Você está na página 1de 109

POR CÉSAR BUENO

O GUIA DEFINITIVO
DA HIPNOSE
Índice
Introdução 03
Capítulo 01 – O Autor 04
Capítulo 02 – A Hipnose 06
Capítulo 03 – Tipos de Hipnose 11
Capítulo 04 – Áreas de Atuação 14
Capítulo 05 – Definições Históricas 17
Capítulo 06 – Indução Hipnótica 21
Capítulo 07 - Aplicação 28
Capítulo 08 – Estudos e Pesquisa 33
Capítulo 09 – A Hipnose e o Cérebro 49
Capítulo 10 – Recursos Internos 57
Capítulo 11 – Acompanhamento ao Futuro 67
Capítulo 12 – Elementos para Hipnose 71
Capítulo 13 – História da Hipnose 83
Capítulo 14 – Principais Referências na Hipnose 90
Capítulo 15 – Conclusão e Fechamento 102
Capítulo 16 – Gratidão e Materiais extras 105

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 2


Introdução

Já imaginou poder conversar com aquela parte da mente que arquiva


todos os padrões e programas internos?
Como seria construir uma ponte eficiente entre o pensamento, sentimento
e as ações?
A Hipnose é uma ferramenta milenar que foi desenvolvida no ambiente
médico.

Sua base é a comunicação e ela proporciona um acesso a estrutura da


experiência subjetiva. Uma forma de compreender o que está por trás dos
padrões e como sequênciamos as experiências em nosso mundo interno.

Através da hipnose é possível a reprogramação de padrões e estruturas


através da comunicação. Essas mudanças promovem uma alteração
neurofisiológica no cérebro, permitindo toda uma nova experiência no
organismo.

Uma nova forma de interagir com os neurotransmissores e alterar


desafios físicos e psicológicos de maneira breve, profunda e extremamente
eficiente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 3


Capítulo 1

O AUTOR
O Autor

CÉSAR BUENO cursou Matemática e Física pela PUC-SP, Marketing pela


Universidade Paulista, Filosofia e Sociologia pela FGV.
Tem especialização em Gestalt Terapia, Filosofia Clínica e Neurociência.

Atualmente é pesquisador em Harvard nas áreas de Fisiologia e Genética,


utilizando as ferramentas da Hipnose e da Programação Neurolinguística
realização de modificações fisiológicas e genéticas através da terapia.
Eu sou o César Bueno, casado e pai de três filhas lindas!

A mais de 14 anos sou apaixonado por ajudar pessoas a despertarem seu


potencial infinito e ajudar terapeutas a prosperarem em seus consultórios
vivendo de terapia com resultados breves, profundos e extremamente
eficazes.
Para fazer isso com o máximo de eficiência eu estudei com os criadores da
Programação Neurolinguística e os principais nomes da Hipnose mundial
e em renomadas universidades.

Hoje tenho o prazer de ser autorizado a ministrar e certificar


internacionalmente no Brasil e de ter implantado a PNL e a Hipnose
Clínica em diversos Hospitais e consultórios de terapias por todo país.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 5


Capítulo 2

A HIPNOSE
A HIPNOSE
Hipnose é uma palavra que normalmente obtém reações fortes das
pessoas. Algumas se encantam com a "mágica" realizada através do
processo hipnótico. Outras acreditam que só presta para fazer os outros
comerem cebola ou imitarem galinha. A verdade é que a Hipnose foi
durante anos subjugada pela falta de compreensão do que é ou do que
ocorre durante o processo.

Afinal, o que é Hipnose?


A hipnose é um estado mental altamente concentrado - também
conhecido como um estado alterado de consciência - pelo qual a mente
inconsciente está livre para agir sem a interferência da consciência
regular. A hipnose é um estado natural de atenção seletiva e focada e,
embora seja 100% natural e normal, permanece como um dos fenômenos
mais fascinantes da mente humana. Nossa capacidade de entrar neste
estado único de consciência abre as portas para inúmeras possibilidades
de cura, auto-exploração e mudança. A hipnose, chamada por diferentes
nomes em diferentes culturas e épocas, é reconhecida há milhares de anos
e usada para muitos propósitos.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 7


A HIPNOSE
A hipnose é uma técnica que ajuda você a se comunicar com o
inconsciente, ignorando a mente consciente. Se eu começar a te contar de
uma experiência de viagem no Caribe, trazendo detalhes preciosos e
envolventes como o som rítmico das ondas mansas batendo na praia, a
temperatura agradável, o ar que suavemente tocava o corpo e balançava os
lindos coqueiros enquanto sentia o pé de forma suave afundar na areia
sob os pés. Provavelmente, conseguiria levar você a experimentar um
estado alterado de consciência. Um estado que a mente inconsciente não
estaria julgando se a experiência realmente ocorreu ou se você teria
realmente condições de vivenciar esta experiência.

O que a Hipnose não é?


Como disse anteriormente, a falta de conhecimento do que é Hipnose
somada aos inúmeros mitos acerca da Hipnose, fez com que por anos a
Hipnose fosse subjugada.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 8


A HIPNOSE
Hipnose não é inconsciência.
Apesar de algumas áreas da Hipnose utilizar termos como "durma" e
"sono" não significa de forma alguma que a pessoa entre em estado de
sono, de inconsciência. Pelo contrário, estudos feitos com uso de
eletroencefalográficos revelaram níveis de atividade cerebral muito
superior ao estado de sono.

É mais frequentemente comparado a devaneios, ou a sensação de "se


perder" em um livro ou filme. Você está plenamente consciente, mas afasta
a maior parte dos estímulos à sua volta. Você se concentra intensamente
no assunto em questão, na quase exclusão de qualquer outro pensamento.

A pessoa em transe percebe o que ocorre ao seu redor. Mas, escolhe


manter a sua atenção focada na tarefa que se determinou a fazer. O estado
pode ser comparado àqueles momentos que você está assistindo algo
interessante na TV, até percebe o que ocorre no ambiente, mas sua
atenção está completamente focada no que está fazendo.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 9


A HIPNOSE
Hipnose não é panaceia
Há também quem acredite que a Hipnose é uma panaceia. Vou fazer um
atendimento e magicamente mudo comportamentos, hábitos nocivos,
traumas. Como dito antes, a hipnose não é mágica, ela contribui para que a
pessoa tenha acesso à novas possibilidades de ver um desafio, de
experimentar uma experiência, pode construir caminhos mais saudáveis
para determinados comportamentos ou hábitos. Ao construir estes novos
caminhos, a mente inconsciente entende que é possível mudar algo que
antes parecia utopia. Porém, se a pessoa não estiver disposta a consolidar
as novas possibilidades em sua vida, ela voltará a agir da antiga forma. É
uma questão de escolha.

Imagina que você por anos fez o mesmo caminho de casa para o trabalho,
certo dia você descobre um novo caminho, um caminho com vistas mais
bonitas, cheiros agradáveis e sem trânsito. Todos os dias ao sair de casa
você terá a escolha de qual caminho seguir naquele dia para ir ao seu
trabalho. Algumas vezes, por hábito, você pode se ver novamente naquele
caminho cheio de transito e poluição. Mas, quanto mais você escolher o
novo caminho mais ele se tornará habitual para você.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 10


Capítulo 3

TIPOS DE HIPNOSE
TIPOS DE HIPNOSE
A falta de entendimento dos tipos de Hipnose e suas áreas de atuação
contribuem para que o método seja generalizado e sofrer grandes
preconceitos. Conhecer os tipos de Hipnose contribuirá para que você
entenda o que é Hipnose e qual modelo se adéqua melhor as suas
expectativas.

Hipnose Clássica
Na hipnose direta, ou clássica são dadas instruções claras para o sujeito
entrar em outro estado de consciência. É usado um processo chamado
indução hipnótica, o qual sugere diretamente, qual experiência ele terá, e
geralmente a pessoa mantém os olhos fechados. Podemos afirmar que a
hipnose clássica é a hipnose popularmente conhecida.

Hipnose Ericksoniana
Psicoterapia ericksoniana é uma abordagem sutil elegante e profunda,
feita, sob medida, para cada tipo de pessoa, focada na solução do problema
e principalmente baseada na utilização de tudo aquilo que o
cliente/paciente traz, a comunicação utiliza linguagem inespecífica para
expandir a percepção sobre a estrutura da realidade de cada cliente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 12


TIPOS DE HIPNOSE
Auto-Hipnose
A auto-hipnose é uma forma de tomar o controle das suas ações. Ela
estimula a autoconfiança ao postular que a pessoa é capaz de alterar a si
mesma. Para aprender essa técnica, existem cursos e livros dedicados ao
assunto.
A auto-hipnose pode combinar várias técnicas, como as sugestões
subliminares e os jogos de palavras, por exemplo. As técnicas têm como
objetivo reforçar a sua autoestima. Por isso, é necessário relaxar a mente,
ter uma atitude positiva e boa iniciativa, já que objetivo é se melhorar
como pessoa.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 13


Capítulo 4

ÁREAS DE ATUAÇÃO
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Hipnoterapia
Utilização da ferramenta da Hipnose para aplicação em psicoterapias. Sua
aplicação tem embasamento científico e aceitação pela organização
mundial de saúde.
Ferramentas com abordagens para trabalhar traumas, fobias,
comportamentos, hábitos, lutos, perdas, psicopatologias, ansiedade,
depressão, etc...
A utilização na área terapêutica com Hipnose registra resultados
extraordinários, eficientes e consolidados na alteração e reprogramação
cerebral.

Hipnose Clínica
Aplicação e utilização da hipnose nas áreas da saúde física. Abordagens
crescentes registram um aumento na incorporação desta ferramenta
incrível em tratamentos como câncer, doenças autoimunes, analgesias,
tratamentos para dor, entre diversas outras abordagens na área médica.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 15


ÁREAS DE ATUAÇÃO

Hipnose De Palco
Utilização da Hipnose para entretenimento e diversão, muito aplicados em
shows de Las Vegas e atuante em uma crescente no Brasil nos últimos
anos.
Baseada nas sugestões e comandos diretos da hipnose clássica e técnicas
de prestidigitação e mentalismo.

Hipnose De Rua
Uma modalidade que se intensificou no Brasil e no mundo, com a
aplicação de ferramentas da Hipnose Clássica para utilização de
entretenimento na rua.
Essa modalidade não tem fundamento terapêutico e utiliza de recursos
simples e uma comunicação com comandos diretos.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 16


Capítulo 5

DEFINIÇÕES HISTÓRICAS
DEFINIÇÕES HISTÓRICAS
A primeira definição de hipnose foi dada por Braid [contraditório] , que
cunhou o termo "hipnotismo" como uma abreviação de "neuro-hipnotismo",
ou sono do sistema nervoso.

Ele contrastou com o sono normal e definiu como: "uma condição peculiar de
o sistema nervoso, induzido por uma atenção fixa e abstrata do olho mental
e visual, em um objeto, não de natureza excitante ".

A verdadeira origem e essência da condição hipnótica é a indução de um


hábito de abstração ou concentração mental, no qual, como no devaneio ou
na abstração espontânea, os poderes da mente estão tão absortos em uma
única ideia ou linha de pensamento, como, por exemplo, tornar o indivíduo
inconsciente, ou indiferentemente consciente, de todas as outras ideias,
impressões ou correntes de pensamento. O sono hipnótico , portanto, é a
própria antítese ou condição mental e física oposta àquela que precede e
acompanha o sono comum.

Portanto, Braid definiu o hipnotismo como um estado de concentração


mental que muitas vezes leva a uma forma de relaxamento progressivo,
denominado "sono nervoso". Mais tarde, em sua The Physiology of

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 18


DEFINIÇÕES HISTÓRICAS
Fascination (1855), Braid admitiu que sua terminologia original era enganosa
e argumentou que o termo "hipnotismo" ou "sono nervoso" deveria ser
reservado para a minoria (10%) de indivíduos que exibem amnésia ,
substituindo o termo "monoideísmo", significando concentração sobre uma
única ideia, como uma descrição para o estado mais alerta experimentado
pelos outros.

Michael Nash fornece uma lista de oito definições de hipnose por


diferentes autores, além de sua opinião de que a hipnose é "um caso
especial de regressão psicológica ":

1. Janet , perto da virada do século e, mais recentemente, Ernest Hilgard ,


definiu a hipnose em termos de dissociação .
2. Psicólogos sociais Sarbin e Coe ... descreveram a hipnose em termos de
teoria do papel . A hipnose é um papel que as pessoas desempenham;
eles agem "como se" fossem hipnotizados.
3. TX Barber ... definiu a hipnose em termos de parâmetros
comportamentais não-hipnóticos, como a motivação da tarefa e o ato de
rotular a situação como hipnose.
4. Em seus primeiros escritos, Weitzenhoffer ... conceituou a hipnose como
um estado de sugestionabilidade aprimorada. Mais recentemente, ele
definiu o hipnotismo como "uma forma de influência de uma pessoa
exercida sobre outra através do meio ou agência de sugestão".

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 19


DEFINIÇÕES HISTÓRICAS
5. Os psicanalistas Gill e Brenman ... descreveram a hipnose usando o
conceito psicanalítico de "regressão a serviço do ego".
6. Edmonston ... avaliou a hipnose como sendo meramente um estado de
relaxamento.
7. Spiegel e Spiegel ... implicaram que a hipnose é uma capacidade
biológica.
8. Erickson ... é considerado o principal expoente da posição de que a
hipnose é um estado de funcionamento especial, voltado para dentro e
alterado.

Joe Griffin e Ivan Tyrrell (os criadores da abordagem de dados humanos )


definem a hipnose como "qualquer forma artificial de acessar o estado REM,
o mesmo estado cerebral no qual o sonho ocorre" e sugere que essa
definição, quando adequadamente entendida, resolve "muitos os mistérios e
controvérsias que cercam a hipnose ".
Eles vêem o estado REM como sendo de vital importância para a própria
vida, para programação em nosso conhecimento instintivo inicialmente
(depois de Dement e Jouvet e, em seguida, para adicionar a isso ao longo da
vida. Eles explicam isso apontando que, em certo sentido, todo aprendizado
é pós-hipnótico, o que explica por que o número de maneiras pelas quais as
pessoas podem ser colocadas em um estado hipnótico é tão variado:
qualquer coisa que focalize a atenção de uma pessoa para dentro ou para
fora eles em transe.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 20


Capítulo 6

INDUÇÃO HIPNÓTICA
INDUÇÃO HIPNÓTICA
A hipnose é normalmente precedida por uma técnica de "indução hipnótica".
Tradicionalmente, isso era interpretado como um método de colocar o
sujeito em um "transe hipnótico"; entretanto, os teóricos "não-estatais"
subsequentes o viram de forma diferente, vendo-o como um meio de
aumentar a expectativa do cliente, definindo seu papel, focalizando a
atenção, etc.

Existem várias técnicas de indução diferentes. Um dos métodos mais


influentes foi a técnica de "fixação ocular" de Braid, também conhecida
como "Braidism".
A técnica consiste em utilizar qualquer objeto ou o próprio dedo e posicionar
a cerca de oito a quinze centímetros dos olhos, em tal posição acima da
testa, o que for necessário para produzir o maior esforço possível sobre os
olhos e as pálpebras, e permita que o paciente mantenha um olhar firme fixo
no objeto.

Outra técnica muito utilizada é a de Dave Elman. Provavelmente, um dos


aspectos mais importantes de seu legado foi o seu método de indução, que
originalmente foi construído para realizar a hipnose de um modo rápido e
depois adaptado para o uso de profissionais da medicina; os seus discípulos
rotineiramente obtinham estados hipnóticos adequados para procedimentos
médicos ou cirúrgicos em menos de três minutos.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 22


INDUÇÃO HIPNÓTICA
A indução de Dave Elman consiste de comandos diretos e cansaço mental, é
pedido para que o cliente faça uma contagem regressiva iniciando em 300,.

Existem várias “escolas” ou linhas. Algumas enfatizam que temos de falar de


forma monótona e “entediante” para que o sujeito se “desligue” e entre em
transe.
Seguindo a linha de Milton Erickson, é muito desejável que a indução se inicie
com sugestões de relaxamento. Evidentemente “relaxar” requer uma
comunicação verbal e não verbal “relaxantes”, o que significa falar com tom
de voz tranquilo, lento, aconchegante.

Richard Bandler e a Programação Neurolinguística (após modelar Milton


Erickson) enfatizam a eliciação de estados, o que significa que o tom
“monótono” ganha um certo “colorido” e várias interpretações quando
estamos eliciando um estado específico.

Dependendo do que estamos eliciando, vão haver algumas alterações no


volume, ritmo, intencidade, emissão e outros fatores para que a
interpretação seja envolvente.
Bandler enfatiza que o hipnotizador deve “ir primeiro”, ou seja, eliciar em si
um estado de recursos consistente com o que vai trabalhar com o sujeito,
para que isso esteja presente em sua neurologia na hora em que estiver
atuando.
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 23
INDUÇÃO HIPNÓTICA
Milton Erickson inova em seu método de Indução. Deixando de seguir linhas
de indução de choque ou rápida. Uma base poderosa introduzida por Milton
Erickson é a utilização da memória psicossomática no processo de indução,.
Como a memória de um banho quente e relaxante após um dia cansativo. O
simples fato do cliente acessar a memória lhe trás ainda mais relaxamento.

Memórias arquivam em sua fisiologia as imagens, sons, diálogos internos e


sensações sobre o fato específico. Junto com a experimentação física da
mesma, arquiva-se a estratégia bioquímica experimentada no momento
original, ou seja, os hormônios que corriam pela corrente sanguínea durante
a experiência.

Desta maneira, é possível estabelecer uma sensação física mediante a


mesma, resgatando a mesma estratégia arquivada com as imagens, sons e
diálogos da experiência original, disparando neurotransmissores pelo
organismo e alterando o estado interno imediatamente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 24


SUGESTÃO
Quando James Braid descreveu pela primeira vez o hipnotismo, ele não usou
o termo "sugestão", mas se referiu ao ato de focalizar a mente consciente do
sujeito em uma única idéia dominante.

A principal estratégia terapêutica da Braid envolvia estimular ou reduzir o


funcionamento fisiológico em diferentes regiões do corpo. Em seus trabalhos
posteriores, entretanto, Braid enfatizou cada vez mais o uso de uma
variedade de diferentes formas verbais e não verbais de sugestão, incluindo o
uso da "sugestão da vigília" e da auto-hipnose. Subsequentemente,
Hippolyte Bernheim mudou a ênfase do estado físico da hipnose para o
processo psicológico da sugestão verbal:

Eu defino o hipnotismo como a indução de uma condição psíquica


peculiar (isto é, mental) que aumenta a suscetibilidade à sugestão. Muitas
vezes, é verdade, o sono [hipnótico] que pode ser induzido facilita a
sugestão, mas não é o preliminar necessário. É a sugestão que governa o
hipnotismo.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 25


SUGESTÃO
Alguns hipnotizadores vêem a sugestão como uma forma de comunicação
que é dirigida primariamente à mente consciente do sujeito, enquanto outros
a veem como um meio de comunicação com a mente " inconsciente " ou "
subconsciente ".

Estes conceitos foram introduzidos no hipnotismo no final do século XIX por


Sigmund Freud e Pierre Janet . A teoria psicanalítica de Sigmund Freud
descreve os pensamentos conscientes como estando na superfície da mente
e os processos inconscientes como sendo mais profundos na mente.

Braid, Bernheim e outros pioneiros vitorianos do hipnotismo não se referiam


à mente inconsciente, mas viam sugestões hipnóticas como sendo dirigidas à
mente consciente do sujeito .

De fato, Braid realmente define o hipnotismo como uma atenção


concentrada (consciente) sobre uma ideia dominante (ou sugestão).

Diferentes pontos de vista sobre a natureza da mente levaram a diferentes


concepções de sugestão. Os hipnotizadores que acreditam que as respostas
são mediadas primariamente por uma "mente inconsciente", como Milton
Erickson , fazem uso de sugestões indiretas, como metáforas ou histórias,
cujo significado pretendido pode ser escondido da mente consciente do
sujeito.
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 26
SUGESTÃO
O conceito de sugestão subliminar depende dessa visão da mente. Por outro
lado, os hipnotizadores que acreditam que as respostas à sugestão são
primariamente mediadas pela mente consciente, como Theodore Barber e
Nicholas Spanos , tendem a fazer mais uso de sugestões e instruções verbais
diretas.

NA ATUALIDADE

A contramão da hipnose clássica, os conceitos para trabalhar


psicologicamente em um transe hipnótico estão muito mais ligados a
identificação da estrutura da experiência subjetiva.
Um caminha natural e saudável para enriquecer a experiência do cliente,
ampliando seu mapa sobre o fato específico.

Essa abordagem conduz de forma aberta, respeitando o modelo de mundo


de cada pessoa.
O sequenciamento interno dos canais sensoriais (ver, ouvir, sentir e falar
consigo) organizam a experiência e imprimem a (sinapse) que orienta as
ações internas e externas.
As sugestões envolvem uma construção mais objetiva e congruente, onde o
cliente completa e recheia com suas próprias informações as novas
percepções.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 27


Capítulo 7

APLICAÇÃO
APLICAÇÃO
Existem inúmeras aplicações para a hipnose em vários campos de interesse,
incluindo usos médicos / psicoterapêuticos, usos militares, auto-
aperfeiçoamento e entretenimento. A Associação Médica Americana
atualmente não tem posição oficial sobre o uso médico da hipnose. No
entanto, um estudo publicado em 1958 pelo Conselho de Saúde Mental da
American Medical Association documentou a eficácia da hipnose em
ambientes clínicos.

A hipnose tem sido usada como uma abordagem suplementar para a terapia
cognitivo-comportamental desde 1949. A hipnose foi definida em relação ao
condicionamento clássico ; onde as palavras do terapeuta eram os estímulos
e a hipnose seria a resposta condicionada. Alguns métodos tradicionais de
terapia cognitivo-comportamental foram baseados no condicionamento
clássico. Isso incluiria induzir um estado relaxado e introduzir um estímulo
temido. Uma maneira de induzir o estado relaxado foi através da hipnose.

A Hipnose também tem sido usado em forense , esportes , educação,


fisioterapia e reabilitação . A Hipnose também tem sido empregado por
artistas para fins criativos, mais notavelmente o círculo surrealista de André
Breton, que empregou hipnose, escrita automática e esboços para fins
criativos. Métodos hipnóticos têm sido usados ​para reviver estados de drogas
e experiências místicas.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 29


APLICAÇÃO
A auto-hipnose é popularmente usada para parar de fumar , aliviar o estresse
e a ansiedade, promover a perda de peso e induzir a hipnose do sono. A
hipnose de estágio pode persuadir as pessoas a realizar feitos públicos
incomuns.

Algumas pessoas têm tirado analogias entre certos aspectos do hipnotismo e


áreas como a psicologia das multidões, histeria religiosa e transes rituais em
culturas tribais pré-letradas.

Quer aprofundar mais sobre o tema? Segue um link de um artigo


falando sobre:
Ferramentas de hipnose para terapia

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 30


HIPNOTERAPIA
Hipnoterapia é um uso da hipnose em psicoterapia. ElA é usado por médicos
licenciados, psicólogos e outros profissionais formados nesta modalidade.

Médicos, psicólogos e terapeutas podem usar a hipnose para tratar a


depressão, ansiedade, distúrbios alimentares , distúrbios do sono , jogo
compulsivo e estresse pós-traumático, fumar e controlar o peso.

Hipnoterapia é um complemento útil com efeitos aditivos no tratamento de


distúrbios psicológicos, como estes, juntamente com terapias cognitivas
cientificamente comprovadas . A hipnoterapia não deve ser usada para
reparar ou refrescar a memória, pois a hipnose resulta no endurecimento da
memória, o que aumenta a confiança em falsas memórias.

Pesquisas preliminares expressaram breves intervenções de hipnose como


possivelmente uma ferramenta útil para o manejo do HIV-DSP doloroso
devido à sua história de utilidade no manejo da dor , sua eficácia em longo
prazo de intervenções breves, a capacidade de ensinar auto-hipnose aos
pacientes, o custo -efetividade da intervenção e a vantagem de usar tal
intervenção em oposição ao uso de drogas farmacêuticas.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 31


HIPNOTERAPIA
Hipnoterapia moderna tem sido usada, com sucesso variável, em uma
variedade de formas, tais como:

• Vícios
• Hipnoterapia de regressão de idade (ou "hipnoanálise")
• Hipnoterapia cognitivo-comportamental ou hipnose clínica combinada
com elementos da terapia cognitivo-comportamental e PNL
• Hipnoterapia Ericksoniana
• Medos e fobias
• Controle de Hábito
• Gerenciamento da dor
• Psicoterapia
• Relaxamento
• Reduzir o comportamento do paciente (por exemplo, coçar) que dificulta o
tratamento da doença de pele
• Pacientes cirúrgicos com analgesia
• Desempenho esportivo
• Perda de peso
• Ansiedade e Depressão
• Transtornos Mentais e Cognitivos

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 32


Capítulo 8

ESTUDOS E PESQUISA
ESTUDOS E PESQUISAS
O desacordo teórico central em relação à hipnose é conhecido como o
debate "estado versus não estatal". Quando Braid introduziu o conceito de
hipnotismo, ele se equivocou sobre a natureza do "estado", às vezes
descrevendo-o como um estado neurológico semelhante ao sono,
comparável à hibernação animal ou à meditação iogue, enquanto em outras
ocasiões enfatizava que o hipnotismo engloba uma série de diferentes
estágios ou estados que são uma extensão dos processos psicológicos e
fisiológicos comuns. No geral, Braid parece ter passado de uma
compreensão mais "especial" do hipnotismo para uma orientação mais "não
estatal".

Os teóricos do Estado interpretam os efeitos do hipnotismo como devidos


primariamente a um estado psicológico ou fisiológico específico, anormal e
uniforme de alguma descrição, frequentemente chamado de "transe
hipnótico" ou "estado alterado de consciência". Os teóricos não-estatais
rejeitaram a ideia de transe hipnótico e interpretaram os efeitos do
hipnotismo como decorrentes de uma combinação de múltiplos fatores
específicos da tarefa derivados da psicologia cognitiva, comportamental e
social normal, como a percepção social do papel e a motivação favorável (
Sarbin ). imaginação e conjunto cognitivo positivo (Barber), expectativa de
resposta (Kirsch), e o uso ativo de estratégias subjetivas específicas da tarefa
( Spanos). O psicólogo da personalidade Robert White é frequentemente
citado como uma das primeiras definições não estatais de hipnose em um
artigo de 1941:

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 34


ESTUDOS E PESQUISAS
O comportamento hipnótico é um esforço significativo e dirigido por
objetivos, sendo seu objetivo mais geral comportar-se como uma pessoa
hipnotizada, pois isso é continuamente definido pelo operador e
compreendido pelo cliente.

Em termos simples, afirma-se frequentemente que, enquanto a


interpretação mais antiga do "estado especial" enfatiza a diferença entre a
hipnose e os processos psicológicos comuns, a interpretação "não estatal"
enfatiza sua semelhança.

As comparações entre indivíduos hipnotizados e não hipnotizados sugerem


que, se existe um "transe hipnótico", isso representa apenas uma pequena
proporção dos efeitos atribuídos à sugestão hipnótica, a maioria dos quais
pode ser replicada sem indução hipnótica.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 35


HIPER-
SUGESTIONABILIDADE
Trança pode ser tomada para implicar, em escritos posteriores, que a hipnose
é em grande parte um estado de sugestionabilidade elevada induzida pela
expectativa e atenção focada.

Em particular, Hippolyte Bernheim ficou conhecido como o principal


defensor da "teoria da sugestão" da hipnose, chegando a ponto de declarar
que não há estado hipnótico, apenas sugestionabilidade acentuada. Existe
um consenso geral de que a sugestionabilidade aumentada é uma
característica essencial da hipnose. Em 1933, Clark L. Hull escreveu:

Se um sujeito, depois de se submeter ao procedimento hipnótico, não


demonstrar um aumento genuíno na suscetibilidade a qualquer sugestão,
parece não haver motivos para chamá-lo de hipnotizado,
independentemente de quão completo e prontamente ele possa responder a
sugestões de fechamento da pálpebra e outros comportamentos superficiais
de sono.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 36


INIBIÇÃO CONDICIONADA
Ivan Pavlov afirmou que a sugestão hipnótica forneceu o melhor exemplo de
uma resposta reflexa condicionada em seres humanos; isto é, que respostas
a sugestões foram aprendidas associações desencadeadas pelas palavras
usadas:

A fala, por conta de toda a vida anterior do adulto, está conectada a todos os
estímulos internos e externos que podem atingir o córtex, sinalizando todos
eles e substituindo todos eles, e, portanto, pode suscitar todas as reações do
indivíduo. organismo que são normalmente determinados pelos próprios
estímulos. Podemos, portanto, considerar a "sugestão" como a forma mais
simples de um reflexo típico no homem.

Ele também acreditava que a hipnose era um "sono parcial", o que significa
que uma inibição generalizada do funcionamento cortical poderia ser
estimulada a se espalhar por todas as regiões do cérebro. Ele observou que
os vários graus de hipnose não diferiam fisiologicamente do estado de vigília
e que a hipnose dependia de mudanças insignificantes de estímulos
ambientais. Pavlov também sugeriu que mecanismos do tronco cerebral
inferior estavam envolvidos no condicionamento hipnótico.

As ideias de Pavlov combinadas com as de seu rival, Vladimir Bekhterev,


tornaram-se a base da psicoterapia hipnótica na União Soviética, conforme

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 37


INIBIÇÃO CONDICIONADA
documentado nos escritos de seu seguidor KI Platonov. As teorias soviéticas
do hipnotismo influenciaram subsequentemente os escritos de
hipnoterapeutas ocidentais orientados para o comportamento, como
Andrew Salter .

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 38


NEUROPSICOLÓGICA
Mudanças na atividade cerebral foram encontradas em alguns estudos de
indivíduos hipnotizados altamente responsivos.
Essas alterações variam dependendo do tipo de condução que está sendo
realizada.
O estado da luz à hipnose média, onde o corpo sofre relaxamento físico e
mental, está associado a um padrão principalmente de ondas alfa.
Eles podem indicar que sugestões genuinamente produzem mudanças na
percepção ou experiência que não são simplesmente um resultado da
imaginação.
No entanto, em circunstâncias normais, sem hipnose, as regiões cerebrais
associadas à detecção de movimento são ativadas tanto quando o
movimento é visto e quando o movimento é imaginado, sem quaisquer
alterações na percepção ou experiência dos sujeitos.
A hipnose são mediadas por sistemas cerebrais e mecanismos neurais
promovendo a neuroplasticidaade. Esse fenômeno natural permite um
rearranjo no circuito neural, bem como a ativação de novos neurônios,
construindo uma nova estrutura cerebral que permite modificações
estruturais no cérebro.

Outro estudo demonstrou que uma condução criativa com a Hipnose de


ativou regiões de processamento de imagem do córtex occipital. Uma
revisão de 2004 da pesquisa que examina o trabalho do laboratório de EEG
nesta área conclui:

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 39


NEUROPSICOLÓGICA
A hipnose não é um estado unitário e, portanto, deve mostrar diferentes
padrões de atividade do EEG, dependendo da tarefa que está sendo
experimentada.

Em nossa avaliação da literatura, a teta aumentada é observada durante a


hipnose quando há desempenho da tarefa ou hipnose concentrativa, mas
não quando os indivíduos altamente hipnotizáveis ​estão passivamente
relaxados, um tanto sonolentos e / ou mais difusos em sua atenção.

Portanto a Hipnose promove alterações na estrutura neurofisiológica do


organismo, podendo assim contribuir para modificações, psicológicas,
fisiológicas e genéticas.

Atualmente estudo em uma pesquisa as alterações epigenéticas através da


Hipnose, ou seja, a capacidade que temos de alterar até 70% do nosso código
genético.
Grandes casos como reversão em Câncer, Autismo, Esquizofrenia, Alzheimer
já são observados com a implantação dessa abordagem na psicoterapia
breve.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 40


DISSOCIAÇÃO
Pierre Janet originalmente desenvolveu a ideia de dissociação da consciência
de seu trabalho com pacientes histéricos.

Ele acreditava que a hipnose era um exemplo de dissociação, em que áreas


do controle comportamental de um indivíduo se separam da percepção
comum.

A hipnose removeria algum controle da mente consciente e o indivíduo


responderia com um comportamento autonômico e reflexivo. Weitzenhoffer
descreve a hipnose por meio dessa teoria como "dissociação da consciência
da maioria dos eventos sensoriais e até estritamente neurais que estão
ocorrendo".

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 41


NEODISSOCIAÇÃO
Ernest Hilgard , que desenvolveu a teoria da "neodissociação" do hipnotismo,
hipotetizou que a hipnose faz com que os sujeitos dividam sua consciência
voluntariamente.

Uma parte responde ao hipnotizador enquanto a outra retém a consciência


da realidade. Hilgard fez os sujeitos tomarem um banho de água gelada.
Nenhum deles mencionou a água sendo fria ou sentindo dor.

Hilgard então pediu aos sujeitos que levantassem o dedo indicador se


sentissem dor e 70% levantassem o dedo indicador. Isso mostrou que,
embora os sujeitos estivessem ouvindo o sugestivo hipnotizador, eles ainda
sentiam a temperatura da água.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 42


TERORIA DO PAPEL
SOCIAL
O principal teórico que foi pioneiro na influente teoria do hipnotismo foi
Theodore Sarbin . Sarbin argumentou que as respostas hipnóticas eram
tentativas motivadas de cumprir os papéis socialmente construídos dos
sujeitos hipnóticos. Isso levou ao equívoco de que os sujeitos hipnóticos
estão simplesmente "fingindo". No entanto, Sarbin enfatizou a diferença
entre fingir, na qual há pouca identificação subjetiva com o papel em
questão, e assumir o papel, em que o sujeito não apenas age externamente
de acordo com o papel, mas também subjetivamente se identifica com ele
em algum grau, agindo, pensando e sentindo "como se" eles estão
hipnotizados.

Sarbin traçou analogias entre o papel na hipnose e o desempenho de papéis


em outras áreas, como o método de atuação. A interpretação da hipnose é
particularmente relevante para a compreensão da hipnose de palco, na qual
há claramente uma forte pressão dos colegas para cumprir um papel
socialmente construído, desempenhando-se de acordo com um estágio
teatral.

Por isso, o construcionismo social e a teoria da hipnose para o papel do papel


sugere que os indivíduos estão encenando (em oposição a meramente jogar )
um papel e que realmente não existe tal coisa como um transe hipnótico.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 43


TERORIA DO PAPEL
SOCIAL
Uma relação socialmente construída é construída dependendo da relação
estabelecida entre o "hipnotizador" e o sujeito (veja efeito Hawthorne , efeito
Pigmalião e efeito placebo ).

Psicólogos como Robert Baker e Graham Wagstaff afirmam que o que


chamamos de hipnose é na verdade uma forma de comportamento social
aprendido, um híbrido complexo de complacência social, relaxamento e
sugestionabilidade que pode explicar muitas manifestações
comportamentais esotéricas.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 44


TERAPIA
COMPORTAMENTAL
COGNITIVA
Barber, Spanos e Chaves (1974) propuseram uma teoria não-estatal
"cognitivo-comportamental" da hipnose, similar em alguns aspectos à teoria
do papel social de Sarbin e baseando-se na pesquisa anterior de Barber.

Nesse modelo, a hipnose é explicada como uma extensão dos processos


psicológicos comuns, como imaginação, relaxamento, expectativa,
conformidade social etc. Em particular, Barber argumentou que as respostas
às sugestões hipnóticas eram mediadas por um "conjunto cognitivo positivo"
que consistia em expectativas positivas. atitudes e motivação. Daniel Araoz
posteriormente cunhou a sigla "TEAM" para simbolizar a orientação do
sujeito à hipnose em termos de "confiança", "expectativa", "atitude" e
"motivação".

Barber et al. observaram que fatores similares pareciam mediar a resposta


tanto ao hipnotismo quanto à terapia cognitivo-comportamental, em
particular a dessensibilização sistemática. Assim, a pesquisa e a prática
clínica inspiradas por sua interpretação levaram a um crescente interesse na
relação entre hipnoterapia e terapia cognitivo-comportamental.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 45


TEORIA DA INFORMAÇÃO
Uma abordagem vagamente baseada na teoria da informação usa um
modelo cérebro-como-computador.

Em sistemas adaptativos, o feedback aumenta a relação sinal-ruído , que


pode convergir para um estado estável.

Aumentar a relação sinal-ruído permite que as mensagens sejam recebidas


de forma mais clara. O objetivo do hipnotizador é usar técnicas para reduzir a
interferência e aumentar a capacidade de recepção de mensagens
específicas (sugestões).

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 46


TEORIA DOS SISTEMAS
A teoria dos sistemas , nesse contexto, pode ser considerada como uma
extensão da conceituação original de Braid de hipnose como envolvendo "o
cérebro e o sistema nervoso em geral".

A teoria de sistemas considera a organização do sistema nervoso em


subsistemas em interação. Fenômenos hipnóticos, portanto, envolvem não
apenas o aumento ou diminuição da atividade de determinados subsistemas,
mas também sua interação.

Um fenômeno central a esse respeito é o dos ciclos de realimentação, que


sugerem um mecanismo para a criação de fenômenos hipnóticos.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 47


SOCIEDADES
A Hipnose é uma ferramenta complementar utilizada na Psicologia
Integrativa, na Medicina, Terapias Naturais, entre tantas outras modalidades.

No mundo existem diversos conselhos que orientam uma rígida análise sobre
os formadores na modalidade Hipnose Clínica e Hipnoterapia.
O conteúdo necessário para uma pessoa se formar profissionalmente incluí
os fundamentos da Hipnose, Comunicação e Linguagem, Semântica
Transformacional, Psicopatologia, Neurociências, Conceitos Psicanalíticos,
Semiologia Médica, Comportamental Cognitiva, PNL e Psicologia Positiva.

Esses conselhos oferecem uma regulamentação mundial para garantir a boa


execução de profissionais no mercado da Hipnose Clínica e Hipnoterapia.

Sou afiliado a conselhos nos USA ligados a Universidades renomadas que


habilitam e fiscalizam o conteúdo programático, bem como a qualidade das
aulas e cursos.

É importante encontrar uma formação que te profissionalize para a atuação


com a Hipnose em um cenário clínico.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 48


Capítulo 9

HIPNOSE E O CÉREBRO
PADRÕES DE FREQUÊNCIA
MENTAL E NÍVEIS DE
CONCENTRAÇÃO
As ondas elétricas cerebrais, como todas as ondas, são medidas de duas
maneiras.

A primeira é a frequência ou a velocidade dos impulsos elétricos. Frequência


é medida em ciclos por segundo (Hz), variando de 0,5 Hz a 38 Hz. A segunda
medida é a amplitude, ou o quão forte é a onda cerebral.

Ondas cerebrais são classificadas por frequência em cinco tipos: BETA,


ALFA, TETA, DELTA e GAMA. O Eletroencefalograma (EEG) registra
graficamente as correntes elétricas dos hemisférios esquerdo e direito do
cérebro, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo.

Essa ondas determinam a velocidade do processamento de informações no


cérebro. É possível através de exames de imagem identificar os padrões de
mudanças de ondas e respostas neuro-emocionais durante um trabalho com
a Hipnose.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 50


PADRÕES DE FREQUÊNCIA
MENTAL E NÍVEIS DE
CONCENTRAÇÃO
FREQUÊNCIA GAMA

Ondas cerebrais GAMA ficam acima de 39 Hz e estão envolvidas na maior


atividade mental e consolidação das informações. Os meditadores
avançados tibetanos produzem níveis mais elevados de Gama que as outras
pessoas, tanto antes como durante a meditação.

FREQUÊNCIA BETA

É o estado de vigília. Neste nível estão associados os 5 sentidos físicos (tato,


paladar, olfato, visão e audição). Ondas cerebrais BETA são rápidas, variando
de 13 a 38 ciclos por segundo. Beta é o estado de pensamento normal, sua
consciência externa ativa e o processo de pensamento. Sem Beta não
seríamos capazes de exercer nossas funções no mundo exterior.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 51


PADRÕES DE FREQUÊNCIA
MENTAL E NÍVEIS DE
CONCENTRAÇÃO
FREQUÊNCIA DELTA

É o nível da inconsciência. Nele somente o subconsciente esta agindo (É


semelhante a um coma). Ondas cerebrais Delta retratam nossa mente
inconsciente, o estado de sono profundo, variando de cerca de 0,5 ciclo por
segundo a 4 ciclos por segundo. Mas, em combinação com outras ondas no
estado de vigília, Delta atua como uma espécie de radar procurando
informações, chegando a entender no mais profundo nível inconsciente
coisas que não podemos compreender através do processo do pensamento.
Delta nos oferece intuição, sintonia empática e discernimento instintivo.

O padrão de ondas cerebrais da Mente Desperta ou Mente de Alta


Performance combina o radar empático e intuitivo das ondas Delta; a
inspiração criativa, a percepção pessoal, e consciência espiritual das ondas
Teta; a capacidade de transição e relaxamento com consciência das ondas
Alfa; e da atenção externa e capacidade de processo de pensamento
consciente das ondas Beta, tudo ao mesmo tempo.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 52


CÉREBRO TRINO
Do Latim (cérebrum). É um órgão ao qual compete controlar todos os
movimentos do corpo e processar a informação sensorial. Nosso cérebro é
dividido em duas metades, que cientificamente chamamos de hemisférios.
Nós temos o hemisfério direito que trabalha com palavras e números e o
hemisfério esquerdo que trabalha com memórias e emoções.

A Teoria do cérebro trino foi elaborada em 1970 pelo neurocientista Paul


MacLean, apresentada em 1990 no seu livro “The Triune Brain in evolution:
Role in paleocerebral functions”, discute o fato de que nós,
humanos/primatas, temos o cérebro dividido em três unidades funcionais
diferentes. Cada uma dessas unidades representa um extrato evolutivo
do sistema nervoso dos vertebrados.
Segundo a teoria de MacLean, o cérebro humano/primata seria composto
pelo:

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 53


CÉREBRO TRINO
CÉREBRO REPTILIANO

O Cérebro Reptiliano ou cérebro basal, ou ainda, como o chamou MacLean,


“R-complex”, é formado apenas pela medula espinhal e pelas porções basais
do prosencéfalo. Esse primeiro nível de organização cerebral é capaz apenas
de promover reflexos simples, o que ocorre em répteis, por isso o nome;
Conhecido como "cérebro instintivo", tem como característica a
sobrevivência, responsável pelas emoções primárias como, fome, sede entre
outras. Faz o coração bater, caminha, respira...

LÍMBICO - CÉREBRO DOS MAMÍFEROS INFERIORES

O Cérebro dos Mamíferos Inferiores: ou cérebro emocional, ou


“Paleommamalian Brain”, é o segundo nível funcional do sistema nervoso e,
além dos componentes do cérebro reptiliano, conta com os núcleos da base
do telencéfalo, responsáveis pela motricidade grosseira; pelo Diencéfalo,
constituído por Tálamo, Hipotálamo e Epitálamo; pelo Giro do Cíngulo; e
pelo hipocampo e parahipocampo. Esses últimos componentes são
integrantes do Sistema Límbico, que é responsável por controlar o
comportamento emocional dos indivíduos, daí o nome
de Cérebro Emocional. Esse nível de organização corresponde ao cérebro da
maioria dos mamíferos. Transforma emoções em memórias, hospeda nossas
crenças e nossos padrões.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 54


CÉREBRO TRINO
NEOCÓRTEX - CÉREBRO RACIONAL

Conhecido também como neocórtex, é compostos pelo córtex telencefálico.


Esse por sua vez é dividido em lobos, sendo esses:
Frontal: o mais derivado dos lobos cerebrais, responsável pelas funções
executivas;
Parietal: responsável pelas sensações gerais;
Temporal: responsável pela audição e pelo olfato;
Occipital: responsável pela visão;
Insular: responsável pelo paladar e gustação.
O cérebro racional é o que diferencia o homem/primata dos demais animais.
Segundo Paul MacLean é apenas pela presença do neocórtex que o homem
consegue desenvolver o pensamento abstrato e tem capacidade de gerar
invenções. Mente imaginária e inteligente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 55


CÉREBRO TRINO
Durante o trabalho com a hipnose, o hipnoterapeuta ajuda o cliente a
conhecer suas reações extintivas, emocionais e racionais.

Normalmente esses padrões podem trazer a tona atitudes reativas,


vitimistas ou inteligentes emocionalmente.
O processo com a Hipnose direciona o olhar da pessoa para o funcionamento
dos padrões comportamentais, pensamentos e emoções.
Nesse ponto, fica claro a maneira como o indivíduo responde sobre os
estímulos internos e constrói sua realidade subjetiva.

A reprogramação desse padrão, condiz prioritariamente na identificação dos


gatilhos de disparos ineficientes de padrões internos.
Na sequência a inclusão de recursos, valores e revisão de crenças para uma
saída mais saudável e congruente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 56


Capítulo 10

RECURSOS INTERNOS
RECURSOS INTERNOS
Ampliar a percepção de uma situação desafiadora é um dos pilares básicos
em um processo Generativo. Quando existe uma “situação problema”
definimos que a mesma está carente de algum recurso interno específico,
uma habilidade, uma competência ou uma capacidade que não foi aplicada
ou utilizada no momento.

Recursos são capacidades internas que movem as pessoas em direção ao


sucesso.
Eliciar recursos internos fazem a diferença na percepção de novas
oportunidades, possibilitando uma performance muito mais produtiva e uma
representação significativa de uma solução.

Você já passou por um dia em que nada dá certo? Aquele dia em que você
“acordou com o pé esquerdo”?
Você é a mesma pessoa nas duas situações. A diferença está no estado
neurofisiológico em questão – o estado interno.

A maioria de nossos estados internos acontece de forma automática – sem


controle consciente – porque estamos “acostumados” (programados) a
reagir daquela maneira.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 58


RECURSOS INTERNOS
Desta forma, uma pessoa pode representar a si mesma como alguém
insignificante e incapaz, e esta representação vai colocá-lo num estado de
poucos recursos – um estado limitante. Na verdade, esta pessoa pode não
ser nada disso – pode até ser alguém com muitas capacidades – mas ela se
tornou naquele momento exatamente aquilo que julgou ser.

A diferença entre as pessoas que falham em realizar suas metas e aquelas


que são bem sucedidas é que estas conseguem se colocar num estado de
apoio e segurança (um estado de recursos). Isto é muito diferente de entrar e
sair de estados automaticamente, sem controle consciente, sendo
controlado por outras pessoas, pela mídia, etc. Imagine que seu cérebro é um
veículo que, se você não dirigir, se você não estiver ao volante, será guiado
por outros ou pelas situações – como um barco ao sabor do vento.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 59


PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
Várias pessoas estudam na PNL que possuímos todos os recursos
necessários, em nossa mente consciente ou inconsciente, para obtermos
tudo que desejamos.
Tal afirmativa, além de parecer autoconfiante demais, conflita com a visão
pessoal e a frequentemente baixa autoestima de muita gente. Elas pensam:
“como assim eu já tenho dentro de mim tudo o que preciso? Eu já sei a
resposta de todos os meus problemas? Vasculho dentro de mim e não acho
nada… “.

Este tipo de dificuldade é usual. A afirmativa pura e simples “Confie na mente


inconsciente”, um truísmo muito usado pela Neurolinguística, faz com que
várias pessoas ou se arrisquem sem muita base em um novo projeto ou, ao
contrário, quedam-se inermes, esperando infrutiferamente que algo
aconteça, ou um “gênio interior” assuma seu corpo e sua mente para resolver
todas as questões necessárias, urgentes e pendentes de suas vidas…

Vamos analisar um pouco mais esta afirmação. Quando a PNL diz “você já
tem dentro de você tudo o que você precisa” visa fazer com que o indivíduo
se focalize em suas próprias habilidades e capacidades, e não em suas

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 60


PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
limitações. Isto é um truísmo – porquê é óbvio que todos nós devemos e
iremos resolver nossas questões de vida a partir dos recursos, habilidades,
competências, conhecimentos e oportunidades de que dispomos, seja agora,
seja daqui a pouco, com o esforço de ampliação destes mesmos recursos,
habilidades, competências, conhecimentos e oportunidades que
conseguirmos obter.

A intenção é redirecionar a mente para aquilo que é realmente eficaz – agir a


partir do que se tem – ao invés de apenas suspirar pelos cantos, ansiando
pelo que não se tem. Não obstante, mesmo assim, algumas pessoas
continuam obcecadas pelo que lhes falta. Ficam historiando suas falhas e
fazendo um rol de acontecimentos tristes passados que justifiquem as suas
limitações e bloqueios. Isso acontece muito em situações de coaching, isto é,
situações onde estamos orientando pessoas para definir metas e estabelecer
projetos de melhoria em suas vidas pessoais e profissionais.

Definir um projeto de vida é dependente daquilo que está motivando e


interessando o indivíduo no momento – e isto pode ser um fio da meada para
que se façam progressivas mudanças pessoais, profissionais e
comportamentais que acabem se tornando bem radicais, que modifiquem
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 61
PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
completamente a vida em um período de dez ou quinze anos… É claro que
este tempo permite que uma pessoa se engaje em uma busca objetiva pelas
habilidades e recursos que ainda lhe falta e, assim, consiga chegar a um
ponto de melhoria bem além do que sua imaginação possa abarcar no
presente.

Para “baixar a bola” um pouco da angústia que acomete nestas horas,


sempre sugiro que se escolha apenas um projeto de vida, não o projeto de
vida. E comprometendo-se com ele por um período pequeno, digamos
apenas três meses, e não para o resto da vida, cada um pode experienciar em
si a sensação de se focar em plenitude, sem objeções. Experimentar se
motivar é um pouco como uma experiência de faz-de-conta: faça de conta
que você tem certeza de que aquilo que você está fazendo é aquilo que
sempre sonhou…
Isto é, aceite as suas habilidades múltiplas e pense em como fazer uma
sinergia entre estas habilidades, desenvolvendo uma especialidade só sua.
Não se preocupe, por exemplo, em preencher um escaninho pré-fabricado de
emprego – pense primeiro em você, em como você tem um misto de
capacidades suas, e como vendê-las às instituições, dando a elas o que elas
querem, através da forma como você quer.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 62


PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
E o que isto tem a ver com a frase “você tem dentro de si mesmo todos os
recursos que precisa”? Esta frase nos redireciona a confiar que aquilo que nós
não temos, somos capazes de desenvolver. E o ponto principal em mente é o
que chamamos de recursos. O que são recursos? São tudo aquilo o que
podemos lançar mão para fabricar aquilo de que precisamos. Recursos não
são necessariamente soluções prontas, e sim matéria-prima para
engendrarmos soluções específicas. Quando estiver vasculhando a sua
mente interior na busca de recursos, não espere encontrar soluções prontas,
pré-fabricadas.

Percebi que nossos recursos clássicos são aquilo que genericamente


chamamos de dimensões ou parâmetros, aqueles eixos da escala de medida
com os quais costumamos avaliar os resultados de alguma coisa. Quando
medimos algo, normalmente usamos o tempo e o dinheiro como escala,
correto? Vários parâmetros medem maneiras de avaliar um determinado
processo de atingimento, sendo que alguns parâmetros só servem para
máquinas, tais como o potencial elétrico ou a tonelagem por metro
quadrado. E os parâmetros da escala humana normalmente são o Tempo, o
Dinheiro, o Esforço, o Conhecimento e a Atenção.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 63


PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
Tempo, dinheiro e esforço são facilmente mensuráveis, mas conhecimento e
atenção não. Isto acontece porque são atributos mais mentais, sendo o
conhecimento algo mais pertinente ao hemisfério esquerdo e a atenção (e o
interesse, motivação e expectativa, imbuídos nela) mais pertinente ao
hemisfério direito do cérebro. Quando focalizamos que o desenvolvimento
de uma habilidade ou competência é fruto do balanceamento pessoal da
aplicação destes cinco recursos básicos – ou recursos-fonte, se assim o
preferir, despersonalizamos a ideia de limitação pessoal. Se para um projeto
específico precisamos desenvolver uma habilidade que não temos, basta se
perguntar: “posso dispor do tempo (físico), dinheiro (social), esforço
(disposição emocional) e atenção (motivação) suficientes para alcançar este
nível de conhecimento? “.

Este questionamento nos faz perceber também que devemos aprender a


fazer equilíbrio dos recursos. Isto é, se aplicarmos todo o nosso tempo e
dinheiro disponível para obter uma meta, é claro que faltará destes recursos
para outra, mesmo que nos sobre esforço, conhecimento e atenção…

Algumas vezes os recursos podem ser intercambiáveis – se temos pouco


dinheiro, devemos investir mais tempo, esforço e atenção para obter o
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 64
PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
conhecimento necessário para alcançar o que desejamos com um
investimento mínimo em dinheiro. Porém, em muitas situações, é necessário
alocar algo em cada uma destas cinco dimensões ou parâmetros, se
realmente queremos ser realistas em nossa busca. Este processo nos auxilia a
estruturar nosso planejamento de vida e nossa estratégia de realização, bem
como nos proteger das supostas limitações que reconheçamos ainda em
nossa personalidade e ambiente.

“Valorize seus pontos fortes e proteja seus pontos fracos” dizia a sabedoria
antiga dos índios Sioux. Focalize a atenção naquilo que você tem de melhor,
através dos cinco recursos de vida que todos nós usamos e, daquilo que você
tem pouco, compense com aquilo que você tem muito.

Os Sioux também diziam: “e saiba usar bem a sua imaginação, a seu favor, e
não contra você”. Não digo apenas que pode transformar os pensamentos de
derrota e fracasso em pensamentos de sucesso apenas com a prática. E que
os recursos são uma mágica arca do tesouro dentro de sua mente
inconsciente. Digo para reconhecer que os pensamentos de fracasso se
tornam parte do problema e que modificá-los é, também, parte da solução.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 65


PATROCINANDO
RECURSOS INTERNOS
Acompanhados de uma ação de sucesso, os novos pensamentos se tornam
cada vez mais presentes, criando sensações de bem-estar. E assim torna-se
mais fácil estruturar uma linha de ação para a solução dos problemas,
abrangendo os aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos, de uma
maneira sistêmica.

Quer aprofundar mais sobre o tema? Segue um link de um artigo


falando sobre:
Doze ferramentas para você começar na Hipnoterapia

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 66


Capítulo 11

ACOMPANHAMENTO AO FUTURO
ACOMPANHAMENTO AO
FUTURO

Acompanhamento ao futuro consiste em uma técnica de Hipnose e PNL para


verificar a sua ação ou reação perante um estímulo. Pode ser usada também
com o planejamento de objetivos e prever o que esta 'programado' em sua
mente. É você imaginar uma situação futura, dissociadamente ou
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 68
ACOMPANHAMENTO AO
FUTURO
associadamente, isso não tem importância, pois a Acompanhamento ao
futuro é para ver como será a sua ação e reação.

O Acompanhamento ao futuro prevê o nosso comportamento, é uma ótima


técnica para sabermos como estão as nossas representações.
Acompanhamento ao futuro consiste em imaginar algum evento, por
exemplo:

• Imagine o que você realmente irá fazer amanhã.


• Imagine como será quando você encontrar aquela pessoa.
• Imagine como será daqui a um ano quando você se sentar aonde está
nesse momento.

Os resultados dessa imaginação é o que seu cérebro esta programado para


fazer, com isso, a informação é construída através do Lobo Frontal, gerando
novas sinapses sobre determinado contexto. É um meio de se testar se os
procedimentos pós técnicas foram realizados com sucesso.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 69


ACOMPANHAMENTO AO
FUTURO
O Acompanhamento ao futuro é um meio de se obter feedback antes que o
fato aconteça. Um exemplo prático e muito usado é: Se você for dar uma
palestra, imagine-se dando a palestra, e então? Sua reação foi boa? Imagine-
se dissociado e veja a você, e então? Seu comportamento pode melhorar? No
que?

Quer aprofundar mais sobre o tema? Segue um link de um artigo


falando sobre:
3 técnicas básicas de hipnoterapia que todo terapeuta
deveria saber

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 70


Capítulo 12

ELEMENTOS PARA HIPNOSE


ELEMENTOS PARA
HIPNOSE
ELEMENTOS PARA O SUCESSO HIPNÓTICO

• Rapport

Conexão empática com a pessoa. Compreender os padrões internos. É a


capacidade de sair do seu modelo de mundo para entrar totalmente no
modelo de mundo do outro, fazendo ele sentir que você se importa e o
entende.

• Comunicação não-verbal de estados internos

Linguagem e expressão não verbal. Respiração, postura, posição, expressões


faciais.

• Percepção de Estados Internos

Identificar os estados além da comunicação verbal da pessoa.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 72


ELEMENTOS PARA
HIPNOSE
• Despertar, usar e ancorar estados internos

Não trazer apenas a compreensão cognitiva de uma situação. Mais


importante do que o cliente pensar a respeito é ele reviver os estados de
recurso que já experimentou.

• Analógicos: Fala, gestual, expressões em CONGRUÊNCIA

Tom de voz, expressão, ritmo, timbre, movimentos, todos esses elementos


devem ser combinados para aumentar a atmosfera da indução.
Você não vai dizer para seu cliente relaxar com um tom de voz alto e rápido.

• “Teatro Mágico”.

A Hipnose é uma grande história que se dirige na mente da pessoa. Montar


um teatro mágico com elementos, metáforas, personagens, sons, sensações,
imagens, potencializam o resultado do envolvimento do seu cliente com o
processo.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 73


ELEMENTOS PARA O
SUCESSO NA INDUÇÃO
Relaxamento
Acomodar a pessoa de maneira confortável e iniciar uma exploração para o
aumento da concentração interna. Fechando os olhos e mantendo uma
respiração profunda e relaxante. Trazendo lembranças de momentos
tranquilos onde relaxou profundamente. Imagens, sons relaxantes...

Aprofundamento
Com a pessoa relaxada aplicar um aprofundamento no estado para obter um
acesso amplificado ao inconsciente. Metáforas como contagens de 10 a 0,
onde a cada número a pessoa aprofunda ainda mais o estado, ou, escadas
que a pessoa desce e a cada degrau a pessoa acessa um estado mais
profundo da mente. Voz profunda e tranquila com espaços entre as frases,
diminuindo o ritmo da fala.

Eliciação e estudo do desafio


Estudar o que a pessoa deseja mudar, a crença, comportamento ou hábito
limitante. Verificar os impactos sistêmicos (o que vem fazendo com ela em
outras áreas da vida), verificar o que vem cumprindo de positivo através
desse estado ainda limitante.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 74


ELEMENTOS PARA O
SUCESSO NA INDUÇÃO
Ampliação da realidade
Analisar diferentes perspectivas para “COMO” fazer diferente, o que mais
pode ser considerado para ampliar novos caminhos. O que pessoas que não
tem esse desafio fazem diferente para obter tais resultados.

Identificação do recurso
Encontrar qual a habilidade, competência, recurso interno seria o melhor
talento para lidar com essa situação. Onde esses talentos já fizeram a
diferença na vida desta pessoa e como especificamente ela o fez presente.

Análise de novas possibilidades

O que já pode ser considerado diferente através destes recursos ativos.


Como pode haver uma escolha nova que fará uma diferença significativa na
experiência da pessoa. Quais possibilidades podem ser consideradas?

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 75


ELEMENTOS PARA O
SUCESSO NA INDUÇÃO
Utilização
Quais os primeiros passos já possíveis ainda hoje para experimentar essa
mudança feita? Veja-se no futuro de forma presente vivendo de maneira
mais saudável com tudo isso e perceba o que já muda.
Como as pessoas ganham com toda essa mudança já feita?

Reintegração
Uma contagem de 0 a 7 para a pessoa retomar fracionadamente a
consciência externa, integrando a respiração, aumentando o tom de voz e a
velocidade da fala.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 76


FISIOLOGIA E
COMPORTAMENTO
Durante um processo com hipnose, algumas alterações específicas
aconteceram no comportamento e na fisiologia do seu cliente.
A principal delas são:

• Redução de movimentos;
• Relaxamento muscular;
• Voz mais profunda;
• Relaxamento dos músculos faciais;
• Literalismo;
• Respostas mais lentas;
• Reflexo de deglutição alterado;
• Alteração do ritmo respiratório e cardíaco;
• Neurotransmissor cerebral acetilcolina ao invés de neuropinefrina.
• Movimento rápido das pálpebras;
• Reflexo de piscar;
• Pupilas dilatadas;
• Lacrimejamento;

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 77


FISIOLOGIA E
COMPORTAMENTO
• Olhar vago e sem foco;
• Movimentos oculares;
• Modificação na orientação;
• Automatismo de movimentos;
• Movimentos espasmódicos, inconscientes, abruptos;
• Assimetria facial;
• Alterações na circulação periférica;
• O sujeito responde mais e mais fácil;
• Movimentos Ideomotores e Ideosensórios.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 78


CARACTERÍSTICAS
PSICOLÓGICAS
Existem também alterações no processamento psicológico durante o
processo de transe. As principais modificações são:

• Atenção seletiva;
• Resposta à sugestão;
• Transe lógico;
• Dissociação;
• Interpretação subjetiva;
• Relaxamento.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 79


CONVERSA INICIAL
Esse é o momento chave antes da hipnose acontecer, pois é nessa hora que
você irá passar confiança. É aqui onde nasce o fracasso ou o sucesso da sua
experiência.
Esse é o momento onde você irá tirar todas as dúvidas derrubando os todos
os preconceitos e medos do sujeito.

Um dos principais “fantasmas” do hipnotista iniciante é falar para os


desconhecidos ou mesmo para os amigos que faz hipnose. Isso ocorre
porque nessa hora deve-se usar as palavras certas. Mas se você souber o que
falar, o quão mais seguro você pode se sentir?

Pensando nisso trazemos então um roteiro prontinho do que falar antes de


hipnotizar alguém. Essas são as palavras que você pode utilizar antes de
iniciar a hipnose. Elas servem para criar confiança e engajar a criatividade, a
inteligência, autoestima, a fim de estabelecer uma aceitação e curiosidade
acerca do fenômeno. Nesse Pré-Talk que abaixo transcrevemos utilizamos
apenas UM dos diversos gatilhos mentais existentes. Confira logo mais essa
ideia de conversação…

Ideia de conversação pré-indução:


Hipnotizador: Alguns de vocês nunca foram hipnotizados formalmente.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 80


CONVERSA INICIAL
Certamente, você já sabe que experimentamos o estado de hipnose todos os
dias. Enquanto estamos caminhando pela manhã e nos entregamos aos
nossos pensamentos, com a atenção voltada para o mundo interior, ali,
naquele exato momento, estamos em transe. E quem são as pessoas que
melhor acessam este estado? Quem são as pessoas mais sensíveis a hipnose?
Pessoas inteligentes, pessoas de caráter, pessoas que valorizam a própria
imagem, pessoas de autoestima equilibrada…

Note que se o sujeito NÃO se entregar a hipnose posteriormente, ele está


negando todas as qualidades que citamos acima. Ninguém quer mostrar aos
outros, publicamente, que NÃO é inteligente ou que NÃO tem caráter…
Outro exemplo de Pré-Talk

Hipnólogo: Então você me disse que está perdida, sempre tentando agradar
outras pessoas e sente que nunca recebe o suficiente de volta. É como se
estivesse vivendo com o “freio de mão puxado”. Como se sua vida não
andasse. Sabe o que fazer, sabe como fazer, mas nunca faz, e isso parece
uma prisão, não é? (Pacing Descritivo).
Cliente: É exatamente isso.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 81


CONVERSA INICIAL
Hipnólogo: Eu não sei exatamente como se sente ou o que está pensando,
mas isso me lembrou o caso de “Pértes”. Claro que você já conhece essa
história porque se parece muito muito com a sua história… Então nem vou
contar… (Pré-Talk – Indução de Estado/Curiosidade).
Cliente: Agora eu quero saber… Você nunca contou…

Hipnólogo: Tem certeza? Você não precisa ficar curiosa sobre isso, eu já
contei… (Intensificando o Estado de Curiosidade, gerando expectativa).

Cliente: Ai, por favor… Conte logo, estou morrendo de curiosidade…


É muito importante estabelecer uma conversa inicial e desmistificar a
Hipnose para a pessoa envolvida, criando conexão e confiança entre o
hipnotizado e o hipnotizador.

Quer aprofundar mais sobre o tema? Segue um link de um artigo


falando sobre:
Sete ferramentas para o relaxamento na hipnose

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 82


Capítulo 13

A HISTÓRIA DA HIPNOSE
A HISTÓRIA DA HIPNOSE
A hipnose e a utilização de estados hipnóticos esteve presente em toda
história da humanidade. Ao longo de seu desenvolvimento pode-se
perceber três momentos distintos de seu uso e aplicações:

HIPNOSE UTILIZADA PELOS POVOS E CIVILIZAÇÕES ANTIGAS

Nas culturas antigas a hipnose foi a forma mais antiga de cura utilizada
pelos sacerdotes. Não era usada nos termos formais de hipnose, mas
utilizava-se processos e procedimentos hipnóticos para a cura de dores e
doenças. No Egito antigo no século 1500 a.C., os sacerdotes induziam um
certo tipo de estado hipnótico com finalidade de cura, conforme escrito
nos papiros de Ebers. Estes papiros continham uma coletânea de antigos
escritos médicos descrevendo como aliviar a dor e as doenças. (Bauer,
1998).

Na Grécia antiga nos templos Asclépia, se fazia o diagnóstico e cura dos


doentes por intermédio do sono divino ou terapia onírica. Neste estado
anterior ao sono, chamado na época estado hipnagógico, as imagens
irrompiam automaticamente à consciência do doente e o sacerdote
trabalhava simbolicamente sobre estas imagens, fornecendo sugestões
hipnóticas de cura. No século XI, Avicena – médico iraniano, filósofo e
sábio, acreditava que a imaginação era capaz de enfermar e curar as
pessoas.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 84


A HISTÓRIA DA HIPNOSE
No século XVI Paracelsus, pai da medicina hermética, acreditava na
influência magnética das estrelas na cura de pessoas doentes, vindo a
confeccionar talismãs com inscrições planetárias e zodiacais. A hipnose
utilizada na antigüidade era impregnada de magia, misticismo e
religiosidade com objetivos de cura através da imaginação, profecias,
captação de idéias e mensagens dos deuses. Utilizava-se induções
hipnóticas individuais ou em grupos, através de danças, cantos, orações,
rituais e palavras. (Carvalho, 1999).

HIPNOSE NO PERÍODO DE EXPERIMENTAÇÃO CIENTÍFICA – SÉC. XVIII


E XIX

A história da hipnose no grande período de experimentação científica do


século XVIII e XIX foi retirado integralmente de Carvalho(1999) e Rossi &
Cheek (1988). Tem início com Franz Anton Mesmer (1734-1815), médico
austríaco do século XVIII, que iniciou seus estudos interessado no
magnetismo animal que seria responsável pela cura de dores e doenças.

Após sua mudança para Paris, seu trabalho foi foco de muita atenção pelo
meio científico, onde Mesmer acreditava na influência dos corpos celestes
na cura das doenças e na presença de um fluido universal ligando astros e
corpos.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 85


A HISTÓRIA DA HIPNOSE
Esse fluido magnético era captado e emitido por ferro imantado e a pessoa
imantada transferia energia para os demais. Mais tarde, ele percebeu que
o próprio homem captava energia e passou a falar em magnetismo
humano, realizando várias cirurgias e anestesias sobre o sono mesmérico,
desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo.

O trabalho de Mesmer teve grande repercussão no meio científico e


acadêmico, embora tenha tido sucessos e fracassos em suas curas. Os
acadêmicos de Medicina, como maior ciência oficial da época,
pressionaram o então rei Luíz XVI, a convocar a “Comissão da Sociedade
Real de Medicina e da Academia de Ciências – 1784”, composta pelos mais
renomados cientistas da época, para estudar o fenômeno hipnótico.

A Comissão Julgadora trabalhou realizando experimentos com diferentes


materiais, concluindo a inexistência do magnetismo humano e afirmando
que os resultados obtidos eram somente consequência da imaginação.
Mesmer caiu em descrédito no meio científico, mas suas teorias e métodos
continuaram a ser empregados por seus seguidores, como o Marquês de
Puységur e Abade Faria.

Foi somente no século XIX que o médico inglês James Braid (1795-1859),
assistindo a uma cirurgia efetuada por Mesmer com anestesia geral

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 86


A HISTÓRIA DA HIPNOSE
provocada pelo uso da hipnose, passou a estudar o processo vindo a
reformular a teoria de Mesmer. Braid definiu o estado hipnótico como um
estado particular de “sono do sistema nervoso”, vindo a cunhar o termo
hipnose, do grego Hypnos que simbolizava o Deus do sono na Mitologia
Grega. Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associada a idéia
de sono. Logo depois de haver cunhado este termo, James Braid se
arrependeu pois percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser
comparada ao sono, sendo um estado justamente oposto ao sono, de
intensa atividade psíquica e mental. Braid utilizava basicamente a hipnose
como forma de se obter a anestesia cirúrgica e para ensinar auto-hipnose
aos pacientes, lembrando que o éter foi introduzido somente 1846 e o
clorofôrmio em 1847.

Durante muitos anos a hipnose foi esquecida e mal interpretada por não
se compreender na época a natureza e dinâmica dos seus fenômenos. Ela
foi resgatada na França por duas importantes escolas de pensamento que
possuíam visões muito distintas sob o fenômeno da hipnose: a escola de
Salpêtrière, liderada por Jean-Martin Charcot (1835-1893) e a escola de
Nancy, comandada por Auguste A. Liebeault (1823-1904) e Hipolyte
Bernheim (1840-19191).

A escola de Salpêtrière tinha como líder Charcot, o neurologista mais

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 87


A HISTÓRIA DA HIPNOSE
importante e conceituado da época, o qual estava estudando os estados
hipnóticos para tratamento de pacientes histéricos. Em um trabalho
apresentado em 1882, na Academia Francesa de Ciências, Charcot
considerou a hipnose como um estado patológico de dissociação,
comparando o transe ao processo histérico e a anormalidades no sistema
nervoso. A relação entre hipnose e doença obteve grande aceitação no
meio científico, vindo a influenciar segundo este ponto de vista teóricos
como Freud.

Diferentemente da escola de Salpêtriere, a Escola de Nancy de Liébeault e


Bernheim do século XIX, também estudava a hipnose e seus fenômenos
por mais de 100 anos conforme descritos por Braid, pensando a hipnose
como um estado de consciência normal e natural do ser humano, tendo
um ponto de vista muito distinto de Charcot. Liebeault e Bernheim
retomaram a idéia original de Braid de que a indução hipnótica decorria
da sugestão, realizando inúmeros estudos e experimentações científicas.

Estas duas escolas com pontos de vista distintos discutiam no meio


científico e acadêmico o uso da hipnose, fazendo com que novamente a
hipnose fosse alvo de interesse no meio científico. Em 1889, Charcot
organizou o I Congresso Internacional de Hipnotismo Experimental e
Terapêutico em que contou com a presença do psicólogo americano

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 88


A HISTÓRIA DA HIPNOSE
William James, o criminalista italiano Lombroso e o jovem psiquiatra
Sigmund Freud. Livros passaram a ser escritos e revistas científicas
começaram a publicar artigos sobre hipnose. William James incluiu um
capítulo sobre hipnose em seu livro Princípios de Psicologia, e Wilhelm
Wundt, considerado o pai da Psicologia como Ciência, escreveu um livro
sobre hipnose.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 89


Capítulo 14

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
FRANZ ANTON
MESMER
Franz Anton Mesmer (1734–1815) acreditava que
existia uma forma magnética ou "fluido" universal
que influenciava a saúde do corpo humano.

A saúde e a doença seriam frutos de desequilíbrios Aqui é um espaço


deste fluido universal. Ele fez experiências com ímãs
para alterar este campo, e portanto, realizar curas. reservado para
Por volta de 1774, ele concluiu que os mesmos
efeitos poderiam ser criados com movimentos das
alguma imagem ou
mãos, a uma distância, na frente do corpo do
paciente, conhecido como fazer "passes multimídia :D
mesméricos". A palavra mesmerizar se origina do
nome de Franz Anton Mesmer, e foi
intencionalmente utilizada para separar seus
utilizadores dos vários "fluidos" e teorias
"magnéticas" que eram utilizadas dentro da
denominação "magnetismo".

Em 1780, a pedido do rei francês Luis XVI, uma


Comissão de Inquérito iniciou investigações para
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 91
FRANZ ANTON
MESMER
confirmar se existia mesmo um Magnetismo Animal.
Entre os membros da comissão estavam o pai da
química moderna Antoine Lavoisier, o cientista

Aqui é um espaço
Benjamin Franklin e um especialista em controle da
dor Joseph-Ignace Guillotin. Mesmer conseguia
resultados espetaculares em muitos casos nos quais
os médicos convencionais não conseguiam ajudar.
Este fato já havia enfurecido a comunidade médica reservado para
alguma imagem ou
que o forçou, nesta época, a sair de Viena para Paris.

Quando nenhuma evidência científica foi encontrada


para explicar essas curas, elas foram proibidas.
O mesmerismo permitia induzir a estados alterados
multimídia :D
de consciência e era possível até mesmo realizar
cirurgias sob anestesia hipnótica por esse método.
Em Londres foi fundado o "Mesmeric Hospital", por
John Elliotson, discípulo de Mesmer.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 92


JAMES BRAID
James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica.
Cunhou, em 1842, o termo hipnotismo (do grego
hipnos = sono), para significar o procedimento de
indução ao estado hipnótico. Hipnose, hipnotismo,
ficou logo claro, eram termos inadequados (não se
dorme durante o processo).

O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se


Aqui é um espaço
conseguiu modificá-los, remanescendo até a
atualidade. reservado para
alguma imagem ou
multimídia :D

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 93


JAMES ESDAILE
James Esdaile (1808-1868), utilizou, como cirurgião,
o sonambulismo magnético (hipnoanalgesia) para
realizar aproximadamente 3.000 (três mil) cirurgias
sem a necessidade de anestésicos químicos.

Nestas estão incluídas até mesmo extração de


apêndice entre outros procedimentos de grande
vulto. Todas as cirurgias estão devidamente
Aqui é um espaço
catalogadas.
reservado para
Talvez o método de Esdaile não tenha tido maior
projeção científica porque, à mesma época, foram alguma imagem ou
descobertos os anestésicos químicos (éter,
clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer
parte dos procedimentos médicos da nobreza
multimídia :D
europeia.

Curioso é saber que os anestésicos químicos


mataram muito mais pessoas que se imagina, dada à
ignorância das reações ao procedimento. Tal nunca
ocorreu com a hipnose.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 94


IVAN PAVLOV
Ivan Pavlov (1849-1936), famoso neurofisiologista
russo, conhecido por suas pesquisas sobre o
comportamento, que foram o ponto de partida para
o behaviorismo e o advento da psicologia científica
do comportamento; estudou os efeitos da hipnose
sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica
deste tipo de intervenção.
Aqui é um espaço
reservado para
alguma imagem ou
multimídia :D

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 95


JEAN CHARCOT
Jean Charcot (1825-1893), conhecido médico da
escola de Salpetriére (França), professor de Freud,
estudou os efeitos da hipnose em pacientes
histéricos.

Charcot afirmava que apenas histéricos eram


hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos
constataram que a hipnose é parte do
Aqui é um espaço
funcionamento normal do cérebro de qualquer
pessoa. reservado para
Muitos dos erros cometidos por Charcot (e repetidos alguma imagem ou
por Freud) levaram a crer na ineficácia da hipnose, o
que foi rebatido anos depois.
multimídia :D

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 96


SIGMUND FREUD
Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista,
nascido na Morávia (atual Chéquia), autor da maior
literatura acerca do inconsciente humano, fundador
da psicanálise, aplicou a hipnose profunda no
começo de sua carreira e acabou por abandoná-la,
pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias
reprimidas (Freud não sabia que nem todas as
pessoas são suscetíveis à hipnose profunda Aqui é um espaço
facilmente).
reservado para
Freud abandona a hipnose porque a sugestão
hipnótica dura algum tempo, mas não é permanente.
Assim os sintomas tendiam a voltar.
alguma imagem ou
Através da psicanálise, Freud faz o paciente dar-se
multimídia :D
conta da causa de seus sintomas, tornando o motivo
inconsciente dos sintomas consciente e realizando
assim uma cura duradoura.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 97


DAVE ELMAN
Apesar de Dave Elman (1900–1967) ser conhecido
primeiramente como um notório locutor de rádio,
comediante e compositor musical, ele também ficou
famoso no campo da Hipnose. Ele lecionou vários
cursos para médicos e escreveu, em 1964, o livro:
“Findings in Hypnosis” (Descobertas na Hipnose),
que depois foi denominado “Hypnotherapy”
(Hipnoterapia). Aqui é um espaço
Provavelmente, um dos aspectos mais importantes reservado para
do legado de Dave Elman foi o seu método de
indução, que originalmente foi construído para
realizar a hipnose de um modo rápido e depois
alguma imagem ou
adaptada para o uso de profissionais médicos; os
seus discípulos rotineiramente obtinham estados multimídia :D
hipnóticos adequados para procedimentos médicos
ou cirúrgicos em menos de três minutos. Seu livro e
suas gravações deixaram muito mais que somente
sua técnica de indução rápida. A primeira cirurgia
cardíaca de tórax aberto utilizando somente hipnose
no lugar de uma anestesia (por causa de vários
problemas severos do paciente) foi conduzida por
seus estudantes, tendo Dave Elman como orientador
na sala de cirurgia.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 98


MILTON ERICKSON
Milton Erickson (1901-1980), psiquiatra norte-
americano, especializado em terapia familiar e
hipnose. Fundou a American Society of Clinical
Hypnosis e foi um dos hipnoterapeutas mais
influentes no pós-guerra. Ele publicou vários livros e
artigos científicos na área. Durante a década de 1960,
Erickson popularizou um novo tipo de hipnoterapia,
conhecida como hipnose ericksoniana, caracterizada Aqui é um espaço
principalmente por sugestão indireta, "metáforas" (na
realidade, analogias), técnicas de confusão, e duplo
vínculos no lugar de uma indução hipnótica clássica.
reservado para
Enquanto a hipnose clássica é direta e autoritária, e
alguma imagem ou
muitas vezes encontra resistência do paciente, a
forma que Erickson apresentou é permissiva e multimídia :D
indireta.[10] Por exemplo, se na hipnose clássica é
utilizado na indução "Você está entrando agora em
um transe hipnótico", na hipnose ericksoniana a
indução seria utilizada na forma "você pode aprender
confortavelmente como entrar em um transe
hipnótico". Desta forma, dá a oportunidade ao
paciente a aceitar as sugestões com as quais se
sentirão mais confortáveis, no seu próprio ritmo, e
com consciência dos benefícios. A pessoa a ser

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 99


MILTON ERICKSON
hipnotizada sabe que não está sendo coagida,
tomando para si a responsabilidade e a participação
na sua própria transformação. Como a indução se dá
durante uma conversa normal, a hipnose ericksoniana
também é chamada de hipnose conversacional.

Erickson insistia que não era possível instruir


conscientemente a mente inconsciente, e que
Aqui é um espaço
sugestões autoritárias seriam muito mais prováveis de
obter resistência. A mente inconsciente responderia a reservado para
aberturas, oportunidades, metáforas, símbolos e
contradições. A sugestão hipnótica eficaz, então, seria
"artisticamente vaga", deixando a oportunidade para
alguma imagem ou
que o hipnotizado possa preencher as lacunas com seu
próprio entendimento inconsciente - mesmo que eles multimídia :D
não percebam conscientemente o que está
acontecendo. Um hipnoterapeuta habilidoso constrói
essas lacunas nos significados de modo que melhor se
adequa para cada indivíduo - de uma forma que tem a
maior probabilidade de produzir o estado de mudança
desejado.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 100


RICHARD
BANDLER
Richard Bandler é um dos criadores da Programação
Neurolinguística.
Ele desenvolveu um trabalho de modelagem com Dr
Milton Erickson, sendo capaz de “imprimir” um
manual de funcionamento da estrutura de sua
comunicação.
Aqui é um espaço
Bandler continuou o desenvolvimento da Hipnose,
reservado para
utilizando a cibernética humana para incrementar
profundas alterações nas estruturas
alguma imagem ou
multimídia :D
representacionais humanas.

Sua principal característica é agira na estrutura da


experiência subjetiva, alterando principalmente a
maneira como cérebro representa internamente
suas experiências.

Sua técnicas e ferramentas levaram a hipnose para


um novo mundo de utilização.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 101


Capítulo 15

CONCLUSÃO E FECHAMENTO
CONCLUSÃO E
FECHAMENTO
Espero que esse material tenha lhe informado sobre o que é e como funciona
a Hipnose.
Obviamente esse é um pequeno ponto no topo do iceberg, a Hipnose possui
estruturas profundas no trabalho psicológico e no ambiente médico.

Temos diversos materiais gratuitos de aprofundamentos em nossos canais,


são eles:

SITE / BLOG
WWW.INSTITUTOELIX.COM.BR

INSTAGRAM
@CESARBUENOPNL e @INSTITUTOELIX

FACEBOOK
César Bueno e Instituto ELIX

YOUTUBE
César Bueno – Instituto Elix
O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 103
CONCLUSÃO E
FECHAMENTO
Temos também formações internacionais em Hipnose Clínica e Hipnoterapia,
Programação Neurolinguística e Neurociência Cognitiva.

Será um grande prazer recebê-lo em nossas turmas presenciais.

Consulte as datas em nosso site.

www.institutoelix.com.br

Te encontro em um próximo material.


Um grande abraço e um excelente dia.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 104


Capítulo 16

GRATIDÃO E MATERIAIS EXTRAS


MATERIAIS ADICIONAIS
MENCIONADOS
ARTIGOS

• O QUE É HIPNOSE E COMO ELA FUNCIONA


• O QUE É HIPNOTERAPIA
• 3 TÉCNICAS BÁSICAS DE HIPNOTERAPIA QUE TODO TERAPEUTA
DEVERIA SABER
• 7 FERRAMENTAS PARA O RELAXAMENTO COM A HIPNOSE
• 12 FERRAMENTAS PARA VOCÊ COMEÇAR NA HIPNOTERAPIA

VÍDEOS

• Freud condenou a Hipnose


• As etapas fundamentais para uma indução hipnótica
• Mitos e verdades sobre a Hipnose - Você Bonita - TV Gazeta

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 106


CONCLUSÃO E
FECHAMENTO

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 107


O Autor

CÉSAR BUENO cursou Matemática e Física pela PUC-SP, Marketing pela


Universidade Paulista, Filosofia e Sociologia pela FGV.
Tem especialização em Gestalt Terapia, Filosofia Clínica e Neurociência.

Atualmente é pesquisador em Harvard nas áreas de Fisiologia e Genética,


utilizando as ferramentas da Hipnose e da Programação Neurolinguística
realização de modificações fisiológicas e genéticas através da terapia.
Eu sou o César Bueno, casado e pai de três filhas lindas!

A mais de 14 anos sou apaixonado por ajudar pessoas a despertarem seu


potencial infinito e ajudar terapeutas a prosperarem em seus consultórios
vivendo de terapia com resultados breves, profundos e extremamente
eficazes.
Para fazer isso com o máximo de eficiência eu estudei com os criadores da
Programação Neurolinguística e os principais nomes da Hipnose mundial
e em renomadas universidades.

Hoje tenho o prazer de ser autorizado a ministrar e certificar


internacionalmente no Brasil e de ter implantado a PNL e a Hipnose
Clínica em diversos Hospitais e consultórios de terapias por todo país.

O GUIA DEFINITIVO DA HIPNOSE - POR CÉSAR BUENO 108


POR CÉSAR BUENO

O GUIA DEFINITIVO
DA HIPNOSE

Você também pode gostar