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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Reconhecimento de Tipos e Gêneros Textuais I


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RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS I


Os modelos de prova de concursos têm se modificado ao longo do tempo, por exem-
plo, algumas provas de português têm priorizado o texto, como o caso da banca FGV.
Esse curso será para ensinar interpretação de textos. O assunto inicial será “reconhe-
cimento de tipos e gêneros textuais”, que é um assunto não ensinado no ensino médio.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA PROVA DE LÍNGUA


PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados
2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Até pouco tempo isso não era
cobrado em concursos, mas, atualmente, tem sido muito cobrado.
3. Domínio dos mecanismos de coesão textual
4. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores
e de outros elementos de sequenciação textual
Os pontos 3 e 4 significam a mesma coisa.
5. Reescrita de frases e parágrafos do texto
6. Significação de palavras. É a “semântica”, tema de extrema importância.
7. Substituição de palavras ou de trechos de texto. Pode ser estudado junto com
“reescrita”.
8. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. Pode ser estudado
junto com “reescrita”.
9. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade
10. Figuras de linguagem. Nem todas as bancas cobram esse tópico. A Banca IADES
cobra, e a FGV, somente esporadicamente. A banca Cebraspe não cobra.
Nas provas de português, as bancas avaliam não somente a sua capacidade de inter-
pretar as ideias do texto, mas também de reconhecer os caminhos percorridos pelo
autor para produzi-lo.
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O tema desse estudo será a diferença entre compreender e interpretar.

Obs.: A FGV costuma fazer uso do termo “intelecção de texto”, que é a mesma coisa
que interpretação.

COMPREENSÃO – relaciona-se à decifração daquilo que está escrito. Neste caso, é reco-
mendável ater-se unicamente ao texto, deixando de lado qualquer julgamento ou inferência.

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INTERPRETAÇÃO (INTELECÇÃO – relaciona-se ao julgamento da intenção do autor. Con-


siste em extrair conclusões plausíveis a partir das informações fornecidas. Neste caso, não
se deve chegar a conclusões pessoais sem observar cuidadosamente o texto e o contexto.
Compreender é decifrar o que está escrito.
Interpretar exige maior atenção no momento da leitura.
“Infere-se do texto”, “depreende-se das estruturas linguísticas do texto”, “subenten-
de-se”, essas são as 3 expressões mais cobradas em interpretação do texto.
A questão abaixo, elaborada pela FGV, trata muito bem desse assunto.

1. (FGV – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO - AFC) Observe a charge a seguir.

A interpretação de texto refere-se à decodificação dos significados dos componentes


textuais, enquanto a compreensão diz respeito aos processos geradores de significação.
A pergunta abaixo que diz respeito à interpretação, e não à compreensão, é:
a. O que mostra na charge a intenção de viajar da família?
b. Como se pode notar que a família está em um lugar alto?
c. De que forma a pandemia está presente na charge?
d. O que demonstra o laço na mão do chefe da família?
e. Qual a expectativa da família representada na charge?

É preciso detectar a pergunta que demonstra que essa questão é de interpretação.


a. todos carregam uma mala. Essa pergunta é de compreensão, pois envolve algo que está
explícito no texto.
b. item de compreensão.
c. até o cachorro da família está com uma máscara. É item de compreensão.

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d. ele amarrou o laço em todos os membros, ele pretende laçar o asteroide para que toda
a família vá embora. É item de compreensão.
e. é item de interpretação, pois não é possível perceber, apenas visualmente (com elementos
visuais do texto), qual é a intenção da família.
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Essa é a exata diferença entre compreender e interpretar.

No momento da interpretação é importante não extrapolar o que o autor quer dizer,


por exemplo, Cebraspe, na prova da polícia federal, inseriu um texto que dizia: “a maioria
dos comentários que ouço sobre crimes ou se limitar a pedir de volta o autoritarismo ou a
culpar a violência da televisão por excitar a imaginação criminosa dos jovens”. O primeiro
item de interpretação foi: muitos acreditam que a censura aos meios de comunicação vai
resolver os problemas do brasil. Essa assertiva está incorreta, pois é uma intepretação que
extrapola o texto, pois o texto não dá subsídios para que essa inferência seja feita. O texto
fala sobre autoritarismo e violência na televisão, mas nada fala sobre censura.

TIPOS TEXTUAIS
Nos últimos concursos as bancas têm cobrado gêneros textuais.
Inicialmente, é preciso entender a diferença entre “tipos” e “gêneros” textuais.
Tipos textuais: Representam a forma como o texto se apresenta (estrutura; cons-
truções gramaticais e linguísticas; seleção lexical – a escolha das palavras que o autor faz
para colocar no texto) e o conteúdo que se pode depreender (significados de palavras e
estruturas e a intenção do autor).
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Para determinar a predominância de um tipo textual sobre outro, o conteúdo deve
sobressair-se à forma (intencionalidade do discurso).
Examinadores sabem que as pessoas são essencialmente visuais, pois foram cria-
das no mundo da imagem. Por isso, as pessoas tendem a se fixarem na parte física do
texto, porém, para determinar a tipologia predominante do texto é necessário observar
a intenção/conteúdo, em detrimento do aspecto físico.
Por exemplo, existem textos que estão repletos de narrativas, mas, no final, o autor
profere opinião; esse texto é predominantemente dissertativo, pois onde aparece a opi-
nião, o dissertativo deve predominar. Por isso, não se pode fixar no aspecto físico do
texto, é preciso considerar a intenção do autor.
Os tipos textuais estão materializados nos mais diversos gêneros textuais existentes
na atualidade.
– Vários gêneros usando os mesmos tipos.

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Existem cinco tipos textuais aceitos hoje pelas teorias da linguística textual: narrati-
vos; descritivos; dissertativos expositivos; dissertativos argumentativos; injuntivos (de
natureza instrucional ou prescritiva).
Narração, descrição e dissertação são tópicos aprendidos no ensino médio. Porém,
as bancas têm cobrado as variações dos textos dissertativos: expositivo (o autor não
apresenta opinião) e argumentativo (carregado de juízo de valor, de opinião do autor).
Textos injuntivos: são os que dão aviso, ordem. Têm duas naturezas: os que dão
apenas instruções, e os que são normativos-prescritivos.

GÊNEROS TEXTUAIS
Representam as diferentes formas de comunicação que cumprem uma função social
em determinadas situações do cotidiano: expressar o conhecimento e as ideias de cada
indivíduo nos mais variados contextos.
Não têm uma estrutura definida, já que vão sofrendo modificações (com novos esti-
los e novas técnicas de expressão) ao longo do tempo para se adaptarem às próprias
mudanças da comunicação na sociedade.
Podem ser elaborados com variados tipos textuais, mas sempre haverá a predomi-
nância de um tipo sobre os outros, o qual estará relacionado à intenção maior do autor
ao produzir o texto.
Os gêneros textuais em prosa mais frequentes nas provas de concurso são notícias,
crônicas (reflexivas ou literárias), editoriais, artigos e artigos de opinião, romances, contos.
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Resumindo, o tipo está atrelado à forma de escrever e à intenção do autor. Contudo, o gênero
se modifica ao longo do tempo, precisa atender às necessidades sociais que se modificam a
cada dia. Por exemplo, antes da popularização dos celulares e da internet, a forma mais usual de
comunicação eram as cartas e os telefones fixos. Atualmente, com a internet e os celulares, a
forma de comunicação mais usada é o WhatsApp. Portanto, o WhatsApp é um gênero de texto
que substituiu o gênero “carta”. A comunicação pela carta era pelo tipo narrativo e dissertativo,
e o gênero WhatsApp também faz uso desses tipos. Por isso, é possível concluir que os tipos não
mudam, os gêneros é que se modificam, pois eles cumprem uma função social.

TIPO NARRATIVO
Tem por finalidade relatar fatos e episódios; contar histórias, sejam verdadeiras ou fictícias.
Ao relatar os fatos são produzidas notícias; ao contar histórias são produzidas crôni-
cas; esses são os 2 gêneros muito cobrados em provas.
Baseia-se na evolução dos acontecimentos, mesmo que eles não mantenham relação
de linearidade com o tempo real.

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Caracteriza-se pela presença de verbos de ação e conectores temporais. As narrati-


vas são marcadas pelas datas, pelo tempo.
É objetivo, quando escrito em 3ª pessoa (o narrador é um mero observador dos fatos
relatados) e subjetivo, quando escrito em 1ª pessoa (o narrador participa ativamente
dos fatos, mesmo que não seja o personagem principal).
Os gêneros textuais que têm predomínio da tipologia narrativa são: romances, novelas,
contos, crônicas, notícias, anedotas (piadas), depoimentos e histórias em quadrinhos.
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Narrar é contar histórias, relatar fatos. Os textos narrativos contam histórias de per-
sonagens que empreendem ações e, por isso, estão repletos de ações. Como é necessá-
rio situar essas ações em tempo e espaço, esse texto está repleto de datas. Esse texto
tem começo, meio e fim; as histórias se desenrolam no tempo.
Para identificar o texto narrativo, procure responder às perguntas:
O quê? ------ os fatos narrados
Quem? ------ os personagens (seres que empreendem as ações)
Onde? ------ o lugar em que os fatos se desenrolam
Quando? ------ o tempo (as datas dos acontecimentos)
Como? ------- o modo/o meio utilizado
Por quê? ------- o(s) motivos(s)
É mais fácil analisar o texto quando esses elementos são pesquisados.
Cuidado! É comum confundir narração com dissertação, principalmente dissertação
expositiva. Na narração histórias são contadas, fatos são relatados. Já na dissertação,
ideias são discutidas.

GABARITO
1. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Vânia Maria de Araújo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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