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QUEM SOMOS
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VISÃO
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Interpretação De Texto
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de tex-
tos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em
provas relacionadas a concursos públicos.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relaci-
onadas a textos.
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa-
ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacio-
namento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e anali-
sada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
EXEMPLO
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
d) Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender
Erros de Interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são:
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-
to prévio do tema quer pela imaginação.
b) Redução
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, consequentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pro-
nome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semânti-
co, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo ade-
quado a cada circunstância, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.
Quem (pessoa)
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Como (modo)
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante)
exemplo:
Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de
texto
Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e,
mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando
nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! Depois disso, vai ficar fácil
entender até os mais complexos manuais de instrução (ok, talvez nem tanto, mas você vai arrebentar
no vestibular!).
Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:
Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras.
Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu
uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra
isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tem-
po o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.
2) Faça paráfrases
Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.
– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
3) Leia no Papel
Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel.
Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e
reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que apren-
demos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro,
fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi prova-
do também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.
Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificul-
dades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um
mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma
linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página)
para lembrar de informações chave de um livro.
Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se
adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler
mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de
entender textos longos.
Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minu-
tos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler.
Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da
leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!
a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assun-
to, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informa-
ções novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informa-
ção nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu en-
tendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.
c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compre-
endê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então
o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.
Opa, tudo bem? Como vai a vida? Hoje é um dia lindo para aprendermos a estudar interpretação de
textos, não acha? :)
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Você pensa que domina essa matéria e que está tudo bem se ela for deixada de lado, até que PÁ:
tira uma nota RIDÍCULA em português e, justamente, percebe que errou a maioria das questões de
interpretação ou de gramática aplicada ao texto. Ou você realmente é muito ruim interpretando as
coisas mesmo.
Tenho um grave problema com português, especialmente interpretação de texto. Meu desempenho
nunca é regular, sempre sendo 8 ou 80 ( quando vou bem tenho a sensação que pode ser mais no
chute do que racional).
Minha bronca é especificamente com o CESPE. Então, você teria alguma dica, material ou técnica de
estudo para eu quebrar essa barreira com a Língua Portuguesa?
Alright, then! Tá beleza, então! Vamos aprender interpretação e mandar a banca para o beleléu.
1. Leia mais (eu sei que é clichê, então vou te dar alternativas bacanas)
Quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê. (Monteiro Lobato)
O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)
Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. (Victor Hugo)
Se você quiser interpretar melhor, você deve ter O QUE INTERPRETAR. Sabe, não adianta ficar
querendo tapar o sol com a peneira e pedir para divindades que tudo dê certo. Querer todo mundo
quer. Você tem que ter seu algo a mais, aqui. Leia.
Não, você não odeia LER. Você odeia ler, sei lá, os livros que as pessoas em geral leem, ou aqueles
livros chatos que os professores da escola indicam/indicavam. Machado de Assis? Blergh! Olavo
Bilac? Parnasiano aguado! Manuel Bandeira? No, no, please!
É claro, então, que você odeia ler o que você odeia ler. Para fugir disso e melhorar sua interpretação
de textos, leia o que você achar delicioso. Vou te mostrar algumas boas opções para fugir do lugar-
comum.
Histórias Em Quadrinhos
Eu aprendi a ler com Turma da Mônica. Consegui interpretar desde cedo que o Cebolinha falava
“elado” porque ele era uma criança ainda aprendendo a falar com mais dificuldades do que as outras
crianças.
Sites de fofocas
Exemplo: Papel Pop: os sites de fofocas colocam duplo sentido em um milhão de textos, e isso é
fantástico para você. Toda vez que você não entender alguma coisa, pergunte-se: o que será que o
autor do texto quis dizer com isso? Você começa entendendo frases simples nesse tipo de site e
acaba conseguindo interpretar textos em provas de concursos. How great is that? Isso é muito legal,
né não? :)
Não é por acaso que Stranger Things é uma das séries originais da Netflix mais adoradas da atuali-
dade. Ela tem um ingrediente fascinante para qualquer pessoa de qualquer idade no mundo inteiro:
crianças pré-adolescentes ou adolescentes enfrentando coisas mais fortes do que elas. Come on.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Fala sério. Esse roteiro não é novo: existe em Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, E.
T., Sexto Sentido, Guerra dos Tronos (sim! Geral se interessou por Guerra dos Tronos por causa do
Jon, da Dany, da Arya, da Sansa, do Jofrey, do Bran…) todo mundo adora uma creepy child (criança
esquisita), e os livros relacionados a elas são do tipo que você começa pela manhã e só termina
quando chega à última página.
Letras de Músicas
Você está a fim de decorar uma nova música? Pegue a letra dela, não tente decorar somente pela
cantoria da pessoa. Além de treinar sua interpretação, você treinará sua memória (é mais fácil deco-
rar uma letra entendendo o sentido dela).
Eu já ouvi um incontável número de pessoas cantando músicas que não condiziam com a letra origi-
nal, trocando totalmente o sentido da coisa. Isso acontece por dois motivos simples:
1. O som da música não permite que as pessoas entendam direito o que se fala; e
Não faz sentido, em um contexto comum, rolar um blues na madrugada e trocar de biquíni sem parar
ao mesmo tempo!
Outra:
Faz sentido você estar em uma festinha belezera, conhecer alguém e perguntar as coisas em Holan-
dês? Só na Holanda, né?
E há vááários outros exemplos! Amar a pé, amar a pé… (amar até, amar até); Ôh Macaco cidadão,
macaco da civilização… (Ôh pacato cidadão); Leste, oeste solidão… (S.O.S. solidão); São tantas
avenidas… (São tantas já vividas); e assim vai hehehe!
A dica que fica é: o que você interpretou não fez sentido? Então procure ENTENDER o que vo-
cê ouviu! Fazendo isso, você conseguirá conectar os fatos muito melhor e até memorizar mais rápido.
Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.
Eu vou repetir.
Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Você ouve “trocando” “de” “biquíni” “sem” “parar”. Só que, se você junta tudo isso, o troço não vai
fazer sentido algum! Não trate as palavras como se elas fossem alone in the dark (sozinhas no escu-
ro).
Frases de motivação são umas lindas. Além de ensinar tudo sobre mindset(mentalidade de aprova-
dos) elas são ótimas professoras de interpretação. Veja os exemplos que eu trouxe (logo abaixo, há
os significados das frases, caso você ainda esteja com a interpretação em baixa):
Perfeição é uma palavra capciosa. Ela denota algo positivo, mas leva a resultados negativos.
Na busca pela perfeição ao estudarmos para concursos públicos, acabamos por perder tempo de-
mais com assuntos que não nos levarão a nada (aliás, essa é a minha grande lição no Ritmo de Es-
tudos, o meu curso oficial – eu ensino a excluir conteúdo que não interessa).
Perfeição é uma grande inimiga do resultado. Enquanto a maioria entra em concursos públicos pen-
sando que deve estudar todo o edital de uma mesma maneira, sem colocar os devidos pesos, poucos
são os que realmente conseguem grandes notas por terem sido mais espertos.
Essa frase é de George Eliot. O sr. Eliot mal saberia que muitos anos após sua morte, em um pa-
ís far, far away, grupos de concurseiros falariam coisas como:
Todos os dias eu recebo mensagens de pessoas que têm algum motivo sem noção para desistir (ou
para não entrar em ação). A idade é um dos campeões do desculpismo.
A verdade, entretanto, é só uma: ficar na inércia é que não vai trazer resultados a ninguém.
Colonel Sanders chegou a pensar no suicídio aos 65 anos de idade. Quando começou a escrever sua
carta de adeus, decidiu falar tudo o que faria diferente para que sua vida tivesse seguido o rumo que
ele sempre quis. Ao invés de se matar, Sanders começou a vender sua própria receita de frango frito
de porta em porta. Aos 88 anos, o fundador do Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos,
tornou-se um bilionário.
Como fangirl da Apple, eu não poderia deixar de citar uma do Steve Jobs.
Nos concursos públicos, chegará um momento em que você achará que já sabe demais. Até você
passar, você perceberá, entretanto, que precisa sempre de honestidade para entender que não sabe
de tudo, e sempre deve correr atrás de mais e mais conhecimento.
E isso vale para depois que passar, também. Do contrário, você será daquele tipo de concursado
aposentado: morre aos 25 e só é enterrado aos 85.
Napoleon Hill estava no ápice da genialidade quando disso isso. Se você consegue ENTENDER al-
guma coisa, você consegue fazer essa coisa. Se você consegue entender o processo de passar em
concursos públicos, você conseguirá passar muito mais rápido.
Por fim, mas não menos importante: você só aprenderá a interpretar se você aplicar todas as dicas
que eu dei (e darei) neste artigo. Conhecimento só é válido quando se consegue agir sobre ele.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Existem milhares de outras frases de motivação por aí. Faça uma por dia. E, claro, interprete cada
uma delas.
Existe um livro em inglês chamado Happy for No Reason (Feliz sem Ter Motivo), da autora Marci
Shimoff. De acordo com Shimoff, existem as pessoas que não são felizes, existem as pessoas que
são felizes por algum motivo (geralmente por estarem com outras pessoas) e existem as pessoas que
são felizes sem ter motivo.
No primeiro caso, de acordo com a autora, as pessoas estão em um estágio de depressão profunda;
no segundo caso, as pessoas estão felizes, mas, como estão felizes por um MOTIVO, esse motivo
pode ser retirado delas; e no terceiro caso as pessoas são felizes apenas por ser (entretanto, poucas
conseguem chegar lá).
Um dos casos em que as pessoas buscam a felicidade por um motivo (aquela que pode ser tirada
delas) é o da má interpretação. A pessoa se martiriza internamente por uma frase que pegou fora de
contexto, ou cria algum tipo de raiva por algo que ouviu falar por terceiros, e a infelicidade a encontra.
Por isso, interpretar o que ocorre em sua vida dentro de um contexto lógico também te ajudará em
provas de concursos públicos.
Em 90% dos casos, você perceberá que não é pessoal, e isso não será problema seu. Nos outros
10% (se for pessoal), o problema também não é seu.
Querendo ou não, interpretar textos também significa aprender a Língua Portuguesa. Saber qual é o
sujeito, qual é o advérbio, qual é o objeto indireto poderá te salvar de várias situações ruins.
O lance é que a gramática pura (por si só) não te ajudará em basicamente nada se você não conse-
guir aplicá-la. E aprender gramática consiste no seguinte:
Um erro comum é pensar demais. Depois de muito treino (com todas as outras dicas), você estará
com a preparação em nível avançado na interpretação de textos.
Daí, chega o momento da prova e você começa a querer pensar demais: “e se não for realmente
isso? E se for um peguinha? E se? E se?”.
Para evitar que isso aconteça, só existe um remédio: fazer muitas provas de interpretação de textos,
e de preferência da banca que fará seu certame. Eu não estou falando de fazer duas, três provas. Eu
estou falando de 20, 30 provas, cada uma com 15, 20 questões, cada uma com 3, 4 textos. Lembre-
se: permaneça ignorante. Permaneça com fome.
Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso
elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar você nos seus estudos.
Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, não se desespere, você
não é o único a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o de-
senvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de
nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma
boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos al-
gumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos
de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, des-
cuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufici-
ente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois, uma se-
gunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente.
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos fra-
sais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira
aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos concei-
tos.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumenta-
tivos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na
superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e ines-
pecíficas.
Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler
com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma
boa leitura e bons estudos!
Interpretação de Texto: veja os principais pontos nos quais você deve focar durante a leitura dos tex-
tos nas provas do Enem, dos vestibulares e do Encceja. Revise como interpretar um texto, e mande
bem nos Exames!
Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A
compreensão do enunciado é uma chave essencial para iniciar a resolução dos problemas.
Por isso mesmo o tema da Interpretação de Texto é o que mais cai no Enem e nos Vestibulares. Aqui
vão algumas dicas que podem facilitar a compreensão e tornar o ato de interpretar um texto mais
rápido e eficaz.
A primeira coisa que deve ser feita na Interpretação de texto é decompor o texto em suas “ideias bá-
sicas”. Qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Esta operação
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. É assim que se estuda interpretação de
texto para o Enem.
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a for-
mação da personalidade humana”.
Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895).
Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado pela
psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta por
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lin-
guagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos
na fase de vigília.
“Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” (Salvatore D’Onofrio). IDEIAS – NÚCLEO. Veja a
seguir o Passo inicial da Interpretação de Texto
O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.
A segunda ideia – núcleo mostra que Freud deu início à sua pesquisa estudando os comportamentos
humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método criou o das “livres
associações de ideias e de sentimentos”.
* “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da língua
gemonírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
fase de vigília”.
Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão
dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do
dia a dia. É assim, passo a passo, que você faz a interpretação de texto.
* “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi à apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.”.
Conclusão: Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a
novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.
A finalidade deste exemplo foi de mostrar como captar o foco central na interpretação do texto e cap-
tar a ideia transmitida pelo autor de forma sagaz. O ideal, na hora de interpretar um texto, é fazer uma
leitura dinâmica, a fim de captar sua ideia principal, para depois ler novamente para que possa ser
feita uma análise mais a fundo do mesmo.
Ler e interpretar um texto parece muito simples, e de fatoé. Mas, existem os segredos da Interpreta-
ção de Texto nas provas do Enem e similares. Foram estes segredos que você aprendeu nesta aula.
Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A decepção
quando a gente erra uma questão por besteira é enorme, né?
A interpretação afeta o nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e professores. E tam-
bém a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série…
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As próximas dicas tem a intenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e tam-
bém para o dia a dia.
Gráficos e tabelas caem com muita frequência no Enem, nos vestibulares e concursos públicos. Além
dos processos seletivos, eles também são bastante utilizados por jornais e pelo mercado de trabalho.
Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista. Muitas vezes, ao se deparar com esse tipo de dado
em um exercício, a gente coloca barreiras como “não sei, sou de Humanas“. Mas não deve ser assim
Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse
tipo de texto.
Com o passar do tempo (e depois de praticar bastante), é possível que você comece a gostar de criar
gráficos e tabelas. Eles são uma maneira prática de resumir um conjunto de informações importantes.
Obs: Você percebeu que recomendei uma aula de Português e outra de Matemática para aprender
gráficos? Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação.
A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte forma: sujeito + predicado + complemento
Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que es-
tão na ordem indireta, principalmente os enunciados das questões.
Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações e
poemas).
Circule os nomes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez
revelem o tema da questão e até mesmo a resposta.
Basta olhar as referências para saber que o texto acima é relacionado aos Direitos Humanos, apro-
ximadamente sobre 2016.
Olhando o título, vejo que ele é sobre intolerância religiosa. Depois de analisar o infográfico e o gráfi-
co, tenho uma ideia das principais religiões discriminadas e da evolução da violência de 2013 a 2014.
Talvez eu não saiba que a liberdade para expressar a religião é um dos Direitos Humanos. Mas a
referência me ajuda a saber que existe uma relação entre os direitos humanos e a intolerância religi-
osa no Brasil (título do texto).
Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é
preciso interpretar, no mínimo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
No primeiro post, você precisa saber colocação pronominal segundo a norma culta e saber como são
entrevistas de emprego para entender a referência. No segundo post, deve conhecer o que é um
elétron e a marca Ricardo Eletro.
Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos
que causam esse efeito de sentido.
Depois de um hora fazendo uma leitura densa, ficamos cansados. Precisamos ter resistência para
não fazer análises equivocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resistência é se acos-
tumar a compreender textos longos.
Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas do Enem, além
de serem úteis para praticar e simular a avaliação deste ano, podem ajudar a acostumar com a leitura
desse tipo de texto.
Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é
diferente. Se você irá fazer provas impressas, prefira ler textos assim.
6. Compreenda Músicas
As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam muitas figuras de linguagem (a gente expli-
ca as principais neste outro artigo).
Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com
ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe.
7. Leia Tirinhas
O Enem costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontra-
das, são uma leitura leve, divertida e sempre precisam de interpretação.
Muitas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita.
Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para se lembrar
depois.
Em seguida, procure relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e
consequência, adição.
Fazemos o procedimento acima para classificar orações subordinadas, mas ele também pode ser útil
para a interpretação como um todo.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
9. Use Um Dicionário
Quando estiver lendo em casa, tenha um dicionário por perto e pesquise o que não entender. Só
assim vai ser possível interpretar depois.
Para memorizar, anote as palavras que você descobriu o que significam em um caderninho. Elas
poderão ser úteis para resolver exercícios e também para a redação.
Algumas obras literárias utilizam palavras antigas e de difícil entendimento. Vale lembrar que existem
vestibulares que apresentam pequenos glossários nas questões. Então não dê muita atenção aos
termos arcaicos na hora da leitura.
Todos nós já passamos por alguma situação confusa, que não fez muito sentido. Pode ser na hora de
resolver uma lista de exercícios ou em uma conversa com seus parentes, por exemplo.
Quando isso acontece, pode ser porque você não conseguiu interpretar corretamente. Então é útil
procurar ajuda em um dicionário, videoaula ou no Google.
Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escre-
va em tópicos.
O objetivo desta dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicar de
maneira simples.
Interpretação De Textos
A interpretação de textos é um exercício que requer técnica e dedicação. Existem algumas dicas que
ajudam o leitor a aprimorar a compreensão dos mais variados gêneros textuais.
Letrado não é aquele que decodifica uma mensagem: letrado é o indivíduo que lê e compreende o
que lê.
No Brasil, infelizmente, grande parcela da população sofre com o analfabetismo funcional, que nada
mais é do que a incapacidade que um leitor tem de compreender textos — inclusive os textos mais
simples — de gêneros muito acessados no cotidiano.
O analfabeto funcional não transforma em conhecimento aquilo que lê, pois sua capacidade de inter-
pretação textual é reduzida.
Ao contrário do que muitos pensam, o problema atinge pessoas com os mais variados níveis de esco-
laridade, e não apenas aqueles cuja exposição ao estudo sistematizado foi reduzida.
Para que você possa aprimorar sua capacidade de interpretação, o sítio de Português elaborou al-
gumas dicas que vão te ajudar a alcançar uma leitura proficiente, livre de quaisquer mal-entendidos.
Boa leitura e bons estudos!
Sabemos que nem sempre é possível ter a tranquilidade desejada para estudar, ainda mais quando
somos obrigados a conciliar várias atribuições em nossa rotina, mas sempre que possível, fique livre
de interferências externas e escolha ambientes adequados para a leitura.
Um ambiente adequado é aquele que oferece silêncio e algum conforto, afinal de contas, esses fato-
res influenciam de maneira positiva os estudos.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Quem nunca precisou interromper a leitura diante de um vocábulo desconhecido? Essa é uma situa-
ção corriqueira, mesmo porque o léxico da língua portuguesa é extenso. É claro que desconhecer o
significado de algumas palavras pode atrapalhar a interpretação textual, por isso, o ideal é que você,
diante de um entrave linguístico, consulte um bom dicionário.
Na impossibilidade de consultar um dicionário, anote a palavra para uma consulta posterior. É assim
que um bom vocabulário é construído, e acredite: ele sempre estará em construção, pois estamos
constantemente em aprendizado.
Sabemos que a tecnologia nos oferece diversos suportes que facilitam e democratizam a leitura e
que os livros digitais são uma realidade. Contudo, sempre que possível, opte por livros ou documen-
tos físicos, isto é, impressos.
O papel oferece a oportunidade de ser rabiscado, nele podemos fazer anotações de maneira rápida e
prática, além de ser a melhor opção para quem tem dificuldades de interpretação textual.
Explicações Preliminares
Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Impor-
tante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os
itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios
de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedica-
da a isso.)
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos
oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e
seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar res-
ponder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê- lo como um todo, e
isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada
leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois
tente resolver as questões propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determi-
nado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto
mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a
agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determi-
nada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa
pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi
dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.
II) Paráfrase
1) Emprego de sinônimos.
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retornasse cedo, deixava os
genitores preocupados.
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram.
Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio
Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. Quero o respeito do
grupo. Quero que o grupo me respeite.
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais deli-
cada e importante.
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro me-
ses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro
meses de pesquisa, seria esquecido.
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em
seu jardim. (voz passiva analítica)
Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas mudanças possíveis.
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)
8) Troca de discurso
Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Na-
quela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a lingua-
gem celeste.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Tipologia Textual
1. Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Nu-
ma abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que
se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
3.1 Dissertação-Exposição
3.1 Dissertação-Argumentação
4. Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do pre-
sente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem
ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex:
recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.
5. Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previ-
sões escatológicas/apocalípticas.
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada
mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve persona-
gens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo
(assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,
conversa telefônica, chat, etc.
Gêneros textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com carac-
terísticas comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações
específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa
sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo
então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:
Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente necessi-
dade de o exporao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.
Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo einjuntivo que tem
por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para pre-
parar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no impera-
tivo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em
um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Ca-
racterísticas do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamen-
te descritos.
Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.
Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em es-
trofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteú-
do capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode
ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero <poema>, resulta-se em
um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou
um filme podem ser assim considerados).
Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as
rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se
repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A
tipologia narrativa tem prevalêncianeste caso.
Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.
Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publica-
ções científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada
ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.
Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e dalinguagem, consegue utilizar todas
as tipologias textuais com facilidade.
Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de
um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um
traz.
Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futu-
ro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos
tipos narrativo e descritivo.
Gêneros literários:
Gênero Narrativo:
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramá-
tico. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gê-
nero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes:
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas
possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, co-
mo: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam
um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusí-
adas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor
vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam,
o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final.
É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reprodu-
zi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgi-
ram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV..
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e re-
flexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:Ensaio sobre a
tolerância, de John Locke.
Gênero Dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador con-
tando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis
das personagens nas cenas.
Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Gênero Lírico:
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.
Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto má-
ximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poe-
ma melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.
Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbo-
los), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
acompanhamento musical;
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza,
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo
de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a pai-
sagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irôni-
co.
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;
Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°
verso 5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíri-
cas, portanto.
Gêneros e tipos textuais são dois conceitos distintos, embora ainda seja bastante comum a
confusão entre esses elementos.
Tipos Textuais
Gêneros textuais
Os tipos textuais são caracterizados por propriedades lin- Possuem função comunicativa e
guísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos ver- estão inseridos em um contexto
bais, construções frasais etc. cultural.
Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto apresenta-se e
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. O gênero textual exerce
funções sociais específicas, que são pressentidas e vivienciadas pelos usuários da língua. Mas você
deve estar perguntando-se: “por que é importante saber a diferença entre gêneros e tipos textuais?”.
Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta distinção entre gêneros
e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um desses elementos, fica mui-
to mais fácil interpretar um texto. A interpretação está relacionada não apenas com a construção de
sentidos, mas também com os diversos fatores inerentes à estruturação textual.
Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem
definida e facilmente identificada por suas características predominantes. O termo tipologia textu-
al (outra nomenclatura possível) designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua
composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspec-
tos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Objetivamente, dizemos que o tipo textual é
a forma como o texto apresenta-se.
Podem variar entre cinco e nove tipos, contudo, os mais estudados e exigidos nas diferentes provas
de vestibular e concursos no Brasil são a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a exposi-
ção. Veja as principais características de cada um deles:
► Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em
um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os
gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias
etc.
► Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias
argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos apresentados.
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação,
editorial etc.
► Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações.
Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc.
Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.
► Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos
no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os gêneros
que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas, regula-
mentos, editais, códigos, leis etc.
► Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato
específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros
que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico, se-
minário etc.
Para que você conheça com detalhes cada um dos tipos textuais citados, o sítio de Português prepa-
rou uma seção sobre tipologia textual. Nela você encontrará vários artigos que têm como objetivo
discutir as características que compõem a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a expo-
sição, bem como apresentar as diferenças entre tipos e gêneros textuais. Esperamos que você apro-
veite o conteúdo disponibilizado e, principalmente, desejamos que todas as informações aqui encon-
tradas possam transformar-se em conhecimento. Boa leitura e bons estudos!
Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são um modo de classificar os textos. Veja a diferença entre gênero textual, lite-
rário e tipos de textos
Os textos, sejam eles escritos ou orais, embora sejam diferentes entre si, podem apresentar diversos
pontos em comum. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, podem ser
classificados em determinado gênero textual.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Dessa maneira, os gêneros textuais podem ser compreendidos como as diferentes formas de lingua-
gem empregadas nos textos, configurando-se como manifestações socialmente reconhecidas que
procuram alcançar intenções comunicativas semelhantes, exercendo funções sociais específicas.
Cada gênero textual tem o seu próprio estilo e pode ser diferenciado dos demais por meio das suas
características. Algumas das características que determinam o gênero textual são o assunto, o papel
dos interlocutores e a situação. Graças à sua natureza, torna-se impossível definir a quantidade de
gêneros textuais existentes na língua portuguesa.
Antes de vermos mais detalhadamente alguns exemplos de gêneros textuais, é necessário abordar
alguns conceitos a fim de evitar possíveis confusões. Vejamos a seguir:
Gênero literário – Os gêneros textuais abrangem todos os tipos de texto, ao contrário dos gêneros
literários que, como o próprio nome já indica, aborda apenas os literários. O gênero literário é classifi-
cado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero dramático, lírico, épico, narrativo etc.
Tipo textual – É a forma como um texto se apresenta. Pode ser classificado como narrativo, argu-
mentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo.
Observe que, enquanto os tipos textuais variam entre 5 e 9 tipos, temos infinitos exemplos de gêne-
ros textuais.
Os Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são inúmeros e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutu-
ra. Confira alguns deles a seguir:
Conto maravilhoso;
Conto de fadas;
Fábula;
Carta pessoal;
Lenda;
Telefonema;
Poema;
Romance;
E-mail;
Manual de instruções;
Lista de compras;
Edital;
Conto;
Piada;
Relato;
Relato de viagem;
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Diário;
Autobiografia;
Curriculum vitae;
Notícia;
Biografia;
Relato histórico;
Texto de opinião;
Carta de leitor;
Carta de solicitação;
Editorial;
Ensaio;
Resenhas críticas;
Seminário;
Conferência;
Palestra;
Texto explicativo;
Relatório científico;
Receita culinária;
Regulamento;
Carta
Na carta pessoal, é comum encontrarmos uma linguagem pessoal e a presença de aspectos narrati-
vos ou descritivos. Já a carta aberta, destinada à sociedade, tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo.
Diário
É escrito em linguagem informal, consta a data e geralmente o destinatário é a própria pessoa que
está escrevendo.
Notícia
Como já foi dito, os gêneros textuais são inúmeros e, por isso, seria impossível estudá-los ao mesmo
tempo. Para produzir um bom texto em determinado gênero textual, é importante estudar as suas
características e ler alguns exemplos.
Os gêneros e os tipos textuais estão intrinsecamente relacionados, o que torna difícil a dissociação
entre as duas noções
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Você já deve ter ouvido falar sobre gêneros e tipos textuais, certo? Mas será que você sabe como
diferenciar essas duas noções?
Diferenciar gêneros e tipologias textuais não é tarefa fácil, contudo é importante que saibamos alguns
aspectos que possam defini-los para, dessa forma, facilitar nossos estudos. Vamos então à análise:
Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são aqueles que encontramos em nossa vida diária, inclusive em nossos mo-
mentos de interação verbal. Quando nos comunicamos verbalmente, fazemos, intuitivamente, uso de
algum gênero textual.
Sendo assim, a língua, sob a perspectiva dos gêneros textuais, é compreendida por seus aspectos
discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais. Os gêneros privilegiam a funciona-
lidade da língua, ou seja, a maneira como os falantes podem dela dispor, e não seus aspectos estru-
turais. São inúmeros os gêneros textuais utilizados em nossas ações sociocomunicativas:
Telefonema
Carta comercial
Carta pessoal
Poema
Cardápio de restaurante
Receita culinária
Bula de remédio
Bilhete
Notícia de jornal
Romance
Edital de concurso
Piada
Carta eletrônica
Formulário de inscrição
Inquérito policial
História em quadrinhos
Entrevista
Biografia
Monografia
Aviso
Conto
Obra teatral
É importante ressaltar que os gêneros textuais são passíveis de modificação, pois devem atender
às situações comunicativas do cotidiano. Podemos destacar também que os gêneros atendem a ne-
cessidades específicas, que vão desde a elaboração do cardápio do restaurante à elaboração de
um e-mail. Novos gêneros podem surgir (ou desaparecer) de acordo com a demanda linguística dos
falantes.
Tipos Textuais
Os tipos textuais diferem dos gêneros textuais por serem limitados, abrangendo categorias conheci-
das como:
Narração
Argumentação
Exposição
Descrição
Injunção (imposição)
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
O termo Tipologia textual designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua composi-
ção, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspectos lexi-
cais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.
Apesar dessa tentativa arbitrária de diferenciação entre gêneros e tipos textuais – o tema costuma
provocar polêmica até mesmo entre linguistas –, é importante observar que essas duas noções estão
intrinsecamente relacionadas. Um texto narrativo (tipo textual) poderá contar com elementos descriti-
vos (gênero textual), e, para classificá-lo, a predominância de um elemento sobre o outro deve ser
observada, pois um texto pode ser tipologicamente variado.
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos apresen-
tam em relação à linguagem e ao conteúdo.
Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor
e receptor) de determinado discurso.
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, bilhete
ou lista de supermercado.
É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de
um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingredien-
tes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro
das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais pe-
culiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
injuntivo.
Texto Narrativo
Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento.
Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir
das percepções sensoriais do locutor (emissor).
Diário
Biografia e autobiografia
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Texto Dissertativo-Argumentativo
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argu-
mentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir
o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimen-
to), nova tese (conclusão).
Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.
Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Texto Injuntivo
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo
que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na
maioria dos casos, verbos no imperativo.
Propaganda
Receita culinária
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Anedota
Blog
Reportagem
Charge
Carta
Declaração
Memorando
Bilhete
Relatório
Requerimento
ATA
Cartaz
Cartum
Procuração
Atestado
Circular
Contrato
Tipologia Textual
Quando falamos em tipos de textos, normalmente nos limitamos a tripartição, sob o enfoque tradicio-
nal: Descrição, Narração e Dissertação. Vamos um pouco mais além no intuito de conhecer um pou-
co mais sobre este assunto.
Texto Descritivo
A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, animal, objeto ou
lugar. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracteriza-
dora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes.
A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. È uma estrutura pictórica, em que os aspec-
tos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o
autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Texto Narrativo
Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O
tempo verbal predominante é o passado.
Texto Dissertativo
Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumenta-
ção, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Assim, a disserta-
ção consiste na ordenação e exposição de um determinado assunto. É a nossa conhecida “redação”
de cada dia. É a modalidade mais exigida nos concursos, já que exige dos candidatos um conheci-
mento de leitura do mundo, como também um bom domínio da norma culta.
Está estruturada basicamente assim:
1. Idéia principal (introdução)
2. Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve)
3. Conclusão (síntese da posição assumida)
Texto Expositivo
Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo idéias, explicando e avaliando. Como
o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os livros e as fontes
de consulta, são exemplos maiores desta modalidade.
Texto Injuntivo
Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente pede, manda ou
aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados
no modo imperativo.
Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, receitas médicas, editais,
etc.
Gêneros Textuais
Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam como modos de
organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos materializados, encontrados em
nosso cotidiano. Eles são muitos, apresentando características sócio-comunicativas definidas por seu
estilo, função, composição conteúdo e canal.
Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou recebe um e-mail ou usamos
o Orkut ou MSN, estamos utilizando diversos gêneros textuais.
Tipos Textuais
Descrição
Narração
Dissertação
Exposição
Injunção
Gêneros Textuais
Bilhete
Carta pessoal, comercial
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde
com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Não.
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêne-
ros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, pa-
lestras, etc.
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gra-
maticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.
Narração
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros,
pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita
ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o
homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.
Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Exemplo:
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha
e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozi-
nha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela e
vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então vá
se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley
DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:
A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de au-
sência de ações dentro do texto.
B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos, po-
demos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a ima-
gem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações do
tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o cheiro parece com
..., etc.
Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando tam-
bém os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta ima-
gem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.
Pode ser:
Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.
Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem des-
creve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.
- É um retrato verbal
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Exemplo:
“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis es-
bugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome.
Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”
Dissertação
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.
Estrutura da dissertação
EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio da exposição, explica- Predomínio do uso de argumentos, visando
ção o convencimento, à adesão do leitor.
Conclusão Finalização do texto, com o encer- Retomada do ponto de vista para fechar o
ramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo
Exemplo:
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade pe-
nal.
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um ado-
lescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e 228
da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou
12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor
de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos admi-
tindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a prote-
ção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução
da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem
no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os
adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, trans-
forme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado.
Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com muito
mais rigor do que os adultos.
Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do dis-
posto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º, inciso
IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.
Exposição
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem
a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
indicativo.
Injunção
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o funcio-
namento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a bula de
um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles textos que nos
orientam, nos ditam normas, nos instruem.
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a utili-
zação de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.
Um dos grandes desafios dos professores é como fazer um planejamento capaz de levar a turma a
um ano de muita aprendizagem. No livro Ler e Escrever na Escola, o Real, o Possível e o Necessá-
rio (128 págs., Ed. Penso, tel. 0800-703- 3444, 46 reais), Delia Lerner diz que "o tempo é um fator de
peso na instituição escolar: sempre é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no pro-
grama, nunca é suficiente para comunicar às crianças tudo o que desejaríamos ensinar-lhes em cada
ano escolar". E a constatação não poderia ser mais realista.
Escolher quais conteúdos abordar e de que maneira são questões fundamentais para o sucesso do
trabalho que será realizado ao longo do ano. A tarefa é complexa, mas há algumas orientações es-
senciais que ajudam nesse processo. "Um bom planejamento é aquele que dialoga com o projeto
político-pedagógico (PPP) da escola e está atrelado a uma proposta curricular em que há desafios,
de forma que exista uma progressão dos alunos de um estado de menor para um de maior conheci-
mento", orienta Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. "Tendo claras as
diretrizes anuais, o docente pode desdobrá-las em propostas trimestrais (ou bimestrais) e semanais,
organizadas para dar conta do que foi previsto", complementa Ana Lúcia Guedes Pinto, professora da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Faz-se necessário criar situações didáticas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos
abordados em diversas oportunidades. Isso pressupõe um planejamento que contenha diferentes
modalidades organizativas: projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas.
Confira, a seguir, as respostas a dez perguntas imprescindíveis para planejar e implementar boas
sequências didáticas.
As sequências sempre são parte de um planejamento didático maior, em que você coloca o que es-
pera dos estudantes ao longo do ano. A escolha dos temas de cada proposta não pode ser aleatória.
Se, por exemplo, seu objetivo for desenvolver bons leitores, precisa pensar qual desafo em relação à
leitura quer apresentar à classe. Com base nele, procure os melhores gêneros textuais para traba-
lhar. "É preciso organizar as ações de modo que exista uma continuidade de desafos e uma diversi-
dade de atividades", explica Beatriz. Converse com o coordenador pedagógico e com os outros do-
centes, apresente suas ideias e ouça o que têm a dizer. Essa troca ajudará a preparar um planeja-
mento eficiente.
A sondagem é fundamental a todo o trabalho por ser o momento em que são levantados os conheci-
mentos da turma. Muitas vezes, os professores acham que perguntar "o que vocês sabem sobre..." é
suficiente para ter respostas, mas não é bem assim. Essa etapa inicial já configura uma situação de
aprendizagem e precisa ser bem planejada. Em vez da simples pergunta, o melhor é colocar o aluno
em contato com a prática. No caso de uma sequência sobre dinossauros, por exemplo, distribua li-
vros, revistas e imagens sobre o tema aos alunos, proponha uma atividade e passe pelos grupos
para observar como se saem. Não se preocupe se precisar de mais de uma aula para realizar a pri-
meira sondagem.
Conteúdo é o que você vai ensinar e objetivo o que espera que as crianças aprendam. Se, por exem-
plo, sua proposta for trabalhar com a leitura de contos de aventura, precisa parar e pensar o que es-
pecificamente quer que a turma saiba após terminar a sequência. "Pode ser comportamento leitor do
gênero, característica da linguagem", exemplifica Beatriz. De nada adianta defnir um conteúdo e en-
xertar uma série de objetivos desconexos ou criar uma sequência com muitos conteúdos. Como es-
creve Myriam Nemirovsky no livro O Ensino da Linguagem Escrita (159 págs., Ed. Artmed, 0800-703-
3444, edição esgotada), "abranger uma ampla escala de conteúdos e crer que cada um deles gera
aprendizagem significa partir da suposição de que é possível conseguir aprendizagem realizando
atividades breves e esporádicas. Porém, isso está longe de ser assim".
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Definido o que você vai ensinar e o que quer que a turma aprenda, é hora de pensar nas estratégias
que vai usar para chegar aos resultados. Vale detalhar esse "como fazer" nas atividades da sequên-
cia, que nada mais são que orientações didáticas. O melhor, nesse momento, é analisar cada um dos
conteúdos que se propôs a trabalhar, relembrar seus objetivos e ir desdobrando-os em ações concre-
tas. "Para que a classe conheça as características de determinado gênero, por exemplo, posso pen-
sar em itens como: leituras temáticas, análises de textos de referência, análise de alguns trechos
específicos e verificação do que ficou claro para a turma", sugere Beatriz. Cada atividade tem de ser
planejada com intencionalidade, tendo os objetivos e conteúdos muito claros e sabendo exatamente
aonde quer chegar.
Quando você pensa nas ações de uma sequência didática, já tem na cabeça uma primeira ideia de
ordem lógica para colocá-las. Para que essa organização dê resultado, lembre-se de pensar em
quais conhecimentos a classe precisa para passar de uma atividade para a seguinte (considerando
sempre que os alunos têm necessidades de aprendizagem diversas). Como escreve Myriam, "a se-
quência didática será constituída por um amplo conjunto de situações com continuidade e relações
recíprocas". Quanto mais você sabe sobre a prática, as condições didáticas necessárias à aprendiza-
gem e como se ensina cada conteúdo, mais fácil é para fazer esse planejamento. Se ainda não tiver
muita experiência, não se preocupe. Pode fazer uma primeira proposta e ir vendo quais ações têm de
ser antecipadas ou postergadas.
A resposta a essa pergunta não está relacionada à quantidade de tarefas que você vai propor, mas à
complexidade dos conteúdos e objetivos que tem em mente. Para saber a duração de uma sequên-
cia, leve em conta o que determinou que os alunos aprendam e quanto isso vai demorar. Cada ação
pode exigir mais ou menos tempo de sala de aula. "Repertoriar uma criança em um gênero, por
exemplo, demanda mais horas do que uma sequência de fluência leitora", diz Beatriz. É importante,
também, pensar em como essa sequência se encaixa na grade horária da escola e como se relaciona
com as demais ações que estão sendo realizadas com as crianças. Se, por exemplo, você tem duas
aulas por semana, as propostas vão demorar mais do que se tivesse três. "Organize o tempo de mo-
do que seja factível realizar todas as atividades previstas", orienta Ana Lúcia.
"No curso de cada sequência se incluem atividades coletivas, grupais e individuais", escreve Delia.
Cada uma funciona melhor para uma intenção específica. "Você propõe uma atividade no coletivo
quando quer estabelecer modelos de comportamentos e procedimentos", explica Beatriz. Ao partici-
par de um grupo e trocar com os colegas, a criança tem aprendizados que são úteis quando ela for
trabalhar sozinha. Já uma atividade em dupla é interessante quando quiser que o aluno tenha uma
interação mais focada, apresentando suas hipóteses e confrontando-as com o outro. As propostas
individuais, por sua vez, permitem à criança pôr em xeque os conhecimentos que construiu. Essas
organizações são critérios didáticos que precisam ser pensados com base nos objetivos da cada
etapa e nas características da classe.
É bem provável que você tenha, na turma, crianças com necessidades educacionais especiais (NEE).
E elas não podem ficar de fora do planejamento. Procure antecipar quais ajustes podem ser necessá-
rios para que elas participem das propostas. As adaptações não devem ser vistas como um plano
paralelo, em que o aluno é segregado ou excluído. A lógica tem que ser o contrário: diferenciar os
meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação e ao convívio. O ideal é que a
escola conte com um profissional de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ajude você
nessa tarefa, orientando-o sobre como atuar em classe e complementando a prática na sala de re-
cursos. A inclusão não é obrigação apenas dos professores, mas de toda a escola.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
A avaliação pode ser feita de diferentes formas. A pergunta principal que você tem de responder, ao
final de uma sequência, é se os alunos avançaram de um estado de menor para um de maior conhe-
cimento sobre o que foi ensinado. Para isso, vale registrar os progressos de cada estudante, obser-
vando como ele se sai nas atividades, desde a sondagem inicial - que já é uma situação de aprendi-
zagem - até a etapa final. Ao analisar esses registros, fica fácil entender quais foram os avanços dos
alunos. Aliado a isso, pense em atividades avaliativas propriamente ditas, como provas e trabalhos.
Essas propostas precisam estar diretamente ligadas ao que você ensinou na sala de aula. Retome os
objetivos propostos e prepare uma consigna na qual fiquem claros os saberes que estão sendo pedi-
dos aos estudantes.
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SINTAXE
Sintaxe
1. OBJETO DIRETO
Para Identificar o
OBJETO DIRETO
faça a pergunta
VERBO + O quÊ?
Quem?
VOZ ATIVA
Como você percebeu, o objeto liga-se ao verbo sem auxílio da preposição. Entretanto, há casos em
que ele admite a construção com o conectivo preposicional, sendo denominado, então, de objeto
direto preposicionado.
quando o objeto direto é constituído por nomes próprios ou comuns principalmente com verbos que
expressem sentimentos. Ex.:
quando o objeto direto é constituído por pronome indefinido, que se refira a pessoa, ou pronome de
tratamento. Ex.:
Note que, se não houvesse a preposição diante do objeto, não se poderia identificar qual o sujeito:
o filho emocionado; e qual o objeto: ao pai.
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SINTAXE
2. Objeto Indireto
Para Identificar o
OBJETO INDIRETO
faça a pergunta
VERBO + A quÊ(M)?
DE Que(m)?
EM QUE(M)?
Observação
O objeto indireto pode ser representado também pelos pronomes oblíquos lhe, lhes, me, te, nos, vos,
de acordo com a transitividade verbal.
3. Complemento Nominal
Assim como os verbos, certos nomes também são transitivos, necessitando de um termo que os
complete.
O substantivo medo é completado pelo termo de você que constitui o complemento nominal.
Completar o Sentido de Um
• Substantivo
• adjetivo
• Advérbio
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SINTAXE
4. Agente Da Passiva
Para Identificar o
AGENTE DA PASSIVA
faça a pergunta
VOZ PASSIVA
1. Objeto direto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo direto sem
necessitar de preposição.
Exemplo:
Exemplo:
Se o objeto direto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva direta. É
substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto direto.
Exemplo:
2. Objeto indireto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo indire-
to necessitando de preposição.
Exemplo:
Se o objeto indireto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva indireta.
É substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto indireto.
Exemplo:
Concordo (com) que você trabalhe. (Observe que a preposição com está subentendida.)
a) um substantivo:
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SINTAXE
Exemplo:
b) um pronome substantivo:
Exemplo:
c) um numeral:
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Os pronomes oblíquos geralmente assumem a função de complementos verbais (objeto direto e obje-
to indireto). Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando complementos do verbo, funcionam como
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes funcionam como objeto indireto. Os demais pronomes oblíquos
(me, te, se, nos, vos) podem exercer a função de objeto direto ou de objeto indireto.
Para substituir o objeto direto de 3ª pessoa, devemos usar as formas o (s), a (s), lo (s), la (s), no (s),
na (s). Nunca a forma lhe (s).
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SINTAXE
As formas pronominais o e a variam para -lo e -la, quando estiverem colocadas depois de verbos que
terminem com as letras r, s, z. Neste caso, eliminam-se tais letras. Mas lembre-se que no falar diário
tais formas não são usadas; fica muito pedante. Devemos conhecer estes usos apenas para aplicá-
los a uma linguagem especial, culta.
Exemplo:
Esta é a casa de meus sonhos. Vou comprá-la, sem dúvida. Reformá-la-ei para meu próprio uso.
Meus empregados preparam-na para meu conforto.
2. As formas pronominais -no e -na são usadas depois de verbos que terminem em sons nasais, ou
seja, em am, em, ão ou õe.
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SINTAXE
O pronome lhe nunca substitui objeto direto! Ele é usado para substituir o objeto indireto.
Exemplo:
Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos e vos tanto podem exercer a função de objeto direto
quanto a de objeto indireto. Isto depende da regência verbal, ou seja, é necessário perceber a exi-
gência do verbo. Todavia, fica fácil identificar essas funções. Vamos aplicar um "jeitinho" infalível? Na
dúvida, retire o pronome oblíquo e em seu lugar use a expressão "o garoto" para identificar o objeto
direto e "ao garoto", para identificar o objeto indireto.
Exemplos:
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SINTAXE
Observação:
Você pode aplicar essa substituição para descobrir a função sintática de qualquer pronome deste
grupo.
Como estudamos anteriormente, o objeto direto é o termo da oração que completa a significação de
um verbo transitivo direto sem necessitar de uma preposição.
Há casos em que o objeto pode ser antecedido por uma preposição. Esta, porém, não é obrigatória.
Exemplos:
Lembre-se que o objeto indireto é complemento do verbo transitivo indireto. Já o objeto direto prepo-
sicionado é complemento de verbo transitivo direto.
Objeto Pleonástico
Muitas vezes, com o objetivo de dar ênfase, é antecipado o objeto, colocando-o no início da frase e,
depois ele é repetido através de um pronome oblíquo. Objeto pleonástico é o nome dado a esse
objeto repetido.
Exemplos:
Quando o objeto direto for representado por uma palavra que possui o mesmo radical do verbo que
ele completa, receberá o nome de objeto direto interno.
Exemplos:
Observação:
O núcleo do objeto direto interno deverá estar sempre especificado por um adjunto; caso contrário,
pode haver pleonasmo.
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SINTAXE
Orações Coordenadas
As orações coordenadas não exercem função sintática umas em relação às outras, ou seja, não
apresentam dependência entre elas.
Como pode-se observar, as orações são independentes do ponto de vista sintático e estão relaciona-
das através da conjunção e.
As orações coordenadas podem ser classificadas em assindéticas, quando não são introduzidas por
conjunção, ou sindéticas, quando são introduzidas por conjunção. Essas ainda são divididas em
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Orações Subordinadas
Normalmente são introduzidas por conjunções subordinadas integrantes e podem fazer o papel de
um substantivo nos períodos. Elas são classificadas de acordo com a sua função: subjetiva, completi-
va nominal, predicativa, apositiva, objetiva direta e objetiva indireta.
Essas orações exercem a função de adjunto averbial em relação ao verbo da oração princial. Elas
são classificadas em nove tipos: causais, consecutivas, comparativas, condicionais, conformativas,
concessivas, finais, proporcionais e temporais.
A seção com a qual você se depara neste momento diz respeito às orações coordenadas e orações
subordinadas. Pois bem, sem nenhuma dúvida, tal fato linguístico o (a) faz relembrar algo: período
composto.
Ora, se se trata de um período, obviamente que nele há duas orações, e éexatamente no estudo
delas que reside todo o conhecimento que a partir de agora você irá adquirir. Nesse sentido, gostarí-
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SINTAXE
amos - ainda que de forma superficial- que você se atentasse para os dois exemplos que abaixo se
mostram evidentes:
Em termos de construção sintática, não precisamos ir muito além para constatarmos que as duas
orações não mantêm entre si nenhuma relação de dependência para que se tornem decifráveis,
completas. Isso significa dizer que se classificam como orações coordenadas.
Em se tratando dos elementos sintáticos, não podemos afirmar que tais orações se assemelham às
coordenadas, haja vista que a primeira oração (assim que ela chegou) apresenta uma relação de
dependência para com a segunda – o que significa afirmar que se classificam como orações subordi-
nadas.
Sinais de Pontuação
Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem
como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica. São eles: o ponto (.), a vírgula (,),
o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?),
as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).
Ponto (.)
O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O
ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.
Exemplos:
Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e
pedir perdão.
Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores.
Vírgula (,)
A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o significado
quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar termos
com a mesma função sintática, bem como para separar o aposto e o vocativo.
Exemplos:
Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto)
O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma
relação de elementos.
É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa
que a vírgula e ora mais breve que o ponto.
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SINTAXE
Exemplos:
Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente.
Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas.
Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma
enumeração.
Exemplos:
O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam senti-
mentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.
Exemplos:
Que horror!
Ganhei!
O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou
indiretas-livre.
Exemplos:
Reticências (...)
As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito
mais além do que está expresso na frase.
Exemplos:
É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de
obras.
Exemplos:
Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do
meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."
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SINTAXE
Parênteses ( ( ) )
Exemplos:
Travessão (—)
O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para
substituir os parênteses ou dupla vírgula.
Exemplos:
Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos
problemas mais tarde.
Agora que você já conhece os sinais e as regras de pontuação, conheça também a Acentuação Grá-
fica.
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.
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SINTAXE
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.
Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas que-
rem.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.
O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.
O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente, po-
dendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funci-
onários.
O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o
sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho ne-
cessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.
O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos:
Eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.
O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.
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SINTAXE
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.
Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se hou-
ver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito no
plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedi-
dos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.
A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados ane-
xos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.
Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o substanti-
vo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.
Você sabe o que é sintaxe? A área da gramática que estuda a relação entre as palavras na oração e
no discurso subdivide-se em sintaxe de concordância, regência e colocação.
A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das
frases quando inseridas em um discurso. Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as
frases estabelecem relação lógica entre si, ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de
maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba
– ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas
regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja
acessível e compreensível. Observe:
Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos
da cidade
ou
Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas o congestionado ficou trânsito e o cidade da em pon-
tos vários?
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SINTAXE
Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade?
Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a
segunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem-dispostos, tornando-a agramatical.
Por isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras
nas orações.
Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e co-
locação. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua
portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos!
A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser
verbal ou nominal. Observe os exemplos:
► Concordância Verbal:
ou
A primeira opção é aquela que estabelece correta combinação entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito
(alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural:
eles 'ficaram'.
► Concordância Nominal:
ou
A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência
verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regen-
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SINTAXE
tes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o
sentido dos termos regentes.
► Regência Verbal:
A regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os
complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois
a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes significados. Obser-
ve:
► Regência Nominal:
A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os
termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Obser-
ve os exemplos:
Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos
verbos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos
nomes cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica:
A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de
maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses
termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo.
Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos:
► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo.
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SINTAXE
Sinônimos e Antônimos
Sinônimos
Do grego, o termo sinônimo (synonymós) é formado pelas palavras “syn” (com); e “onymia” (nome),
ou seja, no modo literal significa aquele que está com o nome ou mesmo semelhante a ele. Não obs-
tante, a sinonímia é o ramo da semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possu-
em significado ou sentido semelhante, sendo muito utilizadas nas produções dos textos, uma vez que
a repetição das palavras empobrece o conteúdo.
Tipos de Sinônimos
Embora, muito estudiosos da área advogam sobre a inexistência de palavras sinônimas (com valor
semântico idêntico), posto que para eles, cada palavra possui um significado distinto; de acordo com
a aproximação semântica entre as palavras sinônimas, elas são classificadas de duas maneiras:
Sinônimos Perfeitos: são as palavras que compartilham significados idênticos, por exemplo: léxico
e vocabulário; morrer e falecer; após e depois.
Sinônimos Imperfeitos: são as palavras que compartilham significados semelhantes e não idênti-
cos, por exemplo: feliz e alegre; cidade e município; córrego e riacho.
Exemplos de Sinônimos
Adversário e antagonista
Adversidade e problema
Alegria e felicidade
Alfabeto e abecedário
Ancião e idoso
Apresentar e expor
Belo e bonito
Brado e grito
Bruxa e feiticeira
Calmo e tranquilo
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SINTAXE
Carinho e afeto
Carro e automóvel
Cão e cachorro
Casa e lar
Contraveneno e antídoto
Diálogo e colóquio
Encontrar e achar
Enxergar e ver
Extinguir e abolir
Gostar e estimar
Importante e relevante
Longe e distante
Moral e ética
Oposição e antítese
Percurso e trajeto
Perguntar e questionar
Saboroso e delicioso
Transformação e metamorfose
Translúcido e diáfano
Antônimos
Do grego, o termo antônimo corresponde a união das palavras “anti” (algo contrário ou oposto) e
“onymia” (nome). A antonímia é o ramo da semântica que se debruça nos estudos sobre as palavras
antônimas. Do mesmo modo que os sinônimos, os antônimos são utilizados como recursos estilísti-
cos na produção dos textos.
Exemplos de Antônimos
Aberto e fechado
Alto e baixo
Amor e ódio
Ativo e inativo
Bendizer e maldizer
Bem e mal
Bom e mau
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SINTAXE
Bonito e feio
Certo e errado
Doce e salgado
Duro e mole
Escuro e claro
Forte e fraco
Gordo e magro
Grosso e fino
Grande e pequeno
Inadequada e adequada
Ordem e anarquia
Pesado e leve
Presente e ausente
Progredir e regredir
Quente e frio
Rápido e lento
Rico e pobre
Rir e chorar
Sair e entrar
Seco e molhado
Simpático e antipático
Soberba e humildade
Sozinho e acompanhado
A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do
discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os
significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus signi-
ficados.
Sinonímia: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que
possuem significado ou sentido semelhante.
Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia.
Estas palavras são chamadas de sinônimos.
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SINTAXE
adversário e antagonista;
translúcido e diáfano;
semicírculo e hemiciclo;
contraveneno e antídoto;
moral e ética;
colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose;
oposição e antítese.
Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe
ao outro, ou nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.
bendizer e maldizer;
simpático e antipático;
progredir e regredir;
concórdia e discórdia;
ativo e inativo;
esperar e desesperar;
comunista e anticomunista;
simétrico e assimétrico.
Parônimos e Homônimos
Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes, são caracterizadas
como parônimos e homônimos.
Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se
constituem de significados diferentes.
E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de
nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita.
Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial
dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante
da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para
o aprimoramento da competência linguística.
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SINTAXE
Homônimos
São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade gráfi-
ca (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os ho-
mônimos se subdividem em três grupos.
Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado. Veja-
mos alguns exemplos:
Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São
exemplos:
Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no significa-
do. Observemos alguns exemplos:
Parônimos
São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns
casos:
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SINTAXE
Um poema é constituído de verso e estrofe, seus versos podem apresentar ou não rima.
Por tratar-se de texto poético, nada mais sugestivo que admirarmos a beleza da poesia retratada a
seguir:
Soneto
Esteticamente, percebemos que se trata de um soneto, uma vez que o mesmo é constituído por qua-
tro estrofes, sendo que uma possui quatro versos e a outra, três versos.
Verso - É cada linha poética. Como o soneto é uma forma fixa, há sempre quatorze versos.
Estrofe - É o conjunto de versos. Como já foi mencionado, o soneto é formado por dois quartetos
(estrofe com quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos).
Os versos de uma poesia podem ter rima, ou seja, semelhança sonora entre as palavras, seja no final
ou no meio dos versos (rima interna).
Emparelhadas
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SINTAXE
Encadeadas
Não só o número de versos, estrofes e a presença de rimas que são fatores preponderantes numa
poesia, mas também outros elementos formais, tais como: Métrica (medida dos versos)
e Ritmo (alternância de sílabas quanto à intensidade).
É importante sabermos que existem poemas escritos com ou sem rima, e com ou sem regularidade
métrica. Os versos sem métrica regular (possuem tamanhos diferentes) são versos livres, e os ver-
sos soltos, sem rima entre si, são chamados de versos brancos.
Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabe-
lece relação entre duas orações.
Como se pode perceber, o que, nessa frase, está substituindo o termo professor e está relacionando
a segunda oração com a primeira.
Variáveis Invariáveis
O qual, a qual Que (quando equivale a o qual e flexões)
Os quais, as quais Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Cujo, cuja Onde (quando equivale a no qual e flexões)
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas
3. O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo classificado como pronome relativo
indefinido.
5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser em-
pregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.
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SINTAXE
6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as.
7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com prepo-
sições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).
8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente a do qual, de que, de quem.
Deve concordar com a coisa possuída.
9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pro-
nomes indefinidos tudo, todos ou todas.
10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual.
a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem anteceden-
te.
b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo re-
sultado da combinação da preposição a + onde.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem
mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particula-
ridades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem exprimem também o pensamen-
to de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocá-
bulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gra-
matical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. As figuras de linguagem costumam
ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem utilizados para dar maior ênfase às
palavras ou expressões da língua, sendo classificadas de acordo com as características que querem
expressar, a saber:
Figuras de Pensamento: estas figuras de linguagem estão relacionadas ao significado (campo se-
mântico) das palavras, por exemplo: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação,
prosopopeia e apóstrofe.
Figuras de Palavras: semelhantes às figuras de pensamento, elas também alteram o nível semântico
(significado das palavras), por exemplo: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e
antonomásia.
Figuras de Som: nesse caso, as figuras estão intimamente relacionada com a sonoridade, por exem-
plo: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.
Figuras de Sintaxe: também chamadas de “Figuras de construção”, estão relacionadas com a estrutu-
ra gramatical da frase, as quais modificam o período, por exemplo: elipse, zeugma, hipérbato, anacolu-
to, anáfora, elipse, silepse, pleonasmo, assíndeto e polissíndeto.
Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.
Figuras de pensamento
Figuras de Palavras
Metáfora
Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Na semântica, a metáfora representa uma das figuras de linguagem, ou seja, recursos linguísticos-
semânticos utilizados em diversos contextos a fim de dar mais ênfase aos enunciados.
Assim, a metáfora, considerada uma figura de palavra, utiliza os termos no sentido denotativo e os
transforma no modo figurado (conotativo), afim de estabelecer uma analogia (comparação metafórica),
tendo em vista a relação de semelhança entre eles.
Do grego, a palavra “metáfora” (metáfora) é formada pelos termos “metá” (entre), e “pherō” (carregar)
que significa transporte, transferência, mudança.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Da língua latina a palavra metáfora, representa a união dos termos “meta” (algo) e “phora” (sem senti-
do), no sentido literal é "algo sem sentido".
De acordo com estudos linguísticos, a metáfora é uma das figuras de linguagem mais utilizadas cotidi-
anamente.
Comparação
Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).
A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.
Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou
ideias num enunciado.
Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como,
assim, tão, quanto, parece, etc.
É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos,
por exemplo, na música, na literatura e no teatro.
Exemplos
Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na litera-
tura e na música:
“É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)
“Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)
“Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meire-
les)
“Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)
“A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu
Santos)
“Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Pareceborboleta que
fugiu de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)
Comparação e Metáfora
É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de am-
bas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.
Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação
ela acontece de maneira explícita.
Importante ressaltar que a metáfora não utiliza um elemento comparativo, o qual surge na comparação.
Exemplos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Metonímia
Na semântica, a metonímia é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de palavra, as
quais são largamente utilizadas para dar ênfase aos discursos.
Dessa maneira, a metonímia é um recurso linguístico-semântico que substitui outro termo segundo a
relação de contiguidade e/ou afinidade estabelecida entre duas palavras, conceitos, ideias, por exem-
plo:
Do grego, a palavra "metonímia" (metonymía) é constituída pelos termos “meta” (mudança) e “onoma”
(nome) que literalmente significa “mudança de nome”.
Exemplos de Metonímia
A metonímia pode ocorrer de inúmeras maneiras sendo as mais comum os casos abaixo:
Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. (trabalho)
Inventor pelo Invento: Meu pai me presenteou com um Ford. (inventor da marca Ford: Henri Ford)
Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite. (chocolate em pó)
Singular pelo plural: O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (vários cidadãos)
Concreto pelo abstrato: Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (inteligência)
Catacrese
Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, em-
barcar é o utilizado.
A catacrese é uma figura de linguagem que representa um tipo de metáfora de uso comum que, com o
passar do tempo, foi desgastada e se cristalizou.
Isso porque ao utilizarmos tanto determinada palavra, não notamos mais o sentido figurado expresso
nela. Por exemplo: O pé da cadeiraestá quebrado.
O exemplo acima nos leva a pensar no sentido denotativo e conotativo das palavras. Ou seja, a cadeira
não possui um “pé”, que no sentido denotativo é uma extremidade do membro inferior encontrada nos
animais terrestres.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Lembre-se que o sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários, o qual representa o conceito
“real” da palavra. No exemplo acima, o pé da cadeira está no sentido conotativo (ou figurado) da pala-
vra.
Sendo assim, a catacrese é um tipo especial de metáfora que já foi incorporada por todos os falantes
da língua.
Mas, por ser uma expressão muito utilizada e, portanto, desgastada, estereotipada, viciada e pouco
original, ela é considerada uma catacrese.
Nesse sentido, utilizamos essa figura de linguagem por meio da aproximação ou semelhança da forma
de tal objeto.
Assim, a catacrese faz uma comparação e usa um determinado termo por não ter outro que designe
algo específico. De tal modo, a palavra perde seu sentido original.
Conotação e Denotação
Metáfora
Exemplos de Catacrese
A catacrese é muito utilizada na linguagem coloquial (informal) e também em textos poéticos e músi-
cas. Pode ser considerada uma gíria, uma vez que facilita o processo comunicativo pelo uso de outras
palavras.
Árvore genealógica
Fio de óleo
Céu da boca
Boca do túnel
Boca da garrafa
Pele do tomate
Braço do sofá
Braço da cadeira
Braço de rio
Corpo do texto
Pé da página
Pé da cama
Pé da montanha
Pé de limão
Perna da mesa
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Maçã do rosto
Coroa do abacaxi
Asa da xícara
Asa do avião
Dentes do serrote
Dentes de alho
Cabeça do alho
Cabeça do prego
Cabeça do alfinete
Batata da perna
“Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido
alguns anos.” (Graciliano Ramos em Vidas Secas.)
A expressão “cotovelo da estrada” é um tipo de catacrese, utilizada nos textos poéticos para oferecer
maior expressividade ao texto.
“Usei a cara da lua/As asas do vento/Os braços do mar/O pé da montanha” (MPB-4 em “Composição
Estranha”)
Já as expressões “cara da lua” e “asas do vento” são exemplos de metáfora que ocorrem por meio de
uma relação de similaridade.
Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis”
e significa “mau uso”.
Originalmente, o termo “embarcar” era utilizado para expressar a entrada num barco. Mas de tanto que
foi utilizada pelos falantes para entrar em outros meios de transporte, hoje a utilizamos sem notar seu
sentido original. Assim, a palavra “embarcar” trata-se de uma catacrese.
Da mesma forma, a palavra “azulejo” era utilizada para determinar ladrilhos azuis. Atualmente, a utili-
zamos para determinar qualquer cor de ladrilho. E, portanto, também se trata de uma catacrese.
Ainda temos a palavra “encaixar” que no sentido original significava “colocar em caixas”. O termo foi
tão utilizado pelos falantes da língua que hoje determina a colocação de algo num local que cabe per-
feitamente.
Sinestesia
Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A sinestesia é uma figura de linguagem que faz parte das figuras de palavras. Ela está associada com
a mistura de sensações relacionadas aos sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.
Sendo assim, essa figura de linguagem estabelece uma relação entre planos sensoriais diferentes.
Ela é muito utilizada como recurso estilístico e, portanto, surge em diversos textos poéticos e musicais.
No movimento simbolista, a sinestesia foi muito empregada pelos escritores.
Exemplos
“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.”
(Eça De Queiros)
“Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Cla-
rice Lispector)
“Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-
me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)
“As falas sentidas, que os olhos falavam/ Não quero, não posso, não devo contar.” (Casimiro de
Abreu)
“Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio
manacá, meio alfazema.” (Mário de Andrade)
“O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, dei-
xando-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)
Sinestesia na Medicina
A sinestesia é um termo utilizado também na área da medicina. Trata-se de uma condição neurológica
(não é considerada doença), geralmente de causa genética (hereditária).
Ela faz com que um estímulo neurológico cognitivo ou sensorial provoque uma resposta numa outra via
cognitiva ou sensorial. Trata-se, portanto, de uma confusão mental.
Assim, um estímulo num determinado sentido provoca reações em outro, criando uma combinação
entre visão, audição, olfato, paladar e tato.
Pessoas que tem essa condição neurológica, por exemplo, ouvem cores e sentem sons.
Curiosidades
Do grego, o termo “synaísthesis” é formado pelos vocábulos “syn” (união) e “esthesia” (sensação). As-
sim, a palavra está relacionada com a união de sensações.
O termo “cinestesia” (com c) está relacionado com a percepção corporal por meio da ação dos múscu-
los e da sustentação do corpo.
Perífrase
Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está
na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa substituição é
feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso
estilístico em textos poéticos e musicais.
Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antono-
másia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (no-
mes próprios).
Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensamento de
modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.
Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.
Exemplos de Perífrase
O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)
Exemplos de Antonomásia
A dama do teatro brasileiro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. (Fernanda Montenegro)
O poeta da vila é considerado um dos mais importantes músicos do Brasil. (Noel Rosa)
A rainha dos baixinhos nasceu na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. (Xuxa)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Perífrase Verbal
No âmbito da gramática, a perífrase verbal é uma locução verbal que substitui um verbo simples, por
exemplo:
Hipérbole
Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.
Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.
Figuras de Pensamento
Hipérbole
Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.
Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.
Eufemismo
O Eufemismo é uma figura de pensamento, que corresponde a um dos subgrupos das figuras de lin-
guagem, a qual está intimamente relacionada ao significado das palavras. Do grego, a palavra
“euphémein” é formada pelo termo “pheme” (palavra) e o prefixo "eu-" (bom, agradável), que significa
“pronunciar palavras agradáveis”.
Sendo assim, o eufemismo é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem coloquial bem como
nos textos literários com o intuito de atenuar ou suavizar o sentido das palavras, substituindo assim, os
termos contidos no discurso, embora o sentido essencial permanece, por exemplo: Ele deixou esse
mundo. (nesse caso, a expressão “deixou esse mundo”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
Dessa forma, esse recurso é utilizado muitas vezes pelo emissor do discurso, para que o receptor não
se ofenda com a mensagem triste ou desagradável que será enunciada. No entanto, há expressões em
que notamos a presença do eufemismo, com um tom irônico, por exemplo: Ela vestiu o paletó de ma-
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FIGURAS DE LINGUAGEM
deira, frase indicando a morte da pessoa, de forma que a expressão “paletó de madeira” faz referência
ao objeto “caixão, ataúde, urna funerária”.
Note que o eufemismo se opõe a figura de pensamento denominada hipérbole, visto que ela é baseada
no exagero intencional do enunciador do discurso. Em outras palavras, enquanto o eufemismo suaviza
as expressões, a principal função da hipérbole é intensificar ou aumentar o sentido das palavras.
Litote
Forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da
hipérbole.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.
Litote é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para
abrandar uma expressão por meio da negação do contrário. Ele permite afirmar algo por meio da ne-
gação, por exemplo:
Eu não estou feliz com a notícia da prefeitura. Nesse exemplo, a expressão “não estou feliz” atenua a
ideia de “ficar triste”.
Lembre-se que essas palavras de significados opostos são chamadas de antônimos, por exemplo: bom
e mau, feliz e triste, caro e barato, bonito e feio, rico e pobre, etc.
O litote é muito utilizado na linguagem coloquial (informal) e geralmente o locutor tem o intuito de não
dizer diretamente o que se pretende. Além disso, ele é empregado nos textos literários.
Isso porque algumas vezes a expressão pode soar desagradável ou mesmo ter um tom agressivo para
o ouvinte.
Exemplos
Joana pode não ser das melhores alunas da classe. (é ruim, ou seja, não é boa)
Seus conselhos não são maus. (são bons, ou seja, não são maus)
Rafael não está certo sobre o crime. (está errado, ou seja, não está certo)
Essa bebida não está quente. (está fria, ou seja, não está quente)
Samuel não é pobre pois tem uma grande casa na praia. (é rico, ou seja, não é pobre)
Manuela não dançou bem na apresentação da escola. (dançou mal, ou seja, não dançou bem)
O supervisor Marcos não está limpo. (está sujo, ou seja, não está limpo)
Litote e Eufemismo
O litote e o eufemismo são duas figuras que pensamento que podem causar confusão. Isso porque o
eufemismo também é usado para atenuar uma ideia, por exemplo: Salvador não está mais entre nós
(ele morreu).
Da mesma maneira, o litote suaviza um enunciado, mas lembre-se que ele ocorre mediante a negação
do contrário.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Sendo assim, o litote se opõe à figura de pensamento chamada hipérbole, uma vez que ela marca um
exagero intencional do enunciador.
Ironia
Sarcasmo e Ironia
O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.
Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.
Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.
Sarcasmo e Ironia
O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.
Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.
Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.
Em resumo, o sarcasmo e a ironia estão intimamente ligados, entretanto, diferem na intenção estabe-
lecida pelo escritor, ou seja, o sarcasmo sempre apresenta um tom provocador, mordaz e de zombaria,
que apela ao humor ou ao riso, todavia, a ironia apresenta um tom menos áspero, de forma que se
trata de uma contradição do sentido literal das palavras, sendo utilizada de forma mais amena, sutil.
Não obstante, para alguns estudiosos do tema, o sarcasmo corresponde a um tipo de ironia com um
teor provocativo, e por sua vez, a ironia pode ser classificada de três maneiras, a saber: a ironia oral,
que expressa a diferença entre o discurso e a intenção; a ironia dramática ou satírica, diferença entre a
expressão e a compreensão; e a ironia de situação que corresponde a diferença existente entre a in-
tenção e o resultado da ação.
Ambos termos são provenientes da língua grega: a palavra sarcasmo (sarkasmós) significa zombaria,
escárnio, enquanto a palavra ironia (euroneia) significa dissimular, fingir. Para o escritor contemporâ-
neo brasileiro Gabito Nunes: “Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como
arma, é sarcasmo”.
Exemplos
Para estabelecer melhor essa distinção entre o sarcasmo e a ironia, vejamos os exemplos abaixo:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Sua maquiagem está linda, mas seu rosto é bem mais. (Sarcasmo)
Personificação
Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das palavras e corresponde ao
efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres inanimados.
Desse modo, a personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, ca-
racterísticas e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou
seres irracionais, por exemplo: O dia acordou feliz.
Segundo o exemplo, a característica de “acordar feliz” é uma característica humana, que, nesse caso,
está atribuída ao dia (substantivo inanimado).
Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres anima-
dos, por exemplo, os animais: A cachorro sorriu para o dono.
A palavra personificação, derivada do verbo personificar, possui origem latina, sendo formada pelos
termos “persona” (pessoa, face, máscara) e o sufixo "–ção", que denota ação, ou seja, significa, ao pé
da letra, uma pessoa mascarada.
Da mesma maneira, a palavra prosopopeia, derivada do grego, é formada pelos termos “prosopon”
(pessoa, face, máscara) e “poeio” (finjo), ou seja, significa pessoa que finge.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos muito utilizadas nos textos literários, de modo que o
enunciador (emissor, autor) pretende dar mais ênfase ao seu discurso. Assim, ele emprega as palavras
no sentido conotativo, ou seja, no sentido figurado, em detrimento do sentido real atribuído à palavra, o
sentido denotativo.
Figuras de Pensamento: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personifi-
cação e apóstrofe.
Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e
hipérbato.
Exemplos de Personificação
Nos exemplos acima, nota-se a utilização da personificação, na medida em que características de se-
res animados (que possuem alma, vida) são atribuídas aos seres inanimados (sem vida).
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Note que os verbos ligados os substantivos inanimados (dia, sol, vento, fogo e lua) são características
dos seres humanos: acordar, sorrir, assobiar, chorar e beijar.
Antítese
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
A Antítese representa uma figura de pensamento, pertencente a um dos subgrupos que compõem as
figuras de linguagem, que por sua vez, são recursos estilísticos que buscam proporcionar maior ênfa-
se, destaque ou expressividade ao discurso proferido.
De tal modo, a antítese corresponde a aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: o
ódio e a amor andam de mãos dadas. (nesse caso, o termo “ódio” está posicionada ao lado de seu
termo contrário, o "amor")
Na história literatura, a linguagem do período barroco (1580-1756), escola literária baseada nos con-
trastes, conflitos, dualidades e excessos, utilizou a antítese como um dos principais recursos estilísti-
cos. Do grego, a palavra “antithèsis” é formada pelos termos “anti” (contra) e thèsis (ideia), que significa
literalmente ideia contra.
Muito comum haver confusão entre as figuras de pensamento denominadas antítese e paradoxo, uma
vez que ambas estão pautadas na oposição.
No entanto, a antítese apresenta palavras ou expressões que contenham significados contrários, en-
quanto o paradoxo (também chamado de oximoro) emprega ideias opostas e absurdas entre o mesmo
referente no discurso.
Ambos exemplos estão pautados na oposição, no entanto, o primeiro buscou expor palavras contrárias,
ou seja, "verdade" e "mentira", enquanto no segundo, a oposição ocorre no mesmo referente, por meio
da ideia absurda de que a solidão é boa companhia, o que contraria o conceito ruim associado à condi-
ção da solidão: não ter amigos ou companheiros, ser um dos principais motivos da depressão, suicí-
dios, dentre outros.
Exemplos de Antítese
Segue abaixo alguns exemplos em que a antítese é empregada. Note que os termos em destaque
apontam para seus opostos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Paradoxo
Uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
Muitas vezes pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, expõem
uma ideia fundamentada na verdade.
Esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tal qual a filosofia, psicologia,
retórica, matemática e física.
Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo
“doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.
Exemplo de Paradoxo
Para entender melhor o conceito de paradoxo, vejamos a seguir, o soneto do português Luís Vaz de
Camões (1524-1580).
O escritor utiliza o paradoxo como principal figura de linguagem, ao unir ideais contraditórias que, por
sua vez, apresentam uma coerência:
Gradação
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.
A gradação (ou clímax) é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de pensamento. Ela
ocorre mediante uma hierarquia dos termos que compõem a frase.
A gradação é empregada por meio da enumeração de elementos frasais. Tem o intuito de enfatizar as
ideias numa sentença de ritmo crescente, até atingir o clímax (grau máximo).
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Ou seja, ela oferece maior expressividade ao texto utilizando uma sequência de palavras que intensifi-
cam uma ideia de maneira gradativa, e por isso recebe esse nome.
Essa figura de estilo é utilizada na linguagem artística, seja em textos poéticos ou musicais.
Classificação
Na gradação, essa hierarquia pode ocorrer na forma crescente ou decrescente. Quando ela ocorre de
maneira crescente é chamada de clímax ou gradação ascendente.
Por sua vez, se ocorre de maneira decrescente é chamada de anticlímax ou gradação descendente.
Para compreender melhor, confira abaixo os exemplos:
Ana estava pelo mundo e chegou no país, no estado, na cidade, no bairro. (anticlímax)
Exemplos de Gradação
“Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era amor. Só isso encontro./Caminho, navego,
voo,/- sempre amor.” (Cecília Meireles)
“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensangüentados (...).”
(Machado de Assis)
“Em cada porta um freqüentado olheiro,/que a vida do vizinho, e da vizinha/pesquisa, escuta, esprei-
ta, e esquadrinha,/para a levar à Praça, e ao Terreiro.” (Gregório de Matos)
“Oh, não aguardes, que a madura idade/Te converta em flor, essa beleza/Em terra, em cinza, em pó,
em sobra, em nada.” (Gregório de Matos)
“Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar
meio mundo.” (Murilo Mendes)
“E o meu jardim da vida/Ressecou, morreu/Do pé que brotou Maria/Nem margarida nasceu.” (Música
“Flor de Lis de Djavan)
Apóstrofe
Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica
dos discursos diretos.
De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente
ou ausente no momento da fala.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.
Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação(ou prosopo-
peia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.
Exemplos
Exemplos na Literatura
“Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)
“Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo
Bilac)
“Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e cha-
gas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio
Vieira)
Atenção!
Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é
um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.
A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas diferem no sentido.
Figuras de Sintaxe
Elipse
A elipse é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está relacionada com a construção sintática dos enunciados.
Ela é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entan-
to, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
No exemplo acima, sabemos que pela conjugação do verbo (primeira pessoa do singular), o termo
omitido foi o pronome pessoal (eu). Esse caso é chamado de “elipse de sujeito”. Além da omissão do
sujeito, a elipse pode ocorrer com outros termos da frase: verbos, advérbios e conjunções.
Utilizamos essa figura de linguagem (ou estilo) cotidianamente nos discursos informais (linguagem
oral).
Ela é também muito empregada nos textos de modo a oferecer maior fluidez textual, evitando, por
exemplo, a repetição de alguns termos nas frases. Importante notar que a ausência desses termos não
interfere na compreensão textual. Além da elipse, outras figuras de sintaxe são:
Exemplos
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. (Na
sala havia apenas quatro ou cinco convidados)
“A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade) – omissão
da conjunção “se”. (A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos)
“Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lo-
bo) – omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)
“Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música
“Atrás da porta”) –omissão dos pronomes “tu” e “eu” (Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu
olhar era de adeus, eu juro que não acreditei)
Elipse e Zeugma
A zeugma, tal qual a elipse, é figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.
A diferença entre elas consiste na identificação do termo na frase. Ou seja, na elipse, o termo pode ser
identificado pelo contexto, ou mesmo, pela gramática. Mas, na elipse esses termos não foram mencio-
nados anteriormente.
Já na zeugma, os termos que foram omitidos já foram mencionados. Para compreender melhor, veja
abaixo os exemplos:
Atenção!
Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório.
Exemplos:
Curiosidades
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Zeugma
Omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A Zeugma é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe ou de construção.
Isso porque ela interfere na construção sintática das frases.
Ela é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns
termos, como o verbo ou o substantivo.
Sendo assim, ela torna a linguagem do texto mais fluida. Quando é utilizada, o uso da vírgula torna-se
necessário.
Exemplos
“Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos.” (José Lins do Rego).
“Pensaremos em cada menina/que vivia naquela janela;/uma que se chamava Arabela,/outra que se
chamou Carolina.” (Cecília Meireles)
“O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chi-
co Buarque)
É muito comum haver confusão entre as duas figuras de sintaxe: zeugma e elipse. No entanto, elas
apresentam diferenças.
Para muito estudiosos do tema, a zeugma é considerada um tipo de elipse, visto que também é em-
pregada por meio da omissão de um ou mais termos na oração.
A elipse é a omissão de um ou mais termos do discurso que não foram expressos anteriormente. Mas
estes são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Já na zeugma, os termos já foram men-
cionados antes no discurso.
Ficamos ansiosos com o resultado. (pelo conjugação verbal podemos identificar a omissão do pro-
nome “nós”.) – elipse
Joaquim comprou duas calças, eu uma. (omissão do verbo no segundo período: comprei). – zeugma
Curiosidade
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Hipérbato
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
O hipérbato ou inversão é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem. Ele é caracte-
rizado pela inversão brusca da ordem direta dos termos de uma oração ou período.
Na construção usual da língua, a ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento.
Sendo assim, o hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da
frase. Por exemplo: Feliz ele estava. Na ordem direta a frase ficaria: Ele estava feliz.
Note que o uso do hipérbato pode comprometer muitas vezes o entendimento, ou mesmo gerar ambi-
guidade.
Anástrofe e Sínquise
Outras figuras de sintaxe que invertem os termos da frase são: a anástrofe e a sínquise.
A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e
que pode prejudicar o entendimento do período.
Por esse motivo, a anástrofe e a sínquise são consideradas por diversos estudiosos como tipos de
hipérbato.
Hipérbato e Anacoluto
Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto
apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira re-
pentina a estrutura da frase.
Dessa maneira, temos a impressão de que o pronome “ele” não exerce sua função sintática correta-
mente visto a pausa do período. E de fato, ele não possui relação sintática com os outros termos da
frase.
O anacoluto altera, portanto, a sequência lógica do plano sintático dos termos da frase, o que não ocor-
re no hipérbato.
Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.
Exemplos de Hipérbato
Tanto na literatura, como na música, o hipérbato é usado muitas vezes para auxiliar na rima e sonori-
dade dos versos.
Mas lembre-se que também utilizamos essa figura de linguagem no cotidiano, por exemplo:
Hipérbato na Música
O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise
abaixo os trechos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.
Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse
instante.
Hipérbato na Literatura
O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literá-
ria.
“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos
povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)
Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma
povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.
“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo sau-
dade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)
Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.
Polissíndeto
Ele é caracterizado pelo uso de síndetos, ou seja, de elementos conectivos (conjunções) nos períodos
compostos.
o polissíndeto forma as orações coordenadas sindéticas sendo que os elementos mais utilizados são:
e, ou, nem.
Essa figura de sintaxe é muito utilizada como recurso estilístico, sobretudo nos textos poéticos e musi-
cais.
Esse uso repetitivo das conjunções dá uma ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, oferecendo
mais expressividade ao texto.
Exemplos
“As ondas vão e vem/ E vão e são como o tempo.” (Música “Sereia” de Lulu Santos)
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ índios e padres e bichas, negros e mulheres/E
adolescentes fazem o carnaval.” (Música “Podre Poderes” de Caetano veloso)
“Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (“A um poeta” de
Olavo Bilac)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Polissíndeto e Anáfora
A anáfora é uma figura de sintaxe que também está relacionada com a repetição.
O que a difere do polissíndeto é que essa repetição pode ser de palavras ou expressões, e não somen-
te de elementos conectivos. Geralmente, a anáfora aparece no início das frases.
Acima, temos um exemplo em que as duas figuras de linguagem estão presentes por meio da repeti-
ção da conjunção "e".
Do grego, o termo “polysýndeton” é formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e pelo verbo “syndéo” (unir,
ligar). Sendo assim, a palavra polissíndeto significa “muitas ligações”.
Assíndeto
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
O assíndeto é uma figura de linguagem, mais precisamente umafigura de sintaxe. Ela é caracterizada
pela ausência de síndeto.
O síndeto, nesse caso, é uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coorde-
nadas.
Logo, o assíndeto corresponde a uma figura de sintaxe marcada pela omissão de conjunções (conecti-
vos) nos períodos compostos.
Geralmente, no lugar dos conectivos são colocados vírgula ou ponto e vírgula, criando assim orações
coordenadas assindéticas.
Além de ser utilizada na linguagem oral, o assíndeto é empregado como recurso estilístico nos textos
poéticos e musicais com o intuito de aumentar a expressividade, bem como enfatizar alguns termos da
oração.
Exemplos de Assíndeto
“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta.
Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)
“Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro,
canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)
“Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostan-
do, adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)
“A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer,
voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)
“Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
“Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura.
Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos,
amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)
Enquanto o assíndeto é determinado pela omissão de uma conjunção (síndeto), o polissíndeto é mar-
cado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo).
Exemplos:
Do grego, o vocábulo “asýndetos” é composto pelo “a”, que indica uma negação, e pelo verbo “syn-
déo”, que significa “unir”, “ligar”. Portanto, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.
Anacoluto
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
O anacoluto é uma figura de linguagem que está relacionada com a sintaxe das frases. Por esse moti-
vo, é chamada de figura de sintaxe.
Ele é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no dis-
curso. Assim, o anacoluto realiza uma “interrupção” na estrutura sintática da frase.
Note que as figuras de linguagem são muito utilizadas nos textos poéticos. Isso porque elas oferecem
maior expressividade ao texto.
No caso do anacoluto, na maioria das vezes, ele enfatiza uma ideia ou mesmo uma pessoa do discur-
so.
Normalmente, o termo inicial fica “solto” na frase sem apresentar uma relação sintática com os outros
termos. Por exemplo: Meu vizinho, soube que ele está no hospital.
A expressão "meu vizinho" parece ser o sujeito da oração, mas quando terminamos a frase podemos
constatar que ele não possui essa função sintática estabelecida.
Além de ser usado na linguagem literária e musical, o anacoluto é utilizado na linguagem coloquial
(informal). Na linguagem cotidiana ele é empregado pela espontaneidade típica desses tipos de discur-
sos.
Para compreender melhor essa figura de sintaxe, veja abaixo alguns exemplos:
Exemplos
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Anacoluto na Literatura
“Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)
“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”.
(Rubem Braga)
“Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestá-
veis.” (José Lins do Rego)
Figuras de Sintaxe
Além do anacoluto, outras figuras de sintaxe (ou de construção) que interferem na estrutura gramatical
das frases são:
Elipse
Zeugma
Hipérbato
Silepse
Assíndeto
Polissíndeto
Anáfora
Pleonasmo
Pleonasmo
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária
ao discurso, seja de maneira intencional ou não.
Classificação
Pleonasmo Vicioso
Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das
normas gramaticais.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é
muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.
Exemplos:
descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.
sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.
encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já
estamos posicionados de frente.
ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma
vez que enxergamos com esse órgão
outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.
Pleonasmo Literário
Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressivida-
de ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.
Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e se-
mântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença
poética' para fazer essa ligação.
Exemplos:
“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
Vícios de Linguagem
Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do fa-
lante ou por desconhecimento das regras da língua.
Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbaris-
mo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Silepse
Concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Há silepse de gênero, de número
e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioriados clien-
tes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios)
A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.
A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece as regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.
Classificação
Silepse de Pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o ver-
bo, que surge na primeira pessoa do plural.
Exemplos
No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha).
No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).
No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural)..
Anáfora
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.
A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do
texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso
estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma
expressão.
Exemplos
A anáfora é muito utilizada na poesia, na música e nas propagandas publicitárias. Veja abaixo alguns
exemplos:
Anáfora na Música
Anáfora na Literatura
Anáfora na Publicidade
Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.
Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação que já fora
mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.
Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.
Figuras de Som
Aliteração
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A aliteração é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de som (ou de harmonia).
É definida pela repetição de fonemas consonantais num enunciado. Isso significa que esses sons po-
dem ser parecidos ou iguais e, geralmente, estão localizados no início ou no meio da palavra.
A aliteração produz um efeito sonoro interessante, marcando o ritmo e sugerindo alguns sons seme-
lhantes às palavras que compõem o texto.
Sendo assim, a aliteração é um recurso linguístico muito utilizado nos textos poéticos para enfatizar
determinado som oferecendo maior expressividade ao texto.
Exemplos de Aliteração
“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.
“O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.
“Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.
“O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.” (provérbio popular) – repetição
da consoante “s”.
Paronomásia
Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)
A paronomásia é uma figura de linguagem que está definida na categoria de figuras de som.
Isso porque ela está relacionada com a sonoridade das palavras. Dessa forma, ela utiliza os parônimos
para enfatizar uma ideia e por isso recebe esse nome.
Lembre-se que as palavras parônimas apresentam sonoridade e são escritas de forma semelhante.
Mas o significado delas é muito diferente.
Geralmente a paronomásia é utilizada em textos literários, mas também pode ser usada na linguagem
oral e popular.
Palavras Parônimas
As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar
grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Obs: O trava-línguas é um tipo de parlenda que faz parte da literatura popular. Um dos recursos estilís-
tico utilizado para dificultar o falante na recitação da frase é a paronomásia, por exemplo: "Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio".
Nesse caso, além da aproximação de palavras semelhantes, temos também a repetição da consoante
"f" e da vogal "o". Portanto, o uso das figuras de som: aliteração e assonância.
Assonância
Exemplo:
A assonância é um tipo de figura de linguagem, chamada de figura de som ou harmonia. Ela é caracte-
rizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase.
É um recurso estilístico muito utilizado na literatura, na música e nos provérbios populares. Ela oferece
maior expressividade ao texto por meio da intensificação da musicalidade e do ritmo.
Além da assonância, as figuras de som mais importantes são: aliteração, paronomásia, onomatopeia.
Exemplos
“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arra-
nhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.
“Meu amor/O que você faria/Se só te restasse esse dia?/Se o mundo fosse acabar/Me diz o que você
faria” (O que você faria – Lenine) – repetição das vogais “ia”.
Aliteração e Assonância
Quanto às figuras de som, há duas que geram maior confusão. São elas a aliteração e a assonância.
Aliteração: “O pato pateta pintou o caneco” (Vinícius de Moraes) – repetição das consoantes “p” e “t”.
Assonância: “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da
vogal “u”.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Há muitos casos em que elas são utilizadas num mesmo verso ou frase, por exemplo:
“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…/O sol, celestial girassol, esmorece…/E as canti-
lenas de serenos sons amenos/Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos…” (Eugênio de Castro)
No exemplo acima notamos o uso de ambas figuras de som. A aliteração dos fonemas “ss” e “c”, além
da repetição das consoantes “f”. Já a assonância é marcada pela repetição das vogais tônicas “e”.
Onomatopeia
A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons
naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.
Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e
nas histórias em quadrinhos.
Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expres-
sam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.
Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein”
(fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.
Exemplos
Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos
seus tipos.
Produzem maior Produzem maior expres- Produzem maior expressivi- Produzem maior
expressividade à sividade à comunicação dade à comunicação atra- expressividade à
comunicação atra- através da combinação vés da inversão, repetição comunicação
vés das palavras. de ideias e pensamentos. ou omissão dos termos na através da sono-
construção das frases. ridade.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Articulação De Texto
Para construir um texto, necessitam-se de palavras (óbvio!). Estas palavras podem estar conectadas
entre si por meio de conjunções, pronomes, os quais irão dar sentido ao texto. Os operadores se-
quenciais e as expressões referenciais podem ser tanto sinônimos, os quais irão recuperar termos,
como antônimos, pronomes. Dessa forma, a unidade textual não fica redundante ou repetitiva - daí a
importância desses operadores e expressões de referência.
Em uma redação, por exemplo, é preciso saber qual conectivo (conjunções e preposições) ligam as
ideias para que estas se tornem claras. Esses elementos estão inclusos no que se convencionou, em
Linguística, chamar de coesão, tema que veremos nas linhas seguintes.
De acordo com Neves (2011, p. 449), os pronomes têm “a capacidade de fazer referência”. São eles:
Mim, Comigo, Nós, Conosco, Ti, Contigo, Vós, Convosco, Si, Consigo.
As preposições também são operadores sequenciais. São elas: a, até, com, contra, de, em, entre,
para, por, sob, sobre, ante, após, desde, perante, sem.
As conjunções, por sua vez, podem ser tanto coordenativas ou subordinativas. O primeiro tipo liga
duas orações independentes entre si. A segunda liga o sentido entre as frases dependentes.
Conjunções Coordenativas:
Aditivas: e, nem, também, como também, bem como, mas ainda, não só… mas, não só... mas tam-
bém, não só... como também, não só... bem como, não só... mas ainda.
Alternativas: ou, ou… ou, ora… ora, já… já, quer… quer, seja… seja.
Conjunções Subordinativas:
Causais: porque, uma vez que, sendo que, visto que, como, já que, desde que, pois.
Consecutivas: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), sem que, de modo que, de forma que, de
maneira que.
Comparativas: como, tal qual, que, do que, assim como, mais… que, menos… que, (tanto) quanto.
Conformativas: conforme, assim como, segundo, consoante, como, de acordo com que.
Condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, desde que.
Concessivas: mesmo que, por mais que, ainda que, ainda quando, quando mesmo, se bem que, em-
bora, conquanto, posto que, por muito que, apesar de que, que, malgrado, dado que, suposto que.
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (tanto menos), quanto
menos.
Temporais: quando, enquanto, sempre que, logo, que, depois que, desde que, assim que, até que,
cada vez que, sem que.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Coerência: manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os compo-
nentes do universo textual se unem de maneira acessível e relevante;
Por essas duas palavras - coesão e coerência - compreendemos a relação de sentido que se estabe-
lece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido (ou seja, criando um discurso que faça
sentido para o receptor). A coesão auxilia a coerência, mas não é algo necessário para que esta se
dê: mesmo não havendo coesão, pode haver coerência. A coerência manifestada no nível microtex-
tual refere-se aos modos como os componentes do universo textual estão ligados entre si dentro de
uma sequência.
Coesão: quando manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do
universo textual estão ligados entre si dentro de uma sequência;
Exofórica é quando há uma relação extralinguística, isto é, textos orais. Já a endofórica é uma rela-
ção interna. Será anáfora quando houver retomada, recuperação de termos, com o uso de pronomes,
por exemplo. Já a catáfora indica um termo subsequente, que será ainda falado.
Por exemplo:
Substituição: quando ocorre substituição de termos, como sinônimos que não são completamente
idênticos para a troca.
Portanto, ao fazer essa ligação, eles indicam que tipo de relação: causa e consequência, conclu-
são, oposição ou ressalva, soma de duas ideias, objetivo ou finalidade, e assim por diante.
Por isso, há vários tipos desses operadores argumentativos, que indicam argumentos diferentes e
sentidos diferentes no texto. Vejamos o esquema:
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, isto é, eles indicam a so-
ma de duas ideias: e, também, ainda, não só... mas também, além de..., além disso..., aliás...
Exemplo:
a) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo, e
também não se envolve em negociatas.
Observe que além de e e também dão ideia de soma. Somam as idéias de boa formação em Econo-
mia + não se envolver em negociatas.
b) João é o melhor candidato: a par de uma boa formação em Economia,também tem experiência no
cargo; além de que, não se envolver em negociatas.
Novamente temos operadores - a par de, também e além de - que somam argumentos a favor de
uma mesma conclusão.
Exemplo:
a) O custo de vida continua subindo bastante; as condições de saúde do povo brasileiro são
péssimas e a educação vai de mal a pior portanto (= logo, por consequinte, consequentemente) o
Brasil não é um país de primeiro mundo.
Operadores que indicam comparação entre elementos, com vista a uma dada conclusão: mais...
que, menos... que, tão... como, etc. Exemplos:
Antônio propõe:
Jorge responde:
Exemplo:
Observação:
De acordo com Garcia (1988), legitimamente, só os fatos ou fenômenos físicos têmcausa;
os atos ou atitudes praticados ou assumidos pelo homem têm razões,motivos ou explicações.
Da mesma maneira, os primeiros têm efeitos; e os segundos, consequências.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que apresentam argumentos que indicam ideias contrárias, ou seja, operadores que
ligam enunciados (= orações, frases) de sentido contrário, aqui temos dois grupos:
Toda oração que vem à direita dos operadores: mas, porém, contudo, todavia e no entanto
sempre tem o argumento mais forte, o argumento que predomina. Exemplo:
a) O candidato esforçou-se para causar boa impressão mas ele não foi selecionado.
Observe que o argumento que está à direita do mas é o mais forte, podemos dizer que ele vence o
argumento anterior.
É diferente, porém, o que acontece com os operadores: embora, ainda que, posto que, apesar de
(que). Esses operadores admitem o outro argumento, colocando apenas uma ressalva. Por isso, o
argumento introduzido por eles não predomina sobre o outro argumento.
Exemplos:
Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado (= frase, oração): até, mesmo,
até mesmo, inclusive, pelo menos, no mínimo.
Exemplos:
b) O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais ainda que a ruína e mesmo
mais que a morte. (Bertrand Russel) - O filósofo usou o operador mesmo para indicar o que seria
(para ele) o argumento mais forte neste enunciado.
c) O rapaz era dotado de grandes ambições; pensava em ser, no mínimo, prefeito da cidade onde
tinha nascido.
Operadores que se distribuem em escalas opostas: quase: o argumento indica maioria; apenas
(só, somente, poucos): o argumento aponta para a negação da totalidade. Exemplos:
Os operadores que indicam uma relação de tempo no enunciado: quando, assim que, logo que.
no momento em que...
Exemplo:
a) Assim que Antonio chegar, peça para ele vir a minha sala.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que indicam finalidade, objetivo no enunciado: para, para que, a fim de (que)...
Exemplo:
Coesão
Coesão é microestrutural, ou seja, acontece nas frases, perto uma das outras. Ela está sempre
marcada no texto. E fácil de vê-la. Há basicamente dois tipos de coesão:
a) a coesão por substituição, que é aquela que diz respeito ao modo como as palavras e as frases
do texto substituem umas às outras .
b) a coesão por ligação é como uma palavra liga uma frase à outra. Quem faz essa ligação e deter-
minam a sua linha argumentativa são os operadores argumentativos.
Os principais elementos de coesão são quatro: a referência, a elipse, a conjunção - cujos elemen-
tos são também chamados de operadores argumentativos e a coesão lexical.
Coesão referencial. É quando uma palavra remete a outra para ser entendida. Exemplos de coesão
referencial: endófora- anáfora, catáfora e exófora.
Endófora. A referência é endofórica quando o referente se acha expresso no próprio texto, é divi-
dida em: anáfora e catáfora.
Por exemplo: João trouxe vários objetos: lápis, borracha, caneta, etc.
Exófora. Ela acontece quando a remissão é feita a algum elemento que estáfora do texto.
Coesão por elipse. É a omissão de uma palavra, uma frase ou parte de um texto, mas
que facilmente entendemos qual seja. Exemplos:
Quero estudar para ter conhecimento. (O eu não aparece, mas facilmente entende-se quem
quer ter alguma coisa. Ele está elíptico. )
Coerência
A coerência é macroestrutural, ou seja, para que você possa achar um de seus elementos, deve ler
o texto todo. Diferentemente da Coesão, ela pode, muitas vezes, estar oculta, subentendida, im-
plícita.
Para que a textualidade aconteça, quatro fatores são necessários: a continuidade, a progressão, a
articulação e a não-contradição.
A continuidade é a retomada de conceitos e ideias no decorrer do texto e ideias só podem ser re-
tomadas por palavras... Ela acontece pela repetição da mesma palavra por um sinônimo, por
um pronome, por uma palavra da mesma área semântica do assunto principal do texto. José de
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Alencar, em Iracema, faz umadescrição da natureza, das coisas nacionais (Nacionalismo), pela
continuidade. Observe o fragmento:
"Além, muito além daquela serra, que ainda azul no horizonte, nasceuIracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que aasa da graúna, e mais
longos que seu talhe da palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso: nem a baunilha recendia nobosque seu hálito perfu-
mado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde cam-
peava sua guerreira tribo da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a
verde pelúcia que vestia a terra com asprimeiras águas."
A progressão é o outro lado da continuidade, ou seja, o texto deve continuar abordando o mesmo
assunto, mas não pode ficar repetindo as mesmas informações, deve ir acrescentando novos
dados, para que sua leitura não fique cansativa e seja útil, informativo para quem o lê e ter aceitabili-
dade. Essas novas informações é que fazem o texto progredir.
A articulação cuida da organização do texto todo harmonizando as partes que o compõem, estabe-
lecendo, quando for o caso, relações de causa e consequência, oposição e assim por diante.
Este fator de coerência tem a ver como os fatos e conceitos apresentados no texto se encadeiam,
como se organizam, que papéis exercem uns em relação ao outros, que valores assumem uns em
relação aos outros.
Muitas vezes, pode acontecer que a articulação não está explicitada por palavras ou expressões, ou
seja, por palavras de transição, mas a relação estáimplícita, subentendida. Um exemplo:
Em “João não veio à aula. Está doente”. A relação causa/consequência não está explícita com o ope-
rador argumentativo porque, mas está implícita e pode ser entendida normalmente.
Outro exemplo:
Funcionários que recebem uma nova proposta de trabalho na qual não estão interessados devem
evitar aquele joguinho de tentar leiloar-se para obter um aumento de salário ou uma promoção
(consequência).
A Mudança –
O Homem voltou a terra natal e achou tudo mudado. Até a Igreja mudara de lugar. Os moradores
pareciam ter trocado de nacionalidade, falavam língua incompreensível. O clima também era diferen-
te.
A custo, depois de percorrer avenidas estranhas, que se perdiam no horizonte, topou com um ca-
chorro que também vagava inquieto, em busca de alguma coisa. Eraum velhíssimo animal sem
trato, que parou a sua frente.
Piloto farejou longamente o homem sem abanar o rabo. O homem não se animou a acariciá-
lo. Depois, o cão virou as costas e saiu sem destino. O homem pensou em chamá-lo, mas desistiu.
Afinal, reconheceu que ele próprio tinha mudado, ou que talvez só ele mudara, e a cidade era a
mesma, vista por olhos que tinham, esquecido a arte de ver.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
A Coerência Textual
A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à sua superfí-
cie textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que de-
pende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.
Um discurso é aceito como coerente quando apresenta uma configuração conceitual compatível com
o conhecimento de mundo do recebedor. Essa. O texto não significa exclusivamente por si mesmo.
Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que precisa deter os
conhecimentos necessários à sua interpretação. O produtor do discurso não ignora essa participação
do interlocutor e conta com ela. É fácil verificar que grande parte dos conhecimentos necessários à
compreensão dos textos não vem explícita, mas fica dependente da capacidade de pressuposição e
inferência do recebedor.
Através dessa visão Ingedore villaça e Luiz Carlos travagua em seu livro “A coerência textual” pre-
tende em sua obra apenas introduzir os leitores ao estudo da coerência textual . É a coerência que
faz com que uma seqüência linguística qualquer seja vista como um texto, porque é a coerência, atra-
vés de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, semânticas e pragmáti-
cas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítu-
los, etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significa-
tiva global. Portanto é a coerência que dá textura etextualidade à sequência linguística, entendendo-
se por textura ou textualidade aquilo que converte uma seqüência lingüística em texto. Assim sendo,
podemos dizer que a coerência dá início à textualidade
Mesmo sendo uma obra que aponta vários fatores responsáveis pela coerência textual de um dis-
curso qualquer:a intencionalidade e aceitabilidade,fatores de contextualização, a situacionabilidade, a
informatividade e a intertextualidade,a intertextualidade e inferência , que têm a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo ,acrescentamos com outros fatores relevan-
tes de outros autores com a intenção de ampliar ainda mais nosso estudo sobre coerência textual
A idéia de incoerência depende de conhecimentos prévios sobre o mundo e do tipo de mundo em que
o texto se insere, bem como do tipo de texto.
O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja parti-
lhado pelo produtor e receptor do texto. O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento co-
mum.
Finalmente é preciso lembrar que o sentido que damos a um texto pode depender (e com freqüência
depende) do conhecimento de outros textos, com os quais ele se relaciona.
Neste capitulo você deve ter intuído uma concepção básica do que seja o fenômeno da coerência e
do que depende. Busquemos a seguir uma visão mais detalhada e sistemática da coerência textual.
Conceito de Coerência
O que é coerência
Dificilmente se poderá dizer o que é coerência apenas através de um conceito, pó isso vamos defini-
la através da apresentação de vários aspectos e/ou traços que, em seu conjunto, permitem perceber
o que esse termo significa.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja,
ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida com
um principio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o sentido desse texto. Este sentido, evidentemente,
deve ser do todo, pois a coerência é global. Para haver coerência é preciso que haja possibilidade de
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos.
A relação que tem de ser estabelecida pode ser não só semântica (entre conteúdos), mas também
pragmática, entre atos de fala, ou seja, entre as ações que realizamos ao falar (por exemplo: jurar,
ordenar, asseverar, ameaçar, prometer, avisar). Este fato é que levou Widdowson (1978) a dizer que
a coerência seria a relação entre os atos de fala que as proposições realizam (uma proposição é defi-
nida como representação lingüística de um estado de coisas por meio de um ato de referencia e um
ato de predicação, daí a expressão conteúdo proposicional).
Beaugrande & Dressler (1981) e Marcushi (1983) afirmam que, se há uma unidade de sentido no todo
do texto quando este é coerente, então a base da coerência é a continuidade de sentidos entre os co-
nhecimentos ativados pelas expressões do texto. Essa continuidade diz respeito ao modo como os
componentes do mundo textual, ou seja, o conjunto de conceitos e relações subjacentes à superfície
lingüística do texto, são mutuamente acessíveis e relevantes. Evidentemente, o relacionamento entre
esses elementos não é linear e a coerência aparece, assim, como uma organização reticulada, tenta-
cular e hierarquizada do texto. A continuidade estabelece uma coesão conceitual cognitiva entre os
elementos do texto através de processos cognitiva entre os elementos do texto através de processos
cognitivos que operam entre os usuários (produtor e receptor) do texto e são não só de tipo lógico,
mas também dependem de fatores socioculturais diversos e de fatores interpessoais, entre os quais
podemos citar:
As regras sócias que regem o relacionamento entre pessoas ocupando determinados “lugares soci-
ais”
O Simples cortejo das idéias, das expressões lingüísticas que as ativam e das suas posições no texto
deixam evidente o caráter não linear, reticulando, tentacular da coerência.
A coerência se estabelece na interlocução entre os usuários do texto, (seu produtor e receptor). Tex-
tos sem que continuidade são considerados como incoerente, embora a continuidade relativa a um
dado tópico discursivo seja uma condição para o estabelecimento da coerência, nem sempre a conti-
nuidade representará incoerência. Os processos cognitivos operantes entre os usuários do texto ca-
racterizam a coerência na medida em que dão aos usuários a possibilidade de criar um mundo textual
que pode ou não concordar com a versão estabelecida do “mundo real”.
A coerência é algo que se estabelece na interlocução, na interação entre dois usuários numa dada
situação comunicativa. Carolles (1979) afirmou que a coerência seria a qualidade que têm os textos
que permitem aos falantes reconhece-los como bem formados, dentro de um mundo possível (ordiná-
rio ou não). A boa formação seria vista em função da possibilidade de os falantes recuperarem o sen-
tido de um texto, calculando sua coerência. Considera-se , pois , a coerência como principio de inter-
pretabilidade, dependente da capacidade dos usuários de recuperar o sentido do texto pelo qual inte-
ragem, capacidade essa que pode ter limites variáveis para o mesmo usuário dependendo da situa-
ção e para usuários diversos, dependendo de fatores vários (como grau de conhecimento sobre o as-
sunto, grau de cursos lingüísticos utilizados , grau de integração dos usuários. A coerência tem a ver
com a boa formação em termos da interlocução comunicativa, que determina não só a possibilidade
de estabelecer o sentido do texto, mas também , com freqüência, qual sentido se estabelece.
Não se deve pensar que a questão de estabelecimento de sentido esteja apensa do lado receptor. A
questão é mesmo de interação.
Van Dijk e Kintsch falam de coerência local, referente a parte do texto ou a frases ou a seqüência de
frase dentro do texto; e em coerência global, que diz respeito ao texto em sua totalidade. Já mostra-
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A COERÊNCIA TEXTUAL
mos que a coerência do texto é global. A coerência local adv~em do bom uso dos elementos da lín-
gua em seqüências menores, para expressar sentidos que possibilitem realizar uma intenção comuni-
cativa. Incoerências locais advêm do mau uso desse mesmos elementos lingüísticos para o mesmo
fim. Ao se construir um texto, é preciso cuidado, pois o acumulo de incoerências locais pode tornar o
todo do texto incoerente.
Coerência semântica, que se refere à relação entre significados dos elementos das frases em se-
qüência em um texto ou entre os elementos do texto como um todo.
Coerência sintática, que se refere aos meios sintática para expressar a coerência semântica como,
por exemplo, os conectivos, o uso de pronomes, de sintagmas nominais definidos e indefinidos.
A coerência sintática nada mais é do que um aspecto da coesão que pode auxiliar no estabeleci-
mento da coerência.
Coerência estilística, pela qual um usuário deveria usar em seu texto elementos lingüísticos, (léxico,
tipos de estruturas, frases, etc.) pertencentes ou constitutivos do mesmo estilo ou registro lingüístico.
Coerência pragmática, que tem a ver com o texto visto como uma seqüência de atos de fala. Estes
são relacionados de modo que, para a seqüência de atos ser percebida como apropriada, os atos de
fala que a constituem devem satisfazer as mesmas condições presentes em uma dada situação co-
municativa. Caso contrário temos incoerência.
A divisão da coerência em tipo tem o mérito de chama a atenção para diferentes aspectos daquilo
que chamamos de coerência: o semântico, o pragmático, o estilístico e o sintático. Mas é preciso ter
sempre em mente que a coerência é um fenômeno que resulta da ação conjunta de todos esses ní-
veis e de sua influência no estabelecimento do sentido do texto, uma vez que a coerência é, basica-
mente, um principio de interpretabilidade do texto, caracterizado por tudo do que o processo aí impli-
cado possa depender inclusive a própria produção do texto, na medida em que o produtor do texto
quer que seja entendido e o constitui para isso, excetuadas situações muito especiais.
A coerência é subjacente, tentacular, reticulada, não-linear, mas, como bem observa Charolles, se
relaciona com a linearidade do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a linearidade
do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a coesão do texto , pois por coesão se en-
tende a ligação , a relação , os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a su-
perfície textual. A coerência , que é subjacente, a coesão é explicitamente revelada através de mar-
cas lingüísticas, índices formais na estrutura da seqüência lingüística, índices formais na estrutura da
seqüência lingüística e superficial do texto, o que lhe dá um caráter linear, uma vez que se manifesta
na organização seqüencial do texto, tendo em vista a ordem em que aparecem , a coesão é sintática
e gramatical, mas também semântica , pois , em muitos casos, os mecanismos coesivos se baseiam
numa relação entre os significados de elementos da superfície do texto , como na chamada coesão
referencial.
A sequenciação por recorrência (ou parafrástica) é obtida pelos seguintes mecanismos: recorrência
de termos, de estruturas (o chamado paralelismo), de conteúdos semânticos (paráfrase), de recursos
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A COERÊNCIA TEXTUAL
fonológicos segmentais e suprassegmentais (ritmos, rima, aliteração, eco, etc), de aspectos e tempos
verbais.
A coesão seqüencial por progressão (ou frástica) é feita por mecanismos que possibilitam:
A manutenção temática;
A relação da coesão com a coerência existe porque a coerência é estabelecida a partir da seqüência
lingüística que constitui o texto, isto é, os elementos da superfície lingüística é que servem de pistas,
de ponto de partida para o estabelecimento da coerência. A coesão ajuda a estabelecer a coerência
na interpretação do textos, porque surge como uma manifestação superficial da coerência no pro-
cesso de produção desse mesmos textos.
Embora a coesão auxilie no estabelecimento da coerência, ela não é garantia de se obter um texto
coerente. Observa Charolles, os elementos lingüísticos da coesão não são nem necessários, nem su-
ficientes para que a coerência seja estabelecida.
Como a coesão não é necessária, há muitas conseqüências lingüísticas com poucos ou nenhum ele-
mento coesivo, mas que constituem um texto porque são coerentes e por isso têm o que se chama
de textualidade.
Como a coesão não é suficiente, há seqüências lingüísticas coesas, para as quais o receptor não
pode ou dificilmente consegue estabelecer um sentido global que as faça coerentes.
O mau uso dos elementos lingüísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de
sua especificidade de uso e função. Às vezes também ocorre um tipo de incoerência porque o não
uso de elementos necessários calcula-la de forma mais direta causa uma estranhamento da seqüên-
cia pelo receptor. A separação entre coesão e coerência não é tão nítida, a coesão tem relação com
a coerência na medida em que é um dos fatores que permite calcula-a e , embora do ponto de vista
analítico seja interessante separa-las , distingui-las, cumpre não esquecer que são duas faces do
mesmo fenômeno.
Coerência e texto
È a coerência que faz com que uma seqüência lingüística qualquer seja vista como um texto, porque
é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, se-
mânticas e pragmáticas) entre os elementos da seqüência (morfemas, palavras, expressões, frase,
parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebe-la, na recepção, como constituindo uma
unidade significativa global. Portanto, é a coerência que dá textura ou textualidade à seqüência lin-
güística, entendendo-se por textura ou textualidade.
A coerência dá origem a textualidade , o que responde a primeira questão.A coesão é apenas um dos
fatores de coerência, que contribui para a constituição do texto enquanto tal, representando fatos de
face lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma se-
qüência lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma
seqüência lingüística em texto. A coesão não dá textualidade é a coerência que faz isso.
Para Beaugrande e Dressler, para quem a coerência é definida em função da continuidade de senti-
dos há seqüências lingüísticas incoerentes, que seriam aqueles em que o receptor não consegue
descobrir qualquer continuidade de sentido. Marcuschi e mesmo Fávero e Koch falam na existência
de textos incoerentes.
Já Charolles afirma que as seqüências de frases não são coerentes ou incoerentes em si. Para Cha-
rolles não há texto incoerente em si. Charolles admite o tipo de incoerência que já referimos com o
nome de incoerência local e que pode resultar do uso inadequado de elementos lingüísticos, violando
seu valor e função.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Bernárdez, ao falar do processo de criação de um texto coerente, propõe que ele se dá em três fases
e que, em cada uma delas, podem ocorrer falhas causadoras de incoerência em determinados casos:
Na segunda fase, o produtor do texto desenvolve um plano global que lhe possibilite conseguir que
seu texto cumpra sua intenção comunicativa, ou seja, tenha êxito face a todos os fatores envolvidos.
Na terceira fase, o produtor realiza as operações necessárias para expressar verbalmente o plano
global, de maneira que, através das estruturas superficiais, oprecebedor seja capaz de reconstituir ou
identificar a intenção comunicativa.
Não existe o texto incoerente em si, mas que o texto poder incoerente em/para determinada situação
comunicativa. Assim, ao dizer que um texto é incoerente, temos que especificar as condições de inco-
erência.
O texto será incoerente se seu produtor não souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção
comunicativa, objetivos, destinatário, regras socioculturais, outros elementos da situação, uso dos re-
cursos linguísticos, etc. Caso contrário, será coerente.
O mau uso de elementos lingüísticos e estruturais cria incoerências no nível local. O produtor do
texto, em função de sua intenção comunicativa, levando em conta todos os fatores da situação e
usando seu conhecimento lingüístico, de mundo , etc., constrói o texto, cuja superfície lingüística é
constituída de pistas que permitem aos receptor calcular o (um) sentido do texto, estabelecendo sua
coerência, através da consideração dos mesmos fatores que o produtor e usando os mesmo recur-
sos. A coerência não é nem característica do texto, nem dos usuários do mesmo, mas está no pro-
cesso que coloca texto e usuários em relação numa situação comunicativa. Tendo em vista:
Os elementos lingüísticos da superfície do texto funcionam como pistas que o produtor do texto es-
colheu em função de sua intenção comunicativa e do(s) sentido(s) que desejava que o receptor do
texto fosse capaz de recuperar – pode-se esperar que diferentes tipos de textos apresentem diferen-
tes modos, meios e processos de manifestação da coerência na superfície lingüística.
Diferentes tipos de textos têm diferentes esquemas estruturas que, na Lingüística Textual, recebem o
nome de superestruturas. Narrativos, descritivos, dissertativos, líricos, ficção, dramáticos, poéticos e
prosas. O conhecimento ou não, a utilização ou não das características de superestrutura de cada
tipo pode auxiliar ou dificultar o estabelecimento de coerência.
Os estudos da coerência e coesão nos textos orais, em comparação com os textos escritos, os usuá-
rios utilizam recursos diferenciados na superfície lingüística, de modo que sua coerência tem de se
estabelecer e ser julgada por mecanismos e critérios diversos dos utilizados para o texto escrito, sob
pena de incorrermos em falhas de julgamento.
Quando a lingüística começou a tomar o texto como unidade de estudo, os estudiosos, acreditando
na existência de textos e não-textos, propuseram a formulação de uma gramática do texto.Com a
evolução dos estudos que não existe a seqüência lingüística incoerente em si e, portanto, não existe
o não texto. Passou-se à construção de uma Teoria do texto ou Lingüística do Texto, que é dizer a
boa ou má formação dos textos, mas permitir representar os processos e mecanismos de tratamentos
dos dados textuais que os usuários põem em ação quando buscar interpretar uma seqüência lingüís-
tica, estabelecendo o seu sentido e, portanto, calculando sua coerência.
Tais processos e mecanismos , em sua atuação , sofrem restrições que obedecem a determinações
psicológicas e cognitivas, socioculturais, pragmáticas e lingüísticas. Por isso, o estudo da produção ,
compreensão e coerência textuais tornou-se um campo inter e pluridisciplinar. Charolles cabe aos lin-
güistas “delimitar, na constituição e composição textuais, qual é a parte e a natureza das determina-
ções (que referimos no parágrafo anterior) que resultam dos diferentes meios que existem na diferen-
tes línguas, para exprimir a continuidade ou a seqüência do discurso”.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
O lingüista deve, assim, fazer “a analise das marcas de relação entre as unidade de composição tex-
tual que a língua usa para resolver, o melhor possível, os problemas de interpretação que seu uso
possa gerar. Isto para além da generalidade dos processos psico e sociocognitivos que intervêm na
interpretação (da coerência) do discurso”.
Fatores de Coerência
A construção da coerência decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: lin-
güísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais .
Elementos lingüísticos
Conhecimento de Mundo
Os scripts modos de agir altamente estereotipados em dada cultura, inclusive em termos de lingua-
gem;
È o nosso conhecimento de mundo que nos faz considerar estranho o texto. È a partir dos conheci-
mento que temos que vamos construir u modelo do mundo representado em cada texto – é o uni-
verso (ou modelo) textual. Para que possamos estabelecer a coerência de um texto, é preciso que
haja correspondência ao menos parcial entre os conhecimentos nele ativados e o nosso conheci-
mento de mundo , pois , caso contrário, não teremos condições de construir o universo textual dentro
do qual as palavras e expressões do texto ganham sentido.
Conhecimento Compartilhado
È preciso que o produtor e receptor de um texto possuam , ao menos uma boa parcela de conheci-
mentos comuns.
Constituem o co-texto;
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Inferências
Inferência é a operação pela qual, utilizando seu conhecimento de mundo, o receptor de um texto es-
tabelece uma relação não explicita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos) deste texto
que ele busca compreender e interpretar; ou, então, entre segmentos de textos e os conhecimentos
necessários para a sua compreensão.
Fatores de Contextualização
Os fatores de contextualização são aqueles que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa de-
terminada. Segundo Marcushi podem ser de dois tipos: os contextualizadores propriamente ditos e os
perspectivos ou prospectivos. Entre os primeiros estão a data, o local, a assinatura, elementos gráfi-
cos, timbre, etc., que ajudam a situar o texto e , portanto , a estabelecer-lhe a coerência.
Entre os fatores gráficos, temos: disposição na página, ilustrações, fotos, localizações no jornal (ca-
derno, página), que contribuem para a interpretação do texto.
Os fatores perspectivos ou prospectivos são aqueles que avançam expectativas sobre o conteúdo – e
também a forma – do texto: titulo, autor, inicio do texto.
Situacionalidade
A Situacionalidade, outro fator responsável pelo coerência, pode ser vista atuando em duas direções:
Da situação para o texto – trata-se de determinar em que medida a situação comunicativo interfere
na produção recepção do texto e , portanto no estabelecimento da coerência., o contexto imediato da
interação, o contexto sociopolitico-cultural em que a interação está inserida. Ao construir um texto,
verificar o que é adequado àquela situação especifica: grau de formalidade, variedade dialetal, trata-
mento a ser dado ao tema, etc. O lugar e o momento da comunicação, as imagens recíprocas que os
interlocutores fazem uns do outros, os papéis que desempenham, seus pontos de vista , o objetivo da
comunicação.
Do texto para a situação – também o texto tem reflexos importantes sobre a situação comunicativa:
o mundo textual não é jamais idêntico ao mundo real. O produtor recria o mundo de acordo com seus
objetivos, propósitos, interesses, convicções, crenças, etc. Os referentes textuais não são idênticos
ao do mundo real, mas são construídos no interior do texto. O receptor, por sua vez, interpreta o texto
de acordo com a sua ótica, os seus propósitos, as suas convicções – há sempre uma mediação entre
o mundo real e o mundo textual.
Informatividade
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Mas também são freqüentes, tanto em texto poéticos como em textos publicitários ou manchetes jor-
nalísticas.
È a informatividade que vai determinar a seleção e o arranjo das alternativas de distribuição da infor-
mação no texto, de modo que o receptor possa calcular-lhe o sentido com maior ou menor facilidade,
dependendo da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético, mais ou menos
polissêmico, ou que está, evidentemente, na dependência da situação comunicativa e do tipo de texto
a ser produzido.
Focalização
A focalização tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte
do seu conhecimento, bem como com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo
textual. O produtor fornece ao receptor pistas sobre o que está focalizando. Diferenças de focalização
podem causar problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coe-
rência.
A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização. No caso de palavras ho-
mônimas, a focalização comum do interlocutores permitirá depreender o sentido do termo naquela
situação especifica. A focalização determina também, em dados casos, o uso adequado de certos
elementos lingüísticos. Um dos mais importantes meios de evidenciar a focalização é o uso do que
chamamos de descrições ou expressões definidas, isso é, grupos nominais introduzidos por artigo
definido (ou por demonstrativos). Tais expressões selecionam , dentre as propriedades e característi-
cas do referente, aquelas sobre as quais se deseja chamar a atenção.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Como já vimos anterior-
mente ativa e/ou seleciona conhecimentos de mundo que temos arquivados na memória, avançando
expectativas sobre o conteúdo do texto.
Intertextualidade
Intertextualidade implícita não se tem indicação de fonte, de modo que o receptor deverá ter os co-
nhecimentos necessários para recupera-la; do contrário, não será capaz de captar a significação im-
plícita que o produtor pretende passar. Não havendo indicação da fonte do texto original, caberá re-
ceptor, através de seu conhecimento de mundo, não só descobri-la como detectar a intenção do pro-
dutor do texto ao retomar o que foi dito por outrem.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Intencionalidade e Aceitabilidade
O produtor de um texto tem, necessariamente, determinados objetivos ou propósitos, que vão desde
a simples intenção de estabelecer ou manter o contato com o receptor até a de leva-lo a partilhar de
suas opiniões ou a agir ou comportar-se de determinada maneira. A intencionalidade refere-se ao
modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para
tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados.
A intencionalidade tem relação estreita com o que se tem chamado de argumentatividade. Se aceita-
mos como verdade que não existem textos neutros, que há sempre alguma intenção ou objetivo da
parte de quem produz um texto, e que este não é jamais uma “cópia” do mundo real, pois o mundo é
recriado no texto através da mediação de nossas crenças, convicções, perspectivas e propósitos, en-
tão somo obrigados a admitir que existe sempre uma argumentatividade subjacente ao uso da lingua-
gem. A argumentatividade manifesta-se nos textos por meio de uma série de marcas ou pistas que
vão orientar os seus enunciados no sentido de determinadas conclusões.
Entre estas marcas encontram-se os tempos os tempos verbais, os operadores e conectores argu-
mentativos, os modalizadores, entre outros. A partir dessa marcas, como também das inferências e
dos demais elementos construtores da textualidade, o receptor construirá a sua leitura, entre aquelas
que o texto, pela maneira como se encontra lingüisticamente estruturado, permite. È por isso que
todo texto abre a possibilidade de várias leituras.
Consistência e Relevância
De acordo com Giora, dois requisitos básicos para que um texto possa ser tido como coerente são a
consistência e a relevância.
A condição de consistência exige que cada enunciado de um texto seja consistente com os enuncia-
dos anteriores, isto é, que todos os enunciados do texto possam ser verdadeiros dentro de um
mesmo mundo ou dentro dos mundos representados no texto. O requisito da relevância exige que o
conjunto de enunciados que compõe o texto seja relevante para um mesmo tópico discursivo subja-
cente, isto é, que os enunciados sejam interpretáveis como falando sobre um mesmo tema.
A relevância tópica é outro fator importante da coerência. A coerência não é apenas um traço ou uma
propriedade do texto em si, mas sim que ela se constrói na interação entre o texto e seus usuários,
numa situação comunicativa concreta, em decorrência de todos os fatores aqui examinados.
Coerência e Ensino
O objetivo é registrar alguns pontos fundamentais quando se pergunta em que as análises da lingüís-
tica sobre coerência, coesão e texto podem auxiliar no trabalho do professor no ensino de língua ma-
terna. Lembraremos alguns aspectos que podem ser importantes para a adoção de uma postura me-
todológica pelo professor. Metodologia, uma questão de postura, ideologia, metas, objetivos e funda-
mentos e não apenas técnicas de ensino.
Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede conceitual – o
mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e seqüências de frases
dentro de um texto.
Aceitabilidade – dá-se quanto à expectativa de que o recebedor tenha acesso a um texto coerente e
coeso.
Intertextualidade – para isso o texto deve interagir com outros textos que funcionam oco seu con-
texto
Entre os cinco fatores pragmáticos estudados por Beaugrande e Dressler (1983), os dois primeiros se
referem aos protagonistas do ato de comunicação: a intencionalidade e a aceitabilidade.
O outro lado da moeda é a aceitabilidade, que concerne à expectativa do recebedor de que o con-
junto de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz de
levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor.
Grice (1975. 1978) estabelece máximas conversacionais, que seriam estratégias normalmente adota-
das pelos produtores para alcançar a aceitabilidade do recebedor. Tais estratégias se referem à ne-
cessidade de cooperação (no sentido de o produtor responder aos interesses de seu interlocutor) e à
qualidade (autenticidade), quantidade (informatividade), pertinência e relevância das informações,
bem como à maneira como essas informações são apresentadas (precisão, clareza, ordenação, con-
cisão, etc).
Informatividada
O texto com bom índice de informatividade tem que apresentar todas as informações necessárias
para que seja compreendido com o sentido que o produtor pretende. Não é possível nem desejável
que o discurso explicite todas as informações necessárias ao seu processamento, mas é preciso que
ele deixe inequívocos todos os dados necessários à sua compreensão aos quais o recebedor não
conseguirá chegar sozinho.
Focalização
A focalização que tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma
parte do seu conhecimento e com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo tex-
tual. Seria como uma câmera que acompanhasse tanto o produtor como o receptor no momento em
que um texto é processado. O primeiro fornece ao segundo determinadas pistas sobre o que está fo-
calizando, ao passo que o segundo terá de recorrer a crenças e conhecimentos compartilhados sobre
o que está sendo focalizado, para poder entender o texto (e as palavras que o compõem), de modo
adequado.
Fatores da Contextualização
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Intencionalidade e Aceitabilidade
A obra expõe a constituição dos sentidos nos textos e seus fatores, tais como os elementos lingüísti-
cos, o conhecimento do mundo, as inferências e a situação. Um de seus capítulos é dedicado ao re-
gistro de como a análise da coerência textual pode auxiliar no trabalho do professor no ensino da lín-
gua e em sala de aula. Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos signifi-
cados que sua rede de conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa
rede conceitual – o mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
Tipos de Coerência
São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica. Co-
nhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação.
Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto.
Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias apre-
sentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente com-
prometida.
É importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a cons-
trução da coerência global de um texto. São eles:
Coerência Sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos ele-
mentos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambí-
guas, bem como o uso inadequado dos conectivos.
Coerência Semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, an-
tes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as
relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.
Coerência Temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o
tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impe-
dindo assim o comprometimento da coerência temática.
Coerência Pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos,
orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a
sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma afirma-
ção ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado. Quando
essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.
Coerência Estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve
ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística
não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como
o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente
nos textos não literários.
Coerência Genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo
com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha
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A COERÊNCIA TEXTUAL
como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua lingua-
gem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura
com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um deter-
minado gênero assumindo a forma de outro.
É importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma ruptura
com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a coerência
contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão
do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o conhecimento
linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade e a
intencionalidade.
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MORFOSSINTAXE
Morfossintaxe
A palavra pode ser classificada isoladamente, analisando apenas sua classe gramatical, ou pode ser
estudada a partir da função que estabelece dentro da oração. Se o objeto de estudo é a palavra, tem-
se a análise morfológica. Entretanto, se a busca é por sua função na oração, surge a análise sintá-
tica.
Quando a análise ocorre no âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe
gramatical e função sintática, as dúvidas são muitas quando essa análise é exigida. Em geral, ela não
é solicitada explicitamente. Entretanto, sempre que a função sintática é pedida, é importante pensar a
que classe gramatical a palavra pertence. Fazendo isso, ficará mais fácil definir sua função.
Embora a língua portuguesa não seja uma ciência exata, no caso da morfossintaxe é possível pen-
sar de forma mais objetiva, pois as funções sintáticas são definidas previamente. Por exemplo, o ad-
jetivo é um caracterizador, portanto, ou estará ao lado do nome, ou se relacionando com ele. Então, a
única função sintática dessa classe gramatical será a de adjunto adnominal. Por isso, é melhor que a
análise morfológica preceda à sintática.
Se a análise é morfológica, qual é o objeto de estudo? A palavra. Então, por alguns minutos, imagine
que a frase não exista, somente a palavra. “Corte-a” e indique sua classe gramatical. Coloque em
prática todo seu conhecimento. “Dialogue” com cada palavra. Pense em que classe gramatical ela se
enquadra. Se as dúvidas nos conceitos de substantivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio,
preposição, adjetivo, conjunção e interjeição aparecerem, é importante voltar e revisar.
Façamos a análise morfológica do enunciado abaixo, lembre-se de que o objeto de estudo é a pala-
vra:
A: Artigo
Prova: Substantivo
Estava: Verbo
Muito: Advérbio
Complicada: Adjetivo
Qual é a função do artigo? Acompanhar o substantivo, não é? Sintaticamente, quem tem a função de
vir junto ao nome? Adjunto adnominal. Portanto, toda classe gramatical cuja função é a de acompa-
nhar o nome (numeral, pronome adjetivo, artigo) exercerá função sintática de adjunto adnominal.
E o substantivo? Que função pode exercer? Vamos recordar? Núcleo do sujeito, do objeto indireto, do
objeto direto, do predicativo, do agente da passiva, do complemento nominal e do aposto. Podendo
exercer ainda as funções de adjunto adnominal e adjunto adverbial, quando compõe locuções adjeti-
vas ou adverbiais. Qual o único termo do enunciado que estamos analisando que poderá exercer a
função de núcleo do sujeito? Prova, não é? Por quê? Porque é um substantivo.
Que função sintática terá o verbo? Se for significativo (intransitivo, transitivo direto, indireto ou direto e
indireto) terá a função de núcleo, ou seja, parte mais importante do predicado verbal ou verbo-nomi-
nal. Se a função dele for de ligar o sujeito ao seu predicativo, terá a função de verbo de ligação. O
verbo do enunciado que estamos analisando recebe esta classificação.
Há algum advérbio? Qual é a única função sintática exercida por essa classe gramatical? Núcleo do
adjunto adverbial. Então, no exemplo, a palavra muito (classificação: advérbio de intensidade – fun-
ção sintática: adjunto adverbial)
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MORFOSSINTAXE
O adjetivo também aparece no exemplo. Que função sintática será exercida por ele? É importante re-
cordar que o adjetivo pode ser núcleo do adjunto adnominal e do predicativo do sujeito. Para definir a
função do adjetivo, a pergunta que deve ser feita é: onde o adjetivo está posicionado, ao lado de um
nome, no sintagma nominal, ou no sintagma verbal? Se acompanhar um nome, sua função será de
adjunto adnominal. Se estiver no sintagma verbal caracterizando o sujeito, como é o caso do adjetivo
complicada, será um predicativo do sujeito, pois estará caracterizando-o.
Agora, ficou fácil classificar o sujeito e o predicado do exemplo, não é mesmo? Se o sujeito está ex-
plícito e só possui um núcleo, será sujeito simples. Se o predicado é constituído de verbo de ligação,
só poderá ser predicado nominal.
É possível perceber que, embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe,
forma e função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante.
Ao nos depararmos com ambas (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões
conferidas pela gramática, e mais: que uma corresponde às classes gramaticais e a outra se refere
às distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em se tratando de um dado contexto linguís-
tico.
Visando à plena efetivação de nossos conhecimentos acerca deste assunto, ora concebível como
sendo de extrema relevância, ater-nos-emos a alguns casos em que esta ocorrência se materializa.
Analisemos:
Defrontamo-nos com um típico exemplo em que um mesmo termo é visto sob diferentes ângulos, po-
dendo ser assim analisados:
4º - objeto indireto, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
5º - predicativo do sujeito, pois além de revelar uma característica a que o sujeito se refere, ainda se
liga a este por intermédio de um verbo de ligação, configurando um caso de predicado nominal.
A morfossintaxe compreende uma análise feita às orações a partir de termos sintáticos e morfológi-
cos. Sendo assim, a morfossintaxe compreenderá uma análise completa, abrangendo tanto a análise
sintática, como também morfológica.
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MORFOSSINTAXE
Por meio disso, é importante ressaltar e relembrar o que é uma análise sintática e uma análise morfo-
lógica. Elas serão fundamentais, uma vez que abrangem a morfossintaxe.
Análise morfológica: realiza a análise individual dos elementos componentes da ligação. A mesma
independe da ligação entre as palavras que compõem a oração;
Análise sintática: faz uma análise mais abrangente, compreendendo a relação das palavras dentro de
uma oração. Por meio disso, a função da análise sintática é entender a função que os elementos inte-
grantes da oração desempenham entre si;
Como ressaltado anteriormente, para fazer a análise segundo a morfossintaxe de uma oração, é ne-
cessário combinar ambas as análises anteriormente apresentadas. A formação e o destrinchar da
oração se dará em duas etapas:
Serão as duas as responsáveis por cobrir a morfossintaxe, a fim de entender a formação da oração.
Sendo assim, seja por meio da representação de cada palavra, ou do sentido da frase como um todo,
será possível entender o contexto e sentido.
Análise Morfológica
A análise morfológica tem como função a análise individual das classes de palavras. Entre elas, estão
o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral, o pronome, o verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.
Utilizamos: 1ª pessoa do plural do verbo utilizar, com conjugação no presente do indicativo, da voz
ativa;
a: artigo definido;
sem: preposição;
Análise Sintática
Por outro lado, a análise sintática abrange a função de verificar a ligação dos termos que integram a
oração, a fim de compreender o contexto. Estão entre eles: complemento verbal e nominal, agente da
passiva, adjunto adverbial e adnominal e, por fim, o aposto.
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MORFOSSINTAXE
Morfossintaxe
Por meio disso, teremos a morfossintaxe a simples combinação das análises. Ao cobrir tanto a aná-
lise individual, como o sentido do contexto, temos a análise morfossintaxe.
A análise morfológica das palavras preconiza a classificação isolada das palavras em diferentes
classes gramaticais.
A análise sintática das palavras preconiza a classificação da função que as palavras desempenham
inseridas numa oração.
Análise morfológica
Tendo como base uma análise morfológica, as palavras podem ser classificadas em:
substantivo;
artigo;
adjetivo;
pronome;
numeral;
verbo;
advérbio;
preposição;
conjunção;
interjeição.
ontem: advérbio
a: artigo definido
Ana: substantivo próprio
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MORFOSSINTAXE
Análise sintática
Tendo como base uma análise sintática, os termos de uma oração podem ser classificados em:
sujeito;
predicado;
objeto direto;
objeto indireto;
predicativo do sujeito;
predicativo do objeto;
complemento nominal;
agente da passiva;
adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.
sujeito: A Ana
predicado: comprou um livro novo
objeto direto: um livro novo
adjunto adverbial: ontem
adjunto adnominal: a, um, novo
Análise morfossintática
Através da análise morfossintática, ou seja, através da análise simultânea desses dois tipos de classi-
ficação, é possível compreender quais as funções que uma determinada classe gramatical pode de-
sempenhar numa oração.
Sujeito: Pode ser representado por substantivos, pronomes pessoais retos, pronomes demonstrati-
vos, pronomes relativos, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos e numerais.
Predicativo do sujeito: Pode ser desempenhado por adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, pro-
nomes e numerais.
Predicativo do objeto: Pode ser desempenhado por adjetivo, locuções adjetivas e substantivos.
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MORFOSSINTAXE
Adjunto adnominal: Pode ser representado adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, nume-
rais adjetivos e artigos.
Trata-se de uma análise individual, fazendo a definição das palavras de acordo com as seguintes
classes:
Substantivo;
Artigo;
Adjetivo;
Numeral;
Pronome;
Verbo;
Advérbio;
Preposição;
Conjunção;
Interjeição.
Exemplo 1:
Utilizamos = primeira pessoa do plural do verbo utilizar (nós), sendo conjugado no presente do indica-
tivo e possuindo voz ativa
a = artigo definido
Exemplo 2:
Ontem = advérbio
a = artigo definido
Um = artigo indefinido
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MORFOSSINTAXE
Novo = adjetivo
Conforme é possível observar, essa análise classifica as palavras de maneira objetiva e individual,
sem considerar qualquer tipo de relação entre elas.
Já com relação à análise sintática, é apontada a função e relação existente entre os termos da ora-
ção, fazendo uma análise um pouco mais complexa que a análise morfológica. Essa classificação
consiste em apontar:
Sujeito;
Predicado;
Complemento verbal;
Complemento nominal;
Agente da passiva;
Adjunto adnominal;
Adjunto adverbial;
Aposto.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
A Bruna = sujeito
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MORFOSSINTAXE
Resposta
Resposta
Análise morfológica
As = artigo definido
Meninas = substantivo
Preocupadas = adjetivo
Análise sintática
No caso de pessoas que estão estudando para provas mais específicas como Enem, vestibulares e
concursos ou simplesmente desejam saber mais sobre esta matéria, é recomendado realizar listas de
exercícios especificamente sobre morfossintática e consultar os melhores livros da área.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.
Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas
querem.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.
O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.
O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente,
podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de
funcionários.
O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho
necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.
O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.
O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes
pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.
Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o
substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Definição:
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e
seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambí-
guas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os comple-
mentam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportu-
nidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudan-
ça ou retirada de uma preposição. Observe:
Saiba que:
As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja
os exemplos:
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim
utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai,
possui, no padrão culto da língua, sentido diferente.
Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e
a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transiti-
vidade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases
distintas.
Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns deta-
lhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Exemplos:
Fui ao teatro.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
b) Comparecer
Por Exemplo:
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem
preposiçãopara o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lem-
brar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem as-
sumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complemen-
tos verbais, objetos indiretos.
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,
amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, esti-
mar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
como adjuntos adnominais).
Exemplos:
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses
verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pesso-
ais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos
para substituir pessoas).
Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes-
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros:
a) Consistir
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Por Exemplo:
b) Obedecer e Desobedecer:
Por Exemplo:
c) Responder
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
quem" ou "ao que" se responde.
Por Exemplo:
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, ad-
mite voz passiva analítica. Veja:
d) Simpatizar e Antipatizar
Por Exemplo:
Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso impli-
que modificações de sentido. Dentre os principais, temos:
Abdicar
Acreditar
Almejar
Ansiar
Anteceder
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos
estranhos.
Atender
Atentar
Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.
Cogitar
Consentir
Deparar
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa
trilha.
Gozar
Necessitar
Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para
preparar a apresentação.
Preceder
Presidir
Renunciar
Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.
Satisfazer
Versar
Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Mere-
cem destaque, nesse grupo:
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado
a pessoas. Veja os exemplos:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Saiba que:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto,
mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Por Exemplo:
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cien-
tificar, prevenir.
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o
complemento indireto.
Por Exemplo:
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e
indireto de pessoa.
Por Exemplo:
Pedi-lhe favores.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Saiba que:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final redu-
zida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio ver-
bo (pre).
Agradar
Por Exemplo:
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege com-
plemento introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
ASPIRAR
Por Exemplo:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Por Exemplo:
Obs.: como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas
pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:
Assistir
Por Exemplo:
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto
adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
Chamar
Por exemplo:
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se
refere predicativo preposicionado ou não.
Exemplos:
Custar
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto
adverbial.
Por exemplo:
Por exemplo:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito re-
presentado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:
Implicar
Por exemplo:
Por exemplo:
Por exemplo:
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".
Por Exemplo:
Proceder
1) Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sem-
pre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
Exemplos:
Exemplos:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Querer
Exemplos:
Visar
1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Por Exemplo:
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposi-
ção "a".
Exemplos:
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CRASE
Crase
Crase é um dos metaplasmos por supressão de fonemas a que as palavras podem estar sujeitas à
medida que uma língua evolui.
O termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da pre-
posição "a" com:
OBS.: Nunca haverá crase no termo a que, mesmo quando puder ser substituído por à qual. Ex.: A
questão a que me refiro é esta. = A questão à qual me refiro é esta.
O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa é o acento grave.
Acentua-se a preposição a quando, substituindo-se a palavra feminina por uma masculina, o a torna-
se ao.
As palavras terra, casa e distância são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da pala-
vra casa (lar) só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário
não ocorre a crase. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier
acompanhada de um modificador — da mesma maneira que existe a expressão "a bordo", enquanto
que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase. Quanto à palavra distância, só
haverá crase se esta estiver especificada.
Exemplos:
O pronome aquele (e variações) e também aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento
grave no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.
A contração "à" pode surgir também com a elipse de expressões como "à moda (de)", "à maneira
(de)", como em "arroz à grega" (à maneira grega), "filé à Chatô" (à moda de Chatô)", etc. É este o único
caso em que "à" se pode usar antes de um nome masculino.
Regras de Verificação
Para saber se a crase é aplicável, ou seja, se deve ser usada a contração à (com acento grave) em vez
da preposição a (sem acento), aplique-se uma das regras de verificação:
1) Substitui-se a preposição a por outra preposição, como em ou para; se, com a substituição, o artigo
definido a permanecer, então a crase é aplicável.
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CRASE
Exemplos:
2) Troca-se o complemento nominal, após "a", de um substantivo feminino para um substantivo mascu-
lino; se, com a troca, for necessário o uso da combinação ao, então a crase é aplicável.
Exemplos:
Com crase, porque ao se trocar o complemento — Prestou relevantes serviços ao povo — aparece a
combinação ao.
Sem crase, porque ao se trocar o complemento — Chegarei daqui a um minuto — não aparece a com-
binação ao.
Obs.: a crase não ocorre antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de
nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio
lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).
Crase facultativa
Casos Proibidos
Tendo por princípio basilar que a palavra "à" é o feminino de "ao", não existe crase onde também não
cabe o uso de "ao". Portanto, nas seguintes situações:
Antes de verbos:
Preços a combinar.
Antes de substantivos masculinos, salvo no já supracitado caso de estar subentendida a expressão "à
moda de":
Passear a Cavalo
Antes de numerais:
De 10 a 100
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CRASE
a brilhantes psicólogas
a soluções
Mas: Caminhamos até à (a) casa. (no caso específico de "até", a crase é facultativa)
Antes de pronomes pessoais, relativos cujo/s, cuja/s e quem, demonstrativos, indefinidos, interrogati-
vos e de tratamento (com exceção de senhora, senhorita, dona e madame):
Obs.: (Pronomes demonstrativos de terceira pessoa, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqueloutro*,
aqueloutra*, aqueloutros*, aqueloutras* podem levar crase):
Os pronomes aqueloutro/s e aqueloutra/s não são muito usados, mas são encontrados em textos literá-
rios.
À exceção de:
Vou a Salvador.
Vou a Lisboa.
Vou a Madri.
Obs.: substituir por "Fui à" ou "Vim da" (pode crasear) — "Fui a" ou "Vim de" (crasear pra quê?).
Vou a Brasília.
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CRASE
Vou à Bahia.
À exceção de: Quando o lugar está determinado com um adjunto adnominal, assim como ocorre com
"casa" e "terra", a crase é obrigatória em topônimos que não admitem artigo
A crase é um fenômeno fonético ( ` ) que representa a junção da preposição “a” com o artigo feminino
“a”. Além disso, pode haver crase também na combinação da mesma preposição
com pronomes demonstrativos que se iniciem com a letra “a”.
Exemplo:
Normas
Fica a dica – Em uma oração, se você puder substituir o substantivo feminino por um masculino e este
for antecedido por “ao”, haverá crase.
Exemplo:
Júlia levou sua irmã ao teatro / Júlia levou sua irmã à praça
Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às claras, à meia noite, às três horas;
Exemplo:
Horas específicas
Exemplo:
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CRASE
Hora genérica
Exemplo:
5- Antes dos substatnivos casa e terra, desde que não tenham o sentido de lar e terra firme, respecti-
vamente.
Exemplo:
Mas
Lugar específico
Mas
6- Usa-se crase com pronomes demonstrativos e relativos quando vierem precedidos da preposição a.
Exemplo:
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento
grave.
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CRASE
Antes de verbos:
Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as, ocorre
crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
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CRASE
Ocorre crase:
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem a pre-
posição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere,
como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra feminina que
se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
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CRASE
Estudei a distância.
Estudei à distância.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque nestes
casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a
anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de verificar se há anteposi-
ção do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com a
preposição a, ficando à:
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não haverá
contração com a preposição a, permanecendo a:
Vim de Brasília.
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CRASE
Estou em Brasília.
Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se esta
estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.
O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um adjunto
adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.
Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
O que é a crase?
A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a com o
artigo definido feminino a (a + a = à).
Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com os pro-
nomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.
Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o substan-
tivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da preposição a
contraindo com o artigo definido a.
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CRASE
Atenção!
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da crase de-
pende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise do enunciado
frásico, sendo importante compreender que não acorre crase se houver apenas a preposição a, ou
apenas o artigo definido a ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que
haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração, formando crase.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Colocação Pronominal
A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe,
nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:
Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o
ritmo, a ênfase e o estilo.
Uso da Próclise
Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca.
Exemplos:
Nunca o vi assim.
Exemplos:
Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do
advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome.
Exemplos:
Agora, descansa-se.
Exemplos:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Orações interrogativas.
Exemplos:
Quem te presenteou?
Uso da Mesóclise
A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se hou-
ver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise.
Exemplos:
Uso da Ênclise
Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação de pronome
depois do verbo é atraída pelas seguintes situações:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Exemplos:
Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as re-
gras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o
verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio.
Exemplos:
Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o
verbo principal está no particípio.
Exemplos:
O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em
cuja voz verbal é reflexiva.
Exemplos:
Exemplos:
Procura-se cãozinho.
Alugam-se casas.
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.
Dicas:
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e
em último caso, ênclise.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São
elas:
b) Advérbios.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
c) Conjunções subordinativas.
d) Pronomes relativos.
e) Pronomes indefinidos.
f) Pronomes demonstrativos.
Mesóclise
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos
não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
Exemplos:
Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Dicas:
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atra-
tiva.
Exemplos:
b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxi-
liar.
Dicas:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Exemplos:
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Exemplos:
Chame-o agora.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-
se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem
ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.
A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação
ao verbo.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
Em se tratando de saneamento, o Brasil ainda tem que investir muito na área de tratamento de es-
goto.
É importante informar que a ênclise não ocorre no início da frase, na linguagem formal. Portanto, os
pronomes pessoais oblíquos átonos não iniciam orações.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do
caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o
pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:
Na primeira oração, os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são perten-
centes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de com-
plemento, e consequentemente é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, assim, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda
oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Aju-
dar quem? Você (lhe).
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado an-
tes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução
verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de
preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
Colocação Pronominal
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os
pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Próclise
• Advérbios:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• Pronomes relativos:
• Pronomes indefinidos:
• Pronomes demonstrativos:
• Conjunção subordinativa:
Ênclise
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes
oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:
Mesóclise
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros mo-
nossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima.
Próclise
Conjunção subordinativa:
Advérbio:
Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.
Pronome indefinido:
Pronome relativo:
Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas ora-
ções optativas (orações que exprimem um desejo):
Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Mesóclise
A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que
não haja algum fator de próclise.
Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pro-
nome pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor.
Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal:
Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal:
Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar:
Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar:
Ênclise
De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo,
desde que não haja condições para a próclise ou para a mesóclise.
Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em:
Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo.
Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal:
A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distin-
tas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.
Próclise ou ênclise?
A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a es-
trutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso da próclise encontra-se
generalizado na linguagem falada e escrita.
É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início da frase, nem
haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situa-
ção, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.
Ouviram-me chamar?
Deram-lhe os parabéns!
Existem diversas situações que justificam o uso específico de uma forma de colocação pronominal.
Ênclise
Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do
pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos.
Sente-se imediatamente!
Próclise
A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que
justifiquem o adiantamento do pronome, como:
Nunca a esquecerei.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Quem me chamou?
Deus te guarde!
Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá
ser usada a ênclise.
Mesóclise
A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no fu-
turo do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação
que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.
A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no particípio ou no
gerúndio e infinitivo.
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar após o verbo prin-
cipal ou após o verbo auxiliar.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar antes da locu-
ção verbal ou depois da locução verbal.
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar depois do verbo
auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar antes da locu-
ção verbal.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Apesar do tema pedir para abordar somente sobre a oração e o período, colocarei também um pouco
sobre frase para tornar o assunto mais completo.
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indi-
ca ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoria-
mente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é re-
duzida a sinais de pontuação.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de seus ele-
mentos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:
frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer?
frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mão-
zinha! – Faça-o sair!
Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois elementos es-
senciais: sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”.
O predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
num nome, teremos um predicado nominal.
A existência é frágil.
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um pensamento com-
pleto e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-exclamação e por reticências.
Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.
Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só
frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A
oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao
qual pode ou não estar ligado um sujeito.
Rua!
Já em:
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
“Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.”
Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não
satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo,
com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absolu-
ta.
Chove.
A existência é frágil.
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as pala-
vras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda também
as relações existentes entre as diversas orações que formam um período.
termos essenciais;
termos integrantes;
termos acessórios.
Sujeito: a Madalena
Predicado: pagará suas dívidas ao banco
Objeto direto: suas dívidas
Objeto indireto: ao banco
Adjunto adverbial: amanhã
Adjunto adnominal: a, suas
Sujeito: o diretor
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Sujeito: a roupa
Predicado: foi passada pela vizinha
Agente da passiva: vizinha
Aposto: uma senhora trabalhadora
Sujeito: ela
Predicado: acusou-a de fofoqueira
Objeto direto: a
Predicativo do objeto: fofoqueira
Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações
de coordenação ou de subordinação.
Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de esta-
rem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individual-
mente porque apresentam sentidos completos.
Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra.
Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de
forma separada.
Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em subs-
tantivas, adjetivas ou adverbiais.
Oração subordinada substantiva subjetiva: Foi anunciado que Jorge será o novo diretor.
Oração subordinada substantiva objetiva direta: Nós não sabíamos que isso seria obrigatório.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta: A empresa precisa de que todos os funcioná-
rios sejam assíduos.
Oração subordinada substantiva completiva nominal: Tenho esperança de que tudo será melhor
no futuro!
Oração subordinada substantiva predicativa: O importante é que minha filha é feliz.
Oração subordinada substantiva apositiva: Apenas quero isto: que você desapareça da minha
vida!
Oração subordinada adverbial causal: Ele não pode esperar porque tem hora marcada no médico.
Oração subordinada adverbial consecutiva: A Luísa esperou tanto tempo que adormeceu no sofá.
Oração subordinada adverbial final: Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em
segurança.
Oração subordinada adverbial temporal: Mal você foi embora, ele apareceu.
Oração subordinada adverbial condicional: Se o Paulo vier rápido, eu espero por ele.
Oração subordinada adverbial concessiva: Embora eu esteja atrasada para o trabalho, continuarei
esperando por ele.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Oração subordinada adverbial comparativa: Júlia se sentia como se ainda tivesse dezesseis anos.
Oração subordinada adverbial conformativa: Ficaremos esperando por você, conforme combina-
mos ontem.
Oração subordinada adverbial proporcional: Quanto mais eu estudava, mais tinha a sensação de
não saber nada.
Oração subordinada adjetiva explicativa: A Júlia, que é a funcionária mais nova da empresa, não
teve uma boa avaliação.
Oração subordinada adjetiva restritiva: Todos os funcionários que conhecem bem a empresa tive-
ram uma boa avaliação.
Sintaxe de concordância
Para haver concordância nominal é necessário que haja concordância de gênero e número entre os
diversos nomes da oração, ou seja, entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza, entre o subs-
tantivo e o artigo que o determina, entre um pronome adjetivo e o substantivo,...
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em gênero indica a fle-
xão em masculino e feminino.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
Para que haja concordância verbal é necessário que haja concordância em número e pessoa entre
o sujeito gramatical e o verbo.
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa indica a fle-
xão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
Sintaxe de regência
A sintaxe de regência estuda a regência nominal e a regência verbal que ocorre entre os diversos
termos de uma oração. Há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regi-
do, que atua como seu complemento.
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu comple-
mento (termo regido) através do uso de uma preposição.
favorável a;
apto a;
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
livre de;
sedento de;
intolerante com;
compatível com;
interesse em;
perito em;
mau para;
pronto para;
respeito por;
responsável por.
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemen-
to (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos
são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado).
assistir a;
obedecer a;
avisar a;
agradar a;
morar em;
apoiar-se em;
transformar em;
morrer de;
constar de;
sonhar com;
indignar-se com;
ensaiar para;
apaixonar-se por;
cair sobre.
A sintaxe de colocação pronominal estuda a forma como os pronomes pessoais oblíquos átonos se
associam aos verbos. Existem três formas de colocação pronominal:
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
A ênclise é a forma básica de colocação pronominal. Contudo, há um maior uso da próclise no portu-
guês falado no Brasil, sendo a forma de colocação pronominal privilegiada pelos falantes.
Assim, em muitas ocasiões torna-se facultativo o uso da próclise ou da ênclise, desde que não ocorra
nenhuma situação que exija um tipo específico de colocação pronominal.
É, por exemplo, obrigatório o uso da ênclise em orações iniciadas com verbos, estando errado iniciar
uma frase com um pronome oblíquo.
Além disso, há diversas palavras que exigem o uso da próclise, como palavras negativas, conjunções
subordinativas, pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos, entre outras.
Estudar as diferenças entre Frase, Oração e Período é importante para que possamos compre-
ender a sintaxe da língua portuguesa, os enunciados e suas unidades.
Para que possamos compreender a sintaxe da Língua Portuguesa, ou seja, o conjunto das relações
que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a respeito
dos enunciados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase,
a Oração e o Período. Vejamos cada um deles!
Frase
A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enuncia-
do capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação,
de interação verbal.
O início e o final da frase são marcados, na escrita, por pontuação específica (. ! ? …);
Na fala, o início e o final da frase são marcados por uma entoação característica. Não se esqueça
de que a entoação é a forma como os falantes associam o contorno da expressividade, como é visto
na frase interrogativa ou declarativa;
Na escrita, os limites da frase são indicados pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de pontuação (. !
? …).
– Ai!
– Socorro!
– O quê?
– Quanta bagunça...
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
– Que tragédia!
– Como assim?
– Fogo!
Tipos de Frases
Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com
ponto de exclamação ou reticências (! …). Exemplo: Que horror!
Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente
apresentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final
(.). Exemplo: Amanhã não poderei levantar.
Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma
ordem e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo!
Oração
A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-
se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada, sintatica-
mente, pela presença de um predicado, o qual é introduzido na língua portuguesa pela presença de
um verbo. Geralmente, a oração apresenta um sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios.
– Corra!
PERÍODO
O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações e
possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, na
escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua exten-
são. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles:
Período simples
Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com ape-
nas um verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser)
Período composto
Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais
verbos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por três
orações: verbos ligar, dizer e vir.)
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Sujeito: é identificado com o questionamento de “quem é que”. O sujeito pode ser simples (único
núcleo), composto (mais de um núcleo), oculto (quando é a partir da desinência verbal que você en-
contra o sujeito), indeterminado (verbos em terceira pessoa indicam a indeterminação do sujeito) e
poderá haver orações sem sujeito (com os verbos haver, acontecer, ser).
Objeto direto: complementa o sentido do também verbo direto, geralmente está acompanhado de
artigos.
Objeto indireto: aparece com preposição e complementa o sentido do verbo transitivo indireto.
Agente da passiva: inicia-se com “por”, “pelo”, “de” e pratica a ação verbal na voz chamada passiva.
Adjunto adverbial: são informações de tempo, dúvida, causa, modo, lugar, intensidade, ao verbo.
Para que a frase seja classificada com oração, é preciso que se atente para duas características prin-
cipais: que exista um verbo ou locução verbal, e que promova o sentido completo. Por isso que, nem
sempre toda frase será oração. Veja:
Que noite bonita! -> mesmo que tenha sentido, não há verbo, portanto, é frase.
Concordância verbal é quando o verbo se flexiona para concordar com o número e pessoa do sujeito.
Lápis, caderno, livro, tudo é necessário para uma educação de qualidade (quando se refere a tudo,
ninguém ou nada, o verbo permanece no singular)
Vossa Excelência quer um chá? (pronomes de tratamento, o verbo fica em terceira pessoa)
Os alunos novos precisam das apostilas que estão em meus dois armários da biblioteca
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
É proibido entrada.
É proibida a entrada.
Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que perten-
cem. Quando um verbo exige a presença de outro termo na oração, ele se chama REGENTE e a
palavra que completa a sua significação chama-se REGIDO.
Transitivo direto: é acompanhado de um objeto direto sem preposição. Ex: Minha mãe reconquistou
o pai.
Transitivo indireto: é acompanhando de um objeto indireto com preposição. Ex: Vamos brincar de
boneca?
Transitivo direto e indireto: quando há tanto o objeto direto quanto indireto. Ex: O jornal dedicou uma
folha ao acidente.
É possível que algumas orações se encontrem na ordem inversa (indireta) quando não seguem a
estrutura direta, como veremos abaixo:
Eu fui ao casamento
No casamento, fui eu
Geralmente, a ordem indireta aparece mais em poemas, textos literários e obras para que a cadência
fique mais fluida. O mesmo acontece com o nosso hino nacional, que em sua maioria está invertido.
A ordem direta está classificada como sujeito + verbo + complemento.
1. Sujeito e Predicado
Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode
ser explicitado.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível
identificá-lo pelo contexto.
Choverá amanhã.
Haverá reclamações.
Faz quinze dias que vem chovendo.
É tarde.
Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que
ocorre a ação.
Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem exe-
cutou a ação.
Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e
do objeto.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre
um equivalente do nome a que se refere.
Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o
qual se projeta a ação.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
4. Vocativo:
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite
a anteposiçãoo da interjeição ó.
SINTAXE DO PERÍODO
Restritiva: É aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome
relativo e não vem entre vírgulas.
Explicativa: É aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propri-
edade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por
pronome relativo e vem entre vírgulas.
Exemplo: O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal.
Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração
principal.
Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.
4. Orações coordenadas
São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.
As coordenadas podem ou nãoo vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas
sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que nã;o se iniciam.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
O que é Sintaxe?
A sintaxe é o estudo das palavras dentro das frases ou orações, da relação que elas criam entre si
para compor o significado. É também o estudo da relação das orações dentro do período. A sintaxe é
a ferramenta usada para formar uma frase compreensível, por isso se as relações que as palavras
estabelecem entre si dentro de uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usarmos as
mesmas palavras. Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o resultado
será diferente caso sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5, mas 2 dividido por 10 é
igual a 0,2. Percebemos que com a inversão dos números obtivemos um resultados diferentes.
Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de frase, oração
e período. Esses três elementos, apesar de possuírem significados diferentes. estão diretamente
ligados. São os elementos essenciais para a criação de um discurso. Comecemos pela frase, que
possui um significado muito mais aberto. As frases têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então
elas podem ser formadas por apenas uma palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é
possível reconhecer o começo e o fim de uma frase oralmente, e na escrita normalmente se identifica
o começo por uma letra maiúscula e o final por um ponto.
EXEMPLOS: “Socorro!” e “Eu preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que foi
atropelada e já não está conseguindo respirar.”
Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um fragmento
dela que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas por orações são chamadas
de períodos. Os períodos podem ser simples ou compostos, esta definição depende do número de
orações em sua estrutura. Caso o período possua apenas uma oração, é chamado de período sim-
ples; se é formado por duas ou mais orações, é um período composto.
EXEMPLOS: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso que já ficou chato” é um período
composto.
Tipos de frase
A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas maneiras para se
fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se expressar já são muito comuns, e por
isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses tipos comuns de frases podem ser classificados
conforme as categorias a seguir:
Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser tanto no sentido positivo
quanto no negativo.
EXEMPLOS: frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa: “Isto não vai cair”.
Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma informação ou faz-se um
questionamento. Podem ser diretas ou indiretas.
EXEMPLOS: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta: “Queria saber se
isto vai cair”.
Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e conselhos. São frases que
têm o objetivo de influenciar as ações do receptor da mensagem. Também podem ser afirmativas e
negativas.
EXEMPLOS: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa negativa: “Não corra
pelo campo”.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou estado emotivo.
Elementos da sintaxe
O campo de estudo da sintaxe é composto por três elementos: frase, oração e período. Frase é muito
abrangente, logo não é necessário um estudo tão aprofundado. Oração e período, apesar de já terem
sido definidos, ainda podem ser estudados mais a fundo. A oração possui alguns elementos que são
fundamentais na sua constituição:
Sujeito
Predicado
Complemento
Adjunto
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__________________________________________________________________________________
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Semântica e Pragmática
Semântica é o estudo do significado, isto é a ciência das significações, com os problemas suscita-
dos sobre o significado: tudo tem significado? Significado é imagem acústica, ou imagem visual?
O homem sempre se preocupou com a origem das línguas e com a relação entre as palavras e
as coisas que elas significam, se há uma ligação natural entre os nomes e as coisas nomeadas ou se
essa associação é mero resultado de convenção. Nesse estudo consideram-se também as mudanças
de sentido, a escolha de novas expressões, o nascimento e morte das locuções.
A semântica como estudo das alterações de significado prende-se a michel bréal e a gaston pa-
ris. Um tratamento sincrônico descritivo dos fatos da linguagem e da visão da língua como estrutura e
as novas teorias do símbolo datam do século. Xx.
As formas linguísticas são símbolos e valem pelo que significam. São ruídos bucais, mas ruídos signi-
ficantes. É a constante referência mental de uma forma a determinado significado que a eleva a ele-
mento de uma língua.
Não há nenhuma relação entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade lé-
xica, que compõe o léxico) cão e um certo animal doméstico a não ser o uso que se faz desse se-
mantema para referir-se a esse animal.
Cada língua“ recorta” o mundo objetivo a seu modo, o que humboldt chama “visão do mundo”. Regis-
tre-se a existência da linguagem figurada, a metáfora, uso de uma palavra por outra, subjazendo
à segunda a significação da primeira. Há que se levar em conta a denotação (significado mais res-
trito) e a conotação (halo de emoção envolvendo o semantema – casa / lar).
O estudo dos semantemas é difícil, pois são em número infinito e sua significação fluída, sujeita às
variações sincrônica, sintópica etc.
Quanto à significação interna dos morfemas, (ou gramema ou morfema gramatical) ela se distribui
nas categorias gramaticais que enquadram uns dados e mantema numa gama de categoria – gê-
nero, número etc – para maior economia da linguagem.
Os elementos lexicais que fazem parte do acervo do falante de uma língua podem ser:
– Simples – cavalo
– Compostos – cavalo-marinho
– Textuais – orações, pragas, hinos (são pragmáticos, não entram nos dicionários de língua,
a não ser por comodidade. O conceito de gato não está contido em "à noite todos os gatos são par-
dos”)
Nem todo lexema é, portanto, uma palavra, às vezes é um conjunto, em geral idiomático: favas conta-
das, nabos em saco etc. Nesse caso, falamos em sentido figurado, oposto a sentido literal.
Nas alterações sofridas nas relações entre as palavras estão as chamadas figuras de retórica clás-
sica:
Metonímia – transferência do nome de um objeto a outro, com o qual guarda alguma relação de:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Etc
Catacrese – extensão do sentido de uma palavra a objetos ou ações que não possuem denomina-
ção própria – embarcar no ônibus; o pé da mesa
No levantamento da tipologia das relações entre as palavras assinalam-se ainda os fenômenos da si-
nonímia, antonímia, homonímia, polissemia e hiponímia.
Os sinônimos se dizem completos, quando são intercambiáveis no contexto em questão. São perfei-
tos quando intercambiáveis em todos os contextos, o que é muito raro, a não ser em termos técnicos.
Por exemplo, em: casamento, matrimônio, enlace, bodas, consórcio, há um fundo comum, um "nú-
cleo"; os empregos são diferentes, porém próximos. Nem todas as palavras aceitam sinônimos ou an-
tônimos.
A escolha entreséries sinonímicas é, às vezes, regional. (ex: pandorga, papagaio, pipa). Quanto à ho-
monímia, pode ocorrer coincidência fônica e/ou gráfica.
A coincidência de grafemas e fonemas pode decorrer de convergência de formas (ex: são verbo
ser, sinônimo de sadio, forma variante de santo derivando respectivamente de sunt, sanum, sanc-
tum). Ou é resultado de existência coincidente do mesmo vocábulo em línguas diferen-
tes (ex: manga – parte da roupa ou fruto, provindo, respectivamente do latim e do malaio).
Cumpre distinguir homonímia de polissemia, o que nem sempre é fácil. A distinção pode ser:
– descritiva – considerando ser a palavra um feixe de semas, se entre duas palavras com a mesma
forma, houver um sema comum, diz-se ser um caso de polissemia (ex: coroa – adorno para a ca-
beça ou trabalho dentário). Em caso contrário, será homonímia (ex pena – sofrimento ou revesti-
mento do corpo das aves) .
– diacrônica – se as palavras provém do mesmo léxico, diz-se ocorrer um caso de polissemia; (ex:
cabo – acidente geográfico e fim de alguma coisa) no contrário, ocorrerá um caso de convergên-
cia de formas (ex: canto – verbocantar e ângulo).
Quando a mesma forma fônica cobre significações diferentes, emboracorrelatas, tem-se a polisse-
mia; quando cobre significações completamente diferentes, tem-se a homonímia.
A polissemia envolve matizes emocionais, é determinada pelo contexto; constitui, às vezes, lingua-
gem figurada e linguagem literária. A tarefa do ouvinte é fazer uma seleção entre as significações al-
ternativas, por meio do contexto em que se acha o signo.
Diz-se serem os homônimos lexemas iguais e palavras diferentes, isto é, com conteúdo semânticodi-
ferente.
Como os lexemas também podem se apresentar com mais de uma forma, a descrição de homoní-
mia precisa ser refinada para se distinguir homonímia parcial de homonímia total, considerando-
se aqui a não coincidênciaentre língua escrita e falada.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Já a polissemia só ocorre com lexemas simples. É, por vezes, difícil distingui-la de homonímia.
Um dos critérios é o etimológico, não relevante na linguagem estrutural. O principal, aqui, é haver re-
lação entre significados. Permanece o problema do dicionário: deve haver uma ou mais de uma en-
trada lexical?
Ex: pupila – parte do olho / menor de que se deve cuidar – têm a mesma etimologia. Mas deve-se
considerar a relação sincrônica entre ossignificados. O fato de a língua sofrer alterações dificulta
o problema.
Quanto à sinonímia, os lexemas podem ser completamente sinônimos ou não, conforme sejam inter-
cambiáveis em todos os contextos ou não. A sinonímia total é muito rara, só ocorre em termos cientí-
ficos.
A distinção é, por vezes, sutil, inclui o fator eufemismo. (vide anexo). Podemos dizer que um lexema
se relaciona a outros pelo sentido e se relaciona com a realidade pela denotação. Sentido e denota-
ção são interdependentes. Isomorfia total entre duas línguas é difícil, ocorre mais frequentemente
em empréstimos decorrentes de intercâmbios cultural (ex. A palavra camisa, herdada pelos roma-
nos aos iberos).
A análise componencial coloca a tese de serem os lexemas de todas aslínguas complexos de concei-
tos atomísticos universais como os fonemas são complexos de traços atomísticos universais (possi-
velmente).
Assim o lexema mulher pode ser descrito pelos traços adulto, feminino, humano, em relação aho-
mem que seria adulto, não-feminino, humano. Nem todo lexema é passível de análise componencial
(a análise componencial ajuda a distinguir homonímia de polissemia).
Entre as relações pelo sentido, colocamos também a hiponímia e a antonímia. A antonímia inclui
os casos de oposição de sentido (solteiro / casado; morto / vivo), ou, como dizem alguns autores,
a incompatibilidade (vermelho /azul / branco seriam incompatíveis entre si).
As relações hiponímicas provêm do fato de um termo ser mais abrangente que outro:
(ex: flor > rosa, orquídea etc)
Um grande número de palavras aceita polissemia. Escapam os termos técnicos, palavras muito raras
e palavras muito longas. O deslizar de sentido ocorre por muitas causas:
Na evolução semântica, as palavras ganham conotação pejorativa (tratante – que faz um trato) ou va-
lorativa (ministro – que serve os alimentos); ampliam o significado (trabalho– instrumento de tortura),
ou restringem (anjo– mensageiro).
Fontes de renovação do léxico em suas acepções, são as gírias (falares grupais), aí incluídos os jar-
gões profissionais (chutar, no sentido de mentir; o doente fez uma hipoglicemia).
As siglas são outra fonte do léxico, dando até palavras derivadas (clt → celetista).
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Na chamada linguagem figurada há várias ocorrências: elipse (bife com fritas); similaridade (chapéu-
coco); sinestesia (cor berrante); contiguidade (beber champanhe); perda de motivação (átomo); eufe-
mismo (vida-fácil). Porvezes, o eufemismo provém de um tabu linguístico mal dos peitos, do-
ença ruim, malino < maligno etc. Esses fenômenos são grupais, acabam por convencionalizar-se.
Toda criação de palavras repousa, portanto, em associações, sendo a língua uma estrutura. O va-
lor de uma palavra se estabelece em relação a outras e em relação ao sistema, é o centro de
uma constelação associativa; todamudança em um conceito resulta em mudança nos conceitos vizi-
nhos (mulher / senhora; sopa fria / água fria)
A significação gramatical está ligada aos morfemas, sem se desligar da significação léxica; refere-se
às propriedades e relações dos signos verbais dados e às propriedades e relações dos objetos re-
ais que são refletidos na linguagem e no pensamento: gênero, número etc.
A significação sintática é, por assim dizer, uma extensão da significação gramatical – lato-sensu, diz-
se que a significação dos morfemas é um elemento da significação sintática; na significação sintá-
tica sempre se acrescenta um elemento qualquer à significação léxica; isso provém dos morfemas,
das regras da ordem das palavras e das palavras funcionais.
A significação interna, como já se disse, distribui-se pelas categorias gramaticais para maior econo-
mia e eficiência da linguagem. A estrutura sintagmática é também relevante para o significado, donde
poder-se falar em significado gramatical; esse depende da regência, da colocação e, até, de fatores
como pausa, entonação que, na linguagem escrita são assinaladas, tanto quanto possível, pela pon-
tuação. O significado da sentençanão é, portanto, a soma do significado dos seus elementos lexi-
cais, muito embora a relevância do significado de cada um deles.
O significado de uma sentença depende, portanto, do significado dos seus lexemas constituintes e o
significado de alguns lexemas dependerá, por sua vez, da sentença em que aparece. Mas a estru-
tura da sentença é relevantepara a determinação do significado. Devemos, por conseguinte, conside-
rar o significado gramatical como componente para o significado da sentença.
É preciso considerar que as línguas possuem variadas funções. As proposições podem ser declarati-
vas, imperativas ou imperativas. As declarativas podem ser afirmativas ou negativas (falsas ou verda-
deiras).
Há, então, uma grande divisão entre significado descritivo e não-descritivo. (Ex. João levanta tarde (!
?) Dependendo da entonação, será uma informação ou uma exteriorização de sentimentos).
O que é dito e o modo de dizer dependem das relações sociais entre os interlocutores. Quanto aos
lexemas, há que se considerar que eles tanto transportam conteúdo sêmico (do significado), quanto
informações gramaticais expressas nas desinências e nos determinantes e nas funções que expres-
sam na sentença.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Há informações portanto, mórficas e sintáticas, apontadas já no dicionário. (p. Ex. Subst. Fem., v.
Trans. Etc).
– Pressuposição – quanto tempo ele ficou em brasília? – supõe: ele foi a brasília.
– Implicação – muitos estudantes não foram capazes de responder à pergunta. – implica: – só al-
guns estudantes responderam.
Enfim, o sentido das palavras não é transcendental nem produzido pelo contexto; é a resul-
tante de contextos já produzidos. A relação entre significante e significado é flutuante, está sem-
pre em aberto. Disso resultam osproblemas lexicográficos. Mesmo aqui, usamos termos como pala-
vra, vocábulo e outros sobre cujas acepções divergem os estudiosos, muito embora o seu fundo co-
mum, do qual temos, inclusive os leigos, um conhecimento intuitivo.
Como dissemos, para alguns autores, o significado do enunciado extrapola o âmbito da linguística,
entrando no terreno da pragmática. Essa ciência pode, em brevíssimas palavras, ser definida como
“relações da linguagem com seus usuários. ” Ou por outra, exame dos discursos formadores da e for-
mados pela visão do mundo. Sendo a língua uma abstração, um agregado de dialetos, de socioletos,
de idioletos, é a fala que tem existência real, merecedora deatenção por parte de todos que se inte-
ressam pelos fenômenos da linguagem.
Quando se fala, faz-se mais que trocar informações. A fala é cooperação, mas é também conflito,
persuasão, negociação. Todo ato de fala se realiza emdeterminadas condições psicológicas, den-
tro de um contexto sociocultural que, mais ou menos, as controlam. Para a real ocorrência, com su-
cesso, de um ato de fala são imprescindíveis os chamados fatores de textualidade:
Coesão Intencionalidade
Coerência Aceitabilidade
Intertextualidade Informatividade
Situacionalidade
Esses fatores residem em competências do falante e do ouvinte, em um pacto social que começa no
compartilhamento do mesmo idioma e que transforma a linguagem em discurso.
Para austin dizer é sempre fazer. Além dosimples fenômeno de emissão de sons bucais dotados de
significação clara e permanente, coesos e coerentes, há necessidade de se situar a emissão, acei-
tar o emissor, perceber-lhe a intenção (ou, ao menos, a intenção frontal) para que ocorra a informa-
ção. Desse modo, podem os atos de fala, por si, mudar uma situação.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Por exemplo, quando o juiz afirma ao casal de noivos – eu os declaro marido e mulher – essas pes-
soas passam da condição de solteiros para a de casados. Muitos exemplos podem ser apresenta-
dos, inclusive o inicial de todos eles e de tudo mais– “faça-se a luz”.
As religiões, inclusive em suas cosmogonias, atribuem valor aos atos de fala, com recomendações
de que sejam seguidos à risca para que surtam efeito.
Nos atos declarativos, há que se distinguir entre locutor e enunciador. Locutor será o autor das pala-
vras, o que diz; enunciador será o indivíduo a quem o locutor atribui a responsabilidade do foi dito.
Por exemplo, no enunciado“ o homem teria chegado ao brasil há 45.800 anos”
O locutor é o jornalista que redige a notícia e o enunciador a arqueóloga que faz a afirmação.
O uso do futuro do pretérito, muito usado no discurso jornalístico, exime o jornalistada responsabili-
dade quanto à veracidade das palavras.
A essa superposição de falas dá-se o nome de polifonia. O locutor dá voz a um ou vários enunciado-
res, cujos discursos ele difunde, organizando-os e não deixando de manifestar a própria posição. Se
o enunciador não é reconhecido pelo ouvinte (caso das citações muito repetidas –
“penso, logo existo”) esse fato não impede a comunicação, logo não impede o sucesso do ato de fala.
O mesmo se pode dizer da ironia, da hipérbole, que, mesmo quando não de imediato percebidas, de
alguma forma atingem os objetivos do falante.
Outra situação remarcável é dos tropos: desvio de um sentido literal, primitivo a um sentido implícito.
O brasileiro, tido como povo afável, é farto em tropos:
– Não está um pouco tarde? Não vá perder seu ônibus (para a visita) – por – você está me can-
sando com sua permanência.
– Diga boa-noite a seus irmãozinhos. (a mãe para o filho de poucas semanas) – por – vão se deitar.
(para os filhos mais velhos).
A pragmática é observável em todos os contextos. Porém, em algumas situações, torna-se mais evi-
dente o trato da linguagem como instrumento de manipulação.
É o que acontece nos discursos político, pedagógico, religioso eaté no discurso amoroso. Em todos
esses casos, há uma base afirmativa que, manipulada, serve aos objetivos do emissor.
A diferença está no grau de consciência quanto aos recursos utilizados para o convencimento. A lin-
guagempublicitária prima na utilização desses recursos para mudar ou manter a opinião do público-
alvo.
Como um estranho não tem autoridade para mandar, a publicidade adota técnicas variadas:
A mensagem publicitária, utilizando a moderna tecnologia, promete, abundância, progresso, lazer, be-
leza, juventude. Ao contrário das catástrofes noticiadas nos jornais, a publicidade fala de um mundo
bonito e prazeroso.
Esse prazer está associado ao uso de determinado objeto, criando a linguagem da marca, o ícone do
produto. Possuir certos objetos passa a ser sinônimo de felicidade. Se na linguagem do cotidi-
ano muito pouco se usam as ordens, preferindo formas eufemísticas (faça o favor de entrar), a publi-
cidade pode ser mais direta: – abuse e use c & a!.
A publicidade diz e, também, sugere sem dizer explicitamente. Usa recursos estilísticos:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Léxico-semânticos: criação de termos novos, novos significados, clichês, duplo sentido etc.
1– Psicológica – a eficácia do jogo de palavras resulta do fato de que esse jogo causa pra-
zer, quando de sua decifração; é erótico, no sentido psicanalítico do termo;
No domínio dessa linguagem, parece dizer-se sempre uma só coisa, utilizando-se o já utilizado, ven-
dendo ilusão para vender produtos e serviços.
De tudo, parece válido concluir ser a linguagem uma variável com participação fundamental nos pro-
cessos de convivência com a realidade física e social, além de sua importância na maneira de organi-
zar as idéias sobre arealidade que nos rodeia. Sendo assim, a linguagem nunca se esgota em sim-
ples instrumento de referência ao mundo externo.
Ao falarmos, manifestamos a nossa perspectiva, nossa avaliação do conteúdo do dito. Essa posi-
ção éresultado da soma de nossas experiências, de nossa própria ideologia, desaguando num dis-
curso que, de modo algum pode ser simples e objetiva descrição da realidade.
Todo discurso quer converter a uma ideologia e essa ideologiaserá, evidentemente, a ideologia do fa-
lante. Uma linguagem que vise, apenas, a reproduzir as próprias coisas esgota seu poder de informa-
ção a dados de fatos. Uma forma de expressão, se é produtiva, deve conter não sóinforma-
ções, como levantar procuras. O mesmo se pode dizer das artes visuais. Mesmo quando se di-
zem meramente representativas, na verdade, nunca o são. Sempre haverá a dimensão criativa.
A linguagem apenas prolonga a percepção e essa percepção sempre se mostrará dotada de uma di-
mensão produtiva.
Anexo
Análise componencial
Afir- As- As- Ates- Cer- Ga- Con- Nar- Re- Ex- His- Re-
mar se- se- tar tifi- rantir tar rar la- por to- fle-
gu- ve- car tar riar tir
rar rar
+ + + + + + – – + + + + Levar ao conhe-
cimento do fa-
lante, com con-
vicção
– – + – – – – – – – – – Com insistência
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
– – – + + + – – – – – – Verifi-
car pela pre-
Provi- Defi- Tem sença
sório ni-
tivo Prazo
– – – + + + – – – – – – O falante se res-
ponsabi-
liza pela ver-
dade
+ + + + + + + + + + + + Levar ao conhe-
cimento de al-
guém al-
guma coisa
+ + + + + + + + + + – – Um só receptor
– – – – – – + + – – + – Abordagem ex-
tensa
– – – + + + – – + + + – Com formali-
dade
– – – – – – – – – – – + Reflexivo
+ + + + + + + + + + – – Com men-
ção do ou-
vinte no enunci-
ado
As considerações feitas por ilari e geraldi (1985:66) focalizam a importância dos fenômenos das dêi-
xis – ato de mostrar através de palavras – que garantem a distinção entre a “linguagem humana de
linguagens artificiais; tornando-a apropriada para o uso em situações correntes”, ou seja, as palavras
e formas dos dêiticos permitem interpretações estritamente ligadas a determinadas situações, anali-
sadas pragmaticamente.
É pelo uso efetivo da língua, como ação tipicamente humana, social e intencional que austin tenta es-
tabelecer critérios para definir o caráter performativo da linguagem, ou seja, o poder que esta facul-
dade humana tem de praticar ações através dos atos de fala.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Uma comunidade linguística sedimenta e compartilha as regras e as normas de uso da língua, o que
a torna suscetível a modificações. As circunstâncias apropriadas e o proferimento de algumas (deter-
minadas) palavras garantem à expressão performativa uma condição não necessária, mas suficiente
para a realização de um ato, por ele chamado de ilocucionário. Os constatativos são verificáveis em
termos de verdade ou falsidade, enquanto os performativos não. Assim temos:
Eu abro a porta.
Nestes casos, o proferimento de (1) torna-se apenas um enunciado constativo, enquanto que em (2),
diante de condições reunidas que autorizam o pronunciamento do enunciado, considerado performa-
tivo. Ao ato de produzir sons, emitir palavras que pertençam a um sistema gramatical e que possuam
sentido e referência, austin chama de ato locucionário.
O ato perlocucionário é o efeito produzido pelo que se disse, que pode, muitas vezes, não atingir o
feito esperado. O ilocucionário, ao contrário, é convencional, como explica o autor: dizer 'eu declaro'
é, em virtude de convenções, em certas circunstâncias apropriadas, de fato abrir uma sessão legisla-
tiva, por exemplo. Outro exemplo:
Quando digo (estando dentro de uma sala) “tá frio hoje!” E alguém – neste caso meu interlocutor – se
dirige até a porta para fechá-la, é um exemplo de performatividade, provocada não pelo verbo, mas
sim pelo ato de fala. Tal situação remete à percepção do não-dito, do que estava (talvez) implícito na
minha fala.
Observamos no trabalho de austin, que os critérios estritamente estruturais não são suficientes para
resolver os problemas que permeiam o campo semântico e que os aspectos extralinguísticos não po-
dem ser deixados de lado.
Para o filósofo paul grice a linguagem é um instrumento para o locutor comunicar ao seu destinatário
suas intenções e é nessas intenções que está embutido o sentido. É também graças a essa intencio-
nalidade que grice concebe um sujeito psicológico, individual, consciente, retomando, segundo gui-
marães (1995: 31) a proposta psicológica do sujeito abandonada por saussure .
Para dar conta de sua teoria, grice estabelece um conjunto de regras que devem reger o ato conver-
sacional. São as máximas conversacionais, reunidas sob o princípio da cooperação, em que os inte-
grantes se engajam na conversa e contribuem de acordo com as exigências da troca conversacional.
A partir deste princípio, sob as categorias de quantidade, qualidade, relação e modo, grice formula as
máximas e estabelece as implicaturas conversacionais, geradas quando há violação das regras. Elas
descrevem um conjunto de raciocínios que o ouvinte faria, para deduzir, concluir ou interpretar o sen-
tido do que o locutor disse.
O ouvinte procura um sentido para o enunciado que esteja de acordo com as máximas estabelecidas
anteriormente, considerando o que a informação literal pode estar dizendo de cooperativo, verda-
deiro, relevante para uma determinada situação discursiva. Caso não haja um sentido literal, então é
preciso encontrar um sentido que responda tais princípios.
Fortemente influenciado por de austin e grice, ducrot também parte de uma definição inicial de enun-
ciação como a atividade de linguagem exercida por aquele que fala no momento em que fala. O su-
jeito aqui também ainda possui os traços do sujeito de benveniste: homogêneo, indivisível, etc.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
O autor modifica sua pesquisa ao longo dos anos, e passa a considerar a enunciação como o aconte-
cimento constituído pelo aparecimento do enunciado, descentralizando o sujeito, de maneira a não
investi-lo de poder absoluto sobre a linguagem. Para ducrot, o sujeito não é a fonte do sentido.
Ducrot faz várias distinções entre ‘as cadeias enunciativas’. A primeira distinção é entre "locutor"
aquele que profere o discurso – e o sujeito falante – o ser empírico. Esses sujeitos podem coincidir ou
não, sendo irrelevante para ele a noção de empirismo. O que lhe interessa é a noção de locutor, que
é o ser do discurso, alguém a quem se deve imputar a responsabilidade do enunciado.
Ducrot também se baseia em bakhtin, cuja concepção de linguagem é de interação social, que dá ori-
gem a uma linha de pensamento com grandes repercussões. Dentro dessa perspectiva, ducrot
chama a atenção para o risco de um retorno à imagem idílica de uma língua consagrada a dizer coi-
sas, e que ignora as relações de força entre os homens.
Com base neste pensamento é que podemos avaliar a questão do pressuposto na construção dos
discursos. Os pressupostos vêm satisfazer as exigências discursivas, além daquelas que já são da-
das pelo posto. O posto e o pressuposto, neste caso, são as ferramentas utilizadas pelos locutores
para resgatar os referentes comuns entre os interlocutores.
Segundo ducrot (1972), a função dos pressupostos na atividade da fala é garantir a coesão do dis-
curso como "condição de coerência", definida por ele como "a obrigação de se situarem os enuncia-
dos num quadro intelectual constante", constituindo, desse modo, um só discurso e não um "emara-
nhado de frases sem nexo" ou enunciações independentes. Para isso, é necessário que o discurso
manifeste uma espécie de "redundância", assegurada pelo reaparecimento ou retomada regular de
certos conteúdos ou elementos semânticos no decorrer do discurso. Como no exemplo:
É interessante observar na história acima o impasse provocado pela frase “tudo o que quiser”. Na
tentativa de satisfazer os desejos dos clientes o garçom sugere que naquele estabelecimento há tudo
o que as pessoas quiserem para comer, beber, etc. Porém o personagem eddie sortudo não compre-
ende o que estava implícito na fala do garçom e interpreta que “tudo o que quiser” seja, talvez, um
dos pratos do menu.
O que podemos concluir diante das diferentes concepções de sujeito, linguagem e discurso dos auto-
res citados neste trabalho, é que todas as definições envolvem aspectos sociais, políticos e ideológi-
cos, embora seja de ducrot a maior aproximação com a ‘análise do discurso’, defendendo uma con-
cepção de linguagem construída pelos sujeitos, através de práticas cognitivas e discursivas comparti-
lhadas social e culturalmente com os demais sujeitos do mundo.
Ensino de Gramática
Há algum tempo, muitos educadores e linguistas têm enfaticamente defendido a primazia do texto
no ensino de línguas.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
As atividades de leitura e de produção textual têm ocupado cada vez mais espaço nas aulas deportu-
guês. Embora muitos ainda não tenham, na prática, privilegiado essas atividades, ninguém pode dis-
cordar de que desenvolver a competência textual dos alunos deva ser um dos principais objeti-
vos do ensino de línguamaterna.
Por outro lado, no que se refere à gramática, muitas são as divergências. Alguns ainda defendem o
seu ensino sistemático; outros, o abandono deste, principalmente nas séries iniciais; uns, tentando
"contextualizá-lo", procuram dar-lhe uma perspectiva "textual", apesar de, muitas vezes, encobri-
rem um ensino tradicional, utilizando o texto apenas como "pretexto" para uma análise metalinguís-
tica.
Cresce, no entanto, o número de professoresque, conscientes de que o estudo da gramática deve ha-
bilitar os alunos a usarem adequadamente os recursos linguísticos, tem enfatizado abordagens dife-
rentes das tradicionais.
A proposta deste minicurso é refletir sobre as diferentes abordagens, relacionando-as com as con-
cepções de ensino de língua e de gramática. Além disso, serão propostas atividades para tornar mais
produtivo o trabalho comos conteúdos gramaticais nas aulas de português.
Prescritivo – objetiva levar o aluno a substituir seus padrões de atividade linguística considerados er-
rados/inaceitáveis por outros tidos como corretos/aceitáveis.
Concepções de Gramática
Conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever, estabelecidas pelos especialis-
tas, com base no uso da língua consagrado pela tradição (gramática normativa). Tudo o que foge
ao padrão é "errado".
Saber gramática significaria ser capaz de distinguir, nas expressões de uma língua, as categorias,
as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura in-
terna e avaliando suagramaticalidade, o que implicaria a utilização de uma metalinguagem especí-
fica da teoria linguística adotada.
Conjunto de regras internalizadas que o falante de fato aprendeu e das quais lança mão ao falar (gra-
mática internalizada).
Ensino de Gramática
Gramática teórica – leva o aluno a identificar os elementos linguísticos e a empregar uma metalingua-
gem apropriada para nomeá-los e classificá-los.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Gramática normativa – o aluno aprende as normas de bom uso da língua, para falar e escrever bem,
de acordo com a variedade culta, padrão.
Leva o aluno a explicitar fatos da estrutura e do funcionamento da língua. Ao invés de, por meio
de aulas expositivas, dar a teoria gramatical pronta para o aluno, são desenvolvidas atividades que o
levem aredescobrir fatos já estabelecidos pelos especialistas.
Ex: de uma lista de monossílabos, o aluno depreende a regra de acentuação dos monossílabos tôni-
cos.
De uma lista de formas nominais, o aluno separa adjetivos e substantivos a partir de característi-
cas dadas.
Ex: diferenças entre palavras sinônimas (ex: belo e bonito, ganhar e vencer).
Diferenças acarretadas pela inversão de palavras (ex: homem grande e grande homem, "ma-
ria só veio à reunião." e "maria veio à reunião só.").
Diferenças entre a negação do adjetivo e o uso do antônimo formado por prefixo ( ex: "não ser favorá-
vel" e ser "desfavorável").
Gramática de uso – desenvolve-se um trabalho voltado para o conhecimento prático da língua. Pode
e deve ser trabalhada a partir de produções orais e escritas, inclusive dos alunos.
São realizadas atividades de produção e compreensão textual, exercícios estruturais (ex: transforma-
ção da voz ativa para passiva, substituição de nomes por pronomes, junção de frases através de ele-
mentos conectivos, ampliação de frases, etc.) , de vocabulário (ex: processos de formação de pala-
vras, campos semânticos, sinônimos, antônimos, homônimos, hiperônimos, hipônimos, etc.) , de vari-
edades linguísticas.
Segundo perini (1997), é necessário destacar os principais problemas no ensino de gramática: objeti-
vos mal colocados, metodologia inadequada e falta de organização lógica da matéria.
Se, com relação a este último ponto, oprofessor não pode fazer muito, já que a tarefa de atualizar
e organizar a gramática caberia a linguistas e gramáticos, no que se refere aos dois primeiros, será
ele essencial para a adoção de uma abordagem mais adequada. Paraisso, ele conta com algu-
mas sugestões dos pcn (1998: 89-90) , como se percebe no fragmento a seguir:
É no interior da situação de produção do texto, enquanto o escritor monitora a própria escrita para as-
segurar sua adequação, coerência, coesão e correção, que ganham utilidade os conhecimentos so-
bre os aspectosgramaticais.
Saber o que é um substantivo, adjetivo, verbo, artigo, preposição, sujeito, predicado, etc. Não signi-
fica ser capaz de construir bons textos, empregando bem esses conhecimentos.
Quando se enfatiza a importância das atividades de revisão é por esta razão: trata-se de uma oportu-
nidade privilegiada de ensinar o aluno a utilizar os conhecimentos que possui, ao mesmo tempo que
é fonte de conteúdos a serem trabalhados. Isso porque os aspectos gramaticais – e outros discursi-
vos como a pontuação – devem ser selecionados a partir dos das produções escritas dos alunos.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
O critério de relevância dos aspectos identificados como problemáticos – que precisam, portanto, se-
rensinados prioritariamente – deve ser composto pela combinação de dois fatores: por um lado,
o que pode contribuir para maior adequação e legibilidade dos textos e, por outro, a capaci-
dade dos alunos em cada momento.
A propriedade que linguagem tem de poder referir-se a si mesma é o que torna possível a aná-
lise da língua e o que define um vocabulário próprio, uma metalinguagem. Em relação a essa termi-
nologia característica, é precisoconsiderar que, embora seja peculiar a situações de análise linguís-
tica (em que inevitavelmente se fala sobre língua) , não se deve sobrecarregar os alunos com um pa-
lavreado sem função, justificado exclusivamente pela tradiçãode ensiná-lo.
O critério do que deve ser ou não ensinado é muito simples: apenas os termos que tenham utilidade
para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação nas atividades de reflexão sobre a língua exclu-
indo-se tudo oque for desnecessário e costuma apenas confundir os alunos.
Por exemplo, torna-se necessário saber, nas séries iniciais, o que é "proparoxítona", no fim de um
processo em que os alunos, sob orientação do professor, analisam e estabelecem regularidades na
acentuação de palavras e chegam à regra de que são sempre acentuadas as palavras em que a sí-
laba tônica é a antepenúltima. Também é possível ensinar concordância sem necessariamente fa-
lar em sujeito ou em verbo.
Isso não significa que não é para ensinar fonética, morfologia ou sintaxe, mas que elas de-
vem ser oferecidas à medida que se tornarem necessárias para a reflexão sobre a língua. "
De onde vêm
Ao ler os pcn, muitos professores sentem-se diante de um material idealista e utópico, sem respaldo
científico que justifique a aplicação das idéias apresentadas.
Enganam-se os que pensam dessa forma, pois os pcn, naverdade, nada mais fazem que reunir resul-
tados e pressupostos teóricos de pesquisas desenvolvidas no brasil, desde a década de 1970, englo-
bando perspectivas linguísticas, que vão da sociolinguística à análise do discurso.
As informações dos pcn sobre variação linguística, por exemplo, há muito tempo vêm sendo divulga-
das em congressos, e esse tópico costuma figurar na grade curricular dos cursos de letras.
Com relação às idéias sobre pedagogia deleitura, desde paulo freire, na década de 1960, abordava-
se a necessidade de fazer do aluno um agente do ato de ler, sentindo-se também um produtor de tex-
tos eficaz. E no que se refere às propostas da linguística textual e da análise do discurso, diver-
sas pesquisas vêm sendo cada vez mais divulgadas, desde a década de 1980.
Assim, não há como negar o valor dos pcn-lp, como material de divulgação e incentivo nos estudos
da linguagem, embora haja problemas de nível estrutural e teórico no corpo do texto dos parâme-
tros (cf. Santos, 2005). Oensino de língua portuguesa, segundo esse documento, parte do texto e
apóia-se no tripé leitura/escuta – produção textual – análise linguística. É, porém, esse último item,
a análise linguística, que parece ser mais difícil desentender.
Como explica geraldi (1997) , por análise linguística entende-se, não apenas a abordagem metalin-
guística tradicional, nem o abandono da teoria gramatical, mas o ensino de aspectos linguísticos
a partir de textos, observando como se constrói o sentido com o uso de um ou outro elemento grama-
tical.
Além disso, a teoria passa a segundo plano, a serviço do papel das estruturas gramaticais nos tex-
tos dos mais diversos gêneros, literários ou não, produzidos por alunos inclusive.
As propostas que se seguem abordam aspectos da grade curricular do ensino fundamental como
pontuação, uso dos tempos e modos verbais, seleção lexical – a partir de textos. Destaque-se que al-
guns exercícios foram elaborados por alunos da faculdade de letras da ufrj, formandos de 2005.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Demonstra-se, assim, que é possível elaborar atividades com base nos princípios dos pcn, abor-
dando leitura/escuta, produção e análise linguística, com oobjetivo de fazer o aluno refletir so-
bre a língua.
A primeira operação de controle urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla, rafael
luiz morais de souza bandeira, foi marcada para hoje.
Guardas municipais em parceria com a comlurb e a secretaria municipal de governo vão concen-
trar esforços para retirar todas as propagandas irregulares das praias da zona sul. Este será o iní-
cio de uma série de intervenções na orla.
Uma das etapas mais complexas do trabalho, entretanto, é o acolhimento de mendigos, que on-
tem ocupavam parte do canteiro central de um dos mais famosos cartões-postais do rj, avenida atlân-
tica, em copacabana.
Para o “xerife”, a tarefa é complexa, porque exige um trabalho preventivo por parte do municí-
pio, já que muitos mendigos voltam para as ruas, se não encontram outras maneiras de sobrevi-
ver. Em copacabana, elesconseguem locais para descansar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.
– Não adianta a gente retirar os moradores da rua, porque eles voltam. O problema é mais sério e va-
mos contar com o apoio da secretaria municipal de assistência social, para tentarmos solucio-
nar o problema – afirmabandeira.
Ontem, dezenas de mendigos podiam ser vistos em quase toda orla do leme e de copacabana. Pró-
ximo a hotéis como o othon pálace e o meridien, eles dormiam no canteiro central da atlântica e
nas areias da praia, ao ladode tapumes de obras, de quiosques e da arquibancada onde foi realizada
a copa do mundo de futebol.
Reunidos em grupos, eles guardavam seus objetos pessoais em carrinhos de supermercados e saco-
las. Alguns aproveitaram osgalhos de árvores para estender suas roupas.
Compare a frase a seguir com a primeira frase do texto e responda: a primeira operação de con-
trole urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla foi marcada para hoje.
A– que elemento foi omitido? A retirada desse elemento dificulta a compreensão do texto? Justifi-
que sua resposta.
C– elabore uma regra que justifique o uso das vírgulas na 1ª. Frase do texto.
Observe a última frase do 3º. Parágrafo: em copacabana, eles conseguem locais para descan-
sar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.
A– altere a posição do elemento “em copacabana”, na frase e verifique como fica a pontuação.
Horóscopo
Leia o seu signo nos horóscopos das revistas marie claire e toda teen:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Eu e o mundo: prepare-
se para enfrentar desa-
fios nas relações de traba-
lho, perto dodia 6. Mudanças
bruscas oudecepções po-
dem deixar o ambiente con-
fuso. A par-
tir do dia15, sua visão estra-
tégica ficará mais apu-
rada, com a entrada de mer-
cúrio em escorpião. Evite pa-
lavras cortantes, de 12 a
20, para não gerar confron-
tos ourupturas.
Os exemplos do horóscopo privilegiam duas formas verbais diferentes. Destaque os verbos, identifi-
cando seu modo e tempo.
Levando em consideração o público leitor de cada um desses veículos de comunicação, observe a di-
ferença em relação à linguagem utilizada.
Em dupla, escreva o horóscopo para o signo de seu colega, seguindo os critérios abaixo:
Escolha em qual veículo de comunicação seu horóscopo será publicado, atentando para a lingua-
gem adequada ao seu público alvo;
Leia-o e perceba se o texto está de acordo com a questão 3. Faça os comentários necessários.
Reescreva o seu texto levando em consideração as observações feitas pelo seu colega. Pretendeu-
se, neste minicurso, mostrar caminhos para ajudar a solucionar os problemas do ensino de lín-
gua portuguesa. Não existem receitas absolutas, nem fórmulas mágicas, mas é possível melho-
rar a compreensão doaluno sobre a língua, tornando-o, de fato, um leitor e produtor de textos eficaz.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Os exercícios citados como exemplo – alguns elaborados por futuros professores – ilustram que, se
é difícil pensar em atividades produtivas, por outrolado é instigante o desafio de apresentar propos-
tas interessantes.
Ainda que não seja possível ser criativo em 100% do tempo em que estamos com nossos alunos,
pelo menos em algumas situações o professor pode trabalhar com exercícios que façam
do aluno um agente do próprio ato de
Aprender. Dessa forma, as abordagens de ensino gramatical citadas por travaglia (1996) podem ser
colocadas em prática.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Análise Sintática
Essa análise consiste numa área da gramática responsável por estudar a função e ligação de cada
elemento na formação dos períodos.
Em outras palavras, a análise sintática trata da relação lógica entre as palavras da frase. A análise
detalhada de cada elemento da frase permite observar como as palavras se relacionam com outras
por meio de mecanismos como a concordância e a regência, elaborando frases com sentido com-
pleto.
Conceito de Frase
Para prosseguirmos no estudo sobre essa importante área da gramática, é necessário recapitularmos
o conceito de frase:
Frase = todo enunciado linguístico com sentido completo, que estabelece uma comunicação de
acordo com o contexto no qual os interlocutores estão inseridos.
Declarativas
Interrogativas
Exemplo:
Imperativas
Exemplo:
Exclamativas
Exemplo:
Optativas
Exprimem desejo.
Exemplo:
Para compreendermos a importância da análise sintática, vejamos todos os itens estudados nessa
área.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Oração
Consiste na frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo ou de uma locução ver-
bal.
Exemplo:
Período
Trata-se da frase constituída por uma ou mais orações. O período pode ser classificado em simples
(formado por uma única oração) ou composto (formado por mais de uma oração).
Sujeito
É o elemento a respeito do qual se informa algo, sendo que o sujeito geralmente pode ser substituído
por um pronome pessoal.
Exemplo:
“As meninas do Leblon não olham mais pra mim.” (Herbert Vianna)
Geralmente, o sujeito aparece logo no início da oração. Quando isso ocorre, é dado o nome de ordem
direta.
Já quando o sujeito aparece depois do predicado ou está intercalado, a oração está em ordem in-
versa ou indireta.
De acordo com a análise sintática, uma das principais características do sujeito é que ele normal-
mente é representado por um substantivo ou vários substantivos coordenados.
Sujeito simples
Exemplo:
Sujeito composto
Exemplo:
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ANÁLISE SINTÁTICA
Sujeito Determinado
Aquele que pode ser reconhecido gramaticalmente, ocorrendo geralmente com o sujeito simples e
com o sujeito composto.
Sujeito Indeterminado
Aquele que ocorre quando a informação contida no predicado se refere a um elemento que não se
pode (ou não se quer) revelar.
Exemplos:
Precisa-se de cozinheiras.
Predicado
Predicação Verbal
Refere-se à relação existente entre o verbo e o seu sujeito, sendo que os verbos podem ser lexicais
ou de ligação.
No que se refere aos verbos lexicais, eles podem ser classificados em intransitivos ou transitivos.
Predicativo
De acordo com a análise sintática, consiste no termo da oração que funciona como núcleo nominal do
predicado, havendo:
Predicativo do sujeito: é o elemento do predicado que se refere ao sujeito mediante um verbo (de li-
gação ou não).
Predicativo do objeto: termo da oração que se relaciona ao objeto, atribuindo-lhe uma característica.
Tipos de Predicado
Predicado verbal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num verbo
lexical.
Predicado nominal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num nome
(predicativo do sujeito).
Com todas essas informações fica fácil perceber como o estudo de análise sintática é amplo, sendo
necessário estudar de forma específica cada um dos itens mencionados. Para isso, basta acompa-
nhar nossos conteúdo.
A análise sintática é a parte da gramática que estuda a função e a ligação de cada elemento que
forma um período.
Há também a análise morfológica. Essa é a parte da gramática que estuda individualmente cada ele-
mento que forma um enunciado linguístico, ou seja, independentemente da sua função.
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ANÁLISE SINTÁTICA
A análise morfossintática, por sua vez, analisa os elementos do mesmo enunciado linguístico sintática
e morfologicamente.
Termos da Oração
A oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita através de termos, os
quais podem ser essenciais, integrantes ou acessórios.
Os termos essenciais são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito
e do predicado. Vale lembrar que nem sempre a oração tem sujeito.
Sujeito
O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. O núcleo do sujeito é a pa-
lavra que tem mais importância, é o principal termo contido no sujeito.
Exemplos:
Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (pessoa é o núcleo do sujeito Uma pessoa)
Nem sempre o sujeito está expresso na oração. Quando isso acontece, estamos diante do sujeito
oculto, elíptico ou desinencial.
Exemplos:
Predicado
O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o resto
faz parte do predicado.
Predicação Verbal
Verbos Intransitivos
Verbos Transitivos
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ANÁLISE SINTÁTICA
Exemplos:
Verbos de Ligação
Os verbos de ligação não indicam uma ação, mas sim uma forma de estar.
Exemplos:
O Predicativo do sujeito e o Predicativo do objeto são complementos que informam algo ou atribuem
uma característica a respeito do sujeito ou do objeto. Esse complemento pode seguir (ou não) um
verbo de ligação.
Exemplos:
Complemento Verbal
Os complementos verbais são os termos utilizados para completar o sentido dos verbos transitivos.
Assim, os verbos transitivos subdividem-se em:
Transitivos Diretos e Indiretos - exigem dois complementos, um sem e um com preposição. (Objeto
Direto e Indireto).
Exemplos:
Complemento Nominal
O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome (substantivo, adje-
tivo ou advérbio).
Exemplos:
Agente da Passiva
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ANÁLISE SINTÁTICA
Agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva e vem sempre seguido
de preposição.
Exemplos:
O bolo foi feito por mim. (por mim é o agente da passiva. Na voz ativa a oração seria: Eu fiz o bolo.)
Os índios foram catequizados pelos jesuítas. (pelos jesuítas é o agente da passiva. Na voz ativa a
oração seria: Os jesuítas catequizaram os índios.)
Os termos acessórios são os termos dispensáveis e são utilizados para determinar, caracterizar, ex-
plicar ou intensificar.
Adjunto Adnominal – caracteriza um substantivo, agente da ação, através de adjetivos, artigos, nume-
rais, pronomes ou locuções adjetivas.
Exemplos:
O homem educado cedeu a sua cadeira à senhora de idade. (educado, sua, de idade = adjunto adno-
minal)
Exemplos:
Exemplos:
Sábado, dia sete, não haverá aula de música. (dia sete = aposto)
O melhor do carnaval: alegria e disfarce das crianças. (alegria e disfarce das crianças = aposto)
Sujeito: o professor
Predicado: emprestou um dicionário ao Lucas
Objeto direto: um dicionário
Objeto indireto: ao Lucas
Adjunto adverbial: hoje
Adjunto adnominal: o, um
Sujeito: eu
Predicado: liguei ao diretor
Objeto indireto: ao diretor
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ANÁLISE SINTÁTICA
Sujeito: a solução
Predicado: foi encontrada por Heloísa
Agente da passiva: Heloísa
Aposto: pedagoga e mãe de cinco filhos
Sujeito: o presidente
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos
Adjunto adverbial: esta semana
Sujeito: ela
Predicado: acusou-o de infiel
Objeto direto: o
Predicativo do objeto: infiel
As orações encontram-se divididas em termos essenciais, integrantes e acessórios. Todos são usa-
dos na realização de análises sintáticas.
Sujeito
Indica quem ou do que se fala. Para identificar o sujeito, fazem-se as perguntas quem? ou o quê? an-
tes do verbo da oração.
O feijão queimou.
Sujeito: o feijão
Predicado
Indica o que acontece ao sujeito. É formado, obrigatoriamente, por um verbo ou locução verbal.
O feijão queimou.
Predicado: queimou
Objeto Direto
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ANÁLISE SINTÁTICA
Objeto indireto
Indica de quem, de que, para quem, para que, em quem, em que, a quem, a que, se destina a ação
verbal. Vem sempre iniciado por uma preposição.
Eu preciso de ajuda.
Objeto indireto: de ajuda
Predicativo do Sujeito
Indica uma qualidade do sujeito, atribuindo-lhe uma característica. Aparece depois de um verbo de
ligação.
A blusa é nova.
Predicativo do sujeito: nova
Predicativo do Objeto
Complemento Nominal
Completa o sentido de substantivos abstratos, adjetivos e advérbios que possuem sentido incom-
pleto. Vem sempre precedido por uma preposição.
Agente da Passiva
Indica quem pratica a ação de uma oração na voz passiva. Quase sempre, vem precedido pela pre-
posição por ou pelas suas formas contraídas (pelo, pela, pelos, pelas).
Adjunto Adnominal
Acompanha e modifica um substantivo nuclear de uma função sintática, atribuindo-lhe uma caracte-
rística.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Adjunto Adverbial
Indica uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…), alterando o significado de um verbo,
adjetivo ou advérbio.
Aposto
Serve para explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar, especificar, … outro termo da oração.
Enquanto na análise sintática é feita a classificação da função que as palavras desempenham na ora-
ção, na análise morfológica as palavras são classificadas de forma isolada, de acordo com a classe
gramatical que representam.
Frase: Eu vi o relâmpago!
Análise sintática:
Eu: sujeito
Vi o relâmpago: predicado
O relâmpago: objeto direto
O: adjunto adnominal
Análise morfológica:
Eu: pronome pessoal reto
Vi: verbo ver
O: artigo definido
Relâmpago: substantivo comum
Nota: É feita uma análise morfossintática de uma oração quando ocorre, simultaneamente, uma aná-
lise sintática e uma análise morfológica.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Acentuação Gráfica
Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxíto-
nas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não
ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já
as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.
Proparoxítonas
Paroxítonas
l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis
Observações:
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).
Exemplos:
Oxítonas
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ral estes acentos são usados para auxiliar a pronúncia de palavras que fogem do padrão prosódico
mais comum.
Acento Agudo
O acento agudo ( ´ ) é usado na maioria dos idiomas para assinalar geralmente uma vogal aberta ou
longa. Em português, aparece em todas as vogais tônicas na última sílaba ou na antepenúltima síla-
ba. Aparece também nos grupos "em" e "ens" (como em armazém, além, etc.) e para separar as le-
tras i e u dentro de um hiato (como em alaúde). Em idiomas como o holandês e o islandês, pode fun-
cionar como marca diferencial em palavras homônimas cujo significado não pode ser inferido pelo
contexto. Na escrita pinyin do mandarimindica o segundo tom, de baixo para cima. Em polonês pode
aparecer sobre as consoantes c e n para indicar a palatização (passando a ser pronunciadas como
/tch/ e /nh/).
Acento Grave
O acento grave (`) era usado geralmente para designar uma vogal curta ou grave em latim e grego.
Em português serve para marcar a crase. É de uso frequente em italiano e francês para marcar a
sílaba tônica de algumas palavras. Em norueguês e romeno, serve como acento para desambiguação
de palavras. Na escrita pinyin, indica o quarto tom, de cima para baixo.
Acento Circunflexo
O acento circunflexo (^) é um sinal diacrítico usado em português e galês tem função de marcar a
posição da sílaba tônica. No caso específico do português, aparece sobre as vogais a, e, o quando
são tônicas na última ou antepenúltima sílaba (p. ex.: lâmpada, pêssego, supôs) e têm timbre fecha-
do. Em francês é usado para marcar vogais longas decorrentes da supressão da letra s na evolução
histórica da palavra (p. ex. hospital → hôpital).
Cáron
O cáron (ˇ), ou circunflexo invertido, é um acento inexistente em português. Aparece em várias lín-
guas balto-eslavas e línguas urálicas sobre consoantes para indicar a palatização. Também indica o
terceiro tom na escrita pinyin do mandarim (alto - baixo - alto).
Til
O til é um sinal diacrítico cujo uso mais frequente é em português. Serve para indicar a nasalização
das vogais - atualmente somente nos ditongos ão, ãe, õe e isoladamente na vogal ã, mas no passado
podia aparecer também sobre a vogal e. Também aparece no espanhol sobre a letra n para indicar a
palatização (devendo ser pronunciada como /nh/) e no estoniano sobre a letra o para indicar uma
vogal intermediária entre /o/ e /e/.
Trema
O trema (¨) é um sinal gráfico presente em várias línguas românicas e línguas germânicas, e usado
em português do Brasil até o acordo ortográfico de 1990 sobre a letra u nos gru-
pos que, qui, gue e gui quando fossem pronunciados, como em freqüência e ungüento, uso ainda
presente em espanhol. Em francês, holandês e italiano, serve para marcar a segunda vogal de um
hiato.
Em alemão, sueco e finlandês aparece sobre as vogais a, o e u para indicar que devem ser pronunci-
adas como vogais posteriores.
Cedilha
A cedilha (¸) é usada geralmente para indicar que uma consoante deve ser pronunciada de forma
sibilante. Em português, francês e turco aparece sob a letra c (ç) - no caso do turco, para indicar a
palatização. Em romeno aparece sob as letras s e t.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Anel
O anel (˚) é um acento inexistente em português. Aparece nas línguas escandinavas sobre a le-
tra a (å) para indicar que deve ser pronunciada como /ó/. Também aparece em checosobre a le-
tra u para indicar que deve ser pronunciada como uma vogal longa.
Ogonek
O ogonek (˛) é um acento exclusivo do polonês, colocado abaixo das vogais nasais (ą, ę, ǫ, ų). Tem a
mesma função do til em português.
Monossílabos
Exemplos: pá, vá, gás, Brás, cá, má, pé, fé, mês, três, crê, vê, lê, sê, nós, pôs, xô, nó, pó, só.
Oxítonas ou agudas
As palavras oxítonas ou agudas (quando a última sílaba é a sílaba tônica) com a mesma terminação
dos monossílabos tônicos acentuados, com acréscimo do em e ens, são acentuadas. [1] Também são
acentuadas as oxítonas terminadas nos ditongos éu, éi e ói. Exemplos: pará, vatapá, estás, irás, cajá,
você, café, Urupês, jacarés, jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó, alguém, armazéns,
vintém, parabéns, também, ninguém, aquém, refém, réu, céu, pastéis, herói.
Paroxítonas ou Graves
As palavras paroxítonas ou graves (quando a penúltima sílaba é a sílaba tônica) que possuem termi-
nação diferente das oxítonas acentuadas, são acentuadas. Exemplos: táxi, beribéri, lápis, grátis, jú-
ri,bónus/bônus, álbum, álbuns, nêutron, prótons, incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen,
éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix/ônix, fénix/fênix, bíceps, fórceps, ímã, órfã, ímãs,
órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. São exceções as com prefixos como anti e super.
Proparoxítonas ou Esdrúxulas
As palavras proparoxítonas ou esdrúxulas (quando a antepenúltima sílaba é a sílaba tônica) são to-
das acentuadas. A vogal com timbre aberto é acentuada com um acento agudo, já a com timbre fe-
chado ou nasal é acentuada com um acento circunflexo. [1] Exemplos: lâmpada, relâmpago, Atlântico,
trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido.
Observação.: Palavras terminadas em encontro vocálico átono podem ser consideradas tanto paroxí-
tonas quanto proparoxítonas, e devem ser todas acentuadas. Encontros vocálicos átonos no fim de
palavras tanto podem ser entendidos como ditongos quanto como hiatos.
Exemplos: cárie, história, árduo, água, errôneo. FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda
(2010). mini Aurélio 8 ed. Curitiba: Positivo. p. 20. ISBN 85-385-4239-1 Verifique |isbn=(ajuda) </ref>
Exemplos: anéis, fiéis, papéis, céu, troféu, véu, constrói, dói, herói.
Hiatos
As letras i e u (seguidos ou não de s) quando em hiatos, são acentuados desde que estas letras se-
jam precedidas por vogal e que estejam isoladas em uma sílaba (só o i ou só o u).
Obs.: Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u, seguidos ou não do s, pois fo-
gem a regra das oxítonas acentuadas. Palavras como baú, saí, Anhangabaú, etc., são acentuadas
não por serem oxítonas, mas pelo i e u formarem sílabas sozinhos (hiato).
Não se acentuam hiatos que precedem as letras l, r, z, m, n, e o dígrafo nh. Exemplo contribuinte.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Acento diferencial
têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) de tem (terceira pessoa do singular do verbo ter);
derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" mantém/mantêm;
vêm (terceira pessoa do plural do verbo vir) - vem (terceira pessoa do singular do verbo vir);
derivados do verbo vir têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" provém/provêm.
Após a reforma ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da escrita, porém,
obviamente, a pronúncia continua a mesma.
Acentuação Gráfica
O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua
portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das pala-
vras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a
final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, notou que a sílaba tônica nem sem-
pre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico,
mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento
gráfico está para a escrita (grafia).
Oxítonas
1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e
com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s.
Exemplos:
2. São acentuados os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
4. Nunca se acentuam os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.
Paroxítonas
Exemplos:
Observação
2. Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados grafica-
mente.
4. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento no i e no u tônicos das palavras
paroxítonas quando vierem depois de um ditongo decrescente. Se o i ou o u forem precedidos
de ditongo crescente, porém, o acento permanece.
Proparoxítonas
Exemplos: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora.
Casos especiais
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
2. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas.
3. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou
são seguidos de s.
Exemplos: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo.
Exemplos: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis.
7. Depois do Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as formas verbais dissílabas termi-
nadas em eem.
Observação
9. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis,
(ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu com-
posto redarguir.
10. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, apazi-
guar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias
em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Exemplos:
Exemplos:
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Observação
a) A vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras.
11. O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual manei-
ra. Depois do Acordo Ortográfico, passamos a usar apenas alguns acentos diferenciais.
Exemplos:
Observações
a) O Acordo Ortográfico passou a aceitar a dupla grafia da palavra fôrma/forma, acentuada ou não.
b) Os derivados do verbo ter (conter, deter, manter etc.) seguem a mesma regra do verbo ter.
Exemplos:
c) Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé-
la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Exemplos:
Acentuação
Gramática
O Novo Acordo Ortográfico, em uso desde 2009, estabeleceu muitas mudanças nas regras de acen-
tuação gráfica.
Em se tratando de acentuação, devemos nos ater à questão das novas regras ortográficas da Língua
Portuguesa, as quais entraram em uso desde o dia 1º de janeiro de 2009. Como toda mudança impli-
ca adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto antes.O estudo exposto a seguir
visa a aprofundar seus conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafar as palavras, le-
vando em consideração as regras de acentuação e o que foi proposto pelo novo acordo ortográfico.
Acentuação Tônica
A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aque-
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
la que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Acentuação gráfica
Regras fundamentais:
Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em", seguidas ou
não do plural(s). Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Ex.: pá – pé – dó – há
→ Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la, los, las.
→ i, is
→ l, n, r, x, ps
Regras especiais:
→ Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento com o
Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ANTES AGORA
Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Geléia Geleia
Jibóia Jiboia
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Paranóico Paranoico
→ Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s", desde
que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento:
Observação importante:
→ Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo:
ANTES AGORA
Bocaiúva Bocaiuva
Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe
ANTES AGORA
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo
→ Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:
→ As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e
seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.
ANTES AGORA
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
→ Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus com-
postos (conter, reter, advir, convir etc.).
SINGULAR PLURAL
ele tem eles têm
ele vem eles vêm
ele contém eles contêm
ele obtém eles obtêm
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
→ Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas
em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda
continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por.
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ORTOGRAFIA
Ortografia
A Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa para a grafia correta das
palavras e o uso de acentos, da crase e dos sinais de pontuação. A origem da palavra é grega e signi-
fica -orthós = certo, correto, direito, exato; e -grafia = escrita, estabelecendo, portanto, padrões para a
forma escrita correta das palavras de uma língua.
A escrita correta das palavras de uma língua está relacionada tanto com critérios ligados à origem das
palavras (etimológicos) quanto aos ligados aos fonemas(fonológicos). A forma de grafar/escrever as
palavras é fruto de uma convenção social, ou seja, de acordos ortográficos que envolvem os diversos
países em que uma língua é reconhecida como sendo idioma oficial.
Quando falamos sobre ortografia, é preciso também refletirmos a respeito dos acordos ortográfi-
cos envolvendo países cuja língua portuguesa representa o idioma oficial. O primeiro acordo foi reali-
zado em 1931 com o objetivo de promover a unificação dos dois sistemas ortográficos, entretanto, não
obteve êxito. No Brasil, houve reformas ortográficas nos anos de 1943, 1945, 1971 e 1973. Em 1986,
no Rio de Janeiro, houve um encontro de todos os representantes dos países lusófonos, ficando esta-
belecido o acordo ortográfico de 1986, mas também foi inviabilizado.
O último acordo ortográfico entre os países lusófonos entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2009.
Esse acordo legitimou outra reforma ortográfica, estabelecendo mudanças em diferentes aspectos,
como a inclusão das letras “K”, “W” e “Y” ao alfabeto português oficial.
Dicionário
Para que os falantes possam acessar a grafia correta das palavras de uma língua, basta recorrer
ao dicionário, um livro que reúne todas (ou quase todas) as palavras da língua, seus significados
e classificação gramatical. As palavras são apresentadas no dicionário em ordem alfabética. Alguns
dicionários também foram criados para a tradução de uma língua para outra.
Apesar de oficialmente sancionada, a ortografia não é mais do que uma tentativa de transcrever os
sons de uma determinada língua em símbolos escritos. Esta transcrição costuma se dar sempre por
aproximação e raramente está isenta de ambiguidades.
Um dos sistemas ortográficos mais complexos é o da língua japonesa, que usa uma combinação de
várias centenas de caracteres ideográficos, o kanji, de origem chinesa, dois silabários, katakana e hira-
gana, e ainda o alfabeto latino (não se trata de alfabeto latino, mas sim a forma fonética de representar
os silabários) , a que dão o nome romaji. Todas as palavras em japonês podem ser escritas em kata-
kana, hiragana ou romaji. E a maioria delas também pode ser identificada por caracteres kanji. A esco-
lha de um tipo de escrita depende de vários fatores, nomeadamente o uso mais habitual, a facilidade
de leitura ou até as opções estilísticas de quem escreve.
Ortografia fonética
Cada som corresponde a uma letra ou grupo de letras únicos e cada letra ou grupo de letras corres-
ponde a um único som.
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ORTOGRAFIA
Ortografia etimológica
Um mesmo som pode corresponder a diversas letras e cada letra ou grupo de letras pode corresponder
a diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais.
Exceto o Alfabeto Fonético Internacional, que consegue fazer a transcrição para caracteres alfabéticos
de todos os sons, não há sistemas ortográficos pura e exclusivamente fonéticos. No entanto, podemos
dizer que são eminentemente fonéticas as ortografias das línguas búlgara, finlandesa, italiana, russa,
turca, alemã e, até certo ponto, a da língua espanhola.
No caso particular do espanhol, podemos admitir que se trata de uma ortografia fonética em relação ao
espanhol padrão falado na Espanha, mas não tanto em relação aos falares latino-americanos, em es-
pecial aos da Argentina e Cuba, nos quais nem sempre se verifica que cada som corresponde a uma
letra ou grupo de letras.
A ortografia atual do português é, também, mais fonética do que etimológica. No entanto, antes
da Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal, a escrita oficialmente usada era marcadamente etimoló-
gica.
Um exemplo típico de ortografia etimológica é a escrita do inglês. Em inglês um grupo de letras (por
exemplo: ough) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da palavra onde está inserido. É
também a etimologia que rege a escrita da grande maioria das palavras no francês, onde um mesmo
som pode ter até nove formas de escrita diferentes, caso das palavras homófonas au, aux, haut, hauts,
os, aulx, oh, eau, eaux.
Erros Ortográficos
Paragrama
Um paragrama é um erro ortográfico que resulta da troca de uma letra por outra, co-
mo previlégio (privilégio), visinho (vizinho), vizita (visita), meza (mesa) e outras.
A Ortografia é a parte da gramática que se encarrega da forma correta de escrita das palavras da Lín-
gua Portuguesa.
As orientações ortográficas levam em conta a etimologia (origem) das palavras, bem como a fonologia
(sons), de modo que a Ortografia se insere numa categoria ainda maior da gramática que é justamente
a Fonologia.
A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho", que quer
dizer correto e "grafo", por sua vez, que significa escrita.
A ortografia se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.
A ortografia é influenciada pela etimologia e fonologia das palavras. Além disso, são feitas convenções
entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos
ortográficos.
O Alfabeto
A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem.
Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.
A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.
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ORTOGRAFIA
Regras Ortográficas
Uso do x/ch
Exceção: O verbo encher escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.
Uso do h
Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico baía é
grafado sem h.
Uso do s/z
Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam grande quantidade, estado ou circuns-
tância: bondoso, feiosa, oleoso.
Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.
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ORTOGRAFIA
Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza,
grande - grandeza.
Uso do g/j
Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio.
Observações:
1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que ) eles/elas viajem.
angélico anjinho
estrangeiro berinjela
gengibre cafajeste
geringonça gorjeta
gim jeito
gíria jiboia
ligeiro jiló
sargento laje
tangerina sarjeta
tigela traje
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ORTOGRAFIA
Parônimos e Homônimos
Há diferentes formas de escrita que existem, ou seja, são aceitas, mas cujo significado é diferente.
Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou na pro-
núncia, mas têm significados diferentes.
Exemplos:
Por outro lado, podemos estar diante de palavras homônimas quando as palavras têm a mesma pro-
núncia, mas significados diferentes.
Exemplos:
Além das situações mencionadas acima e os casos de acentuação e pontuação, há uma série de pala-
vras e expressões que oferecem dificuldades. São exemplos: A baixo / Abaixo, Onde / Aonde, Mas /
Mais, entre tantas outras.
Palavras difíceis são geralmente as que não são utilizadas com frequência, que surgem principalmente
em contexto formal. Por esse motivo, parecem diferentes, ou mesmo estranhas. A sua dificuldade res-
peita ao seu significado, mas também ao ato de falar, ou seja, a forma correta de pronunciá-las.
1. Alvíssaras
2. Agnóstico
Aquele que não acredita em Deus e nem nega a sua existência. Exemplo: Ele dizia ser agnóstico, até
que, desesperado, se viu a pedir ajuda a Deus.
3. Beneplácito
4. Cuntatório
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ORTOGRAFIA
5. Desasnado
Que recebeu instrução, que desasnou. Exemplo: Depois de muita instrução, finalmente parece desas-
nado.
6. Empedernido
Aquele que não se deixa persuadir ou não se comove. Exemplo: É a tal ponto empedernido que nem
uma notícia dessas o comove.
7. Filaucioso
Presunçoso. Exemplo: Com seu ar filaucioso, disse que já sabia tudo aquilo.
8. Graçolar
Dizer graçolas ou brincadeiras. Exemplo: Apesar da sua condição, passa os dias a graçolar.
9. Horrípilo
10. Iconoclasta
Aquele que contesta a veneração de símbolos religiosos. Exemplo: Não faz sentido contar com um
iconoclasta para a restauração desse monumento religioso.
11. Inócuo
Inofensivo. Exemplo: Com a garantia de que qualquer reação seria inócua, aceitou experimentar.
12. Juvenelizante
Que rejuvenesce. Exemplo: Sinto-me muito melhor! O passeio foi realmente juvenelizante.
13. Kafkaesco
Que se assemelha às propostas de Kafka. Exemplo: A realidade transcendente presente nas obras
traduz o seu estilo kafkaesco.
14. Loquaz
Eloquente, aquele que fala muito. Exemplo: É admirável a maneira loquaz com que discursa à plateia.
15. Mendacioso
Aquele que mente. Exemplo: Ninguém seria capaz em acreditar num discurso tão mendacioso.
16. Nitidificar
Tornar nítido. Exemplo: Com mais esclarecimentos sobre o tema, conseguiremos nitidificar tudo o que
foi exposto.
17. Odiento
Que guarda ódio. Exemplo: Não chegará a lado nenhum com suas palavras odientas.
18. Prognóstico
Que indica previsão. Exemplo: O prognóstico do médico indicou sérias complicações no seu estado de
saúde.
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ORTOGRAFIA
19. Putrefato
Em estado de apodrecimento. Exemplo: Tempos depois da tragédia, foram encontrados vários animais
putrefatos.
20. Quimera
Sonho que não é possível realizar. Exemplo: Nesse momento, resolver esse problema seria uma ver-
dadeira quimera.
21. Recôndito
22. Sumidade
Aquele que se destaca pela erudição. Exemplo: O professor era uma sumidade em arte barroca.
23. Tergiversar
Fazer rodeios. Exemplo: Não tentem tergiversar porque já entendi muito bem o que tais candidatos
querem.
24. Ufanismo
Aquele que se orgulha de algo de forma exagerada. Exemplo: O ufanismo o faz encarar os problemas
com muita seriedade.
25. Vicissitude
Sucessão de mudanças. Exemplo: Dependerá não só de nós, mas das vicissitudes da vida.
26. Vitupério
Comportamento ofensivo. Exemplo: Jamais imaginaria que ele respondesse com vitupério.
27. Warrantagem
Garantia pelo título de crédito conhecido como warrant. Exemplo: Sugeriu a warrantagem como garan-
tia.
28. Xaropear
Aborrecer. Exemplo: O que meu colega de turma mais sabe fazer é xaropear com conversas sem sen-
tido.
29. Yanomami
Denominação de povo indígena que habita o Brasil e a Venezuela. Exemplo: Faz parte da cultura dos
Yanomamis usar vários tipos de corantes nas pinturas corporais.
30. Zoomórfico
Que apresenta forma de animal. Exemplo: Seu aspecto zoomórfico assusta qualquer um.
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
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ORTOGRAFIA
Além dessas há várias palavras difíceis de falar especialmente em virtude de sua extensão. Muitas
delas estão ligadas às área de Biologia e Química:
Perca ou Perda?
Perca é verbo, enquanto perda é substantivo. O uso incorreto de perca ou perda é um dos erros de
português mais frequentes. Isso acontece porque essas palavras são parônimas, o que quer dizer que
elas são parecidas tanto na grafia como na pronúncia, mas têm significados diferentes.
Se ambas as palavras existem, como sei quando usar cada uma delas? Pense no seu significado e
confira os exemplos:
Caso não perca peso, vamos ter que ser mais rigorosos com a tua alimentação.
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ORTOGRAFIA
Erros de Português
Para você não errar mais, confira 40 dos maiores erros de português mais comuns que tiram a credibi-
lidade do seu texto. Se você prestar atenção, terá mais chance de gabaritar na prova de redação no
Enem e no Vestibular.
1. Precisa-se ou Precisam-se
Precisa-se de pessoas que lembrem: quando o “se” indica índice de indeterminação de sujeito, o verbo
é sempre conjugado na 3ª pessoa do singular, nunca do plural.
"Anexo" é um adjetivo, tal como bonita. Assim, foto bonita, foto anexa, certo? Foto em bonita, foto em
anexa? Não, não pode ser.
3. Você ou Voçê
Você tem que deixar de cometer este erro! O ç somente é usado antes das letras “a”, “o” e “u”, somen-
te essas, nunca antes do “e” e do “i”.
Leia Uso do Ç.
Além da dúvida quanto à ortografia, esse pronome de tratamento também confunde na hora da crase.
4. A você ou À você
A você que não quer errar mais, dedico este ponto. A crase só existe quando o artigo “a” se une à pre-
posição “a”, o que não acontece neste caso.
A senhora, a vossa alteza, por exemplo, pode ser antecedidas por artigo “a”, mas “a você” não dá, não
é? Então, esqueça a crase! "À você" também não existe!
5. A ou Há
Daqui a pouco você não terá mais dúvidas, pois isto é muito fácil. Quando estiver falando do futuro
deve usar “a”, mas se estiver falando do passado, você usa o “há”.
Há pouco eu disse que você não teria mais dúvidas, não disse?
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ORTOGRAFIA
6. Em vez de ou Ao invés de
“Em vez de” significa uma coisa no lugar de outra. “Ao invés de” tem o sentido de contrário.
Em vez de explicar, vamos ao exemplo, ao invés de deixar que as pessoas fiquem mais confusas.
7. Ao encontro de ou De encontro a
“Ao encontro de” tem o sentido de mesma direção. “De encontro a” significa direção contrária.
Espero que essa explicação vá ao encontro das suas expectativas. Se for de encontro, ficarei muito
aborrecido!
8. Medeia ou Media
Se você quer dizer que algo está no meio ou que é intermediário, ou seja, que ele "medeia", é assim
que deve falar.
Isso porque a conjugação do verbo mediar é: eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós
mediais, eles medeiam.
“Através de” carrega a ideia de atravessar. “Por meio de” indica o instrumento utilizado para determina-
do fim.
Através da janela posso ver o que o professor escreveu no quadro. É por meio dele que eu consigo
aprender alguma coisa.
“A princípio” é usado para expressar tempo inicial. “Em princípio” é sinônimo de “em tese”.
“Senão” tem o mesmo sentido de “caso contrário”. “Se não” é uma expressão que impõe condição.
Se não aprender agora, ficarei desapontado. Senão podemos tentar de outra forma.
Como se não soubesse quais são as suas dúvidas… Mais um exemplo, senão não passamos para o
ponto n.º 12.
“Onde” indica a localização de algo. “Aonde” tem o mesmo sentido de “para onde”.
Onde estamos mesmo? No ponto n.º 12. E aonde vamos a seguir? Para o ponto n.º 13.
Quando não há referência a lugar somente “em que” deve ser utilizado.
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ORTOGRAFIA
Onde acaba esta conversa? Vamos arejar um pouco e terminar a aula ao ar livre. Lá (naquele lugar, ao
ar livre) terminaremos a nossa conversa sobre erros de português.
Sem tempo para conversar mais, aquele livro que indiquei em que há vários problemas gerais com a
língua, ajudará você em dúvidas futuras.
Ratifico que compreendo as suas dúvidas, mas a partir de agora você já consegue retificar algumas.
Agora é entre mim e você: vamos acabar com essa dúvida de uma vez!
As preposições vem sempre seguidas de pronomes pessoais do caso oblíquo (mim, ti) e nunca de
pronomes pessoais do caso reto (eu, tu).
A fim de você entender, leia isto com atenção. É este o nosso objetivo afim: esclarecer dúvidas e elimi-
nar erros de português.
A forma “tem” é a conjugação do verbo ter na 3.ª pessoa do singular. “Têm” é a conjugação do verbo
ter na 3.ª pessoa do plural.
Ele tem menos dúvidas agora. Eles têm mais chances de escrever melhor.
Assisto ao debate na sala de aula. De seguida, assisto os alunos com as dúvidas que discutiram.
“A nível de” tem o sentido de nivelar. “Em nível de” é o mesmo que “em termos de”.
Em nível de erros de português, prometo ajudar você a chegar a um nível que nunca tinha chegado
antes.
Se a dúvida é qual o particípio do verbo chegar, a resposta é "chegado": Como sempre, eu ti-
nha chegado atrasado.
É normal que você tenha essa dúvida, afinal há muitos verbos que têm mais do que uma forma
de particípio, a regular e a irregular. Por exemplo: aceitado e aceito, matado e morto, prendido e preso.
"Chego" é a conjugação do verbo chegar na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo: Eu sem-
pre chego atrasado.
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ORTOGRAFIA
“Meio” significa um pouco. “Meia” é o mesmo que metade e como é um número fracionário, varia con-
forme o termo a que se refere.
Parece meio difícil, mas em menos de meia hora você não terá mais dúvidas sobre isso.
E não esqueça, o certo é meio-dia e meia! Porque meio concorda com “dia”, enquanto meia concorda
com “hora”.
Mal eu terminei de explicar e você já entendeu. Agora, vai ser muito mau se você voltar a cometer o
mesmo erro.
“À medida que” equivale à “à proporção que”. “Na medida em que” tem o sentido de “porque”.
À medida que o você aprende, fica mais descansado, na medida em que terá mais chances de passar
em qualquer concurso.
Vocês está ficando cada vez mais esperto, mas não pense que já sabe tudo. Ainda temos alguns pon-
tos pela frente.
"Perca" é uma forma de conjugar o verbo perder. "Perda" é um substantivo, que é o contrário de “ga-
nho”.
Que eu perca tudo, menos a minha paciência. Afinal, essa seria uma grande perda.
"Deu" ou "deram" podem ser utilizados corretamente na indicação de horas. Tudo vai depender do
sujeito da oração.
Deu uma hora. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “uma hora”).
Deram duas horas. (certo. Neste caso o sujeito é “duas horas”).
O relógio deu três horas. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “o relógio”).
Deram quatro horas no meu relógio. (certo, “no meu relógio” indica lugar e não é o sujeito. Nesta ora-
ção o sujeito é “quatro horas”, com o qual o verbo está concordando).
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ORTOGRAFIA
Se quem agradece é do sexo masculino, deve usar sempre “Obrigado”. Se quem agradece é do sexo
feminino, deve usar sempre “Obrigada”.
A partir de hoje, não vou mais descriminar os alunos do crime cometido contra a língua até agora. Eles
precisam entender que há muitas pessoas que discriminam as pessoas pelo fato de falarem errado.
“Acerca de” significa “a respeito de”. “A cerca de” tem o sentido de “próximo”.
Nunca tínhamos falado acerca disto. Estamos a cerca de chegar dez pontos para terminar.
É isso mesmo, tanto “a meu ver” como “ao meu ver” são expressões que podem usadas. No entanto,
“a meu ver” é mais aceita, por ser a mais clássica.
Ao meu ver isto ficou esclarecido. Mas, a meu ver, os gramáticos preferiam condenar uma das expres-
sões.
Então, "ao meu ver" não está errado, mas de preferência vamos usar "a meu ver".
“Por hora” faz referência às horas. “Por ora” tem o mesmo sentido de que “por enquanto”.
Vamos nos dedicar a quatro erros de português por hora. Por ora, penso que conseguiremos nos orga-
nizar assim.
"Vem" e "vêm" são formas de conjugação do verbo vir. "Veem" é uma forma de conjugação do verbo
ver.
Ele vem às aulas com frequência. (3.ª pessoa do singular do verbo vir no presente do indicativo)
Eles também vêm. (3.ª pessoa do plural do verbo vir no presente do indicativo)
Eles veem o horário antes das aulas começarem. (3.ª pessoa do plural do verbo ver no presente do
indicativo)
“Seção” é uma parte, “sessão” é a duração de algo, “cessão” é o mesmo que cedência, de ceder.
Nesta seção, vamos aprender algumas palavras homófonas. Esta sessão terá a duração de 45 minu-
tos. A cessão do material utilizado nas aulas será feita por e-mail.
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ORTOGRAFIA
“Por que” e “Por quê” são usados quando se questiona algo. O que os diferencia é que com acento
vem sempre no fim das orações.
“Embaixo” é um advérbio de lugar, tem o mesmo sentido que “debaixo” e é o antônimo de “em cima”.
“Em baixo” é um adjetivo, ou seja, é usado para indicar algo em altura inferior.
Embaixo há mais pontos que vão acabar de vez com as suas dúvidas. Se não estiver fácil de entender,
chame-me em baixo tom e eu vou até sua mesa.
“Ainda assim” é uma conjunção adversativa, ou seja, ela indica oposição ou compensação. Por isso
que eu disse que era fácil, apesar disso iria explicar.
De acordo com a norma culta, quando você chega, chega a algum lugar.
É muito comum ouvirmos “chegar em”. Isso até pode indicar que a língua se transforma com o tempo,
mas na dúvida, use sempre “chegar a”.
Viagem (com G) é substantivo. Viajem (com J) é a conjugação do verbo viajar na 3.ª pessoa do plural
do presente do subjuntivo (Que eles viajem) ou o seu imperativo (Viajem eles).
Aprender é uma viagem, mas não se distraía muito para que os alunos não viajem nos seus pensa-
mentos.
Acerca ou A Cerca
O “acerca” escrito junto, e o “a cerca” escrito separado, são termos utilizados em diferentes contextos.
Por isso, causam muita confusão na hora de escrever um texto. Para acabar com a dúvida, confira
abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.
Acerca
Acerca, escrito junto, é um advérbio que significa que algo está próximo. É muito comum ser utilizado
com a preposição “de”, formando assim uma locução prepositiva: acerca de.
Nesse caso, é utilizado com o significado de sobre, a respeito de, com relação a, relativamente a, etc.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Nossa opinião acerca do tema é que tais ações são de extrema importância.
Naquela noite, discutimos acerca da nossa relação.
Obs: O termo "acercar" é um verbo transitivo e pronominal que significa aproximação, por exemplo:
Estamos nos acercando da propriedade.
A Cerca
A cerca, escrito separado, significa “aproximado” sendo sinônimo do advérbio “perto”. É formado pelo
artigo “a” e o substantivo “cerca”. Geralmente, esse termo vem acompanhado com a preposição “de”.
Obs: quando utilizamos a expressão “cerca de” significa “aproximadamente”, por exemplo:
E o Há Cerca?
Nesse caso, o “há”, forma conjugada do verbo haver, é utilizado com o significado de existir e indica
tempo decorrido. A expressão “há cerca de” significa, portanto, “faz aproximadamente”.
Exemplos:
Obs: Note que “a cerca de” faz referência à distância e “há cerca de” ao tempo.
Abaixo ou A Baixo?
Os termos "abaixo", escrito junto, e "a baixo", escrito separado, costumam confundir quando vamos
escrever um texto.No entanto, eles são usados em contextos diferentes. Para que você não erre mais,
confira abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.
Abaixo
O termo "abaixo', escrito junto, faz referência a algo que esteja numa posição inferior. Portanto, essa
palavra é sinônima de "embaixo", "debaixo", "sob", "por baixo", etc.
Embora seja mais utilizada como advérbio de lugar, esse vocábulo também é utilizado em situações
que envolvem interjeições.
Exemplos:
Abaixo a Ditadura!
Veja abaixo um exercício sobre o tema da aula.
Na lista de convocados, seu nome está abaixo do meu.
Nesse semestre suas notas estão abaixo da média da classe.
Fizemos um abaixo-assinado para retirar o professor da disciplina.
Obs: Note que o termo “abaixo-assinado” leva hífen quando se trata da petição que reúne diversas
assinaturas.
Por outro lado, se ele está sendo usado para indicar a pessoa que assina o documento é escrito sem o
hífen:
Atenção!
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ORTOGRAFIA
Há muitos casos em que o termo “abaixo” acompanha o verbo “seguir”. A dúvida é se o verbo é escrito
no singular ou plural.
Em todos os casos, o verbo concorda com o sujeito. Ou seja, se o sujeito estiver no plural, o verbo
também ficará no plural. Do contrário, se ele estiver no singular, o verbo também será escrito no singu-
lar.
Exemplos:
A Baixo
Já a expressão “a baixo”, escrito separado, é sinônima de “de baixo”, “para baixo” ou “até embaixo” e
antônima de “do alto” ou “de cima”. Esse termo é formado pela preposição “a” mais o adjetivo “baixo”.
Exemplos:
Enfim ou Em Fim?
O “enfim”, escrito junto, e o “em fim”, escrito separado, costumam confundir muito quando vamos es-
crever um texto. Eles têm significados diferentes e, portanto, devem ser usados em contextos distintos.
Saiba aqui como se escreve e quando você deve usar cada um deles. Confira abaixo as regras, usos e
exemplos.
Enfim
“Enfim”, escrito junto e com “n” depois do “e”, é um termo sinônimo de finalmente, por fim, afinal, etc.
Trata-se de um advérbio de tempo que é também utilizado com sentido de que algo está concluído: em
síntese, em conclusão, em suma, etc..
Exemplos:
Enfim sós!
Após tantas dificuldades, enfim poderemos comprar o carro.
Enfim poderei ver Maciel nesse final de semana.
Após tantas provas, podemos enfim viajar.
Atenção!
A expressão “En fim”, escrito separado e com “n” depois do “e”, não existe na língua portuguesa.
Exemplo: Até que enfim você chegou!
Em Fim
O “em fim”, escrito separado, é utilizado com o sentido de “no final de” ou “no fim de”. Portanto, essa
expressão indica o fim próximo ou mesmo o término de algo.
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ORTOGRAFIA
Trata-se de uma locução adverbial de tempo, ou seja, que desempenha o papel de advérbio na frase.
Ela é formada pela preposição “em” mais o substantivo “fim”.
Exemplos:
Acima ou A Cima?
O termo “acima” e a locução “a cima” possuem o mesmo som, no entanto, são utilizadas em contextos
diferentes. Por isso, causam grande confusão quando temos que escrever um texto.Para que você
aprenda de uma vez por todas a usá-las corretamente, confira abaixo dicas com as regras, os usos e
alguns exemplos.
Acima
A palavra “acima”, escrito junta, é um advérbio de lugar e antônima de “abaixo”. Assim, ela é emprega-
da com o sentido de que algo está num local elevado, ou seja, localizado numa posição superior.
Exemplos:
Obs: Uma dica para saber se o termo está sendo utilizado corretamente é trocá-lo por seu antônimo:
Estacionei o carro mais abaixo.
Fique Atento!
A expressão “acima de” é uma locução prepositiva muito utilizada, por exemplo: Suas médias es-
tão acima de qualquer um da sala.
A Cima
O termo “a cima”, escrito separado, é sinônimo de “para cima” e antônimo de “de baixo” ou “para baixo”
e não leva crase.
Ele significa que algo está no alto ou no topo sendo formado pela preposição “a” mais o substantivo
“cima”.
Exemplo:
Fiquei muito nervosa pois quando entrei na sala ela me olhou de baixo a cima.
Antes de comprar a casa José verificou tudo de baixo a cima.
Levamos quatro horas para subir a montanha de baixo a cima.
Resolvemos correr na ladeira de baixo a cima.
O elevador subiu de baixo a cima em poucos segundos.
Obs: uma dica para saber se você está utilizando o termo corretamente é trocar pelo seu sinônimo
“para cima”: o elevador subiu de baixo para cima em poucos segundos.
Fique Atento!
A expressão “de cima” é uma locução adverbial. Já as expressões “para cima de”, “por cima de” ou “em
cima de” são locuções prepositivas.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Sob ou Sobre?
O “sob” e o “sobre” são duas preposições essenciais que causam muita confusão na hora de escrever
um texto.Isso porque elas são palavras parônimas, uma vez que são muito semelhantes na pronúncia
e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.
Sendo assim, o sob e o sobre são termos antônimos, ou seja, o significado de uma é o contrário da
outra.
Lembre-se que preposição é uma palavra invariável utilizada para ligar dois termos numa oração. Con-
fira aqui o significado, usos e exemplos de cada uma delas.
Sob
O sob é uma preposição utilizada com o sentido de “embaixo de”, “por baixo de” e “debaixo de”. Ou
seja, faz referência a algo que esteja numa posição inferior.
Além disso, ela pode ser usada com o sentido de “condição” ou “em estado de”.
Exemplos:
Sobre
O “sobre” é uma preposição utilizada como sinônimo de “em cima de”, “por cima de” e “acima de”. Ou
seja, ela faz referência a algo que esteja numa posição superior.
Esse termo também pode ser utilizado com o sentido de “acerca de”, “em relação à” e “a respeito de”.
Exemplos:
Debaixo ou De Baixo?
"Debaixo" e "de baixo" são dois termos utilizados em situações diferentes. A grande confusão na hora
de escrever é porque essas palavras possuem o mesmo som. Portanto, confira aqui as principais re-
gras, usos e exemplos sobre cada um desses vocábulos.
Debaixo
A palavra “debaixo”, escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está localizado na par-
te inferior em relação à outra coisa.
Assim, ela é sinônimo de embaixo, abaixo, sob, por dentro; e antônimo de em cima ou acima. Na maior
parte das vezes, esse advérbio vem acompanhado de uma proposição formando assim, uma locução
adverbial: debaixo de.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Obs: Geralmente o termo “debaixo” pode ser substituído pela preposição “sob”. Dessa forma, você
pode substituí-la na frase para confirmar se o termo que está usando é o correto. Assim, se a sentença
estiver coerente o termo utilizado está certo.
De Baixo
Quando é escrito de maneira separada, esse termo exerce a função de adjetivo de modo que qualifica
o substantivo na frase. A palavra “de baixo” é formada pela preposição “de” mais o adjetivo “baixo”.
Exemplos:
Obs: Uma dica é substituir a palavra por “sob” e se a sentença não fizer sentido, o termo correto é “de-
baixo”.
Embaixo ou Em Baixo?
Os termos “embaixo”, escrito junto, e “em baixo”, escrito separado, são duas palavras que possuem o
mesmo som, porém grafias diferentes. Além disso, são utilizadas em situações distintas.
Ambas causam muita confusão quando temos que escrever uma redação. Portanto, aprenda de uma
vez por todas a usá-las corretamente conferindo abaixo seus significados, regras, usos e exemplos.
Embaixo
A palavra "embaixo", escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está numa posição
inferior em relação a outra coisa.
Ela é sinônimo de abaixo, debaixo, sob, por baixo e antônimo de em cima, acima e sobre.
Além disso, é comum esse termo vir acompanhado de uma preposição, formado assim, uma locução
adverbial, por exemplo: embaixo de.
Exemplos:
Obs: uma maneira de saber se está utilizando o termo correto, é trocar na frase pelo seu antônimo.
Exemplo: Os livros estão em cima da mesa.
Em Baixo
Quando escrito de forma separada o termo “em baixo” desempenha a função de adjetivo na sentença.
Ou seja, nesse caso, ele qualifica um substantivo:
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Você sabia?
No português falado em Portugal o termo escrito separado “em baixo” é utilizado como advérbio de
lugar: "Estou em baixo do toldo te esperando".
Trás ou Traz?
O “trás” e o “traz” são dois termos homófonos, ou seja, que possuem o mesmo som, porém grafias
diferentes.
Por esse motivo, esses monossílabos tônicos causam muita confusão quando vamos escrever um
texto.
Trás
O trás com “s” e acento agudo é uma palavra que significa na parte traseira, sendo utilizada como si-
nônima de atrás, detrás, após, etc.
Esse termo sempre vem sempre precedido por uma preposição e, nesse caso, desempenha o papel de
um advérbio de lugar formando uma locução adverbial.
Exemplos:
Obs: A palavra “atrás” é grafada com “s” no final e, portanto, o termo “atraz” está incorreto.
Traz
O traz com “z” é uma forma verbal do verbo trazer que significa transportar, levar, conduzir, encami-
nhar, ocasionar, oferecer, etc.
Essa forma é conjugada na terceira pessoa do singular do indicativo (ele/ela traz) e ainda, na segunda
pessoa do singular do imperativo (traz tu).
Exemplos:
Obs: uma dica para verificar se o uso desse termo está correto é substituindo por verbos relacionados,
por exemplo, o levar:
Assim, se a sentença estiver coerente, você está usando o termo corretamente. Do contrário, você
deve utilizar o advérbio de lugar “trás”.
Encima ou Em Cima?
"Encima" junto e "em cima" separado são duas palavras homófonas que apresentam sonoridade igual,
porém grafias diferentes.
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ORTOGRAFIA
Confira aqui o significado de cada uma para você não ficar mais na dúvida de quando usar cada uma
delas.
Encima
O termo “encima”, escrito junto e com “n” representa uma forma verbal do verbo encimar. Esse verbo,
pouco utilizado pelos falantes da língua, significa colocar sobre algo, sendo sinônimo de elevar, coroar,
etc.
Ele é conjugado na terceira pessoa do singular (ele/ela encima) do indicativo ou na segunda pessoa do
singular do imperativo (encima tu).
Exemplos:
Em Cima
Já o termo “em cima” escrito separado é o antônimo de embaixo. Numa frase ela exerce a função de
locução adverbial de lugar.
Portanto, utilizamos essa palavra para nos referir a algo que está numa posição elevada em relação a
outra coisa.
Exemplos:
Curiosidade
Utilizamos frequentemente na linguagem coloquial (informal) a expressão “dar em cima”. Ela faz refe-
rência quando alguém está cortejando ou interessado numa pessoa.
Acento Agudo
Eles marcam a sílaba tônica (mais forte) de uma palavra e, portanto, são utilizados nas vogais abertas
e semiabertas.
Além do acento agudo, o mais utilizado na nossa língua, há também o circunflexo (^) e o grave (`), esse
último chamado de crase.
Regras
Nas vogais tônicas abertas e semiabertas “a”, “e” e “o”, por exemplo:
sofá
estádio
átomo
réptil
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ORTOGRAFIA
sintético
parabéns
sólido
ótica
dominó
íngreme
almíscar
líquen
útil
inútil
úmido
Com a implementação do Novo Acordo Ortográfico (2009), algumas palavras paroxítonas perderam o
acento agudo.
Palavras homógrafas
Para
Polo
Pára
Pólo
Heroico
Jiboia
Paranoia
Assembleia
Ideia
Heróico
Jibóia
Paranóia
Assembléia
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ORTOGRAFIA
Idéia
Obs: Segundo o Novo Acordo Ortográfico o acento agudo permanece nos monossílabos tônicos e nas
palavras oxítonas com ditongos abertos “éi”, “éu” ou “oi”:
Exemplos:
anéis
decibéis
chapéu
ilhéus
herói
remóis
Sofá
Olá
Chalé
Café
Açaí
Piauí
Avó
Paletó
Baú
Grajaú
Cadáver
Amável
Réptil
Éden
Ímpar
Vírus
Dócil
Fóssil
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ORTOGRAFIA
Lúmen
Túnel
Árabe
Cálice
Exército
Espécie
Líquido
Míope
Próximo
Cleópatra
Rústico
Músico
Atenção!
Algumas palavras iguais escritas com e sem acento agudo, são utilizadas em contextos diferentes.
Exemplos:
Acento Circunflexo
O acento circunflexo (^) é um tipo de notação léxica utilizado nas vogais tônicas semifechadas: “a”, “e”
e “o”.
No português as semivogais “i” e “u” nunca levam esse tipo de acento. Além do circunflexo, temos o
acento agudo (´) e o grave (`)
Regras e Usos
O acento circunflexo é geralmente usado nas vogais fechadas /â/, /ê/ e /ô/ e nas vogais nasais que
aparecem nos dígrafos “âm”, “ân”, “êm”, “ên’, “ôm” e “ôn”.
Exemplos:
Importância
Êxito
Metrô
Âmbito
Discrepância
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ORTOGRAFIA
Efêmero
Essência
Nômade
Antagônico
No Novo Acordo Ortográfico (2009) algumas palavras que recebiam o acento circunflexo foram altera-
das. Portanto, fique atento às novas regras para não errar na hora da escrita.
Nas palavras paroxítonas que possuem o ditongo “ee” e “oo”, o circunflexo foi abolido:
Leem
Deem
Creem
Abençoo
Enjoo
Voo
Você deve lembrar que antes do acordo, a primeira vogal igual levava o acento circunflexo. Sendo as-
sim, elas eram escritas da seguinte maneira:
Lêem
Dêem
Crêem
Abençôo
Enjôo
Vôo
Nas palavras paroxítonas homógrafas (mesma grafia) o acento circunflexo era mantido para diferenciar
uma da outra, por exemplo:
Pêlo
Pêra
Exemplo:
Exemplo:
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ORTOGRAFIA
Pôr
Pôde
Têm
Vêm
Portanto, segundo o Novo Acordo Ortográfico, algumas palavras podem ser escritas de duas maneiras:
Confira abaixo alguns exemplos de palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas que levam acento
circunflexo:
Palavras Oxítonas
Purê
Bebê
Nenê
Caratê
Robô
Avô
Pôs
Pôr
Advêm
Convêm
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ORTOGRAFIA
Detêm
Retêm
Palavras Paroxítonas
Têxtil
Plâncton
Câncer
Fênix
Zângão
Escrevêsseis
Tônus
Palavras Proparoxítonas
Palavras terminadas em vogais “a”, “e” e “o”, seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”:
Cânfora
Lâmpada
Amêndoa
Amazônia
Mântua
Tênue
Gêmeo
Gênio
Cômodo
Acadêmico
Curiosidade
Algumas palavras escritas com e sem acento circunflexo são utilizadas em contextos diferentes.
Exemplo:
E o Acento Agudo?
O acento agudo (´) é utilizado nas vogais abertas “a”, “e”, “o” e nas semivogais “i” e “u”. Além disso,
vogais nasais representadas por alguns dígrafos (ín, ím, ún, e úm) também levam o acento agudo.
Confira alguns exemplos abaixo:
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ORTOGRAFIA
Sofá
Café
Jiló
Ídolo
Útil
Índio
Ímpio
Único
Úmero
Há ou A?
“Há” e “A” são dois termos que geram muita confusão para os utilizadores da língua. Isso porque am-
bas possuem o mesmo som, porém apresentam grafias diferentes.
Aqui você vai encontrar explicações e exemplos de quando você deve usar cada uma delas.
Há
Com o “h” o “há” representa uma forma do verbo haver. Assim, podemos utilizar o “há” quando o verbo
haver é impessoal (sem sujeito) e possui o sentido de “existir”.
Também utilizamos o “há” em frases que expressam tempo passado e, nesse caso, pode ser substituí-
do pelo verbo “fazer” ou “ter”.
É muito comum usarmos esse termo com a palavra “atrás”, por exemplo:
Como o “há” pode ser utilizado para fazer referência a algo que ocorreu no passado, fica redundante
colocar esse vocábulo na mesma sentença.
Curiosidade
Existe também outra forma que tem o mesmo som do “há”: ah!
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ORTOGRAFIA
Nesse caso, ele é usado como interjeição, ou seja, quando expressa emoção ou sentimento.
O “a” é um artigo definido utilizado antes de substantivos e diferente do “há” que indica um tempo pas-
sado, esse é utilizado para falar de uma ação futura.
E o “À” e o “Á”?
Além do “a” sem acento, temos mais duas formas acentuadas que surgem dúvidas quando utilizadas.
O “à” representa a união e contração de duas vogais: o artigo definido “a” e a preposição “a” marcada
pelo acento grave: à (a+a). Nesse caso, é chamada de “crase”.
1. Empregada antes de alguns verbos que indiquem destino: ir, vir, voltar, etc.
2. Utilizada antes de palavras femininas. Por sua vez, antes de palavras masculinas não se utiliza a
crase.
4. Usada em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas tais como: à medida que, às pressas, às
vezes, à tarde, à noite, etc.
Já o “á” com acento agudo não é utilizado isoladamente, ou seja, sozinho esse termo não existe. Ele é
empregado na sílaba tônica (mais forte) de uma palavra.
No entanto, existem diversas regras de acentuação que você deve conhecer para utilizá-la corretamen-
te. Veja alguns exemplos de palavras com “á”.
Sofá
Água
Fácil
Árvore
Lápis
Mais ou Mas?
O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em contex-
tos distintos. Aprenda aqui a diferença entre elas.
Mais
A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento da
quantidade de algo.
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ORTOGRAFIA
Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na frase,
o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção.
Exemplos:
Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu antônimo “me-
nos”.
Mas
Como conjunção adversativa, o “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia contrária a que
foi dita anteriormente:
Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que, etc.
Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação, por exemplo:
Ela é muito dedicada, mas tão dedicada, que trabalhou anos vendendo doces.
Obs: a palavra "más" com acento é o plural de "mal", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por
exemplo: Nesse semetre suas notas estão muito más.
Senão ou Se não?
"Senão" ou "se não" são dois termos que possuem o mesmo som, no entanto, são utilizados em situa-
ções diferentes. Aprenda de uma vez por todas a usá-los corretamente.
Senão
Quando esse termo é escrito junto, ele geralmente significa “do contrário”, “caso contrário”, “a não ser”.
Exemplo:
No entanto, dependendo de sua função na frase, essa palavra pode desempenhar o papel de substan-
tivo, conjunção ou preposição.
Quando é conjunção significa algo negativo, e pode ser substituído por “do contrário”, “caso contrário”,
“de outro modo (maneira)”, etc.
Nesse caso, o termo pode desempenhar o papel de uma conjunção alternativa ou conjunção adversati-
va.
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ORTOGRAFIA
Conjunção Alternativa
Conjunção Adversativa
Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, senão pelas bodas de casamento.
Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, mas pelas bodas de casamento
Quando é preposição significa uma exceção, e pode ser substituído por: “exceto”, “com exceção de”,
“salvo”, “a menos que”.
Se não
Já quando o termo é escrito separadamente ele dá a ideia de “caso não”. Portanto, para saber qual
palavra usar você deve substituir na frase e analisar se continua coerente.
Exemplo:
A fim ou Afim?
A fim ou afim são dois termos que causam muita confusão nos usuários da língua. Usar esse termo
junto ou separado pode afetar o entendimento do texto.
Enquanto o primeiro é parte de uma locução, o segundo é um adjetivo. Portanto, vale saber qual o
proposito para que você não erre mais.
A fim
O termo quando usado separado faz parte de uma locução prepositiva “a fim de”. Nesse caso, ela tem
o significado de finalidade. Ou seja, apresenta uma intenção, um objetivo, um intuito ou um propósito.
Para visualizar melhor, podemos perceber que no exemplo acima se trocarmos o “a fim de” por outros
termos, a frase tem o mesmo significado:
Obs: É comum usarmos esse termo para nos referirmos a algo que nos agrade, que temos vontade ou
mesmo quando estamos interessados em alguém.
Nesse caso, ele acompanha o verbo "estar": estar afim de alguém; estar afim de algo, etc.
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ORTOGRAFIA
Importante destacar que esse termo é utilizado numa linguagem informal ou coloquial. Ou seja, não
devemos utilizá-la num texto formal, a não ser que seja esse mesmo o enfoque, por exemplo, na fala
de personagens.
Afim
Quando usamos esse termo junto ele pertence as classes gramaticais de substantivos e adjetivos.
Note que se usado no plural, o termo fica “afins” e não “afims”.
Quando desempenha o papel de adjetivo na frase, ele significa igual, semelhante, próximo.
Mal ou Mau?
“Mal” e “mau” são duas palavras homófonas. Ou seja, elas são pronunciadas da mesma maneira, mas
escritas de maneiras diferentes.
Uma vez que possuem o mesmo som, elas costumam gerar muitas dúvidas para os utilizadores da
língua.
Diferenças e Exemplos
Mal
A palavra mal com “l” é antônima de bem. Portanto, para usá-la da forma correta basta lembrar qual
termo é seu contrário.
Exemplos:
Estou me sentindo mal essa manhã. (Estou me sentido bem essa manhã)
Fui muito mal no exame final. (Fui muito bem no exame final)
Felipe nasceu para fazer o mal. (Felipe nasceu para fazer o bem)
Esse vocábulo pode ser um advérbio de modo, um substantivo e ainda, uma conjunção subordinativa
temporal.
Quando é advérbio, mal significa que algo foi realizado de maneira errada, por exemplo: Sofia se com-
portou mal na palestra.
Quando é substantivo, esse termo é sinônimo de doença, problema, angústia, tristeza ou sofrimento,
por exemplo: Todo o mal deve ser evitado.
Nesse caso, o artigo “o” colocado na frente do termo determina esse substantivo.
Quando é conjunção, mal significa “assim que; logo que; quando”, por exemplo: Malcheguei ao colégio,
os portões fecharam.
Mau
A palavra mau com “u” é antônimo de bom. Da mesma maneira que sua homófona, para usá-la da
forma correta basta lembrar a palavra que é contrária dela.
Em relação à classe gramatical, esse vocábulo é um adjetivo que qualifica seres e objetos.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Ele foi muito mau comigo. (Ele foi muito bom comigo)
O chefe sempre estava de mau humor (O chefe sempre estava de bom humor)
Obs: Quando nos referimos à má disposição de alguém, o termo correto é mau humor.
Nesse caso, ele não é escrito com o hífen. Portanto, as palavras mau-humor, mal humor e mal-humor
estão escritas de maneira errada.
Por outro lado, devemos lembrar que quem tem mau humor é uma pessoa mal-humorada. Nesse caso,
utilizamos o mal com “l” visto que o contrário seria “bem-humorado”.
Além disso, de acordo com as regras de ortografia esses termos são separados por hífen.
Demais ou De Mais
Demais é, na maior parte das vezes, advérbio de intensidade, mas também pode ser substantivo ou
adjetivo.
De mais também existe. É uma expressão que tem o sentido equivalente a “de menos”. E ademais,
existe ou não?
Demais
Exemplos:
Molhou-se demais.
Exemplos:
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
De Mais
Exemplos:
Ademais
Exemplos:
Acho que você deveria aproveitar porque não está chovendo. Ademais, pode não ter tempo para sair
amanhã.
Não tem com o que se preocupar, ademais, eu estou aqui para o que precisar.
Fonema e Letra
Os fonemas são as unidades sonoras que compõem o discurso ou a fala e são representados entre
barras oblíquas.
As letras, por sua vez, são os sinais gráficos que tornam possível a escrita. Juntas de forma ordenada,
as letras constituem o alfabeto.
Exemplos:
coçar = 5 letras
/k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas
máximo = 6 letras
/m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas
acesso = 6 letras
/a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas
chute = 5 letras
/x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas
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ORTOGRAFIA
Vogais
São sons que são emitidos sem obstáculos, somente pela boca (a, e, i , o, u), ou pela boca e pelas
fossas nasais (ã, ẽ, ĩ, õ, ũ).
Exemplos: pia, ando, cesto,quero, lente, li, lindo, sonho, avó, som, susto, untar.
Consoantes
As consoantes encontram obstáculos na sua passagem pela boca, por isso, precisam sempre do
acompanhamento das vogais.
Semivogais
As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que aparecem juntos com uma vogal formando uma sílaba. É
importante dizer que enquanto as vogais são essenciais na formação de sílabas, as semivogais não.
Embora o número de fonemas e letras coincidam em muitas palavras, nem sempre essa equivalência
existe.
Exemplos:
gole = 4 letras
/g/ /o/ /l/ /e/ = 4 fonemas
singelo = 7 letras
/s/ /ĩ/ /j/ /e/ /l/ /o/ = 6 fonemas
Letra H.
Exemplos:
harpa = 5 letras
/a/ /r/ /p/ /a/ = 4 fonemas
hoje = 4 letras
/o/ /j/ /e/ = 3 fonemas
Letras M e N
Exemplos:
campo = 5 letras
/k/ /ã/ /p/ /o/ = 4 fonemas
atento = 6 letras
/a/ /t/ /ẽ/ /t/ /o/ = 5 fonemas
navio = 5 letras
/n/ /a/ /v/ /i/ /o/ = 5 fonemas
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ORTOGRAFIA
Exemplos:
sexto = 5 letras
/s/ /e/ s/ /t/ /o/ = 5 fonemas
exalar = 6 letras
/e/ /z/ /a/ /l/ /a/ /r/ = 6 fonemas
fixo = 4 letras
/f/ /i/ /k/ /s/ /o/ = 5 fonemas
Dígrafos
Emprego do Hífen
Aqui, de forma simples, você vai percorrer todas as regras para aprender de vez o Emprego do Hífen.
Esse é um dos temas contemplados no novo acordo ortográfico, onde é abordado em três das 21 ba-
ses que compõem esse documento.
Todas as Regras
Palavras compostas
1) Palavras compostas por justaposição (radicais que se juntam sem que haja alteração fonética).
Exemplos: couve-flor, ano-luz, arco-íris.
2) Nomes de lugares que se iniciam com grã, grão ou que sejam ligados por artigos.
4) Bem e Mal. Palavras compostas cujo primeiro elemento são as palavras bem ou mal e os elementos
que se seguem se iniciam com a letra h ou com vogal. Exemplos: bem-humorado, bem-amado, mal-
assombrado.
Contudo, no caso do advérbio bem, há palavras cujos elementos se iniciam com consoante em que o
hífen é empregado, embora com o advérbio mal não sejam. Exemplos: bem-criado, mas malcriado.
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ORTOGRAFIA
2) Segundo elemento começa com a vogal igual a que termina o primeiro elemento, ou prefixo. Exem-
plos: micro-ondas, auto-observação, semi-interno.
Exceção: com o prefixo co o hífen é dispensado, tal como em cooperante.
3) Circum e Pan. Quando o segundo elemento começa com vogal ou com as letras h, m ou n. Exem-
plos: circum-ambiente, pan-americano, pan-africanismo.
4) Hiper-, Inter- e Super-. Quando o segundo elemento começa com a letra r. Exemplos: hiper-
resistente, inter-relação, super-revista.
6) Pós-, Pré- e Pró-. Quando são acentuados. Exemplos: pós-moderno, pré-escola, pró-europeu.
Pronomes Oblíquos
O hífen é um sinal gráfico. Quer saber quais são os outros? Leia Notações Léxicas.
Ao Encontro de e De Encontro a
Ao Encontro de e De Encontro a são expressões opostas. Enquanto uma significa "a favor de" a outra
é justamente "contra alguma coisa".
Usadas no cotidiano, essas expressões podem confundir na hora da elaboração de um texto e, mesmo
em uma conversa informal.
Seu emprego incorreto pode não oferecer a ideia do que, de fato, o emissor gostaria de transmitir.
Não confunda!
Ao Encontro de
A expressão "ao encontro" é usada para reger a preposição "de" e significa "a favor de", "em direção
a", "de acordo com".
Exemplos:
De Encontro a
A expressão "de encontro" é utilizada para reger a preposição "a" e significa "contra alguma coisa".
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Sessão ou Seção
As palavras sessão e seção (ou secção) estão escritas corretamente. Apesar das grafias diferentes,
apresentam a mesma pronúncia, com excepção da palavra secção, cujo c é pronunciado.
Pelo fato de serem pronunciadas da mesma forma, mas serem escritas de forma diferente, são cha-
madas de palavras homófonas. Conforme a sua grafia, cada uma delas apresenta um significado dife-
rente.
Exemplos:
Seção e secção têm, portanto, o mesmo significado, mas apresentam formas gráficas diferentes. No
Brasil, a forma mais comum é seção, enquanto em Portugal, é secção.
Exemplos:
3. Mudei de estado, por isso, preciso saber qual a minha seção eleitoral.
4. Por favor, poderia me dizer onde é a secção (ou seção) dos livros infantis?
E Cessão?
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ORTOGRAFIA
Exemplos:
Onde e Aonde são palavras que indicam lugar, mas que são usados em situações diferentes. Assim,
há dúvidas quanto ao seu emprego, as quais você não terá mais depois de ler este artigo.
Como usar
A palavra "onde" indica o lugar onde está ou em que se passa um acontecimento. Está ligada a verbos
que expressam permanência.
Exemplos:
Já a palavra "aonde" indica movimento ou aproximação e está ligada a verbos que expressam essa
ideia.
Exemplo:
Dica!
Substitua as palavras "aonde" ou "onde" por "para onde". Se fizer sentido, você deve utilizar a palavra
aonde.
Exemplos:
Mas,
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ORTOGRAFIA
Uso do S e do Z
As palavras em português podem ter o mesmo som e serem grafadas com letras diferentes. Uma
mesma letra também pode apresentar mais de um som. Esse é o caso das letras S, Z, Ç, SS e SC cujo
emprego depende não só do fonema correspondente, mas também da tradição na grafia, na oralidade
e na etimologia das palavras.
Como usar o S
Exemplos:
Análise = analisado
Pesquisa = pesquisado
Casa = casinha = casebre = casarão
Liso = alisado
Análise = analisar
Nos adjetivos terminados pelo sufixo –oso (a): quando indica abundância ou estado pleno.
Exemplos:
Gasoso = gasosa
moroso = amorosa
Espalhafatoso = espalhafatosa
Cheiroso = cheirosa
Formoso = formosa
Dengoso = dengosa
Feioso = feiosa
Horroroso = horrorosa
Calamitoso = calamitosa
Exitoso = exitosa
Exemplos:
Paranaense
Fluminense
Paraense
Catarinense
Nos sufixos -ês (a) e isa, quando indicam origem, título de nobreza e profissão
Exemplos:
Chinês = chinesa
Gaulês = gaulesa
Francês = francesa
Escocês = escocesa
Burguês = burguesa
Marquês = marquesa
Princesa
Baronesa
Duquesa
Poetisa
Profetisa
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ORTOGRAFIA
Depois de ditongo
Exemplos:
Coisa
Faisão
Mausoléu
Maisena
Lousa
Coisa
Ausência
Exemplos:
Exemplos:
Nos sufixos –ez, -eza, que são formados por substantivos abstratos a partir de adjetivos
Exemplos:
Macio = Maciez
Surdo = Surdez
Inválido = invalidez
Rígido = rigidez
Insensato = insensatez
Mesquinho = mesquinhez
Estúpido = estupidez
Magro = magreza
Belo = beleza
Grande = grandeza
Avarento = avareza
Singelo = singeleza
Nobre = nobreza
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ORTOGRAFIA
O Uso das Letras Maiúsculas e Minúsculas, embora pareça um tema bastante simples - aprendido nos
primeiros anos da escola - requer alguns cuidados.
Assim, neste artigo, trataremos sobre as regras, especialmente após à adesão ao Novo Acordo Orto-
gráfico, que promoveu alterações também nessa área.
Ocorrências Exemplos
1. Dias, meses, esta- Estas aulas são dadas aos sábados.
ções do ano Nosso trabalho fica reduzido no mês de julho.
Costumam viajar na primavera.
2. Fulano, sicrano e Ninguém quer dizer quem foi o fulano que fez isso.
beltrano Uma vez que não haja voluntários serão indicados fulano, sicrano e
beltrano para colaborarem neste trabalho.
3. Formas de Trata- O doutor João não está atendendo neste momento.
mento Perguntou se sua excelência precisava de algo.
4. Adjetivos Pátrios Como boa mineira, adoro comer queijo com goiabada.
Os cabo-verdianos serão os últimos a adotar o novo acordo ortográ-
fico.
Ocorrências Exemplos
1. Início das frases Este é o tema da pauta.
Trata-se da maior empresa petrolífera do Brasil.
2. Substantivos próprios Maria José foi escolhida a funcionária do mês.
Zezé foi escolhida a funcionária do mês.
A região com a maior bio diversidade do mundo é a Flo-
resta Amazônica.
Estava linda com a sua fantasia de Chapeuzinho Verme-
lho.
A deusa grega do amor é Afrodite.
3. Festas e datas comemorativas A família se reúne sempre no Natal.
Já planejaram o trabalho sobre a Independência do Bra-
sil?
4. Siglas, símbolos e abreviatu- ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ras Al - alumínio
V.Sa. - Vossa Senhoria
5. Nomes de instituições e repar- Os dados foram retirados do Instituto Brasileiro de Geo-
tições grafia e Estatística.
São sérios os problemas do Sistema Único de Saúde.
Ocorrências Exemplos
1. Nomes dos livros Quem não leu O pequeno príncipe?
Quem não leu O Pequeno Príncipe?
Comprei O diário de Anne Frank.
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ORTOGRAFIA
E os pontos cardeais?
Os pontos cardeais devem ser grafados com iniciais minúsculas, mas quando são usados de forma
independente, são grafadas obrigatoriamente com maiúsculas.
Exemplos:
As Palavras Homófonas são aquelas que têm pronúncia idêntica, mas grafias diferentes. Assim, a pa-
lavra é composta pela junção dos termos homo, que significa “mesmo” e fonia, que significa “som”.
Homônimos
Homônimos são termos semelhantes, quer na pronúncia quer na grafia, mas que têm significados dis-
tintos.
Homófonos
Exemplos:
Resulta que, muitas vezes, somente mediante o seu contexto nos certificamos se uma palavra está
grafada correta ou incorretamente.
Homógrafos
As palavras homógrafas, por sua vez, têm grafia idêntica (homo=mesmo e grafia=escrita).
Exemplos:
apelo (com e fechado): pedido de auxílio / apelo (com e aberto): conjugação do verbo apelar
começo (com e fechado): início / começo (com e aberto): conjugação do verbo começar
sobre (com o fechado): em cima de / sobre (com o aberto): conjugação do verbo sobrar
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ORTOGRAFIA
Quando grafia e pronúncia são idênticas, temos homônimos perfeitos - o terceiro e último tipo de classi-
ficação.
Homônimos Perfeitos
As palavras homônimas perfeitas têm a mesma grafia, bem como a mesma pronúncia.
Exemplos:
Para saber mais sobre questões semânticas, veja também o artigo: Homônimos e Parônimos.
Relações Homófonas
Entre as letras X e CH
Entre as letras S e X
Entre as letras S e C
O atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi aprovado em definitivo no dia 12 de outubro de
1990 e assinado em 16 de dezembro do mesmo ano.
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ORTOGRAFIA
O documento foi firmado pela Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira de Letras e re-
presentantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Também houve adesão da delegação de observadores da Galiza. Isso porque na Galiza, região locali-
zada no norte da Espanha, a língua falada é o galego, a língua-mãe do português.
No Brasil, a implantação do novo acordo começou em 2008. O prazo final para a adesão é 31 de de-
zembro de 2015, conforme o Decreto 7875/2012.
Este também é o prazo em Portugal, mas nem todos os países unificarão ao mesmo tempo. Cabo Ver-
de, por exemplo, só estará totalmente adaptado ao novo acordo em 2019.
Até lá, concursos públicos, provas escolares e publicações oficiais do governo estarão adaptadas às
regras. A implantação nos livros didáticos brasileiros começou em 2009.
O objetivo do acordo é unificar a ortografia oficial e reduzir o peso cultural e político gerado pelas duas
formas de escrita oficial do mesmo idioma. A ideia é aumentar o prestígio internacional e a difusão do
Português.
As diferenças na grafia da língua utilizada por Brasil e Portugal começaram em 1911, quando o país
lusitano passou pela primeira reforma ortográfica. A reformulação não foi extensiva ao Brasil.
As primeiras tentativas para minimizar a questão ocorreram em 1931. Nesse momento, representantes
da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa passaram a discutir a unifica-
ção dos dois sistemas ortográficos. Isso só ocorreu em 1943, mas sem sucesso.
Representantes dos dois países voltaram a discutir o assunto novamente em 1943, quando ocorreu a
Convenção Ortográfica Luso-brasileira.
Tal como o primeiro, este também não surtiu o efeito desejado e somente Portugal aderiu às novas
regras.
Uma nova tentativa reuniu novamente os representantes. Desta vez, em 1975, quando Portugal não
aceitou a imposição de novas regras ortográficas.
Somente em 1986, estudiosos dos dois países voltaram a tocar na reforma ortográfica tendo, pela pri-
meira vez, representantes de outros países da comunidade de língua portuguesa.
Na ocasião, foi identificado que entre as principais justificativas para o fracasso das tratativas anterio-
res estava a drástica simplificação do idioma.
A crítica principal estava na supressão dos acentos diferenciais nas palavras proparoxítonas e paroxí-
tonas, ação rejeitada pela comunidade portuguesa.
Outro ponto rejeitado pela opinião pública brasileira estava na acentuação de vogais tônicas "e" e "o"
quando seguidas das consoantes nasais "m" e "n". Essa regra era válida para as palavras proparoxíto-
nas com acento agudo e não o circunflexo.
Assim, além da grafia, os estudiosos passaram a considerar também a pronúncia das palavras.
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ORTOGRAFIA
Principais Mudanças
As Consoantes C, P, B, G, M e T
Ficou decidido que nesses casos, os dicionários da língua portuguesa passarão a registrar as duas
formas em todos os casos de dupla grafia. O fato será esclarecido para apontar as diferenças geográfi-
cas que impõem a oscilação da pronúncia.
Acentuação Gráfica
Exemplos:
Também deixam de receber acento gráfico as paroxítonas com ditongos "ei" e "oi" na sílaba tônica.
Exemplos:
Cai, ainda, o acento nas palavras paroxítonas com vogais dobradas. Isto ocorreu porque em palavras
paroxítonas ocorre a mesma pronúncia em todos os países de língua portuguesa.
Exemplos:
Uso do c cedilha – ç
O cedilha é um sinal gráfico usado debaixo da letra c. Tem o som de ss (dois s) e fica com a seguinte
aparência: “ç”. Nunca pode iniciar palavras e é usado sempre antes das vogais a, o e u.
A letra c, por sua vez, é usada sempre ante antes das vogais e e i. Por exemplo: centeio, peraltice,
tencionar, cinto.
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ORTOGRAFIA
1. açafrão
2. açaí
3. açougue
4. açúcar
5. açucena
6. açude
7. araçá
8. cachaça
9. caçula
10. Iguaçu
11. miçanga
12. muçulmano
13. paçoca
14. Paiçandu
15. Paraguaçu
Palavras formadas a partir dos sufixos -aça, -aço, -iça, -iço, -uça
1. carduça
2. cansaço
3. cobiça
4. copaço
5. dentuça
6. dentuço
7. esperança
8. espicaçar
9. fumaça
10. justiça
11. preguiça
12. quebradiço
13. rebuliço
14. sumiço
15. vidraça
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ORTOGRAFIA
1. apreciação (apreciar)
2. atribuição (atribuir)
3. consideração (considerar)
4. continuação (continuar)
5. deliberação (deliberar)
6. designação (designar)
7. emulação (emular)
8. estagnação (estagnar)
9. exortação (exortar)
1. alienação (alienar)
2. canção (cantar)
3. consolidação (consolidar)
4. degradação (degradar)
5. discriminação (discriminar)
6. disseminação (disseminar)
7. especulação (especular)
8. exceção (excetuar)
9. explanação (explanar)
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ORTOGRAFIA
1. absolvição (absolver)
2. afirmação (afirmativo)
3. asserção (assertivo)
4. contenção (conter)
5. detenção (deter)
6. infração (infrator)
7. intuição (intuitivo)
8. manutenção (manter)
9. obtenção (obter)
1. afluição
2. arcabouço
3. beiço
4. bouça
5. calabouço
6. Conceição
7. eleição
8. feição
9. insurreição
10. louça
11. ouço
12. refeição
13. traição
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ORTOGRAFIA
Devemos aplicar o “por que” como instrumento para fazer perguntas; o “porque” para responder per-
guntas; o “por quê” para finalizar as frases; e o “porquê” na função de substantivo, explicando os moti-
vos e razões dentro da frase.
A maneira de grafar depende da aplicabilidade na frase, como substantivo sinônimo de motivo, conjun-
ção causal ou explicativa ou, ainda, como advérbio explicativo.
Separado e sem acento é usado no início das frases interrogativas diretas ou indiretas e pode ser
substituído por “o que” e por “qual”. Portanto, é um advérbio interrogativo formado da junção da prepo-
sição “por” com o pronome relativo “pelo qual”.
Grafado junto e com acento circunflexo é um substantivo. Na sentença o “porquê” significa “motivo” ou
“razão”. Aparece nas sentenças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objetivo de
explicar o motivo dentro da frase.
Separado e com acento circunflexo. É usado no fim das frases interrogativas diretas ou de maneira
isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interrogativo ou exclamativo.
O “por quê” vem antes de um ponto, considerando frases onde forma um sentido interrogativo ou ex-
clamativo. O “por quê” mantém o sentido de “por qual motivo”.
Grafado junto e sem acento é uma conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicati-
va que pode ser substituído por palavras como “pois” ou as expressões “para que” e “uma vez que”.
Assim, pode ser usado nas orações onde o motivo está diretamente relacionado.
Homônimos e Parônimos
Os Homônimos e os Parônimos são termos que fazem parte do estudo da semântica (significado das
palavras).
Assim, os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e
significados distintos.
Já as palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem signifi-
cados diferentes.
Homônimos
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ORTOGRAFIA
Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher (verbo) e
colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e denuncia (verbo).
Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar (harmo-
nizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e ascender (subir).
Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho (substantivo) e
caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e livre (verbo).
Parônimos
Por isso, é muito importante tomar conhecimento desses termos para que não haja confusão.
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
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ORTOGRAFIA
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PONTUAÇÃO
Pontuação:
Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nos-
sos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de
pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de senti-
dos dos enunciados.
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:
Ponto ( . )
b) Separar períodos:
c) Abreviar palavras:
Av. (Avenida)
p. (página)
Dr. (doutor)
Dois-pontos ( : )
O aluno respondeu:
– Parta agora!
Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.
Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”
Reticências ( ... )
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PONTUAÇÃO
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí-
lia - José de Alencar)
Parênteses ( )
Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vír-
gula ou o travessão:
"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)
Ponto de Exclamação ( ! )
Após vocativo
Cale-se!
c) Após interjeição:
Que pena!
Ponto de Interrogação ( ? )
Em perguntas diretas:
Vírgula ( , )
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções.
Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os ter-
mos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam
uma unidade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração,
não se pode separá-los por meio de vírgula.
Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro
os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:
Sujeito de Predicado;
Objeto de Verbo;
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PONTUAÇÃO
Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).
Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.
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PONTUAÇÃO
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia
(polissíndeto):
3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sen-
tido de adição (adversidade, consequência, por exemplo):
b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:
"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)
Ponto e vírgula ( ; )
Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:
O que dizer;
A quem dizer;
Como dizer;
Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coor-
denadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto ten-
so."
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PONTUAÇÃO
Travessão ( — )
Aspas ( “ ” )
Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares:
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Fique Atento!
Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por
aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").
Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.
Observe:
Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina-
lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.
Observe:
Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Variação Linguística
A língua abriga vários registros que dependem basicamente da situação de fala e de com quem se
fala. Há variações dentro da mesma língua decorrentes de fatores como: a região geográfica (nordes-
tino, mineiro, carioca, paulista etc.), o sexo, a idade, a classe social e o grau de instrução dos falantes
e o grau de formalidade do contexto (formal e informal).
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o precon-
ceito linguístico.
A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está relaci-
onada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.
A linguagem
e de entender.
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe e vai desmatando as amazonas de minha ignorância. Figuras
de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a lín-
gua, breve língua entrecortada do namoro com a prima.
Tipos De Variação:
Variação histórica: acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada
ao serem comparados dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeco-
nomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, pe-
ríodo em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na
fala, e finalmente consagra-se pelo uso, na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou
de significado.
Variação social: agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, o grau de educação, a
idade e o gênero do indivíduo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos,
como poderia acontecer na variação regional. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível so-
cioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de que alguém, oriundo de um grupo menos favo-
recido, venha a atingir o padrão de maior prestígio.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conte-
údo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita
efalada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
Fonética: alteração na pronúncia das palavras. Ex: planta/pranta; vossa mercê/ você/ocê/cê. Morfoló-
gica: alteração na forma das palavras.
Ex: Os meninos fizeram o dever. / Os menino fez o dever. Lexical: alteração na escolha das palavras.
Ex: mandioca /aipim; “Choveu direto essa semana”/ “Choveu todos os dias nesta semana”
Variação Linguística
Variação linguística é o movimento comum e natural de uma língua, que varia principalmente por fato-
res históricos e culturais. Modo pelo qual ela se usa, sistemática e coerentemente, de acordo com o
contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbal-
mente. É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma
língua. Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar
vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e
a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fo-
nético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui
a evolução dessa língua.
A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado grupo
social, em uma época e em certo lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em outra época e
outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser usado como sinô-
nimo de variante. Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos
e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.
Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de falantes,
vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma língua natural. É
um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada uma das mo-
dalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos
do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores sociais ou culturais (escolaridade,
profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português
de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão e a linguagem popular também são variedades
sociais ou culturais. Um dialeto é uma variedade geográfica.[3]Variações de léxico, como ocorre
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
na gíria e no calão, podem ser consideradas como variedades mas também como registros ou, ainda,
como estilos - a depender da definição adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considera-
dos como formas de estilo, por se limitarem a variações de léxico.
Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas entre os
falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua (geralmente asso-
ciado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas, consideradas de menor
prestígio ou menos corretas do que a norma padrão).
O termo "leto" também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades devem ser con-
sideradas como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas
usam o termo leto no sentido de variedade linguística - sem especificar o tipo de variedade. As varie-
dades apresentam não apenas diferenças de vocabulário, mas também diferenças de gramática, fo-
nologia e prosódia.
Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um
sem-número de diferenciações. Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o
gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os
que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifesta-
ção e de emoção.
A sociolinguística procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua. O pes-
quisador verifica se os falantes apresentam diferenças nos seus modos de falar de acordo com o lu-
gar em que estão (variação diatópica), com a situação de fala ou registro (variação diafásica) ou de
acordo com o nível socioeconômico do falante (variação diastrática).e, de acordo com o contexto his-
tórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente.
É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma língua.
Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar vários ei-
xos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a mu-
dança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (foné-
tico, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a
evolução dessa língua.
2Definições
Variedades geográficas: dizem respeito à variação diatópica e são variantes devidas à distância geo-
gráfica que separa os falantes.[9] Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se
chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto.
As mudanças de tipo geográfico se chamam dialetos (ou mais propriamente geoletos), e o seu estudo
é a dialetologia. Embora o termo 'dialeto' não tenha nenhum sentido negativo, acontece que, erronea-
mente, tem sido comum chamar dialeto a línguas que supostamente são "simples" ou "primitivas". Di-
aleto é uma forma particular, adotada por uma comunidade, na fala de uma língua. Nesse sentido,
pode-se falar de inglês britânico, inglês australiano, etc.
É preciso também ter presente que os dialetos não apresentam limites geográficos precisos - ao con-
trário, são borrados e graduais - daí se considerar que os dialetos que constituem uma língua formam
um continuum sem limites precisos. Diz-se que uma língua é um conjunto de dialetos cujos falantes
podem se entender.
Embora isto possa ser aproximadamente válido para o português, não parece valer para o alemão,
pois há dialetos desta língua que são ininteligíveis entre si. Por outro lado, fala-se de línguas escandi-
navas, quando, na realidade, um falante sueco e um dinamarquês podem se entender usando cada
um a sua própria língua.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
No que diz respeito ao português, além de vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, há dois
padrões reconhecidos internacionalmente: o português de Portugal e o português do Brasil.
Variedades históricas: relacionadas com a mudança linguística, essas variedades aparecem quando
se comparam textos em uma mesma língua escritos em diferentes épocas e se verificam diferenças
sistemáticas na gramática, no léxico e às vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mu-
danças fonéticas).
Tais diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. Cada um dos estágios
da língua, mais ou menos homogêneos circunscritos a uma certa época é chamado variedade diacrô-
nica. Por exemplo, na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o português moderno (que,
por sua vez, apresenta diversidades geográficas e sociais) e o português arcaico.
Em certos países onde existe uma hierarquia social muito clara, o socioleto da pessoa define a qual
classe social ela pertence. Isso pode significar uma barreira para a inclusão social.
Variações Diafásicas
Variações Diatópicas
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.
Variações Diastráticas
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
Definições
Socioletos: variedades faladas por comunidades socialmente definidas, ou seja, por grupos de indiví-
duos que, tendo características sociais em comum (profissão, faixa etária etc.), usam termos técnicos,
gírias ou fraseados que os distinguem dos demais falantes na sua comunidade. É também chamado
dialeto social ou variante diastrática.
linguagem padrão ou norma padrão ou norma culta: variedade linguística padronizada com base em
preceitos estabelecidos de seleção do que deve ou não ser usados, levando em conta fatores linguís-
ticos e não linguísticos, como tradição e valores socioculturais (prestígio, elegância, estética etc.).
Corresponde à variedade usualmente adotada pelos falantes instruídos ou empregada na comunica-
ção pública.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Idioletos: variedade peculiar a um único indivíduo ou o conjunto de traços próprios ao seu modo de se
expressar.
registros (ou diátipos): o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profis-
sões
Etnoletos: variedade falada pelos membros de uma etnia (termo pouco utilizado, já que geralmente
ocorre em uma área geograficamente definida, coincidindo, portanto, com o conceito de dialeto).
Ecoletos, um idioleto adotado por um número muito reduzido de pessoas (membros de uma família
ou de um grupo de amigos, por exemplo).
Distinguem-se os dialetos, idioletos e socioletos não apenas por seu vocabulário, mas também por
diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como pala-
vras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da
linguagem.
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da lin-
guagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos ver-
bais, como o subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos regis-
tros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
Variações Linguísticas
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados
ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais
de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi
determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas infor-
mais que temos com amigos, familiares etc.
Variações Históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um
exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas,
a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Antigamente
Variações Regionais:
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às caracte-
rísticas orais da linguagem.
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução
de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros.
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua, que foram inventadas pelos homens e vem
sendo reinventada a cada dia.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, cultu-
rais e geográficos.
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, a linguagem regional.
Variações Geográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por exemplo, as varia-
ções entre o português do Brasil e de Portugal.
Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o português medie-
val e o atual.
Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo,
um orador jurídico e um morador de rua.
Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por exemplo, as situa-
ções formais e informais.
Exemplos
Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem, a linguagem formal e in-
formal. Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou
seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto que estamos inseridos devemos seguir as regras e normas im-
postas pela gramática, por exemplo, quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou organiza-
mos nossa fala numa palestra (linguagem oral). Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal,
a qual está de acordo com a normas gramaticais.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais, uma vez que
quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do
mesmo idioma: o português.
Preconceito Linguístico
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que
ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas superiores.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, posto que no nosso país, embora o mesmo idi-
oma seja falado em todas as regiões, cada uma delas possui suas peculiaridades que envolvem di-
versos aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre por-
que nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona-
ções de acordo com as necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de ma-
neira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é correta
e ainda, superior a outra.
Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou consi-
derada a mais correta.
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fa-
ziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões
que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude
de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a pala-
vra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é
apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia,
agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de
uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tra-
tada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a
oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos des-
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
tacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem colo-
quial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de
maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais especí-
fica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
Variantes Linguísticas
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade.
Conheça as variantes linguísticas que ocorrem na língua
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade,
pois ela não é regida por normas fixas e imutáveis. Uma mesma língua sempre estará sujeita a varia-
ções, como a diferença de épocas, regionalidade, grupos sociais e diferentes situações, como a fala
formal e informal.
Você já deve ter percebido que, mesmo dentro do Brasil, por exemplo, existem várias maneiras de
falar a Língua Portuguesa. As pessoas se comunicam de formas diferentes e diversos fatores devem
ser considerados no nosso falar, incluindo a época, a região geográfica, idade, ambiente e o status
sociocultural dos falantes.
Diante de tantas variantes linguísticas, é importante ressaltar que não existe forma mais correta de se
falar, e sim a maneira mais adequada de se expressar de acordo com o contexto e o interlocutor. Nós
adequamos o nosso modo de falar ao ambiente e não falamos da mesma forma que escrevemos.
Por exemplo, usar a linguagem formal escrita em uma comunicação informal é inadequado, pois pode
soar como artificial e pretensioso. O ideal é que saibamos adequar a nossa fala ao contexto de comu-
nicação, o que inclui o ambiente e o nosso interlocutor.
Confira a seguir quais são as diferentes variações linguísticas que ocorrem na língua:
Variações diafásicas: Trata-se das variações que ocorrem em função do contexto comunicativo. A
ocasião determina como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal.
Variações diastráticas: Variações que ocorrer devido à convivência entre os grupos sociais. Como
exemplos desta modalidade de variantes linguísticas temos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
Trata-se de uma variante social pertencente a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem
ao vocabulário de certos grupos, como, por exemplo, os surfistas, estudantes, policiais; já os jargões
estão relacionados com as áreas profissionais e se caracterizam pelo linguajar técnico. Como exem-
plo, podemos citar os profissionais da Informática, os advogados e outros.
Variações históricas: A língua não é fixa e imutável, mas sim dinâmica e sofre transformações ao
longo do tempo. A palavra “você”, por exemplo, tem origem na expressão de tratamento “vossa
mercê” e que se transformou sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, “vancê” até chegar no
abreviado “vc”.
Variações diatópicas: São as variações que ocorrem pelas diferenças regionais. As variações regio-
nais são denominadas dialetos e fazem referência a diferentes regiões geográficas, de acordo com a
cultura local. A palavra “mandioca”, por exemplo, em certos lugares do Brasil, recebe outras denomi-
nações, como “macaxeira” e “aipim”.
Você já deve ter percebido que um mineiro não fala igual ao paulista, gaúcho ou nordestino, por
exemplo. São os sotaques, pertencentes a esta modalidade de variante linguística e que estão liga-
dos às marcas orais da linguagem.
Estamos inseridos em um sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e acaba
transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. Um
bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abreviações e
neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são capazes
de decifrar o vocabulário por eles utilizado.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas
apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, dife-
renças existentes entre uma região e outra, enfim...
Variações Diafásicas
Variações Diatópicas
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.
Variações Diastráticas
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida por
meio das influências históricas e regionais sobre os falares.
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por inter-
médio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua
pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável,
a língua portuguesa ganha diferentes nuances.
O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do
país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de
acordo com a comunidade na qual se manifesta.
O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ga-
nhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse
patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba do Arnesto”, de
Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer:
Samba Do Arnesto
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar
que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve so-
frer grandes alterações, devendo ser preservado.
Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado,
aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado pelas regras cairia por terra. Con-
tudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele trans-
portou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral.
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão in-
seridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto
outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a lín-
gua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de
maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você
não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa
com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?
A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às diferentes situa-
ções comunicacionais
A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre
a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão re-
buscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente per-
deríamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudi-
cada.
Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos especí-
ficos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo
o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo acon-
tece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc.
Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no
Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia
da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a ou-
tra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favoreci-
das.
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática e
coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um de lesé a língua.
Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situ-
ação em que um indivíduo se manifesta verbalmente. Conceito Variedade é um conceito maior do
que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sócio linguística usam o termo leto,
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas
variações:
Dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
- Linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado
tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrele-
vante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);
Educação
Registros (ou d
Variações como dialetos, idioletos e sócio letos podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulá-
rios, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sota-
que de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro
exemplo é como palavras estrangeiras em diferente sócio letos variam em seu grau de adaptação à
fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
variação na gramática da linguagem padrão.
Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos registros são
simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de
variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como varia-
ções do léxico, e de, portanto, estilo.
Espécies De Variação
Variação Histórica
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois
estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos sócio economicamente mais expressivo.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo
uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.
Variação Geográfica Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em
torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lin-
guísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são gradu-
ais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. Variação Social Agrupa alguns fatores de
diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de
educação; a idade e o sexo.
A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na varia-
ção regional; ouso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestí-
gio. Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunica-
ção: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e
quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois
limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas
linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão
é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e
complexo.
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocor-
rem em ambas as formas de comunicação. As diferentes modalidades de variação linguística não
existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser
vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo perten-
cente a uma classe menos favorecida.
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RACIOCÍNIO
LÓGICOE
MATEMÁTICO
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Sistemas De Numeração
Entender as diferentes formas de representação numérica é muito importante para se trabalhar com
eletrônica e programação. A seguir apresentaremos os detalhes de cada um desses sistemas de nu-
meração mencionados.
Para formar um número, associa-se um ou mais algarismos, e a posição de cada algarismo terá um
peso de uma potência de 10. Dessa forma temos as unidades, dezenas, centenas e milhares. Cada
posição terá um peso na representação:
Como exibido na figura acima, o sistema decimal é representado na base 10 e cada posição é múltiplo
de uma potência de 10. A seguir são apresentados alguns exemplos:
Número 523:
Número 8079:
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Como exibido figura acima, o sistema hexadecimal é representado na base 16 e cada posição é múltiplo
de uma potência de 16. A seguir são apresentados alguns exemplos:
Número 1FH:
Número ABCH:
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Como exibida figura acima, o sistema octal é representado na base 8 e cada posição é múltiplo de uma
potência de 8. A seguir são apresentados alguns exemplos:
Número 1238:
O sistema de numeração binário utiliza apenas dois algarismos para sua representação: 0 e 1. Assim
é um sistema de base 2. Ele é muito usado para representação de valores em sistemas digitais. O seu
conhecimento é muito importante para a área de eletrônica. A seguir é apresentada sua representação:
Como exibido figura acima, o sistema binário é representado na base 2 e cada posição é múltiplo de
uma potência de 2. A seguir são apresentados alguns exemplos:
Número 102:
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Conjuntos Numéricos
Quando o zero não faz parte do conjunto, é representado com um asterisco ao lado da letra N e,
nesse caso, esse conjunto é denominado de Conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}.
Cada elemento é igual ao número antecessor mais um, exceptuando-se o zero. Assim, podemos
notar que:
A função dos números naturais é contar e ordenar. Nesse sentido, vale lembrar que os homens,
antes de inventarem os números, tinham muita dificuldade em realizar a contagem e ordenação das
coisas.
O conjunto dos números naturais é formado por todos os números inteiros não negativos. Em
outras palavras, todo número que é inteiro e positivo é natural, além disso, como o zero é inteiro,
mas não é negativo, ele também é um número natural.
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …
Note que essa sequência numérica é a que usamos para contar. Cada um desses símbolos
representa uma quantidade, portanto, partindo do nada, uma unidade, duas unidades etc. Uma outra
maneira de representar esse conjunto é usando a notação específica para conjuntos, na qual as
reticências significam que a sequência continua nessa mesma ordem e padrão de formação:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …}
A ideia de sucessor
O conjunto dos números naturais é formado apenas por números inteiros e não contém números
repetidos, por isso, é possível escolher, entre dois números naturais distintos, aquele que é maior e
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
aquele que é menor. Quando um número natural x é maior do que um número natural y em uma
unidade, dizemos que x é sucessor de y. Assim:
x é sucessor de y se x + 1 = y
O sucessor de 7 = 8
O sucessor de 20 = 21
etc.
Perceba também que todo número natural possui sucessor, assim, o sucessor do zero é 1, o
sucessor de 1 é 2 …
Essa característica garante que, independentemente do número natural escolhido, e por maior que
ele seja, sempre existirá um número natural uma unidade maior que ele. Portanto, o conjunto dos
números naturais é infinito.
A ideia de antecessor
Quando um número natural x é menor que um número natural y em uma unidade, dizemos que x é
o antecessor de y. Assim:
x é antecessor de y se x – 1 = y
O antecessor de 7 = 6
O antecessor de 20 = 19
etc.
Nem todo número natural possui antecessor. Na realidade, apenas o zero não possui, pois ele é o
primeiro número natural e também porque 0 – 1 = – 1, que não é um número natural. Assim sendo,
concluímos que o conjunto dos números naturais é limitado.
Sim, é possível que um conjunto seja limitado e infinito ao mesmo tempo. O conjunto
dos números naturais é limitado inferiormente pelo zero, mas ilimitado superiormente e, por isso, é
infinito.
1 – Conjunto dos números primos (P): é formado por todos os números que são divisíveis apenas
por 1 e por si mesmo.
2 – Conjunto dos números compostos (C): é formado por todos os números que não são primos.
3 – Conjunto dos quadrados perfeitos (Q): é formado por todos os números que são resultados de
uma potência em que o expoente é 2.
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Números Inteiros
Os números inteiros negativos são sempre acompanhados pelo sinal (-), enquanto os números
inteiros positivos podem vir ou não acompanhados de sinal (+).
O zero é um número neutro, ou seja, não é um número nem positivo e nem negativo.
Assim, a relação de inclusão no conjunto dos inteiros envolve o conjunto dos números naturais (N)
junto com os números negativos.
• Inteiros positivos: todos os números inteiros, com exceção dos negativos e do zero.
• São representados pelo acréscimo de '*' e '+' ao lado do Z: Z*+ = {1,2,3,4, 5...}
• Inteiros negativos: todos os números inteiros, com exceção dos positivos e do zero.
• São representados pelo acréscimo de '*' e '-' ao lado do Z: Z*_= {..., -4,-3,-2,-1}
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
O conjunto dos números inteiros é formado pelos algarismos inteiros positivos e negativos e o zero.
Eles são importantes para o cotidiano, principalmente nas situações envolvendo valores negativos,
como escalas de temperatura, saldos bancários, indicações de altitude em relação ao nível do mar,
entre outras situações. As adições e subtrações envolvendo estes números, requerem a utilização de
regras matemáticas envolvendo os sinais positivos (+) e negativos (–). Devemos também dar ênfase
ao estudo do módulo de um número, que significa trabalhar o valor absoluto de um algarismo,
observe:
Módulo de + 4 = |+4| = 4
Módulo de –6 = |–6| = 6
Módulo de –10 = |–10| = 10
Módulo de +20 = |+20|=20
+ 5 + 6 = + 11 →1ª propriedade
+ 9 + 10 = +19 → 1ª propriedade
– 6 + 2 = – 4 → 2ª propriedade
+ 9 – 7 = +2 → 2ª propriedade
– 3 – 5 = –8 →1ª propriedade
–18 – 12 = –30 → 1ª propriedade
+(+)=+
+(–)=–
–(+)=–
–(–)=+
+ (+9) + (–6) → + 9 – 6 → + 3
– (– 8) – (+6) → +8 – 6 → +2
+ (– 14) – (– 8) → –14 + 8 → – 6
– ( + 9 ) + (– 12) → – 9 – 12 → – 21
O conjunto dos números naturais, inicialmente composto por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... O primeiro povo
a fazer a representação do zero, os babilônios, a fizeram há mais de dois milênios antes de Cristo.
Hoje, temos este conjunto formado da seguinte maneira: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}. A partir
destes elementos podemos formar infinitas quantidades, apenas agrupando-os de maneira que cada
um represente determinado valor de acordo com a sua posição.
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
É importante destacar, que o nosso sistema de numeração é decimal, isto é, a cada dez unidades
formaremos uma dezena, a cada dez dezenas formaremos uma centena, a cada dez centenas
formaremos um milhar, e assim sucessivamente.
Ancorando-se nos valores posicionais, podemos escrever números astronômicos e saber o que cada
um dos seus algarismos de composição representa naquele contexto. Vejamos um exemplo de
análise dos valores dos algarismos componentes de certo número.
Observem detalhadamente, que no número 2568, o algarismo 2 tem valor 2000, o 5 vale 500, o 6
vale 60 e 8 vale 8. Tudo isso se dá de acordo com a posição ocupada por cada um: o 8 ocupa a casa
das unidades simples, por isso vale apenas 8 unidades; o 6 ocupa a casa das dezenas, valendo 6
dezenas (6 x 10), 60 unidades; o 5 ocupa a casa das centenas, valendo 5 centenas (5 x 100), 500
unidades; e, por fim, o 2 ocupa a casa das unidades de milhar, valendo 2 milhares (2 x 1000), 2000
unidades.
Uma conclusão imediata deste fato é uma curiosidade que intriga a cabeça dos que com ela se
depara. Imagine se alguém lhe perguntasse “quem é maior: 1 ou 3?” Os apressados responderiam “3,
é claro”. Mas até que ponto isso está correto? Bem, a melhor resposta, ou pelos menos a mais
cautelosa, seria responder que para saber se 1 é maior ou menor que 3 seriamos obrigados a saber
do contexto no qual eles estão inseridos, por exemplo: no número 321, o 3 é maior que o 1, pois
enquanto o três representa 3 centenas, o 1 representa apenas uma unidade simples; já no caso do
número123, enquanto o 1 representa uma centena, o 3 representa apenas 3 unidades simples,
sendo, portanto, 1 maior que 3. Veja a resposta ideal:
- Isso depende, Paulo. Antes que eu responda, preciso saber em qual número eles estão inseridos.
Podemos ainda representar um subconjunto dos Números Naturais utilizando a linguagem moderna
dos conjuntos. Este seria o conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
9...}. Neste novo conjunto, apenas omitimos a presença do zero.
Destaco também algumas características do conjunto dos Números Naturais, dentre elas temos: a
multiplicação é sempre permitida neste conjunto – toda multiplicação ou adição entre números
naturais resulta sempre outro número natural; a divisão nem sempre é permitida dentro deste
conjunto – nem toda divisão entre naturais resulta em outro número natural (1/2, 3/5, 5/9 etc.); a
subtração nem sempre é permitida em N – nem toda subtração entre naturais resulta em um número
natural (1 - 2, 6 - 9, 5 - 8).
Muitas representações já foram feitas dos Números Naturais. Cada povo os representava de acordo
com os seus sistemas de escrita, suas interpretações das quantidades e dos recursos disponíveis à
época. A forma como escrevemos esses números hoje foi criada na Índia e difundida na Arábia,
sendo, por isso, chamados de Números Indo-Arábicos.
Últimas Considerações
Dá pra ver que a matemática sempre esteve, assim como qualquer outra ciência, a favor do homem
em suas tomadas de decisões e nas resoluções de problemas. Os artifícios matemáticos que
conhecemos hoje, e que achamos tão simples de compreender, foram criados numa época em que
as estruturas basilares do conhecimento, que nos levam a profundas interpretações, eram muito
escassas, mas nem por isso o homem deixou de criar, de inventar.
Somos uma espécie dotada de tanta sabedoria e inteligência, porém nem mesmo somos capazes de
medir essas características estampadas em nós mesmos. O fato é que raciocinamos, refletimos,
comparamos e relacionamos. Tudo isso em campos reais ou fictícios, através de um poder de
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
conversão do abstrato a ideias palpáveis, facilmente compreendidas sem muito esforço por leitores
secundários.
Através da matemática, e do raciocínio aguçado que o seu estudo nos traz, podemos desenvolver
ainda mais as percepções desse mundo de complexidades e realidades ainda pouco exploradas.
Podemos nos fortalecer como intelectuais, autoridades naquilo que nos propusermos a defender,
proprietários de um vasto conhecimento e compartilhadores dos saberes adquiridos ao longo das
várias jornadas acadêmicas.
Relação de Ordem
Sejam a e b dois números reais quaisquer. Dizemos que a é menor que b e escrevemos ,
dizemos que o conjunto dos números reais é ordenado. O símbolo , lê-se a é menor ou
igual a b , (ou b a, lê-se b é maior ou igual a a ) significa que ou a < b ou a = b ( b > a ou b = a ).
( ii ) Se a < b então .
( iii ) Se e então .
( iv ) Se e c > 0 então .
Regras de Divisibilidade
Regras de divisibilidade
Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Divisibilidade por 2
Todo número par é divisível por 2, para isto basta terminar em 0, 2, 4, 6 ou 8. Exemplo:
24 : 2 = 12
132 : 2 = 66
108 : 2 = 54
1024 : 2 = 512
Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de 3.
Exemplo:
33 : 3 = 11, pois 3 + 3 = 6
45 : 3 = 15, pois 4 + 5 = 9
156 : 3 = 52, pois 1 + 5 + 6 = 12
558 : 3 = 186, pois 5 + 5 + 8 = 18
Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando for par e a metade do último algarismo adicionado ao penúltimo
for um número par ou terminar com zero nas duas últimas casas. Exemplo:
Divisibilidade por 5
É todo número terminado em 0 ou 5.
25 : 5 = 5
100 : 5 = 20
555 : 5 = 111
75 : 5 = 15
Divisibilidade por 6
São todos os números divisíveis por 2 e 3 no mesmo instante.
24 : 6 = 4, pois 24 : 2 = 12 e 24 : 3 = 8
36 : 6 = 6, pois 36 : 2 = 18 e 36 : 3 = 12
132 : 6 = 22, pois 132 : 2 = 66 e 132 : 3 = 44
564: 6 = 94, pois 564 : 2 = 282 e 546 : 3 = 188
Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7 quando estabelecida a diferença entre o dobro do último e os demais
algarismos, constituindo um número divisível por 7. Exemplo:
Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis por 8.
Exemplo:
Divisibilidade por 9
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de
9. Exemplo:
81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27
Divisibilidade por 10
Todo número terminado em 0 é divisível por 10.
100 : 10 = 10
500 : 10 = 50
500 000 : 10 = 50 000
2000 : 10 = 200
Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o número
formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2 algarismos,
resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas (11, 22, 33, 5555,
etc.) são múltiplas de 11.
Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.
Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.
O máximo divisor comum é o maior divisor entre dois números, para identificar esse máximo
divisor é necessário realizar um processo de fatoração.
Para estudarmos o máximo divisor comum entre dois termos, precisamos saber o que é divisor de um
número. Todo número natural possui divisores, isto é, se ao dividirmos um número A pelo número B e
obtermos resto zero podemos afirmar que B é divisor de A. Por exemplo:
16 : 2 é igual a 8 e resto 0.
25 : 5 é igual a 5 e resto 0.
Divisores de:
32 = 1, 2, 4, 8, 16, 32
15 = 1, 3, 5, 15
45 = 1, 3, 5, 9, 15, 45
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Exemplos:
MDC(12,36)
Divisores de 12 = 1, 2, 3, 4, 6, 12
Divisores de 36 = 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18, 36
Podemos verificar que o maior divisor comum entre 12 e 36 é o próprio 12.
MDC(18,24,54)
Divisores de 18 = 1, 2, 3, 6, 9, 18
Divisores de 24 = 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24
Divisores de 54 = 1, 2, 3, 6, 18, 27, 54
O maior divisor comum a 12, 24 e 54 é o 6.
MDC(12,36)
Os números destacados na fatoração estão dividindo os dois números ao mesmo tempo, então
devemos realizar uma multiplicação entre eles para descobrirmos o máximo divisor comum.
2 x 2 x 3 = 12
MDC(12,36) = 12
MDC(70,90,120)
Para entendemos o que é mínimo múltiplo comum, temos que saber achar os múltiplos de um
número.
2 x 1 = 2 → 2 é múltiplo de 2.
2 x 5 = 10 → 10 é múltiplo de 2.
2 x 12 = 24 → 24 é múltiplo de 2.
2 x 30 = 60 → 60 é múltiplo de 2
↓
Nº
Natural
E quando é dado um número como iremos fazer pra saber se esse número será múltiplo de 2,3,4,5,6,
e assim por diante?
Basta fazer a operação inversa à multiplicação: divisão. Veja:
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Todo número múltiplo de 2 tem que terminar em número par. Então 1232 termina em par, ele será
múltiplo de 2.
• 1232 é múltiplo de 5?
Para descobrir se um número é múltiplo de 5 além de usar a operação da divisão, também podemos
utilizar uma regra: todo número múltiplo de 5 termina em 0 ou 5. Então 1232 termina em 2, assim não
é múltiplo de 5.
Para descobrir se 1232 é múltiplo de outros números devermos utilizar a divisão se essa operação
der exata (resto igual a zero) é por que ele será múltiplo.
Agora o que é mmc? Calculamos o mmc de 2 ou mais números. Consistem em achar o menor
múltiplo comum (tirando o zero) entre esses números. Por exemplo:
MMC(15, 20) = ?
Devemos em primeiro lugar acharmos os múltiplos de 15 e depois de 20.
Observando os seus múltiplos vemos que o menor múltiplo comum é o 60, portanto:
Existe outro método para acharmos o mmc de números. Ele consiste em dividir os números por
números primos, veja como funciona.
Número primo é aquele número que é divisível apenas por um e por ele mesmo. Como
2,3,5,7,11,13,17,19,23, e assim por diante. É interessante ressaltar que o único número par primo é o
2, os outro são todos ímpares.
Dividimos o 15 e 20 apenas por números primos em seqüência. Pegamos os números primos 2, 2,3
,5 é multiplicamos: 2 x 2 x 3 x 5 = 60 então o mmc(15,20) = 60.
A fatoração está diretamente relacionada com a multiplicação, haja vista que os fatores são os
termos que multiplicamos para gerar o produto. Veja:
2 → fator 26 → fator
x 3 → fator x 7 → fator
6 → Produto 182 → Produto
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Os fatores primos da decomposição são obtidos por meio de divisões sucessivas. Recorde-se de
que, para um número ser primo, ele deve ser divisível somente por 1 e ele mesmo, logo, os números
2, 3, 5, 7 e 11 são primos. O número primo é considerado um fator quando ele for o divisor no
algoritmo da divisão. A estrutura do algoritmo da divisão é a seguinte:
Dividendo | Divisor
Resto Quociente
112| 2
0 56 | 2
0 28 | 2
0 14 | 2
0 7|7
0 1
Toda vez que for realizar a decomposição de um número em fatores primos, lembre-se de que o
divisor sempre será um número primo e a ordem de sucessão desses divisores, que são fatores, é
crescente. Mudamos o número primo do divisor somente quando não é mais possível utilizá-lo na
divisão. No exemplo acima, houve a mudança do divisor de número 2 para sete, uma vez que o
dividendo passou a ser o sete e o único divisor para 7 é o próprio 7.
112 = 2 . 2 . 2 . 2 . 7 = 24 . 7
Além da estrutura do algoritmo da divisão, existe outra que pode ser utilizada para fatorar um número.
Veja os três exemplos a seguir:
Exemplo: Encontre a forma fatorada completa dos números 234, 180 e 1620:
234|2
117|3
39|3
13|13
1|
Observe que todos os fatores são números primos e que a sucessão dos fatores acontece de forma
crescente.
180|2
90|2
45|3
15|3
5|5
1|
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
1620|2
810|2
405|3
135|3
45|3
15|3
5|5
1|
Números racionais
O conjunto Q dos números racionais é formado por todos aqueles números que podem ser
expressos na forma de fração a/b, em que o e b são números inteiros e b é diferente de 0.
Reciprocamente, qualquer número decimal exato ou periódico pode ser expresso na forma de fração.
Exemplo:
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Números irracionais
O conjunto I dos números irracionais é formado pelos números que não podem ser expressos em
forma de fração. São números cuja expressão decimal tem um número infinito de algarismos que não
se repetem de forma periódica.
Existem infinitos números irracionais: é irracional e, em geral, é irracional qualquer raiz não-
exata, como
também é irracional e podem-se gerar números irracionais combinando seus algarismos decimais;
por exemplo, o = 0,010010001… ou b = 0,020020002…
Com esses números, podem-se calcular soluções em equações do segundo grau (x2 = 2 —> x
= que não é racional), o comprimento de uma circunferência (C = 2 r, em que não é
racional) etc.
Teorema de Pitágoras
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Exemplo:
que significa que a2 é divisível por b2, ou seja, têm divisores comuns,
contradizendo o fato de que a fração seja irredutível. Demonstra-se essa afirmação por absurdo.
Números complexos
Os números complexos formam um conjunto numérico que é mais abrangente que os números
reais. Eles surgiram após inúmeros estudos, sobretudo após tentativas de se resolver equações do
segundo e do terceiro grau. Nessa época, os matemáticos se depararam raízes quadradas de
números negativos, que não podem ser expressas no conjunto dos números reais. Assim, os
matemáticos passaram a denotar essas raízes usando a letra “i”. A base principal foi
adotar i=−1−−−√.
Definição
Quando vamos solucionar equações do tipo x2+1=0, nos deparamos com x=±−1−−−√. Como não
existe raiz quadrada de número negativo no conjunto dos números reais, convencionou-se utilizar a
notação i2=−1 para representar esse número negativo. Com isso, o resultado da equação anterior
seria x=±i. Esse número “i” é conhecido como unidade imaginária.
z=a+bi, a,b∈R
Chamamos o número a de parte real, Re(Z) = a, e b de parte imaginária, Im(Z) = b. Esta notação é
chamada de forma algébrica.
A adição de números complexos é realizada através da adição dos termos semelhantes, ou seja,
somamos as partes reais de cada número e depois as partes imaginárias. Sejam z1 e z2 dois
números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.
z1+z2=(a+bi)+(c+di)
z1+z2=(a+c)+(b+d)i
Exemplo:
z1+z2=(3+5)+(2−3)i
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
z1+z2=8−i
A subtração de números complexos é análoga à adição. Calculamos a diferença entre as partes reais
de cada número e depois as partes imaginárias.
z1−z2=(a+bi)−(c+di)
z1−z2=(a−c)+(b−d)i
Exemplo:
z1−z2=(7−3)+(10−6)i
z1−z2=4−4i
z1⋅z2=(a+bi)⋅(c+di)
z1⋅z2=(ac−bd)+(ad+bc)i
Exemplo:
z1⋅z2=(2+5i)+(1+3i)
z1⋅z2=2⋅1+2⋅3i+5i⋅1+5i⋅3i
z1⋅z2=2+6i+5i+15i2
z1⋅z2=2+6i+5i+15⋅(−1)
z1⋅z2=2+6i+5i−15
z1⋅z2=(2−15)+(6+5)i
z1⋅z2=−13+11i
Para dividir números complexos multiplicamos o dividendo e o divisor pelo conjugado do divisor. O
conjugado de um número complexo z1=a+bi será z1=a−bi.
Sempre que multiplicamos um número complexo pelo seu conjugado, o denominador será um
número real.
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
z1z2=a+bic+di⋅c−dic−di
z1z2=(a+bi)⋅(c−di)c2−(di)2
z1z2=(ac−bd)+(ad+bc)ic2+d2=ac−bdc2+d2+ad+bcc2+d2i
Exemplo
z1z2=1+2i2+3i⋅2−3i2−3i
z1z2=(1+2i)⋅(2−3i)22−(3i)2
z1z2=8−i4+9=8−i13=813−113i
O segmento de reta OZ é chamado de módulo do número complexo, representado por |z|. Na figura
abaixo, o ângulo entre o eixo Ox e o segmento OZ é chamado de argumento de Z, representado
por θ.
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Argumento de Z
sen(θ)=b|z|
cos(θ)=a|z|
Sendo θ o argumento de Z.
Módulo de Z
(|z|)2=a2+b2
Então:
|z|=a2+b2−−−−−−√
Cada número complexo pode ser expresso em função do seu módulo e argumento. Quando isso
acontece dizemos que o número complexo está na forma trigonométrica ou polar.
sen(θ)=b|z|⟹b=|z|⋅sen(θ)
cos(θ)=a|z|⟹a=|z|⋅cos(θ)
z=a+bi
z=|z|⋅cos(θ)+|z|⋅sen(θ)i
z=|z|⋅(cos(θ)+i⋅sen(θ))
z1=|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))
z2=|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))
z1⋅z2=[|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))]⋅[|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))]
z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))
z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+cos(θ1)⋅i⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅i⋅sen(θ2))
z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅cos(θ1)⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ0)⋅cos(θ2)+i2⋅sen(θ1)⋅sen(θ2))
z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)−sen(θ1)⋅sen(θ2)+i(sen(θ1)⋅cos(θ2)+sen(θ2)⋅cos(θ1)))
z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1+θ2)+i⋅sen(θ1+θ2))
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CONJUNTOS NUMÉRICOS
Assim, para multiplicar dois números complexos na forma polar, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.
Exemplo:
Se z1=2(cos(π6)+i⋅sen(π6)) e z2=3(cos(π3)+i⋅sen(π3)):
z1⋅z2=2⋅3(cos(π6+π3)+i⋅sen(π6+π3))
z1⋅z2=6(cos(π2)+i⋅sen(π2))
Como vimos anteriormente, para multiplicar números complexos, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.
|z|⋅|z|⋅|z|⋅|z|⋅…⋅|z|=(|z|)n
θ+θ+θ+…+θ=n⋅θ
zn=(|z|)n⋅(cos(nθ)+i⋅sen(nθ))
Exemplo:
z3=23(cos(3⋅π4)+i⋅sen(3⋅π4))
z3=8(cos(3π4)+i⋅sen(3π4))
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NÚMEROS RACIONAIS
Números Racionais
Pertencem ao conjunto dos racionais os números positivos, negativos, decimais, frações e dízimas
periódicas. Representamos esse conjunto por meio da letra Q maiúscula:
Lê-se: O conjunto dos números racionais é igual a x, tal que x é igual a (a) sobre (b), (a) pertence ao
conjunto dos inteiros e (b) pertence ao conjunto dos inteiros com a ausência do zero.
É possível realizar as quatro operações com os números racionais. Entre essas operações, podemos
destacar:
Para somar duas ou mais frações, é necessário que o denominador em todas as frações seja o
mesmo. Após verificar isso ou reduzir os denominadores a um mesmo valor por meio do Mínimo
Múltiplo Comum (MMC) ou das frações equivalentes, basta conservar o denominador e somar os
expoentes. Veja:
1 + 2 + 4 = 1 + 2 + 4 = 3 + 4 + 24 = 31
2323166
Cálculo do MMC
2, 3, 1| 2
1, 3, 1| 3
1, 1, 1|
MMC (2, 3, 1) = 2 x 3 = 6
6:2=3x1=3
6:3=2x2=4
6 : 1 = 6 x 4 = 24
1 x 3+ 2 x 2+ 4 x 6= 3 + 4 + 24 = 31
2 x 3 3 x 2 1 x6 6 6 6 6
Na soma de números decimais, juntamos número inteiro com inteiro, parte decimal com decimal,
parte centesimal com centesimal e assim por diante. Observe o exemplo abaixo:
2,57 + 1,63 =
2 e 1: partes inteiras
0,5 e 0,6: partes decimais
0,07 e 0,03: partes centesimais
2,57
+ 1,63
4,20
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NÚMEROS RACIONAIS
Podemos também somar números decimais por meio de frações. Para isso, basta transformar cada
número decimal em uma fração. Confira o exemplo abaixo:
5 – 3 – 2 = 5 +( – 3 ) + ( – 2 )= 20 – 9 – 24 = – 13
3 4 3 ( 4 ) 12 12
Cálculo do MMC:
3, 4, 1| 2
3, 2, 1|2
3, 1, 1|3
1, 1, 1|
12 : 3 = 4 x 5 = 20
12 : 4 = 3 x – 3 = – 9
12 : 1 = 12 x – 2 = – 24
Devemos subtrair número inteiro com inteiro, parte decimal com decimal, parte centesimal com
centesimal e assim por diante. Confira o exemplo abaixo:
3,15 – 2,04 – 1 =
Para resolver essa subtração de números decimais, devemos subtrair os dois primeiros termos da
esquerda para a direita (3,15 – 2,04).
3,15
- 2,04
1,11
1,11
- 1,00
0,11
Podemos também resolver o exemplo anterior por meio da subtração de frações. Acompanhe:
100 100
= 111 – 1 = → Como os denominadores das frações são diferentes, devemos reduzi-los ao mesmo
100 1 denominador. O MMC (100, 1) é 100.
= 111 – 100 = → Como reduzimos para o mesmo denominador, podemos subtrair os numeradores.
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NÚMEROS RACIONAIS
100
= 11 = → Faça a divisão de 11/100
100
= 0,11
• Multiplicação de frações
3 x 6 = ( 3 x 6 ) = 18 : 2 = 9
7 4 ( 7 x 4 ) 28 : 2 14
Ao multiplicarmos números decimais, devemos estruturar o algoritmo. Para saber a posição da vírgula
no produto obtido, contamos quantas casas decimais possui cada número decimal e deslocamos a
vírgula em relação aos algarismos do produto da direita para a esquerda. Observe o exemplo:
2,4
x 1,2
+ 48
24
2,88 → Observe que a vírgula ficou entre os algarismos 2 e 6. Isso aconteceu porque o número 2,4
possui uma casa decimal, e o número 1,2 também possui uma casa decimal. Assim, temos, no total,
duas casas decimais. Sendo assim, devemos deslocar a vírgula do produto obtido (288) duas casas
da direita para a esquerda (2,88).
Para dividirmos duas ou mais frações, utilizamos uma regra prática: conserva-se a primeira fração,
multiplicando-a pelo inverso da segunda. Recorde-se que o inverso de uma fração é dado ao
trocarmos o seu denominador pelo numerador. Veja:
13 : 9 = 13 x 2 = 26
7 2 7 9 63
1 : 4 : 2 = (1 : 4 ) : 2 = ( 1 x 5 ) : 2 = 5 : 2 = 5 x 6 = 30 :2 = 15
2 5 6 ( 2 5 ) 6 ( 2 x 4 ) 6 8 6 8 x 2 16 : 2 8
Para realizar a divisão de números decimais, devemos igualar a quantidade de casas decimais dos
números e efetuar a divisão. Confira o exemplo abaixo:
1,23 : 0,5 = → O número 1,23 possui duas casas decimais, e o número 0,5 possui uma casa decimal.
Para igualar a quantidade de casas decimais, devemos multiplicar ambos os números pelo termo
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NÚMEROS RACIONAIS
decimal, ou seja, 10, 100, 1000..., que possui a maior quantidade de casas decimais. Sendo assim,
temos que multiplicar 1,23 e 0,5 por 100.
(1,23 x 100) : (0,5 x 100) = 123 : 50 → Utilizando o algoritmo da divisão, temos 123 : 50.
123 |50
- 100 2,46
230
- 200
300
- 300
0
• O período de 1,222... é 2.
Para realizar a soma, subtração, multiplicação e divisão de dízimas periódicas, devemos descobrir o
período e aplicar as definições aprendidas anteriormente para números decimais, haja vista que a
dízima periódica é um número decimal. Vejamos alguns exemplos:
2,333... + 1,555... =
3,6565... - 1,222... =
3,65
- 1,22
2,43
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NÚMEROS RACIONAIS
5,2323... x 1,111... =
5,23
x 1,11
523
+ 523
523
5,8053
2,5252 … : 0,555... =
252 | 50
- 250 5,04
200
- 200
0
Números Racionais
Números racionais positivos e números racionais negativos que sejam quocientes de dois negativos
que sejam quocientes de dois números inteiros, com divisor diferente de zero.
Por exemplo:
(+17) : (-4) =
Esses números são quocientes de dois números inteiros com sinais iguais.
(+8) : (+5)
(-3) : (-5)
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NÚMEROS RACIONAIS
(-8) : (+5)
(-3) : (+5)
Obs.: Todo número inteiro é um número racional, pois pode ser escrito na forma fracionária:
Denominamos número racional o quociente de dois números inteiros (divisor diiferente de zero), ou
seja, todo número que pode ser colocado na forma fracionária, em que o numerador e denominador
são números inteiros.
Os Números Irracionais (I) fazem parte do conjunto dos Números Reais (R) junto com os Números
Racionais (Q).
Entretanto, eles não são representados por meio de frações, pois não podem ser obtidos a partir da
divisão de dois números inteiros (Z).
Assim, os números irracionais são números decimais, infinitos e não-periódicos, por exemplo,
0,232526; 2,354224.
Interessante notar que a invenção dos Números Irracionais (I) fora considerado um marco nos
estudos da geometria. Isso porque preencheu lacunas ao ser descoberto a partir da diagonal de um
quadrado.
Ao pensarmos no "Teorema de Pitágoras" em que “A soma dos quadrados dos catetos é igual ao
quadrado da hipotenusa” podemos calcular a diagonal do quadrado, supondo que o lado = 1, seu
resultado será a √2, um número irracional infinito e inconstante: √2: 1,414213562373.... Do mesmo
modo, outros números irracionais: √3 = 1,7320508.... √7 = 2,645751...
Deve-se ter cuidado para não confundir um Número Irracional (I) com as dízimas periódicas,
consideradas Números Racionais (Q), uma vez que podem ser representados por meio de frações e
seus números são constantes, por exemplo: 0,03333... = 3/9.
Com isso, conclui-se que todas as dízimas não-periódicas são Números Irracionais (I).
Outra importante descoberta feita pelos matemáticos acerca dos Números Irracionais (I) foi o estudo
da circunferência, resultando na repetição de alguns números.
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NÚMEROS RACIONAIS
Outros exemplos notórios de "Constantes Irracionais" são: o "Número Áureo" ou "Número de Ouro" =
1,618033... e a "Constante de Euler" ou "Número de Neper" = 2,718281...
Já os "Números Reais Algébricos Irracionais" são as raízes inexatas dos números racionais, por
exemplo:√2, √5, √17, √103, dentre outras.
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NÚMEROS REAIS
Números Reais
Chamamos de Números Reais o conjunto de elementos, representado pela letra maiúscula R, que
inclui os:
R = N U Z U Q U I ou R = Q U I
Onde:
R: Números Reais
N: Números Naturais
U: União
Z: Números Inteiros
Q: Números Racionais
I: Números Irracionais
O conjunto dos números Reais (R) engloba 4 conjuntos de números: Naturais (N), Inteiros (Z), Racio-
nais (Q) e Irracionais (I)
O conjunto dos números Racionais (Q) é formado pelo conjuntos dos Números Naturais (N) e dos
Números Inteiros (Z). Por isso, todo Número Inteiro (Z) é Racional (Q), ou seja, Z está contido em Q.
O Conjunto dos Números Inteiros (Z) inclui os Números Naturais (N); em outras palavras, todo núme-
ro natural é um número inteiro, ou seja, N está contido em Z.
Definimos conjunto como sendo um agrupamento de elementos, que, nos conjuntos numéricos, são
números. O conjunto dos reais é representado pela letra maiúscula R e é formado pelos números
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NÚMEROS REAIS
naturais, inteiros, racionais e irracionais. Veja a representação numérica de cada um desses conjun-
tos:
Conjunto dos números naturais: É representado por todos os números positivos. Seu símbolo é
o N maiúsculo.
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5 , 6 , 7...}
Conjunto dos números inteiros: Esse conjunto é formado pelos elementos do conjunto dos números
naturais e os números inteiros negativos. Ele é representado pela letra maiúscula Z.
Conjunto dos números racionais: É representado pela letra maiúscula Q. Pertencem a esse conjunto
os números naturais, inteiros, decimais, fracionários e dízima periódica.
Conjunto dos números irracionais: Esse conjunto é formado pelos números que são dízimas não pe-
riódicas, ou seja, decimais infinitos que não possuem uma repetição de números após a vírgula. É
representado pela letra maiúscula I.
Como o conjunto dos números reais possui todos os conjuntos descritos acima, sua representação
numérica é:
Veja agora como podemos representar o conjunto dos reais por meio de diagramas. A relação esta-
belecida na imagem a seguir é de inclusão, isto é, um conjunto está contido em outro conjunto.
Números reais é o nome dado ao conjunto numérico mais conhecido e utilizado por todos, pois qual-
quer número inteiro ou decimal pertence também a esse conjunto. Sua definição mais utilizada é a
seguinte: A união entre o conjunto dos números racionais e o conjunto dos números irracionais.
1 – O conjunto dos números naturais. Todo número natural é também um número real, pois os núme-
ros naturais são também números racionais.
2 – O conjunto dos números inteiros. Todo número inteiro é também um número real, pois os núme-
ros inteiros são também números racionais.
3 – Números decimais. Todo número decimal é também um número real, pois os números decimais
pertencem ou ao conjunto dos números racionais ou ao conjunto dos números irracionais.
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NÚMEROS REAIS
4 – Raízes. Toda raiz, quadrada ou não, é um número racional ou irracional. Logo, pertence ao con-
junto dos números reais.
O conjunto dos números reais apresenta as seguintes propriedades. Dados os números reais a, b e c:
1 – Comutatividade: a + b = b + a
2 – Associatividade: (a + b) + c = a + (b + c)
Para compreender o significado da definição “união entre o conjunto dos números racionais e irracio-
nais”, é importante conhecer o conceito de união, bem como os elementos pertencentes a cada um
desses conjuntos.
A união é um caso de operação entre conjuntos. Os elementos que pertencem à união entre dois
conjuntos pertencem a um conjunto ou a outro. A palavra ou indica que todos os elementos de ambos
os conjuntos pertencem à união entre eles, mas nenhum elemento é repetido na união.
Por exemplo: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {3, 4, 5}, a união entre A e B é representada por
AUB = {1, 2, 3, 4, 5} e designa os elementos que pertencem a A ou a B.
O conjunto dos números racionais é formado por todos os números que podem ser escritos em forma
de fração. Existem três tipos de números que se encaixam nessa definição:
1 – números inteiros
3 – dízimas periódicas
Isso ocorre porque qualquer número inteiro pode ser escrito na forma de fração, desde que o próprio
número inteiro seja o numerador e 1 seja o denominador. A partir dessa fração, é possível encontrar
infinitas frações com o mesmo resultado, bastando para isso multiplicar numerador e denominador
pelo mesmo número.
Já os decimais finitos podem ser transformados em fração ao cumprir o passo anterior e multiplicar a
fração por alguma potência de 10, em que o expoente é igual ao número de casas decimais do deci-
mal finito.
As dízimas periódicas, por sua vez, podem ser escritas na forma de fração utilizando-se um artifício
que envolve equações e sistemas de equações.
São subconjuntos do conjunto dos números racionais: O conjunto dos números naturais e o conjunto
dos números inteiros. Portanto, números naturais e inteiros também são números reais.
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NÚMEROS REAIS
O conjunto dos números irracionais é complementar ao conjunto dos racionais. Isso significa que os
números irracionais são o conjunto dos números que não são racionais. Dessa maneira, qualquer
número que não pode ser escrito na forma de fração é um número irracional. Os números que se
encaixam nessa definição são:
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NÚMEROS REAIS
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PORCENTAGEM
Porcentagem
Um número que possui a característica de porcentagem pode ser expresso das seguintes formas:
fração centesimal ou número decimal, a forma ficará a critério do estudante.
Exemplo 1
Uma determinada loja de eletrodomésticos vende seus produtos em até 10 vezes, incluído os juros.
No caso de pagamento à vista a loja oferece um desconto de 15% sobre o preço da mercadoria. Na
compra à vista de uma geladeira que custa R$ 1.200,00, qual o valor do desconto?
O desconto na compra à vista da geladeira é de R$ 180,00, dessa forma, o preço seria de 1200 – 180
= R$ 1.020,00.
Exemplo 2
O atraso no pagamento de qualquer imposto ou até mesmo de prestações particulares gera multas
que são calculadas com base em índices percentuais, regularizados pelos órgãos competentes. Qual
o valor de uma prestação de R$ 550,00 que foi paga com atraso de 10 dias, sabendo que sobre o
valor deverá ser acrescentado 4% de multa?
O acréscimo em razão do atraso será de R$22,00, portanto, a prestação passará de R$ 550,00 para
R$ 572,00.
Porcentagem é uma razão do tipo a/b, em que b = 100. Note que sempre é possível obter essa razão
utilizando a ideia de proporcionalidade ou de frações equivalentes. Por exemplo, em uma sociedade,
se investimos uma fração de um valor inicial de R$ 1000.00, é equivalente a dizer que a nossa parte
do investimento inicial foi de . Esta razão é chamada “taxa percentual” e pode ser
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PORCENTAGEM
expressa tanto com o símbolo % (por cento), quanto na forma de fração ( ) ou ainda, em forma
textual, que nesse caso seria 40 em 100.
A ideia de porcentagem é diretamente ligada aos assuntos financeiros, quando tratamos casos de
juros ou descontos obtidos nas compras, taxas pagas por um serviço, taxa de imposto ou mesmo em
taxas de variação de resultados. Lembrando que uma porcentagem é sempre sobre algum valor e
não existe porcentagem isolada, isto significa que não faz sentido falar 20%. Precisamos deixar claro
a que corresponde essa porcentagem. Ajuda muito fazer as seguintes perguntas: 20% de que? De
qual valor? De desconto ou de juro?
Exemplo 1
Pense na situação em que você deseja comprar um jogo que custa R$150,00, mas se comprar à
vista tem desconto de 10%. Quanto você pagaria pelo jogo, comprando sem parcelar?
Assim, o valor do seu desconto é R$15,00 e, então, o valor a ser pago corresponde a R$ 150,00 - R$
15,00 = R$ 135,00.
Exemplo 2
Agora imagine que você quer comprar uma casa que à vista custa R$ 283.000,00. Mas você não tem
todo esse dinheiro e suas economias somam apenas R$77.500,00. Sendo assim, você precisa
recorrer a um empréstimo bancário. O banco cobra taxa de juros de 1,5% do valor emprestado, se o
montante for pago em até um ano, e 2,5%, se for pago em até 24 meses. Desse modo, para que você
consiga pagar o empréstimo nesse período, quanto custará cada parcela?
Primeiramente, vamos encontrar quanto você pegou emprestado, já que os juros são calculados
sobre esse valor e não sobre o valor total da casa. Você tinha R$ 77.500 e precisava de R$ 283.000,
então o valor emprestado foi de R$ 283.000,00 - R$ 77.500,00 = R$ 205.500,00. Desse valor, vamos
calcular quanto será acrescentado pelos juros. Para conseguir pagar o empréstimo em um ano, o
valor do juro será:
juros= 3,5% de 205500 = R$7.192,50. Então o valor da dívida será calculado como sendo
R$ 205500,00 + R$7.192,50 = R$ 212.692,50, que dividido por 24 meses, cada parcela sairia no valor
de R$ 8.862,19. Essa parcela é mais viável, apesar de que o valor final pago é maior que quando é
pago em um ano.
Exemplo 3
Em bares e restaurantes é muito comum a cobrança de taxa de serviços. Embora não haja previsões
legais no código de defesa do consumidor, essa taxa é estipulada em 10% do valor da conta. Assim,
se em uma churrascaria o gasto foi de R$190,00, ao somar a taxa de serviços temos uma conta a ser
paga de R$190,00+R$19,00=R$209,00. Agora, se esse valor já é o total, incluindo a taxa de serviços,
o valor gasto pode ser calculado a partir de uma regra de três simples. Basta fazer , de onde
Exemplo 4
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PORCENTAGEM
Numa determinada empresa, o faturamento de um mês para o mês seguinte aumentou em torno de
50% e, posteriormente, teve queda de 12%. Supondo que o faturamento inicial tenha sido de
R$1.323.227,19, qual foi o valor faturado no final dos três meses?
O aumento de 50% do faturamento deve ser calculado sobre o valor faturado inicialmente. Assim, no
segundo mês, temos um aumento de:
Juros Simples
O regime de juros simples não é muito utilizado pelo atual sistema financeiro nacional, mas ele se
relaciona à cobrança em financiamentos, compras a prazo, impostos atrasados, aplicações
bancárias, etc. Nesse regime, a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da
aplicação. O cálculo para juros simples é dado pela fórmula:
J = PV x i x n
J = Juro
i = taxa de juros
No cálculo do juro simples, também chamado de juro comercial, o juro sob o capital aplicado é
diretamente proporcional ao capital e o tempo de aplicação. Através da taxa de juros, irá variar ao
longo do período. Assim, utiliza-se o ano comercial, sendo 360 dias no ano e 30 dias no mês. Ex.:
1) Qual o valor dos juros aplicados a um empréstimo de R$ 200, durante 6 meses, numa taxa de
juros simples de 6% ao mês?
Dados Encontrados:
PV= R$ 200
i = 6 %a.m.
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PORCENTAGEM
n = 6 meses
J=?
6% → 6/100 → 0,06
Resolução:
Na soma dos juros durante seis meses temos R$ 72,00 de juros. Com esse exemplo, verifica-se que
no cálculo de juros simples, os juros são iguais, pois ele sempre será acrescentado ao capital inicial.
Importante
Existem situações em que o prazo da aplicação é um número não inteiro, sendo preciso utilizar
frações de períodos para que não hajam erros no valor final. Supondo que o período de aplicação é 5
anos e 9 meses, é sugerido as seguintes soluções para transformá-lo de acordo com a taxa de juros:
Juro Exato
O juro exato é utilizado quando o período de tempo da aplicação está expressa em dias ou quando é
considerado o ano civil (365 dias ou 366 dias para ano bissexto) para a realização do cálculo. A
fórmula a ser utilizada será:
J = Pv i n / 365
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PORCENTAGEM
1) Qual é o juro exato de um capital de R$ 20.000 aplicado por 40 dias à taxa de 30% ao ano?
Dados Encontrados:
PV= R$ 20.000
i = 30 %a.a.
n = 40 dias
J=?
Resolução:
Juros Compostos
Esse regime é utilizado amplamente pelo sistema financeiro, no dia a dia e em diversos cálculos
econômicos. Os juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o
cálculo dos juros no período posterior.
Nesse regime, diz-se que os juros são capitalizados, pois a cada período o juro é adicionado ao
capital inicial. Assim, não existe capitalização no regime de juros simples, pois apenas o capital inicial
rende juros.
M= C (1+i)ᵑ
1) Qual será o montante de um empréstimo de R$ 200, durante 6 meses, numa taxa de juros
composta de 6% ao mês?
Dados Encontrados:
PV= R$ 200
i = 6 %a.m.
N = 6 meses
M= ?
6% → 6/100 → 0,06
Resolução:
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PORCENTAGEM
O que é Juro?
Geralmente, os juros são determinados pelo Copom (Comitê de Política Monetária), um órgão
do Banco Central que estabelece as normas da política monetária e da taxa de juros.
Todos os anos, durante as reuniões feitas pelos membros do Copom são definidos os índices de
consumo e produção que afetam o crescimento do país. Eles publicam relatórios sobre a inflação e
informam sobre a situação econômica do país.
De acordo com Samanez (2002), em seu livro 'Matemática Financeira: Aplicações à Análise de
Investimentos' a definição de juro é:
Segundo essa definição, se aplico ou empresto capital a outrem, existe um valor adicional a ser
cobrado pela utilização desse dinheiro. Por exemplo, ao aplicar um capital, em um período de tempo
específico, ao final dessa aplicação o capital terá adquirido outro valor, chamado de montante. O
montante é o capital aplicado mais os juros que foram acumulados durante o período da aplicação.
O juro, também chamado de remuneração, rendimento ou juros ganhos é dado pela diferença
entre o montante (M) e o capital (C). A fórmula utilizada para o cálculo do juros é:
J=Cxi
Importante:
No mercado financeiro, a taxa de juros sempre é dada na forma percentual, mas para a realização
dos cálculos é preciso transformar a taxa em fracionária. Veja o quadro:
Outro fato que deve ser considerado no cálculo dos juros é o tempo da aplicação. Se os meses forem
de 30 dias, os juros sãocomerciais, referente aos anos comerciais (360 dias). Se for considerado o
ano civil (365 dias), os juros serão chamados deexatos.
1) Calcule os juros de uma aplicação de R$5.000 durante um ano à uma taxa simples de 25% a.a.
Dados Encontrados:
C = R$ 5.000
i = 25%a.a.
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PORCENTAGEM
J=?
Resolução:
2) Descubra o montante do capital aplicado de R$ 2.600 durante um ano à taxa simples de 55% a.a.
Dados Encontrados:
C = R$ 2.600
i = 55%a.a.
J=?
Resolução:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Ao longo dos tempos constatou-se que o problema econômico dos governos; das instituições; das
organizações e dos indivíduos, decorria da escassez de produtos e/ou serviços, pelo fato de que as
necessidades das pessoas eram satisfeitas por bens e serviços
cuja oferta era limitada. Ao longo do processo de desenvolvimento das sociedades, o problema de
satisfazer as necessidades foi solucionado através da especialização e do processo de troca de um
bem pelo outro, conhecido como escambo.
Mais tarde surgiu um bem intermediário, para este processo de trocas que foi a moeda. Assim, o valor
monetário ou preço propriamente dito, passou a ser o denominador comum de medida para o valori-
zar os bens e os serviços e a moeda um meio de acúmulo deste valor constituindo assim a riqueza ou
capital.
Constatou-se assim, que os bens e os serviços poderiam ser consumidos ou guardados para o con-
sumo futuro. Caso o bem fosse consumido ele desapareceria e, caso houvesse o acúmulo, surgiria
decorrente deste processo o estoque que poderia servir para gerar novos bens e/ou riqueza através
do processo produtivo.
E começou a perceber que os estoques eram feitos não somente de produtos, mas de valores mone-
tários também, que se bem administrado poderiam aumentar gradativamente conforme a utilidade
temporal. Surge-se daí a preocupação e a importância do acúmulo das riquezas em valores monetá-
rios como forma de investimento futuro e aumento do mesmo conforme o surgimento das necessida-
des.
Com o passar dos tempos essa técnica foi sendo melhorada e aperfeiçoada conforme as necessida-
des de produção e tão quanto à necessidade mercantis que aflorava cada vez mais tornando os pro-
dutores mais competitivos quanto ao aumento de oferta de suas produções.
Atualmente a técnica utilizada para compreensão de como o capital se comporta em uma aplicação
ao longo do tempo é realizado pela Matemática Financeira. De uma forma simplificada, podemos
dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada e/ou Elementar, que estuda o
comportamento do dinheiro no tempo. A Matemática Financeira busca quantificar as transações que
ocorrem no universo financeiro levando em conta, a variável tempo, quer dizer, o valor monetário no
tempo (time value money).
Capital
Juros
Deve ser entendido como Juros, a remuneração de um capital (P), aplicado a uma certa taxa (i), du-
rante um determinado período (n), ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de dinheiro emprestado. Por-
tanto, Juros (J) = preço do crédito.
Costuma-se especificar taxas de juros anuais, trimestrais, semestrais, mensais, entre outros, motivo
pelo qual deve-se especificar sempre o período de tempo considerado.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial, dizemos que te-
mos um sistema de capitalização simples (Juros simples).
Quando a taxa de juros incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante), dizemos
que temos um sistema de capitalização composta (Juros compostos).
Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento mais rápido (ve-
remos adiante, que enquanto os juros simples crescem segundo uma função do 1º grau – crescimen-
to linear, os juros compostos crescem muito mais rapidamente – segundo uma função exponencial).
Juros Simples
O regime de juros simples é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial. Este sis-
tema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise desse tema, como introdu-
ção à Matemática Financeira, é de uma certa forma, importante.
Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n
períodos.
Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos escrever a seguinte
fórmula, facilmente demonstrável:
J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por período igual
a i.
No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos juros produzi-
dos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado MONTANTE (M).
Logo, teríamos:
Exemplo:
A quantia de R$ 3.000,00 é aplicada a juros simples de 5% ao mês, durante cinco anos. Calcule o
montante ao final dos cinco anos.
Solução:
Temos: P = 3000,
i = 5% = 5/100 = 0,05 e
n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses.
A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da função juros
simples, senão vejamos:
Façamos P.i = k.
Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem. (Porque usei o
termo semi-reta ao invés de reta?). Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o núme-
ro de períodos n são grandezas diretamente proporcionais.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Daí infere-se que o crescimento dos juros simples obedece a uma função linear, cujo crescimento
depende do produto P.i = k, que é o coeficiente angular da semi-reta J = kn.
0 mese
s
1º 2º 3º 4º
mês mês mês mês
É comum nas operações de curto prazo onde predominam as aplicações com taxas referenciadas em
juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos o número de dias pode ser
calculado de duas maneiras:
• Pelo tempo exato , pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro exato, que é aquele que é
obtido quando o período (n) está expresso em dias e quando o período é adotada a conversão de
ano civil (365 dias)
• Pelo ano comercial, pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro comercial que é aquele
calculado quando se adota como base o ano comercial (360 dias)
Calcule o montante ao final de dez anos de um capital R$ 10.000,00 aplicado à taxa de juros simples
de 18% ao semestre (18% a.s).
Resposta: R$ (?)
Vimos anteriormente, que se o capital (P) for aplicado por (n) períodos, a uma taxa de juros simples
(i), ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a J = Pin e que o montante
(capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a M = P(1 + in).
O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o período n têm
de ser referidos à mesma unidade de tempo.
Assim, por exemplo, se num problema, a taxa de juros for i =12% ao ano = 12/100 = 0,12 e o período
n = 36 meses, antes de usar as fórmulas deveremos colocá-las referidas à mesma unidade de tempo,
ou seja:
01 – Quais os juros produzidos pelo capital R$ 12.000,00 aplicados a uma taxa de juros simples de
10% ao bimestre durante 5 anos?
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Solução 01:
Teríamos:
02 – Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa mensal de 5%. Depois de
quanto tempo este capital estará duplicado?
Solução 01:
Temos: M = P(1 + in). Logo, o capital estará duplicado quando M = 2P. Logo, vem:
Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa anual de 10%. Depois de quanto
tempo este capital estará triplicado?
Juros Compostos
O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modali-
dades, a saber:
b) Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua
vez, a render juros. Também conhecido como "juros sobre juros".
O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada período são acrescidos ao
capital formando um montante, capital mais juros, do período.
Este montante, por sua vez, passará a render juros no período seguinte formando um novo montante
e assim sucessivamente. Pode-se dizer então, que cada montante formado é constituído do capital
inicial, juros acumulados e dos juros sobre juros formados em períodos anteriores.
Este processo de formação de juros compostos é diferente daquele descrito para os juros simples,
onde somente o capital rende juros, não ocorrendo remuneração sobre os juros formados em perío-
dos anteriores.
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compos-
tos, com um exemplo:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Suponha que R$ 1.000,00 são empregados a uma taxa de 20% a.a.,por um período de 4 anos a juros
simples e compostos Teremos:
O gráfico a seguir permite uma comparação visual entre os montantes no regime de juros simples e
de juros compostos. Verificamos que a formação do montante em juros simples é linear e em juros
compostos é exponencial:
Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimen-
to segundo juros compostos é EXPONENCIAL, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".
Exemplo 2:
Um empresário faz uma aplicação de R$ 1.000,00 a taxa composta de 10% ao mês por um prazo de
dois meses.
1º Mês:
O capital de R$ 1.000,00 produz um juros de R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00), pela fórmula dos juros
simples já estudada anteriormente, ficaria assim:
2º Mês:
O montante do mês anterior (R$ 1.100,00) é o capital deste 2º mês servindo de base para o cálculo
dos juros deste período. Assim:
Tomando-se como base a fórmula dos juros simples o montante do 2º mês pode ser assim decom-
posto:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Exemplo 3:
A loja São João financia a venda de uma mercadoria no valor de R$ 16.00,00, sem entrada, pelo
prazo de 8 meses a uma taxa de 1,422. Qual o valor do montante pago pelo cliente.
Considere o capital inicial (P) R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10%
(i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
S = 1000 (1 + 0,1) n
De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros compostos i du-
rante o período n :
Ou
Onde:
S / M = montante;
NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem
de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3 x 12=36 meses.
Taxa nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano, pelo
valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
Taxa Real
Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive, negativas!
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um
determinado capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal in .
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).Consideremos agora que durante o
mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido por esta
taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao montante S2, produzirá o montante
S1. Poderemos então escrever:
S1 = S2 (1 + r)
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e
real são coincidentes.
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em
um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se
calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros: (1 + 0,25) = (1
+ r).(1 + 0,30)
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa!
Deve ser acrescentado ao estudo dos juros compostos que o capital é também chamado de valor
presente (PV) e que este não se refere necessariamente ao momento zero. Em verdade, o valor pre-
sente pode ser apurado em qualquer data anterior ao montante também chamado de valor futuro
(FV).
As fórmulas do valor presente (PV) e do valor futuro (FV) são iguais já vistas anteriormente, basta
trocarmos seus correspondentes nas referidas fórmulas, assim temos:
ou
Esta convenção é muito importante, inclusive quando se usa a calculadora HP 12C. Normalmente, ao
entrar com o valor presente VP numa calculadora financeira, o fazemos seguindo esta convenção,
mudando o sinal da quantia considerada como PV para negativo, usando a tecla CHS, que significa
uma abreviação de "change signal", ou seja, "mudar o sinal".
considerando esta convenção de sinais. Usaremos sempre a convenção de sinal negativo para VP e
em conseqüência, sinal positivo para FV. Veremos com detalhes este aspecto, no desenvolvimento
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
do curso.
Exemplos Práticos:
Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8 meses à
taxa de juros composta de 3,5% a .m.?
Solução:
PV = R$ 12.000,00
n = 8 meses
i = 3,5 % a . m. FV = ?
Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto deverá ela depositar hoje numa
poupança que rende 1.7% de juros compostos ao mês?
Solução:
FV = R$ 27.500,00
PV = ?
PV = FV.
PV = 27.500,00.
PV = 22.463,70
Aplicando-se R$ 1.000,00 por um prazo de dois anos a uma taxa de 5% ao semestre, qual será o
montante no fim do período?
Resposta: R$ (?)
Um capital de R$ 2.000.000,00 é aplicado durante um ano e três meses à taxa de 2% a.m. Quais os
juros gerados no período?
Resposta: R$ (?)
Determinado capital aplicado a juros compostos durante 12 meses, rende uma quantia de juros igual
ao valor aplicado. Qual a taxa mensal dessa aplicação?
Resposta: R$ (?)
Resposta: R$ (?)
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Equivalência Financeira
Diz-se que dois capitais são equivalentes a uma determinada taxa de juros, se os seus valores em
um determinado período n, calculados com essa mesma taxa, forem iguais.
Exemplo 01:
1º Conjunto 2º Conjunto
Verificar se os conjuntos de valores nominais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de juros
de 10% a.a.
P0 = 5.000,00
P0 = 5.000,00
outro.
Exemplo 02 :
a.m ou de 24% a.a. Supondo um prazo de aplicação de 2 anos, verificar se as taxas são equivalen-
tes:
Solução:
Agora se aplicarmos o principal à taxa de 24% a.a. e pelo prazo de 2 anos teremos:
J2 = R$ 10.000,00 x 24 x 2 = R$ 4.800,00
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
OBS: Na utilização das fórmulas o prazo de aplicação (n) e a taxa (i) devem estar expressos na
mesma unidade de tempo. Caso não estejam, é necessário ajustar o prazo ou a taxa.
Descontos Simples
Existem dois tipos básicos de descontos simples nas operações financeiras: o desconto comercial e o
desconto racional. Considerando-se que no regime de capitalização simples, na prática, usa-se sem-
pre o desconto comercial, este será o tipo de desconto a ser abordado a seguir.
• Desconto Racional: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes de
seu vencimento é calculada sobre o valor a ser liberado (Valor Atual).Incorpora os conceitos e rela-
ções básicas de juros simples. Veja”:
J = P . i . n => D = VD . d . n
• Desconto Comercial: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes
de seu vencimento é calculada sobre o Valor Nominal do título. Incorpora os conceitos de juros ban-
cários que veremos detalhadamente a seguir”:
J = P . i . n => D = VN . d . n
Teremos:
V = N - Dc
Logo:
Exemplo:
Considere um título cujo valor nominal seja R$10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser conce-
dido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de desconto de 5%
a.m.
Solução:
Desconto Bancário
Nos bancos, as operações de desconto comercial são realizadas de forma a contemplar as despesas
administrativas (um percentual cobrado sobre o valor nominal do título) e o IOF - imposto sobre ope-
rações financeiras. É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes
do vencimento, através desta técnica, faz com que o valor descontado seja maior, resultando num
resgate de menor valor para o proprietário do título.
Exemplo:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
despesas administrativas e 1,5% a.a. de IOF. Calcule o valor líquido a ser recebido pelo proprietário
do título e a taxa de juros efetiva da operação
Solução:
Daí, o valor líquido do título será: 100000 - 32750 = 67250 Logo, V = R$ 67.250,00
Observe que a taxa de juros efetiva da operação, é muito superior à taxa de desconto, o que é am-
plamente favorável ao banco.
Duplicatas
Observação:
a) A duplicata deve ser emitida em impressos padronizados aprovados por Resolução do Banco
Central.
Exemplo:
Uma empresa oferece uma duplicata de R$ 50000,00 com vencimento para 90 dias, a um determina-
do banco. Supondo que a taxa de desconto acertada seja de 4% a. m. e que o banco, além do IOF de
1,5% a.a. , cobra 2% relativo às despesas administrativas, determine o valor líquido a ser resgatado
pela empresa e o valor da taxa efetiva da operação.
Solução:
Teremos então:
Taxa efetiva de juros = i = [(50000/42812,50) - 1].100 = 16,79 % a.t. = 5,60% a.m. Resp: V = R$
42812,50 e i = 5,60 % a.m.
Um título de R$ 5.000,00 vai ser descontado 60 dias antes do vencimento. Sabendo-se que a taxa de
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Resposta: R$ (?)
Um banco realiza operações de desconto de duplicatas a uma taxa de desconto comercial de 12% a .
a., mais IOF de 1,5% a . a. e 2% de taxa relativa a despesas administrativas. Além disto, a título de
reciprocidade, o banco exige um saldo médio de 10% do valor da operação. Nestas condições, para
uma duplicata de valor nominal R$ 50000,00 que vai ser descontada 3 meses antes do vencimento,
pede-se calcular a taxa efetiva de juros da operação. Resposta: R$ (?)
Fluxo de Caixa
Conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Um diagrama de fluxo de caixa,
é simplesmente a representação gráfica numa reta, dos períodos e dos valores monetários envolvi-
dos em cada período, considerando-se uma certa taxa de juros i.
Traça-se uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na qual são representados os valo-
res monetários, considerando-se a seguinte convenção:
O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial de
800, pagamento de 200 no terceiro ano, e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no se-
gundo, 700 no quarto e 200 no quinto ano.
Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C0, C1, C2, C3, ..., Cn são capitais referidos
às datas, 0, 1, 2, 3, ..., n para o qual desejamos determinar o valor presente (PV).
O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma data de referencia. Neste
caso, vamos trazer todos os capitais para a data zero. Pela fórmula de Valor Presente vista acima,
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
concluímos que o valor presente resultante - NPV - do fluxo de caixa, também conhecido como Valor
Presente Líquido (VPL), dado será:
Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas, como veremos nos exercí-
cios a seguir.
Exercícios:
1 - Numa loja de veículos usados são apresentados ao cliente dois planos para pagamento de um
carro:
Plano A: dois pagamentos, um de $ 1.500,00 no final do sexto mês e outro de $ 2.000,00 no final do
décimo segundo mês.
Plano B: três pagamentos iguais de $ 1.106,00 de dois em dois meses, com início no final do segun-
do mês.
Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4% a.m., qual o melhor plano de pagamento?
Solução:
Plano A:
Plano B:
Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente), concluímos que este plano A é
mais atraente do ponto de vista do consumidor.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Exercício:
1 - Um certo equipamento é vendido à vista por $ 50.000,00 ou a prazo, com entrada de $ 17.000,00
mais três prestações mensais iguais a $ 12.000,00 cada uma, vencendo a primeira
um mês após a entrada. Qual a melhor alternativa para o comprador, se a taxa mínima de atrativida-
de é de 5% a.m.?
Solução:
À vista:
A prazo:
Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste caso é a melhor alternati-
va, do ponto de vista do consumidor.
Exercício:
1 - Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de $ 50.000,00 à vista ou, a prazo conforme o
seguinte plano:
Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50% superior à primeira, ven-
cíveis em quatro e oito meses, respectivamente. Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado, calcule
o valor da última parcela.
Solução
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Teremos:
Uma loja vende determinado tipo de televisor nas seguintes condições: R$ 400,00 de entrada, mais
duas parcelas mensais de R$ 400,00, no final de 30 e 60 dias respectivamente. Qual o valor à vista
do televisor se a taxa de juros mensal é de 3% ?
Resposta: R$ (?)
Entenderemos como INFLAÇÃO num determinado período de tempo, como sendo o aumento médio
de preços, ocorrido no período considerado, usualmente medido por um índice expresso como uma
taxa percentual relativa a este mesmo período.
Para ilustrar uma forma simples o conceito elementar de inflação apresentamos acima, vamos consi-
derar a tabela abaixo, onde está indicado o consumo médio mensal de uma determinada família em
dois meses distintos e os custos decorrentes associados:
A variação percentual do preço total desta cesta de produtos, no período considerado é igual a:
Notas:
a) Para o cálculo de índices reais de inflação, o número de itens considerado é bastante superior e
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Vamos considerar o caso de uma conta corrente, da qual o cliente saca e deposita recursos ao longo
do tempo. Vamos ver nesta seção, a metodologia de cálculo do saldo médio e dos juros mensais
decorrentes da movimentação dessa conta.
As contas correntes associadas aos "cheques especiais" são exemplos corriqueiros da aplicação
prática da metodologia a ser apresentada.
Considere os capitais C1, C2, C3, ... , Ck aplicados pelos prazos n1, n2, n3, ... , nk, à taxa de juros
simples i. A fórmula abaixo, permite o cálculo dos juros totais J produzidos no período considerado:
O cálculo dos juros pelo método acima (conhecido como "Método Hamburguês") é utilizado para a
determinação dos juros sobre os saldos devedores dos "cheques especiais".
Serie de Pagamentos
Série de pagamentos - é um conjunto de pagamentos de valores R1, R2, R3, ... Rn,
zero, o fluxo recebe o nome de POSTECIPADO. Quando o início dos pagamentos ou recebimentos
ocorre na data zero, o fluxo recebe o nome de ANTECIPADO.
Exemplos:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Determinar a quantia S acumulada a partir de uma série uniforme de pagamentos iguais a R, sendo i
a taxa de juros por período
Portanto R e PMT possuem o mesmo sentido, ou seja, a mesma interpretação. Da mesma forma, S
corresponde a FV na calculadora HP 12C.
A) Fluxo postecipado
Considere o fluxo de caixa postecipado a seguir, ou seja: os pagamentos são feitos nos finais dos
períodos.
Vamos transportar cada valor R para o tempo n, supondo que a taxa de juros é igual a i, lembrando
que se trata de um fluxo de caixa POSTECIPADO, ou seja, os pagamentos são realizados no final de
cada período.
Teremos:
Observe que a expressão entre colchetes é a soma dos n primeiros termos de uma progressão geo-
métrica de primeiro termo (1+i)n-1, último termo 1 e razão 1/(1+i).
Aplicando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica, teremos:
Nota: em caso de dúvida, consulte sobre Progressão Geométrica (1+i)n-1 + (1+i)n-2 + (1+i)n-3 + ... +
(1+i) + 1 =
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Usando-se a simbologia adotada na calculadora HP 12C, onde R = PMT e S = FV, teremos a fórmula
a seguir:
Determinar o principal P que deve ser aplicado a uma taxa i para que se possa retirar o valor R em
cada um dos n períodos subseqüentes.
Este problema também poderia ser enunciado assim: qual o valor P que financiado à taxa i por perío-
do, pode ser amortizado em n pagamentos iguais a R?
O fator entre colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 1/(1+i), razão 1/(1+i) e último termo 1/(1+i)n.
Teremos então, usando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Nesse sistema as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados a cada perío-
do multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente no período.
ou então:
Jt = Ai (n – t + 1)
t = o momento desejado
Como a variação de juros no Sistema SAC se trata de uma progressão aritmética, o somatório dos
juros de um determinado período se faz utilizando a fórmula do somatório dos n termos de uma P.A.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Com isso:
R1 A + J1
R2 A + J2
R3 A + J3
Rt A + Jt
Assim , o pagamento de um financiamento pelo sistema SAC, num prazo de n períodos e à uma taxa
i por período seria como o diagrama e a tabela abaixo:
T P t = P t- 1 - A Jt = P t- 1 . i At = A = P / n Rt = A + Jt
0 P0=P - - -
1 P1=P–A J1 = P . i A1 = A R1 = A + J1
2 P2=P1–A J2 = P 1 . i A2 = A R2 = A + J2
3 P3=P2–A J3 = P 2 . i A3 = A R3 = A + J3
4 P t = P t- 1 – A Jt = P t- 1 . i At = A R4 = A + J4
n P n = P n- 1 – A Jn = P n- 1 . i An = A Rn = A + Jn
Orde m de
Obte nção
2.º 3.º 1.º 4.º
das Parc e las
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
P = $ 1.000,00
n = 4 prestações i = 2% a.p.
0 1.000,00 - - -
No sistema PRICE a prestação é constante e em qualquer data t o seu valor é dado por:
Rt = R1 = R2 = ... = Rn = cte.
Rt = R = P x FPR(i,n) = constante
Os juros de um determinado período são calculados sobre o saldo devedor do período anterior.
Ou Jt = Rt - At Rt = R = cte.
Jt = R - At
Juros = J1 = P.i
Amortização = A1 = R – J1 = ( R - P.i)
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
= (R – P.i) . (1 + i) = A2 = A1 (1 + i)
= A1 + A1.i + A1 (1 + i).i
= A1 (1 + i) + A1 (1 + i).i
= A1 (1 + i).(1 + i)
A3 = A1 (1 + i)2
Então teríamos:
A2 = A1 ( 1 + i ) A3 = A1 ( 1 + i )2 A4 = A1 ( 1 + i )3
A1 = 22.192 t=3
i = 8% a.a. A3 = ?
Ou
anterior teríamos:
O Saldo devedor de um determinado período é dado pela diferença entre o saldo devedor do período
anterior e a amortização do período.
Assim para um empréstimo P ;a taxa de juros i por período com um prazo de N períodos ; podería-
mos elaborar seguinte
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
(t ) P t = P t- 1 - At Jt = P t- 1 . i Rt = R At = R – Jt
0 Po=P - - -
1 P 1 = P – A1 J1 = P .i R A1 = R – J1
2 P 2 = P 1 – A2 J2 = P 1.i R A2 = R – J2
3 P 3 = P 2 – A3 J3 = P 2.i R A3 = R – J3
T P t = P t- 1 – At Jt = P t- 1.i R At = R – Jt
N P n = P n- 1 – An Jn = P n- 1.i R An = R – Jn
n R n.R t n
TOTAIS Jt n.R P At P
1 t 1
Ordem de
obtenção
4.º 2 .º 1.º 3 .º
de parcelas
P = 1.000,00
i = 2% a.p.
n = 4 prestações
0 1.000,00 - - -
Um financiamento pelo Sistema Price pode ser calculado utilizando-se máquinas financeiras, pois
suas prestações são constantes.
Aqui o valor da prestação é obtido através da média aritmética das prestações obtido através do sis-
tema PRICE e SAC.
Ex.:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
S IS T. P RICE
S A LDO
DEVEDOR
1.000,00
S IS T. SAC
S A LDO
DEVEDOR
1.000,00
SIST. SAM
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores
dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhe-
cidos.
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na
mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência.
Exemplos:
1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m 2, uma lancha com motor movido a energia
solar consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5m 2, qual
será a energia produzida?
1,2 400
1,5 x
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).
Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta.
Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas
são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sentido (para
baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
400 3
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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
480 x
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna). Observe que: Au-
mentando a velocidade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são contrárias (aumen-
tando - diminui), podemos afirmar que as grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo,
colocamos uma outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e re-
solvendo a equação temos:
3) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se comprasse 5 camisetas do
mesmo tipo e preço?
3 120
5 x
Observe que: Aumentando o número de camisetas, o preço aumenta. Como as palavras correspon-
dem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são diretamente proporcio-
nais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
4) Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra em 20 dias. Se o
número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo essa equipe fará o mesmo tra-
balho?
8 20
5 x
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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
Observe que: Diminuindo o número de horas trabalhadas por dia, o prazo para término aumenta.
Como as palavras são contrárias (diminuindo - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são in-
versamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversa-
mente proporcionais.
Exemplos:
8 20 160
5 x 125
Identificação dos tipos de relação: Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém
o x (2ª coluna).
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REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão
montados por 4 homens em 16 dias?
8 20 5
4 x 16
Observe que:
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação também é di-
retamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões.
3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. Trabalhando 3 pedreiros e
aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário para completar esse muro?
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Depois colocam-se fle-
chas concordantes para as grandezas diretamente proporcionais com a incógnita e discordan-
tes para as inversamente proporcionais, como mostra a figura abaixo:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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GRÁFICOS E TABELAS
Gráficos e Tabelas
Os gráficos são recursos utilizados para representar um fenômeno que possa ser mensurado,
quantificado ou ilustrado de forma mais ou menos lógica. Assim como os mapas indicam uma
representação espacial de um determinado acontecimento ou lugar, os gráficos apontam uma
dimensão estatística sobre um determinado fato.
Por esse motivo, interpretar corretamente os gráficos disponibilizados em textos, notícias, entre
outras situações, é de suma importância para compreender determinados fenômenos. Eles,
geralmente, comparam informações qualitativas e quantitativas, podendo envolver também o tempo e
o espaço.
Existe uma grande variedade de tipos de gráficos, dentre os quais podemos destacar os de coluna,
em barras, pizza, área, linha e rede.
Gráficos De Coluna
Juntamente aos gráficos em barra, são os mais utilizados. Indicam, geralmente, um dado quantitativo
sobre diferentes variáveis, lugares ou setores e não dependem de proporções. Os dados são
indicados na posição vertical, enquanto as divisões qualitativas apresentam-se na posição horizontal.
Gráficos em barra
Possuem basicamente a mesma função dos gráficos em colunas, com os dados na posição
horizontal e as informações e divisões na posição vertical.
Gráficos Em Pizza
É um tipo de gráfico, também muito utilizado, indicado para expressar uma relação de
proporcionalidade, em que todos os dados somados compõem o todo de um dado aspecto da
realidade.
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GRÁFICOS E TABELAS
Semelhantes aos gráficos de pizza, existem os gráficos circulares. A lógica é a mesma, a divisão de
uma esfera em várias partes para indicar as diferentes partes de um todo em termos proporcionais.
Gráficos Em Linhas
O gráfico de linha é utilizado para demonstrar uma sequência numérica de um certo dado ao longo do
tempo. É indicado para demonstrar evoluções (ou regressões) que ocorrem em sequência para que o
comportamento dos fenômenos e suas transformações seja observado.
GRÁFICO DE ÁREAS
É semelhante ao gráfico em linhas, diferenciando-se apenas por evidenciar uma noção de proporção
sobre o todo. É também usado para apontar a relação dos diferentes dados entre si.
Gráfico Em Rede
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GRÁFICOS E TABELAS
Esse tipo de gráfico não é tão comum na disciplina geográfica, sendo mais frequentemente utilizado
para medição de termos especificamente estatísticos e até em jogos de videogames, on-line ou do
tipo RPG. Sua utilidade é comparar valores distintos de uma mesma variável.
Gráfico em rede sobre a distribuição das atividades no meio rural em um país fictício
Além desses tipos acima apresentados, existem outras várias formas de representar dados e
informações sobre a realidade. O mais importante, além de conhecer cada tipo de gráfico, é procurar
observar com calma todos os dados fornecidos para uma correta leitura das informações disponíveis.
Esse exemplo revela claramente que para cada informação que se quer comunicar há uma
linguagem mais adequada- aí se incluem textos, gráficos e tabelas. "Eles são usados para facilitar a
leitura do conteúdo, já que apresentam as informações de maneira mais visual", explica Cleusa
Capelossi Reis, formadora de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do
Sul, na Grande São Paulo.
Logo no início do Ensino Fundamental, as crianças precisam aprender a ler e interpretar esses tipos
de recurso com o qual elas se deparam no dia a dia. Além disso, esse é um conteúdo importante da
Matemática que vai acompanhá-las durante toda a escolaridade no estudo de diversas disciplinas.
Barras
Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e comprimento
variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais longa indica a maior quantidade
e, com base nela, é possível analisar como certo dado está em relação aos demais.
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GRÁFICOS E TABELAS
Setor
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GRÁFICOS E TABELAS
Linhas
Existem vários tipos de gráficos (como os de barras, de setor e de linha) e tabelas (simples e de
dupla entrada). O uso de cada um deles depende da natureza das informações. É importante que os
alunos sejam apresentados a todos eles e estimulados a interpretá-los. "Aqui tem mais quantidade
porque esta torre (barra) é maior que a outra" e "a pizza está dividida em três partes. Então são três
coisas representadas" são falas comuns e que revelam o quanto a turma já sabe a respeito.
Na EMEB Donald Savazoni, na capital paulista, Cláudia de Oliveira pediu que os estudantes do 3º
ano pesquisassem gráficos e tabelas em diversos portadores de texto, como os jornais, e analisou o
material com eles. Além dos diferentes visuais, ela trabalhou elementos imprescindíveis, como o título
(que indica o que está sendo representado), a fonte (que revela a origem das informações) e, no caso
dos gráficos, especificamente, a legenda (que decodifica as cores, por exemplo).
De que assunto trata o gráfico? Quantos dados são apresentados? Como eles aparecem? Esses são
questionamentos pertinentes para fazer aos alunos. Essas intervenções, apoiadas em exemplos, são
uma forma de encaminhar a turma a notar que há certas regularidades que permitem a interpretação
independentemente do conteúdo. Por exemplo: num gráfico de barras verticais, é a altura que mostra
a variação de quantidade e não a largura das barras. No caso dos eixos, presentes no gráfico de
barras e no de linhas, os intervalos entre as marcações são sempre do mesmo tamanho. Isso serve
para garantir a proporcionalidade das informações apresentadas.
Quanto às tabelas, há diversas formas de usá-las para organizar as informações. Elas podem
aparecer em ordem crescente ou decrescente, no caso de números, ou em ordem alfabética, quando
são compostas de nomes, por exemplo.
Ao selecionar o material para trabalhar em sala, lembre-se de atentar para a complexidade de cada
um. "Quanto mais informações reunirem, mais complicados são. Para essa faixa etária, melhor usar
material com poucos dados, dando preferência aos números absolutos", explica Leika Watabe,
assessora técnica educacional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Escolher temas e assuntos que fazem parte do universo da garotada também é importante. Para as
crianças do 3º ano, Cláudia organizou um estudo do tempo de vida de uma série de animais e
organizou os dados em uma tabela e um gráfico de barras. Na tabela, elas tinham de identificar o
assunto tratado e verificar as informações sobre os bichos, relacionando os dados. Depois,
compararam no gráfico as diferenças entre a expectativa de vida de cada um deles. Por fim, a
educadora propôs alguns problemas para que todos calculassem a diferença de idade entre dois
animais. Os alunos confrontaram os resultados com o gráfico e concluíram que os valores eram
proporcionais ao intervalo entre as barras que representavam os bichos.
Importante: gráficos e tabelas podem ser explorados com muitos conteúdos, de diversas disciplinas -
desde que o material não seja simplesmente exposto em um cartaz na sala. Trabalhar a interpretação
é fundamental. Somente com essa estratégia em jogo, o grupo vai criar familiaridade com esse tipo
de representação, se apropriar dele com segurança e seguir em frente, construindo seus próprios
gráficos e tabelas.
Simples
Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada
por duas colunas e deve ser lida horizontalmente.
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GRÁFICOS E TABELAS
De Dupla Entrada
Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado (como altura e peso) sobre um item (nome). Deve ser
lida na vertical e na horizontal simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.
De Dupla Entrada
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MEDIDAS DE COMPRIMENTO
Medidas de Comprimento
As medidas de comprimento são mecanismos de medição eficazes, uma vez que utilizam como re-
curso medidas convencionais, tais como milímetro, centímetro, metro, quilômetro.
Elas foram criadas justamente para mitigar a probabilidade de ocorrência de erros no momento em
que era necessário mensurar as coisas.
Aqui você vai conhecer essas unidades de medida e vai aprender como calcular cada uma delas.
Metro
A medida base no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o metro. O metro possui múltiplos, que
correspondem a grandes distâncias e submúltiplos, que por sua vez correspondem a pequenas dis-
tâncias.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam).
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Como vimos, os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos por-
que resultam de uma multiplicação que tem como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igual-
mente como referência o metro. Eles aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa
medida base - o metro.
Durante o cálculo em algum problema ou até mesmo no dia a dia pode ser necessário realizar a con-
versão de um dos múltiplos e submúltiplos do metro para outro.
Dessa forma, para converter de uma unidade maior para outra menor basta multiplicar por 10. Para
converter de uma unidade menor para uma maior basta dividir por 10. Veja o esquema na imagem a
seguir:
Exemplo:
Assim, se quisermos converter 1 km para metro devemos multiplicar por 10 três vezes.
km → hm → dam → m;
1 km . 10 . 10 . 10 = 1000 m.
Obviamente, caro leitor, você já sabe fazer isso de cabeça, correto? É apenas para demonstrar como
é na prática.
Exemplo:
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MEDIDAS DE COMPRIMENTO
km → hm → dam → m → dm → cm;
120 km . 10 . 10 . 10 . 10 . 10 = 12.000.000 cm
Exemplo:
mm → cm → dm → m
1200 mm ÷ 10 ÷ 10 ÷ 10 = 1,2 m
Perceba que para converter de unidades maiores para menores nós multiplicamos por 10, e para con-
verter de unidades menores para maiores nós dividimos, como já mencionamos acima.
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ATUALIDADES
Atualidades
O governo Lula é o período atual da história política brasileira em que Luiz Inácio Lula da Silva exerce
a presidência da República desde 1.º de janeiro de 2023, representando seu retorno ao cargo para
um terceiro mandato após ter sido presidente de 2003 a 2011. Lula, do Partido dos Trabalhadores, foi
escolhido por voto popular direto na eleição presidencial de 2022, derrotando o candidato à reelei-
ção Jair Bolsonaro.
Sob o slogan "União e Reconstrução", o governo atualmente é composto por 37 ministérios, quinze a
mais que o governo anterior e o segundo maior número de pastas desde a redemocratização, sendo
menor do que no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve 39 pastas.
Antecedentes
Em entrevista à revista francesa Paris Match em 20 de maio de 2021, Lula confirmou sua pré-candi-
datura na eleição presidencial no ano seguinte. Buscando formar uma frente ampla com apoio de fi-
guras civis e políticas de outros espectros, o Partido dos Trabalhadores (PT) convidou Geraldo Alck-
min, antes adversário político de Lula, para ser seu candidato a vice-presidente em uma coligação in-
tegrada pelo PSB, PC do B, PV, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante e Agir.
Lula terminou o primeiro turno na primeira colocação com 48,43% dos votos válidos, contra 43,20%
de Jair Bolsonaro, com quem disputou o segundo turno, tendo o vencido por 50,90% a 49,10% do
eleitorado, o resultado mais acirrado de uma eleição presidencial no Brasil. Empossado presi-
dente em 1.º de janeiro de 2023. Lula foi o primeiro mandatário eleito para três mandatos e o primeiro
desde Getúlio Vargas a exercer mais de um mandato não consecutivo, sendo também, aos 77 anos,
o mais idoso a assumir o cargo.
Eleições de 2022
Em seu discurso após a vitória nas urnas, Lula adotou um tom moderado, falando que pretende "paci-
ficar o país", mas de forma indireta chamou seu adversário político, Jair Bolsonaro, de autoritário e
fascista, ao dizer que derrotou o autoritarismo e o fascismo, como já vinha se referindo antes da vitó-
ria nas eleições devido a Bolsonaro ter frequentemente flertado com esse regime, e posteriormente,
antes da sua posse, afirmou: "vamos ter que derrotar o bolsonarismo nas ruas", em uma campanha
marcada pela polarização e pelo maniqueísmo, no qual a campanha de Lula tentou caracterizá-lo
como a única alternativa no segundo turno para quem acreditava na democracia, enquanto que Bol-
sonaro buscou associar Lula ao comunismo e aos regimes antidemocráticos de esquerda como os
da Venezuela,Cuba, e Nicarágua. O novo governo enfrentará um Congresso bastante conservador,
com muitos ministros de Bolsonaro e figuras próximas ao bolsonarismo ocupando cadeiras no parla-
mento.
Período De Transição
Em 1.º de novembro de 2022, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin foi definido como coordenador
da equipe de transição do governo. No dia 3, Alckmin e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, reuni-
ram-se para iniciar a transição do governo.
O vice-presidente eleito também se encontrou com lideranças políticas com vistas a alterar o orça-
mento federal ainda em 2022, de modo a viabilizar objetivos do futuro governo.
Sua equipe de transição, composta por 913 integrantes, foi considerada a mais numerosa da história
do Brasil. Apesar disso, a maioria são voluntários e apenas 22 integrantes são remunerados, embora
a legislação permita até 50 vagas com salários.] Dos cargos com remuneração, os salários variam em
níveis de 2.701,46 a 17.327,65 reais,] estes gastos somam 242.645,32 reais mensais.
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ATUALIDADES
A equipe de transição, assim, reservou 1,6 milhão de reais, sendo este é o menor orçamento disponí-
vel para uma transição de governo em termos reais desde 2006, considerando a inflação, ano que
passou a incluir reserva para gastos com a transição, mesmo em casos de reeleição, enquanto o da
transição de Bolsonaro havia gastado todos os 2,9 milhões de reais que tinha disponíveis, o mais alto
desde o supracitado ano.
Em 20 de novembro de 2022, quando a equipe ainda possuía cerca de 300 integrantes, ela era com-
posta por pessoas oriundas de diferentes regiões do país (diferente da equipe de transição do go-
verno anterior), sendo 64% homens, 1/3 pertencente ao Partido dos Trabalhadores, a maioria até en-
tão paulistas, e de variados grupos étnicos.
Brancos representavam 75%, enquanto os negros (pardos e pretos, inclusive autodeclarados) soma-
vam 18%. Havia, ainda, 11 indígenas (3,8% do total) e quatro integrantes de origem asiática. "É a
equipe de transição a mais diversa da história do país", afirmou uma integrante da equipe de transi-
ção.
Uma das primeiras medidas anunciadas pela equipe de transição foi a busca de recursos para ban-
car as promessas de Lula na campanha eleitoral, como a manutenção do Auxílio Brasil no valor de
600 reais por família, que custaria R$ 52 bilhões, com acréscimo de 150 reais para cada criança de
até 6 anos de idade, que custaria R$ 18 bilhões, o reajuste do salário mínimo acima da inflação e a
correção das tabelas do imposto de renda e do SUS, dentre outras medidas, que não cabem no orça-
mento de 2023, já definido por Bolsonaro.
As soluções possíveis encontradas pela equipe de Lula foram a aprovação de uma Proposta de
Emenda à Constituição autorizando que o teto de gastos seja ultrapassado, de forma excepcional,
inicialmente, em cerca de 200 bilhões por quatro anos, ou a abertura de crédito extraordinário ao or-
çamento, com prévio aval do Tribunal de Contas da União, para evitar questionamentos sobre a cons-
titucionalidade da medida.
A equipe de transição decidiu, afinal, que a autorização para ultrapassar as restrições ao crescimento
das despesas imposta pelo teto de gastos deveria ser obtida mediante aprovação de uma emenda
constitucional (PEC da Transição), chamada também de "PEC do Estouro". A medida, que não veio
acompanhada de contrapartidas para corte de despesas em outras áreas do orçamento federal nem
de aumento da arrecadação, não foi bem recebida no mercado financeiro, levando ao aumento dos
juros futuros, à desvalorização do real e à queda do Ibovespa.
De acordo com o ex-ministro Henrique Meirelles, criador do teto de gastos, que apoiou Lula na cam-
panha eleitoral e que era cogitado para ocupar o cargo de Ministro da Economia, a política econô-
mica de Lula irá pelo mesmo caminho do governo Dilma, período no qual ocorreu a maior recessão
da história brasileira. E uma nota técnica da Consultoria de Orçamento da Câmara disse que a "PEC
da Transição eleva dívida em 10 pontos até 2026".
Entretanto, partidos do chamado centrão sinalizavam que a licença para ultrapassar o teto de gastos
será mais modesta, apenas o suficiente para manter em 600 reais o auxílio brasil e para reajustar o
salário-mínimo acima da inflação, e somente para o ano de 2023, em um valor estimado em 58,4 bi-
lhões de reais. Para os anos seguintes o governo teria de negociar com a nova composição do parla-
mento.
Outra medida colocada em prática pela equipe de Lula é a tentativa de barrar a nomeação de autori-
dades jurídicas e diplomáticas por parte de Bolsonaro. Segundo a assessoria de Lula esses novos
cargos podem servir como apoio político ao presidente.
Assim, como tentou impedir, sem sucesso, a indicação Ilan Goldfajn a presidência do Banco Intera-
mericano de Desenvolvimento (BID), ele foi indicado pelo então governo Bolsonaro, pelo então minis-
tro da economia, Paulo Guedes.
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ATUALIDADES
Os economistas Arminio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha, que apoiaram Lula durante a campa-
nha eleitoral, divulgaram durante o dia uma carta pública induzindo o novo governo a manter a res-
ponsabilidade fiscal.
Para atenuar a repercussão das medidas de desajuste fiscal, Guido Mantega, integrante da equipe de
transição de governo e ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma, condenado pelo Tribunal
de Contas da União em decorrência das pedaladas fiscais, pediu seu desligamento, e Geraldo Alck-
min foi a público defender a responsabilidade fiscal, sugerindo que, no longo prazo, o governo bus-
cará o superávit primário para equilibrar as contas públicas.
Para reduzir o tamanho do estouro no teto de gastos, o senador Alessandro Vieira, que apoiou Lula
durante a campanha eleitoral, apresentou uma proposta alternativa, reduzindo de 198 bilhões de re-
ais para 70 bilhões de reais a autorização para expansão dos gastos federais, e determinando que o
governo federal apresente, ainda em 2023, uma proposta permanente para equilíbrio das contas do
governo federal, em substituição ao teto de gastos, o que sinalizou para o mercado que o Congresso
Nacional não autorizará medidas excessivamente irresponsáveis do ponto de vista fiscal. Nelson Bar-
bosa, Ministro da Fazenda e do Planejamento durante o governo Dilma e integrante da equipe de
transição, defendeu que um aumento no gasto federal de até 136 bilhões de reais não representaria,
na proporção do PIB, uma expansão.
A "PEC da Transição" foi aprovada pelo plenário do Senado Federal em 7 de dezembro, em dois tur-
nos, conseguindo o substancial apoio de 64 senadores em cada turno. O texto aprovado pelo Senado
e enviado à Câmara dos Deputados eleva a base de cálculo do teto em 145 bilhões de reais para os
anos de 2023 e 2024, ou seja, 2 anos, e estabelece a obrigatoriedade do envio de projeto de lei com-
plementar ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, até o final de agosto de 2023, com o
objetivo de instituir novo regime fiscal para substituir o teto de gastos.
A versão inicial do parecer apresentado pelo relator da PEC aumentou as dúvidas sobre a disciplina
fiscal do novo governo, pois utilizou como justificativa para a expansão dos gastos públicos sem cor-
respondente aumento na arrecadação uma teoria econômica heterodoxa, a Teoria Monetária Mo-
derna (MMT, na sigla em inglês), apontada pelos críticos como "terraplanismo econômico", "traquina-
gem juvenil" e "pérola da magia negra". Proposta semelhante, revista por seu sucessor, acabou por
encerrar precocemente o governo do premiê britânico Liz Truss. Haddad, futuro Ministro da Fazenda,
atuou nos bastidores, após as críticas do mercado, para retirar as referências à teoria do parecer
aprovado.
A Câmara aprovou a "PEC da Transição" mantendo os 145 bilhões de reais para apenas 2023, ou
seja, reduzindo de 2 anos para 1 ano. Em 21 de dezembro de 2022, a PEC foi promulgada pelo Con-
gresso Nacional.
Em seu último dia de gestão, o governo Bolsonaro decretou a redução à tributação das maiores em-
presas do Brasil, retirando 5,8 bilhões de reais por ano de receitas do governo Lula. Pega de sur-
presa, a equipe econômica de Haddad deve revogar tais medidas, uma vez que o rombo previsto no
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ATUALIDADES
Orçamento de 2023 é de 220 bilhões de reais. O economista José Roberto Afonso, professor do Insti-
tuto de Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e pesquisador da Universidade de Lisboa, descreveu essa
redução de última hora como "amoral" e finalizou "é curioso saber por que se esperou o último dia do
ano para tomar essa decisão e se por acaso isso foi combinado com o governo a ser empossado. [...]
Mais curioso ainda será saber se essa medida, que reduz arrecadação e piora o déficit, mas beneficia
as maiores empresas do País e aumenta os seus ganhos financeiros em termos líquidos, em caráter
permanente, será tão criticada quanto as outras medidas que aumentaram o auxílio emergencial para
os mais pobres".
Plano De Governo
Não tendo formalizado suas propostas em um plano de governo, na véspera do segundo turno Lula
divulgou um documento denominado Carta para o Brasil do Amanhã, abordando resumidamente
treze propostas para seu novo governo. Embora o documento não afirme que o teto de gastos será
revogado, por repetidas vezes durante a campanha eleitoral Lula defendeu a sua abolição, sem indi-
car se outro mecanismo o substituirá.
Críticos do então candidato alegaram durante a campanha que ele estava pedindo um "cheque em
branco", enquanto seus defensores rebatiam que em seus dois mandatos o governo federal apresen-
tou superávit primário e que Lula sabe a importância de se governar com responsabilidade fiscal.
Retomada de obras paradas e prioritárias, para expandir o mercado interno de consumo. Investi-
mento em serviços públicos e sociais, em infraestrutura e em recursos naturais estratégicos. Uso
das empresas estatais como indutoras do crescimento e da inovação tecnológica. Construção de uma
nova legislação trabalhista, e oferta de crédito subsidiado para trabalhadores das micro, pequenas e
médias empresas.
Manter o valor do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, em 600 reais por família e
com acréscimo de 150 reais por criança de até 6 anos de idade. Renegociação das dívidas dos ina-
dimplentes com desconto e juros subsidiados. Isenção do imposto de renda para quem recebe até 5
mil reais mensais. Reforma tributária. Igualdade salarial para homens e mulheres.
Busca do desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa. Apoio à agri-
cultura de baixo carbono e à agricultura familiar. Combate ao garimpo ilegal.
Construção de creches. Aumento dos recursos da merenda escolar. Implantação do ensino em tempo
integral. Premiação em dinheiro para o estudante que completar o ensino médio. Criação de universi-
dades. Expansão do ensino técnico. Formar mais professores e aumentar sua remuneração.
Investir no Minha Casa Minha Vida, atualmente denominado Casa Verde e Amarela. Universalizar o
acesso à luz e à água. Estruturar um novo Programa de Aceleração do Crescimento.
Revogar as normas que facilitaram o acesso às armas de fogo. Equipar, treinar e remunerar melhor
as polícias.
Promover ações que garantam tratamento igualitário perante a lei às pessoas independente de etnia,
gênero, orientação sexual, idade, credo, dentre outros.
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ATUALIDADES
Superar o isolamento internacional e buscar reposicionar o Brasil como protagonista no mundo, in-
vestindo na integração regional e dialogar com Rússia, Índia, China e África do Sul (que, junto com o
Brasil, são denominados com o acrônimo BRICS), além da África, União Europeia e Estados Unidos.
Economia
Neste 2023 os rumos da economia brasileira continuam nas pautas de discussão. Em meio às incer-
tezas sobre como medidas macroeconômicas refletirão no bolso e nos investimentos dos brasileiros,
temas como o risco político e taxa Selic impactam nas respostas dessas perguntas.
A taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros da economia, porque serve como base dos ju-
ros do País. Ou seja, ela influencia a vida das pessoas, pois sua variação afeta o controle da inflação.
Em dezembro de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) definiu que a taxa Selic atual é de
13,75% ao ano. O boletim Focus de 13 de janeiro de 2023 aponta essa taxa em 12,5% ao ano.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acredita que a taxa seguirá em 13,75% até o
segundo semestre do ano.
“Os juros já estão elevados. Juros a 13,75% não são uma coisa simples. A gente pode ver perspecti-
vas de que a taxa de juros se mantenha nesse patamar. Quando o cenário da economia em
2023 mostrar segurança, e o Banco Central estiver bastante seguro, ele pode começar a mostrar cor-
tes”, opina Sung.
As incertezas sobre como será a política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) também entram nessa pauta. A revogação do teto de gastos, atual política de arcabouço
fiscal, é um dos temas que deixa mais pulgas na orelha do mercado.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, prometeu que apresentará o novo arcabouço fiscal até abril.
Segundo ele, a equipe econômica do governo Lula quer fazer “algo estrutural” nesse tema.
Enquanto a proposta não é apresentada, temores mais abrangentes sobre o risco fiscal ficam no ar.
Arruda ressalta que existe uma “dinâmica técnica e política por trás do processo”. Assim, a forma
como as forças do Executivo e Legislativo serão balanceadas neste processo é o que coloca um
ponto de interrogação nos agentes econômicos.
Nas projeções da XP, o valor justo do Ibovespa para o final deste ano ficará em torno de 125 mil pon-
tos. “Reduzimos de 135 mil para 125 mil por causa dessa forte alta de juros que vimos no mercado,
principalmente dos juros de longo prazo. Juros longos para cima trazem o valor para baixo”, detalha
Ferreira.
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ATUALIDADES
A gente continua vendo bastante valor na bolsa brasileira. Continuamos vendo os indicadores de
preço sobre lucro nos menores níveis desde 2008, então a bolsa continua bastante barata.
“Continuamos gostando de renda variável Brasil, mas ainda em um cenário de cautela. A volatili-
dade continua, os investidores devem continuar posicionados em papéis de empresas sólidas, gera-
doras de caixa e que consigam crescer com o macro mais desafiador”, complementa.
Em meio a esse contexto econômico geral, cuidar das finanças pessoais também é algo essencial
para não ficar no vermelho e organizar a sua saúde financeira.
Economizar dinheiro é uma das possibilidades para conseguir organizar as finanças pessoais. Viní-
cius Romano, especialista em renda fixa da Suno Research, defende que o tema seja tratado da
mesma forma como cuidamos da saúde.
“Quando a gente vai ao médico, ele faz um exame geral para ver o que tem de errado com o nosso
corpo para, aí sim, atuar de uma maneira mais específica. No caso do dinheiro, acredito que seja a
mesma coisa. Temos que fazer um check-up da nossa vida financeira. Fazemos um balanço de todas
as dívidas que temos e, com isso, temos uma imagem mais real da nossa vida financeira”, comenta
Romano.
Embora o slogan eleitoral do recém-iniciado segundo mandato presidencial tenha sido "Brasil, pátria
educadora", indicativo da verbalizada intenção governamental de elevar a educação ao patamar de
"prioridade das prioridades", os rumos econômicos assumidos pelo novo governo comprometem o
futuro da educação brasileira.
A título de ilustração, cabe lembrar que, segundo estudo do IPEA (2011), a cada aumento de 1 ponto
percentual na taxa de juros o governo gasta o equivalente a 0,6% do PIB, o que corresponde a quase
três vezes a complementação da União ao Fundeb. Em outras palavras, uma redução de 1,5 pontos
percentuais da Taxa Selic já viabilizaria o CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial), o mesmo CAQi que,
não fora a mobilização da sociedade civil, não estaria incorporado ao atual Plano Nacional da Educa-
ção (PNE).
Sem essa mesma mobilização, não constaria também no Plano o percentual de 10% do PIB para a
educação até 2024. As também recentes mudanças em programas de financiamento educacional,
bem como o atraso na alocação de recursos para programas anunciados em campanha eleitoral
como prioritários pelo novo governo, denotam um cenário confuso e preocupante para o futuro da
educação brasileira.
Os desafios postos atualmente e os que nos esperam nestes próximos quatro anos, vêm sendo en-
frentados pelo Governo Federal com medidas conflitantes e flagrantemente incompatíveis com as
propostas eleitorais.
Assim, por exemplo, inclui-se no PNE a utilização de indicadores de qualidade com base na Avalia-
ção Institucional e, ao mesmo tempo, fixa-se uma meta de atingimento do Ideb e até do Pisa, exame
idealizado e elaborado para atender as demandas da OCDE. Do mesmo modo, incluem-se os 10%
do PIB para a educação, mas facilita-se enormemente a destinação de recursos públicos ao setor pri-
vado.
E o que é pior, sem buscar - até agora - estabelecer diálogo e possível canal de negociação com os
sujeitos sociais coletivos. A despeito dos posicionamentos assumidos após longas e renhidas discus-
sões por entidades integrantes do Fórum Nacional da Educação, nem mesmo a Conferência Nacional
da Educação (Conae), realizada não em fevereiro como previsto, mas somente em novembro de
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ATUALIDADES
2014, reunindo delegados representantes de todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, orga-
nizada para propiciar o debate entre educadores, foi concretizada em tempo hábil para que as suas
demandas educacionais pudessem ser incorporadas ao Plano Nacional da Educação, inicialmente
previsto para 2010-2020, porém só aprovado em junho de 2014 (com imenso atraso!) pelo Congresso
Nacional. Mais do que mediar as disputas de diferentes concepções no campo da educação, defi-
nindo finalmente uma posição, medidas têm sido tomadas em zona amorfa e permeada de ambigui-
dades.
As declarações do novo Ministro da Educação apontam para a "reformulação radical do ensino mé-
dio" centrada na "revisão curricular", no prazo de dois anos. Seguindo as propostas do polêmico Pro-
jeto 6.840/2013, em tramitação na Câmara Federal, e aparentemente sem acompanhar os últimos
acordos efetuados entre o seu relator e as entidades estudantis e as do Movimento Nacional em De-
fesa do Ensino Médio, formalizados no Substitutivo ao PL (aprovado na última reunião da Comissão
Especial, em dezembro, e que deverá ser votado em 2015 pelo plenário da Câmara), Cid Gomes re-
toma as já desgastadas propostas empresariais de organizar os currículos a partir do que designa
como "grandes áreas" de conhecimento, caminho elegido para torná-los "mais palatáveis" à juven-
tude.
A revisão curricular deverá ocorrer simultaneamente a outro debate previsto no PNE que também en-
volverá grande disputa política: a definição das bases nacionais curriculares comuns no ensino funda-
mental e médio, ou seja, a definição dos conteúdos mínimos a serem estudados nas escolas do país.
É neste quadro de grande complexidade que o Plano Nacional da Educação, apresentado ao Con-
gresso Nacional por Mensagem Presidencial em 2010, sancionado e publicado no DOU em
25/06/2014, coloca para todos nós, comprometidos com a educação pública como direito, democrá-
tica, de qualidade referida socialmente e laica, o desafio da institucionalização em Lei do Sistema Na-
cional da Educação (SNE) nos próximos dois anos.
É importante que fiquem visíveis os interesses de grupos e forças políticas e econômicas antagônicas
que disputam o campo educacional no Brasil. Tais antagonismos manifestam-se tanto no entendi-
mento dado à concepção de educação presente no artigo 205* da Constituição Federal e nos princí-
pios dele decorrentes, artigo 206, quanto no texto do PNE já aprovado.
Correndo o risco de sermos demasiadamente sintéticos, assinala-se que se opõem nesses posiciona-
mentos, de um lado, a concepção mercantilista da educação respaldada na teoria do Capital Humano
e, de outro, a concepção do desenvolvimento humano, do direito à cidadania e da qualificação para o
trabalho.
Tendo em vista estas divergências e, ao mesmo tempo, considerando o fato de que elas não se
opõem, mas se hibridizam no PNE, o V Seminário da Educação Brasileira (SEB), a ser realizado em
junho de 2015, se propõe analisar e debater tanto as posições antagônicas quanto a concertação en-
tre elas, que são o substrato do Plano.
A presente proposta editorial que, inovadoramente, antecipa a publicação dos textos que serão deba-
tidos no V SEB, problematiza a constituição do SNE no contexto de mudanças estruturais e sociais
em curso na desigual sociedade brasileira contemporânea, considerando:
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ATUALIDADES
a organização atual do Estado, que envolve novas relações público/privado e incide sobre a concep-
ção do direito à educação pública de qualidade socialmente referenciada, substituindo-a por outra
que, sustentada em uma racionalidade pragmática, instrumental, restringe o direito à educação de
qualidade ao que pode ser mensurado.
Espera-se que o V SEB e a interlocução propiciada a seus participantes pela publicação antecipada
de textos, possa contribuir como mais um instrumento de reflexão e organização dos educadores e
suas instâncias deliberativas, no acompanhamento efetivo das metas do PNE e dos Planos Estaduais
e Municipais de Educação, com ampla participação dos vários setores sociais, e, dessa forma, para a
construção do Sistema Nacional de Educação e a democratização da escola pública de qualidade so-
cial em nosso país.
O ser humano, nos dias de hoje, não consegue mais viver sem a tecnologia na vida pessoal e profis-
sional, pois ela impactou diretamente na sociedade, e trouxe muito mais avanços em diversas áreas
da humanidade, tanto pessoal como profissionalmente.
A tecnologia atual pode apresentar algo irresponsável, e causar sérios prejuízos, como efeitos negati-
vos diversos que podem vir a causar, como por exemplo: efeitos colaterais, arriscando trazer aos se-
res humanos consequências sérias, como tirar empregos, impacto no sono, ansiedade, impacto na
interação social, propiciando vida sedentária as pessoas, confinando as pessoas, crianças e adultos a
ficarem dentro de casa.
“Ciência e tecnologia revolucionam nossas vidas, mas a memória, a tradição e o mito moldam nossas
respostas”. Arthur Schlesinger – historiador
Mas a tecnologia segue com várias fontes de recursos positivos, novidades fora do comum, que tra-
zem muitos benefícios, tais como: alivia a rotina, aperfeiçoa a vida da humanidade, traz avanços na
ciência, propicia redução de stress, avanços das tecnologias e das indústrias, e principalmente na
vida pessoal e profissional.
Com a internet, por exemplo, temos acesso a um volume de conhecimento imensurável e de forma
quase instantânea. Mas esse envolvimento com a rede pode trazer riscos de ataques cibernéticos, e
demais ações ilícitas por hackers, e pessoas mal-intencionadas ao utilizar a tecnologia.
Em meados da década de 1990, podíamos ver crianças brincando na rua, andando de bicicleta, brin-
cando de pega-pega, pulando amarelinha, jogando futebol.
Mas hoje em dia, o cenário é completamente diferente, as crianças ficam dentro de suas casas, o
tempo todo jogando nos celulares, assistindo vídeos, enviando mensagens por WhatsApp, e as famí-
lias não se reúnem mais a mesa, todos, crianças e adultos, com celulares e computadores em cada
cômodo da casa, impossibilitando o diálogo entre as famílias.
“O perigo de verdade não é que computadores passem a pensar como humanos, mas sim que huma-
nos passem a pensar como computadores”. Sydney Harris – jornalista.
Mas temos que concordar que a internet trouxe muitos benefícios, sendo esses benefícios se desen-
volvido com o passar dos anos, como empregos, entretenimento, redes sociais, vídeos, whats app,
etc.
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ATUALIDADES
A interação entre internet e sociedade deve levar a uma socialização entre indivíduos, propiciando
uma interação coletiva e benéfica a todos.
Apesar de a inteligência artificial trazer grandes benefícios, seu crescimento desenfreado pode se so-
brepor aos interesses da humanidade, acarretando assim, tanto malefícios como benefícios.
O uso desenfreado da tecnologia, pode ser utilizado para o bem ou para o mal, e esta é uma conse-
quência que temos que conviver, mas não aceitar.
O uso indiscriminado da internet deve ser observado e analisado, de tal forma a impedir seu uso por
meios ilícitos, de pessoas desonestas que a utilizam para práticas de atos indevidos.
Mas temos que afirmar que quanto mais evoluímos, mais dependemos desta maravilhosa invenção
que é a internet.
Pode-se concluir que os avanços tecnológicos geram oportunidades econômicas e sociais fantásti-
cas, mas precisam ser sustentados por políticas corretas para assegurar que tragam benefícios a to-
dos.
Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais, gerando disputas geopolíticas desde a
primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do século XX, com a expansão do meio urbano-
industrial, principalmente, na América Latina e Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento
populacional, houve o aumento exponencial da demanda energética.
Nos últimos anos, a questão energética traz novas discussões: agências internacionais, estados e a
sociedade, geram debate sobre consumo, recursos naturais, mudanças climáticas e, principalmente,
a segurança energética dos países mais ricos.
Antes de tudo, é importante conhecer os diferentes tipos de fontes de energia. Podemos classificá-las
em renováveis e não renováveis; primárias e secundárias; convencionais e alternativas.
Secundárias $$$\rightarrow$$$ utiliza-se um meio de energia para obter outro. Ex.: Usina Nuclear en-
riquece o Urânio para aquecer a água e mover as turbinas, gerando energia elétrica.
Alternativas $$$\rightarrow$$$ constituem uma alternativa ao modelo energético decorrente dos últi-
mos dois séculos, sua introdução diversifica a matriz de energia dos países, aumentando sua segu-
rança e seu desenvolvimento econômico e ambiental. Ex.: Solar, Eólica, Geotérmica e Maremotriz.
Apesar dos avanços tecnológicos das últimas quatro décadas, proporcionados pela Revolução Téc-
nico-Científico Informacional, o principal recurso da matriz energética é o mesmo desde a Segundo
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ATUALIDADES
Revolução Industrial (1850) – o petróleo – tendo o carvão como segundo maior demanda e o gás na-
tural em terceiro. Neste caso, apesar dos investimentos em fontes alternativas – solar, eólica, geotér-
mica, mantêm-se os combustíveis fósseis como a principal forma de obtenção de energia em nível
mundial.
Combustíveis fósseis são originados a partir da decomposição de restos de seres vivos, depositados
em partes mais baixas da crosta terrestre. Neste caso, podemos perceber que cerca de 85% da ma-
triz energética mundial é baseada em recursos finitos, emitindo cada vez mais CO$$$_2$$$ na at-
mosfera, alterando as condições climáticas do planeta.
É importante frisar que há esforços em investir e aumentar o consumo de energia proveniente de fon-
tes renováveis como a solar e a eólica. Países como Estados Unidos, China e Alemanha investem
cada vez mais em pesquisas para tornar mais eficiente a captação e a distribuição de energia origi-
nada pelo vento e sol.
Já no Brasil, diferente da mundial, observamos que a matriz energética nacional é diversificada, tendo
quase metade dela proporcionada por fontes renováveis, como a hidrelétrica e biomassa (conhecida
como biodiesel).
A diversificação demonstra que o Brasil está inserido neste novo cenário de mudanças e discussões
sobre o clima e o desenvolvimento sustentável, já que busca alternativas à importação, extração e
uso em larga escala de energias não-renováveis, como o petróleo, gás natural e carvão. Investimen-
tos em produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar e na construção de usinas hidrelétri-
cas, principalmente, na região Norte, trazem o Brasil para um patamar de um dos países com matriz
energética mais limpa do mundo.
Quase tudo que fazemos e usamos hoje passa por algum gasto de energia. Ir à escola ou ao traba-
lho, assistir à televisão, cozinhar, tomar banho, em tudo há gastado energético. Todavia, existem dife-
rentes formas de sua produção, distribuição e consumo, tanto de combustíveis, como de energia elé-
trica.
A maioria dos transportes são movidos a partir de óleos refinados do petróleo (gasolina, diesel e que-
rosene) sendo, então, o maior consumidor da indústria petrolífera. É, por isso que, uma entre diversas
dificuldades em implementar sistemas eficientes de transporte público – como metrôs, trens, ciclovias
etc – além da introdução e barateamento de carros híbridos, que também são movidos à eletricidade,
são originados pelas indústrias petroquímicas, que influenciam as ações governamentais na área
energética. Dessa maneira, das 25 maiores empresas do mundo em 2013, mais da metade é vincu-
lada ao setor de energia.
Podemos adquirir de diversas maneiras a energia elétrica que abastece nossas residências, parques
industriais e prédios públicos. Pode-se obter pelas hidrelétricas, com o represamento d’água, gerando
quedas para fluir entre as turbinas. Também temos as termoelétricas – usinas que geram energia a
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ATUALIDADES
partir do aquecimento de grande quantidade de água pela queima de gás natural, biomassa e Urânio
enriquecido. Além, obviamente, das novas fontes limpas – solar, eólica, geotérmica, maremotriz, etc.
Vale lembrar que a demanda energética vai crescer nos próximos anos, principalmente, nos chama-
dos países emergentes, como China, Índia, Brasil, África do Sul, entre outros. O avanço do meio ur-
bano, do potencial industrial e da população vai incrementar essas áreas como novas grandes consu-
midoras, principalmente de petróleo e energia elétrica. Contudo, os EUA ainda terão grande parcela
na produção e no consumo da energia do mundo. Estes, inclusive, vêm investindo maciçamente em
novas fontes de energia para se tornarem independentes, principalmente, dos exportadores de petró-
leo do Oriente Médio, Rússia e Venezuela.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Atualidades no Mundo
A crise começou sorrateira, provocada pelo furo da bolha imobiliária nos Estados Unidos. Estávamos
em meados de 2007, e o que parecia ser um desarranjo setoria hipotecas concedidas sem garantias
suficientes era visto pelo resto do mundo como um problema norte-americano. Porém, logo se consta-
tou que em torno das hipotecas se erguera uma monumental engrenagem financeira, com títulos sobre
títulos que funcionavam numa dinâmica especulativa desvinculada do valor real dos bens a que se
referiam na origem. O tamanho do problema crescia a cada nova notícia sobre o envolvimento dos
bancos e dos investidores de várias partes do mundo nesse jogo sem medidas.
No Brasil, enquanto isso, o ambiente econômico brilhava de forma inédita. O ano de 2007 foi de grandes
projetos, governamentais e privados, anunciados numa atmosfera de otimismo que se estendeu para
2008, com maior vigor até. Não se ignorava, por certo, o andamento da crise financeira em outros
países, mas sua influência sobre o Brasil e outros países ditos "emergentes" era considerada residual.
Durante um bom tempo, predominou na discussão o tema do descolamento das economias emergen-
tes em face da crise nos países centrais.
Dada a crescente integração de tais economias ao capitalismo global, não seria razoável imaginar que
elas ficassem imunes às turbulências. O que se buscava avaliar era o grau de seu descolamento, su-
pondo-se que o impacto da crise ocorre diferentemente segundo as características e as circunstâncias
de cada país. Esse é um aspecto de grande importância na análise do processo, até mesmo para
orientar as políticas governamentais e as decisões dos agentes privados. Assim, no caso do Brasil, que
nos interessa mais de perto, faz sentido aferir suas condições específicas, os fatores de vulnerabilidade
e as vantagens comparativas com que o país pode contar em cenário tão instável.
Observa-se que o Brasil ficou relativamente protegido do desastre do sistema financeiro nos Estados
Unidos e na Europa, graças à solidez de seus bancos e à melhor supervisão dos órgãos públicos
encarregados desse setor. Esses, a começar do Banco Central, se revelaram mais estruturados e fo-
cados do que seus congêneres em diversos países importantes. Além disso, as regras brasileiras não
facilitam o jogo de papéis que levou tantos bancos tradicionais em outros países ao delírio e em seguida
à insolvência. Assim, pelo lado das instituições, temos vantagens que foram construídas ao longo do
tempo – os muitos anos de aprendizado no combate à inflação, em busca da estabilidade da moeda,
resultando nas cautelas que hoje nos ajudam a atravessar a tempestade.
Pelo lado da produção e do comércio, porém, a crise atingiu gradualmente os países emergentes em
duas vertentes: uma, a do crédito, que ficou difícil, caro e eventualmente paralisado, no mercado inter-
bancário e no fluxo dos bancos para as empresas; outra, a da queda de preços dos produtos básicos
de exportação, ou commodities, matérias-primas e alimentos que, por sinal, haviam atingido elevadas
cotações no começo de 2008.
Com efeito, o preço do petróleo chegou às alturas, o álcool combustível ganhou destaque como alter-
nativa, e daí se desencadeou um debate global a respeito da inconveniência do cultivo da cana em
larga escala, pelo seu impacto ambiental e, especialmente, pela pressão que os canaviais causariam
sobre a oferta de alimentos. Usar a terra para alimentar motores em vez de alimentar gente é uma ideia
chocante, sem dúvida, mas, se a discussão envolvia bons argumentos, estava também influenciada
por múltiplos interesses, entre os quais os das indústrias de combustíveis fósseis, competidoras dos
biocombustíveis. De todo modo, os acontecimentos evoluíram com tal rapidez que a polêmica sobre a
falta de alimentos parece hoje tão remota que provavelmente será esquecida na narrativa da crise até
que o problema reapareça, pois o risco não pode ser negligenciado.
O ano de 2008, assim, foi de um extremo ao outro. Começou sob ameaça de inflação e carestia. Ter-
minou com recessão, desemprego e ameaça de deflação.
E agora? O que vai acontecer? Essa é a pergunta cuja resposta vale ouro. Todos estão à procura de
orientação e as opiniões são bastante desencontradas. Há previsões soturnas, assim como vaticínios
mais animadores. Os indicadores da atividade econômica são examinados com lupa. E as informações
recorrentes sobre os passivos dos bancos e instituições financeiras são avidamente acompanhadas
para se saber o tamanho dos rombos a serem equacionados.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Eles dispõem do instrumental técnico para interpretar os fatos econômico-financeiros e avaliar seus
desdobramentos. Neste texto, não pretendo avançar nesse terreno, mas contribuir para uma agenda
de análise que incorpore aspectos políticos, sociais e históricos à apreciação da presente crise, em
conexão, naturalmente, com os aspectos econômicos que ocupam o centro das atenções.
Comecemos por indicar alguns elementos de cunho teórico e metodológico que merecem exame de-
tido. O primeiro diz respeito ao fato notável de que a crise veio como uma grande surpresa não só para
o público em geral, mas também para os especialistas. Poucos a previram. E quem a antecipou foi visto
como desmancha-prazeres ou mesmo como voz interessada no jogo especulativo.
Alan Greenspan, que presidiu o Banco Central norte-americano (Federal Reserve) até o início de 2006,
já havia advertido, dez anos antes, para a "exuberância irracional" do mercado de ações. Estava em
posição privilegiada para observar o que se passava. Até mesmo no tocante às hipotecas subprime e
aos títulos garantidos por elas. É bastante revelador que Greenspan não tenha interferido como auto-
ridade reguladora em algo tão duvidoso.
E não o fez por confiar na capacidade de autorregulação do mercado. "Eu cometi um erro em supor
que o interesse das organizações, especialmente dos bancos e de outras empresas, faria que elas
estivessem mais bem capacitadas para proteger seus próprios acionistas e suas ações nas empresas",
disse Greenspan em depoimento a uma comissão do Congresso norte-americano, no dia 23 de outubro
de 2008. E acrescentou: "Aqueles de nós que acreditavam que era do interesse das instituições credo-
ras proteger seus acionistas, incluindo eu, estamos incrédulos, em estado de choque".
O que está em causa, nessa declaração, é o próprio fundamento filosófico do sistema de livre-mercado:
a ideia da mão invisível, guiada pelo autointeresse dos agentes e por sua capacidade de escolha raci-
onal das decisões, resultando, no agregado, em benefícios coletivos.
A economia, como ciência, construiu em três séculos todo um acervo de proposições teóricas, fórmulas
de medição, técnicas de teste e resultados empíricos robustos. Boa parte desse acervo se inspira no
fundamento da mão invisível. Ora, as limitações do paradigma ficaram patentes na crise. O desastre
não foi vislumbrado, ou, se deu pistas, essas não foram adequadamente lidas. Estão à mostra certas
insuficiências críticas na teoria econômica e em sua aplicação ao mundo real.
Os demais cientistas sociais, no entanto, não podem contar muita vantagem sobre os economistas.
Pois nenhum cientista político previu, por exemplo, a queda do muro de Berlim e as profundas trans-
formações que esse evento ocasionou. Sinais de mudança se manifestaram no Leste Europeu ao longo
de toda a década de 1980 e a abertura de Gorbachev marcou boa parte desse período – , mas o muro
caiu em 1989 como uma grande surpresa para todos.
É bom recordar aquele momento da história contemporânea, na medida em que ele guarda relação
com o processo subsequente de expansão do capitalismo desregulamentado, como bem apontou Ru-
bens Ricupero (2008) em análise recente. E também por outro motivo: para ajudar a pensar na dificul-
dade da ciência em dar conta do comportamento humano em sociedade. O estudo do campo econô-
mico é cheio de incertezas, tanto quanto o estudo do campo político. E ambos ganham em alcance
explicativo quando cooperam entre si.
Uma forma de enfrentar tais incertezas é trabalhar simultaneamente com o longo prazo e o curto prazo.
Ou seja, com um olho no processo histórico e outro olho na conjuntura. Esse é o segundo elemento a
ser destacado na agenda de pesquisa da crise.
Assim, focalizar o nexo entre a queda do bloco soviético e a trajetória subsequente do capitalismo que
resultou nos problemas de hoje é um tipo de abordagem histórica de longo prazo. Mas a indagação
sobre como os eventos aconteceram, e em que sequência, é respondida por análises de conjuntura.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Contudo, tal desfecho não estava dado: foi construído por uma série de decisões ou indecisões de
atores bem definidos. Uma qualidade cognitiva da análise de conjuntura é evitar visões fatalistas, rigi-
damente deterministas, permitindo observar a história como obra aberta, feita pelos próprios homens
embora não do jeito que querem, como ressalvou Marx.
O exercício da história contrafactual é interessante para rascunhar cenários alternativos ao que de fato
ocorreu. Suponhamos que certas decisões individuais tivessem sido diferentes. Por exemplo, que Gre-
enspan tivesse interferido na bolha das ações, quando emitiu sua opinião sobre a "exuberância irraci-
onal", em meados da década de 1990.
Ou, então, que as autoridades norte-americanas, em setembro de 2008, não tivessem deixado o banco
Lehman Brothers afundar. Esse evento é considerado, unanimemente, como o marco crucial do pro-
cesso, ou seja, o ponto de inflexão que o transformou numa crise de confiança generalizada.
E resultou, claro, de uma tomada de decisão política, calcada em visão análoga à de Greenspan. Havia
uma razão de princípio a fundamentá-la: não é correto cobrir com o dinheiro público o rombo de um
banco privado. Se os lucros são dos gestores e acionistas, por que as perdas deveriam ser repassadas
ao povo?
E havia também uma razão prática: salvar um banco agonizante abriria um precedente para salvar
outros e até onde iria o buraco? No entanto, foi uma decisão malcalculada, a julgar por seus efeitos
devastadores em todo o mundo e pela súbita mudança de atitude dos próprios decisores, que logo
passaram a preparar medidas de resgate de outros bancos fragilizados.
Nesse mesmo terreno em que se cruzam os fatos econômicos e políticos, cabe mencionar outro fatídico
setembro: o de 2001. Os ataques terroristas a Nova York e Washington deram lugar a um quadro
sombrio dentro dos Estados Unidos, levando o Banco Central norte-americano a relaxar controles como
forma de reanimar a economia. Muitos analistas localizam nessa conjuntura a origem da bolha das
hipotecas.
Um terceiro elemento da agenda diz respeito à importância de identificar diferenças no impacto da crise
em países e regiões do mundo, algo que foi mencionado de passagem no início deste texto a propósito
do caso brasileiro. Nos últimos tempos, testemunhamos crises econômicas internacionais de vários
calibres a crise do México, a da Rússia, a do Sudeste Asiático que contagiaram outros países ditos
emergentes, como o Brasil, por canais de transmissão de desconfiança.
Nesses casos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e seu parceiro, o governo dos Estados Unidos,
atuaram para coordenar resgates em troca de contrapartidas amargas. A crise de agora é bem distinta
na medida em que emergiu no coração do capitalismo global: Wall Street. Daí se disseminou por toda
parte, mas seu impacto parece variar conforme o envolvimento de países, instituições financeiras e
empresas com esse epicentro e suas práticas.
O circuito é planetário, mas não é homogêneo. Na virada de 2008 para 2009, verificou-se que os países
centrais estavam entrando em recessão. Sobre os países emergentes, porém, o efeito tem sido um
pouco diferente.
Suas economias apenas desaceleraram, reduzindo a marcha em comparação com os altos índices de
crescimento experimentados nos últimos anos. E entre eles há distinções a fazer. Variáveis como o
tamanho do mercado interno de cada país e o seu grau de autonomia em relação à economia mundial
são cruciais como dimensões de vulnerabilidade ao contágio da crise. Além disso, as condições do
sistema financeiro interno, e sua dependência do exterior, certamente contam, e muito.
O caso da Islândia ilustra de modo exemplar a incidência de desvantagens em todos esses itens. A
Islândia, simpático país de 300 mil habitantes, vivia da indústria pesqueira e do turismo, até que, no
início do século, deu um passo ousado, tornando-se centro financeiro de grande porte. Seus poucos
bancos atraíram aplicações de inúmeras origens. Foi celebrada como uma espécie de vitrina dos be-
nefícios do livre-fluxo de capitais. Porém, quando os ventos mudaram, o sonho se desmanchou grotes-
camente.
Outros países, na Europa Central e Oriental, também se têm mostrado bastante vulneráveis aos altos
e baixos no fluxo de recursos externos, e sem meios de reagir por iniciativa própria.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Aí, sim, a queda do crescimento pode ser mais profunda e duradoura, tanto que o Fundo Monetário,
que andava inoperante, reapareceu para jogar a boia e resgatar esses náufragos. Desde fins de 2008,
o FMI concedeu empréstimos para a Ucrânia, a Bielo-Rússia, a Letônia, a Hungria e a Sérvia; outros
países da região provavelmente terão que fazer o mesmo.
A atenção às diferenças é a base para elaborar comparações a partir das quais se possam extrair
inferências mais sólidas sobre a crise e seus desdobramentos do que permite o volume de conheci-
mento que temos hoje.
Por enquanto, sabemos ainda pouco. Palpites de todo tipo têm circulado pelo mundo, e nem sempre
transmitem suficiente consistência analítica. Diante disso, podemos tomar como bússola as transfor-
mações das últimas décadas e, nesse contexto, situar o que está acontecendo agora. Um balanço do
passado é imprescindível para qualquer antecipação do futuro.
O cerne das mudanças que se observaram nos últimos trinta anos é bem descrito pela ideia de globa-
lização neoliberal. Houve um processo de integração dos povos do mundo propiciado por vertiginosas
inovações tecnológicas e organizacionais, que incidem na esfera da cultura e nas formas de sociabili-
dade. Embora esse movimento seja comumente associado às relações econômicas, seu alcance tem
sido muito mais vasto.
René Dreifuss (1996, p.157), em estudo detalhado do tema, propôs a utilização de conceitos distintos
para cobrir toda a complexidade do processo. Designou por "globalização" a sua face econômica, re-
lativa aos fenômenos da esfera da tecnologia, da produção, das finanças e do comércio, "que atingem
de forma desigual e combinada todos os países da Terra, e não somente aqueles que operam em
escala mundial" (ibidem).
Para as mudanças nos âmbitos societário, cultural e político, sugeriram dois outros termos: "mundiali-
zação", representando a tendência à homogeneidade de comportamentos, padrões de consumo e es-
tilos de vida; e "planetarização", referente ao âmbito político-estratégico, aos deslocamentos de poder
em escala transnacional. O aparente jogo de palavras traduz bem a variedade de aspectos a serem
examinados no tratamento do assunto.
Representaram, nesse sentido, uma inversão do arranjo institucional predominante no mundo a partir
da Grande Depressão economia politicamente regulada e políticas de bem-estar social. Por esse antigo
arranjo, os Estados haviam assumido controle mais direto da vida econômica, de início para debelar os
efeitos da crise. Exemplo clássico dessa guinada foi o New Deal do governo Roosevelt, nos Estados
Unidos.
Houve variações relevantes entre os países no tocante à margem de intervenção estatal na economia
e na provisão de bem-estar social. Convém que tais variações sejam mencionadas aqui, pois têm muito
a ver com o que aconteceu depois e também com as perspectivas de futuro.
Na área econômica, a variação principal se liga ao fenômeno do desenvolvimento desigual, que ense-
jou uma importante gama de teorias a respeito do atraso econômico e suas consequências. A noção
de que o atraso explica em boa medida as diferenças entre modelos de desenvolvimento iluminou
fortemente os estudos dos processos de mudança macro-histórica, no terreno comum em que se en-
contram a história econômica, a política comparada, a sociologia histórica e a economia do desenvol-
vimento.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Aventada por Trotsky e Veblen no início do século XX, essa hipótese foi testada por Alexander Gers-
chenkron (1965), o qual, estudando experiências de industrialização em diversos países europeus,
concluiu que quanto maior é o hiato econômico a ser superado, maior o grau de politização (ou de
"direção organizada", em suas palavras) de que se reveste o processo de sua superação. Ou seja,
mais distante do sistema de livre-mercado, o qual corresponde ao modelo originário de industrialização
(o modelo britânico), mas não é replicável pelos retardatários precisamente porque estão atrás e têm
que buscar atalhos (ibidem).
Ao lado dessa abordagem, que enfatiza fatores institucionais (particularmente o papel do Estado), tem-
se uma vertente de estudos sociológicos que amplia o foco para abranger as tensões e os arranjos
entre atores sociais relevantes ao longo da trajetória de modernização. As estratégias de elites e os
interesses de classes são destacados como variáveis de peso para dar conta das diferenças entre os
caminhos percorridos pelos países em direção à modernidade.
No que diz respeito especificamente às políticas sociais, Esping-Andersen (1990), um dos principais
especialistas do tema, estudou a formação de três tipos de Estados de bem-estar. Segundo ele, esses
tipos se associam a determinadas configurações sociais e políticas em cada país, notadamente coali-
zões de classes no poder. O resultado foi a montagem de diferentes esquemas de garantia de bem-
estar.
Assim, há Estados com forte tradição liberal que limitam o direito à assistência publica aos comprova-
damente necessitados, tratando de preservar o mais possível o mercado como eixo da vida social. O
exemplo mais conhecido é o dos Estados Unidos. Em contraste, há aqueles Estados de orientação
socialista, como a Suécia, onde o sistema de bem-estar é universal, montado para todos, com financi-
amento estatal. E há um terceiro tipo, chamado corporativo, que se originou na Europa Continental.
Benefícios sociais foram aí adotados pelos Estados para contemplar categorias selecionadas (por
exemplo, os militares e funcionários civis) e se estendeu com o tempo para outros setores. Conhece-
mos bem essa terceira fórmula, que foi aquela pela qual o Brasil começou a erguer o seu sistema de
previdência e assistência social na primeira metade do século XX. E que ainda tem reconhecida in-
fluência na vida do país, a despeito de esforços para manter serviços de caráter universal, como o
Sistema Único de Saúde (SUS).
Não obstante as diferenças entre tais modalidades, a expansão de políticas sociais foi um traço mar-
cante da fase posterior à Segunda Guerra Mundial em todo o mundo. Os anos de 1950 e 1960 se
caracterizaram pelo predomínio crescente da ideia de promoção do bem-estar social como tarefa es-
tratégica dos governos. Contudo, na década de 1970 o relativo consenso em torno dessa orientação
começou a refluir, de tal modo que em pouco tempo se tornou corrente a percepção da "crise do Es-
tado".
Para esse refluxo há várias explicações. Um esquema interessante é o elaborado por Giuseppe Vacca
(1991, cap.3), que distingue três dimensões do processo: a crise fiscal, a crise de legitimidade e a crise
de governabilidade.
Em primeiro lugar, difundiu-se aos poucos o prognóstico de que a expansão do Estado do bem-estar
apontava para um grave gargalo fiscal. Como financiar a demanda por serviços e gastos públicos, que
crescia no ritmo do aprofundamento da democracia, da elevação dos níveis educacionais e da melhoria
geral da qualidade de vida?
Essa demanda não tem limites, ao passo que seu atendimento depende da capacidade de arrecadação
do estado. A capacidade de tributar, por sua vez, é limitada por vários fatores, tanto econômicos quanto
políticos. O nível de crescimento da economia é um deles: se a economia está crescendo, as coisas
andam bem; mas, se há declínio, a arrecadação tende a cair, enquanto os gastos sociais tendem a
aumentar (em razão do maior volume de auxílio-desemprego, dos piores índices de saúde que resultam
do empobrecimento da população, e assim por diante).
As décadas de 1950 e 1960 foram prósperas. São lembradas como "anos dourados". Mas na década
de 1970 a ordem econômica internacional do pós-guerra deu lugar à crescente desordem, com crises
sucessivas os dois choques do petróleo, a crise da dívida externa dos países periféricos, rivalidades
econômico-financeiras entre os países centrais. Pressões cruzadas se concentraram sobre os gover-
nos, vindas tanto do lado do capital quanto do lado do trabalho, reduzindo a margem de governabilidade
do sistema.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Tais pressões se traduziam em análises opostas a respeito do Estado do bem-estar social e do que
fazer com ele. A crise de legitimidade do Estado contemporâneo está ligada exatamente a essa diver-
gência. Enquanto os donos do capital e seus órgãos de representação propunham enxugar o gasto
social, os sindicatos e partidos trabalhistas questionavam o sistema de proteção como mecanismo de
acomodação dos trabalhadores ao sistema capitalista.
Esta última crítica, de inspiração socialista, apontava para as insuficiências do sistema de bem-estar.
Teve seu momento, mas na década de 1980 perdeu fôlego diante do reaparecimento da perspectiva
liberal, que caminhava em direção oposta: denunciava os excessos da ação estatal.
A crise, dessa perspectiva, resultaria do abandono dos princípios "naturais" da economia de mercado
em favor de soluções políticas, portanto artificiais. Soluções como o dirigismo estatal sobre a vida eco-
nômica, o paternalismo do Estado do bem-estar, as leis trabalhistas e as pressões sindicais que detur-
pam o mercado de trabalho.
Segundo o cânone liberal, a economia e a política são esferas separadas, que não devem se confundir.
A expansão de direitos sociais e trabalhistas constitui interferência indevida da esfera política sobre a
econômica, desnaturando a dinâmica do mercado. O resultado dessa confusão seria a crise do Estado
junto com o declínio do crescimento da economia.
Tais ideias voltaram à tona quando o relativo consenso em torno do Estado do bem-estar deu mostras
de esgotamento. E se apresentaram, ao longo da década de 1980, como modelo a ser adotado em
lugar do que se esgotava. O rótulo que recebeu neoliberalismo traduz bem seu objetivo de restaurar
velhas ideias para lidar com novas realidades.
O neoliberalismo, com efeito, era uma proposta de reencontro com a tradição liberal, mas não defendia
e nem seria possível uma volta ao passado. O que o diferenciava de sua fonte clássica era, antes de
tudo, o fato de que tinha que levar em conta a vigência de direitos sociais que fazem parte da noção
moderna de cidadania, assim como a vigência de direitos políticos de sentido democrático difíceis de
conciliar com a ética individualista (especialmente os que se referem aos sujeitos coletivos, como sin-
dicatos, movimentos e associações diversas).
Em outras palavras, entre as épocas do velho e do novo liberalismo se erguera toda uma arquitetura
institucional que não podia ser simplesmente derrubada. Não haveria condições políticas para suprimi-
la e provavelmente isso não seria de interesse do próprio capitalismo como sistema. Nenhum sistema
de poder perdura sem um mínimo de legitimidade popular.
Diante disso, a fórmula neoliberal encontrou tradução adequada no lema "menos Estado, mais mer-
cado". Tratava-se de transferir para a órbita do mercado tudo o que fosse possível, deixando ao Estado
apenas o que não pudesse ser privatizado. O conceito é cristalino, mas sua aplicação prática não seria
tão unívoca. Programas de inspiração neoliberal foram introduzidos por governos de inúmeros países,
porém com muitas diferenças entre eles.
Uma classificação genérica desses programas nos levaria a distinguir, pelo menos, entre os governos
de orientação conservadora e os governos de filiação social-democrática (e até socialista, como no
caso da China). Os primeiros tendiam para um liberalismo afirmativo, visceralmente ideológico, en-
quanto os segundos promoveram uma mistura pragmática de ideias liberais e sociais.
O neoliberalismo conservador teve como ícones o governo Thatcher, no Reino Unido (1979-1991), e a
gestão Reagan, nos Estados Unidos (1981-1989). Desta última foi cunhado o termo Reaganomics para
designar a orientação econômica então introduzida, que tinha como carro-chefe o incremento da oferta
(supply side).
Já a assimilação de políticas neoliberais por governos social-democráticos teve como exemplo mais
conhecido a Espanha sob Gonzalez (1982-1996), que serviu de modelo para diversos governantes
latino-americanos, assim como a França durante a era Mitterrand (1981-1995). Todos adotaram medi-
das de "menos Estado, mais mercado", mas cada um em seu ritmo e com propósitos diferentes.
Num olhar retrospectivo, pode-se sugerir uma periodização desse processo de globalização neoliberal
em três fases. A primeira, de 1979 a 1989, começou com a ascensão de Thatcher ao poder no Reino
Unido e culminou com a queda do muro de Berlim. Foi a fase da afirmação do projeto tanto no plano
econômico quanto no plano político.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Traduziu-se, no cenário britânico, pela estratégia de privatizações e pelo confronto com o movimento
sindical, para subjugá-lo e impor a hegemonia do capital nos novos moldes. Já no cenário norte-ame-
ricano, a desestatização não envolveu privatizações (pois o país não tinha companhias estatais para
vender), e sim desregulamentação em larga escala, ao lado do acirramento do confronto com o bloco
comunista, numa impressionante escalada armamentista e tecnológica que o enfraqueceria de modo
decisivo.
Na década de 1990, a globalização neoliberal atingiu o seu auge. Com o fim da guerra fria, estabeleceu-
se a pax americana no planeta, uma espécie de comando benigno do sistema internacional pela única
superpotência em ação. E os ideais da liberalização se disseminaram na mesma medida, codificados
no célebre Consenso de Washington.
Tais crises foram, em geral, encaradas como deficiências localizadas, a serem curadas por mais doses
do mesmo remédio (ou seja, "menos Estado, mais mercado"). A autoconfiança dos dirigentes e ideólo-
gos do modelo chegou às alturas.
A terceira fase se abriu em 11 de setembro de 2001, com os ataques terroristas a Nova York e Wa-
shington. Esse evento dissolveu o otimismo da pax americana, substituído pela mobilização contra o
terrorismo. Nos Estados Unidos, as posições beligerantes dos neoconservadores ganharam relevo,
com a aplicação de teses como a da guerra preventiva e do intervencionismo unilateral do país, atro-
pelando a já frágil capacidade de coordenação das Nações Unidas.
Cresceu também a influência da direita religiosa, aliando seu conservadorismo moral ao patriotismo
messiânico em voga. O governo Bush serviu de estuário para essas diversas correntes. A orientação
econômica foi mantida, expandindo-se o consumo pelo crédito abundante. Contudo, a política liberal
da década de 1990 não teve mais lugar. Nesse ambiente, sobreveio a crise financeira.
Esse breve panorama sugere uma visão pendular da equação mercado/Estado. O século XX foi o
século do Estado, na medida em que se destacou por projetos políticos apoiados em Estados ativos e
intervencionistas: o comunismo de tipo soviético, o fascismo, a social-democracia e o capitalismo re-
gulado, keynesiano.
É evidente o contraste com o século XIX, este assinalado por um crescente consenso em torno dos
ideais do liberalismo. Já se manifestavam, nessa época, os traços principais de uma economia globa-
lizada, unida pelo comércio, por redes de transportes e comunicações, por fluxos de capitais e de mão-
de-obra migrante.
O século XX, contudo, começou e terminou sob a égide do livre-mercado. A primazia do Estado e a
sustentação de projetos de regulação econômica e social corresponderam, a rigor, ao período entre
1914 e 1989. Mais precisamente, o "breve século XX", como o chamou Hobsbawm, teve como eixo a
ascensão, a expansão e a decadência do comunismo soviético. Em grande parte, foi em contraponto
a essa fórmula de revolução social que se estabeleceram os outros três projetos estatistas antes refe-
ridos. Para não falar do refluxo das ideias liberais, que envelheceram e perderam influência por déca-
das.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Estas últimas voltaram recicladas, apresentando-se como alternativa à crise do Estado. A balança pen-
deu para o mercado. O princípio da despolitização da economia ressurgiu, concretizando-se nas inici-
ativas de privatização, desregulamentação e redução das tarefas dos Estados (bem como de seu ta-
manho e custeio). Mas o manejo de recursos políticos, de meios de poder, foi essencial para que tudo
isso ocorresse.
Apenas por credulidade ideológica se poderia dizer que o mercado estava a recuperar sua função de
arcabouço espontâneo da vida social. Da periodização que sugerimos antes, podemos inferir que o
projeto de globalização neoliberal se afirmou dialeticamente, por confrontos contra antagonistas inter-
nos (sindicatos, funcionalismo público, movimentos sociais) ou externos (o bloco comunista, depois as
redes de terrorismo e o "eixo do mal"). Alimentou-se dessa mobilização contra inimigos reais ou fabri-
cados.
A hegemonia do capitalismo financeiro, ao ponto a que chegou, só poderia ser alcançada pela via
política, mediante o manejo oportuno de recursos de poder. Pode-se buscar uma demonstração disso
pelo estudo das relações entre elites econômicas e políticas nos diversos países do mundo. Alguém
utilizou a imagem da "porta giratória" para retratar a circulação constante de membros das elites entre
cargos no governo e nas companhias privadas.
Na área financeira esse vaivém é notório e afeta a governabilidade do sistema, como ficou claro na
presente crise. Talvez essa realidade seja o que caberia esperar de um deslocamento do tipo "menos
Estado, mais mercado", significando menos poder para a burocracia e mais poder para os empresários,
os banqueiros e os gestores privados em geral. Faz sentido, desde que as responsabilidades sejam
adequadamente exercidas. Hegemonia, para lembrar Gramsci, é liderança intelectual e moral.
Por isso, o absolutismo do capital financeiro foi posto em xeque, sendo esse um dos principais resulta-
dos da crise. O capitalismo como sistema não corre riscos, mas os bancos, as instituições de investi-
mento, as agências de análise de risco e toda a parafernália que se desenvolveu ao seu redor, esses
sim, perderam muitos pontos. Para reconstruir sua reputação, os bancos e os agentes do mercado
financeiro terão que reencontrar sua função primordial de apoio à economia real.
Essa é uma afirmação normativa, mas tem seu lado prático, uma vez que os grandes bancos interna-
cionais não estão conseguindo enfrentar a crise sem recorrer à ajuda dos governos. Portanto, têm que
se submeter a certas condições políticas.
Com o socorro dos governos aos bancos e às indústrias em apuros, rompeu-se o princípio da separa-
ção entre a economia e a política na dinâmica do mercado. Em outras palavras, os governos voltaram
a participar diretamente do jogo, e em posição de força.
Ainda que isso seja encarado como providência emergencial, é uma situação que movimenta o pêndulo
na direção do Estado, com consequências que podem ir além da expectativa do mercado. Foi isso,
precisamente, o que aconteceu na crise que se iniciou em 1929. Será que estamos diante do fim de
uma etapa, como naquela época?
A comparação entre as duas crises tem sido frequente, e não por acaso. Os móveis dos agentes por
trás dos dois eventos eram muito semelhantes. A direção do processo também seguiu o mesmo per-
curso, do centro para a periferia do sistema capitalista mundial. Ambas começaram na área financeira
e se estenderam para a economia real.
Ou, no contraponto sugestivo do debate norte-americano, começaram na Wall Street e daí se estende-
ram para a Main Street, onde vivem e trabalham os cidadãos comuns. No entanto, o mundo era bem
diferente. Mais rural e provinciano do que hoje. Muitos dos atuais países eram colônias. O comércio
era mais limitado, pois a escala das transações era relativamente modesta. A divisão internacional do
trabalho diferenciava os poucos países industriais dos demais, que vendiam produtos agrícolas ou mi-
nerais e compravam bens manufaturados.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Seja como for, vale a pena considerar os desdobramentos políticos e sociais do crash de 1929. E eles
foram de grande amplitude. Houve um colapso da crença no liberalismo e no mundo regido pelo mer-
cado autorregulado. Em seu lugar, como já indicamos anteriormente, afirmou-se o Estado ativo, inter-
vencionista, variando entre a intervenção moderada e a intervenção profunda, no limite chegando a ser
total (totalitarismo).
As ideias centrais da década de 1930 foram o Estado forte, o nacionalismo, o racismo, o corporativismo,
a economia de comando e a politização da vida social. Em decorrência da crise econômica, os países
se fecharam. Cada um tentou se arranjar por si. O comércio e as trocas declinaram. A ordem interna-
cional ficou comprometida, o armamentismo se expandiu e uma solução para o desarranjo global só foi
alcançada ao fim de uma guerra mundial que custou milhões de vidas. O único saldo positivo foi a
valorização da questão social. Porém, em muitos casos (no Brasil, por exemplo), esse avanço vinha a
substituir uma abordagem construtiva da questão democrática.
As consequências políticas mais nefastas daquela época (ditaduras e guerras) não parecem prováveis,
pelo menos em curto prazo. Todavia, perseguições raciais não podem ser descartadas. Elas já têm se
manifestado em conflitos étnicos na Europa e outras partes, e podem se agravar em razão do desem-
prego gerado pela crise econômica.
Barreiras à imigração serão, quase certamente, apertadas, e, de qualquer modo, o êxodo dos pobres
em direção aos países ricos não é promissor nessa época de vacas magras. Se o fluxo se inverter,
com a volta dos emigrantes para casa, como farão os seus países para reintegrá-los, e ainda perdendo
as remessas que antes eles enviavam do exterior? Nos países da América Central, por exemplo, esses
recursos representam parcela relevante da renda nacional.
No aspecto econômico, há certas analogias que não chegam a surpreender. Um impulso semelhante
ao da Depressão é o protecionismo. Veja-se, por exemplo, nas medidas iniciais dos Estados Unidos
para enfrentar a crise econômica uma tendência a tratá-la como se fosse um problema interno do país,
que não envolve o resto do mundo.
Esse autismo se evidenciou nas tentativas congressuais de introduzir cláusulas de proteção ao produto
nacional (buy American) no vultoso pacote de gastos públicos que o governo Obama preparou. É claro
que as reações do exterior foram generalizadas, levando à revisão do pacote. Tanto mais que os Es-
tados Unidos sempre primaram por fazer exigências de abertura de mercado aos outros países.
Em conjunturas como as que o mundo atravessa, é grande a cobrança sobre os governos para agir
rápida e decisivamente, olhando apenas para dentro. Mesmo assim, é importante assinalar que a me-
lhor alternativa de superação da crise é representada por medidas de coordenação, no lugar do salve-
se quem puder.
Diferentemente de 1929, existe atualmente um embrião de governança mundial composto por entida-
des multilaterais e fóruns de governantes (o G-20, sobretudo) capazes de promover a busca de solu-
ções em conjunto. Na medida em que os diversos interesses e necessidades sejam pautados, teremos
a chance de avançar numa direção construtiva. Isso significa, entre outras coisas, jogar o foco na pro-
dução e no trabalho, mais que no capitalismo financeiro e no rentismo sem freios; valorizar as políticas
sociais, incluindo as estratégias de transferência de renda; e abordar com seriedade os desafios ambi-
entais do planeta.
Uma crise envolve riscos, mas abre também oportunidades. A crise atual impôs um freio na "exuberân-
cia irracional" com que o capitalismo globalizado vinha trafegando. Um ritmo insustentável de consumo
e de utilização de recursos que, sabemos, são limitados. A oportunidade de repensar esse caminho é
fundamental e não pode ser perdida.
O momento em que transita a humanidade gira em torno da pandemia causada pela Covid-19 e, em
virtude da contaminação pelo indigitado vírus em nível global que impinge à população isolamento
social, temos como uma de suas consequências a desaceleração ou até frenagem em alguns casos,
da cadeia de produção e ciclo econômico de modo geral.
Logo, golpeada a capacidade de compra de bens e serviços, sejam eles oriundos do mercado formal
ou informal e da linha de produção de pequenas e grandes indústrias, sendo mantidas as portas abertas
apenas daqueles estabelecimentos cuja atividade é considerada essencial.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Não há, portanto, como evitar um cenário de escassez, especialmente junto àqueles que compõem as
mais remotas camadas da pirâmide social.
No Brasil as atividades essenciais e serviços públicos que poderão manter suas atividades regulares
estão relacionadas no texto do Decreto n. 10.282 de março de 2020. Em que pesem as discussões
acerca do rol ali inserto, o normativo federal coloca uma pá de cal, pelo menos momentânea, para que
se tenha um ponto de partida no que tange ao que pode ou não funcionar
O cenário carrega, dentre tantas outras conjunturas, incertezas e agravamento de crises econômico-
político-sanitário-sociais já outrora instaladas, sugerindo que o modelo atual de gestão do Estado não
seja capaz de atender as demandas, tampouco de oferecer segurança ao seu povo (salus populi)
Outrossim, é oportuno relembrar que este mesmo Estado foi instituído visando “assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das con-
trovérsias”, tal qual consta no preâmbulo da Carta Constitucional.
No campo filosófico e não longe da realidade, é pertinente relembrar que Rousseau em “Do Contrato
Social”, assentou que: “(...) em lugar de destruir a igualdade natural, o pacto fundamental substitui, ao
contrário, por uma igualdade moral e legítima a desigualdade que a natureza poderia ter imposto aos
homens, os quais, podendo ser desiguais em força ou gênio, tornam-se todos iguais por convenção e
direito”.
E continua traçando um conceito de igualdade em termos de sociedade que é atual desde 1762, o que
demonstra estagnação da atual política frente à discrepância que se tem em todas as frentes ligadas
aos direitos básicos: “sob os maus governos, essa desigualdade é somente aparente e ilusória; apenas
serve para manter o pobre na miséria e o rico em sua usurpação.
As leis são, de fato, sempre úteis aos que possuem e prejudiciais aos que nada têm. Segue-se, por-
tanto, que o estado social somente é vantajoso aos homens se eles tiverem alguma coisa e alguns
entre eles não tiverem demasiado”.
Isto posto, à junção do nível de suporte dado pelo Estado e seus conceitos teóricos, sobretudo aqueles
presentes na concepção dos valores que conceberam o que se conhece como o atual Pacto, basta o
conhecimento de um homem médio para se ter a certeza de que o Leviatã colapsou e que, definitiva-
mente, não funciona. A pandemia causada pela Covid-19 escancara a bancarrota da liderança pública,
cujo nível técnico para a condução e estabilização do caos se mostra pífio.
Um singelo exemplo é a distribuição de renda que vem sendo feita entre os populares, mormente por
artistas, atletas e grandes empresários, sem contar as ações individuais por meio de distribuição de
itens de sobrevivência por qualquer que o possa fazer. Ações como vaquinhas virtuais, doações, arre-
cadação de alimentos e medicamentos se proliferam pelas redes sociais com o fim de sacar do paupe-
rismo e situação de extrema necessidade nossos concidadãos.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Pontual situação, a exemplo de São Paulo, é a construção a toque de caixa de leitos hospitalares,
ampliação do atendimento dos restaurantes populares, instalação de banheiros em ambientes públicos
para que aqueles que na rua vivem possam se higienizar.
Novamente, não é uma crítica destrutiva, já que foram providências cruciais para mitigação dos danos
oriundos da circunstância posta. O que chama a atenção é que os problemas de grave calibre existiam
anteriormente à dita pandemia, sendo que questões como a fome, o desabrigo, o desemprego, a falta
de saneamento básico e de saúde se tornaram cotidiano, invisíveis e foram incorporadas à normali-
dade.
Ou seja, o Estado tem uma postura reiterada de abandono para com os vulnerabilizados (aqueles cujos
acessos não são garantidos) e diante da pandemia ora enfrentada, nota-se que a desigualdade está
assinalando uma proximidade maior com a morte; na prática, a condição econômica determina quem
vive e quem morre, uma vez que o isolamento social e o acesso à hospitais, máscaras, álcool em gel,
à água e sabão para higienização não são acessíveis a todos os brasileiros. A medida do poder de
compra corresponde ao acesso aos insumos básicos de sobrevivência.
Noutra ponta, oposto ao sentimento quase que natalino de solidariedade, quando anunciada a pande-
mia e decretada a quarentena, se viu de maneira corriqueira carrinhos de supermercados lotados e
prateleiras vazias. Preços de máscaras e álcool em gel superfaturados, produtos estes que também se
esgotaram rapidamente.
Nos deparamos com cenário análogo àquele mostrado brilhantemente no filme espanhol “O Poço”, o
qual evidencia o egoísmo, uma vez que os que estão nos andares superiores têm acesso a comida e
bebida frescos e em quantidade abundante e na medida em que os níveis decrescem, a quantidade e
qualidade do alimento também acompanham.
Estas duras reflexões não servem apenas para evidenciar uma situação de anarquia no que tange aos
direitos e garantias fundamentais dos populares, mas trazer à tona a discussão, cujo interesse é nota-
damente coletivo.
O desencontro é notado quando atitudes filantropas da iniciativa privada se sobrepõe aos meios gover-
namentais para gerenciar a crise a contrassenso dos ditames constitucionais, quando a solidariedade
e filantropia são o fim e não o meio.
Nota-se, por outro lado, uma tomada de consciência por parcelas da população, o que se vê quando
debates políticos e sociais se proliferam nas mídias e no cotidiano, seja em decorrência do dissenso
que aflorou nas últimas eleições presidenciais, seja ainda pelo crescente descontentamento com a
estrutura governamental e a direção em que caminha a sociedade de modo geral.
Não há melhor momento que não este para que se reflexione sobre todo esse contexto ora vivido, o
que inclui ponderar sobre as possíveis origens da Covid-19 e a causa da (des)estrutura para fazer a
gestão dos riscos e danos dela decorrentes; nas sábias palavras de Marx, “deixar o erro sem refutação
é estimular a imoralidade intelectual.
Se espera, nesse sentido, que sejamos mais exigentes com os dirigentes da nação (em todos os ní-
veis), que sejamos mais altruístas e empáticos e especialmente, mais ricos e melhores enquanto seres
humanos. Se espera uma sociedade de olhos abertos, que mirem de forma inquisitiva para aqueles
que chamamos de líderes e de forma generosa para o semelhante.
Se espera que a pandemia não nos mostre tão somente uma curva crescente de diagnóstico de infec-
tados ou mortos (ou mesmo, felizmente, de curados do vírus); sejamos mais que os números dela
oriundos, sejamos sim transformação, mesmo que tímida, porém que não obste a irresignação diante
da incongruência social na qual estamos insertos, pois se deseja, em maioria avassaladora a retração
da desigualdade e, no mínimo, o cumprimento dos princípios norteadores do Estado tal qual consta da
Carta Política
A economia mundial vem retomando rapidamente a atividade econômica, especialmente no setor in-
dustrial: as previsões de crescimento global deste ano e do próximo foram significativamente revistas
para cima desde o primeiro trimestre. Os indicadores de sentimento dos empresários registram melhora
consistente e atingiram níveis elevados, inclusive nos serviços, nos quais a demanda e a produção
caíram mais fortemente em consequência da pandemia.
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ATUALIDADES NO MUNDO
Os Estados Unidos são o país mais avançado no processo de recuperação, cujo alcance, em termos
setoriais e entre países, se amplia à medida que avança a vacinação e as medidas de isolamento social
vão sendo relaxadas, permitindo inclusive a retomada das atividades no setor serviços. Nos países
avançados, a taxa de desemprego declinou, e seu crescimento impulsiona os países emergentes por
meio da retomada do comércio internacional e do forte aumento do preço das commodities.
Entretanto, a falta de sincronia no ritmo de fechamento e abertura da produção ao longo das cadeias
produtivas, em especial daquelas mais integradas globalmente, tem provocado escassez de matérias-
primas, partes e componentes, pressionando os preços. Aliada à demanda aquecida por bens, resul-
tado da substituição do consumo de serviços devido ao isolamento social, a escassez vem contribuindo
para o aumento generalizado da inflação entre países.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Antes de se tornar sociólogo, Alain Touraine foi o que se chamou mais tarde um “établi”: alguém que,
vindo de outro meio social, incorporou-se ao mundo dos trabalhadores. Jovem, Touraine trabalhou por
um ano nas minas de carvão do norte da França, na região de Valenciennes. Toda a sua sociologia da
ação é, de início, marcada pela imagem do movimento operário. Isso é dito por ele, em um livro de
entrevistas autobiográficas:
Para mim, jovem burguês hiper escolarizado, a Liberação e o período 1945/47 (os comunistas no go-
verno) mudaram tudo. Mas a irrupção da classe operária em minha experiência de vida, como realidade
e como força, foi mais concretamente importante. Se alguém me pedisse para desenhar a sociedade,
haveria no seu centro uma fábrica ou uma mina. Para mim, o mundo operário era o fogo (e eu nunca
perdi essa imagem que hoje se tornou arcaica). Escolhi a mina porque o carvão chama o fogo. (Tou-
raine, 1977, p. 45)
Essa sociologia mudou muito ao longo do tempo, a tal ponto que é possível falar de três “Touraine”,
relativamente diferentes um do outro, não obstante o fato de que fortes elementos de continuidade
caracterizam também seu pensamento.
As primeiras pesquisas sobre o trabalho operário conduziram a uma noção central do acionalismo tou-
rainiano: a noção de consciência operária. Apresentada como o resultado de uma ampla pesquisa em-
pírica (Touraine, 1966), ela está por trás de uma primeira construção teórica mais geral (Touraine,
1965) e permanece um elemento central, quase dez anos mais tarde, em Production de la Société
(1973).
Este último livro foi concebido como um ponto de partida, um arcabouço teórico capaz de abrir caminho
para um conjunto de pesquisas empíricas. Mas ele é, ao mesmo tempo, um livro de transição.
De um lado, toda a construção de uma sociologia da ação ali proposta toma por base o modelo do
movimento operário; ao mesmo tempo, o livro é fortemente alimentado por um debate em torno da
sociedade pós-industrial e desse formidável terremoto que foi, no século XX, a luta estudantil dos anos
1960.
De tal modo que, se Production de la société, construção analítica extremamente abstrata, só é possí-
vel porque a ideia de consciência operária e de movimento operário estavam no centro de uma análise
da sociedade industrial, o livro tem os olhos voltados para o futuro.
E é isso que permite a Touraine, já naquele momento, definir ali a grande questão que dominaria nosso
presente como sendo a busca dos atores, dos campos de ação e do que estaria em jogo nos combates
sociais das sociedades pós-industriais. Construído a partir das conquistas teóricas do primeiro Tou-
raine, Production de la société já anuncia um segundo.
Trata-se do Touraine dos “novos movimentos sociais”. Em meados dos anos 1970, para levar a cabo
essa busca dos atores, dos campos de ação e do que estaria em jogo na sociedade pós-industrial, foi
inventado o método da intervenção sociológica. Todo um programa de investigação de diferentes lutas
- estudantis, feministas, ambientalistas, regionalistas e operárias - foi organizado (Touraine et al.,
1978, 1980, 1981, 1982, 1984).
Mas, em fins dos anos 1980, registram-se, em conferências e nos debates internos do Centre d’Analyse
et d’Intervention Sociologiques (Cadis), os primeiros sinais de uma nova mudança de orientação.
É difícil saber exatamente quando termina o segundo Touraine. Ao que tudo indica, paralelamente às
pesquisas citadas, uma nova problemática estava em gestação, a do sujeito pessoal - por oposição ao
sujeito histórico que foi o movimento operário.
Em todo caso, o livro que marcou a ruptura foi sem dúvida Critique de la modernité (Touraine, 1992).
Mais difícil ainda é dizer o que foi guardado e o que foi abandonado entre o iníco e o fim desse percurso.
A noção de conflito foi formalmente mantida, mas perdeu substância, ainda que em vias de recuperação
num período mais recente.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
A noção de movimento social desapareceu, cedendo lugar à noção de movimento cultural, pouco teo-
rizada. Isso se explica pela ideia de tipos societais e das mutações que conduziriam de um tipo a outro,
as sociedades industrial e pós-industrial configurando tipos distintos.
Apresentaremos a seguir as principais categorias analíticas que marcaram essa evolução do aciona-
lismo tourainiano, introduzindo mais adiante algumas questões quanto à utilidade de um eventual re-
torno ao aparelho conceitual inicial para entender acontecimentos recentes que pontuaram a história
brasileira.
A Noção De Historicidade
Por oposição a essa imagem, Touraine afirmava que a sociedade não apenas se reproduzia, ela tam-
bém se produzia. Ela não era o que era, mas o que se fazia ser, através de uma dinâmica de acumu-
lação, capaz de retirar da produção social um excedente destinado ao investimento; através do conhe-
cimento - capacidade de simbolização própria às coletividades humanas e elemento de sua transfor-
mação; e através de um modelo cultural que definiria os quadros gerais de funcionamento de diferentes
tipos de sociedade.
A historicidade designa portanto, para Touraine, não o caráter histórico da vida social, mas esse traço
particular das coletividades humanas que é a capacidade de que dispõem para agir sobre si mesmas -
traço que impediria, segundo ele, qualquer analogia com organismos que desenvolvam funções pura-
mente adaptativas.
O grande ganho das primeiras investigações de Touraine foi o de afirmar a existência de uma consci-
ência de classe dos operários, suscetível de ser empiricamente verificada, e muito concretamente situ-
ada, no interior das relações de trabalho.
Uma ampla pesquisa por questionário realizada com operários situados em diferentes estágios do pro-
cesso de passagem entre o sistema profissional e o sistema técnico de trabalho, entre o puro ofício e
a automação avançada, permitiu-lhe estabelecer que o máximo de consciência de classe encontrava-
se a meio caminho entre essas duas situações extremas, quando a autonomia profissional do operário
enfrenta as obrigações impostas pelo sistema de organização do trabalho (Touraine, 1966, p. 50).
Por trás dessa afirmação, um pressuposto: enquanto a condição operária foi globalmente definida pela
miséria e pela proletarização, as atitudes operárias só poderiam orientar-se para a revolta e a revolu-
ção, definindo-se por uma consciência proletária, de privação e ruptura.
Foi a melhoria das condições gerais de vida dos operários que tornou perceptível a existência de uma
referência positiva ao trabalho.
As relações de trabalho são, portanto, o lócus da consciência operária, que Touraine define, nessa
mesma ocasião, como um sistema de exigências que deriva do próprio trabalho, através da dupla va-
lorização da criatividade e do controle do trabalhador sobre suas obras.
A consciência de classe não se define, portanto, somente como uma consciência de pertencimento, ou
como sentimento de hostilidade em relação a uma outra categoria sócio-econômica; define-se mais
precisamente como identificação entre um conflito vivido e um princípio de explicação social e histórico.
Essa consciência é o que define o operário enquanto sujeito histórico. A noção de consciência operária
está por trás da concepção tourainiana de movimento social, definido como conduta coletiva orientada
para a historicidade e portadora de um conflito de classes.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Da noção de produção da sociedade, que dá título ao livro de mesmo nome (Touraine, 1973), derivam
relações de classes: uma classe popular se opõe a uma classe superior pelo controle da historicidade.
Exatamente porque a sociedade se produz, e não apenas se reproduz, sua divisão em classes aparece
como algo inelutável.
A classe superior se apropria da historicidade, afirmando sua dominação sobre a classe popular. Nesse
sentido, a historicidade é uma referência comum positiva para ambas as classes: a historicidade é o
que está em jogo nos conflitos de classes. Tais conflitos se expressam através de movimentos sociais,
categoria de análise da ação social. Qualquer mobilização coletiva, mesmo de base popular, não é um
movimento social. Só o é quando visa a historicidade, constituindo-se assim como expressão de um
conflito de classes.
Essa distinção remete a um último elemento geral do acionalismo tourainiano, presente no Touraine da
primeira e da segunda fase: sua concepção da sociedade como um “sistema de sistemas de ação”,
relativamente autônomos mas ao mesmo tempo hierarquizados. Isso lhe permite distinguir diferentes
ordens de significados das condutas humanas.
A cada sistema de ação, corresponde assim, na perspectiva tourainiana (Touraine, 1973), um tipo par-
ticular de conduta coletiva. No nível mais elevado, encontra-se o sistema de ação histórica, que orga-
niza as relações entre o funcionamento da sociedade e sua historicidade.
Por seu intermédio, as orientações da historicidade traduzem-se em normas que regulam a prática
social. No nível mais baixo, enfim, situa-se o sistema organizacional. É ali que se manifestam da ma-
neira mais direta as práticas sociais. É ali também que os três níveis de ação a que nos referimos
aparecem amalgamados.
O objeto próprio de uma sociologia da ação, na acepção tourainiana daquele momento, consistia em
separar no plano analítico, no interior das condutas coletivas, orientações referentes a cada um desses
níveis de ação.
A cada sistema de ação corresponderia, assim, conforme dissemos, um tipo particular de conduta co-
letiva: ao sistema de ação histórica e às relações de classes, os movimentos sociais; ao sistema insti-
tucional, as condutas estratégicas, as lutas de influência e as tensões institucionais; e ao sistema or-
ganizacional, os jogos entre papéis desempenhados, as expectativas face a esses papéis e as condu-
tas de crise organizacional.
Isso significa que toda ação coletiva poderia ser entendida como potencialmente analisável a partir de
cada um desses tipos de condutas. Uma luta poderia ser a expressão principal de uma crise organiza-
cional; de uma tensão institucional; ou de uma relação conflitiva no plano da historicidade - em outros
termos, como um movimento social. O método da intervenção sociológica, cujos princípios foram ex-
postos em La voix et le regard (Touraine, 1978), foi inventado para descobrir que orientação das con-
dutas tinha maior peso na ação coletiva, mas sobretudo para esclarecer seu significado enquanto mo-
vimento social.
Uma última observação sobre esse tema. Para Boudon (1977, 1979), que ancora, como Mancur Olson
(1978), a ação individual na noção de interesse, a passagem da ação individual para a ação coletiva é
algo problemático e a noção de efeito perverso insiste na possível dissociação entre uma e outra.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Para Crozier e Friedberg (1977), a cooperação constitui uma preocupação central - ela deriva quase
que naturalmente do jogo estratégico dos atores.
A cooperação impõe limites a esse jogo estratégico, é um imperativo da ação. Ação individual e ação
coletiva formam portanto dois aspectos complementares do mesmo problema. Em sua análise dos
movimentos sociais, Touraine situa-se diretamente no plano das ações coletivas.
O conflito em jogo nos movimentos sociais mantém-se, no entanto, acima de tudo, como um conflito
individual. No caso do movimento operário, ele se baseia na relação, pessoal e direta, entre o operário
e seu trabalho, ou suas obras. A passagem da consciência individual à consciência coletiva se opera
por meio da implicação em uma experiência comum.
A noção de mutação societal é construída para sinalizar a passagem entre dois sistemas de ação his-
tórica, ou dos tipos de sociedade; a noção de sujeito pessoal, por sua vez, emerge com força a partir
do momento em que a ideia de sociedade pós-industrial, através da qual Touraine inicialmente pensou
o declínio da sociedade industrial, perde também sua força analítica.
Em 1969, Touraine formalizou uma ideia que iria ocupar um lugar importante na sua reflexão: a ideia
de mutação societal. Essa noção, que ocupa um lugar específico em sua análise dos processos de
mudança, foi mais sistematicamente abordada em Production de la société (1973).
Ela designa a transição entre dois sistemas de ação histórica, sem que sejam levados em conta os
mecanismos concretos através dos quais a mudança ocorre. Através da noção de mutação, trata-se
simplesmente de descrever tipos de sociedades que se distinguem pela maneira de operar sua histori-
cidade.
Ao publicar La société post-industrielle (1969), Touraine sustentou justamente que estava em curso
uma verdadeira mutação societal. A sociedade industrial, que havia gestado o movimento operário,
encontrava-se em declínio, ao passo que emergia uma outra, que se poderia também chamar progra-
mada.
Enquanto a sociedade industrial havia atribuído um lugar central ao maquinismo e ao trabalho, a soci-
edade pós-industrial era dominada pelos grandes aparelhos de produção do conhecimento e pela in-
dústria cultural.
A tecnocracia estava destinada a substituir o antigo patronato, dirigindo os processos de mudança, mas
também ampliando o campo da dominação, que passava a integrar fabricação, informação, formação
e consumo mais estreitamente que antes.
Essa nova representação da vida social deu origem, conforme indicamos, a um vasto programa de
pesquisas desenvolvido ao longo dos anos 1970 e 1980, orientado para a análise das lutas que se
supunha portadoras de novos movimentos sociais.
Estes últimos estariam fadados a ocupar, na sociedade pós-industrial nascente, o lugar ocupado, na
sociedade industrial, pelo movimento operário. Qualquer que tenha sido a importância desse programa
de pesquisas do ponto de vista dos conhecimentos produzidos sobre os atores em evolução na socie-
dade francesa da época, no que se refere à hipótese em que ele se baseava seus resultados se reve-
laram claramente negativos.
Touraine havia definido os movimentos sociais, à imagem do movimento operário, através de três prin-
cípios: um princípio de identidade, entendido como capacidade de um ator coletivo definir-se a si
mesmo enquanto ator; um princípio de oposição, entendido como capacidade de definir seu adversário;
e um princípio de totalidade, correspondendo ao que de comum estaria em jogo na luta.
O movimento operário definiria sua própria identidade através da relação positiva do trabalhador às
suas obras, ao mesmo tempo enquanto base de sua criatividade e fonte de progresso social.5 Opunha-
se ao patronato, resistindo à dominação sofrida. E ambos - patrão e operário - identificavam-se ao
progresso social e científico, objeto de suas lutas e jamais redutível nem a um, nem a outro.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
O fracasso do programa de pesquisas sobre os novos movimentos sociais vem do fato de que - salvo
no caso excepcional do estudo sobre o sindicato Solidariedade na Polônia (Touraine et al., 1982), que
revelou-se como a combinação entre uma luta sindical, um movimento democrático e um movimento
de libertação nacional - o modelo acima descrito não encontrou correspondência nas lutas empíricas
estudadas.
Em nenhum caso os atores coletivos analisados puderam designar a tecnocracia como figura geral de
um adversário da luta e nenhum princípio de totalidade, nenhuma referência compartilhada entre do-
minantes e dominados no interior do movimento puderam tampouco ser enunciados.
Face a tais resultados, duas hipóteses pareceriam cabíveis. A primeira, de tipo histórico: em caso de
uma mutação incompleta, a sociedade nascente não teria ainda produzido seus novos atores centrais.
A segunda, de tipo teórico: o modelo imaginado a partir do exemplo do movimento operário não se
aplicaria à sociedade programada.
Tudo faz crer que Touraine optou pela segunda hipótese. Em todo caso, à exceção de um programa
de pesquisas sobre o antigo mundo socialista, que ele dirigiu quase que apenas por delegação e do
qual nenhum livro de sua autoria foi publicado, desde o começo dos anos 1990 Touraine deixou de
lado suas pesquisas empíricas para dedicar-se quase que com exclusividade a um longo retorno à
teoria - retorno de que abordaremos agora alguns aspectos.
Essa inflexão implicou um abandono dos quadros habituais da reflexão sociológica, em prol de uma
incursão mais geral na história do pensamento moderno. De início, o debate versou sobre a pós-mo-
dernidade e a condição pós-moderna. Na França, naquele momento, o interlocutor a quem Touraine
procurou responder foi Jean-François Lyotard (1979).
Lyotard havia pautado a questão do declínio das grandes narrativas, expressão da razão moderna, que
haviam mobilizado os seres humanos em torno de uma promessa de futuro: fé no progresso, na justiça,
na busca de uma sociedade melhor, no socialismo. O fim das grandes narrativas instalava a humani-
dade em uma experiência fragmentária e vazia de sentido, projetando-a num além da modernidade, a
pós-modernidade.
Critique de la modernité (1992), de certo modo, é a resposta proposta por Touraine a esse debate. Mas
o livro lhe permite ao mesmo tempo empreender uma revisão geral de sua própria teoria da ação. São
três partes.
A razão é evocada com duas acepções principais: a partir de seu impacto sobre a transformação das
relações entre o homem e o meio - a razão instrumental; mas também a partir de seu impacto sobre a
transformação das relações entre os homens - a racionalidade normativa, que implicava, mais além de
qualquer fundamento divino, a capacidade de a humanidade fabricar uma ordem propriamente humana.
A segunda parte do livro chama-se “A modernidade em crise”. Ali, Touraine mostra o esgotamento
progressivo de uma modernidade pautada em um ideal de correspondência estreita entre o ator e o
sistema, concepção que reduzia o ator à interiorização de uma racionalidade normativa de valor uni-
versal.
Esse esgotamento teria duas origens: a autonomização crescente do ator que afirmaria cada vez mais
fortemente sua liberdade; e a crítica empreendida por intelectuais anti-modernos contra uma razão
percebida como dominação, e, portanto, desqualificada em suas pretensões à universalidade.
Na terceira parte, enfim, Touraine apresenta sua própria concepção da modernidade. Não basta, diz
ele, concebê-la em termos puramente negativos, como recusa da tradição e afirmação radical do valor
universal da razão.
Desde o início, enquanto experiência, a modernidade foi informada por duas lógicas complementares,
mas opostas: uma lógica de racionalização - incidindo ao mesmo tempo no plano instrumental e no
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plano normativo, conforme evocamos anteriormente; e uma lógica de subjetivação - pautada pela refe-
rência do sujeito a um princípio não social de autonomia e liberdade: vontade de ser ator de sua vida,
vontade de ser sujeito, de ser capaz de dizer eu.
Tal sujeito, agora definido por Touraine em termos não sociais, constitui-se e ganha forma na luta contra
o antissujeito - isto é, contra tudo aquilo contra o qual um sujeito se insurge pelo fato de ver-se impedido
de ser sujeito. O sujeito tourainiano é sempre um dissidente: “É o gesto de recusa, de resistência que
cria o sujeito” (Touraine, 1992, p. 318).
A partir dessa representação extremamente geral da experiência moderna como tensão entre a racio-
nalização e a subjetivação, um novo retorno sobre a análise de sociedades concretas se tornava pos-
sível. A constatação de um debilitamento da razão moderna em sua expressão normativa permitia
compreender melhor por que os movimentos da sociedade programada não podiam repetir a configu-
ração própria do movimento operário enquanto expressão interna a uma estrutura classista.
Touraine havia concebido a classe superior como duplamente identificada a uma lógica de ordem (ou
de dominação) e a uma lógica de mudança (ou de racionalidade instrumental). A razão moderna, do-
ravante menos ambiciosa, passara a ancorar-se cada vez mais em dinâmicas sistêmicas, definidas por
suas próprias determinações, mas abandonando qualquer ideia de uma ordem social. O poder se exer-
ceria por identificação direta à dinâmica econômica e aos processos de mudança, adotando preferen-
cialmente formas derivadas de exercício da dominação.
Daí por que o fato importante passava a ser a separação entre o sujeito e o sistema, este último sendo
definido como um campo de produção econômica e cultural, com impacto direto sobre o desenvolvi-
mento. Touraine dirá, por conseguinte:
O mais visível é a dissociação entre a ordem da mudança e a ordem do ser antes associados na ideia
de modernidade, que significava ao mesmo tempo racionalidade e individualismo. Cresce a distância
entre as mudanças incessantes no plano da produção e do consumo e o reconhecimento de uma per-
sonalidade individual, que é ao mesmo tempo sexualidade e identidade cultural coletiva. (Touraine,
1992, p. 119)
Isso implicava também o reconhecimento de que, sem desaparecer, a dominação tornava-se menos
direta e visível. Sua visibilidade passava a depender de um conflito explicitado pelo sujeito pessoal e
pelos movimentos sociais. Na sociedade pós-industrial, ou programada, “o antissujeito” (nova figura da
dominação) manifestava-se através de lógicas de aparelho, notadamente nas indústrias culturais, mas
só o conflito seria capaz de torná-lo identificável.
Embora expressando-se em termos diferentes, Touraine manteve uma linha de continuidade com seu
pensamento anterior, em função do lugar fundamental atribuído ao conflito enquanto expressão de uma
oposição geral entre um princípio de ordem/dominação, mas também de modernização e mudança
próprios à razão moderna, e um princípio de resistência e liberdade manifestado através do sujeito. O
movimento operário foi uma das figuras históricas mais importantes desse conflito, expresso na tensão
entre racionalização e subjetivação.
A pesquisa sobre os novos movimentos sociais representou um esforço para identificar esse conflito
no interior dos quadros culturais que modelavam a experiência e a contestação estudantil e do movi-
mento de mulheres, a identidade regional face à identidade nacional no caso do movimento occitano,
o apelo a relações de equilíbrio entre o homem e a natureza por oposição às lógicas puramente tecno-
cráticas no caso do movimento ecologista nascente.
Esse esforço, conforme dissemos, fracassou certamente por duas razões principais. De um lado esses
movimentos, por mais novos que fossem, emergiam envoltos nos trajes do movimento operário.
Usavam sua linguagem e queriam desenvolver-se à sua sombra. Era-lhes muito difícil, por conseguinte,
conceber a si próprios como movimentos distintos e autônomos.
Mas, por outro lado, a própria teoria encontrava-se atrasada em relação à realidade dessas novas
mobilizações, na medida em que se agarrava a uma definição do conflito social formulada em termos
muito diretamente classistas - com a ideia de que uma tecnocracia viria substituir o antigo patronato e
com definições da dominação que, embora não fossem as mesmas observadas no quadro da socie-
dade industrial, permaneciam formalmente análogas ou de mesma natureza.
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Mas outra diferença importante separa o movimento operário enquanto figura histórica do conflito mo-
derno e esses “novos novos” movimentos emergentes, no quadro da sociedade programada. O objeto
do conflito que opunha operários e patrões era a dupla identificação de uns e outros com o progresso
enquanto expressão da razão moderna. Na nova sociedade programada, esse objeto compartilhado
desaparecia, sinal suplementar da ausência de correspondência entre o sujeito e o sistema. Daí por
que, diz Touraine, o objeto do conflito é o eu: a capacidade de um sujeito pessoal de existir enquanto
sujeito.
Enquanto Touraine reinvestia o campo teórico, o Cadis - laboratório que ele fundou em 1981 para in-
vestigar os novos movimentos sociais e que dirigiu até 1993 - diversificou consideravelmente seu
campo de preocupações para procurar responder a problemas da atualidade francesa: racismo, peri-
ferias urbanas e imigração, violência, escola, saúde, diversidade cultural.6 As técnicas de pesquisa da
intervenção sociológica, inicialmente concebidas para interrogar movimentos sociais, foram adaptadas
ao estudo desses novos objetos.
François Dubet (1994) também formulou, naquele momento, sua sociologia da experiência, categoria
de análise mais adaptada a esses novos objetos que a categoria ação. A bem dizer, estudava-se uma
sociedade em decomposição e o termo mutação foi abundantemente mobilizado para descrever a face
sombria da mudança, não obstante seu significado outro no contexto do acionalismo tourainiano (Tou-
raine, 1973). Desde os anos 1990, por outro lado, o estudo da ação coletiva tornou-se um objeto pre-
ponderantemente abordado por pesquisadores da área de ciência política ou desenvolveu-se fora do
Cadis.
Três exceções a esse quadro geral são os estudos de Castelain-Meunier (1992, 2005) sobre os ho-
mens, a paternidade e a incidência do movimento feminista e do movimento gay sobre eles. Embora
essas pesquisas se inscrevam em um registro empírico de investigações sobre as relações de gênero
e suas transformações, elas podem, sem dificuldade, ser associadas a uma dinâmica de movimentos
culturais.
Do mesmo modo, a questão do sujeito pessoal esteve muito presente nos estudos de Bataille (2003)
sobre os pacientes portadores de câncer. A partir de meados dos anos 2000, as pesquisas de Pleyers
miraram decididamente nas mobilizações globais, de início com estudos sobre os Fóruns Sociais Mun-
diais (Pleyers, 2011) e, mais recentemente, através da reunião de pesquisas sobre uma ampla gama
de ações coletivas que adquiriram importância em escala local, ao mesmo tempo em que participavam
de protestos de escala global (Bringel e Pleyers, 2017).
Touraine, por sua vez, deixou de lado a sociologia empírica, e mesmo teórica, apoiando cada vez mais
sua reflexão na história das ideias - a ponto de convidar seus leitores, em um livro de 2013, a abandonar
a disciplina e a substituí-la por uma ciência moral reinventada (Touraine, 2013). Nesse novo registro
de expressão, dois temas principais acompanharam uma longa lista de publicações: a ideia do fim das
sociedades e do fim do social; e a intuição de que a mulher seria, na contemporaneidade, a nova figura
cultural do sujeito.
Desde 1981, pelo menos, Touraine vem chamando a atenção para o fato de que a sociologia ter-se-ia
libertado de um objeto dela constitutivo em sua origem, o estudo da sociedade. Muitos sociólogos ter-
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se-iam insurgido contra essa definição da disciplina, que marcou profundamente a sociologia clássica,
eliminando por completo de suas análises qualquer referência à ideia de sociedade.
No melhor dos casos, a sociedade tornara-se, para alguns deles, um efeito não intencional, derivado
da agregação de ações individuais. Essa recusa da ideia de sociedade traduziu-se em seguida em
vários outros livros. Em 1995, Touraine interrogou-se sobre nossa capacidade de viver juntos, não
obstante o fato de sermos ao mesmo tempo iguais e diferentes. A expressão “viver juntos” era proposta
como um substitutivo ao termo banido “sociedade”. Em 2013, um novo livro insistiu nessa temática,
propondo a ideia não apenas do fim da sociedade, mas mais ainda do fim do social.
O segundo tema, o da centralidade da mulher como nova figura cultural do sujeito, atravessou pelo
menos três livros (Touraine, 2005, 2006, 2007). Ali, a experiência feminina era pensada através de seu
impacto sobre o modo de funcionamento de um mundo antes marcado pela especialização e pela se-
paração entre vida pública e privada; e doravante caracterizado por esse elemento primordial na expe-
riência feminina - o desejo, o esforço e a capacidade para combinar essas duas dimensões da experi-
ência social.
Em seus dois últimos livros (2015, 2016), Touraine registra a importância de novos atores coletivos que
emergem em um cenário globalizado. Na sociedade de comunicação (o termo banido - sociedade -
retorna freqüentemente, embora sem a importância conceitual que lhe foi atribuída pela sociologia em
sua origem), faríamos face a um poder total, ao mesmo tempo econômico, político e cultural.
Os novos movimentos que vemos emergir seriam pautados por um apelo à democracia e à dignidade
humana, princípios mais do que tudo de natureza ética. Para Touraine, esses movimentos participam
de uma afirmação dos direitos fundamentais dos seres humanos enquanto sujeitos (pessoais), capazes
de se construir e de se transformar, transformando ao mesmo tempo seu ambiente social e natural.
A ação coletiva na sociedade de comunicação, diz ele também, não manifesta apenas, nem principal-
mente, as contradições internas de uma dominação econômica e política; manifesta sobretudo um
modo histórico de afirmação de direitos e da legitimidade social e política daquilo que não é mais um
conjunto de reivindicações, mas um movimento de libertação do sujeito humano.
Ao abandonar a sociologia, Touraine de certo modo deixou órfãos aqueles que o cercavam. Órfãos
daquilo que por longo tempo caracterizou seu trabalho de sociólogo: a vontade de integrar estreita-
mente pesquisa empírica e teoria social. Ao sugerir, como em 2013, que uma ciência moral reinventada
substituísse a sociologia, apenas explicitou as bases analíticas em que ele próprio passou a mover-se,
no terreno das ideias - seu lugar de fala, como se costuma dizer hoje. O caminho para ele é sem volta.
E para nós?
Nas condições históricas em que esse abandono se efetuou - e Touraine repetiu isso inúmeras vezes
- o mais visível, no plano empírico, era, no seu vocabulário, a separação entre o sujeito e o sistema.
Concretamente, isso significava uma dinâmica econômica socialmente desenraizada, comandada pelo
capital financeiro; e, paralelamente, a emergência de uma onda identitária - no caso da França e da
Europa, parte ancorada em imigrantes pobres, desempregados, e nas suas práticas religiosas, e parte
em franceses “brancos” (“petits blancs”, conforme a expressão consagrada) em situação de mobilidade
social descendente, simpatizantes potenciais de uma extrema-direita nacionalista e xenófoba.
O registro empírico mais amplo dessa separação foi provavelmente aquele efetuado por Castells em
sua trilogia sobre a Era da Informação (1996, 1997, 1999) e, mais particularmente, no segundo volume,
justamente intitulado O poder da identidade.
Isso era, de fato, o mais visível e traduziu-se no debate francês através da preeminência do tema da
exclusão, que colonizou o que de mais significativo se fez no período em matéria de sociologia urbana.
No plano do menos visível, registram-se as pesquisas pioneiras de Alain Tarrius que, pelo menos
desde 1987, vão revelar uma outra face dessas populações de excluídos - sua capacidade em utilizar
a mobilidade entre as duas margens do Mediterrâneo como recurso para inscrever-se em uma econo-
mia global.
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Esta última, embora informal e dita “subterrânea”, desenvolvia-se a céu aberto, tendo como plataforma
de interligação de redes territoriais e humanas um bairro do centro de Marseille, Belsunce.
Essas práticas de participação dependente dos migrantes na economia global configuraram aquilo que,
em um amplo leque de pesquisas - primeiro na esteira de Alejandro Portes (1997, 1999), que analisou
a circulação de migrantes entre os Estados Unidos e a região caribenha, e depois do próprio Tarrius
(2002) - designou-se como um fenômeno de “globalização por baixo”.
No abandonado vocabulário do acionalismo tourainiano, essas práticas poderiam ser qualificadas como
estratégicas, de nível mais baixo portanto que os movimentos sociais a que Touraine originalmente
atribuiu papel tão central; e não obstante capazes de extrair uma população de excluídos de suas
situações de exclusão, inscrevendo-a em dinâmicas de mobilidade territorial e social, abrindo caminho
para que se construíssem como sujeitos de suas próprias vidas, sem necessitar refugiar-se em atitudes
de corte sectário como as descritas por Castells (1997).
Não que essas lógicas sectárias não existissem. Não apenas existiam, mas continuam existindo e dre-
nando muita energia das periferias urbanas francesas, como mostram há vários anos os estudos
de Khosrokhavar (2013, 2017) sobre a radicalização religiosa.
Mas elas não eram toda a realidade. Para além delas, havia também condutas positivas e de mobilidade
social, embora com repercussões do ponto de vista da implosão dos quadros institucionais-legais -
notadamente toda a esfera do direito do trabalho, sobre os quais se assentaram as democracias mo-
dernas.
Participavam portanto, à sua maneira, de um processo que Touraine dizia ter conduzido ao “fim das
sociedades”, mas apoiando ao mesmo tempo sobre si próprios as condições através das quais cons-
truíam suas vidas e se construíam enquanto sujeitos (Peralva, 2015, 2016).
Mais recentemente, a série de movimentos que emergiram no Brasil na esteira de 2013 convidam a
nos interrogarmos sobre a pertinência do uso do aparelho conceitual tourainiano para analisá-los, ao
mesmo tempo que sobre os limites de seu legado. Três fenômenos importantes parecem ter-se deline-
ado no âmbito do movimento de 2013.
Em primeiro lugar, um conjunto de lutas urbanas, em parte (mas não apenas) induzidas pela proximi-
dade de dois mega-eventos esportivos (a Copa do Mundo de 2014, precedida em 2013 pela Copa das
Confederações; e os Jogos Olímpicos de 2016). Contestaram-se naquele momento uma série de polí-
ticas de promoção inconsiderada dos interesses das empresas de transporte urbano, das empreiteiras
e da Fifa, sem que se levasse em conta o ponto de vista dos cidadãos sobre a vida na cidade.
Em segundo lugar, 2013 introduziu no cenário brasileiro um fenômeno novo de comunicação, apoiado
nas redes sociais, que alterou duravelmente as condições em que se produz e se consome informação
no país, rompendo o monopólio de fala da grande imprensa.
E, enfim, terceiro elemento, 2013 pôs em cena coletivos de ativistas em ruptura com o quadro político-
partidário brasileiro - coletivos de sensibilidade autonomista e libertária, que implementaram uma reno-
vação considerável das práticas militantes e das formas de organização da luta com inspiração e ori-
entação democráticas.
No plano das lutas urbanas, 2013 deu visibilidade a um importante conflito de orientações do ponto de
vista do direito à cidade e da gestão da cidade. Mobilidade, moradia e planejamento urbano foram
pautas fundamentais. O projeto Tarifa Zero, que remonta à gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de
São Paulo (1989-1992), foi referência em várias lutas contra o aumento das tarifas dos transportes
desde o começo do século, antes de tornar-se, a partir de 2005, um objetivo do Movimento Passe Livre
(MPL), criado no Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
O projeto, como se sabe, propõe a criação de um Fundo de Transporte que financiaria a mobilidade
urbana, democratizando seu acesso para o conjunto dos usuários, independentemente de suas condi-
ções individuais de renda.
A questão da moradia popular vem sendo objeto de uma luta contínua do Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto (MTST) há mais de 20 anos, mas ela foi novamente pautada em 2013 no contexto da resis-
tência às remoções ligadas à preparação da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. A Articulação
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Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e os comitês locais formados nas 12 cidades-sede
tiveram papel primordial nessa resistência.
Alguns polos de conflito foram particularmente emblemáticos. Na Vila Autódromo - aglomeração pre-
cária de moradias, beneficiária de uma concessão de terreno feita pelo governo do estado do Rio de
Janeiro, e situada em área onde a Prefeitura construiu o Parque Olímpico - um contra-projeto de reno-
vação urbana, elaborado por moradores e urbanistas e parcialmente vitorioso, disputou espaço com o
projeto oficial (Bayer, 2017). O conflito incidia diretamente sobre as lógicas elitistas do planejamento
urbano, pilotadas por políticos e empreiteiras e visando excluir da área populações de baixa renda.
Lutas semelhantes foram registradas de norte a sul do país, marcadas por uma aliança constante entre
movimentos populares e diversos profissionais de classe média. Modelo muito presente nas análises
de Touraine sobre a consciência operária, que ele jamais reduziu à pura resistência dos proletários,
arguindo que dos operários qualificados vinha a capacidade, no interior do movimento, de projetar a
luta em um conflito de orientações em torno da historicidade. Historicidade por sua vez percebida como
programa de investimento econômico e definição cultural do desenvolvimento.
Ainda que um novo quadro institucional não tenha acompanhado e regulado essa mudança, e ainda
que certas dimensões negativas do fenômeno, como a circulação acelerada de fake news nas redes
sociais, venham chamando a atenção de pesquisadores e estejam na origem da formação de coletivos
de checagem entre os profissionais da imprensa, tudo não é negativo nessa mudança.
Suas dimensões positivas são mesmo consideráveis. Uma vasta gama de coletivos de comunicadores
de favelas - Ocupa Alemão, Ocupa Borel, Coletivo Papo Reto, Maré Vive e muitos outros - dissemina-
ram-se no Rio de Janeiro, mobilizando-se principalmente em torno daquilo que Silva (2015) chama de
“terceira geração” de demandas e direitos.
Thâmara (2014) relembra o quanto, nesse novo contexto, a campanha #CadêoAmarildo, pilotada pela
Anistia Internacional, foi importante para fazer com que convergissem a indignação da opinião pública
diante de ações policiais violentas empreendidas contra manifestantes e a indignação contra o massa-
cre desse pedreiro pobre da favela da Rocinha pela mesma polícia, que agia de forma ainda mais
violenta em um contexto definido pela presença de populações matáveis, conforme o termo preciso
de Agamben (1997).
A esses coletivos somaram-se outros, formados por universitários e profissionais de classe média, que
através de vídeos e fotografias propunham uma tradução emocional e estética das mobilizações. E,
mais ainda, coletivos de midialivristas stricto sensu, formados por produtores não profissionais de in-
formação, dos quais uma parte mantém relações complexas e ambivalentes com o jornalismo profissi-
onal: aspirantes a jornalistas vindos das favelas de São Paulo, em situação de mobilidade social, estu-
dantes de comunicação de grandes universidades públicas e privadas, jornalistas recém-formados em
universidades de segundo time - todo esse universo converge em uma nebulosa de coletivos, que tenta
dar resposta à crise da imprensa profissional.
Crise que teve como um de seus indicadores as demissões maciças de jornalistas nas redações de
São Paulo, em junho de 2013, conforme registrou Bruno Torturra em artigo de dezembro daquele ano
para a revista Piauí (Torturra, 2013).
Peralva et al. (2017a, 2017b) chamaram a atenção para as relações ambíguas entre ativistas e jorna-
listas profissionais que doravante parecem caracterizar esse novo campo da comunicação. As lógicas
de experimentação de novas tecnologias e as novas modalidades de produção da informação, em parte
apoiadas no streaming que garante filmagens ao vivo com recursos limitados e qualidade ainda precá-
ria; ou no crowdsourcing que garante amplitude no levantamento de informações, simplesmente graças
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
a redes militantes - tudo isso tem um impacto sobre o trabalho dos jornalistas, que se perguntam como
fazer a diferença no quotidiano para justificar a pertinência do seu campo profissional.
Observa-se mesmo um mimetismo entre órgãos da grande imprensa que experimentam técnicas de
produção e difusão da informação, como as entrevistas em streaming nas redes sociais ou as filmagens
com smartphones adotadas pela Rede Globo. Por outro lado, a ausência de um modelo econômico
capaz de garantir a reconfiguração e a estabilização desse novo campo da comunicação parece levar
muitos aspirantes a jornalistas a uma participação dependente na imprensa profissional, que lhes as-
segura visibilidade, mas em condições que incidem sobre a precarização da atividade jornalística e a
aprofundam.
Todas essas mudanças são fundamentais do ponto de vista da prefiguração de uma nova instituciona-
lidade democrática no plano da comunicação, a ser negociada no futuro, do mesmo modo que o são
também, no plano político, aquelas que se efetuaram no nível das práticas militantes e organizacionais.
O ano de 2013 engendrou uma nebulosa de pequenos coletivos de ativistas - e não apenas de midia-
tivistas - auto-geridos, reivindicando sua independência em relação aos partidos políticos e às grandes
organizações sindicais e populares, cujas relações com o PT eram geralmente estreitas.
No interior dessa nebulosa, comunidades e redes de extensão nacional, estabilizadas por uma longa
história no campo da cultura, como o Fora do Eixo, mas também formas de organização menos estáveis
como rodas de conversa, múltiplas assembleias populares instaladas em diferentes cidades do país, e
ocupações de espaços públicos (praças, parques, terrenos em disputa).
Nada disso era propriamente novo, posto que correspondia a tendências gerais que já se haviam ob-
servado na segunda onda do movimento global (Castells, 2013).15 De resto, a segunda onda brasileira
manteve laços estreitos com a primeira - por um lado, através do caráter global dos dois mega-eventos
esportivos que catalisaram os protestos de 2013, institucionalizado através da chamada Lei da Copa e
pela presença no país, naquele momento, de uma imprensa internacional que contribuiu para dar-lhes
visibilidade; mas também, por outro lado, pela presença explicitamente reconhecida, no interior do mo-
vimento, de uma herança de lutas da geração do começo do século e pelas novas redes de solidarie-
dade, colaboração e troca de experiência nas quais os coletivos de 2013 viram-se inseridos.
Em que medida o acionalismo tourainiano pode ser mobilizado para entender o movimento de 2013, e
outros de mesmo tipo? Já nos referimos à questão de um conflito, patente nas lutas daquele ano, em
torno das grandes orientações do desenvolvimento urbano. Lutas, portanto, que não apenas continham
demandas - oposição às expulsões, moradia popular - mas que disputavam o sentido do que deveria
ser feito do ponto de vista do viver na cidade.
Várias outras lutas - as do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contra o agronegócio
e por uma agricultura sem agrotóxicos, as dos expulsos por barragens pela defesa do meio-ambiente
- podem ser compreendidas na mesma perspectiva. Os padrões culturais do desenvolvimento econô-
mico estão sendo disputados palmo a palmo, e isso corresponde no acionalismo tourainiano aos con-
flitos mais importantes, os conflitos de historicidade.
Por outro lado, o conjunto de grandes movimentos que emergiram em escala mundial desde o início
do século - a primeira e a segunda ondas da luta global, das quais 2013 faz parte - não podem ser
qualificados senão como movimentos democráticos. Eles o são, não apenas enquanto manifestação
de demandas de abertura do sistema político, como em parte ocorreu na Primavera Árabe.
Mas também, mais profundamente, enquanto conflitos em torno de uma repartição menos assimétrica
e menos brutal do poder sobre o desenvolvimento, como manifestam os exemplos que indicamos
acima. E o são, por fim, enquanto escolhas organizacionais de tipo horizontal, por oposição ao sistema
de partidos e aos regimes representativos que configuram sistemas verticalizados.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Touraine sempre foi sensível à questão da democracia. A ela dedicou um livro (Touraine, 1994), embora
por ele próprio considerado como uma obra menor. Ao expor os resultados de suas pesquisas sobre o
sindicato polonês Solidariedade, considerou-o como o mais importante movimento social da segunda
metade do século XX e como um movimento social “total”, por combinar uma tripla dimensão sindical,
nacional e democrática.
O conflito operário, por exemplo, estruturaria um movimento social que se distinguiria da guerra por
não visar a destruição de seu adversário e por compartilhar com ele uma representação comum do
mundo (o progresso humano, embora dele os adversários em conflito propusessem definições distin-
tas).
Isto posto, e curiosamente, Touraine jamais se deteve, mesmo em seu percurso teórico mais recente -
aquele que o lançou no campo da história das ideias - em qualquer discussão relativa às formas políti-
cas de exercício da democracia, ou à crise do regime representativo.
Jamais se debruçou sobre temáticas próprias da sociologia política strictu sensu. No meu entender, por
isso mesmo é difícil encontrar diretamente na sociologia tourainiana elementos capazes de articular o
sentido dos movimentos globais de segunda geração com a crise da democracia e sua renovação
necessária, elementos fortemente presentes nesses movimentos.
As características democráticas dos movimentos da segunda onda requerem vários níveis de análise.
Primeiramente, são expressão de uma dinâmica social democrática que se traduziu, no espaço brasi-
leiro (mas também mundial), em elevação significativa no meio popular dos patamares de educação,
de acesso à informação e de acesso à cultura, não obstante graus persistentes e importantes de desi-
gualdade social.
A educação, a informação e a cultura tornaram-se recursos de luta política mobilizados por populações
pobres, independentemente ou em aliança com segmentos de classe média. Em segundo lugar, gene-
raliza-se a forma rede, horizontal e colaborativa por definição. Redes que estruturam o poder econô-
mico em escala global, mas que estruturam também o ativismo de uma nebulosa de coletivos presentes
nesses movimentos.
Essa estruturação é favorecida por uma base tecnológica de acesso simples, com características de
interatividade, a web 2.0. No 2013 brasileiro, o Facebook foi uma rede social fundamental. A tudo isso
se acresce, por outro lado, uma crise profunda, particularmente intensa no caso brasileiro, que afeta os
partidos e os regimes representativos.
A era da democracia dos partidos, diz Manin (2012), ficou para trás. A unidade que os ligou por um
tempo às suas bases, fenômeno que marcou pelo menos a experiência europeia no contexto das soci-
edades industriais, foi rompida com a emergência de coletividades humanas altamente individualiza-
das, tanto do ponto de vista de suas formas de inscrição no mundo do trabalho, quanto de suas formas
de consumo, ou ainda do modo como constroem suas relações entre o permitido e o proibido - aquilo
que Lipovetsky (1992) chamou, já no título de seu livro, de “a ética indolor dos novos tempos democrá-
ticos”.
Manin contesta a ideia de uma crise dos regimes representativos e eletivos, optando pela hipótese de
uma mutação. Sugere que os partidos perderam efetivamente as características do passado, sem ter
no entanto desaparecido posto que continuam, em um novo contexto, cumprindo as funções de opera-
dores do sistema eleitoral.
Funções, no entanto, que se exercem com novo formato: o das democracias “do público” ou da “opinião
pública”, onde partidos de baixa densidade representativa, apoiados em institutos de pesquisa, contri-
buem para eleger figuras carismáticas e midiáticas, que usam esses mesmos partidos para fins eleito-
rais, porém mantendo grande margem de autonomia em relação a eles (Manin, 2012, pp. 291-300; pp.
313-314).
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Em resposta aos problemas advindos dessa crise - ou dessa mutação - observa-se a emergência de
movimentos insurgentes de novo tipo (Brancaleone, 2015), de movimentos de base comunitária e corte
autonomista, ou ainda apoiados em uma ampla sensibilidade libertária, que remetem a formas delibe-
rativas de exercício da democracia. Esses movimentos fabricam não uma nova institucionalidade, mas
novas práticas. Paralelamente, em escala não menos significativa, experimentos deliberativos semi-
institucionais disseminam-se através do planeta, reatando com formas pré-representativas de exercício
da democracia que prevaleceram ao longo da história (Sintomer, 2011).
O interesse dessas formas deliberativas de exercício da democracia, a meu ver, é que elas são poten-
cialmente capazes de fundar uma nova definição do “comum”, capaz de substituir aquela que vigorou
no quadro de relações de trabalho e dos conflitos de classes que acompanharam a formação do movi-
mento operário.
O confronto de ideias nesses espaços, indica Sintomer (2011), produz uma opinião qualificada, muito
diferente da opinião pública intuitiva e instável característica dos regimes representativos. Nesses ex-
perimentos, o “comum” pressupõe o reconhecimento da legitimidade das deliberações adotadas atra-
vés da discussão coletiva, independentemente das divergências entre as partes, que de resto se redu-
zem ao longo do processo.
Há aí talvez uma arquitetura institucional suscetível de permitir tratamento continuado, e mais eficaz,
dos grandes conflitos de orientação em jogo na historicidade. A natureza democrática dos espaços
deliberativos reconfigura as condições de organização da vida coletiva, em condições de horizontali-
dade que contrastam com a lógica vertical e hierárquica própria dos regimes representativos.
O alto grau de individualização de nossas sociedades não me parece ser um obstáculo à reinvenção
desse novo comum. O movimento operário surge, nas representações do século XX, como uma cate-
goria imediatamente coletiva. Touraine, no entanto, em seus estudos sobre a consciência operária,
sugeriu que por trás dessa categoria coletiva existia um sujeito individual. Se admitirmos a pertinência
dessa hipótese, como, então, esse sujeito individual transformou-se em categoria coletiva?
Várias elementos, provavelmente, explicam tal processo. O primeiro é a existência de uma experiência
compartilhada. O segundo, certamente, o caráter performativo dos conflitos, dos debates e das repre-
sentações que vão construindo, ao longo do século XIX, em uma Europa em vias de industrialização,
a figura da classe operária e do movimento operário. Figuras que, até não muito tempo atrás, no con-
tinente europeu, ocuparam um lugar central na estruturação de um imaginário da democracia.
De diversas maneiras a dinâmica histórica, que tornou obsoleto o conflito operário nos termos em que
ele se construiu no passado, incidiu também sobre a representação do comum, duplamente associada
ao movimento operário e à nação como coletividade imaginada.
Ao fazer isso, afetou também, muito diretamente, as condições de funcionamento da democracia, ge-
rando um desequilíbrio brutal das relações de poder. É desse ponto de vista, a meu ver, que a reconfi-
guração dos espaços institucionais e dos espaços de deliberação coloca-se com urgência extrema.
Há algo a reinventar neste momento, em condições tão difíceis ou talvez mais difíceis do que as que
se colocaram para um país como a França ao fim do século XIX, no momento da instauração da Ter-
ceira República e daquilo que Donzelot (1984) designou como “a invenção do social”.
O “social”, como Touraine vem repetindo há vários anos, já não consegue mais ser aquilo que dá liga
ao “comum”. Tudo indica que essa liga terá de vir diretamente de uma instância política - ao que tudo
indica, de espaços reconfigurados de deliberação.
Nesse sentido, a reinstitucionalização da democracia, tal como prefigurada por movimentos sociais e
experimentos das mais diversas naturezas, pelo simples fato de romper com os princípios desacredi-
tados da representação, pode participar de uma reconfiguração do imaginário político e de um reen-
cantamento da política enquanto tal.
Essa hipótese implicaria necessariamente uma descentralização radical dos espaços de gestão e po-
der, que no entanto não seriam necessariamente geradores de localismos irredutíveis, desde que com-
patíveis com mecanismos mais gerais de solidariedade coletiva. A dificuldade hoje não é a de imaginar
uma nova arquitetura institucional em tais bases, mas a de alcançar esse redesenho em condições
extremas de assimetria das relações de poder, tais como aquelas com que hoje nos deparamos.
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CONFLITO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Vivemos em uma sociedade altamente diversa e dinâmica, em que uma enorme gama de diferenças
coexiste diariamente. Os indivíduos que integram nossa sociedade possuem necessidades inseridas
em realidades diferentes.
Essas necessidades precisam ser representadas em nosso contexto político para que sejam atendidas.
Todavia, como bem sabemos, não é sempre que os interesses e necessidades de determinados grupos
são supridos devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir desse conflito
de interesses é que os movimentos sociais tornam-se uma ferramenta de intervenção.
Os movimentos sociais são característicos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do em-
bate político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização de indivíduos em
prol de uma causa é uma característica de uma sociedade politicamente ativa.
Os grupos que produzem ação em busca da representação política de seus anseios atuam de modo a
produzir pressão direta ou indireta no corpo político de um Estado. Para isso, várias formas de ações
coletivas são usadas, como a denúncia, as passeatas, marchas etc.
A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A força da ação coletiva só é efetiva
quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas
do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força motriz por
traz desses grupos.
Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à resolução de problemas
sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No entanto, eles não se resumem apenas à revin-
dicação de direitos ou à demanda pela representação de um grupo, pois um movimento pode surgir
como agente construtor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou outro aspecto de
uma sociedade.
Temos como exemplo o movimento Passe Livre, que busca obter a isenção ou o custeamento da pas-
sagem de transporte coletivo pelo governo, tendo como argumento ideológico a ideia de que todos os
indivíduos de uma sociedade devem ter o direito de ir e vir assegurado pelo Estado.
O argumento pauta-se no princípio da liberdade de deslocamento sem que esse direito seja alienado
ou tenha valor monetário atribuído à ação de ir e vir. Ao estipular um custo para o deslocamento indivi-
dual, retira-se esse direito daqueles que não possuem meios de pagar por seu transporte.
O sociólogo francês Alain Touraine considera que a semente dos movimentos sociais está no conflito
entre classes e vontades políticas. Para ele, os conflitos sociais estão enraizados em nossa forma de
governo e em nosso Estado moderno, permeado por vontades individuais e pelas desigualdades soci-
ais. Essa desigualdade, que fere os princípios de igualdade de um Estado democrático, torna-se um
agente de segregação social, cultural e econômica, fatalmente interferindo nas formas de atuação civil
daqueles afligidos por tal mal.
Diante disso, os movimentos sociais tornam-se entidades de mediação, isto é, a ferramenta de maior
efetividade que os grupos minoritários e desfavorecidos dispõem para buscar a garantia de seus direi-
tos. Sua existência deve ser garantida dentro de um Estado democrático, que depende da legitimação
dos cidadãos que o integram para que possa exercer sua função de governar em nome do bem-estar
comum.
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O NOVO MUNDO DE TRABALHO
Com que olhos você vê o mundo? Caso nunca tenha parado para pensar nisso, está na hora de
começar. O mercado está mudando, e quem não aprender a enxergar essas transformações pode
acabar passando despercebido.
Uma pesquisa mundial realizada pela consultoria Right Management analisou os impactos das
transformações econômicas e sociais que estão em curso sobre líderes, profissionais de RH e
colaboradores. Foram levados em conta fatores em pauta atualmente, como impulso para geração de
empregos "verdes", necessidade de adaptação a acordos de trabalho diversificados e aumento da
"migração" no mundo do trabalho.
De acordo com Tony Santora, vice-presidente executivo da Right Management, o primeiro passo a
ser dado pelos profissionais que não querem ficar para trás é aprender a pensar diferente. "Para
vencer no mundo do trabalho em constante mudança é imperativo que todos os envolvidos assumam
uma nova forma de pensar", afirma.
Segundo o executivo, quatro realidades têm de ser consideradas nesse novo panorama: apagão de
talentos, sofisticação do consumidor, escolhas individuais e revolução tecnológica.
Apagão de talentos
Revolução tecnológica
"Em média, uma pessoa passa 23 horas e 48 minutos por mês na internet. O Brasil é o líder mundial
nessa categoria", afirma o executivo. Esse é um dos indicativos de que a revolução tecnológica terá
um grande impacto no Brasil. O desenvolvimento da tecnologia permite novas formas de realizar o
trabalho, ressaltando a importância da coordenação e colaboração. A comunicação rápida e não
filtrada, via comunidades on-line, aumenta a importância do papel da liderança.
Segundo levantamento da Right Management, 30% dos brasileiros pretendem comprar um notebook
e 70% pretendem trocar de telefone celular. Diante dessa realidade, é importante ressaltar o poder da
tecnologia.
Embora 75% das empresas não adotem uma política formal para funcionários que usam sites de
networking social no trabalho, ainda assim a prática é frequente e comum. "Para administrar e
envolver efetivamente a atual força de trabalho qualificada, a tecnologia deve ser utilizada para
incentivar a colaboração e a criatividade", conclui o executivo.
Escolha individual
Os profissionais com as habilidades mais procuradas vão exercer sua escolha ao selecionar acordos
de trabalho mais adequados aos seus valores e experiências de trabalho preferidas. "As
organizações serão desafiadas a personalizar práticas de trabalho flexíveis que atraiam, motivem e
envolvam múltiplas gerações", explica Tony Santora. Entre as alavancas da demanda de escolha, o
executivo aponta opções de trabalho possibilitadas pela tecnologia, segurança econômica pessoal e
mudança nas expectativas. "É importante destacar que cada geração tem premissas diferentes sobre
a visão de mundo e atualmente está em uma fase diferente da vida que afeta suas aspirações no
trabalho", afirma.
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O NOVO MUNDO DE TRABALHO
desempenho têm quase três vezes mais probalidade de oferecer oportunidades de desenvolvimento
de carreira.
Sofisticação do cliente
"As expectativas dos clientes em relação ao valor vão aumentar", afirma Santora. Isso significa que
clientes mais globalizados e sofisticados aumentam a complexidade de seus relacionamentos com as
organizações e a especificidade de suas demandas de valor. "Os clientes têm mais acesso à
informação, às redes de especialistas e aos canais de menor custo, aumentando a pressão sobre as
empresas para que entreguem o melhor produto, num menor prazo", complementa o executivo.
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ENDEMIAS E EPIDEMIAS
Endemias e Epidemias
Endemia é uma doença infecciosa que ocorre em um dado território, e que permanece provocando
novos casos frequentemente. Já epidemia é o grande número de casos de uma doença num curto
espaço de tempo.
Exemplos de endemia no Brasil são as áreas afetadas por febre amarela na Amazônia e áreas afeta-
das pela Dengue, como o sul da Bahia e a região sudeste. Estas regiões são denominadas faixas
endêmicas, pois estas doenças possuem um alto grau de continuidade, na mesma região.
Há outros exemplos de endemias pelo mundo, como a malária e a AIDS em várias regiões da África,
e a tuberculose em diversas partes do mundo. Quando se viaja para uma área endêmica, é recomen-
dável prevenir-se, se houver vacinas ou medicamentos para a doença de tal faixa.
O termo epidemia não se refere apenas a doenças infecto-contagiosas, mas a qualquer doença que
apresente muitos casos em uma população. É denominada epidemia toda doença que afeta uma
grande quantidade de pessoas dentro de uma população ou região, e se estas proporções tornam-se
muito grandes, é caracterizada uma pandemia.
De acordo com o evoluir da história da humanidade, várias epidemias foram registradas. Doenças
como a Varíola, a Malária, a Tuberculose, o Tifo Epidêmico, a Poliomielite, a Febre Amarela e, mais
recentemente, a AIDS, assolaram a população mundial em diferentes épocas.
A Varíola, doença causada por vírus que começou a infectar humanos há milhares de anos, causa
febre alta, dores no corpo e erupções na pele. A transmissão da doença pode ser por contato com a
pele de alguém infectado, ou pelo ar, em locais fechados. Durante a descoberta das Américas, por
volta de 1500, os conquistadores europeus trouxeram consigo o vírus da Varíola, que assolou boa
parte da população Inca e Asteca. O último caso de infecção natural por Varíola aconteceu em 1977,
a doença hoje só existe em laboratório.
A Malária tem registros na humanidade há mais de quatro mil anos. A doença é transmitida por um
mosquito, que se prolifera em águas paradas, que ao picar a pele do ser humano deposita um proto-
zoário na corrente sanguínea que se aloja nos glóbulos vermelhos e os destrói. Alguns dos principais
sintomas da malária são: febre, calafrios, sudorese, dores de cabeça e musculares. A Malária conti-
nua representando um sério fator epidêmico, principalmente na África subsaariana.
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ENDEMIAS E EPIDEMIAS
O Tifo Epidêmico atingiu a humanidade durante muitos anos, matando milhares de pessoas. A doen-
ça, causada por um micróbio existente em piolhos, apresenta inicialmente sintomas como dor de ca-
beça, falta de apetite, náuseas e febre. Logo pode evoluir e afetar a circulação sanguínea, causando
gangrena em algumas partes do corpo, pneumonia e insuficiência renal, e a febre alta pode evoluir
para um coma e insuficiência cardíaca. Uma vacina foi desenvolvida durante a Segunda Guerra Mun-
dial, e o Tifo Epidêmico hoje é bastante controlado, apresentando remotos casos em áreas da Améri-
ca do Sul, África e Ásia.
A Poliomielite atingiu os humanos durante milhares de anos, paralisando milhões de crianças. A do-
ença é causada pelo Poliovírus, que ataca o sistema nervoso humano. Os sintomas iniciais são dor
de cabeça, dor e rigidez nos membros, vômito e febre. Não existe cura efetiva para a Poliomielite,
mas a vacina, aperfeiçoada na década de 1950, garantiu o controle e extinção da doença em boa
parte do mundo. Apenas alguns países subdesenvolvidos ainda apresentam casos da doença.
A Febre Amarela, doença transmitida por picada de mosquitos, tem como principais sintomas dores
de cabeça, muscular, nas costas, febre e comumente insuficiência hepática, que causa icterícia, o
que dá nome à doença. Apesar da vacina e dos programas de prevenção, a doença ainda assola
regiões da América do Sul e da África.
Por fim a AIDS, doença que surgiu nos anos 80, causada pelo vírus HIV, Vírus da Imunodeficiência
Humana. O contágio se dá pelo contato com líquidos do corpo infectados, como sangue e sêmen.
Com o sistema imunológico afetado, quaisquer infecções que normalmente não apresentam grande
ameaça à saúde, tornam-se um potencial fator mortal.
Em alguns países da África a doença já se tornou epidemia, pelos altos índices de prostituição e por
mitos populares, como, por exemplo, o de que uma pessoa infectada que mantém relação sexual
com outra virgem cura-se da doença.
Estes fatores contribuem para a transmissão acelerada da doença. Não há cura para a AIDS, no en-
tanto há medicamentos que controlam o vírus, e a recomendação é sempre a mesma, o uso de pre-
servativos para evitar o contágio por relação sexual, e o uso de agulhas descartáveis, para evitar o
contágio por contato com sangue infectado.
As doenças epidêmicas muitas vezes são também endêmicas. As atuais condições sanitárias de
muitas partes do mundo evitam os surtos epidêmicos, e a avançada tecnologia permite controlar rápi-
da e satisfatoriamente quando ocorre algum surto. No entanto, há muitas localidades que ainda so-
frem com fatores já erradicados em outras partes do mundo. O recomendável sempre é a prevenção.
Nota-se no Brasil, a completa falta de controle de doenças como a malária, cólera, leishmaniose,
dengue, tuberculose, meningites, tracoma, entre outras.
Nos últimos anos, as cifras da malária beiram os 600.000 casos anuais (95% na região Norte e Cen-
tro Oeste), sem que os serviços de saúde tenham qualquer impácto na disseminação da doença.
A Cólera se espalhou pelo continente americano a partir de 1991 e atualmente no Brasil, já foi incor-
porada como uma doença endêmica, principalmente em regiões pobres do Nordeste e Norte do país.
O Dengue pulsa em epidemias explosivas, extremeadas pela transmissão endêmica em várias regi-
ões brasileiras. Atualmente no CO, NE e SE epidemias de Febre Hemorrágica do Dengue já são rea-
lidades no Rio de Janeiro (1991 e 1995), Ceará (1994). Os vetores e o vírus se disseminam sem ce-
rimônia por vários estados brasileiros.
A Leishmaniose toma fôlego em São Paulo, onde são identificados focos de transmissão autóctone
em vários municípios do estado.
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ENDEMIAS E EPIDEMIAS
O Tracoma tem sido diagnosticado no estado de São Paulo e em outros estados brasileiros mostran-
do que a dimensão do problema não foi sequer avaliada.
São alguns exemplos de enfermidades endêmico-epidêmicas que circulam pelo país com grande
impacto na morbi-mortalidade.
Certamente, as epidemias e endemias tem raizes históricas e sociais, cujos principais determinantes
são as precárias condições de vida da população, as formas de ocupação do espaço e a falta de
acesso aos serviços e equipamentos urbanos.
Porém, o papel das instituições de saúde no controle das doenças epidêmicas é de grande impacto e
relevância.
A Constituição de 1988 ampliou o dever do Estado na área da saúde, com objetivos de aumentar a
cobertura, distribuir melhor os recursos è facilitar o controle social. Consolidou em forma de lei, as
propostas de descentralização e municipalização das ações médico-sanitárias, que já vinham sendo
implantada, com dificuldades, em vários municípios brasileiros. São conquistas da sociedade civil e
de profissionais de saúde em direção à Reforma Sanitária no país.
A descentralização das ações médico-assistenciais e da gestão local são discussões mais aprofun-
dadas e explícitas. Enquanto as propostas de descentralização da vigilância epidemiológica e contro-
le de endemias não ficaram bem claras, Não se definiu como serão garantidos e repassados os re-
cursos (montagem de infra-estrutura e manutenção de programas) para os municípios desempenha-
rem estas "novas" responsabilidades.
Sem dúvida as instâncias municipais são locais privilegiados para se decidir as "maneiras de fazer",
para se coordenar e avaliar as ações das equipes de controle de doenças. Porém, os vetores não
reconhecem as divisas oficiais dos municípios e com freqüência, medidas isoladas de controle de
endemias não trazem impacto duradouro.
No caso das doenças endêmico-epidêmicas a descentralização das ações deve ser estruturada com
cuidado. Assumem grande importância, os níveis regionais e macro-regionais (estadual) de atuação.
Na esfera regional, os Escritórios Regionais de Saúde (Ersa) e a SUCEN são instâncias estratégicas
para a articulação de programas de controle de vetores para a articulação epidêmicas. Suas atribui-
ções fundamentais, definidas em vários documentos oficiais deveriam ser de "articuladores" do con-
trole de enfermidades, apoio às atividades de treinamento das equipes locais, além de organização
de discussões técnicas e elaboração de diagnósticos regionais".
No estado de São Paulo, as instituições regionais que controlam as doenças não trabalham de forma
integrada. As áreas de abrangência regionais não coincidem, apesar de exercerem funções comple-
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ENDEMIAS E EPIDEMIAS
mentares e muitas vezes sobrepostas. Estas distorções dificultam as ações de controle de doenças e
combate de vetores.
Para a eficácia das ações de vigilância, são fundamentais os Laboratórios de Saúde Pública (Adolfo
Lutz), sem os quais, a vigilância epidemiológica e a identificação etiológica das doenças não se viabi-
lizam. Cabe ao Estado manter estes serviços de referência, equipá-los, repensar a estrutura de funci-
onamento e os papéis dos laboratórios locais, regionais e central no Estado.
São unidades que deveriam manter vínculo mais estreito com as instâncias regionais, cuja atuação
na área de investigação e retaguarda aos municípios estaria vinculada às ações regionais de controle
de doenças.
Nenhuma municipalização terá sucesso no controle de endemias e epidemias se o nível regional não
estiver forte, bem equipado e com legitimidade para coordenar o combate às endemias na região.
Desta maneira, fica registrada a necessidade de se definir os papéis das diversas esferas institucio-
nais (local, regional, federal) para a viabilização de programas de controle de endemias e epidemias,
cuja programação ultrapassa as fronteiras locais.
Isto significa o financiamento honesto e estável para treinamento e investimento em recursos huma-
nos, equipamentos, informatização, material educativo. Condições de trabalho.
Contudo, não se trata somente de disponibilidade e descentralização de recursos se estes não estive-
rem vinculados à estratégias Regionais e Macro-Regionais bem definidas. Planos articulados, com
atribuições específicas para as diversas esferas institucionais (local, regional, estadual), que enfrente
o controle de endemias, e tenham impacto na morbi-mortalidade.
Os municípios manteriam suas equipes de trabalho sob coordenação local, definindo prioridades e
modos de atuar, porém estariam vinculados à diretrizes mais gerais, para garantir a coerência, a cro-
nologia e a organicidade do plano de controle de endemias na região.
As diretrizes das estratégias de combate às doenças na região deveriam ser discutidas em fóruns
regionais, com a participação dos municípios, das instâncias regionais de vigilância de doenças e
vetores e dos laboratórios de saúde pública. O impacto e a eficácia das medidas norteariam as dire-
trizes, guiando as operações.
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MEIO AMBIENTE
Meio Ambiente
O meio ambiente é a soma dos elementos físicos, químicos e biológicos que interagem entre si, tor-
nando possível a vida na Terra, com os mais diversos ecossistemas que abrigam todos os seres vivos e
a matéria orgânica e inorgânica do planeta. Afinal, estar vivo implica agir e reagir sobre os lugares que
nos cercam, onde a vida ganha forma e segue seu curso.
Os mares, a atmosfera terrestre e suas superfícies secas são ambientes no sentido amplo.
Logo, até mesmo os subterrâneos podem ser classificados dessa forma, assim como os ambientes
micro ou nanoscópicos, já que neles a vida também floresce.
Onde há seres vivos e interação deles com o meio que os circunda, há meio ambiente.
Quando analisamos o que é meio ambiente, encontramos uma combinação de quatro tipos de interfa-
ces onde a vida se manifesta: atmosfera, biosfera, litosfera e hidrosfera.
A primeira é a película de oxigênio que circunda a superfície terrestre e que nos protege dos raios
ultravioletas solares.
Já a biosfera é a parte externa do planeta como um todo, enquanto a litosfera é a camada sólida e seca
do planeta onde vivem a maior parte dos seres humanos.
Finalmente, a hidrosfera compreende toda a água em estado natural, salgada e doce, incluindo mares,
rios, lagos, lagoas e quedas d’água.
Em comum, todas essas camadas têm a capacidade de abrigar diferentes formas de vida, sendo o seu
equilíbrio fundamental para manter a biodiversidade.
Atmosfera
O termo atmosfera vem da junção dos termos gregos “atmos” (ar) e “sphaira” (esfera). No estudo dos
astros celestes, a atmosfera é a massa de gases que envolve uma estrela ou um planeta.
No caso da Terra, a atmosfera é a fina camada na qual a vida se desenvolve, graças a duas importantes
funções que ela desempenha.
Uma é proteger os organismos vivos da potencialmente mortífera ação dos raios ultravioleta que vêm
do Sol. Outra é funcionar como uma reserva de oxigênio, o qual é consumido pelos seres vivos em
seus processos respiratórios.
Dessa forma, a poluição atmosférica configura um grave problema, para o qual as autoridades, empre-
sas e governos precisam se mobilizar. Segundo a ONU, a poluição do ar é a maior ameaça à vida na
Terra, causando cerca de 7 milhões de mortes prematuras todos os anos.
Na tentativa de contornar esse problema, as Nações Unidas, junto às entidades de defesa do meio
ambiente, vêm estabelecendo acordos que limitem as emissões de carbono, o composto químico mais
nocivo para a atmosfera.
Biosfera
A soma de todos os ecossistemas onde a vida se desenvolve no planeta é conhecida como biosfera.
Se levarmos ao pé da letra, veremos que ela nada mais é do que um sistema fechado de troca de
matéria, inclusive da própria Terra com o espaço sideral, de onde absorve poeira cósmica.
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MEIO AMBIENTE
O geólogo austríaco Eduard Suess, considerado o criador do termo, definiu-o como “o habitat dos seres
vivos”.
Você pode não perceber, mas a sua vida depende da manutenção da vida em toda a biosfera, que
funciona como uma grande engrenagem. Se uma de suas peças falhar, todo o sistema estará compro-
metido, e, com isso, a vida na Terra poderá entrar em colapso.
É por esse motivo que as ONGs e OSCs conservacionistas lutam diariamente para a preservação de
espécies ameaçadas em todos os cantos do mundo.
Os ambientalistas sabem que a extinção de uma espécie, vegetal ou animal, pode causar um efeito
dominó destrutivo, modificando irreversivelmente o equilíbrio ambiental.
Litosfera
É curioso pensar que a Terra tem 6.371 quilômetros de raio e que toda a vida do planeta se concentra
na superfície, na camada conhecida como litosfera.
Os oceanos fazem parte dela, já que, para efeitos geológicos, ela tem uma espessura de 60 km a partir
da superfície.
Parece muito, ainda mais quando lembramos que o ponto mais profundo do oceano, a Fossa das Ma-
rianas, tem 10,9 km de profundidade.
Se a Terra fosse uma maçã, os 60 km da litosfera seriam a fina casca que recobre a fruta. Por ser a
parte “de fora”, é a que está mais vulnerável aos agentes externos e à ação da humanidade.
Assim, precisamos ter muito cuidado com o tratamento que damos a essa “casca”, até porque ainda
não descobrimos uma maneira de habitar o interior do planeta, tão desconhecido quanto a vastidão do
espaço. Aliás, você sabia que o ponto mais profundo da Terra alcançado pelo homem é o Poço de
Kola, na Rússia?
Medindo 12.262 metros de profundidade, teve sua perfuração interrompida em 1989 e, desde então,
segue imbatível como o recorde de profundidade de um buraco artificial.
Hidrosfera
“Terra, planeta água”, diz a canção de Guilherme Arantes que exalta a presença do líquido indispensá-
vel para a existência da vida.
A frase tem fundamento, afinal, cerca de 70% da superfície terrestre está coberta pela água dos ocea-
nos. Porém, se compararmos com o volume total do planeta, a proporção de água é de apenas 0,2%.
Esse volume cai ainda mais se considerarmos apenas a água potável, já que se estima que somente
3% de toda a água seja doce. Portanto, trata-se de um recurso que, embora pareça abundante, é
escasso e um dos mais ameaçados pela poluição que afeta os mares e cursos d’água.
Tanto que a ONU adverte sobre os riscos da poluição marinha, principalmente para o descarte de
plástico, tipo de resíduo que compõe 85% de todo o lixo que vai para o oceano.
O plástico é o grande vilão a ser combatido porque é um dos materiais que mais tempo leva para se
decompor e ser absorvido pela natureza.
Apenas as fraldas descartáveis se equiparam ao plástico nesse quesito, pois levam cerca de 450 anos
para se desintegrar.
Não há dúvidas sobre qual a importância do meio ambiente: sem ele, não há vida. Portanto, preservá-
lo é um elemento chave da sobrevivência. Nesse ponto, esbarramos na questão da urbanização.
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MEIO AMBIENTE
Com o crescimento das cidades, alguns argumentam que a humanidade tende a subvalorizar o meio
ambiente, já que é no meio urbano que a maior parte da população mundial vive hoje.
O grande problema é que muitas cidades crescem com uma rapidez vertiginosa e sem um planeja-
mento urbanístico equilibrado, que integra natureza e infraestrutura.
Em 1960, nossa taxa de urbanização, ou seja, a proporção entre pessoas que viviam na cidade e no
campo, era de 45%. Esse percentual havia subido para 81% no ano 2000.
A agenda ambiental cresce de importância à medida que o planeta começa a sentir com mais intensi-
dade os efeitos reais do aquecimento global.
Embora existam céticos sobre o assunto, o fato é que a temperatura média do planeta tem aumen-
tado em nível sem precedentes, os oceanos estão subindo de nível em diversas regiões do planeta,
enquanto as calotas polares estão derretendo em ritmo acelerado.
Tudo isso é fruto do aquecimento médio da temperatura provocado pela emissão em níveis alarmantes
de gases causadores do efeito estufa na atmosfera.
Afinal, não faltam pesquisas com informações sobre o meio ambiente, apontando o aumento acima da
média das temperaturas nas últimas décadas.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2015 e 2018 foram os anos mais quentes
dos últimos 22 anos. A propósito, conforme aponta a organização, em 2021, foram batidos recordes de
temperatura em profusão.
Esse quadro só reforça a necessidade de se promover medidas urgentes para que a disparada nas
temperaturas globais seja contida. Para isso, o desenvolvimento sustentável e o fomento de uma nova
economia de baixo carbono são prioridades.
Separar o lixo, consumir apenas o necessário e avaliar o impacto do consumo são outros exemplos de
como desenvolver atitudes mais sustentáveis.
Segundo o Instituto Akatu, consumir com consciência é consumir diferente, tendo no consumo um ins-
trumento para o bem-estar e não um fim em si mesmo.
O grande desafio que temos pela frente é conscientizar as próximas gerações para a necessidade de
preservar os recursos naturais e consumir com mais parcimônia.
Os brasileiros parecem ter evoluído, já que, para 82% da população, sustentabilidade é um assunto
importante.
Desse percentual, 60% declaram adotar medidas como o controle do uso de água e uso de lâmpadas
econômicas, enquanto 49% procuram reutilizar as embalagens e segregar o lixo.
Essas pessoas que contribuem para a sustentabilidade parecem ter compreendido o real significado
da consciência ambiental e de ser ecológico.
A primeira diz respeito à conscientização a respeito do próprio meio em que vivemos e de como os
biomas terrestres estão integrados. A partir desse despertar, poderemos nos tornar ecológicos, agindo
conforme a ciência que estuda a vida e suas interações.
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MEIO AMBIENTE
Logo, é possível saber o que é meio ambiente sem que isso se traduza em ações dentro dos princípios
da ecologia. Felizmente, aos poucos, parece que estamos caminhando para agir ecologicamente, em-
bora ainda haja um longo caminho para percorrer.
Preservação ambiental pode parecer assunto exclusivo de ativistas, mas na verdade, depende muito
mais da participação de cada um. Cada gesto, atitude e comportamento positivo sobre o meio ambiente
conta muito.
Supondo que você esteja lendo pelo celular, por que não aproveita para reduzir o consumo da bateria,
diminuindo a intensidade do brilho da tela?
Pode parecer uma medida insignificante, mas se cada brasileiro diminuísse a quantidade de cargas
nas baterias de seus celulares, poderia gerar economia de 1 bilhão de kWh por ano.
Essa quantidade de energia seria suficiente para abastecer o Brasil inteiro por aproximadamente um
dia inteiro, considerando que consumimos cerca de 380 bilhões de kWh anualmente, em média.
Existem ainda outras medidas relativamente simples que você pode adotar para ajudar na preservação
do meio ambiente.
Deslocar-se preferencialmente via transporte público ou por meios de baixo impacto ambiental, como
as bicicletas
Nunca praticar crimes como queimadas, desmatamento, matança de animais e derramamento de óleo
A marcha do progresso tecnológico tem cobrado um alto preço da natureza, principalmente depois da
Primeira Revolução Industrial.
Há um estudo que sugere que o aquecimento global começou por volta de 180 anos atrás.
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MEIO AMBIENTE
Um período de tempo extremamente curto de nossa trajetória enquanto civilização, que começou há
cerca de 4 mil anos, com os sumérios e egípcios. Ou seja, em apenas 4,5% do tempo em que vivemos
em sociedade em toda nossa história, conseguimos deteriorar a natureza como nossa espécie nunca
havia feito em milhares de anos.
Chuva Ácida
Extinção de espécies
Desertificação
Desflorestação
Efeito Estufa
Mudanças Climáticas
Aquecimento Global.
Há um vídeo feito pela NASA que mostra o processo de degelo do Ártico a partir de 1984, publicado
pelo site Diário de Notícias.
A sequência de imagens mostra claramente a evolução de um dos problemas ambientais mais críticos
causados pelo aquecimento global, com potencial de causar verdadeiras catástrofes.
Pense no consumo de bens e produtos como um saldo devedor sobre o meio ambiente.
Se não observamos as boas práticas ambientais, colaboramos para que o saldo fique ainda mais ne-
gativo.
Nesse sentido, a reciclagem é uma forma de amortizar a dívida que temos com a natureza, já que ela
reduz significativamente o impacto das atividades produtivas. Ao reciclar materiais como vidro, plástico,
papel e metais, colaboramos para impedir que toda uma cadeia extrativista seja acionada.
Dessa forma, minimizamos as emissões de poluentes, ao criar “atalhos” que eliminam a necessidade
de explorar os recursos naturais. Ainda que o próprio processo de reciclagem gere algum impacto
ambiental, será sempre menor do que se fosse necessário extrair da natureza novos insumos.
Apesar de muitas vezes o governo federal ter uma postura pouco compromissada com a sustentabili-
dade, o Brasil ainda é considerado um país de vanguarda em relação à agenda ambiental.
Desde 1981, temos uma Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938), um marco legal e definidor
dos instrumentos de proteção ambiental.
A propósito, somos um dos poucos países em que a preservação da natureza está prevista na Consti-
tuição, como exposto no artigo 225, que diz que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado (…)”.
Fomos avançando legislativamente e, com o tempo, outras leis e políticas foram sendo incorporadas,
sendo as mais abrangentes:
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MEIO AMBIENTE
A humanidade está aos poucos tomando consciência de que é fundamental que cada um faça a sua
parte para que a vida na Terra se mantenha por mais tempo. Nesse sentido, as nações têm buscado a
cooperação mútua por meio de tratados e acordos para frear os impactos de suas ações sobre o meio
ambiente.
Rio +10: série de medidas visando à preservação ambiental, com foco nos países em desenvolvimento
Rio +20: promovida pela ONU, essa série de conferências buscou reafirmar o compromisso ambiental
das nações afiliadas
Protocolo de Kyoto: tem o objetivo de mitigar o impacto dos problemas ambientais e das mudanças
climáticas do planeta
Protocolo de Montreal: evento cujo foco foi definir medidas para minimizar os impactos à camada de
ozônio
Agenda 2030: lista de metas e deveres para orientar os países para o desenvolvimento sustentável,
erradicar a pobreza extrema e promover a paz
Acordo de Paris: que tem como objetivo principal frear o aquecimento global, reduzindo as emissões
de gases estufa.
O meio ambiente pode ser protegido basicamente de duas formas: pela conservação ou pela preser-
vação.
Parece tudo a mesma coisa, mas há uma diferença significativa entre esses dois conceitos, e ela está
relacionada à interferência humana.
Quando se fala de conservação, tratamos do uso consciente e racional dos recursos naturais pela hu-
manidade. A preservação se refere à natureza permanecendo intocada, sem qualquer ação humana
no sentido de explorar suas riquezas.
Como exemplo de conservação, temos as florestas de manejo sustentável, nas quais o desmatamento
é controlado. Por sua vez, toda e qualquer reserva, parque natural, Área de Preservação Permanente
(APP) ou Área de Proteção Ambiental (APA) são espaços de preservação.
De forma geral, a APA normalmente compreende uma área grande e obrigam um uso sustentável da
área, enquanto a APP tem limites mais claros e estritos.
Independente do terreno e recursos encontrados, tudo vai depender de como o ser humano interage
com o meio ambiente. Ao explorá-lo de forma sustentável e garantindo a sobrevivência das espécies e
a manutenção dos ecossistemas, ele estará praticando a conservação ambiental.
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
Desastres Naturais
Quando ocorrem, podem trazer consequências catastróficas para o ser-humano e por mais que a
tecnologia na área seja avançada, muitos desastres naturais são imprevisíveis.
Note que eles são fenômenos naturais e representam a mudança de ciclo na Terra, no entanto, nos
tempos atuais, essas ocorrências tem aumentado de maneira significativa, o que nos leva a crer nas
estatísticas e estudos sobre o meio ambiente.
Nesse sentido, muitos desastres têm ocorrido porque o planeta Terra está sofrendo cada vez mais,
com o aquecimento global e o efeito estufa, o que leva ao aumento dos desastres naturais,
ocasionados pelo desiquilíbrio da natureza.
Para os seres humanos, muitos danos e prejuízos são resultantes dos desastres naturais, os quais
geram diversos impactos na sociedade.
Por sua vez, para a natureza, os desastres naturais auxiliam na renovação e manutenção dos
ecossistemas, formação do relevo, abastecimento das fontes hídricas naturais, dentre outros.
Classificações
• Tempestades: são tempestades de chuvas, neve, granizo, areia, raios e podem ser altamente
destrutivas, dependendo da quantidade precipitada (chuvas torrenciais) e da força que apresentam.
Podem levar a situações catastróficas tal qual, o deslizamento de terras, de gelo, caída de árvores ou
torres de energia, dentre outros.
• Furacões, Ciclones e Tufão: fenômenos intensificados pelas massas de ar, os quais, dependendo
da força que atingem pode arrasar cidades inteiras.
• Seca: Intensificada nos últimos anos com o aquecimento global, a seca tornou-se um problema
enfrentado por muitos grupos pelo mundo. Dessa forma, as alterações climáticas têm demostrado
que diversas foram as consequências das ações humanas durante séculos no planeta, gerando
problemas como a seca e consequentemente à expansão do processo de desertificação.
• Erupções Vulcânicas: As erupções vulcânicas são perigosas na medida em que a lava expelida
pelos vulcões é tão quente que pode destruir comunidades, vegetais e animais, dependendo do local
que atuam.
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
Alguns dos principais desastres naturais que marcaram o mundo na atualidade foram:
• Furacão Katrina: em 29 de agosto de 2005, nos Estados Unidos, surge um enorme furacão de
categoria 5, responsável por destruir parte da região litorânea sul do país. A velocidade dos ventos
ultrapassaram 280 quilômetros por hora e resultou na morte de duas mil pessoas.
• Terremoto do Haiti: em 12 de janeiro de 2010, Porto príncipe, a capital do Haiti foi atingida por um
terremoto de magnitude 7, levando a morte de mais de 200 mil pessoas.
As mudanças climáticas globais atingem todo o planeta, sendo o Brasil um dos países que estão
inclusos na lista, posto que ultimamente tem apresentado um grande aumento das ocorrências de
desastres naturais por todo o país.
Além da seca que assola as regiões norte e nordeste do país, a intensificação das precipitações,
junto aos fenômenos climáticos, por exemplo, o “El Ninõ”, têm demostrado o aumento das
temperaturas do índice pluviométrico (chuvas) e tempestades, resultando em diversas catástrofes por
todo o país.
De tal maneira, enquanto as regiões do norte e nordeste sofrem com a estiagem, as regiões sudeste
e sul, no mesmo momento, sofrem com o aumento das chuvas, levando ao aumento dos
alagamentos e desabamentos.
Por fim, a maioria dos desastres no Brasil (mais de 80%) está intimamente relacionada às
instabilidades atmosféricas, responsáveis pelo desenvolvimento dos desastres naturais, dos quais
estão as inundações, vendavais, tornados, granizos e deslizamentos de terra.
O Que São?
São eventos adversos que causam grandes impactos na sociedade, onde esses eventos podem ser
diferenciados em função da origem. Os desastres ambientais são classificados como humanos ou
naturais.
Os desastres humanos são aqueles gerados pelas ações ou omissões humanas, como acidentes de
transito, incêndios industriais e contaminações de rios. Já os desastres naturais são causados pelo
impacto de um fenômeno natural de grande intensidade sobre uma área ou região povoada, podendo
ou não ser agravado pelas atividades antrópicas.
Os impactos ambientais só são tidos como desastres ambientais quando os seus danos e prejuízos
são incalculáveis e de difícil restituição. Caso não possua danos ou ocorra em áreas não ocupadas o
fenômeno é apenas um evento natural.
Quanto à evolução:
Desastres de evolução crônica, ou graduais: seca, erosão, perda de solo, agricultável, desertificação,
salinização do solo e outros.
Desastres por somação de efeitos parciais: acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, incremento
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
Causas
É cada vez mais freqüente o número de desastres ambientais ocorridos no Brasil, causando muitos
danos e prejuízos, o que dificulta o crescimento nacional. E uma das regiões mais atingidas por esses
prejuízos é a região nordeste, que sofre, em alguns lugares, com sucessivas secas e em outras com
sucessivas inundações. E o que se observa é que os anos passam, porém as providencias e avanços
são poucos para reduzir essa vulnerabilidade aos desastres ambientais. Muitas vezes o próprio
homem é o causador da sua morte, pois neste caso dos desastres ambientais a natureza procura o
seu lugar e ela não tem culpa se o homem roubou o que é seu. Algumas causas podem ser descritas
abaixo:
Seca
De forma meteorológica a seca é uma grande estiagem que reduz drasticamente as reservas hídricas
da região. As secas são mais comuns na região nordestina e esta relacionada com fatores climáticos
e meteorológicos.
A região nordeste é uma das mais castigadas com a seca, porque a base da economia desta região é
a agropecuária que é muito vulnerável a seca. Basta apenas uma diminuição do volume ou uma
mudança na distribuição das chuvas para desestabilizar toda a economia nordestina. A seca também
atinge a agricultura de subsistência, que é a agricultura só para o sustento da família, como os
agricultores possuem apenas poucas reservas de recursos, nos tempos de seca eles são usados
para alimentação. O que causa aumento da desnutrição das famílias, tornando pior as condições de
saúde. Tudo isso junto leva ao êxodo rural e ao inchamento das cidades e alojamentos em lugares
impróprios para moradia.
Estiagem
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
Esta relacionada com a queda intensa de das reservas de água nos rios, barragens, lagos, lagoas e
açudes devido à queda do volume de chuvas. A estiagem é parecida com a seca, porem a estiagem
é menos intensa e dura por menos tempo que a seca. Apesar de ter pouca duração as suas
conseqüências são tão serias e importantes como as da seca. No Brasil, é freqüente a ocorrência de
estiagem nas regiões: Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Inundações
É provocado pelas precipitações pluviométricas intensas, provocando transbordamento dos leitos dos
rios, lagos, canais e áreas represadas. as inundações ocorrem em todas as regiões brasileiras,em
diferentes épocas do ano,podendo-se destacar as tipologias:enchentes ou inundações graduais;
enxurradas ou inundações bruscas;alagamentos.
Incendios Florestais
Ocorre com mais facilidade nos tempos de estiagem, pois há redução da umidade do ar. As
queimadas ocorrem em áreas desmatadas, portanto queimam pastagens degradadas ou não,
florestas secundárias e plantações. As queimadas são resultantes do fogo intencional e associados
ao corte e à queima de florestas para plantio agrícola e/ou formação de pastagens não se tratando de
fogo sem controle das florestas.
As queimadas ocorrem em todo o território nacional, porém os incêndios florestais são mais comuns
no norte e no centro-oeste.
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
Vendavais E Tornados
São provocados por perturbações no estado normal da atmosfera. São deslocamentos violentos de
massa de ar de um local de alta pressão para uma de baixa pressão. Possuem um alto poder de
destruição por onde passam, quando ocorrem no mar ou em um lago os vendavais e tornados são
chamados de trombas d’água.
No Brasil, os tornados atingem as velocidades de 60 a 100 km/h (os chamados F0) e de 100
a180km/h (os chamados F1). Aqui são pouco freqüentes e ocorrem, principalmente, nas regiões Sul e
Sudeste, especialmente em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Na região Norte também há
registros.
Granizo
São pedras de gelo que geralmente são acompanhadas de tempestades torrenciais. O granizo causa
grandes prejuízos na lavoura, destroem telhados, carros e etc. Aqui no Brasil o granizo atinge
principalmente as regiões: Sudestes, Sul e uma parte do Centro-oeste.
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
O Brasil está localizado no meio da placa tectônica Sul-americana, ou seja onde as atividades
sísmicas são menos intensas. Porém, apesar de o Brasil esta em uma região intraplaca isso não quer
dizer que aqui não tenha sismos. Aqui, inclusive já houve registros de sismos superior a 5,0 na escala
Richter.
O Nordeste é uma das regiões mais ativas. Nessa região,os sismos ocorrem com maior freqüência
nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará Pernambuco. Normalmente, os sismos dessa região são
bastante superficiais e de intensidade inferior a 4,5 graus. Na área correspondente ao limite entre o
Peru e o estado do Acre, os terremotos acontecem a grandes profundidades.
Tragédias No Mundo
1945 - Bombas de Hiroshima e Nagasaki - lançadas pelos Estados Unidos contra o Japão, no fim da
Segunda Guerra Mundial, essas duas bombas nucleares mataram, aproximadamente, mais de 200
mil japoneses. Num raio de um quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas
morreram devido às ondas de choque e calor.
1954 - Doença de Minamata - numa ilha localizada no sudoeste do Japão, os animais começaram a
apresentar comportamentos estranhos. Em 1956, humanos passaram a ter as mesmas reações:
convulsões e perda ou descontrole das funções motoras. Após estudos, verificou-se que a doença
estava relacionada ao envenenamento das águas com mercúrio e outros metais pesados, infectando
também peixes e mariscos.
1976 - Nuvem de Dioxina - na cidade de Seveso, na Itália, após explosão em uma fábrica de produtos
químicos, foi lançada ao ar uma espécie de nuvem composta de dioxina (subproduto industrial gerado
em certos processos químicos, como na produção de cloro e inseticida, bem como na incineração de
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
VENDAVAIS
lixo), que permaneceu estacionada sobre a cidade. Os primeiros impactos foram observados nos
animais, que começaram a morrer gradativamente. Já os humanos passaram a apresentar feridas na
pele, desfiguração, náuseas e visão turva, dentre outros sintomas.
1979 - Three Mile Island - conhecido como “Pesadelo Nuclear”, esse desastre ocorreu quando o
reator de uma usina nuclear da Pensilvânia passou por uma falha mecânica, aliada a erro humano.
Foram lançados gases radioativos em um raio de 16 quilômetros. A população não foi informada
sobre o acidente; somente dois dias depois, foi retirada do local. Não houve mortes relacionadas ao
acidente, e nenhum dos habitantes do local ou entorno tiveram sua saúde afetada.
1986 - Explosão de Chernobyl - a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia, foi o
pior acidente nuclear da história, liberando uma radiação dezenas de vezes maior que a das bombas
de Hiroshima e Nagasaki. Imediatamente, 32 pessoas morreram e outros milhares perderam a vida
nos anos seguintes. A nuvem nuclear atingiu a Europa e contaminou quilômetros de florestas.
1989 - Navio Exxon Valdez - o petroleiro colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e iniciou
um derramamento sem precedentes (cerca de 40 milhões de litros de petróleo), contaminando mais
de dois mil quilômetros de praias e causando a morte de cem mil aves. 1991 - Queima de petróleo no
Golfo Pérsico - o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de centenas de poços de
petróleo no Kuwait. Foram lançados mais de um milhão de litros de óleo no Golfo Pérsico, e a fumaça
da parte que foi queimada bloqueou a luz do Sol. Ao menos mil pessoas morreram de problemas
respiratórios e animais foram infectados.
1999 - Usina Nuclear de Tokaimura - no nordeste de Tóquio, houve um acidente em uma usina de
processamento de urânio. Centenas de operários ficaram expostos à radiação e tiveram, além de
náuseas, o rosto, as mãos e outras partes do corpo queimados.
2002 - Navio Prestige - o petroleiro grego naufragou na costa da Espanha, e despejou mais de dez
milhões de litros de óleo no litoral da Galícia, contaminando 700 praias e matando mais de 20 mil
aves.
Desastres No Brasil
O Brasil também apresenta um vasto histórico de danos ambientais. Abaixo a lista dos principais
acontecimentos:
1980 - Vale da Morte - o jornal americano batizou o polo petroquímico de Cubatão (SP) como “Vale
da Morte”. As indústrias localizadas na cidade de Cubatão despejavam no ar toneladas de gases
tóxicos por dia, gerando uma névoa venenosa que afetava o sistema respiratório e gerava bebês com
deformidades físicas, sem cérebros. O polo contaminou também a água e o solo da região, trazendo
chuvas ácidas e deslizamentos na Serra do Mar.
1984 - Vila Socó - uma falha em dutos subterrâneos da Petrobras espalhou 700 mil litros de gasolina
nos arredores dessa vila, localizada também em Cubatão (SP). Após o vazamento, um incêndio
destruiu parte de uma comunidade local, deixando quase cem mortos.
1987 - Césio 137 - um grave caso de exposição ao material radioativo Césio 137 ocorreu em Goiânia
(GO). Dois catadores de lixo arrombaram um aparelho radiológico nos escombros de um antigo
hospital, e encontraram um pó branco que emitia luminosidade azul. O material foi levado a outros
pontos da cidade, contaminando pessoas, água, solo e ar, e causando a morte de pelo menos quatro
pessoas. Anos depois, a Justiça condenou por homicídio culposo os três sócios e um funcionário do
hospital abandonado, mas a pena foi revertida em prestação de serviços voluntários.
2000 - Vazamento de óleo na Baía de Guanabara - um acidente com um navio petroleiro resultou no
derramamento de mais de um milhão de litros de óleo in natura no Rio de Janeiro. O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou duas multas à
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Petrobras, uma de R$ 50 milhões e outra de R$ 1,5 milhão, devido à morte da fauna local e poluição
do solo em vários municípios.
2007 - Rompimento de barragem em Miraí - uma barragem rompeu nessa cidade mineira, causando
um vazamento de mais de dois milhões de metros cúbicos de água e argila. A empresa foi multada
em R$ 75 milhões, mas os danos ainda permanecem evidentes.
2011 - Vazamento de óleo na Bacia de Campos - houve o vazamento de uma grande quantidade de
óleo no Rio de Janeiro. A empresa americana Chevron despejou no mar cerca de três mil barris de
petróleo, provocando uma mancha de 160 quilômetros de extensão. Animais foram mortos e o Ibama
aplicou duas multas à empresa, totalizando R$ 60 milhões. A Chevron foi também obrigada a pagar
uma indenização de R$ 95 milhões ao governo brasileiro pelos danos ambientais.
2015 - Incêndio na Ultracargo - um incêndio no terminal portuário Alemoa, em Santos, litoral Sul de
São Paulo, gerou uma multa de R$ 22 milhões, aplicada pelo órgão estadual de meio ambiente à
Ultracargo, por lançar efluentes líquidos em manguezais e na lagoa contígua ao terminal. Foram
também emitidos efluentes gasosos na atmosfera, colocando em risco a segurança das comunidades
próximas, dos funcionários e de outras instalações localizadas na mesma zona industrial.
Barragem de Fundão, antes e depois do desastre | Fonte: Creative Commons – CC BY 3.0 – Google
Earth/Divulgação
Os desastres ambientais causados pelo homem no Brasil são vários, destacando-se como mais
recente o acidente em Mariana (MG).
Frequentemente o homem é responsável por causar danos ao meio ambiente, danos esses que não
atingem apenas plantas e animais, causando impacto negativo também na água, no solo e no ar.
Quando realizamos uma atividade, estamos cientes de que ela pode trazer impacto negativo ao
ambiente e é por isso que medidas de prevenção de acidentes são necessárias. O problema ocorre
quando essas medidas falham.
O acidente com Césio-137, considerado o maior acidente radioativo do Brasil, ocorreu em setembro
de 1987, em Goiânia. Nessa ocasião, dois catadores de lixo encontraram um aparelho de radioterapia
em um prédio abandonado. Acreditando que o aparelho lhes renderia uma boa quantia em dinheiro,
levaram o objeto até a casa de um deles e, posteriormente, venderam-no para o dono de um ferro-
velho. No ferro-velho, o equipamento foi aberto e observou-se no seu interior um pó brilhante de
coloração azulada: o cloreto de césio-137. Sem saber do que se tratava e encantado pela cor do
césio, o dono do ferro-velho levou-o para casa e mostrou para várias pessoas de sua família e
amigos. Todas as pessoas que tiveram contato com o produto tiveram sinais de intoxicação. Diante
disso, o material foi levado para análise e descobriu-se que se tratava de um produto radioativo.
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
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Oficialmente foram registradas quatro mortes em consequência do césio, mas várias outras pessoas
sofreram com os efeitos da radiação.
Os grandes desastres ambientais, que acontecem no país e no mundo, têm o poder de chocar pela
destruição não somente da fauna e da flora da região atingida, mas também das vidas e casas de
pessoas que vivem próximos a esses locais. Grande parte deles são causados pela falta de gestão
sustentável das empresas, que não se atentam para os detalhes das suas operações ou descarte
correto dos resíduos e acabam causando tragédias e prejuízos, econômicos e ambientais.
O Brasil é um país com uma impressionante diversidade ambiental, que também já foi palco
de desastres ambientais de grandes proporções. Muitos desses desastres refletem até hoje na vida
de diversas pessoas, que lutam na justiça para serem indenizadas e tentam reconstruir as suas vidas,
além de estragos ambientais que podem nunca ser revertidos.
Apesar de tristes, é preciso que nos lembremos desses episódios, para que atitudes sejam tomadas
para que não se repitam. Por isso, a Ética Ambienta preparou esse artigo, relembrando seis dos
maiores desastres ambientais do Brasil.
Em 1984, a cidade de Cubatão, em são Paulo, era uma área de segurança nacional, onde cerca de
seis mil pessoas viviam em terrenos próximos às instalações de tubos da Petrobrás, utilizados para o
transporte de derivados de petróleo.
No dia 24 de fevereiro, houve um erro de operação que acarretou em um dos maiores desastres
ambientais do país: cerca de 700 mil litros de gasolina vazaram, causando um grande incêndio e sem
nenhum plano de evacuação da área.
O solo e parte do lençol freático da região foram contaminados e os números oficial são de 93
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mortos. Ninguém foi responsabilizado criminalmente pelo desastre e as famílias que viviam na Vila
Socó receberam uma pequena indenização e casas em um bairro vizinho.
É um dos maiores desastres ambientais causados por radiação do mundo. Em setembro de 1987,
dois catadores de material reciclável abriram um aparelho radiológico que estava abandonado em um
antigo hospital na cidade de Goiânia e encontraram um pó branco, que emitia uma luminosidade azul.
Tratava-se do Césio, um dos materiais mais radioativos que existem.
Eles levaram esse material para diversos pontos da cidade, causando a contaminação de água, solo
e ar. Pelo menos quatro pessoas morreram em decorrência da exposição e outras centenas
desenvolveram doenças.
A justiça condenou três sócios e um funcionário do hospital abandonado por descarte incorreto de
material perigoso e eles foram condenados a três anos de prisão, que foram convertidos para
prestação de serviços comunitários.
No dia 18 de janeiro de 200, um dos maiores desastres ambientais marítimos aconteceu no Rio de
Janeiro. Cerca de 1,3 milhões de litros de óleo foram lançados na Baía de Guanabara, em
decorrência de um problema originado em uma das tubulações da Refinaria de Duque de Caxias.
É o maior dos desastres ambientais naturais do país. Em janeiro do 2011, o volume de chuvas em 12
dias nas cidades de Nova Friburgo e Teresópolis, onde os estragos foram maiores, superou em 84%
todo o previsto para o mês de janeiro. As chuvas fortes, aliadas à baixa capacidade de drenagem do
solo e as encostas da região, constituídas por uma camada fina de terra e vegetação sobre as
rochas, deram um resultado desastroso: enchentes e deslizamentos, que mataram mais de 800
pessoas e deixaram mais de 15 mil fora de suas casas.
O acidente de Mariana é o maior dos desastres ambientais envolvendo barragens do mundo inteiro.
No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, na unidade industrial de
Germano, provocou uma onda de lama que devastou os municípios próximos, sendo o de Bento
Rodrigues o mais atingido. Foram 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos, formados por restos de
minério provenientes de operações da empresa Samarco, controlada pela Vale.
A lama atingiu a bacia do Rio Doce, que abastece diversas cidades de MG, e atingiu cerca de 80
quilômetros do leito d’água na região. Houve alterações significativas nos padrões de qualidade da
água, causando a mortandade de animais terrestres e aquáticos. Além disso, diversas espécies de
vegetação foram atingidas, devido ao assoreamento dos rios e à contaminação do solo pela alta
quantidade de ferro e uma concentração de mercúrio, encontrados a partir de amostras.
A Samarco, responsável pelas atividades de mineração na região, recebeu diversas multas do Ibama,
totalizando um valor aproximado de 250 milhões de reais, além de ser obrigada a arcar com todos os
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DESASTRES AMBIENTAIS ENCHENTES, QUEIMADAS, GRANIZO,
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custos indenizatórios individuais e coletivos dos moradores dos municípios atingidos e ainda com a
recuperação ambiental da área impactada que, além que difícil, possui um tempo imprevisível de
incansável trabalho de órgãos ambientais.
Ainda que alguns desastres ambientais no Brasil tiveram causas naturais, grande parte deles
poderiam ter sido evitados por meio de uma gestão ambiental mais efetiva nas empresas, por meio
de relatórios e mapeamentos de risco, além de estudos aprofundados sobre as condições ambientais
das regiões em que as empresas atuam.
Por isso, contar com uma empresa de consultoria ambiental é tão importante. Uma equipe de
profissionais trabalha para auxiliar na tomada de decisões, a fim de aliar o crescimento econômico da
empresa, com atitudes sustentáveis e que não prejudiquem o meio ambiente.
A Ética Ambiental é uma empresa que presta consultoria ambiental no RJ, oferecendo soluções
eficientes e personalizadas, para que cada tipo de negócio caminhe de maneira sustentável.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A preservação dos recursos naturais passou a ser preocupação mundial e nenhum país tem o direito
de fugir dessa responsabilidade. A necessidade de proteção ambiental é antiga, surgindo quando o
homem passou a valorizar a natureza, inicialmente de forma mais amena, e atualmente, de forma
mais acentuada. Primordialmente, se dava a importância à natureza por ser uma criação divina. De-
pois, que o homem começou a reconhecer a interação dos componentes bióticos e abióticos que
interagem no ecossistema é que efetivamente sua responsabilidade aumentou.
Com a evolução da sociedade, o homem foi rapidamente degradando o meio ambiente, contami-
nando-o com resíduos nucleares, disposição de lixos químicos, domésticos, industriais, hospitalares
de forma inadequada, pelas queimadas, pelo desperdício dos recursos naturais não renováveis, pelo
efeito estufa, pelo desmatamento indiscriminado, pela contaminação dos rios, pela degradação do
solo através da mineração, pela utilização de agrotóxicos, pela má distribuição de renda, pela acele-
rada industrialização, pelo crescimento sem planejamento das cidades, pela caça e pela pesca pre-
datória.
Há pouco a legislação nacional sofreu um forte impacto com o surgimento de novas leis e, em espe-
cial, da Lei 6.938/81, conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, que reconhece
juridicamente o meio ambiente como um direito próprio e autônomo e terminou com as preocupações
pontuais, centradas em problemas específicos inerentes às questões ambientais de vizinhança, pro-
priedade, ocupação do solo, utilização dos recursos minerais e apropriação das florestas, etc..
A partir desse momento, iniciou-se no Brasil uma Política Nacional do Meio Ambiente que estabele-
ceu princípios, diretrizes e instrumentos para a proteção ambiental. Sob a influência de paradigmas
internacionais, o Brasil avança e, na Constituição de 1988, criou-se o elemento normativo que faltava
para considerar o Direito Ambiental uma ciência autônoma dentro do ordenamento jurídico brasileiro,
a exemplo do que já ocorria em outros países.
“[...] se ocupa da natureza e futura gerações nas sociedades de risco, admitindo que a projeção dos
riscos é capaz de afetar desde hoje o desenvolvimento do futuro, que importa afetar, portanto, as
garantias do próprio desenvolvimento da vida”.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Claro que na hipótese da negação de direitos assegurados pela Carta Constitucional e legislação
infraconstitucional que garantem a democracia e os direitos fundamentais ao meio ambiente sadio
para as gerações presentes e futuras e da saúde pública ambiental resta tão-somente, o controle
judicial das Políticas Públicas através do Poder Judiciário.
Na Constituição Federal, o artigo 225 exerce o papel norteador do meio ambiente devido a seu com-
plexo teor de direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Importante salientar, ainda, que a Constituição ao longo de
vários outros artigos trata do meio ambiente e das imposições legais para preservá-lo.
A vontade do legislador brasileiro em relação à proteção ao meio ambiente está marcada na Consti-
tuição Federal através da distribuição da competência em matéria ambiental que passou a ser co-
mum entre União, Estados e Municípios, conforme o artigo 23, que dispõe: "VI proteger o meio am-
biente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII preservar florestas, a fauna e a flora".
Restou, além disto, forte no artigo 225, que o bem ambiental é um bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, assegurando o direito ao meio ambiente ecologicamente equili-
brado como direito de todos.
Portanto, a natureza jurídica do bem ambiental é bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, criando um terceiro gênero de bem que não é público e muito menos privado.
Agora cabe tanto ao Estado (Poder Público) como à sociedade civil (coletividade) o dever de preser-
var os bens ambientais não só para quem está vivo nos dias de hoje (presentes gerações) como para
aqueles que virão (futuras gerações) a existência real dos bens ambientais.
Não se pode esquecer, como já referido, de que o artigo 225 é apenas o porto de chegada ou ponto
mais saliente de uma série de outros dispositivos que, direta ou indiretamente, instituem uma verda-
deira malha regulatória que compõe a ordem pública ambiental baseada nos princípios[4] da prima-
riedade do meio ambiente e da explorabilidade limitada da propriedade, ambos de caráter geral e
implícito.
Sobre a proteção constitucional ao meio ambiente, José Rubens Morato Leite expressa:
“Em termos formais, a proteção do meio ambiente na Constituição de 1988 não segue - nem seria
recomendável que seguisse - um único padrão normativo, dentre aqueles encontráveis no Direito
Comparado. Ora o legislador utiliza-se da técnica do estabelecimento de direito e dever genéricos
(p. ex.. a primeira parte do artigo 225, caput, ora faz uso da instituição de deveres especiais (p. ex.,
todo o artigo 225, § 1º.). Em alguns casos, tais enunciados normativos podem ser apreciados como
princípios específicos e explícitos (p. ex., os princípios da função ecológica da propriedade rural e do
polui dor-pagador, previstos, respectivamente, nos arts. 186, II, e 225, §§ 22 e 32), noutros, como
instrumentos de execução (p. ex., a previsão do Estudo Prévio de Impacto Ambiental ou da ação civil
pública). O constituinte também protegeu certos biomas hiperfrágeis ou de grande valor ecológico (p.
ex., a Mata Atlântica, o Pantanal, a Floresta Amazônica, a Serra do Mar e a Zona Costeira)”.
Na Constituição Federal, restou assegurado que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
(artigo 225).
Analisando o § 1º do artigo 225 da Constituição Federal, verifica-se que para assegurar a efetividade
desse direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado na forma do disposto no inciso I, deste
parágrafo, compete ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas.
Também é responsabilidade do Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental a que se dará publicidade (inciso IV). Além disso, ao Poder Público cabe controlar
a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (inciso V).
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Assim, pelo que se depreende do texto constitucional, a proteção ao meio ambiente e ao meio ambi-
ente equilibrado são considerados direitos fundamentais, sendo que a concretização/realização dos
mesmos é uma diretriz, um balizamento, uma determinação, uma responsabilidade do Poder Público
que deve implementá-las notadamente através da adoção de Políticas Públicas Estatais, no caso
ambientais.
Políticas Públicas
A população tem o direito de obter determinados serviços por intermédio do Governo, cabendo a este
assegurar determinados direitos aos cidadãos, notadamente os direitos fundamentais sociais como
saúde, educação, segurança pública.
O Poder Executivo não apenas executa as leis, mas determina suas políticas e programas necessá-
rios à realização dos ordenamentos legais.
Nas políticas públicas, o próprio planejamento estatal tem por finalidade o atingimento do interesse
público, assim não se trata de eleição pura e simples de prioridades governamentais e, sim, a con-
cretização da opção já levada a efeito pelo legislador que, ao elaborar tais metas em planos de ação
executiva, deve junto com o administrador, observar os objetivos de igualdade e justiça social da
República, que formam a base da Ordem Social Constitucional.
As normas constitucionais balizam o legislador, ao passo que os mecanismos utilizados pelo admi-
nistrador são tanto os regramentos constitucionais como os textos infraconstitucionais que estejam
em consonância com a ordem instituída.
Assim, as Políticas Públicas viabilizam esses direitos. Os instrumentos, utilizados pelo governo para
intervir na sociedade, na economia, na política, executando programas políticos em busca de melho-
res condições de vida aos seus cidadãos, são as Políticas Públicas.
“As políticas públicas podem ser conceituadas, portanto, como instrumentos de execução de progra-
mas políticos baseados na intervenção estatal na sociedade com a finalidade de assegurar igualdade
de oportunidade aos cidadãos, tendo por escopo assegurar as condições materiais de uma existência
digna a todos os cidadãos”.
Por sua vez, as políticas públicas devem obrigatoriamente estar diretamente voltadas a realizar os
desígnios constitucionais, portando os programas de ação governamental devem ser balizados em
direitos previstos, ainda que de forma genérica, na Constituição.
Importante frisar que a implementação de políticas públicas não afasta a legalidade das mesmas.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Todavia, é deficiente sua implementação, uma vez que os órgãos estatais estão insuficientemente
equipados para sua implementação, ou diante das dificuldades da realidade político-administrativa
ou de interesses econômicos de grupos poderosos tornam-se tolerantes/displicentes/condescenden-
tes.
Por sua vez, o Estado ao criar normas jurídicas com o objetivo de obter apenas méritos políticos para
os parlamentares que apresentam os projetos de lei sem, contudo, ter interesse na efetiva aplicação
dessa legislação, busca, sub-repticiamente, não ferir interesses de industriais, construtoras, imobili-
árias, estabelecimentos comerciais, enfim, grupos[8] com atividades econômicas que costumam pro-
vocar impactos negativos significativos ao meio ambiente.
Estamos diante do que Antonio Herman de Vasconcelos e Benjamin descreve como o Estado tea-
tral [9]. Portanto, ainda hoje temos uma teatralidade estatal, existindo a separação entre a lei e sua
implementação, entre a norma escrita e a norma praticada, resultante em uma Ordem Pública Ambi-
ental incompleta.
Nas questões ambientais o Poder Público tem o papel de prevenção ao dano, sendo esse o seu
dever constitucional.
Em que pese à obrigação do Estado de prover e concretizar políticas públicas que possibilitem uma
vida digna ao cidadão com conforto mínimo e condições razoáveis de subsistência quer no aspecto
da saúde, lazer, trabalho, educação e um meio ambiente sadio, isso não ocorre efetivamente.
São constantes as denúncias na mídia nacional, sendo a omissão estatal fato corriqueiro tanto na
ausência de fiscalização quando da invasão de áreas de preservação permanentes, loteamento irre-
gulares, lixões a céu aberto, ausência de água tratada e tratamento dos resíduos líquidos e sólidos
das cidades, saúde ineficiente, rede de ensino pública sem qualidade e sem produtividade, todos
esses fatos são veiculados tanto na mídia impressa, internet, rádio, e TV.
Para socorrer o cidadão e a sociedade como um todo, nessas situações, tanto o Ministério Público
como o próprio cidadão individualmente têm a possibilidade de sanar a omissão do Governo e exigir
o cumprimento de uma política pública em juízo que não se dá apenas quando se trata de poder
discricionário, pelo contrário, a busca por controle pode ocorrer em diferentes momentos através de
controle judicial de políticas públicas sociais e através dos magistrados na condução dessas políticas.
“A dogmática processual tradicional construída apenas para resolver conflitos individuais, também
não equaciona com eficácia as ofensas aos bens ambientais. Deve o Estado constitucional ecológico
facilitar o acesso do cidadão à justiça ambiental não apenas criando novos instrumentos de defesa,
mas principalmente conferindo uma interpretação adequada aos instrumentos processuais já exis-
tentes como da Ação Civil Pública e a Ação Popular, para conferir-lhes a verdadeira amplitude e
potencial idade.
Dentro deste contexto, o papel do Poder Judiciário é ainda mais importante na concretização do
direito fundamental, ao meio ambiente saudável e do dever fundamental de todos de protegê-lo para
a construção deste verdadeiro Estado constitucional ecológico”.
Resta claro, que está no Poder Judiciário a responsabilidade de atuar como um poder estratégico,
assegurando que as políticas públicas garantam a democracia e assegurando, também, o cumpri-
mento dos direitos fundamentais.
Incontáveis são os danos causados pelo Poder Público, por ação ou omissão, direta ou indireta-
mente, ao meio ambiente, danos estes decorrentes da ausência da elaboração e implementação de
políticas públicas na área ambiental, ocasionando: a) a poluição de rios e corpos d'água pelo lança-
mento de efluentes, esgotos urbanos e industriais sem o devido tratamento; b) a degradação de
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Dispõe o § 3º, do artigo 225 da Constituição Federal, que as condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente, sujeitarão os infratores, pessoas naturais ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas independentemente da obrigação de reparar os danos causados, restando evidente
que a responsabilidade das pessoas naturais ou jurídicas está garantida constitucionalmente.
Em relação à Administração Pública, o tema também é tratado, no capítulo ‘Da Administração Pú-
blica’, artigo 37, § 6º da Constituição Federal, ao consignar que as pessoas jurídicas de direito pú-
blico e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o respon-
sável nos casos de dolo ou culpa.
O que a Constituição distingue, com efeito, é o dano causado pelos agentes da Administração pelos
danos causados objetivamente, cobrindo o risco administrativo da atuação ou inação dos servidores
públicos.
Surgiu pela primeira vez no Brasil a responsabilidade civil objetiva por dano ambiental através do
Decreto no. 79.347, de 20-03-77 que promulgou a Convenção Internacional sobre responsabilidade
civil em danos causados por poluição por óleo, de 1969. Em seguida, foi promulgada a Lei no. 6.453,
de 1710-77, que, em seu artigo 4º, caput, acolheu a responsabilidade objetiva relativa aos danos
provenientes de atividade nuclear.
A responsabilidade civil objetiva por danos ambientais foi consagrada na Lei nº. 6.938/81, que dispõe
sobre a Política Nacional de Meio ambiente, que expressa no artigo 14, parágrafo 1º.
“Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independen-
temente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, efetuados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade
para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.
No regramento constitucional, a responsabilidade civil do Estado por danos provocados liga a res-
ponsabilidade à ação estatal através de seus agentes, não existindo na Constituição previsto qual-
quer tipo de dano provocado por caso fortuito, força maior, fato de natureza ou atos predatórios de
terceiros, tão somente danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, não havendo
nenhuma restrição.
Conforme disposto no artigo 225 da Constituição, é dever do Estado – do Poder Público- preservar
e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover atuantemente, comissivamente, sobre um
ambiente ecologicamente equilibrado que é considerado de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se sua defesa ao Poder Público e à coletividade.
O Estado deve agir através de seus órgãos ambientais de forma eficaz atuando em defesa do meio
ambiente para evitar sua degradação, utilizando de todos os instrumentos à sua disposição e usar
do poder/dever de polícia ambiental.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Em que pese ocorrer o cumprimento espontâneo das normas no meio social, não se pode duvidar
da possibilidade de sua inobservância, surgindo a necessidade da coercibilidade disposta nas regras
jurídicas de direito objetivo.
A formulação de políticas públicas relativas ao meio ambiente compete ao Poder Legislativo que, em
síntese, representa a vontade do povo, formulando as diretrizes a serem seguidas. Por sua vez,
compete ao Poder Executivo a sua execução e a implementação. Assim, não compete ao poder
Judiciário a formulação de políticas públicas ambientais.
Sobre a celeuma da Partição do Poderes, vem sendo superada nos Tribunais, uma vez que a Cons-
tituição não estabeleceu um sistema radical de não interferência entre as diferentes funções do Es-
tado. Nesse aspecto, José Afonso da Silva:
“De outro lado, cabe assinalar que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem sua
independência são absolutas.
Nesse sentindo, quando ocorrem omissões do Poder Público na execução de políticas públicas rela-
tivas ao meio ambiente, a sociedade tem no Poder Judiciário a sua salvaguarda, significando que
compete ao Poder Judiciário, por meio de ações judiciais, determinar que o Estado adote medidas
de preservação ao meio ambiente, como a implantação de sistema de tratamento de esgotos ou de
resíduos sólidos urbanos ou, ainda, a implantação definitiva de espaço territorial protegido, já institu-
ído por norma, ou a preservação de um bem de valor cultural.
Neste diapasão:
Ementa. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITO AMBIENTAL. TODOS TÊM DIREITO AO MEIO AMBI-
ENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. DIANTE DA INÉRCIA DO PODER PÚBLICO EM ATEN-
DER O MANDAMENTO CONSTITUCIONAL, CABE AO PODER JUDICIÁRIO ASSEGURAR O SEU
CUMPRIMENTO.
- O Ministério Público Federal ajuizou a presente ação pública em face da COMPANHIA ESTADUAL
DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE e do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, visando impedir a poluição
do rio Paraíba do Sul que ocorre pelo despejo de esgoto in natura, buscando providências no sentido
de que sejam realizadas obras para que se restabeleça o equilíbrio ambiental e seja resguardada a
saúde pública.
- A Constituição Federal assegura, em seu artigo 225, que todos têm direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
- Padece de fragilidade o argumento de que o Governo Estadual do Rio de Janeiro encontra -se em
má situação financeira, eis que tal não constitui argumento juridicamente relevante, pois, se assim
fosse, não haveria processo de execução, uma vez que todos os executados alegariam insuficiência
de recursos.
Processo: 200601000192919 UF: PA Órgão Julgador: SEXTA TURMA. Data da decisão: 30/4/2007
Documento: TRF100254615 Fonte DJ DATA: 13/8/2007 PÁGINA: 78 Relator (a) DESEMBARGADOR
FEDERAL SOUZA PRUDENTE, Decisão. A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo
de instrumento.
I - No caso, em se tratando de ação civil pública, cujo objeto seja o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, consistente na coleta seletiva e destino adequado de resíduos sólidos lançados
na área de preservação ambiental, bem como na implementação de medidas necessárias à preser-
vação ambiental, o juiz poderá determinar a adoção dessas medidas de preservação, em sede de
antecipação de tutela, inclusive, com a fixação de prazo e a imposição de multa diária, no caso de
descumprimento.
II - A tutela constitucional, que impõe ao Poder Público e a toda coletividade o dever de defender e
preservar, para as presentes e futuras gerações, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, essen-
cial à sadia qualidade de vida, como direito difuso e fundamental, feito bem de uso comum do povo
(CF, artigo 225, caput), já instrumentaliza, em seus comandos normativos, o princípio da precaução
(quando houver dúvida sobre o potencial deletério de uma determinada ação sobre o ambiente, toma-
se a decisão mais conservadora, evitando-se a ação) e a conseqüente prevenção (pois uma vez que
se possa prever que uma certa atividade possa ser danosa, ela deve ser evitada), exigindo-se, inclu-
sive, na forma da lei, a implementação de políticas públicas voltadas para a prevenção de potencial
desequilíbrio ambiental, como na hipótese dos autos.
III - Se a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, no Brasil (Lei nº 6.938, de 31.08.81) inseriu como
objetivos essenciais dessa política pública "a compatibilização do desenvolvimento econômico e social
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico" e "a preservação e res-
tauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida" (artigo 4º, incisos I e VI), há de
se entender que o princípio do poluidor-pagador busca, sobretudo, evitar a ocorrência de danos ambi-
entais e, só no último caso, a sua reparação.
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IMPACTOS AMBIENTAIS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Sendo assim, o Judiciário ao analisar atos executivos, certamente não pode substituir a vontade do
administrador pela sua vontade, restando, apenas adequar a atuação administrativa aos preceitos
da ordem jurídica, invalidando atos eventualmente violadores de normas cuja observância é obriga-
tória ou assegurando direitos constitucionalmente garantidos a proteção do meio ambiente.
A Constituição de 1998 estabelece inúmeros direitos e garantias individuais, coletivas, sociais, sócio-
ambientais, estando, portanto, o Estado Social de Direito brasileiro comprometido com a realização
dessas finalidades, não podendo o Poder Público afastar-se desta missão, qual seja, a de concretizar
estes os direitos através da implementação de políticas públicas adequadas.
Portanto, na sociedade atual e democrática, o foco de decisão deslocou-se para o Executivo diante
da emergência de prestação de serviços públicos à população mediante políticas públicas e da ne-
cessidade de intervenção do governo na regulamentação da economia.
“os tribunais judiciários mostram-se geralmente relutantes em assumir essas novas e pesadas res-
ponsabilidades. Mas a dura realidade da história moderna logo demonstrou que os tribunais – tanto
que confrontados pelas duas formas acima mencionadas do gigantismo estatal, o legislativo e o ad-
ministrativo – não podem fugir de uma inflexível alternativa.
Eles devem, de fato escolher uma das duas possibilidades seguintes: a) permanecer fiéis, com per-
tinácia, à concepção tradicional, tipicamente do século XIX, dos limites da função jurisdicional, ou b)
elevar-se ao nível dos outros poderes, tornar-se enfim o terceiro gigante, capaz de controlar o legis-
lador mastodonte e o leviatanesco administrador”.
Para deixar tudo como está, ou sedimentar situações que assegurem aos detentores do poder a
degradação do meio-ambiente, quer por especulação econômica, quer por estagnação e ausência
da atuação do Poder Público, variedades de argumentos são fortemente defendidas, tais como a
separação de poderes, falta de legitimidade democrática, discricionariedade administrativa ou falta
de previsão orçamentária.
Consequentemente, isso não pode prevalecer para sedimentar a negação de direitos assegurados
pela Carta Constitucional. Infere-se, a toda evidência, a necessidade do controle da Administração
Pública para que as Políticas Públicas que efetivamente garantam que a democracia e os direitos
fundamentais ao meio ambiente sadio para as gerações presentes e futuras e da saúde pública am-
biental sejam efetivamente implementadas.
O Poder Público tem o dever de agir para alcançar os objetivos e metas determinadas em normas
constitucionais e infraconstitucionais, em matéria ambiental, não tendo o administrador público a seu
alvitre e bel prazer a escolha do momento mais conveniente e oportuno para implementação de me-
didas de proteção e preservação do meio ambiente.
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ARTE E CULTURA
Arte e Cultura
As obras de arte são criadas a partir do diálogo e da vivência do artista com o contexto social, político,
econômico, filosófico, em que está inserido. Sendo assim, características que se fazem presentes no
mundo contemporâneo refletem na arte, seja na postura do artista, no conceito da arte e/ou nas carac-
terísticas apresentadas nas diferentes linguagens artísticas. Compreender a arte visual contemporâ-
nea, assim como qualquer arte requer entendê-la vinculada ao contexto atual, buscando situar como
questões mais amplas que envolvem o mundo contemporâneo nela se apresenta. Para isso, buscamos
fazer relações com as seguintes discussões e a arte: a dissolução das grandes narrativas;a cultura; a
identidade; a inclusão das diferenças; a globalização; a fragmentação e a efemeridade, numa tentativa
de ampliar repertórios e aproximar os leitores de uma maiorcompreensão da arte de hoje.
A arte contemporânea, assim como as obras de outros tempos, busca sentido. E o espectador também.
O que ocorre é que muitas vezes os espectadores não compreendemas manifestações a que estão
expostos, o que os leva a duvidar de sua legitimidade. “Maspor quê? Será que a arte de hoje não
consegue sensibilizar o público? Ou será que é ele que não está suficientemente aberto ou preparado
para lidar com essa produção?”(ALBUQUERQUE, 2005a, p. 14). Essa sensação de incompreensão e
de dúvida do que é arte, não é tão recente assim. Em outros tempos também acontecia esse estranha-
mento.
Engana-se quem pensa que este estranhamento é privilégio dos dias atuais. A história da arte é mar-
cada por incompreensões. Van Gogh vendeu um único quadro em toda a sua vida. Proust teve sua
obra-prima recusada por várias editoras. Cézanne foi rechaçado pela própria família [...] (ALBUQUER-
QUE, 2005a, p. 15).
Para Agnaldo Farias, citado por ALBUQUERQUE (2005a, p.15), a incompreensão dopúblico leva mui-
tas vezes à rejeição e se torna atitude de defesa do espectador, uma vez que “a arte de hoje tira o chão
da gente. Propõe novas formas de se olhar as mesmas coisas. Daí o sentimento de aversão: algo que
eu não compreendo é algo que afirma a minha impotência”.
Entender a arte contemporânea requer saber também o que significa ser contemporâneo em arte.
Nem tudo que se produz em arte hoje pode ser classificado enquanto arte contemporânea.
Agnaldo Farias diz em entrevista a Albuquerque que o termo não designauma questão temporal.
Eu cobro da arte que ela me inquiete. Isso poderia ser uma definição: contemporâneos são os trabalhos
que não são acomodados. Dentro dessa lógica, Goya é profundamente contemporâneo. Continua di-
fícil olhar uma obra dele. Ficar diantede um Velázquez não é mole. [...] Há obras que perduram, não
perdem o vigor. [...]Por isso eu diria que nem tudo que é feito agora é arte contemporânea, mas nem
tudo o que foi feito anteriormente é arte do passado” (ALBUQUERQUE, 2005a, p.14).
O que nos falta, talvez, seja compreender também um pouco mais sobre o mundo emque este
artista está inserido e como as idéias e pensamentos deste mundo vão modificando-se e interferindo
na arte.
A partir da segunda metade do século XX, o mundo foi marcado por mudanças importantes nos mais
diferentes segmentos da sociedade. Com a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, o mundo revê sua caminhada e
a crença na ciência começa a ser abalada. Santos (2004, p. 20), que defende a possibilidade de
vivermos um momento pós-moderno, diz que simbolicamente o Pós-Modernismo nasceu às 8 horas e
15 minutos do dia 6 de agosto de 1945, quando a bomba atômica fez „booom‟sobre Hiroshima. Ali a
modernidade – equivalente à civilização industrial – encerrou seu capítulo no livro da História, ao su-
perar seu poder criador pela sua força destruidora.
Isso abala a crença na ciência, visto que a sua força foi usada para a destruição da humanidade. O
progresso técnico-científico não trouxe a felicidade desejada a umagrande parcela da população como
se acreditava.
Com esses acontecimentos, o pensamento moderno toma variados rumos. O período pós-guerra traz
novas reflexões e mudanças de postura frente à vida, ao conhecimento,à razão.
No contexto da arte, Duchamp foi o mais radical, que com seus ready-made, ousou criticar e questionar
a arte e seu papel. A arte artesanal, para Duchamp e os dadaístas, estava morta, ao mesmo tempo em
que não se acreditava que a industrialização e a vida moderna pudessem aliar-se à arte ou vice-versa.
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ARTE E CULTURA
Os ready-made dispensaram o artesanato e não se aderiram às técnicas industriais. Essa ruptura pro-
vocou uma série de discussões acerca da arte: Quem é o artista? O que é a arte? Quais os rumos
que ela deve tomar? Quem decide o que e quando é arte? Essa atitude de Duchamp abriu caminhos
a outras manifestações e conceitos da arte, redefinindo suas características.
Mais tarde, na década de 60, a arte amplia-se ainda mais e seus conceitos variam, outraslinguagens e
outras formas de representação são abordadas pelos artistas (provocados a partir das idéias de Du-
champ e os dadaístas, e também dos cubistas no início do século XX). Deste período em diante, a arte,
considerada para alguns autores como pós-moderna, para outros como um desdobramento e amadu-
recimento do Modernismo,rompeu limites e tornou-se eclética.
A pintura não morreu, tampouco a escultura. Juntaram-se a elas instalações, objetos, textos, Internet e
outros meios. Um elenco complexo e sofisticado de suportes e possibilidades matéricas se abre natu-
ralmente aos artistas, que substituem essa preocupação com o meio por uma outra, ligada ao sentido.
Artistas contemporâneos buscam sentido. Um sentido que pode estar alicerçado nas preocupações
formais que são intrínsecas à arte e que se sofisticaram no desenvolvimento dos projetos modernistas
do século 20, mas que finca seus valores na compreensão (eapreensão) da realidade, infiltrada dos
meandros da política, da economia, da ecologia, da educação, da cultura, da fantasia, da afetividade
(CANTON, 2001, p. 30).
E essa arte é eclética em muitos de seus aspectos: não só na linguagem, mas tambémno suporte,
nos materiais, no conceito, na relação com o espectador. Eclética tanto quanto o mundo em que vive-
mos.
O momento atual apresenta muitas facetas, é plural e transitório em pensamentos, posturas, ações e
acontecimentos. Para melhor compreendê-lo, temos que entendê-lo cheio de contradições, como nos
apresenta BERMAN:
O turbilhão da vida moderna tem sido alimentado por muitasfontes: grandes descobertas nas ciências
físicas, com a mudançada nossa imagem do universo e do lugar que ocupamos nele; a industrialização
de produção, que transforma conhecimento científico em tecnologia, cria novos ambientes humanos
e destróios antigos, acelera o próprio ritmo de vida, gera novas formas de poder corporativo e de luta
de classes; descomunal explosão demográfica, que penaliza milhões de pessoas arrancadas de seu
habitat ancestral, empurrando-as pelos caminhos do mundo em direção a novas vidas; rápido e muitas
vezes catastrófico crescimento urbano; sistemas de comunicação de massa, dinâmicos em seu de-
senvolvimento, que embrulham e amarram,no mesmo pacote, os mais variados indivíduos e socieda-
des; (...) um mercado capitalista mundial, drasticamente flutuante, em permanente expansão. (1997, p.
16).
O mundo também modificou-se rapidamente devido ao processo de globalização pois atualmente este
se tornou bem mais acelerado e intensificado pelas novas tecnologias.
Primeiro veio a TV, depois a informática, que alteram de maneira intensa e profunda o modo das rela-
ções afetivas, cognitivas e sensíveis das pessoas, uma vez que se acentuaa relação virtual com o
mundo, limitando a experiência vivenciada diretamente.
A globalização se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que atravessam fronteiras
nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinaçõesde espaço-
tempo, tornando o mundo, em realidade e experiência, mais interconectado (HALL, 2003, p. 67).
Segundo alguns autores, estamos na era pós-industrial e na era da informação, o que modifica bastante
o modo de vida em que estamos inseridos. A denominação de sociedade da informação serve para
designar este mundo mediatizado em que hoje vivemos. A percepção que temos hoje do mundo modi-
ficou-se devido aos complexos e constantes dispositivos de mediatização que marcam e modificam o
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ARTE E CULTURA
ritmo da nossa vida cotidiana, interferindo cada vez mais não só a nossa percepção imediata do mundo,
mas também na nossa experiência individual e coletiva.
Heartney apresenta algumas situações “pós-modernas” para caracterizar o período de hoje como Pós-
modernidade.
Considerem, por exemplo, a exclusão da imprensa das cenas reais de carnificina durante a Guerra do
Golfo de 1991. No lugar delas, foi mostrada uma gravação, realizada pela aeronáutica, do visordo
equipamento de tiro dos aviões. Isso resultou em uma guerra que acabou na tela da televisão como
um videogame de golpes cirúrgicos em alvos abstratos, bidimensionais. (HEARTNEY, 2002,p. 7).
Com esse exemplo marca-se uma forte característica pós-moderna por sua remoção de uma realidade,
cuja ausência nem mesmo é sentida. “A nossa compreensão do mundo é baseada, antes de mais nada,
nas imagens mediadas.” (HEARTNEY, 2002, p. 7).
Para Pereira, que designa o período atual de Pós-Modernidade, o processo iniciado com os movi-
mentos culturais da década de 60 tornou-se ponto culminante que discutiu questões em relação
ao pensamento anterior e provocando mudanças no pensamento moderno, chegando ao pós-moderno.
Ele retrata o movimento cultural de 60 como
[...]movimento cultural de efeito poderoso como o de um tufãoque veio destelhando o que encon-
trava pela frente”, que culminaram no emblemático ano de 68, com um desejo de quebra de paradigmas
estampado à flor da pele, injetado pelo rock‟in roll,pela pílula anticoncepcional, pelos primeiros efeitos
da revolução feminina, e pelo anúncio, no campo das ciências esotéricas, da chamada Era de Aquário,
por Alice Blay, em 1972, para o início do III milênio (PEREIRA, 2005, p. 2)
O Pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes enas socie-
dades avançadas, desde 1950.
Ele nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo com a arte Pop nos anos 60.
Cresce ao entrar pela filosofia, durante os anos 70, como crítica da cultura ocidental. E amadure hoje,
alastrando-se na moda, no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência +
tecnologia invadindo o cotidiano com desde alimentos processados até microcomputadores), sem que
ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural. (SANTOS, 2004, p. 8).
Após a 2ª Guerra Mundial, inicia-se a incredulidade perante o metadiscurso filosófico- metafísico com
suas pretensões atemporais e universalizantes. Sendo assim, a contemporaneidade é anti-totalitária,
isto é, democraticamente fragmentada, e serve para afiar a nossa inteligência para o que é heterogê-
neo, marginal, marginalizado,cotidiano, a fim de que a razão histórica ali enxergue novos objetos de
estudo. Perde-se a grandiosidade, ganha-se a tolerância. (LYOTARD, 2002). Como conseqüência
dessa inclusão das diversas narrativas e verdades, uma característica que se evidencia no mundo
contemporâneo é a fragmentação e, junto à ela, a aceitação/inclusão das diferenças, assim como a
construção e permanente reconstrução de novas identidades. Diríamos que o mundo contemporâneo
constitui-se num tempo marcado pelamultiplicidade difusa que lhe caracteriza. O momento atual reco-
nhece a fragmentação, a efemeridade, a ambigüidade, as contradições, as descontinuidades, as múl-
tiplas verdades.
A partir disso, alguns traços marcantes adquirem notoriedade na sociedade atual, tais como:
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ARTE E CULTURA
Para melhor ilustrar esta contemporaneidade na qual estamos inseridos, que se apresenta tão múltipla,
fugaz, efêmera, composta de diversos paradoxos, Pereira expõe outros traços marcantes que nos in-
teressa serem aqui apresentados, mesmo que de maneira sucinta, a fim de enunciar que essas idéias,
presentes no contexto contemporâneo, muitas vezes, aparecem também nas obras de arte como forma
de discussão de temas e questões, ou mesmo em sua composição. Esses traços são:
O contexto atual caracteriza-se como um contexto complexo, múltiplo, indefinido, que toma rumos di-
versos, assim como o homem e mulher do nosso tempo, em crise, em transformação, em busca da
auto-afirmação e da prometida felicidade que o progresso não garantiu a todos.
Com o questionamento às metanarrativas, por exemplo, algumas características da arte que vinham-
se apresentando até então são postas em questão. Não há um estilo único a ser seguido e a arte rompe
fronteiras no que se refere às linguagens e aos materiais usados. A “verdade” não mais é única.
O questionamento às grandes metanarrativas significa a decadência ou, ao menos, não mais a supre-
macia das grandes idéias, valores e instituições ocidentais como Deus, verdade, família, cristianismo,
conhecimento científico, etc. - os discursos globais e totalizantes. Busca-se, junto a estes, também o
“desenvolvimento e valorização de temas antes considerados menores ou marginais em filosofia: de-
sejo, loucura, sexualidade, linguagem, poesia, sociedades primitivas, jogo, o cotidiano” (SANTOS,
2004, p. 73 – 74).
O cotidiano na arte contemporânea não aparece somente nos materiais e suportesusados como
também nos temas, nas questões que os artistas propõem através de suas obras. Há, por exemplo,
muitos artistas que falam de si, artistas fazendo histórias de vida, auto-referência, imbuídas de
tonalidades pessoais e íntimas. Um exemplo a que podemos nos referir é a artista Keila Alaver, que
sempre trabalhou com o tema auto- retrato.
Sua maneira de lidar com ele estabelece um comentário ao mesmotempo absurdo e irremediavelmente
sensato, a respeito do estranhamento e da sensação de solidão, de artificialismo e de distanciamento
que a sociedade contemporânea impinge a cada pessoa (CANTON, 2001, p. 69).
A obra “Karen, Sandra, Ellen, Eliane, Henry, Keila e Chico”, de 1996, trata de uma caixa de luz (bac-
klights), com imagens trabalhadas no computador em que sua fotografia se justapõe à imagem de
outras crianças, todas transformadas em bonecos autômatos, com expressões vazias, congeladas, re-
alizando atos cotidianos.
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ARTE E CULTURA
O cotidiano aparece também na discussão de temas como sexualidade, gênero, trabalho, temas soci-
ais, identidade e anonimato, entre tantos outros. Como exemplo, podemos citar o artista Hélio Melo,
que em
[...]suas séries intermináveis somam sapatos, recolhidos nas ruas, lixos e brechós da cidade. São sa-
patos únicos, sem pares, que o artista enfileira e compõe com outros, formando uma tapeçaria estra-
nha, cheia de história e, ao mesmo tempo, anonimato. Nesse colecionismo, o artista busca também
apontar a sociedade e o contexto de contraste entre riqueza e pobreza, estendendo ao trabalho aspec-
tos políticos. Seu trabalho recente inclui auto- imagens fotográficas inseridas em cenas inusitadas.
(CANTON, 2001, p. 65-66).
A cultura é uma dessas outras dimensões que passa a ser olhada como importante e significativa na
constituição dos sujeitos e das sociedades, na constituição do mundo contemporâneo. Por muito tempo,
ela foi olhada enquanto uma dimensão inferior às outras. Tínhamos um olhar naturalista sobre muitas
coisas e a criação divina e biológica foi destinada a definir e responder a muitas questões que hoje
passam a serem explicadas também pela cultura em que estamos inseridos.
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ARTE E CULTURA
1968) e os de contra-cultura, bem como os movimentos revolucionários de então. Com sua mobilização
mostraram que o que era “natural”, como a diferença homem-mulher, ou o que era (e é, para muitos
ainda) “anormal”, como o homossexualismo, não passava de construções sociais.
Assim, a cultura na qual o artista está mergulhado influencia no seu pensamento e na construção de
sua obra e, por conseqüência na compreensão do espectador. O artista reflete questões do seu tempo
e dos pensamentos dos homens e mulheres deste tempo. Ser artista não é dom divino ou natural, é
construção. O artista não é diferente dos outros, vive e trabalha diariamente como todos os outros
profissionais. Neste contexto, ele é visto enquanto um profissional, não mais o gênio criador, nem mais
um exímio artífice de sua técnica.
Sendo a criação uma construção do artista, que toma “emprestado” aquilo que está ao seu redor para
criar sua arte, incluindo o que a história deixou, o novo na arte não mais significa algo puramente criado,
distante do cotidiano. O artista apropria-se de elementos materiais e outras imagens já existentes, frutos
tanto da indústria cultural, como do mercado e dos elementos da cultura popular. Com isso, também
aproximam-se arte erudita e arte popular.
Uma das conseqüências de a arte ter-se livrado do desenvolvimento passo a passo era a liberdade de
buscar inspiração em toda parte: [...] ela agora não precisava restringir- se às belas-artes ou às artes
“elevadas”, mas também podia empregar o artesanato ou outras técnicas, materiais e temas culturais
“inferiores” onde lhe parecesse adequado (ARCHER, 2001, p. 155-156).
Hoje o artista não quer romper com o passado, como foi no Modernismo. Traz à sua arte a citação, a
apropriação, a colagem, valoriza os modelos de referência, “recombina” o que já existe e o apresenta
de outra maneira. “A citação podia aparecer sob inúmeras formas
cópia, pastiche, referência irônica, imitação, duplicação, e assim por diante –, mas por mais que seu
efeito fosse surpreendente, ela não poderia reivindicar a originalidade” (ARCHER, 2001, p. 156). Há
um reencontro com a tradição, buscando referências no passado, diferente do Modernismo, que ditava
o novo e o rompimento com a tradição.
Disso conclui-se também que, para ser contemporâneo, o artista não necessita expressar-se somente
a partir das linguagens recentes e nem somente pelas tecnologias mais atuais, “nem todo artista precisa
trabalhar com instalação, vídeo, performance ou intervenção para ser contemporâneo. Há aqueles que
seguem fiéis às mídias tradicionais
pintura, escultura, gravura ou desenho – e nem por isso são menos atuais” (ALBUQUERQUE, 2005g,
p. 40).
Um exemplo de artista que é contemporâneo na pintura é o artista Franz Ackermann. Ele é a prova de
que a pintura não morreu e de que, para ser contemporâneo não necessariamente era preciso estar no
campo da fotografia, ou do cinema, da arte conceitual, da instalação ou outra linguagem das mais
recentes.
Nos seus quadros de grande formato, que ocupam por vezes a totalidade do espaço, ele trabalha de
maneira sugestiva com a nossa percepção do mundo exterior, as suas estruturas, as suas cores, as
suas formas, as suas ilusões, os seus clichês cheios de associações (RIEMSCHNEIDER/GROSENICK,
s/d, p. 10).
Ackermann já trabalhou com pequenas aquarelas em formato “de bolso”, os “Mental Maps”. Mas a partir
de 1997, o artista trabalha cada vez mais com o conceito de pintura total.
Algumas pinturas são comprimidas pelas linhas das paredes ou são aplicadas directamente nas pare-
des, integradas num panorama espacial que provoca o efeito de um círculo cinematográfico sem fim.
No projecto <<Songline>>, 1998, Ackermann criou um módulo espacial transportável que rodeava e
fechava totalmente o espectador. A este trabalho acrescentam-se igualmente fotografias publicitárias,
e espelhos que reflectem as sugestões mediáticas da experiência do mundo e da sua problemática
(RIEMSCHNEIDER/GROSENICK, s/d, p. 10-11).
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ARTE E CULTURA
Outro exemplo de contemporâneo na pintura é a artista Karin Lambrecht. Suas obras tratam de pinturas
atípicas que lidam com terra, sangue de animais, tecidos queimados e/ou rasgados. Assim,
As cores de suas telas são extraídas não de tubos de tintas industrializadas, mas de pigmentos natu-
rais, indo desde os grãos de terra até o sangue derramado no abate de animais. Muitas vezes, essas
obras são realizadas ao ar livre, com a artista tomando uma vassoura como pincel, para depois deixá-
las ao relento, sujeitas à ação do sol, do vento e da chuva, que lhes vão alterando ainda mais a apa-
rência, como se fossem co-autores autônomos da obra, que não compartilham com a artista o rumo
que está sendo dado, como o tecido e a estrutura de madeira, as cores que vão sobre as telas perten-
cem ao mundo; não são elementos idealizados; trazem dele o peso, a textura, o cheiro. (FARIAS, 2002,
p. 56).
No contemporâneo, a idéia de autoria, tão marcada e valorizada durante todo o período da Arte Mo-
derna, começa a se dissipar no momento em que artistas propõem as suas criações em conjunto com
outros profissionais. “Até hoje, grande parte dos trabalhos que se utilizam de tecnologias de ponta
necessitam de parcerias com engenheiros, biólogos e programadores para serem viabilizados” (ALBU-
QUERQUE, 2005f, p. 34).
Também nessa idéia de dissipação da autoria, discute-se a participação do público. Muitas obras que
pedem a interação das pessoas, na Internet, por exemplo, muitas vezes não sabe o seu produto final,
no que vai resultar. É também a valorização do processo.
Ao se observar uma pintura de Rembrandt ou Monet, também não é possível enxergar todo o processo
criativo que está por trás dela. A diferença é que, para esses pintores, suas telas funcionavam como
síntese daquilo que buscavam exprimir, enquanto, para muitos artistas contemporâneos, o que resta
de seus trabalhos nem sempre tem o mesmo valor da experiência ou da idéia que os produziu (ALBU-
QUERQUE, 2005, p. 27).
O artista de hoje não mais se identifica com um estilo único ou participa de movimentos, até porque
eles quase não existem mais. Sua identidade também não é mais única.
A arte contemporânea é avessa à idéia de uniformidade. Mas essa não é uma particularidade da pro-
dução artística. A multiplicidade émarca dos tempos atuais, seja na ciência, na filosofia, na gastrono-
mia, na televisão. É o famoso „de tudo um pouco‟, que caracteriza quase todos os campos da cultura
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e permite que artistas e pensadores dêem vazão a múltiplas experiências, propostas e reflexões (AL-
BUQUERQUE, 2005b, p. 12).
A noção de identidade está diretamente ligada à idéia de sujeito. Da idéia de um sujeito moderno cen-
trado, “dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação” (HALL, 2003, p. 10), o qual é
buscado pela Modernidade, passamos a um sujeito sendo formado pelo seu entorno, em interação
social, nem sempre pertencente a uma única identidade. “O sujeito, previamente vivido como tendo
uma identidade unificada e estável, está tornando-se fragmentado; composto não de uma única, mas
de várias identidades,algumas vezes contraditórias ou não resolvidas” (HALL, 2003, p. 12).
O entendimento que tínhamos de uma identidade única, desde os nascimentos até a morte, coloca
uma idéia naturalista sobre nossa formação identitária e de sujeito.
A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso, à
medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confronta-
dos por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das
quais poderíamos nosidentificar - ao menos temporariamente (HALL, 2003, p.13).
A globalização foi fator fundamental que também fragmentou o sujeito e sua identidade, tanto cultural
quanto individual, assim como as tornou provisórias, de mudança constantee rápida. “As sociedades
da modernidade tardia são caracterizadas pela diferença; elas são atravessadas por diferentes divisões
e antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes posições do sujeito - isto é, identi-
dades” (HALL, 2003, p. 17).
Segundo SILVA, vivemos num mundo social no qual novas identidades culturais e sociais emergem,
se afirmam, apagando fronteiras, transgredindo proibições e tabus identitários, num tempo de delicio-
sos cruzamentos de fronteiras, de um fascinante processo de hibridização de identidades. É um privi-
légio, uma dádiva, umaalegria viver num tempo como esse, num tempo assim. (2003, p. 7).
Mas, ainda segundo ele, também estamos vivendo num mundo em que muitas pessoas sofrem exclu-
sões, um número altíssimo de pessoas estão excluídas de um projeto de umavida vivida com qualidade.
A diversidade/pluralidade entra com força enquanto uma das características mais marcantes também
da arte contemporânea, tanto no que se refere à escolha de materiaise suportes, quanto nas linguagens
artísticas.
Aí caracteriza-se outro item importante na arte de hoje: as fronteiras entre as linguagens quase não
existem ou são muito tênues, assim como misturam-se várias, dependendo daproposta do artista. “O
que os artistas propõem é justamente esta falta de limites. Não hámais clareza quanto às fronteiras do
campo artístico. Tudo é possível” (ALBUQUERQUE, 2005, p. 12). Não sendo a arte eclética só nas
categorias, as linguagens de hoje se misturam, dificultando a possibilidade de nominá-las.
Antes, cada linguagem estava voltada para si mesma: a pintura discutia elementos estritamente pictó-
ricos, a escultura questionavaelementos estritamente escultóricos e assim por diante. [...] Com acrise
da arte moderna, a gente passa a ter expressões que não sãonem escultura, nem pintura, nem dese-
nho, mas carregam vários desses elementos (FARIAS, 2005, p. 14).
Até o início do século XX, os artistas, não arriscavam muito quanto à escolha dos materiais usados e
nem na mistura deles. Nas artes visuais a pintura era pintura, não se agregava a ela outros recursos
como colagem, por exemplo. Os artistas mantinham a tradição de usar tintas para a pintura; gesso,
argila, bronze (em separado) para esculturas. Os movimentos das vanguardas históricas (Cubismo,
Dadaísmo, Surrealismo, etc.), mostraram toda a sua força como movimentos que iniciaram o processo
de ruptura formal dos limites na arte.
A artista Nora Correas ao criar a instalação Instalación América para a Cidade dos Contêineres na III
Bienal do Mercosul, em 2001, apresenta um exemplo de que as linguagens não têm fronteiras delimi-
tadas.
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Nela, a artista apresentou suas idéias de questionamento à violência através do recurso do objeto:
vários revólveres de brinquedo instalados nas duas laterais do contêiner. Na mesma instalação, à
frente, uma produção em vídeo mostrava cenas fragmentadas e repetidas de violência. Ao entrar no
contêiner opúblico também ouvia sons de tiros, gritos, horrores da violência, intercalados de um silêncio
agoniante, quase mortal.
A aceitação às diferenças e à diversidade também levou a arte à propostas diferentes no que se refere
ao espaço da obra.
Hoje, as obras não são mais somente aquelas que encontramos nos espaços de museus e galerias.
Ampliam-se as possibilidades em que se realiza a obra: espaço urbano, parques, desertos, rios.
A idéia de aproximar a arte da vida inspirou um número expressivode artistas a levar o seu trabalho
para as ruas, principalmente a partir dos anos 60, a pretensa neutralidade dos espaçosexpositivos
tradicionais – o chamado “cubo branco” do museu e dagaleria – foi deixada de lado em prol da profusão
de elementos e interferências que a cidade proporcionava. A proposta consistia emproduzir trabalhos
que se relacionassem intimamente com o contexto onde eram criados. Nem todos, entretanto, volta-
ram-se para a urbe. Houve quem buscasse locais mais afastados, como desertos e praias, produzindo
trabalhos que muitas vezes só podiam ser observados por meio de filmes e fotografias (ALBUQUER-
QUE, 2005e, p. 44).
A arte em lugares públicos é criada a partir de sua plena relação com o ambiente, deonde retira
sua razão de ser. Ela dialoga com o espaço, anterior à sua realização, durantee também com o espec-
tador que a vivencia.
Esta forma de trabalho exige uma pesquisa prévia do lugar a que se destina, a fim de conhecê-lo em
profundidade, em vários níveis de informação e como deveria ser a resposta escultural “a habilidade
estética, nível e espécie de fisicalidade, gestualidade, utilidade ou inutilidade, se escultural ou arquite-
tural, ou ainda simplesmente plantando uma árvore ou nada fazendo”. (BARROS,1999, p. 89).
A intervenção urbana tem sido uma linguagem bastante explorada pelos artistas contemporâneos. Os
espaços públicos das cidades tornam-se locais de troca, convivência e experiência entre o artista, sua
obra e o público passante.
Christo, artista que explora uma nova perspectiva artística, propõe ações de“empacotamento” em pré-
dios, pontes, monumentos, parques, etc., interferindo no olhar cotidiano das pessoas sobre estes lo-
cais, recriando “um estado de curiosidade em relaçãoa fatores ambientais que haviam se tornado cos-
tumeiros e, portanto, desinteressantes.” (ARGAN, 1992, p. 589).
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ARTE E CULTURA
Além de os artistas levarem a sua arte para a rua e outros ambientes, reconfigurando o espaço e o
suporte das obras, também as artes de agora se propõem a adotar e a acolher, de maneira afirmativa
a fragmentação e a efemeridade.
O primeiro aspecto percebido em que a fragmentação está presente na arte é o fato de cada artista
criar seu próprio universo. Por isso, “é impossível falar em tendências ou movimentos na arte de hoje.
Muito menos em uniformidade. A fragmentação é um dado do nosso tempo. Daí a imagem do arquipé-
lago. No início do século, você até identificava vertentes, mas hoje é complicado fazer reduções”. (FA-
RIAS, 2005, p. 14).
Agnaldo Farias explicita a idéia de arquipélago dizendo que a arte contemporânea,embora possuindo
suas matrizes em outros tempos históricos, “avança num número tal de direções e é construído por
obras tão singulares que [...] sugere um arquipélago” (FARIAS, 2002, p. 19). A idéia de arquipélago é
também porque as manifestações artísticas atuais fogem das grandes reduções e valorizam as dife-
renças. “Um arquipélago porque cada boa obra engendra uma ilha, com topografia, atmosfera e vege-
tação particulares, eventualmente semelhante a outra ilha, mas sem confundir-se com ela. Percorrê-la
com cuidado equivale a vivenciá-la, perceber o que só ela oferece” (FARIAS, 2002, p. 20).
Mas a fragmentação não aparece na arte somente desta forma. As próprias criações artísticas não são
totalmente narrativas: os elementos visuais e o tema aparecem muitas vezes em ritmos descontínuos,
fragmentados (mas nem por isso deixam de apresentar uma totalidade), o que exige uma leitura e uma
sensibilidade mais apurada para sua compreensão.
A efemeridade, talvez a característica mais desconcertante na arte visual contemporânea é uma ca-
racterística fortemente presente no mundo atual, nos mais diferentes âmbitos no cotidiano, nas rela-
ções, nos valores, na medicina, no trabalho, no mercado. A efemeridade na arte apresenta-se tanto na
escolha de materiais quanto nas linguagens que o artista escolhe: a performance, o happening, as
instalações, são linguagens da artecontemporâneas que expressam algo do momento. O registro fica
através de vídeos, fotos, documentos e, às vezes, não há registro algum. Muitas instalações são rein-
ventadas a cada nova exposição, pois o espaço é outro.
Os materiais inusitados são constantemente recorridos nas criações contemporâneas. Vik Muniz, por
exemplo, consagrou-se fazendo suas criações com comida.
É o caso de uma de suas obras “Séries Imagens de Chocolate”, em que o artista retrata várias pessoas
“desenhadas” com chocolate. E depois fotografa. Aqui o artista nos coloca outra questão: “estamos
diante do registro de uma obra? Ou o registro é a obra em si?” (FARIAS, 2002, p. 75).
Os artistas, desde os primórdios, utilizam-se para criar dos mais diversos recursos, tanto tecnológicos
quanto outros, gerados pelos processos da globalização e pelo crescimento edescobertas científicas e
tecnológicas.
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ARTE E CULTURA
Pela globalização recente a arte contemporânea é interferida pela troca/interferência de conceitos, cul-
turas, signos, símbolos. Ampliam-se e multiplicam-se as possibilidades de aproximação das diferentes
culturas. Nunca antes foi possível uma proximidade entre culturas num espaço de tempo tão curto e
tão rápido. Isso não significa dizer que não temos mais centros hegemônicos. Ao contrário, aglobaliza-
ção crescente foi gerando uma maior centralidade.
O que acontece, neste tempo atual é que novas tecnologias são criadas num espaço de tempo cada
vez mais curto entre uma e outra e o artista está constantemente recorrendo a elas para expressar
suas questões. “Após a revolução industrial, no século XVIII e a microeletrônica no século XX, essas
relações se intensificam muito” (ALBUQUERQUE, 2005, p. 34). E, quando as experiências com as
tecnologias deste período já estavam sendo mais exploradas, surgem novas tecnologias e criações “a
partir dos anos 60 com a invenção do computador e do videoteipe. Mais tarde, tecnologias como o fax
e o xerox também foram incorporados pelos artistas” (ALBUQUERQUE, 2005f, p. 34-35),disseminando-
se nas décadas seguintes com uma rapidez e aceitação bastante significativa no meio artístico.
Porém, as crescentes e intermináveis descobertas em diferentes campos não param por aí, e surgem
cada vez mais rápido. “Dos anos 90 para cá, recursos como o desenvolvimento de softwares, a mani-
pulação genética, a robótica, a telepresença e até mesmo a cirurgia plástica passam a ser empregadas
em criações que desafiam os limites entre arte e ciência” (ALBUQUERQUE, 2005f, p. 35).
Conforme Domingues:
Hoje, tudo passa pelas tecnologias: a religião, a indústria, a ciência, a educação, entre outros campos
da atividade humana, estão utilizando intensamente as redes de comunicação, a informação computa-
dorizada; e a humanidade está marcada pelos desafios políticos, econômicos e sociais decorrentes
das tecnologias. A arte tecnológica também assume essa relação diretacom a vida, gerando produ-
ções que levam o homem a repensarsua própria condição humana (1997, p. 17).
As novas tecnologias tornam-se um meio de criação para a arte. Nela o artista precisa operar com os
códigos próprios para que a obra seja significativa, sem perder de vista a poética, encontrando manei-
ras criativas de falar de aspectos e temas relevantes econtemporâneos. Os caminhos da experiência
estética com as novas tecnologias sealteram, uma vez que modificados os meios para expressão, os
dispositivos são outros, que acenam uma
[...]arte da participação, de interação, da comunicação planetária [...] Fala-se no fim da arte da repre-
sentação em favor de uma arteinterativa que é basicamente comportamental e que não pode se encer-
rar em objetos acabados como numa escultura, pintura, fotografia ou outro suporte material, nem
mesmo no cinema ou novídeo em seus formatos habituais que impedem o diálogo transformador (DO-
MINGUES, 1997, p. 17-18).
A exposição Ciberarte: zonas de interação, organizada para a II Bienal do Mercosul, em Porto Alegre,
é toda marcada a partir de propostas interativas da arte e da tecnologia e desta arte com o espectador.
No campo das ciberinstalações, por exemplo,
[...]é oferecida a exploração física de ambientes de instalações interativas que contam com sistemas e
interfaces para a aquisição e comunicação de dados em produções criativas com processamento de
sinais: toque, sopro, calor ou outro tipo de sinalsão traduzidos em paradigmas computacionais. A inte-
ração nos ambientes propicia diálogos dos sistemas naturais e sistemas artificiais através da linguagem
numérica. O corpo em sua atividade performática desencadeia relações com uma “obra dispositivo” e
entra numa exploração física e psíquica do ambiente.(DOMINGUES, 2000, p. 41).
Nesta exposição, a proposta de Edmond Couchot e Michel Bret consistia em soprar sobre uma imagem.
Na parte de baixo da tela, ligada a um computador, há uma flor dedente-de-leão. Quando se sopre a
flor, por meio de um captor colocado em cima de uma placa transparente, solta-se uma grandequanti-
dade de aquênios que voam com o vento. Cada flor se desmancha de certa maneira, rápida ou lenta-
mente [...] (DOMINGUES, 2000, p. 44).
O que acontece é uma interação entre um objeto virtual dentro do computador e um elemento estranho,
o sopro do espectador. “Não há pena, não há flor, não há movimentono espaço virtual do computador,
e também não existem imagens sem esse sopro real, incitante. Cada experiência é única.” (DOMIN-
GUES, 2000, p. 44).
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ARTE E CULTURA
Já na década de 1920, aparecem as primeiras obras dadaístas, em que o público era instigado a agir
de forma mais direta. Numa exposição o artista Max Ernest “exibiu uma de suas esculturas ao lado de
um machado. A proposição era clara: caso não gostasse da obra, o visitante estava autorizado a des-
truí-la” (ALBUQUERQUE, 2005d, p. 19).
Hélio Oiticica, por exemplo, propõe obras que giram em torno da participação do espectador, de formas
variadas, seja pela contemplação, pela participação direta, seja pela participação emotiva ou experi-
mental. Na participação experimental, Hélio Oiticica criou os parangolés que,
Este processo estimula corpo e cabeça, explorando a imaginação: ohomem habita o imaginário. Sem
renunciar a nenhuma fonte, a participação em Oiticica é dolorosamente lúcida. (JUSTINO, 1998,p.
123).
O corpo também se torna suporte da obra com muito mais freqüência que antes, sua participação não
é mais só para contemplar ou interferir na obra, e sim, em algumas linguagens, ser o próprio suporte.
Entram nesta categoria as performances, a body art.
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ARTE E CULTURA
Para a compreensão da arte de hoje todos os sentidos são necessários. O corpo como umtodo é cha-
mado a envolver-se. Esta postura difere da arte anterior, uma vez que, no trajeto da modernidade,
campos extremamente significativos e importantes para a condição humana foram sendo esquecidos
e excluídos e o sensível foi deixado de lado pormuito tempo.
Há também, junto a isso, uma característica da arte que a trata de forma intelectualizada, ao mesmo
tempo em que continua a exigir um espectador sensível. Assim como tem envolvido mais o corpo,
também exigem do espectador uma compreensão e um conhecimento mais ampliado do mundo, do-
tado de uma capacidade que, além de compreender fatos históricos e atuais e estar ao par dos acon-
tecimentos e descobertas nos mais diferentes âmbitos, também seja capaz de estabelecer relações
entre vivência/conhecimento/obra.
Uma obra que exemplifica essa relação de conhecimento histórico e social de hoje e de outrora é a
obra “Missão/Missões (Como Construir Catedrais)” de 1987 feita por Cildo Meirelles. Esta obra, con-
feccionada com 600 mil moedas, 800 hóstias e 2 mil ossos é umainstalação de alto impacto dramático
e retrata as “missões jesuíticas, no qual o alto custo de conversão dos índios combinou-se com uma
violência que quase os exterminou” (FARIAS, 2002, p. 72). O nervo do projeto é feito de hóstias que
liga o chão de ouro ao céu macabro, discutindo relações de poder da Igreja.
Estabelecendo os sentidos gerados entre a arte visual e o mundo contemporâneo, com suas múltiplas
características, é possível compreender que as criações artísticas e os maisdiferentes objetos e ele-
mentos da cultura visual são, portanto, meios de refletir ecompreender as formas de pensamento da
cultura da qual os produzem. Por esta razão, olhar para uma manifestação artística implica uma pene-
tração mais profunda do que a meramente visual, significa um olhar na sociedade e na vida da soci-
edade, olhar situadoe atento às nuances, cores, pensamentos, ações e diversidades que nela estão
contidas.
A escola tem sido um dos lugares possíveis de efervescência e discussão de tais questões, especi-
almente no que diz respeito ao ensino da arte. As grandes questões e características do mundo con-
temporâneo, que afetam diretamente o artista e a arte, também afetam a escola, os educandos e o
ensino que nela se pretende efetivar.
É importante que, tanto os professores quanto os estudantes busquem entender ocontexto em que a
arte foi criada, o que permite perceber a ligação da arte com a vida e atribuir-lhe maior significado,
estabelecendo diálogos que se fazem importantes e constitutivos de sentidos. Essas compreensões
são necessárias para que seja possível a efetivação da aprendizagem das artes visuais contemporâ-
neas nas escolas, mediadapelos professores, para que estes sejam capazes de proporcionar situa-
ções de aprendizagens que ampliem o repertório das crianças e jovens no que se refere ao mundo
contemporâneo e que possam vivenciar de maneira mais efetiva a arte de seu tempo, compreendendo
melhor o mundo em que vivem.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Meios de Comunicação
A partir do desenvolvimento da ciência e das novas tecnologias, os meios de comunicação têm avan-
çado significativamente, proporcionando a difusão dos conhecimentos e da comunicação no mundo.
Comunicação
Segundo a "Teoria da Comunicação", o emissor (locutor) é aquele que emite a mensagem e, por sua
vez, o receptor (interlocutor) é aquele que a recebe e a decodifica. O "canal de comunicação" designa
o local, ou o meio pelo qual a mensagem será enviada para o receptor.
Assim, os meios de comunicação social se aproximam do “canal”, na medida em que ele representa o
veículo entre o emissor e o receptor, que pode ser linguagem escrita, sonora, audiovisual, por exem-
plo, o jornal, revista (comunicação escrita), rádio e televisão (comunicação audiovisual), etc.
História
Se pensarmos que a história e origem dos meios de comunicação surgem da necessidade humana
de se expressar, a arte rupestre (desenhos primitivos dentro das cavernas ou grutas), característico
da pré-história, já aponta essa importância na vida dos homens.
Note que isso é justamente o que nos difere dos animais, ou seja, a criação de uma cultura (gerada
pela comunicação humana), posto que as espécies animais não possuem uma "linguagem" que os
permitam criar culturas, crenças e tradições, as quais serão passadas de geração em geração.
Feita essa afirmação, foram séculos de desenvolvimento até chegarmos ao ponto de comunicação
que chegamos, ou seja, na era das tecnologias da informação e da cultura de massa, onde esses
meios representam, em grande parte, fatores de desenvolvimento da sociedade humana, uma vez
que disseminou (e continua disseminando) o conhecimento pelo mundo, em diversos tempos e espa-
ços.
Depois da escrita, surgiram os suportes como o papiro, os pergaminhos, e mais tarde, os livros, que
no início era objeto de poucos, sendo difundido a partir da criação da imprensa no século XIV.
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação, de forma que os egípcios já uti-
lizavam para enviar documentos e cartas. Antigamente, as aves, como pombas e corvos, eram utiliza-
das para o envio das mensagens.
Com o desenvolvimento dos estudos sobre eletricidade, já no século XVIII, surge o telégrafo, instru-
mento ligado por fios e eletroímãs, baseado na emissão de impulsos eletromagnéticos, encarregado
de enviar mensagens a longas distâncias. Foi considerado uma das grandes revoluções dos meios
de comunicações sendo um dos primeiros sistemas modernos de comunicação.
Os telégrafos foram essencialmente utilizados pelos governos, sendo que a mensagem (escrita ou
visual) era transmitida por códigos, donde surge o Código Morse, inventado pelo pintor estadunidense
Samuel Morse (1791-1872).
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
No século XIX, o rádio e o telefone foram os principais meios de comunicação. Por meio de ondas
eletromagnéticas, o rádio foi criado e utilizado para propagar as informações, bem como servir de en-
tretenimento, com as músicas e radionovelas. Note que foi um importante instrumento de comunica-
ção utilizado durante os períodos de guerra.
Já o telefone, representou a evolução do telégrafo uma vez que representa um instrumento ligado por
fios, entretanto, que emite mensagens de voz a longas distâncias em tempo real, enquanto os telé-
grafos só enviavam desenhos ou mensagens de texto.
Todavia, diferente do telégrafo, esse meio de comunicação se expandiu sendo muito utilizado atual-
mente: telefone público, analógico, digital, sem fio e celulares.
No século XX, sem dúvida, a televisão e a internet foram (e continuam sendo) os principais meios de
comunicação.
A televisão é um instrumento de reprodução de som e imagem simultâneos, por meio de ondas ele-
tromagnéticas. Já a internet, representa um sistema global de redes de computadores que utiliza das
mais variadas tecnologias de rede: eletrônica, sem fio e óptica.
Pesquisas apontam que a televisão ainda é o meio de comunicação mais utilizado pelo homem, e,
em segundo lugar está a internet, que cada vez mais se expande pelo mundo no campo das comuni-
cações instantâneas.
Tipos
De acordo com o campo e atuação, existem dois tipos de meios de comunicação, a saber:
Massa: os meios de comunicação de massa, é mais ampla e externa, como intuito de comunicar um
grande número de pessoas, por exemplo, jornais, revistas, internet, televisão, rádio.
Classificações
Multimídias: reunião de diversos meios de comunicação diferentes (texto, áudio, vídeo, etc.).
Hipermídias: fusão de meios de comunicação por meio dos sistemas eletrônicos de comunicação, por
exemplo, CD - ROM, TV digital e internet.
Veículos de Comunicação
Os veículos de comunicação ou meios por onde são transmitidas as mensagens, tem como objetivo
dirigir estas mensagens ao público receptor das mais diversificadas formas. O melhor veículo é a
combinação de todos eles.
Entre os muitos veículos de comunicação existentes estão os impressos, auditivos, audiovisuais des-
tacados como os mais importantes.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Veículos ImpressosPodemos citar como veículos de comunicação impressos os jornais, revistas e pe-
riódicos especializados. Porém, entre os impressos o jornal é qual possui maior credibilidade. Tanto
entre veículos de comunicação em massa quanto na comunicação nas organizações, talvez por ser
um dos mais antigos meios de comunicação. Levando em conta sua linguagem fácil e ¨valiosa¨, trans-
formando-o muitas vezes em um formador de opiniões.
Veículos Auditivos:
O rádio possui a atenção principal neste tipo de veículo de comunicação, por ser o meio mais popular
por causa do seu preço baixo e englobar o publico de modo geral. Exemplo de seu uso pode-se citar
organizações de rádios corporativas, com a função simples de informas os funcionários de todos os
escalões sobre noticias diárias da organização.
Veículos Audiovisuais:
A TV é considerada o meio de comunicação mais eficaz, pois consegue incorporar em sua composi-
ção e transmissão de conteúdo a palavra escrita, efeitos sonoros e a inserção de imagens fixas ou
em movimentos. Dando ao campo da comunicação imensas possibilidades. Tvs corporativas assim
são de extrema importância e relativamente utilizadas como as rádios de organizações.
Comunicação DirigidaNão há uma massificação como no caso de revistas, jornais, televisão dentre
outros. Ou seja, não existe um instrumento de comunicação em massa. Assim, destinasse a públicos
específicos, pré-determinados.
“Ela não é uma nova área que começa a ser estudada agora, mas sim um segmento da comunicação
que só agora esta sendo reconhecido. Afinal, a “Comunicação Dirigida” é um meio ou instrumento
que o profissional de Relações Públicas, de Jornalismo e de Publicidade e propaganda sempre em-
pregou para a formação e orientação do público-alvo-objeto de sua atividade.¨
Mídia X Veículo
Existem vários meios e veículos de comunicação. Porém, nem sempre sabemos diferenciar suas ca-
racterísticas e atuações. Podemos dizer que a mídia é o meio que intermediará a mensagem, ou seja
ela que transmitirá a mensagem. Alguns tipos de meios de mídias:
- Rádio
- Televisão
- Cinema
- Meios eletrônicos
- Satélites
- Imprensa
- Revistas
Já o veículo se refere a empresa propriamente dita. Por exemplo, no meio televisão temos os veícu-
los SBT, Globo, Record e outros. No meio rádio temos as empresas Jovem Pan, CNN, Clube FM e
assim por diante. É importante sabermos essa diferença para que possamos elaborar nossos projetos
de forma clara.
Além disso, temos um outro termo que segue a mesma linha do meio e veículo que é o canal. Esse
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
canal é basicamente a forma com a sua divulgação será feita. Por exemplo, toda forma de mídia in-
terna, externa, impressa, material e outras.
Ter um planejamento bem delineado a respeito do que a sua empresa vai produzir, qual canal será
escolhido, para qual meio vai enviar ou qual veículo será responsável pela divulgação é essencial.
Todo o serviço publicitário tem o objetivo de atingir um público-alvo e assim ampliar os resultados da
sua empresa.
A agência Boa Imagem, está apta a desenvolver diversos serviços do segmento publicitário. Além
disso sabemos avaliar os melhores canais, meios e veículos de divulgação para o seu negocio.
Uma agência de propaganda se estrutura essencialmente em função das três principais etapas do
trabalho que presta: o atendimento/planejamento, a criação e a mídia.
Pode-se definir o profissional de Atendimento de uma Agência de Propaganda como aquele elemento
capaz de agir como Agência e pensar como Cliente.
Agir como Agência, tendo completo conhecimento das técnicas de comunicação, das múltiplas op-
ções de utilização dessas técnicas e da melhor forma de administrar as ações definidas. Pensar
como Cliente, tendo absoluto controle das informações da empresa e do mercado, agindo objetiva-
mente na busca de resultados, maximizando a utilização das verbas e orientando as técnicas de
mensuração de retorno para eventuais correções de rumo.
Fazer o cliente reagir perante o mercado, analisando seu posicionamento perante a concorrência, de-
finindo objetivos e aprovando as decisões estratégicas das ações a serem implementadas.
Fazer a Agência agir perante o desafio, analisando os objetivos propostos, criando alternativas e op-
ções de ação e implementando taticamente as decisões estratégicas sugeridas e aprovadas.
O Cliente espera de sua Agência uma participação efetiva na formulação de alternativas estratégicas,
no acompanhamento de desenvolvimento dos produtos e na análise das oportunidades de mercado.
Assumir ou não os riscos de envolvimento no Marketing do Cliente tem sido uma das questões mais
discutidas pela direção das Agências de Propaganda.
Visto por alguns como a única maneira de desenvolver um trabalho sério e profissional em comunica-
ção, tal fato é ainda encarado por outros como uma atitude preocupante, muito arriscada.
Enquanto, pelo lado do Cliente, o Atendimento é forçado a corresponder às expectativas cada vez
maiores de envolvimento profundo na vida do produto desde o seu nascimento, passando pelo de-
senvolvimento, até sua performance em campo, na Agência ele é cobrado exatamente no sentido in-
verso, na sua capacidade de rapidamente gerar campanhas, faturar e deixar o resto com o cliente.
Hoje, uma Agência só poderá colaborar eficientemente para o sucesso de seu Cliente se junto com
ele, quase como uma sociedade, pensar como Cliente e, por outro lado, o Cliente baseado na mesma
comunhão, deixá-la agir como Agência. E essa é a tarefa fundamental do Atendimento.
A criação é a fase da geração das idéias, dos temas, dos slogans, das expressões, dos textos, das
ilustrações, dos anúncios, dos filmes, dos sons e de todas as muitas formas de comunicação a serem
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
combinadas e empregadas na transmissão das melhores mensagens publicitárias para cada caso de
cada cliente, é setor de uma agência de propaganda, relacionada com a eleição de mensagens publi-
citárias.
Na maioria das agências, este serviço realizado por duplas de criação (redatores e desenhistas).
Após a criação, o anúncio é submetido à aprovação do cliente e passa, em seguida aos cuidados do
pessoal de arte e de produção.
A dupla de criação redator e diretor de arte trabalhando em conjunto é a célula dos departamentos de
criação. Ao receber o briefing do atendimento, a criação inicia o seu trabalho. Muitas vezes o pessoal
de dia, pesquisa e atendimento participa do processo de brainstorming.
Primeiro, relaciona-se toda e qualquer idéia sugerida, sem nenhuma preparação em avaliar a sua
adequação. Em uma segunda etapa, faz-se a seleção escolhendo-se as opções que melhor se en-
quadram dentro do briefing.
Esta avaliação de idéias, é importante verificar se elas podem ter vida longa, transformando-se em
filão de campanhas, ou se não permitem um desenvolvimento para continuidade, esgotando-se em si
mesmas.
Tudo o que é criado passa por ele antes de sair do departamento. Além da função técnica, faz tam-
bém a administração do seu departamento.
Dupla de Criação:
São aqueles que realmente fazem a campanha. É composta pelo redator e pelo diretor de arte, am-
bos também chamados de diretores de criação.
A mídia é a tarefa de seleção dos veículos de comunicação mais adequados para atingir o público-
alvo nos momentos mais propícios, evidentemente buscando-se a maneira mais econômica e indi-
cada para cada caso em particular.
Também cabe à mídia, após a seleção dos veículos mais acertados, as tarefas de execução, negoci-
ando e comprando espaços, autorizando as veiculações e fazendo seu controle.
Quando a agência é mais sofisticada, existem também áreas especializadas em pesquisa, produção
gráfica e eletrônica (som e imagem), tráfego (dos trabalhos por entre as áreas da agência) e até ou-
tras ferramentas de comunicação (relações públicas, promoção, merchandising, etc.)
Cada área da agência pode estar constituída de uma ou até de muitas dezenas de pessoas, depen-
dendo do tamanho e estrutura da empresa.
Quer viver todas alegrias e tristezas deste universo? Então, corre atrás meu amigo! A primeira coisa a
se pensar é em qual área você vai querer atuar.
Se você ainda não sabe quais são os departamentos de uma agência, confira aí, algumas divisões.
Não é uma divisão fixa e obrigatória, mas dá uma idéia de como funciona o fluxo de informação na
PP.
Atendimento O cliente chama, ou a gente corre atrás de uma nova conta. Isso aí é a responsabilidade
do atendimento. É essa pessoa que faz o contato junto ao cliente. Uma função básica e muito impor-
tante de quem atua neste cargo, está no briefing.
Não sabe o que é isso? Ta bom: é o resumo de todos os desejos, idéias, necessidades, argumenta-
ções, enfim, todas as informações sobre o trabalho a ser desenvolvido. O atendimento é quem busca
o que o cliente quer e apresenta o trabalho pronto e tem de estar sempre por dentro de tudo que
acontece na agência.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
A redação – Chamadas, títulos e a própria redação. Tudo que é texto ta na mão dessa gente. Escre-
ver até que é fácil, difícil é revisar, revisar e revisar. Afinal, por uma letra, o que era nunca, passa a
ser nuca, e já viu no que isso pode dar.
A direção de arte – Aqui a porca torce o rabo. É a transformação das idéias e conceitos em fotos,
traços e ilustrações. É onde a imagem se materializa. Muita criatividade e imaginação. É importante o
cuidado com a finalização dos arquivos.
Direção de criação – É quem coordena a dupla de criação parceria entre direção de arte e redação.
Aprova ou não a idéia em qualquer nível. Ele é quem coordena o processo de criação.
Mídia – É a pessoa que cuida de toda a utilização da verba do cliente. Faz o levantamento de como
investir e onde investir. Para esta campanha a gente usa outdoor ou busdoor? Fale com o mídia, que
ele tem a resposta.
Pesquisa – É de onde vem a referência e a informação. Vamos dizer que é daqui que sai a direção
para a idéia. Aqui nasce o roteiro para uma boa peça ou campanha.
RTVC – Que tanto de letrinha! Mas o serviço é simples de entender e difícil de executar. Com existe a
pessoa da produção que cuida do material gráfico, o RTVC é quem cuida das peças de mídia leia-se
rádio, TV e cinema. Responsabilidade e muita habilidade!
Produção: Depois de tudo pronto, conferido, revisado e abençoado no caso de peças impressas -, é
hora de ir para a gráfica. E é fundamental o acompanhamento da materialização da peça fora da
agência. Fotolito, gráfica, prova e todo os tramites.
O tráfego – Nem toda agência tem esse funcionário especificamente. Organizar o fluxo de trabalho,
essa a função de quem está neste cargo. Determinar quem faz, encaminhar o orçamento, coordenar
a entrada de cromos, a saída de arquivos. Tudo isso e, ainda, conseguir garantir um funcionamento
ágil e eficiente da criação em conjunto a todos outros departamentos.
Existem várias maneiras de se organizar os departamentos e funções de uma empresa de forma raci-
onal. Em geral, essa organização deve deixar claro três variáveis: a divisão do trabalho, a hierarquia
e as possibilidades de comunicação entre os departamentos.
A divisão do trabalho diz respeito a quem faz o que, ou qual é a função específica de cada departa-
mento e cargos dentro da estrutura. O nome do departamento ou do cargo deve deixar bem clara
essa questão.
A hierarquia é a relação de poder que existe entre os cargos e departamentos. Na imagem acima, os
que aparecem mas no alto do organograma têm poder sobre os que aparecem embaixo.
A comunicação deve ser livre entre os cargos e departamentos que estão no mesmo nível hierárquico
e o organograma deve deixar bem claro com quem deve ser feita a comunicação nos níveis diferen-
tes.
Dependendo do tamanho e da cultura da empresa, essas variáveis podem ser organizadas de manei-
ras diferentes. Os principais modelos para se fazer isso são:
Organograma Simples
Comum em organizações familiares e muito pequenas. Nesse modelo há apenas dois níveis hierár-
quicos, com o proprietário ou os sócios da empresa acima, e os demais colaboradores embaixo.
Como a empresa é formada por poucas pessoas, não há divisão muito clara das funções e todos po-
dem se comunicar com todos livremente.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Organograma Funcional
O mais comum modelo de estrutura organizacional é aquele que divide as funções da empresa em
um departamento. Nesse modelo as funções são muito bem separadas e cada departamento tem um
líder, que se comunica diretamente com seus superiores.
Organograma Divisional
Empresas grandes, com atuação em mais de uma região ou com produtos muito diferentes entre si, é
comum a organização da estrutura por divisões, cada uma delas contendo todo o pessoal necessário
para o desempenho de suas funções.
Organograma Matricial
São modelos mais complexos, que formam equipes multifuncionais, com pessoas com funções dife-
rentes trabalhando juntas.
No que diz respeito à hierarquia esse modelo respeita os mesmos princípios dos anteriores, mas em
relação à comunicação e à divisão do trabalho ele é bastante diferente. As agências de propaganda
têm privilegiado modelos desse tipo, pois ele coloca as diferentes funções da publicidade (atendi-
mento, planejamento, criação, mídia...) para trabalharem juntas em benefício de um projeto.
Organograma Em Células
Entendidos com um aperfeiçoamento natural do modelo matricial, além de alterar a divisão do traba-
lho (colocando pessoas com funções diferentes para trabalharem juntas) e a comunicação (fazendo
com que as pessoas façam parte de mais de uma estrutura ao mesmo tempo), alteram também a es-
trutura hierárquica, distribuindo o poder entre as matrizes, que se tornam células um pouco mais inde-
pendentes.
As estruturas por células são criadas para aperfeiçoar as relações laterais e resolver os problemas da
organização. (...) O objetivo da estrutura por células é explorar os potenciais intelectuais de todos os
funcionários envolvidos no processo, permitindo que as pessoas compartilhem experiências para ga-
nhar vantagens competitivas.
Ao pensarmos nos desafios dos profissionais de Comunicação para o próximo século, percebemos
que as suas atividades multifacetadas (institucional, mercadológica, estratégica, social, cultural etc.),
exercidas no mesmo campo de ação, a política de relacionamento das organizações, defronta-se com
uma realidade em constante processo de mutação, de aperfeiçoamentos tecnológicos e reestrutura-
ções administrativas que afetam diretamente as práticas e o cotidiano dos profissionais da comunica-
ção.
No caso específico dos profissionais de Relações Públicas, a questão das novas tecnologias da co-
municação, especialmente a Internet, impõe-se diretamente sobre as duas vertentes de sua atuação
como um profissional integrado à área de comunicação e da administração estratégica. Esta nova re-
alidade afeta tanto o nível de entendimento (comunicação com os diversos públicos das organiza-
ções) como a forma de gerenciamento nos negócios.
A assimilação dessas novas tecnologias acarreta benefícios técnicos e funcionais imediatos aos pro-
fissionais de Relações Públicas. A possibilidade de uso de uma mídia como a Intranet pode facilitar, e
muito, o planejamento das comunicações internas de uma empresa, acelerando a transmissão de in-
formações essenciais, e aproximando setores distantes ou isolados da organização.
Isso sem falar nos benefícios proporcionados, por.exemplo, pelas videoconferências ou por sof-
ters como o “Folio”, podem auxiliar na construção de ágeis bancos de dados, imprescindíveis para a
atuação destes profissionais.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Expandindo essa utilidade dos bancos de dados, por exemplo, uma das maiores autoridades em ne-
gociação do momento, William Ury, faz algumas considerações sobre a as possibilidades de aumento
da criatividade no processo decisório: “O uso da mídia eletrônica, como o e-mail, permite que muito
mais pessoas com pontos de vista diferentes sejam consultadas sobre as decisões.
Isso aumenta a possibilidade de soluções criativas. No futuro, espero que haja bancos de dados de
soluções criativas de negociações para uma ampla gama de problemas […] As pessoas poderão digi-
tar uma palavra-chave e receber uma gama de possibilidades para considerar a estruturação da me-
lhor solução”.
Porém, nem tudo é otimismo e espera pela praticidade do futuro. Assim como há uma reestruturação
social, econômica e tecnológica em curso, também é preciso notar que uma nova linguagem está se
estruturando, principalmente a partir da Internet, que parece constituir-se, atualmente, no maior desa-
fio da comunicação corporativa.
O domínio técnico deste meio de comunicação pode ser facilmente apreendido, mas a linguagem uti-
lizada não foi precedida, como em outras inovações tecnológicas, de manuais teóricos detalhados e
explicativos. Ela vem se constituindo na prática, no dia-a-dia, e como vêm notando alguns autores, as
consequências deste novo processo de comunicação precisam ser avaliadas.
Especialmente para aqueles que são encarregados da mediação entre os diversos interesses capa-
zes de influenciar o crescimento da organização, pois fatalmente se utilizarão dessa linguagem para
exercer suas tarefas junto aos ambientes externo e interno das empresas.
Em primeiro lugar, vale lembrar que o instrumental técnico, por si só, não criacondições favoráveis ou
desfavoráveis para as organizações. Na avalanche de textos.otimistas sobre o “estar plugado”, um
mundo interligado e uma rede mundial, muitas vezes esquecemos que “as ferramentas não determi-
nam o emprego que delas se faz.
Nós é que o fazemos. A mesma arma de fogo empregada em tiro ao alvo, ou para se proteger do ata-
que de um urso, pode servir para tirar a vida de outra pessoa. O mesmo carro utilizado para transpor-
tar pessoas em estado de emergência para um hospital pode conduzir à mutilação de si e dos outros.
A mesma televisão destinada a nos educar e engrandecer moralmente pode também nos rebaixar.
O walk-men que pode nos trazer todo um universo de música desconhecida, que poderia enriquecer,
alargar e desenvolver as sensibilidades, pode também causar danos físicos aos ouvidos de uma pes-
soa e ser verdadeiramente nefasto ao espírito humano”.
A Internet fez com que a “Rede” se colocasse no centro das tecnologias de comunicação, como notou
Lucien Sfez (1999). O autor procurou conceituar a Rede, e começa pelas suas atribuições mais ime-
diatas:
- A rede não é hierarquizada: ela é cibernética, e faz com que a ‘interação’ seja sua qualidade mais
sublinhada, base de seu poder de sedução;
- A entrada dos atores na rede não depende necessariamente de uma situação preestabelecida, mas
apenas da ação no tempo presente.
- Essas atribuições são importantes para a estruturação da linguagem que será utilizada pelos profis-
sionais da comunicação. Contudo, duas outras características ainda são fundamentais para a prática
comunicacional que se opera na rede.
- Em geral, a oralidade foi sendo gradativamente substituída pela escrita nas chamadas “sociedades
avançadas”. Saímos da civilização oral há um bom tempo, mas a Internet e o seu “modo de usar” veio
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desmentir em parte esta afirmação. A escrita tem o seu lugar no envio e recepção de mensagens ele-
trônicas, mas é a oralidade que molda as condições dessa conversação.
Estamos distantes aqui dos comunicados, memorandos, cartilhas e circulares, que sempre obedece-
ram mais ou menos a certas regras de construção formal avalizadas pela linguagem escrita.
Neste aspecto, a movimentação da informação pela rede encontra suas balizas na oralidade: seus
códigos assemelham-se muito mais a uma conversa entre parceiros do que algo a ser lido pela comu-
nidade. No entanto, cabe lembrar que esta linguagem ainda é escrita, e pode ser “estocada”, memori-
zada e arquivada nos intermediários, os PC’s, constituindo-se em “bibliotecas” informatizadas.
Outra peculiaridade desta forma de comunicação já vem sendo bem notada pelas organizações, de-
vido às consequências práticas que certamente já ocorreram em qualquer grupo de trabalho informa-
tizado.
Não é demais relembrar: há uma nítida oposição entre o público e o privado nos ambientes de rede.
Se, por um lado, a rede inter-relaciona interlocutores individuais, por outro lado as mensagens transi-
tam em um locus público, onde até mesmo os desinteressados imediatos podem ter (ou encontrar)
acesso.
Outros estudiosos têm levantado outras questões a respeito das novas formas de comunicação, con-
siderando que a conexão entre o espaço físico e social das organizações tem sido prejudicada pela
influência da mídia eletrônica: “…TV, computadores, teleconferências e publicações impressas, todas
aquelas que são usadas na comunicação das grandes organizações, apresentam a tendência de eli-
minar ou apagar cada vez mais as fronteiras entre a organização e o ambiente externo, alterando
nosso senso coletivo de espaço, integrando-o às maiores instituições de nossa sociedade… a linha
separando comunicações internas e externas ficou menos clara, e as mensagens das corporações
acabam inter-relacionadas”.
Este dilema também já vem sendo comprovado pelas grandes empresas: a General Motors, recente-
mente, tentou coordenar as mensagens internas aos seus funcionários com mensagens externas ao
público. Isto resultou em um discurso institucional que, sem diferenciações entre os públicos internos
e externos, apresentou-se repleto de raciocínios estranhos aos funcionários, com slogans definitivos
sobre a GM e palavras autojustificativas. Neste caso, os empregados da GM foram avaliados fora de
suas funções tradicionais, como se fossem advogados ou jornalistas.
Outra crítica que pode ser ouvida no dia-a-dia das organizações é quanto à despersonalização das
mediações entre as diversas instâncias internas e externas da vida corporativa. William Ury alerta
para essa faca de dois gumes que é o processo eletrônico de comunicação instaurado nas empresas:
“…talvez haja menos contato cara a cara.
Porém, o e-mail, por exemplo, permite que as pessoas se comuniquem em profundidade vencendo
barreiras hierárquicas […]. Quanto mais usamos meios eletrônicos de comunicação, mais precisamos
investir em relacionamentos pessoais e prestar atenção às pessoas com quem estamos lidando.
Afinal, não estamos lidando com computadores, e sim com seres humanos reais, de carne e osso,
que possuem emoções, percepções diferentes de uma mesma situação, crenças e atitudes distintas,
estilos de comunicação diferentes” Por outro lado, o mesmo autor ressalta que a despersonalização,
muitas vezes, apresenta a vantagem da separação entre a pessoa e o problema com que estamos
lidando.
Imagem Institucional
Construir uma boa reputação é importante para que as pessoas tenham confiança e enxerguem a
sua marca ou negócio de maneira positiva. Nesse sentido, todas as empresas, sejam elas grandes ou
pequenas, precisam zelar e desenvolver estratégias para ter uma excelente imagem institucional e se
manter competitivas no mercado.
Para uma oficina mecânica não é diferente. Ser vista com bons olhos é fundamental, uma vez que os
clientes deixam objetos de grande valor monetário e pessoal como carros e motos sob os cuidados
da empresa. E, obviamente, eles escolherão aquela que tem a melhor recomendação e avaliação do
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mercado. Por isso, é necessário desenvolver estratégias para cuidar corretamente da imagem corpo-
rativa.
A construção de uma imagem institucional positiva deve começar pelas suas raízes, ou seja, de den-
tro para fora. E, nesse sentido, desenvolver produtos e serviços de qualidade, que atendam satisfato-
riamente aos clientes, é o primeiro passo para obter sucesso e conquistar os consumidores.
Dessa maneira, as oficinas mecânicas devem trabalhar para oferecer serviços de primeira, com o ob-
jetivo de fazer com que as pessoas se sintam seguras ao deixar seus carros no estabelecimento e,
também, felizes e satisfeitas na hora de retirá-los.
Por isso, preze pela qualidade, desde o atendimento até o pós-venda, pois cada etapa cumprida com
sucesso será importante na construção de uma imagem sólida.
Sem gestores competentes é impossível ter uma boa reputação no mercado. Nesse sentido, é funda-
mental que o seu negócio contrate pessoas com pleno conhecimento do segmento, com experiência
e prontos para trabalharem em prol da satisfação dos clientes.
As oficinas mecânicas precisam ter gestores que conheçam a fundo o mercado automobilístico, as
novidades e tecnologias do setor, e que saibam transmitir os conhecimentos e organizar bem a
equipe.
O modelo de gestão desenvolvido dentro de uma oficina será essencial para o crescimento e reco-
nhecimento junto ao público e principais parceiros.
Você certamente deve conhecer alguma empresa pela excelente forma como ela trata e lida com os
seus funcionários, certo? Por isso, a relação das companhias com os seus colaboradores pode ultra-
passar os muros do local de trabalho.
Bons funcionários, que atendem e sabem responder prontamente às dúvidas dos clientes, podem ser
fundamentais para o público escolher uma oficina mecânica. Mas, para isso, é preciso que a empresa
invista e desenvolva ações de incentivo para os seus colaboradores.
Assim, as oficinas mecânicas podem ofertar cursos, treinamentos, incentivar os seus funcionários a
participarem de eventos, palestras e workshops sobre automobilismo e assuntos correlatos, além de
explicar claramente a importância de conquistar os clientes com um bom atendimento e um serviço
de qualidade.
E tão importante quanto essas ações, é preciso também criar um ambiente saudável, com bons ins-
trumentos e condições de trabalho, remunerações adequadas e tratamento igualitário para todos.
Esse excelente relacionamento entre empresa e colaborador pode se refletir em confiança e quali-
dade para o público.
Ter um plano de comunicação bem estruturado, sem dúvida, é essencial para que a corporação te-
nha visibilidade e seja reconhecida. Mas, dentre outros fatores, é preciso ter uma identidade visual
bem definida, que atraia a atenção dos consumidores e transmita a essência do seu negócio.
Assim, uma oficina mecânica precisa caprichar não somente na hora de resolver problemas nos car-
ros, mas também no momento de mostrar a sua cara.
Para isso, é necessário desenvolver um logotipo que traduza os principais pilares do negócio, paletas
de cores adequadas e que passem seriedade e credibilidade, além de organizar bem o próprio ambi-
ente, aplicando a identidade visual dentro da oficina.
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Com todos esses fatores bem alinhados e definidos, o público enxergará a sua oficina mecânica com
outros olhos. Dessa forma, a identidade visual poderá fazer toda a diferença para a construção de
uma boa reputação organizacional.
Com a democratização da internet e a popularização das redes sociais, os clientes têm buscado cada
vez mais informações sobre as marcas e empresas no ambiente online. Por isso, para ter visibilidade
e se aproximar ainda mais da grande massa, é fundamental marcar presença na web.
Pessoas que procuram oficinas mecânicas buscam, por exemplo, avaliações sobre os estabelecimen-
tos, e gostam de saber o que outras pessoas têm comentado sobre os serviços prestados, com o ob-
jetivo de encontrar o melhor lugar para levarem os seus veículos.
Por isso, é importante que a sua empresa tenha uma boa imagem institucional e saiba como utilizá-la
no ambiente digital e nas redes sociais. É uma excelente ferramenta para se aproximar e interagir
com as pessoas.
Dessa maneira, é preciso saber estruturar bem uma estratégia digital para fisgar os consumidores e
ressaltar os pontos positivos da empresa.
Gostou do artigo? A construção de uma imagem institucional sólida e positiva vai garantir o sucesso
da sua oficina mecânica, com aumento da quantidade de parceiros e clientes fidelizados. É impor-
tante ressaltar que tudo precisa estar muito bem amarrado, aliando o desenvolvimento de uma identi-
dade visual com as demais estratégias de visibilidade corporativa.
E agora que você sabe o quanto é importante zelar pela imagem institucional do seu negócio, apro-
veite para comentar o que você tem feito para construir uma boa reputação.
– Publicidade deriva de público (do latim publicus) e designa a qualidade do que é público. Significa o
ato de vulgarizar, de tornar público um fato, uma ideia.
– O termo propaganda deriva do latim propagare, que significa reproduzir por meio de mergulhia. Pro-
pagare deriva de pangere = enterrar, mergulhar, plantar.
A origem do termo propaganda da forma que o entendemos atualmente vem da aplicação de doutri-
nas religiosas ou princípios políticos. O termo foi utilizado pela Igreja Católica quando da criação da
Congregação da Propaganda, com a intenção de propagar a fé católica.
Para o CENP – Conselho Executivo de Normas Padrão (um do órgão regulamentador da comunica-
ção), publicidade e propaganda são sinônimos.
– Propaganda = Advertising
– Publicidade = Publicity
Comunicação Social
– Propaganda = Publicity
– Publicidade = Advertising
Fundamentação teórica
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Diversos livros que tratam de publicidade e propaganda unificam os termos e não investem em con-
ceitos para tentar diferenciar o assunto. Diversos autores brasileiros explicam os objetivos e proces-
sos de propaganda, mas não se concentram na diferenciação dos termos.
Na Conceito Ideal a compreensão sempre foi o ponto de vista de que dentro do universo da adminis-
tração de marketing. Nela existem os 4 pilares do Marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção.
Dentro do Mix de Promoção (ou “Comunicação de Marketing“) Kotler e Armstrong 2003 (9a Edição do
Princípios de Marketing) definem: Propaganda, Venda Pessoal, Promoção de Vendas, Relações Pú-
blicas e Marketing Direto.
Por eles a definição de Propaganda ficou assim: “Qualquer forma paga de apresentação e promoção
não pessoal de ideias, bens ou serviços, por um patrocinador identificado”. Essa definição vem de
uma tradução adaptada de D. Bennett – Dictionary of Marketing Terms, American Marketing Associa-
tion, 1995. No livro Marketing: Criando valor para clientes, Churchill e Peter seguem a mesma defini-
ção.
Para não dizer que seguimos apenas autores americanos em nossas fontes de pesquisa o livro que
apresenta a diferenciação de forma mais “clara” entre a propaganda e a publicidade é o Gestão de
Marketing, escrito pelos professores do Departamento de Mercadologia da FGV – EAESP e convida-
dos, Editora Saraiva 2003. Neste livro as definições:
Indo um pouco mais além, os autores ainda apresentam os tipos de propaganda (algo que você difi-
cilmente encontra em outras publicações direcionadas apenas a profissionais de publicidade e propa-
ganda):
Do ponto de vista prático os conceitos se misturam e nós usamos várias técnicas que poderiam estar
atreladas a uma ou outra definição para atingir o objetivo. Para o cliente propaganda ou publicidade?
tanto faz. O que importa é o resultado.
Copidesque
O copidesque é uma etapa da produção editorial que já foi muito comum em redações jornalísticas. A
palavra é emprestada do inglês “copy desk”, que quase saiu de circulação depois que os jornais bra-
sileiros, ainda no século XX, foram dispensando esse trabalho especializado e agregando suas tare-
fas às responsabilidades do redator.
Na redação web, o trabalho de copidesque reaparece com força total. Se é seu objetivo ser um bom
copidesque, saiba que você vai atuar para que os textos estejam adequados à estratégia de marke-
ting de conteúdo, além dos cuidados com a linguagem, propriamente.
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O trabalho de copidesque inclui as preocupações de um revisor com gramática, mas é mais amplo.
Sendo um copidesque, você tem permissão para reescrever boa parte do texto, se necessário. Muito
além da ortografia, o copidesque atua adicionando conteúdo relevante à redação, ajustando a estru-
tura, adequando a linguagem à persona, além de otimizar o texto para SEO.
Embora você também deva se preocupar com a finalização do material, isto é, acabamentos, forma-
tação, gramática etc., seu foco é a reescrita, principalmente considerando aspectos como coesão, co-
erência e a estrutura textual proposta pelo marketing de conteúdo: abertura, texto com intertítulos e
CTA (call to action).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, entre outras atribuições, é responsável por pa-
dronizar a formatação de documentos técnicos, visando facilitar a sua compreensão e o acesso ao
conhecimento científico.
Essa padronização acontece através das normas da ABNT que, juntas, abordam todos os aspectos
de formatação de trabalhos acadêmicos.
Assim, para ilustrar melhor o assunto, reunimos alguns exemplos de documentos corretamente edita-
dos conforme essas regras.
Conforme o exemplo acima, a capa deverá conter: nome da instituição de ensino, nome do autor, tí-
tulo e subtítulo do trabalho, número do volume (se houver mais de um), local e ano da entrega.
Além desses elementos, a folha de rosto deverá conter: a natureza do trabalho, seu objetivo e os no-
mes dos examinadores. A folha de aprovação, embora incomum na maioria dos trabalhos acadêmi-
cos, é obrigatória em monografias.
Ela deverá conter: nome do aluno, título, subtítulo, natureza e objetivo do trabalho, data da aprova-
ção, nota (opcional) e assinatura dos avaliadores.
Além das informações contidas no exemplo, a norma da ABNT indica que a extensão do resumo de-
verá ser de:
150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-
científicos
O resumo em língua estrangeira deverá ser a tradução fiel do resumo para o idioma selecionado e
seguirá a mesma formatação.
O sumário deverá mostrar em ordem os tópicos e subtópicos que serão abordados no trabalho, espe-
cificando o número da página de cada um. Essa paginação poderá ser:
pelo número da página em que o tópico começa a ser abordado (exemplo: 14)
pelo intervalo de páginas em que o tópico é abordado, separando os números por hífen (exemplo:
30-45)
pelos números das páginas em que se distribui a abordagem do tópico (exemplo: 27, 35, 64 ou 27-
30, 35-38, 64-70)
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A norma da ABNT sugere que a fonte de todo o texto seja de tamanho 12, com exceção das notas de
rodapé, citações de mais de três linhas, paginação e legendas de imagens, que deverão ser de me-
nor tamanho.
As folhas deverão adotar margem esquerda e superior de 3 cm, e direita e inferior de 2 cm.
notas de rodapé
referências
ficha catalográfica
Citações
As citações deverão conter as informações necessárias à identificação da fonte consultada. Elas po-
derão seguir as formatações contidas nos exemplos acima, atentando-se ao seguinte:
se a citação for feita fora de parênteses, como no exemplo 01, a identificação da fonte será em le-
tras maiúsculas e minúsculas
se a citação for feita dentro de parênteses, como no exemplo 02, a identificação da fonte será em
letras maiúsculas, somente
se a citação tiver mais de 3 linhas, como no exemplo 03, ela deverá obedecer um recuo de 4cm da
margem esquerda, ter espaçamento simples e o tamanho da fonte deverá ser menor do que o resto
do texto
citações dentro de citações, como no exemplo 04, deverão ser feitas dentro de aspas simples
Referências
As referências deverão conter as informações essenciais à identificação das fontes e, sempre que
possível, informações complementares que facilitem esse reconhecimento.
em nota de rodapé
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Elementos Opcionais
Além dos elementos obrigatórios citados acima, a ABNT prevê que os trabalhos acadêmicos poderão
conter elementos opcionais, a critério do autor ou da instituição de ensino.
Lombada
A lombada deverá conter o título do trabalho, nome do autor e eventuais informações que caracteri-
zem a obra (exemplo: Volume 2). Todas as informações deverão ser impressas no mesmo sentido da
lombada.
Errata e Epígrafe
A errata deverá conter a referência do trabalho seguida da identificação do erro, na forma do exemplo
acima.
Dedicatória e Agradecimentos
Comunicação visual
Comunicar significa transmitir uma mensagem, uma informação. A comunicação permite que os seres
humanos partilhem suas informações por meio de signos verbais e não verbais ou signos visuais. Os
signos são munidos de significados.
Os signos verbais têm como base as palavras escritas ou faladas. Os signos não verbais ou visuais
são dotados de outro tipo de código para transmitir uma mensagem, assim os desenhos, as fotogra-
fias, as cores, um sinal sonoro, as expressões corporais são apenas alguns dos exemplos de signos
não verbais.
Desse modo, a comunicação visual é todo meio de comunicação que se expressa por meio de signos
não verbais, ou seja, utilizando componentes visuais para transmitir o que deseja. Podemos encontrar
a gênese da comunicação visual nas pinturas rupestres feitas pelos homens primitivos.
Estamos constantemente rodeados de informações visuais, um exemplo disso pode ser as placas de
trânsito, as cores do semáforo, os pictogramas como as placas indicativas dos sanitários masculinos
e femininos, o cinema, especialmente o cinema mudo, e os anúncios em outdoor ou anúncios na tv
ou computador.
O uso de imagens para transmitir uma informação, muitas vezes, é mais eficaz que o uso de um texto
escrito, pois a imagem nos atinge de forma instantânea. O uso de um design de uma marca famosa,
por exemplo, dispensa o uso de um texto explicativo. Do mesmo modo a comunicação visual é es-
sencial na publicidade, pois exige um tempo menor para veicular uma ideia.
Assim para que entendamos a comunicação visual é necessário compreender sua gramática ou os
seus elementos da linguagem visual que compõe esse tipo de “texto”. A criação de uma imagem
pressupõe o uso de uma linguagem que são os elementos da linguagem visual. Um mapa, por exem-
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plo, é composto por elementos da linguagem visual como linhas, cores, contraste, ponto, textura, mo-
vimento entre outros. São a partir desses elementos que interpretamos o que cada mensagem deseja
nos transmitir.
A comunicação pela imagem parece de fácil decodificação, porém esse tipo de comunicação corres-
ponde à mesma complexidade da comunicação verbal. Uma grande vantagem da comunicação visual
é o fato de poder ser compartilhada e compreendida por pessoas de diferentes culturas, facilitando o
acesso de todos à comunicação.
Projeto Visual
A identidade visual de um produto ou empresa é fundamental nos dias atuais, pois, em muitas ocasi-
ões, a primeira impressão do público-alvo é construída através do logo e cores daquele produto.
Por isso, nos últimos anos a função do profissional ligado à área do Design Projeto Visual ganhou
uma importância significativa deixando de ter como área de atuação apenas a utilização de Pho-
toshop em agência de publicidade. Além disso, a valorização do designer gráfico deve continuar au-
mentando com o tempo.
O curso de Design com ênfase em Projeto Visual é uma graduação de nível superior com titulação de
bacharelado que se destina a formação de profissionais aptos para criar projetos de comunicação vi-
sual, desenhar logotipo, elaborar animações, planejamento e desenvolvimento de anúncios, atuar
com web design, cartazes e vinhetas para TV, comunicação visual de sites, blogs, entre outros. O fu-
turo designer poderá atuar em escritórios, agências de publicidade e propaganda, editoras, produto-
ras de vídeos, instituições públicas e empresas de eventos.
Se você quer começar a sua graduação em Design com ênfase em Projeto Visual, mas não tem dis-
ponibilidade de comparecer diariamente na instituição, uma boa opção é buscar pelo curso de Design
- Projeto Visual a distância. A modalidade de Design EAD é ideal para quem quer aliar os estudos
com a rotina. Quer saber mais detalhes sobre o que é Design com ênfase em Projeto Visual? Conte
com o Educa Mais Brasil e fique por dentro desse e de outros cursos de graduação.
A continuação acadêmica é uma importante ferramenta que um profissional tem para buscar um dife-
rencial no mercado de trabalho, visando melhores resultados para a carreira. Para aqueles que traba-
lham diretamente com o Design - Projeto Visual a situação não é diferente. Profissionais portadores
de diploma de nível superior na área têm a possibilidade de fazer uma especialização em diferentes
segmentos da área.
Os cursos de especialização têm duração média de 12 meses. Porém, esse período pode variar a de-
pender das diretrizes de cada instituição. Os interessados encontram pós em Design com ênfase em
Projeto Visual na modalidade presencial ou na modalidade EAD. Confira alguns cursos de pós-gradu-
ação na área:
- Computação e Multimídia;
- Design Digital;
A graduação conta com uma matriz curricular responsável por embasar o conhecimento teórico do
futuro designer gráfico em assuntos essenciais nas teorias da comunicação. A partir do segundo ano
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o estudante passa a ver disciplinas mais específicas do campo de atuação, sendo introduzido à pro-
gramas de edição de imagem. Confira algumas disciplinas da grade curricular de Design - Projeto Vi-
sual:
- Antropologia Visual;
- Computação Gráfica;
- Expressão Gráfica;
- Linguagem Fotográfica;
- Merchandising;
- Pesquisa de Mercado;
- Semiótica;
O Educa Mais Brasil oferece bolsas em Design para que você tenha a melhor capacitação em gran-
des instituições de ensino em todo o País, com a possibilidade de fazer toda a sua graduação em De-
sign - Projeto Visual com descontos na mensalidade!
Além de oportunidades para graduação, o programa oferece bolsas de estudo para graduação e pós-
graduação, bem como descontos para outros níveis de educação. Verifique a disponibilidade do
curso para sua região, faça sua inscrição gratuita, garanta seu estudo com o Educa Mais Brasil e
mude a história de sua vida!
A Editoração Eletrônica é uma área muito importante das que foram invadidas pelo computador, ofe-
recendo recursos desde a produção de textos à geração de imagens. Temos, de um lado, a tecnolo-
gia disponível e, de outro, a criatividade do usuário, sendo esta a única limitação para os trabalhos
que podem ser realizados.
Seu equivalente em inglês, "Desktop Publishing", quer dizer "editoração em cima de uma mesa". A
palavra "desktop", na microinformática, designa todo equipamento, sistema ou aplicação que possa
ser implementado no espaço útil de uma mesa de trabalho.
Na realidade, editoração eletrônica seria a tradução de "Eletronic Publishing", mas foi o nome que fi-
cou como "Desktop Publishing" em português, mesmo que literalmente tenham significado um pouco
diferente. O importante é saber que ambos designam todas as ferramentas do processo de editora-
ção sobre sua mesa de trabalho, e vamos encará-los daqui para frente como equivalentes.
Desktop Publishing (ou simplesmente DTP), pressupõe que se possa confeccionar publicações com
um sistema informático de pequeno porte, ou seja, usando um PC para todos os estágios da editora-
ção: criação, montagem e impressão.
Até há pouco tempo, essas ferramentas estiveram sob domínio de artesões e profissionais especiali-
zados que não trabalhavam necessariamente juntos e o processo de elaboração de uma publicação
envolvia diversas etapas como editoração, desenho e composição gráfica, composição tipográfica,
fotografia, análise de provas, separação de cores, nova análise e impressão final.
Os equipamentos utilizados eram caros e exigiam um alto nível de especialização das pessoas envol-
vidas. Tudo isso fazia com que todo esse processo ficasse restrito às editoras e, como conseqüência,
os escritores estavam separados de sua obra.
Hoje, qualquer pessoa com hardware e software pode publicar livros, catálogos, manuais, anúncios
publicitários etc. Qualquer usuário é capaz de atuar como editor e assim podemos produzir qualquer
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Já que a editoração eletrônica é uma das atividades mais complexas projetadas para uso em micro-
computadores, por que ela é tão atraente?
Porque, acima de tudo, ela permite que o usuário (originador do texto) produza artes-finais gráficas
num processo dinâmico e interativo, sem ter que passar pela grande quantidade de operações inter-
mediárias exigidas pelos processos convencionais. É o autor exprimindo suas idéias, recebendo ime-
diatamente uma mostra da aparência final da arte, cuja impressão pode ser feita em um curto espaço
de tempo para ser distribuída.
Os principais elementos da revolução da DTP foram, em primeiro lugar, o PC com interface gráfica
(GUI) proporcionada pelo WINDOWS: janelas, ícones e programas aplicativos; multitarefa; movimen-
tação livre de uma janela para outra. Depois, a popularização do uso (devido à redução do custo) das
impressoras a laser.
O SOFTWARE para DTP se constitui, na realidade, por uma coleção de aplicativos que permitirá a
prática desta arte. Podemos classificá-los em 4 grupos:
Esses softwares devem ser usados como ferramenta de apoio e não como formatadores. Eles são
vistos como uma forma mais rápida de digitar e corrigir os textos a serem editorados depois. Por isso,
devemos evitar: alinhamento de texto, inserção de espaços entre palavras, justificação de parágrafos,
inserção de sinais de destaque (bullets), numeração e separação de páginas, definição de margens,
definição de topologia de letras, cabeçalhos e rodapés etc.
A partir de meados de 1986, foi lançado o VENTURA PUBLISHER (Ventura Software da Xerox), que
é o software que utilizamos na Celepar.
Dificilmente são usados para digitação, edição ou revisão de texto. São usados basicamente para ex-
tração de textos e gráficos de outra fonte, desenho e impressão das páginas da publicação.
O WORD for Windows tem seu lugar na DTP: é fácil de aprender e operar, produz documentos de
alta qualidade, contém características de processador de textos e softwares de DTP como controle do
layout de página, várias famílias tipográficas, visualização da impressão na tela, importação de ima-
gens gráficas de muitos formatos (PCX, TIFF, PIC, BMP). Além de digitar e editar textos, verifica tam-
bém a ortografia.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
A editoração eletrônica num software específico de DTP tem maior controle dos elementos tipográfi-
cos, maior precisão em espaçamentos (kerning e alinhamentos), maior número de opções para tratar
imagens; normalmente, tem um conjunto de ferramentas de desenho e melhores recursos de cores.
Projeto Gráfico
A impressão causada pelo documento é muito importante e marca. Ele deve estar bem projetado
para transmitir as intenções do seu autor. Faça muito testes com todas as possibilidades.
Layout De Página
Disposição dos elementos (textos, gráficos, espaços) na página. Todos os elementos devem estar
relacionados entre si em EQUILÍBRIO.
Margens
Tipo
Elemento de layout de página mais importante, pois é a que causa mais impacto ao leitor.
As Famílias mais usadas são: Times Roman (para texto principal), Helvética (para títulos), Palatino,
Park Avenue. Estão disponíveis em vários tamanhos.
As famílias com serifas são mais fáceis de ler. Exemplos: Times Roman, Palatino, New Century Scho-
olbook. As famílias sem serifas possuem caracteres mais modernos e uniformes, como por exemplo:
Helvetica, Avant Garde, Optima, Universe. Use famílias com serifas para texto principal e famílias
sem serifas para títulos, sub-títulos, cercados por um bom espaço em branco.
Gráficos
Os gráficos (desenhos, diagramas, textos estilizados e imagens digitalizadas) podem ser importados
de muitas fontes: arq PIC (LOTUS), arq PCX (Paintbrush), arq EPS (Postscript), arq TIFF ( produzi-
dos por Scanners ou outros programas) e Bibliotecas ClipArts.
São linguagens especializadas para preparação de textos, gráficos e imagens para impressão. Au-
mentam a portabilidade do seu código e permitem que o aplicativo comunique à impressora como
construir uma página. São interpretadas, daí a lentidão na impressão.
POSTSCRIPT é uma PDL da Adobe Systems que se tornou um padrão. Possui a maior base de apli-
cativos e periféricos que a suportam (quase todas as impressoras laser possuem uma versão POS-
TSCRIPT).
As impressoras PCL (não PostScript) oferecem níveis de resolução e velocidade competitivos, mas
dispõem de um número menor de fontes internas, não graduáveis em escala.
A linguagem POSTSCRIPT é independente do hardware, podendo ser usada por qualquer dispositivo
de impressão que tenha seu interpretador.
A maioria dos programas gráficos e de texto dispõe de um driver PostScript para traduzir o código ori-
ginal do programa da sua aplicação para PS. A impressora laser inclui um interpretador que lê o ar-
quivo enviado e converte-o para um conjunto de instruções específicas da impressora.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os programas de DTP podem ser classificados em orientados para o documento, caso do VENTURA,
e orientados para páginas, caso do PAGEMAKER.
O arquivo de capítulo (CHAPTERS) é o projeto do documento. Ele contém a relação de todos os ar-
quivos de textos e onde posicioná-los, todos os arquivos de figuras, e a folha de estilo que deve ser
aplicada. É um software adequado para livros, catálogos, relatórios, manuais técnicos e outros docu-
mentos longos.
Automatiza a definição do formato das páginas, estando associada ao recurso de criação e definição
de folhas de estilo. Estas, por sua vez, contêm a descrição das características que são comuns a to-
das as páginas de um capítulo, memorizam os atributos principais dos blocos de textos e gráficos e
podem ser salvas e aproveitadas em outras publicações, facilitando assim o trabalho do operador na
confecção da página.
2- Diagramador de Página
Capacidade do programa de criar molduras (frames) onde serão inseridos os textos e as ilustrações a
diagramar. Os frames possuem vários atributos que podem ser modificados como margens e colunas.
O Ventura desenha automaticamente o primeiro frame, chamado de Página Básica.
Deve oferecer muitos recursos, visto que normalmente, numa publicação, a quantidade de blocos tex-
tuais é muito maior que de ilustrações, sendo sua diagramação mais trabalhosa. Os principais são:
Automatic text flow (corrida automática); Paragraph tagging (etiquetagem).
Implementação de alguns primitivos gráficos: linha, retângulo, círculo (figuras geométricas simples).
5- Editor de Texto
Depois que os blocos textuais já estiverem diagramados, é preferível editá-los dentro do próprio pro-
grama de DTP.
O VENTURA é um software muito versátil na importação de textos e visuais. Isto propicia que nosso
trabalho de editoração de um documento qualquer seja criativo, pois nos dá a oportunidade de utiliza-
ção de diversos recursos de outros softwares.
Quanto à software de apresentação, estamos na Celepar com o Power Point, que é muito fácil de
usar e possui ferramentas para criação de uma apresentação profissional. Esta pode ser feita em sli-
des, transparências ou eletronicamente (com ajuda de um data-display para a projeção). O Power
Point traz 160 templates para nós auxiliares na formatação dos nossos slides, bibliotecas clip-arts,
além de ferramentas de gráfico e desenho. Toda a apresentação é salva em um único arquivo.
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LEI 14.911
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do art. 23. § 7o, da Constituição
Estadual, decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1o As provas de concursos públicos estaduais, além das matérias específicas de cada carreira,
deverão conter questões atinentes à realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e
econômica do Estado de Goiás.
Art. 2o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua
publicação.
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Geografia, economia, história de Goias
A caça ao índio, a busca de riquezas minerais e a catequese foram, no final do século XVI,
responsáveis pela penetração do centro-oeste brasileiro, por meio de duas correntes humanas de
certa forma antagônicas: os bandeirantes, vindos do sul, ambicionavam escravos, ouro e pedras
preciosas; os jesuítas, vindos do norte, procuravam conquistar os índios para a fé católica e defendê-
los da sanha dos desbravadores. A história de Goiás repete essas linhas de força originais, como se
observa pelo permanente desejo de crescimento econômico e modernização, a par da profunda
religiosidade de seu povo.
Principal estado da região Centro-Oeste, com uma superfície de 340.165,9km2, Goiás limita-se ao
norte com o estado de Tocantins; a leste com a Bahia e Minas Gerais; ao sul com Mato Grosso do
Sul e Minas Gerais; e a oeste com Mato Grosso. A capital é Goiânia. Em seu território encontra-se
encravado o Distrito Federal.
Geologia E Relevo.
A maior parte do território goiano se caracteriza pelo relevo suave das chapadas e chapadões, entre
300 e 900m de altitude. Consiste de grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas cristalinas e
sedimentares. Cinco unidades compõem o quadro morfológico goiano: (1) o alto planalto cristalino;
(2) o planalto cristalino do rio Araguaia-Tocantins; (3) o planalto sedimentar do São Francisco; (4) o
planalto sedimentar do Paraná; e (5) a planície aluvial do médio Araguaia.
O alto planalto cristalino situa-se na porção leste de Goiás. Com mais de mil metros de altitude em
alguns pontos, forma o divisor de águas entre as bacias do Paranaíba e do Tocantins. É a mais
elevada unidade de relevo de toda a região Centro-Oeste. O planalto cristalino do Araguaia-Tocantins
ocupa o norte do estado. Tem altitudes mais reduzidas, em geral de 300 a 600m. O planalto
sedimentar do São Francisco, representada pela serra Geral de Goiás (no passado dito "Espigão
Mestre"), vasto chapadão arenítico, caracteriza a região nordeste do estado, na região limítrofe com a
Bahia. O planalto sedimentar do Paraná, extremo sudoeste do estado, é constituído por camadas
sedimentares e basálticas ligeiramente inclinadas, de que resulta um relevo de grandes planuras
escalonadas. A planície aluvial do médio Araguaia, na região limítrofe de Goiás e Mato Grosso, tem o
caráter de ampla planície de inundação, sujeita a deposição periódica de aluviões.
Clima.
Dois tipos climáticos caracterizam o estado de Goiás: o tropical, com verões chuvosos e invernos
secos; e o tropical de altitude. O primeiro domina a maior parte do estado. As temperaturas médias
anuais variam entre 23o C, ao norte, e 20o C, ao sul. Os totais pluviométricos oscilam entre 1.800mm,
a oeste, e 1.500mm, a leste, com forte contraste entre os meses de inverno, secos, e os de verão,
chuvosos.
O clima tropical de altitude aparece apenas na região do alto planalto cristalino (área de Anápolis,
Goiânia e Distrito Federal), onde, por efeito da maior altitude, se registram temperaturas em geral
mais baixas, embora o regime pluvial conserve a mesma oposição entre as estações chuvosa de
verão e seca de inverno.
Hidrografia.
A rede hidrográfica divide-se em duas bacias: uma delas é formada pelos rios que drenam para o rio
Paraná; a outra, pelos que escoam para o Tocantins ou para seu afluente, o Araguaia. O divisor de
águas entre as duas bacias passa pelo centro do estado e o atravessa de leste a oeste. O limite
oriental de Goiás segue o divisor de águas entre as bacias dos rios Tocantins e São Francisco e o
divisor de águas entre as bacias do Tocantins e do Paranaíba. Todos os rios apresentam regime
tropical, com cheias no semestre de verão, estação chuvosa.
Flora E Fauna.
A maior parte do território de Goiás é recoberta por vegetação característica do cerrado. As matas,
embora pouco desenvolvidas espacialmente, têm grande importância econômica para o estado, de
vez que constituem as áreas preferidas para a agricultura, em virtude da maior fertilidade do solo, em
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Geografia, economia, história de Goias
comparação com os solos do cerrado. A principal mancha florestal do estado se encontra no centro-
norte, na região chamada do Mato Grosso de Goiás, situada a oeste de Anápolis e Goiânia. Essa
área florestal é de grande relevância econômica porque apresenta solos férteis, derivados de rochas
efusivas. Entre as espécies vegetais predominantes estão o jatobá, a palmeira guariroba, que fornece
um palmito amargo muito apreciado no estado, o óleo vermelho, ou copaíba, o jacarandá e a canela.
Outras manchas florestais ocorrem nos vales dos rios Paranaíba, ao sul; Tocantins, a leste; e
Araguaia, a oeste. Boa parte dessas matas, especialmente no vale do rio Araguaia, assume uma
forma de transição entre o cerrado e a floresta denominada cerradão. Ocorrem aí espécies arbóreas
freqüentes na área do Mato Grosso de Goiás e outras, como o angico, a aroeira e a sucupira-
vermelha. Nas áreas dominadas pelo cerrado ocorrem as espécies típicas: lixeira, lobeira, pau-terra,
pequi, pau-de-colher-de-vaqueiro, pau-de-santo, barbatimão, quineira-branca e mangabeira.
A fauna de Goiás tem diversas espécies ameaçadas de extinção, quer pela ação predatória dos
caçadores, quer pelas queimadas e pelo envenenamento do solo com agrotóxicos. Estão entre elas o
lobo-guará, o cachorro-do-mato-vinagre, o tamanduá-bandeira, o veado-campeiro, o tatu-canastra, a
ariranha e o cervo. Outras espécies são a paca, a anta, o tatu-peludo, o tatu-galinha, o tamanduá-
mirim, a lontra, o cachorro-do-mato, a raposa-do-campo, a capivara, a onça, a suçuarana, a onça-
pintada, o bugio, a jaguatirica e diversos tipos de serpentes, como a sucuri e a jibóia. Também entre
as aves há espécies em extinção, como o tucano-rei, o urubu-rei e a arara-canindé. Há ainda várias
espécies de tucanos e araras, além de perdizes, emas, codornas, patos-selvagens, pombas-de-
bando, pombas-trocazes, jaós, mutuns e siriemas.
População
A palavra Goiás, originada do tupi, que designa a noção de "pessoas iguais, da mesma raça,
parentes", bem se aplica à solidariedade e ao espírito comunitário do povo goiano, comprovados
pelas obras sociais abundantes em praticamente todas as cidades do estado, destinadas a socorrer a
população carente.
Economia
Agricultura E Pecuária.
O setor agropecuário tem sido tradicionalmente a base da economia goiana. Nas três últimas
décadas do século XX, Goiás foi uma das regiões de fronteira agrícola mais expressivas do país. Em
muitas culturas, como soja, milho, arroz, feijão, tornou-se, naquele período, um dos maiores
produtores do país. A principal área agrícola e pastoril do estado é a região do Mato Grosso de
Goiás, onde se pratica uma agricultura diversificada, com arroz, milho, soja, feijão, algodão e
mandioca.
Apesar de possuir o segundo rebanho do país, Goiás observa uma tradição de baixa produtividade,
tanto em nível de fertilidade quanto de idade de abate dos animais, idade de primeira parição e
produção leiteira. A bovinocultura de corte representa um segmento de importância fundamental para
a economia do estado, tanto como fonte de divisas, pelos excedentes exportáveis, quanto pelo
expressivo contingente de mão-de-obra ocupado nessa atividade. Nos pastos plantados em antigos
terrenos florestais (invernadas) engordam-se bovinos, criados nas áreas de cerrado, e mantém-se um
rebanho de gado leiteiro. O vale do Paranaíba é a segunda região econômica de Goiás e maior
produtora de arroz e abacaxi. Cultivam-se também milho, soja, feijão e mandioca. É grande o
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Geografia, economia, história de Goias
Introduzida em 1980, a cultura foi aperfeiçoada pela obtenção de sementes adaptadas ao cerrado e
aplicação de calcário e outros elementos para combater a acidez do solo. Com o lançamento de
novas variedades de grãos mais resistentes à armazenagem e às pragas, registrou-se forte aumento
de produtividade. A cultura do milho é geralmente associada à criação de suínos e ao plantio de
feijão. A cana-de-açúcar e a mandioca têm caráter de lavouras de subsistência e servem ao fabrico
de farinha, aguardente e rapadura. O extrativismo vegetal inclui babaçu, casca de angico, pequi e
exploração de madeira, principalmente mogno.
Energia E Mineração.
A produção e distribuição de energia elétrica no estado está a cargo das Centrais Elétricas de Goiás
(Celg). As principais usinas hidrelétricas do estado são Cachoeira Dourada, São Domingos, ambas
da Celg, Serra da Mesa e Corumbá I, ambas de Furnas. Parte da energia produzida por Furnas
supere o Distrito Federal e a região Sudeste.
Indústria.
Para tirar partido de sua vocação agrícola e de seus recursos minerais, a indústria goiana concentrou
suas atividades inicialmente em bens de consumo não duráveis e, a partir da década de 1970, nos
bens intermediários e na indústria extrativa. Em meados da década de 1990, o desenvolvimento
industrial goiano era ainda incipiente, vulnerável aos constantes impactos negativos da conjuntura
econômica nacional. Tal fragilidade reduzia significativamente o dinamismo do setor secundário,
incapaz de beneficiar-se devidamente das vantagens proporcionadas pela agropecuária e pelas
imensas reservas minerais. Observava-se, porém, uma tendência à diversificação, principalmente em
setores da siderurgia.
Transporte E Comunicações.
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Geografia, economia, história de Goias
Tal como ocorreu no restante do país, o transporte ferroviário e fluvial em Goiás foi relegado a
segundo plano, devido à opção pelo transporte rodoviário. Na área de influência do corredor de
exportação goiano, os principais troncos utilizados para atingir os pontos de transbordo ferroviário,
sobretudo para a soja e o farelo, são: a BR-153, principal eixo de escoamento do norte de Goiás e de
Tocantins, interligado ao ponto de transbordo rodo-ferroviário de Anápolis; a GO-060, que liga
Aragarças a Goiânia, numa distância de 388km; a BR-020, que liga o nordeste de Goiás à região
oeste da Bahia e a Brasília, onde está instalado outro ponto de transbordo; a BR-060, que liga Santa
Rita do Araguaia/Rio Verde a Goiânia; a BR-452, que liga Rio Verde a Itumbiara, importante centro
produtor e beneficiador de grãos, e segue até Uberlândia MG, onde está instalada uma rede de
armazenagem de grande capacidade; e a BR-364-365, que liga Jataí a Uberlândia e atravessa a
cidade de São Simão, outra opção para o escoamento da produção do sudoeste goiano.
Os jornais de maior circulação são O Popular, a Tribuna de Goiás, o Diário Oficial do Estado e o
Diário do Município, em Goiânia. Em Anápolis, circulam A Imprensa e Tribuna de Anápolis; na antiga
capital, Goiás, circula o Cidade de Goiás. Há várias emissoras de rádio em AM e FM. A principal
emissora de televisão é a TV Anhangüera, pertencente à Organização Jaime Câmara.
História
Parece datar dessa época o episódio segundo o qual Bueno pedira aos índios que lhe mostrassem o
lugar de onde retiravam o ouro empregado em seus adornos. Diante da negativa, o bandeirante
despejou aguardente num recipiente e queimou-a, dizendo aos selvagens que o mesmo faria com a
água de todos os rios e nascentes, matando-os de sede, se não lhe fosse mostrada a mina.
Apavorados, os índios levaram-no à jazida e passaram a chamá-lo de Anhangüera, que significa
"diabo velho", nome com que Bueno e seu filho passaram à história. Depois disso, graças ao sucesso
da expedição do Anhangüera e de novas iniciativas dos reis portugueses para a descoberta das
riquezas do subsolo brasileiro, foram muitas as bandeiras que cortaram, em todas as direções, as
paragens goianas, algumas delas provenientes do Maranhão.
O objetivo das bandeiras era unicamente o descobrimento e a cata do ouro e outros metais
preciosos, pois na época um breve papal condenara a escravização do índio, talvez por influência das
inúmeras expedições religiosas que penetraram o solo goiano, a começar pela do frei Cristóvão de
Lisboa, que fundou uma missão religiosa na área do Tocantins (1625). As entradas e bandeiras
culminaram com a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva, o segundo Anhangüera, que em 1720,
juntamente com seus cunhados João Leite Ortiz e Domingos Rodrigues do Prado, requereu a João V
licença para penetrar os altos sertões e avançar pelos centros da América, em busca de minas de
ouro, prata e pedras preciosas. Pedia em troca a munificência real das passagens dos rios que
encontrassem.
No ano seguinte, o capitão-general de São Paulo, D. Rodrigo César de Meneses, mandou chamar
Bueno e estabeleceu com ele o ajuste de uma bandeira para localização e exploração da mina de
ouro descoberta por seu pai. Em pouco tempo, Bueno arregimentou uma poderosa bandeira, que
partiu de São Paulo em 3 de setembro de 1722, tomou o rumo do rio Grande e caminhou, sem
encontrar tropeços, até o rio Paranaíba. Feita a travessia, desviou-se para o nordeste, pelo espigão
do rio São Marcos, e foi atingir a lagoa Mestre d´Armas, poucos quilômetros acima do local onde hoje
se ergue Brasília. Em seguida, rompeu o divisor das águas, foi ter às margens do rio Maranhão,
ponto onde se cindiu a bandeira: parte dos seus integrantes desceu pelo grande rio, enquanto
Bartolomeu Bueno e seus seguidores caminharam para o sudoeste, à procura da região dos goiases.
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Geografia, economia, história de Goias
Em 21 de outubro de 1723, após mais de três anos nos chapadões, serras e matas, quando o
governo paulista já cogitava de mandar uma expedição em seu socorro, Bueno regressou e foi exibir
a D. Rodrigo amostras de ouro de várias minas descobertas.
Febre Do Ouro.
Munido de tais privilégios, Bueno retornou em seguida a Goiás e parou num sítio próximo à serra
Dourada, onde encontrou diversas minas e fundou o primeiro povoado em terras goianas, com o
nome de Barra, hoje Buenolândia. Achadas depois, a pouca distância, minas mais copiosas, para lá
se transportaram os moradores de Barra e fundaram, em 26 de julho de 1727, o arraial de Sant´Ana,
que mais tarde (1739) tomaria o nome de Vila Boa, corruptela de Vila Bueno, núcleo da cidade de
Goiás, sede do governo da capitania.
No final de 1733, em virtude de intrigas políticas entre o governo de São Paulo e o reino, Bueno foi
destituído de suas funções e substituído por Gregório Dias da Silva. A chegada do novo
superintendente a Goiás coincidiu com o descobrimento de importantes jazidas, mas a implantação
do imposto por capitação em vez dos antigos quintos deu motivo a graves motins e revoltas,
sobretudo nas minas do Norte.
Domínio Paulista.
Durante meio século (1730-1782) houve um só caminho para Goiás, o das bandeiras paulistas.
Estabeleceu-se, em 1736, comunicação regular de Vila Boa com o litoral sul, através de Paracatu e
São João del Rei, em Minas Gerais, até o Rio de Janeiro. A exploração das minas foi entregue aos
paulistas, que dominaram a região e se estabeleceram no alto do Tocantins, predominando no médio
Tocantins os contingentes humanos oriundos do norte. A interrupção da navegação acarretou o
truncamento das relações entre o centro e o norte e a decadência de grande parte das povoações
surgidas na zona dos afluentes do Tocantins.
A sociedade que se estruturou nas minas caracterizou-se pelo relaxamento dos costumes e pela
violência. Fugitivos por dívidas ou por passado criminal ali se refugiaram. Eram raros os casamentos,
e predominavam, ao longo do período colonial, as ligações livres. O grande número de escravos,
calculado entre 13.000 e 14.000 no ano de 1736, e a falta de mulheres brancas, conduziram à natural
miscigenação com as negras. Assim, no final do século XVIII, os brancos representavam a minoria no
contexto populacional (7.200 num total de cinqüenta mil habitantes), enquanto os mulatos constituíam
31% e os escravos, 41%. A população mameluca era inexpressiva, em conseqüência das restrições
legais ao amancebamento entre brancos e indígenas, e porque o ódio e ressentimento gerados pela
resistência do nativo à escravização impediram a miscigenação.
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Geografia, economia, história de Goias
Em 1754 sucedeu-lhe na administração José Xavier Botelho Távora, conde de São Miguel, e em
seguida João Manuel de Melo, que governou de 1759 até 1770 e deu os primeiros passos para a
franquia da navegação dos rios Araguaia e Tocantins, como meio de ligar ao resto do Brasil a
capitania de Goiás. Em 1772 assumiu o governo José de Almeida Vasconcelos Soveral e Carvalho,
barão de Mossâmedes e visconde da Lapa, o primeiro a se preocupar menos com o problema da
mineração e atentar mais para a administração da capitania. Estimulou a transferência de
trabalhadores para as atividades agrícolas, a catequese dos índios e a instrução pública, e edificou
no Araguaia o presídio São Pedro do Sul. Sua linha administrativa foi seguida por Luís da Cunha
Meneses, que lhe sucedeu em 1778, em cujo governo foi aberta a navegação daquele grande rio da
bacia Amazônica.
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ASPECTOS AMBIENTAIS
Aspectos Ambientais
O cerrado é um dos principais biomas do país, ocupa cerca de 22% de todo o território, mas sofre
com a ameaça constante de extinção, essa previsão pessimista é proveniente do atual quadro
ambiental em que se encontra o cerrado, no qual, aproximadamente 80% da biodiversidade já sofreu
alterações na fauna e flora, em Goiás a situação é mais agravante pois estimativas revelam que
cerca de 90% de todo bioma já se encontra alterado.
Por várias décadas o cerrado foi visto como impróprio à ocupação agropecuária, portanto inviável
economicamente, tal pensamento era devido às características de solo, muito ácido por causa da alta
concentração de hidróxido de alumínio e o tipo de vegetação, de árvores baixas e arbustos.
Porém, mais tarde, por volta da década de 70, a intensa mecanização e modernização do campo e a
introdução de culturas destinadas à exportação (as monoculturas) provocou uma intensa modificação
no espaço geográfico do cerrado.
Segundo dados da WWF (World Wide Foundation), cerca de 60% do cerrado goiano já foi retirado,
dando lugar a pastagens, 6% foram destinados à agricultura, 14% destinados à ocupação urbana e
construção de estradas, somente 19% de cerrado se encontra conservados. A devastação ambiental
no cerrado por falta de manejo florestal e outras medidas desenvolvem a preocupação do risco de a
recomposição se tornar irreversível.
A ação antrópica é o agente modificador das paisagens do cerrado, a constante destruição do bioma
provoca a extinção de animais, plantas e crescimento do número de erosões. A principal ação é a
agricultura que a cada ano abre mais áreas de cultivo, retirando a cobertura do cerrado, eliminando
aos poucos o bioma.
O cerrado é um bioma extremamente rico em fauna, flora, além de apresentar potencial hídrico,
muitas espécies de animais e plantas ainda não são conhecidas ou não foram catalogadas, no
entanto, sabe-se que são identificadas 837 espécies de aves, 197 de mamíferos, 180 de répteis, 113
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ASPECTOS AMBIENTAIS
de anfíbios e uma infinidade de insetos diferentes. O cerrado também é divisor de águas, possui uma
grande quantidade de água de superfície e subterrânea.
Compreender a identidade do goiano, esse ser do Cerrado, é uma forma de pensar melhor a ideia de
um Brasil Central ou de uma identidade de Centro-Oeste, unido, quem sabe, pela complexidade do
sertão, pela possibilidade do Cerrado, ambiental e culturalmente falando.
O que é ser goiano? Que bicho é esse com o qual agora começam a se preocupar os estudos
brasileiros em geral, desde o crescimento econômico até a novela Araguaia? Como se denominaria
esse matuto macunaímico que vive entre o sertão de Guimarães Rosa e as veredas de Carmo
Bernardes? Esse ET transformista, misto de agrário e urbano, roça e cidade, curral e concreto? Nós
de Goiás, que por tanto tempo vivemos à sombra da história definida pelo centro-sul do país, quem
somos, ou melhor, o que nos tornamos? É possível se pensar a mineiridade através de uma
construção ideologicamente traçada, como bem demonstram alguns estudos sobre o tema, bem
como por meio de uma cultura política marcada e referendada pelo aval nacional. É possível detectar
a nordestinidade através da redoma do cerco e da cerca em torno da miséria local e de muitas,
muitas lutas no campo. É mais que possível entender a hegemonia do centro-sul por sua
preponderância econômica e política no cenário nacional, determinando um poder aceito e absorvido
pelo país afora. Mas e a goianidade? Esse é um dos pontos que teremos que discutir para chegar a
um entendimento do que possa vir a ser a identidade cultural do goiano.
Goiás se parece muito com Minas Gerais, temos a mesma ausência do mar, o mesmo luar do sertão,
montanhas e minérios e achamos as coisas um "trem-bão" em cada coisa "boa demais da conta".
Mas o ouro nos legou heranças provinciais distintas. Portanto, para falar de Goiás é fundamental
notar que temos particularidades históricas que não nos deixa ser um mero reflexo das
transformações ocorridas em nível nacional. Nem por isso somos assim tão distintos. Para se
compreender esse processo de construção da identidade goiana é necessário retroceder pelos
caminhos dos viajantes europeus que passaram por Goiás no século XIX e deixaram uma imagem
que não explica a goianidade que aqui se pretende discutir, mas consegue deixar clara a ideia de
goianice, termo pejorativo com o qual se vislumbrou Goiás e sua gente. "Do lado de cima tem o
Tocantins, do lado direito as Minas Gerais, um pedacinho da Bahia, e nada demais, Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso sem Sul...". Qual o sentido para nós de Goiás o espaço Brasil Central ?
Histórica e culturalmente foi nos impingido uma herança e uma memória, como se tivéssemos
nascido de fato em 1722, e ficamos sem pai nem mãe. Esse buraco negro de nosso passado pré-
aurífero é apenas lembrado, tangenciado pela produção acadêmica, relegado ao rol do desinteresse.
Tudo começa com o ouro. Pior: tudo acaba também com o ouro.
Com o esgotamento do ciclo aurífero, criou-se um estigma de decadência que passou a permear
todas as análises que foram feitas sobre a história de Goiás. Hoje, peneiradas na bateia do tempo,
temos o duro cascalho da história, mesclado com as pedras no meio do caminho da interpretação, e
uma herança mineratória, registrada sob o signo atávico do ócio, do atraso, do isolamento. Os
viajantes que passaram por Goiás com seus olhos embotados de realidades europeias conseguiram
vislumbrar um aspecto comum: a decadência da capitania.
Esse estigma de terra do "atraso", da "decadência", do marasmo e do ócio, serviu para se identificar o
goiano – e criar o que chamaríamos de goianice – por vários séculos, até que outra construção e
outro estigma o substituísse, baseado na ideia de modernização em forma de progresso apregoada
após o movimento de 1930. Através do viés do progresso os arautos de 30 procuraram reconstruir a
imagem de Goiás e imprimir uma face mais contemporânea ao estado, o que poderia ser visto como
a tentativa de inserir a região na construção da nação.
Assim, a título de representação, a "goianice" nos remete à época em que a ideia de "decadência"
serviu para rotular o contexto da história de Goiás após a crise da mineração, enquanto que o que
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ASPECTOS AMBIENTAIS
Culturalmente, porém, somos fruto de uma mestiçagem maravilhosa, resultado dos elementos que
nos compuseram e nos legaram um potencial fantástico de traços culturais entre o índio nativo, o
negro africano e o branco europeu, traços estes que podem ser encontrados da literatura às artes
plásticas, passando pela música e pela dança. Somos o arquétipo do desejo da realização, a vida
comunitária dos índios que os hippies tentaram um dia adotar, somos a secular batucada e ritos
africanos, onde os Kalunga nos guardam desde tempos imemoriais. Somos a modinha lusitana nos
saraus de Vila Boa, o traço europeu nas óperas dos barracões de Meya Ponte, hoje Pirenópolis,
somos ainda a herança espanhola ou portuguesa das cavalhadas, a viga mestra do cristianismo na
procissão do fogaréu na Cidade de Goiás e somos mais ainda nós, os goianos, os homens pardos de
que nos falou Luiz Palacin, na catira, nas folias de reis e do divino ou na dança do congado de
Catalão.
Aprendemos a ser musicais, afromusicais, euromusicais, pardo musicais. Bandas como a Corporação
13 de Maio de Corumbá de Goiás ou a centenária Banda Phoenix de Pirenópolis reproduzem nossa
melhor herança musical dos séculos XVIII e XIX. As mãos autodidatas de Veiga Valle teceram arte
em santos barrocos de Meya Ponte a Vila Boa. Hugo de Carvalho Ramos traduziu a sociedade
agrária goiana com engenho e arte entre tropas e boiadas que foram depois conduzidas por Bernardo
Elis, Carmo Bernardes e José J. Veiga que lhe deram sobrevida, pela vida que cedo lhe faltou. Cora
nos deu poemas que transformaram a casa velha da ponte em um símbolo capaz de representar uma
cidade patrimônio mundial. D. J. Oliveira, Siron, Cléber, Ana Maria Pacheco, Poteiro, Roos, dentre
tantos nos traduzem para o mundo, mas foram buscar suas raízes em Confaloni e este nos índios.
Somos tanto frutos culturais de nosso processo histórico que o samba não se fixou tanto na cultura
local e talvez encontre eco na afirmação de Palacin de que o fim da escravidão quase não alterou em
nada nossa economia, pois tínhamos pouco mais de 4 mil escravos por todo o antigo território goiano.
Companhias de dança como a Quasar são capazes de atravessar mundos e falar a mesma
linguagem de outros povos no sentido contemporâneo da dança. São capazes de traduzir nossa
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ASPECTOS AMBIENTAIS
realidade de capital extremamente moderna em art déco dos anos 40 do século passado, cravada em
pleno interior que era Campinas, daí o fruto da capital mesclada ao interior, do urbano com o rural, do
sertão e do litoral, do campo e da cidade.
Assim, será a partir da rediscussão das ideias de "decadência" e de "atraso" que vislumbraremos a
construção da ideia de modernização enquanto progresso, buscando a identidade goiana, a
goianidade, que permeou toda a história de Goiás após o movimento de 30. Após 1930, era
necessário inserir a região na nação. O resgate que os grupos dominantes do pós-30 fizeram das
ideias acima expostas e o uso político-ideológico dessas mesmas ideias na construção da imagem de
"um novo tempo", de um "novo Goiás que emergia", de um "estado novo" que solucionaria os
problemas gerais do passado, de uma "nova capital" em consonância com os interesses dos grupos
políticos em ascensão, puderam traçar o perfil da goianidade que iria se transfigurar na brasilidade
apregoada no período.
Cientificamente, biogás é o nome comum dado a qualquer gás que foi produzido pela quebra
biológica da matéria orgânica na ausência de oxigênio. Normalmente consiste em uma mistura
gasosa composta principalmente de gás metano (CH4) e gás carbônico (CO2), com pequenas
quantidades de gás sulfídrico (H2S) e umidade.
Pode ser classificado como biocombustível por ser uma fonte de energia renovável, sendo uma forma
de obter energia que pode auxiliar o ser humano a se emancipar da dependência dos combustíveis
fósseis. O biogás pode ser usado como gás combustível em substituição ao gás natural ou gás de
petróleo (GLP). O biogás pode ser utilizado na geração de energia elétrica.
Após a obtenção do biogás o resíduo sólido dos biofermentadores pode ser utilizado como adubo
orgânico e o efluente líquido pode ser aplicado nas lavouras, como biofertilizante, sem problemas de
contaminação dos lençóis freáticos e contribuindo contra o efeito estufa.
O biogás já mostra seu potencial para se tornar um dos três grandes combustíveis no país. Por isso,
o seu progresso tem papel importante no equilíbrio entres as fontes de energia nacionais,
principalmente diante do aumento no consumo de eletricidade.
Atualmente, o Brasil tem se empenhado para manter o equilíbrio entre as suas fontes de energia
renováveis e tradicionais. As iniciativas para a produção do biogás ainda são lentas, principalmente
quando é feito um comparativo com o panorama internacional. A expectativa é que o investimento
neste setor resulte em reflexos significativos na matriz energética do país.
Quando o assunto são as emissões de gases do efeito estufa, o setor de energia fica entre as
principais preocupações do Brasil. A saída para reduzir esse impacto pode ser encontrada, também,
no desenvolvimento do biogás, que além de renovar a matriz energética brasileira, pode colaborar
com a ampliação dos estudos em energias renováveis.
O investimento das políticas públicas é um passo importante para garantir a manutenção dos
sistemas de fabricação do biogás, além de manter a liderança do país no cenário internacional. Goiás
sai na frente para dar sua contribuição técnica e cientifica quanto aos estudos do biogás.
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ASPECTOS AMBIENTAIS
Faculdade de Tecnologia de Brasília e a GTO Bioenergia e Meio Ambiente Ltda, que vai viabilizar
estudos de cunho técnico, econômico e financeiro para produção de biogás extraído de resíduos
orgânicos agroindustriais.
Investir no campo técnico é primordial, o acordo prevê a formação de um grupo de profissionais que
estudará, também, propostas de incentivos fiscais necessários para a consolidação do projeto.
Goiás vem se aprimorando cada vez mais na produção de energia limpa, e preciso iniciativas que
buscam investir e em parcerias, o Estado se consolida na produção de energia limpa no País.
Sustentabilidade é a missão de todos e mais, além de somar a economia do estado influi diretamente
na preservação do meio ambiente.
Uma das maiores vantagens da utilização do biogás é o emprego de resíduos orgânicos, antes
inutilizáveis, em sua produção. O lixo é a própria matéria-prima do combustível, o que contribui para
diminuir a poluição causada ao meio ambiente.
Preservar o meio ambiente e ainda garantir o desenvolvimento: este é o objetivo de todas as ações
que garantam a sustentabilidade ambiental. A manutenção das funções e componentes do
ecossistema, de modo sustentável, buscando a aquisição de medidas que sejam realistas para os
setores das atividades humanas. A ideia é conseguir o desenvolvimento em todos os campos, sem
que, para isso, seja necessário agredir o meio ambiente.
Sustentabilidade ambiental é uma característica que assume toda pessoa ou instituição que se
importa com a continuidade da vital. Em Goiás existe esta sensibilidade e preocupação. O governo do
Estado de Goiás nos deu uma prova de amor ao meio ambiente e respeito a todos os cidadão e as
nossas gerações.
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URBANIZAÇÃO
O sertão goiano era conhecido dos portugueses desde a expedição de Domingos Grou em 1580,
sendo regularmente percorrido por bandeiras e entradas ao longo do século XVII (Vianna 1961–1975,
vol. II.2, p. 75) Na mesma época, há evidências de sitiantes paulistas no atual sudeste do Estado
(Holanda 1981–1989, vol. I.1, p. 293) A descoberta de ouro na região provocou o desenvolvimento de
uma rede urbana na região, constituída essencialmente entre 1727 e 1743 e concentrada sobretudo
numa faixa leste-oeste entre as atuais cidades de Goiás e Paracatu. O sistema de estradas da
capitania, fundada em 1744, partia de um tronco principal, a Estrada do Nascente, ligando a sede em
Vila Boa (atual cidade de Goiás) a Meia Ponte (atual Pirenópolis). Daí, o caminho seguia inicialmente
o rumo sudeste, por Santa Luzia (atual Luziânia), ao passo que a Estrada da Bahia, originalmente
uma picada de contrabando, acabou por ser regularizada conectando a primeira a Couros (atual
Formosa). A partir dessas estradas — pouco mais do que caminhos de mulas —, o Norte da capitania
era acessível somente por picadas inconstantes descendo as inóspitas chapadas do Planalto Central.
O declínio do ciclo do ouro, que em Goiás se iniciou na década de 1770 (Bertran 2011, 252), levou ao
desaparecimento de alguns arraiais e à estagnação da maioriados demais. Nessa capitania, a
depressão econômica que se seguiu foi especialmente longa e severa (Furtado 1977, 107), o que
levou à designação do século XIX em Goiás como o “século do silêncio” (Garcia 2010, 11) No início
daquele século, de fato, a diocese de Goiás era a menos populosa da colônia (Simonsen 1937, v. II,
p. 328)
Urbanização
Excetuando-se Meia Ponte (ver Fig. 1) — importante encruzilhada comercial — no seu auge, nenhum
assentamento da província antes do século XX excedeu dez mil habitantes. Vila Boa estagnou em
8.000 moradores, ao passo que Santa Luzia, terceiro maior núcleo urbano de Goiás, não tinha mais
que três mil habitantes. A maioria das vilas e arraiais tinha apenas algumas centenas de pessoas.
Além disso, essa população mal podia ser denominada propriamente “urbana”, como sinalizou o
viajante francês Auguste de Saint-Hilaire em 1819:
[…] afora alguns trabalhadores braçais e comerciantes, todos os habitantes de Santa Luzia trabalham
a terra, e só vêm à cidade aos domingos e dias festivos; assim, durante a semana, não se vê
ninguém nas casas nem nas ruas (Saint-Hilaire 1848, 2:14)
A maioria das vilas goianas seguia o padrão canônico do arraial de mineração, assentado ao longo
de cristas de morros e nas proximidades dos cursos d’água de onde se extraía o ouro aluvial (Fig. 3).
A publicação do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, em 1936, contendo o famoso
capítulo “O semeador e o ladrilhador”, cristalizou uma interpretação desses arraiais como
“desleixados” (Holanda 1971), em contraposição ao caráter “ordenado” das cidades espanholas. Em
que pese o questionamento dessa visão a partir do final da década de 1960 — o livro Evolução
Urbana do Brasil, de Nestor Goulart Reis Filho, foi um marco nessa inflexão —, a reinterpretação da
urbanização brasileira como processo multifacetado foi demorado e, pode-se arriscar, incompleto.
Assim, algumas características dos assentamentos urbanos do período colonial continuaram a ser
consideradas como quase universais: implantação em topos ou cristas de morros, lotes estreitos e
profundos, casas geminadas evoluindo para sobrados com o enriquecimento de uma parte da
população.
Figura 3. Planta da Vila Boa de Goiás, c. 1790. Acervo do Museu Botânico Bocage, Lisboa
O sítio conhecido como Mestre d’Armas, que deu origem à atual Planaltina, foi mencionado pela
primeira vez num documento escrito em 1773 pelo secretário do governador da Capitania de Goiás,
de passagem pelo local (Bertran 2011, 289) Sabe- se, também, que as primeiras sesmarias na área
foram concedidas a partir de 1741, antes mesmo da fundação do arraial mais próximo, Couros
(Bertran 2011, 307)
O Planalto Central permaneceu, como já foi visto, num estado de estagnação demográfica e
econômica até os anos 1880. Essa foi uma época de intenso crescimento econômico no Centro-
Oeste, cujas população e renda per capita dobraram até o início do século XX (Buescu 1978, 233). A
pecuária exportadora foi o principal motor desse crescimento, que precedeu em várias décadas a
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URBANIZAÇÃO
chegada da ferrovia em Goiás, em 1912. Mesmo assim, a expansão da rede ferroviária parou em
1922 em Pires do Rio, 200 quilômetros ao sul de Santa Luzia, sendo retomada somente com a
construção de Goiânia.
Foi nesse contexto de desenvolvimento pecuarista que o sítio de Mestre d’Armas (Fig. 4) teve seu
auge. O local, cortado pelo ribeirão de mesmo nome, fica próximo à antiga Estrada Real dos
Goyazes, que ligava a capital à Bahia, a 950 metros dealtitude. Ao norte da estrada, uma borda de
chapada quase intransponível abriga a nascente do Rio Maranhão, principal afluente do Tocantins.
Ao sul do sítio estende-se o amplo vale do Rio São Bartolomeu, que corre rumo ao então despovoado
sudeste de Goiás. A vegetação nativa do cerrado já havia sido de longa data contaminada pela
invasão do capim-gordura, planta africana própria para a pecuária.
A Estrada da Bahia ainda era no final do século XIX a principal rota da área, ligando os dois núcleos
urbanos mais próximos, Corumbá de Goiás — 150 quilômetros para o oeste — e Couros — quarenta
quilômetros a leste. A antiga Contagem de São João das Três Barras, próxima ao vale do Maranhão,
era o estabelecimento governamental mais próximo de Mestre d’Armas.2 O mais antigo documento
que se conhece mencionando Planaltina, o relatório de 1773 da viagem do Governador D. José de
Almeida escrito por seu secretário Tomás de Souza (Bertran 2011, 289), indica que o sítio já era
habitado e conhecido pelo nome do ribeirão vizinho. Bertran (2011, 369) sugere que o nome Mestre
d’Armas decorra de um ferreiro ou professor de esgrima estabelecido às margens desse ribeirão por
volta de 1751. Antes mesmo dessa data, em 1741, já há sesmarias concedidas no local. A maioria
das cartas de sesmaria na área data de 1746 a 1772, ano em que Couros foi elevado à condição de
vila.
Fundação E Crescimento
O local escolhido para a doação (Fig. 5) parece pouco propício para o desenvolvimento de um núcleo
urbano. A vizinha vila de Couros já cumpria, desde finais do século XVIII, as funções administrativas
e comerciais urbanas para a região, e oferecia um pouso para os viajantes. Além disso, segundo o
historiador do Arquivo Público do Distrito Federal Elias Manoel da Silva (Silva 2012, 1), o pouso de
gado mais frequente na região era junto à Lagoa Bonita, cerca de sete quilômetros a norte e mais
próximo da estrada. Além disso, a Missão Cruls apontou em seu relatório que o sítio era pouco sadio:
tanto o Ribeirão Mestre d’Armas quanto o seu afluente, o Córrego do Atoleiro, são rasos — um metro
de profundidade, em média — e têm uma vazão pequena. Por isso, suas margens são pantanosas,
especialmente na larga várzea do Mestre d’Armas, e as suas águas são impróprias para consumo
(Cruls 1947, 128–129) Indícios arqueológicos (Barbo 2010, 178) e práticas atuais de ocupação das
fazendas, no entanto, indicam que a escolha de locais próximos a matas de galeria era habitual para
casas de fazenda, e que os seus construtores evitavam tanto as cristas muito expostas quanto a
adjacência imediata às estradas.
Ainda assim, o transporte parece ter tipo um papel relevante na localização do sítio. A distância de
Mestre d’Armas à estrada não devia exceder uma hora de caminhada.Além disso, situa-se no centro
de um triângulo cujos vértices são o pouso de gado da Lagoa Bonita, a nascente conhecida como
Águas Emendadas, e o ponto onde o Ribeirão Mestre d’Armas deságua no Rio São Bartolomeu.
Águas Emendadas é um extenso topo de chapada cuja nascente verte tanto para o sul no Córrego
Cortado, afluente do Mestre d’Armas, quanto para o norte no Córrego Vereda Grande, afluente do
Maranhão. Mesmo não sendo a Lagoa Dourada das lendas do século XVI, Águas Emendadas é,
portanto, a passagem mais fácil para o norte, conduzindo à distante (570 quilômetros) vila de
Natividade, antiga sede da Comarca do Norte de Goiás — atual Estado do Tocantins. O vale do Rio
São Bartolomeu e o do Descoberto, no qual ele deságua, formavam extensa área de pasto para o
gado. Além disso, fornecem uma passagem conveniente para o sul de Goiás, e daí para Paracatu, a
caminho do Rio de Janeiro.
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URBANIZAÇÃO
Essa passagem foi concretizada em 1838, com a abertura de um caminho ligando Couros a Santa
Luzia passando por Mestre d’Armas (Castro 1986, 20) (ver Fig. 1). Nesse mesmo ano, Mestre
d’Armas já era chamado de arraial e não mais de sítio, numa decisão da assembleia provincial
anexando o local à jurisdição da Vila dos Couros e desmembrando-o de Santa Luzia. A nomenclatura
indica que a essa altura o terreno doado à Igreja em Mestre d’Armas já possuía um parcelamento
residencial. Mais ainda, a decisão legislativa, que implicou dois outros sítios vizinhos, sugere que a
influência de Santa Luzia, terceiro maior núcleo urbano da província e antigo arraial aurífero, estava
decaindo ao longo do seu extremo norte. Em contrapartida, Couros se estabelecia como o polo
comercial mais ativo no leste da Província, devido aos curtumes que lhe deram nome, e que eram
alimentados pela pecuária dominante na região: note-se que dois dos três signatários da petição
aprovada pela legislatura eram residentes de Couros e proprietários de fazendas em Mestre d’Armas
(Castro 1986, 21).
Auge E Declínio
Nos anos seguintes, o arraial teve sua vinculação a Santa Luzia e Couros trocada repetidas vezes,
até que em 19 de agosto de 1859, foi constituído Distrito Municipal da Vila dos Couros. No entanto,
foi só em 1870 que recebeu o status correspondente de freguesia. Por essa ocasião, a capela foi
ampliada para comportar sacristia e consistório, e um registro local de nascimentos e óbitos foi
estabelecido. A paróquia ainda não era, todavia, considerada suficientemente importante para ser
regularmente curada, de acordo com o Anuário do Estado de Goiás para 1886.
Por fim, em 19 de março de 1891, a assembleia estadual erigiu Mestre d’Armas em vila. Tal decisão
pode ter sido um reconhecimento da importância crescente do local, que começava a competir com a
vizinha Formosa — novo nome da antiga Couros. De fato, o Anuário de 1910 (Azevedo 1910, 171–
172) não menciona Formosa, mas sim Mestre d’Armas, ao contrário do que fazia o Anuário de 1886.
O autor do Anuário de 1910 descreveu Mestre d’Armas em detalhe, atribuindo-lhe um milhar de
habitantes na área urbana e outros tantos na zona rural. Trata-se de números bastante incomuns
para a época, na qual 80% da população vivia no campo; caracterizaria, outrossim, um núcleo
comercial bastante ativo, contando possivelmente também com alguma atividade manufatureira. O
verbete cita ainda a existência de cem casas construídas em cinco ruas e duas praças, uma das
quais abriga a Igreja. Havia ainda doze oficinas e quatro lojas.
Goiás é uma das unidades federativas que integram a região Centro-Oeste. Sua extensão territorial é
de 340.103,467 quilômetros quadrados, correspondendo a 4% do território nacional. Conforme
contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
sua população totaliza 6.003.788 habitantes, distribuídos em 246 municípios, sendo o estado mais
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URBANIZAÇÃO
Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do oeste brasileiro, a população de Goiás
teve um aumento significativo, principalmente após o ano de 1950. Neste, segundo dados do IBGE,
havia 1.010.880 habitantes no estado, população essa que atingiu, conforme dados do mesmo
instituto, 6.003.788 habitantes em 2010.
Além do crescimento demográfico da população goiana, sendo que pessoas de vários locais do país
foram grandes responsáveis por tal ocorrência. Segundo dados do IBGE, aproximadamente 25% da
população de Goiás é composta por imigrantes, vindos principalmente, dos estados de Minas Gerais,
São Paulo, Maranhão, Bahia, Piauí, como também do Distrito Federal.
Pardos: 50,9%.
Brancos: 43,6%.
Negros: 5,3%
Indígenas: 0,2%.
Goiânia, a capital de Goiás, é a cidade mais populosa do estado, sua extensão territorial é de
aproximadamente 733 quilômetros quadrados, e possui 1.302.001 habitantes. Outras cidades
populosas do estado são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde
(176.424), Luziânia (174.531), Águas Lindas de Goiás (159.378), Valparaíso de Goiás (132.982),
Trindade (104.488), Formosa (100.085), Itumbiara (92.883).
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REALIDADE ÉTICA
1. Aspectos Gerais
O Estado de Goiás, situado a Leste da Região Centro-Oeste, possui uma área de 340.103.467 km²,
correspondendo 3,99% da área do território nacional e 21,17% da área da Região Centro-Oeste,
sendo assim o segundo maior estado da região. Tem como Capital a cidade de Goiânia.
De acordo com o censo 2010, realizado pelo IBGE, a população do Estado está assim distribuída:
Homens: 2.981.542
Mulheres: 3.022.503
Urbana: 5.421.069
Rural: 582.976
Goiás
Principal estado da região Centro-Oeste, com uma superfície de 340.103.467 km², o estado de Goiás
limitase ao norte com o estado de Tocantins; a leste com a Bahia e Minas Gerais; ao sul com Mato
Grosso do Sul e Minas Gerais; e a oeste com Mato Grosso. Sua capital é Goiânia. Em seu território
encontra-se encravado o Distrito Federal.
2. Aspectos Físicos
Geologia e relevo.
A maior parte do território goiano se caracteriza pelo relevo suave das chapadas e chapadões, entre
200 e 1.200 m de altitude. Consistem de grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas
cristalinas e sedimentares. Cinco unidades compõem o quadro morfológico goiano:
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REALIDADE ÉTICA
O alto planalto cristalino situa-se na porção leste de Goiás. Com mais de mil metros de altitude em
alguns pontos, forma o divisor de águas entre as bacias do Paranaíba e do Tocantins.
É a mais elevada unidade de relevo de toda a região Centro-Oeste. O planalto cristalino do Araguaia-
Tocantins ocupa o norte do estado. Tem altitudes mais reduzidas, em geral de 300 a 600 m. O
planalto sedimentar do São Francisco, representada pela serra Geral de Goiás (no passado dito
“Espigão Mestre”), vasto chapadão arenítico, caracteriza a região nordeste do estado, na região
limítrofe com a Bahia.
Clima
Dois tipos climáticos caracterizam o estado de Goiás: o tropical, com verões chuvosos e invernos
secos; e o tropical de altitude. O primeiro domina a maior parte do estado. As temperaturas médias
anuais variam entre 23ºC, ao norte, e 20ºC, ao sul. Os totais pluviométricos oscilam entre 1.800 mm,
a oeste, e 1.500 mm, a leste, com forte contraste entre os meses de inverno, secos, e os de verão,
chuvosos.
O clima tropical de altitude aparece apenas na região do alto planalto cristalino (área de Anápolis,
Goiânia e Distrito Federal), onde, por efeito da maior altitude, se registram temperaturas em geral
mais baixas, embora o regime pluvial conserve a mesma oposição entre as estações chuvosa de
verão e seca de inverno.
Hidrografia
A rede hidrográfica divide-se em duas bacias: uma delas é formada pelos rios que drenam para o rio
Paraná; a outra, pelos que escoam para o Tocantins ou para seu afluente, o Araguaia. O divisor de
águas entre as duas bacias passa pelo centro do estado e o atravessa de leste a oeste. O limite
oriental de Goiás segue o divisor de águas entre as bacias dos rios Tocantins e São Francisco e o
divisor de águas entre as bacias do Tocantins e do Paranaíba. Todos os rios apresentam regime
tropical, com cheias no semestre de verão, estação chuvosa.
Flora E Fauna
A maior parte do território de Goiás é recoberta por vegetação característica do cerrado. As matas,
embora pouco desenvolvidas espacialmente, têm grande importância econômica para o estado, de
vez que constituem as áreas preferidas para a agricultura, em virtude da maior fertilidade do solo, em
comparação com os solos do cerrado.
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GOIÁS
Goiás
Goiás (pronúncia em português: [goj'as]) é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se
a leste da Região Centro-Oeste, no Planalto Central brasileiro.
O seu território é de 340.257 km², sendo delimitado pelos estados do Mato Grosso do Sul a sudoes-
te, Mato Grosso a oeste, Tocantins a norte, Bahia a nordeste, Minas Gerais a leste, sudeste e sul e
pelo Distrito Federal a leste.
Goiânia é a capital e maior cidade do estado, assim como sede da Região Metropolitana de Goiânia,
a única no estado.
Outras cidades importantes, fora da região metropolitana de Goiânia, são: Aparecida de Goiania
Anápolis, Goianésia, Trindade (Goiás), Rio Verde, Itumbiara, Catalão, Luziânia, Águas Lindas de
Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Jataí, Porangatu, Caldas Novas e Niquelândia, que também
são as maiores cidades em população do interior do estado, além das cidades que compõem
o Entorno do Distrito Federal. Ao todo são 246 municípios.
Com 6,6 milhões de habitantes, é o estado mais populoso da Região Centro-Oeste e o 12º mais po-
puloso do país. Possui, ainda, a nona maior economia entre as unidades federativas brasileiras. Se-
gundo o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, em junho de 2011 registram-se 4 406 920 eleitores.
A história de Goiás remonta ao início do século XVIII, com a chegada dos bandeirantes vindos de
São Paulo, atraídos pela descoberta de minas de ouro. Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera,
liderou a primeira bandeira com a intenção de se fixar no território, que saiu de São Paulo em 3 de
julho de 1722.
A região do Rio Vermelho foi a primeira a ser ocupada, onde fundou-se Vila Boa (mais tarde renome-
ada para Cidade de Goiás), que serviu como capital do território durante 200 anos. O processo de
independência de Goiás se deu gradativamente, impulsionado pela formação de juntas administrati-
vas. O desenvolvimento e povoamento do estado deu-se, de forma mais intensificada, a partir da
mudança da capital para Goiânia, na década de 1930, e com a construção de Brasília, em 1960.
Etimologia
A origem do topônimo Goiás (anteriormente, Goyaz) é incerta e necessita de pesquisas mais apro-
fundadas. Usualmente, afirma-se que o termo viria da suposta tribo dos índios Goiases que teria habi-
tado a região próxima à Cidade de Goiás e se extinguido rapidamente.
Entretanto, não há qualquer vestígio físico ou imaterial da existência real de tal tribo.Há apenas rela-
tos distantes, esparsos e divergentes que apontam que haveria um mito entre os indígenas e cabo-
clos vicentinos, principais integrantes das bandeiras que iniciaram a ocupação de Goiás no século
XVIII, dizendo que haveria no interior do continente um povo chamado “Goyá” ou “Guaiana” que pos-
suía cerâmica e agricultura bem desenvolvidas e seriam parentes da Nação Tupi.
Daí o termo “Guaiá”, forma composta de “Gua” e “iá”, que em Tupi significa, entre outras possibilida-
des, "indivíduo igual", "pessoas de mesma origem". Isto nos leva a supor que quando as bandeiras
encontraram ouro na Serra Dourada, próximo à atual cidade de Goiás, o nome mítico "Guaiá" teria
sido empregado para denominar a área pelos indígenas paulistas, que também pertenciam ao grupo
Tupi.
Como os únicos integrantes dos Tupis na região eram os Avá-Canoeiros, podemos concluir que eles
tiveram na realidade contato com esta tribo.
Outra conclusão possível e que seriam Kaiapós.Assim, o topônimo “Goiás” viria de um engano dos
primeiros bandeirantes, motivado pelos mitos dos indígenas que compunham as bandeiras.
O nome Goiás, quando utilizado no meio de uma frase, dispensa o emprego de artigo, similarmente
ao que acontece na designação dos estados de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de Alagoas e
de Minas Gerais.
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GOIÁS
História
Os registros históricos mais antigos encontrados na região do atual estado de Goiás, foram datados
de cerca de 11 mil anos atrás, o que indica que a ocupação humana na área se iniciou há milhares de
anos. Grande parte dos sítios arqueológicos presentes no estado estão situados em Serranópolis.
Por conseguinte, o "homem Paranaíba" é tido como o primeiro representante humano que viveu na
área, pertencente ao grupo caçador-coletor. Outro grupo caçador-coletor que viveu na região foi o da
"Fase Serranópolis", cujo comportamento foi influenciado por mudanças climáticas, o que fez com
que este passasse a se alimentar de moluscos terrestres e dulcícolas, além de uma quantidade maior
de frutos.
Populações ceramistas também ocuparam o território goiano, em uma época em que o clima e a ve-
getação eram, supostamente, semelhantes aos atuais. Estas populações ceramistas viveram há cer-
ca de dois mil anos, e eram divididos em: Una, Aratu, Uru e Tupi-Guarani
A tradição Una, a mais antiga, habitava abrigos e grutas naturais. Alimentavam-se sobretudo de vege-
tais, e cultivavam milho, cabaça, amendoim, abóbora e algodão. Também foram responsáveis pelo
desenvolvimento da tecnologia da produção de vasilhames cerâmicos.
Já a população da tradição Uru só veio chegar ao território do atual estado, muito tempo após os
Aratus. Sua passagem pela pré-história goiana tornou-se conhecida através dos sítios arqueológicos
localizados no vale do Rio Araguaia e seus afluentes, datados do século XII. A mais recente das po-
pulações, os Tupi-Guaranis, é datada de 600 anos atrás. Estes viviam em aldeias superpopulosas,
dispersas na bacia do Alto Araguaia e na bacia do Tocantins.
Período Colonial
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GOIÁS
Aos tempos do descobrimento do Brasil pelos portugueses, a região do atual estado de Goiás era
habitada pelos índios Avás-canoeiros, tupi-guaranis e tapuias.
A ocupação do território goiano teve início com Catarina Silva e as expedições de aventureiros (ban-
deirantes) provenientes da Capitania de São Paulo. As Bandeiras objetivavam capturar índios que,
por sua vez, serviam como mão-de-obra escrava no desenvolvimento da agricultura e minas, tanto no
"território dos Goyazes" quanto na Capitania de São Paulo.
Além destas, outras expedições saíam do Pará, nas chamadas Descidas com vistas à catequese e ao
aldeamento dos índios da região.
Todas essas expedições tinham como rota o território do atual estado, mas não se dava a criação de
vilas permanentes e nem a manutenção de um notável número de população na região.
Com a descoberta de ouro na área, a ocupação efetiva se consolidou, tornando-se propriamente dita.
Devido à descoberta de ouro em Minas Gerais (próximo à Ouro Preto) e no Mato Grosso (próximo
à Cuiabá) entre 1698 e 1718, acreditava-se que a região também possuía abundância em minérios,
ideia que ganhou força com a crença, de origem renascentista, de que o ouro era mais abundante
quanto mais próximo da Linha do Equador e no sentido leste-oeste. Assim sendo, a busca por ouro
no território se intensificou cada vez mais, fazendo deste o foco das expedições dos Bandeirantes
pela região.
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1728 em Pirenópolis. O maior e mais anti-
go patrimônio histórico e eclesiástico, e maior exemplo barroco de Goiás.
Umas das Bandeiras mais importantes recebida pelo território goiano foi a liderada por Francisco
Bueno, a primeira a encontrar ouro nestas terras, em 1682, embora em pequena quantidade. A região
explorada por essa Bandeira estendeu-se das margens do Rio Araguaia até a região do atual municí-
pio de Anhanguera.
Bartolomeu Bueno da Silva, filho de Francisco Bueno e conhecido por Anhanguera (Diabo velho),
também fazia parte desta Bandeira. Segundo registros, Bartolomeu Bueno da Silva interessou-se pelo
ouro que adornava algumas índias de uma tribo, mas não obteve sucesso em obter informações con-
fiáveis sobre a localização exata desse ouro.
Para descobrir a localização, Anhanguera resolveu ameaçar pôr fogo nas fontes e rios da região,
utilizando aguardente para convencer os índios da tribo de que tinhas "poderes" e meios para fazer
isto acontecer. Apavorados, os índios levaram-no imediatamente às jazidas, surgindo assim o apelido
"Anhanguera" (Diabo Velho ou Feiticeiro).
O filho de Anhanguera, também chamado Bartolomeu Bueno da Silva, tentou retornar aos locais onde
seu pai havia passado, 40 anos após o acontecido. Bueno da Silva tinha como objetivo encontrar a
“Serra dos Martírios”, um lugar fantástico onde grandes cristais aflorariam, tendo formas semelhantes
a coroas, lanças e cravos, referentes à “Paixão de Cristo”.
Esse lugar, místico, nunca foi encontrado, mas este acabou chegando às regiões próximas ao rio
Vermelho, onde encontrou ouro em maior quantidade em 1722.Bartolomeu Bueno da Silva acabou
fixando-se na vila de Sant'Anna, em 1727, que mais tarde viria a se tornar a Vila Boa de Goyaz.
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Depois de seu retorno a São Paulo, onde apresentou os achados em terras goianas, Bueno da Silva
foi nomeado capitão-mor das "minas das terras do povo Goiá". Apesar disso, sua influência foi sendo
diminuída a medida que a administração régia se organizava na região. Acusado de sonegação de
rendas, Bueno da Silva perdeu direitos obtidos junto ao rei, falecendo pobre e sem poder em 1740.
O ouro explorado na área era retirado principalmente da superfície dos rios, através da peneiragem
do cascalho, se tornando escasso após 1770. A região passou a viver basicamente da pequena agri-
cultura de subsistência e de algumas atividades relativas à pecuária. Nesta época, as principais regi-
ões de Goiás exploradas pela Capitania de São Paulo eram o Centro-Sul (proximidades dos limites
com São Paulo).
O Alto Tocantins e o Norte da capitania, até os limites da cidade de Porto Nacional (hoje pertencente
ao Tocantins). Estas regiões, entretanto, só viriam a receber ocupação humana intensamente a partir
dos séculos XIX e XX, como resultado da ampliação da pecuária e agricultura.
O atual estado de Goiás foi administrado, no período colonial, pela Capitania de São Paulo, na época
a maior delas, estendendo-se do Uruguai até o atual estado de Rondônia. Todavia, seu poder não era
tão extenso e proeminente, ficando distante das populações e, também, dos rendimentos.
Assim sendo, foi criado através de alvará régio a Capitania de Goiás, desmembrada de São Paulo
em 1744, com a divisão efetivada em 1748. O primeiro governador da então Capitania de Go-
yaz foi Dom Marcos de Noronha, que passou a residir em Vila Boa de Goyaz.
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GOIÁS
Durante a maior parte do período colonial e imperial, os limites territoriais entre as capitanias e pro-
víncias não eram demarcados com exatidão, estando quase sempre definidos pelos limites das paró-
quias ou através de deliberações políticas oriundas do poder central.
Nesse período, Goiás foi uma das administrações a sofrer maiores perdas de território, com diversas
divisões. Duas perdas significativas de território marcaram Goiás na época colonial: O Triângulo Mi-
neiro e o Leste do Mato do Grosso.
A região que hoje corresponde ao Triângulo Mineiro pertenceu à capitania de Goiás, desde sua cria-
ção, em 1744, até 1816, pouco antes da independência brasileira.
A região foi incorporada a Minas Gerais devido a pressões pessoais de integrantes de grupos dirigen-
tes da região. Apesar de ter passado à hegemonia mineira, o Triângulo continuou sofrendo influência
goiana nas suas mais variadas ações, sobretudo na questão política.
Em 1861, a Assembleia Geral sediou uma das maiores discussões políticas à época, entre parlamen-
tares de Minas Gerais e de Goiás, por conta da tentativa mineira de ampliar ainda mais o território de
Minas Gerais, incorporando áreas do Sul Goiano e próximas ao Rio São Marcos, administradas pela
Capitania de Goiás.
As capitanias de Mato Grosso e Goyaz começaram as discussões acerca de seus limites territoriais
em 1753. Como resultado das discussões, ficou definido que o limite entre as duas capitanias seria a
partir do Rio das Mortes até o Rio Pardo, sendo que este último seria usado como o último limite entre
as duas, por sua localização quase na fronteira do Brasil com Bolívia. Em 1838, o Mato Grosso reini-
ciou as movimentações de contestação de limites territoriais, criando a vila de Sant'Ana do Paranaí-
ba, próximo ao limite pré-estabelecido com Goiás.
O caso foi tratado pela Assembleia Geral apenas em 1864, que criou uma legislação específica para
o entrave. A situação perdurou até a República Velha, com a criação do município
de Araguaia em 1913 por parte do Mato Grosso, e criação de Mineiros por parte de Goiás, o que cul-
minou no agravamento do conflito.
A questão ficou em suspenso até 1975, quando uma nova demarcação foi efetuada, durante
o Regime militar. A decisão final veio em 2001, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) demarcou,
por definitivo, a nascente "A" do Rio Araguaia como ponto de partida das linhas demarcatórias entre
os dois estados, resultando em perda territorial para Goiás.
Império
Expedição brasileira para Mato Grosso: Acampamento da divisão expedicionária nas matas virgens
de Goiás, na altura do Rio dos Bois.
De 1780 em diante, a Capitania de Goiás iniciou um processo de ruralização e regressão a uma eco-
nomia de subsistência, devido ao esgotamento das jazidas auríferas, o que causou graves problemas
financeiros, pela ausência de um produto básico rentável.
Os portugueses agiram ativamente para tentar reverter essa situação, incentivando e promovendo a
agricultura na região.
Todavia, a ação não gerou resultados positivos, já que os agricultores temiam o pagamento de dízi-
mos. Outros motivos que contribuíram para o fracasso da iniciativa foi a ausência de um mercado
consumidor, dificuldade de exportação sobretudo pela ausência de um sistema viário - e a falta de
interesse dos mineiros pelo trabalho agrícola, pouco rentável.
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GOIÁS
Quando o Brasil conquistou a independência, em 1822, a Capitania de Goyaz foi elevada à categoria
de província. Porém, essa mudança pouco alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que ainda
enfrentava um quadro de pobreza e isolamento geográfico. Poucas mudanças ocorreram, sendo a
maioria de ordem política e administrativa.
A expansão da pecuária em Goiás alcançou relativo êxito nas três primeiras décadas do século XIX,
resultando em um significativo aumento populacional, principalmente no sul da província.A maioria
dos migrantes que chegavam ao estado, vinham de outras províncias próximas, como Grão-Pará,
Maranhão Bahia e Minas Gerais.
Com essa migração, surgiram novas localidades, que logo tornaram-se cidades: no sudoeste goia-
no, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (então Rio Bonito), Quirinópolis (então Capelinha), entre
outras.
O norte da província também mudou consideravelmente com o aumento populacional. Além do sur-
gimento de novas cidades, as que já existiam (Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domin-
gos, Carolina e Arraias, ganharam novo impulso.
O poder central, apesar de distante, ainda exercia amplo poder sobre a região, pois detinham a livre
escolha dos presidentes de província e outros cargos de importância política - todos de nacionalidade
portuguesa - descontentando os grupos locais.
Após a abdicação de D.Pedro I, Goiás experimentou um movimento nacionalista liderado pelo padre
Luiz Bartolomeu Marquez, pelo bispo Dom Fernando Ferreira e pelo coronel Felipe Antônio. De ime-
diato, o movimento recebeu o apoio das tropas, conseguindo depor todos os portugueses que ocupa-
vam cargos públicos em Goiás, entre eles, o presidente da província.
Vários partidos foram fundados na província por grupos locais insatisfeitos com a influência exercida
pelo governo central. Nas últimas décadas do século XIX, surgiram os partidos O Liberal, em 1878, e
o Conservador, em 1882. Jornais também foram fundados, usados principalmente como meio de
difusão das ideias destes partidos, entre eles Tribuna Livre, Publicador Goiano, Jornal do Comércio,
Folha de Goyaz e O Libertador. Com isso, representantes próprios foram enviados à Câmara Alta,
fortalecendo grupos políticos locais e lançando as bases para as futuras oligarquias.
O jornal O Libertador havia sido fundado pelo poeta goiano Antônio Félix de Bulhões, e usado por
este como meio de divulgação de seus ideais abolicionistas. Félix de bulhões também promoveu fes-
tas para angariar fundos, com o objetivo de alforriar escravos, e compôs o Hino Abolicionista Goiano.
Com a sua morte, em 1887, várias sociedades emancipadoras se uniram e fundaram a Confederação
Abolicionista Félix de Bulhões. Aproximadamente 4 mil escravos viviam em Goiás, à época da pro-
mulgação da Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888.
O ensino educacional em Goiás foi regulamentado em 1835, pelo presidente da província, José Ro-
drigues Jardim. Em 1846, foi criado na então capital, Cidade de Goiás, o Liceu, que contava com o
ensino secundário.
À época, jovens do interior de família classe média-alta e alta concluíam seus estudos em Minas Ge-
rais e faziam curso superior em São Paulo, e os de família menos abastada, encaminhavam-se para
a escola militar ou seminários. No entanto, a maioria da população permanecia analfabeta. Somente
em 1882 foi criada a primeira Escola Normal de Goiás, na capital deste.
República
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Aliado a isso, a ausência de centros urbanos e de um mercado interno, além de uma economia de
subsistência, também contribuíram para os problemas enfrentados pela população goiana. Apenas
mudanças administrativas e políticas foram vistas.
A primeira fase da República no Brasil, que durou desde sua proclamação até 1930, acentuou a dis-
puta entre as elites oligárquicas de Goiás pelo poder político. Os principais grupos de elite eram os
Bulhões, os Fleury, e os Jardim Caiado, que exerciam influência nas mais diversas atividades do
estado.
Os Bulhões apresentaram forte influência sobre a política do estado até por volta de 1912, com sua
liderança maior em José Leopoldo de Bulhões, sucedidos pela elite oligárquica dos Jardim Caiado,
liderada por Antônio Ramos Caiado, com seu poder exercido até 1930.
Um dos meios de desenvolvimento advindos da mudança para o período republicano, de forma ime-
diata, foi a instalação do telégrafo em 1891, usado para a transmissão de notícias. Posteriormente, a
estrada de ferro em território goiano, que chegou no início do século XX, também foi de grande impor-
tância para a urbanização na região e a ligação com outras partes do país, facilitando a produção de
arroz para exportação.
Entretanto, a estrada de ferro não se estendeu até a cidade de Goiás, capital estadual à época, assim
como não se prolongou ao norte do estado, devido principalmente a falta de recursos financeiros.
Essas regiões permaneciam praticamente incomunicáveis. A pecuária, predominante na parte sul,
passou a ser o setor mais importante da economia.
Com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à Presidência do Brasil, foram registradas alte-
rações no cenário político estadual. Getúlio Vargas destituiu os governadorese nomeou um governo
provisório composto por três membros.
O Dr. Pedro Ludovico Teixeira foi nomeado em Goiás, passando a ser interventor do estado dias
após sua primeira nomeação.Outra iniciativa surgida como resultado da revolução foi um plano de
ação adotado pelo governo nacional, para levar desenvolvimento a alguns estados interioranos do
país, entre os quais Goiás, que recebeu investimentos nas áreas do transporte, educação, saúde e
exportação. O plano de ação de desenvolvimento em Goiás previa uma outra medida para alcançar o
objetivo: A mudança da capital estadual e construção da futura capital.
Construção de Goiânia
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A região onde se encontra a atual capital foi escolhida por apresentar melhores condições hidrográfi-
cas, topográficas, climáticas e pela proximidade da estrada de ferro.
Pedro Ludovico, então governador do estado, assina o decreto que determina a transferência da capi-
tal de Goiás.
Em 23 de março de 1937, a mudança da capital para Goiânia foi finalizada. O município de Goiás
perdeu o posto de sede estadual por meio do Decreto 1.816 daquele ano.
Cinco anos após sua instalação definitiva como capital, Goiânia já registrava 15 mil habitantes, atraí-
dos principalmente do norte de Goiás e de estados próximos, como Minas Ge-
rais, Piauí, Bahia e Maranhão.
Goiás experimentou um crescimento acelerado em vários setores, a partir de 1940, resultado de polí-
ticas adotadas tanto pelo governo estadual quanto pelo governo nacional, como o desbravamento do
Mato Grosso Goiano, a campanha nacional de "Marcha para o Oeste" com a finalidade de povoação
de áreas do interior do Brasil e a construção de Brasília, que viria a ser a nova capital nacional, assim
como ocorrido com Goiânia.
Mauro Borges Teixeira também procurou descentralizar a economia, elaborando outro projeto, cha-
mado de "Plano de Desenvolvimento Econômico de Goiás", que funcionou como uma diretriz onde se
abrangia áreas de agricultura e pecuária, transportes e comunicações, energia elétrica, educação e
cultura, saúde e assistência social, levantamento de recursos naturais e turismo.
Nesta época várias autarquias e paraestatais foram criadas, entre elas o Consórcio de Empresas de
Radiodifusão e Notícias do Estado (CERNE), a Organização de Saúde do Estado de Goiás (OSEGO),
a Escola de Formação de Operadores de Máquinas Agrícolas e Rodoviárias (EFOMARGO), a Caixa
Econômica do Estado de Goiás (CAIXEGO), o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do
Estado de Goiás (IPASGO), a Superintendência de Planejamento (SUPLAN), a Escola Superior de
Educação Física de Goiás (ESEFEGO), Centro Penitenciário de Atividades Industriais de Goiás (CE-
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GOIÁS
Geografia
Relevo
O estado de Goiás está localizado no Planalto central brasileiro, entre chapadas, planaltos, depres-
sões e vales.
Há bastante variação de relevo no território goiano, onde ocorrem terrenos cristalinos sedimentares
antigos, áreas de planaltos bastante trabalhadas pela erosão, bem como chapadas, apresentando
características físicas de contrastes marcantes e beleza singular. As maiores altitudes localizam-se a
leste e a norte, na Chapada dos Veadeiros (1.784 metros), na Serra dos Cristais (1.250 metros) e
na Serra dos Pireneus (1.395 metros). As altitudes mais baixas ocorrem especialmente no oeste do
estado.
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GOIÁS
Clima
O clima é tropical semiúmido. Basicamente, há duas estações bem definidas: a chuvosa, que vai de
outubro a abril, e a seca, que vai de maio a setembro.
A média térmica é de 26 °C, e tende a subir nas regiões oeste e norte, e a diminuir nas regiões sudo-
este, sul e leste. As temperaturas mais altas são registradas entre setembro e outubro, e as máximas
podem chegar a até 40 °C. As temperaturas mais baixas, por sua vez, são registradas entre maio e
julho, quando as mínimas, dependendo da região, podem chegar a até 9 °C.
A tipologia climática tropical se faz presente na maior parte do estado, apresentando invernos secos e
verões chuvosos. As temperaturas variam de região para região; no sul giram em torno dos 20 °C
aumentando ao norte para 25 °C.
O índice de chuvas segue o regime das temperaturas. A oeste do estado o índice atinge 1.800 mm
anuais diminuindo no sentido leste para 1.500mm/ano. Em parte do estado, mais precisamente no
planalto de Anápolis e Luziânia ocorre o clima tropical de altitude com temperaturas médias anuais
baixas, porém, a precipitação ocorre da mesma forma que no restante do estado.
Fauna
Para proteger as florestas, a flora e a fauna, foram criados pelo Governo parques e reservas flores-
tais, onde são proibidas a pesca, a derrubada das árvores e a caça.
Os principais parques de proteção ambiental no estado são o Parque Nacional das Emas, situado no
município de Mineiros, no sul do estado, e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, nos muni-
cípios de Alto Paraíso de Goiás e Cavalcante.
Vegetação
Ipê-amarelo, em Goiânia.
Com exceção da região do Mato Grosso Goiano, onde domina uma pequena área de floresta tropical
em que existem árvores de grande porte aproveitadas pela indústria, como o mogno, jequitbá e pe-
roba, o território goiano apresenta a típica vegetação do Cerrado. Arbustos altos e árvores de galhos
retorcidos de folha e casca grossas com raízes profundas formam boa parte da vegetação. Municí-
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pios como Goiânia, Anápolis, bem como diversos outros localizados no sul do estado possuem estrei-
tas faixas de floresta Atlântica, as quais, na maioria das vezes, cobrem margens de rios e grandes
serras.
Ao contrário das áreas de caatinga do Nordeste brasileiro, o subsolo do cerrado apresenta água em
abundância, embora o solo seja ácido, com alto teor de alumínio, e pouco fértil. Por esse motivo, na
estação seca, parte das árvores perde as folhas para que suas raízes possam buscar a água presen-
te no subsolo.
Exemplos de árvores do cerrado são: lobeira, mangabeira, pequizeiro, e de algumas plantas medici-
nais, como a caroba e a quineira.
Hidrografia
Goiás é banhado por quatro bacias hidrográficas: a Bacia do rio Paraná, a Bacia do Tocantins,
a Bacia do rio Araguaia e uma pequena porção da Bacia de São Francisco à leste do estado. Os
principais rios são: Paranaíba, Aporé, Araguaia, São Marcos, Corumbá, Claro, Paranã, dos Bois, das
Almas, Vermelho, Verdão e Maranhão.
Lagos e Lagoas
Lagoa dos Tigres – Suas águas vêm do Rio Água Limpa, desaguando no Rio Vermelho, no município
de Britânia.
Lagoa Santa (Goiás) – Suas águas são consideradas medicinais, com temperatura elevada e de alto
teor sulfúrico.
Lago do Ribeirão ou Lago Caçu - No município de Caçu, formado pelo represamento pelo Rio Claro.
Lago de Cachoeira Dourada – Formado pelo represamento do Rio Paranaíba para a hidrelétrica Ca-
choeira Dourada.
Lago do Rio Verdinho - Entre os municípios de Caçu e Itarumã, formado pelo represamento do Rio
Verde
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Lago de Serra da Mesa - Nos municípios de Niquelândia, Minaçu e Uruaçu, maior lago de Goiás e
do Brasil em volume de água.
Lago das Brisas - Nos municípios de Itumbiara e Buriti Alegre, formado pelo represamento da 7ª mai-
or usina hidreletrica do Brasil, a usina de Itumbiara.
Meio ambiente
A expansão da agropecuária tem causado graves prejuízos ao cerrado goiano. As matas ciliares es-
tão sendo destruídas e as reservas permanentes sendo desmatadas, para ceder espaço para o gado
bovino e as plantações. Na região de nascentes do Rio Araguaia, a implantação de pastagens fez
surgir inúmeros focos de erosão provocados pelo desmatamento, causando as voçorocas (valetas
profundas causadas pela erosão), praticamente incontroláveis, que atingem o lençol freático. Algumas
dessas valas chegam a medir 1,5 km de extensão, por 100 m de largura e 30 m de profundidade.
Esse quadro desolador, aliado ao assoreamento dos rios, tem feito com que Goiás enfrente sérios
problemas de abastecimento de água, uma situação que se torna grave nos períodos de estiagem
prolongada. A vazão das nascentes de águas, em 1999, alcançou os mais baixos níveis desde 1989,
de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, fazendo com que o governo já pense na possibilidade
de adotar racionamento de água para as cidades mais populosas, como é o caso
de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis.
Demografia
De acordo com o censo de 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Goiás contava com 6 154 996 habitantes, fazendo deste o estado mais populoso da Região Centro-
Oeste. Segundo estimativas do mesmo instituto, em 2015 a população atingiu 6 610 681 habitantes.
Religiões
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Protestantismo (28.07%)
Espiritismo (2.46%)
Testemunhas de Jeová(0.67%)
Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 58,89% da popu-
lação do estado era católica romana, 28,07% eram evangélicos, 8,11% não tinha religião, 2,46%
eram espíritas, 0,67% Testemunhas de Jeová, 1,01% outras religiosidades cristãs (que incluem Igreja
Católica Apostólica Brasileira, Igreja Ortodoxa, mórmons e outras) e 0,79% de outras religiões.
A maioria da população protestantes em Goiás é pentecostal, cerca de 18,99%. 1,15% são batistas,
0,78% presbiterianos, 0,67% adventistas os demais grupos (luteranos, congregacionais e metodis-
tas e outras igrejas de missão) constituem juntos 0,19% da população do estado e 6,28% não possu-
em denominação.
Entre os pentecostais o maior grupo são as Assembleias de Deus com 10,62% da população do Es-
tado, seguida pela Congregação Cristã no Brasil com 1,37% da população goiana e Igreja Universal
do Reino de Deus com 1,07% da população.
Composição Étnica
Os primeiros habitantes de Goiás foram as populações das diversas nações indígenas que ocupavam
praticamente todo o atual território do Estado. Pesquisas estimam que 550 gerações de povos ameri-
canos viveram por aqui ao longo do tempo, até que, por volta de 1700, começaram a aparecer os
primeiros colonizadores brancos, os primeiros negros e os primeiros cafuzos, caboclos e mestiços.
Apesar dessa aparente diversidade, daquele período até o início do século XIX, Goiás era uma uni-
dade cuja população era esmagadoramente negra - principalmente, levando em consideração que os
indígenas, a essa altura, se dividiam em três destinos: parte havia sido exterminada, parte fazia guer-
ra contra o colonizador e parte vivia em aldeamentos oficiais. O recenseamento de 1804, o primeiro
oficial, mostrou que 85,9% dos goianos eram "pardos e pretos".
Esse perfil só vai ser alterado gradativamente na passagem da sociedade mineradora para a socie-
dade agropastoril, que vai promover uma nova ocupação do Estado ao longo do século XIX e metade
do século XX, com correntes migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará. Esses movimen-
tos vão promover uma ampla mestiçagem, constituindo, de certa forma, o perfil do habitante do cerra-
do, o sertanejo goiano.
Desse total de habitantes, 3,7 milhões são nascidos em Goiás e 1,3 milhão são nascidos em outros
Estados. Desses últimos, 331 mil são de Minas Gerais; 188 mil, da Bahia; 129 mil, do Distrito Federal;
88 mil, do Maranhão; 78 mil, de São Paulo; 73 mil, de Piauí; e 70 mil, do Tocantins. Graças a esses
imigrantes, hoje o goiano tem sangue holandês e francês.
A população indígena em Goiás ultrapassa 10 mil habitantes. 39.781 hectares perfazem a soma das
quatro áreas indígenas atualmente existentes no estado - três da quais se encontram demarcadas
pela Funai. Tais áreas localizam-se nos seguintes municípios: Aruanã, Cavalcante, Colinas do
Sul, Minaçu, Nova América e Rubiataba, sendo que a maioria da população considerada parda, pos-
sui ancestrais indígenas.
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GOIÁS
Política
Goiás é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, representado pe-
lo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, e o judici-
ário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e outros tribunais e juízes. Também é
permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.
Goiânia é o município com o maior número de eleitores, com 958,4 mil destes. Em seguida aparecem
Aparecida de Goiânia, com 277,6 mil eleitores, Anápolis, com 260,2 mil eleitores, Luziânia (117,7 mil
eleitores), Rio Verde (114,8 mil eleitores) e Águas Lindas de Goiás, Trindade e Itumbiara, com 85,9
mil, 77,2 mil e 65,1 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é
Anhanguera, com 1,1 mil.
Tratando-se sobre partidos políticos, todos os 35 partidos políticos brasileiros possuem representação
no estado.Conforme informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em
dados de abril de 2016, o partido político com maior número de filiados em Goiás é o Partido do Mo-
vimento Democrático Brasileiro (PMDB), com 140 310 membros, seguido do Partido da Social Demo-
cracia Brasileira (PSDB), com 79 305 membros e do Partido Progressista (PP), com 56 604 filiados.
Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por número de membros, estão
o Partido dos Trabalhadores (PT), com 47 173 membros; e o Democratas (DEM), com 45 643 mem-
bros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Partido Novo (NOVO) e o Partido da Causa
Operária (PCO) são os partidos políticos com menor representatividade na unidade federativa, com
27 e 59 membros, respectivamente.
CELG – Celg Distribuição S/A, empresa pública responsável pela transmissão e distribuição de ener-
gia elétrica no Estado.
CEASA – Órgão que tem ligação direta com os horticultores, granjeiros e fruticultores em Goiás.
IPASGO – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado Goiás que é um sistema
de saúde para os trabalhadores do estado.
IQUEGO - Indústria Química do Estado de Goiás, responsável pela produção de medicamentos para
a distribuição pelo SUS.
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GOIÁS
Subdivisões
Mesorregiões
Microrregiões
Municípios
Por população
Por PIB
Por área
Economia
Estas tendências do estado pode ser exemplificada por sua pauta de exportações que, em 2012, se
baseou em Soja (21,59%), Milho (12,17%), Farelo de Soja (9,65%), Minério de Cobre (8,51%) e Car-
ne Bovina Congelada (7,90%).
A agropecuária é a atividade mais explorada no estado e umas das principais responsáveis pelo rápi-
do processo de agro - industrialização que Goiás vem experimentando. Privilegiado com terras férteis,
água abundante, clima favorável e um amplo domínio na tecnologia de produção, o estado é um dos
grandes exportadores de grãos, além de possuir um dos maiores rebanhos do país.
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GOIÁS
A criação pecuária compreende 18,6 milhões de bovinos, 1,9 milhões de suínos, 49, 5 mil bufalinos,
além de equinos, asininos (jumentos, mulas e burros), ovinos e aves. Detém o 3º maior rebanho de
gado bovino do país. Em Goiás, a pecuária está experimentando crescimento extraordinário, forne-
cendo, além da produção do leite, outros derivados como carne, couro, lã e pele.
O estado é rico em reservas minerais. O subsolo goiano apresenta grandes variedades de minérios,
que dá condições economicamente muito favoráveis. Sendo os principais minérios
o níquel, manganês, calcário e o fosfato, sendo os principais municípios minerado-
res Niquelândia, Barro Alto e Catalão.O estado produz também água mineral, amianto, calcário, ouro,
esmeralda, cianeto, manganês, nióbio e vermiculita.
Setor Secundário
Mitsubishi em Catalão.
Em maio de 2000, o governo do estado assinou um convênio com uma empreiteira para a construção
do primeiro trecho da Ferrovia Norte-Sul em território goiano. Com uma extensão de 1391 km, en-
tre Belém e Senador Canedo, a obra representara uma expressiva economia com fretes, se compa-
rando com o valor gasto com transporte feito por caminhões.
Em 2000, foi criado em Anápolis um polo farmoquímico, responsável pela produção de matérias-
primas para a indústria de medicamentos, uma vez que o município já contava com um pó-
lo farmacêutico.
O estado tem se tornado um importante pólo automotivo. Nos últimos anos o estado tem atraído a
instalação de novas montadoras de automóveis no Brasil. Já possui duas montadoras instaladas - a
japonesa Mitsubishi (MMC) na cidade de Catalão e a sul-coreana Hyundai (Grupo CAOA) em Anápo-
lis.
Em maio de 2011 foi assinado protocolo de intenção para a construção e instalação de uma unidade
da montadora de automóveis japonesa Suzuki Motors
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GOIÁS
Turismo
O turismo em Goiás é muito cosmopolitano, como as belezas naturais, como águas termais, locais
intocados pelo homem do cerrado, grutas, cachoeiras, e temos também o turismo histórico, como
em Pirenópolis e Cidade de Goiás, com seus monumentos históricos, e temos as festas tradicionais
como ocorre em Pirenópolis, que é o caso das cavalhadas de Pirenópolis e a Festa do Divino de Pi-
renópolis.
O principal centro turístico de Goiás é Caldas Novas, pelas suas águas termais, e Caldas é o 10°
ponto mais visitado no Brasil.
Infraestrutura
Saúde
Conforme dados de 2009, existiam no estado 3 011 estabelecimentos hospitalares, com 15 271 lei-
tos. Destes estabelecimentos hospitalares, 1.577 eram públicos, sendo 1.547 de caráter municipais,
19 de caráter estadual e 11 de caráter federal.1.434 estabelecimentos eram privados, sendo 1.369
com fins lucrativos e 65 sem fins lucrativos. 52 unidades de saúde eram especializadas, com interna-
ção total, e 2.200 unidades eram providas de atendimento ambulatorial.
Em 2005, 77% da população goiana tinha acesso à rede de água, enquanto apenas 36,6% tinha
acesso à rede de esgoto sanitário.Em 2009, verificou-se que o estado tinha um total de 393,1 habi-
tantes por leitos hospitalares e, em 2005, registrou-se 11,4 médicos para cada grupo de 10 mil habi-
tantes. A mortalidade infantil é de 18,9 a cada mil nascimentos, de acordo com dados de 2008.
Uma pesquisa promovida pelo IBGE em 2008 revelou que 75,8% da população do estado avalia
sua saúde como boa ou muito boa; 66,8% da população realiza consulta médica periodicamente;
40,6% dos habitantes consultam o dentista regularmente e 9,7% da população esteve internada em
leito hospitalar nos últimos doze meses.
Ainda conforme dados da pesquisa, 31,6% dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e
24,8% possuíam plano de saúde. Pouco mais da metade dos domicílios particulares no estado são
cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 52,4%
Na questão da saúde feminina, 36,6% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das
mamas nos últimos doze meses; 49,1% das mulheres entre 50 e 69 anos fize-
ram exame de mamografia nos últimos dois anos; e 80% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram
exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos.
Educação
Com 3.512 estabelecimentos de ensino fundamental, 1.960 unidades pré-escolares, 866 escolas de
nível médio e 29 instituições de nível superior, a rede de ensino do estado é a mais extensa do Cen-
tro-Oeste do país.Ao total, são 1 317 028 matrículas e 66 902 docentes registrados.
O fator "educação" do IDH no estado atingiu em 2005 a marca de 0,891 – patamar consideravelmente
médio, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi
de 8,6%, superior às porcentagens verificadas em 11 estados brasileiros.A taxa de analfabetismo
funcional é de 19,7% da população.
Goiás possui várias instituições educacionais, sendo que as mais renomadas delas estão localizadas
principalmente na Região Metropolitana de Goiânia e em Anápolis. Na lista de estados brasileiros por
taxa de alfabetismo, Goiás aparece em décimo quarto lugar, com 9,6% de sua população analfabeta
e 21,4% analfabeta funcional.Esses dados colocam Goiás logo acima de Rondônia e atrás do Espírito
Santo, exatamente na metade da lista.
As cidades que mais se destacaram em educação segundo o IDEB são: Anápolis, Itumbiara, Rio
Verde, São Luís de Montes Belos, Cristalina, Formosa, Jataí, Caldas Novas, Bom Jesus de Goi-
ás, Morrinhos, Aparecida de Goiás, Porangatu Niquelândia e Novo Gama. Todas essas cidades fica-
ram acima da média esperada pelo IDEB.
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GOIÁS
As instituições públicas de ensino superior são as seguintes: Universidade Federal de Goiás (UFG)
Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Instituto Federal Goiano
(IFGoiano). Em 2018, o campus da UFG foi desmembrado para a criação da Universidade Federal de
Jataí (UFJ) e Universidade Federal de Catalão (UFCat), após articulação da bancada goiana, com o
senador Wilder Morais na sub-relatoria da comissão que iniciou os trabalhos para a conversão em
universidades independentes.
As mais notáveis instituições privadas de ensino superior são as seguintes: Universidade Paulista
(UNIP), Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo (IUESO), Instituto Luterano de Ensino Superi-
or de Itumbiara (ILES/ULBRA), Faculdade Metropolitana de Anápolis (FAMA), Faculdade Ara-
guaia, Faculdades e Colégio Aphonsiano.
Faculdade Aliança de Itaberaí (FAIT), Faculdade Cambury, Faculdade Estácio de Sá de Goiás (FES-
GO), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Universidade Salgado de Oliveira (UNI-
VERSO), Universidade Paulista (UNIP), Faculdade Alves Faria (ALFA), UniEvangélica, Faculdade do
Instituto Brasil (Fibra), Universidade Anhanguera (Uni-Anhanguera), Faculdade Sete de Setembro,
Faculdade Padrão.
Transportes
Trecho concomitante com a BR-060em Goiânia, na saída para Terezópolis de Goiás e Anápolis.
Goiás possui uma extensa malha viária. Conta com 3.400 km de rodovias federais, 18.610 quilôme-
tros de rodovias estaduais e 64.690 quilômetros de rodovias municipais, o que totaliza 86.700 quilô-
metros de rodovias, dos quais somente 7.822 são pavimentados. A BR-050 que passa por Catalão, e
liga cidades como Brasília, Uberlândia, Uberaba e Santos é uma das rodovias federais que passa
pelo o estado. A BR-153 corta o estado de Norte a Sul, ligando Itumbiara, na divisa com Minas Ge-
rais, a Porangatu, na divisa com Tocantins. A BR-040 que liga Brasília a Belo Horizonte e ao Rio de
Janeiro conecta também, por sua vez, diversos municípios goianos como Cristalina, Luziânia, Valpa-
raíso de Goiás. Outras rodovias dignas de destaque são a BR-060 que liga Brasília a Goiânia e
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GOIÁS
ao Mato Grosso do Sul, cortando o Sudoeste goiano; e a BR-070, que liga Brasília a Aragarças e
ao Mato Grosso.
Atualmente o transporte ferroviário é pouco utilizado em Goiás, o Estado possui um trecho de linha
férrea que interliga parte de Minas Gerais ao Sudeste de Goiás e um outro trecho que interliga o Su-
deste Goiano à capital Goiânia passando por Senador Canedo.
Cidade na qual possui grande distribuidoras petrolíferas e abatedouros de grande porte junto a mar-
gem dessa ferrovia. Mas este quadro pode mudar já que o Governo Federal começou as obras
da Ferrovia Norte-Sul com grande parte já pronta em Goiás, despontando do recém-criado Porto Se-
co de Anápolis em direção ao Tocantins lado norte e lado sul indo em direção a Minas Gerais. A Fer-
rovia Norte-Sul está em construção desde 1985.
Há apenas uma hidrovia no Rio Paranaíba e o principal porto dela é o de São Simão que faz parte
da Hidrovia Paraná-Tietê.
O trafego aéreo de Goiás conta com vários aeroportos sendo o mais movimentado o Santa Genove-
va, em Goiânia. Em Anápolis foi construída a Base Aérea para aviões supersônicos. As companhias
aéreas que servem Goiás são: "TRIP + TOTAL", "TAM", "GOL", "Azul", "Passaredo", "Oceanair" e
"SETE" além de algumas companhias que fazem o serviço de táxi aéreo.
Cultura
Artes
Muitos são os nomes que se destacam e projetam na área artística em Goiás. A área musical é de
maior alcance, com vários cantores, duplas e bandas com origem no estado, nos mais variados esti-
los, mas especialmente no sertanejo. Entre estes, destacam-se Jorge & Mateus, Zezé Di Camargo e
Luciano, Leandro e Leonardo, Amado Batista, Guilherme e Santiago, Bruno e Marrone, Humberto e
Ronaldo, Chrystian e Ralf e João Neto e Frederico, Cristiano Araújo, Wanessa Camargo Alok, Marce-
lo Barra, Leo Jaime, Odair José e Hungria Hip-Hop. Entre as bandas, pode-se citar: Banda
Uó e Leticia.
Na área do cinema, teatro e televisão, algum artista nacional tem sua origem no estado, entre os
quais: Stepan Nercessian, Carolina Ferraz, Wolf Maya, Ingrid Guimarães, Luciele di Camargo e Nana
Gouvêa. Nilton Pinto e Tom Carvalho são os humoristas de maior expressividade que nasceram em
Goiás.
Na escultura sacra, na cerâmica e na pintura, destacam-se José Joaquim da Veiga Vale, Antônio
Poteiro, Siron Franco, Omar Souto e Antônio Poteiro. Na literatura, os principais nomes são Afonso
Felix de Sousa, Basileu Toledo França, Bernardo Elis, Carmo Bernardes, Cora Coralina, Eli Brasilien-
se, Emídio Brasileiro, Érico Curado, Gilberto Mendonça Teles, José Décio Filho, José Godoy Gar-
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GOIÁS
cia, José J. Veiga, Leo Lynce, Heleno Godoy, Marislei Brasileiro, Edival Lourenço, Salomão Sou-
sa, Aidenor Aires, Yêda Schmaltz, Pio Vargas, Jamesson Buarque.
Museus
Em Goiânia, há três museus dedicados a períodos da história regional, nacional e ao movimento ar-
tístico, sendo eles: Museu de Arte de Goiânia, Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga e Memo-
rial do Cerrado. Na cidade de Goiás, a antiga capital, existe o Museu da Polícia Militar dedicado a
difusão da história e cultura da Polícia Militar do Estado de Goiás.
Culinária
A culinária goiana é muito diversificada sendo seus principais pratos o peixe na telha, o suã (espinha
dorsal de porco) com arroz, o arroz com pequi, e também os pratos de todos os dias dos brasilei-
ros como o arroz e feijão; além da pamonha, que é usada como prato principal nas refeições; os fru-
tos são a jabuticaba, a gabiroba, o jatobá, entre muitos outros do cerrado.
Também se destacam as misturas, nome que se dá às verduras, como a serralha e a taioba, além da
introdução da guariroba, um dos principais ingredientes do empadão, como vegetal na dieta quase
diária.
A quitanda, denominação que se dá aos biscoitos caseiros, também é diversificada: quebrador, mané
pelado (bolo de mandioca assado na folha de bananeira), biscoito-de-queijo (que foi inventado em
Goiás), mentira (biscoito de polvilho frito), a peta, o quase esquecido brevidade (polvilho batido com
ovos e açúcar), o pastelinho de doce de leite e o bolinho doce de arroz (esses dois últimos são qui-
tandas típicas da Cidade de Goiás).
Os temperos são muito diversificados sendo uma culinária rica em temperos como açafrão, gengibre
e pimenta, sendo este último empregado em quase todos os pratos salgados. O pequi, por exemplo,
nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa, ainda no início do século XVIII, come-
çou a ser utilizado na culinária de Goiás.
Na região que circunda a cidade industrial de Catalão, opequi era empregado tão somente na fabri-
cação do sabão de pequi, de propriedades terapêuticas. Hoje já é comercializado em compota. O
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fruto pode ser degustado das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com
peixe, com carnes, ao leite e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás.
Esportes
Goiás tem diversas modalidades esportivas, como o futsal, vôlei e o rugby, mas o principal esporte do
estado é o futebol, sendo que todos os anos é realizado o Campeonato Goiano de Futebol, popular-
mente conhecido como Goianão.
Os principais clubes de futebol são o, Goiás, Anápolis, Atlético Goianiense, Anapolina, CRAC, Vila
Nova, Itumbiarae o Goiânia. O principal estádio de Goiás é o Estádio Serra Dourada. O time mais
conhecido, com a maior estrutura física e com a maior torcida do Centro-Oeste é o Goiás, que disputa
o Campeonato Brasileiro Série B, Copa do Brasil, e já disputou a Copa Libertadores da América e a
final da Copa Sul-americana.
O vôlei também é muito praticado pela população goiana ocupando a 3ª colocação na preferência,
sendo o segundo colocado o futsal. Um local onde o vôlei e o futsal são muito praticados é na cidade
de Anápolis, possuindo o Ginásio Internacional com capacidade de sediar jogos oficiais.
O rugby é o quarto colocado na preferência dos goianos, é esporte que mais cresce no país, muito
por causa das Olimpíadas de 2016. Ainda com a conclusão no Novo Estádio Olímpico, o rugby em
Goiás tem muito a crescer.
O rugby em Goiás é representado pela Federação Goiana de Rugby (FGRu), e tem como principais
clubes: Goianos Rugby Clube, UFG Rugby, Gigantes Itumbiara Rugby e o Anápolis Rugby.
Goiânia, capital do estado, foi uma das 18 cidades candidatas a subsede da Copa do Mundo FIFA de
2014, mas não foi escolhida. A Federação Goiana de Futebol já é a sétima colocada do ranking da
CBF.
Eventos
Goiás tem inúmeras festas tradicionais, como os carnavais em diversas cidades do estado, o Carna -
Goiânia que é conhecido como carnaval fora de época que vem pessoas do Brasil inteiro.
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As principais festas religiosas são as famosas Romarias do Divino Pai Eterno, em Trindade, a festa
em louvor a Nossa Senhora do Rosário, em Catalão, onde acontece a tradicional Congada de Cata-
lão a festa de Nossa Senhora da Abadia, no povoado de Muquém, em Niquelândia, que juntam fiéis
do estado inteiro, e a festa em louvor a Nossa Senhora Auxiliadora que acontece na cidade
de Iporá que é considerada a Terceira maior concentração religiosa do estado de Goiás.
É uma festa intercultural, pois reúne traços europeus, africanos e indígenas. Reúne amantes da mú-
sica e da arte do mundo inteiro, sendo essa, a mais tradicional festa do centro-oeste brasileiro.
Um dos mais importantes eventos culturais do estado é o FICA, Festival Internacional de Cinema e
Vídeo Ambiental, que em 2010 teve sua 12ª edição. O festival acontece anualmente, em meados de
junho, na Cidade de Goiás, antiga Vila Boa (capital do estado de Goiás até a transferência para Goi-
ânia), e patrimônio histórico da humanidade.
A mostra exibe 15 horas de vídeos com o que de melhor se produz sobre meio ambiente e tem a
maior premiação de festivais de cinema e vídeo da América Latina. Os eventos paralelos trazem
shows, oficinas e debates com nomes nacionais e internacionais. Cerca de 70 mil pessoas passam
pela cidade durante a semana do Festival.
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INHUMAS GO
Inhumas GO
Inhumas é um município brasileiro do estado de Goiás. Em 2019 sua população estimada foi de
52.866 habitantes Situado a uma distância de 45 km da capital do estado.
O nome original de Inhumas era Goiabeira tendo surgido como ponto de descanso para tropeiros, em
referência a um grande goiabal que existia na região. Com o tempo, o local se transformou em uma
fazenda de gado. As terras no interior goiano eram apropriadas sem nenhum rigor da lei, o que levou
à utilização de duas forças de trabalho em Inhumas: a do agregado e a do posseiro.
Inhumas
Município do Brasil
Símbolos
Hino
Gentílico inhumense
Localização
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INHUMAS GO
Inhumas
Wikimedia | © OpenStreetMap
Mapa de Inhumas
País Brasil
História
Administração
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INHUMAS GO
Distritos Lista
Características geográficas
Altitude 770 m
CEP 75400-000
Indicadores
Política
Quando ainda era distrito do Município de Itaberaí, de 1896 a 1931, Inhumas foi governada por subin-
tendentes nomeados. Depois de emancipada, Inhumas foi dirigida por prefeitos municipais, no incício
nomeados pelo governo estadual e, depois, eleitos diretamente pelo povo. Estes são os seus nomes:
Subintendentes
Prefeitos
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INHUMAS GO
Geografia
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INHUMAS GO
Economia
Educação
Ensino superior
Públicas
Privadas
Públicas Federais
IFGoiás (CEFET-GO) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (Campus Inhu-
mas)
Públicas
Privadas
Colégio Einstein
Colégio Monsenhor
Colégio Zênite
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INHUMAS GO
Públicas
Escola Municipal Agropecuária Senador João Abraão Sobrinho (conhecida como Escola Agrícola)
Privadas
Escolinha da Mônica
Cultura e comunicação
Emissoras de Rádio
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REFERÊNCIAS
Os links citados abaixo servem apenas como referência. Nos termos da lei
brasileira (lei nº 9.610/98, art. 8º), não possuem proteção de direitos de autor: As
ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos
matemáticos como tais; Os esquemas, planos ou regras para realizar atos
mentais, jogos ou negócios; Os formulários em branco para serem preenchidos
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