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AULA 1 TIPOS TEXTUAIS

O QUE É TEXTO?

Texto é uma produção que pode ser verbal, sonora, gestual, imagética, em qualquer situação de comunicação
humana, estruturada com coerência e coesão.

As imagens podem se constituir como textos: elas se estruturam na forma de um texto visual que pode ser lido.

São necessários minimamente os interlocutores, um contexto e um texto, que pode apresentar diferentes
materialidades.

Podemos falar em texto visual, texto sonoro, texto gestual etc., observando as especificidades de cada linguagem:
uma exposição de arte, por exemplo, pode ser considerada um texto visual, na medida em que os elementos
mínimos necessários para se constituir como texto estão presentes – o espectador, a obra, o ambiente onde se
expõe a obra; um show de música também é um texto, uma vez que se concentram os interlocutores (os músicos,
os ouvintes), uma dada situação (uma arena onde há a apresentação), intenções compartilhadas.

Os textos estão presentes em toda parte no nosso cotidiano. Seja uma propaganda em um outdoor, seja uma notícia
na TV, cada um deles possui uma finalidade e é construído segundo uma estrutura característica.

O texto escrito é organizado segundo algumas normas e ele pode ser classificado, assim, em uma tipologia textual
específica, isto é, um grupo de textos que seguem a mesma lógica gramatical e estrutural.
OS PRINCIPAIS TIPOS TEXTUAIS

Quando falamos de texto escrito, podemos pode-se fazer referências aos cinco tipos principais:

- narração
- injunção
- dissertação
- exposição
- descrição.

É importante não confundir tipologia textual com gênero do discurso!

- Enquanto a tipologia é um conceito mais amplo, que diz respeito às características fundamentais a partir das quais
um texto é estruturado, os gêneros do discurso ou gêneros textuais se referem à finalidade de um texto.

- Os gêneros levam em consideração a situação do discurso: quem são os interlocutores, como se dará a
comunicação.

- Além disso, existem inúmeros gêneros textuais (notícia, conto, relato, romance, receita, palestra etc.), ao passo que
os tipos textuais podem ser basicamente reduzidos a cinco, como visto anteriormente.
NARRAÇÃO

Os textos narrativos são estruturados em torno de um objetivo: apresentar um enredo (O que acontece? Como
acontece?), construído em torno personagens bem definidas (Quem participa da história?), que se passa em um
tempo (Quando?) e um espaço (Onde?) determinados.

Para construir esse enredo, os textos classificados nessa tipologia geralmente utilizam verbos nos pretéritos do
indicativo (passado) e, por vezes, fazem uso de diálogos, sempre adequando o nível de formalidade da linguagem
empregada ao público-alvo.

As personagens e o enredo de uma narração podem ser reais ou imaginários, bem como o tempo e o espaço em
que ocorrem as ações podem ser físicos ou psicológicos.
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num
fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos
beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.

Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de
sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato,
impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de
roscas, semelhante a uma cauda de cascavel.

Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de
carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.

Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de
repetir a mesma pergunta:

— Vão bulir com a Baleia?

Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria
perigo.

Ela era uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferençavam, rebolavam na areia do rio e
no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.

Fonte: (Baleia, em Vidas Secas, de Graciliano Ramos)


INJUNÇÃO

Os textos injuntivos são aqueles que dão instruções ao leitor, seja em tom de conselho, seja em tom de ordem.

Para orientar o receptor da mensagem a alcançar um determinado fim, essa tipologia textual utiliza principalmente
verbos no imperativo (verbos conjugados de modo a expressar orientação ou ordem, como em: “faça” e “pegue”) e
geralmente se organiza em uma estrutura com instruções claras e objetivas.

É possível diferenciar duas formas principais de texto injuntivo:

O texto instrucional é aquele em que as instruções são apresentadas em tom de conselho, orientação, indicação
(exemplos: receitas culinárias, manuais de instrução, bulas de remédios, rótulos de embalagens etc.);
já o texto prescritivo é aquele no qual as instruções são transmitidas por meio de ordens, imposições, e, portanto,
devem ser seguidas à risca (exemplos: cláusulas contratuais, constituições, editais de concursos etc.).
DISSERTAÇÃO

Dissertar significa debater, discorrer sobre determinado assunto. Dessa forma, os textos dissertativos são aqueles
que expõem, analisam e defendem um ponto de vista acerca de determinado aspecto da realidade.

São os textos mais cobrados em redações de vestibulares e concursos brasileiros, visto que permitem analisar a
fundo o conhecimento do escritor sobre o tema abordado.

Nessa tipologia textual, há exposição de informações acerca do assunto analisado e uso de argumentos baseados em
fatos e opiniões de autoridade para defender determinado ponto de vista relacionado ao assunto.

A linguagem utilizada é geralmente objetiva, sem marcas de oralidade, com o mínimo de pessoalidade possível, pois
busca-se um foco na questão abordada e não no autor do texto.

A estrutura básica de uma dissertação argumentativa é:

Introdução: Há apresentação do tema em questão, bem como delimitação do ponto de vista a ser defendido (tese).
Desenvolvimento: Há fundamentação e defesa do ponto de vista apresentado por meio de argumentos sólidos.
Busca-se convencer o leitor acerca da opinião central, visando a aderi-lo ao texto.
Conclusão: Retoma-se o tema e o ponto de vista apresentados para encerrar o texto de forma persuasiva, por meio
de um resumo ou afirmação que sintetize as ideias centrais abordadas.
“Todos os homens são intelectuais – pode-se dizer, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de
intelectuais. Não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Todo homem, fora de sua profissão, exerce alguma
atividade intelectual, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, tem
uma linha de conduta moral: contribui para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para
suscitar novos modos de pensar. ”

(Antonio Gramsci, filósofo italiano, 1891-1937)


EXPOSIÇÃO

Textos expositivos são totalmente impessoais, objetivos e neutros, ou seja, não trazem um posicionamento acerca do
tema abordado.

Seu objetivo é informar, explicar, expor o assunto, sem que haja interferência da opinião do autor sobre como o leitor
será atingido pelo texto.

A linguagem utilizada nessa tipologia textual é clara e objetiva, e o tempo verbal predominantemente empregado é o
presente do indicativo.

Alguns textos expositivos presentes no cotidiano são o verbete de dicionário e de enciclopédia, a notícia, a
entrevista e o seminário.

“Significado de Medo (s.m.). Estado emocional provocado pela consciência que se tem diante do perigo; aquilo que
provoca essa consciência. Sentimento de ansiedade sem razão fundamentada; receio: medo de tomar manga com
leite. Grande inquietação em relação a algo desagradável, a possibilidade de um insucesso etc.; temor: tinha medo
de perder o emprego. [Por Extensão] Comportamento repleto de covardia: correu por medo de apanhar. Etimologia
do latim: metus.us. ”
Fonte: (Dicionário Online de Português – Dicio.com)
DESCRIÇÃO

Os textos descritivos apresentam as características de uma determinada entidade presente no texto, como um
objeto, um cenário e uma pessoa.

Essa apresentação pode ocorrer de forma subjetiva, quando há a presença da opinião, das observações ou dos
sentimentos do autor a respeito da cena retratada, ou objetiva, quando a cena é simplesmente descrita de forma
impessoal.

Geralmente acompanham outros tipos textuais, em especial a narração, como instrumento auxiliar para inserir o
leitor em uma determinada situação.

As classes gramaticais predominantes em uma descrição são os adjetivos, as locuções adverbiais e os substantivos.

Os verbos empregados são predominantemente de ligação e geralmente são conjugados no presente ou nos
pretéritos (passado) do indicativo.

Alguns recursos podem ser utilizados para auxiliar a descrição, como a enumeração, a comparação, o uso de
metáforas (comparações implícitas) e a descrição dos efeitos do objeto da descrição sobre os cinco sentidos (cores,
dimensões, sons produzidos, cheiros etc.).
Descrição objetiva:
“As terras de Sor Eustace tinham três vilarejos pequenos, não mais do que um punhado de casebres, currais e
porcos. O maior ostentava um septo de um cômodo e telhado de palha, com imagens imperfeitas dos Sete
rabiscadas nas paredes com carvão. ”
Fonte: (A Espada Juramentada, em O Cavaleiro dos Sete Reinos, George R.R. Martin)

Descrição subjetiva:
“O baixo-relevo era um tosco retângulo com menos de dois dedos de espessura e uns doze a quinze
centímetros de comprimento, obviamente de origem moderna. O seu desenho, contudo, nada tinha de moderno na
atmosfera e no que sugeria; pois, embora os caprichos do cubismo e do futurismo sejam muitos e desvairados, não
reproduzem com frequência aquela regularidade críptica que se insinua na escrita pré-histórica. E a maior parte
daqueles desenhos com certeza parecia algum tipo de escrita, ainda que a minha memória, bastante familiarizada
com os papéis e coleções do meu tio, não conseguisse identificá-la ou sequer suspeitar de suas afiliações mais
remotas.
Acima desses hieróglifos aparentes havia uma figura de evidente intenção pictórica, embora sua execução
impressionista impedisse uma ideia muito clara de sua natureza. Parecia um tipo de monstro, ou de símbolo
representando um monstro, cuja forma só uma mente doentia poderia conceber. Se eu disser que minha algo
extravagante imaginação lhe atribuía ao mesmo tempo os traços de um polvo, de um dragão e de uma caricatura
humana, não estarei sendo infiel ao espírito da coisa. Uma cabeça polpuda e tentaculada encimava um corpo
grotesco e escamoso dotado de asas rudimentares; mas era o contorno geral do todo que chocava. Atrás da figura
havia uma vaga sugestão de cenário de arquitetura ciclópica. ”
Fonte: (Horror na Argila, em O Chamado de Cthulu, de H.P. Lovecraft)
O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

É uma produção em que um autor defende seu ponto de vista por meio de argumentos. No caso específico do
Exame Nacional do Ensino Médio, exige-se, também, que se apresentem propostas de solução para os problemas
levantados na argumentação.
O texto dissertativo-argumentativo - ou apenas dissertação - é um tipo de texto que discute assuntos socialmente
relevantes. No caso específico do Enem, questões que envolvem o Brasil e seus principais problemas costumam
aparecer como tema da redação. Além disso, esse tipo de texto é reconhecido por ter uma estrutura bastante rígida,
dividida em três partes fundamentais: introdução, argumentação e conclusão.

Estrutura

•Introdução: No início da dissertação, é necessário que o autor deixe claro qual é o assunto abordado no texto e, além
disso, qual será a tese - ou ponto de vista - a ser defendida.
•Argumentação: Os parágrafos intermediários de uma dissertação devem ser destinados à defesa da tese mediante
argumentos. É importante lembrar que um argumento é uma estrutura textual que, por meio da análise de provas ou
fundamentos, confirma o ponto de vista do autor.
•Conclusão: O final de um texto dissertativo-argumentativo pode ser produzido de duas formas, enquanto síntese ou
com propostas de solução. No caso da conclusão por síntese, o autor repete os argumentos resumidamente e conclui o
texto afirmando a veracidade da tese. No caso da conclusão com propostas de solução, é necessário retomar os
problemas discutidos na argumentação e propor intervenções que eliminem ou diminuam a questão problemática.
É importante lembrar que as soluções sugeridas devem ser detalhadas, explicitando-se os agentes (quem promoverá a
solução), as ações (o que será feito para sanar a questão), os meios (como será promovida a intervenção) e os objetivos
(para que será feita a ação sugerida).
A obra musical "Admirável Chip Novo", da cantora Pitty, retrata a manipulação das ações humanas em razão do uso
das tecnologias, que findam por influenciar o comportamento dos indivíduos. Não obstante, tal questão transcende a arte e
mostra-se presente na realidade brasileira através da filtragem de dados na internet e sua utilização como ferramenta de
determinação de atitudes, consequência direta do interesse do mercado globalizado e da vulnerabilidade dos usuários. Assim,
torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Convém ressaltar, a princípio, o estabelecimento do comércio virtual e sua contribuição para a continuidade da
problemática. Quanto a esse fator, é válido considerar a alta capacidade publicitária da web, bem como sua consolidação
enquanto espaço mercantil - possibilitador de compra e venda de produtos. Sob esse aspecto, o célebre geógrafo, Milton
Santos, afirma a existência de relação entre o desenvolvimento técnico-científico e as demandas da globalização,
justificando, assim, a constante oferta de conteúdos culturais e comerciais que podem ser adquiridos pelos usuários, de modo
a fortalecer o mercado mundial e o capitalismo.
Paralelo a isso, a imperícia social vinculada ao déficit em letramento digital fomenta a perpetuação do impasse. Nesse
viés, as instituições educacionais ainda não são eficazes na educação tecnológica, por não contarem com estrutura
profissional e material voltado ao tema. Ademais, a formação de indivíduos vulneráveis possibilita a ação do mecanismo que
pode transformar comportamentos, tornando-os passíveis de alienação. Essa conjuntura contraria o Estado proposto pelo
filósofo John Locke - assegurador de liberdade -, gerando falsa sensação de autonomia e expondo internautas a um ambiente
não transparente, em que decisões são previamente programadas por outrem.
Em suma, faz-se imprescindível a tomada de medidas atenuantes ao entrave abordado. Posto isso, concerne ao Estado,
mediante os Ministérios da Educação e Ciência e Tecnologia, a criação de um plano educacional que vise a elucidar a
população quanto aos riscos da navegação na rede e à necessidade de adaptação aos novos instrumentos digitais. Tal
projeto deve ser instrumentalizado na oferta de aparelhos tecnológicos às escolas, para a promoção de palestras e aulas
práticas sobre o uso da tecnologia, mediadas por técnicos e professores da área, objetivando a qualificação dos usuários e a
prevenção de casos de manipulação de atitudes. Dessa maneira, o Brasil poderá garantir a liberdade de seus cidadãos e o
Estado lockeano poderá ser consolidado.
COMO PRODUZIR UM TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO?

Para produzir um bom texto dissertativo-argumentativo, é necessário estar atento para as exigências que cada parte
do texto - introdução, desenvolvimento e conclusão - possui, conforme explicado acima. Além disso, é importante
lembrar:
- do uso da norma-padrão da língua portuguesa;
- de fundamentar os argumentos a partir de conhecimentos de diversas áreas;
- apresentar domínio dos elementos de coesão e coerência da língua;
- respeitar os direitos humanos, estabelecidos na Declaração Universal redigida pela ONU
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

1. (ENEM 2009) Em Touro Indomável, que a cinemateca lança nesta semana nos Estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos demônios de La Motta – que fizeram dele tanto um astro no
ringue como um homem fadado à destruição. Dirigida como um senso vertiginoso do destino de seu personagem,
essa obra-prima de Martin Scorcese é daqueles filmes que falam à perfeição de seu tema (o boxe) para então
transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e
tremendamente imperfeitos. Revista Veja, 18 fev. 2009 (adaptado).

Ao escolher este gênero textual, o produtor do texto objetivou:

(A) Construir uma apreciação irônica do filme.


(B) Evidenciar argumentos contrários ao filme de Scorcese.
(C) Elaborar uma narrativa com descrição de tipos literários.
(D) Apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar criticamente.
(E) Afirmar que o filme transcende o seu objetivo inicial e, por isso, perde sua qualidade.
2. (ENEM 2010)
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO:
12X SEM JUROS.
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.

Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas,
formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:

(A) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.


(B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
(C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
(D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
(E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.
3. (ENEM 2018)
A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo

Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especialmente da mulher
negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença
de estereótipos negativos nessas imagens dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética
racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira. A
análise do material imagético aponta a desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a
idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O
discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída
e atuante no cotidiano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços
sociais, considere o uso de estratégias para uma ―descolonização estética‖ que empodere os sujeitos negros por
meio de sua valorização estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade.
Palavras-chave: Estética, racismo, mídia, educação, diversidade.
SANT’ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo. Dossiê: trabalho e educação básica. Margens Interdisciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n.16,jun. 2017 (adaptado).

O cumprimento da função referencial da linguagem é uma marca característica do gênero resumo de artigo acadêmico. Na estrutura
desse texto, essa função é estabelecida pela:

(A) impessoalidade, na organização da objetividade das informações, como em “Este artigo tem por finalidade” e “Evidencia-se”.
(B) seleção lexical, no desenvolvimento sequencial do texto, como em “imaginário racista” e “estética do negro”.
(C) metaforização, relativa à construção dos sentidos figurados, como nas expressões “descolonização estética” e “discurso midiático-
publicitário”.
(D) nominalização, produzida por meio de processos derivacionais na formação de palavras, como “inferiorização” e “desvalorização”.
(E) adjetivação, organizada para criar uma terminologia antirracista, como em “ética da diversidade” e “descolonização estética”.
4. (ENEM 2020)
Mulher tem coração clinicamente partido após morte de cachorro

Como explica o The New England Joumal of Medicine, a paciente, chamada Joanie Simpson, tinha sinais de infarto,
como dores no peito e pressão alta, e apresentava problemas nas artérias coronárias. Ao fazerem um
ecocardiograma, os médicos encontraram o problema: cardiomiopatia de Takotsubo, conhecida como síndrome do
coração partido. Essa condição médica tipicamente acontece com mulheres em fase pós-menstrual e pode ser
precedida por um evento muito estressante ou emotivo. Nesses casos, o coração apresenta um movimento
discinético transitório da parede anterior do ventrículo esquerdo, com acentuação da cinética da base ventricular, de
acordo com um artigo médico brasileiro que relata um caso semelhante. Simpson foi encaminhada para casa após
dois dias e passou a tomar medicamentos regulares. Ao Washington Post, ela contou que estava quase inconsolável
após a perda do seu animal de estimação, um cão da raça yorkshireterrier. Recuperada após cerca de um ano, ela
diz que não abrirá mão de ter um animal de estimação porque aprecia a companhia e o amor que os cachorros dão
aos humanos. O caso aconteceu em Houston, nos Estados Unidos.
Disponível em:https//exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

Pelas características do texto lido, que trata das consequências da perda de um animal de estimação, considera-se
que ele se enquadra no gênero:
(A) conto, pois exibe a história de vida de Joanie Simpson.
(B) depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do animal.
(C) reportagem, pois discute cientificamente a cardiomiopatia.
(D) relato, pois narra um fato estressante vivido pela paciente.
(E) notícia, pois divulga fatos sobre a síndrome do coração partido.

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