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Escrita e argumentação

1. Debate com outras perspectivas

Para auxiliar no estabelecimento de uma hipótese original, argumentável e interessante, é


importante que o pesquisador faça uma pergunta para si próprio e veja se ele é convencido pela
resposta a que chega: Por que essa hipótese é importante? Motivos podem ser entendidos como
elementos que fazem com que os leitores se interessem pelo seu texto. Em outros termos: por que
alguém deveria dedicar algumas horas para ler esse texto que estou escrevendo? Em que medida
minha hipótese traz algo relevante sobre o tema?

Em geral, o motivo se coloca como contra-argumentação em relação a outra visão importante sobre
o mesmo tema. Nesse sentido, um bom texto pode começar expondo essa interpretação em relação
à qual ele se coloca. É importante tentar ser o mais honesto possível ao relatar essa outra
perspectiva, especialmente nos casos em que o texto tem uma visão crítica em relação a ela. Não
se deve simplificar argumentos ou deixar pontos complexos de fora para tornar, posteriormente, a
contra-argumentação mais fácil. Além de desonesto, acaba não valorizando a sua própria
interpretação.

Ao expor o que outros disseram sobre o tema que você está tratando, você demonstra conhecimento
do que outros já disseram sobre ele, intimidade com outras perspectivas possíveis sobre o tema e,
ainda, mostra em que medida a sua interpretação é plausível. Um modo de escrever isso é: “Em
geral, os intérpretes entendem esse assunto assim [explique o que é essa visão], mas há algo que
se perde ou esquecido ou errado nessa perspectiva. Nesse sentido, meu texto pretende... [o que seu
texto traz em relação a essas interpretações].

É preciso tomar cuidado para não levantar argumentos contra espantalhos. Por espantalho aqui
entendemos concepções muito erradas e fracas, que ninguém leva a sério. A princípio, essa tática
parece atrativa. Escolhe-se algum intérprete ou visão sobre determinado assunto e, facilmente,
rebate-se seus argumentos. No entanto, uma vez que essa interpretação não é levada a sério, acaba
desvalorizando os próprios argumentos do seu texto. No final das contas, o seu texto fica
esvaziado, afinal criticou um texto ou posição que ninguém leva a sério. Além do mais, atacar um
espantalho não exige muito de quem está escrevendo. É muito fácil refutar posturas mal
fundamentadas. Por isso mesmo, o seu próprio texto fica fraco. No entanto, ao discutir com
interpretações sérias e cuidadosas, o seu próprio texto sai valorizado. Afinal, há de se mobilizar
muitos argumentos e de qualidade para sustentar sua perspectiva. É possível fazer um paralelo com
o humor. Nas peças de comédia, há a o escada. Ele não é o humorista principal, mas é aquele que
faz a deixa para o principal entrar com a piada. Quanto melhor for o escada, mais o humorista
principal se destaca. Nesse caso do texto acadêmico, ocorre algo similar.

Há, basicamente, dois modos de se formular esses pontos de debate. 1) Dialogar com uma
interpretação sobre o tema que estamos lidando. Essa interpretação pode ser de um autor ou de
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vários. Em alguns casos, pode ser uma tendência de interpretação do tema; 2) É possível também
que você imagine contra-argumentações e insira no seu texto. Em termos de redação, isso pode
aparecer do seguinte modo. “Nesse ponto, alguém poderia pensar que esse argumento é
problemático por [indicar as razões]”.

Em geral, as frases em que se anuncia esse debate se iniciam com adversativas: “Apesar de”, “No
entanto”, “Entretanto”... etc. Ex.: Apesar de Vattimo entender que há uma continuidade entre o
pensamento de Nietzsche e Heidegger, esse texto busca argumentar que se pode encontrar
importantes rupturas”.

Diante de outras tendências ou interpretações são possíveis as seguintes relações:

1) Discordância. Você discorda totalmente da posição que alguma interpretação defende


sobre o tema. Nesse caso, você tem de demonstrar onde estariam os erros nessa
interpretação. Ela, por exemplo, utiliza fontes corretas? Lê e interpreta essas fontes e
maneira adequada? Quais e por que os argumentos são problemáticos?
2) Complementação. Há uma perspectiva sobre o tema estudado que é muito boa, mas, não
aborda certos aspectos que você julga importantes. Nesse sentido, os eu texto pode
caminhar na direção de se colocar como complementação dessa perspectiva. Portanto, não
se trata de dizer que ela é totalmente errônea, mas de dizer que ela estaria incompleta.
3) Desenvolvimento. Ocorre quando há alguma interpretação sobre o tema em que um autor,
por exemplo, lança uma ideia, mas não a desenvolve. Nesse caso, você pode pegar esse
aspecto e dizer que vai desenvolvê-lo. Quando isso ocorrer, é importante dar os créditos
para o autor que inspirou sua perspectiva. No trabalho acadêmico, isso é feito por meio de
citações.

Não há uma regra quanto ao tamanho que esse ponto pode assumir no seu trabalho. Vai depender
bastante de que tipo de texto estamos falando. Numa dissertação ou tese, por exemplo, a depender
da importância desse ponto, pode se precisar de páginas e páginas, talvez até um capítulo inteiro,
para expor uma perspectiva importante sobre o tema. Inclusive, há teses que se estruturam toda em
torno do debate com algum intérprete. No caso de estudos de textos filosóficos ou religiosos
clássicos, isso é muito comum.

Qual a importância disso? Principalmente, em pesquisas bibliográficas, evitar que se fique apenas
repetindo o texto do autor que se está estudando. O motivo confere rosto próprio ao trabalho de
pesquisa que está sendo realizado.

2. Corpo do texto

A função de se empregar citações (seja de informantes do campo, documentos históricos ou do


autor pesquisado) funciona como evidência do que se está dizendo. Portanto, um texto acadêmico
em CR não se constrói apenas com suas próprias ideias em um papel. É preciso trazer evidências
que deem suporte às ideias que estão sendo argumentadas.
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Por isso mesmo, é importante escolher boas citações. Em geral, elas podem: condensar várias
ideias que você pode explorar ao comentar a passagem; conduzir à necessidade de estabelecer
argumentos e análises; mudança de perspectiva. É preciso sempre pressupor que elas não são tão
autoevidentes ou autoexplanatórias como parecem.

1) Em nenhum momento, você deve assumir que uma passagem é autoevidente. Lembre-se
sempre que você tem que explicar o que você pensa que essa linha ou passagem está
dizendo.

2) E, em alguns casos, você deve dizer quais os motivos que levam a refutar leituras que
poderiam parecer mais óbvias.
3) O ideal é você pensar que seu trabalho é convencer ao leitor que as evidências dão suporte
à sua hipótese ou, no mínimo, que elas oferecem mais suporte para sua hipótese do que de
outros autores.

Para interpretar uma passagem, você deve satisfazer três objetivos:

a) Você deve clarificar com suas próprias palavras o que o autor disse naquela passagem.
Trata-se de uma aproximação inicial, na qual você vai contextualizar a passagem, como
que repetindo o autor, explicar o que ele disse.
b) Você deve analisar a passagem. Essa é a parte mais importante. Diferentemente de quando
você estava resumindo, aqui você deve acrescentar algo. Quando se analisa uma citação
não somente se repete o que já foi dito, mas se acrescenta algo. Nesse momento, por
exemplo, você pode trazer outros textos sobre o tema ou do mesmo autor, pode mostrar
certos pressupostos ou consequências que podem ser aferidas da citação utilizada.
c) Você deve mostrar precisamente como essa passagem se articula com seus argumentos.
Portanto, depois de desenvolver a análise é preciso deixar muito claro para o leitor como e
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porque essa citação contribui ou dá suporte para seu argumento. Não deixe isso para o
leitor fazer. É sua função deixar isso claro no texto.

Como fazer?

a) Defina palavras-chave e explique ideias importantes. Em geral, uma citação tem ideias e
conceitos que não serão familiares para o leitor. A sua função primeira é explicar esses
conceitos. Nesse momento, é muito comum que seja preciso você recorrer a outros textos
do autor ou documentos históricos que se está pesquisando.

Exemplo: Como já indicamos, razões de cunho ético movem os posicionamentos de Vattimo


sobre este tema. Ele mesmo deixa claro que a tentativa de superação da metafísica “no final
das contas, não se baseia em motivos ‘teóricos’, senão, antes de tudo, em razões éticas”
(VATTIMO, 2002, p. 63). Dessa maneira, a exigência de crítica à metafísica não é guiada por
razões epistemológicas ou mesmo lógicas. Isto quer dizer que os limites da metafísica se
colocam não porque ela tenha se mostrado incongruente ou destituída de fundamentação
lógica. A imprescindibilidade dessa tarefa encontra seu lugar apropriado no solo das ações
práticas humanas. Colocando isso em termos mais diretos, Vattimo entende que a metafísica
deve ser superada por ser intrinsicamente violenta. Assim, a metafísica deve ser superada na
medida em que se reconhece o íntimo elo que a une com a violência.

b) Se você está formulando as ideias de outro autor em suas próprias palavras, mesmo que
não esteja utilizando palavra por palavra, é necessário citar.

Exemplo: Contrariando Vattimo, L. Grion (GRION,2001, p.15) busca um retorno da metafísica.


Grion critica o abandono de Vattimo da noção tradicional de ser, assim como o enfraquecimento
do conceito de verdade. Para o autor, a conexão entre metafísica e violência estabelecida por
Vattimo é um falso problema. A metafísica em si não é violenta. Ela apenas coloca certos
princípios válidos para todo discurso, sem necessariamente agir violentamente. A violência
decorre da não obediência a estes princípios, inviabilizando o diálogo. Dessa maneira, não é a
metafísica que impossibilita o diálogo, mas a desobediência a certo ordem estabelecida que conduz
à violência.

c) Cuidado para não utilizar citações fora contexto.

Exemplo: “Deus não existe” (Salmos 53.1). citação completa: “Diz o tolo em seu coração:
Deus não existe”.

d) Evite o uso excessivo de citações no seu texto. Seja criterioso na escolha das citações e no
momento em que você deve utilizá-las.
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Exemplo: Na medida em que cedem ao apelo da deusa, as próprias Erínias, que constituem o coro
desse drama, admitem que o lado negro da Justiça mítica representada por elas tem nesse momento
sua honra reduzida a nada através dos “inelutáveis dolos dos deuses” (JON, 2005, p.45). Uma vez
destituídas de suas arcaicas funções míticas, para que não se vejam expulsas (JON, 2005, p.45), as
Erínies se transformam em seu contrário, em Eumênides, deusas benfazejas. Com isto, elas têm
sua essência completamente alterada na medida em que perdem seu papel originário orientado para
a “asseveração de que, sem o coração nutrido de medo, nem o individuo nem a comunidade teria
respeito por Justiça” (JON, 2005, p.45)

e) Palavras individuais não precisam aparecer entre aspas, a não ser que seja um conceito
específico do autor ou você queira indicar algo com as aspas (Por exemplo: Heidegger
emprega Dasein).

f) Nunca use reticências para retirar alguma parte do texto que você julga ser inconveniente
por ir contra sua hipótese. Por outro lado, não coloque juntas citações que devem ser feitas
separadamente.

Exemplo: “Da mesma maneira, um fenômeno religioso somente se revelará como tal com a
condição de ser apreendido dentro da sua própria modalidade, isto é, de ser estudado à escala
religiosa. Querer delimitar este fenômeno pela fisiologia, pela psicologia, pela sociologia e
pela ciência econômica, pela lingüística e pela arte, etc... é trai-lo, é deixar escapar
precisamente aquilo que nele existe de único e irredutível, ou seja o seu caráter sagrado. É
verdade que não há fenômenos religiosos puros, assim como não há fenômeno única e
exclusivamente religioso”. (ELIADE, 2002. p. 1).

3. Argumentação

Um ponto importante na escrita acadêmica é mostrar que seu ensaio está consciente de possíveis
objeções para seu argumento. Nas palavras de Marie, Smith e Silz.
Depois de ter exposto seu argumento e integrado o suporte, vá de volta para o passo em que você
acha que é a sua mais importante evidência textual. Examine os pedaços de evidência que eram
difíceis para reconciliar com o seu argumento. Considere contra-argumentos e interpretações
alternativas e tente refutar as objeções mais contundentes à sua tese.

Onde seu argumento é mais fraco ou mais vulnerável? Quais críticas podem um leitor inteligente
levantar? Quais evidências essas pessoas teriam ao seu lado? Por que a posição deles é menos
convincente do que a sua? Você vai analisar brevemente as passagens que parecem indicar uma
explicação alternativa, e, então, mostre por que essas passagens são menos representativas do
que as que você escolheu, ou por que essas passagens são tiradas do contexto, ou por que elas
não apresentam uma visão adequada. Se lhe pediram para comparar e contrastar dois autores e
você tomou um lado de um autor, considere como o outro autor pode responder às críticas que
você encampou (MARIE, SMITH, SILZ, p.18).
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O modo como você estrutura suas sentenças e seus parágrafos dão suporte às ideias que lhe são
mais importantes?

Para os parágrafos, uma dica é, especialmente ao seu início, fazer uso de sentenças que anuncie o
ponto principal a ser tratado naquele parágrafo. No fundo, essas sentenças fazem para o parágrafo
aquilo que a hipótese fazer para o trabalho como um todo.

Exemplo:
O que é discutir epistemologia?

Uma vez que se indicaram as razões que justificam e que tornam as discussões em torno da
espistemologia necessárias, trata-se de delinear, de maneira introdutória, o que está envolto nas
discussões dessa natureza.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que essas controvérsias envolvem conflitos e debates. No
Brasil, não temos muito a cultura de nos criticar ou mesmo de submeter nossos pontos de vista
expressos em publicações ao diálogo crítico. De maneira um tanto quanto imediata, passamos da
discussão das ideias para o âmbito pessoal. De início, cabe dizer que não é essa a intenção desse
curso. Quando discutirmos com textos de colegas, nossa intenção é tentar pensar com eles e a partir
deles. Trata-se de conflito de intepretações, não de pessoas.

Se o conhecimento científico possui seus limites, não podemos esperar coisa diferente das
reflexões sobre ele. Toda epistemologia é marcada pela finitude. Enquanto tal, é um
empreendimento histórico e inacabado. Por isso mesmo, ela é tema constante de reflexão. A cada
novo momento, em cada contexto histórico social distinto, é preciso repensar a prática científica,
tanto geral com de cada disciplina. Não se trata, obviamente, de reinventar a roda. Essas reflexões
se dão com base no que já foi construído. Elas nunca parte do grau zero. Tornar-se consciente
disso traz um alívio, mas também aponta uma tarefa, especialmente quando pensamos na CR no
Brasil. Como podemos pensar sobre aquilo que fazemos se desconhecemos muitos dos autores
que, em outros contextos históricos, se mostram como referências incontornáveis para a CR?

Placa de sinalização. Além disso, outra estratégia interessante é usar “placas de sinalização”. Isso
quer dizer o seguinte. Em determinados momentos do texto é importante inserir parágrafos que
indicam de onde o texto está vindo e para onde ele vai. Para isso, é importante resumir o que foi
dito e, por vezes, indicar para onde isso nos leva.

Normalmente, esse tipo de parágrafo aparece em momentos de virada no texto (transição de um


tema para outro; de um tópico para outro ou de capítulo), quando se está encerrando um assunto e
prestes a passar adiante.

Exemplo: “Em suma, os traços principais da fenomenologia nesse momento são: pergunta pelo
sentido para além dos fatos, empatia, caráter sui generis da religião e objetividade na descrição.
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Por ora, essas considerações são suficientes para pontuar os principais aspectos da fenomenologia
da religião. Num momento apropriado do curso voltaremos a esse tema para que possamos detalhar
as particularidades de algumas dessas propostas. No entanto, antes de avançarmos para a última
tendência constitutiva da CR, cabe uma pergunta. Em que medida é justo associar vincular essa
tendência, sobretudo em seu início, com o protestantismo liberal?”

Enfim: frases mais tópicas nos parágrafos e “placas de sinalização” orientam seus leitores,
evitando que eles possam se perder no texto e nos argumentos.

Introdução e conclusão

Essas são as últimas partes de um ensaio, TCC, dissertação ou tese que são escritas. Somente
depois de ter desenvolvido todo o trabalho é que esses itens são redigidos.

Com relação à introdução, não se satisfaça apenas em fazer um resumo do que será tratado no
decorrer do texto. Lembre-se que esse é o momento de você captar o interesse do leitor para seu
texto. Para tal, você deve mostrar porque ele deve ler o seu texto. Isso é feito indicando a relevância
dele para o tema tratado.

Isso pode ser feito com: a) anúncio da problemática e da hipótese de maneira mais clara possível.
Lembre-se que não se trata de desenvolvê-las em todos os seus pormenores. Como se trata de uma
introdução, você deve enunciar esses pontos para que o leitor se situe sobre o tema e a partir de
que conjuntos de questões e/ou perspectivas eles serão tratados. Além do mais, é preciso considerar
que o leitor ainda não está de posse de várias noções e conceitos. Portanto, é preciso cuidado no
modo como se enuncia problemática e hipótese para que sejam compreensíveis ao leitor; b)
indicação de debates que serão travados e de quais questões são tocadas. Não se trata de citar
autores, mas de apontar quais temas relevantes são tocados ao se tratar da temática proposta.
Eventualmente, em se tratado de um debate importante no tema, vale a pena mencionar autores
envolvidos. C) Por fim, acenar aonde se espera chegar com o trabalho.

Conclusão. É bom evitar dois extremos: apenas sumarizar o que foi feito ou escrever uma ou duas
linhas. Lembre-se: muito do que o seu leitor vai se lembrar é o que está na conclusão. Você deve
recuperar o argumento principal. Mas, não apenas o resuma. Você pode aproveitar a conclusão
para indicar a especificidade da sua pesquisa. Para isso, no caso da conclusão, é válido, por
exemplo: situar seu argumento dentro de um contexto mais amplo; mostrar algumas consequências
mais amplas do que foi discutido no texto; destacar algumas contribuições que essa hipótese traz.
Tome cuidado com relação a uma coisa: a conclusão não é lugar de abrir um novo debate. Ele deve
pôr em relevo o que foi discutido, não propor novas questões. Eventualmente, pode-se dizer sobre
alguns temas que você vislumbrou, mas que não pretende desenvolver no presente estudo.

Exemplo:
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É nossa esperança que tenhamos demonstrado efetivamente como uma consideração da estética
é vital para determinar as intenções morais de nossos três autores, e o significado moral das
histórias que contam. Há, claro, uma aparentemente interminável quantidade de trabalho a ser
feito - analisamos apenas duas passagens até agora! –mas, este estudo sugere a possibilidade de
um método interpretativo geral que possa ser aplicado a esses textos. Valmiki localiza o leitor na
distância estética exigida pela “Rasa-teoria”; Kampan traz seus leitores para perto de
experiências dos personagens, enquanto ocasionalmente permite um distanciamento cósmico,
perspectiva adotada sempre que seja necessária; Tulsi adota consistentemente a perspectiva mais
distanciada dos três, permitindo uma combinação de impessoal, instrução moral didática e uma
visão gloriosa da vastidão e bem-aventurança de Rama, o senhor do universo. Tomando uma
sugestão de Abhinavagupta, os estudiosos modernos e os comentaristas podem levar em
consideração tais ideias estéticas para tentar interpretar a significância moral desses três
Ramayanas. Ao mesmotempo, eles podem perceber que, antes do período moderno, a tradição
indiana nunca via a ética como uma categoria a ser considerada por si só. Para os indianos
mentes, a ética está inextricavelmente interligada com todos os aspectos da existência humana.
Assim, ao (re) introduzir a estética no debate ético, esperamos que o mundo possa começar a ver
novamente como todas as nossas "categorias de conhecimento" modernas são realmente
profundamente inter-relacionadas - um ponto que a tradição indiana sempre afirmou.

Checklist

O que fazer O que não fazer

Releia o texto antes de escrever Tentar escrever sem uma cuidadosa leitura
dos textos.

Examine a questão central para pistas sobre Selecione um argumento para reafirmar o
o qual tipo de hipótese ela requer que é óbvio no texto.

Elabore uma questão interessante que seu Cita comentários de aula do professor
texto tentará responder

Claramente afirme sua hipótese na Ignore toda ou parte da questão principal.


introdução. Se for um texto mais longo
(TCC, dissertação), mencione os pontos
que você usará para defender sua hipótese

Escolha cuidadosamente citações que Escreva uma introdução que não inclua o
sirvam de evidência e as interprete para o enunciado da hipótese.
leitor no corpo do texto

Tenha certeza de que cada ponto que você Use citações como evidências textuais,
menciona segue logicamente do anterior e mas sem interpretar para o leitor.
dirige logicamente para o posterior e que,
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de maneira última, dá suporte à sua


hipótese.

Vincule sua conclusão com a hipótese e Escreva uma conclusão que apenas repita o
outros pontos levantados no texto. corpo do texto.

Considere objeções e argumentos Esqueça de considerar objeções aos seus


contrários para a hipótese defendida. argumentos.

Escreva um rascunho e revise o texto, pelo Use generalizações.


menos, uma vez.

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