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Leitura e Produção Textual

Sergio Aparecido dos Santos Vieira


Gestão Institucional
Reitor: Ir. Marcos Antônio Corbellini - Fsc
Vice-Reitor: Ir. Jackson Luiz Nunes Bentes - Fsc
Pró-Reitor Acadêmico: Fernando Cezar Orlandi
Pró-Reitor Administrativo: Paulo Renato Foletto

Equipe de Produção
Alexandre Pontes Martins
Andréia Pereira de Souza Souto
Fábio Vilas Boas
Fransirlei Felipe Erkmann Guizzo
Patrícia Taís Lunkes

Coordenadores dos Cursos


Camila de Aquino Tomaz
Fabiane Popik
Graziela Lodi
Hugo Rogério Grokskreutz
Lydiane Abdon Leal
Moacir Juliani
Nadia Ligianara Dewes Nyari

Coordenador do EAD
Alexandre Pontes Martins
LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

UNIDADE 03- LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO


Gêneros discursivos e Tipologia discursiva
1- Gêneros discursivos
2- Tipologias discursivas

Olá, tudo bem com você, espero que sim. Na unidade


anterior você estudou sobre o parágrafo e os tópicos
frasais, agora hora de aprender sobre os Gêneros
Discursivos e Tipologia Discursiva.

A compreensão e identificação dos gêneros textuais é um


tema recorrente em todos os processos de escrita,
principalmente em concursos e vestibulares. Contudo, existem
também os chamados “tipos textuais”, que são frequentemente
confundidos com os gêneros, levando inúmeros pessoas ao
erro. Essas diferenças entre gêneros e tipos textuais existem e são bem importantes,
pois estão diretamente ligadas competência da pratica escrita.

A discussão acerca dos gêneros discursivos


e ensino começou a tomar espaço, no Brasil, a partir
de 1997/1998 com a publicação dos Parâmetros
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.
Esse documento aponta o ensino de gêneros como
uma alternativa para a superação de práticas de
ensino de língua materna ditas “tradicionais” e que
têm como foco a língua sistema, priorizando, portanto, as unidades linguísticas e suas
nomenclaturas.

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

Rojo (2000) aponta os PCNs de Língua


Portuguesa como um avanço nas políticas linguísticas
contra o elitismo e em favor da cidadania crítica e
consciente. A presença de uma nova concepção de
linguagem e, consequentemente, de ensino pode ser
verificada, segundo a autora, por meio da própria organização e distribuição dos
conteúdos, que se encontram divididos em dois eixos de práticas de linguagem.

No primeiro eixo, são abordados os aspectos


linguísticos de caráter eminentemente enunciativos, ou seja, a
historicidade da linguagem, o contexto de produção, o contexto
e suas implicações para a organização dos discursos.

Já no segundo eixo, estão abarcados os aspectos ligados à


variação linguística, à estruturação dos enunciados, ao
léxico, à semântica e ao modo de organização dos
discursos. Nessa perspectiva, os gêneros discursivos são
vistos como objeto de ensino e o texto como a unidade de
ensino.

Parece complicado? Vou simplificar!

Simplificando, Gêneros e tipos textuais são elementos distintos,


observe:

GÊNEROS TEXTUAIS

Os gêneros textuais possuem função comunicativa e estão


inseridos em um contexto cultural. SAIBA MAIS – acesse o link e assista o
vídeo sobre os gêneros textuais.
https://www.youtube.com/watch?v=Ucjv4
LT8CSg

Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de


acordo com o estilo do autor, conteúdo, composição e função.

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São infinitos os exemplos de gêneros: receita culinária, blog, e-mail, lista de


compras, bula de remédios, telefonema, carta comercial, carta argumentativa
etc.

Tipos de Gêneros textuais - Cada texto possuiu uma


linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros
textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras
palavras, gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que
surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-
argumentativo, expositivo e injuntivo. Confira nos exemplos:

TEXTO NARRATIVO - Os textos narrativos apresentam ações de


personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida
em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

TEXTO DESCRITIVO - Os textos descritivos se ocupam de relatar e


expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma,
são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam
imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - Os textos


dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou
assunto por meio de argumentações. São marcados pela defesa de
um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir o leitor.
Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação),
antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão).

TEXTO EXPOSITIVO - Os textos expositivos possuem a função de


expor determinada ideia, por meio de recursos como: definição,
conceituação, informação, descrição e comparação.

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TEXTO INJUNTIVO - O texto injuntivo, também chamado de texto


instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor
(emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por
isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo.

TIPOS TEXTUAIS
Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas,
como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais etc.

São eles: narração, argumentação, descrição,


injunção (ordem) e exposição (que é o texto
informativo).

Veja alguns exemplos:

TEXTO NARRATIVO - A principal finalidade de um texto narrativo é


contar uma história através de uma sequência de ações reais ou
imaginárias. A narração da história é construída à volta de elementos
narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.

TEXTO DESCRITIVO - A principal finalidade de um texto descritivo


é apresentar a descrição pormenorizada de algo ou alguém, levando
o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A
descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas
aspectos mais importantes ou também detalhes específicos.

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TEXTO EXPLICATIVO - INJUNTIVO E PRESCRITIVO - A principal


finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um
procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do
leitor, incitando-o a agir.
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos
explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao
leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor
proceda de uma determinada forma.

TEXTO DISSERTATIVO EXPOSITIVO E ARGUMENTATIVO -


A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e
esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um
determinado assunto ou tema.
Os textos dissertativos podem ser expositivos ou
argumentativos. Um texto dissertativo-expositivo visa apenas
expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de
convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa
persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese
defendida.

SAIBA MAIS – Acesse o link e assista um vídeo


para facilitar a compreensão.
https://www.youtube.com/watch?v=ibwf_X3498c

Então, a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto


apresenta-se e é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos
predominantes. O gênero textual exerce funções sociais específicas, que são
pressentidas e vivenciadas pelos usuários da língua. Mas então porque é importante
saber a diferença entre gênero de tipologia textual?

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Saber as diferenças apresentadas acima é essencial para a distinção correta


entre gêneros e tipos textuais, uma vez que, quando sabemos as características de
cada um desses elementos, facilita muito, interpretar um texto. A interpretação está
relacionada não apenas com a construção de sentidos, mas também com os diversos
fatores inerentes à estruturação textual.

Logo, pode-se dizer que interpretar um texto significa “garimpar sentidos e


significados”, quanto à questão do discurso, pois esse (o discurso) representa a
mensagem que ora se deseja transmitir.

Quando falamos em interpretação, esta engloba uma série de particularidades,


tais como pontuação, pois uma vírgula pode mudar o sentido de uma ideia, elementos
gramaticais, como conjunções, preposições, entre outros.

Vale lembrar que para uma boa interpretação, o texto deverá dispor de todos
os requisitos essenciais para tal. Como por exemplo, coesão, coerência,
paragrafação e, sobretudo, relações semânticas bem delimitadas, para que dessa
maneira o leitor possa interagir plenamente com as ideias retratadas por esse texto.

Agora é sua vez de testar os seus conhecimentos!

Exercitando o conhecimento!

1- Enem 2013 (questão adaptada):

A diva

Vamos ao teatro, Maria José,

Quem me dera,

desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,

tou podre. Outro dia a gente vamos.

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Falou meio triste, culpada,

e um pouco alegre por recusar com orgulho.

TEATRO! Disse no espelho.

TEATRO! Mais alto, desgrenhada.

TEATRO! E os cacos voaram

sem nenhum aplauso.

Perfeita.

PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas


pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação
comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto A diva

a) narra um fato real vivido por Maria José.

b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.

c) relata uma experiência teatral profissional.

d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.

e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.

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2- Enem 2012 (questão adaptada)

Ao interpretar um anúncio publicitário, sempre considere os elementos verbais e não verbais. Disponível em:
www.portaldapropaganda.com.br

A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição


de seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor
procura convencer o leitor.

a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.

b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.

c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.

d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.

e) consumir produtos de modo responsável e ecológico.

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3- Assinale a sequência correta:

I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas,


tempos verbais, construções frasais etc.

II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas,


ou seja, dentro de um contexto cultural e com função comunicativa.

III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo


estilo do autor, conteúdo, composição e função.

IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição,
injunção e exposição.

a) tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual.

b) tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual.

c) tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual.

d) gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual.

Bons estudos, até a próxima!

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REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

________. Problemas da Poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense


Universitária: 2008.

BARBOSA. Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma


perspectiva enunciativa para o ensino de língua portuguesa. Tese de doutorado em
Lingüística Aplicada e

Estudos da Linguagem. Pontifica Universidade Católica de São Paulo. São Paulo,


2001.

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "A interpretação textual "; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-interpretacao-textual.htm.
Acesso em 27 de setembro de 2020.

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