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8/11/2016 Estudando: ENEM ‐ Redação ‐ Cursos Online Grátis | Prime Cursos

ESTUDANDO: ENEM - REDAÇÃO


4. TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS

TIPOLOGIA TEXTUAL

Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos
textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como narração, argumentação, exposição,
descrição, injunção.

Atenção !!
Um texto é em geral tipologicamente variado (heterogêneo). Veja­se o caso da carta pessoal, que pode conter uma
sequência narrativa (conta uma historinha), uma argumentação (argumenta em função de algo), uma descrição
(descreve uma situação) e assim por diante.

Usamos a expressão gênero textu al como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados
que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por
conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.

Os gêneros textuais são inúmeros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete,
reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária,
bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha,
edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, dentre outras. Quando falamos em tipos de textos,
normalmente nos limitamos à divisão tradicional: Descrição, Narração e Dissertação.

TEXTO DESCRITIVO

A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, animal, objeto ou lugar. A classe
de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora, dando ao leitor uma
grande riqueza de detalhes.

O texto descritivo pode ser objetivo, quando sua descrição se restringir apenas às características reais, visíveis, em
que o autor não pode emitir opinião pessoal sobre o tema da descrição, ou subjetivo, quando sua descrição, além
de dar as características reais, visíveis, o autor emite sua opinião pessoal a respeito do tema dado.

Quando o objeto de sua descrição for uma pessoa, a descrição pode ser física ou psicológica:

Física: apresenta os detalhes físicos, externos de uma pessoa (altura, cor, tipo de nariz, cor dos olhos, tipo de
cabelos, etc).

Psicológica:destaca aspectos do comportamento da pessoa descrita (carinhosa, monossilábica, comunicativa,


generosa, egoísta, etc.).

A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. O autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens,
conforme o permita sua sensibilidade.

TEXTO NARRATIVO

É um tipo de texto em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido num determinado tempo e lugar, envolvendo
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certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O narrar surge da busca de transmitir, de comunicar qualquer
acontecimento ou situação. A narração em primeira pessoa pressupõe a participação do narrador (narrador
personagem) e em terceira pessoa mostra o que ele viu ou ouviu (narrador observador).

Na narração encontramos ainda os personagens (principais ou secundários), o espaço (cenário) e o tempo da


narrativa.

TEXTO DISSERTATIVO

Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por base a argumentação,
apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista.

Assim, a dissertação consiste na ordenação e exposição de um determinado assunto. É a modalidade mais exigida
nos concursos, já que exige dos candidatos um conhecimento de leitura do mundo, como também um bom domínio
da norma culta.

Está estruturada basicamente assim:


1. Ideia principal (introdução)
2. Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve)
3. Conclusão (síntese da posição assumida)

TEXTO EXPOSITIVO

Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo ideias, explicando e avaliando. Ocorre em textos
que se limitam a apresentar uma determinada situação: exposições orais ou escritas, os livros e as fontes de
consulta, dentre outros.

TEXTO INJUNTIVO

Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente pede, manda ou aconselha. Utiliza
linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo. Bons
exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, receitas médicas, editais, etc.

Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária, os textos que circulam na sociedade .
Podese definir um gênero textual pela sua composição, pelas funções sociais e objetivos enunciativos. Os gêneros
surgem, situam­se e integram­se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Caracterizam­se muito mais
por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades linguisticas e estruturais.

Pense na quantidade de gêneros textuais com os quais você interage em apenas um dia! É uma quantidade muito
grande e variável de acordo com as situações de comunicação de que você participar. Os gêneros constituem uma
listagem aberta, expressando­se em designações como: e­mail, bilhete, aviso, ata, sermão, carta, romance,
reportagem, ofício, aula expositiva, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de
compras, poema, cardápio de restaurante, resenha, edital de concurso, piada, requerimento, conversação
espontânea, conferência, batepapo por computador, aulas virtuais, relatório e muitos outros.

Todos os textos podem se manifestar sempre em um ou vários gêneros textuais, que são os artefatos linguísticos
concretos. São altamente maleáveis e dinâmicos. Os gêneros textuais são modelos comunicativos que servem para
a criação de uma expectativa no interlocutor e para preparar esse interlocutor a ter uma determinada reação,
contribuindo, também, para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. O que pode diferenciar a
definição de gêneros e de tipos textuais é o fato de que os gêneros se lastreiam em critérios externos
(sociocomunicativos e discursivos), enquanto os tipos textuais se lastreiam em critérios internos, linguisticos e
formais.
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IMPORTANTES REFLEXÕES
A questão do suporte dos gêneros textuais
[ ... ]
Uma observação preliminar pode ser feita a respeito da importância do suporte. Ele é imprescindível para que o
gênero circule na sociedade e deve ter alguma influência na natureza do gênero suportado. Mas isto não significa
que o suporte determine o gênero e sim que o gênero exige um suporte especial. Contudo, essa posição é
questionável, pois há casos complexos em que o suporte determina a distinção que o gênero recebe. Tome­se o
caso deste breve texto:
“Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te espero no fone 55 44 33 22. Verônica .”

Se isto estiver escrito num papel colocado sobre a mesa da pessoa indicada (Paulo), pode ser um bilhete; se for
passado pela secretária eletrônica é um recado; remetido pelos correios num formulário próprio, pode ser um
telegrama; exposto num outdoor pode ser uma declaração de amor. O certo é que o conteúdo não muda, mas o
gênero é sempre identificado na relação com o suporte. Portanto, há que se considerar este aspecto como um caso
de coemergência, já que o gênero ocorre (surge e se concretiza) numa relação de fatores combinados no contexto
emergente.

Assim, a discussão sobre o suporte nos leva a perceber como se dá a circulação social dos gêneros. Neste caso,
vamos desde certos locais como as bibliotecas que não são suportes, mas contém inúmeros suportes textuais, até
um outdoor que é um suporte que em geral contém um gênero de cada vez e revela uma certa especialização em
relação ao gênero suportado. Por outro lado, seria necessário saber como distinguir um canal ou meio de condução
de um serviço para não confundi­los com suporte ou gênero. Aqui vamos desde o telefone (canal), passando pela
rede da Internet (serviço), até um pára­choque de caminhão (suporte de um gênero). Tudo isso faz­nos cautelosos
na abordagem da questão e exige definição das unidades de nossa análise.

Como última observação cautelar, gostaria de frisar que neste ensaio pouco se dirá a respeito dos suportes de
gêneros textuais orais por falta de condições para equacionar a questão. Seguramente, a ninguém ocorre que a
boca seja um suporte, mas algum tipo de suporte para os gêneros orais deve haver, já que eles não estão soltos.
Acima ficou mais ou menos insinuado que a secretária eletrônica poderia ser vista como suporte de recados, mas
isto está longe de ser consensual. Talvez, no caso da oralidade, sejam os próprios eventos os suportes, por
exemplo, um congresso acadêmico seria o suporte de conferências e comunicações orais e a mesa­redonda seria o
suporte de exposições temáticas. No entanto não podemos tomar o disco de vinil, o CD­Rom, a fita cassete, as
gravações em geral como suportes de gêneros orais. Estes são locais de armazenamento ou meios de transporte e
o acesso às falas não é direto. Neste sentido, tenho dúvidas também com a secretária eletrônica, se a
considerarmos como um repositário da mensagem. Nem as transcrições impressas, fruto de gravações orais são
suportes.

Como nada sei sobre estes assuntos, me reportarei apenas ocasinalmente aos suportes orais, por exemplo, o
telefone e o rádio, sem fazer análises distintas. [ ... ]

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