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PORTUGUÊS

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SUMÁRIO
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ............................................................................................................................................... 2
CLASSES GRAMATICAIS ...................................................................................................................................................... 6
FONÉTICA .............................................................................................................................................................................. 14
CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................... 28
CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................................. 29
REGÊNCIA NOMINAL ........................................................................................................................................................... 33
REGÊNCIA VERBAL ............................................................................................................................................................. 36
ORTOGRAFIA OFICIAL ........................................................................................................................................................ 40
TIPOLOGIA TEXTUAL .......................................................................................................................................................... 43
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ....................................................................................................................................... 48

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Considerada como complicada pela maioria dos estudantes, a interpretação de textos é, efeti-
vamente, um exercício complexo!
A interpretação de textos…
Implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da leitura de
um determinado texto;
Pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a informação
já possuída, levando ao crescimento e à ampliação do conhecimento do leitor;
Pretende que haja uma apreciação pessoal e crítica aquando da análise do novo conteúdo
lido, afetando de alguma forma o leitor.
Assim, podemos afirmar que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura
seletiva, uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.

Como interpretar um texto?


Para uma correta compreensão e interpretação do texto, siga os seguintes passos:

1) Leia lentamente o texto todo.


A primeira leitura do texto deverá ser feita com calma e sem interrupções. No primeiro contato
com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identificar o seu
objetivo. Não é essencial entender a totalidade do texto, nem o significado de todas as palavras.

2) Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Nas leituras seguintes, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e com-
preender o desenvolvimento do texto, ou seja, a relação que diversas ideias estabelecem umas
com as outras.

3) Sublinhe as ideias mais importantes.


A realização de sublinhados deverá ser feita apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. De outra forma, pode haver excesso de sublinhados,
o que complica mais do que ajuda.

4) Separe fatos de opiniões.


Na leitura do texto, o leitor deverá separar claramente o que é um fato (verdadeiro, objetivo e
comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mutável). É importante também dife-
renciar as ideias transmitidas pelo autor das suas próprias ideias, que não deverão prevalecer
sobre ou refutar as ideias transmitidas no texto.

5) Retorne ao texto sempre que necessário.


Deverá haver um retorno ao texto para nova leitura de parágrafos, frases, expressões,... (ou até
do texto completo) quando for necessário responder a perguntas, identificar palavras, expres-
sões, frases, pontuação, funções da linguagem,... É importante, também, entender com cuidado
e atenção os enunciados das questões.

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6) Reescreva o conteúdo lido.
Para melhor compreensão ou memorização, muitos estudantes recorrem à reescrita do texto
feita com as suas próprias palavras. Para tal efeito podem ser feitos resumos, tópicos, esque-
mas,...

Dicas para a interpretação de texto


Leia estas dicas, para que a leitura e interpretação de textos se torne um processo cada vez
mais fácil!

Dica 1: Leia muito e com vontade.


É de extrema importância que haja uma leitura frequente de diversos conteúdos, que haja um
hábito de leitura assíduo e um gosto na realização dessa leitura.

Dica 2: Crie familiaridade com o conteúdo escrito.


Apesar da leitura frequente ser o mais importante, há outros pequenos hábitos que contribuem
para a criação de uma familiaridade com as palavras e os diversos conteúdos escritos, como:
a análise de palavras em diversas fontes, como músicas, provérbios, ditados, propagandas,...;
a análise de informação estruturada em gráficos, tabelas, diagramas, mapas,…
o uso de técnicas que contribuam para a diversificação vocabular, como o uso de sinônimos e
antônimos;
o uso recorrente de dicionários e gramáticas para esclarecer qualquer dúvida ou aumentar co-
nhecimentos sobre uma palavra ou matéria;
a realização de palavras cruzadas e outras atividade lúdicas

Dica 3: Pratique a interpretação de textos.

Quanto mais pratica tivermos na realização de alguma coisa, mais fácil será a realização dessa
mesma coisa. Com a interpretação de texto é assim também. Se a interpretação de texto for rea-
lizada apenas em concursos e provas, será sempre um pouco difícil, mas se for constantemente
praticada, ficará cada vez mais fácil. Para isso, em qualquer conteúdo escrito pratique:
Identificar ideias principais;
Relacionar as ideias e as situações presentes no texto com a realidade;
Resumir as principais ideias do texto;
Parafrasear o conteúdo do texto, tirando conclusões pessoais sobre as ideias apresentadas pelo
autor

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A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor
a:
a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.
b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) consumir produtos de modo responsável e ecológico...

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a) Mafalda emprega o mesmo valor semântico para o vocábulo “indicador” no primeiro e no úl-
timo quadrinho.
b) Mafalda não sabe a importância do dedo indicador.
c) A expressão “dedo indicador” é utilizada de maneira metafórica pelo autor da tirinha.
d) Mafalda ainda não sabe exatamente o significado da expressão “indicador de desemprego”
e) Apesar de ser uma criança, Mafalda já percebe as injustas relações de trabalho estabelecidas
entre patrões e operários...

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A partir da leitura da tirinha de Calvin e Haroldo, criação do desenhista Will Watterson, é possível
inferir apenas:

a) A linguagem verbal é predominante. Sendo assim, a linguagem não verbal não auxilia na
construção de sentidos da tirinha.
b) O desenhista, por meio da personificação da personagem Haroldo, discute sobre a importân-
cia da indústria da guerra para a promoção da paz mundial.
c) A ironia é a figura de linguagem predominante na linguagem verbal, presente nas falas de Cal-
vin no terceiro e quarto quadrinhos. Por meio de metáforas, Bill Watterson faz uma dura crítica à
indústria norte-americana de guerra...
d) A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de
humor está contido na linguagem não verbal por meio das expressões exibidas por Calvin e Ha-
roldo no último quadrinho.

CLASSES GRAMATICAIS

1 – Substantivo

Trata-se da palavra que dá nome aos seres em geral, sejam eles animados ou inanimados, apre-
sentando variações de gênero, número e grau. Os substantivos podem ser classificados como:

Substantivo comum;
Substantivo próprio;
Substantivo concreto;
Substantivo abstrato;
Substantivo simples;

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Substantivo composto;
Substantivo primitivo;
Substantivo derivado;
Substantivo coletivo.
Exemplos de substantivos:
Roberto, beleza, elefante, livro e cadeira.

2 – Verbo
Entre as 10 Classes de Palavras, o verbo é outro dos principais. Ele consiste na palavra variável
que exprime um processo que se passa no tempo, indicando:
Ação: comer, beber, falar, fazer, rezar, correr, andar etc.;
Estado: está;
Mudança de estado: ficou (Ex: Rodrigo ficou doente);
Fenômeno da natureza: nevou, choveu, amanheceu, nublou etc.;
Existência: havia;
Desejo: quero;
Conveniência: convém. (Ex: Aquele trabalho não me convém).

3 – Adjetivo
O adjetivo é a palavra utilizada para caracterizar o substantivo ou qualquer palavra que possui
valor de substantivo, indicando-lhe um atributo, estado, propriedade, aspecto ou maneira de ser.
Os adjetivos admitem flexão de gênero, número e grau. Exemplos: perigoso, honesto, belo, leal,
inteligente etc.

4 – Pronome
Entre as 10 Classes de Palavras está também o pronome. Ele consiste numa palavra variável
em gênero, número e pessoa que acompanha ou representa o substantivo, indicando-o como
pessoa no discurso ou situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes são classificados em:
Pronomes pessoais: eu, tu, ele, ela, nós etc.;
Pronomes de tratamento: Vossa Alteza, Vossa Senhoria, Vossa Excelência etc.

5 – Artigo
Artigo consiste na palavra que se antepõe a um substantivo, determinando-o de maneira precisa
conforme suas flexões, indicando gênero e número. Os artigos podem ser classificados em:
Artigos definidos: o, a, os, as;
Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.

6 – Numeral
Trata-se da palavra utilizada para indicar a quantidade exata de seres ou a posição que um ser
ocupa numa determinada série. Os numerais são classificados em:
Cardinais (indicam quantidade determinada): um, dois, três, oitenta etc.;
Ordinais (indicam ordem de sucessão): primeiro, terceiro, quinto etc.;
Multiplicativos (indicam multiplicação): dobro, triplo, quíntuplo etc.;
Fracionários (indicam partes iguais em que se subdivide um todo): meio, terço, doze avos etc.

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7 – Preposição
Entre as 10 Classes de Palavras, a preposição é a palavra invariável responsável por ligar dois
termos da oração, subordinando um ao outro. As preposições podem ser classificadas em:
Essenciais: a, após, entre, perante, desde, sobre, trás etc.;
Acidentais: durante, exceto, conforme, afora etc.

8 – Conjunção
A conjunção consiste na palavra invariável que tem a função de ligar palavras, grupos de pala-
vras, orações e frases, exprimindo uma relação de sentido entre as unidades ligadas. As conjun-
ções podem ser:
Aditivas: e, mas também, mas ainda etc.;
Adversativas: porém, contudo, mas, todavia, entretanto, no entanto;
Alternativas: ou, ora etc.

9 – Interjeição
Trata-se da palavra invariável que serve para exprimir emoções e sentimentos súbitos, tais
como:
Alívio: Ufa!
Alegria: Oh! Oba! Aleluia!
Dor: Ai!
Desejo: Tomara!
Advertência: Cuidado! Atenção!

10 – Advérbio
Advérbio é a palavra invariável que serve para modificar o verbo, exprimindo determinada cir-
cunstância (lugar, tempo causa etc.). Os advérbios são classificados em:

De afirmação: certamente, efetivamente, deveras, com certeza etc.;


De dúvida: acaso, talvez, possivelmente, provavelmente etc.;
De intensidade: pouco, muito, bastante, menos, demais, excessivamente, demasiadamente,
completamente etc.;
De lugar: lá, aqui, ali, longe, abaixo, perto, acima, além, adiante, junto, ao lado etc.;
De tempo: hoje, amanhã, agora, ontem, tarde, cedo, sempre, jamais, nunca etc.;
De modo: depressa, bem, mal, assim, devagar, à vontade, às escondidas, devagar etc.;
De negação: tampouco, não, absolutamente, de forma alguma, de modo algum etc.

Substantivo é uma classe de palavras que nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares, qualida-
des, ações, dentre outros.
Eles podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (aumentativo e diminutivo).

Substantivo Comum

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Os substantivos comuns são as palavras que designam os seres da mesma espécie de forma
genérica:
Exemplos: pessoa, gente, país.

Substantivo Próprio
Os substantivos próprios, grafados em letra maiúscula, são palavras que particularizam seres,
entidades, países, cidades, estados da mesma espécie.
Exemplos: Brasil, São Paulo, Maria.

Substantivo Simples
Os substantivos simples são formados por apenas uma palavra.
Exemplos: casa, carro, camiseta.

Substantivo Composto
Os substantivos compostos são formados por mais de uma palavra.
Exemplos: guarda-chuva, guarda-roupa, beija-flor.

Substantivo Concreto
Os substantivos concretos designa as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos,
animais ou lugares.
Exemplos: menina, homem, cachorro.

Substantivo Abstrato
Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades e
ações.
Exemplos: beleza, alegria, bondade.

Substantivo Primitivo
Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam de outras
palavras.
Exemplos: casa, folha, chuva.

Substantivo Derivado
Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras.
Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado de
chuva).

Substantivo Coletivo
Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres.
Exemplos: flora (conjunto de flores), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de abelhas).

Gênero dos Substantivos


De acordo com o gênero (feminino e masculino) das palavras substantivas, elas são classifica-
das em:

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Substantivos Biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma para o masculino e outra para o
feminino, por exemplo: professor e professora; amigo e amiga.

Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os dois gêneros (masculino e feminino),


sendo classificados em:

Epicenos: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se aos animais, por exemplo:
foca (macho ou fêmea).

Sobrecomum: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se às pessoas, por exemplo:
criança (masculino e feminino).

Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gêneros (masculino e feminino), identifi-
cado por meio do artigo que o acompanha, por exemplo: "o artista" e "a artista".

fique Atento!
Quanto ao gênero, os substantivos de origem grega terminados em "ema" e "oma" são masculi-
nos, por exemplo: teorema, poema.
Há os substantivos chamados de "gênero duvidoso ou incerto", ou seja, aqueles utilizados para
os dois gêneros sem alteração do significado, por exemplo: o personagem e a personagem.
Existem alguns substantivos que variando de gênero, mudam seu significado, por exemplo: "o
cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano).

Número dos Substantivos


De acordo com o número do substantivo, eles são classificados em:

Singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um grupo, por exemplo: bola, mulher.
Plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos, por exemplo: bolas, mulheres.

Em número, os substantivos flexionam-se em singular (criança, cão e cebola) e plural (crianças,


cães e cebolas).
Grande parte dos substantivos formam plural através do acréscimo do -s. É assim que acontece
com as palavras terminadas em vogal ou ditongo, com as palavas paroxítonas e algumas oxíto-
nas:

Abacaxi – abacaxis Guri - guris


Acórdão – acórdãos Irmão - irmãos
Benção – bênçãos Jiló - jilós
Carta – cartas Mãe - mães
Cidadão – cidadãos Órfão - órfãos
Cortesão – cortesãos Órgão - órgãos
Cristão – cristãos Pagão - pagãos
Dente – dentes Rei - reis

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Estudante – estudantes Sótão - sótãos
Guaraná – guaranás Troféu - troféus

Vamos conhecer outras regras:

1. Plural dos substantivos terminados em –ão

1.1. A maior parte das palavras terminadas em –ão vira –ões:

Botão - botões
Canção - canções
Eleição - eleições
Fração - frações
Ladrão - ladrões
Algumas palavras terminadas em –ão viram –ães:
Alemão - alemães
Capelão - capelães
Capitão - capitães
Catalão - catalães
Charlatão - charlatães
Escrivão - escrivães
Guardião - guardiães
Pão - pães
Sacristão - sacristães
É importante observar que o timbre de alguns substantivos muda na passagem para o plural:
Caroço - caroços
Esforço - esforços
Fogo - fogos
Imposto - impostos
Jogo - jogos
Miolo - miolos
Olho - olhos
Enquanto isso, há outros cujo timbre se mantêm:
Avô - avôs
Bolo - bolos
Encosto - encostos
Forro - forros
Molho - molhos
Namoro - namoros
Pescoço - pescoços
Rosto - rostos

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Plural dos substantivos terminados em consoantes

2.1. Substantivos terminados em –r, –z e –n formam o plural pelo acréscimo de –es:

Abdômen - abdômenes
Açúcar - açúcares
Cartaz - cartazes
Cânon - cânones
Feitor - feitores
Giz - gizes
Mar - mares
Pilar - pilares
Rapaz - rapazes
Vez - vezes

2.2. Substantivos oxítonos terminados em –s formam plural pelo acréscimo de –es. Mas, se os
oxítonos forem paroxítonos ou proparoxítonos, não variam:

Ananás - ananases
Atlas - os atlas
Inglês - ingleses
Lápis - os lápis
Lilás - lilases
Ônibus - os ônibus
Pires - os pires
Retrós - retróses
Revés - reveses
Vírus - os vírus

2.3. Substantivos terminados em –al, –el, –ol e –ul substituem o –l por –is:

Álcool - álcoois
Animal - animais
Anzol - anzóis
Farol - faróis
Móvel - móveis
Nível - níveis
Papel - papéis
Pastel - pastéis

Exceções:

Cônsul - cônsules
Mal - males

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Real (moeda antiga) - réis

2.4. Substantivos oxítonos terminados em –il substituem o –l por –s:

Antifebril - antifebris
Ardil - ardis
Barril - barris
Canil - canis
Carril - carris
Civil - civis
Covil - covis
Funil - funis
Fuzil - Fuzis
Redil - redis

2.5. Substantivos paroxítonos terminados em –il substituem o –il por –eis:

Ágil - ágeis
Débil - débeis

Plural dos substantivos terminados em –zinho e –zito

O substantivo primitivo e o sufixo vão para o plural de forma separada, mas ao juntá-los, o -s do
substantivo primitivo é retirado:

Anelzinho - anéi(s) + zinhos = aneizinhos


Balão - balõe(s) + zinhos = balõezinhos
Bar - bare(s) + zinhos = barezinhos
Cão - cãe(s) + zito = cãezitos
Colar - colare(s) + zinhos = colarezinhos
Coronel - coronéi(s) + zinhos = coroneizinhos
Fogãozinho - fogõe(s) + zinhos = fogõezinhos
Mulher - mulhere(s) + zinhas = mulherezinhas
Pãozinho - pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Papel - papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Os substantivos terminados em -r, tais como bar, colar e mulher (acima), são frequentemente en-
contrados nas formas barzinhos, colarzinhos e mulherzinhas. Essas já são aceitas por alguns
gramáticos.

Plural dos substantivos compostos

Formados por palavras unidas sem hífen são tratados como substantivos simples:
Aguardente - aguardentes
Claraboia - claraboias

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Ferrovia - ferrovias
Girassol - girassóis
Lobisomem - lobisomens
Malmequer - malmequeres
Passatempo - passatempos

FONÉTICA

Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais) dos atos
de fala no que se refere à produção, articulação e variedades. Em outras palavras, a Foné-
tica preocupa-se com os sons da fala em sua realização concreta. Quando um falante pronun-
cia a palavra 'dia', à Fonética interessa de que forma a consoante /d/ é pronunciada: /d/ /i/ /a/ ou
/dj/ /i/ /a/.

Fonologia

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é
uma unidade acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os
diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da
junção de unidades distintas. Essas unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.
A palavra 'Fonema' tem origem grega (fono = som + emas = unidades distintas) e representa
as menores unidades sonoras que formam as palavras. As palavras são a unidade básica da
interação verbal e são criadas pela junção de unidades menores: as sílabas e os sons, na fala,
ou as sílabas e letras, na escrita.

Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação existe


em virtude dos diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos pulmões
e é liberada, com ou sem obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.

Fonemas e Aparelho fonador

Fonemas são as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras.


Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia

A troca de um único fonema determina o surgimento de outra palavra ou um som sem sentido. O
fonema se manifesta no som produzido, sendo registrado pela letra e representado graficamente
por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exa-
gerado), s (mesa).

Atenção:
Os fonemas são representados entre barras. Exemplos: /m/, /o/.

Aparelho fonador
Os sons da fala são produzidos pelo aparelho fonador. O aparelho fonador é constituído de:

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pulmões
brônquios e traqueia
Laringe
Glote
cordas vocais
Faringe
Úvula
boca e órgãos anexos
fossas nasais

Classificação dos Fonemas e Dígrafos


Os fonemas da Língua Portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao
exterior. Exemplos: pato, bota.

Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba.
Exemplos: couro, baile.
Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não sejam
confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados, respectivamente,
de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, den-
tes, lábios) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada.

Dicas:
Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação
da sílaba. Você encontrará sílabas constituídas só de vogais, mas nunca formadas so-
mente com consoantes. Exemplos: viúva, abelha.

Dígrafos

É a união de duas letras representando um só fonema. Observe que no caso dos dígrafos não há
correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.
Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro)
e outros.
Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e
outros.

Dígrafos

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Os dígrafos ocorrem quando duas letras são usadas para representar um único fonema, ou
seja, uma única emissão de som. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.

Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema.

Existem dois tipos de dígrafos na Língua Portuguesa:


Dígrafos consonantais;
Dígrafos vocálicos.

Vejamos cada um deles:

1. Dígrafos consonantais
ch – machismo, choro, chuva.
lh – agulha, milho, palhaço.
nh – sobrinho, sonho, pertinho.
rr – correto, carro, arriscado.
ss – pássaro, assumir, assassino.
sc – descendência, descer, crescer.
sç – cresço, nasço, desça.
xc – exceto, excelência, excerto.
xs – exsuar, exsudar.
gu – gueixa, sagui, linguiça.
qu – aquilo, quarto, queijo.

Atenção:
Somente serão considerados dígrafos as letras gu e qu quando estiverem seguidas das vo-
gais 'e' ou 'i', representando os fonemas /g/ e /k/.

Observe os exemplos:
☼ Guia, queijo, quilo, água, águia, quando.
Veja que, nesses casos, a letra 'u' não representa nenhum fonema.
Na divisão silábica, alguns dígrafos consonantais separam-se e outros não.

1. São separados na divisão silábica:


rr – car-ro-ça
ss – pas-sa-gem
sc – as-cen-der
sç – cres-ça
xc – ex-ce-to
xs – ex-su-dar

2. Não são separados na divisão silábica:


ch – cho-veu

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lh – i-lha-do
nh – ti-nha
gu – gui-sa-do
qu – quei-jo

2. Dígrafos vocálicos
Os dígrafos vocálicos são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'n' ou 'm',
representando fonemas vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos
pulmões passam pelo nariz e pela boca.

Observe alguns exemplos:


am – amparo, ampola.
an – sanguento, antítese.
em – emprego, empada.
en – frequento, entrada.
im – limpeza, Pimpão.
in – introdução, tinta.
om – arromba, ombreira
on – sonsa, onça.
um – umbigo, nenhum.
un – untar, denúncia.

Classificação das Vogais e Consoantes

1- Quanto à zona de articulação:

A zona de articulação está relacionada com a região da boca onde as vogais são articuladas.

a- média - é articulada com a língua abaixada, quase em repouso. Ex.: a (pasta).

b- anteriores - são articuladas com a língua elevada em direção ao palato duro, próximo ao den-
tes. Ex.: é (pé), ê (dedo), i (botina).

c- posteriores - são articuladas quando a língua se dirige ao palato mole. Ex.: ó (pó), ô (lobo), u
(resumo).

2- Quanto ao papel das cavidades, bucal e nasal:

A corrente de ar pode passar só pela boca (orais) ou simultaneamente pela boca e fossas nasais
(nasais).

a- orais: (pata), (sapé), (veia), (vila), (sol), (aborto), (fluxo).

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b- nasais: (fã), (tempo), (cinto), (sombrio), (fundo).

3- Quanto à intensidade:

A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal.


a- tônicas: café, cama.
b- átonas: massa, bote.

4- Quanto ao timbre:

O timbre está relacionado com a abertura da boca.

a- abertas: (sapo), (neve), (bola).

b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais.

c- reduzidas: são as vogais reduzidas no timbre, já que são vogais átonas (orais ou nasais, finais
ou internas). Exemplos: (cara, cantei).

Encontros Vocálicos e Consonantais


Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo.

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (di-
tongo crescente), na mesma sílaba.
Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).

Hiato: é a junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas.


Ex.: saída, coelho

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba.


Ex.: Paraguai, arguiu.

Atenção:

Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando semi-
vogais, serão representadas por /y/ e /w/, respectivamente.
Encontros consonantais
Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denomina-
mos essa sequência de encontro consonantal.

O encontro pode ocorrer:

- na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo

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- em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio

Atenção:
Nos encontros consonantais, somos capazes de perceber o som de
todas as consoantes.
Hiato
O encontro vocálico entre duas vogais que pertencem a sílabas diferentes é chamado de
hiato.

Observe as palavras:

coelho
saída
país
Podemos notar que há um encontro vocálico em cada uma delas, não é mesmo? Agora, veja
a divisão silábica dessas palavras:
co-e-lho
sa-í-da
pa-ís

Perceba que cada uma das vogais que fazem parte do encontro vocálico pertence a uma sílaba
distinta. Isso ocorre porque as vogais são a base da sílaba, ou seja, são elas que possuem a
tonicidade vibrante e mais forte. Dessa maneira, podemos justificar a separação realizada acima,
tendo cada uma a composição de uma sílaba diferente. A esse fenômeno fonético damos o nome
de hiato. Assim, podemos conceituar que:

→ HIATO é o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes.


Exemplos de hiato:
ruído = ru-í-do
dia = di-a
Paraíba = Pa-ra-í-ba
juízes = ju-í-zes
maresia = ma-re-si-a
seriado = se-ri-a-do
fiel = fi-el
burocracia = bu-ro-cra-ci-a
saúde = sa-ú-de
Divisão silábica
A divisão silábica é feita de acordo com a quantidade de fonemas pronunciados em uma
única emissão sonora.

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Como sabemos, as sílabas são fonemas pronunciados por meio de uma única emissão de voz e
também que a base das sílabas da língua portuguesa são as vogais: a - e - i - o - u. Assim,
todo fonema pronunciado em uma única emissão de voz tem, pelo menos, uma vogal.
É importante ressaltarmos que, em algumas palavras, os fonemas /i/ e /u/ não são vogais, já que
aparecem apoiados a outra(s) vogal(is), formando uma só emissão de voz (uma sílaba). Essas
vogais que apoiam as outras são chamadas de semivogais.

O que diferencia as vogais das semivogais é o fato de que as últimas não desempenham o papel
de núcleo silábico. A palavra “papai”, por exemplo, é formada por duas sílabas (dissílaba),
sendo a segunda formada por uma vogal (a) e por uma semivogal (i).
A par dessas informações, podemos afirmar que, para saber o número de sílabas que compõem
as palavras, basta identificar quantas vogais há nessa palavra.

Vejamos os exemplos:
pipoca – pi – po – ca (emissão de três fonemas sequenciais que estão ligados a vogais);
aparelho – a – pa – re – lho (emissão de quatro fonemas sequenciais que estão ligados a vo-
gais);
pernambucana – per – nam – bu – ca - na (emissão de cinco fonemas sequenciais que estão li-
gados a vogais.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas


Monossílabas: palavras que possuem apenas uma sílaba: pé, flor, mão.
Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas: balão (ba-lão); suco (su-co); santo (san-to).
Trissílabas: palavras que possuem três sílabas: hóspede (hós-pe-de); lareira (la-rei-ra); sapato
(sa-pa-to).
Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas: literatura (li-te-ra-tu-ra); amaciante (a-
ma-ci-an-te); sambódromo (sam-bó-dro-mo).

Divisão silábica
→ Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” devem pertencer a uma única sílaba:
chu – va
o – lho
fe - char
que – ri – do
vo - zi – nho

Os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separados em sílabas diferentes.
car – ro - ça
as – sas – si – no
cres – cer
nas – ceu
ex – ce – ção

Ditongos e tritongos devem permanecer na mesma sílaba.

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U – ru – guai
ba – lai – o

→ Os hiatos devem ser separados em duas sílabas distintas.


di – a
ca – de – a – do
ba – ú
→ Os encontros consonantais devem ser separados, exceto aqueles cuja segunda conso-
ante é “l” ou “r”.
bru – to
blu – sa
cla - ro
tra – go

Os encontros consonantais que iniciam palavras são mantidos juntos na divisão silábica.
pneu – má – ti – co
gno – mo

Acento tônico e acento gráfico


O acento tônico está relacionado com a intensidade dos fonemas, e o acento gráfico, como
o agudo e o circunflexo, marca a sílaba tônica.

É bastante comum que algumas pessoas apresentem dúvidas sobre o que é acento tônico e o
que é acento gráfico. Para esclarecer essas dúvidas, selecionamos algumas dicas para você.

Acento tônico
O acento tônico ou prosódico (referente à fala, à oralidade) está relacionado com a intensi-
dade dos fonemas que formam as sílabas das palavras.

Exemplo:
Marinheiro: ma – ri – nhei – ro.

Observe que a sílaba nhei é a que apresenta maior intensidade fonética, ou seja, é o acento
tônico da palavra marinheiro.
Água: á – gua.

Observe que a letra/sílaba á possui a maior intensidade fonética, ou seja, é o acento tônico da
palavra água.

Classificação das palavras quanto à tonicidade


As palavras podem ser classificadas de acordo com sua tonicidade, ou seja, de acordo com a
sílaba mais intensa/tônica. Dessa forma, as palavras podem ser oxítonas (quando o acento tônico

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encontra-se na última sílaba, como a palavra 'abacaxi'), paroxítonas (quando o acento tônico en-
contra-se na penúltima sílaba, como a palavra 'orelha') e proparoxítonas (quando o acento tônico
encontra-se na antepenúltima sílaba, como a palavra 'árcade').

Acento gráfico
O acento gráfico marca a sílaba tônica na escrita e é utilizado de acordo com regras de acentu-
ação. Na Língua Portuguesa, temos os seguintes acentos gráficos:

→ Acento Agudo (´)


Utilizamos o acento agudo sobre as vogais com timbre aberto e na sílaba '-em', indicando que
essas letras/sílabas são tônicas.
Exemplos:
Amapá
picolé
índio
óculos
vovó
baú
convém

→ Acento Circunflexo (^)


Utilizamos o acento circunflexo sobre as vogais tônicas 'a', 'e' e 'o' com timbre fechado.
Exemplos:
bebê
ônibus
mês
âncora
vovô
âmbito

Classificação das palavras quanto ao acento tônico

As palavras são classificadas de acordo com a posição da sílaba que possui maior grau de
intensidade do som, ou seja, a posição da sílaba que recebe o acento tônico.
Compare a pronúncia das palavras a seguir:
(1) azul
(2) escola
(3) público

Você percebeu que a sílaba que possui maior intensidade possui uma localização diferente em
cada uma das palavras? Leia de novo:
(1) azul
(2) escola
(3) público

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Em (1), notamos que a última sílaba é a que possui maior grau de força. Já em (2), o som é mais
intenso na penúltima sílaba e, em (3), na antepenúltima sílaba. Essa variação de posição confere
às palavras diferentes classificações. Assim, temos:

a) palavras oxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na última sílaba.
Exemplos:
café
parabéns
funil
Bebês

b) palavras paroxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na penúltima
sílaba.
Exemplos:
brasileiro
sabonete
baía
Colégio

c) palavras proparoxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na antepe-
núltima sílaba.
Exemplos:
lâmpada
público
álibi
médico
Exército

ATENÇÃO! Acento tônico não é a mesma coisa que acento gráfico. Como o nome nos indica, o
acento tônico refere-se à tonicidade, ao som de uma sílaba. Já o acento gráfico refere-se à orto-
grafia da palavra e, portanto, o seu uso ou não está submetido à observação das regras ortográfi-
cas.

Ortoépia e Prosódia

Ortoépia
Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.

A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das conso-
antes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.
Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:
a- pronunciar erradamente as vogais quanto ao timbre:

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- pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...

- pronúncia errada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...

b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra, prostrar/


prostar, reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro.

e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabor-


nato, muçulmano/ mulçumano.

f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bun-


giganga ou buginganga

g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar "àas" cinco
horas.

h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:

correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.


Exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.

Prosódia
A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras, tomando como padrão a
língua considerada culta.

Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas
quanto à prosódia:

1) oxítonas:

cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

2) paroxítonas:

avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia, ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pu-
dico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:

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aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo,
zéfiro.
Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta.
Exemplos:
acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e
outras.
Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:
Exemplos:
valido/ válido
Vivido /Vívido

ACENTUAÇÃO

A acentuação existe para estabelecer um sistema que organize a tonicidade das palavras,
classificando as sílabas de uma palavra como tônicas ou átonas.

A acentuação está relacionada com a ortografia, sistema convencional que representa a correta
escrita da língua, e com a prosódia, estudo que trata do conhecimento da sílaba predominante,
chamada sílaba tônica. Para proferirmos corretamente as palavras, é necessário que saibamos
sobre os seus sons, fazendo assim o uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba tônica.
Às sílabas de menor intensidade atribuímos o nome de sílabas átonas, ou seja, sílabas que são
pronunciadas com pouca intensidade tonal. A acentuação gráfica diz respeito ao estudo das regras
que disciplinam o uso adequado dos sinais que indicam a posição da sílaba tônica, entre outras
particularidades, como o timbre e a nasalização das vogais.

Regras fundamentais:

Monossílabos tônicos
Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em:

-a(s): chá, pá...


-e(s): pé, ré,...
-o(s): dó, nó...

Entretanto, os monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuado

Observações:
Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento.

Exemplos: réis, véu, dói.

No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina
em eem. Essa regra se aplica à nova ortografia. Perceba:

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Ele vê - Eles veem
Ele crê – Eles creem
Ele lê – Eles leem

Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico.

Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que
a terceira pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba:

Ele tem – Eles têm


Ela vem – Elas vêm

Oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”.

Pará, café, carijó, armazém, parabéns

Paroxítonas:
Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:

-l: amável, fácil, útil.


-r: caráter, câncer.
-n: hífen, próton.

Observação: Quando grafadas no plural, essas palavras não recebem acento.

Exemplos: polens, hifens.


-x: látex, tórax.
-ps: fórceps, bíceps.
-ã(s): ímã, órfãs.
-ão(s): órgão, bênçãos.
-um(s): fórum, álbum.
-on(s): elétron, nêutron.
-i(s): táxi, júri.
-u(s): Vênus, ônus.
-ei(s): pônei, jóquei.
-ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa.

Observações importantes:

a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais
acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados:

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Antes Depois

Coréia Coreia

Plebéia plebeia

idéia ideia

Odisséia Odisseia

jibóia jiboia

asteróide asteroide

paranóia paranoia

heróico heroico

Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:

chapéu – herói - fiéis...

b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem
hiato.
Antes Depois

Sauípe Sauipe

bocaiúva bocaiuva

feiúra feiura

boiúna boiuna

No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos
de “s” ou no final da palavra. Confira:

Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s).

O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos:

saída – saúde – juíza – saúva – ruído.

As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras “q”
e “g” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja:
Atenção:

27
Antes Depois

apazigúe (verbo apaziguar) apazigue

argúi (verbo arguir) argui

- Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas vo-
gais serão acentuadas:

Exemplos:
eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas, que eles apazíguem.

- Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado:


Exemplos:

Eu averiguo, eu aguo.

Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos, tais como:
Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras, representadas por:

Antes Depois
para = preposição/ pára = verbo parar para

pela = preposição/ péla = verbo pelar Pela

pólo = substantivo/ polo = combinação antiga e


Polo
popular de "por" e "lo"

pêlo = substantivo/ pelo = combinação da prepo-


Pelo
sição com o artigo

pêra = substantivo/ pera = preposição referente


pera
ao português arcaico

pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)


pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)

pôr = verbo
por = preposição

CONCORDÂNCIA NOMINAL

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CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral: mais próximo ou plural

SINGULAR OU PLURAL
· Sujeito composto, de mesmo gênero, singular e posposto = depois (ex: lindo/lindos rosto e
corpo)

MASCULINO PLURAL OU MAIS PRÓXIMO


· Sujeito composto, de gêneros diferentes, singular e pospostos (ex: linda/lindos boca e braço)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, plural e posposto (ex: linda/lindos boca e braços)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, números diferentes e posposto (ex: linda/lindos per-
nas e ombro)

MAIS PRÓXIMO OU PLURAL


· Sujeito composto, ligado por “ou” (ex: traga faca ou colher prateada/prateadas)
· Sujeito composto por ordinais (exs: a primeira e a segunda fila/filas, primeira e segunda sé-
rie/séries)

VARIAM EM GÊNERO E NÚMERO


· Sujeito composto por “mesmo”, “próprio”, “só” (sozinho), “anexo”, “incluso”, “junto”, “nenhum”,
“dado”, visto”

MAIS PRÓXIMO
· Sujeito composto por sinônimos (ex: gratidão e reconhecimento profundo)

VÁRIAS FORMAS
· Sujeito composto, com artigo
Ex: As línguas inglesas e francesas
A língua inglesa e francesa
A língua inglesa e a francesa

VARIAM
· O mais...possível, só, obrigado

INVARIÁVEIS
· Advérbios de modo (exs: menos, em anexo, meio, muito, bastante, caro, somente)
· Alerta (ex: os soldados estavam alerta), menos (quantidade), a sós, em mão
Obs: um e outro assuntos / uma e outra parede sujas
a cerveja é boa / cerveja é bom
estou quite / estamos quites
bastantes pessoas falaram bastante bem de você

CONCORDÂNCIA VERBAL

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Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.

Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de
ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Ex.: Nós vamos ao cinema.


O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai
para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou


do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.


d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou con-
cordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

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f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quan-
tos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o
pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Dicas:

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles


em pessoa e número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido
de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o
artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o
verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o
verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no
singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, te-
mendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral
O verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.


Casos especiais:

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a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo fi-
cará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo


concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.


c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá fi-
car no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o aju-
dava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (ló-
gica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará
com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

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f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o
verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular
quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)


A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim...
como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, em-
bora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula “SE”:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no


singular.
Exemplos:

Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

REGÊNCIA NOMINAL

A regência nominal é um dos tipos de regência existentes e, como o nome já sugere, ocorre
apenas entre nomes (substantivo, adjetivo ou advérbio). Quando um termo influencia outro em
uma sentença, dizemos que se trata de um termo determinante. A essa relação de subordina-
ção entre o termo determinante e o termo determinado (ou subordinado), damos o nome de re-
gência. A preposição que liga um termo ao outro costuma marcar a relação de subordinação.
Como ocorre a regência nominal?

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A regência nominal trata da relação entre um nome e outro termo. O nome, que será o termo de-
terminante, pode ser classificado como substantivo, adjetivo ou advérbio. O outro termo é
o complemento e/ou a preposição. Observe os exemplos:
→ Apto a
Vocês, agora, estão aptos a dirigir.
→ Disposto(a) a
“Não estou disposto a esquecer seu rosto de vez.” (Compositor: Hyldon Silva)
→ Fácil de/difícil de
Aquela era uma situação fácil de se resolver.
O movimento feito pelo ginasta era um dos mais difíceis de se executar.
Firme em
Eu me mantive firme em meu propósito.
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→ Grato(a) a/por
Estar grato(a) a alguém por algo:
Ela ficou muito grata a eles por toda a ajuda.
→ Luta contra
Ele sabia de toda a luta contra aquela injustiça.
Natural de
Lima Barreto era natural de Olinda.
Obediente a
Era um garoto muito bonzinho, sempre foi obediente à família.
→ Perto de/longe de
Estamos ainda muito longe da próxima parada, motorista?
Já cumpriram quase todas as etapas, estão perto de ganhar a competição.
Perto de/longe de
Estamos ainda muito longe da próxima parada, motorista?
Já cumpriram quase todas as etapas, estão perto de ganhar a competição.
→ Satisfeito com
Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado.
Substantivos
admiração (a, por)
Sentia admiração por fenômenos naturais.
dificuldade (de, em)
Tenho dificuldade em língua portuguesa.
aversão (a, para, por)
Sentia verdadeira aversão às imposições arbitrárias.
capacidade (de, para)
Possuía grande capacidade de crescer profissionalmente.
dúvida (acerca de, em, sobre)
Temos dúvidas acerca de alguns pontos do contrato.
medo (de)
Ela afirmou que tem medo de avião.
receio (de)

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Tinha receio de permanecer no mesmo lugar.
respeito (a, com, para com, por)
Ela tem respeito pela própria história.
obediência (a)
É preciso ter obediência aos princípios da natureza.
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Adjetivos
alheio (a, de)
Não é possível permanecer alheio aos processos.
apto (a, para)
Estava apto para trabalhar.
acostumado (a, com)
Estava acostumado a não medir esforços.
ansioso (de, para, por)
Estou ansioso para mudar a casa.
benéfico (a)
Alimentação saudável é benéfica ao corpo.
capaz (de, para)
Ela é capaz de tudo para ser feliz.
comum (a)
A prática é comum a todos.
compatível (com)
Suas atitudes não são compatíveis com suas palavras.
contrário (a)
Somos contrários às negociações.
essencial (a, para)
Cálcio é essencial para a saúde dos ossos.
generoso (com)
Foi generoso com os menores.
interessado (em, por)
Ele é interessado em língua portuguesa.
necessário (a, em, para)
Trouxe dinheiro necessário para meu regresso.
relacionado (com)
O conteúdo está relacionado com gramática.
útil (a, para)
Este conteúdo é útil para você.
Veja também: Locuções prepositivas – grupos de palavras que exercem a função de prepo-
sição
Advérbios
Os advérbios terminados em -mente seguem a mesma regência dos adjetivos de que são origi-
nados.
análogo a - analogamente a
relativo a - relativamente a

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semelhante a - semelhantemente a
favorável a - favoravelmente a
É importante destacar que perto e longe são seguidos da preposição de.
Fique aqui, bem perto de mim.
Longe dos olhos, longe do coração.

REGÊNCIA VERBAL

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que
se seguem a eles e completam o seu sentido.
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais
são os termos regidos.
Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e
suas respectivas explicações:

• Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposi-
ção em (morar em algum lugar).
• No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige preposição
(implicar algo, e não implicar em algo).
• No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo indireto.
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está correta.
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos. Alguns, conforme o
seu significado, podem ter mais do que uma forma de regência.

1. Assistir

a) com o sentido de ver exige preposição:


Que tal assistirmos ao filme?
b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:
Sempre assistiu pessoas mais velhas.
c) com o sentido de pertencer exige preposição:
Assiste aos prejudicados o direito de indenização.

2. Chegar

O verbo chegar é regido pela preposição “a”:


Chegamos ao local indicado no mapa.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas con-
versas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa.

3. Custar

a) com o sentido de ser custoso exige preposição:


Aquela decisão custou ao filho.

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b) com o sentido de valor não exige preposição:
Aquela casa custou caro.

4. Obedecer

O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:


Obedeça ao pai!
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça o pai!

5. Proceder

a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:


Essa sua desconfiança não procede.
b) com o sentido de origem exige preposição:
Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar

a) com o sentido de objetivo exige preposição:


Visamos ao sucesso.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como verbo
transitivo direto: Visamos o sucesso.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer

O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:


Esqueci o meu material.
No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu mate-
rial.

8. Querer

a) com o sentido de desejar não exige preposição:


Quero ficar aqui.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
Queria muito aos seus amigos.

9. Aspirar

a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:


Aspirou todo o escritório.
b) com o sentido de pretender exige preposição:

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Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar

O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com preposi-
ção:
Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir

O verbo ir é regido pela preposição “a”:


Vou à biblioteca.

12. Implicar

a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige preposi-
ção:
O seu pedido implicará um novo orçamento.
b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:
Implica com tudo!

13. Morar

O verbo morar é regido pela preposição “em”:


Mora no fim da rua.

14. Namorar

O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de preposi-
ção:
Namorou Maria durante anos.
"Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito.

15. Preferir

O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:


Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar

O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":


Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar

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a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:
Chama o Pedro!
b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:
Chamou ao João de Mauricinho.
Chamou João de Mauricinho.
Chamou ao João Mauricinho.
Chamou João Mauricinho.

18. Pagar

a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:


Paga o sorvete?
b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:
Paga o sorvete ao dono do bar.
O que é verbo transitivo direto?
Verbos transitivos diretos (VTD) são os verbos que precisam de um complemento para fazer
sentido. Esse complemento, chamado de objeto direto, se liga ao verbo sem preposição obriga-
tória:
O povo ama o prefeito. (VTD: ama. Objeto direto: o prefeito)
Eu comi meu bolo predileto. (VTD: comi. Objeto direto: meu bolo predileto)
Ganhei flores. (VTD: ganhei. Objeto direto: flores)

Exemplos de frases com verbo transitivo direto

O aposentado compra livros usados.


Os clientes aguardam a sua vez.
Os vegetarianos comem ovos.
Os adolescentes amam pizza.
As crianças pulam corda.
Falei o que era preciso.
Informei as consequências.
O barulho incomoda os pacientes.
A menina abraçou o cão.
O jovem justificou a sua atitude.

Lista de verbos transitivos diretos


Abraçar beber criar decifrar educar fazer gastar honrar impedir justificar
Lamentar machucar negligenciar observar produzir querer reparar
Sanar tampar untar vaiar xingar
Verbo transitivo indireto é aquele que exige um complemento por meio de preposição. Esse
complemento recebe o nome de objetivo indireto.

Exemplos:

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1. Acredito em suas melhoras.
Acredito em quê? Em suas melhoras. Uma vez que o que complementa o sentido do verbo me-
lhorar vem precedido de preposição, estamos diante de um verto transitivo indireto.

ORTOGRAFIA OFICIAL

O que é ortografia?
A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho",
que quer dizer correto, e "grafo", por sua vez, que significa escrita.
Ela se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.
Além de ser influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, no que respeita à ortografia
existem convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia
oficial. Trata-se dos acordos ortográficos.

O Alfabeto
A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da lingua-
gem. Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.
A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.

Emprego das letras K, W e Y


Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).
Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Dar-
win, darwinismo.
Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo, Ku-
wait, kuwaitiano.
Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.
Saiba mais sobre a Origem do alfabeto.

Uso do x e do ch
O x é utilizado nas seguintes situações:
Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.
Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.
Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.

Exceções:
A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.
O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem: en-
chente, encharcar, enchido.

Uso do h
O h é utilizado nas seguintes situações:
No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!

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Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.
Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha.
Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.
Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico
"baía" é grafado sem h.
“Há” e “A” são dois termos que geram muita confusão para os utilizadores da língua. Isso porque
ambas possuem o mesmo som, porém apresentam grafias diferentes.
Aqui você vai encontrar explicações e exemplos de quando você deve usar cada uma delas.


Com o “h” o “há” representa uma forma do verbo haver. Assim, podemos utilizar o “há” quando o
verbo haver é impessoal (sem sujeito) e possui o sentido de “existir”.
Essa forma verbal é conjugada na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
Há muitas pessoas no mundo.
Existem muitas pessoas no mundo.
Obs: Mesmo que a frase esteja no plural, o “há” permanece no singular.
Há muito erro nessa prova.
Há muitos erros nessa prova.
Também utilizamos o “há” em frases que expressam tempo passado e, nesse caso, pode ser
substituído pelo verbo “fazer” ou “ter”.
Há muitos anos que não vejo o Miguel.
Faz muitos anos que não vejo o Miguel.
Há muito tempo que não comia doces.
Tem muito tempo que não comia doces.

Fique Atento!
É muito comum usarmos esse termo com a palavra “atrás”, por exemplo:
Estive nos Estados Unidos há um ano atrás.
Como o “há” pode ser utilizado para fazer referência a algo que ocorreu no passado, fica redun-
dante colocar esse vocábulo na mesma sentença.
Portanto, o correto seria:
Estive nos Estados Unidos há um ano.

Curiosidade
Existe também outra forma que tem o mesmo som do “há”: ah!
Nesse caso, ele é usado como interjeição, ou seja, quando expressa emoção ou sentimento.
Ah! Que bom te ver por aqui!

Uso do s e do z
O s é utilizado nas seguintes situações:
Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou cir-
cunstância: bondoso, feiosa, oleoso.
Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.
Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.

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Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.
O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - be-
leza, grande - grandeza.
No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Uso do g e do j
O g é utilizado nas seguintes situações:
Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio,
refúgio.
Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.
O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.
Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

Observações:

A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que) eles/elas via-
jem.
Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para j antes do a ou
do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam,
elejo; agir - ajam, ajo.
A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é chamada de
"mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de acordo com o dicionário Michaelis signi-
fica "Relativo ou pertencente à região que era servida pela antiga Estrada de Ferro Mojiana (de
São Paulo a Minas Gerais)."

Parônimos e Homônimos

Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou
na pronúncia, mas têm significados diferentes.
Leia mais sobre esse assunto abaixo. (em posição inferior)
Olhou-me de cima a baixo com olhar de desaprovação. (relação com a expressão "de cima" ou
"de alto"
Não sei onde deixei meus livros. (não sugere movimento)
Aonde deixaremos os livros? (sugere movimento)
Eu falo, mas ele nunca me ouve. (porém)
Isto é o que mais gosto de fazer! (aumento de quantidade)

Acentuação Gráfica
A acentuação gráfica consiste na colocação de acento ortográfico para indicar a pronúncia de
uma vogal ou marcar a sílaba tônica de uma palavra. Os nomes dos acentos gráficos da língua
portuguesa são:

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• acento agudo (´)
• acento grave (`)
• acento circunflexo (^)

Os acentos gráficos são elementos essenciais que para estabelecem, por meio de regras, a
sonoridade/intensidade das sílabas das palavras.
Acentuação das palavras oxítonas
As palavras oxítonas são aquelas em que a última sílaba é tônica (mais forte). Elas podem ser
acentuadas com o acento agudo e com o acento circunflexo.
Oxítonas que recebem acento agudo
Obs.: há exceção nas formas da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos deriva-
dos de "ter" e "vir". Nesse caso, elas recebem acento circunflexo (retêm, sustêm; advêm, pro-
vêm).

TIPOLOGIA TEXTUAL

O Que É Tipologia Textual?


Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um
texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a in-
junção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com
outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na
forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das ca-
vernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):


Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas
ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Segue a seguinte estrutura:

Exemplo:

Minha vida de menina


Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coita-
dinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de
sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos
braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e
de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta
hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.

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Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então
vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

DESCRIÇÃO

a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que
está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.

B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe
a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos compa-
rações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o
cheiro parece com ..., etc.

C-) Os cinco sentidos:


Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O
que você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pes-
soas à sua volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pe-
las pessoas ao redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes
dois, você pode utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer des-
crever.

Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):


Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.
Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descri-
ção não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é
visto, em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem


descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi des-
crito.

Características do texto descritivo

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- É um retrato verbal
- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
- Presença de verbos de ligação
- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
- Emprego de orações coordenadas justapostas

A estrutura do texto descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:


1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:
Alguns dados sobre Rudy Steiner
“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

DISSERTAÇÃO
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater.
Este tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apre-
sentação detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do as-
sunto/tema tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):


Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

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Exemplo:
Redução da maioridade penal, grande falácia
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do
ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade
penal, mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão,
para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas
17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu
a proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo
infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo.
Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atu-
arem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar
que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas ve-
zes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de

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ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são
punidos com muito mais rigor do que os adultos.
Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do
disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, §
4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à
Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas
e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a cer-
teza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.

Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013


Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece
sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):


Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe
ideias; explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua
opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está
no presente do indicativo.
Exemplos: Notícias Jornalísticas

INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por
exemplo quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções
para o funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando
lemos a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita.
Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):


Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:
BOLO DE CENOURA
Ingredientes
Massa
3 unidades de cenoura picadas

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3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

Breve Resumo Para Fixação


Narração: Personagens, Enredo, Espaço...
Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...
Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...
Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)
Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

HOMÔNIMOS
São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:
HOMÔNIMOS PERFEITOS

Têm a mesma grafia e o mesmo som.


- A manga está uma delícia.
- A manga da camisa ficou perfeita.

HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS

Têm a mesma grafia, mas sons diferentes.


- Eu começo a trabalhar em breve.
- O começo do filme foi ótimo.

HOMÔNIMOS HOMÓFONOS

Têm o mesmo som, mas grafias diferentes.

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-Os concertos são realizados nas maiores e mais importantes salas de Viena, como a Ópera de
Viena.
-O conserto do meu celular durou uma semana.

Antônimos

São palavras diferentes na forma e opostas na significação.

Ex.:
sim – não
abaixar – levantar
nascer – morrer
correr – parar
sair – chegar
belo – feio
vida – morte

Homônimos

Vem do grego “homós” que quer dizer: “igual”, “ónymon” que significa “nome”. São palavras
iguais na forma e diferentes na significação.
Homônimos podem ser:
a) Homônimos homófonos
b) Homônimos homógrafos

Homônimos Homófonos

São os que têm som igual e significação diferente.


cerrar (fechar)
serrar (cortar)
chá (bebida)
xá (soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento)
xeque (lande do jogo de xadrez)
concertar (ajustar, combinar)
consertar (corrigir, reparar)
coser (costurar)
cozer (preparar alimentos)
esperto (inteligente, perspicaz)
experto (experiente, perito)
incerto (não certo, impreciso)
inserto (introduzido, inserido)
incipiente (principiante)
insipiente (ignorante)

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ruço (pardacento, grisalho)
russo (natural da Rússia)
tachar (atribuir defeito a)
taxar (fixar taxa)
acender (pôr fogo)
ascender (subir)
acento (símbolo gráfico)
assento (lugar em que se senta)

Homônimos Homógrafos
São palavras que têm grafia igual e significação diferente; devemos notar que as vogais podem
ter som diferente, bem como pode ser diferente o acento da palavra. Sendo que se escrevam
com as mesmas letras e tenham significação diferente.

Ex.:
sede(residência) – sede (vontade de beber água)
cará (planta) – cara (rosto)
sabia (verbo saber) – sabiá (pássaro) – sábia (feminino de sábio)
Nota: As palavras podem ser ao mesmo tempo homônimos homófonos e homônimos ho-
mógrafos

Ex.:
mato (bosque) – mato (verbo)
livre (solto) – livre (verbo livrar)
rio (verbo rir) – rio (curso de água natural)
amo (verbo amar) – amo (servo)
canto (ângulo) – canto (verbo cantar)
fui (verbo ser) – fui (verbo ir)
recrear (divertir, alegrar)
recriar (criar novamente)
sortir (abastecer)
surtir (produzir efeito)
tráfego (trânsito)
tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau)
vadiar (andar ociosamente)
vultoso (volumoso)
vultuoso (atacado de congestão na face)
imergir (afundar)
emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços)
infração (violação)
infligir (aplicar pena)
infringir (violar, desrespeitar)

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mandado (ordem judicial)
mandato (procuração)
ratificar (confirmar)
retificar (corrigir)
emigrar (deixar um país)
imigrar (entrar num país)

EXERCÍCIOS
01. Assinale a alternativa correta:
“Pedro e João ____ entraram em casa perceberam que as coisas não iam bem, pois sua irmã
caçula escolhera um ____ momento para comunicar aos pais que iria viajar nas férias; _____
seus, dois irmãos deixaram os pais _____ sossegados quando disseram que a jovem iria com os
primos e a tia.”

a) mau - mal - mais - mas;


b) mal - mal - mais - mais;
c) mal - mau - mas - mais;..
d) mal - mau -mas - mas;

02. Complete as lacunas com (estada / estadia /onde / aonde):


“_______ quer que eu me hospede, procuro logo saber o preço da _______, quanto custa a
_______de um carro alugado, bem como _______ se possa ir à noite.”

a) aonde – estadia – estada – onde;


b) onde – estada – estadia – aonde;..
c) onde – estadia – estada – aonde;
d) aonde – estada – estadia – onde;

03. - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;


- Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte.
- As _________ da câmara são programas de humor.
- ___________ dias que não falo com Alfredo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocábulos para as lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;..

04. “O _______ de veículos de grande porte, em vias urbanas, provoca ________ no trânsito;
forçando a que os motoristas dos carros menores ________,muitas delas, completamente sem
_________ ;

a) tráfico – infrações – inflijam – concerto;

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b) tráfego – infrações – inflijam – conserto;
c) tráfego – inflações – infrinjam – conserto;
d) tráfego – infrações – infrinjam – conserto;..

06. Observe as frases abaixo:


1. O perigo de desabamento está próximo.
2. No levantamento da população de São Paulo houve distorções.
3. Na repartição das armas, a presença do furriel é importante.
4. Toda espécie de contrabando de drogas deve ser repreendido.

Os vocábulos grifados equivalem respectivamente a:


a) iminente, censo, seção e tráfego.
b) iminente, censo, seção e tráfico.
c) eminente, senso, cessão e tráfico.
d) eminente, senso, sessão e tráfego.

07. Em: O Prefeito ratificou o Decreto e O Prefeito retificou o Decreto, as palavras sublinhadas
podem ser substituídas, sem que haja perda de sentido, por,
respectivamente:

a) modificou / publicou
b) escolheu / saudou
c) anunciou / arquivou
d) confirmou / corrigiu

09. Assinale a alternativa em que as formas completam corretamente as lacunas das frases, pela
ordem:
1. Ele foi logo embora e ninguém sabe o ..............
2. Nomearam-no ................?
3 ........................ vos entristeceis?
4. Muita maldade acontece .......... o dinheiro é o grande envenenador da alma.

a) por que, por quê, porquê, porque.


b) por quê, por que, porquê, porque.
c) porque, porquê, por quê, por que.
d) porquê, por quê, por que, porque.

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