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Tipos Textuais

Introdução
A linguagem é tudo o que permite a interação entre os seres humanos, podendo ser
verbal ou não verbal. Um dos elementos mais importantes da linguagem é o texto,
que pode ser definido como uma produção, verbal ou não verbal, formada com
algum código que objetiva comunicar algo a alguém, em determinado tempo e
espaço. O texto é classificado em diferentes tipos textuais, os quais serão
abordados nesta apresentação.

O que é?
Os tipos textuais são o conjunto de estruturas que condicionam a construção de
textos de diferentes gêneros textuais, além de estabelecer os objetivos
comunicativos de cada um a partir da presença de determinados elementos em um
texto, como tempos verbais, organizadores textuais, expressões, entre outros.
Existem cinco tipos textuais: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo,
cada um com características estruturais e sintáticas próprias.

Narrativo: caracterizado pela presença de um enredo a partir do qual os


acontecimentos, reais ou ficcionais, se desenvolvem. Cada gênero narrativo é
estruturado de uma forma, contudo, em todos esses textos há a presença de
narrador (es), que podem participar da história ou apenas a narrar como expectador,
onisciente ou observador; personagens, protagonistas, antagonistas, secundários e
coadjuvantes; tempo, cronológico ou psicológico; e espaço, físico ou psicológico.
Gêneros narrativos: romance, conto, fábula, biografia.

Descritivo: procura caracterizar de forma detalhada o tema abordado, podendo esse


ser uma paisagem, um pensamento, alguém, um acontecimento etc. Verbos de
ligação, adjetivos, advérbios, analogias e metáforas são recursos muito utilizados
em sua estruturação. Essa descrição pode ser subjetiva ou objetiva dependendo
dos fins comunicativos do autor.
Gêneros descritivos: relatório, currículo, lista de compras.

Dissertativo: é estabelecido o posicionamento do autor sobre um tema. É um tipo


textual persuasivo, portanto, depende da apresentação de argumentos,
justificativas, casos de repercussão nacional ou internacional, dados estatísticos,
conceitos etc. Estruturalmente, os textos dissertativos dividem-se em introdução,
onde há uma contextualização do assunto, a teste e os argumentos são
apresentados; desenvolvimento, quando os argumentos são fundamentados e
comprovados; e conclusão, que sintetiza o que foi abordado anteriormente e, em
certos casos, apresenta soluções para o problema.
Gêneros dissertativos: artigo de opinião, editorial, resenha crítica, dissertação
argumentativa.

Expositivo: foca na apresentação, exposição e explicação de um tema através de


recursos específicos, tais quais a descrição, a conceituação, a definição, a
enumeração e a comparação. Caracterizado como informativo-expositivo, esse tipo
textual visa expor imparcialmente informações a respeito de um assunto.
Gêneros expositivos: enciclopédia, entrevista, verbete de dicionário, seminário.

Injuntivo: expressa ordens, instruções ou pedidos, visando a tomada de alguma


ação ou atitude pelo receptor do texto. A estrutura dos textos injuntivos conta com
verbos no imperativo para evidenciar o que o leitor deve fazer.
Gêneros injuntivos: manual de instruções, anúncio publicitário, receita culinária, bula
de remédio.

Teorização
A tipologia textual é uma preocupação desde o Período Clássico grego. Para
Aristóteles, o papel da retórica era estudar os processos persuasivos que possam
existir em cada situação discursiva. O filósofo passa a compreender o texto como
algo que depende da situação discursiva em que está envolvida.
Na área da linguística e dos tipos e gêneros textuais, os linguistas de maior
destaque são Mikhail Bakhtin e Luiz Antônio Marcuschi.
Mikhail Bakhtin dedicou-se à definição de noções, conceitos e categorias de análise
da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos, científicos e
institucionais. Para Bakhtin, os gêneros do discurso resultam em formas-padrão
“relativamente estáveis” de um enunciado, determinadas social e historicamente. O
autor refere que só nos comunicamos, falamos e escrevemos, através de gêneros
do discurso.
Luiz Antônio Marcuschi, linguista e professor universitário brasileiro, define os tipos
textuais como constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas
intrínsecas que constituem sequências linguísticas no interior dos gêneros e não
são textos materiais. Sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias
teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo
verbal.
Conclusão
Os tipos textuais estão presentes em toda e qualquer situação discursiva do
cotidiano humano, ao escrever redações acadêmicas, contar um acontecimento
para um familiar, receber uma prescrição médica e redigir uma lista de compras, por
exemplo. A tipologia textual é um tema abrangente e mutável, ou seja, não é
definitivo. É de extrema importância que tal assunto seja compreendido para que as
interações e situações discursivas presentes na língua sejam decifradas.
Referencias:
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação
verbal. São
Paulo: Martins Fontes, 2003. p.261-30
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/tipos-textuais.htm
https://novaescola.org.br/conteudo/1621/mikhail-bakhtin-o-filosofo-do-dialogo
https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/
11490313032017Fundamentos_para_o_Ensino_da_Leitura_e_da_Escrita_Aula
_03.pdf
Domínios discursivo
Os domínios discursivos são formados por um conjunto de textos que servem a
determinados campos de atividades ou campos comunicativos, que se realizam,
segundo Marcuschi (2002), por meio de gêneros textuais. O mesmo classifica os
domínios discursivos em: científico, jornalístico, religioso, íntimo e pessoal,
instrucional, documental e jurídico, publicitário, literário. Ainda Marcuschi (2008),
acrescenta que o discurso não abrange um gênero em particular, mas dá origem a
vários deles, já que os gêneros constituem práticas discursivas relacionadas às
esferas sociais em que se apresentam, nas quais podemos identificar, dentre outros
aspectos as relações de poder.

Domínio discursivo acadêmico/científico/pedagógico tem como portadores os


livros e as revistas de divulgação científica, tendo como objetivo básico instruir,
ensinar, produzir e divulgar saberes, ou seja, levar o leitor a assimilar
conhecimentos e valores instituídos.
Têm estrutura basicamente referencial e conceitual. O campo: pedagógico
( direcionado à rotina de sala de aula); acadêmico ( solicitadas na academia pelos
professores); e científico (que se desenvolvem como um argumento completo, maior
rigor e um princípio a partir de provas universalmente válidas). Os verbetes de
dicionários são construídos como definições e os das enciclopédias como síntese
explicativa dos conhecimentos básicos relacionados ao assunto.

No domínio discursivo jornalístico encontram-se os gêneros jornalísticos


portadores de ampla circulação social. Eles têm como objetivo divulgar e comentar
fatos e pontos de vista sobre produções culturais e acontecimentos de interesse
social, os quais são relatados, comentados ou provocados. Nesse domínio,
destacam-se vários gêneros:
▶ Notícias e reportagens se estruturam como relatos (narração de acontecimentos
que responde às perguntas: O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?).
▶ Artigos de opinião, editoriais e ensaios partem de fatos, mas não têm como
objetivo fazer relato, mas sim, comentar esses fatos, defendendo pontos de vista
frente a eles.
▶ Cartas do leitor( comenta matérias publicadas pelo jornal ou revista), assim como
resenhas(comenta diferentes produções culturais: esporte, peças teatrais, discos,
filmes, livros etc).
▶ Entre estes gêneros temos, por exemplo, entrevistas e debates, que são criados
pela instituição jornalística.
Domínio discursivo religioso tem como objetivo a disseminação de uma doutrina
de fé, a catequização. Aparece em livros considerados sagrados e destinados ao
ensino da doutrina. Os textos religiosos estruturam-se em fórmulas fixas, como os
mantras, ladainhas, que são considerados infalíveis e sagrados. Podem assumir,
como os sermões, um caráter persuasivo. São exemplos: rezas, ladainhas,
sermões, textos sagrados, orações etc.

Domínio discursivo íntimo e pessoal tem como objetivo a expressão pessoal e a


comunicação interpessoal. Não tem ampla circulação social e aparecem em
portadores específicos: cartões, cartas, telegramas, cadernos, cadernetas de
anotações. Define, na própria estrutura, um emissor e um recebedor específicos.
São textos datados e, normalmente, presos a acontecimentos circunstanciais da
vida dos envolvidos. São exemplos: bilhetes, cartões, cartas, telegramas, diários,
fofocas, recados, mensagens eletrônicas etc.

Domínio discursivo documental e jurídico engloba textos que aparecem em


portadores socialmente reconhecidos: tipos específicos de papéis timbrados e
formulários. Possuem estrutura, espacialização e linguagem fortemente marcadas
por regras rígidas e fórmulas estereotipadas. Sua validade depende de fatores como
data, assinatura, local de emissão e publicação.
Aqueles de domínio jurídico são textos que compõem as etapas de um processo
judicial, sendo seus autores investidos de representação jurídica. Os gêneros são:
petição, sentença, lei, recurso, decisão judicial, parecer etc.Os com teor documental
têm valor da verdade, de provas, mas os seus autores não precisam estar
vinculados ao poder judicial para emiti-los. São exemplos disso cartas formais,
procurações, requerimentos, atas, ofícios, declarações, abaixo-assinados,
requerimentos, contratos etc.

Domínio discursivo literário trata-se dos gêneros literários que aparecem em


livros, mas podem também ser veiculados por jornais e revistas; não se ligam a
nenhum objetivo pré-definido, mas buscam o prazer estético e funcionam como
forma de entretenimento e ampliação cultural. Possuem forma, estrutura, linguagem
e extensão altamente diversificada, mas são sempre marcados como textos que não
fazem referência objetiva ao “mundo real”. Podem ter uma estrutura narrativa ou
épica (contos, lendas, fábulas, apólogos, parábolas, romances, epopeias), lírica ou
dramática (peças de teatro) ou conceitual. São exemplos de gêneros discursivos
literários: contos (de fadas, caipiras, urbanos, policiais), crônicas, lendas, fábulas,
apólogos, parábolas, novelas, romances, epopeias, poemas, peças de teatro, filmes,
histórias em quadrinhos etc.

Domínio discursivo instrucional aparece em portadores destinados a circular


dentro de um segmento social específico, como cartazes, folhetos, livretos. São
construídos como uma sequência de informações e procedimentos que visam
esclarecer como realizar determinada atividade para obter um resultado prático. São
exemplos desse domínio discursivo os manuais de instruções, receitas culinárias e
medicinais, regras de jogos, bulas, contas a pagar, formulários etc.

Domínio discursivo publicitário é composto por textos que aparecem em


portadores de ampla circulação social: jornais, revistas, folhetos, cartazes, outdoors,
tendo como objetivo persuadir o leitor a consumir produtos, ideias e serviços. Eles
são geralmente curtos, construídos como textos verbais e não verbais (com
imagens, diagramação especial, fotos). São exemplos de gêneros discursivos
publicitários: as propagandas, os anúncios, os panfletos, os folders, as cartas
publicitárias etc.
Conclusão
Os domínio discursivo constitui muito mais uma “esfera da atividade humana” no
sentido bakhtiniano do termo do que um princípio de classificação de textos e indica
instâncias discursivas (por exemplo: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso
religioso etc.).
Referência:
https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/124268375.pdf
https://www.scielo.br/j/rbla/a/xXVSndSrnYTQLMvw4NFnTfy/?lang=pt#:~:text=E
%2C%20assim%2C%20classifica%20os%20dom%C3%ADnios,%2C%20lazer
%2C%20interpessoal%20e%20ficcional.
https://www.aberta.org.br/educarede/2013/05/21/generos-do-discurso-e-
producao-de-textos-ensino-medio/#:~:text=Os%20g%C3%AAneros%20do
%20discurso%20s%C3%A3o,seja%20linguagem%20oral%20ou%20escrita.
https://pt.scribd.com/document/563890988/Dominios-e-Generos-Discursivos-
Definicao-e-Funcionalidades#
https://revistas.ufpi.br/index.php/ininga/article/download/
5957/3618#:~:text=Dom%C3%ADnio%20discursivo%20constitui%20muito
%20mais,%2C%20discurso%20religioso%20etc.).
Gêneros Textuais
Para entendermos melhor o contexto dos gêneros textuais, podemos construir a
seguinte imagem: os gêneros são elementos constitutivos de grandes conjuntos,
uma vez que reúnem determinadas sequências linguísticas em sua composição,
mas se diferem com relação à intencionalidade, e trazem também outras
características que se desenvolvem considerando o contexto cultural e temporal a
que estão submetidos
Gênero textual é um conceito que busca compreender e explicar a materialização
dos inúmeros textos que utilizamos na vida diária, desde mensagens telefônicas e
posts em redes sociais até entrevistas de emprego, artigos científicos e outros.
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os
textos apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo.

O primeiro elemento dos gêneros é a sua função social, ou seja, identificamos qual
a finalidade, utilidade ou importância que determinados textos cumprem nas
sociedades e suas culturas. É importante considerar que o estudo do gênero
valoriza a linguagem como ação comunicativa ou ação social, logo, todo texto nasce
de um intuito, de uma necessidade, pessoal ou coletiva, por isso é essencial
considerar esse elemento na análise dos gêneros.
Partindo dessas considerações, o segundo elemento essencial do gênero é o que
envolve os participantes da interação, ou seja, autor/locutor e leitor/ouvinte. Todo
indivíduo possui uma identidade, um status, ou outros valores que marcam a sua
posição social em determinada cultura, desse modo, a identidade dos sujeitos
envolvidos influencia tanto na produção quanto na recepção dos textos. Os
interlocutores, por isso, são elemento essencial dos gêneros textuais. É necessário
considerar-se quem escreve e para quem se escreve.
Outro elemento é o contexto de uso, que se refere ao local cultural, no qual o texto
está inserido. Por exemplo, uma fala dentro do contexto jurídico exige certas
adequações que são próprias desse ambiente, por isso os textos sofrem essa
exigência. De modo semelhante, outro exemplo é a produção de diferentes falas,
nos mesmos interlocutores, a depender de estarem em um ambiente pessoal ou
profissional. Sendo assim, considerar o contexto de uso é imprescindível para
identificar e categorizar os gêneros.
Após a identificação dos elementos anteriores, ainda é importante observar dois
outros: a linguagem e o meio de divulgação. Nem todo texto utiliza a linguagem
verbal, e outros ainda mesclam diversos tipos de linguagem, sendo assim, é
necessário considerar também quais são os tipos de linguagem utilizados em cada
gênero. Além disso, o lugar de divulgação

Bakhtin vê os gêneros como resultado de um uso comunicativo da língua em sua


realização dialógica, de forma que os indivíduos, quando se comunicam, não trocam
orações nem palavras, porém trocam enunciados que se constituem com os
recursos formais da língua (gramática e léxico). Para Bakhtin, os gêneros do
discurso resultam em formas-padrão “relativamente estáveis” de um enunciado,
determinadas sócio-historicamente. O autor refere que só nos comunicamos,
falamos e escrevemos, através de gêneros do discurso. A principal contribuição de
Bakhtin para as ciências humanas seria, sobretudo, sua cosmovisão de linguagem
dialógica, introduzindo o discurso como social, situando a fala num contexto mais
amplo, do seu conteúdo ideológico, com significado e sentido. dos textos também
interfere, por exemplo: um post no Twitter possui um limite de caracteres que
condensa as informações divulgadas

EXEMPLOS:

Artigo de opinião
Possui caráter argumentativo e expressa a visão do autor sobre determinado
assunto, como é possível verificar neste trecho do texto “Precisamos dar voz ao
autismo”, de Bárbara Carvalho, publicado, em 02/04/2020, no Jornal Opção:
[...]
Indivíduos com TEA precisam de serviços de saúde acessíveis para as
necessidades gerais de cuidados de saúde assim como o resto da população,
incluindo promoção e prevenção da saúde e tratamento de doenças agudas e
crônicas. No entanto, têm taxas mais altas de necessidades de saúde
negligenciadas em comparação com a população em geral. Elas também são mais
vulneráveis durante emergências humanitárias. Um obstáculo frequente é o
conhecimento insuficiente sobre o transtorno do espectro autista e as ideias
equivocadas que partem dos profissionais de saúde. Precisamos da
conscientização e inclusão. O autismo tem se tornado cada vez mais comum.
Precisamos dar voz ao autismo.”
Biografia
Narrativa dos principais fatos da vida de uma pessoa real, feita por outro indivíduo.
“Sua vida foi breve e plena. Assassinado aos 53 anos, Pier Paolo Pasolini teve, no
entanto, tempo para publicar numerosos romances, coletâneas de poemas, filmes,
peças de teatro, quadros, traduções, ensaios críticos e panfletos políticos. O homem
que assassinaram não era, portanto, tão jovem assim, estava desgastado por várias
lutas políticas, morais e estéticas. Embora estivesse rodeado por vários amigos e
colaboradores fiéis, sentia-se sozinho tanto na vida pessoal como na sua vida
artística porque, segundo ele, seus êxitos cinematográficos eram marcados por
muitos mal-entendidos.”
CECCATTY, René de. Pasolini: biografia. Tradução de Renée Eve Levié. São
Paulo: L&PM, 2016.

Editorial
Expressa a opinião de um órgão da imprensa, por isso, não leva a assinatura da
pessoa física que o escreveu, mas do veículo de comunicação que o está
divulgando. Assim, o seguinte trecho do editorial “É lamentável que juízes se
prestem ao papel de censores” foi assinado pelo jornal O Globo, em 27/08/2021:
“Pela segunda vez em uma semana, uma decisão judicial obrigou O GLOBO a
retirar do ar uma reportagem publicada em seu site. [...].
É evidente o interesse público das informações publicadas pelo GLOBO. É em
nome dele que a Constituição garante a jornalistas o direito de preservar o sigilo de
suas fontes e que a lei os isenta de responsabilidade por publicar fatos e dados
resultantes de vazamentos, mesmo que ilegais. O dever da imprensa é com o
público, não com quem é atingido pelas reportagens.
Referencias:
https://www.portugues.com.br/redacao/generostextuais.html
https://www.portugues.com.br/amp/redacao/generostextuais.html
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm
https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/
https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/genero-textual.htm
https://www.normaculta.com.br/generos-textuais/
Gêneros Digitais
Apesar de serem relativamente novos se comparados com outros conceitos da
língua portuguesa os gêneros digitais vêm ganhando uma enorme visibilidade na
sociedade como um todo, apresentando uma união harmônica entre imagem som e
texto os gêneros digitais já se demonstram enormemente influentes em diferentes
áreas e classes sociais e econômicas. Um exemplo claro dessa rápida ascendência
é a presença de diferentes gêneros digitais na BNCC (Base Nacional Comum
Curricular).
Os gêneros digitais são gêneros textuais que surgiram com o avanço da tecnologia,
criando novos espaços para escrita associada ao uso da internet. Eles estão aliados
a comunicação em seu tempo real, sendo capazes de unificar imagem, som e texto
num único gênero, proporcionando o dinamismo comunicativo.
Um dos recursos mais importantes nesse tipo de comunicação virtual é a
possibilidade de arquivamento dos diálogos para que sejam analisados ou
retomados posteriormente. Os gêneros digitais estão completamente vinculados a
internet, possibilitando a criação de muitos espaços em que muitas vezes um texto
associa-se na criação simultânea de outro, e é dentro desta sequência de novos
textos que surge o hipertexto, podendo ser definido como um texto organizado em
rede ou ainda “uma matriz de textos potenciais” na qual “um texto apresenta-se
como uma leitura particular”
Sendo assim é em meio a esta multiplicidade de informação que o leitor pode
acessar links de outros textos relacionados, ou não, ao assunto em estudo. As
tecnologias digitais fundaram novas maneiras de escrever e ler, utilizando interfaces
novas: o teclado e o monitor, a tela touchscreen, o tablet, o celular.
Hipertexto:
Para compreender melhor os gêneros digitais é necessário entender o que são
hipertextos.
A leitura costumava ser um processo extremamente elitizado, pessoas de classes
medias e baixas e até mesmo algumas de classe alta não tinham acesso à leitura e
escrita. Até que após a desmilitarização dos computadores tornou-se possível
acessar qualquer tipo de informação a qualquer hora e lugar, basta que esteja-se
conectado à internet. Essa democratização da informação alterou nossa relação
com o conhecimento e também modificou os processos de leitura e escrita de
textos. Saiu a burocracia dos papéis e entraram o dinamismo e a interatividade que
os suportes tecnológicos nos fornecem.
Ao ler uma notícia na internet, por exemplo, o leitor pode a qualquer momento
mudar a rota de navegação através de um simples clique em links ou hiperlinks,
esses dispostos no corpo do texto. Essa navegação por diferentes conteúdos cria
uma rede de textos que ao final ganhará o nome de hipertexto, ou seja, um texto
maior criado a partir daquilo que se extraiu durante o percurso da leitura. Nesse
caminho virtual em busca da informação (ou do conhecimento), o leitor deixa de ser
coadjuvante e passa a ser protagonista de sua formação intelectual, assumindo o
posto de coautor do hipertexto.
Características:
Como pode-se observar a partir das informações anteriores, algumas das principais
características desses gêneros são a objetividade da mensagem, a presença de
frases curtas e diretas, a mescla de elementos textuais e audiovisuais, o uso de
hipertexto e a interatividade com os leitores/espectadores. Além disso, as
abreviaturas e a linguagem interativa também são características marcantes dos
gêneros digitais.
Marcuschi:
Luiz Antônio Marcuschi, doutor em filosofia da linguagem (1976) e pós-doutor em
questões de oralidade e escrita (1987). É professor titular em linguística do
Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco. Na UFPE, criou
o Núcleo de Estudos Linguísticos da Fala e Escrita (NELFE). É pesquisador IA do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e foi, por várias
vezes, representante de área tanto no CNPq quanto na CAPES. Foi um dos
fundadores da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e
Linguística (ANPOLL) e seu presidente de 1988 a 1990. Tem várias publicações,
muitas delas explorando temas pioneiros na área da linguística. É autor dos livros
Análise da conversação; Da fala para a escrita: atividades de retextualização;
Fenômenos da linguagem: reflexões semânticas e discursivas; Cognição, linguagem
e práticas interacionais e colaborou nas seguintes obras (dentre outras): Conversas
com linguistas; Gêneros textuais e ensino; Hipertexto e gêneros digitais.
Para Marcuschi (2005), todos os textos se manifestam em algum gênero textual e
são reflexos do ambiente que na qual são produzidos. Desta forma, para o autor as
comunicações realizadas por meio destes gêneros textuais existentes no ambiente
virtual, também podem ser chamadas de gêneros digitais.
Marcuschi (2004) aponta que no ambiente virtual há diversos gêneros emergentes,
como e-mail, chats, entrevistas e blogs. Estes gêneros possuem estreita ligação
com gêneros textuais já existentes em outros ambientes, porém estão
reconfigurados para o discurso eletrônico, apresentando características particulares
e próprias da mediação presente nos ambientes virtuais.
O autor destaca que, devido à falta de linearidade, o hipertexto exige do leitor uma
noção de coerência de forma mais aberta e interativa, diferente do que se vem
fazendo nas abordagens tradicionais. Exige também um maior grau de
conhecimentos prévios e maior consciência quanto ao assunto buscado.
Exemplos:
Como mencionado anteriormente, a BNCC aborda alguns gêneros digitais, são eles:
Currículo web – trata-se de uma modalidade de currículo, porém na versão digital
Hoje, grande parte das pessoas e empresas, optam por trabalhar com currículos
web.
GIF (Graphics Interchange Format) – trata-se um formato comum nos meios
digitais, em especial nas redes sociais, é um gênero digital construído a partir de
uma montagem de imagens que se sucedem ou uma espécie de vídeo de curta
duração.
Chat – trata-se de conversas ou mensagens instantâneas, vinculado em espaços
virtuais ou mesmo em aplicativos, dentre eles destaca-se o WhatsApp um recordista
em acesso.
Blog Post – trata -se uma alternativa livre, desvinculada das redes sociais que tem
o objetivo de levar informações, relatos ou experiências pessoais. Muitas vezes o
seu texto pode estar associado a imagens ou vídeos.
Podcast – recurso de áudio disponível em sites específicos ou aplicativos que
podem tratar de assuntos diversos, esta modalidade digital foi inspirada no rádio.
Memes – trata-se de um gênero ligado ao contexto social de caráter vitalizante e
totalmente cômico, apresenta – se em diferentes formatos: vídeos, imagens ou som.
Postagem – recurso expressivo comumente usados em redes sociais que garante a
opinião ou divulgação de uma marca ou produto. Podendo em alguns casos fazer
uso de recursos audiovisuais.
Referencias:
http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_1/55.pdf
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/eaja/lingua-portuguesa-generos-
digitais-a-renovacao-textual/#:~:text=S%C3%A3o%20g%C3%AAneros%20textuais
%20que%20surgiram,num%20%C3%BAnico%20g%C3%AAnero%2C
%20proporcionando%20dinamismo.
https://escoladainteligencia.com.br/blog/o-que-sao-generos-digitais-e-quais-sao-os-
citados-na-bncc/#:~:text=Algumas%20de%20suas%20principais%20caracter
%C3%ADsticas,caracter%C3%ADsticas%20marcantes%20dos%20g
%C3%AAneros%20digitais.
https://www.clubedoportugues.com.br/generos-digitais/
https://www.preparaenem.com/portugues/hipertexto.htm
https://www.rumo.com.br/lojas/00034487/htm/HTMLAutores/luiz_marcuschi.html

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