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TEORIAS E CONCEITOS DO JORNALISMO

Profª Joyce Guadagnuci

História do
Jornalismo
NO BRASIL
A IMPRENSA NO BRASIL

A IMPRENSA NO PAÍS TEM SEU INÍCIO


ADIADO POR TRÊS VEZES PELO
GOVERNO PORTUGUÊS:
Em 1808, com a vinda da família
real de Portugal para o Brasil,
EM 1706, EM PERNAMBUCO. DEPOIS,
EM 1747, NO RIO DE JANEIRO. MAIS D. João VI oficializa a imprensa
TARDE, EM 1807, EM VILA RICA, no Brasil por meio de um Ato
MINAS GERAIS. Real. Nascia a Imprensa Régia
no Rio de Janeiro.
O OBJETIVO DA COROA ERA MANTER
A COLÔNIA SOB SEU DOMÍNIO.

PARA ISSO, O POVO DEVERIA SER


MANTIDO NA IGNORÂNCIA.
A IMPRENSA NO BRASIL

Ainda neste mesmo ano, é publicado o primeiro


número da Gazeta do Rio de Janeiro,
considerado por alguns historiadores o primeiro
jornal brasileiro.
A IMPRENSA NO BRASIL

No entanto, três meses antes, surgia em


Londres o Correio Braziliense, que, embora
tenha nascido fora da Colônia, é apontado
também por pesquisadores como o primeiro
periódico do país.
A IMPRENSA NO BRASIL
Marcado pelo oficialismo e pela censura, o
jornalismo brasileiro viveu assim os primeiros anos.

A imprensa se caracterizava por ser doutrinária,


relegando a informação ao segundo plano.

Em 1821, a censura, que começou com a Imprensa


Régia, dá uma trégua.

Neste mesmo ano, é fundado por Luís Augusto May


o periódico A Malagueta. O redator fazia
oposição ao império, e por conta disso foi
espancado e teve uma das mãos aleijada.
A IMPRENSA NO BRASIL

Em outubro de 1822, um mês depois da proclamação da


Independência, a liberdade de imprensa voltou a ser cerceada.

O clima agitado do período provocou o aparecimento dos pasquins,


com característica panfletária e linguagem violenta.

Liberais e conservadores travavam verdadeira guerra de palavras,


utilizando os pasquins que, geralmente, tinham vida efêmera.

Alguns pasquins da época: O Enfermeiro dos Doutos; O Palhaço da


Oposição; O Grito dos Oprimidos; O Burro Magro; O Brasil Aflito; O
Caolho; O Torto da Artilharia; O Soldado Aflito; O Crioulinho etc.
De acordo com o historiador Nelson Werneck Sodré, a
época da Regência (1831-1840) é muitas vezes
apresentada como um tempo de caos, quando o que
havia era uma ordem na qual forças se defrontavam com
bons e sólidos motivos. Mais que insultos, eram ideias
em confronto e muitos dos homens que as sustentaram
pela imprensa pagaram por isso com a vida ou com os
maiores sofrimentos.
DESTAQUES DESSA FASE

Cipriano José Barata de Almeida, fundador do Sentinela da


Liberdade, primeiro jornal republicano brasileiro.

João Soares Lisboa, editor do Correio do Rio de Janeiro, o primeiro


a defender pela imprensa a convocação de uma constituinte brasileira
e a primeira pessoa processada no Brasil por abuso da liberdade de
imprensa.

Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo (Frei Caneca), editor do Typhis


Pernambucano, no qual defendia a liberdade de imprensa e
condenava a escravidão.
DESTAQUES DESSA FASE

Líbero Badaró, editor do Observatório Constitucional.


Defensor de uma imprensa livre e responsável, e crítico em relação ao
autoritarismo do Imperador.

Badaró morreu, no dia 21 de novembro de 1830, em consequência do


atentado a bala que havia sofrido no dia anterior. Foi o primeiro
jornalista assassinado no Brasil por causa do que escrevia (antes dele,
em 1822, Zeferino Vito de Meireles, fundador do Diário do Rio de
Janeiro, também morreu em consequência de um atentado, mas de
causas desconhecidas).
A IMPRENSA NO BRASIL

O Jornalismo No Segundo Reinado (1840-1889), o Brasil permanece uma


sociedade essencialmente rural (mais de 90% da
no Segundo
população viviam na área rural), analfabeta (85% da
Reinado população), que utiliza mão de obra escrava e com
estrutura política conservadora.

Diante dessa realidade, a imprensa brasileira encontra


grandes dificuldades para se desenvolver, entretanto,
supera a fase panfletária e jornais mais estáveis e
estruturados começam a aparecer.
O Jornalismo no Segundo Reinado
Durante o reinado de D. Pedro II, a imprensa é bem pouco
cerceada. O monarca se mostra bastante tolerante
diante das críticas escritas e do deboche das caricaturas
que na ausência das fotografias eram a principal forma
de ilustração.

A situação era diferente nas províncias, principalmente


naquelas onde ocorreram conflitos armados, mas na
capital, mesmo durante a Guerra do Paraguai, não
houve cerceamento à imprensa.
O Jornalismo no Segundo Reinado

Na década de 1850, o Brasil entra na era das ferrovias e das telecomunicações. Entre
a primeira ferrovia até o final do Império, em 1889, foram construídos cerca de
9.000km de estradas de ferro.

O sistema facilitou a distribuição dos jornais nas regiões de maior população e mais
intensa atividade econômica, ao mesmo tempo em que as linhas telegráficas
paralelas aos trilhos e operadas pelas empresas ferroviárias proporcionavam maior
rapidez no fluxo de informações destinadas às redações.
O Jornalismo no Segundo Reinado
O telégrafo elétrico foi introduzido no Brasil em 1852, mas não era
de acesso público.

A rede foi ampliada paulatinamente e em maio de 1889 media 10.755Km, com


172 estações entre o Pará e o Rio Grande do Sul e ramificações para cidades do
interior de diversos estados.

Essa rede nacional foi interligada ao cabo submarino que partia de


Londres e chegava a Recife, cujo trecho transatlântico foi inaugurado em 1874.

O custo e as condições de transmissão não favoreciam o envio de mensagens


longas, mas permitiram aos jornais das maiores cidades brasileiras receber
informações sobre os acontecimentos no mesmo dia em que ocorriam.
O Jornalismo no Segundo Reinado
A partir da metade do século XIX, os periódicos buscam atrair o leitor com os
folhetins, que contavam com a participação de escritores da época, como José de
Alencar.

As publicações mudam de formato, abandonam o tamanho pequeno, característico


da fase inicial, e passam a usar modos de impressão mais modernos.

Além disso, instalam-se em prédios construídos especialmente para abrigá-los.

Sob a influência de jovens brasileiros ricos, que voltavam de um período de estudo


na Europa, repletos de ideias novas e liberais, começa a crescer a imprensa
abolicionista no país.
O Jornalismo no Segundo Reinado

Surgem os primeiros jornais com


ideias republicanas como a
PROVÍNCIA DE SÃO PAULO
(atual O Estado de S. Paulo),
em 1875, e O PAIZ, fundado por
Quintino Bocaiúva em 1884.
O Jornalismo no Segundo Reinado

Na esteira da proclamação da república, é fundado no


Rio de Janeiro o JORNAL DO BRASIL (que permanece
ainda hoje, mas apenas em versão virtual), em 1891.

A publicação contava com estrutura empresarial,


distribuição em carroças e muitos correspondentes
estrangeiros.
A Imprensa na era republicana

O período de 1889 a 1930, conhecido como República Velha, foi bastante tumultuado,
com intensas revoltas militares e civis, longas fases de estado de sítio, e medidas
repressivas que cerceavam as liberdades individuais e, principalmente, a liberdade de
imprensa.

Apesar disso, o jornalismo se ampliou em dois novos segmentos: a imprensa operária e


a imprensa voltada para as comunidades imigrantes.

O desenvolvimento destas seções se explica pelo crescimento da atividade industrial no


Brasil e a intensa imigração no início do século XX.
A Imprensa na era republicana

Entre 1890 e 1923, os jornais voltados à causa operária se multiplicaram, chegando a


343, a maioria em São Paulo e Rio de Janeiro.

Quanto às comunidades, somente em São Paulo, na época da Revolução de 1930, havia


uma média de 30 periódicos em sete idiomas estrangeiros.

Durante a República Velha, a imprensa viu surgir a primeira mídia a desafiar seu
monopólio secular como fonte de informação barata: o rádio.

O veículo de comunicação, que foi trazido ao Brasil em 1923 por Edgard Roquette-
Pinto, demorou um tempo para assimilar a atividade jornalística, nos primeiros anos
veiculava apenas entretenimento.
A Imprensa na era republicana

Enquanto isso, os principais jornais brasileiros deram um salto tecnológico, incorporando


máquinas de escrever às redações e à área administrativa, e novas formas de
composição e impressão que permitiram aumentar e melhorar a qualidade das tiragens.

De acordo com a Associação Nacional de Jornais (ANJ), entidade criada em 1908, no


início do século XX, surgiram novos títulos, que permanecem em circulação até hoje.
Dentre eles estão:

A Tarde (Salvador-BA), Correio Popular (Campinas-SP), Cruzeiro do Sul (Sorocaba-


SP), Estado de Minas (Belo Horizonte-MG), Folha da Noite (hoje Folha de S.Paulo -
São Paulo-SP), Gazeta do Povo (Curitiba-PR) – atualmente apenas em versão virtual,
O Globo (Rio de Janeiro-RJ), O Povo (Fortaleza-CE).

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