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Edição especial de
. Cannem Correa Purisch
Telfax BH: 031 – 2613272
HYPNOTERAPY SCRIPTS
ROTEIROS DE HIPNOTERAPIA
Referências
191
195
6
[xiii] PREFÁCIO
Este livro oferece instruções simples e diretas sobre como fazer hipnoterapia. Insistimos
que o transe hipnótico é u fenômeno diário comum, que cada estudante ou profissional
pode e deve aprender a utilizar de uma maneira terapêutica. Qualquer um que tenha minado
uma criança para dormir com uma estória na hora de ir para cama, ou que tenha utilizado
uma analogia para transmitir uma nova idéia já tenha se ocupado com praticamente os
mesmos procedimentos que empregamos durante a hipnoterapia. Não é um processo
estranho ou por demais difícil.
Nossa meta é despir da hipnose o véu de mistério e confusão com ó qual você já deve ter se
deparado, em seus esforços para aprender mais sobre isso. Alguns autores lhe dizem que
não existe essa coisa de hipnose, enquanto outros alegam que a hipnoterapia é tão poderosa
e complicada que exige anos de estudo. Alguns profissionais avisam que o transe é uma
perigosa incursão no campo de forças subconscientes malévolas, enquanto outros sugerem
que isso é apenas uma questão de bom desempenho de papel. O que deve pensar e fazer o
profissional dedicado? .
Nas páginas seguintes, descrevemos essa ferramenta denominada hipnoterapia, e discutimos o que
ela pode e não pode fazer. Apresentamos também linhas gerais para seu uso em diferentes
situações, para diferentes propósitos. Para ser mais específicos, começamos com uma visão geral
das premissas que subjazem à nossa abordagem.
A seguir, damos um resumo dos conceitos e procedimentos envolvidos em uma típica sessão de
hipnoterapia. O restante do livro consiste exclusivamente de uma. série de roteiros esboçados para
guiar seu aprendizado sobre intervenções hipnoterapêuticas, passo a passo. Oferecemos exemplos
literais de induções de transe, de sugestões metafóricas e diretas para vários tipos de problemas
expostos, e de procedimentos de término de transe. Para acompanhar este livro, uma fita cassete foi
desenvolvida para auxiliá-lo a aprender como experienciar o transe e como falar de maneira transe-
indutora. Combine o livro e a fita cassete e você terá a base para a efetiva hipnoterapia.*
No início, você deve sentir-se tão constrito pelas nossas instruções e roteiros como um
artista trabalhando em uma pintura tipo "pinte-pelos-números". Eventualmente, no entanto,
a Para mais informações sobre A fita cassete que o livro, contate: Bnmoer/MauI Publishers (212-
924-3344), . 19 Union Square West, New York, NY 10003, USA
I
você irá começar a desenvolver o gosto pela estrutura e pelos potenciais desta abordagem e
irá aventurar-se muito mais longe do que as orientações que nós lhe fornecemos. Nesse
ponto, você terá se tornado um hipnoterapeuta (grifo da 1).
A hipnoterapia pode ser um auxiliar estimulante e valioso para qualquer prática terapêutica.
Além do mais, quando conduzida da maneira ericksoniana aqui apresenta&, pode dar aos
clientes uma oportunidade confortável de explorar e de contar com seus próprios recursos
inconscientes. Não é invasiva, não é autoritária e não é uma viagem desgastante para o
-
hipnoternpeuta. Ê sua chance de dar um presente aos seus clientes o presente da pacífica
consciência interior e a habilidade para relaxar profundamente o suficiente para reconhecer e
usar recursos que podem, de outro modo, ser negligenciados ou mal empregados.
Quando iniciamos este projeto, nossa intenção era de produzir um quadro de referências
conceitual e um conjunto de orientações que tornaria a hipnoterapia uma ferramenta
acessível e útil para conselheiros e terapeutas cujos backgrounds, clientela e afiliações
profissionais fossem. tão diversos quanto os nossos próprios. Sentimos que se pudéssemos
produzir uma integração verdadeiramente colaboradora de nossos próprios variados
interesses e abordagens hipnoterapêuticas, então talvez o produto final tivesse o mais amplo
apelo e utilidade. Assim embora Catherine fosse exclusivamente responsável por construir o
material em padrões de hábito e Ron desenvolvesse o capítulo de administração de dor, cada
palavra no restante deste livro é o produto de longas horas 4e discussão, revisão e debate.
Deixamos para você determinar esse processo atingiu nosso objetivo. Seus comentários,
questões ou sugestões serão mais que bem vindos e enormemente apreciados.
g
[xvii] AGRADECIMENTOS
Os autores gostariam de aproveitar esta oportunidade para expressar sua sincera gratidão a
todos aqueles que ajudaram na consecução deste trabalho. Primeiramente e acima de tudo,
queremos agradecer Milton H. Eriickson, M.D., cujas obras, ensinamentos e exemplos
continuam a inspirar. Há certas palavras e frases empregadas por ele que parecem estar tão
embutidos em nosso estilo que elas emergem aqui e al4 ao longo de nossos roteiros, como
um tributo, inconsciente .à sua persuasão verbal.
Os participantes de nossos workshops em hipnoterapia ao redor do mundo merecem atenção
especial, não apenas por seu entusiasmo e dedicação mas também por apontar a necessidade
de um livro como este e encorajar-nos a fàzê-lo. Nossos clientes igualmente merecem o
nosso muito obrigado. Eles têm sido nossos melhores professores, ao longo dos anos. Muito
obrigado ainda a Stephen Gilligan, Carol Lankton, Stephen Lankton, Emest L. ROBS4 Kay
Thompson e Jefftey Zeig, por compartilharem generosamente conosco aquilo
que aprenderam do Dr. Erickson. ,. .
Jackie Wright intercalou muitas horas de trabalho processando os vários estágios de nosso
manuscrito. Agradecemos a ela pelo excelente trabalho que feZ, por seus comentários
positivos e por sua tenacidade em continuar a trabalhar nos roteiros, mesmo quando
ela entrava em um transe..
Vários amigos e familiares nos ajudaram grandmnente, à medi4&- que progredia o
man~'1ito. Muito obrigado a Marie Havens e Larry Shiner por suas correções editoriais e
suporte am.tÍnUD. Richard Dimond apresentou valiosas sUgestões e Theresa Eyta1is e Sandy
Mollaban demonstrou interesse e encorajamento incansável em nosso projeto. Estamos
gratos a Natalie Gilman, vice-presidente editorial, e a outros membros do corpo de
funcionários da Brunner/Mazel por sua orientação e assistência. Finalmente, enquanto
escrevíamos este livro, ficamos ambos abalados e entristecidos com a trágica morte
de Ann .AlhAdefl: Editora Executiva. O interesse entusiástico de Ann alimentou este livro
quando ele era ainda apenas uma idéia e dirigiu seus primeiros passos. Obrigado~ Ann.
Além daqueles que ambos desejamos agradecer~ há algumas pessoas a quem cada .!1D. de
nós deve individualmente. Ron tem um agradecimento especial para:
- Elizabeti1 M. Erickson, por sua cortesia e generosidade e Sherron Peters e JeffZeig, por seu
entusiasmo e apoio. Cada um de vocês fez Phoenix parecer um segundo lar.
Cathy tem um agradecimento especial para:
- No veri0. 1983, o sta:ffda Milton H. Erickson Foundation, que graciosamente me permitiu
passar um mês trabalhando nos Arquivos de Erickson. Emest Gullerud. merece nosso
crédito e nosso muito obrigado. Como meu professor na Universidade da minois School of
Social Work, ele me apoiou em minha pesquisa em hipnoterapia. Jill Kagle, também meu
profesoor.: deu-me palavras agradáveis de encorajamento e apoiou meu interesse no
trabalho deEri~ .
- John Miller, Diretor do Centro de Aconselhamento na Sangamon State University,
proporcimou-me um positivo espaço de trabalho enquanto eu trabalhei neste livro e Vicki
Thompson foi muito generosa com seu trabalho de apoio burocrático e pessoal. Don Y ohe
forneceu muitos insights terapêuticos valiosos.
- Tami Sia.ggs e Therese Johnson me fizeram rir à beça.
9
PARTE I
Conceitos e Instruções
Embora essas primeiras impressões fossem encorajantes, não tivemos nenhuma evidência
objetiva de que elas eram precisas. Consequentemente, deciclimos estudar empmcamente o
impacto na confiança do aprendiz em usar um roteiro preparado. Os sujeitos de nosso
estudo foram 13 estudantes formados em psicologia e áreas correlatas, que se prontificaram
a participar como voluntários de um projeto de pesquisa e workshop de um dia em
hipnoterapia. A manhã toda foi gasta com o oferecimento de informações didáticas sobre
transe, procedimentos de indução de transe, hipnoterapia e término do transe. Essas
palestras foram seguidas, à tarde, por uma demonstração de indnção de transe e levitação de
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braço. Os, participantes foram então aleatoriamente divididos em dois grupos para uma
sessão prática. O primeiro grupo continha sete participantes. Foi-1hes dado um roteiro de
indução ao transe, que continha sugestões para uma levitação de braço (o Roteiro de
Levitação de Braço apresentado neste livro) e lhes foi dito para ficarem aos pares e se
revezarem em. ler o roteiro um para o outro. O outro grupo de seis participantes se reuniu
em uma omm sala e eles simplesmente receberam a instrução de se colocarem em pares e
de praticarem uma indução visando obter uma levitação de braço. Utilizando-se
questionários de pré e pós-sessão com os participantes e escalas de avaliação pós-sessão
com os sujeitos hipnóticos, descobrimO~J)Pn apenas que os participantes que usaram os
roteiros se sentiam mais confiantes mas qu:eo atual sucesso com sujeitos (medidos em
termos ~ profundidade de transe. levitação de braço e aprendizagem) era significativamente
mais elevado. No grupo que trabalhava sem roteiros, por exemplo, apenas um sujeito
experimentou uma levitação de braço, enquanto que todos os sujeitos no grupo de roteiros a
'
"
Cada uma das seguintes premissas pode se firmar sozinha como um resumo des«..'Iitivo
de um aspecto particular de funcioD~ento humano e mudança terapêutica. No entanto,
quando tais' premissas e suas implicações são consideradas como um todo, temos que elas
podem ser usadas para explicar a utilidade de uma série de técnicas terapêuticas, incluindo
as técnicas de hipnoterapia que apresentamos neste liyro. Em outras palavras, não importa
que forma de terapia você utilize agora, sua abordagem. já pode reconhecer
implicitamente muitas dessas características de funcionamento humano.
'.
11
,
[5] A DOR E O PRIMEIRO SINTOMA
Cada paciente que adentra seu consultório é um paciente que apresenta mn tipo de
problema. .Acho que é mellior reconhecer que o problema, que os problemas de todos os
pacientes - quer softam de dor, WJSiedade, fobias, insônia - cada um desses problemas é
algo subjetivamente doloroso àquele paciente, apenas você soletra a dor, por vezes, como
d-o-r, às vezes como f-o-b-i-a. Ora, elas são igualmente prejudiciais. E portanto, você devia
reconhecer a identidade comum de todos nossos pacientes. E o seu problema é, antes de
mais ~ pegar esse ser humano e dar a ele alguma forma de conforto. E 1.U11R das primeiras
coisas que você realmente deve fazer é deixar o paciente descobrir onde ele
realmente tem a dor. (Havens, 1985, p. -152). .
Enfatizamo8 a dor como aspecto central da experiência de nossos clientes, principaJménte porque
a dor é um dado mais fãc~ para. a maioria das pessoas entenderem. do que as anormalidades
psicológicas. As qualidades experienciais, as consequ.ências psicológicas e as Intervenções
exigidas para lutar com a dor e o softimento são relativamente simples e fáceis de captar, em
comparação com os complexos sistemas teóricos ftequentemente associados com distúrbios
psiquiátricos. Isso é verdadeiro para. ambos, clientes e terapeutas.
Os professores de saúde mental, por exemplo, podem estar tão :firmemente devotados a
explanações teóricas específicas para problemas diagnósticos especiais que se torna difícil
para eles examinar e tratar esses problemas de uma maneira objetiva. Existe uma tendência
para impor construtos hipotéticos, ao invés de explorar as fontes singulares de desconforto
de cada indivíduo. Se um cliente diz que está deprimido, o clínico pode imediatamente
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começar a procurar por "desesperança aprendida", ou prescrever técniGas tidas como
apropriadas para depressão. Se o mesmo cliente tivesse se queixado, ao invés disso,' de
problemas com a esposa~ é possível que o terapeuta tivesse se voltado antes apenas para
esse problema interpessoaI e tivesse deixado escapar a depressão. E o mais importante, nos
dois exemplos, o terapeuta. pode ter perdido a fonte dolorosa de todos esses problemas.
Quando os problemas são definidos como dor, no entanto, parece ser fácil para ambos os
terapeutas deiur de lado seus Próprios pré-julgamentos e examinar'e tratar cada problema
de um ponto de vista menos distorcido e gennTnsmente inquisitivo. A meta se toma a de
determinar a natureza e a fonte do desconforto único de cada indivíduo, ao invés de tentar
encaixar os sintomas perifera.is do cliente ou de apresentar as queixas desse desConforto
em
uma categoria diagnóstica. r
A dor também é mais fácil para os próprios clientes entenderem e ex.aminarem. Os
resultados negativos dos rótulos psiquiátricos são bem docmnentados. Definir mn problema
como dor psíquica ou desconforto emocional evita esses efeitos adversos. Os clientes
cooperam mais abertamente no tratamento e são menos ambivalentes em revelar seus
pensamentos e sentimentos relevantes quando reenquadramos, a partir dos diagnósticos, e
enquadramos os seus problemas ap~ como uma dor. :.
Quando os problemas apresentados a um. tempeuta são constr~Ülos sob forma de dor ou
sofrimento, os conceitos" metas e tr~entos utilizados naturalmente tenderão a ser similares
aos que são empregados para tratar a dor crôni~. Não deve parecer surpre~ no entanto, que
a abordagem hipnoterapêutica aqui apresentada é aplicável tanto para dor fisica como para
dor psíquica. A única diferença é que os prQ('Mtimentos utilizados para dor física podem
ser muito mais diretos porque há menos necessidade de evitar ambivalência, resistência,
distorções auto-conscientes e sensibilidades.
Assim., hâ duas razões para rastrear todos os problemas de volta a Um questão de dor. Primeiro,
nossa experiência sugere que a dor é uma descrição acurada da perturba.;ão, da ferida ou do tédio
que com ftequência preenche a vida do cliente. Segundo, a metáfora. da dor exprime a
perspectiva na terapia que subjaz à nossa ~ordagem hipnoterapêuti.ca.
Premissa ~ orientação # 2: .As pessoas têm uma mente consciente e uma mente
inconsciente.
Se você estiver familiarizado com o traballio de Milton H. Erickson, reconhecerá esta.
observação como a pedra ~ou1ar de seu sistema hipnoterapêutico. Em algumas
circunstâncias, não é bom que ele tenha usado o termo "mente inconsciente", pois esse
termo tem sido usado por tantos outros autores e, assim, possui muitas conotações
potencialmente enganosas. A "mente inconsciente" a que se referia Erickson não é o
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inconsciente reprimido descrito por Freud, ou o antes místico inconsciente coletivo de Jung.
Erickson 1!ISOU o termo "mente inconsciente" para se referir a todas as cognições, percepções e
emoções que OCOITeIn fora de uma faixa nonnal de consciência da pessoa. Ele reservou o termo
"mente consciente" para a faixa limitada de informação que penetra no foco restrito de atenção da
maioria das pessoas, na vida diária. Um corolário de sua observação dessa dicotomiaé o
reconhecimento dele de que as pessoas tentam confw nas limitadas capacidades de sua mente
consciente para direção e apoio, ainda que sua mente inconsciente possua mais recursos e um
melhor senso de realidade.
o número de atividades que nossa mente inconsciente executa para nós é surpreendente e
modesto. Sempre que a situação pede o uso de uma memória inconsciente, hílbilidade ou
compreensão, ela parece surgir magicamente do nada, quer a mente consciente deseje
isso
ou não. Nós alcançamos e apanhamos wn objeto mTemessado longe sem dedicarmos a isso
um pensamento consciente. Coçamos uma ferida ou passamos a mão nos cabelos sem
percebermos ÍSS,o conscientemente. Nomes, datas, conceitos e inSights surgem em nossa
consciência. As reações emocionais irrompem do nada. Sem nos darmos conta., conhamos
em n°SSt? inconsciente para administrar as habilidades complexas e para prover os muitos
insightse femunentnsde que necessitamos para lutarem nossa vida diária. Caminhar, f.;!lar,
.
14
especificar os possíveis Icei] das diversas percepções e comportamentos que Erickson
denominou as mentes consciente e inconsciente.
Por exemplo, a especificação das múltiplas origens da atividade humana foi tema central do
livro O Fantasma na Máquina, publicado em 1967 por Arthur Koestler. Koestler propôs que
o comportamento humano pode ser dividido em três categorias distintas, cada uma. delas
podendo ser esboçada para três diferentes cmuRdas do cóItex:
. -
o arquicórrex (que media o comportamento em répteis)
- o mesocórtex (que é mais dominante entre os mamiferos de ordem. inferior) e
- O neocórrex (que constitui os níveis superiores de desenvolvimento e função çortica1
descoberto nos roamiferOs recentes~ tais como prTmRtas e ;homo sapiens).
O nível COITente de entendimento em. neurociência ainda não nos peimite especificar
exataMente cada mn desses módulos interativos ou mini-mentes. Podemos formular a
hipótese, no entanto, que tal especificação deve incluir no mínnno uma para cada um dos
sentidos (i. e., sistemas processantes visual, auditivo, olfativo, gustativo, táctil e cinestésico
separados), e uma para cada um dos diferentes tipos de centros processantes de informação
no cérebro (i.e., analítico verbal vs. integrativo). Cada uma dessas mini-mentes percebe
cada situação de modo um tanto diferente, possui diferentes histórias de aprend;7.Rdo,
d..ifurentes habilidades e reações difurentes para cada evento. Embora pareça haver certa
interação e negociação entre eles, há vezes em que eles parecem 'agir de fonna assaz
ID.dependente. Para complicar mais os assuntos, as percepções, reações e respostas de cada
um podem variar de um período para outro, em. resposta,às variações no estado fisiológico
geral da pessoa.. .
Quando você entrevista um cliente, você interage principalmente com a mente consciente
da pessoa. Esm mente dominante, geralmente é a mente analítica verbal. Tem sua função
I 10cus (sing.), 10ci (pl) - o ~ ou 08 poato8 exatos em que alIO ee situa, N.T.
..
14
especificar os possíveis locil das diversas percepções e comportamentos que Erickson
denominou as mentes consciente e inconsciente.
Por exemplo, a especifica.ção das múltiplas origens da atividade humana foi tema central do
livro O Fantasma na Máquina, publicado em 1967 por Artb.ur Koestler. K.oestler propôs que
o comportamento humano pode ser dividido em três categorias distintas, cada UIrul. delas
podendo ser esboçada para três diferentes cam"ti~s do córtex:
. - o arquicórtex (que media o comportamento em répteis)
AD mesmo tempo, Qs.7.7.Bniga, Bogen e Sperry (1967) começavam a notar os diferentes atributos
dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo, uma dicotomia que parecia responder por muito do
que havia sido previamente descrito como "atividade" inconsciente. Por volta de 1978, no entanto,
Gazzaniga se viu desencantado com essa simples dicotomia e sugeriu, ao invés, que "nosso senso
de consciência subjetiva at1o~ de nossa inexoráv~l necessidade do hemisfério dominante para
explicar ações tç~das de qualquer um de uma multidão de
sistemas mentais que habitam dentro de nós" (Gaz7aJ1igá, 1983, p. 536). ..
o nível cotTente de entendimento em neurociência ainda não nos peCmite especificar exatanlente cada
mn desses móduIos interativos ou mini-mentes. Podemos formular a hipótese, no entanto,
que tal especificação deve incluir no mínimo uma para cada um dos sentidos (i. e., sistemas
processantes visual, auditivo, olfativo, gustativo, táctil e cinestésico separados), e uma para
cada um dos diferentes tipos de centros processantes de inf0111UiÇão no cérebro (i. e.,
analítico verbal vs. integrativo). Cada uma dessas mini-mentes percebe cada. situação de
modo um tanto diferente, possui diferentes histórias de aprend;7.Ado, d.i:furentes
habilidades e reações difure.ntes para cada evento. Embora pareça haver certa interação e
negociação entre eles, há vezes em que eles parecem agir de fonna assaz independente. Para
complicar mais os assuntos, as percepções, reações e respostas de cada um podem variar de
um periado para outro, em resposta,às variações no estado fisiológico
geral da pessoa.. .
Quando você entrevista um cliente, você interage principalmente com a mente consciente
da pessoa. Esta mente dominante. geralmente é a mente analítica verbal. Tem sua fimção
I locus {sing.).loci (pl) - o pooto. ou C8 poato8 exatos em que algo lIe situa, N.T.
-.
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especializada de prover rótulos linguísticos e categorias para dar origem a regras, vaIores, crenças e
desejos sobre a forma de que as coisas deveriam ou poderiam ser. A partir desses conceitos sobre
como as coisas deveriam ser, a mente consciente então elabora um quadro de referências, esquema
ou modelo do mundo. Este esquema ou modelo do mundo, por sua vez, guia ou dirige a
consciência, o eDÍATulimento e o comportamento de forma que "deveria ser" útil, COITeto e
pessoalmente produtivo. Assim, as pessoas ficam aptas a perceber, compreender, discutir e
responder ao mundo somente de forma que sejam consistentes com seus quadros de referência ou
esquentas conscientes.
A fnn.de manter sua ilusão da auto-importância, a mente consciente deve responder por
todos os eventos internos e comportamentos de fonua que os faça parecer serem resUltados
coerentes ou lógicos de sua atividade. Ass~ a mente consciente constantemente assume o
crédito e encontra explanações pelas atividades das váriaS mini..mentes sobre as quais na
verdade não tem controle. e sobre das quais não se dá conta. Após anos de prática, torna-se
muito boa nisso. Na verdade, a mente consciente pode ser capaz de oferecer tais
racionalizações e explanações comoventes que até mesmo o mais habilitado tempeuta pode
ser envolvido por elas. ' . i'
A relação entre a mente consciente e a mente inconsciente é similar à relação entre o capitão
de um navio e a tripulação. O capitão (a mente consciente) desenvolve cartas e mapas
(esquema ou quadros de referência) e usa essas cartas para dizer aos marinheiros (as
nrinimentes inconscientes) para onde ir. O capitão também decide que habilidades os
marinheiros devem aprender, a fim de operar o navio. Esse ammjo funciona razoavelmente
bem enquanto as cartas do capitão forem acuradas, a tripulação tenha aprendido as
habilidades corretas e o contato próximo seja mantido entre o capitão e a tripulação para se
certificar de que as coisas estão caminhando suavemente. .
A mente consciente, como nosso capitão, percebe e responde somente a uma versão
traduzida do mundo. A menos que a realidade seja consistente com as cartas, a mente
consciente tenderá a ignorá-Ia. Por exemplo, uma pessoa cujo esquema consciente contenha
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a errônea crença de que ele/ela não é atraente para ninguém., pode permanecer
completamente distrafda e não respondente às óbvias investidas de U11Ui parte
interessada. As pessoas, via. de regra, não percebem ou agem conscientemente sobre coisas
que não são permitidas por seu mapa ou esquema cognitivo.
A mente consciente também pode interpretar mal ou deixar escapar muito daquilo que
ocorre dentro e fora da pessoa, simplesmente porque ela pode prestar atenção apenas a. um
limitado número de coisas de uma vez. Ass~ uma pessoa pode estar tão absorvida por um
bom livro, que uma pergunta de um amigo passará despercebida, ou um compromisso será
esquecido. Outras coisas acabam sem ser notadas parque são tão sutis, breves ~u remotas .
Os pensamentos e percepções da meníe inconsciente não: estão reprimidas pelo esquema ou quadro
de referências consciente. Como os marinheiros de nosso navio, as minj-m.11tes inconscientes
observam icebergs e outros perigos, quer estes apareçam ou não nas cartas do
. capitão. Elas também observam e Produzem muitas coiSas que a mente consciente
tende a ignorar ou negligenciar. O problema com o qual se deftonta a. mente consciente é
como manter um quadro de referências ou uma carta consciente que seja tão confortável
quanto útil e, ao mesmo tempo, não ignorar as habilidades e novos inputs (informações que
chegam) dessas várias mini-mentes. Erros de navegação ou mesmo desastres podem ocorrer
se o capitão consciente se recusa a usar as habilidades do mar:inbeiro, aceitar a nova
infonnação ou modificar as cartas da realidade. Nem tudo o que essas mini-mentes fazem ou
relatam é agradável, acurado ou útil e algumas delas podem pôr em dúvida. a. exatidão da
visOO total da realidade. O problema., entretanto, é que infonnação deixar vazar e o que
bloquear, o que usar e o que ignorar, o que encorajar e o que desencorajar.
Neste sentido, cada pessoa é como uma grande família ou tOda uma comunidade povoada por
especialistas, os quais, se Ihes fosse permitido trabalhar em conjunto, contribuiriam. para a fácil e
eficiente operação dD sistema inteiro. Mas se esse grupo ou comunidade se torna dominado por um
líder desinfonnado ou tendencioso (tal como a mente consCÍente), que ignof? cada um que discor~
da linha oficial da pessOa, o resultado final pode ser
ineficiência, corrupção: dissent 'ou uma revolução direta., De fonna semelhante, o indivíduo
que está dominado por uma mente consciente desinfunwida, ou que possua uma relação
inadequada. e/ou antagonista entre as mentes consciente e inconsciente pode experienciar um
tumulto emocional, padrões auto-fiust:rantes de pensamento e padrões de comportamento
auto-destrutivo desnecessários. .
Alguns ferimentos são produzidos por fontes externas e alguns são auto-impostos. Os pais
que proíbem crianças de chorar ou de importunar quando elas estão com seus sentimentos
machucados podem impor uma desconexão entre percepção consciente e emoções
inconscientes. A perda de um bem-amado, a tortura fisica ou o abuso sexual podem
também criar dissociações conscientes/inconscientes.
Uma furida auto-imposta à relação consciente/inconsciente pode ser intencional ou pode ser
acidental. Quando algum aspecto das coisas inconscientes percebe ou sabe de algo que a
menie consciente não pode tolerar ou aceitar, a mente consciente pode intencionalmente
partir toda a percepção e .toda comunicação com isso. Se, por exemplo, uma das mini-
mentes conscientes constata indicações de que um amigo está mentindo, a mente consciente
pode ignorar toda informação subsequente dessa mim-mente, na tentativa de se proteger
daquele conhecimento. A mente consciente pode também acidenta1mente perder contato
com outras fontes inconscientes de informação, simplesmente porque não está ciente delas
ou está incapacitada de utilizá-Ias. Conforme previamente mencionado, alguns eventos
inconscientes (tais como o reconhecimento da dilatação pupilar em. outra pessoa, ou um
pensamento passageiro) pode ocorrer tão rapidamente ou de forma tão sutil que são
negligenciados ou mascarad()s por outros eventos.
Quer seja intencional, acidental ou vindo de fontes externas, o produto final de uma relação
consciente/inconsciente machucada é ou uma má vontade, ou mna inabilidade em
administrar apropriadmnente os processos inconscientes. Isto significa que a pessoa pode
1) perder contato com informações e recursos inconscientes potencialmente valiosos
2) experienciar uma inabilidade para atender úteis sinais inconscientes de alarme,
3) entender ou interpretar mal eventos inconscientemente produzidos, ou .
4) inadvertidamente, fazer mau uso de habilidades inconscientes poderosas, de forma
contraproducente.
Qualquer desses resultados é doloroso e produz sintomas que podem desmontar os clientes
a ponto de suas vidas se tornar dillcil e desp~osa. De seu ponto de vista, alguma coisa
simplesmente não está funcionando como devia.
Uns poucos exemplos podem ajudar a esclarecer como as disfunções, que podem ocorrer
como resultado de relações conscientes/inconscientes inapropriadas, terminBm por
produzir os sintomas experienciados por seus clientes. A ansiedade, por exemplo, é
tipicamente o
19
resultadD de imagens internas transitórias, poréni vívidas, que poderiam acontecer no
futuro, tal como um ataquei do coração, acidentes, insanidade, :ftacassos, ridículo ou
embaraços. Esses clientes ensinaram seus inconscientes a esquadrinhar continuamente o
futuro, em uma continua busca de cada coisa que possa dar errado. Essa ansiedade
generalizada é uma consequência de sua constante, porém não reconhecida exposição a
vívidos pensamentos ou imagens de todos os mais dolorosos cenários de casos-perdidos que
suas mentes inconscientes criativas podem produzir. De forma semelhante, ataques de
pânico e fobias gem1mente envolvem uma experiência rápi~ porem intensa, de wna inulgem
ou
pensamento inconscientemente produzido. Eles diferem. da ansiedade generalj~da apenas
em que essas imagens oriundas de fobia tipicamente envolvem. wn resultado apavorante
especifico. . ~
Como este é o caso com muitos clientes, o uso impróprio e auto-destrutivo dos talentos
inconscientes desse homem começou como um apropriado e intencional dispositivo de
competição. Originalmente, enquanto ajudava o pa.i a. restamar casas antigas, ele treinava a.
si mesmo para, cuidadosamente, monitorar coisas que podiam dar errado à medida que eles
removiam pilares e muros. Essa monitoração eventwUmente se tomou uma resposta
inconsciente,super assimilada e descontrolada daquilo que ele desconhecia..
lmeI'SÕes ignoradas ou não controladas nas imagens inconscientes podem também ser
responsáveis por depressão. A depressão, no entanto, gera.lmente parece ser o resultado de
uma contínua revisão de cada prévia experiência ou senti:mento doloroso e desagradável
que o cliente tenha. tido. Uma. jovem cronicamente deprimida, suicida, descobriu que
revisava e revivia cada fracasso ou trauma pessoal em sua vi~ várias e várias vezes, sempre
que as coisas não davam certo como ela entendia. Ainda que não quisesse fazer isso, era-lhe
óbvio que ela originalmente havia usado essa revisão auto-punitiva como uma fonna de
justificar sua intensa raiva para consigo mesma e para com a. família. Quando ela
finalmente reconheceu que seus próprios pensamentos eram responsáveis por seu
desagradável estado mental, começou rapidamente a. aprender como usar seu inconsciente
para construir, no lugar, auto-afmnações e expectativas mais positivas.
Muitas pessoas possuem habilidBdes Ínconscientes sobre as quais não são en.sinftrlR~ a conhecer
ou a empregar adeq1Iacl:lU1ente. Às vezes, as relações coDScientes/iruxmscientes IDadequadllS
que acontecem produzem ansiedade, pânico ou depressão. Podem também, às vezes, produzir um
medo infundado das próprias habilidades inconscientes. Uma mulher de
20
25 anos buscou a terapia por estar com medo de ficar louca. A única evidência para sua
preocupação era a descoberta que fez de que ela poderia imaginar-se fazendo coisas
horriveis, tais como matar os pais, o marido ou a si mesma. O "tratamento" consistiu
meramente em instrui-Ia a imaginar-se apoiada na cabeça, no meio da rua, ou comer um
cachorro-quente, ou fazer qualquer uma de centenas de outras coisas tolas. Foi-lhe
permitido descobrir que seu inconsciente podia e produziria qualquer imagem que ela
'pensasse, incluindo assassinato. O simples estabelecimento de uma relação mfurmada
sobre suas habilidades inconscientes a tranquilizou e lhe propiciou uma arte valiosissima, a
habilidade de visualizar.
Os resultados de uma relação pobre en1re as mentes conscientes e inconscientes pode ser
um pouco como os resultados de uma relação pobre entre um guia turístico desinfonnado,
porém arrogante, e um motorista de ônibus instruído e habilidoso. O motorista sabe onde
estão situadas todas vistas mais interessantes, tem infoI1118ÇÕes sobre elas e tem as
habilidades necessárias para chegar lá. Mas o guia, não querendo ~tir ignorância ou pedir
ajuda, continua a emitir diretivas para o motorista de ônibus e a dar infonnações sobre
lugares sem importância. Eventualmente, o guia pode forçar o motorista a tomar mna estrada
impossível para lugar nenhum, para o desconforto 'geral. É geralmente o caso que se dá com
a mente consciente. Tem boas intenções, mas nos leva para baixo, por caminhos que nós
fomos bem avisados para evitar.
Imagine que um homem entra mancando em seu consultório e lhe di2 que se sente péssimo.
Quando você lhe pergunta por que ele se sente tão mal, ele diz que não sabe. Depois de uma
longa entrevista, que nada revela, você fma1mente decide fazê-Ia relaxar, fechar os olhos e
diZer o que lhe vem à mente. Ele eventualmente relata uma dor na perna esquerda, e assim
você lhe pede para ser mais especifico. Ele indica sentir uma dor aguda no calcanhar da
perna direita e então se lembra que sentiu isso pela primeira vez qwmdo caminhava
descalço no parque. Quando você lhe pede para examinar cuidadosamente o pé direito, ele
descobre um enorme espinho encravado no calcanhar. Embora ele inicialmente esteja
enftaquecido e revoltado com o ferimento, que está se tomando infuccionado, você pode até
administrar para acalmá-Ia o suficiente de forma que ele pOde remover o espinho agressor.
Um outro questionamento revela que ele sempre tenta ignorar suas feridas. Ele odeia ver
sangue e o pensamento de ser cortado o apavora. Ele observa que tem. tido uma série de
infecções graves ao longo dos anos, porém geralmente os ferimentos negligenciados se
curaram por 51 mesmos.
21
Agora, imagine, ao invés disso, que o desconforto origjnal nasceu de uma fonte de dor
psicológica. Essa ~fnmu~ mudança no cenário propicia um vislumbre do problema com
ftequência enfrentado pelo psicoterapeuta. Os clientes geralmente não querem saber o que
os está incomodando. Na verdade, eles decididamente não desejam saber disso.
É muito difícil para as pessoas examinarem bem de perto ferimentos e defeitos fisicos.
Sabemos como é que o corpo humano deve parecer e, quando ele deixa de estar de acordo
com essa ~ reagimos com pânico ou desgosto. Ferimentos expostos, machucados
infeccionados, corpos "desfigurados ou ossos ftaturados criam poderosas reações emocionais,
especialmente quando acontecem conosco.
Esta tendência para negligenciar ou negar pensamentos ou experiências internas por serem
insípidas para. a mente consciente é perfeitamente compreensível. Todos nós fazemos
iSso, até certo ponto, e até certo ponto é \Una questão de adaptação. Contudo, os
terapeutas precisam reconhecer que a dor, seja física ou psíquica, é uma impormnte fonte
de informações sobre o aquilo que requer a atenção terapêutica. Ela é um. sinal, um alarme
valioso que indica. a natureza e o lugar do problema e fornece uma indicação da ação
corretiva necessária. A recusa consistente em examinar pensamentos e sentimentos
dolorosos, na errônea crênça de que ignorá-Ios fará com que sejam eliminados, resulta em
dor aumentada e em sintomas mais severos. Como apontado por Fisch, Weakland e Sega!
(1982), é a solução buscada pelo cliente para o problema que torna esse problema pior.
Uma desmotivação ou inabilidade para prestar a devida atenção à fonte do desconforto
impede a pessoa de fazer algo para corrigir o problema ou para aliviar o sofrimento.
22
A dor chama a atenção para um Problema. É isso que ela está definida para fazer. Se o
ferimento ou fonte de dor é profundo, ela sobrepujará quaisquer outros estímulos e OAmanrlará
atenção. A dor de fontes menos perigosas de desconforto pode recuar para segundo plano, enquanto
a atenção é captada por algo como se fosse um f- fascinante. Mas assim que o filme se tomar
cansativo, até m~o os incômodos e as dores menores irão reaparecer.
A percepção consciente pode ser desviada da experiência de dor por uma decisão consciente
de ignorá-Ia, ou por um intenso estimulo externo. Mas sempre que a atençã!> deixa de
confundida por eventos externos, ou que a pessoa relaxa e se volta para seu interior, a
consciência é captada por quaisquer descoiüortos existentes e é orientada direto rumo à
fonte desse desconforto. A dor física parece ser maeJ1;ficada na silenciosa escuridão de um
quarto porque não há nada. mais entrando na consciência.. Fontes de dor psicológica ou
emocional também são dificeis de se ignorar, nesses momentos quietos, tal como l, período
de tempo exatamente antes de se instalar o sono. Os pensamentos ficam ebulindo rumo
àqueles indesejados, desagradáveis sentimentos, preocupações ou memórias.
Mesmo durante o sono, a dor não pode ser evitada. O sono vacilante criado pela dor fisica é
refletido pelos sonhos de ruptura, carregados de emoção e pelos devaneios de alguém em
dor psíquica. O Ínconsciente é implacável em seus esforços para dirigir a atenção para
problemas não resolvidos e feridas não assistidas. Ele tenta tomar-nos cônscios de nossa
temerária ignorância da. fonte de nossa dor, queiramos ou não. Enfocando a dor do cliente,
você possibilitará ao inconsciente dele dirigir você até a fonte do problema.
23
Enfocando os sinais produzidos por uma área de desconforto: os clientes permitem a todos
os seus recursos conscientes e inconscientes que sejam trazidos para. se relacionarem com
o problema. Ao invés de se degladiar com seu desconforto, ou de negligenciar as valiosas
implicações desse desconforto, eles podem aprender a utilizá-Io como uma fonte de
informação sobre como lidar de modo mais confortável e mais responsável com suas vidas.
Isso é verdadeiro para clientes em terapia, como o é para pacientes com dores crônicas.
Quando os clientes de terapia concentrarem seu desconforto e descobrirem que a fonte de seu
problema é em especial uma memória, imagem, desejo, crença, comportamento ou um
relacionamento interpessoal, eles geralmente começarão a fazer algo sobre isso imediat~mente, se
souberem o que fazer e se puderem fazê-Ia. Eles podem tenninar um relacionamento
desagradável, alterar seu estilo de vida, modificar uma crença ou revisar uma expectativa. Por
vezes, eles o farão de modo consciente e intencional. Em outras ocasiões, as mudanças ocorrem a
um nível inconsciente, aparentemente por si mesmas.
24
Considere, por exemplo, o caso de \Una mulher que buscou ajuda porque ela estava se
tomando atemorizada para dirigir. . Era incapaz de se lembrar exatamente quando ou sob
quais circWtStâncias ela havia antes experienciado sua ansiedade, porem ela sabia que havia
piorado cada vez mais, ao longo do último ano. Foi-lhe ensinado como entrar em um leve
transe e, então, foi-lhe solicitado~ que focalizasse sua atenção sobre esse seu medo.
Conforme ela pennitia que a experiência do medo crescesse em intensidade, ela foi'
solicitada a relatar seus pP.n~entos e imagens internas. Ela parecia surpresa com a
constatação de que sua mais intensa ansiedade estava, de algwna fonna, ligada a um lugar
especial na rodovia a caminho do trabalho e ela era incapaz de encontrar qualquer razão
porque esse lugar em particular devesse ser tão indutor de medo. Não obstante, foi-lhe
reassegurado que seu inconsciente poderia encontrar uma forma de lutar com, esse problema
e ela foi despertada do transe.
Doas semanas mais tarde, ela relatou que não estava tendo dificuldade alguma para dirigir.
Quando solicitada. a responder pela súbita mudança, foi incapaz de fazê-Io. Apenas riu e
afirmou saber que cada dia, nas últimas duas semanas, que ela tentara examinar o local na
rodovia, aquilo parecia deixá-Ia nervosa. Ela estava cmiosa quanto ao porquê é que isso
causava essa reação. Mas não importa quantas vezes ela se lembrasse de examinar isso com
cuidado, sempre que ela chegava naquele ponto, alguma coisa. a distraía. Um dia, em uma
música no rádio, no dia seguinte, uma mancha nos óculos, no outro dia, um carro que
passava e ela pensou que o reconhecia. Cada dia ela dirigia por aquele lugar sem se
aperceber disso, até muito tarde. Um ano depois, sua fobia ainda não havia retomado e ela
ainda não havia examinado a paisa~ naquele ponto especial da estrada.
Como ilustra o caso, o inconsciente pode resolver mn problema de uma maneira criativa.
Este caso também demons1ra uma importante máxima bipnoterapêutica: o desenvolvimenro
de uma consciência da natureza e a posição da fOnte de um desconforto não é o mesmo que
prover uma explanação teórica para o porquê dessa fonte existir. . De nossa
perspectiva., não é necessário explicar porque um problema existe, a fim de mudá-Io. O
conceito operativo em nossa abordagem é o que, ao invés de por que. Muito emb~ra alguns
clientes serão capazes de lembrar quando e porque desenvolveram seus problemas ou
sintomas, eles tipicamente não os estão mais experienciando pelas mesmas razões.
Frequentemente, eles não os estão mais experienciando por razão nennnm3- São apenas
hábitos antigos, fora de moda e. contraproducentes, que uma vez serviram um propósito mas
não mais o fazem. Além do mais, as pessoas são tão estranhamente complexas que
qualquer esforço para especificar a causa exata de uma relação conscienteiin.consciente
pobre geralmente resulta apenas em. especulações e raciona117.sções super simplificadas.
Pessoas diferentes experimentam problemas similares por diferentes razões e muitos eventos
diferentes tipicamente contribuem para o desenvolvimento de qualquer problema
apresentado. Finalmente, uma explicação quanto ao porquê do problema desenvolvido poder
ser relativrot'P.rIte inútil. Explicar porque um ferimento OCOITeu não facilita o seu
tratamento. O dado importante é onde está o ferimento e com o que ele se parece, e não
porque ele ocorreu.
Deve ser enfatizado ainda, nesse ponto, que muitos clientes de terapia, e especialmente
Este fenômeno é exemplificado pelo caso de um homem que foi eIlC8mmhMio" com um
diagnóstico de esquizoftenia paranóide. .Ao longo dos três anos anteriores, ele passou por
uma acentuada mudança na personalidade, havia se tomado passível de delusões e havia
experimentado alucinações visuais. Quando solicitado 'a concentrar-se nos seus sintom~,
enquanto em um leve estado de transe, esse homem relatou que sentia que sua cabeça tinha
sido danificada pela eletricidade. Ele ~ relatou ser sensível a um incidente em que rora
atingido por um raio. Embora esse evento tivesse se dado a poucos dias antes da instalação
de seus primeiros smtomas, nem o cliente nem quaisquer dos seus médicos ou terapeutas
tinha postulado uma relação C81]sal. Uma avaliação neuropsicológica revelou considerável
prejuíio orgânico residual, consistente com uma maciça descarga elétrica na suPerficie do
córtex. Seus sintomas apresentados de $USpeita, grandiosidade, 'confusão e emotividade
enftaqu~ após ele ter obtido mna descrição realista da fonte de seus problemas. Depois que o
treinamento de reabilitação lhe deu estratégias alternativas de luta, ele voltou para a família e
para uma vida produtiva.
Há numerosos outros exemplos de incidentes seme1ha:ntes em nossos arquivos. Quando
encorajados a pennitir que a dor e os desconfortos dirijam a atenção para a fonte dos
sintomas, os clientes têm sido capazes de localizar sintomas fisicos que tinham levado à
descoberta de tumores cerebrais e cistos, infecções virais, desequilibrios hormonais, alergias,
infecções renais e problemas cardiovasculares, anteriormente não diagnos..icados, que eram
a causa atual de suas dificuldades.
A primeira meta e objetivo da terapia, portanto, é capacitar os clientes a. admitir, localizar
com exatidão e definir precisamente a fonte de sua. dor. Os clientes com adequada solução
de problemas e habilidade de reagir conscientes elou inconscientes, irão automaticamente
engajar-se nas ações necessárias de auto-cura e auto-corrigíveis. Tudo o que elas requerem é
uma. visão clara sobre a. fonte de seu problema e uma oportunidade para considerar uma.
série de novas maneiras de pensar ou agir que cuidará desse problema. O terapeuta não tem
que fuzer nada al,ém de dar a esses clientes mna oportunidade para que eles assumam o
processo de auto-cura.
26
Observação # 7: Nem todos os clientes podem conigir seus problemas sem ajuda. Alguns
precisam aprender novas habilidades, antes que possam fazê-Io. É melhor que esse
aprendizado OCOITa a um nfvel inconsciente. .
A mera identificação do problema, criando desconforto no cliente, não garante que ele tenha
os recursos conscientes/inconscientes necessários para resolver esse problema. Alguns
clientes demandam uma variedade de dicas sugerindo soluções alternativas, antes que
descubram o que devem fuzer. Outros podem ser capazes de descobrir o que fà:zer, mas
podem não ser capazes de conduzir a solução escollrida. Ass~ por vezes v~ precisará ajudar
seus clientes a desenvolver as habilidades que eles precisam e encontrar soluções potenciais
para seus problemas.
Por outro lado, seria presunçoso e indelicado presmnir que qualquer um é capaz de
determinar a solução correta ou as habilidades necessárias pelo outro. A complexidade e a
singularidade de cada pessoa nos impedem de conhecer a melhor ação que o outro indivíduo
pode ou deveria adotar em qualquer dada situação. De fato, mesmo a mente consciente
dessa pessoa tem uma visão tão limitada e distorcida da situação que pode ser imprudente
ou nada próprio deixar tais decisões para si. .
A hipnoterapia oferece mna saída para este dilema. .As experiências transe-induzidas podem
ser usadas para enviar uma hoste de habilidades e de. estratégias de solução de problemas
para. a mente inconsciente. Os clientes podem ser ensinados a ver os eventos de diferentes
pontos de vanta~ tais como um desinteressado repórter de jornal, uma criança ou um sábio
experimentado. Eles podem aprender a alterar suas sensações e percepções em uma miriade
de fonnas: ampliando algumas, minimizando outras e transformando umas poucas em. uma
experiência inteiramente diferente, Pode-se mostrar a eles como os outros têm resolvido
problemas semelhantes. Em suma, as habilidades e conhecimentos das várias mini-mentes
inconscientes podem ser apresentM35 umas às outras, enquanto que novas habilidades e
conhecimentos são, ao mesmo tempo, acrescentados.
. 27
[20] CONCLUSÃO
Dadas as prem.issas orientadoras apresentadas ac~ iniciamos a terapia com a atitude de que
a dor do cliente oferecerá uma avenida que leva a uma clara visão do problema. Também
presumimos que essa visão clara motivará os clientes a usar. suas energias inconscientes
criativas, num esforço para projetar wna solução apropriada para o problema subjacente.
Reconhecemos, no entanto, que algumas pessoas demandarão pistas e en.corajamentos
adicionais, antes que possam desenvolver ou utilizar uma solução e minimi7M seu
desconforto. Essa visão do processo de hipnoterapia é a base para as estratégias de indução
e.sugestão descritas nos capítulos seguintes.
.................
28
29
Como resultado dessaS mudanças em atitude ou estado mental consciente, os clientes em
transe são capazes de prestar atenção detalhada às suas próprias fontes inconscientes de
infonnação e guia em potencial. São também capazes de aceitar, mais confortavelmente,
afirmações diretas e até mesmo indiretas do terapeuta, que de outro modo eles poderiam.
negligenciar ou rejeitar. Finalmente, enquanto em estado de transe, os clientes podem
experienciar os eventos imaginados com tal clareza e envolvimento relaxado que eles' se
submetem a muitas das mesmas fonnas de mudanças em aprendi'7,age~ desempenho e
crença do que fariam se estivessem na situação real.
Por causa. desta. e de outras caracteristicas, há uma tendência natUral para que mudanças
terapêuticas ocorram espontaneamente, sempre que alguém entra em transe. ,;. medida. que
os clientes relaxam e se tomam mais calmamente cônscios de seus eventos internos, sua
atenção automatiCM1P.11te tende para as fontes de dor e desconforto. Essas fontes de dor e
quaisquer pensamentos, memórias ou imagens associadas com elas devem ser inspecionadas
de maneira relativamente confortável e calma. do interior de um transe. Essa inspeção
estimula o ímpeto natural de auto-cura descrito no Capitulo 1 e geralmente leva a
espontâneas mudanças em comportamento, compreensão ou atitude, que irão aliviar o
problema. Assim, a hipnote:rapia efetiva muitas vezes pode ser conseguida, simplesmente
eliciando-se um transe e encorajando-se o cliente a usar aquele estado relaxado da mente
para aprender o que quer que seu inconsciente tenha a lhe oferecer.
,
Com a maioria dos clientes, no entanto, é necessário fazer mais do que apenas induzir um
estado de transe. Geralmente, é necessário guiar gentilmente a atenção rumo às áreas
obscuras ou perturbadoras do desconforto interno, empregando técrúcas hipnoterapêuticas
tais como alusões metafóricas ou referências simbólicas. Tais abordagens indiretas ou pistas
metafóricas dão uma "cutucada" na direção de um entendimento do problema e/ou de sua
solução, mas ainda depositam o maior peso da confiança nas próprias iniciativas e recursos
do cliente.
Embora as habilidades, conclusões e soluções recém descobertas que os clientes
desenvolvem para si mesmos, em resposta a essas abordagens permissivas ou indiretas,
pareçam ser as mais eficazes, alguns poucos clientes requerem uma abordagem mais ftanca
ou direta. Para esses indivíduos, são usadas instruções ou afirmações terapêuticas
específicas. Um estadô de transe simplesmente faz com que esses clientes aceitem e ajam
sobre as comunicações terapêuticas que você apresenta. Os clientes ficam mais relaxados e
receptivos a novas idéias ou diretivas comportamentais quando estão em transe.
Eis algumas regras básicas e recomendações para você considerar, antes de começar
a usar a hipnose em sua prática.
1. Recomendamos que você não use essas abordagens hipnoterapêuticas com psicóticos ou
com distúrbios de personalidade limítrore. Esses indivíduos já possuem mn grau muito
tênue de controle sobre suas experiências conscientes e o emprego do transe com eles pode
amnentar. sua confusão ou criar ansiedade e ideação paranóide. Também. o uso de técnicas
hipnóticas com personalidades limitrofes pode contribuir para os problemas de
relacionamento interpessoal, frequentemente encontmdos por essas pessoas no curso normal
dos eventos. .
4. Quando um. cliente possui um locus externo de controle e, dessa forma, acredita que a
resolução de seus problemas depende inteiramente das mudanças em alguém mais, ou em
algo mais, a meta inicial da terapia é a de simplesmente precipitar uma mudança rumo ao
locus interno de controle. A hipnoterapia não será eficaz enquanto o indivíduo acreditar que
não possui o controle sobre, ou as responsabilidades pelos seus próprios sentimentos,
pensamentos e atitudes. A princípio, no entanto, o procectimento de Transe Diagnóstico e várias
metáforas devem ser u..~a!õ:, a fim de ajudar o cliente a começar a experienciar pelo menos uma
minima apreciação pelas relações entre seus pensamentos, imagens, sentimentos . e
comportamento, e desenvolver wna aceitação da responsabilidade pessoal por sua ocorrência.
-
31
5. Muitos problemas de hábito, tais como tabagismo, bulinlia, etc, são muito resistentes a
mudanças. Somente os clientes que estão genuit1amente comprometidos com a mudança
tendem a responder a alguma forma de intervenção, incluindo a hipnose. Com indivíduos
que vêem a hipnose como uma cura mâgi~ que de alguma forma fará com que cessem seus
padrões de hábito, as chanN".g são de que a hipnose não funcionará. Esse fracasso, por sua
vez, irá confirmar sua convicção de que eles não conseguem mudar. O transe facilita as
-alterações de padrões de hábito e torna mais :fiicil o processo de mudança, porem não força
e nem pode forçar que isso ocorra. A primeira ordem regra, no entanto, é usar a hipnose para
motivar a pessoa a mudar, não usá-Ia para tentar forçar essas mudanças. Enquanto isso é
verdadeiro também para outros problemas, é especialmente verdadeiro para problemas de
hábito.
2. Para a maior parte dos clientes, especialmente dmante as primeiras várias sessões, o
transe é um estado tênue e ftágil. Eles ttio "acordar" de quando em quando (em resposta
a palavras especiais, sensações, ruídos de fora ou idéias internas), ponto em que eles
tenderão a engolir, ajeitar levemente sua posição ou até mesmo abrir os ollios. Quando isso
acontece, dizer simplesmente: "Isso mesmo, você pode mergulhar no transe e. voltar à
superficie automaticamente, e então você pode mergulhar outra vez sem esforço algum. " E
depois, prossiga com aquilo que estava fazendo previ~tmte.
3. O que quer que o paciente experiencie ou faça durante o processo de hipnoterapia deve
ser aceito como apropriado e potencialmente útil. Nunca queira indicar ou sugira que ele
fez algo de errado, que ele fez alguma coisa inoomum ou estranha, ou que, de algum modo,
ele tenha fal11f1Õo. Mesmo se eles subitamente comecem a 1he dizer que aquilo não está
funcionando, que nàda está acontecendo ou que desejam parar, está bem. Não se tome
desapontado ou se ponha a argumentar. Apenas, infonne-os de que eles estão indo bem, mas
que isso leva, para algumas pessoas, várias sessões até que se sintam confortáveis no
processo.
4. Os clientes sabem mais sobre o que eles precisam do que seus terapeutas. Se um cliente
protesta ou declina uma sessão de hipnoterapia, em geral é bom aceitar seus desejos.
7. Os clientes são seus próprios melhores terapeutas. Em geral, a principal meta do hipno
terapeuta é a de evocar um estado de transe no cliente, com a pressuposição de que este
pode usar aquele estado como uma oportwridade para fazer terapia. Portanto,
recomencl~os uma abordagem nrinimalista à hipnoterapia. Faça o mínimo possível. Faça
apenas o que é necessário para evocar um transe e, então, pare de fazer uma indução de
transe. Faça o mínimo possível para promover a atividade terapêutica durante o transe, e
então, sente-se com uma calma expectativa de sucesso. Como regra geral, é sempre melhor
fazer de menos do que demais. Comece com uma indução sÍmples de transe e acrescente
comentários de indução mais elaborados somente se o transe não se desenvolve. Uma vez
desenvolvido o transe, simplesmente encoraje a atividade terapêutica. Se nada acontece,
utilize implicações metafóricas gerais. Se o cliente ainda parece estar evitando a consciência
direta de emissões terapêuticas, utilize sugestões ou afirmações mais diretas como último
recurso.
8. Os clientes podem realizar muita coisa entre as sessões, se lhes dão dadas as ferramentas
para fazê-Ia. O roteiro final apresentado no Capítulo 3 é um. processo de indução de
transe esboçado para. ajudar os clientes a desenvolverem a habilidade para entrar em transe e
para utilizá-Io em si mesmos. RCC9mendamos que você use o procedimento descrito
nesse roteiro após uma ou duas sessões de hipnoterapia. Alguns clientes parecem achar útil
se o terapeuta fizer um registro gravado (em fita cassete, N. T.) dessa sessão, que eles
possam utilizar em casa como uma. prática adicional. Outra vez, esta abordagem reconhece o
fato de que os clientes são seua própria e mell10r fonte de material terapêutico e que em
última análise, eles é que são responsáveis por seus próprios transes e por sua própria
mudança terapêutica.
33
Não acreditamos que apenas porque os clientes têm apresentação semelhante de problemas
ou podem ser colocados nas mesmas categorias diagnósticas é que eles necessariamente
estejam experienciando a mesma coisa pela mesma razão. Nem cremos que devam ser
tratados da mesma maneira. Seus clientes podem experienciar padrões similares de
sintomas por razões inteiramente diferentes. Uma simples fobia, por exemplo, pode ser
acuradamente descrita. como reação de pânico auto-induzida para. um cliente e como
uma resposta natural a um mau entendido provocado inconsciente, para outro.
A fim de desenvolver mn claro conceito sobre a fonte específica do problema de cada
cliente, pois, recomendamos que conduza um completo Transe Diagnóstico, antes de iniciar
a terapia. O Transe Diagnóstico envolve mna exploração das várias imageps e associações
inconscientes ligadas ao problema. Os procedimentos envolvidos são bastante simples.
1. Antes de mais nada, peça ao seu cliente paraftchar os olhos, rolaxar por um tempo e,
entRo, concentrar-se nas desagradáveis sensações ou sentimentos que eles associam com a queixa
"
apresentada. Quando os clientes seguem essas instruções, um transe muito leve é o que
geralmente se obtém como resultado. Nesse leve transe, eles começam a se tornar
acostumados com os rituais de hipnoterapia (i. e., fechamento e relaxamento dos ollios) e
começam a aprender a prestar atenção aos eventos internos. O mais importante é que, com
este procedimento, os clientes reconhecem que estão aprendendo como exammw e tomar
conta de si mesmos. Aprender a reconhecer e utilizar o:; potenciais de seus próprios
pensamc:ntos, sentimentos c imAgens provimncntc inoon:soianto:s- é UmA l'am,l!i~tHlti'Yal. W
apreJ1di7.ado de se tomar completamente conhecedor e to~ente em funcionamento.
3. Peça ao seu cliente para encontrar um pensamento ou imagem que remova ou desloque
seus sentimentos desagradáveis. Muitos clientes conhecem, em minuciosos detalhes e a um
nível inconsciente, exatamente o que podem fazer para resolver 'o problema. Desde o
momento em. que entram em seu consultório, esses clientes sabem como ajudar. Muitos
outros clientes possuem todos os recursos exigidos para descobrir o que precisam
:fàzer. Tudo o que lhes falta é a oportunidade de fazê-Ia. "
Terapsuta: Agora, quero que você feche os ollios, sente-se recostado e relaxe por
enquanto. Muito bem. Deixe que seus braços relax~ que suas pernas relaxem,
que seu rosto relaxe. Simplesmente, deixe seu corpo inteiro relaxar, enquanto
você cOntínua a ouvir-me e a prestar atenção aos seus próprios pensamentos e
. 35
sentimentos. Você disse que se sentia paralisada e nervosa quando llte fazem
uma pergunta durante a aula, ou quando esperam que você fale alto. Você
também indicou que se sente ateIrorizada. sempre que essas coisas lhe
acontecem. Agora, eu sei que isso não é uma coisa boa de se perguntar: mas eu
acho que seria muito bom se você pudesse se lembrar agora desse
sentimento aterrorizado e me dizer o que você observa, enquanto você faz
isso. Em outras palavras, eu gostaria que você se lembrasse desse sentimento tão
Cliente: claramente que você na verdade comece a se senti-Io agora mesmo. Você pode
Terapeuta: fazer isso? Acho que sim.
Cliente: Bom. E o que você observa, quando você faz isso? O que você experimenta?
Terapeuta: Eu me sinto com medo, realmente nervosa. ,~
OK. Mas onde você sente esse sentimento de medo? Que parte do seu corpo se
Cliente: sente com medo? Onde você observa mais isso? Meu estômago, eu acho. E
Terapeuta: minha garganta. E o que é isso que você sente em seu estômago e na garganta?
Cliente: Um sentimento de aperto, tipo quente e apertado.
Terapeuta: Bom.. Ago~ confonne você deixa que esse aperto quente em seu estômago
e em sua garganta ficar mais e mais intenso, eu quero que você apenas preste
atenção muito de perto a essas sensaÇões. Preste bastante atenção a elas, sem
tentar pensar em mais nada. Só deixe que sua mente se concentre nessas
sensações, enquanto nós esperamos e vemos o qUe sua mente inconsciente
pode nos dizer que possa Ser útil. Apenas preste muita atenção a esse terrível
aperto quente e me fale de qualquer pensamento ou imagem que vem
simplesmente à Sua mente, enquanto faz isso. O que quer que seja isso de que
você se toma consciente, à medida que você presta atenção a essa sensação, eu
quero que você me fale sobre isto. E eu vou esperar só até que você observe
algo que pareça acudir em sua mente, vindo do nada. (longa pausa) É engraçado.
Cliente: Eu só me lembrei de Mazy. Ela se sentava atrás de ~ na oibiva série. Nós éramos
boas amigas. Eu realmente gostava dela. Eu estava falando com ela quando o Sr.
Brown gritou comigo, nesse dia.
Terapeuta: Que dia foi esse?
Este breve resumo do fluxo dos eventos em uma sessão típica de hipnoterapia é o
referêncial central em tomo do qual. os roteiros deste livro. estão ofgaJ1jvados. Portanto, 08
objetivos e procedimentos envolvidos em cada passo devem ser revisados antes que você
comece a
selecionar roteiros específicos sobre os quais basear seus esforços hipnoterapêuticos.
Passo 1: Transição para o Transe
A primeira vez que um. transe hipnoterapêutico ê utilizado com um cliente, convém iniciar
a transição a partir de uma conversa rotineira, passando para o trabalho de transe com um
comentário tal como "Eu gostaria de fàzer algo um pouco diferente por alguns minutos, que
eu acho que deve ajudar. OK?" ~ você pode simplesmente dizer: "Agora deve ser W1Ui
boa hora de começa:rmos a trabalhar com hipnose. OK?"
Quando seu cliente concordar, você deve dar uma. diretiva de comportamento (i.e., "Mude-
se para esta cadeira." "Feche os olhos"), que você usará em todas as ocasiões seguidas,
conforme sua transição até o transe. Exatantente que cliretiva você dá, isso vai depender da
disposição do seu consultório e da posição que você acredita que será mais confortável para
você e para seu cliente, mas eis aqui uns poucos exemplos típicos:
"Por que você não se senta nesta cadeira. Ela reclina e você provavelmente vai se
sentir mais confortável se sentar mais para trás, fechar os olhos e relaxar. Isso mesmo".
permita
"
37
que seus olhos se fechem, enquanto você respira fundo e sente seu corpo rela~ mais
e mais completamente. Isso mesmo!"
Cada uma dessas instruções oferece uma agradável dica para o transe e inicia um leve
transe, ao mesmo tempo. Os autores quase que invariavelmente fazem com que seus
sujeitos fechem os olhos bem no início da sessão de lúpnose e então acrescentam algwtS
comentários sobre relaxamento. Isso elimina imediatamente visões. que ~ no ambiente,
e concentra a atenção do cliente para o interior, sobre os pensamentos e sensações.
Geralmente, um leve transe se desenvolve rapidamente.
A fim de ajudar os clientes a aprender como permitir que um estado de transe se desenvolva,
você precisa ser capaz de dizer as coisas certas da maneira certa. Os roteiros de indução de
transe apresentados neste livro contêm comentários que irão acionar estados de transe em
uma maioria. de sujeitos. Alguns dos roteiros dependem da confusão para se criar um transe,
alguns utilizam. o tédio para estimular o transe e a maioria inclui muitos tr0C8c1ilhos.
falácias e outros jogos de palavras para. levar a pessoa para. um estado mental menos
normal, menos consciente. Quando falado com o tom de voz e o ritmo de voz que você irá
adquirir trabalhando com nossos tapes práticos, esses roteiros podem ser bastante
convincentes.
Fornecemos vários e diferentes roteiros de indução de transe porque diferentes indivíduos e situações
diferentes podem pedir abordagens diferentes. Os Critérios de Seleção de Indução apresentados no
início do Capítulo 3 o ajudarão a decidir que indução pode ser mais útil com cada um dos clientes.
. .°
38
Metáforas, anedotas e alusões são usados durante a hipnoterapia. pela mesma razão que são
usados em ambientes não-terapêuticos, i.e., porque eles comunicam idéias de forma
persuasiva, provocam associações pessoais à questão do sujeito e estimulam o pensamento
criativo. Quer sejam usadas ou não dentro de um contexto de hipnoterapia, praticamente
todas as metáforas podem acionar uma rica variedade de associações conscientes e
inconsciemttes, qualquer uma das quais podem dirigir a atenção de uma pessoa. rumo a
questões pessoais, ou propiciar um valioso insight. Assim, todas as metáforas apresenttJnA~
neste texto também poderiam ser ugadas com alguma probabilidade de efeito benéfico
durante uma conversa rotineira ou uma sessão não-hipnótica de terapia. r
Por outro lado, o conteúdo e os eventos básicos da estória podem ser simbolicamente
descritivos da personalidade, situação ou problema do cliente. Essa analogia descritiva
pode levar o cliente a um exame e uma apreciação mais diretos sobre um estado interno
indesejável ou contraproducente de questões que poderiam ser possíveis de outro modo.
Com efeito, a metáfora diz ao seu cliente: "Eis o que você está fazendo com você mesmo!"
.As metáforas apresentadas neste livro são projetadas para fazer isso de uma maneira
indireta, que não ameace a personalidade consciente ou desperte resistência à mensagem. A
metáfora simplesmente planta a semente de uma idéia no nível inconsciente. Se aquela idéia
for útil, será de algum proveito ao longo do .tempo, a nível consciente, e terminará em uma
realização consciente.
Além disso, os eventos de cada metáfora podem ser presCrltivos. Em ou:trns palavras, a
estória pode conter exemplos de estratégias de solução de problemas, habilidades
competitivas ou novas perspectivas que seu cliente possa aplicar às suas circunstâncias.
Presume-se que muitos clientes irão simplesmente reconhecer, em algum. IÚvel, os méritos
da abordagem de solução de problemas oferecidos nessa estória e a usarão mais tarde como
modelo ouu guia para resolver seus próprios problemas. Outros clientesexperienciarão um
tão vívido envolvimento em sua. própria participação imaginária na estória que aprendem as
estratégias através da mesma.
- Primeiro, você deve ser capaz de usar as metáforas apresentadas por seus próprios clientes
durante um Transe Diagnóstico, uma sessão comum. de terapia ou uma discussão sobre seus
sonhos. Quando um cliente anunciou que se sentia como se tivesse sido atropelado por um.
caminhÃo, as metáforas que lidam com o ato de dirigir e com animais tentando cruzar
rodovias foram usadas durante aquela sessão. Igualmente, quando outro cliente relatou um
sonho sobre nadar, metáforas sobre o oceano, peises e outros tópicos relacionados foram
incorporados ti sua hipnoterapia.
- Uma segunda maneira de assinalar aos clientes que você está usando metáforas
pessoalmente relevantes para eles é selecionar algumas que reflitam suas próprias
associações metafóricas àquele indivíduo em particular. Concentre-se nos aspectos fisicos
In1!is 11U1icantes, comportamentos, estilo Ínterpessoal ou quaisquer características que
lhe pareçam acudir à mente. Então" se pergunte que pensamentos ou imagens esses
aspectos
40
criam em sua própria imaginação. Erickson usou mna vez a estória de uma árvore 4e lenho
duro com um galho quebrado, como metáfora para um homem idoso que softia de dor
membro-espectral devido a um braço amputado (HaJey, 1985, pp. 324-325). Temos
utilizado estórias sobre pássaros voejantes, um vaso trincado, e ainda o processo de fazer
xarope de bordo. , apenas para citar algumas, pois alguma qualidade do cliente evocou essas
associações.
Logicamente, as metáforas mais eficientes são derivadas de todas essas fontes de uma vez.
Isso possibilita a cada metáfora refletir a visão do cliente sobre o problema, a visão do
terapeuta sobre o cliente e as soluções sugeridas pelo terapeuta sobre o problema. Esperase
que ta] individUalização maxim.ize o interesse do cliente, a participação (por comparação)
na metáfora, e que realce o impacto terapêutica.
Este livro contém metáforas para propósito geral que podem ser usad~s praticamente com
qualquer pessoa. Contém ainda roteiros para metáforas enfocadas no problema., que
constatamos ser úteis com certos tipos de problemas e clientes. Recomendamos que uma ou
duas das metáforas de propósito geral sejam usadas em seguida da indução inicial de transe.
Se essa abordagem geral estimula a mudança terapêutica, então pode não haver necessidade de se
usar uma metáfora mais específica quanto ao problema. Por outro lado, se nem as metáforas
de objetivo geral nem aquelas de referência específica parecem produzir resultados, então
pode ser desejável usar uma abordagem mais direta.
"mapk syrup - xarope de bordo. O maple, ou bordo (õ) (não confundir com baldo. que é uma planta). é
uma árvore da América do Norte. mais típica do Canadá, que quando ferida deixa sair um liquido. Deste
liquido, por um longo processo de c:ocçao, se extrai um xarope ou um açúcar cristalizado. E um processo
cuja confecção lembra um ritual. muito demorado e rico em detalhes. e deve ser a isso que os autores se
referem. N.T.
41
de afirmações diretas sobre a fonte de seus problemas ou de sugestões específicas sobre o
que fazer para realçar sua situação se fossem menos defensivos ou resistentes à mudança.
Um estado de transe melhora a habilidade dos clientes em ouvir e utiliza tajs mensagens
diretas sem defesa ou resistência.
Afirmações diretas com respeito à natureza. de um problema ou sua solução são expressões
seguras da opinião do terapeuta acerca daquilo que está causando o problema ou que
necessita ser feito para resolver isto. Elas devem ser usadas somente quando o terapeuta está
razoavelmente certo de que sua opinião é válida e quando o cliente demonstrou uma boa
vontade, porém uma visível inabiliçlade para aceitar esses insights. O estado de transe . pode
possibilitar ao cliente aceitar essas observações mais confortavel e coII!pletamente que ele
pode no estado de vigília. Também apresentamos com ftequência essas 8fum.ações diretas
como comentários que uma terceira parte (um outro tera~ quem sabe) poderia dizer a um
cliente, se tivesse oportwúdade. Parece ser mais difícil rejeitar uma mensagem quando o
condutor da mensagem não está presente.
SugBstõ~s diretas, por outro lado, geralmente envolvem uma indicação de que o cliente
subsequentemente experimentará uma mudança em um dado pensamento, sentimento,
comportamento ou percepção. A implicação é que este evento acontecerá automaticamente
sem uma intenção consciente. A resposta prescrita, provaveJmente, romperá ou reporá a
resposta que está cau..~do o problema.
Sugestões hipnóticas diretas são bastante úteis sob certas circunstâncias. Se a solução para
um problema é relativamente direta e envolve a clara comunicação de uma simples idéia ou
atribuição de comportamento, então uma abordagem direta é o meio mais parcimonioso. Se
um cliente é um sujeito hipnótico altamente condescendente, então as sugestões diretas
podem ser efetivas. Finalmente, como resultado da influência das representações sobre
hipnoterapia na televisão e do cin~ muitos clientes parecem. esperar que sugestões diretas
façam parte do processo. Quando for este o caso, faz sentido utilizá-Ias, se por nenhuma
outra razão além de satisfazer. essa expectativa. .
. Há um probema com o uso de sugestões diretas. Devido ao fato de serem tão espalhafatosaS,
a probabilidade aparente da resistência consciente é muito grande. A meIlDS que a sugestão
seja aceitável à pessoa em um nível consciente, ou a peSsoa seja tão respondente a
sugestões hipnóticas que a mente consciente seja incapaz de impe<lir a submissão
inconsciente, elas não irão funcionar. Por esta razão, preferimos circundar sugestões diretas
com metáforas de distraimento ou embuti-ias em anedotas. Isso minimiza a possibilidade do
reconhecimento e da resistência consciente e m.aximiza a probabilidade de uma resposta
inconsciente.
Deve ser óbvio que sugestões diretas possam funcionar somente quando o cliente é capaz de
responder. Prescrições vagas tais como "Você não mais experimentará. seus sintomas!" raramente
funcionam, pois os clientes não sabem consciente ou inconscientemente como obter esse resultado.
Eles devem ser ensinados o que :fuzer.
42
Além disso, geralmente inclUÍmos razões de reafinnação porque é possível e adequado
eliminar ou repor as respostas indesejáveis. A idéia é motivar o cliente a aquiescer à
alteração ou resposta. sugerida por algmna razão que não meramente porque você diz que
. sim. Dessa fonua, o cliente deveria ser infonnado de que os sintomas podem ou
devem agora esvanecer-se a) por não serem mais necessários, b) porque há melhores meios
de realizar o mesmo propósito. Quando seguida por uma indicação daquilo que o cliente
pode pensar ou fazer em lugar dissso, essa abordagem geralmente promove a resolução
rápida do problema.
Deve-se notar que esse cliente respondeu a solicitações diretas à mudança porque as
mudanças solicitadas lhe eram apropriadBs e aceitáveis. Tivessem sido impróprias as
mudanças sugeridas, contrárias aos seus princípios éticos e morais, ou potencialmlJ1te
perigosas, não é provável que ele as tivesse cumprido. Na verdade, sugestões impróprias ou
insustentáveis podem. resultar em animosidade por parte do cliente. Exatamente porque o
cliente está em transe e é, pois, mais sensível a sugestões e idéias novas, isso não significa
que ele tenha. se tomado um autômato imbecilizado. As pessoas em transe podem se tomar
mais propensas a aceitar e agir de acordo com idéias que sejam desejáveis ou úteis, mas
também elas parecem se tornar menos propensas a responder a idéias que sejam
inadequadas ou invasivas. .
Este estágio do processo de hipnoterapia obviamente envolve uma série crucial de eventos.
Complexo como se pode ver, entretanto, cada um desses aspectos do ténnino do transe é
relativamente fácil de se realizar e pode ser conduzido, em muito, da mesma maneira com
cada cliente. Como resultado, somente um roteiro de término de transe é oferecido neste
livro. A variedade ou a individualização não é particularmente necessária ou útil durante
esse estágio:final de término.
"
Por exemplo, a porção do roteiro de término de transe que é feita para promover a revisão e
a recitação de novas aprendizagens é intencionalmente vaga e não-específica. Isso dá
oportunidade ao cliente de integrar o que quer que ele tenha aprendido, muito etnbora possa
não ser aquilo que o terapeuta pensasse que estava ensinando. Os clientes aprendem o que
eles prec~ não necessariamente o que lhes oferecemos. Deve ser dada pennissão para sua
inventividade e criatividade. Assim, o segmento de revisão e recitação oferece aos clientes a
oportunidade de solidificar seus aprendizados isolados (únicos).
As pessoas não ficam paralisadas no transe, embora possam ser relutantes em abandonar
esse estado relaxado, e usarão o tempo para fazer isso. Alguns clientes podem exigir um
comando antes direto de "Acorde, agora!" mas isso é raro e esse tipo de ctiretiva deveria
ser
44
usado apenas como último recurso. Muitos conhecÍmetos terapêuticos podem se .
desenvolver durante esse estágio de transição e é prudente pennitir aos clientes assumirem
seu próprio tempo de atravessar esse estágio. Em geral, recomendamos que o terapeuta.
comece a encerTaT o processo de transe pelo menos 10 minutos antes do fim da sessão
desejado. Isso dá tempo suficiente para a transição para a consciência, um período de
reorientação e ou wn feedback do cliente, ou uma conversa genérica. sobre questões
terapêuticas.
o feedback do cliente pode ser obtido após ter ocoIrido uma ou duas conveFSas
ÍITelevantes ou distraídas de pós-transe. Isso dá ao seu cliente uma chance de esquecer
aquelas coisas que são melhores esquecidas e de pôr uma certa distância entre o transe e
uma análise, ou a revisão dele.
o feedback, neste ponto, geralmente será salpicado ou min1mo, porém a maioria das
pessoas. será capaz de se lembrar de coisas particulares que apreciou., coisas que
aumentaram o seu envolvimento no processo, ou coisas que perturbaram o transe (ex, ruídos
externos ou um tópico particular). Para um feedback quanto aos benefícios terapêuticos
sobre os processos da hipnotemp~ no entanto, você provavelmente terá que se contentar em
esperar, observar e ouvir. Seu cliente pode demonstrar imediatamente alguns insights,
mudanças na atitude, alterações na reatividade normal ou mudanças de comportamento,
porem gerab:nente tais mudanças não são óbvias ao cliente, não estão obviamente ligadas ao
transe ou não se manifestam até bem mais tarde. Somente o tempo decorrido irá pennitir
uma determinação precisa do beneficio e da mudança terapêutica.
Os clientes podem ou não atribuir quaisquer mudanças que ocorr~ ao longo dos próximos
dias ou semanas, às suas experiências hipnoterapêuticas. Se o fizerem., tais atribuições
podem ser graciosamente reconhecidas com uma indicação de que você simplesmente lhes
deu a oportunidade para fazer aquilo que fosse do maior interesse deles. Se eles ~ão vêem a
relação, entretanto, nenhum esforço deve ser feito para mostrar-lhes como as mudanças
. que obtiveram estão ligadas a comentários ou sugestões específicas que você lhes tenha
dado durante a sessão de hipnose.
Agora que você está familiarizado com os conceitos, fonnato, análises, e regras de fundo da
hipnoterapm:- recomendamos que você faça o seguinte:
1. Se você já não ouviu a fita cassete que acompanha este texto e não participou do
processo de transe, é agora. a hora de fuzê-Io. Empregue seu tempo aprendendo como se
permitir entrar em. transe. Esta experiência irá dar-lhe mais informação, mais diretamente
acerca da nature2.a do transe que qualquer discussão ou descrição sobre ele que pudéssemos
oferecer. Ouça a ambos os lados para detenninar qual é mais eficiente para você.
2. Depois que você experienciou um. transe (mesmo um breve ou leve transe bastará),
encontre e comece a ler alto a reprodução por escrito dessa indução. [a reprodução do
Lado A começa na página 52 e a do Lado B começa na página 59 do original].
Primeiramente, tente estimular o tom de voz e o ritmo da demonstração. Não sugerimos isso
por acreditarmos que uma dessas demonstrações seja perfei~ ou que contenha o exato tom
de voz, ritmo ou estilo que cada hipnoterapeuta deve usar. Sugerimos porque queremos que
você aprenda como falar de dentro de um transe e descobrimos que a maneira mais fácil de
ensinar alguém como fazer isso é fazê-Io imitar a sessão que já está associada com sua
própria entrada no transe.
3. Queremos que você aprenda. como falar a partir de um transe porque você deve aprender
como falar de uma forma que seja consistente ou hannoniosa com o estado da mente em
transe. Quando você fala dentro de wn transe, você garante que seu ritmo de voz, to~
volume e compasso, à medida que lê os roteiros de transe, sejam adeqUBdos à experiência
do transe. O que você diz durante a hipnoterapia é importante, mas como você diz é
igualmente importante. Nossos roteiros irão ajudá-Ia a aprénder o que dizer, porém você
deve aprender também a dizê-Io de uma maneira que seja conducente ao transe. A fonna
mais fácil de realizar isso é aprender como falar enquanto em um transe. Quando você faia a
partir de um transe, toda sua conduta é consistente com esse transe e o ouvinte é
praticamepte compelido a entrar no transe com você, a fim de manter congruência e
compreender o que você está dizendo.
Conforme você imitar a demonstração, lendo alto o que está por escrito, você
automaticamente começará a readentrar a si mesmo no transe. À medida que o fizer,
continue lendo a reprodução escrita com qualquer tom de voz, compasso ou volume que
esteja bem para você ou que se ajuste ao seu estado relaxado da mente. Pratique seu próprio
estilo de transe particular até que seja capaz de reproduzi-Ia, sempre que quiser.
3. Enquanto estiver praticando seu estilo de transe, leia a introdução para todos os
capítulos restantes e revise os roteiros apresentados em cada um. Por favor observe,
no entanto, que os próprios roteiros não são particularmente informativos ou divertidos,
quando lidos silenciosamente para si mesmo. Na verdade, eles provavelmente parecerão
46
de algum modo tolos, confusos ou cansativos para você. Lembre-se, esses roteiros foram
confeccionados para minimi.zar a percepção consciente e para estimular entendimentos e eventos
inconscientes durante um transe, não para. apelar para. as faculdades criticas ou para as
sensibilidades estéticas da mente consciente.
Esse procedimento serve a um duplo propósito. Ele possibilita você recebex;,feedback quanto à
eficiência de seu estilo de transe como hipnoterapeuta e lhe dá a chance de experienciar os efeitos
dos vários aspectos desses roteiros cliretamente, qwmdo você serve como sujeito prático. Essas
sessões práticas experienciais são os únicos métodos mais úteis e eficientes de aprender
hipnoterapia.
Se você for incapaz de encontrar um. colegà com quem praticar, tente ouvir e participar, com .
a ajuda de seu próprio gravador, dos vários roteiros ~ indução e sugestão. Embora provavelmente não
tão eficaz quanto trabalhar com um colega, essa. abordagem pode oferecer mais de uma
apreciação para o conteúdo e a estrutura dos roteiros que podem ser uma leitura direta dos
mesmos.
6. Conduza uma. sessão de 1ripnoterapia com um cliente, baseado nos roteiros que você
selecionou depois de fazer o Transe Diagnóstico. Não há necessidade de ser
envergonhado ou tínúdo quanto a ler o material, se é isso que você escolheu para fazer. Os
clientes geralmente estão perfeitamente confortáveis com essa abordagem, especialmente se
você indicar que prefere ler o material especificamente selecionado para cada cliente a fiP1
de que exatamente as palavras certas sejam usadas do começo ao fim. Não tenha. pressa.
Preste atenção às várias reações do cliente, conforme. você prossegue. Estude a pessoa
cuidadosamente, de fOIml1 que possa modificar sua aborda.gem em resposta às suas
reações. Lembre-se de que cada sessão irá tipicamente exigir:
a) uma transição rumo ao transe d) talvez uma sugestão ou afirmação
b) uma indução para criar um transe direta para estimular a mudança
c) ou uma metáfora geral, oú uma metáfora e) o procedimento de término de transe
de diagnóstico específico para estimular
insights terapêuticas
47
"
.,
8. Gostaríamos de enfutizar que os materiais apresentados neste livro são feitos para servir
como suplementos para outras fontes de treinamento profissional. O dominio destes
materiais não qualifica ninguém a praticar hipnoterapia sem supervisão, leitura e
treinamento adicional na área.. Relevantes workshops são oferecidos, reguI~ente, a
praticantes qualificados de saúde mental por vários indivíduos e organi7AÇÕes. Pessoas
que tencionam utilizar técnicas hipnoterapêuticas em sua prática devem contatM as
seguintes organizações, para mais informações:
9. Também gostaríamos de enfatizar que os roteiros apresentados neste livro devem ser
usados somente por profissionais que sejam qualificados para fazer os tipos de observações e
julgamentos necessários para usá.-Ios com sensibilidade e sagacidade clínica. Não pode
haver garantia de que um dado roteiro tenha o efeito desejado para. todos. Igualmente,
quando empregada inadequadamente, ou com os clientes errados, a hipnoterapia (como
qualquer técnica terapêutica) poderia produzir resultados indesejáveis ou contraproducentes.
Na análise :fmal, a decisão de selecionar e utilizar todo ou parte de um particular rúteÍro de
lúpnoterapia com um cliente em particular é um convite a um julgamento que demanda o
máximo em habilidade clínica. Embora tenhamos considerado o material contido nesses
roteiros como sendo úteis e os tenhamos publicado aqui, na esperança de que outros o
tenham como igualmente benéficos, não podemos predizer seu impacto quando utilizados
por mais alguém., nem podemos assumir a responsabihdade por isso Sugerimos que você
utilize esses procedimentos com o mesmo grau de preca1Jção e cuidado que usaria qualquer
outra intervenção.
10. Com o tempo, você irá desenvolver um senso geral de como proceder e ficará
confortável parafraseando roteiros ou simplesmente usando-os para estimular idéias e
propiciar orientações gerais. Eventualmente, a verifi~ e os processos de decisão básicos
também se tomarão tão automáticos que o material neste livro será. supérfluo. Nesse
ponto, você pode relaxar e confiar em seu próprio conhecimento e compreensões
inconscientes para guiá-Io, porque você terá começado a ser um hipnoterapeuta.
.................
48
Antes que você comece a usar qualquer procedimento de indução, lembre-se de iniciar o
processo com um comentário apropriado sobre transição. Induçôes de Conversa podem ser
conduzidas sem uma transição óbvia, mas recomendamos que, ainda assim, você utilize
uma.
NOTA.; Os roteiros ao longo deste livro são apresentados em formato que transmita o ritmo
e o ftaseado pretendido. . Uma pausa entre cada linha estabelece a apresentação rítmica
condutora do transe, dá. ênfase às palavras ou idéias especificas e dá tempo ao cliente para
experienciar eventos internos relevantes àquelas palavras ou idéias. Durante a primeira parte
de ~ualquer procedjmento de indução, cada linha deve ser falada em sincronia com as
exalações do cliente. Logo após as primeiras linhas, no entanto, o compasso deve ser
diminuido gradualmente, até que um ritmo de apresentação seja alcançado, o que parece ser
apropriado (para) ou compatível com o estado relaxado de transe. Uma vez estabelecido, este
ritmo básico de apresentação pode ser usado ao longo do processo hipnoterapêutico.
50
A mente inconsciente
pode pennitir essa viagem
ocorrer
enquanto a mente consciente
vagueIa
por algum outro lugar inteiramente agora.
Isso mesmo.
Em seu próprio tempo,
de sua própria maneira
sabendo dos eventos
que ocouem 80 longo do C,Rrninho,
à medida que a mente inconsciente
começa a utilizar
essa oportunidade
para alterar a sua experiência
e continuar esse aprendizado
qualquer que seja a maneira
é a maneira certa
para você.
53
52
[54]
como deixarCATEGORIA
acontecer TI: ROJEIRO DE Tudo INDUçÃO
isso pertence EM CONFUSÃO
a V.
Aplicações:
enquanto Para usar com indivíduos altamente
se mantem à medidaintelectualizados
que V. começa a ouvir,ou rigidamente
econtrolados,
de reconhecercujas mentes conscientes continuariam a maneiraaque analisar,
V. faz, criticar, planejar, ele.
que não há nada ..
por meio de uma indução básica, ou para quem oaquI se edeixar
agora, levar é uma preocupação.
que
Estevocê roteirodevanãotentar saber o
é recomendado com os olhos fechados,
para pessoas desconfiadas ou paranóides.
que fazer confortável,
ou o que nAo tàzer essa voz ou som
Ago~ tudo o que você faz
porque prestar muita atençAo
ao ftmdo,
antes deavocê
pemrite vocêcomeçar, a tudo o que acontece
da mente,
eu preciso <lizer
reconhecer que eu posso dizer ou que não acontece
confonne V. ouvia
o quanto estou
muitas coisas diferentescontente em sua experiência
aquele show
de estar trabalhando cem você hoje, ao
e nl10 há necessidade
invés
de V. fazer de estar com uma mente tola o tipo
econfOIme
sentia1. .<. você me ouve
oerelaxadotam:ucm
.
aos se\l9
r
propnos
oque você que
esforço devecusta
encontrar pePl{Amentos,
flutuante
na SaIjeta
tentar fazerde algum lugar ou às suas sensações
ardor
discutindo com todo mundo, que mudam cem o tempo
o esforço de um. vagaroso
de mal com o mundo. ou permanecem as mesmas
para ptestar muita atenção a sonoro
Porque quando eu os vejo, em um braço ou um ouvido
cada coisa que eu digo show
eltfS ficam andando por ai e em suas. pernas ou dedos.
ou que eu não digo, de quieta
ammbando as feridas, E o que dizer dos pensamentos
porque houve um tempo C'.sI Jmllria
nunca. ficando confortáveis,
em que o esforço e pensamentos de imagens
e da variedade
pensando que sabem tudo que falam
para tremar como sonhos,ao olho da sua mente
e ninguém confonne eusifaço à sua mente
apode
mente seguidos de mesmos
dizer a eles o que fazer, e o que V. fala ,
8 ficar no triJho conforme eu falava, transformando
falaV.
nem mesmo ajudá-Ios .
nAo valeu a pena acom emmesmoum leme
e eles se recusam a aprender fala para V. mesmo
a VIagemcoisa que os faça girando .
qualquer
que daquele
.1evou alugar mente vagueandoqUe V. tenta buscar
à medida
sair e encontrar
de.volta naquele tempo sem esforço para baixo
e tomar conta de si mesmos. essas ceJSaS
de pacifica até um quieto
Então é bom saber podem parecer
e calma consciência, e tranqüilo lugarser uma coisa
que qualquer um com a sua inteligência mas acabam por ser outra.
sem esfurço, onde as palavras
pode facilmente aprender. Porquelembrardois e dois
de deixar acontecer podem
como entrar em mn transe. silo quatro
e saber a sua mente
Então você.
pode sentar ~ mas dois
que você não precisa sobre essastambém
coisas podem
nessa cadeira, também significar
tentar necessárias
aqw,
OUVIr ae você.
nenhum dos dois é semelhante. Tudo
enquanto você tenta isso pertence
ou entender [Vá para uma met4fora ou para um
estar consciente aVo
odoque eu posso dizer término de tranSe.)
exato significado e à sua própria habilidade
mais tarde, aqui.
das palavras que você ouve de relaxar
A
e de mente
todasconsciente
as mudanças esses dois ouvidos também
pode
que acontecem ir ondeai ela queira, e começar li saber
enquanto
em seus ~~entos, eu continuo que V. reahnente não sabe
8sensações
falar o que significa sim
eou acoisas sua percebidas
mente inconsciente e o que significa não, aqui
continua
conformeaeu ouvir
falo aqui. embora V. possa
da
OufuIma
você pode que você escuta 11IDB.
esquecer tentar adivinhar
de tentar
conversa. onde V. vai
Você
fazer nem mesmo precisa fazer Jr
coisa
o esforço alguma.que custa V. não sabe
que não existe uma forma real de saber
..
54
[57] CAJEGORIA m: ROIEIRO DE INDUçÃO DE CONVERS,A
AplicaçlJes: Para uso com clientes ansiosos acerca do processo hipnótico, ou que podem estar
relutantes em se engajarem na hipnose de per si. Esse procedimento de induçiJo niJo menciona
transe ou hipnose. Antes.. en/oca o desenvolvimento do relaxamento e da confortável auto-
percepçl1o. Obtém a permissllo do cliente para ajudá-Io a aprender como relamr mais
completamente, antes que você inicie. Uma vez que o cliente tenha aprendido como relaxar
completamente, reoriente-o para a consciência desperta e entlJo obtenha a permissllo para
conduzir a sesslJo hipnoterapêutica. Este procedimento evita qualquer tmpresslJo de fraude ()U
de artiflcio e é uma demonstraçiJo honesta do respeito pela autonomia do cliente.
57
delicaci:Jmente fluindo para baixo...
nada e perturbado
conforme "ele, devagar, vem repousar
no fundo do quieto reservatório.
Mesmo as ondas da superficie
se tomam menores e mais quietas
e por trés da supertlcie
tudo está silencioso, cahno...
E V. pode J'PN'nhPL'M' a sua habilidade
de reJaxar e refletir confortavelmente
sobre os seus problemas, de uma certa maneira,
lembrando aqueles tempos
quando V. tinha certeza de que as coisas eram
(de uma maneira
e elas se modificaram
para ser algo mais mteiramente.
Talw:z como uma crianç~
aprendendo que loda
é na verdade roda
ou di2mJdo a diferença
entre concerto e COD8erto~
mudando velhas crenças,
aprendendo novos sigJ1ifi~~dos,
novas maneims de fazer as coisas.
E eu me pergunto se esses novos sentimenios,
esses sentimentos hipnóticos
irão petmAn-r os fne.'11'n~
ou continuarão a ir mais fundo cada vez mais
confonne V. tenta se lembrar
de tudo o que eu llie disse
sobre aqueles sonhos na TV
e cristais que são levados
às vezes mais depressa,
às vezes muito devagar...
[Vá para um roteiro de metáfora ou processo
de término de transe.]
58
[Esta indução jünciona melhor se o cliento está sentado direito, ao invés de reclinar ou
ficar deitado]
A primeira coisa de que depois de um tempo
que eu quero que V. faça V. pode notar
antes de continuar que sua mente inconsciente
a relaxar começou delicadamente a levantar uma das mãos
e entrar em um transe ou a outra, ou ambas.
é colocar bem as pontas Pode ser dificil segurá-Ia ai
dos seus dedos muito levemente mal tocando a sua perna.
sobre as pema.a, enquanto ela fica 1entando
com os braços no ar, .- . . .
se mover um pouco maJ.S para C1lIl8.
cotovelos longe dos lados, e se sente mais leve
como se seus braços e mlos e mais leve ,
estivessem simplesmente flutuando ali, e se levanta mais para cima
os dedos mal tocando a roupa quase por si mesma. às vezes.
para que V. possa sentir a textura E a outra .
Isso mesmo! .
pode parecer ficar ma:is pesa~
Os dedos mal e mal tocando dificil dizer a diferença
e concentre toda sua atenção no começo, ,
Dessas sensações mas confonne V. presta muita atenção
bem nas pontas dos dedos fica mais fácil
onde eles mal e mal tocam, e mais fácil
onde esse flutuar continua.. observar qual parece mais pesada
Porque e qual parece mais leve.
à medida que eu falo oom você E quando você começa
e V. continua a relaxar a ver qual a mão que parece mais pesada,
e a prestar bastante atenção você pode deixar que eIa relaxe
a essas sensações, e venha a descansar
algo interessante esü começando a acontecer. em um lugar confortável
Porque todos sabem enquanto V. presta mais e mais atenção à
como é fácil outra m!o,
aprender alguma coisa àquele leve levantar da mão,
quando você está confortável. que se move um pouco, às vezes,
E mais cedo ou mais tarde e entao volta para baixo, talvez
todos têm a experiência e entAo volta para cima de novo.
de. aprender algo novo E depois de um tempo
quando estão relaxados. você pode começar a observar
Assim, vá em .frente e permita que V. pode pennitir
que esse sentimento confortável que essa elevação
continue continue...
com o JPN'W'1In~;1)'V!f1to mais e mais para cima..
..
61
mais leve, flutuando mais para cima, à medida que eu continuo a falar
confunDe V. pemrite que esse movimento e seus braços e mãos
continue mais e mais, se sentem tão confortáveis
um movimento automático para cima seu corpo inteiro se sente confortável
à medida que sua mente inconsciente confortável e relaxado.
eleva essa mão, esse braço, para cima Muito bem. .
um passo por vez, [Vá para uma metáfora ou procedimento de
para cima e ent!o, mais e. mais. término de transe.)
Pode ser difici1
dizer exatamente quanto
esse braço e mAo foi elevado,
dizer exatamente
em que posição eles estão
e pode ser diflcil dizer
quando esse movimento lento e sem esforço
0C0IIe mais e mais rapidamente .
canfonne se levanta,
mais e mais leve,
mais e mais alto.
Muito bem. [Pausa p/ movimento de subir]
Isso mesmo.
E esse braço ou mAo
poderia continuar a elevar-se mais alto
e ficar mais e mais leve, .
mas conforme V. presta bem atenção a ele, V.
pode começar a observar
como ele se sente agora,
como está cansado e pesado,
à medida que sua mente inconsciente lembra
a sua mente
para prestar mais e mais atenção
8 esse pesado puxar para baixo.
E esse brnço pode começar
a baixar agora,
enquanto cresce esse peso
e seria tão confortável
simplP.mnP.f'lte permitir
que o braço pesado baixe agora.
Isso mesmo,
sendo levado para baixo,
movendo-se para. baixo, agoca,
deixando que vote
a uma confortàve1 posição de repouso, onde
ele pode relaxar completamente,
e V. pode relaxar completamente, deixando-se
ir para OOixo com ele,
para baixo em um transe profundo, profundo,
enquanto seu braço relaxa
e a mente relaxa também
e V. pode se debtar levar mais e mais fundo
62
[66J CATEGORIA vn.B: ROTEffi.O DE INDUçÃO DE RATIFICAÇÃO
DO FECHAMENTO DOS OLHOS
Aplicação: Como a lndução de Levitação de Braço, este roteiro é feito para eliciar um
padrão inconsciente de respostas às sugestões hipnóticas, que irão ratificar ou validar a
hipnose como um ftnômeno real. O objetivo é convencer a pessoa, a nível consciente, de
que algo incomum ou diferente e potencialmente muito útil está acontecendo ao seu estado
mental.
[Obviamente, o c/iente deve deixar os olhos abertos para este procedimento de indução,
Intsrrompa a indução s muds para uma metáfora ou um término de transe se os olhos
dele se ftcharem antes do fim do roteiro]. ;7
A
Agora, que esse estado de coisas aconteça.
conforme V. se senta ai [Pausa enquanto se desem'olve o relaxamento e o transe.]
com seus olhos techados Porque sua mente consciente
e começa a vagar pode fazer qualquer coisa que ela queira,
dentro do transe enquanto sua mente inconsciente
da sua própria maneira, continua a ouvir
r
em seu próprio tempo, e a compreender
V. pode aproveitar o seu tempo aquelas coisas que eu posso dizer.
para permitir [Vá para o roteiro da metáfora selecionada.]
B.
Agora, no transe
confonne V. relaxa até mesmo mais confortave1mente
e começa a recordar e mais sem esforço
a experiência de transe que antes.
V. pode reexperienciar [Pausa para que o transe se dese71VOlva.]
aquelas mUMl'IÇQS Muito bem.. ,
quanto ao sentimento e à sensação [Vá para o roteiro da metáfora selecionada.]
e se deixar levar para baixo
c.
Relaxando, Nem mesmo precisando
indo para baixo, se perguntar
deixando acontecer, permitindo o que V. irá aprender
que os pensamentos se deixem enquanto a minha voz
levar vai junto para baixo
e que as unagen5 apereçam com você.
e nada mesmo precisando fazer. [Vá para um roteiro de metáfora selecionada.]
[Pausa]
D.
Evocê agora..
pode permitir .
que esse sentimento [Pauso
de transe ]
[Vá para um roteiro da metáfora
selecio11ada.]
65
Recomendamos que você utilize uma ou duas dessas metáforas de objetivo geral durante a
primeira sessão de hipnoterapia. Se os beneficias terapêuticos não forem aparentes lá pela
segunda sessão, você pode desejar começar u..~~cIo as metáforas de sintoma. ou
específicas de problema apresentadas nos últimos capítulos e, talvez, a afIrmação direta
sobre a mudança terapêutica apresentada no Capítulo 14. Inicialmente, entretanto, é melhor
apresentar aos clientes o processo hipnoterapêutico via metáforas de propósito geral como
essas. Elas são relativamente não ameaçadoras e assim estabelecem uma confortável
familiaridade com o procedimento hipnoterapêutico.
Você pode selecionar qualquer que seja o roteiro que você entenda que irá captar o interesse
e a atenção de seu cliente, ou utilizar o roteiro que lhe' for mais confortável. Por serem
metáforas de objetivo geral, não há razões específicas para escollier wna em detrimento da
o~ a partir das preferências e gostos individuais.
Quanto aos roteiros de indução, tentamos apresentar esses roteiros em um fonnato que
transmita um ritmo e um ftaseado consistentes com um estado de transe. Não obstante,
quanto aos roteiros de indução, não é absolutamente necessário que você os leia. palavra por
palavra para seus clientes. Sinta-se livre para enriquecê-Ios ou mudar as palavras da maneira
que preferir.
68
70
73
[79] A MIGRAÇÃO DE
IDÉIAS
E mesmo quando V. relaxa mais e mais, E nós podemos imaginar
a mente automaticamente vai de encontro como é se sentir
àqueles pensamentos, idéias, imagens saber sem estar sabendo
que mostram mais claramente para você as o que precisa ser feito,
mesmas coisas que V. sabe e faz, ser aconselhado sem ouvir
que paIt!CeID estar no caminho. por uma voz interior, um sentimento interior
A consciência migra rumo para fazer isso agora.
às coisas que precisam de atenção E nós podemos imagiDar
do mesmo modo que migram os An1mA19. como é se sentir
Automaticamente, fazer com que as açõeS fluam "
sem pensar ou tentar, desses SP.11t1mP.O.tOS,
eles parecem saber respondendo sem esforço, automaticamente,
quando e para onde ir àquela noção' interior, àquele saber interior
e o que fazer para tomar conta de si mesmos. que nos diz o que fazer
Uma voz interior, uma noçAo intema e quando
que move 06 pássaros, e como fazer.
as borboletas, Ter nascido
as baleias, com esse conhecimento,
as manadas de AnlmAI!i1 confiar nesse sentimento,
de um lugar para o outro, ser tão confortavelmente côDBcio de si
que os toma inquietos, meamo que tudo se toma IDais fác~
algo mexato embora ninguém jamais tivesse imaginado
que lhes chama à atenção que ~iar mil milhA !'I "
[81] FÉRIAS
75
bons tempos e velhos tempos,
de maneiras boas e maneiras ruins.
Ela descobria tesouros
profundamente enterrados,
ela experimentava prazeres
que sempre se havia negado.
Ela se deixava saber,
ainda que fosse dificil, às vezes,
e levava muito tempo
a olhar aquilo tudo
de todas as maneiras
para poder saber sempre
o que ela sabia
e o que ela precisava fazer
agom que ela sabia
de tantas coisas novas.
Ela voltou para casa
mas nunca esqueceu o que aprendeu,
ela nunca se esqueceu de como relaxar.
como pemritir que sua mente lhe ensinasse,
que sua mente a guiasse
pra que ela mesma soubesse...
e ela mudou.
seu modo de fazer coÍBas.
Ela voltou para casa,
mas ficou também lá, nas férias.
E você pode ficar relaxado,
confortavelmente relaxado,
enquanto sua mente anda
nas areias do tempo
e o leva para 18.
agora...
[Vá para o término do transe]
76
[83] 5 AFIRMANDO O EU
o processo de Transe Diagnóstico oferece uma oportunidade para a mente inconsciente
esclarecer a natureza e a fonte de um problema e precipitar mna resolução para esse
problema. Quando esse estado permissivo de consciência passiva interior deixa de produzir
uma mudança significativa., então as metáforas de objetivo geral podem usadas, numa
tentativa posterior de eliciar a ação inconsciente. Se nenhmna dessas parecer provocar
resultados promissores, então as mensagens terapêuticas diretas podem ser apropriadas.
Os roteiros de metáforas apresentados neste capitulo foram construidos para. uso com
clientes deprimidos, retraídos, auto-punitivos, cuja dor que os acompanha se origina de
auto-avaliações criticas emparelbRdas com memórias recorrentes de :ftacassos passados,
rejeições ou desapontamentos. Esses roteiros enfatizam a couefação entre tais padrões de
pensamento e sentimentos subseqüentes'de depressão, desesperança ou de inutilidade. Eles
também salientam a noção de que é um problema do cliente modificar esse padrão doloroso
e auto-destrutivo de eventos internos.
Muitos clientes deprimidos são relutantes em modificar seu modo de pensar. Eles parecem
agarrar-se às suas misérias, ou porque acreditam que é seu direito sentir-se horríveis, dado
ao que a vida lhes ofereceu, ou porque se sentem que de algmpa forma seria errado sentir-se
melhor. No primeiro caso, o comportamento resultante geralmente parece com wn "cesso de
raÍva, dadas as circunstâncias passadas ou presentes do cliente. No segundo caso, o cliente
aparentemente aprendeu a se sentir miserável e a culpar ou se menosprezar a f1m de
proteger ou agradar mais alguém (gerahnente um dos pais). Um roteiro em separado é
oferecido para cada um desses casos.
77
[85] A RUÍNA
Metáfôra sobre depresslJo com raiva subjacente
E ass~ como V. sabe, como nos sentimos Era como se ele quisesse se sentir mal,
sobre algo imaginado ou real, sentia como se tivesse direito a isso
realmente é só conosco. e ele estava certo
Como o homem de quem ouvi falar mas podia ter feito alguma coisa
que comprou um caIro novo, porque ele tinha seguro
um pomposo CaIro esportivo não era como aqueles que vivem na beira
que ele engraxava e polia e limpava, [do rio
pelo menos uma vez por semana, senão mais. nas áreas de enchente
E estava tão orgulhoso do carro onde tudo vai por água abaixo .~
até que um dia sempre que o rio transborda
alguém bateu nele, e eles perdem tudo o que têm
enfiou-1he um grande feITO, mas voltam quando a água baixa
arranhou-lhe toda a lateral di7.P.f\r10 aos jornais que estão felizes
e ele ficou tão mordido e tão nervoso [porque estão vivos. Acho
que primeiro ficou furioso, que é diflcil ficar bravo com um rio ou assumir
recusou-se a guiÀ-Io por uma semana pessoa1mente uma enchente. Eles ~hAmAfn a
e quando, afinal, dirigiu isso um ato de Deus
fez de um jeito brusco e rápido e continuam indo à igreja
e se recusou a lavá-Io ou a poli-Io onde rezam pm que isso não ocorra. de novo
e toda hora que ele via aquele ferro mas sabem que ocoITerá
a lateral toda afundada, .
porque os rios trnnsbordam
ele ficava muito bravo e agitado.
como as pessoas cometem enganos e fazem
e às vezes até chomva.
[coisas erradas.
Isso mudou toda sua vida,
É da sua natureza, a forma como elas são
nada mais o fazia feliz,
e ninguém acha que um rio devia ser diferente
nada mais parecia engraçado.
ou fica bravo ou se dói quando ele faz
Ele ficava o1hando aquele fetro,
que o recordava como ele se sentiu mal,
. [o que faz
o quão danado e furioso ele estava. e ninguém se amofina por terem provocado
Cada vez que ele o via, [chuva,
sentia uma pontada por dentro a chuva que causou a enchente.
e pensava consIgO mesmo Eles simplesmente voltam
"Por que me incom0da.r7" "Por que eu?" e tocam suas vidas
e ficam nadando e passeando de barco,
"Nada mais dá certo mesmo. "
felizes porque o sol voltou,
A lataria msgada começou a enferrujar
o prejuJzo desteito.
e se tomou um buraco feio
[Vá para uma sugestl10 direta ou
e ele dava uma olhada, todo dia para um Mrmino de transe]
e vinha de novo um sentimento mau e triste. E
depois de um tempo,
ele não queria ir a lugar nenhum,
ele não queria fazer mais nada
porque toda vez que ele saia
via de novo o buraco
e se sentia mal outra vez
e só queria enirar e se esconder.
Uma metáfora sohre depresslJo movida pelos esforços para agradar ou proteger outros',
~ alguns têm um prazer muito grande em E de algum modo a garotinha sabia
cuidar dos outros, de diferentes formas. que devia fazer o que pudesse
Mesmo as criancinhas para proteger sua mãe da verdade.
que precisam ser cuidadas Não em s6 que isso fosse perigoso,
parecem mesmo gostar de fazer pequenas [naquela época
- [coisas para ofender a rainha e tomá-Ia má,
quem AmAm, com quem se importam, a garotinha: realmente queria cuidar dela
aqueles que elas querem proteger. e ter certeza de que ela nunca ficava triste.
Eu sei de um mP.n1no, ?vfichael, Então ela agro estúpida e tolamente
que encontrou um coelhinho no jardim, e ela se envergou de muito peso
a mae tinha sido pega por um carro. e sempre que ela fazia bem alguma coisa
Ele o trouxe então para dentro, no quarto, e explicava a todos porque é que ÍBso não
fez para ele uma cama macia e tépida [contava.
e foi até a biblioteca A pequena Linda se tomou muito boa numa
e leu sobre como cuidar [coisa
e comprou uma mamadeira para alimentá-Io em criticar a si mesma e a tudo o que fazia
com o dinheiro poupado da mesada. sem tentar como devia o que havia superado e
Ele o alimentava a cada quatro horas, feito grandes coisas, a despeito de si me:iIna~
at~ ligava o desper.a.dor o que tomou mais dillcil não sentir
e se levantava à noite pata dar comida. como se tivesse feito algo de errado,
Ele estava tão feliz de vê-Io-crescendo mesmo anos depois que a mãe morreu porque
e falava com ele com muito cariDho. havia algo profimdo lá dentro
E tudo seria perfeito que dizia que ela era mau e mesquinho
se ele não tivesse fugido ser melhor que sua mãe de qualquer maneira. E
depois que cresceu, ela continuou se sentindo assim
como faz a maioria dos coelhos. até o dia em que ficou brava
Então ele chorou, quando o perdeu depois de ficar em transe por um tempo
mas os pais tiveram certeza de que ele sabia e perceber o que a mãe lhe havia feito
que 1110 foi culpa dele, e decidiu que ela tinha o cHreito
que ele fez de tudo que podia ser feito de cuidar de si mesma
e que tinham muito orgulho dele, tão bem quanto cuidava dos outros.
talvez por isso ele ainda salva animaizinhos e Então ela aprendeu a aplaudir a si mes~
os cria para libertá-Ios a fala!: pra si mesma de fonua gentil
e parece se sentir bem consigo mesmo como e a ser feliz com o que era capaz de fazer
resultado. e quando se aninhou em sua cama quentinha,
Mas essa é uma experiência muito diferente da ela em capaz de permitir a si mesma sentir-se
garotinha criada por uma metida a rainha que contente consigo mesma
proibiu a filha de ser melhor que ela e dizer à mãe que sentia muito
e se assegurou de vê-Ia dizer que não era. Essa que ela havia crescido para ser
garotinha foi criada com toda pompa, nrimada tão feliz com sua vida e consigo mesma
e estragada de muitas maneiras, mas nunca lhe mas que agora era hom de se libertar.
foi permitido saber [Vá para uma sugesião direta ou
que era mais bonita, melhor ou mais esperta término de transe]
ou mais taleníosa que a mãe jamais mra.
[88] O TESTE DE AUDIÇÃO
Uma metáfora para baixa auto-estima.
Ele estava de ftente para a orquestra, Mas com o tempo passou a aceitar
sem saber das JUlInms da audiência, que ela não era feia,
até que alguém foi Já . que não era estúpida,
e o virou de frente que não era má pessoa,
para que visse o que nAo podia ouvir. Somente era atraente ç afAve1 e boa
então foi que ele soube e nilo tinha que pagàr
o que todos devem saber . pelo que não merecia.
mas às vezes não conseguem ouvir, Como ela peDsava ter mudado,
como a mu1her de quem me fa1aram, como se sentia mn(1ltda,
cabelos castanhos, olhos negros, como deveras havia mudado,
[bem feita de corpo, uma sua vida mudo~
profissional bn Th~nte tudo por causa de um comentário,
que odiava a si própria só mna o1hada em si mesma,
e odiava sua vida. uma clara aceitação de algo
Ela achava que em feia e pavorosa que tinha sido incapaz
e pensava que era porque de se pennitir saber, antes,
tantas coisas ruins lhe aconteceram. que a verdade é -bela
rv.fas um dia e que o belo é verdade
ela abnoçava com um amiga, e que a verda~ de AÍ mfl><:Imtt, a beleza de uru está.
um artista que ela conhecia há tempos nos olhos de quem oJha.
e ela disse ao amigo Mas o que ouvimos
que havia tantas mullieres bonitas não e medido por um teste de audição. .
e que todas pareciam estar na rua naquele dia e Beethoven ouvia coisas em sua mente
o amigo disse simplesmente que os ouvidos não podiam mais ouvir
"Eu acho você a mulher mais bonita que e muitos an11TU11S ouvem sons
[já conheci" que o ouvido humano não consegue
E continuou comendo, como se nada houvesse. e tudo o que sempre devemos ouvir
E aquela simples observação, é que não há nada mais que devamos fazer
aquela simples opinião, exceto ouvir o belo naquilo que é.
na verdade nem lisonjeira, [Vá para uma sugestão direta ou
não mais iria embo~ término de tr~].
não podia ser desfeita.
80
Porque a mente inconsciente Eles não têm que aprender a ter medo,
é in~Bsante de se observar a natureza faz isso pra eles
enquanto você mergulha em um transe, pm protegê-Ios do verdadeiro perigo.
onde pensamentos, imagens e Alguns prédios têm o design de tal forma com
[idéias inconscientes vidros em amplas janelas
cjntj1arn na mente tlIo rapidamente, para impedir que os pássaros voem por elas . e se
como cardumes, os peixes machuquem por si mesmos.
lançando-se pelo mar, claro e ~ Aquela fonna os afugenta
com surpresa aparecendo de repente, e isso não pode ser desaprendido"
em est:nmh.oo contornos mas algumas coisas podem ser dessprendidas.
e então desaparecendo, vindo outros no lugar. Sei que V. não vai cair da ftonteira do mundo
Alguns pensamentos sobre o passado, quando velejar no mar .
outros sobre o presente, ~ até o futuro, e sei que os tomates MO 5110 venenosos
a curiosidade do que poderia se dar com e sei que sapos não criam venugas
eles, , o que deve vir do que está se passando, ou que acreditar que podemos voar
como os temidos adivinhos, não faz i8so acontecer,
sempre vendo o fim do mundo mesmo assim, Peter Pan e Sininho
escritos nas folhas de chá e nos sulcos podem ser divertidos de se ver,
[das palmeiras, como algo pode ou não ser divertido,
por toda parte, sinais de mina e desastre. como um nÓ pode ser atado ou desatado, como
E o que fazer com o futo . a mente inconsciente
de V. olhar o horóscopo do dia encontra seu jeito próprio
que 1he sugerem saúde e sucesso, prosperidade de desaprimder pm você
e fortuna todas as vezes. Enquanto os profetas e ver coisas sob uma luz diferente,
Rnr1Rrn pelas ruas carregando emblemas uma luz cálida. e confortável
anundando o fim do mundo, que permite um sentimento de mudança
aqueles que dão e que prestam atenção rearrumar esses pensamentos e imagens, mudar
para ter um outro ponto de vista. esse sentíinento
Mas ao menos ma mensagem é fácil de ver, não como disseram os adivinhos,
como as imagens ou palavras subtim1nAres permitindo à mente prever
escondidas nos filmes ou na TV, essa mudança no futuro
nos di7.eor1o pra temermos isso ou aquilo, e gostar de anunciar que mudanças futuras
exortando-nos a ficar preocupados [ ocorrem..
de que algo hediondo está pm acontecer, algo [Vá para uma suge.itlJo direta ou
hediondo ou tenivel. término de transe).
Como a figura de um falcão dando voltas, uma
figura que amedronta todos os pássaros desde o
momento em que nascem.
82
Porque tooos devem relaxar de vez em quando Mas isso é uma outra estória
até 05 atletas olimpicos sobre o que é importante .
84
Uma hipótese subjacente para os roteiros seguintes é que as várias alterações em percepção
~estadas pelos distúrbios somatofonnes e dissociativos fteqüentemente representa mn
mal uso auto-protetor das várias habilidades auto-hipnóticas. Daí as metáforas. apresentadas
neste capítulo serem elaboradas para implicar que pode haver melliores meios de proteger o
individuo, que tal proteção pode não mais ser necessária, ou que os próprios sintomas sejam
demonstrações expressivas sobre as habilidades hipnóticas que podem existir mais usos
práticos. Deve ser óbvio que as metáforas para se recobrar dé um trauma, apresentadas no
Capítulo 8, possam também ser relevantes para os clientes que experienciam reações
dissociativas.
85
[981 A FUSÃO: .
*~ autores falam em 'teixo', uma árvore ~.IIJ mais cubivada DO Jap!o e Da América do Norte, n!o conhecida
~ aqui. N. T.
.
86
Pois quando uma mAc tem segredos
ou um pai tem segredos
ou mIl innão ou irmã tem segredos
e eles têm segredos dos outros,
a familia começa a se desintegrar
e cada membro perde alguma coisa
porque eles precisam um do outro
e todos precisam ser amados um pelo outro, mas
os segredos os mantêm apartados do outro e eles
ficam mesquinhos Um com o outro quando
devem contar um pua o outro
que sentem muito, muito, ,/
e que precisam se unir,
chorar juntos, amar juntos,
compsrti1har a vida e as pressões
e assim, quando tiverem pintado se retrato,
pareçam como se fossem um sÓ
e o artista pode misturar as cores
pois o alivio e o relaxamento de todos eles
permite que as mentes mergulhem juntas fluindo
suave e fi.tmerJ1P.[1te a l'Aminho do mar. onde
cada um pode ver e sentir
esse sentimento seguro de pertencer
aqui e agora, são e salvo, .
parque as coisas mudam
à medida que o relaxamento acontece
e uma abertura propicia
um bem merecido descanso
depois do esforço que custou
superar os problemas
e se unir todos
em um s6.
[Vá para uma sugestlJo direta ou
para um término de transe.]
87
[100J AMPLIFICADORES:
Metáfora sobre distúrbios
somatoformes
E assim, enquanto você me ouve, Até a conversa na porta ao lado geralmente é
pode observar que, às vezes, ignorada
minha voz pode soar mais alta que as outras, o e uma vez que decidimos
outros 80118 podem se tomar mais claros que é seguro fazer a.~s~
porque a mente pode ampliar qualquer coisa podemos ignorar tudo o mais
ou mudar nossa percepção de algumas coisas que não seja realmente importante, porem
como os pequenos circuito8 elétricos como você monta um computador que pode
podem ser usados para ampliar o som. decidir o que é importante
Pequeninos micro chips e o que não é ;'
que V. mal pode ver, no fim dos d dedos, são e o faz sábia e corretamente
agora usados todo dia de modo que cada borulho nada signifique é
para tomar mais altos alguns sons deixado pra trás
ou transformar música em fl~qht"!.'J de luzes e somente sAo ampliadas as coisas
e assim é mais dificil ignorar que vale a pena ouvir.
o que de outro modo seria negligenciado. Eles Essa seria uma invenção que vale a pena ter e
podem até usar instrumentos sensíveis para usar todos os dias.
ouvir o som se desprendendo das Arvores [Vá para uma sugestijo direta ou
confonne elas ressecam durante a estiagem e término de transe.]
descobriram que esses sons
parecem atrair insetos,
que então atacam essas árvores fracas
que agora estão com muito pouca Iesistência e
silo incapazes de repelir os bichinhos,
besouros muito diferentes
do tipo que espiOes usam
para ouvir conversas secretas
ou pra pegar pessoas em suas vidas privadas.
Eles também ampliam sons
que a maioria de nós iria ignorar
porque se pudéssemos ouvir tudo
seria barulho demais pra ouvir qualquer coisa e
tudo o que ouviríamos seria um alarido.
o som dos rangidos, chiados e golpes,
de gritos agudos, colisões e pancadas
pois tudo emana sons,
tudo se move
ou muda a temperatura
ou muda sua posição.
Até o corpo humano
produz muito mais sons que aqueles que
[ouvimos
pois o ouvido não pode ouvir todos
e o cérebro decide que à maioria
não vale a pena dar atenção.
Até a conversa na porta ao lado
[101] PERDENDO COISAS:
Metáfora sobre distúrbios dissociativos e
somatojônnes
Todos nós temos tan1as habilidades Como a 18gartixa
e podemos usar essas habilidades que simplesmente perde a cauda sempre
das mais diferentes maneiros. que alguém a apanha
Podemos aprender a esquecer uma promessa e a deixa lá atrás
e não ter q1]e, afinal, ir àquela. festa., mesmo distraindo tudo
que pretendêssemos ir, esquecemo.'i e todo enquanto corre e se esconde
mundo sabe porque cada coisa vivente
que esquecimentos acontecem. tem algum modo de se proteger
Ou podemos perder um objeto, e a codomiz-mAe protege os filhotes... ela
uma chave, talVez, ou um livro importante, e finge estar machucada
não importa quantas Ve:leS olhamos, e corre fora do ninho
não importa o quanto o procuramos, distraindo predadores perigosos
esse objeto fiea perdido, como um mágico distrai a atenção
posto de lado onde o deixamos . das questões reais
por segurança de modo que agora você vê,
ou só para otimmos do l'JIm1nho. agora ~Q vê,
Mas o que dizer daquelas a1mas raras uma ilusão de desaparecer
que se recusam a usar o que elas possuem. Tia feita para impedir a mente
Bessy em muito antiquada, de ver o que realmente aconteceu, embora
sempre de acordo com suas maneiras, sempre uma criançà possa ver a realidade porque
entendendo que em mesmo errado. confiar em as crianças não sabem
oovidades inventadas. em que não prestar atenção
Então ela aquecia seu frisador no fogão e vêem cJaramente a ~
e usava uma bomba d'água exceto quando cegadas pela luz
e pra deixar apagadas as luzes, como saem dos cinemas durante o dia,
ia para cama quando escurecia. ainda que cubram seus olhos
Sua casa em fria e austera e achem dificil esquecer
até seus últimos anos, o que elas sabem que viram.
quando de repente vendeu o lugar Assim elas recuperam rápido
e se mudou para um retiro, o que apenas parecia estar perdido
um lugar que sua igreja dirigia, e você pode tambêm,
onde ela começou a usar a TV, à medida que sua mente consciente
e a luz elétrica,. e um ferro elétrico, o deixa saber o que você sabe
e ela parecia ser tão mais feliz, então V. pode fazer o que você pode
como muitas crianças se sentem felizes da man.eim certa pra você
quando deixadas a sós para poder devagar ou rapidamente,
[ser elas mesmas. Uma capaz de prestar atenção
criança em um fi1me de terror ao que de outro modo seria esquecido para
fecha os olhos e cobre os ouvidos, ignorar ou nAo saber
e ai, anos depois, apenas olha despreocupada e o que sua mente inconsciente sabe
sem medo, e de que o protege a partir de agora
pelo menos éc isso o que se passa ate que você esteja pronto para Baber
com todo mtmdo que eu conheço, e ela saiba que você está pronto,
embora nem todos que eu conheço pronto pra achar o objeto perdido,
tenha a habilidade de fazer as chaves para aquele livro,
o que um simples réptil pode fazer. uma estória que vale a pena saber.
[J-'li para uma sugestiJo direta ou t~rmino de
tran.se)
89
[103] O DESTERRO:
Metáfora sobre distúrbios dissociativos e somatojôrmes
Curar os efeitos de um trauma passado não é simples nem fácil. Às vezes, ~volve o
desenvolvimento de uma nova perspectiva sobre o que aconteceu, a fim de remover toda a
culpa da vítima, direcionar a raiva para fora e fortalecer a pessoa no futuro. Outras vezes,
envolve um reconhecimento da futilidade de tentar entender ou mudar o que aconteceu,
juntamente com um deplorável deixar rolar desse passado. Quase que invarlavebnente, no
entanto, a recuperação do trauma envolve o estabelecimento de algum recurso interno
precioso que o evento traumático dilacerou no cliente. O abuso sexual infantil geralmente
fragmenta o sentimento da bondade inocente de alguém. O abuso fisico pode destruir a
consciência da mais-valia pessoal. A perda de um ser querido pode desvincular a pessoa da
habilidade de amar. O dano causado varia de cliente para cliente, porém a meta terapêutica
permanece a mesma: ajudar esse cliente a recuperar o que foi perdido e prevenir
sofiimentos posteriores. . .
A dor que essas pessoas experienciam pode ser mais devastadora que qualquer outra forma
imaginável de dor. Uma vez que seu trauma. inicial foi tão intenso e radical, o softimento
subseqüente experienciado pode continuar a um nível inconsciente muito depois de uma
aparente resolução das questões envolvidas. Por essa razão, as intervenções
hipnoterapêuticas metafóricas, tais como as apreSentadas abaixo, podem. ser de valor
considerável. Não queremos dizer que essas técnicas podem ser baseadas exclusivamente
em resolver problemas. Elas são, no entanto, um adjunto efetivo para as muitas formas de
apoio e intervenção especificamente confeccionadas para as necessidades de sobreviventes
de assado e aqueles no processo de luto.
91
Agora que V. me disse muito de sua vida "Há só uma coisa que se pode djzer de pessoas
e ouvir 8 verdade da vida de alguém [como eu,
é um privilégio e uma honra.... sempre vai ser algo de que se comente. "
e embom nao precise do meu obrigado, E eu pensei um longo tempo sobre isso
00 agradeço mesmo à sua mente consciente por e o que isso significa em uma vida.
esco1her e selecionar tanta infurmaçAo Agora um cliente que atendi ?
e eu agradeço à sua mente inconsciente [há um tempo atrás
pelo que ddxa sua mente consciente descobrir me contou um sonho que teve
mais tarde. onde foi despertado em seu quarto
E há tantas coisas mas o quarto todo estava coberto de denso
que alguém pode descobrir. [nevoeiro.
Eu me lembro do tempo, E logo que o sentiu, ficou com miva sentindo-se
cinco ou seis anos atrás, sem forças e desconfortável
quando eu descobrir antes o que queria ser e incapaz de ver um palmo à sua frente
viver uma vida inteira e a raiva só crescia e crescia
sentindo diferente todo dia até que ele não sentia nada senão fUria
porque foi quando encontrei Annie e aquele denso nevoeiro o envolvendo.
e ela foi 8 única anã que eu ja encontrei. Ele queria sair gritando do quarto
E aprendi que, na infilncia, mas quando abriu a boca pra falar
isso n40 foi mesmo um problema não saja nada
pois todo mundo era entao pequeno fi o que ele poderia dizer?
mas os am1gos cresceram Ele estava tAo sozinho.
e Amúe continuava pequena E como podia haver tanto nevoeiro 'l
e tinha que continuar a tocar sua vida Alguém. acreditaria nele?
em um mundo de pessoas gmndes. E esses pensamentos tomaram sua meDte~
Ela possuía um banquinho especial na ele não podia se mover" ele não podia gritar, ele
Cr"\7.1nhA que levava., quando saia podia só sentir sua raiva
. de um canto, para o escritório desgastando-se no denso nevoeiro.
pra poder subir nele E justo quanto as coisas pareciam mais negras
e alcançar as coisas de que precisav~ ele percebeu um hálito de ar quente envolvendo
pra que pudesse olliar o freezer seu rosto.
e alcançar os queimadores do fogão. E você pode imAg;nA1' a surpresa
Tinha uma máquina de costura especial descobrir que aquele ar quente, úmido,
e faziA suas próprias roupas era o próprio hAlito mistumndo-se ao nevoeiro
com seus próprios moldes E ele continuou a respirar
já que nada lhe servia. fundo, torte, soprando o nevoeiro pra longe com
Numa festa, não podia alcançar a poncheira e às cada inalação e exalação
vezes tinha que subir numa cadeira onde seus enquanto o nevoeiro se elevava
pés nunca tocavam o chão. e a luz começou a se infiltrar no quarto,
E eu ~ l1TW'!nte quiz aprender com ela a raiva subindo, respirando calmo, em paz,
sobre viver esse tipo de vida e ele despertou daquele sonho
e elA me disse: com uma nova compreendo.
.
92
94
Os clientes geraJmente precisam aprender a parar de tentar fazer algo que ocOIreria
naturalmente se eles simplesmente permitissem que isso se desse. Em essência, isso envolve
o apreJ1d17.arlo de como confiar no inconsciente e como desligar toda ~ autoconversa que
bloqueia ou impede a ocorrência da resposta desejada,. As metáforas contidas nos roteiros
deste capítulo são elaboradas para encaixar.essa confIança e para estabelecer reações
alternativas,
96
[116J OBSERVANDO:
Metáfôra para impotência e anorgasmia
Dizem que panela que se 01hs. nunca ferve E tudo parece engrandecido,
mas a verdade é torna-se o foco total de sua experiência
. que é o calar que faz a água ferver e você pode simplesmente permitir que
e todos os 01hares do mundo I as sensações cresçam
não conseguem deter o borbulhar tornar-se a única coisa que você sente enquanto
quando a panela atinge 1000) C. 88 observa com prazer
Ficar olhando e esperando apenas faz parecer e aguarda pela refeição. ;/
que é a vida toda~ que nunca irá acontecer mas Um bom cozinheiro quase que pode testar o
um bom cozinheiro sabe [sabor com os olhos da mente
que uma vez que se acende o fogo e quando isso' ocorre,
e se põe nele a panela, as glândulas salivares começam a funcionar e a
então tudo o que há a fazer antecipação de algo delicioso
é descascar cenouras, cebolas, toma mais e mais dificil
[ou degelar as ervilhas esperar malS
ou comer um pouco para degustar até que você finA 1mente
enquanto V. espera alegremente pelo que é se deixa dar aquela primeÚ"a mordida
[pm acontecer e sente o alivio e a, satisfação
conforme o calor continua a crescer, a CIeSçeI" de um serviço bem feito,
até o ponto de fervum. . como os grandes gounnets do mundo
Mas alguns ainda têm medo de ficar olhando, que aprendem 'a apreciar
de prestar muita atenç!o ao vapor que levanta e finos vinhos e iguarias
às primeiras bolhas que começam a surgir. Eles e todos os outros prazeres disponiveis a eles.
parecem acreditar [Vá para uma sugestlJo direta ou
que não devem prestar atenção a tais coisas término de transe.]
mesmo que às vezes V. tenha que o1har,
V. tem que participar por completo
se quer de verdade que seja um sucesso,
pra que possa adicionar algo na panela quando
a fervura está bem no ponto
ou tirá-Ia do fogo quando está pronto.
E V. tem qué dar muita atenção
pra obter um bom cozido dessa maneira,
a maneira que você faz
quando quer olhar a textura de alguma coisa
pra ver se está no ponto, ou cru.
Então, você ceITa os olhos e experimenta,
ou se concentra todo nesse sentimento
e mesmo a mais leve sensação é notada porque
você não está distraido
por mais nada.
99
[117] BOMBEIROS:
Metáfora para sindrome de bexiga lenta
Toda vez que as pessoas aprendem a mzer algo e preocupar-se em exibir-se depois
elas sempre parecem querer exibir exatamente como os ATl1mA1111 do zoo que
para ver quem faz melhor, parecem totalmente descontraidos se há
quem pode ir mais longe alguém mais ali
omaisIápidD e simplesmente fazem o que têm de fazer
ou de forma mais precisa. estejam ou não no zoológico. ,"
Até os bombeiros [Vá para uma sugestllo direta ou término
que são ~dos para salvar vidas, reúnem-se de de transe.]
'VeZ em quando
para torneios e demonstrações
pra ver que time chega Ia mais rápido
ligar as D1SI18ueiras e atingir primeiro o alvo,
ou quem pode empurrar uma bola
[além da linha com
a corrente mais forte de água
que as máquinas de fogo podem bombear.
E os expectadores vêm de todos os pontos
pm oJhar esses bizam>s torneios .
onde as IDaDgUeÍIas são ligadas aos hidrantes e
as válvulas silo logo abertas .
para liberar a commte de alta pressão
que pode abater uma pessoa
se eles não forem cuidadosos.
É fácil esquecer
que este equipamento é usado pra salvar vidas
que toda essa prática. tem um sério propósito
para que, quando chegar o momento,
quando tiverem que ligar as mangueiras
e abrir essas válvulas,
possam ficar reJaxados
e saber o que. fazer
e não ficar com uma pressa enorme
ou preocupados com o que fazer a seguir
pois que fi.zemm isso tanto e tanto
de fonna que assim que eles chegam
podem ficar tranqoilos e assumir o controle
e fazer o que deve ser feito
tenha pessoas ollinndo ou não tenha
não é algo que vale a pena noticiar
porque eles estão lá pra fazer um. serviço
não pra vencer ou perder um torneio,
não pm parecer boDB ou charmosos
ou pra se PreCJCUPaI' com o que pensam os
[vizinhos
mas simplesmente fazer o que devem fazer
~, âpagar esse fogo
100
101
[121] 1ERRITORIALIDADE
: Metájàra sobre ciúme
Ag~ cada um de vocês dois ou o homem channoso e sedutor
continua a me ouvir, que nem ao menos gosta de mulher,
eu posso começar a perguntar e o que dizer do primeiro aluno da escola que
se wn de vocês, ou ambos, aparece na reuniAo de classe
juntos ou em separado . e acaba por mostrar-se um nada,
já teve alguma vez a experiência nunca nem mesmo teve um trabalho decente
de observar um cão IDa.ICaIldo seu tenitório. mas ainda quer dizer a todo munoo
Porque os cães, como outros AnimAi~, passam o que e como fazer
um bom tempo estabelecendo limites, usando porque uma das coisas que se aprende
os cheiros prn dizer isto me pertence. Alguns como terapeuta
An;mA;!{ têm glândulas especiais é que as coisas às vezes não são o que
que lhe conferem um cheiro peculiar , parecem.
e outros urinam aqui e ali ImaginAmos quão feliz é aquele povo rico
e então agem como se aquele chão fosse deles, e pensamos que sabemos o que se passa ali mas
assim como os paises colocam cercas quando V. fala mesmo com esse povo
e traçam linhas imaginárias nos mapas a sós, quando eles dizem a verdade,
e então dizem que tudo aqui V. descobre que o que imaginamos
nos pertence pra usarmos como quisermos t raramente preciso ou chega perto
e todos aqui têm também que fazer o que . e que podemos imaginar qualquer coisa
. [queremos mas isso não a.faz assim,
quer queiram eles ou não ainda que possamos ver evidências pra tanto em
eles têm que fazer o que diz o ditador jornais e revistas usados.
até que haja mna revolução O que vemos realmente atrás das cenas
ou que o povo se mude pra outro lugar é que cada um precisa de algo especial
ou que o ditador modifique as regras e que todos os limites se dissolvem
e deixe o povo fazer o que deseja, quando o cão finalmente deixa V. domesticá-Io
deixe o povo tomar decisões e V. afaga-lhe as costas ou perto da orelha
e declare a liberdade por toda a nação. e brinca com ele por um tempo,
o que exige muito de fé e confiança ele não mais se põe a rosnar
de que o povo furá o que t melhor quando você cruza a linha da urina
e não simplesmente a abandonará ou adentm em seu território
assim que tiver uma chance. com um osso ou algo que é doce
Mas se o lider acredita neles e deixa que ele 1he lamba a mão
e se eles confiam no líder, e joga alguns jogos
se eles respeitam um ao outro, e a si mesmos, de sorte que, mais tarde,
então a democracia parece funcionar essa amizade permite que cada um dos dois
e as pessoas votam em quem gostam mais venha e vá confonne os desejos,
como mn torneio de popularidade confortável em saber
ou a seleção de DOSSOS astros favoritos que há uma verdade em cada um
que parecem ser uma C015a com que V. pode contar
pra acabar se mostrando outra, e que faz bem sentido
como o homem grande e valentão e é de seu melhor interesse
que na verdade é doce e gentil, agu- asmn.
[Vá p/sugestlJ.o direta ou término de transe]
103
[123] : PLAYGROUNDS:
Metáforas para casais lidando com questões de insegurança e confiança
[124] A ESTL<\GEM:
Metáfora para dificuldades com compromissos
emocio/Wis
. Existem algumas plantas mas que ainda. assim devem ser irrigados
que acham mais fácil sobreviver na estiagem para que o chão possa suportar os jardins
porque e1as possuem raizes profundas e alimentar uma nação inteira
encravadas no solo, e dar 08 ftutos
]A embe.ixo, onde ela fica úmida que tanto gostamos nos meses de inverno.
mesmo quando o chão estA duro e seco. Tanto alimento ,"
:Mas a grama tem raizes pequenas, que eles nlio poderiam comê-Io todo
raizes finas que terminRm logo na superficie e e assim, não o precisam juntar,
que secam quando a chuva para mas podem dividi-Io, vender
e são incapazes de reter nutrientes, e colher grandes lucros em troca
as coisas que precisam para ficar vivas. Porque porque ninguém diria .
se os nutrientes param de fluir, que eles têm que dar tudo embora porque
o crescimento pára também precisam poupar algum
e o ato de mouer começa, o bastante apenas pIa si mesmos
assim como qualquer tecido vivo e precisam tinir alguns fora disso
que é porque você desaperta um torniquete 80 o bastante pm si ~08.
menos a cada três, quatro minutos Mas eles parecem ter muito orgulho
e deixa o sangue passar outra vez de tudo o que dão paza os outros,
para nutrir as células . coisas de ]A do fundo
e levar embora os residuos, do centro desse estado
mesmo que isso signifique e quanto mais taxas eles pagam
que o sangramento começa outra vez, mais sabem que ganharam aquele dia mas
porque todos temos sangue aos montes ninguém gosta de reter o dinheiro só pra
e podemos aguentar perder um pouquinho, jogá-to fom
mas não podemos suportar o bloqueio do fluxo senf retomo pelo investimento
das coisas necessárias por muito tempo. e ass~ às vezes eles o põem de lado
E o maravilhoso disso tudo lá no fundo, nos co1res dos grandes bancos
é que podemos doar um ao outro, pia máIltê-loo a salvo pra mais tarde, como
podemos dar um ao outro o que precisamos e mn caracol se esconde numa concha,
nunca perdemos de todo o que demos, protegido, mas ainda disponível,
do modo como a planta de raizes profundas pronto pra sair de novo
pode nos dar uma seiva até mesmo na seca, quando a.chuva retoma
enquanto a grama de poucas mizes e o solo se afofa
se toma áspera e seca e os nutrientes .fluem ricos e profundos.
e tende 8 pegar fogo [Vá para uma intervellçi10 direta ou
como os gramados da Califomia término de transe.]
onde o fogo é sempre um perigo
mas é um estado diferente da mente
estar num lugar ande se pode brincar
e apreciar a brisa maritima
nos férteis vales
que se encontram tão perto do oceano
..
105
Uma percepção não acurada sobre uma aparência fisica e/ou uma imagem. irrealista de um
fisico ideal é geralmente a base da auto-consciênci~ baixa auto-estima e dificuldades.
comportamentais. As metáforas apresentadas aqui são usadas para encorajar indivíduos a
trazerem suas percepções e comportamento alinhados com suas realidades fisicas e
fisiológicas e também alterar seus prejuízos sobre os defeitos que eles percebem. em si
mesmos.
106
[128] TERMOSTATOS:
Metáfora para auto-aceitação
A divisa entre a mente e o corpo é penneá.vel. Em outras palavras, a mente pode modificar
ou influenciar praticamente qualquer função fisiológica" desde o fluxo sanguíneo até a
produção de anticorpos. Embora poucas pessoas saibam como realizar essas coisas
conscientemente, a mente inconsciente geralmente pode descobrir como fazê-Io, quando lhe
é dada a oportunidade.
"
Qual
quer wn genuinamente interessado em usar a hipnose para tratar de distúrbios
psicofisiológicos tais como úlceras, asma, artrite, colite, enxaquecas, etc. deveria consultar
A Psicobiologia de cura Mente-Corpo, de Emest L. Rossi O 994). A cobertura de Rossi deste
tópico inclui uma discussão perfeita sobre as ligações mente-corpo e wna descrição
detalhada sobre sua fórmula hipnótica única de acessar a.c; soluções inconscientes. Em
essência, sua abordagem envolve uma solicitação relativamente direta ao inconsciente para.
fazer o que puder para. resolver o problema atual. Essa,solicitação é seguida por wn.a pausa
de expectativa para permitir ao inconsciente um tempo para determinar o que precisa ser
feito para assinalar sua descoberta quanto a uma solução.
Como enfatizado no Capítulo 2, recom~damos que uma abordagem I111n1ma1ista, tal
como a de Rossi, seja usada irúciaImente com todos os tipos de problemas. Se essa
estratégia pennic;siva ou minimalista não é bem sucedida, no entanto, pode então ser
necessário empregar-se comunicações metafóricas apropriadas com o inconsciente em um
esforço
posterior para eliciar sua ajuda. '
110
assim como é para nós fazermos, para curar aquele pequeno orificio
conservar tudo frio e nós tratamos dela,
enquanto relaxamos à sombra colocamos ali um bandaid
bebendo uni grande copo de Agua gelada e temos cuidado de 000 bater o local
e observando o frescor se espalhar, e de não iIriiá-Ia.
certificando-nos de que ela esUi bem apagada e Porque ti: bom irrigar as coisas
que V. possa sair da floresta pm mantê-Ias mas e úmidas
sentindo-se. relaxado e ca1nio mas tentamos não miar as coisas~
sabendo que. o fogo não é ateado e espalhado. especialmente não os AnimSl1S selvagens
Porque o fogo é quente demais para se lidar a que vivem em parques e florestas, lugares
menos que V. use luvas especiais, que temos que proteger apagando bem as
isolantes e feitas com material à prova de fogo. fogueiras,
que costumavam ser bem grossas e pesadas mas como fazem os guardas florestais. Sempre
agora eriste um material novo procurando fumaça
coberto com uma camada bem fina de metal que e conendo para apagar
é brilhante e reflete o calor antes que saia do controle
e mantém tudo frio, O que V. também pode fazer
mesmo no zero absoluto, onde quer que V. vá.,
que é ° mais frio que as coisas podem ficar. Mas onde quer que V. esteja,
eles :resfriam reatores nucleares mesmo dormindo, à noite
de uma fornlft muito diferente quando esses alarmes começam a soar,
porque se um reator começa a ficar quente quer apagando sem um pensamento
dizer que hi1 muitos elétrons e voltando ao Bono proftmdo e reparador,
voejando par dentro seguro na consciência
então eles diminuem os bastões de carvão de que você pode tomar conta
que absorve%J:1. esses elétrons, de você.
absorvem tod:& e.'jsa energia [Vá para uma intervençé'lo direta ou
e enquanto as coisas se aC'.;\tmAm ténnino de transe.]
eles também se esfriam,
como techar uma torneira
para d:irnmuir o som de pingar
-
111
Quando você faz uma viagem de balsa Esse maravilhoso sentimento de relaxamento,
ou é levado rio abaixo em uma canoa, como soltar um cinto apertado
você começa a observar as coisas depois de uma lauta refeição
que de outro modo seriam despercebidas. e sentir aquele alivio
Especia1mente aquelas coisas o prazer de se deixar levar
que mudam o fluxo do rio, ou de deixar que as coisas se expandam,
indo mais rápido para cima, indo sentindo o novo espaço oferecido
[mais devagar para ba1xo uma nova liberdade de relaxar, r
porque quando o rio está cheio e fundo O tipo de calm~ria tranqOila que V. ouve
a água vai fluindo suavemente quando as crianças barulhentas
e você pode reclinar deixam o quàrto e saem
com os olhos fechados, e o professor relaxa,
ouvindo aquele som tranqOilo. a presslo aliviada.
~ quando as águas desse canyon começam Mesmo aqueles velhos botes
[a se fechar com seus timões e motores a vapor poderiam
e fica ma.is e mais estreito, aliviar uma certa pressão
a água COIJe mais rápido com seus assobios
e cria perigosas con:entezas quando as coisas ~st4o quentes por dentro
que você tem que navegar com cuidado. atê e todos podem relaxar no convés,
voltar àquele lugar olhando passar as margens do rio
onde o leito do rio fica largo de novo e o lento fluir da água
e a calma profunda e em paz retoma. Porque a nos canais profundos que eles seguimm.,
água é como qualquer outra coisa, quanto mais aproveitando o tempo
você a comprime, para ir daqui para ali
mais depressa ela vai sem nada a fazer nesse meio tempo
e segue fluindo exceto relaxar do lado de fora
e quanto maior o espaço a preencher, e sentir o calmo silêncio
mais calma e tranqüila se toma. de um calmo reservatório
E toda criança também sabe disso, em suave movimento à luz da lua
elas sabem quando algo é muito pequeno que enquanto os sons suaves da noite
precisam tomá-Io maior do levados num fluxo sem esforço, descendo
para abraçar tudo o que elas têm, ~.A1mAmente
então elas pegam um copo maior para mna suavidade delicada
ou pegam uma tigela maior à medida que o relaxamento continua
ou um maior par de luvas e se toma uma parte
de modo que as mãos se sintam relaxadas e de voei.
[confortáveis, [Vá para uma abordagem direta ou término de
transe.]
maiores do que antes sentiam
e tudo lá dentro
se expande para conter tudo.
[134] TENDÊNCIAS DE
ALERTA: Abordagem metafórica e de
sugestlJo direta para enrt1quecas. Embora o
cuidado da dor seja uma questlJo para quem é relaxar desta forma,
sofre de enraqueca. a dor em si parece lembrando daquele peso tranqüilo
emergir da presstlo inrracraniana causada e permitir ao pensamento de calor retomar
por aumento do volume sanguineo nos vasos maior que antes, talvez,
sanguineos do crânio. Aprendendo como até que V. sente esse peso em todo lugar ou
desviar o jhD:o sanguineo para as apenas nessas mãos e pés
extremidades.. muitos individuos se tomam porque agora você pode comprar
capazes de aliviar ou até de prevenir a luvas e meias
enxaqueca. que se aquecem por 51 mesmas ,J
ligadas par pequenas baterias
que tomam mornas essas luvas pesadas
Agora, enquanto V. relaxa e tomam quentes essas meias macias, quase
e se permite experienciM logo depois que V. as veste
a variedade de mudanças que 0C0ITeIIl elas começam a ficar cada vez mais mom.as
enquanio você passa por um tmnse~ . você pode experimentá-Ias em uma loja
eu gostaria de ajudá-Io a aprender e realmente sentir esse calor crescer
como mudar essas coisas enquanto elas emanam seu próprio calor, um
que do pennitir a V. ser capaz smpreendente SP.f'lt;mento de calor que
de impedir ou reduzir sua enxaqueca. funciona tão bem
E a coisa que você deve aprender é eles usam isso no Alasca
que quando' V. sente a dor chegando, onde até o frio mais amargo
o que V. deve fazer é logo substituido por um calor pulsante
é ser capaz de permitir que suas mêJos e pés
fiquem muito tépidos ou quentes bem rápido E enquanto essas luvas' se aquecem mais
.e essas
. me18.S se
pra que V. presie atenção às mãos e pés, eu aquecem IWl1S
gostaria que V. se desse conta e as mãos e pés começam a esquentar
de que pode imaginar como é sentir a se sentir suave e envolvidas e quentes
ter essas mãos e pés envolvidas nesse confortá.vel sentimentO
sentado nos mios quentes do sol... que se espalha pelo braço .
ou descansando sob a agua moma do banho... e continua em você
ou qualquer outra ÜDagem que chegue à até mesmo quando você emerge até uma
m.e:níe ao começar a prestar atenção a esse {consciência desperta
calor ai e começar a sentir o calor crescendo, e atinge aquele ponto onde os olhos se abrem.
ficando mais e mais forte~ quase quente, Muito bem,
confortavelmente envolvido e quente, sendo levado para cima, agora
uma tepidez que parece se espalhar enquanto esse sentimento de calor
pelos braços e pernas depois de um tempo continua, um agradAvel sentimento de calor
E conforme esse calor aumenta que V. pode criar sempre que quiser
e fica mais claro em sua consciência, a qualquer momento que quiser.
V. pode continuar a relaxar e a cair 1s80 mesmo, desperto e aquecido agora.,
em um confortável estado de transe enquanto 8 mente sobe
onde sua mente inconsciente pode encontrar e os olhos
sua própria maneim de deixar que a mente se são permitidos se abrirem..
tome ciente desse calor e desse peso,
um calor e um relaxamento que vai crescendo
pelos dedos dessa mão
e da outra mAo
e dos pés nos sapatos
e dos braços e pernas, talvez.,
~. DeSado e auente. DeSado e auente.
'. ,.;. 114
Aqueles que conquistam e se sobressaem são os que suplementam suas habilidades inerentes
com um investimento de tempo~ energia e fé em si mesmos. Eles possuem l1ma. clara visão
de seu próprio futuro possivel e estão desejosos de fazer custe o que custar para tornar essa
visão mna realidade. O apelo desse futuro proporciona uma. dedicação que custa praticar
uma atividade o suficiente para que o inconsciente a administre. A fé em si mesmos lhes
permite, então, caiúiar em seu próprio e bem treinado inconsciente para atingir suas metas.
'Eles não atrapalham o seu próprio caminho e são recompensados pela surpresa de
suas próprias realizações. "
A procrastinação (adiamento), a falta. de motivação e o acanhamento geralmente bloqueiam
o desempenho e impedem as pessoas de vivenciar suas próprias expectativas. Por outro
lado, tais fenômenos podem indicar que suas expectativas são inapropriadas. Antes que um
esforço seja feito para remover essas barreiras ao desempenho, deve ser estabelecido que
mna mudança para atividades ou metas diferentes nem é preferivel, nem é possível.
[140] O LAR:
Metáfora para pe.rsoas que estão em dúvida sobre suas metas na vida ou em
terapia
E à medida que V. relaxa mais e mais, Uma ânsia., quem sabe, um desejo, um querer,
a :mente vagueia, às vezes, o tipo de sentimento que geralmente sentimos,
do modo que os ciganos vagueiam sempre que nossa mente retrata
de um lugar para o outro, o tipo de alimento que desejamos.
nunca indo a um lugar especial, Você observa as pe3soas num restaurante,
apenas andando daqui para ali, olhando o cardapio,
o que 800 romântico e reloxante escolliendo, em suas mentes, diferentes pratos,
a menos que haja algmn lugar, alguma coisa imaginando o sabor e a textura ,~
que você realmente queira ter, até que encontrem um de sabor perteito pra
algo que V. realmente queira fazer. Porque é [mente,
dificil atingir sua meta como provar roupas prn ver se elas servem,
se você não sabe onde está indo, . ou futuros possiveis,
se você não usa um mapa, imaginando o lugar e a hora
mas apenas vira aqui ou ali , que tem sentido, sabor, aparência e
. l'
[141] A
BARRE1RA INVISIVEL:
Metájôra sobre como remover obstáculos auto-impostos à realização. Este tipo de
metáfora pode ser usado com todos os clientes em um esforço para ajudá-Ias a se
tomarem mais desejosos de atingir suas metas terapUuricas, ou com individuos que têm
metas especificas em menre, como os atletas e estudantes. .
Eu me pergunto se conhecem as cercas, !\1as onde ir em seguida é um problema,
especiaJmen:te cercas el~tricas usadas um problema com que todos se defrontam
[para cavalos. e ninguém sabe como resolver.
EJas têm alguns fios de arame que é provavelmente porque...
nos quais corre uma corrente de fOrçA. você pode ganhar uma fortuna esses dias,
Não o tipo de força que é perigosa, falando ao povo de suas fortunas
não o tipo que Jhe dá um choque, e dando conselhos sobre o que deveriam fazer.
como a eletricidade estática que V. tem Não sabemos o quanto um cavalo sabe onde ir
[andando em tapetes, mas nós sabemos, sim.
uma súbita e aguda faisca. que uma vez que eles saibam onde estão indo, é
Esses amme se esticam pelo campo dificil paríl-los ou dominA-Ios
e os cavalos andam de um lugar a outro, pois uma vez um cavalo cansado, faminto,
eles mpidamente aprendem onde podem ir . vê o es18.bulo ou celeiro no sopé da montanha,
Quando um cliente apresenta um ou mais dos tipos de problemas dic;cutidos nos capítulos
anteriores, nós tipicamente preferimos iniciar o tratamento com a suposição de que o cliente
está em wna posição melhor que nós para desenvolver uma solução útil. Isso porque
utilizamos primeiro o Transe Diagnóstico e~ então, uma anedota metafórica relevante, se
necessário. ,/
As afirmações diretas são usadas para transmitir uma compreensão específica., atitude ou
atribuição de comportamento. Elas não são persuasões sutis aponíarl~s para o Inconsciente.
Elas são mensagens diretas, que são dirigidas tanto para o consciente como para o
inconsciente. Geralmente, são mensagens a que o cliente pode resistir, argumentar ou
ignorar no estado acordado. Entretanto, Constatamos que essas mensagens são muito mais
propensas a penetrar nas resistências conscientes ou a "submergir" e causar um efeito de
longo prazo quando o cliente as está ouvindo a partir de wn estado de transe relaxado,
passivo e relativamente receptivo da ~ente. Assim, utilizamos fteqüentemente o estado de
transe como uma oportunidade para conigir falsos juizos, fornecer novas interpretações, dar
novas atribuições, designar provações ou fazer comentários elaborados para eliciar efeitos
vinculados (i e., oferecer mensagens que irão criar as intensas reações emocionais
necessárias para motivar o cliente 3. tomar conta da situação e resolver o problema).
As sugestões diretas, por outro lado, envolvem esforços para eliciar alterações
hipnoticamente induzidas em percepção, sensação ou comportamento com a pressuposição
de que essas alterações irão resolver ou romper o problema. As sugestões diretas podem ser
muito eficientes quando o cliente é capaz de aquiescer. Amnésias hipnoticamente induzidas
podem eliminar inteiramente algmnas fontes de desconforto. Um senso alterado de paladar
pode eliminar os problemas de tabagismo ou bulimia. Uma anestesia. sugerida pode
controlar completamente a. dor de pânico. A lista de aplicações em potencial é muito
extensa, porém muito poucos sujeitos novatos são capazes de concordar com sugestões para
tais alterações hipnóticas drmnáticas. Por esta razão, nós as utilizamos muito raramente e
incluímos somente uns poucos exemplos nos roteiros seguintes.
. .,.119
Deve-se notar que os roteiros para sugestões e afirmações diretas mantém ntdimentarmente
o mesmo ritmo e ftases que são empregados para induções de transe e metáf~s. A meta e
auxiliar o cliente a permanecer em. um estado de transe, enquanto ouve essas mensagens
diretas. Embora possa ser acrescentada mais ênfase a certas palavras, para se realçar o
impacto da mensage~ você deve ter cuidado para. não mudar para mn padrão de
conversação que possa quebrar o transe e reduzir a receptividade do cliente.
.......
120
Aplicação: Pode ser usada a qualquer tempo, com qualquer cliente. O propósito é
simp/esment(! dar ao clieme a chance de experienciar algo positivo em sua 'vida.
Aplicação: Pode ser usada praticamente com qualquer cliente para eliciar assistência
inconsciente no processo de terapia.
,.
.130
mernga ~
. permitindo s~us olhos
Essa é a crença de que a hipnose pode forçar as pessoaS a mudar os re.sultados de vários
problemas. Por outro lado, signmca que alguns clientes podem adotar um papel totalmente
passivo no processo de mudança. Eles simplesmente se reclinam e esperam que o
hipnoterapeuta lhes imponha seu desejo. Por outro lado ainda, alguns clientes podem ver o
processo como mn desafio. Eles praticamente desafiam o bipnoterapeuta a dar-Ihes uma
sugestão a que eles não possam resistir ou desbaratar.
A consequência natural de tudo isso é que a maior parte dos clientes com problemas de
hábito esperam totalmente que o hipnotizador use sugestões diretas como "0 chocolate não
mais terá um gosto bom para vocêll. ou "Os cigarros vão deixar você doente." Eles ficam
em estado de alerta quanto a essas sugestões e enquanto não as ouvem, não irão relaxar ou
se sentir como se tivessem feito o que esperavam ou precisavam. Uma vez que os clientes
passivos ouvem uma sugestão direta,. eles tendem a relaxar, confortados pela crença de que
eles agora receberam uma poderosa sugestão hipnótica, que tomará conta do problema para
eles. Os clientes resistentes, por sua vez, tendem. a relaxar quando ouvem uma sugestão
direta por~e são confortados pelo sentimento de que não existe maneira pela qual a
sugestão diTeta vá fimcionar.
A solução óbvia é mixar todas essas aborda.gens juntas, que é porque não fornecemos
roteiros separados de metáfora, sugestões diretas e afmnações diretas para esses tipos de
problemas apresentados. Ao invés disso, os roteiros contidos neste capítulo incluem
sugestões diretas (que podem funcionar ou não, mas que satisfazem as expectativas de
todos), bem como metáforas e afnmações diretas (que são muito mais propensas a fomentar
a mudança). Essa abordagem encadeada é útil para outros tipos de problemas às vezes,
porém parece ser uma virtual necessidade em problemas de hábitos.
As afirmações diretas e metáforas que utilizamos com problemas de hábitos tipicamente são
elaboradas para permitir ao inconsciente conftontar o cliente com as consequências
negativas do comportamento indesejado elou as consequências positivas da mudança. o
inconsciente também é indiretamente encorajado para criar experiências, tais como
alterações em sensaçâo e percepção, o que tomará mais tãcil alterar o comportamento
indesejável. Nesse meio tempo, as sugestões diretas para mudanças específicas em
percepção ou ação estão embutidas nas metáforas. A meta é abrandar a expectativa
consciente das sugestões diretas, enquanto -também ajustando o estágio para outras
experiências e entendimentos úteis, gerados inconscientemente. Isso cobre todas as bases e
fTeqüentemente torna possível lidar com esses problemas de uma. só vez.
...
[165] . ROTEIRO DE ABSTINENCIA AO
FUMO
Ora, muita gente vem pra mim. de uma nianeira ~ confiante.
e pede ajuda para resolver E você pode oferecer ao seu eu
uma dificuldade particular grandes porções de auto-confiança, grandes
e elas me dizem, porções de auto-estima,
"Eu não tenho motivação, você pode aspirar auto-confiança
eu não tenho disciplina!" e expuar msegurança
E eu digo a e1as enquanto V. c.on1inua a apreciar
"A pessoa desmotivada a jornada rumo á sua meta.
não pede uma consulta. Através dos anos
A pessoa indisciplinada que eu trabalhei com pessoas ,/
não vem na hom marcada." tenho tido muitos clientes que vêm aqui com
A pessoa desmotivada um problema assaz interessante.
não distingue o lugar Eles se tornaram obsessivos
que deseja estar com a idéia de fazer amor
do lugar onde está a8om. com a1gu~m por quem sAo atraidos
A pessoa indisciplinada e quando eles abordaram o assunto.
fica em casa. com o objeto de seu desejo,
Agora, você tem toda motivação foi dito a eles
que você precisa, em tennos vagos
você tem toda disciplina que a relação fisica
que você precisa, em uma impossibilidade.
embora exista. uma coisa E as razões dadas
que você ainda precisa para a impossibilidade foram muitas:
que você não tem... ainda é mudo perigoso ou arriscado,
e que é a auto-confinnça, nâo saudável, ou até anti-ético.
a auto-c.onfianç.a que custa E ainda, frente a todos esses obstáculos, esses
sair em uma jornada clientes se tornaram mais e
[mais obses~Üvog
completamente preparado para a viagem,
sabendo que você leu o mapa, convencidos de que sua felicidade dependia da
que traçou o CJ!.minh.o~
consumação de seus de:~ejos negligenciando
as reservas toram feitas, todos os outros aspectos
acreditando que você pode, deseja de suas ,idas.
O que me lembra o homem
alcançar o seu destino
que tinha acabado de comprar uma casa nova,
de modo rápido, fácil e sem esforço.
uma casa cara
A auto-confiança que custa
-
reconhecer 1odos os sinais do sucesso
na melhor parte da cidade.
Ele tinha admirado aquela casa
exatamente como agora., você reconhece
por muitos, muitos anos,
essas confortáveis sensações hipnóticas
talvez desde quando em adolescente
nas mãos, braços, pernas... talvez desde os vinte anos.
esses sinais fisicos Ele não podia se lembrar exatamente,
que permitem a você saber mas ele bem sabia
que viajou de um estado que andou querendo comprar aquela casa
a outro estado
.:}4O
14
2
[168] ROTEmO DE ADMINISTRA.ÇÃO DO
PESO
Agora, você vem esperando tendo lições de canto
tantos anos pra dizer duas ou três vezes poT semana.
a última palavra sobre este assunto. E toi uma dificuldade, às vezes,
E sua Ultima pala,'rn deixar de brincar com as outras crianças
afuda está aL.. de reserva, apOs a aula e ("1-\m;nl}ar
passando todo um tempo se armando uma milha ou duas por dia
com as palavras finais, até a imensa casa branca
como os animais da floresta que onde vivia ó professor de canto
amUI7p.nan1 nozes e bagos até que ela descobriu que podia
para um inverno prolongado, ou ret'mem fazer disso um jogo,
cada tipo de graveto, folha, papel, fios questionando-se, enquanto cnm;nhava,
para fazer um ninho capricbado quantas pessoas em iantas ~ tanias casas
como um abrigo contra o ftio inverno viviam suas vidas dia após dia.
ou contra um predador â espreita, E ela lOgo sentiu como se
real ou imaginário. não estivesse desistindo de nlgo
Talvez a memória das palavras por não brincar com as outras crianças,
que uma mãe canta para a criança dormir, o jogo que ela jogava era tão
embal.ando~ embalando, palavras estimulante e compensador.
de uma suave canção de ninar, E ass~. quando finalmente
repleta de segurança e calor. chegou à casa do professor de canto,
E V. pode ser levado pelas palavras, recordando a ela estava completamente pronta
. para começar... e trabalbar
palavra que realmente quer dizer assim que tiver
uma chance. exercitando a voz
E as chances exisiem, à medida que V. é levado e aprendendo a arlm;n;stra-Ja e a usa-Ia
estará reconhecendo alguma parte de você exatamente como o instrumento musical
. assJIll era.
que apenas começou
a encontrar uma voz, Não todas as pessoas se dão conta mesmo
das múltiplas e várias maneiras
uma voz de crença e confiança
que existem para se treinar a v~
em si mesmo e em sua habilidade
mas ela certamente as descobriu,
para resolver este problema
exercitando as cordas vocais
de uma vez por todas
três vezes... cinco vezes por semana,
para exercitar seu privilégio,
cuidadosamente se moDÍtorando
seu direito a ter
para alimentar a si mesma~
o corpo que deseja para cuidar de si mesma de todas as formas
e V. pode oferecer a si mesmo e ganhar em confiança,
grandes porções de auto-confiança, ganhando em habilidade:
grandes porções de auto-absorção, ganhando em auto-conhecimento.
grande apoio da auto-estima.
Falando aquela pane de você
que conhece as palavras E ela colocou um tanto de energia em
à canção do seu corpo, modular sua voz
e qualquer um que tenha conhecido Vivian sabe nos seus tons mais ricos, mais suaves,
que ela passou dez anos
de sua inf'ancia
e ela cantava publicamente o prazer de se sentir saciado,
e em particular por muitos anos o prazer de se sentir saúsfeiio,
e nunca sentiu o medo do palco o prazer de dizer: "Não, obrigado. "
mesmo quando li audiência Não, você come demais
realmente não podia apreciar mas não obtém muito prazer.
a qualidade técnica de sua voz Você pode comer menos e ter mais... prazer.
e teria preferido V. pode querer menos e ter mais...
uma voz mais fina, menos ressoante. prazer.
CJaro que pra ela isso nUIlC3 pareceu V. pode elevar seu metabolismo,
problema que sua voz sentir o calor acariciando a pele, espa.Ibando-
fosse muito mais alta que as outras, se pelos braços, pen:laS, enquanto sente o
embora ela soubesse que isso às vezes era para prazer de
o professor do coro da escola. menos ser ID81S.
que vivia dando wn sinal 8 Vivian enquanto experimenta a energia aumentada
para baixâ-la. aquecendo você todo
Ela acreditava mesmo que cada um sentindo o prazer de ter
[devia parecer o corpo que deseja
e soar o mesmo e V. não precisa esperar mais
então Vivian iria lutar para se adequar a isso e para exercitar sua habilidade, o seu direito de
cantar, não chamando atenção ganhar o corpo que deseja.
para SI mesma. Lembrar que aquele tempo
E não foi até que ela entrou no colégio em sua vida, quando V. sabia
e cantou em coros onde todos como era bonito~ .
Aplicação: Para uso com uma 1loriedade de problemas de habito incluindo roer unhas, chupar o
dedo, fUmar., comer demais. ele.
Os roteiros apresentados neste capítulo são exemplos de wna sessão inteira de hipnoterapia
para administração da dor, Úlclu.indo a indução~ implicações metafóricas, sugestões
diret4'1S e procedimentos de término de transe. Esses roteiros refletem o fato de que a
intervenção hipnótica para dor fisica geralmente é um procedimento muito mais direto do
que a lripnoterapia para sofiimento emociona] ou psicológico.
A dor e a administração da dor são tópicos complexos que se estendem muit9 além do
alcance do material apresentado aqui. Antes de tentar usar a hipnose para o treinamento da
administração da dor: você deve se tornar familiar com a literatura disponível. Nesse meio
tempo, entretanto, deve haver vários pontos que vale a pena salientar. .
Em segundo lugar, a dor pode ser um valioso sinal, ou pode não ter valor nenhum. Se a
sensação é um alarma que significa que algo está errado fisicamente, que pode e deve receber
atenção, ou se ela significa que algum tecido está sendo destruido, então ela é importante.
Enquanto wn paciente acredita que uma dor é importante ou cheia de significado, será
dificil para essa pessoa aprender como usar a hipnose para administrar a experiência dela.
Por exemplo, um paciente foi capaz de aprender como reduzir seu desconforto apenas
depois que ele foi inteiramente convencido de que as agudas pontadas que sentia não
significavam que fragmentos ósseos estivessem aos poucos danilicando um nervo em
suas
146
costas machucadas. Os pacientes precisam ser conscientemente reafirmados antes do uso da hipnose
de que a inabilidade para sentir uma sensação não irá resultar em nenhum dano indevido. O mesmo
quanto aos hipnoterapeutas.
Quando uma dor tem sentido, deve-se fazer o possível para preservar os cuidados ou
restrições criados por aquele sinal, mesmo quando você reduz o sofiimento. Vários tipos de
dor nas costas, por exemplo, servem como aviso para não se movimentar de algumas
maneiras ou para não levantar muito peso. Ignorar. esses sinais pode resultar em sério.
prejuízo muscular, de nervos ou discos. Ao invés de tentar bloquear esses sinais
inteiramente, pode-se fazer um esforço para transfonná-Io em sinais protetores altemativos~
tais como tensão ou excitação.
Finalmente, a dor pode ser wn fenômeno específico de situação, de çurto prazo, ou pode ser
uma experiência crônica e de longo prazo. A dor crônica, entretanto, guarda a memória da
dor passada e a antecipação de toda dor futura. As abordagens hipnóticas utilizadas para se
lidar com esses dois tipos diferentes de dor devem levar em conta essas diferenças, bem
como a importância do próprio sinal da. dor. ,Assim, oferecemos diferentes roteiros para dor
crônica versl1s dor aguda. .
Devido ã dor crônica, os pacientes automaticamente serão atirados na percepção de sua dor assim
que ll1es for dito para fechar os olhos e relaxar, a própria dor é usada como seu tOco interno inicial.
Ao mover a atenção na direção da dor, enquanto, ao mesmo tempo, se encoraja o relaxamento e a
c.alma, pode-se pennitir aos pac-ientes que aprendam que o sinal da dor não os irá destnrir. Isso
afasta a tendência de lutar raivosa ou assustadoramente contra a dor~ o que pode por si só provocar
caimbras ou espasmos musculares e mais dor. A medida que os pacientes aprendem que eles
podem se tOITh'\T altamente conscientes sobre a dor e ainda se manterem calmos, seu
sofiimento diminui.' O tratamento então se toma uma questão de guiá-I os por meio de uma
.
série de eventos (imagens, pensamentos, perceptivas, etc), até que uma ou mais seja
encontrada, o que cria o confortável alívio buscado. ,A oportWÚ~'1de para praticar usando
essas habilidades recém descobertas é dada antes que
. eles sejam trazidos para fora do transe. Deve ser notório que existe. uma tremenda
similaridade entre os passos deste processo e os passos de hipnoterapia. A lógica, as metas e
os procedimentos 'de cada um são praticamente idênticos.
148
'150
ate que cobre essa mão e as costas da mão,
ou qualquer coisa em que você preste atenção,
isso parece simplesmente desaparecer de sua experiência.
N1as você não sabe como se sentir
o não sentir alguma coisa que não está ali,
então eis o que eu quero que você tàça.
Eu quero que você se estenda até a iu'ea dormente,
a essa mio que d01Dle,
isso mesmo, vá em frente e toque nela
e sinta esse toque
conforme V. começa a se beliscar ~
uma sensação que deve sentir primeiro
mas conforme você continua se beliscando,
uma coisa interessante acontece...
V. começa a descobrir que existem vezes
em que não sente nada ali,
isso mesmo, a sensação simplesmente parece que some,
enquanto você aprende como permitir
sua mente inconsciente
a desligar essas sensações para V.
Tudo o que precisa fazer é só prestar atenção
prestar atenção a essa donnência.
E conforme essa habilidade cresce e evolui,
e você começa a saber, a realmente saber
que você jit sabe
como permitir que a sensação e a dor desapareçam
dessa mão ai, ou de qualquer lugar,
ou a outra mão pode voltar para sua posição de descanso...
e você pode se deixar levar até esse ponto
onde a consciência desperta irá retomar.
Então, siga em frente ag~ conforme V relaxa
e descobre como deixar acontecer
e sentir essa dormência mais e mais claramente
e então V. pode se deixar levar,
em seu próprio tempo,
de sua própria maneira.
Isso mesmo, aproveite o seu tempo para aprender
e então, deixe-se voltar à tona, os olhos abrindo
[dê uma pausa e permita que a auto-prática continue. até que o cliente abra os olhos.
EntlJo continue imediatamente.]
Agora, antes de V. despertar completamente,
eu quero que V. feche os olhos de novo
e permita se deixar levar para baixo outra ve~
reentrando naquele lugar de calmo relaxamento,
porque havia um menino na TV,
não muito tempo atrás,
que aprendeu como controlar toda a sua dor.
Ele descreveu os passos que deu para o fundo, com sua mente,
um de cada vez, os passos
até que encontrou o vestíbulo, no fundo,
151
como um longo túnel,
e por todo o túnel, de ambos os lados
havia muitas tomadas e espelhos de tomadas,
cada um claramente nomeados.
Um para a perna direita, um para a esquerda, um para a perna
e um para cada parte do corpo
e ele podia ver os fios dessas tomadas:
os nervos que transportavam as sensações
de um lugar para o outro,
todos indo parar nessas tomadas.
Tudo o que ele precisava fazer
era alcançar com a mente .
e desligar as tomadas que ele queria
e então ele podia não sentir nada
nenhuma sensação podia passar dali,
nenhuma sensaçAo mesmo,
porque ele tinha desligado todas aquelas tomadas.
Ele usou as habilidades da mente de modo diterente
do homem que simplesmente tomou seu corpo adormecido. Ele
nAo sabia como exatamente ele fez isso,
tudo o que sabia era que ele estava relaxado e desligado, como
um vagão de um trem desligado do resto,
moveu sua mente para fora de seu corpo,
moveu-a fora de algum outro lugar: .
onde ele podia olhar e escutar,
sem se deixar levar para outro lugar ainda.
E i'Jso realmente não importa
exatamente como você diz ao seu inconsciente o que fazer, ou
como seu inconsciente faz isso para V.
A única. coisa importante
é que você sabe que você pode afrouxar as sensações
tão facilmente como fechar os olhos .
e ir para baixo, para .
onde algo desconhecido acontece
que pennite que V. desligue
que permite essa dormência acontecer:
e então a subida agora,
a subid11 ate a superflcie
e vagarosamente permitindo que os olhos se abram.
à medida que o estado desperto retoma
com um...confortitvel continuaçifo
desse sentimento protegido que alguem mais pode tomar conta enquanto
de relaxamento salvo e seguro .
você se deixa levar em sua mente e então volta,
e uma habilidade para esquecer um braço, quando for a hora
ou qualquer outra coisa, para apreciar essa confortável subida
sem precisar prestar atenção . onde os olhos se abrem
às coÍBas que estão bem, e a consciência acordada retoma
total e completamente agora.
152
Os comentários abaixo apresentados são feitos para levar o sujeito: gradualmente: de volta
ao alerta completo, dar uma oportunidade de rever e integrar novos aprendizados e criar
uma experiência que confIrme o transe como um estado atípico da. mente. São também
dadas instruções para procedimentos feitos para distrair a atenção consciente e "autenticar"
o transe como um fenômeno separado antes que as questões de foIlow-up sejam
perguntadas. É melhor seguir cada um desses passos no processo de término de transe: ao
:fmaIizar uma sessão de hipnoterapia, mesmo se aquela sessão tenha envolvido apenas um
leve transe.
153
E assim., .
antes de você se permitir
emergir completamente
no alerta vigilante, completo,
pOde ser útil para você
utilizar a oportunidade agora
para pensar naquilo que você experien.ciou,
os pensamentos, imagens, idéias,
e como você pode usar essas coisas mais tarde de
um dia para o outro.
Porque você tem uma mente inconsciente
e você tem uma mente consciente,
e essas duas mentes podem aprender,
a partir de suas experiências aqui e agora, algmnas
coisas que VOl.'ê pode usar
para lidar mellior com essas coisas
que tem sido problemas para você antes.
E assim, antes que você contÍnue flutuando
até sua percepção consciente,
percepção normal acordada,
é seu privilégio
usar essa .confortável auto-consciência
para se tornar mais a par dessas coisas
que você pode usar mais tarde,
esses aprendizados,
habilidades e perícias
que você pode ter negligenciado antes.
para dar a você uma nova visão
das possibilidades de uma nova maneira
de pensar e sentir e fazer coisas.
Isso mesmo, ~enba algum tempo ago~
um breve tempo que parece ser um longo tempo,
para rever e planejar,
em algum nível de consciência,
aqUelas coisas que você fará mais tarde,
aquelas coisas que você pode mudar mais tarde,
confonne você começa a usar mais e mais de você.
- Agora você diz que [insira qualquer tópico que o cliente mencionou antes
da indução J.
- Mas eu acho que deve ser importante para você examinar seus sentimentos sobre
[de novo. insira um tópico previamente discutido}.
- Me aCOITe também que [insira uma observação de fo/Jow-up com respeito ao
topico anterior].
B. Non sequiturs (interferências ao acaso) - Esses comentários :;00 tão irrelevantes para a
situação atual que eles pegam o cliente de surpresa. A confusão resultante impede o
processamento eognitivo indevido da pre~e-dente exp~iência de transe. Exemplos:
C. Planos Futuros - Esses comentários encorajam o cliente a rever seus planos para o
futuro e, assÍm., desencorajam as revisões sobre o passado imediato. De novo,
uma
amnésia parcial para o transe é o resultado nonnal. Exemplos:
- Então, o que você está planejando fazer este fim de semana'?
- Bom, vamos discutir um horário para o próximo encontro. Que tal se nos víssemos em
[especifique um dia e uma hora]?
D. Ratificações - Alguns comentários ou questões não apenas servem para distrair o
cliente de rever eventos do transe, mas também tendem a ratificar o transe ao mesmo
tempo. Exemplos:
- Olá! Bem vindo de volta. Como foÍ sua via.gem?
- Você realmente acha que está completamente desperto já, ou devo dar-lhe mais alguns
segundos para você voltar mais completamente?
- AE suas mãos e pernas ainda estão se sentindo um tanto esquisitas?
Agora, quanto tempo você acha que esteve no transe? Quanto tempo se passou desde
que nós c-omeçamos?
15i
Uma vez que o cliente tenha se distraído de uma análise imediata sobre o transe, é seguro
sondar por feedback quanto à experiência. Os insights e as decisões que deveriam
pennanecer no domínio de proteção do inconsciente por um tempo terão retrocedido. A5
memórias conscientes restantes podem ser utilizadas para se determinar que eventos
internos captaram a atenção da mente consciente mais dramaticamente e que eventos
externos pareceram interromper o processo. Esta infonnação, por sua vez, pode ser usada
para aprimorar a eficiência das futuras sessões hipnoterapêuticas. Exemplos:
~
***
158
Isso nos leva à nossa concludente observação. Embora tenhamos nos empenhado em fornecer
roteÍros 4.e hipnoterapia que entendemos serem úteis com muitos tipos distintos de clientes, deve
ser enL'1.tizado outra vez que esses roteiros foram feitos para servir como modelos ou exemplos.
Até o ponto em que eles sejam relevantes às dinâmicas de cada dado individuo, podem provar
serem terapeuticamente úteis. Por outro lado, encorajamos você a começar, assim que possível, a
traçar metáforas e ftases para cada um dos clientes, que sejam especificament.e selecionadas para
expressar os problemas únicos e a. personalidade de cada cliente: bem como seu próprio estilo
singular.
159
Nossa injWlçãO inicial aos participantes de workshop para confiarem em seu inconsciente
provavelmente não funcionou muito bem, devido a que suas mentes inconscientes não
tinham ainda tido a oportunidade de aprender o que era necessário. Pratique utilizando os
materiais aqui apresentados, ate que você tenha desenvolvido uma familiaridade com os
conceitos e pr(X.'essos, então confie no seu inconsciente. Seus poderes de observação,
compreensão e criatividade podem smpreendê-Io e também aos seus clientes.
161
160
Tabela 1
,7
Auto-A vaJiações como Hipnotizador
[191
Os ]
resultados Apêndice
deste estudo simples confirmaram A:
nossas hipóteses quanto ao valor potencial
dos roteiros de hipnose como um meio de aumentar habilidadesN-Roteiro
Roteiro e auto-confiança. Eles
Variável
também estimada
Resultados do Projeto
apoiaram nossa decisão N=7 Para
de Pesquisa
de fornecer se Estudar
roteiros N=6
a Eficácia
para cada passo nodos Roteiros
processo
hipnoterapêutico. Este livro é o produto ~ssa decisão.
X S.D. X S.D.
1.Os sujeitos para
Habilidades em este estudopré
foram 13 estudantes
1.714 .488formados1.667
em psicologia
.816e(N.S.)
os campos
correlatos, que se dispu~ como voluntários, a participar de um workshop de um dia e do
induçãodehipnótica
projeto pós
pesquisa em hipnoterapia. 2.857uma sessão
Após .377 didática2.333 .516os . participantes
de treinamento,
foram aleatoriamente divididos em uma condição de roteiro (n=7) e em(p<.OS) uma condição de
(p<.Ol) (N.S.)
não-roteiro (n=6) e foram instruídos 3 formar pares e a se revezarem induzindo. transe
.2. Habilidade
hipnótico compara eliciar de pré
levitação 1.429
braço. Os .534
sujeitos no grupo de1.167 .408 (N.S.)liam o
roteiro simplesmente
roteiro. Os sujeitos
levitaçâo de braço na condição
. pós
de. não-roteiro
3.143 o
.690cumpriam à
1.833medida 1.329que
em iam mdo.
(p<.05)
I.N.S.)
Cada um dos 13 participantes completou um questionário de 5 itens, anterior ao workshop e
3.imediatamente
Aut@-confiançaseguindo-se
:na pré 1.714
sua sessão prática. .756 1.667 pediu aos.816
O questionário
; (N.S.)
participantes que
usassem 1;JII1a escala de 4 pontos (1 = pobre, 4= excelente) para escalonar:
,
habilidade
1) para
suas habilidades })Os. hipnótica
em indução 3.143 .690 2.166 .752 (p<.05)
induzir
2) transe para. eliciar levitação de braço
habilidade
4.3)ConíOrto
sua auto-cotúionça
na habilidade na pre
habilidade em induzir
1.714 .488 o tranSe
1.500 . .548 (N.S.)
4) seu conforto em usar a hipnose em um ambiente clínico real ' e
piusar
5) hipnose no
as probabilidades pós
de realmente 3.000 usar.577
tentarem a hipnose 2.000 .894 (p<.05)
em um ambiente terapêutica.
ambiente clinico
Além disso, após um participante ter (p<.Ol)
servido como sujeito na prá.tic~(N.S.)
ele era solicitado a
completar um questionário com
Probabilidades de tentar pré respeito
1.714à profundidade
.756 do transe experimentado
2.167 .983(1 = nenh~
(N.S.)
4=muito profundo),
usar hipnose em o graupós
de leveza ou de suspensão
3.429 .787 experimentado
2.500 .
no braço
.837 (1
(p<.05)
=nenhum, 4= muito forte) e qualquer
ambiente clinico aumento no entendimento do transe
(p<.Ol) (N.S.) como wn
resultado dessa experiência de transe (1 =nenhum, 4= muito grande).
Esses aumentos em auto-confiança podem ser atribuíveis ao simples fato de que o roteiro
funcionou e que o mesmo não se deu com a prática não-estruturada. Isso se reflete nas
avaliações obtidas a partir dos sujeitos hipnóticos durante essas condições práticas. As
estimativas de profundidade de transe, le'\.'itação de braço e aprendizado a partir da
experiência foram todas significativamente mais alw que a condição de roteiro, do que na
condição de não-roteiro (P's < .01). .
162
'o
163
Tabela 2 Auto-
[195] REFERÊNCIAS Avaliações de Sujeitos Hipnóticos
Roteiro NÊlo-Roteiro
Erickso~ I\-f.H. (1980). The Col/eeted
Variável estimada N=Papers ofiv!ilton H Ericl......son
N=6 on Hypnosis. Vol.
W: Hypnotic In\'estigation ofPsychodynamic Proce:.'scs (Investigação
Hipnótica dos Processos Psicodinâniicos).
X S.D. (Editado
X por Emest L. Rossi).
S.D.
N.Iorque: Irvington Pllblishers.
1. Profundidade do transe Z. 3.000 . 2333 .516 (p<.05)
.
Grau de levitação
Ericksoll: M.H.~deRoss~ 3.714
braço E.L. & Ross~ S.I. (1976).
577 Hypnolie
. Rea/ines:1.095
2.000 The 111ducnon
(p<.05) of
experimentado 488
C/inical Hypnosis and Forms oflndirect Suggestion. (A Indução de Hipnose
3. Aprendizagem a partir
Clínica 3.429 Indireta).
da de Sugestão
e Fonnas .534Nova. Iorque: .516 (p<.05)
2.667 Irvington ~ Publishers.
experiência do transe
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Rossi, E.L. (1986). The Psychobiolog);'ofMind-Body Healing: New Conccpls 0.('
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