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ESTATÍSTICA DESCRITIVA F.C.

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Atenção: este pequeno material não pode substituir as fontes originais, os livros. Pelo contrário, deve levar-nos às mesmas.

Introdução ao estudo da Estatística

A Estatística é parte da Matemática Aplicada que estuda e elabora os métodos científicos


adequados para a recolha, organização, critica, descrição, análise e interpretação de dados para a
utilização dos mesmos no processo de tomada de decisões.
Atendendo a sua complexidade, no geral, a estatística pode ser subdividida em duas partes:
• Estatística descritiva
• Estatística indutiva ou inferência estatística

A Estatística Descritiva preocupa-se com a forma pela qual podemos apresentar um conjunto
de dados em “Tabelas” e “Gráficos”, e também resumir as informações contidas nestes dados
mediante a utilização de medidas estatísticas.

Os gráficos constituem uma das formas mais eficientes de representação dos dados. Um gráfico
é, essencialmente, uma figura constituída, a partir de uma tabela, pois é sempre quase possível
colocar os dados tabelados num gráfico.
A tabela por sua vez fornece uma ideia organizada e estruturada de dados, é mais precisa e
possibilita uma inspecção mais rigorosa dos dados. Os gráficos são mais indicados em situações
objectiva, dar uma visão rápida e fácil a respeito das variáveis às quais se referem dos dados.

Estatística indutiva ou inferência estatística tem como finalidade a análise e interpretação dos
dados, associado a uma margem de “incerteza”; envolve a obtenção de conclusões de aspectos
de populações a partir de amostras retiradas dessas populações. Utiliza como principal
instrumento a teoria das probabilidades.
Importa referir que o termo “Estatística” é utilizado para referir dois conceitos diferentes,
conforme é utilizado no singular ou no plural. Quando é utilizado no plural, é sinonimo de
dados numéricos, enquanto no singular constitui um objecto de estudo, uma ciência, tal como a
Matemática, e compreende, tal como foi referido anteriormente, um conjunto de princípios e
métodos de recolha, organização e apresentação de dados de maneira que, rápido e facilmente
ser interpretados.

É de lembrar que na antiguidade os povos já registavam número de habitantes, nascimentos,


óbitos, faziam “Estatísticas”. No século XVI surgiram as primeiras análises sistemáticas, as
primeiras tabelas e os números relativos.
A palavra Estatística surgiu pela primeira vez no século XVIII e foi sugerida pelo alemão
Godofredo Achenwall (1719-1772); palavra esta que deriva de status (estado, em latim). Como
se pode perceber, estatística é um nome que deriva de Estado; de fato, na origem, as actividades
da Estatística eram, basicamente, actividades de Estado. Mas hoje isso mudou bastante.

Conceito de método
Existem várias definições para método. Lakatos e Marconi (1982:39-40) mencionam o Método
como o caminho pela qual se chega a um determinado resultado.
Método estatístico
Entende-se como conjunto de princípios e procedimentos para obtenção e identificação de dados
relevantes, que auxilia na tomada de decisões.

Transcrito a partir das fontes originais pelo Eng.º Nzuzi Nunes Alberto, Msc Página 1
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Etapas do método estatístico


1ºIdentificação do problema ou situação
Saber exactamente aquilo que se pretende pesquisar é o mesmo que definir correctamente o
problema, neste contexto, deve ficar claro, desde o início do estudo qual o problema a analisar e,
uma vez conhecido, que tipo de decisões precisão ser tomados. Esta etapa requer já algum
conhecimento estatístico, pois os métodos a aplicar não são, de modo nenhum, independentes da
informação que se pretende recolher. Uma identificação incorrecta do problema tornará todas
etapas seguintes inúteis. Ainda nesta etapa, e para tornar a identificação do problema mais fácil,
poderá ser utilizada alguma informação quantitativa já existente.
2º Planificação
Faz referência a um plano de acção; como levantar as informações? Que dados deverão ser
obtidos? Qual levantamento a ser utilizado? Por amostragem? E o cronograma de actividade?
Os custos envolvidos? Etc.
3º Recolha de dados
Uma vez identificado o problema, desenvolvido o plano de acção, a etapa seguinte consiste na
recolha dos dados necessários, apropriados, tão completos quanto possível e, sobretudo,
pertinentes para a situação que se pretende analisar.
Os dados publicados podem ser primários ou secundários. Os dados primários são aqueles
publicadas pela própria pessoa ou organização que os tenha recolhido. Exemplo: os dados do
censo demográfico de 2014 publicados por INE; o número de nascimentos; casamentos e óbitos
de uma região; o número de desempregados de um determinado sector da actividade económica,
entre outros.

Os dados secundários são aquelas publicadas por uma organização e tem como principal fonte
os dados primários. Exemplo: quando determinado jornal público estatístico referente ao censo
demográfico de 2014 do INE.
Obs.: é mais seguro trabalhar com fontes primárias. O uso de fonte secundária traz o grande
risco de erros de transição.
Tendo em conta à periodicidade, a recolha dos dados pode ser classificada como:
Recolha direita: quando é obtido directamente da fonte.
Exemplo: Empresa que realiza uma pesquisa para obter a preferência dos consumidores pela
sua marca.
Recolha indirecta: é feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela recolha direita,
por analogia, por avaliação, indícios ou proporcionalidades.
Recolha contínua: quando realizada permanentemente.
Exemplo: registo de nascimento, óbito, casamentos, etc.
Recolha periódica: quando feita em intervalos de tempo.
Exemplo: recenseamento demográfico, recenseamento industrial.

Recolha ocasional: quando realizada de modo esporádico.


Exemplo: registo de caso de ébola.

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Existem vários métodos para recolha de novas informações. As entrevistas pessoais são práticas
correntes: um entrevistador faz ao inquirido perguntas retiradas, de preferência de questionários
estruturado, e coloca as respostas nos espaços a elas reservados. Mas as entrevistas podem ser
feitas por telefone ou, quando por alguma razão se quer evitar a presença de um entrevistador,
pode optar-se por enviar o questionário pelo correio.
4º Critica dos dados
Uma vez recolhidos os dados, quer sejam dados primários ou secundários, é necessário
proceder-se a uma revisão crítica de modo a suprimir valores estranhos ou eliminar erros
capazes de provocar futuros enganos de apresentação e análise ou mesmo de enviesar as
conclusões obtidas.
5º Apresentação dos dados
Há duas formas de apresentação, que não se excluem mutuamente. A apresentação em tabela,
ou seja, é uma apresentação numérica dos dados em linhas e colunas distribuídas de modo
ordenado. A apresentação gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação geométrica
permitindo uma visão rápida e clara do fenómeno.
6º Análise e interpretação de dados
Por último é necessário interpretar os resultados obtidos. Esta interpretação estará tanto mais
facilitada quanto se tiverem escolhido, em etapas anteriores, os instrumentos mais apropriados,
apresentação e análise do tipo de dado recolhidos.
As conclusões obtidas podem ser diferentes; é suficientemente conhecido o exemplo de
entidades que, para situações idênticas, retiraram conclusões bastantes divergentes: as taxas de
inflação e desemprego estimados pelos órgãos governamentais e pelos sindicatos raramente
coincidem.

Usos da Estatística
As aplicações da Estatística se desenvolvem de tal forma que, hoje, todos os campos de estudo
se beneficiam da utilização de métodos estatísticos. Os fabricantes fornecem melhores produtos
a custos menores através de técnicas de controlo de qualidade. Controlam-se doenças com
auxílio de análises que antecipam epidemias. Espécies ameaçadas são protegidas por
regulamentos e leis que reagem a estimativas estatísticas de modificação de tamanho da
população. Visando a reduzir as taxas de casos fatais, os legisladores têm melhores justificativas
para as leis como as que regem a poluição atmosférica, inspecções de automóveis, utilização de
cintos de segurança, etc.

Actualmente os dados estatísticos são obtidos, classificados e armazenados em suportes digitais


e disponibilizados em diversos sistemas de informação acessíveis a investigadores, cidadãos e
organizações da sociedade que, por sua vez, podem utilizá-los no desenvolvimento das suas
actividades. O processo de obtenção, armazenamento e disseminação de informações estatísticas
tem sido acompanhado pelo rápido desenvolvimento de novos recursos, técnicas e metodologias
de análise de dados.

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BIBLIOGRAFIA

1. Carvalho, Eduardo (2009), Metodologia do Trabalho Científico, Escolar Editora, 2ª


Edição.
2. Crespo, Antônio (2009), Estatística Fácil, Editora Saraiva, 19ª Edição atualizada.
3. Murteira, Bento; Black, George (1983), Estatística Descritiva, McGrow-Hill, 1ª Edição
4. Negas, Elsa (2019), Estatística Descritiva: Explicações Teóricas, Casos de Aplicações e
Exercícios resolvidos, Edições Sílabo, 1ª Edição.
5. Reis, Elizabeth (2022), Estatística Descritiva, Edições Sílabo, 7ª Edição
6. Simões, Aníbal (2023), A Investigação Quantitativa, Kilunji, 1ª Edição

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