo, o próprio Windows levará mais tempo,
funções básicas de outros programas, tais como: Abrir, salvar, pois precisa procurar por todo o disco. Usando esta ferramenta,
novo, desfazer. Além de desenvolver a coordenação motora ele ajusta o disco e torna o computador até 20% mais rápido.
no uso do mouse. Backup: Ferramenta que cria uma cópia dos seus arquivos
Calculadora ou de todo o sistema, para o case de algum problema, nada
A calculadora do Windows contém muito mais recursos seja perdido.
do que uma calculadora comum, pois além de efetuar as Restauração do sistema: Além da ferramenta Backup, o
operações básicas, pode ainda trabalhar como uma calculadora Windows XP apresenta uma ferramenta mais avançada e simples
científica. Para abri-la, vá até acessórios. de protegem o sistema contra erros e falhas, esta ferramenta
A Calculadora padrão contém as funções básicas, encontra-se em Acessórios / ferramentas do sistema.
enquanto a calculadora cientifica é indicada para cálculos mais Você pode usar a restauração do sistema para desfazer
avançados. Para alternar entre elas clique no menu Exibir alterações feitas no computador e restaurar configurações e o
desempenho. A restauração do sistema retorna o computador
Ferramentas do sistema a uma etapa anterior (ponto de restauração) sem que você
O Windows XP trás consigo uma serie de programas perca trabalhos recentes, como documentos salvos, e-mail ou
que nos ajudam a manter o sistema em bom funcionamento. listas de histórico e de favoritos da internet.
Esses programas são chamados de Ferramentas do Sistema. As alterações feitas pela restauração do sistema são
Podemos acessa-los através do Menu Acessórios, ou abrindo totalmente reversíveis. O Computador cria automaticamente
Meu Computador e clicando com o botão direito do mouse pontos de restauração, mas você também pode usar a
sobre a unidade de disco a ser verificada, no menu de contexto, restauração do sistema para criar seus próprios pontos de
selecione a opção propriedades: restauração. Isso é útil se você estiver prestes a fazer uma
alteração importante no sistema, como a instalação de um
novo programa ou alterações no registro.

OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS COM


O WINDOWS

Teclas Gerais do Windows


Para
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa de
diálogo
Pressione......F1
•Fechar um programa.
Pressione......ALT+F4
•Exibir o menu de atalhos para o item selecionado
Pressione......ESHIFT+F10

28
INFORMÁTICA BÁSICA

•Exibir o menu Iniciar •Ocultar a pasta selecionada.


Pressione......CTRL+ESC Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a próxima teclado numérico)
janela mantendo pressionada a •Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente contrário, selecionar a primeira subpasta
Pressione......ALT+TAB Pressione......SETA À DIREITA
•Recortar. •Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso
Pressione......CTRL+X contrário, selecionar a pasta pai
•Copiar Pressione......SETA À ESQUERDA
Pressione......CTRL+C
•Colar Para caixas de diálogo de propriedades
Pressione......CTRL+V
•Excluir Para
Pressione......DEL •Mover-se entre as opções, para frente
•Desfazer Pressione......TAB
Pressione......CTRL+Z •Mover-se entre as opções, para traz
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD Pressione......SHIFT+TAB
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM •Mover-se entre as guias, para frente
Pressione......CTRL+TAB
Para a área de trabalho, Meu Computador e •Mover-se entre as guias, para traz
Windows Explorer Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
Quando um item está selecionado, você pode usar as Para
seguintes teclas de atalho. •Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Pressione......F4
Para •Atualizar
•Renomear um item. Pressione......F5
Pressione......F2 •Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta
•Localizar uma pasta ou arquivo selecionada
Pressione......F3 Pressione......BACKSPACE
•Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
Pressione......SHIFT+DEL Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade
•Exibir as propriedades do item
Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade,
•Copiar um arquivo as teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores
Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo informações consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no
•Criar atalho Índice da Ajuda.
Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo
Meu Computador Para
Para •Ativar e desativar as Teclas de Aderência
•Selecionar tudo Pressione......SHIFT 5 vezes
Pressione......CTRL+A •Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
•Atualizar uma janela. Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
Pressione......F5 •Ativar e desativar as Teclas de Alternação
•Exibir a pasta um nível Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
Pressione......BACKSPACE •Ativar e desativar as Teclas do Mouse
•Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA
Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar” +NUMLOCK
Somente para o Windows Explorer •Ativar e desativar o Alto Contraste
•Ir Para Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +
Pressione......CTRL+G PRINTSCREEN
•Alternar entre os painéis esquerdo e direito
Pressione......F6
•Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada
Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado
numérico)
•Expandir a pasta selecionada
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no
teclado numérico)

29
INFORMÁTICA BÁSICA

Propriedades Proteção de tela:


Se clicarmos o botão direito do mouse sobre qualquer Também pode ser chamada pelo termo em inglês “Screen
parte da Área de Trabalho (ou pelo Painel de Controle/ Saver”. A proteção de tela é um tipo de animação que aparece
Aparência e temas/Vídeo), aparecerá uma janela e, com ela, na tela do computador, quando você o deixa ligado, sem mexer
poderemos personalizar a área de trabalho. nele por alguns minutos. Existem vários tipos de protetores de
telas, alguns já vêm com o Windows e outros são programas
adicionais que você instala no seu computador.
Quando o Protetor de tela estiver funcionando, e você
quiser voltar a usar o computador, asta mexer no mouse ou
apertar uma tecla, para que ele desapareça da tela.

Opção Propriedade:
Quando você escolhe a opção PROPRIEDADES, você
pode alterar o visual da área de trabalho mudando as cores,
os tipos de letras e outras coisas. A tela abaixo irá aparecer:

Aparência:
Modifica a aparência da tela, mudando as cores, fontes,
tamanhos das janelas, dos ícones, área de trabalho, etc...

Plano de Fundo:
É onde você pode mudar o Papel de Parede, aquela
imagem que enfeita a nossa área de trabalho. AS PASTAS

O Windows usa pastas para agrupar aplicações,


documentos (arquivos) e, também, para unir recursos. Os
ícones de pastas são usados para representar esses grupos e,
portanto, serão comentados em diferentes áreas desse texto.
Criar, apagar, mover e copiar pastas serão tarefas que
você fará constantemente em Windows.
Assim, para que você realmente saiba quem são essas
pastas relacionaram-se vários exemplos delas.
O primeiro exemplo é a pasta “Acessórios”, que contém
todos os ícones de aplicativos de acessórios que são instalados
com Windows, a saber:
• WordPad,
• Paint,
• Calculadora,
• Bloco de Notas, entre outros.

30
INFORMÁTICA BÁSICA

Nesse caso, a pasta agrupa aplicações. A \ (barra invertida) é usada para separar as subpastas
Ao clicar no botão “Iniciar”, o menu “Iniciar” será apresentado. e compor o caminho.
Nesse menu, você encontrará alguns submenus que, na realidade, Veja a seguir um exemplo de caminho:
representam pastas. Se você apontar com o mouse para o C:\EXCEL\EXCEL1\JANEIRO\LANÇAMENTO DE
submenu “Programas”, será apresentada uma lista de pastas ENTRADAS
que podem conter outras pastas ou conter ícones de aplicações. Esse caminho mostra que o arquivo “LANÇAMENTO
Apontar para o submenu “Acessórios” exibirá todos os ícones de DE ENTRADAS”, se encontra na pasta “JANEIRO” que
aplicação que estão nessa pasta, e outras pastas, a saber: hierarquicamente está subordinada à pasta “EXCEL1” e este
• Fax, à pasta “EXCEL” na unidade de disco C.
• Ferramentas do Sistema, Se você clicar duas vezes na unidade de disco C da
• Jogos, janela “Windows Explorer”, você verá as pastas de seu
• Entretenimento. computador exibidas através de ramificações, onde uma
pasta principal ramifica-se em outras pastas menores.
Apontar para o submenu “Entretenimento” exibirá os
ícones de aplicações desse grupo.
E as pastas em Windows continuam. Se você der um duplo-
clique no ícone “Meu Computador”, você abrirá uma janela com
pelo menos mais duas pastas que são respectivamente “Painel
de Controle” e “Impressoras”. A pasta “Painel de Controle”
possui os ícones referentes a todos os programas necessários
para configuração do ambiente, do hardware e da rede, caso
você esteja usando uma. A pasta “Impressoras” possui a lista
de drivers de impressoras instalados em seu computador. Mas,
ainda na janela “Meu Computador”, você encontrará outras
pastas. Se você der um duplo-clique no ícone que representa o
drive C (disco rígido) você verá uma lista muito maior de pastas
que dependerá inteiramente da forma como os documentos
foram organizados no disco.
Como você pode perceber, a sua área de trabalho
será organizada através das pastas que você criar, e essas
pastas poderão ter tanto os seus documentos como as suas
ferramentas de trabalho (aplicativos).

O CONCEITO DE CAMINHO Muitas vezes, você precisará dizer para o Windows


A estrutura de pastas dentro de um computador é como onde um arquivo está localizado, e para fazer isso
uma árvore, com pastas principais ramificando-se em pastas necessitará saber o caminho do arquivo. Por exemplo, veja
menores. a pasta “Microsoft Shared”. Para que Windows encontre um
As pastas podem estar dentro de outras pastas para arquivo armazenado lá, ele começa pela unidade de disco
criar um nível mais profundo na organização de seu disco, (C:), percorre a pasta “Arquivos de Programas”, percorre a
como um armário que pode ter gavetas e, dentro destas, pasta “Arquivos Comuns”, e só depois, pesquisa a pasta
divisórias para separar as peças de roupa. Portanto, as pastas “Microsoft Shared”. O (C:) significa a unidade de disco, e
ficam organizadas em uma forma hierárquica, como já foi todas as outras pastas estão dentro da grande pasta C:,
mencionado. Em termos lógicos, cada item em um nível portanto, elas são listadas após a pasta C:.
hierárquico inferior pertence ao item que o contém.
Essa forma hierárquica mostra que para se chegar a OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS
um determinado item, deve-se percorrer um determinado
caminho, que corresponde à posição desse item dentro da Através de “Windows Explorer” e de “Meu Computador”
estrutura de pastas. é possível a realização de diversas operações sobre arquivos,
Por exemplo, a figura exibe a barra de título da janela tais como cópia, exclusão, renomeação, movimentação, etc.
“Explorando” quando você consulta a pasta “Acessórios” que As tarefas descritas a seguir poderão ser efetuadas tanto
foi criada na instalação de Windows. em “Windows Explorer” como em “Meu Computador”.

Seleção de Arquivos

A maior parte das operações sobre arquivos podem


Se a barra de título de “Windows Explorer” estiver ser realizadas com apenas um arquivo ou com grupos
mostrando apenas a pasta atualmente selecionada, clique no de arquivos e/ou pastas. Para trabalhar com grupos de
menu “Exibir”, escolha o comando “Opções de pasta”, clique arquivos ou pastas é preciso efetuar antes a seleção
na guia “Modos de exibição” e, ative a opção “Exibir caminho deles com o mouse. Existem duas formas de seleção, uma
completo na barra de títulos”. contínua e outra alternada.

31
INFORMÁTICA BÁSICA

Uma vez efetuada a seleção, operações podem ser • Solte o mouse caso a operação é a que deseja.
feitas sobre esses arquivos ou pastas, tais como cópia, Caso contrário, verifique entre as teclas CTRL ou SHIFT
movimentação ou exclusão. aquela que define a operação desejada.
• Observe atentamente se o desenho da pasta ou
- Fazendo uma seleção contínua: ícones dos arquivos que estão sendo arrastados permane-
• Selecione o primeiro arquivo, clicando nele. ceram ou não na origem. Se permanecerem, a operação
• Mantenha pressionada a tecla SHIFT. efetuada terá sido de cópia, caso contrário terá sido de mo-
• Clique no último arquivo da seleção. vimentação.

COPIA OU MOVIMENTAÇÃO DE PASTAS


- Fazendo uma seleção descontínua:
• Selecione um arquivo. •Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
• Mantenha pressionada a tecla CTRL. 1. Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu
• Dê cliques em arquivos alternados dentro da jane-
Computador”.
la de conteúdo da pasta.
2. Selecione a pasta de diretório que deseja copiar
ou movimentar.
3. Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de
destino.
4. Solte o botão do mouse caso seja uma movimen-
tação, ou segure CTRL antes de soltar o botão do mouse
caso seja uma cópia.

•Copiando ou movimentando uma pasta em outra


unidade de disco:
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computa-
OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS COM USO DO dor” ou “Windows Explorer”, a de origem e a de destino.
MOUSE 2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de
Cópia ou movimentação de pastas ou arquivos podem origem sobre a pasta da janela de destino.
ser feitas de um local de origem para outro de destino no 4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movi-
“Windows Explorer” ou em “Meu Computador” usando o mentação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do
mouse com operações de arraste. mouse.
Sequência de Passos para Cópia e Movimentação 5. Perceba, que se a pasta não desaparecer da antiga
estrutura hierárquica, isto indicará que essa operação será
Para efetuar as tarefas de cópia ou movimentação, uma cópia. Se a tecla SHIFT for pressionada, a pasta irá
procure observar a sequência de passos a seguir: desaparecer, e nesse caso a operação será uma movimen-
• Selecione a(s) pasta(s) ou arquivo(s) a ser (em) co- tação.
piado(s) ou movimentado(s). •Copiando ou movimentando para uma unidade de
• Decida se deseja realizar uma cópia ou movimen- disco diretamente:
tação. 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
• Efetue o arraste da(s) pasta(s) ou arquivo(s) sele- 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para
cionado(s) com o mouse da origem para o destino, e man- sobre o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a
tenha pressionado o botão do mouse. Observe atentamen- operação seja efetuada.
te se o desenho que acompanha a pasta ou o ícone da pas- 3. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movi-
ta tem um sinal + (mais). Se ele tiver esse sinal, a operação mentação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do
será de cópia, caso contrário será de movimentação. mouse.

32
INFORMÁTICA BÁSICA

O ponto mais importante a observar aqui se resume no EXCLUSÃO DE ARQUIVOS


seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para a unidade
de disco de destino como uma pasta nessa unidade de disco”. Excluindo um arquivo:
• Selecione o nome do arquivo que deseja excluir.
•Cópia ou Movimentação de Arquivos • Pressione a tecla DEL.
A cópia ou movimentação de arquivos é, em linhas gerais,
semelhante ao que descrevemos em relação às pastas. Só que
no caso da cópia ou movimentação de uma pasta, todo o seu
conteúdo irá com ela.
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu
Computador”.
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou
movimentar.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino. Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para
Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, ou armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma
segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma cópia. caixa de mensagem é exibida solicitando a confirmação
da exclusão do arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso
•Copiando ou movimentando para uma pasta em outra contrário, o arquivo é automaticamente eliminado do disco.
unidade de disco: Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma
ou “Windows Explorer”, a de origem e a de destino. caixa de mensagem é exibida solicitando a confirmação
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. da exclusão do arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de ori- contrário, o arquivo é automaticamente eliminado do disco.
gem sobre a pasta da janela de destino.
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimen-
WINDOWS 7
tação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
O procedimento para efetuar a cópia de pastas de uma
O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de
janela de pastas para outra janela em forma de ícone, é o
julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para
mesmo que acabamos de utilizar.
usuários comuns dia 22 de outubro de 2009.
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no-
•Copiando ou movimentando para uma unidade de disco
diretamente: vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e
1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. direcionada para a linha Windows, tem a intenção de tor-
2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para ná-lo totalmente compatível com aplicações e hardwares
sobre o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a com os quais o Windows Vista já era compatível.
operação seja efetuada. Apresentações dadas pela companhia no começo de
Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação, 2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va-
utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse. riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema
Novamente, o ponto mais importante a observar aqui se de “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na
resume no seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada performance.
para a unidade de disco de destino como uma pasta nessa · Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tare-
unidade de disco”. fas e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-
Obs.: para copiar uma pasta de um local a outro, tanto na touch)
mesma unidade de disco quanto em outra, podemos utilizar o · Internet Explorer 8;
seguinte procedimento: · Novo menu Iniciar;
Clique com o botão direito sobre a pasta, no menu que · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
surge escolher a opção “copiar” e no local desejado, repetir o · Comando de voz (inglês);
processo, selecionando desta vez a opção “colar”. · Gadgets sobre o desktop;
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
RENOMEAÇÃO DE ARQUIVOS · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
• O comando “Renomear” permite modificar o nome Media Player, integrado ao Windows Explorer;
de um arquivo, sem alterar o seu conteúdo. · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
• Renomeando um arquivo: · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win-
• Clique com o botão direito do mouse sobre o nome dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office
do arquivo que deseja renomear. 2007;
• No menu de atalho, selecione “Renomear”. O nome · Aceleradores no Internet Explorer 8;
do arquivo é selecionado permitindo que você altere-o. · Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
• Digite o novo nome e, em seguida, clique em um lu- RAM;
gar qualquer.

33
INFORMÁTICA BÁSICA

· Home Groups; Tarefas Cotidianas


· Melhor desempenho; Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia
· Windows Media Player 12; se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma
· Nova versão do Windows Media Center; empresa enorme para precisar sempre de um computador
· Gerenciador de Credenciais; perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e fun-
· Instalação do sistema em VHDs; ções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com
mais funções; Grupo Doméstico
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
Gamão Internet e Internet Damas; computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre
· Windows XP Mode; várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aon-
· Aero Shake; de a outra máquina está para recuperar uma foto digital
armazenada apenas nele.
Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-
o número de capacidades e certos programas que faziam plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual
parte do Windows Vista não estão mais presentes ou mu- os privilégios que os outros terão ao acessar a informação,
daram, resultando na remoção de certas funcionalidades. se é apenas de visualização, de edição e etc.
Mesmo assim, devido ao fato de ainda ser um sistema
operacional em desenvolvimento, nem todos os recursos Tela sensível ao toque
podem ser definitivamente considerados excluídos. Fixar O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível
navegador de internet e cliente de e-mail padrão no menu ao toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo
Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados iPhone.
manualmente). O recurso multitoque percebe o toque em diversos
pontos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possí-
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win- vel dimensionar uma imagem arrastando simultaneamente
duas pontas da imagem na tela.
dows Mail e Windows
O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de apli-
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas
cativos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Col-
contrapartes do Windows Live, com a perda de algumas
lage é um aplicativo para organizar e redimensionar fotos.
funcionalidades. O Windows 7, assim como o Windows Vis-
Nele é possível montar slide show de fotos e criar papeis de
ta, estará disponível em cinco diferentes edições, porém
parede personalizados. Essas funções não são novidades,
apenas o Home Premium, Professional e Ultimate serão
mas por serem feitas para usar uma tela sensível a múlti-
vendidos na maioria dos países, restando outras duas edi- plos toques as tornam novidades.
ções que se concentram em outros mercados, como mer-
cados de empresas ou só para países em desenvolvimento.
Cada edição inclui recursos e limitações, sendo que só o
Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft,
os recursos para todas as edições do Windows 7 são arma-
zenadas no computador.
Um dos principais objetivos da Microsoft com este
novo Windows é proporcionar uma melhor interação e in-
tegração do sistema com o usuário, tendo uma maior oti-
mização dos recursos do Windows 7, como maior autono-
mia e menor consumo de energia, voltado a profissionais
ou usuários de internet que precisam interagir com clientes
e familiares com facilidade, sincronizando e compartilhan-
do facilmente arquivos e diretórios.
Recursos
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos en- Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela
contrados no Windows 7 são fruto das novas necessidades sensível ao toque.
encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu antecessor,
Windows Vista, mas existem novas funcionalidades exclusi- Lista de Atalhos
vas, feitas para facilitar a utilização e melhorar o desempe-
nho do SO (Sistema Operacional) no computador. Novidade desta nova versão, agora você pode abrir di-
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras retamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci- o programa que você utilizou. Digamos que você estava
mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e editando um relatório em seu editor de texto e precisou fe-
aprender “novos truques” enquanto isso. chá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a trabalhar
nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do editor
e o arquivo estará entre os recentes.

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
vai diretamente para a informação, ganhando tempo. Os resultados são mostrados enquanto você digita e são
divididos em categorias, para facilitar sua visualização.
Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca
pode ser dividido.
· Programas
· Painel de Controle
· Documentos
· Música
· Arquivos

Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere im-


portante. Se a edição de um determinado documento é
constante, vale a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto
que a lista de recentes se modifica conforme você abre e
fecha novos documentos.

Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras em
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur- seu nome.
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da Windows Explorer
tela para obter diferentes posicionamentos. O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a parte do total disponível.
comparação de janelas. Por exemplo, jogue uma para a es- Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acionado
querda e a outra na direita. Ambas ficaram abertas e divi- automaticamente quando você navega pelas pastas do seu
dindo igualmente o espaço pela tela, permitindo que você computador – você encontrará uma busca mais abrangente.
as veja ao mesmo tempo. Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de se
fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de busca. No
Windows Search 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de busca, que
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e es- fica no canto superior direito.
tendido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas
diretamente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada
a busca enquanto você navega pelas pastas.
Menu iniciar
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do
menu iniciar. É útil quando você necessita procurar, por
exemplo, pelo atalho de inicialização de algum programa
ou arquivo de modo rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
Windows Search, a pesquisa do menu início não olha ape-
nas aos nomes de pastas e arquivos.
Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce;
Windows 7 Bible, pg 774).

35
INFORMÁTICA BÁSICA

A busca não se limita a digitação de palavras. Você


pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
procura, podem existir outras classificações disponíveis.
Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.
Você observará que o Windows Explorer traz a janela
dividida em duas partes.

A central de ações e suas opções.

- Do seu jeito
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para
nossa qualidade de vida quanto para o desempenho no
Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/ trabalho. O computador é uma extensão desse ambiente.
print/index.php?id=53&chapterid=56 O Windows 7 permite uma alta personalização de ícones,
cores e muitas outras opções, deixando um ambiente mais
Controle dos pais confortável, não importa se utilizado no ambiente profis-
Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que sional ou no doméstico.
visualizam por meio do computador. O Windows 7 ajuda Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão
a limitar o que pode ser visualizado ou não. Para que essa na página de Personalização1, que pode ser acessada por
funcionalidade fique disponível, é importante que o com- um clique com o botão direito na área de trabalho e em
putador tenha uma conta de administrador, protegida por seguida um clique em Personalizar.
senha, registrada. Além disso, o usuário que se deseja res- É importante notar que algumas configurações podem
tringir deve ter sua própria conta. deixar seu computador mais lento, especialmente efeitos
As restrições básicas que o 7 disponibiliza: de transparência. Abaixo estão algumas das opções de per-
· Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do sonalização mais interessantes.
dia que o PC pode ser utilizado.
· Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo Papéis de Parede
horário e também pela classificação do jogo. Vale notar Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou
que a classificação já vem com o próprio game. praticamente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos
· Bloquear programas: É possível selecionar quais apli- de ídolos, paisagens ou qualquer outra figura que as agra-
cativos estão autorizados a serem executados. de. Uma das novidades fica por conta das fotos que você
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a encontra no próprio SO. Variam de uma foto focando uma
quantidade de restrições, como controlar as páginas que única folha numa floresta até uma montanha.
são acessadas, e até mesmo manter um histórico das ativi- A outra é a possibilidade de criar um slide show com
dades online do usuário. várias fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a
impressão que sua área de trabalho está mais viva.
Central de ações
A central de ações consolida todas as mensagens de Gadgets
segurança e manutenção do Windows. Elas são classifica- As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista,
das em vermelho (importante – deve ser resolvido rapida- mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
mente) e amarelas (tarefas recomendadas). em qualquer local do desktop.
O painel também é útil caso você sinta algo de estra- Servem para deixar sua área de trabalho com ele-
nho no computador. Basta checar o painel e ver se o Win- mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena
dows detectou algo de errado. agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário
o que e como utilizar.
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet.

36
INFORMÁTICA BÁSICA

Personalização
Você pode adicionar recursos ao seu computador alte-
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de
trabalho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a ima-
gem da conta de usuário. Você pode também selecionar
“gadgets” específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na
área de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da
janela sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações
de janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas
e novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou
crie seu próprio tema personalizado alterando as imagens,
cores e sons individualmente. Você também pode locali-
zar mais temas online no site do Windows. Você também
pode alterar os sons emitidos pelo computador quando,
por exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou
Gadgets de calendário e relógio. desliga o computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de
Temas papel de parede, é uma imagem, cor ou design na área de
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to- trabalho que cria um fundo para as janelas abertas. Você
das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows pode escolher uma imagem para ser seu plano de fundo
7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os de área de trabalho ou pode exibir uma apresentação de
aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores. slides de imagens. Também pode ser usada uma proteção
de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua
ClearType tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare- determinado período de tempo. Você pode escolher uma
cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente variedade de proteções de tela do Windows. Aumentando
efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os ícones e
nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
7 dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bib- reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para
le, pg 163, tradução nossa). diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para que
caibam mais informações na tela.
Novas possibilidades Outro recurso de personalização é colocar imagem de
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no- conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um
vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na- computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e
vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta
foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas de usuário para uma das imagens incluídas no Windows
no 7 podemos também interagir com outros dispositivos. ou usar sua própria imagem. E para finalizar você pode
adicionar “gadgets” de área de trabalho, que são minipro-
Reproduzir em gramas personalizáveis que podem exibir continuamente
Permitindo acessando de outros equipamentos a um informações atualizadas como a apresentação de slides de
computador com o Windows 7, é possível que eles se co- imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma nova
muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num apare- janela.
lho de som as músicas que você tem no HD de seu com-
putador. Aplicativos novos
É apenas necessário que o aparelho seja compatível Uma das principais características do mundo Linux é
com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo suas versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário
“Compatível com o Windows 7”. não precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema,
Streaming de mídia remoto o que não ocorre com as versões Windows.
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora
computador para outros lugares da casa. Se quiser levar existe uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7,
para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto. para que o usuário não precisa baixar programas para ati-
Com este novo recurso, dois computadores rodando vidades básicas.
Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win- Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam as- top e também suportar entrada por caneta e toque.
sociados com um ID online, como a do Windows Live.

37
INFORMÁTICA BÁSICA

No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,


equações matemáticas escritas na tela são convertidas em
texto, para poder adicioná-la em um processador de texto.
O print screen agora tem um aplicativo que permite
capturar de formas diferentes a tela, como por exemplo,
a tela inteira, partes ou áreas desenhadas da tela com o
mouse.

WordPad remodelado

Requisitos
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de
hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado
sem problemas de desempenho.
Esta é a configuração mínima:
· Processador de 1 GHz (32-bit)
Aplicativo de copiar tela (botão print screen). · Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra- memória (sem Windows Aero)
mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas · Espaço requerido de 16GB
que parecem do Office 2007. · DVD-ROM
· Saída de Áudio
Paint com novos recursos.
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi- Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len-
sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco-
ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem mendado é a seguinte configuração.
não tem o Word 2007. Configuração Recomendada:
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta · Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo · Memória (RAM) de 2 GB
programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge- · Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos. · Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di-
Também foi adicionado recurso de conversão de uni- rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do
dades como de pés para metros. Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)

Atualizar de um SO antigo

O melhor cenário possível para a instalação do Win-


dows 7 é com uma máquina nova, com os requisitos apro-
priados. Entretanto, é possível utilizá-lo num computador
antigo, desde que atenda as especificações mínimas.
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista
instalado, você terá a opção de atualizar o sistema opera-
cional. Caso sua máquina utilize Windows XP, você deverá
fazer a re-instalação do sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito prova-
velmente seu computador não atende aos requisitos míni-
mos. Entretanto, nada impede que você tente fazer a re-
Calculadora: 2 novos modos. instalação.

38
INFORMÁTICA BÁSICA

Atualização PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES


“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Windows
7 em seu computador, pois mantém os arquivos, as confi- Windows 7 Starter
gurações e os programas do Windows Vista no lugar” (Site Como o próprio título acima sugere, esta versão do Win-
da Microsoft, http://windows.microsoft.com/pt- dows é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-to- foi completamente redesenhada e não possui suporte ao fa-
windows-7). moso Aero Glass. Uma limitação da versão é que o usuário
É o método mais adequado, se o usuário não possui não pode abrir mais do que três aplicativos ao mesmo tem-
conhecimento ou tempo para fazer uma instalação do mé- po.
todo tradicional. Optando por essa opção, ainda devesse Esta versão será instalada em computadores novo ape-
tomar cuidado com a compatibilidade dos programas, o nas nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e
que funciona no Vista nem sempre funcionará no 7. Brasil. Disponível apenas na versão de 32 bits.

Instalação Windows 7 Home Basic


Por qualquer motivo que a atualização não possa ser Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter
efetuada, a instalação completa se torna a opção mais viá- e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá tam-
vel. bém a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se três aplicativos ao mesmo tempo.
deseja utilizar, como drivers e documentos de texto, pois to- Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass
das as informações no computador serão perdidas. Quando nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um
iniciar o Windows 7, ele vai estar sem os programas que pouco da principal novidade do Windows 7. Computadores
você havia instalado e com as configurações padrão. novos poderão contar também com a instalação desta edi-
ção, mas sua venda será proibida nos Estados Unidos.
Desempenho
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 Windows 7 Home Premium
Edição que os usuários domésticos podem chamar de
se ele mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida
“completa”, a Home Premium acumula todas as funcionalida-
por seu antecessor. Testes indicam que a nova versão tem
des das edições citadas anteriormente e soma mais algumas
ganhou alguns pontos na velocidade.
ao pacote.
O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho:
Dentre as funções adicionadas, as principais são o su-
“Seu sistema operacional toma conta do gerenciamento do
porte à interface Aero Glass e também aos recursos Touch
processador e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que
Bible, pg 1041, tradução nossa). troca seu papel de parede automaticamente no intervalo de
Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de tempo determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo para
não ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 auxiliar no gerenciamento de redes wireless, conhecido como
prioriza o que o usuário está interagindo (tarefas “foregrou- Mobility Center.
nd”).
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois
são naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da
visão” do usuário, dando a impressão que o computador
não está lento.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma
lentidão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada
vez mais recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o
sistema operacional se torne um forte consumidor de me-
mória e processamento. O 7 disponibiliza vários recursos de
ponta e mantêm uma performance satisfatória.

Monitor de desempenho
Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma ferra-
menta poderosa para verificar como o sistema está se por-
tando. Podem-se adicionar contadores (além do que já exis- Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e
te) para colher ainda mais informações e gerar relatórios. também poderá ser encontrada em computadores novos.

Monitor de recursos Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas


Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Pro-
informações sobre o uso do processador, da memória, disco fessional do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam
e conexão à rede. facilitar a comunicação entre computadores e até mesmo im-
pressoras de uma rede corporativa.

39
INFORMÁTICA BÁSICA

Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Do- Obter o conteúdo mais recente da Ajuda
main Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se Se você estiver conectado à Internet, verifique se o
enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location Awa- Centro de Ajuda e Suporte do Windows está configurado
re Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar muito como Ajuda Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da
mais fácil o compartilhamento de impressoras. Ajuda e as versões mais recentes dos tópicos existentes.
Como empresas sempre estão procurando maneiras Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte.
para se proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows,
o Encrypting File System, que dificulta a violação de dados. clique em Opções e em Configurações.
Esta versão também será encontrada em lojas de varejo ou Em  Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele-
computadores novos. ção  Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda
Windows 7 Enterprise, apenas para vários online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no can-
versão mais voltada para empresas de médio e grande por- to inferior direito da janela Ajuda e Suporte.
te, só poderá ser adquirida com licenciamento para diver- Pesquisar na Ajuda
sas máquinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma
edição Professional e possui recursos mais sofisticados de ou duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para
segurança. obter informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pressione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com
pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a os mais úteis na parte superior. Clique em um dos resulta-
execução de programas não-autorizados. Além disso, há dos para ler o tópico.
ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arqui-
vos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super
ajuda com a configuração de redes corporativas.

Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro


Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas,
pois contém todas as funcionalidades já citadas neste ar- A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows
tigo e mais algumas. Apesar de sua venda não ser restrita
às empresas, o Microsoft disponibilizará uma quantidade Pesquisar Ajuda
limitada desta versão do sistema. Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Cli-
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos que no botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em
presentes na Ultimate são dedicados às corporações, não um item na lista de títulos de assuntos que será exibida. Es-
interessando muito aos usuários comuns. ses títulos podem conter tópicos da Ajuda ou outros títulos
de assuntos. Clique em um tópico da Ajuda para abri-lo ou
clique em outro título para investigar mais a fundo a lista
de assuntos.

Usando a Ajuda e Suporte do Windows


A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda
interno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas
a dúvidas comuns, sugestões para solução de problemas e
instruções sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de
ajuda com relação a um programa que não faz parte do
Windows, consulte a Ajuda desse programa (consulte “Ob-
tendo ajuda sobre um programa”, a seguir).
Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no
botão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte. Navegando em tópicos da Ajuda por assunto

40
INFORMÁTICA BÁSICA

WINDOWS 8 Muitos que já tiveram contato com o Windows 8 acharam


estranho, porque se não tem o botão iniciar, como desligar
O Windows 8 veio com uma nova característica para o computador? Bom, aí está mais uma mudança, pensando
Desktops e Tablets, o Windows Style, que já é conhecido no uso comum para todos os dispositivos foi criada uma Bar-
por muitos com o nome de Windows Metro, presente no ra Lateral (lado direito), onde temos as opções de Pesquisa,
Windows Phone 7. O que significa que uma aplicação feita Compartilhar, Iniciar, Dispositivos, Configurações (Figura 3).
com Windows Style vai poder ser executada no seu Desk-
top, Tablet ou smarthphone que utiliza o Windows 8 que
traz um visual diferenciado possibilitando maior interação
do usuário com os aplicativos.
Apesar de trazer esta grande novidade, o Windows 8
não perdeu a compatibilidade e nem a forma de trabalhar
com aplicativos na versão x86, feitos em versões mais an-
tigas deste Sistema Operacional. Isso porque o Windows 8
para Desktop usa duas interfaces, a interface Style também
chamada de Windows RT e a Interface Win32. Isso significa
que os aplicativos desenvolvidos para Windows Win32 não
serão executados em tablets ou smarthphones.
Além das características citadas acima, outra novidade Figura 3: Barra Lateral
interessante do Windows 8 é a interface Win32 que foi mo-
dificada, além de trazer novas funções até então (até então É nessa barra lateral, na opção configurações onde va-
porque até o lançamento oficial pode acontecer alguma mos encontrar a configuração das conexões com redes a
mudança), ele não trás o botão iniciar (Figura 1). cabo ou sem fio (wireless), configuração de volume, configu-
ração de brilho, configuração do idioma teclado, configura-
ção das notificações, a opção de desligar que inclui, desligar,
reiniciar, hibernar ou suspender a máquina, além das outras
configurações que são: Área de trabalho, Painel de controle,
Personalização Informações do PC e ajuda (Figura 4).

Figura 1: Interface do Windows Win32

Ao invés disso temos um painel onde todos os progra-


mas são listados com seus ícones no modo paisagem e que Figura 4: Barra Lateral Configuração
pode ser movido com a barra de rolagem horizontal que se
encontra no rodapé da página. Então qualquer programa A interface Style está muito voltada para o conteúdo,
instalado tanto para a interface Style quanto para a interfa- onde temos ícones dinâmicos também conhecidos como
ce Win32 pode ser acessado (Figura 2). tiles que podem mostrar informações em tempo real, de
acordo com a característica de cada aplicativo e obviamente
quando houver uma conexão com a internet.(Figura 5)

Figura 2: Painel contendo todos os aplicativos do Win-


dows 8 Figura 5: Interface Windows Style

41
INFORMÁTICA BÁSICA

O uso da memória na interface Style foi otimizado para Iniciando o sistema pela interface desktop
obter o máximo de desempenho para o aplicativo construído Boa parte das mudanças estão relacionadas à questão da
para a essa interface, que está sendo executado naquele mo- personalização e dão ao usuário mais controle sobre o sistema.
mento. E como o Windows faz isso? O Windows 8 automati- Uma das principais é a possibilidade de iniciá-lo diretamente na
camente suspende o aplicativo anterior para então executar interface tradicional do Windows. Essa, com certeza, é a altera-
o aplicativo atual, liberando mais memória para ele. Isso sig- ção que muitos usuários estavam esperando.
nifica que o usuário pode iniciar a quantidade de aplicativos
que quiser, porque isso não vai comprometer a memória ou A volta do botão Iniciar ou quase isso
a bateria do dispositivo. O Windows pode eventualmente en- Outra modificação bastante aguardada é a volta do botão
cerrar um aplicativo que está em segundo plano para liberar “Iniciar”. No entanto, ele não retornou como todos esperavam. A
memória para outro aplicativo que está sendo executado. função do botão é a mesma da tecla “Windows”. Ele é apenas um
Essa característica requer que os desenvolvedores de apli- atalho para levar o usuário da interface tradicional para a nova,
chamada Modern e voltada para dispositivos com tela touch.
cativos Windows Style sejam muito cuidadosos ao construí-
rem suas aplicações, para que o usuário não perceba o que
Uma busca mais completa e um acesso mais fácil às
está acontecendo “por trás” no sistema operacional. Então o
configurações
desenvolvedor deve gravar o estado em que a aplicação foi
A ferramenta de busca foi redesenhada, mas continua
suspensa ou encerrada, para que o usuário não perceba a alte- simples. Agora esta função está mais eficiente e abrangente,
ração ao alternar entre um aplicativo e outro. pois pesquisa na web, em arquivos locais e contas do SkyDrive.
É bom frisar que esta característica é apenas para o Win- Houve, também, uma mudança em seu comportamento. Ao
dows 8 RT ou Style e estão direcionados para melhorar o de- ser chamada no desktop, a busca não redireciona mais o usuá-
sempenho de aplicativos móveis. rio para a tela inicial e sim, para uma tela que se sobrepõe ao
O Windows Win32 não tem essa característica e conse- desktop com novos resultados.
quentemente os aplicativos já existentes e construídos para Com a busca se tornando mais abrangente e integrada ao
Windows Win32 vão trabalhar da mesma forma, estarão sendo sistema, a Microsoft trabalha para que seus usuário usem o seu
executados em segundo plano, consumindo memória e pro- buscador, o Bing. Assim, a empresa de Bill Gates tenta afastá-los
cessamento, deixando a cargo do usuário encerrar o aplicativo do serviço do Google. Para facilitar ainda mais a customização
que mais estiver consumindo recursos do computador. do dispositivo, a busca também localiza as configurações do
Espero que com estas breves explanações, estejam pron- sistema.
tos para instalar o Windows 8 e as ferramentas de desenvolvi- Falando em configuração, o sistema de edição de confi-
mento para esta plataforma, pois a intenção neste deste tópico gurações foi melhorado. No Windows 8, era preciso abrir a tela
é apenas dar uma ideia básica das novidades do Windows 8. inicial e, em seguida, o Painel de Controle para fazer modifica-
Então para desenvolver alguma aplicação para dispositi- ções. Porém, no Windows 8.1 elas estão disponíveis já na tela
vos móveis que utilizam Windows 8, devemos ter instalados o inicial, sem a necessidade de um passo intermediário.
Windows 8 e também o Visual Studio 2012, que conta também
com a versão Express que é gratuita. Apesar de não ter sido Uma tela inicial mais personalizável
lançado oficialmente já podemos iniciar o desenvolvimento de A tela inicial recebeu algumas novas opções que permitem
aplicativos para Windows 8 baixando a versão de avaliação do personalizá-la. Agora, é possível customizar a tela inicial com
Windows 8 Release Preview, que será válida até 15 de fevereiro mais cores e imagens de fundo. Há a possibilidade, inclusive,
de 2013, o que é suficiente para testar e desenvolver alguns de usar imagens animadas. Além disso, o fundo do desktop e
da tela inicial podem ficar com os seus blocos dinâmicos iguais.
aplicativos. Para baixar a versão de avaliação acesse o ende-
Para evitar que os usuários reorganizem a tela por acidente
reço  http://windows.microsoft.com/pt-BR/windows-8/down-
ao passar o mouse ou os dedos sobre os blocos dinâmicos, a
load. Após acessar este endereço escolha o idioma e a versão
tela inicial possui novos tamanhos de ícones. Eles podem ser
para máquinas 32 ou 64 bits, não se esqueça de anotar a chave
ordenados facilmente ao clicar com o botão direito ou, então,
do produto, depois baixe a imagem no formato ISO, grave em ao tocá-lo e segurá-lo. É possível, também, agrupar muitos
um DVD e pronto, agora é só instalar. Se você já tiver uma ou- ícones ao mesmo tempo para redimensionar, desinstalar ou ar-
tra versão do Windows instalada na máquina, pode criar uma ranjá-los. Para completar, a edição de grupos de apps está mais
partição e instalar o Windows 8, assim será criado um Dual simples. Para não encher a tela inicial ao instalar um aplicativo
Boot, ou seja você poderá escolher qual sistema operacional da Windows Store, ele não é adicionado automaticamente à
vai utilizar. tela inicial.

8.1 Tela de bloqueio estilo Windows Phone


O Windows 8.1 é a primeira grande atualização do Windo- Muito da convergência entre o Windows 8 e Windows
ws 8 e traz diversas mudanças que, em alguns aspectos – prin- Phone está na tela de bloqueio. Isso fica perceptível na confi-
cipalmente nas opções de personalização –, se aproximam da guração, que permite colocar papéis de parede, slidshows, es-
versão desktop do Windows Phone. Com a possível unificação colher quais aplicativos serão executados em segundo plano,
das lojas de ambos os sistemas, esta tendência aumentará. além de exibir informações na tela de bloqueio. Com a atua-
Mas isso é só o começo, não perca tempo para baixar o Win- lização, é possível transformar um computador ou tablet em
dows 8.1 e conhecer as novidades desta atualização. uma moldura que mostra fotos do HD, ou direto do SkyDrive.

42
INFORMÁTICA BÁSICA

Aplicativos redimensionáveis A reformulação da estrutura do menu do Windows Ex-


No Windows 8, quando o usuário ocupava a tela com plorer tem a pretensão de centralizar as principais funcio-
duas aplicações, os apps ficavam com proporções de- nalidades do gerenciador de pastas em um lugar de fácil
siguais. Ou seja, a divisão da tela não era feita em partes acesso, sendo que você pode personalizar a localização e o
iguais, ficando assim: um dos aplicativos ocupava um tama- tamanho dos botões. A aparência do novo Ribbon lembra
nho maior e o outro ocupa uma pequena parte. Contudo, bastante as telas do Office, principalmente porque todas
a Microsoft eliminou esta restrição e, agora, permite que as funções estão categorizadas de acordo com a sua fi-
usuário possa dividir a tela em qualquer proporção. Com nalidade. Ou seja, se você quer copiar, colar ou excluir um
isso, o espaço é usado de acordo com cada necessidade. arquivo, você encontra todas essas funções – de gerencia-
mento de itens – reunidas na mesma aba, o que facilita a
Integração com o SkyDrive realização de tarefas semelhantes de forma repetida.
O SkyDrive foi completamente integrado ao novo sis-
tema operacional. Dessa maneira, o 8.1 permite salvar ar-
quivos direto no serviço, acessar arquivos offline e enviar as
edições ao ficar online.

Internet Explorer 11
Esta nova versão do Windows disponibiliza o Internet
Explorer 11 com diversas melhorias. Entre elas, estão: a ca-
pacidade de abrir até 100 abas simultaneamente por janela,
um processo de troca de abas mais fácil, melhoria do uso
de memória, melhor reconhecimento de toque, uma barra
de endereços melhorada, uma tela de leitura para mostrar
o texto da web de uma forma mais elegante e em tela cheia
para facilitar a leitura dentro do navegador, e muitas outras
funcionalidades.

Windows Explorer Além disso, o novo Ribbon possibilitou a apresentação


O Windows Explorer também foi englobado nas mu- de uma gama maior de funcionalidades. Algumas dessas
danças e a sua interface ganhou uma nova roupagem. Tanto funções já estavam presentes nas versões anteriores, mas,
as telas do gerenciador de pastas e de arquivos quanto as por elas não estarem tão acessíveis quanto agora, a maior
janelas abertas quando alguma operação está sendo reali- parte das pessoas nem sequer faz ideia da existência delas.
zada – como a cópia ou exclusão de itens – receberam uma
aparência renovada. Os detalhes sobre essas novidades Melhorias no espaço útil das telas
você confere neste artigo. Algumas abas ficam escondidas e só aparecem quando
Ribbon: uma revolução no Explorer é selecionado ou aberto algum arquivo que tenha a ver com
A mudança mais sentida nesta nova versão do Windo- a funcionalidade que ela representa. Um exemplo disso é
ws Explorer é a alteração da aparência do menu superior da a opção de busca conceitual, que fica oculta e apenas se
tela, nas quais todas as funcionalidades e opções de intera- torna ativa quando você inicia a pesquisa por algum item.
ção podem ser acessadas. Esta seção do gerenciador é mais Dessa forma, a tela do Windows Explorer não fica tomada
comumente chamada de Ribbon. por botões e categorias que são pouco utilizadas por você.
Para dar mais espaço para a tela do Windows Explorer,
mesmo com a adição do Ribbon, os desenvolvedores res-
ponsáveis pelo projeto reavaliaram a localização de outras
funções e seções que diminuem o espaço útil da janela.

43
INFORMÁTICA BÁSICA

As duas telas mostram 35 arquivos, mas o novo Explo-


rer aproveita melhor o espaço útil da interface. (Fonte da
imagem: MSDN/Microsoft)
Exemplos disso são a eliminação do cabeçalho e a re-
moção das propriedades dos arquivos, que antes apare-
ciam na parte inferior da tela e agora são mostradas do
lado direito. Entretanto, a barra de status que fica locali-
zada na parte inferior da janela foi mantida, para que o
sistema possa mostrar informações importantes sobre as
atividades realizadas.
Com essa mudança a barra que exibe as propriedades
dos arquivos ficou muito mais fácil de ser visualizada, já
que as informações não ficam espremidas em um espa-
ço muito pequeno e podem ocupar um tamanho maior da
tela para mostrar outros dados sobre os itens.
Acesso facilitado aos botões mais utilizados
Todas as funcionalidades presentes no Ribbon pos-
suem atalhos que podem ser acessados por meio do tecla-
do. As letras, os números ou as combinações que permitem
utilizar cada função são mostrados juntamente com os bo-
tões, para tornar mais fácil a aprendizagem dos “corta-ca-
minhos”.

(Fonte da imagem: MSDN/Microsoft)

O novo Windows Explorer também traz uma barra de


ferramentas de acesso rápido, que permite adicionar os
botões mais utilizados em uma espécie de lista de favoritos
e que está presente nos programas do Office. A nova ver-
são do gerenciador de pastas possibilita que você escolha
onde essa seção será mostrada. *Fonte: http://equipe.nce.ufrj.br/antonio/windows
http://www.devmedia.com.br/windows-8-visao-geral
Ajuda e Suporte -e-preparacao-do-ambiente-de-desenvolvimento/26170
Voce pode acessar a ajuda e suporte do Windows atra-
vés do menu Arquivo/Ajuda ou clicar no botão Windows e
digitar “ajuda” CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO
DE HARDWARE E SOFTWARE EM AMBIENTE
DE MICROINFORMÁTICA.

“CARO CANDIDATO, O TÓPICO ACIMA FOI


ABORDADO NA ÍNTEGRA EM: CONCEITOS,
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E
SOFTWARE EM AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.”

44
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao analisarmos o verdadeiro objeto de um arquivo


USO DOS RECURSOS, AMBIENTE concluímos que é o conteúdo dos seus documentos ou o
DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS, próprio documento, e sua importância está na forma com
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, que foi empregado dentro de um processo de tomada de
decisão.
FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
A organização e gestão de acervos arquivísticos tor-
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E
nou-se bastante problemática para as instituições nas últi-
BACKUP. mas três décadas, devido à rápida e ininterrupta evolução
tecnológica que a humanidade sofreu. Evolução essa que
afetou todos os meios de produção existentes.
Sobre o que é Documento, encontramos na literatu- Segundo SANTOS (2002), as tecnologias desenvolvidas
ra diversos entendimentos. Primeiramente temos Houaiss, para permitir essa evolução também afetaram diretamente
Villar e Franco (2001) que, em seu Dicionário, definem o a produção informacional e documental.
verbete “documento” como “qualquer escrito usado para Para se ter uma ideia do volume de informação dis-
esclarecer determinada coisa [...] qualquer objeto de valor ponível nos dias de hoje, ao fazer uma pesquisa sobre um
documental (fotografia, peças, papéis, filmes, construções, assunto de seu interesse na Internet, o pesquisador irá en-
etc.) que elucide, instrua, prove ou comprove cientifica- contrar tanta informação que será praticamente impossí-
mente algum fato, acontecimento, dito etc.” vel ler todos os documentos encontrados sobre o assunto.
No campo da Arquivologia, temos Schellenberg (2004, Também iremos encontrar documentos que, apesar de te-
p. 41) que define “documento (records)” da seguinte forma: rem sido indexados para um determinado assunto, ele não
Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou outras contém nada sobre o termo indexado.
espécies documentárias, independentemente de sua apre- Uma das tecnologias que mais se destacaram nesse
sentação física ou características, expedidos ou recebidos desenvolvimento, foi a da área da informática essa tecnolo-
por qualquer entidade pública ou privada no exercício de gia, onde acabou criando uma nova forma de documento:
seus encargos legais ou em funções das suas atividades e o Arquivo Digital.
preservados ou depositados para preservação por aquela Para o Arquivo Nacional, em sua obra Subsídios para
entidade ou por seus legítimos sucessores como prova de um Dicionário Brasileiro de Termos Arquivísticos, Arquivo
suas funções, sua política, decisões, métodos, operações Digital é um conjunto de Bits que formam uma unidade
ou outras atividades, ou em virtude do valor informativo lógica interpretável por computador e armazenada em su-
dos dados neles contidos. porte apropriado.
Já Rondinelli (2004) cita a definição do Comitê de Do- A Wikipédia trata o termo Arquivo Digital como Arqui-
cumentos Eletrônicos do Conselho Internacional de Arqui- vo de Computador e o traduz da seguinte forma:
vos (CIA) onde a “informação registrada, independente da No disco rígido de um computador, os dados são guar-
forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer dados na forma de arquivos (ou ficheiros, em Portugal). O
da atividade de uma instituição ou pessoa e que possui arquivo é um agrupamento de registros que seguem uma
conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de regra estrutural, e que contém informações (dados) sobre
evidência dessa atividade”. uma área específica.
Por meio destas definições podemos observar uma Estes arquivos podem conter informações de qualquer
unanimidade no que diz respeito à importância da infor- tipo de dados que se possa encontrar em um computador:
mação contida no documento, independente do seu su- textos, imagens, vídeos, programas, etc. Geralmente o tipo
porte, para as atividades humanas; isso devido à sua na- de informação encontrada dentro de um arquivo pode ser
tureza comprobatória de fatos ocorridos ao longo de uma previsto observando-se os últimos caracteres do seu nome,
atividade. após o último ponto (por exemplo, txt para arquivos de
No tocante ao termo Arquivo, Schellenberg (2004, p. texto sem formatação). Esse conjunto de caracteres é cha-
41) define-o como “Os documentos de qualquer instituição mado de extensão do arquivo.
pública ou privada que hajam sido considerados de valor, Como os arquivos em um computador são muitos (só
merecendo preservação permanente para fins de referência o sistema operacional costuma ter milhares deles), esses
e de pesquisa e que hajam sido depositados ou seleciona- arquivos são armazenados em diretórios (também conhe-
dos para depósito, num arquivo de custódia permanente”.
cidos como pastas).
Quando falamos de arquivos, devemos ter em mente
que existem dois tipos: o de caráter privado e o público.
No Brasil, o responsável pela regulamentação e práti-
Ao se tratar de Arquivos Públicos, podemos encontrar
cas de gestão arquivística no âmbito do poder público é o
sua definição no artigo 7º da Lei nº 8159 de 1991, que dis-
Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ. Sua atribuição
põe que “Os arquivos públicos são os conjuntos de docu-
é definir a política nacional de arquivos públicos e privados,
mentos produzidos e recebidos, no exercício de suas ati-
vidades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos,
do Distrito Federal e municipal, em decorrência de suas bem como exercer orientação normativa visando a gestão
funções administrativas, legislativas e judiciárias”. documental e a proteção especial aos documentos de ar-
quivo.

45
INFORMÁTICA BÁSICA

Para o CONARQ, o termo Documento Digital é o mesmo A característica que o documento digital apresenta
que Documento em Meio Eletrônico, ou seja, aquele que só pode comprometer a sua autenticidade pois está sujeito à
é legível por computador. degradação física dos seus suportes, à rápida obsolescência
O parágrafo 2º, do artigo 1º, da Resolução do CONARQ tecnológica e às intervenções que podem causar adultera-
nº 20, de 16 de julho de 2004, define Documento Arquivístico ções e destruição.
Digital como: o documento arquivístico codificado em dígi- Na tentativa de se coibir estes tipos problemas, o CO-
tos binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema NARQ, através da sua Câmara Técnica de Documentos Ele-
computacional. São exemplos de documentos arquivísticos trônicos, editou a Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007,
digitais: planilhas eletrônicas, mensagens de correio eletrô- onde recomenda aos órgãos e instituições que adotem o
nico, sítios na internet, bases de dados e também textos, “Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de
imagens fixas, imagens em movimento e gravações sonoras, Gestão Arquivística de Documentos e-ARQ Brasil”, para defi-
dentre outras possibilidades, em formato digital. nir, documentar, instituir e manter políticas, procedimentos e
Atualmente existe uma variedade muito grande de do- práticas para a gestão arquivística de documentos, com base
cumentos digitais e os tipos mais comuns que podemos nas diretrizes estabelecidas por ele.
encontrar são: Para o CONARQ, somente com procedimentos de ges-
1) Textos: arquivos com a extensão “.txt”, “.doc”, “.pdf” etc.; tão arquivística é possível assegurar a autenticidade dos do-
2) Vídeos: arquivos com a extensão “.avi”, “.mov”, “.wmv” etc.; cumentos arquivísticos digitais.
3) Áudio: arquivos com a extensão “.wma”, “.mp3”, “.midi” etc.; Para se ter sucesso na implantação deste Sistema nos
4) Fotografia: arquivos com a extensão “.jpg”, “.bmp”, “.tiff”, órgãos públicos e empresas privadas é necessário que todos
“.gif” etc.; os funcionários estejam envolvidos na política arquivística
5) Arquivos de planilhas: arquivos com a extensão “.pps” etc.; de documentos e as responsabilidades devem ser distribuí-
6) Arquivos da Internet: arquivos com a extensão “.htm”, das de acordo com a função e hierarquia de cada um.
“.html” etc. A Constituição Federal de 1988 e, particularmente, a Lei
Porém, ao mesmo tempo em que este tipo de tecnolo- nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a polí-
gia vem nos ajudar a executar nossas tarefas diárias, a sua
tica nacional de arquivos públicos e privados, delegaram ao
veloz e constante evolução também está nos criando um
Poder Público algumas responsabilidades, consubstanciadas
problema muito sério no tocante à sua preservação.
pelo Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que conso-
À medida que a tecnologia avança, seus meios (hard-
lidou os decretos anteriores - nsº 1.173, de 29 de junho de
ware e software) sofrem mutações consideráveis em suas
1994; 1.461, de 25 de abril de 1995, 2.182, de 20 de março de
estruturas a ponto de criarem sérios problemas de preser-
1997 e 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
vação, principalmente quando se pretende abrir arquivos
de programas mais antigos ou de versões ultrapassadas. O artigo 3º, da Lei nº 8.159 de 08 de janeiro de 1991,
No tocante à preservação de acervos digitais, pode- que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e
mos contar atualmente com a existência de uma vasta e privados, diz que gestão de documentos é o conjunto de
rica literatura sobre o assunto. procedimentos e operações técnicas à sua produção, trami-
Não podemos nos bastar somente na forma de manter tação, uso, avaliação e arquivamento em fases corrente e in-
o documento digital através da sua preservação, também termediária, visando à sua eliminação ou recolhimento para
temos que organizá-lo para ter acesso às informações que guarda permanente., e o seu artigo 17, do Capítulo IV, afirma
ele contém. que a administração da documentação pública ou de caráter
Schellenberg (2004, p. 68) dá uma ideia do que vem a público compete às instituições arquivísticas federais, esta-
ser um modo de gestão de documentos quando nos diz duais do Distrito Federal e municipais.
que documentos são eficientemente administrados quan- Tal dispositivo torna claro a importância e a respon-
do, uma vez necessários, podem ser localizados com rapi- sabilidade que devemos ter com o trato da documentação
dez e sem transtorno ou confusão pública.
Segundo o autor, a maneira com que os documentos Dentre estas responsabilidades, a mais discutida pelos
são mantidos para uso corrente determina a exatidão com autores de hoje é a da preservação dos documentos.
que podem ser fixados os valores da documentação reco- Hoje, encontramos uma vasta bibliografia que trata es-
lhida. Também nos diz que o uso dos documentos para fins pecificamente sobre o tema da preservação de documentos,
de pesquisa depende, igualmente, da maneira pela qual tanto em suporte de papel quanto em meios eletrônicos.
foram originalmente ordenados (2004, p. 53). A guarda e a conservação dos documentos, visando à
Paes (1991, p. 17) diz que devemos ter por base a aná- sua utilização, são as funções básicas de um arquivo (PAES,
lise das atividades da instituição e de como os documentos 1991, p. 5).
são solicitados ao arquivo, para podermos definir o melhor Para Arellano (2004):
método arquivístico a ser adotado pela instituição. A natureza dos documentos digitais está permitindo
Para o CONARQ (Resolução nº 25. art. 1), gestão ar- ampla produção e disseminação de informação no mundo
quivística de documentos é o conjunto de procedimentos e atual. É fato que na era da informação digital se está dando
operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, muita ênfase à geração e/ou aquisição de material digital,
avaliação e arquivamento de documentos em fases corren- em vez de manter a preservação e o acesso a longo prazo
te e intermediária, visando à sua eliminação ou recolhimen- aos acervos eletrônicos existentes. O suporte físico da in-
to para guarda permanente. formação, o papel e a superfície metálica magnetizada se

46
INFORMÁTICA BÁSICA

desintegram ou podem se tornar irrecuperáveis. Existem, mente incluem a data na qual a foto foi tirada e detalhes
ademais, os efeitos da temperatura, umidade, nível de po- da configuração da câmera. No contexto de um sistema de
luição do ar e das ameaças biológicas; os danos provocados informações, onde os dados são o conteúdo de arquivos
pelo uso indevido e o uso regular, as catástrofes naturais e de computador, os metadados a respeito de um item de
a obsolescência tecnológica. A aplicação de estratégias de dados individual normalmente incluem o nome do arquivo,
preservação para documentos digitais é uma prioridade, o tipo do arquivo e o nome do administrador dos dados.
pois sem elas não existiria nenhuma garantia de acesso, Um registro de metadados consiste de alguns elemen-
confiabilidade e integridade dos documentos a longo prazo. tos pré-definidos que representam determinados atributos
Na Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico de um recurso, sendo que cada elemento pode ter um ou
Digital (2004), o CONARQ diz que: mais valores. Segue abaixo um exemplo de um registro de
As facilidades proporcionadas pelos meios e tecnolo- metadados simples:
gias digitais de processamento, transmissão e armazena-
mento de informações reduziram custos e aumentaram a Nome do
eficácia dos processos de criação, troca e difusão da infor- Valor
Elemento
mação arquivística. O início do século XXI apresenta um Título Catálogo da Web
mundo fortemente dependente do documento arquivístico
Criador Dagnija McAuliffe
digital como um meio para registrar as funções e ativida-
des de indivíduos, organizações e governos. University of Queensland
Editora
Porém, o CONARQ alerta sobre a importância de vol- Library
tarmos nossas atenções para os meios de preservar este http://www.library.uq.edu.au/
Identificador
tipo de acervo, pois essas tecnologias digitais sofrem uma iad/mainmenu.html
obsolescência muito rápida pois a tecnologia digital é Formato Texto / html
comprovadamente um meio mais frágil e mais instável de Relação Website da Biblioteca
armazenamento, comparado com os meios convencionais
de registrar informações. Os esquemas de metadados normalmente apresenta-
A Carta também nos alerta: rão as seguintes características:
A preservação da informação em formato digital não • Um número limitado de elementos
se limita ao domínio tecnológico, envolve também ques- • O nome de cada elemento
tões administrativas, legais, políticas, econômico-financei- • O significado de cada elemento
ras e, sobretudo, de descrição dessa informação através de Normalmente, a semântica é descritiva do conteúdo,
estruturas de metadados que viabilizem o gerenciamento localização, atributos físicos, tipo (texto ou imagem, mapa
da preservação digital e o acesso no futuro. Desta forma, ou modelo, por exemplo) e forma (folha impressa ou ar-
preservar exige compromissos de longo prazo entre os vá- quivo eletrônico, por exemplo). Os principais elementos
rios segmentos da sociedade: poderes públicos, indústria de metadados que fornecem suporte para acesso a docu-
de tecnologia da informação, instituições de ensino e pes- mentos publicados são o criador de uma obra, seu título,
quisa, arquivos e bibliotecas nacionais e demais organiza- quando e onde ele foi publicado e as áreas que ela abor-
ções públicas e privadas. da. Quando a informação é publicada sob forma analógica,
O CONARQ reconhece a instabilidade da informação como material impresso, são fornecidos metadados adicio-
arquivística digital e sobre a necessidade de estabeleci- nais para auxiliar na localização das informações, como os
mento de políticas públicas, diretrizes, programas e proje- números de identificação utilizados nas bibliotecas.
tos específicos, legislação, metodologias, normas, padrões
e protocolos que possam minimizar os efeitos da fragilida- Extensões de Arquivos
de e da obsolescência de hardwares, softwares e formatos As extensões de arquivos são sufixos que distinguem
e que assegurem, ao longo do tempo, a autenticidade, a in- seu formato e principalmente a função que cumprem no
tegridade, o acesso contínuo e o uso pleno da informação. computador. Cada extensão de arquivo possui funções e
aspectos próprios, por isso a maioria necessita de progra-
Metadados mas específicos para serem executadas.
A definição mais simples de metadados é que eles são Como tudo que há em um computador é formado por
dados sobre dados – mais especificamente, informações arquivos, existem diversos formatos, como de textos, sons,
(dados) sobre um determinado conteúdo (os dados). imagens, planilhas, vídeos, slides entre diversos outros.
Os metadados são utilizados para facilitar o entendi-
mento, o uso e o gerenciamento de dados. Os metadados A principal
necessários para este fim variam conforme o tipo de dados Sem dúvida alguma, a principal extensão é o EXE. A ex-
e o contexto de uso. Assim, no contexto de uma biblioteca, tensão significa basicamente que o arquivo é um executá-
onde os dados são o conteúdo dos títulos em estoque, os vel, ou seja, pode ser executado e produzir efeitos em com-
metadados a respeito de um título normalmente incluem putadores com sistema operacional Windows. Isso dá a ele
uma descrição do conteúdo, o autor, a data de publicação inúmeras possibilidades, desde realizar a instalação de um
e sua localização física. No contexto de uma câmera, onde programa no seu computador até mesmo executar um vírus
os dados são a imagem fotográfica, os metadados normal- dentro dele, pois ao se executar um arquivo com a extensão

47
INFORMÁTICA BÁSICA

EXE, o usuário está dando autorização ao sistema para exe- WMA – Esta extensão, muito semelhante ao MP3, foi
cutar todas as instruções contidas dentro dele. Quando tal criada pela Microsoft e ganhou espaço dentro do mundo
ficheiro é de origem desconhecida ou não confiável, como da informática por ser o formato especial para o Windows
por exemplo o que vem anexado a um e-mail de remetente Media Player. Ao passar músicas de um CD de áudio para
desconhecido, é possível que este ficheiro instrua o compu- o seu computador usando o programa, todos os arquivos
tador a realizar tarefas indesejadas pelo usuário, tais como formados são criados em WMA. Hoje, praticamente todos os
a instalação de vírus ou spywares. Deve-se estar bastante players de música reproduzem o formato sem complicações.
atento ao clicar em arquivos com esta extensão. AAC – Sigla que significa codificação avançada de áudio,
o AAC foi criado pela Apple a fim de concorrer diretamente
DLL com o MP3 e o WMA, visando superá-los em qualidade sem
Também conhecida como biblioteca de vínculo dinâ- aumentar demasiadamente o tamanho dos arquivos. Menos
mico, é um arquivo que é usada geralmente junto como conhecido, o formato pode ser reproduzido em iPods e simi-
EXE como parte complementar de um software. lares, além de players de mídia para computador.
OGG – Um dos formatos menos conhecidos entre os
Documentos usuários, é orientado para o uso em streaming, que é a
- Editores de texto transmissão de dados diretamente da Internet para o com-
TXT – É um arquivo texto ou texto puro como é mais putador, com execução em tempo real. Isso se deve ao fato
conhecido. Arquivos dos Word também são textos, mas ele do OGG não precisar ser previamente carregado pelo com-
gera um texto com formatação. O TXT é um formato que putador para executar as faixas.
indica um texto sem formatação, podendo ser aberto ou AC3 – Extensão que designa o formato Dolby Digital,
criado no Bloco de Notas do Windows, por exemplo. amplamente utilizado em cinemas e filmes em DVD. A gran-
DOC – O formato de arquivos DOC é de propriedade de diferença deste formato é que as trilhas criadas nele en-
da Microsoft e usado no Microsoft Word como padrão na volvem diversas saídas de áudio com freqüências bem divi-
gravação de arquivos textos. As versões mais recentes do didas, criando a sensação de imersão que percebemos ao
Word incorporaram a extensão DOCX como evolução do fazer uso de home theaters ou quando vamos ao cinema.
DOC, isto aconteceu a partir da versão 2007 do Microsoft WAV – Abreviação de WAVE, ou ainda WAVEForm audio
Word. format, é o formato de armazenamento mais comum  ado-
ODT (Open document text) – Extensão padrão do edi- tado pelo Windows. Ele serve somente para esta função, não
tor de texto Writer contido no pacote LibreOffice. podendo ser tocado em players de áudio ou aparelhos de
som, por exemplo.
- Planilhas Eletrônicas
XLS – Este tipo de arquivo é usado pelo Excel para criar Vídeo
e editar planilhas. O XLS foi usado até a versão 2003, a par- AVI – Abreviação de audio vídeo interleave, menciona o
tir da versão 2007 passou a usar o formato XLSX formato criado pela Microsoft que combina trilhas de áudio
ODS (Open document spreadsheets) - Extensão padrão e vídeo, podendo ser reproduzido na maioria dos players
da planilha eletrônica Calc, contida no pacote LibreOffice. de mídia e aparelhos de DVD, desde que sejam compatíveis
com o codec DivX.
- Apresentações MPEG – Um dos padrões de compressão de áudio e
PPT – Esta extensão é exclusiva para o Microsoft Po- vídeo de hoje, criado pelo Moving Picture Experts Group,
werpoint, aplicativo que permite criar apresentações de sli- origem do nome da extensão. Atualmente, é possível encon-
des para palestrantes e situações semelhantes. trar diversas taxas de qualidade neste formato, que varia de
ODP (Open document presentation) - Extensão padrão filmes para HDTV a transmissões simples.
do criador/editor de apresentações Impress, contida no MOV – Formato de mídia especialmente desenhado
pacote LibreOffice. para ser reproduzido no player QuickTime. Por esse motivo,
ficou conhecido através dos computadores da Apple, que
PDF utilizam o QuickTime da mesma forma que o Windows faz
Formato criado pela Adobe, atualmente é um dos pa- uso do seu Media Player.
drões utilizados na informática para documentos impor- RMVB - RealMedia Variable Bitrate, define o formato
tantes, impressões de qualidade e outros aspectos. Pode de arquivos de vídeo desenvolvido para o Real Player, que
ser visualizado no Adobe Reader, aplicativo mais conheci- já foi um dos aplicativos mais famosos entre os players de
do entre os usuários do formato. mídia para computador. Embora não seja tão utilizado, ele
apresenta boa qualidade se comparado ao tamanho de seus
Áudio arquivos.
MP3 – Esta é atualmente a extensão para arquivos de áu- MKV – Esta sigla denomina o padrão de vídeo criado
dio mais conhecida entre os usuários, devido à ampla utiliza- pela Matroska, empresa de software livre que busca ampliar
ção dela para codificar músicas e álbuns de artistas. O grande o uso do formato. Ele apresenta ótima qualidade de áudio
sucesso do formato deve-se ao fato dele reduzir o tamanho e vídeo e já está sendo adotado por diversos softwares, em
natural de uma música em até 90%, ao eliminar freqüências especial os de licença livre.
que o ouvido humano não percebe em sua grande maioria.

48
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem Tais dispositivos têm uma quantidade de espaço dispo-


BMP – O Bitmap é um dos formatos de imagem mais nível limitada, que pode ser dividida em pedaços chama-
conhecidos pelo usuário. Pode-se dizer que este formato é dos  partições. Assim, cada uma destas divisões é exibida
o que apresenta a ilustração em sua forma mais crua, sem como umaunidade diferente no sistema. Para que a ideia
perdas e compressões. No entanto, o tamanho das imagens fique clara, o HD é um armário e aspartições são as gave-
geralmente é maior que em outros formatos. Nele, cada pi- tas: não aumentam o tamanho do armário, mas permitem
xel da imagem é detalhado especificamente, o que a torna guardar coisas de forma independente e/ou organizada.
ainda mais fiel. Em cada unidade estão as pastas que, por sua vez, con-
GIF – Sigla que significa Graphics Interchange Format, tém arquivos ou outras pastas que, por sua vez, podem ter
é um formato de imagem semelhante ao BMP, mas ampla- mais arquivos... e assim, sucessivamente. A organização de
mente utilizado pela Internet, em imagens de sites, progra- tudo isso é assim:
mas de conversação e muitos outros. O maior diferencial
do GIF é ele permitir a criação de pequenas animações com
imagens seguidas, o que é muito utilizado em emoticons,
blogs, fóruns e outros locais semelhantes.
JPEG - Joint Photographic Experts Group é a origem da
sigla, que é um formato de compressão de imagens, sacri-
ficando dados para realizar a tarefa. Enganando o olho hu-
mano, a compactação agrega blocos de 8X8 bits, tornando
o arquivo final muito mais leve que em um Bitmap.
JPG - É basicamente o principal formato de arquivos
de imagens digitais atualmente. Além do computador, este
tipo de arquivo é usado também nas câmeras digitais ou te-
lefones com recurso de câmera. Ao tirar uma foto, o JPG ge-
ralmente é o formato que eles usam para gravar o arquivo.
PNG – Este formato surgiu em sua época pelo fato dos
algoritmos utilizados pelo GIF serem patenteados, encare-
cendo a utilização dele. O PNG suporta canais alga e apre-
senta maior gama de cores.
Além destes formatos, há outros menos conhecidos re-
ferentes à gráficos e ilustrações vetoriais, que são baseadas
em formas geométricas aplicadas de forma repetida na tela,
evitando o desenho pixelado feito no padrão Bitmap. Algu-
mas delas são o CRD, do Corel, e o AI, do Adobe Ilustrator.

Compactadores
ZIP – A extensão do compactador Winzip se tornou tão
famosa que já foi criado até o verbo “zipar” para mencionar
a compactação de arquivos. O programa é um dos pionei-
ros em sua área, sendo amplamente usado para a tarefa
desde sua criação.
RAR – Este é o segundo formato mais utilizado de com-
pactação, tido por muitos como superior ao ZIP. O Winrar,
programa que faz uso dele, é um dos aplicativos mais com-
pletos para o formato, além de oferecer suporte ao ZIP e a
muitos outros.
7z – Criado pelos desenvolvedores do 7-Zip, esta exten-
são faz menção aos arquivos compactados criados por ele,
que são de alta qualidade e taxa de diminuição de tamanho
se comparado às pastas e arquivos originais inseridos no
compactado.

Onde ficam os documentos?


Qualquer coisa que exista no seu computador está ar-
mazenada em algum lugar e de maneira hierárquica. Em
cima de tudo, estão os dispositivos que são, basicamente,
qualquer peça física passível de armazenar alguma coisa. Os
principais dispositivos são o disco rígido; CD; DVD; cartões
de memória e pendrives.

49
INFORMÁTICA BÁSICA

1. Dispositivos

São todos os meios físicos possíveis de gravar ou salvar A conta não fecha? Aparecem mais unidades do que
dados. Existem dezenas deles e os principais são: você realmente tem? Então, provavelmente, o seu HD está
HD ou Disco Rígido: é o cérebro da máquina. Nele está particionado: o armário e as gavetas, lembra? Uma parti-
tudo: o sistema operacional, seus documentos, programas ção são unidades criadas a partir de pedaços de espaço de
e etc. um disco. Para que você tenha uma ideia, o gráfico abaixo
DVD: Um DVD permite que você leia o conteúdo que mostra a divisão de espaço entre três partições diferentes:
está gravado nele. Há programas gravadores de DVD que
permitem criar DVDs de dados ou conteúdo multimídia.
CD: Como um DVD, mas sem a possibilidade de gravar
vídeos e com um espaço disponível menor.
Pendrive: São portáteis e conectados ao PC por meio
de entradas USB. Têm como vantagem principal o tamanho
reduzido e, em alguns casos, a enorme capacidade de ar-
mazenamento.
Cartões de Memória:  como o próprio nome diz, são
pequenos cartões em que você grava dados e são prati-
camente iguais aos Pendrives. São muito usados em note-
books, câmeras digitais, celulares, MP3 players e ebooks.
Para acessar o seu conteúdo é preciso ter um leitor insta- 3. Pastas
lado na máquina. Os principais são os cartões SD, Memory As pastas - que, há “séculos” eram conhecidas por di-
Stick, CF ou XD. retórios - não contém informação propriamente dita e sim
HD Externo ou Portátil:  são discos rígidos portáteis, arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organi-
que se conectam ao PC por meio de entrada USB (geral- zar tudo o que está dentro de cada unidade.
mente) e têm uma grande capacidade de armazenamento.
Disquete:  se você ainda tem um deles, parabéns! O
disquete faz parte da “pré-história” no que diz respeito a
armazenamento de dados. Eram São pouco potentes e de
curta durabilidade.

2. Unidades e Partições
Para acessar tudo o que armazenado nos dispositivos
acima, o Windows usa unidades que, no computador, são
identificadas por letras. Assim, o HD corresponde ao C:; o 4. Arquivos
leitor de CD ou DVD é D: e assim por diante. Tais letras po- Os arquivos são o computador. Sem mais, nem menos.
dem variar de um computador para outro. Qualquer dado é salvo em seu arquivo correspondente.
Você acessa cada uma destas unidades em “Meu Com- Existem arquivos que são fotos, vídeos, imagens, progra-
putador”, como na figura abaixo: mas, músicas e etc.
Também há arquivos que não nos dizem muito como,
por exemplo, as bibliotecas DLL ou outros arquivos, mas
que são muito importantes porque fazem com que o Win-
dows funcione. Neste caso, são como as peças do motor de
um carro: elas estão lá para que o carango funcione bem.

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INFORMÁTICA BÁSICA

MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010


(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

5. Atalhos
MS OFFICE
O conceito é fácil de entender: uma maneira rápida de
abrir um arquivo, pasta ou programa. Mas, como assim? O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos para es-
Um atalho não tem conteúdo algum e sua única função é critório que contém programas como processador de tex-
“chamar o arquivo” que realmente queremos e que está to, planilha de cálculo, banco de dados (Também conheci-
armazenado em outro lugar. do como DB “Data Base”), apresentação gráfica e gerencia-
Podemos distinguir um atalho porque, além de estar na dor de tarefas, de e-mails e contatos.
área de trabalho, seu ícone tem uma flecha que indicativa O Word é o processador de texto do Microsoft Office,
se tratar de um “caminho mais curto”. Para que você tenha sendo o paradigma atual de WYSIWYG. Facilita a criação, o
uma ideia, o menu “Iniciar” nada mais é do que um aglo- compartilhamento e a leitura de documentos. Desde a ver-
merado de atalhos. são 2.0 (1992) já se apresentava como um poderoso editor
Se você apagar um atalho, não se preocupe: o arquivo de textos que permitia tarefas avançadas de automação de
original fica intacto. escritório. Com o passar do tempo, se desenvolveu rapida-
mente e, atualmente, é o editor mais utilizado pelas gran-
6. Bibliotecas do Windows 7 des empresas e por outros usuários.
O Windows 7 trouxe um novo elemento para a lista bá- O Microsoft Excel faz parte do pacote Microsoft Of-
sica de arquivos e pastas: as bibliotecas. Elas servem ape- fice da Microsoft e atualmente é o programa de folha de
nas para colocar no mesmo lugar arquivos de várias pastas. cálculo mais popular do mercado. As planilhas eletrônicas
Por exemplo, se você tiver arquivos de músicas em “C:\ agilizam muito todas as tarefas que envolvem cálculos e
Minha Música” e “D:\MP3”, poderá exibir todos eles na bi- segundo estudos efetuados, são os aplicativos mais utiliza-
blioteca de música. dos nos escritórios do mundo inteiro.
O Microsoft PowerPoint é uma aplicação que permite
o design de apresentações para empresas, apresentações
escolares..., sejam estas texto ou gráficas. Tem um vasto
conjunto de ferramentas, nomeadamente a inserção de
som, imagens, efeitos automáticos e formatação de vários
elementos.

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é


considerado um dos principais produtos da Microsoft sen-
do a suíte que domina o mercado de suítes de escritório,
mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como
Google Docs e LibreOffice.

51
INFORMÁTICA BÁSICA

Interface

No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento , que como


é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido,
que permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando
no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.

52
INFORMÁTICA BÁSICA

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página Inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior .
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Trabalhando com documentos


Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que é sua área de edição de texto.

Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar seu documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

53
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode mudar o local do arquivo a ser salvo, bastando clicar no botão “Procurar” e selecionar o local desejado pela
parte esquerda da janela.

No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do documento, como o documento não
possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e
que se aproxime do conteúdo de seu texto. Até a versão 2003, os documentos eram salvos no formato .DOC, a partir da
versão 2007, os documentos são salvos na versão .DOCX, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder
salvar seu documento e manter ele compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para
Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

Abrindo um arquivo do Word


Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, localizamos o botão abrir, observe também que ele mostra uma relação de documentos recen-
tes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será
necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique na aba arquivo e escolha Salvar
Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. An-
terior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.

Os primeiros botões são os mesmos que temos em miniaturas no rodapé.


Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
Leitura: Ele oculta as barras de seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do documento à
direita, ele possui uma flecha apontado para a próxima página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão fechar
no topo à direita da tela.
Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam
textos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom
o Word apresenta a seguinte janela:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar
o documento em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma
seção do Word.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página.
No Word 2013 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.

O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos,
como também personalizá-las.

Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da
página, se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela
temos a guia Papel.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos
alimentação do papel. utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho
e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o
alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espaço
em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a op-
ção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

Colunas

A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-


ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as
será uma nova seção do documento, vamos aprender mais suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-
frente como trabalhar com seções. definidas, mas você pode colocar em um número maior de
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente
também que se preciso adicionar colunas a somente uma
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão Marca d’água.

Números de Linha

É bastante comum em documentos acrescentar nume-


ração nas páginas dos documentos, o Word permite que
você possa fazer facilmente, clicando no botão “Números
de Linhas”.

Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”, abre-


se a janela que vimos em Layout.
O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos
Plano de Fundo da Página o item Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção.

Podemos adicionar as páginas do documento, marcas


d’água, cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página,
localizado na Aba Design possui três botões para modificar
o documento.

Nesta janela podemos definir uma imagem como mar-


ca d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a
imagem e depois definir a dimensão e se a imagem fica-
rá mais fraca (desbotar) e clicar em OK. Como também é
possível definir um texto como marca d’água. O segundo
botão permite colocar uma cor de fundo em seu texto, um
recurso interessante é que o Word verifica a cor aplicada e
automaticamente ele muda a cor do texto.

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INFORMÁTICA BÁSICA

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funciona-


mento ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de tex-
tos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu
texto. Através da seleção de texto podemos mudar a cor,
tamanho e tipo de fonte, etc. Observe na imagem que ele traz o texto no formato
HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa mani-
Selecionando pelo Mouse pulá-lo, marque a opção Texto não formatado e clique em OK.
Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o
cursor aponta para a direita. Localizar e Substituir
Ao dar um clique ele seleciona toda a linha Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela temos
Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo. a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Substituir.
Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado
e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que
se o mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar
o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar
ao final da seleção desejada. Podemos também clicar onde
começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir
termina a seleção. É possível selecionar palavras alternadas. e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substi-
Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecio- tuir em seu documento uma palavra por outra. A substituição
nando as partes do texto que deseja modificar. pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser
todas de uma única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Copiar e Colar Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando
que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais.
atalho CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Co- As opções são:
lar), ou o primeiro grupo na ABA Página Inicial. Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pes-
quisa;
Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte
de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que
você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou
*ão o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
Este é um processo comum, porém um cuidado impor- Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonori-
tante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, dade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras
por exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem for- em inglês.
matações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da
copiar um texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao palavra, não será permitida se as opções usar caractere corin-
seu documento, não basta apenas clicar em colar, é ne- ga e semelhantes estiverem marcadas.
cessário clicar na setinha apontando para baixo no botão Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especifi-
Colar, escolher Colar Especial. cado como formatação.
Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A
caixa de seleção usar caracteres curinga.

59
INFORMÁTICA BÁSICA

Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2013 a ABA res-
ponsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para
formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar
somente uma letra também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões
de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado
temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e
sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

Este botão permite alterar a colocação de letras maiúsculas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o de
realce – que permite colocar uma cor de fundo para realçar o texto e o botão de cor do texto.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcado-
res (bullets e numeração e listas de vários níveis), diminuir
e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na
segunda linha temos os botões de alinhamentos: esquer-
da, centralizado, direita e justificado, espaçamento entre li-
nhas, observe que o espaçamento entre linhas possui uma
seta para baixo, permitindo que se possa definir qual o es-
paçamento a ser utilizado.

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

A janela fonte contém os principais comandos de for-


matação e permite que você possa observar as alterações
antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avan-
çado.
Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-
tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
que se faça algo como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras,


pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es- Bordas no parágrafo.
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.

Formatação de parágrafos
A principal regra da formatação de parágrafos é que
independentemente de onde estiver o cursor a formatação
será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessárioselecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Ini-
cio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos Marcadores e Numeração


apenas os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao
clicar na Faixa do grupo Parágrafos, será aberta a janela de Os marcadores e numeração fazem parte do grupo
Formatação de Parágrafos. parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
Numeração.

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto


tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos.
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado.

Você pode observar que o Word automaticamente


adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte-
As opções disponíveis são praticamente as mesmas rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado
disponíveis pelo grupo. do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo
Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas Marcador.
réguas superiores.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-


selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você Podemos começar escolhendo uma definição de borda
poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada
importar, poderá utilizar uma imagem externa. uma das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se
pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da
Bordas e Sombreamento borda. A Guia Sombreamento permite atribuir um preen-
Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso chimento de fundo ao texto selecionado. Você pode es-
texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará- colher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a dessa cor.
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão Cabeçalho e Rodapé
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas O Word sempre reserva uma parte das margens para o
e Sombreamento. cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e
rodapé, clique na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e


Número de Página.
Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas
opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao
clicar em Editar Cabeçalho o Word edita a área de cabeça-
lho e a barra superior passa a ter comandos para alteração
do cabeçalho.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo
o que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas
páginas.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo
Texto, temos o botão Data e Hora.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

No sentido horário da parte superior esquerda: a ima-


Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. gem original, a imagem com aumento de suavização, con-
Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque traste e brilho.
a opção Atualizar automaticamente.
Aplicar correções a uma imagem
Inserindo Elementos Gráficos Clique na imagem cujo brilho deseja alterar.
O Word permite que se insira em seus documentos Em Ferramentas de Imagem, na guia Formatar, no gru-
arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as po Ajustar, clique em Correções.
opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir.

Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemen-
to Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com
o mesmo nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na
janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu
computador. Dependendo do tamanho da sua tela, o botão de cor-
A imagem será inserida no local onde estava seu cur- reções pode aparecer diferente.
sor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para
todos os elementos gráficos, que é a manipulação dos ele-
mentos gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar
que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pon- Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
tilhadas em sua volta, para mover a imagem de local, basta de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
redimensionar a imagem, basta clicar em um dos peque- -la e abrir a guia Formatar.
nos quadrados em suas extremidades, que são chamados Siga um ou mais destes procedimentos:
por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da Em Nitidez/Suavização, clique na miniatura desejada.
imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do As miniaturas à esquerda mostram mais nitidez e à direita,
texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as mais suavização.
configurações de manipulação da imagem. Em Brilho/Contraste, clique na miniatura desejada. Mi-
niaturas à esquerda mostram menos brilho e à direita, mais
brilho. Miniaturas na parte superior mostram menos con-
traste e na parte inferior, mais contraste.
Mova o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das
miniaturas para ver a aparência de sua foto antes de clicar
Alterar o brilho, contraste ou nitidez de uma imagem na opção desejada.
Você pode ajustar o brilho relativo de uma imagem, Para ajustar qualquer correção, clique em Opções de
seu contraste (a diferença entre suas áreas mais escuras correção de imagem e, em seguida, mova o controle desli-
e mais claras) e como nitidez ou desfocado aparece. Estes zante para nitidez, brilho ou contraste ou insira um número
são também denominados correções de imagem. na caixa ao lado do controle deslizante.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no efeito artístico desejado. Você pode mover


o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das imagens em
miniatura efeito e usar visualização dinâmica para ver como
sua imagem ficará com esse efeito aplicado, antes de clicar
no efeito desejado.
Para ajustar o efeito artístico, clique em Opções de
efeitos artísticos na parte inferior da lista de imagens em
miniatura. No painel Formatar imagem, você pode aplicar
uma variedade de efeitos adicionais, incluindo a sombra,
reflexo, brilho, bordas suaves e efeitos 3D.

Recolorir
Clique duas vezes na imagem que deseja recolorir.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Formatar e, no
grupo Ajustar, clique em Cor.

Compactar Imagem
A opção Compactar Imagens permite deixar sua ima-
Clique na miniatura desejada. Você pode mover o pon- gem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
teiro do mouse sobre qualquer efeito para ver como ficará opção o Word mostra a seguinte janela:
sua imagem com esse efeito aplicado antes de clicar no
efeito desejado.
Para usar cores adicionais, incluindo as cores de tema,
cores da guia Padrão ou cores personalizadas, clique em
Mais Variações e, em seguida, clique em Mais Cores. O efei-
to de Recoloração será aplicado usando a cor selecionada.

Aplicar um efeito artístico


Clique na imagem à qual deseja aplicar um efeito ar-
tístico.
Clique em Ferramentas de imagem > Formatar e clique
em Efeitos artísticos no grupo Ajustar.

Pode-se aplicar a compactação a imagem seleciona-


Grupo Ajustar na guia Formatar em Ferramentas de da, ou a todas as imagens do texto. Podemos alterar a re-
Imagem solução da imagem. A opção Redefinir Imagem retorna a
Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas imagem ao seu estado inicial, abandonando todas as alte-
de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez rações feitas.
seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná No grupo Organizar é possível definir a posição da
-la e abrir a guia Formatar. imagem em relação ao texto.

66
INFORMÁTICA BÁSICA

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite defi-


nir em qual posição a imagem deverá ficar em relação ao
texto.

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redi-


mensionar a imagem definindo Largura e Altura.
Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem
janela Layout Avançado que permite trabalhar a disposição
da imagem em relação ao bloco de texto no qual ela esta
inserida. Essas mesmas opções estão disponíveis na opção
Quebra Automática de Texto nesse mesmo grupo. Ao colo-
car a sua imagem em uma disposição com o texto, é habi-
litado alguns recursos da barra de imagens. Como bordas

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a


sua imagem E no grupo Organizar ele habilita as opções de
Trazer para Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no
botão Trazer para Frente, ele abre três opções: Trazer para
Frente e Avançar, são utilizadas quando houver duas ou
mais imagens e você precisa mudar o empilhamento delas.
A opção Trazer para Frente do Texto faz com que a ima-
gem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma imagem e ao
selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você poderá
alinhar as suas imagens.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

Inserindo Elementos Gráficos


O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções
de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo ilustrações.

Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

WordArt
Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word

Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word mostra um pequeno balão no local em que Desativar o controle de alterações


alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar
no respectivo balão. Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações,
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.
Remover alterações controladas

IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações


controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las.
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju-
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
Para ver as alterações, clique na linha próxima à mar- apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
gem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marca- As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
ção do Word. da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite
-as ou rejeite-as.
Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.

Manter o recurso Controlar Alterações ativado


É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com
uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lem- O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa
bre-se da senha para poder desativar esse recurso quando para a próxima alteração.
estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.) Para excluir um comentário, selecione-o e clique
em  Revisão  >  Excluir. Para excluir todos os comentários,
Clique em Revisar. clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Docu-
Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique mento.
em Bloqueio de Controle. DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-
cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,

Imprimir um documento no Word


Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na e para trás, na parte inferior da página.
caixa Redigite para confirmar.
Clique em OK.

Enquanto as alterações controladas estiverem blo-


queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con- Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con- o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois para ampliá-lo.
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte-
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar
e rejeitar alterações.

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Escolha o número de cópias e qualquer outra opção de-


sejada e clique no botão Imprimir.

Para imprimir somente determinadas páginas, siga um


destes procedimentos:
Para imprimir a página mostrada na visualização, sele-
cione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, esco-
Imprimir páginas específicas lha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último
número das páginas na caixa Páginas.
No menu Arquivo, clique em Imprimir. Para imprimir páginas individuais e intervalo de pági-
Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas das nas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo,
propriedades do documento ou alterações controladas e co- escolhaImpressão Personalizada  e digite os números das
mentários, clique na seta em Configurações, ao lado de Im- páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo,
primir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as opções.
3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações pron-
tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você


clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um esti-
lo existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém
se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado
somente ao que foi selecionado.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado so-
mente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do estilo
foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas definições de estilos
através da opção Conjunto de Estilos.

Podemos também se necessário criarmos nossos próprios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

Será mostrado todos os estilos presentes no documento em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem
três botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação
dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo definir a
formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que o mesmo
está disponível somente a este documento. Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

73
INFORMÁTICA BÁSICA

Use as  Ferramentas de Tabela  para escolher diferen- Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir
tes cores, estilos de tabela,  adicionar uma borda a uma automaticamente a largura das colunas com Automático
página ou remover bordas de uma tabela. Você pode até ou pode definir uma largura específica para todas as co-
mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma lunas.
coluna ou linha de números em uma tabela. Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. adiciona conteúdo.
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
tos de largura personalizada tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as ao tamanho de seu documento. Se quiser que as tabelas
colunas, use o comando Inserir Tabela. criadas tenham uma aparência semelhante à da tabela que
você está criando, marque a caixa Lembrar dimensões para
novas tabelas.

Projetar sua própria tabela


Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez


colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de
largura das colunas.
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela. Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células
Defina o número de colunas e linhas. dentro das células.
Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
teiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

Na seção  Comportamento de Ajuste Automático, há


três opções para configurar a largura das colunas:

74
INFORMÁTICA BÁSICA

Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros. Os de ortografia ele marca em ver-
melho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para verificação na impressão
sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.
Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte
do Word.
Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

Índices Será mostrada uma janela de configuração de seu índi-


ce. Clique no botão Opções.
Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele
normalmente aparece no início de documentos. A princi-
pal regra é que todo parágrafo que faça parte de seu índi-
ce precisa estar atrelado a um estilo. Clique no local onde
você precisa que fique seu índice e clique no botão Sumá-
rio, localizado na guia referência. Serão mostrados alguns
modelos de sumário, clique em Inserir Sumário.

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos


os estilos presentes no documento, então é nela que você
define quais estilos farão parte de seu índice. No exemplo
apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o nível 2 ao
Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão suas
entradas de índice clique em OK. Retorna-se a janela an-
terior, onde você pode definir qual será o preenchimento
entre as chamadas de índice e seu respectivo número de
página e na parte mais abaixo, você pode definir o Forma-
to de seu índice e quantos níveis farão parte do índice. Ao
clicar em Ok, seu índice será criado.

Quando houver necessidade de atualizar o índice, bas-


ta clicar com o botão direito do mouse em qualquer parte
do índice e escolher Atualizar Campo.

Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

Verificar Ortografia e gramatica


Na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto, clique em Ortografia e Gramática.

Você pode acessar esse comando rapidamente, adicionando-o à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Para isso,
clique com o botão direito do mouse em Ortografia e Gramática e, em seguida, clique em Adicionar à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido, no menu de atalho.
Quando o programa encontra erros de ortografia, uma caixa de diálogo ou painel de tarefas é exibido mostrando a
primeira palavra incorreta encontrada pelo verificador ortográfico.
Depois que solucionar cada palavra incorreta, o programa sinalizará a próxima palavra incorreta para que você possa
decidir o que fazer.
Apenas no Outlook ou no Word, quando o programa conclui a sinalização de erros ortográficos, ele mostra os erros
gramaticais. Para cada erro, clique em uma opção na caixa de diálogo Ortografia e Gramática.

Como funciona a verificação ortográfica automática


Quando você verifica a ortografia automaticamente enquanto digita, por certo não vai precisar corrigir muitos erros or-
tográficos. O programa do Microsoft Office pode sinalizar as palavras com ortografia incorreta à medida que você trabalha,
para que você possa localizá-las facilmente, como no exemplo a seguir.

Clique com o botão direito do mouse em uma palavra escrita incorretamente para ver as sugestões de correção.

Dependendo do programa do Microsoft Office que você está usando, clique com o botão direito do mouse em uma
palavra para obter outras opções, como adicionar a palavra ao dicionário personalizado.
Como funciona a verificação gramatical automática (aplica-se somente ao Outlook e ao Word)
Após ativar a verificação gramatical automática, o Word e o Outlook sinalizam os possíveis erros gramaticais e estilís-
ticos à medida que você trabalha nos documentos do Word e em itens abertos do Outlook (exceto Anotações), conforme
mostrado no exemplo a seguir.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique com botão direito do mouse no erro para ver MS EXCEL1


mais opções.
O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para
tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas ele
também funciona muito bem para cálculos simples e para ras-
trear de quase todos os tipos de informações. A chave para
desbloquear todo esse potencial é a grade de células. As cé-
lulas podem conter números, texto ou fórmulas. Você insere
dados nas células e as agrupa em linhas e colunas. Isso per-
mite que você adicione seus dados, classifique-os e filtre-os,
insira-os em tabelas e crie gráficos incríveis. Vejamos as etapas
básicas para você começar.

Criar uma nova pasta de trabalho


Os documentos do Excel são chamados de pastas de tra-
balho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, normalmen-
Uma sugestão de correção pode ser exibida no menu te, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar quantas
de atalho. Você pode também optar por ignorar o erro ou planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode criar novas
clicar em Sobre esta sentença para ver por que o programa pastas de trabalho para guardar seus dados separadamente.
considera o texto um erro. Clique em Arquivo e em Novo.
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco
Proteger um documento com senha
Ajude a proteger um documento confidencial contra
edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é pos-
sível evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Docu-
mento > Criptografar com Senha.

Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As células
são referenciadas por sua localização na linha e na coluna da
planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte.

Usar a AutoSoma para adicionar seus dados


Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje somá
-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
você deseja adicionar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique em Au-
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e toSoma no grupo Edição.
clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.
Observações : 
Você sempre pode alterar ou remover sua senha.
As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri-
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar
uma senha pela primeira vez.
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na
conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde célula selecionada.
uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha
forte da qual se lembrará. 1 Fonte: https://support.office.com/pt-br/excel

78
INFORMÁTICA BÁSICA

Criar uma fórmula simples Inserir dados em uma tabela


Somar números é uma das coisas que você poderá fazer, Um modo simples de acessar grande parte dos recur-
mas o Excel também pode executar outras operações mate- sos do Excel é colocar os dados em uma tabela. Isso per-
máticas. Experimente algumas fórmulas simples para adicio- mite que você filtre ou classifique rapidamente os dados.
nar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores. Selecione os dados clicando na primeira célula e arras-
Escolha uma célula e digite um sinal de igual (=). tar a última célula em seus dados.
Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fórmula. Para usar o teclado, mantenha a tecla Shift pressionada
Digite uma combinação de números e operadores de cál- ao mesmo tempo em que pressiona as teclas de direção
culos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de menos para selecionar os dados.
(-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação ou a barra Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
(/) para divisão. direito da seleção.
Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2.
Pressione Enter.
Isso executa o cálculo.
Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você deseja
que o cursor permaneça na célula ativa).

Aplicar um formato de número


Para distinguir entre os diferentes tipos de números, adi-
cione um formato, como moeda, porcentagens ou datas.
Selecione as células que contêm números que você deseja
formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na seta
na caixa Geral.

Clique em Tabelas, mova o cursor para o botão Tabe-


la para visualizar seus dados e, em seguida, clique no bo-
tão Tabela.
Selecione um formato de número

Clique na seta   no cabeçalho da tabela de uma co-


luna.

Caso você não veja o formato de número que está pro-


curando, clique em Mais Formatos de Número.

79
INFORMÁTICA BÁSICA

Para filtrar os dados, desmarque a caixa de seleção Se- Mostrar totais para os números
lecionar tudo e, em seguida, selecione os dados que você As ferramentas de Análise Rápida permitem que você
deseja mostrar na tabela. totalize os números rapidamente. Se for uma soma, média
ou contagem que você deseja, o Excel mostra os resultados
do cálculo logo abaixo ou ao lado dos números.
Selecione as células que contêm os números que você
somar ou contar.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Clique em Totais, mova o cursos entre os botões para
ver os resultados dos cálculos dos dados e clique no botão
para aplicar os totais.

Adicionar significado aos seus dados


A formatação condicional ou minigráficos podem des-
tacar os dados mais importantes ou mostrar tendências de
dados. Use a ferramenta Análise Rápida para um Visualiza-
ção Dinâmica para experimentar.
Selecione os dados que você deseja examinar mais de-
Para classificar os dados, clique em  Classificar de A a talhadamente.
Z ou Classificar de Z a A. Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Explore as opções nas guias  Formatação  e  Minigráfi-
cos para ver como elas afetam os dados.

Por exemplo, selecione uma escala de cores na gale-


ria Formatação para diferenciar as temperaturas alta, média
e baixa.

Quando gostar da opção, clique nela.

Clique em OK.

80
INFORMÁTICA BÁSICA

Mostrar os dados em um gráfico Localizar ou substituir texto e números em uma plani-


A ferramenta Análise Rápida recomenda o gráfico cor- lha do Excel para Windows
reto para seus dados e fornece uma apresentação visual Localize e substitua textos e números usando curingas ou
com apenas alguns cliques. outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, linhas, colu-
Selecione as células contendo os dados que você quer nas ou pastas de trabalho.
mostrar em um gráfico. Em uma planilha, clique em qualquer célula.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Loca-
direito da seleção. lizar e Selecionar.
Clique na guia Gráficos, mova entre os gráficos reco-
mendados para ver qual tem a melhor aparência para seus
dados e clique no que desejar.

Siga um destes procedimentos:


Para localizar texto ou números, clique em Localizar.
Para localizar e substituir texto ou números, clique
em Substituir.
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que você
deseja procurar ou clique na seta da caixa Localizar e, em se-
OBSERVAÇÃO: O Excel mostra diferentes gráficos nesta guida, clique em uma pesquisa recente na lista.
galeria, dependendo do que for recomendado para seus Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco (*)
dados. ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa:
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de caracte-
Salvar seu trabalho res. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”.
Clique no botão  Salvar  na  Barra de Ferramentas de Use o ponto de interrogação para localizar um único ca-
Acesso Rápido ou pressione Ctrl+S. ractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”.
DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de interroga-
ção e caracteres de til (~) nos dados da planilha precedendo
-os com um til na caixa Localizar. Por exemplo, para localizar
dados que contenham “?”, use ~? como critério de pesquisa.
Se você salvou seu trabalho antes, está pronto. Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa e
Se esta for a primeira vez que você salva este arquivo: siga um destes procedimentos:
Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de tra- Para procurar dados em uma planilha ou em uma pasta
balho e navegue até uma pasta. de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Planilha ou Pasta
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pas- de Trabalho.
ta de trabalho. Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na caixa Pes-
Clique em Salvar. quisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas.
Para procurar dados com detalhes específicos, na cai-
Imprimir o seu trabalho xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentários.
Clique em  Arquivo  e, em seguida, clique em  Impri- OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Comentá-
mir ou pressione Ctrl+P. rios só estão disponíveis na guia Localizar, e somente Fórmu-
Visualize as páginas clicando nas setas  Próxima Pági- las está disponível na guia Substituir.
na e Página Anterior. Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de mi-
núsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiúsculas de
minúsculas.
Para procurar células que contenham apenas os carac-
teres que você digitou na caixa Localizar, marque a caixa de
A janela de visualização exibe as páginas em preto e seleção Coincidir conteúdo da célula inteira.
branco ou colorida, dependendo das configurações de sua Se você deseja procurar texto ou números que também
impressora. tenham uma formatação específica, clique em Formato e faça
Se você não gostar de como suas páginas serão im- as suas seleções na caixa de diálogo Localizar Formato.
pressas, você poderá mudar as margens da página ou adi- DICA: Se você deseja localizar células que correspondam
cionar quebras de página. a uma formato específico, exclua qualquer critério da cai-
Clique em Imprimir. xa Localizar e selecione a célula que contenha a formatação
que você deseja localizar. Clique na seta ao lado de Formato,
clique em Escolher formato da célula e, em seguida, clique na
célula que possui a formatação a ser pesquisada.

81
INFORMÁTICA BÁSICA

Siga um destes procedimentos: Definir uma coluna com uma largura específica
Para localizar texto ou números, clique em  Localizar
Tudo ou Localizar Próxima. Selecione as colunas a serem alteradas.
DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão matar.
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
em Localizar ou Localizar Tudo.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis- Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.
ponível, clique na guia Substituir. Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado.
Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em Clique em OK.
andamento pressionando ESC. DICA: Para definir rapidamente a largura de uma única
Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor- coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna
rências dos caracteres encontrados, clique em  Substi- selecionada, clique em  Largura da Coluna, digite o valor
tuir ou Substituir tudo. desejado e clique em OK.
DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica-
que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova- mente ao conteúdo (AutoAjuste)
mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe Selecione as colunas a serem alteradas.
que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Loca- matar.
lizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois em Op-
ções  para exibir as opções de formatação. Clique na seta
ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.

Alterar a largura da coluna e a altura da linha


Em uma planilha, você pode especificar uma largura
de coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o núme-
ro de caracteres que podem ser exibidos em uma célula
formatada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de Em  Tamanho da Célula, clique em  Ajustar Largura da
coluna padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for Coluna Automaticamente.
definida como 0 (zero), a coluna ficará oculta.
Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero) a OBSERVAÇÃO: Para ajustar automaticamente de forma
409. Esse valor representa a medida da altura em pontos (1 rápida todas as colunas da planilha, clique no botão Sele-
ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035 cm). cionar Tudo e, em seguida, clique duas vezes em qualquer
A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximadamente limite entre dois títulos de coluna.
1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida como 0
(zero), a linha ficará oculta.
Se estiver trabalhando no modo de exibição de Layout
da Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da Pasta
de Trabalho, botão Layout da Página), você poderá especi-
ficar uma largura de coluna ou altura de linha em polega-
das. Nesse modo de exibição, a unidade de medida padrão
é polegada, mas você poderá alterá-la para centímetros ou
milímetros (Na guia Arquivo, clique em Opções, clique na
categoria Avançado e, em Exibir, selecione uma opção na
lista Unidades da Régua).

Fazer com que a largura da coluna corresponda à de


outra coluna
Selecione uma célula da coluna com a largura deseja-
da.
Pressione Ctrl+C ou, na guia  Página Inicial, no gru-
po Área de Transferência, clique em Copiar.

82
INFORMÁTICA BÁSICA

Para alterar a largura de várias colunas, selecione as


colunas desejadas e arraste um limite à direita do título de
coluna selecionado.
Para alterar a largura das colunas a fim de ajustá-la ao
conteúdo, selecione as colunas desejadas e clique duas ve-
zes no limite à direita do título de coluna selecionado.
Para alterar a largura de todas as colunas da planilha,
clique no botãoSelecionar Tudo e arraste o limite de qual-
quer título de coluna.
Clique com o botão direito do mouse na coluna de des-
tino, aponte paraColar Especial e clique no botão Manter Lar-
gura da Coluna Original 

Alterar a largura padrão de todas as colunas em uma pla-


nilha ou pasta de trabalho
O valor da largura de coluna padrão indica o número mé-
dio de caracteres da fonte padrão que cabe em uma célula. É
possível especificar outro valor de largura de coluna padrão
para uma planilha ou pasta de trabalho.
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de coluna padrão de uma planilha,
clique na guia da planilha. Definir uma linha com uma altura específica
Para alterar a largura de coluna padrão da pasta de tra- Selecione as linhas a serem alteradas.
balho inteira, clique com o botão direito do mouse em uma
guia de planilha e, em seguida, clique em Selecionar Todas as
Planilhas no menu de atalhoTE000127572.

Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-


matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Altura da Linha.


Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em Formatar. Na caixa Altura da linha, digite o valor que você deseja
e, em seguida, clique em OK.
Alterar a altura da linha para ajustá-la ao conteúdo
Selecione as linhas a serem alteradas.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Largura Padrão.


Na caixa Largura padrão da coluna, digite uma nova me-
dida e clique em OK.
DICA: Para definir a largura de coluna padrão de todas as
novas pastas de trabalho ou planilhas, você poderá criar um
modelo de pasta de trabalho ou de planilha e utilizá-lo como
base para as novas pastas de trabalho ou planilhas.
Em Tamanho da Célula, clique em AutoAjuste da Altura
Alterar a largura das colunas com o mouse da Linha.
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a largura de uma coluna, arraste o limite do DICA:  Para ajustar automaticamente de forma rápi-
lado direito do título da coluna até que ela fique do tamanho da todas as linhas da planilha, clique no botão Selecionar
desejado. Tudo e, em seguida, clique duas vezes no limite abaixo de
um dos títulos de linha.

83
INFORMÁTICA BÁSICA

Formatar números como moeda


Você pode exibir um número com o símbolo de moe-
da padrão selecionando a célula ou o intervalo de célu-
las e clicando em  Formato de Número de Contabilização 

  no grupo  Número  da guia  Página Inicial. (Se desejar


aplicar o formato Moeda, selecione as células e pressione
Ctrl+Shift+$.)
Alterar outros aspectos de formatação
Selecione as células que você deseja formatar.
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de
Diálogo ao lado deNúmero.
Alterar a altura das linhas com o mouse
Siga um destes procedimentos:
Para alterar a altura de uma linha, arraste o limite abaixo
do título da linha até que ela fique com a altura desejada.

DICA: Você também pode pressionar Ctrl+1 para abrir


a caixa de diálogoFormatar Células.
Na caixa de diálogo Formatar Células, na lista Catego-
ria, clique em Moedaou Contábil.
Para alterar a altura de várias linhas, selecione as linhas
desejadas e arraste o limite abaixo de um dos títulos de
linha selecionados.
Para alterar a altura de todas as linhas da planilha, cli-
que no botão Selecionar Tudo e arraste o limite abaixo de
qualquer título de linha.

Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con- Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha. jado.
OBSERVAÇÃO:  Se desejar exibir um valor monetário
Formatar números como moeda no Excel sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
Para exibir números como valores monetários, forma- Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de cimais desejadas para o número.
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar. Por exemplo, para exibir  R$138.691  em vez de colo-
As opções de formatação de número estão disponíveis na car  R$ 138.690,63  na célula, insira  0  na caixa  Casas deci-
guia Página Inicial, no grupo Número. mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
mero na caixa  Amostra. Ela mostra como a alteração das
casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exi-
bição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir nú-
meros negativos, você pode criar seu próprio formato de
número.

84
INFORMÁTICA BÁSICA

OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está disponível para o formato de número Contábil. O motivo disso é
que constitui prática contábil padrão mostrar números negativos entre parênteses.
Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique em OK.
Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você aplicar formatação de moeda em seus dados, isso significará
que talvez a célula não seja suficientemente larga para exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique duas vezes
no limite direito da coluna que contém as células com o erro #####. Esse procedimento redimensiona automaticamente a
coluna para se ajustar ao número. Você também pode arrastar o limite direito até que as colunas fiquem com o tamanho
desejado.

Remover formatação de moeda


Selecione as células que têm formatação de moeda.
Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique na caixa de listagem Geral.
As células formatadas com o formato Geral não têm um formato de número específico.

Operadores e Funções
A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais
complexos e vários valores. Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exemplo, na fun-
ção: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a função o processo
passa a ser mais fácil. Ainda conforme o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um cálculo com sinal
de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma função depende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos
podem ser números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

Criar uma fórmula simples


Você pode criar uma fórmula simples para adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir valores na planilha. As fórmulas
simples sempre começam com um sinal de igual (=), seguido de constantes que são valores numéricos e operadores de
cálculo como os sinais de mais (+), menos (-), asterisco (*) ou barra (/).
Por exemplo, quando você inserir a fórmula =5+2*3, o Excel multiplicará os últimos dois números e adicionará o pri-
meiro número ao resultado. Seguindo a ordem padrão das operações matemáticas, a multiplicação e executada antes da
adição.
Na planilha, clique na célula em que você deseja inserir a fórmula.
Digite o = (sinal de igual) seguido das constantes e dos operadores que você deseja usar no cálculo.
Você pode inserir quantas constantes e operadores forem necessários em uma fórmula, até 8.192 caracteres.
DICA : Em vez de digitar as constantes em sua fórmula, você pode selecionar as células que contêm os valores que
deseja usar e inserir os operadores entre as células da seleção.
Pressione Enter.

85
INFORMÁTICA BÁSICA

Para adicionar valores rapidamente, você pode usar a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente (guia Página
Inicial, grupo Edição ).
Você também pode usar funções (como a função SOMA) para calcular os valores em sua planilha.
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as referências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma fórmula
simples.
Exemplos
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.

Dados
2
5
Fórmula Descrição Resultado
‘=A2+A3 Adiciona os valores nas células A1 e A2 =A2+A3
‘=A2-A3 Subtrai o valor na célula A2 do valor em A1 =A2-A3
‘=A2/A3 Divide o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2/A3
‘=A2*A3 Multiplica o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2*A3
Eleva o valor na célula A1 ao valor exponencial especificado
‘=A2^A3 =A2^A3
em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
‘=5^2 Eleva 5 à segunda potência =5^2

Usar referências de célula em uma fórmula


Ao criar uma fórmula simples ou uma fórmula que usa uma função, você pode fazer referência aos dados das células
de uma planilha incluindo referências de célula nos argumentos da fórmula. Por exemplo, quando você insere ou seleciona
a referência de célula A2, a fórmula usa o valor dessa célula para calcular o resultado. Você também pode fazer referência
a um intervalo de células.
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Na barra de fórmulas  , digite = (sinal de igual).
Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor desejado ou digite sua referência de célula.
Você pode fazer referência a uma única célula, a um intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um local em
outra pasta de trabalho.
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arrastar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou arrastar
o canto da borda para expandir a seleção.

1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o intervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em uma borda codificada por cor, significa que a referência está
relacionada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA :  Você também pode inserir uma referência a um intervalo ou célula nomeada.

86
INFORMÁTICA BÁSICA

Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados. Use o comando Definir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para definir “Ativos” (B2:B4)
e “Passivos” (C2:C4).

Departamento Ativos Passivos


TI 274000 71000
Administrador 67000 18000
RH 44000 3000
Fórmula Descrição Resultado
Retorna o total de ativos dos três
departamentos no nome definido “Ativos”,
‘=SOMA(Ativos) =SOMA(Ativos)
que é definido como o intervalo de células
B2:B4. (385000)
‘=SOMA(Ativos)- Subtrai a soma do nome definido “Passivos” =SOMA(Ativos)-
SOMA(Passivos) da soma do nome definido “Ativos”. (293000) SOMA(Passivos)

Criar uma fórmula usando uma função


Você pode criar uma fórmula para calcular valores na planilha usando uma função. Por exemplo, as fórmulas  =SO-
MA(A1:A2) e SOMA(A1,A2) usam ambas a função SOMA para adicionar os valores nas células A1 e A2. As fórmulas sempre
começam com um sinal de igual (=)

Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.


Para iniciar a fórmula com a função, clique em Inserir Função  .
O Excel insere o sinal de igual (=) para você.
Na caixa Ou selecione uma categoria, selecione Tudo.

Se você estiver familiarizado com as categorias de função, também poderá selecionar uma categoria.
Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na cai-
xa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar números” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que deseja utilizar e clique em OK.
Nas caixas de argumento que forem exibidas para a função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracteres de
texto ou referências de célula desejadas.
Em vez de digitar as referências de célula, você também pode selecionar as células que deseja referenciar. Clique em 
 para expandir novamente a caixa de diálogo.
Depois de concluir os argumentos para a fórmula, clique em OK.

87
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA :  Se você usar funções frequentemente, poderá inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de digitar
o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos da função
pressionando F1.
Exemplos
Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fórmulas
que usam funções.

Dados
5 4
2 6
3 8
7 1
Fórmula Descrição Resultado
‘=SOMA(A:A) Adiciona todos os números na coluna A =SOMA(A:A)
Calcula a média de todos os números no intervalo
‘=MÉDIA(A1:B4) =MÉDIA(A1:B4)
A1:B4

Função Soma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigonométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valores
individuais, referências de células ou intervalos ou uma mistura de todos os três.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SOMA(A2:A10)
= SOMA(A2:A10, C2:C10)

Nome do argumento Descrição


número1    (Obrigatório) O primeiro número que você deseja somar. O número pode ser como “4”, uma
referência de célula, como B6, ou um intervalo de células, como B2:B8.
número2-255    (Opcional) Este é o segundo número que você deseja adicionar. Você pode especificar até 255
números dessa forma.

Soma rápida com a barra de Status


Se você quiser obter rapidamente a soma de um intervalo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar o in-
tervalo e procure no lado inferior direito da janela do Excel.

Barra de Status
Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula ou
várias células. Se você com o botão direito na barra de Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out exibindo
todas as opções que você pode selecionar. Observe que ele também exibe valores para o intervalo selecionado se você tiver
esses atributos marcados. 

88
INFORMÁTICA BÁSICA

Usando o Assistente de AutoSoma mero1, [núm2]) flutuantes marca abaixo a função é o guia
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma de Intellisense. Se você clicar no nome de função ou soma,
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione ele se transformará em um hiperlink azul, que o levará para o
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo tópico de ajuda para essa função. Se você clicar nos elemen-
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula na tos de função individual, as peças representantes na fórmula
faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assistente serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas
de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo para ser como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. A
somados e criar a fórmula para você. Ele também pode tra- marca de Intellisense será exibido para qualquer função.
balhar horizontalmente se você selecionar uma célula para a
esquerda ou à direita do intervalo a serem somados. Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente

AutoSoma horizontalmente
Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os in-
tervalos contíguos de soma Exemplo 4 – somar células não-contíguas
A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que
você selecione outras funções comuns, como:
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções

Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente

Somar células não-contíguas


O Assistente de AutoSoma geralmente só funcionará
para intervalos contíguos, portanto se você tiver linhas ou
colunas vazias no seu intervalo de soma, Excel vai parada o
primeiro espaço. Nesse caso você precisaria soma por sele-
ção, onde você pode adicionar os intervalos individuais, um
por vez. Neste exemplo se você tivesse dados na célula B4,
o Excel seria gerar =SOMA(C2:C6) desde que ele reconheça
um intervalo contíguo.
AutoSoma verticalmente Você pode selecionar rapidamente vários intervalos
O Assistente de AutoSoma detectou automaticamente não-contíguas com Ctrl + LeftClick. Primeiro, insira “= soma
células B2: B5 como o intervalo a serem somados. Tudo o (“, selecione seu diferentes intervalos e Excel adicionará au-
que você precisa fazer é pressione Enter para confirmá-la. tomaticamente o separador de vírgula entre intervalos para
Se você precisar adicionar/excluir mais células, você pode você. Pressione enter quando terminar.
manter a tecla Shift > tecla de direção da sua escolha até Dica:  você pode usar ALT + = para adicionar rapida-
que corresponde à sua seleção desejado e pressione Enter mente a função soma para uma célula. Tudo o que você
quando terminar. Guia de função Intellisense: a soma (Nú- precisa fazer é selecionar o intervalo (s).

89
INFORMÁTICA BÁSICA

Observação: você pode perceber como o Excel tem real-


çado os intervalos de função diferente por cor, e eles corres-
pondem dentro da própria fórmula, portanto C2: C3 é azul
e C5: C6 é vermelho. Excel fará isso para todas as funções, a
menos que o intervalo referenciado esteja em uma planilha
diferente ou em outra pasta de trabalho. Para acessibilidade
aprimorada com tecnologia assistencial, você pode usar in-
tervalos nomeados, como “Semana1”, “Semana2”, etc. e, em
seguida, fazer referência a eles, sua fórmula:
=SOMA(Week1,Week2) SOMA ignora valores de texto
Práticas Recomendadas #REF! Erro de excluir linhas ou colunas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas para
trabalhar com as funções soma. Grande parte desse pode ser
aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados to-
talmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros por
vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23 Se você excluir uma linha ou coluna, a fórmula não se-
Em seguida, tente validar se suas entradas estão corretas. rão atualizados para excluir a linha excluída e retornará um
É muito mais fácil colocar esses valores em células individuais #REF! erro, onde uma função soma atualizará automatica-
e usar uma fórmula de soma. Além disso, você pode formatar mente.
os valores quando eles estão nas células, tornando-as muito
mais legível e quando ela estiverem em uma fórmula.

Fórmulas não atualizar referências ao inserir linhas ou


colunas

#VALUE! erros de referência de texto em vez de números.


Se você usar um fórmula como:
= A1 + B1 + C1 ou = A1 + A2 + A3
= Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar
linhas ou colunas

Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será


atualizada para incluir a linha adicionada, onde uma função
soma atualizará automaticamente (contanto que você não
estiver fora do intervalo referenciado na fórmula). Isso é es-
pecialmente importante se você esperar sua fórmula para
atualizar e não, como ele deixará incompletos resultados
Evite usar o = 1 + 2 ou = métodos A + B que você não pode capturar.
Sua fórmula pode quebrar se houver quaisquer valores
não numéricos (texto) nas células referenciadas, que retorna-
rão um #VALUE! erro. SOMA ignorará valores de texto e lhe
dar a soma dos valores numéricos.

90
INFORMÁTICA BÁSICA

SOMA 3D
Às vezes você precisa somar uma determinada célula em
várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada planilha e a
célula desejada e use apenas «+» para adicionar a célula va-
lores, mas que é entediante e pode ser propensa, muito mais
assim que apenas tentando construir uma fórmula que faz re-
ferência apenas uma única folha.
SOMA com referências de célula individuais versus in- i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1
tervalos Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou soma
Usando uma fórmula como: 3 dimensionais:
=SOMA(A1,A2,A3,B1,B2,B3)
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas
dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É
muito melhor usar intervalos individuais, como:
=SOMA(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de
desconto para um intervalo de células que você já soma-
dos.
= SOMA(Sheet1:Sheet3! A1)
Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da planilha
1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você tem
uma única folha para cada mês (janeiro a dezembro) e você
precisa total-las em uma planilha de reSOMAo.

= SOMA(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a de-
zembro.
Observação: se suas planilhas tem espaços em seus no-
mes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um após-
= SOMA(A2:A14) *-25% trofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma fórmula:
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, = SOMA(‘January Sales:December Sales’! A2)
que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil SOMA com outras funções
encontrar mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor Absolutamente, você pode usar soma com outras funções.
colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média mensal:
disso, onde ele está check-out em Abrir e facilmente alte-
rados, assim:
= SOMA(A2:A14) * E2
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente subs-
titua a “*” com “/”: = SOMA(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma
soma usando + ou - assim:
= SOMA(A1:A10) + E2 =SOMA(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
= SOMA(A1:A10)-E2 Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de
células não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em
branco).

91
INFORMÁTICA BÁSICA

Função SE Mais exemplos de SE


A função SE é uma das funções mais populares do Excel e
permite que você faça comparações lógicas entre um valor e aqui-
lo que você espera. Em sua forma mais simples, a função SE diz:
SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, faça
outra coisa)
Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. O
primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o se-
gundo se a comparação for Falsa.
Exemplos de SE simples
=SE(C2>B2;”Acima do orçamento”;”Dentro do orçamento”)
No exemplo acima, a função SE em D2 está dizendo SE(C2
é maior que B2, retorne “Acima do orçamento”, caso contrário,
retorne “Dentro do orçamento”)

=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fórmula
retorna um 1 ou um 2) = SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado de
texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula em E2
está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor orçado, subtraia
o Valor orçado do Valor real, caso contrário, não retorne nada).

=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a
fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada para
avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada para avaliar
erros. Você não está limitado a verificar apenas se um valor
é igual a outro e retornar um único resultado; você também
pode usar operadores matemáticos e executar cálculos adi-
cionais dependendo de seus critérios. Também é possível ani-
nhar várias funções SE juntas para realizar várias comparações. =SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo  SE(E7 =
preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”). A “Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário, ne-
única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel re- nhum Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)
conhece automaticamente.
Introdução Práticas Recomendadas - Constantes
A melhor maneira de começar a escrever uma instrução No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de Imposto so-
SE é pensar sobre o que você está tentando realizar. Que com- bre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na fórmula. Geralmente,
paração você está tentando fazer? Muitas vezes, escrever uma não é recomendável colocar constantes literais (valores que talvez
instrução SE pode ser tão simples quanto pensar na lógica em precisem ser alterados ocasionalmente) diretamente nas fórmulas,
sua cabeça: “o que aconteceria se essa condição fosse aten- pois elas podem ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É mui-
dida vs. o que aconteceria se não fosse?” Você sempre deve to melhor colocar constantes em suas próprias células, onde elas
se certificar de que suas etapas sigam uma progressão lógi- ficam fora das constantes abertas e podem ser facilmente encon-
ca; caso contrário, sua fórmula não executará aquilo que você tradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há apenas uma fun-
acha que ela deveria executar. Isso é especialmente impor- ção SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas raramente será alterada.
tante quando você cria instruções SE complexas (aninhadas). Mesmo se isso acontecer, será fácil alterá-la na fórmula.

92
INFORMÁTICA BÁSICA

Usar SE para verificar se uma célula está em branco Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran- a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula “Não”, caso contrário, retorne “Talvez”).
exiba um resultado sem entrada.
CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para con-
tar o número de células que atendem a um critério; por
exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade
específica aparece em uma lista de clientes.
Sintaxe
CONT.SE(intervalo, critério)
Por exemplo:
=CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
=CONT.SE(A2:A5,A4)

Nome do argumento Descrição


O grupo de células
Nesse caso, usamos SE com a função ÉCÉL.VAZIA: que você deseja
=SE(ÉCÉL.VAZIA(D2),”Em branco”,”Não está em branco”) contar.  Intervalo  pode
Que diz SE(D2 está em branco, retorne “Em branco”, caso conter números, matrizes,
contrário, retorne “Não está em branco”). Você também po- intervalo    (obrigatório)
um intervalo nomeado ou
deria facilmente usar sua própria fórmula para a condição referências que contenham
“Não está em branco”. No próximo exemplo usamos “” em números. Valores em branco
vez de ÉCÉL.VAZIA. “” basicamente significa “nada”. e texto são ignorados.
Um número, expressão,
referência de célula ou
cadeia de texto que
determina quais células
serão contadas.
Por exemplo, você pode usar
um número como 32, uma
critérios    (obrigatório)
comparação, como “> 32”,
uma célula como B4 ou uma
palavra como “maçãs”.
CONT.SE usa apenas um
único critério. Use  CONT.
=SE(D3=””,”Em branco”,”Não está em branco”) SES  se você quiser usar
Essa fórmula diz SE(D3 é nada, retorne “Em branco”, caso vários critérios.
contrário, retorne “Não está em branco”). Veja um exemplo de
um método muito comum de usar “” para impedir que uma Função SOMASE
fórmula calcule se uma célula dependente está em branco: Você pode usar a função SOMASE para somar os valores em
=SE(D3=””;””;SuaFórmula()) uma intervalo que atendem aos critérios que você especificar.
SE(D3 é nada, retorne nada, caso contrário, calcule sua fórmula). Por exemplo, suponha que, em uma coluna que contém núme-
ros, você quer somar apenas os valores que são maiores do que
Exemplo de SE aninhada 5. Você pode usar a seguinte fórmula: = SOMASE (B2:B25,”> 5”).
Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma])
A sintaxe da função  SOMASE  tem os seguintes argu-
mentos:
intervalo    Necessário. O intervalo de células a ser avaliada
por critérios. Células em cada intervalo devem ser números ou
nomes, matrizes ou referências que contenham números. Valores
em branco e texto são ignorados. O intervalo selecionado pode
conter datas no formato padrão do Excel (exemplos abaixo).
critérios    Obrigatório. Os critérios na forma de um
número, expressão, referência de célula, texto ou função
Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois que define quais células serão adicionadas. Por exemplo,
resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas os critérios podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”,
SE podem ter de 3 a 64 resultados. “maçãs” ou HOJE().
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”))

93
INFORMÁTICA BÁSICA

IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve estar entre
aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as aspas duplas não serão necessárias.
intervalo_soma   Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células diferentes das especificadas
no argumento intervalo. Se o argumento intervalo_soma for omitido, o Excel adicionará as células especificadas no argumento in-
tervalo (as mesmas células às quais os critérios são aplicados).
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de interrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios. O ponto de
interrogação corresponde a qualquer caractere único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de caracteres. Para localizar
um ponto de interrogação ou asterisco real, digite um til (~) antes do caractere.

Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 255
caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!.
O argumento intervalo_soma não precisa ter o mesmo tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais adicio-
nadas são determinadas pelo uso da célula na extremidade superior esquerda do argumentointervalo_soma como a célula inicial
e, em seguida, pela inclusão das células correspondentes em termos de tamanho e forma no argumento intervalo. Por exemplo:

Se o intervalo for e intervalo_soma for Então, as células reais serão


A1:A5 B1:B5 B1:B5
A1:A5 B1:B3 B1:B5
A1:B4 C1:D4 C1:D4
A1:B4 C1:C2 C1:D4

Porém, quando os argumentos intervalo e intervalo_soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de células, o
recálculo da planilha pode levar mais tempo do que o esperado.

MÁXIMO (Função MÁXIMO)


Descrição
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
MÁXIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÁXIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor máximo você
deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números nesta matriz ou referência serão usados. Células vazias,
valores lógicos ou texto na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÁXIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo, utilize
a função MÁXIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas mos-
trarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas para ver
todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÁXIMO(A2:A6) Maior valor no intervalo A2:A6. 27
=MÁXIMO(A2:A6; 30) Maior valor no intervalo A2:A6 e o valor 30. 30

94
INFORMÁTICA BÁSICA

MÍNIMO (Função MÍNIMO)


Descrição
Retorna o menor número na lista de argumentos.
Sintaxe
MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor MÍNIMO
você deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são
contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números daquela matriz ou referência poderão ser usados.
Células vazias, valores lógicos ou valores de erro na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo,
utilize a função MÍNIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÍNIMO(A2:A6) O menor dos números no intervalo A2:A6. 2
O menor dos números no intervalo A2:A6 e
=MIN(A2:A6;0) 0
0.

Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte fun-
ção =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.

Selecione duas ou mais células adjacentes que você deseja mesclar.

95
INFORMÁTICA BÁSICA

IMPORTANTE : Verifique se os dados que você deseja


agrupar na célula mesclada estão contidos na célula supe-
rior esquerda. Os dados nas outras células mescladas serão
excluídos. Para preservar os dados das outras células, copie
-os em outra parte da planilha antes de fazer a mesclagem.
Clique em Início > Mesclar e Centralizar.

Se o botão Mesclar e Centralizar estiver esmaecido, ve-


rifique se você não está editando uma célula e se as células
que você quer mesclar não estão dentro de uma tabela.
DICA :  Para mesclar células sem centralizar, clique na
seta ao lado de Mesclar e Centralizar e clique em Mesclar
Através ou Mesclar Células.
Se você mudar de ideia, é possível dividir as células que
foram mescladas. DICA : Se não vir um tipo de gráfico que agrade você,
clique na guia Todos os Gráficos para ver todos os tipos de
Criar um gráfico no Excel para Windows gráfico disponíveis.
Quando você encontrar o tipo de gráfico desejado, cli-
Use o comando Gráficos Recomendados na guia Inse- que nele e clique emOK.
rir para criar rapidamente um gráfico ideal para seus dados. Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfi-
Selecione os dados que você deseja incluir no seu grá- co e Filtros de Gráficopróximos ao canto superior direito do
fico. gráfico para adicionar elementos de gráfico como  títulos
Clique em Inserir > Gráficos Recomendados. de eixo ou rótulos de dados, para personalizar a aparência
do seu gráfico ou alterar os dados exibidos no gráfico.

Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de ti-


pos de gráficos recomendados pelo Excel para seus dados.
Clique em qualquer tipo de gráfico para ver como os
seus dados aparecem naquele formato.

DICAS : 
Use as opções nas guias Design e Formatar para perso-
nalizar a aparência do gráfico.

Se você não vir essas guias, adicione as  Ferramentas


de gráfico  à faixa de opções clicando em qualquer lugar
no gráfico.

96
INFORMÁTICA BÁSICA

Criar uma Tabela Dinâmica no Excel para analisar


dados da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha
pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores.
Porém, às vezes é difícil saber por onde começar, espe-
cialmente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar,
recomendando e, em seguida, criando automaticamente
Tabelas Dinâmicas que são um excelente recurso para re-
SOMAir, analisar, explorar e apresentar dados. Por exem-
plo, veja uma lista simples de despesas:
O Excel cria uma Tabela Dinâmica em uma nova plani-
lha e exibe a Lista de Campos da Tabela Dinâmica.

Siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque
a caixa de seleção para o campo.
Por padrão, campos não numéricos
Adicionar um são adicionados à áreaLinha, as
campo hierarquias de data e hora são
adicionadas à área  Coluna  e os
campos numéricos são adicionados
à área Valores.
Na área  NOME DO CAMPO,
Remover um campo desmarque a caixa de seleção para
o campo.
Arraste o campo de uma área
da  Lista de Campos da Tabela
Mover um campo
Dinâmica para outra, por exemplo,
de Colunas para Linhas.
Atualizar a Tabela Na guia  Analisar Tabela Dinâmica,
Dinâmica clique em Atualizar.
Aqui estão os mesmos dados reSOMAidos em uma Ta-
bela Dinâmica: Criar uma Tabela Dinâmica manualmente
Se você sabe como organizar seus dados, pode criar
uma Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Ta-
bela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os
dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.
Criar uma Tabela Dinâmica Recomendada
Se você tiver experiência limitada com Tabelas Dinâ-
micas ou não souber como começar, uma Tabela Dinâmica
Recomendada  é uma boa opção. Quando você usa este
recurso, o Excel determina um layout significativo, combi-
nando os dados com as áreas mais adequadas da Tabela
Dinâmica. Isso oferece um ponto inicial para experimentos
adicionais. Depois que uma Tabela Dinâmica básica é cria-
da, você pode explorar orientações diferentes e reorgani-
zar os campos para obter os resultados desejados.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Ta- Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por
bela Dinâmica. uma linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os selecionar os dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/
dados que serão usados na Tabela Dinâmica. Intervalo será preenchida automaticamente com o interva-
Na guia Inserir, clique em  Tabela Dinâmica Recomen- lo de células selecionado.
dada.

97
INFORMÁTICA BÁSICA

Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela
Dinâmica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Planilha existente e clique na planilha para especificar o local.
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.
Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por padrão,
campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data e
Adicionar um campo
hora são adicionadas à área  Colunae os campos numéricos são adicionados à
área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra,
Mover um campo
por exemplo, de Colunas para Linhas.
Clique na seta ao lado do campo em Valores > Definições do Campo de Valor e,
na caixa Definições do Campo de Valor, altere o cálculo.

Alterar o cálculo usado em


um campo de valor

Atualizar a Tabela Dinâmica Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.

Proteger com senha uma pasta de trabalho


O Excel oferece várias maneiras de proteger uma pasta de trabalho. Você pode solicitar uma senha para abri-la, uma
senha para alterar dados e uma senha para alterar a estrutura do arquivo (adicionar, excluir ou ocultar planilhas). Você pode
também definir uma senha no modo de exibição Backstage para criptografar a pasta de trabalho.
Lembre-se, no entanto, de que esse tipo de proteção nem sempre criptografa os seus dados. Isso só é possível com a
senha criptografada criada no modo de exibição Backstage. Os usuários podem ainda usar ferramentas de terceiros para
ler dados não criptografados.
Vamos começar solicitando senhas para abrir um arquivo e alterar dados.
Clique em Arquivo > Salvar como.
Clique em um local, como Computador ou a página da Web Meu Site.
Clique em uma pasta, como Documentos ou uma das pastas no seu OneDrive, ou clique em Procurar.
Na caixa de diálogo Salvar como, vá até a pasta que você quer usar, abra a lista Ferramentas e clique em Opções Gerais.
Insira a sua senha e clique em OK. Insira a mesma senha para confirmar e clique novamente em OK.
OBSERVAÇÃO:  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.

98
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para OBSERVAÇÃO :  Para remover uma senha, siga as etapas aci-
abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo. ma e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em branco.
Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.
Por que minha senha desaparece quando salvo no formato
do Excel 97-2003?
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida por
senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usando o Excel
2003, que salva no formato de arquivo Excel 97-2003 (*.xls). Você
escolhe “Salvar como” usando o formato 97-2003, mas então você
descobre que a senha definida na pasta de trabalho desapareceu.
Isso acontece porque a sua versão do Excel usa um novo
esquema para salvar senhas, e o formato de arquivo anterior
não o reconhece. Como resultado, a senha é descartada ao sal-
var seu arquivo para o formato do Excel 97-2003. Defina a senha
no arquivo *.xls para proteger a pasta de trabalho novamente.

Consulte as anotações abaixo para mais informações. Proteger uma planilha com ou sem uma senha no Excel
Para proteger a estrutura da sua pasta de trabalho, faça Para ajudar a proteger seus dados de alterações não inten-
isto: cionais ou intencionais, proteja sua planilha, com ou sem senha.
Clique em Revisar > Proteger Pasta de Trabalho. Ela impede que outras pessoas removam a proteção da planilha:
Clique em Estrutura. a senha deve ser inserida para desproteger a planilha.
Consulte as anotações abaixo para saber mais sobre Por padrão, quando você protege uma planilha, o excel
essa opção e a opçãoWindows. bloqueia todas as células nessa planilha. Antes de proteger a
Digite uma senha na caixa Senha. planilha, desbloqueie quaisquer células que desejar alterar antes
Clique em OK e redigite a senha para confirmá-la. de seguir essas etapas.
OBSERVAÇÕES :  Clique na guia Revisão e clique em Proteger Planilha.
Se você digitar a mesma senha para abrir e alterar a Verifique se a caixa de seleção Proteger a planilha e o con-
pasta de trabalho, os usuários somente precisarão digitar teúdo de células bloqueadas está marcada.
a senha uma vez. Para usar uma senha, digite-a na caixa Senha para despro-
Se você solicitar somente uma senha para alterar a teger a planilha. 
pasta de trabalho, os usuários podem abrir uma cópia so- Outros usuários podem remover a proteção se você não
mente leitura do arquivo, salvá-la com outro nome e alterar usar uma senha.
seus dados.
Selecionar a opção  Estrutura  previne outros usuários IMPORTANTE :  Anote sua senha e armazene-a em local se-
de visualizar planilhas ocultas, adicionar, mover, excluir ou guro. Nós sinceramente não podemos ajudar você a recuperar
ocultar planilhas e renomear planilhas. senhas perdidas.
Você pode ignorar a opção Windows. Ela está desabili- Se você digitou uma senha na etapa 3, redigite-a para
tada nessa versão do Excel. confirmá-la.
Sempre é possível saber quando a estrutura da pasta
de trabalho está protegida. O botão Proteger Pasta de Tra-
balho acende.

Criptografar a pasta de trabalho com uma senha


No modo de exibição Backstage, você pode definir uma
senha para a pasta de trabalho que fornece criptografia.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Pasta de
Trabalho >Criptografar com Senha.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e
clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.

99
INFORMÁTICA BÁSICA

Marque ou desmarque as caixas de seleção em Permitir Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co-
que todos os usuários desta planilha possam e clique em OK. res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a cor
OBSERVAÇÕES :  desejada.
Para remover a proteção da planilha, clique em Revisão, DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemente,
clique emDesproteger Planilha e digite a senha, se necessário. clique em Cor de Preenchimento  . Você também encon-
Se uma macro não pode executar na planilha protegida, trará até 10 cores personalizadas selecionadas mais recente-
você verá uma mensagem e a macro será interrompida mente em Cores recentes.
Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento.
Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das cé- Quando você deseja algo mais do que apenas um preen-
lulas chimento de cor sólida, experimente aplicar um padrão ou
É possível realçar dados em células utilizando  Cor de efeitos de preenchimento.
preenchimento  para adicionar ou alterar a cor do plano de Selecione a célula ou intervalo de células que deseja for-
fundo ou padrão das células. Veja como: matar.
Selecione as células que deseja realçar. Clique em  Página Inicial  > iniciador da caixa de diálo-
DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para a go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.
planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso irá ocul-
tar as linhas de grade, mas é possível melhorar a legibilidade
da planilha exibindo bordas ao redor de todas as células.

Na guia Preenchimento, em Cor de Fundo, selecione a


cor desejada.
Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preen-
chimento  .

Em Cores do Tema ou Cores Padrão, selecione a cor de-


sejada.

Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma


cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um pa-
drão na caixa Estilo do Padrão.
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique
em  Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as
opções desejadas.
DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano de
fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecionados.
Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de preen-
chimento
Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou efei-
tos de preenchimento das células, basta selecioná-las. Clique
em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchimento, e
então selecione Sem Preenchimento.

100
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito.


CTRL+C — Copia as células selecionadas.
CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área de
Transferência.
CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para copiar
o conteúdo e o formato da célula mais acima de um intervalo
selecionado nas células abaixo.
CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substituir
Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen- com a guia Localizar selecionada.
chimento em cores SHIFT+F5  — Também exibe essa guia, enquanto SHIF-
Se as opções de impressão estiverem definidas T+F4 repete a última ação de Localizar.
como  Preto e branco  ouQualidade de rascunho  — seja CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar Célu-
propositalmente ou porque a pasta de trabalho contém las com a guia Fonte selecionada.
planilhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 também
na ativação automática do modo de rascunho — não será exibe essa caixa de diálogo.)
possível imprimir as células em cores. Veja aqui como re- CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substituir
solver isso: com a guia Substituir selecionada.
Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá- CTRL+I — Aplica ou remove formatação em itálico.
logo Configurar Página. CTRL+K — Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink para
novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink para os
hiperlinks existentes que estão selecionados.
CTRL+N — Cria uma nova pasta de trabalho em branco
CTRL+O — Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou
localizar um arquivo.
CTRL+SHIFT+O — Seleciona todas as células que contêm
comentários.
Na guia  Folha, em  Imprimir, desmarque as caixas de CTRL+P — Exibe a caixa de diálogo Imprimir.
seleção Preto e branco e Qualidade de rascunho. CTRL+SHIFT+P — Abre a caixa de diálogo Formatar Célu-
OBSERVAÇÃO :  Se você não visualizar cores em sua las com a guia Fonte selecionada.
planilha, talvez esteja trabalho no modo de alto contraste. CTRL+R — Usa o comando Preencher à Direita para co-
Se não visualizar cores ao visualizar antes de imprimir, tal- piar o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda de um
vez nenhuma impressora colorida esteja selecionada. intervalo selecionado nas células à direita.
CTRL+B — Salva o arquivo ativo com seu nome de arqui-
Principais atalhos vo, local e formato atual.
CTRL+Menos (-)  — Exibe a caixa de diálogo Excluir CTRL+T — Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
para excluir as células selecionadas. CTRL+S — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+; — Insere a data atual. CTRL+SHIFT+S — Alterna entre a expansão e a redução
CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célu- da barra de fórmulas.
la e a exibição de fórmulas na planilha. CTRL+V  —  Insere o conteúdo da Área de Transferência
CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Disponível
da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas. somente depois de ter recortado ou copiado um objeto, texto
CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células. ou conteúdo de célula.
CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito. CTRL+ALT+V — Exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico. disponível somente depois que você recortar ou copiar um
CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado. objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou em
CTRL+5 — Aplica ou remove tachado. outro programa.
CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos CTRL+W — Fecha a janela da pasta de trabalho selecionada.
e exibir espaços reservados para objetos. CTRL+X — Recorta as células selecionadas.
CTRL+8  —  Exibe ou oculta os símbolos de estrutura CTRL+Y — Repete o último comando ou ação, se possível.
de tópicos. CTRL+Z — Usa o comando Desfazer para reverter o últi-
CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas. mo comando ou excluir a última entrada digitada.
CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas. CTRL+SHIFT+Z  — Usa o comando Desfazer ou Refazer
CTRL+A  — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha para reverter ou restaurar a correção automática quando Mar-
contiver dados, este comando seleciona a região atual. cas Inteligentes de AutoCorreção são exibidas.
Pressionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e CTRL+SHIFT+( — Exibe novamente as linhas ocultas den-
suas linhas de reSOMAo. Pressionar CTRL+A novamente tro da seleção.
seleciona a planilha inteira. CTRL+SHIFT+)  — Exibe novamente as colunas ocultas
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do dentro da seleção.
argumento quando o ponto de inserção está à direita de CTRL+SHIFT+& — Aplica o contorno às células selecio-
um nome de função em uma fórmula. nadas.

101
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+SHIFT+_ — Remove o contorno das células selecionadas.


CTRL+SHIFT+~ — Aplica o formato de número Geral.
CTRL+SHIFT+$ — Aplica o formato Moeda com duas casas decimais (números negativos entre parênteses)
CTRL+SHIFT+% — Aplica o formato Porcentagem sem casas decimais.
CTRL+SHIFT+^ — Aplica o formato de número Exponencial com duas casas decimais.
CTRL+SHIFT+# — Aplica o formato Data com dia, mês e ano.
CTRL+SHIFT+@ — Aplica o formato Hora com a hora e os minutos, AM ou PM.
CTRL+SHIFT+! — Aplica o formato Número com duas casas decimais, separador de milhar e sinal de menos (-) para valores
negativos.
CTRL+SHIFT+* — Seleciona a região atual em torno da célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e colunas vazias).
CTRL+SHIFT+: — Insere a hora atual.
CTRL+SHIFT+” –Copia o valor da célula que está acima da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+SHIFT+Mais (+) — Exibe a caixa de diálogo Inserir para inserir células em branco.

Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é diferente.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Para aplicar a fórmula de =SOMA(A1;A2).
soma você precisa, apenas, Dica: Sempre separe a
selecionar as células indicação das células
que estarão envolvidas com ponto e vírgula (;).
Adição =SOMA(célulaX;célula Y) na adição, incluindo a Dessa forma, mesmo
sequência no campo as que estiverem em
superior do programa localizações distantes
junto com o símbolo de serão consideradas na
igual (=) adição
Segue a mesma lógica da
adição, mas dessa vez você
usa o sinal correspondente
Subtração =(célulaX-célulaY) a conta que será feita (-) no =(A1-A2)
lugar do ponto e vírgula (;),
e retira a palavra “soma” da
função
Use o asterisco (*) para
Multiplicação = (célulaX*célulaY) indicar o símbolo de = (A1*A2)
multiplicação
A divisão se dá com a
barra de divisão (/) entre as
Divisão =(célulaX/célulaY) =(A1/A2)
células e sem palavra antes
da função

Fórmulas bastante requisitadas


Outros algoritmos que são bastante importantes nas planilhas são aqueles que mostram valores de média, máxima e
mínimo. Mas para usar essas funções, você precisa estabelecer um grupo de células.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Você deve usar a palavra
“media” antes das células
indicadas, que são sempre
Média =MEDIA(célula X:célulaY) =MEDIA(A1:A10)
separadas por dois pontos (:) e
representam o grupo total que
você precisa calcular
Segue a mesma lógica, mas usa
Máxima =MAX(célula X:célulaY) =MAX(A1:A10)
a palavra “max”
Dessa vez, use a expressão
Mínima =MIN(célula X:célulaY) =MIN(A1:A10)
“min”

102
INFORMÁTICA BÁSICA

Função Se Adicionar cor e design aos meus slides com temas


Essa função trata das condições de valores solicitados. Você não é um designer profissional, mas você quiser
Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que pre- sua apresentação pareça que você está. “Temas” tudo o que
cisa saber se os produtos ainda estão no estoque ou pre- fazer para você — você apenas escolha um e crie!
cisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Quando você abre o PowerPoint, vê os designs de slide co-
Veja por que: loridos internos (ou ‘temas’) que pode aplicar às apresentações.
Escolher um tema quando você abre o PowerPoint
Escolha um tema.
Cálculo Fórmula Exemplo

=se(B1<=0 ; “a ser envia-


do” ; “no estoque”)
Essa linguagem diz ao
Excel que se o conteúdo
=se(célulaX<=0 da célula B1 é menor ou
Função ; “O que precisa igual a zero ele deve exibir
Se saber 1” ; “o que a mensagem “a ser envia-
precisa saber 2”) do” na célula que contem
a fórmula. Caso o conteú- DICA : Esses temas internos são ótimos para widescreen
do seja maior que zero, a (16:9) e apresentações de tela padrão (4:3).
Escolha uma variação de cor e clique em Criar.
mensagem que aparecerá
é “no estoque”

*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informati-
ca/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-
sua-vida-no-excel#ixzz48neY9XBW

MS POWERPOINT2

As apresentações do PowerPoint funcionam como


apresentações de slide. Para transmitir uma mensagem ou
uma história, você a divide em slides. Considere cada slide
com uma tela em branco para as imagens, palavras e for- Alterar o tema ou variação da sua apresentação
mas que ajudarão a criar sua história. Se você mudar de ideia, poderá sempre alterar o tema ou
Escolha um tema variação na guia Design.
Ao abrir o PowerPoint, você verá alguns modelos e te- Na guia Design, escolha um tema com as cores, as fontes
mas internos. Um tema é um design de slide que contém e os efeitos desejados.
correspondências de cores, fontes e efeitos especiais como DICA : Para visualizar a aparência que o slide terá com um
sombras, reflexos, dentre outros recursos. tema aplicado, coloque o ponteiro do mouse sobre a minia-
Escolher um tema. tura de cada tema.
Clique em Criar ou selecione uma variação de cor e cli- Para aplicar uma variação de cor diferente a um tema
que em Criar. específico, no grupo Variantes, selecione uma variante.
O grupo de variantes aparece à direita do grupo temas e
as opções variam dependendo do tema que você selecionou.

2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/powerpoint

103
INFORMÁTICA BÁSICA

OBSERVAÇÃO : Se você não vir quaisquer variantes, pode Na galeria de layouts, clique no layout desejado para o
ser porque você está usando um tema personalizado, um tema seu novo slide. Cada opção na galeria é um layout de slide
mais antigo projetado para versões anteriores do PowerPoint, diferente que pode conter espaços reservados para texto,
ou porque você importou alguns slides de outra apresentação vídeos, fotos, gráficos, formas, clip-art, uma tela de fundo e
com um tema personalizado ou mais antigo. formatação de temas, como cores, fontes e efeitos. 
Criar e salvar um tema personalizado Seu novo slide é inserido, e você pode clicar dentro de um
Você pode criar um tema personalizado modificando um espaço reservado para começar a adicionar conteúdo.
tema existente ou começar do zero com uma apresentação
em branco. Reorganizar a ordem dos slides
Clique primeiro slide e, em seguida, na guia Design, clique No painel à esquerda, clique na miniatura do slide que
na seta para baixo no grupo variantes. deseja mover e então arraste-o para o novo local.
Clique em cores, fontes, efeitos ou Estilos de plano de fun-
do e escolha uma das opções internas ou personalizar o seu
próprio.
Quando terminar de personalizar estilos, clique na seta
para baixo no grupo temas e clique em Salvar tema atual.
Dê um nome para seu tema e clique em Salvar. Por padrão,
ele é salvar com seus outros temas do PowerPoint e estará dis-
ponível no grupo temas em um cabeçalho personalizado

Adicionar um novo slide


Na guia Exibir, clique em Normal.

No painel de miniaturas de slides à esquerda, clique no


slide depois do qual deseja adicionar o novo slide.
Na guia Início, clique em Novo Slide.

DICA : Para selecionar vários slides, pressione e mantenha


pressionada a tecla CTRL enquanto clica em cada slide que
deseja mover e arraste-os como um grupo para o novo local.

Excluir um slide
No painel à esquerda, clique com o botão direito do
mouse na miniatura de slide que você deseja excluir (mante-
nha pressionada a tecla CTRL para selecionar vários slides) e
então clique em Excluir Slide.

104
INFORMÁTICA BÁSICA

Adicionar texto
Selecione um espaço reservado para texto e comece
a digitar.

Formatar seu texto


Selecione o texto.
Em Ferramentas de desenho, escolha Formatar.

Salvar a sua apresentação Siga um destes procedimentos:


Na guia Arquivo, escolha Salvar. Para alterar a cor de seu texto, escolha Preenchimento
Selecionar ou navegar até uma pasta. de Texto e escolha uma cor.
Na caixa  Nome do arquivo, digite um nome para a Para alterar a cor do contorno de seu texto, esco-
apresentação e escolha Salvar. lha Contorno do Texto e, em seguida, escolha uma cor.
OBSERVAÇÃO : Se você salvar arquivos com frequência Para aplicar uma sombra, reflexo, brilho, bisel, rotação
em uma determinada pasta, você pode ‘fixar’ o caminho 3D, uma transformação, escolha Efeitos de Texto e, em se-
para que ele fique sempre disponível (conforme mostrado guida, escolha o efeito desejado.
abaixo).
Adicionar imagens
Na guia Inserir, siga um destes procedimentos:
Para inserir uma imagem que está salva em sua unida-
de local ou em um servidor interno, escolha Imagens, pro-
cure a imagem e escolha Inserir.
Para inserir uma imagem da Web, escolha Imagens On-
line e use a caixa de pesquisa para localizar uma imagem.

DICA :  Salve o trabalho à medida que o fizer. Pressio-


ne CTRL + S com frequência.

Escolha uma imagem e clique em Inserir.


Adicionar anotações do orador
Os slides ficam melhores quando você não insere in-
formações em excesso. Você pode colocar fatos úteis e
anotações nas anotações do orador e consultá-los durante
a apresentação.

105
INFORMÁTICA BÁSICA

Para abrir o painel de anotações, na parte inferior da janela, clique em Anotações  .


Clique no painel de Anotações abaixo do slide e comece a digitar suas anotações.

Fazer sua apresentação


Na guia Apresentação de Slides, siga um destes procedimentos:
Para iniciar a apresentação no primeiro slide, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, clique em Do Começo.

Se você não estiver no primeiro slide e desejar começar do ponto onde está, clique em Do Slide Atual.
Se você precisar fazer uma apresentação para pessoas que não estão no local onde você está, clique em Apresentar
Online para configurar uma apresentação pela Web e escolher uma das seguintes opções:
Apresentar-se online usando o Office Presentation Service
Iniciar uma apresentação online no PowerPoint usando o Skype for Business

Sair da exibição Apresentação de Slides


Para sair da exibição de Apresentação de Slides a qualquer momento, pressione a tecla Esc do teclado.

O que é um layout de slide?


Cada layout de slide contém espaços reservados para texto, vídeos, fotos, gráficos, formas, clip-art, um plano de fundo
e muito mais, contendo também a formatação, como cores de tema, fontes e efeitos para esses objetos.
Cada tema (paleta de cores, fontes e efeitos especiais) que você usa em sua apresentação inclui um slide mestre e um
conjunto de layouts relacionados. Se usar mais de um tema na apresentação, você terá mais de um slide mestre e vários
conjuntos de layouts.
Você alterar os layouts de slide que são criados para o PowerPoint no modo de exibição de Slide mestre. A imagem
abaixo mostra o slide mestre e dois dos dez layouts do tema base no modo de exibição de Slide mestre.

106
INFORMÁTICA BÁSICA

O que é um slide mestre?


Slides mestres foram projetados para ajudá-lo a criar
apresentações com ótima aparência em menos tempo, sem
muito esforço. Quando desejar que todos os slides para
conter as mesmas fontes e imagens (como logotipos), você
poderá fazer essas alterações no Slide mestre e elas vai ser
aplicadas a todos os slides.

Em seguida, ao incluir conteúdo nos slides, você pode


escolher os layouts de slide mais adequados ao conteúdo, Para acessar o modo de exibição de Slide mestre, na
como mostrado aqui no Modo de Exibição Normal. guia Exibição, localizamos o bloco Modos de Exibição Mes-
tre.

Os layouts de slide relacionados aparecem logo abaixo


do slide mestre.

O diagrama a seguir mostra as várias partes de um la-


yout que você pode incluir em um slide do PowerPoint.

Quando você edita o slide mestre, todos os slides que


seguem aquele mestre conterá essas alterações. No entan-
to, a maioria das alterações feitas serão provavelmente ser
os layouts de slide relacionada ao mestre.
Quando fizer alterações em layouts e o slide mestre no
modo de exibição de Slide mestre, outras pessoas que tra-
balham na sua apresentação (no modo de exibição Normal)
não podem excluir acidentalmente ou editar que você já fez.

107
INFORMÁTICA BÁSICA

Dica final: é recomendável editar o slide mestre e os layouts antes de começar a criar os slides individuais. Dessa ma-
neira, todos os slides adicionados à sua apresentação se basearão em suas edições personalizadas. Se você editar o slide
mestre ou os layouts após criar cada slide, precisará aplicar novamente os layouts alterados aos slides da apresentação no
modo de exibição Normal. Caso contrário, as alterações não aparecerão nos slides.

Temas
Um tema é uma paleta de cores, fontes e efeitos especiais (como sombras, reflexos, efeitos 3D e muito mais) que com-
plementar uns com os outros. Um designer competente criado cada tema no PowerPoint. Podemos disponibilizar esses
temas predefinidos na guia Design na exibição Normal.
Todos os temas usados em sua apresentação incluem um slide mestre e um conjunto de layouts relacionados. Se você
usar mais de um tema na apresentação, terá mais de um slide mestre e vários conjuntos de layouts.

Layouts de Slide

Altere e gerenciar layouts de slide no modo de exibição de Slide mestre. Para acessar o modo de exibição de Slide mes-
tre, na guia Exibir, selecione Mestre de lado. Os layouts estão localizados embaixo do slide mestre no painel de miniatura
no lado esquerdo da tela.

Cada tema tem um número diferente de layouts. Você provavelmente não usar todos os layouts fornecidos com um
tema específico, mas escolher os layouts que melhor correspondem conteúdo do slide.

108
INFORMÁTICA BÁSICA

No modo de exibição Normal, você aplicará os layouts Você pode alterar nada sobre um layout para atender
aos slides (mostrado abaixo). às suas necessidades. Quando você altera um layout e vá
para Normal visualização, todos os slides que você adi-
ciona depois que será baseado neste layout e refletirão a
aparência alterada de layout. No entanto, se houver slides
existentes na sua apresentação que se baseiam a versão
antiga do layout, você precisará reaplicar o layout para es-
ses slides.

Aplicar ou alterar um layout de slide


Todos os temas no PowerPoint incluem um slide mes-
tre e um conjunto de layouts de slide. O layout de slide que
você escolher dependerá da cor, tipos de letra e como você
quer que o texto e outro conteúdo sejam organizados nos
slides. Se os layouts predefinidos não funcionarem, você
poderá alterá-los.
Aplicar um layout de slide no Modo de Exibição Nor-
mal
Cada layout de slide é configurada de forma diferente Escolha um layout predefinido que coincida com o ar-
— com tipos diferentes de espaços reservados em locais ranjo do texto e outros espaços reservados de objeto que
diferentes em cada layout. você planeja incluir no slide.
Cada slide mestre tem um layout de slide relacionados Na guia Exibição, clique em Normal.
chamado Layout de Slide de título, e cada tema organiza No Modo de Exibição Normal, no painel de miniaturas
o texto e outros espaços reservados de objeto para que o à esquerda, clique no slide ao qual você deseja aplicar um
layout diferente, com efeitos, fontes e cores diferentes. A layout.
imagem abaixo mostra primeiro, a versão do tema base do Na guia Página Inicial, clique em Layout e selecione o
layout chamado Layout do Slide de título. E para compa- layout desejado.
rá-lo, o layout de slide abaixo dele é o Layout de Slide de
título do tema Integral.

Alterar um layout de slide no Modo de Exibição de Sli-


de Mestre
Se você não encontrar um layout de slide que funcio-
ne com o texto e outros objetos que você planeja incluir
nos slides, altere um layout no Modo de Exibição de Slide
Mestre.
Na guia Exibição, clique em Normal.
No Modo de Exibição de Slide Mestre, no painel de
miniaturas à esquerda, clique em um layout de slide que
você deseja alterar.

109
INFORMÁTICA BÁSICA

Na guia Design, clique em Tamanho do Slide e selecio-


ne uma opção.

Alterar a orientação, clique em Tamanho do Slide per-


sonalizado e, em seguida, selecione na orientação desejada
em orientação.

Na guia Slide Mestre, para alterar o layout, execute um


ou mais dos seguintes procedimentos:
Para adicionar um espaço reservado, clique em Inserir
Espaço Reservado e, em seguida, escolha um tipo de espa-
ço reservado na lista.
Para reorganizar um espaço reservado, clique na borda
do espaço reservado até ver uma seta de quatro pontas e
arraste o espaço reservado para o novo local no slide.
Para excluir um espaço reservado, selecione-o e, em
seguida, pressione Delete no teclado. Para criar um tamanho de slide personalizado, clique
Para adicionar um novo layout, clique em  Inserir La- em  Tamanho do Slide personalizado  e selecione tela, lar-
yout. gura e altura opções no lado esquerdo da caixa de diálo-
Para renomear um layout, no painel de miniaturas à go Tamanho do Slide.
esquerda, clique com o botão direito do mouse layout que
você deseja renomear, clique em Renomear Layout, digite Adicione espaços reservados para slide layouts para
o novo nome do layout e clique em Renomear. conter texto, imagens, vídeos, etc.
IMPORTANTE: Se você alterar um layout que você usou Espaços reservados são caixas com bordas pontilhadas
em sua apresentação, ir para o modo de exibição Normal que armazenam conteúdo em seu lugar em um layout de
e reaplicar o novo layout para esses slides se desejar obter slide. Você pode adicionar um espaço reservado para um
suas alterações. Por exemplo, se você alterar o layout de layout de slide para conter conteúdo, como texto, imagens,
slide de demonstração, os slides da sua apresentação usan- tabelas, gráficos, SmartArt gráficos, clip-art, vídeos e muito
do o layout de demonstração mantêm a aparência original, mais.
se você não aplicar o layout revisado para cada uma delas. IMPORTANTE :  Só podem ser adicionados a espaços
Alterar a orientação dos slides reservados em layouts, slides não individuais em uma apre-
Você pode alterar a orientação de todos os slides pa- sentação de slides.
drão, widescreen ou um tamanho personalizado, e você Na guia Exibir, clique em Slide Mestre.
pode especificar a orientação retrato ou paisagem de slides No painel de miniaturas esquerdo, clique no layout de
e anotações. slide ao qual você deseja adicionar um ou mais espaços
reservados.
A seguir é mostrado o layout de slide Título e Conteú-
do, que contém um espaço reservado para o título e outro
para qualquer tipo de conteúdo:

110
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode alterar um espaço reservado para redimen-


sioná-lo, reposicione, ou alterando a fonte, o tamanho, o
caso, a cor ou o espaçamento do texto dentro dele. Você
também pode excluir um espaço reservado de um layout
de slide ou um slide individual selecionando-a e pressio-
nando Delete.

Atalhos usados com frequência


A tabela a seguir relaciona os atalhos mais usados no
PowerPoint.

Para Pressione
Aplicar negrito ao texto
Ctrl+B
selecionado.
Na guia Slide Mestre, clique em Inserir Espaço Reserva- Altere o tamanho
ALT + C, F e, em
do e, em seguida, clique no tipo de espaço reservado que da fonte do texto
seguida, S
você deseja adicionar. selecionado.
Altere o zoom do slide. ALT + W, P
Recorte o texto
selecionado, objeto ou Ctrl+X
slide.
Copie o texto
selecionado, objeto ou Ctrl+C
slide.
Colar recortado ou
copiado texto, objetos Ctrl+V
ou slide.
Desfazer a última ação. Ctrl+Z
Salve a apresentação. Ctrl+B
Inserir uma imagem. ALT + N, P
Inserir uma forma. ALT + H, S e H
Selecione um tema. ALT + G, H
Selecione um layout de
ALT + H, L
slide.
Ir para o próximo slide. Page Down
Vá para o slide anterior. Page Up
Vá para a guia página
Alt+C
inicial.
Mover para a guia
ALT+T
Inserir.
Inicie a apresentação de
ALT + S, B
slides.
Clique em um local no layout de slide e arraste para Painel com scorecard
Encerre a apresentação
desenhar o espaço reservado. Você pode adicionar quan- e mapa estratégico;
de slides.
tos espaços reservados como desejar. perguntas
Quando terminar, na guia Slide mestre, clique em Fe- Feche o PowerPoint. ALT + F, X
char modo de exibição mestre.
Siga um destes procedimentos:
Para reaplicar o layout alterado recentemente a um
slide existente, na lista de miniaturas de slide, selecione o
slide e, em seguida, na guia  página inicial, clique em  La-
yout e, em seguida, selecione o layout revisado.
Para adicionar um novo slide que contém o layout (com
os recém-adicionado espaços reservados), na guia página
inicial, clique em Novo Slide e, em seguida, selecione o la-
yout revisado do slide.

111
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes:


» Para – é o campo onde será inserido o endereço do des-
PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS, tinatário.
FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS » Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO. mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS todos os destinatários.
NAVEGADORES DA INTERNET. » Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos.
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
CORREIO ELETRÔNICO » Anexos – são dados que são anexados à mensagem (ima-
gens, programas, música, arquivos de texto, etc.).
O correio eletrônico3 se parece muito com o correio tra- » Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensagem.
dicional. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa
postal, o carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor,
pra quem quer mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que porém representando as mesmas funções. Além dos destes
o e-mail se popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo campos tem ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e
custo. Você não paga nada por uma comunicação via e-mail, EXCLUIR as mensagens, este botões bem como suas funcio-
apenas os custos de conexão com a Internet. Outro fator é a ra- nalidades veremos em detalhes, mais à frente.
pidez, enquanto o correio tradicional levaria dias para entregar Para receber seus e-mails você não precisa estar co-
uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que instantanea- nectado à Internet, pois o e-mail funciona com provedores.
mente e não utiliza papel. Por último, a mensagem vai direto ao Mesmo você não estado com seu computador ligado, seus
destinatário, não precisa passa de mão-em-mão (funcionário e-mail são recebidos e armazenados na sua caixa postal,
do correio, carteiro, etc.), fica na sua caixa postal onde somente localizada no seu provedor. Quando você acessa sua caixa
o dono tem acesso e, apesar de cada pessoa ter seu endereço postal, pode ler seus e-mail on-line (diretamente na Internet,
pelo WebMail) ou baixar todos para seu computador através
próprio, você pode acessar seu e-mail de qualquer computa-
de programas de correio eletrônico. Um programa muito co-
dor conectado à Internet. Bem, o e-mail mesclou a facilidade
nhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais à frente.
de uso do correio convencional com a velocidade do telefone,
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de
se tornando um dos melhores e mais utilizado meio de comu-
e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode
nicação.
enviar mensagens para você. Também é possível enviar
mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo, para isto
Estrutura e Funcionalidade do e-mail
basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos acima.
Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a maio-
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os ria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet
endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do através do navegador. Este tipo de correio é chamado de
usuário + @ + host, onde: WebMail. O WebMail é responsável pela grande populariza-
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo ção do e-mail, pois mesmo as pessoas que não tem compu-
usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro. tador, podem acessar sua caixa postal de qualquer lugar (um
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um endereço eletrô-
nome do usuário do seu provedor. nico basta querer e acessar a Internet, é claro. Existe quase
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço que uma guerra por usuários. Os provedores, também, dis-
eletrônico. Exemplo: click21.com.br . putam quem oferece maior espaço em suas caixas postais.
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço Há pouco tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb,
24 horas por dia. grátis, não era fácil. Lembro que, quando a Embratel ofere-
ceu o Click21 com 30 Mb, achei que era muito espaço, mas
Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br logo o iBest ofereceu 120 Mb e não parou por ai, a “guer-
ra” continuo culminando com o anúncio de que o Google
A caixa postal é composta pelos seguintes itens: iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A última campanha do GMail,
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensa- e-mail do Google, é de aumentar sua caixa postal constante-
gens recebidas. mente, a última vez que acessei estava em 2663 Mb.
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não en-
viadas. WebMail
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails
que foram enviados. O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de
terminou de redigir. usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas. os e-mails possuem aplicações para acesso direto na In-
ternet. É grande o número de provedores que oferecem
3 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronico- correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo segue uma
ewebmail001.asp lista dos mais populares.

112
INFORMÁTICA BÁSICA

» Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com 1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua cai-
» GMail – http://www.gmail.com xa de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor.
» Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br 2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de
» iG Mail – http://www.ig.com.br e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br vai redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à
função novo e-mail do Outlook.
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e se- 3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus en-
guir as instruções do site. Outro importante fator a ser obser- dereços de e-mail são previamente guardados para utilização
vado é o tamanho máximo permitido por anexo, este foi ou- futura, nesta seção também é possível criar grupos para facilitar
tro fator que aumentou muito de tamanho, há pouco tempo o gerenciamento dos seus contatos.
a maioria dos provedores permitiam em torno de 2 Mb, mas 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome
atualmente a maioria já oferecem em média 25 Mb. Além de já diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas
caixa postal os provedores costumam oferecer serviços de diversas configurações, tais como: mudar senha, definir núme-
agenda e contatos. ro de e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério 5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
de cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por com vários tópicos de ajuda.
exemplo, procuro aqueles que oferecem uma interface com 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele
o menor propaganda possível. que você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quan-
» Criando seu e-mail do o uso de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu en-
simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste dereço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte
WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os en- utilizada em porcentagem e um pequeno gráfico.
tendimentos, no entanto você pode acessar qualquer dos 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está,
endereços informados acima ou ainda qualquer outro que no exemplo a Caixa de Entrada.
você conheça. O processo de cadastro é muito simples, basta 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensa-
preencher um formulário e depois você terá sua conta de gens que estão na tela e também o total da seção selecionada.
e-mail pronta para ser usada. Vamos aos passos: 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão to-
1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.br) dos os comandos relacionados com as mensagens exibidas.
ou qualquer outro de sua preferência. Para usar estes comandos, selecione uma ou mais mensagens
2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, será o comando desejado e clique no botão “OK”. O botão “Blo-
aberto um formulário, preencha-o observando todos os quear”, bloqueia o endereço de e-mail da mensagem, útil para
campos. Os campos do formulário têm suas particularidades bloquear e-mails indesejados. Já o botão “Contas externas”
de provedor para provedor, no entanto todos trazem a mes- abre uma seção para configurar outras contas de e-mails que
ma ideia, colher informações do usuário. Este será a primeira enviarão as mensagens a sua caixa postal. Para o correto fun-
parte do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadastro, no cionamento desta opção é preciso que a conta a ser acessada
exemplo temos “@outlook.com”. A junção do nome de usuá- tenha serviço POP3 e SMTP.
rio com o nome do provedor é que será seu endereço eletrô- 11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de
nico. No exemplo ficaria o seguinte: seunome@outlook.com. página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na se-
3. Após preencher todo o formulário clique no botão ção. Para acessar selecione a página desejada e clique no botão
“Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado. “OK”. Veja que todos os comandos estão disponíveis também
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum na parte inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
que muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros 12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um
usuários, neste caso será exibida uma mensagem lhe in- correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Ras-
formando do problema. Isso acontece porque dentro de cunho e Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome,
um mesmo provedor não pode ter dois nomes de usuários quando está normal significa que todas as mensagens foram
iguais. A solução é procurar outro nome que ainda esteja abertas, porém quando estão em negrito, acusam que há uma
livre, alguns provedores mostram sugestões como: seuno- ou mais mensagens que não foram lidas, o número entre pa-
me2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o que é rêntese indica a quantidade. Este detalhe funciona para todas
bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou as pastas e mensagens do correio.
informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize 13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as
seu cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado. mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o
conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também
» Entendendo a Interface do WebMail as mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa pos-
A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que tal. A observação feita no item anterior, sobre negrito, também
nos liga do mundo externo aos comandos do programa. Es- é válida para esta seção. Observe as caixas de seleção localiza-
tes conhecimentos vão lhe servir para qualquer WebMail que das do lado esquerdo de cada mensagem, é através delas que
você tiver e também para o Outlook, que é um programa as mensagens são selecionadas. A seleção de todos os itens ao
de gerenciamento de e-mails, vamos ver este programa mais mesmo tempo, também pode ser feito pela caixa de seleção
adiante. do lado esquerdo do título da coluna “Remetente”. O título das

113
INFORMÁTICA BÁSICA

colunas, além de nomeá-las, também serve para classificar as


mensagens que por padrão estão classificadas através da colu-
na “Data”, para usar outra coluna na classificação basta clicar
sobre nome dela.
14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adi-
cionar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são
um modo de organizar seu conteúdo, armazenando suas
mensagens por temas. Quando seu e-mail é criado não
existem pastas nesta seção, isso deve ser feito pelo usuário
de acordo com suas necessidades.
15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a
seção onde pode ser feita uma configuração que permitirá
você acessar outras caixas postais diretamente da sua. O
próximo link, como o nome já diz, abre a janela de confi-
guração dos e-mails bloqueados e mais abaixo o link para
baixar um plug-in que lhe permite fazer uma configuração
automática do Outlook Express. Estes dois primeiros links
são os mesmos apresentados no item 10.

OUTLOOK Na página Configuração Automática de Conta, insira


o seu nome, endereço de email e senha e escolha Avançar.
O Microsoft Outlook é um software de automação de Observação : Se você receber uma mensagem de erro
escritório e cliente de correio electrónico que faz parte do após escolher Avançar, verifique novamente seu endere-
pack Microsoft Office. Mas não é apenas um gerenciador ço de email e senha. Se ambos estiverem corretos, escolha
de e-mails, o Outlook possui funcionalidades de grupos Configuração manual ou tipos de servidor adicionais..
de discussão com base em padrões avançados de internet, Escolha Concluir.
além de possuir calendário integral e gerenciamento de ta-
refas e de contatos. Além disso, possui capacidades de co- A configuração automática não funcionou
laboração em tempo de execução e em tempo de criação Se a instalação não tiver sido concluída, o Outlook
robustos e integrados. pode solicitar que você tente novamente usando uma co-
nexão não criptografada com o servidor de email. Se isso
Configurando uma conta4 não funcionar, escolha Configuração manual ou tipos de
Em muitos casos, o Outlook pode configurar a sua servidor adicionais.
conta para você apenas com um endereço de email e uma Observações: Se estiver usando o Outlook 2016, você
senha. Ao iniciar o Outlook pela primeira vez, o Assistente não poderá usar o tipo de configuração manual para as
Automático de Conta é iniciado. contas do Exchange. Contate o seu administrador se hou-
ver falha na configuração automática de conta. Ele infor-
Para configurar uma conta automaticamente mará a você o nome do Exchange Server para seu email e
Abra o Outlook e, quando o Assistente Automático de o ajudará a configurar o Outlook.
Conta for aberto, escolha Avançar. Se você atualizar para o Outlook 2016 a partir de uma
Observação : Se o Assistente não abrir ou se você qui- versão anterior e receber mensagens de erro informando
ser adicionar uma outra conta de email, na barra de ferra- que não é possível fazer logon ou iniciar o Outlook, é por-
mentas, escolha a guia Arquivo. que o serviço Descoberta Automática do Exchange não foi
configurado ou não está funcionando corretamente.
Para configurar uma conta manualmente
Escolha Configuração manual ou tipos de servidor adi-
cionais > Avançar.

Na página Contas de Email, escolha Avançar > Adicio-


nar Conta.
4 Fonte: Ajuda do MSOutlook

114
INFORMÁTICA BÁSICA

Selecione o tipo de conta desejado e escolha Avançar.


Preencha as seguintes informações: Obs.: Microsoft Exchange Server é uma aplicação ser-
Seu Nome, Endereço de Email, Tipo de Conta, Servidor vidora de e-mails de propriedade da Microsoft Corp e que
de Entrada de Emails, Servidor de Saída de Emails, Nome pode ser instalado somente em plataformas da família
de Usuário e Senha. Windows Server.
Escolha Testar Configurações da Conta para verificar as
informações inseridas. Criar uma mensagem de email
Observação : Se o teste falhar, escolha Mais Configu- Clique em Novo Email, ou pressione Ctrl + N.
rações. O administrador poderá solicitar que você faça ou-
tras alterações, incluindo inserir portas específicas para o
servidor de entrada (POP3 ou IMAP) ou o servidor de saída
(SMTP).
Escolha Avançar > Concluir.

Excluir uma conta de email


Para excluir uma conta de email
No painel direito da guia Arquivo, selecione Configura-
ções de Conta > Configurações de Conta. Se várias contas de email configuradas no Microsoft
Outlook, o botão de aparece e a conta que enviará a men-
sagem é mostrada. Para alterar a conta, clique em de.
Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem.
Insira os endereços de email dos destinatários ou os
nomes na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatários
com um ponto e vírgula.
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma lis-
ta no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Cco e
clique nos nomes desejados.
Não vejo a caixa Cco. Como posso ativá-lo?
Para exibir a caixa Cco para esta e todas as mensagens
futuras, clique em Opções e, no grupo Mostrar Campos,
clique em Cco.
Clique em Anexar arquivo para adicionar um anexo.
Ou clique em Anexar Item para anexar itens do Outlook,
como mensagens de email, tarefas, contatos ou itens de
calendário.

Na lista de contas de email, selecione a conta que de-


seja excluir e escolha Remover.

115
INFORMÁTICA BÁSICA

Dica : Se você não gostar a fonte ou o estilo do seu email, Era necessário criar um modelo padrão e universal
você pode alterar sua aparência. Também é uma boa ideia Veri- para que as máquinas continuassem trocando dados,
ficar a ortografia em sua mensagem antes de enviar. surgiu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria por-
Após terminar de redigir sua mensagem, clique em Enviar. tanto que mais outras máquinas fossem inseridas àquela
Observação : Se você não consegue encontrar o botão En- rede.
viar, talvez você precise configurar uma conta de email. Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrô-
nico, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as
Pesquisar email máquinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim
Da Caixa de Entrada, ou de qualquer outra pasta de email, no ano seguinte a rede se torna internacional.
localize a caixa Pesquisar na parte superior de suas mensagens. Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do
Para encontrar uma palavra que você sabe que está em Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-
uma mensagem ou uma mensagem de uma pessoa em parti- lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan-
cular, digite a palavra ou o nome da pessoa na caixa Pesquisar. to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a
Mensagens que contenham a palavra ou o nome que você es- nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi-
pecificou serão exibidas com o texto de pesquisa destacado nos leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
resultados. caísse no domínio público.
Com esta popularidade e o surgimento de softwares
Restrinja os resultados de pesquisa de navegação de interface amigável, no fim da década de
No grupo Escopo na faixa de opções, escolha onde você 90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de
deseja pesquisar: Todas as Caixas de Correio, Caixa de Correio informática começaram a utilizar a rede internacional.
Atual, Pasta Atual, Subpasta ou Todos os Itens do Outlook.
No grupo Refinar na faixa de opções, escolha se você está Acesso à Internet
procurando pela pessoa que enviou a mensagem ou pelo as- O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
sunto. de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In-
Você pode filtrar ainda mais os resultados da pesquisa ao ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
selecionar: sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam
Com Anexos – para localizar somente emails com anexos à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
Categorizado – para localizar emails que tenham sido atri- relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
buídos a uma categoria específica • Provedores de Backbone: São instituições que cons-
Esta Semana – para pesquisar quando o email foi recebido. troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
Há vários períodos de tempo para escolher (Hoje, Ontem, Mês estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
Passado, etc.) acesso à Internet para redes locais;
Enviado para – para localizar emails enviados a você, não • Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
enviados diretamente a você ou enviados por outro destinatário tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
Sinalizado – para localizar emails sinalizados por você ape- bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
nas • Provedores de Informação: São instituições que dis-
Importante – para localizar somente emails rotulados como ponibilizam informação através da Internet.
importantes
Endereço Eletrônico ou URL
INTERNET Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
conhecer o seu endereço.
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto Este endereço, que é único, também é considerado sua
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur-
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim:
capaz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreen- www.xxxx.com.br
dedores seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo pe- Onde:
culiar de imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.” www = protocolo da World Wide Web
John P. Barlow xxx = domínio
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear fi- com = comercial
cassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono. br = brasil
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década
de 60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
militares, em quatro localidades.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições É um serviço disponível na Internet que possui um con-
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
a tecnologia, logo vinte e três computadores foram conec- bilizados a qualquer um.
tados, porém o padrão de conversação entre as máquinas Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
se tornou impróprio pela quantidade de equipamentos. liza uma linguagem especial, chamada HTML.

116
INFORMÁTICA BÁSICA

Domínio HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS


Designa o dono do endereço eletrônico em ques- Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das re-
tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão des é organizada em camadas ou níveis, cada uma construí-
localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem: da sobre sua predecessora. O número de camadas, o nome,
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço o conteúdo e a função de cada camada diferem de uma rede
.edu = Instituição acadêmica para outra. No entanto, em todas as redes, o propósito de
.gov = Instituição governamental cada camada é oferecer certos serviços às camadas superiores,
.mil = Instituição militar norte-americana protegendo essas camadas dos detalhes de como os serviços
.net = Provedor de serviços em redes oferecidos são de fato implementados.
.org = Organização sem fins lucrativos
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de A camada n em uma máquina estabelece uma conversão
Trasferência em Hipertexto com a camada n em outra máquina. As regras e convenções
É um protocolo ou língua específica da internet, res- utilizadas nesta conversação são chamadas coletivamente de
ponsável pela comunicação entre computadores. protocolo da camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo
Um hipertexto é um texto em formato digital, e para uma rede com sete camadas. As entidades que compõem
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe- as camadas correspondentes em máquinas diferentes são cha-
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa madas de processos parceiros. Em outras palavras, são os pro-
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na cessos parceiros que se comunicam utilizando o protocolo.
forma de blocos de textos, imagens ou sons. Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o camada n em uma máquina para a camada n em outra má-
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou quina. Em vez disso, cada camada passa dados e informações
outro documento. de controle para a camada imediatamente abaixo, até que o
nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio
Home Page físico de comunicação, através do qual a comunicação ocorre.
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin- Na Figura abaixo, a comunicação virtual é mostrada através
de linhas pontilhadas e a comunicação física através de linhas
cipal do site ou web page.
sólidas.
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.
HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de
Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
nho padrão da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A
transmissão através da Internet, evitando longos perío- interface define quais operações primitivas e serviços a cama-
dos de espera e congestionamento na rede). da inferior oferece à camada superior. Quando os projetistas
decidem quantas camadas incluir em uma rede e o que cada
Browser ou Navegador camada deve fazer, uma das considerações mais importantes é
É o programa específico para visualizar as páginas da definir interfaces limpas entre as camadas. Isso requer, por sua
web. vez, que cada camada desempenhe um conjunto específico
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em de funções bem compreendidas. Além de minimizar a quan-
HTML, apresentando as páginas formatadas para os tidade de informações que deve ser passada de camada em
usuários. camada, interfaces bem definidas também tornam fácil a troca
da implementação de uma camada por outra implementação
ARQUITETURAS DE REDES completamente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas
As modernas redes de computadores são projetadas telefônicas por canais de satélite), pois tudo o que é exigido
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- da nova implementação é que ela ofereça à camada superior
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. exatamente os mesmos serviços que a implementação antiga
oferecia.

117
INFORMÁTICA BÁSICA

O conjunto de camadas e protocolos é chamado de Classes de endereços IP


arquitetura de rede. A especificação de arquitetura deve Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem
conter informações suficientes para que um implementa- ser utilizados tanto para identificar o seu computador den-
dor possa escrever o programa ou construir o hardware de tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet.
cada camada de tal forma que obedeça corretamente ao Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com-
protocolo apropriado. Nem os detalhes de implementação putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má-
nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura, quina em outra rede pode ter este mesmo número, afinal,
pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e ambas as redes são distintas e não se comunicam, sequer
não são visíveis externamente. Não é nem mesmo neces- sabem da existência da outra. Mas, como a internet é uma
sário que as interfaces em todas as máquinas em uma rede rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um
sejam as mesmas, desde que cada máquina possa usar cor- endereço único. O mesmo vale para uma rede local: nesta,
retamente todos os protocolos. cada dispositivo conectado deve receber um endereço úni-
co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se
O endereço IP então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapa-
Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um lhar toda a rede.
recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
quando você quer enviar um presente a alguém, você ob- des locais quanto para utilização na internet, contamos com
tém o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
transportadora para entregar. É graças ao endereço que é IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
Também é graças ao seu endereço - único para cada resi- basicamente, divide os endereços em três classes principais
dência ou estabelecimento - que você recebe suas contas e mais duas complementares. São elas:
de água, aquele produto que você comprou em uma loja Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
on-line, enfim. redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu dos;
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni- 16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor, Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza- 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
recurso que também é utilizado para redes locais, como a Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
existente na empresa que você trabalha, por exemplo. servado.
O endereço IP é uma sequência de números composta As três primeiras classes são assim divididas para aten-
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro der às seguintes necessidades:
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já - Os endereços IP da classe A são usados em locais
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
é um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú- tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso. zado como identificador da rede e os demais servem como
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
restantes para identificar os dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi- requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en- dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível são usados para identificar a rede e o último é utilizado
a organização das casas da região onde você mora. Neste para identificar as máquinas.
sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po- Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos especiais para a comunicação entre os computadores, en-
e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos ras ou experimentais.
octetos são usados na identificação de computadores.

118
INFORMÁTICA BÁSICA

Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa
com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este
sempre se refere à própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de localhost. Já o ende-
reço 255.255.255.255 é utilizado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de maneira simultânea.

Endereços IP privados
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na
internet, sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, estes:
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas
máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O que fazer?
Adicionar mais um IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipamento de rede -
como um roteador - que receba a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos conectados a ele. Com isso,
somente este equipamento precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
Máscara de sub-rede
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereçamento, mas podem também representar desperdício. Uma
solução bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte dos números que
um octeto destinado a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a capacidade da rede. Para
compreender melhor, vamos enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
- A: N.H.H.H;
- B: N.N.H.H;
- C: N.N.N.H.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transfor-
mar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits são destinados
para a identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os dispositivos.
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um octeto é usado para identificação da rede, este receberá a
máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero).
A tabela a seguir mostra um exemplo desta relação:

Identificador
Identificador Máscara
Classe Endereço IP do
da rede de sub-rede
computador
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0

Você percebe então que podemos ter redes com máscara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando
uma classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha que uma fa-
culdade tenha que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. A solução seria
então criar cinco redes classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desperdício. Uma forma de
contornar este problema é criar uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as máscaras novamente entram
em ação.
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em
binário é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos
as nossas sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as possibilidades. Em
outras palavras, precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando
em:
11111111.11111111.11111111.11100000
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em
nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamen-
to dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (estamos fazendo estes
cálculos sem considerar limitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é 255.255.255.224.

119
INFORMÁTICA BÁSICA

Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser em-


pregado também em endereços classes A e B, conforme a
necessidade. Vale ressaltar também que não é possível utili-
zar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanen-
temente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda,
exceto se tal ação for executada manualmente. Como exem-
plo, há casos de assinaturas de acesso à internet via ADSL
onde o provedor atribui um IP estático aos seus assinantes.
Assim, sempre que um cliente se conectar, usará o mesmo IP.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au-
a um computador quando este se conecta à rede, mas que mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo
muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que pode ser, por exemplo:
você conectou seu computador à internet hoje. Quando FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
você conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para enten-
der melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa tem Finalizando
80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâmicos, a Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que
empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais máquinas. a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do
Como nenhum IP é fixo, um computador receberá, quando mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante.
se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen- Durante essa fase, que podemos considerar de transição,
do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de o que veremos é a “convivência” entre ambos os padrões.
internet trabalham. Não por menos, praticamente todos os sistemas operacio-
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmi- nais atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos
a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você
cos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Pro-
é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes
tocol).
ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se
IP nos sites
aprofundar nas duas especificações.
Você já sabe que os sites na Web também necessitam
A esta altura, você também deve estar querendo des-
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in-
cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador
forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por
sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá-lo?
exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do
Quando você digitar um endereço qualquer de um site,
Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all
um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig.
Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante a
uma árvore (termo conhecido por programadores). Se, por
exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o sistema
envia a solicitação a um servidor responsável por termina-
ções “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do endereço
e responderá à solicitação. Se o site solicitado termina com
“.br”, um servidor responsável por esta terminação é consul-
tado e assim por diante.

IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um pas-
sado não muito distante, você conectava apenas o PC da sua
casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
diante. Somando este aspecto ao fato de cada vez mais pes- visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
soas acessarem a internet no mundo inteiro, nos deparamos saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
com um grande problema: o número de IPs disponíveis dei- você pode visitar sites como whatsmyip.org.
xa de ser suficiente para toda as (futuras) aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo, Provedor
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar até oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
- respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.7 sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
68.211.456 de endereços, um número absurdamente alto! ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.

120
INFORMÁTICA BÁSICA

No Brasil, a maioria dos provedores está conectada Identificação de endereços de um site


à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros Exemplo: http://www.pelotas.com.br
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de co-
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso municação
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- .com -> tipo de organização
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que ......br -> identifica o país
estão interligadas nesta avenida. Tipos de Organizações:
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite edu
os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun- .com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
e um endereço eletrônico na Internet. .net -> computadores com funções de administrar re-
des. Exemplo: embratel.net
URL - Uniform Resource Locator .org -> organizações não governamentais. Exemplo:
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden- care.org
tificação de onde está localizado o computador e quais re-
cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL: Home Page
http://www.novaconcursos.com.br Pela definição técnica temos que uma Home Page é um
Será mais bem explicado adiante. arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de computado-
res rodando um Navegador (Browser), que permite o acesso
Como descobrir um endereço na Internet? às informações em um ambiente gráfico e multimídia. Todo
em hipertexto, facilitando a busca de informações dentro
Para que possamos entender melhor, vamos exempli- das Home Pages.
ficar. O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
Você estuda em uma universidade e precisa fazer algu- http://www.endereço.com/página.html
mas pesquisas para um trabalho. Onde procurar as infor- Por exemplo, a página principal da Pronag:
mações que preciso? http://www.pronag.com.br/index.html
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de
procura, que são sites que possuem um enorme banco de PLUG-INS
dados (que contém o cadastro de milhares de Home Pa- Os plug-ins são programas que expandem a capacidade
ges), que permitem a procura por um determinado assun- do Browser em recursos específicos - permitindo, por exem-
to. Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista plo, que você toque arquivos de som ou veja filmes em ví-
em alguma dessas páginas, será listado toda esta relação deo dentro de uma Home Page. As empresas de software
de páginas encontradas. vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade impressio-
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, refe- nante. Maiores informações e endereços sobre plug-ins são
rente ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesqui- encontradas na página:
sar sobre amortecedores, caso não encontre nada como http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft-
amortecedores, procure como autopeças, e assim suces- ware/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
sivamente. Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo te-
mos uma relação de alguns deles:
Barra de endereços - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar PCX, etc.).
em páginas da internet, bastando para isto digitar o ende- - Negócios e Utilitários
reço da página. - Apresentações
Alguns sites interessantes:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) FTP - Transferência de Arquivos
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) Permite copiar arquivos de um computador da Internet
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) para o seu computador.
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor pú- Os programas disponíveis na Internet podem ser:
blico) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído
• www.siapenet.gog.br (contracheque) e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia deste pro-
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) grama.

121
INFORMÁTICA BÁSICA

• Shareware: Programa demonstração que pode ser Depois disto, várias outras companhias passaram a
utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao
limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra- Mosaic. Mark Andreesen partiu para a criação da Netscape
ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa Communications, criadora do browser Netscape.
mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic,
exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos
que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm outros browsers.
tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de
teste, é necessário que seja feito a compra deste programa. Busca e pesquisa na web
Navegar nas páginas Os sites de busca servem para procurar por um deter-
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um minado assunto ou informação na internet.
documento normal e de links das próprias páginas.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
Como salvar documentos, arquivos e sites
• http://br.altavista.com
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
• http://cade.search.yahoo.com
Como copiar e colar para um editor de textos • http://br.bing.com/
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o
botão direito do mouse e escolha a opção Copiar. Como fazer a pesquisa

Digite na barra de endereço o endereço do site de pes-


quisa. Por exemplo:
www.google.com.br

Abra o editor de texto clique em colar

Navegadores
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para
o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus, ler
revistas eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas inte-
rativas. As informações na Web são organizadas na forma de pági-
nas de hipertexto, cada um com seu endereço próprio, conhecido
como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar um desses en- Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pes-
dereços no campo chamado Endereço no navegador. O software quisa.
estabelece a conexão e traz, para a tela, a página correspondente.
O navegador não precisa de nenhuma configuração
especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de enviar
e receber algumas mensagens de correio eletrônico e aces-
sar grupos de discussão (news).
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no
Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Re- Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na
cherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era um pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem pala-
meio para físicos da CERN trocar experiências sobre suas vras com ou sem acento.
pesquisas através da exibição de páginas de texto. Ficou cla-
ro, desde o início, o imenso potencial que o WWW possuía Opções de pesquisa
para diversos tipos de aplicações, inclusive não científicas.
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios,
apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW
ganhou força extra com a inserção de um visualizador (tam-
bém conhecido como browser) de páginas capaz não ape- Web: pesquisa em todos os sites
nas de formatar texto, mas também de exibir gráficos, som
e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi desenvolvido
dentro da NCSA, por um time chefiado por Mark Andreesen.
O sucesso do Mosaic foi espetacular.

122
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
Exemplo do resultado se uma pesquisa.

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de
Exemplo: comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In-
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor-
mações particulares dentro da estrutura de comunicações
da empresa.
O grande sucesso da Internet, é particularmente da
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organiza- evolução da informática nos últimos anos.
dos por assunto em categorias. Exemplo: Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
ram o acesso à informação através de redes de computa-
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
Como escolher palavra-chave queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
• Busca com uma palavra: retorna páginas que in- colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
cluam a palavra digitada. nante explosão na informação disponível na Internet, que
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
sequência de termos que foram digitadas. que tem interessado um número cada vez maior de em-
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
páginas que incluam todas sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
• as palavras aleatoriamente na página. advento e disseminação promete operar uma revolução
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que fi- tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
cam antes do sinal de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
• menos são excluídas da pesquisa. final da década de 80.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um
cálculo em um site de pesquisa. O que é Intranet?
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Por exemplo: 3+4 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
projetadas para a comunicação por computador entre em-
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
Irá retornar: rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
O resultado da pesquisa tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,

123
INFORMÁTICA BÁSICA

etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre dor). A vantagem da intranet é que esses programas são
as razões para este sucesso, estão o custo de implantação ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande
programas de navegação na Web, os browsers. importância no desenvolvimento de softwares aplicativos
que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Objetivo de construir uma Intranet
Organizações constroem uma intranet porque ela é Como montar uma Intranet
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente Basicamente a montagem de uma intranet consiste em
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- usar as estruturas de redes locais existentes na maioria das
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital- empresas, e em instalar um servidor Web.
funcionários com conhecimentos das operações e produ- Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repo-
tos da empresa. sitório das informações contidas na intranet. É lá que os
clientes vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-mail
Aplicações da Intranet ou qualquer outro tipo de arquivo.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Protocolos - São os diferentes idiomas de comunica-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o ção utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos.
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. O primeiro é o HTTP, responsável pela comunicação do
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet browser com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os envio de mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transfe-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas rência de arquivos. Independentemente das aplicações uti-
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: lizadas na intranet, todas as máquinas nela ligadas devem
• Marketing e Vendas - Informações sobre produ- falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo da Internet.
tos, listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação Identificação do Servidor e das Estações - Depois de
de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades definidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as
de membros das equipes, situações de projetos; informações e como requisitá-las. Falta apenas saber o
• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- nome de quem pede e de quem solicita. Para isso existem
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma- dois programas: o DNS que identifica o servidor e o DHCP
nuais de qualidade; (Dinamic Host Configuration Protocol) que atribui nome às
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos- estações clientes.
tilas, políticas da companhia, organograma, oportunidades Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcio-
de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, be- nários acessam as informações colocadas à sua disposição
nefícios. no servidor. Para isso usam o Web browser, software que
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- permite folhear os documentos.
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado.
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume Comparando Intranet com Internet
quase somente em clicar nos links que remetem às novas Na verdade as diferenças entre uma intranet e a In-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- ternet, é uma questão de semântica e de escala. Ambas
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa utilizam as mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos
complexa e exige a presença de profissionais especializa- protocolos de rede e os mesmos produtos servidores. O
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet, conteúdo na Internet, por definição, fica disponível em es-
sua diversidade de funções e a quantidade de informações cala mundial e inclui tudo, desde uma home-page de al-
nela armazenadas. guém com seis anos de idade até as previsões do tempo.
A intranet é baseada em quatro conceitos: A maior parte dos dados de uma empresa não se destina
• Conectividade - A base de conexão dos computa- ao consumo externo, na verdade, alguns dados, tais como
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir as cifras das vendas, clientes e correspondências legais, de-
qualquer tipo de informação digital entre si; vem ser protegidos com cuidado. E, do ponto de vista da
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- escala, a Internet é global, uma intranet está contida den-
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de tro de um pequeno grupo, departamento ou organização
forma transparente; corporativa. No extremo, há uma intranet global, mas ela
• Navegação - É possível passar de um documento a ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão,
facilitam o acesso não linear aos documentos; por serem uma mistura caótica de informações úteis e ir-
• Execução Distribuída - Determinadas tarefas de relevantes, o meteórico aumento da popularidade de sites
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra- da Web dedicados a índices e mecanismos de busca é uma
ças à execução de programas aplicativos, que podem es- medida da necessidade de uma abordagem organizada.
tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a Uma intranet aproveita a utilidade da Internet e da Web
rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expres- num ambiente controlado e seguro.
são que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-

124
INFORMÁTICA BÁSICA

Vantagens e Desvantagens da Intranet Como a Intranet é ligada à Internet


Alguns dos benefícios são:
• Redução de custos de impressão, papel, distribuição
de software, e-mail e processamento de pedidos;
• Redução de despesas com telefonemas e pessoal no
suporte telefônico;
• Maior facilidade e rapidez no acesso as informações
técnicas e de marketing;
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações
remotas;
• Incrementando o acesso a informações da concor-
rência;
• Uma base de pesquisa mais compreensiva;
• Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e par-
ceiros (revendas);
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso
à informação;
• Uma única interface amigável e consistente para
aprender e usar; Segurança da Intranet
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); Três tecnologias fornecem segurança ao armazena-
• As informações disponíveis são visualizadas com cla- mento e à troca de dados em uma rede: autenticação, con-
reza; trole de acesso e criptografia.
• Redução de tempo na pesquisa a informações; Autenticação - É o processo que consiste em verificar
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e se um usuário é realmente quem alega ser. Os documen-
informação; tos e dados podem ser protegidos através da solicitação
• Redução no tempo de configuração e atualização dos de uma combinação de nome do usuário/senha, ou da ve-
sistemas; rificação do endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os
• Simplificação e/ou redução das licenças de software usuários autenticados têm o acesso autorizado ou negado
e outros; a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
• Redução de custos de documentação; ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
• Redução de custos de suporte;
• Redução de redundância na criação e manutenção Criptografia - É a conversão dos dados para um for-
de páginas; mato que pode ser lido por alguém que tenha uma chave
• Redução de custos de arquivamento; secreta de descriptografia. Um método de criptografia am-
• Compartilhamento de recursos e habilidade. plamente utilizado para a segurança de transações Web é a
tecnologia de chave pública, que constitui a base do HTTPS
Alguns dos empecilhos são: - um protocolo Web seguro;
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola-
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pe- Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
los programas para grupos de trabalho tradicionais. É ne- segura entre uma intranet e a Internet através de servi-
cessário configurar e manter aplicativos separados, como dores proxy, que são programas que residem no firewall
e-mail e servidores Web, em vez de usar um sistema unifi- e permitem (ou não) a transmissão de pacotes com base
cado, como faria com um pacote de software para grupo no serviço que está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por
de trabalho; exemplo, pode permitir que navegadores Webs internos
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número da empresa acessem servidores Web externos, mas não o
limitado de ferramentas para conectar um servidor Web a contrário.
bancos de dados ou outros aplicativos back-end. As intra- Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
nets exigem uma rede TCP/IP, ao contrário de outras solu- Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
ções de software para grupo de trabalho que funcionam ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
com os protocolos de transmissão de redes local existentes; importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não com grande capacidade de armazenamento, tapes...
apresentam nenhuma replicação embutida para usuários Queremos ainda referir que para o funcionamento de
remotos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desen- uma rede existem outros conceitos como topologias/con-
volver aplicativos cliente/servidor. figurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede
em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos
de cabos, protocolos de comunicação, velocidade de trans-
missão …

125
INFORMÁTICA BÁSICA

EXTRANET Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços


A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de para ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na
computadores que faz uso da Internet para partilhar com barra de endereços para ver os sites que mais visita (os
segurança parte do seu sistema de informação. sites mais frequentes).
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços
computadores que faz uso da Internet para partilhar com e toque ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o
segurança parte do seu sistema de informação. mecanismo de pesquisa padrão.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o concei- Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir?
to confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode Digite uma palavra na barra de endereços para ver suges-
ser vista como uma parte da empresa que é estendida a tões de sites, aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta
usuários externos (“rede extra-empresa”), tais como repre- tocar ou clicar em uma das sugestões acima da barra de
sentantes e clientes. Outro uso comum do termo Extranet endereços.
ocorre na designação da “parte privada” de um site, onde
somente “usuários registrados” podem navegar, previa-
mente autenticados por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas
e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in-
tranet através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma in-
tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas
tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages,
servidor FTP etc.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en- Multitarefas com guias e janelas
tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em
novas soluções. uma só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir,
Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea- fechar e alternar os sites. A barra de guias mostra todas
da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em- as guias ou janelas que estão abertas no Internet Explorer.
presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento, Para ver a barra de guias, passe o dedo de baixo para cima
trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, (ou clique) na tela.
distribuição, contabilidade entre outros.

Internet Explorer 115
O Internet  Explorer  11 é fornecido junto com a atua-
lização do Windows  8.1 ou do Windows  RT  8.1. O Inter-
net Explorer facilita o acesso a sites e ajuda a ver com o má-
ximo de qualidade todo o conteúdo incrível que você pode
encontrar. Depois de aprender alguns gestos e truques co-
muns, você poderá usar seu novo navegador com todo o
conforto e aproveitar ao máximo seus sites favoritos.

Noções básicas sobre navegação


Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer 11, toque ou
clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial.
Uma barra de endereços, três formas de usar Abrindo e alternando as guias
A barra de endereços é o seu ponto de partida para
navegar pela Internet. Ela combina barra de endereços e Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão
caixa de pesquisa para que você possa navegar, pesquisar Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um termo de
ou receber sugestões em um só local. Ela permanece fora pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou mais
do caminho quando não está em uso para dar mais espaço visitados.
para os sites. Para que a barra de endereços apareça, passe Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas
o dedo de baixo para cima na tela ou clique na barra na na barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em
parte inferior da tela se estiver usando um mouse. Há três uma só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fe-
maneiras de utilizá-la: char no canto de cada guia.
5 Fonte: Ajuda do Internet Explorer

126
INFORMÁTICA BÁSICA

As home pages são os sites que se abrem sempre que


você inicia uma nova sessão de navegação no Internet Explo-
rer. Você pode escolher vários sites, como seus sites de notí-
cias ou blogs favoritos, a serem carregados na abertura do
navegador. Dessa maneira, os sites que você visita com mais
frequência estarão prontos e esperando por você.
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Configurações.
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o canto
inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para cima e
clique em Configurações.)
Toque ou clique em Opções e, em Home pages, toque ou
clique em Gerenciar.
Insira a URL de um site que gostaria de definir como
home page ou toque ou clique em Adicionar site atual se es-
Usando várias janelas de navegação
tiver em um site que gostaria de transformar em home page.
Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex-
plorer  11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma
nova janela, pressione e segure o bloco Internet  Explorer Para salvar seus sites favoritos
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini- Salvar um site como favorito é uma forma simples de me-
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela. morizar os sites de que você gosta e que deseja visitar sempre.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. (Se você tiver feito a atualização para o Windows 8.1 a partir do
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado Windows 8 e entrado usando sua conta da Microsoft, todos os
direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra favoritos já existentes terão sido importados automaticamente.)
janela a partir do lado esquerdo da tela. Vá até um site que deseja adicionar.
Dica Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir
Você pode manter a barra de endereços e as guias en- os comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique no
caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer botão Favoritos  para mostrar a barra de favoritos.
pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to- Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em segui-
que ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre da, toque ou clique em Adicionar.
mostrar a barra de endereços e as guias para Ativado.

Personalizando sua navegação


Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso
do navegador, você poderá alterar suas home pages, adi-
cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
Para escolher suas home pages

Para fixar um site na tela Inicial


A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o que fornece
acesso com touch ao site em questão. Alguns sites fixados mostrarão
notificações quando houver novo conteúdo disponível. Você pode
fixar quantos sites quiser e organizá-los em grupos na tela Inicial.

127
INFORMÁTICA BÁSICA

Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo


de baixo para cima (ou clique).
Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique
no botão Fixar site  e, em seguida, toque ou clique em
Fixar na Tela Inicial.
Dica: Você pode alternar rapidamente os favoritos e as
guias tocando ou clicando no botão Favoritos ou no bo-
tão Guias nos comandos de aplicativos.

Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da In-


ternet
Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure
pelo ícone Modo de exibição de leitura na barra de en-
dereços. O Modo de exibição de leitura retira quaisquer
itens desnecessários, como anúncios, para que as matérias
sejam destacadas. Toque ou clique no ícone para abrir a
página no modo de exibição de leitura. Quando quiser re-
tornar à navegação, basta tocar ou clicar no ícone nova-
mente.

Um artigo da Internet com o modo de exibição de leitura


desativado Para salvar páginas na Lista de Leitura
Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que
deseje ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista
de Leitura em vez de enviá-lo por email para você mesmo
ou de deixar mais guias de navegação abertas. A Lista de
Leitura é a sua biblioteca pessoal de conteúdo. Você pode
adicionar artigos, vídeos ou outros tipos de conteúdo a ela
diretamente do Internet  Explorer, sem sair da página em
que você está.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em
Compartilhar.
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior direi-
to da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique
em Compartilhar.)
Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei- Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em
tura ativado Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista
Para personalizar as configurações do modo de exibi- de Leitura.
ção de leitura
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Con- Ajudando a proteger sua privacidade
figurações. Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar,
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o can- compartilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso
to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para diariamente na Internet, o que pode disponibilizar suas in-
cima e clique em Configurações.) formações pessoais para outras pessoas. O Internet Explo-
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de rer ajuda você a se proteger melhor com uma segurança
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. reforçada e mais controle sobre sua privacidade. Estas são
Estas são algumas opções de estilo que você pode se- algumas das maneiras pela quais você pode proteger me-
lecionar. lhor a sua privacidade durante a navegação:

128
INFORMÁTICA BÁSICA

Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armazenam Principais características


informações como o seu histórico de pesquisa para ajudar a
melhorar sua experiência. Quando você usa uma guia InPriva- · Navegação em abas;
te, pode navegar normalmente, mas os dados como senhas, · A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo
o histórico de pesquisa e o histórico de páginas da Internet os links em segundo plano
são excluídos quando o navegador é fechado. Para abrir uma Eles já estarão carregados quando você for ler;
nova guia InPrivate, passe o dedo de baixo para cima na tela · Bloqueador de popups:
(ou clique nela) para mostrar os comandos de aplicativos, ou · O Firefox já vem com um bloqueador embutido de po-
toque ou clique no botão Ferramentas de guia e em Nova pups;
guia InPrivate. · Pesquisa inteligente;
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not · O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na bar-
Track para ajudar a proteger sua privacidade. O rastreamento ra de ferramentas e abre direto a página com os resultados,
refere-se à maneira como os sites, os provedores de conteúdo poupando o tempo de acesso à página de pesquisa antes
terceiros, os anunciantes, etc. aprendem a forma como você de ter que digitar as palavras chaves. O novo localizador de
interage com eles. Isso pode incluir o rastreamento das pági- palavras na página busca pelo texto na medida em que você
nas que você visita, os links em que você clica e os produtos as digita, agilizando a busca;
que você adquire ou analisa. No Internet Explorer, você pode · Favoritos RSS;
usar a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do Not · A integração do RSS nos favoritos permite que você
Track para ajudar a limitar as informações que podem ser co- fique sabendo das atualizações e últimas notícias dos seus
letadas por terceiros sobre a sua navegação e para expressar sites preferidos cadastrados. Essa função é disponibilizada a
suas preferências de privacidade para os sites que visita. partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
FIREFOX6 · Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na
Firefox é um navegador web de código aberto e multi- área de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrup-
plataforma com versões para Windows, OS X (Mac), Linux e ções significam downloads mais rápidos. Claro, essa função
Android, em variantes de 32 e 64 bits, dependendo da pla- pode ser personalizada sem problemas;
taforma. O Firefox possui suporte para extensões, navegação · Você decide como deve ser seu navegador;
por abas, alerta contra sites maliciosos, suporte para sincroni- · O Firefox é o navegador mais personalizável que exis-
zação de informações, gerenciador de senhas, bloqueador de te. Coloque novos botões nas barras de ferramentas, instale
janelas pop-up, pesquisa integrada, corretor ortográfico, ge- extensões que adiciona novas funções, adicione temas que
renciador de download, leitor de feeds RSS e outros recursos. modificam o visual do Firefox e coloque mais mecanismos
Além de ser multiplataforma, o Firefox também suporta nos campos de pesquisa.
diferentes linguagens, incluindo o português do Brasil (Pt Br).
Surgido de um projeto criado por Dave Hyatt e Blake Ross O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado
em 2002, somente dois anos depois a plataforma de navega- para a sua necessidade:
ção pela internet se desmembrou de outras ferramentas e se · Fácil utilização;
tornou um browser independente. No começo, o Firefox se · Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox
popularizou apenas entre o nicho de adeptos do “software tem todas as funções que você está acostumado - favoritos,
livre”, e mesmo assim já alcançou dezenas de milhões de do- histórico, tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas
wnloads. mais fáceis de ler, e diversas outras funcionalidades intuitivas;
Não demorou muito para que o navegador começasse a · Compacto;
receber melhorias relevantes e o seu potencial fosse observa- · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB.
do por outros perfis de internautas. E foi basicamente assim Você leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para
que o produto da Fundação Mozilla ganhou seu espaço e o seu computador em uma conexão discada e segunda em
quase desbancou a hegemonia do Internet Explorer. uma conexão banda larga. A configuração é simples e intuiti-
Seu sistema de abas permite que o usuário navegue em va. Logo você estará navegando com essa ferramenta.
diversos sites sem a necessidade de abrir várias instâncias
do programa. A função de navegação privativa é muito útil, Principais novidades
pois com ela, o Mozilla Firefox não memoriza histórico, da- Tudo começa pelo novo e intuitivo menu
dos fornecidos a páginas e ao campo de pesquisa, lista de - As opções que você mais acessa, todas no mesmo lugar
downloads, cookies e arquivos temporários. Serão preserva- - Pensado para facilitar o acesso
dos apenas arquivos salvos por downloads e novos favoritos. - Converse por vídeo com qualquer pessoa diretamente
Além dessas opções, o navegador continua com as funções do Firefox
básicas de qualquer outro aplicativo semelhante: gerenciador
de favoritos, suporte a complementos e sincronização de da-
dos na nuvem.

6 Fonte: Ajuda do Firefox

129
INFORMÁTICA BÁSICA

Como funcionam as sugestões de sites?


Conheça o Firefox Hello O Firefox exibe links de sites como miniaturas ou logoti-
- Converse por vídeo com qualquer pessoa, em qual- pos na página Nova Aba. Quando usar o Firefox pela primeira
quer lugar vez, verá links para sites da Mozilla. Esses sites serão eventual-
- É grátis! Não é preciso ter conta ou baixar comple- mente substituídos por sites visitados com mais frequência.
mentos.
- Escolha como você quer pesquisar

Ocultar ou exibir Sugestões na Nova Aba

Você pode determinar sua página Nova Aba para exibir


seus sites mais visitados ou até mesmo nada. Para acessar
estes controles clique no ícone da engrenagem no canto su-
perior direito da nova aba.
Uma nova maneira de pesquisar, ainda mais inteligente
- Sugestões de pesquisa aparecerão conforme você Exibir seus sites principais
digita Clique no ícone de engrenagem na página Nova Aba e
marque Exibir os sites mais visitados.
- Escolha o site certo para cada pesquisa
- Use a estrela para adicionar Favoritos Mostrar uma Nova Aba em branco
Para remover todos os sites da página Nova Aba, selecio-
ne Exibir página em branco.

Seus sites favoritos estão mais perto do que nunca


- Adicione e visualize seus Favoritos rapidamente
- Salve qualquer site com apenas um clique Desativar os controles da Nova Aba

130
INFORMÁTICA BÁSICA

Para ocultar tudo na sua página Nova Aba, incluindo os Antes de iniciar, configure o Firefox para lembrar o his-
controles da Nova Aba (ou para escolher a página que abre tórico.
em uma nova aba) você pode instalar o complemento New Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
Tab Override (browser.newtab.url replacement). favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Arraste um favorito para dentro da posição que você qui-
Personalizar a página Nova aba ser.
O comportamento padrão do Firefox é exibir os sites
em destaque em uma nova aba. Aprenda como personali-
zar, fixar, remover e reorganizar esses sites.

Fixar

Clique no ícone no canto superior esquerdo da suges- Como faço para configurar o Sync no meu compu-
tão para fixá-la naquela posição na página. tador?
Dica: Configure o Firefox Sync para sincronizar suas Su- O Sync permite compartilhar seus dados e preferências
gestões fixadas entre os seus outros computadores.
(como favoritos, histórico, senhas, abas abertas, Lista de Lei-
tura e complementos instalados) com todos os seus disposi-
Remover
tivos. Aprenda como configurar o Firefox Sync.
Importante: O Sync requer a versão mais recente do Fire-
fox. Certifique-se de que você atualizou o Firefox em quais-
quer computadores ou dispositivos Android.
Configurar o Sync requer duas partes: A criação de uma
conta no seu dispositivo principal e entrar nesta conta usan-
do outros dispositivos. Aqui estão os passos em detalhes:
- Crie uma conta do Sync
Clique no botão de menu     e depois em  Entrar no
Clique no “X” no canto superior direito do site para ex- Sync. A página de acesso será aberta em uma nova aba.
cluí-lo da página.
Nota: Se acidentalmente remover um site, pode recu-
perá-lo clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos
sites foram removidos clique em Restaurar tudo.

Reorganizar

Nota:  Se não visualizar uma seção do Sync no menu,


você ainda está usando uma versão antiga do Sync. 
Clique no botão Começar.
Preencha o formulário para criar uma conta e clique
em Sign Up. Anote o endereço de e-mail e a senha usada,
você precisará disso mais tarde para entrar.
Verifique nas suas mensagens se recebeu o link de veri-
ficação e clique nele para confirmar seu endereço de e-mail.
Você já está pronto para começar a usar!
Clique e arraste uma Sugestão para dentro da posição
que desejar. Ela será “fixada” nesse novo local. Conecte dispositivos adicionais ao Sync
Adicionar um dos seus favoritos Tudo que precisa fazer é entrar e deixar o Sync fazer o
Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e ar- resto. Para entrar você precisa do endereço de e-mail e a se-
rastá-los para a página Nova Aba. nha que usou no começo da configuração do sync.

131
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão de menu    , e, em seguida, clique


em Entrar no Sync.
Clique no botão Começar para abrir a página Crie uma
conta Firefox.
Clique no link Already have an account? Sign in na par-
te inferior da página.

Na janela Propriedades do favorito você pode modifi-


Insira o e-mail e a senha que você usou para criar sua car qualquer um dos seguintes detalhes:
nova conta do Sync. Nome: O nome que o Firefox exibe para os favoritos
Depois que você tiver entrado, o Firefox Sync começará em menus.
a sincronização de suas informações através dos seus dis- Pasta: Escolha em que pasta guardar seu favorito sele-
positivos conectados. cionando uma do menu deslizante (por exemplo, o Menu
Favoritos ou a Barra dos favoritos). Nesse menu, você tam-
Remover um dispositivo do Sync bém pode clicar em Selecionar... para exibir uma lista de
Clique no botão   para expandir o Menu. todas as pastas de favoritos.
Clique no nome da sua conta no Sync (geralmente seu Tags: Você pode usar tags para ajudá-lo a pesquisar e
endereço de e-mail) para abrir as preferências do Sync. organizar seus favoritos. Quando você terminar suas modi-
Clique em Desconectar. Seu dispositivo não será mais ficações, clique em Concluir para fechar a caixa.
sincronizado.
Onde posso encontrar meus favoritos?
Crie favoritos para salvar suas páginas favoritas A forma mais fácil de encontrar um site para o qual
Os favoritos são atalhos para as páginas da web que você criou um favorito é digitar seu nome na Barra de En-
você mais gosta. dereços. Enquanto você digita, uma lista de sites que já
Como eu crio um favorito? você visitou, adicionou aos favoritos ou colocou tags apa-
Fácil — é só clicar na estrela! recerá. Sites com favoritos terão uma estrela amarela ao
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na seu lado. Apenas clique em um deles e você será levado até
Barra de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito lá instantaneamente.
será adicionado na pasta “Não organizados”. Pronto!

Dica: Quer adicionar todas as abas de uma só vez?


Clique com o botão direito do mouse em qualquer aba e Como eu organizo os meus favoritos?
selecione Adicionar todas as abas.... Dê um nome a pasta Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus
e escolha onde quer guardá-la. Clique adicionar favoritos favoritos.
para finalizar. Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um
favorito?
Para editar os detalhes do seu favorito, clique nova-
mente na estrela e a caixa Propriedades do favorito apa-
recerá.

132
INFORMÁTICA BÁSICA

Na janela Editar este favorito, clique Remover Favorito.

Por padrão, os favoritos que você cria estarão localiza-


dos na pasta “Não organizados”. Selecione-a na barra late- Removendo mais de uma página ou pasta dos Favoritos
ral da janela “Biblioteca” para exibir os favoritos que você Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
adicionou. Dê um clique duplo em um favorito para abri-lo. favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você tam- No painel esquerdo da janela do gerenciador, clique na
bém pode arrastar favoritos para outras pastas como a pasta que deseja visualizar. Seu conteúdo será mostrado no
“Menu Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu aberto painel direito.
pelo botão Favoritos. Se você adicionar favoritos à pasta No painel direito, selecione os itens que deseja remover.
“Barra de favoritos”, eles aparecerão nela (embaixo da Barra Com os itens a serem removidos selecionado, clique no
de navegação). botão Organizar e selecione Excluir.

Como eu ativo a Barra de favoritos?


Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o Criando novas pastas
seginte: Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
Clique no botão e escolhe Personalizar. favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final selecione Clique com o botão direito do mouse na pasta que irá
Barra dos favoritos. conter a nova pasta, então selecione Nova pasta....
Clique no botão verde Sair da personalização.

Removendo apenas uma página dos Favoritos


Acesse a página que deseja remover nos Favoritos.
Clique no ícone da estrela à direita da sua barra de pes-
quisa.

133
INFORMÁTICA BÁSICA

Na janela de nova pasta, digite o nome e (opcional- Para mover um favorito para uma pasta diferente, ar-
mente) uma descrição para a pasta que você deseja criar. raste-o para cima da pasta.
Adicionando favoritos em pastas As alterações efetuadas na janela Biblioteca serão re-
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos fletidas na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém atualmente o favorito que Ordenar visualizações na janela Biblioteca
você deseja mover. Para ver os seus favoritos em várias ordens de classifi-
Arraste o favorito sobre a pasta e solte o botão para cação, use a janela Biblioteca:
mover o favorito para a pasta. Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Ordenando por nome No painel esquerdo, clique na pasta que deseja visuali-
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos zar. O conteúdo será exibido no painel da direita.
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique no botão Exibir, selecione Ordenar e depois
Clique com o botão direito do mouse na pasta que de-
escolha uma ordem de classificação.
seja ordenar e selecione Ordenar pelo nome. Os Favoritos
A ordem de classificação na janela Biblioteca é apenas
serão colocados em ordem alfabética.
para visualização, e não vai ser refletido na barra lateral, no
menu ou no botão de favoritos.

Definindo a Página Inicial


Veja como abrir automaticamente qualquer página
web na inicialização do Firefox ou clicando no botão Pági-
na inicial .
Abra a página web que deseja definir como sua página
inicial.
Clique e arraste a aba para cima do botão Página Inicial
.

Clique em Sim para definir esta página como sua pá-


gina inicial.
As alterações efetuadas na janela Biblioteca será refle-
tido na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.

Reorganizando manualmente
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém o favorito que você deseja
mover para expandi-la.
Clique no favorito que você quer mover e arraste-o Dica: Mais opções de configuração da página inicial es-
para a posição desejada. tão disponíveis na janela Opções .
Clique no botão menu e depois em Opções, na ja-
nela que foi aberta vá para o painel Geral.

A partir do menu drop-down, selecione Abrir página


em branco na inicialização ou Restaurar janelas e abas an-
teriores.
Clicando em Usar as páginas abertas, as páginas que
estiverem abertas serão configuradas como páginas ini-
ciais, abrindo cada página em uma aba separada.
Para restaurar as configurações da página inicial, siga
os seguintes passos:
Clique no botão , depois em Opções
Selecione o painel Geral.
Clique no botão Restaurar o padrão localizado logo
abaixo do campo Página Inicial.

134
INFORMÁTICA BÁSICA

Ativando ou desativando as sugestões de pesquisa


As sugestões de pesquisa podem ser ativadas ou desativadas
a qualquer momento marcando ou desmarcando a caixa Fornecer
sugestões de pesquisa na seção Pesquisar das opções do Firefox:

Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações fei-


tas serão salvas automaticamente.

Sugestões de pesquisa no Firefox


Muitos mecanismos de pesquisa (incluindo Yahoo, Google, Para ver sugestões de pesquisa na barra de endereços, marque
Bing e outros) fornecem sugestões de pesquisa, as quais são a opção Mostrar sugestões de pesquisa na barra de localização.
baseadas em pesquisas populares que outras pessoas fazem e
que estão relacionadas com uma palavra ou palavras que você Usando a Barra de Pesquisa
inserir. Quando as Sugestões de Pesquisa estão ativadas, o tex- Basta digitar na barra de Pesquisa na sua barra de ferra-
to que você digita em um campo de pesquisa é enviado para mentas ou na página de Nova Aba.
o mecanismo de busca, o qual analisa as palavras e exibe uma
lista de pesquisas relacionadas.

Enquanto você digita na busca da barra de ferramentas, o seu


mecanismo de pesquisa padrão mostra sugestões para ajudá-lo a
procurar mais rápido. Essas sugestões são baseadas em pesquisas
populares ou em suas pesquisas anteriores (se estiver ativado).
Como as sugestões de pesquisa funcionam
Se você ver uma sugestão de pesquisa que corresponde ao
que você está procurando, clique nela para ver resultados para
aquele termo de pesquisa. Isso pode poupar tempo e ajudar
você a encontrar o que está procurando com menos digitação.
Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-chave
que você digita num campo de busca para o mecanismo de
pesquisa padrão - a menos que pareça que você está digitando
uma URL ou hostname. Os campos de pesquisa incluem:
- a barra de pesquisa
- páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
- a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa po-
dem ser desativadas separadamente)
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas in-
formações de acordo com os termos da política de privacidade
deles, e os usuários preocupados sobre essas informações sen-
do coletadas podem desejar não ativar as sugestões de pes-
quisa. As sugestões de pesquisa estão desativadas por padrão
no modo de Navegação Privada. Você deve ativá-las explici- Pressione Enter para pesquisar usando o seu mecanis-
tamente em uma janela de navegação privativa para ativá-las mo de pesquisa padrão, ou selecione outro mecanismo de
nesse modo. pesquisa clicando no logotipo.

135
INFORMÁTICA BÁSICA

Mecanismos de pesquisa disponíveis Para ver todos os seus downloads, acesse a Biblioteca
O Firefox vem com os seguintes mecanismos de pes- clicando em Exibir todos os downloads na parte inferior do
quisa por padrão: painel de Downloads.
- Google para pesquisar na web através do Google
Nota: O padrão de busca do Google é criptografado
para evitar espionagem.
- Yahoo para pesquisar na web através do Yahoo
- Bing para pesquisar na web através do Microsoft Bing
- BuscaPé para procurar comparações de preços, pro-
dutos e serviços no site BuscaPé.
- DuckDuckGo como mecanismo de pesquisa para para
usuários que não querem ser rastreados.
- Mercado Livre para procurar por itens à venda ou em
leilão no Mercado Livre
- Twitter para procurar pessoas no Twitter
- Wikipédia (pt) para pesquisar na enciclopédia online
gratuita Wikipédia Portuguesa.

Gerenciador de Downloads
A Biblioteca e o painel de downloads controlam os ar-
quivos baixado pelo Firefox. Aprenda a gerenciar seus ar- A Biblioteca mostra essas informações para todos os
quivos e configurar as definições de download. seus arquivos baixados, a menos que você tenha removido
eles do seu histórico.
Como faço para acessar meus downloads?
Você pode acessar seus downloads facilmente clicando
no icone download (a seta para baixo na barra de ferramen-
tas). A seta vai aparecer azul para que você saiba que
existem arquivos baixados.
Durante um download, o icone de download muda para
um timer que mostra o progresso do seu download. O timer
volta a ser uma seta quando o download for concluído.

Como posso gerenciar meus arquivos baixados?


No painel Downloads e na sua Biblioteca, existe um
botão icone a direita de cada arquivo que muda de acordo
com o progresso atual do download.

Clique no icone download para abrir o painel de down-


loads. O painel Downloads exibe os últimos três arquivos
baixados, juntamente com o tempo, tamanho e fonte do
download:

Pausar: Você pode pausar qualquer download em


progresso clicando com o botão direito no arquivo e se-
lecionando Pausar. Isto pode ser útil, por exemplo, se você
precisa abrir um pequeno download que começou depois
de um download grande. A Pausa de downloads lhe dá a
opção de decidir qual dos seus downloads são mais impor-
tantes.Quando você quiser continuar o download desses
arquivos, clique com o botão direito no arquivo e selecione
Continue.

136
INFORMÁTICA BÁSICA

Mova o mouse para o topo da tela para fazer a barra de


Cancelar : Se depois de iniciar o download você de-
ferramentas reaparecer
cidir que não precisa mais do arquivo, cancelar o download
Clique no botão menu no lado direito da barra de
é simples: apenas clique no botão X ao lado do arquivo.
ferramentas e selecione Tela inteira.
Este botão se transformará em um símbolo de atualização,
Atalhos de teclado
clique novamente para reiniciar o download.
Para aqueles de boa memória. Use a tela inteira através
Abrir o arquivo: Quando o download acabar, você pode
do teclado.
dar um clique no arquivo para abrir-lo.
Atalho para alternar o modo Tela inteira: Pressione a
tecla F11.
Abrir pasta : Uma vez que o arquivo tenha con-
Nota: Em computadores com teclado compacto (como
cluído o download, o ícone à direita da entrada do arquivo
netbooks e laptops), pode ser necessário usar a combina-
torna-se uma pasta. Clique no ícone da pasta para abrir a
ção de teclas fn + F11.
pasta que contém esse arquivo.
Remover arquivo da lista: Se você não quiser manter o
Histórico
registro de um determinado download, simplesmente cli-
Toda vez que você navega na internet o Firefox guarda
que com o botão direito no arquivo, então selecione Excluir
várias informações suas, como por exemplo: sites que você
da lista. Isto irá remover a arquivo da lista, mas não vai
visitou, arquivos que você baixou, logins ativos, dados de
apagar o arquivo em si.
formulários, entre outros. Toda essa informação é chamada
Repetir um download : Se por qualquer razão um
de histórico. No entanto, se estiver usando um computador
download não completar, clique no botão a direita do ar-
público ou compartilha um computador com alguém, você
quivo - um simbolo de atualizar - para reiniciar.
pode não querer que outras pessoas vejam esses dados.
Limpar downloads: Clique no botão Limpar Downloads
no topo da janela da Biblioteca para limpar todo o histórico
Que coisas estão incluídas no meu histórico?
de itens baixados.

Como deixar o Firefox em tela inteira


Tela inteira é um recurso do Firefox que permite que
ele ocupe a tela toda, ótimo para aquelas telinhas aperta-
das de netbooks, aproveitando o máximo da sua HDTV ou
só porque quer!

Ative o modo Tela inteira


Maior é melhor! Preencha sua tela com o Firefox.

Clique no botão menu no lado direito da barra de


ferramentas e selecione Tela inteira.

Histórico de navegação e downloads: Histórico de na-


vegação é a lista de sites que você visitou que são exibidos
no menu Histórico, a lista do Histórico na janela Biblioteca
e a lista de endereços da função de completar automati-
camente da Barra de endereços. Histórico dos downloads
é a lista de arquivos que foram baixados por você e são
exibidos na janela Downloads.
Dados memorizados de formulários e Barra de Pesqui-
sa: O histórico de dados memorizados de formulários inclui
os itens que você preencheu em formulários de páginas
web para a funcionalidade de Preenchimento Automático
de Formulários. O histórico da Barra de Pesquisa inclui os
itens que você pesquisou na Barra de Pesquisa do Firefox.
Cookies: Cookies armazenam informações sobre os
websites que você visita, tais como o estado da sua auten-
ticação e preferências do site. Também incluem informa-
Desative o modo Tela inteira
ções e preferências do site armazenadas por plugins como
Traga o meu computador de volta! Encolha o Firefox
o Adobe Flash. Cookies podem também ser usados por
para seu tamanho normal.
terceiros para rastreá-lo entre páginas.

137
INFORMÁTICA BÁSICA

Nota: Para poder limpar cookies criados pelo Flash Finalmente, clique no botão Limpar agora. A janela
você precisa estar usando a versão mais recente do plugin. será fechada e os itens selecionados serão limpos.
Cache: O cache armazena arquivos temporariamente, Como faço para o Firefox limpar meu histórico auto-
tais como páginas web e outras mídias online, que o Firefox maticamente?
baixou da Internet para tornar o carregamento das páginas Se você precisa limpar seu histórico sempre que usar
e sites que você já visitou mais rápido. o Firefox, você pode configurá-lo para que isso seja feito
Logins ativos: Caso você tenha se logado em um web- automaticamente assim que você sair, assim você não es-
site que usa autenticação HTTP desde a vez mais recente quece.
que você abriu o Firefox, este site é considerado “ativo”. Ao Clique no botão , depois em Opções
limpar estes registros você sai destes sites.
Dados offline de sites: Se você permitir, um website Selecione o painel Privacidade.
pode guardar informações em seu computador para que Defina O Firefox irá: para Usar minhas configurações.
você possa continuar a utilizá-lo mesmo sem estar conec-
tado à Internet.
Preferências de sites: Preferências de sites, incluindo
o nível de zoom salvo para cada página específica, codi-
ficação de caracteres e as permissões de páginas (como
excessões para bloqueadores de anúncios) estão descritas
em janela de Propriedades da Página.

Como limpo meu histórico?


Clique no botão de menu , selecione Histórico e, em
seguida, Limpar dados de navegação….
Selecione o quanto do histórico você deseja limpar: Marque a opção Limpar histórico quando o Firefox fe-
Clique no menu suspenso ao lado de Intervalo de tem- char.
po a limpar para escolher quanto de seu histórico o Firefox
limpará.

Para especificar que tipos de histórico devem ser lim-


pos, clique no botão Configurar..., ao lado de Limpar histó-
Em seguida, clique na seta ao lado de Detalhes para rico quando o Firefox fechar.
selecionar exatamente quais informações você quer que Na janela Configurações para a limpeza do histórico,
sejam limpas. marque os itens que você quer que sejam limpos automa-
ticamente sempre que você sair do Firefox.

138
INFORMÁTICA BÁSICA

Após selecionar os itens a serem limpos, clique em OK Imprimindo uma página web
para fechar a janela Configurações para a limpeza do his-
tórico. Clique no menu e depois em Imprimir.
Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações
feitas serão salvas automaticamente.
Como faço para remover um único site do meu histó-
rico?
Clique no botão , depois em Histórico, em seguida,
clique no link no final da lista Exibir todo o histórico, para
abrir a janela da Biblioteca.
Use o campo Localizar no histórico no canto superior
direito e pressione a tecla Enter para procurar pelo site que
você deseja remover do histórico.
Nos resultados da busca, clique com o botão direito no
site que você deseja remover, e selecione Limpar tudo so-
bre este site. Ou simplesmente selecione o site que deseja
excluir e pressione a tecla ‘Delete’.
Todos os dados de histórico (histórico de navegação e
downloads, cookies, cache, logins ativos, senhas, dados de
formulários, exceções para cookies, imagens, pop-ups) do
site serão removidos.
Na janela de impressão que foi aberta, ajuste as con-
figurações do que você está prestes a imprimir, se for ne-
cessário.

Clique em OK para iniciar a impressão.


Janela de configurações de impressão

Finalmente, feche a janela Biblioteca.

O leitor de PDF
O visualizador de PDF integrado de maneira nativa ao
navegador. Isto significa que agora não é mais necessário
ter que instalar um plugin externo no Mozilla Firefox para
fazê-lo visualizar um documento neste formato. Este visua-
lizador, inclusive, funciona da mesma forma como ocorre
no Google Chrome, que também suporta a visualização de
arquivos PDF nativamente. Seção Impressoras:
Agora, sempre que você clicar em um documento PDF Clique no menu drop-down ao lado de Name para mu-
no navegador, ele será aberto diretamente na tela. Os con- dar qual a impressora imprimirá a página que você está
troles são exibidos na parte superior, com os quais você vendo.
pode salvar ou imprimir o documento, bem como usar re- Nota: A impressora padrão é a do Windows. Quando
cursos como zoom, ou ir diretamente para uma página es- uma página da web é impressa com a impressora selecio-
pecífica. Também é possível alternar para o modo de apre- nada, ela se torna a impressora padrão do Firefox.
sentação e exibir o PDF em tela cheia. Cique em Propiedades... para mudar o tamanho do pa-
Durante os testes realizados, conseguimos abrir vários pel, qualidade de impressão e outras configurações espe-
PDFs em diversas abas sem nenhum problema, já que não cíficas da impressora.
houve travamentos. O segredo por trás do leitor é que ele Seção Intervalo de impressão - Especifique quais pági-
converte os PDFs para o HTML 5. nas da página web atual será impressa:

139
INFORMÁTICA BÁSICA

Selecione Tudo para imprimir tudo. Formato e Opções


Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1 a
1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar,
elas serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-
rio, elas serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:

Na aba Formato e Opções você pode alterar:


Formato:
Selecione Retrato para a maioria dos documentos e pá-
ginas web.
Selecione Paisagem para páginas e imagens largas.
Escala: Para tentar uma página web em menos folhas
impressas, você pode ajustar a escala. Reduzir para caber
ajusta automaticamente a escala.
Opções: Selecione Imprimir cores e imagens de fundo
para que o Firefox imprima as páginas com cor e imagens
de fundo como elas são mostradas na tela, caso contrário,
Firefox imprimirá com o fundo branco.
Como apresentado na tela irá imprimir da mesma for-
ma que você vê a página web no Firefox. Margens e Cabeçalho/ Rodapé
O campo selecionado irá imprimir somente o conteúdo
dentro da última borda que você clicou.
Cada campo separadamente irá imprimir o conteúdo
de todas as bordas, mas em páginas separadas.
Mudando a configuração da página
Para alterar a orientação da página, alterar se as cores
e imagens de fundo são impressas, as margens da página,
o que incluir no cabeçalho e rodapé das páginas impressas,
na parte superior da janela do Firefox, clique no botão Fi-
refox, veja mais em Imprimir... (menu Arquivo no Windows
XP) e selecione Configurar página.... A janela de configura-
ção de página irá aparecer.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.

Na aba Margens e Cabeçalhos/Rodapé você pode alterar:

140
INFORMÁTICA BÁSICA

Margens: Você pode colocar a largura da margem se-


paradamente para cima, baixo, esquerda e direita.
Cabeçalho e Rodapé: Use os menus dropdown para
selecionar o que irá aparecer na página impressa. O valor
do dropdown superior esquerdo aparece no canto superior
esquerdo da página; o valor do dropdown superior central
aparece na parte superior central da página, e assim por
diante. Você pode escolher entre:
--em branco--: Nada será impresso.
Título: Imprime o título das páginas web.
Endereço: Imprime o endereço das páginas web.
Data/Hora: Imprime a data e hora em que a página foi
impressa.
Página #: Imprime o número da página.
Página # de #: Imprime o número da página e o total
de páginas. Use as seguintes opções para convidar seus amigos:
Personalizar...: Coloque seu próprio texto de cabeçalho
ou rodapé. Isso pode ser usado pra mostrar o nome da
empresa ou organização no alto ou na parte de baixo de
toda página impressa.
Clique em OK para concluir as alterações e fechar a
janela de configuração de páginas.

Visualizar impressão
Para ver como a página web que você quer imprimir
ficará quando impressa, na parte superior da janela do Fire-
fox, clique no botão Firefox, veja mais em Imprimir...(menu
Arquivo no Windows XP), e selecione Visualizar impressão.
A janela de pré-visualização permite mudar algumas
das opções descritas acima. Acesse a janela de impressão
clicando em Imprimir..., ou a janela de configuração de pá-
gina clicando em Configurar página.... Clique nas setas ao Copie e cole o link para a sua ferramenta de mensagens pre-
lado do campo Página: para trocar as páginas do docu- ferida clicando em Copiar Link.
mento. As setas duplas mudam para a primeira ou última Envie o link por e-mail para o seu amigo clicando no botão
página, as setas únicas vão para a próxima página ou a Enviar link por E-mail. Isso abrirá sua aplicação de e-mail padrão.
anterior. Você também pode ajustar a escala e o formato
(veja acima). Compartilhar no Facebook.
Quando seu amigo se juntar à conversa, você verá um alerta.
Para encerrar a chamada, clique em .
Se juntar a uma conversa
Recebeu um convite? Se juntar a uma conversa é fácil! Ape-
Clique em Fechar para sair da visualização da impressão. nas clique no link do seu convite e clique no botão na página
para entrar na conversa.
Firefox Hello - conversas por vídeo e voz online Controlar suas notificações
O Firefox Hello lhe deixa navergar e discutir páginas Você pode desligar as notificações no Firefox se você preferir
web com seus amigos diretamente no navegador. Tudo não ser notificado quando um amigo se juntar:
que você precisa é uma webcam (opcional), um microfone,
e a versão mais recente do Firefox para ligar para os ami- Clique no botão do Hello .
gos que estão em navegadores suportados pelo WebRTC Clique na engrenagem na parte de baixo do painel e escolha
como Firefox, Chrome, ou Opera. Desligar notificações.
Nota: O Firefox Hello não está disponível na Navega-
ção Privada. Navegação Privativa
Iniciar uma conversa Quando navega na web, o Firefox lembra de varias informa-
Clique no botão Hello . ção para você - como os sites visitados. No entanto, pode ha-
Clique em Navegar nessa página com um amigo. ver momentos em que não deseja que outros usuários tenham
acesso a tais informações, como quando estiver comprando um
presente de aniversário. A navegação privativa permite que na-
vegue na internet sem salvar informações sobre os sites e pági-
nas visitadas.

141
INFORMÁTICA BÁSICA

A navegação privativa também inclui Proteção contra O que a navegação privativa não salva?
rastreamento na navegação privada, a qual impede que seja Páginas visitadas: Nenhuma página será adicionada à lis-
rastreado enquanto navega. ta de sites no histórico, lista de história da janela da Bibliote-
Mostraremos a você como funciona. ca, ou na lista de endereços da Awesome Bar.
Importante: A navegação privativa não o torna anônimo Entradas em formulário e na barra de pesquisa: Nada di-
na Internet. Seu provedor de acesso a internet ou os próprios gitado em caixas de texto em páginas web ou na barra de
sites ainda podem rastrear as páginas visitadas. Além disso, a busca será salvo para o autocomplete.
navegação privativa não o protege de keyloggers ou spywa- Senhas: Nenhuma senha será salva.
res que podem estar alojados em seu computador Lista de arquivos baixados: os arquivos que você baixar
não serão listados na Janela de Downloads depois de desati-
Como abrir uma nova janela privativa? var a Navegação Privativa.
Existem duas maneiras de se abrir uma nova Janela Pri- Cookies: Cookies armazenam informações sobre os sites
vativa. que você visita como preferências, status de login, e os dados
Abrir uma nova Janela Privativa vazia utilizados por plugins, como o Adobe Flash. Cookies também
Clique no botão de menu e depois em Nova janela podem ser utilizados por terceiros para rastreá-lo através dos
privativa. sites.
Conteúdo web em Cache e Conteúdo Web off-line e de
dados do usuário ‘: Nenhum arquivo temporário da Internet
(cache) ou arquivos armazenados para o uso off-line serão
salvo.
Nota:
Favoritos criados ao usar a Navegação Privativa serão
salvos.
Todos os arquivos que você baixar para o seu computa-
dor durante o uso de navegação privada serão salvos.
O Firefox Hello não está disponível na navegação priva-
tiva.
Posso definir o Firefox para sempre usar a navegação pri-
vativa?
O Firefox está definido para lembrar o histórico por pa-
drão, mas você pode alterar essa configuração de privacida-
de no Firefox Opções (clique no menu Firefox , escolha
Opções e selecione o painel Privacidade). Quando alterar a
configuração do histórico para nunca lembrar o histórico, isto
equivale a estar sempre no modo de navegação privativa.
Importante: Quando o firefox está definido para nunca
Abrir um link em nova janela privativa lembrar o histórico você não verá uma máscara roxa na par-
Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir link te superior de cada janela, mesmo que esteja efetivamente
em uma nova janela privativa no menu contextual. no modo de navegação privativa. Para restaurar a navegação
normal, vá para o painel privacidade Opções e defina o Fire-
fox para lembrar o histórico.
Outras formas de controlar as informações que o Firefox
salva
Você sempre pode remover a navegação recente, as pes-
quisas e histórico de download depois de visitar um site.

Como saber se a minha conexão com um site é se-


gura?
O botão de Identidade do Site (um cadeado) aparece na
sua barra de endereço quando você visita um site seguro.
Dica: Janelas de navegação privativas tem uma máscara Você pode descobrir rapidamente se a conexão para o site
roxa no topo. que estar visualizando é criptografado. Isso deve lhe ajudar
a evitar sites maliciosos que estão tentando obter sua infor-
mação pessoal.

142
INFORMÁTICA BÁSICA

O botão de Identidade do Site estar na barra de ende- Cadeado verde com um triângulo cinza de alerta
reço à esquerda do endereço web. Mais comumente, quan- Um cadeado verde com um triângulo cinza de alerta
do visualizando um site seguro, o botão de Identidade do indica que o site é seguro; no entanto, o firefox bloqueou o
Site será um cadeado verde. conteúdo inseguro e, assim, o site pode não necessariamente
exibir ou funcionar inteiramente correto.

Cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta


No entanto, em algumas circunstâncias raras, ele tam- Um cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta
bém pode ser um cadeado verde com um triângulo de indica que a conexão entre o Firefox e o website é apenas par-
alerta cinza, um cadeado cinza com um triângulo de alerta cialmente criptografada e não impede espionagem.
amarelo, ou um cadeado cinza com uma linha vermelha.

Nota: Clicando no botão à esquerda da barra de en-


dereço nos traz o Centro de Controle, o qual lhe permite Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível (in-
visualizar mais informações detalhadas sobre o estado de formação bancária, dados de cartão de crédito, Números de
segurança da conexão e alterar algumas configurações de Seguridade Social, etc.) para sites onde o botão de identidade
segurança e privacidade. do site tem o ícone de triângulo de alerta amarelo.
Aviso: Você nunca deve enviar qualquer tipo de infor- Cadeado cinza com um traço vermelho
mação sensível (informação bancária, dados de cartão de Um cadeado cinza com um traço vermelho indica que a
crédito, Números de Seguridade Social, etc.) para um site conexão entre o Firefox e o website é apenas parcialmente crip-
sem o ícone de cadeado na barra de endereço - neste caso tografada e não previne contra espionagem ou ataque man-in-
não é verificado que você está se comunicando com o site the-middle.
pretendido nem que seus dados estão seguros contra es-
pionagem!

Cadeado verde
Esse ícone não aparecerá a menos que você manualmente
Um cadeado verde (com ou sem um nome de organi-
desativou o bloqueio de conteúdo misto.
zação) indica que:
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível (in-
Você está realmente conectado ao website cujjo en-
formação bancária, dados de cartão de crédito, números de se-
dereço é exibido na barra de endereço; a conexão não foi guridade social, etc.) para sites onde o botão de identidade do
interceptada. site tem o ícone de um cadeado cinza com uma listra vermelha.
A conexão entre o Firefox e o website é criptografada
para evitar espionagem. Configurações de segurança e senhas
Este artigo explica as configurações disponíveis no painel
Segurança da janela Opções do Firefox.

O painel Segurança contém Opções relacionadas à sua se-


gurança ao navegar na internet.
Um cadeado verde mais o nome da empresa ou or-
ganização, também em verde, significa que o website está
usando um Certificado de Validação Avançada. Um certi-
ficado de Validação Avançada é um tipo especial de cer-
tificado do site que requer um processo de verificação de
identidade significativamente mais rigoroso do que outros
tipos de certificados.

Configurações de Segurança
Alertar se sites tentarem instalar extensões ou temas
Para sites usando certificados VE, o botão de identida- O Firefox sempre pedirá a sua confirmação para a instala-
de do site exibe tanto um cadeado verde e o nome legal ção de complementos. Para evitar que tentativas de instalação
da companhia ou organização do website, então você sabe não requisitadas resultem em instalações acidentais, o Firefox
quem está operando ele. Por exemplo, isto mostra que o exibe um aviso quando um site tentar instalar um comple-
mozilla.org é de propriedade da Fundação Mozilla. mento e bloqueia a tentativa de instalação. Para permitir

143
INFORMÁTICA BÁSICA

que sites específicos instalem complementos, você deve - Plugins


clicar em Exceções…, digitar o endereço do site e clicar em Plugins permitem adicionar suporte para todos os tipos
Permitir. Desmarque essa opção para desativar esse aviso de conteúdo da Internet. Estes geralmente incluem forma-
para todos os sites. tos patenteados como o Flash, QuickTime e Silverlight que
Bloquear sites avaliados como focos de ataques: Marque são usados para vídeo, áudio, jogos on-line, apresentações
isso se você quer que o Firefox verifique se o site que você e muito mais. Plugins são criados e distribuídos por outras
está visitando pode ser uma tentativa de interfirir nas funções empresas.
normais do computador ou mandar dados pessoais sobre Para visualizar quais complementos estão instalados:
você sem autorização através da Internet. Clique no botão escolha complementos. A aba com-
A ausência deste aviso não garante que o site seja con- plementos irá abrir.
fiável. Selecione o painel Extensões, Aparência ou Plugins.
Bloquear sites avaliados como falsos: Marque isso se Como faço para encontrar e instalar complementos?
você quer que o Firefox verifique ativamente se o site que Aqui está um resumo para você começar:
você está visitando pode ser uma tentativa de enganar você Clique no botão de menu e selecione Complementos
fazendo com que passe suas informações pessoais (isto é fre- para abrir a aba do gerenciador de complementos.
quentemente chamado de “phishing”). No gerenciador de complementos, selecione o painel
Get Add-ons.
Logins Para ver mais informações sobre um complemento ou
Memorizar logins de sites: I Firefox pode salvar com se- tema, clique nele. Você pode em seguida clicar no botão ver-
gurança senhas que você digita em formulários web para fa- de Adicionar ao Firefox para instalá-lo.
cilitar seu acesso aos websites. Desmarque essa opção para Você também pode pesquisar por complementos espe-
impedir o Firefox de memorizar suas senhas. No entanto, cíficos usando a caixa de busca na parte superior. Podendo
mesmo com isso marcado, você ainda será questionado se então instalar qualquer complemento que encontrar, com o
deseja salvar ou não as senhas para um site quando você vi- botão Instalar.
sitá-lo pela primeira vez. Se você selecionar Nunca para este
site, aquele site será adicionado à uma lista de exceções. Para
acessar essa lista ou para remover sites dela, clique no botão
Exceções….
Usar uma senha mestra: O Firefox pode proteger infor-
mações sensíveis, como senhas salvas e certificados, crip-
tografando eles usando uma senha mestra. Se você criar
uma senha mestra, cada vez que você iniciar o Firefox, será
solicitado que você digite a senha na primeira vez que for
necessário acessar um certificado ou uma senha salva. Você
pode definir, alterar, ou remover a senha mestra marcando
ou desmarcando essa opção ou clicando no botão Modificar
senha mestra…. Se uma senha mestra já estiver definida, você
precisará digitá-la para alterar ou remover a senha mestra.
Você pode gerenciar senhas salvas e excluir senhas indi-
viduais clicando no botão Logins salvos….
Encontrar e instalar complementos para adicionar
funcionalidades ao Firefox
Complementos são como os aplicativos que você instala
para adicionar sinos e assobios para o Firefox. Você pode ob-
ter complementos para comparar preços, verificar o tempo,
mudar o visual do Firefox, ouvir música, ou mesmo atualizar o
seu perfil no Facebook. Este artigo aborda os diferentes tipos
de complementos disponíveis e como encontrar e instalá-los.
Existem três tipos de complementos:
- Extensões
Extensões adicionam novas funcionalidades ao Firefox
ou modificam as já existentes. Existem extensões que permi-
tem bloquear anúncios, baixar vídeos de sites, integrar o Fi-
refox com sites, como o Facebook ou o Twitter, e até mesmo O Firefox irá fazer o download do complemento e pode
adicionar recursos de outros navegadores. pedir que você confirme a sua instalação.
- Aparência Clique em Reiniciar agora se ele aparecer. Seus abas se-
Existem dois tipos de complementos de aparência: temas rão salvas e restauradas após a reinicialização.
completos, que mudam a aparência de botões e menus, e te- Algumas extensões colocam um botão na barra de ferra-
mas de fundo, que decoram a barra de menu e faixa de abas mentas após a instalação..
com uma imagem de fundo

144
INFORMÁTICA BÁSICA

Como desativar extensões e temas DRM Content


Ao desativar um complemento ele deixará de funcionar Reproduzir conteúdo DRM: Por padrão, o Firefox per-
sem ser removido: mite a reprodução de conteúdo de áudio e vídeo protegi-
Clique no botão de menu    e selecione  Complemen- do por Gerencimento de Direitos Digitais (DRM). Ao des-
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos. marcar esta opção essa funcionalidade será desligada.
No gerenciador de complementos, selecione o painel Ex-
tensões ou Aparência. Notificações
Selecione o complemento que deseja desativar. O Firefox lhe permite escolher quais websites tem
Clique no botão Desativar. permissão para lhe enviar notificações. Clique em  Esco-
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Reiniciar lher para fazer alterações na lista de sites permitidos.
agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao reiniciar. Não me perturbe: Selecione esta opção para suspen-
Para reativar um complemento, encontre-o na lista de com- der temporariamente todas as notificações até você fechar
plementos e clique em Ativar, será solicitado reiniciar o Firefox. e reiniciar o Firefox.

Como desativar plugins Pop-ups


Ao desativar um plugin ele irá deixar de funcionar sem ser Bloquear janelas popup: Por padrão, o Firefox bloqueia
removido: janelas popup inconvenientes em sites da web. Desmarque
Clique no botão de menu    e selecione  Complemen- essa opção para desativar o Bloqueador de Popups. Alguns
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos. sites utilizam popups com funções importantes. Para per-
No gerenciador de complementos, selecione o painel Plugins. mitir que sites específicos utilizem popups, clique em Exce-
Selecione o plugin que deseja desativar. ções…, digite o domínio do site e clique em Permitir. Para
Selecione Nunca Ativar no menu de seleção. excluir um site da lista de sites permitidos, selecione-o e
Para reativar um plugin, encontre-o na sua lista de plugins clique em Excluir o site. Para limpar a lista completamente,
e clique em Sempre ativo no menu de seleção. clique em Excluir tudo.
Como remover extensões e temas
Fontes e cores
Clique no botão de menu     e selecione Complemen-
Fonte padrão e Tamanho: Normalmente as páginas da
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
web são exibidas na fonte e tamanho especificados aqui.
No gerenciador de complementos, selecione o painel Ex-
Entretanto, páginas da web podem definir fontes diferen-
tensões ou Aparência.
tes, que serão exibidos a não ser que você especifique o
Selecione o complemento que você deseja remover.
contrário na janela Fontes. Clique no botãoAvançado… para
Clique no botão Excluir.
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Reiniciar acessar mais opções de fontes.
agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao reiniciar. Diálogo de fontes
Como desinstalar plugins Na lista  Fontes padrão para, escolha um grupo de
Geralmente os plugins vem com seus próprios desinstala- caracteres/idioma. Por exemplo, para configurar o grupo
dores. Se precisar de ajuda para desinstalar alguns dos plugins de fontes padrão dos idiomas ocidentais (latinos), clique
mais populares, vá para lista de artigos de plugins e selecione o em Latin.. Para um grupo de caracteres/idioma que não es-
artigo do respectivo plugin que você quer desinstalar. teja na lista, clique em Outros Sistemas de Escrita.
Escolha se a fonte proporcional deverá ser com serifa
Configurações de Conteúdo (como “Times New Roman”) ou sem serifa (como “Arial”),
e então especifique o tamanho padrão da fonte propor-
cional.
Especifique as fontes utilizadas para fontes com seri-
fa, sem serifa e monoespaçada (largura fixa). Você também
pode especificar o tamanho para as fontes monoespaça-
das.

Você também pode especificar o tamanho mínimo de


fonte que pode ser exibido na tela. Isso pode ser útil em
sites que utilizam tamanhos de fonte muito pequenos e
pouco legíveis.
Páginas podem usar outras fontes: Por padrão, o Fi-
refox exibe as fontes especificadas pelo autor da página.
Desative essa  opção  para forçar todos os sites a usar as
fontes padrão.
Codificação de texto para conteudo legado: A codifica-
ção de caracteres selecionada nessa caixa será a codifica-
ção padrão utilizada para exibir páginas que não especifi-
quem uma codificação.

145
INFORMÁTICA BÁSICA

Diálogo de cores * Os atalhos para abrir Abas em primeiro e segun-


Cores padrão: Aqui você pode modificar as cores pa- do plano serão trocadas se a opção  Ao abrir um link em
drão de texto e fundo que serão utilizadas nas páginas em uma nova Aba, carregá-la em primeiro plano estiver ativa
que essas cores não foram especificadas por seu autor. Cli- no Painel de configurações geral..
que nas amostras de cores para modificá-las.
Usar cores do sistema: Marque essa opção para usar as Atalhos de teclado
cores de fonte e fundo definidas pelo seu Sistema Operacio- Navegação
nal em vez das cores definidas acima.
Aparência padrão dos links: Aqui você pode modificar as
cores padrão dos links das páginas. Clique nas amostras de Comando Atalho
cores para modificá-las. Alt + ←
Voltar
Sublinhar: Por padrão, o Firefox sublinha os links das Backspace
páginas. Desmarque essa  opção  para modificar esse com- Alt + →
Avançar
portamento. Note que vários sites especificam seus próprios Shift + Backspace
estilos de links e nesses sites essa opção não tem efeito. Página inicial Alt + Home
Páginas podem usar outras cores: Por padrão, o Firefox Abrir arquivo Ctrl + O
exibe as cores especificadas pelo autor da página. Desative
essa opção para forçar todos os sites a usar as cores padrão. F5
Atualizar a página
Idiomas Ctrl + R
Algumas páginas oferecem mais de um idioma para exi- Atualizar a página (ignorar Ctrl + F5
bição. Clique no botão Selecionar…para especificar o idioma o cache) Ctrl + Shift + R
ou idiomas de sua preferência. Parar o carregamento Esc
Idiomas: Para adicionar um idioma à lista de idiomas
clique emSelecione um idioma para adicionar…, clique so-
bre o idioma escolhido e clique no botãoAdicionar. Exclua Página atual
um idioma da lista selecionando-o e clicando no botão Ex-
cluir. Você também pode reordenar os idiomas usando os
Comando Atalho
botões Para cima e Para baixo para determinar a ordem de
preferência no caso de haver mais de um idioma disponível. Ir uma tela para baixo Page Down
Ir uma tela para cima Page Up
Use atalhos do mouse para executar tarefas comuns Ir para o final da página End
no Firefox Ir para o início da
Esta é uma lista dos atalhos do mouse mais comuns no Home
página
Mozilla Firefox.
Ir para o próximo frame F6
Comando Atalho Ir para o frame anterior Shift + F6
Voltar Shift + Rolar para baixo Imprimir Ctrl + P
Avançar Shift + Rolar para cima Salvar página como Ctrl + S
Aumentar Zoom Ctrl + Rolar para cima Mais zoom Ctrl + +
Diminuir Zoom Ctrl + Rolar para baixo Menos zoom Ctrl + -
Clicar com botão do meio tamanho normal Ctrl + 0
Fechar Aba
na Aba
Clicar com botão do meio
Abrir link em uma nova Aba
no link Editando
clicar com o botão do
Nova aba
meio na barra de abas Comando Atalho
Ctrl + Clicar com botão Copiar Ctrl + C
Abrir em nova Aba em esquerdo no link Recortar Ctrl + X
segundo plano* Clicar com botão do meio
Apagar Del
no link
Colar Ctrl + V
Ctrl + Shift + Botão
Abrir em nova Aba em Colar (como Ctrl + Shift
esquerdo
primeiro plano* texto simples) +V
Shift + Botão do meio
Shift + Clicar com botão Refazer Ctrl + Y
Abrir em uma Nova Janela Selecionar
esquerdo no link Ctrl + A
Duplicar Aba ou Favoritos Ctrl + Arrastar Aba tudo
Recarregar (ignorar cache) Shift + Botão recarregar Desfazer Ctrl + Z
Salvar como... Alt + Botão esquerdo

146
INFORMÁTICA BÁSICA

GOOGLE CHROME Para Iniciantes


O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e
já conquistou legiões de adeptos no mundo todo. O pro- Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dú-
grama apresenta excelente qualidade em seu desenvolvi- vidas básicas sobre essa categoria de programas, continue
mento, como quase tudo o que leva a marca Google. O lendo este parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e
browser não deve nada para os gigantes Firefox e Internet poupe seu tempo. Aqui falaremos um pouco mais sobre os
Explorer e mostra que não está de brincadeira no mundo conceitos e ações mais básicas do programa.
dos softwares. Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma
Confira nas linhas abaixo um pouco mais sobre o ótimo forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar
Google Chrome. o programa, tudo o que você precisa fazer é digitar o ende-
reço do local que quer visitar. Para acessar o portal Baixaki,
Funções visíveis por exemplo, basta escrever baixaki.com.br (hoje é possível
dispensar o famoso “www”, inserido automaticamente pelo
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complica- programa.)
dos do navegador, vamos conferir todas as funções dis- No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que
poníveis logo em sua janela inicial. Observe a numeração queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras-
na imagem abaixo e acompanhe sua explicação logo em chave do que você procura na mesma lacuna. Desta forma o
seguida: Chrome acessa o site de buscas do Google e exibe os resul-
tados rapidamente. No exemplo utilizamos apenas a palavra
“Baixaki”.

1.    As setas são ferramentas bem conhecidas por to-


dos que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar
ou voltar nas páginas em exibição, sem maiores detalhes.
Ao manter o botão pressionado sobre elas, você fará com
Abas
que o histórico inteiro apareça na janela.
2.    Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. A segunda tarefa importante para quem quer usar o
Todos são sinônimos desta função, ideal para conferir no- Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito
vamente o link em que você se encontra, o que serve para úteis e facilitam a navegação. Como citado anteriormente,
situações bem específicas – links de download perdidos, basta clicar no botão com um “+” para abrir uma nova guia.
imagens que não abriram, erros na diagramação da página. Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao pres-
3.   O ícone remete à palavra home (casa) e leva o na- sionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda mais rá-
vegador à página inicial do programa. Mais tarde ensinare- pido. Também é possível utilizar o botão direito sobre o novo
mos você a modificar esta página para qualquer endereço endereço e escolher a opção “Abrir link em uma nova guia”.
de sua preferência.
4.   A estrela adiciona a página em exibição aos favo- Liberdade
ritos, que nada mais são do que sites que você quer ter a
disposição de um modo mais rápido e fácil de encontrar. É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É
5.   Abre uma nova aba de navegação, o que permite possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar a
visitar outros sites sem precisar de duas janelas diferentes. aba da janela e desta forma abrir outra independente. Basta
6.   A barra de endereços é o local em que se encontra segurar a aba com o botão esquerdo do mouse para testar
o link da página visitada. A função adicional dessa parte no suas funções. Clicar nelas com a rodinha do mouse faz com
Chrome é que ao digitar palavras-chave na lacuna, o me- que fechem automaticamente.
canismo de busca do Google é automaticamente ativado e
exibe os resultados em questão de poucos segundos.
7. Simplesmente ativa o link que você digitar na la-
cuna à esquerda.
8. Abre as opções especiais para a página aberta no
navegador. Falaremos um pouco mais sobre elas em se-
guida.
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão me-
lhor detalhadas nos próximos parágrafos.

147
INFORMÁTICA BÁSICA

O botão direito abre o menu de contexto da aba, em Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba
que é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam-
a guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele
abrir uma nova aba com o comando Ctrl + T ou simples- em formato de casinha) aparecerá na janela do navegador.
mente apertando o F1. Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro,
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar
Fechei sem querer! na lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista
de mecanismos.
Quem nunca fechou uma aba importante acidental- Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
mente em um momento de distração? Pensando nisso, como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-
o Chrome conta com a função “Reabrir guia fechada” no pre que algum software ou link for executado, o Chrome
menu de contexto (botão direito do mouse). Basta selecio- será automaticamente utilizado pelo sistema.
ná-la para que a última página retorne ao navegador.
Coisas pessoais

Senhas: define basicamente se o programa salvará ou


não as senhas que você digitar durante a navegação. A op-
ção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o
que já foi inserido por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas)
serão sugeridos automaticamente após a primeira digita-
ção.
Dados de navegação: durante o uso do computador, o
Chrome salva os dados da sua navegação para encontrar
sites, links e conteúdos com mais facilidade. O botão “Lim-
Configuração par dados de navegação” apaga esse conteúdo, enquanto
a função “Importar dados” coleta informações de outros
Antes de continuar com as outras funções do Google navegadores.
Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do
isso, vamos às configurações. Vá até o canto direito da tela navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique
e procure o ícone com uma chave de boca. Clique nele e um de sua preferência. Para retornar ao normal, selecione
selecione “Opções”. “Redefinir para o tema padrão”.

Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
Básicas que o navegador pergunte o local para cada novo down-
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do load.
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e
configurar as páginas que deseja abrir.

148
INFORMÁTICA BÁSICA

Downloads

Todos os navegadores mais famosos da atualidade con-


tam com pequenos gerenciadores de download, o que fa-
cilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tempo.
Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em um link
de download, muitas vezes o programa perguntará se você
deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado abaixo:
Gerenciador de tarefas

Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno


gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o
botão direito no topo da página (como indicado na figura)
e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.

Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo


da janela, mostrando o progresso do download. Você pode
clicar no canto dela e conferir algumas funções especiais
para a situação. Além disso, ao selecionar a função “Mos-
trar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é exibida
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela.
com ainda mais detalhes sobre os arquivos que você está
Ela controla todas as abas e funções executadas pelo na-
baixando.
vegador. Caso uma das guias apresente problemas você
pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o
programa. A função é muito útil e evita diversas dores de
cabeça.

Pesquise dentro dos sites

Outra ferramenta muito prática do navegador é a possi-


bilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de alguns
sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de usar a busca
normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o que
você precisa fazer é digitar baixaki e teclar o TAB para que a
busca desejada seja feita diretamente na lacuna do Chrome.

Navegação anônima

Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros


ou históricos de navegação no computador, utilize a navega-
ção anônima. Basta clicar no menu com o desenho da cha-
ve de boca e escolher a função “Nova janela anônima”, que
também pode ser aberta com o comando Ctrl + Shift + N.

149
INFORMÁTICA BÁSICA

B para lidar com alguns casos. Se nós planejamos distribuir


CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. A como está, isso significa que usuários precisarão de B, de
forma que nós precisamos julgar se tanto A quanto B são
livres. Porém, se nós planejamos modificar A de forma que
ele não use B, apenas A precisa ser livre; B não é pertinente
A definição de software livre apresenta os critérios àquele planejamento.
utilizados para definir se um programa de computador “Software livre” não significa “não comercial”. Um
em particular se qualifica como software livre ou não. De programa livre deve estar disponível para uso comercial,
tempos em tempos nós revisamos essa definição, para desenvolvimento comercial e distribuição comercial.
clarificá-la ou para resolver questões mais sutis. Veja a seção Desenvolvimento comercial de software livre deixou de
Histórico abaixo para uma lista de mudanças que afetam a ser incomum; tais software livre comerciais são muito
definição de software livre. importantes. Você pode ter pago dinheiro por suas cópias
Por “software livre” devemos entender aquele software de software livre, ou você pode tê-las obtido a custo zero,
que respeita a liberdade e senso de comunidade dos mas independentemente de como você conseguiu suas
usuários. Grosso modo, isso significa que  os usuários cópias, você sempre deve ter a liberdade para copiar e
possuem a liberdade de executar, copiar, distribuir, mudar o software, ou mesmo para vender cópias.
estudar, mudar e melhorar o software. Assim sendo, O resto dessa página clarifica certos pontos sobre o
“software livre” é uma questão de liberdade, não de que faz liberdades específicas adequadas ou não.
preço. Para entender o conceito, pense em “liberdade de
expressão”, não em “cerveja grátis”. Por vezes chamamos A liberdade de executar o programa como você
de “libre software” para mostrar que livre não significa desejar
a grátis, pegando emprestado a palavra em francês ou A liberdade de executar o programa significa que
espanhol para “livre”, para reforçar o entendimento de que qualquer tipo de pessoa ou organização é livre para usá-
não nos referimos a software como grátis. lo em qualquer tipo de sistema computacional, ou para
Nós batalhamos por essas liberdades porque todo qualquer tipo de trabalho e propósito, sem que seja
muito merece. Com essas liberdades, os usuários (tanto necessário comunicar ao desenvolvedor ou qualquer outra
individualmente quanto coletivamente) controlam o entidade específica. Nessa liberdade, é o propósito  do
programa e o que ele faz por eles. Quando os usuários usuário  que importa, não aquele do  desenvolvedor; você,
não controlam o programa, o programa controla os como usuário, é livre para rodar o programa para seus
usuários. O desenvolvedor controla o programa e, por propósitos e, caso você o distribua a outra pessoa, ela
meio dele, controla os usuários. Esse programa não-livre também será livre para executá-lo com os propósitos dela,
e “proprietário” é, portanto,  um instrumento de poder mas você não é intitulado a impor seus propósitos sobre
injusto. ela.
A liberdade de executar o programa como você
As quatro liberdades essenciais deseja significa que você não está proibido ou impedido
Um programa é software livre se os usuários possuem de executá-lo. Isso não tem nada a ver com qual
as quatro liberdades essenciais: funcionalidade o programa possui, se ele é tecnicamente
 A liberdade de executar o programa como você capaz de funcionar em qualquer ambiente dado ou se ele é
desejar, para qualquer propósito (liberdade 0). útil para alguma atividade computacional específica.
 A liberdade de estudar como o programa funciona,
e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, A liberdade de estudar o código-fonte e fazer
acesso ao código-fonte é um pré-requisito. alterações
 A liberdade de redistribuir cópias de modo que Para que as liberdades 1 e 3 (a liberdade de modificar
você possa ajudar ao próximo (liberdade 2). e a liberdade de publicar versões modificadas) façam
 A liberdade de distribuir cópias de suas versões sentido, você deve ter acesso ao código-fonte do
modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode programa. Consequentemente, acesso ao código-fonte é
dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas uma condição necessária para o software livre. Código-
mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré- fonte “obscurecido” não é código-fonte real e não conta
requisito. como código-fonte.
Um programa é software livre se ele dá aos usuários A liberdade 1 inclui a liberdade de usar sua versão
todas essas liberdades de forma adequada. Do contrário, modificada em lugar da original. Se um programa é
ele é não-livre. Enquanto nós podemos distinguir vários entregue num produto projetado para rodar a versão
esquemas de distribuição não-livres em termos de de outra pessoa, mas se recusa a rodar a sua — prática
eles falham em serem livres, consideramos todos eles conhecida como “tivoização”1, “travamento” ou ainda (na
igualmente antiéticos. terminologia perversa de seus praticantes) como “boot
Em qualquer cenário, essas liberdades devem ser seguro” — a liberdade 1 se torna pretensão vazia ao
aplicadas em qualquer código do qual planejamos fazer uso, invés de realidade prática. Esses binários não são software
ou que levamos outros a fazer uso. Por exemplo, considere livre mesmo que o código-fonte a partir do qual foram
um programa A que automaticamente inicia um programa compilados seja livre.

150
INFORMÁTICA BÁSICA

Uma maneira importante de modificar um programa Regras sobre detalhes de empacotamento e distribuição
é agregar a ele módulos e sub-rotinas livres. Se a licença Regras sobre como empacotar uma versão modificada
do programa diz que você não pode agregar a ele um são aceitáveis, se elas não limitam substantivamente sua
módulo com uma licença adequada — por exemplo, se liberdade de liberar versões modificadas, ou sua liberdade de
ele requer que você seja o detentor dos direitos autorais criar e usar modificações privadamente. Portanto, é aceitável
de qualquer código que adicionar — então essa licença é que uma licença requira que você mude o nome do programa
muito restritiva para ser qualificada como livre. na versão modificada, remova um logo ou identifique suas
Se uma modificação constitui ou não um modificações como suas. Desde que esses requerimentos não
aperfeiçoamento é uma questão subjetiva. Se o seu direito sejam tão penosos que eles efetivamente sejam um empecilho
de modificar um programa é limitado, fundamentalmente, a à distribuição de suas mudanças, eles são aceitáveis; você já está
mudanças que outra pessoa considere um aperfeiçoamento, fazendo outras modificações ao programa, não terá muitos
o programa não é livre. problemas em fazer algumas a mais.
Regras que dizem que “se você publicar sua versão de
A liberdade de redistribuir se assim desejar: certa maneira, terá de publicá-la dessa outra também” podem
requisitos básicos ser também aceitáveis, na mesma condição. Um exemplo de
Liberdade para distribuir (liberdades 2 e 3) significam regra aceitável é uma que diz que se você distribuiu uma versão
que você é livre para redistribuir cópias, modificadas ou modificada e um desenvolvedor anterior pedir por uma cópia,
não, gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição, você deve enviar uma. (Note que tal regra ainda lhe deixa
a qualquer um, em qualquer lugar. Ser livre para fazer tudo a possibilidade de distribuir ou não sua versão.) Regras que
isso significa (entre outras coisas) que você não deve ter requerem a liberação do código-fonte para os usuários para
que pedir ou pagar pela permissão para fazê-lo. versões que você fez públicas também são aceitáveis.
Você também deve ter a liberdade de fazer modificações Uma questão especial surge quando uma licença requer a
e usá-las privativamente ou em seu trabalho ou lazer, mudança do nome pelo qual o programa é invocado por outros
sem sequer mencionar que eles existem. Se publicar suas programas. Isso efetivamente cria obstáculos à publicação
modificações, você não deve ser obrigado a avisar ninguém
de uma versão modificada que possa substituir a original
em particular, ou de qualquer modo em particular.
quando invocada por aqueles outros programas. Esse tipo de
A liberdade 3 inclui a liberdade de publicar quaisquer
requerimento é aceitável apenas quando existe uma maneira
versões modificadas como software livre. Uma licença livre
de especificar um nome substituto, de modo que o programa
também pode permitir outras maneiras de liberá-las; em
modificado possa ser invocado.
outras palavras, ela não tem que ser uma licença copyleft.
No entanto, a licença que requer que modificações sejam
Regulamentações de exportação
não-livres não se qualifica como uma licença livre.
A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas Algumas vezes, as  regulamentações de controle de
executáveis ou binárias do programa, bem como o código- exportação  governamentais e sanções comerciais podem
fonte, tanto da versão modificada quanto da inalterada. reprimir sua liberdade de distribuir cópias de programas
(Distribuir programas em formato executável é necessário internacionalmente. Desenvolvedores de software não têm o
para sistemas operacionais livres e convenientemente poder para eliminar ou passar por cima dessas restrições, mas
instaláveis.) Não há problemas se não for possível produzir o que eles podem e devem fazer é se recusar a impô-las como
uma forma binária ou executável (pois algumas linguagens condições para o uso do programa. Dessa maneira, restrições
de programação não suportam este recurso), mas deve ser não irão afetar as atividades e pessoas fora da jurisdição desses
concedida a liberdade de se redistribuir nessas formas caso governos. Portanto, licenças de software livre não devem
seja desenvolvido um meio de criá-las. requerer a obediência a qualquer regulamentações não-triviais
de exportação como uma condição para exercer qualquer das
Copyleft liberdades essenciais.
Certas regras sobre a maneira de distribuir o software Meramente mencionar a existência de regulamentações
são aceitáveis, quando elas não entram em conflito com as de exportação, sem fazer delas uma condição da licença em
liberdades centrais. Por exemplo, o  copyleft(apresentado si, é aceitável desde que ela não restrinja os usuários. Se uma
de maneira muito simples) é a regra de que, quando regulamentação de exportação é, na verdade, trivial para o
redistribuindo um programa, você não  pode adicionar software livre, então exigir ela como condição não é realmente um
restrições quem neguem as liberdades centrais de outras problema; porém, é um problema em potencial, já que alteração
pessoas. Essa regra não entra em conflito com as liberdade posterior na lei de exportação poderia tornar os requerimentos
centrais; na verdade, ela as protege. em não-triviais e, portanto, tornar o software não-livre.
No projeto GNU, nós usamos o copyleft para
proteger legalmente as quatro liberdades para todos. Considerações legais
Nós acreditamos que existem razões importantes pelas Para que essas liberdades sejam reais, elas devem ser
quais é melhor usar o copyleft. Porém, software livre que permanentes e irrevogáveis desde que você não faça nada
não faz uso do copyleft também é ético. Veja Categorias de de errado; se o desenvolvedor do software tiver o poder de
Software Livre para uma descrição de como “software livre” revogar a licença, ou adicionar restrições retroativamente a
e “copylefted software” e outras categorias de software se seus termos, sem que você faça nada errado para dar um
relacionam umas com as outras. motivo, o software não é livre.

151
INFORMÁTICA BÁSICA

Uma licença livre pode não exigir conformidade com a Consiga ajuda com licenças livres
licença de um programa não-livre. Então, por exemplo, se Se você está interessado em saber se uma licença
uma licença exigir de você conformidade com as licenças específica se qualifica como uma licença de software livre,
de “todos os programas você use”, no caso de um usuário veja nossa lista de licenças. Se a licença na qual você está
que roda programas não-libres isso resultaria em exigir interessado não está listada, você pode nos perguntar
conformidade com as licenças daqueles programas não- sobre ela mandando um e-mail para <licensing@gnu.org>.
livres; isso faz da licença não-livre. Se você está considerando escrever uma nova licença,
É aceitável para uma licença livre especificar a lei de por favor, primeiramente entre em contato pelo mesmo
qual jurisdição se aplica, ou onde a litigância deve ser feita, endereço com a Free Software Foundation. A proliferação
ou ambos. de diferentes licenças de software livre significa mais
trabalho para os usuários entenderem essas licenças; nós
Licenças baseadas em contratos podemos ser capazes de ajudá-lo a encontrar uma licença
A maioria das licenças de software livre são baseadas no de software livre existente que atenda às suas necessidades.
copyright, e existem limites para que tipo de requerimentos Se isso não for possível, e você realmente precisar de
podem ser impostos por meio do copyright. Se uma licença uma nova licença, com nossa ajuda você pode ter certeza
baseada no copyright respeita a liberdade nas maneiras de que a licença realmente é uma licença de software livre
descritas acima, é improvável que ela possua algum outro e evitar vários problemas práticos.
tipo de problema nunca antes antecipado (embora isso
ocorra ocasionalmente). No entanto, algumas licenças de Além do Software
software livre baseadas em contratos e contratos podem Manuais de software devem ser livres  pelas mesmas
impor uma lista muito maior de restrições possíveis. Isso razões que software deve ser livre, e porque manuais são,
significa que existem muitas maneiras nas quais tal licença com efeito, parte do software.
pode ser inaceitavelmente restritiva e não-livre. Os mesmos argumentos também fazem sentido para
Não podemos listar tudo o que pode acontecer. Se uma outros tipos de trabalhos de uso prático — isto é, trabalhos
licença baseada em contrato restringe o usuário de uma que englobam conhecimento útil, como obras educativas
maneira incomum que as licenças baseadas no copyright e de referência. A Wikipédia é o exemplo mais conhecido.
não podem, e que não é mencionada aqui como legítima, Qualquer tipo de obra pode ser livre, e a definição de
nós teremos que pensar sobre isso, e provavelmente software livre pode ser estendida para a definição de obras
iremos concluir que ela é não-livre. culturais livres, aplicável a qualquer tipo de obra.

Use as palavras corretas ao falar sobre software Código Aberto?


livre Outro grupo usa o termo “código aberto” (do
Quando falamos sobre software livre, é melhor evitar inglês open source) com um significado parecido (mas não
termos como “dado” ou “de graça”, porque estes termos idêntico) ao de “software livre”. Nós preferimos o termo
implicam que a questão é o preço, não a liberdade. Alguns “software livre” porque, uma vez que você tenha ouvido
termos comuns como “pirataria” englobam opiniões que que ele se refere à liberdade ao invés do preço, ele traz
nós esperamos que você não endosse. Veja  Palavras e à mente a liberdade. A palavra “aberto”nunca se refere à
Termos Confusos que é Melhor Evitar para uma discussão liberdade.
desses termos. Nós também temos uma lista de traduções
apropriadas de “free software” em várias línguas. Fonte: https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.
html
Como nós interpretamos esses critérios
Finalmente, note que os critérios como aqueles
exprimidos nessa definição de software livre requerem
cuidadosa deliberação quanto a sua interpretação. Para
decidir se uma licença de software específica se qualifica
como uma licença de software livre, nós a julgamos
baseado nesses critérios para determinar se ela se encaixa
no espírito bem como nas palavras precisas. Se uma
licença inclui impensadas, nós a rejeitamos, mesmo que
não tenhamos antecipados o problema nesses critérios.
Algumas vezes, algum requerimento de uma licença cria
um problema que requer extensiva reflexão, incluindo
discussões com um advogado, antes que possamos decidir
se o requerimento é aceitável. Quando chegamos a uma
conclusão sobre uma nova questão, nós frequentemente
atualizamos estes critérios para tornar mais fácil determinar
se uma certa licença se qualifica ou não.

152
INFORMÁTICA BÁSICA

Sendo assim, torna-se necessário que vários pontos


CONCEITOS DE SEGURANÇA DA sejam observados para garantir a segurança desde a insta-
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. lação do sistema, dos quais podemos destacar:
• Seja minimalista: Instale somente os aplicativos ne-
cessários, aplicativos com problemas podem facilitar o
acesso de um atacante;
CONCEITOS DE SEGURANÇA • Devem ser desativados todos os serviços de sistema
que não serão utilizados: Muitas vezes o sistema inicia au-
A Segurança da Informação refere-se à proteção exis- tomaticamente diversos aplicativos que não são necessá-
tente sobre as informações de uma determinada empresa, rios, esses aplicativos também podem facilitar a vida de um
instituição governamental ou pessoa, isto é, aplica-se tanto atacante;
as informações corporativas quanto as pessoais. • Deve-se tomar um grande cuidado com as aplicações
Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo de rede: problemas nesse tipo de aplicação podem deixar o
ou dado que tenha valor para alguma organização ou pes- sistema vulnerável a ataques remotos que podem ser reali-
soa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta zados através da rede ou Internet;
ao público para consulta ou aquisição. • Use partições diferentes para os diferentes tipos de
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não dados: a divisão física dos dados facilita a manutenção da
de ferramentas) para a definição do nível de segurança exis- segurança;
tente e, com isto, serem estabelecidas as bases para análise • Remova todas as contas de usuários não utilizadas:
da melhoria ou piora da situação de segurança existente. Contas de usuários sem senha, ou com a senha original de
A segurança de uma determinada informação pode ser instalação, podem ser facilmente exploradas para obter-se
afetada por fatores comportamentais e de uso de quem acesso ao sistema.
se utiliza dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca Grande parte das invasões na Internet acontece devi-
ou por pessoas mal intencionadas que tem o objetivo de do a falhas conhecidas em aplicações de rede, as quais os
furtar, destruir ou modificar a informação. administradores de sistemas não foram capazes de corrigir
Antes de proteger, devemos saber: a tempo. Essa afirmação pode ser confirmada facilmente
• O que proteger. pelo simples fato de que quando uma nova vulnerabilidade
• De quem proteger. é descoberta, um grande número de ataques é realizado
• Pontos vulneráveis. com sucesso. Por isso é extremamente importante que os
• Processos a serem seguidos. administradores de sistemas se mantenham atualizados
sobre os principais problemas encontrados nos aplicati-
MECANISMOS DE SEGURANÇA vos utilizados, através dos sites dos desenvolvedores ou
O suporte para as recomendações de segurança pode específicos sobre segurança da Informação. As principais
ser encontrado em: empresas comerciais desenvolvedoras de software e as
• CONTROLES FÍSICOS: são barreiras que limitam o principais distribuições Linux possuem boletins periódicos
contato ou acesso direto a informação ou a infraestrutura informando sobre as últimas vulnerabilidades encontradas
(que garante a existência da informação) que a suporta. e suas devidas correções. Alguns sistemas chegam até a
Devemos atentar para ameaças sempre presentes, mas possuir o recurso de atualização automática, facilitando
nem sempre lembradas; incêndios, desabamentos, relâm- ainda mais o processo.
pagos, alagamentos, problemas na rede elétrica, acesso
indevido de pessoas aos servidores ou equipamentos de Firewalls
rede, treinamento inadequado de funcionários, etc.
Medidas de proteção física, tais como serviços de guar- Definimos o firewall como sendo uma barreira inteli-
da, uso de nobreaks, alarmes e fechaduras, circuito interno gente entre duas redes, geralmente a rede local e a Inter-
de televisão e sistemas de escuta são realmente uma parte net, através da qual só passa tráfego autorizado. Este trá-
da segurança da informação. As medidas de proteção física fego é examinado pelo firewall em tempo real e a seleção
são frequentemente citadas como “segurança computacio- é feita de acordo com um conjunto de regras de acesso
nal”, visto que têm um importante papel também na pre- Ele é tipicamente um roteador (equipamento que liga as
venção dos itens citados no parágrafo acima. redes com a Internet), um computador rodando filtragens
O ponto-chave é que as técnicas de proteção de dados de pacotes, um software Proxy, um firewall-in-a-box (um
por mais sofisticadas que sejam, não têm serventia nenhu- hardware proprietário específico para função de firewall),
ma se a segurança física não for garantida. ou um conjunto desses sistemas.
Pode-se dizer que firewall é um conceito ao invés de
Instalação e Atualização um produto. Ele é a soma de todas as regras aplicadas a
rede. Geralmente, essas regras são elaboradas consideran-
A maioria dos sistemas operacionais, principalmente do as políticas de acesso da organização.
as distribuições Linux, vem acompanhada de muitos apli- Podemos observar que o firewall é único ponto de
cativos que são instalados opcionalmente no processo de entrada da rede, quando isso acontece o firewall também
instalação do sistema. pode ser designado como check point.

153
INFORMÁTICA BÁSICA

De acordo com os mecanismos de funcionamentos dos A maior dificuldade na sua implementação é a necessi-
firewalls podemos destacar três tipos principais: dade de instalação e configuração de um proxy para cada
• Filtros de pacotes aplicação, sendo que algumas aplicações não trabalham
• Stateful Firewalls corretamente com esses mecanismos.
• Firewalls em Nível de Aplicação
Considerações sobre o uso de Firewalls
- Filtros de Pacotes
Esse é o tipo de firewall mais conhecido e utilizado. Ele Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e
controla a origem e o destino dos pacotes de mensagens são inestimáveis para segurança da informação, existem al-
da Internet. Quando uma informação é recebida, o firewall guns ataques que os firewalls não podem proteger, como a
verifica as informações sobre o endereço IP de origem e interceptação de tráfego não criptografado, ex: Intercepta-
destino do pacote e compara com uma lista de regras de ção de e-mail. Além disso, embora os firewalls possam pro-
acesso para determinar se pacote está autorizado ou não a ver um único ponto de segurança e auditoria, eles também
ser repassado através dele. podem se tornar um único ponto de falha – o que quer
Atualmente, a filtragem de pacotes é implementada na dizer que os firewalls são a última linha de defesa. Significa
maioria dos roteadores e é transparente aos usuários, po- que se um atacante conseguir quebrar a segurança de um
rém pode ser facilmente contornada com IP Spoofers. Por firewall, ele vai ter acesso ao sistema, e pode ter a oportu-
isto, o uso de roteadores como única defesa para uma rede nidade de roubar ou destruir informações. Além disso, os
corporativa não é aconselhável. firewalls protegem a rede contra os ataques externos, mas
Mesmo que filtragem de pacotes possa ser feita dire- não contra os ataques internos. No caso de funcionários
tamente no roteador, para uma maior performance e con- mal intencionados, os firewalls não garantem muita pro-
trole, é necessária a utilização de um sistema específico de teção. Finalmente, como mencionado os firewalls de filtros
firewall. Quando um grande número de regras é aplicado de pacotes são falhos em alguns pontos. - As técnicas de
diretamente no roteador, ele acaba perdendo performan- Spoofing podem ser um meio efetivo de anular a sua pro-
ce. Além disso, Firewall mais avançados podem defender a teção.
rede contra spoofing e ataques do tipo DoS/DDoS. Para uma proteção eficiente contra as ameaças de se-
gurança existentes, os firewalls devem ser usados em con-
- Stateful Firewalls junto com diversas outras medidas de segurança.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que
Outro tipo de firewall é conhecido como Stateful Fire- apoiam os controles físicos: Portas / trancas / paredes /
wall. Ele utiliza uma técnica chamada Stateful Packet Ins- blindagem / guardas / etc.
pection, que é um tipo avançado de filtragem de pacotes.
Esse tipo de firewall examina todo o conteúdo de um pa- • CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem
cote, não apenas seu cabeçalho, que contém apenas os en- ou limitam o acesso à informação, que está em ambiente
dereços de origem e destino da informação. Ele é chamado controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo,
de ‘stateful’ porque examina os conteúdos dos pacotes ficaria exposta a alteração não autorizada por elemento
para determinar qual é o estado da conexão, Ex: Ele ga- mal intencionado.
rante que o computador destino de uma informação tenha Existem mecanismos de segurança que apoiam os con-
realmente solicitado anteriormente a informação através troles lógicos:
da conexão atual.
Além de serem mais rigorosos na inspeção dos paco- Mecanismos de encriptação
tes, os stateful firewalls podem ainda manter as portas fe-
chadas até que uma conexão para a porta específica seja A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas
requisitada. Isso permite uma maior proteção contra a palavras gregas:
ameaça de port scanning. • CRIPTO = ocultar, esconder.
• GRAFIA = escrever
- Firewalls em Nível de Aplicação Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou
Nesse tipo de firewall o controle é executado por apli- em códigos. É então um conjunto de técnicas que tornam
cações específicas, denominadas proxies, para cada tipo de uma mensagem incompreensível permitindo apenas que
serviço a ser controlado. Essas aplicações interceptam todo o destinatário que conheça a chave de encriptação possa
o tráfego decriptar e ler a mensagem com clareza.
recebido e o envia para as aplicações correspondentes; Permitem a transformação reversível da informação de
assim, cada aplicação pode controlar o uso de um serviço. forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal,
Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de algoritmos determinados e uma chave secreta para, a partir
performance, já que ele analisa toda a comunicação uti- de um conjunto de dados não encriptados, produzir uma
lizando proxies, ele permite uma maior auditoria sobre o sequência de dados encriptados. A operação inversa é a
controle no tráfego, já que as aplicações específicas podem desencriptação.
detalhar melhor os eventos associados a um dado serviço.

154
INFORMÁTICA BÁSICA

Assinatura digital Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado


de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e
Um conjunto de dados encriptados, associados a um a comunicação com segurança não será estabelecida.
documento do qual são função, garantindo a integridade do O Certificado de Identidade Digital é emitido e assi-
documento associado, mas não a sua confidencialidade. nado por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate
A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro- Authority). Para tanto, esta autoridade usa as mais avança-
blemas não garantidos apenas com uso da criptografia para das técnicas de criptografia disponíveis e de padrões inter-
codificar as informações: a Integridade e a Procedência. nacionais (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para
Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, a emissão e chancela digital dos Certificados de Identidade
também conhecida como: compression function, cryptogra- Digital.
phic checksum, message digest ou fingerprint. Essa função Podemos destacar três elementos principais:
gera uma string única sobre uma informação, se esse valor - Informação de atributo: É a informação sobre o obje-
for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário, signi- to que é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode in-
fica que essa informação não foi alterada. cluir seu nome, nacionalidade e endereço e-mail, sua orga-
Mesmo assim isso ainda não garante total integridade, nização e o departamento da organização onde trabalha.
pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um - Chave de informação pública: É a chave pública da
novo hash pode ter sido calculado. entidade certificada. O certificado atua para associar a cha-
Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia ve pública à informação de atributo, descrita acima. A cha-
assimétrica com a função das chaves num sentido inverso, ve pública pode ser qualquer chave assimétrica, mas usual-
onde o hash é criptografado usando a chave privada do re- mente é uma chave RSA.
metente, sendo assim o destinatário de posse da chave pú- - Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA
blica do remetente poderá decriptar o hash. Dessa maneira assina os dois primeiros elementos e, então, adiciona cre-
garantimos a procedência, pois somente o remetente possui dibilidade ao certificado. Quem recebe o certificado verifica
a chave privada para codificar o hash que será aberto pela a assinatura e acreditará na informação de atributo e chave
sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da informação pública associadas se acreditar na Autoridade em Certifi-
original, protegido pela criptografia, garantirá a integridade cação.
da informação. Existem diversos protocolos que usam os certificados
digitais para comunicações seguras na Internet:
Mecanismos de garantia da integridade da informação • Secure Socket Layer ou SSL;
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME;
Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consis- • Form Signing;
tindo na adição. • Authenticode / Objectsigning.
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os cer-
Mecanismos de controle de acesso tificados digitais e é usado em praticamente todos os sites
que fazem comércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de
Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões CD, bancos etc.). O SSL teve uma primeira fase de ado-
inteligentes. ção onde apenas os servidores estavam identificados com
certificados digitais, e assim tínhamos garantido, além da
Mecanismos de certificação identidade do servidor, o sigilo na sessão. Entretanto, ape-
nas com a chegada dos certificados para os browsers é que
Atesta a validade de um documento. O Certificado Digi- pudemos contar também com a identificação na ponta
tal, também conhecido como Certificado de Identidade Di- cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas
gital associa a identidade de um titular a um par de chaves e logins.
eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas em O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois
conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É uma permite que as mensagens de correio eletrônico trafeguem
versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cédula de encriptadas e/ou assinadas digitalmente. Desta forma os
Identidade - serve como prova de identidade, reconhecida e-mails não podem ser lidos ou adulterados por terceiros
diante de qualquer situação onde seja necessária a compro- durante o seu trânsito entre a máquina do remetente e a
vação de identidade. do destinatário. Além disso, o destinatário tem a garantia
O Certificado Digital pode ser usado em uma grande va- da identidade de quem enviou o e-mail.
riedade de aplicações, como comércio eletrônico, groupwa- O Form Signing é uma tecnologia que permite que os
re (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de fundos. usuários emitam recibos online com seus certificados di-
Dessa forma, um cliente que compre em um shopping gitais. Por exemplo: o usuário acessa o seu Internet Ban-
virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certifi- king e solicita uma transferência de fundos. O sistema do
cado de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a banco, antes de fazer a operação, pede que o usuário as-
identidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por sine com seu certificado digital um recibo confirmando a
ele apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá solici- operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco para
tar ao comprador seu Certificado de Identidade Digital, para servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter
identificá-lo com segurança e precisão. efetuado a transação.

155
INFORMÁTICA BÁSICA

O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que Divulgação


permitem que um desenvolvedor de programas de compu-
tador assine digitalmente seu software. Assim, ao baixar um A Divulgação das Informações pode ser tão grave e/ou
software pela Internet, o usuário tem certeza da identida- custar tão caro quanto um ataque de “Negação de Serviço”,
de do fabricante do programa e que o software se manteve pois informações que não podiam ser acessadas por tercei-
íntegro durante o processo de download. Os certificados ros, agora estão sendo divulgadas ou usadas para obter van-
digitais se dividem em basicamente dois formatos: os certi- tagem em negócios.
ficados de uso geral (que seriam equivalentes a uma carteira Dependendo da informação ela pode ser usada como
de identidade) e os de uso restrito (equivalentes a cartões de objeto de chantagem. Abaixo exemplos de Divulgação:
banco, carteiras de clube etc.). Os certificados de uso geral • Expor informações em mensagens de erro;
são emitidos diretamente para o usuário final, enquanto que • Expor código em sites.
os de uso restrito são voltados basicamente para empresas
ou governo. Negação de Serviço (DoS) (Denial of Service, DoS)

Integridade: Medida em que um serviço/informação é A forma mais conhecida de ataque que consiste na per-
genuino, isto é, esta protegido contra a personificação por turbação de um serviço, devido a danos físicos ou lógicos
intrusos. causados no sistema que o suportam. Para provocar um
DoS, os atacantes disseminam vírus, geram grandes volumes
Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é de tráfego de forma artificial, ou muitos pedidos aos servi-
detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spam- dores que causam subcarga e estes últimos ficam impedidos
mer, ou de qualquer agente externo estranho ao sistema, de processar os pedidos normais.
enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato explo- O objetivo deste ataque é parar algum serviço. Exemplo:
rando uma vulnerabilidade daquele sistema. • “Inundar” uma rede com pacotes SYN (Syn-Flood);
• “Inundar” uma rede com pacotes ICPM forçados.
AMEAÇAS À SEGURANÇA
O alvo deste tipo de ataque pode ser um Web Server
contendo o site da empresa, ou até mesmo “inundar” o
Ameaça é algo que oferece um risco e tem como foco
DHCP Server Local com solicitações de IP, fazendo com que
algum ativo. Uma ameaça também pode aproveitar-se de
nenhuma estação com IP dinâmico obtenha endereço IP.
alguma vulnerabilidade do ambiente.
Identificar Ameaças de Segurança – Identificar os Tipos
Elevação de Privilégios
de Ataques é a base para chegar aos Riscos. Lembre-se que
existem as prioridades; essas prioridades são os pontos que
podem comprometer o “Negócio da Empresa”, ou seja, o Acontece quando o usuário mal-intencionado quer exe-
que é crucial para a sobrevivência da Empresa é crucial no cutar uma ação da qual não possui privilégios administrati-
seu projeto de Segurança. vos suficientes:
Abaixo temos um conjunto de ameaças, chamado de • Explorar saturações do buffer para obter privilégios do
FVRDNE: sistema;
Falsificação • Obter privilégios de administrador de forma ilegítima.
Este usuário pode aproveitar-se que o Administrador
Falsificação de Identidade é quando se usa nome de da Rede efetuou logon numa máquina e a deixou desblo-
usuário e senha de outra pessoa para acessar recursos ou queada, e com isso adicionar a sua própria conta aos grupos
executar tarefas. Seguem dois exemplos: Domain Admins, e Remote Desktop Users. Com isso ele faz
• Falsificar mensagem de e-mail; o que quiser com a rede da empresa, mesmo que esteja em
• Executar pacotes de autenticação. casa.
Um ataque de Falsificação pode ter início em um PostIt
com sua senha, grudado no seu monitor. Quem pode ser uma ameaça?

Violação Quem ataca a rede/sistema são agentes maliciosos,


muitas vezes conhecidos como crackers, (hackers não são
A Violação ocorre quando os dados são alterados: agentes maliciosos, tentam ajudar a encontrar possíveis fa-
• Alterar dados durante a transmissão; lhas). Estas pessoas são motivadas para fazer esta ilegalidade
• Alterar dados em arquivos. por vários motivos. Os principais motivos são: notoriedade,
autoestima, vingança e o dinheiro. É sabido que mais de 70%
Repudiação dos ataques partem de usuários legítimos de sistemas de
A Repudiação talvez seja uma das últimas etapas de um informação (Insiders) -- o que motiva corporações a investir
ataque bem sucedido, pois é o ato de negar algo que foi largamente em controles de segurança para seus ambientes
feito. Isso pode ser feito apagando as entradas do Log após corporativos (intranet).
um acesso indevido. Exemplos:
• Excluir um arquivo crítico e negar que excluiu;
• Comprar um produto e mais tarde negar que comprou.

156
INFORMÁTICA BÁSICA

É necessário identificar quem pode atacar a minha rede, POLÍTICAS DE SEGURANÇA


e qual a capacidade e/ou objetivo desta pessoa.
• Principiante – não tem nenhuma experiência em pro- De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Han-
gramação e usa ferramentas de terceiros. Geralmente não dbook), uma política de segurança consiste num conjunto
tem noção do que está fazendo ou das consequências da- formal de regras que devem ser seguidas pelos usuários
quele ato. dos recursos de uma organização.
• Intermediário – tem algum conhecimento de progra- As políticas de segurança devem ter implementação
mação e utiliza ferramentas usadas por terceiros. Esta pessoa realista, e definir claramente as áreas de responsabilidade
pode querer algo além de testar um “Programinha Hacker”. dos usuários, do pessoal de gestão de sistemas e redes e
• Avançado – Programadores experientes, possuem co- da direção. Deve também adaptar-se a alterações na orga-
nhecimento de Infraestrutura e Protocolos. Podem realizar nização. As políticas de segurança fornecem um enquadra-
ataques estruturados. Certamente não estão só testando os mento para a implementação de mecanismos de seguran-
seus programas. ça, definem procedimentos de segurança adequados, pro-
Estas duas primeiras pessoas podem ser funcionários da cessos de auditoria à segurança e estabelecem uma base
empresa, e provavelmente estão se aproveitando de alguma para procedimentos legais na sequência de ataques.
vulnerabilidade do seu ambiente. O documento que define a política de segurança deve
deixar de fora todos os aspetos técnicos de implementação
VULNERABILIDADES dos mecanismos de segurança, pois essa implementação
pode variar ao longo do tempo. Deve ser também um do-
Os ataques com mais chances de dar certo são aqueles cumento de fácil leitura e compreensão, além de resumido.
que exploram vulnerabilidades, seja ela uma vulnerabilidade Algumas normas definem aspectos que devem ser le-
do sistema operacional, aplicativos ou políticas internas. vados em consideração ao elaborar políticas de segurança.
Veja algumas vulnerabilidades: Entre essas normas estão a BS 7799 (elaborada pela British
• Roubo de senhas – Uso de senhas em branco, senhas Standards Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão bra-
previsíveis ou que não usam requisitos mínimos de complexi-
sileira desta primeira).
dade. Deixar um Postit com a sua senha grudada no monitor
Existem duas filosofias por trás de qualquer política
é uma vulnerabilidade.
de segurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente
• Software sem Patches – Um gerenciamento de Servi-
permitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proi-
ce Packs e HotFixes mal feito é uma vulnerabilidade comum.
bido é permitido).
Veja casos como os ataques do Slammer e do Blaster, sendo
Enfim, implantar Segurança em um ambiente não de-
que suas respectivas correções já estavam disponíveis bem
antes dos ataques serem realizados. pende só da Tecnologia usada, mas também dos Proces-
• Configuração Incorreta – Aplicativos executados com sos utilizados na sua implementação e da responsabilidade
contas de Sistema Local, e usuários que possuem permissões que as Pessoas têm neste conjunto. Estar atento ao surgi-
acima do necessário. mento de novas tecnologias não basta, é necessário en-
• Engenharia Social – O Administrador pode alterar uma tender as necessidades do ambiente, e implantar políticas
senha sem verificar a identidade da chamada. que conscientizem as pessoas a trabalhar de modo seguro.
• Segurança fraca no Perímetro – Serviços desnecessá- Seu ambiente nunca estará seguro, não imagine que
rios, portas não seguras. Firewall e Roteadores usados incor- instalando um bom Antivírus você elimina as suas vulnera-
retamente. bilidades ou diminui a quantidade de ameaças. É extrema-
• Transporte de Dados sem Criptografia – Pacotes de au- mente necessário conhecer o ambiente e fazer um estudo,
tenticação usando protocolos de texto simples, dados impor- para depois poder implementar ferramentas e soluções de
tantes enviados em texto simples pela Internet. segurança.
Identifique, entenda como explorá-las e mesmo que não
seja possível eliminá-las, monitore e gerencie o risco de suas
vulnerabilidades.
Nem todos os problemas de segurança possuem uma
solução definitiva, a partir disso inicia-se o Gerenciamento de
Risco, analisando e balanceando todas as informações sobre
Ativos, Ameaças, Vulnerabilidades, probabilidade e impacto.

NÍVEL DE SEGURANÇA

Depois de identificado o potencial de ataque, as orga-


nizações têm que decidir o nível de segurança a estabelecer
para um rede ou sistema os recursos físicos e lógicos a ne-
cessitar de proteção. No nível de segurança devem ser quan-
tificados os custos associados aos ataques e os associados à
implementação de mecanismos de proteção para minimizar
a probabilidade de ocorrência de um ataque .

157
INFORMÁTICA BÁSICA

1- Fazer uma cópia do arquivo no mesmo disco. Isso não


CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): é backup, pois se acontecer algum problema no disco você
CONCEITOS. vai perder os dois arquivos.
2- Fazer uma cópia e apagar o original. Isso também não
é backup, por motivos óbvios.
Procure utilizar arquivos compactados apenas como
CÓPIAS DE SEGURANÇA (BACKUP) backups secundários, como imagens que geralmente ocu-
pam um espaço muito grande.
Existem muitas maneiras de perder informações em
um computador involuntariamente. Uma criança usando o Copiando Arquivos de um Disco Rígido (H.D.) para
teclado como se fosse um piano, uma queda de energia, um Dispositivo (Fazendo Backup)
um relâmpago, inundações. E algumas vezes o equipamen-
to simplesmente falha. Em modos gerais o backup é uma • Clique no botão “Iniciar” (canto inferior esquerdo);
tarefa essencial para todos os que usam computadores e • Escolha “Programas”; e no menu que abre escolha
/ ou outros dispositivos, tais como máquinas digitais de “Windows Explorer”.
fotografia, leitores de MP3, etc. • O Windows Explorer é dividido em duas partes. Do
O termo backup também pode ser utilizado para hard- lado esquerdo são exibidas as pastas (diretórios) e do lado
ware significando um equipamento para socorro (funciona direito o conteúdo das pastas;
como um pneu socorro do veículo) pode ser uma impres- • Para ver o conteúdo de uma pasta clique uma vez so-
sora, cpu ou monitor etc.. que servirá para substituir tem- bre a pasta desejada (no lado esquerdo), e ele será exibido
porariamente um desses equipamentos que estejam com do lado direito.
problemas. • Para ver o conteúdo de uma subpasta (uma pasta den-
Atualmente os mais conhecidos meios de backups tro de outra pasta) clique duas vezes sobre a pasta desejada
são: CD-ROM, DVD e Disco Rígido Externo, pendrives e do lado direito do “Windows Explorer”;
fitas magnéticas. Na prática existem inúmeros softwares • Depois de visualizar os arquivos ou pastas que se dese-
ja copiar no lado direito do “Windows Explorer”, selecione-os
para criação de backups e a posterior reposição. Como por
(clicando sobre o arquivo ou pasta, este ficará destacado);
exemplo o Norton Ghost da Symantec.
• Clique com o botão direito do mouse sobre o arquivo
Se você costuma fazer cópias de backup dos seus ar-
“Copiar”;
quivos regularmente e os mantêm em um local separado,
• Clique na unidade correspondente ao dispositivo no
você pode obter uma parte ou até todas as informações
lado esquerdo do “Windows Explorer”;
de volta caso algo aconteça aos originais no computador.
• Clique com o botão direito do mouse no espaço em
A decisão sobre quais arquivos incluir no backup é branco do lado direito, e escolha “Colar”;
muito pessoal. Tudo aquilo que não pode ser substituído
facilmente deve estar no topo da sua lista. Antes de come- Selecionando Vários Arquivos
çar, faça uma lista de verificação de todos os arquivos a
serem incluídos no backup. Isso o ajudará a determinar o • Para selecionar vários arquivos ou pastas, após sele-
que precisa de backup, além de servir de lista de referência cionar o primeiro segure a tecla “Ctrl” e clique nos outros
para recuperar um arquivo de backup. arquivos ou pastas desejadas. Todos os arquivos (ou pastas)
Eis algumas sugestões para ajudá-lo a começar: selecionados ficarão destacados.
• Dados bancários e outras informações financeiras
• Fotografias digitais Fazendo Backup do seu Outlook
• Software comprado e baixado através da Internet
• Projetos pessoais Todos sabem do risco que é não termos backup dos
• Seu catálogo de endereços de e-mail nossos dados, e dentre eles se inclui as informações que
• Seu calendário do Microsoft Outlook guardamos no OUTLOOK.
• Seus favoritos do Internet Explorer Já imaginou ter que entrar com todos os contatos no-
O detalhe mais importante antes de fazer um backup vamente? E seus compromissos no calendário? Pior, como
é formatar o dispositivo. Isso pode ser feito clicando com é que vai recuperar as mensagens de e-mail que você tinha
o botão direito do mouse sobre o ícone do dispositivo, guardado?
dentro do ícone “Meu Computador” e selecionar a opção Como fazer o backup das informações do Outlook, não
formatar. é uma atividade muito simples (pelo menos não há nele
Para ter certeza que o dispositivo não está danificado, nada automatizado), listamos aqui algumas maneiras de
escolha a formatação completa, que verificará cada setor executar este backup e se garantir contra qualquer proble-
do disquete e mostrará para você se o disquete tem algum ma! Exemplo para Outlook.
dano. Sempre que um disquete tiver problemas, não copie 1 - Copie todas as mensagens para uma pasta separada
arquivos de backups para ele. (com isso você terá feito o backup das mensagens)
Bem, agora que você já sabe fazer cópias de segurança, 2 - Vá em Ferramentas -> Contas lá selecione todas as
conheça os dois erros mais banais que você pode cometer contas que deseja salvar e selecione Exportar. Cada conta
e tornar o seu backup inútil: será salva com a extensão (IAF) na pasta que você quiser.

158
INFORMÁTICA BÁSICA

3 - Para exportar todos os seus contatos, abra o seu Backups utilizando o Windows
catálogo de endereços do seu Outlook, então clique em
Arquivo -> Exportar -> Catálogo de endereços (WAB). Com Fazer backups de sua informação não tem que ser um
esse procedimento todos os seus contatos serão armaze- trabalho complicado. Você pode simplesmente recorrer ao
nados num arquivo de extensão (WAB) com o nome que método Copiar e Colar, ou seja, aproveitar as ferramentas
você quiser e na pasta que você quiser. dependendo da versão do Sistema Operacional (Windows,
4 - Para as assinaturas é simples, basta copiar o con- Linux, etc.) que você utiliza.
teúdo de cada assinatura que você utiliza em arquivos de
texto (TXT) separados. Depois você poderá utilizar as suas Cópias Manuais
assinaturas a partir dos arquivos que criou.
5 - Para as regras (ou filtros), você deverá ir em Ferra- Você pode fazer backups da sua informação com estes
mentas -> Assistente de Regras -> Clicar em OPÇÕES -> passos simples:
Clicar em Exportar Regras. Será salvo um arquivo com a 1. Clique com o botão direito sobre o arquivo ou pasta
extensão RWZ. Fazer todos esses procedimentos é mais de que seja fazer backup e depois clique na opção “Copiar”
trabalhoso, porém muito mais seguro. no menu exibido. 2. Agora marque a unidade de backup,
Outra solução, é utilizar programas específicos para clique com o botão direito sobre ela e escolha “Colar” no
backup do Outlook. menu exibido. Você pode marcar a unidade de backup ao
localizá-la no ícone “Meu Computador”, ou seja, como uma
MEIOS DISPONÍVEIS PARA BACKUPS EM ARMA- das unidades do Windows Explorer.
ZENAMENTO EXTERNO Isso é tudo. Não se esqueça de verificar o backup para
se certificar que ele coube na unidade de backup e o man-
Entende-se por armazenamento externo qualquer me- tenha protegido.
canismo que não se encontre dentro do seu PC. Existem
várias opções, e apresentamos uma tabela com os mais co- Utilizando a ferramenta inclusa no Windows XP
muns, vantagens e desvantagens: Professional.
Se você trabalha com o Windows XP Professional, você
CD-RW
dispõe de uma ferramenta muito útil que se encarrega de
fazer os backups que você marcar. Siga estes passos para
É um CD em que pode guardar/gravar suas informa-
utilizá-la:
ções. Arquivos realmente preciosos que precisam ser guar-
1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Progra-
dados com 100% de certeza de que não sofrerão danos
mas”. 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas
com o passar do tempo devem ser becapeados em CDs. A
de Sistema”. 3. Escolha a opção “Backup”.
maioria dos computadores atuais inclui uma unidade para Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta,
gravar em CD-RW. O CD-ROM é a forma mais segura de aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique
fazer grandes backups. Cada CD armazena até 700 Mb e, em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um
por ser uma mídia ótica, onde os dados são gravados de guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode
maneira física, é muito mais confiável que mídias magnéti- obtê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês).
cas sujeitas a interferências elétricas. Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema
operacional utiliza, dê um clique com o botão direito so-
DVD-RW bre o ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”.
Dentro da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu
A capacidade de armazenamento é muito maior, nor- sistema operacional.
malmente entre 4 e 5 gibabytes.
Para utilizar a ferramenta de backups no Windows
Pen Drive XP Home Edition

São dispositivos bastante pequenos que se conectam a Se seu PC tem o Windows XP Home Edition, você pre-
uma porta USB do seu equipamento. cisa adicionar a ferramenta de backups que vem no seu CD
São muito portáteis, frequentemente são do tipo “cha- original seguindo estes passos:
veiro”, ideais para backups rápidos e para mover arquivos 1. Insira o CD do Windows XP (ou o que veio com seu
entre máquinas. equipamento se ele foi pré-carregado) na unidade de CD.
Você deve escolher um modelo que não seja muito frá- Se a tela de apresentação não aparecer, dê um clique duplo
gil. sobre o ícone da unidade de CD dentro de “Meu Compu-
tador”.
HD Externo 2. Na tela de apresentação, escolha a opção “Executar
tarefas adicionais”.
O HD externo funciona como um periférico, como se 3. Clique em “Explorar este CD”.
fosse um Pen Drive, só que com uma capacidade infinita- 4. O Windows Explorer se abrirá. Localize a pasta
mente maior. “ValueAdd” e dê um clique duplo sobre ela, depois em Msft
e depois em NtBackup.

159
INFORMÁTICA BÁSICA

5. Agora, dê um clique duplo sobre o arquivo NtBackup.


msi para instalar a ferramenta de backup. CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE
Nota: Ao terminar a instalação, é provável que seja so- COMPUTADORES.
licitado que você reinicie seu equipamento.
Para utilizar a ferramenta, siga estes passos:
1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Progra-
mas”. REDES DE COMPUTADORES
2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas
de Sistema”. A fusão dos computadores e das comunicações e teleco-
3. Escolha a opção “backup”. municações influenciaram diretamente na forma como os com-
Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta, putadores são atualmente organizados. O modelo de um único
aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique computador realizando todas as tarefas requeridas não existe
em Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um mais e está sendo substituído pelas redes de computadores, nas
guia passo a passo de como usar essa ferramenta, pode quais os trabalhos são realizados por vários computadores se-
obtê-lo em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês). parados, interconectados por alguma via de comunicação.
Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema Pinheiro (2003, p. 2) assim descreve o objetivo de uma rede:
operacional utiliza, dê um clique com o botão direito so- Independente do tamanho e do grau de complexidade, o
bre o ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”. objetivo básico de uma rede é garantir que todos os recursos
Dentro da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu disponíveis sejam compartilhados rapidamente, com segurança
sistema operacional. e de forma confiável. Para tanto, uma rede de computadores
deve possuir regras básicas e mecanismos capazes de garantir
Recomendações para proteger seus backups o transporte seguro das informações entre os elementos cons-
tituintes.
Fazer backups é uma excelente prática de segurança Protocolos: São regras de padronização de procedimentos
de modo que haja uma comunicação eficaz entre emissor e re-
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você
ceptor. Por exemplo, ao conversar com uma pessoa usando a
esteja a salvo no dia em que precisar deles:
língua inglesa, é necessário que a outra pessoa compreenda a
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório,
mesma língua. Assim, você estabelece que seu protocolo de co-
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên-
municação verbal seja a língua inglesa. Todos os computadores
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos e
se comunicam entre si através de protocolos.
valores importantes.
Uma rede de computadores vai muito além de uma simples
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man-
conexão de cabos e placas. Há necessidade de uma série de
tenha em lugares separados. protocolos para regular a comunicação entre todos os níveis,
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é desde o programa que está sendo utilizado até o tipo de cabo
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos instalado.
(quase todos os programas de backup contam com essa a) as redes surgiram para que os computadores trocas-
opção), assim você não desperdiça espaço útil. sem informações entre si. Liste alguns benefícios diretos que os
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira usuários tiveram com esta tecnologia.
que sua informação fique criptografada o suficiente para b) No uso comercial, informe quais as vantagens que as
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é empresas tiram do uso de redes em seus ambientes de trabalho.
importante para seus entes queridos, implemente alguma
forma para que eles possam saber a senha se você não Classificação das redes
estiver presente. As redes de computadores são classificadas de acordo com
a dimensão geográfica que ocupam e todas elas são concebi-
*texto adaptado do material disponivel em: das de forma que possam se comunicar com outras redes. As-
https://www.vivaolinux.com.br/linux/ sim, as redes podem ser classificadas em:
www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/intro_linux LAN (Local Area Network – Rede de Área Local),
http://www.paulobarbosa.com.br/downloads/grupos. MAN (Metropolitan Area Network – Rede de Área Metro-
pdf politana) e
WAN (Wide Area Network – Rede de Área Extensa).
Com o advento das novas tecnologias de redes wireless
(sem fio), novas classificações foram adotadas:
WPAN (Wireless Personal Area Network – Rede sem Fio de
Área Pessoal),
WLAN (Wireless Local Area Network – Rede sem Fio de
Área Local),
WMAN (Wireless Metropolitan Area Network – Rede sem
Fio de Área Metropolitana) e
WWAN (Wireless Wide Area Network – Rede sem Fio de
Área Extensa).

160
INFORMÁTICA BÁSICA

Elas possuem características, como: distâncias médias Algumas cidades do interior do Brasil apresentam este
(áreas que atingem), taxas de transferência, taxas de erro, tipo de ligação. Você também deve ter visto na TV que a
atrasos (delay), protocolos e equipamentos utilizados. Ve- praia de Copacabana oferece acesso para conexão wireless
jamos cada uma delas: à internet. Esses exemplos tanto podem apresentar redes
com ligação via cabo de fibra óptica combinada com vários
a) LAN – rede local. Este tipo de rede alcança distância pontos de acesso wireless (que é o que ocorre também
de algumas centenas de metros, abrangendo instalações em várias redes LAN – aeroportos, por exemplo), quanto
em escritórios, residências, prédios comerciais e industriais. acesso WiMAX. A Figura apresenta um exemplo de uma
Sua principal característica são as altas taxas de transmis- rede metropolitana.
são, que atualmente chegam a 10 Gbps (porém, devido ao
custo, ainda prevalecem as redes com taxas de transmissão
de 100 Mbps a 1 Gpbs).
A Figura abaixo mostra uma rede LAN com interliga-
ção a uma rede wireless para os portáteis (notebooks). A
rede tem dois servidores. O seu roteador (router) interliga a
rede LAN propriamente dita (representada pelo microcom-
putador e multifuncional – impressora, scanner e fax) com
a internet e com o ponto de acesso (que permite o acesso
sem fio). A Figura exemplifica também uma rede WLAN,
já que o acesso sem fio pode ser caracterizado como uma
rede WLAN. Neste tipo de rede as taxas de transmissão e
as distâncias são menores e as taxas de erro, maiores.

c) WAN – é o conceito de rede extensa. Este tipo de


rede tem dimensões geográficas imensuráveis. Isto quer
dizer que ela pode interligar todos os continentes, países
e regiões extensas utilizando enlaces mais extensos, como
satélites ou cabos (submarinos ou terrestres). Tem baixas
taxas de transmissão e altas taxas de erros. É normalmente
utilizada para interligar redes MAN ou WMAN. O principal
exemplo desta rede é a internet, que interliga computado-
res do mundo inteiro. O conceito de WWAN surgiu devido
à necessidade de interligar redes com enlaces sem fio a
grandes distâncias. As redes de celulares podem ser consi-
deradas exemplos de WWAN.
No caso de redes domésticas, os exemplos mais típicos
são as redes ADSL, que normalmente possuem denomina- d) WPAN – um novo conceito em redes sem fio são as
ções comerciais como VELOX e SPEED. WPAN. Como indica o P da sigla, essas são as redes pes-
soais. A tecnologia de comunicação das pessoas com os
b) MAN – rede metropolitana. Abrange uma região equipamentos evoluiu de modo a exigir uma padroniza-
com dimensões bem maiores do que a das redes LAN, nor- ção e a criação de uma nova tecnologia. Essa padroniza-
malmente um campus de uma universidade, a instalação ção possibilita ao usuário adquirir dispositivos de marcas
de uma fábrica e seus escritórios, ou até uma cidade intei- diferentes, que se comunicam entre si. A tecnologia mais
ra. Suas taxas de transmissão são inferiores e apresentam comum para WPAN é o Bluetooth, muito utilizada para tro-
taxas de erros mais elevadas quando comparadas às redes ca de arquivos entre dispositivos móveis, como celulares e
LAN. notebooks. Outro exemplo é o IR (InfraRed – Infraverme-
Na Figura abaixo podemos observar a interligação de lho), que também pode ser considerado uma WPAN.
vários subsistemas locais por meio de uma rede MAN. TV A Figura abaixo apresenta de forma gráfica as dimen-
a cabo, redes locais (LAN) e sistemas públicos de telefonia sões geográficas abrangidas pela classificação adotada.
são todos ligados por um enlace que pertence a uma rede As elipses estão uma dentro da outra, pois, normalmente,
metropolitana. uma rede MAN abrange várias LAN, assim como uma WAN
A oferta de redes MAN é justificada pela necessidade pode abranger várias MAN. Apesar de não aparecer escrito
que as empresas têm de se comunicar com localidades dis- no diagrama, estão subentendidas as tecnologias de rede
tantes. São as operadoras de telefonia que normalmente sem fio de cada classificação, WLAN, WMAN e WWAN.
oferecem infraestrutura para este tipo de rede, cujo exem- Onde você colocaria as WPAN?
plo pode ser a comunicação entre matriz e filiais.

161
INFORMÁTICA BÁSICA

A Tabela destaca as características de cada tipo dentro


da classificação adotada.
Figura 1.5: Topologia física em barramento

O exemplo da Figura acima é bastante simples, servin-


do apenas para demonstrar o conceito. Entretanto, pode-
mos observar todas as estações interconectadas por um
barramento. Tecnicamente falando, existe uma série de
conectores específicos para interligar cada computador ao
barramento.
Do ponto de vista do desempenho, as redes com essa
De acordo com a Tabela 1.1, as taxas de transmissão são topologia eram muito instáveis, pois qualquer defeito em
medidas em unidades como Mbps (1 Mbps = 1.000.000 de algum conector ou em alguma parte do cabo fazia com
bits por segundo) e Gbps (1 Gbps = 1.000.000.000 de bits que toda a rede parasse.
por segundo, ou 1.000 Mbps).
Não existe um número preciso que quantifique a taxa b) Topologia em estrela – é a evolução da topologia em
de transmissão de uma rede nem suas dimensões, prin- barramento e a mais utilizada atualmente para as redes lo-
cipalmente as MANs e WANs. São apenas valores aproxi- cais. O nome estrela se deve ao fato de existir um concen-
mados. Além disso, a todo instante surge uma tecnologia trador na rede (ver Figura 1.6), onde se conectam todos os
nova tomando o lugar de outra obsoleta, melhorando as cabos provenientes dos “nós” da rede. Esses equipamentos
taxas e aumentando as distâncias. concentradores são atualmente denominados hubs e swit-
a) Defina com suas próprias palavras o conceito de “úl- ches. O cabeamento também evoluiu, passando do coaxial
tima milha”. ao par trançado. Quase todas as redes locais instaladas
Você tem, ou conhece, alguém que tenha um celular atualmente utilizam esta topologia devido às facilidades
ou câmera fotográfica que se conecte com computador ou e taxas de transmissão que ela oferece. Atualmente, com
TV, via cabo ou wireless? Discuta com um colega a tec- o cabeamento par trançado, esta topologia pode atingir
nologia envolvida nisto. Use necessariamente as palavras taxas de até 10 Gbps; entretanto, para projetos de redes
protocolo e padronização. maiores, é desejável o uso de fibras ópticas devido a sua
No Fórum, inicie uma discussão e pesquise na internet confiabilidade.
as cidades que oferecem acesso gratuito wireless aos seus
habitantes. Procure indicar que tipos de rede elas são. Cabo coaxial
Topologias de rede Um tipo de cabo grosso e rígido (o mesmo que usamos
Quando falamos das classificações de redes, destaca- na maioria de nossas TVs a cabo). São formados por um
mos principalmente sua extensão geográfica, não levando núcleo de cobre e por uma malha de metal que o envolve
em conta a forma como elas se interconectam. para absorver as interferências externas. Foram usados nas
Os equipamentos ligados em rede, para trocar infor- primeiras redes locais. Pela sua natureza (grosso, pesado e
mações entre si, necessitam que algum meio físico os co- pouco maleável) não são mais usados em redes locais.
necte, um cabo de algum material ou o próprio ar, no caso
de redes sem fio. Daí surge o conceito de topologia de Nós
rede, cuja classificação abrange, basicamente: barramento, É um termo que designa qualquer equipamento que
em estrela e em anel. esteja ligado diretamente a uma rede, seja ela LAN, MAN
a) Topologia em barramento – nesta topologia existe ou WAN. Um computador ou uma impressora podem ser
um cabo coaxia atravessando toda a extensão da rede e in- um “nó” de uma rede LAN; um celular pode ser um “nó” de
terligando todos os computadores (ver exemplo na Figura uma rede WAN.
abaixo). Foi largamente utilizada nas redes LAN. Permitia
atingir taxas de 10 Mbps. Os modelos de rede LAN que te-
mos hoje evoluíram a partir dessa tecnologia, na qual pre-
domina uma arquitetura de rede chamada Ethernet. Essa
topologia caiu em desuso e o motivo para que isso tenha
ocorrido veremos no decorrer do curso.

162
INFORMÁTICA BÁSICA

Na Figura acima há uma mistura de topologia em anel


(ligação central) com em estrela (nas extremidades). Como
há uma ligação dupla entre os dois concentradores, a ten-
dência é utilizar apenas uma via para transmissão entre as
redes, deixando a outra como reserva. Isso é possível gra-
ças à evolução dos equipamentos, que permitem que as
redes funcionem mesmo em condições de falhas, tornando
mais eficiente a organização, que não precisa parar para
que seja feita a manutenção. Tais equipamentos são utili-
zados mais por empresas do que por usuários domésticos,
Observe, na Figura acima, que há no centro um aparelho con- pois os custos de aquisição e manutenção desses apare-
centrador (hub ou switch) que interconecta todos os cabos que lhos são mais elevados.
vêm dos computadores (nós). Ainda há uma saída de um cabo
cujo destino ou origem não estão definidos na Figura; ele pode Modelo de referência OSI
estar ligado a algum outro tipo de concentrador, como, por exem- Para que a interconexão de sistemas de computadores
plo, um roteador que oferece conexão com a internet ou outro chegasse a acontecer com fabricantes diferentes, foi neces-
switch, criando outra rede com mais computadores interligados. sário estabelecer uma padronização para as redes. Surgiu
então o modelo RM-OSI (Reference Model – Open System
c) Topologia em anel – esse modelo apresenta a ligação de Interconnection – Modelo de Referência – Interconexão de
vários nós da rede em círculo, formando, como o próprio nome Sistemas Abertos). Esse modelo baseia-se em uma propos-
diz, um anel (ver Figura abaixo). Essas redes possuíam caminhos ta desenvolvida pela ISO (International Organization for
duplos para a comunicação entre as estações. Isso era um tanto Standardization – Organização Internacional para Padroni-
complicado, tendo em vista que as instalações requeriam várias zação).
conexões físicas que poderiam facilmente apresentar proble-
ma. Da mesma forma que a topologia em barramento deu lu- Um exemplo simples de como as tecnologias funcio-
gar à em estrela, a topologia em anel também cedeu seu lugar nam agora pode ser visto na navegação na internet. Você,
a novas tendências topológicas. como usuário pode utilizar navegadores (browsers) de fa-
bricantes diferentes, como o Internet Explorer, Mozilla Fire-
fox, Opera, Chrome ou outro de sua preferência. Ou ainda
pode utilizá-los em sistemas operacionais diferentes, como
Windows ou Linux. Ainda assim, você consegue navegar
sem problemas. Isso se deve a uma padronização do pro-
tocolo HTTP (Hypertex Transfer Protocol – Protocolo de
Transferência de Hipertexto).
Outro exemplo são os e-mails. Você pode utilizar um
serviço de e-mail disponibilizado pelo Hotmail e enviar
para um endereço de um amigo que usa o Gmail. São ser-
vidores diferentes que estão rodando programas diferen-
tes. Entretanto, as mensagens vão e vêm de uma forma
completamente transparente para o usuário. Neste caso
dos e-mails, o protocolo utilizado é o SMTP (Simple Mail
Esta rede possui uma característica interessante, que é a re- Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Correio
cuperação de falhas, pois a comunicação entre os nós da rede Simples).
pode ser feita no sentido horário ou anti-horário. Isso se deve A Figura abaixo demonstra o uso desses protocolos
a uma configuração automática realizada na instalação. Essas por dois usuários navegando na internet (usando HTTP) e
redes se tornaram, entretanto, inviáveis devido à dificuldade de por outro remetendo um e-mail: nesse caso o e-mail fica
inserção de novos nós na rede, à quantidade de falhas e ao armazenado em um servidor até que o destinatário o leia
seu custo. Atualmente, as topologias estão fundidas, formando e jogue no lixo. A internet está representada pelo globo
o que chamamos de topologias mistas, com grande predomi- terrestre.
nância da em estrela. Observe como exemplo a Figura abaixo.

163
INFORMÁTICA BÁSICA

ISO- International Organization for Standardization


(Organização Internacional para Padronização): fundada
em 23 de fevereiro de 1947, aprova todas as normas in-
ternacionais nos campos técnicos, exceto eletricidade e
eletrônica, que ficam a cargo da IEC (International Eletrote-
chnical Commission). 
O exame de cada camada e seus protocolos é bastante
extenso. Assim, vamos examinar a seguir cada camada, mas
de forma introdutória. Se você precisar se aprofundar des-
de agora, pode obter mais informações em Tanembaum
(2003), conforme referências ao final deste caderno.
IP (Internet Protocol)– é quase impossível falar de in-
ternet sem falar de IP. Cada site na internet é encontrado
por endereçamento IP, que funciona como se fosse o nú-
Esses dois protocolos são apenas exemplos de vários ou- mero do telefone do seu computador. Você não consegue
tros que são utilizados nas redes, cuja comunicação foi dividida decorar os números IP de cada site; é mais fácil decorar o
em camadas. Em cada camada existem vários protocolos, cada nome.
qual com sua função. Por exemplo, os dois protocolos citados, Por exemplo: o site citado do
SMTP e HTTP, fazem parte da camada de aplicação. O nome Google, http://www.google.com, corresponde ao en-
é bem sugestivo, já que se trata de uma aplicação (programa) dereço IP 64.233.161.99.
que o usuário está usando, como Internet Explorer, Outlook Ex- Você pode entender o conceito de sessão como a du-
press, Gmail, Hotmail, Opera. Vamos ver a seguir esse modelo ração de uma ligação telefônica: a ligação tem um proces-
em camadas. so para ser iniciada, há uma troca de mensagens durante o
tempo da ligação e depois há um processo de término (em
Camadas do modelo OSI
alguns casos um dos interlocutores simplesmente desliga).
ISO é uma organização para definição de padrões de ar-
Assim, no momento em que você entra em um site,
quiteturas abertas. O modelo de referência OSI foi criado pela
uma sessão é aberta para você naquele servidor; depois
ISO, sendo um modelo teórico que os fabricantes devem seguir
de navegar pelo site, você poderá encerrar essa sessão ci-
para que sistemas diferentes possam trocar informações. Fo-
vilizadamente clicando em algum botão Sair, ou pode sim-
ram adotadas sete camadas (Figura abaixo): Aplicação, Apre-
plesmente sair para outro site; neste caso o servidor en-
sentação, Sessão, Transporte, Rede, Enlace de Dados e Física.
cerrará sua seção depois de ficar algum tempo sem uma
Os dados passam pelas camadas
resposta sua.
Como explica Morimoto (2008), o modelo OSI é funda-
mental para o entendimento das teorias de funcionamento
da rede, mesmo que seja apenas um modelo teórico que
não precisa ser seguido à risca.

Camada 7 – Aplicação
Na camada Aplicação o programa solicita os arquivos
para o sistema operacional e não se preocupa como será
feita a entrega desses arquivos, pois isso fica a cargo das
camadas mais baixas. Por exemplo, quando você digita o
endereço http://www.google.com, você apenas recebe o
conteúdo da página (que é um arquivo), caso ela exista e
esteja disponível. Embora você tenha digitado o endereço
daquela forma, na verdade foi feita uma tradução para o
IP da página que você está acessando. Isso fica a cargo de
um serviço desta camada chamado DNS (Domain Name
System – Sistema de Resolução de Nomes).
Outros exemplos de serviços e protocolos desta cama-
da: o download de arquivos via FTP (File Transfer Protocol –
Protocolo de Transferência de Arquivos); o uso dos e-mails
As sete camadas do modelo OSI através dos protocolos SMTP, POP3 (Post Office Protocol
3 – Protocolo de Correio versão 3) e IMAP (Internet Mes-
As camadas são numeradas de 1 a 7 (de baixo para cima). sage Access Protocol – Protocolo de acesso a mensagens
Assim, muitas vezes nas aulas e nos livros, citamos apenas o da internet).
número da camada: “A camada 3 fornece suporte ao protoco-
lo IP”. Fica subentendido que estamos falando da camada de
rede.

164
INFORMÁTICA BÁSICA

Camada 6 – Apresentação de rede, pelo IP? Acontece que o endereço IP não é suficiente
Como o próprio nome sugere, trata-se de se apresentar para identificar um computador específico dentro da internet
os dados de forma inteligível ao protocolo que vai recebê-los. hoje em dia. Em virtude do significado de cada bloco do IP, um
Podemos citar como exemplo a conversão do padrão de ca- pacote pode ser destinado a qualquer lugar do mundo. Cada
racteres (afinal, existem diversos alfabetos) de páginas de có- computador tem, na sua placa de rede, um endereço MAC ex-
digo. Um exemplo prático seria a conversão de dados ASCII clusivo, gravado de fábrica.
(American Standard Code for Information Interchange – Códi-
go Padrão Americano para o Intercâmbio de Informação) em Camada 1 – Física
EBCDIC (Extended Binary Coded Decimal Interchange Code Os dados provenientes da camada de enlace, com os en-
– Codificação Binária Estendida com Intercâmbio em Código dereços já preestabelecidos, são transformados em sinais que
Decimal), em que uma estação gera dados no formato ASCII e serão transmitidos pelos meios físicos. Assim, a camada física
a estação interlocutora entende apenas EBCDIC. Nesse caso, a converte os quadros de bits 0 e 1:
conversão é feita aqui. Nesta camada 6 também há a compres-
são dos dados, como se fosse utilizado um compactador de ACK
arquivos, como ZIP ou RAR. Para mais informações sobre codi- É um pacote enviado ao transmissor para informá-lo de
ficações ASCII e EBCDIC, consulte as referências bibliográficas. que os pacotes foram recebidos com sucesso. Em caso nega-
tivo, é enviado um NACK que, como o nome sugere, é uma
Camada 5 – Sessão negação do ACK, dizendo que o pacote não foi entregue corre-
Permite que dois programas em computadores diferentes tamente ou não chegou.
estabeleçam uma sessão de comunicação. O evento da sessão IP É um número de 32 bits que define o endereço de uma
tem algumas regras. As aplicações definem como será feita rede ou de um computador, escrito em quatro blocos sepa-
a transmissão dos dados e colocam uma espécie de marca rados por ponto. Exemplos: 192.168.10.33 ou 200.176.155.147.
no momento da transmissão. Quando acontecer uma falha, Cada bloco corresponde a um número de 8 bits, que pode va-
apenas os dados depois da marcação serão transmitidos. Isso riar, portanto, de 0 a 255 (256 números ou 28). A versão do
impede que grandes volumes de dados sejam retransmitidos protocolo IP mais usado atualmente é a IPv4. Entretanto, como
sem necessidade. a escassez é iminente, uma nova versão (IPv6) de 128 bits já
está padronizada para uso.
Camada 4 –Transporte MAC
Também é um nome bem sugestivo para a função. Esta É um endereço exclusivo da placa de rede. Os fabrican-
camada é a responsável por transportar os dados provenien- tes adotam um processo de numeração para garantir que não
tes da camada de sessão. Como qualquer transporte por ca- ocorram números MAC iguais em suas placas. Assim, é garanti-
minhão, sua carga precisa estar devidamente empacotada e do que numa rede não existam dois endereços físicos iguais. O
endereçada com remetente e destinatário. A camada de trans- número contém 48 bits, normalmente escrito em notação he-
porte inicialmente faz isso. Da mesma forma que os caminhões xadecimal, por exemplo: 00-C0-95-EC-B7-93. Falaremos mais
chegam ao seu destino e entregam suas caixas corretamente, sobre MAC nas próximas aulas.
a camada de transporte precisa garantir a entrega dos pacotes. - em sinais elétricos, caso o meio físico seja o cabo de cobre;
Ela o faz controlando o fluxo (colocando os pacotes em ordem - em sinais luminosos, caso o meio físico seja a fibra óptica; ou
de recebimento) e corrigindo os erros pelo envio de uma men- - em frequência de rádio, caso seja uma rede sem fio.
sagem chamada ACK (Acknowledge – Reconhecimento). Um
protocolo muito conhecido desta camada é o TCP (Transmis- Componentes de redes
sion Control Protocol – Protocolo de Controle de Transmissão). Muitos equipamentos precisam estar interligados para que
os usuários das redes usufruam todos os seus serviços forne-
Camada 3 – Rede cidos. Você pode estar se perguntando: que serviços são es-
Esta camada é uma das mais conhecidas, pois nela são tra- tes? Pode passar despercebido para você, mas todas as redes
tados os endereços de rede, conhecidos resumidamente como de computadores fornecem algum tipo de serviço ao usuário,
IP (Internet Protocol). Os endereços IP são números predefini- como por exemplo uma impressão utilizando a impressora do
dos atribuídos aos computadores que compõem uma rede. outro computador, um acesso a um arquivo no disco de um PC
Afinal, não adianta nada você querer enviar uma encomenda vizinho ao seu, o acesso à internet, etc; tudo isso são serviços
para um amigo se você não sabe qual o endereço dele corre- oferecidos pelas redes. Vejamos agora os componentes princi-
to. A camada de rede é responsável pelo endereçamento dos pais que fornecem a interação entre os computadores.
pacotes, adicionando endereços IP para que eles sigam sua
rota até o destino. Cabeamento estruturado
É um conceito que redefine a forma como os cabos de da-
Camada 2 – Enlace dos são utilizados nas empresas e nas residências. Tem como ob-
Nesta camada, os pacotes que vêm da camada de rede jetivo manter a rede física organizada e padronizada, com o uso
com endereços IP já definidos são transformados em “qua- de conectores e cabos com desempenho satisfatório para o fim
dros” ou “frames”. Os quadros acrescentam outra forma de a que se aplica. Seu leiaute permite a instalação de equipamen-
endereçamento chamada endereço MAC (Media Access Con- tos como servidores, computadores e demais acessórios de rede
trol – Controle de Acesso ao Meio). Mas você poderia se per- com alto grau de organização e confiabilidade. Um exemplo de
guntar: mas os endereços já não estavam definidos na camada uso de cabeamento estruturado é apresentado na Figura abaixo.

165
INFORMÁTICA BÁSICA

que se pretende atingir. Para cada tipo de escolha você pode


utilizar um cabo diferente. E não se preocupe: você pode fa-
zer os trechos da rede com cabos diferentes se comunicarem.
Afinal, para isso servem os padrões, não é mesmo?
Para cada tipo de cabeamento de rede existe um co-
nector específico. Os conectores são o elo mais fraco de
um sistema de cabeamento. Quando mal instalados, po-
dem gerar ruídos elétricos, provocar interrupções inter-
mitentes (funciona/não funciona) ou mesmo interromper
completamente a comunicação entre os computadores.
A principal função dos cabos de fibra óptica ou de
cobre é transmitir dados entre os computadores com o
mínimo de degradação possível. Entretanto, ambos os ti-
pos podem sofrer degradações naturais ou degradações
derivadas de forças externas. As degradações naturais são
Cabos aquelas impostas pelas próprias características do cabo,
A integração de voz, imagem e dados é uma consequên- conhecidas por atenuação. Por exemplo, um cabo de par
cia da frequente necessidade de comunicação e interação. trançado, que é composto de cobre, tem uma característi-
Para Pinheiro (2003, p. 2): ca natural chamada resistência, que é a oposição ofereci-
da pelo metal ao fluxo de elétrons. As forças externas que
É cada vez maior a tendência de interligação entre as re- podem interferir na transmissão em cabos metálicos são
des de computadores e os diversos sistemas de comunica- motores elétricos ou campos eletromagnéticos próximos,
ção e automação existentes, como as redes de telefonia, os ou até mesmo transmissões de rádio, já que os cabos me-
sistemas de segurança, os sistemas de administração predial, tálicos podem funcionar como uma antena.
etc. Essa fusão de tecnologias vai mudar a maneira como os Esses aspectos físicos são levados em consideração na
ambientes de trabalho são concebidos nas empresas e mes- produção do cabo e interferem diretamente no projeto da
mo em nossas casas. A infraestrutura básica para essas no- rede. Assim, a utilização dos cabos deve ser feita observan-
vas tecnologias são os Sistemas de Cabeamento Estruturado do rigidamente as normas do fabricante.
(SCS – Structured Cabling Systems).
Um dado interessante obtido em Pinheiro (2003) diz que Atenuação
cerca de 70% dos problemas da rede estão associados ao É um efeito que ocorre em qualquer transmissão de
cabeamento que ela utiliza. Entretanto, na maioria das pe- dados, seja analógica ou digital. Quando um sinal passa
quenas redes, ainda é predominante o uso do cabeamento por um cabo, a tendência é que ele perca força (potência)
não estruturado. à medida que vai trafegando. Assim, quanto maior o tama-
Um dos fatores que faz com que pequenas e médias em- nho do cabo, maior a atenuação. Se as medidas dos cabos
presas não utilizem o cabeamento estruturado é o custo. A utilizados na rede não obedecerem ao padrão, os compu-
reestruturação do cabeamento torna o orçamento mais caro. tadores podem não conseguir trocar dados entre si.
Entretanto, ao analisar a composição dos custos totais do a) Examine o tipo de cabeamento da sala do curso. Co-
projeto, percebemos que o custo do cabeamento representa mente com um colega qual a mídia física utilizada; quais
apenas cerca de 10% do total do orçamento da rede (incluin- os tipos de conectores; se o cabeamento é estruturado ou
do equipamentos e mão de obra). Esse percentual não leva não; se o cabeamento passa próximo de campos geradores
em conta ainda o custo do tempo que a rede ficará inope- de ruídos eletromagnéticos.
rante devido aos problemas causados pelo cabeamento não b) Se você trabalha, faça as mesmas observações em
estruturado. relação a alguma rede da sua empresa. Se não trabalha,
Na Figura observamos uma área de trabalho conectada observe esses aspectos dentro de uma lan house. Aliás, por
por cabos estruturados de rede, em que existem elementos que este nome lan house?
como: tomadas de rede, rack (que agrupa os equipamentos), 3.2 Hardware de rede
cabos de par trançado e cabos de backbone (que têm função Assim como os computadores possuem hardware
de transportar grandes volumes de informações da rede). específico para funcionar (placas, processadores, memó-
O cabeamento muitas vezes é chamado de “mídia física” rias...), as redes também necessitam de componentes es-
ou “meio físico”. Os componentes que são utilizados no ca- pecíficos. Esses componentes, denominados hardware de
beamento variam de acordo com a mídia utilizada. Por exem- rede, são responsáveis por conectar equipamentos em sua
plo, um cabo de fibra óptica utiliza conectores diferentes dos rede local ou de longa distância. Os exemplos mais simples
cabos do tipo par trançado. são: a placa de rede do seu computador ou o chip blue-
De acordo com as características da rede, uma mídia tooth do seu celular.
(cabo) diferente deve ser escolhida. Os fatores que mais in- A quantidade de equipamentos ofertados no mercado
fluenciam na escolha do cabo são: o comprimento da rede é muito grande. Vamos nos ater aos principais tipos e ao
(em metros ou quilômetros), a quantidade de equipamentos, seu funcionamento.
a facilidade e o local de instalação e as taxas de transmissão

166
INFORMÁTICA BÁSICA

Servidores e estações de trabalho


Na verdade, esses itens são apenas os computadores
que formam a rede. Entretanto, como eles fornecem servi-
ços de comunicação, poderão ser catalogados aqui como
hardware de rede.
a) Servidores – são computadores destinados a pres-
tar serviços aos outros (às estações de trabalho). Em tese
qualquer PC pode ser um servidor de rede, mas normal-
mente são computadores mais potentes, com muita capa-
cidade de memória e de armazenamento (discos rígidos
maiores). Além disso, os servidores costumam ter algum
nível de redundância. Por exemplo, um servidor pode ter
duas fontes de energia funcionando, de modo que, se uma
delas queimar, a outra entra em funcionamento imedia-
tamente. Outro exemplo de redundância ocorre com os A Figura acima mostra um modelo de interface de rede
discos rígidos: é comum encontrar servidores com vários que deve ser conectada num slot PCI. Esse tipo de instala-
discos instalados funcionando paralelamente. Como o ser- ção é menos comum, já que a maioria das placas-mãe já
vidor tem como função primordial fornecer serviços para possui uma interface de rede embutida. Entretanto, exis-
vários usuários, é necessário haver uma comunicação veloz tem casos em que há necessidade de se instalar uma nova
entre ele e as estações de trabalho, que é onde normalmen- interface de rede, como, por exemplo, se ocorrer um defei-
te os usuários trabalham. Assim, os servidores geralmente to na interface embutida ou se houver necessidade de mais
são também dotados de placas de rede de altas taxas de de uma interface no computador.
transmissão e desempenho, com o objetivo de evitar os Os serviços fornecidos pelo servidor são na verdade
chamados gargalos de rede. oferecidos pelo software do servidor. Esse software nor-
b) Estações de trabalho: são os computadores clientes malmente é um sistema operacional do tipo cliente servi-
da rede. Neles os usuários rodam seus programas e aces- dor, como o Windows 2003 Server, por exemplo. O servidor
sam os serviços fornecidos pelo servidor. São computado- é apenas uma máquina robusta dotada de equipamentos
res mais simples, com pouca ou nenhuma redundância. especiais para garantir que os serviços fornecidos pelo sis-
Possuem também menos memória e menos capacidade de tema sejam rápidos e confiáveis. Veremos mais detalhes
armazenamento. sobre o assunto na seção 3.3, desta aula.
Em virtude dessa especialização dos computadores da Buffer
rede como clientes ou como servidores, é comum denomi- É uma memória de armazenamento temporário para
nar essas redes de cliente-servidor. Aprofundaremos isso compensar as taxas de transmissão dos circuitos que pre-
adiante. cisam enviar e receber dados. As interfaces de rede giga-
bit para servidores tendem a ter mais buffer para garantir
Placas de rede que os dados que chegam sejam guardados enquanto a
As placas de rede podem ser chamadas de várias for- interface estiver ocupada processando outras informações.
mas: interface de rede, cartão de rede, NIC (Network Inter- Atualmente, os buffers de armazenamento estão na ordem
face Card – cartão de interface de rede). Os livros trazem de 3 MB (3 Megabytes).
nomes diversos para esse componente; utilizaremos nor- Como vimos anteriormente, as interfaces de rede pos-
malmente o termo “interface de rede”. suem endereço único e exclusivo, denominado endereço
As interfaces de rede são na verdade uma ponte de MAC, e conexões específicas. Por exemplo: os computado-
conexão das redes com os computadores. Vamos entender res do tipo estação de trabalho utilizam conectores RJ-45
melhor essa colocação: quando você transfere um arqui- (onde se conecta o cabo de rede).
vo de imagem ou música do seu celular para o celular do As interfaces utilizadas normalmente nas estações de
colega, o chip bluetooth é utilizado para estabelecer uma trabalho funcionam a uma taxa de 10/100 Mbps (diz-se:
conexão; dizemos então que esse chip faz uma ponte de “10 barra 100 megabits por segundo”). Quando há com-
comunicação entre os celulares. Assim são os computa- putadores interligados por essa placa, elas trabalham na
dores. Para eles estabelecerem comunicação, é necessário maior taxa disponível, 100 Mbps.
haver uma interface de rede e um meio de comunicação. Com os servidores, as necessidades mudam bastante.
Os meios de comunicação podem ser os cabos ou o ar (no Como esses computadores são responsáveis por fornecer
caso de redes sem fio). serviços aos usuários da rede e atendem vários ao mesmo
As interfaces de rede atualmente costumam ser inte- tempo, é necessário que suas interfaces de rede sejam de
gradas à placa-mãe. Isso quer dizer que você não chega a qualidade superior, para atender à demanda das estações
ver a placa dentro do seu computador. Ela está integrada de trabalho. Assim, detalhes como altas taxas de comuni-
com os milhares de componentes da placa-mãe, dentro do cação, barramento e buffer de armazenamento são imple-
chipset. mentados com mais eficiência.

167
INFORMÁTICA BÁSICA

As taxas de comunicação de interfaces de rede para ser- Quadro


vidores são normalmente na ordem de Gbps (gigabits por É a menor unidade de transmissão numa rede local. Os
segundo). É comum encontrar servidores com interfaces de dados provenientes da camada de aplicação são enviados
rede com taxas de 10/100/1000 Mbps (diz-se: “10 barra 100 para baixo na camada de transporte, onde são transforma-
barra 1000 megabits por segundo”). Dizemos que suas inter- dos em pacotes. A camada de rede envia esses pacotes para
faces trabalham a 1000 Mbps (= 1 Gbps). a camada de enlace, que os transforma em quadros para,
O barramento das interfaces de rede para os servidores finalmente, transmiti-los pela interface de rede do compu-
é atualmente do tipo PCI-e (PCI express). Como esse bar- tador.
ramento é conectado diretamente ao chipset ponte norte, Os hubs repetidores funcionam retransmitindo quadros
seu acesso é mais rápido do que as interfaces conectadas para todas as suas portas, menos para a estação que gerou
ao barramento PCI comum, conectado ao chipset ponte sul. o quadro. Assim, dizemos que esta é uma rede de difusão.
a) Deseja-se montar uma rede que alcance taxas maio- Nesse tipo de rede, os quadros são repetidos para todas
res do que 100 Mbps. Quais os elementos de rede envolvi- as portas de forma difusa, de modo que todos recebam a
dos para que se atinja tal taxa? mesma informação, porém, só o destinatário abre o quadro.
b) Os servidores são computadores com mais recursos Observe na Figura abaixo que a estação A gerou um
do que as estações de trabalho. A internet que você usa de- quadro e o hub repetidor o está reenviando para todas as
pende dos serviços que esse servidor fornece. Se sua inter- outras estações conectadas em suas portas (de B até H). A
net cai devido a um problema no servidor, você tem um pre- estação A não recebe o quadro, pois foi ela quem o gerou.
juízo de R$ 150,00/hora. Considerando 15 quedas mensais
de 20 minutos cada:
1. Faça um cálculo e verifique seu prejuízo no fim de um
ano.
2. Imagine que aquele servidor precise operar 160 ho-
ras/mês. Faça um cálculo demonstrando a disponibilidade
desse servidor para o usuário, em porcentagem, consideran-
do os tempos de falha do item anterior.

Hubs Fonte: Torres (2001, p. 338)


Os hubs são equipamentos concentradores que têm por
função centralizar e distribuir os dados (quadros) que são Com relação à taxa de transmissão, os hubs repetidores
provenientes dos outros computadores interligados a ele. mais antigos podiam trabalhar a 10 Mbps; os mais recentes
Os hubs são equipamentos “repetidores”. Eles não dis- funcionam a 10/100 Mbps. Do ponto de vista técnico, os
tribuem o que recebem; apenas reenviam os quadros que hubs já são obsoletos devido às suas funcionalidades limita-
recebem para todas as suas portas. A ligação física dessa das; por isso estão sendo substituídos pelos switches.
espécie de equipamento é do tipo em estrela (Figura abai-
xo). Ele trabalha na camada 1 do modelo OSI, já que tem Switches
função apenas de receber um quadro e repeti-lo para todos Os switches são equipamentos que surgiram para per-
os computadores a ele ligados. mitir a ligação de redes de forma mais rápida e eficiente (ver
Figura abaixo). O nome adotado na época do seu lança-
mento (por volta de 1995) era “Ponte” ou “Bridge”. A ponte
era um equipamento caro e dotado de poucas portas. En-
quanto um hub repetidor custava em torno de 600 reais, as
pontes chegavam a custar entre 2.500 e 4.000 reais.

Na Figura acima existem duas redes interconectadas


por uma ponte; cada rede tem o seu sinal distribuído por
um hub. Como o próprio nome sugere, a ponte interliga
duas regiões. Pode, também, ligar mais de duas redes, de-
pendendo da quantidade de portas que possuir.

168
INFORMÁTICA BÁSICA

Com o passar dos anos e acompanhando a evolução Outro conceito importante é que os switches funcio-
tecnológica dos computadores, os equipamentos de rede nam na camada 2 (de enlace), pois têm inteligência sufi-
foram dotados de algum tipo de processamento que exige ciente para receber o quadro, recalcular o CRC, abri-lo, che-
memória (buffer) e processador. Seguindo a mesma ten- car seu endereço de destino e encaminhá-lo para a porta
dência, os preços também foram derrubados, pois houve correta. Obviamente, pelo fato de transmitir o quadro pelo
uma explosão do consumo desses equipamentos por parte cabo, o switch também funciona na camada 1. Os hubs, por
das empresas e das pessoas. Assim, as pontes passaram a não possuírem essa inteligência, dizemos que funcionam
ser fabricadas com muitas portas, as quais fazem a cone- apenas na camada 1 (física), já que encaminham os qua-
xão entre os computadores em vez de conectar redes. O dros que recebem para todas as portas.
nome comercial do equipamento passou a ser Switch,com Os switches mantêm uma tabela interna com todos os
as mesmas funcionalidades das pontes, porém, com mais endereços MAC das interfaces de rede dos computadores
portas, novas características como funcionamento em ful- da rede. Essa tabela é consultada assim que o switch rece-
l-duplex e mantendo compatibilidade com as funções do be um quadro. O que ele faz então é simples:
hub. a) abre o quadro;
O switch, dada sua capacidade de processamento, en- b) lê o campo “MAC Destino”;
via os quadros somente para a porta de destino, ao con- c) verifica na sua tabela a qual de suas portas está
trário do hub, que envia os quadros para todas as portas. associado aquele endereço;
Dessa forma, o canal fica desocupado para o restante das d) faz o devido encaminhamento.
estações, que podem fazer suas transmissões sem mais Uma situação em que o switch encaminha o quadro
problemas. para todas as portas é quando ele não encontra na sua ta-
bela o endereço que recebeu para fazer a entrega. O swit-
ch faz atualizações frequentes na sua tabela de endereços
(geralmente a cada 2 segundos) e pode ser que alguma
estação tenha sido desligada ou mudada de porta. Assim,
temporariamente o switch não vai reconhecer esse novo
endereço. Portanto, durante esse tempo de atualização,
enviar o quadro para todas as portas garante que seu des-
tinatário vá recebê-lo. Essa técnica é denominada flooding
(inundação).
Fonte: Torres (2001, p. 349) Basicamente, os switches podem funcionar de duas
formas:
Na Figura acima a “estação A” está enviando um qua- a) Cut-through (sem interrupção) – nessa forma, o
dro (representado pela linha mais grossa); o switch o enca- switch encaminha os quadros imediatamente após receber
minha diretamente para a estação E. Assim, todas as outras os campos MAC destino e origem, sem fazer verificações.
estações (B, C, D, E, G, H) podem transmitir sem se preocu- b) Store-and-forward (armazena e encaminha) – nes-
par se o canal está ocupado ou não. Isto se chama conexão se método, o switch espera chegar todos os campos, faz
multiponto. verificações de erros e encaminha para a porta correta.
Mas você pode se perguntar: como o switch consegue No modo cut-through há menos latência nas transmis-
enviar para a porta correta onde está o computador que sões, já que os quadros são imediatamente transmitidos
precisa receber aquele quadro? Os quadros são formados assim que são recebidos. Entretanto, isso pode exigir que
por pequenas estruturas chamadas “campos”. Dois desses alguns quadros sejam retransmitidos, caso cheguem de-
campos estão relacionados aos endereços MAC das inter- feituosos. Já no modo de store-and-forward a latência é
faces de rede: MAC Destino e MAC Origem (Figura abai- maior, pois todos os quadros são verificados antes de se-
xo). O switch consegue ler o MAC destino e encaminhar o rem transmitidos e isso leva certo tempo. Entretanto, há
quadro corretamente. O campo “dados” é proveniente da maior garantia da entrega do quadro sem erros.
camada imediatamente superior e o PAD é uma espécie Os switches são encontrados no mercado com várias
de complemento, quando os dados recebidos não atingem quantidades de portas e várias taxas de operação.
um tamanho mínimo especificado pelo padrão. O CRC é Os switches podem funcionar a taxas de transmissão
um cálculo que confere o recebimento correto dos dados. equiparadas com a dos hubs, como, por exemplo, 10/100
Não aprofundaremos o estudo dos campos aqui, mas você Mbps, obviamente com a grande vantagem de reduzir o
pode obter mais informações sobre este assunto em Spur- tráfego da rede, como já vimos. Com a evolução da tec-
geon (2000). nologia, é comum encontrarmos switches trabalhando a
10/100/1000 Mbps; são chamados switches gigabit. Um
padrão novo, denominado multigigabit (10 Gbps ou 10
GbE) está no mercado há algum tempo, evoluindo para
novas taxas, como 40 Gbps e 100 Gbps. É uma tecnologia
nova e está baseada em cabos de fibras ópticas.

169
INFORMÁTICA BÁSICA

Outro aspecto importante a decidir sobre esses equi- provedor do serviço de comunicação com a internet (a
pamentos é sua adequação ao tipo de rede. Existem vários empresa de telefonia – VELOX, SPEED –, a fornecedora da
fabricantes de switches no mercado e cada fabricante tem TV a cabo ou da internet a rádio). Enfim, alguém precisa
seu produto destinado a um tipo de negócio. Por exemplo, fornecer esse endereço IP internet válido e o seu roteador
existem modelos destinados ao mercado SOHO (Small Of- precisa estar pronto para aceitá-lo e interconectar com sua
fice Home Office – Pequenos escritórios e escritórios do- rede para que as pessoas tenham acesso à internet através
mésticos) com preços na faixa de R$ 50,00 a R$ 600,00. daquele número.
Entretanto, empresas que possuem redes com muitos com-
putadores e outros equipamentos não devem usar esses
switches, pois apresentam muitos travamentos e defeitos.
a) Pelo que você leu, existe algum momento em que
o switch trabalha de forma “burra”, como o hub?
b) Entre os métodos de trabalho cut-through e sto-
re-and-forward, em qual deles o switch trabalha mais? Em
qual deles o switch é mais eficiente (entrega um maior nú-
mero de pacotes corretos em menos tempo)? Justifique a
resposta.
c) Ainda com relação aos métodos cut-through e
store-and-forward, qual deles gera um maior tráfego na
rede? Justifique a resposta.

Roteadores
Seguindo a ordem de funcionamento nas camadas, vi-
mos que os hubs funcionam na camada 1 e os switches
funcionam nas camadas 1 e 2. Vamos ver agora os rotea-
dores, que funcionam na camada 3.

Ainda na Figura acima, você pode observar a existência


de quatro redes locais interconectadas por roteadores. Na
camada de enlace, cada computador de cada rede possui
seu endereço MAC, válido dentro de sua própria rede. Na
camada de rede, cada estação tem um endereço IP, defini-
do para que ela possa se comunicar com outras redes.

Endereço IP
É definido em classes, como A, B, C, D e E. Cada classe
Na Figura acima você pode observar um roteador liga- possui uma faixa de endereçamento e é destinada a algum
do a uma “nuvem”. Esta simbologia vem sendo muito uti- tipo de rede, como uma rede local particular, redes mili-
lizada e, na maioria das vezes, significa a internet, na qual tares, redes governamentais ou a internet. Obtenha mais
existem milhares de roteadores (uma “nuvem” de equipa- informações sobre este assunto em TORRES, Gabriel. Redes
mentos). de computadores: curso completo. Axcel Books, 2001. Na
A grande diferença entre uma ponte (switch) e um ro- internet, busque mais informações em http://www. hard-
teador é que o endereçamento que o switch utiliza é da ware.com.br/livros/ redes/hubs-switches-bridgesroteado-
camada de enlace: o endereço MAC das interfaces de rede. res.html
O roteador, por funcionar na camada de rede, utiliza ou- Vamos a um exemplo básico do funcionamento do
tro sistema de endereçamento, que é o endereço IP. Você roteador, voltando à Figura anterior. Imagine que um dos
já deve ter visto a sigla TCP/IP: ela indica o uso de dois computadores da REDE 1 tenha o endereço IP 192.168.31.5
protocolos operando em camadas diferentes. TCP opera na e um dos computadores da REDE 2 tenha o endereço IP
camada de transporte e IP, na camada de rede. 172.15.20.8. Será necessário fazer o roteamento, pois as
Nas redes locais também é utilizado o endereço IP duas redes em questão possuem endereços de rede dife-
para identificar os computadores que pertencem a essa rentes e obviamente estão separadas por um roteador.
rede (ver Figura abaixo). Por exemplo, podemos dizer que Para que a comunicação do exemplo possa ser estabe-
um computador possui o endereço IP 192.168.1.150; isso é lecida, o roteador A é capaz de seguir duas rotas:
apenas um exemplo, pois os endereços IP costumam variar 1. transmitir diretamente para o roteador D ou;
dentro de uma determinada faixa para aquela rede. 2. passar pelos roteadores B e C para chegar ao ro-
Entretanto, para se conectar com redes WAN (e a inter- teador D.
net é seu melhor exemplo), é necessário que o seu compu-
tador receba outro endereço IP. Este endereço precisa ser
conhecido pelo roteador da sua rede e é fornecido pelo

170
INFORMÁTICA BÁSICA

A decisão por qual caminho o pacote deve trafegar é ba- o Windows XP Professional Edition, Windows Vista Ultimate
seada em dois protocolos: Edition, Windows Seven e distribuições do Linux como Kuru-
a) Protocolo RIP (Routing Information Protocol – Proto- mim, SUSE, Mandriva e Ubuntu. Esses SOs, configurados cor-
colo de Informação de Roteamento): usa mecanismo baseado retamente, permitem aos computadores trocar dados através
na distância entre os roteadores. Essa distância é medida em de redes cabeadas ou sem fio. São indicados para redes locais
hops (saltos). Assim, no exemplo da Figura 3.9, os pacotes de onde existam no máximo 20 computadores. Esse número não
A para chegar a D, passando por B e C, tiveram dois saltos. E é um fator limitante, tecnologicamente falando; podem existir
para chegar a D sem passar por B e C, o salto é zero. Na trans- redes ponto a ponto com centenas de computadores. Os seus
missão de pacotes, o protocolo RIP usa a rota cuja quantidade problemas são a organização e segurança, pois fica tudo mais
de saltos é menor. difícil de controlar, já que não existe a figura de um servidor
b) Protocolo OSPF (Open Shortest Path First – Protoco- que controle o acesso aos recursos da rede. Um ponto posi-
lo Aberto Baseado no Estado do Link). Sua tradução é confu- tivo é sua facilidade de instalação e de configuração, que não
sa (a tradução literal é: primeiro caminho mais curto aberto), exigem suporte técnico muito especializado.
pois pode indicar que ele usa o mesmo mecanismo do RIP.
Na verdade este protocolo se preocupa com a qualidade da 2. Redes cliente-servidor – os sistemas operacionais
comunicação entre os roteadores. Por exemplo, na Figura an- nessas redes são SOR Cliente ou SOR Servidor. Os com-
terior, para os pacotes da REDE 1 chegarem à REDE 3 há dois putadores clientes possuem sistemas operacionais do tipo
caminhos (pelo roteador B ou pelo roteador D). Neste proto- cliente, os mesmos usados nas redes ponto a ponto; eles
colo, a escolha do caminho é baseada no congestionamento requisitam os serviços ou recursos da rede, como arqui-
ou funcionamento dos roteadores B e D. A rota que estiver vos, impressoras e internet, aos servidores. Os servidores
com tráfego mais rápido será usada como intermediária para rodam um SOR Servidor, como, por exemplo, o Windows
a passagem dos pacotes. 2003 Server, Windows 2008 Server ou distribuições Linux
a) Faça um quadro-resumo do hardware de rede estu- para servidores. Esses servidores permanecem todo o tem-
dado com pelo menos as seguintes informações: nome, finali- po rodando serviços e atendendo às solicitações dos clien-
dade, taxa de transmissão, local onde você encontrou o equi- tes. Um exemplo de serviço é a autenticação dos usuários
pamento. que querem entrar na rede: toda vez que o usuário sentar
b) Peça ao seu tutor para mostrar como você pode ver o na frente do seu terminal para usar a rede, é necessário que
IP de sua máquina. ele se identifique com um nome de usuário e senha; assim,
c) Pelo que você entendeu, dois computadores podem a rede se torna mais segura, pois podem ser rastreados os
ter o mesmo endereço MAC? E o mesmo endereço IP? Aborde momentos e a estação na qual o usuário se autenticou. Es-
as duas questões, considerando: sas redes são mais complexas e mais caras, pois necessitam
• os dois computadores na mesma rede; de um software servidor e pessoal técnico qualificado para
• os dois computadores em redes diferentes. instalar e manter os serviços oferecidos pelo servidor.
Software de rede
Os softwares de rede podem existir em diferentes níveis
de aplicação. Por exemplo, o próprio comunicador instantâneo
(como MSN ou MIRC) é um tipo de software para funcionar em
rede. Entre esses softwares, basicamente podemos destacar:
a) Sistemas Operacionais de Rede (SOR).
b) Aplicativos para redes, como antivírus, MSN, etc.
c) Software de segurança e acesso de redes.
Obviamente essa classificação é um tanto simplista se
considerarmos a gama de produtos de software para redes
que existem. Vamos abordar apenas os Sistemas Operacionais
de Redes.
Os SORs são produtos de software que têm duas funções.
A primeira é funcionar como um sistema operacional comum, Transferência de Arquivos
fazendo o controle dos recursos do computador servidor, FTP - Protocolo de Transferência de Arquivos FTP (abre-
como o acesso a disco rígido ou memória. A segunda fun- viação para File Transfer Protocol - Protocolo de Transferên-
ção é fazer o controle do uso das redes que estão instaladas; cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
por exemplo, o SOR pode controlar se você, como usuário da na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
rede, pode ou não ter acesso a um arquivo no disco rígido do para, ou de computadores que se caracterizam como servi-
servidor. dores remotos.
Os SORs são classificados como ponto a ponto e cliente- Voltaremos aqui ao conceito de arquivo texto (ASCII -
servidor. código 7 bits) e arquivos não texto (Binários - código 8 bits).
1. Redes ponto a ponto – nessas redes, os sistemas ope- Há uma diferença interessante entre enviar uma mensagem
racionais instalados em todos os computadores são do tipo de correio eletrônico e realizar transferência de um arquivo.
cliente. Não é definido um computador específico para con- A mensagem é sempre transferida como uma informação
trole dos recursos da rede, como uma impressora, por exem- textual, enquanto a transferência de um arquivo pode ser
plo. Os SORs mais comuns para essas redes são atualmente caracterizada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).

171
INFORMÁTICA BÁSICA

O que é um servidor remoto? Servidores remotos são Nesta nova filosofia de trabalho, o conceito de mirror
computadores que dedicam parcial ou integralmente a sua pode ser muito bem aplicado. Imagine que cada computa-
memória aos programas que chamamos de servidores. Pelo dor da empresa precise dos clientes instalados, por exem-
fato destes computadores não serem o seu computador local plo, browsers, e-mail, etc. Seria interessante que ao invés
- aquele que está em seu trabalho, seu quarto ou em um la- de cada funcionário acessar a Internet para buscá-los, fosse
boratório de sua universidade, é que os chamamos de remoto, criado um local no servidor da rede local, no qual todos os
indicando que estão em algum outro ponto remoto da Rede. softwares mais utilizados fossem espelhados. Com certeza
Quem até hoje em sua vida só viu micros PCs Windows a economia de tempo seria significativa.
ou Macs, não deve esqueçer que a Rede Mãe é uma grande
coleção de computadores de todos os tipos. Cada qual com FTP anônimo versus FTP com autenticação
suas particularidades e, portanto, com características dife- Existem dois tipos de conexão FTP. A primeira, e mais
rentes. Logo, um servidor remoto pode ser qualquer tipo de utilizada, é a conexão anônima, na qual não é preciso pos-
computador, basta que nele exista um programa que o ca- suir um user name ou password (senha) no servidor de FTP,
racterize como servidor de alguma coisa, por exemplo, FTP. bastando apenas identificar-se como anonymous (anôni-
O que é um servidor de FTP? É um computador que mo).
roda um programa que chamamos de servidor de FTP e, Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
portanto, é capaz de se comunicar com outro computador de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do
na Rede que o esteja acessando através de um cliente FTP. sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível
de segurança adequado, evitando que estranhos tenham
Mas afinal de contas: o que é um servidor? E um cliente? acesso a todas as informações da empresa. Quando se es-
Como tudo na Internet gira em torna do que chamamos tabelece uma conexão de “FTP anônimo”, o que acontece
de arquitetura cliente-servidor, quando você instala um pro- em geral é que a conexão é posicionada no diretório raiz
grama que seja alguma aplicação para Internet, você obriga- da árvore de diretórios. Dentre os mais comuns estão: pub,
toriamente estará instalando uma aplicação cliente ou uma etc, outgoing e incoming.
aplicação servidor.
O segundo tipo de conexão envolve uma autenticação,
Chamamos de cliente porque a aplicação se comunica
e portanto, é indispensável que o usuário possua um user
através de solicitações de serviço. Por outro lado, podemos
name e uma password que sejam reconhecidas pelo siste-
entender uma aplicação servidora como quem atenderá a
ma, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao
estas solicitações e prestará o serviço adequado. Por exem-
estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
plo: quando você instala o browser Mozilla Firefox em seu
criado para a conta do usuário - diretório home, e dali ele
computador, você está instalando o lado cliente da arquite-
tura. Completando esta arquitetura, existe, em algum outro poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever
ponto da Rede, um computador que tem instalada e execu- e ler arquivos nos quais ele possua permissão.
tando a parte servidora.
Deste modo, ao se conectar à Internet, você pode es- Alguns sites interessantes para FTP anônimo
perar que a parte servidora esteja sempre disponível e se ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML
encontre em um endereço bem conhecido. Caso contrário, a HotDog
parte cliente não saberá encontrar o servidor. ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, docu-
Mirrors, por que eles existem? A cada dia a Internet ga- mentação e outros
nha uma dimensão tão grande, que muitas vezes é interes- ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre soft-
sante replicar as informações em diversos computadores ao ware shareware
redor do mundo de modo que a performance do acesso a ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e ou-
estas informações seja melhorada pela proximidade de um tros software produzidos pela Qualcomm
mirror (espelho), que é um computador que espelha o con- ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games
teúdo de um outro. ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre siste-
Um bom exemplo é o site http://www.tucows.com a mas operacionais e software em geral
quantidade de acessos a esse site é tão grande que eles es-
palharam “espelhos” por todo mundo. Mas o que se ganha
com isto? Velocidade ao realizar uma transferência de arqui-
vos, pois você tem a oportunidade de sempre optar por um
site mais próximo de você.

Intranet, um mirror em potencial


Uma palavra muito comum hoje em dia é Intranet.
Você inclusive já teve a oportunidade de conhecer um
pouco mais sobre isso em nossa edição número 2. Resu-
midamente, podemos entendê-la como a migração da tec-
nologia Internet para dentro de uma empresa. Neste caso,
podemos imaginar que os funcionários desta empresa se-
rão, certamente, usuários freqüentes de FTP.

172
INFORMÁTICA BÁSICA

QUESTÕES GERAIS Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente


um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira,
1- Com relação ao sistema operacional Windows, basta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete.
assinale a opção correta. O Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows que deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de
deve ser feita a partir de opção equivalente do Painel “Você tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
de Controle, de modo a garantir a correta remoção dos Resposta: C
arquivos relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao
sistema operacional. 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT arquivos, sem que haja perda de informação?
e DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso dire- (A) Compactação
to aos diretórios de programas instalados na máquina (B) Deleção
em uso. (C) Criptografia
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários (D) Minimização
de um computador, pois bastam o nome do usuário e (E) Encolhimento adaptativo
a senha da máquina para se ter acesso às contas dos
demais usuários possivelmente cadastrados nessa má- Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
quina. nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, en- plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
tre eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. SolusZip, etc.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do Resposta: A
botão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encer-
rar o Windows, dar saída no usuário correntemente em 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
uso na máquina e, em seguida, desligar o computador.

Comentários: Para desinstalar um programa de forma


segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
remover programas
Resposta – Letra A
 
2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado
informações estão contidas em arquivos de vários for- (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será:
matos, que são armazenados no disco fixo ou em ou- (A) 7
tros tipos de mídias removíveis do computador, orga- (B) 56
nizados em: (C) 448
(A) telas. (D) 511
(B) pastas. (E) uma mensagem de erro
(C) janelas.  
(D) imagens. Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando
(E) programas. copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova po-
Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser
bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada copiada de D1 para D3:
mais são do que compartimentos que ajudam a organizar  
os arquivos em endereços específicos, como se fosse um  
sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B

3- Um item selecionado do Windows XP pode ser


excluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira,
pressionando-se simultaneamente as teclas
(A) Ctrl + Delete.
(B) Shift + End.
(C) Shift + Delete. Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para so-
(D) Ctrl + End. mar todas as células de A3 até C3(dois pontos significam
(E) Ctrl + X. ‘até’), sendo assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obten-
do-se o resultado 448.
Resposta: C.

173
INFORMÁTICA BÁSICA

6- “O correio eletrônico é um método que permite Estão corretas apenas as afirmativas:


compor, enviar e receber mensagens através de siste- A) I, II, III, IV
mas eletrônicos de comunicação”. São softwares geren- B) I, II
ciadores de email, EXCETO: C) I, II, III
A) Mozilla Thunderbird. D) I, II, IV
B) Yahoo Messenger. E) I, III, IV
C) Outlook Express.
D) IncrediMail. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-
E) Microsoft Office Outlook 2003. so na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
e-mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrô- down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e
nico podem funcionar por meio de um software instalado III são verdadeiros.
em nosso computador local ou por meio de um programa
que funciona dentro de um navegador, via acesso por In-
ternet. Este programa da Internet, que não precisa ser ins-
talado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o software
local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando
está desconectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens:
No item IV encontramos o item falso da questão, o que
• Ocupam espaço em disco;
nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em men-
• Compatibilidade com os servidores de e-mail
sagem de e-mail significa copiar e não mover!
(nem sempre são compatíveis).
Resposta: C.
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em ne-
grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook 8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos
Microsoft Outlook Express; do ambiente MS Office, assinale a opção correta.
Mozilla Thunderbird; (A) Ao se clicar no nome de um documento grava-
IcrediMail do com a extensão .xls a partir do Meu Computador, o
Eudora Windows ativa o MS Access para a abertura do docu-
Pegasus Mail mento em tela.
Apple Mail (Apple) (B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obti-
Kmail (Linux) das ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C
Windows Mail e CTRL + V,respectivamente, estão disponíveis no menu
A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, Editar de todos os aplicativos da suíte MS Office.
ou seja, não é instalado no computador local. Logo, é o (C) A opção Salvar Como, disponível no menu das
gabarito da questão. aplicações do MS Office, permite que o usuário salve
Resposta: B. o documento correntemente aberto com outro nome.
Nesse caso, a versão antiga do documento é apagada
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e e só a nova versão permanece armazenada no compu-
correio eletrônico, analise: tador.
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pe- (D) O menu Exibir permite a visualização do docu-
los navegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e mento aberto correntemente, por exemplo, no formato
Google Chrome) para localizar recursos e páginas da do MS Word para ser aberto no MS PowerPoint.
Internet (Exemplo: http://www.google.com.br). (E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é
II. Download significa descarregar ou baixar; é a a elaboração de apresentações de slides que utilizem
transferência de dados de um servidor ou computador conteúdo e imagens de maneira estruturada e organi-
remoto para um computador local. zada.
III. Upload é a transferência de dados de um com-
putador local para um servidor ou computador remoto. Comentários: O menu editar geralmente contém os co-
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail sig- mandos universais dos programas da Microsoft como é o
nifica movê-lo definitivamente da máquina local, para caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do
envio a um destinatário, com endereço eletrônico. localizar.

174
INFORMÁTICA BÁSICA

Em relação às outras letras: 10- Com relação à Internet, assinale a opção cor-
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo reta.
Excel e não o Access (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma Internet, pois, por esse endereço, determina-se a cida-
cópia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. de onde está localizada tal máquina.
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuá-
exibição do documento dentro do contexto de cada pro- rios se conectarem a uma mesma máquina simultanea-
grama e não de um programa para o outro como é o caso mente, como no caso de salas de bate-papo.
da afirmativa. (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e re-
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação cebimento de arquivos na Internet.
de slides e sim o Ms Power Point. (D) Quando se digita o endereço de uma página
Resposta: B web, o termo http significa o protocolo de acesso a pá-
ginas em formato HTML, por exemplo.
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi- (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário
nale a opção correta. de correio eletrônico envia uma mensagem com anexo
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que con- para outro destinatário de correio eletrônico.
trola a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como
ocorre na Internet. Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
Internet que possuam uma conexão http, ao digitarem na protocolos mais comuns:
barra de endereços do navegador: http://intranet.com. - HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car-
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma regamento de páginas de Hipertexto –  HTML
rede local, pois sua função é conectar um computador à - IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma
rede de telefonia fixa. máquina na rede
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada to de emails direto no PC via gerenciador de emails
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que ar- drão de envio de emails
mazena os nomes dos usuários que possuem permissão de - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan-
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário
a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa-
Comentários: O modelo cliente/servidor é questiona- gens de email direto no servidor.
do em termos de internet pois não é tão robusto quanto - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
redes P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda rência de arquivos
do servidor central impede o acesso aos usuários clientes, Resposta: D
no segundo mesmo que um servidor “caia” outros servi-
dores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo 11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção
que o download continue. Ex: programas torrent, Emule, correta.
Limeware, etc. (A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar
Em relação às outras letras: pastas e arquivos e por seu intermédio não é possível
letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve acessar o Painel de Controle, o qual só pode ser acessa-
para localizar e identificar conjuntos de computadores na do pelo botão Iniciar do Windows.
Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na- (B) Para se obter a listagem completa dos arquivos
vegador. salvos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e
letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma data de modificação, deve-se selecionar Detalhes nas
forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede opções de Modos de Exibição.
é restrito a uma rede local e não a internet como um todo. (C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu- Rede oferece um histórico de páginas visitadas na In-
tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma ternet para acesso direto a elas.
forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim (D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows
acessar redes locais. e a opção Renomear for acionada no Windows Explo-
letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com- rer com o botão direito do mouse,será salva uma nova
putação que fornece serviços a uma rede de computado- versão do arquivo e a anterior continuará aberta com o
res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/ nome antigo.
ou restringe acessos. (E) Para se encontrar arquivos armazenados na es-
Resposta: D trutura de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sí-
tio de busca Google, pois é ele que dá acesso a todos os
diretórios de máquinas ligadas à Internet.

175
INFORMÁTICA BÁSICA

Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- 13- O envio do arquivo que contém o texto, por
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- meio do correio eletrônico, deve considerar as opera-
ras e Detalhes. ções de
Resposta: B (A) anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Atenção: Para responder às questões de números (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo: endereços eletrônicos dos destinatários no campo
“Para”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão (C) de anexação de arquivos e de inserção dos en-
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mundial (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos
de computadores. endereços eletrônicos dos destinatários no campo
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve- “Cco”.
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns (E) de anexação de arquivos e de inserção dos en-
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, va-  
lores e totais. Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de- correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
vem ser tomados para a recuperação em caso de perda e seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas às os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
informações guardadas. campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
na internet visando o atendimento do nível de qualidade da de a segurança solicitada no enunciado.
informação prestada à sociedade, pelo órgão. Resposta: A
O ambiente operacional de computação disponível para
realizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de correio Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio
eletrônico, em português e em suas versões padrões mais de arquivos em lotes, também denominados scripts, o
utilizadas atualmente. shell de comando é um programa que fornece comuni-
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, cação entre o usuário e o sistema operacional de forma
CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acopla- direta e independente. Nos sistemas operacionais Win-
da em portas do tipo USB) e outras funcionalmente seme- dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de
lhantes. um comando da pasta Acessórios denominado
(A) Prompt de Comando
12- As células que contêm cálculos feitos na plani- (B) Comandos de Sistema
lha eletrônica, (C) Agendador de Tarefas
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresen- (D) Acesso Independente
tarão resultados diferentes do original. (E) Acesso Direto
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
(C) somente podem ser copiadas para o editor de Resposta: “A”
textos dentro de um limite máximo de dez linhas e cin-
co colunas. Comentários
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto Prompt de Comando é um recurso do Windows que ofe-
uma a uma. rece um ponto de entrada para a digitação de comandos do
(E) quando integralmente selecionadas, copiadas e MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros coman-
“coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma dos do computador. O mais importante é o fato de que, ao
de tabela. digitar comandos, você pode executar tarefas no computa-
  dor sem usar a interface gráfica do Windows. O Prompt de
Comentários: Sempre que se copia células de uma pla- Comando é normalmente usado apenas por usuários avan-
nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam çados.
como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
das e só os números são colados.
Resposta: E

176
INFORMÁTICA BÁSICA

15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di-
gitado no aplicativo Word. Aplicativos para edição de
textos. Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta-
chado, o resultado obtido será

Resposta: “C”
Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa a) 3, 0 e 7.
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras b) 5, 0 e 7.
formatações foi o item c. c) 5, 1 e 2.
d) 7, 5 e 2.
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário e) 8, 3 e 4.
Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento
de um arquivo de textos ou de imagens na internet, en- Resposta: “C”
tre um servidor e um cliente, constituem, em relação ao
cliente, respectivamente, um Comentário:
(A) download e um upload Expressão =MÉDIA(A1:A3)
(B) downgrade e um upgrade São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
(C) downfile e um upfile dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
(D) upgrade e um downgrade Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(E) upload e um download Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números
Resposta: “E”. em ordem crescente.
Comentários: Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar; Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
Upload – Carregar para cima (enviar). que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) em ordem decrescente.
17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
Assinale a alternativa que contém os nomes dos menus 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
do programa Microsoft Word XP, em sua configuração
padrão, que, respectivamente, permitem aos usuários:
(I) numerar as páginas do documento, (II) contar as pa-
lavras de um parágrafo e (III) adicionar um cabeçalho
ao texto em edição.
a) Janela, Ferramentas e Inserir.
b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Resposta: “B”
Comentário:
• Ação numerar - “INSERIR”
• Ação contar paginas - “FERRAMENTAS” a) 1
• Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR” b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

177
INFORMÁTICA BÁSICA

Resposta: “D” 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-


Comentário: werPoint 2007, a inserção de um novo comentário pode
Passo 1 ser feita na guia
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 a) Geral.
b) Inserir.
c) Animações.
d) Apresentação de slides.
e) Revisão.

Resposta: “E”
Comentário:

Passo 2
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2
e A3

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-


to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
exemplo dado acima, é o
a) protocolo.
b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.

Click na imagem para melhor visualizar Resposta: “C”


Comentários:
Passo 3 a) protocolo. protocolo HTTP
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a b) xxx. o nome do domínio
propagação, o resultado c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012)


Analise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua
configuração padrão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os indica-


dores de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.

178
INFORMÁTICA BÁSICA

Resposta: D
Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do do-
cumento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir
Régua no topo da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua até
que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em se-
guida, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto
à direita. Conforme você digita, o texto é movido para a es-
querda.
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de
um ponto decimal. Independentemente do numero de dígi-
tos, o ponto decimal ficará na mesma posição.
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere
uma barra vertical na posição de tabulação. Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e so-
matório) em uma única questão. A função ARRED é para
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) arredondamento e pertence a mesma família de INT(parte
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração inteira) e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento).
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4, A resposta está no item 2 que indica a quantidade de casas
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA decimais. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o se- A, C ou D. A função SOMA efetua a soma das três células
guinte resultado: (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre o menor
(A) 2 entre os dois valores informados (2,66666 - dízima periódi-
(B) 1,66 ca - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
(C) 2,667 casas decimais.
(D) 2,7
(E) 2,67

Resposta: E
Comentário:

179
INFORMÁTICA BÁSICA

Considere a figura que mostra o Windows Explorer 25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao
do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi- se clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos,
nal, e responda às questões de números 24 e 25. será fechado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Resposta: C
Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.

Resposta: E
Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); oculta o painel PASTAS.
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

180
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

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181
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

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182
ATUALIDADES

Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecologia, tecnologia,
energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, saúde, segurança e artes e literatura e suas
vinculações históricas. Atualidades e contextos históricos, geográficos, sociais, políticos, econômicos e culturais referen-
tes ao Brasil e ao Mundo ...................................................................................................................................................................................... 01
Noções de cidadania............................................................................................................................................................................................... 25
ATUALIDADES

“Chama a atenção o fato de que desse valor, R$


DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E 3.851.490,00 são decorrentes de ações de companhia se-
RELEVANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS diada nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fis-
COMO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, cal”, diz o texto.
ECOLOGIA, TECNOLOGIA, ENERGIA, POLÍTICA, O advogado Nélio Machado, que representa Nuzman,
questionou a prisão desta terça: “É uma medida dura e não
ECONOMIA, SOCIEDADE, RELAÇÕES
é usual dentro do devido processo legal”.
INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO, SAÚDE,
Além de Nuzman, foi preso na operação “Unfair Play”
SEGURANÇA E ARTES E LITERATURA E SUAS seu braço-direito Leonardo Gryner, diretor de marketing
VINCULAÇÕES HISTÓRICAS. ATUALIDADES do COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-
E CONTEXTOS HISTÓRICOS, GEOGRÁFICOS, 2016. Segundo o MPF, as prisões foram necessárias como
SOCIAIS, POLÍTICOS, ECONÔMICOS E “garantia de ordem pública”, para permitir bloquear o pa-
CULTURAIS REFERENTES AO BRASIL trimônio, além de “impedir que ambos continuem atuan-
E AO MUNDO do, seja criminosamente, seja na interferência” das provas.
O MPF reforça ainda que, apesar dos indícios de cor-
rupção, não houve movimentação no sentido de afastar
POLÍTICA Nuzman e Gryner de suas funções junto ao COB. “Assim,
ambos continuam gerindo os contratos firmados pelo
TENTATIVA DE OCULTAR DINHEIRO E 16 BARRAS COB, mediante uso de dinheiro público além do pleno
DE OURO LEVOU NUZMAN À PRISÃO, DIZ MPF. acesso a documentos e informações necessárias à produ-
DE ACORDO COM INVESTIGAÇÃO, NOS ÚLTIMOS ção probatória”.
10 DOS 22 ANOS DE PRESIDÊNCIA DO COB, NUZMAN Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
AMPLIOU SEU PATRIMÔNIO EM 457%, NÃO HAVENDO
INDICAÇÃO CLARA DE SEUS RENDIMENTOS. TUCANOS QUEREM TIRAR AÉCIO DA PRESIDÊNCIA
DO PARTIDO
A prisão temporária cumprida nesta quinta-feira (5)
contra Carlos Arthur Nuzman teve como um dos motivos Cresceu dentro do PSDB o movimento para forçar a
a tentativa de o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro renúncia do senador Aécio Neves (MG) da presidência do
(COB) ocultar bens, segundo o Ministério Público Federal partido. Ele está licenciado do cargo desde maio, quando
(MPF). Entre eles, valores em espécie e 16 quilos de ouro entrou na mira da delação da JBS. Na ocasião, caciques
que estariam em um cofre na Suíça. tucanos esperavam a renúncia do político mineiro. Mas ele
De acordo com os investigadores da força-tarefa da resistiu.
Lava Jato no Rio, as apreensões na primeira etapa da Ope- Agora, com o novo afastamento de Aécio do manda-
ração “Unfair Play”, em 5 de setembro, levaram Nuzman a to de senador pelo Supremo Tribunal Federal, o partido
fazer uma retificação na declaração de imposto de renda. voltou a articular a saída definitiva dele do comando tuca-
Segundo o MPF, foi uma tentativa de regularizar os bens
no. A percepção é que a permanência dele no cargo tem
não declarados.
trazido grande desgaste à imagem da legenda. A pressão
Um dos objetos apreendidos foi uma chave, que estava
é para que ele deixe a presidência do PSDB ainda em ou-
guardada junto a cartões de agentes de serviços de loca-
tubro.
ção na Suíça. Segundo o MPF, são indícios de que Nuzman
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
guardou lá o ouro.
De acordo com o texto do documento de pedido de
DELATOR DIZ QUE CONHECEU SUPOSTO OPERA-
prisão, “ao fazer a retificação da declaração de imposto de
DOR DE PROPINA DE EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS.
renda para incluir esses bens, em 20/09/2017, [Nuzman]
claramente atuou para obstruir investigação da ocultação CHEFE DO SETOR DE PROPINAS DA ODEBRECHT
de patrimônio” e “sequer apontou a origem desse patrimô- DISSE QUE SE ENCONTROU COM HOMEM QUE PEDIU
nio, o que indica a ilicitude de sua origem”. DINHEIRO A ALDEMIR BENDINE.
Com as inclusões destes bens, os investigadores acre-
ditam que os rendimentos declarados são insuficientes O ex-funcionário da Odebrecht, Fernando Migliac-
para justificar a variação patrimonial em 2014. A omissão, cio, afirmou ao juiz Sérgio Moro que se encontrou mais
segundo o MPF, seria de no mínimo R$ 1,87 milhões. de uma vez com um suposto intermediário de propinas,
Ainda de acordo com o MPF, nos últimos 10 dos 22 que seriam pagas ao ex-presidente da Petrobras, Aldemir
anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patri- Bendine.
mônio em 457%, não havendo indicação clara de seus ren- Migliaccio atuava no Setor de Operações Estruturadas,
dimentos. Um relatório incluído no pedido de prisão diz que era usado pela empreiteira para fazer pagamentos ilí-
ainda que, em 2014, o patrimônio dobrou, com um acrésci- citos a funcionários públicos e agentes políticos. Ele pres-
mo de R$ 4.276.057,33. tou depoimento em um processo em que Bendine é acu-
sado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht,
para ajudar a empresa a fechar contratos com a Petrobras.

1
ATUALIDADES

Em depoimentos anteriores, ex-executivos da Ode- A comissão trabalhou pautada em seis eixos:


brecht confirmaram a história e apresentaram uma plani- Humanização da sanção penal;
lha com o suposto pagamento. No arquivo, consta que o efetividade do cumprimento da sanção penal;
dinheiro foi entregue a alguém com o codinome “Cobra”. ressocialização do sentenciado;
Para o Ministério Público Federal (MPF), trata-se de Ben- desburocratização de procedimentos;
dine. informatização;
No depoimento desta quarta-feira, Moro perguntou previsibilidade da execução penal.
a Migliaccio se ele conhecia Bendine ou André Gustavo Entre os objetivos do projeto, está a tentativa de de-
Vieira, o homem que é apontado como o operador da su- sinchar o sistema penitenciário no país. Para o relator da
posta propina. proposta, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),o atual
Moro: O senhor conhece o senhor Aldemir Bendine ou sistema carcerário não está “estruturado para cumprir a
o senhor André Gustavo Vieira? sua missão legal: ressocializar”.
Migliaccio: O senhor Aldemir Bendine eu não conheço
e o senhor André, eu não sei se é esse o nome, mas eu “Trata-se de um sistema [o atual] voltado para o en-
imagino que sim carceramento e para a contenção antecipada de pessoas,
Moro: O senhor pode esclarecer? sem julgamento definitivo. Como resultado, cria-se um
Migliaccio: Ele foi à minha sala algumas vezes no escri- ambiente propício para as revoltas e as rebeliões”, justifi-
tório pra saber dos pagamentos cou Anastasia.
Moro: Desses pagamentos? Mudanças
Migliaccio: É. Entre outros pontos, a proposta prevê que:
Moro: O senhor mencionou que esse setor foi des- O trabalho do condenado passa a ser visto como parte
mantelado, mas esses pagamentos que foram lhe mos- integrante do programa de recuperação do preso, e não
trados [pagamentos ao codinome Cobra] pelo Ministério como benesse, e passa a ser remunerado com base no sa-
Público, pela procuradora, esse pagamentos foram feitos lário mínimo cheio, não mais com base em 75% do salário
pelo setor de operações estruturadas? mínimo;
Migliaccio: Sim. Quer fizer, eu não tenho certeza se to- estabelecimentos penais serão compostos de espaços
dos eles, mas se está no sistema, que eu não tenho mais reservados para atividades laborais;
domínio, nunca mais vi, se está lá é porque foi feito. gestores prisionais deverão implementar programas
Outro lado de incentivo ao trabalho do preso, procurando parcerias
Em nota, a defesa de Aldemir Bendine afirmou que ele junto às empresas e à Administração Pública
não recebeu qualquer valor. Os advogados de André Gus- deverão ser ampliadas as possibilidades de conversão
tavo Vieira não foram encontrados para comentar o teor da prisão em pena alternativa;
do depoimento. entre as formas de trabalho para presos, a preferência
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 para o trabalho de produção de alimentos dentro do pre-
sídio, como forma de melhorar a comida;
SENADO APROVA REFORMA DA LEI DE EXECUÇÃO deverão ser incluídos produtos de higiene entre os
PENAL; PROJETO VAI À CÂMARA itens de assistência material ao preso;
PROPOSTA FOI ELABORADA POR COMISSÃO DE deverá ser informatizado o acompanhamento da exe-
JURISTAS CRIADA PARA DEBATER O TEMA. ENTRE AS cução penal.
MUDANÇAS, ESTÁ O ESTABELECIMENTO DE LIMITE
MÁXIMO DE OITO PRESOS POR CELA. O texto também promove alterações na lei que institui
o sistema nacional de políticas públicas sobre drogas.
Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um projeto que No ponto sobre consumo pessoal, a proposta estabe-
promove uma reforma da Lei de Execução Penal. lece que compete ao Conselho Nacional de Política sobre
Entre as mudanças previstas na proposta, está a defi- Drogas, em conjunto com o Conselho Nacional de Política
nição de limite máximo de oito presos por cela. A redação Criminal e Penitenciária, estabelecer os indicadores refe-
em vigor da lei, que é de 1984, prevê que o condenado renciais de natureza e quantidade da substância apreendi-
“será alojado em cela individual”, situação rara nos presí- da, compatíveis com o consumo pessoal.
dios brasileiros. Cumprimento de pena
Pela proposta, “em casos excepcionais”, serão admiti- A proposta também prevê a possibilidade do cumpri-
das celas individuais. mento de pena privativa de liberdade em estabelecimento
A medida também possibilita, como direito do preso, administrado por organização da sociedade civil, observa-
a progressão antecipada de regime no caso de presídio das as vedações estabelecidas na legislação, e cumpridos
superlotado (veja mais detalhes da proposta abaixo). os seguintes requisitos:
O projeto é derivado de uma comissão de juristas cria- Aprovar projeto de execução penal junto ao Tribunal
da pelo Senado para debater o tema. A proposta segue de Justiça da Unidade da Federação em que exercerá suas
agora para análise da Câmara dos Deputados. atividades;

2
ATUALIDADES

cadastrar-se junto ao Departamento Penitenciário Na- Eleições de 2022 - Os partidos terão de obter, nas elei-
cional (Depen); ções para a Câmara, pelo menos 2% dos votos válidos, dis-
habilitar-se junto ao órgão do Poder Executivo com- tribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fede-
petente da Unidade da Federação em que exercerá suas ração, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma
atividades; delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos
encaminhar, anualmente, ao Depen, relatório de rein- em, no mínimo, um terço das unidades da federação.
cidência e demais informações solicitadas; Eleições de 2026 - Os partidos terão de obter, nas
submeter-se à prestação de contas junto ao Tribunal eleições para a Câmara, pelo menos 2,5% dos votos vá-
de Contas da Unidade da Federação em que desenvolva lidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades
suas atividades. da federação, com ao menos 1,5% dos votos válidos em
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 13 deputados,
distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe-
CONGRESSO PROMULGA EMENDA QUE EXTINGUE deração.
COLIGAÇÕES EM 2020 E CRIA CLÁUSULA DE BARREIRA Eleições de 2030 - Os partidos terão de obter, nas elei-
COM A PROMULGAÇÃO, CLÁUSULA DE DESEM- ções para a Câmara, pelo menos 3% dos votos válidos, dis-
PENHO ELEITORAL PARA ACESSO DE PARTIDOS A RE- tribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fede-
CURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO E AO TEMPO GRA- ração, com ao menos 2% dos votos válidos em cada uma
TUITO DE RÁDIO E TV VALERÁ A PARTIR DAS ELEIÇÕES delas; ou ter eleito pelo menos 15 deputados, distribuídos
DE 2018. em pelo menos um terço das unidades da federação.
Levantamento feito pelo G1 mostrou que, se as regras
O Congresso Nacional promulgou, em sessão solene previstas para 2018 estivessem em vigor nas eleições de
nesta quarta-feira (4), a Emenda Constitucional que cria 2014, 14 partidos que hoje possuem acesso ao Fundo Par-
uma cláusula de desempenho, a partir de 2018, para as tidário e ao tempo gratuito de rádio e TV perderiam esses
legendas terem acesso ao Fundo Partidário e ao tempo direitos.
gratuito de rádio e TV. Entre os partidos que teriam sido afetados caso a re-
O texto também prevê o fim das coligações proporcio- gra estivesse valendo na eleição de 2014, seis têm atual-
nais, a partir das eleições de 2020. mente representantes na Câmara: PEN, PHS, PRP, PSL, PT
A alteração à Constituição foi aprovada nesta terça- do B e Podemos (antigo PTN).
feira (3) pelo Senado. As votações dos dois turnos da pro- Outros oito, que não elegeram deputados em 2014,
posta na Casa aconteceram em menos de 30 minutos. Na também seriam atingidos: PCB, PCO, PMN, PPL, PRTB,
semana passada, o texto havia sido aprovado pela Câmara. PSDC, PSTU e PTC.
A classe política tem pressa na aprovação de novas re- O levantamento não levou em consideração as legen-
gras eleitorais. Isso porque, para valerem em 2018, as mo- das criadas após 2014 e que têm bancadas na Câmara:
dificações precisam passar pelo Congresso até a próxima Rede e PMB.
sexta-feira (6), um ano antes das próximas eleições.
Com a promulgação, a cláusula de desempenho elei- A proposta atual foi flexibilizada com relação à que foi
toral para acesso de partidos a recursos do Fundo Partidá- aprovada pelo Senado em 2016. Se prevalecesse a versão
rio e ao tempo gratuito de rádio e TV valerá a partir das original do texto, 19 partidos seriam barrados. Siglas tradi-
eleições de 2018. cionais, como o PPS e o PC do B, seriam afetadas. Outras,
A emenda tem origem no Senado, onde foi aprovada de criação mais recente, também seriam prejudicadas. É o
em 2016. No entanto, durante análise na Câmara, os de- caso de PSOL, PROS e PV.
putados promoveram mudanças e flexibilizaram o texto, o A flexibilização da cláusula de barreira foi necessária
que levou o projeto para uma nova análise dos senadores. para que a proposta pudesse ser aprovada na Câmara.
Cláusula de desempenho Diante do prazo exíguo, os senadores aceitaram o texto
O texto estabelece a chamada cláusula de desempe- modificado pelos deputados para garantir que a cláusula
nho nas urnas para a legenda ter acesso ao Fundo Partidá- valha em 2018.
rio e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. Fim das coligações
Como transição, até 2030, a cláusula de barreira crescerá A emenda acaba com as coligações partidárias a partir
gradualmente. Nas eleições posteriores a 2030, o desem- de 2020. Para 2018, continuam valendo as regras atuais,
penho mínimo exigido seria o mesmo do pleito de 2030. em que os partidos podem se juntar em alianças para dis-
Saiba abaixo os critérios: putar a eleição e somar os tempos de rádio e televisão e
Eleições de 2018 - Os partidos terão de obter, nas elei- podem ser desfeitas passado o pleito.
ções para deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos As coligações também são levadas em conta na hora
válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unida- da divisão das cadeiras. Hoje, deputados federais e esta-
des da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em duais e vereadores são eleitos no modelo proporcional
cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, com lista aberta.
distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe-
deração.

3
ATUALIDADES

É feito um cálculo para a distribuição das vagas com CÂMARA GARANTE FUNDO BILIONÁRIO PARA
base nos votos no candidato e no partido ou coligação. ABASTECER CAMPANHAS EM 2018
São eleitos os mais votados nas legendas ou nas coliga- Em uma sessão tumultuada, a Câmara aprovou na noi-
ções. te desta quarta-feira, 4, o projeto que cria um fundo pú-
Federações partidárias blico bilionário para financiar as campanhas do ano que
Além de abrandar a cláusula de barreira, os deputados vem. Assim que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
excluíram do projeto a possibilidade de partidos com afi- (DEM-RJ), proclamou o resultado, deputados protestaram
nidade ideológica se unirem em federações. A medida era contra a votação e quase partiram para a agressão física.
uma saída para substituir, em parte, as coligações. O texto segue agora para a sanção presidencial. Para
Na prática, o fim das federações deverá prejudicar que os partidos possam ter acesso ao dinheiro para reali-
partidos pequenos que contam com as alianças com ou- zar o processo eleitoral em 2018, as novas regras têm de
tras legendas para somar o tempo de rádio e TV e para ser sancionadas pelo presidente Michel Temer até 7 de ou-
garantir cadeiras na Câmara e nas Assembleias. tubro.
A proposta era que os partidos com programas afins Apesar de os parlamentares afirmarem que o fundo
pudessem se juntar em federações. As legendas teriam de será de R$ 1,7 bilhão, o texto não estabelece um teto para
atuar juntas não apenas durante as eleições, mas como um o valor, e sim um piso, ao dizer que o fundo será “ao me-
bloco parlamentar durante toda a legislatura. nos equivalente” às duas fontes estabelecidas pelo projeto.
A ideia era garantir maior coesão entre os partidos, já A proposta estabelece que pelo menos 30% do va-
que atualmente siglas com pouca afinidade formam coli- lor das emendas de bancadas sejam direcionadas para as
gações e as desfazem após as eleições. campanhas eleitorais. A segunda fonte de recursos virá da
Desse modo, se juntos atingissem as exigências da transferência dos valores de compensação fiscal cedidos
cláusula de desempenho, não perderiam o acesso ao Fun- às emissoras de rádio e televisão que transmitem propa-
do Partidário e ao tempo de rádio e TV. gandas eleitorais, que serão extintas. O horário eleitoral
Janela partidária durante o período de campanha, no entanto, foi mantido.
Durante análise na Câmara, os deputados também O fundo público para abastecer as campanhas é uma
retiraram do texto um trecho que acabava com a janela medida alternativa ao financiamento empresarial de cam-
partidária seis meses antes da eleição. panha, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
Com isso, ficam mantidas as regras atuais em que os 2015.
detentores de mandato eletivo podem mudar de partido No começo da discussão, o Congresso chegou a cogi-
no mês de março do ano eleitoral sem serem punidos com tar um fundo que chegaria a R$ 3,6 bilhões. A articulação
perda do mandato. foi encabeçada pelo líder do governo no Senador, Rome-
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 ro Jucá (PMDB-RR), com apoio de partidos da oposição,
como o PT, PDT e PCdoB.
GEDDEL, SAUD E FUNARO PROMOVEM BARRACO . A sessão que aprovou a proposta foi tumultuada. O
COM AMEAÇAS DE MORTE NA PAPUDA principal protesto dos deputados foi pelo fato de a vota-
ção do texto-base do projeto ter sido simbólica. Um dos
A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do ope- que protagonizaram a confusão foi o deputado Júlio Del-
rador Lúcio Funaro e de Ricardo Saud, executivo da JBS, gado (PSB-MG). Ele foi à tribuna e classificou como “ver-
tem provocado uma sessão de gritaria no presídio da Pa- gonha” a votação ter sido nominal. Para ele, os deputados
puda, em Brasília, onde estão recolhidos. Segundo relatos, que apoiam o fundo não quiseram deixar a “digital” na
Funaro aguarda o fim do banho de sol e antes de voltar aprovação da medida.
para a cela manda aos gritos recado para Saud, preso do Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
outro lado: “Saud, vou te matar”, aterroriza o delator que o
entregou. Do seu lado “do muro”, Geddel faz coro: “Saud, PF AUTUA BATTISTI EM FLAGRANTE POR EVASÃO
também vou te matar”. Saud devolve as provocações, mas DE DIVISAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
só para Geddel. “Cala boca, seu gordo!”
No seu quadrado. Os três estão separados e não se A Polícia Federal indiciou o ativista italiano Cesare Bat-
encontram no banho de sol, justamente para evitar que tisti por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Battisti
cumpram a promessa. Há, inclusive, revezamento entre os foi preso em flagrante nesta quarta-feira, 4, quando estava
advogados para que eles não se esbarrem nem no parla- tentando atravessar a fronteira para a Bolívia com US$ 6
tório. mil – quantia superior a R$ 10 mil em dinheiro.
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália sob
acusação de quatro assassinatos. No último dia de seu se-
gundo mandato, em 2012, o então presidente Lula assinou
decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de
extradição do ativista.

4
ATUALIDADES

O italiano não teria declarado o dinheiro. Os federais FICHA LIMPA ATINGE CONDENADOS ANTES DE
querem saber o que o ativista pretendia fazer com a quan- 2010, DECIDE STF
tia no país vizinho. POR 6 A 5, MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FE-
Após ser detido, segundo a PF, ‘agentes da Delegacia DERAL NEGARAM RECURSO DO VEREADOR DE NOVA
de Corumbá averiguaram a situação em que Battisti se en- SOURE, NA BAHIA, QUE FOI BARRADO DAS ELEIÇÕES
contrava na região de fronteira’. DE 2012 POR UMA CONDENAÇÃO EM 2004, ANTES DA
Em 27 de setembro, os advogados de Battisti entraram APROVAÇÃO DA LEI
com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF)
para barrar a possibilidade de extradição, deportação ou Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
expulsão pelo presidente da República. O relator é o minis- nesta quarta-feira (4) que o prazo de oito anos de inelegi-
tro Luiz Fux. Battisti teve sua extradição pedida pela Itália. bilidade fixado pela Lei da Ficha Limpa pode ser aplicado
Em 2011, o Supremo arquivou uma Reclamação ajui- inclusive para candidatos que tenham sido condenados
zada pelo governo da Itália contra o ato de Lula, e deter- antes da publicação da lei, em 2010. Com o plenário divi-
minou a soltura do italiano. dido, coube à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia,
A defesa de Battisti sustenta que, desde então, têm desempatar o placar e definir o resultado.
havido ‘várias tentativas ilegais’ de remetê-lo para o exte- Os ministros ainda definirão nesta quinta-feira (5) se
rior por meio de outros mecanismos, como a expulsão e a vão modular a decisão da Corte, o que poderia limitar o al-
deportação. cance do entendimento firmado no julgamento. O relator
do caso, ministro Ricardo Lewandowski, alertou ao final da
Desde 2016, com as mudanças ocorridas no Poder sessão para o risco de prefeitos, vereadores e deputados
Executivo, os advogados afirmam que há notícias de que o atualmente no exercício do mandato serem cassados.
governo italiano pretende intensificar as pressões sobre o “Essa matéria foi exaustivamente analisada pelo Tribu-
governo brasileiro para obter a extradição. nal Superior Eleitoral, prevalecendo esse entendimento (de
O alegado risco levou à impetração do HC 136898, retroatividade) de maneira correta”, disse Cármen Lúcia.
que teve seguimento negado. Naquele habeas corpus, o A Lei da Ficha Limpa prevê que são inelegíveis os can-
ministro Luiz Fux entendeu que não havia ato concreto de didatos condenados por abuso de poder econômico ou
ameaça ou restrição ilegal do direito de locomoção que político para a eleição na qual concorrem ou tenham sido
justificasse a concessão da ordem. diplomados, bem como para as que se realizarem nos oito
No novo HC, a defesa argumenta que, segundo notí- anos seguintes. A legislação anterior previa um prazo de
cias veiculadas recentemente, há um procedimento sigi- apenas três anos. Em 2011, o STF decidiu que a Lei da Fi-
loso em curso visando à revisão do ato presidencial que cha Limpa valeria apenas a partir das eleições de 2012.
negou a extradição em 2010. “Jamais vi uma situação idêntica em que se coloca em
Os advogados também informam que Battisti tem so- segundo plano, de forma clara, ostensiva, a segurança ju-
licitado certidões e informações ao Ministério Público Fe- rídica. A sociedade não pode viver em sobressaltos, muito
deral, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exte- menos sobressaltos provocados pelo Supremo. Retroação
riores e Casa Civil a fim de obter cópias de procedimentos da lei, pra mim, é o fim em termos de Estado Democrático
sobre ele, mas até o momento nenhuma informação foi de Direito”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, que vo-
prestada. Outro argumento é a existência de ação civil pú- tou nesta quarta-feira contra a retroatividade da lei.
blica pela qual o Ministério Público pretende a declaração “A questão é muito séria, porque inaugura mediante a
da nulidade do ato que concedeu visto de permanência a voz do Supremo o vale tudo, que não se coaduna com o
Battisti, e, consequentemente, sua deportação. Estado Democrático de Direito”, concluiu Marco Aurélio.
O juízo da 20ª Vara Federal do Distrito Federal julgou A aplicação do prazo de oito anos de inelegibilidade para
procedente a ação e determinou a imediata prisão admi- políticos condenados antes da publicação da Lei da Ficha
nistrativa do italiano, mas a ordem foi suspensa liminar- Limpa também foi criticada pelo ministro Gilmar Mendes.
mente pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). “Quando o legislador concebe mudanças – e são
Finalmente, alegam que Battisti casou-se com uma bra- necessárias mudanças – é óbvio que faz pra frente. ‘Ah,
sileira e tem um filho que depende econômica e afetiva- mas nós queremos atingir fatos passados’. Então rasgue a
mente dele, o que impede a sua expulsão. Constituição, porque isso não passa no teste inclusive do
Apontando risco iminente e irreversível, a defesa pede ato jurídico perfeito, da coisa julgada. ‘Ah, mas queremos
a concessão de liminar para obstar eventual extradição, aplicar o princípio da moralidade’. Isso é direito nazifas-
deportação ou expulsão a ser levada a efeito pelo pre- cista, não tem nada a ver conosco, com o nosso sistema”,
sidente da República. No mérito, pede-se a confirmação disse Gilmar.
da liminar ou a conversão do HC em reclamação a fim de O plenário do STF se dividiu na questão. Além de Cár-
preservar a autoridade de decisão do STF que reconheceu men, votaram pela retroatividade do prazo de inelegibili-
que a negativa de extradição é insindicável pelo Poder Ju- dade os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Dias
diciário (RCL 11423), determinando-se assim o trancamen- Toffoli e Luís Roberto Barroso. Em sentido contrário se po-
to da ação civil pública. sicionaram Gilmar, Marco Aurélio, Lewandowski, Alexandre
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 de Moraes e o decano da Corte, Celso de Mello.

5
ATUALIDADES

A discussão girou em torno do caso do ex-vereador O ministro lembrou ainda que ‘a concessão de medi-
Dilermando Fereira Soares contra decisão do Tribunal Su- da cautelar pressupõe o atendimento concomitante dos
perior Eleitoral (TSE) que rejeitou o registro de sua candi- requisitos do fumus boni iuris e do perigo da demora, não
datura à reeleição no município de Nova Soure, na Bahia, tendo sido demostrado, de plano, o preenchimento do
nas eleições de 2012. Como o caso tem repercussão geral, primeiro requisito’.
a tese a ser firmada nesta quinta-feira valerá para diversas Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
instâncias em todo o País.
Dilermando foi alvo de condenação judicial que tran- ECONOMIA
sitou em julgado em 2004. Depois de cumprir o prazo de
três anos de inelegibilidade baseado na legislação anterior, LATAM VENDE SUBSIDIÁRIA DE SERVIÇOS NO CHI-
conseguiu se eleger vereador em 2008. Em 2012, tentou a LE POR US$ 38,4 MILHÕES
reeleição, mas teve o registro de candidatura impugnado OPERAÇÃO VAI RENDER À EMPRESA UM LUCRO
com base no novo prazo de oito anos de impedimento DE US$ 20 MILHÕES NO BALANÇO DO QUARTO TRI-
fixado pela Lei da Ficha Limpa, que já estava em vigor. MESTRE DESTE ANO, INFORMOU A COMPANHIA.
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
O grupo aéreo Latam anunciou nesta quinta-feira (5)
FUX NEGA LIMINAR E MANTÉM PROCESSO CON- que assinou acordo de venda de 100% do capital da em-
TRA SIMÃO JATENE POR CORRUPÇÃO presa de serviços aeroportuários Andes Aiport Services
GOVERNADOR DO PARÁ, DENUNCIADO PELO MI- SA, que era controlado pela holding, para a Acciona Air-
NISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, TENTAVA POR MEIO DE port Services SA por 24,3 bilhões de pesos chilenos (US$
HABEAS CORPUS SUSPENDER AÇÃO EM QUE É ACUSA- 38,4 milhões).
DO DE RECEBIMENTO DE ‘VANTAGENS INDEVIDAS’ DA A operação vai render à Latam um lucro de US$ 20 mi-
CERVEJARIA CERPA SOB ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO lhões no balanço do quarto trimestre deste ano, informou
a companhia em comunicado.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, De acordo com o texto, a Andes Aiport Services SA
negou liminar no Habeas Corpus (HC) 148138 por meio realiza serviços aeroportuários, como manuseio de baga-
da qual a defesa do governador do Pará, Simão Jatene gens, abastecimento de combustível, limpeza e suprimen-
(PSDB), pedia para suspender processo no Superior Tribu- to de alimentos e bebidas nas aeronaves.
nal de Justiça (STJ) em que foi denunciado pela suposta Juntamente com a venda, foi assinado acordo por
prática de corrupção passiva, pelo suposto recebimento meio do qual a Andes Aiport Services vai continuar aten-
de vantagens indevidas da cervejaria Cerpa. dendo a Latam em Santiago por pelo menos cinco anos.
O relator não verificou um dos requisitos para a con- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
cessão da medida cautelar – a plausibilidade jurídico do
pedido (fumus boni iuris). ALTA NAS VENDAS DE CARROS NOVOS NÃO IMPE-
As informações foram divulgadas no site do Supremo. DE AUMENTO DE NEGOCIAÇÃO DE USADOS
Para a defesa de Jatene, o suposto crime apontado PUXADAS PELOS SEMINOVOS, VENDAS DE VEÍ-
pelo Ministério Público Federal ocorreu em setembro de CULOS DE ‘SEGUNDA MÃO’ SOBEM 8,4% DE JANEIRO
2002, portanto, aplicando o prazo prescricional do artigo A SETEMBRO, NA COMPARAÇÃO COM 2016. AS DOS
109, inciso III, do Código Penal (CP), a extinção da punibi- ZERO QUILÔMETRO ACUMULAM AUMENTO DE 8%.
lidade teria ocorrido em setembro de 2014.
O relator do caso no STJ reconheceu monocraticamen- O reaquecimento das vendas de carros zero no Brasil não
te a prescrição da pretensão punitiva. impede que a procura pelos usados continue aumentando.
Em exame de agravo regimental, no entanto, a Corte As negociações desses veículos cresceram 4,7% em
entendeu que o suposto crime teve continuação em 2003, setembro, na comparação com 1 ano atrás, de acordo com
quando Jatene, ao assumir o governo, teria repactuado a dados da federação dos distribuidores, a Fenabrave.
proposta original para que o pagamento das vantagens A entidade considera os registros de transferência de do-
indevidas fosse feito em parcelas. cumentos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Com isso, o STJ, levando em conta outros aspectos para De janeiro a setembro, foram negociados 7,9 milhões
a definição da prescrição – como a incidência de causa de de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) usa-
aumento da pena referente a ocupação de função pública dos, um volume 8,5% mais alto que o registrado no mes-
-, afastou a prescrição e manteve a tramitação do processo mo período do ano passado.
para posterior análise do recebimento da denúncia. Já as vendas de carros novos cresceram 7,9% sobre os
O ministro Luiz Fux apontou que ‘a matéria de fundo 9 primeiros meses de 2016, com 1,5 milhão de unidades.
do habeas exige uma análise mais detida, pois a pretensão Base fraca
da defesa impõe a avaliação aprofundada entre os fatos O aumento na venda dos zero quilômetro, no entanto, é
citados na denúncia e o que foi decidido pelo STJ’. em relação a uma base mais fraca que a dos carros usados,
que, no ano passado, terminaram com estabilidade sobre
2015, enquanto as vendas de carros novos caíram ainda mais.

6
ATUALIDADES

Segundo a Fenabrave, a cada 4 automóveis zero qui- Dessa forma, “o CMSE reiterou a importância de viabi-
lômetro emplacados em setembro último, 6 usados foram lização de recursos adicionais de usinas termelétricas que
negociados. A entidade diz que uma média normal é de 1 se encontram no momento operacionalmente disponíveis,
para 3. porém sem combustível”.
Seminovos lideram “Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Pe-
Quando analisada a venda por “idade” dos veículos trobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabi-
usados, os seminovos, como são chamados os que têm lizar o fornecimento de combustível a essas usinas”, disse a
até 3 anos rodados, foram os únicos a registrar alta no nota, sem identificar motivos para a falta de combustível.
mês passado, segundo a Fenauto, federação que também No caso de uma operação térmica da Eletrobrás no
contabiliza dados do segmento. Norte do país, a Petrobras tem sido forçada por decisão
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 judicial a fornecer o combustível, uma vez que a estatal do
setor elétrico tem uma dívida bilionária com a petroleira,
GOVERNO DIZ QUE ABASTECIMENTO DE ELETRICI- que tem se negado a vender o produto.
DADE ESTÁ ASSEGURADO APESAR DE SECA Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
NO FIM DO PERÍODO SECO, HIDRELÉTRICA DE SO-
BRADINHO, NO RIO SÃO FRANCISCO, TERÁ ARMAZE- BNDES ESPERA DESEMBOLSOS DE R$ 110 BILHÕES
NAMENTO ZERO, APONTAM ESTIMATIVAS DO COMI- A R$ 120 BILHÕES EM 2018
TÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO (CMSE) VALOR REPRESENTA UM CRESCIMENTO DE ATÉ
50% EM RELAÇÃO AOS R$ 80 BILHÕES PREVISTOS
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) PARA ESTE ANO.
afirmou nesta quarta-feira (4) que as condições de abas-
tecimento de energia elétrica no país estão asseguradas, Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvi-
apesar das previsões de chuvas abaixo da média em gran- mento Econômico e Social (BNDES) devem oscilar entre R$
de parte das regiões de hidrelétricas do Brasil e dos níveis 110 bilhões e R$ 120 bilhões em 2018, um crescimento de
críticos dos reservatórios do Nordeste. até 50% em relação aos R$ 80 bilhões previstos para este
Segundo nota do órgão formado por autoridades ano, disse nesta quarta-feira (4) o diretor da área financei-
da área de energia do governo após reunião nesta quar- ra da instituição, Carlos Thadeu de Freitas.
ta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) “Hoje, o que puxa a economia ainda é o consumo,
apresentou simulações atualizadas de expectativa de ar- apesar de restrições, mas no ano que vem será o investi-
mazenamento nas hidrelétricas Três Marias e Sobradinho mento que está num patamar pífio”, disse Freitas em en-
ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de trevista à Reuters.
afluências verificados no histórico, “que têm se aproxima- Neste ano até agosto, os desembolsos do BNDES so-
do da realidade vivenciada atualmente”. mam cerca de R$ 45 bilhões, com isso, a expectativa do
E os resultados apontam para o atingimento dos níveis banco é de uma aceleração nos últimos meses do ano.
de armazenamento, ao final do período seco, em novem- O superintendente da área financeira do BNDES, Sel-
bro de 2017, de 4,2% na hidrelétrica de Três Marias e de mo Aronovich, afirmou que espera que no último trimes-
zero para Sobradinho, no rio São Francisco. tre de 2017 os desembolsos operem em no mínimo R$
Ainda assim, com a região Nordeste sendo suprida por 10 bilhões ao mês. “A média do último trimestre será de
outras fontes de energia, como eólica e térmica, o CMSE pelo menos 10 bilhões de reais...Concessões, retomada da
avalia que é zero o risco de qualquer déficit de energia em economia e juros baixos justificam esse otimismo”, disse o
2017 para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nor- superintendente à Reuters.
deste. Segundo Freitas, as consultas de interessados em em-
Com base nos resultados apresentados pelo ONS para préstimos do BNDES “estão melhorando razoavelmente
diferentes cenários de período úmido, o CMSE reiterou a bem, por isso a expectativa de desembolso para o ano que
importância de que sejam adotadas medidas necessárias vem é de entre 110 bilhões e 120 bilhões de reais”, afirmou
para preservação dos estoques dos reservatórios das usi- ele citando as Finame e para capital de giro. A expectativa
nas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcio- é baseada em um crescimento do PIB de 3% a 4% em 2018.
nar segurança hídrica para a bacia no próximo ano. O diretor da área financeira comentou que o banco
Para o final de novembro de 2017, quando tipicamen- deve captar entre 2 bilhões e 3 bilhões de dólares nos
te se inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao mercados externos em 2018, como forma de fazer frente a
aumento das afluências, a expectativa é que os armaze- obrigações de desembolsos e atender em parte à chama-
namentos equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e da do governo federal para devolver recursos ao Tesouro.
Norte atinjam valores inferiores aos verificados em 2014, “Hoje é possível captar 2 bilhões a 3 bilhões (de dóla-
ano mais crítico do histórico recente. res) no exterior...Obviamente, o banco vai se voltar a cap-
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar ar- tações externas, que é mais barato, porém não tão barato
mazenamento próximo ao verificado em 2014, segundo o quando o dinheiro que veio do Tesouro Nacional”, disse
CMSE. Freitas.

7
ATUALIDADES

Ele estimou que em nome da prudência bancária o DÉFICIT ACUMULADO DE FUNDOS DE PREVI-
BNDES precisa ter em caixa, livre e disponível em 2018, DÊNCIA COMPLEMENTAR SOBE PARA R$ 77,6 BI, DIZ
8 por cento do total das operações ativas, o equivalente ABRAPP
a um “caixa prudencial entre 60 e 70 bilhões” de reais. O PARA O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
banco tinha em caixa até final de agosto cerca de R$ 170 DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COM-
bilhões, sendo que boa parte dos recursos já estava com- PLEMENTAR, SITUAÇÃO DO POSTALIS É EXCEÇÃO E
prometida em financiamentos. SISTEMA ESTÁ BEM CAPITALIZADO.
Mais cedo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de
Castro, afirmou durante evento em São Paulo que a devo- O déficit acumulado dos fundos fechados de previ-
lução em 2018 de 130 bilhões de reais cobrada do banco dência complementar subiu para R$ 77,6 bilhões em ju-
pelo governo “é materialmente improvável”. nho, ante R$ 71,7 bilhões no fim de 2016, informou nesta
Questionado a respeito das demandas do governo, quarta-feira (4) a Associação Brasileira das Entidades Fe-
Freitas lembrou que como o Brasil mergulhou em crise em chadas de Previdência Complementar (Abrapp).
2015 e 2016, a demanda por recursos do banco foi fraca e O déficit é a diferença entre o patrimônio de um plano
por isso os valores que o BNDES tem a receber nos próxi- e seus compromissos com pagamentos atuais e futuros.
mos meses também será fraca. “Vai haver uma defasagem Segundo o balanço da Abrapp, dos 681 fundos de pensão
de uma volta fraca e demanda forte. Temos que atentar a no país, 220 apresentam déficit, ao passo que 461 regis-
isso e o banco tem que ter caixa mínimo”, disse o diretor. tram superávit.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 O rombo cresce há 7 anos e atinge, sobretudo, fundos
de pensão de estatais. Do déficit total, 88% do valor está
FUNDO DE PENSÃO DA CAIXA DECIDE VENDER FA- concentrado em apenas 10 planos, segundo a associação.
TIA NA ELDORADO O total de participantes ativos nos fundos supera 2,5
J&F FECHOU EM SETEMBRO ACORDO DE VENDA milhões e os assistidos chegam a mais de 735 mil, segun-
DO CONTROLE DA ELDORADO PARA O GRUPO HO- do a associação.
LANDÊS PAPER EXCELLENCE POR CERCA DE R$ 15 BI- A Abrapp informou também que os ativos totais do
LHÕES. sistema somavam R$ 808 bilhões em junho. A rentabili-
dade média do setor no primeiro semestre foi de 4,24%,
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa pouco abaixo da meta atuarial de 4,44%.
Econômica Federal, anunciou nesta quarta-feira (4) que A Superintendência Nacional de Previdência Comple-
decidiu exercer o direito de vender a participação de 8,53% mentar (Previc), vinculada ao Ministério da Fazenda, de-
na Eldorado Brasil Celulose. Segundo a agência Reuters, o cretou nesta quarta-feira intervenção no fundo de pensão
valor da operação é avaliado em cerca de R$ 650 milhões. dos funcionários dos Correios, o Postalis, por um prazo de
O fundo de pensão investe na Eldorado por meio de 180 dias.
cotas do fundo de investimento FIP Florestal. A Abrapp considera que a intervenção no Postalis é
“A Fundação agora iniciará as negociações do contra- uma exceção dentro do sistema.
to de compra e venda de cotas com a Paper Excellence, “O sistema está conseguindo pagar seus benefícios
empresa com sede na Holanda que fez uma oferta para normalmente”, disse o presidente da Abrapp, Luis Ricardo
adquirir a fabricante de celulose”, informou a Funcef. Martins, a jornalistas na abertura do congresso anual da
No dia 2 de setembro, o grupo J&F, holding que con- Abrapp. “Temos um sistema sólido, que paga sem atrasos
trola a JBS, anunciou que fechou acordo de venda do con- os direitos dos participantes”.
trole da Eldorado para o grupo holandês Paper Excellence Para o presidente da Abrapp, o mais importante nesse
por cerca de R$ 15 bilhões. momento é garantir aos participantes do Postalis todos os
A Funcef, assim como a Petros, fundo de pensão dos benefícios a que eles têm direito.
empregados da Petrobras, tinham o direito de exercer sua Outro fundo de pensão com alto déficit é o dos funcio-
opção de venda na companhia em até 30 dias. nários da Petrobras, o Petros. Em setembro, foi anunciado
Atualmente, a J&F detém 80,98% do capital da Eldo- que os funcionários da Petrobras terão de pagar parcelas
rado. A fatia restante pertence a Petros (8,53%), Funcef extras de R$ 236 a R$ 3,6 mil mensais como parte do plano
(8,53%) e FIP Olimpia (1,96%). para equacionar um rombo de mais de R$ 27 bilhões.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 O acordo prevê que a Petrobras deverá gastar R$ 12,8
bilhões ao longo de 18 anos para equacionar o déficit do
Petros. Apenas no primeiro ano, o desembolso previsto
para a empresa será de R$ 1,4 bilhão. Já a BR Distribuidora
entrará com R$ 900 milhões.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

8
ATUALIDADES

UBER LIMITA PODER DO EX-PRESIDENTE E ABRE No resultado trimestral, a companhia reverteu o pre-
ESPAÇO PARA INVESTIMENTO DE GRUPO JAPONÊS juízo líquido de US$ 191 milhões do quarto trimestre fiscal
AS ALTERAÇÕES NA POLÍTICA DE GESTÃO APRO- do ano passado, em lucro de US$ 20 milhões no mesmo
VADAS PELA DIRETORIA, QUE DEPENDEM DO INVES- período de 2017. Os dados foram divulgados na manhã
TIMENTO DO SOFTBANK, INCLUEM A ELIMINAÇÃO desta quarta-feira (4) em balanço financeiro da empresa.
DO ‘SUPER-VOTO’ DE ALGUMAS AÇÕES, COMO AS O lucro por ação ficou em US$ 5,09 no ano fiscal de
CONTROLADAS POR KALANICK. 2017, superior aos US$ 2,99 obtidos um ano antes.
De acordo com a Monsanto, este desempenho “deverá
O conselho de administração do Uber aprovou em re- crescer no primeiro trimestre do ano fiscal de 2018”. Para
união nesta terça-feira (3) um plano que reduz a influência o quarto trimestre, a empresa registrou lucro por ação de
do ex-presidente executivo da empresa Travis Kalanick e US$ 0,05, em comparação com uma perda por ação de
abre a porta para um investimento colossal do grupo de US$ 0,44 em 2016.
telecomunicações japonês SoftBank. A receita do quarto trimestre subiu 4,8%, para US$
A proposta adotada pela diretoria do Uber também 2,69 bilhões, ante US$ 2,56 bilhões em igual intervalo de
promete acabar com os confrontos entre partidários de um antes, enquanto o consenso dos analistas consultados
Kalanick e investidores que suspeitam que o fundador da pela FactSet apontava para uma queda a US$ 2,50 bilhões.
empresa pretende voltar à direção. A companhia atribuiu os resultados de vendas à ado-
“Hoje, após dar as boas-vindas aos novos diretores Ur- ção de novas tecnologias para a soja na América e os pre-
sula Burns e John Thain, a diretoria aprovou, por unanimi- ços globais do milho.
dade, avançar com o investimento do SoftBank e modificar O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ficou em US$
a política de administração empresarial para fortalecer sua 3,26 bilhões no acumulado de 2017, em comparação com
independência e garantir a igualdade entre todos os acio- US$ 2,41 bilhões registrados no ano fiscal anterior. Na aná-
nistas”, informou o Uber em e-mail. lise trimestral, houve retração de US$ 62 milhões, porém,
“O interesse do SoftBank é um incrível voto de con- inferior à redução de US$ 103 milhões do quarto trimestre
de 2016.
fiança no negócio do Uber e em seu potencial a longo
Considerando a pendente fusão com a Bayer, que de-
prazo, e esperamos concluir este investimento nas próxi-
verá ser concluída apenas no início de 2018, a Monsanto
mas semanas”.
disse que não forneceria guidance para 2018. No entanto,
A previsão é de que o Softbank injete entre US$ 1 bi-
um dos segmentos que continuará sendo chave é a tec-
lhão e US$ 1,25 bilhão na empresa com sede em San Fran-
nologia Intacta RR2 PROTM para a soja da América do Sul.
cisco, cujo valor atual é de US$ 69 bilhões, segundo uma
O acordo com a Bayer envolve o volume financeiro de
fonte ligada ao assunto.
US$ 57 bilhões e deverá criar o maior fornecedor mundial
Como medida de investimento secundário, o grupo ja-
de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas.
ponês lançaria uma oferta pública para comprar entre 14%
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
e 17% das ações em circulação de grandes investidores,
segundo a fonte. PREÇO DA CESTA BÁSICA DE MANAUS REDUZ
As alterações na política de gestão aprovadas pela 0,70% E FICA EM R$ 355,47 EM SETEMBRO
diretoria, que dependem do investimento do SoftBank, COM QUEDA DO VALOR DA CESTA, MANAUS PAS-
incluem a eliminação do “super-voto” de algumas ações, SOU A OCUPAR A 14° COLOCAÇÃO NO RANKING DAS
como as controladas por Kalanick, visando limitar a in- CESTAS BÁSICAS MAIS CARAS DO PAÍS.
fluência dos fundadores do Uber.
Também há a exigência de mais de dois terços dos O custo da cesta básica de Manaus diminuiu em re-
votos da diretoria para a aprovação de um novo diretor lação ao mês anterior ficando em R$ 355,47, de acordo
-executivo. com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com
a queda do valor da cesta, Manaus passou a ocupar a 14°
LUCRO DA MONSANTO CRESCE 70% NO ANO FIS- colocação no ranking das cestas básicas, dentre as 21 ca-
CAL DE 2017, PARA US$ 2,26 BILHÕES pitais onde, atualmente é realizada. Açúcar (-9,60%) foi o
COMPANHIA ATRIBUIU MAIORES VENDAS A À produto que apresentou maior queda no mês seguido da
ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A SOJA NA farinha (-6,74%).
AMÉRICA E AOS PREÇOS GLOBAIS DO MILHO. O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12
produtos, teve variação de -0,70% em relação ao mês de
A norte-americana Monsanto reportou lucro líquido agosto. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios
de US$ 2,26 bilhões no ano fiscal de 2017, encerrado em essenciais custava R$ 357,97. Em setembro de 2016 a cesta
31 de agosto, resultado cerca de 70% maior em compara- básica custou R$ 401,44 e a variação acumulada nos últi-
ção com US$ 1,33 bilhão registrados em 2016. mos doze meses ficou em -11,45%.
Na capital amazonense, sete produtos apresentaram
queda e cinco tiveram alta no mês analisado.

9
ATUALIDADES

Em setembro de 2017, houve predominância de queda INTERNACIONAL


nos preços do açúcar, da farinha, óleo de soja e tomate.
Por outro lado, houve aumento da banana, pão e mantei- WASHINGTON QUER MIL SOLDADOS ADICIONAIS
ga o que influenciou na diminuição do custo da Cesta em DA OTAN NO AFEGANISTÃO
Manaus. MINISTROS DA DEFESA DOS 29 PAÍSES DO GRU-
O açúcar (-9,60%) foi o produto que apresentou maior PO SE REUNIRÃO EM NOVEMBRO EM BRUXELAS PARA
queda no mês seguido da farinha (-6,74%), do óleo de soja DEBATER DE FORMA MAIS PRECISA AS SUAS CONTRI-
(-5,28%), do tomate (-4,00%), do feijão (-3,84%), do leite BUIÇÕES.
(-2,33%) e do arroz (-0,61%). A banana (3,40%) foi o pro-
duto que apresentou maior alta no mês seguido do pão O governo dos Estados Unidos vai pedir a seus aliados
(1,67%), da manteiga (1,09%), da carne (1,08%) e do café da Otan que contribuam com mil soldados adicionais para
(0,48%). ajudar na luta contra os talibãs no Afeganistão, afirmou a
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 nova embaixadora da Washington na Organização do Tra-
tado do Atlântico Norte.
QUANTIDADE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JU- Kay Bailey Hutchison indicou que os mil soldados das
DICIAL CAI 58,6% EM SETEMBRO, DIZ SERASA. forças aliadas se uniriam aos 3.000 militares adicionais
COMPARAÇÃO É COM O MESMO MÊS DE 2016; americano que seguem para o Afeganistão, como parte da
NÚMERO DE FALÊNCIAS TAMBÉM CAIU. nova estratégia do presidente Donald Trump para o país.
A embaixadora disse que o pedido americano à Otan -
O número de empresas que pediram recuperação ju- cuja missão contribui para a formação do exército afegão
dicial caiu 58,6% em setembro ante o mesmo mês do ano - ainda não é definitivo.
passado. Foram 101 requerimentos. Na comparação com “Nosso objetivo é dizer muito rapidamente, em duas
agosto, a queda foi de 41,3%. semanas, o que precisamos exatamente”, afirmou.
Os dados são da Serasa Experian e foram divulgados Os ministros da Defesa dos 29 países da Aliança Atlân-
nesta quarta-feira (4). tica se reunirão em novembro em Bruxelas para debater de
De acordo com os economistas da instituição, a reto- forma mais precisa as suas contribuições.
mada do crescimento econômico e a redução da taxa de Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
juros estão contribuindo para a diminuição dos pedidos
de recuperação judicial em 2017, após os níveis recordes FORÇAS IRAQUIANAS RETOMAM DO ESTADO IS-
atingidos no ano passado. LÂMICO O CONTROLE DO CENTRO DE HAWIJA
As micro e pequenas empresas foram as que mais CIDADE ERA ÚLTIMO REDUTO DO GRUPO EXTRE-
precisaram de intervenção da Justiça nos negócios, com MISTA NO NORTE DO IRAQUE.
59 pedidos em setembro. As médias vieram na sequência,
com 26. As grandes companhias fizeram 16 pedidos. As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira (5)
No acumulado de janeiro a setembro, foram 1.087 que retomaram o controle do centro Hawija, o último re-
solicitações de recuperação judicial, 26,5% menos que no duto do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no norte do
mesmo período de 2016, quando haviam sido registradas Iraque, e afirmaram que prosseguem em seu “avanço” para
1.479 ocorrências. libertar a região.
Nos primeiros nove meses do ano, as micro e peque- As unidades do exército e da polícia, assim como as
nas empresas fizeram 632 pedidos, enquanto as médias forças paramilitares de Hashd Al-Shaabi, “libertaram o
requisitaram 292 e as grandes, 163. centro de Hawija em sua totalidade e continuam seu avan-
Falências ço”, afirma em um comunicado o general Amir Yarallah,
Ainda de acordo com o levantamento da Serasa, os que coordena as operações.
pedidos de falência caíram 4,3% em setembro na compa- A vitória na batalha por Hawija, iniciada em 21 de
ração anual (178 ante 186). Frente a agosto deste ano, po- setembro, acontece ao mesmo tempo em que as forças
rém, foi registrado aumento de 7,9%. iraquianas continuam seus combates em outra frente, no
Novamente as micro e pequenas empresas lideraram deserto próximo da fronteira com a Síria.
a lista, com 99 requerimentos de falência, seguidas pelas Na área ao longo da fronteira síria, os extremistas con-
grandes empresas, com 40, e pelas médias, com 39. trolam duas localidades: Rawa e Al-Qaim, do outro lado
No acumulado do ano até setembro foram contabi- da província de Deir Ezzor, na Síria. Em 19 de setembro, as
lizados 1.329 pedidos de falência, queda de 5,4% ante o forças iraquianas iniciaram uma ofensiva para reconquistar
mesmo período de 2016, quando foram registrados 1.405. ambas.
Nos primeiros nove meses deste ano, as micro e pe- Hawija, a 230 km de Bagdá, é uma cidade sunita de
quenas empresas fizeram 705 pedidos, enquanto as gran- mais de 70.000 habitantes que recebeu o apelido de “Kan-
des solicitaram 337 e as médias, 287. dahar do Iraque” pela presença de combatentes extremis-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 tas e em referência ao reduto dos talibãs no Afeganistão.

10
ATUALIDADES

A cidade é uma das últimas grandes localidades do Como um ex-congressista republicano disse ao jornal
Iraque sob controle do EI, depois que os extremistas foram “The New York Times” em 2013: “Esse foi o único grupo
expulsos nos últimos meses de grande parte dos territó- em que eu disse: ‘Enquanto estiver no cargo, não vou me
rios que dominavam desde 2014. opor à NRA’”.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Será que isso pode mudar?
Os grupos pró-controle de armas, apoiados por ri-
CINCO RAZÕES PELAS QUAIS AS LEIS SOBRE AR- cos benfeitores como o ex-prefeito de Nova York Michael
MAS NÃO MUDAM NOS ESTADOS UNIDOS Bloomberg, se tornaram mais organizados nos últimos
APESAR DE ONDA DE CLAMORES POR MAIOR anos, tentando igualar o poder político da NRA. Mas en-
CONTROLE DE ARMAS TODA VEZ QUE HÁ UM MAS- quanto os defensores das armas continuarem a acumular
SACRE COMETIDO POR UM ATIRADOR, EM ÂMBITO vitórias legislativas e eleitorais, eles serão dominantes.
FEDERAL, PELO MENOS, QUASE NÃO HOUVE AVANÇO 2. Demografia do Congresso
NESSA DIREÇÃO EM DÉCADAS. As tentativas mais recentes de aprovar novas leis fede-
rais que regulassem as armas de fogo fracassaram antes
Se a história soa familiar é porque uma dinâmica pa- mesmo de começar, bloqueadas na Câmara dos Deputa-
recida tem se repetido nos últimos anos toda vez que um dos dos EUA - que está nas mãos dos republicanos desde
novo incidente envolvendo violência armada ganha as 2011.
manchetes nos EUA. Em junho de 2016, um grupo de políticos democratas
Após o massacre em Las Vegas, em que 58 pessoas organizou um ato na Casa para protestar contra a decisão
foram mortas e mais de 500 feridas por um único atirador, da liderança republicana de não colocar em votação dois
ativistas novos e antigos foram a público pedir leis que projetos de lei sobre o tema.
restrinjam a aquisição e o porte de armas. A Câmara tende aos direitos pró-armas pela mesma
Em âmbito federal, pelo menos, os clamores por uma razão que levou o Partido Republicano a dominá-la recen-
nova legislação não levaram a quase nenhuma ação em temente - por causa da forma como os distritos são distri-
décadas, apesar de inúmeras pesquisas mostrando apoio buídos por cada Estado (através de legislações estaduais),
público generalizado a medidas como reforço na checa- o partido tem conseguido mais “assentos seguros” e uma
gem de antecedentes e proibição de armas de alto poder proporção de cadeiras bem maior do que a indicada pelos
letal, como fuzis de assalto. votos absolutos recebidos.
Com um índice tão alto de vítimas fatais desta vez, no Os representantes desses distritos costumam respon-
ataque em Las Vegas, talvez a pressão por mudança seja der diretamente à vontade de seus eleitores fiéis - aque-
maior. Mas aqui estão cinco grandes obstáculos que exis- les que votam em eleições primárias do partido - e que
tem nesse caminho. não querem ser contrariados, principalmente em questões
1. A Associação Nacional do Rifle controversas como o direito de portar armas.
A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em in- A demografia também desempenha um papel no sen-
glês) é um dos grupos de interesse mais influentes da po- timento pró-armas na Casa, já que existem mais distritos
lítica americana - não apenas por causa do dinheiro gasto rurais com níveis mais altos de posse de armamentos que
com lobby, mas também por causa do engajamento de urbanos. Ou seja: alcançar uma maioria pró-controle nas
seus cinco milhões de membros. áreas urbanas é pouco para mudar essa realidade política
A entidade se opõe à maioria das propostas para for- na Câmara.
talecer a regulamentação de armas de fogo e está por trás A não ser que ocorra uma migração em massa de libe-
de esforços em âmbitos federal e estadual para reverter rais urbanos sonhando com uma vida no campo, os dados
várias restrições a propriedade de armas. demográficos continuarão como estão.
Em 2016, a NRA gastou US$ 4 milhões em lobby e No entanto, têm havido esforços para dar uma re-
contribuições diretas a políticos, assim como mais de US$ presentação mais justa na distribuição e apontamento de
50 milhões em campanhas políticas, incluindo cerca de distritos. Barack Obama fez disso um de seus objetivos
US$ 30 milhões para eleger o presidente Donald Trump. pós-presidência, e a Suprema Corte atualmente está ana-
O orçamento anual global da associação gira em tor- lisando um questionamento legal aos distritos legislativos
no de US$ 250 milhões, distribuídos entre programas edu- de Wisconsin, que dão uma nítida vantagem aos republi-
cacionais, centros ligados ao uso de armas, eventos para canos. Mas não será fácil conseguir alguma mudança ex-
associados, patrocínios, assessoria legal e esforços afins. pressiva.
Mas para além dos números, a NRA tem construído 3. Tática de obstrução
reputação em Washington como uma força política capaz Se um projeto de lei de controle de armas conseguis-
de fazer ou derrubar até mesmo os políticos mais fortes. se sair da Câmara dos Deputados, ainda enfrentaria um
A associação classifica os políticos de acordo com seus desafio no Senado, onde também pesa a divisão rural-ur-
votos e aloca seus recursos e os de seus membros - tanto bana. Os Estados dominados pelos eleitores das grandes
financeiros quanto organizacionais - para apoiar seus de- cidades, como Nova York, Massachusetts ou Califórnia,
fensores mais ferozes e derrotar adversários. são superados em número por Estados rurais e do sul com
sentimentos pró-armas.

11
ATUALIDADES

As regras do Senado também permitem que sejam 5. A diferença de entusiasmo


frustrados esforços no sentido de promulgar uma regu- Talvez o segundo maior obstáculo para novas leis de
lamentação de armas de fogo mais rigorosa graças a uma controle de armas em âmbito nacional seja que os opo-
tática de obstrução conhecida como filibuster - que, em nentes tendem a manter e defender fortemente suas cren-
linhas gerais, acaba fazendo com que um projeto que pre- ças, enquanto o apoio à nova regulamentação tende a re-
cisava de maioria simples de 51 votos para ser aprovado troceder e fluir em torno de cada novo caso de violência.
acabe precisando de 60 votos. A estratégia da NRA e dos políticos pró-armas é aguar-
Em 2013, após o tiroteio em uma escola de Newtown, dar a tempestade passar - e reter esforços legislativos até
Connecticut, parecia que medidas para fortalecer as veri- que a atenção se mova para outra direção e protestos de-
ficações de antecedentes de compra de armas contavam sapareçam.
com um significativo apoio bipartidário no Senado. Após Os políticos pró-armas oferecem seus pensamentos
um esforço combinado de lobby da NRA, no entanto, o e orações, observam momentos de silêncio e pedem que
projeto recebeu apenas 56 votos a favor, quatro menos bandeiras sejam hasteadas a meio mastro. Então, durante
que o necessário para quebrar a obstrução. a calmaria, os esforços legislativos são protelados e, em
Nenhuma medida de controle de armas chegou perto última instância, retirados do caminho.
de avançar desde então. Na segunda-feira, a secretária de imprensa da Casa
Será que isso pode mudar? Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse a jornalistas que
Donald Trump tem defendido o fim dessa obstrução, “há tempo e lugar para um debate político, mas agora é
que vê como obstáculo para a promulgação de sua agen- hora de se unir como país”.
da legislativa. A maioria dos senadores está, no entanto, Trump, em comentários ao sair da Casa Branca para
publicamente contra a mudança das regras. viagem a Porto Rico, disse que “falaremos sobre leis de
4. Os tribunais armas com o passar do tempo”.
Com o Congresso mais interessado em reverter as re- Será que isso pode mudar?
gulamentações existentes sobre armas de fogo do que em De acordo com uma pesquisa realizada durante a cam-
panha presidencial de 2016, armas foram uma questão im-
implantar novas regras, os Estados com tendência mais à
portante tanto para democratas quanto para republicanos.
esquerda nos Estados Unidos assumiram um papel maior
Isso pode ter sido um reflexo do tiroteio em massa recorde
na implementação de medidas de controle de armas.
daquele ano em uma discoteca de Orlando - mas também
Após o tiroteio na escola em Newtown, 21 Estados
uma primeira indicação de uma nova tendência.
aprovaram novas leis de armas, incluindo a imposição de
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
proibições de armas de combate em Connecticut, Mary-
land e Nova York.
HOMEM QUE VENDEU ARMAS PARA ATIRADOR
No entanto, algumas dessas leis enfrentaram outra
DOS EUA SOFRE AMEAÇAS E DIZ QUE NÃO QUERIA
barreira - o sistema judicial dos EUA. Nos últimos anos, a ‘MACHUCAR NINGUÉM’
Suprema Corte do país decidiu duas vezes que o direito de STEPHEN PADDOCK, AUTOR DO MAIOR MASSA-
possuir armas pessoais, como pistolas ou revólveres, está CRE DA HISTÓRIA AMERICANA, FEZ APENAS UMA VI-
na Constituição. SITA À LOJA NO INÍCIO DO ANO E COMPROU ‘VÁRIAS
A Segunda Emenda diz que “sendo necessária à segu- ARMAS’; PROPRIETÁRIO REITERA QUE TODAS AS VEN-
rança de um estado livre a existência de uma milícia bem DAS FORAM LEGAIS.
organizada, o direito das pessoas a manter e portar armas
não deve ser violado”. A loja de armas dirigida por David Famiglietti, que tem
Os ativistas por controle de armas argumentam que 30 e poucos anos e gosta de caçar animais de grande por-
o enfoque da cláusula estaria no princípio de criar uma te, fica em uma pequena ilha comercial entre as monta-
milícia “bem regulamentada”. Em 2008, no entanto, a corte nhas e a areia cinzenta do deserto de Nevada, a meia hora
- altamente dividida - considerou que a Segunda Emenda de carro do centro de Las Vegas.
estabelece um amplo direito à titularidade de armas de Desde o último domingo, quando um de seus clientes
fogo que proíbe exigências rigorosas de registro de armas abriu fogo contra uma multidão de 20 mil pessoas e dei-
pessoais. xou 59 mortos e mais de 500 feridos, o movimento da loja,
Desde então, instâncias inferiores tem desafiado proi- até então formado por donos de pequenos sítios, militares
bições de armas de combate impostas por Estados, requi- da reserva e famílias inteiras de entusiastas de armas pesa-
sitos de registro e proibições de porte de arma em público. das, ganhou companhia indigesta: jornalistas, fotógrafos e
Até agora, no entanto, a Suprema Corte declinou de ouvir cinegrafistas de todo o mundo em busca de informações.
novos casos ligados ao assunto. Na última terça-feira, a BBC Brasil estava entre os no-
Será que isso pode mudar? vos visitantes da New Frontier Armory.
O juiz Neil Gorsuch, nomeado por Trump, deixou claro Quando a reportagem se aproximou do balcão, um
que vê os direitos da Segunda Emenda de forma ampla. jovem atendente de barba interrompeu uma explicação
O presidente está preenchendo tribunais inferiores com sobre as pistolas da vitrine e se adiantou, apontando para
juízes pró-direitos a armas. Pelo menos nessa questão, o uma equipe de chineses que carregavam câmaras com
Judiciário parece estar se movendo para a direita. lentes enormes. “Você é um deles?”

12
ATUALIDADES

Antes da resposta, o homem estendeu um papel gas- Por dentro da loja


to com o email de Famiglietti, também vice-presidente da A tensão, entretanto, não parece ter abatido as ven-
Coalizão de Armas de Fogo de Nevada, ligada a Associa- das. Nas duas horas em que a reportagem esteve presente,
ção Nacional do Rifle - principal grupo lobista pró-arma- duas pistolas foram vendidas, além de vários acessórios e
mento dos Estados Unidos e doador de US$ 30 milhões materiais de proteção.
para a campanha de Donald Trump à Presidência. Atrás do balcão, pai e filho perguntavam sobre um fu-
Do lado de fora, um homem magro na casa dos 60 zil belga, vendido por US$ 2.549 (R$ 7,9 mil).
anos, notando a frustração deste repórter, pede um isquei- “Que caro, pai!”, disse o menino. Ambos se interessa-
ro e diz que “o dono (da loja) está aí, sim, vem todos os ram mais por uma Colt semiautomática (US$ 1059, equi-
dias. Mas não quer falar pessoalmente com jornalistas”. valente a R$ 3,3 mil).
‘Não era a intenção’ Pelo menos 200 armas ficam em exposição no estabe-
Famiglietti proibiu pessoalmente todos os funcioná- lecimento, que abre de domingo a domingo.
rios e funcionárias de responder a qualquer pergunta da As prateleiras não têm só armas, silenciadores e mu-
imprensa. nição.
Deu ordem para que informassem a todos que apenas Também são vendidas camisetas como a que diz “Apo-
ele, o presidente da New Frontier Armory, seria a fonte calipse Zumbi - ajudando os vivos a continuarem vivos e
para perguntas sobre o ocorrido. os mortos a continuarem mortos”.
A reportagem esperou duas horas até que um alerta Uma série de DVDs da marca “Táticas Vikings, feita de
no celular mostrasse uma resposta em formato de nota guerreiros para guerreiros” ocupa uma prateleira inteira e
oficial, na qual Famiglietti confirmava que o atirador Ste- ensina desde fundamentos básicos para tiros de carabina
phen Paddock, que se suicidou quando a polícia estava e rifle, até dicas para acompanhar animais de caça sem ser
prestes a arrombar seu quarto, havia comprado “várias ar- percebido.
mas de fogo” ali no início do ano. No caixa, um recipiente plástico com uma espécie de
Ele fez apenas uma visita à New Frontier Armory. crânio guardava chocolates. A reportagem quis provar um
O texto também ressaltava que todos os requisitos e não conteve o susto ao tirar o bombom: “Bang! Você
locais, estaduais e federais haviam sido preenchidos pelo está morto”, “disse” a caveira.
atirador, e apontava que, desde o evento, a loja vinha co- Nas paredes, alvos de tiro em formato humano se
laborando “de todas as maneiras possíveis” com as inves- enfileiram por 99 centavos de dólar. Um deles, chamado
tigações do FBI. “homem mau”, retrata um homem com cara de poucos
As respostas técnicas satisfizeram boa parte da im- amigos apontando uma pistola.
prensa americana, que vem repetindo as aspas de Fami- ‘Armas alteradas’
glietti à exaustão. Após receber a nota oficial, a reportagem retornou o
Mas os jornais acabaram deixando de lado trechos email de Famiglietti de dentro da loja, perguntando se po-
mais pessoais do texto. deria tirar mais algumas dúvidas.
“Não vendemos estas armas com a intenção de que “Responderei com prazer”, respondeu o proprietário
ele pudesse machucar alguém de qualquer maneira, caso em poucos minutos.
se prove que ele usou essas armas específicas neste crime As novas perguntas se referiam a um eventual “estig-
terrível”, diz o proprietário. ma”, destacado por veículos de imprensa americanos, que
Ele prossegue: “Seria como se culpassem o hotel Man- defensores do armamento estariam enfrentando após o
dalay Bay por alugar um quarto (para ele), ou as autorida- maior assassinato em massa da história do país.
des por nos darem permissão para fornecer a arma - isso Após o episódio, políticos do partido Democrata vêm
obviamente não foi feito com intenções maldosas.” pressionando o governo por leis federais mais exigentes
Famiglietti também diz, na nota enviada à reportagem, no controle de vendas de armas e acessórios - algo que o
que ele e seus funcionários vêm sendo alvos de ameaças e presidente Trump voltou a se recusar a comentar em visita
difamação desde o massacre. rápida a Las Vegas na terça-feira.
“Desde que saiu a notícia de que nós somos uma das A BBC Brasil também perguntou qual era o perfil dos
várias lojas onde Paddock comprou armas de fogo nesta clientes da loja e se há planos de mudanças ou reforços
área, eu e meus empregados estamos recebendo mensa- nas verificações feitas sobre quem pretende comprar ar-
gens de ódio com ameaças, telefonemas e SMSs ameaça- mamento.
dores”, diz. As respostas, até a publicação desta reportagem, não
“Mesmo sabendo que isso não é o importante neste haviam chegado.
momento, pedimos que as pessoas deixem sua raiva onde Na única nota enviada, o dono da loja também afir-
ela está em vez de ameaçar e machucar outras pessoas.” mou que as armas vendidas ao atirador “não saíram do
A loja vem recebendo ataques em comentários e ava- estabelecimento com a capacidade de fazer o que vimos e
liações no Google e em portais especializados. “Ótimo lu- ouvimos, sem modificações”.
gar para se abastecer para um assassinato em massa”, diz “Não eram armas completamente automáticas e não
um recente. haviam (sido) modificadas de nenhuma forma (legal ou
ilegal) quando compradas de nós.”

13
ATUALIDADES

Desde que o Congresso americano aprovou a Lei de Na sede da Polícia Metropolitana de Las Vegas, ele fez
Proteção dos Proprietários de Armas de Fogo, em 1986, o uma declaração à imprensa, na qual disse que “os EUA são
acesso de civis a armas novas e totalmente automáticas se verdadeiramente um país em luto”.
tornou extremamente restrito. “Não podemos ser definidor pelo mal que nos ameaça
Milhares de armas consideradas “de direito adquirido” ou pela violência que incita esse terror. Somos definidos
- fabricadas e registradas antes de 1986 - ainda podem por nosso amor, nosso cuidado e nossa coragem”, afirmou.
ser compradas, mas por preços bastante altos e com ne- O chefe de Estado americano classificou o massacre
cessidade de aprovação pelo Escritório de Álcool, Tabaco, como “ato de pura maldade” no primeiro pronunciamento
Armas de Fogo e Explosivos do governo americano, em que fez após um atirador atingir a multidão. Nesse pri-
Washington. meiro discurso, Trump não fez nenhuma referência a um
A polícia americana diz que o atirador usou um aces- aumento no controle na venda de armas. Desde a campa-
sório legal em 12 de seus rifles semiautomáticos para que nha eleitoral de 2016, ele está alinhado com a postura da
eles pudessem disparar centenas de rodadas por minuto. Associação Nacional de Rifles (NRA).
Os dispositivos foram encontrados no quarto de Pad- Nesta quarta, questionado por jornalistas, Trump vol-
dock no hotel Mandalay Bay - junto a um total de 23 armas tou a evitar a discussão sobre controle de armas e disse
de fogo. mais uma vez que este não é o momento apropriado para
Os “bump-stocks”, ou adaptadores deslizantes de discutir a questão.
fogo”, permitem que os rifles semiautomáticos disparem Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
a uma velocidade semelhante à de uma metralhadora - e
podem ser comprados sem as checagens exigidas para a GÁS SARIN É ENCONTRADO NAS ROUPAS DAS
compra de armas automáticas. ACUSADAS PELA MORTE DO IRMÃO DE KIM JONG-UN
De acordo com o site de vendas online da loja, o pro- KIM JONG-NAM MORREU 20 MINUTOS DEPOIS DE
duto não é comercializado pela New Frontier Armory. SER ATINGIDO NO ROSTO PELO AGENTE NEUROTÓXI-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 CO VX, UM TIPO ALTAMENTE LETAL DO GÁS SARIN.

TRUMP VISITA SOBREVIVENTES DE MASSACRE DE Vestígios de um tipo altamente letal do gás sarin, o
LAS VEGAS agente neurotóxico VX, foram encontrados nas roupas das
ATIRADOR MATOU 58 PESSOAS E DEIXOU MAIS DE duas acusadas pelo assassinato na Malásia do meio-irmão
500 FERIDAS DURANTE FESTIVAL DE MÚSICA COUN- do líder norte-coreano, afirmou um químico durante o jul-
TRY NO DOMINGO (2).’EUA SÃO VERDADEIRAMENTE gamento.
UM PAÍS EM LUTO’, DISSE PRESIDENTE, QUE ELOGIOU Esta é a 1ª prova que vincula diretamente as duas mu-
MÉDICOS E POLICIAIS E TEVE ENCONTRO PRIVADO DE lheres ao agente neurotóxico VX, considerado uma arma
90 MINUTOS COM VÍTIMAS. de destruição em massa.
No dia 13 de fevereiro, Kim Jong-Nam, meio-irmão
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, es- do líder norte-coreano Kim Jong-Un, morreu 20 minutos
teve nesta quarta-feira (4) em Las Vegas para se encontrar depois de ser atingido no rosto por este produto quando
com sobreviventes do maior ataque a tiros da história dos estava no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
Estados Unidos. Um atirador matou 58 pessoas e deixou A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong, acu-
mais de 500 feridas durante um festival de música country sadas pelo crime, estão sendo julgadas desde segunda-
no domingo (2). feira na Alta Corte de Shah Alam, subúrbio de Kuala Lum-
Acompanhado da primeira-dama, Melania, o presi- pur, onde fica o aeroporto.
dente visitou um hospital para conversar com vítimas e “Encontramos VX na camisa sem mangas de Siti Ais-
médicos que trabalharam no atendimento às vítimas. O yah”, declarou o químico Raja Subramaniam durante seu
casal passou 90 minutos em um encontro privado com as depoimento nesta quinta-feira como testemunha.
vítimas e suas famílias, sem cobertura da imprensa. A camisa usada por Huong tinha VX em estado puro e
Ainda no hospital presidente cumprimentou médicos uma substância usada para fabricar veneno. Também havia
e responsáveis pelo primeiro atendimento no dia do ata- vestígios de veneno em suas unhas, completou.
que e agradeceu ao trabalho deles. Trump disse que co- As imagens das câmeras de segurança do aeroporto
nheceu “algumas das pessoas mais incríveis” e convidou mostram o momento em que as duas mulheres se aproxi-
alguns dos profissionais a visitá-lo em Washington. “É de maram de Kim antes de jogar o líquido em seu rosto.
deixar qualquer um muito orgulhoso por ser americano As duas foram detidas pouco depois do assassinato e
quando vemos o trabalho que eles fizeram”, comentou. podem ser condenadas à pena de morte.
Trump se reuniu ainda com policiais, membros de Na abertura do julgamento, na segunda-feira, as duas
equipes de emergência e cidadãos civis que ajudaram a se declararam inocentes. Ao longo da investigação, elas
socorrer vítimas no domingo, a quem também elogiou. negaram que desejavam cometer um assassinato e afirma-
“Vocês mostraram ao mundo e o mundo está assistindo, e ram que foram enganadas, que acreditavam estar partici-
vocês mostraram o que é profissionalismo”. pando de um programa de televisão do tipo “pegadinha”.

14
ATUALIDADES

Os advogados de defesa afirmam que os culpados são “Este momento precisa de mediação. Recebemos inú-
norte-coreanos que fugiram da Malásia. meras propostas nas últimas horas e vamos receber mais.
A Coreia do Sul acusa o Norte de ter organizado o as- Todas elas sabem que estou pronto para iniciar um proces-
sassinato, o que Pyongyang nega. Kim Jong-Nam criticava so de mediação”, afirmou. “Vou repetir quantas vezes for
o regime norte-coreano e vivia no exílio. necessário: diálogo e acordo são parte da cultura política
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 do nosso povo. No entanto, o Estado não deu nenhuma
resposta positiva a essas ofertas”, acrescentou.
APÓS PRISÃO NO BRASIL, ITÁLIA NEGOCIA EX- Os dirigentes catalães garantem que venceram o refe-
TRADIÇÃO DE BATTISTI rendo com 90% dos votos – 2,02 milhões de apoios sobre
CESARE BATTISTI FOI PRESO NESTA QUARTA EM um censo de 5,3 milhões de eleitores – e agora querem
CORUMBÁ. ELE FOI CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA declarar a independência de maneira unilateral. O governo
NA ITÁLIA. catalão liderado por Carles Puigdemont parece disposto a
declarar unilateralmente a independência, o que poderia
O governo italiano confirmou, sua vontade de obter acontecer já na próxima segunda-feira (9), durante uma
do Brasil a extradição do ex-militante de extrema-esquer- sessão do Parlamento regional, de acordo com uma fonte
da Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália e do governo.
detido ontem na fronteira brasileira com a Bolívia. “No último domingo conseguimos fazer um referendo
Battisti foi preso nesta quarta em Corumbá, cidade diante de um oceano de dificuldades e de uma repressão
fronteiriça com a Bolívia, levando mais de R$ 10 mil em sem precedentes. Ontem demos um exemplo no respeito
dinheiro sem declarar à Polícia Federal. É suspeito de co- à greve-geral. E nos próximos dias voltaremos a mostrar a
meter crime de evasão de divisas. melhor cara do nosso país quando as instituições da Cata-
“Hoje trabalhamos com o embaixador (italiano no lunha terão que aplicar o resultado do referendo”, disse o
Brasil, Antonio) Bernardini para trazer Battisti para a Itália presidente catalão.
e entregá-lo à Justiça. Continuamos trabalhando com as Centenas de policiais intervieram em centros de vo-
autoridades brasileiras”, declarou o ministro italiano das tação, utilizando cassetetes para dispersar os militantes
Relações Exteriores, Angelino Alfano. concentrados na frente desses espaços para protegê-los e
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Co- conseguir realizar a votação. Mais de 800 pessoas ficaram
munismo, Battisti, hoje com 62 anos, foi condenado à pri- feridas. O governo espanhol considera o referendo ilegal,
são perpétua na Itália por quatro homicídios ocorridos na alegando que a Constituição declara que o país é indivi-
década de 1970 e fugiu para o Brasil em 2004, onde viveu sível.
na clandestinidade. Foi detido no Rio de Janeiro em 2007. Durante seu pronunciamento, Puigdemont criticou o
Dois anos depois, a pedido do país europeu, o Supre- rei Filipe VI, que em seu discuso “ignorou as pessoas que
ma Tribunal Federal autorizou sua extradição, que foi ne- foram vítimas de violência policial”.
gada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da “O rei faz dele o discurso e as políticas do governo de
Silva. Mariano Rajoy, que têm sido catastróficos em relação à
Desde 2007, Battisti ficou detido por quatro anos an- Catalunha, e ignora deliberadamente a milhões de cata-
tes de ser posto em liberdade em junho de 2011. lães que não pensamos como eles”, afirmou o presiden-
O último pedido de extradição por parte da Itália foi te catalão, dizendo que “não podemos compartilhar nem
em 25 de setembro e, segundo a imprensa italiana, o pre- aceitar” a mensagem do rei.
sidente Michel Temer teria-se mostrado favorável, o que Nesta terça, o rei criticou a conduta dos líderes cata-
pode ter motivado a “tentativa de fuga” de Battisti para a lães, dizendo que eles violaram as leis do Estado espanhol
Bolívia. e demonstraram uma “deslealdade inadmissível”.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 A Espanha vive uma de suas piores crises políticas dos
últimos 40 anos, desde que o executivo separatista cata-
PRESIDENTE DA CATALUNHA PEDE MEDIAÇÃO lão decidiu organizar este referendo de autodeterminação
PARA RESOLVER CRISE COM GOVERNO ESPANHOL apesar de sua proibição.
CARLES PUIGDEMONT CONTINUA DEFENDENDO Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
APLICAÇÃO DE REFERENDO INDEPENDENTISTA. GO-
VERNO CATALÃO DEVE DECLARAR INDEPENDÊNCIA
NA PRÓXIMA SEGUNDA, DIZ FONTE.

O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigde-


mont, afirmou nesta quarta-feira (4) que a crise envolven-
do esta região autônoma e o governo espanhol precisa de
uma mediação, sem voltar atrás na sua defesa pela aplica-
ção do resultado do referendo independentista do último
domingo.

15
ATUALIDADES

UNIÃO EUROPEIA PEDE DIÁLOGO NA CATALUNHA, VIOLÊNCIA


MAS DEFENDE MADRI
‘CHEGOU O MOMENTO DE ENCONTRAR UMA SAÍ- JUSTIÇA NEGA LIBERDADE E MANTÉM PRISÃO DE
DA PARA O BECO SEM SAÍDA’, DIZ AUTORIDADE EU- MOTORISTA QUE MATOU 3 NA MARGINAL TIETÊ
ROPEIA. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DA CA- TJ NEGOU NESTA SEMANA HABEAS CORPUS FEITO
TALUNHA PODE SER FEITA NA PRÓXIMA SEGUNDA, PELA DEFESA DE TALITA TAMASHIRO, QUE EM 30 DE
SEGUNDO FONTE. SETEMBRO ATROPELOU E MATOU VÍTIMAS QUANDO
DIRIGIA EMBRIAGADA, AO CELULAR E COM CNH SUS-
A Eurocâmara pediu “diálogo”, nesta quarta-feira (4), PENSA.
diante da crise aberta na Espanha com o referendo de in-
dependência na Catalunha, ao mesmo tempo em que a A Justiça de São Paulo negou nesta semana o pedido
Comissão Europeia justificou o uso da força em alguns mo- de liberdade feito pela defesa da motorista que atropelou e
mentos para garantir “a supremacia do Direito”. matou três pessoas na Marginal Tietê. Talita Sayuri Tamashi-
Os eurodeputados dos principais grupos também pe- ro, de 28 anos, foi presa em flagrante no último dia 30 de
diram às autoridades da Catalunha que evitem uma decla- setembro por homicídio doloso - quando há intenção ou
ração unilateral de independência, cuja adoção, segundo o se assume o risco de matar - e embriaguez ao volante.
porta-voz dos social-democratas Gianni Pittella “colocaria Na madrugada daquele sábado, Talita saiu embriaga-
mais lenha na fogueira”. da da balada Villa Mix, na Vila Olímpia, Zona Sul da capi-
No entanto, o governo catalão liderado por Carles tal, pegou seu Honda Fit verde, mesmo com a carteira de
Puigdemont parece disposto a declarar unilateralmente a habilitação suspensa, e dirigiu o veículo enquanto usava o
independência, o que poderia acontecer já na próxima se- celular.
gunda-feira (9), durante uma sessão do Parlamento regio- Na sequência, ela bateu o veículo em uma BMW pre-
nal, de acordo com uma fonte do governo. ta, estacionada no acostamento da via expressa, altura da
“Chegou o momento de dialogar, de encontrar uma Ponte dos Remédios da marginal, sentido Rodovia Ayrton
saída para o beco sem saída, de trabalhar dentro da ordem Senna. Na colisão, atropelou o fisioterapeuta Raul Fernan-
constitucional da Espanha”, declarou em nome da Comis- do Nantes Antonio, de 48, a auxiliar administrativa Aline
são seu vice-presidente, Frans Timmermans, durante um Jesus Souza, 28, e a gerente de estacionamento Vanessa
debate convocado pela Eurocâmara sobre a situação na Lopes Relva, também de 28. O trio morreu no local.
Catalunha, após a resposta policial de Madri para impedir a O G1 não conseguiu localizar o advogado Eduardo Sia-
celebração do referendo do último domingo (1º). no, que defende Talita, para comentar a decisão liminar do
As imagens da atuação policial no domingo na Catalu- desembargador Newton Neves, da 16ª Câmara de Direito
nha, com apreensão de urnas e agressões contra pessoas Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que na
que desejavam votar no referendo de independência con- última terça-feira (3) negou o habeas corpus em caráter
siderado ilegal, obrigaram a UE a fazer um pronunciamento liminar feito pela defesa da motorista.
além de sua habitual resposta de considerar a situação um Siano havia pedido para o TJ reverter a tipificação cri-
“assunto interno” da Espanha. minal de homicídio doloso para homicídio culposo, no
Timmermans, autoridade europeia sobre o Estado de qual não há intenção de matar, e, desse modo, soltasse sua
Direito e a Carta de Direitos Fundamentais, afirmou que “a cliente para que ela respondesse ao processo em liberdade.
violência não resolve nada na política”, mas destacou que Assumiu risco
“todos os governos têm que respeitar a supremacia do Di- O desembargador não atendeu à solicitação da defesa,
reito e isto exige, às vezes, um uso proporcional da força”. lembrando que, segundo a polícia, Talita “após ter ingerido
‘Consenso’ bebida alcoólica e mesmo assim ter dirigido veículo auto-
“Há um consenso geral de que o governo regional da motor por uma via tão perigosa, ter assumido o risco de
Catalunha optou por ignorar a lei ao organizar o referendo causar um acidente com vítima fatal”. O mérito do pedido
celebrado no domingo passado”, o qual havia sido proibido ainda será julgado futuramente por outros desembargado-
pela Justiça espanhola, completou o vice-presidente da Co- res do TJ.
missão, para quem a União Europeia é uma “comunidade Foi a terceira derrota da defesa de Talita na Justiça. A
baseada no Direito”. primeira havia sido na audiência de custódia do último do-
Timmermans evitou responder, durante o discurso, os mingo (1º), quando a juíza Carolina Nabarro Munhoz Rossi,
pedidos das autoridades catalãs por uma “mediação inter- do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste, converteu a prisão
nacional”, reiterando a demanda da UE “a todos os atores em flagrante da motorista em prisão preventiva para que
pertinentes a avançar para passar do confronto ao diálogo”. ela fique detida até seu eventual julgamento.
“Isto é um assunto interno da Espanha, que deve ser re- Dias depois disso, o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira,
solvido com base no âmbito constitucional espanhol”, rei- da 5ª Vara do Júri, também no Fórum da Barra Funda, ne-
terou o vice-presidente da Comissão, que reproduz, assim, gou o pedido do advogado de Talita para anular a prisão
os principais argumentos do governo espanhol do primei- preventiva determinada pela juíza da audiência de custó-
ro-ministro conservador Mariano Rajoy. dia.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

16
ATUALIDADES

“Os delitos, em tese, imputados à indiciada, além de JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE PROFESSOR SUSPEI-
ostentarem gravidade acentuada, geram inequívoca in- TO DE ABUSAR DE ALUNAS NO MARANHÃO
tranquilidade social, já que, a despeito das inúmeras cam- O PROFESSOR COSTUMAVA ACARICIAR AS ALU-
panhas públicas educativas, infelizmente, tem-se tornado NAS, ALÉM DE PEDIR QUE ELAS LHE FIZESSEM MAS-
fato corriqueiro mortes no trânsito por conta da nefasta SAGENS, SOB PENA DE SEREM SUSPENSAS DA SALA
combinação entre álcool, condução de veículo automotor, DE AULA CASO RECUSASSEM.
excesso de velocidade e impunidade, motivos que, por si
sós, já reclamam diferenciado rigor na imposição das me- Justiça decretou, na última segunda-feira (2), a prisão
didas cautelares, de modo a assegurar o primado da lei e temporária de um professor de Bom Jardim (MA) após de-
a garantia da ordem pública”, havia escrito. núncias de que ele estaria abusando sexualmente de alu-
O teste de bafômetro feito logo depois do acidente nas de uma escola municipal.
apontou que a motorista tinha 0,48 miligrama de álcool A Denúncia, assinada pelo promotor de justiça Fábio
por litro de ar em seu organismo. Segundo o artigo 306 Santos de Oliveira, enquadra as condutas praticadas por
do Código Brasileiro de Trânsito, dirigir sob influência de Jânio de Abreu como estupro de vulnerável, assédio sexual,
álcool acima de 0,34 miligrama dá de seis meses a 3 anos ato obsceno. Além disso, o professor transmitiu vídeos e
de prisão, além da suspensão da habilitação. fotos contendo cenas de sexo com crianças e adolescentes,
Talita já estava com a carteira suspensa desde junho e armazenou em seu celular pornografia envolvendo crian-
deste ano por ter atingido 36 pontos (o limite é 20). Ela ça ou adolescente.
está presa atualmente na Penitenciária Feminina de Tre- No pedido de prisão preventiva, o promotor afirma que
membé, interior do estado. o denunciado representa perigo para a sociedade, poden-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 do continuar com as práticas. “Trata-se verdadeiramente
de um pedófilo, que certamente continuará a estuprar, pra-
SUSPEITO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE ENTEA- ticar ato libidinoso, assediar, constranger outras crianças e
DA É PRESO EM ITUIUTABA adolescentes, ainda que não sejam elas suas alunas em sala
de aula”, ressalta.
SEGUNDO A POLÍCIA CIVIL, INVESTIGAÇÕES APU-
O professor costumava acariciar as alunas, além de pe-
RAM SE ATOS DE VIOLÊNCIA SERIAM COMETIDOS
dir que elas lhe fizessem massagens, sob pena de serem
CONTRA MENINA DESDE QUE ELA TINHA 6 ANOS DE
suspensas da sala de aula caso recusassem. Além disso, ele
IDADE.
fazia gestos obscenos e mostrava vídeos pornográficos aos
alunos no espaço de aprendizagem.
Um homem de 44 anos foi preso nesta quarta-feira
Além da prisão preventiva, o juiz Raphael Leite Guedes
(4) sob suspeita de abusar sexualmente da enteada de 11
também atendeu ao pedido do Ministério Público para que
anos em Ituiutaba. De acordo com a Polícia Civil, um in-
o telefone celular de Jânio Silva de Abreu seja periciado em
quérito sobre o caso foi aberto no dia 29 de setembro, busca de fotografias, vídeos e conversas que comprovem
depois que a criança relatou para um funcionário da escola os crimes praticados pelo professor. O magistrado deter-
onde estuda que sofria violência sexual desde os 6 anos minou que o aparelho seja encaminhado à Polícia Civil, que
de idade. deverá apresentar um laudo pericial no prazo de 20 dias.
Ainda segundo a polícia, o relato da criança foi passa- Penas
do para o Conselho Tutelar, que encaminhou a denúncia O crime de estupro de vulnerável tem pena prevista de
para a Delegacia de Atendimento à Mulher, à Criança e ao reclusão de oito a 15 anos. Para o assédio sexual, o Código
Idoso. No Posto Médico Legal, o exame de corpo de delito Penal prevê pena de detenção de um a dois anos. Por ato
confirmou que a menina teve relações sexuais. obsceno, o professor estaria sujeito a detenção de três me-
A delegada Daniela Diniz Medeiros, que está à frente ses a um ano ou multa.
do caso, disse que testemunhas já começaram a ser ouvi- O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu
das e as investigações apontam que a criança era abusada artigo 241-A, pena de reclusão pelo período de três a seis
pelo padrasto há cerca de cinco anos. Conforme relato da anos, além de multa. Já no art. 241-B, a pena prevista é de
enteada, o homem aproveitava os momentos em que a reclusão de um a quatro anos, mais multa.
mãe da criança saía para trabalhar para cometer o abuso. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
O suspeito do crime foi encaminhado para o presídio.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 SEGURANÇA DE CRECHE EM JANAÚBA ATEIA
FOGO EM CRIANÇAS DEIXANDO MORTOS E FERIDOS
ELE TAMBÉM ATEOU FOGO NELE

Pelo menos três crianças morreram queimadas em


uma creche em Janaúba, no Norte de Minas, na manhã
desta quinta-feira (5). Segundo as primeiras informações
da Polícia Militar, o guarda da creche ateou fogo em algu-
mas crianças e em seu próprio corpo. Ainda não há infor-
mações sobre o seu estado de saúde.

17
ATUALIDADES

O Samu foi acionado e está no local. O número de fe- “Com muita frequência os turistas desconhecem com-
ridos ainda não foi divulgado, mas segundo o Samu, várias pletamente esta crueldade que torna os animais submissos
crianças sofreram queimaduras. e disponíveis”, acrescenta.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Em Manaus, capital do estado do Amazonas, 94% dos
18 passeios turísticos visitados pela World Animal Protec-
MORADORES FIXAM PLACA EM RUA PARA AVISAR tion ofereciam a oportunidade de “segurar e tocar animais
SOBRE ALTO ÍNDICE DE ASSALTOS EM CARUARU selvagens” para tirar fotografias.
RUA ESTÁ LOCALIZADA NO BAIRRO PETRÓPOLIS, Em tais pacotes, o boto-cor-de-rosa era o animal mais
EM CARUARU. PADRE JÁ FOI ASSALTADO NO LOCAL. oferecido pelos agentes para este tipo de contato, seguido
da preguiça-de-três-dedos, crocodilos, anacondas verdes e
Moradores da rua Visconde de Cairú fixaram placas macacos.
para avisar sobre o alto índice de assaltos no local. A rua Roberto Cabral, coordenador das operações de fisca-
está localizada no Bairro Petrópolis, em Caruaru, Agreste lização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
de Pernambuco, e fica próxima a uma faculdade, colégio disse em uma entrevista à AFP que manter animais em cati-
particular, e uma escola pública do município. veiro para estes fins é ilegal no Brasil, mas que infelizmente
Perto da rua ainda há um hotel e um posto de combus- isto “acontece”.
tíveis. A dona de casa Sônia Cavalcante foi uma das mo- Porém, “no contexto geral de tráfico de animais e de
radoras que teve a iniciativa de colocar as placas no local. caça que existe no Brasil, embora (a exploração turística de
“A insegurança está grande. Teve um dia que perto das animais) seja impactante, é algo mínimo”, apontou.
12h levaram o carro de um vizinho. Eu já fui abordada por “A ironia é que o turista que normalmente tira fotos
assaltantes na frente da minha casa. Eles estavam armados com o animal é aquele turista que adora os animais e, na
e eu saí correndo. Na minha casa tem câmeras de segu- realidade, está contribuindo para o seu mal-estar, captura e
rança e eu sempre denuncio esse tipo de crime”, detalhou. matança”, acrescentou Cabral.
Segundo Sônia, até o padre da paróquia do bairro foi Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
vítima de assalto. “Nós queremos alertar para essa falta de
COMO ANIMAIS DA COSTA DO JAPÃO FORAM PA-
segurança. Depois das denúncias, vejo que o carro da polí-
RAR NOS EUA - GRAÇAS A UM TSUNAMI
cia tem passado mais vezes na rua”, contou a dona de casa.
ONDAS GIGANTES ARRASTARAM CENTENAS DE
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
OBJETOS PARA O MAR -- DE PEQUENOS PEDAÇOS DE
PLÁSTICO A BARCOS DE PESCA --, QUE SERVIRAM DE
MEIO AMBIENTE
TRANSPORTE PARA CENTENAS DE ESPÉCIES DE CRIA-
TURAS MARINHAS.
ONG DIZ QUE ANIMAIS DA AMAZÔNIA SOFREM
COM SELFIES DE TURISTAS Cientistas identificaram centenas de espécies marinhas
BOTO-COR-DE-ROSA É PRINCIPAL ANIMAL OFERE- japonesas na costa dos Estados Unidos. Elas cruzaram o
CIDO POR AGÊNCIAS PARA INTERAÇÃO COM OS VISI- Oceano Pacífico após o tsunami causado pelo terremoto de
TANTES. 2011.
Mexilhões, estrelas do mar e centenas de outras famí-
Os animais da Amazônia sofrem com a atividade turísti- lias de criaturas marinhas foram transportadas pelas águas,
ca na região, que em muitos casos submete espécies como muitas vezes pegando carona em resíduos plásticos.
o boto-cor-de-rosa e o bicho-preguiça a longas sessões de Os pesquisadores ficaram surpresos com o fato de que
fotos, alertam ativistas da ONG World Animal Protection. muitos sobreviveram à longa jornada, com novas espécies
A organização, com sede na Inglaterra, publicou esta desembocando nas praias ainda em 2017.
semana um relatório em que afirma que desde 2014 as Em março de 2011, um forte terremoto abalou o nor-
fotos de pessoas com animais no Instagram aumentaram deste do Japão, desencadeando um enorme tsunami que
292% no mundo todo. E em 40% delas, os humanos apare- atingiu quase 39 metros de altura, varrendo a costa do país.
cem “abraçando ou interagindo de forma inadequada com Mais de 15 mil pessoas morreram.
um animal selvagem”. As ondas gigantes arrastaram centenas de objetos para
Com frequência, os animais são capturados e maltrata- o mar - de pequenos pedaços de plástico a barcos de pesca.
dos antes de serem exibidos aos turistas, aponta a World Um ano depois, os cientistas começaram a encontrar
Animal Protection, que se infiltrou em excursões na selva destroços do tsunami, com criaturas vivas agarradas a eles,
amazônica do Brasil e do Peru para registrar estas intera- desembocando no Havaí e na costa oeste dos EUA, do Alas-
ções. ca à Califórnia.
“Atrás das câmeras, estes animais costumam ser es- “Centenas de milhares de criaturas foram transporta-
pancados, separados de suas mães quando bebês e guar- das e chegaram à América do Norte e às ilhas do Havaí - a
dados secretamente em lugares sujos e apertados; ou são maioria dessas espécies nunca esteve no nosso radar como
cevados reiteradamente com alimentos que podem ter um seres transportados pelo oceano em detritos marinhos”,
impacto negativo a longo prazo em seu organismo e com- afirmou à BBC James Carlton, do Williams College e Mystic
portamento”, afirma o grupo. Seaport, principal autor do estudo.

18
ATUALIDADES

“Muitos dos destroços ainda estão por aí e pode ser O animal, que chega a atingir quase meio metro de
que algumas dessas espécies japonesas ainda cheguem. comprimento, vive entre as árvores e se alimenta de casta-
Não ficaria surpreso se um pequeno barco de pesca japo- nhas que abre com seus dentes.
nês perdido em 2011 aparecesse 10 anos após o evento”. As Ilhas Salomão, a 1.800 km da Austrália, já têm ou-
A pesquisa, publicada na revista Science, descobriu tras oito espécies de ratazanas, mas essa é a primeira nova
289 espécies diferentes até o momento. Os mexilhões são descoberta em 80 anos.
os mais comuns, mas há também caranguejos, mariscos, Da mesma família de ratos e camundongos (Muridae),
anêmonas e estrelas do mar. a nova espécie, chamada Uromys vika, já fazia parte do
Os cientistas ainda estavam identificando novas espé- folclore da ilha.
cies quando o estudo chegou ao fim, em 2017, seis anos Escondidos nas árvores
após o tsunami. A cadeia de ilhas onde a nova espécie se encontra é
De acordo com os pesquisadores, muitas outras es- biologicamente isolada.
pécies provavelmente fizeram a jornada e até agora não A maioria dos mamíferos que vivem lá não é encontra-
foram descobertas. Atualmente, nenhuma colônia de in- da em nenhum outro lugar do planeta.
vasores foi estabelecida, mas a equipe acredita que isso “Quando conheci o povo da ilha Vangunu, eles me
pode acontecer. contaram sobre uma ratazana nativa que eles chamavam
“Quando vimos espécies do Japão chegarem ao Ore- de vika, que vivia nas árvores”, diz Tyrone Lavery, biólogo
gon, ficamos chocados. Nunca pensamos que pudessem australiano que fez a descoberta.
viver tanto tempo, em condições tão difíceis”, disse John Pesquisador do Field Museum, em Chicago, e pesqui-
Chapman, da Universidade de Oregon, coautor do estudo. sador associado da Universidade de Queensland, na Aus-
“Não me surpreenderia se houvesse espécies do Japão trália, ele procurava pelo bicho desde 2010. Mas nunca
que estão por aí vivendo ao longo da costa do Oregon. Na havia conseguido encontrá-lo.
verdade, me surpreenderia se não houvesse”. “Comecei a me questionar se era realmente uma es-
O elemento chave que tornou isso possível, de acordo peécie diferente, ou se as pessoas estavam apenas cha-
com os pesquisadores, é a presença na água de plástico, mando os ratos normais de ‘vika’”, conta ele.
fibra de vidro e outros produtos que não se decompõem. Em novembro de 2015, no entanto, um guarda am-
“A madeira levada pelo tsunami durou pouco tempo biental viu um rato enorme rolando de uma árvore de 10
em comparação com a natureza duradoura do plástico”, metros derrubada por lenhadores.
disse Carlton. A queda matou o animal, mas o guarda enviou o cor-
“Por muito tempo, se uma planta ou um animal fosse po para o Museu de Queensland, na Australia, onde Lavery
transportado por uma jangada pelos oceanos, seu barco era um pesquisador associado.
literalmente se dissolveria por baixo deles. O que fizemos “Assim que examinei o espécime, sabia que havia algo
agora é fornecer a essas espécies jangadas bastante dura- de diferente”, diz ele.
douras, mudamos a natureza de seus barcos”. “Só existem oito espécies de ratos nativos das Ilhas
Movendo-se muito mais devagar do que as embar- Salomão, e olhando as características do crânio, consegui
cações, as balsas de plástico ou de fibra de vidro deram excluir boa parte das espécies imediatamente.”
tempo às espécies para se adaptar gradualmente ao seu Depois de um teste de DNA, Lavery confirmou que era
novo ambiente, tornando mais fácil a reprodução e para uma nova espécie, que ele nomeou de Uromys vika.
suas larvas se prenderem aos detritos. O rato recém descoberto tem um longo e escamoso
Os pesquisadores estão preocupados com o fato de rabo, que os pesquisadores acreditam que o ajuda a se
que, com tanto plástico nos oceanos, e com a mudança agarrar quando passa de uma árvore para outra.
climática tornando os ciclones e as tempestades mais in- Os ancestrais do bicho provavelmente viajaram até as
tensas, a ameaça de invasão de espécies marinhas nunca ilhas em pedaços de vegetação flutuante. Uma vez ali, eles
foi tão grande. A pesquisa sobre o tsunami apenas mostra evoluiram para ter dentes grandes e afiados que usam, de
o impacto que esse transporte pode ter. acordo com a população local, para mordiscar castanhas e
“Não há nada comparável em escala do que já vimos cocoquinhos.
antes na história da ciência do mar”, afirmou Carlton. A espécie provavelmente será classificada de imediato
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 como em perigo crítico de extinção devido à ameaça que
sofrem da indústria madeireira. Cerca de 90% das árvores
NOVA ESPÉCIE DE RATAZANA GIGANTE É DESCO- das ilhas já foram derrubadas.
BERTA POR CIENTISTA AUSTRALIANO “A região onde a espécie foi encontrada é um dos úni-
QUATRO VEZES MAIOR QUE ROEDORES COMUNS, cos lugares que ainda têm florestas”, diz Lavery.
A RATAZANA SOBE EM ÁRVORES E CHEGA A MEIO ME- “É necessário documentar essa ratazana urgentemen-
TRO DE COMPRIMENTO. te e encontrar mais apoio para a área de conservação de
Zaira, na ilha de Vangunu, onde a espécie vive.”
Uma nova espécie da roedor, quatro vezes maior que O estudo sobre a nova espécie foi publicado na publi-
o comum, foi descoberta nas Ilhas Salomão, no Oceano cação científica Journal of Mammalogy.
Pacífico. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

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ATUALIDADES

NOVO ICEBERG SE DESPRENDE DE GELEIRA NA Para levar essa mensagem mundo afora, aproveitan-
ANTÁRTICA, DIZ NASA do o momento pré-Conferência do Clima (COP-23), que
PEDAÇO DE GELO ESTÁ LOCALIZADO EM REGIÃO acontecerá em novembro na cidade alemã de Bonn, Ash-
DIFERENTE DE LARSEN C, ONDE ICEBERG GIGANTESCO wa se juntou a um grupo de seis jovens, todos residen-
SE SOLTOU COM ANÚNCIO EM JULHO DESTE ANO. tes em Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento,
como Maldivas. Eles estão a bordo de um navio da ONG
Um novo iceberg se desprendeu da região da geleira internacional Peace Boat e estão sendo chamados de “Em-
de Pine Island, oeste da Antártica. A fotografia acima foi baixadores” do clima e da paz. Vão visitar sete capitais e
divulgada pela agência espacial americana (Nasa) nesta acabaram de deixar Lisboa, de onde me chegaram as notí-
quarta-feira (27). cias do grupo via jornal “O Público”.
A imagem de cor original foi capturada no último dia Os jovens embaixadores visitarão Barcelona, Nova
21 de setembro pelo satélite Landsat 8 da Nasa. Ela mostra York, Edimburgo, Londres, Bordeaux e outras capitais, mas
o início da fenda no centro da plataforma de gelo. não virão ao Brasil. Em cada um desses locais vão contar
De acordo com a agência, essa ruptura produziu o ice- sobre seus esforços para se manter num território que vai
berg B-44, visível em outras imagens capturadas em 23 ser engolido pelo mar até o fim deste século.
de setembro pelo satélite Sentinel-1, da Agência Espacial Nessa mesma linha de pensamento, o premiê de ou-
Europeia (ESA), com descoberta do analista Matthew Wel- tra ilha ameaçada, Fiji, Frank Bainimarama, que também
shans, do Centro Nacional do Gelo nos Estados Unidos é presidente da COP, saudou os participantes da última
(USNIC). Assembleia Geral da ONU. Para ele, não há como escapar
O novo pedaço de gelo flutua na baía de Pine Island, do fato de que as mudanças climáticas constituem uma
no mar de Amundsen, e tem 185 km² -- cerca de duas ve- ameaça tão grande para a segurança global como qual-
zes a área da capital do Espírito Santo, Vitória. Ele é maior quer outra fonte de conflito que a humanidade vive hoje. E
do que o iceberg descoberto em janeiro deste ano na não há “escolha a ser feita entre prosperidade e um clima
mesma região, mas menor do que o descoberto em julho saudável.
de 2015 (225 km²). “Milhões de pessoas já estão em movimento por cau-
Larsen C sa da seca e as mudanças na agricultura ameaçando sua
Um iceberg de um trilhão de toneladas, um dos maio- segurança alimentar. Ao longo da história, sabemos que
res já registrados, se desprendeu em outra região da An- os seres humanos irão lutar pelo acesso à água. E, a me-
tártica, a Larsen C. O anúncio foi feito em julho deste ano nos que abordemos as causas subjacentes das mudanças
por cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Uni- climáticas, já sabemos que alguns lugares se tornarão in-
do. viáveis e outros desaparecerão completamente. Na minha
Os cientistas estudavam o bloco de gelo há muitos região, três de nossos vizinhos estão em risco, e é por isso
anos. Os olhares voltaram à região após notar as rupturas que Fiji ofereceu refúgio às pessoas de Kiribati e Tuvalu se
da plataforma de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em suas casas vierem a se afundar por completo”, disse ele.
2002. Larsen C é a maior plataforma de gelo da Antártica e Fiji já perdeu parte de sua terra agricultável por cau-
o pedaço que se desprendeu tem 5.800 km². sa da salinidade excessiva trazida pelo mar. Bainimarama
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 disse que escolheu ser presidente da COP para poder le-
var adiante esse recado. Pelas regras das Conferências, já
JOVENS PERCORREM CIDADES EM NAVIO PARA que ele é o presidente, a reunião deveria acontecer em Fiji,
ALERTAR SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS mas o país não tem condições para sediar um encontro
tão grande, não ofereceria segurança aos líderes. Foi feito,
Ashwa Faheem é uma repórter fotográfica de 26 anos então, um acordo com a Alemanha, que aceitou receber os
que nasceu nas Ilhas Maldivas, uma das nações-ilha do conferencistas em Bonn.
Pacífico, lugar paradisíaco, ideal para quem pensa numa “Esse é um exemplo para o mundo de como países
viagem turística para descansar e observar a natureza. em extremos opostos da Terra e de meios e tamanho mui-
Para Ashwa, porém, este lado quase celestial de sua terra to diferentes podem trabalhar efetivamente em direção a
é apenas uma faceta, distante de sua rotina. Ela já convive um objetivo comum. Fiji está profundamente consciente
também, desde pequena, com outro lado menos divino, de que os governos sozinhos não podem enfrentar esse
digamos assim, das ilhas em que nasceu e que, de uns desafio. É por isso que estamos colocando essa ênfase na
tempos para cá, vêm sofrendo com o aumento dos ocea- noção de uma Grande Coalizão de governos em todos os
nos, fenômeno causado pelo aquecimento global: níveis, a sociedade civil, o setor privado e os cidadãos co-
“Nem tudo nas Maldivas é bonito. Quando o nível das muns movendo esta agenda para a frente. Estou dialogan-
águas sobe, perdemos muita terra. E quando a terra desa- do com governadores, prefeitos, líderes de todos os tipos
parece, perdemos recursos, a agricultura e a pesca. Muita em nossas sociedades. Pessoas de fé. Pessoas na linha de
gente usa a pesca e o turismo para sobreviver. Afeta tudo. frente da luta climática. Mulheres. E os jovens, que repre-
É um efeito de dominó”. sentam o nosso futuro”, continuou o premiê.

20
ATUALIDADES

Todo o discurso de Frank Bainimarama é um forte ciam a alegação japonesa, assim como vários países, que
apelo porque ele tem certeza de que é preciso aumentar a consideram que Tóquio utiliza de maneira desonesta uma
resiliência de seu país contra as tormentas que virão pela exceção da proibição da caça aos cetáceos, de 1986.
frente, cada vez mais fortes. Para isso, quer juntar socieda- Em 2014, o Tribunal Internacional de Justiça exigiu de
de civil, empresários e governos. Para isso, conta também Tóquio o fim da caça às baleias no Atlântico, por conside-
com a performance dos jovens que estão navegando no rar que os japoneses não cumpriam os critérios científicos
Peace Boat. De fato, não há como ficar imune a depoimen- exigidos. O Japão cancelou a temporada de caça de inver-
tos como o de Selina Leem, que na COP-21, em Paris, foi a no de 2014-2015, mas retomou a pesca no ano seguinte.
mais jovem delegada. No encerramento do encontro, ela Confrontos entre baleeiros japoneses e defensores
emocionou a todos com suas palavras: dos animais
“Tenho 18 anos e desde que nasci fico muito nervosa O Oceano Antártico já foi cenário de confrontos entre
quanto à minha casa. Hoje estou ainda mais. O meu país baleeiros japoneses e defensores dos cetáceos. No mês
é muito afetado pela subida do nível das águas. Quando a passado, a organização ecologista Sea Shepherd anunciou
água sobe, arrasta-se por todo o lado. Toda a ilha é inun- a desistência de tentar impedir a ação dos baleeiros japo-
dada.” neses no Sul, reconhecendo seus próprios limites ante a
Hoje com a equipe do Peace Boat, a jovem deu en- potência marítima nipônica.
trevista à reportagem do jornal “O Público” e listou o que, A Noruega, que se opôs à moratória de 1986 e consi-
para ela, pode ser feito para acabar com seu problema: dera que esta não a afeta, e a Islândia, são os únicos dois
“Educar as pessoas. Falar com os líderes políticos. Tirar países no mundo que praticam abertamente a caça co-
fotografias. Fazer discursos públicos. Há muitas pequenas mercial. O Japão tenta provar que a população de cetá-
coisas que todos podemos fazer”, disse ela. ceos é suficientemente grande para suportar a retomada
Selina vai precisar mesmo desse discurso quando o da caça comercial.
navio Peace Boat chegar a Nova York, o que está previsto O consumo da baleia tem uma longa tradição no Ja-
para o mês que vem. Lá ela vai se encontrar com repre- pão, onde a caça é praticada há muitos séculos. A indústria
sentantes das Nações Unidas, e o pedido não é qualquer baleeira teve seu auge depois da Segunda Guerra Mundial.
coisa: os países-ilha querem uma mudança radical no con- Mas a demanda dos consumidores japoneses caiu consi-
sumo de combustíveis fósseis do mundo todo para que o deravelmente nos últimos anos, o que provoca muitos
aquecimento se mantenha a 1.5 grau acima do que era na questionamentos sobre o sentido das missões científicas.
Revolução Industrial. É este o único jeito, afirmam os cien- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
tistas, de os impactos não aumentarem de intensidade.
Além disso, querem também um financiamento. Vão CIÊNCIA E TECNOLOGIA
precisar de dinheiro para enfrentar os problemas causados
por furacões, como o Irma, que recentemente atingiu par- A SURPREENDENTE RAZÃO PELA QUAL OS INVEN-
te da costa dos Estados Unidos, México e ilhas do Caribe. TORES DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DECIDIRAM
Não vai ser fácil convencer. QUE AS MULHERES DEVERIAM CONTINUAR MENS-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 TRUANDO
VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU POR QUE A PÍLULA DEVE
JAPÃO MATA 177 BALEIAS NA COSTA DO PACÍFICO SER TOMADA POR TRÊS SEMANAS E SEU USO, INTER-
PARA ‘FINS CIENTÍFICOS’ ROMPIDO NA QUARTA? ALGUNS PODEM IMAGINAR
ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DOS ANIMAIS DE- QUE SEUS CRIADORES TENHAM FEITO ISSO POR RA-
NUNCIAM A ALEGAÇÃO JAPONESA. ZÕES MÉDICAS, MAS O MOTIVO NÃO FOI CIENTÍFICO,
MAS CULTURAL.
Os japoneses mataram 177 baleias na costa nordes-
te do arquipélago no Pacífico, em uma missão que teria A pílula anticoncepcional é considerada por muitos
“fins científicos”, segundo anunciou nesta terça-feira (26) a como um símbolo da emancipação feminina ao permitir
agência de pesca japonesa. a elas ter relações sexuais sem medo de engravidar. No
Três navios especializados em caça às baleias iniciaram entanto, a história por trás do seu desenvolvimento não
a missão em junho e capturaram 43 baleias Minke e 143 teve muito a ver com essa ideia.
baleias-sei, de acordo com a agência. Segundo os japo- Por exemplo: você já se perguntou por que o ciclo de
neses, a caça às baleias seria “necessária” para calcular a uso pílula envolve tomá-la por três semanas e interromper
quantidade de potenciais capturas a longo prazo, justi- o uso (ou adotar um placebo) na quarta semana? Alguns
ficou a agência, que tem como objetivo “retomar algum podem imaginar que seus criadores, John Rock e Gregory
dia a pesca comercial”, segundo explicou o funcionário da Pincus, tenham feito isso por razões médicas, mas o moti-
agência Kohei Ito. vo não foi científico, mas cultural.
O Japão é signatário da moratória da caça às baleias Rock era um católico devoto, e para ele era importante
da Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas afirma que obter a aprovação do Vaticano. Por isso, ele queria que o
recorre à medida com fins de pesquisa, no Pacífico e na sistema anticoncepcional fosse o mais parecido possível
Antártica. As organizações de defesa das baleias denun- com outro já aprovado pela Igreja Católica, o método rít-

21
ATUALIDADES

mico, conhecido popularmente como tabelinha, que con- Por sua vez, Ettachfini afirmou em seu artigo que na
siste em não fazer sexo no período de ovulação, quando a verdade existem dois anticoncepcionais orais que podem
mulher está fértil. ser tomados de forma contínua, sem sangramentos men-
Por isso, Rock pensou que, se a pílula emulasse o ciclo sais. O Seasonale foi lançado em 2003 e propõe só quatro
natural, poderia ser vista com bons olhos pelo papa. Mas menstruações por ano: uma a cada estação. E, em 2007,
seu plano fracassou. foi aprovada a primeira pílula sem pausas para menstruar,
A pílula foi aprovada em 1960 e tornou-se muito po- a Lybrel.
pular, mas a Igreja levou quase uma década para se mani- Críticos
festar publicamente e, quando o fez, condenou o método Ainda que chame atenção o fato de que poucas mu-
por considerá-lo “artificial”. lheres saibam que podem optar por não menstruar, tam-
Esquecimento bém não há um consenso de que isso seja uma boa ideia.
A essa altura, a principal preocupação já não era a Igre- Há cientistas que inicialmente advertiram não haver
ja, mas as mulheres. Como se tratava da reprodução (de estudos consistentes sobre o efeito para uma mulher de
evitá-la, para ser mais preciso), alguns homens se preo- não menstruar por longos períodos de tempo. Mas espe-
cupavam em deixar essa responsabilidade na mão delas. cialistas concordam que isso não gera problemas de saú-
O sistema criado por Rock e Pincus exige que as mu- de.
lheres sigam com muita atenção seu ciclo de uso, toman- Há ainda quem alerte sobre os perigos de se tomar a
do a pilula por 21 dias e interrompendo por sete. Caso se pílula, em especial por períodos prolongados.
esqueçam de alguma dose, perde-se o efeito anticoncep- O site Broadly publicou um ano atrás que há cada vez
cional. mais estudos que falam da existência de um vínculo entre
Preocupado com a possibilidade de sua mulher se o uso de anticoncepcionais hormonais e a depressão, ci-
esquecer da pílula diária, um homem chamado David tando um uma pesquisa dinamarquesa que mostrou que
Wagner, que era pai de quatro filhos, criou em 1961 uma adolescentes que tomavam a pílula tinham “um risco 80%
embalagem redonda que permite ver se a mulher está to- maior” de terem de tomar antidepressivos.
mando a pílula corretamente. Várias empresas farmacêuti- Por outro lado, para algumas mulheres, menstruar é
cas copiaram o modelo, que segue popular ainda hoje em uma parte fundamental de sua identidade, ainda que ou-
alguns países. tras se recusem a associar o ciclo reprodutivo com a iden-
A forma de promover essa nova apresentação da pílu- tidade de gênero.
la revela muito sobre aquela época, como ressaltou a jor- A certeza é que, no fim das contas, o importante é que
nalista Leila Ettachfini em um artigo no site Broadly. “Fá- as mulheres saibam que têm mais de uma opção.
cil para que você explique... e para que ela use”, dizia um Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
anúncio de 1964 da empresa Ortho-Novum. Outra publi-
cidade, de 1969, da marca Lyndiol dizia aos médicos para INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATA-
“proteger sua paciente do próprio esquecimento”. MENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES
‘Nenhuma razão médica’ CIENTISTAS TESTARAM ANTICORPOS SELECIONA-
Muitos especialistas acreditam que os inventores da DOS EM LABORATÓRIO EM PRIMATAS COM PROTE-
pílula podiam ter evitado tudo isso -- e não apenas por- ÇÃO DE 100%.
que a sociedade finalmente aceitou, com o tempo, que as
mulheres não precisavam de um homem para lhes explicar Um grupo de pesquisadores da Universidade de Mia-
nada. mi, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Univer-
O médico baiano Elsimar Coutinho, coautor do livro sidade de São Paulo (USP) obteve respostas positivas em
Menstruação, a Sangria Inútil (Gente, 1996), argumenta macacos rhesus para um futuro tratamento preventivo
que “a ovulação incessante não cumpre nenhum propósi- contra zika em gestantes. Os resultados foram publicados
to” e que as mulheres, se assim quiserem, podem tomar a nesta quarta-feira (4), na revista científica “Science Trans-
pílula por períodos mais longos para evitar não apenas a lational Medicine”.
gravidez, mas a própria menstruação, que é muitas vezes O macaco rhesus tem reação parecida ao ser humano
incômoda e dolorosa. ao entrar em contato com o zika: o vírus consegue infectar,
O jornalista e sociólogo Malcom Gladwell apoiou essa se replicar e causar danos aos fetos. Por isso, os cientistas
ideia em 2000 em um ensaio publicado na revista “The escolheram a espécie para os testes em animais.
New Yorker” sobre o ciclo de 28 dias idealizado por Rock e Antes de chegar à fase com os primatas, os cientistas
Pincus dizendo: “Não havia e não há nenhuma razão mé- passaram por algumas etapas. Anticorpos são moléculas
dica para isso”. liberadas pelas células para “proteger” o corpo. As primei-
Coutinho, diz Gladwell, destaca que a menstruação ras referências à existência deles na ciência são datadas do
gera uma série de problemas de saúde que poderiam ser final do século XIX.
evitados ao suprimi-la: dores abdominais, alterações no Se eles são conhecidos há tanto tempo, por que só
estado de ânimo, enxaquecas, endometriose e anemia. agora resolveram usá-los em um tratamento contra o zika?

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ATUALIDADES

O trabalho dos cientistas foi identificar quais são as DE TESTE DE DNA CASEIRO A ORGANISMOS GE-
células de imunização mais eficientes contra o zika, traba- NETICAMENTE MODIFICADOS: OS PROJETOS DOS
lho de engenharia genética eficiente, mas recente e não BIOHACKERS BRASILEIROS
popularizado. Primeiro, eles extraíram, isolaram e purifi- ENTUSIASTAS DA BIOLOGIA “FAÇA VOCÊ MESMO”
caram 91 anticorpos monoclonais do sangue humano, a CRIAM SEUS PRÓPRIOS EQUIPAMENTOS, FAZEM EX-
partir de um paciente que estava infectado pelo vírus -- ou PERIMENTOS FORA DA UNIVERSIDADE E PROCURAM
seja: nesta época, a pessoa estava produzindo uma grande SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS DO COTIDIANO.
quantidade para combater a doença.
Depois, os cientistas precisaram identificar entre esse Parece um papo comum: um grupo de jovens que ain-
vasto número de moléculas produzidas pelo paciente da não se formou na faculdade se reúne ao redor de um
quais eram os mais eficientes contra o zika. Foram feitos porção de esfirras baratas e discute se aquela carne tem
testes em laboratório para ver as opções que melhor neu- origem duvidosa.
tralizavam o vírus. Os anticorpos monoclonais chamados A paranoia sobre a origem da proteína animal é fre-
SMZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 foram os mais eficazes. Che- quente, mas, nessa turma, a conversa não fica só na teoria
gou-se a um coquetel com esse trio. conspiratória: reunidas em um laboratório de garagem, as
Testes em macacos amigas estão testando protocolos para fazer um teste de
Nos Estados Unidos, um grupo de oito macacos rhe- procedência da carne. Isso mesmo: checar se o DNA da-
sus passou por testes para verificar a eficiência de prote- quela amostra é realmente bovino.
ção com esse coquetel. Quatro receberam o trio de anti- Bem-vindo ao mundo do biohacking: um universo
corpos e os outros quatro receberam um placebo. Um dia onde entusiastas fazem uso da biologia de maneira ama-
depois, foram infectados pelo vírus da zika isolado pela dora em resposta a uma curiosidade científica, uma dúvida
equipe do IOC/Fiocruz em 2016, extraído de um paciente pessoal ou um problema coletivo.
do Rio de Janeiro. Faça você mesmo
De acordo com o artigo publicado nesta quarta, a taxa A palavra hacking não é novidade. No Brasil, costuma
de proteção nos animais chegou a 100%. Testes adicionais ser associada à ideia de hackers que invadem computado-
demonstraram que os anticorpos continuaram ativos e em res e roubam dados, os «piratas de computadores».
altas quantidades seis meses após a injeção. Mas o conceito de hacking na verdade é muito mais
Uma dose desta junção de anticorpos pode ser uma amplo – e não está necessariamente ligado à ações ma-
saída mais segura para gestantes durante a gestação. De liciosas. Em seu sentido original, significa fazer modifica-
acordo com a pesquisadora e uma das autoras do artigo, ções em sistemas ou programas para obter um recurso
Myrna Bonaldo, do IOC/Fiocruz, as vacinas são boas so- que antes não estava disponível, encontrar uma melhoria
luções, mas podem apresentar ainda algum risco para as ou corrigir um problema.
grávidas porque são feitas com o vírus atenuado (“enfra- Existe inclusive a chamada “cultura hacker”, uma ideo-
quecido”). logia que prega amplo acesso à tecnologia, livre circula-
“Para as pessoas em geral, a infecção pelo vírus da zika ção de informação, descentralização de conhecimento e
não causa grandes problemas. Uma vacina resolve. Agora, inovação.
durante a gravidez que ocorre o problema é maior. Não O hacking também não precisa estar restrito ao mun-
podemos correr o risco de tentar prevenir a mãe e atingir do da informática: o biohacking une o universo da biologia
o bebê», disse. com a cultura hacker, formando a Biologia DIY, que quer
O próximo passo será a administração do coquetel em dizer “do it yourself”, ou “faça você mesmo”.
primatas gestantes e, na fase seguinte, em seres humanos. “A ideia é democratizar a tecnologia, mostrar que a
Já prevendo uma possível ocorrência de reação adver- ciência não precisa se restringir à área da universidade.
sa do sistema imunológico em caso de infecção por den- É ampliar o número de experiências possíveis com me-
gue, que é da família dos flavivírus, assim como o zika, os nos recursos”, diz o colombiano Andres Ochoa, consultor
especialistas realizaram pequenas modificações na estru- de tecnologia e criador da rede SynTechBio, que reúne
tura genética dos anticorpos monoclonais para tornar sua biohackers da América Latina. A rede tem como membros
administração ainda mais segura. Desta forma, o coquetel pelo menos 14 grupos espalhados pelo continente, três
também poderia ser utilizado por pessoas com histórico deles no Brasil.
de infecção por dengue, incluindo gestantes. O biohacking é essencialmente interdisciplinar, ou seja,
A descoberta também contou com a colaboração de atrai pessoas de áreas como Física, Design, Artes, Compu-
especialistas do Instituto de Pesquisa Scripps, da Univer- tação e Matemática. “Elas juntam seus conhecimentos à
sidade de Emory, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Biologia para desenvolver projetos”, diz Ochoa.
Estados Unidos e do Instituto Ragon. Claro que, assim como hackers de computadores, os
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 interessados precisam ter um bom conhecimento no as-
sunto para poder se aventurar em ações mais inovadoras.
Mas isso não significa ter doutorado em Biotecnologia, diz
a professora Liza Felicori, da Universidade Federal de Mi-
nas Gerais (UFMG).

23
ATUALIDADES

“A Biologia é bastante acessível, é possível fazer o co- os próprios alunos construírem os equipamentos. Dá para
nhecimento se popularizar. Tanto que às vezes a gente faz descobrir a biodiversidade com um microscópio de papel,
experimentos com alunos de ensino médio e eles enten- fazer a automação de luzes com sensores de luminosida-
dem, fazem bem. Conseguem tranquilamente extrair o de, entre outros usos.
DNA de um morango, por exemplo”, afirma ela, que está Outro caminho comum é o desenvolvimento de novos
montando um laboratório aberto para pessoas de fora da materiais, como fez o estudante de Biotecnologia baiano
universidade. Geisel Alves, que ajudou uma ONG a criar um mecanismo
“Muitas vezes, a universidade fica fechada demais em que converte fibra do coco verde em papel reciclável usan-
si mesma. Os jovens não têm os bloqueios de quem lida do métodos caseiros e materiais acessíveis.
com as dificuldades da ciência há anos e acabam trazendo “É um material fibroso genérico que você mistura com
novas soluções.” outros materiais para fazer várias coisas. Além do papel, dá
Chips e DNA pra fazer telha, piso, tijolo”, explica Alves. “Aqui, o alto con-
Há três principais subdivisões na Biologia DIY. Grupos sumo de coco é um problema grande, porque eles acabam
focados em fazer experimentos para encontrar soluções; empilhados nas praias. Atrai ratos, mosquito da dengue.”
pessoas interessadas em desenvolver e baratear equipa- “Novos materiais são um nicho”, diz Andres Ochoa.
mentos e em montar laboratórios coletivos que possibili- “No Brasil já se trabalha com produção de um tecido eco-
tem esses experimentos; e uma terceira vertente, interes- lógico que parece com couro a partir dos micro-oganis-
sada em modificações corporais tecnológicas. mos que fazem kombucha (uma bebida fermentada).”
Nessa última área estão, por exemplo, pessoas que in- Manipular micro-organismos também é muito útil
jetam chips e ímãs sob a pele e fazem experimentações para tornar alguns tipos de fármacos mais acessíveis. An-
colocando substâncias e até mesmo circuitos eletrônicos drés Ochoa participou da fase inicial do projeto Open In-
no próprio corpo. Essa é a vertente do biohacking que sulin, em que um grupo de 16 biohackers se uniu para criar
acaba chamando mais atenção, mas também atrai críticas um protocolo open source (aberto) de insulina - espécie
dentro do movimento. de instrução que serve de base para a produção da subs-
“É um grupo muito pequeno que faz isso. Chamam tância, usada no tratamento de diabetes, de maneira mais
atenção, mas são minoria. Estamos falando de tecnologias barata e acessível. O projeto conseguiu arrecadar U$ 16
que estão evoluindo cada vez mais rápido. Não faz senti- mil ( R$ 50 mil) no Experiment, uma plataforma de finan-
do você colocar em seu corpo um negócio que em pouco ciamento coletivo para pesquisas científicas.
tempo vai ficar obsoleto”, diz Andres Ochoa. No Brasil, não há legislação específica para “labora-
Ele argumenta que a grande tendência são as tecno- tórios de garagem”, no entanto, tudo o que é produzido
logias “usáveis”, como relógios inteligentes e circuitos que fica sujeitos à legislação específica para aquele produto.
podem ser colados sobre a pele e removidos com facili- Remédios, por exemplo, terão de passar por aprovação da
dade. Anvisa antes de serem distribuídos.
“Em geral, quem faz isso na verdade está fazendo uma Por isso, os biohackers acabam criando empresas e
declaração, é mais um ato simbólico do que uma coisa que muitas vezes profissionalizando o que era um hobby. A en-
tenha uma grande função prática”, diz o biohacker Otto genheira química Clarissa Lopes, o estudante de Engenha-
Heringer, de São Paulo, que começou a fazer experimentos ria Aeroespacial Lucas Milagres e o estudante de Bioinfor-
como distração e acabou criando uma pequena empresa mática Carlos Gonçalves criaram uma empresa para tocar
para criar um novo defensivo agrícola através do desliga- seu projeto de usar bactérias na produção de calcitriol, um
mento de um gene de pragas. medicamento usado no tratamento de insuficiência crôni-
Um de seus sócios, Erico Perrella, implantou um chip ca renal.
RFID na mão em 2014 - sua intenção era usar o mecanis- “A indústria farmacêutica usa hoje outro processo, de
mo para dar partida em sua kombi, mas o carro acabou bem mais difícil acesso. Não há nenhum produtor local”,
vendido, e o chip, que ainda está em sua mão, hoje não afirma Gonçalves, que evita divulgar mais detalhes do pro-
tem mais utilidade para ele. jeto por ainda não ter registrado uma patente. Sua expec-
Já dentro do campo das experimentações, as possibi- tativa é chegar a um forma de produção mais barata do
lidades trazidas pela Biologia DIY são inúmeras. A ideia de remédio.
analisar a origem de alimentos, por exemplo, se baseia em Laboratórios
uma técnica chamada DNA Barcoding (Codigo de Barras O Brasil já tem diversos laboratórios “de garagem”
de DNA, em tradução livre). abertos, com impressoras 3D e outros materiais para quem
Todo segundo sábado do mês o centro Genspace, em é adepto do faça-você-mesmo — como o Olabi, no Rio de
Nova York, abre seu laboratório para que as pessoas levem Janeiro, e o Garoa Hackerspace e os FabLabs da Prefeitura
suas próprias amostras de alimentos e façam testes do de São Paulo.
tipo. Há quem invista na divulgação científica e nas possi- Para trabalhar com “Biologia de Garagem”, no entanto,
bilidades educacionais da Biologia DIY. é preciso um pouco mais: áreas separadas, estéreis, com
É o caso do carioca Filipe Oliviera, um dos criadores equipamentos específicos e protocolos de biossegurança.
do Conector Ciência, iniciativa que visa colocar em conta- São os chamados wetlabs, laboratórios “molhados”, por-
to escolas com métodos de ensino de baixo custo e fazer que lidam com componentes vivos.

24
ATUALIDADES

O espaço aberto pela professora Liza Felicori, da Uni- gambiarra. Sair dos muros da universidade ou dos labo-
versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um deles. Ele ratórios das grandes indústrias é quase uma questão de
já recebeu os equipamentos e deve abrir até o fim do ano. sobrevivência pra gente. O biohacking faz muito mais sen-
Há microscópios, estufa, pipetas, uma centrífuga (para tido para nós do que para eles”, afirma.
separar componentes de soluções), uma impressora 3D, Ele também aponta a diferença nos tipos de iniciativas:
uma máquina de PCR (para reproduzir DNA em grandes enquanto no Brasil os projetos tendem a ser voltados para
quantidades) e um nanodrop (que mede a concentração resolver problemas reais, nos Estados Unidos e na Europa,
de moléculas). muitos deles são mais recreativos ou tem um quê de hob-
A estudante Carol Gonzaga também montou um des- by excêntrico.
ses espaços, o Hub, com outros cinco biohackers no Rio de Nos locais onde o movimento é mais desenvolvido, já
Janeiro. O laboratório fica atualmente em um local impro- começaram as surgir as preocupações com possíveis riscos
visado, mas será levado para um galpão de 320 m². – laboratórios amadores não poderiam criar organismos
“Terá um espaço de fabricação digital, uma cozinha nocivos? O FBI, a polícia federal americana, monitora o
experimental, laboratório de biohacking e um laboratório movimento, mas não há regulamentação específica.
de mídia para lidar com eletrônica e comunicação”, explica Os entusiastas dizem que todos os locais seguem pro-
ela, que conseguiu apoio do parque tecnológico da Uni- tocolos de biossegurança e cartilhas de bom funciona-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). mento. O cientista francês Thomas Landrain, que estuda o
Interessado em baratear equipamentos para esses la- movimento, diz em sua pesquisa que os espaços ainda não
boratórios, o brasileiro André Maia Chagas desenvolveu têm sofisticação suficiente para gerar problemas.
projetos nesse sentido e acabou lançando a start-up [em- Mas, apesar da relativa limitação técnica, os biohac-
presa iniciante de tecnologia] Prometheus Science, na Ale- kers seguem entusiasmados. “Tornar a ciência mais aces-
manha. sível tem um enorme potencial transformador”, diz André
Sua empresa é parte da enorme comunidade criando Maia Chagas, do Prometheus Science.
equipamentos baratos e mais acessíveis. “Possibilitando Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
que um experimento que custa 100 euros possa ser feito
por 3, você quebra um das principais barreiras da ciência,
que é a dificuldade de acesso por causa de dinheiro”, diz
NOÇÕES DE CIDADANIA
ele.
Nós e eles
Nos Estados Unidos e na Europa, o movimento Bio-
logia DIY foi surgindo conforme tecnologias biológicas, O que é Cidadania:
como sequenciamento de DNA, foram ficando mais aces- Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, po-
síveis. Já no Brasil e em países como Índia e África do Sul, líticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país.
contam os biohackers, o movimento surgiu da necessida- A cidadania também pode ser definida como a con-
de. dição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um
“Nos Estados Unidos, o acesso é tão fácil, tudo é tão conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade
barato que a galera consegue montar laboratórios na pró- politicamente e socialmente articulada.
pria garagem. Aqui em São Paulo, não tem como fazer Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres
isso. Para começar, a gente nem tem garagem”, diz Otto estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos
Heringer, que faz especialização na Universidade de São contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa.
Paulo (USP). Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos
Há mais de 80 espaços de Biologia DIY pelo mundo, e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em
de acordo com o site DIYBio. A maioria é em cidades do prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das dis-
hemisfério norte como Amsterdã (Holanda), Berlim (Ale- posições constitucionais. Preparar o cidadão para o exer-
manha), Paris (França), Nova York e São Francisco (Estados cício da cidadania é um dos objetivos da educação de um
Unidos). país.
“Não posso reclamar da USP, mas muitas universida- O conceito de cidadania também está relacionado
des federais não têm os laboratórios que os caras na Eu- com o país onde a pessoa exerce os seus direitos e deve-
ropa têm em casa”, afirma o Heringer. Nos Estados Unidos, res. Assim, a cidadania brasileira está relacionada com o
por exemplo, é possível comprar kits prontos de engenha- indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estão
ria genética pela internet. definidos na Constituição do Brasil.
No Brasil, por conta dos preços e das dificuldades, a Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido
maioria dos laboratórios abertos na área de biologia ainda em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em
são, de algum modo, ligados às universidades - ocupando caso de estrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros
espaços ou reaproveitando equipamentos. países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem
“Mesmo a ciência ‘oficial’ que fazemos muitas vezes obedecer todas as etapas requeridas para este processo.
é em uma salinha minúscula, com material improvisado,
com muita dificuldade. A gente está acostumado com a

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ATUALIDADES

Uma pessoa pode ter direito a dupla cidadania, isso Questão


significa de deve obedecer os diretos e deveres dos países
em que foi naturalizada. 01) “‘Monopólio’ brasileiro do nióbio gera cobiça
A Constituição da República Federativa do Brasil, mundial, controvérsia e mitos. Com 98% das reservas, Bra-
promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia sil não tem política específica para o mineral. Exportações
Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas cresceram 110% em 10 anos e somaram US$ 1,8 bi em
(deputados e senadores), consolidou a democracia, após 2012.”
longos anos da ditadura militar no Brasil.
Em relação ao nióbio brasileiro, assinale a alternativa
Deveres do cidadão correta.
- Votar para escolher os governantes; A O depósito localizado no carbonatito do barreiro
- Cumprir as leis; em Araxá (MG) é responsável pela maior produção brasi-
- Educar e proteger seus semelhantes; leira. O nióbio é considerado fundamental para a indústria
- Proteger a natureza; de alta tecnologia, como os tomógrafos de ressonância
- Proteger o patrimônio público e social do País. magnética, para a indústria aeroespacial, entre outras.
Direitos do cidadão B As maiores reservas de nióbio estão localizadas na
- Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previ- Amazônia (75%), onde a empresa Vale detém o monopólio
dência social, lazer, entre outros; de exploração e comercialização.
- O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, C O nióbio é um mineral nobre e raro encontrado em
mas precisa assinar o que disse e escreveu; poucos países e seu preço está muito próximo do valor do
- Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento ouro, o que levou Walter Moreira Salles, banqueiro brasi-
e na sua ação na sociedade; leiro, a investir na extração desse minério.
- O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofí- D O fato de o Brasil possuir cerca de 98% das reser-
cio ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma vas conhecidas garante ao país muitos anos de monopólio
da oferta. Devido ao crescimento da intensidade de uso e
para isso;
das inúmeras possibilidades de aplicações, a relevância e
- Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, pu-
a valorização desse mineral são comparadas ao ouro e ao
blicá-la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus her-
petróleo.
deiros;
E A oferta de nióbio está praticamente toda nas mãos
- Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam
das duas gigantes mineradoras que operam no país, a es-
para seus herdeiros;
tatal Companhia Siderúrgica Nacional e a Anglo American.
- Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma
cidade para outra, ficar ou sair do país, obedecendo a lei
Resposta: A
feita para isso.

Fonte: http://www.significados.com.br/cidadania/

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ATUALIDADES

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ATUALIDADES

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ATUALIDADES

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CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

Conhecimentos Gerais do Estado de Sergipe:.............................................................................................................................................. 01


Formação territorial de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 01
Formação e desmembramento de municípios sergipanos. Localização dos municípios de Sergipe. ................................... 02
Aspectos climáticos de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 02
Principais relevos e ecossistemas de Sergipe. .............................................................................................................................................. 04
Bacias hidrográficas de Sergipe. ........................................................................................................................................................................ 04
A economia de Sergipe no período Colonial e Imperial. ......................................................................................................................... 07
Governadores e Prefeitos do período republicano. ................................................................................................................................... 07
O Patrimônio Histórico do Estado de Sergipe. ............................................................................................................................................ 08
Principais atividades econômicas de Sergipe. ............................................................................................................................................. 08
Aspectos populacionais de Sergipe.................................................................................................................................................................. 09
CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

- ao oeste, a curva do rio Real, no povoado Terra


CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO Vermelha, em poço Verde;.
DE SERGIPE: FORMAÇÃO TERRITORIAL DE O estado de Sergipe possui 75 municípios : uns são
SERGIPE. grandes como Poço Redondo (1.224,4 km), Lagarto ( 939,8
km ) , Porto da Folha ( 892,5 km ),
Outros são pequenos como General Maynard (18 km
), Pedrinhas (33,2 km ), Riachuelo (31 km ) e Amparo do
Formação Territorial e Organização político- São Francisco (39,3 km ) que foram agrupadas em treze
espacial. microrregiões Geográficas. Veja o mapa a seguir.
 
Sergipe menor Estado brasileiro, com área de 22.050,4 *Conheça como formou algumas das principais cidades
km, localizado no Leste da região Nordeste, equivalência de:
0,26% do Território Nacional e 1,43% da Região Nordeste. - Aracaju : O povoado de St° Antônio do Aracaju é
No litoral há praias concorridas como a de Atalaia elevado á categoria de cidade, com o nome de cidade
Velha, em Aracaju, a capital. Primeira cidade planejada do Aracaju, através de Resolução de N° 413 de Março de 1855.
país, Aracaju tem papel importante na resistência contra É capital Do Estado e está localizada à margem direita
os Franceses no período colonial. O acervo arquitetônico do rio Sergipe, com uma área municipal de 176 km.
dessa época é conservado em São Cristóvão- a primeira - Itabaiana : Localizada no centro do Estado. Elevada
capital do Estado, tombada como monumento nacional- e à categoria de cidade em 28 de Agosto de 1888 pela
laranjeiras, um dos maiores centros produtores de açucar Resolução N° 1.331.
do período colonial. Seu nome é de Origem Tupi- Guarani e significa “Pedra
grande “.
Como ocorre nos demais Estados Nordestinos, o litoral É considerada o principal centro comercial do estado.
de Sergipe também é frequentado por corsários franceses - Lagarto: Elevada á categoria de cidade em 20 de
interessados no escombro de pau- brasil com os índios. agosto de 1880, pela Lei Provincial N°1.140.
A madeira é o principal produto econômico da região até Localizada no centro- sul do Estado. a origem do seu
o inicio do século XVII. Entre o final do século XVI e as nome supõe-se ser devido à existência de muitas pedras
próximas ao povoado com relevo em forma de lagarto .
primeiras décadas do XVII, a atuação dos missionários e de
- Estância : Elevada à categoria de cidade pela Lei
algumas expedições militares afasta os franceses e vence a
Provincial de 04 de Maio de 1848. Localizada ao sul do
resistência indígena. Surgem os primeiros povoados, como
estado, à distância de 98 km da capital.
o arraial de São Cristóvão, e engenhos de açúcar.
È considerada o principal centro industrial depois da
capital.
A existência de áreas inadequadas à plantação de
Estância “Cidade Jardim “, assim denominada em 1860,
açúcar no litoral, no entanto, favorece o surgimento das
por D. Pedro II.
primeiras criações de gado.
Passa a ser capitania independente com o nome - Propriá : Elevada à categoria de Cidade em 21 de
de Sergipe d’EL Rey. Durante as invasões holandesas, a fevereiro de 1866. Localizada á margem direita do São
região sofre com a devastação econômica e volta a ficar Francisco. Seu sistema de trocas é crescente, estimulado
subordinada à capitania da Bahia. pelo rio e pela sua localização no eixo viário da BR- 101,elo
de ligação entre Sergipe e o restante do País.
Em 1823, depois da independência, Sergipe recupera - primeiro núcleo populacional surgiu próximo à
sua autonomia. Mas o progresso da província é pequeno localidade conhecida com o nome de Urubu de Baixo e
durante o império, com exceção de um breve surto mais tarde recebeu a denominação de Santo Antônio do
algodoeiro na Segunda metade do século XIX. O quadro Urubu de Baixo, sendo escolhida como sede da freguesia
permanece assim durante o primeiro período republicano, em1718. Em setembro de 1801, foi elevada á categoria
com setores das camadas médias urbanas sendo as únicas de vila. É sede da diretoria regional da CODEVASF (
forças a enfrentar a oligarquia local, como nas revoltas companhia de Desenvolvimento do vale do São Francisco
tenentistas em 1924. ), que implantou vários projetos de irrigação nas várzeas (
Betume, Propriá e Contiguiba ) onde atua um sistema de
No tocante à sua posição absoluta, Sergipe situa-se parcelas, trabalhando pelos parceleiros .
entre as latitudes sul de 9°31´11°34´ e as longitudes oeste
de 36°25´e 38°14´,cujos pontos extremos são: A cidade de Propriá é porto fluvial e também servida
*ao norte, a barra do rio Xingó ,em Canindé de São pela Ferrovia Federal Leste Brasileiro. Sua feira é bastante
Francisco; procurada por moradores das margens do rio, tanto do
- ao sul, a curva do rio Real, no povoado Barbeiro em lado sergipano como do alagoano.
Cristinápolis; 
- ao leste, a barra do rio São Francisco, na ilha de Fonte: http://www.josevalter.com.br/estudante/
Arambipe , em Brejo Grande; geografia.htm

1
CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

Frisa-se, no entanto, que mesmo conquistando sua


FORMAÇÃO E DESMEMBRAMENTO DE emancipação política, foi após a edificação da Matriz
MUNICÍPIOS SERGIPANOS. LOCALIZAÇÃO que Socorro conseguiu sua autonomia religiosa, ficando
DOS MUNICÍPIOS DE SERGIPE reconhecida como freguesia pelo estatuto religioso e como
vila pelo estatuto político-administrativo.

A igreja Matriz de Nossa Senhora do Socorro não


A histografia sergipana nos mostra que o território de dispõe de documentação sobre a sua construção. Na
Sergipe era habitado por diversas tribos indígenas. Mott soleira da sacristia, à direita, há uma inscrição com a data
(1986) registra a presença de brancos, pardos, negros e de 1714. E, segundo Germain Bazin, a igreja é um exemplar
índios na etnia sergipana, no século XVIII. Ressalta-se que tardio do estilo barroco.
cada um desses grupos tem suas peculiaridades culturais e
contribuíram para a formação histórica da população dos Fonte: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/
diversos municípios sergipanos. Segundo indicações de historico.php?codmun=280480
Góis (1991), o espaço geográfico em que hoje se situam
alguns municípios que faziam parte da micro-região da
Cotinguiba (atual Litoral Sul), no século XVI, era habitado
por índios da tribo tupinambá.
Provavelmente a ocupação de Nossa Senhora do ASPECTOS CLIMÁTICOS DE SERGIPE.
Socorro tenha ocorrido por volta do mesmo século, período
em que se iniciou a colonização das terras da capitania
de Sergipe Del Rey e fase em que a Coroa Portuguesa
determinou o avanço da colonização sobre a capitania de O clima de Sergipe é o Tropical Atlântico, dado pela
Sergipe, em 1575 (OLIVA: 1991). localização do estado, situado entre os trópicos e muito
Por outro lado, registra-se que, no ano de 1829, época em próximo ao mar. Ao todo, quatro sistemas meteorológi-
que Nossa Senhora do Socorro já era freguesia, ainda havia cos atuam sobre o território sergipano: Alísios de Sudeste,
aldeias indígenas nessas mesmas localidades (MOTT. 1986). Frente Polar Atlântica (FPA), Sistema Equatorial Continental
O espaço geográfico que hoje compreende a cidade (SEC) e Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Junto a
de Nossa Senhora do Socorro, desde os primórdios de eles, fatores como a proximidade com o mar, a pouca in-
sua povoação, passou por mudanças de caráter religioso fluência morfológica e a continentalidade influenciam nas
e jurídico similares às diversas cidades brasileiras. Neste condições meteorológicas do estado.
sentido, a elevação do referido município às categorias de
freguesia, vila e cidade, obedeceram a interesses jurídicos Em virtude do tamanho de seu território, o clima de
e de ordem religiosa. Sergipe é, basicamente, decorrente das interações com
No século XVIII, a cidade formava um núcleo o  oceano Atlântico  e suas correntes. Por sua topografia
demográfico de aproximadamente três mil habitantes, simples, as alterações que ocorrem no estado se dão, es-
tendo por atividade econômica a plantação de mandioca sencialmente, pela umidade que advém do mar. Desta for-
e cana-de-açúcar. Esse núcleo foi elevado à categoria de ma, as temperaturas pouco oscilam e, à medida em que
freguesia em 1718, por decisão do Arcebispo da Bahia Dom há um maior distanciamento da faixa litorânea, as chuvas
Sebastião Monteiro da Vide, passando a ser denominada tornam-se mais escassas.
Nossa Senhora do Socorro da Cotinguiba, e pertencendo,
nesse período, à vila de Santo Amaro das Brotas. O período chuvoso de Sergipe ocorre entre os meses
A probabilidade de um crescimento demográfico da de abril e agosto, especialmente no mês de maio. Ainda
freguesia e a falta de uma capela impossibilitava o pároco assim, o deslocamento da ZCIT para norte pode provocar
de realizar um atendimento regular e eficiente aos fieis,
um momento de seca mesmo em um período chuvoso. En-
impedindo-o de exercer suas atividades eclesiásticas na
quanto no Leste Sergipano, o índice pluviométrico supera
freguesia de origem e obrigando-o a se deslocar para
a marca dos 1600 mm, no Sertão, a precipitação anual é
outras localidades.
Com a criação da vila de Laranjeiras, em 1832, o inferior a 800mm, podendo chegar a índices menores que
território da freguesia de Nossa Senhora do Socorro da 500mm.
Cotinguiba, passou a fazer parte da nova vila. Este fato levou Assim, Sergipe pode ser dividido em três zonas climá-
os socorrenses a protestarem e a lutar por sua autonomia ticas: Litoral (úmido), Agreste (sub-úmido) e Semiárido. A
político-administrativa. Consequentemente esta autonomia primeira é marcada pela presença de chuvas, mas suscetí-
daria à freguesia sua elevação à categoria de vila. vel a períodos secos. A segunda atua como uma zona de
A condição de vila foi alcançada em 1835, período transição semiárida. Já a última caracteriza-se pela abun-
marcado pela sua emancipação política e pelo consequente dante falta de recursos hídricos.
desligamento da vila de Laranjeiras.
No Início do século XVIII, a freguesia de Nossa Senhora
do Socorro da Cotinguiba tinha como monumento religioso
uma capela cujo nome era o mesmo da vila. Porém só em
1864, a capela tornou-se Matriz.

2
CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

O Litoral é a área com a maior distribuição pluviométrica do estado, não obstante sofra efeitos da estiagem, princi-
palmente entre os meses de dezembro e fevereiro. Nesta porção do território, os maiores índices de chuva são registra-
dos entre o outono e o inverno, período em que a precipitação média anual ultrapassa os 1600 mm.
No Agreste, o período de seca é um pouco maior do que o registrado no Litoral – a estiagem perdura, no máximo,
cinco meses. No restante do tempo, os índices pluviométricos da região atingem de 700 a 1400 mm, caracterizando a
área como sub-úmida.

Já no Semiárido, os índices de precipitação podem variar de 0 a 700 mm com períodos de seca que duram de seis
a oito meses. Em algumas regiões do Semiárido, a estiagem é tão grande que chega a durar de dois a três anos. Isso
porque tal porção do território possui uma topografia simples, uma baixa absorção de energia solar pela superfície, além
de estar mais distante do oceano.
A média das temperaturas no estado oscila entre 24ºC e 26ºC, sofrendo variações em virtude do período de chuvas
e da altitude um pouco mais elevada em algumas partes do território. Entre as temperaturas máximas, os termômetros
marcam, em média, 28ºC na região sul do estado. Já no noroeste, as máximas ficam próximas dos 32ºC. Ainda assim, a
amplitude média anual não ultrapassa 5ºC, mesmo diante destas condições.

Quanto ao regime de ventos do estado, em geral, seu sopro se dá em direção ao continente, no quadrante nordeste-
sudeste, atingindo velocidades médias de até 15 km/h e levando grandes quantidades de vapor d’água ao continente.
No litoral, além dos alísios, as brisas também garantem a umidade na porção leste do território. Já no interior, os ventos
sopram devido à força do gradiente de pressão, garantindo o alívio do calor em alguns momentos.

Fonte: http://www.infoescola.com/geografia/clima-de-sergipe/

3
CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

PRINCIPAIS RELEVOS E ECOSSISTEMAS


DE SERGIPE. BACIAS HIDROGRÁFICAS DE
SERGIPE.

Relevo
Sergipe tem relevo baixo e regular: cerca de 86% do território está abaixo de 300m de altitude. Três unidades compõem
o quadro morfológico: os tabuleiros sedimentares, o pediplano e a planície aluvial do São Francisco. Os tabuleiros
sedimentares são um conjunto de baixas elevações, com forma de mesa, separadas por vales de fundo chato, onde se
desenvolvem amplas várzeas.

Ao contrário dos demais estados nordestinos situados ao norte, a faixa dos tabuleiros, em Sergipe, estende-se até o
centro do estado. O pediplano domina toda a porção ocidental do estado, com uma topografia regular ou ligeiramente
ondulada, em meio à qual despontam picos isolados (inselbergs). A planície aluvial do São Francisco estende-se ao longo
da divisa com Alagoas e termina, no litoral, em grande formação deltaica.

Vegetação

A cobertura vegetal, hoje grandemente modificada pela ação do homem, compreende a floresta tropical, o agreste e
a caatinga. A floresta tropical revestia a fachada oriental, à qual emprestou o nome de zona da mata. O agreste, vegetação
florestal de transição para um clima mais seco, recobre o centro do estado. A caatinga desenvolve-se na porção ocidental.

Hidrografia

Os rios do território sergipano pertencem a duas bacias hidrográficas: a do São Francisco e a do Nordeste. Só a primeira
apresenta bom potencial hidráulico. A segunda é formada por rios de baixada, dos quais os quatro principais são o rio Real,
o Piauí, o Vaza-Barris, que banha a capital, e o Sergipe. Todos desembocam no oceano Atlântico em amplos estuários e
permitem a navegação a embarcações de pequeno calado.

4
CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

No Estado de Sergipe existem 08 (oito) Bacias apenas 152 km estão no Estado de Sergipe. A área total da
Hidrográficas: bacias do Rio São Francisco, Rio Vaza Barris, bacia hidrográfica é de 17.000 km2, sua maior parte esta no
Rio Real, Rio Japaratuba, Rio Sergipe, Rio Piauí, Grupo Estado da Bahia, apenas 15%, ou seja, 2.559 km2 localiza-se
de Bacias Costeiras 1 (GC1) e Grupo de Bacias Costeiras no Estado de Sergipe, cobrindo 11,6% da área do Estado.
2 (GC2).Os rios São Francisco, Vaza Barris e Real são rios Apesar de sua significativa área hidrográfica, a descarga na
federais por que atravessam mais de um Estado. Enquanto Bahia é intermitente e é apenas no Estado de Sergipe que
os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios estaduais, pois o Vasa Barris se torna um rio perene.
suas bacias estão dentro do Estado de Sergipe. Os tributários principais em Sergipe são os rios Salgado
e Traíras, ambos desaguando no rio Vaza Barris em sua
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba margem esquerda.
Quanto ao abastecimento urbano e grande rural,
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba possui uma 97.3 mil m3/dia de água são desenvolvidos dentro da
área geográfica de 1.642,94  km2, equivalentes a 7,5% bacia, principalmente pelo Projeto da Barragem do Vaza
do território estadual e abrange 18 municípios, onde Barris. Desta fonte hídrica, 20.0 mil m3/dia (21%) de água
estão totalmente inseridos terras de três municípios: é fornecida à própria bacia e 77.3 m3/dia (79%) a outras
Carmópolis, Cumbe e General Maynard e parcialmente bacias. A água consumida na bacia é 42% proveniente da
quinze municípios: Aquidabã, Barra dos Coqueiros, Capela, própria bacia e 58% de outras bacias.
Divina Pastora, Feira Nova, Graccho Cardoso, Japaratuba, Municípios do Estado de Sergipe inseridos na bacia
Maruim, Malhada dos Bois, Muribeca, Nossa Senhora hidrográfica: Carira, Frei Paulo, Pedra Mole, Pinhão, Areia
das Dores, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, São
das Brotas e Siriri,localizados na sua maioria na região Domingos, Simão Dias, Lagarto, . Aracajú, São Cristovão,
Vale do Cotinguiba, com uma população urbana com Itaporanga D’ajuda.
122.879 habitantes e na área rural com 79.052 habitantes.
Tem sua nascente na Serra da Boa Vista na divisa entre os Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua
no Oceano Atlântico, no município de Pirambu. Tem como A Bacia Hidrográfica do Rio Piauí possui uma área
principais afluentes: o rio Japaratuba Mirim, Lagartixo, Siriri, geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território
Cancelo e Riacho do Prata. estadual e abrange 15 municípios, onde estão totalmente
inseridos terras de seis municípios: Salgado, Santa Luzia do
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe Itanhy, Estância, Boquim, Pedrinhas e Arauá e parcialmente
nove municípios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga
A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe abrange vinte e D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Riachão do Dantas, Simão
seis (26) municípios, sendo oito (08) totalmente inseridos: Dias, Tobias Barreto e Umbaúba, localizados em sua maioria
Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora na região sul do estado e com uma população de 432.000
Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa habitantes aproximadamente.
Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e dezoito (18) A sua bacia hidrográfica está localizada na parte sul
parcialmente inseridos: Aracaju, Areia Branca, Barra dos do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas
Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, coordenadas geográficas 10°45’ e 11°30’ de latitude sul
Graccho Cardoso, Itabaiana Itaporanga D’Ajuda, Maruim, e 37°15’ e 38°00’ de longitude oeste. Limita-se ao norte
Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, com a bacia do rio Vaza Barris; a oeste com o estado da
Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, Bahia e com a bacia do rio Real; ao sul com a bacia do rio
São Cristóvão, Siriri localizados em regiões diferenciadas – Real; e, a leste, com o Oceano Atlântico, onde tem a sua
semi-árido agreste e zona costeira. desembocadura em terras do município de Estância, no
A população residente no território da bacia hidrográfica complexo hídrico denominado Barra da Estância.
compreende 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do O rio Piauí constitui-se como um dos mais importantes
total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe.
reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo
na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por
urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela
décadas, responsável pelo grande passivo ambiental margem direita, os rios Arauá e Pagão, e, pela margem
da região e uma significativa transposição de águas esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo.
provenientes do Rio São Francisco. Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica
como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano
Bacia Hidrográfica do Rio Vaza Barris e animal, pescam, turismo e lazer estão associados às
atividades econômicas, ligados aos setores privado e
O rio Vaza Barris nasce no município de Uauá, no público, bem como, os principais sistemas hídricos, naturais
estado da Bahia, numa elevação de aproximadamente e construídos, que possibilitam o desenvolvimento da
500m. Seu comprimento total é de 3.300Km, dos quais região.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

Os problemas ambientais que têm relação direta com os recursos hídricos presentes na bacia hidrográfica do rio Piauí
são inerentes a quase todos os municípios brasileiro como: lixeira, esgoto a céu aberto, assoreamento de rios e riachos,
pesca predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos, extração inadequada de minerais, desmatamento. Esse registro
identifica o tipo de relação que a sociedade estabelece com o meio ambiente. Excetuando-se os problemas relacionados
com os resíduos industriais presentes nos municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Salgado e Simão Dias, os
demais estão presentes em todos os municípios.

Bacia Hidrográfica do Rio Real

O rio Real nasce no Estado da Bahia mas percorre até sua foz oito municípios do Estado de Sergipe: Poço Verde, Tobias
Barreto, Riachão do Dantas, Cristinapólis. Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaúba, Indiaroba, tendo uma área de 2.568
km2 que corresponde 11,6% do Estado, sua vazão média é de 20,46 m3/seg.
O abastecimento urbano e grande rural tem 8.8 mil m3/dia de água desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo
projeto de elevação do dique da Barragem do Jabeberí. Desta fonte hídrica, 8.5 mil m3/dia (96%) de água são fornecidos à
própria bacia e 0.4 mil m3/dia (4%) a outras bacias. A água consumida dentro da bacia é 42% proveniente da própria bacia
e 58% de outras bacias hidrográficas.

Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco

A Bacia Hidrográfica do rio São Francisco abrange 639.219 km2 de área de drenagem (7,5% do país) e vazão média de
2.850 m3/s (2% do total do país). O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas
Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano
Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe. A Bacia possui sete unidades da federação – Bahia (48,2%), Minas Gerais
(36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%), e Distrito Federal (0,2%) – e 504 municípios
(cerca de 9% do total de municípios do país).

Devido à sua extensão e diferentes ambientes percorridos, a Bacia está dividida em 4 regiões: Alto São Francisco –
das nascentes até a cidade de Pirapora (111.804km2 – 17,5% da região); Médio São Francisco – de Pirapora até Remanso
(339.763km2 – 53% da região); Sub-Médio São Francisco – de Remanso até Paulo Afonso (155.637km2 – 24,4% da região); e
o Baixo São Francisco – de Paulo Afonso até sua foz (32.013km2 – 5,1% da região). Cerca de 16,14 milhões de pessoas (9,5%
da população do país) habitam a bacia hidrográfica do São Francisco, com maior concentração no Alto (56%) e Médio São
Francisco (24%). A população urbana representa 77% da população total e a densidade populacional é de 22 hab/km2. Nas
demais regiões, observa-se percentual de população da ordem de 10% no Sub-Médio e no Baixo São Francisco. Os dados
referentes à população urbana e rural, e taxa de urbanização estão apresentados na tabela abaixo:

População (hab)
Sub- Urbanização
bacia (%)
Urbana Rural Total

Alto 6.461.510 269.230 6.730.740 96

Médio 2.814.511 2.302.782 5.117.293 55

Sub-
1.375.230 1.080.538 2.455.768 56
médio

Baixo 901.713 938.518 1.840.231 49

Total 11.552.964 4.591.068 16.144.032 77

Fonte: http://www.redeacqua.com.br/2011/03/bacias-hidrograficas-do-estado-de-sergipe/

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CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

Sergipe também foi palco de diversos movimentos


A ECONOMIA DE SERGIPE NO PERÍODO republicanos e abolicionistas. Estas insurgências tomaram
COLONIAL E IMPERIAL. força na cidade de Laranjeiras, onde foi enforcado um dos
líderes quilombolas João Mulungu no século XIX.
A capital Aracaju se tornou um importante centro do
movimento republicano, principalmente com a dissemina-
Antes dos portugueses descobrirem a riqueza do lo- ção das ideias liberais do jornal O Laranjense.
cal, piratas franceses contrabandeavam a baixo custo os
recursos naturais da região, como pau-brasil. Em 1575, os Fonte: http://www.infoescola.com/historia/historia-de-
primeiros passos da colonização lusitana foram dados com sergipe/
o envio dos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio, que
fundaram as igrejas de São Tomé, São Inácio e de São Pau-
lo, na tentativa de catequizar os índios.
Devido à resistência indígena de sucumbir aos ensina-
GOVERNADORES E PREFEITOS DO PERÍODO
mentos católicos, a realeza enviou soldados que começa-
ram a violentá-los cruelmente, chegando a raptar mulheres
REPUBLICANO.
e crianças e saquear as aldeias.
As tribos conseguiram expulsar os invasores, mas de-
pois foram massacradas pelos portugueses, que queriam PERÍODO REPUBLICANO
escravizá-los a qualquer custo. Em 1590, o capitão Cristó-
vão de Barros conquistou a região após um longo período 1. A OLIGARQUIA OLIMPISTA (1900-10):
de guerras e fundou o Arraial de São Cristóvão, a qual no-
meou de Sergipe Del Rey. No inicio do século XX, a política sergipana registra dois
partidos majoritários: Partido Republicano de Sergipe: cabaús.
No século XVII, a província se desenvolveu com a cria- Partido Republicano Sergipense: pebas.
ção de gado e a produção de cana-de-açúcar, contratando • Olimpio Campos: tendo conseguido impor-se sobre os
mão-de-obra escrava da África. Sergipe ainda passava por velhos políticos como líder dos cabaús, o Monsenhor Olímpio
um impasse territorial com a resistência indígena às im- Campos foi presidente do Estado, indicou os seus sucessores
posições da Coroa e o conflito contra os franceses, que só no governo, influiu poderosamente na eleição de deputados
foram definitivamente expulsos em 1601. elegeu-se senador. Nos municípios também eram eleitas
Com a Invasão Holandesa, em 1637, Sergipe foi prati- sempre pessoas ligadas ao Monsenhor e os empregos públicos
camente posto a ruínas. Houve incêndios, destruição de la- eram distribuídos entre os seus correligionários. Manteve
vouras, roubos e maus tratos com gados, abalando drasti- controladas as classes subalternas através do esquema de poder
camente a economia da província. Os holandeses queriam e repressão, apoiado pelos coronéis. Procurou contentar as
atacar a cidade de Salvador e se estabeleceram no territó- classes dominantes, principalmente aos senhores de engenho,
rio de Sergipe em busca de uma estratégia para a investida. com um plano de recuperação da economia açucareira.
• Revolta de Fausto Cardoso (1906): Definição: Golpe para
Em 1696, finalmente Sergipe conquistaria a indepen- derrubar o governo olimpista. Motivos: − A longa permanência
dência, mas por muito pouco tempo. Separada da Capita- dos olimpistas no poder. A formação de um grupo mais
nia da Bahia, foram fundadas as vilas de Itabaiana, Lagarto, radical da oposição. A criação do Partido Progressista: oposição
Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo Amaro das radical ao olimpismo. − causa imediata: a visita, pela primeira
Brotas. Entretanto, com o desenvolvimento da província, a vez depois de eleito, do deputado federal Fausto Cardoso. +
Bahia reivindicou a autonomia de Sergipe, o que causou O Movimento: No dia 10.08.1906, um contingente da Polícia
inúmeros conflitos. Militar tomava o Palácio do Governo e depunha o presidente
Guilherme Campos. Formou-se um novo governo com
Somente em 1820 o rei D. João VI assinou um decreto membros (camadas médias urbanas) do Partido Progressista.
que isolou Sergipe da Bahia. O brigadeiro Carlos César Bur- O movimento começou em Aracaju, mas espalhou-se por
lamárqui foi nomeado o primeiro governador do estado. Maruim, Itabaiana, N. S. das Dores, Laranjeiras, Rosário,
Apesar dos conflitos com os baianos continuarem, a inde- Itaporanga, Propriá, Divina Pastora, Capela, Riachuelo e
pendência do Brasil em 1822 deu a condição de estado Japaratuba. A Intervenção Federal: Em 28.08.1906, o governo
independente ao Sergipe e, a partir de então, iniciou-se federal enviou uma força interventora para Sergipe, que depôs
um longo processo de desenvolvimento com a produção os progressistas, retomou todas as sedes municipais e repôs
e exportação de cana-de-açúcar e criação de gado. Em o olimpista Guilherme Campos na presidência do Estado.
1855, a capital sergipana foi transferida para o povoado de Fausto Cardoso foi assassinado durante os embates militares
Santo Antônio de Aracaju, considerada uma das primeiras da intervenção.
cidades planejadas do Brasil com suas ruas direcionadas às Dois meses depois, os filhos de Fausto Cardoso assassinaram
margens do Rio Sergipe. Olimpio Campos no Rio de Janeiro.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

2. O GOVERNO GRACCHO CARDOSO (1922-26):


O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO ESTADO DE
Fazia parte do grupo político que dominou Sergipe de 1910 SERGIPE.
a 1930: o PRC (Partido Republicano Conservador). procurou
modernizar a capital e atingiu em certa medida o interior do
Estado: Saneamento. Abastecimento de água. Urbanização e
embelezamento. Construção de estradas, pontes e escolas no O Iphan atua em Sergipe, desde 1937, quando este Es-
interior. tado e a Bahia integravam o 2º Distrito do então Serviço
• Revolta de 13 de Julho (1924): Movimento tenentista de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Mais
em Sergipe que promoveu a deposição de Graccho Cardoso tarde, Sergipe compreendeu a 8ª Superintendência Regio-
aderindo à revolta movida em São Paulo para depor o presidente nal. Em 2009, foi criada a Superintendência. O Iphan realiza
da república Artur Bernardes. Motivos: A crise política vivida pesquisas em Grota do Angico (em Poço Redondo), local
pelo Brasil em âmbito nacional. a presença no 28º BC de da morte de Lampião, a maior expressão do cangaço Nor-
oficiais implicados na revolta do Forte de Copacabana (RJ): foco destino, para reconhecer a região como Paisagem Cultural
de propaganda do antibernardismo ® oposição ao Governo do Brasil. Aracaju, a capital do Estado, não possui nenhum
Federal. causa imediata: a participação de tropas do 28ºBC na bem protegido no âmbito federal, mas o Iphan realiza o
deposição do governo baiano J. J. Seabra, indignou os oficiais mapeamento do patrimônio cultural da cidade.  
sergipanos, que se sentiram instrumentos da política vingativa e
arbitrária do Presidente da República. O Movimento: os militares Sergipe possui o único testemunho dos 60 anos de
depuseram Graccho Cardoso e tomaram as cidades de Aracaju, união entre Portugal e Espanha do período colonial no Bra-
Carmópolis, Rosário, Japaratuba, Itaporanga e São Cristóvão. sil, a Praça São Francisco, na cidade de São Cristóvão. A
Repressão Federal:Os militares foram violentamente derrotados Praça é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mun-
pelas forças militares e pelas tropas formadas pelos“coronéis” dial desde 2010. Além disso, o Estado possui duas cidades
sergipanos. Consequências: a violenta repressão gerou grande históricas, Laranjeiras e São Cristóvão, e 23 bens protegi-
descontentamento e dividiu a sociedade sergipana em vencidos dos em âmbito federal, distribuídos em nove municípios:
e vencedores. Desgastou o governo de Graccho Cardoso e Divina Pastora, Nossa Senhora do Socorro, Santo Amaro
o tornou cada vez mais submisso ao Governo Federal e aos das Brotas, Tomar do Geru, Riachuelo, Itaporanga D’Aju-
“coronéis”. da e Estância. Esse patrimônio está concentrado na região
• Revolta de Augusto Maynard (19.01.1926): mais próxima à costa, vinculada ao ciclo econômico da
cana-de-açúcar, representado por antigas capelas de en-
Motivos: A repressão aos movimentos tenentistas. A genhos, igrejas e casarões, tanto na zona rural como nas
passagem da Coluna Prestes pelo Nordeste O Movimento: áreas urbanas.
Fugindo da prisão, o tenente Augusto Maynard Gomes,
comandou uma operação que a partir do controle do 28ºBC, O Estado possui, também, um importante acervo de
tentou tomar o Quartel de Polícia e depor o governo. A arte sacra dos séculos XVIII e XIX, presente principalmente
Repressão: Graccho Cardoso mobilizou as forças legais ao em São Cristóvão e Laranjeiras. O Inventário de Bens Móveis
governo: Augusto Maynard foi ferido e os tenentes pediram e Integrados de Sergipe e Alagoas, realizado entre 2002 e
rendição. 2005, catalogou no estado quase 2 mil peças. Há um gran-
de potencial de pesquisa nos bens culturais de cidades
3. A REVOLUÇÃO DE 30 EM SERGIPE: sergipanas do baixo São Francisco, que começaram a ser
identificados na década de 2010. Os estudos de patrimônio
Sergipe não se incorporou dessa vez desde os primeiros naval destacaram as canoas sergipanas encontradas no li-
momentos à revolução. em 16.10.1930, o manifesto de Juarez toral entre Indiaroba e São Cristóvão. A canoa de tolda, em
Távora e as tropas revolucionárias foram recebidas festivamente Brejo Grande, foi tombada em 2010, integrando os quatro
na cidade. Augusto Maynard foi indicado como Interventor primeiros tombamentos de patrimônio naval no País.
Federal de Sergipe.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/330
4. O GOVERNO DE SEIXAS DÓREA (1962-1964):

Incorporou-se à luta pelas reformas de base do presidente PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS DE


João Goulart. Participou do comício do 13 de maio no Rio, no SERGIPE
qual anunciou a realização da reforma agrária para Sergipe. Essas
atitudes provocaram inquietação nos grupos conservadores.
O golpe militar de 31 de março de 1964, que derrubou João
Goulart, também depôs Seixas Dórea. Sergipe é uma das unidades federativas economica-
mente mais pobres do Brasil. Marcada pela exploração do
Fonte: https://fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com. pau-brasil e pela plantação da cana-de-açúcar, desde as
br/2012/03/sergipe-na-republica.html invasões francesa e portuguesa, o estado desenvolveu sua

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CONHECIMENTOS GERAIS DO ESTADO DE SERGIPE

economia voltada essencialmente ao abastecimento dos dos pelo estado estão os sucos de laranja (62,9%), abacaxi
estados da Bahia e de Pernambuco como fornecedora de (8,1%) e outros cítricos (4,3%), além de calçados (4,8%) e do
animais de tração e couro. Ao longo do século XIX, desen- açúcar (4,7%). O principal destino dos produtos sergipanos
volve-se na região a cultura do algodão e do tabaco, mas é a Holanda (59,2%), seguida por Estados Unidos (5,9%)
sem grandes êxitos já que sua produção estava voltada e Colômbia (5,1%). Já entre os importados estão insumos
à cana-de-açúcar. químicos como os fertilizantes (26,1%), trigo (11,1%) e co-
Atualmente, Sergipe é a 21ª economia do país. Em que de petróleo (9,5%). Os principais países que enviam
2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado foi de produtos para o estado são o Marrocos, os Estados Unidos
R$35.192.680, o equivalente a apenas 0,7% do PIB nacional. e a China.
Acompanhando o desempenho mundial, o PIB sergipano
obteve crescimentos bem reduzidos nos últimos anos: em
2012, a economia do estado cresceu 1,2% em relação a ASPECTOS POPULACIONAIS DE SERGIPE.
2011. Já em 2013, o aumento foi de apenas 1,1%.
Dentre os estados da região Nordeste, Sergipe repre-
senta apenas 4,9% do PIB, à frente somente do Piauí. Ainda
assim, o estado tem o maior PIB per capita de toda a re- Cerca de 51,4% da população sergipana é composta
gião: R$16.028. Na composição do PIB, o setor de serviços por pessoas do sexo feminino e 48,6%, do sexo masculino.
tem a maior participação na economia estadual com 68,6%, A densidade demográfica, também conhecida como
seguido da indústria (25,7%) e da agropecuária (5,7%). população relativa, é de 94,3 habitantes por quilômetro
Nesta última, destaca-se a produção de frutas cítricas quadrado; o crescimento demográfico é de 1,5% ao ano. A
como a laranja, o limão e a tangerina. Os pomares, localiza- maioria dos habitantes reside em áreas urbanas (73,5%); já
dos em sua maioria no sul do estado, são colhidos basica- a população rural responde por 26,5%.
mente através da mão de obra familiar. A cultura de citros
no estado é tão importante que coloca Sergipe como o Aracajú, capital de Sergipe, é a cidade mais populosa,
quarto maior produtor do país, além de representar cerca com 571.149 habitantes. Outros municípios com grande
de 3% de todo o PIB estadual. O estado se caracteriza ain- concentração populacional são: Nossa Senhora do
da pela vasta produção de coco-da-baía, cana-de-açúcar, Socorro (160.827), Lagarto (94.861), Itabaiana (86.967),
mandioca e milho. São Cristóvão (78.864), Estância (64.409), Tobias Barreto
(48.040), Itabaianinha (38.910) e Simão Dias (38.702).
Industrialmente, Sergipe é um estado pouco desenvol- No aspecto social, Sergipe detém o segundo maior
vido. Destacam-se as indústrias extrativas e de transforma- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região
ção, representantes de quase 2/3 das atividades industriais Nordeste, atrás somente da Bahia. Porém, possui média
sergipanas. Dentre os principais itens da indústria de trans- inferior à dos estados de todas as outras Regiões do país. A
formação estão os alimentícios – especialmente a produ- expectativa de vida é de 70,5 anos; o analfabetismo atinge
ção de sucos cítricos –, os minerais não metálicos (potássio, 16,3% da população e o analfabetismo funcional, 28,6%.
calcário), bebidas, têxteis e calçados.
Já entre as indústrias extrativas, destaca-se o trabalho O serviço de água tratada é destinado a 87% das
realizado pela Petrobras que, desde 1963, explora a pro- residências e a coleta e tratamento de esgoto atendem
dução de petróleo e gás natural em Carmópolis, um dos 53,1% das casas. Esse déficit nos serviços de saneamento
maiores campos petrolíferos do Brasil, localizado no Les- ambiental é uma das causas da alta taxa de mortalidade
te Sergipano. No litoral do estado está situado o primeiro infantil, que, atualmente, é de 31,4 para cada mil nascidos
campo de petróleo marítimo descoberto no Brasil, o cam- vivos, estando acima da média nacional, que é de 22 para a
po de Guaricema, encontrado a 80 metros de profundida- mesma quantidade de nascidos vivos.
de. Ao todo, Sergipe conta com 17 campos de petróleo,
responsáveis pela produção de, aproximadamente, 47 mil Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/
barris por dia. populacao-sergipe.html

Outro destaque na economia sergipana é a Hidrelétrica


de Xingó, localizada junto ao Rio São Francisco, na divi-
sa de Sergipe com Alagoas. Inaugurada em 1994, a usina
permitiu a diversificação e o aumento da produção indus-
trial no estado. Ainda assim, a escassez de chuvas na re-
gião provoca a diminuição da produção de energia elétrica,
consequentemente, retraindo a geração, a distribuição e a
comercialização deste tipo de energia no estado.
No que se refere à balança comercial, Sergipe fechou o
ano de 2015 com um déficit de US$118 milhões. Ao todo,
a exportação do estado foi de US$95 milhões ante US$213
milhões em importação. Entre os produtos mais exporta-

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

SOBRE LÍNGUA PORTUGUESA (C) para proteger por afim de proteger.


(D) complexas por amplas.
(E) isso por tanto.
01-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) De-
preende-se corretamente do texto: Já podemos descartar a alternativa “C” de imediato, já
(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque que a ortografia correta seria “a fim” (com a intenção de),
as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de não “afim” (= afinidade); quanto à alternativa “A”, não teria
enfrentar o frio extremo da região. acento grave (crase) no “a”, pois “graus” é palavra mascu-
(B) A expansão da navegação marítima colaborou para lina; “complexas” e “amplas” não são palavras sinônimas,
que, no passado, a atividade comercial da China migrasse já que “as providências” podem ser “restritas”, mas com-
na direção da costa. plexas.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo trans-
porte marítimo no inverno, já que a carga a ser transporta- RESPOSTA: “E”.
da pode ser danificada pelas baixas temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas 04-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de cruzando os desertos do oeste da China − que contor-
especiarias. nam a Índia − adotam complexas providências
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an grifados acima foram corretamente substituídos por um
era a capital da China. pronome, respectivamente, em:
(A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
Interpretação que requer, apenas, uma leitura aten- (B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
ciosa do texto para que se chegue à resposta correta: A (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
expansão da navegação marítima colaborou para que, no (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
passado, a atividade comercial da China migrasse na dire- (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
ção da costa.
Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao ob-
RESPOSTA: “B”. jeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar o
quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e
02-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado te-
... e então percorriam as pouco povoadas estepes da mos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando
Ásia Central até o mar Cáspio e além. (5º parágrafo) -os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
grifado acima está em: a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
(B) ... era a capital da China. nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: JKLM – N!).
(D) ... dispararam na última década.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine- RESPOSTA: “D”.
sas...
Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo 05-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
A = contornam – presente do Indicativo ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo plemento que o da frase acima está em:
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do In- (A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
dicativo (B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios
E = acompanham = presente do Indicativo da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras...
RESPOSTA: “B”. (D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
03-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
Para isso adotam complexas providências para prote- Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem ou
ger a carga das temperaturas que podem atingir 40°C ne- o quê - não há preposição):
gativos. (último parágrafo). A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento,
Sem que se faça nenhuma outra alteração no segmen- mas sim, predicativo do sujeito (rota única);
to acima, mantêm-se a correção e, em linhas gerais, o sen- B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios
tido original, substituindo-se = adjunto adverbial);
(A) atingir por cair à. C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto
(B) adotam por recorrem. adverbial);

10
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

D = cair = intransitivo; 08-) (TRF/2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -


E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o FCC/2012) A pontuação está plenamente adequada na
quê?) frase:
(A) O cronista, diante da possibilidade de habitar uma
RESPOSTA: “E”. ilha, enumera uma série de argumentos que, a princípio,
desqualificariam as supostas vantagens de um insulamen-
06-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) to, mas, ao fim e ao cabo, convence-se de que está na ilha
Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instân- a última chance de desfrutarmos nossa liberdade.
cia suprema de toda a cultura moderna, versada no rigor (B) O cronista diante da possibilidade, de habitar uma
das matemáticas que passarão a reger os sistemas de con- ilha, enumera uma série de argumentos, que a princípio
trole do tempo e do espaço. desqualificariam as supostas vantagens de um insulamen-
Afirma-se corretamente sobre a frase acima: to, mas ao fim e ao cabo, convence-se de que está na ilha a
(A) As vírgulas isolam um segmento explicativo. última chance de desfrutarmos nossa liberdade.
(B) O verbo consagra, no contexto, não admite trans- (C) O cronista diante da possibilidade de habitar uma
posição para a voz passiva. ilha enumera uma série de argumentos, que a princípio,
(C) No segmento que passarão a reger os sistemas de desqualificariam as supostas vantagens de um insulamen-
controle do tempo e do espaço, o elemento sublinhado to; mas ao fim e ao cabo convence-se, de que está na ilha a
pode ser substituído por “com que”, sem prejuízo para o última chance de desfrutarmos nossa liberdade.
sentido original. (D) O cronista, diante da possibilidade de habitar uma
(D) O segmento versada no rigor está corretamente ilha enumera uma série de argumentos, que a princípio,
traduzido, no contexto, por “de acordo com os princípios”. desqualificariam as supostas vantagens de um insulamento
(E) O segmento que passarão a reger os sistemas de mas, ao fim e ao cabo convence-se de que está na ilha, a
controle do tempo e do espaço pode ser substituído por última chance de desfrutarmos nossa liberdade.
“cujos sistemas de controle do tempo e do espaço passa- (E) O cronista, diante da possibilidade de habitar uma
rão a reger”. ilha enumera uma série de argumentos que a princípio,
desqualificariam as supostas vantagens de um insulamen-
B = admite voz passiva: A vitória da razão abstrata é
to; mas ao fim e ao cabo, convence-se de que, está na ilha,
consagrada por ela.
a última chance de desfrutarmos nossa liberdade.
C = substituição adequada: as quais
A pontuação segue regras e, muitas vezes, é alterada
D = versada = baseada
conforme a intenção do escritor. Como as frases do exer-
E = o pronome relativo “cujos” daria sentido diferente
cício são idênticas, acredito que não há necessidade de in-
à frase, já que lemos “de trás para frente” (por exemplo:
árvore cujas folhas – folhas das árvores). No segmento, “as dicar nas demais os locais que apresentam inadequação, já
matemáticas regerão os sistemas”. Com a alteração pro- que a correta indica os erros nas demais.
posta pela alternativa, os sistemas que regeriam as mate-
máticas, e não seriam regidos por ela – diferente do que RESPOSTA: “A”.
consta no enunciado.
09-) (TRF/2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
RESPOSTA: “A”. FCC/2012)
Amemos as ilhas, mas não emprestemos às ilhas o con-
07-) (TRF/2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - dão mágico da felicidade, pois quando fantasiamos as ilhas
FCC/2012) As normas de concordância verbal estão plena- esquecemo-nos de ilhas que, ao habitar, leva-se para elas
mente observadas na frase: tudo o que já nos habita.
(A) Evitem-se, sempre que possível, qualquer excesso Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substi-
no convívio humano: nem proximidade por demais estrei- tuindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
ta, nem distância exagerada. (A) lhes emprestemos − lhes fantasiamos − habitá-las
(B) Os vários atrativos de que dispõem a vida nas ilhas (B) emprestemos-lhes − as fantasiamos − habitar-lhes
não são, segundo o cronista, exclusividade delas. (C) as emprestemos − fantasiamo-las − as habitar
(C) Cabem aos poetas imaginar espaços mágicos nos (D) lhes emprestemos − as fantasiamos − habitá-las
quais realizemos nossos desejos, como a Pasárgada de Ma- (E) as emprestemos − lhes fantasiamos − habitar-lhes
nuel Bandeira.
(D) Muita gente haveriam de levar para uma ilha os Quando temos a presença de um advérbio na oração,
mesmos vícios a que se houvesse rendido nos atropelos da a regra é a próclise: “mas não lhes emprestemos” (“lhes”
vida urbana. tem a função de objeto indireto, como na frase do enun-
(E) A poucas pessoas conviria trocar a rotina dos sho- ciado – vide a ocorrência da crase = emprestemos o que
ppings pela serenidade absoluta de uma pequena ilha. a quem); seguindo o raciocínio, temos na segunda etapa
a presença de outro advérbio: mais um caso para prócli-
Em “A”, teríamos “evite-se”; “B”, “dispõe”; em “C”, se (quando as fantasiamos); na terceira ocorrência, temos
“cabe”; em “D”, “haveria”. “habitá-las” (verbo oxítono – objeto direto).

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “D”.

11
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

10-) (TRF/2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - Coloquei à frente dos termos em destaque a forma
FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos es- correta:
tão corretos em: (A) Se o por quê (porquê) da importância primitiva de
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty Paraty estava na sua localização estratégica, a importância
não prescindiram e não requiseram mais do que o esque- de que goza atualmente está na relevância histórica por-
cimento e a passagem do tempo. que (por que = pela qual) é reconhecida.
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para (B) Ninguém teria porque negar a Paraty esse duplo
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge merecimento de ser poesia e história, por que (porque) o
do esquecimento, em 1974. tempo a escolheu para ser preservada e a natureza, para
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a im- ser bela.
portância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, (C) Os dissabores por que (=pelos quais) passa uma
sobreviram longos anos de esquecimento. cidade turística devem ser prevenidos e evitados pela Casa
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando Azul, porque ela nasceu para disciplinar o turismo.
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos (D) Porque (por que) teria a cidade passado por tão
atropelos do turismo selvagem. longos anos de esquecimento? Criou-se uma estrada de
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para ferro, eis porque (porquê).
que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo (E) Não há porquê (porque) imaginar que um esqueci-
turístico de inegável valor histórico. mento é sempre deplorável; veja-se como e por quê (por
que)Paraty acabou se tornando um atraente centro turís-
Acrescentei as formas verbais adequadas nas orações tico.
analisadas:
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty RESPOSTA: “C”.
não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014 -
que o esquecimento e a passagem do tempo. ADAPTADO) Atenção: Para responder às questões de nú-
meros 79 e 80, considere o texto abaixo.
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para
A guerra dos dez anos começou quando um fazen-
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge
deiro cubano, Carlos Manuel de Céspedes, e duzentos ho-
(emerge) do esquecimento, em 1974.
mens mal armados tomaram a cidade de Santiago e pro-
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a im-
clamaram a independência do país em relação à metrópo-
portância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855,
le espanhola. Mas a Espanha reagiu. Quatro anos depois,
sobreviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento.
Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
de 1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis.
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos
Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanho-
atropelos do turismo selvagem. las de restrição ao comércio, o governo americano apoiara
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para abertamente os revolucionários e Nova York, Nova Orleans
que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio e Key West tinham aberto seus portos a milhares de cuba-
de um polo turístico de inegável valor histórico. nos em fuga. Em poucos anos Key West transformou-se de
uma pequena vila de pescadores numa importante comu-
RESPOSTA: “D”. nidade produtora de charutos. Despontava a nova capital
mundial do Havana.
11-) (TRF/2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - Os trabalhadores que imigraram para os Estados Uni-
FCC/2012) Está correto o emprego de ambos os elemen- dos levaram com eles a instituição do “lector”. Uma ilus-
tos sublinhados em: tração da revista Practical Magazine mostra um desses
(A) Se o por quê da importância primitiva de Paraty leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu de
estava na sua localização estratégica, a importância de abas largas, um livro nas mãos, enquanto uma fileira de
que goza atualmente está na relevância histórica porque trabalhadores enrolam charutos com o que parece ser uma
é reconhecida. atenção enlevada.
(B) Ninguém teria porque negar a Paraty esse duplo O material dessas leituras em voz alta, decidido de an-
merecimento de ser poesia e história, por que o tempo a temão pelos operários (que pagavam o “lector” do próprio
escolheu para ser preservada e a natureza, para ser bela. salário), ia de histórias e tratados políticos a romances e
(C) Os dissabores por que passa uma cidade turística coleções de poesia. Tinham seus prediletos: O conde de
devem ser prevenidos e evitados pela Casa Azul, porque Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por exemplo, tornou-
ela nasceu para disciplinar o turismo. se uma escolha tão popular que um grupo de trabalhado-
(D) Porque teria a cidade passado por tão longos anos res escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870,
de esquecimento? Criou-se uma estrada de ferro, eis por- pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um
que. charuto; Dumas consentiu.
(E) Não há porquê imaginar que um esquecimento é Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as lei-
sempre deplorável; veja-se como e por quê Paraty acabou turas decorriam em silêncio concentrado e não eram per-
se tornando um atraente centro turístico. mitidos comentários ou questões antes do final da sessão.

12
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da Embora alguns desses senhores afortunados ocasional-
leitura. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú-
1996, Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134- mero limitado de pessoas da própria classe ou família.
136) (Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.)

12-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - 14-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
FCC/2014) Depreende-se do texto que Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabeleci-
(A) a atividade de ler em voz alta, conduzida pelo “lec- das no texto, substituindo-se Embora (2º parágrafo) por
tor”, permitia que os operários produzissem mais, pois tra- (A) Contudo.
balhavam com maior concentração. (B) Desde que.
(B) o hábito de ler em voz alta, levado originalmente de (C) Porquanto.
Cuba para os Estados Unidos, relaciona-se ao valor atribuí- (D) Uma vez que.
do à leitura, que é determinado culturalmente. (E) Conquanto.
(C) os operários cubanos homenagearam Alexandre
Dumas ao atribuírem a um charuto o nome de um dos per- “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta uma
sonagens do escritor. exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “conquan-
(D) ao contratar um leitor, os operários cubanos po- to”.
diam superar, em parte, a condição de analfabetismo a que
estavam submetidos. RESPOSTA: “E”.
(E) os charuteiros cubanos, organizados coletivamente,
compartilhavam a ideia de que a fruição de um texto deve- (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014 -
ria ser comunitária, não individual. ADAPTADO) Atenção: Para responder às questões de nú-
meros 82 a 84, considere o texto abaixo.
Interpretação textual. As alternativas estão relacionadas Foi por me sentir genuinamente desidentificado com
ao tema, mas a que foi abordada explicitamente no texto é:
qualquer espécie de regionalismo que escrevi coisas como:
“os operários cubanos homenagearam Alexandre Dumas ao
“Não sou brasileiro, não sou estrangeiro / Não sou de ne-
atribuírem a um charuto o nome de um dos personagens
nhum lugar, sou de lugar nenhum”/ “Riquezas são diferen-
do escritor”.
ças”.
Ao mesmo tempo, creio só terem sido possíveis tais for-
RESPOSTA: “C”.
mulações pessoais pelo fato de eu haver nascido e vivido em
São Paulo. Por essa ser uma cidade que permite, ou mesmo
13-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
propicia, esse desapego para com raízes geográficas, raciais,
Tinham seus prediletos ... (4º parágrafo).
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o culturais. Por eu ver São Paulo como um gigante liquidifi-
grifado acima está em: cador onde as informações diversas se misturam, gerando
(A) Dumas consentiu. novas interpretações, exceções.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. Por sua multiplicidade de referências étnicas, linguísti-
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam cas, culturais, religiosas, arquitetônicas, culinárias...
charutos... São Paulo não tem símbolos que deem conta de sua
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana. diversidade. Nada aqui é típico daqui. Não temos um cor-
(E) ... que cedesse o nome de seu herói... covado, uma arara, um cartão postal. São Paulo são muitas
cidades em uma.
Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos às Sempre me pareceram sem sentido as guerras, os fun-
alternativas: damentalismos, a intolerância ante a diversidade.
Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito Assim, fui me sentindo cada vez mais um cidadão do
perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo planeta. Acabei atribuindo parte desse sentimento à forma-
Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo ção miscigenada do Brasil.
Cedesse = pretérito do Subjuntivo Acontece que a miscigenação brasileira parece ter se
multiplicado em São Paulo, num ambiente urbano que foi
RESPOSTA: “D”. crescendo para todos os lados, sem limites.
Até a instabilidade climática daqui parece haver contri-
(TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014 - buído para essa formação aberta ao acaso, à imprevisibilida-
ADAPTADO) Atenção: Para responder à questão de número de das misturas.
81, considere o trecho abaixo. Ao mesmo tempo, temos preservados inúmeros nomes
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática indígenas designando lugares, como Ibirapuera, Anhanga-
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até baú, Butantã etc. Primitivismo em contexto cosmopolita,
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, como soube vislumbrar Oswald de Andrade.
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado Não é à toa que partiram daqui várias manifestações
de leitores. culturais.

13
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

São Paulo fragmentária, com sua paisagem recortada 17-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
entre praças e prédios; com o ruído dos carros entrando pe- FCC/2014) As regras de concordância estão plenamente res-
las janelas dos apartamentos como se fosse o ruído longín- peitadas em:
quo do mar; com seus crepúsculos intensificados pela po- (A) O crescimento indiscriminado que se observa na ci-
luição; seus problemas de trânsito, miséria e violência con- dade de São Paulo fazem com que alguns de seus bairros
vivendo com suas múltiplas ofertas de lazer e cultura; com sejam modificados em poucos anos.
seu crescimento indiscriminado, sem nenhum planejamento (B) Devem-se às múltiplas ofertas de lazer e cultura a
urbano; com suas belas alamedas arborizadas e avenidas de atração que São Paulo exerce sobre alguns turistas.
feiura infinita. (C) Apesar de a cidade de São Paulo exibir belas ala-
(Adaptado de: ANTUNES, Arnaldo. Alma paulista. Dis- medas arborizadas, deveriam haver mais áreas verdes na
ponível em http://www.arnaldoantunes.com.br). cidade.
(D) O ruído dos carros, que entram pelas janelas dos
15-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - apartamentos, perturbam boa parte dos paulistanos.
FCC/2014) No texto, o autor (E) Na maioria dos bairros de São Paulo, encontram-se
(A) descreve São Paulo como uma cidade marcada por referências culinárias provenientes de diversas partes do
contrastes de diversas ordens. planeta.
(B) assinala a relevância da análise de Oswald de An-
drade a respeito do provincianismo da antiga São Paulo. Corrigi os verbos em cada alternativa:
(C) critica o fato de nomes indígenas, ininteligíveis, A = fazem (faz) – concorda com “o crescimento”
designarem, ainda hoje, lugares comuns da cidade de São B = devem-se (deve-se) – concorda com “a atração”
Paulo. C = deveriam haver (deveria). O verbo “haver” é impes-
(D) sugere que o trânsito, com seus ruídos longínquos, soal, não varia, portanto seu auxiliar também não.
é o principal problema da cidade de São Paulo. D = entram (entra) – concorda com “o ruído”
(E) utiliza-se da ironia ao elogiar a instabilidade climáti- E = correta (lembrando que, ao se utilizar a expressão
“a maioria de”, o verbo pode estar no singular também: “a
ca e a paisagem recortada da cidade de São Paulo.
maioria dos bairros encontra-se”).
Questão fácil! Ao ler o texto e analisar as alternativas,
RESPOSTA: “E”.
a única que está evidente no texto é: “descreve São Paulo
como uma cidade marcada por contrastes de diversas or-
18-) (TRF/5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
dens”.
Os verbos empregados nos mesmos tempo e modo estão
agrupados em:
RESPOSTA: “A”.
(A) foi - estava - adquiriu
(B) viviam - estava - torna
16-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - (C) pode - vivem - torna
FCC/2014) O verbo flexionado no plural que também esta- (D) adquiriu - foi - pode
ria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma (E) apareceu - pode – eram
outra alteração fosse feita, encontra-se em:
(A) Não é à toa que partiram daqui várias manifesta-
ções culturais...
(B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras...
(C) São Paulo são muitas cidades em uma.
(D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de...
(E) ... onde as informações diversas se misturam...

Vamos item a item:


A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no sin-
gular, já que está concordando com “várias manifestações”;
B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permane-
cendo no plural;
C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito
(São Paulo) quanto com o predicativo “cidades”
D = “deem” deve permanecer no plural, já que concor-
da com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem” não é mais
acentuado!)
E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “in-
formações”.

RESPOSTA: “C”.

14
NOÇÕES DE DIREITO

Direitos Humanos: histórico dos Direitos Humanos. ................................................................................................................................. 01


Direitos Fundamentais, Direitos Sociais e Direitos Difusos, Direito Civis e Políticos. .................................................................... 07
Violação dos Direitos Humanos. ....................................................................................................................................................................... 08
Segurança Pública e Cidadania. ......................................................................................................................................................................... 10
Constituição Federal Brasileira de 1988 e suas Emendas. ....................................................................................................................... 14
Título I – Dos Princípios Fundamentais. .......................................................................................................................................................... 15
Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais. .................................................................................................................................... 21
Emenda Constitucional n° 45/2004................................................................................................................................................................... 57
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 (ONU). ........................................................................................................... 57
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José de Costa Rica). ......................................................................... 65
Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009 - Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3. ......... 86
Direito Constitucional: Formação Constitucional do Brasil. ..................................................................................................................104
A Constituição de 1988: Origem e Objetivos fundamentais. ...............................................................................................................107
Estrutura e Organização do Estado Brasileiro. ...........................................................................................................................................108
Direito Constitucional Estadual e Municipal. ..............................................................................................................................................116
Organização dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário..............................................................................................................116
Funções essenciais à justiça. .............................................................................................................................................................................142
O artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: A missão constitucional das Polícias Milita-
res............................................................................................................................................................................................................................ 148
NOÇÕES DE DIREITO

Prof. Ma. Bruna Pinotti Garcia. O direito natural, na sua formulação clássica, não é um
conjunto de normas paralelas e semelhantes às do direito
Advogada e pesquisadora. Doutoranda em Direito, Estado positivo, e sim o fundamento deste direito positivo, sendo
e Constituição pela Universidade de Brasília – UNB. Mestre em formado por normas que servem de justificativa a este, por
Teoria do Direito e do Estado pelo Centro Universitário Eurípides exemplo: “deve se fazer o bem”, “dar a cada um o que lhe é
de Marília (UNIVEM) – bolsista CAPES. Professora de curso pre- devido”, “a vida social deve ser conservada”, “os contratos
paratório para concursos e universitária (Universidade Federal de devem ser observados” etc.3
Goiás – UFG e Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM). Auto- Em literatura, destaca-se a obra do filósofo Sófocles4
ra de diversos trabalhos científicos publicados em revistas quali- intitulada Antígona, na qual a personagem se vê em con-
ficadas, anais de eventos e livros, notadamente na área do direito flito entre seguir o que é justo pela lei dos homens em de-
eletrônico, dos direitos humanos e do direito constitucional. trimento do que é justo por natureza quando o rei Creonte
impõe que o corpo de seu irmão não seja enterrado porque
havia lutado contra o país. Neste sentido, a personagem
DIREITOS HUMANOS: HISTÓRICO DOS Antígona defende, ao ser questionada sobre o descumpri-
DIREITOS HUMANOS. mento da ordem do rei: “sim, pois não foi decisão de Zeus;
e a Justiça, a deusa que habita com as divindades subter-
râneas, jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos;
tampouco acredito que tua proclamação tenha legitimida-
Teoria geral dos direitos humanos é o estudo dos direitos de para conferir a um mortal o poder de infringir as leis
humanos, desde os seus elementos básicos como conceito, ca- divinas, nunca escritas, porém irrevogáveis; não existem a
racterísticas, fundamentação e finalidade, passando pela análise partir de ontem, ou de hoje; são eternas, sim! E ninguém
histórica e chegando à compreensão de sua estrutura normativa. pode dizer desde quando vigoram! Decretos como o que
Na atualidade, a primeira noção que vem à mente quando proclamaste, eu, que não temo o poder de homem algum,
se fala em direitos humanos é a dos documentos internacio- posso violar sem merecer a punição dos deuses! [...]”.
nais que os consagram, aliada ao processo de transposição para O desrespeito às normas de direito natural - e porque
as Constituições Federais dos países democráticos. Contudo, é não dizer de direitos humanos - leva à invalidade da norma
possível aprofundar esta noção se tomadas as raízes históricas e
que assim o preveja (Ex: autorizar a tortura para fins de
filosóficas dos direitos humanos, as quais serão abordadas em
investigação penal e processual penal não é simplesmente
detalhes adiante, acrescentando-se que existem direitos inatos
inconstitucional, é mais que isso, por ser inválida perante
ao homem independentemente de previsão expressa por se-
a ordem internacional de garantia de direitos naturais/hu-
rem elementos essenciais na construção de sua dignidade.
manos uma norma que contrarie a dignidade inerente ao
Logo, um conceito preliminar de direitos humanos pode ser
homem sob o aspecto da preservação de sua vida e inte-
estabelecido: direitos humanos são aqueles inerentes ao homem
enquanto condição para sua dignidade que usualmente são des- gridade física e moral).
critos em documentos internacionais para que sejam mais segu- Enfim, quando questões inerentes ao direito natu-
ramente garantidos. A conquista de direitos da pessoa humana ral passam a ser colocadas em textos expressos tem-se
é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana. a formação de um conceito contemporâneo de direitos
O direito natural se contrapõe ao direito positivo, localiza- humanos. Entre outros documentos a partir dos quais tal
do no tempo e no espaço: tem como pressuposto a ideia de concepção começou a ganhar forma, destacam-se: Mag-
imutabilidade de certos princípios, que escapam à história, e na Carta de 1215, Bill of Rights ao final do século XVII e
a universalidade destes princípios transcendem a geografia. A Constituições da Revolução Francesa de 1789 e Americana
estes princípios, que são dados e não postos por convenção, de 1787. No entanto, o documento que constitui o marco
os homens têm acesso através da razão comum a todos (todo mais significativo para a formação de uma concepção con-
homem é racional), e são estes princípios que permitem qua- temporânea de direitos humanos é a Declaração Universal
lificar as condutas humanas como boas ou más, qualificação de Direitos Humanos de 1948. Após ela, muitos outros do-
esta que promove uma contínua vinculação entre norma e cumentos relevantes surgiram, como o Pacto Internacional
valor e, portanto, entre Direito e Moral.1 de Direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional de Direi-
As premissas dos direitos humanos se encontram no con- tos Humanos, Sociais e Culturais, ambos de 1966, além da
ceito de lei natural. Lei natural é aquela inerente à humanidade, Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de
independentemente da norma imposta, e que deve ser respei- São José da Costa Rica) de 1969, entre outros.
tada acima de tudo. O conceito de lei natural foi fundamental A estrutura normativa dos direitos humanos se asse-
para a estruturação dos direitos dos homens, ficando reconhe- melha com a estrutura normativa do próprio direito in-
cido que a pessoa humana possui direitos inalienáveis e im- ternacional, já que os direitos humanos designam nota-
prescritíveis, válidos em qualquer tempo e lugar, que devem damente os direitos afirmados universalmente em docu-
ser respeitados por todos os Estados e membros da sociedade. mentos internacionais, registrados perante organizações
O direito natural é, então, comum a todos e, ligado à própria internacionais diversas.
origem da humanidade, representa um padrão geral, funcio- logo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
nando como instrumento de validação das ordens positivas2. 3 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito.
1 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diá- 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
logo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. 4 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São
2 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diá- Paulo: Martin Claret, 2003.

1
NOÇÕES DE DIREITO

A formação de uma estrutura normativa de direitos hu- a Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras
manos pode ser remontada ao processo de internacionaliza- Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes
ção destes direitos, que é relativamente recente, remetendo- de 1975; Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tra-
se ao pós-guerra enquanto resposta às atrocidades e aos tamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes de 1984; Con-
terrores cometidos durante o nazismo, notadamente diante venção Internacional sobre os Direitos da Criança de 1989;
da lógica de destruição de Hitler e da descartabilidade da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas
pessoa humana por ele pregada que gerou o extermínio de com Deficiência de 2006; Regras Mínimas para o Tratamen-
11 milhões de pessoas, tudo com embasamento legal. Logo, to dos Reclusos de 1955; etc. São inúmeros os documentos
se a Segunda Guerra Mundial foi uma ruptura com os direi- internacionais voltados à proteção dos direitos humanos, al-
tos humanos, o pós-guerra foi o marco para o reencontro gum de caráter genérico, outros de caráter específico.
com estes5, consolidando-se o processo de formação dos 2) Sistema regional de proteção: os sistemas de pro-
sistemas internacionais de proteção pouco a pouco. teção regionais mais consistentes são o interamericano e
Os sistemas internacionais de proteção de direitos hu- o europeu. O africano também, aos poucos, toma novos
manos se estabelecem no âmbito de organizações interna- rumos, enquanto que o islamo-arábico permanece na total
cionais, conforme as regras e princípios de direito interna- inefetividade. O Brasil faz parte do sistema interamericano
cional. de proteção de direitos humanos.
Globalmente, coexistem sistemas geral e especial de A Carta da Organização dos Estados Americanos, que
proteção de direitos humanos, que funcionam complemen- criou a Organização dos Estados Americanos, foi celebrada
tarmente. Nesta linha, o sistema especial realça o processo na IX Conferência Internacional Americana de 30 de abril
de especificação do sujeito de Direito, passando ele a ser de 1948, em Bogotá e entrou em vigência no dia 13 de
visto em sua especificidade e concreticidade (ex: criança, dezembro de 1951, sendo reformada pelos protocolos de
grupos vulneráveis, mulher). Já o sistema geral é endereça- Buenos Aires (27 de fevereiro de 1967), de Cartagena das
do a toda e qualquer pessoa, concebida em sua abstração Índias (5 de dezembro de 1985), de Washington (14 de de-
e generalidade. Não obstante, junto ao sistema normativo zembro de 1992) e de Manágua (10 de junho de 1993).
global existem os sistemas normativos regionais de prote- Após a criação da OEA, foi elaborado o mais importante
ção, internacionalizando direitos humanos no plano regio- documento de proteção de direitos humanos no âmbito
nal, notadamente Europa, América e África, cada qual com interamericano, o Pacto de San José da Costa Rica, também
aparato jurídico próprio6. Tais sistemas coexistem de forma chamado de Convenção Americana sobre Direitos Huma-
complementar, junto com o próprio sistema nacional de nos, de 1969.
proteção (caráter interno). “O processo preparatório do chamado Pacto de San
1) Sistema global de proteção: estabelece-se notada- José teve presente a questão da coexistência e coordena-
mente no âmbito da Organização das Nações Unidas, pri- ção da nova Convenção regional com os instrumentos in-
meira e mais importante organização internacional no pro- ternacionais de direitos humanos das Nações Unidas. Com
cesso de internacionalização dos direitos humanos. Ela foi a entrada em vigor da Convenção, prevendo o estabele-
criada em 1945 para manter a paz e a segurança internacio- cimento de uma Comissão e uma Corte Interamericanas
nais, bem como promover relações de amizade entre as na- de Direitos Humanos, surgiram questões como a ‘transição’
ções, cooperação internacional e respeito aos direitos huma- entre o regime pré-existente e o da Convenção no tocante
nos7. Ao lado da Declaração Universal dos Direitos Humanos ao labor da Comissão”8.
de 1948, a Carta das Nações Unidas de 1945 é considerada Destacam-se, ainda, documentos regionais interame-
um dos principais marcos à concepção contemporânea de ricanos voltados à proteção de determinados direitos hu-
direitos humanos. manos: Convenção interamericana para prevenir, punir e
No entanto, muitos outros documentos compõem a erradicar a violência contra a mulher de 1994, Convenção
estrutura normativa de proteção dos direitos humanos no Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
âmbito global. Em destaque: Pacto Internacional de Direi- Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência
tos Civis e Políticos de 1966; Pacto Internacional dos Direitos de 1999, Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a
Econômicos, Sociais e Culturais de 1966; Estatuto de Roma Tortura de 1985, etc.
de 1998; Convenção sobre a eliminação de todas as formas 3) Sistema nacional de proteção: o sistema interno de
de discriminação contra a mulher de 1979; Declaração sobre proteção dos direitos humanos se forma com a institucio-
5 PIOVESAN, Flávia. Introdução ao sistema interamericano de nalização destes direitos no texto das Constituições demo-
proteção dos direitos humanos: a convenção americana de direitos humanos. cráticas, bem como com a incorporação no âmbito interno
In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN, Flávia (Coord.). O sistema intera- dos tratados internacionais dos quais o país seja signatário,
mericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São mediante o devido processo legal.
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
6 PIOVESAN, Flávia. Introdução ao sistema interamericano de
proteção dos direitos humanos: a convenção americana de direitos humanos. 8 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. O sistema interame-
In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN, Flávia (Coord.). O sistema intera- ricano de direitos humanos no limiar do novo século: recomendações para
mericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São o fortalecimento de seu mecanismo de proteção. In: GOMES, Luís Flávio;
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. PIOVESAN, Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos
7 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & direitos humanos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais,
Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 2000.

2
NOÇÕES DE DIREITO

O surgimento dos direitos humanos está envolvido Os sofistas, seguidores de Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.), o
num histórico complexo no qual pesaram vários fatores: primeiro grande filósofo grego, questionaram essa concep-
tradição humanista, recepção do direito romano, senso ção de lei natural, pois a lei estabelecida na polis, fruto da
comum da sociedade da Europa na Idade Média, tradição vontade dos cidadãos, seria variável no tempo e no espaço,
cristã, entre outros9. Com efeito, são muitos os elementos não havendo que se falar num direito imutável; ao passo que
relevantes para a formação do conceito de direitos huma- Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), que o sucedeu, estabeleceu
nos tal qual perceptível na atualidade de forma que é difícil uma divisão entre a justiça positiva e a natural, reconhecendo
estabelecer um histórico linear do processo de formação que a lei posta poderia não ser justa13.
destes direitos. Entretanto, é possível apontar alguns fato- Aristóteles14 argumenta: “lei particular é aquela que cada
res históricos e filosóficos diretamente ligados à construção comunidade determina e aplica a seus próprios membros; ela
de uma concepção contemporânea de direitos humanos. é em parte escrita e em parte não escrita. A lei universal é a lei
É a partir do período axial (800 a.C. a 200 a.C.), ou seja, da natureza. Pois, de fato, há em cada um alguma medida do
mesmo antes da existência de Cristo, que o ser humano divino, uma justiça natural e uma injustiça que está associada
passou a ser considerado, em sua igualdade essencial, a todos os homens, mesmo naqueles que não têm associa-
como um ser dotado de liberdade e razão. Surgiam assim ção ou pacto com outro”.
os fundamentos intelectuais para a compreensão da pes- Nesta linha, destaca-se o surgimento do estoicismo, dou-
soa humana e para a afirmação da existência de direitos trina que se desenvolveu durante seis séculos, desde os últi-
universais, porque a ela inerentes. Durante este período mos três séculos anteriores à era cristã até os primeiros três
que despontou a ideia de uma igualdade essencial entre séculos desta era, mas que trouxe ideias que prevaleceram
todos os homens. Contudo, foram necessários vinte e cinco durante toda a Idade Média e mesmo além dela. O estoicis-
séculos para que a Organização das Nações Unidas - ONU, mo organizou-se em torno de algumas ideias centrais, como
que pode ser considerada a primeira organização interna- a unidade moral do ser humano e a dignidade do homem,
cional a englobar a quase-totalidade dos povos da Terra, considerado filho de Zeus e possuidor, como consequência,
proclamasse, na abertura de uma Declaração Universal dos de direitos inatos e iguais em todas as partes do mundo, não
obstante as inúmeras diferenças individuais e grupais15.
Direitos Humanos de 1948, que “todos os homens nascem
Influenciado pelos estóicos, Cícero (106 a.C. - 43 a.C.),
livres e iguais em dignidade e direitos”10.
um dos principais pensadores do período da jovem república
No berço da civilização grega continuou a discussão a
romana, também defendeu a existência de uma lei natural.
respeito da existência de uma lei natural inerente a todos
Neste sentido é a assertiva de Cícero16: “a razão reta, con-
os homens. As premissas da concepção de lei natural estão
forme à natureza, gravada em todos os corações, imutável,
justamente na discussão promovida na Grécia antiga, no
eterna, cuja voz ensina e prescreve o bem, afasta do mal que
espaço da polis. Neste sentido, destaca Assis11 que, origi-
proíbe e, ora com seus mandados, ora com suas proibições,
nalmente, a concepção de lei natural está ligada não só à jamais se dirige inutilmente aos bons, nem fica impotente
de natureza, mas também à de diké: a noção de justiça sim- ante os maus. Essa lei não pode ser contestada, nem derro-
bolizada a partir da deusa diké é muito ampla e abstrata, gada em parte, nem anulada; não podemos ser isentos de
mas com a legislação passou a ter um conteúdo palpável, seu cumprimento pelo povo nem pelo senado; não há que
de modo que a justiça deveria corresponder às leis da ci- procurar para ela outro comentador nem intérprete; não é
dade; entretanto, é preciso considerar que os costumes pri- uma lei em Roma e outra em Atenas, - uma antes e outra de-
mitivos trazem o justo por natureza, que pode se contrapor pois, mas uma, sempiterna e imutável, entre todos os povos
ao justo por convenção ou legislação, devendo prevalecer o e em todos os tempos”.
primeiro, que se refere ao naturalmente justo, sendo esta a Com a queda do Império Romano, iniciou-se o período
origem da ideia de lei natural. medieval, predominantemente cristianista. Um dos grandes
De início, a literatura grega trouxe na obra Antígona pensadores do período, Santo Tomás de Aquino (1225 d.C.
uma discussão a respeito da prevalência da lei natural so- -1274 d.C.)17, supondo que o mundo e toda a comunidade
bre a lei posta. Na obra, a protagonista discorda da proibi- do universo são regidos pela razão divina e que a própria
ção do rei Creonte de que seu irmão fosse enterrado, uma razão do governo das coisas em Deus fundamenta-se em
vez que ele teria traído a pátria. Assim, enterra seu irmão lei, entendeu que existe uma lei eterna ou divina, pois a ra-
e argumenta com o rei que nada do que seu irmão tivesse
feito em vida poderia dar o direito ao rei de violar a regra Paulo: Martin Claret, 2003.
imposta pelos deuses de que todo homem deveria ser en- 13 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liber-
terrado para que pudesse partir desta vida: a lei natural dade e poder. São Paulo: Lúmen, 2002.
prevaleceria então sobre a ordem do rei.12 14 ARISTÓTELES. Retórica. Tradução Marcelo Silvano Madeira.
São Paulo: Rideel, 2007. 
9 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica Mo- 15 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Di-
derna. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p. 27-29, jul. reitos Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
2009. 16 CÍCERO, Marco Túlio. Da República. Tradução Amador Cis-
10 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Di- neiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
reitos Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 17 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Van-
11 ASSIS, Olney Queiroz. O estoicismo e o Direito: justiça, liber- nucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez. Coor-
dade e poder. São Paulo: Lúmen, 2002. denação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição Joaquim Pereira.
12 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, seção II, questões 57 a 122.

3
NOÇÕES DE DIREITO

zão divina nada concebe no tempo e é sempre eterna. Com especialmente dos príncipes, contra a qual não há recurso, os
base nisso, Aquino18 chamou de lei natural “a participação fins justificam os meios. Portanto, se um príncipe pretende
da lei eterna na lei racional”. Sobre o conteúdo da lei natural, conquistar e manter o poder, os meios que empregue serão
definiu Aquino (2005, p. 562) que “todas aquelas coisas que sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois o
devem ser feitas ou evitadas pertencem aos preceitos da lei vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados”.
de natureza, que a razão prática naturalmente apreende ser Os monarcas dos séculos XVI, XVII e XVIII agiam de forma
bens humanos”. Logo, a lei natural determina o agir virtuoso, autocrática, baseados na teoria política desenvolvida até en-
o que se espera do homem em sociedade, independente- tão que negava a exigência do respeito à Ética, logo, ao direito
mente da lei humana. natural, no espaço público. Somente num momento histórico
Com a concepção medieval de pessoa humana é que se posterior se permitiu algum resgate da aproximação entre a
iniciou um processo de elaboração em relação ao princípio Moral e o Direito, qual seja o da Revolução Intelectual dos sé-
da igualdade de todos, independentemente das diferenças culos XVII e XVIII, com o movimento do Iluminismo, que con-
existentes, seja de ordem biológica, seja de ordem cultural. feriu alicerce para as Revoluções Francesa e Industrial - ainda
Foi assim, então, que surgiu o conceito universal de direitos assim a visão antropocentrista permaneceu, mas começou a
humanos, com base na igualdade essencial da pessoa19. se consolidar a ideia de que não era possível que o soberano
No processo de ascensão do absolutismo europeu, a impusesse tudo incondicionalmente aos seus súditos.
monarquia da Inglaterra encontrou obstáculos para se es- Com efeito, quando passou a se questionar o conceito de
tabelecer no início do século XIII, sofrendo um revés. Ao se Soberano, ao qual todos deveriam obediência mas que não
tratar da formação da monarquia inglesa, em 1215 os barões deveria obedecer a ninguém. Indagou-se se os indivíduos que
feudais ingleses, em uma reação às pesadas taxas impos- colocaram o Soberano naquela posição (pois sem povo não
tas pelo Rei João Sem-Terra, impuseram-lhe a Magna Car- há Soberano) teriam direitos no regime social e, em caso afir-
ta. Referido documento, em sua abertura, expõe a noção de mativo, quais seriam eles. As respostas a estas questões ini-
concessão do rei aos súditos, estabelece a existência de uma ciam uma visão moderna do direito natural, reconhecendo-o
hierarquia social sem conceder poder absoluto ao soberano, como um direito que acompanha o cidadão e não pode ser
prevê limites à imposição de tributos e ao confisco, constitui suprimido em nenhuma circunstância.22
privilégios à burguesia e traz procedimentos de julgamento Antes que despontassem as grandes revoluções que in-
ao prever conceitos como o de devido processo legal, habeas terromperam o contexto do absolutismo europeu, na Ingla-
corpus e júri. Não que a carta se assemelhe a uma declaração terra houve uma árdua discussão sobre a garantia das liberda-
de direitos humanos, principalmente ao se considerar que
des pessoais, ainda que o foco fosse a proteção do clero e da
poucos homens naquele período eram de fato livres, mas
nobreza. Quando a dinastia Stuart tentou transformar o abso-
ela foi fundamental naquele contexto histórico de falta de
lutismo de fato em absolutismo de direito, ignorando o Par-
limites ao soberano20. A Magna Carta de 1215 instituiu ainda
lamento, este impôs ao rei a Petição de Direitos de 1948, que
um Grande Conselho que foi o embrião para o Parlamento
exigia o cumprimento da Magna Carta de 1215. Contudo, o
inglês, embora isto não signifique que o poder do rei não
rei se recusou a fazê-lo, fechando por duas vezes o Parlamen-
tenha sido absoluto em certos momentos, como na dinastia
to, sendo que a segunda vez gerou uma violenta reação que
Tudor. Havia um absolutismo de fato, mas não de Direito.
Em geral, o absolutismo europeu foi marcado profunda- desencadeou uma guerra civil. Após diversas transições no
mente pelo antropocentrismo, colocando o homem no cen- trono inglês, despontou a Revolução Gloriosa que durou de
tro do universo, ocupando o espaço de Deus. Naturalmente, 1688 até 1689, conferindo-se o trono inglês a Guilherme de
as premissas da lei natural passaram a ser questionadas, já Orange, que aceitou a Declaração de Direitos - Bill of Rights.
que geralmente se associavam à dimensão do divino. A ne- Todo este movimento resultou, assim, nas garantias ex-
gação plena da existência de direitos inatos ao homem im- pressas do habeas corpus e do Bill of Rights de 1698. Por sua
plicava em conferir um poder irrestrito ao soberano, o que vez, a instituição-chave para a limitação do poder monárquico
gerou consequências que desagradavam a burguesia. e para garantia das liberdades na sociedade civil foi o Parla-
O príncipe, obra de Maquiavel (1469 d.C. - 1527 d.C.) mento e foi a partir do Bill of Rights britânico que surgiu a
considerada um marco para o pensamento absolutista, relata ideia de governo representativo, ainda que não do povo, mas
com precisão este contexto no qual o poder do soberano po- pelo menos de suas camadas superiores23.
deria se sobrepor a qualquer direito alegadamente inato ao Tais ideias liberais foram importantes como base para o
ser humano desde que sua atitude garantisse a manutenção Iluminismo, que se desencadeou por toda a Europa. Destaca-
do poder. Maquiavel21 considera “na conduta dos homens, se que quando isso ocorreu, em meados do século XVIII, se
dava o advento do capitalismo em sua fase industrial. O pro-
18 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo Van- cesso de formação do capitalismo e a ascensão da burguesia
nucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Rodríguez. Coor- trouxeram implicações profundas no campo teórico, gerando
denação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edição Joaquim Pereira.
o Iluminismo.
São Paulo: Loyola, 2005b. v. VI, parte II, seção II, questões 57 a 122.
19 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Di- São Paulo: Martin Claret, 2007.
reitos Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 22 COSTA, Paulo Sérgio Weyl A. Direitos Humanos e Crítica Mo-
20 AMARAL, Sérgio Tibiriçá. Magna Carta: Algumas Contribui- derna. Revista Jurídica Consulex. São Paulo, ano XIII, n. 300, p. 27-29, jul.
ções Jurídicas. Revista Intertemas: revista da Toledo. Presidente Prudente, 2009.
ano 09, v. 11, p. 201-227, nov. 2006. 23 COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Di-
21 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. reitos Humanos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

4
NOÇÕES DE DIREITO

O Iluminismo lançou base para os principais eventos que Entre outras noções, tal documento previu: a liberdade e
ocorreram no início da Idade Contemporânea, quais sejam as igualdade entre os homens quanto aos seus direitos (artigo 1º),
Revoluções Francesa, Americana e Industrial. Tiveram origem a necessidade de conservação dos seus direitos naturais, quais
nestes movimentos todos os principais fatos do século XIX e sejam a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à
do início do século XX, por exemplo, a disseminação do li- opressão (artigo 2º); a limitação do direito de liberdade somente
beralismo burguês, o declínio das aristocracias fundiárias e o por lei (artigo 4º); o princípio da legalidade (artigo 7º); o princí-
desenvolvimento da consciência de classe entre os trabalha- pio da inocência (artigo 9º); a manifestação livre do pensamento
dores24. (artigos 10 e 11); e a necessária separação de poderes (artigo 16).
Jonh Locke (1632 d.C. - 1704 d.C.) foi um dos pensado- 3) Por sua vez, a Revolução Industrial, que começou na Ingla-
res da época, transportando o racionalismo para a política, terra, criou o sistema fabril, o que reformulou a vida de homens e
refutando o Estado Absolutista, idealizando o direito de re- mulheres pelo mundo todo, não só pelos avanços tecnológicos,
belião da sociedade civil e afirmando que o contrato entre mas notadamente por determinar o êxodo de milhões de pes-
os homens não retiraria o seu estado de liberdade. Ao lado soas do interior para as cidades. Os milhares de trabalhadores
dele, pode ser colocado Montesquieu (1689 d.C. - 1755 d.C.), se sujeitavam a jornadas longas e desgastantes, sem falar nos
que avançou nos estudos de Locke e na obra O Espírito das ambientes insalubres e perigosos, aos quais se sujeitavam inclu-
Leis estabeleceu em definitivo a clássica divisão de poderes: sive as crianças. Neste contexto, surgiu a consciência de classe26,
Executivo, Legislativo e Judiciário. Por fim, merece menção o lançando-se base para uma árdua luta pelos direitos trabalhistas.
pensador Rousseau (1712 d.C. - 1778 d.C.), defendendo que Fato é que quanto maior a autonomia de vontade - bus-
o homem é naturalmente bom e formulando na obra O Con- cada nas revoluções anteriores - melhor funciona o mercado
trato Social a teoria da vontade geral, aceita pela pequena capitalista, beneficiando quem possui maior número de bens.
burguesia e pelas camadas populares face ao seu caráter de- Assim, a classe que detinha bens, qual seja a burguesia, am-
mocrático. Enfim, estes três contratualistas trouxeram em suas pliou sua esfera de poder, enquanto que o proletariado passou
obras as ideias centrais das Revoluções Francesa e Americana. a ser vítima do poder econômico. No Estado Liberal, aquele
Em comum, defendiam que o Estado era um mal necessário, que não detém poder econômico fica desprotegido. O indiví-
mas que o soberano não possuía poder divino/absoluto, sen- duo da classe operária sozinho não tinha defesa, mas desco-
do suas ações limitadas pelos direitos dos cidadãos submeti- briu que ao se unir com outros em situação semelhante pode-
dos ao regime estatal. No entanto, Rousseau era o pensador ria conquistar direitos. Para tanto, passaram a organizar greves.
que mais se diferenciava dos dois anteriores, que eram mais Nasceu, assim, o direito do trabalho, voltado à proteção
individualistas e trouxeram os principais fundamentos do Es- da vítima do poder econômico, o trabalhador. Parte-se do
tado Liberal, porque defendia a entrega do poder a quem princípio da hipossuficiência do trabalhador, que é o princípio
realmente estivesse legitimado para exercê-lo, pensamento da proteção e que gerou os princípios da primazia, da irre-
que mais se aproxima da atual concepção de democracia. dutibilidade de vencimentos e outros. Nota-se que no cam-
1) O primeiro grande movimento desencadeado foi a po destes direitos e dos demais direitos econômicos, sociais e
Revolução Americana. Em 1776 se deu a independência das culturais não basta uma postura do indivíduo: é preciso que o
treze Colônias da América Continental Britânica, registrada Estado interfira e controle o poder econômico.
na Declaração de Direitos do Homem e, posteriormente, na Entre os documentos relevantes que merecem menção
Declaração de Independência. Após diversas batalhas, a In- nesta esfera, destacam-se: Constituição do México de 1917,
glaterra reconheceu a independência em 1783. Destacam-se Constituição Alemã de Weimar de 1919 e Tratado de Versalhes
alguns pontos do primeiro documento: o artigo I do referido de 1919, sendo que o último instituiu a Organização Interna-
documento assegura a igualdade de todos de maneira livre cional do Trabalho - OIT (que emitia convenções e recomenda-
e independente, considerando esta como um direito inato; o ções) e pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
artigo II estabelece que o poder pertence ao povo e que o No final do século XIX e no início de século XX, o mundo
Estado é responsável perante ele; o artigo V prevê a separa- passou por variadas crises de instabilidade diplomática, posto
ção dos poderes e o artigo VI institui a realização de eleições que vários países possuíam condições suficientes para se so-
diretas, necessariamente. A declaração americana estava mais breporem sobre os demais, resultado dos avanços tecnológicos
voltada aos americanos do que à humanidade, razão pela e das melhorias no padrão de vida da sociedade. Neste contex-
qual a Revolução Francesa costuma receber mais destaque to, surgiram condições para a eclosão das duas Guerras Mun-
num cenário histórico global. diais, eventos que alteraram o curso da história da civilização
2) Já a Revolução Francesa decorreu da incapacidade do ocidental. Entre estas, destaca-se a Segunda Guerra Mundial,
governo de resolver sua crise financeira, ascendendo com isso cujos eventos foram marcados pela desumanização: todos com
a classe burguesa (sans-culottes), sendo o primeiro evento de o devido respaldo jurídico perante o ordenamento dos países
tal ascensão a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, que determinavam os atos. A teoria jurídica que conferiu fun-
seguida por outros levantes populares. Derrubados os privi- damento a um Direito que aceitasse tantas barbáries, sem per-
légios das classes dominantes, a Assembleia se reuniu para o der a sua validade, foi o Positivismo que teve como precursor
preparo de uma carta de liberdades, que veio a ser a Declara- Hans Kelsen, com a obra Teoria Pura do Direito.
ção dos Direitos do Homem e do Cidadão.25
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner
24 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner 26 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner
25 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.

5
NOÇÕES DE DIREITO

No entender de Kelsen27, a justiça não é a característica No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral
que distingue o Direito das outras ordens coercitivas por- das Nações Unidas elaborou a Declaração Universal dos Di-
que é relativo o juízo de valor segundo o qual uma ordem reitos Humanos. Um dos principais pensadores que contri-
pode ser considerada justa. Percebe-se que a Moral é afas- buiu para a Declaração Universal dos Direitos Humanos de
tada como conteúdo necessário do Direito, já que a justiça 1948 foi Maritain31, que entendia que os direitos humanos
é o valor moral inerente ao Direito. da pessoa como tal se fundamentam no fato de que a pes-
.A Segunda Guerra Mundial chegou ao fim somente em soa humana é superior ao Estado, que não pode impor a
1945, após uma sucessão de falhas alemãs, que impediram ela determinados deveres e nem retirar dela alguns direitos,
a conquista de Moscou, desprotegeram a Itália e impossibi- por ser contrário à lei natural. Em suma, para o filósofo o
litaram o domínio da região setentrional da Rússia (produ- homem ético é fiel aos valores da verdade, da justiça e do
tora de alimentos e petróleo). Já o evento que culminou na amor, e segue a doutrina cristã para determinar seus atos:
rendição do Japão foi o lançamento das bombas atômicas tais elementos determinam o agir moral e levam à produ-
de Hiroshima e Nagasaki. O mundo somente tomou conhe- ção do bem na sociedade humanista integral.
cimento da extensão da tirania alemã quando os exércitos Moraes32 lembra que a Declaração de 1948 foi a mais
Aliados abriram os campos de concentração na Alemanha importante conquista no âmbito dos direitos humanos fun-
e nos países por ela ocupados, encontrando prisioneiros damentais em nível internacional, muito embora o instru-
famintos, doentes e brutalizados, além de milhões de cor- mento adotado tenha sido uma resolução, não constituin-
pos dos judeus, poloneses, russos, ciganos, homossexuais e do seus dispositivos obrigações jurídicas dos Estados que
traidores do Reich em geral, que foram perseguidos, tortu- a compõem. O fato é que desse documento se originaram
rados e mortos28. muitos outros, nos âmbitos nacional e internacional, sen-
Vale ressaltar a constituição de um órgão que foi o res- do que dois deles praticamente repetem e pormenorizam
ponsável por redigir o primeiro documento de relevância o seu conteúdo, quais sejam: o Pacto Internacional dos Di-
internacional abrangendo a questão dos direitos humanos. reitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Em 26 de junho de 1945 foi assinada a carta de organização Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966.
das Nações Unidas, que tem por fundamento o princípio da Ainda internacionalmente, após os pactos menciona-
igualdade soberana de todos os estados que buscassem a dos, vários tratados internacionais surgiram. Nesta linha,
paz, possuindo uma Assembleia Geral, um Conselho de Se- Piovesan33 apontou os seguintes documentos: Convenção
gurança, uma Secretaria, em Conselho Econômico e Social, Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Dis-
um Conselho de Mandatos e um Tribunal Internacional de criminação Racial, Convenção sobre a Eliminação de todas
Justiça29. as formas de Discriminação contra a Mulher, Convenção so-
Entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946 bre os Direitos da Criança, Convenção sobre os Direitos das
realizou-se o Tribunal de Nuremberg, ao qual foram subme- Pessoas com Deficiência, Convenção contra a Tortura, etc.
tidos a julgamento os principais líderes nazistas, o principal Ao lado do sistema global surgiram os sistemas regio-
argumento levantado foi o de que todas as ações praticadas nais de proteção, que buscam internacionalizar os direitos
foram baseadas em ordens superiores, todas dotadas de va- humanos no plano regional, em especial na Europa, na
lidade jurídica perante a Constituição. Explica Lafer30: “No América e na África34. Resultou deste processo a Convenção
plano do Direito, uma das maneiras de assegurar o primado Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Cos-
do movimento foi o amorfismo jurídico da gestão totali- ta Rica) de 1969.
tária. Este amorfismo reflete-se tanto em matéria constitu- No âmbito nacional, destacam-se as positivações nos
cional quanto em todos os desdobramentos normativos. textos das Constituições Federais. Afinal, como explica La-
A Constituição de Weimar nunca foi ab-rogada durante o fer35, a afirmação do jusnaturalismo moderno de um direi-
regime nazista, mas a lei de plenos poderes de 24 de março to racional, universalmente válido, gerou implicações re-
de 1933 teve não só o efeito de legalizar a posse de Hitler levantes na teoria constitucional e influenciou o processo
no poder como o de legalizar geral e globalmente as suas de codificação a partir de então. Embora muitos direitos
ações futuras. Dessa maneira, como apontou Carl Schmitt humanos também se encontrem nos textos constitucionais,
- escrevendo depois da II Guerra Mundial -, Hitler foi confir- aqueles não positivados na Carta Magna também possuem
mado no poder, tornando-se a fonte de toda legalidade po- proteção porque o fato de este direito não estar assegurado
sitiva, em virtude de uma lei do Parlamento que modificou constitucionalmente é uma ofensa à ordem pública interna-
a Constituição. Também a Constituição stalinista de 1936, cional, ferindo o princípio da dignidade humana.
completamente ignorada na prática, nunca foi abolida”.
31 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3.
27 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução João ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 32 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
28 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. 33 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitu-
29 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do cional Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner 34 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitu-
e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2. cional Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
30 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diá- 35 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diá-
logo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. logo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.

6
NOÇÕES DE DIREITO

Conforme evoluíram as chamadas dimensões dos di-


DIREITOS FUNDAMENTAIS, DIREITOS SOCIAIS reitos humanos tais bens jurídicos fundamentais adquiri-
E DIREITOS DIFUSOS, DIREITO CIVIS E ram novas vertentes, saindo de uma noção individualista
POLÍTICOS. e chegando a uma coletiva, de modo que a própria fina-
lidade dos direitos humanos adquiriu nova compreensão,
deixando de ser preservar apenas o indivíduo e passando
a envolver a manutenção da sociedade sustentável. A teo-
Os direitos humanos ficam em uma zona de flutuação ria das dimensões de direitos humanos foi identificada por
acima dos ordenamentos internos, pois necessariamente Karel Vasak.
dependem de um consenso que transcenda a soberania de É pacífico que as três primeiras dimensões de direitos
cada país. Com maior ou menor variação, os direitos huma- humanos envolvem:
nos são encarados de mesmo modo pelos países que prezam
pelo diálogo. Diz-se “com menor ou variação”, pois é óbvio 1) direitos civis e políticos (LIBERDADE);
que nuanças internas devam ser respeitadas, ainda que num 2) direitos sociais, econômicos e culturais (IGUAL-
cenário macro se busque sempre um mesmo objetivo, isto é, DADE MATERIAL);
um denominador comum. 3) direitos ambientais e de solidariedade (FRATER-
Como fator inerente à soberania de cada país, cujos sis- NIDADE).
temas constitucionais são exemplos, mister se faz capturar Destaca-se que as três primeiras dimensões de direi-
estes direitos humanos de sua zona de flutuação e afixá-los tos remetem ao lema da Revolução Francesa: “Liberdade,
dentro de um ordenamento interno para que norteiem as igualdade, fraternidade”. Tais dimensões de direitos huma-
pessoas vinculadas a uma Constituição (respeitando-se, urge nos também se consubstanciam como dimensões de direi-
insistir, as peculiaridades óbvias de cada sistema interno). tos fundamentais.
Cada país faz a implementação destes direitos humanos de Em relação à primeira dimensão de direitos, inicialmen-
acordo com suas peculiaridades, muito embora respeitem te, denota-se a afirmação dos direitos de liberdade, refe-
uma matriz genérica internacionalmente consagrada, o que
rente aos direitos que tendem a limitar o poder estatal e
é feito na forma dos direitos fundamentais.
reservar parcela dele para o indivíduo (liberdade em rela-
Se há diferença entre os direitos humanos e os direitos
ção ao Estado), sendo que posteriormente despontam os
fundamentais, portanto, é uma questão de “ponto de vista”.
direitos políticos, relativos às liberdades positivas no senti-
E, ainda que assim o seja, se trata de problema puramente
do de garantir uma participação cada vez mais ampla dos
conceitual.
indivíduos no poder político (liberdade no Estado). Os dois
Materialmente falando, ambos visam à proteção e à pro-
movimentos que levaram à afirmação dos direitos de pri-
moção da dignidade da pessoa humana. Logo, quanto ao
conteúdo, pouca ou nenhuma diferença há entre eles. A dis- meira dimensão, que são os direitos de liberdade e os direi-
sonância, pois, é em relação ao plano em que esses direitos tos políticos, foram a Revolução Americana, que culminou
são consagrados. Assim, para quem entende haver distinção, na Declaração de Virgínia (1776), e a Revolução Francesa,
os “direitos humanos” são os consagrados no plano interna- cujo documento essencial foi a Declaração dos Direitos do
cional, enquanto os “direitos fundamentais” são os consagra- Homem e do Cidadão (1789)36.
dos no plano interno, notadamente nas Constituições. Quanto à segunda dimensão, foram proclamados os
Em pensando sob enfoque de consagração interna, o direitos sociais, expressando o amadurecimento das novas
que se vê em cada Constituição são os direitos fundamen- exigências como as de bem-estar e igualdade material (li-
tais, porquanto direitos humanos internalizados. Entremen- berdade por meio do Estado). Durante a Revolução Indus-
tes, sob enfoque de um objetivo comum de asseguramen- trial tomaram proporção os direitos de segunda dimensão,
to de direitos e deveres às pessoas e aos Estados, qualquer que são os direitos sociais, refletindo a busca do trabalha-
diferença pode haver entre eles, a depender do prisma de dor por condições dignas de trabalho, remuneração ade-
observação. quada, educação e assistência social em caso de invalidez
A finalidade primordial tanto dos direitos humanos ou velhice, garantindo o amparo estatal à parte mais fraca
quanto dos direitos fundamentais é garantir que a dignidade da sociedade.37
do homem não seja violada, estabelecendo um rol de bens Ao lado dos direitos sociais, chamados de segunda
jurídicos fundamentais que merecem proteção inerentes, geração, emergiram os chamados direitos de terceira ge-
basicamente, aos direitos civis (vida, segurança, proprieda- ração, que constituem uma categoria ainda heterogênea
de e liberdade), políticos (participação direta e indireta nas e vaga, mas que concentra na reivindicação do direito de
decisões políticas), econômicos (trabalho), sociais (igualdade viver num ambiente sem poluição.38
material, educação, saúde e bem-estar), culturais (participa-
ção na vida cultural) e ambientais (meio ambiente saudável,
sustentabilidade para as futuras gerações). Percebe-se uma 36 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9.
proximidade entre os direitos humanos e os direitos funda- ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
mentais do homem, o que ocorre porque o valor da pessoa 37 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9.
humana na qualidade de valor-fonte da ordem de vida em ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
sociedade fica expresso juridicamente nestes direitos funda- 38 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9.
mentais do homem. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

7
NOÇÕES DE DIREITO

A doutrina não é pacífica no que tange à definição de di- competente decidirá sobre a violação causada por uma ação
mensões posteriores de direitos humanos. Para Bobbio39 - e a ou omissão dos agentes estatais. Assim, garante-se a respon-
maioria da doutrina - os chamados direitos de quarta dimen- sabilidade internacional dos Estados de respeitar e garantir di-
são se referem aos efeitos traumáticos da evolução da pesquisa reitos humanos45.
biológica, que permitirá a manipulação do patrimônio genético A denúncia internacional pode partir tanto de Estados
do indivíduo de modo cada vez mais intenso; enquanto que quanto de grupos de pessoas, indivíduos ou organizações,
Bonavides40 defende que são de quarta dimensão os direitos mas existem organismos internacionais que não aceitam
inerentes à globalização política. Bonavides41 também diverge como parte legítima todos estes, reservando-a aos Esta-
ao falar de uma quinta dimensão composta pelo direito à paz, dos e a outros organismos que compõem a organização
o qual foi colocado por Vasak na terceira dimensão. Autores do internacional. Isto se dá mais por uma questão estrutural
direito eletrônico como Peck42 e Olivo43 entendem que ele seria do que por se entender que a vítima não tem direito de
a quinta dimensão dos direitos humanos, envolvendo o direito acionar o âmbito internacional, permitindo que ela acesse
de acesso e convivência num ambiente salutar no ciberespaço. outros tribunais ou organismos.
Em resumo, as dimensões de direitos humanos se referem
às mudanças de paradigmas quanto aos bens jurídicos que Vale apontar quais são os principais tribunais ou órgãos
deveriam ser considerados fundamentais ao homem. Embo-
internacionais que podem ser acionados para proteção dos
ra todo direito humano seja imutável, isso não significa que o
direitos humanos no sistema global e interamericano:
processo interpretativo não possa evoluir e, com isso, se reco-
nhecer que um novo aspecto da dignidade humana merece
ampla proteção. a) Corte Internacional de Justiça (ONU): A Corte Per-
manente de Justiça Internacional, que funcionava como
organismo autônomo da Liga das Nações. Mesmo com
a ocupação da Holanda pela Alemanha, ela continuou a
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. funcionar em Genebra, sendo dissolvida apenas em 1946,
dando lugar à Corte Internacional de Justiça46. Nos termos
do artigo 34 do Estatuto da CIJ, “só os Estados poderão ser
O conceito de soberania estatal se torna relativo em prol partes em questões perante a Corte”.
do fortalecimento e da efetiva proteção dos direitos inerentes
à dignidade da pessoa humana, notadamente quando o siste- b) Comitê de Direitos Humanos (ONU): O Comitê de
ma interno de proteção não for suficiente. Denota Piovesan44 Direitos Humanos foi instituído pelo Pacto Internacional
que no viés da concepção contemporânea de direitos huma- dos Direitos Civis e Políticos de 1966, que o disciplina nos
nos é revista a tradicional ideia de soberania absoluta estatal, artigos 28 a 45. Pode dar início à apuração perante ele o
que passa a ser relativizada, e fica cristalizada a noção de que Estado-parte que acredite que outro não está cumprindo
o indivíduo merece ter direitos protegidos internacionalmente o Pacto.
enquanto sujeito de direito. Por isso, quando um Estado des-
cumpre normas de direitos humanos no âmbito interno será c) Conselho de Direitos Humanos (ONU): órgão in-
responsabilizado internacionalmente. tragovernamental da organização responsável pelo fortale-
A denúncia internacional serve como mecanismo alter- cimento da promoção e da proteção dos direitos humanos
nativo para a proteção das vítimas de violações de direitos pelo mundo. Tem sede em Genebra, na Suíça, substituindo
humanos ante a falta de respostas adequadas no âmbito in- a Comissão de Direitos Humanos e funcionando como ór-
terno, conferindo publicidade a estes casos de violação. Cabe gão subsidiário da Assembleia. Dentre os pontos abrangi-
ao Estado prestar contas à comunidade internacional em caso dos pela Resolução CDH n.5/1, merecem destaque as re-
de violações de direitos humanos ocorridas em seu territó- gras do processo de reclamação, acessível a pessoa ou um
rio diante de solicitação por um órgão de supervisão. Após a
grupo de pessoas que alegue ter sido vítima da violação,
manifestação do Estado acusado, a organização internacional
ou então por um grupo de pessoas, incluindo organizações
39 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9. não governamentais, na qualidade de representante. Tal
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. processo foi estabelecido para tratar padrões consistentes
40 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. de violações de todos direitos humanos e liberdades fun-
São Paulo: Malheiros, 2011. damentais ocorridos em qualquer parte do mundo e sob
41 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. qualquer circunstância (artigo 85, Resolução CDH n.5/1).
São Paulo: Malheiros, 2011.
42 PECK, Patrícia. Direito digital. São Paulo: Saraiva, 2002.
43 OLIVO, Luís Carlos Cancellier de. Os “novos” direitos enquanto
direitos públicos virtuais na sociedade da informação. In: WOLKMER, An-
tônio Carlos; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Os “novos” direitos no 45 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
Brasil: natureza e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2003. mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
44 PIOVESAN, Flávia. Introdução ao sistema interamericano de de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
proteção dos direitos humanos: a convenção americana de direitos humanos. Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN, Flávia (Coord.). O sistema intera- nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
mericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São 46 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Interna-
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. cional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

8
NOÇÕES DE DIREITO

d) Tribunal Penal Internacional (ONU/autônomo): Em destaque, a responsabilidade civil do Estado como


ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja juris- um dos institutos mais acessados pelas vítimas de violações
dição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional de direitos humanos no âmbito interno. O instituto da res-
compete o processo e julgamento de violações contra indi- ponsabilidade civil é parte integrante do direito obrigacional,
víduos. Logo, não se trata de um órgão voltado à respon- uma vez que a principal consequência da prática de um ato
sabilização estatal, mas individual. ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o
dano, mediante o pagamento de indenização que se refere
e) Comissão Interamericana de Direitos Humanos às perdas e danos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em
(OEA): A Comissão é anterior à Corte em mais de 20 anos, omissão que gere dano deve suportar as consequências ju-
aliás, é anterior à Convenção Americana de Direitos Huma- rídicas decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social. Todos
nos, atuando antes de 1969 com base na Carta da OEA e os cidadãos se sujeitam às regras da responsabilidade civil,
na DUDH. Nos termos do artigo 44 da CADH, “qualquer tanto podendo buscar o ressarcimento do dano que sofreu
pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governa- quanto respondendo por aqueles danos que causar. Da mes-
mental legalmente reconhecida em um ou mais Estados- ma forma, o Estado tem o dever de indenizar os membros da
membros da Organização, pode apresentar à Comissão sociedade pelos danos que seus agentes causem durante a
petições que contenham denúncias ou queixas de violação prestação do serviço, inclusive se tais danos caracterizarem
desta Convenção por um Estado-parte”. Logo, pessoas da uma violação aos direitos humanos reconhecidos.
sociedade e grupos que a representam possuem legitimi- Trata-se de responsabilidade extracontratual porque não
dade perante este órgão internacional. Também os Estados depende de ajuste prévio, basta a caracterização de elemen-
-partes podem ser legitimados ativos quando alegue haver tos genéricos pré-determinados, que perpassam pela leitura
outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos hu- concomitante do Código Civil (artigos 186, 187 e 927) com a
manos estabelecidos nesta Convenção, mas é preciso que Constituição Federal (artigo 37, §6°). Vale efetuar um estudo
se faça uma declaração de competência (artigo 45, CADH). decomposto do conceito:
1) Dano - somente é indenizável o dano certo, especial
e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é o dano
f) Corte Interamericana de Direitos Humanos (OEA):
específico, individualizado, que atinge determinada ou deter-
Diferente do que ocorre nas Comissões, não é qualquer
minadas pessoas. Anormal é o dano que ultrapassa os proble-
pessoa que pode submeter um caso à Corte, mas somente
mas comuns da vida em sociedade (por exemplo, infelizmen-
Estados-partes e a própria Comissão, não se atingindo so-
te os assaltos são comuns e o Estado não responde por todo
lução perante esta (artigo 61, CADH).
assalto que ocorra, a não ser que na circunstância específica
Portanto, o Estado adquire responsabilidade pelo aten-
possuía o dever de impedir o assalto, como no caso de uma
dimento dos direitos humanos no âmbito internacional. “O
viatura presente no local - muito embora o direito à seguran-
Direito Internacional dos Direitos Humanos concede a titu- ça pessoal seja um direito humano reconhecido).
laridade de direitos derivados diretamente do ordenamen- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe dentro
to jurídico internacional, gerando obrigações positivas para da administração pública, tenha ingressado ou não por con-
os Estados. Neste sentido, o reconhecimento dos direitos curso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os agentes
dos indivíduos frente ao Estado, assim como a criação de políticos, os servidores públicos em geral (funcionários, em-
mecanismos internacionais de supervisão, são inovações pregados ou temporários) e os particulares em colaboração
em relação ao Direito Internacional clássico”47. (por exemplo, jurado ou mesário).
Como visto, a ação internacional, com a conversão dos 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
indivíduos em sujeitos de direito internacional, é sempre qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão das
suplementar, isto é, funciona como garantia adicional de prerrogativas do cargo, não agindo como um particular.
proteção dos direitos humanos48. Isto ocorre porque, evi- Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Es-
dentemente, o Estado também pode ser responsabiliza- tado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por mais
do pela violação de direitos humanos no âmbito inter- relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida. Assim,
no, com apuração de responsabilidade perante o órgão ju- não é qualquer dano que permite a responsabilização civil do
diciário competente. A vítima se baseará nas normas cons- Estado, mas somente aquele que é causado por um agente
titucionais e, se existentes, infraconstitucionais, bem como público no exercício de suas funções e que exceda as expec-
nos tratados internacionais ratificados pelo país. tativas do lesado quanto à atuação do Estado. Isto faz sentido
em termos de direitos humanos porque existe a consciência,
na ordem internacional, de que não é possível implementar
47 GALLI, Maria Beatriz; KRSTICEVIC, Viviana; DULITZKY, todos os direitos humanos plenamente, sendo preciso buscar
Ariel E. A Corte Interamericana de Direitos Humanos: aspectos procedimen- progressivamente torná-los mais efetivos.
tais e estruturais de seu funcionamento. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVE- É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os
SAN, Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada por
humanos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
um grupo de pessoas que desempenham as atividades esta-
48 PIOVESAN, Flávia. Introdução ao sistema interamericano de tais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Estado em
proteção dos direitos humanos: a convenção americana de direitos humanos.
In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN, Flávia (Coord.). O sistema intera-
si, mas o agente que o representa, fazendo com que o próprio
mericano de proteção dos direitos humanos e o direito brasileiro. São Estado seja responsabilizado por isso civilmente, pagando
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. pela indenização (reparação dos danos materiais e morais).

9
NOÇÕES DE DIREITO

Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos vio- A atuação policial se dá no espaço público, que é aque-
ladores de direitos humanos se sujeitam à responsabilidade le de uso comum e posse de todos. Por muito tempo a
penal e à responsabilidade administrativa, todas autôno- atuação das polícias ficava restrita, apenas se limitava ao
mas uma com relação à outra e à já mencionada responsabi- exercício do poder de polícia fiscalizatório e repressivo. No
lidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei nº 8.112/90: “As entanto, uma preocupação social tem se arraigado nestas
sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, instituições, que tomaram novos rumos. Por exemplo, as
sendo independentes entre si”. polícias também têm desenvolvido iniciativas junto à popu-
No caso da responsabilidade civil, o Estado é diretamen- lação em complemento às suas funções tradicionais, como
te acionado e responde pelos atos de seus servidores que o caso de campanhas preventivas, da presença em redes
violem direitos humanos, cabendo eventualmente ação de sociais e do serviço de ouvidoria e pesquisa de satisfação.
regresso contra ele. Contudo, nos casos da responsabilidade Pouco a pouco, percebe-se que há uma preocupação
penal e da responsabilidade administrativa aciona-se o agen- em aproximar a polícia da sociedade, tirando a imagem de
te público que praticou o ato. uma instituição à parte, inimiga da população. Mais que
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser isso, pretende-se acabar com a percepção da polícia como
praticados pelo agente público no exercício de sua função uma instituição avessa aos direitos humanos garantidos à
que violam direitos humanos. A título de exemplo, peculato, população, passando a ser protetora e efetivadora destes
consistente em apropriação ou desvio de dinheiro público direitos, mesmo quando estiver atuando na repressão de
(art. 312, CP), que viola o bem comum e o interesse da cole- um cidadão que infringiu a lei.
tividade; concussão, que é a exigência de vantagem indevida Por outro lado, inegável que inúmeras notícias são vei-
(art. 316, CP), expondo a vítima a uma situação de constran- culadas diariamente a respeito da atuação policial no espa-
gimento e medo que viola diretamente sua dignidade; tor- ço público para dirimir conflitos e controlar manifestações.
tura, a mais cruel forma de tratamento humano, cuja pena é Muitas vezes, se dá o uso indevido da força, que deve ser
agravada quando praticada por funcionário público (art. 1º, coibido e caracteriza clássica violação de direitos humanos.
§4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. O uso desnecessário de disparos de armas, bombas de efei-
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-se,
to moral, balas de borracha e outros aparatos de contenção
a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas no art.
e dispersão caracteriza violação de direitos humanos, nota-
127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo funcionário
damente, liberdade de expressão, liberdade de manifesta-
que violar a ética do serviço público, como advertência, sus-
ção, integridade física, moral e psíquica e vida. Portanto, é
pensão e demissão.
preciso responsabilidade na atuação policial no espaço pú-
A intenção do sistema global de proteção de direitos hu-
blico, utilizando da força apenas na medida do necessário
manos é a crescente efetividade de tais direitos, independente-
e sem perder de vista dos direitos humanos consagrados.
mente do instrumento utilizado para que se atinja tal pretensão.
Por isso mesmo tem-se a chamada característica da comple- Assim, durante muitos anos o tema “Direitos Huma-
mentaridade, que se relaciona com a necessidade de coexistên- nos” foi considerado antagônico ao de Segurança Pública.
cia de sistemas regionais de proteção internacional de direitos O principal motivo disso foi o autoritarismo vigente no país
humanos ao lado de um sistema global, nunca perdendo de entre 1964 e 1984 e a manipulação, por ele, dos aparelhos
vista que o sistema interno também é muito importante, princi- policiais. Neste paradigma, a sociedade foi separada da po-
palmente por ser o mais próximo e de mais fácil acesso à vítima. lícia, como se esta não fizesse parte daquela.
Desde então, a polícia passou a ser caracterizada pelos
segmentos progressistas da sociedade de forma equivoca-
da, quer dizer, passou a ser vista como inimiga da demo-
SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA.
cracia e dos direitos humanos, associando-se à repressão
antidemocrática, à truculência, ao conservadorismo.
Por sua vez, os Direitos Humanos como militância, na
Será possível encontrar na segurança pública uma for- outra ponta, passaram a ser vistos como ideologicamente
ma de exercício da cidadania? Evidentemente que sim, afinal, filiados à esquerda, durante toda a vigência da Guerra Fria
proteger a segurança pública envolve proteger a sociedade (estranhamente, nos países do “socialismo real”, os Direitos
como um todo e resguardar o bem comum. No entanto, para Humanos eram vistos como uma arma retórica e organiza-
que isso ocorra de forma respeitosa aos cidadãos, é necessá- cional do capitalismo). No caso do Brasil, um país capita-
rio que a atuação dos responsáveis pela segurança pública se lista, em tempos de ditadura os Direitos Humanos faziam
dê em consonância com os direitos humanos. parte do ideário dos que tentavam derrubar o regime, por
Ricardo Balestreri49, com base em sua experiência de vezes utilizando-se de argumentos socialistas, ao passo que
quase uma década de parceria no campo da educação para aqueles que estavam no poder se valiam das violações a es-
os direitos humanos junto a policiais e em demais aspectos tes Direitos Humanos como mecanismo para a manutenção
de sua experiência prática, tece treze considerações que de- do poder.
vem ser guia na atuação da polícia em relação aos Direitos Bem se sabe que até hoje se tenta quebrar o estigma
Humanos, que estudaremos individualmente. conferido aos Direitos Humanos. Mesmo após a rearticula-
49 BALESTERI, Ricardo. Direitos humanos: Coisa de polícia. Dis-
ção democrática, inclusive após a Constituição Federal de
ponível em: <http://www.mpba.mp.br/atuacao/ceosp/artigos/Balestreri_Di- 1988, os defensores dos Direitos Humanos passaram a ser
reitos_Humanos_Coisa_policia.pdf>. Acesso em: 03 out. 2013. vistos como defensores de bandidos e da impunidade.

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NOÇÕES DE DIREITO

Evidentemente, ambas visões, tanto a da época de di- 2ª) Policial: cidadão qualificado
tadura militar quanto a que se instalou no início da rede- O agente de Segurança Pública é, contudo, um cidadão
mocratização, estão fortemente equivocadas e prejudica- qualificado: representa o Estado, em seu contato mais ime-
das pelo preconceito. diato com a população. Em verdade, todo cidadão que é
Estamos desde 1988 construindo uma nova democra- designado para desempenho de uma função pública passa
cia e essa paralisia de paradigmas das “partes” (uma vez a exteriorizar a imagem que o Estado pretende passar, à
que a visão de Direitos Humanos como um aparato de pro- qual notadamente se encontra aliado um valor ético. Mas
teção de criminosos, embora de forma atenuada, perma- não é o Estado que é ético ou não, e sim as pessoas que
nece), representa um forte impedimento à parceria para a compõem o seu aparato. Entre elas, destaca-se o policial,
edificação de uma sociedade mais civilizada. uma das figuras representativas do Estado que mais ficam
Aproximar a policia das ONGs que atuam com Direi- aos olhos da população.
tos Humanos, e vice-versa, é tarefa impostergável para que Sendo a autoridade mais comumente encontrada tem,
possamos viver, a médio prazo, em uma nação que respire portanto, a missão de ser uma espécie de “porta voz” po-
“cultura de cidadania”. Para que isso ocorra, é necessário pular do conjunto de autoridades das diversas áreas do
que as lideranças do campo dos Direitos Humanos desar- poder. Além disso, porta a singular permissão para o uso
mem as “minas ideológicas” altamente preconceituosas já da força e das armas, no âmbito da lei, o que lhe confere
referidas e não mais justificáveis, que agora impedem uma natural e destacada autoridade para a construção social ou
real aproximação. O mesmo vale para a polícia, que preci- para sua devastação. O impacto sobre a vida de indivíduos
sa deixar de acreditar que Direitos Humanos são inimigos e comunidades, exercido por esse cidadão qualificado é,
para o desempenho efetivo das funções policiais. pois, sempre um impacto extremado e simbolicamente re-
A polícia pode aprender muito com a sociedade, e vi- ferencial para o bem ou para o mal-estar da sociedade.
ce-versa, de forma a se promover uma atuação de agentes
defensores da mesma democracia. 3ª) Policial: pedagogo da cidadania
Há, assim, uma dimensão pedagógica no agir policial
1ª) Cidadania, dimensão primeira que, como em outras profissões de suporte público, ante-
O policial é, antes de tudo um cidadão, e na cidadania cede as próprias especificidades de sua especialidade.
deve nutrir sua razão de ser. Cidadão é aquele que possui Os paradigmas contemporâneos na área da educação
com o Estado o vínculo jurídico-político da nacionalidade, nos obrigam a repensar o agente educacional de forma
passando a compor o seu povo, adquirindo direitos políti- mais includente. No passado, esse papel estava reservado
cos aos quais correspondem deveres perante à sociedade. unicamente aos pais, professores e especialistas em educa-
Um cidadão não é diferente do outro, todos têm a mesma ção. Hoje é preciso incluir com primazia no rol pedagógico
importância e o mesmo papel social. também outras profissões irrecusavelmente formadoras
Portanto, o policial é equiparado a todos os  membros de opinião: médicos, advogados, jornalistas e policiais, por
da comunidade em direitos e deveres. Sua condição de exemplo.
cidadania é, portanto, condição primeira, tornando-se bi- O policial, assim, à luz desses paradigmas educacionais
zarra qualquer reflexão fundada sobre suposta dualidade mais abrangentes, é um pleno e legítimo educador. Essa
ou antagonismo entre uma “sociedade civil” e outra “socie- dimensão é inabdicável e reveste de profunda nobreza a
dade policial”, isto é, a sociedade é uma só, composta por função policial, quando conscientemente explicitada atra-
todos os cidadãos brasileiros e a polícia não forma uma vés de comportamentos e atitudes.
sociedade paralela.
Essa afirmação é plenamente válida mesmo quando se 4ª) A importância da autoestima pessoal e institu-
trata da Polícia Militar, que é um serviço público realizado cional
na perspectiva de uma sociedade única, da qual todos os O reconhecimento da mencionada “dimensão pedagó-
segmentos estatais são derivados. Portanto não há, igual- gica” é, seguramente, o caminho mais rápido e eficaz para a
mente, uma “sociedade civil” e outra “sociedade militar”. reconquista da abalada autoestima policial. Note-se que os
A “lógica” da Guerra Fria (socialismo/capitalismo),  alia- vínculos de respeito e solidariedade só podem constituir-se
da aos “anos de chumbo”, no Brasil, quer dizer, ao período sobre uma boa base de autoestima. A experiência primária
de ditadura militar, é que se encarregou de solidificar esses do “querer-se bem” é fundamental para possibilitar o co-
equívocos, tentando transformar a polícia, de um serviço à nhecimento de como chegar a “querer bem o outro”. Não
cidadania, em ferramenta para enfrentamento do “inimigo podemos viver para fora o que não vivemos para dentro.
interno”. Assim, o cidadão que não fazia parte do corpo Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial
policial passava a ser visto como um potencial inimigo que sinta-se motivado e orgulhoso de sua profissão. Isso só é
pudesse derrubar o Estado. Mesmo após o encerramento alcançável à partir de um patamar de “sentido existencial”.
desses anos de paranoia, sequelas ideológicas persistem Se a função policial for esvaziada desse sentido, transfor-
indevidamente, obstaculizando, em algumas áreas, a eluci- mando o homem e a mulher que a exercem em meros
dação da real função policial. cumpridores de ordens sem um significado pessoalmente
assumido como ideário, o resultado será uma autoimagem
denegrida e uma baixa autoestima.

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NOÇÕES DE DIREITO

Resgatar, pois, o pedagogo que há em cada policial, é per- Ao olhar para uns e outros, é preciso que a sociedade
mitir a ressignificação da importância social da polícia, com a perceba claramente as diferenças metodológicas, isto é, que
consequente consciência da nobreza e da dignidade dessa mis- distinga o mocinho do bandido, ou a “confusão arquetípica”
são. intensificará sua crise de moralidade, incrementando a ci-
A elevação dos padrões de autoestima pode ser o caminho randa da violência. Em outras palavras, a sociedade que não
mais seguro para uma boa prestação de serviços. Só respeita o olha para o policial como a pessoa que está certa em sua
outro aquele que se dá respeito a si mesmo. Um policial insatis- atuação, e para o bandido como aquele que deve ser repri-
feito com as funções que desempenha não pode ser um bom mido, tende a delinquir. Isso significa que a violência policial
policial. é geradora de mais violência da qual, mui comumente, o
próprio policial torna-se a vítima.
5ª ) Polícia e “superego” social Ao policial, portanto, não cabe ser cruel com os cruéis,
Essa “dimensão pedagógica”, evidentemente, não se con- vingativo contra os antissociais, hediondo com os hedion-
funde com “dimensão demagógica” e, portanto, não exime a dos. Apenas estaria com isso, liberando, licenciando a socie-
polícia de sua função técnica de intervir preventivamente no dade para fazer o mesmo, a partir de seu patamar de visibi-
cotidiano e repressivamente em momentos de crise, uma vez lidade moral. Não se ensina a respeitar desrespeitando, não
que democracia nenhuma se sustenta sem a contenção do cri- se pode educar para preservar a vida matando, não importa
me, sempre fundado sobre uma moralidade mal constituída  e quem seja. O policial jamais pode esquecer que também o
hedonista, resultante de uma complexidade causal que vai do observa o inconsciente coletivo.
social ao psicológico.
Assim como nas famílias é preciso, em “ocasiões extremas”, 8ª) A “visibilidade moral” da polícia: importância do
que o adulto sustente, sem vacilar, limites que possam balizar exemplo
moralmente a conduta de crianças e jovens, também em nível Essa dimensão “testemunhal”, exemplar, pedagógica,
macro é necessário que alguma instituição se encarregue da que o policial carrega irrecusavelmente é, possivelmente,
contenção da sociopatia. mais marcante na vida da população do que a própria inter-
A polícia é, portanto, uma espécie de superego social indis-
venção do educador por ofício, o professor.
pensável em culturas urbanas, complexas e de interesses confli-
Esse fenômeno ocorre devido à gravidade do momento
tantes, contendo o óbvio caos a que estaríamos expostos na ab-
em que normalmente o policial encontra o cidadão. À polí-
surda hipótese de sua inexistência. Possivelmente por isso não
cia recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocio-
se conheça nenhuma sociedade contemporânea que não tenha
nal, que deixam os indivíduos ou a comunidade fortemente
assentamento, entre outros, no poder da polícia. Zelar, pois, di-
“abertos” ao impacto psicológico e moral da ação realizada.
ligentemente, pela segurança pública, pelo direito do cidadão
Por essa razão é que uma intervenção incorreta funda
de ir e vir, de não ser molestado, de não ser saqueado, de ter
marcas traumáticas por anos ou até pela vida inteira, assim
respeitada sua integridade física e moral, é dever da polícia, um
compromisso com o rol mais básico dos direitos humanos que como a ação do “bom policial” será sempre lembrada com
devem ser garantidos à imensa maioria de cidadãos honestos e satisfação e conforto.
trabalhadores. Curiosamente, um significativo número de policiais não
Para isso é que a polícia recebe desses mesmos cidadãos a consegue perceber com clareza a enorme importância que
unção para o uso da força, quando necessário. têm para a sociedade, talvez por não haverem refletido su-
ficientemente a respeito dessa peculiaridade do impacto
6ª) Rigor versus violência emocional do seu agir sobre a clientela. Justamente aí reside
O uso legítimo da força não se confunde, contudo, com a maior força pedagógica da polícia, a grande chave para
truculência. A fronteira entre a força e a violência é delimitada, a redescoberta de seu valor e o resgate de sua autoestima.
no campo formal, pela lei, no campo racional pela necessidade É essa mesma “visibilidade moral” da polícia o mais forte
técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a argumento para convencê-la de sua “responsabilidade pa-
metodologia de policiais e criminosos. Significa que a lei delimi- ternal” (ainda que não paternalista) sobre a comunidade. Ze-
ta juridicamente a atuação do policial, mas a própria moralidade lar pela ordem pública é, assim, acima de tudo, dar exemplo
incute no policial o bom senso que limita suas atuações. Assim, de conduta fortemente baseada em princípios. Não há exce-
a força deve ser usada com bom senso, na medida do necessá- ção quando tratamos de princípios, mesmo quando está em
rio ao adequado desempenho das funções. questão a prisão, guarda e condução de malfeitores.
Se o policial é capaz de transigir nos seus princípios de
7ª) Policial versus criminoso: metodologias antagônicas civilidade, isto é, de relativizá-los, quando no contato com
Dessa forma, mesmo ao reprimir, o policial oferece uma vi- os sociopatas, abona a violência, contamina-se com o que
sualização pedagógica, ao antagonizar-se aos procedimentos nega, conspurca a normalidade, confunde o imaginário po-
do crime. pular e rebaixa-se à igualdade de procedimentos com aque-
Em termos de inconsciente coletivo, o policial exerce função les que combate.
educativa arquetípica: deve ser “o mocinho”, com procedimen- Note-se que a perspectiva, aqui, não é refletir do ponto
tos e atitudes coerentes com a “firmeza moralmente reta”, opos- de vista da “defesa do bandido”, mas da defesa da dignidade
ta radicalmente aos desvios perversos do outro arquétipo que do policial.
se lhe contrapõe: o bandido.

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NOÇÕES DE DIREITO

A violência desequilibra e desumaniza o sujeito, não A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da po-
importa com que fins seja cometida, e não restringe-se a pulação e nisso reside um componente desequilibrador.
áreas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda Quem cuida da polícia?
a conduta. O violento se dá uma perigosa permissão de Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente
exercício de pulsões negativas, que vazam gravemente sua os serviços de atendimento psicológico aos policiais e apro-
censura moral e que, inevitavelmente, vão alastrando-se em veitam muito mal os policiais diplomados nas áreas de saú-
todas as direções de sua vida, de maneira incontrolável. de mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanên-
9ª) “Ética” corporativa versus ética cidadã cia devem tornar-se cada vez mais exigentes, espera-se que
Essa consciência da autoimportância obriga o policial o Estado cuide também de retribuir com salários cada vez
a abdicar de qualquer lógica corporativista. Por lógica cor- mais dignos.
porativista, entende-se reforçar a distinção da polícia como De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência
uma corporação alheia à sociedade, autônoma. dos quadros policiais não cabe apenas ao Estado mas aos
Ter identidade com a polícia, amar a corporação da próprios policiais, os maiores interessados em participarem
qual participa, coisas essas desejáveis, não se podem con- de instituições livres de vícios, valorizadas socialmente e de-
fundir, em momento algum, com acobertar práticas abomi- tentoras de credibilidade histórica.
náveis. Ao contrário, a verdadeira identidade policial exige
do sujeito um permanente zelo pela “limpeza” da institui- 11ª) Direitos Humanos dos policiais: humilhação
ção da qual participa. versus hierarquia
Um verdadeiro policial, ciente de seu valor social, será O equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da
o primeiro interessado no “expurgo” dos maus profissio- polícia, passa também pela saúde emocional da própria
nais, dos corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe instituição. Mesmo que isso não se justifique, sabemos que
que o lugar deles não é polícia, pois, além do dano social policiais maltratados internamente tendem a descontar sua
que causam, prejudicam o equilíbrio psicológico de todo o agressividade sobre o cidadão. Evidentemente, polícia não
conjunto da corporação e inundam os meios de comuni-
funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre
cação social com um marketing que denigre o esforço he-
hierarquia e humilhação, entre ordem e perversidade.
roico de todos aqueles outros que cumprem corretamente
Em muitas academias de polícia (é claro que não em to-
sua espinhosa missão. Por esse motivo, não está disposto a
das) os policiais parecem ainda ser “adestrados” para algu-
conceder-lhes qualquer tipo de espaço.
ma suposta “guerra de guerrilhas”, sendo submetidos a toda
Aqui, se antagoniza a “ética da corporação” (que na
ordem de maus-tratos (beber sangue no pescoço da gali-
verdade é a negação de qualquer possibilidade ética) com
nha, ficar em pé sobre formigueiro, ser “afogado” na lama
a ética da cidadania (aquela voltada à missão da polícia
junto a seu cliente, o cidadão). por superior hierárquico, são só alguns dos recentes exem-
O acobertamento de práticas espúrias demonstra, ao plos que tenho colecionado à partir da narrativa de policiais).
contrário do que muitas vezes parece, o mais absoluto des- Por uma contaminação da ideologia militar (diga-se de
prezo pelas instituições policiais. Quem acoberta o espúrio passagem, presente não apenas nas PMs mas também em
permite que ele enxovalhe a imagem do conjunto da ins- muitas polícias civis), os futuros policiais são, muitas vezes,
tituição e mostra, dessa forma, não ter qualquer respeito submetidos a violento estresse psicológico, a fim de atiçar-
pelo ambiente do qual faz parte. lhes a raiva contra o “inimigo” (será, nesse caso, o cidadão?).
Essa permissividade na violação interna dos Direitos Hu-
10ª) Critérios de seleção, permanência e acompa- manos dos policiais pode dar guarida à ação de personalida-
nhamento des sádicas e depravadas, que usam sua autoridade superior
Essa preocupação deve crescer à medida em que te- como cobertura para o exercício de suas doenças.
nhamos clara a preferência da psicopatia pelas profissões Além disso, como os policiais não vão lutar na extinta
de poder. Política profissional, Forças Armadas, Comunica- guerra do Vietnã, mas atuar nas ruas das cidades, esse tipo
ção Social, Direito, Medicina, Magistério e Polícia são algu- de “formação” (deformadora) representa uma perda de tem-
mas das profissões de encantada predileção para os psico- po, geradora apenas de brutalidade, atraso técnico e incom-
patas, sempre em busca do exercício livre e sem culpas de petência.
seu poder sobre outrem. A verdadeira hierarquia só pode ser exercida com base
Profissões magníficas, de grande amplitude social, na lei e na lógica, longe, portanto, do personalismo e do
que agregam heróis e mesmo santos, são as mesmas que autoritarismo doentios.
atraem a escória, pelo alcance que têm, pelo poder que  O respeito aos superiores não pode ser imposto na
representam. base da humilhação e do medo. Não pode haver respeito
A permissão para o uso da força, das armas, do direito unilateral, como não pode haver respeito sem admiração.
a decidir sobre a vida e a morte, exercem irresistível atração Não podemos respeitar aqueles a quem odiamos.
à perversidade, ao delírio onipotente, à loucura articulada. A hierarquia é fundamental para o bom funcionamento
Os processos de seleção de policiais devem tornar-se da polícia, mas ela só pode ser verdadeiramente alcançada
cada vez mais rígidos no bloqueio à entrada desse tipo de através do exercício da liderança dos superiores, o que pres-
gente. Igualmente, é nefasta a falta de um maior acompa- supõe práticas bilaterais de respeito, competência e segui-
nhamento psicológico aos policiais já na ativa. mento de regras lógicas e suprapessoais.

13
NOÇÕES DE DIREITO

12ª) Direitos Humanos dos policiais: humilhação ver- O processo de modernização democrática já está instau-
sus hierarquia rado e conta com a parceria de organizações como a Anistia
No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também Internacional (que, dentro e fora do Brasil, aliás, mantém um
um mal. Pode passar uma imagem de descaso e desordem notável quadro de policiais a ela filiados).
no serviço público, além de enredar na malha confusa da bu- Dessa forma, o velho paradigma antagonista da Seguran-
rocracia toda a prática policial. ça Pública e dos Direitos Humanos precisa ser substituído por
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, um novo, que exige desacomodação de ambos os campos:
por exemplo, pode propiciar um desvio fragmentador dessa “Segurança Pública com Direitos Humanos”.
instituição, amparando uma tendência de definição de con- O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o po-
duta, em alguns casos, pela mera junção, em “colcha de reta- tencial de ser o mais marcante promotor dos Direitos Humanos,
lhos”, do conjunto das práticas de suas delegacias. revertendo o quadro de descrédito social e qualificando-se como
Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em um personagem central da democracia. As organizações não-go-
plano nacional, é fundamental que os estados e instituições vernamentais que ainda não descobriram a força e a importância
da polícia civil  direcionem estrategicamente o processo de do policial como agente de transformação, devem abrir-se, ur-
maneira a unificar sob regras claras a conduta do conjunto gentemente, a isso, sob pena de, aferradas a velhos paradigmas,
de seus agentes, transcendendo a mera predisposição dos perderem o concurso da ação impactante desse ator social.
delegados localmente responsáveis (e superando, assim, a Direitos Humanos, cada vez mais, também é coisa de polícia!
“ordem” fragmentada, baseada na personificação). Além do
conjunto da sociedade, a própria polícia civil será altamente
beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (incluí- CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA
das aí as condutas internas) só podem dar maior segurança e DE 1988 E SUAS EMENDAS.
credibilidade aos que precisam executar tão importante e ao
mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
O início da redemocratização do Brasil se deu no go-
13ª) A formação dos policiais
verno Geisel, que assumiu a presidência em março de 1974
A superação desses desvios poderia dar-se, ao menos
prometendo dar início a um processo de redemocratização
em parte, pelo estabelecimento de um “núcleo comum”, de
gradual e seguro, denominado distensão. A verdade é que a
conteúdos e metodologias na formação de ambas as polí-
força militar estava desgastada e nem ao menos era mais viá-
cias, que privilegiasse a formação do juízo moral, as ciências
vel manter o rigoroso controle exercido na ditadura. A era do
humanísticas e a tecnologia como contraponto de eficácia à
chamado “milagre econômico” chegava ao fim, desencadean-
incompetência da força bruta. Trata-se de aprender a ser po- do-se movimentos de greve em todo país. Logo, não se tratou
licial, tendo por base de estudo todas as diretrizes anteriores. de ato nobre ou de boa vontade de Geisel ou dos militares.
Aqui, deve-se ressaltar a importância das academias de No governo Geisel, é promulgada a Emenda Constitu-
Polícia Civil, das escolas formativas de oficiais e soldados e cional nº 11 à Constituição de 1967, revogando os atos ins-
dos institutos superiores de ensino e pesquisa, como bases titucionais. No início do governo seguinte, de Figueiredo, é
para a construção da Polícia Cidadã, seja através de suas inter- promulgada a Lei da Anistia, retornando os banidos ao Brasil.
venções junto aos policiais ingressantes, seja na qualificação A primeira eleição neste contexto de redemocratização
daqueles que se encontram há mais tempo na ativa. Um bom foi indireta, vencida por Tancredo Neves, que adoeceu antes
currículo e professores habilitados não apenas nos conheci- de assumir, passando a posição a José Sarney. No governo
mentos técnicos, mas igualmente nas artes didáticas e no re- Sarney foi convocada a Assembleia Constituinte, que elabo-
lacionamento interpessoal, são fundamentais para a geração rou a Constituição Federal de 1988.
de policiais que atuem com base na lei e na ordem hierárqui- Com efeito, após um longo período de 21 anos, o regime
ca, mas também na autonomia moral e intelectual. Do policial militar ditatorial no Brasil caiu, deflagrando-se num processo de-
contemporâneo, mesmo o de mais simples escalão, se exigirá, mocrático. As forças de oposição foram beneficiadas neste pro-
cada vez mais, discernimento de valores éticos e condução cesso de abertura, conseguindo relevantes conquistas sociais e
rápida de processos de raciocínio na tomada de decisões. políticas, processo que culminou na Constituição de 198850.
“A luta pela normalização democrática e pela conquista
Conclusão do Estado de Direito Democrático começará assim que ins-
A polícia, como instituição de serviço à cidadania em talou o golpe de 1964 e especialmente após o AI5, que foi o
uma de suas demandas mais básicas - Segurança Pública - instrumento mais autoritário da história política do Brasil. To-
tem tudo para ser altamente respeitada e valorizada. Para mará, porém, as ruas, a partir da eleição de Governadores em
tanto, precisa resgatar a consciência da importância de seu 1982. Intensificar-se-á, quando, no início de 1984, as multi-
papel social e, por conseguinte, a autoestima. dões acorreram entusiásticas e ordeiras aos comícios em prol
Esse caminho passa pela superação das sequelas deixadas da eleição direta do Presidente da República, interpretando o
pelo período ditatorial: velhos ranços psicopáticos, às vezes ain- sentimento da Nação, em busca do reequilíbrio da vida na-
da abancados no poder, contaminação anacrônica pela ideolo- cional, que só poderia consubstanciar-se numa nova ordem
gia militar da Guerra Fria, crença de que a competência se al- constitucional que refizesse o pacto político-social”51.
cança pela truculência e não pela técnica, maus-tratos internos a 50 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitu-
policiais de escalões inferiores, corporativismo no acobertamen- cional Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 21-37.
to de práticas incompatíveis com a nobreza da missão policial. 51 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-

14
NOÇÕES DE DIREITO

A atual Constituição institucionaliza a instauração de um regi- - TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS APROVADOS
me político democrático no Brasil, além de introduzir indiscutível NOS MOLDES DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004
avanço na consolidação legislativa dos direitos e garantias funda- (art. 5º, §2º, CF), isto é, como se emenda constitucional fos-
mentais e na proteção dos grupos vulneráveis brasileiros. Assim, se, em 2 turnos no Congresso Nacional por 3/5 do total dos
a partir da Constituição de 1988 os direitos humanos ganharam membros de cada Casa.
relevo extraordinário, sendo este documento o mais abrangente
e pormenorizado de direitos fundamentais já adotado no Brasil52.
Piovesan53 lembra que o texto de 1988 inova ao discipli- TÍTULO I –
nar primeiro os direitos e depois questões relativas ao Estado, DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.
diferente das demais, o que demonstra a prioridade conferi-
da a estes direitos. Logo, na Constituição de 1988, o Estado
não existe para o governo, mas sim para o povo.
Sendo assim, a Constituição Federal de 1988 foi promulgada, O título I da Constituição Federal trata dos princípios fun-
adotando um Estado presidencialista, republicano, federal e laico. damentais do Estado brasileiro e começa, em seu artigo 1º,
Destaca-se que a escolha pela forma e pelo sistema de governo trabalhando com os fundamentos da República Federativa bra-
foi feita pela participação direta do povo mediante plebiscito reali- sileira, ou seja, com as bases estruturantes do Estado nacional.
zado em 21 de abril de 1963, concernente à aprovação ou rejeição Neste sentido, disciplina: “Art. 1º A República Federativa
de Emenda Constitucional que adaptaria a Constituição ao novo do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Mu-
modelo. A maioria votou pelo sistema republicano e pelo regime nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
presidencialista, mantendo a estrutura da Constituição de 1988. crático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania;
II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os
A Constituição Federal de 1988 adota a seguinte estrutura: valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo
- PREÂMBULO, que tem a função introdutória ao tex- político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que
to constitucional, exteriorizando a ideologia majoritária da o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
constituinte e que, sem dúvidas, tem importância por ser nos termos desta Constituição”.
um elemento de interpretação. Há posição que afirme que o Vale estudar o significado e a abrangência de cada qual
preâmbulo tem força normativa, da mesma forma que existe destes fundamentos.
posição em sentido contrário.
1) Fundamentos (artigo 1º)
- DISPOSIÇÕES PERMANENTES, divididas em títulos:
Título I – Dos princípios fundamentais; 1.1 Soberania
Título II – Dos direitos e garantias fundamentais; Soberania significa o poder supremo que cada nação
Título III – Da organização do Estado; possui de se autogovernar e se autodeterminar. Este conceito
Título IV – Da organização dos Poderes; surgiu no Estado Moderno, com a ascensão do absolutismo,
Título V – Da defesa do Estado e das instituições demo- colocando o reina posição de soberano. Sendo assim, poderia
cráticas; governar como bem entendesse, pois seu poder era exclusivo,
Título VI – Da tributação e do orçamento; inabalável, ilimitado, atemporal e divino, ou seja, absoluto.
Título VII – Da ordem econômica e financeira; Neste sentido, Thomas Hobbes54, na obra Leviatã, defen-
Título VIII – Da ordem social; de que quando os homens abrem mão do estado natural, dei-
Título IX –Das disposições constitucionais gerais. xa de predominar a lei do mais forte, mas para a consolidação
deste tipo de sociedade é necessária a presença de uma auto-
- DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS, que traz disposições de ridade à qual todos os membros devem render o suficiente da
direito intertemporal que têm por finalidade básica regula- sua liberdade natural, permitindo que esta autoridade possa
mentar a transição de um sistema constitucional para outro. assegurar a paz interna e a defesa comum. Este soberano, que
à época da escrita da obra de Hobbes se consolidava no mo-
Além disso, também compõem o bloco de constitucio- narca, deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável.
nalidade em sentido estrito, isto é, são consideradas nor- No mesmo direcionamento se encontra a obra de Ma-
mas constitucionais: quiavel55, que rejeitou a concepção de um soberano que de-
- EMENDAS CONSTITUCIONAIS, que decorrem do Poder veria ser justo e ético para com o seu povo, desde que sempre
Constituinte derivado, reformando o texto constitucional. Ba- tivesse em vista a finalidade primordial de manter o Estado ín-
sicamente, a emenda constitucional é uma espécie normativa tegro: “na conduta dos homens, especialmente dos príncipes,
que exige um procedimento especial, notadamente, votação contra a qual não há recurso, os fins justificam os meios. Por-
em dois turnos nas duas casas do Congresso Nacional com tanto, se um príncipe pretende conquistar e manter o poder,
3/5 quórum, e que viabiliza a alteração da Constituição, res- os meios que empregue serão sempre tidos como honrosos,
peitados os limites legais conhecidos como cláusulas pétreas e elogiados por todos, pois o vulgo atenta sempre para as
(aspectos inalteráveis da Constituição). aparências e os resultados”.
vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. 54 MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã. Tradução de
52 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitu- João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. [s.c]: [s.n.], 1861.
cional Internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 21-37. 55 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti.
53 Ibid., p. 21-37. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 111.

15
NOÇÕES DE DIREITO

A concepção de soberania inerente ao monarca se Destacam-se os seguintes conceitos correlatos:


quebrou numa fase posterior, notadamente com a ascen- a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga
são do ideário iluminista. Com efeito, passou-se a enxergar um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele
a soberania como um poder que repousa no povo. Logo, a passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim
autoridade absoluta da qual emana o poder é o povo e a de direitos e obrigações.
legitimidade do exercício do poder no Estado emana deste b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado,
povo. unidas pelo vínculo da nacionalidade.
Com efeito, no Estado Democrático se garante a sobe- c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta-
rania popular, que pode ser conceituada como “a qualidade do, nacionais ou não.
máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido
membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a
seus representantes no governo por meio do sufrágio uni- consolidação do sistema democrático.
versal e do voto direto, secreto e igualitário”56.
Neste sentido, liga-se diretamente ao parágrafo úni- 1.3 Dignidade da pessoa humana
co do artigo 1º, CF, que prevê que “todo o poder emana A dignidade da pessoa humana é o valor-base de inter-
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos pretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou na-
ou diretamente, nos termos desta Constituição”. O povo é cional, que possa se considerar compatível com os valores
soberano em suas decisões e as autoridades eleitas que éticos, notadamente da moral, da justiça e da democracia.
decidem em nome dele, representando-o, devem estar Pensar em dignidade da pessoa humana significa, acima de
devidamente legitimadas para tanto, o que acontece pelo tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte para
exercício do sufrágio universal. qualquer processo de interpretação jurídico, seja na elabo-
Por seu turno, a soberania nacional é princípio geral da ração da norma, seja na sua aplicação.
atividade econômica (artigo 170, I, CF), restando demons- Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou
trado que não somente é guia da atuação política do Esta- plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana
do, mas também de sua atuação econômica. Neste senti- como o principal valor do ordenamento ético e, por con-
do, deve-se preservar e incentivar a indústria e a economia sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana
nacionais. como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or-
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a
1.2 Cidadania própria exclusão de sua personalidade.
Quando se afirma no caput do artigo 1º que a Repú- Aponta Barroso57: “o princípio da dignidade da pessoa
blica Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Di- humana identifica um espaço de integridade moral a ser
reito, remete-se à ideia de que o Brasil adota a democracia assegurado a todas as pessoas por sua só existência no
como regime político. mundo. É um respeito à criação, independente da crença
Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C. as que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela-
comunidades de aldeias começaram a ceder lugar para ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como
unidades políticas maiores, surgindo as chamadas cidades com as condições materiais de subsistência”.
-estado ou polis, como Tebas, Esparta e Atenas. Inicialmen- O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do
te eram monarquias, transformaram-se em oligarquias e, Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito
por volta dos séculos V e VI a.C., tornaram-se democracias. numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na
Com efeito, as origens da chamada democracia se encon- percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos
tram na Grécia antiga, sendo permitida a participação dire- direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de
ta daqueles poucos que eram considerados cidadãos, por condições existenciais mínimas, a participação saudável e
meio da discussão na polis. ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des-
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime po- tilação dos valores soberanos da democracia e das liber-
lítico em que o poder de tomar decisões políticas está com dades individuais. O processo de valorização do indivíduo
os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem
com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou olvidar que o espectro de abrangência das liberdades in-
indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um dividuais encontra limitação em outros direitos fundamen-
representante). tais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade, a ima-
Portanto, o conceito de democracia está diretamente gem. Sobreleva registrar que essas garantias, associadas ao
ligado ao de cidadania, notadamente porque apenas quem princípio da dignidade da pessoa humana, subsistem como
possui cidadania está apto a participar das decisões políti- conquista da humanidade, razão pela qual auferiram pro-
cas a serem tomadas pelo Estado. teção especial consistente em indenização por dano moral
Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- decorrente de sua violação”58.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que
57 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Cons-
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser tituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382.
votado (sufrágio universal). 58 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista
56 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal anotada. São n. 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Paulo: Saraiva, 2000. Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.tst.gov.br.

16
NOÇÕES DE DIREITO

Para Reale59, a evolução histórica demonstra o domínio A questão resta melhor delimitada no título VI do texto
de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma constitucional, que aborda a ordem econômica e financei-
ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores ra: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização
fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
Reale60: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que a da justiça social, observados os seguintes princípios [...]”.
pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. O ho- Nota-se no caput a repetição do fundamento republicano
mem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetivação
da mesma espécie. O homem, considerado na sua obje- deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do arti-
tividade espiritual, enquanto ser que só realiza no sentido go 170, ambos da Constituição, o princípio da livre concorrên-
de seu dever ser, é o que chamamos de pessoa. Só o ho- cia (artigo 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno emprego
mem possui a dignidade originária de ser enquanto deve (artigo 170, VIII, CF) e o princípio do tratamento favorecido
ser, pondo-se essencialmente como razão determinante do para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
processo histórico”. brasileiras e que tenham sua sede e administração no País (ar-
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade tigo 170, IX, CF). Ainda, assegurando a livre iniciativa no exer-
da pessoa humana como um dos fundamentos da Repúbli- cício de atividades econômicas, o parágrafo único do artigo
ca, faz emergir uma nova concepção de proteção de cada 170 prevê: “é assegurado a todos o livre exercício de qualquer
membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro huma- atividade econômica, independentemente de autorização de
nista guia a afirmação de todos os direitos fundamentais órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
e confere a eles posição hierárquica superior às normas
organizacionais do Estado, de modo que é o Estado que 1.5 Pluralismo político
está para o povo, devendo garantir a dignidade de seus A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da
membros, e não o inverso. multiplicidade de ideologias culturais, religiosas, econômicas
e sociais no âmbito de uma nação. Quando se fala em plu-
ralismo político, afirma-se que mais do que incorporar esta
1.4 Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
multiplicidade de ideologias cabe ao Estado nacional fornecer
Quando o constituinte coloca os valores sociais do tra-
espaço para a manifestação política delas.
balho em paridade com a livre iniciativa fica clara a percep-
Sendo assim, pluralismo político significa não só respeitar
ção de necessário equilíbrio entre estas duas concepções.
a multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de tudo ga-
De um lado, é necessário garantir direitos aos trabalhado-
rantir a existência dela, permitindo que os vários grupos que
res, notadamente consolidados nos direitos sociais enume-
compõem os mais diversos setores sociais possam se fazer
rados no artigo 7º da Constituição; por outro lado, estes ouvir mediante a liberdade de expressão, manifestação e opi-
direitos não devem ser óbice ao exercício da livre iniciativa, nião, bem como possam exigir do Estado substrato para se
mas sim vetores que reforcem o exercício desta liberdade fazerem subsistir na sociedade.
dentro dos limites da justiça social, evitando o predomínio Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou mul-
do mais forte sobre o mais fraco. tipartidarismo, que é apenas uma de suas consequências e
Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar garante que mesmo os partidos menores e com poucos re-
a exploração de atividades econômicas no território bra- presentantes sejam ouvidos na tomada de decisões políticas,
sileiro, coibindo-se práticas de truste (ex.: monopólio). O porque abrange uma verdadeira concepção de multiculturali-
constituinte não tem a intenção de impedir a livre inicia- dade no âmbito interno.
tiva, até mesmo porque o Estado nacional necessita dela
para crescer economicamente e adequar sua estrutura ao 2) Separação dos Poderes (artigo 2º)
atendimento crescente das necessidades de todos os que A separação de Poderes é inerente ao modelo do Estado
nele vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos é Democrático de Direito, impedindo a monopolização do poder
possível garantir os direitos econômicos, sociais e culturais e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta garantida no ar-
afirmados na Constituição Federal como direitos funda- tigo 2º da Constituição Federal com o seguinte teor: “Art. 2º São
mentais. Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legis-
No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar lativo, o Executivo e o Judiciário”. Se, por um lado, o Estado é
de maneira racional, tendo em vista os direitos inerentes uno, até mesmo por se legitimar na soberania popular; por outro
aos trabalhadores, no que se consolida a expressão “valo- lado, é necessária a divisão de funções das atividades estatais de
res sociais do trabalho”. A pessoa que trabalha para aquele maneira equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes.
que explora a livre iniciativa deve ter a sua dignidade res- O constituinte afirma que estes poderes são independen-
peitada em todas as suas dimensões, não somente no que tes e harmônicos entre si. Independência significa que cada
tange aos direitos sociais, mas em relação a todos os direi- qual possui poder para se autogerir, notadamente pela capa-
tos fundamentais afirmados pelo constituinte. cidade de organização estrutural (criação de cargos e subdi-
Acesso em: 17 nov. 2012. visões) e orçamentária (divisão de seus recursos conforme le-
59 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, gislação por eles mesmos elaborada). Harmonia significa que
2002, p. 228. cada Poder deve respeitar os limites de competência do outro
60 Ibid., p. 220. e não se imiscuir indevidamente em suas atividades típicas.

17
NOÇÕES DE DIREITO

A noção de separação de Poderes começou a tomar Funções atípicas são aquelas que tradicionalmente
forma com o ideário iluminista. Neste viés, o Iluminismo pertenceriam a outro Poder, mas por ser tal função inerente
lançou base para os dois principais eventos que ocorre- à sua natureza será por ele mesmo desempenhada.
ram no início da Idade Contemporânea, quais sejam as a) Funções atípicas do Poder Executivo: legislar – no-
Revoluções Francesa e Industrial. Entre os pensadores que tadamente quando o Presidente da República adota uma
lançaram as ideias que vieram a ser utilizadas no ideário medida provisória (art. 62, CF) – e julgar –no que tange a
das Revoluções Francesa e Americana se destacam Loc- defesas e recursos administrativos;
ke, Montesquieu e Rousseau, sendo que Montesquieu foi b) Funções atípicas do Poder Legislativo: se auto-or-
o que mais trabalhou com a concepção de separação dos ganizar (função executiva) – dispondo sobre organização,
Poderes. provimento de cargos, concessão de férias e licenças a
Montesquieu (1689 – 1755) avançou nos estudos de seus servidores, etc. – e julgar – a exemplo do julgamento
Locke, que também entendia necessária a separação dos do Presidente da República por crime de responsabilidade
Poderes, e na obra O Espírito das Leis estabeleceu em de- pelo Senado Federal (art. 52, I, CF);
finitivo a clássica divisão de poderes: Executivo, Legislativo c) Funções atípicas do Poder Judiciário: se auto-or-
e Judiciário. O pensador viveu na França, numa época em ganizar (função executiva) – dispondo sobre organização,
que o absolutismo estava cada vez mais forte. estrutura, concessão de férias e licenças a seus servidores,
O objeto central da principal obra de Montesquieu61 etc. – e legislar – elaborando o regimento interno de seus
não é a lei regida nas relações entre os homens, mas as leis Tribunais, por exemplo (art. 96, CF).
e instituições criadas pelos homens para reger as relações
entre os homens. Segundo Montesquieu62, as leis criam 3) Objetivos fundamentais da República (artigo 3º)
costumes que regem o comportamento humano, sendo O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição
influenciadas por diversos fatores, não apenas pela razão. Federal com os objetivos da República Federativa do Brasil,
Quanto à fonte do poder, diferencia-se, segundo Mon- nos seguintes termos:
tesquieu63, do modo como se dará o seu exercício, uma vez
que o poder emana do povo, apto a escolher mas inapto Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
a governar, sendo necessário que seu interesse seja repre- Federativa do Brasil:
sentado conforme sua vontade. I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Montesquieu64 estabeleceu como condição do Estado II - garantir o desenvolvimento nacional; 
de Direito a separação dos Poderes em Legislativo, Judi- III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
ciário e Executivo – que devem se equilibrar –, servindo o desigualdades sociais e regionais;
primeiro para a elaboração, a correção e a ab-rogação de IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
leis, o segundo para a promoção da paz e da guerra e a gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
garantia de segurança, e o terceiro para julgar (mesmo os criminação.
próprios Poderes).
Ao modelo de repartição do exercício de poder por in- 3.1 Construir uma sociedade livre, justa e solidária
termédio de órgãos ou funções distintas e independentes O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a
de forma que um desses não possa agir sozinho sem ser expressão “livre, justa e solidária”, que corresponde à tríade
limitado pelos outros confere-se o nome de sistema de liberdade, igualdade e fraternidade. Esta tríade consolida
freios e contrapesos (no inglês, cheks and balances). as três dimensões de direitos humanos: a primeira dimen-
são, voltada à pessoa como indivíduo, refere-se aos direitos
Cada poder desempenha funções típicas e atípicas. Por civis e políticos; a segunda dimensão, focada na promoção
função típica entenda-se aquela para a qual o Poder foi da igualdade material, remete aos direitos econômicos, so-
criado. ciais e culturais; e a terceira dimensão se concentra numa
a) Função típica do Poder Executivo: administrar – perspectiva difusa e coletiva dos direitos fundamentais.
gerir a coisa pública e aplicar a lei; Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a
b) Funções típicas do Poder Legislativo: legislar – al- preservação de direitos fundamentais inatos à pessoa hu-
terando e criando a ordem jurídica vigente – e fiscalizar o mana em todas as suas dimensões, indissociáveis e inter-
Executivo – fiscalizando a contabilidade, o orçamento, as conectadas. Daí o texto constitucional guardar espaço de
finanças e o patrimônio do Executivo; destaque para cada uma destas perspectivas.
c) Função típica do Poder Judiciário: julgar – solucio-
nar litígios e fazer valer a lei no caso concreto e, eventual- 3.2 Garantir o desenvolvimento nacional
mente, em casos abstratos, como no controle de constitu- Para que o governo possa prover todas as condições
cionalidade. necessárias à implementação de todos os direitos funda-
61 MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito das Leis. mentais da pessoa humana mostra-se essencial que o país
Tradução Fernando Henrique Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. 2. ed. se desenvolva, cresça economicamente, de modo que cada
São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 25. indivíduo passe a ter condições de perseguir suas metas.
62 Ibid., p. 26.
63 Ibid., p. 32.
64 Ibid., p. 148-149.

18
NOÇÕES DE DIREITO

3.3 Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
desigualdades sociais e regionais a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
Garantir o desenvolvimento econômico não basta para a América Latina, visando à formação de uma comunidade lati-
construção de uma sociedade justa e solidária. É necessário ir no-americana de nações.
além e nunca perder de vista a perspectiva da igualdade ma- De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a
terial. Logo, a injeção econômica deve permitir o investimento compreensão de que a soberania do Estado nacional bra-
nos setores menos favorecidos, diminuindo as desigualdades sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania
sociais e regionais e paulatinamente erradicando a pobreza. dos demais Estados, bem como de que é necessário respei-
O impacto econômico deste objetivo fundamental é tão tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional
relevante que o artigo 170 da Constituição prevê em seu dos direitos humanos.
inciso VII a “redução das desigualdades regionais e sociais”
como um princípio que deve reger a atividade econômica. A 4.1 Independência nacional
menção deste princípio implica em afirmar que as políticas A formação de uma comunidade internacional não sig-
públicas econômico-financeiras deverão se guiar pela busca nifica a eliminação da soberania dos países, mas apenas
da redução das desigualdades, fornecendo incentivos espe- uma relativização, limitando as atitudes por ele tomadas
cíficos para a exploração da atividade econômica em zonas em prol da preservação do bem comum e da paz mun-
economicamente marginalizadas. dial. Na verdade, o próprio compromisso de respeito aos
direitos humanos traduz a limitação das ações estatais, que
3.4 Promover o bem de todos, sem preconceitos de sempre devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é um país in-
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas dependente, que não responde a nenhum outro, mas que
de discriminação como qualquer outro possui um dever para com a huma-
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio nidade e os direitos inatos a cada um de seus membros.
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela República
brasileira. Sendo assim, a república deve promover o princípio 4.2 Prevalência dos direitos humanos
da igualdade e consolidar o bem comum. Em verdade, a pro- O Estado existe para o homem e não o inverso. Portan-
moção do bem comum pressupõe a prevalência do princípio to, toda normativa existe para a sua proteção como pessoa
da igualdade. humana e o Estado tem o dever de servir a este fim de pre-
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filóso- servação. A única forma de fazer isso é adotando a pessoa
fo Jacques Maritain65 ressaltou que o fim da sociedade é o humana como valor-fonte de todo o ordenamento, o que
seu bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas hu- somente é possível com a compreensão de que os direitos
manas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, humanos possuem uma posição prioritária no ordenamen-
apontou as características essenciais do bem comum: redis- to jurídico-constitucional.
tribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito à mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos são
autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária para aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua
conduzir a comunidade de pessoas humanas para o bem co- dignidade que usualmente são descritos em documentos
mum; moralidade, que constitui a retidão de vida, sendo a jus- internacionais para que sejam mais seguramente garanti-
tiça e a retidão moral elementos essenciais do bem comum. dos. A conquista de direitos da pessoa humana é, na verda-
de, uma busca da dignidade da pessoa humana.
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º)
O último artigo do título I trabalha com os princípios que 4.3 Autodeterminação dos povos
regem as relações internacionais da República brasileira: A premissa dos direitos políticos é a autodeterminação
dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha obri-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas gações de direito internacional que deve respeitar para a
relações internacionais pelos seguintes princípios:  adequada consecução dos fins da comunidade internacio-
I - independência nacional; nal, também tem o direito de se autodeterminar, sendo que
II - prevalência dos direitos humanos; tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
III - autodeterminação dos povos; Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
IV - não-intervenção; povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
V - igualdade entre os Estados; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
VI - defesa da paz; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
VII - solução pacífica dos conflitos; tirando a sua autodeterminação.
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu- 4.4 Não-intervenção
manidade; Por não-intervenção entenda-se que o Estado brasilei-
X - concessão de asilo político. ro irá respeitar a soberania dos demais Estados nacionais.
65 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3.
Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e respeitará as
ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 20-22. decisões políticas tomadas no âmbito de cada Estado, eis
que são paritários na ordem internacional.

19
NOÇÕES DE DIREITO

4.5 Igualdade entre os Estados 4.8 Repúdio ao terrorismo e ao racismo


Por este princípio se reconhece uma posição de pari- Terrorismo é o uso de violência através de ataques lo-
dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna- calizados a elementos ou instalações de um governo ou
cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado da população civil, de modo a incutir medo, terror, e assim
possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí- obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o
ticas na ordem internacional em cada organização da qual círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população
faça parte e deverá ter sua opinião respeitada. do território.
Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados
4.6 Defesa da paz em diferenças étnico-raciais, que podem consistirem vio-
O direito à paz vai muito além do direito de viver num lência física ou psicológica direcionada a uma pessoa ou a
mundo sem guerras, atingindo o direito de ter paz social, um grupo de pessoas pela simples questão biológica her-
de ver seus direitos respeitados em sociedade. Os direitos dada por sua raça ou etnia.
e liberdades garantidos internacionalmente não podem Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é
ser destruídos com fundamento nas normas que surgiram assumidamente pluralista, ambas práticas são considera-
para protegê-los, o que seria controverso. Em termos de das vis e devem ser repudiadas pelo Estado nacional.
relações internacionais, depreende-se que deve ser sempre
priorizada a solução amistosa de conflitos. 4.9 Cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade
4.7 Solução pacífica dos conflitos A cooperação internacional deve ser especialmente
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente
à necessidade de diplomacia nas relações internacionais. a plena efetividade dos direitos humanos fundamentais in-
Caso surjam conflitos entre Estados nacionais, estes deve- ternacionalmente reconhecidos.
rão ser dirimidos de forma amistosa. Os países devem colaborar uns com os outros, o que é
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofí- possível mediante a integração no âmbito de organizações
cios, mediação, sistema de consultas, conciliação e inqué- internacionais específicas, regionais ou globais.
rito são os meios diplomáticos de solução de controvérsias Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofunda
internacionais, não havendo hierarquia entre eles. Somente em seu parágrafo único, destacando a importância da coo-
o inquérito é um procedimento preliminar e facultativo à peração brasileira no âmbito regional:
apuração da materialidade dos fatos, podendo servir de
base para qualquer meio de solução de conflito66. Concei- Art. 4º, parágrafo único. A República Federativa do Bra-
tua Neves67: sil buscará a integração econômica, política, social e cultural
- “Negociação diplomática é a forma de autocompo- dos povos da América Latina, visando à formação de uma
sição em que os Estados oponentes buscam resolver suas comunidade latino-americana de nações.
divergências de forma direta, por via diplomática”;
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica de Neste sentido, o papel desempenhado no MERCOSUL.
conflito, sem aspecto oficial, em que o governo designa um
diplomada para sua conclusão”; 4.10 Concessão de asilo político
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de so- Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro
lução pacífica de controvérsia internacional, em que um país quando naquele do qual for nacional estiver sofren-
Estado, uma organização internacional ou até mesmo um do alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter mo-
chefe de Estado apresenta-se como moderador entre os tivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de
litigantes”; atos atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que
- “Mediação define-se como instituto por meio do qual subverteria a própria finalidade desta proteção. Em suma,
uma terceira pessoa estranha à contenda, mas aceita pelos o que se pretende com o direito de asilo é evitar a con-
litigantes, de forma voluntária ou em razão de estipulação solidação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa
anterior, toma conhecimento da divergência e dos argu- por parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os
mentos sustentados pelas partes, e propõe uma solução governantes e os entes sociais como um todo –, e não pro-
pacífica sujeita à aceitação destas”; teger pessoas que justamente cometeram tais violações.
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplomá- “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obriga-
tico de solução de litígios em que os Estados ou organiza- ção do Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, preva-
ções internacionais sujeitam-se, sem qualquer interferência lece o entendimento que o Estado não tem esta obrigação,
pessoal externa, a encontros periódicos com o objetivo de nem de fundamentar a recusa. A segunda parte deste ar-
compor suas divergências”. tigo permite a interpretação no sentido de que é o Estado
asilante que subjetivamente enquadra o refugiado como
asilado político ou criminoso comum”68.

66 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & 68 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários aos artigos
Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 123. XIII e XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
67 Ibid., p. 123-126. Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.

20
NOÇÕES DE DIREITO

1) Direitos e deveres individuais e coletivos.


TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres
individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capí-
FUNDAMENTAIS.
tulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos do
indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin- alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucionais
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: manda-
coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre- do de segurança coletivo).
vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e
13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF). 1.1) Direitos e garantias
Em termos comparativos à clássica divisão tridimen- Não obstante, o capítulo vai além da proteção dos di-
sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior reitos e estabelece garantias em prol da preservação des-
parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os tes, bem como remédios constitucionais a serem utilizados
direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi- caso estes direitos e garantias não sejam preservados. Nes-
tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se- te sentido, dividem-se em direitos e garantias as previsões
gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e do artigo 5º: os direitos são as disposições declaratórias e
os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu- as garantias são as disposições assecuratórias.
meração de direitos humanos na Constituição vai além dos O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo
direitos que expressamente constam no título II do texto o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX:
constitucional.
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte-
terísticas principais: lectual, artística, científica e de comunicação, independente-
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem mente de censura ou licença.
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos,
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- O direito é o de liberdade de expressão e a garantia é
quadra a noção de dimensões de direitos. a vedação de censura ou exigência de licença. Em outros
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- casos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garan-
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do tia em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. artigo 5º, LXV69.
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio-
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in- lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do cionais.
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
autonomia privada. dios constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po- de direitos e garantias propriamente ditas apenas de di-
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta-
reitos.
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa
humana.
1.2) Brasileiros e estrangeiros
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem
O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio-
conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamen-
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu-
te, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”.
lidades.
No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido in-
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana- terpretada no sentido de que os direitos estarão protegi-
lisados de maneira isolada, separada. dos com relação a todas as pessoas nos limites da sobera-
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não nia do país.
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
falta de uso (prescrição). então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po- seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
ou como argumento para afastamento ou diminuição da pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos titulares de direitos políticos.
igualmente consagrados como humanos. 69 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em
teleconferência.

21
NOÇÕES DE DIREITO

1.3) Relação direitos-deveres Este inciso é especificamente voltado à necessidade de


O capítulo em estudo é denominado “direitos e garantias igualdade de gênero, afirmando que não deve haver nenhu-
deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação direitos- ma distinção sexo feminino e o masculino, de modo que o
deveres entre os titulares dos direitos fundamentais. Acima homem e a mulher possuem os mesmos direitos e obriga-
de tudo, o que se deve ter em vista é a premissa reconhecida ções.
nos direitos fundamentais de que não há direito que seja ab- Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito mais
soluto, correspondendo-se para cada direito um dever. Logo, do que a igualdade de gêneros, envolve uma perspectiva
o exercício de direitos fundamentais é limitado pelo igual di- mais ampla.
reito de mesmo exercício por parte de outrem, não sendo O direito à igualdade é um dos direitos norteadores de
nunca absolutos, mas sempre relativos. interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro enfo-
Explica Canotilho70 quanto aos direitos fundamentais: “a que que foi dado a este direito foi o de direito civil, enqua-
ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser entendida drando-o na primeira dimensão, no sentido de que a todas as
como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como ao ti-
pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direitos e deve-
tular de um direito fundamental corresponde um dever por
res. Trata-se de um aspecto relacionado à igualdade enquanto
parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o particular
liberdade, tirando o homem do arbítrio dos demais por meio
está vinculado aos direitos fundamentais como destinatário
de um dever fundamental. Neste sentido, um direito funda- da equiparação. Basicamente, estaria se falando na igualdade
mental, enquanto protegido, pressuporia um dever corres- perante a lei.
pondente”. Com efeito, a um direito fundamental conferido No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
à pessoa corresponde o dever de respeito ao arcabouço de não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
direitos conferidos às outras pessoas. para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não é su-
1.4) Direitos e garantias em espécie ficiente garantir um direito à igualdade formal, mas é preciso
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu buscar progressivamente a igualdade material. No sentido
caput: de igualdade material que aparece o direito à igualdade num
segundo momento, pretendendo-se do Estado, tanto no mo-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem mento de legislar quanto no de aplicar e executar a lei, uma
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e postura de promoção de políticas governamentais voltadas a
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito grupos vulneráveis.
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
nos termos seguintes [...]. veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em sociedade;
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um dos e o de igualdade material, correspondendo à necessidade de
principais (senão o principal) artigos da Constituição Federal, discriminações positivas com relação a grupos vulneráveis da
consagra o princípio da igualdade e delimita as cinco esfe- sociedade, em contraponto à igualdade formal.
ras de direitos individuais e coletivos que merecem proteção,
isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Ações afirmativas
Os incisos deste artigos delimitam vários direitos e garantias Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
que se enquadram em alguma destas esferas de proteção, vas,que são políticas públicas ou programas privados criados
podendo se falar em duas esferas específicas que ganham temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de reduzir
também destaque no texto constitucional, quais sejam, direi-
as desigualdades decorrentes de discriminações ou de uma
tos de acesso à justiça e direitos constitucionais-penais.
hipossuficiência econômica ou física, por meio da concessão
de algum tipo de vantagem compensatória de tais condições.
- Direito à igualdade
Abrangência Quem é contra as ações afirmativas argumenta que, em
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o uma sociedade pluralista, a condição de membro de um gru-
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igualdade: po específico não pode ser usada como critério de inclusão
ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que elas des-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem privilegiam o critério republicano do mérito (segundo o qual
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e o indivíduo deve alcançar determinado cargo público pela sua
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito capacidade e esforço, e não por pertencer a determinada ca-
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, tegoria); fomentariam o racismo e o ódio; bem como ferem o
nos termos seguintes [...]. princípio da isonomia por causar uma discriminação reversa.
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro in- defende que elas representam o ideal de justiça compensa-
ciso: tória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas his-
tóricas, como uma compensação aos negros por tê-los feito
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi- escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça distributiva (a
tos e obrigações, nos termos desta Constituição. preocupação, aqui, é com o presente. Busca-se uma concreti-
70 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e zação do princípio da igualdade material); bem como promo-
teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479. vem a diversidade.

22
NOÇÕES DE DIREITO

Neste sentido, as discriminações legais asseguram Art. 1º Constitui crime de tortura:


a verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afir- I - constranger alguém com emprego de violência ou gra-
mativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do ve ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre a) com o fim de obter informação, declaração ou confis-
outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes são da vítima ou de terceira pessoa;
condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitando b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
suas diferenças71. Tem predominado em doutrina e juris- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
prudência, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
ações afirmativas são válidas. dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
- Direito à vida pessoal ou medida de caráter preventivo.
Abrangência Pena - reclusão, de dois a oito anos.
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote- § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa pre-
ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio- sa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei
humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi- ou não resultante de medida legal.
cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. pena de detenção de um a quatro anos.
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gra-
é o primeiro valor moral inerente a todos os seres huma- víssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta
nos72. morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como I - se o crime é cometido por agente público;
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, anos; 
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como III - se o crime é cometido mediante sequestro.
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
nidade. ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado dobro do prazo da pena aplicada.
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais graça ou anistia.
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc. fechado.

Vedação à tortura - Direito à liberdade


De forma expressa no texto constitucional destaca-se O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme ção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos que
previsão no inciso III do artigo 5º: o seguem.

Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem Liberdade e legalidade
a tratamento desumano ou degradante. Prevê o artigo 5º, II, CF:

A tortura é um dos piores meios de tratamento de- Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional, de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define O princípio da legalidade se encontra delimitado neste
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer
se o artigo 1º: ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei assim
determine. Assim, salvo situações previstas em lei, a pessoa
tem liberdade para agir como considerar conveniente.
71 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II. Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela-
In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo à
Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.
pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expressamente
72 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte.
Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comen-
estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer tudo o que
tários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer maneira que a
2008, p. 15. lei não proíba.

23
NOÇÕES DE DIREITO

Liberdade de pensamento e de expressão Liberdade de crença/religiosa


O artigo 5º, IV, CF prevê: Dispõe o artigo 5º, VI, CF:

Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen- Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên-
to, sendo vedado o anonimato. cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de aos locais de culto e a suas liturgias.
pensamento e da liberdade de expressão.
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento. Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma
reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a
mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra profissão desta fé possa se realizar em locais próprios.
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa- Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos
mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda-
opinião”73. Em outras palavras, primeiro existe o direito de des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberda-
ter uma opinião, depois o de expressá-la. de de organização religiosa.
No mais, surge como corolário do direito à liberdade Consoante o magistério de José Afonso da Silva74, entra
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
vicção filosófica ou política: a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
(ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
ternativa, fixada em lei.
dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
Trata-se de instrumento para a consecução do direito
em público, bem como a de recebimento de contribuições
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir
para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona-
refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
mento.
de igrejas e suas relações com o Estado.
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é
Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações
por manifestações que contrariem a lei. Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
tares de internação coletiva.
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte-
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen- O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
dentemente de censura ou licença. prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
são, referente de forma específica a atividades intelectuais,
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de tiva, fixada em lei.
controle do poder. A censura somente é cabível quando
necessária ao interesse público numa ordem democrática, Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade) contrarie tais preceitos.
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de
expressão.
73 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. 74 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-
Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

24
NOÇÕES DE DIREITO

Liberdade de informação Dentro do espectro do direito de petição se insere, por


O direito de acesso à informação também se liga a uma dimen- exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
são do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XIV, CF: cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à infor- na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
mação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que
exercício profissional. gera confusões conceituais no sentido do direito de obter
certidões ser dissociado do direito de petição.
Trata-se da liberdade de informação, consistente na liber- Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, CF:
dade de procurar e receber informações e ideias por quaisquer
meios, independente de fronteiras, sem interferência. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida-
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
passo que a liberdade de expressão tem uma característica ati- o interesse social o exigirem.
va, de forma que juntas formam os aspectos ativo e passivo da
exteriorização da liberdade de pensamento: não basta poder Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
manifestar o seu próprio pensamento, é preciso que ele seja o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
ouvido e, para tanto, há necessidade de se garantir o acesso cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou
ao pensamento manifestado para a sociedade. quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos-
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a instrumento para a efetivação da liberdade de informação.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopolizados Liberdade de locomoção
(artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível que a im- Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
prensa divulgue com quem obteve a informação divulgada, tigo 5º, XV, CF:
sem o que a segurança desta poderia ficar prejudicada e a in-
Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território na-
formação inevitavelmente não chegaria ao público.
cional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
Especificadamente quanto à liberdade de informação no
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas previsões.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF:
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos órgãos
território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
públicos informações de seu interesse particular, ou de inte- é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
resse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob liberdade de sair do país não significa que existe um direito
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber-
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre-
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. sa nos casos autorizados pela própria Constituição Federal.
5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Informação. A despeito da normativa específica de natureza penal, re-
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF: força-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independen- locomoção pela prisão civil por dívida.
temente do pagamento de taxas: Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para de- da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
fesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
uma questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento
de delimitação dos direitos e obrigações que regulam a vida é a que se refere à obrigação alimentícia.
social e, desta maneira, quando “dificulta a apreciação de um
pedido que um cidadão quer apresentar” (muitas vezes, em- Liberdade de trabalho
baraçando-lhe o acesso à Justiça); “demora para responder aos O direito à liberdade também é mencionado no artigo
pedidos formulados” (administrativa e, principalmente, judi- 5º, XIII, CF:
cialmente) ou “impõe restrições e/ou condições para a formu- Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra-
lação de petição”, traz a chamada insegurança jurídica, que traz balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
desesperança e faz proliferar as desigualdades e as injustiças. profissionais que a lei estabelecer.

25
NOÇÕES DE DIREITO

O livre exercício profissional é garantido, respeitados os Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de
advogado aquele que não se formou em Direito e não foi Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser com-
aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil; não pulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade de me- por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
dicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no Conselho em julgado.
Regional de Medicina.
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
Liberdade de reunião a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que as-
sim determine, pois antes disso sempre há possibilidade
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamente, de reverter a decisão e permitir que a associação continue
sem armas, em locais abertos ao público, independentemen- em funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode sus-
te de autorização, desde que não frustrem outra reunião ante- pender atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou
riormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido seja, no curso de um processo judicial.
prévio aviso à autoridade competente. Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com demais na
defesa de uma causa, apenas possuindo o dever de informar Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de segurança co- pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
letiva. Imagine uma grande reunião de pessoas por uma cau- tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
sa, a exemplo da Parada Gay, que chega a aglomerar milhões
de pessoas em algumas capitais: seria absurdo tolerar tal tipo Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
de reunião sem o prévio aviso do poder público para que ele nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
organize o policiamento e a assistência médica, evitando alga- outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
zarras e socorrendo pessoas que tenham algum mal-estar no A liberdade de associação envolve não somente o di-
local. Outro limite é o uso de armas, totalmente vedado, assim reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
como de substâncias ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
tenha sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou- forme artigo 5º, XX, CF:
se que nela tal substância ilícita fosse utilizada).
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as-
Liberdade de associação sociar-se ou a permanecer associado.
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, XVII, CF:
- Direitos à privacidade e à personalidade
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação para
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Abrangência
Prevê o artigo 5º, X, CF:
A liberdade de associação difere-se da de reunião por sua
perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é exerci- Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
da de forma sazonal, eventual, a liberdade de associação im- privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
plica na formação de um grupo organizado que se mantém direito a indenização pelo dano material ou moral decorren-
por um período de tempo considerável, dotado de estrutura e te de sua violação.
organização próprias.
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são associa- O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
ções ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas e o dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalida-
ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à estatal. de.
O texto constitucional se estende na regulamentação da Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
liberdade de associação. de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
e de círculos de amigos –, Silva75 entende que “o segredo
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. A união da intimidade e da vida privada forma a pri-
vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais
Neste sentido, associações são organizações resultantes estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um
da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem per- grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e
sonalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum; dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da
já cooperativas são uma forma específica de associação, pois intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria
visam a obtenção de vantagens comuns em suas atividades 75 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-
econômicas. vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

26
NOÇÕES DE DIREITO

dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão, Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
conferida à esfera (as esferas são representadas pela inti- Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci-
midade, pela vida privada, e pela publicidade). damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas-
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an- cimento; b) a certidão de óbito.
teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa
tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa- O reconhecimento do marco inicial e do marco final
zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi- da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
lidade no meio social. O direito à imagem também pos- não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por ção de documentos para que ela seja reconhecida como
meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas menos favorecidos.
pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”76.
Direito à indenização e direito de resposta
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon- Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
dência reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio- dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
comunicações. Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo- terial, moral ou à imagem.
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
“A manifestação do pensamento é livre e garantida
em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode
diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser
ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o
mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu
diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
determinação judicial. da matéria que divulga”77.
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- O  direito de resposta é o direito que uma pessoa
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
em que foram publicadas garantida exatamente a mesma
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência repercussão. Mesmo quando for garantido o direito de res-
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- posta não é possível reverter plenamente os danos cau-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, sados pela manifestação ilícita de pensamento, razão pela
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de qual a pessoa inda fará jus à indenização.
investigação criminal ou instrução processual penal. A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
O sigilo de correspondência e das comunicações está pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. mico e não econômico.
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma-
Personalidade jurídica e gratuidade de registro terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi-
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe- nanceiramente e indenizado.
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
como pessoa perante a lei. vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se ne- a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem)
cessário o registro. Por ser instrumento que serve como ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o
pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse- estado de família)”78.
gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de 77 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed.
com ele arcar. São Paulo: Malheiros, 2011.
76 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito consti- 78 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Bue-
tucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. nos Aires: Astrea, 1982.

27
NOÇÕES DE DIREITO

Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có- Função social da propriedade material


digo Civil: O artigo 5º, XXII, CF estabelece:

Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade.
administração da justiça ou à manutenção da ordem públi-
ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma principal fator limitador deste direito:
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem pre-
juízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua função
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins social.
comerciais.
A propriedade, segundo Silva80, “[...] não pode mais ser
- Direito à segurança considerada como um direito individual nem como institui-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direi-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, to individual, relativizando-se seu conceito e significado, es-
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- pecialmente porque os princípios da ordem econômica são
rança jurídica. preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais, tem
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de que atender a sua função social, fica vinculada à consecução
garantir o direito à vida. daquele princípio”.
Nesta linha, para Silva79, “efetivamente, esse conjunto Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro- mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda- pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. um direito assegurado na Constituição Federal e, como todos
Especificamente no que tange à segurança jurídica, os outros, se encontra limitado pelos demais princípios con-
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: forme melhor se atenda à dignidade do ser humano.
A Constituição Federal delimita o que se entende por
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad- função social:
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano,
Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativida- executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
de da lei. gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do volvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-es-
Direito Brasileiro: tar de seus habitantes.

Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câma-
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido ra Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
e a coisa julgada. habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvi-
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado mento e de expansão urbana.
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles função social quando atende às exigências fundamentais de
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi- ordenação da cidade expressas no plano diretor81.
ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro-
judicial de que já não caiba recurso. priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requi-
- Direito à propriedade sitos:
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote- I - aproveitamento racional e adequado;
ção do direito à propriedade, tanto material quanto intelec- II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
tual, delimitada em alguns incisos que o seguem. e preservação do meio ambiente;
80 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-
vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
81 Instrumento básico de um processo de planejamento municipal
79 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi- para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação
vo... Op. Cit., p. 437. dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade).

28
NOÇÕES DE DIREITO

III - observância das disposições que regulam as relações Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietá- Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba-
rios e dos trabalhadores. nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

Desapropriação Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:


No caso de desrespeito à função social da propriedade
cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que po- Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
de-se depreender do texto constitucional duas possibilida- como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
des de desapropriação: por desrespeito à função social e por riza a União a propor a ação de desapropriação.
necessidade ou utilidade pública.
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desapro- Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
priação por desatendimento à função social: procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
processo judicial de desapropriação.
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público muni-
cipal, mediante lei específica para área incluída no plano di- A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
retor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessiva- o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
mente, de: artigo 5º:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urba- Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
na progressivo no tempo; sos de utilidade pública:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da a) a segurança nacional;
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado b) a defesa do Estado;
Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas c) o socorro público em caso de calamidade;
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeni- d) a salubridade pública;
zação e os juros legais82. e) a criação e melhoramento de centros de população,
seu abastecimento regular de meios de subsistência;
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por inte- f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
resse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que minerais, das águas e da energia hidráulica;
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláu- casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici-
sula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até nais;
vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
utilização será definida em lei83. i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias se- o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
rão indenizadas em dinheiro. melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
trução ou ampliação de distritos industriais;
No que tange à desapropriação por necessidade ou uti- j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
lidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: k) a preservação e conservação dos monumentos históri-
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos
Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento para ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e,
interesse social, mediante justa e prévia indenização em di- ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do-
nheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. tados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
82 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de imóvel documentos e outros bens moveis de valor histórico ou ar-
urbano por desatendimento à função social é necessário tomar duas provi- tístico;
dências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edificação compulsórios; m) a construção de edifícios públicos, monumentos co-
depois, o estabelecimento de imposto sobre a propriedade predial e territorial memorativos e cemitérios;
urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem ineficazes, parte- n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pou-
-se para a desapropriação por desatendimento à função social. so para aeronaves;
83 A desapropriação em decorrência do desatendimento da função o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu-
social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desapropriação por ne-
reza científica, artística ou literária;
cessidade ou utilidade pública, já que na primeira há violação do ordenamen-
to constitucional pelo proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se p) os demais casos previstos por leis especiais.
em títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valorizados quanto o
dinheiro.

29
NOÇÕES DE DIREITO

Um grande problema que faz com que processos que Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a in- 187:
devida valorização do imóvel pelo Poder Público, que ge-
ralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido, ne- Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe-
cessitando o Judiciário intervir em prol da correta avaliação. cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
qual há a destinação de um bem expropriado (desapropria- bem como dos setores de comercialização, de armazenamen-
ção) a finalidade diversa da que se planejou inicialmente. to e de transportes, levando em conta, especialmente:
A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita quan- I - os instrumentos creditícios e fiscais;
do resultante de desvio do propósito original; e será líci- II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
ta quando a Administração Pública dê ao bem finalidade garantia de comercialização;
diversa, porém preservando a razão do interesse público. III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
Política agrária e reforma agrária V - o seguro agrícola;
Enquanto desdobramento do direito à propriedade VI - o cooperativismo;
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda VII - a eletrificação rural e irrigação;
o artigo 5º, XXVI, CF: VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- e de reforma agrária.
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
meios de financiar o seu desenvolvimento. As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe-
concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
quena propriedade será assegurado que permaneça com
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física
ela e a torne mais produtiva.
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
A preservação da pequena propriedade em detrimento
prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-
alienações ou concessões de terras públicas para fins de re-
guias da regulamentação da política agrária brasileira, que
forma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
tem como principal escopo a realização da reforma agrária.
Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho-
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária
mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF).
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen-
montante de recursos para atender ao programa de reforma derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190,
agrária no exercício. CF).
Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es- Usucapião
taduais e municipais as operações de transferência de imó- Usucapião é o modo originário de aquisição da pro-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. priedade que decorre da posse prolongada por um longo
tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras pa-
Como a finalidade da reforma agrária é transformar lavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a pos-
terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à se de um bem por um tempo longo, sem ser incomodado,
função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran- a ponto de se tornar proprietário.
gidos pela reforma agrária: A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para casos específicos, denominados usucapião especial urbana
fins de reforma agrária: e usucapião especial rural.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
em lei, desde que seu proprietário não possua outra; especial urbana:
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urba-
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento na de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
dos requisitos relativos a sua função social. anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, des-
de que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

30
NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen- outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a área
dentemente do estado civil. é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade antes
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos- da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
suidor mais de uma vez. d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu- na área rural.
capião. e) Nenhum outro imóvel.
f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado a
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro labo-
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os re”. Dependerá do caso concreto.
seguintes requisitos específicos:
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da locali- Uso temporário
zação, área urbana é a que está dentro do perímetro urba- No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao direito
no. Pela teoria da destinação, mais importante que a locali- de propriedade que não possui o caráter definitivo da desa-
zação é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários propriação, mas é temporária, conforme artigo 5º, XXV, CF:
e estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para
fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, a
localização. autoridade competente poderá usar de propriedade particu-
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- dano.
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação de
ter 250m², não a área construída (a área de um sobrado, perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar uma
por exemplo, pode ser maior que a de um terreno). base para capturar um fugitivo), pois o interesse da coletivi-
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição
dade é maior que o do indivíduo proprietário.
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes
de 05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos
Direito sucessório
dentro do limite da usucapião urbana? Predominou que
O direito sucessório aparece como uma faceta do direito
só corria o prazo a partir da criação do instituto, não só
à propriedade, encontrando disciplina constitucional no arti-
porque antes não existia e o prazo não podia correr, como
go 5º, XXX e XXXI, CF:
também não se poderia prejudicar o proprietário.
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse. Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al- do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re- mais favorável a lei pessoal do de cujus.
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des- O direito à herança envolve o direito de receber – seja
taca-se o artigo 191, CF: devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens de
uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa para ou-
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imó- tra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou a lei de-
vel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos inin- termine. A Constituição estabelece uma disciplina específica
terruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não para bens de estrangeiros situados no Brasil, assegurando
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos brasileiros nos
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adqui- termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do país estrangeiro).
rir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiri- Direito do consumidor
dos por usucapião. Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF:

Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei,
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os a defesa do consumidor.
seguintes requisitos específicos:
a) Imóvel rural O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade
b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui-
estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da
Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo ru- forma adequada, impedindo que o fornecedor se enrique-
ral? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é ça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição
assunto muito controverso. menos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor.

31
NOÇÕES DE DIREITO

O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos ar-
recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamentou tigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos
foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de 11 de contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do
setembro de 1990, conforme determinado pela Constituição falecimento do último coautor, ou contados do primeiro
Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo 48 do ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem,
basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
de defesa do consumidor. que estas modalidades de utilização podem se dar a título
oneroso ou gratuito.
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi “Os direitos autorais, também conhecidos como co-
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações de pyright (direito de cópia), são considerados bens móveis,
consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de hi- podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Res-
possuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz uso salte-se que a permissão a terceiros de utilização de cria-
de determinado serviço, enquanto consumidor. ções artísticas é direito do autor. [...] A proteção consti-
tucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que
Propriedade intelectual o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou
Além da propriedade material, o constituinte protege produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo 5º, configura a reprodução de obra alheia sem a necessária
XXVII, XXVIII e XXIX, CF: permissão do autor”84.
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi- - Direitos de acesso à justiça
vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, A formação de um conceito sistemático de acesso à
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
a) a proteção às participações individuais em obras co-
foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
reito moderno conforme implementadas as bases da onda
nas atividades desportivas;
anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
mico das obras que criarem ou de que participarem aos cria-
dores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
e associativas; mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
pleno atendimento em todas as ondas).
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de inven- Primeiro, Cappelletti e Garth85 entendem que surgiu
tos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
como proteção às criações industriais, à propriedade das mar- bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
cas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e de um aparato estrutural para a prestação da assistência
econômico do País. pelo Estado.
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth86,
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual que veio a onda de superação do problema na representação
deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto sob o dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de
patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, a Lei nº processo como algo restrito a apenas duas partes indivi-
9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os direitos au- dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
torais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes são conexos”. ções, como o Ministério Público.
O artigo 7° do referido diploma considera como obras Finalmente, Cappelletti e Garth87 apontam uma terceira
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor os onda consistente no surgimento de uma concepção mais
textos de obras de natureza literária, artística ou científica; as ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
conferências, sermões e obras semelhantes; as obras cinema- tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
tográficas e televisivas; as composições musicais; fotografias; “[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla
ilustrações; programas de computador; coletâneas e enciclo-
84 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
pédias; entre outras. teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, ina- Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
lienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o direito de 85 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça.
reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divulgado na uti- Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor,
lização desta, assegurar a integridade desta ou modificá-la e 1998, p. 31-32.
retirá-la de circulação se esta passar a afrontar sua honra ou 86 Ibid., p. 49-52
imagem. 87 Ibid., p. 67-73

32
NOÇÕES DE DIREITO

variedade de reformas, incluindo alterações nas formas de - Direitos constitucionais-penais


procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa- Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de exceção
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores, Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li-
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem senten-
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, ciado senão pela autoridade competente”, consolida o prin-
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, cípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito de
que vão muito além da esfera de representação judicial”. conhecer previamente daquele que a julgará no processo em
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição competente
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se para a matéria específica do caso antes mesmo do fato ocorrer.
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário
que se aplique o direito material de maneira justa e célere. Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de ex-
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, ceção.
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do criado para uma situação pretérita, bem como não reconhe-
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. cido como legítimo pela Constituição do país.

O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o prin- Tribunal do júri


cípio de Direito Processual Público subjetivo, também A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
cunhado como Princípio da Ação, em que a Constituição artigo 5º, XXXVIII, CF:
garante a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes
na vida em sociedade. Sempre que uma controvérsia for Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, com
levada ao Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de a organização que lhe der a lei, assegurados:
admissibilidade, ela será resolvida, independentemente de a) a plenitude de defesa;
haver ou não previsão específica a respeito na legislação. b) o sigilo das votações;
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, c) a soberania dos veredictos;
no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: contra a vida.

Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí- O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên- julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental o
cia de recursos. de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e não
magistrados, no caso de determinados crimes que por sua
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- natureza possuem fortes fatores de influência emocional.
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto a
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada am-
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição: pla defesa assegurada em todos os procedimentos judiciais
e administrativos.
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad- Sigilo das votações envolve a realização de votações se-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro- cretas, preservando a liberdade de voto dos que compõem o
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami- conselho que irá julgar o ato praticado.
tação. A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, a
  soberania dos veredictos veda a alteração das decisões dos
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tribunal do
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não Júri para que seja procedido novo julgamento uma vez cas-
significa que se deve acelerar o processo em detrimento sada a decisão recorrida, haja vista preservar o ordenamento
de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é jurídico pelo princípio do duplo grau de jurisdição.
preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem Por fim, a competência para julgamento é dos crimes do-
menos que o necessário para a efetiva realização da justiça losos (em que há intenção ou ao menos se assume o risco
no caso concreto. de produção do resultado) contra a vida, que são: homicídio,
aborto, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e infan-
ticídio. Sua competência não é absoluta e é mitigada, por
vezes, pela própria Constituição (artigos 29, X / 102, I, b) e c)
/ 105, I, a) / 108, I).

33
NOÇÕES DE DIREITO

Anterioridade e irretroatividade da lei Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes


O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a
defina, nem pena sem prévia cominação legal. anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio da exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há crime concedida antes da sentença final ou depois da condena-
sem lei que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, e ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito
o princípio da anterioridade, posto que não há crime sem lei em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
anterior que o defina. apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-se crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e
o artigo 5º, XL, CF: solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra
beneficiar o réu. crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da ante- disso, são crimes que não aceitam fiança.
rioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha defini- Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
do um fato como crime e dado certo tratamento penal a este
fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de pena, etc.) Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma lei posterior prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
ao fato que o exclua do rol de crimes ou que confira trata- contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
mento mais benéfico (diminuindo a pena ou alterando o regi-
me de cumprimento, notadamente), ela será aplicada. Restam
Personalidade da pena
consagrados tanto o princípio da irretroatividade da lei penal
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
in pejus quanto o da retroatividade da lei penal mais benéfica.
5º, XLV, CF:
Menções específicas a crimes
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es-
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido.
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela O princípio da personalidade encerra o comando de o
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No en- crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu
tanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamento turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla-
específico a certas práticas criminosas. grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de
restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos responderá pelas repercussões financeiras do ilícito.
termos da lei.
Individualização da pena
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes A individualização da pena tem por finalidade concre-
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre
cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão provi- pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia-
sória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda de pre- ridades do agente.
tensão de se processar/punir uma pessoa pelo decurso do A primeira menção à individualização da pena se en-
tempo). contra no artigo 5º, XLVI, CF:
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis pena e adotará, entre outras, as seguintes:
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o a) privação ou restrição da liberdade;
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e b) perda de bens;
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os c) multa;
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omi- d) prestação social alternativa;
tirem. e) suspensão ou interdição de direitos.

34
NOÇÕES DE DIREITO

Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve ser Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
individualizada nos planos legislativo, judiciário e executório, constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizando
evitando-se a padronização a sanção penal. A individualização -a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se res-
da pena significa adaptar a pena ao condenado, consideradas peitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a legislação
as características do agente e do delito. deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser pratica-
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, com do. No ordenamento brasileiro, este papel é cumprido pelo
maior ou menor intensidade, a liberdade do condenado, con- Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969), que prevê
sistente em permanecer em algum estabelecimento prisional, a pena de morte a ser executada por fuzilamento nos casos
por um determinado tempo. tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes militares em
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição do tempo de guerra.
patrimônio do indivíduo delituoso. Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quaisquer
A prestação social alternativa corresponde às penas restri- circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de trabalhos for-
tivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas privati- çados, de banimento e cruéis.
vas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Código Penal. No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar que o
Por seu turno, a individualização da pena deve também se trabalho obrigatório não é considerado um tratamento contrá-
fazer presente na fase de sua execução, conforme se depreen- rio à dignidade do recluso, embora o trabalho forçado o seja. O
de do artigo 5º, XLVIII, CF: trabalho é obrigatório, dentro das condições do apenado, não
podendo ser cruel ou menosprezar a capacidade física e inte-
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabele- lectual do condenado; como o trabalho não existe indepen-
cimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a dente da educação, cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal;
idade e o sexo do apenado. até mesmo porque o trabalho deve se aproximar da realidade
do mundo externo, será remunerado; além disso, condições de
A distinção do estabelecimento conforme a natureza do dignidade e segurança do trabalhador, como descanso sema-
delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade do cri- nal e equipamentos de proteção, deverão ser respeitados.
me. Infelizmente, o Estado não possui aparato suficiente para
cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, o nível de segu- Respeito à integridade do preso
rança das prisões. Quanto à idade, destacam-se as Fundações Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
Casas, para cumprimento de medida por menores infratores.
Quanto ao sexo, prisões costumam ser exclusivamente para Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à
homens ou para mulheres. integridade física e moral.
Também se denota o respeito à individualização da pena
nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF: Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral do
preso é uma violação do princípio da dignidade da pessoa
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas condi- humana.
ções para que possam permanecer com seus filhos durante o Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade
período de amamentação. estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Fe-
deral. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de
Preserva-se a individualização da pena porque é tomada tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o
a condição peculiar da presa que possui filho no período de que vale na execução da pena.
amamentação, mas também se preserva a dignidade da crian- No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
ça, não a afastando do seio materno de maneira precária e
impedindo a formação de vínculo pela amamentação. Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será subme-
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Vedação de determinadas penas
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de Se uma pessoa possui identificação civil, não há porque
penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc. Pen-
sa-se que seria uma situação constrangedora desnecessária
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade moral.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX; Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
b) de caráter perpétuo; Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento; Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou de
e) cruéis. seus bens sem o devido processo legal.

Em resumo, o inciso consolida o princípio da humanidade, Pelo princípio do devido processo legal a legislação deve
pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar sanções ser respeitada quando o Estado pretender punir alguém judicial-
que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem mente. Logo, o procedimento deve ser livre de vícios e seguir es-
a constituição físico-psíquica dos condenados”88 . tritamente a legislação vigente, sob pena de nulidade processual.
88 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

35
NOÇÕES DE DIREITO

Surgem como corolário do devido processo legal o con- No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
traditório e a ampla defesa, pois somente um procedimento
que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla-
5º, LV, CF: grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o lei.
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes. Logo, a prisão somente se dará em caso de flagran-
te delito (necessariamente antes do trânsito em julgado),
O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual ou em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas
se deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei primeiras independente do trânsito em julgado, preenchi-
e, sendo assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa. dos requisitos legais e a última pela irreversibilidade da
Não obstante, o devido processo legal tem sua faceta material condenação).
que consiste na tomada de decisões justas, que respeitem os Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação
parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. ao juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Vedação de provas ilícitas Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo-
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as provas indicada.
obtidas por meios ilícitos.
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao artigo os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo
157 do CPP, são as obtidas em violação a normas constitucio-
entrar em contato com sua família e com um advogado,
nais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra de direito
conforme artigo 5º, LXIII, CF:
material, constitucional ou legal, no momento da sua obten-
ção. São vedadas porque não se pode aceitar o descumpri-
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus di-
mento do ordenamento para fazê-lo cumprir: seria paradoxal.
reitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado.
Presunção de inocência
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:
Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação
dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
Consolida-se o princípio da presunção de inocência, pelo policial.
qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, o Judi-
ciário assim decida, respeitados todos os princípios e garan- Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata
tias constitucionais. do depoimento do interrogatório são assinados pelas au-
toridades envolvidas nas práticas destes atos procedimen-
Ação penal privada subsidiária da pública tais.
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento,
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos crimes tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:
de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
A chamada ação penal privada subsidiária da pública en- relaxada pela autoridade judiciária.
contra respaldo constitucional, assegurando que a omissão
do poder público na atividade de persecução criminal não Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ-
será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o interes- são do artigo 5º, LXVI, CF:
sado a proponha.
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou
Prisão e liberdade nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
O constituinte confere espaço bastante extenso no artigo com ou sem fiança.
5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente por se
tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Obviamente, a Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
prisão não é vedada em todos os casos, porque práticas aten- ao princípio da presunção de inocência, entende-se que
tatórias a direitos fundamentais implicam na tipificação penal, ela não deve ser mantida presa quando não preencher os
autorizando a restrição da liberdade daquele que assim agiu. requisitos legais para prisão preventiva ou temporária.

36
NOÇÕES DE DIREITO

Indenização por erro judiciário crimes contra a humanidade são citados: assassinato, escra-
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário vidão, prisão violando as normas internacionais, violação tor-
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: tura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, este-
rilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional,
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por destruição de bens não justificada pela guerra, deportação,
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo forçar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”.
fixado na sentença.
1.7) Remédios constitucionais
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e Remédios constitucionais são as espécies de ações ju-
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- diciárias que visam proteger os direitos fundamentais re-
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. conhecidos no texto constitucional quando a declaração e
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do a garantia destes não se mostrar suficiente. Assim, o Poder
tempo que foi condenada a cumprir. Judiciário será acionado para sanar o desrespeito a estes
direitos fundamentais, servindo cada espécie de ação para
1.5) Direitos fundamentais implícitos uma forma de violação.
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal:
1.7.1) Habeas corpus
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos Constituição em seu artigo 5º, LXVIII:
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte. Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sem-
pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo lidade ou abuso de poder.
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas
exemplificativo, não taxativo. Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º, LXX-
VII, CF.
1.6) Tribunal Penal Internacional a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa,
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: de 1215, foi o primeiro documento a mencionar este remé-
dio e o Habeas Corpus Act, de 1679, o regulamentou.
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tri- b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade
bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado de locomoção. Antes de haver proteção no Brasil por ou-
adesão. tros remédios constitucionais de direitos que não este, o
  habeas-corpus foi utilizado para protegê-los. Hoje, apenas
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi serve à lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir.
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se- c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho
tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em predominantemente penal, pois protege o direito de ir e vir
Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência e e vai contra a restrição arbitrária da liberdade.
o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas respon- d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de
sáveis por crimes de maior gravidade com repercussão inter- violação ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo con-
nacional (artigo 1º, ETPI). duto”, ou repressivo, para quando ameaça já tiver se mate-
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja ju- rializado.
risdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá
compete o processo e julgamento de violações contra indi- -lo, em próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministé-
víduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra rio Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o que ingressa
da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes com a ação e paciente é aquele que está sendo vítima da
cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não está restrição à liberdade de locomoção. As duas figuras podem
restrita a uma situação específica”89. se concentrar numa mesma pessoa.
Resume Mello90: “a Conferência das Nações Unidas sobre f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público
a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida em ou privado.
Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é permanente. g) Competência: é determinada pela autoridade coa-
Tem sede em Haia. A corte tem personalidade internacional. tora, sendo a autoridade imediatamente superior a ela. Ex.:
Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra a humani- Delegado de Polícia é autoridade coatora, propõe na Vara
dade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. Para o crime Criminal Estadual; Juiz de Direito de uma Vara Criminal é a
de genocídio usa a definição da convenção de 1948. Como autoridade coatora, impetra no Tribunal de Justiça.
89 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & h) Conceito de coação ilegal: encontra-se no artigo
Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 648, CPP:
90 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Interna-
cional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

37
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal: I - a) Origem: Veio com a finalidade de preencher a lacu-
quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver na decorrente da sistemática do habeas corpus e das limi-
preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando nares possessórias.
quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; b) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coa- natureza subsidiária pelo qual se busca a invalidação de
ção; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, atos de autoridade ou a suspensão dos efeitos da omissão
nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for administrativa, geradores de lesão a direito líquido e certo,
manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. por ilegalidade ou abuso de poder. São protegidos todos
os direitos líquidos e certos à exceção da proteção de direi-
i) Procedimento: regulamentado nos artigos 647 a tos humanos à liberdade de locomoção e ao acesso ou re-
667 do Código de Processo Penal. tificação de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades
1.7.2) Habeas data governamentais ou de caráter público, ambos sujeitos a
O artigo 5º, LXXII, CF prevê: instrumentos específicos.
c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data: a) para civil, independente da natureza do ato impugnado (admi-
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa nistrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados d) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminência
de entidades governamentais ou de caráter público; b) para de violação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por já consumado o abuso/ilegalidade.
processo sigiloso, judicial ou administrativo. e) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser de-
monstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita (ar- a necessidade de dilação probatória, isto devido à natureza
tigo 5º, LXXVII, CF). célere e sumária do procedimento.
a) Antecedente histórico: Freedom of Information Act, f) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abran-
de 1974. gendo não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou
b) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais estrangeira, residente ou não no Brasil, bem como órgãos
constantes de registros ou bancos de dados de entidades públicos despersonalizados e universalidades/pessoas for-
governamentais ou de caráter público, para o conhecimen- mais reconhecidas por lei.
to ou retificação (correção). g) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve
c) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o ser autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
acesso a informações pessoais. exercício de atribuições do Poder Público. Neste viés, o art.
d) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou es- 6º, §3º, Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se auto-
trangeira, ou por pessoa jurídica, de direito público ou pri- ridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugna-
vado, tratando-se de ação personalíssima – os dados de- do ou da qual emane a ordem para a sua prática”.
vem ser a respeito da pessoa que a propõe. h) Competência: Fixada de acordo com a autoridade
e) Legitimidade passiva: entidades governamentais coatora.
da Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas, i) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de
bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídi- agosto de 2009.
cas privadas prestadores de serviços de interesse público j) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
que possuam dados relativos à pessoa do impetrante.
f) Competência: Conforme o caso, nos termos da 1.7.4) Mandado de segurança coletivo
Constituição, do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), A Constituição Federal prevê a possibilidade de ingres-
do Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribu- so com mandado de segurança coletivo, consoante ao ar-
nais Regionais Federais (art. 108, I, “c”), bem como dos juí- tigo 5º, LXX:
zes federais (art. 109, VIII).
g) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo
novembro de 1997. pode ser impetrado por: a) partido político com representa-
h) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997. ção no Congresso Nacional; b) organização sindical, entida-
de de classe ou associação legalmente constituída e em fun-
1.7.3) Mandado de segurança individual cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
Dispõe a Constituição no artigo 5º, LXIX: de seus membros ou associados.

Artigo 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segu- a) Origem: Constituição Federal de 1988.
rança para proteger direito líquido e certo, não amparado b) Escopo: preservação ou reparação de direito líqui-
por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável do e certo relacionado a interesses transindividuais (indi-
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública viduais homogêneos ou coletivos), e devido à questão da
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do legitimidade ativa, pertencente a partidos políticos e deter-
Poder Público. minadas associações.

38
NOÇÕES DE DIREITO

c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a
civil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo. elaboração de norma regulamentadora for atribuição do
d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coleti- Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câma-
vo são os direitos coletivos e os direitos individuais homo- ra dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
gêneos. Tal instituto não se presta à proteção dos direitos dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União,
difusos, conforme posicionamento amplamente majoritário, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
já que, dada sua difícil individualização, fica improvável a veri- Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tribunal de
ficação da ilegalidade ou do abuso do poder sobre tal direito Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora
(art. 21, parágrafo único, Lei nº 12.016/09). for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disci- administração direta ou indireta, excetuados os casos da
plina constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, é competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
de partido político com representação no Congresso Nacio- Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
nal, bem como de organização sindical, entidade de classe da Justiça Federal (art. 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior
ou associação legalmente constituída e em funcionamento Eleitoral, quando as decisões dos Tribunais Regionais Elei-
há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos torais denegarem habeas corpus, mandado de segurança,
e certos que atinjam diretamente seus interesses ou de seus habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF);
membros. e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele
f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09: vinculados.
e) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº
Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança co- 12.016/09, não havendo lei específica.
letivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos mem-
bros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 1.7.6) Ação popular
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litis- Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
pendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se
Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima
não requerer a desistência de seu mandado de segurança no
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
trimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
impetração da segurança coletiva.
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô-
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só
nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
poderá ser concedida após a audiência do representante
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se
pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
a) Origem: Constituição Federal de 1934.
1.7.5) Mandado de injunção b) Escopo: é instrumento de exercício direto da demo-
Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF: cracia, permitindo ao cidadão que busque a proteção da
coisa pública, ou seja, que vise assegurar a preservação dos
Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injunção interesses transindividuais.
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional,
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prer- que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de en-
rogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. tidade de que o Estado participe, à moralidade administra-
tiva, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aque-
seja proposto o mandado de injunção são a existência de le nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.
norma constitucional de eficácia limitada que prescreva di- e) Legitimidade passiva: ente da Administração Pú-
reitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à blica, direta ou indireta, ou então pessoa jurídica que de
nacionalidade, à soberania e à cidadania; além da falta de algum modo lide com a coisa pública.
norma regulamentadores, impossibilitando o exercício dos f) Competência: Será fixada de acordo com a origem
direitos, liberdades e prerrogativas em questão. Assim, visa do ato ou omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº
curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de não 4.717/65).
regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de
não sejam aplicáveis. junho de 1965.
b) Natureza jurídica: ação constitucional que objetiva h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65.
a regulamentação de normas constitucionais de eficácia li-
mitada. 1.8) Direitos humanos, tratados internacionais de
c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou es- proteção aos direitos humanos e repercussão no Direi-
trangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize di- to brasileiro
reito fundamental não materializável por omissão legislativa Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan-
do Poder público, bem como o Ministério Público na defesa tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados
de seus interesses institucionais. Não se aceita a legitimidade internacionais em que a República Federativa do Brasil
ativa de pessoas jurídicas de direito público. seja parte”.

39
NOÇÕES DE DIREITO

Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à


to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento possibilidade de considerar como hierarquicamente cons-
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne- titucional os tratados internacionais de direitos humanos
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
do Presidente da República), submissão do tratado assina- riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se
do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista
do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José
da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro- da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes
mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo91. da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal
Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
tenham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
seja, tratado internacional de direitos humanos. revogaria a Constituição no ponto controverso).
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de prima- 2) Direitos sociais
zia dos direitos humanos, desde logo consagrando o prin- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
cípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O normas programáticas e que necessitam de uma postura
princípio da primazia dos direitos humanos nas relações interventiva estatal em prol da implementação.
internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os Os direitos assegurados nesta categoria encontram
tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasilei- menção genérica no artigo 6º, CF:
ro e respeitá-los. Implica, também em que as normas vol-
tadas à proteção da dignidade em caráter universal devem Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
outras normas”92. te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres- à maternidade e à infância, a assistência aos desampa-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico rados, na forma desta Constituição. 
brasileiro porque somente existe previsão constitucional
quanto à possibilidade da equiparação às emendas consti- Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
tucionais se o tratado abranger matéria de direitos huma- Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
nos. Antes da emenda alterou o quadro quanto aos trata- nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi-
dos de direitos humanos, era o que acontecia, mas isso não tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos
significa que tais direitos eram menos importantes devido sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente
ao princípio da primazia e ao reconhecimento dos direitos dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção
implícitos. estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucio- princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma-
nal nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Consti- terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
tuição Federal, de modo que os tratados internacionais de Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
direitos humanos foram equiparados às emendas consti- II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa
tucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas,
cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação em o Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem
dois turnos e com três quintos dos votos dos respectivos social, se concentra em trazer normativas mais detalhadas
membros: a respeitos de direitos indicados como sociais.

Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções interna- 2.1) Igualdade material e efetivação dos direitos
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em sociais
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três Independentemente da categoria de direitos que este-
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen- ja sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num
tes às emendas constitucionais. sentido meramente formal, mas necessariamente material.
  Significa que discriminações indevidas são proibidas, mas
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados existem certas distinções que não só devem ser aceitas,
de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju- como também se mostram essenciais.
rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma- No que tange aos direitos sociais percebe-se que a
nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante igualdade material assume grande relevância. Afinal, esta
ao da emenda constitucional. categoria de direitos pressupõe uma postura ativa do Es-
91 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e tado em prol da efetivação. Nem todos podem arcar com
Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008. suas despesas de saúde, educação, cultura, alimentação e
92 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional moradia, assim como nem todos se encontram na posição
Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009. de explorador da mão-de-obra, sendo a grande maioria da

40
NOÇÕES DE DIREITO

população de explorados. Estas pessoas estão numa clara viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
posição de desigualdade e caberá ao Estado cuidar para entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se
que progressivamente atinjam uma posição de igualdade eximir de garantir direitos sociais com o simples argumen-
real, já que não é por conta desta posição desfavorável que to de que não há orçamento específico para isso – ele de-
se pode afirmar que são menos dignos, menos titulares de veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
direitos fundamentais. atender esta demanda.
Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial,
alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igual- que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
dade material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas a
aperfeiçoamento da oferta de serviços públicos com quali- serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Poder
dade para que todos os nacionais tenham garantidos seus Judiciário em prol de sua efetivação.
direitos fundamentais de segunda dimensão da maneira
mais plena possível. 2.3) Princípio da proibição do retrocesso
Há se ressaltar também que o Estado não possui ape- Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
nas um papel direto na promoção dos direitos econômicos, uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
sociais e culturais, mas também um indireto, quando por retrocesso, de modo que um direito social garantido não
meio de sua gestão permite que os indivíduos adquiram pode deixar de o ser.
condições para sustentarem suas necessidades pertencen- Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
tes a esta categoria de direitos. deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
2.2) Reserva do possível e mínimo existencial CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
notadamente porque estão previstos em normas progra- assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
máticas e porque a implementação deles gera um ônus evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
para o Estado. Diferentemente dos direitos individuais, que do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
dependem de uma postura de abstenção estatal, os direi- agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
tos sociais precisam que o Estado assuma um papel ativo um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
em prol da efetivação destes. direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado cluindo o ensino médio gratuito).
de palavras promovido pelo constituinte, pode levar à ne- Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso:
gativa, paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequên- se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito
cia de uma Carta Magna cujas finalidades não condigam social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador
com seus próprios prescritos, fato que deslegitima o Poder alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado,
Público como determinador de que particulares respeitem a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito
os direitos fundamentais, já que sequer eles próprios, os amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro
administradores, conseguem cumprir o que consta de seu lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma,
Estatuto Máximo93. o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar de prever que aquela decisão judicial não está incorporada
a cláusula da reserva do possível como argumento para a na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há
não implementação de determinado direito social – seja entendimento dominante.
pela absoluta ausência de recursos (reserva do possível fá-
tica), seja pela ausência de previsão orçamentária nos ter- 2.4) Direito individual do trabalho
mos do artigo 167, CF (reserva do possível jurídica). O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi-
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos
os direitos sociais “não pode converter-se em promessa individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem
constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Públi- os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito no
co, fraudando justas expectativas nele depositadas pela co- espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática de
letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento assédio moral).
de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de
infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra
Fundamental do Estado”94. despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do lei complementar, que preverá indenização compensatória,
possível, embora viável, não pode servir de muleta para dentre outros direitos.
que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
93 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e mínimo Significa que a demissão, se não for motivada por justa
existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em face da reali- causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização
dade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57. compensatória, entre outros, a serem arcados pelo empre-
94 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO. gador.

41
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de- Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o dis-
semprego involuntário. posto em convenção ou acordo coletivo.

Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão
do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente redução implique num prejuízo maior, por exemplo, demis-
desempregado – entendendo-se por desemprego invo- são em massa durante uma crise, situações que devem ser
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do negociadas em convenção ou acordo coletivo.
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego,
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
assistência financeira temporária. ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser- O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
viço. mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
baseada em comissões por venda e metas);
Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro-
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro
depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos de- Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
pósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de atua- balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
lização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao aposen-
sacado em momentos especiais, como o da aquisição da tado no final de cada ano.
casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificul-
Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno su-
dades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa
perior à do diurno.
ou em caso de algumas doenças graves.
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio-
durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a redu-
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
ção de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acréscimo
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta- de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se noturno,
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00
porte e previdência social, com reajustes periódicos que horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas atividades
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- rurais, é considerado noturno o trabalho executado na lavou-
ção para qualquer fim. ra entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte;
T e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte.
rata-se de uma visível norma programática da Cons-
tituição que tem por pretensão um salário mínimo que Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e constituindo crime sua retenção dolosa.
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o
preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo Quanto ao possível crime de retenção de salário, não
do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47 há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, 7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário, o
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende de lei
Socioeconômicos (Dieese)”95. ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal incrimi-
nadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º, XXXIX, CF).
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
à complexidade do trabalho. Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resulta-
dos, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, par-
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre- ticipação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário,
construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, chama- A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é co-
do de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento den- nhecida também por Programa de Participação nos Resul-
tro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é esta- tados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do Tra-
belecido em conformidade com a data base da categoria, balho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de
por isso ele é definido em conformidade com um acordo, 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo em-
ou ainda com um entendimento entre patrão e trabalhador. pregador e negociado com uma comissão de trabalhadores
95 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-minimo-
da empresa. A CLT não obriga o empregador a fornecer o
-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril benefício, mas propõe que ele seja utilizado.

42
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do de- mingos, desde que previamente autorizados pelo Ministério do
pendente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. Trabalho, aos trabalhadores é assegurado pelo menos um dia
de repouso semanal remunerado coincidente com um domin-
Salário-família é o benefício pago na proporção do res- go a cada período, dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
pectivo número de filhos ou equiparados de qualquer con-
dição até a idade de quatorze anos ou inválido de qualquer Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
idade, independente de carência e desde que o salário-de- com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo permitido.
De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 19, de O salário das férias deve ser superior em pelo menos um
10/01/2014, valor do salário-família será de R$ 35,00, por filho terço ao valor da remuneração normal, com todos os adicio-
de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar nais e benefícios aos quais o trabalhador tem direito. A cada
até R$ 682,50. Já para o trabalhador que receber de R$ 682,51 doze meses de trabalho – denominado período aquisitivo – o
até R$ 1.025,81, o valor do salário-família por filho de até 14 empregado terá direito a trinta dias corridos de férias, se não
anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 24,66. tiver faltado injustificadamente mais de cinco vezes ao serviço
(caso isso ocorra, os dias das férias serão diminuídos de acor-
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não supe- do com o número de faltas).
rior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, fa-
cultada a compensação de horários e a redução da jornada, Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo do
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.

Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraordiná- O salário da trabalhadora em licença é chamado de sa-
rio superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. lário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele des-
contado dos recolhimentos habituais devidos à Previdência
A legislação trabalhista vigente estabelece que a dura- Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir do último
ção normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) mês de gestação, sendo que o período de licença é de 120
horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo. dias. A Constituição também garante que, do momento em
Todavia, poderá a jornada diária de trabalho dos empregados que se confirma a gravidez até cinco meses após o parto, a
maiores ser acrescida de horas suplementares, em número mulher não pode ser demitida.
não excedentes a duas, no máximo, para efeito de serviço
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fixa-
extraordinário, mediante acordo individual, acordo coletivo,
dos em lei.
convenção coletiva ou sentença normativa. Excepcionalmen-
te, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá ser prorroga-
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade
da além do limite legalmente permitido. A remuneração do
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a
serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição
mãe nos processos pós-operatórios.
Federal, deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, con-
venção ou sentença normativa, e será, no mínimo, 50% (cin- Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da
quenta por cento) superior à da hora normal. mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei.
Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o trabalho Embora as mulheres sejam maioria na população de 10
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo anos ou mais de idade, elas são minoria na população ocu-
negociação coletiva. pada, mas estão em maioria entre os desocupados. Acrescen-
ta-se ainda, que elas são maioria também na população não
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 horas economicamente ativa. Além disso, ainda há relevante dife-
para os turnos ininterruptos de revezamento, expressamen- rença salarial entre homens e mulheres, sendo que os homens
te ressalvando a hipótese de negociação coletiva, objetivou recebem mais porque os empregadores entendem que eles
prestigiar a atuação da entidade sindical. Entretanto, a juris- necessitam de um salário maior para manter a família. Tais dis-
prudência evoluiu para uma interpretação restritiva de seu paridades colocam em evidência que o mercado de trabalho
teor, tendo como parâmetro o fato de que o trabalho em da mulher deve ser protegido de forma especial.
turnos ininterruptos é por demais desgastante, penoso, além
de trazer malefícios de ordem fisiológica para o trabalhador, Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tempo
inclusive distúrbios no âmbito psicossocial já que dificulta o de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.
convívio em sociedade e com a própria família.
Nas relações de emprego, quando uma das partes deseja
Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, prefe- rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo
rencialmente aos domingos. indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à outra
parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem por finalida-
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e quatro) de evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, pos-
horas consecutivas, devendo ser concedido preferencialmen- sibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e
te aos domingos, sendo garantido a todo trabalhador urbano, ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho,
rural ou doméstico. Havendo necessidade de trabalho aos do- sendo que o aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado.

43
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida-
rança. de em creches e pré-escolas.

Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
do trabalho salubre. Fiorillo96 destaca que o equilíbrio do com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubrida- paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
de e na ausência de agentes que possam comprometer a enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
lher para que ela pague uma creche para o bebê de até 6
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as meses. O valor desse auxílio será determinado conforme
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou
lei. convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo- facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida-
lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e
não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche
e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
específica previsão sobre o adicional de penosidade. na empresa.
São consideradas atividades ou operações insalubres
as que se desenvolvem excesso de limites de tolerância Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e
para: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, acordos coletivos de trabalho.
exposição ao calor e ao frio, radiações, certos agentes quí-
micos e biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de Neste dispositivo se funda o direito coletivo do tra-
trabalho em condições de insalubridade assegura ao traba- balho, que encontra regulamentação constitucional nos
lhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário artigo 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acor-
base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais dos coletivos, entidades representativas da categoria dos
benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalen- trabalhadores entram em negociação com as empresas na
te a 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau defesa dos interesses da classe, assegurando o respeito aos
máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau direitos sociais;
médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau
mínimo. Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação,
O adicional de periculosidade é um valor devido ao na forma da lei.
empregado exposto a atividades perigosas. São conside-
radas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o
acentuado em virtude de exposição permanente do tra- profissional para exercer trabalhos que não possam ser de-
balhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma máqui-
roubos ou outras espécies de violência física nas atividades na que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado para
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor que possa operá-la).
do adicional de periculosidade será o salário do empre-
gado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra-
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em- balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
presa. a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem enten-
dimento unânime sobre a possibilidade de cumulação des- Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar
tes adicionais. do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a defi-
nição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de
Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria. legislação específica sobre o tema, mas sim de uma norma
que dispõe sobre as modalidades de benefícios da previ-
A aposentadoria é um benefício garantido a todo tra- dência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua
balhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do
tenha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba-
Social (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previ- lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
dência Social e tenha atingido as idades mínimas previstas. que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
Aliás, o direito à previdência social é considerado um direi- temporária, da capacidade para o trabalho.
to social no próprio artigo 6º, CF. Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri-
96 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambien- buição com natureza de tributo que as empresas pagam
tal brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de

44
NOÇÕES DE DIREITO

trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igual-
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen- mente relevantes e contribuem todos para a sociedade,
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, se enquadrar numa ou outra categoria.
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia-
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando
o trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibili- Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele-
dade de cumulação do benefício previdenciário, assim cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se
compreendido como prestação garantida pelo Estado ao o trabalho em condições desfavoráveis.
trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva) com
a indenização devida pelo empregador em caso de culpa Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra-
(responsabilidade subjetiva), é pacífica, estando ampla- balhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
mente difundida na jurisprudência do Tribunal Superior do balhador avulso.
Trabalho;
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultan- presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores
tes das relações de trabalho, com prazo prescricional de de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o trabalhador com vínculo empregatício permanente.
limite de dois anos após a extinção do contrato de tra- A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
balho. PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
do artigo 7º:
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela
jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim, Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
há um período de tempo que o empregado tem para re- goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra- nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 5 estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
(cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a primento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
vigência do contrato de trabalho. decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários, a sua integração à previdência social. 
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil. 2.5) Direito coletivo do trabalho
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos
Há uma tendência de se remunerar melhor homens dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha-
brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida-
patente a diferença remuneratória para com pessoas de de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve,
diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta substituição processual, participação e representação clas-
contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo consti- sista97.
tuinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sala- A liberdade de associação profissional ou sindical tem
rial judicialmente. escopo no artigo 8º, CF:

Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina- Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi-
ção no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha- cal, observado o seguinte:
dor portador de deficiência. I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li- competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
mitações, possui condições de ingressar no mercado de intervenção na organização sindical;
trabalho e não pode ser preterida meramente por conta de II - é vedada a criação de mais de uma organização
sua deficiência. sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba- será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais sados, não podendo ser inferior à área de um Município;
respectivos. 97 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

45
NOÇÕES DE DIREITO

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
questões judiciais ou administrativas; ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando as-
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em sim de direitos e obrigações.
se tratando de categoria profissional, será descontada em Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- não é a mesma coisa que população. População é o conjun-
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição to de pessoas residentes no país – inclui o povo, os estran-
prevista em lei; geiros residentes no país e os apátridas.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato; 3.1) Nacionalidade como direito humano funda-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas mental
negociações coletivas de trabalho; Os direitos humanos internacionais são completamente
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o in-
tado nas organizações sindicais; divíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com ne-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- nhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pessoa
zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrária.
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, Não há privação arbitrária quando respeitados os critérios
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta legais previstos no texto constitucional no que tange à per-
grave nos termos da lei. da da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte bra-
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se sileiro não admite a figura do apátrida.
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes- Contudo, é exatamente por ser um direito que a na-
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e pas-
O direito de greve, por seu turno, está previsto no ar- sar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por um
tigo 9º, CF: processo conhecido como naturalização.
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio-
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
sobre os interesses que devam por meio dele defender. nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais A Convenção Americana sobre Direitos Humanos apro-
e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis funda-se em meios para garantir que toda pessoa tenha
da comunidade. uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar o cri-
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às tério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa terá a
penas da lei. nacionalidade do território onde nasceu, quando não tiver
direito a outra nacionalidade por previsões legais diversas.
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe so- “Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa
bre o exercício do direito de greve, define as atividades es- humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um in-
senciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis divíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo, de
da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não um governante, de um poder despótico, de decisões unila-
for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos, terais, concebidas sem regras prévias, sem o contraditório,
esta é a legislação que se aplica, segundo o STF. a defesa, que são princípios fundamentais de todo sistema
O direito de participação é previsto no artigo 10, CF: jurídico que se pretenda democrático. A questão não pode
ser tratada com relativismos, uma vez que é muito séria”98.
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba- Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in-
lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú- ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá- direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do
rios sejam objeto de discussão e deliberação. qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a prática
Por fim, aborda-se o direito de representação classista de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios
no artigo 11, CF: das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direito
Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em- de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos hu-
pregados, é assegurada a eleição de um representante manos de uma pessoa por parte daqueles que deveriam
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten- protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais como
dimento direto com os empregadores. um todo –, e não proteger pessoas que justamente come-
teram tais violações.
3) Nacionalidade
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que 98 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV e
vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
um nacional pode adquirir direitos políticos. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88.

46
NOÇÕES DE DIREITO

3.2) Naturalidade e naturalização b) Brasileiros naturalizados


O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem
são os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas catego- Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
rias: natos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é II - naturalizados:
diferente de nacionalidade – naturalidade é apenas o local a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
de nascimento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o de brasileira, exigidas aos originários de países de língua
Estado. portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira e idoneidade moral;
tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi-
voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como se dentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze
percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num con- anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
ceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que não é requeiram a nacionalidade brasileira.
nacional brasileiro.
A naturalização deve ser voluntária e expressa.
a) Brasileiros natos O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a
Art. 12, CF. São brasileiros: questão da naturalização em mais detalhes, prevendo no
I - natos: artigo 112:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a con-
a serviço de seu país; cessão da naturalização:
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço II - ser registrado como permanente no Brasil;
da República Federativa do Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores
mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti- ao pedido de naturalização;
ção brasileira competente ou venham a residir na Repú- IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as
blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, condições do naturalizando;
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade bra- V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à
sileira. manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação
atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –, no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja comi-
notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido nada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
em território do país independentemente da nacionalidade superior a 1 (um) ano; e
dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não depen- VIII - boa saúde.
de do local de nascimento mas sim da descendência de um
nacional do país (critério comum em países que tiveram Destaque vai para o requisito da residência contínua.
êxodo de imigrantes). Em regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos
O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce contínuos, conforme o inciso III do referido artigo 112. No
no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que fi- entanto, por previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, se
lho de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros o estrangeiro foi originário de país com língua portuguesa
que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter- o prazo de residência contínua é reduzido para 1 ano. Daí
nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo, se afirmar que o constituinte estabeleceu a naturalização
também é possível ser brasileiro nato ainda que não se te- ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturalização extraordiná-
nha nascido no território brasileiro. ria no artigo 12, II, “a”.
No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato Outra diferença sensível é que à naturalização ordinária
também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, segun-
estiver a serviço do Brasil, é considerado brasileiro nato, do o qual “a satisfação das condições previstas nesta Lei
mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos pais não não assegura ao estrangeiro direito à naturalização”. Logo,
estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer no exte- na naturalização ordinária não há direito subjetivo à na-
rior é exigido que o nascido do exterior venha ao território turalização, mesmo que preenchidos todos os requisitos.
brasileiro e aqui resida ou que tenha sido registrado em Trata-se de ato discricionário do Ministério da Justiça. O
repartição competente, caso em que poderá, aos 18 anos, mesmo não vale para a naturalização extraordinária, quan-
manifestar-se sobre desejar permanecer com a nacionali- do há direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do Poder
dade brasileira ou não. Judiciário para fazê-lo valer99.

99 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em


teleconferência.

47
NOÇÕES DE DIREITO

c) Tratamento diferenciado As vantagens conferidas são: igualdade de direitos civis, não


A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou sendo considerado um estrangeiro; gozo de direitos políticos se
naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste residir há 3 anos no país, autorizando-se o alistamento eleito-
sentido, o artigo 12, § 2º, CF: ral. No caso de exercício dos direitos políticos nestes moldes, os
direitos desta natureza ficam suspensos no outro país, ou seja,
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distin- não exerce simultaneamente direitos políticos nos dois países.
ção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos ca-
sos previstos nesta Constituição. 3.4) Perda da nacionalidade
Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da naciona-
Percebe-se que a Constituição simultaneamente esta- lidade do brasileiro que:
belece a não distinção e se reserva ao direito de estabele- I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença ju-
cer as hipóteses de distinção. dicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
enumeradas no parágrafo seguinte. a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
os cargos: brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal; A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818,
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e a
V - da carreira diplomática; reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos polí-
VI - de oficial das Forças Armadas; ticos. No processo deve ser respeitado o contraditório e a
VII - de Ministro de Estado da Defesa. iniciativa de propositura é do Procurador da República.
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, per-
cebe-se a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea “a”
A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no
aceita-se que a pessoa tenha nacionalidade brasileira e ou-
exercício da presidência da República ou de cargo que pos-
tra se ao seu nascimento tiver adquirido simultaneamente a
sa levar a esta posição provisoriamente deve ser natural do
nacionalidade do Brasil e outro país; na alínea “b” é reconhe-
país (ausente o Presidente da República, seu vice-presiden-
cida a mesma situação se a aquisição da nacionalidade do
te desempenha o cargo; ausente este assume o Presiden-
outro país for uma exigência para continuar lá permanecen-
te da Câmara; também este ausente, em seguida, exerce
do ou exercendo seus direitos civis, pois se assim não o fosse
o cargo o Presidente do Senado; e, por fim, o Presidente o brasileiro seria forçado a optar por uma nacionalidade e,
do Supremo pode assumir a presidência na ausência dos provavelmente, se ver privado da nacionalidade brasileira.
anteriores – e como o Presidente do Supremo é escolhido
num critério de revezamento nenhum membro pode ser 3.5) Deportação, expulsão e entrega
naturalizado); ou a de que o cargo ocupado possui forte A deportação representa a devolução compulsória de um
impacto em termos de representação do país ou de segu- estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma irregular no
rança nacional. território nacional, estando prevista na Lei nº 6.815/1980, em
Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasi- seus artigos 57 e 58. Neste caso, não houve prática de qualquer
leiro naturalizado como membro do Conselho da Repúbli- ato nocivo ao Brasil, havendo, pois, mera irregularidade de visto.
ca (artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro
de empresa jornalística, de radiodifusão sonora e imagens, de um estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no
salvo se já naturalizado há 10 anos (artigo 222, CF); possi- artigo 65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980:
bilidade de extradição do brasileiro naturalizado que tenha
praticado crime comum antes da naturalização ou, depois Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o es-
dela, crime de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF). trangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança
nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou mora-
3.3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses lidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o
Nos termos do artigo 12, § 1º, CF: torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o es-
Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência trangeiro que:
permanente no País, se houver reciprocidade em favor de a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou perma-
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra- nência no Brasil;
sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. b) havendo entrado no território nacional com infração
É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado
mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Fe- c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
derativa do Brasil e a República Portuguesa, assinado em d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei
22 de abril de 2000 (Decreto nº 3.927/2001). para estrangeiro.

48
NOÇÕES DE DIREITO

A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um VII - o fato constituir crime político; e
nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país VIII - o extraditando houver de responder, no Estado re-
faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil en- querente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
tregasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição
Internacional (competência reconhecida na própria Consti- quando o fato constituir, principalmente, infração da lei
tuição no artigo 5º, §4º). penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao
delito político, constituir o fato principal.
3.6) Extradição § 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Fe-
A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão deral, a apreciação do caráter da infração.
e da entrega. Extradição é um ato de cooperação interna- § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de
cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou considerar crimes políticos os atentados contra Che-
condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. fes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os
O Brasil, sob hipótese alguma, extraditará brasileiros natos atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, sequestro
mas quanto aos naturalizados assim permite caso tenham de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou
praticado crimes comuns (exceto crimes políticos e/ou de de processos violentos para subverter a ordem política ou
opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois da na- social.
turalização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito
de entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF). Art. 78. São condições para concessão da extradição: 
Aplicam-se os seguintes princípios à extradição: I - ter sido o crime cometido no território do Estado
a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangei- requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis
ro só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime penais desse Estado; e
objeto do pedido de extradição. O importante é que o ex- II - existir sentença final de privação de liberdade, ou
traditado só seja submetido às penas relativas aos crimes estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tri-
que foram objeto do pedido de extradição. bunal ou autoridade competente do Estado requerente,
salvo o disposto no artigo 82.
b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado
deve ser punível no Estado requerente e no Brasil. Logo,
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradi-
além do fato ser típico em ambos os países, deve ser puní-
ção da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o
vel em ambos (se houve prescrição em algum dos países, p.
pedido daquele em cujo território a infração foi come-
ex., não pode ocorrer a extradição).
tida.
c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferên-
um tratado de extradição entre dois países ter sido cele-
cia, sucessivamente:
brado após a ocorrência do crime não impede a extradição. I - o Estado requerente em cujo território haja sido co-
d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos): metido o crime mais grave, segundo a lei brasileira;
Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega
pelo artigo 5º, XLVII da CF, a extradição não será autoriza- do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e
da, salvo se houver a comutação da pena, transformação III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar
para uma pena aceita no Brasil. do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
Por ser tema incidente, vale observar a disciplina da Lei § 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferên-
nº 6.815/1980 a respeito da extradição e de seu procedi- cia o Governo brasileiro.
mento: § 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos
Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o go- disserem respeito à preferência de que trata este artigo. 
verno requerente se fundamentar em tratado, ou quando
prometer ao Brasil a reciprocidade.  Art. 80.  A extradição será requerida por via diplomáti-
ca ou, quando previsto em tratado, diretamente ao Minis-
Art. 77. Não se concederá a extradição quando:  tério da Justiça, devendo o pedido ser instruído com a cópia
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa autêntica ou a certidão da sentença condenatória ou
nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; decisão penal proferida por juiz ou autoridade competente. 
II - o fato que motivar o pedido não for considerado § 1o  O pedido deverá ser instruído com indicações pre-
crime no Brasil ou no Estado requerente; cisas sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para jul- do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ain-
gar o crime imputado ao extraditando; da, cópia dos textos legais sobre o crime, a competência,
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão a pena e sua prescrição. 
igual ou inferior a 1 (um) ano; § 2o  O encaminhamento do pedido pelo Ministério da
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já Justiça ou por via diplomática confere autenticidade aos
houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mes- documentos. 
mo fato em que se fundar o pedido; § 3o  Os documentos indicados neste artigo serão
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição se- acompanhados de versão feita oficialmente para o idio-
gundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; ma português. 

49
NOÇÕES DE DIREITO

Art. 81.  O pedido, após exame da presença dos pressu- § 2º Não estando o processo devidamente instruído,
postos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em o Tribunal, a requerimento do Procurador-Geral da Repú-
tratado, será encaminhado pelo Ministério da Justiça ao blica, poderá converter o julgamento em diligência para
Supremo Tribunal Federal.  suprir a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias,
Parágrafo único.  Não preenchidos os pressupostos de decorridos os quais o pedido será julgado independentemen-
que trata o caput, o pedido será arquivado mediante de- te da diligência.
cisão fundamentada do Ministro de Estado da Justiça, sem § 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da
prejuízo de renovação do pedido, devidamente instruído, data da notificação que o Ministério das Relações Exterio-
uma vez superado o óbice apontado.  res fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.

Art. 82.  O Estado interessado na extradição poderá, Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comuni-
em caso de urgência e antes da formalização do pedido de cado através do Ministério das Relações Exteriores à Missão
extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessen-
cautelar do extraditando por via diplomática ou, quan- ta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do
do previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após território nacional. 
exame da presença dos pressupostos formais de admis-
sibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extradi-
ao Supremo Tribunal Federal.  (Redação dada pela Lei nº tando do território nacional no prazo do artigo anterior, será
12.878, de 2013) ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a pro-
§ 1o  O pedido de prisão cautelar noticiará o crime cesso de expulsão, se o motivo da extradição o recomendar. 
cometido e deverá ser fundamentado, podendo ser apre-
sentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo
outro meio que assegure a comunicação por escrito.  (Reda- pedido baseado no mesmo fato. 
ção dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo proces-
§ 2o  O pedido de prisão cautelar poderá ser apresen-
sado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível
tado ao Ministério da Justiça por meio da Organização
com pena privativa de liberdade, a extradição será exe-
Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente
cutada somente depois da conclusão do processo ou do
instruído com a documentação comprobatória da existência
cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto
de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.  (Reda-
no artigo 67. 
ção dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igual-
§ 3o  O Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (no-
mente adiada se a efetivação da medida puser em risco a
venta) dias contado da data em que tiver sido cientificado sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por
da prisão do extraditando, formalizar o pedido de extradi- laudo médico oficial.
ção. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
§ 4o  Caso o pedido não seja formalizado no prazo pre- Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ain-
visto no § 3o, o extraditando deverá ser posto em liberdade, da que responda a processo ou esteja condenado por
não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mes- contravenção. 
mo fato sem que a extradição haja sido devidamente reque-
rida. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013) Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Esta-
do requerente assuma o compromisso: 
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem pré- I - de não ser o extraditando preso nem processado por
vio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal fatos anteriores ao pedido;
Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi
recurso da decisão.  imposta por força da extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à última,
o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.  os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento IV - de não ser o extraditando entregue, sem consen-
final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a timento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e
liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue. V - de não considerar qualquer motivo político, para
agravar a pena.
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e
hora para o interrogatório do extraditando e, conforme Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis
o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, cor- brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com
rendo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa.  os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa re- poder. 
clamada, defeito de forma dos documentos apresentados ou Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
ilegalidade da extradição. neste artigo poderão ser entregues independentemente
da entrega do extraditando.

50
NOÇÕES DE DIREITO

Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Es- 4.2) Democracia direta e indireta
tado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo su-
no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedi- frágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
do feito diretamente por via diplomática, e de novo entre- para todos, e, nos termos da lei, mediante:
gue sem outras formalidades.  I - plebiscito;
II - referendo;
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser per- III - iniciativa popular.
mitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território
nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, A democracia brasileira adota a modalidade semidire-
bem assim o da respectiva guarda, mediante apresentação ta, porque possibilita a participação popular direta no po-
de documentos comprobatórios de concessão da medi- der por intermédio de processos como o plebiscito, o refe-
da.  rendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas,
pode-se afirmar que a democracia indireta é predominan-
3.7) Idioma e símbolos temente adotada no Brasil, por meio do sufrágio univer-
Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da sal e do voto direto e secreto com igual valor para todos.
República Federativa do Brasil. Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a para o exercício da capacidade ativa do sufrágio universal.
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do refe-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po- rendo é o momento da consulta à população: no plebis-
derão ter símbolos próprios. cito, primeiro se consulta a população e depois se toma a
decisão política; no referendo, primeiro se toma a decisão
Idioma é a língua falada pela população, que confere política e depois se consulta a população. Embora os dois
caráter diferenciado em relação à população do resto do partam do Congresso Nacional, o plebiscito é convocado,
mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF), am-
uma nação. bos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é
Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da que os dois são “formas de consulta ao povo para que de-
nação e permitem o seu reconhecimento nacional e inter- libere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza
nacionalmente. constitucional, legislativa ou administrativa”100.
Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre- Na iniciativa popular confere-se à população o poder
visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados,
aborda o tema. mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por 5 Estados no mínimo, com não menos de 0,3%
4) Direitos políticos dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê o
Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di- artigo 61, §2°, CF:
reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida
de direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direi- pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
tos políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio-
que nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro, nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
mas somente aquele que for titular do direito de sufrágio nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
universal.
4.3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do
4.1) Sufrágio universal voto
A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a sobera- O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de
nia popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”. dezoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultativi-
Sufrágio universal é a soma de duas capacidades elei- dade para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os
torais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
direta – e a capacidade passiva – ser eleito como represen-
tante no modelo da democracia indireta. Ou ainda, sufrá- Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
gio universal é o direito de todos cidadãos de votar e ser I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio, II - facultativos para:
deverá ser direto e secreto. a) os analfabetos;
Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, b) os maiores de setenta anos;
mas não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
nem toda pessoa que tem capacidade ativa tem também
capacidade passiva, embora toda pessoa que tenha capaci-
dade passiva tenha necessariamente a ativa.
100 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

51
NOÇÕES DE DIREITO

No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais 4.5) Inelegibilidade


brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF: Atender às condições de elegibilidade é necessário
para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegi-
os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri- bilidade.
gatório, os conscritos. A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na
absoluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são
Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestan- atingidos determinados cargos.
do serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas
disponíveis para os dias da eleição. Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
4.4) Elegibilidade
O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibili-
elegibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser preen- dade, que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser
chidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua elegível é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a
capacidade passiva do sufrágio universal. faculdade de votar, mas não podem ser votados) e é preci-
so possuir a capacidade eleitoral ativa – poder votar (inalis-
Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na táveis são aqueles que não podem tirar o título de eleitor,
forma da lei: portanto, não podem votar, notadamente: os estrangeiros
I - a nacionalidade brasileira; e os conscritos durante o serviço militar obrigatório).
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral; Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Go-
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; vernadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
V - a filiação partidária; quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
VI - a idade mínima de: mandatos poderão ser reeleitos para um único período sub-
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente sequente.
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibili-
Estado e do Distrito Federal; dade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado das esferas for substituído por seu vice no curso do man-
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; dato, este vice somente poderá ser eleito para um período
d) dezoito anos para Vereador. subsequente.
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os último ano de governo para concorrer ao Senado Federal e
analfabetos. é substituído pelo seu vice-governador. Se este se candida-
tar e for eleito, não poderá ao final deste mandato se ree-
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à leger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no início
nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo, de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o vice
para ser eleito é preciso ser cidadão. em 2010, poderá este se candidatar para o mandato 2011-
O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista 2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para o
como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu
pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia,
de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo
Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim, do Estado de Minas Gerais e foi eleito governador entre
para se candidatar a cargo no município, deve ter domi- 2011 e 2014, mas não pode se candidatar à reeleição, con-
cílio eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, correndo por isso a uma vaga no Senado Federal.
deve ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para
se candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos,
em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a trans- o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
ferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respecti-
eleições. vos mandatos até seis meses antes do pleito.
A filiação partidária implica no lançamento da candi-
datura por um partido político, não se aceitando a filiação São inelegíveis absolutamente, para quaisquer car-
avulsa. gos, os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisi- mandatos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes das
to etário, com faixa etária mínima para o desempenho de eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014, neces-
cada uma das funções, a qual deve ser auferida na data da sário que tivesse renunciado até 04/04/2014.
posse.

52
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição d) os que tenham contra sua pessoa representação jul-
do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o se- gada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada
gundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Gover- em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de
nador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao plei- eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem
to, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, e) os que forem condenados, em decisão transitada em
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segun- julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
do grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou de quem condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
os tenha substituído ao final do mandato, a não ser que seja o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Lei Complementar nº 135, de 2010)
1. contra a economia popular, a fé pública, a administra-
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, atendi- ção pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Com-
das as seguintes condições: plementar nº 135, de 2010)
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar- 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o
se da atividade; mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falên-
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado cia; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamen- 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído
te, no ato da diplomação, para a inatividade. pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
militares que não podem se alistar ou os que podem, mas 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver
não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF, ou seja, condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exer-
se não se afastar da atividade caso trabalhe há menos de 10
cício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº
anos, se não for agregado pela autoridade superior (suspen-
135, de 2010)
so do exercício das funções por sua autoridade sem prejuízo
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
de remuneração) caso trabalhe há mais de 10 anos (sendo
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
que a eleição passa à condição de inativo).
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo,
tortura, terrorismo e hediondos;
Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá outros
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de 8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exer- pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
cício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a 9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do Complementar nº 135, de 2010)
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou
emprego na administração direta ou indireta. bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou
O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação
do artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode es- dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
tabelecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolutas g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de
como de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei Com- cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade in-
plementar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece casos de sanável que configure ato doloso de improbidade adminis-
inelegibilidade, prazos de cessação, e determina outras pro- trativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo
vidências. Esta lei foi alterada por aquela que ficou conhecida se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judi-
como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar nº 135, de 04 de ciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos
junho de 2010, principalmente em seu artigo 1º, que segue. seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se
o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis: todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de manda-
I - para qualquer cargo: tários que houverem agido nessa condição; (Redação dada
a) os inalistáveis e os analfabetos; pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias h) os detentores de cargo na administração pública di-
Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, reta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a ter-
que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência ceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem
do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Fede- condenados em decisão transitada em julgado ou proferida
ral, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concor-
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do rem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se
Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela
período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e Lei Complementar nº 135, de 2010)
nos oito anos subsequentes ao término da legislatura;

53
NOÇÕES DE DIREITO

i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento q) os magistrados e os membros do Ministério Público que


ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de pro- forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionató-
cesso de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, ria, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham
nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, car- pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência
go ou função de direção, administração ou representação, de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito)
enquanto não forem exonerados de qualquer responsabili- anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
dade; II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, seus cargos e funções:
por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por 1. os Ministros de Estado:
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas militar, da Presidência da República;
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diplo- 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da
ma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído Presidência da República;
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da Re-
do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Na- pública;
cional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da
das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos Aeronáutica;
desde o oferecimento de representação ou petição capaz de 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
autorizar a abertura de processo por infringência a dispositi- 8. os Magistrados;
vo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autar-
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Muni- quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fun-
cípio, para as eleições que se realizarem durante o período dações públicas e as mantidas pelo poder público;
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Ter-
(oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído ritórios;
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 11. os Interventores Federais;
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos 12. os Secretários de Estado;
políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida 13. os Prefeitos Municipais;
por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Esta-
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e dos e do Distrito Federal;
enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Se-
cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº cretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e as
135, de 2010) pessoas que ocupem cargos equivalentes;
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à
decisão sancionatória do órgão profissional competente, em eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qual-
decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 quer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo
(oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado
pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº Federal;
135, de 2010) c) (Vetado);
n) os que forem condenados, em decisão transitada em d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem com-
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão petência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lança-
de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou mento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e con-
de união estável para evitar caracterização de inelegibilida- tribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para
de, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer aplicar multas relacionadas com essas atividades;
a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exer-
o) os que forem demitidos do serviço público em decor- cido cargo ou função de direção, administração ou representa-
rência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de ção nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137,
8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza
suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei de suas atividades, possam tais empresas influir na economia
Complementar nº 135, de 2010) nacional;
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res- f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de
ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea
Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses
observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado,
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) do poder econômico, ou de que transferiram, por força regular,
o controle de referidas empresas ou grupo de empresas;

54
NOÇÕES DE DIREITO

g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi-
ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração dente da República especificados na alínea a do inciso II deste
ou representação em entidades representativas de classe, man- artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de
tidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo repartição pública, associação ou empresa que opere no terri-
poder Público ou com recursos arrecadados e repassados pela tório do Estado, observados os mesmos prazos;
Previdência Social; b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para
h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas con-
tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superintenden- dições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
te de sociedades com objetivos exclusivos de operações financei- VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa
ras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclu- e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade
sive através de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas
que gozem, sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
poder público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam VII - para a Câmara Municipal:
a cláusulas uniformes; a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, ha- inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Depu-
jam exercido cargo ou função de direção, administração ou re- tados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincom-
presentação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha patibilização;
contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Pre-
fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu feito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para
controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas uni- a desincompatibilização .
formes; § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e
afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao pleito; os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos (seis) meses antes do pleito.
ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Pre-
feito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, in-
seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis)
clusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afas-
meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substi-
tarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito
tuído o titular.
à percepção dos seus vencimentos integrais;
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis-
o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o se-
trito Federal;
gundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi- Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
dente da República especificados na alínea a do inciso II deste Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis)
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de re- meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato ele-
partição pública, associação ou empresas que operem no terri- tivo e candidato à reeleição.
tório do Estado ou do Distrito Federal, observados os mesmos § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste
prazos; artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes
seus cargos ou funções: de ação penal privada. (Incluído pela Lei Complementar nº
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do 135, de 2010)
Estado ou do Distrito Federal; § 5º A renúncia para atender à desincompatibilização
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção
Aérea; de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k,
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assis- a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto
tência aos Municípios; nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº
4. os secretários da administração municipal ou membros 135, de 2010).
de órgãos congêneres;
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: 4.6) Impugnação de mandato
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a impug-
inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Re- nação de mandato.
pública, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desin- Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser impug-
compatibilização; nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do po-
em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao der econômico, corrupção ou fraude.
pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato
no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito; tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na for-
V - para o Senado Federal: ma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

55
NOÇÕES DE DIREITO

4.7) Perda e suspensão de direitos políticos 4.9) Partidos políticos


Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos,
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo
I - cancelamento da naturalização por sentença transi- político e encontra respaldo enquanto direito fundamental,
tada em julgado; já que regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias
II - incapacidade civil absoluta; Fundamentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”.
III - condenação criminal transitada em julgado, en- O caput do artigo 17 da Constituição prevê:
quanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos funda-
§ 4º. mentais da pessoa humana [...].

O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização, Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabe-
o que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, por- lecendo a Constituição um limite de números de partidos
tanto, deixe de ser titular de direitos políticos. políticos que possam ser constituídos, permitindo também
O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja, que sejam extintos, fundidos e incorporados.
da interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil, Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os pre-
entre os quais obviamente se enquadra o sufrágio univer- ceitos a serem observados na liberdade partidária: caráter
sal. nacional, ou seja, terem por objetivo o desempenho de
O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da con- atividade política no âmbito interno do país; proibição de
denação criminal, que é a suspensão de direitos políticos. recebimento de recursos financeiros de entidade ou gover-
O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação mi- no estrangeiros ou de subordinação a estes, logo, o Poder
litar ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa Público não pode financiar campanhas eleitorais; prestação
moral ou religiosa. de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para resguardar
O inciso V se refere à ação de improbidade administra- a mencionada vedação; e funcionamento parlamentar de
tiva, que tramita para apurar a prática dos atos de improbi- acordo com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organi-
dade administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a zação paramilitar por parte dos partidos políticos (artigo
suspensão dos direitos políticos. 17, §4º, CF).
Os direitos políticos somente são perdidos em dois O respeito a estes ditames permite o exercício do par-
casos, quais sejam cancelamento de naturalização por tidarismo de forma autônoma em termos estruturais e or-
sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado ganizacionais, conforme o §1º do artigo 17, CF:
volta à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade
brasileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto-
naturaliza em outro país e assim deixa de ser considera- nomia para definir sua estrutura interna, organização e fun-
do um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos cionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime
demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vincu-
direitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a lação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
Administração Pública por parte do servidor, mas apenas distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
suspensão. normas de disciplina e fidelidade partidária. 
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada
dos direitos políticos por ato unilateral do poder público, Os estatutos que tecem esta regulamentação devem
sem observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º,
CF (ampla defesa e contraditório), é um procedimento que CF).
só existe nos governos ditatoriais e que é absolutamente Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
vedado pelo texto constitucional. mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:

4.8) Anterioridade anual da lei eleitoral Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a re-
cursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará televisão, na forma da lei.
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à elei-
ção que ocorra até um ano da data de sua vigência. 

É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo me-


nos 1 ano antes da próxima eleição, sob pena de não se
aplicar a ela, mas somente ao próximo pleito.

56
NOÇÕES DE DIREITO

Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-


EMENDA CONSTITUCIONAL N° 45/2004. rente a todos os membros da família humana e de seus di-
reitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo,
A Emenda Constitucional nº 45/2004 ficou também co- O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo qual
nhecida como emenda da reforma ao Poder Judiciário e foi todos os seres humanos são dotados da mesma dignidade
uma das alterações mais complexas e relevantes já feitas ao e para que ela seja preservada é preciso que os direitos
texto constitucional: inerentes à pessoa humana sejam garantidos, já aparece no
- Incluiu no rol de direitos fundamentais o direito ao preâmbulo constitucional, sendo guia de todo documento.
acesso à justiça – “a todos, no âmbito judicial e administra- Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade
tivo, são assegurados a razoável duração do processo e os dos direitos humanos, pela qual os direitos humanos não
meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (artigo possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in-
5º, LXXVIII, CF); transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do
- Incluiu um procedimento especial de incorporação dos comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da
tratados internacionais de direitos humanos ao ordenamen- autonomia privada.
to brasileiro que permitiu a equiparação destes às normas Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di-
constitucionais caso passem por um procedimento especial reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultraja-
de incorporação (artigo 5º, §3º, CF); ram a consciência da Humanidade e que o advento de um
- Alterou inúmeras competências e questões estruturais mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra,
do Poder Judiciário (artigos 36, III; 52, II; 92, §§ 1º e 2º; 93; 95; de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
98; 99; 102; 103; 104; 105; 107; 109; 111; 112; 114; 115; 125; necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do
126; 127; 128; 129; 134; 168); homem comum,
- Acrescentou dispositivo que instituiu a súmula vincu- A humanidade nunca irá esquecer das imagens vistas
lante no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que é basica- quando da abertura dos campos de concentração nazis-
mente uma súmula com força de lei (artigo 103-A, CF); tas, nos quais os cadáveres esqueléticos do que não eram
- Criou o Conselho Nacional de Justiça (artigo 103-B, CF); considerados seres humanos perante aquele regime polí-
- Regulamentou o Tribunal Superior do Trabalho (artigo tico se amontoavam. Aquelas pessoas não eram conside-
111-A, CF); radas iguais às demais por possuírem alguma caracterís-
- Criou o Conselho Nacional do Ministério Público (arti- tica, crença ou aparência que o Estado não apoiava. Daí a
go 130-A, CF). importância de se atentar para os antecedentes históricos
e compreender a igualdade de todos os homens, indepen-
dentemente de qualquer fator.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO Considerando essencial que os direitos humanos sejam
HOMEM DE 1948 (ONU). protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não
seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tira-
nia e a opressão,
Por todo o mundo se espalharam, notadamente du-
Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da  rante a Segunda Guerra Mundial, regimes totalitários alta-
Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de mente opressivos, não só por parte das Potências do Eixo
1948 (Alemanha, Itália, Japão), mas também no lado dos Aliados
Preâmbulo (Rússia e o regime de Stálin).
O preâmbulo é um elemento comum em textos cons- Considerando essencial promover o desenvolvimento de
titucionais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Jorge relações amistosas entre as nações,
Miranda101 define: “[...] proclamação mais ou menos solene, Depois de duas grandes guerras a humanidade conse-
mais ou menos significante, anteposta ao articulado cons- guiu perceber o quanto era prejudicial não manter relações
titucional, não é componente necessário de qualquer Cons- amistosas entre as nações, de forma que o ideal de paz
tituição, mas tão somente um elemento natural de Cons- ganhou uma nova força.
tituições feitas em momentos de ruptura histórica ou de Considerando que os povos das Nações Unidas reafir-
grande transformação político-social”. Do conceito do autor maram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamen-
é possível extrair elementos para definir o que representam tais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igual-
os preâmbulos em documentos internacionais: proclamação dade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidi-
dotada de certa solenidade e significância que antecede o
ram promover o progresso social e melhores condições de
texto do documento internacional e, embora não seja um
vida em uma liberdade mais ampla,
elemento necessário a ele, merece ser considerada porque
Considerando que os Estados-Membros se compromete-
reflete o contexto de ruptura histórica e de transformação
ram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o
político-social que levou à elaboração do documento como
respeito universal aos direitos humanos e liberdades funda-
um todo. No caso da Declaração de 1948 ficam evidentes os
antecedentes históricos inerentes às Guerras Mundiais. mentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses di-
101 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição. Lis- reitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno
boa: Petrony, 1978. cumprimento desse compromisso,

57
NOÇÕES DE DIREITO

Todos os países que fazem parte da Organização das c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, os
Nações Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto direitos humanos dividem-se em três dimensões, cada qual
os que ingressaram posteriormente (basicamente, todos representativa de um momento histórico no qual se eviden-
demais países do mundo), totalizando 193, assumiram o ciou a necessidade de garantir direitos de certa categoria.
compromisso de cumprir a Carta da ONU, documento que A primeira dimensão, presente na expressão livres, refere-se
a fundou e que traz os princípios condutores da ação da aos direitos civis e políticos, os quais garantem a liberda-
organização. de do homem no sentido de não ingerência estatal e de
participação nas decisões políticas, evidenciados historica-
A Assembleia  Geral proclama mente com as Revoluções Americana e Francesa. A segun-
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos da dimensão, presente na expressão iguais, refere-se aos
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e to- direitos econômicos, sociais e culturais, os quais garantem
das as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada a igualdade material entre os cidadãos exigindo prestações
órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declara- positivas estatais nesta direção, por exemplo, assegurando
ção, se esforce, através do ensino e da educação, por promo- direitos trabalhistas e de saúde, possuindo como antece-
ver o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção dente histórico a Revolução Industrial. A terceira dimensão,
de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, presente na expressão fraternidade, refere-se ao necessário
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância olhar sobre o mundo como um lugar de todos, no qual cada
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Esta- qual deve reconhecer no outro seu semelhante, digno de
dos-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua direitos, olhar este que também se lança para as gerações
jurisdição. futuras, por exemplo, com a preservação do meio ambiente
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das e a garantia da paz social, sendo o marco histórico justa-
Nações Unidas, no qual há representatividade de todos os mente as Guerras Mundiais.103 Assim, desde logo a Declara-
membros e por onde passam inúmeros tratados interna- ção estabelece seus parâmetros fundamentais, com esteio
cionais. na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de
1789 e na Constituição Francesa de 1791, quais sejam igual-
dade, liberdade e fraternidade. Embora os direitos de 1ª, 2ª
Artigo I
e 3ª dimensão, que se baseiam nesta tríade, tenham surgido
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignida-
de forma paulatina, devem ser considerados em conjunto
de e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem
proporcionando a plena realização do homem104.
agir em relação umas às outras com espírito de fraterni-
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a
dade.
igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta
O primeiro artigo da Declaração é altamente represen-
igualdade de forma a ser possível que todo homem atinja
tativo, trazendo diversos conceitos chaves de todo o do- um grau satisfatório de dignidade. p. 8
cumento: Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
a) Princípios da universalidade, presente na palavra verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirma-
todos, que se repete no documento inteiro, pelo qual os tivas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do me-
direitos humanos pertencem a todos e por isso se encon- nor, as garantias aos portadores de deficiência, entre outras
tram ligados a um sistema global (ONU), o que impede o medidas que atribuam a pessoas com diferentes condições,
retrocesso. iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas dife-
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a renças. p. 8
igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta
igualdade de forma a ser possível que todo homem atinja Artigo II
um grau satisfatório de dignidade. Neste sentido, as dis- Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as
criminações legais asseguram a verdadeira igualdade, por liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de
exemplo, com as ações afirmativas, a proteção especial ao qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opi-
trabalho da mulher e do menor, as garantias aos porta- nião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
dores de deficiência, entre outras medidas que atribuam riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
a pessoas com diferentes condições, iguais possibilidades, Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da
protegendo e respeitando suas diferenças.102 dignidade da pessoa humana, de forma que todos seres
b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a dig- humanos são iguais independentemente de qualquer con-
nidade é um atributo da pessoa humana, segundo o qual dição, possuindo os mesmos direitos visando a preservação
ela merece todo o respeito por parte dos Estados e dos de sua dignidade.
demais indivíduos, independentemente de qualquer fator O dispositivo traz um aspecto da igualdade que impede
como aparência, religião, sexualidade, condição financeira. a distinção entre pessoas pela condição do país ou territó-
Todo ser humano é digno e, por isso, possui direitos que rio a que pertença, o que é importante sob o aspecto de
visam garantir tal dignidade. proteção dos refugiados, prisioneiros de guerra, pessoas
103 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
102 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni- 104 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

58
NOÇÕES DE DIREITO

perseguidas politicamente, nacionais de Estados que não O direito à segurança pessoal é o direito de viver sem
cumpram os preceitos das Nações Unidas. Não obstante, a medo, protegido pela solidariedade e liberto de agressões,
discriminação não é proibida apenas quanto a indivíduos, logo, é uma maneira de garantir o direito à vida110.
mas também quanto a grupos humanos, sejam formados
por classe social, etnia ou opinião em comum105. Artigo IV
“A Declaração reconhece a capacidade de gozo in- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a es-
distinto dos direitos e liberdades assegurados a todos os cravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as
homens, e não apenas a alguns setores ou atores sociais. suas formas. 
Garantir a capacidade de gozo, no entanto, não é sufi- “O trabalho escravo não se confunde com o trabalho
ciente para que este realmente se efetive. É fundamental servil. A escravidão é a propriedade plena de um homem
aos ordenamentos jurídicos próprios dos Estados viabi- sobre o outro. Consiste na utilização, em proveito próprio,
lizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo, a fim de do trabalho alheio. Os escravos eram considerados seres
que se perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto se dá humanos sem personalidade, mérito ou valor. A servidão,
não somente com a igualdade material diante da lei, mas por seu turno, é uma alienação relativa da liberdade de
também, e principalmente, através do reconhecimento e trabalho através de um pacto de prestação de serviços ou
respeito das desigualdades naturais entre os homens, as de uma ligação absoluta do trabalhador à terra, já que a
quais devem ser resguardadas pela ordem jurídica, pois é servidão era uma instituição típica das sociedades feudais.
somente assim que será possível propiciar a aludida capa- A servidão, representava a espinha dorsal do feudalismo.
cidade de gozo a todos”106. O servo pagava ao senhor feudal uma taxa altíssima pela
utilização do solo, que superava a metade da colheita”111.
Artigo III A abolição da escravidão foi uma luta histórica em
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à seguran- todo o globo. Seria totalmente incoerente quanto aos prin-
ça pessoal. cípios da liberdade, da igualdade e da dignidade se admitir
Segundo Lenza107, “abrange tanto o direito de não ser que um ser humano pudesse ser submetido ao outro, ser
morto, privado da vida, portanto, direito de continuar vivo, tratado como coisa. O ser humano não possui valor finan-
como também o direito de ter uma vida digna”. Na pri- ceiro e nem serve ao domínio de outro, razão pela qual a
meira esfera, enquadram-se questões como pena de mor- escravidão não pode ser aceita.
te, aborto, pesquisas com células-tronco, eutanásia, entre
outras polêmicas. Na segunda esfera, notam-se desdo- Artigo V
bramentos como a proibição de tratamentos indignos, a Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento
exemplo da tortura, dos trabalhos forçados, etc. ou castigo cruel, desumano ou degradante.
A vida humana é o centro gravitacional no qual orbi- Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por
tam todos os direitos da pessoa humana, possuindo refle- crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma
xos jurídicos, políticos, econômicos, morais e religiosos. confissão, informação ou simplesmente por prazer da pes-
Daí existir uma dificuldade em conceituar o vocábulo vida. soa que tortura. A tortura é uma espécie de tratamento
Logo, tudo aquilo que uma pessoa possui deixa de ter valor ou castigo cruel, desumano ou degradante. A Convenção
ou sentido se ela perde a vida. Sendo assim, a vida é o bem das Nações Unidas contra a Tortura e Outros Tratamentos
principal de qualquer pessoa, é o primeiro valor moral de ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (Resolução n°
todos os seres humanos. Trata-se de um direito que pode 39/46 da Assembleia Geral das Nações Unidas) foi estabe-
ser visto em 4 aspectos, quais sejam: a) direito de nascer; b) lecida em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil
direito de permanecer vivo; c) direito de ter uma vida digna em 28 de setembro de 1989.
quanto à subsistência e; d) direito de não ser privado da
vida através da pena de morte108. Artigo VI
Por sua vez, o direito à liberdade é posto como consec- Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares,
tário do direito à vida, pois ela depende da liberdade para o reconhecida como pessoa perante a lei.
desenvolvimento intelectual e moral. Assim, “[...] liberdade “Afinal, se o Direito existe em função da pessoa huma-
é assim a faculdade de escolher o próprio caminho, sendo na, será ela sempre sujeito de direitos e de obrigações. Ne-
um valor inerente à dignidade do ser, uma vez que decorre gar-lhe a personalidade, a aptidão para exercer direitos e
da inteligência e da volição, duas características da pessoa contrair obrigações, equivale a não reconhecer sua própria
humana”109. existência. [...] O reconhecimento da personalidade jurídica
é imprescindível à plena realização da pessoa humana. Tra-
105 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. ta-se de garantir a cada um, em todos os lugares, a possi-
106 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
bilidade de desenvolvimento livre e isonômico”112.
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
107 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza- 110 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
108 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni- 111 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
109 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni- 112 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-

59
NOÇÕES DE DIREITO

O sistema de proteção de direitos humanos estabeleci- Artigo X


do no âmbito da Organização das Nações Unidas é global, Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma au-
razão pela qual não cabe o seu desrespeito em qualquer diência justa e pública por parte de um tribunal independen-
localidade do mundo. Por isso, um estrangeiro que visite te e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do
outro país não pode ter seus direitos humanos violados, fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
independentemente da Constituição daquele país nada “De acordo com a ordem que promana do preceito
prever a respeito dos direitos dos estrangeiros. A pessoa acima reproduzido, as pessoas têm a faculdade de exigir
humana não perde tal caráter apenas por sair do território um pronunciamento do Poder Judiciário, acerca de seus
de seu país. Em outras palavras, denota-se uma das facetas direitos e deveres postos em litígio ou do fundamento de
do princípio da universalidade. acusação criminal, realizado sob o amparo dos princípios
da isonomia, do devido processo legal, da publicidade dos
Artigo  VII atos processuais, da ampla defesa e do contraditório e da
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual- imparcialidade do juiz”113.
quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal de
igual proteção contra qualquer discriminação que viole a exceção, ou seja, um juízo especialmente delegado para o
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal dis- julgamento do caso daquela pessoa. O juízo deve ser esco-
criminação. lhido imparcialmente, de acordo com as regras de organi-
Um dos desdobramentos do princípio da igualdade zação judiciária que valem para todos. Não obstante, o juí-
refere-se à igualdade perante à lei. Toda lei é dotada de zo deve ser independente, isto é, poder julgar independen-
caráter genérico e abstrato que evidencia não aplicar-se a temente de pressões externas para que o julgamento se dê
uma pessoa determinada, mas sim a todas as pessoas que num ou noutro sentido. O juízo também deve ser imparcial,
venham a se encontrar na situação por ela descrita. Não não possuindo amizade ou inimizade em graus relevantes
significa que a legislação não possa estabelecer, em abstra- para com o acusado. Afinal, o direito à liberdade é consa-
to, regras especiais para um grupo de pessoas desfavoreci- grado e para que alguém possa ser privado dela por uma
do socialmente, direcionando ações afirmativas, por exem- condenação criminal é preciso que esta se dê dentro dos
plo, aos deficientes, às mulheres, aos pobres - no entanto, trâmites legais, sem violar direitos humanos do acusado.
todas estas ações devem respeitar a proporcionalidade e a
razoabilidade (princípio da igualdade material). Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o di-
Artigo VIII reito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento pú-
competentes remédio efetivo para os atos que violem os di- blico no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garan-
reitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela cons- tias necessárias à sua defesa.
tituição ou pela lei. O princípio da presunção de inocência ou não culpa-
Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios bilidade liga-se ao direito à liberdade. Antes que ocorra a
para garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos Estados condenação criminal transitada em julgado, isto é, proces-
-partes o dever de estabelecer em suas legislações inter- sada até o último recurso interposto pelo acusado, este
nas instrumentos para proteção dos direitos humanos. Ge- deve ser tido como inocente. Durante o processo penal,
ralmente, nos textos constitucionais são estabelecidos os o acusado terá direito ao contraditório e à ampla defesa,
direitos fundamentais e os instrumentos para protegê-los, bem como aos meios e recursos inerentes a estas garan-
por exemplo, o habeas corpus serve à proteção do direito à tias, e caso seja condenado ao final poderá ser considerado
liberdade de locomoção. culpado. A razão é que o estado de inocência é inerente ao
ser humano até que ele viole direito alheio, caso em que
Artigo IX merecerá sanção.
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. “Através desse princípio verifica-se a necessidade de o
Prisão e detenção são formas de impedir que a pes- Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo presumido
soa saia de um estabelecimento sob tutela estatal, privan- inocente. Está diretamente relacionado à questão da pro-
do-a de sua liberdade de locomoção. Exílio é a expulsão va no processo penal que deve ser validamente produzida
ou mudança forçada de uma pessoa do país, sendo assim para ao final do processo conduzir a culpabilidade do in-
também uma forma de privar a pessoa de sua liberdade de divíduo admitindo-se a aplicação das penas previamente
locomoção em um determinado território. Nenhuma des- cominadas. Entretanto, a presunção de inocência não afas-
tas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja, sem o ta a possibilidade de medidas cautelares como as prisões
respeito aos requisitos previstos em lei. provisórias, busca e apreensão, quebra de sigilo como me-
Não significa que em alguns casos não seja aceita a pri- didas de caráter excepcional cujos requisitos autorizadores
vação de liberdade, notadamente quando o indivíduo tiver devem estar previstos em lei”114.
praticado um ato que comprometa a segurança ou outro 113 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
direito fundamental de outra pessoa. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
114 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

60
NOÇÕES DE DIREITO

2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou A nacionalidade é um direito humano, assim como a li-
omissão que, no momento, não constituíam delito perante berdade de locomoção. Destaca-se que o artigo não mencio-
o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta na o direito de entrar em qualquer país, mas sim o de deixá-lo.
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática,
era aplicável ao ato delituoso. Artigo XIV
Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei penal 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de pro-
in pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual uma curar e de gozar asilo em outros países. 
lei penal elaborada posteriormente não pode se aplicar a 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perse-
atos praticados no passado - nem para um ato que não era guição legitimamente motivada por crimes de direito comum
considerado crime passar a ser, nem para que a pena de um ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações
ato que era considerado crime seja aumentada. Evidencia Unidas.
não só o respeito à liberdade, mas também - e principal- O direito de asilo serve para proteger uma pessoa perse-
mente - à segurança jurídica. guida por suas opiniões políticas, situação racial, convicções
religiosas ou outro motivo político em seu país de origem,
Artigo XII permitindo que ela requeira perante a autoridade de outro
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri- Estado proteção. Claro, não se protege aquele que praticou
vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, um crime comum em seu país e fugiu para outro, caso em que
nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem di- deverá ser extraditado para responder pelo crime praticado.
reito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
A proteção aos direitos à privacidade e à personalidade Artigo XV
se enquadra na primeira dimensão de direitos fundamen- 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
tais no que tange à proteção à liberdade. Enfim, o exercício 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionali-
da liberdade lega-se também às limitações a este exercício: dade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
de que adianta ser plenamente livre se a liberdade de um Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um
interfere na liberdade - e nos direitos inerentes a esta liber- indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a
dade - do outro. integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos
“O direito à intimidade representa relevante manifes- e obrigações. Não é aceita a figura do apátrida ou heimatlos,
tação dos direitos da personalidade e qualifica-se como o indivíduo que não possui nenhuma nacionalidade.
expressiva prerrogativa de ordem jurídica que consiste em É possível mudar de nacionalidade nas situações previstas
reconhecer, em favor da pessoa, a existência de um espaço em lei, naturalizando-se como nacional de outro Estado que
indevassável destinado a protegê-la contra indevidas inter- não aquele do qual originalmente era nacional. Geralmente, a
ferências de terceiros na esfera de sua vida privada”115. permanência no território do pais por um longo período de
O artigo também abrange a proteção ao domicílio, lo- tempo dá direito à naturalização, abrindo mão da nacionali-
cal no qual a pessoa deseja manter sua privacidade e pode dade anterior para incorporar a nova.
desenvolver sua personalidade; e à correspondência, en-
viada ao seu lar unicamente para sua leitura e não de ter- Artigo XVI
ceiros, preservando-se sua privacidade. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de
Artigo XIII contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais di-
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e reitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
Não há limitações ao direito de locomoção dentro do consentimento dos nubentes.
próprio Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar que O casamento, como todas as instituições sociais, varia
a legislação interna pode estabelecer casos em que tal di- com o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas cul-
reito seja relativizado, por exemplo, obrigando um funcio- turas. Há quem o defina como um ato, outros como um con-
nário público a residir no município em que está sediado tato. Basicamente, casamento é a união, devidamente forma-
ou impedindo o ingresso numa área de interesse estatal. lizada conforme a lei, com a finalidade de construir família. A
São exceções à liberdade de locomoção: decisão judi- principal finalidade do casamento é estabelecer a comunhão
cial que imponha pena privativa de liberdade ou limitação plena de vida, impulsionada pelo amor e afeição existente en-
da liberdade, normas administrativas de controle de vias e tre o casal e baseada na igualdade de direitos e deveres dos
veículos, limitações para estrangeiros em certas regiões ou cônjuges e na mútua assistência.117 Não é aceitável o casa-
áreas de segurança nacional e qualquer situação em que mento que se estabeleça à força para algum dos nubentes,
o direito à liberdade deva ceder aos interesses públicos116. sendo exigido o livre e pleno consentimento de ambos. Não
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, obstante, é coerente que a lei traga limitações como a idade,
inclusive o próprio, e a este regressar. pois o casamento é uma instituição séria, base da família, e
115 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito consti- somente a maturidade pode permitir compreender tal impor-
tucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. tância.
116 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni- 117 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed.
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 6.

61
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo XVII Artigo XX


1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em socie- 1. Toda pessoa tem direito à  liberdade de reunião e as-
dade com outros. sociação pacíficas. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. O direito de reunião pode ser exercido independente-
“Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo o mente de autorização estatal, mas deve se dar de maneira
ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de aqui- pacífica, por exemplo, sem utilização de armas.
sição, perda, uso e limites. O direito de propriedade, constitu- 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma as-
cionalmente assegurado, garante que dela ninguém poderá sociação.
ser privado arbitrariamente [...]”118. O direito à propriedade se Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lícitos,
insere na primeira dimensão de direitos humanos, garantin- vedada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto, ninguém
do que cada qual tenha bens materiais justamente adquiri- poderá ser compelido a associar-se e, uma vez associado,
dos, respeitada a função social. será livre, também, para decidir se permanece associado
ou não”122.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, cons-
Artigo XXI
ciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de
religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, de seu país, diretamente ou por intermédio de representan-
isolada ou coletivamente, em público ou em particular. tes livremente escolhidos. 
Silva119 aponta que a liberdade de pensamento, que tam- 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço
bém pode ser chamada de liberdade de opinião, é considera- público do seu país. 
da pela doutrina como a liberdade primária, eis que é ponto de 3. A vontade do povo será a base  da autoridade do go-
partida de todas as outras, e deve ser entendida como a liber- verno; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
dade da pessoa adotar determinada atitude intelectual ou não, legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou proces-
de tomar a opinião pública que crê verdadeira. Tal opinião pú- so equivalente que assegure a liberdade de voto.
blica se refere a diversos aspectos, entre eles religião e crença. Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de
A liberdade de religião atrela-se à liberdade de consciên- governo em que o poder de tomar decisões políticas está
cia e à liberdade de pensamento, mas o inverso não ocorre, com os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se
porque é possível existir liberdade de pensamento e cons- reúne com os demais e, juntos, eles tomam a decisão po-
ciência desvinculada de cunho religioso. Aliás, a liberdade de lítica) ou indireta (quando ao cidadão é dado o poder de
consciência também concretiza a liberdade de ter ou não ter eleger um representante). Uma democracia pode existir
religião, ter ou não ter opinião político-partidária ou qualquer num sistema presidencialista ou parlamentarista, republi-
outra manifestação positiva ou negativa da consciência120. cano ou monárquico - somente importa que seja dado aos
No que tange à exteriorização da liberdade de religião, cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si só ou
ou seja, à liberdade de expressão religiosa, não é devida ne- por seu representante eleito), nos termos que este artigo
nhuma perseguição, assim como é garantido o direito de da Declaração prevê. A principal classificação das demo-
praticá-la em grupo ou individualmente. cracias é a que distingue a direta da indireta - a) direta,
também chamada de pura, na qual o cidadão expressa sua
Artigo XIX vontade por voto direto e individual em casa questão re-
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expres- levante; b) indireta, também chamada representativa, em
são; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
que os cidadãos exercem individualmente o direito de voto
niões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias
para escolher representante(s) e aquele(s) que for(em) mais
por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
escolhido(s) representa(m) todos os eleitores.
Silva121 entende que a liberdade de expressão pode ser
vista sob diversos enfoques, como o da liberdade de comu- Não obstante, se introduz a dimensão do Estado So-
nicação, ou liberdade de informação, que consiste em um cial, de forma que ao cidadão é garantida a prestação de
conjunto de direitos, formas, processos e veículos que viabi- serviços públicos. Isto se insere na segunda dimensão de
lizam a coordenação livre da criação, expressão e difusão da direitos humanos, referentes aos direitos econômicos, so-
informação e do pensamento. Contudo, o a manifestação do ciais e culturais - sem os quais não se consolida a igualdade
pensamento não pode ocorrer de forma ilimitada, devendo material.
se pautar na verdade e no respeito dos direitos à honra, à
intimidade e à imagem dos demais membros da sociedade. Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à
118 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela
teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
cooperação internacional e de acordo com a organização e
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e
119 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-
vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvol-
120 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni- vimento da sua personalidade.
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
121 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi- 122 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

62
NOÇÕES DE DIREITO

Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a Artigo XXIV


segunda dimensão de direitos fundamentais. O Pacto in- Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a
ternacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas
1966 é o documento que especifica e descreve tais direi- remuneradas.
tos. de uma maneira geral, são direitos que não dependem Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem
puramente do indivíduo para a implementação, exigindo somente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma,
prestações positivas estatais, geralmente externadas por assegura-se horários livres para que a pessoa desfrute de
políticas públicas (escolhas políticas a respeito de áreas momentos de lazer e descanso, bem como impede-se a
que necessitam de investimento maior ou menos para pro- fixação de uma jornada de trabalho muito exaustiva. São
porcionar um bom índice de desenvolvimento social, dimi- medidas que asseguram isto a previsão de descanso se-
nuindo desigualdades). Entre outros direitos, envolvem o manal remunerado, a limitação do horário de trabalho, a
trabalho, a educação, a saúde, a alimentação, a moradia, o concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
lazer, etc. Como são inúmeras as áreas que necessitam de Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é forneci-
investimento estatal, naturalmente o atendimento a estes do “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhadores.
direitos se dá de maneira gradual. De forma geral, os dispositivos em comento versam sobre
o direito ao trabalho, principal meio de sobrevivência dos
Artigo XXIII indivíduos que ‘vendem’ força de trabalho em troca de uma
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha remuneração justa. Ademais, estabelecem a liberdade do
de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à cidadão de escolher o trabalho e, uma vez obtido o empre-
proteção contra o desemprego. go, o direito de nele encontrar condições justas, tanto no
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a tocante à remuneração, como no que diz respeito ao limite
igual remuneração por igual trabalho. de horas trabalhadas e períodos de repouso (disposição
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu- constante do artigo XXIV da Declaração). Garantem ainda o
neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à direito dos trabalhadores de se unirem em associação, com
sua família, uma existência compatível com a dignidade hu- o objetivo de defesa de seus interesses”123.
mana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios
de proteção social.  Artigo XXV
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de
ingressar para proteção de seus interesses. assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive ali-
O trabalho é um instrumento fundamental para asse- mentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os servi-
gurar a todos uma existência digna: de um lado por pro- ços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
porcionar a remuneração com a qual a pessoa adquirirá desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros ca-
bens materiais para sua subsistência, de outro por gerar sos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.    
por si só o sentimento de importância para a sociedade por O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão
parte daquele que faz algo útil nela. No entanto, a geração de vida suficiente para garantir sua dignidade em todas as
de empregos não se dá automaticamente, cabendo aos esferas: alimentação, vestuário, moradia, saúde, etc. Bem se
Estados desenvolverem políticas econômicas para diminuir sabe que é um objetivo constante do Estado Democrático
os índices de desemprego o máximo possível. de Direito proporcionar que pessoas cheguem o mais pró-
A remuneração é a retribuição financeira pelo trabalho ximo possível - e cada vez mais - desta circunstância.
realizado. Nesta esfera também é necessário o respeito ao Fala-se em segurança no sentido de segurança pública,
princípio da igualdade, por não ser justo que uma pessoa de dever do Estado de preservar a ordem pública e a inco-
que desempenhe as mesmas funções que a outra receba lumidade das pessoas e do patrimônio público e privado124.
menos por um fator externo, característico dela, como sexo Neste conceito enquadra-se a seguridade social, na qual o
ou raça. No âmbito do serviço público é mais fácil con- Estado, custeado pela coletividade e pelos cofres públicos,
trolar tal aspecto, mas são inúmeras as empresas privadas garante a manutenção financeira dos que por algum moti-
que pagam menor salário a mulheres e que não chegam a vo não possuem condição de trabalhar.
ser levadas à justiça por isso. Não obstante, a remuneração 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e
deve ser suficiente para proporcionar uma existência dig- assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou
na, com o necessário para manter assegurados ao menos fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
minimamente todos os direitos humanos previstos na De- A proteção da maternidade tem sentido porque sem
claração. isto o mundo não continua. É preciso que as crianças se-
Os sindicatos são bastante comuns na seara trabalhista jam protegidas com atenção especial para que se tornem
e, como visto, a todos é garantida a liberdade de associa- adultos capazes de proporcionar uma melhora no planeta.
ção, não podendo ninguém ser impedido ou forçado a in-
gressar ou sair de um sindicato.
123 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
124 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

63
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo XXVI Como já destacado, o sistema de proteção dos direitos


1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será humanos tem caráter global e cada Estado que assumiu
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. compromisso perante a ONU ao integrá-la deve garantir o
A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico respeito a estes direitos no âmbito de seu território. Com
-profissional será acessível a todos, bem como a instrução isso, a pessoa estará numa ordem social e internacional na
superior, esta baseada no mérito. qual seus direitos humanos sejam assegurados, preservan-
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desen- do-se sua dignidade. Em outras palavras, “devidamente
volvimento da personalidade humana e do fortalecimento emparelhadas, portanto, a ordem social e a ordem inter-
do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fun- nacional se manifestam, a seu modo, como as duas faces
damentais. A instrução promoverá a compreensão, a tole- das instituições humanitárias, tanto estatais quanto parti-
rância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou culares, orientando seus passos a serviço da comunidade
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em humana”127.
prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gêne- Artigo XXIX
ro de instrução que será ministrada a seus filhos. 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em
O direito à educação deve ser garantido obrigatoria- que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é
mente e gratuitamente, no mínimo, até o ensino funda- possível.
mental. O acesso a cursos técnicos não são obrigatórios, 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa
mas devem ser disponibilizados. Como o ensino superior é estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei,
mais caro, o Estado deve criar sistemas de seleção para o exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhe-
ingresso conforme o mérito dos candidatos (vestibulares). cimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de
Nota-se que o conceito de educação é muito mais satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e
abrangente que a mera alfabetização, envolvendo conteú- do bem-estar de uma sociedade democrática.
dos voltados à formação da pessoa humana. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e prin-
Artigo XXVII cípios das Nações Unidas.
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da Explica Canotilho128 que “a ideia de deveres fundamen-
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar tais é suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ dos
do processo científico e de seus benefícios.  direitos fundamentais. Como ao titular de um direito fun-
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses mo- damental corresponde um dever por parte de um outro
rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, titular, poder-se-ia dizer que o particular está vinculado
literária ou artística da qual seja autor. aos direitos fundamentais como destinatário de um dever
Os conflitos que se dão entre a liberdade e a proprieda- fundamental. Neste sentido, um direito fundamental, en-
de intelectual se evidenciam, principalmente, sob o aspecto quanto protegido, pressuporia um dever correspondente”.
da liberdade de expressão, na esfera específica da liber- Esta é a ideia que a Declaração de 1948 busca trazer: não
dade de comunicação ou informação, que, nos dizeres de será assegurada nenhuma liberdade que contrarie a lei ou
Silva125, “compreende a liberdade de informar e a liberdade os demais direitos de outras pessoas, isto é, os preceitos
de ser informado”. Sob o enfoque do direito à liberdade e universais consagrados pelas Nações Unidas.
do direito de acesso à cultura, seria livre a divulgação de
toda e qualquer informação e o acesso aos dados disponí- Artigo XXX
veis, independentemente da fonte ou da autoria. De outro Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
lado, há o direito de propriedade intelectual, o qual possui interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado,
um caráter dualista: moral, que nunca prescreve porque o grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou
autor de uma obra nunca deixará de ser considerado como praticar qualquer ato destinado à destruição  de quaisquer
tal, e patrimonial, que prescreve, perdendo o autor o direito dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
de explorar benefícios econômicos de sua obra126. Cada vez “A colidência entre os direitos afirmados na Declaração
mais esta dualidade entre direitos se encontra em conflito, é natural. Busca-se com o presente artigo evitar que, no
uma vez que a evolução tecnológica trouxe meios para a eventual choque entre duas normas garantistas, os sujeitos
cópia em massa de conteúdos protegidos pela proprieda- nela mencionados se valham de uma interpretação tenden-
de intelectual. te a infirmar qualquer das disposições da Declaração ao
argumento de que estão respeitando um direito em detri-
Artigo XVIII mento de outro”129.
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e interna-
cional em que os direitos e  liberdades estabelecidos na pre-
127 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
sente Declaração possam ser plenamente realizados. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
125 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi- 128 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e
vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998.
126 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de in- 129 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
formação, privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

64
NOÇÕES DE DIREITO

Nenhum direito humano é ilimitado: se o fossem, seria nal. Nos termos do artigo 49, I da Constituição Federal “é da
impossível garantir um sistema no qual todas as pessoas ti- competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver
vessem tais direitos plenamente respeitados, afinal, estes ne- definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacio-
cessariamente colidiriam com os direitos das outras pessoas, nais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
os quais teriam que ser violados. Este é um dos sentidos patrimônio nacional”. Quanto ao Pacto de São José da Costa
do princípio da relatividade dos direitos humanos - os di- Rica, este foi negociado e assinado pela autoridade do Exe-
reitos humanos não podem ser utilizados como um escudo cutivo competente e posteriormente submetido à aprovação
para práticas ilícitas ou como argumento para afastamento do Congresso Nacional, a qual foi concedida pelo Decreto
ou diminuição da responsabilidade por atos ilícitos, assim Legislativo n° 27/92. Somente depois esta foi promulgada
os direitos humanos não são ilimitados e encontram seus pelo Decreto n° 678/92 e ratificada pelo Brasil perante a Or-
limites nos demais direitos igualmente consagrados como ganização dos Estados Americanos.
humanos. Isto vale tanto para os indivíduos, numa atitude
perante os demais, quanto para os Estados, ao externar o DECRETA:
compromisso global assumido perante a ONU. Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos
(Pacto de São José da Costa Rica), celebrada em São José da
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia
ao presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente
CONVENÇÃO AMERICANA
como nela se contém.
DE DIREITOS HUMANOS
Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato inter-
(PACTO DE SAN JOSÉ DE COSTA RICA). nacional, em 25 de setembro de 1992, o Governo brasilei-
ro fez a seguinte declaração interpretativa: “O Governo do
Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea d , não incluem o
DECRETO n° 678, de 6 de novembro de 1992. direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão
Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Huma- Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão
nos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de da anuência expressa do Estado”.
1969. Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do car- publicação.
go de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência
lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e e 104° da República.
Considerando que a Convenção Americana sobre Direi- ITAMAR FRANCO
tos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no Fernando Henrique Cardoso
âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.11.1992.
da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor
internacional em 18 de julho de 1978, na forma do segundo Depois do processo de internacionalização dos direitos
parágrafo de seu art. 74; humanos, iniciou-se um processo de regionalização deles,
Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta ou seja, adaptação do conteúdo de cada uma das decla-
de adesão a essa convenção em 25 de setembro de 1992; rações de direitos até então proferidas a determinadas re-
Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos giões do globo.
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor,
para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de conformidade ANEXO
com o disposto no segundo parágrafo de seu art. 74; CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMA-
A primeira fase do chamado processo de elaboração dos NOS (1969)
tratados é a negociação. No Brasil, compete à União “manter (PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)
relações com Estados estrangeiros e participar de organiza-
ções internacionais”, nos termos do artigo 21, I da Consti- PREÂMBULO
tuição Federal. O único agente nas relações internacionais
com competência exclusiva é o Presidente da República, que Os Estados Americanos signatários da presente Conven-
manterá as relações com o respectivo Estado estrangeiro e ção,
celebrará tratados, convenções e atos internacionais, que Reafirmando seu propósito de consolidar neste Conti-
precisam apenas do referendo do Congresso Nacional, con- nente, dentro do quadro das instituições democráticas, um
forme dispõe o artigo 84, VII e VIII da Constituição Federal. O regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no
momento seguinte é o da assinatura do tratado por esta au- respeito dos direitos humanos essenciais;
toridade competente. Contudo, a exigibilidade dos tratados Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa hu-
depende de atos posteriores. A colaboração entre os Pode- mana não derivam do fato de ser ela nacional de determi-
res Executivo e Legislativo é indispensável para a conclusão nado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os
de um tratado no ordenamento jurídico brasileiro, já que atributos da pessoa humana, razão por que justificam uma
muito embora a competência seja exclusiva do Presidente proteção internacional, de natureza convencional, coadju-
da República, cabe ao Congresso Nacional, por meio de um vante ou complementar da que oferece o direito interno dos
decreto legislativo, autorizar a ratificação do ato internacio- Estados americanos;

65
NOÇÕES DE DIREITO

Considerando que esses princípios foram consagrados Capítulo I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
na Carta da Organização dos Estados Americanos, na De-
claração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que foram 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se
reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos inter- a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a ga-
nacionais, tanto de âmbito mundial como regional; rantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja su-
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal jeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma, por motivo
dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de
humano livre, isento do temor e da miséria, se forem cria- qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição
das condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser hu-
direitos civis e políticos; e mano.
Considerando que a Terceira Conferência Interamerica- Os Estados-membros da OEA assumem o compro-
na Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorpo- misso de respeitar os direitos humanos declarados neste
ração à própria Carta da Organização de normas mais am- documento para com todos os seres humanos que ingres-
plas sobre os direitos econômicos, sociais e educacionais e sem em território de sua jurisdição, não apenas nacionais.
resolveu que uma Convenção Interamericana sobre Direitos Nota-se, ainda, que não há ser humano que possa não ser
Humanos determinasse a estrutura, competência e processo considerado como pessoa.
dos órgãos encarregados dessa matéria;
Convieram no seguinte: Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
Pelo preâmbulo da Convenção denotam-se os antece- Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no
dentes históricos e as intenções envoltas em sua elabora- artigo 1° ainda não estiver garantido por disposições legis-
ção. Basicamente, os direitos humanos já haviam sido reco- lativas ou de outra natureza, os Estados-partes comprome-
nhecidos internacionalmente desde a criação da ONU e a tem-se a adotar, de acordo com as suas normas constitu-
elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos cionais e com as disposições desta Convenção, as medidas
de 1948 por todos os Estados-membros da organização. legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para
Entretanto, ainda se buscava um caminho para a efetivação tornar efetivos tais direitos e liberdades.
deles, garantindo a dignidade inerente à pessoa humana O conteúdo da Convenção tem um caráter genérico,
em qualquer localidade, independentemente de fatores de forma que meios específicos para assegurar os direitos
externos. Neste sentido, optou-se por um processo de re- nela previstos dentro do ordenamento interno são neces-
gionalização dos direitos humanos, no qual as peculiarida- sários. Este artigo deixa claro o dever dos Estados-partes
des das grandes regiões globais poderiam ser levadas em de adaptar o ordenamento interno a este contexto.
consideração, permitindo maior efetividade das normas de
direitos humanos. Assim, os países da América se reuniram Capítulo II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
para a formação de uma organização específica, a Organi-
zação dos Estados Americanos, e para a assunção de um Em relação à primeira dimensão de direitos, aponta
compromisso internacional continental pela preservação Bobbio130: “[...] o desenvolvimento dos direitos do homem
dos direitos humanos. passou por três fases: num primeiro momento, afirmaram-
se os direitos de liberdade, isto é, todos aqueles direitos
PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PRO- que tendem a limitar o poder do Estado e a reservar para
TEGIDOS o indivíduo, ou para os grupos particulares, uma esfera de
liberdade em relação ao Estado; num segundo momento,
A primeira parte da Convenção trata do aspecto ma- foram propugnados os direitos políticos, os quais – conce-
terial da proteção dos direitos humanos na América. No bendo a liberdade não apenas negativamente, como não
capítulo I, são estabelecidos os deveres dos Estados-partes, impedimento, mas positivamente, como autonomia – ti-
que são os de respeito e adoção das disposições do pacto veram como consequência a participação cada vez mais
no ordenamento jurídico interno; no capítulo II são enume- ampla, generalizada e frequente dos membros de uma co-
rados os direitos civis e políticos, que são praticamente os munidade no poder político (ou liberdade no Estado) [...]”.
mesmos declarados no âmbito internacional, embora mais Estes dois momentos representam a formação da primeira
amplos em relação a alguns direitos; no capítulo III ocorre dimensão de direitos humanos, correspondentes aos direi-
uma remissão à Carta da Organização dos Estados Ameri- tos civis e políticos, os quais são abordados neste capítulo
canos no tocante aos direitos econômicos, sociais e cultu- da Convenção. Em geral, tais direitos não exigem uma pos-
rais, de realização progressiva; no capítulo IV são tratados tura ativa estatal, mas sim de abstenção, deixando de se
os casos de suspensão de garantias, interpretação e apli- ingerir em direitos humanos individuais e permitindo que
cação; no capítulo V abordam-se os deveres das pessoas. as pessoas participem das decisões políticas.

130 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução Celso Lafer.


9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

66
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade Não é possível aplicar pena de morte a menores de 18
jurídica anos (proteção à criança e ao adolescente) e nem às mu-
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua per- lheres grávidas (proteção da maternidade e da infância).
sonalidade jurídica. 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar
“O conceito de personalidade está umbilicalmente li- anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser
gado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida tor- concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena
na-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão
portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser ante a autoridade competente.
definida como aptidão genérica para adquirir direitos e Segundo Bitencourt132, anistia “é o esquecimento jurí-
contrair obrigações ou deveres na ordem civil. É pressupos- dico do ilícito e tem por objeto fatos (não pessoas) defini-
to para a inserção e atuação da pessoa na ordem jurídica. dos como crimes, de regra, políticos, militares ou eleitorais,
A personalidade é, portanto, o conceito básico da ordem excluindo-se, normalmente, os crimes comuns”; ao passo
jurídica, que a estende a todos os homens, consagrando que indulto coletivo ou propriamente dito “destina-se a
-a na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, um grupo determinado de condenados e é delimitado pela
liberdade e igualdade. É qualidade jurídica que se revela natureza do crime e quantidade da pena aplicada, além de
como preliminar de todos os direitos e deveres”131. outros requisitos que o diploma legal pode estabelecer”; já
a comutação da pena é o indulto parcial, não extinguindo a
Artigo 4º - Direito à vida punibilidade, mas diminuindo a pena a ser cumprida.
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida.
Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integri-
arbitrariamente. dade física, psíquica e moral.
Atenção: a Convenção assegura a proteção à vida des- São garantias inerentes ao direito à vida e ao direito à
de a concepção! Não obstante, veda a morte por razões saúde.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas
arbitrárias, por exemplo, pena de morte sem o devido pro-
ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa
cesso legal.
privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido
2. Nos países que não houverem abolido a pena de mor-
à dignidade inerente ao ser humano.
te, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por
cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma
conformidade com a lei que estabeleça tal pena, promul-
confissão, informação ou simplesmente por prazer da pes-
gada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se
soa que tortura, sendo assim uma espécie de trato cruel,
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique desumano ou degradante. As penas também não podem
atualmente. ser cruéis, desumanas ou degradantes, por exemplo, de
No ideário de proteção à vida, impedindo a aplicação trabalhos forçados. O cumprimento da pena, ainda que em
de pena de morte, a Convenção adota um posicionamento si ela não seja cruel, a exemplo da privativa de liberdade,
de não retrocesso. Basicamente, para os casos e nas loca- deve se dar de maneira digna, não se aceitando a falta de
lidades em que a pena de morte foi abolida não é possível estrutura nos estabelecimentos prisionais.
passar a aplicá-la. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados Pelo princípio da personalidade da pena o crime pode
que a hajam abolido. ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu turno,
Os países que adotavam pena de morte antes da Con- a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria flagrante
venção não podem ampliar sua aplicação para outros cri- a injustiça se fosse possível alguém responder pelos atos
mes, mas não são obrigados a aboli-la plenamente. ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de res-
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada tringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes.
a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com delitos 4. Os processados devem ficar separados dos condena-
políticos. dos, salvo em circunstâncias excepcionais, e devem ser sub-
A aplicação de pena de morte por crimes políticos sig- metidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas
nificaria uma violação dos direitos políticos, que permitem não condenadas.
o livre exercício do pensamento perante o Estado. Sem isto, Trata-se de um benefício inerente à presunção de ino-
não há democracia. Assim, somente cabe pena de morte cência: os que ainda são considerados inocentes perante a
para certos delitos comuns mais graves aos quais já se apli- lei devem ficar separados dos culpados.
cava tal pena antes da Convenção naquele Estado-parte. 5. Os menores, quando puderem ser processados, devem
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especia-
no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito lizado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em esta- Para proteger as crianças e os adolescentes tem-se um
do de gravidez. sistema específico para processo e condenação criminal,
bem como local próprio de execução da pena.
131 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed. 132 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16.
São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

67
NOÇÕES DE DIREITO

6. As penas privativas de liberdade devem ter por fina- Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
lidade essencial a reforma e a readaptação social dos con- 1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pes-
denados. soais.
A pena tem função retributiva e preventiva (geral e es- A liberdade aparece ligada à segurança porque a priva-
pecial). Retributiva por ser uma resposta ao mal causado ção da liberdade de um por parte do Estado visa, necessaria-
pelo criminoso para a sociedade. Preventiva geral no sen- mente, a preservação da segurança dos demais.
tido de intimidar todos os destinatários da norma penal, 2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo
visando impedir que eles pratiquem crimes; preventiva es- pelas causas e nas condições previamente fixadas pelas Cons-
pecial no sentido de impedir o autor do crime que volte tituições políticas dos Estados-partes ou pelas leis de acordo
a delinquir. Há, ainda, a função social ou ressocializadora, com elas promulgadas.
que visa permitir que o condenado seja devolvido à socie- 3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarcera-
dade em condições de não mais cometer crimes e conviver mento arbitrários.
pacificamente. A legislação deve ser expressa a respeito dos casos em
que se admite a privação da liberdade de locomoção.
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão 4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou ser- razões da detenção e notificada, sem demora, da acusação ou
vidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de das acusações formuladas contra ela.
mulheres são proibidos em todas as suas formas. 5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida,
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade au-
forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para torizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de
certos delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade,
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpreta- sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode
da no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, impos- ser condicionada a garantias que assegurem o seu compare-
ta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado cimento em juízo.
não deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e inte- 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer
lectual do recluso. a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida,
Se todo ser humano é uma pessoa e, como tal, dotada sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e
de dignidade, aceitar a escravidão seria absurdo. Inerente a ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais.
isto se encontra a vedação de trabalhos forçados: não sig- Nos Estados-partes cujas leis prevêem que toda pessoa que
nifica que não pode existir trabalho obrigatório, mas a ne- se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a
gativa em cumpri-lo não pode impedir o cumprimento da recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este
pena, embora o desempenho do trabalho possa gerar sua decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode
diminuição proporcional aos dias trabalhados. Havendo ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela
trabalho obrigatório, este não pode influenciar a dignidade própria pessoa ou por outra pessoa.
e nem a capacidade física ou intelectual do acusado, por Os itens 4 a 6 tratam do devido processo legal (ampla
exemplo, colocar um professor para limpar os banheiros defesa e contraditório) garantidos àquele que é privado de
da prisão e não para ministrar aulas aos detentos é uma sua liberdade de locomoção. É preciso que a pessoa seja no-
violação. tificada a respeito dos motivos da acusação, seja levada ao
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios juiz que decidirá sobre a manutenção da prisão e possa in-
para os efeitos deste artigo: terpor recurso contra tal decisão.
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não
pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução limita os mandados de autoridade judiciária competente expe-
formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais didos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
trabalhos ou serviços devem ser executados sob a vigilância Uma das maiores polêmicas jurídicas brasileiras nos últi-
e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os mos anos envolve justamente este dispositivo da Convenção:
executarem não devem ser postos à disposição de particu- enquanto ela somente permite a prisão por dívida em caso
lares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado; de obrigação alimentar, a Constituição brasileira a permite
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isen- também para os depositários infiéis (aquele que fica vincu-
ção por motivo de consciência, qualquer serviço nacional lado ao cumprimento de uma obrigação meramente contra-
que a lei estabelecer em lugar daquele; tual, cuja função que lhe é confiada envolve a guarda de uma
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade coisa específica, devendo conservá-la e restituí-la in natura
que ameacem a existência ou o bem-estar da comunidade; quando for exigida pelo depositante ou pagar o preço equi-
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações valente se a coisa não mais existir na sua esfera de disponibi-
cívicas normais. lidade). Ocorre que os tratados de direitos humanos, a partir
Evidencia-se que trabalho obrigatório não significa tra- da Emenda Constitucional n° 45/04, cumpridas as condições
balho forçado. Nestes casos, não há trabalho forçado, por do artigo 5°, §3° são considerados como emendas constitu-
mais que o indivíduo na verdade não queira desempenhá cionais; mas a Convenção em estudo foi ratificada antes des-
-lo. ta alteração legislativa, havendo posicionamentos diversos a
respeito dela possuir ou não o caráter constitucional. Depois

68
NOÇÕES DE DIREITO

de muitas discussões, o Supremo Tribunal Federal decidiu no meios e recursos a ela inerentes”133. São meios, por exemplo,
dia 05 de dezembro de 2008 que é ilegal a prisão civil do a conferência de um tradutor e de um defensor, público ou
depositário infiel, utilizando-se da tese de que os tratados de privado, e ainda os direitos ao silêncio e à não produção de
direitos humanos têm status supralegal, ou seja, encontram- provas contra si. São recursos as vias de questionamento da
se acima das leis ordinárias, porém abaixo da Constituição decisão judicial perante outro juiz ou tribunal superior.
Federal. Neste sentido, a súmula vinculante n° 25 e Habeas 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação
Corpus n° 87.585-8/TO. de nenhuma natureza.
Assim, não é que a confissão não seja um meio de pro-
Artigo 8º - Garantias judiciais va válido: é válida, mas não pode ser obtida à força, por
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devi- exemplo, mediante tortura ou ameaça.
das garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou 4. O acusado absolvido por sentença transitada em jul-
Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido gado não poderá ser submetido a novo processo pelos mes-
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação pe- mos fatos.
nal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos Não cabe revisão criminal pro societate - em favor da
e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer sociedade. Não importa se o acusado foi indevidamente
outra natureza. absolvido, transitada em julgado a decisão não poderá ser
Evidencia-se o direito ao contraditório, consistente em processado novamente pelo mesmo fato. A revisão crimi-
poder ouvir e dar uma resposta a respeito dos fatos contro- nal só é possível se surgirem provas para absolver o réu
versos levados a juízo, em qualquer esfera. Também traz o condenado criminalmente, nunca para condená-lo.
princípio do juiz natural e da vedação ao tribunal de exceção, 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
de forma que sempre será fixado o juízo competente de ma- necessário para preservar os interesses da justiça.
neira prévia por regras de organização judiciária, avaliando- O segredo de justiça é limitado a alguns casos porque,
se ainda se aquele juízo atribuído é de fato imparcial (não em regra, “o direito subjetivo das partes e advogados à
possuindo inimizades ou amizades para com as partes). intimidade somente estará garantido se não prejudicar o
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se interesse público à informação”134.
presuma sua inocência, enquanto não for legalmente compro-
vada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões
O estado de inocência é inerente à pessoa humana, de que, no momento em que foram cometidos, não constituam
forma que somente pode ser considerada culpada após o delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-
trânsito em julgado do processo criminal que apure devida- se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento
mente o ilícito (princípio da presunção de inocência). da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito,
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por a lei estipular a imposição de pena mais leve, o deliquente
um tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou não fale a deverá dela beneficiar-se.
língua do juízo ou tribunal; Há uma regra dominante em termos de conflito de leis
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da penais no tempo que é a da irretroatividade da lei penal,
acusação formulada; sem a qual não haveria nem segurança e nem liberdade
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários na sociedade, em flagrante desrespeito ao princípio da le-
à preparação de sua defesa; galidade e da anterioridade da lei. Logo, o tempo rege a
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ação - tempus regit actum - e uma lei somente abrange os
ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar- atos praticados durante a sua vigência, não antes (retroati-
se, livremente e em particular, com seu defensor; vidade) nem depois (ultra-atividade). Contudo, o princípio
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor da irretroatividade vige somente quanto à lei mais severa,
proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a de forma que a lei que for mais favorável ao réu irá retroa-
legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, gir, no que se consolida o princípio da retroatividade da lei
nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei; mais benéfica.135
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no
Tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou Artigo 10 - Direito à indenização
peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, lei, no caso de haver sido condenada em sentença transitada
nem a confessar-se culpada; e em julgado, por erro judiciário.
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. Uma pessoa injustamente condenada por um erro es-
Todas as garantias enumeradas fazem parte do devido tatal na apuração do ilícito tem direito a indenização.
processo legal, formado pelo binômio contraditório + am- 133 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
pla defesa. Pelo princípio do devido processo legal “ninguém do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 134 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematiza-
processo legal. Corolário a esse princípio, asseguram-se aos do. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu- 135 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16.
sados em geral o contraditório e a ampla defesa, com os ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

69
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente


1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao não pode estar sujeito à censura prévia, mas a responsabili-
reconhecimento de sua dignidade. dades ulteriores, que devem ser expressamente previstas em
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou lei e que se façam necessárias para assegurar:
abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu domi- a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pes-
cílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua soas;
honra ou reputação. b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública,
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ou da saúde ou da moral públicas.
ingerências ou tais ofensas. Silva137 explica que “o homem se torna cada vez mais
Privacidade e personalidade são direitos que parecem livre na medida em que amplia seu domínio sobre a natu-
interligados, uma vez que a primeira é condição de expan- reza”, ou seja, com a evolução da sociedade, a tendência é
são da segunda. A honra pode ser objetiva, no que tange ao que o círculo que delimita a esfera da liberdade se amplie.
modo como o mundo vê a pessoa, e subjetiva, referindo-se Entretanto, o direito à liberdade nunca foi assegurado de
à maneira como ela se vê. Para o bom desenvolvimento da forma irrestrita, assim como nunca se defendeu no cam-
personalidade é preciso garantir a privacidade, cabendo à lei po ético que alguém pudesse exercê-lo sem limites. Não
proteger todos estes bens jurídicos. significa que é aceita a censura prévia, como era comum
nos regimes ditatoriais, mas que é preciso limitar a veicula-
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião ção de conteúdos que violem direitos humanos alheios ou
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e atentem contra a moral social. Por exemplo, se uma pessoa
de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua publicar um conteúdo ofensivo a outra cometerá violação
religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de cren- da honra, se divulgar conteúdos antissemitas praticará cri-
ças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião me de preconceito e discriminação.
ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias
como em privado. e meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou
2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que
particulares de papel de imprensa, de frequências radioelé-
possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas
tricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão
crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
de informação, nem por quaisquer outros meios destinados
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as pró-
a obstar a comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
prias crenças está sujeita apenas às limitações previstas em lei
A propriedade dos meios de comunicação não pode
e que se façam necessárias para proteger a segurança, a or-
ser utilizada para manipulação do pensamento da popu-
dem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades
lação.
das demais pessoas.
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura
que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e moral prévia, com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles,
que esteja de acordo com suas próprias convicções. para proteção moral da infância e da adolescência, sem pre-
Uma das esferas da liberdade de pensamento é a liber- juízo do disposto no inciso 2.
dade de crença religiosa. Cada qual tem direito a professar Antes de permitir que um espetáculo chegue ao pú-
a crença que quiser no Estado democrático, não podendo blico é aceita a avaliação prévia do conteúdo, limitando o
ser tolhido deste direito. No entanto, há algumas limitações acesso, por exemplo, a determinada faixa etária.
lógicas ao exercício deste direito, notadamente quanto às co- 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra,
lisões com outros direitos humanos: por exemplo, não pode bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religio-
ser aceita a prática de sacrifício humano nos cultos religiosos. so que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade,
A religiosidade é um dos aspectos em que os pais in- ao crime ou à violência.
fluenciam os filhos e, por isso, possuem direito de vê-los edu- Permitir o incentivo a este tipo de pensamento con-
cados em consonância com tais crenças. trário à paz mundial vai contra o que os sistemas global e
regional de proteção de direitos humanos buscam.
Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, re- 1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou
ceber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão le-
sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, galmente regulamentados e que se dirijam ao público em
ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua
sua escolha. retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
“Na verdade, o ser humano, através dos processos inter- 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximi-
nos de reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam rão das outras responsabilidades legais em que se houver
nada mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra incorrido.
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa-
mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
opinião”136. 137 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positi-
136 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. vo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

70
NOÇÕES DE DIREITO

3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda Artigo 17 - Proteção da família


publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rá- 1. A família é o núcleo natural e fundamental da socie-
dio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável, que não dade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
seja protegida por imunidades, nem goze de foro especial. 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de
A publicação de um conteúdo ofensivo dá ao ofendido contraírem casamento e de constituírem uma família, se ti-
direito de resposta (direito de em local idêntico, com mes- verem a idade e as condições para isso exigidas pelas leis
mo destaque e circulação, expor seus argumento contrários internas, na medida em que não afetem estas o princípio da
à ofensa publicada), mas não exime o ofensor de responder não-discriminação estabelecido nesta Convenção.
por seu ato. Para garantir isto, nos meios de comunicação 3. O casamento não pode ser celebrado sem o consenti-
é preciso de um responsável que não seja impedido de ser mento livre e pleno dos contraentes.
processado regularmente, ou seja, que não possua imuni- 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apro-
dades ou goze de foro especial. priadas para assegurar a igualdade de direitos e a adequada
equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao
Artigo 15 - Direito de reunião casamento, durante o mesmo e por ocasião de sua dissolu-
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem ar- ção. Em caso de dissolução, serão adotadas as disposições
mas. O exercício desse direito só pode estar sujeito às res- que assegurem a proteção necessária aos filhos, com base
trições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.
sociedade democrática, ao interesse da segurança nacio- 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos
nal, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a nascidos fora do casamento, como aos nascidos dentro do
saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades casamento.
das demais pessoas. A proteção da família é essencial porque ela é a base
O direito de reunião evidencia a liberdade de expres- da estrutura social. O tradicional modo de constituição da
são conferida aos indivíduos e aos grupos sociais. Grupos família é o casamento, tanto que ele é protegido nesta Con-
de pessoas podem se reunir para manifestar algum pen- venção e na DUDH, sendo o consentimento dos nubentes
samento, respeitados os limites legais, por exemplo, não é um requisito essencial. Durante o casamento, as obriga-
autorizada a presença de armas, ou ainda, é preciso infor- ções devem ser partilhadas e, em caso de dissolução, deve
mar o poder público para que ele tome providências para ser priorizado o melhor interesse dos filhos para decidir a
garantir a segurança numa manifestação grupal principal- respeito de guarda, visitas e alimentos. No mais, os filhos
mente se ela tiver grande repercussão (exemplificando, al- nascidos dentro ou fora do casamento são equiparados.
gumas paradas gays chegam a reunir milhões de pessoas).
Artigo 18 - Direito ao nome
Artigo 16 - Liberdade de associação Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre- seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de
mente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, assegurar a todos esse direito, mediante nomes fictícios, se
trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer for necessário.
outra natureza. O nome é um modo de individualização da pessoa na-
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às res- tural. “Integra a personalidade, individualiza a pessoa não
trições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma só durante a sua vida como também após a sua morte, e
sociedade democrática, ao interesse da segurança nacional, indica a sua procedência familiar”138.
da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a saúde
ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais Artigo 19 - Direitos da criança
pessoas. Toda criança terá direito às medidas de proteção que a
3. O presente artigo não impede a imposição de restri- sua condição de menor requer, por parte da sua família, da
ções legais, e mesmo a privação do exercício do direito de sociedade e do Estado.
associação, aos membros das forças armadas e da polícia. A criança é parte fundamental da sociedade, represen-
Entidades associativas têm legitimidade para represen- tando seu futuro. Protegê-la significa garantir que no futuro
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente, podendo existirão adultos preparados para construir uma sociedade
defender, em nome próprio, direitos de seus associados. melhor. Para tanto são criados inúmeros mecanismos. No
Logo, caracteriza a união das forças individuais num grupo Brasil, destaca-se o Estatuto da Criança e do Adolescente.
organizado e devidamente autorizado por lei. Ninguém é
obrigado a ingressas ou permanecer em uma associação. Artigo 20 - Direito à nacionalidade
Nenhuma associação pode defender interesses ilícitos (por 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
exemplo, seria absurdo permitir que o PCC ou o Comando 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em
Vermelho fossem consideradas associações, posto que reú- cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra.
nem criminosos). Enfim, a lei pode limitar, com razoabilida- 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua na-
de e proporcionalidade, a liberdade de associação. cionalidade, nem do direito de mudá-la.

138 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed.


São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

71
NOÇÕES DE DIREITO

Com estas regras, impede-se que uma pessoa não se vin- O asilo político é instituição pela qual um Estado confere
cule jurídica e politicamente a um Estado, integrando o povo abrigo e proteção a um indivíduo que tenha fugido de um
e desfrutando de direitos e obrigações. No mínimo, terá a outro Estado no qual sofria perseguição por delitos políticos
nacionalidade do território em que tiver nascido. A figura do ou conexos a ele.
apátrida é vedada. Em certos casos, será possível mudar de 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou en-
nacionalidade, não podendo a pessoa ser impedida. tregue a outro país, seja ou não de origem, onde seu direito
à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de violação em
Artigo 21 - Direito à propriedade privada virtude de sua raça, nacionalidade, religião, condição social
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei ou de suas opiniões políticas.
pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
O direito à propriedade é garantido, mas não de forma A extradição é permitida, dentro dos limites da legisla-
ilimitada. Entre os limites possíveis destaca-se o do respeito à ção de direitos humanos.
função social. Por exemplo, não poderá manter a proprieda-
de aquele que não a torna produtiva. Artigo 23 - Direitos políticos
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos
mediante o pagamento de indenização justa, por motivo de e oportunidades:
utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na forma a) de participar da condução dos assuntos públicos, di-
estabelecidos pela lei. retamente ou por meio de representantes livremente eleitos;
O item se refere ao instituto da desapropriação, pelo b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas,
qual o Estado toma a propriedade de um bem em prol do realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto secre-
interesse coletivo, indenizando o proprietário. to, que garantam a livre expressão da vontade dos eleitores; e
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de explo- Participar das decisões políticas de maneira direta ou
ração do homem pelo homem, devem ser reprimidas pela lei. indireta é um direito político de primeira dimensão. Existem
Usura significa agiotagem, uma pessoa emprestar di- modalidades de participação direta, consolidando a demo-
nheiro por juros abusivos e utilizar meios controversos para cracia direta, mas geralmente, como são muitos os indiví-
receber os juros e o valor emprestado de volta. duos que podem participar em sociedade, adota-se a demo-
cracia indireta, na qual são eleitos representantes por meio
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência do voto. Ainda assim, são comuns alguns mecanismos de
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território de participação direta, como o plebiscito, o referendo e a ini-
um Estado tem o direito de nele livremente circular e de nele ciativa popular, formando um modelo de democracia misto.
residir, em conformidade com as disposições legais. c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às fun-
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qual- ções públicas de seu país.
quer país, inclusive de seu próprio país. 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportuni-
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser res- dades, a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por
tringido, senão em virtude de lei, na medida indispensável, em motivo de idade, nacionalidade, residência, idioma, instrução,
uma sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz compe-
para proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem tente, em processo penal.
públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os direitos e liberda- O acesso às funções públicas geralmente se dá por con-
des das demais pessoas. curso público, não podendo utilizar critérios preconceituo-
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode sos para admissão.
também ser restringido pela lei, em zonas determinadas, por
motivo de interesse público. Artigo 24 - Igualdade perante a lei
A liberdade de circulação dentro de seu país ou em um Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte,
território em que entre legalmente não é plena: pode ser têm direito, sem discriminação alguma, à igual proteção da
restringida em virtude de lei, bem como visando proteger o lei.
interesse público e a segurança social. Trata-se do princípio da igualdade perante a lei. Assim, a
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do lei é válida para todas as pessoas, embora possa estabelecer
qual for nacional e nem ser privado do direito de nele entrar. regramentos específicos para certos grupos sociais vulne-
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no território ráveis.
de um Estado-parte na presente Convenção só poderá dele ser
expulso em decorrência de decisão adotada em conformidade Artigo 25 - Proteção judicial
com a lei. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido
Nota-se que não se garante o livre ingresso em território ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribu-
que não o do próprio país, para tanto é preciso respeitar as nais competentes, que a proteja contra atos que violem seus
regras do país para recebimento de estrangeiros - apenas se direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição, pela lei
veda a expulsão arbitrária do que já esteja lá. ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de
território estrangeiro, em caso de perseguição por delitos polí- suas funções oficiais.
ticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com a
legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais.

72
NOÇÕES DE DIREITO

No Brasil, entre outros instrumentos, destacam-se o 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do
mandado de segurança, o habeas corpus e o habeas data. direito de suspensão deverá comunicar imediatamente aos
2. Os Estados-partes comprometem-se: outros Estados-partes na presente Convenção, por intermé-
a) a assegurar que a autoridade competente prevista dio do Secretário Geral da Organização dos Estados Ame-
pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos de toda ricanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os
pessoa que interpuser tal recurso; motivos determinantes da suspensão e a data em que haja
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e dado por terminada tal suspensão.
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades com- Assim, o direito de suspensão é, basicamente, a pos-
petentes, de toda decisão em que se tenha considerado pro- sibilidade do Estado-parte da Organização dos Estados
cedente o recurso. Americanos, por alguma razão específica e discriminada
Não basta prever tais garantias, é preciso conferir es- em suas justificativas, de deixar de cumprir parte do con-
trutura ao Judiciário para cumpri-las. teúdo da Convenção Americana de Direitos Humanos,
respeitados os limites consagrados internacionalmente no
Capítulo III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E que tange à dignidade humana.
CULTURAIS
Artigo 28 - Cláusula federal
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as provi- como Estado federal, o governo nacional do aludido Esta-
dências, tanto no âmbito interno, como mediante coopera- do-parte cumprirá todas as disposições da presente Con-
ção internacional, especialmente econômica e técnica, a fim venção, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce
de conseguir progressivamente a plena efetividade dos di- competência legislativa e judicial.
reitos que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre A forma federativa de Estado tem origem nos Estados
educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Orga- Unidos, em 1787. No federalismo por agregação, os Esta-
nização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo dos independentes ou soberanos abrem mão de parcela de
de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via sua soberania para agregar-se entre si e formarem um Es-
legislativa ou por outros meios apropriados. tado Federativo, mas mantendo a autonomia entre si: foi o
que ocorreu nos Estados Unidos. Mas também é possível o
Capítulo IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTER- federalismo por desagregação, quando a federação surge
PRETAÇÃO E APLICAÇÃO a partir de um Estado unitário e resolve descentralizar-se,
a exemplo do Brasil desde 1891. Dentro da federação há
Artigo 27 - Suspensão de garantias repartição de competências entre a União e as unidades
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra federativas. Como a União que firma os compromissos in-
emergência que ameace a independência ou segurança ternacionais, nem sempre ela terá competência para fazer
do Estado-parte, este poderá adotar as disposições que, na cumprir todas as normas deles, que podem ser da alçada
medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências das unidades federativas.
da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtu- 2. No tocante às disposições relativas às matérias que
de desta Convenção, desde que tais disposições não sejam correspondem à competência das entidades componentes
incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o da federação, o governo nacional deve tomar imediatamen-
Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma te as medidas pertinentes, em conformidade com sua Cons-
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou tituição e com suas leis, a fim de que as autoridades compe-
origem social. tentes das referidas entidades possam adotar as disposições
A limitações de direitos humanos é permitida, mas não cabíveis para o cumprimento desta Convenção.
é possível que ela viole premissas ligadas à dignidade hu- Enfim, o máximo que é possível para a União é alertar
mana, como raça, cor, sexo, idioma, religião. Por exemplo, as suas unidades federativas para que elas tomem provi-
na situação descrita no artigo seria aceitável autorizar tra- dências para o cumprimento das normas convencionadas
balhos forçados compatíveis com a dignidade humana. internacionalmente.
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos 3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem cons-
direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (direito ao re- tituir entre eles uma federação ou outro tipo de associação,
conhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito à vida), diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respec-
5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da escravidão tivo contenha as disposições necessárias para que continuem
e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da retroativida- sendo efetivas no novo Estado, assim organizado, as normas
de), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da da presente Convenção.
família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 É possível que Estados-partes firmem entre si tratados
(direito à nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das específicos, caso em que deverão se atentar para as normas
garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos. da Convenção.
Nem precisaria especificar, pois tais direitos estão liga-
dos justamente a raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem
social. Entretanto, a especificação aumenta a segurança ju-
rídica.

73
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 29 - Normas de interpretação Considera-se um aspecto da característica da relativi-


Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser inter- dade dos direitos humanos, que não podem ser utilizados
pretada no sentido de: como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou indivíduo, para afastamento ou diminuição da responsabilidade por
suprimir o gozo e o exercício dos direitos e liberdades reconhecidos atos ilícitos. Assim, os direitos humanos não são ilimitados
na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; e encontram seus limites nos demais direitos igualmente
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade consagrados como humanos.
que possam ser reconhecidos em virtude de leis de qualquer dos
Estados-partes ou em virtude de Convenções em que seja parte PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO
um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao A segunda parte da Convenção analisa os meios de
ser humano ou que decorrem da forma democrática repre- proteção aos direitos humanos que deverão ser garantidos,
sentativa de governo; criando a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declara- e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Assim, “a
ção Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos Convenção Americana estabelece um aparato de monito-
internacionais da mesma natureza. ramento e implementação dos direitos que enuncia. Esse
A Convenção não pode ser usada para contrariar os pre- aparato é integrado pela Comissão Interamericana de Di-
ceitos que ela visa proteger, para permitir a violação de direitos reitos Humanos e pela Corte Interamericana”140.
humanos fundamentais consagrados.
Capítulo VI - ÓRGÃOS COMPETENTES
Artigo 30 - Alcance das restrições
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao Artigo 33 - São competentes para conhecer de assuntos
gozo e exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não relacionados com o cumprimento dos compromissos assu-
podem ser aplicadas senão de acordo com leis que forem pro- midos pelos Estados-partes nesta Convenção:
mulgadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, do-
qual houverem sido estabelecidas.
ravante denominada a Comissão; e
No decorrer da Convenção são reconhecidos vários casos
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, dora-
em que é possível limitar direitos humanos, mas sempre é pre-
vante denominada a Corte.
ciso ter em mente o interesse da coletividade e a finalidade
Estes dois órgãos ficam, então, vinculados à OEA e são
pelas quais foram aceitas.
os responsáveis pela implementação no plano do conti-
nente americano dos direitos humanos garantidos na Con-
Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Conven- venção.
ção, outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acor-
do com os processos estabelecidos nos artigo 69 e 70. Capítulo VII - COMISSÃO INTERAMERICANA DE
As sentenças da corte trazem direitos e liberdades por ela DIREITOS HUMANOS
reconhecidos e que deverão ser cumpridos pelo Estado-parte
a qual se referem. Seção 1 - Organização

Capítulo V - DEVERES DAS PESSOAS Artigo 34 - A Comissão Interamericana de Direitos Hu-


manos compor-se-á de sete membros, que deverão ser pes-
Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos soas de alta autoridade moral e de reconhecido saber em
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comuni- matéria de direitos humanos.
dade e a humanidade. Alta autoridade moral e reconhecido saber em matéria
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos de direitos humanos são conceitos subjetivos. Nota-se que
demais, pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem não é exigida formação em Direito.
comum, em uma sociedade democrática.
Explica Canotilho139 quanto aos direitos fundamentais, mas Artigo 35 - A Comissão representa todos os Membros da
o mesmo vale para os direitos humanos: “a ideia de deveres Organização dos Estados Americanos.
fundamentais é suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ Logo, a representatividade dos Estados perante a Co-
dos direitos fundamentais. Como ao titular de um direito fun- missão não é direta. São eleitos 7 representantes que ma-
damental corresponde um dever por parte de um outro titular, nifestarão o ideário de toda a organização na matéria que
poder-se-ia dizer que o particular está vinculado aos direitos é de sua competência.
fundamentais como destinatário de um dever fundamental.
Neste sentido, um direito fundamental, enquanto protegido, Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos
pressuporia um dever correspondente”. Logo, a um direito hu- a título pessoal, pela Assembleia Geral da Organização, a
mano conferido à pessoa corresponde o dever de respeito ao partir de uma lista de candidatos propostos pelos governos
arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas. dos Estados-membros.
139 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e 140 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucio-
teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998. nal internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

74
NOÇÕES DE DIREITO

2. Cada um dos referidos governos pode propor até três Seção 2 - Funções
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
qualquer outro Estado-membro da Organização dos Estados Artigo 41 - A Comissão tem a função principal de promo-
Americanos. Quando for proposta uma lista de três candi- ver a observância e a defesa dos direitos humanos e, no exer-
datos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado cício de seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:
diferente do proponente. a) estimular a consciência dos direitos humanos nos po-
Cada Estado-membro pode apresentar uma lista com vos da América;
três candidatos e, possuindo este número, um deles deverá b) formular recomendações aos governos dos Estados-
ser de outra nacionalidade. membros, quando considerar conveniente, no sentido de que
adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos
Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos por no âmbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais,
quatro anos e só poderão ser reeleitos um vez, porém o bem como disposições apropriadas para promover o devido
mandato de três dos membros designados na primeira elei- respeito a esses direitos;
ção expirará ao cabo de dois anos. Logo depois da referida c) preparar estudos ou relatórios que considerar conve-
eleição, serão determinados por sorteio, na Assembleia Ge- nientes para o desempenho de suas funções;
ral, os nomes desses três membros. d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacio- proporcionem informações sobre as medidas que adotarem
nal de um mesmo país. em matéria de direitos humanos;
O mandato é de 4 anos, aceita uma reeleição. e) atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral
Não é permitido que dois nacionais do mesmo país da Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os
componham a Comissão. Estados-membros sobre questões relacionadas com os direitos
humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o asses-
Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que soramento que lhes solicitarem;
não se devam à expiração normal do mandato, serão preen- f) atuar com respeito às petições e outras comunicações,
chidas pelo Conselho Permanente da Organização, de no exercício de sua autoridade, de conformidade com o dispos-
acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão. to nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e
O Conselho Permanente da Organização preencherá as g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral da
vagas que surjam por motivos diversos de fim de mandato, Organização dos Estados Americanos.
por exemplo, morte ou renúncia do membro da Comissão. O artigo 41 permite uma compreensão clara a respeito
das funções da Comissão: fomentar a consciência do dever
Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e sub- de respeito aos direitos humanos, formular recomendações a
metê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu Estados-membros que estejam violando a Convenção, além
próprio Regulamento. de atender a consultas que estes façam, podendo redigir es-
O regulamento da Comissão discrimina como se dá a tudos e relatórios e solicitar informações para tanto. Também
sua atuação em detalhes. Por sua vez, o Estatuto da Co- deverá apresentar relatório anual sobre sua atuação.
missão foi aprovado pela resolução AG/RES. 447 (IX-O/79),
adotada pela Assembleia Geral da OEA, em seu Nono Pe- Artigo 42 - Os Estados-partes devem submeter à Comis-
ríodo Ordinário de Sessões, realizado em La Paz, Bolívia, em são cópia dos relatórios e estudos que, em seus respectivos
outubro de 1979. Nota-se que o Regulamento não passa campos, submetem anualmente às Comissões Executivas do
pelo crivo da Assembleia, mas somente o Estatuto. isto é Conselho Interamericano Econômico e Social e do Conselho
coerente porque enquanto o Regulamento é mais formal, Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que
tratando de questões ligadas ao modo de atuação da Co- aquela zele para que se promovam os direitos decorrentes das
missão, o Estatuto é mais profundo, trazendo princípios e normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultu-
finalidades que regem a Comissão. ra, constantes da Carta da Organização dos Estados America-
nos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão de- Ambas Comissões em referência fazem parte da Orga-
vem ser desempenhados pela unidade funcional especializa- nização dos Estados Americanos. A elas são submetidos re-
da que faz parte da Secretaria Geral da Organização e deve latórios e estudos, os quais devem ser também enviados à
dispor dos recursos necessários para cumprir as tarefas que Comissão em estudo, para que ela desempenhe adequada-
lhe forem confiadas pela Comissão. mente suas funções.
Secretarias são órgãos administrativos e burocráticos
que mantém o funcionamento da instituição principal. Não Artigo 43 - Os Estados-partes obrigam-se a proporcionar
há uma secretaria específica para a Comissão, que se utiliza à Comissão as informações que esta lhes solicitar sobre a ma-
da secretaria da OEA. neira pela qual seu direito interno assegura a aplicação efetiva
de quaisquer disposições desta Convenção.
A Comissão precisa de tais informações para decidir os
casos que lhe sejam submetidos, por exemplo, para reco-
mendar uma ampliação na proteção de forma que as viola-
ções não mais aconteçam.

75
NOÇÕES DE DIREITO

Seção 3 - Competência a) não existir, na legislação interna do Estado de que se


tratar, o devido processo legal para a proteção do direito ou
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou direitos que se alegue tenham sido violados;
entidade não-governamental legalmente reconhecida em b) não se houver permitido ao presumido prejudicado
um ou mais Estados-membros da Organização, pode apre- em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição inter-
sentar à Comissão petições que contenham denúncias ou na, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
queixas de violação desta Convenção por um Estado-parte. c) houver demora injustificada na decisão sobre os
Atenção: qualquer pessoa ou grupo de pessoas pode mencionados recursos.
representar! Esta pergunta é frequente em concursos. O artigo 46 é incidente em concursos, trazendo os re-
quisitos para que a petição ou comunicação seja processada
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do pela Comissão: esgotamento de recursos no plano interno, a
depósito do seu instrumento de ratificação desta Convenção, partir do qual se conta um prazo de 6 meses, que não esteja
ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, de- pendente outra busca de solução internacional e identifica-
clarar que reconhece a competência da Comissão para rece- ção da pessoa ou grupo de pessoas ou entidade não-go-
ber e examinar as comunicações em que um Estado-parte vernamental (se for o caso). Dispensa-se o esgotamento de
alegue haver outro Estado-parte incorrido em violações dos recursos e a consequente passagem de 6 meses como prazo
direitos humanos estabelecidos nesta Convenção. quando não existir normas de proteção ao devido processo
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só po- legal no Estado, quando tiver sido impedido ou dificultado o
dem ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por acesso ao Judiciário no país ou quando houver demora sem
um Estado-parte que haja feito uma declaração pela qual motivos para o processamento interno.
reconheça a referida competência da Comissão. A Comissão
não admitirá nenhuma comunicação contra um Estado-par- Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda pe-
te que não haja feito tal declaração. tição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos
3. As declarações sobre reconhecimento de competência 44 ou 45 quando:
podem ser feitas para que esta vigore por tempo indefinido, a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no
por período determinado ou para casos específicos. artigo 46;
4. As declarações serão depositadas na Secretaria Geral b) não expuser fatos que caracterizem violação dos
da Organização dos Estados Americanos, a qual encami- direitos garantidos por esta Convenção;
nhará cópia das mesmas aos Estados-membros da referida c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for
Organização. manifestamente infundada a petição ou comunicação ou
Seja no momento de depósito da ratificação, seja pos- for evidente sua total improcedência; ou
teriormente, o Estado-parte pode reconhecer a competên- d) for substancialmente reprodução de petição ou co-
cia da Comissão para receber e examinar comunicações municação anterior, já examinada pela Comissão ou por
de um Estado-parte a respeito de outro Estado-parte que outro organismo internacional.
tenha cometido violações. Se não reconhecê-la, não pode- A Comissão fará um exame prévio da petição ou comu-
rá apresentar comunicações neste sentido. No entanto, a nicação para decidir se irá processá-la ou arquivá-la, no qual
declaração pode ser feita por tempo determinado ou para são avaliados os requisitos acima.
casos específicos, sendo depositada na Secretaria Geral da
OEA. Somente no caso do artigo 45 que o Estado-parte Seção 4 - Processo
pode representar à Comissão. Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou
comunicação na qual se alegue a violação de qualquer dos
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apre- direitos consagrados nesta Convenção, procederá da seguinte
sentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida maneira:
pela Comissão, será necessário: a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comu-
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos nicação, solicitará informações ao Governo do Estado ao qual
da jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito pertença a autoridade apontada como responsável pela vio-
Internacional geralmente reconhecidos; lação alegada e transcreverá as partes pertinentes da petição
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, ou comunicação. As referidas informações devem ser envia-
a partir da data em que o presumido prejudicado em seus das dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao
direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; considerar as circunstâncias de cada caso;
c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja A comunicação ou petição passou pelo crivo do artigo
pendente de outro processo de solução internacional; e 47 e será processada. O primeiro passo é a solicitação de in-
d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, formações do governo ao qual pertença a autoridade apon-
a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura tada como responsável pela violação, informando o conteú-
da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade do da comunicação ou petição, fixando-se prazo.
que submeter a petição. b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo fixa-
2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1 deste do sem que sejam elas recebidas, verificará se existem ou sub-
artigo não se aplicarão quando: sistem os motivos da petição ou comunicação. No caso de não
existirem ou não subsistirem, mandará arquivar o expediente;

76
NOÇÕES DE DIREITO

c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a im- 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular
procedência da petição ou comunicação, com base em infor- as proposições e recomendações que julgar adequadas.
mação ou prova supervenientes; Não obtida a conciliação, será expedido um relatório,
Recebidas as informações ou transcorrido o prazo de- no qual se decidirá se houve de fato violação de direitos
cidirá se continuará o processamento da petição ou comu- humanos e serão formuladas proposições e recomenda-
nicação, arquivando-a, decidindo-a pela improcedência ou ções, se o caso. A ele serão agregados eventuais votos dis-
dando o próximo passo para a continuidade. sidentes e exposições dos interessados.
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o
fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com co- Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da
nhecimento das partes, a um exame do assunto exposto na remessa aos Estados interessados do relatório da Comissão,
petição ou comunicação. Se for necessário e conveniente, a o assunto não houver sido solucionado ou submetido à de-
Comissão procederá a uma investigação para cuja eficaz cisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado,
realização solicitará, e os Estados interessados lhe propor- aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo
cionarão, todas as facilidades necessárias; voto da maioria absoluta dos seus membros, sua opinião e
Decidido continuar o expediente, produz-se provas. conclusões sobre a questão submetida à sua consideração.
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer infor- Em três meses o Estado-parte no qual ocorreu a vio-
mação pertinente e receberá, se isso for solicitado, as exposi- lação deve apresentar uma solução ou levar o caso à Cor-
ções verbais ou escritas que apresentarem os interessados; e te Interamericana de Direitos Humanos, ou se a Comissão
Pode, ainda, pedir informações. não levar o caso à Corte reconhecendo sua competência
f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim para o julgamento daquele caso, a Comissão poderá emitir
de chegar a uma solução amistosa do assunto, fundada no sua opinião e conclusões sobre a questão, num julgamento
respeito aos direitos reconhecidos nesta Convenção. conclusivo.
Deve, ainda, se colocar à disposição para uma solução 2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixa-
amigável. rá um prazo dentro do qual o Estado deve tomar as medidas
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser rea- que lhe competir para remediar a situação examinada.
lizada uma investigação, mediante prévio consentimento do 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo
Estado em cujo território se alegue houver sido cometida a voto da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado to-
violação, tão somente com a apresentação de uma petição mou ou não as medidas adequadas e se publica ou não seu
ou comunicação que reúna todos os requisitos formais de relatório.
admissibilidade. Este julgamento conclusivo irá trazer as providências
É possível abreviar estas etapas no caso de uma de- esperadas do Estado-parte em certo prazo, após o qual se
núncia grave, procedendo desde logo com a investigação, decidirá se ele tomou ou não tais medidas assecuratórias
desde que com autorização do Estado. num relatório conclusivo.

Artigo 49 - Se se houver chegado a uma solução amis- Capítulo VIII - CORTE INTERAMERICANA DE DIREI-
tosa de acordo com as disposições do inciso 1, “f”, do artigo TOS HUMANOS
48, a Comissão redigirá um relatório que será encaminhado
ao peticionário e aos Estados-partes nesta Convenção e pos- Seção 1 - Organização
teriormente transmitido, para sua publicação, ao Secretário
Geral da Organização dos Estados Americanos. O referido Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, na-
relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da solução cionais dos Estados-membros da Organização, eleitos a
alcançada. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe título pessoal dentre juristas da mais alta autoridade mo-
-á proporcionada a mais ampla informação possível. ral, de reconhecida competência em matéria de direitos
Obtida a conciliação será redigido um relatório, que humanos, que reúnam as condições requeridas para o
será encaminhado a todos Estados-partes da Convenção exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo
e transmitido ao Secretário Geral da OEA, contendo uma com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado
breve exposição dos fatos e da solução alcançada. que os propuser como candidatos.
2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionali-
Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro dade.
do prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redi- São 7 os membros, todos de nacionalidade diferente.
girá um relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões. Cada qual deve ser nacional de algum Estado-membro da
Se o relatório não representar, no todo ou em parte, o acordo OEA, jurista de alta autoridade moral e reconhecida com-
unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá petência na área, reunindo condições para exercício das
agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também mais elevadas funções judiciais conforme requisitos do país
se agregarão ao relatório as exposições verbais ou escritas pelo qual é indicado. por exemplo, no Brasil, seria a capaci-
que houverem sido feitas pelos interessados em virtude do dade de exercer um cargo de ministro perante os Tribunais
inciso 1, “e”, do artigo 48. Superiores.
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessa-
dos, aos quais não será facultado publicá-lo.

77
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em vo- Artigo 56 - O quorum para as deliberações da Corte é
tação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados constituído por cinco juízes.
-partes na Convenção, na Assembleia Geral da Organização, Ao menos 5 juízes da Corte devem participar da deci-
a partir de uma lista de candidatos propostos pelos mesmos são.
Estados.
Haverá uma eleição com voto secreto, exigido quórum Artigo 57 - A Comissão comparecerá em todos os casos
de maioria absoluta (mais da metade de todos Estados perante a Corte.
-partes da Convenção). Ainda que a Comissão não leve o caso à Corte, sempre
2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três será ouvida.
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
qualquer outro Estado-membro da Organização dos Estados Artigo 58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar que for de-
Americanos. Quando se propuser um lista de três candida- terminado, na Assembleia Geral da Organização, pelos Esta-
tos, pelo menos um deles deverá ser nacional do Estado di- dos-partes na Convenção, mas poderá realizar reuniões no
ferente do proponente. território de qualquer Estado-membro da Organização dos
Regra idêntica à da Comissão. Estados Americanos em que considerar conveniente, pela
maioria dos seus membros e mediante prévia aquiescência
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um do Estado respectivo. Os Estados-partes na Convenção po-
período de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O dem, na Assembleia Geral, por dois terços dos seus votos,
mandato de três dos juízes designados na primeira eleição mudar a sede da Corte.
expirará ao cabo de três anos. Imediatamente depois da re- 2. A Corte designará seu Secretário.
ferida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia 3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir
Geral, os nomes desse três juízes. às reuniões que ela realizar fora da mesma.
Mandato de 6 anos, aceita uma reeleição. A sede da Corte fica em São José, na Costa Rica. po-
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não dendo realizar reuniões em outras localidades. Somente o
haja expirado, completará o período deste.
secretário obrigatoriamente residirá na sede.
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o térmi-
no dos seus mandatos. Entretanto, continuarão funcionando
Artigo 59 - A Secretaria da Corte será por esta esta-
nos casos de que já houverem tomado conhecimento e que
belecida e funcionará sob a direção do Secretário Geral da
se encontrem em fase de sentença e, para tais efeitos, não
Organização em tudo o que não for incompatível com a in-
serão substituídos pelos novos juízes eleitos.
dependência da Corte. Seus funcionários serão nomeados
Mesmo após o mandato de 6 anos, independente de
pelo Secretário Geral da Organização, em consulta com o
reeleição, os juízes continuarão julgando os casos que esti-
Secretário da Corte.
verem sendo processados perante eles.
Diferente da Comissão, a Corte possui uma secretaria
Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos Es- específica, a qual será dirigida pelo Secretário geral da OEA,
tados-partes em caso submetido à Corte, conservará o seu que nomeará funcionários após consultado o Secretário da
direito de conhecer do mesmo. Corte, respeitada sempre a independência da Corte.
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de
nacionalidade de um dos Estados-partes, outro Estado-parte Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e submetê
no caso poderá designar uma pessoa de sua escolha para -lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu Re-
integrar a Corte, na qualidade de juiz ad hoc. gimento.
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, Foi aprovado pela resolução AG/RES n° 448 (IX-O/79),
nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes, cada um adotada pela Assembleia Geral da OEA, em seu Nono Pe-
destes poderá designar um juiz ad hoc. ríodo Ordinário de Sessões, realizado em La Paz, Bolívia,
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no outubro de 1979.
artigo 52.
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o Seção 2 - Competência e funções
mesmo interesse no caso, serão considerados como uma só
parte, para os fins das disposições anteriores. Em caso de Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comis-
dúvida, a Corte decidirá. são têm direito de submeter um caso à decisão da Corte.
Se algum juiz do caso foi nacional de um dos Estados 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é
-parte não precisará se afastar, mas o seu país não poderá necessário que sejam esgotados os processos previstos nos
indicar um juiz ad hoc. Quando não for nacional, ambos artigos 48 a 50.
Estados-partes poderão indicar o juiz ad hoc, mas se forem Atenção: diferente do que ocorre nas Comissões, não é
muitos os Estados-partes com o mesmo interesse eles se- qualquer pessoa que pode submeter um caso à Corte, mas
rão considerados como uma única parte (indicando um só somente Estados-partes e a própria Comissão.
juiz ad hoc).

78
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do Trata-se da competência consultiva da Corte. Afinal, a
depósito do seu instrumento de ratificação desta Conven- Corte não serve apenas para julgar litígios, mas para acon-
ção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, selhar e direcionar o cumprimento das normas de direitos
declarar que reconhece como obrigatória, de pleno direito e humanos, o que inclui fazer interpretações que esclareçam
sem convenção especial, a competência da Corte em todos dúvidas dos Estados-membros. Obs.: A Comissão também
os casos relativos à interpretação ou aplicação desta Con- possui competência consultiva.
venção. 2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da Orga-
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou nização, poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade
sob condição de reciprocidade, por prazo determinado ou entre qualquer de suas leis internas e os mencionados ins-
para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secretário trumentos internacionais.
Geral da Organização, que encaminhará cópias da mesma Esta é uma das situações em que a Corte poderá emitir
a outros Estados-membros da Organização e ao Secretário parecer no exercício da competência consultiva.
da Corte.
3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer Artigo 65 - A Corte submeterá à consideração da As-
caso, relativo à interpretação e aplicação das disposições sembleia Geral da Organização, em cada período ordinário
desta Convenção, que lhe seja submetido, desde que os Es- de sessões, um relatório sobre as suas atividades no ano an-
tados-partes no caso tenham reconhecido ou reconheçam terior. De maneira especial, e com as recomendações perti-
a referida competência, seja por declaração especial, como nentes, indicará os casos em que um Estado não tenha dado
prevêem os incisos anteriores, seja por convenção especial. cumprimento a suas sentenças.
No momento do depósito do instrumento de ratifi- O artigo especifica quando e como a Corte deverá
cação ou posteriormente o Estado-parte pode reconhe- apresentar relatório de suas atividades: ele é anual e infor-
cer como obrigatória a competência da Corte, de maneira ma as recomendações feitas e as medidas que tenham sido
condicionada ou incondicionada - é a chamada declara- ou não cumpridas.
ção especial. Por convenção especial entende-se um tipo
de tratado internacional com este fim. É preciso ao menos Seção 3 - Processo
uma das duas para que a Corte possa apreciar o caso rela-
tivo ao Estado-parte. Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser fundamen-
tada.
Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve violação de A Corte deve justificar sua decisão, referindo-se às pro-
um direito ou liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte vas dos autos e às normas de direitos humanos vigentes.
determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do seu 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a
direito ou liberdade violados. Determinará também, se isso opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a que
for procedente, que sejam reparadas as consequências da se agregue à sentença o seu voto dissidente ou individual.
medida ou situação que haja configurado a violação des- Se o voto não for unânime, ou seja, o mesmo para to-
ses direitos, bem como o pagamento de indenização justa à dos, o voto dissidente ou diverso será juntado à sentença
parte lesada. e não ignorado.
O artigo resume neste inciso as providências que a
Corte pode determinar, basicamente: que seja assegurado Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e ina-
o direito ou liberdade violado e, se o caso, que sejam re- pelável. Em caso de divergência sobre o sentido ou alcance
paradas as consequências da violação, além do pagamento da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer
de indenização ao lesado. das partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quan- noventa dias a partir da data da notificação da sentença.
do se fizer necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a A sentença é definitiva e inapelável, ou seja, não é pos-
Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá to- sível interpor recurso para nenhum órgão, nem mesmo a
mar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se Assembleia Geral da OEA. No máximo, é possível pedir em
se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos até 90 dias esclarecimentos sobre o seu conteúdo.
ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Mesmo antes do final do julgamento a Corte pode to- Artigo 68 - 1. Os Estados-partes na Convenção compro-
mar providências provisórias. Também pode intervir quan- metem-se a cumprir a decisão da Corte em todo caso em
do o caso ainda estiver na Comissão, desde que esta re- que forem partes.
queira. 2. A parte da sentença que determinar indenização
compensatória poderá ser executada no país respectivo pelo
Artigo 64 - 1. Os Estados-membros da Organização processo interno vigente para a execução de sentenças con-
poderão consultar a Corte sobre a interpretação desta Con- tra o Estado.
venção ou de outros tratados concernentes à proteção dos A decisão da Corte deverá ser cumprida pelos Estados
direitos humanos nos Estados americanos. Também poderão -partes, sob pena de sanção internacional.
consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no Eventual indenização a ser paga pelo Estado-parte
capítulo X da Carta da Organização dos Estados America- será processada conforme as normas de execução internas,
nos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. logo, a sentença é título executivo.

79
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada às par- PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
tes no caso e transmitida aos Estados-partes na Convenção. Capítulo X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA,
Assim é conferida publicidade à sentença não só quanto EMENDA, PROTOCOLO E DENÚNCIA
aos envolvidos, mas quanto a todos Estados-partes, que ficarão
cientes do posicionamento da Corte em relação a certa ma- Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à assinatura e
téria, podendo eventualmente corrigir alguma postura interna. à ratificação de todos os Estados-membros da Organização
dos Estados Americanos.
Capítulo IX - DISPOSIÇÕES COMUNS 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efe-
tuar-se-á mediante depósito de um instrumento de ratifi-
Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Comis- cação ou adesão na Secretaria Geral da Organização dos
são gozam, desde o momento da eleição e enquanto durar o Estados Americanos. Esta Convenção entrará em vigor logo
seu mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes diplo- que onze Estados houverem depositado os seus respectivos
máticos pelo Direito Internacional. Durante o exercício dos seus instrumentos de ratificação ou de adesão. Com referência
cargos gozam, além disso, dos privilégios diplomáticos necessá- a qualquer outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir
rios para o desempenho de suas funções. ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do de-
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum pósito do seu instrumento de ratificação ou adesão.
dos juízes da Corte, nem dos membros da Comissão, por votos 3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-
e opiniões emitidos no exercício de suas funções. membros da Organização sobre a entrada em vigor da Con-
As imunidades diplomáticas no curso do mandato são venção.
conferidas aos juízes da Comissão e da Corte. A Convenção é um tratado internacional firmado no
Estes juízes não poderão ser responsabilizados por seus âmbito da Organização dos Estados Americanos, somente
votos e opiniões, o que influenciaria na independência com a podendo ser assinado e ratificado por Estados que a com-
qual devem atuar em suas funções. põem. Assinatura e ratificação são dois atos diferentes: a
assinatura é o ato pelo qual a autoridade competente assu-
Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da
me o compromisso de cumprir o tratado internacional que
Comissão são incompatíveis com outras atividades que possam
se segue à negociação; ratificação é a confirmação deste
afetar sua independência ou imparcialidade, conforme o que
compromisso após o crivo do Poder Legislativo do Estado
for determinado nos respectivos Estatutos.
mediante o depósito do instrumento na Secretaria Geral.
O juiz não pode assumir obrigações incompatíveis com o
A convenção entrou em vigor em 18 de julho de 1978,
cargo que exerce. Por exemplo, ministro de Estado num dos
quando onze Estados já haviam depositado o instrumento
Estados-partes da Convenção.
de adesão.
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comis-
são perceberão honorários e despesas de viagem na forma e Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reser-
nas condições que determinarem os seus Estatutos, levando vas em conformidade com as disposições da Convenção de
em conta a importância e independência de suas funções. Tais Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio
honorários e despesas de viagem serão fixados no orçamento de 1969.
-programa da Organização dos Estados Americanos, no qual A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
devem ser incluídas, além disso, as despesas da Corte e da sua (CVDT), adotada em 22 de maio de 1969, codificou o di-
Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio reito internacional consuetudinário referente aos tratados.
projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assem- A Convenção entrou em vigor em 27 de janeiro de 1980.
bleia Geral, por intermédio da Secretaria Geral. Esta última não
poderá nele introduzir modificações. Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e
O artigo abrange o custeio dos juízes. a Comissão e a Corte, por intermédio do Secretário Geral,
podem submeter à Assembleia Geral, para o que julgarem
Artigo 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da conveniente, proposta de emendas a esta Convenção.
Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da Organi- 2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que
zação resolver sobre as sanções aplicáveis aos membros da as ratificarem, na data em que houver sido depositado o
Comissão ou aos juízes da Corte que incorrerem nos casos pre- respectivo instrumento de ratificação, por dois terços dos
vistos nos respectivos Estatutos. Para expedir uma resolução, Estados-partes nesta Convenção. Quanto aos outros Estados
será necessária maioria de dois terços dos votos dos Estados- -partes, entrarão em vigor na data em que eles depositarem
membros da Organização, no caso dos membros da Comissão; os seus respectivos instrumentos de ratificação.
e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes na
Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. Artigo 77 - 1. De acordo com a faculdade estabelecida
Somente o órgão ao qual o juiz pertence - Comissão ou no artigo 31, qualquer Estado-parte e a Comissão podem
Corte - poderá requerer à Assembleia Geral a aplicação de submeter à consideração dos Estados-partes reunidos por
sanção por violação do respectivo estatuto. Tal sanção será ocasião da Assembleia Geral projetos de Protocolos adicio-
aplicada mediante resolução, exigindo-se quorum de 2/3 nais a esta Convenção, com a finalidade de incluir progres-
(qualificado) dos Estados-membros para os juízes da Corte e sivamente, no regime de proteção da mesma, outros direitos
dos Estados-partes da Convenção para os juízes da Comissão. e liberdades.

80
NOÇÕES DE DIREITO

2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre
sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os Esta- os candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
dos-partes no mesmo. 81, por votação secreta dos Estados-partes, na Assembleia
Os Estados-partes podem propor alterações ou com- Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que obtive-
plementações à Convenção, seja ao seu texto, seja por pro- rem o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos
tocolos complementares, sendo necessária a adesão dos dos representantes dos Estados-partes. Se, para eleger todos
demais Estados-partes. os juízes da Corte, for necessário realizar várias votações,
serão eliminados sucessivamente, na forma que for deter-
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar esta minada pelos Estados-partes, os candidatos que receberem
Convenção depois de expirado o prazo de cinco anos, a par- menor número de votos.
tir da data em vigor da mesma e mediante aviso prévio de Os artigos 79 a 82 trazem as regras para a formação
um ano, notificando o Secretário Geral da Organização, o dos dois órgãos criados pela Convenção, a Comissão Inte-
qual deve informar as outras partes. ramericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado de Direitos Humanos.
-parte interessado das obrigações contidas nesta Conven-
ção, no que diz respeito a qualquer ato que, podendo cons- Adotada e aberta à assinatura na Conferência Espe-
tituir violação dessas obrigações, houver sido cometido por cializada Interamericana sobre Direitos Humanos, em San
ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito. José de Costa Rica, em 22.11.1969 - ratificada pelo Brasil em
A denúncia é o ato unilateral pelo qual uma Parte Con- 25.09.1992.
tratante manifesta a sua vontade de deixar de ser Parte no
tratado. Abrange somente os atos posteriores a ela, não os “A Convenção Americana estabelece um aparato de
anteriores. monitoramento e implementação dos direitos que enun-
cia. Esse aparato é integrado pela Comissão Interamericana
Capítulo XI - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana”141. Es-
tes dois órgãos ficam, então, vinculados à OEA e são os
Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos Hu- responsáveis pela implementação no plano do continente
manos americano dos direitos humanos garantidos na Convenção,
sendo estudados daqui em diante.
Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Se-
cretário Geral pedirá por escrito a cada Estado-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Organização que apresente, dentro de um prazo de noventa
dias, seus candidatos a membro da Comissão Interamerica- A Comissão é anterior à Corte em mais de 20 anos,
na de Direitos Humanos. O Secretário Geral preparará uma aliás, é anterior à Convenção Americana de Direitos Hu-
lista por ordem alfabética dos candidatos apresentados e a manos, atuando antes de 1969 com base na Carta da OEA
encaminhará aos Estados-membros da Organização, pelo e na DUDH. Em se tratando de um mecanismo de proces-
menos trinta dias antes da Assembleia Geral seguinte. samento individual, seu uso “[...] deve ser encarado como
parte de um processo de lutas políticas e sociais históri-
Artigo 80 - A eleição dos membros da Comissão far-se-á cas, pela efetiva melhora das condições de vida dos grupos
dentre os candidatos que figurem na lista a que se refere o mais vulneráveis da sociedade brasileira. Nesta perspecti-
artigo 79, por votação secreta da Assembleia Geral, e serão va, as organizações não-governamentais brasileiras devem
declarados eleitos os candidatos que obtiverem maior núme- acionar o sistema interamericano de forma estratégica e
ro de votos e a maioria absoluta dos votos dos representan- paralela às suas ações no âmbito interno”142. São raros os
tes dos Estados-membros. Se, para eleger todos os membros instrumentos de proteção internacional dos direitos huma-
da Comissão, for necessário realizar várias votações, serão nos que permitem o acesso direto por indivíduos ou gru-
eliminados sucessivamente, na forma que for determinada pos que o representem, sendo este o principal mérito da
pela Assembleia Geral, os candidatos que receberem maior Comissão em estudo neste tópico.
número de votos. a) Composição
Nos termos do artigo 34 da CADH, a Comissão será
Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Huma- composta por 7 membros, dotados de alta autoridade
nos moral e de reconhecido saber em matéria de direitos
humanos. Tais critérios são bastante subjetivos, tanto que
Artigo 81 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Se- nem é preciso formação em Direito.
cretário Geral pedirá a cada Estado-parte que apresente,
dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz 141 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucio-
da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário nal internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos candida- 142 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
tos apresentados e a encaminhará aos Estados-partes pelo de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
menos trinta dias antes da Assembleia Geral seguinte. Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

81
NOÇÕES DE DIREITO

Embora composta de 7 membros, a Comissão repre- com a legislação interna dos Estados-membros; b) caráter
senta todos os membros da OEA (artigo 35, CADH), isto é, protetivo: proteção dos direitos humanos mediante super-
a representatividade dos Estados perante a Comissão não visão da conduta dos Estados referentes às obrigações in-
é direta. ternacionais quanto aos direitos humanos, autorizada a in-
Os Estados-membros irão propor candidatos, forman- vestigação de fatos que podem chegar a ela por denúncia
do uma lista. Cada qual indicará até três candidatos e, pos- individual e a elaboração de relatórios especiais.
suindo sua lista este número, um deles deverá ser de outra Os mesmos relatórios e estudos que os Estados-partes
nacionalidade (artigo 36, CADH). submetem às Comissões Executivas do Conselho Interame-
O mandato é de 4 anos, aceita uma reeleição, estabele- ricano Econômico e Social e do Conselho Interamericano
cendo-se no artigo 37 uma regra de transição que permita de Educação, Ciência e Cultura deverão ser enviados à Co-
a alternância a cada dois anos. Segundo o mesmo dispo- missão, com os fins dela zelar pelas normas econômicas,
sitivo, não é permitido que dois nacionais do mesmo país sociais e sobre educação, ciência e cultura vigentes no âm-
componham a Comissão. bito da OEA (artigo 42, CADH).
O Conselho Permanente da Organização preencherá as Também para assegurar que a Comissão desempenhe
vagas que surjam por motivos diversos de fim de mandato, suas funções, os Estados-partes deverão proporcionar a ela
por exemplo, morte ou renúncia do membro da Comissão as informações solicitadas sobre a maneira pela qual seu
(artigo 38, CADH). direito interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer
disposições da Convenção (artigo 43, CADH).
b) Funcionamento
Nos termos do artigo 39, “a Comissão elaborará seu d) Legitimidade ativa
estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e Nos termos do artigo 44 da CADH, “qualquer pessoa
expedirá seu próprio Regulamento”. O regulamento da Co- ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental
missão discrimina como se dá a sua atuação em detalhes. legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros
Por sua vez, o Estatuto da Comissão foi aprovado pela re- da Organização, pode apresentar à Comissão petições que
solução AG/RES n. 447 (IX-O/79), adotada pela Assembleia contenham denúncias ou queixas de violação desta Con-
Geral da OEA, em seu Nono Período Ordinário de Sessões, venção por um Estado-parte”. Logo, pessoas da sociedade
realizado em La Paz, Bolívia, em outubro de 1979. Nota-se
e grupos que a representam possuem legitimidade perante
que o Regulamento não passa pelo crivo da Assembleia,
este órgão internacional.
mas somente o Estatuto. Isto é coerente porque enquanto
Também os Estados-partes podem ser legitimados ati-
o Regulamento é mais formal, tratando de questões liga-
vos quando alegue haver outro Estado-parte incorrido em
das ao modo de atuação da Comissão, o Estatuto é mais
violações dos direitos humanos estabelecidos nesta Con-
profundo, trazendo princípios e finalidades que regem a
venção, mas é preciso que se faça uma declaração de com-
Comissão.
petência. Seja no momento de depósito da ratificação, seja
Quanto ao órgão que movimenta administrativamente
posteriormente, o Estado-parte pode reconhecer a compe-
a Comissão, isto é, desempenha os serviços de secretaria,
trata-se da própria Secretaria Geral da Organização (artigo tência da Comissão para receber e examinar comunicações
40, CADH), não havendo então secretaria específica para a de um Estado-parte a respeito de outro Estado-parte que
Comissão. tenha cometido violações. Se não reconhecê-la, não pode-
c) Funções rá apresentar comunicações neste sentido. No entanto, a
O artigo 41 da CADH permite uma compreensão clara declaração pode ser feita por tempo determinado ou para
a respeito das funções da Comissão: fomentar a consciên- casos específicos (não precisa ser por tempo indefinido),
cia do dever de respeito aos direitos humanos, formular sendo depositada na Secretaria Geral da OEA. (artigo 45,
recomendações a Estados-membros que estejam violando CADH).
a Convenção, além de atender a consultas que estes façam,
podendo redigir estudos e relatórios e solicitar informa- e) Requisitos de admissibilidade
ções para tanto, finalizando com a obrigação de apresentar Antes de verificar a admissibilidade, a Comissão analisa
relatório anual sobre sua atuação. se estão presentes os pré-requisitos processuais, se pode
Galli e Dulitzky143 dividem as competências da Comis- apurar o objeto da petição e se os fatos ocorreram antes da
são na seguinte sistemática: a) caráter promocional: asses- ratificação da Convenção pelo Estado.
soria aos Estados para reforçar a consciência sobre a im- Estabelece o artigo 46 da CADH: “Para que uma peti-
portância dos direitos humanos entre os povos das Amé- ção ou comunicação apresentada de acordo com os arti-
ricas, incluindo funções consultivas além de funções de gos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
assessoramento, podendo elaborar tratados, interpretar a a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da
Convenção Americana e determinar a compatibilidade dela jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito
Internacional geralmente reconhecidos; b) que seja apre-
143 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera- sentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data
mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha
de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma- sido notificado da decisão definitiva; c) que a matéria
nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. da petição ou comunicação não esteja pendente de outro

82
NOÇÕES DE DIREITO

processo de solução internacional; e d) que, no caso do Como a Convenção não traz critérios rígidos de valora-
artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a ção, aceita-se qualquer meio capaz de averiguar a verdade
profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pes- dos fatos, incluindo documentos (textos de leis e decretos,
soas ou do representante legal da entidade que submeter passaportes, registros de imigração, documentos adminis-
a petição. 2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1 trativos, sentenças e decisões nacionais, cartas privadas,
deste artigo não se aplicarão quando: a) não existir, na le- fotografias, gravações, reportagens, entre outros), teste-
gislação interna do Estado de que se tratar, o devido pro- munhas, presunções e indícios, etc144.
cesso legal para a proteção do direito ou direitos que se “Apesar de ter um papel aparentemente passivo nes-
alegue tenham sido violados; b) não se houver permitido ta fase do trâmite da denúncia, a Comissão está avalian-
ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos do os fatos apresentados e a solidez das provas. Durante
recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impe- esta fase do procedimento, o peticionário deve assumir
dido de esgotá-los; e c) houver demora injustificada na um papel ativo, impulsionando o procedimento através da
decisão sobre os mencionados recursos”. apresentação de escritos contendo informações adicionais,
O artigo 46 é incidente em concursos, trazendo os re- solicitando diligências, ou requerendo audiências para pro-
quisitos para que a petição ou comunicação seja proces- dução de prova testemunhal”145.
sada pela Comissão: esgotamento de recursos no plano É possível abreviar estas etapas no caso de uma de-
interno, a partir do qual se conta um prazo de 6 meses, núncia grave, procedendo desde logo com a investigação,
que não esteja pendente outra busca de solução interna- desde que com autorização do Estado, respeitados ainda
cional e identificação da pessoa ou grupo de pessoas ou os requisitos de admissibilidade (artigo 48, CADH).
entidade não-governamental (se for o caso). Dispensa-se Obtida a solução amistosa descrita no artigo 48, se re-
o esgotamento de recursos e a consequente passagem de digirá um relatório, que será encaminhado a todos Esta-
6 meses como prazo quando não existir normas de prote- dos-partes da Convenção e transmitido ao Secretário Ge-
ção ao devido processo legal no Estado, quando tiver sido ral da OEA, contendo uma breve exposição dos fatos e da
impedido ou dificultado o acesso ao Judiciário no país ou solução alcançada, e também se dará ampla informação a
quando houver demora sem motivos para o processamen- quaisquer partes no caso que solicitar (artigo 49, CADH).
No procedimento de solução amistosa, em que a Co-
to interno.
missão exerce um papel estritamente político e diplomá-
Neste sentido, o artigo 47 estabelece que a Comissão
tico, exige-se do Estado envolvido que esteja pronto para
fará um exame prévio da petição ou comunicação para de-
atuar com boa-fé e fazer concessões. Ele permite que as
cidir se irá processá-la ou arquivá-la, avaliando os seguin-
partes negociem sobre medidas concretas de reparação às
tes requisitos: os descritos no artigo anterior e expostos
violações de direitos humanos alegadas, fornecendo van-
acima, exposição dos fatos que caracterizam violação dois
tagens para todos envolvidos: permite que as discussões
direitos garantidos pela Convenção, não ser a petição ma-
e negociações se iniciem com intermediação e fiscalização
nifestamente infundada ou evidentemente improcedente,
de um órgão internacional independente que é a Comis-
não se tratar de reprodução de petição ou comunicação são, bem como oferece soluções mais efetivas e rápidas
anterior, já examinada pela Comissão ou por outro orga- quando o compromisso firmado é cumprido em respeito
nismo internacional. ao princípio da boa-fé146.
Não obtida a conciliação, será expedido um relatório,
f) Processo no qual se decidirá se houve de fato violação de direitos
A comunicação ou petição passou pelo crivo do arti- humanos e serão formuladas proposições e recomenda-
go 47 e será processada. O primeiro passo é a solicitação ções, se o caso. A ele serão agregados eventuais votos dis-
de informações do governo ao qual pertença a autoridade sidentes e exposições dos interessados. Será encaminhado
apontada como responsável pela violação, informando o aos Estados interessados que não poderão publicá-lo. (ar-
conteúdo da comunicação ou petição, fixando-se prazo. tigo 50, CADH).
Recebidas as informações ou transcorrido o prazo de-
cidirá se continuará o processamento da petição ou comu-
nicação, arquivando-a se não subsistirem os fundamentos 144 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
da petição, decidindo pela improcedência ou pela inad- mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
missibilidade com base nas novas provas ou informações, Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
ou dando o próximo passo para a continuidade (artigo 48, nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
CADH). 145 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
Decidido continuar o expediente, produz-se provas, mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
com o devido exame do assunto exposto na petição e de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
eventual investigação, a qual os Estados envolvidos devem Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
facilitar. Poderá, ainda, pedir informações. Deve, ainda, se nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
colocar à disposição para uma solução amigável. (artigo 48, 146 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
CADH). de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

83
NOÇÕES DE DIREITO

Em três meses o Estado-parte no qual ocorreu a viola- Nos termos do artigo 55 da CADH, se algum juiz do
ção deve apresentar uma solução ou levar o caso à Corte caso foi nacional de um dos Estados-partes não precisará se
Interamericana de Direitos Humanos; ou, se a Comissão afastar, mas o seu país não poderá indicar um juiz ad hoc.
não levar o caso à Corte reconhecendo sua competência Quando não for nacional, ambos Estados-partes poderão in-
para o julgamento daquele caso, ela mesma poderá emitir dicar o juiz ad hoc, mas se forem muitos os Estados-partes
sua opinião e conclusões sobre a questão, num julgamento com o mesmo interesse eles serão considerados como uma
conclusivo. Este julgamento conclusivo irá trazer as provi- única parte (indicando um só juiz ad hoc).
dências esperadas do Estado-parte em certo prazo, após o Ao menos 5 juízes da Corte devem participar da decisão
qual se decidirá se ele tomou ou não tais medidas assecu- (artigo 56, CADH).
ratórias num relatório final. (artigo 51, CADH).
A Comissão confere um prazo de três meses para que b) Funcionamento
suas recomendações sejam cumpridas a contar da notifi- De início, destaca-se que a Comissão comparecerá em
cação e, se não o forem, ela decidirá se o caso será ou não todos os casos perante a Corte, isto é, ainda que a Comis-
levado à Corte. Para a Comissão levar o caso à Corte é pre- são não leve o caso à Corte, sempre será ouvida (artigo 57,
ciso que o Estado tenha aceito a competência dela, senão o CADH).
caso continua tramitando na Comissão. Esta decisão sobre A sede da Corte fica em São José, na Costa Rica, como
o envio ou não do caso para a Corte tem caráter estrita- decidido em Assembleia Geral, podendo realizar reuniões
mente discricionário e não é obrigatória. No mais, está su- em outras localidades. Somente o secretário designado pela
jeita ao prazo de caducidade de três meses contados a par- Corte obrigatoriamente residirá na sede. (artigo 58, CADH).
tir da data em que a Comissão encaminha o relatório para Diferente da Comissão, a Corte possui uma secretaria es-
o Estado. Esta decisão deverá ser orientada para o alcance pecífica, a qual será dirigida pelo Secretário-Geral da OEA,
da efetiva proteção dos direitos humanos naquele caso es- que nomeará funcionários após consultado o Secretário da
pecífico, notadamente quando o caso for muito grave ou Corte, respeitada sempre a independência da Corte (artigo
quando por sua complexidade e transcendência merecer 59, CADH).
ser analisado pela Corte.147 O Estatuto elaborado pela Corte foi aprovado pela re-
solução AG/RES n. 448 (IX-O/79), adotada pela Assembleia
Geral da OEA, em seu Nono Período Ordinário de Sessões,
Corte Interamericana de Direitos Humanos
realizado em La Paz, Bolívia, outubro de 1979. Já seu Regula-
mento não se sujeita a tal aprovação (artigo 60, CADH).
a) Composição
A Corte é composta de sete juízes, de nacionalidades
c) Funções
diferentes, nacionais dos Estados-membros da Organiza-
O artigo 63 da CADH resume as providências que a Corte
ção, eleitos dentre juristas de alta autoridade moral e de
pode determinar, basicamente: que seja assegurado o gozo
reconhecida competência em matéria de direitos huma- do direito ou liberdade violados e, se o caso, que sejam repa-
nos, que reúnam as condições requeridas para o exercício radas as consequências da violação, além do pagamento de
das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei indenização ao lesado. Prossegue o dispositivo esclarecendo
do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os que mesmo antes do final do julgamento a Corte pode tomar
propuser como candidatos (artigo 52, CADH). Quanto ao providências provisórias, bem como pode intervir quando o
requisito de possuir condições para o exercício dos mais caso ainda estiver na Comissão, desde que esta requeira.
altos cargos judiciários do país, seria, no Brasil, atender aos Já o artigo 64 da CADH da competência consultiva
critérios para ser ministro de um Tribunal Superior. da Corte, que poderá ser exercida pelos Estados-membros
Tais juízes serão eleitos por voto secreto, exigido quó- quanto à interpretação da Convenção e de tratados correla-
rum de maioria absoluta (mais da metade de todos Estados tos à proteção dos direitos humanos, bem como pelos órgãos
-partes da Convenção). Cada Estado-parte pode propor até da OEA. Há também a possibilidade de um Estado-membro
3 candidatos e, o fazendo, deverá indicar ao menos 1 que buscar parecer a respeito da compatibilidade de seu ordena-
não seja seu nacional (artigo 53, CADH). mento interno com os mecanismos internacionais. Afinal, a
O mandato durará 6 anos, aceita uma reeleição, esta- Corte não serve apenas para julgar litígios, mas para acon-
belecendo-se regra de transição para a alternância trienal selhar e direcionar o cumprimento das normas de direitos
dos juízes. No caso de eleição para substituir juiz cujo man- humanos, o que inclui fazer interpretações que esclareçam
dato não tenha expirado, por exemplo, que tenha falecido dúvidas dos Estados-membros.
ou renunciado, será completado o período do mandato an- Assim, “a Corte possui uma função contenciosa, que in-
terior. Mesmo após o mandato de 6 anos, independente de clui o recebimento e trâmite de casos individuais de violação
reeleição, os juízes continuarão julgando os casos que esti- de direitos humanos, e uma função consultiva. Nos primeiros
verem sendo processados perante eles. (artigo 54, CADH). anos de seu funcionamento, a Corte fortaleceu a proteção
internacional dos direitos humanos através da emissão de
147 GALLI, Maria Beatriz; KRSTICEVIC, Viviana; DULITZKY, opiniões consultivas. As opiniões consultivas contribuíram
Ariel E. A Corte Interamericana de Direitos Humanos: aspectos procedimen-
para a interpretação e consequente ampliação de alguns di-
tais e estruturais de seu funcionamento. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVE-
SAN, Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos
reitos consagrados na Convenção Americana sobre Direitos
humanos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. Humanos”148.
83-86. 148 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-

84
NOÇÕES DE DIREITO

A Corte tem ainda a função de apresentar relatório de f) Sentença


suas atividades à Assembleia: ele é anual e informa as re- A Corte deve justificar sua decisão, referindo-se às pro-
comendações feitas e as medidas que tenham sido ou não vas dos autos e às normas de direitos humanos vigentes.
cumpridas (artigo 65, CADH). Se o voto não for unânime, ou seja, o mesmo para todos,
o voto dissidente ou diverso será juntado à sentença e não
d) Legitimidade ativa ignorado. (artigo 66, CADH).
Diferente do que ocorre nas Comissões, não é qualquer A sentença é definitiva e inapelável, ou seja, não é pos-
pessoa que pode submeter um caso à Corte, mas somente sível interpor recurso para nenhum órgão, nem mesmo à
Estados-partes e a própria Comissão, não se atingindo so- Assembleia Geral da OEA. No máximo, é possível pedir em
lução perante esta (artigo 61, CADH). até 90 dias da notificação da sentença esclarecimentos so-
No momento do depósito do instrumento de ratifica- bre o seu conteúdo. (artigo 67, CADH).
ção ou posteriormente o Estado-parte pode reconhecer A decisão da Corte deverá ser cumprida pelos Estados
como obrigatória a competência da Corte, de maneira con- -partes, sob pena de sanção internacional. Eventual indeni-
dicionada ou incondicionada - é a chamada declaração es- zação a ser paga pelo Estado-parte será processada con-
pecial. Também é possível reconhecer tal competência por forme as normas de execução internas (artigo 68, CADH),
convenção especial, que é um tipo de tratado internacional logo, a sentença é título executivo.
com este fim. É preciso ao menos uma das duas para que a A sentença pronuncia-se sobre a responsabilidade do
Corte possa apreciar o caso relativo ao Estado-parte (artigo Estado demandado pelos fatos apresentados e dispõe so-
62, CADH). Não havendo reconhecimento de competência, bre o seu dever de garantir à vítima o gozo do direito ou
não é possível figurar nem no polo ativo, nem no passivo liberdade violados, decidindo sobre as reparações e indeni-
de processo perante a Corte. zações respectivas, além do eventual pagamento de custas.
Neste sentido, a sentença não tem um caráter meramen-
e) Requisitos de admissibilidade te declaratório da violação cometida pelo Estado, mas, ao
“Sobre a admissibilidade da demanda, a interpretação contrário, requer que o mesmo adote medidas concretas
da própria Corte sobre o prazo de três meses, transcorridos para reparar as violações aos direitos da Convenção Ame-
desde a notificação do relatório ao Estado pela Comissão, ricana.
é de que o mesmo não é fatal e pode ser prorrogado. Além É conferida publicidade à sentença não só quanto aos
disso, a Corte determinou que a segurança jurídica exige envolvidos, mas quanto a todos Estados-partes (artigo 69,
que os Estados respeitem os prazos, e que a Comissão não CADH), que ficarão cientes do posicionamento da Corte
faça uso arbitrário dos mesmos, principalmente em relação em relação a certa matéria, podendo eventualmente corri-
aos prazos estabelecidos pela Convenção Americana”149. gir alguma postura interna.
Assim, embora nos termos da Convenção a submissão do
caso pela Comissão à Corte se sujeite ao prazo de cadu- Disposições comuns à Corte e à Comissão
cidade de três meses contados a partir da data em que
a Comissão encaminha o relatório para o Estado, a Corte As imunidades diplomáticas no curso do mandato são
relativizou a previsão, aceitando que o caso seja encami- conferidas aos juízes da Comissão e da Corte. Estes juízes
nhado após o prazo. não poderão ser responsabilizados por seus votos e opi-
Ao se defender, o Estado demandado pode apresen- niões, o que influenciaria na independência com a qual de-
tar exceções preliminares por escrito no sentido de ser o vem atuar em suas funções. (artigo 70, CADH).
tribunal incompetente ou não haver admissibilidade da de- O juiz não pode assumir obrigações incompatíveis com
manda, as quais são um incidente processual processado o cargo que exerce, o que é delimitado nos Estatutos da
independente do procedimento relativo ao mérito. Corte e da Comissão (artigo 71, CADH). É incompatível, por
As exceções preliminares são questão prévia apresen- exemplo, ser ministro de Estado num dos Estados-partes
tadas no prazo de 30 dias a contar da notificação, não pa- da Convenção.
ralisando o procedimento de mérito e tramitando em sepa- O artigo 72 da CADH abrange o custeio dos juízes, no-
rado. Nelas, o Estado demandado pode alegar não só que tadamente quanto a honorários e despesas de viagem.
a demanda não preenche os requisitos de admissibilidade, Somente o órgão ao qual o juiz pertence - Comissão
mas também que não atende outro requisito indispensá- ou Corte - poderá requerer à Assembleia Geral a aplicação
vel ao prosseguimento do procedimento, como prescrição, de sanção por violação do respectivo estatuto. Tal sanção
vício insanável ou, o que é comum, omissão de trâmites será aplicada mediante resolução, exigindo-se quórum de
prévios junto à Comissão. 2/3 (qualificado) dos Estados-membros para os juízes da
mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano Corte e dos Estados-partes da Convenção para os juízes da
de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN, Comissão. (artigo 73, CADH).
Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
149 GALLI, Maria Beatriz; DULITZKY, Ariel E. A comissão intera-
mericana de direitos humanos e o seu papel central no sistema interamericano
de proteção dos direitos humanos. In: GOMES, Luís Flávio; PIOVESAN,
Flávia (Coord.). O sistema interamericano de proteção dos direitos huma-
nos e o direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

85
NOÇÕES DE DIREITO

Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Hu-


DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE manos
2009 - APROVA O PROGRAMA NACIONAL DE
O tema “desenvolvimento” tem sido amplamente deba-
DIREITOS HUMANOS - PNDH-3.
tido por ser um conceito complexo e multidisciplinar. Não
existe modelo único e preestabelecido de desenvolvimento,
porém, pressupõe-se que ele deva garantir a livre determi-
Nos termos do artigo 2º do Decreto nº 7.037/2009, os nação dos povos, o reconhecimento de soberania sobre seus
eixos orientadores II e III são compostos das seguintes po- recursos e riquezas naturais, respeito pleno à sua identidade
líticas: cultural e a busca de equidade na distribuição das riquezas.
Durante muitos anos, o crescimento econômico, medido
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Hu- pela variação anual do Produto Interno Bruto (PIB), foi usado
manos: como indicador relevante para medir o avanço de um país.
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento Acreditava-se que, uma vez garantido o aumento de bens e
sustentável, com inclusão social e econômica, ambiental- serviços, sua distribuição ocorreria de forma a satisfazer as
mente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural necessidades de todas as pessoas. Constatou-se, porém, que,
e regionalmente diverso, participativo e não discriminatório; embora importante, o crescimento do PIB não é suficiente
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujei- para causar, automaticamente, melhoria do bem estar para
to central do processo de desenvolvimento; e todas as camadas sociais. Por isso, o conceito de desenvolvi-
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais mento foi adotado por ser mais abrangente e refletir, de fato,
como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
sujeitos de direitos; A teoria predominante de desenvolvimento econômico o
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um define como um processo que faz aumentar as possibilidades
contexto de desigualdades: de acesso das pessoas a bens e serviços, propiciadas pela
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma expansão da capacidade e do âmbito das atividades eco-
nômicas. O desenvolvimento seria a medida qualitativa do
universal, indivisível e interdependente, assegurando a cida-
progresso da economia de um país, refletindo transições de
dania plena;
estágios mais baixos para estágios mais altos, por meio da
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e ado-
adoção de novas tecnologias que permitem e favorecem essa
lescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma não
transição. Cresce nos últimos anos a assimilação das ideias
discriminatória, assegurando seu direito de opinião e parti-
desenvolvidas por Amartya Sem, que abordam o desenvol-
cipação;
vimento como liberdade e seus resultados centrados no bem
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e estar social e, por conseguinte, nos direitos do ser humano.
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade; São essenciais para o desenvolvimento as liberdades e
os direitos básicos como alimentação, saúde e educação. As
Com efeito, os dois eixos orientadores colocados em privações das liberdades não são apenas resultantes da es-
destaque no edital do concurso correspondem aos dois ei- cassez de recursos, mas sim das desigualdades inerentes aos
xos voltados a temas mais amplos dentro do PNDH-3, uma mecanismos de distribuição, da ausência de serviços públi-
vez que o eixo I volta-se à sociedade civil e à participação cos e de assistência do Estado para a expansão das escolhas
popular, o eixo IV à segurança pública e ao acesso à justiça, individuais. Este conceito de desenvolvimento reconhece seu
o eixo V à educação e cultura em direitos humanos e o caráter pluralista e a tese de que a expansão das liberdades
eixo VI ao direito à memória e à verdade. Percebe-se que à não representa somente um fim, mas também o meio para
exceção dos eixos II e III os demais eixos são voltados para seu alcance. Em consequência, a sociedade deve pactuar as
questões mais específicas. políticas sociais e os direitos coletivos de acesso e uso dos
Outra questão que pode ser extraída é que o eixo II recursos. A partir daí, a medição de um índice de desen-
volta-se à proteção dos interesses difusos e coletivos, pro- volvimento humano veio substituir a medição de aumento
movendo uma sociedade bem desenvolvida e na qual a do PIB, uma vez que o Índice de Desenvolvimento Humano
pessoa humana seja sujeito central. Por sua vez, o eixo III (IDH) combina a riqueza  per capita indicada pelo PIB aos
tem como principal preocupação a promoção da igualdade aspectos de educação e expectativa de vida, permitindo,
material, voltando sua atenção para grupos sociais vulnerá- pela primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais não
veis que usualmente são vítimas de atos atentatórios a seus mensurados pelos padrões econométricos.
direitos humanos. No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento eco-
Para fins de estudo e compreensão dos detalhes destes nômico não levou à distribuição justa de renda e riqueza,
dois eixos temáticos é essencial a leitura atenta de seu con- mantendo-se elevados índices de desigualdade. As ações de
teúdo conforme o anexo do Decreto nº 7.037/2009, que Estado voltadas para a conquista da igualdade socioeconô-
segue abaixo. mica requerem ainda políticas permanentes, de longa du-
ração, para que se verifique a plena proteção e promoção
dos Direitos Humanos. É necessário que o modelo de desen-
volvimento econômico tenha a preocupação de aperfeiçoar
os mecanismos de distribuição de renda e de oportunidades

86
NOÇÕES DE DIREITO

para todos os brasileiros, bem como incorpore os valores de Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é
preservação ambiental. Os debates sobre as mudanças cli- capacitar as pessoas e as comunidades a exercerem a ci-
máticas e o aquecimento global, gerados pela preocupação dadania, com direitos e responsabilidades. É incorporar, nos
com a maneira com que os países vêm explorando os recur- projetos, a própria população brasileira, por meio de par-
sos naturais e direcionando o progresso civilizatório, está na ticipação ativa nas decisões que afetam diretamente suas
agenda do dia. Esta discussão coloca em questão os inves- vidas. É assegurar a transparência dos grandes projetos de
timentos em infraestrutura e modelos de desenvolvimento desenvolvimento econômico e mecanismos de compensação
econômico na área rural, baseados, em grande parte, no para a garantia dos Direitos Humanos das populações dire-
agronegócio, sem a preocupação com a potencial violação tamente atingidas.
dos direitos de pequenos e médios agricultores e das popu- Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no
lações tradicionais. Plano Plurianual, como instrumento de garantia de prioriza-
O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas fo- ção orçamentária de programas sociais.
rem protagonistas do processo, pressupondo a garantia de
acesso de todos os indivíduos aos direitos econômicos, so- Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimen-
ciais, culturais e ambientais, e incorporando a preocupação to sustentável, com inclusão social e econômica, am-
com a preservação e a sustentabilidade como eixos estrutu- bientalmente equilibrado e tecnologicamente respon-
rantes de proposta renovada de progresso. Esses direitos têm sável, cultural e regionalmente diverso, participativo e
como foco a distribuição da riqueza, dos bens e serviços. não discriminatório.
Todo esse debate traz desafios para a conceituação so-
bre os Direitos Humanos no sentido de incorporar o desen- * Objetivo estratégico I:
volvimento como exigência fundamental. A perspectiva dos Implementação de políticas públicas de desenvolvimen-
Direitos Humanos contribui para redimensionar o desen- to com inclusão social.
volvimento. Motiva a passar da consideração de problemas - Ações programáticas:
individuais a questões de interesse comum, de bem-estar a) Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento
coletivo, o que alude novamente o Estado e o chama à cor-
social e de combate à fome, visando a inclusão e a promoção
responsabilidade social e à solidariedade.
da cidadania, garantindo a segurança alimentar e nutricio-
Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está sen-
nal, renda mínima e assistência integral às famílias.
do amadurecida como parte de um debate em curso na so-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
ciedade e no governo, incorporando a relação entre os direi-
Combate à Fome
tos econômicos, sociais, culturais e ambientais, buscando a
b) Expandir políticas públicas de geração e transferência
garantia do acesso ao trabalho, à saúde, à educação, à ali-
de renda para erradicação da extrema pobreza e redução
mentação, à vida cultural, à moradia adequada, à previdên-
cia, à assistência social e a um meio ambiente sustentável. A da pobreza.
inclusão do tema Desenvolvimento e Direitos Humanos na Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
11a Conferência Nacional reforçou as estratégias governa- Combate à Fome
mentais em sua proposta de desenvolvimento. c) Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local
Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe instrumentos para redução das desigualdades inter e intrarregionais e o
de avanço e reforça propostas para políticas públicas de re- aumento da autonomia e sustentabilidade de espaços sub
dução das desigualdades sociais concretizadas por meio de -regionais.
ações de transferência de renda, incentivo à economia soli- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
dária e ao cooperativismo, à expansão da reforma agrária, da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimen-
ao fomento da aquicultura, da pesca e do extrativismo e da to Agrário
promoção do turismo sustentável. d) Avançar na implantação da reforma agrária, como
O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente saudá- forma de inclusão social e acesso aos direitos básicos, de
vel e as cidades sustentáveis como Direitos Humanos, pro- forma articulada com as políticas de saúde, educação, meio
põe a inclusão do item “direitos ambientais” nos relatórios de ambiente e fomento à produção alimentar.
monitoramento sobre Direitos Humanos e do item “Direitos Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Humanos” nos relatórios ambientais, assim como fomenta e) Incentivar as políticas públicas de economia solidária,
pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas. de cooperativismo e associativismo e de fomento a pequenas
Nos projetos e empreendimentos com grande impacto e micro empresas.
socioambiental, o PNDH-3 garante a participação efetiva Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
das populações atingidas, assim como prevê ações mitiga- tério do Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades;
tórias e compensatórias. Considera fundamental fiscalizar o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
respeito aos Direitos Humanos nos projetos implementados f) Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo
pelas empresas transnacionais, bem como seus impactos na e ao manejo florestal comunitário ambientalmente susten-
manipulação das políticas de desenvolvimento. Nesse sen- táveis.
tido, avalia como importante mensurar o impacto da bio- Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério
tecnologia aplicada aos alimentos, da nanotecnologia, dos do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvi-
poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e outros mento, Indústria e Comércio Exterior
poluentes inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.

87
NOÇÕES DE DIREITO

g) Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de * Objetivo estratégico II:


monoculturas que geram impacto no meio ambiente e na Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e
cultura dos povos e comunidades tradicionais, tais como eu- agroecológica.
calipto, cana-de-açúcar, soja, e sobre o manejo florestal, a - Ações programáticas:
grande pecuária, mineração, turismo e pesca. a) Garantir que nos projetos de reforma agrária e agri-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos cultura familiar sejam incentivados os modelos de produção
da Presidência da República agroecológica e a inserção produtiva nos mercados formais.
h) Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as for- Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
mas de violência e exploração sexual de crianças e adoles- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
centes nas cadeias produtivas, com base em códigos de con- b) Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca
duta e no Estatuto da Criança e do Adolescente. artesanal, com ampliação do crédito, do seguro, da assistência
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos técnica, extensão rural e da infraestrutura para comercializa-
da Presidência da República; Ministério do Turismo ção.
i) Garantir que os grandes empreendimentos e projetos Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
de infraestrutura resguardem os direitos dos povos indíge- Ministério da Pesca e Aquicultura
nas e de comunidades quilombolas e tradicionais, conforme c) Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura
previsto na Constituição e nos tratados e convenções inter- familiar e pesca artesanal, com base nos princípios da agroe-
nacionais. cologia.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos Trans- Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
portes; Ministério da Integração Nacional; Ministério de Mi- Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pe-
nas e Energia; Secretaria Especial de Políticas de Promoção cuária e Abastecimento; Ministério da Pesca e Aquicultura;
da Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e d) Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a
Combate à Fome; Ministério da Pesca e Aquicultura; Secreta- contaminação dos alimentos e danos à saúde e ao meio am-
ria Especial de Portos da Presidência da República biente causados pelos agrotóxicos.
j) Integrar políticas de geração de emprego e renda e po- Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
líticas sociais para o combate à pobreza rural dos agricultores tecimento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saú-
familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas, in- de; Ministério do Desenvolvimento Agrário
dígenas, famílias de pescadores e comunidades tradicionais. e) Promover o debate com as instituições de ensino su-
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e perior e a sociedade civil para a implementação de cursos e
Combate à Fome; Ministério da Integração Nacional; Minis- realização de pesquisas tecnológicas voltados à temática so-
tério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Trabalho e cioambiental, agroecologia e produção orgânica, respeitando
Emprego; Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Polí- as especificidades de cada região.
ticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do De-
República; Ministério da Cultura; Ministério da Pesca e Aqui- senvolvimento Agrário
cultura
k) Integrar políticas sociais e de geração de emprego e * Objetivo estratégico III:
renda para o combate à pobreza urbana, em especial de ca- Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para o
tadores de materiais recicláveis e população em situação de desenvolvimento de tecnologias socialmente inclusivas, eman-
rua. cipatórias e ambientalmente sustentáveis.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis- - Ações programáticas:
tério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento So- a) Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil aplica-
cial e Combate à Fome; Ministério das Cidades; Secretaria bilidade nas políticas e ações públicas para a geração de ren-
dos Direitos Humanos da Presidência da República da e para a solução de problemas socioambientais e de saúde
l) Fortalecer políticas públicas de fomento à aquicultura pública.
e à pesca sustentáveis, com foco nos povos e comunidades Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministé-
tradicionais de baixa renda, contribuindo para a segurança rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério
alimentar e a inclusão social, mediante a criação e geração do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário;
de trabalho e renda alternativos e inserção no mercado de Ministério da Saúde
trabalho. b) Garantir a aplicação do princípio da precaução na pro-
Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura; Minis- teção da agrobiodiversidade e da saúde, realizando pesquisas
tério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimen- que avaliem os impactos dos transgênicos no meio ambiente
to Social e Combate à Fome e na saúde.
m) Promover o turismo sustentável com geração de tra- Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio
balho e renda, respeito à cultura local, participação e inclu- Ambiente; Ministério de Ciência e Tecnologia
são dos povos e das comunidades nos benefícios advindos da c) Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso
atividade turística. de substâncias danosas à saúde e ao meio ambiente, como
Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do De- poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e outros po-
senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior luentes inorgânicos.

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NOÇÕES DE DIREITO

Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Mi- Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do


nistério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministé- Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do e Combate à Fome; Ministério do Meio Ambiente
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior f) Fomentar políticas e ações públicas voltadas à mobili-
d) Fomentar tecnologias de gerenciamento de resíduos dade urbana sustentável.
sólidos e emissões atmosféricas para minimizar impactos à Responsável: Ministério das Cidades
saúde e ao meio ambiente. g) Considerar na elaboração de políticas públicas de de-
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Mi- senvolvimento urbano os impactos na saúde pública.
nistério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
das Cidades h) Fomentar políticas públicas de apoio às organizações
e) Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para diag- de catadores de materiais recicláveis, visando à disponibili-
nosticar os impactos da biotecnologia e da nanotecnologia zação de áreas e prédios desocupados pertencentes à União,
em temas de Direitos Humanos. a fim de serem transformados em infraestrutura produtiva
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos para essas organizações.
da Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministé- Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento
rio do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e e Gestão; Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e
Abastecimento; Ministério de Ciência e Tecnologia Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
f) Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas econômi- à Fome
cas e metodologias de cálculo de custos socioambientais de i) Estimular a produção de alimentos de forma comuni-
projetos de infraestrutura, de energia e de mineração que tária, com uso de tecnologias de bases agroecológicas, em
sirvam como parâmetro para o controle dos impactos de espaços urbanos e periurbanos ociosos e fomentar a mo-
grandes projetos. bilização comunitária para a implementação de hortas, vi-
Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia; Mi- veiros, pomares, canteiros de ervas medicinais, criação de
nistério de Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente; pequenos animais, unidades de processamento e beneficia-
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Re- mento agroalimentar, feiras e mercados públicos populares.
pública; Ministério da Integração Nacional Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e
* Objetivo estratégico IV: Abastecimento
Garantia do direito a cidades inclusivas e sustentáveis.
- Ações programáticas: Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como su-
a) Apoiar ações que tenham como princípio o direito a jeito central do processo de desenvolvimento.
cidades inclusivas e acessíveis como elemento fundamental
da implementação de políticas urbanas. * Objetivo estratégico I:
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Espe- Garantia da participação e do controle social nas polí-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Mi- ticas públicas de desenvolvimento com grande impacto so-
nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior cioambiental.
b) Fortalecer espaços institucionais democráticos, parti- - Ações programáticas:
cipativos e de apoio aos Municípios para a implementação a) Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana
de planos diretores que atendam aos preceitos da política como sujeito central do desenvolvimento, enfrentando o
urbana estabelecidos no Estatuto da Cidade. quadro atual de injustiça ambiental que atinge principal-
Responsável: Ministério das Cidades mente as populações mais pobres.
c) Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Distrito Federal e Municípios em ações sustentáveis de ur- da Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
banização e regularização fundiária dos assentamentos de b) Assegurar participação efetiva da população na ela-
população de baixa renda, comunidades pesqueiras e de boração dos instrumentos de gestão territorial e na análise
provisão habitacional de interesse social, materializando a e controle dos processos de licenciamento urbanístico e am-
função social da propriedade. biental de empreendimentos de impacto, especialmente na
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do definição das ações mitigadoras e compensatórias por im-
Meio Ambiente; Ministério da Pesca e Aquicultura pactos sociais e ambientais.
d) Fortalecer a articulação entre os órgãos de governo Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério
e os consórcios municipais para atuar na política de sanea- das Cidades
mento ambiental, com participação da sociedade civil. c) Fomentar a elaboração do Zoneamento Ecológico
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Econômico (ZEE), incorporando o sócio e etnozoneamento.
Meio Ambiente; Secretaria de Relações Institucionais da Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
Presidência da República Ambiente
e) Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento, tria- d) Assegurar a transparência dos projetos realizados, em
gem, reciclagem e a destinação seletiva de resíduos sólidos e todas as suas etapas, e dos recursos utilizados nos grandes
líquidos, com a organização de cooperativas de reciclagem, projetos econômicos, para viabilizar o controle social.
que beneficiem as famílias dos catadores.

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NOÇÕES DE DIREITO

Responsáveis: Ministério dos Transportes; Ministério * Objetivo estratégico III:


da Integração Nacional; Ministério de Minas e Energia; Se- Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de polí-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da ticas públicas de defesa da concorrência e de proteção do con-
República sumidor.
e) Garantir a exigência de capacitação qualificada e - Ações programáticas:
participativa das comunidades afetadas nos projetos básicos a) Garantir o acesso universal a serviços públicos essenciais
de obras e empreendimentos com impactos sociais e am- de qualidade.
bientais. Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educa-
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; Minis- ção; Ministério de Minas e Energia; Ministério do Desenvolvi-
tério de Minas e Energia; Secretaria Especial dos Direitos mento Social e Combate à Fome; Ministério das Cidades
Humanos da Presidência da República b) Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da concorrên-
f) Definir mecanismos para a garantia dos Direitos Hu- cia para coibir condutas anticompetitivas e concentradoras de
manos das populações diretamente atingidas e vizinhas aos renda.
empreendimentos de impactos sociais e ambientais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Fazenda
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos c) Garantir o direito à informação do consumidor, fortale-
da Presidência da República cendo as ações de acompanhamento de mercado, inclusive a
g) Apoiar a incorporação dos sindicatos de trabalhado- rotulagem dos transgênicos.
res e centrais sindicais nos processos de licenciamento am- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desen-
biental de empresas, de forma a garantir o direito à saúde volvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Agri-
do trabalhador. cultura, Pecuária e Abastecimento
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério d) Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da confor-
do Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde midade dos produtos e serviços no mercado.
h) Promover e fortalecer ações de proteção às popula- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desen-
ções mais pobres da convivência com áreas contaminadas, volvimento, Indústria e Comércio Exterior
resguardando-as contra essa ameaça e assegurando-lhes
seus direitos fundamentais.
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério
como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
como sujeitos de direitos.
bate à Fome; Ministério da Saúde
* Objetivo estratégico I:
* Objetivo estratégico II:
Afirmação dos direitos ambientais como Direitos Huma-
Afirmação dos princípios da dignidade humana e da
equidade como fundamentos do processo de desenvolvimen- nos.
to nacional. - Ações programáticas:
- Ações programáticas: a) Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de moni-
a) Reforçar o papel do Plano Plurianual como instru- toramento dos Direitos Humanos.
mento de consolidação dos Direitos Humanos e de enfren- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
tamento da concentração de renda e riqueza e de promoção da Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
da inclusão da população de baixa renda. b) Incluir o tema dos Direitos Humanos nos instrumentos e
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e relatórios dos órgãos ambientais.
Gestão Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
b) Reforçar os critérios da equidade e da prevalência dos da Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
Direitos Humanos como prioritários na avaliação da progra- c) Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos Direi-
mação orçamentária de ação ou autorização de gastos. tos Humanos no Código Florestal.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Responsável: Ministério do Meio Ambiente
Gestão d) Implementar e ampliar políticas públicas voltadas para
c) Instituir código de conduta em Direitos Humanos para a recuperação de áreas degradadas e áreas de desmatamento
ser considerado no âmbito do poder público como critério nas zonas urbanas e rurais.
para a contratação e financiamento de empresas. Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Cidades
da Presidência da República e) Fortalecer ações que estabilizem a concentração de gases
d) Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes de efeito estufa em nível que permita a adaptação natural dos
fortunas previsto na Constituição. ecossistemas à mudança do clima, controlando a interferência
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Espe- das atividades humanas (antrópicas) no sistema climático.
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério do Meio Ambiente
e) Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de f) Garantir o efetivo acesso a informação sobre a degra-
responsabilidade social e Direitos Humanos. dação e os riscos ambientais, e ampliar e articular as bases de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos informações dos entes federados e produzir informativos em
da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimen- linguagem acessível.
to, Indústria e Comércio Exterior Responsável: Ministério do Meio Ambiente

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NOÇÕES DE DIREITO

g) Integrar os atores envolvidos no combate ao trabalho O combate à discriminação mostra-se necessário, mas
escravo nas operações correntes de fiscalização ao desmata- insuficiente enquanto medida isolada. Os pactos e conven-
mento e ao corte ilegal de madeira. ções que integram o sistema regional e internacional de pro-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos teção dos Direitos Humanos apontam para a necessidade
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Empre- de combinar estas medidas com políticas compensatórias
go; Ministério do Meio Ambiente que acelerem a construção da igualdade, como forma ca-
paz de estimular a inclusão de grupos socialmente vulnerá-
Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um veis. Além disso, as ações afirmativas constituem medidas
contexto de desigualdades especiais e temporárias que buscam remediar um passado
discriminatório. No rol de movimentos e grupos sociais que
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em demandam políticas de inclusão social encontram-se crian-
seu preâmbulo que o “reconhecimento da dignidade inerente ças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays,
a todos os membros da família humana e de seus direitos bissexuais, travestis, transexuais, pessoas com deficiência,
iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça pessoas moradoras de rua, povos indígenas, populações ne-
e da paz no mundo”. No entanto, nas vicissitudes ocorridas gras e quilombolas, ciganos, ribeirinhos, varzanteiros e pes-
no cumprimento da Declaração pelos Estados signatários, cadores, entre outros.
identificou-se a necessidade de reconhecer as diversidades e Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que de-
diferenças para concretização do princípio da igualdade. vem ser efetivadas para reconhecer e proteger os indivíduos
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos Hu- como iguais na diferença, ou seja, para valorizar a diversida-
manos passaram a ocupar uma posição de destaque no orde- de presente na população brasileira para estabelecer acesso
namento jurídico. O País avançou decisivamente na proteção igualitário aos direitos fundamentais. Trata-se de reforçar
e promoção do direito às diferenças. Porém, o peso negativo os programas de governo e as resoluções pactuadas nas di-
do passado continua a projetar no presente uma situação de versas conferências nacionais temáticas, sempre sob o foco
profunda iniquidade social. dos Direitos Humanos, com a preocupação de assegurar o
O acesso aos direitos fundamentais continua enfrentan-
respeito às diferenças e o combate às desigualdades, para o
do barreiras estruturais, resquícios de um processo histórico,
efetivo acesso aos direitos.
até secular, marcado pelo genocídio indígena, pela escra-
Por fim, em respeito à primazia constitucional de prote-
vidão e por períodos ditatoriais, práticas que continuam a
ção e promoção da infância, do adolescente e da juventude,
ecoar em comportamentos, leis e na realidade social.
o capítulo aponta suas diretrizes para o respeito e a garantia
O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados ao
das gerações futuras. Como sujeitos de direitos, as crianças,
longo destes últimos anos, tanto nas políticas de erradicação
da miséria e da fome, quanto na preocupação com a moradia os adolescentes e os jovens são frequentemente subestima-
e saúde, e aponta para a continuidade e ampliação do acesso das em sua participação política e em sua capacidade deci-
a tais políticas, fundamentais para garantir o respeito à dig- sória. Preconiza-se o dever de assegurar-lhes, desde cedo, o
nidade humana. direito de opinião e participação.
Os objetivos estratégicos direcionados à promoção da ci- Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade tempo-
dadania plena preconizam a universalidade, indivisibilidade ral, as crianças, os adolescentes e os jovens estão sujeitos a
e interdependência dos Direitos Humanos, condições para discriminações e violências. As ações programáticas promo-
sua efetivação integral e igualitária. O acesso aos direitos de vem a garantia de espaços e investimentos que assegurem
registro civil, alimentação adequada, terra e moradia, traba- proteção contra qualquer forma de violência e discrimina-
lho decente, educação, participação política, cultura, lazer, ção, bem como a promoção da articulação entre família,
esporte e saúde, deve considerar a pessoa humana em suas sociedade e Estado para fortalecer a rede social de proteção
múltiplas dimensões de ator social e sujeito de cidadania. que garante a efetividade de seus direitos.
À luz da história dos movimentos sociais e de progra-
mas de governo, o PNDH-3 orienta-se pela transversalida- Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma
de, para que a implementação dos direitos civis e políticos universal, indivisível e interdependente, assegurando a
transitem pelas diversas dimensões dos direitos econômi- cidadania plena.
cos, sociais, culturais e ambientais. Caso contrário, grupos
sociais afetados pela pobreza, pelo racismo estrutural e pela * Objetivo estratégico I:
discriminação dificilmente terão acesso a tais direitos. Universalização do registro civil de nascimento e am-
As ações programáticas formuladas visam enfrentar o pliação do acesso à documentação básica.
desafio de eliminar as desigualdades, levando em conta as - Ações programáticas:
dimensões de gênero e raça nas políticas públicas, desde o a) Ampliar e reestruturar a rede de atendimento para a
planejamento até a sua concretização e avaliação. Há, nes- emissão do registro civil de nascimento visando a sua uni-
te sentido, propostas de criação de indicadores que possam versalização.
mensurar a efetivação progressiva dos direitos. Interligar maternidades e unidades de saúde aos car-
Às desigualdades soma-se a persistência da discrimina- tórios, por meio de sistema manual ou informatizado, para
ção, que muitas vezes se manifesta sob a forma de violência emissão de registro civil de nascimento logo após o parto,
contra sujeitos que são histórica e estruturalmente vulnera- garantindo ao recém nascido a certidão de nascimento antes
bilizados. da alta médica.

91
NOÇÕES DE DIREITO

Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desen-
pelo Sistema Único de Saúde, como mecanismo de acesso ao volvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Planeja-
registro civil de nascimento, contemplando a diversidade na mento, Orçamento e Gestão; Ministério da Fazenda; Ministério
emissão pelos estabelecimentos de saúde e pelas parteiras. da Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
Realizar orientação sobre a importância do registro civil Previdência Social; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
de nascimento para a cidadania por meio da rede de atendi- da Presidência da República
mento (saúde, educação e assistência social) e pelo sistema d) Incluir no questionário do censo demográfico perguntas
de Justiça e de segurança pública. para identificar a ausência de documentos civis na população.
Aperfeiçoar as normas e o serviço público notarial e de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
registro, em articulação com o Conselho Nacional de Justiça, Presidência da República
para garantia da gratuidade e da cobertura do serviço de
registro civil em âmbito nacional. * Objetivo estratégico II:
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do De- Acesso à alimentação adequada por meio de políticas es-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da truturantes.
Previdência Social; Ministério da Justiça; Ministério do Pla- - Ações programáticas:
nejamento, Orçamento e Gestão; Secretaria Especial dos Di- a) Ampliar o acesso aos alimentos por meio de programas
reitos Humanos da Presidência da República e ações de geração e transferência de renda, com ênfase na
b) Promover a mobilização nacional com intuito de re- participação das mulheres como potenciais beneficiárias.
duzir o número de pessoas sem registro civil de nascimento e Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
documentação básica. Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas para as Mu-
Instituir comitês gestores estaduais, distrital e municipais lheres da Presidência da República
com o objetivo de articular as instituições públicas e as en- b) Vincular programas de transferência de renda à garantia
tidades da sociedade civil para a implantação de ações que da segurança alimentar da criança, por meio do acompanha-
visem à ampliação do acesso à documentação básica. mento da saúde e nutrição e do estímulo de hábitos alimenta-
res saudáveis, com o objetivo de erradicar a desnutrição infantil.
Realizar campanhas para orientação e conscientização
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
da população e dos agentes responsáveis pela articulação e
Combate à Fome; Ministério da Educação; Ministério da Saúde
pela garantia do acesso aos serviços de emissão de registro
c) Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no desen-
civil de nascimento e de documentação básica.
volvimento de ações específicas que promovam a geração de
Realizar mutirões para emissão de registro civil de nasci-
renda no campo e o aumento da produção de alimentos agroe-
mento e documentação básica, com foco nas regiões de difícil
cológicos para o autoconsumo e para o mercado local.
acesso e no atendimento às populações específicas como os
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Mi-
povos indígenas, quilombolas, ciganos, pessoas em situação nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
de rua, institucionalizadas e às trabalhadoras rurais. d) Ampliar o abastecimento alimentar, com maior autono-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desen- mia e fortalecimento da economia local, associado a progra-
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Defesa; mas de informação, de educação alimentar, de capacitação, de
Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e Emprego; geração de ocupações produtivas, de agricultura familiar cam-
Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Huma- ponesa e de agricultura urbana.
nos da Presidência da República Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
c) Criar bases normativas e gerenciais para garantia da Combate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
universalização do acesso ao registro civil de nascimento e à cimento; Ministério do Desenvolvimento Agrário
documentação básica. e) Promover a implantação de equipamentos públicos de
Implantar sistema nacional de registro civil para inter- segurança alimentar e nutricional, com vistas a ampliar o aces-
ligação das informações de estimativas de nascimentos, de so à alimentação saudável de baixo custo, valorizar as culturas
nascidos vivos e do registro civil, a fim de viabilizar a busca alimentares regionais, estimular o aproveitamento integral dos
ativa dos nascidos não registrados e aperfeiçoar os indicado- alimentos, evitar o desperdício e contribuir para a recuperação
res para subsidiar políticas públicas. social e de saúde da sociedade.
Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
o acesso do cidadão ao registro civil de nascimento em todo Combate à Fome
o território nacional. f) Garantir que os hábitos e contextos regionais sejam in-
Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e corporados nos modelos de segurança alimentar como fatores
de registro no País. da produção sustentável de alimentos.
Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
nascimento, de casamento e de óbito) em território nacional. bate à Fome
Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro g) Realizar pesquisas científicas que promovam ganhos de
de Pessoa Física aos reconhecidamente pobres. produtividade na agricultura familiar e assegurar estoques re-
Desenvolver estudo sobre a política nacional de docu- guladores.
mentação civil básica. Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

92
NOÇÕES DE DIREITO

* Objetivo estratégico III: Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do De-


Garantia do acesso à terra e à moradia para a popula- senvolvimento Social e Combate à Fome
ção de baixa renda e grupos sociais vulnerabilizados. j) Apoiar o monitoramento de políticas de habitação de
- Ações programáticas: interesse social pelos conselhos municipais de habitação, ga-
a) Fortalecer a reforma agrária com prioridade à imple- rantindo às cooperativas e associações habitacionais acesso
mentação e recuperação de assentamentos, à regularização às informações.
do crédito fundiário e à assistência técnica aos assentados, Responsável: Ministério das Cidades
atualização dos índices Grau de Utilização da Terra (GUT) e k) Garantir as condições para a realização de acampa-
Grau de Eficiência na Exploração (GEE), conforme padrões mentos ciganos em todo o território nacional, visando a pre-
atuais e regulamentação da desapropriação de áreas pelo servação de suas tradições, práticas e patrimônio cultural.
descumprimento da função social plena. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário; da Presidência da República; Ministério das Cidades
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
b) Integrar as ações de mapeamento das terras públicas * Objetivo estratégico IV:
da União. Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e qualidade.
Gestão - Ações programáticas:
c) Estimular o saneamento dos serviços notariais de re- a) Expandir e consolidar programas de serviços básicos
gistros imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o cancela- de saúde e de atendimento domiciliar para a população de
mento administrativo dos títulos das terras e registros irre- baixa renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio
gulares. de doenças e deficiências, com apoio diferenciado às pessoas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desen- idosas, indígenas, negros e comunidades quilombolas, pessoas
volvimento Agrário com deficiência, pessoas em situação de rua, lésbicas, gays,
d) Garantir demarcação, homologação, regularização e bissexuais, travestis, transexuais, crianças e adolescentes, mu-
desintrusão das terras indígenas, em harmonia com os pro-
lheres, pescadores artesanais e população de baixa renda.
jetos de futuro de cada povo indígena, assegurando seu et-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
nodesenvolvimento e sua autonomia produtiva.
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Responsável: Ministério da Justiça
República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
e) Assegurar às comunidades quilombolas a posse dos
Presidência da República; Ministério da Pesca e Aquicultura
seus territórios, acelerando a identificação, o reconhecimen-
b) Criar programas de pesquisa e divulgação sobre tra-
to, a demarcação e a titulação desses territórios, respeitando
tamentos alternativos à medicina tradicional no sistema de
e preservando os sítios de valor simbólico e histórico.
saúde.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promo-
ção da Igualdade Racial da Presidência da República; Minis- Responsável: Ministério da Saúde
tério da Cultura; Ministério do Desenvolvimento Agrário c) Reformular o marco regulatório dos planos de saúde,
f) Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas, de modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer
varzanteiras e pescadoras, assegurando acesso aos recursos o pacto intergeracional, estimulando a adoção de medidas de
naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodução capitalização para gastos futuros pelos planos de saúde.
física, cultural e econômica. Responsável: Ministério da Saúde
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; d) Reconhecer as parteiras como agentes comunitárias de
Ministério do Meio Ambiente saúde.
g) Garantir que nos programas habitacionais do gover- Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
no sejam priorizadas as populações de baixa renda, a po- Políticas para as Mulheres da Presidência da República
pulação em situação de rua e grupos sociais em situação e) Aperfeiçoar o programa de saúde para adolescentes,
de vulnerabilidade no espaço urbano e rural, considerando especificamente quanto à saúde de gênero, à educação sexual
os princípios da moradia digna, do desenho universal e os e reprodutiva e à saúde mental.
critérios de acessibilidade nos projetos. Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do De- de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
senvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
h) Promover a destinação das glebas e edifícios vazios República
ou subutilizados pertencentes à União, para a população de f) Criar campanhas e material técnico, instrucional e edu-
baixa renda, reduzindo o déficit habitacional. cativo sobre planejamento reprodutivo que respeite os direitos
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Pla- sexuais e reprodutivos, contemplando a elaboração de mate-
nejamento, Orçamento e Gestão riais específicos para a população jovem e adolescente e para
i) Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos e pessoas com deficiência.
albergues, bem como seu caráter inclusivo e de resgate da Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
cidadania à população em situação de rua, estejam entre os de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
critérios de concessão de recursos para novas construções e Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
manutenção dos existentes. República

93
NOÇÕES DE DIREITO

g) Estimular programas de atenção integral à saúde das r) Apoiar a implementação de espaços essenciais para
mulheres, considerando suas especificidades étnico-raciais, higiene pessoal e centros de referência para a população em
geracionais, regionais, de orientação sexual, de pessoa com situação de rua.
deficiência, priorizando as moradoras do campo, da floresta Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
e em situação de rua. da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial Social e Combate à Fome
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; s) Investir na política de reforma psiquiátrica fomen-
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade tando programas de tratamentos substitutivos à internação,
Racial da Presidência da República; Ministério do Desenvol- que garantam às pessoas com transtorno mental a possibili-
vimento Social e Combate à Fome dade de escolha autônoma de tratamento, com convivência
h) Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e neona- familiar e acesso aos recursos psiquiátricos e farmacológicos.
tal, com inclusão de campanhas educacionais de esclareci- Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
mento, visando à prevenção do surgimento ou do agrava-
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Minis-
mento de deficiências.
tério da Cultura
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
t) Implementar medidas destinadas a desburocratizar os
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
serviços do Instituto Nacional de Seguro Social para a con-
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República cessão de aposentadorias e benefícios.
i) Expandir a assistência pré-natal e pós-natal por meio Responsável: Ministério da Previdência Social
de programas de visitas domiciliares para acompanhamento u) Estimular a incorporação do trabalhador urbano e ru-
das crianças na primeira infância. ral ao regime geral da previdência social.
Responsável: Ministério da Saúde Responsável: Ministério da Previdência Social
j) Apoiar e financiar a realização de pesquisas e inter- v) Assegurar a inserção social das pessoas atingidas pela
venções sobre a mortalidade materna, contemplando o re- hanseníase isoladas e internadas em hospitais-colônias.
corte étnico-racial e regional. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial da Presidência da República; Ministério da Saúde
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República w) Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as violações de di-
k) Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias ou reitos às pessoas atingidas pela hanseníase no período da
reversão desses procedimentos no sistema público de saú- internação e do isolamento compulsórios, apoiando iniciati-
de, com garantia de acesso a informações sobre as escolhas vas para agilizar as reparações com a concessão de pensão
individuais. especial prevista na Lei no 11.520/2007.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República da Presidência da República
l) Ampliar a oferta de medicamentos de uso contínuo, x) Proporcionar as condições necessárias para conclusão
especiais e excepcionais, para a pessoa idosa. do trabalho da Comissão Interministerial de Avaliação para
Responsável: Ministério da Saúde análise dos requerimentos de pensão especial das pessoas
m) Realizar campanhas de diagnóstico precoce e trata- atingidas pela hanseníase, que foram internadas e isoladas
mento adequado às pessoas que vivem com HIV/AIDS para compulsoriamente em hospitais-colônia até 31 de dezembro
evitar o estágio grave da doença e prevenir sua expansão e de 1986.
disseminação. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Ministério da Saúde
da Presidência da República
n) Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS
programas de atenção no âmbito da saúde sexual e repro-
* Objetivo estratégico V:
dutiva.
Acesso à educação de qualidade e garantia de perma-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República nência na escola.
o) Capacitar os agentes comunitários de saúde que rea- - Ações programáticas:
lizam a triagem e a captação nas hemorredes para pratica- a) Ampliar o acesso a educação básica, a permanência
rem abordagens sem preconceito e sem discriminação. na escola e a universalização do ensino no atendimento à
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial educação infantil.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério da Educação
p) Garantir o acompanhamento multiprofissional a pes- b) Assegurar a qualidade do ensino formal público com
soas transexuais que fazem parte do processo transexualiza- seu monitoramento contínuo e atualização curricular.
dor no Sistema Único de Saúde e de suas famílias. Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Espe-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial cial dos Direitos Humanos da Presidência da República
dos Direitos Humanos da Presidência da República c) Desenvolver programas para a reestruturação das es-
q) Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva e de colas como polos de integração de políticas educacionais,
proteção à saúde para profissionais do sexo. culturais e de esporte e lazer.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cul-
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República tura; Ministério do Esporte

94
NOÇÕES DE DIREITO

d) Apoiar projetos e experiências de integração da escola b) Fortalecer programas de geração de emprego, am-
com a comunidade que utilizem sistema de alternância. pliando progressivamente o nível de ocupação e priorizando
Responsável: Ministério da Educação a população de baixa renda e os Estados com elevados índi-
e) Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos que ces de emigração.
valorizem as diversidades, as práticas artísticas, a necessi- Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
dade de alimentação adequada e saudável e as atividades c) Ampliar programas de economia solidária, mediante
físicas e esportivas. políticas integradas, como alternativa de geração de traba-
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cul- lho e renda, e de inclusão social, priorizando os jovens das
tura; Ministério do Esporte; Ministério da Saúde famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.
f) Integrar os programas de alfabetização de jovens e Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
adultos aos programas de qualificação profissional e educa- tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ção cidadã, apoiando e incentivando a utilização de meto- d) Criar programas de formação, qualificação e inserção
dologias adequadas às realidades dos povos e comunidades profissional e de geração de emprego e renda para jovens,
tradicionais. população em situação de rua e população de baixa renda.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do De- Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Tra- tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Minis-
balho e Emprego; Ministério da Pesca e Aquicultura tério da Educação
g) Estimular e financiar programas de extensão universi- e) Integrar as ações de qualificação profissional às ati-
tária como forma de integrar o estudante à realidade social. vidades produtivas executadas com recursos públicos, como
Responsável: Ministério da Educação forma de garantir a inserção no mercado de trabalho.
h) Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
populações negra, indígena e de baixa renda no ensino su- tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
perior. f) Criar programas de formação e qualificação profis-
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Espe- sional para pescadores artesanais, industriais e aquicultores
cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presi- familiares.
dência da República; Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
i) Ampliar o ensino superior público de qualidade por tério da Pesca e Aquicultura
meio da criação permanente de universidades federais, cur- g) Combater as desigualdades salariais baseadas em di-
sos e vagas para docentes e discentes. ferenças de gênero, raça, etnia e das pessoas com deficiência.
Responsável: Ministério da Educação Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre-
j) Fortalecer as iniciativas de educação popular por meio taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re-
da valorização da arte e da cultura, apoiando a realização pública
de festivais nas comunidades tradicionais e valorizando as h) Acompanhar a implementação do Programa Nacional
diversas expressões artísticas nas escolas e nas comunidades. de Ações Afirmativas, instituído pelo Decreto no 4.228/2002,
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cul- no âmbito da administração pública federal, direta e indi-
tura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidên- reta, com vistas à realização de metas percentuais da ocu-
cia da República pação de cargos comissionados pelas mulheres, população
k) Ampliar o acesso a programas de inclusão digital para negra e pessoas com deficiência.
populações de baixa renda em espaços públicos, especial- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
mente escolas, bibliotecas e centros comunitários. da Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cul- i) Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil or-
tura; Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Pesca ganizada sobre paternidade responsável, bem como ampliar
e Aquicultura a licença-paternidade, como forma de contribuir para a cor-
l) Fortalecer programas de educação no campo e nas responsabilidade e para o combate ao preconceito quanto à
comunidades pesqueiras que estimulem a permanência dos inserção das mulheres no mercado de trabalho.
estudantes na comunidade e que sejam adequados às res- Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as
pectivas culturas e identidades. Mulheres da Presidência da República; Ministério do Traba-
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do De- lho e Emprego
senvolvimento Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura j) Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais que
envolvam atos de assédio moral, sexual e psicológico, com
* Objetivo estratégico VI: apuração de denúncias de desrespeito aos direitos das tra-
Garantia do trabalho decente, adequadamente remune- balhadoras e trabalhadores, visando orientar ações de com-
rado, exercido em condições de equidade e segurança. bate à discriminação e abuso nas relações de trabalho.
- Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre-
a) Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por taria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
meio do fortalecimento do seu comitê executivo e da efeti- da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
vação de suas ações. para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

95
NOÇÕES DE DIREITO

k) Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras e g) Promover a destinação de recursos do Fundo de Am-
trabalhadores domésticos com os dos demais trabalhadores. paro ao Trabalhador (FAT) para capacitação técnica e pro-
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre- fissionalizante de trabalhadores rurais e de povos e comuni-
taria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência dades tradicionais, como medida preventiva ao trabalho es-
da República; Ministério da Previdência Social cravo, assim como para implementação de política de rein-
l) Promover incentivos a empresas para que empreguem serção social dos libertados da condição de trabalho escravo.
os egressos do sistema penitenciário. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre-
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Tra- taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re-
balho e Emprego; Ministério da Justiça pública
m) Criar cadastro nacional e relatório periódico de em- h) Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro de
pregabilidade de egressos do sistema penitenciário. empregadores que utilizaram mão-de-obra escrava.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre-
n) Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re-
profissionais do sexo por meio da regulamentação de sua pública
profissão.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre- * Objetivo estratégico VIII:
taria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como ele-
da República. mentos formadores de cidadania.
- Ações programáticas:
* Objetivo estratégico VII: a) Ampliar programas de cultura que tenham por fi-
Combate e prevenção ao trabalho escravo. nalidade planejar e implementar políticas públicas para a
- Ações programáticas: proteção e promoção da diversidade cultural brasileira, em
a) Promover a efetivação do Plano Nacional para Erra- formatos acessíveis.
dicação do Trabalho Escravo. Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Espor-
te
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre-
b) Elaborar programas e ações de cultura que conside-
taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re-
rem os formatos acessíveis, as demandas e as características
pública
específicas das diferentes faixas etárias e dos grupos sociais.
b) Apoiar a coordenação e implementação de planos es-
Responsável: Ministério da Cultura
taduais, distrital e municipais para erradicação do trabalho
c) Fomentar políticas públicas de esporte e lazer, consi-
escravo.
derando as diversidades locais, de forma a atender a todas
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
as faixas etárias e aos grupos sociais.
da Presidência da República
Responsável: Ministério do Esporte
c) Monitorar e articular o trabalho das comissões esta- d) Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil.
duais, distrital e municipais para a erradicação do trabalho Responsável: Ministério da Cultura
escravo. e) Ampliar e desconcentrar os polos culturais e pontos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre- de cultura para garantir o acesso das populações de regiões
taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re- periféricas e de baixa renda.
pública Responsável: Ministério da Cultura
d) Apoiar a alteração da Constituição para prever a ex- f) Fomentar políticas públicas de formação em esporte
propriação dos imóveis rurais e urbanos nos quais forem en- e lazer, com foco na intersetorialidade, na ação comunitária
contrados trabalhadores reduzidos à condição análoga a de na intergeracionalidade e na diversidade cultural.
escravos. Responsável: Ministério do Esporte
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre- g) Ampliar o desenvolvimento de programas de produ-
taria de Relações Institucionais da Presidência da República; ção audiovisual, musical e artesanal dos povos indígenas.
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Jus-
República tiça
e) Identificar periodicamente as atividades produtivas h) Assegurar o direito das pessoas com deficiência e
em que há ocorrência de trabalho escravo adulto e infantil. em sofrimento mental de participarem da vida cultural em
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secre- igualdade de oportunidade com as demais, e de desenvolver
taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Re- e utilizar o seu potencial criativo, artístico e intelectual.
pública Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Cultu-
f) Propor marco legal e ações repressivas para erradicar ra; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
a intermediação ilegal de mão de obra. da República
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Se- i) Fortalecer e ampliar programas que contemplem par-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da ticipação dos idosos nas atividades de esporte e lazer.
República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial
Igualdade Racial dos Direitos Humanos da Presidência da República

96
NOÇÕES DE DIREITO

j) Potencializar ações de incentivo ao turismo para pes- b) Desenvolver e implementar metodologias de acom-
soas idosas. panhamento e avaliação das políticas e planos nacionais
Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial referentes aos direitos de crianças e adolescentes.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República
* Objetivo estratégico IX: c) Elaborar e implantar sistema de coordenação da po-
Garantia da participação igualitária e acessível na vida lítica dos direitos da criança e do adolescente em todos os
política. níveis de governo, para atender às recomendações do Comi-
- Ações programáticas: tê sobre Direitos da Criança, dos relatores especiais e do Co-
a) Apoiar campanhas para promover a ampla divulga- mitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU.
ção do direito ao voto e participação política de homens e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
mulheres, por meio de campanhas informativas que garan- da Presidência da República; Ministério das Relações Exte-
tam a escolha livre e consciente. riores
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial d) Criar sistema nacional de coleta de dados e moni-
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República toramento junto aos Municípios, Estados e Distrito Federal
b) Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de su- acerca do cumprimento das obrigações da Convenção dos
frágio, inclusive com campanhas de esclarecimento e cons- Direitos da Criança da ONU.
cientização dos eleitores. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Ministério da Justiça da Presidência da República
c) Apoiar os projetos legislativos para o financiamento e) Assegurar a opinião das crianças e dos adolescentes
público de campanhas eleitorais. que estiverem capacitados a formular seus próprios juízos,
Responsável: Ministério da Justiça conforme o disposto no artigo 12 da Convenção sobre os
d) Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais por meio Direitos da Criança, na formulação das políticas públicas
de transporte público e acessível e apoiar a criação de zonas voltadas para estes segmentos, garantindo sua participação
eleitorais em áreas de difícil acesso. nas conferências dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Ci- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
dades da Presidência da República
e) Promover junto aos povos indígenas ações de educa-
ção e capacitação sobre o sistema político brasileiro. * Objetivo estratégico II:
Responsável: Ministério da Justiça Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crian-
f) Apoiar ações de formação política das mulheres em ças e Adolescentes, com o fortalecimento do papel dos Con-
sua diversidade étnico-racial, estimulando candidaturas e selhos Tutelares e de Direitos.
votos de mulheres em todos os níveis. - Ações programáticas:
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu- a) Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares e
lheres da Presidência da República de Direitos em todos os Municípios e no Distrito Federal, e
g) Garantir e estimular a plena participação das pes- instituir parâmetros nacionais que orientem o seu funciona-
soas com deficiência no ato do sufrágio, seja como eleitor mento.
ou candidato, assegurando os mecanismos de acessibilidade Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
necessários, inclusive a modalidade do voto assistido. da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos b) Implantar escolas de conselhos nos Estados e no Dis-
da Presidência da República trito Federal, com vistas a apoiar a estruturação e qualifica-
ção da ação dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e ado- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
lescentes para o seu desenvolvimento integral, de forma da Presidência da República
não discriminatória, assegurando seu direito de opinião c) Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de
e participação. garantia dos direitos para a proteção dos direitos e promo-
ção do modo de vida das crianças e adolescentes indígenas,
* Objetivo estratégico I: afrodescendentes e comunidades tradicionais, contemplan-
Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes do ainda as especificidades da população infanto-juvenil
por meio da consolidação das diretrizes nacionais do ECA, com deficiência.
da Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente e da Convenção sobre da Presidência da República; Ministério da Justiça
os Direitos da Criança da ONU. d) Fomentar a criação de instâncias especializadas e re-
- Ações programáticas: gionalizadas do sistema de justiça, de segurança e defenso-
a) Formular plano de médio prazo e decenal para a polí- rias públicas, para atendimento de crianças e adolescentes
tica nacional de promoção, proteção e defesa dos direitos da vítimas e autores de violência.
criança e do adolescente. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça
da Presidência da República

97
NOÇÕES DE DIREITO

e) Desenvolver mecanismos que viabilizem a participa- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
ção de crianças e adolescentes no processo das conferências da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
dos direitos, nos conselhos de direitos, bem como nas esco- Social e Combate à Fome
las, nos tribunais e nos procedimentos judiciais e administra- h) Ampliar a oferta de programas de famílias acolhedo-
tivos que os afetem. ras para crianças e adolescentes em situação de violência,
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos com o objetivo de garantir que esta seja a única opção para
da Presidência da República crianças retiradas do convívio com sua família de origem na
f) Estimular a informação às crianças e aos adolescentes primeira infância.
sobre seus direitos, por meio de esforços conjuntos na escola, Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
na mídia impressa, na televisão, no rádio e na Internet. Combate à Fome
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos i) Estruturar programas de moradia coletivas para ado-
da Presidência da República; Ministério da Educação lescentes e jovens egressos de abrigos institucionais.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
* Objetivo estratégico III: Combate à Fome
Proteger e defender os direitos de crianças e adolescen- j) Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas
tes com maior vulnerabilidade. educativas, em consonância com o ECA e com acordos in-
- Ações programáticas: ternacionais.
a) Promover ações educativas para erradicação da vio- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
lência na família, na escola, nas instituições e na comunida- da Presidência da República; Ministério das Relações Exte-
de em geral, implementando as recomendações expressas riores
no Relatório Mundial de Violência contra a Criança da ONU. k) Criar serviços e aprimorar metodologias para identi-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos ficação e localização de crianças e adolescentes desapare-
da Presidência da República cidos.
b) Desenvolver programas nas redes de assistência so- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
cial, de educação e de saúde para o fortalecimento do papel da Presidência da República
das famílias em relação ao desenvolvimento infantil e à dis- l) Exigir em todos os projetos financiados pelo Gover-
ciplina não violenta. no Federal a adoção de estratégias de não discriminação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos de crianças e adolescentes em razão de classe, raça, etnia,
da Presidência da República; Ministério da Educação; Minis- crença, gênero, orientação sexual, identidade de gênero, de-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Minis- ficiência, prática de ato infracional e origem.
tério da Saúde Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
c) Propor marco legal para a abolição das práticas de da Presidência da República
castigos físicos e corporais contra crianças e adolescentes. m) Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos análise sistemática de dados desagregados da infância e
da Presidência da República; Ministério da Justiça adolescência, especialmente sobre os grupos em situação de
d) Implantar sistema nacional de registro de ocorrên- vulnerabilidade, historicamente vulnerabilizados, vítimas de
cia de violência escolar, incluindo as práticas de violência discriminação, de abuso e de negligência.
gratuita e reiterada entre estudantes (bullying), adotando Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
formulário unificado de registro a ser utilizado por todas as da Presidência da República
escolas. n) Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) de
Responsável: Ministério da Educação violência contra crianças e adolescentes, integrada aos Con-
e) Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização de selhos Tutelares.
crianças e adolescentes em estratégias preventivas, com vis- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
tas a minimizar sua vulnerabilidade em contextos de vio- da Presidência da República
lência. o) Estabelecer instrumentos para combater a discrimina-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos ção religiosa sofrida por crianças e adolescentes.
da Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
do Esporte; Ministério do Turismo da Presidência da República
f) Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa per-
manência de crianças e adolescentes em abrigamento, ade- * Objetivo estratégico IV:
quando os serviços de acolhimento aos parâmetros aprova- Enfrentamento da violência sexual contra crianças e
dos pelo CONANDA e CNAS. adolescentes.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e - Ações programáticas:
Combate à Fome a) Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à Vio-
g) Fortalecer as políticas de apoio às famílias para a re- lência Sexual contra Crianças e Adolescentes, em consonân-
dução dos índices de abandono e institucionalização, com cia com as  recomendações do III Congresso Mundial sobre
prioridade aos grupos familiares de crianças com deficiên- o tema.
cias. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República

98
NOÇÕES DE DIREITO

b) Ampliar o acesso e qualificar os programas especia- b) Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem (Lei
lizados em saúde, educação e assistência social, no atendi- no 10.097/2000), mobilizando empregadores, organizações
mento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual de trabalhadores, inspetores de trabalho, Judiciário, organis-
e de suas famílias mos internacionais e organizações não governamentais.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Edu- Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
cação; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à c) Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios perió-
Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presi- dicos sobre o trabalho infantil, com foco em temas e públicos
dência da República que requerem abordagens específicas, tais como agricultura
c) Desenvolver protocolos unificados de atendimento familiar, trabalho doméstico, trabalho de rua.
psicossocial e jurídico a vítimas de violência sexual. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secreta-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos ria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
da Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério República; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Secretaria
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da Re- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Mi-
pública nistério da Justiça
d) Desenvolver ações específicas para combate à vio-
lência e à exploração sexual de crianças e adolescentes em * Objetivo estratégico VII:
situação de rua. Implementação do Sistema Nacional de Atendimento So-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos cioeducativo (SINASE).
da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento - Ações programáticas:
Social e Combate à Fome. a) Elaborar e implementar um plano nacional socioeduca-
e) Estimular a responsabilidade social das empresas para tivo e sistema de avaliação da execução das medidas daquele
ações de enfrentamento da exploração sexual e de combate sistema, com divulgação anual de seus resultados e estabeleci-
ao trabalho infantil em suas organizações e cadeias produ- mento de metas, de acordo com o estabelecido no ECA.
tivas. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Presidência da República
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Em- b) Implantar módulo específico de informações para o siste-
prego; Ministério do Turismo; ma nacional de atendimento educativo junto ao Sistema de In-
f) Combater a pornografia infanto-juvenil na Internet, formação para a Infância e Adolescência, criando base de dados
por meio do fortalecimento do Hot Line Federal e da difu- unificada que inclua as varas da infância e juventude, as unida-
são de procedimentos de navegação segura para crianças, des de internação e os programas municipais em meio aberto.
adolescentes, famílias e educadores. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Presidência da República
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Minis- c) Implantar centros de formação continuada para os ope-
tério da Educação radores do sistema socioeducativo em todos os Estados e no
Distrito Federal.
* Objetivo estratégico V: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Garantir o atendimento especializado a crianças e ado- da Presidência da República; Ministério da Educação; Ministé-
lescentes em sofrimento psíquico e dependência química. rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
- Ações programáticas: d) Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema de jus-
a) Universalizar o acesso a serviços de saúde mental tiça, com vistas ao estabelecimento de regras específicas para
para crianças e adolescentes em cidades de grande e médio a aplicação da medida de privação de liberdade em caráter
porte, incluindo a garantia de retaguarda para as unidades excepcional e de pouca duração.
de internação socioeducativa. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Ministério da Saúde Presidência da República
b) Fortalecer políticas de saúde que contemplem pro- e) Apoiar a expansão de programas municipais de atendi-
gramas de desintoxicação e redução de danos em casos de mento socioeducativo em meio aberto.
dependência química. Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
Responsável: Ministério da Saúde Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
* Objetivo estratégico VI: f) Apoiar os Estados e o Distrito Federal na implementa-
Erradicação do trabalho infantil em todo o território na- ção de programas de atendimento ao adolescente em privação
cional. de liberdade, com garantia de escolarização, atendimento em
- Ações programáticas: saúde, esporte, cultura e educação para o trabalho, condicio-
a) Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações inter- nando a transferência voluntária de verbas federais à obser-
setoriais no Governo Federal, com ênfase no apoio às famí- vância das diretrizes do plano nacional.
lias e educação em tempo integral. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Minis- da Presidência da República; Ministério da Educação; Minis-
tério da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos tério da Saúde; Ministério do Esporte; Ministério da Cultura;
da Presidência da República Ministério do Trabalho e Emprego

99
NOÇÕES DE DIREITO

g) Garantir aos adolescentes privados de liberdade e d) Realizar levantamento de informações para produ-
suas famílias informação sobre sua situação legal, bem ção de relatórios periódicos de acompanhamento das polí-
como acesso à defesa técnica durante todo o período de ticas contra a discriminação racial, contendo, entre outras,
cumprimento da medida socioeducativa. informações sobre inclusão no sistema de ensino (básico e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos superior), inclusão no mercado de trabalho, assistência inte-
da Presidência da República; Ministério da Justiça grada à saúde, número de violações registradas e apuradas,
h) Promover a transparência das unidades de internação recorrências de violações, e dados populacionais e de renda.
de adolescentes em conflito com a lei, garantindo o contato Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promo-
com a família e a criação de comissões mistas de inspeção ção da Igualdade Racial da Presidência da República; Se-
e supervisão. cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos República
da Presidência da República e) Analisar periodicamente os indicadores que apontam
i) Fomentar a desativação dos grandes complexos de desigualdades visando à formulação e implementação de
unidades de internação, por meio do apoio à reforma e cons- políticas públicas afirmativas que valorizem a promoção da
trução de novas unidades alinhadas aos parâmetros estabe- igualdade racial.
lecidos no SINASE e no ECA, em especial na observância da Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promo-
separação por sexo, faixa etária e compleição física. ção da Igualdade Racial da Presidência da República; Se-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
da Presidência da República República; Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e
j) Desenvolver campanhas de informação sobre o ado- Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
lescente em conflito com a lei, defendendo a não redução da à Fome; Ministério da Saúde
maioridade penal. f) Fortalecer a integração das políticas públicas em to-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos das as comunidades remanescentes de quilombos localiza-
da Presidência da República das no território brasileiro.
k) Estabelecer parâmetros nacionais para a apuração Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Pro-
administrativa de possíveis violações dos direitos e casos de moção da Igualdade Racial da Presidência da República;
tortura em adolescentes privados de liberdade, por meio de Ministério da Cultura
sistema independente e de tramitação ágil. g) Fortalecer os mecanismos existentes de reconheci-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos mento das comunidades quilombolas como garantia dos
da Presidência da República seus direitos específicos.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrá-
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais. rio; Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Política de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
* Objetivo estratégico I: h) Fomentar programas de valorização do patrimônio
Igualdade e proteção dos direitos das populações ne- cultural das populações negras.
gras, historicamente afetadas pela discriminação e outras Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial
formas de intolerância. de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Repú-
- Ações programáticas: blica
a) Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a aprovação do Es- i) Assegurar o resgate da memória das populações ne-
tatuto da Igualdade Racial. gras, mediante a publicação da história de resistência e res-
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promo- gate de tradições das populações das diásporas.
ção da Igualdade Racial da Presidência da República; Se- Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promo-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da ção da Igualdade Racial da Presidência da República
República
b) Promover ações articuladas entre as políticas de edu- * Objetivo estratégico II:
cação, cultura, saúde e de geração de emprego e renda, vi- Garantia aos povos indígenas da manutenção e resgate
sando incidir diretamente na qualidade de vida da popula- das condições de reprodução, assegurando seus modos de
ção negra e no combate à violência racial. vida.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Pro- - Ações programáticas:
moção da Igualdade Racial da Presidência da República; a) Assegurar a integridade das terras indígenas para
Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; proteger e promover o modo de vida dos povos indígenas.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Responsável: Ministério da Justiça
Ministério da Saúde b) Proteger os povos indígenas isolados e de recente con-
c) Elaborar programas de combate ao racismo institu- tato para garantir sua reprodução cultural e etnoambiental.
cional e estrutural, implementando normas administrativas Responsável: Ministério da Justiça
e legislação nacional e internacional. c) Aplicar os saberes dos povos indígenas e das comuni-
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promo- dades tradicionais na elaboração de políticas públicas, res-
ção da Igualdade Racial da Presidência da República peitando a Convenção no 169 da OIT.
Responsável: Ministério da Justiça

100
NOÇÕES DE DIREITO

d) Apoiar projetos de lei com objetivo de revisar o Esta- b) Incentivar políticas públicas e ações afirmativas para
tuto do Índio com base no texto constitucional de 1988 e na a participação igualitária, plural e multirracial das mulheres
Convenção no 169 da OIT. nos espaços de poder e decisão.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu-
e) Elaborar relatório periódico de acompanhamento das lheres da Presidência da República
políticas indigenistas que contemple dados sobre os proces- c) Elaborar relatório periódico de acompanhamento das
sos de demarcações das terras indígenas, dados sobre in- políticas para mulheres com recorte étnico-racial, que con-
trusões e conflitos territoriais, inclusão no sistema de ensino tenha dados sobre renda, jornada e ambiente de trabalho,
(básico e superior), assistência integrada à saúde, número de ocorrências de assédio moral, sexual e psicológico, ocorrên-
violações registradas e apuradas, recorrências de violações e cias de violências contra a mulher, assistência à saúde inte-
dados populacionais. gral, dados reprodutivos, mortalidade materna e escolariza-
Responsável: Ministério da Justiça ção.
f) Proteger e promover os conhecimentos tradicionais e Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu-
medicinais dos povos indígenas. lheres da Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde d) Divulgar os instrumentos legais de proteção às mu-
g) Implementar políticas de proteção do patrimônio dos lheres, nacionais e internacionais, incluindo sua publicação
povos indígenas, por meio dos registros material e imaterial, em formatos acessíveis, como braile, CD de áudio e demais
mapeando os sítios históricos e arqueológicos, a cultura, as tecnologias assistivas.
línguas e a arte. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu-
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Jus- lheres da Presidência da República
tiça e) Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres em
h) Promover projetos e pesquisas para resgatar a histó- situação de vulnerabilidade, garantindo plena acessibilidade.
ria dos povos indígenas. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsável: Ministério da Justiça Mulheres da Presidência da República; Ministério do Desen-
i) Promover ações culturais para o fortalecimento da volvimento Social e Combate à Fome
educação escolar dos povos indígenas, estimulando a valo- f) Propor tratamento preferencial de atendimento às
rização de suas próprias formas de produção do conheci- mulheres em situação de violência doméstica e familiar nos
mento. Conselhos Gestores do Fundo Nacional de Habitação de In-
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Jus- teresse Social e junto ao Fundo de Desenvolvimento Social.
tiça Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as
j) Garantir o acesso à educação formal pelos povos indí- Mulheres da Presidência da República; Ministério das Cida-
genas, bilíngues e com adequação curricular formulada com des; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
a participação de representantes das etnias indigenistas e g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, com
especialistas em educação. a garantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação dada
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Edu- pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
cação Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
k) Assegurar o acesso e permanência da população in- de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
dígena no ensino superior, por meio de ações afirmativas e Ministério da Justiça
respeito à diversidade étnica e cultural. h) Realizar campanhas e ações educativas para descons-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Edu- truir os estereótipos relativos às profissionais do sexo.
cação Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu-
l) Adotar medidas de proteção dos direitos das crianças lheres da Presidência da República
indígenas nas redes de ensino, saúde e assistência social, em
consonância com a promoção dos seus modos de vida. Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à * Objetivo estratégico I:
Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presi- Afirmação da diversidade para construção de uma socie-
dência da República dade igualitária.
- Ações programáticas:
* Objetivo estratégico III: a) Realizar campanhas e ações educativas para descons-
Garantia dos direitos das mulheres para o estabeleci- trução de estereótipos relacionados com diferenças étnico
mento das condições necessárias para sua plena cidadania. -raciais, etárias, de identidade e orientação sexual, de pes-
- Ações programáticas: soas com deficiência, ou segmentos profissionais socialmente
a) Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir discriminados.
plenamente as mulheres no processo de desenvolvimento do Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
País, por meio da promoção da sua autonomia econômica e da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
de iniciativas produtivas que garantam sua independência. de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Repúbli-
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mu- ca; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presi-
lheres da Presidência da República dência da República; Ministério da Cultura

101
NOÇÕES DE DIREITO

b) Incentivar e promover a realização de atividades de b) Apoiar a criação de centros de convivência e desenvolver


valorização da cultura das comunidades tradicionais, entre ações de valorização e socialização da pessoa idosa nas zonas
elas ribeirinhos, extrativistas, quebradeiras de coco, pescado- urbanas e rurais.
res artesanais, seringueiros, geraizeiros, varzanteiros, panta- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
neiros, comunidades de fundo de pasto, caiçaras e faxina- Presidência da República; Ministério da Cultura
lenses. c) Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas,
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Desen- visando valorizar e reconhecer sua contribuição para o desen-
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Esporte volvimento e bem-estar da comunidade.
c) Fomentar a formação e capacitação em Direitos Hu- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
manos, como meio de resgatar a autoestima e a dignidade Presidência da República
das comunidades tradicionais, rurais e urbanas. d) Desenvolver ações que contribuam para o protagonismo
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promo- da pessoa idosa na escola, possibilitando sua participação ativa
ção da Igualdade Racial da Presidência da República; Minis- na construção de uma nova percepção intergeracional.
tério da Justiça; Ministério da Cultura Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
d) Apoiar políticas de acesso a direitos para a população Presidência da República
cigana, valorizando seus conhecimentos e cultura. e) Potencializar ações com ênfase no diálogo intergeracio-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e nal, valorizando o conhecimento acumulado das pessoas ido-
Combate à Fome sas.
e) Apoiar e valorizar a associação das mulheres quebra- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
deiras de coco, protegendo e promovendo a continuidade de Presidência da República
seu trabalho extrativista. f) Desenvolver ações intersetoriais para capacitação conti-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e nuada de cuidadores de pessoas idosas.
Combate à Fome Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Cultura
f) Elaborar relatórios periódicos de acompanhamento g) Desenvolver política de humanização do atendimento
das políticas direcionadas às populações e comunidades tra- ao idoso, principalmente em instituições de longa permanência.
dicionais, que contenham, entre outras, informações sobre Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
população estimada, assistência integrada à saúde, número Presidência da República; Ministério da Cultura
de violações registradas e apuradas, recorrência de violações, h) Elaborar programas de capacitação para os operadores
lideranças ameaçadas, dados sobre acesso à moradia, terra e dos direitos da pessoa idosa.
território e conflitos existentes. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Presidência da República.
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade i) Elaborar relatório periódico de acompanhamento das
Racial da Presidência da República; Secretaria Especial dos políticas para pessoas idosas que contenha informações sobre
Direitos Humanos da Presidência da República os Centros Integrados de Atenção a Prevenção à Violência, tais
como: quantidade existente; sua participação no financiamento
* Objetivo estratégico II: público; sua inclusão nos sistemas de atendimento; número de
Proteção e promoção da diversidade das expressões cul- profissionais capacitados; pessoas idosas atendidas; proporção
turais como Direito Humano. dos casos com resoluções; taxa de reincidência; pessoas idosas
- Ações programáticas: seguradas e aposentadas; famílias providas por pessoas idosas;
a) Promover ações de afirmação do direito à diversidade pessoas idosas em abrigos; pessoas idosas em situação de rua;
das expressões culturais, garantindo igual dignidade e respei- principal fonte de renda dos idosos; pessoas idosas atendidas,
to para todas as culturas. internadas e mortas por violência ou maus-tratos.
Responsável: Ministério da Cultura Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
b) Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas cultu- Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da
rais a temática dos Direitos Humanos. Previdência Social; Ministério da Justiça; Ministério do Desen-
Responsável: Ministério da Cultura volvimento Social e Combate à Fome

* Objetivo estratégico III: * Objetivo estratégico IV:


Valorização da pessoa idosa e promoção de sua partici- Promoção e proteção dos direitos das pessoas com defi-
pação na sociedade. ciência e garantia da acessibilidade igualitária.
- Ações programáticas: - Ações programáticas:
a) Promover a inserção, a qualidade de vida e a preven- a) Garantir às pessoas com deficiência igual e efetiva
ção de agravos aos idosos, por meio de programas que forta- proteção legal contra a discriminação.
leçam o convívio familiar e comunitário, garantindo o acesso Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
a serviços, ao lazer, à cultura e à atividade física, de acordo da Presidência da República; Ministério da Justiça
com sua capacidade funcional. b) Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas para
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos prevenir abusos a pessoas com deficiência e pessoas idosas.
da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
do Esporte da Presidência da República

102
NOÇÕES DE DIREITO

c) Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibili- e) Desenvolver meios para garantir o uso do nome social
dade (Decreto no 5.296/2004), que garante a acessibilida- de travestis e transexuais.
de pela adequação das vias e passeios públicos, semáfo- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
ros, mobiliários, habitações, espaços de lazer, transportes, da Presidência da República
prédios públicos, inclusive instituições de ensino, e outros f) Acrescentar campo para informações sobre a identi-
itens de uso individual e coletivo. dade de gênero dos pacientes nos prontuários do sistema
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos de saúde.
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Em- Responsável: Ministério da Saúde
prego; Ministério das Cidades g) Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos
d) Garantir recursos didáticos e pedagógicos para aten- Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transe-
der às necessidades educativas especiais. xuais (LGBT), principalmente a partir do apoio à implemen-
Responsável: Ministério da Educação tação de Centros de Referência em Direitos Humanos de
e) Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, Prevenção e Combate à Homofobia e de núcleos de pesquisa
escrita de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com e promoção da cidadania daquele segmento em universida-
deficiência em todo o sistema de ensino. des públicas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República; Ministério da Educação da Presidência da República
f) Instituir e implementar o ensino da Língua Brasileira h) Realizar relatório periódico de acompanhamento das
de Sinais como disciplina curricular facultativa. políticas contra discriminação à população LGBT, que conte-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos nha, entre outras, informações sobre inclusão no mercado de
da Presidência da República; Ministério da Educação trabalho, assistência à saúde integral, número de violações
g) Propor a regulamentação das profissões relativas à registradas e apuradas, recorrências de violações, dados po-
implementação da acessibilidade, tais como: instrutor de Li- pulacionais, de renda e conjugais.
bras, guia-intérprete, tradutor-intérprete, transcritor, revisor Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República
e ledor da escrita braile e treinadores de cães-guia.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
* Objetivo estratégico VI:
h) Elaborar relatórios sobre os Municípios que possuam
Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e ga-
frota adaptada para subsidiar o processo de monitoramento
rantia da laicidade do Estado.
do cumprimento e implementação da legislação de acessi-
- Ações programáticas:
bilidade.
a) Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial
das diversas práticas religiosas, assegurando a proteção do
dos Direitos Humanos da Presidência da República seu espaço físico e coibindo manifestações de intolerância
religiosa.
* Objetivo estratégico V: Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Cultu-
Garantia do respeito à livre orientação sexual e identi- ra; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
dade de gênero. da República
- Ações programáticas: b) Promover campanhas de divulgação sobre a diversi-
a) Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de dade religiosa para disseminar cultura da paz e de respeito
cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade de às diferentes crenças.
gênero, favorecendo a visibilidade e o reconhecimento social. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Secreta-
da Presidência da República ria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil Presidência da República
entre pessoas do mesmo sexo. c) (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das
da Presidência da República; Ministério da Justiça religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na rede
c) Promover ações voltadas à garantia do direito de ado- pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das dife-
ção por casais homoafetivos. renças culturais, promoção da tolerância e na afirmação da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial laicidade do Estado.
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secre- Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Espe-
taria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência cial dos Direitos Humanos da Presidência da República
da República e) Realizar relatório sobre pesquisas populacionais rela-
d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do tivas a práticas religiosas, que contenha, entre outras, infor-
serviço público todas as configurações familiares constituí- mações sobre número de religiões praticadas, proporção de
das por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com pessoas distribuídas entre as religiões, proporção de pessoas
base na desconstrução da heteronormatividade. que já trocaram de religião, número de pessoas religiosas
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e não praticantes e número de pessoas sem religião.
Gestão Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República

103
NOÇÕES DE DIREITO

“A estes princípios, que são dados e não postos por


DIREITO CONSTITUCIONAL: FORMAÇÃO convenção, os homens têm acesso através da razão comum
CONSTITUCIONAL DO BRASIL. a todos, e são estes princípios que permitem qualificar as
condutas humanas como boas ou más – uma qualificação
que promove uma contínua vinculação entre norma e va-
lor e, portanto, entre Direito e Moral”151. Sendo assim, pela
Movimento constitucionalista concepção de Direito Natural se funda o primeiro elemento
axiológico do constitucionalismo, que é a limitação do ar-
Constitucionalismo é o movimento político-social pelo bítrio estatal.
qual se delineia a noção de que o Poder Estatal deve ser
limitado, que evoluiu para um movimento jurídico defensor Ascensão do absolutismo
da imposição de normas escritas de caráter hierárquico su- As origens históricas do constitucionalismo remetem-
perior que deveriam regular esta limitação de poder. se à negação do absolutismo, ao enfrentamento da ideia
A ideologia de que o Poder Estatal não pode ser arbi- de que o rei, soberano, tudo poderia fazer quanto aos seus
trário fundamenta a noção de norma no ápice do ordena- súditos.
mento jurídico, regulamentando a atuação do Estado em No processo de ascensão do absolutismo europeu, a
todas suas esferas. Sendo assim, inaceitável a ideia de que monarquia da Inglaterra encontrou obstáculos para se es-
um homem, o governante, pode ser maior que o Estado. tabelecer no início do século XIII, sofrendo um revés. Ao
se tratar da formação da monarquia inglesa, em 1215 os
Lei natural como primeiro limitador do arbítrio es- barões feudais ingleses, em uma reação às pesadas taxas
tatal impostas pelo Rei João Sem-Terra, impuseram-lhe a Magna
A ideia de limitação do arbítrio estatal, em termos teó- Carta. Referido documento, em sua abertura, expõe a no-
ricos, começa a ser delineada muito antes do combate ao ção de concessão do rei aos súditos, estabelece a existência
absolutismo renascentista em si. Neste sentido, remonta- de uma hierarquia social sem conceder poder absoluto ao
se à literatura grega. Na obra do filósofo Sófocles150 intitu- soberano, prevê limites à imposição de tributos e ao con-
lada Antígona, a personagem se vê em conflito entre seguir fisco, constitui privilégios à burguesia e traz procedimentos
o que é justo pela lei dos homens em detrimento do que de julgamento ao prever conceitos como o de devido pro-
é justo por natureza quando o rei Creonte impõe que o cesso legal, habeas corpus e júri. A Magna Carta de 1215
corpo de seu irmão não seja enterrado porque havia luta- instituiu ainda um Grande Conselho que foi o embrião para
o Parlamento inglês, embora isto não signifique que o po-
do contra o país. Neste sentido, a personagem Antígona
der do rei não tenha sido absoluto em certos momentos,
defende, ao ser questionada sobre o descumprimento da
como na dinastia Tudor. Havia um absolutismo de fato,
ordem do rei: “sim, pois não foi decisão de Zeus; e a Justiça,
mas não de Direito. Com efeito, em termos documentais, a
a deusa que habita com as divindades subterrâneas, jamais
Magna Carta de 1215 já indicava uma ideia contemporânea
estabeleceu tal decreto entre os humanos; tampouco acre-
de constitucionalismo que viria a surgir – a de norma escri-
dito que tua proclamação tenha legitimidade para conferir
ta com fulcro de limitadora do Poder Estatal.
a um mortal o poder de infringir as leis divinas, nunca es-
Em geral, o absolutismo europeu foi marcado profun-
critas, porém irrevogáveis; não existem a partir de ontem,
damente pelo antropocentrismo, colocando o homem no
ou de hoje; são eternas, sim! E ninguém pode dizer desde centro do universo, ocupando o espaço de Deus. Natural-
quando vigoram! Decretos como o que proclamaste, eu, mente, as premissas da lei natural passaram a ser ques-
que não temo o poder de homem algum, posso violar sem tionadas, já que geralmente se associavam à dimensão do
merecer a punição dos deuses! [...]”. divino. A negação plena da existência de direitos inatos ao
Em termos de discussão filosófica, muito se falou a res- homem implicava em conferir um poder irrestrito ao so-
peito do Direito Natural, limitador do arbítrio estatal, antes berano, o que gerou consequências que desagradavam a
da ascensão do absolutismo. Desde a filosofia grega clás- burguesia. Não obstante, falava-se em Direito Natural do
sica, passando pela construção da civilização romana com soberano de fazer o que bem entendesse, por sua herança
o pensamento de Cícero, culminando no pensamento da divina do poder.
Idade Média fundado no cristianismo, notadamente pelo O príncipe, obra de Maquiavel (1469 D.C. - 1527 D.C.)
pensamento de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. considerada um marco para o pensamento absolutista, re-
No geral, compreende-se a existência de normas transcen- lata com precisão este contexto no qual o poder do sobe-
dentais que não precisam ser escritas para que devam ser rano poderia se sobrepor a qualquer direito alegadamente
consideradas existentes e, mais do que isso, consolida-se a inato ao ser humano desde que sua atitude garantisse a
premissa de que norma escrita contrária à lei natural não manutenção do poder. Maquiavel152 considera “na con-
poderia ser norma válida. duta dos homens, especialmente dos príncipes, contra a
151 LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diá-
logo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia. das Letras, 2009,
p. 16.
150 SÓFOCLES. Édipo rei / Antígona. Tradução Jean Melville. São 152 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti.
Paulo: Martin Claret, 2003, p. 96. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 111.

104
NOÇÕES DE DIREITO

qual não há recurso, os fins justificam os meios. Portanto, o primeiro passo escrito para o estabelecimento de uma
se um príncipe pretende conquistar e manter o poder, os Constituição Escrita na França, datada de 1791; ao passo
meios que empregue serão sempre tidos como honrosos, que a Constituição dos Estados Unidos da América foi es-
e elogiados por todos, pois o vulgo atenta sempre para as tabelecida em 1787, estando até hoje vigente com poucas
aparências e os resultados”. emendas, notadamente por se tratar de texto sintético com
Os monarcas dos séculos XVI, XVII e XVIII agiam de apenas 7 artigos.
forma autocrática, baseados na teoria política desenvolvida
até então que negava a exigência do respeito ao Direito Na- Rumos do constitucionalismo
tural no espaço público. Somente num momento histórico A partir dos mencionados eventos históricos, o cons-
posterior se permitiu algum resgate da aproximação entre titucionalismo alçou novos rumos. Hoje, é visto não ape-
a Moral e o Direito, qual seja o da Revolução Intelectual dos nas como fator de limitação do Poder Estatal, mas como
séculos XVII e XVIII, com o movimento do Iluminismo, que verdadeiro vetor social que guia à efetivação de direitos e
conferiu alicerce para as Revoluções Francesa e Industrial garantias fundamentais e que busca a construção de uma
– ainda assim a visão antropocentrista permaneceu, mas sociedade mais justa e fraterna.
começou a se consolidar a ideia de que não era possível
que o soberano impusesse tudo incondicionalmente aos Histórico das Constituições Brasileiras
seus súditos.
Constituição Política do Império do Brasil de 25 de
Iluminismo e o pensamento contratualista março de 1824
O Iluminismo lançou base para os principais eventos Trata-se do texto constitucional outorgado pelo impe-
que ocorreram no início da Idade Contemporânea, quais rador Dom Pedro I após a independência brasileira em 07
sejam as Revoluções Francesa, Americana e Industrial. Ti- de setembro de 1822. Inicialmente, o imperador havia cha-
veram origem nestes movimentos todos os principais fatos mado os representantes da província para discutirem o seu
do século XIX e do início do século XX, por exemplo, a dis- texto, mas dissolveu a Assembleia e nomeou pessoas que
seminação do liberalismo burguês, o declínio das aristo- elaboraram a Carta que posteriormente ele outorgou.
cracias fundiárias e o desenvolvimento da consciência de Uma de suas principais características é a criação de
classe entre os trabalhadores153. um Poder Moderador, exercido pelo imperador, que con-
Jonh Locke (1632 D.C. - 1704 D.C.) foi um dos pensado- trolava os demais poderes, conforme o artigo 98 da referi-
res da época, transportando o racionalismo para a política, da Carta: “O Poder Moderador é a chave de toda a organi-
refutando o Estado Absolutista, idealizando o direito de re- zação Política, e é delegado privativamente ao Imperador,
belião da sociedade civil e afirmando que o contrato entre como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Represen-
os homens não retiraria o seu estado de liberdade. Ao lado tante, para que incessantemente vele sobre a manutenção
dele, pode ser colocado Montesquieu (1689 D.C. - 1755 da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes
D.C.), que avançou nos estudos de Locke e na obra O Espí- Políticos”. Sendo assim, criava um Estado imperial, unitário
rito das Leis estabeleceu em definitivo a clássica divisão de (centralizado no imperador).
poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Por fim, merece Foi a que por mais tempo vigorou no Brasil – 65 anos.
menção o pensador Rousseau (1712 D.C. - 1778 D.C.), de- Era semirrígida, criando procedimentos diversos de altera-
fendendo que o homem é naturalmente bom e formulando ção das normas constitucionais (única brasileira que teve
na obra O Contrato Social a teoria da vontade geral, aceita esta característica). Estabelecia o catolicismo como religião
pela pequena burguesia e pelas camadas populares face oficial (Estado confessional). Não permitia que todos vo-
ao seu caráter democrático. Enfim, estes três contratualis- tassem, mas apenas os que demonstrassem certa renda
tas trouxeram em suas obras as ideias centrais das Revo- (sufrágio censitário).
luções Francesa e Americana. Em comum, defendiam que
o Estado era um mal necessário, mas que o soberano não Constituição da República dos Estados Unidos do
possuía poder divino/absoluto, sendo suas ações limitadas Brasil de 24 de fevereiro de 1891
pelos direitos dos cidadãos submetidos ao regime estatal. Foi promulgada por representantes reunidos em Con-
No entanto, Rousseau era o pensador que mais se dife- gresso Constituinte, presididos pelo primeiro presidente ci-
renciava dos dois anteriores, que eram mais individualistas vil do Brasil (Estado presidencialista), Prudente de Moraes,
e trouxeram os principais fundamentos do Estado Liberal, após a queda do Império, diante da proclamação da Repú-
porque defendia a entrega do poder a quem realmente es- blica em 15 de novembro de 1889.
tivesse legitimado para exercê-lo, pensamento que mais se Em termos de modelo político, se inspirou no norte-a-
aproxima da atual concepção de democracia. mericano, recentemente adotado após a independência
Com efeito, o texto constitucional tem a aptidão de das 13 colônias, denominado Estado federalista. Quanto ao
exteriorizar, dogmatizar, este contrato social celebrado modelo filosófico, seguiu o positivismo de Augusto Comte
entre a sociedade e o Estado. Neste sentido, a Declaração (do qual se extraiu o lema “Ordem e Progresso”.
Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 foi O Estado deixa de ser confessional, não mais tendo a
153 BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental: do
religião católica como oficial, se tornando um Estado laico.
homem das cavernas às naves espaciais. 43. ed. Atualização Robert E. Lerner
e Standisch Meacham. São Paulo: Globo, 2005. v. 2.

105
NOÇÕES DE DIREITO

Constituição da República dos Estados Unidos do Foi convocada Assembleia Nacional Constituinte que
Brasil de 16 de julho de 1934 promulgou a Constituição de 1946 e restabeleceu o Estado
Promulgada por uma Assembleia Nacional Constituin- Democrático de Direito, devolvendo autonomia aos Esta-
te reunida no Rio de Janeiro, a qual elegeu indiretamente dos-membros.
Getúlio Vargas como Presidente da República. Decorreu de Mantém o Estado presidencialista, republicano, federal
um delicado contexto histórico, após a quebra da Bolsa de e laico. Logo, o federalismo e a separação dos poderes dei-
Nova Iorque em 1929, entrando em crise a política do café xam de ser mera fachada.
com leite segundo a qual a indicação do Presidente deveria Nos anos 50, realizam-se eleições livres e diretas que
se revezar entre mineiros e paulistas. O paulista Washing- reconduzem Getúlio ao poder, mas agora ele assume num
ton Luís, em vez de respeitar a ordem, indicou outro paulis- contexto não ditatorial, com Poder Legislativo funcionando
ta, Júlio Prestes, levando os mineiros a lançarem candidato e Estados-membros independentes. Na tentativa de elimi-
de oposição, Getúlio Vargas. Com a Revolução de 1930, nar esta oposição, Getúlio organiza atentado contra seu lí-
Washington Luís foi deposto e, após a derrota de São Paulo der, Carlos Lacerda, que é frustrado. Após, em 1955, Getúlio
na Revolução Constitucionalista de 1932, entendeu-se que se suicida no palácio do catete.
seria necessário elaborar uma nova Constituição. Então, é eleito Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que
Mantém o Estado presidencialista, republicano, fede- cumpre com o propósito de transferir a capital do país ao
ral e laico. A alteração mais sensível quanto à Constituição planalto central (Brasília). Após seu mandato, é eleito Jânio
anterior consistiu na instauração do constitucionalismo da Silva Quadros, que renuncia numa tentativa de obter
social, garantindo expressamente os direitos fundamen- mais poderes porque imaginava que o Congresso se opo-
tais de segunda dimensão ao criar a Justiça do Trabalho, ria à sua renúncia para evitar que João Goulart, seu vice,
colacionar os direitos sociais e assegurar a educação fun- assumisse. Contudo, a renúncia foi aceita, emendando-se a
damental gratuita, bem como estabelecendo o direito de Constituição para colocar João Goulart na posição de chefe
voto da mulher. de Estado e Tancredo Neves na de chefe de governo, mu-
dança que foi rejeitada em plebiscito posterior, passando
Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 10 de
João Goulart a concentrar as duas funções no cargo de Pre-
novembro de 1937
sidente da República.
Sob o argumento de que um golpe comunista estaria
se infiltrando no país (plano Cohen), Getúlio Vargas ab-ro-
Constituição da República Federativa do Brasil de
gou a Constituição de 1934 e outorgou a Carta de 1937.
24 de janeiro de 1967
Sendo assim, trata-se de Constituição outorgada, fruto
Diante de iniciativas de João Goulart contra os inte-
da concepção ideológica totalitária do integralismo. Esta
resses militares, é dado golpe em 31 de março de 1964, a
Constituição foi apelidada de polaca, por ser influenciada
princípio apoiado pela população. Então, os militares ou-
pela Constituição totalitária da Polônia e por sua origem
espúria, não genuína. torgam ato institucional pelo qual se revestem de poder
O federalismo foi mantido na teoria, mas na prática normativo, passam a poder caçar parlamentares, suspender
o que se percebia era a intervenção crescente da União direitos políticos, restringir direitos e garantias e requerer
nos Estados-membros pela nomeação dos interventores nomeação de Presidente da República ao Congresso Na-
federais. Também a separação dos poderes se torna uma cional, findando as eleições diretas e livres. O segundo ato
falácia, mediante a transferência de ampla competência le- institucional põe o Congresso em recesso e extingue par-
gislativa ao Presidente e a conferência de poder a este para tidos políticos.
dissolver a Câmara dos Deputados e colocar em recesso o Este Congresso somente é ressuscitado para votar a
Conselho Federal. Neste sentido, na vigência desta Carta a Constituição enviada pelo Presidente, homologando-a sem
atividade legislativa passou a se dar predominantemente qualquer autonomia. A Constituição é, assim, promulgada,
pelos decretos-leis (ato legislativo do Presidente com força mas não de forma democrática. Logo, pode ser considera-
de lei federal), restando em recesso o Congresso Nacional. da imposta, outorgada.
Em termos meramente teóricos, a Constituição de 1967
Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 18 de mantinha o Estado presidencialista, republicano, federal e
setembro de 1946 laico. Contudo, de forma inegável concentrava os poderes
Em 29 de outubro de 1945 um golpe militar derrubou na União e no Poder Executivo. Em verdade, a Constituição
a ditadura de Vargas, depondo o então Presidente, que permitia esta concentração e intervenção, mas ela era re-
havia iniciado tentativas de restabelecer a alternância de gulamentada por meio dos atos institucionais, que refor-
poder, como a autorização de funcionamento dos partidos mavam a Constituição e derrogavam seus dispositivos.
políticos, mas que após uma onda de manifestações para Entre os atos institucionais, destaca-se o denomina-
sua permanência parecia relutante (queremismo). Ao final do ato institucional nº 5, pelo qual continuaria em vigor a
de 1945 foram realizadas eleições diretas, que levaram ao Constituição no que não contrariasse este ato, sendo que
poder o General Eurico Gaspar Dutra, candidato do Partido ele estabelecia uma restrição sem precedentes dos direitos
Social Democrático contra o candidato da União Democrá- individuais e políticos. O AI nº 5 foi uma resposta ao movi-
tica Nacional, Brigadeiro Eduardo Gomes. mento de contestação ao sistema político que se fortalecia.

106
NOÇÕES DE DIREITO

Em 17 de outubro de 1969 sobrevém a Emenda Cons- A Constituição brasileira de 1988 pode ser considera-
titucional nº 1/69, que altera a Constituição de 1967 de da rígida. Pode ser também vista como super-rígida aos que
forma substancial, a ponto de ser considerada por parte defendem esta subclassificação.
da doutrina e pelo próprio Supremo Tribunal Federal como b) Flexível – Não é necessário um processo legislativo
Constituição autônoma. Entre outras disposições, legaliza- mais árduo para a alteração das normas constitucionais, utili-
va a pena de morte, a pena de banimento e validava os atos zando-se o mesmo processo das normas infraconstitucionais.
institucionais. Sendo assim, distanciava ainda mais o país c) Semiflexível ou semirrígida – Ela é tanto rígida quanto
do modelo democrático. flexível, pois parte de suas normas precisam de processo le-
gislativo especial para serem alteradas e outra parte segue o
processo legislativo comum.
A CONSTITUIÇÃO DE 1988: ORIGEM E
4) Quanto à função
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS.
a) Garantia – busca garantir a liberdade e serve notada-
mente para limitar o poder do Estado.
b) Dirigente – vai além da garantia da liberdade e da li-
O Direito Constitucional é ramo complexo e essencial mitação do poder do Estado, definindo um projeto de Es-
ao jurista no exercício de suas funções, afinal, a partir dele tado a ser alcançado. A Constituição brasileira de 1988 é
que se delineia toda a estrutura do ordenamento jurídico dirigente.
nacional.
5) Quanto à origem
1) Quanto à forma a) Outorgada – é aquela imposta unilateralmente pelo
a) Escrita – É a Constituição estabelecida em um único agente revolucionário. A Constituição outorgada é denomi-
texto escrito, formalmente aprovado pelo Legislativo com nada como Carta.
esta qualidade. Se o texto for resumido e apenas contiver b) Promulgada – é aquela que é votada, sendo tam-
normas básicas, a Constituição escrita é sintética; se o texto bém conhecida como democrática ou popular. Decorre do
for extenso, delimitando em detalhes questões que muitas trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita
vezes excedem mesmo o conceito material de Constitui- pelo povo para em nome dele atuar (legitimação popular).
ção, a Constituição escrita é analítica. Firma-se a adoção de A Constituição promulgada é denominada Constituição, en-
um sistema conhecido como Civil Law. O Brasil adota uma quadrando-se nesta categoria a Constituição brasileira de
Constituição escrita analítica. 1988.
b) Não escrita – Não significa que não existam nor- Obs.: Constituição cesarista é aquela que não é outorga-
mas escritas que regulem questões constitucionais, mas da, mas também não é promulgada. Se dá quando um pro-
que estas normas não estão concentradas num único texto jeto do agente revolucionário é posto para votação do povo,
e que nem ao menos dependem desta previsão expressa que meramente ratifica a vontade do detentor do poder.
devido à possível origem em outros fatores sociais, como
costumes. Por isso, a Constituição não escrita é conhecida 6) Quanto à dogmática
como costumeira. É adotada por países como Reino Uni- a) Ortodoxa – formada por uma só ideologia.
do, Israel e Nova Zelândia. Adotada esta Constituição, o b) Eclética – atenta a fatores multiculturais, trazendo
sistema jurídico se estruturará no chamado Common Law ideologias conciliatórias. A Constituição de 1988 é eclética.
(Direito costumeiro), exteriorizado no Case Law (sistema de
precedentes).
OBS.: A origem da Constituição Brasileira foi abordada
no tópico sobre Constituição Federal Brasileira de 1988 e
2) Quanto ao modo de elaboração
suas emendas e o histórico no tópico anterior sobre forma-
a) Dogmática –sempre escritas, estas Constituições são
elaboradas num só ato a partir de concepções pré-estabe- ção constitucional no Brasil; quanto aos objetivos, constam
lecidas e ideologias já declaradas. A Constituição brasilei- no tópico sobre princípios fundamentais da CF/1988.
ra de 1988 é dogmática.
b) Histórica – aproxima-se da Constituição dogmática,
eis que o seu processo de formação é lento e contínuo com
o passar dos tempos.

3) Quanto à estabilidade
a) Rígida – exige, para sua alteração, um processo le-
gislativo mais árduo.
Obs.: A Constituição super-rígida, classificação defen-
dida por parte da doutrina, além de ter um processo le-
gislativo diferenciado para emendas constitucionais, tem
certas normas que não podem nem ao menos ser alteradas
– denominadas cláusula pétreas.

107
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal.


ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
BRASILEIRO. Brasília é a capital da República Federativa do Brasil,
sendo um dos municípios que compõem o Distrito Federal.
O Distrito Federal tem peculiaridades estruturais, não sendo
nem um Município, nem um Estado, tanto é que o caput
Organização político administrativa deste artigo 18 o nomeia em separado. Trata-se, assim, de
unidade federativa autônoma.
O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genéri-
co e regulamenta a organização político-administrativa do Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a
Estado. Basicamente, define os entes federados que irão União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegra-
compor o Estado brasileiro. ção ao Estado de origem serão reguladas em lei complemen-
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firma- tar.
do entre os entes autônomos que compõem o Estado bra-
sileiro. Na federação, todos os entes que compõem o Es- Apesar dos Territórios Federais integrarem a União, eles
tado têm autonomia, cabendo à União apenas concentrar não podem ser considerados entes da federação, logo não
esforços necessários para a manutenção do Estado uno. fazem parte da organização político-administrativa, não
O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do dispõem de autonomia política e não integram o Estado
que os Estados federados geralmente se formam. Trata-se Federal. São meras descentralizações administrativo-ter-
de federalismo por desagregação – tinha-se um Estado ritoriais pertencentes à União. A Constituição Federal de
uno, com a União centralizada em suas competências, e di- 1988 aboliu todos os territórios então existentes: Fernando
vidiu-se em unidades federadas. Difere-se do denominado de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de
federalismo por agregação, no qual unidades federativas Pernambuco, Amapá e Roraima ganham o status integral de
autônomas se unem e formam um Poder federal no qual Estados da Federação.
se concentrarão certas atividades, tornando o Estado mais
forte (ex.: Estados Unidos da América). Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se en-
No federalismo por agregação, por já vir tradicional- tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
mente das bases do Estado a questão da autonomia das a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
unidades federadas, percebe-se um federalismo real na mediante aprovação da população diretamente interessa-
prática. Já no federalismo por desagregação nota-se uma da, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
persistente tendência centralizadora. complementar.
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro en-
tendeu o federalismo que estava criando é o fato de ter Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão
colocado o município como entidade federativa autônoma. e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
No modelo tradicional, o pacto federativo se dá apenas en- estadual, dentro do período determinado por Lei Comple-
tre União e estados-membros, motivo pelo qual a doutrina mentar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
afirma que o federalismo brasileiro é atípico. plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após di-
Além disso, pelo que se desprende do modelo de di- vulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados
visão de competências a ser estudado neste capítulo, aca- e publicados na forma da lei.
bou-se esvaziando a competência dos estados-membros,
mantendo uma concentração de poderes na União e distri- Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível
buindo vasta gama de poderes aos municípios. criar, incorporar e desmembrar os Estados-membros e os
Municípios. No caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei
Art. 18, caput, CF. A organização político-administra- federal. No caso dos municípios, exige-se plebiscito e lei
tiva da República Federativa do Brasil compreende a União, estadual.
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos au- Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembra-
tônomos, nos termos desta Constituição. mento no âmbito interno, mas não se permite que uma par-
te do país se separe do todo, o que atentaria contra o pacto
Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo federativo.
18, CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado
no qual são considerados entes federados e, como tais, au- Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito
tônomos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- Federal e aos Municípios:
cípios. Esta autonomia se reflete tanto numa capacidade de I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná
auto-organização (normatização própria) quanto numa ca- -los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
pacidade de autogoverno (administrar-se pelos membros seus representantes relações de dependência ou aliança, res-
eleitos pelo eleitorado da unidade federada). salvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências en-
tre si.

108
NOÇÕES DE DIREITO

Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas Artigo 20, CF. São bens da União:
aos entes federados, fato é que todo o sistema constitucio- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem
nal traz impedimento à atuação das unidades federativas a ser atribuídos;
e de seus administradores. Afinal, não possuem liberdade II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
para agirem como quiserem e somente podem fazer o que fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
a lei permite (princípio da legalidade aplicado à Adminis- federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas
tração Pública). em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em ter-
Repartição de competências e bens. renos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
O título III da Constituição Federal regulamenta a orga- sirvam de limites com outros países, ou se estendam a terri-
nização do Estado, definindo competências administrativas tório estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
e legislativas, bem como traçando a estrutura organizacio- marginais e as praias fluviais;
nal por ele tomada. IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
Bens Públicos são todos aqueles que integram o pa- com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
trimônio da Administração Pública direta e indireta, sendo e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
que todos os demais bens são considerados particulares. Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e
Destaca-se a disciplina do Código Civil: a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da
Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional zona econômica exclusiva;
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno; VI - o mar territorial;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
pertencerem. VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Artigo 99, CC. São bens públicos: X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar-
queológicos e pré-históricos;
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
estradas, ruas e praças;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da ad-
destinados a serviço ou estabelecimento da administração
ministração direta da União, participação no resultado da
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
suas autarquias;
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação fi-
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. nanceira por essa exploração.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, con- § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
sideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas ju- largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
rídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
direito privado. defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei.
Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do
povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto con- Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados:
servarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emer-
gentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da
Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser lei, as decorrentes de obras da União;
alienados, observadas as exigências da lei. II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estive-
rem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a Municípios ou terceiros;
usucapião. III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
União;
Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode IV - as terras devolutas não compreendidas entre as
ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido le- da União.
galmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
1) Competência organizacional-administrativa ex-
Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e os clusiva da União
bens dos Estados-membros no artigo 26, ambos da Cons- A Constituição Federal, quando aborda a competência
tituição, que seguem abaixo. Na divisão de bens estabele- da União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” e
cida pela Constituição Federal denota-se o caráter residual no artigo 22 a expressão “compete privativamente à União”.
dos bens dos Estados-membros porque exige-se que estes Neste sentido, questiona-se se a competência no artigo 21
não pertençam à União ou aos Municípios. seria privativa. Obviamente, não seria compartilhada, pois os
casos que o são estão enumerados no texto constitucional.

109
NOÇÕES DE DIREITO

Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enumera XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatísti-
competências exclusivas da União. Estas expressões que a ca, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
princípio seriam sinônimas assumem significado diverso. Ex- XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
clusiva é a competência da União que pode ser delegada a diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
outras unidades federadas e privativa é a competência da XVII - conceder anistia;
União que somente pode ser exercida por ela. XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
O artigo 21, que traz as competências exclusivas da tra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
União, trabalha com questões organizacional-administrati- inundações;
vas. XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
Artigo 21, CF. Compete à União: de seu uso;
I - manter relações com Estados estrangeiros e partici- XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba-
par de organizações internacionais; no, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
II - declarar a guerra e celebrar a paz; urbanos;
III - assegurar a defesa nacional; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, nacional de viação;
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
ou nele permaneçam temporariamente; portuária e de fronteiras;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares
intervenção federal; de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ma- pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a in-
terial bélico; dustrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
VII - emitir moeda; derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fisca- a) toda atividade nuclear em território nacional so-
lizar as operações de natureza financeira, especialmente as mente será admitida para fins pacíficos e mediante aprova-
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e ção do Congresso Nacional;
de previdência privada; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de cialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e
ordenação do território e de desenvolvimento econômico usos médicos, agrícolas e industriais;
e social; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, con- igual ou inferior a duas horas;
cessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde-
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, pende da existência de culpa;
a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucio- XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
nais; balho;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, con- XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer-
cessão ou permissão: cício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima-
gens; Envolve a competência organizacional-administrativa
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aprovei- da União a atuação regionalizada com vistas à redução das
tamento energético dos cursos de água, em articulação com desigualdade regionais, descrita no artigo 43 da Constitui-
os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; ção Federal:
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
aeroportuária; Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União po-
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário derá articular sua ação em um mesmo complexo geoeco-
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transpo- nômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redu-
nham os limites de Estado ou Território; ção das desigualdades regionais.
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e § 1º Lei complementar disporá sobre:
internacional de passageiros; I - as condições para integração de regiões em desen-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; volvimento;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministé- II - a composição dos organismos regionais que exe-
rio Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defen- cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
soria Pública dos Territórios; planos nacionais de desenvolvimento econômico e social,
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mi- aprovados juntamente com estes.
litar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, § 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Fede- outros, na forma da lei:
ral para a execução de serviços públicos, por meio de fundo I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens
próprio; de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;

110
NOÇÕES DE DIREITO

II - juros favorecidos para financiamento de atividades XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
prioritárias; bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de militares e corpos de bombeiros militares;
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; XXII - competência da polícia federal e das polícias ro-
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e doviária e ferroviária federais;
social dos rios e das massas de água represadas ou repre- XXIII - seguridade social;
sáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in- XXV - registros públicos;
centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele- XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena todas as modalidades, para as administrações públicas di-
irrigação. retas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
2) Competência legislativa privativa da União para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
A competência legislativa da União é privativa e, sendo nos termos do art. 173, § 1°, III; 
assim, pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
somente podem ser legisladas por atos normativos com marítima, defesa civil e mobilização nacional;
abrangência nacional, mas é possível que uma lei comple- XXIX - propaganda comercial.
mentar autorizar que determinado Estado regulamente Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
questão devidamente especificada. os Estados a legislar sobre questões específicas das ma-
térias relacionadas neste artigo.
Artigo 22, CF. Compete privativamente à União legislar
sobre: 3) Competência organizacional-administrativa
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleito- compartilhada
ral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do tra- União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios
balho; compartilham certas competências organizacional-ad-
II - desapropriação; ministrativas. Significa que qualquer dos entes federados
III - requisições civis e militares, em caso de iminente poderá atuar, desenvolver políticas públicas, nestas áreas.
perigo e em tempo de guerra; Todas estas áreas são áreas que necessitam de atuação in-
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e tensa ou vigilância constantes, de modo que mediante ges-
radiodifusão; tão cooperada se torna possível efetivar o máximo possível
V - serviço postal; os direitos fundamentais em casa uma delas.
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan-
tias dos metais; Artigo 23, CF. É competência comum da União, dos Es-
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên- tados, do Distrito Federal e dos Municípios:
cia de valores; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
VIII - comércio exterior e interestadual; instituições democráticas e conservar o patrimônio pú-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; blico;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção
rítima, aérea e aeroespacial; e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
XI - trânsito e transporte; III - proteger os documentos, as obras e outros bens
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e me- de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
talurgia; paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracte-
XIV - populações indígenas; rização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e artístico ou cultural;
expulsão de estrangeiros; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educa-
XVI - organização do sistema nacional de emprego e ção, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
condições para o exercício de profissões; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
XVII - organização judiciária, do Ministério Públi- em qualquer de suas formas;
co do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Pública dos Territórios, bem como organização adminis- VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar
trativa destes o abastecimento alimentar;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de IX - promover programas de construção de moradias
geologia nacionais; e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da mento básico;
poupança popular; X - combater as causas da pobreza e os fatores de
XX - sistemas de consórcios e sorteios; marginalização, promovendo a integração social dos seto-
res desfavorecidos;

111
NOÇÕES DE DIREITO

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de O estudo das competências concorrentes permite vis-
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e lumbrar os limites da atuação conjunta entre União, Estados
minerais em seus territórios; e Distrito Federal no modelo Federativo adotado no Brasil,
XII - estabelecer e implantar política de educação para visando à obtenção de uma homogeneidade nacional, com
a segurança do trânsito. preservação dos pluralismos regionais e locais.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas O cerne da distinção da competência entre os entes fe-
para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito derados repousa na competência da União para o estabe-
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do de- lecimento de normas gerais. A competência legislativa dos
senvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Estados-membros e dos Municípios nestas questões é su-
plementar, ou seja, as normas estaduais agregam detalhes
4) Competência legislativa compartilhada que a norma da União não compreende, notadamente tra-
Além de compartilharem competências organizacional zendo peculiaridades regionais.
-administrativas, os entes federados compartilham com- No caso do artigo 24, CF, a União dita as normas gerais
petência para legislar sobre determinadas matérias. Entre- e as normas suplementares ficam por conta dos Estados, ou
tanto, excluem-se do artigo 24, CF, os entes federados da seja, as peculiaridades regionais são normatizadas pelos Es-
espécie Município, sendo que estes apenas legislam sobre tados. As normas estaduais, neste caso, devem guardar uma
assuntos de interesse local. relação de compatibilidade com as normas federais (relação
hierárquica). Diferentemente da competência comum em
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe- que as leis estão em igualdade de condições, uma não deve
deral legislar concorrentemente sobre: subordinação à outra.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, eco- Entretanto, os Estados não ficam impedidos de criar leis
nômico e urbanístico; regulamentadoras destas matérias enquanto a União não o
II - orçamento; faça. Sobrevindo norma geral reguladora, perdem a eficácia
III - juntas comerciais; os dispositivos de lei estadual com ela incompatível.
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo; 5) Limitações e regras mínimas aplicáveis à compe-
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature- tência organizacional-administrativa autônoma dos Es-
za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio tados-membros
ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artís- Artigo 25, CF. Os Estados organizam-se e regem-se pe-
tico, turístico e paisagístico; las Constituições e leis que adotarem, observados os prin-
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, cípios desta Constituição.
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, § 1º São reservadas aos Estados as competências que
histórico, turístico e paisagístico; não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou median-
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; te concessão, os serviços locais de gás canalizado, na for-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de ma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
pequenas causas; regulamentação. 
XI - procedimentos em matéria processual; § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
XIV - proteção e integração social das pessoas porta- limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
doras de deficiência; execução de funções públicas de interesse comum.
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das po- O documento que está no ápice da estrutura normativa
lícias civis. de um Estado-membro é a Constituição estadual. Ela deve
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a com- guardar compatibilidade com a Constituição Federal, no-
petência da União limitar-se-á a estabelecer normas tadamente no que tange aos princípios nela estabelecidos,
gerais. sob pena de ser considerada norma inconstitucional.
§ 2º A competência da União para legislar sobre nor- A competência do Estado é residual – tudo o que não
mas gerais não exclui a competência suplementar dos obrigatoriamente deva ser regulamentado pela União ou
Estados. pelos Municípios, pode ser legislado pelo Estado-membro,
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os sem prejuízo da já estudada competência legislativa concor-
Estados exercerão a competência legislativa plena, para rente com a União.
atender a suas peculiaridades. O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas ge- abrange regiões metropolitanas (um município, a metrópole,
rais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for está em destaque) e aglomerações urbanas (não há municí-
contrário. pio em destaque), e as microrregiões (não conurbadas, mas
limítrofes, geralmente identificada por bacias hidrográficas).

112
NOÇÕES DE DIREITO

A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de
Executivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na despesas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a
Constituição estadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases responsabilização do Prefeito e do Presidente da Câmara
regulamentadoras que devem ser respeitadas. por violação a estes limites.

Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgâni-
Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Es- ca, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
tado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios esta-
Federais acima de doze. belecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estado e os seguintes preceitos:
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re- para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e si-
muneração, perda de mandato, licença, impedimentos e multâneo realizado em todo o País;
incorporação às Forças Armadas. II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
em espécie, para os Deputados Federais, observado o que eleitores; 
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre janeiro do ano subsequente ao da eleição;
seu regimento interno, polícia e serviços administrativos IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. observado o limite máximo de:  (Vide ADIN 4307)
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
legislativo estadual.
(quinze mil) habitantes; 
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Go-
15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
vernador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-
habitantes; 
se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno,
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus
habitantes; 
antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do
ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
art. 77.  50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir ou- mil) habitantes; 
tro cargo ou função na administração pública direta ou e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. vinte mil) habitantes; 
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciati- 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cen-
va da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os to sessenta mil) habitantes; 
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à compe- (trezentos mil) habitantes; 
tência organizacional-administrativa autônoma dos Mu- h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais
nicípios de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (qua-
Os Municípios gozam de autonomia no modelo federa- trocentos e cinquenta mil) habitantes; 
tivo brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de auto i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
-organização, normatização e autogoverno. de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de
Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se extrai até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; 
do artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza, devendo j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
esta lei guardar compatibilidade tanto com a Constituição 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete-
Federal quanto com a respectiva Constituição estadual. O centos cinquenta mil) habitantes; 
dispositivo mencionado traça, ainda, regras mínimas de es- k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
truturação do Poder Executivo e do Legislativo municipais. de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o 900.000 (novecentos mil) habitantes; 
município tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-se, l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
ainda, a exaustiva regra sobre o número de vereadores e a 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
questão dos subsídios. Incidente, também a regra sobre o milhão e cinquenta mil) habitantes; 
julgamento do Prefeito pelo Tribunal de Justiça.

113
NOÇÕES DE DIREITO

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponde-
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;  rá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
bitantes;  VII - o total da despesa com a remuneração dos Ve-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de readores não poderá ultrapassar o montante de cinco por
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitan- cento da receita do Município; 
tes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habi- VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi-
tantes;  niões, palavras e votos no exercício do mandato e na cir-
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais cunscrição do Município; 
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;  vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Consti-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de tuição para os membros do Congresso Nacional e na Consti-
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes tuição do respectivo Estado para os membros da Assembleia
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- Legislativa; 
tantes;  X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de tiça; 
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras
tantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;  da Câmara Municipal; 
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios XII - cooperação das associações representativas no
de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até planejamento municipal; 
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;  XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleito-
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
rado; 
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; 
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
do art. 28, parágrafo único (assumir outro cargo). 
mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
6.000.000 (seis milhões) de habitantes; 
Artigo  29-A, CF.  O total da despesa do Poder Le-
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
gislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar
7.000.000 (sete milhões) de habitantes;  os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153
de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e   anterior: 
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de I - 7% (sete por cento) para Municípios com população
mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;  de até 100.000 (cem mil) habitantes;   (Redação dada pela
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Se- Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)   (Pro-
cretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câma- dução de efeito)
ra Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § II - 6% (seis por cento) para Municípios com população
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;  entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; 
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec- III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popula-
tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subse- ção entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhen-
quente, observado o que dispõe esta Constituição, observa- tos mil) habitantes; 
dos os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento)
seguintes limites máximos:  para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; 
máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu-
subsídio dos Deputados Estaduais;  lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habi- milhões) de habitantes; 
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha- e um) habitantes. 
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá § 1o  A Câmara Municipal não gastará mais de se-
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  tenta por cento de sua receita com folha de pagamento,
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha- incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. 
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá § 2o  Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  Municipal: 

114
NOÇÕES DE DIREITO

I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
te artigo;  dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou  para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada legitimidade, nos termos da lei.
na Lei Orçamentária.  § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
§ 3o  Constitui crime de responsabilidade do Presiden- órgãos de Contas Municipais.
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
7) Peculiaridades da competência organizacional
As competências legislativas e administrativas dos mu- -administrativa do Distrito Federal e Territórios
nicípios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à compe- O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas
tência legislativa, é suplementar, garantindo o direito de em regiões administrativas. Se regulamenta por lei orgâni-
legislar sobre assuntos de interesse local. ca, mas esta lei orgânica aproxima-se do status de Consti-
tuição estadual, cabendo controle de constitucionalidade
Artigo 30, CF. Compete aos Municípios: direto de leis que a contrariem pelo Tribunal de Justiça do
I - legislar sobre assuntos de interesse local; Distrito Federal e dos Territórios.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no O Distrito Federal possui um governador e uma Câma-
que couber; ra Legislativa, eleitos na forma dos governadores e deputa-
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- dos estaduais. Entretanto, não tem eleições municipais. O
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obriga- Distrito Federal tem 3 senadores, 8 deputados federais e 24
toriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos deputados distritais.
fixados em lei; Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a se vierem a existir serão nomeados pelo Presidente da Re-
legislação estadual; pública.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de interes-
Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão
se local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em
essencial;
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
União e do Estado, programas de educação infantil e de
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
ensino fundamental; 
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen- observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distri-
to territorial, mediante planejamento e controle do uso, do tais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Es-
parcelamento e da ocupação do solo urbano; taduais, para mandato de igual duração.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul- § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora aplica-se o disposto no art. 27.
federal e estadual. § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo
A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito de bombeiros militar.
interno quanto no externo. Externamente, é exercida pelo
Poder Legislativo com auxílio de Tribunal de Contas. A cons- Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização admi-
tituição, no artigo 31, CF, veda a criação de novos Tribunais nistrativa e judiciária dos Territórios.
de Contas municipais, mas não extingue os já existentes. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municí-
pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Ca-
Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exer- pítulo IV deste Título.
cida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante contro- § 2º As contas do Governo do Território serão submeti-
le externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal
Executivo Municipal, na forma da lei. de Contas da União.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer- § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil ha-
cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados bitantes, além do Governador nomeado na forma desta
ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Con- Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e se-
tas dos Municípios, onde houver. gunda instância, membros do Ministério Público e defenso-
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente res públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.

115
NOÇÕES DE DIREITO

Por sua vez, o artigo 45 da Constituição Federal expõe


DIREITO CONSTITUCIONAL ESTADUAL E como se dá a composição da Câmara dos Deputados:
MUNICIPAL.
Artigo 45, CF. A Câmara dos Deputados compõe-se de
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio-
nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
Nos tópicos 5, 6 e 7 do tópico anterior podemos ve- § 1º O número total de Deputados, bem como a repre-
rificar que há peculiaridades na divisão de competências sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabe-
entre os entes federados: União, Estados e Municípios. No lecido por lei complementar, proporcionalmente à popu-
entanto, os Estados também possuem competência para lação, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano an-
elaborar as suas próprias Constituições, que são Constitui- terior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades
ções Estaduais. No entanto, estas Constituições estaduais da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
devem guardar compatibilidade com a Constituição Fede- Deputados.
ral. Já no caso dos municípios, por mais que façam parte § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
da federação como unidades federativas, não são regidos
por Constituição, mas sim por leis orgânicas, as quais não Nota-se que na Câmara dos Deputados é adotado um
possuem caráter constitucional, embora também devam sistema proporcional de composição – quanto maior a po-
respeitar paridade com as Constituições Federal e Estadual, pulação de um Estado, maior o número de representantes
sob pena de inconstitucionalidade. A única lei orgânica que que terá, respeitado o limite de setenta deputados; quanto
possui caráter constitucional é a do Distrito Federal, que, menos a população de um Estado, menor o número de re-
como já visto, se sujeita a regime específico de atribuição presentantes que terá, respeitado o limite mínimo de oito
de competências, reunindo ao mesmo tempo competên- deputados. O Distrito Federal recebe o mesmo tratamento
cias de estado e de município. de um Estado e por ser menos populoso possui a represen-
tação mínima – quatro deputados. Já os Territórios, se exis-
tentes, teriam cada qual 4 deputados. No total, a Câmara é
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: composta por 513 deputados.
EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO. O artigo 46 da Constituição Federal disciplina a com-
posição do Senado Federal nos seguintes termos:

Artigo 46, CF. O Senado Federal compõe-se de represen-


Poder Legislativo
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário.
1) Do Congresso Nacional
O Legislativo Federal brasileiro adota um sistema bi- § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se-
cameral, contando com uma casa representativa do Povo nadores, com mandato de oito anos.
e uma casa representativa dos Estados-membros. No caso, § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Fe-
a Câmara dos Deputados desempenha um papel de re- deral será renovada de quatro em quatro anos, alterna-
presentação do povo; ao passo que o Senado Federal é damente, por um e dois terços.
responsável pela representação das unidades federadas da § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
espécie Estados-membros.
No Congresso Nacional se desempenham as ativida- O Senado Federal é composto por 81 Senadores, sen-
des legislativas e determinadas atividades fiscalizatórias. do que 78 representam cada um dos Estados brasileiros,
Uma legislatura tem a duração de quatro anos, ao passo que são 26, e 3 representam o Distrito Federal. O manda-
que uma sessão legislativa tem duração de um ano, sen- to do Senador é de duas legislaturas, ou seja, 8 anos. No
do esta dividida em dois períodos legislativos cada qual entanto, a cada 4 anos sempre são eleitos Senadores, ga-
com duração de 6 meses. Por seu turno, o Deputado Fe- rantindo a alternância no Senado a cada novas eleições.
deral tem mandato equivalente a uma legislatura (4 anos), Por isso, nunca vagam as 3 cadeiras no Senado Federal de
ao passo que o Senador tem mandato equivalente a duas um Estado para a mesma eleição; alternadamente, vagam 2
legislaturas (8 anos). cadeiras ou 1 cadeira (ex.: nas eleições de 2014 vagou ape-
A respeito, destaca-se o artigo 44 da Constituição Fe- nas 1 cadeira no Senado para cada unidade federativa com
deral: representação; nas eleições de 2010 vagaram 2 cadeiras).
Note que, diferente do que ocorre na Câmara dos De-
Artigo 44, CF. O Poder Legislativo é exercido pelo Con- putados, não há um maior número de representantes por
gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputa- ser a unidade federativa mais populosa, o número de ca-
dos e do Senado Federal. deiras é fixo por Estado/Distrito Federal. Adota-se, assim, o
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de princípio majoritário e não o princípio proporcional.
quatro anos.

116
NOÇÕES DE DIREITO

Finalmente, o artigo 47 da Constituição prevê: Contudo, a competência do Congresso Nacional não é


exclusivamente legislativa, de forma que possuem funções
Art. 47, CF. Salvo disposição constitucional em contrário, atípicas de caráter administrativo, além da função típica de
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão to- controle.
madas por maioria dos votos, presente a maioria absolu-
ta de seus membros. Artigo 49, CF. É da competência exclusiva do Con-
gresso Nacional:
Logo, em regra, o quórum de instalação de sessão é de I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
maioria absoluta dos membros da Casa ou Comissão (me- atos internacionais que acarretem encargos ou compro-
tade mais um), ao passo que o quórum de deliberação é de missos gravosos ao patrimônio nacional;
maioria simples (metade mais um dos membros presentes).
2) Atribuições do Congresso Nacional II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
A União, como visto no capítulo anterior, possui com- a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
petência para legislar sobre determinadas matérias, sendo tem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-
esta competência por vezes privativa e por vezes concor- riamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
rente. A atividade legislativa, por seu turno, em regra será III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
desempenhada pelo Poder Legislativo, exercido pelo Con- pública a se ausentarem do País, quando a ausência exceder
gresso Nacional. Neste sentido, a disciplina do artigo 48 da a quinze dias;
Constituição. IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção fede-
ral, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
Artigo 48, CF. Cabe ao Congresso Nacional, com a san- dessas medidas;
ção do Presidente da República, não exigida esta para o V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delega-
matérias de competência da União, especialmente sobre: ção legislativa;
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de ren- VI - mudar temporariamente sua sede;
das; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen- e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §
to anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;  
curso forçado; VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presiden-
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Arma- te da República e dos Ministros de Estado, observado o que
das;
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Pre-
de desenvolvimento;
sidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução
V - limites do território nacional, espaço aéreo e maríti-
dos planos de governo;
mo e bens do domínio da União;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de
de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas As-
administração indireta;
sembleias Legislativas;
XI - zelar pela preservação de sua competência legis-
VII - transferência temporária da sede do Governo Fe-
deral; lativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
VIII - concessão de anistia; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de con-
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério cessão de emissoras de rádio e televisão;
Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Contas da União;
Federal;  XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
X - criação, transformação e extinção de cargos, empre- atividades nucleares;
gos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
VI, b;  XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da admi- aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
nistração pública;  riquezas minerais;
XII - telecomunicações e radiodifusão; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, institui- terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
ções financeiras e suas operações; hectares.
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da
dívida mobiliária federal. Com vistas à consecução destas tarefas, o artigo 50 da
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tri- Constituição disciplina providências que podem ser toma-
bunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; das por cada qual das Casas do Congresso Nacional:
150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. 

117
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 50, CF. A Câmara dos Deputados e o Senado Fe- III - aprovar previamente, por voto secreto, após argui-
deral, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar ção pública, a escolha de:
Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Consti-
diretamente subordinados à Presidência da República para tuição;
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto pre- b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados
viamente determinado, importando crime de responsabili- pelo Presidente da República;
dade a ausência sem justificação adequada.  c) Governador de Território;
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao d) Presidente e diretores do banco central;
Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer e) Procurador-Geral da República;
de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante enten- f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
dimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argui-
relevância de seu Ministério. ção em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão di-
plomática de caráter permanente;
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado V - autorizar operações externas de natureza financei-
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de infor- ra, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
mações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas Territórios e dos Municípios;
referidas no caput deste artigo, importando em crime de VI - fixar, por proposta do Presidente da República, li-
responsabilidade a recusa, ou o não-atendimento, no prazo mites globais para o montante da dívida consolidada
de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as
3) Da Câmara dos Deputados operações de crédito externo e interno da União, dos Esta-
Delimitada a competência do Congresso Nacional, ne- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias
cessário definir a competência de cada uma de suas Casas, e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
sendo que o artigo 51 da Constituição cumpre este papel VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão
em relação à Câmara dos Deputados. de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
Artigo 51, CF. Compete privativamente à Câmara dos IX - estabelecer limites globais e condições para o mon-
Deputados: tante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instau- e dos Municípios;
ração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente X - suspender a execução, no todo ou em parte, de
da República e os Ministros de Estado; lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
II - proceder à tomada de contas do Presidente da Re- Supremo Tribunal Federal;
pública, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
III - elaborar seu regimento interno;
antes do término de seu mandato;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento,
XII - elaborar seu regimento interno;
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
fixação da respectiva remuneração, observados os parâme-
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
tros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
V - eleger membros do Conselho da República, nos fixação da respectiva remuneração, observados os parâme-
termos do art. 89, VII. tros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
4) Do Senado Federal termos do art. 89, VII.
Na mesma toada do artigo 51, o artigo 52 da Constitui- XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sis-
ção delimita as competências da outra Casa do Congresso tema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus com-
Nacional, o Senado Federal. ponentes, e o desempenho das administrações tributárias da
União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. 
Artigo 52, CF. Compete privativamente ao Senado Fe- Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
deral: funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Fe-
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente deral, limitando-se a condenação, que somente será profe-
da República nos crimes de responsabilidade, bem como rida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
conexos com aqueles;  cabíveis.
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional de 5) Dos Deputados e Senadores
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o As imunidades e impedimentos parlamentares, ao lado
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da de questões correlatas, encontram previsão constitucional
União nos crimes de responsabilidade;  dos artigos 53 a 56 da Constituição Federal.

118
NOÇÕES DE DIREITO

Imunidades parlamentares são prerrogativas que asse- Ainda, disciplina o §6º do artigo 53 que:
guram aos membros do Legislativo ampla liberdade, auto-
nomia e independência no exercício de suas funções, sendo Art. 53, §6º, CF. Os Deputados e Senadores não serão
estas tanto inerentes a um aspecto material (inviolabilidade obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
propriamente dita) quanto correlatas a um aspecto formal prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
(sujeição a processamento por foro especial – foro por prer- pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
rogativa de função).
A essência da imunidade parlamentar está descrita no Prevê o §7º do artigo 53:
caput do artigo 53, CF:
Art. 53, §7º, CF. A incorporação às Forças Armadas de
Art. 53, CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pa- tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa res-
lavras e votos. pectiva.
Trata-se da faceta material da imunidade parlamentar,  
consistente na inviolabilidade civil e penal por opiniões, pa-
lavras e votos. Entende-se que o parlamentar tem irrestrita Destaca-se a perenidade destas imunidades parlamen-
liberdade de expressão na defesa de seus posicionamentos tares descritas no artigo 53, porque o §8º do dispositivo
políticos, sob pena de se caracterizar uma ruptura no pró- assegura:
prio modelo democrático, que exige o debate de ideias. 
Por seu turno, a principal imunidade parlamentar de Art. 53, §8º, CF. As imunidades de Deputados ou Sena-
caráter formal está descrita no §1º do artigo 53, CF: dores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
ser suspensas mediante o voto de dois terços dos mem-
Art. 53, §1º, CF. Os Deputados e Senadores, desde a ex- bros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora
pedição do diploma, serão submetidos a julgamento pe- do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatí-
veis com a execução da medida.
rante o Supremo Tribunal Federal. 
 
No entanto, ao lado das imunidades, a Constituição Fe-
Propriamente, é o denominado foro por prerrogativa
deral prevê vedações em seu artigo 54:
de função. Não se trata de privilégio pessoal, que tem a ver
com a pessoa do parlamentar, mas de privilégio do cargo,
Artigo 54, CF. Os Deputados e Senadores não poderão:
inerente ao cargo.
I - desde a expedição do diploma:
Ainda sobre a questão do julgamento, estendem os §§
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
3º a 5º do mesmo dispositivo: direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço pú-
Art. 53, §3º, CF. Recebida a denúncia contra o Senador blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni-
ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Su- formes;
premo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu-
por iniciativa de partido político nela representado e pelo nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ‘ad nutum’,
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão nas entidades constantes da alínea anterior;
final, sustar o andamento da ação. II - desde a posse:
Art. 53, §4º, CF. O pedido de sustação será apreciado a) ser proprietários, controladores ou diretores de
pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta empresa que goze de favor decorrente de contrato com
e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
Art. 53, §5º, CF. A sustação do processo suspende a remunerada;
prescrição, enquanto durar o mandato.  b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
‘ad nutum’, nas entidades referidas no inciso I, ‘a’;
Outras imunidades encontram-se descritas nos demais c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
parágrafos do artigo 53. Neste sentido, o §2º do artigo 53 das entidades a que se refere o inciso I, ‘a’;
da Constituição aborda o impedimento de prisão, salvo em d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pú-
caso de flagrante por crime inafiançável: blico eletivo.

Art. 53, §2º, CF. Desde a expedição do diploma, os mem- A consequência do desrespeito a estas proibições é
bros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo a perda do mandato, conforme o artigo 55, I, CF. Existem
em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos outras causas de perda de mandato, também descritas no
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa res- artigo 55 da Constituição:
pectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
resolva sobre a prisão.  Artigo 55, CF. Perderá o mandato o Deputado ou Se-
nador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas
no artigo anterior;

119
NOÇÕES DE DIREITO

II - cujo procedimento for declarado incompatível com Artigo 57, CF. O Congresso Nacional reunir-se-á, anual-
o decoro parlamentar; mente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legisla- de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
tiva, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão trans-
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; feridas para o primeiro dia útil subsequente, quando re-
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; caírem em sábados, domingos ou feriados.
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
previstos nesta Constituição; aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
VI - que sofrer condenação criminal em sentença § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição,
transitada em julgado. a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além em sessão conjunta para:
dos casos definidos no regimento interno, o abuso das I - inaugurar a sessão legislativa;
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacio- II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
nal ou a percepção de vantagens indevidas. serviços comuns às duas Casas;
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do man- III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Pre-
dato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo sidente da República;
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provo- IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
cação da respectiva Mesa ou de partido político representa- § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões pre-
do no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.  paratórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda legislatura, para a posse de seus membros e eleição das res-
será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício pectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
ou mediante provocação de qualquer de seus membros, recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
ou de partido político representado no Congresso Nacional, subsequente. 
assegurada ampla defesa. § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo
pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Na-
cional far-se-á:
Por fim, o artigo 56 da Constituição disciplina situa-
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decre-
ções em que poderia se entender a princípio que caberia a
tação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
perda de mandato, notadamente por incompatibilidade ou
afastamento, mas que não geram esta consequência por pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e
previsão expressa. para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Pre-
sidente da República;
Artigo 56, CF. Não perderá o mandato o Deputado ou II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
Senador: Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requeri-
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governa- mento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso
dor de Território, Secretário de Estado, do Distrito Fede- de urgência ou interesse público relevante, em todas as
ral, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta
missão diplomática temporária; de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse par- Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
ticular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo,
cento e vinte dias por sessão legislativa. vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de convocação.
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
superior a cento e vinte dias. convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á automaticamente incluídas na pauta da convocação.
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses
para o término do mandato. Vale destacar que durante o recesso o Congresso Na-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador cional não fica isento de qualquer tipo de atividade, preven-
poderá optar pela remuneração do mandato. do o artigo 58, CF em seu §4º:

6) Das reuniões Art. 58, §4º, CF. Durante o recesso, haverá uma Comis-
O artigo 57 da Constituição descreve os períodos de são representativa do Congresso Nacional, eleita por suas
reuniões do Congresso Nacional e as hipóteses de sessão Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com
conjunta e de convocação extraordinária, além de outras atribuições definidas no regimento comum, cuja composição
situações práticas envolvidas no funcionamento do Legis- reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da repre-
lativo Federal: sentação partidária.

120
NOÇÕES DE DIREITO

7) Das comissões Com efeito, as CPIs possuem a particularidade de ser-


O Poder Legislativo não funciona exclusivamente com virem para a investigação e fiscalização de questões de re-
suas Casas, pois a elas seria inviável lidar razoavelmente, levante interesse nacional, caracterizando-se por:
apreciando com a devida profundidade, todas as temáticas - Poderes instrutórios – podem apurar fatos tal como é
de competência deste Poder. Para a apreciação específica e feito pelo Poder Judiciário. A regra somente não vale para
aprofundada de cada uma das iniciativas legislativas são cria- interceptação telefônica e afins, competência exclusiva de
das Comissões. Tais Comissões servem, ainda, para o exercí- magistrado.
cio de outras competências do Legislativo, como a investiga- - Instituição por uma das Casas do Congresso ou por
tória e fiscalizatória. ambas, mediante requerimento de um terço de seus mem-
As comissões podem ser temporárias ou permanentes, bros (1/3 dos membros da Câmara ou 1/3 dos membros do
conforme o tipo de finalidade para a qual é instituída (ex.: a Senado ou 1/3 dos membros do Congresso Nacional, sendo
Comissão de Constituição e Justiça é necessariamente uma a última hipótese para comissão conjunta).
comissão permanente que serve para apreciar a constitu- - Apuração de fato certo – A constituição não indica o
cionalidade de todos os projetos que tramitam na Casa; a que é fato determinado, mas o regimento da Câmara dos
Comissão Parlamentar de Inquérito é necessariamente tem- Deputados, em seu artigo 35, conceitua como sendo “o
porária, perdurando por prazo determinado fixado para a acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a
realização de investigação). ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que
Vale destacar que uma Comissão pode ter o poder, nos estiver devidamente caracterizado no requerimento de cons-
termos do regimento, de aprovar o Projeto de Lei sem que tituição da Comissão”.
ele nem sequer passe pelo Plenário. - Prazo determinado – o funcionamento da Comissão
Nestes termos, o artigo 58, caput e §§ 1º e 2º, CF: Parlamentar de Inquérito não pode se prolongar irrestrita-
mente no tempo, sendo necessário fixar prazo para a dura-
Artigo 58, CF. O Congresso Nacional e suas Casas terão ção da CPI, embora este prazo seja prorrogável.
comissões permanentes e temporárias, constituídas na for- - Finalidade de promover a responsabilização civil e cri-
ma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou minal de infratores – no entanto, não é a Comissão que de-
no ato de que resultar sua criação. cidirá sobre tal responsabilização, mas o Poder Judiciário por
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é seu órgão competente. O conteúdo da CPI será, então, en-
assegurada, tanto quanto possível, a representação propor- caminhado ao Ministério Público para que tome as devidas
cional dos partidos ou dos blocos parlamentares que par- providências.
ticipam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua compe- 8) Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
tência, cabe: Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na for-
ma do regimento, a competência do Plenário, salvo se hou- Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financeira,
ver recurso de um décimo dos membros da Casa; orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
II - realizar audiências públicas com entidades da socie- entidades da administração direta e indireta, quanto à legali-
dade civil; dade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
III - convocar Ministros de Estado para prestar informa- e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacio-
ções sobre assuntos inerentes a suas atribuições; nal, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
IV - receber petições, reclamações, representações ou interno de cada Poder.
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das au-
toridades ou entidades públicas; A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regu-
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou ci- lada pela Constituição recai sobre as receitas da União e de-
dadão; mais entidades da administração direta e indireta nesta es-
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, fera. Tal fiscalização se dá mediante controle externo, a ser
regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal
parecer. de Contas da União, e mediante controle interno, consoante
órgãos instituídos pelo próprio Poder fiscalizado em seu âm-
Merece atenção especial o §3º do artigo 58, CF, que bito interno.
aborda as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs: Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é ne-
cessária a instituição de obrigação de prestar contas, regula-
Art. 58, §3º, CF. As comissões parlamentares de inquéri- da no próprio artigo 70, CF em seu parágrafo único:
to, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respec- Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qualquer
tivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

121
NOÇÕES DE DIREITO

a) Controle externo – Tribunal de Contas da União III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
Com efeito, o principal órgão que colabora com o con- atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na admi-
trole externo na fiscalização exercida pelo Congresso Nacio- nistração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
nal é o Tribunal de Contas da União. A composição do Tri- e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
bunal de Contas da União está regulamentada no artigo 73 para cargo de provimento em comissão, bem como a das
da Constituição Federal, conferindo-se a capacidade de au- concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva-
to-organização e autoadministração assegurada aos órgãos das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
do Poder Judiciário: legal do ato concessório;
Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De-
por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro pró- putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de in-
prio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, quérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi-
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Execu-
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes re- tivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
quisitos: V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su-
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco pranacionais de cujo capital social a União participe, de
anos de idade; forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
II - idoneidade moral e reputação ilibada; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re-
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econô- passados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
micos e financeiros ou de administração pública; outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Fede-
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efe- ral ou a Município;
tiva atividade profissional que exija os conhecimentos men- VII - prestar as informações solicitadas pelo Congres-
cionados no inciso anterior. so Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, fi-
escolhidos:
nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
I - um terço pelo Presidente da República, com apro-
resultados de auditorias e inspeções realizadas;
vação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções pre-
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de
vistas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
antiguidade e merecimento;
multa proporcional ao dano causado ao erário;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, ven- as providências necessárias ao exato cumprimento da
cimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal lei, se verificada ilegalidade;
de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pen- X - sustar, se não atendido, a execução do ato im-
são, as normas constantes do art. 40.  pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu-
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá tados e ao Senado Federal;
as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no XI - representar ao Poder competente sobre irregulari-
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de dades ou abusos apurados.
Tribunal Regional Federal. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
tado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicita-
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da rá, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição, § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Nacional prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no controle externo (tanto é assim que o Tribunal não susta no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
diretamente os atos ilegais, mas solicita ao Congresso Nacio- § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação
nal que o faça): de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas
da União, ao qual compete: Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presi- Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fis-
dente da República, mediante parecer prévio que deverá ser calização:
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais res-
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis-
tração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregula-
ridade de que resulte prejuízo ao erário público;

122
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção apli-
refere o art. 166, §1º154, diante de indícios de despesas não cam-se, no que couber, à organização, composição e fiscali-
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não zação dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
programados ou de subsídios não aprovados, poderá soli- Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas
citar à autoridade governamental responsável que, no dos Municípios.
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronun- por sete Conselheiros.
ciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comis- 9) Processo legislativo
são, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou gra- Processo legislativo é o conjunto de atos que devem ser
ve lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional praticados para a adequada elaboração das espécies norma-
sua sustação. tivas. O desatendimento das normas de processo legislativo
gera inconstitucionalidade formal. O artigo 59 da Consti-
b) Controle interno tuição Federal traz o rol de espécies normativas, sendo que
O controle interno será exercido em todos os Poderes me- cada qual exige um processo legislativo específico.
diante sistema integrado entre os órgãos do controle interno, Por seu turno, quanto a estas espécies normativas, o
bem como entre estes e o Tribunal de Contas da União, cuja processo legislativo pode adotar um procedimento sumário,
finalidade está descrita no artigo 74 da Constituição. ordinário (é a regra, válida como base para todos os demais
processos legislativos, aplicável às leis ordinárias) ou especial
Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- (ex.: emenda constitucional, lei delegada, lei complementar
rio manterão, de forma integrada, sistema de controle interno – estabelecem-se variações em relação ao procedimento or-
com a finalidade de: dinário).
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu- Destaca-se que a Lei Complementar nº 95, de 26 de
fevereiro de 1998, dispõe sobre a elaboração, a redação, a
rianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
alteração e a consolidação das leis, conforme determina o
da União;
parágrafo único do artigo 59 da Constituição Federal, e es-
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto
tabelece normas para a consolidação dos atos normativos
à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e pa-
que menciona.
trimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito
Artigo 59, CF. O processo legislativo compreende a ela-
privado;
boração de:
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e I - emendas à Constituição;
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; II - leis complementares;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão III - leis ordinárias;
institucional. IV - leis delegadas;
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem V - medidas provisórias;
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela VI - decretos legislativos;
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de VII - resoluções.
responsabilidade solidária. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elabo-
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou ração, redação, alteração e consolidação das leis.
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar ir-
regularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas As leis ordinárias são denominadas na Constituição
da União. como “leis”, de modo que o constituinte só utiliza a expres-
são “lei ordinária” quando quer trazer uma contraposição
c) Simetria quanto aos demais entes federados com a lei complementar. Tanto é assim que as leis ordinárias
O artigo 75 da Constituição estabelece normativa mínima do país são denominadas apenas como leis (Lei nº X); en-
a ser aplicada à fiscalização contábil, financeira e orçamentá- quanto que as leis complementares são denominadas como
ria das demais unidades federativas, respeitando uma simetria tais (Lei complementar nº Y).
constitucional. A primeira lei ordinária foi elaborada a partir da pro-
154 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os projetos de lei mulgação da Constituição de 1946, enquanto que a primeira
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual lei complementar foi elaborada a partir da promulgação da
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Constituição de 1967. Não há problemas com o fato de exis-
Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista tirem leis anteriores à Constituição Federal de 1988, eis que
permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os se faz presente o fenômeno da recepção.
projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Após enumerar as espécies normativas no artigo 59,
Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e pro- a Constituição Federal descreve as peculiaridades de cada
gramas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer
o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
uma delas. Somente os decretos legislativos e as resoluções
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de não são regulamentados no texto constitucional, mas em
acordo com o art. 58”. regimento interno do Congresso Nacional e de suas Casas.

123
NOÇÕES DE DIREITO

9.1) Emenda à Constituição II - disponham sobre:


Assunto estudado no primeiro tópico. a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua re-
9.2) Leis ordinárias muneração;
Lei é um ato normativo típico revestido de abstração e b) organização administrativa e judiciária, matéria tri-
generalidade. Por ser ato primário e autônomo, se sujeita butária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da admi-
diretamente ao controle de constitucionalidade, verifican- nistração dos Territórios;
do-se sua conformidade/contrariedade com a Constituição c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime
Federal. jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; 
a) Fase introdutória – Iniciativa
A iniciativa das leis encontra regulamentação notada- d) organização do Ministério Público e da Defensoria
mente no caput do artigo 61, CF: Pública da União, bem como normas gerais para a orga-
nização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Artigo 61, caput, CF. A iniciativa das leis comple- Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
mentares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Co- e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
missão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou tração pública, observado o disposto no art. 84, VI; 
do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao provimento de cargos, promoções, estabilidade, remunera-
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma ção, reforma e transferência para a reserva. 
e nos casos previstos nesta Constituição.
- Iniciativa popular
A iniciativa pode ser parlamentar quando de membro A iniciativa popular é modo de exercício da democracia
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Fe- direta (artigo 14, III, CF). O cidadão sozinho não pode apre-
deral ou do Congresso Nacional; ou extraparlamentar nos sentar projeto de lei, mas é possível fazê-lo em conjunto
demais casos. com outros cidadãos, conforme regulamenta o §2º do arti-
Ainda, poderá ser genérica, quando permitir que a ini- go 60 da Constituição:
ciativa seja exercida quanto a quaisquer projetos de leis
(membro ou Comissão do Congresso ou das Casas, Presi- Artigo 61, §2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida
dente da República, iniciativa popular); ou específica, quan- pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de
do permitir que apenas se apresentem projetos com re- lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
lação a determinadas matérias (Supremo Tribunal Federal, nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República e, ape- não menos de três décimos por cento dos eleitores de
sar da não menção expressa, Tribunal de Contas da União). cada um deles.
O caput do artigo 61 não faz esta distinção expressa-
mente, mas ela pode ser depreendida do texto constitucio- Extraem-se três requisitos: a) projeto subscrito por ao
nal e se mostra de extrema importância prática. É necessá- menos 1% do eleitorado nacional; b) assinaturas distribuí-
rio atenção ao fato de que quando o constituinte confere das em ao menos 5 Estados; c) ao menos 0,3% de eleitores
a iniciativa a determinado órgão, esta é somente dele, ou em cada Estado.
seja, trata-se de competência reservada (ex.: o artigo 93,
CF confere ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa quanto b) Fase constitutiva – Deliberação
ao Estatuto da Magistratura e somente por projeto de lei
apresentado por este órgão é possível alterá-lo). - Deliberação principal e deliberação revisional
A princípio, não existe um prazo para se exercer o O Poder Legislativo brasileiro adota um sistema bica-
poder de iniciativa. Logo, em regra, a iniciativa é um ato meral, de modo que a deliberação principal é feita por uma
discricionário. No entanto, há casos em que o constituinte das Casas e a deliberação revisional é feita pela outra. O
obriga a iniciativa num prazo determinado, o que é muito que vai definir se a deliberação principal será feita pela Câ-
comum no que tange a questões financeiras e orçamen- mara dos Deputados ou pelo Senado Federal é a porta de
tárias, caso em que se denomina a iniciativa de vinculada. entrada do projeto de lei.
Salvo no caso de projeto proposto por Senador ou Co-
- Iniciativa reservada do Presidente da República missão do Senado Federal, o projeto de lei começa na Câ-
O chefe do Poder Executivo federal possui iniciativa mara dos Deputados. Neste sentido, o caput do artigo 64
reservada quanto a determinados projetos de lei, ou seja, da Constituição prevê que:
somente ele poderá apresentá-los perante o Congresso
Nacional: Artigo 64, CF. A discussão e votação dos projetos de lei
de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribu-
Artigo 61, §1º, CF. São de iniciativa privativa do Presi- nal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câma-
dente da República as leis que: ra dos Deputados.
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

124
NOÇÕES DE DIREITO

Assim, em regra, o projeto vai seguir após a deliberação Contudo, diante das medidas provisórias, este procedi-
principal para a deliberação revisional no Senado Federal, mento sumário acabou esvaziado.
quando será possível a apresentação de emendas. Logo, Prevê o §2º do artigo 64 da Constituição o seguinte:
se na deliberação revisional se optar por uma emenda ao
projeto de lei, ele volta para a Casa que fez a deliberação Art. 64, §2º, CF. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Depu-
principal. Esta emenda será votada e, caso se opte por não tados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a pro-
aceitá-la, predomina a deliberação principal (princípio da posição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
primazia da deliberação principal). dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legis-
A respeito, tem-se o artigo 65 da Constituição: lativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham pra-
zo constitucional determinado, até que se ultime a votação. 
Artigo 65, CF. O projeto de lei aprovado por uma Casa Fica obstruída a pauta, impedindo-se a deliberação de
será revisto pela outra, em um só turno de discussão e vota- qualquer outro projeto, salvo votação de medida provisória
ção, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o e projetos de Código. Disciplina, ainda o §4º do artigo 64
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. da Constituição:
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à
Casa iniciadora. Art. 64, §4º, CF. Os prazos do § 2º não correm nos perío-
dos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos
- Atuação das Comissões projetos de código.
Com efeito, após a fase de iniciativa, introdutória, o pro-
jeto será deliberado. Entretanto, antes de ir para o Plenário e Nos termos do artigo 64, §3º, CF,
ser votado, o projeto passa pelas Comissões, o que acontece
tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. Art. 64, §3º, CF. A apreciação das emendas do Senado
Aliás, parecer da Comissão de Constituição e Justiça e Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de
o parecer da Comissão de Finanças e Tributação possuem dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo
o caráter terminativo, ou seja, impedem a continuidade do anterior.
projeto com sua remessa ao Plenário ou a outra Comissão.
Todas as Comissões que possuam pertinência temática Se a iniciativa é do Presidente da República, obviamen-
com o projeto serão envolvidas, sendo que a Comissão de te, a deliberação principal sempre será feita pela Câmara e
Constituição e Justiça delibera a respeito de todos eles. a revisional pelo Senado, sendo que em caso de emenda
voltará para a Câmara que deverá apreciar em 10 dias.
- Quórum de instalação
O quórum para instalação da sessão do Senado ou da - Reapresentação de projeto
Câmara é de maioria absoluta, ou seja, presença de ao me- Se um projeto de lei for barrado na fase de deliberação,
nos metade dos membros. não poderá ser reapresentado na mesma sessão legislativa,
salvo proposta de maioria absoluta dos membros de qual-
- Limitação ao poder de emenda – vedação ao au- quer das Casas do Congresso Nacional:
mento de despesa
O constituinte estabelece no artigo 63 da Constituição a Artigo 67, CF. A matéria constante de projeto de lei re-
vedação ao aumento de despesa em determinados projetos jeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
quando passarem pela deliberação no Congresso Nacional. na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Con-
Artigo 63, CF. Não será admitido aumento da despesa gresso Nacional.
prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da
- Deliberação executiva – sanção e veto
República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
Se não apresentadas emendas na deliberação revi-
II - nos projetos sobre organização dos serviços adminis-
sional, o projeto segue para a deliberação executiva do
trativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos
Presidente da República. Se apresentadas emendas e vo-
Tribunais Federais e do Ministério Público.
tadas pela Casa da deliberação principal, também segue
para esta deliberação executiva (não importa se a Casa da
- Procedimento sumário
O procedimento sumário está descrito nos §§ 1º a 4º do deliberação principal votar contra a emenda, porque pre-
artigo 64 da Constituição Federal, permitindo a solicitação valece a redação original anterior à emenda que foi dada
de urgência na apreciação de projetos de iniciativa do Pre- pela casa que fez a deliberação principal – é o princípio da
sidente da República, não somente os de iniciativa privativa, primazia da deliberação principal). Fala-se em deliberação
mas os de quaisquer matérias. Disciplina o §1º do artigo 64 executiva porque o Presidente da República tem o poder
da Constituição: de vetar dispositivos de lei.

Art. 64, §1º, CF. O Presidente da República poderá soli- Artigo 66, CF. A Casa na qual tenha sido concluída a
citar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
que, aquiescendo, o sancionará.

125
NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, Da promulgação decorre a executoriedade da lei, mas


no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao in- só da publicação decorre a notoriedade da lei. Para a lei
teresse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo ser obrigatória, não basta ter executoriedade, é preciso
de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e co- também notoriedade. A obrigação de publicar é de quem
municará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do promulga.
Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de 9.3) Leis delegadas
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Trata-se de espécie normativa em desuso. Nela, o Pre-
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Pre- sidente da República possui iniciativa solicitadora perante
sidente da República importará sanção. o Congresso Nacional, que mediante resolução autoriza
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, den- especificando o conteúdo e os termos do exercício da de-
tro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo legação. Durante a delegação não se inibe a atuação legis-
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e lativa do Congresso Nacional.
Senadores. 
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, Artigo 68, CF. As leis delegadas serão elaboradas pelo
para promulgação, ao Presidente da República. Presidente da República, que deverá solicitar a delegação
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no ao Congresso Nacional.
§ 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão ime- § 1º Não serão objeto de delegação os atos de compe-
diata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação tência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência
final.  privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação
O veto é, assim, a manifestação discordante do Chefe sobre:
do Poder Executivo que impede que um Projeto de Lei (em I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Públi-
parte ou no todo) se torne lei a não ser que seja derrubado co, a carreira e a garantia de seus membros;
pelo Congresso Nacional.
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políti-
O veto se caracteriza por ser: expresso (não existe veto
cos e eleitorais;
tácito), motivado (deve acompanhar justificativa do Chefe
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orça-
do Executivo), formalizado (pela mensagem de veto, envia-
mentos.
da em até 48 horas ao Congresso Nacional e publicada no
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a for-
Diário Oficial); supressivo (não pode acrescentar nada, só su-
ma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
primir a redação integral do dispositivo ou do projeto); irre-
tratável (formalizado, o veto é irretratável pelo Presidente da seu conteúdo e os termos de seu exercício.
República, ou seja, ele não pode mudar de ideia); superável § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto
(o Congresso Nacional pode derrubar o veto em sessão con- pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, ve-
junta pela maioria absoluta dos membros de cada Casa, sen- dada qualquer emenda.
do que a não apreciação do veto gera obstrução de pauta).
Por seu turno, a sanção, que é o ato de concordância do 9.4) Leis complementares
Chefe do Poder Executivo com o Projeto apresentado, pode A distinção das leis complementares em relação às leis
ser expressa (Presidente diz que sanciona) ou tácita (decurso ordinárias tem um aspecto formal, pois “as leis comple-
do prazo de 15 dias úteis sem que tenha ocorrido o veto). mentares serão aprovadas por maioria absoluta” (artigo
69, CF) – é preciso a maioria do total de membros, não
c) Fase complementar – Promulgação e publicação bastando a maioria dos presentes; bem como um aspecto
A promulgação é a verificação da regularidade do pro- material, pois o campo material sujeito a lei complementar
cedimento de elaboração, a sua autenticação e o reconhe- é estabelecido pelo próprio constituinte.
cimento de sua potencialidade para produzir efeitos no Existem 3 correntes em resposta ao questionamento
mundo jurídico. Na sanção expressa, promulgação e sanção de haver ou não hierarquia entre lei complementar e lei
coexistem no mesmo tempo e no mesmo instrumento (se o ordinária:
Presidente diz que sanciona, também promulga). Na sanção a) Lei complementar está acima de lei ordinária na qua-
tácita e na rejeição de veto também é necessária a promul- lidade de um gênero interposto entre a Constituição Fede-
gação. ral e a lei ordinária (Manoel Gonçalves Ferreira Filho);
A obrigação de promulgar é do Presidente da República, b) Lei complementar está no mesmo patamar de lei or-
mas se trata de obrigação transmissível, conforme o §7º do dinária porque o constituinte estabelece uma divisão crite-
artigo 66 da Constituição: riosa entre as matérias que devem ser regulamentadas por
cada qual das espécies (tributaristas, STF);
Art. 66, §7º, CF. Se a lei não for promulgada dentro de c) Lei complementar está no mesmo patamar de lei
quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos ordinária se for uma lei complementar não normativa, ou
dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se seja, se não tiver por fim regulamentar matéria a ser regu-
este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do lada por lei ordinária, mas está acima de lei ordinária se
Senado fazê-lo. for uma lei complementar normativa (José Afonso da Silva).

126
NOÇÕES DE DIREITO

9.5) Medidas provisórias § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Con-


Trata-se de espécie normativa que permite ao Presi- gresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias
dente da República legislar em situações de relevância e dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
urgência. Veio para substituir os Decretos-leis a partir da pressupostos constitucionais. 
Constituição de 1988 porque se entendia que estes seriam
um vestígio da ditadura. § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
Com a Emenda Constitucional nº 32/2001, a medida quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará
provisória passou a ter limitações materiais, eis que esta em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma
emenda incluiu todos os parágrafos do artigo 62 da Cons- das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até
tituição (apenas o caput constava em sua redação originá- que se ultime a votação, todas as demais deliberações le-
ria). Da mesma forma, com esta emenda se regularam de- gislativas da Casa em que estiver tramitando.
talhes do processo legislativo da medida provisória perante § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período
o Congresso Nacional. a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta
Por seu turno, o caput do artigo 62 da Constituição dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
descreve os requisitos para a adoção de medidas provisó- encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
rias – relevância e urgência. São conceitos abertos que re- § 8º As medidas provisórias terão sua votação inicia-
metem a uma discricionariedade do Presidente da Repúbli- da na Câmara dos Deputados. 
ca. Em que pese a abertura dos conceitos, o Supremo Tri- § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Sena-
bunal Federal tem aceito o controle judicial caso a medida dores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir
provisória viole critérios de razoabilidade ou caracterizem parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
desvio ou excesso de poder. pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacio-
A vigência do texto da medida provisória é imediata, nal. 
embora o Congresso Nacional vá apreciá-la futuramente. § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa,
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
Artigo 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Pre- perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
sidente da República poderá adotar medidas provisórias, § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Con- o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficá-
gresso Nacional.  cia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre decorrentes de atos praticados durante sua vigência conser-
matéria:  var-se-ão por ela regidas.
I – relativa a:  § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, par- o texto original da medida provisória, esta manter-se-á in-
tidos políticos e direito eleitoral;  tegralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado
b) direito penal, processual penal e processual civil;  o projeto. 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros;  Poder Executivo
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orça-
mento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o 1) Do Presidente e do Vice-Presidente da República
previsto no art. 167, § 3º;  O Poder Executivo tem por função principal a de admi-
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de pou- nistrar a coisa pública, gerindo o patrimônio estatal em prol
pança popular ou qualquer outro ativo financeiro;  do interesse comum da população. Na esfera federal, este
III – reservada a lei complementar;  papel é desempenhado pelo Presidente da República e por
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo seu Vice-Presidente, com auxílio dos Ministros de Estado. A
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Pre- propósito, disciplina o artigo 76 da Constituição:
sidente da República. 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou Artigo 76, CF. O Poder Executivo é exercido pelo Presi-
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, dente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia Tendo em vista a adoção do sistema presidencialista de
daquele em que foi editada. governo, o Presidente será eleito juntamente com seu Vi-
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos ce-Presidente após processo eleitoral com regras mínimas
§§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem descritas no artigo 77 da Constituição:
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorro-
gável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, Artigo 77, CF. A eleição do Presidente e do Vice-Presi-
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto dente da República realizar-se-á, simultaneamente, no pri-
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.  meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da pu- domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
blicação da medida provisória, suspendendo-se durante os anterior ao do término do mandato presidencial vigente. 
períodos de recesso do Congresso Nacional.

127
NOÇÕES DE DIREITO

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Artigo 81, CF. Vagando os cargos de Presidente e Vi-
Vice-Presidente com ele registrado. ce-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, depois de aberta a última vaga.
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
votos, não computados os em branco e os nulos. período presidencial, a eleição para ambos os cargos será fei-
ta trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Na-
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na cional, na forma da lei.
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão comple-
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candi- tar o período de seus antecessores.
datos mais votados e considerando-se eleito aquele que obti-
ver a maioria dos votos válidos. O mandato do Presidente da República tem a duração
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer mor- de quatro anos e sempre começa em 1º de janeiro do ano
te, desistência ou impedimento legal de candidato, convo- seguinte à eleição.
car-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes- Artigo 82, CF. O mandato do Presidente da República é
cer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano
votação, qualificar-se-á o mais idoso. seguinte ao da sua eleição.

Eleitos, o Presidente e o Vice-Presidente da República to- Por fim, o artigo 83 da Constituição regulamenta a au-
marão posse e prestarão compromisso perante o Congresso sência do país por parte do Presidente e do Vice-Presidente.
Nacional:
Artigo 83, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da Re-
Artigo 78, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da Repú- pública não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
blica tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pres- ausentar-se do País por período superior a quinze dias,
tando o compromisso de manter, defender e cumprir a Consti- sob pena de perda do cargo.
tuição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasilei-
ro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 2) Atribuições do Presidente e do Vice-Presidente
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada da República
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo As atribuições do Presidente da República, substitutiva-
de força maior, não tiver assumido o cargo, este será decla- mente exercíveis pelo Vice-Presidente da República e, em
rado vago. alguns casos, delegáveis aos Ministros de Estado e outras
autoridades, estão descritas no artigo 84 da Constituição.
O Vice-Presidente tem a função de auxiliar o Presidente
da República e poderá substituí-lo temporariamente, quando Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente
o Presidente estiver ausente do país, ou definitivamente, no da República:
caso de vacância do cargo. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a di-
Artigo 79, CF. Substituirá o Presidente, no caso de impe- reção superior da administração federal;
dimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de previstos nesta Constituição;
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complemen- IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
tar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
para missões especiais. execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
É possível que tanto o Presidente quanto o Vice-Presi- VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
dente fiquem impedidos ou deixem seus cargos vagos, ques- a) organização e funcionamento da administração
tão regulada pelo artigo 80 da Constituição: federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; 
Artigo 80, CF. Em caso de impedimento do Presidente e b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão vagos; 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o VII - manter relações com Estados estrangeiros e
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fede- acreditar seus representantes diplomáticos;
ral e o do Supremo Tribunal Federal. VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna-
cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Neste caso de vacância dupla, no entanto, a Presidência IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
da República não será assumida em definitivo – caberá a rea- X - decretar e executar a intervenção federal;
lização de novas eleições para que se complete o período do XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-
mandato, indiretas se a vacância se der nos últimos dois anos gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislati-
de mandato, diretas se ocorrer nos dois primeiros anos de va, expondo a situação do País e solicitando as providências
mandato, conforme artigo 81 da Constituição: que julgar necessárias;

128
NOÇÕES DE DIREITO

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên- III - o exercício dos direitos políticos, individuais e so-
cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; ciais;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma- IV - a segurança interna do País;
das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da V - a probidade na administração;
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los VI - a lei orçamentária;
para os cargos que lhes são privativos;  VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei es-
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais pecial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura-
dor-Geral da República, o presidente e os diretores do ban- A propósito, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, define
co central e outros servidores, quando determinado em lei; os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis- de julgamento. Ainda assim, o artigo 86 da Constituição traz
tros do Tribunal de Contas da União; regras mínimas sobre tal processo e julgamento. Neste senti-
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta do, o Senado Federal presidido pelo Presidente do Supremo
Constituição, e o Advogado-Geral da União; tribunal Federal julgará os crimes de responsabilidade, ao
XVII - nomear membros do Conselho da República, passo que o Supremo Tribunal Federal julgará as infrações
nos termos do art. 89, VII; comuns.
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e
o Conselho de Defesa Nacional; Artigo 86, CF. Admitida a acusação contra o Presidente
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi- Federal, nos crimes de responsabilidade.
lização nacional; § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia
Congresso Nacional;
ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
do processo pelo Senado Federal.
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
ou nele permaneçam temporariamente;
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do pro-
nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as pro-
cesso.
postas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
as contas referentes ao exercício anterior; sujeito a prisão.
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu
na forma da lei; mandato, não pode ser responsabilizado por atos estra-
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nhos ao exercício de suas funções.
nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta 4) Dos Ministros de Estado
Constituição. O artigo 87 da Constituição Federal sintetiza as obriga-
Parágrafo único. O Presidente da República poderá de- ções dos Ministros de Estado, bem como os requisitos para
legar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e ocupação do cargo.
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procura-
dor-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que Artigo 87, CF. Os Ministros de Estado serão escolhidos den-
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. tre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício
dos direitos políticos.
3) Da Responsabilidade Do Presidente da República Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
O Presidente da República pode cometer atos ilícitos outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
considerados crimes de responsabilidade, conforme regu- I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
lado pelo artigo 85 da Constituição. órgãos e entidades da administração federal na área de sua
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
Artigo 85, CF. São crimes de responsabilidade os atos Presidente da República;
do Presidente da República que atentem contra a Consti- II - expedir instruções para a execução das leis, decretos
tuição Federal e, especialmente, contra: e regulamentos;
I - a existência da União; III - apresentar ao Presidente da República relatório
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Ju- anual de sua gestão no Ministério;
diciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
das unidades da Federação; forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

129
NOÇÕES DE DIREITO

Por seu turno, o artigo 88 da Constituição estabelece: VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
Artigo 88, CF. A lei disporá sobre a criação e extinção VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
de Ministérios e órgãos da administração pública.  ronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
5) Do Conselho da República e do Conselho de De- I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
fesa Nacional celebração da paz, nos termos desta Constituição;
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Na- II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do
cional são dois órgãos instituídos no âmbito do Executivo estado de sítio e da intervenção federal;
Federal, ambos com função consultiva. III - propor os critérios e condições de utilização de
Neste sentido, os artigo 89 e 90 regulamentam o Con- áreas indispensáveis à segurança do território nacional
selho da República, sua composição, suas funções e sua e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de
convocação. A título complementar, a Lei nº 8.041, de 05 fronteira e nas relacionadas com a preservação e a explora-
de junho de 1990, dispõe sobre a organização e o funcio- ção dos recursos naturais de qualquer tipo;
namento do Conselho da República. IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
iniciativas necessárias a garantir a independência nacio-
Artigo 89, CF. O Conselho da República é órgão supe- nal e a defesa do Estado democrático.
rior de consulta do Presidente da República, e dele partici- § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
pam: Conselho de Defesa Nacional.
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; Poder Judiciário
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos 1) Disposições gerais
Deputados; O Poder Judiciário tem por função essencial aplicar a lei
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Fe- ao caso concreto, julgar os casos levados à sua apreciação.
deral; O artigo 92 da Constituição disciplina os órgãos que com-
VI - o Ministro da Justiça; põem o Poder Judiciário, sendo que os artigos posteriores
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de delimitam a competência de cada um deles. Os órgãos que
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo ficam no topo do sistema possuem sede na Capital Federal,
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Fede- Brasília, e são dotados de jurisdição em todo o território
ral e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com nacional.
mandato de três anos, vedada a recondução.
Artigo 92, CF. São órgãos do Poder Judiciário:
Artigo 90, CF. Compete ao Conselho da República pro- I - o Supremo Tribunal Federal;
nunciar-se sobre: I-A - o Conselho Nacional de Justiça; 
I - intervenção federal, estado de defesa e estado II - o Superior Tribunal de Justiça;
de sítio; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
II - as questões relevantes para a estabilidade das ins- IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
tituições democráticas. V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Mi- VI - os Tribunais e Juízes Militares;
nistro de Estado para participar da reunião do Conselho, VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
quando constar da pauta questão relacionada com o respec- Federal e Territórios.
tivo Ministério. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Fe-
Conselho da República. deral. 
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superio-
Por sua vez, o Conselho de Defesa Nacional é regulado res têm jurisdição em todo o território nacional.
pelo artigo 91 da Constituição. A Lei nº 8.183, de 11 de abril
de 1991, dispõe sobre a organização e o funcionamento 1.1) Estatuto da Magistratura 
do Conselho de Defesa Nacional e dá outras providências. A Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979,
dispõe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que
Artigo 91, CF. O Conselho de Defesa Nacional é órgão faz as vezes de Estatuto da Magistratura. A lei foi recepcio-
de consulta do Presidente da República nos assuntos rela- nada pela Constituição Federal no que for compatível com
cionados com a soberania nacional e a defesa do Estado este artigo 93, que segue abaixo. Com efeito, a Lei Comple-
democrático, e dele participam como membros natos: mentar nº 35/1979 foi sendo atualizada pelas Leis Comple-
I - o Vice-Presidente da República; mentares nº 37/1979, 54/1986 e 60/1989 e Resoluções do
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; Senado Federal nº 12/9031/93. Contudo, somente com a
III - o Presidente do Senado Federal; edição da Constituição Federal de 1988 e, principalmente,
IV - o Ministro da Justiça; com a Emenda Constitucional nº 45/2004, abriu-se um ho-
V - o Ministro de Estado da Defesa; rizonte mais promissor.

130
NOÇÕES DE DIREITO

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), inclu- V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
sive, elaborou em fevereiro de 2005 uma Proposta de Ante- corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio men-
projeto de Lei Complementar versando sobre o Estatuto da sal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal
Magistratura Nacional (LOMAN) de forma mais compatível e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e
com o atual contexto da Constituição Federal. Mais recen- escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respec-
temente, ao final de 2014, o Presidente do Supremo Tribu- tivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo
nal Federal divulgou minuta do Estatuto da Magistratura, a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou
anteprojeto que pode ser apresentado ao Congresso Na- inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por
cional no ano de 2015155. A edição do Estatuto, entretanto, cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superio-
vem tardando. Ainda assim, prevalece o entendimento pela res, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e
autoaplicabilidade do artigo 93 da Constituição Federal, o 39, § 4º; 
que reforça garantias essenciais ao exercício da atividade VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
judicante. dependentes observarão o disposto no art. 40; 
VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
Artigo 93, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supre- autorização do tribunal; 
mo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratu- VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentado-
ra, observados os seguintes princípios: ria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em deci-
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz são por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; 
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistra-
em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no dos de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, disposto nas alíneas ‘a’ , ‘b’ , ‘c’ e ‘e’ do inciso II; 
nas nomeações, à ordem de classificação; IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
II - promoção de entrância para entrância, alterna- serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determina-
damente, por antiguidade e merecimento, atendidas as
dos atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
seguintes normas:
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimi-
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
dade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de me-
público à informação; 
recimento;
X - as decisões administrativas dos tribunais serão moti-
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos
vadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas
de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
pelo voto da maioria absoluta de seus membros; 
primeira quinta parte da lista de antiguidade desta,
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco
salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mí-
vago; nimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para
c) aferição do merecimento conforme o desempenho o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se me-
exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento tade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição
em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;  pelo tribunal pleno;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente po- XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo ve-
derá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado dado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
de dois terços de seus membros, conforme procedimento funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação normal, juízes em plantão permanente;
até fixar-se a indicação;  XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será pro-
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, porcional à efetiva demanda judicial e à respectiva popula-
retiver autos em seu poder além do prazo legal, não ção; 
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou XIV - os servidores receberão delegação para a prática de
decisão;  atos de administração e atos de mero expediente sem cará-
III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á ter decisório;
por antiguidade e merecimento, alternadamente, apura- XV - a distribuição de processos será imediata, em todos
dos na última ou única entrância;  os graus de jurisdição.
IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfei-
çoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa 1.2) Quinto constitucional 
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação O artigo 94 da Constituição Federal regulamenta o deno-
em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de for- minado quinto constitucional, que garante que 1/5 de deter-
mação e aperfeiçoamento de magistrados;  minados Tribunais seja composto por membros do Ministério
Público ou Advogados, exercentes há 10 anos no mínimo,
sendo lista tríplice remetida ao Chefe do Executivo, que fará
155 http://jota.info/o-que-o-stf-quer-mudar-estatuto-da-magistratura a nomeação.

131
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 94, CF. Um quinto dos lugares dos Tribunais Re- 1.4) Competência e organização
gionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito O artigo 96 da Constituição Federal disciplina a ques-
Federal e Territórios será composto de membros, do Mi- tão da competência dos principais órgãos do Poder Judi-
nistério Público, com mais de dez anos de carreira, e de ciário, notadamente tribunais, deixando evidente a auto-
advogados de notório saber jurídico e de reputação iliba- nomia organizacional e administrativa do Poder Judiciário,
da, com mais de dez anos de efetiva atividade profissio- questão reforçada no artigo 99 da Constituição.
nal, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de represen-
tação das respectivas classes. Artigo 96, CF. Compete privativamente:
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal I - aos tribunais:
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regi-
nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus inte- mentos internos, com observância das normas de proces-
grantes para nomeação. so e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos juris-
1.3) Garantias da magistratura dicionais e administrativos;
As garantias da magistratura encontram previsão no b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os
caput do artigo 95 da Constituição Federal, sendo elas vi- dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício
taliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os car-
Artigo 95, CF. Os juízes gozam das seguintes garantias: gos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida d) propor a criação de novas varas judiciárias;
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, e) prover, por concurso público de provas, ou de provas
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único,
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transi- os cargos necessários à administração da Justiça, exceto
tada em julgado; os de confiança assim definidos em lei;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse públi-
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a
co, na forma do art. 93, VIII;
seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem ime-
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
diatamente vinculados;
nos artigos 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Supe-
riores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legis-
a) Vitaliciedade – trata-se da garantia de que o ma-
lativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
gistrado não perderá o cargo a não ser em caso de senten-
a) a alteração do número de membros dos tribunais
ça judicial transitada em julgado. Nos primeiros dois anos
de exercício, não se adquire a garantia da vitaliciedade, de inferiores;
modo que caberá a perda do cargo mesmo em caso de b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração
deliberação do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vin-
b) Inamovibilidade – o magistrado não pode ser culados, bem como a fixação do subsídio de seus membros
transferido da comarca ou seção na qual é titular e nem e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; 
mesmo de sua vara, salvo motivo de interesse público, exi- c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
gindo-se no caso decisão por voto da maioria absoluta do d) a alteração da organização e da divisão judiciá-
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as- rias;
segurada ampla defesa. III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais
c) Irredutibilidade de subsídio – o subsídio do magis- e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros
trado não pode ser reduzido, mas é necessário observar o do Ministério Público, nos crimes comuns e de respon-
respeito aos limites de teto e demais limites financeiros e sabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
orçamentários fixados na Constituição.
Prossegue o artigo 95 estabelecendo vedações aos juí- Por seu turno, o artigo 97 da Constituição traz uma re-
zes no exercício de suas funções ou em decorrência dele. gra já estudada quando do controle de constitucionalidade
referente ao quórum para a declaração de inconstitucio-
Artigo 95, parágrafo único, CF. Aos juízes é vedado: nalidade:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
ou função, salvo uma de magistério; Artigo 97, CF. Somente pelo voto da maioria absoluta
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou par- de seus membros ou dos membros do respectivo órgão espe-
ticipação em processo; cial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
III - dedicar-se à atividade político-partidária. de lei ou ato normativo do Poder Público.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou Já o artigo 98 da Constituição Federal prevê questões
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;  organizacionais, notadamente sobre órgãos judiciários a
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se serem criados. Os juizados especiais são regidos na esfera
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do estadual pela Lei nº 9.099/1995 e na esfera federal pela Lei
cargo por aposentadoria ou exoneração.  nº 10.259/2001.

132
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 98, CF. A União, no Distrito Federal e nos Territó- 1.5) Precatórios
rios, e os Estados criarão: Precatório é o instrumento pelo qual o Poder Judiciário
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou requisita, à Fazenda Pública, o pagamento a que esta tenha
togados e leigos, competentes para a conciliação, o julga- sido condenada em processo judicial. Grosso modo, é o do-
mento e a execução de causas cíveis de menor complexidade cumento pelo qual o Presidente de Tribunal, por solicitação
e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os do Juiz da causa, determina o pagamento de dívida da União,
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses de Estado, Distrito Federal ou do Município, por meio da in-
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por clusão do valor do débito no orçamento público.
turmas de juízes de primeiro grau; O tratamento dos precatórios na Constituição Brasileira
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos foi substancialmente alterado pela Emenda Constitucional nº
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de 62/2009, que conferiu nova redação ao artigo 100 do texto
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar da Constituição.
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições Artigo 100, CF. Os pagamentos devidos pelas Fazendas
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras pre- Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtu-
vistas na legislação. de de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados es- cronológica de apresentação dos precatórios e à conta
peciais no âmbito da Justiça Federal.  dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclu- de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicio-
sivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades espe- nais abertos para este fim. 
cíficas da Justiça.  § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pen-
O artigo 99 da Constituição detalha a questão da auto- sões e suas complementações, benefícios previdenciários e in-
nomia administrativa e financeira do Poder Judiciário. denizações por morte ou por invalidez, fundadas em respon-
sabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
Artigo 99, CF. Ao Poder Judiciário é assegurada autono-
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. 
mia administrativa e financeira.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamen-
tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de
tárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
expedição do precatório, ou sejam portadores de doença
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os ou-
sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
tros tribunais interessados, compete: do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo,
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a apro- restante será pago na ordem cronológica de apresentação do
vação dos respectivos tribunais; precatório. 
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
a aprovação dos respectivos tribunais. obrigações definidas em leis como de pequeno valor que
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminha- as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença ju-
rem as respectivas propostas orçamentárias dentro do dicial transitada em julgado.
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da por leis próprias, valores distintos às entidades de direito pú-
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei blico, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
estipulados na forma do § 1º deste artigo.  previdência social.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades
artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites de direito público, de verba necessária ao pagamento de
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
aos ajustes necessários para fins de consolidação da pro- constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
posta orçamentária anual.  julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguin-
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, te, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
não poderá haver a realização de despesas ou a assunção § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos se-
de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na rão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo
lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente au- ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
torizadas, mediante a abertura de créditos suplementares determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento
ou especiais.  do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de
seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária
do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da
quantia respectiva. 

133
NOÇÕES DE DIREITO

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato Entre suas principais atribuições está a de julgar a
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liqui- ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato norma-
dação regular de precatórios incorrerá em crime de respon- tivo federal ou estadual, a ação declaratória de constitu-
sabilidade e responderá, também, perante o Conselho Na- cionalidade de lei ou ato normativo federal, a arguição de
cional de Justiça.  descumprimento de preceito fundamental decorrente da
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complemen- própria Constituição e a extradição solicitada por Estado
tares ou suplementares de valor pago, bem como o fracio- estrangeiro.
namento, repartição ou quebra do valor da execução para Na área penal, destaca-se a competência para julgar,
fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o
3º deste artigo.  Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, inde- próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, en-
pendentemente de regulamentação, deles deverá ser aba- tre outros.
tido, a título de compensação, valor correspondente aos Em grau de recurso, sobressaem-se as atribuições de
débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública de segurança, o habeas data e o mandado de injunção de-
devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, res- cididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
salvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude denegatória a decisão, e, em recurso extraordinário, as cau-
de contestação administrativa ou judicial.  sas decididas em única ou última instância, quando a deci-
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal so- são recorrida contrariar dispositivo da Constituição.
licitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 A composição está regulada no artigo 101 da Consti-
(trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, tuição Federal, ao passo que a competência está prevista
informação sobre os débitos que preencham as condições no artigo 102 da mesma.
estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei Artigo 101, CF. O Supremo Tribunal Federal compõe-se
de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade,
precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
de notável saber jurídico e reputação ilibada.
ente federado. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitu-
Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
cional, a atualização de valores de requisitórios, após sua
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de
Senado Federal.
sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensa-
Artigo 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
ção da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando I - processar e julgar, originariamente:
excluída a incidência de juros compensatórios. a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus normativo federal ou estadual e a ação declaratória de cons-
créditos em precatórios a terceiros, independentemente da titucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Repú-
disposto nos §§ 2º e 3º.  blica, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional,
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao c) nas infrações penais comuns e nos crimes de res-
tribunal de origem e à entidade devedora.  ponsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei comple- Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
mentar a esta Constituição Federal poderá estabelecer re- no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tri-
gime especial para pagamento de crédito de precatórios de bunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática
Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vincula- de caráter permanente; 
ções à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.  d) o ‘habeas corpus’, sendo paciente qualquer das pes-
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União soas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segu-
poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, rança e o ‘habeas data’ contra atos do Presidente da Repú-
Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.  blica, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fe-
deral, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral
2) Órgãos do Poder Judiciário da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
2.1) Supremo Tribunal Federal e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo in-
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Po- ternacional e a União, o Es0tado, o Distrito Federal ou
der Judiciário brasileiro e desempenha a função de guardião o Território;
da Constituição e do sistema democrático. Trata-se da última f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
instância judiciária a qual se pode postular e a sua decisão União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusi-
não pode ser questionada a nenhum outro órgão interno. ve as respectivas entidades da administração indireta;

134
NOÇÕES DE DIREITO

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; Ação direta de inconstitucionalidade


h) (Revogado)
i) o ‘habeas corpus’, quando o coator for Tribunal Supe- Controle de constitucionalidade é um exercício de ve-
rior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou fun- rificação de compatibilidade entre um ato jurídico de qual-
cionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição quer natureza, mas principalmente normativo, com relação
do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à à Constituição Federal, de modo que a ausência de ade-
mesma jurisdição em uma única instância; quação deste ato jurídico quanto ao texto constitucional
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; gera a declaração de inconstitucionalidade e, por conse-
l) a reclamação para a preservação de sua competência e quência, o afastamento de sua aplicabilidade.
garantia da autoridade de suas decisões; O fundamento do controle de constitucionalidade
m) a execução de sentença nas causas de sua compe- é a supremacia da Constituição. Com efeito, a Constitui-
tência originária, facultada a delegação de atribuições para ção Federal e os demais atos normativos que compõem o
a prática de atos processuais; denominado bloco de constitucionalidade, notadamente,
n) a ação em que todos os membros da magistratura se- emendas constitucionais e tratados internacionais de di-
jam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que reitos humanos aprovados com quórum especial após a
mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam Emenda Constitucional nº 45/2004, estão no topo do or-
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; denamento jurídico.
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribu- Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem guar-
nal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superio- dar uma estrita compatibilidade, sob pena de serem in-
res, ou entre estes e qualquer outro tribunal; constitucionais. O respeito a esta relação de compatibili-
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de in- dade vertical é, assim, essencial para que um ato jurídico
constitucionalidade; adquira validade no ordenamento jurídico nacional.
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da nor- O controle concentrado, no sistema brasileiro, é reali-
ma regulamentadora for atribuição do Presidente da Repúbli- zado pelo Supremo Tribunal Federal, mediante utilização
ca, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Se- de ações específicas previstas na Constituição Federal, as
nado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do quais tem por causa de pedir a própria declaração de in-
Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, constitucionalidade. A norma abstratamente considerada é
ou do próprio Supremo Tribunal Federal; atacada em sua constitucionalidade mediante ação espe-
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e con- cífica.
tra o Conselho Nacional do Ministério Público;  Logo, o controle é feito por via de ação porque uma
II - julgar, em recurso ordinário: ação própria tem por objetivo único e exclusivo a reali-
a) o ‘habeas corpus’, o mandado de segurança, o ‘habeas zação deste controle, decidindo pela constitucionalidade
data’ e o mandado de injunção decididos em única instância ou inconstitucionalidade. Não existe um interesse jurídico
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; subjacente ligado a uma pessoa, não existe alguém espe-
b) o crime político; cífico em relação ao qual os efeitos da decisão impactarão
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas de forma mais intensa. A única finalidade é assegurar a su-
decididas em única ou última instância, quando a decisão premacia da Constituição. Uma vez reconhecido que a lei é
recorrida: inconstitucional, todas as pessoas sujeitas ao ordenamento
a) contrariar dispositivo desta Constituição; jurídico nacional serão atingidas – efeito “erga omnes” da
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei fe- decisão (artigo 28, parágrafo único, Lei nº 9.868/1999).
deral; No mais, fala-se em controle concentrado porque se
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado concentra num único órgão – o Tribunal Pleno do Supremo
em face desta Constituição. Tribunal Federal. Aliás, no Tribunal Pleno do STF será neces-
d) julgar válida lei local contestada em face de lei fede- sária a maioria absoluta dos membros no julgamento deste
ral. tipo de ação: logo, dos 11 ministros, ao menos 6 devem vo-
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fun- tar pela inconstitucionalidade para que ela seja declarada.
damental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo
Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Recursos Extraordinários
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Su-
premo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionali- No controle de constitucionalidade difuso o controle
dade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzi- é feito conforme o caso concreto para que aquele objeto
rão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente de discussão na relação jurídico-processual seja apreciado.
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pú- Logo, é incidental, funcionando como uma questão pre-
blica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.  judicial de mérito, que influenciará no objeto principal da
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá de- lide. Seus efeitos são “inter partes”, restritos às partes no
monstrar a repercussão geral das questões constitucionais processo, mas existe uma tendência de extensão de efeitos.
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal No Supremo Tribunal Federal um dos principais mecanis-
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo mos para que o órgão exerça o controle difuso é o dos
pela manifestação de dois terços de seus membros.  recursos extraordinários.

135
NOÇÕES DE DIREITO

Os recursos extraordinários em geral não servem para julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
a pura manifestação de inconformismo, servem para o res- cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que
guardo e a uniformidade de interpretação da Constituição outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
Federal e das leis federais. Por isso, são recursos de funda- conforme o caso. 
mentação restrita, a qual é estabelecida pela Constituição
Federal (perante o STF, fundamentação em violação da CF) 2.2) Superior Tribunal de Justiça
– artigo 102, III, CF. Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior
Vale destacar a questão da repercussão geral nos re- Tribunal de Justiça (STJ) é a corte responsável por uniformi-
cursos extraordinários. A repercussão geral é um dos me- zar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, seguindo
canismos criado pelo Legislativo para restringir o número os princípios constitucionais e a garantia e defesa do Esta-
de recursos no STF. Prevista no art. 102, §3º, CF, desde a do de Direito.
Emenda Constitucional nº 45/2004, passou a ser requisito O STJ é a última instância da Justiça brasileira para as
de admissibilidade do REXT, exigindo que a matéria tenha causas infraconstitucionais, não relacionadas diretamente à
relevante valor social, político, econômico ou jurídico, trans- Constituição. Como órgão de convergência da Justiça co-
cendendo o interesse individual das partes. Nota-se que a mum, aprecia causas oriundas de todo o território nacional,
lei usa expressões um tanto quanto vagas, de modo a deixar em todas as vertentes jurisdicionais não especializadas.
ao julgador, STF, a possibilidade de examinar cada caso con- Sua competência está prevista no art. 105 da Consti-
creto, dizendo se há repercussão geral. tuição Federal, que estabelece os processos que têm início
Aquele que interpõe REXT deve dizer, primeiramente, no STJ (originários) e os casos em que o Tribunal age como
porque há repercussão geral. O REXT é interposto perante órgão de revisão, inclusive nos julgamentos de recursos es-
o órgão “a quo”, que fará análise dos requisitos de admissi- peciais.
bilidade, SALVO REPERCUSSÃO GERAL. Só haverá pronun- O STJ julga crimes comuns praticados por governado-
ciamento sobre a repercussão geral se o recurso chegar de res dos estados e do Distrito Federal, crimes comuns e de
fato ao STF. Dos 11 ministros, ao menos 8 (2/3) devem dizer responsabilidade de desembargadores dos tribunais de
que não há repercussão geral. Logo, a falta de repercussão justiça e de conselheiros dos tribunais de contas estaduais,
geral deve ser bem evidente. dos membros dos tribunais regionais federais, eleitorais e
do Trabalho.
Súmula vinculante Julga também habeas corpus que envolvam essas au-
toridades ou ministros de Estado, exceto em casos relativos
A partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, foi in- à Justiça eleitoral. Pode apreciar ainda recursos contra ha-
troduzida a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal beas corpus concedidos ou negados por tribunais regionais
aprovar, após reiteradas decisões sobre matéria constitucio- federais ou dos estados, bem como causas decididas nes-
nal, súmula com efeito vinculante em relação aos demais sas instâncias, sempre que envolverem lei federal.
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta Em 2005, como parte da reforma do Judiciário, o STJ
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, questão assumiu também a competência para analisar a concessão
regulada pelo artigo 103-A da Constituição. de cartas rogatórias e processar e julgar a homologação
de sentenças estrangeiras. Até então, a apreciação desses
Art. 103-A. CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de pedidos era feita no Supremo Tribunal Federal (STF)156.
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços O artigo 104 da Constituição regula sua composição,
dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria ao passo que o artigo 105 regula sua competência.
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publica-
ção na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação Artigo 104, CF. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pú- de, no mínimo, trinta e três Ministros.
blica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e munici- Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de
pal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
forma estabelecida em lei. dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a inter- sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
pretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absolu-
quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou en- ta do Senado Federal, sendo: 
tre esses e a administração pública que acarrete grave inse- I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
gurança jurídica e relevante multiplicação de processos Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribu-
sobre questão idêntica.  nais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, próprio Tribunal;
a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e
ser provocada por aqueles que podem propor a ação di- membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Dis-
reta de inconstitucionalidade. trito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na for-
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que con- ma do art. 94.
trariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar,
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, 156 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/

136
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: c) der a lei federal interpretação divergente da que
I - processar e julgar, originariamente: lhe haja atribuído outro tribunal.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tri-
e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, bunal de Justiça: 
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen-
e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas to de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, re-
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais gulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, carreira; 
os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Mu- II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exer-
nicípios e os do Ministério Público da União que oficiem cer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamen-
perante tribunais; tária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como
b) os mandados de segurança e os ‘habeas data’ contra órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, decisões terão caráter vinculante. 
do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
c) os ‘habeas corpus’, quando o coator ou paciente for 2.3) Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais
qualquer das pessoas mencionadas na alínea ‘a’, ou quan- Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais
do o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de são os órgãos que possuem competência de julgamento
Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aero- no âmbito da Justiça Federal, conforme delimitação feita
náutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;  pelos artigos 108 e 109 da Constituição Federal. Por sua
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribu- vez, os artigos 106, 107 e 110 da Constituição voltam-se
nais, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, bem como entre ao estabelecimento de estrutura e composição da Justiça
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vincula- Federal.
dos a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus Artigo 106, CF. São órgãos da Justiça Federal:
julgados; I - os Tribunais Regionais Federais;
f) a reclamação para a preservação de sua competên- II - os Juízes Federais.
cia e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades ad- Artigo 107, CF. Os Tribunais Regionais Federais com-
ministrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do possível, na respectiva região e nomeados pelo Presiden-
Distrito Federal, ou entre as deste e da União; te da República dentre brasileiros com mais de trinta e
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da menos de sessenta e cinco anos, sendo:
norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Público Federal com mais de dez anos de carreira;
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, II - os demais, mediante promoção de juízes federais
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e me-
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con- recimento, alternadamente.
cessão de ‘exequatur’ às cartas rogatórias;  § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juí-
II - julgar, em recurso ordinário: zes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua ju-
a) os habeas corpus decididos em única ou última ins- risdição e sede.
tância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a jus-
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a deci- tiça itinerante, com a realização de audiências e demais
são for denegatória; funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
b) os mandados de segurança decididos em única ins- respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
tância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais e comunitários.
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando dene- § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
gatória a decisão; descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Mu- em todas as fases do processo.
nicípio ou pessoa residente ou domiciliada no País;  
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, Artigo 108, CF. Compete aos Tribunais Regionais Fede-
em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais rais:
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Fe- I - processar e julgar, originariamente:
deral e Territórios, quando a decisão recorrida: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vi- os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes
gência; comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministé-
b) julgar válido ato de governo local contestado em rio Público da União, ressalvada a competência da Justiça
face de lei federal; Eleitoral;

137
NOÇÕES DE DIREITO

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julga- § 3º Serão processadas e julgadas na justiça esta-
dos seus ou dos juízes federais da região; dual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários,
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato as causas em que forem parte instituição de previdência
do próprio Tribunal ou de juiz federal; social e segurado, sempre que a comarca não seja sede
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a
juiz federal; lei poderá permitir que outras causas sejam também proces-
e) os conflitos de competência entre juízes federais vin- sadas e julgadas pela justiça estadual.
culados ao Tribunal; § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso ca-
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pe- bível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
los juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
competência federal da área de sua jurisdição. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos hu-
manos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade
Artigo 109, CF. Aos juízes federais compete processar e de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
julgar: tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Bra-
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou sil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal
empresa pública federal forem interessadas na condição de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, inci-
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, dente de deslocamento de competência para a Justiça
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Federal. 
Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo Artigo 110, CF. Cada Estado, bem como o Distrito Fe-
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou resi- deral, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
dente no País; respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabele-
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União cido em lei.
com Estado estrangeiro ou organismo internacional; Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juí-
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de zes da justiça local, na forma da lei.
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e 2.4) Tribunais e juízes do trabalho
da Justiça Eleitoral; A Justiça do Trabalho tem sua estrutura estabelecida
V - os crimes previstos em tratado ou convenção inter- no artigo 111 da Constituição e possui como órgão de cú-
nacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado te- pula o Tribunal Superior do Trabalho, embora ele não seja a
nha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; última instância possível – em tese, ainda se pode ir ao Su-
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se premo Tribunal Federal. A composição deste Tribunal Supe-
refere o § 5º deste artigo;  rior está definida no artigo 111-A, CF. Ainda sobre questões
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos estruturais da Justiça do Trabalho, têm-se os artigos 112,
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a 113, 114 e 115 da Constituição Federal. Por seu turno, o ar-
ordem econômico-financeira; tigo 114, CF define as competências da Justiça do Trabalho.
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua
competência ou quando o constrangimento provier de au- Artigo 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho:
toridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra I - o Tribunal Superior do Trabalho;
jurisdição; II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data con- III - Juízes do Trabalho. 
tra ato de autoridade federal, excetuados os casos de compe-
tência dos tribunais federais; Art. 111-A, CF. O Tribunal Superior do Trabalho compor-
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aerona- se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros
ves, ressalvada a competência da Justiça Militar; com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de anos, nomeados pelo Presidente da República após apro-
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequa- vação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
tur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as cau- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
sas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
e à naturalização; Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer-
XI - a disputa sobre direitos indígenas. cício, observado o disposto no art. 94; 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser afo- pelo próprio Tribunal Superior. 
radas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Su-
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à perior do Trabalho.
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Traba-
Federal. lho: 

138
NOÇÕES DE DIREITO

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen- Artigo 115, CF. Os Tribunais Regionais do Trabalho
to de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre ou- compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan-
tras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso do possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presi-
e promoção na carreira;  dente da República dentre brasileiros com mais de trinta
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ca- e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
bendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão adminis- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
trativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer-
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.  cício, observado o disposto no art. 94; 
II - os demais, mediante promoção de juízes do traba-
Artigo 112, CF. A lei criará varas da Justiça do Traba- lho por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
lho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua juris- § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a
dição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
respectivo Tribunal Regional do Trabalho.  funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
Artigo 113, CF. A lei disporá sobre a constituição, in- e comunitários. 
vestidura, jurisdição, competência, garantias e condi- § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão fun-
ções de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. cionar descentralizadamente, constituindo Câmaras re-
gionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado
Artigo 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho pro- à justiça em todas as fases do processo.
cessar e julgar:  
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abran- Artigo 116, CF. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
gidos os entes de direito público externo e da administração exercida por um juiz singular. 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;  2.5) Tribunais e juízes eleitorais
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; A Justiça Eleitoral é composta pelos órgãos descritos
III - as ações sobre representação sindical, entre sindi- no artigo 118 da Constituição Federal. Seu órgão de cúpula
catos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e é o Tribunal Superior Eleitoral, cuja composição está regu-
empregadores;  lada no artigo 119, CF. Por seu turno, os Tribunais Regionais
IV - os mandados de segurança, ‘habeas corpus’ e Eleitorais, órgãos intermediários, são regulados no artigo
‘habeas data’, quando o ato questionado envolver matéria 120, CF. Finalizando a regulamentação da Justiça Eleitoral
sujeita à sua jurisdição;  está o artigo 121 da Constituição, que remete a eventual lei
V - os conflitos de competência entre órgãos com ju- complementar ainda não existente. Contudo, há diversas
risdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’;  leis que regulamentam a questão eleitoral, destacando-se
VI - as ações de indenização por dano moral ou pa- o próprio Código Eleitoral.
trimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrati- Artigo 118, CF. São órgãos da Justiça Eleitoral:
vas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscaliza- I - o Tribunal Superior Eleitoral;
ção das relações de trabalho;  II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais III - os Juízes Eleitorais;
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, de- IV - as Juntas Eleitorais.
correntes das sentenças que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de tra- Artigo 119, CF. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se
balho, na forma da lei. -á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes pode- I - mediante eleição, pelo voto secreto:
rão eleger árbitros. a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação Federal;
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de co- b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
mum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza eco- de Justiça;
nômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, II - por nomeação do Presidente da República, dois
respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.  idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Fe-
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com deral.
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral den-
  tre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

139
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 120, CF. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral A Justiça Militar Estadual tem competência para proces-
na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. sar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: crimes militares definidos em lei. Os crimes militares estão
I - mediante eleição, pelo voto secreto: definidos no Código Penal Militar, CPM, e nas Leis Militares
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tri- Especiais. Deve-se observar, que por força de disposição
bunal de Justiça; constitucional a Justiça Militar Estadual tem competência
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos apenas e tão somente para julgar os militares estaduais,
pelo Tribunal de Justiça; que são os integrantes das Forças Auxiliares (Polícias Mili-
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede tares e Corpos de Bombeiros Militares).
na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não haven- A Justiça Militar Federal e Estadual possui organização
do, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribu- judiciária semelhante, com algumas particularidades. A 1 ª
nal Regional Federal respectivo; instância da Justiça Militar denomina-se Conselho de Justi-
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de ça, que tem como sede uma auditoria militar.
dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídi- A 2 ª instância da Justiça Militar Estadual nos Estado
co e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, é exercida
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presi- pelo Tribunal de Justiça Militar que possui competência ori-
dente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores. ginária e derivada para processar e julgar os recursos pro-
venientes das auditorias militares estaduais. Nos demais
Artigo 121, CF. Lei complementar disporá sobre a or- Estados-membros da Federação, a 2ª instância da Justiça
ganização e competência dos tribunais, dos juízes de direi- Militar é exercida por uma Câmara Especializada do Tribu-
to e das juntas eleitorais. nal de Justiça em atendimento ao Regimento Interno e Lei
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e de Organização Judiciária”157.
os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas ga- Artigo 122, CF. São órgãos da Justiça Militar:
rantias e serão inamovíveis. I - o Superior Tribunal Militar;
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo jus- II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
tificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos Artigo 123, CF. O Superior Tribunal Militar compor-
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Pre-
número igual para cada categoria. sidente da República, depois de aprovada a indicação
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três
denegatórias de ‘habeas corpus’ ou mandado de segurança. dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
somente caberá recurso quando: Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Presidente da República dentre brasileiros maiores de
Constituição ou de lei; trinta e cinco anos, sendo:
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre I - três dentre advogados de notório saber jurídico e
dois ou mais tribunais eleitorais; conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva ativida-
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de de profissional;
diplomas nas eleições federais ou estaduais; II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de membros do Ministério Público da Justiça Militar.
mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem habeas corpus, mandado de segu- Artigo 124, CF. à Justiça Militar compete processar e
rança, habeas data ou mandado de injunção. julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
2.6) Tribunais e juízes militares funcionamento e a competência da Justiça Militar.
“A Justiça Militar Federal tem competência para pro-
cessar e julgar os militares integrantes das Forças Armadas, Artigo 125, CF.
Marinha de Guerra, Exército, Força Aérea Brasileira, civis § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
e assemelhados. No Estado Democrático de Direito, que Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída,
tem como fundamento a observância de uma Constitui- em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos
ção estabelecida pela vontade popular por meio de uma de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Jus-
Assembleia Nacional Constituinte, no caso do Brasil um tiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o
Congresso Constituinte, não existe nenhum impedimento efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. 
para a realização de um julgamento militar que tenha como
acusado um civil. 157 ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Competência da Justiça Mi-
litar. Disponível em: <http://www.advogado.adv.br/direitomilitar/ano2003/
pthadeu/competenciajusticamilitar.htm>. Acesso em: 14 jan. 2015.

140
NOÇÕES DE DIREITO

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e 2.8) Conselho Nacional de Justiça


julgar os militares dos Estados, nos crimes militares defi- O Conselho Nacional de Justiça é um órgão que foi
nidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares criado para reformular quadros e meios de atuação do
militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima Poder Judiciário, promovendo transparência administrati-
for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda va e processual. Foi criado em 31 de dezembro de 2004 e
do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.  instalado em 14 de junho de 2005, com sede em Brasília/
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar DF e atuação em todo o território nacional. Sua missão é
processar e julgar, singularmente, os crimes militares co- contribuir para que a prestação jurisdicional seja realiza-
metidos contra civis e as ações judiciais contra atos dis- da com moralidade, eficiência e efetividade, beneficiando
ciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a sociedade. Em sua visão, pretende ser um instrumento
a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais efetivo de desenvolvimento do Poder Judiciário. Tem por
crimes militares. diretrizes, em linhas gerais, promover: “planejamento es-
tratégico e proposição de políticas públicas judiciárias; mo-
2.7) Tribunais e juízes dos Estados dernização tecnológica do Judiciário; ampliação do acesso
A Justiça Comum Estadual não é regulamentada de ma- à justiça, pacificação e responsabilidade social; garantia de
neira extensa no texto constitucional por um motivo bastan- efetivo respeito às liberdades públicas e execuções penais”.
te razoável: trata-se do soldado de reserva. Tudo o que não
for competência de justiça especializada ou da Justiça Fede- Entre seus principais órgãos, destacam-se:
ral, será de competência da Justiça Comum Estadual, afinal, a) Corregedoria – é o órgão do CNJ que exerce o
o Judiciário não pode deixar de apreciar lesão ou ameaça de controle disciplinar e promove a administração da justiça,
lesão a direito algum. delegando atribuições e instruções. Não pune os desvios
Contudo, as Constituições estaduais e as leis estaduais de conduta praticados por magistrados e servidores, mas
de organização judiciária delimitam melhor a questão da apura os fatos trazidos ao seu conhecimento e leva à apre-
competência e organização de cada um dos órgãos da Jus- ciação do Plenário do CNJ todas estas questões relaciona-
das à atividade judiciária que se apresentem mais graves e
tiça Comum Estadual. Basicamente, em cada Judiciário Co-
que possam macular a imagem do Judiciário na sociedade.
mum Estadual se terá um Tribunal de Justiça com diversas
O cargo de corregedor é ocupado por um ministro do Su-
Câmaras na qualidade de 2ª instância, além de varas com
perior Tribunal de Justiça (STJ).
maior grau de especialização conforme a amplitude da co-
b) Ouvidoria – é o instrumento de comunicação da
marca em 1ª instância (uma comarca maior pode ter varas
sociedade com o CNJ. É um serviço posto à disposição do
criminais, varas cíveis, varas de família e sucessões, juizados
cidadão para que esclareça dúvidas, reclame, denuncie,
especiais; uma comarca menor pode até mesmo ter uma
elogie ou apresente sugestões sobre os serviços e as ati-
vara única).
vidades do CNJ.
c) Presidência – A presidência do Conselho Nacional
Artigo 125, CF. Os Estados organizarão sua Justiça, ob- de Justiça é ocupada pelo Presidente do Supremo Tribu-
servados os princípios estabelecidos nesta Constituição. nal Federal. Desempenha funções administrativas em geral,
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Cons- como superintender a ordem e a disciplina do CNJ, aplicar
tituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária penalidades aos seus servidores, representar o CNJ peran-
de iniciativa do Tribunal de Justiça. te quaisquer órgãos e autoridades, convocar e presidir as
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação sessões plenárias do CNJ, entre outras. Também se mani-
de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos esta- festa por diversos atos, como portarias, resoluções, atas e
duais ou municipais em face da Constituição Estadual, ve- instruções normativas.
dada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. O CNJ tem promovido diversos projetos na sociedade
[...] aproximando-a do Poder Judiciário, do conhecimento de
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentra- seus direitos e de uma maior consciência social acerca dos
lizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de asse- preconceitos existentes. Também promove projetos que vi-
gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as sam dar maior celeridade à atuação do Poder Judiciário, di-
fases do processo.  minuindo o número de processos. São exatamente nestas
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, iniciativas que se encontram as maiores críticas ao CNJ, o
com a realização de audiências e demais funções da atividade qual estaria se imiscuindo nas atribuições do Poder Judiciá-
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, rio de julgar seus processos.
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Art. 103-B, CF. O Conselho Nacional de Justiça com-
Artigo 126, CF. Para dirimir conflitos fundiários, o Tri- põe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
bunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
com competência exclusiva para questões agrárias. I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente pres- II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indi-
tação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. cado pelo respectivo tribunal; 

141
NOÇÕES DE DIREITO

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime
indicado pelo respectivo tribunal;  contra a administração pública ou de abuso de autori-
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indi- dade; 
cado pelo Supremo Tribunal Federal;  V - rever, de ofício ou mediante provocação, os proces-
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal sos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados
Federal; há menos de um ano; 
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado VI - elaborar semestralmente relatório estatístico so-
pelo Superior Tribunal de Justiça;  bre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Fede-
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal ração, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; 
de Justiça;  VII - elaborar relatório anual, propondo as providên-
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indi- cias que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Ju-
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho;  diciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Supe- integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fe-
rior do Trabalho;  deral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
X - um membro do Ministério Público da União, in- abertura da sessão legislativa. 
dicado pelo Procurador-Geral da República;  § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exer-
XI - um membro do Ministério Público estadual, es- cerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
colhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além
indicados pelo órgão competente de cada instituição esta- das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
dual; Magistratura, as seguintes: 
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer
da Ordem dos Advogados do Brasil;  interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judi-
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputa- ciários; 
ção ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e II - exercer funções executivas do Conselho, de inspe-
outro pelo Senado Federal. 
ção e de correição geral; 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do
III - requisitar e designar magistrados, delegando-
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedi-
lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
mentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomea-
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a
da República e o Presidente do Conselho Federal da Or-
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
dem dos Advogados do Brasil. 
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações pre-
vistas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territó-
Federal.  rios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação ad- reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
ministrativa e financeira do Poder Judiciário e do cum- membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus ser-
primento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, viços auxiliares, representando diretamente ao Conselho
além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Nacional de Justiça. 
Estatuto da Magistratura: 
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo ex- FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA.
pedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência,
ou recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício
ou mediante provocação, a legalidade dos atos adminis- 1) Ministério Público
trativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judi- Artigo 127, caput, CF. O Ministério Público é instituição
ciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
para que se adotem as providências necessárias ao exato incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribu- democrático e dos interesses sociais e individuais indis-
nal de Contas da União;  poníveis.
III - receber e conhecer das reclamações contra mem-
bros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus O Ministério Público desempenha um papel impor-
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de servi- tantíssimo frente ao Poder Judiciário e, por isso, o artigo
ços notariais e de registro que atuem por delegação do poder 127, caput da Constituição Federal o considera essencial à
público ou oficializados, sem prejuízo da competência dis- função jurisdicional do Estado e o coloca como instituição
ciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar pro- permanente.
cessos disciplinares em curso e determinar a remoção, O papel institucional, também descrito no caput do
a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou artigo 127, envolve alguns aspectos, aqui estudados com
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras base no entendimento de Mazzilli158:
sanções administrativas, assegurada ampla defesa;  158 MAZZILLI, Hugo Nigro. Aulas em teleconferência ministra-

142
NOÇÕES DE DIREITO

a) Defesa da ordem jurídica – fazer valer o ordena- Artigo 129, CF. São funções institucionais do Minis-
mento jurídico pátrio, buscar a efetividade na aplicação de tério Público:
suas normas, eventualmente, utilizar-se de princípios cons- I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
titucionais para buscar a efetividade da própria Constitui- forma da lei;
ção quanto aos direitos sem regulamentação extensa. O II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
Ministério Público funciona como um guardião da lei e da dos serviços de relevância pública aos direitos assegura-
ordem, fazendo com que ela seja cumprida, notadamente dos nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias
nos casos em que interesses da coletividade ou de indiví- a sua garantia;
duos hipossuficientes estão em jogo. III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,
Neste sentido, o Ministério Público não atua em todos para a proteção do patrimônio público e social, do meio
os casos em que há violação da lei, ou seja, em que há ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
desrespeito à ordem jurídica – existe prestação jurisdicional IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou re-
sem Ministério Público. Nos casos mais graves de violação
presentação para fins de intervenção da União e dos Esta-
da ordem jurídica o Ministério Público atua, o que o cons-
dos, nos casos previstos nesta Constituição;
tituinte define como toda situação em que está em jogo o
V - defender judicialmente os direitos e interesses das
interesse social ou o interesse indisponível. Então, a defe-
populações indígenas;
sa da ordem jurídica depende da lei violada, pois ela deve
pertencer ao campo de atuação do Ministério Público. VI - expedir notificações nos procedimentos adminis-
b) Defesa do regime democrático – O Ministério Pú- trativos de sua competência, requisitando informações e
blico pode existir sem a democracia, num regime autoritá- documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
rio, mas somente há efetiva autonomia e independência do respectiva;
Ministério Público no regime democrático. A manutenção VII - exercer o controle externo da atividade policial,
da ordem jurídica e do sistema democrático é condição na forma da lei complementar mencionada no artigo ante-
para a paz e a liberdade das pessoas, ou seja, do interesse rior;
social, razão pela qual é papel do Ministério Público de- VIII - requisitar diligências investigatórias e a ins-
fender o regime democrático. Os direitos garantidos na tauração de inquérito policial, indicados os fundamentos
Constituição Federal são a base da democracia instituída jurídicos de suas manifestações processuais;
na República brasileira e cabe ao Ministério Público garan- IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas,
tir o respeito a estes direitos. Ex.: fiscalização do processo desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe ve-
eleitoral, coibição de violações aos direitos fundamentais, dada a representação judicial e a consultoria jurídica de en-
buscar o respeito aos direitos das minorias, etc. tidades públicas.
c) Defesa dos interesses sociais e individuais indis- § 1º A legitimação do Ministério Público para as
poníveis – Mazzilli159 aprofunda o tema: “Os direitos difu- ações civis previstas neste artigo não impede a de tercei-
sos compreendem grupos menos determinados de pes- ros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Cons-
soas (melhor do que pessoas indeterminadas, são antes tituição e na lei.
pessoas indetermináveis), entre as quais inexiste vínculo § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exer-
jurídico ou fático preciso. São como feixe ou conjunto de cidas por integrantes da carreira, que deverão residir na
interesses individuais, de objeto indivisível, compartilhados comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe
por pessoas indetermináveis, que se encontram unidas por da instituição. 
circunstâncias de fato conexas. [...] Coletivos, em sentido § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-
estrito, são interesses transindividuais indivisíveis de um
se-á mediante concurso público de provas e títulos, as-
grupo determinado ou determinável de pessoas, reunidas
segurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil
por uma relação jurídica básica comum. [...] Em sentido
em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no
lato, os direitos individuais homogêneos não deixam de ser
mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
também interesses coletivos. Tanto os interesses individuais
homogêneos como os difusos originaram-se de circuns- nas nomeações, a ordem de classificação. 
tâncias de fato comuns; entretanto, são indetermináveis os § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o
titulares de interesses difusos e o objeto de seu interesse disposto no art. 93160.
é indivisível; já nos interesses individuais homogêneos, os § 5º A distribuição de processos no Ministério Público
titulares são determinados ou determináveis, e o objeto da será imediata.
pretensão é divisível), isto é, o dano ou a responsabilidade
se caracterizam por sua extensão divisível ou individual- Ainda sobre as funções institucionais do Ministério
mente variável entre os integrantes do grupo)”. Público, a Lei Complementar nº 75/1993 tece relevantes
Por seu turno, as funções institucionais do Ministério aprofundamentos em seu artigo 5º, aplicável não somente
Público estão descritas de maneira mais discriminada no ao Ministério Público da União, mas a todos os Ministérios
artigo 129 da Constituição Federal: Públicos atuantes no cenário jurídico nacional:
das na Escola Superior do Ministério Público. Disponível: <https://www.
youtube.com/>.
159 MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em
juízo. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 53-56. 160 Normas mínimas do Estatuto da Magistratura.

143
NOÇÕES DE DIREITO

Art. 5º São funções institucionais do Ministério Pú- Por seu turno, os princípios institucionais do Ministério
blico da União: Público encontram-se no artigo 127, §1º da Constituição
I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, Federal:
dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponí-
veis, considerados, dentre outros, os seguintes fundamentos Artigo 127, §1º, CF. São princípios institucionais do Mi-
e princípios: nistério Público a unidade, a indivisibilidade e a independên-
a) a soberania e a representatividade popular; cia funcional.
b) os direitos políticos;
c) os objetivos fundamentais da República Federativa do Explica Mazzilli161:
Brasil; a) Unidade – Se tem chefia, uma pessoa que está na
d) a indissolubilidade da União; cabeça da estrutura institucional, tem-se unidade. Sendo
e) a independência e a harmonia dos Poderes da União; assim, unidade institucional relaciona-se ao princípio hie-
f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos rárquico. Se existe hierarquia, existe o poder de avocar, de-
Municípios; legar e designar (no Brasil, estes poderes são limitados).
g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito Contudo, evidente que a hierarquia não tem força absoluta
Federal e aos Municípios; por conta da independência funcional e por conta do pró-
h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a pu- prio modelo de federação adotado pelo Brasil – trata-se
blicidade, relativas à administração pública direta, indireta de hierarquia exclusivamente administrativa, na atividade-
ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União; meio.
II - zelar pela observância dos princípios constitucionais É fácil falar em unidade e indivisibilidade num Estado
relativos: unitário, onde o Ministério Público só tem um chefe. No
a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tribu- Brasil, cada um dos Ministérios Públicos tem o seu che-
tar, à repartição do poder impositivo e das receitas tributá- fe. A verdade é que o constituinte brasileiro se inspirou na
rias e aos direitos do contribuinte; doutrina francesa, aplicável a um Estado unitário, e a incor-
b) às finanças públicas;
porou à Constituição Federal sem se atinar para as conse-
c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola,
quências práticas do conceito.
fundiária e de reforma agrária e ao sistema financeiro na-
b) Indivisibilidade – a rigor, significaria dizer que o
cional;
Ministério Público seria uma única instituição e os seus
d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao des-
membros poderiam se substituir por possuírem as mes-
porto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao
mas competências. Este conceito da doutrina francesa não
meio ambiente;
pode ser transportado para o contexto jurídico-constitu-
e) à segurança pública;
III - a defesa dos seguintes bens e interesses: cional brasileiro. Afinal, existem vários Ministérios Públicos
a) o patrimônio nacional; e o membro de um não pode exercer a atribuição do mem-
b) o patrimônio público e social; bro de outro – um Ministério Público não pode se imiscuir
c) o patrimônio cultural brasileiro; na competência do outro.
d) o meio ambiente; Como a finalidade do Ministério Público é uma só –
e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das servir ao interesse público – pode-se afirmar a unidade e
comunidades indígenas, da família, da criança, do adoles- a indivisibilidade enquanto uma característica institucional.
cente e do idoso; Como instituição, o Ministério Público é uno e indivisível.
IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da No sentido orgânico, é incorreto afirmar a unidade e a in-
União, dos serviços de relevância pública e dos meios de co- divisibilidade.
municação social aos princípios, garantias, condições, direi- Trata-se de um órgão com uma só chefia e uma só
tos, deveres e vedações previstos na Constituição Federal e função dentro de cada órgão do Ministério Público (MPU,
na lei, relativos à comunicação social; MPT, MPE, MPM, MPDFT) – este é o verdadeiro sentido de
V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da unidade e indivisibilidade.
União e dos serviços de relevância pública quanto: c) Independência funcional – É a liberdade de escrita
a) aos direitos assegurados na Constituição Federal rela- e fala na tomada dos atos institucionais. A independência
tivos às ações e aos serviços de saúde e à educação; funcional é uma prerrogativa conferida aos membros do
b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da Ministério Público que deve coexistir com a unidade e a in-
moralidade e da publicidade; divisibilidade. Questiona-se até que ponto a hierarquia de-
VI - exercer outras funções previstas na Constituição Fe- corrente da unidade e da indivisibilidade limita a indepen-
deral e na lei. dência funcional, afinal, os próprios conceitos de unidade e
§1º Os órgãos do Ministério Público da União devem de indivisibilidade não são absolutos. Na prática, a unidade
zelar pela observância dos princípios e competências da e a indivisibilidade são opostas à independência funcional.
Instituição, bem como pelo livre exercício de suas funções.
§2º Somente a lei poderá especificar as funções atribuí-
das pela Constituição Federal e por esta Lei Complementar 161 MAZZILLI, Hugo Nigro. Aulas em teleconferência ministra-
ao Ministério Público da União, observados os princípios e das na Escola Superior do Ministério Público. Disponível: <https://www.
normas nelas estabelecidos. youtube.com/>.

144
NOÇÕES DE DIREITO

Continuando o estudo do artigo 127 da Constituição Por seu turno, o artigo 128, CF traz a estrutura do Minis-
Federal, seu §2º estabelece a autonomia funcional e admi- tério Público, dizendo quais órgãos o compõem e por quem
nistrativa do Ministério Público nos seguintes termos: serão chefiados, além de vedações e garantias semelhantes
às impostas à magistratura.
Artigo 127, §2º, CF. Ao Ministério Público é assegurada Artigo 128, CF. O Ministério Público abrange:
autonomia funcional e administrativa, podendo, obser- I - o Ministério Público da União, que compreende:
vado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a a) o Ministério Público Federal;
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, b) o Ministério Público do Trabalho;
provendo-os por concurso público de provas ou de provas c) o Ministério Público Militar;
e títulos, a política remuneratória e os planos de carrei- d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
ra; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Pro-
a) Autonomia funcional – Para que um órgão tenha curador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da
autonomia funcional é preciso que “reúna, em torno de si, República dentre integrantes da carreira, maiores de trin-
três pressupostos básicos, quais sejam, uma lei, conforme ta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria
os ditames da Constituição, que o institua juridicamente; absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
uma própria dotação orçamentária, que seja a ele designa- dois anos, permitida a recondução.
da; e uma função específica que seja por ele desempenha- § 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
da, isto é, uma função peculiar”162. iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida
b) Autonomia administrativa – A autonomia adminis- de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
trativa significa a soma de poderes da pessoa ou entidade § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
para administrar os seus próprios negócios, sob qualquer Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes
aspecto, consoante as normas e princípios institucionais de da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Pro-
sua existência e dessa administração. Neste sentido, o po- curador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Exe-
der conferido ao Ministério Público de elaborar sua própria cutivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
proposta orçamentária. § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
A questão orçamentária do Ministério Público encontra Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
aprofundamento nos §§ 3º a 6º do artigo 127 da Consti- da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
tuição: complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
Artigo 127, §3º, CF. O Ministério Público elaborará sua iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Ge-
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na rais, estabelecerão a organização, as atribuições e o esta-
lei de diretrizes orçamentárias. tuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:
Artigo 127, §4º, CF. Se o Ministério Público não enca- I - as seguintes garantias:
minhar a respectiva proposta orçamentária dentro do pra- a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não poden-
zo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder do perder o cargo senão por sentença judicial transitada em
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta julgado;
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orça- b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
mentária vigente, ajustados de acordo com os limites esti- blico, mediante decisão do órgão colegiado competente do
pulados na forma do § 3º.  Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa; 
Artigo 127, §5º, CF. Se a proposta orçamentária de que c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art.
trata este artigo for encaminhada em desacordo com os 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo pro- III, 153, § 2º, I; 
cederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da II - as seguintes vedações:
proposta orçamentária anual. a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, ho-
norários, percentagens ou custas processuais;
Artigo 127, §6º, CF. Durante a execução orçamentária b) exercer a advocacia;
do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
a assunção de obrigações que extrapolem os limites es- d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se pre- função pública, salvo uma de magistério;
viamente autorizadas, mediante a abertura de créditos e) exercer atividade político-partidária;
suplementares ou especiais.  f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou con-
tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei.
162 AZEVEDO, Bernardo Montalvão Varjão de. Ministério Público
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o dis-
por uma verdadeira autonomia funcional. Disponível em: <http://jus.com. posto no art. 95, parágrafo único, V163. 
br/artigos/3893/ministerio-publico>. Acesso em: 15 jan. 2015. 163  Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes

145
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 130, CF. Aos membros do Ministério Público junto I - receber reclamações e denúncias, de qualquer in-
aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta teressado, relativas aos membros do Ministério Público e dos
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. seus serviços auxiliares;
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
Por fim, tem-se o artigo 130-A da Constituição Federal, e correição geral;
que disciplina o Conselho Nacional do Ministério Público, in- III - requisitar e designar membros do Ministério Pú-
cluído pela Emenda Constitucional nº 45/2004. blico, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
Artigo 130-A, CF. O Conselho Nacional do Ministério órgãos do Ministério Público.
Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do
dois anos, admitida uma recondução, sendo: Ministério Público, competentes para receber reclamações
I - o Procurador-Geral da República, que o preside; e denúncias de qualquer interessado contra membros ou ór-
II - quatro membros do Ministério Público da União, asse- gãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços au-
gurada a representação de cada uma de suas carreiras; xiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do
III - três membros do Ministério Público dos Estados; Ministério Público.
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Fe-
deral e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; 2) Advocacia Pública
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da O caput do artigo 131 da Constituição traz as funções ins-
Ordem dos Advogados do Brasil; titucionais da Advocacia-Geral da União: representação judi-
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação cial e extrajudicial da União, além de consultoria e assessora-
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro mento ao Poder Executivo Federal, conforme regulamentação
pelo Senado Federal. a ser elaborada em lei complementar. No caso, a Lei Comple-
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério mentar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 institui a Lei Orgâ-
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Pú-
nica da Advocacia-Geral da União e dá outras providências.
blicos, na forma da lei.
O chefe da Advocacia-Geral da União é o Advogado-
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público
Geral da União, livremente nomeado pelo Presidente da Re-
o controle da atuação administrativa e financeira do Mi-
pública, devendo possuir notável saber jurídico, reputação
nistério Público e do cumprimento dos deveres funcionais
ilibada e menos de 35 anos. No entanto, os integrantes da
de seus membros, cabendo lhe:
Advocacia-Geral da União de início de carreira nela ingres-
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do
Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no sam por concurso público de provas e títulos.
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; Não é atribuição da Advocacia-Geral da União promover
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou a execução de dívida ativa de natureza tributária, o que é fei-
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos to pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da Respeitando uma relação de compatibilidade entre as
União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou unidades federadas, estabelece-se nos Estados e no Distrito
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias Federal uma Procuradoria em cada qual deles.
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência
dos Tribunais de Contas; Artigo 131, CF. A Advocacia-Geral da União é a insti-
III - receber e conhecer das reclamações contra membros tuição que, diretamente ou através de órgão vinculado, repre-
ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, in- senta a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
clusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da com- termos da lei complementar que dispuser sobre sua organiza-
petência disciplinar e correicional da instituição, podendo ção e funcionamento, as atividades de consultoria e assesso-
avocar processos disciplinares em curso, determinar a re- ramento jurídico do Poder Executivo.
moção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsí- § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advo-
dios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar gado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos,
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos de notável saber jurídico e reputação ilibada.
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da ins-
dos Estados julgados há menos de um ano; tituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso
V - elaborar relatório anual, propondo as providências público de provas e títulos.
que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributá-
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensa- ria, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
gem prevista no art. 84, XI. Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corre- Artigo 132, CF. Os Procuradores dos Estados e do Dis-
gedor nacional, dentre os membros do Ministério Público trito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso
que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exone- as suas fases, exercerão a representação judicial e a consul-
ração toria jurídica das respectivas unidades federadas. 

146
NOÇÕES DE DIREITO

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo É conferida a garantia da inamovibilidade aos mem-
é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exer- bros da Defensoria Pública, ao mesmo tempo em que é
cício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos vedado o exercício da advocacia fora das atribuições do
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.  cargo. Com efeito, o Defensor Público é um advogado,
mas que deve se limitar ao exercício das atribuições ins-
3) Advocacia titucionais a ele conferidas, submetendo-se a um regime
A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, dispõe sobre o de dedicação exclusiva.
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil A Emenda Constitucional nº 80/2014 alterou substan-
(OAB), consubstanciando o previsto no artigo 133 da Cons- cialmente a disciplina da Defensoria Pública na Constituição
tituição Federal. Neste sentido, coloca-se o advogado como Federal de 1988, mudando a redação do caput dos artigos
indispensável à administração da justiça, afinal, sem o advo- 134 e 135, bem como incluindo ao primeiro os seus parágra-
gado seria impossível que o Poder Judiciário funcionasse. fos. Neste sentido, passou-se a uma disciplina mais completa
No exercício de suas funções, o advogado necessita da desta instituição que desempenha papel fundamental no ce-
salvaguarda de seus atos e manifestações, permitindo que pro- nário jurídico nacional.
mova a defesa do seu cliente da maneira mais plena possível. Por seu turno, a Lei Complementar nº 80, de 12 de ja-
“O primeiro conjunto normativo que assegura (e ao mes- neiro de 1994, organiza a Defensoria Pública da União, do
mo tempo limita) a profissão do advogado vem dado pelo Distrito Federal e dos Territórios e prescreve normas gerais
próprio Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/1994), que pro- para sua organização nos Estados, e dá outras providências.
clama, na esfera criminal, a imunidade material (penal) em Sendo assim, confere-se liberdade para a devida regulamen-
relação aos delitos de difamação e injúria (quanto ao desaca- tação no âmbito dos Estados-membros, pois cada qual irá
to, como se sabe, o STF concedeu liminar para suspender a instituir a sua Defensoria Pública, guardada uma relação de
validade do texto legal). compatibilidade com a normativa mínima prevista na Lei
No exercício da profissão o advogado conta também Complementar nº 80/1994. Neste sentido, o texto constitu-
com a chamada imunidade judiciária (CP, art. 142), não res- cional assegura a autonomia funcional e administrativa, além
pondendo criminalmente, em princípio, por difamação ou da iniciativa orçamentária, a cada uma das Defensorias Públi-
injúria. Trata-se de uma causa de exclusão da tipicidade ma- cas instituídas.
terial porque, respeitados os limites do art. 142, o risco criado
(quando do uso de expressões mais ofensivas) é permitido. Artigo 134, CF. A Defensoria Pública é instituição perma-
Não há que se falar em risco proibido (logo, não existe desa- nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
provação da conduta). bindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrá-
De outro lado, enquanto não são ultrapassados os limites tico, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção
do exercício da profissão, força é convir que a inviolabilidade dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial
citada na CF não alcança somente os atos e manifestações e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de for-
do advogado, senão também seus meios de atuação, seu lo- ma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso
cal de trabalho, seu escritório, arquivos, pastas, computador, LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. 
correspondências etc., ou seja, tudo isso está protegido pelo § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública
sigilo profissional (e pela inviolabilidade constitucional e le- da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
gal) (nos termos do art. 7º, II, com redação dada pela Lei nº normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
11.767/2008). Também está protegido pela inviolabilidade e de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso pú-
sigilo o local onde se localiza o departamento jurídico dentro blico de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
de uma empresa”164. garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da ad-
vocacia fora das atribuições institucionais. 
Artigo 133, CF. O advogado é indispensável à adminis- § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
tração da justiça, sendo inviolável por seus atos e mani- autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de
festações no exercício da profissão, nos limites da lei. sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto
4) Defensoria Pública no art. 99, § 2º. 
A Defensoria Pública, colocada no texto constitucional § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públi-
como instituição permanente e essencial à função jurisdicio- cas da União e do Distrito Federal. 
nal do Estado, tem sua função institucional descrita no caput § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
do artigo 134 da Constituição Federal: orientação jurídica, unidade, a indivisibilidade e a independência funcional,
promoção dos direitos humanos e defesa dos interesses in- aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e
dividuais dos mais necessitados e coletivos como um todo. no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.
São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni-
dade, a indivisibilidade e a independência funcional, os mes- Artigo 135, CF. Os servidores integrantes das carreiras dis-
mos que regem o Ministério Público. ciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunera-
dos na forma do art. 39, § 4º.
164 GOMES, Luís Flávio. Limites da inviolabilidade do advoga-
do - Lei nº 11.767/2008. Disponível em: <http://lfg.jusbrasil.com.br/noti-
cias/1076221/limites-da-inviolabilidade-do-advogado-lei-n-11767-2008>.
Acesso em: 15 jan. 2015.

147
NOÇÕES DE DIREITO

Artigo 144, § 2º, CF. A polícia rodoviária federal, órgão


permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
O ARTIGO 144 DA CONSTITUIÇÃO DA
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988: ostensivo das rodovias federais.
A MISSÃO CONSTITUCIONAL DAS POLÍCIAS
MILITARES. Artigo 144, § 3º, CF. A polícia ferroviária federal, órgão
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
A segurança tem um duplo aspecto na Constituição Fe- ostensivo das ferrovias federais. 
deral, a saber, o aspecto de direito e garantia individual e
coletivo, por estar prevista no caput, do artigo 5º, da Cons- Artigo 144, § 4º, CF. Às polícias civis, dirigidas por dele-
tituição Federal (ao lado do direito à vida, da liberdade, da gados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a compe-
igualdade, e da propriedade), bem como o aspecto de di- tência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
reito social, por estar prevista no artigo 6º, da Constituição de infrações penais, exceto as militares.
Federal. A segurança do caput, do artigo 5º, CF, todavia, se
refere à “segurança jurídica”. Já a segurança do artigo 6º, Artigo 144, § 1º, CF. Às polícias militares cabem a po-
CF, se refere à “segurança pública”, a qual encontra discipli- lícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos
namento no artigo 144, da Constituição da República. de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
Ademais, enquanto a Lei Fundamental pátria preceitua incumbe a execução de atividades de defesa civil.
que a educação e a saúde são “direitos de todos e dever
do Estado”, fala, por outro lado, que a segurança pública, Artigo 144, § 6º, CF. As polícias militares e corpos de
antes mesmo de ser direito de todos, é um “dever do Esta- bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
do”. Com isso, isto é, ao colocar a segurança pública antes subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Gover-
de tudo como um dever do Estado, e só depois como um nadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”.
Sendo que, nos termos do artigo 42, CF, “os membros das
direito do todos, denota o compromisso dos agentes esta-
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, institui-
tais em prevenir a desordem, e, consequencialmente, evitar
ções organizadas com base na hierarquia e disciplina, são
a justiça por próprias mãos.
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó-
Neste prumo, no art. 144, caput, da Constituição Fede-
rios. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
ral, se afirma que “a segurança pública, dever do Estado,
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre-
as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142,
servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
§§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as
e do patrimônio [...]”. Conforme enumera o próprio artigo matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
144, CF em seus incisos, os órgãos responsáveis pela ga- oficiais conferidas pelos respectivos governadores. § 2º Aos
rantia da segurança pública, compondo sua estrutura, são: pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e
polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
federal; polícias civis; e polícias militares e corpos de bom- respectivo ente estatal.
beiros militares.
Os parágrafos do artigo 144 regulamentam cada um Artigo 144, § 7º, CF. A lei disciplinará a organização
destes órgãos que devem garantir a segurança pública, e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
com suas respectivas competências: pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
Artigo 144, § 1º, CF. A polícia federal, instituída por lei Artigo 144, § 8º, CF. Os Municípios poderão constituir
como órgão permanente, organizado e mantido pela União guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
e estruturado em carreira, destina-se a: serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
I - apurar infrações penais contra a ordem política e so-
cial ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União Artigo 144, § 9º, CF. A remuneração dos servidores po-
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, as- liciais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será
sim como outras infrações cuja prática tenha repercussão fixada na forma do § 4º do art. 39. 
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei; Artigo 144, § 10, CF. A segurança viária, exercida para a
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da e do seu patrimônio nas vias públicas: 
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
áreas de competência; trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que asse-
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuá- gurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e 
ria e de fronteiras; II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia ju- e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades execu-
diciária da União. tivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na
forma da lei.

148
NOÇÕES DE DIREITO

EXERCÍCIOS R: B. Os direitos de liberdade e igualdade são o foco


da Declaração de 1948, como se percebe pelos seus dois
1. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Sobre os tratados in- primeiros artigos: “Artigo I. Todas as pessoas nascem livres
ternacionais, assinale a alternativa correta. e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e
a) Podem ser celebrados pelo Presidente da República consciência e devem agir em relação umas às outras com
ou pelo Presidente do Senado. espírito de fraternidade. Artigo II. Toda pessoa tem capaci-
b) Celebrados pela autoridade competente, precisam dade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
ser referendados pelo Congresso Nacional. nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja
c) Nas hipóteses de grave violação de direitos huma- de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de
nos, o Procurador Geral da República, com a finalidade de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nasci-
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de mento, ou qualquer outra condição”. 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Supremo Tribu- 3. (CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público) Parte
nal Federal, em qualquer fase do inquérito ou pro- cesso, superior do formulário
incidente de deslocamento de competência para a Justiça A Declaração Universal de Direitos Humanos
Federal. a) foi proclamada pelos revolucionários franceses do
d) Os tratados e convenções internacionais sobre di- final do século XVIII e confirmada, após a Segunda Guerra
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Mundial, pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria simples b) foi o primeiro documento internacional a estabele-
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às cer expressamente o princípio da vedação ao retrocesso
emendas constitucionais. social.
e) Compete exclusivamente ao Senado Federal resolver c) nada declara sobre o direito à propriedade, em razão
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacio- da necessidade de acomodação das diferentes ideologias
nais que acarretem encargos ou compromissos gravosos das potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial.
ao patrimônio nacional.
d) não faz referência à possibilidade de qualquer pes-
soa deixar o território de qualquer país ou nele ingressar,
R: B. A primeira fase do chamado processo de elabo-
embora assegure expressamente a liberdade de locomo-
ração dos tratados é a negociação. No Brasil, compete à
ção dentro das fronteiras dos Estados.
União “manter relações com Estados estrangeiros e partici-
e) assegura a toda pessoa o direito de participar do
par de organizações internacionais”, nos termos do artigo
governo de seu próprio país, diretamente ou por meio de
21, I da Constituição Federal. O único agente nas relações
representantes.
internacionais com competência exclusiva é o Presidente
da República, que manterá as relações com o respectivo
Estado estrangeiro e celebrará tratados, convenções e atos R: E. Nos termos do artigo XXI, item 1, “toda pessoa
internacionais, que precisam apenas do referendo do Con- tem o direito de tomar parte no governo de seu país, dire-
gresso Nacional, conforme dispõe o artigo 84, VII e VIII da tamente ou por intermédio de representantes livremente
Constituição Federal. O momento seguinte é o da assina- escolhidos”.
tura do tratado por esta autoridade competente. Contudo,
a exigibilidade dos tratados depende de atos posteriores. 4. (FCC - 2010 - SJCDH-BA - Agente Penitenciário) São
A colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo é princípios fundamentais proclamados no artigo I da Decla-
indispensável para a conclusão de um tratado no ordena- ração Universal dos Direitos Humanos, de 1948:
mento jurídico brasileiro, já que muito embora a compe- a) a igualdade entre homens e mulheres e a liberdade
tência seja exclusiva do Presidente da República, cabe ao de pensamento e religião.
Congresso Nacional, por meio de um decreto legislativo, b) a presunção de inocência e a inviolabilidade da vida
autorizar a ratificação do ato internacional. Nos termos do privada.
artigo 49, I da Constituição Federal “é da competência ex- c) o amplo acesso à educação e ao trabalho.
clusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente d) a liberdade de ir e vir e o direito de buscar asilo em
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acar- outros países.
retem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio e) a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
nacional”.
R: E. Preconiza o citado dispositivo: “todas as pessoas
2. (CESPE - 2011 - TRF 5ª Região - Juiz) Parte superior nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dota-
do formulário das de razão e consciência e devem agir em relação umas
A Declaração Universal dos Direitos Humanos  às outras com espírito de fraternidade”.
a) não trata de direitos econômicos.
b) trata dos direitos de liberdade e igualdade.
c) trata o meio ambiente ecologicamente equilibrado
como direito de todos.
d) não faz referência a direitos políticos.
e) não faz referência a direitos culturais e à bioética.

149
NOÇÕES DE DIREITO

5. (FCC - 2009 - DPE-MA - Defensor Público) Ao intro- R: C. As normas de proteção de direitos humanos são
duzir a concepção contemporânea de direitos humanos, a dotadas de universalidade, de forma que valem para todos
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 afirma os indivíduos do mundo, independentemente do território
que em que se encontrem. Assim, funcionam como limitadoras
a) o relativismo cultural, a indivisibilidade e a interde- da soberania estatal, posto que o Estado não pode fazer o
pendência dos direitos humanos, conferindo primazia ao que bem entender contra os direitos humanos e ficar im-
valor da solidariedade, como condição ao exercício dos di- pune. Para tanto, inúmeros mecanismos se encontram pre-
reitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. vistos internacionalmente.
b) a universalidade, a indivisibilidade e a interdepen-
dência dos direitos humanos, conferindo paridade hierár- 7. (VUNESP - 2008 - DPE-MS - Defensor Público) Quan-
quica entre direitos civis e políticos e direitos econômicos, do se fala em direitos humanos, considerando sua historici-
sociais e culturais. dade, é correto dizer que:
c) a universalidade, a indivisibilidade e a interdepen- a) somente passam a existir com as Declarações de Di-
dência dos direitos humanos, conferindo primazia aos di- reitos elaboradas a partir da Revolução Gloriosa Inglesa de
reitos civis e políticos, como condição ao exercício dos di- 1688.
reitos econômicos, sociais e culturais. b) foram estabelecidos, pela primeira vez, por meio da
d) o relativismo cultural, a indivisibilidade e a interde- Carta Magna de 1215, que é a expressão maior da proteção
pendência dos direitos humanos, conferindo primazia aos dos Direitos do Homem em âmbito universal.
direitos econômicos, sociais e culturais, como condição ao c) a concepção contemporânea de Direitos Humanos
exercício dos direitos civis e políticos. foi introduzida, em 1789, pela Declaração dos Direitos do
e) a universalidade, a indivisibilidade e a interdepen- Homem e do Cidadão, fruto da Revolução Francesa.
dência dos direitos humanos, conferindo primazia aos di- d) a internacionalização dos Direitos Humanos surge a
reitos econômicos, sociais e culturais, como condição ao partir do Pós-Guerra, como resposta às atrocidades come-
exercício dos direitos civis e políticos. tidas durante o nazismo.
R: D. Com a Declaração Universal dos Direitos Huma-
R: B. A declaração Universal dos Direitos Humanos de nos de 1948 se iniciou um processo de internacionalização
1948 reconhece todos os direitos humanos, sejam eles da dos direitos humanos porque ela foi o primeiro documento
primeira, da segunda ou da terceira dimensão, como es- internacional a abordar os direitos humanos, discriminan-
senciais à dignidade humana. Logo, não há primazia entre do-os expressamente. Ocorre que com a crescente posi-
eles. No mais, de fato, direitos humanos são dotados de tivação do Direito pelo Estado que se fez presente antes
universalidade (valem para todos seres humanos, garantin- e durante as grandes guerras, ele se tornou um simples
do-se um sistema global), indivisibilidade (compõem um instrumento de gestão e comando da sociedade, ou seja,
único conjunto de direitos porque não podem ser analisa- deixou de ser algo dado pela razão comum, gerando uma
dos de maneira isolada, separada) e interdependência (as mutabilidade no tempo e um particularismo no espaço: o
dimensões de direitos humanos apresentam uma relação lícito e o ilícito passou a ser basicamente o que cada Esta-
orgânica entre si, logo, a dignidade da pessoa humana do impõe como tal, não o consolidado pelo direito natu-
deve ser buscada por meio da implementação mais eficaz ral. O mundo somente tomou conhecimento da extensão
e uniforme das liberdades clássicas, dos direitos sociais, da tirania alemã quando os exércitos Aliados abriram os
econômicos e de solidariedade como um todo único e in- campos de concentração na Alemanha e nos países por ela
dissolúvel). ocupados, encontrando prisioneiros famintos, doentes e
brutalizados, além de milhões de corpos dos judeus, polo-
6. (FGV - 2011 - OAB) Parte superior do formulário neses, russos, ciganos, homossexuais e traidores do Reich
A respeito da internacionalização dos direitos huma- em geral, que foram perseguidos, torturados e mortos. No
nos, assinale a alternativa correta.  Tribunal de Nuremberg, ao qual foram submetidos a julga-
a) Já antes do fim da II Guerra Mundial ocorreu a inter- mento os principais líderes nazistas, o principal argumen-
nacionalização dos direitos humanos, com a limitação dos to levantado foi o de que todas as ações praticadas foram
poderes do Estado a fim de garantir o respeito integral aos baseadas em ordens superiores, todas dotadas de validade
direitos fundamentais da pessoa humana. jurídica perante a Constituição. Percebeu-se a necessidade
b) A limitação do poder, quando previsto na Consti- de impedir que isto ocorresse novamente e, para tanto, os
tuição, garante por si só o respeito aos direitos humanos. direitos naturais ora consagrados desde o início da história
c) A criação de normas de proteção internacional no foram positivados, num movimento de laicização e siste-
âmbito dos direitos humanos possibilita a responsabiliza- matização do Direito característico do mundo moderno,
ção do Estado quando as normas nacionais forem omissas. formando uma ponte involuntária entre o jusnaturalismo e
d) A internacionalização dos direitos humanos impõe o positivismo jurídico.
que o Estado, e não o indivíduo, seja sujeito de direito in-
ternacional.

150
NOÇÕES DE DIREITO

8. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário) R: C. Nos termos do mencionado dispositivo “é livre a ex-
Assinale a alternativa que contempla corretamente um direi- pressão da atividade intelectual, artística, científica e de co-
to garantido expressamente pela Constituição Federal. municação, independentemente de censura ou licença”.
a) Inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comu-
nicações telefônicas, salvo, no primeiro caso, por ordem judicial, 11. (VUNESP - 2011 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judi-
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. ciário) Nos termos do quanto determina o inc. XI do art. 5.° da
b) Inviolabilidade do domicílio, impedindo que alguém Constituição da República Federativa do Brasil, “a casa é asilo
nele possa entrar sem consentimento do morador, salvo para inviolável do indivíduo,ninguém nela podendo penetrar sem
prestar socorro, ou, durante o dia ou à noite, por determina- consentimento do morador, salvo em caso de
ção judicial. a) flagrante delito ou desastre”.
c) Livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na for- b) perseguição que se segue a delito em estado de fla-
ma da lei, da proteção aos locais de culto e a suas liturgias. grância”.
d) Direito de reunião pacífica, sem armas, em locais aber- c) flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
tos ao público, desde que obtida prévia autorização do poder ou, em qualquer horário, por determinação judicial”.
público e desde que não frustre outra reunião anteriormente d) flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
convocada para o mesmo local. ou, durante o dia, por determinação judicial”.
e) Manifestação livre do pensamento, com respectiva ga- e) flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
rantia do anonimato. ou, durante o dia, por determinação judicial transitada em jul-
gado”.
R: C. Prevê o artigo 5°, VI, CF: “ é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício R: D. Referido dispositivo tem o seguinte teor: “a casa é
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a pro- asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
teção aos locais de culto e a suas liturgias”. sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
9. (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciá-
dia, por determinação judicial”. Logo, nos casos de flagran-
rio) Segundo o que estabelece a Carta Magna Brasileira, para
te delito, desastre ou para prestar socorro é possível entrar
que um tratado internacional seja considerado equivalente à
na casa do indivíduo a qualquer hora, mas por determinação
emenda constitucional, é necessário que
judicial somente durante o dia.
a) seja assinado pelo Chefe do Poder Executivo, ratificado
por ambas as Casas do Congresso Nacional e, independente-
mente da sua matéria, que seja aprovado em dois turnos, por 12. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Sobre os tratados inter-
três quintos dos votos dos respectivos membros. nacionais, assinale a alternativa correta.
b) seja sobre direitos humanos e que tenha sido apro- a) Podem ser celebrados pelo Presidente da República ou
vado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, pelo Presidente do Senado.
por três quintos dos votos dos respectivos membros. b) Celebrados pela autoridade competente, precisam ser
c) tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Na- referendados pelo Congresso Nacional.
cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec- c) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,
tivos membros, independentemente da matéria que ele trate. o Procurador Geral da República, com a finalidade de asse-
d) seja devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, gurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
ratificado pelo Poder Executivo e incorporado à Constituição internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja par-
Federal, independentemente da matéria que ele trate. te, poderá suscitar, perante o Supremo Tribunal Federal, em
e) o Supremo Tribunal Federal reconheça a sua compati- qualquer fase do inquérito ou pro- cesso, incidente de deslo-
bilidade com o texto constitucional por meio do julgamento camento de competência para a Justiça Federal.
de Ação Declaratória da Constitucionalidade. d) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
R: B. Nesta linha, o artigo 5°, §3°, CF: “Os tratados e con- Nacional, em dois turnos, por maioria simples dos votos dos
venções internacionais sobre direitos humanos que forem respectivos membros, serão equivalentes às emendas consti-
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tucionais.
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem- e) Compete exclusivamente ao Senado Federal resolver
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter- nacio-
nais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
10. (VUNESP - 2011 - TJM-SP - Oficial de Justiça) Deter- patrimônio nacional.
mina expressamente o inc. IX do art. 5.° da Constituição da
República Federativa do Brasil, que é livre a expressão da ati- R: B. A primeira fase do chamado processo de elabo-
vidade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, ração dos tratados é a negociação. No Brasil, compete à
a) mediante prévia obtenção de licença. União “manter relações com Estados estrangeiros e parti-
b) mediante prévia análise do órgão censor. cipar de organizações internacionais”, nos termos do artigo
c) independentemente de censura ou licença. 21, I da Constituição Federal. O único agente nas relações
d) mediante prévia aprovação por órgão catalogador. internacionais com competência exclusiva é o Presidente da
e) independentemente de censura com relação às três República, que manterá as relações com o respectivo Estado
primeiras atividades e mediante licença com relação à última. estrangeiro e celebrará tratados, convenções e atos inter-

151
NOÇÕES DE DIREITO

nacionais, que precisam apenas do referendo do Congresso R: C. A alternativa a está incorreta porque os sistemas
Nacional, conforme dispõe o artigo 84, VII e VIII da Consti- regionais (interamericano, europeu, africano...) coexistem
tuição Federal. O momento seguinte é o da assinatura do com o global (Organização das Nações Unidas, notada-
tratado por esta autoridade competente. Contudo, a exigibi- mente); b está incorreta porque existem meios de acesso
lidade dos tratados depende de atos posteriores. A colabo- direto a mecanismos internacionais de proteção de direitos
ração entre os Poderes Executivo e Legislativo é indispensá- humanos, por exemplo, representação à Comissão Inte-
vel para a conclusão de um tratado no ordenamento jurídico ramericana de Direitos Humanos; d está incorreta porque
brasileiro, já que muito embora a competência seja exclusiva não existe uma relação hierárquica entre os sistemas em
do Presidente da República, cabe ao Congresso Nacional, questão, além do que há exceções sobre o esgotamento
por meio de um decreto legislativo, autorizar a ratificação do de recursos no âmbito interno. Somente resta a alternativa
ato internacional. Nos termos do artigo 49, I da Constituição c, que está correta, uma vez que a Declaração Universal
Federal “é da competência exclusiva do Congresso Nacional: dos Direitos Humanos de 1948 foi o primeiro documento
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacional relevante a abordar os direitos humanos que
internacionais que acarretem encargos ou compromissos deveriam ser garantidos a todas as pessoas do planeta.
gravosos ao patrimônio nacional”.
15. (FGV - 2011 - OAB) Parte superior do formulário
13. (VUNESP - 2010 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciá- Com relação aos chamados “direitos econômicos, so-
rio) Na hipótese de ocorrência de ato lesivo ao patrimônio ciais e culturais”, é correto afirmar que 
público ou de entidade de que o Estado participe, à morali- a) são direitos humanos de segunda geração, o que
dade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio his- significa que não são juridicamente exigíveis, diferente-
tórico e cultural, nos termos do que dispõe, expressamente, mente do que ocorre com os direitos civis e políticos.
a Constituição, o cidadão poderá ajuizar b) são previstos, no âmbito do sistema interamericano,
a) ação popular. no texto original da Convenção Americana sobre Direitos
b) habeas corpus. Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
c) ação civil pública. c) formam, juntamente com os direitos civis e políticos,
d) mandado de injunção. um conjunto indivisível de direitos fundamentais, entre os
e) ação de improbidade administrativa. quais não há qualquer relação hierárquica.
d) incluem o direito à participação no processo eleito-
R: A. Neste sentido, prevê o artigo 5°, no inciso LXXIII ral, à educação, à alimentação e à previdência social.
que “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio públi- R: C. A única coisa que distingue os direitos civis e po-
co ou de entidade de que o Estado participe, à morali- líticos dos direitos econômicos, sociais e culturais é que os
dade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio primeiros, pertencentes à 1ª dimensão de direitos huma-
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má- nos, exigem do Estado apenas uma postura passiva, de não
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. intervenção, enquanto que o seu exercício se dá direta-
mente pelos indivíduos com maior facilidade; já os segun-
14. (VUNESP - 2008 - DPE-MS - Defensor Público) Con- dos, componentes da 2ª dimensão, exigem do Estado uma
siderando a evolução histórica, os marcos jurídicos funda- postura ativa, ou seja, a elaboração de políticas públicas
mentais e a estrutura normativa dos Direitos Humanos, po- para a efetivação destes direitos. Por isso, são disciplinados
de-se afirmar que internacionalmente em dois Pactos. No entanto, como a
a) a globalização dos direitos humanos forçou os Esta- Declaração Universal dos Direitos Humanos confere a am-
dos a escolherem entre um sistema global e um regional de bos a mesma essencialidade para a dignidade humana é
proteção a esses direitos, uma vez que ambos sistemas não possível afirmar que não existe entre eles nenhuma relação
podiam coexistir. hierárquica.
b) os indivíduos passaram a ser sujeitos de direito in-
ternacional, mas, por razões de soberania, ainda dependem 16. (FGV - 2011 - OAB) Parte superior do formulário
dos Estados para acionar os mecanismos de proteção dos Em 2010, o Congresso Nacional aprovou por Decreto
direitos humanos. Legislativo a Convenção Internacional sobre os Direitos das
c) a Declaração Universal dos Direitos Humanos in- Pessoas com Deficiência. Essa convenção já foi aprovada na
troduziu internacionalmente a concepção contemporânea forma do artigo 5º, § 3º, da Constituição, sendo sua hierar-
desses direitos. quia normativa de 
d) a vítima de uma lesão dos direitos humanos deverá a) lei federal ordinária.
acionar em sua proteção, nessa ordem, o sistema jurídico b) emenda constitucional.
nacional, depois o regional e, por último, o global, em razão c) lei complementar.
da hierarquia da estrutura normativa de proteção. d) status supralegal.

152
NOÇÕES DE DIREITO

R: B. O caráter é de emenda constitucional por causa do artigo a) A Magna Carta, de 1215, instituiu a separação dos po-
5°, §3°, CF: “os tratados e convenções internacionais sobre direitos deres ao declarar que o funcionamento do parlamento, um
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na- órgão que visa defender os súditos perante o rei, não pode
cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos estar sujeito ao arbítrio deste.
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. b) Os sistemas das minorias e de mandatos, criados no
âmbito das Nações Unidas, garantiam que os habitantes per-
17. (FCC - 2006 - DPE-SP - Defensor Público) A Lei nº tencentes às minorias de determinados países europeus en-
10.792/03 introduziu o Regime Disciplinar Diferenciado de viassem petições ao Comitê de Minorias.
cumprimento de penas (RDD), mediante o qual o preso pode c) A Declaração de Filadélfia é considerada a primeira car-
ficar até 360 dias em cela individual, com direito a duas ho- ta política a atribuir aos direitos trabalhistas o estatuto de di-
ras diárias de banho de sol. Tal sistemática pode ser entendida reito fundamental, juntamente com as liberdades individuais e
como violadora das Regras Mínimas para o Tratamento de Pre- os direitos políticos.
sos das Nações Unidas, pois d) A importância histórica do habeas corpus, de 1679, con-
a) conflita com o respeito devido à pessoa privada de liber- siste no fato de que essa garantia judicial, instituída na Ingla-
dade, conforme previsto pela Declaração Universal dos Direitos terra para proteger a liberdade de locomoção, serviu de mo-
Humanos, ratificada pelo Brasil. delo para a criação de outras formas de proteção das liberda-
b) é vedado o uso de isolamento celular (solitária) como des fundamentais, como o juicio de amparo, na América Latina.
forma de punir presos ou de segregá-los em caso de rebelião. e) A Constituição de Weimar foi o primeiro documento a
c) as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos são afirmar os princípios democráticos na história política moderna.
consideradas tratado internacional de direitos humanos, tendo
hierarquia legal superior à da Lei nº 10.792/03. R: D. Embora o Habeas Corpus já existisse na Inglaterra, nota-
d) ultrapassa os limites definidos pelas Regras Mínimas damente tendo como marco a Magna Carta de 1215, somente em
para a segregação prolongada de presos. 1679 foi promulgada a Lei do Habeas Corpus, delineando os direitos
e) a custódia de presos em celas coletivas, visando à sua inerentes a esta garantia e tornando-a mais eficaz. O diploma inglês
ressocialização, é obrigatória. serviu de parâmetro para legislações em todo mundo, inclusive ser-
vindo de parâmetro para criação de outras garantias semelhantes.
R: D. Referidas regras mínimas criticam práticas de isola- No México, a juicio de amparo visa proteger garantias constitucio-
mento que possam fazer o preso se sentir excluído da socieda- nais em geral, não somente inerentes à liberdade. No Brasil, o man-
de, como se tivesse sido transportado para um universo parale- dado de segurança é uma garantia inspirada no Habeas Corpus.
lo, o que dificulta sua reabilitação. Contudo, tais regras mínimas
funcionam mais como um objetivo a ser atingido pelos Esta- 20. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Parte su-
dos no sistema penitenciário do que como direitos dos presos. perior do formulário
Neste sentido, o Judiciário brasileiro e a doutrina majoritárias A proteção internacional dos direitos humanos é um con-
são pela constitucionalidade do RDD. Obs.: destaca-se que a junto de normas jurídicas que garante o respeito à dignidade
questão, por ser de concurso da Defensoria, tem tendência à de todas as pessoas. Com relação ao sistema e à natureza de
mínima intervenção do direito penal e à máxima garantia dos proteção internacional contra as violações de direitos huma-
direitos humanos dos reclusos. nos, assinale a opção correta
a) Os tratados institutivos de garantias de direitos humanos
18. (CESPE - 2011 - TRF 3ª Região - Juiz Federal) Parte su- fundamentam-se na noção contratualista, que supera o princí-
perior do formulário pio da reciprocidade e é comum aos direitos dos tratados.
Conforme a jurisprudência do STF, tratados de direitos hu- b) A natureza diplomática da proteção internacional dos
manos anteriores à Emenda Constitucional nº 45/03 possuem, direitos humanos atribui aos Estados o dever de proteger tan-
no direito brasileiro, status hierárquico to os nacionais quanto os estrangeiros que se encontrem em
a) supraconstitucional. território pátrio, do que se depreende que a nacionalidade tem
b) constitucional originário. especial importância nesse contexto.
c) constitucional derivado. c) A natureza do sistema de proteção internacional dos
d) supralegal. direitos humanos é de domínio reservado do Estado nos li-
e) legal. mites de sua soberania, possibilitando a responsabilização in-
ternacional do Estado quando as instituições nacionais forem
R: D. O Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 05 de de- omissas na tarefa de proteger os direitos humanos.
zembro de 2008 que é ilegal a prisão civil do depositário infiel, d) A natureza sinalagmática dos tratados internacionais
utilizando-se da tese de que os tratados de direitos humanos impõe obrigações estatais efetivas para a proteção dos indi-
têm status supralegal, ou seja, encontram-se acima das leis or- víduos e de seus direitos diante de outro Estado contratante.
dinárias, porém abaixo da Constituição Federal. Neste sentido, e) O regime objetivo das normas internacionais de di-
a súmula vinculante n° 25 e Habeas Corpus n° 87.585-8/TO. reitos humanos refere-se às várias obrigações dos Estados
com os indivíduos que estão sob sua jurisdição, indepen-
19. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Parte su- dentemente da nacionalidade da pessoa.
perior do formulário
Acerca da afirmação histórica dos direitos humanos, assi-
nale a opção correta.

153
NOÇÕES DE DIREITO

R: E. Uma característica do sistema internacional de Diante dessas afirmações é correto afirmar que:
proteção de direitos humanos é a universalidade, pela qual a) apenas a II e III são verdadeiras;
todos os seres humanos possuem exatamente os mesmos b) apenas I e III são verdadeiras;
direitos inerentes à dignidade em todo lugar do planeta, c) apenas II e III são falsas;
independente de sua nacionalidade, consoante a um Siste- d) I, II e IV são falsas;
ma Global de Proteção dos Direitos Humanos. Neste senti- e) I, II e III são verdadeiras.
do, o preâmbulo traz uma fórmula genérica e o artigo XVIII
frisa: “toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter- R: D. O item I está incorreto porque embora o artigo
nacional em que os direitos e  liberdades estabelecidos na 10 das regras mínimas para o tratamento dos presos trate
presente Declaração possam ser plenamente realizados”. das acomodações destinadas aos reclusos, especialmente
dormitórios, as quais devem satisfazer todas as exigências
21. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Parte de higiene e saúde, tornando-se devidamente em consi-
superior do formulário deração as condições climatéricas e especialmente a cubi-
Com relação à proteção dos direitos humanos e à sua cagem de ar disponível, o espaço mínimo, a iluminação, o
constitucionalização, assinale a opção correta. aquecimento e a ventilação, bem como façam previsão no
a) A CF distingue cidadania de nacionalidade, referin- artigo 9º de celas individuais para descanso, sabe-se que
do-se esta à possibilidade de a pessoa ser titular de direitos são recomendações aos Estados que devem progressiva-
políticos e aquela, ao vínculo entre pessoa e Estado. mente ser atingidas, não um direito do preso. O item II está
b) Na CF, assim como na Constituição de 1946, o prin- incorreto porque as regras mínimas reconhecem a obriga-
cípio da prevalência de direitos humanos é estabelecido toriedade do trabalho no artigo 71. O item IV está incorreto
como princípio fundamental a reger o Estado nas suas re- porque embora no artigo 32 as regras mínimas critiquem
lações internacionais. tal prática, não estabelece limites temporais.
c) Os direitos fundamentais, restritos, na CF, exclusi-
vamente aos direitos individuais, são cláusulas pétreas, ou 23. (FCC - 2010 - DPE-SP - Defensor Público) O 3º Pro-
seja, não podem ser alterados por emenda constitucional. grama Nacional de Direitos Humanos (PNDH III), fruto de
d) Os direitos fundamentais podem ser restringidos intenso debate público, especialmente durante a 11ª Con-
tanto por expressa disposição constitucional quanto por ferência Nacional de Direitos Humanos, restou aprovado
norma infraconstitucional com fundamento na CF. pelo Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Mesmo
e) A titularidade de direitos fundamentais é atribuída assim, alguns aspectos causaram grande repercussão, ge-
aos estrangeiros residentes no país, mas não aos estran- rando alterações no texto original por parte da Presidência
geiros não residentes. da República, nos termos do Decreto nº 7.177, de 12 de
maio de 2010.
R: D. Nenhum direito fundamental é ilimitado, corres- Qual dos itens abaixo NÃO sofreu alteração?
pondendo a cada direito conferido um dever. Por isso, na a) DIRETRIZ 24: Preservação da memória histórica e
aplicação da lei é continuamente feito um raciocínio de construção pública da verdade. OBJETIVO ESTRATÉGICO I:
ponderação e equilíbrio, estabelecendo limitações tanto na Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica
própria Constituição quanto na legislação infraconstitucio- e de construção pública da verdade sobre períodos auto-
nal (pois a Constituição não daria conta de sozinha trazer ritários.
todas limitações), que deve ser compatível com o texto b) DIRETRIZ 25: Modernização da legislação relaciona-
constitucional. da com promoção do direito à memória e à verdade, for-
talecendo a democracia. OBJETIVO ESTRATÉGICO I: Supri-
22. (Defensoria/ MT - 2009 - FCC) - A violação à digni- mir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais normas
dade dos presos é um grave problema nacional. A exem- remanescentes de períodos de exceção que afrontem os
plo disso, a superpopulação carcerária no Estado do Mato compromissos internacionais e os preceitos constitucionais
Grosso era de 91,4% em 2007 (DEPEN, 2008). Em face do sobre Direitos Humanos.
que dispõe os tratados internacionais de direitos humanos c) DIRETRIZ 9: Combate às desigualdades estruturais.
referidos no Edital do presente concurso, considere as afir- OBJETIVO ESTRATÉGICO III: Garantia dos direitos das mu-
mações abaixo: lheres para o estabelecimento das condições necessárias
I. É um direito do condenado criminalmente dispor de para sua plena cidadania.
cela individual, com área mínima de seis metros quadrados; d) DIRETRIZ 22: Garantia do direito à comunicação de-
II. O condenado criminalmente não pode ser obrigado mocrática e ao acesso à informação para consolidação de
à realização de trabalhos na prisão; uma cultura em diretos humanos. OBJETIVO ESTRATÉGICO
III. As pessoas privadas de liberdade devem ter por fi- I: Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de
nalidade essencial a reabilitação social e moral dos conde- comunicação e o cumprimento de seu papel na promoção
nados; da cultura em Direitos Humanos.
IV. O isolamento celular máximo, como medidas puni- e) DIRETRIZ 13: Prevenção da violência e da criminali-
tiva, não pode ultrapassar trinta dias; dade e profissionalização da investigação de atos crimino-
sos. OBJETIVO ESTRATÉGICO I: Ampliação do controle de
armas de fogo em circulação no país.

154
NOÇÕES DE DIREITO

R: E. Alteradas: eixo III - diretriz 9 - ação g; eixo VI - di- A) são objetivos fundamentais da república federativa
retriz 17 - ação d; eixo I - ação a da diretriz 22, ações c e f do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
da diretriz 24, ações c e d da diretriz 25 / Revogadas: eixo as desigualdades sociais e regionais.
VI - diretriz 10 – c; eixo I - diretriz 22 - ação d B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político não
são fundamentos da república federativa do brasil.
24. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Consi- C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
derando que a Política Nacional de Direitos Humanos é res- alguma coisa senão em virtude de lei.
ponsável pelo desenvolvimento de políticas públicas para D) é livre a manifestação de pensamento, sendo veda-
a afirmação dos direitos humanos na sociedade brasileira, do o anonimato.
assinale a opção correta acerca dos programas nacionais E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é um
de direitos humanos (PNDHs). dos objetivos fundamentais da república federativa do Bra-
a) A implementação do Plano Nacional de Educação sil.
em Direitos Humanos visa fortalecer os direitos humanos
como instrumento transversal das políticas públicas e re- R: B. Todas as alternativas descrevem características,
visar a legislação sobre abuso de autoridade e desacato à atributos do Estado Democrático de Direito que é a Re-
autoridade, conforme definido no PNDH-1. pública Federativa brasileira, notadamente: erradicação da
b) O PNDH-3 apresenta propostas para o aperfeiçoa- pobreza e diminuição de desigualdades (artigo 3º, III, CF);
mento do poder público no desenvolvimento de políticas soberania, cidadania e pluralismo político (artigo 1º, I, II e V,
públicas de prevenção ao crime e à violência, reforçando CF); princípio da legalidade (artigo 5º, II, CF); liberdade de
a noção de acesso universal à justiça como direito funda- expressão (artigo 5º, IV, CF); construção de sociedade justa,
mental. livre e solidária (artigo 3º, I, CF). Sendo assim, incorreta a
c) O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Tra- afirmação de que soberania, cidadania e pluralismo políti-
balho Infantil e Proteção do Trabalhador Adolescente tem co não são fundamentos da República Federativa do Brasil,
por finalidade coordenar as diversas formas de intervenção pois estão como tais enumerados no artigo 1º, CF, além de
decorrerem da própria estrutura de um Estado Democráti-
estabelecidas no PNDH-2, de forma a assegurar a elimina-
co de Direito.
ção do trabalho infantil.
d) O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memó-
26. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A propó-
ria e à verdade, que incluem a promoção da apuração e do
sito dos princípios fundamentais da República Federativa
esclarecimento público das violações de direitos humanos
do Brasil, reconhece-se que:
praticadas no contexto da repressão política ocorrida no
A) o pluralismo político está inserido entre seus obje-
Brasil, com o propósito de promover a reconciliação na-
tivos.
cional.
B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se con-
e) O PNDH-1 foi lançado em 1996 com o objetivo trapõe ao valor social do trabalho.
de estabelecer ações específicas para garantir o direito a C) a dignidade é também do nascituro, o que desauto-
educação, saúde, previdência e assistência social, trabalho, riza, portanto, a prática da interrupção da gravidez quando
moradia, meio ambiente saudável, alimentação, cultura e decorrente de estupro.
lazer, assim como de estabelecer propostas voltadas para D) a promoção do bem de todos, sem preconceito de
a educação e sensibilização de toda a sociedade brasilei- origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de
ra, visando à construção e consolidação de uma cultura de discriminação, é um de seus objetivos.
respeito aos direitos humanos. E) o legislativo, o executivo e o judiciário, dependentes
e harmônicos entre si, são poderes da união.
R: B. O PNDH-3 é estruturado nos seguintes eixos
orientadores: Interação Democrática entre Estado e Socie- R: D. O artigo 1º, CF traz os princípios fundamentais
dade Civil; Desenvolvimento e Direitos Humanos; Univer- (fundamentos) da República Federativa do Brasil: “I - a so-
salizar Direitos em um Contexto de Desigualdades; Segu- berania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa huma-
rança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência; Edu- na; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
cação e Cultura em Direitos Humanos e Direito à Memória V - o pluralismo político”. O princípio de “A” se encontra no
e à Verdade. Enquadra-se notadamente no eixo 4, voltado inciso V; o de “B” no inciso IV; o de “C” no inciso III, pois
à Segurança Pública, ao Acesso à Justiça e ao Combate à viola a dignidade humana da mãe forçá-la a dar luz à um
Violência as diretrizes descritas na alternativa b. filho que resulte de estupro; o de “E” decorre dos incisos I e
II e é previsão do artigo 2º, que dispõe que “são Poderes da
25. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Repú- União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
blica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel o Executivo e o Judiciário”. Somente resta a alternativa “D”,
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se que apesar de realmente trazer um objetivo da República
em Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF). Federativa brasileira – previsto no artigo 3º, IV, não tem a
Com base no enunciado acima é correto afirmar, ex- ver com os princípios fundamentais, mas sim com os ob-
ceto: jetivos.

155
NOÇÕES DE DIREITO

27. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - FGV/2014) 29. (PGE/AC - Procurador - FMP-RS/2014) Analise as
Sobre os Princípios Fundamentais da República Federativa do afirmativas abaixo.
Brasil, à luz do texto constitucional de 1988, é INCORRETO I - Somente quando expressamente autorizado pela
afirmar que: Constituição, o legislador pode restringir ou regular algum
A) a República Federativa do Brasil tem como fundamen- direito fundamental.
tos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, II - De acordo com a jurisprudência do STF, a liberda-
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralis- de de expressão ocupa uma posição superior no sistema
mo político. constitucional brasileiro, prevalecendo sempre em caso de
B) a República Federativa do Brasil tem como objetivos colisão com outros direitos fundamentais, individuais ou
fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e solidária; sociais.
garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a III - No âmbito das relações de submissão, os direitos
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; fundamentais acabam submetidos por outros direitos pe-
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, culiares a tais relações.
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. IV - Viola o princípio da igualdade toda e qualquer ação
C) todo o poder emana do povo, que o exerce unica- discriminatória, mesmo de caráter afirmativo, produzida
mente por meio de representantes eleitos. pelo legislador ou, mesmo, por meio de políticas públicas.
D) entre outros, são princípios adotados pela República Fe- A) Todas as alternativas são verdadeiras.
derativa do Brasil nas suas relações internacionais, os seguintes: B) Todas as alternativas são falsas.
a independência nacional, a prevalência dos direitos humanos e C) Apenas a alternativa I está correta.
o repúdio ao terrorismo e ao racismo. D) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
E) a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a de-
fesa da paz são princípios regedores das relações internacionais R: B. I está incorreta porque, a princípio, todo direito
da República Federativa do Brasil. fundamental pode ser objeto de regulamentação específi-
ca e eventual restrição, desde que esta regulação ou restri-
R: C. A democracia brasileira adota a modalidade semi-
ção não atentem contra o próprio direito; II está incorreta
direta, porque possibilita a participação popular direta no
porque a liberdade de expressão sofre diversas limitações,
poder por intermédio de processos como o plebiscito, o re-
como a honra e a moral das pessoas, não sendo um direito
ferendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas,
fundamental que deva ser priorizado em relação aos ou-
pode-se afirmar que a democracia indireta é predominante-
tros; III está incorreta porque a relação de submissão não
mente adotada no Brasil, por meio do sufrágio universal e do
exclui o direito fundamental (ex.: trabalhador e emprega-
voto direto e secreto com igual valor para todos. Contudo,
dor); IV está incorreta porque é pacífico que as ações afir-
não é a única maneira de se exercer o poder (artigo 14, CF e
artigo 1º, parágrafo único, CF). mativas são constitucionais.

28. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Assinale a alternativa 30. (PGE/AC - Procurador - FMP-RS/2014) A Convenção
que descreve COMPLETAMENTE os objetivos fundamentais sobre os direitos das pessoas com deficiência foi incorpo-
da República Federativa do Brasil. rada no ordenamento brasileiro com hierarquia supralegal,
A) Erradicar a pobreza e o analfabetismo. mas infraconstitucional. Em relação à afirmativa, assinale a
B) Garantir o desenvolvimento pessoal dos cidadãos e alternativa verdadeira.
construir a riqueza de sua gente. A) A afirmativa está correta.
C) Construir uma sociedade livre, justa e solidária, ga- B) A afirmativa está parcialmente correta, pois não exis-
rantindo o desenvolvimento nacional com erradicação da te hierarquia supralegal.
pobreza e da marginalização, reduzindo as desigualdades C) A afirmativa está incorreta.
sociais e regionais, promovendo o bem de todos, sem pre- D) Nenhuma das alternativas anteriores.
conceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras for-
mas de discriminação. R: C. A Convenção Internacional sobre os Direitos das
D) Promover a defesa nacional contra atos de Estados Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo des-
estrangeiros que intervierem nos assuntos internos da nação. ponta como o mais relevante tratado internacional na ma-
téria em estudo que foi ratificado pelo Brasil, isto porque
R: C. O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição possui o status de emenda constitucional, já que foi apro-
Federal com os objetivos da República Federativa do Brasil, vado nos moldes do artigo 5º, §3º, CF.
nos seguintes termos: “Art. 3º Constituem objetivos funda-
mentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma 31. (PGE/AC - Procurador - FMP-RS/2014) A Constitui-
sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvi- ção brasileira de 1988 garante aos litigantes, em processo
mento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização judicial, e aos acusados em geral o contraditório e a ampla
e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover defesa, com os meios e os recursos a ela inerentes, não
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, porém em processo administrativo, pois sempre é possível
idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Somente o interessado recorrer ao Poder Judiciário.
a alternativa “C” resume todos os objetivos elencados neste
dispositivo.

156
NOÇÕES DE DIREITO

Quanto à afirmação, é possível dizer: outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
A) É incorreta, pois também no procedimento adminis- tados, ou dos tratados internacionais em que a República
trativo devem ser observadas as garantias constitucionais Federativa do Brasil seja parte”, fundamento que também
do processo. demonstra que o item “III” está correto. O item IV traz cópia
B) É correta, pois no procedimento administrativo não do artigo 5º, X, CF, que prevê que “são invioláveis a intimi-
incidem as garantias constitucionais do processo. dade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, asse-
C) É incorreta, parcialmente, pois no procedimento ad- gurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
ministrativo vigora apenas a garantia do contraditório. decorrente de sua violação”; o que faz também o item V
D) Nenhuma alternativa anterior está correta. com relação ao artigo 5º, VI, CF que diz que “é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
R: A. No procedimento administrativo vigoram as re- livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
gras do contraditório e da ampla defesa, tanto é que a lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Sendo
Constituição prevê no artigo 5º, LV: “aos litigantes, em pro- assim, todas afirmativas estão corretas.
cesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 33. (MPE/MG - Promotor de Justiça - MPE/2014) Assi-
meios e recursos a ela inerentes”. nale a afirmativa INCORRETA:
A) O federalismo por agregação surge quando Estados
32. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art. soberanos cedem uma parcela de sua soberania para for-
5º da Constituição Federal trata dos direitos e deveres in- mar um ente único.
dividuais e coletivos, espécie do gênero direitos e garan- B) O federalismo dualista caracteriza-se pela sujeição
tias fundamentais (Título II). Assim, apesar de referir-se, dos Estados federados à União.
de modo expresso, apenas a direitos e deveres, também C) O federalismo centrípeto se caracteriza pelo fortale-
consagrou as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro. Di- cimento do poder central decorrente da predominância de
reito Constitucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva, atribuições conferidas à União.
2009,13ª. ed., p. 671). D) No federalismo atípico, constata-se a existência de
Com base na afirmação acima, analise as questões a três esferas de competências: União, Estados e Municípios.
seguir e assinale a alternativa correta.
I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma R: B. O federalismo dualista é caracterizado por uma
constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos rígida separação de competências entre o ente central
através dos quais se assegura o exercício dos aludidos di- (união) e os entes regionais (estados-membros). Sendo as-
reitos. sim, não há uma relação mais intensa de submissão e sim
II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e pa- de autonomia.
rágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente
exemplificativo. 34. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Procurador Municipal -
III - Os direitos e garantias expressos na Constituição FCC/2014) Lei estadual que instituísse região metropolita-
Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos na, constituída por agrupamentos de Municípios limítrofes,
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais atribuindo a órgãos e entidades estaduais competências
em que o Brasil seja parte. relativas à regulação e prestação dos serviços de interesse
IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra comum dos entes que integrassem referida região, seria
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza- A) inconstitucional, no que se refere à instituição de re-
ção pelo dano material ou moral decorrente de sua viola- gião metropolitana para integração e execução de serviços
ção. de interesse comum, pois este é objetivo de aglomerações
V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, urbanas ou microrregiões.
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e B) constitucional, desde que houvesse sido editada
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e dentro de período determinado por lei complementar fe-
suas liturgias. deral e previamente aprovada, mediante plebiscito, pelas
A) Apenas I, II e III estão corretas. populações dos Municípios diretamente envolvidos.
B) Apenas II, III e IV estão corretas. C) constitucional, desde que a criação da região me-
C) Apenas III e V estão corretas. tropolitana se desse por lei complementar.
D) Apenas IV e V estão corretas. D) inconstitucional, no que se refere à criação de re-
E) Todas as questões estão corretas. giões metropolitanas, que é de competência da União.
E) inconstitucional, no que se refere à atribuição a ór-
R: “E”. “I” está correta porque a principal diferença entre gãos e entes estaduais de competências relativas à gestão
direitos e garantias é que os primeiros servem para deter- de serviços de interesse comum, que deve ser compartilha-
minar os bens jurídicos tutelados e as segundas são os ins- da entre Estados e Municípios integrantes da região me-
trumentos para assegurar estes (ex: direito de liberdade de tropolitana.
locomoção – garantia do habeas corpus). “II” está correta,
afinal, o próprio artigo 5º prevê em seu §2º que “os direi-
tos e garantias expressos nesta Constituição não excluem

157
NOÇÕES DE DIREITO

R: E. O Estado-membro tem legitimidade para instituir R: C. A competência privativa legislativa da União está
região metropolitana, conforme artigo 25, §3º, CF: “Os Esta- descrita no artigo 22 da Constituição e a previsão da alter-
dos poderão, mediante lei complementar, instituir regiões nativa “C” é a do seu inciso XI. Sobre produção e consumo,
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, a competência é legislativa concorrente entre União, esta-
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, dos e Distrito Federal (artigo 24, V, CF), assim como a de le-
para integrar a organização, o planejamento e a execu- gislar sobre assistência jurídica e Defensoria Pública (artigo
ção de funções públicas de interesse comum”. Entretanto, 24, XIII, CF), a de legislar sobre direito tributário, financeiro,
a criação desta região metropolitana deve ser apoiada pela penitenciário, econômico e urbanístico (artigo 24, I, CF) e a
integração da gestão de interesses comuns, o que não é de legislar sobre educação, cultura, ensino e desporto (ar-
possível com a mera atribuição exclusiva de competências tigo 24, IX, CF).
a órgãos estaduais, razão pela qual há inconstitucionalida-
de. 37. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) Nos
termos da Constituição Federal, os Municípios poderão
35. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Procurador Municipal - constituir guardas municipais destinadas
FCC/2014) O Governador de determinado Estado decreta A) à execução de atividades de defesa civil.
intervenção em Município situado em seu território, sem B) ao patrulhamento ostensivo das vias públicas mu-
apreciação do ato pela Assembleia Legislativa, em decor- nicipais.
rência do provimento, pelo Tribunal de Justiça, de repre- C) às funções de polícia judiciária e à apuração de in-
sentação formulada para prover a execução de decisão ju- frações penais.
dicial. Nesta hipótese, a decretação da intervenção deu-se D) à proteção de seus bens, serviços e instalações.
A) contrariamente à disciplina constitucional da maté- E) ao policiamento ostensivo e à preservação da ordem
ria, apenas no que se refere ao provimento de representa- pública.
ção pelo Tribunal de Justiça estadual
B) em conformidade com a disciplina constitucional R: D. Nos termos do artigo 144, §8º, CF, a criação de
da matéria. guardas municipais destina-se à “proteção de seus bens,
C) em conformidade com a disciplina constitucional serviços e instalações, conforme dispuser a lei”.
da matéria, no que se refere ao pressuposto material para
a decretação da intervenção do Estado no Município, mas 38. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
não quanto ao procedimento adotado. 23R/2014) Assinale a alternativa CORRETA:
D) contrariamente à disciplina constitucional da maté- A) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e
ria, por não haver pressuposto material para a decretação julgar, originariamente, o litígio entre Estado estrangeiro
da intervenção do Estado no Município. ou organismo internacional e a União, Estados, Distrito Fe-
E) contrariamente à disciplina constitucional da maté- deral ou Município.
ria, apenas no que se refere à não apreciação do decreto de B) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, em re-
intervenção pela Assembleia Legislativa. curso extraordinário, o habeas corpus, habeas data, man-
dado de segurança e mandado de injunção decididos, em
R: B. Na hipótese, se legitima a intervenção do Esta- instância única, pelos Tribunais Superiores, se denegatória
do no Município: “Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em a decisão.
seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados C) Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em
em Território Federal, exceto quando: [...] IV - o Tribunal grau de recurso especial, os conflitos de competência entre
de Justiça der provimento a representação para assegurar quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no artigo 102, I,
a observância de princípios indicados na Constituição Es- “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados,
tadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de e entre juízes vinculados a tribunais diversos.
decisão judicial”. Aplica-se, em termos procedimentais, o D) Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar
§3º do artigo 36, CF, pelo qual se percebe que a medida e julgar, originariamente, os conflitos de atribuições entre
respeitou a disciplina constitucional da matéria porque é autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
“dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou autoridades Judiciárias de um Estado e administrativas de
pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a outro ou do Distrito Federal, ou entre as destes e da União.
suspender a execução do ato impugnado, se essa medi- E) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, em re-
da bastar ao restabelecimento da normalidade”. curso ordinário, os conflitos de competência entre o Supe-
rior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais.
36. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) Com-
pete privativamente à União legislar sobre R: D. As competências de processamento e julgamento
A) produção e consumo. estão previstas nos artigos 102, CF – em relação ao Su-
B) assistência jurídica e defensoria pública. premo Tribunal Federal – e 105, CF – quanto ao Superior
C) trânsito e transporte. Tribunal de Justiça. As regras de competências previstas
D) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômi- nas alternativas “A”, “B”, “C” e “E” estão incorretas, pelos se-
co e urbanístico. guintes motivos:
E) educação, cultura, ensino e desporto.

158
NOÇÕES DE DIREITO

Quanto à alternativa “A”, o art. 102, I, “e”, CF prevê que o A) súmula vinculante pode ser objeto de ação direta de
Supremo Tribunal Federal processa e julga originariamente inconstitucionalidade que, se julgada procedente, produ-
“o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo interna- zirá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente
cional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Territó- aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública
rio”, excluindo os Municípios. direta, indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Em relação à alternativa “B”, o artigo 102, II, “a”, CF, B) ato administrativo que contrarie súmula vinculante
prevê que compete ao Supremo Tribunal Federal “julgar, não pode ser objeto de reclamação proposta perante o Su-
em recurso ordinário: a) o ‘habeas corpus’, o mandado de premo Tribunal Federal, uma vez que a reclamação é cabí-
segurança, o ‘habeas data’ e o mandado de injunção de- vel apenas contra decisão judicial, que poderá ser cassada
cididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se pelo STF, com a determinação de que outra seja proferida
denegatória a decisão”, logo, o recurso é ordinário, não ex- com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
traordinário. C) o cabimento do recurso extraordinário está sujei-
No que tange à alternativa “C”, o artigo 105, I, “d”, CF to à demonstração da existência de repercussão geral das
prevê que o Superior Tribunal de Justiça processará e jul- questões discutidas no caso, podendo o STF recusá-lo pela
gará originariamente “os conflitos de competência entre manifestação de dois terços dos seus membros.
quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, D) a aprovação de súmula vinculante, a qual poderá ser
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e provocada pelos legitimados à propositura da ação dire-
entre juízes vinculados a tribunais diversos”, de modo que ta de inconstitucionalidade, produzirá efeitos vinculantes
o julgamento é originário, não em sede de recurso especial. apenas em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
Sobre a alternativa “E”, “os conflitos de competência e à Administração pública direta, mas não em relação à Ad-
entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, ministração pública indireta e ao Poder Legislativo.
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer ou- E) é vedado ao Superior Tribunal de Justiça o exercício
tro tribunal” são julgados pelo Supremo Tribunal Federal, do controle difuso de constitucionalidade, considerando
conforme artigo 102, I, “o”, CF, mas não em sede de recurso que a competência para processar e julgar o recurso ex-
ordinário, e sim originariamente. traordinário é do Supremo Tribunal Federal.
Resta a alternativa “D”, que vai de encontro com o ar-
R: C. A repercussão geral é um dos mecanismos criado
tigo 105, I, “g”, CF, competindo originariamente ao Supe-
pelo Legislativo para restringir o número de recursos no
rior Tribunal de Justiça processar e julgar “os conflitos de
STF. Prevista no art. 102, §3º, CF, desde a Emenda Constitu-
atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias
cional nº 45/2004, passou a ser requisito de admissibilida-
da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e
de do REXT, exigindo que a matéria tenha relevante valor
administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as
social, político, econômico ou jurídico, transcendendo o
deste e da União”. interesse individual das partes. Dos 11 ministros, ao menos
8 (2/3) devem dizer que não há repercussão geral. Logo, a
39. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) A falta de repercussão geral deve ser bem evidente.
respeito de ações penais contra Deputados e Senadores,
assinale a alternativa correta. 41. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) Ângela, segu-
A) No caso de sustação da ação criminal, não há sus- rada da Previdência Social, residente e domiciliada na co-
pensão da prescrição, que permanecerá em curso. marca X, pretende ajuizar uma demanda contra o Instituto
B) Somente após a posse serão submetidos a julga- Nacional do Seguro Social (INSS), pleiteando uma revisão
mento perante o Supremo Tribunal Federal. de seus benefícios previdenciários. A comarca X possui vara
C) Recebendo, o Supremo Tribunal Federal dará ciência única da Justiça estadual, mas não é sede de vara federal.
à Casa respectiva, que poderá sustar o andamento da ação. Contudo, a comarca vizinha Y é sede de vara da justiça fe-
D) As imunidades de Deputados ou Senadores não deral, com competência sobre as comarcas X, Y e Z.
subsistirão durante o estado de sítio ou de guerra. Considerando a situação exposta, assinale a afirmativa
E) Desde a expedição do Diploma, não poderão ser correta.
presos, exceto pela prática de crime inafiançável. A) A ação poderá ser ajuizada na Justiça estadual, pe-
rante a vara única da comarca X, cabendo eventual recurso
R: C. É o que prevê o artigo 53, §3º, CF: “recebida a de- ao Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz
núncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido de primeiro grau.
após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciên- B) A ação deverá ser ajuizada na Vara Federal da co-
cia à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político marca vizinha Y, que é sede de vara federal com jurisdição
nela representado e pelo voto da maioria de seus mem- sobre a comarca X.
bros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da C) A ação poderá ser ajuizada na Justiça estadual, pe-
ação”. rante a vara única da comarca X, cabendo eventual recurso
ao Tribunal de Justiça do Estado.
40. (TRT/18ª REGIÃO/GO - Juiz do Trabalho - FCC/2014) D) A ação deverá ser proposta diretamente no Tribunal
Considerando a disciplina jurídica do controle de constitu- Regional Federal que abrange o estado onde se localiza a
cionalidade e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal comarca X, em razão da matéria ser competência originária
na matéria, desse Tribunal.

159
NOÇÕES DE DIREITO

R: A. Nos termos do artigo 108, §3º, CF: “Serão proces- 44. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014) M. T.
sadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime
dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem político. Contra a referida sentença condenatória é cabível:
parte instituição de previdência social e segurado, sempre A) recurso em sentido estrito para o Tribunal de Justiça.
que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se B) apelação para o Tribunal Regional Federal.
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras C) recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal.
causas sejam também processadas e julgadas pela justiça D) recurso inominado para o Superior Tribunal de Jus-
estadual”. tiça.

42. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) Imagine a R: C. Os crimes políticos são julgados em recurso ordi-
hipótese na qual o avião presidencial sofre um acidente, nário pelo Supremo Tribunal Federal sempre, conforme ar-
vindo a vitimar o Presidente da República e seu Vice, após tigo 102, II, “b”, CF: “Compete ao Supremo Tribunal Federal,
a conclusão do terceiro ano de mandato. precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: [...]
A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa II - julgar, em recurso ordinário: [...] b) o crime político”.
correta.
A) O Presidente do Senado Federal assume o cargo e 45. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014) O pro-
completa o mandato. cesso e julgamento da execução de carta rogatória, após o
B) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação,
cargo e convoca eleições que realizar-se-ão noventa dias é de competência:
depois de abertas as vagas. A) dos Tribunais Regionais Federais.
C) O Presidente do Congresso Nacional assume o car- B) dos juízes federais.
go e completa o mandato. C) do Supremo Tribunal Federal.
D) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o D) do Superior Tribunal de Justiça.
cargo e convoca eleições que serão realizadas trinta dias
após a abertura das vagas, pelo Congresso Nacional, na R: B. Nos termos do artigo 109, X, CF, “aos juízes federais
forma da lei. compete processar e julgar: [...] X - os crimes de ingresso
ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de car-
R: D. Quem assume no lugar do Vice-Presidente, se- ta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira,
gundo a ordem prevista no artigo 80, CF, é sucessivamente, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade,
“o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado inclusive a respectiva opção, e à naturalização”. Nota para
Federal e o do Supremo Tribunal Federal”. Como vagaram a pergunta capciosa do examinador, afinal, a competência
os dois cargos, Presidência e Vice-Presidência, “[...] far-se-á para conceder o exequatur é do Superior Tribunal de Justiça
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga (arti- (artigo 105, I, “i”, CF).
go 81, caput, CF), mas “ocorrendo a vacância nos últimos
dois anos do período presidencial, a eleição para ambos 46. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo 23R/2014) Sobre o Estatuto da Magistratura, NÃO É COR-
Congresso Nacional, na forma da lei” (artigo 81, §1º, CF). RETO afirmar:
A) A aferição do merecimento, para fins de promoção,
43. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) O Presidente ocorrerá conforme o desempenho e pelos critérios objetivos
da República possui uma série de competências privativas, de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela
que lhe são atribuídas diretamente pela Constituição. Ad- frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhe-
mite-se que algumas delas possam ser delegadas ao Mi- cidos de aperfeiçoamento.
nistro de Estado da pasta relacionada ao tema. Dentre as B) Não será promovido o juiz que, injustificadamente,
competências delegáveis, inclui-se. retiver os autos em seu poder além do prazo legal, não po-
A) editar medidas provisórias com força de lei, nos ter- dendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou
mos do artigo 62 da Constituição. decisão.
B) nomear, observado o disposto no artigo 73, os Mi- C) Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente po-
nistros do Tribunal de Contas da União. derá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de
C) prover e extinguir os cargos públicos federais, na dois terços dos membros presentes à sessão, conforme pro-
forma da lei. cedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-
D) iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos se a votação até fixar-se a indicação.
previstos na Constituição. D) O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo au-
torização do Tribunal.
R: C. Tratam-se das competências privativas adminis- E) A distribuição de processos será imediata em todos
trativas, que são delegáveis, enumeradas no artigo 84, CF os graus de jurisdição.
(“Compete privativamente ao Presidente da República”),
sendo que a hipótese da alternativa “C” está prevista no R: C. O Estatuto da Magistratura tem suas regulamenta-
inciso XXV do dispositivo. ções gerais descritas no artigo 93 da CF, sendo que todas as
alternativas, exceto a “C” estão em compatibilidade com este

160
NOÇÕES DE DIREITO

dispositivo. Neste sentido, o artigo 93, II, “d”, CF prevê que 48. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT
“na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá re- 23R/2014) Sobre o processo legislativo, aponte a alternativa
cusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois CORRETA:
terços de seus membros, conforme procedimento próprio, A) A Constituição Federal poderá ser emendada me-
e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar- diante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da
se a indicação”. Sendo assim, não consideram-se apenas os Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, do Presiden-
membros presentes, mas todos os membros do Tribunal. te da República ou de Mais da metade das Assembleias Le-
gislativas das unidades da Federação, manifestando-se cada
47. (TRT/18ª REGIÃO/GO - Juiz do Trabalho - FCC/2014) uma delas pela maioria absoluta de seus membros.
O Presidente da República, a pretexto de exercer seu poder B) A matéria constante de proposta de emenda consti-
regulamentar, editou decreto, sem que existisse lei tratando tucional rejeitada ou havida por prejudicada somente pode-
da matéria por ele disciplinada, pelo qual criou obrigações rá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa
que somente poderiam, à luz da Constituição Federal, ter por deliberação de, no mínimo, dois terços dos membros de
sido instituídas por lei formal. Por esse motivo, a consti- uma das Casas Legislativas.
tucionalidade do referido decreto foi arguida em um caso C) São de iniciativa privativa do Presidente da República
concreto, como questão prejudicial para o julgamento do leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Arma-
pedido principal da petição inicial, ensejando, em segundo das.
grau de jurisdição, o pronunciamento do plenário de de- D) A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
terminado Tribunal declarando a inconstitucionalidade da do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e
norma, pelo voto da maioria absoluta de seus membros. À dos Tribunais superiores terão início no Senado Federal.
luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo E) As leis complementares serão aprovadas por maioria
Tribunal Federal, o decreto presidencial simples.
A) não poderia ter sido declarado inconstitucional pelo
Tribunal, mas tão somente ilegal, uma vez que o decreto foi R: C. O artigo 61, §1º, CF estabelece projetos de leis que
editado com fundamento no poder regulamentar do Presi- somente podem ser propostos pelo Presidente da Repúbli-
dente da República, motivo pelo qual a sua inaplicabilidade ca, que são de sua iniciativa privativa, como os que “fixem
a um caso concreto não dependeria de prévia manifestação ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas” (inciso I).
do plenário do Tribunal. A alternativa “A” repete o artigo 60, caput, mas afirma que
B) não poderia ter sido declarado inconstitucional pelo a maioria dos membros das Assembleias Legislativas deve
plenário do Tribunal, mas tão somente ilegal, uma vez que o ser absoluta, quando na verdade basta a relativa. Quanto à
decreto foi editado com fundamento no poder regulamen- emenda rejeitada ou havida por prejudicada, conforme o §5º
tar do Presidente da República, mas, ainda assim, a decla- do artigo 61 da CF, “não pode ser objeto de nova proposta
ração de sua inaplicabilidade ao caso concreto dependeria na mesma sessão legislativa”, nem mesmo a deliberação de
de manifestação do plenário do Tribunal, visto tratar-se de 2/3 dos membros altera isto, razão pela qual “B” está incor-
norma geral e abstrata. reta. “D” está incorreta porque a porta de entrada destes
C) poderia ter sido declarado inconstitucional pelo ple- projetos de lei é a Câmara dos Deputados. “E” resta incorreta
nário do Tribunal, uma vez que as obrigações foram criadas porque “as leis complementares serão aprovadas por maio-
sem qualquer amparo legal, mas, por tratar- se de ofensa ria absoluta” (artigo 69, CF), não maioria simples.
indireta à Constituição Federal, é dispensável o quórum da
maioria absoluta do Plenário. 49. (AGU - Administrador - IDECAN/2014) “Joaquina im-
D) poderia ter sido declarado inconstitucional pelo petra mandado de segurança no Tribunal de Justiça do local
Tribunal, uma vez que as obrigações foram criadas sem em que reside por ter direito líquido e certo que foi violado
qualquer amparo legal e com ofensa direta à Constituição por abuso de autoridade da autoridade coatora envolvida
Federal, sendo, no entanto, desnecessária a manifestação na situação. Considere que, nessa hipótese, a autoridade
plenária do Tribunal, uma vez que a declaração de invali- coatora era o Governador do Estado, que possuía foro por
dade dessa espécie normativa não está sujeita à reserva de prerrogativa de função e que, por essa razão, a competência
plenário. para julgamento do writ era mesmo do Tribunal de Justiça
E) poderia ter sido declarado inconstitucional pelo ple- local. Considere, ainda, que a impetração ocorreu tempesti-
nário do Tribunal, uma vez que as obrigações foram criadas vamente, e que todos os requisitos de admissibilidade foram
sem qualquer amparo legal e com ofensa direta à Constitui- observados. Entretanto, mesmo com a observância de todos
ção Federal, sendo dispensada a manifestação plenária do os requisitos formais, meritoriamente, foi denegatória a de-
Tribunal se o plenário do Supremo Tribunal Federal já tiver cisão do mandado de segurança impetrado por Joaquina.”
declarado a inconstitucionalidade do mesmo decreto. Tendo em vista todos os aspectos apresentados no caso
anterior, assinale a opção que indica, acertadamente, o re-
R: E. A regra é que os decretos do Poder Executivo são curso a ser interposto por Joaquina.
vinculados a uma legislação que devam regulamentar. No A) Recurso especial para o STJ.
caso dos decretos autônomos, somente são cabíveis quan- B) Recurso ordinário para o STJ.
do autorizados, não podendo criar obrigações que somente C) Embargos infringentes para o STJ.
podem ser criadas por lei federal. Sendo o decreto autôno- D) Agravo de instrumento para o STJ.
mo, cabe o controle de constitucionalidade pela via direta. E) Recurso extraordinário para o STF.

161
NOÇÕES DE DIREITO

R: B. Neste sentido, prevê o artigo 105, I, “b”, CF: “Com- Está(ão) INCORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
pete ao Superior Tribunal de Justiça: [...] II - julgar, em recurso A) I, II e III.
ordinário: [...] b) os mandados de segurança decididos em B) II, apenas.
única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos C) I e II, apenas.
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quan- D) I e III, apenas.
do denegatória a decisão”. E) II e III, apenas.

50. (TJ/MT - Juiz - FMP-RS/2014) A respeito do Conselho R: A. O item I está praticamente inteiro correto, somen-
Nacional de Justiça, assinale a alternativa correta. te se percebendo o erro ao final, quando afirma que não há
A) Possui como função a fiscalização do Poder Judiciário exceções para o exercício de outra função pública porque a
e, eminentemente, função jurisdicional. própria Constituição prevê uma exceção no artigo 128, §5º,
B) Tem competência para julgar magistrados por crime II, “d” – uma atividade de magistério. II está incorreta por-
de autoridade que a Advocacia Geral da União não representa o Executivo
C) Tem como função apreciar a legalidade dos atos ad- federal na execução de dívida ativa de natureza tributária:
ministrativos praticados por membros do Poder Judiciário. “Artigo 131, §3º, CF. Na execução da dívida ativa de na-
D) Não possui competência para rever processos disci- tureza tributária, a representação da União cabe à Procu-
plinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos radoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto
de um ano. em lei”. III está incorreta porque a participação da Ordem
E) O CNJ pode suspender e fiscalizar decisão concessiva dos Advogados do Brasil no concurso de provas e títulos é
de mandado de segurança. obrigatória em todas as fases (artigo 132, CF). Neste senti-
do, as três afirmativas estão incorretas.
R: C. Preconiza o artigo 103-B, § 4º, II: “Compete ao Con-
selho o controle da atuação administrativa e financeira do 52. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária -
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais FGV/2014) A Emenda Constitucional nº 45, de 2004, adi-
dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe
cionou o art. 103-B na Constituição da República, crian-
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: [...] II - zelar
do o Conselho Nacional de Justiça, órgão composto por
pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
membros do Judiciário, do Ministério Público, advogados
provocação, a legalidade dos atos administrativos prati-
e cidadãos, com o intuito mor de supervisionar a atuação
cados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, po-
administrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumpri-
dendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
mento dos deveres funcionais dos juízes, além de outras
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da atribuições constantes no Estatuto da Magistratura e ou-
União” (grifo nosso). tras que a própria Constituição lhe atribui.
Com base no disposto na Constituição da República,
51. (AGU - Administrador - IDECAN/2014) Considerando constitui uma atribuição do Conselho Nacional de Justiça:
as regras constitucionais sobre as funções essenciais da jus- A) determinar a aposentadoria de juiz federal com sub-
tiça, analise. sídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço, as-
I. Constituem garantias do Ministério Público: vitalicie- segurada a ampla defesa.
dade, após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo B) encaminhar projeto de lei orçamentária referente a
senão por sentença judicial transitada em julgado, e inamovi- tribunal de justiça que não o tenha feito no prazo devido.
bilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante de- C) expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
cisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, competência, que só terão eficácia depois de sancionados
pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada pelo presidente da república.
ampla defesa. Constituem vedações do Ministério Público: D) rever unicamente, mediante provocação, os proces-
participar de sociedade comercial, na forma da lei, exercer sos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados
atividade político-partidária e exercer, ainda que em disponi- há menos de um ano.
bilidade, qualquer outra função pública, sem exceções. E) declarar, observando a reserva de plenário, a incons-
II. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, direta- titucionalidade das leis que envolvam conflitos de massa.
mente ou por meio de órgão vinculado, representa a União,
judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei R: A. As competências do Conselho Nacional de Justiça
complementar que dispuser sobre sua organização e fun- estão descritas no artigo 103-B, §4º,CF: “§ 4º Compete ao
cionamento, as atividades de consultoria e assessoramento Conselho o controle da atuação administrativa e financeira
jurídico do Poder Executivo e a representação da União na do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres fun-
execução da dívida ativa de natureza tributária. cionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
III. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cum-
concurso público de provas e títulos, com a participação fa- primento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
cultativa da Ordem dos Advogados do Brasil, exercerão a re- atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
presentação judicial e a consultoria jurídica das respectivas recomendar providências; II - zelar pela observância do art.
unidades federadas. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a lega-

162
NOÇÕES DE DIREITO

lidade dos atos administrativos praticados por membros 54. (TJ/RJ - Juiz Substituto - VUNESP/2014) No tocante
ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, às normas constitucionais referentes ao processo legislati-
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências vo, assinale a alternativa correta.
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da A) São de iniciativa privativa do Presidente da Repúbli-
competência do Tribunal de Contas da União; III - receber ca, entre outras, as leis que disponham sobre organização
e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxilia- bem como normas gerais para a organização do Ministério
res, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
e de registro que atuem por delegação do poder público Federal e dos Territórios.
ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e B) É vedada a edição de medidas provisórias, entre ou-
correicional dos tribunais, podendo avocar processos dis- tras, sobre matéria relativa a: direito eleitoral, direito civil,
ciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibi- direito penal, direito processual penal, direito processual
lidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos civil e organização do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras san- blico, a carreira e a garantia de seus membros.
ções administrativas, assegurada ampla defesa; IV - re- C) Se a medida provisória não for apreciada em até
presentar ao Ministério Público, no caso de crime contra a cento e vinte dias contados de sua publicação, entrará em
administração pública ou de abuso de autoridade; V - rever, regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das
de ofício ou mediante provocação, os processos disciplina- Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que
res de juízes e membros de tribunais julgados há menos de se ultime a votação, todas as demais deliberações legislati-
um ano; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico vas da Casa em que estiver tramitando.
sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da D) O projeto de lei aprovado por uma Casa será re-
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII visto pela outra, em um só turno de discussão e votação,
- elaborar relatório anual, propondo as providências que e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no aprovar, ou, se o projeto for emendado ou rejeitado, voltará
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar men-
à Casa iniciadora.
sagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser re-
metida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
R: A. A alternativa “A” está em consonância com o ar-
sessão legislativa”. Conforme grifos no inciso III do referi-
tigo 61, § 1º, CF: “São de iniciativa privativa do Presidente
do dispositivo, um juiz federal, como funcionário do Poder
da República as leis que: [...] II - disponham sobre: [...] d)
Judiciário, pode ter sua aposentadoria determinada pelo
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
Conselho Nacional de Justiça com subsídios ou proventos
da União, bem como normas gerais para a organização do
proporcionais ao tempo de serviço, tendo preservado seu
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
direito à ampla defesa.
Distrito Federal e dos Territórios”. A alternativa “B” está er-
53. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - rada porque amplia o rol de vedações do artigo 62, §1º, CF;
FGV/2014) O Presidente da República dispõe, mediante “C” está errada porque amplia o prazo de 45 dias do artigo
decreto, acerca da criação de um novo tipo penal. Sobre o 62, §6º, CF para 120 dias; “D” está errada porque no caso
tema, é INCORRETO afirmar que: de rejeição pela Casa revisora há arquivamento (artigo 65,
A) o Chefe do Poder Executivo Federal está impedido caput, CF).
pela Constituição de criar um novo tipo penal mediante
decreto. 55. (TJ/RJ - Juiz Substituto - VUNESP/2014) De acordo
B) o Congresso Nacional pode sustar esse ato normati- com o texto constitucional, lei complementar, de iniciativa
vo por meio de um decreto legislativo. do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
C) os decretos legislativos dispensam sanção presiden- Magistratura, observados, entre outros, os seguintes prin-
cial. cípios:
D) as competências privativas do Presidente da Repú- A) o ato de remoção, disponibilidade, demissão e apo-
blica estão dispostas no Art. 84 da Constituição da Repú- sentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se
blica. -á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
E) o Presidente da República pode criar um novo tipo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
penal apenas mediante a edição de medida provisória. ampla defesa.
B) um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Fe-
R: E. A Constituição Federal fixa diversos limites para derais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
a edição de medidas provisórias, dentre elas versar sobre Territórios será composto de membros, do Ministério Pú-
direito penal, nos termos do artigo 62, §1º, I, “b”, CF: “É blico, com mais de dez anos de carreira, e de advogados
vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais
relativa a: [...] b) direito penal, processual penal e processual de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em
civil”. lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respecti-
vas classes.

163
NOÇÕES DE DIREITO

C) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá- 57. (TJ/PA – Juiz de Direito Substituto - VUNESP/2014)
rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Repúbli-
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em de- ca poderá editar medida provisória, entretanto, é vedada a
terminados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou edição sobre matéria relativa
somente a estes, em casos nos quais a preservação do di-
reito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique A) à instituição de impostos, mesmo que produza efei-
o interesse da Administração Pública. tos no exercício financeiro seguinte.
D) nos tribunais com número superior a vinte e cinco B) à majoração de impostos, mesmo se convertida em
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o lei.
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, C) à organização da administração pública.
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio- D) à cidadania e aos partidos políticos.
nais delegadas da competência do tribunal pleno, proven- E) a contratos administrativos e licitações.
do-se metade das vagas por antiguidade, e a outra metade
por merecimento. R: D. Disciplina o artigo 62, § 1º, CF: “É vedada a edi-
ção de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a)
R: B. A regra do quinto constitucional está prevista na nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos polí-
Constituição Federal com o seguinte teor: “Art. 94, CF. Um ticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal
quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
será composto de membros, do Ministério Público, com d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento
mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos no art. 167, § 3º; II – que vise a detenção ou sequestro de
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtu- bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo finan-
pla pelos órgãos de representação das respectivas classes. ceiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplina-
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal for- da em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
mará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, pendente de sanção ou veto do Presidente da República”.
nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus inte-
grantes para nomeação”. 58. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Consoan-
te o art. 144 da Constituição Federal, “a segurança públi-
56. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - ca, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
FCC/2014) Analise a seguinte situação hipotética: “Tício, exercida para a preservação da ordem pública e da incolu-
Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, é indi- midade das pessoas e do patrimônio”.
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho para compor este Nesse sentido, todas as alternativas estão corretas, ex-
Tribunal Superior e ocupar a vaga do Ministro Fúlvio, apo- ceto a:
sentado neste ano de 2014”. Antes de ser nomeado pelo (A) Entre as funções da polícia federal, instituída por
Presidente da República o nome do Magistrado Tício deve- lei como órgão permanente, está a de exercer, com exclusi-
rá ser aprovado pela maioria vidade, as funções de polícia judiciária da União.
A) absoluta do Senado Federal. (B) Os Municípios poderão constituir guardas munici-
B) absoluta do Congresso Nacional. pais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instala-
C) simples do Senado Federal. ções, conforme dispuser a lei.
D) simples do Congresso Nacional. (C) Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
E) absoluta do Supremo Tribunal Federal. de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
R: C. Nos termos do artigo 52, III, “a”, CF: “Compete penais, inclusive as militares.
privativamente ao Senado Federal: [...] III - aprovar previa- (D) A segurança pública é exercida através da polícia
mente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha federal, da polícia rodoviária federal, polícia ferroviária fe-
de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Consti- deral, polícias civis, polícias militares e corpos de bombei-
tuição”; sendo que a respeito prevê o artigo 111-A, CF: “o ros militares.
Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete (E) Aos corpos de bombeiros militares, além das atri-
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta buições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo de defesa civil.
Presidente da República após aprovação pela maioria ab-
soluta do Senado Federal” (grifo nosso). Resposta: “C”. Vale colacionar o inteiro teor do artigo
144, CF: “A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do pa-
trimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II
- polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV

164
NOÇÕES DE DIREITO

- polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros 59. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) Nos
militares. § 1º A polícia federal, instituída por lei como ór- termos da Constituição Federal, os Municípios poderão
gão permanente, organizado e mantido pela União e estru- constituir guardas municipais destinadas
turado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais (A) à execução de atividades de defesa civil.
contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, (B) ao patrulhamento ostensivo das vias públicas mu-
serviços e interesses da União ou de suas entidades autár- nicipais.
quicas e empresas públicas, assim como outras infrações (C) às funções de polícia judiciária e à apuração de
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio- infrações penais.
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; (D) à proteção de seus bens, serviços e instalações.
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e (E) ao policiamento ostensivo e à preservação da or-
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo dem pública.
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respec-
tivas áreas de competência; III - exercer as funções de polí- Resposta: “D”. Nos termos do artigo 144, §8º, CF, a cria-
cia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com ção de guardas municipais destina-se à “proteção de seus
exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2º bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”.
A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, 60. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2014)
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias Exercer as funções de polícia marítima e aeroportuária,
federais. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanen- conforme dispõe o texto constitucional, é uma função da:
te, organizado e mantido pela União e estruturado em car- (A) Polícia Federal.
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento osten- (B) Polícia Civil.
sivo das ferrovias federais. § 4º - às polícias civis, dirigidas (C) Guarda Nacional.
por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada (D) Polícia Militar.
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a (E) Guarda Municipal.
apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º às
polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
Resposta: “A”. Consoante ao artigo 144, §1º, III, CF: “A
da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além
polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
organizado e mantido pela União e estruturado em carrei-
atividades de defesa civil. § 6º As polícias militares e cor-
ra, destina-se a: [...] III - exercer as funções de polícia marí-
pos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
tima, aeroportuária e de fronteiras”.
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis,
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. § 7º A lei disciplinará a organização e o fun-
cionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pú-
blica, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei. § 9º A remuneração dos servidores
policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. § 10. A segurança
viária, exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias pú-
blicas: I - compreende a educação, engenharia e fiscaliza-
ção de trânsito, além de outras atividades previstas em lei,
que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou enti-
dades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da lei”. Conforme grifo, as infrações
penais militares não se incluem na competência da polícia
civil, restando a alternativa “C” incorreta.

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NOÇÕES DE DIREITO

ANOTAÇÕES

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