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COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Interpretação De Texto

Como Interpretar Textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de tex-
tos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em
provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relaci-
onadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa-
ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacio-
namento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e anali-
sada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores


através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identifica-


ção de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo,


de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do tex-


to.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO


A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

Condições Básicas Para Interpretar

Fazem-se necessários:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;


OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, de-
notação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

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c) Capacidade de observação e de síntese e

d) Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO


CONCLUSÕES, DEDUZIR. AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.
- TIPOS DE ENUNCIADOS - TIPOS DE ENUNCIADOS:
• Através do texto, INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
• É possível DEDUZIR que... • É SUGERIDO pelo autor que...
• O autor permite CONCLUIR que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRA-
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar DA a afirmação...
que... • O narrador AFIRMA...

Erros de Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são:

a) Extrapolação (viagem)

Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-
to prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um


conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) Contradição

Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, consequentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pro-
nome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semânti-
co, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo ade-
quado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.

Qual (neutro) idem ao anterior.

Quem (pessoa)

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cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possuído.

Como (modo)

onde (lugar)

quando (tempo)

quanto (montante)

exemplo:

Falou tudo QUANTO queria (correto)


Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECIS-


MO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força
desse hábito cometem-se erros graves como:

- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.


- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .
- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso

4 técnicas para virar um especialista em interpretação de texto

Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de
texto

Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e,
mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando
nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! Depois disso, vai ficar fácil
entender até os mais complexos manuais de instrução (ok, talvez nem tanto, mas você vai arrebentar
no vestibular!).

Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras.

Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu
uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra
isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tem-
po o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.

– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que iden-


tificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim
fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.

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– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de


paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar seti-
nhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!

3) Leia no Papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel.

Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e
reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que apren-
demos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro,
fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi prova-
do também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificul-
dades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um
mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma
linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página)
para lembrar de informações chave de um livro.

Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se
adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler
mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de
entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minu-
tos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler.

Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da
leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

Antes de tudo, vamos explicar como se dá o processo de interpretação. A Hermenêutica, a área da


filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abor-
dagem eficaz de um texto:

a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assun-
to, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informa-
ções novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informa-
ção nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu en-
tendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compre-
endê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então
o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

5 Dicas Poderosas de Melhorar Suas Chances de Atingir 100% em Interpretação de Texto

Opa, tudo bem? Como vai a vida? Hoje é um dia lindo para aprendermos a estudar interpretação de
textos, não acha? :)

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Ahhhh, interpretação de textos.

Você pensa que domina essa matéria e que está tudo bem se ela for deixada de lado, até que PÁ:
tira uma nota RIDÍCULA em português e, justamente, percebe que errou a maioria das questões de
interpretação ou de gramática aplicada ao texto. Ou você realmente é muito ruim interpretando as
coisas mesmo.

Veja o exemplo de um Esquemeiro que me mandou uma dúvida sobre interpretação:

Tenho um grave problema com português, especialmente interpretação de texto. Meu desempenho
nunca é regular, sempre sendo 8 ou 80 ( quando vou bem tenho a sensação que pode ser mais no
chute do que racional).
Minha bronca é especificamente com o CESPE. Então, você teria alguma dica, material ou técnica de
estudo para eu quebrar essa barreira com a Língua Portuguesa?

Agradeço desde já sua atenção, tudo de bom ótima semana.

Alright, then! Tá beleza, então! Vamos aprender interpretação e mandar a banca para o beleléu.

1. Leia mais (eu sei que é clichê, então vou te dar alternativas bacanas)

Algumas pessoas mais espertas do que eu diziam o seguinte sobre leitura:

Quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê. (Monteiro Lobato)

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. (Victor Hugo)

Se você quiser interpretar melhor, você deve ter O QUE INTERPRETAR. Sabe, não adianta ficar
querendo tapar o sol com a peneira e pedir para divindades que tudo dê certo. Querer todo mundo
quer. Você tem que ter seu algo a mais, aqui. Leia.

“Pô, LER MAIS? Odeio ler!”

Não, você não odeia LER. Você odeia ler, sei lá, os livros que as pessoas em geral leem, ou aqueles
livros chatos que os professores da escola indicam/indicavam. Machado de Assis? Blergh! Olavo
Bilac? Parnasiano aguado! Manuel Bandeira? No, no, please!

É claro, então, que você odeia ler o que você odeia ler. Para fugir disso e melhorar sua interpretação
de textos, leia o que você achar delicioso. Vou te mostrar algumas boas opções para fugir do lugar-
comum.

Histórias Em Quadrinhos

Eu aprendi a ler com Turma da Mônica. Consegui interpretar desde cedo que o Cebolinha falava
“elado” porque ele era uma criança ainda aprendendo a falar com mais dificuldades do que as outras
crianças.

Sites de fofocas

Exemplo: Papel Pop: os sites de fofocas colocam duplo sentido em um milhão de textos, e isso é
fantástico para você. Toda vez que você não entender alguma coisa, pergunte-se: o que será que o
autor do texto quis dizer com isso? Você começa entendendo frases simples nesse tipo de site e
acaba conseguindo interpretar textos em provas de concursos. How great is that? Isso é muito legal,
né não? :)

Livros infantojuvenis com personagens maaaais ou menos infantis

Não é por acaso que Stranger Things é uma das séries originais da Netflix mais adoradas da atuali-
dade. Ela tem um ingrediente fascinante para qualquer pessoa de qualquer idade no mundo inteiro:
crianças pré-adolescentes ou adolescentes enfrentando coisas mais fortes do que elas. Come on.

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Fala sério. Esse roteiro não é novo: existe em Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, E.
T., Sexto Sentido, Guerra dos Tronos (sim! Geral se interessou por Guerra dos Tronos por causa do
Jon, da Dany, da Arya, da Sansa, do Jofrey, do Bran…) todo mundo adora uma creepy child (criança
esquisita), e os livros relacionados a elas são do tipo que você começa pela manhã e só termina
quando chega à última página.

Letras de Músicas

Você está a fim de decorar uma nova música? Pegue a letra dela, não tente decorar somente pela
cantoria da pessoa. Além de treinar sua interpretação, você treinará sua memória (é mais fácil deco-
rar uma letra entendendo o sentido dela).

Esse assunto de música nos leva ao próximo tópico.

2. Veja Se O Sentido Faz Sentido

Eu já ouvi um incontável número de pessoas cantando músicas que não condiziam com a letra origi-
nal, trocando totalmente o sentido da coisa. Isso acontece por dois motivos simples:

1. O som da música não permite que as pessoas entendam direito o que se fala; e

2. Ninguém interpreta o que está cantando.

Quer alguns exemplos?

O texto original fala:

Na madrugada a vitrola rolando um blues Tocando B. B. King sem parar

Não faz sentido, em um contexto comum, rolar um blues na madrugada e trocar de biquíni sem parar
ao mesmo tempo!

Outra:

O texto original fala:

Eu perguntava “Do you wanna dance?” (Você quer dançar?)

Faz sentido você estar em uma festinha belezera, conhecer alguém e perguntar as coisas em Holan-
dês? Só na Holanda, né?

Vou mandar mais um exemplo:

Ahahaha! Só na psicanálise para entender essa!

O texto original fala:

Analisando essa cadeia hereditária


Quero me livrar dessa situação precária

E há vááários outros exemplos! Amar a pé, amar a pé… (amar até, amar até); Ôh Macaco cidadão,
macaco da civilização… (Ôh pacato cidadão); Leste, oeste solidão… (S.O.S. solidão); São tantas
avenidas… (São tantas já vividas); e assim vai hehehe!

A dica que fica é: o que você interpretou não fez sentido? Então procure ENTENDER o que vo-
cê ouviu! Fazendo isso, você conseguirá conectar os fatos muito melhor e até memorizar mais rápido.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

Eu vou repetir.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

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Você ouve “trocando” “de” “biquíni” “sem” “parar”. Só que, se você junta tudo isso, o troço não vai
fazer sentido algum! Não trate as palavras como se elas fossem alone in the dark (sozinhas no escu-
ro).

3. Pratique Com Frases de Motivação

Frases de motivação são umas lindas. Além de ensinar tudo sobre mindset(mentalidade de aprova-
dos) elas são ótimas professoras de interpretação. Veja os exemplos que eu trouxe (logo abaixo, há
os significados das frases, caso você ainda esteja com a interpretação em baixa):

Perfeição é uma palavra capciosa. Ela denota algo positivo, mas leva a resultados negativos.

Na busca pela perfeição ao estudarmos para concursos públicos, acabamos por perder tempo de-
mais com assuntos que não nos levarão a nada (aliás, essa é a minha grande lição no Ritmo de Es-
tudos, o meu curso oficial – eu ensino a excluir conteúdo que não interessa).

Perfeição é uma grande inimiga do resultado. Enquanto a maioria entra em concursos públicos pen-
sando que deve estudar todo o edital de uma mesma maneira, sem colocar os devidos pesos, poucos
são os que realmente conseguem grandes notas por terem sido mais espertos.

Não busque a perfeição. Busque os resultados. Seja real.

Essa frase é de George Eliot. O sr. Eliot mal saberia que muitos anos após sua morte, em um pa-
ís far, far away, grupos de concurseiros falariam coisas como:

“Eu tenho filhos.”

“Eu tenho pais.”

“Sou muito magro.”

“Sou muito gordo.”

“Não gosto de português.”

“Nunca me dei bem em matemática.”

Todos os dias eu recebo mensagens de pessoas que têm algum motivo sem noção para desistir (ou
para não entrar em ação). A idade é um dos campeões do desculpismo.

A verdade, entretanto, é só uma: ficar na inércia é que não vai trazer resultados a ninguém.

Colonel Sanders chegou a pensar no suicídio aos 65 anos de idade. Quando começou a escrever sua
carta de adeus, decidiu falar tudo o que faria diferente para que sua vida tivesse seguido o rumo que
ele sempre quis. Ao invés de se matar, Sanders começou a vender sua própria receita de frango frito
de porta em porta. Aos 88 anos, o fundador do Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos,
tornou-se um bilionário.

Como fangirl da Apple, eu não poderia deixar de citar uma do Steve Jobs.

Nos concursos públicos, chegará um momento em que você achará que já sabe demais. Até você
passar, você perceberá, entretanto, que precisa sempre de honestidade para entender que não sabe
de tudo, e sempre deve correr atrás de mais e mais conhecimento.

E isso vale para depois que passar, também. Do contrário, você será daquele tipo de concursado
aposentado: morre aos 25 e só é enterrado aos 85.

Napoleon Hill estava no ápice da genialidade quando disso isso. Se você consegue ENTENDER al-
guma coisa, você consegue fazer essa coisa. Se você consegue entender o processo de passar em
concursos públicos, você conseguirá passar muito mais rápido.

Por fim, mas não menos importante: você só aprenderá a interpretar se você aplicar todas as dicas
que eu dei (e darei) neste artigo. Conhecimento só é válido quando se consegue agir sobre ele.

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Basicamente: coloque a mão na massa, brother :)

Existem milhares de outras frases de motivação por aí. Faça uma por dia. E, claro, interprete cada
uma delas.

4. Interprete as Coisas em sua Vida – E Reflita sobre O Que os Outros Falam

Existe um livro em inglês chamado Happy for No Reason (Feliz sem Ter Motivo), da autora Marci
Shimoff. De acordo com Shimoff, existem as pessoas que não são felizes, existem as pessoas que
são felizes por algum motivo (geralmente por estarem com outras pessoas) e existem as pessoas que
são felizes sem ter motivo.

No primeiro caso, de acordo com a autora, as pessoas estão em um estágio de depressão profunda;
no segundo caso, as pessoas estão felizes, mas, como estão felizes por um MOTIVO, esse motivo
pode ser retirado delas; e no terceiro caso as pessoas são felizes apenas por ser (entretanto, poucas
conseguem chegar lá).

Um dos casos em que as pessoas buscam a felicidade por um motivo (aquela que pode ser tirada
delas) é o da má interpretação. A pessoa se martiriza internamente por uma frase que pegou fora de
contexto, ou cria algum tipo de raiva por algo que ouviu falar por terceiros, e a infelicidade a encontra.

Por isso, interpretar o que ocorre em sua vida dentro de um contexto lógico também te ajudará em
provas de concursos públicos.

Em 90% dos casos, você perceberá que não é pessoal, e isso não será problema seu. Nos outros
10% (se for pessoal), o problema também não é seu.

5. Aprenda Gramática Aplicada ao Texto, e Não Gramática Pura

Querendo ou não, interpretar textos também significa aprender a Língua Portuguesa. Saber qual é o
sujeito, qual é o advérbio, qual é o objeto indireto poderá te salvar de várias situações ruins.

O lance é que a gramática pura (por si só) não te ajudará em basicamente nada se você não conse-
guir aplicá-la. E aprender gramática consiste no seguinte:

6. Dica Extra: Don’t Overthink! Não Pense Demais!

Um erro comum é pensar demais. Depois de muito treino (com todas as outras dicas), você estará
com a preparação em nível avançado na interpretação de textos.

Daí, chega o momento da prova e você começa a querer pensar demais: “e se não for realmente
isso? E se for um peguinha? E se? E se?”.

Para evitar que isso aconteça, só existe um remédio: fazer muitas provas de interpretação de textos,
e de preferência da banca que fará seu certame. Eu não estou falando de fazer duas, três provas. Eu
estou falando de 20, 30 provas, cada uma com 15, 20 questões, cada uma com 3, 4 textos. Lembre-
se: permaneça ignorante. Permaneça com fome.

Dicas Para Uma Boa Interpretação de Texto

Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso
elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar você nos seus estudos.

Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, não se desespere, você
não é o único a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.

Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o de-
senvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de
nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma
boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido.

O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código,


pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer

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analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos al-
gumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.

Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos
de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, des-
cuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufici-
ente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois, uma se-
gunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente.

Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos fra-
sais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira
aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos concei-
tos.

Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumenta-
tivos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na
superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e ines-
pecíficas.

Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler
com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma
boa leitura e bons estudos!

Interpretação de Texto: veja como fazer.

É o que mais cai no Enem.

Interpretação de Texto: veja os principais pontos nos quais você deve focar durante a leitura dos tex-
tos nas provas do Enem, dos vestibulares e do Encceja. Revise como interpretar um texto, e mande
bem nos Exames!

Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A
compreensão do enunciado é uma chave essencial para iniciar a resolução dos problemas.

Por isso mesmo o tema da Interpretação de Texto é o que mais cai no Enem e nos Vestibulares. Aqui
vão algumas dicas que podem facilitar a compreensão e tornar o ato de interpretar um texto mais
rápido e eficaz.

A primeira coisa que deve ser feita na Interpretação de texto é decompor o texto em suas “ideias bá-
sicas”. Qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Esta operação
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. É assim que se estuda interpretação de
texto para o Enem.

Veja neste exemplo:

 “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a for-
mação da personalidade humana”.

 Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895).

 Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado pela
psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta por
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.

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 Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lin-
guagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos
na fase de vigília.

 “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” (Salvatore D’Onofrio). IDEIAS – NÚCLEO. Veja a
seguir o Passo inicial da Interpretação de Texto

O Primeiro Conceito Do Texto:

 * “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a


formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas
camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente”.

 O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

O Segundo Conceito Do Texto:

* “Começou estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da


hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria,
1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado
pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta
por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais”.

A segunda ideia – núcleo mostra que Freud deu início à sua pesquisa estudando os comportamentos
humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método criou o das “livres
associações de ideias e de sentimentos”.

O Terceiro Contexto Do Texto:

* “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da língua
gemonírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
fase de vigília”.

Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão
dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do
dia a dia. É assim, passo a passo, que você faz a interpretação de texto.

Quarto Conceito Do Texto:

* “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi à apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.”.

Conclusão: Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a
novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.

A finalidade deste exemplo foi de mostrar como captar o foco central na interpretação do texto e cap-
tar a ideia transmitida pelo autor de forma sagaz. O ideal, na hora de interpretar um texto, é fazer uma
leitura dinâmica, a fim de captar sua ideia principal, para depois ler novamente para que possa ser
feita uma análise mais a fundo do mesmo.

Ler e interpretar um texto parece muito simples, e de fatoé. Mas, existem os segredos da Interpreta-
ção de Texto nas provas do Enem e similares. Foram estes segredos que você aprendeu nesta aula.

11 Dicas Para Fazer Interpretação De Texto

Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A decepção
quando a gente erra uma questão por besteira é enorme, né?

A interpretação afeta o nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e professores. E tam-
bém a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série…

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

As próximas dicas tem a intenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e tam-
bém para o dia a dia.

1. Aprenda A Interpretar Gráficos E Tabelas

Gráficos e tabelas caem com muita frequência no Enem, nos vestibulares e concursos públicos. Além
dos processos seletivos, eles também são bastante utilizados por jornais e pelo mercado de trabalho.

Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista. Muitas vezes, ao se deparar com esse tipo de dado
em um exercício, a gente coloca barreiras como “não sei, sou de Humanas“. Mas não deve ser assim
Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse
tipo de texto.

Com o passar do tempo (e depois de praticar bastante), é possível que você comece a gostar de criar
gráficos e tabelas. Eles são uma maneira prática de resumir um conjunto de informações importantes.

Obs: Você percebeu que recomendei uma aula de Português e outra de Matemática para aprender
gráficos? Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação.

2. Coloque As Orações Na Ordem Direta

A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte forma: sujeito + predicado + complemento

Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que es-
tão na ordem indireta, principalmente os enunciados das questões.

3. Fique Atento A Todos Os Detalhes

Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações e
poemas).

Circule os nomes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez
revelem o tema da questão e até mesmo a resposta.

Basta olhar as referências para saber que o texto acima é relacionado aos Direitos Humanos, apro-
ximadamente sobre 2016.

Olhando o título, vejo que ele é sobre intolerância religiosa. Depois de analisar o infográfico e o gráfi-
co, tenho uma ideia das principais religiões discriminadas e da evolução da violência de 2013 a 2014.

Talvez eu não saiba que a liberdade para expressar a religião é um dos Direitos Humanos. Mas a
referência me ajuda a saber que existe uma relação entre os direitos humanos e a intolerância religi-
osa no Brasil (título do texto).

4. Pratique a Interpretação Com Posts das Redes Sociais

Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é
preciso interpretar, no mínimo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

No primeiro post, você precisa saber colocação pronominal segundo a norma culta e saber como são
entrevistas de emprego para entender a referência. No segundo post, deve conhecer o que é um
elétron e a marca Ricardo Eletro.

Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos
que causam esse efeito de sentido.

5. Leia Textos Longos Impressos (Como As Provas Do Enem)

Depois de um hora fazendo uma leitura densa, ficamos cansados. Precisamos ter resistência para
não fazer análises equivocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resistência é se acos-
tumar a compreender textos longos.

Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas do Enem, além
de serem úteis para praticar e simular a avaliação deste ano, podem ajudar a acostumar com a leitura
desse tipo de texto.

Experimente baixá-las e interpretar os dados na coletânea da redação. Analise também os enuncia-


dos das questões de diferentes áreas do conhecimento.

Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é
diferente. Se você irá fazer provas impressas, prefira ler textos assim.

Dica: lembre de reescrever as orações na ordem direta.

6. Compreenda Músicas

As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam muitas figuras de linguagem (a gente expli-
ca as principais neste outro artigo).

Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com
ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe.

7. Leia Tirinhas

O Enem costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontra-
das, são uma leitura leve, divertida e sempre precisam de interpretação.

Muitas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita.

8. Olhe Para Os Períodos, Versos E Parágrafos Em Conjunto

Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para se lembrar
depois.

Em seguida, procure relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e
consequência, adição.

Fazemos o procedimento acima para classificar orações subordinadas, mas ele também pode ser útil
para a interpretação como um todo.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

9. Use Um Dicionário

Quando estiver lendo em casa, tenha um dicionário por perto e pesquise o que não entender. Só
assim vai ser possível interpretar depois.

Para memorizar, anote as palavras que você descobriu o que significam em um caderninho. Elas
poderão ser úteis para resolver exercícios e também para a redação.

Algumas obras literárias utilizam palavras antigas e de difícil entendimento. Vale lembrar que existem
vestibulares que apresentam pequenos glossários nas questões. Então não dê muita atenção aos
termos arcaicos na hora da leitura.

10. Peça A Ajuda De Vídeo Aulas E Do Google

Todos nós já passamos por alguma situação confusa, que não fez muito sentido. Pode ser na hora de
resolver uma lista de exercícios ou em uma conversa com seus parentes, por exemplo.

Quando isso acontece, pode ser porque você não conseguiu interpretar corretamente. Então é útil
procurar ajuda em um dicionário, videoaula ou no Google.

11. Reescreva Ou Explique Para Você Mesmo

Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escre-
va em tópicos.

O objetivo desta dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicar de
maneira simples.

Interpretação De Textos

A interpretação de textos é um exercício que requer técnica e dedicação. Existem algumas dicas que
ajudam o leitor a aprimorar a compreensão dos mais variados gêneros textuais.

Letrado não é aquele que decodifica uma mensagem: letrado é o indivíduo que lê e compreende o
que lê.

No Brasil, infelizmente, grande parcela da população sofre com o analfabetismo funcional, que nada
mais é do que a incapacidade que um leitor tem de compreender textos — inclusive os textos mais
simples — de gêneros muito acessados no cotidiano.

O analfabeto funcional não transforma em conhecimento aquilo que lê, pois sua capacidade de inter-
pretação textual é reduzida.

Ao contrário do que muitos pensam, o problema atinge pessoas com os mais variados níveis de esco-
laridade, e não apenas aqueles cuja exposição ao estudo sistematizado foi reduzida.

Para que você possa aprimorar sua capacidade de interpretação, o sítio de Português elaborou al-
gumas dicas que vão te ajudar a alcançar uma leitura proficiente, livre de quaisquer mal-entendidos.
Boa leitura e bons estudos!

Cinco Dicas de Interpretação de Textos

Dica 1: Livre-Se Das Interferências Externas

Sabemos que nem sempre é possível ter a tranquilidade desejada para estudar, ainda mais quando
somos obrigados a conciliar várias atribuições em nossa rotina, mas sempre que possível, fique livre
de interferências externas e escolha ambientes adequados para a leitura.

Um ambiente adequado é aquele que oferece silêncio e algum conforto, afinal de contas, esses fato-
res influenciam de maneira positiva os estudos.

Ruídos e interferências durante a leitura reduzem drasticamente nossa capacidade de concentração


e, consequentemente, de interpretação.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Dica 2: Sempre Recorra A Um Bom Dicionário

Quem nunca precisou interromper a leitura diante de um vocábulo desconhecido? Essa é uma situa-
ção corriqueira, mesmo porque o léxico da língua portuguesa é extenso. É claro que desconhecer o
significado de algumas palavras pode atrapalhar a interpretação textual, por isso, o ideal é que você,
diante de um entrave linguístico, consulte um bom dicionário.

Na impossibilidade de consultar um dicionário, anote a palavra para uma consulta posterior. É assim
que um bom vocabulário é construído, e acredite: ele sempre estará em construção, pois estamos
constantemente em aprendizado.

Dica 3: Prefira A Leitura No Papel

Sabemos que a tecnologia nos oferece diversos suportes que facilitam e democratizam a leitura e
que os livros digitais são uma realidade. Contudo, sempre que possível, opte por livros ou documen-
tos físicos, isto é, impressos.

O papel oferece a oportunidade de ser rabiscado, nele podemos fazer anotações de maneira rápida e
prática, além de ser a melhor opção para quem tem dificuldades de interpretação textual.

Dica 4: Faça Paráfrases

A paráfrase consiste em uma explicação livre e desenvolvida de um fragmento do texto e também


dele completo. Ao ler um parágrafo mais complexo, você pode fazer uma pausa para tentar explicá-lo
com suas próprias palavras: isso facilitará a compreensão e a assimilação daquilo que está sendo
lido.

Dica 5: Leia Devagar

Ler apressadamente é um exercício que dificilmente transformará informação em conhecimento. O


cérebro precisa de tempo para processar a leitura, por isso, evite ler em situações adversas. Uma
leitura feita com calma permitirá que você retome parágrafos e poucas coisas são mais eficientes
para a interpretação textual do que a releitura, consulte o dicionário e faça paráfrases e anotações, ou
seja, todas as dicas anteriormente citadas dependem, sobretudo, dessa leitura cuidadosa.

Explicações Preliminares

I) Para Interpretar Bem

Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Impor-
tante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os
itens abaixo.

1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.

2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios
de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedica-
da a isso.)

3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos
oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e
seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar res-
ponder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê- lo como um todo, e
isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada
leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois
tente resolver as questões propostas.

5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determi-
nado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto
mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a
agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.

6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determi-
nada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa
pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi
dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

II) Paráfrase

Chama-se paráfrase a reescritura de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação


com freqüência se baseiam nesse conhecimento, nessa técnica. Vários recursos podem ser utilizados
para parafrasear um texto.

1) Emprego de sinônimos.

Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retornasse cedo, deixava os
genitores preocupados.

2) Emprego de antônimos, com apoio de uma palavra negativa.

Ex.: Ele era fraco. Ele não era forte.

3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto.

Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram.
Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.

Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. Quero o respeito do
grupo. Quero que o grupo me respeite.

5) Omissão de termos facilmente subentendidos.

Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais deli-
cada e importante.

6) Mudança de ordem dos termos no período.

Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro me-
ses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro
meses de pesquisa, seria esquecido.

7) Mudança de voz verbal

Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em
seu jardim. (voz passiva analítica)

Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas mudanças possíveis.

Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)

Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)

8) Troca de discurso

Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Na-
quela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)

9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.

10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:

Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a lingua-
gem celeste.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Tipologias e Generos Textuais

Tipologia Textual

1. Narração

Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.

2. Descrição

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Nu-
ma abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que
se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.

3. Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.

3.1 Dissertação-Exposição

Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre


assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe
ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos
científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.

3.1 Dissertação-Argumentação

Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto,


além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se
pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em:
sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revis-
tas.

4. Injunção / Instrucional

Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do pre-
sente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem
ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex:
recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).

OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.

5. Predição

Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previ-
sões escatológicas/apocalípticas.

OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada
mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve persona-
gens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo
(assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Dialogal / Conversacional

Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,
conversa telefônica, chat, etc.

Gêneros textuais

Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com carac-
terísticas comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações
específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa
sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo
então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:

Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente necessi-
dade de o exporao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.

Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações


sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, men-
sagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.

Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo einjuntivo que tem
por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.

Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para pre-
parar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no impera-
tivo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.

Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.

Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empre-


sa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.

Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em
um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Ca-
racterísticas do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamen-
te descritos.

Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem,


por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.

Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas


ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevis-
tado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, es-
pecialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também
envolver aspectosnarrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na en-
trevista médica.

História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos


quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.

Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.

Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em es-
trofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteú-
do capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode
ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero <poema>, resulta-se em
um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou
um filme podem ser assim considerados).

Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as
rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se
repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A
tipologia narrativa tem prevalêncianeste caso.

Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.

Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publica-
ções científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada
ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.

Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e dalinguagem, consegue utilizar todas
as tipologias textuais com facilidade.

Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de
um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um
traz.

Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futu-
ro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos
tipos narrativo e descritivo.

Gêneros literários:

Gênero Narrativo:

Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramá-
tico. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gê-
nero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes:
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas
possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, co-
mo: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:

Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam
um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusí-
adas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor
vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam,
o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final.
É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reprodu-
zi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgi-
ram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto


sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a
solução de um mistério.

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV..

Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos


descritivos.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e re-
flexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:Ensaio sobre a
tolerância, de John Locke.

Gênero Dramático:

Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador con-
tando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis
das personagens nas cenas.

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóte-


les afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e comple-
ta, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e
Julieta, de Shakespeare.

Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.

Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, signi-


ficava a mistura do real com o imaginário.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.

Gênero Lírico:

É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.

Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto má-
ximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poe-
ma melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.

Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbo-
los), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
acompanhamento musical;

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza,
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo
de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a pai-
sagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irôni-
co.

Acalanto: ou canção de ninar;

Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;

Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;

Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;

Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;

Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°
verso 5 sílabas;

Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.

Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíri-
cas, portanto.

Diferenças entre gêneros e tipos textuais

Gêneros e tipos textuais são dois conceitos distintos, embora ainda seja bastante comum a
confusão entre esses elementos.

A compreensão e identificação dos gêneros textuais é um tema recorrente em concursos e vestibu-


lares. Entretanto, existem também os chamados “tipos textuais”, que são comumente confundidos
com os gêneros, induzindo inúmeros candidatos ao erro. As diferenças entre gêneros e tipos tex-
tuaisexistem e são bem importantes!

Gêneros e tipos texuais são elementos distintos, observe:

Tipos Textuais
Gêneros textuais

Os tipos textuais são caracterizados por propriedades lin- Possuem função comunicativa e
guísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos ver- estão inseridos em um contexto
bais, construções frasais etc. cultural.

São eles: narração, argumenta- Possuem um conjunto ilimitado de


ção, descrição, injunção (ordem) e exposição (que é o características, que são determina-
texto informativo). das de acordo com o estilo do au-
tor, conteúdo, composição e fun-
ção.

Geralmente variam entre 5 e 9 tipos. São infinitos os exemplos de gêne-


ros: receita culinária, blog, e-mail,
lista de compras, bula de remédios,
telefonema, carta comercial, carta
argumentativa etc.

Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto apresenta-se e

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. O gênero textual exerce
funções sociais específicas, que são pressentidas e vivienciadas pelos usuários da língua. Mas você
deve estar perguntando-se: “por que é importante saber a diferença entre gêneros e tipos textuais?”.

Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta distinção entre gêneros
e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um desses elementos, fica mui-
to mais fácil interpretar um texto. A interpretação está relacionada não apenas com a construção de
sentidos, mas também com os diversos fatores inerentes à estruturação textual.

Você Sabe O Que São Tipos Textuais?

Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem
definida e facilmente identificada por suas características predominantes. O termo tipologia textu-
al (outra nomenclatura possível) designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua
composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspec-
tos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Objetivamente, dizemos que o tipo textual é
a forma como o texto apresenta-se.

Podem variar entre cinco e nove tipos, contudo, os mais estudados e exigidos nas diferentes provas
de vestibular e concursos no Brasil são a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a exposi-
ção. Veja as principais características de cada um deles:

► Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em
um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os
gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias
etc.

► Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias
argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos apresentados.
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação,
editorial etc.

► Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações.
Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc.
Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.

► Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos
no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os gêneros
que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas, regula-
mentos, editais, códigos, leis etc.

► Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato
específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros
que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico, se-
minário etc.

Para que você conheça com detalhes cada um dos tipos textuais citados, o sítio de Português prepa-
rou uma seção sobre tipologia textual. Nela você encontrará vários artigos que têm como objetivo
discutir as características que compõem a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a expo-
sição, bem como apresentar as diferenças entre tipos e gêneros textuais. Esperamos que você apro-
veite o conteúdo disponibilizado e, principalmente, desejamos que todas as informações aqui encon-
tradas possam transformar-se em conhecimento. Boa leitura e bons estudos!

Gêneros Textuais

Os gêneros textuais são um modo de classificar os textos. Veja a diferença entre gênero textual, lite-
rário e tipos de textos

Os textos, sejam eles escritos ou orais, embora sejam diferentes entre si, podem apresentar diversos
pontos em comum. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, podem ser
classificados em determinado gênero textual.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Dessa maneira, os gêneros textuais podem ser compreendidos como as diferentes formas de lingua-
gem empregadas nos textos, configurando-se como manifestações socialmente reconhecidas que
procuram alcançar intenções comunicativas semelhantes, exercendo funções sociais específicas.

Cada gênero textual tem o seu próprio estilo e pode ser diferenciado dos demais por meio das suas
características. Algumas das características que determinam o gênero textual são o assunto, o papel
dos interlocutores e a situação. Graças à sua natureza, torna-se impossível definir a quantidade de
gêneros textuais existentes na língua portuguesa.

Gênero Textual, Tipo Textual E Gênero Literário

Antes de vermos mais detalhadamente alguns exemplos de gêneros textuais, é necessário abordar
alguns conceitos a fim de evitar possíveis confusões. Vejamos a seguir:

Gênero literário – Os gêneros textuais abrangem todos os tipos de texto, ao contrário dos gêneros
literários que, como o próprio nome já indica, aborda apenas os literários. O gênero literário é classifi-
cado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero dramático, lírico, épico, narrativo etc.

Tipo textual – É a forma como um texto se apresenta. Pode ser classificado como narrativo, argu-
mentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo.

Observe que, enquanto os tipos textuais variam entre 5 e 9 tipos, temos infinitos exemplos de gêne-
ros textuais.

Os Gêneros Textuais

Os gêneros textuais são inúmeros e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutu-
ra. Confira alguns deles a seguir:

 Conto maravilhoso;

 Conto de fadas;

 Fábula;

 Carta pessoal;

 Lenda;

 Telefonema;

 Poema;

 Narrativa de ficção científica;

 Romance;

 E-mail;

 Manual de instruções;

 Lista de compras;

 Edital;

 Conto;

 Piada;

 Relato;

 Relato de viagem;

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

 Diário;

 Autobiografia;

 Curriculum vitae;

 Notícia;

 Biografia;

 Relato histórico;

 Texto de opinião;

 Carta de leitor;

 Carta de solicitação;

 Editorial;

 Ensaio;

 Resenhas críticas;

 Seminário;

 Conferência;

 Palestra;

 Texto explicativo;

 Relatório científico;

 Receita culinária;

 Regulamento;

Vejamos alguns exemplos de gêneros textuais mais detalhadamente:

Carta

Na carta pessoal, é comum encontrarmos uma linguagem pessoal e a presença de aspectos narrati-
vos ou descritivos. Já a carta aberta, destinada à sociedade, tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo.

Diário

É escrito em linguagem informal, consta a data e geralmente o destinatário é a própria pessoa que
está escrevendo.

Notícia

Apresenta linguagem narrativa e descritiva e o objetivo é informar algo que aconteceu.

Como já foi dito, os gêneros textuais são inúmeros e, por isso, seria impossível estudá-los ao mesmo
tempo. Para produzir um bom texto em determinado gênero textual, é importante estudar as suas
características e ler alguns exemplos.

Os gêneros e os tipos textuais estão intrinsecamente relacionados, o que torna difícil a dissociação
entre as duas noções

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Você já deve ter ouvido falar sobre gêneros e tipos textuais, certo? Mas será que você sabe como
diferenciar essas duas noções?

Diferenciar gêneros e tipologias textuais não é tarefa fácil, contudo é importante que saibamos alguns
aspectos que possam defini-los para, dessa forma, facilitar nossos estudos. Vamos então à análise:

Gêneros Textuais

Os gêneros textuais são aqueles que encontramos em nossa vida diária, inclusive em nossos mo-
mentos de interação verbal. Quando nos comunicamos verbalmente, fazemos, intuitivamente, uso de
algum gênero textual.

Sendo assim, a língua, sob a perspectiva dos gêneros textuais, é compreendida por seus aspectos
discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais. Os gêneros privilegiam a funciona-
lidade da língua, ou seja, a maneira como os falantes podem dela dispor, e não seus aspectos estru-
turais. São inúmeros os gêneros textuais utilizados em nossas ações sociocomunicativas:

Telefonema
Carta comercial
Carta pessoal
Poema
Cardápio de restaurante
Receita culinária
Bula de remédio
Bilhete
Notícia de jornal
Romance
Edital de concurso
Piada
Carta eletrônica
Formulário de inscrição
Inquérito policial
História em quadrinhos
Entrevista
Biografia
Monografia
Aviso
Conto
Obra teatral

É importante ressaltar que os gêneros textuais são passíveis de modificação, pois devem atender
às situações comunicativas do cotidiano. Podemos destacar também que os gêneros atendem a ne-
cessidades específicas, que vão desde a elaboração do cardápio do restaurante à elaboração de
um e-mail. Novos gêneros podem surgir (ou desaparecer) de acordo com a demanda linguística dos
falantes.

Tipos Textuais

Os tipos textuais diferem dos gêneros textuais por serem limitados, abrangendo categorias conheci-
das como:

Narração

Argumentação

Exposição

Descrição

Injunção (imposição)

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

O termo Tipologia textual designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua composi-
ção, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspectos lexi-
cais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.

Apesar dessa tentativa arbitrária de diferenciação entre gêneros e tipos textuais – o tema costuma
provocar polêmica até mesmo entre linguistas –, é importante observar que essas duas noções estão
intrinsecamente relacionadas. Um texto narrativo (tipo textual) poderá contar com elementos descriti-
vos (gênero textual), e, para classificá-lo, a predominância de um elemento sobre o outro deve ser
observada, pois um texto pode ser tipologicamente variado.

Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos apresen-
tam em relação à linguagem e ao conteúdo.

Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor
e receptor) de determinado discurso.

São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, bilhete
ou lista de supermercado.

É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de
um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingredien-
tes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).

Tipos De Gêneros Textuais

Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro
das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais pe-
culiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
injuntivo.

Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narra-


ção é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:

 Romance

 Novela

 Crônica

 Contos de Fada

 Fábula

 Lendas

Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento.
Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir
das percepções sensoriais do locutor (emissor).

São exemplos de gêneros textuais descritivos:

 Diário

 Relatos (viagens, históricos, etc.)

 Biografia e autobiografia

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

 Notícia

 Currículo

 Lista de compras

 Cardápio

 Anúncios de classificados

Texto Dissertativo-Argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argu-
mentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir
o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimen-
to), nova tese (conclusão).

Exemplos de gêneros textuais dissertativos:

 Editorial Jornalístico

 Carta de opinião

 Resenha

 Artigo

 Ensaio

 Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.

Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:

 Seminários

 Palestras

 Conferências

 Entrevistas

 Trabalhos acadêmicos

 Enciclopédia

 Verbetes de dicionários

Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo
que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na
maioria dos casos, verbos no imperativo.

Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

 Propaganda

 Receita culinária

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

 Bula de remédio

 Manual de instruções

 Regulamento

 Textos prescritivos

Conheça mais gêneros textuais:

 Anedota

 Blog

 Reportagem

 Charge

 Carta

 E-mail

 Declaração

 Memorando

 Bilhete

 Relatório

 Requerimento

 ATA

 Cartaz

 Cartum

 Procuração

 Atestado

 Circular

 Contrato

Tipologia Textual

Quando falamos em tipos de textos, normalmente nos limitamos a tripartição, sob o enfoque tradicio-
nal: Descrição, Narração e Dissertação. Vamos um pouco mais além no intuito de conhecer um pou-
co mais sobre este assunto.

Texto Descritivo

A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, animal, objeto ou
lugar. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracteriza-
dora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes.

A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. È uma estrutura pictórica, em que os aspec-
tos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o
autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.

Quanto à descrição de pessoas, podemos atribuir-lhes características físicas ou psicológicas.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Texto Narrativo

Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O
tempo verbal predominante é o passado.

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O narrar surge da busca de transmitir, de comunicar


qualquer acontecimento ou situação. A narração em primeira pessoa pressupõe a participação do
narrador (narrador personagem) e em terceira pessoa mostra o que ele viu ou ouviu (narrador obser-
vador).

Na narração encontramos ainda os personagens (principais ou secundários), o espaço (cenário) e o


tempo da narrativa.

Texto Dissertativo

Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumenta-
ção, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Assim, a disserta-
ção consiste na ordenação e exposição de um determinado assunto. É a nossa conhecida “redação”
de cada dia. É a modalidade mais exigida nos concursos, já que exige dos candidatos um conheci-
mento de leitura do mundo, como também um bom domínio da norma culta.
Está estruturada basicamente assim:
1. Idéia principal (introdução)
2. Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve)
3. Conclusão (síntese da posição assumida)

Texto Expositivo

Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo idéias, explicando e avaliando. Como
o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os livros e as fontes
de consulta, são exemplos maiores desta modalidade.

Texto Injuntivo

Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente pede, manda ou
aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados
no modo imperativo.
Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, receitas médicas, editais,
etc.

Gêneros Textuais

Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam como modos de
organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos materializados, encontrados em
nosso cotidiano. Eles são muitos, apresentando características sócio-comunicativas definidas por seu
estilo, função, composição conteúdo e canal.
Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou recebe um e-mail ou usamos
o Orkut ou MSN, estamos utilizando diversos gêneros textuais.

Tipos Textuais

Descrição
Narração
Dissertação
Exposição
Injunção

Gêneros Textuais

Bilhete
Carta pessoal, comercial

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Diário, agenda, anotações


Romance
Blog, e-mail,Orkut, MSN
Aulas
Reuniões
Entrevistas
Piadas
Cardápio
Horóscopo
Telegrama, telefonema
Lista de compras, etc.

Tipologia Textual: Conheça Os 5 Tipos Textuais e as Principais Características e Regras Gramaticais


de Cada Tipo

Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde
com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).

Querem Dizer A Mesma Coisa?

Não.

Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.

Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.

Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêne-
ros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, pa-
lestras, etc.

O Que É Tipologia Textual?

Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gra-
maticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.

Narração

Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros,
pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita
ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o
homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra Gramatical Para Este Tipo De Texto (Narração):

Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:

NARRAÇÃO/NARRAR Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários)


(CONTAR) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários)
Espaço (onde? /quando?)

Exemplo:

Minha Vida De Menina

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha
e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozi-
nha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela e
vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.

Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então vá
se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

DESCRIÇÃO

a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de au-
sência de ações dentro do texto.

B-) A comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos, po-
demos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a ima-
gem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações do
tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o cheiro parece com
..., etc.

C-) Os cinco sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando tam-
bém os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta ima-
gem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa descrita.

Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.

Regra Gramatical Para Este Tipo De Texto (Descrição):

Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.

Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem des-
creve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.

Características Do Texto Descritivo

 - É um retrato verbal

 - Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases

 - As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

 - Como na narração há a utilização da enumeração e comparação

 - Presença de verbos de ligação

 - Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)

 - Emprego de orações coordenadas justapostas

A Estrutura Do Texto Descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.

2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.

3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:

Alguns dados sobre Rudy Steiner

“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis es-
bugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome.
Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

Dissertação

Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.

Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do assunto/tema


tratado.

Regra Gramatical Para Esse Tipo De Texto (Dissertação):

Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura da dissertação

EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio da exposição, explica- Predomínio do uso de argumentos, visando
ção o convencimento, à adesão do leitor.

Introdução Apresentação do assunto sobre o Apresentação do assunto sobre o qual se


qual se escreve (Apresentação da escreve (apresentação da tese) e do ponto
tese). de vista assumido em relação a ele.

Desenvolvimento Exposição das informações e co- A fundamentação do ponto de vista e sua


nhecimentos a respeito do assunto defesa com argumentos. (Defende-se a
(é o momento da discussão da tese proposta)
tese)

Conclusão Finalização do texto, com o encer- Retomada do ponto de vista para fechar o
ramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo

Exemplo:

Redução Da Maioridade Penal, Grande Falácia

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade pe-
nal.

Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um ado-
lescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e 228
da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou
12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor
de 18 anos como definição legal de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos admi-
tindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a prote-
ção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução
da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.

Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem
no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os
adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, trans-
forme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado.
Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com muito
mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do dis-
posto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º, inciso
IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e


não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de
sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

Exposição

Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem
a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):

Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

Injunção

Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o funcio-
namento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a bula de
um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles textos que nos
orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras Gramaticais Para Este Tipo De Texto (Injunção):

Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a utili-
zação de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Como organizar sequências didáticas

Um dos grandes desafios dos professores é como fazer um planejamento capaz de levar a turma a
um ano de muita aprendizagem. No livro Ler e Escrever na Escola, o Real, o Possível e o Necessá-
rio (128 págs., Ed. Penso, tel. 0800-703- 3444, 46 reais), Delia Lerner diz que "o tempo é um fator de
peso na instituição escolar: sempre é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no pro-
grama, nunca é suficiente para comunicar às crianças tudo o que desejaríamos ensinar-lhes em cada
ano escolar". E a constatação não poderia ser mais realista.

Escolher quais conteúdos abordar e de que maneira são questões fundamentais para o sucesso do
trabalho que será realizado ao longo do ano. A tarefa é complexa, mas há algumas orientações es-
senciais que ajudam nesse processo. "Um bom planejamento é aquele que dialoga com o projeto
político-pedagógico (PPP) da escola e está atrelado a uma proposta curricular em que há desafios,
de forma que exista uma progressão dos alunos de um estado de menor para um de maior conheci-
mento", orienta Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. "Tendo claras as
diretrizes anuais, o docente pode desdobrá-las em propostas trimestrais (ou bimestrais) e semanais,
organizadas para dar conta do que foi previsto", complementa Ana Lúcia Guedes Pinto, professora da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Faz-se necessário criar situações didáticas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos
abordados em diversas oportunidades. Isso pressupõe um planejamento que contenha diferentes
modalidades organizativas: projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas.

Confira, a seguir, as respostas a dez perguntas imprescindíveis para planejar e implementar boas
sequências didáticas.

Como definir o tema da sequência didática?

As sequências sempre são parte de um planejamento didático maior, em que você coloca o que es-
pera dos estudantes ao longo do ano. A escolha dos temas de cada proposta não pode ser aleatória.
Se, por exemplo, seu objetivo for desenvolver bons leitores, precisa pensar qual desafo em relação à
leitura quer apresentar à classe. Com base nele, procure os melhores gêneros textuais para traba-
lhar. "É preciso organizar as ações de modo que exista uma continuidade de desafos e uma diversi-
dade de atividades", explica Beatriz. Converse com o coordenador pedagógico e com os outros do-
centes, apresente suas ideias e ouça o que têm a dizer. Essa troca ajudará a preparar um planeja-
mento eficiente.

O que levar em conta na sondagem inicial?

A sondagem é fundamental a todo o trabalho por ser o momento em que são levantados os conheci-
mentos da turma. Muitas vezes, os professores acham que perguntar "o que vocês sabem sobre..." é
suficiente para ter respostas, mas não é bem assim. Essa etapa inicial já configura uma situação de
aprendizagem e precisa ser bem planejada. Em vez da simples pergunta, o melhor é colocar o aluno
em contato com a prática. No caso de uma sequência sobre dinossauros, por exemplo, distribua li-
vros, revistas e imagens sobre o tema aos alunos, proponha uma atividade e passe pelos grupos
para observar como se saem. Não se preocupe se precisar de mais de uma aula para realizar a pri-
meira sondagem.

Como estabelecer conteúdos e objetivos?

Conteúdo é o que você vai ensinar e objetivo o que espera que as crianças aprendam. Se, por exem-
plo, sua proposta for trabalhar com a leitura de contos de aventura, precisa parar e pensar o que es-
pecificamente quer que a turma saiba após terminar a sequência. "Pode ser comportamento leitor do
gênero, característica da linguagem", exemplifica Beatriz. De nada adianta defnir um conteúdo e en-
xertar uma série de objetivos desconexos ou criar uma sequência com muitos conteúdos. Como es-
creve Myriam Nemirovsky no livro O Ensino da Linguagem Escrita (159 págs., Ed. Artmed, 0800-703-
3444, edição esgotada), "abranger uma ampla escala de conteúdos e crer que cada um deles gera
aprendizagem significa partir da suposição de que é possível conseguir aprendizagem realizando
atividades breves e esporádicas. Porém, isso está longe de ser assim".

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

De que modo atrelar atividades e objetivos?

Definido o que você vai ensinar e o que quer que a turma aprenda, é hora de pensar nas estratégias
que vai usar para chegar aos resultados. Vale detalhar esse "como fazer" nas atividades da sequên-
cia, que nada mais são que orientações didáticas. O melhor, nesse momento, é analisar cada um dos
conteúdos que se propôs a trabalhar, relembrar seus objetivos e ir desdobrando-os em ações concre-
tas. "Para que a classe conheça as características de determinado gênero, por exemplo, posso pen-
sar em itens como: leituras temáticas, análises de textos de referência, análise de alguns trechos
específicos e verificação do que ficou claro para a turma", sugere Beatriz. Cada atividade tem de ser
planejada com intencionalidade, tendo os objetivos e conteúdos muito claros e sabendo exatamente
aonde quer chegar.

Que critérios usar para encadear as etapas?

Quando você pensa nas ações de uma sequência didática, já tem na cabeça uma primeira ideia de
ordem lógica para colocá-las. Para que essa organização dê resultado, lembre-se de pensar em
quais conhecimentos a classe precisa para passar de uma atividade para a seguinte (considerando
sempre que os alunos têm necessidades de aprendizagem diversas). Como escreve Myriam, "a se-
quência didática será constituída por um amplo conjunto de situações com continuidade e relações
recíprocas". Quanto mais você sabe sobre a prática, as condições didáticas necessárias à aprendiza-
gem e como se ensina cada conteúdo, mais fácil é para fazer esse planejamento. Se ainda não tiver
muita experiência, não se preocupe. Pode fazer uma primeira proposta e ir vendo quais ações têm de
ser antecipadas ou postergadas.

Como estimar o tempo que dura a sequência?

A resposta a essa pergunta não está relacionada à quantidade de tarefas que você vai propor, mas à
complexidade dos conteúdos e objetivos que tem em mente. Para saber a duração de uma sequên-
cia, leve em conta o que determinou que os alunos aprendam e quanto isso vai demorar. Cada ação
pode exigir mais ou menos tempo de sala de aula. "Repertoriar uma criança em um gênero, por
exemplo, demanda mais horas do que uma sequência de fluência leitora", diz Beatriz. É importante,
também, pensar em como essa sequência se encaixa na grade horária da escola e como se relaciona
com as demais ações que estão sendo realizadas com as crianças. Se, por exemplo, você tem duas
aulas por semana, as propostas vão demorar mais do que se tivesse três. "Organize o tempo de mo-
do que seja factível realizar todas as atividades previstas", orienta Ana Lúcia.

Qual a melhor forma de organizar a turma?

"No curso de cada sequência se incluem atividades coletivas, grupais e individuais", escreve Delia.
Cada uma funciona melhor para uma intenção específica. "Você propõe uma atividade no coletivo
quando quer estabelecer modelos de comportamentos e procedimentos", explica Beatriz. Ao partici-
par de um grupo e trocar com os colegas, a criança tem aprendizados que são úteis quando ela for
trabalhar sozinha. Já uma atividade em dupla é interessante quando quiser que o aluno tenha uma
interação mais focada, apresentando suas hipóteses e confrontando-as com o outro. As propostas
individuais, por sua vez, permitem à criança pôr em xeque os conhecimentos que construiu. Essas
organizações são critérios didáticos que precisam ser pensados com base nos objetivos da cada
etapa e nas características da classe.

Como flexibilizar as atividades?

É bem provável que você tenha, na turma, crianças com necessidades educacionais especiais (NEE).
E elas não podem ficar de fora do planejamento. Procure antecipar quais ajustes podem ser necessá-
rios para que elas participem das propostas. As adaptações não devem ser vistas como um plano
paralelo, em que o aluno é segregado ou excluído. A lógica tem que ser o contrário: diferenciar os
meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação e ao convívio. O ideal é que a
escola conte com um profissional de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ajude você
nessa tarefa, orientando-o sobre como atuar em classe e complementando a prática na sala de re-
cursos. A inclusão não é obrigação apenas dos professores, mas de toda a escola.

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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS

Como avaliar o que a turma aprendeu?

A avaliação pode ser feita de diferentes formas. A pergunta principal que você tem de responder, ao
final de uma sequência, é se os alunos avançaram de um estado de menor para um de maior conhe-
cimento sobre o que foi ensinado. Para isso, vale registrar os progressos de cada estudante, obser-
vando como ele se sai nas atividades, desde a sondagem inicial - que já é uma situação de aprendi-
zagem - até a etapa final. Ao analisar esses registros, fica fácil entender quais foram os avanços dos
alunos. Aliado a isso, pense em atividades avaliativas propriamente ditas, como provas e trabalhos.
Essas propostas precisam estar diretamente ligadas ao que você ensinou na sala de aula. Retome os
objetivos propostos e prepare uma consigna na qual fiquem claros os saberes que estão sendo pedi-
dos aos estudantes.

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SINTAXE

Sintaxe

Objeto direto, Objeto indireto, Complemento Nominal e Agente da Passiva

Termos Integrantes da Oração

1. OBJETO DIRETO

Para Identificar o

OBJETO DIRETO

faça a pergunta

VERBO + O quÊ?

Quem?

VOZ ATIVA

Ex.: O rapaz perdeu os sentidos.

Objeto Direto Preposicionado

Como você percebeu, o objeto liga-se ao verbo sem auxílio da preposição. Entretanto, há casos em
que ele admite a construção com o conectivo preposicional, sendo denominado, então, de objeto
direto preposicionado.

Casos em que ele ocorre:

 quando o objeto direto é constituído por pronomes pessoais tônicos. Ex.:

Luíza amava mais a mim do que a seus irmãos.

objeto direto preposicionado: a mim

O professor Gustavo não entende a nós, nem nós entendemos a ele.

objeto direto preposicionado: a nós, a ele

 quando o objeto direto é constituído por nomes próprios ou comuns principalmente com verbos que
expressem sentimentos. Ex.:

Devemos amar, sobretudo, a Deus.

Estimar aos pais é dever de todo bom filho.

 quando o objeto direto é constituído por pronome indefinido, que se refira a pessoa, ou pronome de
tratamento. Ex.:

Não quero amar a ninguém.

Não aborreça a Sua Excelência.

 quando se deseja evitar ambiguidade (duplo sentido). Ex.:

Chama, finalmente, ao pai, o filho emocionado.

Note que, se não houvesse a preposição diante do objeto, não se poderia identificar qual o sujeito:
o filho emocionado; e qual o objeto: ao pai.

 quando o objeto está anteposto para dar ênfase.

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SINTAXE

A mim, é que não enganam!

A Rogério, ninguém controlava.

2. Objeto Indireto

Para Identificar o

OBJETO INDIRETO

faça a pergunta

VERBO + A quÊ(M)?

DE Que(m)?

EM QUE(M)?

Ex.: Aparício duvidava de seus próprios companheiros

Observação

O objeto indireto pode ser representado também pelos pronomes oblíquos lhe, lhes, me, te, nos, vos,
de acordo com a transitividade verbal.

“Não estou entendendo — disse-lhe — você vai dar um salto?”

Carlos Eduardo Novaes

3. Complemento Nominal

Assim como os verbos, certos nomes também são transitivos, necessitando de um termo que os
complete.

Tal complemento denomina-se complemento nominal. Ex.:

“Ele tem medo de você.”

O substantivo medo é completado pelo termo de você que constitui o complemento nominal.

O complemento nominal caracteriza-se por:

Ser Introduzido por Preposição

Todo ser humano tem direito à felicidade.

Viviane tinha certeza de sua amizade.

Completar o Sentido de Um

• Substantivo

Áurea e Roselaine não tinham receio da bronca do patrão.

• adjetivo

A água é benéfica à saúde do homem.

• Advérbio

Roberval agiu contrariamente aos costumes de sua família.

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4. Agente Da Passiva

Para Identificar o

AGENTE DA PASSIVA

faça a pergunta

VERBO + POR QUEM?

VOZ PASSIVA

Ex.: A velha igreja de Ouro Preto foi visitada por engenheiros.

Objeto direto e indireto

1. Objeto direto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo direto sem
necessitar de preposição.

Exemplo:

O objeto direto também completa o sentido de um verbo transitivo direto e indireto.

Exemplo:

Se o objeto direto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva direta. É
substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto direto.

Exemplo:

Quero que você estude.

2. Objeto indireto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo indire-
to necessitando de preposição.

Exemplo:

Se o objeto indireto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva indireta.
É substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto indireto.

Exemplo:

Concordo (com) que você trabalhe. (Observe que a preposição com está subentendida.)

Os objetos podem ser representados por:

a) um substantivo:

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SINTAXE

Exemplo:

b) um pronome substantivo:

Exemplo:

c) um numeral:

Exemplo:

d) uma palavra substantivada:

Exemplo:

e) uma oração subordinada:

Exemplo:

Objeto formado por um pronome oblíquo

Os pronomes oblíquos geralmente assumem a função de complementos verbais (objeto direto e obje-
to indireto). Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando complementos do verbo, funcionam como
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes funcionam como objeto indireto. Os demais pronomes oblíquos
(me, te, se, nos, vos) podem exercer a função de objeto direto ou de objeto indireto.

Para substituir o objeto direto de 3ª pessoa, devemos usar as formas o (s), a (s), lo (s), la (s), no (s),
na (s). Nunca a forma lhe (s).

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SINTAXE

As formas pronominais o e a variam para -lo e -la, quando estiverem colocadas depois de verbos que
terminem com as letras r, s, z. Neste caso, eliminam-se tais letras. Mas lembre-se que no falar diário
tais formas não são usadas; fica muito pedante. Devemos conhecer estes usos apenas para aplicá-
los a uma linguagem especial, culta.

Exemplo:

Esta é a casa de meus sonhos. Vou comprá-la, sem dúvida. Reformá-la-ei para meu próprio uso.
Meus empregados preparam-na para meu conforto.

2. As formas pronominais -no e -na são usadas depois de verbos que terminem em sons nasais, ou
seja, em am, em, ão ou õe.

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O pronome lhe nunca substitui objeto direto! Ele é usado para substituir o objeto indireto.

Exemplo:

Entreguei a carta ao mensageiro. (objeto indireto)


Entreguei-lhe a carta.

Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos e vos tanto podem exercer a função de objeto direto
quanto a de objeto indireto. Isto depende da regência verbal, ou seja, é necessário perceber a exi-
gência do verbo. Todavia, fica fácil identificar essas funções. Vamos aplicar um "jeitinho" infalível? Na
dúvida, retire o pronome oblíquo e em seu lugar use a expressão "o garoto" para identificar o objeto
direto e "ao garoto", para identificar o objeto indireto.

Exemplos:

Ela me ama. (Ela ama o garoto? - objeto direto)


Ela me entrega a encomenda. (Ela entrega a encomenda ao garoto. - objeto indireto)

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Observação:

Você pode aplicar essa substituição para descobrir a função sintática de qualquer pronome deste
grupo.

Objeto Direto Preposicionado

Como estudamos anteriormente, o objeto direto é o termo da oração que completa a significação de
um verbo transitivo direto sem necessitar de uma preposição.

Há casos em que o objeto pode ser antecedido por uma preposição. Esta, porém, não é obrigatória.

Exemplos:

Lembre-se que o objeto indireto é complemento do verbo transitivo indireto. Já o objeto direto prepo-
sicionado é complemento de verbo transitivo direto.

Objeto Pleonástico

Muitas vezes, com o objetivo de dar ênfase, é antecipado o objeto, colocando-o no início da frase e,
depois ele é repetido através de um pronome oblíquo. Objeto pleonástico é o nome dado a esse
objeto repetido.

Exemplos:

Objeto Direto Interno

Quando o objeto direto for representado por uma palavra que possui o mesmo radical do verbo que
ele completa, receberá o nome de objeto direto interno.

Exemplos:

Observação:

O núcleo do objeto direto interno deverá estar sempre especificado por um adjunto; caso contrário,
pode haver pleonasmo.

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SINTAXE

Orações Coordenadas e Subordinadas

Orações Coordenadas

As orações coordenadas não exercem função sintática umas em relação às outras, ou seja, não
apresentam dependência entre elas.

Exemplo de Oração Coordenada Sindética Aditiva

Ela acordou cedo e foi ao parque com as amigas.

Como pode-se observar, as orações são independentes do ponto de vista sintático e estão relaciona-
das através da conjunção e.

As orações coordenadas podem ser classificadas em assindéticas, quando não são introduzidas por
conjunção, ou sindéticas, quando são introduzidas por conjunção. Essas ainda são divididas em
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Orações Subordinadas

Diferentemente do que acontece com as orações coordenadas, as orações subordinadas apresentam


uma dependência sintática em relação à oração principal. Elas são classificadas de acordo com a sua
função sintática: oração subordinada substantiva, oração subordinada adjetiva e oração subordinada
adverbial.

Orações Subordinadas Substantivas

Normalmente são introduzidas por conjunções subordinadas integrantes e podem fazer o papel de
um substantivo nos períodos. Elas são classificadas de acordo com a sua função: subjetiva, completi-
va nominal, predicativa, apositiva, objetiva direta e objetiva indireta.

Exemplo de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Acreditamos que a jogada do zagueiro foi desleal.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas exercem a mesma função de um adjetivo, pois modificam um


substantivo. Elas são classificadas em dois tipos: explicativas e restritivas.

Exemplo de Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Os alunos, que estudaram pro vestibular, conseguiram boas notas.

Orações Subordinadas Adverbiais

Essas orações exercem a função de adjunto averbial em relação ao verbo da oração princial. Elas
são classificadas em nove tipos: causais, consecutivas, comparativas, condicionais, conformativas,
concessivas, finais, proporcionais e temporais.

Exemplo de Oração Subordinada Adverbial Condicional

Se estudar bastante, passará no vestibular da Unicamp.

Orações coordenadas e orações subordinadas

A seção com a qual você se depara neste momento diz respeito às orações coordenadas e orações
subordinadas. Pois bem, sem nenhuma dúvida, tal fato linguístico o (a) faz relembrar algo: período
composto.

Ora, se se trata de um período, obviamente que nele há duas orações, e éexatamente no estudo
delas que reside todo o conhecimento que a partir de agora você irá adquirir. Nesse sentido, gostarí-

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SINTAXE

amos - ainda que de forma superficial- que você se atentasse para os dois exemplos que abaixo se
mostram evidentes:

Ela chegou e apresentou as novas ações a serem executadas.

Em termos de construção sintática, não precisamos ir muito além para constatarmos que as duas
orações não mantêm entre si nenhuma relação de dependência para que se tornem decifráveis,
completas. Isso significa dizer que se classificam como orações coordenadas.

Assim que ela chegou, apresentou as novas ações a serem executadas.

Em se tratando dos elementos sintáticos, não podemos afirmar que tais orações se assemelham às
coordenadas, haja vista que a primeira oração (assim que ela chegou) apresenta uma relação de
dependência para com a segunda – o que significa afirmar que se classificam como orações subordi-
nadas.

Sinais de Pontuação

Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem
como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica. São eles: o ponto (.), a vírgula (,),
o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?),
as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).

Como Usar e Exemplos

Ponto (.)

O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O
ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.

Exemplos:

 Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e
pedir perdão.

 O filme recebeu várias indicações para o óscar.

 Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores.

 Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.

Vírgula (,)

A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o significado
quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar termos
com a mesma função sintática, bem como para separar o aposto e o vocativo.

Exemplos:

 Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar.

 Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto)

 Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo)

Ponto e Vírgula (;)

O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma
relação de elementos.

É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa
que a vírgula e ora mais breve que o ponto.

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Exemplos:

 Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente.

 Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas.

 Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português.

Dois Pontos (:)

Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma
enumeração.

Exemplos:

 Na matemática as quatro operações essenciais são: adição, subtração, multiplicação e divisão.

 Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque.

Ponto de Exclamação (!)

O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam senti-
mentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.

Exemplos:

 Que horror!

 Ganhei!

Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou
indiretas-livre.

Exemplos:

 Quer ir ao cinema comigo?

 Será que eles prefere jornais ou revistas?

Reticências (...)

As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito
mais além do que está expresso na frase.

Exemplos:

 Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…

 Não sei… Preciso pensar no assunto.

Aspas (" ")

É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de
obras.

Exemplos:

 Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”.

 Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do
meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."

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Parênteses ( ( ) )

Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação acessória.

Exemplos:

 O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos.

 Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá.

Travessão (—)

O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para
substituir os parênteses ou dupla vírgula.

Exemplos:

 Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos
problemas mais tarde.

 Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim.

Agora que você já conhece os sinais e as regras de pontuação, conheça também a Acentuação Grá-
fica.

Concordância Verbal e Nominal

Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo.

Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos nomes da oração,


ocorrendo principalmente entre o artigo, o substantivo e o adjetivo.

Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino.


Concordância em número indica a flexão em singular e plural.
Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.

Exemplos de concordância verbal

 Eu li;

 Ele leu;

 Nós lemos;

 Eles leram.

Exemplos de concordância nominal

 O vizinho novo;

 A vizinha nova;

 Os vizinhos novos;

 As vizinhas novas.

Casos Particulares de Concordância Verbal

Concordância Com Pronome Relativo Que

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.

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Concordância com pronome relativo quem

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.

Concordância Com: a Maioria, a Maior Parte, a Metade,...

Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas que-
rem.

Concordância Com Um Dos Que

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.

Concordância Com Nem Um Nem Outro

O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.

Concordância com Verbos Impessoais

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.

Concordância Com a Partícula Apassivadora Se

O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente, po-
dendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.

Concordância Com a Partícula De Indeterminação do Sujeito Se

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funci-
onários.

Concordância Com o Infinitivo Pessoal

O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o
sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho ne-
cessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.

Concordância Com o Infinitivo Impessoal

O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos:

Eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.

Concordância Com o Verbo Ser

O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.

Casos Particulares de Concordância Nominal

Concordância Com Pronomes Pessoais

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.

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SINTAXE

Concordância Com Vários Substantivos

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.

Concordância Com Vários Adjetivos

Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se hou-
ver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito no
plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.

Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom

Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um


artigo que determina o substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não
há artigo: é permitida a entrada, é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.

Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedi-
dos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.

Concordância Com Menos

A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.

Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados ane-
xos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.

Concordância Com Um e Outro

Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o substanti-
vo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.

Sintaxe de Concordância, Regência e Colocação

Você sabe o que é sintaxe? A área da gramática que estuda a relação entre as palavras na oração e
no discurso subdivide-se em sintaxe de concordância, regência e colocação.

Você sabe o que é sintaxe?

A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das
frases quando inseridas em um discurso. Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as
frases estabelecem relação lógica entre si, ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de
maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba
– ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas
regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja
acessível e compreensível. Observe:

Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos
da cidade

ou

Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas o congestionado ficou trânsito e o cidade da em pon-
tos vários?

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SINTAXE

Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade?
Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a
segunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem-dispostos, tornando-a agramatical.
Por isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras
nas orações.

Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e co-
locação. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua
portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos!

Conhecer as sintaxes de concordância, regência e colocação é importante para aprimorar a comuni-


cação verbal e escrita

O Que é Sintaxe de Concordância?

A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser
verbal ou nominal. Observe os exemplos:

► Concordância Verbal:

Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu

ou

Os alunos ficou entusiasmados com o passeio no museu?

A primeira opção é aquela que estabelece correta combinação entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito
(alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural:
eles 'ficaram'.

► Concordância Nominal:

Os aluno indisciplinado foram suspenso da escola

ou

Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola?

O segundo exemplo obedece às regras da concordância nominal porque nele o substantivo –


alunos – concorda com seus determinantes, que podem ser artigo, numeral, pronome ou adjetivo. A
concordância nominal é, portanto, a combinação entre os nomes de uma oração.

O Que é Sintaxe De Regência?

A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência
verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regen-

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SINTAXE

tes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o
sentido dos termos regentes.

► Regência Verbal:

A regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os
complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois
a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes significados. Obser-
ve:

Os parlamentares implicaram-se em escândalos por causa do desvio de verbas públicas. (implicar =


envolver)

Os alunos implicaram com o novo coordenador. (implicar = ter implicância, aversão).

► Regência Nominal:

A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os
termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Obser-
ve os exemplos:

A nova tarifa é acessível a todos os cidadãos.

Os atentados contra a embaixada deixaram vários feridos.

Eles preferiram ficar longe de todos.

Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos
verbos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos
nomes cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica:

As crianças devem obedecer às regras.(obedecer = verbo)

Eles foram obedientes às regras. (obediente = nome cognato)

O Que é Sintaxe De Colocação?

A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de
maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses
termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo.
Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos:

► Próclise: o pronome será posicionado antes do verbo. Veja os exemplos:

Não se esqueça de comprar novos livros.

Não me fale novamente sobre esse assunto.

Aqui se vive melhor do que na cidade grande.

Tudo me incomoda quando não estou em casa.

Quem te chamou para a festa?

► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo.

A mesóclise é mais encontrada na linguagem literária ou na língua culta e, havendo possibilidade de


próclise, ela deverá ser eliminada. Observe os exemplos:

Dizer-lhe-ei sobre tuas queixas (Direi + lhe)

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Convidar-me-iam para a formatura, mas viajei para o campo. (convidariam + me)

► Ênclise: o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-complemento. Ob-


serve os exemplos:

Diga-me o que você fez nas férias.


Espero encontrar-lhe na festa hoje à noite.
Acolheram o filhote abandonado, dando-lhe abrigo e comida.

Sinônimos e Antônimos

Os sinônimos e os antônimos designam palavras (substantivos, adjetivos, verbos, complementos,


etc.), que segundo seu significado, ora se assemelham (sinônimos) e ora são opostas (antônimos).

A semântica é o ramo da linguística encarregada de estudar as palavras e seus significados. Para


tanto, enfoca nos estudos dos seguintes conceitos: sinônimos, antônimos, parônimos e homônimos.

Para saber mais: Semântica e Homônimos e Parônimos

Sinônimos

Do grego, o termo sinônimo (synonymós) é formado pelas palavras “syn” (com); e “onymia” (nome),
ou seja, no modo literal significa aquele que está com o nome ou mesmo semelhante a ele. Não obs-
tante, a sinonímia é o ramo da semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possu-
em significado ou sentido semelhante, sendo muito utilizadas nas produções dos textos, uma vez que
a repetição das palavras empobrece o conteúdo.

Tipos de Sinônimos

Embora, muito estudiosos da área advogam sobre a inexistência de palavras sinônimas (com valor
semântico idêntico), posto que para eles, cada palavra possui um significado distinto; de acordo com
a aproximação semântica entre as palavras sinônimas, elas são classificadas de duas maneiras:

 Sinônimos Perfeitos: são as palavras que compartilham significados idênticos, por exemplo: léxico
e vocabulário; morrer e falecer; após e depois.

 Sinônimos Imperfeitos: são as palavras que compartilham significados semelhantes e não idênti-
cos, por exemplo: feliz e alegre; cidade e município; córrego e riacho.

Exemplos de Sinônimos

Segue abaixo alguns exemplos de palavras sinônimas:

 Adversário e antagonista

 Adversidade e problema

 Alegria e felicidade

 Alfabeto e abecedário

 Ancião e idoso

 Apresentar e expor

 Belo e bonito

 Brado e grito

 Bruxa e feiticeira

 Calmo e tranquilo

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 Carinho e afeto

 Carro e automóvel

 Cão e cachorro

 Casa e lar

 Contraveneno e antídoto

 Diálogo e colóquio

 Encontrar e achar

 Enxergar e ver

 Extinguir e abolir

 Gostar e estimar

 Importante e relevante

 Longe e distante

 Moral e ética

 Oposição e antítese

 Percurso e trajeto

 Perguntar e questionar

 Saboroso e delicioso

 Transformação e metamorfose

 Translúcido e diáfano

Antônimos

Do grego, o termo antônimo corresponde a união das palavras “anti” (algo contrário ou oposto) e
“onymia” (nome). A antonímia é o ramo da semântica que se debruça nos estudos sobre as palavras
antônimas. Do mesmo modo que os sinônimos, os antônimos são utilizados como recursos estilísti-
cos na produção dos textos.

Exemplos de Antônimos

Segue abaixo alguns exemplos de palavras antônimas:

 Aberto e fechado

 Alto e baixo

 Amor e ódio

 Ativo e inativo

 Bendizer e maldizer

 Bem e mal

 Bom e mau

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 Bonito e feio

 Certo e errado

 Doce e salgado

 Duro e mole

 Escuro e claro

 Forte e fraco

 Gordo e magro

 Grosso e fino

 Grande e pequeno

 Inadequada e adequada

 Ordem e anarquia

 Pesado e leve

 Presente e ausente

 Progredir e regredir

 Quente e frio

 Rápido e lento

 Rico e pobre

 Rir e chorar

 Sair e entrar

 Seco e molhado

 Simpático e antipático

 Soberba e humildade

 Sozinho e acompanhado

A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do
discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os
significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus signi-
ficados.

Sinonímia: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que
possuem significado ou sentido semelhante.

Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia.
Estas palavras são chamadas de sinônimos.

Ex: certo, correto, verdadeiro, exato.

Sendo assim, Sinônimos são palavras que possuem significados semelhantes.

A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos:

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 adversário e antagonista;

 translúcido e diáfano;

 semicírculo e hemiciclo;

 contraveneno e antídoto;

 moral e ética;

 colóquio e diálogo;

 transformação e metamorfose;

 oposição e antítese.

Antonímia: É a relação entre palavras de significado oposto

Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe
ao outro, ou nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.

Ex: direita / esquerda, preto / branco, alto / baixo, gordo / magro.

Desta forma, Antônimos são palavras que opõem-se no seu significado.

Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo:

 bendizer e maldizer;

 simpático e antipático;

 progredir e regredir;

 concórdia e discórdia;

 ativo e inativo;

 esperar e desesperar;

 comunista e anticomunista;

 simétrico e assimétrico.

Parônimos e Homônimos

Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes, são caracterizadas
como parônimos e homônimos.

Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se
constituem de significados diferentes.

E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de
nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita.

Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial
dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante
da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para
o aprimoramento da competência linguística.

Nesse sentido, levando-se em consideração algumas particularidades que imperam no processo de


significação das palavras, passemos a partir de agora a estabelecer familiaridade com alguns aspec-
tos relacionados à homonímia e à paronímia.

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Homônimos

São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade gráfi-
ca (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os ho-
mônimos se subdividem em três grupos.

Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado. Veja-
mos alguns exemplos:

almoço → substantivo / almoço → verbo


colher → substantivo / colher → verbo
começo → substantivo / começo → verbo
jogo → substantivo / jogo → verbo
sede → substantivo (vontade de beber) / sede → localidade

Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São
exemplos:

Palavras homófonas são iguais na pronúncia e diferentes no significado e na escrita

Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no significa-
do. Observemos alguns exemplos:

cedo → verbo / cedo → advérbio


caminho → substantivo / caminho → verbo
livre → adjetivo / livre → verbo

Parônimos

São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns
casos:

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Palavras parônimas: semelhanças gráficas e sonoras, porém com significados distintos

Verso - Estrofe - Rima

Um poema é constituído de verso e estrofe, seus versos podem apresentar ou não rima.

Por tratar-se de texto poético, nada mais sugestivo que admirarmos a beleza da poesia retratada a
seguir:

Soneto

Mudam-se o tempo, mudam-se as vontades,


Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões

Esteticamente, percebemos que se trata de um soneto, uma vez que o mesmo é constituído por qua-
tro estrofes, sendo que uma possui quatro versos e a outra, três versos.

Vejamos agora o conceito de cada uma das partes constituintes da poesia:

Verso - É cada linha poética. Como o soneto é uma forma fixa, há sempre quatorze versos.

Estrofe - É o conjunto de versos. Como já foi mencionado, o soneto é formado por dois quartetos
(estrofe com quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos).

Os versos de uma poesia podem ter rima, ou seja, semelhança sonora entre as palavras, seja no final
ou no meio dos versos (rima interna).

Quanto à disposição, as rimas podem ser:

Interpoladas (intercaladas ou expostas)

“Mudam-se o tempo, mudam-se as vontades, (a)


Muda-se o ser, muda-se a confiança; (b)
Todo mundo é composto de mudança, (b)
Tomando sempre novas qualidades”. (a)

Cruzadas (ou alternadas)

“O tempo cobre o chão de verde manto, (a)


Que já coberto foi de neve fria, (b)
E em mim converte em choro o doce canto”. (a)

Emparelhadas

“O universo não é uma idéia minha. (a)

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SINTAXE

A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha. (a)


A noite não anoitece pelos meus olhos. (b)
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos”. (b)
Fernando Pessoa

Encadeadas

“Voai, zéfiros mimosos


Vagarosos, com cautela”.
Silva Alvarenga

Não só o número de versos, estrofes e a presença de rimas que são fatores preponderantes numa
poesia, mas também outros elementos formais, tais como: Métrica (medida dos versos)
e Ritmo (alternância de sílabas quanto à intensidade).

É importante sabermos que existem poemas escritos com ou sem rima, e com ou sem regularidade
métrica. Os versos sem métrica regular (possuem tamanhos diferentes) são versos livres, e os ver-
sos soltos, sem rima entre si, são chamados de versos brancos.

Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabe-
lece relação entre duas orações.

Nós conhecemos o professor. O professormorreu.

Nós conhecemos o professor que morreu.

Como se pode perceber, o que, nessa frase, está substituindo o termo professor e está relacionando
a segunda oração com a primeira.

Os pronomes relativos são os seguintes:

Variáveis Invariáveis
O qual, a qual Que (quando equivale a o qual e flexões)
Os quais, as quais Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Cujo, cuja Onde (quando equivale a no qual e flexões)
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas

Emprego dos Pronomes Relativos

1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar.


Este é o pintor a cuja obra me refiro.
Este é o pintor de cuja obra gosto.

2. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas:

Não conheço o político de quem você falou.

3. O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo classificado como pronome relativo
indefinido.

Quem faltou foi advertido.

4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá precedido de preposição.

Marcelo era o homem a quem ela amava.

5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser em-
pregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.

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SINTAXE

Não conheço o rapaz que saiu.


Gostei muito do vestido que comprei.
Eis os ingredientes de que necessitamos.

6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as.

Falo o que sinto. (o pronome o equivale a aquilo)

7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com prepo-
sições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).

Aquele é o livro com que trabalho.


Aquela é a senhora para a qual trabalho.

8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente a do qual, de que, de quem.
Deve concordar com a coisa possuída.

Apresentaram provas em cuja veracidade eu creio.

9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pro-
nomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Comprou tudo quanto viu.

10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual.

Este é o país onde habito.

a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem anteceden-
te.

Sempre morei no país onde nasci.

b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo re-
sultado da combinação da preposição a + onde.

Voltei àquele lugar aonde minha mãe me levava quando criança.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem
mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particula-
ridades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem exprimem também o pensamen-
to de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocá-
bulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gra-
matical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. As figuras de linguagem costumam
ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem utilizados para dar maior ênfase às
palavras ou expressões da língua, sendo classificadas de acordo com as características que querem
expressar, a saber:

 Figuras de Pensamento: estas figuras de linguagem estão relacionadas ao significado (campo se-
mântico) das palavras, por exemplo: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação,
prosopopeia e apóstrofe.

 Figuras de Palavras: semelhantes às figuras de pensamento, elas também alteram o nível semântico
(significado das palavras), por exemplo: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e
antonomásia.

 Figuras de Som: nesse caso, as figuras estão intimamente relacionada com a sonoridade, por exem-
plo: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

 Figuras de Sintaxe: também chamadas de “Figuras de construção”, estão relacionadas com a estrutu-
ra gramatical da frase, as quais modificam o período, por exemplo: elipse, zeugma, hipérbato, anacolu-
to, anáfora, elipse, silepse, pleonasmo, assíndeto e polissíndeto.

Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.

Elas são classificadas em

 Figuras de palavras ou semânticas

 Figuras de pensamento

 Figuras de sintaxe ou construção

 Figuras de som ou harmonia

Figuras de Palavras

Metáfora

Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.

Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Na semântica, a metáfora representa uma das figuras de linguagem, ou seja, recursos linguísticos-
semânticos utilizados em diversos contextos a fim de dar mais ênfase aos enunciados.

Assim, a metáfora, considerada uma figura de palavra, utiliza os termos no sentido denotativo e os
transforma no modo figurado (conotativo), afim de estabelecer uma analogia (comparação metafórica),
tendo em vista a relação de semelhança entre eles.

Do grego, a palavra “metáfora” (metáfora) é formada pelos termos “metá” (entre), e “pherō” (carregar)
que significa transporte, transferência, mudança.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Da língua latina a palavra metáfora, representa a união dos termos “meta” (algo) e “phora” (sem senti-
do), no sentido literal é "algo sem sentido".

De acordo com estudos linguísticos, a metáfora é uma das figuras de linguagem mais utilizadas cotidi-
anamente.

Comparação

Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.

Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou
ideias num enunciado.

Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como,
assim, tão, quanto, parece, etc.

É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos,
por exemplo, na música, na literatura e no teatro.

Além da comparação, temos as figuras de palavras:

metáfora, metonímia, catacrese, perífrase (ou antonomásia) e sinestesia.

Exemplos

Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na litera-
tura e na música:

 “É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)

 “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)

 “Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meire-
les)

 “Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)

 “A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu
Santos)

 “Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Pareceborboleta que
fugiu de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)

Comparação e Metáfora

É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de am-
bas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.

Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação
ela acontece de maneira explícita.

Importante ressaltar que a metáfora não utiliza um elemento comparativo, o qual surge na comparação.

Exemplos:

Nossa vida tem sido um mar de rosas. (metáfora ou comparação implícita)


Nossa vida tem sido como um mar de rosas. (comparação ou comparação explícita)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Metonímia

Transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.

Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Na semântica, a metonímia é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de palavra, as
quais são largamente utilizadas para dar ênfase aos discursos.

Dessa maneira, a metonímia é um recurso linguístico-semântico que substitui outro termo segundo a
relação de contiguidade e/ou afinidade estabelecida entre duas palavras, conceitos, ideias, por exem-
plo:

Aquele homem é um sem-teto (nesse caso, a expressão “sem-teto”, representa a substituição de um


conceito referente às pessoas que não possuem casa.

Do grego, a palavra "metonímia" (metonymía) é constituída pelos termos “meta” (mudança) e “onoma”
(nome) que literalmente significa “mudança de nome”.

Exemplos de Metonímia

A metonímia pode ocorrer de inúmeras maneiras sendo as mais comum os casos abaixo:

 Parte pelo todo: Ele possuía inúmeras cabeças de gado. (bois)

 Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. (trabalho)

 Autor pela obra: Li muitas vezes Camões. (obra literária do autor)

 Inventor pelo Invento: Meu pai me presenteou com um Ford. (inventor da marca Ford: Henri Ford)

 Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite. (chocolate em pó)

 Matéria pelo objeto: Passou a vida atrás do vil metal. (dinheiro)

 Singular pelo plural: O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (vários cidadãos)

 Concreto pelo abstrato: Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (inteligência)

 Continente pelo conteúdo: Quero um copo d’água. (copo com água)

 Gênero pela espécie: Os homens cometeram barbaridades. (humanidade)

Catacrese

Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.

Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, em-
barcar é o utilizado.

A catacrese é uma figura de linguagem que representa um tipo de metáfora de uso comum que, com o
passar do tempo, foi desgastada e se cristalizou.

Isso porque ao utilizarmos tanto determinada palavra, não notamos mais o sentido figurado expresso
nela. Por exemplo: O pé da cadeiraestá quebrado.

O exemplo acima nos leva a pensar no sentido denotativo e conotativo das palavras. Ou seja, a cadeira
não possui um “pé”, que no sentido denotativo é uma extremidade do membro inferior encontrada nos
animais terrestres.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Lembre-se que o sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários, o qual representa o conceito
“real” da palavra. No exemplo acima, o pé da cadeira está no sentido conotativo (ou figurado) da pala-
vra.

Sendo assim, a catacrese é um tipo especial de metáfora que já foi incorporada por todos os falantes
da língua.

Mas, por ser uma expressão muito utilizada e, portanto, desgastada, estereotipada, viciada e pouco
original, ela é considerada uma catacrese.

Nesse sentido, utilizamos essa figura de linguagem por meio da aproximação ou semelhança da forma
de tal objeto.

Assim, a catacrese faz uma comparação e usa um determinado termo por não ter outro que designe
algo específico. De tal modo, a palavra perde seu sentido original.

Entenda mais sobre os conceitos de:

 Conotação e Denotação

 Metáfora

A catacrese está na categoria de figuras de palavras, ao lado da metáfora, metonímia, comparação,


antonomásia e sinestesia.

Exemplos de Catacrese

A catacrese é muito utilizada na linguagem coloquial (informal) e também em textos poéticos e músi-
cas. Pode ser considerada uma gíria, uma vez que facilita o processo comunicativo pelo uso de outras
palavras.

Confira abaixo alguns exemplos muito comuns de catacrese:

 Árvore genealógica

 Fio de óleo

 Céu da boca

 Boca do túnel

 Boca da garrafa

 Pele do tomate

 Braço do sofá

 Braço da cadeira

 Braço de rio

 Corpo do texto

 Pé da página

 Pé da cama

 Pé da montanha

 Pé de limão

 Perna da mesa

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Maçã do rosto

 Coroa do abacaxi

 Asa da xícara

 Asa do avião

 Dentes do serrote

 Dentes de alho

 Cabeça do alho

 Cabeça do prego

 Cabeça do alfinete

 Batata da perna

Exemplo de Catacrese na Literatura

“Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido
alguns anos.” (Graciliano Ramos em Vidas Secas.)

A expressão “cotovelo da estrada” é um tipo de catacrese, utilizada nos textos poéticos para oferecer
maior expressividade ao texto.

Exemplo de Catacrese na Música

“Usei a cara da lua/As asas do vento/Os braços do mar/O pé da montanha” (MPB-4 em “Composição
Estranha”)

As expressões “os braços do mar” e “o pé da montanha” são exemplos de catacrese.

Já as expressões “cara da lua” e “asas do vento” são exemplos de metáfora que ocorrem por meio de
uma relação de similaridade.

Curiosidades sobre Catacrese

Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis”
e significa “mau uso”.

Originalmente, o termo “embarcar” era utilizado para expressar a entrada num barco. Mas de tanto que
foi utilizada pelos falantes para entrar em outros meios de transporte, hoje a utilizamos sem notar seu
sentido original. Assim, a palavra “embarcar” trata-se de uma catacrese.

Da mesma forma, a palavra “azulejo” era utilizada para determinar ladrilhos azuis. Atualmente, a utili-
zamos para determinar qualquer cor de ladrilho. E, portanto, também se trata de uma catacrese.

Ainda temos a palavra “encaixar” que no sentido original significava “colocar em caixas”. O termo foi
tão utilizado pelos falantes da língua que hoje determina a colocação de algo num local que cabe per-
feitamente.

Sinestesia

Associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.

A frieza está associada ao tato e não à visão.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A sinestesia é uma figura de linguagem que faz parte das figuras de palavras. Ela está associada com
a mistura de sensações relacionadas aos sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.

Sendo assim, essa figura de linguagem estabelece uma relação entre planos sensoriais diferentes.

Ela é muito utilizada como recurso estilístico e, portanto, surge em diversos textos poéticos e musicais.
No movimento simbolista, a sinestesia foi muito empregada pelos escritores.

Além da sinestesia, outras figuras de palavras são: a metáfora, a metonímia, a comparação,


a catacrese e a perífrase (ou antonomásia).

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de sinestesia na literatura:

 “E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.”
(Eça De Queiros)

 “Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Cla-
rice Lispector)

 “Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-
me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)

 “As falas sentidas, que os olhos falavam/ Não quero, não posso, não devo contar.” (Casimiro de
Abreu)

 “Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio
manacá, meio alfazema.” (Mário de Andrade)

 “O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, dei-
xando-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)

 “Que tristeza de odor a jasmim!” (Juan Ramón Jiménez)

Sinestesia na Medicina

A sinestesia é um termo utilizado também na área da medicina. Trata-se de uma condição neurológica
(não é considerada doença), geralmente de causa genética (hereditária).

Ela faz com que um estímulo neurológico cognitivo ou sensorial provoque uma resposta numa outra via
cognitiva ou sensorial. Trata-se, portanto, de uma confusão mental.

Assim, um estímulo num determinado sentido provoca reações em outro, criando uma combinação
entre visão, audição, olfato, paladar e tato.

Pessoas que tem essa condição neurológica, por exemplo, ouvem cores e sentem sons.

Curiosidades

Do grego, o termo “synaísthesis” é formado pelos vocábulos “syn” (união) e “esthesia” (sensação). As-
sim, a palavra está relacionada com a união de sensações.

O termo “cinestesia” (com c) está relacionado com a percepção corporal por meio da ação dos múscu-
los e da sustentação do corpo.

Perífrase

Substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está
na categoria de figuras de palavras.

A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa substituição é
feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).

Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso
estilístico em textos poéticos e musicais.

Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antono-
másia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (no-
mes próprios).

Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensamento de
modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.

Outras figuras de palavras são: metáfora, metonímia, comparação, catacrese e sinestesia.

Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.

Exemplos de Perífrase

 A cidade luz foi atingida por terroristas nessa tarde. (Paris)

 A terra da garoa está cada vez mais perigosa. (São Paulo)

 Sampa é o grande centro financeiro do país. (São Paulo)

 O país do futebol conquistou mais uma medalha nas olimpíadas. (Brasil)

 O país do carnaval celebrou mais uma conquista política. (Brasil)

 A cidade maravilhosa foi palco das olimpíadas 2016. (Rio de Janeiro)

 O Timão venceu mais um campeonato. (Corinthians)

 Mais ouro negro foi descoberto no Brasil. (Petróleo)

 O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)

 O pulmão do mundo está sofrendo com o desmatamento desenfreado. (Amazônia)

Exemplos de Antonomásia

 O poeta dos escravos escreveu diversos poemas abolicionistas. (Castro Alves)

 O rei do reggae recebeu em 1976 o prêmio de "Banda do Ano". (Bob Marley)

 A dama do teatro brasileiro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. (Fernanda Montenegro)

 O divino mestre partilhou diversos ensinamentos. (Jesus)

 O pai da aviação foi um grande inventor brasileiro. (Santos Dumont)

 O poeta da vila é considerado um dos mais importantes músicos do Brasil. (Noel Rosa)

 O show do Rei estava lotado. (Roberto Carlos)

 O rei do pop faleceu em Los Angeles no ano de 2009. (Michael Jackson)

 A rainha dos baixinhos nasceu na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. (Xuxa)

 O rei do futebol é considerado um dos maiores futebolistas da história mundial. (Pelé)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Perífrase Verbal

No âmbito da gramática, a perífrase verbal é uma locução verbal que substitui um verbo simples, por
exemplo:

Ele deve trabalhar essa noite. (verbo auxiliar e verbo principal)

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Es-
tou morrendo de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Figuras de Pensamento

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Es-
tou morrendo de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Eufemismo

Forma de suavizar o discurso.

Exemplo: Entregou a alma a Deus.

Acima, a frase informa a morte de alguém.

O Eufemismo é uma figura de pensamento, que corresponde a um dos subgrupos das figuras de lin-
guagem, a qual está intimamente relacionada ao significado das palavras. Do grego, a palavra
“euphémein” é formada pelo termo “pheme” (palavra) e o prefixo "eu-" (bom, agradável), que significa
“pronunciar palavras agradáveis”.

Sendo assim, o eufemismo é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem coloquial bem como
nos textos literários com o intuito de atenuar ou suavizar o sentido das palavras, substituindo assim, os
termos contidos no discurso, embora o sentido essencial permanece, por exemplo: Ele deixou esse
mundo. (nesse caso, a expressão “deixou esse mundo”, ameniza o discurso real: ele morreu.)

Dessa forma, esse recurso é utilizado muitas vezes pelo emissor do discurso, para que o receptor não
se ofenda com a mensagem triste ou desagradável que será enunciada. No entanto, há expressões em
que notamos a presença do eufemismo, com um tom irônico, por exemplo: Ela vestiu o paletó de ma-

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FIGURAS DE LINGUAGEM

deira, frase indicando a morte da pessoa, de forma que a expressão “paletó de madeira” faz referência
ao objeto “caixão, ataúde, urna funerária”.

Note que o eufemismo se opõe a figura de pensamento denominada hipérbole, visto que ela é baseada
no exagero intencional do enunciador do discurso. Em outras palavras, enquanto o eufemismo suaviza
as expressões, a principal função da hipérbole é intensificar ou aumentar o sentido das palavras.

Litote

Forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da
hipérbole.

Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.

Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.

Litote é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para
abrandar uma expressão por meio da negação do contrário. Ele permite afirmar algo por meio da ne-
gação, por exemplo:

Eu não estou feliz com a notícia da prefeitura. Nesse exemplo, a expressão “não estou feliz” atenua a
ideia de “ficar triste”.

Lembre-se que essas palavras de significados opostos são chamadas de antônimos, por exemplo: bom
e mau, feliz e triste, caro e barato, bonito e feio, rico e pobre, etc.

O litote é muito utilizado na linguagem coloquial (informal) e geralmente o locutor tem o intuito de não
dizer diretamente o que se pretende. Além disso, ele é empregado nos textos literários.

Isso porque algumas vezes a expressão pode soar desagradável ou mesmo ter um tom agressivo para
o ouvinte.

Exemplos

 Joana pode não ser das melhores alunas da classe. (é ruim, ou seja, não é boa)

 Luíza não é das mais bonitas. (é feia, ou seja, não é bonita)

 Essa camisa não é cara. (é barata, ou seja, não é cara)

 Seus conselhos não são maus. (são bons, ou seja, não são maus)

 Rafael não está certo sobre o crime. (está errado, ou seja, não está certo)

 Essa bebida não está quente. (está fria, ou seja, não está quente)

 Sofia não é nada boba. (é esperta, ou seja, não é boba)

 Samuel não é pobre pois tem uma grande casa na praia. (é rico, ou seja, não é pobre)

 Manuela não dançou bem na apresentação da escola. (dançou mal, ou seja, não dançou bem)

 O supervisor Marcos não está limpo. (está sujo, ou seja, não está limpo)

Litote e Eufemismo

O litote e o eufemismo são duas figuras que pensamento que podem causar confusão. Isso porque o
eufemismo também é usado para atenuar uma ideia, por exemplo: Salvador não está mais entre nós
(ele morreu).

Da mesma maneira, o litote suaviza um enunciado, mas lembre-se que ele ocorre mediante a negação
do contrário.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Sendo assim, o litote se opõe à figura de pensamento chamada hipérbole, uma vez que ela marca um
exagero intencional do enunciador.

Ironia

Representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Sarcasmo e Ironia

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Sarcasmo e Ironia

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Em resumo, o sarcasmo e a ironia estão intimamente ligados, entretanto, diferem na intenção estabe-
lecida pelo escritor, ou seja, o sarcasmo sempre apresenta um tom provocador, mordaz e de zombaria,
que apela ao humor ou ao riso, todavia, a ironia apresenta um tom menos áspero, de forma que se
trata de uma contradição do sentido literal das palavras, sendo utilizada de forma mais amena, sutil.

Não obstante, para alguns estudiosos do tema, o sarcasmo corresponde a um tipo de ironia com um
teor provocativo, e por sua vez, a ironia pode ser classificada de três maneiras, a saber: a ironia oral,
que expressa a diferença entre o discurso e a intenção; a ironia dramática ou satírica, diferença entre a
expressão e a compreensão; e a ironia de situação que corresponde a diferença existente entre a in-
tenção e o resultado da ação.

Ambos termos são provenientes da língua grega: a palavra sarcasmo (sarkasmós) significa zombaria,
escárnio, enquanto a palavra ironia (euroneia) significa dissimular, fingir. Para o escritor contemporâ-
neo brasileiro Gabito Nunes: “Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como
arma, é sarcasmo”.

Exemplos

Para estabelecer melhor essa distinção entre o sarcasmo e a ironia, vejamos os exemplos abaixo:

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Ela é tão inteligente que errou todas as questões da prova. (Ironia)

 Sua maquiagem está linda, mas seu rosto é bem mais. (Sarcasmo)

Personificação

Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais.

Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Na língua portuguesa, a personificação (também chamada de prosopopeia ou animismo) é uma figura


de linguagem, mais precisamente, uma figura de pensamento muito utilizada nos textos literários.

Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das palavras e corresponde ao
efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres inanimados.

Desse modo, a personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, ca-
racterísticas e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou
seres irracionais, por exemplo: O dia acordou feliz.

Segundo o exemplo, a característica de “acordar feliz” é uma característica humana, que, nesse caso,
está atribuída ao dia (substantivo inanimado).

Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres anima-
dos, por exemplo, os animais: A cachorro sorriu para o dono.

A palavra personificação, derivada do verbo personificar, possui origem latina, sendo formada pelos
termos “persona” (pessoa, face, máscara) e o sufixo "–ção", que denota ação, ou seja, significa, ao pé
da letra, uma pessoa mascarada.

Da mesma maneira, a palavra prosopopeia, derivada do grego, é formada pelos termos “prosopon”
(pessoa, face, máscara) e “poeio” (finjo), ou seja, significa pessoa que finge.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos muito utilizadas nos textos literários, de modo que o
enunciador (emissor, autor) pretende dar mais ênfase ao seu discurso. Assim, ele emprega as palavras
no sentido conotativo, ou seja, no sentido figurado, em detrimento do sentido real atribuído à palavra, o
sentido denotativo.

As figuras de linguagem são classificadas em:

 Figuras de Palavras: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e antonomásia.

 Figuras de Pensamento: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personifi-
cação e apóstrofe.

 Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e
hipérbato.

 Figuras de Som: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

Exemplos de Personificação

Segue abaixo alguns exemplos em que a personificação é empregada:

O dia acordou feliz e o sol sorria para mim.


O vento assobiava esta manhã em que o céu chorava.
Naquela noite, a lua beijava o céu.
Após a erupção do vulcão, o fogo dançava por entre as casas.

Nos exemplos acima, nota-se a utilização da personificação, na medida em que características de se-
res animados (que possuem alma, vida) são atribuídas aos seres inanimados (sem vida).

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Note que os verbos ligados os substantivos inanimados (dia, sol, vento, fogo e lua) são características
dos seres humanos: acordar, sorrir, assobiar, chorar e beijar.

Antítese

Uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

A Antítese representa uma figura de pensamento, pertencente a um dos subgrupos que compõem as
figuras de linguagem, que por sua vez, são recursos estilísticos que buscam proporcionar maior ênfa-
se, destaque ou expressividade ao discurso proferido.

De tal modo, a antítese corresponde a aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: o
ódio e a amor andam de mãos dadas. (nesse caso, o termo “ódio” está posicionada ao lado de seu
termo contrário, o "amor")

Na história literatura, a linguagem do período barroco (1580-1756), escola literária baseada nos con-
trastes, conflitos, dualidades e excessos, utilizou a antítese como um dos principais recursos estilísti-
cos. Do grego, a palavra “antithèsis” é formada pelos termos “anti” (contra) e thèsis (ideia), que significa
literalmente ideia contra.

Diferença entre Antítese e Paradoxo

Muito comum haver confusão entre as figuras de pensamento denominadas antítese e paradoxo, uma
vez que ambas estão pautadas na oposição.

No entanto, a antítese apresenta palavras ou expressões que contenham significados contrários, en-
quanto o paradoxo (também chamado de oximoro) emprega ideias opostas e absurdas entre o mesmo
referente no discurso.

Para entender melhor essa diferença, observe os exemplos abaixo:

 Durante a vida, acreditamos em muitas verdades e mentiras (antítese)

 Para mim, a melhor companhia é a solidão. (paradoxo)

Ambos exemplos estão pautados na oposição, no entanto, o primeiro buscou expor palavras contrárias,
ou seja, "verdade" e "mentira", enquanto no segundo, a oposição ocorre no mesmo referente, por meio
da ideia absurda de que a solidão é boa companhia, o que contraria o conceito ruim associado à condi-
ção da solidão: não ter amigos ou companheiros, ser um dos principais motivos da depressão, suicí-
dios, dentre outros.

Exemplos de Antítese

Segue abaixo alguns exemplos em que a antítese é empregada. Note que os termos em destaque
apontam para seus opostos:

 A relação deles era de amor e ódio.

 O dia está frio e meu corpo está quente.

 A vida e a morte: duas figuras de uma mesma moeda.

 A tristeza e a felicidade fazem parte da vida.

 Bonito para alguns, feio para outros.

 Vivemos num paraíso ou num inferno?

 Faça sol ou faça chuva, estarei no teatro.

 O céu e a terra se fundem tal qual uma pintura.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 A luz e a escuridão estavam presentes em sua obra.

 Não sei dizer qual verdade reside na mentira.

Paradoxo

Uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.

Como é possível alguém estar cego e ver?

Na literatura, o paradoxo (também chamado de oximoro) é uma figura de pensamento baseada na


contradição.

Muitas vezes pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, expõem
uma ideia fundamentada na verdade.

Esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tal qual a filosofia, psicologia,
retórica, matemática e física.

Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo
“doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.

Exemplo de Paradoxo

Para entender melhor o conceito de paradoxo, vejamos a seguir, o soneto do português Luís Vaz de
Camões (1524-1580).

O escritor utiliza o paradoxo como principal figura de linguagem, ao unir ideais contraditórias que, por
sua vez, apresentam uma coerência:

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Gradação

Apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.

No exemplo acima acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.

A gradação (ou clímax) é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de pensamento. Ela
ocorre mediante uma hierarquia dos termos que compõem a frase.

A gradação é empregada por meio da enumeração de elementos frasais. Tem o intuito de enfatizar as
ideias numa sentença de ritmo crescente, até atingir o clímax (grau máximo).

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Ou seja, ela oferece maior expressividade ao texto utilizando uma sequência de palavras que intensifi-
cam uma ideia de maneira gradativa, e por isso recebe esse nome.

Essa figura de estilo é utilizada na linguagem artística, seja em textos poéticos ou musicais.

Classificação

Na gradação, essa hierarquia pode ocorrer na forma crescente ou decrescente. Quando ela ocorre de
maneira crescente é chamada de clímax ou gradação ascendente.

Por sua vez, se ocorre de maneira decrescente é chamada de anticlímax ou gradação descendente.
Para compreender melhor, confira abaixo os exemplos:

 No restaurante, sentei, pedi, comi, paguei. (clímax)

 Ana estava pelo mundo e chegou no país, no estado, na cidade, no bairro. (anticlímax)

Exemplos de Gradação

Veja abaixo exemplos de gradação na literatura e na música:

 “Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era amor. Só isso encontro./Caminho, navego,
voo,/- sempre amor.” (Cecília Meireles)

 “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensangüentados (...).”
(Machado de Assis)

 “Em cada porta um freqüentado olheiro,/que a vida do vizinho, e da vizinha/pesquisa, escuta, esprei-
ta, e esquadrinha,/para a levar à Praça, e ao Terreiro.” (Gregório de Matos)

 “Oh, não aguardes, que a madura idade/Te converta em flor, essa beleza/Em terra, em cinza, em pó,
em sobra, em nada.” (Gregório de Matos)

 “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)

 “Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar
meio mundo.” (Murilo Mendes)

 “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato)

 “Carregando flores/E a se desmanchar/E foram virando peixes/Virando conchas/Virando sei-


xos/Virando areia.” (Música “Mar e Lua” de Chico Buarque)

 “E o meu jardim da vida/Ressecou, morreu/Do pé que brotou Maria/Nem margarida nasceu.” (Música
“Flor de Lis de Djavan)

Apóstrofe

Interpelação feita com ênfase.

Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

Apóstrofe é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de pensamento.

É caracterizada pelas expressões que envolvem invocações, chamamentos e interpelações de um


interlocutor (seres reais ou não).

Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica
dos discursos diretos.

De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente
ou ausente no momento da fala.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.

Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação(ou prosopo-
peia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.

Exemplos

 Ó Deus! Ó Céus! Porque não me ligou?

 Senhor, tende piedade de nós.

 Padre, posso me confessar?

 Povo de São Paulo! Vamos vencer juntos.

 Liberdade, Liberdade! É isso que pretendemos nessa luta.

 Nossa! Como você conseguiu?

 Minha Filha! Que linda você está!

Exemplos na Literatura

 “Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)

 “Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)

 “Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo
Bilac)

 “Tende piedade de mim, Senhor, de todas as mulheres.” (Vinícius de Moraes)

 “Deus, ó Deus! Onde estás, que não me respondes?” (Castro Alves).

 “Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e cha-
gas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio
Vieira)

Atenção!

Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é
um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.

A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas diferem no sentido.

Figuras de Sintaxe

Elipse

Omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplo: Tomara você me entenda (Tomara que você me entenda).

A elipse é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está relacionada com a construção sintática dos enunciados.

Ela é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entan-
to, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.

Exemplo: Comi no restaurante da minha avó na semana passada.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

No exemplo acima, sabemos que pela conjugação do verbo (primeira pessoa do singular), o termo
omitido foi o pronome pessoal (eu). Esse caso é chamado de “elipse de sujeito”. Além da omissão do
sujeito, a elipse pode ocorrer com outros termos da frase: verbos, advérbios e conjunções.

Utilizamos essa figura de linguagem (ou estilo) cotidianamente nos discursos informais (linguagem
oral).

Ela é também muito empregada nos textos de modo a oferecer maior fluidez textual, evitando, por
exemplo, a repetição de alguns termos nas frases. Importante notar que a ausência desses termos não
interfere na compreensão textual. Além da elipse, outras figuras de sintaxe são:

Zeugma, hipérbato, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, anacoluto e pleonasmo.

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de elipse na música e na literatura:

 “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. (Na
sala havia apenas quatro ou cinco convidados)

 “A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade) – omissão
da conjunção “se”. (A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos)

 “Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lo-
bo) – omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)

 “Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música
“Atrás da porta”) –omissão dos pronomes “tu” e “eu” (Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu
olhar era de adeus, eu juro que não acreditei)

Elipse e Zeugma

A zeugma, tal qual a elipse, é figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.

A diferença entre elas consiste na identificação do termo na frase. Ou seja, na elipse, o termo pode ser
identificado pelo contexto, ou mesmo, pela gramática. Mas, na elipse esses termos não foram mencio-
nados anteriormente.

Já na zeugma, os termos que foram omitidos já foram mencionados. Para compreender melhor, veja
abaixo os exemplos:

 Elipse: Andei por todo o parque. (Eu)

 Zeugma: Anne comprou banana, eu, maçã. (Comprei)

Atenção!

Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório.

Exemplos:

 Na casa de Alfredo tinha jacuzzi; na minha, uma piscina. (omissão de “tinha”)

 Na casa de Maria havia laranjeira. Na minha, limoeiro. (omissão de “havia”)

 Mariana prefere artes plásticas, eu, cinema. (omissão de “prefiro”)

Curiosidades

 Do grego, o termo “élleipsis” significa “omissão” ou “falta”.

 Na matemática, o termo elipse define um tipo de forma ou de gráfico.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Na astronomia, as elipses designam órbitas planetárias.

Zeugma

Omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.

Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)

A Zeugma é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe ou de construção.
Isso porque ela interfere na construção sintática das frases.

Ela é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns
termos, como o verbo ou o substantivo.

Sendo assim, ela torna a linguagem do texto mais fluida. Quando é utilizada, o uso da vírgula torna-se
necessário.

A zeugma é utilizada na linguagem informal, e também é empregada em diversos textos poéticos e


musicais.

Exemplos

Confira exemplos de frases literárias e musicais em que a zeugma foi utilizada:

 “O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (Raul Pompeia)

 “Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos.” (José Lins do Rego).

 “A vida é um grande jogo e o destino, um parceiro temível.” (Érico Veríssimo)

 “Pensaremos em cada menina/que vivia naquela janela;/uma que se chamava Arabela,/outra que se
chamou Carolina.” (Cecília Meireles)

 “O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chi-
co Buarque)

Zeugma e Elipse: Diferenças

É muito comum haver confusão entre as duas figuras de sintaxe: zeugma e elipse. No entanto, elas
apresentam diferenças.

Para muito estudiosos do tema, a zeugma é considerada um tipo de elipse, visto que também é em-
pregada por meio da omissão de um ou mais termos na oração.

A elipse é a omissão de um ou mais termos do discurso que não foram expressos anteriormente. Mas
estes são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Já na zeugma, os termos já foram men-
cionados antes no discurso.

Confira abaixo os exemplos:

 Ficamos ansiosos com o resultado. (pelo conjugação verbal podemos identificar a omissão do pro-
nome “nós”.) – elipse

 Joaquim comprou duas calças, eu uma. (omissão do verbo no segundo período: comprei). – zeugma

Curiosidade

Do grego, o termo “zeygma” significa “ligação”.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Hipérbato

Alteração da ordem direta da oração.

Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)

O hipérbato ou inversão é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem. Ele é caracte-
rizado pela inversão brusca da ordem direta dos termos de uma oração ou período.

Na construção usual da língua, a ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento.

Sendo assim, o hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da
frase. Por exemplo: Feliz ele estava. Na ordem direta a frase ficaria: Ele estava feliz.

Note que o uso do hipérbato pode comprometer muitas vezes o entendimento, ou mesmo gerar ambi-
guidade.

Anástrofe e Sínquise

Outras figuras de sintaxe que invertem os termos da frase são: a anástrofe e a sínquise.

A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e
que pode prejudicar o entendimento do período.

Por esse motivo, a anástrofe e a sínquise são consideradas por diversos estudiosos como tipos de
hipérbato.

Hipérbato e Anacoluto

Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto
apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira re-
pentina a estrutura da frase.

Exemplo: Ele, parece que está passando mal.

Dessa maneira, temos a impressão de que o pronome “ele” não exerce sua função sintática correta-
mente visto a pausa do período. E de fato, ele não possui relação sintática com os outros termos da
frase.

O anacoluto altera, portanto, a sequência lógica do plano sintático dos termos da frase, o que não ocor-
re no hipérbato.

Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.

Exemplos de Hipérbato

Tanto na literatura, como na música, o hipérbato é usado muitas vezes para auxiliar na rima e sonori-
dade dos versos.

Mas lembre-se que também utilizamos essa figura de linguagem no cotidiano, por exemplo:

 Está pronta a comida. (na ordem direta: a comida está pronta)

 Morreu meu vizinho (na ordem direta: meu vizinho morreu)

Hipérbato na Música

O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise
abaixo os trechos:

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”

 “E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”

Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.

Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse
instante.

Hipérbato na Literatura

O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literá-
ria.

“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos
povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)

Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma
povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.

“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo sau-
dade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)

Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.

Polissíndeto

Uso repetido de conectivos.

Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

O polissíndeto é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe.

Ele é caracterizado pelo uso de síndetos, ou seja, de elementos conectivos (conjunções) nos períodos
compostos.

o polissíndeto forma as orações coordenadas sindéticas sendo que os elementos mais utilizados são:
e, ou, nem.

Essa figura de sintaxe é muito utilizada como recurso estilístico, sobretudo nos textos poéticos e musi-
cais.

Esse uso repetitivo das conjunções dá uma ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, oferecendo
mais expressividade ao texto.

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de frases com polissíndeto na música e na poesia:

 “As ondas vão e vem/ E vão e são como o tempo.” (Música “Sereia” de Lulu Santos)

 “Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ índios e padres e bichas, negros e mulheres/E
adolescentes fazem o carnaval.” (Música “Podre Poderes” de Caetano veloso)

 “Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,/Porque o presente é todo o passado e


todo o futuro.” (Ode Triunfal de Fernando Pessoa)

 “Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (“A um poeta” de
Olavo Bilac)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissíndeto e Anáfora

A anáfora é uma figura de sintaxe que também está relacionada com a repetição.

O que a difere do polissíndeto é que essa repetição pode ser de palavras ou expressões, e não somen-
te de elementos conectivos. Geralmente, a anáfora aparece no início das frases.

Para compreender melhor, veja abaixo um exemplo de anáfora e polissíndeto:

"E o olhar estaria ansioso esperando


E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando..."

("O olhar para trás", Vinícius de Moraes)

Acima, temos um exemplo em que as duas figuras de linguagem estão presentes por meio da repeti-
ção da conjunção "e".

Curiosidade: Você Sabia?

Do grego, o termo “polysýndeton” é formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e pelo verbo “syndéo” (unir,
ligar). Sendo assim, a palavra polissíndeto significa “muitas ligações”.

Assíndeto

Omissão de conectivos. É o contrário do polissíndeto.

Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

O assíndeto é uma figura de linguagem, mais precisamente umafigura de sintaxe. Ela é caracterizada
pela ausência de síndeto.

O síndeto, nesse caso, é uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coorde-
nadas.

Logo, o assíndeto corresponde a uma figura de sintaxe marcada pela omissão de conjunções (conecti-
vos) nos períodos compostos.

Geralmente, no lugar dos conectivos são colocados vírgula ou ponto e vírgula, criando assim orações
coordenadas assindéticas.

Além de ser utilizada na linguagem oral, o assíndeto é empregado como recurso estilístico nos textos
poéticos e musicais com o intuito de aumentar a expressividade, bem como enfatizar alguns termos da
oração.

Exemplos de Assíndeto

 “Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta.
Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)

 “Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro,
canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)

 “Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostan-
do, adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)

 “A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer,
voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)

 “Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 “Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura.
Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos,
amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)

Assíndeto e Polissíndeto: Diferenças

Enquanto o assíndeto é determinado pela omissão de uma conjunção (síndeto), o polissíndeto é mar-
cado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo).

Exemplos:

 Maria correu, pegou o ônibus, foi para o trabalho. (Assíndeto)

 Maria correu e pegou o ônibus e foi para o trabalho. (Polissíndeto)

Saiba mais sobre os Conectivos.

Curiosidade: Você sabia?

Do grego, o vocábulo “asýndetos” é composto pelo “a”, que indica uma negação, e pelo verbo “syn-
déo”, que significa “unir”, “ligar”. Portanto, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.

Anacoluto

Mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)

O anacoluto é uma figura de linguagem que está relacionada com a sintaxe das frases. Por esse moti-
vo, é chamada de figura de sintaxe.

Ele é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no dis-
curso. Assim, o anacoluto realiza uma “interrupção” na estrutura sintática da frase.

Note que as figuras de linguagem são muito utilizadas nos textos poéticos. Isso porque elas oferecem
maior expressividade ao texto.

No caso do anacoluto, na maioria das vezes, ele enfatiza uma ideia ou mesmo uma pessoa do discur-
so.

Normalmente, o termo inicial fica “solto” na frase sem apresentar uma relação sintática com os outros
termos. Por exemplo: Meu vizinho, soube que ele está no hospital.

A expressão "meu vizinho" parece ser o sujeito da oração, mas quando terminamos a frase podemos
constatar que ele não possui essa função sintática estabelecida.

Além de ser usado na linguagem literária e musical, o anacoluto é utilizado na linguagem coloquial
(informal). Na linguagem cotidiana ele é empregado pela espontaneidade típica desses tipos de discur-
sos.

Para compreender melhor essa figura de sintaxe, veja abaixo alguns exemplos:

Exemplos

Anacoluto na Linguagem Oral

 Eu, acho que estou passando mal.

 Nora, lembro dela sempre que chego aqui.

 A vida, não sei como será sem ele.

 Crianças, como são difíceis de lidar.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Lúcia, ouvi dizer que está viajando.

 Portugal, quantas lembranças tenho.

Anacoluto na Literatura

 “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)

 “Eu, porque sou mole, você fica abusando.” (Rubem Braga)

 “O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”.
(Rubem Braga)

 “Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestá-
veis.” (José Lins do Rego)

 “A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha.” (Camilo Castelo Branco)

 “E o desgraçado tremiam-lhe as pernas, sufocando-o a tosse.” (Almeida Garret)

Figuras de Sintaxe

Além do anacoluto, outras figuras de sintaxe (ou de construção) que interferem na estrutura gramatical
das frases são:

 Elipse

 Zeugma

 Hipérbato

 Silepse

 Assíndeto

 Polissíndeto

 Anáfora

 Pleonasmo

Pleonasmo

Repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.

Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária
ao discurso, seja de maneira intencional ou não.

Do Latim, o termo “pleonasmo” significa superabundância.

Classificação

O pleonasmo é classificado de duas maneiras segundo a intenção do enunciador do discurso:

Pleonasmo Vicioso

Também chamado de redundância, o pleonasmo vicioso é utilizado como vício de linguagem.

Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das
normas gramaticais.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é
muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.

Exemplos:

 subir para cima: o verbo “subir” já indica ir para cima, elevar-se.

 descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.

 entrar para dentro: o verbo “entrar” já indica passar para dentro.

 sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.

 encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já
estamos posicionados de frente.

 ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma
vez que enxergamos com esse órgão

 hemorragia de sangue: a “hemorragia” é um termo que indica derramamento de sangue. Quando


utilizamos essa palavra, não é necessário utilizar o vocábulo sangue.

 multidão de pessoas: a palavra “multidão” já determina um grande agrupamento de pessoas.

 surpresa inesperada: a palavra “surpresa” já indica algo inesperado.

 outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.

Pleonasmo Literário

Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressivida-
de ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.

Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e se-
mântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença
poética' para fazer essa ligação.

Exemplos:

 “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)

 “E ali dançaram tanta dança” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)

 “Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)

 “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)

 “Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)

 “Quando com os olhos eu quis ver de perto” (Alberto de Oliveira)

 “Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)

Vícios de Linguagem

Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do fa-
lante ou por desconhecimento das regras da língua.

Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbaris-
mo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Silepse

Concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Há silepse de gênero, de número
e de pessoa.

Exemplos:

Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)

A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioriados clien-
tes ficou insatisfeita com o produto.)

Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios)

A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.

A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece as regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.

Classificação

Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em:

 Silepse de Gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino);

 Silepse de Número: quando há discordância entre o singular e o plural;

 Silepse de Pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o ver-
bo, que surge na primeira pessoa do plural.

Exemplos

Para compreender melhor, confira abaixo exemplos de silepse:

 Silepse de Gênero: A velha São Paulo cresce a cada dia.

 Silepse de Número: O povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas.

 Silepse de Pessoa: Todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso.

No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha).

No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).

No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural)..

Anáfora

Repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.

A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do
texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso
estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma
expressão.

Exemplos

A anáfora é muito utilizada na poesia, na música e nas propagandas publicitárias. Veja abaixo alguns
exemplos:

Anáfora na Música

"É o pau, é a pedra, é o fim do caminho


É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira"

(Trecho da música “Águas de Março” de Tom Jobim)

Anáfora na Literatura

"É preciso casar João,


é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,


é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,


é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens


é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO."

(“Poema da Necessidade” de Carlos Drummond de Andrade)

Anáfora na Publicidade

"Tá na moda. Tá na mão, tá na C&A." (Publicidade da C&A - loja de vestuário)

Anáfora e Catáfora: Diferenças

Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.

Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação que já fora
mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.

Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.

Figuras de Som

Aliteração

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Repetição de sons consonantais.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

A aliteração é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de som (ou de harmonia).

É definida pela repetição de fonemas consonantais num enunciado. Isso significa que esses sons po-
dem ser parecidos ou iguais e, geralmente, estão localizados no início ou no meio da palavra.

A aliteração produz um efeito sonoro interessante, marcando o ritmo e sugerindo alguns sons seme-
lhantes às palavras que compõem o texto.

Sendo assim, a aliteração é um recurso linguístico muito utilizado nos textos poéticos para enfatizar
determinado som oferecendo maior expressividade ao texto.

Exemplos de Aliteração

Confira abaixo alguns trechos que utilizam a aliteração.

 “Vozes veladas, veludosas vozes,/Volúpias dos violões, vozes veladas/Vagam


nos velhos vórtices velozes/Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza) – repetição da con-
soante “v”.

 “Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.

 “O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.

 “Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.

 “O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.” (provérbio popular) – repetição
da consoante “s”.

Paronomásia

Repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)

A paronomásia é uma figura de linguagem que está definida na categoria de figuras de som.

Isso porque ela está relacionada com a sonoridade das palavras. Dessa forma, ela utiliza os parônimos
para enfatizar uma ideia e por isso recebe esse nome.

Lembre-se que as palavras parônimas apresentam sonoridade e são escritas de forma semelhante.
Mas o significado delas é muito diferente.

Geralmente a paronomásia é utilizada em textos literários, mas também pode ser usada na linguagem
oral e popular.

Palavras Parônimas

As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar
grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:

 Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)

 Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)

 Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)

 Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)

 Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)

 Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)

Exemplos de Frases com Paronomásia

 Eu vou te delatar se você não dilatar a pupila.

 Aprendeu nas aulas por meio da apreensão dos conhecimentos.

 José é um cavaleiro da fazenda muito cavalheiro.

 O docente aplicou a prova essa tarde para os discentes.

 Durante seu descanso o peão jogava pião com seus colegas.

Obs: O trava-línguas é um tipo de parlenda que faz parte da literatura popular. Um dos recursos estilís-
tico utilizado para dificultar o falante na recitação da frase é a paronomásia, por exemplo: "Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio".

Nesse caso, além da aproximação de palavras semelhantes, temos também a repetição da consoante
"f" e da vogal "o". Portanto, o uso das figuras de som: aliteração e assonância.

Assonância

Repetição de sons vocálicos.

Exemplo:

"O que o vago e incógnito desejo


de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

A assonância é um tipo de figura de linguagem, chamada de figura de som ou harmonia. Ela é caracte-
rizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase.

É um recurso estilístico muito utilizado na literatura, na música e nos provérbios populares. Ela oferece
maior expressividade ao texto por meio da intensificação da musicalidade e do ritmo.

Além da assonância, as figuras de som mais importantes são: aliteração, paronomásia, onomatopeia.

Exemplos

Confira abaixo dois exemplos de assonância na música:

“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arra-
nhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.

“Meu amor/O que você faria/Se só te restasse esse dia?/Se o mundo fosse acabar/Me diz o que você
faria” (O que você faria – Lenine) – repetição das vogais “ia”.

Aliteração e Assonância

Quanto às figuras de som, há duas que geram maior confusão. São elas a aliteração e a assonância.

Enquanto a assonância é a repetição de vogais, a aliteração é a repetição de consoantes. Para clarifi-


car melhor, veja abaixo os exemplos:

 Aliteração: “O pato pateta pintou o caneco” (Vinícius de Moraes) – repetição das consoantes “p” e “t”.

 Assonância: “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da
vogal “u”.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

Há muitos casos em que elas são utilizadas num mesmo verso ou frase, por exemplo:

“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…/O sol, celestial girassol, esmorece…/E as canti-
lenas de serenos sons amenos/Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos…” (Eugênio de Castro)

No exemplo acima notamos o uso de ambas figuras de som. A aliteração dos fonemas “ss” e “c”, além
da repetição das consoantes “f”. Já a assonância é marcada pela repetição das vogais tônicas “e”.

Onomatopeia

Inserção de palavras que imitam sons.

Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons
naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.

Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e
nas histórias em quadrinhos.

Exemplo de onomatopeia nos quadrinhos

Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expres-
sam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.

Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein”
(fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.

Exemplos

Segue abaixo lista das principais onomatopeias:

 Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)

 Tic-tac: som do relógio

 Toc-toc: som de bater na porta

 Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando

 Buááá: ruído de choro

 Atchim: barulho de espirro

 Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina

 Aaai: grito de dor

 Cof-cof: som de tosse

 Urgh: referente ao nojo

 Nhac: ruído de mordida

 Aff: som que expressa tédio e raiva

 Grrr: som de raiva

 Zzzz: som de homem ou animal dormindo

 Tchibum: som de mergulho

 Tum-tum: batidas do coração

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FIGURAS DE LINGUAGEM

 Plaft: som de queda

 Bum: ruído de explosão

 Crash: som de batida

 Smack: som de beijo

 Au Au: som do cachorro

 Miau: som do gato

 Cocóricó: som do galo cantando

 Piu-piu: som do passarinho

 Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.)

 Bang-bang: som de tiro

 Bi-bi: som de buzina

 Din-don: som da campainha

 Blém-blém: badalar dos sinos

 Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando

Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos
seus tipos.

Figuras de Palavras Figuras de Pensamento Figuras de Sintaxe ou cons- Figuras de Som


ou semânticas trução ou harmonia

Produzem maior Produzem maior expres- Produzem maior expressivi- Produzem maior
expressividade à sividade à comunicação dade à comunicação atra- expressividade à
comunicação atra- através da combinação vés da inversão, repetição comunicação
vés das palavras. de ideias e pensamentos. ou omissão dos termos na através da sono-
construção das frases. ridade.

 metáfora  hipérbole  elipse  aliteração

 comparação  eufemismo  pleonasmo  paronomásia

 metonímia  litote  zeugma  assonância

 catacrese  ironia  hipérbato  onomatopeia

 sinestesia  personificação ou pro-  silepse


sopopeia
 perífrase ou anto-  polissíndeto
nomásia  antítese
 assíndeto
 paradoxo ou oxímoro
 anacoluto
 gradação ou clímax
 anáfora
 apóstrofe

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

Articulação De Texto

Articulação textual: operadores sequenciais, expressões referenciais

Para construir um texto, necessitam-se de palavras (óbvio!). Estas palavras podem estar conectadas
entre si por meio de conjunções, pronomes, os quais irão dar sentido ao texto. Os operadores se-
quenciais e as expressões referenciais podem ser tanto sinônimos, os quais irão recuperar termos,
como antônimos, pronomes. Dessa forma, a unidade textual não fica redundante ou repetitiva - daí a
importância desses operadores e expressões de referência.

Em uma redação, por exemplo, é preciso saber qual conectivo (conjunções e preposições) ligam as
ideias para que estas se tornem claras. Esses elementos estão inclusos no que se convencionou, em
Linguística, chamar de coesão, tema que veremos nas linhas seguintes.

De acordo com Neves (2011, p. 449), os pronomes têm “a capacidade de fazer referência”. São eles:

Eu, Tu (Você), Ele (Ela), Nós, Vós (Vocês), Eles (Elas)

Me, Nos, Te, Vos, O, A, Lhe, Se

Mim, Comigo, Nós, Conosco, Ti, Contigo, Vós, Convosco, Si, Consigo.

As preposições também são operadores sequenciais. São elas: a, até, com, contra, de, em, entre,
para, por, sob, sobre, ante, após, desde, perante, sem.

As conjunções, por sua vez, podem ser tanto coordenativas ou subordinativas. O primeiro tipo liga
duas orações independentes entre si. A segunda liga o sentido entre as frases dependentes.

Conjunções Coordenativas:

Aditivas: e, nem, também, como também, bem como, mas ainda, não só… mas, não só... mas tam-
bém, não só... como também, não só... bem como, não só... mas ainda.

Adversativas: mas, entretanto, no entanto, porém, todavia, contudo, não obstante.

Alternativas: ou, ou… ou, ora… ora, já… já, quer… quer, seja… seja.

Conclusivas: logo, portanto, por isso, assim, por conseguinte, então.

Explicativas: que, porque, porquanto, pois.

Conjunções Subordinativas:

Causais: porque, uma vez que, sendo que, visto que, como, já que, desde que, pois.

Consecutivas: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), sem que, de modo que, de forma que, de
maneira que.

Comparativas: como, tal qual, que, do que, assim como, mais… que, menos… que, (tanto) quanto.

Conformativas: conforme, assim como, segundo, consoante, como, de acordo com que.

Condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, desde que.

Concessivas: mesmo que, por mais que, ainda que, ainda quando, quando mesmo, se bem que, em-
bora, conquanto, posto que, por muito que, apesar de que, que, malgrado, dado que, suposto que.

Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (tanto menos), quanto
menos.

Finais: a fim de que, para que.

Temporais: quando, enquanto, sempre que, logo, que, depois que, desde que, assim que, até que,
cada vez que, sem que.

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

Coerência: manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os compo-
nentes do universo textual se unem de maneira acessível e relevante;

Coesão e Coerência Textual

Por essas duas palavras - coesão e coerência - compreendemos a relação de sentido que se estabe-
lece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido (ou seja, criando um discurso que faça
sentido para o receptor). A coesão auxilia a coerência, mas não é algo necessário para que esta se
dê: mesmo não havendo coesão, pode haver coerência. A coerência manifestada no nível microtex-
tual refere-se aos modos como os componentes do universo textual estão ligados entre si dentro de
uma sequência.

Coesão: quando manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do
universo textual estão ligados entre si dentro de uma sequência;

Há vários tipos de coesão. São eles:

Referência: exofórica e endofórica (que pode ser anáfora e catáfora);

Exofórica é quando há uma relação extralinguística, isto é, textos orais. Já a endofórica é uma rela-
ção interna. Será anáfora quando houver retomada, recuperação de termos, com o uso de pronomes,
por exemplo. Já a catáfora indica um termo subsequente, que será ainda falado.

Por exemplo:

- O menino brigou com a menina. Ela não teve culpa (anáfora)

- Vou lhe dizer isto: fique longe de mim (catáfora)

Substituição: quando ocorre substituição de termos, como sinônimos que não são completamente
idênticos para a troca.

Elisão: um exemplo claro é quando suprimos as palavras do português.

Conjunção: estabelece vínculos semânticos, como a causalidade, temporalidade.

Coesão lexical: termos que são retomados por sinônimos ou hiperônimos.

As conjunções ou operadores argumentativos são palavras ou expressões que são responsáveis


pela ligação, pela coesão de duas orações. Outra função é mostrar a força argumentativa dos enun-
ciados, a direção (sentido) para o qual apontam.

Portanto, ao fazer essa ligação, eles indicam que tipo de relação: causa e consequência, conclu-
são, oposição ou ressalva, soma de duas ideias, objetivo ou finalidade, e assim por diante.

Por isso, há vários tipos desses operadores argumentativos, que indicam argumentos diferentes e
sentidos diferentes no texto. Vejamos o esquema:

Período composto Operador argumentativo


indica:
João quer ir à esco- ...porque quer ter uma profissão melhor. porque indica causa expli-
la... cação ou justificativa.
... portanto terá empregos melhores portanto indica conclusão.
... mas terá de se esforçar para aprender. mas indica argumento con-
trário, e mais forte.
... apesar de trabalhar muito. apesar indica ressalva, mas
o seu argumento é mais
fraco que o outro.

... para ter um futuro melhor. para indica finalidade, objeti-


vo.
... se tiver tempo. se indica implicação (= rela-

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

ção de uma coisa com ou-


tra).
... quando mudar para a cidade. quando não indica argumen-
to, mas tempo.

Principais Operadores Argumentativos

Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, isto é, eles indicam a so-
ma de duas ideias: e, também, ainda, não só... mas também, além de..., além disso..., aliás...
Exemplo:

a) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo, e
também não se envolve em negociatas.

Observe que além de e e também dão ideia de soma. Somam as idéias de boa formação em Econo-
mia + não se envolver em negociatas.

Outro exemplo para melhor fixação do assunto:

b) João é o melhor candidato: a par de uma boa formação em Economia,também tem experiência no
cargo; além de que, não se envolver em negociatas.

Novamente temos operadores - a par de, também e além de - que somam argumentos a favor de
uma mesma conclusão.

Operadores que indicam a conclusão relativamente a argumentos apresentados em


enunciados (= frases, orações) anteriores: portanto, logo, por conseguinte, pois, em decorrên-
cia, consequentemente...

Exemplo:

a) O custo de vida continua subindo bastante; as condições de saúde do povo brasileiro são
péssimas e a educação vai de mal a pior portanto (= logo, por consequinte, consequentemente) o
Brasil não é um país de primeiro mundo.

Operadores que indicam comparação entre elementos, com vista a uma dada conclusão: mais...
que, menos... que, tão... como, etc. Exemplos:

Antônio propõe:

_Vamos convocar Lúcia para redigir o contrato.

Jorge responde:

_ Márcia é tão competente quanto Lúcia.

Operadores que indicam uma causa, justificativa ou explicaçãorelativamente ao


enunciado (= frase, oração) anterior: porque, que, já que, pois (= porque), por causa de, por...

Exemplo:

Estou alegre porque fiz um bom exame.

Fiz isso por você.

Observação:
De acordo com Garcia (1988), legitimamente, só os fatos ou fenômenos físicos têmcausa;
os atos ou atitudes praticados ou assumidos pelo homem têm razões,motivos ou explicações.
Da mesma maneira, os primeiros têm efeitos; e os segundos, consequências.

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

Operadores que apresentam argumentos que indicam ideias contrárias, ou seja, operadores que
ligam enunciados (= orações, frases) de sentido contrário, aqui temos dois grupos:

Grupo A : mas, porém, contudo, todavia, no entanto, etc;

Grupo B : embora, ainda que, posto que, apesar de (que),...

Toda oração que vem à direita dos operadores: mas, porém, contudo, todavia e no entanto
sempre tem o argumento mais forte, o argumento que predomina. Exemplo:

a) O candidato esforçou-se para causar boa impressão mas ele não foi selecionado.

Observe que o argumento que está à direita do mas é o mais forte, podemos dizer que ele vence o
argumento anterior.

É diferente, porém, o que acontece com os operadores: embora, ainda que, posto que, apesar de
(que). Esses operadores admitem o outro argumento, colocando apenas uma ressalva. Por isso, o
argumento introduzido por eles não predomina sobre o outro argumento.

Exemplos:

a) Embora o time tenha jogado bem, perdeu.

Mesmo trocando a ordem das orações, não mudaria o efeito de sentido.

b) O time perdeu, embora tenha jogado bem.

Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado (= frase, oração): até, mesmo,
até mesmo, inclusive, pelo menos, no mínimo.

Exemplos:

a) A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentes personalidades do mundo artístico,


pessoas influentes nos meios políticos e até o Presidente da República.

b) O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais ainda que a ruína e mesmo
mais que a morte. (Bertrand Russel) - O filósofo usou o operador mesmo para indicar o que seria
(para ele) o argumento mais forte neste enunciado.

c) O rapaz era dotado de grandes ambições; pensava em ser, no mínimo, prefeito da cidade onde
tinha nascido.

Operadores que se distribuem em escalas opostas: quase: o argumento indica maioria; apenas
(só, somente, poucos): o argumento aponta para a negação da totalidade. Exemplos:

A maioria dos alunos estuda bastante: quase 80%.

São poucos os alunos que não estudam, apenas 20%.

Operadores que indicam uma relação de condição, de condicionalidade, de implicação entre um


antecedente e um consequente: se, caso. Exemplo:

Se o aluno estudar, (então) fará uma boa prova.

A condição de o aluno estudar, implica numa boa prova.

Os operadores que indicam uma relação de tempo no enunciado: quando, assim que, logo que.
no momento em que...

Exemplo:

a) Assim que Antonio chegar, peça para ele vir a minha sala.

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

Operadores que indicam finalidade, objetivo no enunciado: para, para que, a fim de (que)...

Exemplo:

a)Eu estudo para entender melhor a minha profissão.

Eu estudo com que objetivo?com que finalidade?

Coesão

Coesão é microestrutural, ou seja, acontece nas frases, perto uma das outras. Ela está sempre
marcada no texto. E fácil de vê-la. Há basicamente dois tipos de coesão:

a) a coesão por substituição, que é aquela que diz respeito ao modo como as palavras e as frases
do texto substituem umas às outras .

b) a coesão por ligação é como uma palavra liga uma frase à outra. Quem faz essa ligação e deter-
minam a sua linha argumentativa são os operadores argumentativos.

Os principais elementos de coesão são quatro: a referência, a elipse, a conjunção - cujos elemen-
tos são também chamados de operadores argumentativos e a coesão lexical.

Coesão referencial. É quando uma palavra remete a outra para ser entendida. Exemplos de coesão
referencial: endófora- anáfora, catáfora e exófora.

Endófora. A referência é endofórica quando o referente se acha expresso no próprio texto, é divi-
dida em: anáfora e catáfora.

Anáfora: Ela acontece quando o referente precede o item coesivo.

Por exemplo: Antônio saiu. Ele volta logo.

Catáfora: Ela acontece quando o referente vem após o item coesivo.

Por exemplo: João trouxe vários objetos: lápis, borracha, caneta, etc.

Exófora. Ela acontece quando a remissão é feita a algum elemento que estáfora do texto.

Por exemplo: Você está no [Português | Concurso]

O referente "você" está fora da estrutura textual, ou seja, uma remissãoexofórica.

Coesão por elipse. É a omissão de uma palavra, uma frase ou parte de um texto, mas
que facilmente entendemos qual seja. Exemplos:

Quero estudar para ter conhecimento. (O eu não aparece, mas facilmente entende-se quem
quer ter alguma coisa. Ele está elíptico. )

Queremos mais explicações. (O pronome nós é quem está elíptico.)

Coerência

A coerência é macroestrutural, ou seja, para que você possa achar um de seus elementos, deve ler
o texto todo. Diferentemente da Coesão, ela pode, muitas vezes, estar oculta, subentendida, im-
plícita.

Para que a textualidade aconteça, quatro fatores são necessários: a continuidade, a progressão, a
articulação e a não-contradição.

A continuidade é a retomada de conceitos e ideias no decorrer do texto e ideias só podem ser re-
tomadas por palavras... Ela acontece pela repetição da mesma palavra por um sinônimo, por
um pronome, por uma palavra da mesma área semântica do assunto principal do texto. José de

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ARTICULAÇÃO DE TEXTO

Alencar, em Iracema, faz umadescrição da natureza, das coisas nacionais (Nacionalismo), pela
continuidade. Observe o fragmento:

"Além, muito além daquela serra, que ainda azul no horizonte, nasceuIracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que aasa da graúna, e mais
longos que seu talhe da palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso: nem a baunilha recendia nobosque seu hálito perfu-
mado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde cam-
peava sua guerreira tribo da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a
verde pelúcia que vestia a terra com asprimeiras águas."

A progressão é o outro lado da continuidade, ou seja, o texto deve continuar abordando o mesmo
assunto, mas não pode ficar repetindo as mesmas informações, deve ir acrescentando novos
dados, para que sua leitura não fique cansativa e seja útil, informativo para quem o lê e ter aceitabili-
dade. Essas novas informações é que fazem o texto progredir.

A articulação cuida da organização do texto todo harmonizando as partes que o compõem, estabe-
lecendo, quando for o caso, relações de causa e consequência, oposição e assim por diante.

Este fator de coerência tem a ver como os fatos e conceitos apresentados no texto se encadeiam,
como se organizam, que papéis exercem uns em relação ao outros, que valores assumem uns em
relação aos outros.

Muitas vezes, pode acontecer que a articulação não está explicitada por palavras ou expressões, ou
seja, por palavras de transição, mas a relação estáimplícita, subentendida. Um exemplo:

Em “João não veio à aula. Está doente”. A relação causa/consequência não está explícita com o ope-
rador argumentativo porque, mas está implícita e pode ser entendida normalmente.

Outro exemplo:

Funcionários que recebem uma nova proposta de trabalho na qual não estão interessados devem
evitar aquele joguinho de tentar leiloar-se para obter um aumento de salário ou uma promoção
(consequência).

Observe a o uso da coesão referencial no texto abaixo.

A Mudança –

O Homem voltou a terra natal e achou tudo mudado. Até a Igreja mudara de lugar. Os moradores
pareciam ter trocado de nacionalidade, falavam língua incompreensível. O clima também era diferen-
te.

A custo, depois de percorrer avenidas estranhas, que se perdiam no horizonte, topou com um ca-
chorro que também vagava inquieto, em busca de alguma coisa. Eraum velhíssimo animal sem
trato, que parou a sua frente.

Os dois se reconheceram: o cão piloto e seu dono. Ao deixar a cidade, o ho-


mem abandonara Piloto, dizendo que voltaria em breve, e nunca mais voltou. O ani-
mal inconformado procurava-o por toda a parte. E conservava uma identidade quetalvez só os cães
consigam manter, na Terra mutante.

Piloto farejou longamente o homem sem abanar o rabo. O homem não se animou a acariciá-
lo. Depois, o cão virou as costas e saiu sem destino. O homem pensou em chamá-lo, mas desistiu.
Afinal, reconheceu que ele próprio tinha mudado, ou que talvez só ele mudara, e a cidade era a
mesma, vista por olhos que tinham, esquecido a arte de ver.

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A COERÊNCIA TEXTUAL

A Coerência Textual

A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à sua superfí-
cie textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que de-
pende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.

Um discurso é aceito como coerente quando apresenta uma configuração conceitual compatível com
o conhecimento de mundo do recebedor. Essa. O texto não significa exclusivamente por si mesmo.
Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que precisa deter os
conhecimentos necessários à sua interpretação. O produtor do discurso não ignora essa participação
do interlocutor e conta com ela. É fácil verificar que grande parte dos conhecimentos necessários à
compreensão dos textos não vem explícita, mas fica dependente da capacidade de pressuposição e
inferência do recebedor.

Através dessa visão Ingedore villaça e Luiz Carlos travagua em seu livro “A coerência textual” pre-
tende em sua obra apenas introduzir os leitores ao estudo da coerência textual . É a coerência que
faz com que uma seqüência linguística qualquer seja vista como um texto, porque é a coerência, atra-
vés de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, semânticas e pragmáti-
cas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítu-
los, etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significa-
tiva global. Portanto é a coerência que dá textura etextualidade à sequência linguística, entendendo-
se por textura ou textualidade aquilo que converte uma seqüência lingüística em texto. Assim sendo,
podemos dizer que a coerência dá início à textualidade

Mesmo sendo uma obra que aponta vários fatores responsáveis pela coerência textual de um dis-
curso qualquer:a intencionalidade e aceitabilidade,fatores de contextualização, a situacionabilidade, a
informatividade e a intertextualidade,a intertextualidade e inferência , que têm a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo ,acrescentamos com outros fatores relevan-
tes de outros autores com a intenção de ampliar ainda mais nosso estudo sobre coerência textual

Travando Conhecimento com a Coerência

A idéia de incoerência depende de conhecimentos prévios sobre o mundo e do tipo de mundo em que
o texto se insere, bem como do tipo de texto.

Todos recursos estabelecidos pela a lingüística chama de coesão textual.

A coesão textual revela a importância do conhecimento lingüístico(dos elementos da língua, seus e


usos) para produção do texto e sua compreensão e, portanto, para o estabelecimento da coerência.O
texto só é perfeitamente inteligível se houver conhecimento do uso dos elementos lingüísticos eu, em
relação com a situação de comunicação.

O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja parti-
lhado pelo produtor e receptor do texto. O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento co-
mum.

Finalmente é preciso lembrar que o sentido que damos a um texto pode depender (e com freqüência
depende) do conhecimento de outros textos, com os quais ele se relaciona.

Neste capitulo você deve ter intuído uma concepção básica do que seja o fenômeno da coerência e
do que depende. Busquemos a seguir uma visão mais detalhada e sistemática da coerência textual.

Conceito de Coerência

O que é coerência

Dificilmente se poderá dizer o que é coerência apenas através de um conceito, pó isso vamos defini-
la através da apresentação de vários aspectos e/ou traços que, em seu conjunto, permitem perceber
o que esse termo significa.

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A COERÊNCIA TEXTUAL

A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja,
ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida com
um principio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o sentido desse texto. Este sentido, evidentemente,
deve ser do todo, pois a coerência é global. Para haver coerência é preciso que haja possibilidade de
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos.

A relação que tem de ser estabelecida pode ser não só semântica (entre conteúdos), mas também
pragmática, entre atos de fala, ou seja, entre as ações que realizamos ao falar (por exemplo: jurar,
ordenar, asseverar, ameaçar, prometer, avisar). Este fato é que levou Widdowson (1978) a dizer que
a coerência seria a relação entre os atos de fala que as proposições realizam (uma proposição é defi-
nida como representação lingüística de um estado de coisas por meio de um ato de referencia e um
ato de predicação, daí a expressão conteúdo proposicional).

Beaugrande & Dressler (1981) e Marcushi (1983) afirmam que, se há uma unidade de sentido no todo
do texto quando este é coerente, então a base da coerência é a continuidade de sentidos entre os co-
nhecimentos ativados pelas expressões do texto. Essa continuidade diz respeito ao modo como os
componentes do mundo textual, ou seja, o conjunto de conceitos e relações subjacentes à superfície
lingüística do texto, são mutuamente acessíveis e relevantes. Evidentemente, o relacionamento entre
esses elementos não é linear e a coerência aparece, assim, como uma organização reticulada, tenta-
cular e hierarquizada do texto. A continuidade estabelece uma coesão conceitual cognitiva entre os
elementos do texto através de processos cognitiva entre os elementos do texto através de processos
cognitivos que operam entre os usuários (produtor e receptor) do texto e são não só de tipo lógico,
mas também dependem de fatores socioculturais diversos e de fatores interpessoais, entre os quais
podemos citar:

 As intenções comunicativas dos participantes da ocorrência comunicativa de que o texto é o instru-


mento

 As formas de influencia do falante na situação de fala;

 As regras sócias que regem o relacionamento entre pessoas ocupando determinados “lugares soci-
ais”

O Simples cortejo das idéias, das expressões lingüísticas que as ativam e das suas posições no texto
deixam evidente o caráter não linear, reticulando, tentacular da coerência.

A coerência se estabelece na interlocução entre os usuários do texto, (seu produtor e receptor). Tex-
tos sem que continuidade são considerados como incoerente, embora a continuidade relativa a um
dado tópico discursivo seja uma condição para o estabelecimento da coerência, nem sempre a conti-
nuidade representará incoerência. Os processos cognitivos operantes entre os usuários do texto ca-
racterizam a coerência na medida em que dão aos usuários a possibilidade de criar um mundo textual
que pode ou não concordar com a versão estabelecida do “mundo real”.

A coerência é algo que se estabelece na interlocução, na interação entre dois usuários numa dada
situação comunicativa. Carolles (1979) afirmou que a coerência seria a qualidade que têm os textos
que permitem aos falantes reconhece-los como bem formados, dentro de um mundo possível (ordiná-
rio ou não). A boa formação seria vista em função da possibilidade de os falantes recuperarem o sen-
tido de um texto, calculando sua coerência. Considera-se , pois , a coerência como principio de inter-
pretabilidade, dependente da capacidade dos usuários de recuperar o sentido do texto pelo qual inte-
ragem, capacidade essa que pode ter limites variáveis para o mesmo usuário dependendo da situa-
ção e para usuários diversos, dependendo de fatores vários (como grau de conhecimento sobre o as-
sunto, grau de cursos lingüísticos utilizados , grau de integração dos usuários. A coerência tem a ver
com a boa formação em termos da interlocução comunicativa, que determina não só a possibilidade
de estabelecer o sentido do texto, mas também , com freqüência, qual sentido se estabelece.

Não se deve pensar que a questão de estabelecimento de sentido esteja apensa do lado receptor. A
questão é mesmo de interação.

Van Dijk e Kintsch falam de coerência local, referente a parte do texto ou a frases ou a seqüência de
frase dentro do texto; e em coerência global, que diz respeito ao texto em sua totalidade. Já mostra-

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A COERÊNCIA TEXTUAL

mos que a coerência do texto é global. A coerência local adv~em do bom uso dos elementos da lín-
gua em seqüências menores, para expressar sentidos que possibilitem realizar uma intenção comuni-
cativa. Incoerências locais advêm do mau uso desse mesmos elementos lingüísticos para o mesmo
fim. Ao se construir um texto, é preciso cuidado, pois o acumulo de incoerências locais pode tornar o
todo do texto incoerente.

Van Dijk e Kinstich (1983) mencionam diversos tipos de coherencia:

 Coerência semântica, que se refere à relação entre significados dos elementos das frases em se-
qüência em um texto ou entre os elementos do texto como um todo.

 Coerência sintática, que se refere aos meios sintática para expressar a coerência semântica como,
por exemplo, os conectivos, o uso de pronomes, de sintagmas nominais definidos e indefinidos.

A coerência sintática nada mais é do que um aspecto da coesão que pode auxiliar no estabeleci-
mento da coerência.

 Coerência estilística, pela qual um usuário deveria usar em seu texto elementos lingüísticos, (léxico,
tipos de estruturas, frases, etc.) pertencentes ou constitutivos do mesmo estilo ou registro lingüístico.

 Coerência pragmática, que tem a ver com o texto visto como uma seqüência de atos de fala. Estes
são relacionados de modo que, para a seqüência de atos ser percebida como apropriada, os atos de
fala que a constituem devem satisfazer as mesmas condições presentes em uma dada situação co-
municativa. Caso contrário temos incoerência.

A divisão da coerência em tipo tem o mérito de chama a atenção para diferentes aspectos daquilo
que chamamos de coerência: o semântico, o pragmático, o estilístico e o sintático. Mas é preciso ter
sempre em mente que a coerência é um fenômeno que resulta da ação conjunta de todos esses ní-
veis e de sua influência no estabelecimento do sentido do texto, uma vez que a coerência é, basica-
mente, um principio de interpretabilidade do texto, caracterizado por tudo do que o processo aí impli-
cado possa depender inclusive a própria produção do texto, na medida em que o produtor do texto
quer que seja entendido e o constitui para isso, excetuadas situações muito especiais.

Relação entre Coerência e Coesão

A coerência é subjacente, tentacular, reticulada, não-linear, mas, como bem observa Charolles, se
relaciona com a linearidade do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a linearidade
do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a coesão do texto , pois por coesão se en-
tende a ligação , a relação , os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a su-
perfície textual. A coerência , que é subjacente, a coesão é explicitamente revelada através de mar-
cas lingüísticas, índices formais na estrutura da seqüência lingüística, índices formais na estrutura da
seqüência lingüística e superficial do texto, o que lhe dá um caráter linear, uma vez que se manifesta
na organização seqüencial do texto, tendo em vista a ordem em que aparecem , a coesão é sintática
e gramatical, mas também semântica , pois , em muitos casos, os mecanismos coesivos se baseiam
numa relação entre os significados de elementos da superfície do texto , como na chamada coesão
referencial.

Há duas grandes modalidades de coesão: a coesão remissiva ou referencial e a coesão seqüencial.


A coesão referencial é a que se estabelece entre dois ou mais componentes da superfície textual que
remetem a (ou permitem recuperar) um mesmo referente (que pode, evidentemente, se acrescido de
outros traços que se lhe vão agregando textualmente). Ela é obtido por meio de dois mecanismos bá-
sicos.

 Substituição: anáfora, catáfora.

 Reiteração: se faz através de sinônimos , de hiperônimos, de nomes genéricos, de expressões no-


minais definidas, de repetição do mesmo item lexical, de nominalizações.

A coesão seqüencial também se faz através de dois procedimentos: a recorrência e a progressão.

A sequenciação por recorrência (ou parafrástica) é obtida pelos seguintes mecanismos: recorrência
de termos, de estruturas (o chamado paralelismo), de conteúdos semânticos (paráfrase), de recursos

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A COERÊNCIA TEXTUAL

fonológicos segmentais e suprassegmentais (ritmos, rima, aliteração, eco, etc), de aspectos e tempos
verbais.

A coesão seqüencial por progressão (ou frástica) é feita por mecanismos que possibilitam:

 A manutenção temática;

 Os encadeamentos, que podem se dar por justaposição ou conexidade.

A relação da coesão com a coerência existe porque a coerência é estabelecida a partir da seqüência
lingüística que constitui o texto, isto é, os elementos da superfície lingüística é que servem de pistas,
de ponto de partida para o estabelecimento da coerência. A coesão ajuda a estabelecer a coerência
na interpretação do textos, porque surge como uma manifestação superficial da coerência no pro-
cesso de produção desse mesmos textos.

Embora a coesão auxilie no estabelecimento da coerência, ela não é garantia de se obter um texto
coerente. Observa Charolles, os elementos lingüísticos da coesão não são nem necessários, nem su-
ficientes para que a coerência seja estabelecida.

Como a coesão não é necessária, há muitas conseqüências lingüísticas com poucos ou nenhum ele-
mento coesivo, mas que constituem um texto porque são coerentes e por isso têm o que se chama
de textualidade.

Como a coesão não é suficiente, há seqüências lingüísticas coesas, para as quais o receptor não
pode ou dificilmente consegue estabelecer um sentido global que as faça coerentes.

O mau uso dos elementos lingüísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de
sua especificidade de uso e função. Às vezes também ocorre um tipo de incoerência porque o não
uso de elementos necessários calcula-la de forma mais direta causa uma estranhamento da seqüên-
cia pelo receptor. A separação entre coesão e coerência não é tão nítida, a coesão tem relação com
a coerência na medida em que é um dos fatores que permite calcula-a e , embora do ponto de vista
analítico seja interessante separa-las , distingui-las, cumpre não esquecer que são duas faces do
mesmo fenômeno.

Coerência, Texto e Lingüística do Texto

Coerência e texto

È a coerência que faz com que uma seqüência lingüística qualquer seja vista como um texto, porque
é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, se-
mânticas e pragmáticas) entre os elementos da seqüência (morfemas, palavras, expressões, frase,
parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebe-la, na recepção, como constituindo uma
unidade significativa global. Portanto, é a coerência que dá textura ou textualidade à seqüência lin-
güística, entendendo-se por textura ou textualidade.

A coerência dá origem a textualidade , o que responde a primeira questão.A coesão é apenas um dos
fatores de coerência, que contribui para a constituição do texto enquanto tal, representando fatos de
face lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma se-
qüência lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma
seqüência lingüística em texto. A coesão não dá textualidade é a coerência que faz isso.

Para Beaugrande e Dressler, para quem a coerência é definida em função da continuidade de senti-
dos há seqüências lingüísticas incoerentes, que seriam aqueles em que o receptor não consegue
descobrir qualquer continuidade de sentido. Marcuschi e mesmo Fávero e Koch falam na existência
de textos incoerentes.

Já Charolles afirma que as seqüências de frases não são coerentes ou incoerentes em si. Para Cha-
rolles não há texto incoerente em si. Charolles admite o tipo de incoerência que já referimos com o
nome de incoerência local e que pode resultar do uso inadequado de elementos lingüísticos, violando
seu valor e função.

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A COERÊNCIA TEXTUAL

Bernárdez, ao falar do processo de criação de um texto coerente, propõe que ele se dá em três fases
e que, em cada uma delas, podem ocorrer falhas causadoras de incoerência em determinados casos:

 Na primeira fase, o produtor do texto tem uma intenção comunicativa.

 Na segunda fase, o produtor do texto desenvolve um plano global que lhe possibilite conseguir que
seu texto cumpra sua intenção comunicativa, ou seja, tenha êxito face a todos os fatores envolvidos.

 Na terceira fase, o produtor realiza as operações necessárias para expressar verbalmente o plano
global, de maneira que, através das estruturas superficiais, oprecebedor seja capaz de reconstituir ou
identificar a intenção comunicativa.

Não existe o texto incoerente em si, mas que o texto poder incoerente em/para determinada situação
comunicativa. Assim, ao dizer que um texto é incoerente, temos que especificar as condições de inco-
erência.

O texto será incoerente se seu produtor não souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção
comunicativa, objetivos, destinatário, regras socioculturais, outros elementos da situação, uso dos re-
cursos linguísticos, etc. Caso contrário, será coerente.

O mau uso de elementos lingüísticos e estruturais cria incoerências no nível local. O produtor do
texto, em função de sua intenção comunicativa, levando em conta todos os fatores da situação e
usando seu conhecimento lingüístico, de mundo , etc., constrói o texto, cuja superfície lingüística é
constituída de pistas que permitem aos receptor calcular o (um) sentido do texto, estabelecendo sua
coerência, através da consideração dos mesmos fatores que o produtor e usando os mesmo recur-
sos. A coerência não é nem característica do texto, nem dos usuários do mesmo, mas está no pro-
cesso que coloca texto e usuários em relação numa situação comunicativa. Tendo em vista:

 A coesão é uma manifestação da coerência na superfície textual;

 Os elementos lingüísticos da superfície do texto funcionam como pistas que o produtor do texto es-
colheu em função de sua intenção comunicativa e do(s) sentido(s) que desejava que o receptor do
texto fosse capaz de recuperar – pode-se esperar que diferentes tipos de textos apresentem diferen-
tes modos, meios e processos de manifestação da coerência na superfície lingüística.

Diferentes tipos de textos têm diferentes esquemas estruturas que, na Lingüística Textual, recebem o
nome de superestruturas. Narrativos, descritivos, dissertativos, líricos, ficção, dramáticos, poéticos e
prosas. O conhecimento ou não, a utilização ou não das características de superestrutura de cada
tipo pode auxiliar ou dificultar o estabelecimento de coerência.

Os estudos da coerência e coesão nos textos orais, em comparação com os textos escritos, os usuá-
rios utilizam recursos diferenciados na superfície lingüística, de modo que sua coerência tem de se
estabelecer e ser julgada por mecanismos e critérios diversos dos utilizados para o texto escrito, sob
pena de incorrermos em falhas de julgamento.

Coerência e Linguística do Texto

Quando a lingüística começou a tomar o texto como unidade de estudo, os estudiosos, acreditando
na existência de textos e não-textos, propuseram a formulação de uma gramática do texto.Com a
evolução dos estudos que não existe a seqüência lingüística incoerente em si e, portanto, não existe
o não texto. Passou-se à construção de uma Teoria do texto ou Lingüística do Texto, que é dizer a
boa ou má formação dos textos, mas permitir representar os processos e mecanismos de tratamentos
dos dados textuais que os usuários põem em ação quando buscar interpretar uma seqüência lingüís-
tica, estabelecendo o seu sentido e, portanto, calculando sua coerência.

Tais processos e mecanismos , em sua atuação , sofrem restrições que obedecem a determinações
psicológicas e cognitivas, socioculturais, pragmáticas e lingüísticas. Por isso, o estudo da produção ,
compreensão e coerência textuais tornou-se um campo inter e pluridisciplinar. Charolles cabe aos lin-
güistas “delimitar, na constituição e composição textuais, qual é a parte e a natureza das determina-
ções (que referimos no parágrafo anterior) que resultam dos diferentes meios que existem na diferen-
tes línguas, para exprimir a continuidade ou a seqüência do discurso”.

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A COERÊNCIA TEXTUAL

O lingüista deve, assim, fazer “a analise das marcas de relação entre as unidade de composição tex-
tual que a língua usa para resolver, o melhor possível, os problemas de interpretação que seu uso
possa gerar. Isto para além da generalidade dos processos psico e sociocognitivos que intervêm na
interpretação (da coerência) do discurso”.

Fatores de Coerência

A construção da coerência decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: lin-
güísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais .

Elementos lingüísticos

È indiscutível a importância dos elementos lingüísticos do texto para o estabelecimento da coerência.


Esses elementos servem como pistas para ativação dos conhecimentos armazenados na memória ,
constituem o ponto de partida para a elaboração de inferências, ajudam a captar a orientação argu-
mentativa dos enunciados que compõem o texto. Todo o contexto lingüístico – ou co-texto – vai con-
tribuir de maneira ativa na construção da coerência.

Conhecimento de Mundo

O nosso conhecimento de mundo desempenha um papel decisivo no estabelecimento da coerência:


se o texto falar de coisas que absolutamente não conhecemos, será difícil calcularmos o seu sentido
e ele nos parecerá destituído de coerência.

Armazenando os conhecimentos, modelos cognitivos.

 Os frames armazenados sob um certo “rótulo”.

 Os esquemas em seqüência temporal ou causal.

 Os planos como agir para atingir determinado objetivo

 Os scripts modos de agir altamente estereotipados em dada cultura, inclusive em termos de lingua-
gem;

 As superestruturas ou esquemas textuais – conjunto de conhecimentos sobre os diversos tipos de


textos, que vão sendo adquiridos à proporção que temos contanto com esses tipos e fazemos compa-
rações entre eles.

È o nosso conhecimento de mundo que nos faz considerar estranho o texto. È a partir dos conheci-
mento que temos que vamos construir u modelo do mundo representado em cada texto – é o uni-
verso (ou modelo) textual. Para que possamos estabelecer a coerência de um texto, é preciso que
haja correspondência ao menos parcial entre os conhecimentos nele ativados e o nosso conheci-
mento de mundo , pois , caso contrário, não teremos condições de construir o universo textual dentro
do qual as palavras e expressões do texto ganham sentido.

Conhecimento Compartilhado

È preciso que o produtor e receptor de um texto possuam , ao menos uma boa parcela de conheci-
mentos comuns.

Os elementos textuais que remetem ao conhecimento partilhado entre os interlocutores constituem a


informação “velha” ou dada, ao passo que tudo aquilo que for introduzido a partir dela constituirá a
informação nova trazida pelo texto. Para que um texto seja coerente, é preciso haver um equilíbrio
entre informação dada e informação nova.

 Constituem o co-texto;

 Aquele que fazer parte do contexto situacional

 Aqueles que são do conhecimento geral em dada cultura

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A COERÊNCIA TEXTUAL

 As que remetem ao conhecimento comum do produtor e do receptor.

O contexto (lingüístico e situacional) permite desfazer a ambigüidade de termos e expressões da lín-


gua.

Inferências

Inferência é a operação pela qual, utilizando seu conhecimento de mundo, o receptor de um texto es-
tabelece uma relação não explicita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos) deste texto
que ele busca compreender e interpretar; ou, então, entre segmentos de textos e os conhecimentos
necessários para a sua compreensão.

Fatores de Contextualização

Os fatores de contextualização são aqueles que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa de-
terminada. Segundo Marcushi podem ser de dois tipos: os contextualizadores propriamente ditos e os
perspectivos ou prospectivos. Entre os primeiros estão a data, o local, a assinatura, elementos gráfi-
cos, timbre, etc., que ajudam a situar o texto e , portanto , a estabelecer-lhe a coerência.

Sem os elementos contextualizadores, fica difícil decodificar a mensagem. Também em documentos,


correspondência oficial e outros textos do gênero, o timbre, o carimbo, a data, a assinatura serão de
extrema importância, servindo, inclusive, para fé ao texto.

Entre os fatores gráficos, temos: disposição na página, ilustrações, fotos, localizações no jornal (ca-
derno, página), que contribuem para a interpretação do texto.

Os fatores perspectivos ou prospectivos são aqueles que avançam expectativas sobre o conteúdo – e
também a forma – do texto: titulo, autor, inicio do texto.

A leitura (compreensão) de um texto é uma atividade de solução de problemas. Ao descobrirmos a


solução final, teremos estabelecido a coerência do texto.

Situacionalidade

A Situacionalidade, outro fator responsável pelo coerência, pode ser vista atuando em duas direções:

 Da situação para o texto

 Do texto para a situação

 Da situação para o texto – trata-se de determinar em que medida a situação comunicativo interfere
na produção recepção do texto e , portanto no estabelecimento da coerência., o contexto imediato da
interação, o contexto sociopolitico-cultural em que a interação está inserida. Ao construir um texto,
verificar o que é adequado àquela situação especifica: grau de formalidade, variedade dialetal, trata-
mento a ser dado ao tema, etc. O lugar e o momento da comunicação, as imagens recíprocas que os
interlocutores fazem uns do outros, os papéis que desempenham, seus pontos de vista , o objetivo da
comunicação.

 Do texto para a situação – também o texto tem reflexos importantes sobre a situação comunicativa:
o mundo textual não é jamais idêntico ao mundo real. O produtor recria o mundo de acordo com seus
objetivos, propósitos, interesses, convicções, crenças, etc. Os referentes textuais não são idênticos
ao do mundo real, mas são construídos no interior do texto. O receptor, por sua vez, interpreta o texto
de acordo com a sua ótica, os seus propósitos, as suas convicções – há sempre uma mediação entre
o mundo real e o mundo textual.

Na construção da coerência , a situacionalidade exerce um papel de relevância. Um texto que é coe-


rente em dada situação pode não sê-lo em outra: daí a importância da adequação do texto à situação
comunicativa.

Informatividade

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A COERÊNCIA TEXTUAL

Diz respeito ao grau de previsibilidade(ou expectabilidade) da informação contida no texto.Um texto


será tanto menos informativo se contiver apenas informação previsível ou redundante, seu grau de
informatividade será baixo; se contiver, além da informação de um texto for inesperada ou imprevisí-
vel, ele terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer incoerente por
exigir do receptor um grande esforço de decodificação.

O grau máximo de informatividade é comum na literatura e na linguagem metafórica em geral.

Mas também são freqüentes, tanto em texto poéticos como em textos publicitários ou manchetes jor-
nalísticas.

È a informatividade que vai determinar a seleção e o arranjo das alternativas de distribuição da infor-
mação no texto, de modo que o receptor possa calcular-lhe o sentido com maior ou menor facilidade,
dependendo da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético, mais ou menos
polissêmico, ou que está, evidentemente, na dependência da situação comunicativa e do tipo de texto
a ser produzido.

Focalização

A focalização tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte
do seu conhecimento, bem como com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo
textual. O produtor fornece ao receptor pistas sobre o que está focalizando. Diferenças de focalização
podem causar problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coe-
rência.

A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização. No caso de palavras ho-
mônimas, a focalização comum do interlocutores permitirá depreender o sentido do termo naquela
situação especifica. A focalização determina também, em dados casos, o uso adequado de certos
elementos lingüísticos. Um dos mais importantes meios de evidenciar a focalização é o uso do que
chamamos de descrições ou expressões definidas, isso é, grupos nominais introduzidos por artigo
definido (ou por demonstrativos). Tais expressões selecionam , dentre as propriedades e característi-
cas do referente, aquelas sobre as quais se deseja chamar a atenção.

O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Como já vimos anterior-
mente ativa e/ou seleciona conhecimentos de mundo que temos arquivados na memória, avançando
expectativas sobre o conteúdo do texto.

Intertextualidade

Outro importante fator de coerência é a intertextualidade, na medida em que , para o processamento


cognitivo (produção/recepção) de um texto, recorre-se ao conhecimento prévio de outros textos. A in-
tertextualidade pode ser de forma ou de conteúdo. A intertextualidade de forma ocorre quando o pro-
dutor de um texto repete expressões, enunciados ou trechos de outros textos, ou então o estilo de de-
terminado autor ou de determinados gêneros de discurso. Um subtipo de intertextualidade formal é a
intertextualidade tipológica, que também é importante para o processamento adequando do texto. Os
conhecimentos de mundo são armazenados em nossa memória sob forma de blocos – os modelos
cognitivos globais, entre os quais estão as superestruturas ou esquemas textuais, que são conjuntos
de conhecimentos que se vão acumulando quanto aos diversos tipos de textos utilizados em dada
cultura. Quanto ao conteúdo, pode-se dizer que a intertextualidade é uma constante: os textos de
uma mesma época, de uma mesma área de conhecimento, de uma mesma cultura, etc., dialogam,
necessariamente , uns com os outros. Essa intertextualidade pode ocorrer de maneira explicita ou im-
plícita.

Intertextualidade implícita não se tem indicação de fonte, de modo que o receptor deverá ter os co-
nhecimentos necessários para recupera-la; do contrário, não será capaz de captar a significação im-
plícita que o produtor pretende passar. Não havendo indicação da fonte do texto original, caberá re-
ceptor, através de seu conhecimento de mundo, não só descobri-la como detectar a intenção do pro-
dutor do texto ao retomar o que foi dito por outrem.

O reconhecimento do texto fonte e dos motivos de sua reapresentação, no caso da intertextualidade


implícita, é como se vê, de grande importância para a construção de sentido de um texto.

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A COERÊNCIA TEXTUAL

Intencionalidade e Aceitabilidade

O produtor de um texto tem, necessariamente, determinados objetivos ou propósitos, que vão desde
a simples intenção de estabelecer ou manter o contato com o receptor até a de leva-lo a partilhar de
suas opiniões ou a agir ou comportar-se de determinada maneira. A intencionalidade refere-se ao
modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para
tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados.

A aceitabilidade constitui a contraparte da intencionalidade. Já se disse que, segundo o Principio Co-


operativo de Grice, o postulado básico que rege a comunicação humana é o da cooperação, isto é,
quando duas pessoas interagem por meio de linguagem, elas se esforçam por fazer-se compreender
e procuram calcular o sentido do texto do(s) interlocutor(s), partindo das pistas que ele contém e ati-
vando seu conhecimento de mundo, da situação, etc.

A intencionalidade tem relação estreita com o que se tem chamado de argumentatividade. Se aceita-
mos como verdade que não existem textos neutros, que há sempre alguma intenção ou objetivo da
parte de quem produz um texto, e que este não é jamais uma “cópia” do mundo real, pois o mundo é
recriado no texto através da mediação de nossas crenças, convicções, perspectivas e propósitos, en-
tão somo obrigados a admitir que existe sempre uma argumentatividade subjacente ao uso da lingua-
gem. A argumentatividade manifesta-se nos textos por meio de uma série de marcas ou pistas que
vão orientar os seus enunciados no sentido de determinadas conclusões.

Entre estas marcas encontram-se os tempos os tempos verbais, os operadores e conectores argu-
mentativos, os modalizadores, entre outros. A partir dessa marcas, como também das inferências e
dos demais elementos construtores da textualidade, o receptor construirá a sua leitura, entre aquelas
que o texto, pela maneira como se encontra lingüisticamente estruturado, permite. È por isso que
todo texto abre a possibilidade de várias leituras.

Consistência e Relevância

De acordo com Giora, dois requisitos básicos para que um texto possa ser tido como coerente são a
consistência e a relevância.

A condição de consistência exige que cada enunciado de um texto seja consistente com os enuncia-
dos anteriores, isto é, que todos os enunciados do texto possam ser verdadeiros dentro de um
mesmo mundo ou dentro dos mundos representados no texto. O requisito da relevância exige que o
conjunto de enunciados que compõe o texto seja relevante para um mesmo tópico discursivo subja-
cente, isto é, que os enunciados sejam interpretáveis como falando sobre um mesmo tema.

A relevância tópica é outro fator importante da coerência. A coerência não é apenas um traço ou uma
propriedade do texto em si, mas sim que ela se constrói na interação entre o texto e seus usuários,
numa situação comunicativa concreta, em decorrência de todos os fatores aqui examinados.

Coerência e Ensino

O objetivo é registrar alguns pontos fundamentais quando se pergunta em que as análises da lingüís-
tica sobre coerência, coesão e texto podem auxiliar no trabalho do professor no ensino de língua ma-
terna. Lembraremos alguns aspectos que podem ser importantes para a adoção de uma postura me-
todológica pelo professor. Metodologia, uma questão de postura, ideologia, metas, objetivos e funda-
mentos e não apenas técnicas de ensino.

Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede conceitual – o
mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.

A coesão é a manifestação lingüística da coerência: advém da maneira como os conceitos e relações


subjacentes são expressos na superfície textual. Responsável pela unidade formal do textual, cons-
trói-se através de mecanismos gramaticais e lexicais.

Entre os primeiros estão os pronomes anafóricos, os artigos, a elipse, a concordância, a correlação


entre os tempos verbais, as conjunções, por exemplo. Todos esses recursos expressam relações não

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A COERÊNCIA TEXTUAL

só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e seqüências de frases
dentro de um texto.

Fatores Importantes para Obter Coerência em um Texto

 Intencionalidade – ela exige do produtor a construção de um discurso coerente e coeso, capaz de


satisfazer os objetivos em uma determinada situação comunicativa (informar, convencer, pedir, etc).

 Aceitabilidade – dá-se quanto à expectativa de que o recebedor tenha acesso a um texto coerente e
coeso.

 Situacionalidade – refere-se a que diz respeito à adequação do texto à situação sócio-comunicativo,


responsável pela pertinência e relevância do texto.

 Intertextualidade – para isso o texto deve interagir com outros textos que funcionam oco seu con-
texto

Os Fatores Pragmáticos da Textualidade

Entre os cinco fatores pragmáticos estudados por Beaugrande e Dressler (1983), os dois primeiros se
referem aos protagonistas do ato de comunicação: a intencionalidade e a aceitabilidade.

A intencionalidade concerne ao empenho do produtor em construir um discurso coerente, coeso e ca-


paz de satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação comunicativa. A meta
pode ser informar, ou impressionar, ou alarmar, ou convencer, ou pedir, ou ofender, etc., e é ela que
vai orientar a confecção do texto.

Em outras palavras, a intencionalidade diz respeito ao valor ilocutório do discurso, elementos da


maior importância no jogo de atuação comunicativa.

O outro lado da moeda é a aceitabilidade, que concerne à expectativa do recebedor de que o con-
junto de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz de
levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor.

Grice (1975. 1978) estabelece máximas conversacionais, que seriam estratégias normalmente adota-
das pelos produtores para alcançar a aceitabilidade do recebedor. Tais estratégias se referem à ne-
cessidade de cooperação (no sentido de o produtor responder aos interesses de seu interlocutor) e à
qualidade (autenticidade), quantidade (informatividade), pertinência e relevância das informações,
bem como à maneira como essas informações são apresentadas (precisão, clareza, ordenação, con-
cisão, etc).

Informatividada

O texto com bom índice de informatividade tem que apresentar todas as informações necessárias
para que seja compreendido com o sentido que o produtor pretende. Não é possível nem desejável
que o discurso explicite todas as informações necessárias ao seu processamento, mas é preciso que
ele deixe inequívocos todos os dados necessários à sua compreensão aos quais o recebedor não
conseguirá chegar sozinho.

Focalização

A focalização que tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma
parte do seu conhecimento e com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo tex-
tual. Seria como uma câmera que acompanhasse tanto o produtor como o receptor no momento em
que um texto é processado. O primeiro fornece ao segundo determinadas pistas sobre o que está fo-
calizando, ao passo que o segundo terá de recorrer a crenças e conhecimentos compartilhados sobre
o que está sendo focalizado, para poder entender o texto (e as palavras que o compõem), de modo
adequado.

Fatores da Contextualização

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A COERÊNCIA TEXTUAL

Os fatores de contextualização que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada; a


situacionalidade, como outro fator responsável pela coerência, e que pode ser vista atuando em duas
direções: a) da situação para o texto; b) do texto para a situação; a informatividade que interfere na
construção da coerência no que diz respeito ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da infor-
mação contida no texto;

Intencionalidade e Aceitabilidade

A intencionalidade e a aceitabilidade: a primeira refere-se ao modo como os emissores usam textos


para perseguir e realizar suas intenções, produzindo para tanto, textos adequados à obtenção dos
efeitos desejados; a segunda constitui a contraparte da intencionalidade que, por sua vez, tem rela-
ção estreita com o que se tem chamado de argumentatividade.

A obra expõe a constituição dos sentidos nos textos e seus fatores, tais como os elementos lingüísti-
cos, o conhecimento do mundo, as inferências e a situação. Um de seus capítulos é dedicado ao re-
gistro de como a análise da coerência textual pode auxiliar no trabalho do professor no ensino da lín-
gua e em sala de aula. Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos signifi-
cados que sua rede de conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa
rede conceitual – o mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.

Tipos de Coerência

São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica. Co-
nhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação.

Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto.
Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias apre-
sentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente com-
prometida.

É importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a cons-
trução da coerência global de um texto. São eles:

 Coerência Sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos ele-
mentos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambí-
guas, bem como o uso inadequado dos conectivos.

 Coerência Semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, an-
tes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as
relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.

 Coerência Temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o
tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impe-
dindo assim o comprometimento da coerência temática.

 Coerência Pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos,
orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a
sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma afirma-
ção ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado. Quando
essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.

 Coerência Estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve
ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística
não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como
o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente
nos textos não literários.

 Coerência Genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo
com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha

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A COERÊNCIA TEXTUAL

como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua lingua-
gem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura
com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um deter-
minado gênero assumindo a forma de outro.

É importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma ruptura
com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a coerência
contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão
do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o conhecimento
linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade e a
intencionalidade.

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MORFOSSINTAXE

Morfossintaxe

A palavra pode ser classificada isoladamente, analisando apenas sua classe gramatical, ou pode ser
estudada a partir da função que estabelece dentro da oração. Se o objeto de estudo é a palavra, tem-
se a análise morfológica. Entretanto, se a busca é por sua função na oração, surge a análise sintá-
tica.

Quando a análise ocorre no âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe
gramatical e função sintática, as dúvidas são muitas quando essa análise é exigida. Em geral, ela não
é solicitada explicitamente. Entretanto, sempre que a função sintática é pedida, é importante pensar a
que classe gramatical a palavra pertence. Fazendo isso, ficará mais fácil definir sua função.

Embora a língua portuguesa não seja uma ciência exata, no caso da morfossintaxe é possível pen-
sar de forma mais objetiva, pois as funções sintáticas são definidas previamente. Por exemplo, o ad-
jetivo é um caracterizador, portanto, ou estará ao lado do nome, ou se relacionando com ele. Então, a
única função sintática dessa classe gramatical será a de adjunto adnominal. Por isso, é melhor que a
análise morfológica preceda à sintática.

Se a análise é morfológica, qual é o objeto de estudo? A palavra. Então, por alguns minutos, imagine
que a frase não exista, somente a palavra. “Corte-a” e indique sua classe gramatical. Coloque em
prática todo seu conhecimento. “Dialogue” com cada palavra. Pense em que classe gramatical ela se
enquadra. Se as dúvidas nos conceitos de substantivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio,
preposição, adjetivo, conjunção e interjeição aparecerem, é importante voltar e revisar.

Façamos a análise morfológica do enunciado abaixo, lembre-se de que o objeto de estudo é a pala-
vra:

A prova estava muito complicada.

A: Artigo

Prova: Substantivo

Estava: Verbo

Muito: Advérbio

Complicada: Adjetivo

Após classificarmos as classes gramaticais, passaremos a analisar a função sintática de cada


termo. Volte à classificação das palavras e defina sua função dentro da oração. Vejamos a seguir
exemplos de perguntas que auxiliam na hora de definir a função sintática dos termos na oração.

Qual é a função do artigo? Acompanhar o substantivo, não é? Sintaticamente, quem tem a função de
vir junto ao nome? Adjunto adnominal. Portanto, toda classe gramatical cuja função é a de acompa-
nhar o nome (numeral, pronome adjetivo, artigo) exercerá função sintática de adjunto adnominal.

E o substantivo? Que função pode exercer? Vamos recordar? Núcleo do sujeito, do objeto indireto, do
objeto direto, do predicativo, do agente da passiva, do complemento nominal e do aposto. Podendo
exercer ainda as funções de adjunto adnominal e adjunto adverbial, quando compõe locuções adjeti-
vas ou adverbiais. Qual o único termo do enunciado que estamos analisando que poderá exercer a
função de núcleo do sujeito? Prova, não é? Por quê? Porque é um substantivo.

Que função sintática terá o verbo? Se for significativo (intransitivo, transitivo direto, indireto ou direto e
indireto) terá a função de núcleo, ou seja, parte mais importante do predicado verbal ou verbo-nomi-
nal. Se a função dele for de ligar o sujeito ao seu predicativo, terá a função de verbo de ligação. O
verbo do enunciado que estamos analisando recebe esta classificação.

Há algum advérbio? Qual é a única função sintática exercida por essa classe gramatical? Núcleo do
adjunto adverbial. Então, no exemplo, a palavra muito (classificação: advérbio de intensidade – fun-
ção sintática: adjunto adverbial)

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MORFOSSINTAXE

O adjetivo também aparece no exemplo. Que função sintática será exercida por ele? É importante re-
cordar que o adjetivo pode ser núcleo do adjunto adnominal e do predicativo do sujeito. Para definir a
função do adjetivo, a pergunta que deve ser feita é: onde o adjetivo está posicionado, ao lado de um
nome, no sintagma nominal, ou no sintagma verbal? Se acompanhar um nome, sua função será de
adjunto adnominal. Se estiver no sintagma verbal caracterizando o sujeito, como é o caso do adjetivo
complicada, será um predicativo do sujeito, pois estará caracterizando-o.

Agora, ficou fácil classificar o sujeito e o predicado do exemplo, não é mesmo? Se o sujeito está ex-
plícito e só possui um núcleo, será sujeito simples. Se o predicado é constituído de verbo de ligação,
só poderá ser predicado nominal.

É possível perceber que, embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe,
forma e função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante.

Ao nos depararmos com ambas (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões
conferidas pela gramática, e mais: que uma corresponde às classes gramaticais e a outra se refere
às distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em se tratando de um dado contexto linguís-
tico.

Munidos de tal concepção, as elucidações descritas a seguir, certamente tornarão perfeitamente


compreensíveis, face ao prévio conhecimento das referidas modalidades. Sendo assim, a morfossin-
taxe está condicionada ao fato de um substantivo, numeral, artigo, dentre outros, desempenharem
diferentes funções quando dispostas em uma oração.

Visando à plena efetivação de nossos conhecimentos acerca deste assunto, ora concebível como
sendo de extrema relevância, ater-nos-emos a alguns casos em que esta ocorrência se materializa.
Analisemos:

As flores são um belo presente.

Toda mulher aprecia ganhar flores.

Gostamos muito do perfume das flores.

Patrícia gosta muito de flores.

Nem tudo são flores.

Flores, por que sois tão belas?

Defrontamo-nos com um típico exemplo em que um mesmo termo é visto sob diferentes ângulos, po-
dendo ser assim analisados:

1º enunciado – sujeito simples

2º - objeto direto, pois completa o sentido de um verbo transitivo direto.

3º - complemento nominal, haja vista que completa o sentido de um substantivo (perfume).

4º - objeto indireto, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto.

5º - predicativo do sujeito, pois além de revelar uma característica a que o sujeito se refere, ainda se
liga a este por intermédio de um verbo de ligação, configurando um caso de predicado nominal.

6º - vocativo, pois invoca um chamamento.

A morfossintaxe compreende uma análise feita às orações a partir de termos sintáticos e morfológi-
cos. Sendo assim, a morfossintaxe compreenderá uma análise completa, abrangendo tanto a análise
sintática, como também morfológica.

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MORFOSSINTAXE

Por meio disso, é importante ressaltar e relembrar o que é uma análise sintática e uma análise morfo-
lógica. Elas serão fundamentais, uma vez que abrangem a morfossintaxe.

Sendo assim, temos que:

Análise morfológica: realiza a análise individual dos elementos componentes da ligação. A mesma
independe da ligação entre as palavras que compõem a oração;

Análise sintática: faz uma análise mais abrangente, compreendendo a relação das palavras dentro de
uma oração. Por meio disso, a função da análise sintática é entender a função que os elementos inte-
grantes da oração desempenham entre si;

Morfossintaxe: como fazer a análise conjunta

Como ressaltado anteriormente, para fazer a análise segundo a morfossintaxe de uma oração, é ne-
cessário combinar ambas as análises anteriormente apresentadas. A formação e o destrinchar da
oração se dará em duas etapas:

I) Com a análise morfológica;

II) Com a análise sintática;

Serão as duas as responsáveis por cobrir a morfossintaxe, a fim de entender a formação da oração.
Sendo assim, seja por meio da representação de cada palavra, ou do sentido da frase como um todo,
será possível entender o contexto e sentido.

Análise Morfológica

A análise morfológica tem como função a análise individual das classes de palavras. Entre elas, estão
o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral, o pronome, o verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.

Temos o exemplo, então:

Utilizamos a luz sem desperdício.

Utilizamos: 1ª pessoa do plural do verbo utilizar, com conjugação no presente do indicativo, da voz
ativa;

a: artigo definido;

luz: substantivo comum;

sem: preposição;

desperdício: substantivo do tipo abstrato;

Análise Sintática

Por outro lado, a análise sintática abrange a função de verificar a ligação dos termos que integram a
oração, a fim de compreender o contexto. Estão entre eles: complemento verbal e nominal, agente da
passiva, adjunto adverbial e adnominal e, por fim, o aposto.

A fim de compreender melhor o funcionamento, usaremos o mesmo exemplo anterior:

Utilizamos a luz sem desperdício.

(Nós) – há sujeito oculto;

Utilizamos: verbo transitivo direto e indireto;

a água: objetivo direto, com “água” sendo o núcleo do objeto direto;

sem desperdício: adjunto adverbial;

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MORFOSSINTAXE

Morfossintaxe

Por meio disso, teremos a morfossintaxe a simples combinação das análises. Ao cobrir tanto a aná-
lise individual, como o sentido do contexto, temos a análise morfossintaxe.

A morfossintaxe é a parte da gramática que estuda e analisa as palavras simultaneamente segundo


uma perspectiva morfológica e uma perspectiva sintática.

A análise morfológica das palavras preconiza a classificação isolada das palavras em diferentes
classes gramaticais.
A análise sintática das palavras preconiza a classificação da função que as palavras desempenham
inseridas numa oração.

Sendo a morfossintaxe a compreensão simultânea dessas duas perspectivas, a análise morfossin-


tática estuda, por exemplo, a função que um substantivo pode desempenhar numa oração, ou que
funções gramaticais podem desempenhar um pronome.

Análise morfológica

Tendo como base uma análise morfológica, as palavras podem ser classificadas em:

substantivo;

artigo;

adjetivo;

pronome;

numeral;

verbo;

advérbio;

preposição;

conjunção;

interjeição.

Exemplo de análise morfológica

Ontem, a Ana comprou um livro novo.

ontem: advérbio
a: artigo definido
Ana: substantivo próprio

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MORFOSSINTAXE

comprou: verbo comprar


um: artigo indefinido
livro: substantivo comum
novo: adjetivo

Análise sintática

Tendo como base uma análise sintática, os termos de uma oração podem ser classificados em:

sujeito;

predicado;

objeto direto;

objeto indireto;

predicativo do sujeito;

predicativo do objeto;

complemento nominal;

agente da passiva;

adjunto adnominal;

adjunto adverbial;

aposto.

Exemplo de análise sintática

A Ana comprou um livro novo.

sujeito: A Ana
predicado: comprou um livro novo
objeto direto: um livro novo
adjunto adverbial: ontem
adjunto adnominal: a, um, novo

Análise morfossintática

Através da análise morfossintática, ou seja, através da análise simultânea desses dois tipos de classi-
ficação, é possível compreender quais as funções que uma determinada classe gramatical pode de-
sempenhar numa oração.

Relação entre funções sintáticas e classes gramaticais

Sujeito: Pode ser representado por substantivos, pronomes pessoais retos, pronomes demonstrati-
vos, pronomes relativos, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos e numerais.

Predicado: Pode ter como núcleo um verbo ou um nome.

Objeto direto: É representado principalmente por substantivos, pronomes substantivos e pronomes


oblíquos átonos.

Objeto indireto: É representado principalmente por substantivos e pronomes pessoais oblíquos.

Predicativo do sujeito: Pode ser desempenhado por adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, pro-
nomes e numerais.

Predicativo do objeto: Pode ser desempenhado por adjetivo, locuções adjetivas e substantivos.

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MORFOSSINTAXE

Agente da passiva: Pode ser representado por substantivos e pronomes.

Complemento nominal: Pode ser representado por substantivos, pronomes e numerais.

Adjunto adnominal: Pode ser representado adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, nume-
rais adjetivos e artigos.

Adjunto adverbial: Pode ser desempenhado por advérbios e locuções adverbiais.

Análise morfológica – como fazer

Trata-se de uma análise individual, fazendo a definição das palavras de acordo com as seguintes
classes:

Substantivo;

Artigo;

Adjetivo;

Numeral;

Pronome;

Verbo;

Advérbio;

Preposição;

Conjunção;

Interjeição.

Vejamos dois exemplos de análise morfológica:

Exemplo 1:

Oração: Utilizamos a água sem desperdício.

Utilizamos = primeira pessoa do plural do verbo utilizar (nós), sendo conjugado no presente do indica-
tivo e possuindo voz ativa

a = artigo definido

água = substantivo comum

sem = preposição essencial

Desperdício = substantivo abstrato

Exemplo 2:

Oração: Ontem, a Bruna comprou um caderno novo.

Ontem = advérbio

a = artigo definido

Bruna = substantivo próprio

Comprou = verbo comprar

Um = artigo indefinido

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MORFOSSINTAXE

Caderno = substantivo comum

Novo = adjetivo

Conforme é possível observar, essa análise classifica as palavras de maneira objetiva e individual,
sem considerar qualquer tipo de relação entre elas.

Análise sintática – como fazer

Já com relação à análise sintática, é apontada a função e relação existente entre os termos da ora-
ção, fazendo uma análise um pouco mais complexa que a análise morfológica. Essa classificação
consiste em apontar:

Sujeito;

Predicado;

Complemento verbal;

Complemento nominal;

Agente da passiva;

Adjunto adnominal;

Adjunto adverbial;

Aposto.

Vejamos dois exemplos de análise sintática:

Exemplo 1:

Oração: Utilizamos a água sem desperdício.

Nós = sujeito oculto (expresso na conjugação do verbo utilizar – nós utilizamos)

Utilizamos = verbo transitivo direto

a água = objeto direto (água é o núcleo do objeto)

sem desperdício = adjunto adverbial

Exemplo 2:

Oração: A Bruna comprou um caderno novo.

A Bruna = sujeito

Comprou um caderno novo = predicado

Um caderno novo = objeto direto

Ontem = adjunto adverbial

A, um, novo = adjunto adnominal

Exercícios sobre morfossintaxe

1 – Aponte qual a alternativa correta com relação à análise sintática da frase:

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MORFOSSINTAXE

Lúcia e Marcelo estão cansados.

A – cansados é adjetivo e objeto direto.

B – cansados é adjetivo e predicativo do sujeito.

C – cansados é advérbio e predicativo do sujeito.

Resposta correta: B – cansados é adjetivo e predicativo do sujeito.

2 – Faça a análise de morfossintaxe (morfológica e sintática) com relação à frase:

Cozinha como ninguém!

Resposta

Análise morfológica Análise sintática

Sujeito oculto = ele, ela (classificado de acordo com a


Cozinha = terceira pessoa do verbo cozinhar,
conjugação do verbo cozinhar – ele cozinha, ela cozi-
conjugado no presente do indicativo, voz ativa
nha)

Como = conjunção Cozinha = verbo transitivo direto

Como ninguém = objeto direto. Ninguém é o núcleo


Ninguém = pronome indefinido
do objeto.

3 – Faça a análise de morfossintaxe da frase abaixo:

As meninas estavam preocupadas.

Resposta

Análise morfológica

As = artigo definido

Meninas = substantivo

Estavam = verbo estar

Preocupadas = adjetivo

Análise sintática

As meninas = sujeito simples

Estavam preocupadas = predicado nominal

Preocupadas = predicativo do sujeito

No caso de pessoas que estão estudando para provas mais específicas como Enem, vestibulares e
concursos ou simplesmente desejam saber mais sobre esta matéria, é recomendado realizar listas de
exercícios especificamente sobre morfossintática e consultar os melhores livros da área.

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância Nominal e Verbal

Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo.

Exemplos de concordância verbal

 Eu li;

 Ele leu;

 Nós lemos;

 Eles leram.

Casos Particulares de Concordância Verbal

Concordância com pronome relativo que

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.

Concordância com pronome relativo quem

O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.

Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...

Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas
querem.

Concordância com um dos que

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.

Concordância com nem um nem outro

O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.

Concordância com verbos impessoais

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.

Concordância com a partícula apassivadora se

O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente,
podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.

Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se

O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de
funcionários.

Concordância com o infinitivo pessoal

O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho
necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.

Concordância com o infinitivo impessoal

O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.

Concordância com o verbo ser

O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.

Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos nomes da oração,


ocorrendo principalmente entre o artigo, o substantivo e o adjetivo.

Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino.


Concordância em número indica a flexão em singular e plural.
Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.

Exemplos de concordância nominal

 O vizinho novo;

 A vizinha nova;

 Os vizinhos novos;

 As vizinhas novas.

Casos particulares de concordância nominal

Concordância com pronomes pessoais

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.

Concordância com vários substantivos

O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.

Concordância com vários adjetivos

Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se


houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito
no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.

Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom

Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um


artigo que determina o substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não
há artigo: é permitida a entrada, é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.

Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes
pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância com menos

A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.

Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso

Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados


anexos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.

Concordância com um e outro

Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o
substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Regência Verbal e Nominal

Definição:

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e
seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambí-
guas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

Regência Verbal

Termo Regente: VERBO

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os comple-
mentam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportu-
nidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudan-
ça ou retirada de uma preposição. Observe:

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar.


A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:

O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da


regência verbal (e também nominal).

As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja
os exemplos:

Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim
utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai,
possui, no padrão culto da língua, sentido diferente.

Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e
a regência culta.

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transiti-
vidade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases
distintas.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns deta-
lhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

a) Chegar, Ir

Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições


usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

Exemplos:

Fui ao teatro.

Adjunto Adverbial De Lugar

Ricardo foi para a Espanha.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Adjunto Adverbial de Lugar

Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.

Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:

Cheguei a Roma em outubro.

Adjunto Adverbial de Tempo

Chegamos no trem das dez.


Adjunto Adverbial de Meio

b) Comparecer

O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.

Por Exemplo:

Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem
preposiçãopara o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lem-
brar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem as-
sumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complemen-
tos verbais, objetos indiretos.

São Verbos Transitivos Diretos, Dentre Outros:

abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,
amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, esti-
mar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.

Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:

Amo aquele rapaz. / Amo-o.


Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
como adjuntos adnominais).

Exemplos:

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)


Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses
verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pesso-
ais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos
para substituir pessoas).

Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes-
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros:

a) Consistir

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Tem complemento introduzido pela preposição "em".

Por Exemplo:

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

b) Obedecer e Desobedecer:

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".

Por Exemplo:

Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.


Eles desobedeceram às leis do trânsito.

c) Responder

Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
quem" ou "ao que" se responde.

Por Exemplo:

Respondi ao meu patrão.


Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, ad-
mite voz passiva analítica. Veja:

O questionário foi respondido corretamente.


Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

d) Simpatizar e Antipatizar

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".

Por Exemplo:

Antipatizo com aquela apresentadora.


Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso impli-
que modificações de sentido. Dentre os principais, temos:

Abdicar

Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.

Acreditar

Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.

Almejar

Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.

Ansiar

Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.

Anteceder

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos
estranhos.

Atender

Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.

Atentar

Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.

Cogitar

Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.

Consentir

Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consenti-


ram naadoção de novas medidas econômicas.

Deparar

Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa
trilha.

Gozar

Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.

Necessitar

Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para
preparar a apresentação.

Preceder

Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precede-


ram àmudança de regime.

Presidir

Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.

Renunciar

Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.

Satisfazer

Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.

Versar

Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Mere-
cem destaque, nesse grupo:

Agradecer, Perdoar e Pagar

São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado
a pessoas. Veja os exemplos:

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Agradeço aos ouvintes a audiência.


Objeto Indireto Objeto Direto
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:

Agradeci o presente. / Agradeci-o.


Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Saiba que:

Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto,
mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:

A empresa não paga aos funcionários desde setembro.


Já perdoei aos que me acusaram.
Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Informar

Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.

Por Exemplo:

Informe os novos preços aos clientes.


Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)

Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:

Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.


Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)

Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cien-
tificar, prevenir.

Comparar

Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o
complemento indireto.

Por Exemplo:

Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

Pedir

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e
indireto de pessoa.

Por Exemplo:

Pedi-lhe favores.

Objeto Indireto Objeto Direto

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva


Objetiva Direta

Saiba que:

1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.

Por Exemplo:

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.

Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final redu-
zida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.

Preferir

Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".

Por Exemplo:

Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.


Prefiro trem a ônibus.

Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio ver-
bo (pre).

Mudança De Transitividade Versus Mudança De Significado

Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O


conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois
além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

Agradar

1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

Por Exemplo:

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.


Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege com-
plemento introduzido pela preposição "a".

Por Exemplo:

O cantor não agradou aos presentes.


O cantor não lhes agradou.

ASPIRAR

1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.

Por Exemplo:

Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.)

2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Por Exemplo:

Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.)

Obs.: como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas
pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:

Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.)

Assistir

1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.

Por Exemplo:

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.


As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.

Exemplos:

Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.

Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto
adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".

Por Exemplo:

Assistimos numa conturbada cidade.

Chamar

1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.

Por exemplo:

Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.


Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se
refere predicativo preposicionado ou não.

Exemplos:

A torcida chamou o jogador mercenário.


A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.

Custar

1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto
adverbial.

Por exemplo:

Frutas e verduras não deveriam custar muito.

2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.

Por exemplo:

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Muito custa viver tão longe da família.

Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Intransitivo Reduzida de Infinitivo

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.

Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Indireto Reduzida de Infinitivo

Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito re-
presentado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:

Custei para entender o problema.

Forma correta: Custou-me entender o problema.

Implicar

1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:

a) Dar a entender, fazer supor, pressupor

Por exemplo:

Suas atitudes implicavam um firme propósito.

b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar

Por exemplo:

Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.

2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver

Por exemplo:

Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.

Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".

Por Exemplo:

Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

Proceder

1) Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sem-
pre acompanhado de adjunto adverbial de modo.

Exemplos:

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.


Você procede muito mal.

2) Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto.

Exemplos:

O avião procede de Maceió.

Procedeu-se aos exames.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

O delegado procederá ao inquérito.

Querer

1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.

Querem melhor atendimento.


Queremos um país melhor.

2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.

Exemplos:

Quero muito aos meus amigos.


Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.

Visar

1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.

Por Exemplo:

O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.

2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposi-
ção "a".

Exemplos:

O ensino deve sempre visar ao progresso social.

Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

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CRASE

Crase

Crase é um dos metaplasmos por supressão de fonemas a que as palavras podem estar sujeitas à
medida que uma língua evolui.

Neste caso, há a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos e seguidos em um só.

O termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da pre-
posição "a" com:

 artigo feminino "a" ou "as";

 o "a" dos pronomes "aquele"(s), "aquela"(s), "aquilo", "aqueloutro"(s) e "aqueloutra"(s);

 o "a" do pronome relativo "a qual" e "as quais";

 o "a" do pronome demonstrativo "a" ou "as".

 OBS.: Nunca haverá crase no termo a que, mesmo quando puder ser substituído por à qual. Ex.: A
questão a que me refiro é esta. = A questão à qual me refiro é esta.

O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa é o acento grave.

 Acentua-se a preposição a quando, substituindo-se a palavra feminina por uma masculina, o a torna-
se ao.

 As palavras terra, casa e distância são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da pala-
vra casa (lar) só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário
não ocorre a crase. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier
acompanhada de um modificador — da mesma maneira que existe a expressão "a bordo", enquanto
que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase. Quanto à palavra distância, só
haverá crase se esta estiver especificada.

Exemplos:

Chegamos cedo a casa (coloquialmente, "em casa").

Chegamos cedo à casa de meu pai.

Os jangadeiros voltaram a terra.

Os jangadeiros chegaram à terra procurada.

Ele voltou à terra dos avós.

Farei um curso a distância.

Estamos à distância de 5 quilômetros da casa de meu pai.

 O pronome aquele (e variações) e também aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento
grave no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.

 A contração "à" pode surgir também com a elipse de expressões como "à moda (de)", "à maneira
(de)", como em "arroz à grega" (à maneira grega), "filé à Chatô" (à moda de Chatô)", etc. É este o único
caso em que "à" se pode usar antes de um nome masculino.

Regras de Verificação

Para saber se a crase é aplicável, ou seja, se deve ser usada a contração à (com acento grave) em vez
da preposição a (sem acento), aplique-se uma das regras de verificação:

1) Substitui-se a preposição a por outra preposição, como em ou para; se, com a substituição, o artigo
definido a permanecer, então a crase é aplicável.

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CRASE

Exemplos:

Pedro viajou à Região Nordeste.

Com crase, porque equivale a Pedro viajou para a Região Nordeste.

Pedro viajou a Uberaba.

Sem crase, porque equivale a Pedro viajou para Uberaba.

2) Troca-se o complemento nominal, após "a", de um substantivo feminino para um substantivo mascu-
lino; se, com a troca, for necessário o uso da combinação ao, então a crase é aplicável.

Exemplos:

Prestou relevantes serviços à comunidade.

Com crase, porque ao se trocar o complemento — Prestou relevantes serviços ao povo — aparece a
combinação ao.

Chegarei daqui a uma hora

Sem crase, porque ao se trocar o complemento — Chegarei daqui a um minuto — não aparece a com-
binação ao.

Obs.: a crase não ocorre antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de
nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio
lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).

Crase facultativa

A crase é facultativa nos seguintes casos:

Antes de nome próprio feminino:

Refiro-me à (a) Luciana.

Antes de pronome possessivo feminino:

Dirija-se à (a) sua fazenda.

Depois da preposição até:

Dirija-se até à (a) porta.

Refiro-me à (a) Janaina.

Casos Proibidos

Tendo por princípio basilar que a palavra "à" é o feminino de "ao", não existe crase onde também não
cabe o uso de "ao". Portanto, nas seguintes situações:

Antes de verbos:

Preços a combinar.

Antes de substantivos masculinos, salvo no já supracitado caso de estar subentendida a expressão "à
moda de":

Passear a Cavalo

Antes de numerais:

De 10 a 100

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CRASE

Encontramos o produto numa faixa de preço que vai de R$120,00 a R$ 150,00.

Antes de plural sem o emprego do artigo definido "as":

a brilhantes psicólogas

a soluções

Após o uso de preposições:

Ante a descoberta o cientista gritou.

Após a voz de prisão o bandido entregou os comparsas.

Contra a ação do governo, João realizou um protesto.

Mas: Caminhamos até à (a) casa. (no caso específico de "até", a crase é facultativa)

Antes de pronomes pessoais, relativos cujo/s, cuja/s e quem, demonstrativos, indefinidos, interrogati-
vos e de tratamento (com exceção de senhora, senhorita, dona e madame):

Entregue o relatório a ela. (Pessoal)

Informei o novo horário a esse cliente. (Demonstrativo)

Ele é meu amigo, a quem sempre obedeço. (Relativo)

Jamais devi dinheiro a ninguém. (Indefinido)

A quem você será fiel? (Interrogativo)

Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria. (Tratamento)

Obs.: (Pronomes demonstrativos de terceira pessoa, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqueloutro*,
aqueloutra*, aqueloutros*, aqueloutras* podem levar crase):

Os pronomes aqueloutro/s e aqueloutra/s não são muito usados, mas são encontrados em textos literá-
rios.

Entreguei as chaves àquela mulher. (Demonstrativo)

Entre substantivos idênticos:

Dosava a medicação gota a gota

Os adversários estavam cara a cara.

À exceção de:

É preciso declarar guerra à guerra!

É preciso dar mais vida à vida!

Antes de topônimos de cidades que não admitem "a":

Vou a Salvador.

Vou a Lisboa.

Vou a Madri.

Obs.: substituir por "Fui à" ou "Vim da" (pode crasear) — "Fui a" ou "Vim de" (crasear pra quê?).

Vou a Brasília.

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CRASE

Fui a Brasília. Vim de Brasília.(não vai crase)

Vou à Bahia.

Fui à Bahia. Vim da Bahia. (vai crase)

À exceção de: Quando o lugar está determinado com um adjunto adnominal, assim como ocorre com
"casa" e "terra", a crase é obrigatória em topônimos que não admitem artigo

Vou à Lisboa dos poetas.

Vou à Brasília de Oscar Niemeyer.

A crase é um fenômeno fonético ( ` ) que representa a junção da preposição “a” com o artigo feminino
“a”. Além disso, pode haver crase também na combinação da mesma preposição
com pronomes demonstrativos que se iniciem com a letra “a”.

Quando usar a crase?

1- Se o verbo da oração exigir a preposição a e, em seguida, houver um artigo e um substantivo femi-


nino.

Exemplo:

prep. + artigo + substantivo feminino

Júlia levou sua irmã (a + a = à) praça.

Eles desobedeceram às normas de segurança.

Preposição a (exigida pelo verbo) + artigo as + subs.feminino

Normas

Fica a dica – Em uma oração, se você puder substituir o substantivo feminino por um masculino e este
for antecedido por “ao”, haverá crase.

Exemplo:

Eles desobedeceram aos pais / Eles desobedeceram às normas

Júlia levou sua irmã ao teatro / Júlia levou sua irmã à praça

2- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas.

 Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às claras, à meia noite, às três horas;

 Locuções prepositivas: à frente de, à beira de, à exceção de;

 Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.

3- Ao indicar horas específicas.

Exemplo:

A reunião ocorrerá às duas horas da tarde de sexta-feira.

Horas específicas

Atenção: Quando a hora aparecer de forma genérica, não haverá crase.

Exemplo:

Passarei em sua casa a uma hora qualquer para conhecer o bebê.

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CRASE

Hora genérica

4- Usa-se crase nas expressões à moda de / à maneira de.

Exemplo:

Prefiro comida à francesa.

A expressão à moda de está implícita em à francesa

Ela pinta à maneira de Picasso.

5- Antes dos substatnivos casa e terra, desde que não tenham o sentido de lar e terra firme, respecti-
vamente.

Exemplo:

Residência de outras pessoas

Ela voltou à casa dos avós após a viagem.

Mas

Ela voltou a casa após a viagem

Seu próprio lar – não há crase

Chegamos à terra natal de nossos antepassados.

Lugar específico

Mas

Voltei a terra firme após um mês velejando. (não há crase)

6- Usa-se crase com pronomes demonstrativos e relativos quando vierem precedidos da preposição a.

Exemplo:

Ele não obedeceu àquela norma de segurança.

Verbo transitivo indireto pede a presença da preposição a (a + aquela = àquela)

As perguntas às quais respondemos estavam difíceis.

Verbo transitivo indireto pede preposição a (a + as quais = as quais)

A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento
grave.

Quando não usar crase?

Não ocorre crase:

Antes de substantivos masculinos:

 Gosto de andar a pé.

 Este passeio será feito a cavalo.

 Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.

 Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.

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CRASE

Antes de verbos:

 Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.

 Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.

 O arquiteto está começando a renovar essa casa.

 Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.

Antes da maior parte dos pronomes:

 Desejamos a todos um bom fim de semana.

 Você já pediu ajuda a alguém?

 Dei todos os meus carrinhos a ele.

 Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.

Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.

 Não entregamos o trabalho à mesma professora.

 Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.

 Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.

 Esta é a reportagem à qual me referi.

Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:

 Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.

 Gota a gota, minha paciência foi enchendo!

 Preciso conversar com você face a face.

 Por favor, permaneçam lado a lado.

Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:

 Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.

 A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.

 As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.

Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as, ocorre
crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.

 Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.

 A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.

 As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.

Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):

 O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.

 O hotel fica a dois quilômetros daqui.

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CRASE

 O motorista conduzia a 180 km/h.

Quando usar crase?

Ocorre crase:

Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem a pre-
posição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere,
como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…

 Aquele aluno nunca está atento à aula.

 Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.

 Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!

 É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.

 As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.

Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, à direita, à


toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, à exceção de, à
frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que,…

 Ligo-te hoje à noite.

 Ele está completamente à parte do grupo.

 A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.

 Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.

Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra feminina que
se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.

 Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)

 Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)

Antes da indicação exata e determinada de horas:

 Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.

 Chegaremos a Brasília às 22h.

 A missa começará à meia-noite.

Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.

 Estou esperando você desde as seis horas.

 Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.

Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de clareza na


leitura:

 Vou lavar a mão na pia.

 Vou lavar à mão a roupa delicada.

 Ele pôs a venda nos olhos.

 Ele pôs à venda o carro.

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CRASE

 Ela trancou a chave na gaveta.

 Ela trancou à chave a porta.

 Estudei a distância.

 Estudei à distância.

Quando a crase é facultativa?

O uso acento grave indicativo de crase é facultativo:

Antes de pronomes possessivos:

 Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.

 Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.

Antes de nomes próprios femininos:

 Enviei cartas a Heloísa.

 Enviei cartas à Heloísa.

Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque nestes
casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.

 Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.

 A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.

Antes da preposição até antecedendo substantivos femininos:

 Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.

 Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.

Casos específicos para o uso da crase

Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:

Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a
anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de verificar se há anteposi-
ção do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.

Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à


Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na

Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com a
preposição a, ficando à:

 Vim da Bahia.

 Estou na Bahia.

 Vou à Bahia no próximo mês.

Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não haverá
contração com a preposição a, permanecendo a:

 Vim de Brasília.

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CRASE

 Estou em Brasília.

 Vou a Brasília no próximo mês.

Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.

 Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.

 Regressei à Curitiba de minha infância.

Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se esta
estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.

 Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)

 O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)

 Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)

Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um adjunto
adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.

 Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)

 Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)

O que é a crase?

A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a com o
artigo definido feminino a (a + a = à).

 Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)

 Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)

Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com os pro-
nomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.

 Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)

 Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)

 Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)

Dica para o uso da crase

Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o substan-
tivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da preposição a
contraindo com o artigo definido a.

Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à


Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao

Dúvida no uso da crase: “Vou à praia” ou “Vou a praia”?


Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o parque”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vou ao parque”, com a contração ao. Assim, a
forma correta também será “Vou à praia”, com a contração à.

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CRASE

Dúvida no uso da crase: “Vale à pena” ou “Vale a pena”?


Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o sacrifício”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vale o sacrifício”, sem a contração ao. Assim, a
forma correta também será “Vale a pena”, sem a contração à.

Atenção!

Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da crase de-
pende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise do enunciado
frásico, sendo importante compreender que não acorre crase se houver apenas a preposição a, ou
apenas o artigo definido a ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que
haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração, formando crase.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Colocação Pronominal

A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe,
nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:

Próclise - o pronome é colocado antes do verbo.

Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo.

Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo.

Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o
ritmo, a ênfase e o estilo.

Uso da Próclise

Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca.

Exemplos:

Não o quero aqui.

Nunca o vi assim.

Pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos.

Exemplos:

Foi ela que o fez.

Alguns lhes deram maus conselhos.

Isso me lembra algo.

Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do
advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome.
Exemplos:

Ontem me disseram que havia greve hoje.

Agora, descansa-se.

Orações exclamativas e orações que exprimam desejo de que algo aconteça.


Exemplos:

Deus nos dê forças.

Oxalá me dês a boa notícia.

Orações com conjunções subordinativas.


Exemplos:

Embora se sentisse melhor, saiu.

Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

Verbo no gerúndio regido da preposição em.

Exemplos:

Em se tratando de confusão, ele está presente.

Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Orações interrogativas.

Exemplos:

Quando te deram a notícia?

Quem te presenteou?

Uso da Mesóclise

A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se hou-
ver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise.

Exemplos:

Orgulhar-me-ei dos meus alunos.

Orgulhar-me-ia dos meus alunos.

Uso da Ênclise

Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação de pronome
depois do verbo é atraída pelas seguintes situações:

Verbo no imperativo afirmativo.

Exemplos:

Depois de terminar, chamem-nos.

Para começar, joguem-lhes a bola!

Verbo no infinitivo impessoal.

Exemplos:

Gostaria de pentear-te a minha maneira.

O seu maior sonho é casar-se.

Verbo inicia a oração.

Exemplos:

Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.

Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.

Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Exemplos:

Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.

Faço sempre bolos diferentes experimentando lhes ingredientes novos.

Com Locução Verbal

Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome.

Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as re-
gras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o
verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio.
Exemplos:

Devo explicar-te o que se passou

Devo-lhe explicar o que se passou.

Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o
verbo principal está no particípio.

Exemplos:

Foi-lhe explicado como deveria agir.

Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado.

Pronome Se e Suas Funções

O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em
cuja voz verbal é reflexiva.

Exemplos:

Queimou-se quando estava preparando o jantar.

Animou-se para ir à festa.

O pronome "se" também pode ter a função de sujeito indeterminado.

Exemplos:

Procura-se cãozinho.

Alugam-se casas.

O pronome "se" pode, ainda, ter a função de simplesmente realçar o discurso.


Exemplos:

Lá se vai a minha chance de ganhar na loto.

Foi-se embora sem dizer nada.

É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.

Dicas:

Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e
em último caso, ênclise.

Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:

1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São
elas:

a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.

Ex.: Não se esqueça de mim.

b) Advérbios.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Ex.: Agora se negam a depor.

c) Conjunções subordinativas.

Ex.: Soube que me negariam.

d) Pronomes relativos.

Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos.

Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

f) Pronomes demonstrativos.

Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.

Ex.: Quem te fez a encomenda?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas.

Ex.: Quanto se ofendem por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas).

Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise

É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos
não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.

Exemplos:

Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.


Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.

Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.

Ex.: Não era minha intenção machucar-te.

3) Quando o verbo iniciar a oração.

Ex.: Vou-me embora agora mesmo.

4) Quando houver pausa antes do verbo.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

5- Quando o verbo estiver no gerúndio.

Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

Dicas:

O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atra-
tiva.

Exemplos:

É preciso encontrar um meio de não o magoar.

É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.

Colocação pronominal nas locuções verbais

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.

Ex.: Haviam-me convidado para a festa.

b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxi-
liar.

Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

Dicas:

Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise,


desde que não haja palavra atrativa antes dele.

Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.

Exemplos:

Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.


Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.

Exemplos:

Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.


Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.

Observações importantes:

Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Exemplos:

Chame-o agora.

Deixei-a mais tranquila.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:

(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.


(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-
se para no, na, nos, nas.

Exemplos:

Chamem-no agora.

Põe-na sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem
ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.

Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro).

A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação
ao verbo.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.

O pronome pode estar em três posições distintas em relação ao verbo:

Próclise: o pronome surge anterior ao verbo.

Exemplo: Não me faça perder sua confiança.

A próclise é empregada quando:

a) Antes do verbo houver palavras de sentido negativo.

Nada me faz voltar atrás.

b) Antes do verbo houver um advérbio.

Naquela cidade se fala alemão.

c) Antes do verbo houver pronomes (relativos, indefinidos e demonstrativos)

Isso me deixou muito feliz.

d) Antes do verbo houver preposição seguida de gerúndio.

Em se tratando de saneamento, o Brasil ainda tem que investir muito na área de tratamento de es-
goto.

Ênclise: o pronome surge posterior ao verbo.

Exemplo: Alistou-se no exército para realizar um sonho.

É importante informar que a ênclise não ocorre no início da frase, na linguagem formal. Portanto, os
pronomes pessoais oblíquos átonos não iniciam orações.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Exemplo: Me falaram que estou muito bem. (errado)

Falaram-me que estou muito bem. (certo)

Mesóclise: o pronome surge no meio do verbo.

Exemplo: Abraçar-lhe-ia agora, mas estou molhado.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do
caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o
pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:

1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.


2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo.

Na primeira oração, os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são perten-
centes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de com-
plemento, e consequentemente é do caso oblíquo.

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, assim, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda
oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Aju-
dar quem? Você (lhe).

Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado an-
tes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução
verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio.

Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo.


Eu estou perguntando-lhe algo.

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de
preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.

Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.


Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

Colocação Pronominal

De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os
pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.

São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.

O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo

Próclise

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:

• Palavras com sentido negativo:

Nada me faz querer sair dessa cama.


Não se trata de nenhuma novidade.

• Advérbios:

Nesta casa se fala alemão.


Naquele dia me falaram que a professora não veio.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

• Pronomes relativos:

A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.


Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

• Pronomes indefinidos:

Quem me disse isso?


Todos se comoveram durante o discurso de despedida.

• Pronomes demonstrativos:

Isso me deixa muito feliz!


Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

• Preposição seguida de gerúndio:

Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar.

• Conjunção subordinativa:

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

Ênclise

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes
oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:

• O verbo estiver no imperativo afirmativo:

Amem-se uns aos outros.


Sigam-me e não terão derrotas.

• O verbo iniciar a oração:

Diga-lhe que está tudo bem.


Chamaram-me para ser sócio.

• O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição "a":

Naquele instante os dois passaram a odiar-se.


Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

• O verbo estiver no gerúndio:

Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.


Despediu-se, beijando-me a face.

• Houver vírgula ou pausa antes do verbo:

Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.


Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.

Mesóclise

A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito:

A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã.

Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros mo-
nossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima.

Assim, esses pronomes podem ocupar três posições distintas na frase:

Antes do verbo – PRÓCLISE (dizemos que o pronome está proclítico)

“Não me abandone, não me carregue para o buraco”

No meio do verbo – MESÓCLISE (dizemos que o pronome está mesoclítico)

“Meu nome, dir-lhes-ei a seu tempo”

Após o verbo – ÊNCLISE (dizemos que o pronome está enclítico)

“Suporta-se com paciência a dor do próximo”.

Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da colocação pronominal.

Próclise

A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja:

Palavra de sentido negativo (não, nada. Nunca, ninguém etc.):

Nunca me convidam para as festas.

Conjunção subordinativa:

Quando te encarei de frente a frente não vi o meu rosto.

Advérbio:

Assim se resolvem os problemas

Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.

Assim, resolvam-se os problemas.

Pronome indefinido:

Tudo se acaba na vida

Pronome relativo:

Não encontrei o caminho que me indicaram.

Com verbo no gerúndio precedido de preposição em:

Em se tratando de previsões, qualquer afirmação otimista será arriscada.

Com verbo no infinitivo pessoal (flexionado ou não) precedido de preposição:

Vocês serão castigados por me faltarem ao respeito.

Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas ora-
ções optativas (orações que exprimem um desejo):

Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)

Quando me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra exclamativa)

Deus te proteja. (oração optativa)

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Mesóclise

A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que
não haja algum fator de próclise.

Convidar-me-ão para a festividade de estréia da nova série televisiva.

Convidar-te-ia para viajar comigo, caso fosse possível.

Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pro-
nome pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor.

Eles me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva.

Não me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva.

Sempre te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível.

Eu te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções verbais

Com locuções em que o verbo principal ocorre no infinitivo ou no gerúndio:

Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal:

Devo-lhe cantar uma música

Devo cantar-lhe uma música

Estava-lhe dizendo a verdade

Estava dizendo-lhe a verdade

Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal:

Não lhe devo dizer a verdade.

Não devo dizer-lhe a verdade.

Não lhe estava dizendo a verdade.

Não estava dizendo-lhe a verdade.

Com locuções em que o verbo principal ocorre no particípio:

Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar:

Havia-lhe dito a verdade.

Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar:

Não lhe havia dito a verdade

Ênclise

De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo,
desde que não haja condições para a próclise ou para a mesóclise.

Assim sendo, a ênclise é obrigatória:

Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo:

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Comenta-se que ele recebeu o prêmio.

Lembram-me pormenores daquela noite sem graça.

Com verbo no imperativo afirmativo:

Alunos, apresentem-se já ao diretor.

Amigos, digam-me somente a verdade.

Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em:

Modificou a frase, tornando-a ambígua.

Puseram-na de castigo para depois poder beijá-la, consolando-a.

Com o verbo no infinitivo pessoal regido por preposição a:

Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.

Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo.

Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal:

Por que maltratar-me agora?

Como convencer-te do meu apreço?

A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distin-
tas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.

Em próclise: pronome colocado antes do verbo;


Em ênclise: pronome colocado depois do verbo;
Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.

Exemplos de colocação pronominal

Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise)

Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise)

Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise)

Os pronomes pessoais oblíquos átonos são:


1.ª pessoa do singular - me
2.ª pessoa do singular - te
3.ª pessoa do singular – se, o, a, lhe
1.ª pessoa do plural - nos
2.ª pessoa do plural - vos
3.ª pessoa do plural – se, os, as, lhes

Próclise ou ênclise?

A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a es-
trutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso da próclise encontra-se
generalizado na linguagem falada e escrita.

É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início da frase, nem
haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal.

Exemplo de uso facultativo da próclise ou da ênclise

Minha mãe ajudou-me nos trabalhos.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Minha mãe me ajudou nos trabalhos.

A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situa-
ção, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.

Exemplos de ênclise com verbos no início da frase

Ouviram-me chamar?

Deram-lhe os parabéns!

Uso específico de ênclise, próclise ou mesóclise

Existem diversas situações que justificam o uso específico de uma forma de colocação pronominal.

Ênclise

A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada:

Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do
pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos.

Refere-se a um tipo de árvore.

Viram-me na rua e não disseram nada.

Em orações imperativas afirmativas.

Sente-se imediatamente!

Lembre-me para fazer isso no fim do expediente.

Em orações reduzidas do gerúndio (sem a preposição em).

O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança.

Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados.

Em orações reduzidas do infinitivo.

Espero dizer-te a verdade rapidamente.

Convém dar-lhe autorização ainda hoje.

Próclise

A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que
justifiquem o adiantamento do pronome, como:

Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais, …).

Não te quero ver nunca mais!

Nunca a esquecerei.

Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo, ...).

Embora o faça, sei que é errado.

Cumpriremos o acordo se nos agradar.

Pronomes relativos (que, qual, onde, …).

Há professores que nos marcam para sempre.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Esta é a faculdade onde me formei.

Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos, …).

Alguém me fará mudar de opinião?

Poucos nos emocionaram com seus relatos.

Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo, …).

Isso me deixou muito abalada.

Aquilo nos mostrou a verdade.

Frases interrogativas (quem, qual, que, quando, …).

Quem me chamou?

Quando nos perguntaram isso?

Frases exclamativas ou optativas.

Como nos enganaram!

Deus te guarde!

Preposição em mais verbo no gerúndio.

Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado.

Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião.

Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá
ser usada a ênclise.

Aqui se come muito bem!

Talvez te espere no fim das aulas.

Mesóclise

A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no fu-
turo do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.

Ajudar-te-ei no que for preciso.

Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.

A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação
que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.

Colocação pronominal nas locuções verbais

A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no particípio ou no
gerúndio e infinitivo.

Verbo Principal no Gerúndio ou No Infinitivo

Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar após o verbo prin-
cipal ou após o verbo auxiliar.

Quero ver-te hoje.

Quero-te ver hoje.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar antes da locu-
ção verbal ou depois da locução verbal.

Não te quero ver hoje.

Não quero ver-te hoje.

Verbo Principal no Particípio

Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar depois do verbo
auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.

Tinham-me dito que você não era de confiança.

Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto.

Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar antes da locu-
ção verbal.

Já me tinham dito que você não era de confiança.

Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Sintaxe da Oração e do Período

Apesar do tema pedir para abordar somente sobre a oração e o período, colocarei também um pouco
sobre frase para tornar o assunto mais completo.

Frase, período e oração:

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indi-
ca ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.

Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoria-
mente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é re-
duzida a sinais de pontuação.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de seus ele-
mentos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

 frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer?

 frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mão-
zinha! – Faça-o sair!

 frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil!

 frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.

Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois elementos es-
senciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”.

O predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
num nome, teremos um predicado nominal.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um pensamento com-
pleto e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-exclamação e por reticências.

Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só
frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A
oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao
qual pode ou não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

“Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.”

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não
satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo,
com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absolu-
ta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”

Cantei, dancei e depois dormi.

Sintaxe da oração e do período

A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as pala-
vras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda também
as relações existentes entre as diversas orações que formam um período.

Estudo da relação entre os termos da oração

Segundo uma análise sintática, a oração se encontra dividida em:

 termos essenciais;

 termos integrantes;

 termos acessórios.

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.


Os termos integrantes da oração são o objeto direto, o objeto indireto, o predicativo do sujeito, o
predicativo do objeto, o complemento nominal e o agente da passiva.
Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

Exemplos de análise sintática

Amanhã, a Madalena pagará suas dívidas ao banco.

Sujeito: a Madalena
Predicado: pagará suas dívidas ao banco
Objeto direto: suas dívidas
Objeto indireto: ao banco
Adjunto adverbial: amanhã
Adjunto adnominal: a, suas

O diretor está livre de compromissos.

Sujeito: o diretor
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

A roupa foi passada pela vizinha, uma senhora trabalhadora.

Sujeito: a roupa
Predicado: foi passada pela vizinha
Agente da passiva: vizinha
Aposto: uma senhora trabalhadora

Ela acusou-a de fofoqueira.

Sujeito: ela
Predicado: acusou-a de fofoqueira
Objeto direto: a
Predicativo do objeto: fofoqueira

Estudo da relação entre as orações

Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações
de coordenação ou de subordinação.

Período composto por coordenação

Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de esta-
rem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individual-
mente porque apresentam sentidos completos.

As orações coordenadas são classificadas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e ex-


plicativas, conforme a ideia que transmitem: de adição, de oposição, de alternância, de conclusão e
de explicação relativamente à oração anterior.

Oração coordenada aditiva: Gabriel treinou e ganhou a corrida.


Oração coordenada adversativa: Gabriel treinou, mas não ganhou a corrida.
Oração coordenada alternativa: Ou Gabriel treina ou não ganha a corrida.
Oração coordenada conclusiva: Gabriel treinou, logo ganhou a corrida.
Oração coordenada explicativa: Gabriel ganhou a corrida porque treinou.

Período composto por subordinação

Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra.
Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de
forma separada.

Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em subs-
tantivas, adjetivas ou adverbiais.

Oração subordinada substantiva subjetiva: Foi anunciado que Jorge será o novo diretor.
Oração subordinada substantiva objetiva direta: Nós não sabíamos que isso seria obrigatório.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta: A empresa precisa de que todos os funcioná-
rios sejam assíduos.
Oração subordinada substantiva completiva nominal: Tenho esperança de que tudo será melhor
no futuro!
Oração subordinada substantiva predicativa: O importante é que minha filha é feliz.
Oração subordinada substantiva apositiva: Apenas quero isto: que você desapareça da minha
vida!

Oração subordinada adverbial causal: Ele não pode esperar porque tem hora marcada no médico.
Oração subordinada adverbial consecutiva: A Luísa esperou tanto tempo que adormeceu no sofá.
Oração subordinada adverbial final: Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em
segurança.
Oração subordinada adverbial temporal: Mal você foi embora, ele apareceu.
Oração subordinada adverbial condicional: Se o Paulo vier rápido, eu espero por ele.
Oração subordinada adverbial concessiva: Embora eu esteja atrasada para o trabalho, continuarei
esperando por ele.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Oração subordinada adverbial comparativa: Júlia se sentia como se ainda tivesse dezesseis anos.
Oração subordinada adverbial conformativa: Ficaremos esperando por você, conforme combina-
mos ontem.
Oração subordinada adverbial proporcional: Quanto mais eu estudava, mais tinha a sensação de
não saber nada.

Oração subordinada adjetiva explicativa: A Júlia, que é a funcionária mais nova da empresa, não
teve uma boa avaliação.
Oração subordinada adjetiva restritiva: Todos os funcionários que conhecem bem a empresa tive-
ram uma boa avaliação.

Sintaxe de concordância

A sintaxe de concordância estuda a concordância nominal e a concordância verbal que ocorrem na


oração.

Para haver concordância nominal é necessário que haja concordância de gênero e número entre os
diversos nomes da oração, ou seja, entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza, entre o subs-
tantivo e o artigo que o determina, entre um pronome adjetivo e o substantivo,...

Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em gênero indica a fle-
xão em masculino e feminino.

Exemplos de concordância nominal

 O vizinho novo;

 A vizinha nova;

 Os vizinhos novos;

 As vizinhas novas.

Para que haja concordância verbal é necessário que haja concordância em número e pessoa entre
o sujeito gramatical e o verbo.

Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa indica a fle-
xão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.

Exemplos de concordância verbal

 Eu li;

 Ele leu;

 Nós lemos;

 Eles leram.

Sintaxe de regência

A sintaxe de regência estuda a regência nominal e a regência verbal que ocorre entre os diversos
termos de uma oração. Há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regi-
do, que atua como seu complemento.

A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu comple-
mento (termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência nominal

 favorável a;

 apto a;

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

 livre de;

 sedento de;

 intolerante com;

 compatível com;

 interesse em;

 perito em;

 mau para;

 pronto para;

 respeito por;

 responsável por.

A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemen-
to (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos
são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado).

Exemplos de regência verbal preposicionada

 assistir a;

 obedecer a;

 avisar a;

 agradar a;

 morar em;

 apoiar-se em;

 transformar em;

 morrer de;

 constar de;

 sonhar com;

 indignar-se com;

 ensaiar para;

 apaixonar-se por;

 cair sobre.

Sintaxe de Colocação Pronominal

A sintaxe de colocação pronominal estuda a forma como os pronomes pessoais oblíquos átonos se
associam aos verbos. Existem três formas de colocação pronominal:

Em próclise: pronome aparece antes do verbo;


Em ênclise: pronome aparece depois do verbo;
Em mesóclise: pronome aparece no meio do verbo.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

A ênclise é a forma básica de colocação pronominal. Contudo, há um maior uso da próclise no portu-
guês falado no Brasil, sendo a forma de colocação pronominal privilegiada pelos falantes.

Assim, em muitas ocasiões torna-se facultativo o uso da próclise ou da ênclise, desde que não ocorra
nenhuma situação que exija um tipo específico de colocação pronominal.

É, por exemplo, obrigatório o uso da ênclise em orações iniciadas com verbos, estando errado iniciar
uma frase com um pronome oblíquo.

Além disso, há diversas palavras que exigem o uso da próclise, como palavras negativas, conjunções
subordinativas, pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos, entre outras.

Exemplos de colocação pronominal

 Fizeram-me uma grande surpresa no meu aniversário. (ênclise)

 Todos me fizeram uma grande surpresa no meu aniversário. (próclise)

 Eles far-me-ão uma grande surpresa no meu aniversário. (mesóclise)

Frase, oração e período

Estudar as diferenças entre Frase, Oração e Período é importante para que possamos compre-
ender a sintaxe da língua portuguesa, os enunciados e suas unidades.

Para que possamos compreender a sintaxe da Língua Portuguesa, ou seja, o conjunto das relações
que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a respeito
dos enunciados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase,
a Oração e o Período. Vejamos cada um deles!

Frase

A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enuncia-
do capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação,
de interação verbal.

Observe algumas características das frases:

 O início e o final da frase são marcados, na escrita, por pontuação específica (. ! ? …);

 Na fala, o início e o final da frase são marcados por uma entoação característica. Não se esqueça
de que a entoação é a forma como os falantes associam o contorno da expressividade, como é visto
na frase interrogativa ou declarativa;

 Podem ser elaboradas por uma única ou por várias palavras;

 Podem apresentar um verbo ou não;

 Na escrita, os limites da frase são indicados pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de pontuação (. !
? …).

Observe alguns exemplos de frases:

– Ai!

– Socorro!

– O quê?

– Mas que coisa terrível!

– Quanta bagunça...

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

– Que tragédia!

– Como assim?

– Tenho muito a fazer.

– Fogo!

Tipos de Frases

 Frases interrogativas: Entonação de pergunta. Geralmente, é finalizada com ponto de interroga-


ção (?). Exemplo: Que dia você volta?

 Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com
ponto de exclamação ou reticências (! …). Exemplo: Que horror!

 Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente
apresentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final
(.). Exemplo: Amanhã não poderei levantar.

 Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma
ordem e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo!

Oração

A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-
se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada, sintatica-
mente, pela presença de um predicado, o qual é introduzido na língua portuguesa pela presença de
um verbo. Geralmente, a oração apresenta um sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios.

Observe alguns exemplos de orações:

– Corra!

– Esses doces parecem muito gostosos.

– Chove muito no inverno.

PERÍODO

O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações e
possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, na
escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua exten-
são. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles:

 Período simples

Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com ape-
nas um verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser)

 Período composto

Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais
verbos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por três
orações: verbos ligar, dizer e vir.)

Dicas De Sintaxe Para Provas De Concursos

Reconhecimento dos termos da oração

Na oração pode haver muitos termos. São eles:

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

 Sujeito: é identificado com o questionamento de “quem é que”. O sujeito pode ser simples (único
núcleo), composto (mais de um núcleo), oculto (quando é a partir da desinência verbal que você en-
contra o sujeito), indeterminado (verbos em terceira pessoa indicam a indeterminação do sujeito) e
poderá haver orações sem sujeito (com os verbos haver, acontecer, ser).

 Predicativo: tudo que foi dito sobre o sujeito.

 Predicado verbal: quando há predicativo e verbos sem ligação.

 Predicado verbo-nominal: quando o verbo é significativo e há dois núcleos.

 Objeto direto: complementa o sentido do também verbo direto, geralmente está acompanhado de
artigos.

 Objeto indireto: aparece com preposição e complementa o sentido do verbo transitivo indireto.

 Agente da passiva: inicia-se com “por”, “pelo”, “de” e pratica a ação verbal na voz chamada passiva.

 Adjunto adverbial: são informações de tempo, dúvida, causa, modo, lugar, intensidade, ao verbo.

 Adjunto adnominal: determina ou caracteriza o nome referido.

 Complemento nominal: complementa o sentido de substantivos abstratos.

 Aposto: resume e caracteriza o nome que está sendo referido.

 Vocativo: isolado por vírgulas, serve para “chamar”.

Identificação da Oração no Período

Para que a frase seja classificada com oração, é preciso que se atente para duas características prin-
cipais: que exista um verbo ou locução verbal, e que promova o sentido completo. Por isso que, nem
sempre toda frase será oração. Veja:

 Que noite bonita! -> mesmo que tenha sentido, não há verbo, portanto, é frase.

 Maria fez a lição!

Justificação de casos de concordância nominal e verbal

Concordância verbal é quando o verbo se flexiona para concordar com o número e pessoa do sujeito.

 A menina brincou de Barbie

 As crianças brincaram muito

 Lápis, caderno, livro, tudo é necessário para uma educação de qualidade (quando se refere a tudo,
ninguém ou nada, o verbo permanece no singular)

 Vossa Excelência quer um chá? (pronomes de tratamento, o verbo fica em terceira pessoa)

 A menina ou o menino vai ganhar (ideia de exclusão, o verbo continua no singular)

Concordância nominal: já a nominal concordará com os substantivos, conforme o gênero e número.

 Os alunos novos precisam das apostilas que estão em meus dois armários da biblioteca

 Estas revistas são caras. (adjetivo)

 As revistas custaram caro. (advérbio)

 A garota está meio gripada. (advérbio)

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

 Comi meia pizza. (adjetivo)

 É proibido entrada.

 É proibida a entrada.

Distinção Entre Regentes e Regidos

Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que perten-
cem. Quando um verbo exige a presença de outro termo na oração, ele se chama REGENTE e a
palavra que completa a sua significação chama-se REGIDO.

EX: O menino limpava (regente) o seu carrinho (regido).

Classificação dos verbos quanto a sua predicação

 Transitivo direto: é acompanhado de um objeto direto sem preposição. Ex: Minha mãe reconquistou
o pai.

 Transitivo indireto: é acompanhando de um objeto indireto com preposição. Ex: Vamos brincar de
boneca?

 Transitivo direto e indireto: quando há tanto o objeto direto quanto indireto. Ex: O jornal dedicou uma
folha ao acidente.

 Verbo de ligação: apresenta estado ou mudança do sujeito. Ex: Ela é linda.

Distinção entre ordem direta e ordem inversa

É possível que algumas orações se encontrem na ordem inversa (indireta) quando não seguem a
estrutura direta, como veremos abaixo:

 Eu fui ao casamento

 No casamento, fui eu

Geralmente, a ordem indireta aparece mais em poemas, textos literários e obras para que a cadência
fique mais fluida. O mesmo acontece com o nosso hino nacional, que em sua maioria está invertido.
A ordem direta está classificada como sujeito + verbo + complemento.

1. Sujeito e Predicado

Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.

Predicado:termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.

Tipos de sujeito

Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode
ser explicitado.

 Exemplo: A noite chegou fria.

O sujeito determinado pode ser:

 Simples: tem um só núcleo: A caravana passa.

 Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

 Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível
identificá-lo pelo contexto.

(?) Falaram de você.


(?) Falou-se de você.

 Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.

Choverá amanhã.
Haverá reclamações.
Faz quinze dias que vem chovendo.
É tarde.

2. Termos ligados ao verbo

Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.

 Exemplo: Os pássaros fazem seus ninhos.

Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.

 Exemplo: A decisão cabe ao diretor.

Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que
ocorre a ação.

 Exemplo: O cortejo seguia pelas ruas.

Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem exe-
cutou a ação.

 Exemplo: O fogo foi apagado pela água.

3. Termos ligados ao nome

Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo.

 Exemplo: As fortes chuvas de verão estão caindo.

Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e
do objeto.

Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre
um equivalente do nome a que se refere.

 Exemplo: O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.

Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o
qual se projeta a ação.

 Exemplo: Procederam à remoção das pedras.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

4. Vocativo:

Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite
a anteposiçãoo da interjeição ó.

 Exemplo: Amigos, eu os convido a sentar.

SINTAXE DO PERÍODO

1. Orações subordinadas substantivas

São aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.

 Exemplo: Os meninos observaram | que você chegou. (a sua chegada)

Subjetiva: exerce a funçãoo de sujeito do verbo da oração principal.

 Exemplo: É necessário que você volte.

Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.

 Exemplo: Eu desejava que você voltasse.

Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.

 Exemplo: Não gostaram de que você viesse.

Predicativa: exerce a funçãoo de predicativo.

 Exemplo: A verdade é que ninguém se omitiu.

Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.

 Exemplo: Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom.

Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.

 Exemplo: Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.

2. Orações subordinadas adjetivas


São aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.

 Exemplo: Na cidade há indústrias que poluem. (poluidoras)

Restritiva: É aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome
relativo e não vem entre vírgulas.

 Exemplo: Serão recebidos os alunos que passarem na prova.

Explicativa: É aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propri-
edade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por
pronome relativo e vem entre vírgulas.

 Exemplo: Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.

3. Orações subordinadas adverbiais


São aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.

 Exemplo: O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)

Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.

 Exemplo: A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Consecutiva: indica a consequência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.

 Exemplo: A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.

Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal.

 Exemplo: Se você correr demais, ficará cansado.

Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.

 Exemplo: Lutou como luta um bravo.

Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.

 Exemplo: O time venceu embora tenha jogado mal.

 Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração
principal.

 Exemplo: Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram.

Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.

 Exemplo: Estudou para que fosse aprovado.

Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.

 Exemplo: Chegou ao local, quando davam dez horas.

Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.

 Exemplo: Aprendemos à medida que o tempo passa.

4. Orações coordenadas
São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.

 Exemplo: Chegou ao local // e vistoriou as obras.

As coordenadas podem ou nãoo vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas
sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que nã;o se iniciam.

 Exemplo: Presenciei o fato, mas ainda não acredito.


or. c. assindética or. c. sindética

As coordenadas assindéticas não se subclassificam.

As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:

Aditiva: estabelece uma relação de soma.

 Exemplo: Entrou e saiu logo.

Adversativa: estabelece uma relação de contradição.

 Exemplo: Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.

Alternativa: estabelece uma relação de alternância.

 Exemplo: Aceite a proposta ou procure outra solução.

Conclusiva: estabelece relação de conclusão.

 Exemplo: Penso, portanto existo.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento


favorável ao que foi dito na oração anterior.

 Exemplo: Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.

O que é Sintaxe?

A sintaxe é o estudo das palavras dentro das frases ou orações, da relação que elas criam entre si
para compor o significado. É também o estudo da relação das orações dentro do período. A sintaxe é
a ferramenta usada para formar uma frase compreensível, por isso se as relações que as palavras
estabelecem entre si dentro de uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usarmos as
mesmas palavras. Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o resultado
será diferente caso sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5, mas 2 dividido por 10 é
igual a 0,2. Percebemos que com a inversão dos números obtivemos um resultados diferentes.

Diferença entre frase, oração e período

Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de frase, oração
e período. Esses três elementos, apesar de possuírem significados diferentes. estão diretamente
ligados. São os elementos essenciais para a criação de um discurso. Comecemos pela frase, que
possui um significado muito mais aberto. As frases têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então
elas podem ser formadas por apenas uma palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é
possível reconhecer o começo e o fim de uma frase oralmente, e na escrita normalmente se identifica
o começo por uma letra maiúscula e o final por um ponto.

EXEMPLOS: “Socorro!” e “Eu preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que foi
atropelada e já não está conseguindo respirar.”

Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um fragmento
dela que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas por orações são chamadas
de períodos. Os períodos podem ser simples ou compostos, esta definição depende do número de
orações em sua estrutura. Caso o período possua apenas uma oração, é chamado de período sim-
ples; se é formado por duas ou mais orações, é um período composto.

EXEMPLOS: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso que já ficou chato” é um período
composto.

Tipos de frase

A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas maneiras para se
fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se expressar já são muito comuns, e por
isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses tipos comuns de frases podem ser classificados
conforme as categorias a seguir:

 Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser tanto no sentido positivo
quanto no negativo.

EXEMPLOS: frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa: “Isto não vai cair”.

 Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma informação ou faz-se um
questionamento. Podem ser diretas ou indiretas.

EXEMPLOS: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta: “Queria saber se
isto vai cair”.

 Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e conselhos. São frases que
têm o objetivo de influenciar as ações do receptor da mensagem. Também podem ser afirmativas e
negativas.

EXEMPLOS: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa negativa: “Não corra
pelo campo”.

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

 Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou estado emotivo.

EXEMPLO: “Isto vai cair em mim!”.

 Frases optativas: Frases usadas para desejar algo.

EXEMPLO: “Que seu sonho se realize!”.

Elementos da sintaxe

O campo de estudo da sintaxe é composto por três elementos: frase, oração e período. Frase é muito
abrangente, logo não é necessário um estudo tão aprofundado. Oração e período, apesar de já terem
sido definidos, ainda podem ser estudados mais a fundo. A oração possui alguns elementos que são
fundamentais na sua constituição:

 Sujeito

 Predicado

 Complemento

 Adjunto

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Semântica e Pragmática

Semântica é o estudo do significado, isto é a ciência das significações, com os problemas suscita-
dos sobre o significado: tudo tem significado? Significado é imagem acústica, ou imagem visual?

O homem sempre se preocupou com a origem das línguas e com a relação entre as palavras e
as coisas que elas significam, se há uma ligação natural entre os nomes e as coisas nomeadas ou se
essa associação é mero resultado de convenção. Nesse estudo consideram-se também as mudanças
de sentido, a escolha de novas expressões, o nascimento e morte das locuções.

A semântica como estudo das alterações de significado prende-se a michel bréal e a gaston pa-
ris. Um tratamento sincrônico descritivo dos fatos da linguagem e da visão da língua como estrutura e
as novas teorias do símbolo datam do século. Xx.

As formas linguísticas são símbolos e valem pelo que significam. São ruídos bucais, mas ruídos signi-
ficantes. É a constante referência mental de uma forma a determinado significado que a eleva a ele-
mento de uma língua.

Não há nenhuma relação entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade lé-
xica, que compõe o léxico) cão e um certo animal doméstico a não ser o uso que se faz desse se-
mantema para referir-se a esse animal.

Cada língua“ recorta” o mundo objetivo a seu modo, o que humboldt chama “visão do mundo”. Regis-
tre-se a existência da linguagem figurada, a metáfora, uso de uma palavra por outra, subjazendo
à segunda a significação da primeira. Há que se levar em conta a denotação (significado mais res-
trito) e a conotação (halo de emoção envolvendo o semantema – casa / lar).

O estudo dos semantemas é difícil, pois são em número infinito e sua significação fluída, sujeita às
variações sincrônica, sintópica etc.

A polissemia faz da significação dos semantemas um conglomerado de elementos e não umele-


mento único: ele anda a passos largos / anda de carro / anda doente.

Quanto à significação interna dos morfemas, (ou gramema ou morfema gramatical) ela se distribui
nas categorias gramaticais que enquadram uns dados e mantema numa gama de categoria – gê-
nero, número etc – para maior economia da linguagem.

Os elementos lexicais que fazem parte do acervo do falante de uma língua podem ser:

– Simples – cavalo

– Compostos – cavalo-marinho

– Complexos – a olhos vistos, briga de foice no escuro (são sintagmáticos)

– Textuais – orações, pragas, hinos (são pragmáticos, não entram nos dicionários de língua,
a não ser por comodidade. O conceito de gato não está contido em "à noite todos os gatos são par-
dos”)

Nem todo lexema é, portanto, uma palavra, às vezes é um conjunto, em geral idiomático: favas conta-
das, nabos em saco etc. Nesse caso, falamos em sentido figurado, oposto a sentido literal.

Nas alterações sofridas nas relações entre as palavras estão as chamadas figuras de retórica clás-
sica:

Metáfora – comparação abreviada

Metonímia – transferência do nome de um objeto a outro, com o qual guarda alguma relação de:

– Autor pela obra – ler machado de assis

– Agente pelo objeto – comprar um portinari

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

– Causa pelo efeito – viver do seu trabalho

– Continente pelo conteúdo – comeu dois pratos

– Local pelo produto – fumar um havana

Etc

Sinédoque (para alguns é caso de metonímia)

– Parte pelo todo – completar 15 primaveras

– Singular pelo plural – o português chegou à américa em 1500

Catacrese – extensão do sentido de uma palavra a objetos ou ações que não possuem denomina-
ção própria – embarcar no ônibus; o pé da mesa

No levantamento da tipologia das relações entre as palavras assinalam-se ainda os fenômenos da si-
nonímia, antonímia, homonímia, polissemia e hiponímia.

Os sinônimos se dizem completos, quando são intercambiáveis no contexto em questão. São perfei-
tos quando intercambiáveis em todos os contextos, o que é muito raro, a não ser em termos técnicos.

Por exemplo, em: casamento, matrimônio, enlace, bodas, consórcio, há um fundo comum, um "nú-
cleo"; os empregos são diferentes, porém próximos. Nem todas as palavras aceitam sinônimos ou an-
tônimos.

A escolha entreséries sinonímicas é, às vezes, regional. (ex: pandorga, papagaio, pipa). Quanto à ho-
monímia, pode ocorrer coincidência fônica e/ou gráfica.

A coincidência de grafemas e fonemas pode decorrer de convergência de formas (ex: são verbo
ser, sinônimo de sadio, forma variante de santo derivando respectivamente de sunt, sanum, sanc-
tum). Ou é resultado de existência coincidente do mesmo vocábulo em línguas diferen-
tes (ex: manga – parte da roupa ou fruto, provindo, respectivamente do latim e do malaio).

Cumpre distinguir homonímia de polissemia, o que nem sempre é fácil. A distinção pode ser:

– descritiva – considerando ser a palavra um feixe de semas, se entre duas palavras com a mesma
forma, houver um sema comum, diz-se ser um caso de polissemia (ex: coroa – adorno para a ca-
beça ou trabalho dentário). Em caso contrário, será homonímia (ex pena – sofrimento ou revesti-
mento do corpo das aves) .

– diacrônica – se as palavras provém do mesmo léxico, diz-se ocorrer um caso de polissemia; (ex:
cabo – acidente geográfico e fim de alguma coisa) no contrário, ocorrerá um caso de convergên-
cia de formas (ex: canto – verbocantar e ângulo).

O estudo da homonímia e da polissemia envolve, portanto, o problema de significação, principal-


mente universal, e de significação, marginalmente ocasional.

Quando a mesma forma fônica cobre significações diferentes, emboracorrelatas, tem-se a polisse-
mia; quando cobre significações completamente diferentes, tem-se a homonímia.

A polissemia envolve matizes emocionais, é determinada pelo contexto; constitui, às vezes, lingua-
gem figurada e linguagem literária. A tarefa do ouvinte é fazer uma seleção entre as significações al-
ternativas, por meio do contexto em que se acha o signo.

Diz-se serem os homônimos lexemas iguais e palavras diferentes, isto é, com conteúdo semânticodi-
ferente.

Como os lexemas também podem se apresentar com mais de uma forma, a descrição de homoní-
mia precisa ser refinada para se distinguir homonímia parcial de homonímia total, considerando-
se aqui a não coincidênciaentre língua escrita e falada.

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Já a polissemia só ocorre com lexemas simples. É, por vezes, difícil distingui-la de homonímia.

Um dos critérios é o etimológico, não relevante na linguagem estrutural. O principal, aqui, é haver re-
lação entre significados. Permanece o problema do dicionário: deve haver uma ou mais de uma en-
trada lexical?

Ex: pupila – parte do olho / menor de que se deve cuidar – têm a mesma etimologia. Mas deve-se
considerar a relação sincrônica entre ossignificados. O fato de a língua sofrer alterações dificulta
o problema.

Quanto à sinonímia, os lexemas podem ser completamente sinônimos ou não, conforme sejam inter-
cambiáveis em todos os contextos ou não. A sinonímia total é muito rara, só ocorre em termos cientí-
ficos.

A distinção é, por vezes, sutil, inclui o fator eufemismo. (vide anexo). Podemos dizer que um lexema
se relaciona a outros pelo sentido e se relaciona com a realidade pela denotação. Sentido e denota-
ção são interdependentes. Isomorfia total entre duas línguas é difícil, ocorre mais frequentemente
em empréstimos decorrentes de intercâmbios cultural (ex. A palavra camisa, herdada pelos roma-
nos aos iberos).

A análise componencial coloca a tese de serem os lexemas de todas aslínguas complexos de concei-
tos atomísticos universais como os fonemas são complexos de traços atomísticos universais (possi-
velmente).

Assim o lexema mulher pode ser descrito pelos traços adulto, feminino, humano, em relação aho-
mem que seria adulto, não-feminino, humano. Nem todo lexema é passível de análise componencial
(a análise componencial ajuda a distinguir homonímia de polissemia).

Entre as relações pelo sentido, colocamos também a hiponímia e a antonímia. A antonímia inclui
os casos de oposição de sentido (solteiro / casado; morto / vivo), ou, como dizem alguns autores,
a incompatibilidade (vermelho /azul / branco seriam incompatíveis entre si).

As relações hiponímicas provêm do fato de um termo ser mais abrangente que outro:
(ex: flor > rosa, orquídea etc)

Um grande número de palavras aceita polissemia. Escapam os termos técnicos, palavras muito raras
e palavras muito longas. O deslizar de sentido ocorre por muitas causas:

– Interpretações analógicas – (ex: mamão).

– Transferência do adjetivo ao substantivo – (ex: pêssego, burro).

– Adaptação de palavras estrangeiras – (ex: forró).

Na evolução semântica, as palavras ganham conotação pejorativa (tratante – que faz um trato) ou va-
lorativa (ministro – que serve os alimentos); ampliam o significado (trabalho– instrumento de tortura),
ou restringem (anjo– mensageiro).

Fontes de renovação do léxico em suas acepções, são as gírias (falares grupais), aí incluídos os jar-
gões profissionais (chutar, no sentido de mentir; o doente fez uma hipoglicemia).

As siglas são outra fonte do léxico, dando até palavras derivadas (clt → celetista).

O signo linguístico quebra a convencionalidade no caso da derivação, que é um caso de motivação


intra-linguística e se prende à semântica gramatical (caju → cajueiro; pena de aveõpena de caneta) e
no caso das onomatopéias (sibilar). Há estudiosos defendendo a idéia de que, originalmente, se-
ria tudo onomatopéia.

As onomatopéias são iconográficas; na poesia exploram-se as virtualidades da representação natu-


ral. (“um fino apito estrídulo sibila / rangem as rodas num arranco perro” o trem de ferro – batista re-
belo)

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Na chamada linguagem figurada há várias ocorrências: elipse (bife com fritas); similaridade (chapéu-
coco); sinestesia (cor berrante); contiguidade (beber champanhe); perda de motivação (átomo); eufe-
mismo (vida-fácil). Porvezes, o eufemismo provém de um tabu linguístico mal dos peitos, do-
ença ruim, malino < maligno etc. Esses fenômenos são grupais, acabam por convencionalizar-se.

Toda criação de palavras repousa, portanto, em associações, sendo a língua uma estrutura. O va-
lor de uma palavra se estabelece em relação a outras e em relação ao sistema, é o centro de
uma constelação associativa; todamudança em um conceito resulta em mudança nos conceitos vizi-
nhos (mulher / senhora; sopa fria / água fria)

Em resumo, a significação lexical é a significação, no sentido de uma noção apropriada, experimen-


tada em conexão com o uso da palavra em causa.

A significação gramatical está ligada aos morfemas, sem se desligar da significação léxica; refere-se
às propriedades e relações dos signos verbais dados e às propriedades e relações dos objetos re-
ais que são refletidos na linguagem e no pensamento: gênero, número etc.

A significação sintática é, por assim dizer, uma extensão da significação gramatical – lato-sensu, diz-
se que a significação dos morfemas é um elemento da significação sintática; na significação sintá-
tica sempre se acrescenta um elemento qualquer à significação léxica; isso provém dos morfemas,
das regras da ordem das palavras e das palavras funcionais.

Quando o quadro de morfemas é pobre, a ordenação e as palavras auxiliares tornam-se importantes.


Essas últimas são morfemas, tantoquanto os afixos, pois sempre aparecem em companhia das pala-
vras mais lexicais e acrescentam algo à significação dessas (ex. Bater no / com o carro de maria).

As significações linguísticas consideram a significação interna ou gramatical referente aos morfe-


mas e a semântica externa ou lexical, isto é, objetiva, referente aos semantemas. Pode ser diacrô-
nica ou descritiva (como as línguas interpretam o mundo).

A significação interna, como já se disse, distribui-se pelas categorias gramaticais para maior econo-
mia e eficiência da linguagem. A estrutura sintagmática é também relevante para o significado, donde
poder-se falar em significado gramatical; esse depende da regência, da colocação e, até, de fatores
como pausa, entonação que, na linguagem escrita são assinaladas, tanto quanto possível, pela pon-
tuação. O significado da sentençanão é, portanto, a soma do significado dos seus elementos lexi-
cais, muito embora a relevância do significado de cada um deles.

O significado de uma sentença depende, portanto, do significado dos seus lexemas constituintes e o
significado de alguns lexemas dependerá, por sua vez, da sentença em que aparece. Mas a estru-
tura da sentença é relevantepara a determinação do significado. Devemos, por conseguinte, conside-
rar o significado gramatical como componente para o significado da sentença.

Já o significado do enunciado envolve o significado de sentença, mas não se esgotanele. Depende


de fatores contextuais. Há teorias afirmando que o significado do enunciado extrapola a linguís-
tica constituindo a pragmática.

É preciso considerar que as línguas possuem variadas funções. As proposições podem ser declarati-
vas, imperativas ou imperativas. As declarativas podem ser afirmativas ou negativas (falsas ou verda-
deiras).

Há, então, uma grande divisão entre significado descritivo e não-descritivo. (Ex. João levanta tarde (!
?) Dependendo da entonação, será uma informação ou uma exteriorização de sentimentos).

No significado não-descritivo inclui-se o significadosocial, quando este visa a manter ou estabele-


cer papéis sociais. Numa visão mais ampla podemos aí incluir das formas ritualizadas (cumprimen-
tos, brindes etc) até os enunciados científicos que tem por objetivo fazer adeptos einfluenciar compor-
tamentos.

O que é dito e o modo de dizer dependem das relações sociais entre os interlocutores. Quanto aos
lexemas, há que se considerar que eles tanto transportam conteúdo sêmico (do significado), quanto
informações gramaticais expressas nas desinências e nos determinantes e nas funções que expres-
sam na sentença.

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Há informações portanto, mórficas e sintáticas, apontadas já no dicionário. (p. Ex. Subst. Fem., v.
Trans. Etc).

O conceito de semântica gramatical se torna claro ao compararmos: o menino mordeu o cachorro /


o cachorro mordeu o menino. Há também, a considerar, as variações estilísticas: o emprego do condi-
cional é mais gentil que opresente do indicativo.

Consideremos, ainda, o fato de existirem, nas línguas naturais, sentenças com:

– Pressuposição – quanto tempo ele ficou em brasília? – supõe: ele foi a brasília.

– Implicação – muitos estudantes não foram capazes de responder à pergunta. – implica: – só al-
guns estudantes responderam.

A compreensão dos significados das sentenças envolve os elementos lexicais isolados e


o modo como eles se relacionam. A análise do significado das palavras requer o uso de regras se-
mânticas. Menino implica macho, jovem, humano: são os traços pertinentes ou componentes semân-
ticos, que se apontam na análise componencial.

O significado da palavra é um complexo de componentes semânticos ligados por constantes lógicas.


X bate em y – implica – yapanha de x; caso paulo venha, pedro partirá. – implica – caso Paulo não
venha, pedro não partirá. Pedro continua a beber – pressupõe – pedro bebia antes. A pressuposi-
ção com a frase negativa continua a mesma: pedro não tomabebida alcoólica – pressupõe – pe-
dro não gosta, ou está proibido pelo médico, ou por autoridade religiosa, de tomar bebida alcoólica.

Enfim, o sentido das palavras não é transcendental nem produzido pelo contexto; é a resul-
tante de contextos já produzidos. A relação entre significante e significado é flutuante, está sem-
pre em aberto. Disso resultam osproblemas lexicográficos. Mesmo aqui, usamos termos como pala-
vra, vocábulo e outros sobre cujas acepções divergem os estudiosos, muito embora o seu fundo co-
mum, do qual temos, inclusive os leigos, um conhecimento intuitivo.

Como dissemos, para alguns autores, o significado do enunciado extrapola o âmbito da linguística,
entrando no terreno da pragmática. Essa ciência pode, em brevíssimas palavras, ser definida como
“relações da linguagem com seus usuários. ” Ou por outra, exame dos discursos formadores da e for-
mados pela visão do mundo. Sendo a língua uma abstração, um agregado de dialetos, de socioletos,
de idioletos, é a fala que tem existência real, merecedora deatenção por parte de todos que se inte-
ressam pelos fenômenos da linguagem.

Quando se fala, faz-se mais que trocar informações. A fala é cooperação, mas é também conflito,
persuasão, negociação. Todo ato de fala se realiza emdeterminadas condições psicológicas, den-
tro de um contexto sociocultural que, mais ou menos, as controlam. Para a real ocorrência, com su-
cesso, de um ato de fala são imprescindíveis os chamados fatores de textualidade:

Fatores linguísticos Fatores extralinguísticos

Coesão Intencionalidade

Coerência Aceitabilidade

Intertextualidade Informatividade

Situacionalidade

Esses fatores residem em competências do falante e do ouvinte, em um pacto social que começa no
compartilhamento do mesmo idioma e que transforma a linguagem em discurso.

Para austin dizer é sempre fazer. Além dosimples fenômeno de emissão de sons bucais dotados de
significação clara e permanente, coesos e coerentes, há necessidade de se situar a emissão, acei-
tar o emissor, perceber-lhe a intenção (ou, ao menos, a intenção frontal) para que ocorra a informa-
ção. Desse modo, podem os atos de fala, por si, mudar uma situação.

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Por exemplo, quando o juiz afirma ao casal de noivos – eu os declaro marido e mulher – essas pes-
soas passam da condição de solteiros para a de casados. Muitos exemplos podem ser apresenta-
dos, inclusive o inicial de todos eles e de tudo mais– “faça-se a luz”.

As religiões, inclusive em suas cosmogonias, atribuem valor aos atos de fala, com recomendações
de que sejam seguidos à risca para que surtam efeito.

Nos atos declarativos, há que se distinguir entre locutor e enunciador. Locutor será o autor das pala-
vras, o que diz; enunciador será o indivíduo a quem o locutor atribui a responsabilidade do foi dito.
Por exemplo, no enunciado“ o homem teria chegado ao brasil há 45.800 anos”

O locutor é o jornalista que redige a notícia e o enunciador a arqueóloga que faz a afirmação.
O uso do futuro do pretérito, muito usado no discurso jornalístico, exime o jornalistada responsabili-
dade quanto à veracidade das palavras.

A essa superposição de falas dá-se o nome de polifonia. O locutor dá voz a um ou vários enunciado-
res, cujos discursos ele difunde, organizando-os e não deixando de manifestar a própria posição. Se
o enunciador não é reconhecido pelo ouvinte (caso das citações muito repetidas –
“penso, logo existo”) esse fato não impede a comunicação, logo não impede o sucesso do ato de fala.

O mesmo se pode dizer da ironia, da hipérbole, que, mesmo quando não de imediato percebidas, de
alguma forma atingem os objetivos do falante.

Outra situação remarcável é dos tropos: desvio de um sentido literal, primitivo a um sentido implícito.
O brasileiro, tido como povo afável, é farto em tropos:

– Você pode me emprestar a caneta? – por– empreste-me a caneta.

– Não está um pouco tarde? Não vá perder seu ônibus (para a visita) – por – você está me can-
sando com sua permanência.

– Diga boa-noite a seus irmãozinhos. (a mãe para o filho de poucas semanas) – por – vão se deitar.
(para os filhos mais velhos).

A pragmática é observável em todos os contextos. Porém, em algumas situações, torna-se mais evi-
dente o trato da linguagem como instrumento de manipulação.

É o que acontece nos discursos político, pedagógico, religioso eaté no discurso amoroso. Em todos
esses casos, há uma base afirmativa que, manipulada, serve aos objetivos do emissor.

A diferença está no grau de consciência quanto aos recursos utilizados para o convencimento. A lin-
guagempublicitária prima na utilização desses recursos para mudar ou manter a opinião do público-
alvo.

Como um estranho não tem autoridade para mandar, a publicidade adota técnicas variadas:

Fazer-agir: beba coca-cola!

Fazer-crer; só omo lava mais branco!

Fazer-buscar prazer: se um desconhecido oferecer flores, isto é impulse!

A mensagem publicitária, utilizando a moderna tecnologia, promete, abundância, progresso, lazer, be-
leza, juventude. Ao contrário das catástrofes noticiadas nos jornais, a publicidade fala de um mundo
bonito e prazeroso.

Esse prazer está associado ao uso de determinado objeto, criando a linguagem da marca, o ícone do
produto. Possuir certos objetos passa a ser sinônimo de felicidade. Se na linguagem do cotidi-
ano muito pouco se usam as ordens, preferindo formas eufemísticas (faça o favor de entrar), a publi-
cidade pode ser mais direta: – abuse e use c & a!.

A publicidade diz e, também, sugere sem dizer explicitamente. Usa recursos estilísticos:

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Fonéticos: onomatopéias, aliterações etc.

Léxico-semânticos: criação de termos novos, novos significados, clichês, duplo sentido etc.

Morfossintáticos: grafias inusitadas, flexões novas, sintaxe não linear etc.

– A ericsson fez um telefone com tudo em cima!

– diet-coke traz o prazer de viver em forma!

– ainda não inventaram um passe bem melhor que passe bem.[2]

O discurso publicitário cumpre seu papel por três vias:

1– Psicológica – a eficácia do jogo de palavras resulta do fato de que esse jogo causa pra-
zer, quando de sua decifração; é erótico, no sentido psicanalítico do termo;

2– Antropológica – parte da proclamação de que o consumidor é irracional; reaviva arquétipos, ocul-


tos, mas fundamentais;

3– Sociológica – não se dirigindo a ninguém em particular, passa a impressão de que se dirige


a cada um de nós, identificando-nos como membros de uma polis;

No domínio dessa linguagem, parece dizer-se sempre uma só coisa, utilizando-se o já utilizado, ven-
dendo ilusão para vender produtos e serviços.

De tudo, parece válido concluir ser a linguagem uma variável com participação fundamental nos pro-
cessos de convivência com a realidade física e social, além de sua importância na maneira de organi-
zar as idéias sobre arealidade que nos rodeia. Sendo assim, a linguagem nunca se esgota em sim-
ples instrumento de referência ao mundo externo.

Ao falarmos, manifestamos a nossa perspectiva, nossa avaliação do conteúdo do dito. Essa posi-
ção éresultado da soma de nossas experiências, de nossa própria ideologia, desaguando num dis-
curso que, de modo algum pode ser simples e objetiva descrição da realidade.

Todo discurso quer converter a uma ideologia e essa ideologiaserá, evidentemente, a ideologia do fa-
lante. Uma linguagem que vise, apenas, a reproduzir as próprias coisas esgota seu poder de informa-
ção a dados de fatos. Uma forma de expressão, se é produtiva, deve conter não sóinforma-
ções, como levantar procuras. O mesmo se pode dizer das artes visuais. Mesmo quando se di-
zem meramente representativas, na verdade, nunca o são. Sempre haverá a dimensão criativa.

A linguagem apenas prolonga a percepção e essa percepção sempre se mostrará dotada de uma di-
mensão produtiva.

Anexo

Análise componencial

Afir- As- As- Ates- Cer- Ga- Con- Nar- Re- Ex- His- Re-
mar se- se- tar tifi- rantir tar rar la- por to- fle-
gu- ve- car tar riar tir
rar rar

+ + + + + + – – + + + + Levar ao conhe-
cimento do fa-
lante, com con-
vicção

– + + + + + – – – – – – Não provoca dú-


vida

– – + – – – – – – – – – Com insistência

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

– – – + + + – – – – – – Verifi-
car pela pre-
Provi- Defi- Tem sença
sório ni-
tivo Prazo

– – – + + + – – – – – – O falante se res-
ponsabi-
liza pela ver-
dade

+ + + + + + + + + + + + Levar ao conhe-
cimento de al-
guém al-
guma coisa

+ + + + + + + + + + – – Um só receptor

– – – – – – + + – – + – Abordagem ex-
tensa

– – – + + + – – + + + – Com formali-
dade

– – – – – – – – – – – + Reflexivo

+ + + + + + + + + + – – Com men-
ção do ou-
vinte no enunci-
ado

Os Limites da Semântica e da Pragmática

As questões concernentes aos limites da semântica e da pragmática levam em consideração teorias


de linguistas como austin, ducrot e grice, em detrimento às versões teórico-linguísticas anteriores que
tinham como base, operadores e conectores argumentativos, que tentavam descrever as unidades
lexicais da língua.

As teorias relativas à semântica e à pragmática envolvem perspectivas não-referenciais da língua, ou


seja, uma relação de interdependência das palavras, através de uma “rede de encadeamentos discur-
sivos” (ducrot 1998:17), carregados de ideologias, que abordam as condições externas à linguagem
como, por exemplo, o ambiente e as condições de produção do discurso, o uso normativo pelos falan-
tes de uma determinada língua, etc.

As considerações feitas por ilari e geraldi (1985:66) focalizam a importância dos fenômenos das dêi-
xis – ato de mostrar através de palavras – que garantem a distinção entre a “linguagem humana de
linguagens artificiais; tornando-a apropriada para o uso em situações correntes”, ou seja, as palavras
e formas dos dêiticos permitem interpretações estritamente ligadas a determinadas situações, anali-
sadas pragmaticamente.

É pelo uso efetivo da língua, como ação tipicamente humana, social e intencional que austin tenta es-
tabelecer critérios para definir o caráter performativo da linguagem, ou seja, o poder que esta facul-
dade humana tem de praticar ações através dos atos de fala.

Percebendo a dicotomia existente entre os performativos e os constatativos e a deficiência dos crité-


rios lógicos de verdade e falsidade, austin formula uma distinção entre constatativos e performativos,
designando, respectivamente, os enunciados que constituem apenas afirmações e os enunciados
através dos quais realiza-se uma ação.

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Uma comunidade linguística sedimenta e compartilha as regras e as normas de uso da língua, o que
a torna suscetível a modificações. As circunstâncias apropriadas e o proferimento de algumas (deter-
minadas) palavras garantem à expressão performativa uma condição não necessária, mas suficiente
para a realização de um ato, por ele chamado de ilocucionário. Os constatativos são verificáveis em
termos de verdade ou falsidade, enquanto os performativos não. Assim temos:

Eu abro a porta.

Eu declaro aberta a sessão.

Nestes casos, o proferimento de (1) torna-se apenas um enunciado constativo, enquanto que em (2),
diante de condições reunidas que autorizam o pronunciamento do enunciado, considerado performa-
tivo. Ao ato de produzir sons, emitir palavras que pertençam a um sistema gramatical e que possuam
sentido e referência, austin chama de ato locucionário.

O ato perlocucionário é o efeito produzido pelo que se disse, que pode, muitas vezes, não atingir o
feito esperado. O ilocucionário, ao contrário, é convencional, como explica o autor: dizer 'eu declaro'
é, em virtude de convenções, em certas circunstâncias apropriadas, de fato abrir uma sessão legisla-
tiva, por exemplo. Outro exemplo:

Quando digo (estando dentro de uma sala) “tá frio hoje!” E alguém – neste caso meu interlocutor – se
dirige até a porta para fechá-la, é um exemplo de performatividade, provocada não pelo verbo, mas
sim pelo ato de fala. Tal situação remete à percepção do não-dito, do que estava (talvez) implícito na
minha fala.

Observamos no trabalho de austin, que os critérios estritamente estruturais não são suficientes para
resolver os problemas que permeiam o campo semântico e que os aspectos extralinguísticos não po-
dem ser deixados de lado.

Para o filósofo paul grice a linguagem é um instrumento para o locutor comunicar ao seu destinatário
suas intenções e é nessas intenções que está embutido o sentido. É também graças a essa intencio-
nalidade que grice concebe um sujeito psicológico, individual, consciente, retomando, segundo gui-
marães (1995: 31) a proposta psicológica do sujeito abandonada por saussure .

Para dar conta de sua teoria, grice estabelece um conjunto de regras que devem reger o ato conver-
sacional. São as máximas conversacionais, reunidas sob o princípio da cooperação, em que os inte-
grantes se engajam na conversa e contribuem de acordo com as exigências da troca conversacional.

A partir deste princípio, sob as categorias de quantidade, qualidade, relação e modo, grice formula as
máximas e estabelece as implicaturas conversacionais, geradas quando há violação das regras. Elas
descrevem um conjunto de raciocínios que o ouvinte faria, para deduzir, concluir ou interpretar o sen-
tido do que o locutor disse.

O ouvinte procura um sentido para o enunciado que esteja de acordo com as máximas estabelecidas
anteriormente, considerando o que a informação literal pode estar dizendo de cooperativo, verda-
deiro, relevante para uma determinada situação discursiva. Caso não haja um sentido literal, então é
preciso encontrar um sentido que responda tais princípios.

Grice defende a existência de um sentido literal, intimamente relacionado ao significado convencional


das palavras (da sentença) que está usando. "dizer", para grice, diz respeito aos sons emitidos e a
informação veiculada, descartando a interferência que os implícitos e os pressupostos – visíveis na
teoria de ducrot. A ironia, as expressões ambíguas, a metáfora, entre outras constituem, para grice,
uma violação do princípio de cooperação ou, pelo menos, de uma máxima.

No trabalho de ducrot, ao contrário do que afirmava benveniste, a subjetividade não se constitui na


língua, não é marcada na superfície linguística. Língua, para ele, é o instrumento de mediação, atra-
vés do qual a subjetividade é representada. O que ducrot faz é construir procedimentos de formaliza-
ção da semântica das línguas naturais.

Fortemente influenciado por de austin e grice, ducrot também parte de uma definição inicial de enun-
ciação como a atividade de linguagem exercida por aquele que fala no momento em que fala. O su-
jeito aqui também ainda possui os traços do sujeito de benveniste: homogêneo, indivisível, etc.

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O autor modifica sua pesquisa ao longo dos anos, e passa a considerar a enunciação como o aconte-
cimento constituído pelo aparecimento do enunciado, descentralizando o sujeito, de maneira a não
investi-lo de poder absoluto sobre a linguagem. Para ducrot, o sujeito não é a fonte do sentido.

Ducrot faz várias distinções entre ‘as cadeias enunciativas’. A primeira distinção é entre "locutor"
aquele que profere o discurso – e o sujeito falante – o ser empírico. Esses sujeitos podem coincidir ou
não, sendo irrelevante para ele a noção de empirismo. O que lhe interessa é a noção de locutor, que
é o ser do discurso, alguém a quem se deve imputar a responsabilidade do enunciado.

Ducrot também se baseia em bakhtin, cuja concepção de linguagem é de interação social, que dá ori-
gem a uma linha de pensamento com grandes repercussões. Dentro dessa perspectiva, ducrot
chama a atenção para o risco de um retorno à imagem idílica de uma língua consagrada a dizer coi-
sas, e que ignora as relações de força entre os homens.

Com base neste pensamento é que podemos avaliar a questão do pressuposto na construção dos
discursos. Os pressupostos vêm satisfazer as exigências discursivas, além daquelas que já são da-
das pelo posto. O posto e o pressuposto, neste caso, são as ferramentas utilizadas pelos locutores
para resgatar os referentes comuns entre os interlocutores.

Segundo ducrot (1972), a função dos pressupostos na atividade da fala é garantir a coesão do dis-
curso como "condição de coerência", definida por ele como "a obrigação de se situarem os enuncia-
dos num quadro intelectual constante", constituindo, desse modo, um só discurso e não um "emara-
nhado de frases sem nexo" ou enunciações independentes. Para isso, é necessário que o discurso
manifeste uma espécie de "redundância", assegurada pelo reaparecimento ou retomada regular de
certos conteúdos ou elementos semânticos no decorrer do discurso. Como no exemplo:

É interessante observar na história acima o impasse provocado pela frase “tudo o que quiser”. Na
tentativa de satisfazer os desejos dos clientes o garçom sugere que naquele estabelecimento há tudo
o que as pessoas quiserem para comer, beber, etc. Porém o personagem eddie sortudo não compre-
ende o que estava implícito na fala do garçom e interpreta que “tudo o que quiser” seja, talvez, um
dos pratos do menu.

O que podemos concluir diante das diferentes concepções de sujeito, linguagem e discurso dos auto-
res citados neste trabalho, é que todas as definições envolvem aspectos sociais, políticos e ideológi-
cos, embora seja de ducrot a maior aproximação com a ‘análise do discurso’, defendendo uma con-
cepção de linguagem construída pelos sujeitos, através de práticas cognitivas e discursivas comparti-
lhadas social e culturalmente com os demais sujeitos do mundo.

Ensino de Gramática

Abordagens, problemas e propostas

Há algum tempo, muitos educadores e linguistas têm enfaticamente defendido a primazia do texto
no ensino de línguas.

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As atividades de leitura e de produção textual têm ocupado cada vez mais espaço nas aulas deportu-
guês. Embora muitos ainda não tenham, na prática, privilegiado essas atividades, ninguém pode dis-
cordar de que desenvolver a competência textual dos alunos deva ser um dos principais objeti-
vos do ensino de línguamaterna.

Por outro lado, no que se refere à gramática, muitas são as divergências. Alguns ainda defendem o
seu ensino sistemático; outros, o abandono deste, principalmente nas séries iniciais; uns, tentando
"contextualizá-lo", procuram dar-lhe uma perspectiva "textual", apesar de, muitas vezes, encobri-
rem um ensino tradicional, utilizando o texto apenas como "pretexto" para uma análise metalinguís-
tica.

Cresce, no entanto, o número de professoresque, conscientes de que o estudo da gramática deve ha-
bilitar os alunos a usarem adequadamente os recursos linguísticos, tem enfatizado abordagens dife-
rentes das tradicionais.

A proposta deste minicurso é refletir sobre as diferentes abordagens, relacionando-as com as con-
cepções de ensino de língua e de gramática. Além disso, serão propostas atividades para tornar mais
produtivo o trabalho comos conteúdos gramaticais nas aulas de português.

Tipos de Ensino de Língua

Prescritivo – objetiva levar o aluno a substituir seus padrões de atividade linguística considerados er-
rados/inaceitáveis por outros tidos como corretos/aceitáveis.

Descritivo – objetiva mostrar como uma determinada língua funciona.

Produtivo – objetiva ensinar novas habilidades linguísticas.

Concepções de Gramática

Conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever, estabelecidas pelos especialis-
tas, com base no uso da língua consagrado pela tradição (gramática normativa). Tudo o que foge
ao padrão é "errado".

Descrição da estrutura e funcionamento da língua, de sua forma e função (gramática descritiva).

Saber gramática significaria ser capaz de distinguir, nas expressões de uma língua, as categorias,
as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura in-
terna e avaliando suagramaticalidade, o que implicaria a utilização de uma metalinguagem especí-
fica da teoria linguística adotada.

Conjunto de regras internalizadas que o falante de fato aprendeu e das quais lança mão ao falar (gra-
mática internalizada).

Saber gramática, então, não dependeria, em princípio, de escolarização ou de aprendizado sistemá-


tico, mas do amadurecimento progressivo, na própria atividade linguística. Nessa concepção, não há
o erro linguístico, mas ainadequação da variedade linguística utilizada em uma determinada situa-
ção de interação comunicativa.

Ensino de Gramática

Gramática teórica, normativa, reflexiva, de uso

Gramática teórica – leva o aluno a identificar os elementos linguísticos e a empregar uma metalingua-
gem apropriada para nomeá-los e classificá-los.

Ex: sublinhar os adjetivos nas frases/textos.

Classificar morfologicamente/sintaticamente as palavras sublinhadas nas frases/textos.

Classificar as palavras quanto ao número de sílabas.

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Gramática normativa – o aluno aprende as normas de bom uso da língua, para falar e escrever bem,
de acordo com a variedade culta, padrão.

Ex: exercícios de colocação pronominal, de concordância etc.

Gramática reflexiva – pode ser de dois tipos:

Leva o aluno a explicitar fatos da estrutura e do funcionamento da língua. Ao invés de, por meio
de aulas expositivas, dar a teoria gramatical pronta para o aluno, são desenvolvidas atividades que o
levem aredescobrir fatos já estabelecidos pelos especialistas.

Ex: de uma lista de monossílabos, o aluno depreende a regra de acentuação dos monossílabos tôni-
cos.

De uma lista de formas nominais, o aluno separa adjetivos e substantivos a partir de característi-
cas dadas.

Focalizam-se os efeitos de sentido que os elementos linguísticos podem produzir na interlocu-


ção, já que fundamentalmente se deseja desenvolver a capacidade de compreensão e expressão.
Seria uma reflexão mais voltada para a semântica.

Ex: diferenças entre palavras sinônimas (ex: belo e bonito, ganhar e vencer).

Diferenças acarretadas pela inversão de palavras (ex: homem grande e grande homem, "ma-
ria só veio à reunião." e "maria veio à reunião só.").

Diferenças na concordância (ex: comprei uma calça e um cinto preto/pretos.).

Diferenças entre a negação do adjetivo e o uso do antônimo formado por prefixo ( ex: "não ser favorá-
vel" e ser "desfavorável").

Gramática de uso – desenvolve-se um trabalho voltado para o conhecimento prático da língua. Pode
e deve ser trabalhada a partir de produções orais e escritas, inclusive dos alunos.

São realizadas atividades de produção e compreensão textual, exercícios estruturais (ex: transforma-
ção da voz ativa para passiva, substituição de nomes por pronomes, junção de frases através de ele-
mentos conectivos, ampliação de frases, etc.) , de vocabulário (ex: processos de formação de pala-
vras, campos semânticos, sinônimos, antônimos, homônimos, hiperônimos, hipônimos, etc.) , de vari-
edades linguísticas.

O Ensino de Gramática Segundo os Pcn

Segundo perini (1997), é necessário destacar os principais problemas no ensino de gramática: objeti-
vos mal colocados, metodologia inadequada e falta de organização lógica da matéria.

Se, com relação a este último ponto, oprofessor não pode fazer muito, já que a tarefa de atualizar
e organizar a gramática caberia a linguistas e gramáticos, no que se refere aos dois primeiros, será
ele essencial para a adoção de uma abordagem mais adequada. Paraisso, ele conta com algu-
mas sugestões dos pcn (1998: 89-90) , como se percebe no fragmento a seguir:

É no interior da situação de produção do texto, enquanto o escritor monitora a própria escrita para as-
segurar sua adequação, coerência, coesão e correção, que ganham utilidade os conhecimentos so-
bre os aspectosgramaticais.

Saber o que é um substantivo, adjetivo, verbo, artigo, preposição, sujeito, predicado, etc. Não signi-
fica ser capaz de construir bons textos, empregando bem esses conhecimentos.

Quando se enfatiza a importância das atividades de revisão é por esta razão: trata-se de uma oportu-
nidade privilegiada de ensinar o aluno a utilizar os conhecimentos que possui, ao mesmo tempo que
é fonte de conteúdos a serem trabalhados. Isso porque os aspectos gramaticais – e outros discursi-
vos como a pontuação – devem ser selecionados a partir dos das produções escritas dos alunos.

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O critério de relevância dos aspectos identificados como problemáticos – que precisam, portanto, se-
rensinados prioritariamente – deve ser composto pela combinação de dois fatores: por um lado,
o que pode contribuir para maior adequação e legibilidade dos textos e, por outro, a capaci-
dade dos alunos em cada momento.

A propriedade que linguagem tem de poder referir-se a si mesma é o que torna possível a aná-
lise da língua e o que define um vocabulário próprio, uma metalinguagem. Em relação a essa termi-
nologia característica, é precisoconsiderar que, embora seja peculiar a situações de análise linguís-
tica (em que inevitavelmente se fala sobre língua) , não se deve sobrecarregar os alunos com um pa-
lavreado sem função, justificado exclusivamente pela tradiçãode ensiná-lo.

O critério do que deve ser ou não ensinado é muito simples: apenas os termos que tenham utilidade
para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação nas atividades de reflexão sobre a língua exclu-
indo-se tudo oque for desnecessário e costuma apenas confundir os alunos.

Por exemplo, torna-se necessário saber, nas séries iniciais, o que é "proparoxítona", no fim de um
processo em que os alunos, sob orientação do professor, analisam e estabelecem regularidades na
acentuação de palavras e chegam à regra de que são sempre acentuadas as palavras em que a sí-
laba tônica é a antepenúltima. Também é possível ensinar concordância sem necessariamente fa-
lar em sujeito ou em verbo.

Isso não significa que não é para ensinar fonética, morfologia ou sintaxe, mas que elas de-
vem ser oferecidas à medida que se tornarem necessárias para a reflexão sobre a língua. "

De onde vêm

Ao ler os pcn, muitos professores sentem-se diante de um material idealista e utópico, sem respaldo
científico que justifique a aplicação das idéias apresentadas.

Enganam-se os que pensam dessa forma, pois os pcn, naverdade, nada mais fazem que reunir resul-
tados e pressupostos teóricos de pesquisas desenvolvidas no brasil, desde a década de 1970, englo-
bando perspectivas linguísticas, que vão da sociolinguística à análise do discurso.

As informações dos pcn sobre variação linguística, por exemplo, há muito tempo vêm sendo divulga-
das em congressos, e esse tópico costuma figurar na grade curricular dos cursos de letras.

Com relação às idéias sobre pedagogia deleitura, desde paulo freire, na década de 1960, abordava-
se a necessidade de fazer do aluno um agente do ato de ler, sentindo-se também um produtor de tex-
tos eficaz. E no que se refere às propostas da linguística textual e da análise do discurso, diver-
sas pesquisas vêm sendo cada vez mais divulgadas, desde a década de 1980.

Assim, não há como negar o valor dos pcn-lp, como material de divulgação e incentivo nos estudos
da linguagem, embora haja problemas de nível estrutural e teórico no corpo do texto dos parâme-
tros (cf. Santos, 2005). Oensino de língua portuguesa, segundo esse documento, parte do texto e
apóia-se no tripé leitura/escuta – produção textual – análise linguística. É, porém, esse último item,
a análise linguística, que parece ser mais difícil desentender.

Como explica geraldi (1997) , por análise linguística entende-se, não apenas a abordagem metalin-
guística tradicional, nem o abandono da teoria gramatical, mas o ensino de aspectos linguísticos
a partir de textos, observando como se constrói o sentido com o uso de um ou outro elemento grama-
tical.

Além disso, a teoria passa a segundo plano, a serviço do papel das estruturas gramaticais nos tex-
tos dos mais diversos gêneros, literários ou não, produzidos por alunos inclusive.

Algumas Sugestões de Atividades

As propostas que se seguem abordam aspectos da grade curricular do ensino fundamental como
pontuação, uso dos tempos e modos verbais, seleção lexical – a partir de textos. Destaque-se que al-
guns exercícios foram elaborados por alunos da faculdade de letras da ufrj, formandos de 2005.

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Demonstra-se, assim, que é possível elaborar atividades com base nos princípios dos pcn, abor-
dando leitura/escuta, produção e análise linguística, com oobjetivo de fazer o aluno refletir so-
bre a língua.

Esperar Para Ver (O Globo)

A primeira operação de controle urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla, rafael
luiz morais de souza bandeira, foi marcada para hoje.

Guardas municipais em parceria com a comlurb e a secretaria municipal de governo vão concen-
trar esforços para retirar todas as propagandas irregulares das praias da zona sul. Este será o iní-
cio de uma série de intervenções na orla.

Uma das etapas mais complexas do trabalho, entretanto, é o acolhimento de mendigos, que on-
tem ocupavam parte do canteiro central de um dos mais famosos cartões-postais do rj, avenida atlân-
tica, em copacabana.

Para o “xerife”, a tarefa é complexa, porque exige um trabalho preventivo por parte do municí-
pio, já que muitos mendigos voltam para as ruas, se não encontram outras maneiras de sobrevi-
ver. Em copacabana, elesconseguem locais para descansar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.

– Não adianta a gente retirar os moradores da rua, porque eles voltam. O problema é mais sério e va-
mos contar com o apoio da secretaria municipal de assistência social, para tentarmos solucio-
nar o problema – afirmabandeira.

Ontem, dezenas de mendigos podiam ser vistos em quase toda orla do leme e de copacabana. Pró-
ximo a hotéis como o othon pálace e o meridien, eles dormiam no canteiro central da atlântica e
nas areias da praia, ao ladode tapumes de obras, de quiosques e da arquibancada onde foi realizada
a copa do mundo de futebol.

Reunidos em grupos, eles guardavam seus objetos pessoais em carrinhos de supermercados e saco-
las. Alguns aproveitaram osgalhos de árvores para estender suas roupas.

Compare a frase a seguir com a primeira frase do texto e responda: a primeira operação de con-
trole urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla foi marcada para hoje.

A– que elemento foi omitido? A retirada desse elemento dificulta a compreensão do texto? Justifi-
que sua resposta.

B– por que esse elemento está entre vírgulas no texto original?

C– elabore uma regra que justifique o uso das vírgulas na 1ª. Frase do texto.

D– procure no 2º. Parágrafo um exemplo semelhante de uso da vírgula.

E– procure outros exemplos de frases no jornal com mesmo uso da vírgula.

Observe a última frase do 3º. Parágrafo: em copacabana, eles conseguem locais para descan-
sar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.

A– altere a posição do elemento “em copacabana”, na frase e verifique como fica a pontuação.

B– faça o mesmo com a 1ª. Frase do último parágrafo.

C– elabore uma regra que justifique a pontuação nessas frases.

Horóscopo

Leia o seu signo nos horóscopos das revistas marie claire e toda teen:

Revista marie claire Revista toda teen

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Áries (21/3 a 20/4) Áries

Eu e o amor: aproveite o co- Na segunda quin-


meço do mês para impulsio- zena do mês, sua es-
narseu relaciona- trela vai brilharintensa-
mento com maisale- mente nos contatos.
gria e, principalmente,suavi-
dade. Com júpi-
ter, marte, mercú-
rio (até o dia 15) Touro
e sol(até o dia 22) incenti-
vando a área afetiva, não fal- Você vai descolar muitas-
tarão oportunida- paqueras e ale-
des para um novoencontro. grias. Curta maiso pes-
O resultado sódependerá soal de casa e as amiza-
de sua receptividade e diplo- des.
macia.

Eu e o mundo: prepare-
se para enfrentar desa-
fios nas relações de traba-
lho, perto dodia 6. Mudanças
bruscas oudecepções po-
dem deixar o ambiente con-
fuso. A par-
tir do dia15, sua visão estra-
tégica ficará mais apu-
rada, com a entrada de mer-
cúrio em escorpião. Evite pa-
lavras cortantes, de 12 a
20, para não gerar confron-
tos ourupturas.

Analisando os verbos empregados, faça o que se pede:

Os exemplos do horóscopo privilegiam duas formas verbais diferentes. Destaque os verbos, identifi-
cando seu modo e tempo.

Que relação há entre o objetivo do horóscopo e a utilização dessas formas verbais?

Levando em consideração o público leitor de cada um desses veículos de comunicação, observe a di-
ferença em relação à linguagem utilizada.

Em dupla, escreva o horóscopo para o signo de seu colega, seguindo os critérios abaixo:

Escolha em qual veículo de comunicação seu horóscopo será publicado, atentando para a lingua-
gem adequada ao seu público alvo;

Determine se sua previsão será diária ou mensal;

Não se esqueça de utilizar os aspectos abordados nas questões anteriores.

Troque o texto com o seu colega:

Leia-o e perceba se o texto está de acordo com a questão 3. Faça os comentários necessários.

Reescreva o seu texto levando em consideração as observações feitas pelo seu colega. Pretendeu-
se, neste minicurso, mostrar caminhos para ajudar a solucionar os problemas do ensino de lín-
gua portuguesa. Não existem receitas absolutas, nem fórmulas mágicas, mas é possível melho-
rar a compreensão doaluno sobre a língua, tornando-o, de fato, um leitor e produtor de textos eficaz.

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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Os exercícios citados como exemplo – alguns elaborados por futuros professores – ilustram que, se
é difícil pensar em atividades produtivas, por outrolado é instigante o desafio de apresentar propos-
tas interessantes.

Ainda que não seja possível ser criativo em 100% do tempo em que estamos com nossos alunos,
pelo menos em algumas situações o professor pode trabalhar com exercícios que façam
do aluno um agente do próprio ato de

Aprender. Dessa forma, as abordagens de ensino gramatical citadas por travaglia (1996) podem ser
colocadas em prática.

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ANÁLISE SINTÁTICA

Análise Sintática

Essa análise consiste numa área da gramática responsável por estudar a função e ligação de cada
elemento na formação dos períodos.

Em outras palavras, a análise sintática trata da relação lógica entre as palavras da frase. A análise
detalhada de cada elemento da frase permite observar como as palavras se relacionam com outras
por meio de mecanismos como a concordância e a regência, elaborando frases com sentido com-
pleto.

Conceito de Frase

Para prosseguirmos no estudo sobre essa importante área da gramática, é necessário recapitularmos
o conceito de frase:

Frase = todo enunciado linguístico com sentido completo, que estabelece uma comunicação de
acordo com o contexto no qual os interlocutores estão inseridos.

Os tipos de frase são:

Declarativas

Afirmam ou negam algo de maneira objetiva.

Exemplo: A novela começou agora.

Interrogativas

Quando o enunciador desconhece algo e pergunta ao interlocutor.

Exemplo:

Quando ela chegou?

Imperativas

Exprimem uma ordem, solicitação ou conselho.

Exemplo:

Não deixe de fazer a tarefa.

Exclamativas

Exprimem surpresa, admiração ou espanto.

Exemplo:

Que lindo este lugar!

Optativas

Exprimem desejo.

Exemplo:

Que Deus o abençoe!

Itens estudados pela análise sintática

Para compreendermos a importância da análise sintática, vejamos todos os itens estudados nessa
área.

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ANÁLISE SINTÁTICA

Oração

Consiste na frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo ou de uma locução ver-
bal.

Exemplo:

Choveu muito em São Paulo.

Período

Trata-se da frase constituída por uma ou mais orações. O período pode ser classificado em simples
(formado por uma única oração) ou composto (formado por mais de uma oração).

Exemplo (período simples):

O preço dos combustíveis continua alto.

Exemplo (período composto):

É necessário que ele volte e assuma o cargo que abandonou.

Sujeito

É o elemento a respeito do qual se informa algo, sendo que o sujeito geralmente pode ser substituído
por um pronome pessoal.

Exemplo:

“As meninas do Leblon não olham mais pra mim.” (Herbert Vianna)

As meninas do Leblon = sujeito (o ser de quem se informa algo)

não olham mais pra mim = predicado (a informação)

Geralmente, o sujeito aparece logo no início da oração. Quando isso ocorre, é dado o nome de ordem
direta.

Já quando o sujeito aparece depois do predicado ou está intercalado, a oração está em ordem in-
versa ou indireta.

De acordo com a análise sintática, uma das principais características do sujeito é que ele normal-
mente é representado por um substantivo ou vários substantivos coordenados.

Com relação aos tipos de sujeito, temos:

Sujeito simples

Possui somente um núcleo.

Exemplo:

Muitos atletas brasileiros atuam na Europa.

Atletas = núcleo do sujeito.

Sujeito composto

Possui mais de um núcleo.

Exemplo:

Bezerros, bois e vacas estavam misturados.

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ANÁLISE SINTÁTICA

Bezerros, bois e vacas = núcleos do sujeito.

Com relação à possibilidade de identificar ou não o sujeito, encontramos:

Sujeito Determinado

Aquele que pode ser reconhecido gramaticalmente, ocorrendo geralmente com o sujeito simples e
com o sujeito composto.

Sujeito Indeterminado

Aquele que ocorre quando a informação contida no predicado se refere a um elemento que não se
pode (ou não se quer) revelar.

Exemplos:

Disseram e garantiram que tudo iria acabar.

Precisa-se de cozinheiras.

Predicado

Conforme já vimos, o predicado refere-se à informação propriamente dita sobre o sujeito.

Predicação Verbal

Refere-se à relação existente entre o verbo e o seu sujeito, sendo que os verbos podem ser lexicais
ou de ligação.

No que se refere aos verbos lexicais, eles podem ser classificados em intransitivos ou transitivos.

Predicativo

De acordo com a análise sintática, consiste no termo da oração que funciona como núcleo nominal do
predicado, havendo:

Predicativo do sujeito: é o elemento do predicado que se refere ao sujeito mediante um verbo (de li-
gação ou não).

Predicativo do objeto: termo da oração que se relaciona ao objeto, atribuindo-lhe uma característica.

Tipos de Predicado

Com relação aos tipos de predicado, eles podem ser:

Predicado verbal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num verbo
lexical.

Predicado nominal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num nome
(predicativo do sujeito).

Predicado verbo-nominal: consiste em um predicado misto, em que a informação se concentra em


dois elementos: verbo lexical e predicativo.

Com todas essas informações fica fácil perceber como o estudo de análise sintática é amplo, sendo
necessário estudar de forma específica cada um dos itens mencionados. Para isso, basta acompa-
nhar nossos conteúdo.

A análise sintática é a parte da gramática que estuda a função e a ligação de cada elemento que
forma um período.

Há também a análise morfológica. Essa é a parte da gramática que estuda individualmente cada ele-
mento que forma um enunciado linguístico, ou seja, independentemente da sua função.

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ANÁLISE SINTÁTICA

A análise morfossintática, por sua vez, analisa os elementos do mesmo enunciado linguístico sintática
e morfologicamente.

Termos da Oração

A oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita através de termos, os
quais podem ser essenciais, integrantes ou acessórios.

Termos Essenciais da Oração

Os termos essenciais são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito
e do predicado. Vale lembrar que nem sempre a oração tem sujeito.

Sujeito

O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. O núcleo do sujeito é a pa-
lavra que tem mais importância, é o principal termo contido no sujeito.

Exemplos:

Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (pessoa é o núcleo do sujeito Uma pessoa)

O casal saiu para jantar. (casal é o núcleo do sujeito O casal)

O sujeito pode ser:

Determinado quando é identificado na oração ou Indeterminado quando não é possível identificá-lo,


por exemplo, se o verbo não se refere a alguém determinado na oração.

Os sujeitos determinados, por sua vez, se dividem em:

Simples quando tiver apenas um núcleo.


ou
Composto quando tiver dois ou mais núcleos.

Nem sempre o sujeito está expresso na oração. Quando isso acontece, estamos diante do sujeito
oculto, elíptico ou desinencial.

Exemplos:

Está um calor! (oração sem sujeito)

Estão chamando aí à porta. (sujeito indeterminado)

A Ana acabou de chegar. (sujeito simples)

Caderno, lápis e borracha estão na mochila. (sujeito composto)

Agi conforme suas orientações. (sujeito oculto: eu)

Predicado

O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o resto
faz parte do predicado.

Predicação Verbal

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não necessitam de complemento porque têm sentido completo.

Verbos Transitivos

Os verbos transitivos necessitam de complemento porque não têm sentido completo.

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ANÁLISE SINTÁTICA

Exemplos:

Acordei! (verbo intransitivo)

O velhinho morreu ontem. (verbo intransitivo)

Vou preparar o jantar. (verbo transitivo)

O velhinho contou uma história. (verbo transitivo)

Verbos de Ligação

Os verbos de ligação não indicam uma ação, mas sim uma forma de estar.

Exemplos:

Esta matéria é extensa.

O estudante está com atenção.

O Predicativo do sujeito e o Predicativo do objeto são complementos que informam algo ou atribuem
uma característica a respeito do sujeito ou do objeto. Esse complemento pode seguir (ou não) um
verbo de ligação.

Exemplos:

Esta matéria é extensa. (extensa=predicativo do sujeito)

O rapaz brigou e deixou a namorada infeliz. (infeliz=predicativo do objeto)

Termos Integrantes da Oração

Complemento Verbal

Os complementos verbais são os termos utilizados para completar o sentido dos verbos transitivos.
Assim, os verbos transitivos subdividem-se em:

Transitivos Diretos – exigem complemento sem preposição obrigatória (Objeto Direto).

Transitivos indiretos – exigem complemento com preposição (Objeto Indireto).

Transitivos Diretos e Indiretos - exigem dois complementos, um sem e um com preposição. (Objeto
Direto e Indireto).

Exemplos:

Ganhei flores. (verbo transitivo direto)

Preciso de um bom café. (verbo transitivo indireto)

Ganhei flores do João. (verbo transitivo direto e indireto)

Complemento Nominal

O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome (substantivo, adje-
tivo ou advérbio).

Exemplos:

Os idosos têm necessidade de afeto.

A professora estava orgulhosa dos seus alunos.

Agente da Passiva

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ANÁLISE SINTÁTICA

Agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva e vem sempre seguido
de preposição.

Exemplos:

O bolo foi feito por mim. (por mim é o agente da passiva. Na voz ativa a oração seria: Eu fiz o bolo.)

Os índios foram catequizados pelos jesuítas. (pelos jesuítas é o agente da passiva. Na voz ativa a
oração seria: Os jesuítas catequizaram os índios.)

Termos Acessórios da Oração

Os termos acessórios são os termos dispensáveis e são utilizados para determinar, caracterizar, ex-
plicar ou intensificar.

Adjunto Adnominal – caracteriza um substantivo, agente da ação, através de adjetivos, artigos, nume-
rais, pronomes ou locuções adjetivas.

Exemplos:

O homem educado cedeu a sua cadeira à senhora de idade. (educado, sua, de idade = adjunto adno-
minal)

A economia do Brasil vai de vento em popa. (do Brasil = adjunto adnominal)

Adjunto Adverbial – se refere a um verbo ou a um advérbio e indica uma circunstância.

Exemplos:

Canta lindamente. (lindamente = adjunto adverbial)

Cheguei cedo. Vim de bicicleta. (cedo e de bicicleta = adjunto adverbial)

Aposto - tem a função de explicar um substantivo.

Exemplos:

Sábado, dia sete, não haverá aula de música. (dia sete = aposto)

O melhor do carnaval: alegria e disfarce das crianças. (alegria e disfarce das crianças = aposto)

Exemplos de análise sintática

Hoje, o professor emprestou um dicionário ao Lucas.

Sujeito: o professor
Predicado: emprestou um dicionário ao Lucas
Objeto direto: um dicionário
Objeto indireto: ao Lucas
Adjunto adverbial: hoje
Adjunto adnominal: o, um

Minha avó fez pamonha.

Sujeito: minha avó


Predicado: fez pamonha
Objeto direto: pamonha
Adjunto adnominal: minha

Eu liguei ao diretor ontem.

Sujeito: eu
Predicado: liguei ao diretor
Objeto indireto: ao diretor

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ANÁLISE SINTÁTICA

Adjunto adverbial: ontem


Adjunto adnominal: o (contraído em ao)

A solução foi encontrada por Heloísa, pedagoga e mãe de cinco filhos.

Sujeito: a solução
Predicado: foi encontrada por Heloísa
Agente da passiva: Heloísa
Aposto: pedagoga e mãe de cinco filhos

Esta semana, o presidente está livre de compromissos.

Sujeito: o presidente
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos
Adjunto adverbial: esta semana

Ela acusou-o de infiel.

Sujeito: ela
Predicado: acusou-o de infiel
Objeto direto: o
Predicativo do objeto: infiel

Termos da oração usados na análise sintática

As orações encontram-se divididas em termos essenciais, integrantes e acessórios. Todos são usa-
dos na realização de análises sintáticas.

Sujeito

Indica quem ou do que se fala. Para identificar o sujeito, fazem-se as perguntas quem? ou o quê? an-
tes do verbo da oração.

A Milena escorregou nas escadas.


Sujeito: a Milena

O feijão queimou.
Sujeito: o feijão

Saiba mais sobre o sujeito.

Predicado

Indica o que acontece ao sujeito. É formado, obrigatoriamente, por um verbo ou locução verbal.

A Milena escorregou nas escadas.


Predicado: escorregou nas escadas

O feijão queimou.
Predicado: queimou

Saiba mais sobre o predicado.

Objeto Direto

Indica quem ou o que sofre a ação verbal.

A Helena leu o livro.


Objeto direto: o livro

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ANÁLISE SINTÁTICA

Eu perdi minha boneca.


Objeto direto: minha boneca

Objeto indireto

Indica de quem, de que, para quem, para que, em quem, em que, a quem, a que, se destina a ação
verbal. Vem sempre iniciado por uma preposição.

Eu preciso de ajuda.
Objeto indireto: de ajuda

Eu não acredito em você.


Objeto indireto: em você

Predicativo do Sujeito

Indica uma qualidade do sujeito, atribuindo-lhe uma característica. Aparece depois de um verbo de
ligação.

A blusa é nova.
Predicativo do sujeito: nova

Você parece assustada.


Predicativo do sujeito: assustada

Predicativo do Objeto

Indica uma qualidade do objeto direto ou do objeto indireto, caracterizando-o.

Hoje encontrei meus alunos ansiosos.


Predicativo do objeto: ansiosos

Os alunos me chamaram de exigente.


Predicativo do objeto: exigente

Complemento Nominal

Completa o sentido de substantivos abstratos, adjetivos e advérbios que possuem sentido incom-
pleto. Vem sempre precedido por uma preposição.

Sempre senti ciúmes de você.


Complemento nominal: você

Isto é essencial para minha sanidade mental.


Complemento nominal: minha sanidade mental

Agente da Passiva

Indica quem pratica a ação de uma oração na voz passiva. Quase sempre, vem precedido pela pre-
posição por ou pelas suas formas contraídas (pelo, pela, pelos, pelas).

Este trabalho foi feito pelas alunas da 3.ª série.


Agente da passiva: alunas da 3.ª série.

As ordens foram dadas por mim.


Agente da passiva: mim

Adjunto Adnominal

Acompanha e modifica um substantivo nuclear de uma função sintática, atribuindo-lhe uma caracte-
rística.

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ANÁLISE SINTÁTICA

O casaco branco é lindo.


Adjuntos adnominais: o, branco

Ontem houve uma grande confusão.


Adjuntos adnominais: uma, grande

Adjunto Adverbial

Indica uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…), alterando o significado de um verbo,
adjetivo ou advérbio.

Terminarei esse trabalho amanhã.


Adjunto adverbial: amanhã

A idosa passeava lentamente pela praia.


Adjunto adverbial: lentamente

Aposto

Serve para explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar, especificar, … outro termo da oração.

Cíntia, a mais antiga funcionária da empresa, foi finalmente promovida.


Aposto: a mais antiga funcionária da empresa

Aqueles dois garotos - o Fábio e o Fabrício – são meus primos.


Aposto: o Fábio e o Fabrício

Análise Sintática e Análise Morfológica

Enquanto na análise sintática é feita a classificação da função que as palavras desempenham na ora-
ção, na análise morfológica as palavras são classificadas de forma isolada, de acordo com a classe
gramatical que representam.

Frase: Eu vi o relâmpago!

Análise sintática:
Eu: sujeito
Vi o relâmpago: predicado
O relâmpago: objeto direto
O: adjunto adnominal

Análise morfológica:
Eu: pronome pessoal reto
Vi: verbo ver
O: artigo definido
Relâmpago: substantivo comum

Nota: É feita uma análise morfossintática de uma oração quando ocorre, simultaneamente, uma aná-
lise sintática e uma análise morfológica.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Acentuação Gráfica

Regras de Acentuação Gráfica

Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxíto-
nas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não
ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já
as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.

Proparoxítonas

Sílaba tônica: antepenúltima

As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos:

trágico, patético, árvore

Paroxítonas

Sílaba tônica: penúltima

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam


em "ens", não (hifens, jovens).

2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).

3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s),


ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).

Exemplos:

várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início

Oxítonas

Sílaba tônica: última

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s): sofá, sofás


e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns

A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos símbolos escritos sobre determina-


das letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação do idioma. De forma ge-

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ral estes acentos são usados para auxiliar a pronúncia de palavras que fogem do padrão prosódico
mais comum.

Acento Agudo

O acento agudo ( ´ ) é usado na maioria dos idiomas para assinalar geralmente uma vogal aberta ou
longa. Em português, aparece em todas as vogais tônicas na última sílaba ou na antepenúltima síla-
ba. Aparece também nos grupos "em" e "ens" (como em armazém, além, etc.) e para separar as le-
tras i e u dentro de um hiato (como em alaúde). Em idiomas como o holandês e o islandês, pode fun-
cionar como marca diferencial em palavras homônimas cujo significado não pode ser inferido pelo
contexto. Na escrita pinyin do mandarimindica o segundo tom, de baixo para cima. Em polonês pode
aparecer sobre as consoantes c e n para indicar a palatização (passando a ser pronunciadas como
/tch/ e /nh/).

Acento Grave

O acento grave (`) era usado geralmente para designar uma vogal curta ou grave em latim e grego.
Em português serve para marcar a crase. É de uso frequente em italiano e francês para marcar a
sílaba tônica de algumas palavras. Em norueguês e romeno, serve como acento para desambiguação
de palavras. Na escrita pinyin, indica o quarto tom, de cima para baixo.

Acento Circunflexo

O acento circunflexo (^) é um sinal diacrítico usado em português e galês tem função de marcar a
posição da sílaba tônica. No caso específico do português, aparece sobre as vogais a, e, o quando
são tônicas na última ou antepenúltima sílaba (p. ex.: lâmpada, pêssego, supôs) e têm timbre fecha-
do. Em francês é usado para marcar vogais longas decorrentes da supressão da letra s na evolução
histórica da palavra (p. ex. hospital → hôpital).

Cáron

O cáron (ˇ), ou circunflexo invertido, é um acento inexistente em português. Aparece em várias lín-
guas balto-eslavas e línguas urálicas sobre consoantes para indicar a palatização. Também indica o
terceiro tom na escrita pinyin do mandarim (alto - baixo - alto).

Til

O til é um sinal diacrítico cujo uso mais frequente é em português. Serve para indicar a nasalização
das vogais - atualmente somente nos ditongos ão, ãe, õe e isoladamente na vogal ã, mas no passado
podia aparecer também sobre a vogal e. Também aparece no espanhol sobre a letra n para indicar a
palatização (devendo ser pronunciada como /nh/) e no estoniano sobre a letra o para indicar uma
vogal intermediária entre /o/ e /e/.

Trema

O trema (¨) é um sinal gráfico presente em várias línguas românicas e línguas germânicas, e usado
em português do Brasil até o acordo ortográfico de 1990 sobre a letra u nos gru-
pos que, qui, gue e gui quando fossem pronunciados, como em freqüência e ungüento, uso ainda
presente em espanhol. Em francês, holandês e italiano, serve para marcar a segunda vogal de um
hiato.

Em alemão, sueco e finlandês aparece sobre as vogais a, o e u para indicar que devem ser pronunci-
adas como vogais posteriores.

Cedilha

A cedilha (¸) é usada geralmente para indicar que uma consoante deve ser pronunciada de forma
sibilante. Em português, francês e turco aparece sob a letra c (ç) - no caso do turco, para indicar a
palatização. Em romeno aparece sob as letras s e t.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Anel

O anel (˚) é um acento inexistente em português. Aparece nas línguas escandinavas sobre a le-
tra a (å) para indicar que deve ser pronunciada como /ó/. Também aparece em checosobre a le-
tra u para indicar que deve ser pronunciada como uma vogal longa.

Ogonek

O ogonek (˛) é um acento exclusivo do polonês, colocado abaixo das vogais nasais (ą, ę, ǫ, ų). Tem a
mesma função do til em português.

Regras básicas de acentuação em português

Monossílabos

Os monossílabos tônicos terminados em a, e ou o, seguidos ou não de s, são acentuados. [1]

Exemplos: pá, vá, gás, Brás, cá, má, pé, fé, mês, três, crê, vê, lê, sê, nós, pôs, xô, nó, pó, só.

Oxítonas ou agudas

As palavras oxítonas ou agudas (quando a última sílaba é a sílaba tônica) com a mesma terminação
dos monossílabos tônicos acentuados, com acréscimo do em e ens, são acentuadas. [1] Também são
acentuadas as oxítonas terminadas nos ditongos éu, éi e ói. Exemplos: pará, vatapá, estás, irás, cajá,
você, café, Urupês, jacarés, jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó, alguém, armazéns,
vintém, parabéns, também, ninguém, aquém, refém, réu, céu, pastéis, herói.

Paroxítonas ou Graves

As palavras paroxítonas ou graves (quando a penúltima sílaba é a sílaba tônica) que possuem termi-
nação diferente das oxítonas acentuadas, são acentuadas. Exemplos: táxi, beribéri, lápis, grátis, jú-
ri,bónus/bônus, álbum, álbuns, nêutron, prótons, incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen,
éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix/ônix, fénix/fênix, bíceps, fórceps, ímã, órfã, ímãs,
órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. São exceções as com prefixos como anti e super.

Proparoxítonas ou Esdrúxulas

As palavras proparoxítonas ou esdrúxulas (quando a antepenúltima sílaba é a sílaba tônica) são to-
das acentuadas. A vogal com timbre aberto é acentuada com um acento agudo, já a com timbre fe-
chado ou nasal é acentuada com um acento circunflexo. [1] Exemplos: lâmpada, relâmpago, Atlântico,
trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido.

Observação.: Palavras terminadas em encontro vocálico átono podem ser consideradas tanto paroxí-
tonas quanto proparoxítonas, e devem ser todas acentuadas. Encontros vocálicos átonos no fim de
palavras tanto podem ser entendidos como ditongos quanto como hiatos.

Exemplos: cárie, história, árduo, água, errôneo. FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda
(2010). mini Aurélio 8 ed. Curitiba: Positivo. p. 20. ISBN 85-385-4239-1 Verifique |isbn=(ajuda) </ref>

Exemplos: anéis, fiéis, papéis, céu, troféu, véu, constrói, dói, herói.

Hiatos

As letras i e u (seguidos ou não de s) quando em hiatos, são acentuados desde que estas letras se-
jam precedidas por vogal e que estejam isoladas em uma sílaba (só o i ou só o u).

Exemplos: a-í, ba-la-ús-tre, e-go-ís-ta, fa-ís-ca, vi-ú-vo, he-ro-í-na, sa-í-da, sa-ú-de.

Obs.: Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u, seguidos ou não do s, pois fo-
gem a regra das oxítonas acentuadas. Palavras como baú, saí, Anhangabaú, etc., são acentuadas
não por serem oxítonas, mas pelo i e u formarem sílabas sozinhos (hiato).

Não se acentuam hiatos que precedem as letras l, r, z, m, n, e o dígrafo nh. Exemplo contribuinte.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Acento diferencial

 pôde (pret. perf. do ind. de poder) de pode (pres. do ind. de poder);

 pôr (verbo) de por (preposição);

 têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) de tem (terceira pessoa do singular do verbo ter);

 derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" mantém/mantêm;

 vêm (terceira pessoa do plural do verbo vir) - vem (terceira pessoa do singular do verbo vir);

 derivados do verbo vir têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" provém/provêm.

Casos em que o acento diferencial é opcional:

 Acento diferencial do pretérito: chegámos (1ª pessoa do plural no pretérito - indicati-


vo) chegamos (1ª pessoa do plural no presente - indicativo)

 fôrma (substantivo) de forma (substantivo e verbo)

Após a reforma ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da escrita, porém,
obviamente, a pronúncia continua a mesma.

Acentuação Gráfica

O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua
portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das pala-
vras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a
final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, notou que a sílaba tônica nem sem-
pre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico,
mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento
gráfico está para a escrita (grafia).

Oxítonas

1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e
com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s.

Exemplos:

a já, cajá, vatapá


as ás, ananás, mafuás
e fé, café, jacaré
es pés, pajés, pontapés
o pó, cipó, mocotó
os nós, sós, retrós
e crê, dendê, vê
es freguês, inglês, lês
o avô, bordô, metrô
os bisavôs, borderôs, propôs

2. São acentuados os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.

Exemplos: dá-lo, matá-los, vendê-la, fê-las, compô-lo, pô-los etc.

3. Nunca se acentuam as oxítonas terminadas em i e u e em consoantes.

Exemplos: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

4. Nunca se acentuam os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.

Exemplos: fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las

5. Acentuam-se sempre as oxítonas de duas ou mais sílabas terminadas em -em e -ens.

Exemplos: alguém, armazém, também, parabéns, reféns.

Paroxítonas

1. Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas


em i, is, ã,ãs, ão, ãos, us, l, um, uns, n, ps, r, x:

Exemplos:

i dândi, júri, táxi


is lápis, tênis, Clóvis
ã/ãs ímã, órfã, ímãs
ão/ãos bênção, órfão, órgãos
us bônus, ônus, vírus
l amável, fácil, imóvel
um/uns álbum, médium, quóruns
n albúmen, hífen, Nílton
ps bíceps, fórceps, tríceps
r César, mártir, revólver
x fênix, látex, tórax

Observação

As paroxítonas terminadas em -en perdem o acento no plural.

Exemplos: hifens, liquens.

2. Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados grafica-
mente.

Exemplos: inter-humano, inter-racial, anti-ibérico, anti-humano, semi-hebdomadário, semi-infantil,


super-homem, super-requintado.

3. Não se acentuam graficamente as paroxítonas apenas porque apresentam vogais tônicas


abertas ou fechadas.

Exemplos: espelho, famosa, medo, ontem, socorro, pires, tela.

4. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento no i e no u tônicos das palavras
paroxítonas quando vierem depois de um ditongo decrescente. Se o i ou o u forem precedidos
de ditongo crescente, porém, o acento permanece.

Exemplos: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, guaíba, Guaíra.

Proparoxítonas

Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente.

Exemplos: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora.

Casos especiais

1. Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éis, éu(s) e ói(s).

Exemplos: fiéis, céu, chapéus, herói, caracóis etc.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

2. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas.

Exemplos: alcateia, geleia, ideia, plateia, boia, joia, asteroide, heroico.

3. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou
são seguidos de s.

Exemplos: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo.

4. Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não


de s.

Exemplos: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis.

5. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais.

Exemplos: afã, coração, devoções, maçã, relação.

6. Depois do Acordo Ortográfico, não é mais acentuado o primeiro o do hiato oo.

Exemplos: enjoo, voo.

7. Depois do Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as formas verbais dissílabas termi-
nadas em eem.

Exemplos: creem, leem, veem, deem e correlatas.

8. Depois do Acordo Ortográfico, o trema não é mais utilizado.

Exemplos: frequente, tranquilo.

Observação

O trema permanece, porém, nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.

9. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis,
(ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu com-
posto redarguir.

10. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, apazi-
guar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias
em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.

a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos:

 verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

 verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.

b) Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.

Exemplos:

 verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.

 verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Observação

a) A vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras.

b) No Brasil, a pronúncia mais corrente é a com a e i tônicos.

11. O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual manei-
ra. Depois do Acordo Ortográfico, passamos a usar apenas alguns acentos diferenciais.

Exemplos:

pôde (pretérito perfeito do indicativo de poder) pode (presente do indicativo de poder)


pôr (verbo) por (preposição)
têm (3.a pessoa do plural do verbo ter) tem (3.a pessoa do singular do verbo
ter)
vêm (3.a pessoa do plural do verbo ter) vem (3.a pessoa do singular do verbo
ter)

Observações

a) O Acordo Ortográfico passou a aceitar a dupla grafia da palavra fôrma/forma, acentuada ou não.

b) Os derivados do verbo ter (conter, deter, manter etc.) seguem a mesma regra do verbo ter.

Exemplos:

Ele contém Eles contêm


Ele detém Eles detêm
Ele mantém Eles mantêm

c) Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé-
la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Exemplos:

 Ele para o carro.

 Ele foi ao polo Norte.

 Ele gosta de jogar polo.

 Esse gato tem pelos brancos.

 Comi uma pera.

Acentuação

Gramática

O Novo Acordo Ortográfico, em uso desde 2009, estabeleceu muitas mudanças nas regras de acen-
tuação gráfica.

Em se tratando de acentuação, devemos nos ater à questão das novas regras ortográficas da Língua
Portuguesa, as quais entraram em uso desde o dia 1º de janeiro de 2009. Como toda mudança impli-
ca adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto antes.O estudo exposto a seguir
visa a aprofundar seus conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafar as palavras, le-
vando em consideração as regras de acentuação e o que foi proposto pelo novo acordo ortográfico.

Acentuação Tônica

A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aque-

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

la que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
com menos intensidade, são denominadas de átonas.

De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:

 Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.

Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

 Paroxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na penúltima sílaba.

Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

 Proparoxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na antepenúltima sílaba.

Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus

Acentuação gráfica

Regras fundamentais:

 Proparoxítonas: todas são acentuadas. Ex.: analítico, hipérbole, jurídico, cólica.

 Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em", seguidas ou
não do plural(s). Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)

Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:

→ Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”.

Ex.: pá – pé – dó – há

→ Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la, los, las.

Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo.

 Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:

→ i, is

Ex.: táxi – lápis – júri

→ us, um, uns

Ex.: vírus – álbuns – fórum

→ l, n, r, x, ps

Ex.: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps

→ ã, ãs, ão, ãos

Ex.: ímã – ímãs – órfão – órgãos

→ Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.

Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei

Regras especiais:

→ Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento com o
Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ANTES AGORA
Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Geléia Geleia
Jibóia Jiboia
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Paranóico Paranoico

→ Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s", desde
que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento:

Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís

Observação importante:

→ Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo:

ANTES AGORA
Bocaiúva Bocaiuva
Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe

→ O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” foi abolido.

ANTES AGORA
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo

→ Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:

Ex.: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba .

No entanto, em se tratando de palavra proparoxítona, haverá o acento, já que a regra de acentuação


das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:

Ex.: fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo

→ As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e
seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.

ANTES AGORA
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

→ Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus com-
postos (conter, reter, advir, convir etc.).

SINGULAR PLURAL
ele tem eles têm
ele vem eles vêm
ele contém eles contêm
ele obtém eles obtêm

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ele retém eles retêm

→ Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas
em algumas exceções, como:

 A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda
continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por.

Exemplos de palavras homógrafas:

 pera (substantivo) - pera (preposição antiga)

 para (verbo) - para (preposição)

 pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)

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ORTOGRAFIA

Ortografia

A Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa para a grafia correta das
palavras e o uso de acentos, da crase e dos sinais de pontuação. A origem da palavra é grega e signi-
fica -orthós = certo, correto, direito, exato; e -grafia = escrita, estabelecendo, portanto, padrões para a
forma escrita correta das palavras de uma língua.

A escrita correta das palavras de uma língua está relacionada tanto com critérios ligados à origem das
palavras (etimológicos) quanto aos ligados aos fonemas(fonológicos). A forma de grafar/escrever as
palavras é fruto de uma convenção social, ou seja, de acordos ortográficos que envolvem os diversos
países em que uma língua é reconhecida como sendo idioma oficial.

Acordos ortográficos da Língua Portuguesa

Quando falamos sobre ortografia, é preciso também refletirmos a respeito dos acordos ortográfi-
cos envolvendo países cuja língua portuguesa representa o idioma oficial. O primeiro acordo foi reali-
zado em 1931 com o objetivo de promover a unificação dos dois sistemas ortográficos, entretanto, não
obteve êxito. No Brasil, houve reformas ortográficas nos anos de 1943, 1945, 1971 e 1973. Em 1986,
no Rio de Janeiro, houve um encontro de todos os representantes dos países lusófonos, ficando esta-
belecido o acordo ortográfico de 1986, mas também foi inviabilizado.

O último acordo ortográfico entre os países lusófonos entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2009.
Esse acordo legitimou outra reforma ortográfica, estabelecendo mudanças em diferentes aspectos,
como a inclusão das letras “K”, “W” e “Y” ao alfabeto português oficial.

Dicionário

Para que os falantes possam acessar a grafia correta das palavras de uma língua, basta recorrer
ao dicionário, um livro que reúne todas (ou quase todas) as palavras da língua, seus significados
e classificação gramatical. As palavras são apresentadas no dicionário em ordem alfabética. Alguns
dicionários também foram criados para a tradução de uma língua para outra.

A assimilação da ortografia de uma língua, independentemente se esta é materna ou não, ocorre de


maneira gradativa, constante e ininterrupta. É consenso de muitos estudiosos e profissionais da lingua-
gem que a aprendizagem da ortografia de qualquer língua depende de mui-
ta leitura, escrita, observação e dedicação dos falantes, já que a língua é um sistema complexo e de
extrema relevância para a interação verbal entre os sujeitos.

Ortografia é a parte da gramática normativa que ensina a escrever corretamente as palavras de


uma língua. A ortografia deriva das palavras gregas ortho (ορθο no alfabeto grego) que significa "cor-
reto" e graphos (γραφος) que significa "escrita". Definindo, nomeadamente, o conjunto de símbolos
(letras e sinais diacríticos), a forma como devem ser usados, a pontuação, o uso de maiúsculas, etc. É
o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa.

Apesar de oficialmente sancionada, a ortografia não é mais do que uma tentativa de transcrever os
sons de uma determinada língua em símbolos escritos. Esta transcrição costuma se dar sempre por
aproximação e raramente está isenta de ambiguidades.

Um dos sistemas ortográficos mais complexos é o da língua japonesa, que usa uma combinação de
várias centenas de caracteres ideográficos, o kanji, de origem chinesa, dois silabários, katakana e hira-
gana, e ainda o alfabeto latino (não se trata de alfabeto latino, mas sim a forma fonética de representar
os silabários) , a que dão o nome romaji. Todas as palavras em japonês podem ser escritas em kata-
kana, hiragana ou romaji. E a maioria delas também pode ser identificada por caracteres kanji. A esco-
lha de um tipo de escrita depende de vários fatores, nomeadamente o uso mais habitual, a facilidade
de leitura ou até as opções estilísticas de quem escreve.

Analisando as línguas europeias podem identificar-se duas ortografias diferentes:

Ortografia fonética

Cada som corresponde a uma letra ou grupo de letras únicos e cada letra ou grupo de letras corres-
ponde a um único som.

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ORTOGRAFIA

Ortografia etimológica

Um mesmo som pode corresponder a diversas letras e cada letra ou grupo de letras pode corresponder
a diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais.

Exceto o Alfabeto Fonético Internacional, que consegue fazer a transcrição para caracteres alfabéticos
de todos os sons, não há sistemas ortográficos pura e exclusivamente fonéticos. No entanto, podemos
dizer que são eminentemente fonéticas as ortografias das línguas búlgara, finlandesa, italiana, russa,
turca, alemã e, até certo ponto, a da língua espanhola.

No caso particular do espanhol, podemos admitir que se trata de uma ortografia fonética em relação ao
espanhol padrão falado na Espanha, mas não tanto em relação aos falares latino-americanos, em es-
pecial aos da Argentina e Cuba, nos quais nem sempre se verifica que cada som corresponde a uma
letra ou grupo de letras.

A ortografia atual do português é, também, mais fonética do que etimológica. No entanto, antes
da Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal, a escrita oficialmente usada era marcadamente etimoló-
gica.

Um exemplo típico de ortografia etimológica é a escrita do inglês. Em inglês um grupo de letras (por
exemplo: ough) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da palavra onde está inserido. É
também a etimologia que rege a escrita da grande maioria das palavras no francês, onde um mesmo
som pode ter até nove formas de escrita diferentes, caso das palavras homófonas au, aux, haut, hauts,
os, aulx, oh, eau, eaux.

Erros Ortográficos

Paragrama

Um paragrama é um erro ortográfico que resulta da troca de uma letra por outra, co-
mo previlégio (privilégio), visinho (vizinho), vizita (visita), meza (mesa) e outras.

A Ortografia é a parte da gramática que se encarrega da forma correta de escrita das palavras da Lín-
gua Portuguesa.

As orientações ortográficas levam em conta a etimologia (origem) das palavras, bem como a fonologia
(sons), de modo que a Ortografia se insere numa categoria ainda maior da gramática que é justamente
a Fonologia.

A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho", que quer
dizer correto e "grafo", por sua vez, que significa escrita.

A ortografia se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.

A ortografia é influenciada pela etimologia e fonologia das palavras. Além disso, são feitas convenções
entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos
ortográficos.

O Alfabeto

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem.

Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.

A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.

Emprego das letras K, W e Y

 Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).

 Antropônimos (e respetivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Darwin,


darwinismo.

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ORTOGRAFIA

 Topônimos (e respetivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo, Kuwait,


kuwaitiano.

 Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.

Regras Ortográficas

Uso do x/ch

O x é utilizado nas seguintes situações:

 Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.

 Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.

 Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.

 Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.

Exceção: O verbo encher escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.

Escreve-se com x Escreve-se com ch


bexiga bochecha
bruxa boliche
caxumba broche
elixir cachaça
faxina chuchu
graxa colcha
lagartixa fachada
mexerico mochila
xerife salsicha
xícara tocha

Uso do h

O h é utilizado nas seguintes situações:

 No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!

 Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.

 Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha.

 Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico baía é
grafado sem h.

Uso do s/z

O s é utilizado nas seguintes situações:

 Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam grande quantidade, estado ou circuns-
tância: bondoso, feiosa, oleoso.

 Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.

 Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.

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ORTOGRAFIA

 Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.

O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

 Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza,
grande - grandeza.

 No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Escreve-se com s Escreve-se com z


alisar amizade
análise aprazível
atrás azar
através azia
aviso desprezo
gás giz
groselha prazer
invés rodízio
jus talvez
uso verniz

Uso do g/j

O g é utilizado nas seguintes situações:

 Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio.

 Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.

O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

 Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.

 Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

Observações:

1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que ) eles/elas viajem.

2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para jantes do a ou


do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam, elejo; agir
- ajam, ajo.

Escreve-se com g Escreve-se com j

angélico anjinho
estrangeiro berinjela
gengibre cafajeste
geringonça gorjeta
gim jeito
gíria jiboia
ligeiro jiló
sargento laje
tangerina sarjeta
tigela traje

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ORTOGRAFIA

Parônimos e Homônimos

Há diferentes formas de escrita que existem, ou seja, são aceitas, mas cujo significado é diferente.

Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou na pro-
núncia, mas têm significados diferentes.

Exemplos:

cavaleiro (de cavalos) cavalheiro (educado)


comprimento (tamanho) cumprimento (de cumprir ou cumprimentar)
descrição (descrever) discrição (de discreto)
descriminar (absolver) discriminar (distinguir)
emigrar (deixar o país) imigrar (entrar no país)

Por outro lado, podemos estar diante de palavras homônimas quando as palavras têm a mesma pro-
núncia, mas significados diferentes.

Exemplos:

cela (cômodo pequeno) sela (de cavalos)


cheque (meio de pagamento) xeque (do xadrez)
esperto (perspicaz) experto (experiente)
ruço (pardo claro) russo (da Rússia)
tachar (censurar) taxar (fixar taxa)

Palavras e Expressões que Oferecem Dificuldades

Além das situações mencionadas acima e os casos de acentuação e pontuação, há uma série de pala-
vras e expressões que oferecem dificuldades. São exemplos: A baixo / Abaixo, Onde / Aonde, Mas /
Mais, entre tantas outras.

Veja toda a matéria de Ortografia:

Palavras difíceis e seus significados

Palavras difíceis são geralmente as que não são utilizadas com frequência, que surgem principalmente
em contexto formal. Por esse motivo, parecem diferentes, ou mesmo estranhas. A sua dificuldade res-
peita ao seu significado, mas também ao ato de falar, ou seja, a forma correta de pronunciá-las.

Palavras Difíceis de Entender

1. Alvíssaras

Expressão de alegria por notícia recebida. Exemplo: Alvíssaras ao novo presidente!

2. Agnóstico

Aquele que não acredita em Deus e nem nega a sua existência. Exemplo: Ele dizia ser agnóstico, até
que, desesperado, se viu a pedir ajuda a Deus.

3. Beneplácito

Consentimento ou aprovação. Exemplo: Foram recebidos com o beneplácito da Assembleia.

4. Cuntatório

Em que há demora. Exemplo: Tenha paciência! Esse tipo de processo é cuntatório.

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ORTOGRAFIA

5. Desasnado

Que recebeu instrução, que desasnou. Exemplo: Depois de muita instrução, finalmente parece desas-
nado.

6. Empedernido

Aquele que não se deixa persuadir ou não se comove. Exemplo: É a tal ponto empedernido que nem
uma notícia dessas o comove.

7. Filaucioso

Presunçoso. Exemplo: Com seu ar filaucioso, disse que já sabia tudo aquilo.

8. Graçolar

Dizer graçolas ou brincadeiras. Exemplo: Apesar da sua condição, passa os dias a graçolar.

9. Horrípilo

Horripilante. Exemplo: O tom da sua voz é horrípilo!

10. Iconoclasta

Aquele que contesta a veneração de símbolos religiosos. Exemplo: Não faz sentido contar com um
iconoclasta para a restauração desse monumento religioso.

11. Inócuo

Inofensivo. Exemplo: Com a garantia de que qualquer reação seria inócua, aceitou experimentar.

12. Juvenelizante

Que rejuvenesce. Exemplo: Sinto-me muito melhor! O passeio foi realmente juvenelizante.

13. Kafkaesco

Que se assemelha às propostas de Kafka. Exemplo: A realidade transcendente presente nas obras
traduz o seu estilo kafkaesco.

14. Loquaz

Eloquente, aquele que fala muito. Exemplo: É admirável a maneira loquaz com que discursa à plateia.

15. Mendacioso

Aquele que mente. Exemplo: Ninguém seria capaz em acreditar num discurso tão mendacioso.

16. Nitidificar

Tornar nítido. Exemplo: Com mais esclarecimentos sobre o tema, conseguiremos nitidificar tudo o que
foi exposto.

17. Odiento

Que guarda ódio. Exemplo: Não chegará a lado nenhum com suas palavras odientas.

18. Prognóstico

Que indica previsão. Exemplo: O prognóstico do médico indicou sérias complicações no seu estado de
saúde.

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ORTOGRAFIA

19. Putrefato

Em estado de apodrecimento. Exemplo: Tempos depois da tragédia, foram encontrados vários animais
putrefatos.

20. Quimera

Sonho que não é possível realizar. Exemplo: Nesse momento, resolver esse problema seria uma ver-
dadeira quimera.

21. Recôndito

Oculto. Exemplo: Procurou um local recôndito e começou a chorar.

22. Sumidade

Aquele que se destaca pela erudição. Exemplo: O professor era uma sumidade em arte barroca.

23. Tergiversar

Fazer rodeios. Exemplo: Não tentem tergiversar porque já entendi muito bem o que tais candidatos
querem.

24. Ufanismo

Aquele que se orgulha de algo de forma exagerada. Exemplo: O ufanismo o faz encarar os problemas
com muita seriedade.

25. Vicissitude

Sucessão de mudanças. Exemplo: Dependerá não só de nós, mas das vicissitudes da vida.

26. Vitupério

Comportamento ofensivo. Exemplo: Jamais imaginaria que ele respondesse com vitupério.

27. Warrantagem

Garantia pelo título de crédito conhecido como warrant. Exemplo: Sugeriu a warrantagem como garan-
tia.

28. Xaropear

Aborrecer. Exemplo: O que meu colega de turma mais sabe fazer é xaropear com conversas sem sen-
tido.

29. Yanomami

Denominação de povo indígena que habita o Brasil e a Venezuela. Exemplo: Faz parte da cultura dos
Yanomamis usar vários tipos de corantes nas pinturas corporais.

30. Zoomórfico

Que apresenta forma de animal. Exemplo: Seu aspecto zoomórfico assusta qualquer um.

As maiores palavras da língua portuguesa

Essa é a maior palavra da língua portuguesa:

Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico

Não precisa contar. Ela tem 46 letras!

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ORTOGRAFIA

Além dessas há várias palavras difíceis de falar especialmente em virtude de sua extensão. Muitas
delas estão ligadas às área de Biologia e Química:

 Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, por exemplo, é uma doença. Tem 44 letras.

 Paraclorobenzilpirrolidinonetilbenzimidazol e Piperidinoetoxicarbometoxibenzofenona, com 43 e 37


letras, respectivamente, são nomes de substâncias.

 Hipopotomonstrosesquipedaliofobia também é o nome de uma doença e tem 33 letras.

 Anticonstitucionalissimamente é o maior de todos os advérbios. Tem 29 letras.

Perca ou Perda?

Perca é verbo, enquanto perda é substantivo. O uso incorreto de perca ou perda é um dos erros de
português mais frequentes. Isso acontece porque essas palavras são parônimas, o que quer dizer que
elas são parecidas tanto na grafia como na pronúncia, mas têm significados diferentes.

Se ambas as palavras existem, como sei quando usar cada uma delas? Pense no seu significado e
confira os exemplos:

1) Perca ou perda de tempo

 Não perca seu tempo com isso!

 Você vai ver como isso é uma perda de tempo.

2) Perca ou perda de peso

 Caso não perca peso, vamos ter que ser mais rigorosos com a tua alimentação.

 Pesquise sobre algo que possa te ajudar com a perda de peso.

3) Perca ou perda de memória

 Que eu perca minha memória, menos minha família.

 Há várias doenças que podem causar perda de memória.

4) Perca ou perda de um ente querido

 Que ele a perca quando não houver outra saída.

 A perda de alguém é muito dolorosa.

5) Sentimento de perca ou perda

 Perca esse sentimento que só faz mal a você.

 Ninguém sabe lidar bem com o sentimento de perda.

6) Perca ou perda de material

 Não perca os livros!

 A perda desse material seria irreparável.

7) Perda total ou perca total

 A seguradora considerou a perda total do veículo.

 É melhor que você perca o total interesse por esse rapaz.

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ORTOGRAFIA

8) Perca dos direitos ou perda dos direitos

 Espero que ela perca os direitos políticos.

 A perda dos direitos políticos é constitucional?

O mesmo acontece com as palavras perdas e percas:

 As perdas de alimentos são um desafio para a sociedade.

 Tomara que tu percas o jogo.

Erros de Português

Para você não errar mais, confira 40 dos maiores erros de português mais comuns que tiram a credibi-
lidade do seu texto. Se você prestar atenção, terá mais chance de gabaritar na prova de redação no
Enem e no Vestibular.

1. Precisa-se ou Precisam-se

Precisa-se de pessoas que lembrem: quando o “se” indica índice de indeterminação de sujeito, o verbo
é sempre conjugado na 3ª pessoa do singular, nunca do plural.

Por isso, "precisam-se" está errado!

2. Anexo, Anexa ou Em anexo

A dúvida anexa é um dos erros anexos mais comuns.

"Anexo" é um adjetivo, tal como bonita. Assim, foto bonita, foto anexa, certo? Foto em bonita, foto em
anexa? Não, não pode ser.

Então, "em anexo" está errado!

3. Você ou Voçê

Você tem que deixar de cometer este erro! O ç somente é usado antes das letras “a”, “o” e “u”, somen-
te essas, nunca antes do “e” e do “i”.

Não esqueça, "voçê" não existe!

Leia Uso do Ç.

Além da dúvida quanto à ortografia, esse pronome de tratamento também confunde na hora da crase.

4. A você ou À você

A você que não quer errar mais, dedico este ponto. A crase só existe quando o artigo “a” se une à pre-
posição “a”, o que não acontece neste caso.

A senhora, a vossa alteza, por exemplo, pode ser antecedidas por artigo “a”, mas “a você” não dá, não
é? Então, esqueça a crase! "À você" também não existe!

5. A ou Há

Daqui a pouco você não terá mais dúvidas, pois isto é muito fácil. Quando estiver falando do futuro
deve usar “a”, mas se estiver falando do passado, você usa o “há”.

Há pouco eu disse que você não teria mais dúvidas, não disse?

Leia Há ou A: quando usar?

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ORTOGRAFIA

6. Em vez de ou Ao invés de

“Em vez de” significa uma coisa no lugar de outra. “Ao invés de” tem o sentido de contrário.

Em vez de explicar, vamos ao exemplo, ao invés de deixar que as pessoas fiquem mais confusas.

7. Ao encontro de ou De encontro a

“Ao encontro de” tem o sentido de mesma direção. “De encontro a” significa direção contrária.

Espero que essa explicação vá ao encontro das suas expectativas. Se for de encontro, ficarei muito
aborrecido!

Leia Ao encontro de ou De encontro a: quando usar?

8. Medeia ou Media

Se você quer dizer que algo está no meio ou que é intermediário, ou seja, que ele "medeia", é assim
que deve falar.

Isso porque a conjugação do verbo mediar é: eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós
mediais, eles medeiam.

"Ele media" está errado!

9. Através de ou Por meio de

“Através de” carrega a ideia de atravessar. “Por meio de” indica o instrumento utilizado para determina-
do fim.

Através da janela posso ver o que o professor escreveu no quadro. É por meio dele que eu consigo
aprender alguma coisa.

10. A princípio ou Em princípio

“A princípio” é usado para expressar tempo inicial. “Em princípio” é sinônimo de “em tese”.

A princípio estavam confusos, mas em princípio todos parecem ter aprendido.

11. Senão ou Se não

“Senão” tem o mesmo sentido de “caso contrário”. “Se não” é uma expressão que impõe condição.

Se não aprender agora, ficarei desapontado. Senão podemos tentar de outra forma.

Como se não soubesse quais são as suas dúvidas… Mais um exemplo, senão não passamos para o
ponto n.º 12.

Leia Senão ou Se não: quando usar?

12. Onde ou Aonde

“Onde” indica a localização de algo. “Aonde” tem o mesmo sentido de “para onde”.

Onde estamos mesmo? No ponto n.º 12. E aonde vamos a seguir? Para o ponto n.º 13.

Leia Uso do Onde e Aonde.

13. Onde ou Em que

“Onde” e “em que” são usados quando fazemos referência a um lugar.

Quando não há referência a lugar somente “em que” deve ser utilizado.

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ORTOGRAFIA

Onde acaba esta conversa? Vamos arejar um pouco e terminar a aula ao ar livre. Lá (naquele lugar, ao
ar livre) terminaremos a nossa conversa sobre erros de português.

Sem tempo para conversar mais, aquele livro que indiquei em que há vários problemas gerais com a
língua, ajudará você em dúvidas futuras.

14. Ratificar ou Retificar

“Ratificar” é o mesmo que confirmar. “Retificar” é o mesmo que corrigir.

Ratifico que compreendo as suas dúvidas, mas a partir de agora você já consegue retificar algumas.

Conheça outros parônimos.

15. Entre mim e você ou Entre eu e você

Agora é entre mim e você: vamos acabar com essa dúvida de uma vez!

As preposições vem sempre seguidas de pronomes pessoais do caso oblíquo (mim, ti) e nunca de
pronomes pessoais do caso reto (eu, tu).

Isso quer dizer que "entre eu e você" está errado!

16. A fim ou Afim

“A fim” significa finalidade, enquanto “afim” indica semelhança.

A fim de você entender, leia isto com atenção. É este o nosso objetivo afim: esclarecer dúvidas e elimi-
nar erros de português.

Leia A fim ou Afim?

17. Tem ou Têm

A forma “tem” é a conjugação do verbo ter na 3.ª pessoa do singular. “Têm” é a conjugação do verbo
ter na 3.ª pessoa do plural.

Ele tem menos dúvidas agora. Eles têm mais chances de escrever melhor.

18. Assistir ao ou Assistir o

“Assistir ao” tem o sentido de ver. “Assistir o” significa dar assistência.

Assisto ao debate na sala de aula. De seguida, assisto os alunos com as dúvidas que discutiram.

19. A nível de ou Em nível de

“A nível de” tem o sentido de nivelar. “Em nível de” é o mesmo que “em termos de”.

Em nível de erros de português, prometo ajudar você a chegar a um nível que nunca tinha chegado
antes.

Leia Ao nível de ou Em nível de.

20. Chego ou Chegado

Se a dúvida é qual o particípio do verbo chegar, a resposta é "chegado": Como sempre, eu ti-
nha chegado atrasado.

É normal que você tenha essa dúvida, afinal há muitos verbos que têm mais do que uma forma
de particípio, a regular e a irregular. Por exemplo: aceitado e aceito, matado e morto, prendido e preso.

"Chego" é a conjugação do verbo chegar na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo: Eu sem-
pre chego atrasado.

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ORTOGRAFIA

21. Meio ou Meia

“Meio” significa um pouco. “Meia” é o mesmo que metade e como é um número fracionário, varia con-
forme o termo a que se refere.

Parece meio difícil, mas em menos de meia hora você não terá mais dúvidas sobre isso.

E não esqueça, o certo é meio-dia e meia! Porque meio concorda com “dia”, enquanto meia concorda
com “hora”.

22. Mal ou Mau

“Mal” é o contrário de bem. “Mau” é o contrário de bom.

Mal eu terminei de explicar e você já entendeu. Agora, vai ser muito mau se você voltar a cometer o
mesmo erro.

Leia Mal ou Mau?

23. À medida que ou Na medida em que

“À medida que” equivale à “à proporção que”. “Na medida em que” tem o sentido de “porque”.

À medida que o você aprende, fica mais descansado, na medida em que terá mais chances de passar
em qualquer concurso.

24. Mas ou Mais

"Mas" significa “porém”. "Mais" é o contrário de menos.

Vocês está ficando cada vez mais esperto, mas não pense que já sabe tudo. Ainda temos alguns pon-
tos pela frente.

Leia Mais ou Mas.

25. Perca ou perda

"Perca" é uma forma de conjugar o verbo perder. "Perda" é um substantivo, que é o contrário de “ga-
nho”.

Não perca tempo! Vamos a mais exemplos:

 Que eu perca tudo, menos a minha paciência. Afinal, essa seria uma grande perda.

 Perca o seu tempo como quiser. Estudar não é perda de tempo.

Leia Perca ou Perda?

26. Deu ou Deram tantas horas

"Deu" ou "deram" podem ser utilizados corretamente na indicação de horas. Tudo vai depender do
sujeito da oração.

Deu uma hora. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “uma hora”).
Deram duas horas. (certo. Neste caso o sujeito é “duas horas”).
O relógio deu três horas. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “o relógio”).
Deram quatro horas no meu relógio. (certo, “no meu relógio” indica lugar e não é o sujeito. Nesta ora-
ção o sujeito é “quatro horas”, com o qual o verbo está concordando).

27. Trás ou Traz

"Trás" indica posição, enquanto "traz" é uma conjugação do verbo trazer.

Não vá para trás. Os próximos pontos trazem mais dúvidas.

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ORTOGRAFIA

28. Obrigado ou Obrigada

Se quem agradece é do sexo masculino, deve usar sempre “Obrigado”. Se quem agradece é do sexo
feminino, deve usar sempre “Obrigada”.

“Obrigado”, dirá o aluno. “Obrigada”, dirá a aluna.

29. Descriminar ou Discriminar

“Descriminar” é sinônimo de descriminalizar, ou seja, absolver. “Discriminar” significa excluir ou classifi-


car conforme as características.

A partir de hoje, não vou mais descriminar os alunos do crime cometido contra a língua até agora. Eles
precisam entender que há muitas pessoas que discriminam as pessoas pelo fato de falarem errado.

30. Acerca de ou A cerca de

“Acerca de” significa “a respeito de”. “A cerca de” tem o sentido de “próximo”.

Nunca tínhamos falado acerca disto. Estamos a cerca de chegar dez pontos para terminar.

31. A meu ver ou Ao meu ver

É isso mesmo, tanto “a meu ver” como “ao meu ver” são expressões que podem usadas. No entanto,
“a meu ver” é mais aceita, por ser a mais clássica.

Ao meu ver isto ficou esclarecido. Mas, a meu ver, os gramáticos preferiam condenar uma das expres-
sões.

Então, "ao meu ver" não está errado, mas de preferência vamos usar "a meu ver".

32. Por hora ou Por ora

“Por hora” faz referência às horas. “Por ora” tem o mesmo sentido de que “por enquanto”.

Vamos nos dedicar a quatro erros de português por hora. Por ora, penso que conseguiremos nos orga-
nizar assim.

33. Vem, Vêm ou Veem

"Vem" e "vêm" são formas de conjugação do verbo vir. "Veem" é uma forma de conjugação do verbo
ver.

Ele vem às aulas com frequência. (3.ª pessoa do singular do verbo vir no presente do indicativo)
Eles também vêm. (3.ª pessoa do plural do verbo vir no presente do indicativo)
Eles veem o horário antes das aulas começarem. (3.ª pessoa do plural do verbo ver no presente do
indicativo)

34. Eminente ou Iminente

“Eminente” significa excelente. “Iminente” é algo que está prestes a acontecer.

Vocês são eminentes alunos. É iminente o ingresso de cada um de vocês na universidade.

35. Seção, Sessão ou Cessão

“Seção” é uma parte, “sessão” é a duração de algo, “cessão” é o mesmo que cedência, de ceder.

Nesta seção, vamos aprender algumas palavras homófonas. Esta sessão terá a duração de 45 minu-
tos. A cessão do material utilizado nas aulas será feita por e-mail.

Leia Sessão ou Seção.

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ORTOGRAFIA

36. Por que, Por quê, Porque ou Porquê

“Por que” e “Por quê” são usados quando se questiona algo. O que os diferencia é que com acento
vem sempre no fim das orações.

“Porque” é usado quando se responde ou explica o motivo de algo.

“Porquê” significa “motivo”.

Por que estamos falando sobre isso? Por quê?


Porque esta é uma dúvida frequente.
O porquê de estarmos falando sobre isso é que esta é a dúvida de muitos.

Leia Uso do Por que, Porquê, Por quê e Porque.

37. Embaixo ou Em baixo

“Embaixo” é um advérbio de lugar, tem o mesmo sentido que “debaixo” e é o antônimo de “em cima”.

“Em baixo” é um adjetivo, ou seja, é usado para indicar algo em altura inferior.

Embaixo há mais pontos que vão acabar de vez com as suas dúvidas. Se não estiver fácil de entender,
chame-me em baixo tom e eu vou até sua mesa.

Leia Embaixo ou Em Baixo?

38. Ainda assim ou Ainda sim

Isto é fácil, ainda assim vou explicar.

“Ainda assim” é uma conjunção adversativa, ou seja, ela indica oposição ou compensação. Por isso
que eu disse que era fácil, apesar disso iria explicar.

Isso quer dizer que "ainda sim" está errado!

39. Chegar a ou Chegar em

De acordo com a norma culta, quando você chega, chega a algum lugar.

É muito comum ouvirmos “chegar em”. Isso até pode indicar que a língua se transforma com o tempo,
mas na dúvida, use sempre “chegar a”.

40. Viagem ou Viajem

Viagem (com G) é substantivo. Viajem (com J) é a conjugação do verbo viajar na 3.ª pessoa do plural
do presente do subjuntivo (Que eles viajem) ou o seu imperativo (Viajem eles).

Aprender é uma viagem, mas não se distraía muito para que os alunos não viajem nos seus pensa-
mentos.

Acerca ou A Cerca

O “acerca” escrito junto, e o “a cerca” escrito separado, são termos utilizados em diferentes contextos.
Por isso, causam muita confusão na hora de escrever um texto. Para acabar com a dúvida, confira
abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.

Acerca

Acerca, escrito junto, é um advérbio que significa que algo está próximo. É muito comum ser utilizado
com a preposição “de”, formando assim uma locução prepositiva: acerca de.

Nesse caso, é utilizado com o significado de sobre, a respeito de, com relação a, relativamente a, etc.

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

Nossa opinião acerca do tema é que tais ações são de extrema importância.
Naquela noite, discutimos acerca da nossa relação.

Obs: O termo "acercar" é um verbo transitivo e pronominal que significa aproximação, por exemplo:
Estamos nos acercando da propriedade.

A Cerca

A cerca, escrito separado, significa “aproximado” sendo sinônimo do advérbio “perto”. É formado pelo
artigo “a” e o substantivo “cerca”. Geralmente, esse termo vem acompanhado com a preposição “de”.

Exemplo: Estamos a cerca de 15 km de São Paulo.

Obs: quando utilizamos a expressão “cerca de” significa “aproximadamente”, por exemplo:

Cerca de quinhentas pessoas morreram no acidente de avião.


Cerca de dez mil pessoas estavam na passeata.
A campanha forneceu cerca de dez quilos de alimentos.

E o Há Cerca?

Nesse caso, o “há”, forma conjugada do verbo haver, é utilizado com o significado de existir e indica
tempo decorrido. A expressão “há cerca de” significa, portanto, “faz aproximadamente”.

Exemplos:

Há cerca de um mês que estamos esperando a consulta.


Há cerca de duzentos livros para doar.
Conversei com Sabrina há cerca de dois meses.

Obs: Note que “a cerca de” faz referência à distância e “há cerca de” ao tempo.

Abaixo ou A Baixo?

Os termos "abaixo", escrito junto, e "a baixo", escrito separado, costumam confundir quando vamos
escrever um texto.No entanto, eles são usados em contextos diferentes. Para que você não erre mais,
confira abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.

Abaixo

O termo "abaixo', escrito junto, faz referência a algo que esteja numa posição inferior. Portanto, essa
palavra é sinônima de "embaixo", "debaixo", "sob", "por baixo", etc.

Embora seja mais utilizada como advérbio de lugar, esse vocábulo também é utilizado em situações
que envolvem interjeições.

Exemplos:

Abaixo a Ditadura!
Veja abaixo um exercício sobre o tema da aula.
Na lista de convocados, seu nome está abaixo do meu.
Nesse semestre suas notas estão abaixo da média da classe.
Fizemos um abaixo-assinado para retirar o professor da disciplina.

Obs: Note que o termo “abaixo-assinado” leva hífen quando se trata da petição que reúne diversas
assinaturas.

Por outro lado, se ele está sendo usado para indicar a pessoa que assina o documento é escrito sem o
hífen:

Tomás Souza, abaixo assinado, foi o responsável por esse abaixo-assinado.

Atenção!

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ORTOGRAFIA

Há muitos casos em que o termo “abaixo” acompanha o verbo “seguir”. A dúvida é se o verbo é escrito
no singular ou plural.

Em todos os casos, o verbo concorda com o sujeito. Ou seja, se o sujeito estiver no plural, o verbo
também ficará no plural. Do contrário, se ele estiver no singular, o verbo também será escrito no singu-
lar.

Exemplos:

Segue abaixo a foto do evento.


Segue abaixo a lista de formandos.
Seguem abaixo os documentos para matrícula.
Seguem abaixo os dados necessários para inscrição no curso.

A Baixo

Já a expressão “a baixo”, escrito separado, é sinônima de “de baixo”, “para baixo” ou “até embaixo” e
antônima de “do alto” ou “de cima”. Esse termo é formado pela preposição “a” mais o adjetivo “baixo”.

Quando utilizado em contraposição as expressões antônimas, ele desempenha o papel de locução


adverbial, por exemplo: “de alto a baixo” ou “de cima a baixo”.

Exemplos:

Quando entrei na loja, José me olhou de cima a baixo.


Naquela tarde, o gato rasgou a cortina de cima a baixo.
Temos que lavar as janelas do alto a baixo desse prédio.
Neusa observou o candidato de alto a baixo.
Roupas e calçados a baixo preço.

Obs: O termo “a baixo” não leva crase.

Enfim ou Em Fim?

O “enfim”, escrito junto, e o “em fim”, escrito separado, costumam confundir muito quando vamos es-
crever um texto. Eles têm significados diferentes e, portanto, devem ser usados em contextos distintos.

Saiba aqui como se escreve e quando você deve usar cada um deles. Confira abaixo as regras, usos e
exemplos.

Enfim

“Enfim”, escrito junto e com “n” depois do “e”, é um termo sinônimo de finalmente, por fim, afinal, etc.

Trata-se de um advérbio de tempo que é também utilizado com sentido de que algo está concluído: em
síntese, em conclusão, em suma, etc..

Exemplos:

Enfim sós!
Após tantas dificuldades, enfim poderemos comprar o carro.
Enfim poderei ver Maciel nesse final de semana.
Após tantas provas, podemos enfim viajar.

Atenção!

A expressão “En fim”, escrito separado e com “n” depois do “e”, não existe na língua portuguesa.
Exemplo: Até que enfim você chegou!

Em Fim

O “em fim”, escrito separado, é utilizado com o sentido de “no final de” ou “no fim de”. Portanto, essa
expressão indica o fim próximo ou mesmo o término de algo.

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ORTOGRAFIA

Trata-se de uma locução adverbial de tempo, ou seja, que desempenha o papel de advérbio na frase.
Ela é formada pela preposição “em” mais o substantivo “fim”.

Exemplos:

Roberto trabalhou 25 anos e está em fim de carreira.


Vitória está no hospital em fim de vida.
Quando estamos em fim de uma prova, queremos sair logo.
Juliana é uma grávida em fim de tempo.

Acima ou A Cima?

O termo “acima” e a locução “a cima” possuem o mesmo som, no entanto, são utilizadas em contextos
diferentes. Por isso, causam grande confusão quando temos que escrever um texto.Para que você
aprenda de uma vez por todas a usá-las corretamente, confira abaixo dicas com as regras, os usos e
alguns exemplos.

Acima

A palavra “acima”, escrito junta, é um advérbio de lugar e antônima de “abaixo”. Assim, ela é emprega-
da com o sentido de que algo está num local elevado, ou seja, localizado numa posição superior.

Exemplos:

Hoje eu estacionei o carro mais acima.


Vi seu nome mais acima na lista de convocados.
Nosso apartamento está acima do seu.
Essa cidade está acima do nível do mar.
Para entender melhor a matéria, confira os exemplos acima.

Obs: Uma dica para saber se o termo está sendo utilizado corretamente é trocá-lo por seu antônimo:
Estacionei o carro mais abaixo.

Fique Atento!

A expressão “acima de” é uma locução prepositiva muito utilizada, por exemplo: Suas médias es-
tão acima de qualquer um da sala.

A Cima

O termo “a cima”, escrito separado, é sinônimo de “para cima” e antônimo de “de baixo” ou “para baixo”
e não leva crase.

Ele significa que algo está no alto ou no topo sendo formado pela preposição “a” mais o substantivo
“cima”.

Exemplo:

Fiquei muito nervosa pois quando entrei na sala ela me olhou de baixo a cima.
Antes de comprar a casa José verificou tudo de baixo a cima.
Levamos quatro horas para subir a montanha de baixo a cima.
Resolvemos correr na ladeira de baixo a cima.
O elevador subiu de baixo a cima em poucos segundos.

Obs: uma dica para saber se você está utilizando o termo corretamente é trocar pelo seu sinônimo
“para cima”: o elevador subiu de baixo para cima em poucos segundos.

Fique Atento!

A expressão “de cima” é uma locução adverbial. Já as expressões “para cima de”, “por cima de” ou “em
cima de” são locuções prepositivas.

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

Mauro estava olhando de cima do prédio.


O gato pulou para cima da pia rapidamente.
Sua ambição passa por cima de qualquer pessoa.
Meu cachorro ficou em cima de mim a tarde toda.

Sob ou Sobre?

O “sob” e o “sobre” são duas preposições essenciais que causam muita confusão na hora de escrever
um texto.Isso porque elas são palavras parônimas, uma vez que são muito semelhantes na pronúncia
e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.

Sendo assim, o sob e o sobre são termos antônimos, ou seja, o significado de uma é o contrário da
outra.

Lembre-se que preposição é uma palavra invariável utilizada para ligar dois termos numa oração. Con-
fira aqui o significado, usos e exemplos de cada uma delas.

Sob

O sob é uma preposição utilizada com o sentido de “embaixo de”, “por baixo de” e “debaixo de”. Ou
seja, faz referência a algo que esteja numa posição inferior.

Além disso, ela pode ser usada com o sentido de “condição” ou “em estado de”.

Exemplos:

Passamos sob a ponte essa tarde.


Não consigo trabalhar sob pressão.
A loja de móveis está sob nova direção.
O garoto está sob minha responsabilidade.
A situação dela está sob controle.

Sobre

O “sobre” é uma preposição utilizada como sinônimo de “em cima de”, “por cima de” e “acima de”. Ou
seja, ela faz referência a algo que esteja numa posição superior.

Esse termo também pode ser utilizado com o sentido de “acerca de”, “em relação à” e “a respeito de”.

Exemplos:

Deixei meus óculos sobre a mesa da sala.


Nunca deixe o celular sobre a pia da cozinha.
Enquanto o cachorro ladrava, o gato permaneceu sobre o muro.
A aula de hoje é sobre animais peçonhentos.
Falamos a tarde toda sobre nossa infância.

Debaixo ou De Baixo?

"Debaixo" e "de baixo" são dois termos utilizados em situações diferentes. A grande confusão na hora
de escrever é porque essas palavras possuem o mesmo som. Portanto, confira aqui as principais re-
gras, usos e exemplos sobre cada um desses vocábulos.

Debaixo

A palavra “debaixo”, escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está localizado na par-
te inferior em relação à outra coisa.

Assim, ela é sinônimo de embaixo, abaixo, sob, por dentro; e antônimo de em cima ou acima. Na maior
parte das vezes, esse advérbio vem acompanhado de uma proposição formando assim, uma locução
adverbial: debaixo de.

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

João estava debaixo do viaduto esperando a chuva passar.


As chaves estavam debaixo da almofada.
Encontrei uma barata debaixo do tapete.
O mendigo mora debaixo da ponte.
Encontrei seu gorro debaixo da bolsa.

Obs: Geralmente o termo “debaixo” pode ser substituído pela preposição “sob”. Dessa forma, você
pode substituí-la na frase para confirmar se o termo que está usando é o correto. Assim, se a sentença
estiver coerente o termo utilizado está certo.

Exemplo: As chaves estavam sob a almofada. (debaixo da almofada)

De Baixo

Quando é escrito de maneira separada, esse termo exerce a função de adjetivo de modo que qualifica
o substantivo na frase. A palavra “de baixo” é formada pela preposição “de” mais o adjetivo “baixo”.

Exemplos:

Nossa conversa foi de baixo nível.


Eu acho que Tarcísio é um homem de baixo caráter.
Toda a entrevista esteve permeada por palavras de baixo calão.
Quando cheguei na reunião, Carolina olhou de baixo a cima.
Nosso apartamento fica no andar de baixo.

Obs: Uma dica é substituir a palavra por “sob” e se a sentença não fizer sentido, o termo correto é “de-
baixo”.

Embaixo ou Em Baixo?

Os termos “embaixo”, escrito junto, e “em baixo”, escrito separado, são duas palavras que possuem o
mesmo som, porém grafias diferentes. Além disso, são utilizadas em situações distintas.

Ambas causam muita confusão quando temos que escrever uma redação. Portanto, aprenda de uma
vez por todas a usá-las corretamente conferindo abaixo seus significados, regras, usos e exemplos.

Embaixo

A palavra "embaixo", escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está numa posição
inferior em relação a outra coisa.

Ela é sinônimo de abaixo, debaixo, sob, por baixo e antônimo de em cima, acima e sobre.

Além disso, é comum esse termo vir acompanhado de uma preposição, formado assim, uma locução
adverbial, por exemplo: embaixo de.

Exemplos:

Eu deixei a bolsa embaixo da escada.


Os livros estão embaixo da escrivaninha.
Durante a brincadeira, as crianças se esconderam embaixo da mesa.
Vá até em casa e pegue as chaves que deixei embaixo do tapete.
Passei o dia todo embaixo dos cobertores.

Obs: uma maneira de saber se está utilizando o termo correto, é trocar na frase pelo seu antônimo.
Exemplo: Os livros estão em cima da mesa.

Em Baixo

Quando escrito de forma separada o termo “em baixo” desempenha a função de adjetivo na sentença.
Ou seja, nesse caso, ele qualifica um substantivo:

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

Durante a aula falem com a voz em baixo tom.


A pintura do artista é em baixo relevo.
Nesse trecho é melhor dirigir em baixa velocidade.
Nessa opção a câmera fica em baixo contraste.
Na entrevista a conversa foi em baixo calão.

Você sabia?

No português falado em Portugal o termo escrito separado “em baixo” é utilizado como advérbio de
lugar: "Estou em baixo do toldo te esperando".

Trás ou Traz?

O “trás” e o “traz” são dois termos homófonos, ou seja, que possuem o mesmo som, porém grafias
diferentes.

Por esse motivo, esses monossílabos tônicos causam muita confusão quando vamos escrever um
texto.

Portanto, confira aqui as principais regras, usos e exemplos dessas palavras.

Trás

O trás com “s” e acento agudo é uma palavra que significa na parte traseira, sendo utilizada como si-
nônima de atrás, detrás, após, etc.

Esse termo sempre vem sempre precedido por uma preposição e, nesse caso, desempenha o papel de
um advérbio de lugar formando uma locução adverbial.

Exemplos:

Não olhe para trás enquanto dirige.


Depois da bronca, ele não saiu de trás da cortina.
Com certeza existe muita coisa por trás desse caso político.

Obs: A palavra “atrás” é grafada com “s” no final e, portanto, o termo “atraz” está incorreto.

Traz

O traz com “z” é uma forma verbal do verbo trazer que significa transportar, levar, conduzir, encami-
nhar, ocasionar, oferecer, etc.

Essa forma é conjugada na terceira pessoa do singular do indicativo (ele/ela traz) e ainda, na segunda
pessoa do singular do imperativo (traz tu).

Exemplos:

Todos os dias Joana traz sua marmita.


Dinheiro não traz felicidade.
Traz o guarda-chuva pois está chovendo.

Obs: uma dica para verificar se o uso desse termo está correto é substituindo por verbos relacionados,
por exemplo, o levar:

Todos os dias Joana leva sua marmita.

Assim, se a sentença estiver coerente, você está usando o termo corretamente. Do contrário, você
deve utilizar o advérbio de lugar “trás”.

Encima ou Em Cima?

"Encima" junto e "em cima" separado são duas palavras homófonas que apresentam sonoridade igual,
porém grafias diferentes.

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ORTOGRAFIA

Confira aqui o significado de cada uma para você não ficar mais na dúvida de quando usar cada uma
delas.

Encima

O termo “encima”, escrito junto e com “n” representa uma forma verbal do verbo encimar. Esse verbo,
pouco utilizado pelos falantes da língua, significa colocar sobre algo, sendo sinônimo de elevar, coroar,
etc.

Ele é conjugado na terceira pessoa do singular (ele/ela encima) do indicativo ou na segunda pessoa do
singular do imperativo (encima tu).

Exemplos:

A estrela de Belém encima a árvore de natal.


Essa árvore encima o monte.
O chapéu encima a cabeça da presidente.

Em Cima

Já o termo “em cima” escrito separado é o antônimo de embaixo. Numa frase ela exerce a função de
locução adverbial de lugar.

Portanto, utilizamos essa palavra para nos referir a algo que está numa posição elevada em relação a
outra coisa.

Exemplos:

O bebê está em cima da cama.


Pegue o açúcar em cima da mesa.
Eu deixei as chaves em cima da cômoda.

Curiosidade

Utilizamos frequentemente na linguagem coloquial (informal) a expressão “dar em cima”. Ela faz refe-
rência quando alguém está cortejando ou interessado numa pessoa.

Exemplo: Na festa de sábado vimos o Felipe dando em cima da Camila.

Acento Agudo

O acento agudo (´) é um sinal gráfico utilizado em todas as vogais da língua: a, e, i, o, u.

Eles marcam a sílaba tônica (mais forte) de uma palavra e, portanto, são utilizados nas vogais abertas
e semiabertas.

Além do acento agudo, o mais utilizado na nossa língua, há também o circunflexo (^) e o grave (`), esse
último chamado de crase.

Regras

O acento agudo é utilizado:

Nas vogais tônicas abertas e semiabertas “a”, “e” e “o”, por exemplo:

 sofá

 estádio

 átomo

 réptil

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ORTOGRAFIA

 sintético

 parabéns

 sólido

 ótica

 dominó

Nas vogais tônicas “i” e “u”, por exemplo:

 íngreme

 almíscar

 líquen

 útil

 inútil

 úmido

Novo Acordo Ortográfico

Com a implementação do Novo Acordo Ortográfico (2009), algumas palavras paroxítonas perderam o
acento agudo.

Palavras homógrafas

 Para

 Polo

Antes do Acordo eram grafadas da seguinte maneira:

 Pára

 Pólo

Ditongos abertos “oi” e “ei”

 Heroico

 Jiboia

 Paranoia

 Assembleia

 Ideia

Antes do Acordo elas eram acentuadas:

 Heróico

 Jibóia

 Paranóia

 Assembléia

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ORTOGRAFIA

 Idéia

Obs: Segundo o Novo Acordo Ortográfico o acento agudo permanece nos monossílabos tônicos e nas
palavras oxítonas com ditongos abertos “éi”, “éu” ou “oi”:

Exemplos:

 anéis

 decibéis

 chapéu

 ilhéus

 herói

 remóis

Palavras com Acento Agudo

Confira abaixo algumas palavras que levam o acento agudo:

Palavras Oxítonas: última sílaba é a tônica.

 Sofá

 Olá

 Chalé

 Café

 Açaí

 Piauí

 Avó

 Paletó

 Baú

 Grajaú

Palavras Paroxítonas: a penúltima sílaba é a tônica.

 Cadáver

 Amável

 Réptil

 Éden

 Ímpar

 Vírus

 Dócil

 Fóssil

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ORTOGRAFIA

 Lúmen

 Túnel

Palavras Proparoxítonas: a antepenúltima sílaba é a tônica.

 Árabe

 Cálice

 Exército

 Espécie

 Líquido

 Míope

 Próximo

 Cleópatra

 Rústico

 Músico

Atenção!

Algumas palavras iguais escritas com e sem acento agudo, são utilizadas em contextos diferentes.

Exemplos:

Hoje foi o término do nosso namoro


Se continuar assim, eu termino com ele.

Recebo um auxílio moradia todos os meses.


Eu auxilio minha irmã caçula nas tarefas de casa.

Acento Circunflexo

O acento circunflexo (^) é um tipo de notação léxica utilizado nas vogais tônicas semifechadas: “a”, “e”
e “o”.

No português as semivogais “i” e “u” nunca levam esse tipo de acento. Além do circunflexo, temos o
acento agudo (´) e o grave (`)

Regras e Usos

O acento circunflexo é geralmente usado nas vogais fechadas /â/, /ê/ e /ô/ e nas vogais nasais que
aparecem nos dígrafos “âm”, “ân”, “êm”, “ên’, “ôm” e “ôn”.

Exemplos:

 Importância

 Êxito

 Metrô

 Âmbito

 Discrepância

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ORTOGRAFIA

 Efêmero

 Essência

 Nômade

 Antagônico

O Circunflexo e o Novo Acordo Ortográfico

No Novo Acordo Ortográfico (2009) algumas palavras que recebiam o acento circunflexo foram altera-
das. Portanto, fique atento às novas regras para não errar na hora da escrita.

Nas palavras paroxítonas que possuem o ditongo “ee” e “oo”, o circunflexo foi abolido:

 Leem

 Deem

 Creem

 Abençoo

 Enjoo

 Voo

Você deve lembrar que antes do acordo, a primeira vogal igual levava o acento circunflexo. Sendo as-
sim, elas eram escritas da seguinte maneira:

 Lêem

 Dêem

 Crêem

 Abençôo

 Enjôo

 Vôo

Nas palavras paroxítonas homógrafas (mesma grafia) o acento circunflexo era mantido para diferenciar
uma da outra, por exemplo:

Pêlo
Pêra

No entanto, depois do acordo essas palavras são grafadas da seguinte maneira:

Pelo: pode significar “por onde” ou “revestimento corporal”.

Exemplo:

Nádia sempre vai pelo mesmo caminho.


Zulmira tem muito pelo no braço.

Pera: pode ser o substantivo fruta ou pelo no queixo (barba ou barbicha).

Exemplo:

Ontem comemos uma pera deliciosa.


Eu gostei da pera no queixo do Ismael.

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ORTOGRAFIA

 Por outro lado, alguns acentos circunflexos foram mantidos:

 Pôr

 Pôde

 Têm

 Vêm

Curiosidade: Você sabia?

O acento circunflexo é mais usado no português do Brasil do que no de Portugal.

Portanto, segundo o Novo Acordo Ortográfico, algumas palavras podem ser escritas de duas maneiras:

Português do Brasil Português de Portugal


Bebê Bebé
Purê Puré
Bônus Bónus
Fêmur Fémur
Patrimônio Património
Antônimo Antónimo
Sinônimo Sinónimo
Antônio António
Fenômeno Fenómeno
Gênero Género

Palavras com Acento Circunflexo

Confira abaixo alguns exemplos de palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas que levam acento
circunflexo:

Palavras Oxítonas

Palavras terminadas com vogal “e”:

 Purê

 Bebê

 Nenê

 Caratê

Palavras terminadas com vogal “o”:

 Robô

 Avô

 Pôs

 Pôr

Palavras terminadas no ditongo nasal “em”:

 Advêm

 Convêm

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ORTOGRAFIA

 Detêm

 Retêm

Palavras Paroxítonas

Palavras terminadas com as consoantes “l”, “n”, “r”, “x”:

 Têxtil

 Plâncton

 Câncer

 Fênix

Palavras terminadas em “ão (s)”, “ei (s)” ou “us”:

 Zângão

 Escrevêsseis

 Tônus

Palavras Proparoxítonas

Palavras terminadas em vogais “a”, “e” e “o”, seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”:

 Cânfora

 Lâmpada

 Amêndoa

 Amazônia

 Mântua

 Tênue

 Gêmeo

 Gênio

 Cômodo

 Acadêmico

Curiosidade

Algumas palavras escritas com e sem acento circunflexo são utilizadas em contextos diferentes.

Exemplo:

O Japão possui grande influência na economia mundial.


O Japão influencia muitos países do mundo.

E o Acento Agudo?

O acento agudo (´) é utilizado nas vogais abertas “a”, “e”, “o” e nas semivogais “i” e “u”. Além disso,
vogais nasais representadas por alguns dígrafos (ín, ím, ún, e úm) também levam o acento agudo.
Confira alguns exemplos abaixo:

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ORTOGRAFIA

 Sofá

 Café

 Jiló

 Ídolo

 Útil

 Índio

 Ímpio

 Único

 Úmero

Há ou A?

“Há” e “A” são dois termos que geram muita confusão para os utilizadores da língua. Isso porque am-
bas possuem o mesmo som, porém apresentam grafias diferentes.

Aqui você vai encontrar explicações e exemplos de quando você deve usar cada uma delas.

Com o “h” o “há” representa uma forma do verbo haver. Assim, podemos utilizar o “há” quando o verbo
haver é impessoal (sem sujeito) e possui o sentido de “existir”.

Essa forma verbal é conjugada na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.

Há muitas pessoas no mundo.


Existem muitas pessoas no mundo.

Obs: Mesmo que a frase esteja no plural, o “há” permanece no singular.

Há muito erro nessa prova.


Há muitos erros nessa prova.

Também utilizamos o “há” em frases que expressam tempo passado e, nesse caso, pode ser substituí-
do pelo verbo “fazer” ou “ter”.

Há muitos anos que não vejo o Miguel.


Faz muitos anos que não vejo o Miguel.

Há muito tempo que não comia doces.


Tem muito tempo que não comia doces.

É muito comum usarmos esse termo com a palavra “atrás”, por exemplo:

Estive nos Estados Unidos há um ano atrás.

Como o “há” pode ser utilizado para fazer referência a algo que ocorreu no passado, fica redundante
colocar esse vocábulo na mesma sentença.

Portanto, o correto seria:

Estive nos Estados Unidos há um ano.

Curiosidade

Existe também outra forma que tem o mesmo som do “há”: ah!

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ORTOGRAFIA

Nesse caso, ele é usado como interjeição, ou seja, quando expressa emoção ou sentimento.

Ah! Que bom te ver por aqui!

O “a” é um artigo definido utilizado antes de substantivos e diferente do “há” que indica um tempo pas-
sado, esse é utilizado para falar de uma ação futura.

Além disso, ele é empregado quando estamos nos referindo a distância.

Daqui a três anos irei para a Inglaterra.


Estamos morando a cinco quilômetros do metrô.

E o “À” e o “Á”?

Além do “a” sem acento, temos mais duas formas acentuadas que surgem dúvidas quando utilizadas.

O “à” representa a união e contração de duas vogais: o artigo definido “a” e a preposição “a” marcada
pelo acento grave: à (a+a). Nesse caso, é chamada de “crase”.

Veja abaixo algumas regras para o uso da crase.

1. Empregada antes de alguns verbos que indiquem destino: ir, vir, voltar, etc.

Semana que vem vou à Europa.

2. Utilizada antes de palavras femininas. Por sua vez, antes de palavras masculinas não se utiliza a
crase.

Fomos à praia esse final de semana.

3. Empregada nos pronomes demonstrativos: àquele, àquilo e àquela.

Não devemos voltar àquele lugar no verão.

4. Usada em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas tais como: à medida que, às pressas, às
vezes, à tarde, à noite, etc.

Saímos à tarde para comprar roupas.

Já o “á” com acento agudo não é utilizado isoladamente, ou seja, sozinho esse termo não existe. Ele é
empregado na sílaba tônica (mais forte) de uma palavra.

No entanto, existem diversas regras de acentuação que você deve conhecer para utilizá-la corretamen-
te. Veja alguns exemplos de palavras com “á”.

Sofá
Água
Fácil
Árvore
Lápis

Mais ou Mas?

O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em contex-
tos distintos. Aprenda aqui a diferença entre elas.

Mais

A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento da
quantidade de algo.

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ORTOGRAFIA

Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na frase,
o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção.

Exemplos:

Quero ir mais vezes para a Europa.


Hoje vivemos num mundo melhor e mais justo.
Jonatas foi à festa com seu amigo mais sua namorada.

Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu antônimo “me-
nos”.

Mas

A palavra “mas” pode desempenhar o papel de substantivo, conjunção ou advérbio.

Como substantivo, o “mas” está associado a algum defeito, por exemplo:

Nem mas, nem meio mas, faça já seus deveres de casa.

Como conjunção adversativa, o “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia contrária a que
foi dita anteriormente:

Sou muito calmo, mas estou muito nervoso agora.

Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que, etc.

Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação, por exemplo:

Ela é muito dedicada, mas tão dedicada, que trabalhou anos vendendo doces.

Obs: a palavra "más" com acento é o plural de "mal", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por
exemplo: Nesse semetre suas notas estão muito más.

Senão ou Se não?

"Senão" ou "se não" são dois termos que possuem o mesmo som, no entanto, são utilizados em situa-
ções diferentes. Aprenda de uma vez por todas a usá-los corretamente.

Senão

Quando esse termo é escrito junto, ele geralmente significa “do contrário”, “caso contrário”, “a não ser”.

Exemplo:

Tenho que ir à aula, senão perderei os comentários do professor.


Tenho que ir à aula, caso contrário perderei os comentários do professor.

No entanto, dependendo de sua função na frase, essa palavra pode desempenhar o papel de substan-
tivo, conjunção ou preposição.

Quando é substantivo significa um problema, falha ou algo com defeito.

Talita tem apenas um senão, é muito impulsiva.


Talita tem apenas um defeito, é muito impulsiva

Quando é conjunção significa algo negativo, e pode ser substituído por “do contrário”, “caso contrário”,
“de outro modo (maneira)”, etc.

Nesse caso, o termo pode desempenhar o papel de uma conjunção alternativa ou conjunção adversati-
va.

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ORTOGRAFIA

Conjunção Alternativa

Não podemos sair, senão perdemos a apresentação.


Não podemos sair, caso contrário perdemos a apresentação.

Conjunção Adversativa

Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, senão pelas bodas de casamento.
Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, mas pelas bodas de casamento

Quando é preposição significa uma exceção, e pode ser substituído por: “exceto”, “com exceção de”,
“salvo”, “a menos que”.

Luana não comprou nada na feira, senão uma camiseta.


Luana não comprou nada na feira, exceto uma camiseta.

Se não

Já quando o termo é escrito separadamente ele dá a ideia de “caso não”. Portanto, para saber qual
palavra usar você deve substituir na frase e analisar se continua coerente.

Essa expressão é formada pela conjunção "se" e o advérbio "não".

Exemplo:

Se não chegar a tempo da aula, perderei a prova


Caso não chegue a tempo da aula, perderei a prova

A fim ou Afim?

A fim ou afim são dois termos que causam muita confusão nos usuários da língua. Usar esse termo
junto ou separado pode afetar o entendimento do texto.

Enquanto o primeiro é parte de uma locução, o segundo é um adjetivo. Portanto, vale saber qual o
proposito para que você não erre mais.

A fim

O termo quando usado separado faz parte de uma locução prepositiva “a fim de”. Nesse caso, ela tem
o significado de finalidade. Ou seja, apresenta uma intenção, um objetivo, um intuito ou um propósito.

Exemplo: A fim de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Para visualizar melhor, podemos perceber que no exemplo acima se trocarmos o “a fim de” por outros
termos, a frase tem o mesmo significado:

Com o propósito de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Com o intuito de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Com o objetivo de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Com a finalidade de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Com a intenção de discutir temas da atualidade, a professora chamou um especialista.

Obs: É comum usarmos esse termo para nos referirmos a algo que nos agrade, que temos vontade ou
mesmo quando estamos interessados em alguém.

Nesse caso, ele acompanha o verbo "estar": estar afim de alguém; estar afim de algo, etc.

O Joel está a fim da Ana.

Eu estou a fim de ir à praia esse final de semana.

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ORTOGRAFIA

Importante destacar que esse termo é utilizado numa linguagem informal ou coloquial. Ou seja, não
devemos utilizá-la num texto formal, a não ser que seja esse mesmo o enfoque, por exemplo, na fala
de personagens.

Afim

Quando usamos esse termo junto ele pertence as classes gramaticais de substantivos e adjetivos.
Note que se usado no plural, o termo fica “afins” e não “afims”.

Como substantivo, o termo é sinônimo de afinidade, parentesco, aliado.

Irei convidar todos os familiares e afins.

Quando desempenha o papel de adjetivo na frase, ele significa igual, semelhante, próximo.

O espanhol é uma língua afim com o italiano. (semelhante)

São Paulo e Campinas são cidades afins. (próxima)

Mal ou Mau?

“Mal” e “mau” são duas palavras homófonas. Ou seja, elas são pronunciadas da mesma maneira, mas
escritas de maneiras diferentes.

Uma vez que possuem o mesmo som, elas costumam gerar muitas dúvidas para os utilizadores da
língua.

Diferenças e Exemplos

Mal

A palavra mal com “l” é antônima de bem. Portanto, para usá-la da forma correta basta lembrar qual
termo é seu contrário.

Exemplos:

 Estou me sentindo mal essa manhã. (Estou me sentido bem essa manhã)

 Fui muito mal no exame final. (Fui muito bem no exame final)

 Felipe nasceu para fazer o mal. (Felipe nasceu para fazer o bem)

Esse vocábulo pode ser um advérbio de modo, um substantivo e ainda, uma conjunção subordinativa
temporal.

Quando é advérbio, mal significa que algo foi realizado de maneira errada, por exemplo: Sofia se com-
portou mal na palestra.

Quando é substantivo, esse termo é sinônimo de doença, problema, angústia, tristeza ou sofrimento,
por exemplo: Todo o mal deve ser evitado.

Nesse caso, o artigo “o” colocado na frente do termo determina esse substantivo.

Quando é conjunção, mal significa “assim que; logo que; quando”, por exemplo: Malcheguei ao colégio,
os portões fecharam.

Mau

A palavra mau com “u” é antônimo de bom. Da mesma maneira que sua homófona, para usá-la da
forma correta basta lembrar a palavra que é contrária dela.

Em relação à classe gramatical, esse vocábulo é um adjetivo que qualifica seres e objetos.

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

 João é mau aluno. (João é bom aluno)

 Ele foi muito mau comigo. (Ele foi muito bom comigo)

 O chefe sempre estava de mau humor (O chefe sempre estava de bom humor)

Obs: Quando nos referimos à má disposição de alguém, o termo correto é mau humor.

Nesse caso, ele não é escrito com o hífen. Portanto, as palavras mau-humor, mal humor e mal-humor
estão escritas de maneira errada.

Por outro lado, devemos lembrar que quem tem mau humor é uma pessoa mal-humorada. Nesse caso,
utilizamos o mal com “l” visto que o contrário seria “bem-humorado”.

Além disso, de acordo com as regras de ortografia esses termos são separados por hífen.

Saiba mais sobre o Emprego do Hífen.

Demais ou De Mais

Demais é, na maior parte das vezes, advérbio de intensidade, mas também pode ser substantivo ou
adjetivo.

De mais também existe. É uma expressão que tem o sentido equivalente a “de menos”. E ademais,
existe ou não?

Demais

1. A palavra demais é empregada como advérbio de intensidade com o sentido de muito.

Exemplos:

 Ele serviu demais.

 Levantaram-se tarde demais.

 Molhou-se demais.

 Éramos crianças demais.

2. Demais também pode ser empregada como substantivo.

Exemplos:

 Coube aos demais absorver aquele acontecimento.

 Quanto aos demais, que se acostumem às novas regras.

 Os demais lavam o quintal.

 Servirei peixe aos demais.

3. Demais, finalmente, pode ser adjetivo ou pronome indefinido no sentido de "osoutros".

Exemplos:

 Os demais membros da família ainda não foram comunicados sobre o ocorrido.

 Por que eu tenho que ir com os demais alunos?

 Não quero ficar os demais livros.

 Os demais funcionários decidiram não fazer greve.

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ORTOGRAFIA

De Mais

A expressão "de mais" refere-se a um substantivo ou a um pronome e tem o sentido contrário de


"de menos".

Exemplos:

 Não vejo nada de mais nessa gravura.

 Aquele vestido não tinha nada de mais.

 Uns falam de mais, outros de menos.

 Acham que falei de mais?

Ademais

Ademais é um advérbio que tem o mesmo sentido de “além disso”.

Exemplos:

 Acho que você deveria aproveitar porque não está chovendo. Ademais, pode não ter tempo para sair
amanhã.

 Fazemos as compras hoje, ademais estamos perto do supermercado.

 Não tem com o que se preocupar, ademais, eu estou aqui para o que precisar.

 Fui mal atendida! Ademais, estava cheia de dores de cabeça.

Não erre mais!

 Demais = muito, os outros.

 De mais = “de menos”.

 Ademais = além disso.

Fonema e Letra

Fonema e Letra representam respetivamente sons (fala) e sinais gráficos (escrita).

Os fonemas são as unidades sonoras que compõem o discurso ou a fala e são representados entre
barras oblíquas.

As letras, por sua vez, são os sinais gráficos que tornam possível a escrita. Juntas de forma ordenada,
as letras constituem o alfabeto.

Exemplos:

coçar = 5 letras
/k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas

máximo = 6 letras
/m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas

acesso = 6 letras
/a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas

chute = 5 letras
/x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas

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ORTOGRAFIA

Classificação dos Fonemas

Os fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais.

Vogais

São sons que são emitidos sem obstáculos, somente pela boca (a, e, i , o, u), ou pela boca e pelas
fossas nasais (ã, ẽ, ĩ, õ, ũ).

Exemplos: pia, ando, cesto,quero, lente, li, lindo, sonho, avó, som, susto, untar.

Consoantes

As consoantes encontram obstáculos na sua passagem pela boca, por isso, precisam sempre do
acompanhamento das vogais.

Exemplos: base, deduzir, falar, pedaço, redigir, sintetizar.

Semivogais

As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que aparecem juntos com uma vogal formando uma sílaba. É
importante dizer que enquanto as vogais são essenciais na formação de sílabas, as semivogais não.

Exemplos: cárie, mau, rei, quatro, seita, venceu.

Diferença entre Fonema e Letra

Embora o número de fonemas e letras coincidam em muitas palavras, nem sempre essa equivalência
existe.

Letra G (fonemas /g/ e /j/).

Exemplos:
gole = 4 letras
/g/ /o/ /l/ /e/ = 4 fonemas

singelo = 7 letras
/s/ /ĩ/ /j/ /e/ /l/ /o/ = 6 fonemas

Letra H.

No início de palavras, a letra H não é fonema.

Exemplos:
harpa = 5 letras
/a/ /r/ /p/ /a/ = 4 fonemas

hoje = 4 letras
/o/ /j/ /e/ = 3 fonemas

Letras M e N

Quando tem função de nasalização, as letras M e N não são fonemas.

Exemplos:
campo = 5 letras
/k/ /ã/ /p/ /o/ = 4 fonemas

atento = 6 letras
/a/ /t/ /ẽ/ /t/ /o/ = 5 fonemas

navio = 5 letras
/n/ /a/ /v/ /i/ /o/ = 5 fonemas

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ORTOGRAFIA

Letra X (fonemas /s/, /z/, /ks/).

Exemplos:
sexto = 5 letras
/s/ /e/ s/ /t/ /o/ = 5 fonemas

exalar = 6 letras
/e/ /z/ /a/ /l/ /a/ /r/ = 6 fonemas

fixo = 4 letras
/f/ /i/ /k/ /s/ /o/ = 5 fonemas

Dígrafos

Além das letras acima, há ainda os dígrafos, por exemplo:

 ch chuva /x/ /u/ /v/ /a/

 nh arranhar /a/ /rr/ /a/ /nh/ /a/ /r/

 qu quindim /k/ /ĩ/ /d/ /ĩ/

 rr aborrecer /a/ /b/ /o/ /rr/ /e/ /c/ /e/ /r/

 sc nascer /n/ /a/ /c/ /e/ /r/

Emprego do Hífen

Aqui, de forma simples, você vai percorrer todas as regras para aprender de vez o Emprego do Hífen.

Esse é um dos temas contemplados no novo acordo ortográfico, onde é abordado em três das 21 ba-
ses que compõem esse documento.

Para começar, lembre-se que o hífen é usado para:

 Formar palavras compostas;

 Ligar pronomes oblíquos ao verbo;

 Separar sílabas, bem como na translineação das palavras.

Todas as Regras

Palavras compostas

1) Palavras compostas por justaposição (radicais que se juntam sem que haja alteração fonética).
Exemplos: couve-flor, ano-luz, arco-íris.

2) Nomes de lugares que se iniciam com grã, grão ou que sejam ligados por artigos.

Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Baía de Todos-os-Santos.


Outros nomes de lugares não levam hífen. Exceção: Guiné-Bissau.

3) Espécies Botânicas e Zoológicas. Exemplos: amor-perfeito, tamanduá-bandeira, pimenta-do-reino.

4) Bem e Mal. Palavras compostas cujo primeiro elemento são as palavras bem ou mal e os elementos
que se seguem se iniciam com a letra h ou com vogal. Exemplos: bem-humorado, bem-amado, mal-
assombrado.

Contudo, no caso do advérbio bem, há palavras cujos elementos se iniciam com consoante em que o
hífen é empregado, embora com o advérbio mal não sejam. Exemplos: bem-criado, mas malcriado.

5) Além, Aquém, Recém e Sem. Exemplos: além-fronteira, aquém-mar, recém-casado, sem-teto.

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ORTOGRAFIA

6) Encadeamentos Vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, rodovia Rio-Santo, austro-húngaro.

Hífen com Prefixos

1) Segundo elemento começa com a letra h. Exemplos: pré-história, super-homem, sobre-humano.

2) Segundo elemento começa com a vogal igual a que termina o primeiro elemento, ou prefixo. Exem-
plos: micro-ondas, auto-observação, semi-interno.
Exceção: com o prefixo co o hífen é dispensado, tal como em cooperante.

3) Circum e Pan. Quando o segundo elemento começa com vogal ou com as letras h, m ou n. Exem-
plos: circum-ambiente, pan-americano, pan-africanismo.

4) Hiper-, Inter- e Super-. Quando o segundo elemento começa com a letra r. Exemplos: hiper-
resistente, inter-relação, super-revista.

5) Ex-, Vice-. Exemplos: ex-mulher, vice-presidente, vice-prefeito.

6) Pós-, Pré- e Pró-. Quando são acentuados. Exemplos: pós-moderno, pré-escola, pró-europeu.

7) Sufixos de origem tupi-guarani. Exemplos: capim-açu, cajá-mirim, Embu-guaçu.

Pronomes Oblíquos

Ênclise e Mesóclise. Exemplos: amo-lhe, orgulho-me, orgulhar-me-ei.

O hífen é um sinal gráfico. Quer saber quais são os outros? Leia Notações Léxicas.

Ao Encontro de e De Encontro a

Ao Encontro de e De Encontro a são expressões opostas. Enquanto uma significa "a favor de" a outra
é justamente "contra alguma coisa".

Usadas no cotidiano, essas expressões podem confundir na hora da elaboração de um texto e, mesmo
em uma conversa informal.

Seu emprego incorreto pode não oferecer a ideia do que, de fato, o emissor gostaria de transmitir.

Não confunda!

 Ao encontro de = a favor de.

 De encontro a = contra alguma coisa.

Ao Encontro de

A expressão "ao encontro" é usada para reger a preposição "de" e significa "a favor de", "em direção
a", "de acordo com".

Exemplos:

 Aquele pensamento vai ao encontro do que eu esperava.

 Aquelas posições vão ao encontro de nossas necessidades.

 Ela foi ao encontro de respostas.

 Foram ao encontro das pessoas.

De Encontro a

A expressão "de encontro" é utilizada para reger a preposição "a" e significa "contra alguma coisa".

Exemplos:

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ORTOGRAFIA

 Aqueles projetos vão de encontro ao que planejávamos.

 A palestra foi de encontro às minhas expectativas.

 Os eixos ficaram de encontro ao asfalto.

 As tuas opiniões vão de encontro às minhas.

Sessão ou Seção

As palavras sessão e seção (ou secção) estão escritas corretamente. Apesar das grafias diferentes,
apresentam a mesma pronúncia, com excepção da palavra secção, cujo c é pronunciado.

Pelo fato de serem pronunciadas da mesma forma, mas serem escritas de forma diferente, são cha-
madas de palavras homófonas. Conforme a sua grafia, cada uma delas apresenta um significado dife-
rente.

Sessão: tempo de um encontro

É o tempo de uma reunião, um encontro, uma assembleia.

Exemplos:

1. Chegaremos atrasados à sessão do cinema.

2. Hoje, a sessão de fotos será no exterior.

3. A sessão de terapia está atrasada.

4. Os senadores reuniram-se em sessão extraordinária.

5. O presidente está a caminho da sessão solene.

6. Estava ansiosa pela primeira sessão de tatuagem.

Seção e Secção: divisão

É uma subdivisão, um segmento, repartição, parte de um todo.

Seção e secção têm, portanto, o mesmo significado, mas apresentam formas gráficas diferentes. No
Brasil, a forma mais comum é seção, enquanto em Portugal, é secção.

Ambas as formas são admitidas no Novo Acordo Ortográfico.

Exemplos:

1. Vamos publicar a matéria na secção (ou seção) de política.

2. Aquela moça trabalha na minha seção.

3. Mudei de estado, por isso, preciso saber qual a minha seção eleitoral.

4. Por favor, poderia me dizer onde é a secção (ou seção) dos livros infantis?

5. Lê somente a seção de esportes.

6. Procure isso na seção dos laticínios.

E Cessão?

Essa é mais uma palavra homófona que se junta à sessão ou seção.

Cessão é o ato de ceder, dar, renunciar.

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ORTOGRAFIA

Exemplos:

1. O cantor fez a cessão de seus direitos autorais.

2. A cessão do salão reduziu os custos da festa.

3. A ata contemplava a cessão de quotas da sociedade.

4. Credor e devedor nada sabiam sobre a cessão de crédito.

5. Por fim, a cessão de exploração foi acordada entre os advogados.

6. A cessão do material solicitado será feita amanhã pela manhã.

Uso do Onde e Aonde

Onde e Aonde são palavras que indicam lugar, mas que são usados em situações diferentes. Assim,
há dúvidas quanto ao seu emprego, as quais você não terá mais depois de ler este artigo.

Diferença entre Onde e Aonde

Para começar, vamos lembrar de uma coisa:

 Onde = ideia de permanência

 Aonde = ideia de movimento

Como usar

A palavra "onde" indica o lugar onde está ou em que se passa um acontecimento. Está ligada a verbos
que expressam permanência.

Exemplos:

 Onde ela está?

 Não sei onde começar a caminhada.

 Onde está o dinheiro?

Já a palavra "aonde" indica movimento ou aproximação e está ligada a verbos que expressam essa
ideia.

Exemplo:

 Aonde você quer ir?

 Aonde vai com tamanha pressa?

 Vamos aonde ele quiser ir.

Dica!

Substitua as palavras "aonde" ou "onde" por "para onde". Se fizer sentido, você deve utilizar a palavra
aonde.

Exemplos:

1) Para onde vamos? Faz sentido. É como dizer:


Aonde vamos?

Mas,

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ORTOGRAFIA

2) Para onde vamos parar? Não é possível. Assim, o correto é dizer:


Onde vamos parar?

Uso do S e do Z

As palavras em português podem ter o mesmo som e serem grafadas com letras diferentes. Uma
mesma letra também pode apresentar mais de um som. Esse é o caso das letras S, Z, Ç, SS e SC cujo
emprego depende não só do fonema correspondente, mas também da tradição na grafia, na oralidade
e na etimologia das palavras.

Como usar o S

É usado nas palavras derivadas de uma primitiva grafada inicialmente com S.

Exemplos:

Análise = analisado
Pesquisa = pesquisado
Casa = casinha = casebre = casarão
Liso = alisado
Análise = analisar

Nos adjetivos terminados pelo sufixo –oso (a): quando indica abundância ou estado pleno.

Exemplos:

Gasoso = gasosa
moroso = amorosa
Espalhafatoso = espalhafatosa
Cheiroso = cheirosa
Formoso = formosa
Dengoso = dengosa
Feioso = feiosa
Horroroso = horrorosa
Calamitoso = calamitosa
Exitoso = exitosa

No sufixo –ense, quando indica origem, procedência e relação

Exemplos:

Paranaense
Fluminense
Paraense
Catarinense

Nos sufixos -ês (a) e isa, quando indicam origem, título de nobreza e profissão

Exemplos:

Chinês = chinesa
Gaulês = gaulesa
Francês = francesa
Escocês = escocesa
Burguês = burguesa
Marquês = marquesa
Princesa
Baronesa
Duquesa
Poetisa
Profetisa

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ORTOGRAFIA

Depois de ditongo

Exemplos:

Coisa
Faisão
Mausoléu
Maisena
Lousa
Coisa
Ausência

Nas formas dos verbos pôr e querer

Exemplos:

Pus = pusera = pudesse = pudéssemos


Repus = repusera = repusesse = repuséssemos
Quis = quisera = quisesse = quiséssemos

Quando Usar a Letra Z

Nas palavras derivadas de uma primitiva que foi grafada com Z

Exemplos:

Cruz = cruzeiro = cruzar = cruzada


Deslize = deslizante = deslizamento
Raiz = enraizar

Nos sufixos –ez, -eza, que são formados por substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

Adjetivo Substantivo abstrato

Macio = Maciez
Surdo = Surdez
Inválido = invalidez
Rígido = rigidez
Insensato = insensatez
Mesquinho = mesquinhez
Estúpido = estupidez
Magro = magreza
Belo = beleza
Grande = grandeza
Avarento = avareza
Singelo = singeleza
Nobre = nobreza

No sufixo –izar, quando forma verbo a partir do substantivo ou adjetivo

Adjetivo Verbo Substantivo


Global globalizar globalização
Hospital hospitalizar hospitalização
Atual atualizar atualização
Humano humanizar humanização
Colônia colonizar colonização

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ORTOGRAFIA

Civil civilizar civilização


Real realizar realização

Letras Maiúsculas e Minúsculas: Quando Usar?

O Uso das Letras Maiúsculas e Minúsculas, embora pareça um tema bastante simples - aprendido nos
primeiros anos da escola - requer alguns cuidados.

Assim, neste artigo, trataremos sobre as regras, especialmente após à adesão ao Novo Acordo Orto-
gráfico, que promoveu alterações também nessa área.

Uso das minúsculas

Ocorrências Exemplos
1. Dias, meses, esta-  Estas aulas são dadas aos sábados.
ções do ano  Nosso trabalho fica reduzido no mês de julho.
 Costumam viajar na primavera.
2. Fulano, sicrano e  Ninguém quer dizer quem foi o fulano que fez isso.
beltrano  Uma vez que não haja voluntários serão indicados fulano, sicrano e
beltrano para colaborarem neste trabalho.
3. Formas de Trata-  O doutor João não está atendendo neste momento.
mento  Perguntou se sua excelência precisava de algo.
4. Adjetivos Pátrios  Como boa mineira, adoro comer queijo com goiabada.
 Os cabo-verdianos serão os últimos a adotar o novo acordo ortográ-
fico.

Uso das maiúsculas

Ocorrências Exemplos
1. Início das frases  Este é o tema da pauta.
 Trata-se da maior empresa petrolífera do Brasil.
2. Substantivos próprios  Maria José foi escolhida a funcionária do mês.
 Zezé foi escolhida a funcionária do mês.
 A região com a maior bio diversidade do mundo é a Flo-
resta Amazônica.
 Estava linda com a sua fantasia de Chapeuzinho Verme-
lho.
 A deusa grega do amor é Afrodite.
3. Festas e datas comemorativas  A família se reúne sempre no Natal.
 Já planejaram o trabalho sobre a Independência do Bra-
sil?
4. Siglas, símbolos e abreviatu-  ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ras  Al - alumínio
 V.Sa. - Vossa Senhoria
5. Nomes de instituições e repar-  Os dados foram retirados do Instituto Brasileiro de Geo-
tições grafia e Estatística.
 São sérios os problemas do Sistema Único de Saúde.

Opcional: minúsculas ou maiúsculas

Há situações em que o uso de iniciais minúsculas ou maiúsculas é facultativo:

Ocorrências Exemplos
1. Nomes dos livros  Quem não leu O pequeno príncipe?
 Quem não leu O Pequeno Príncipe?
 Comprei O diário de Anne Frank.

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ORTOGRAFIA

 Comprei O Diário de Anne Frank.


2. Nomes de santos  A padroeira do Brasil é Nossa Senhora Aparecida.
 A padroeira do Brasil é nossa senhora Aparecida.
3. Nomes de Disciplinas  Temos de solucionar os problemas dos alunos com as aulas
de matemática.
 Temos de solucionar os problemas dos alunos com as aulas
de Matemática.
4. Nome de ruas e lugares  O tal lugar fica nas proximidades da praça da Sé, na rua
públicos Anita Garibaldi.
 O tal lugar fica nas proximidades da Praça da Sé, na Rua
Anita Garibaldi.

E os pontos cardeais?

Os pontos cardeais devem ser grafados com iniciais minúsculas, mas quando são usados de forma
independente, são grafadas obrigatoriamente com maiúsculas.

Exemplos:

 O sudeste do Brasil é a região mais rica do país.

 O Sudeste é a região mais rica do Brasil.

O que são Palavras Homófonas

As Palavras Homófonas são aquelas que têm pronúncia idêntica, mas grafias diferentes. Assim, a pa-
lavra é composta pela junção dos termos homo, que significa “mesmo” e fonia, que significa “som”.

Homônimos

Homônimos são termos semelhantes, quer na pronúncia quer na grafia, mas que têm significados dis-
tintos.

Os homônimos são classificados da seguinte forma:

Homófonos

Como vimos, as palavras homófonas têm a mesma pronúncia.

Exemplos:

 cela: cômodo pequeno / sela: assento usado para cavalgar

 senso: sensato / censo: recenseamento

 tachar: censurar / taxar: determinar o preço

Resulta que, muitas vezes, somente mediante o seu contexto nos certificamos se uma palavra está
grafada correta ou incorretamente.

Homógrafos

As palavras homógrafas, por sua vez, têm grafia idêntica (homo=mesmo e grafia=escrita).

Exemplos:

 apelo (com e fechado): pedido de auxílio / apelo (com e aberto): conjugação do verbo apelar

 começo (com e fechado): início / começo (com e aberto): conjugação do verbo começar

 sobre (com o fechado): em cima de / sobre (com o aberto): conjugação do verbo sobrar

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ORTOGRAFIA

Quando grafia e pronúncia são idênticas, temos homônimos perfeitos - o terceiro e último tipo de classi-
ficação.

Homônimos Perfeitos

As palavras homônimas perfeitas têm a mesma grafia, bem como a mesma pronúncia.

Exemplos:

 manga: fruta; parte da roupa

 verão: estação do ano; conjugação do verbo ver

 são: conjugação do verbo ser; sadio; santo

Para saber mais sobre questões semânticas, veja também o artigo: Homônimos e Parônimos.

Relações Homófonas

Entre as letras C (com cedilha) e SS

 asso: conjugação do verbo assar / aço: ferro com liga de carbono

 apreçar: marcar preço / apressar: acelerar

 lasso: fatigado / laço: nó

 ruço: pardo claro / russo: natural ou habitante da Rússia

Entre as letras X e CH

 bucho: estômago / buxo: arbusto

 chá: infusão / xá: título de soberania

 taxa: imposto / tacha: prego

 cheque: ordem de pagamento / xeque: lance do jogo de xadrez

Entre as letras S e X

 estrato: camada / extrato: pequena parte

 esperto: inteligente / experto: entendido

 estático: imóvel / extático: em estado de êxtase

 expiar: reparar um erro / espiar: observar secretamente

Entre as letras S e C

 cento: centena / sento: conjugação do verbo sentar

 incerto: que não é certo / inserto: que se inseriu

 conserto: reparação / concerto: obra musical

 cegar: deixar de ver / segar: fazer cortes

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

O atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi aprovado em definitivo no dia 12 de outubro de
1990 e assinado em 16 de dezembro do mesmo ano.

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ORTOGRAFIA

O documento foi firmado pela Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira de Letras e re-
presentantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Também houve adesão da delegação de observadores da Galiza. Isso porque na Galiza, região locali-
zada no norte da Espanha, a língua falada é o galego, a língua-mãe do português.

Prazo para Implantação no Brasil

No Brasil, a implantação do novo acordo começou em 2008. O prazo final para a adesão é 31 de de-
zembro de 2015, conforme o Decreto 7875/2012.

Este também é o prazo em Portugal, mas nem todos os países unificarão ao mesmo tempo. Cabo Ver-
de, por exemplo, só estará totalmente adaptado ao novo acordo em 2019.

Até lá, concursos públicos, provas escolares e publicações oficiais do governo estarão adaptadas às
regras. A implantação nos livros didáticos brasileiros começou em 2009.

O objetivo do acordo é unificar a ortografia oficial e reduzir o peso cultural e político gerado pelas duas
formas de escrita oficial do mesmo idioma. A ideia é aumentar o prestígio internacional e a difusão do
Português.

Acordos Ortográficos Anteriores

As diferenças na grafia da língua utilizada por Brasil e Portugal começaram em 1911, quando o país
lusitano passou pela primeira reforma ortográfica. A reformulação não foi extensiva ao Brasil.

As primeiras tentativas para minimizar a questão ocorreram em 1931. Nesse momento, representantes
da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa passaram a discutir a unifica-
ção dos dois sistemas ortográficos. Isso só ocorreu em 1943, mas sem sucesso.

Representantes dos dois países voltaram a discutir o assunto novamente em 1943, quando ocorreu a
Convenção Ortográfica Luso-brasileira.

Tal como o primeiro, este também não surtiu o efeito desejado e somente Portugal aderiu às novas
regras.

Uma nova tentativa reuniu novamente os representantes. Desta vez, em 1975, quando Portugal não
aceitou a imposição de novas regras ortográficas.

Somente em 1986, estudiosos dos dois países voltaram a tocar na reforma ortográfica tendo, pela pri-
meira vez, representantes de outros países da comunidade de língua portuguesa.

Na ocasião, foi identificado que entre as principais justificativas para o fracasso das tratativas anterio-
res estava a drástica simplificação do idioma.

A crítica principal estava na supressão dos acentos diferenciais nas palavras proparoxítonas e paroxí-
tonas, ação rejeitada pela comunidade portuguesa.

Já os brasileiros discordaram da restauração de consoantes mudas, abolidas há tempo.

Outro ponto rejeitado pela opinião pública brasileira estava na acentuação de vogais tônicas "e" e "o"
quando seguidas das consoantes nasais "m" e "n". Essa regra era válida para as palavras proparoxíto-
nas com acento agudo e não o circunflexo.

Seriam assim no caso de Antônio (António), cômodo (cómodo) e gênero (género).

Assim, além da grafia, os estudiosos passaram a considerar também a pronúncia das palavras.

Considerando as especificidades dos países signatários do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,


foi acordada a unificação em 98% dos vocábulos.

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ORTOGRAFIA

Principais Mudanças

As Consoantes C, P, B, G, M e T

Ficam consideradas neste caso as especificidades da pronúncia conforme o espaço geográfico. Ou


seja, a grafia é mantida quando há pronúncia é retirada quando não são pronunciadas.

A manutenção de consoantes não pronunciadas ocorria, principalmente, pelos falantes de Portugal,


que o Brasil há muito havia adaptado a grafia.

Também houve casos da manutenção da dupla grafia, também respeitando a pronúncia.

Ficou decidido que nesses casos, os dicionários da língua portuguesa passarão a registrar as duas
formas em todos os casos de dupla grafia. O fato será esclarecido para apontar as diferenças geográfi-
cas que impõem a oscilação da pronúncia.

Exemplos de consoantes pronunciadas:

Compacto, ficção, pacto, adepto, aptidão, núpcias, etc.

Exemplos de consoantes não pronunciadas:

Acção, afectivo, direcção, adopção, exacto, óptimo, etc.

Exemplos de dupla grafia:

Súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, amnistia e anistia, etc.

Acentuação Gráfica

Os acentos gráficos deixam de existir em determinadas palavras oxítonas e paroxítonas.

Exemplos:

Para – na flexão de parar


Pelo – substantivo
Pera – substantivo

Também deixam de receber acento gráfico as paroxítonas com ditongos "ei" e "oi" na sílaba tônica.

Exemplos:

Assembleia, boleia, ideia.

Cai, ainda, o acento nas palavras paroxítonas com vogais dobradas. Isto ocorreu porque em palavras
paroxítonas ocorre a mesma pronúncia em todos os países de língua portuguesa.

Exemplos:

Abençoo – flexão de abençoar


Enjoo – flexão de enjoar
Povoo – flexão de povoar
Voo – flexão de voar

Uso do c cedilha – ç

O cedilha é um sinal gráfico usado debaixo da letra c. Tem o som de ss (dois s) e fica com a seguinte
aparência: “ç”. Nunca pode iniciar palavras e é usado sempre antes das vogais a, o e u.

A letra c, por sua vez, é usada sempre ante antes das vogais e e i. Por exemplo: centeio, peraltice,
tencionar, cinto.

Confira a lista de palavras com cedilha:

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ORTOGRAFIA

Palavras de origem árabe, indígena ou africana

1. açafrão

2. açaí

3. açougue

4. açúcar

5. açucena

6. açude

7. araçá

8. cachaça

9. caçula

10. Iguaçu

11. miçanga

12. muçulmano

13. paçoca

14. Paiçandu

15. Paraguaçu

Palavras formadas a partir dos sufixos -aça, -aço, -iça, -iço, -uça

1. carduça

2. cansaço

3. cobiça

4. copaço

5. dentuça

6. dentuço

7. esperança

8. espicaçar

9. fumaça

10. justiça

11. preguiça

12. quebradiço

13. rebuliço

14. sumiço

15. vidraça

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ORTOGRAFIA

Substantivos derivados de verbos que trocam o rpelo sufixo –ção

1. apreciação (apreciar)

2. atribuição (atribuir)

3. consideração (considerar)

4. continuação (continuar)

5. deliberação (deliberar)

6. designação (designar)

7. emulação (emular)

8. estagnação (estagnar)

9. exortação (exortar)

10. expedição (expedir)

11. exportação (exportar)

12. inspiração (inspirar)

13. interação (interar)

14. observação (observar)

15. resignação (resignar)

Substantivos derivados de verbos de ação terminados em –ar

1. alienação (alienar)

2. canção (cantar)

3. consolidação (consolidar)

4. degradação (degradar)

5. discriminação (discriminar)

6. disseminação (disseminar)

7. especulação (especular)

8. exceção (excetuar)

9. explanação (explanar)

10. indagação (indagar)

11. intenção (Intentar)

12. reeducação (reeducar)

13. relação (relacionar)

14. retaliação (retaliar)

15. retificação (retificar)

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ORTOGRAFIA

Substantivos derivados de substantivos terminados em -ter, -tivo e –tor

1. absolvição (absolver)

2. afirmação (afirmativo)

3. asserção (assertivo)

4. contenção (conter)

5. detenção (deter)

6. infração (infrator)

7. intuição (intuitivo)

8. manutenção (manter)

9. obtenção (obter)

10. proibição (proibitivo)

11. redação (redator)

12. relação (relativo)

13. retenção (reter)

14. seção (setor)

15. tração (trator)

Palavras com som de s depois de ditongo

1. afluição

2. arcabouço

3. beiço

4. bouça

5. calabouço

6. Conceição

7. eleição

8. feição

9. insurreição

10. louça

11. ouço

12. refeição

13. traição

Uso do Por que, Porquê, Por quê e Porque

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ORTOGRAFIA

Devemos aplicar o “por que” como instrumento para fazer perguntas; o “porque” para responder per-
guntas; o “por quê” para finalizar as frases; e o “porquê” na função de substantivo, explicando os moti-
vos e razões dentro da frase.

A maneira de grafar depende da aplicabilidade na frase, como substantivo sinônimo de motivo, conjun-
ção causal ou explicativa ou, ainda, como advérbio explicativo.

Quando Usar Por que?

Separado e sem acento é usado no início das frases interrogativas diretas ou indiretas e pode ser
substituído por “o que” e por “qual”. Portanto, é um advérbio interrogativo formado da junção da prepo-
sição “por” com o pronome relativo “pelo qual”.

Exemplo: Por que ele não voltou mais?

Quando Usar Porquê?

Grafado junto e com acento circunflexo é um substantivo. Na sentença o “porquê” significa “motivo” ou
“razão”. Aparece nas sentenças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objetivo de
explicar o motivo dentro da frase.

E em uma sentença, ele apresenta significado de “o motivo” ou “a razão”, acompanhado de artigos,


pronomes, adjetivos ou numerais para esclarecer seu motivo dentro da frase em questão. Um dos mai-
ores exemplos vem na frase “diga-me um porquê para não fazer isso”.

Exemplo: “Não foi explicado o porquê de tanto barulho na noite de ontem”.

Quando Usar Por quê?

Separado e com acento circunflexo. É usado no fim das frases interrogativas diretas ou de maneira
isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interrogativo ou exclamativo.

O “por quê” vem antes de um ponto, considerando frases onde forma um sentido interrogativo ou ex-
clamativo. O “por quê” mantém o sentido de “por qual motivo”.

Exemplos: O almoço não foi servido por quê?

Andar a pé, por quê?

Quando usar Porque?

Grafado junto e sem acento é uma conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicati-
va que pode ser substituído por palavras como “pois” ou as expressões “para que” e “uma vez que”.
Assim, pode ser usado nas orações onde o motivo está diretamente relacionado.

Exemplo: Não fui à escola ontem porque fiquei doente.

Homônimos e Parônimos

Os Homônimos e os Parônimos são termos que fazem parte do estudo da semântica (significado das
palavras).

Assim, os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e
significados distintos.

Já as palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem signifi-
cados diferentes.

Homônimos

As palavras homônimas são classificadas em:

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ORTOGRAFIA

 Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher (verbo) e
colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e denuncia (verbo).

 Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar (harmo-
nizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e ascender (subir).

 Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho (substantivo) e
caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e livre (verbo).

Parônimos

Os parônimos são as palavras que se assemelham na grafia e na pronúncia, entretanto, diferem no


sentido.

Por isso, é muito importante tomar conhecimento desses termos para que não haja confusão.

A seguir, alguns exemplos de palavras parônimas:

 Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)

 Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)

 Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)

 Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)

 Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação)

 Coro (música) e couro (pele animal)

 Delatar (denunciar) e Dilatar (alargar)

 Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência)

 Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar)

 Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)

 Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)

 Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)

 Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)

 Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)

 Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)

 Inflação (alta dos preços) e infração (violação)

 Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)

 Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)

 Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir)

 Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)

 Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)

 Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)

 Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)

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ORTOGRAFIA

 Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)

 Soar (produzir som) e suar (transpirar)

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PONTUAÇÃO

Pontuação:

Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita edesempenham a


função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limitesde estruturas sintáticas nos tex-
tos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados
na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de senti-
do.

Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nos-
sos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de
pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de senti-
dos dos enunciados.

Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:

Ponto ( . )

Indicar o final de uma frase declarativa:

Gosto de sorvete de goiaba.

b) Separar períodos:

Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

Av. (Avenida)

V. Ex.ª (Vossa Excelência)

p. (página)

Dr. (doutor)

Dois-pontos ( : )

Iniciar fala de personagens:

O aluno respondeu:

– Parta agora!

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que expli-


cam e/ou resumem ideias anteriores.

Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.

Anote o número do protocolo: 4254654258.

c) Antes de citação direta:

Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”

Reticências ( ... )

Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Quem sabe se tentar mais tarde...

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PONTUAÇÃO

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí-
lia - José de Alencar)

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

Parênteses ( )

Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vír-
gula ou o travessão:

Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).

"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Ponto de Exclamação ( ! )

Após vocativo

Ana, boa tarde!

b) Final de frases imperativas:

Cale-se!

c) Após interjeição:

Ufa! Que alívio!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que pena!

Ponto de Interrogação ( ? )

Em perguntas diretas:

Quantos anos você tem?

b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

Não brinca, é sério?!

Vírgula ( , )

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções.

Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os ter-
mos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam
uma unidade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração,
não se pode separá-los por meio de vírgula.

Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro
os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:

Sujeito de Predicado;

Objeto de Verbo;

Adjunto adnominal de nome;

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PONTUAÇÃO

Complemento nominal de nome;

Predicativo do objeto do objeto;

Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula:

A vírgula no interior da oração

Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:

Ana, traga os relatórios.

O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:

Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.

Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Quando chegar do trabalho, procurarei por você.

Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:

Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.

Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:

Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:

Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:

A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:

Goiânia, 01 de novembro de 2016.

Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:

É pau, é pedra, é o fim do caminho.

Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:

Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

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PONTUAÇÃO

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia
(polissíndeto):

E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sen-
tido de adição (adversidade, consequência, por exemplo):

Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações

A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:

Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.

Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se


estiverem antepostas à oração principal:

"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas:

"– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”

e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando sai o resultado, ainda não sei.

Ponto e vírgula ( ; )

Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:

O que dizer;

A quem dizer;

Como dizer;

Por que dizer;

Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?

Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coor-
denadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto ten-
so."

(O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

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PONTUAÇÃO

Travessão ( — )

Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

A mãe perguntou ao filho:

— Já lavou o rosto e escovou os dentes?

b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Filho, você já fez a sua lição de casa?

— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.

c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários:

Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.

d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.

Aspas ( “ ” )

As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:

Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Fique Atento!

Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por
aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").

Veja Agora Algumas Observações Relevantes:

Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.

Observe:

Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango.

Não gosto nem desgosto.

Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.

Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina-
lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.

Observe:

Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

Variação Linguística

A língua abriga vários registros que dependem basicamente da situação de fala e de com quem se
fala. Há variações dentro da mesma língua decorrentes de fatores como: a região geográfica (nordes-
tino, mineiro, carioca, paulista etc.), o sexo, a idade, a classe social e o grau de instrução dos falantes
e o grau de formalidade do contexto (formal e informal).

Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.

A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o precon-
ceito linguístico.

A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está relaci-
onada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.

Aula de Português (Carlos Drummond de Andrade, 1999)

A linguagem

na ponta da língua, tão fácil de falar

e de entender.

A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que ela quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe e vai desmatando as amazonas de minha ignorância. Figuras
de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.

Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a lín-
gua, breve língua entrecortada do namoro com a prima.

O português são dois: o outro, mistério.

Tipos De Variação:

Variação histórica: acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada
ao serem comparados dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeco-
nomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, pe-
ríodo em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na
fala, e finalmente consagra-se pelo uso, na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou
de significado.

Variação geográfica: refere-se a diferentes formas de pronúncia, às diferenças de vocabulário e de


estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades
linguísticas menores, em torno de centros polarizadores da cultura, da política e da economia, que
acabam por definir os padrões linguísticos utilizados na região sob sua influência. As diferenças lin-
guísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.

Variação social: agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, o grau de educação, a
idade e o gênero do indivíduo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos,
como poderia acontecer na variação regional. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível so-
cioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de que alguém, oriundo de um grupo menos favo-
recido, venha a atingir o padrão de maior prestígio.

Variação estilística: refere-se às diferentes circunstâncias de comunicação em que se coloca um


mesmo indivíduo: o ambiente em que se encontra (familiar ou profissional, por exemplo) o tipo de as-
sunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possí-
vel identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indiví-
duo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conte-
údo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita
efalada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.

Níveis Das Variações:

Fonética: alteração na pronúncia das palavras. Ex: planta/pranta; vossa mercê/ você/ocê/cê. Morfoló-
gica: alteração na forma das palavras.

Ex: Verão/ verãos, limão/limões (oposição aos – ões).

Sintática: alteração na correlação entre as palavras.

Ex: Os meninos fizeram o dever. / Os menino fez o dever. Lexical: alteração na escolha das palavras.

Ex: mandioca /aipim; “Choveu direto essa semana”/ “Choveu todos os dias nesta semana”

Variação Linguística

Variação linguística é o movimento comum e natural de uma língua, que varia principalmente por fato-
res históricos e culturais. Modo pelo qual ela se usa, sistemática e coerentemente, de acordo com o
contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbal-
mente. É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma
língua. Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar
vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e
a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fo-
nético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui
a evolução dessa língua.

A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado grupo
social, em uma época e em certo lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em outra época e
outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser usado como sinô-
nimo de variante. Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos
e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.

Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de falantes,
vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma língua natural. É
um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada uma das mo-
dalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos
do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores sociais ou culturais (escolaridade,
profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português
de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão e a linguagem popular também são variedades
sociais ou culturais. Um dialeto é uma variedade geográfica.[3]Variações de léxico, como ocorre

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

na gíria e no calão, podem ser consideradas como variedades mas também como registros ou, ainda,
como estilos - a depender da definição adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considera-
dos como formas de estilo, por se limitarem a variações de léxico.

Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas entre os
falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua (geralmente asso-
ciado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas, consideradas de menor
prestígio ou menos corretas do que a norma padrão).

O termo "leto" também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades devem ser con-
sideradas como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas
usam o termo leto no sentido de variedade linguística - sem especificar o tipo de variedade. As varie-
dades apresentam não apenas diferenças de vocabulário, mas também diferenças de gramática, fo-
nologia e prosódia.

Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um
sem-número de diferenciações. Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o
gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os
que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifesta-
ção e de emoção.

A sociolinguística procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua. O pes-
quisador verifica se os falantes apresentam diferenças nos seus modos de falar de acordo com o lu-
gar em que estão (variação diatópica), com a situação de fala ou registro (variação diafásica) ou de
acordo com o nível socioeconômico do falante (variação diastrática).e, de acordo com o contexto his-
tórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente.

É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma língua.
Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar vários ei-
xos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a mu-
dança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (foné-
tico, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a
evolução dessa língua.

1Tipos de variedades linguísticas

2Definições

Tipos De Variedades Linguísticas

Variedades geográficas: dizem respeito à variação diatópica e são variantes devidas à distância geo-
gráfica que separa os falantes.[9] Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se
chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto.

As mudanças de tipo geográfico se chamam dialetos (ou mais propriamente geoletos), e o seu estudo
é a dialetologia. Embora o termo 'dialeto' não tenha nenhum sentido negativo, acontece que, erronea-
mente, tem sido comum chamar dialeto a línguas que supostamente são "simples" ou "primitivas". Di-
aleto é uma forma particular, adotada por uma comunidade, na fala de uma língua. Nesse sentido,
pode-se falar de inglês britânico, inglês australiano, etc.

É preciso também ter presente que os dialetos não apresentam limites geográficos precisos - ao con-
trário, são borrados e graduais - daí se considerar que os dialetos que constituem uma língua formam
um continuum sem limites precisos. Diz-se que uma língua é um conjunto de dialetos cujos falantes
podem se entender.

Embora isto possa ser aproximadamente válido para o português, não parece valer para o alemão,
pois há dialetos desta língua que são ininteligíveis entre si. Por outro lado, fala-se de línguas escandi-
navas, quando, na realidade, um falante sueco e um dinamarquês podem se entender usando cada
um a sua própria língua.

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

No que diz respeito ao português, além de vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, há dois
padrões reconhecidos internacionalmente: o português de Portugal e o português do Brasil.

Variedades históricas: relacionadas com a mudança linguística, essas variedades aparecem quando
se comparam textos em uma mesma língua escritos em diferentes épocas e se verificam diferenças
sistemáticas na gramática, no léxico e às vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mu-
danças fonéticas).

Tais diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. Cada um dos estágios
da língua, mais ou menos homogêneos circunscritos a uma certa época é chamado variedade diacrô-
nica. Por exemplo, na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o português moderno (que,
por sua vez, apresenta diversidades geográficas e sociais) e o português arcaico.

Variedades sociais: compreendem todas as modificações da linguagem produzidas pelo ambiente em


que se desenvolve o falante. Neste âmbito, interessa sobretudo o estudo dos socioletos, os quais se
devem a fatores como classe social, educação, profissão, idade, procedência étnica, etc.

Em certos países onde existe uma hierarquia social muito clara, o socioleto da pessoa define a qual
classe social ela pertence. Isso pode significar uma barreira para a inclusão social.

Variedades situacionais: incluem as modificações na linguagem decorrentes do grau de formalidade


da situação ou das circunstâncias em que se encontra o falante. Esse grau de formalidade afeta o
grau de observância das regras, normas e costumes na comunicação linguística.

Os Três Tipos De Variações Linguísticas São:

Variações Diafásicas

Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a oca-


sião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou infor-
mal.

Variações Diatópicas

São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.

Variações Diastráticas

São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.

Definições

Dialetos: variantes diatópicas, isto é, faladas por comunidades geograficamente definidas.

Idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema


comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua
condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para lingua-
gem num sentido mais geral);

Socioletos: variedades faladas por comunidades socialmente definidas, ou seja, por grupos de indiví-
duos que, tendo características sociais em comum (profissão, faixa etária etc.), usam termos técnicos,
gírias ou fraseados que os distinguem dos demais falantes na sua comunidade. É também chamado
dialeto social ou variante diastrática.

linguagem padrão ou norma padrão ou norma culta: variedade linguística padronizada com base em
preceitos estabelecidos de seleção do que deve ou não ser usados, levando em conta fatores linguís-
ticos e não linguísticos, como tradição e valores socioculturais (prestígio, elegância, estética etc.).
Corresponde à variedade usualmente adotada pelos falantes instruídos ou empregada na comunica-
ção pública.

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

Idioletos: variedade peculiar a um único indivíduo ou o conjunto de traços próprios ao seu modo de se
expressar.

registros (ou diátipos): o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profis-
sões

Etnoletos: variedade falada pelos membros de uma etnia (termo pouco utilizado, já que geralmente
ocorre em uma área geograficamente definida, coincidindo, portanto, com o conceito de dialeto).

Ecoletos, um idioleto adotado por um número muito reduzido de pessoas (membros de uma família
ou de um grupo de amigos, por exemplo).

Distinguem-se os dialetos, idioletos e socioletos não apenas por seu vocabulário, mas também por
diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como pala-
vras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da
linguagem.

Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da lin-
guagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos ver-
bais, como o subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos regis-
tros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).

Variações Linguísticas

A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados
ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.

E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.

O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais
de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi
determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.

Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas infor-
mais que temos com amigos, familiares etc.

Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as


quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:

Variações Históricas:

Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um
exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas,
a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.

Analisemos, pois, o fragmento exposto:

Antigamente

“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas.


Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões,
faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Carlos Drummond de Andrade

Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.

Variações Regionais:

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às caracte-
rísticas orais da linguagem.

Variações sociais ou culturais:

Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução
de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.

As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros.

Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Represen-


tando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre
outros.

As variações linguísticas reúnem as variantes da língua, que foram inventadas pelos homens e vem
sendo reinventada a cada dia.

Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, cultu-
rais e geográficos.

No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, a linguagem regional.

Tipos De Variações Linguísticas

Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação:

Variações Geográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por exemplo, as varia-
ções entre o português do Brasil e de Portugal.

Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o português medie-
val e o atual.

Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo,
um orador jurídico e um morador de rua.

Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por exemplo, as situa-
ções formais e informais.

Exemplos

Dentre os tipos de variações linguísticas podemos destacar:

Regionalismo: particularidades linguísticas de determinada região.

Dialetos: variações regionais ou sociais de uma língua.

Socioletos: variantes da língua utilizadas por determinado grupo social.

Gírias: expressões populares utilizadas por determinado grupo social.

Linguagem Formal e Informal

Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem, a linguagem formal e in-
formal. Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou
seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.

No entanto, de acordo com o contexto que estamos inseridos devemos seguir as regras e normas im-
postas pela gramática, por exemplo, quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou organiza-
mos nossa fala numa palestra (linguagem oral). Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal,
a qual está de acordo com a normas gramaticais.

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais, uma vez que
quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do
mesmo idioma: o português.

Saiba mais sobre a Oralidade e a Escrita.

Preconceito Linguístico

O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que
ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas superiores.

Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, posto que no nosso país, embora o mesmo idi-
oma seja falado em todas as regiões, cada uma delas possui suas peculiaridades que envolvem di-
versos aspectos históricos e culturais.

Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre por-
que nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona-
ções de acordo com as necessidades linguísticas.

De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de ma-
neira pejorativa e estigmatizada.

Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é correta
e ainda, superior a outra.

Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou consi-
derada a mais correta.

Antigamente

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fa-
ziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.

Carlos Drummond de Andrade

Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões
que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.

Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria?


Restringindo-se a uma linguagem mais coloquial, os termos em destaque seriam substituídos por
“mina”, “gatinha”, “maravilhosas”, “saradas”, “da hora”, “Os manos”, “A galera,” “Davam uma cantada”,
e assim por diante.

Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude
de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.

Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas estão:

Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a pala-
vra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é
apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia,
agora, farmácia.

Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de
uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tra-
tada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a
oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.

Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos des-

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

tacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem colo-
quial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de
maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais especí-
fica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.

Variantes Linguísticas

A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade.
Conheça as variantes linguísticas que ocorrem na língua

A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade,
pois ela não é regida por normas fixas e imutáveis. Uma mesma língua sempre estará sujeita a varia-
ções, como a diferença de épocas, regionalidade, grupos sociais e diferentes situações, como a fala
formal e informal.

Você já deve ter percebido que, mesmo dentro do Brasil, por exemplo, existem várias maneiras de
falar a Língua Portuguesa. As pessoas se comunicam de formas diferentes e diversos fatores devem
ser considerados no nosso falar, incluindo a época, a região geográfica, idade, ambiente e o status
sociocultural dos falantes.

As Variantes Linguísticas Que Ocorrem Na Língua

Diante de tantas variantes linguísticas, é importante ressaltar que não existe forma mais correta de se
falar, e sim a maneira mais adequada de se expressar de acordo com o contexto e o interlocutor. Nós
adequamos o nosso modo de falar ao ambiente e não falamos da mesma forma que escrevemos.

Por exemplo, usar a linguagem formal escrita em uma comunicação informal é inadequado, pois pode
soar como artificial e pretensioso. O ideal é que saibamos adequar a nossa fala ao contexto de comu-
nicação, o que inclui o ambiente e o nosso interlocutor.

Confira a seguir quais são as diferentes variações linguísticas que ocorrem na língua:

Variações diafásicas: Trata-se das variações que ocorrem em função do contexto comunicativo. A
ocasião determina como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal.

Variações diastráticas: Variações que ocorrer devido à convivência entre os grupos sociais. Como
exemplos desta modalidade de variantes linguísticas temos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
Trata-se de uma variante social pertencente a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem
ao vocabulário de certos grupos, como, por exemplo, os surfistas, estudantes, policiais; já os jargões
estão relacionados com as áreas profissionais e se caracterizam pelo linguajar técnico. Como exem-
plo, podemos citar os profissionais da Informática, os advogados e outros.

Variações históricas: A língua não é fixa e imutável, mas sim dinâmica e sofre transformações ao
longo do tempo. A palavra “você”, por exemplo, tem origem na expressão de tratamento “vossa
mercê” e que se transformou sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, “vancê” até chegar no
abreviado “vc”.

Variações diatópicas: São as variações que ocorrem pelas diferenças regionais. As variações regio-
nais são denominadas dialetos e fazem referência a diferentes regiões geográficas, de acordo com a
cultura local. A palavra “mandioca”, por exemplo, em certos lugares do Brasil, recebe outras denomi-
nações, como “macaxeira” e “aipim”.

Você já deve ter percebido que um mineiro não fala igual ao paulista, gaúcho ou nordestino, por
exemplo. São os sotaques, pertencentes a esta modalidade de variante linguística e que estão liga-
dos às marcas orais da linguagem.

Estamos inseridos em um sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e acaba
transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. Um
bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abreviações e
neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são capazes
de decifrar o vocabulário por eles utilizado.

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas
apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, dife-
renças existentes entre uma região e outra, enfim...

Variações Diafásicas

Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a oca-


sião é que determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou infor-
mal.

Variações Diatópicas

São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.

Variações Diastráticas

São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.

Variação Linguística – A Língua Em Movimento

A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida por
meio das influências históricas e regionais sobre os falares.

Você Sabe O Que É Variação Linguística?

A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por inter-
médio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua
pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável,
a língua portuguesa ganha diferentes nuances.

O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do
país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de
acordo com a comunidade na qual se manifesta.

As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compre-


ensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os di-
ferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as va-
riações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao sta-
tus.

O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ga-
nhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse
patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba do Arnesto”, de
Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer:

Samba Do Arnesto

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás


Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,


Assinado em cruz porque não sei escrever.

Samba Do Arnesto, Adoniran Barbosa

Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar
que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve so-
frer grandes alterações, devendo ser preservado.

Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado,
aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado pelas regras cairia por terra. Con-
tudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele trans-
portou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral.

As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão in-
seridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto
outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a lín-
gua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de
maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você
não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa
com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?

A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às diferentes situa-
ções comunicacionais

A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre
a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão re-
buscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente per-
deríamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudi-
cada.

Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos especí-
ficos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo
o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo acon-
tece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc.

Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no
Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia
da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a ou-
tra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favoreci-
das.

A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática e
coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um de lesé a língua.
Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situ-
ação em que um indivíduo se manifesta verbalmente. Conceito Variedade é um conceito maior do
que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sócio linguística usam o termo leto,

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas
variações:

Dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.

Idioma é um termo intermediário na distinção dialeto

- Linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado
tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrele-
vante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);

Sociólogos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas

Linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da

Educação

Idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa

Registros (ou d

Iátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões

Etnoletos, para um grupo étnico

Ecoletos, um idioleto adotado por uma casa

Variações como dialetos, idioletos e sócio letos podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulá-
rios, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sota-
que de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro
exemplo é como palavras estrangeiras em diferente sócio letos variam em seu grau de adaptação à
fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
variação na gramática da linguagem padrão.

Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos registros são
simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).

É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de
variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como varia-
ções do léxico, e de, portanto, estilo.

Espécies De Variação

Variação Histórica

Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois
estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos sócio economicamente mais expressivo.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo
uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

Variação Geográfica Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em
torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lin-
guísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são gradu-
ais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. Variação Social Agrupa alguns fatores de
diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de
educação; a idade e o sexo.

A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na varia-
ção regional; ouso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e

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VARIAÇÃO LINGUISTICA

há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestí-
gio. Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunica-
ção: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e
quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois
limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas
linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão
é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e
complexo.

Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocor-
rem em ambas as formas de comunicação. As diferentes modalidades de variação linguística não
existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser
vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo perten-
cente a uma classe menos favorecida.

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