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Íntima relação entre

Educação e Religião

A EDUCAÇÃO
DO FIM DA
ANTIGUIDADE AO
RENASCIMENTO1

IMPÉRIO ROMANO, 117

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/66/Roemischeprovinzentrajan.png
RELEMBRANDO O TEMA…
REMINDING THE THEME…
• Foi no século IV a. C. que a educação se institucionalizou com a
fundação das primeiras Escolas: Isócrates abriu a sua Escola em
393 a. C. e Platão fundou a Academia em 387 BC.

• In the fourth century b. C. education has become institutionalized.


Schools were founded the first: Isocrates opened his school in 393
a. C. and Plato had founded the Academy in 387 a. C.
RELEMBRANDO O TEMA…
REMINDING THE THEME…
• Ao conquistarem a Grécia, os Romanos ‘absorveram’ o melhor da
sua cultura, acrescentando-lhe a disciplina e o respeito pela lei.
Construíram escolas de in uência grega (o ginásio, a escola de
cálculo e de gramática) e escolas de direito (Félix e Barros, s. d.).

• By conquering Greece, the Romans 'absorbed' the best of


hellenic culture by adding discipline and respect for law. They built
schools of Greek in uence (the gym, the school of computing and
grammar) and law schools.
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RAFAEL, ESCOLA DE ATENAS – SCHOOL OF ATHENS, 1510

http://en.wikipedia.org/wiki/The_School_of_Athens
O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OFTHE ROMANWORLD

• Desde o saque de Roma, em 410, o século V foi tempo de crise.

• Since the barbarian sack of Rome in 410, the 5th century was a time of crisis

• Todo o mundo morreu com uma só cidade, dizia Jerónimo.

• Everyone died in one city, said Jerome.


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OFTHE ROMANWORLD

• Ospagãos atribuíram aos cristãos a queda de Roma. Estes


desvalorizaram o assunto, pois um cristão é na realidade cidadão
do céu, como dizia Santo Agostinho.

• The pagans blamed the fall of Rome to Christians. The Christians did not
attribute importance to this fact, as a Christian is in fact a citizen of
heaven, as St. Augustine said.
O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OFTHE ROMANWORLD

•A queda de Roma não signi cou logo o m do Império. A


diminuição da cobrança dos impostos é que teria causado a
queda do Império (Ward-Perkins, 2006: 44-63).

• The fall of Rome did not mean the immediate end of the Empire. The fall of
the Empire will be the result of the decline in tax collection (Ward-Perkins,
2006: 44-63).
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O FIM DO MUNDO ROMANO

• Asinvasões do povos ‘bárbaros’ (especialmente germânicos, mas


também eslavos, celtas e húngaros) foi a razão primeira da
desagregação do Império, do m da base tributária romana

• Theinvasions of peoples 'barbarians' (mainly Germans, but also Slavs, Celts


and Hungarians) was the primary reason for the disintegration of the
Empire, the end of the Roman tax base

• O Império cai com as invasões e consequente liquidação do Estado

• The Empire falls by invasions and subsequent settlement of the State


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O FIM DO MUNDO ROMANO

• Depois das invasões, o Império ressentiu-se das guerras civis e da


agitação social — os escravos terão passado para o lado dos bárbaros.
De resto, as invasões muitas vezes serviram de rastilho para a guerra
civil e o conflito social» (Ward-Perkins, 2006: 71 e 181)

• Afterthe invasion, the Empire suffered from civil wars and social
upheaval - the slaves have passed away to the side of the barbarians.
Moreover, the raids often served as a fuse to civil war and social
conflict (Ward-Perkins, 2006: 71 and 181)
INVASÕES BÁRBARAS BARBARIAN INVASIONS
INVASÕES BÁRBARAS BARBARIAN INVASIONS
CONVERSÃO AO CRISTIANISMO
CONVERSION TO CHRISTIANITY

CONSTANTINO  I (307-337 d. C.) TEODÓSIO  I (346-395 d. C.


imperador de 379 a 395)

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Musei_Capitolini-statua_di_Costantino-testa-antmoose.jpg e http://
www.fuenterrebollo.com/Heraldica-Piedra/teodosio.html


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

• OsGermânicos foram romanizados: Os romanos eram peritos


em encorajar os bárbaros a adoptar os seus costumes.

• TheGermans were Romanized: The Romans knew how to encourage


the barbarians to adopt their customs.


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

•A Igreja teve um papel decisivo nesta matéria: Remígio, o bispo de


Reims, baptizou o rei Clovis na fé católica.

• TheChurch played a decisive role in this regard: Remigius, bishop of Reims,


baptized King Clovis in the Catholic faith. The Germans were Christianized.


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

• No Império romano do Oriente, o impacto cultural das invasões


árabes, a longo prazo, foi mais radical do que o dos
conquistadores romanos (Ward-Perkins, 2006: 115-116)

• In
the Eastern Roman Empire, the cultural impact of the Arab invasions
was more radical than that of the Roman conquerors (Ward-Perkins,
2006: 115-116)


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

• A economia romana caracterizava-se, não só por um impressionante


mercado de luxo, mas também por um mercado médio e baixo
muito substancial para produtos funcionais de alta qualidade

• The Roman economy was characterized not only by an impressive luxury


market, but also a market for medium and low to very substantial high-
quality functional products.


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

•A fundição de chumbo, cobre e prata decaíram para níveis pré-


históricos. Só cerca dos séc. XVI-XVII se atingiram os níveis da
exploração romana de metais.

• The smelting of lead, copper and silver dropped to pre-historic. Only close
of the sixteenth-seventeenth reach the levels of the Roman exploitation of
metals.


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

• No mundo romano, as telhas são vulgares. Depois rareiam até aos


séculos XVI-XVIII (Ward-Perkins, 2006: 122, 130)

• In
the Roman world, the tiles are common. After the fall of Rome to
dwindle until the XVI-XVIII centuries (Ward-Perkins, 2006: 122, 130).


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD

•O mundo romano tinha uma grande quantidade de estruturas


comerciais e industriais complexas em funcionamento.

• No Ocidente pós-romano, quase toda essa so sticação


desapareceu. A produção especializada e toda a distribuição,
exceto a local, tornaram-se raras e, com elas, a moeda.

•A louça de mesa decorada desapareceu. As técnicas romanas de


construção desaparecem (Ward-Perkins, 2006: 142-153).
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O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD


O FIM DO MUNDO ROMANO
THE END OF ROMAN WORLD
•O que vemos é uma mudança qualitativa assinalável, com o
desaparecimento de indústrias inteiras e de redes comerciais.

• Não houve um momento único, nem um século único de colapso

• NoImpério Romano do Oriente, os séc. V e VI conhecem a


expansão, o que contribuiu para separar os dois espaços.

•Adesintegração do Exército é um dos factores mais decisivos da


mudança económica veri cada (Ward-Perkins, 2006: 165-177).
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DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO
DIVISION OF ROMAN EMPIRE


MORTE DE UMA CIVILIZAÇÃO
DEATH OF A CIVILIZATION

• Queda maciça da população. As igrejas italianas medievais têm em


média uma dimensão cinco vezes menor que no período romano.

• Acentuado declínio da produtividade agrícola.

• “Paramim, o que é mais espantoso na economia romana é o


facto de não ter sido somente um fenómeno de elite, mas um
fenómeno que tornava acessíveis a todas as camadas sociais
produtos básicos de boa qualidade” (Ward-Perkins, 2006: 187-197).


MORTE DE UMA CIVILIZAÇÃO
DEATH OF A CIVILIZATION

Rise and fall of the Roman cow, from Iron Age to Middle Ages


MORTE DE UMA CIVILIZAÇÃO
DEAD OF A CIVILIZATION
• Em Pompeia, destruída pela
erupção de 79 d. C., foram
encontradas mais de 11.000
inscrições de muitos tipos diferentes,
formais e informais, como os
grafitos encontrados na parede de
um prostíbulo.

• In Pompeii, destroyed by the


eruption of 79 AD, were found
more than 11,000 entries from
many different types, formal and
informal, such as wall graf ti found
in a brothel.
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MORTE DE UMA CIVILIZAÇÃO
DEATH OF A CIVILIZATION
• População alfabetizada: 10 a 30% do total?

• A escrita era parte essencial da vida da cidade.

• O exército (e o Estado) dependia da escrita.

• O comércio dependia da escrita.

• Ler, escrever e sólida cultura clássica eram marcas essenciais de status


social na época romana (Ward-Perkins, 2006: 187-217).


MORTE DE UMA CIVILIZAÇÃO
DEATH OF A CIVILIZATION

• Quase todas as referências à escrita no período pós-romano são


documentos formais (leis, tratados, cartas certificadas, registos de
impostos ou cartas da alta sociedade.

• Quase desaparece a escrita informal.

• A literacia confinou-se ao clero.

• A literacia entre elites laicas era rara (Ward-Perkins, 2006: 218-223).


DOMÍNIO DA CATOLICIDADE
DOMINANTE OF CATHOLICISM

Tendo sido a única que resistiu


e sobreviveu às grandes
invasões, mantendo a sua
organização e servindo de
apoio às populações, a Igreja
Católica tornou-se a instituição
mais poderosa da Idade Média
(Félix e Barros, s. d.)

http://www.klickeducacao.com.br/2006/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-6517,00.html
A IDADE MÉDIA
THE MIDDLE AGES

• Os historiadores dividem a Idade Média em duas etapas:

• Alta Idade Média — da formação dos reinos germânicos (séc.


V), até a consolidação do feudalismo, entre os sécs. IX e XII

• Baixa Idade Média, — até ao século XV: crescimento das


cidades, expansão territorial e orescimento do comércio.
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A IDADE MÉDIA
THE MIDDLE AGES
• Considerada desde o Renascimento como período obscurantista
e decadente — Idade das Trevas —, só em meados do século
XIX a Idade Média passou a ser entendida como etapa necessária
da história da civilização ocidental

• Idade das Trevas, termo quase tão antigo quanto o próprio


período — foi cunhado na década de 1330 por Petrarca, o
escritor italiano, para fazer referência ao declínio da literatura
latina. Mais tarde, foi tomado pelos protestantes (séc. XVI) e, em
seguida, pelos pensadores iluministas (séc. XVIII) como um termo
depreciativo

A IDADE MÉDIA ISLÂMICA
THE ISLAMIC MIDDLE AGES

622 d. C. – início da Hégira


Tem início uma nova religião,
que está na origem dos grandes
desenvolvimentos da
astronomia árabe, com centros
em Bagdade, Cairo e no sul de
Espanha

http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/orientalismo_islamismo.htm
A IDADE MÉDIA ISLÂMICA
THE ISLAMIC MIDDLE AGES

Modelo de revolução lunar de Ibn al-Shatir Astrolábio astronómico Quadrante

Os árabes preservaram e aprofundaram os conhecimentos


gregos e transmitiram-nos ao Ocidente
http://www.ccvalg.pt/astronomia/historia/idade_media.htm
CIÊNCIA NA IDADE MÉDIA
SCIENCE IN THE MIDDLE AGES


CIÊNCIA NA IDADE MÉDIA
SCIENCE IN THE MIDDLE AGES


A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
TECHNIQUE INTHE MIDDLE AGES


A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
TECHNIQUE INTHE MIDDLE AGES


A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
TECHNIQUE INTHE MIDDLE AGES


A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA
MISTICISMO MEDIEVAL
MÚSICA NA IDADE MÉDIA

• Grande parte do desenvolvimento da notação musical deriva do


trabalho do monge beneditino Guido d’Arezzo(c. 992-c. 1050).
Entre suas contribuições estão o desenvolvimento da notação
absoluta das alturas (onde cada nota ocupa uma posição na pauta
de acordo com a nota desejada).

• Foi o idealizador do solfejo, sistema de ensino musical que


permite ao estudante cantar os nomes das notas. Com essa
nalidade criou os nomes pelos quais as notas são conhecidas
actualmente (dó, ré, mi, fás, sol, lá e si) em substituição ao sistema
de letras de A a G que eram usadas anteriormente (Wikipedia).
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MÚSICA NA IDADE MÉDIA
ESCOLAS PAROQUIAIS

• No quadro da cidade romana, cada comunidade cristã organiza-se


tendo à sua cabeça um bispo — episcopos, que quer dizer
vigilante — eleito pelos éis. Com o número crescente de igrejas,
os bispos localizam-se apenas nos centros mais importantes,
enquanto se desenvolve, nas outras cidades, o papel dos
presbíteros — do grego presbyteroi, os anciãos — donde vem a
palavra francesa prêtre, sacerdote. Foi nestas cidades que surgiram
as Escolas Paroquiais (ou presbitérias) (Félix e Barros, s. d.).
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ESCOLAS PAROQUIAIS

• As primeiras remontam ao século II. Limitavam-se à formação de


eclesiásticos, sendo o ensino ministrado por qualquer sacerdote
encarregado de uma paróquia, que recebia em sua própria casa
os jovens rapazes. À medida que a nova religião se desenvolve,
passa-se das casas privadas às primeiras igrejas, nas quais o altar
substitui a tribuna. O ensino reduz-se aos salmos, às lições das
Escrituras, seguindo uma educação estritamente cristã (Félix e
Barros, s. d.).
ESCOLAS MONÁSTICAS

• A passagem de uma comunidade cristã minoritária, composta por


éis prontos a enfrentar o martírio, a uma Igreja vitoriosa, mesmo
dominadora, traz consigo um relativo enfraquecimento da fé. É
neste clima que nasce, no Egipto (o progresso global do
cristianismo foi mais precoce no Oriente do que no Ocidente),
no m do séc. III, o movimento eremita, que traduz a revolta dos
seus adeptos contra um tal abrandamento. Retirando-se para o
deserto, só — monos, em grego, donde a palavra francesa ‘moine’,
monge — o eremita leva aí uma vida ascética de prece e de
meditação, perturbada apenas pela visita daqueles que são
atraídos pela sua reputação de sabedoria e santidade (idem).
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ESCOLAS MONÁSTICAS

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/index.htm
LIVROS NOS MOSTEIROS

http://www.pedagogiaespirita.org/escola_virtual/pedagogia/idademedia2.htm
ESCOLAS MONÁSTICAS

• No século VI, S. Bento de Núrcia elabora, no Mosteiro de Monte


Cassino, na Campânia (Itália), a regra — regula — que tantos
mosteiros viriam a adoptar. Esta regra recomenda que os monges
permaneçam num mesmo lugar, façam voto de pobreza e de
castidade, prestem obediência ao abade — do grego abbas, que
signi ca pai — pratiquem a hospitalidade e a caridade para com
os pobres, trabalhem manualmente de forma a garantir a sua
subsistência, rezem e, mais importante do que tudo, se dediquem
ao estudo e ao ensino (Félix & Barros, s. d.).
fi
ESCOLAS MONÁSTICAS

• Os mosteiros beneditinos tornam-se assim centros culturais que


vão desempenhar um papel decisivo na história da civilização
ocidental. Fechados no seu scriptorium (a o cina de escrita e
iluminura) e nas suas bibliotecas, os monges copistas, contribuíram
de forma decisiva para salvar do esquecimento as obras literárias
da Antiguidade (Félix e Barros, s. d.).fi
ESCOLAS MONÁSTICAS

• É nos mosteiros espalhados pela Europa, longe do rebuliço das


novas cidades emergentes, que surgem as Escolas Monásticas que
visam, inicialmente, apenas a formação de futuros monges.
Funcionando de início apenas em regime de internato, estas
escolas abrem mais tarde escolas externas com o propósito da
formação de leigos cultos ( lhos dos Reis e os servidores
também). O programa de ensino, de início, muito elementar —
aprender a ler, escrever, conhecer a bíblia (se possível de cor),
canto e um pouco de aritmética — vai-se enriquecendo de forma
a incluir o ensino do latim, gramática, retórica e dialéctica (idem).
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ESCOLAS EPISCOPAIS

http://entrevistasbrasil.blogspot.com/2009/01/jacques-le-goff-as-cidades-medievais.html
ESCOLAS EPISCOPAIS

• Paulatinamente, nas cidades, começam a surgir as Escolas


Episcopais que  funcionam numa dependência da habitação do
bispo.

• Estas escolas visavam, em especial, a formação do clero secular


(parte do clero que tinha contacto directo com a comunidade) e
também de leigos instruídos que assim eram preparados para
defender a doutrina da Igreja na vida civil (idem).
ESCOLAS PALATINAS

• Durante o reinado de Carlos Magno (768-814), a Europa


experimentou um notável desenvolvimento cultural que se
tornou conhecido sob o nome de Renascimento Carolíngio.
• Incrementando o número de escolas nos mosteiros, conventos e
abadias, Carlos Magno criou uma quase obrigatoriedade de
fornecer instrução aos leigos por parte de uma Igreja.
• Estas escolas deveriam ser presididas por um eclesiástico —
scholasticus — dependente directamente do bispo, daí o nome
de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino assim
veiculada (idem).
ESCOLAS PALATINAS

Carlos Magno funda, no seu palácio, a assim chamada Escola


Palatina que servirá de modelo a outras.
A partir de 787, foram emanados os decretos capitulares para a
organização das escolas o organizados os respectivos programas.
Incluíam as sete artes liberais, repartidas no trivium e no
quadrivium. O trivium abraçava as disciplinas formais: gramática,
retórica, dialéctica, esta última desenvolvendo-se, mais tarde, na
loso a; o quadrivium abraçava as disciplinas reais: aritmética,
geometria, astronomia, música, e, mais tarde, a medicina (idem).
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ESCOLAS PALATINAS

Estes incluíam as sete artes liberais, repartidas no trivium e no


Para cada matéria existiam determinadas obras fundamentais: o
estudo da gramática é feito pelos manuais de Donato e Prisciano;
o da retórica, tinha por base fundamentalmente Cícero
complementado pela leitura de alguns poetas antigos, como
Virgílio ou Ovídio; Aristóteles é o autor fundamental para a
lógica (através do que da sua obra havia sido traduzido por
Boécio). O programa incluía ainda a leitura da Bíblia
acompanhada dos comentários dos Padres, particularmente de
Gregório Magno (idem).
ESCOLAS PALATINAS

• Além de Alcuíno, vão trabalhar na corte imperial Paulo Diacre,


um italiano da corte da Lombardia; Teodulfo que traz de Espanha
a riqueza da cultura moçárabe, Scoto Eriúgena, o teólogo
irlandês e por m, o germano Eginardo. Frequentavam esta
escola o próprio imperador, os príncipes e os jovens da nobreza. 

• Ao lado desta instrução e educação ministrada aos jovens da


nobreza por eclesiásticos, a Idade Média oferece-lhes ainda uma
educação militar e cortesã, educação à qual, desde cedo, a Igreja
procurou  também imprimir uma orientação religiosa e doutrinal
(idem).
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ESCOLAS CATEDRAIS

• Se, até ao século XI, a vida intelectual era praticamente


monopólio da Igreja, a partir do século XII, inaugura-se uma nova
fase. À margem da sociedade feudal, emerge um novo grupo
social, a burguesia, urbana, mercantil e manufatureira, dedicada à
nança, acumulando riquezas, poder e importância cultural. É
com o seu apoio que se vai operar a renovação da ideia de
escola, a sua abertura para além das paredes dos mosteiros e
abadias rurais (idem).
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ESCOLAS CATEDRAIS

• O ensino instala-se nas cidades. As Escolas Catedrais (escolas


urbanas), saídas das antigas escolas episcopais tomaram a
dianteira em relação às escolas dos mosteiros. Instituídas no
século XI por determinação do Concilio de Roma (1079),
passam, a partir do século XII (Concilio de Latrão, 1179), a ser
mantidas através da criação de benefícios para a remuneração
dos mestres, prosperando nesse mesmo século.

• A actividade intelectual abre-se ao exterior, ainda que de forma


lenta, absorvendo elementos das culturas judaica, árabe e persa,
redescobrindo os autores clássicos (idem).
AS UNIVERSIDADES

• A primeira universidade europeia terá sido fundada em Salerno,


cujo centro de estudos remonta ao século XI. Além desta, antes
de 1250, formou-se no Ocidente a primeira geração de
universidades medievais. São designadas de espontâneas porque
nascem do desenvolvimento de escolas preexistentes. As
universidades de Bolonha e de Paris estão entre as mais antigas.
Outros exemplos são a Universidade de Oxford e a de
Montpellier. Mais tarde, é a vez da constituição de universidades
por iniciativa papal ou real. Exemplo desta última é a
Universidade de Coimbra, fundada em 1290 (idem).
AS UNIVERSIDADES

• Originalmente, estas instituições eram chamadas de studium


generale, agregando mestres e discípulos dedicados ao ensino
superior de algum ramo do saber (medicina, direito, teologia).
Porém, com a efervescência cultural e urbana da Baixa Idade
Média, logo se passou a fazer referência ao estudo universal do
saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale
substituído por universitas (idem).
AS UNIVERSIDADES

• Originalmente, estas instituições eram chamadas de studium


generale, agregando mestres e discípulos dedicados ao ensino
superior de algum ramo do saber (medicina, direito, teologia).
Porém, com a efervescência cultural e urbana da Baixa Idade
Média, logo se passou a fazer referência ao estudo universal do
saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale
substituído por universitas (idem).
O MOSTEIRO DE SANTA CRUZ

• O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra foi fundado em 1131


segundo a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. O
Mosteiro teve o apoio papal e dos primeiros reis de Portugal.
Durante o período medieval funcionou nas suas dependências
uma escola para os monges, que possuía uma grande biblioteca e
um importante scriptorium (muitos volumes aí produzidos estão
actualmente guardados na Biblioteca Pública Municipal do Porto),
que Afonso Henriques usou como chancelaria régia. Nele terá
estudado, no século XIII, Fernando Martins de Bulhões, o futuro
Santo António de Lisboa (ou de Pádua) (sem autor).
EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO

• Na habitação medieval não há espaço para a solidão individual.

• Quando alguém saía de casa fazia-o em grupo.

• Os jovens nobres andavam sempre em bando, rodeados de


criados e de clérigos para as orações. Nunca sós!

• Quem ousasse isolar-se era olhado com suspeição ou


admiração, como um contestatário ou como um herói. Só se
expunham assim os possessos, os ermitas, os loucos (Duby, 1990:)
EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO

• No séc. XII assiste-se ao desabrochar da autobiogra a.

• Tendência crescente para a fragmentação da família, a


individualização das famílias, não ainda das pessoas.

• S. Bento
de Núrcia estimula o isolamento como forma de
superação individual.

•O amor cortês estimulava a intimidade (Duby, 1990)

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EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO

• As marcas evidentes das conquistas de uma autonomia


pessoal multiplicam-se ao longo do séc. XIII, isto é, quando se
assiste ao crescimento agrícola e urbano.

• Surgem então cofres, bolsas e chaves.

• Busca-se crescentemente o retrato e o verismo na arte.

• Na escola passa-se da lição magistral à disputa.

•A salvação ganha-se individualmente (Duby, 1990)


EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO
EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO

•O IV Concílio de Latrão (1215) impôs a con ssão pelo menos


uma vez no ano. Passa-se da penitência pública para a privada.

• Em Cluny, a con ssão privada foi imposta em 1179-1207.

•O vestuário tem três funções: denotar status, esconder o


corpo e sublinhar os sexos. A mulher deveria usar o véu,
símbolo da sua inferioridade e sujeição (Duby, 1990)
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EMERGÊNCIA DO INDIVÍDUO

• Nos séc. XIV e XV reforça-se a tendência individualista.

•A escrita privada torna-se frequente, especialmente nas


cidades.

• Divulga-se o studiolo.

•A literatura alimenta os desejos de autonomia individual.

• Favorecido pela descoberta do espelho, nasce o auto-retrato


na pintura de cavalete (Duby, 1990)
GEOCENTRISMO

http://www.ccvalg.pt/astronomia/historia/idade_media.htm e http://www.astronomytop100.com/Images/
Geocentric_Harmonia_Macrosmica_1660_Wikipedia_Public_Domain.jpg
HELIOCENTRISMO

http://astropt.org/blog/2008/04/11/nicolau-copernico/

http://umanova sica.blogspot.com/ e http://astropt.org/blog/2008/04/11/nicolau-copernico/


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BIBLIOGRAFIA
• Costa, R. (2003). A educação na Idade Média. A busca da sabedoria como busca da felicidade: Al
Farabi Ramon Lull. In Dimensões. Revista de História da UFES 15. Dossiê História, Educação e
Cidadania, 99-115. Disponível em: http://www.ricardocosta.com/univ/felicidade.htm

• Félix, J., & Barros, S. (2003). Modelos de escola na Idade Média. In Olga Pombo, Modelos de
Escola na Idade Média. Disponível em: https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~ommartins/images/
hfe/momentos/modelos/index.htm. [Trabalho de duas alunas. Vejam com muita atenção!]

• Oliveira, T. (2009). Memória e história da educação medieval. Disponível em https://


www.scielo.br/j/aval/a/tBSmqtgBMhFzX59RgySG4ng/?format=pdf&lang=pt

• Saraiva, A. J. (1950). A Universidade de Lisboa - Coimbra. In História da Cultura em Portugal


(vol. 1, pp. 93-124). Lisboa: Jornal do Foro.

• Sousa, A. (1992). Realizações. In José Mattoso (dir.), História de Portugal, vol. 2: A Monarquia
Feudal (1096-1480), pp. 483-547). Lisboa: Círculo de Leitores.

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