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Dados cronológicos referentes à vida privada

1868

- nesse ano, nasce em Sergipe, Manoel José do Bomfim, filho de Paulino José do Bomfim e
Maria Joaquina do Bomfim, em 8 de agosto, na cidade de Aracaju.

- Paulino José do Bomfim, foi vaqueiro na infância, tornou-se comerciante e dono de engenho
de açúcar.

1891

- nesse ano, Manoel Bomfim casou-se com a jovem portuguesa, Natividade Aurora de
Oliveira (1874). Ela foi criada por Hermenegildo de Barros.

1893

- devido à perseguição política, muda-se para Mococa, no Interior de São Paulo, onde vivia
seu irmão, José. Por essa ocasião, vários intelectuais foram perseguidos, por se oporem ao
Floriano Peixoto: Alcindo Guanabara foi preso, enquanto Olavo Bilac e Guimarães Passos
fugiram da capital.

1894

- morre o pai de Manoel Bomfim, Paulino José.

- morre sua filha, Maria com um ano e dez meses de idade, durante epidemia de tifo.

- em agosto, nasce o seu filho, Aníbal.

1897

- é inaugurada a Academia Brasileira de Letras em 20 de Julho, em sala do Pedagogium


cedida por Manoel Bomfim.

1899

- Olavo Bilac é nomeado inspetor de instrução pública pelo prefeito Cesário Alvim, a pedido
de Manoel Bomfim.
- em Julho, Bomfim é dispensado do cargo de diretor do Pedagogium; Olavo Bilac assume
em seu lugar.

1911

- morre a mãe de Manoel Bomfim, Maria Joaquina.

1918

- Manoel Bomfim é condecorado em 22 de novembro pelo Rei da Bélgica com o oficialato da


Ordem de Leopoldo. O prêmio se deve à doação dos recursos obtidos com a venda do
plaquete A obra do germanismo à Cruz Vermelha Belga.

1925

- Manoel Bomfim desfez todo seu patrimônio, para ajudar o filho, cuja firma falira.

1932

- Morre Manoel Bomfim em19 de abril.

- pouco antes de morrer, ditou ao teatrólogo Joracy Camargo parte de seu último livro. Em
seguida, seu filho Aníbal organizou, com Camargo, a obra Cultura e educação do povo
brasileiro: pela difusão da instrução primária, reunindo, além dos textos ditados, um
conjunto de artigos dispersos em periódicos. O livro recebeu o prêmio Francisco Alves, da
Academia Brasileira de Letras.
Dados cronológicos referentes às Instituições que Bomfim estudou

Obs.: Não encontrei os dados referentes a data e instituições de ensino primário nas quais
Bomfim freqüentou. Entretanto, a partir da biografia analisada é certo afirmar que Manoel
Bomfim estudou na sua educação básica em Instituições na cidade de Aracaju, no estado de
Sergipe.

1886

- matricula-se na Faculdade de Medicina da Bahia.

1888

- transfere-se para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

1890

- Bomfim conclui a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com a tese Das Nephrites.

1902

- em comissão pedagógica nomeada pela prefeitura, Manoel Bomfim, segue para a Europa,
em agosto, para estudar psicologia na Sorbonne. Em Paris, Bomfim é aluno de Alfred Binet e
Georges Dumas, cujo laboratório – também freqüentado pelo jovem Piaget – funcionava
anexo à clínica de Jouffroy, em Saint’Anne.
Dados cronológicos referentes às instituições que Bomfim trabalhou

1891

- Bomfim é nomeado médico da Secretaria de Polícia do Rio de Janeiro e, devido a essa


função, acompanha expedição ao Rio Doce em busca de remanescentes dos índios botocudos.

1892

- em julho, é nomeado tenente-cirurgião da Brigada Policial.

1894

- retorna ao Rio de Janeiro e abandona a medicina. É demitido da Secretaria de Polícia.

1896

- é nomeado pelo prefeito Francisco Furquim Werneck de Almeida subdiretor do


Pedagogium. Pela mesma época, torna-se redator e secretário do periódico A República.

1897

- em março, recebe a efetivação no cargo de diretor geral do Pedagogium. Nesse mesmo


período, assume o cargo de redator e secretário da Revista Pedagógica; também funda e dirige
o mesário Educação e Ensino – revista oficial da Diretoria de Instrução Pública.

- é indicado para a cadeira de moral e cívica da Escola Normal, onde passa a lecionar a partir
de outubro.

1898

- tornou-se diretor interino da Escola Normal, função que exerceu de maio a outubro; também
é nomeado diretor de Instrução Pública do Distrito Federal, cargo que exercerá durante um
ano.

1900
- deixa a Diretoria Geral de Instrução Pública em fevereiro; em março, retorna à diretoria do
Pedagogium e à Escola Normal, como professor.

1902

- Extinta a cadeira de moral e cívica, Bomfim é transferido para a de pedagogia.

1904

- participa da criação e lecionou na Universidade Popular de Ensino Livre (Upel), com Elysio
de Carvalho, José Veríssimo, Rocha Pombo e outros.

1905

- é nomeado diretor interino da Instrução Pública Municipal, em dezembro; e deixa a direção


do Pedagogium.

1906

- é nomeado diretor interino da Instrução Pública do Distrito Federal, em comissão, por ato de
27 de abril. No mesmo ano, Manoel Bomfim inaugura no Pedagogium o primeiro laboratório
de psicologia experimental do país.

1907

- é exonerado do cargo de diretor interino da Instrução Pública Municipal, em abril, e assume


vaga aberta na Câmara dos Deputados; torna-se deputado federal por Sergipe.

1908

- candidata-se à reeleição, mas não se reelege.

1910

- junto com Alcindo Guanabara e Francisco Alves, cria uma companhia de importação de
equipamentos gráficos.
1911

- Manoel Bomfim retorna ao Pedagogium como diretor.

1916

- Manoel Bomfim é nomeado professor de psicologia aplicada e educação da Escola Normal.

1919

- um Decreto Municipal, nº1360, de 19 de julho, extingue o Pedagogium.


Dados cronológicos das instituições ou grupos que Bomfim se associou

1904

- participa da criação da Universidade Popular de Ensino Livre (Upel), com Elysio de


Carvalho, José Veríssimo, Rocha Pombo e outros.

1905

- Manoel Bomfim fez parte da roda boêmia em torno de Coelho Neto, participando das
famosas “conferências” que tinham lugar no Instituto Nacional de Música, onde costumava
falar sobre uma de suas paixões: o cinema.

1920

- fundação da Liga Brasileira de Higiene Mental, no Rio de Janeiro, da qual Manoel Bomfim
fará parte.

1924

- Bomfim participa, com Maurício de Medeiros, de uma comissão para implantação dos testes
de inteligência no ensino primário. O empreendimento resultou na publicação do livro O
método dos testes (1926).

1925

- participa da Seção de Deficiência Mental da Liga Brasileira de Higiene Mental.

1929

- participa da Seção de Psicologia Aplicada e Psychanalyse da Liga Brasileira de Higiene


Mental.
Dados cronológicos referentes à produção intelectual de Bomfim

Obs.: Manoel Bomfim ainda estudante de medicina, publica artigos no Correio do Povo,
dirigido por Alcindo Guanabara, na Cidade do Rio, de José do Patrocínio, em A Rua, de
Pardal Mallet, entre outros, no período de 1888 a 1890.

1890

____ “Parecer sobre as águas do rio Poxim”. Em colaboração com Narciso Marques (in: O
Republicano. Rio de Janeiro, 11 de abril de 1890)

____ Das Nefrites. Tese apresentada na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com vistas
à obtenção do grau de Doutor.

1897

____ “Dos Sistemas do ensino” (in: A República, 7 de janeiro de 1897)

____ “Instrução Popular” (in: A República, 2 de setembro de 1897)

____ “Nacionalização da escola” (in: Educação e ensino. Instrução Municipal do Distrito


Federal, 1897, ano I, nº. 1, p.23)

1899

____ “Parecer sobre Compêndio de História da América, de Rocha Pombo”

____ Livro de composição para o curso complementar das escolas primárias. Em


colaboração com Olavo Bilac (1899. Rio de Janeiro, Francisco Alves).

1901

____ “A sociedade do futuro” (in: A Universal. Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1901, ano
I, nº. 26, p. 188-189).

____ Livro de leitura: para o curso complementar das escolas primárias. Em colaboração
com Olavo Bilac (1901. Rio de Janeiro, Francisco Alves)

1902
____ Compêndio de zoologia geral (1902. Paris, Garnier)

1904

____ Elementos de zoologia e botânica gerais (1904. Paris, Garnier)

____ Das alucinações auditivas dos “perseguidos” (1904. Rio de Janeiro, Tipografia
Espíndola).

____ “Olavo Bilac: estudo sobre a vida intelectual do poeta” (in: Kosmos. Rio de Janeiro,
abril de 1904)

____ O fato psíquico (1904. Rio de Janeiro, Tipografia Espíndola)

____ O progresso pela instrução (in: Medeiros e Albuquerque, Américo Xavier, Sérvulo
Lima e Manoel Bomfim. Discursos. 1904. Rio de Janeiro, Tipografia do Instituto
Profissional)

1905

____ A América Latina: males de origem (1905. Rio de Janeiro, Garnier)

____ “História das terras brasileiras” (in: Os Anais. Rio de Janeiro, ano II, nº. 31, 1905)

____ “O ciúme” (in: Os Anais. Rio de Janeiro, ano II, nº. 49 e 50, 1905)

1906

____ “Uma carta: a propósito da crítica do Sr. Sílvio Romero ao livro A América Latina” (in:
Os Anais. Rio de Janeiro, ano II, nº.74, 1906)

1910

____ “Cemitério para cães” (in: A Ilustração Brasileira. Rio de Janeiro, nº. 16, de 15 de
Janeiro de 1910)

____ Através do Brasil. Em colaboração com Olavo Bilac (1910. Rio de Janeiro, Francisco
Alves)

1914
____ “A obra do germanismo” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 17 de agosto de
1914)

____ “Darwin e os conquistadores” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 13 de


novembro de 1914)

1915

____ Obra do germanismo (1915. Rio de Janeiro, Tipografia Bernard Frères)

____ Lições de Pedagogia: teoria e prática da educação (1915. Rio de Janeiro, Francisco
Alves)

____ “Pobre instrução pública”

____ “A crise?” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 27 de junho de 1915)

1917

____ Noções de psicologia (1917. Rio de Janeiro, Francisco Alves)

1919

____ “O Pedagogium” (in: Jornal do Commercio, 10 de fevereiro de 1919)

____ “Cultura progressiva da ignorância...” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 28 de


junho de 1919)

____ “Valor positivo da educação” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 04 de julho de
1919)

1920

____ Primeiras saudades (1920. Rio de Janeiro, Francisco Alves)

1921

____ “O dever de educar” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1921)

1922
____ “The brazilian” (in: Brazilian Business. Rio de Janeiro, junho de 1922)

____ A cartilha (1922. Rio de Janeiro, Casa Electros)

____ Lições e leituras (1922. Rio de Janeiro, Casa Electros)

____ Crianças e homens (1922. Rio de Janeiro, Casa Electros)

____ Livro dos mestres (1922. Rio de Janeiro, Casa Electros)

1923

____ Pensar e dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem (1923. Rio de Janeiro,
Casa Electros)

1928

____ O método dos testes: com aplicações à linguagem do ensino primário. Em colaboração
com Ofélia e Narbal Fontes. (1928. Rio de Janeiro, Francisco Alves)

____ “Os Brasis” (in: Jornal do Commercio. Rio de Janeiro, 29 de abril de 1928)

1929

____ “Crítica da escola ativa” (in: A Academia. Rio de Janeiro, ano 4, nº. 6, 1929)

____ O Brasil na América: caracterização da formação brasileira (1929. Rio de Janeiro,


Francisco Alves)

1930

____ O Brasil na História: deturpação dos trabalhos, degradação política (1930. Rio de
Janeiro, Francisco Alves)

1931

____ O Brasil nação: realidade e soberania brasileira (1931. Rio de Janeiro, Francisco
Alves)

____ Cultura e educação do povo brasileiro (1931. Rio de Janeiro, Pongetti)


1933 (obras póstumas)

____ O respeito à criança – discurso pronunciado em 1906 na Escola Normal (1933. Rio de
Janeiro, Tipografia São Benedicto)

Obras inacabadas

____ Moral de Darwin

____ Plástica na poesia brasileira


Dados cronológicos referentes às discussões de Bomfim com outros
intelectuais

1905 (Discordância)

- na obra A América Latina: males de origem fica claro, que Manoel Bomfim ataca as teses de
Nina Rodrigues. Ressaltando que nessa obra, Manoel Bomfim dá maior ênfase em rejeitar os
pressupostos dos teóricos estrangeiros.

1906 (Discordância)

- Sílvio Romero publica em Os Annaes (nº. 63 a 70), uma série de dezesseis artigos sob o
título de “Uma suposta teoria nova da história latino-americana” criticando o livro A América
Latina: males de origem, de Manoel Bomfim. No mesmo ano, Bomfim publica Uma carta. A
propósito da crítica do Sr. Sylvio Romero ao livro A América Latina, na revista Os Annaes
(Ano III, nº. 74, PP. 169-170)

1906 (Discordância e Concordância)

- José Veríssimo, na obra Estudos de Literatura Brasileira, fez uma crítica propositiva a obra
A América Latina: males de origem de Manoel Bomfim, crítica as analogias do
biológico/social de Bomfim, entretanto reconhece a iniciativa singular de Bomfim em
historicizar a América Latina e propor uma tomada de consciência que só unidas estas nações
poderiam enfrentar os imperialismos europeu e norte americano. Veríssimo reconhece o valor
da obra de Bomfim e de sua erudição.

1930 (Discordância)

- Manoel Bomfim na obra O Brasil nação ele não poupa críticas a concepção racialista de
Francisco José de Oliveira Vianna.
FONTES:

AGUIAR, Ronaldo Conde. O Rebelde Esquecido: Tempo, Vida e Obra de Manoel Bomfim.
Rio de Janeiro: ANPOCS/Topbooks, 2000.

BOMFIM, Luís Paulino. Pequena Biografia de Manoel Bomfim. In: BOMFIM, Manoel.
América Latina: males de origem. Rio de Janeiro: Topbooks, 1993.

GONTIJO, Rebeca. Manoel Bomfim. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora


Massangana, 2010.

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