ESAMC

Gêneros e práticas do jornalismo

Profª Joyce Guadagnuci

aula 1
DOS GÊNEROS
TEXTUAIS AOS
GÊNEROS
JORNALÍSTICOS
OS GÊNEROS TEXTUAIS AO
LONGO DA HISTÓRIA

Os gêneros surgiram há séculos e tiveram

origem na retórica.

A primeira sistematização dos gêneros ocorreu

com Platão e Aristóteles, na Grécia antiga.

Os gêneros refletiam sobre a identidade dos

textos, portanto, deram as distinções entre
poesia, prosa, tragédia, comédia e outros tipos
de discursos.
OS GÊNEROS TEXTUAIS AO
LONGO DA HISTÓRIA
Aristóteles foi o que mais tempo dedicou à
sistematização dos gêneros discursivos, tendo no
ouvinte sua atenção principal.

Platão no livro clássico República (livros III e X) se

preocupou com os gêneros literários.

Foi ele quem classificou o teatro em tragédia ou comédia

(poesia dramática); a poesia lírica (caracterizada pela
subjetividade) e a poesia épica (de caráter híbrido e que
se valia do diálogo direto e da narrativa)
OS GÊNEROS TEXTUAIS AO
LONGO DA HISTÓRIA
Na Idade Média, surgem novos gêneros literários, alguns
gêneros teatrais e o chamado romance de cavalaria,
precursor do gênero conhecido como romance
(consolidado a partir da segunda metade do século
XVIII).

No século XX, o teórico russo Mikhail Bakhtin dá novo

conceito ao gênero e aplica nova forma, contribuindo
com um importante suporte teórico para as mais
recentes pesquisas na área da sócio-retórica, como
também para o campo relacionado aos gêneros
jornalísticos.
OS GÊNEROS TEXTUAIS AO
LONGO DA HISTÓRIA

Bakhtin retoma Aristóteles no que se refere ao modo

como o emissor percebe e compreende seu
destinatário.

Para o autor, os gêneros (orais ou escritos) são

tipos relativamente estáveis de expressões linguísticas
desenvolvidas em situações comunicacionais
específicas que se refletem na forma, no conteúdo e
na estrutura. (BAKHTIN, 1997, p. 60).
Ou seja, para se fazer entender
num processo comunicacional, é
necessário pensar, antes de tudo,
naquele que irá receber a
informação e de antemão já ter
uma noção de qual será sua
resposta.
OS GÊNEROS TEXTUAIS E OS TIPOS DE TEXTO
O que define os gêneros textuais são as características dos
diversos tipos de textos.

Cada texto possui uma linguagem e estrutura.

Podem ser: narrativo, descritivo, dissertativo-

argumentativo, expositivo e injuntivo.
GÊNEROS TEXTUAIS NARRATIVOS

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço.

Sua estrutura é dividida em apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

Exemplos: romance, novela, crônica, contos de fada, fábulas, lendas etc.

GÊNEROS TEXTUAIS DESCRITIVOS

Os textos descritivos são aqueles que têm

como objetivo apresentar determinada
pessoa, objeto, lugar, acontecimento.

São textos repletos de adjetivos,

construídos a partir das percepções do
produtor do texto.

Exemplos: diário, relatos, biografia,

currículo, lista de compras, cardápio,
anúncios de classificados etc.
GÊNEROS TEXTUAIS Os textos dissertativos são aqueles que expõem
DISSERTATIVOS um tema ou assunto por meio de argumentações.

As características centrais são a defesa de um

ponto de vista e a tentativa de persuadir o leitor.

A estrutura textual é dividida em três partes: tese

(apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
tese ou síntese (conclusão).

Exemplos: editorial jornalístico,carta de opinião,

resenha, artigo, ensaio, monografia, dissertação
de mestrado, tese de doutorado etc.
GÊNEROS TEXTUAIS EXPOSITIVOS

Os textos expositivos procuram expor determinada ideia,

valendo-se de recursos como definição, conceituação,
informação, descrição e comparação.

Exemplos: seminários, palestras, conferências, entrevistas,

enciclopédia, verbetes de dicionários etc.
GÊNEROS TEXTUAIS INJUNTIVOS
O texto injuntivo é aquele que indica uma ordem.

Através dele o locutor (emissor) busca orientar e persuadir o interlocutor

(receptor).

Por isso, apresenta, na maioria dos casos, verbos no imperativo.

Exemplos: propaganda, receita culinária, bula de remédio,

manual de instruções, textos prescritivos etc.
OS GÊNEROS TEXTUAIS JORNALÍTICOS

Os gêneros textuais jornalísticos têm como principal

característica e finalidade realizar a integração entre o
receptor e o veículo de comunicação.

Para isso, requer um tipo específico de linguagem, chamada de

linguagem jornalística.

Algumas das características que marcam essa linguagem,

independente da plataforma onde é veiculada, são:

OBJETIVIDADE, EMPATIA, USO DE FRASES CURTAS,

SIMPLICIDADE, LINGUAGEM NARRATIVA.
OS GÊNEROS TEXTUAIS JORNALÍTICOS

Sendo assim, são produzidos com base em cinco intenções

básicas, chamadas categorias jornalísticas:

1 -INFORMATIVO: relatar os fatos da forma mais objetiva

possível.

2 -INTERPRETATIVO: além de informar, contextualiza um fato.

3 - OPINATIVO: expressa um ponto de vista a respeito de um fato

ou de um assunto.

4 - DIVERSIONAL: busca tornar o jornalismo mais agradável e

atrativo.

5 - UTILITÁRIO: auxílio nas tomadas de decisões cotidianas.

 O QUE É NOTÍCIA?

Qualquer tipo de informação que apresenta um

acontecimento novo e recente ou que divulga
uma novidade sobre uma situação já existente.

No jornalismo, uma notícia se caracteriza por um texto

informativo de INTERESSE PÚBLICO que narra algum fato
recente ocorrido no país ou no mundo, e cujo conteúdo é
constituído por um tema político, econômico, social, cultural etc.
DISTINÇÕES ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO
INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA BUSCA
OBJETIVIDADE E TENTA SE
APROXIMAR O MÁXIMO POSSÍVEL DA
IMPARCIALIDADE.
ISSO APARECE, POR EXEMPLO,
QUANDO UM TRABALHO
JORNALÍSTICO PROCURA
DEMONSTRAR “OS DOIS LADOS” OU
MAIS DE UMA VISÃO OU VERSÃO PARA
UM DETERMINADO FATO NOTICIOSO.
O MATERIAL JORNALÍSTICO DE CARÁTER OPINATIVO
É CARREGADO DE SUBJETIVIDADE.
MOBILIZA OS CONHECIMENTOS E A VISÃO DE
MUNDO DA PESSOA OU DA INSTITUIÇÃO QUE O
EXPRESSA.
UM TEXTO OPINATIVO PODE E DEVE TER
INFORMAÇÕES, MAS ELAS SÃO ABORDADAS POR UM
DETERMINADO VIÉS, SEM A PREOCUPAÇÃO DE DAR
O MESMO PESO OU VALOR A VISÕES DIFERENTES.
Para os profissionais e os
leigos, saber identificar e
distinguir com clareza as
diferenças entre
INFORMAÇÃO e OPINIÃO é
de fundamental importância
para evitar-se equívocos no
momento de formar juízo a
respeito de determinados
eventos de interesse público.