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Trecho do conto “Olhos D’água” para responder às questões 01, 02, 03 e 04:
Às vezes, no final da tarde, antes que a noite tomasse conta do tempo, ela se
sentava na soleira da porta e, juntas, ficávamos contemplando as artes das
nuvens no céu. Umas viravam carneirinhos; outras, cachorrinhos; algumas,
gigantes adormecidos, e havia aquelas que eram só nuvens, algodão doce. A
mãe, então, espichava o braço, que ia até o céu, colhia aquela nuvem, repartia
em pedacinhos e enfiava rápido na boca de cada uma de nós. Tudo tinha de
ser muito rápido, antes que a nuvem derretesse e com ela os nossos sonhos
se esvaecessem também. Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?
Lembro-me ainda do temor de minha mãe nos dias de fortes chuvas. Em cima
da cama, agarrada a nós, ela nos protegia com seu abraço. E com os olhos
alagados de prantos balbuciava rezas à Santa Bárbara, temendo que o nosso
frágil barraco desabasse sobre nós. E eu não sei se o lamento-pranto de minha
mãe, se o barulho da chuva... Sei que tudo me causava a sensação de que a
nossa casa balançava ao vento. Nesses momentos os olhos de minha mãe se
confundiam com os olhos da natureza. Chovia, chorava! Chorava, chovia!
Então, por que eu não conseguia lembrar a cor dos olhos dela?
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Leia outro trecho do conto “Olhos D’água” para as questões 05, 06 e 07:
E foi então que, tomada pelo desespero por não me lembrar de que cor seriam
os olhos de minha mãe, naquele momento resolvi deixar tudo e, no dia
seguinte, voltar à cidade em que nasci. Eu precisava buscar o rosto de minha
mãe, fixar o meu olhar no dela, para nunca mais esquecer a cor de seus olhos.
Assim fiz. Voltei, aflita, mas satisfeita. Vivia a sensação de estar cumprindo um
ritual, em que a oferenda aos Orixás deveria ser descoberta da cor dos olhos
de minha mãe.
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05. (Prof. Fernando Oliveira) As Yabás, nome dado aos orixás de origem
feminina, são amplamente valorizadas no fragmento narrado pela
personagem. Do ponto de vista coesivo, essa afirmação ocorre em
consonância com
a) O desprezo de sua parentela de origem masculina.
b) Certo grau crítico em relação às entidades religiosas.
c) A importância das figuras femininas de sua família.
d) A pessoa de sua genitora em caráter exclusivo.
e) Valorização de todos os membros de sua família.
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de Deus, mas, invocado, era o próprio diabo. Todos haviam aprendido a olhar
Ana Davenga. Olhavam a mulher buscando não perceber a vida e as delícias
que explodiam por todo o seu corpo.
11. (Prof. Fernando Oliveira) Como na maioria dos contos da obra Olhos
D’água, as imagens vislumbradas das descrições e narrações do texto
permitem deduzir qual a visão dos personagens e da narradora acerca
da realidade empreendida, a partir daquilo que a autora chama de
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Desde aquele dia Ana ficou para sempre no barraco e na vida de Davenga.
Não perguntou de que o homem vivia. Ele trazia sempre dinheiro e coisas. Nos
tempos em que ficava fora de casa, eram os companheiros dele que, através
das mulheres, lhe traziam o sustento. Ela não estranhava nada. Muitas vezes,
Davenga mandava que ela fosse entregar dinheiro ou coisas para as mulheres
dos amigos dele. Elas recebiam as encomendas e mandavam perguntar
quando e se seus homens voltariam. Davenga às vezes falava do regresso, às
vezes, não. Ana sabia bem qual era a atividade de seu homem. Sabia dos riscos
que corria ao lado dele. Mas achava também que qualquer vida era um risco
e o risco maior era o de não tentar viver. E naquela noite primeira, no barraco
de Davenga, depois de tudo, quando calmos e ele já de olhos enxutos, — ele
havia chorado copiosamente no gozo-pranto — puderam conversar, Ana
resolveu adotar o nome dele. Resolveu então que a partir daquele momento
se chamaria Ana Davenga. Ela queria a marca do homem dela no seu corpo e
no seu nome.
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13. (Prof. Fernando Oliveira) Embora o livro “Olhos D’água” traga como
gênero textual contos, cujas histórias são, aparentemente
independentes entre si, percebe-se entre todas as histórias uma
relação de proximidade, uma vez que a figura do excluído socialmente
é recorrente nas histórias. Nesse sentido, um conto cujo temática
dialoga com certa convicção da personagem em “Mas achava também
que qualquer vida era um risco e o risco maior era o de não tentar viver
é:
a) O cooper de cida
b) Olhos D’água
c) Agente combinamos de não morrer
d) Beijo na face
e) Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos
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Duzu ficou na casa da tal senhora durante muitos anos. Era uma casa grande
de muitos quartos. Nos quartos moravam mulheres que Duzu achava bonitas.
Gostava de ficar olhando para os rostos delas. Elas passavam muitas coisas no
rosto e na boca.
Houve até aquele quarto em que o homem lhe fez um carinho no rosto e foi
abaixando a mão lentamente... A moça mandou que ele parasse. Não estava
vendo que ela era uma menina? O homem parou. Levantou embrulhado no
lençol. Duzu viu então que a moça estava nua. Ele pegou a carteira de dinheiro
e deu uma nota para Duzu. Ela olhou timidamente para o homem. Voltou ali
no outro dia no entrar-entrando. Não era o mesmo. Saiu desapontada e triste.
Passados alguns dias voltou a entrar de supetão. Era ele. Era o homem que
lhe havia feito um carinho e lhe dado um dinheiro. Era ele que estava lá.
Estavam os dois nuzinhos. Ele em cima, parecendo dentro da mulher. Duzu
ficou olhando tudo. Teve um momento em que o homem chamou por ela.
Vagarosamente ela foi se aproximando. Ele, em cima da mulher, com uma das
mãos fazia carinho no rosto e nos seios da menina. Duzu tinha gosto e medo.
Era estranho, mas era bom. Ganhou muito dinheiro depois.
18. (Prof. Fernando Oliveira) O texto, embora sendo contada por uma
narradora observadora, traz consigo marcas de um texto memorialista.
Nesse sentido, um traço narrativo observado no fragmento acima
acerca do domínio das lembranças sobre o texto é:
a) O uso de verbos com ideia de ações recorrentes no passado;
b) A falta de detalhamento nas sucessões de cena.
c) A linguagem dominantemente normativa.
d) A presença de marcadores de tempo iminentes.
e) A obrigatoriedade de elementos fantasiosos na contagem dos fatos.
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Sentiu uma mágoa imensa. Por que não podia ser de uma outra forma? Por
que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino?
cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? Tenho um buraco no
peito, tamanha a saudade! Tou sozinho!
Não arrumei, não quis mais ninguém. Você já teve outros... outros filhos? A
mulher baixou os olhos como que pedindo perdão. É. Ela teve mais dois filhos,
mas não tinha ninguém também. Ficava, apenas de vez em quando, com um
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ou outro homem. Era tão difícil ficar sozinha! E dessas deitadas repentinas,
loucas, surgiram os dois filhos menores. E veja só, homens também! Homens
também? Eles haveriam de ter outra vida. Com eles tudo haveria de ser
diferente. Maria, não te esqueci! Tá tudo aqui no buraco do peito...
23. (Prof. Fernando Oliveira) Uma narrativa pode ter ritmos diferentes de
sucessão de situações, a depender da proposta intencional. Por se
tratar de um conto e, ao mesmo, por tratar de temas impactantes, é
possível perceber, neste fragmento, certa simultaneidade, relativa a
algumas reações a outras ações, como se percebe no seguinte trecho:
a) Por que não podiam ser felizes?
b) E dessas deitadas repentinas, loucas, surgiram os dois filhos
menores.
c) Que bom! Nasceu! Era um menino!
d) Não arrumei, não quis mais ninguém.
e) Tá tudo aqui no buraco do peito...
24. (Prof. Fernando Oliveira) Para dar uma dimensão mais detalhista das
ações, a narradora utiliza recursos que trazem, ao mesmo tempo, um
verbo em que se centraliza a ação e um verbo que denota a forma como
essa ação acontece, como no seguinte trecho:
a) Sentiu uma mágoa imensa.
b) Da barriga enorme que todos diziam gêmeos
c) Por que não podia ser de uma outra forma?
d) Maria abaixou o corpo, pegando a sacola que estava no chão.
e) Não arrumei, não quis mais ninguém.
“Ela se lembrou do passado. Do homem deitado com ela. Da vida dos dois
no barraco. Dos primeiros enjoos. Da barriga enorme que todos diziam
gêmeos, e da alegria dele.”
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— Calma pessoal! Que loucura é esta? Eu conheço esta mulher de vista. Todos
os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo
do trabalho, da luta para sustentar os filhos...
Lincha! Lincha! Lincha! Maria punha sangue pela boca, pelo nariz e pelos
ouvidos. A sacola havia arrebentado e as frutas rolavam pelo chão. Será que os
meninos iriam gostar de melão?
Tudo foi tão rápido, tão breve, Maria tinha saudades de seu ex-homem. Por
que estavam fazendo isto com ela? O homem havia segredado um abraço,
um beijo, um carinho no filho. Ela precisava chegar em casa para transmitir o
recado. Estavam todos armados com facas a laser que cortam até a vida.
Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher estava
todo dilacerado, todo pisoteado.
Maria queria tanto dizer ao filho que o pai havia mandado um abraço, um
beijo, um carinho.
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Na terceira, vomitou até na hora do parto. Foi a pior gravidez para Natalina.
Pior até do que a primeira, embora fosse ainda quase uma menina quando
pariu o primeiro filho.
Natalina sabia de certos chás. Várias vezes vira a mãe beber. Sabia também
que às vezes os chás resolviam, outras vezes, não. Escutava a mãe comentar
com as vizinhas:
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31. (Prof. Fernando Oliveira) No trecho “Sabia, porém, que ela, Natalina, não
queria.” e no título do conto “Quantos filhos Natalina teve?”, as funções
sintáticas da palavra NATALINA são, respectivamente
a) Sujeito e sujeito
b) Vocativo e sujeito
c) Complemento nominal e vocativo
d) Aposto e sujeito
e) Sujeito e complemento nominal
A mãe devia estar mesmo com muita mágoa dela. Estava querendo levá-la a
Sá Praxedes. A velha ia comer aquilo que estava na barriga dela. Ia conseguir
fazer o que os chás não tinham conseguido.
Natalina esperou. No outro dia, quando a mãe saiu cedo para a cozinha da
madame, ela saiu logo atrás para lugar algum. Não sabia para onde ia. Ao
descer o morro, em um dos becos passou em frente ao barraco de Bilico. Era
ali que os dois brincavam prazerosos, sempre. Passou rápido, pisando
levemente com medo de ser vista. Tinha de fugir de Sá Praxedes. Ganhou a
avenida, ganhou outras ruas. Escondeu-se o mais longe possível de casa.
Ganhou outros amigos também. Um dia, junto com outra menina-mulher que
também esperava um filho, tomou um trem para mais longe ainda. E respirou
aliviada. Sá Praxedes não a pegaria nunca.
32. (Prof. Fernando Oliveira) O termo destacado na frase “No outro dia,
quando a mãe saiu cedo para a cozinha da madame”, pressupõe um
contexto de:
a) Realidade econômica desfavorecida
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b) Ancestralidade cultural
c) Posição social privilegiada
d) Função trabalhista subalterna
e) Quesito racial elitista
• Seja o trecho
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estava o vestígio do carinho. Algo tão tênue, como os restos de uma asa
amarela, de uma borboleta-menina, que foi atropelada nos primeiros
instantes de seu inaugural voo. Rememorou ainda o corpo que um dia antes
estivera em ofertório ao seu lado. Tudo parecia um sonho. Os toques
aconteceram carregados de sutileza. Carinhos inicialmente experimentados
apenas com as pontas dos dedos-desejos. Ela estava aprendendo um novo
amor. Um amor que vivia e se fortalecia na espera do amanhã, que se fazia
inesperadamente nas frinchas de um momento qualquer, que se revelava por
um simples piscar de olhos, por um sorriso ensaiado na metade das bordas de
um lábio, por um repetir constante do eu te amo, declaração feita, muitas
vezes, em voz silenciosa, audível somente para dentro, fazendo com que o eco
dessa fala se expandisse no interior mesmo do próprio declarante.
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Seja o trecho:
Tia Vandu, em Chã da Alegria, era única pessoa que adivinhou o sofrimento
de Salinda, acolheu seu segredo e se tornou cúmplice. Era na casa da tia
que os encontros aconteciam. De noite, depois das crianças,
desconhecendo o que se passava com a mãe, dormirem, Salinda, no
quarto destinado a ela, podia se dar, receber, se ter e ser para ela mesma e
para mais alguém. Tia Vandu era guardiã do novo e secreto amor de
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Um dia, aos treze anos, a cama do gozo foi arrumada em pleno terreno baldio.
A lua espiava no céu denunciando com a sua luz um corpo confuso de uma
quase menina, de uma quase mulher. Corpo-coração espetado por um falo,
também estreante. Um menino que se fazia homem ali, a inaugurar em
Luamanda o primeiro jorro, fora de suas próprias masturbantes mãos. E
ambos se lambuzavam festivamente um no corpo do outro. Luamanda
chorando de prazer. O gozo-dor entre as suas pernas lacrimevaginava no falo
intumescido do macho menino, em sua vez primeira no corpo de uma
mulher. O amor é terremoto?
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Aos onze anos, Cida foi pela primeira vez ao Rio com a mãe, em viagens
de negócios.
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59. (Prof. Fernando Oliveira) No trecho “A vida era de uma lerdeza tal, que
algumas mulheres esqueciam-se de parir seus rebentos.” o valor
semântico do termo destacado é o mesmo do que pode ser
observado na seguinte frase:
a) O rapaz era tão arrogante que se acha o tal.
b) Você é linda tal e qual uma princesa de filme.
c) Chegue-se ao fulano de tal e diga tudo o que sente.
d) Tal era a sua doçucra que chegávamos a suspirar.
e) 30 de novembro sempre foi especial. Lembro com carinho de tal dia.
Nada de gastar o tempo curto e raro. É preciso correr, para chegar antes,
conseguir a vaga, o lugar ao sol, pegar a fila pequena no banco, encontrar a
lavanderia aberta, testemunhar a metade da missa. O padre era lento e o ritual
também. Assistia a metade da liturgia, pelo menos não ficava com o remorso
inteiro. Não perder a missa aos domingos foi a única recomendação que a
mãe fizera. Alguns hábitos ela havia deixado para trás, outros reforçara e havia
adquirido alguns novos. Passou a beber diariamente um refrigerante, como
também comprava todos os dias um jornal, que na maioria das vezes nem lia.
Aumentara vertiginosamente o hábito de correr. Todas as manhãs, os pés de
Cida pisavam rápido o calçadão da praia. Iam e vinham em toques rápidos e
furtivos, como se tivessem envergonhados dos carinhos que o solo pudesse
lhes insinuar no decorrer da marcha. A moça imprimia mais e mais velocidade
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a sua louca e solitária maratona. Corria contra ela própria, não perdendo e não
ganhando nunca. Mas naquele dia, a semidesperta manhã inundava Cida de
um sentimento pachorrento, de um desejo de querer parar, de não querer ir.
Sem perceber, permitiu uma lentidão aos seus passos e pela primeira vez viu
o mar. A princípio experimentou uma profunda monotonia observando os
movimentos repetidos e maníacos das ondas.
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O irmão de Zaíta, o que não estava no Exército, mas queria seguir carreira,
buscava outra forma e local de poder. Tinha um querer bem forte dentro
do peito. Queria uma vida que valesse a pena. Uma vida farta, um caminho
menos árduo e o bolso não vazio.
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A mãe de Zaíta, às vezes, chegava a pensar que o segundo filho tinha razão.
Vinha a vontade de aceitar o dinheiro que ele oferecia sempre, mas não queria
compactuar com a escolha dele. Orgulhosamente, não aceitava que ele
contribuísse com nada em casa.
Queria sentir o perfume de perto. E agora não sabia mais onde estava a flor...
A outra coisa era que a mamãe estava brava porque os brinquedos estavam
largados no chão e de raiva ela havia arrebentado aquela bonequinha negra,
a mais linda...
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71. (Prof. Fernando Oliveira) Uma das virtudes dos contos desta obra é a
relação entre as situações narradas e a valorização da identidade
cultural. Um trecho que pressupõe esse processo de identificação é:
a) E agora não sabia mais onde estava a flor...
b) Tinha duas tristezas para contar a sua irmã igual.
c) Apanhou a boneca negra, a mais bonitinha...
d) Em poucos minutos a boneca estava destruída...
e) não aceitava que ele contribuísse com nada em casa.
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Di Lixão abriu os olhos sob a madrugada clara que já se tornava dia. Apalpou
um lado do rosto, sentindo a diferença, mesmo sem tocar o outro. O dente
latejou espalhando a dor por todo o céu da boca. Passou lentamente a língua
no canto da gengiva. Sentiu que a bola de pus estava inteira.
Puta safada que vivia querendo ensinar a vida para ele. Depois, pouco
adiantava. Zona por zona, ficava ali mesmo. Lá fora, o outro mundo também
era uma zona. Sabia quem tinha matado a mãe. E daí? O que ele tinha com
isso?
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c) Onomatopeia
d) Cacofonia
e) Assonância
Trecho 1
Trecho 2
"Lá estava o Deus-menino de braços abertos. Nu, pobre, vazio e friorento como
ele. Nem as luzes da loja, nem as falsas estrelas conseguiam esconder a sua
pobreza e solidão. Lumbiá olhava. De braços abertos, o Deus-menino pedia
por ele. Erê queria sair dali. Estava nu, sentia frio. Lumbiá tocou na imagem, à
sua semelhança. Deus-menino, Deus-menino! Tomou-o rapidamente nos
braços. Chorava e ria. Era seu. Saiu da loja levando o Deus-menino. O
segurança voltou. Tentou agarrar Lumbiá. O menino escorregou ágil, pulando
na rua. O sinal! O carro! Lumbiá! Pivete! Criança! Erê, Jesus-menino.
Amassados, massacrados, quebrados! Deus- menino, Lumbiá morreu!".
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82. (Prof. Fernando Oliveira) Ainda no trecho 1, na frase “Só havia uma coisa
que o menino gostava no Natal.”, o termo em destaque assume a
função sintática de:
a) Complemento nominal
b) Adjunto adverbial de lugar
c) Adjunto adverbial de tempo
d) Adjunto adnominal
e) Objeto indireto
83. (Prof. Fernando Oliveira) o diálogo com a religião cristã no texto aponta
para certo sincretismo religioso. Nesse intertexto, há frases que
remontam a essa referência do cristianismo, como na frase:
a) Chorava e ria. Era seu.
b) Amassados, massacrados, quebrados!
c) Lumbiá tocou na imagem, à sua semelhança.
d) O carro! Lumbiá! Pivete! Criança!
e) Erê queria sair dali.
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Ou era o amigo ou era Beth. Eles lhe dariam tudo, caso ele quisesse. Tanto um
como o outro já lhe haviam feito a proposta, para que ele deixasse de trabalhar
e fosse morar em casas deles. Era tentador. Deixar a favela. Deixar a miséria.
Deixar a família. As rezas de Vó Lidumira lhe irritavam profundamente. A velha
rezava por tudo e por nada. E ele não via milagre algum. Não via nada de bom
acontecer com ela ou com a família. A avó nascera de mãe e de pai que foram
escravizados. Ela já era filha do “Ventre Livre”, entretanto vivera a maior parte
de sua vida entregue aos trabalhos em uma fazenda. A mãe e as tias passaram
a vida se gastando nos tanques e nas cozinhas das madames. As irmãs iam
por esses mesmos caminhos. E ele, ele mesmo, estava ali, naquele esfrega-
esfrega de chão de supermercado.
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b) Eufêmica
c) Paradoxal
d) Antitética
e) Hiperbólica
89. (Prof. Fernando Oliveira) O título do conto traz como composição frasal
uma expressão citada no texto. A expressividade dessa frase aponta
para um recurso expressivo, conhecido como:
a) Anáfora
b) Apóstrofe
c) Assíndeto
d) Polissíndeto
e) Perífrase
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Trecho 1
Trecho 2
Dorvi não virá mais. Ele que tinha um trato de viver fincado nessa fala desejo:
— Deve haver uma maneira de não morrer tão cedo e de viver uma vida
menos cruel.
Vivo implicando com as novelas de minha mãe. Entretanto, sei que ela separa
e separa com violência os dois mundos. Ela sabe que a verdade da telinha é a
da ficção. Minha mãe sempre costurou a vida com fios de ferro. Tenho fome,
outra fome. Meu leite jorra para o alimento de meu filho e de filhos alheios.
Quero contagiar de esperanças outras bocas. Lidinha e Biunda tiveram filhos
também, meninas. Biunda tem o leite escasso, Lidinha trabalha o dia inteiro.
Elas trazem as menininhas para eu alimentar. Entre Dorvi e os companheiros
dele havia o pacto de não morrer. Eu sei que não morrer, nem sempre é viver.
Deve haver outros caminhos, saídas mais amenas. Meu filho dorme. Lá fora a
sonata seca continua explodindo balas. Neste momento, corpos caídos no
chão, devem estar esvaindo em sangue. Eu aqui escrevo e relembro um verso
que li um dia.
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Trecho 1
Trecho 2
Ayoluwa, alegria de nosso povo, continua entre nós, ela veio não com a
promessa da salvação, mas também não veio para morrer na cruz. Não digo
que esse mundo desconsertado já se consertou. Mas Ayoluwa, alegria de
nosso povo, e sua mãe, Bamidele, a esperança, continuam fermentando o pão
nosso de cada dia. E quando a dor vem encostar-se a nós, enquanto um olho
chora, o outro espia o tempo procurando a solução.
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MORTO
MORTO
MAR
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Leia o texto denominado “Mistério” que inicia a obra Mar morto para as
questões 01 e 02:
Vinde ouvir essas histórias e essas canções. Vinde ouvir a história de Guma e
de Lívia, que é a história da vida e do amor no mar. E se ela não vos parecer
bela a culpa não é dos homens rudes que a narram. É que a ouvistes da boca
de um homem da terra, e dificilmente um homem da terra entende o coração
dos marinheiros. Mesmo quando esse homem ama essas histórias e essas
canções e vai às festas de D. Janaína, mesmo assim ele não conhece todos os
segredos do mar. Pois o mar é mistério que nem os velhos marinheiros
entendem.
02. (Prof. Fernando Oliveira) Entre tantas frases, orações e períodos que se
sucedem nesta introdução e em outros trechos da obra, há uma
alternância entre descrições de fatos com teor concreto e certas
construções frasais mais abstratas. Um trecho que traz uma
abordagem de natureza mais reflexiva é:
a) Os velhos marinheiros que remendam velas...
b) ... os malandros, sabem essas histórias e essas canções.
c) Pois o mar é mistério que nem os velhos marinheiros entendem.
d) Eu as ouvi nas noites de lua no cais do mercado, nas feiras...
e) Vinde ouvir a história de Guma e de Lívia.
A noite veio, nesse dia, sem música que a saudasse. Não ecoara pela cidade
a voz clara dos sinos do fim da tarde. Nenhum negro aparecera ainda de
violão na areia do cais. Nenhuma harmônica saudava a noite da proa de
um saveiro. Não rolara sequer pelas ladeiras o baticum monótono dos
candomblés e macumbas.
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Por que então a noite já chegara sem esperar a música, sem esperar o aviso
dos sinos, a cadência das violas e harmônicas, o misterioso bater dos
instrumentos religiosos? Porque viera assim antes da hora, fora do tempo?
03. (Prof. Fernando Oliveira) O trecho acima faz uma descrição de uma das
noites no cais da Bahia. A abordagem narrativa predominante é repleta
de juízos de valor e perspectivas muito pessoais do autor sobre os fatos,
inserindo um viés intrusivo. Que tendência artística de Vanguarda mais
se aproxima dessa natureza narrativa?
a) Cubismo
b) Surrealismo
c) Futurismo
d) Impressionismo
e) Dadaísmo
04. (Prof. Fernando Oliveira) A confluência dos dois verbos destacados
em “e bem sabiam que se a noite chegara antes da hora, muitos
homens morreriam no mar...” traz, à narração, uma perspectiva típica
do naturalismo brasileiro que é:
a) O sentimentalismo
b) O determinismo
c) O misticismo
d) O bucolismo
e) O regionalismo
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b) Concreta/abstrata
c) Sentimental e física
d) Conotativa/denotativa
e) Própria/comum
07. (Prof. Fernando Oliveira) Em razão de essa ser uma história ouvida
pelo narrador por outra pessoa, há uma certa onisciência relativa, uma
vez que o autor não dá conta de preencher todas as lacunas de
intencionalidade das ações. Ainda assim, há trechos do fragmento
cujas marcas textuais podem revelar a presença de aspectos internos
dos personagens captadas em parte pelo autor, como a alternativa
correta abaixo:
a) ... e bem sabiam que se a noite chegara antes da hora...
b) ...fora a tempestade que derrubava os navios e matava os homens.
c) o marinheiro e a mulher morena, eram familiares do mar
d) não era a verdadeira noite, a noite da lua e das estrelas
e) Nenhum negro aparecera ainda de violão na areia do cais.
Lívia olha os homens que sobem a pequena ladeira. Vêm em dois grupos.
Lanternas dão um ar de fantasmagoria a esta procissão fúnebre. Como que
pressentindo a chegada, os soluços de Judith redobram no quarto. Bastaria
ver os homens de cabeça descoberta para saber que eles trazem os corpos.
Pai e filho morreram juntos na tempestade. Sem dúvida, um tentou salvar o
outro e pereceram no mar. No fundo de tudo, vinda do forte velho, vinda do
cais, dos saveiros, de algum lugar distante e indefinível, uma música
confortadora acompanha os corpos. Diz que é doce morrer no mar...
Lívia soluça. Ampara Judith no seu peito, mas soluça também, soluça pela
certeza que seu dia chegará e o de Maria Clara e o de todas elas. A música
atravessa o cais para chegar até eles: É doce morrer no mar...
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E agora sob a Lua não brilham mais os cabelos de Iemanjá, a dona do mar. O
que fez calar a música do negro são os soluços de amor de Lívia, a mulher da
beira do cais que todos desejam, e que na proa do Valente muito ama o seu
homem porque muito temeu por ele e muito teme ainda.
Agora o mar é sereno e doce. O mar é amigo dos mestres de saveiro. Pois o
mar não é a estrada, não é o caminho, não é a casa deles todos ? Não é sobre
o mar, na proa dos saveiros, que eles amam e fazem seus filhos?
Sim, Guma ama o mar e Lívia também o ama. O mar é belo assim de noite,
azul, azul sem fim, espelho das estrelas, cheio de lanternas de saveiros, cheio
das lanternas das brasas dos cachimbos, cheio de ruídos de amor.
O mar é amigo, o mar é doce amigo para todos aqueles que vivem nele. E Lívia
sente o gosto de mar da carne de Guma. 0 Valente balança como uma rede.
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— Faz só três dias que cheguei do Recife. Já 'tava mesmo pra vim ver o
menino, foi um conhecido que me disse que Frederico morreu, faz dois anos.
Agora vim buscar meu filho... Vou com ele...
Francisco não ouvia mais o barulho que vinha do mercado. Ouvia somente
aquela mulher que dizia ser mãe de Guma e o vinha buscar. Ele não gostava
de brigar com mulher. Discussão com mulher não acaba mais e ele tinha que
discutir porque não queria entregar Guma, que já ia tão bem no leme do
saveiro e já suspendia um saco de farinha nos braços de menino. Francisco
estava acostumado a discutir com homens rudes do cais, mestres de saveiro,
fortes a quem podia ofender porque eles sabiam se defender, um nome feio
que escapasse não fazia mal. Agora com uma mulher, e com uma mulher
como a mãe de Guma, cheirando, vestida com uma sombrinha no braço e um
dente de ouro, ele não sabia brigar. Se uma má palavra lhe escapasse, ela era
capaz de começar a chorar, e ele não gostava de ver mulher chorar. Demais,
seu irmão não tinha andado direito com ela. Mas marinheiros podem lá viver
pensando nas mulheres que deixam nos portos? E não é pior quando se
casam e deixam viúvas ou então elas morrem de coração quando os veem
chegar salvos da tempestade?
Era bem pior. Guma não casará. Será sempre livre no seu saveiro. Irá com
Iemanjá quando bem quiser. Não terá âncoras que o prendam à terra. O
homem que vive no mar deve ser livre. Mas se aquela mulher levasse Guma,
que seria do menino? Seria marceneiro, pedreiro, talvez doutor ou até padre
vestido de mulher, quem sabe! E as faces do velho Francisco se cobririam de
vergonha pelo fim de seu sobrinho, e nada lhe restava senão ir ele próprio ao
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encontro de Janaína numa noite do mar. Não, por nada ele deixaria que
aquela mulher levasse Guma.
— Donde vai vosmecê arranjar dinheiro para fazer ele estudar? Mulher-dama
eu bem conheço: um dia tem, outro não tem... Vosmecê falou que é hoje aqui,
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Ela baixou a cabeça, porque sabia que era verdade. Levar seu filho era criar
para ele a suprema humilhação de todos saberem que sua mãe era da vida.
Onde quer que andasse, nas ruas, nos colégios, em qualquer parte, nada
poderia dizer porque havia contra ele o insulto maior. Do mercado vinha a voz
do homem que contava o caso: — Eu só vi a faca brilhando que nem para
destrinchar um peixe.
Levantei o cotovelo, meti o joelho pra frente. Foi uma coisa feia... (Era bem
melhor que ele ficasse ali, aprendesse a levar um saveiro pelos portos, fizesse
filhos em mulheres desconhecidas, arrancasse facas das mãos de homens,
bebesse nos botequins, tatuasse corações no braço, atravessasse a
tempestade, fosse com Janaína quando seu dia chegasse. Ali ninguém
perguntaria quem era sua mãe.) — Mas posso ver ele de vez em quando?
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Hoje é dia de festa de Iemanjá. No Dique, onde ela passa uns tempos durante
o ano, sua festa é a 2 de Fevereiro. Também nas Cabeceiras da Ponte, em Mar
Grande, em Gameleira, em Bom Despacho, na Amoreira, seu dia é a 2 de
Fevereiro, e nessa data a festejam. Porém, em Monte Serrat, é onde a sua festa
ainda maior, pois é feita na sua própria morada na loca da Kã e-d'Água, ela é
festejada a 20 de Outubro. E vêm os pais-de-santo, do Dique, de Amoreira, de
Bom Despacho, de Gameleira, de toda a ilha de Itaparica. E nesse ano até o
pai Deusdedith veio da Cabeceira da Ponte assistir à iniciação, das feitas de
Iemanjá.
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Iemanjá, que é dona do cais, dos saveiros, da vida deles todos, tem cinco
nomes, cinco nomes doces que todo o mundo sabe. Ela se chama Iemanjá,
sempre foi chamada assim e esse é seu verdadeiro nome, de dona das águas,
de senhora dos oceanos. No entanto os canoeiros amam chamá-la D. Janaína,
e os pretos, que são seus filhos mais diretos, que dançam para ela e mais que
todos a temem, a chamam de Inaê, com devoção, ou fazem suas súplicas à
Princesa de Aiocá, minha deusa de terras misteriosas que se escondem na
linha azul que as separa de outros termos. Porém, as mulheres do cais, que
são simples e valentes, Rosa Palmeirão, as mulheres da vida, as mulheres
casadas, as moças que esperam noivos, a tratam de D. Maria, que Maria é um
nome bonito, é mesmo o mais bonito de todos, o mais venerado, e assim o
dão a Iemanjá como um presente, como se lhe levassem uma caixa de
sabonetes à sua pedra no Dique.
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c) Depreciação
d) Opressão
e) Superioridade
— Acho que ele não resiste, Guma. Foi muito tarde. — Rodrigo lavava as mãos.
(...)
Eles saíram. Guma, ainda olhou o homem que ressonava pesado. Dr. Rodrigo,
quando se viu só, olhou o mar pela janela. Vida difícil aquela dos marinheiros.
Guma dizia que eles não deviam casar. Há sempre um dia em que a família
fica na miséria, há sempre Martas, Margaridas, Raquéis, para passarem fome.
D. Dulce esperava um milagre. Rodrigo quis voltar para os seus versos, mas o
homem que agonizava era um protesto contra a poesia descritiva do mar.
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Mas foi ali que nasceu Besouro, correu naquelas ruas, ali derramou sangue,
esfaqueou, atirou, lutou capoeira, cantou sambas. Foi ali perto, em
Maracangalha, que o cortaram todinho a facão, foi ali que seu sangue correu
e ali brilha a sua estrela, clara e grande, quase tão grande como a deLucas da
Feira. Ele virou estrela, que foi um negro valente.
Santo Amaro é a pátria de Besouro. É nisso que Guma pensa nesse momento
deitado no seu saveiro. Há três dias os pensamentos de Guma eram outros.
No dia em que Traíra morreu, ele estava para ir ver Lívia, que era toda a sua
preocupação. Mais uma vez a frase do velho Francisco, a canção que
cantavam no mar, o exemplo diário (desgraçada é a mulher que casa com um
homem do mar e marítimo não deve se casar), o caso de Traíra deixando
mulher e três filhas, vieram inquietá-lo.
(...)
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apaixonaria por ela, por sua causa esfaquearia três ou quatro. Foi um homem
valente o marítimo Besouro. E no cais não há mulher mais bonita que Lívia.
Lívia, que veio à festa de Iemanjá só para ver Guma, que é valente também, já
correu aventuras, pensa um dia viajar por terras estranhas nos grandes navios.
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Ele vai buscar Lívia, ele vai buscar uma mulher bonita para oferecer ao mar.
Não demorará muito a carne de Lívia terá o gosto da água salgada do
oceano, os seus cabelos serão úmidos dos salpicos do mar.
Era em Junho e foi no mês do vento sul que Lívia se mudou para o mar. O
saveiro partiu contra o vento e ia inclinado, a lanterna vermelha
iluminando a estrada do mar. Um canoeiro que entrava desejou boa
viagem a Guma. Pela primeira vez Lívia respondeu à saudação do mar: —
Boa viagem...
O vento sul levantava seus cabelos, Guma ia curvado no leme, do mar vinha
um cheiro sem comparação e de dentro dela uma alegria que a fez cantar
para o oceano. Lívia saudou o mar com a mais bela canção que sabia, e
assim o saveiro atravessou o quebra-mar e entrou na boca da barra,
porque as belas canções, que as mulheres cantam, compram o vento e o
mar. Lívia era feliz e Guma, de tão feliz, não viu pela primeira vez o temporal
que se aproximava, Lívia deitou-se a seus pés e os seus cabelos
esvoaçavam com o vento. Iam calados porque ela já não cantava. Agora só
o vento sul assoviava a sua canção de morte.
38. (Prof. Fernando Oliveira) O texto traz um aspecto místico que permeia
o processo de navegação da embarcação de Guma. Essa perspectiva
transcendente representa, a partir de Lívia:
a) Um desvirtuamento de sua religião original
b) Um alinhamento à ancestralidade dos habitantes do cais.
c) Uma tentativa apenas de agradar a Guma.
d) A obediência irrestrita a um ritual inconsciente.
e) Uma construção simbólico-afetiva confusa.
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Dr. Rodrigo ficou sem saber se ela se referia à sua própria história ou à vida
do cais. Ela ia curva e a chuva prateava seu cabelo.
— Por vezes eu fico pensando... Já podia sair daqui, arranjar uma cadeira
melhor... Mas tenho pena dessa gente que gosta tanto de mim. No entanto
eu não sei o que dizer a eles...
— Como?
— Nunca foi uma mulher chorando à sua casa? Nunca foi uma recém-
viúva?
— Eu não sei o que dizer a elas... A princípio eu tinha fé, ainda era feliz.
Acreditava que um dia Deus teria pena dessa gente. Hoje tenho visto tanta
coisa que até não creio mais. Porém naquele tempo ao menos eu
consolava...
(...)
E então toma uma súbita resolução. Irá sempre com ele. Será marítima
também, cantará as canções do mar, conhecerá os ventos, as coroas de
pedra do rio, os mistérios do mar. Sua voz aplacará também as
tempestades como a de Maria Clara. Correrá apostas no seu saveiro,
vencerá com sua música. E se um dia ele for para o fundo das águas, ela irá
com ele e farão juntos a viagem para as terras desconhecidas de Aiocá.
(...)
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Um dia em que Lívia chorava, ela disse: — Você 'tá bestando. Ligando muita
importância a homem... Deixe eles ter suas mulher por lá. Faça como eu...
Não ligo.
— Não é por isso não, Esmeralda. Tenho medo é que numa viagem ele
morra.
— E nós todos não tem que morrer? Eu é que não me abalo. Se o meu
morrer, arranjo outro.
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43. (Prof. Fernando Oliveira) O trecho menciona uma conversa entre Lívia
e Esmeralda. Considerando as percepções de cada uma delas sobre a
morte de seus homens, percebe-se que, entre tais perspectivas, há um
valor de caráter:
a) Complementar
b) Contrapositivo
c) Convergente
d) Inconsistente
e) Superficial
D. Dulce quis replicar qualquer coisa, mas calou. Ele tinha realmente razão.
E ela baixou a cabeça. Bem sabia que não era por maldade que as
mulheres do cais abortavam. Se o faziam, era para depois não ter que
abandonar os filhos pelos botequins do cais, não ter que vê-los trabalhar
desde os 8 anos. Havia sempre falta de dinheiro. Dr. Rodrigo tinha razão.
Apenas D. Dulce falava o seu fracassado instinto de maternidade. Pensava
em braços de criancinhas se agitando, em cabelos loiros, em vozes
balbuciantes. Dr. Rodrigo disse: — É preciso encarar a realidade como ela
é. Eu não espero milagres...
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— Guma.
— Lívia está morrendo, Esmeralda. Deu uma coisa nela. 'tá morrendo.
(...)
Sacode Esmeralda, que está trepada nas suas pernas. Corre para o quarto.
— ‘tou sim.
Ia alisar o cabelo dela, mas sua mão ainda traz um calor do corpo de
Esmeralda e ele suspende o gesto. Ela chama:
Ele fica sem saber o que dizer. Na outra sala Esmeralda o espera para
concluírem o que começaram. Mas se recorda dos tios dela: — Durma você.
Eu estou esperando teus tios que mandei o velho Francisco chamar...
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48. (Prof. Fernando Oliveira) O enredo de uma história pode ser composto
de alguns elementos que, em maior ou menor grau, conferem maior
tensão às sequências de acontecimentos. Assim, considerando o
contexto do fragmento, uma frase que inspira um clímax tensional no
texto é:
a) — Vem dormir comigo...
b) Agora as suas pernas tocam nas de Guma.
c) — Durma você.
d) Lívia pergunta: — Tu 'tá aí?
e) Eu estou esperando teus tios
Ficou olhando o casal que subia. Guma fugia dela. Medo de Rufino, medo de
Lívia, ou não gostara do amor dela? Muito homem no cais se pelava por ela.
Tinham medo de Rufino, mas assim mesmo achavam jeito de lhe dizer
dichotes, de fazer propostas, de enviar presentes. Só Guma fugia dela, Guma
que ela desejava porque era claro, tinha cabelos pretos, longos quase até ao
pescoço, e os lábios vermelhos como lábios de criança. Seu peito se levantou,
seus olhos acompanharam com saudades o homem que subia o cais. Porque
ele fugia? Não pensou que pudesse ser remorso.
49. (Prof. Fernando Oliveira) O medo que toma conta de Guma possui uma
motivação bastante ligada ao perfil comum que a narrativa faz do
protagonista. Esse modelo representa um conflito entre as
perspectivas, exceto:
a) Pobre x rica
b) Idealizada x realista
c) Amorosa x erótica
d) Ética x instintiva
e) Moral x patológica
— Foi Guma que te disse, não foi ? Ele 'tava com ciúme, eu já tinha visto.
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Pensava que eu era só dele ? Mas eu só tive com Guma poucas vezes. Gostava
era do marinheiro.
— Tu não me intriga com Guma, não. Ele me tirou da boca do tubarão, você
'tá querendo me intrigar com ele.
— 'Tou querendo?
Contou tudo com os mínimos detalhes. Contou como Guma a possuíra n noite
da moléstia de Lívia. E ria.
— Agora tu me mata. Fica muita gente no cais pra rir quando você passar, fica
o Floriano, fica o Guma.
Rufino sabia que ela tinha contado a verdade. Seu coração estava triste, estava
querendo a morte. Não se sentia capaz de matar Guma, que o salvara uma
vez. E demais havia Lívia, que não tinha culpa. Mas seu coração pedia a morte,
e, já que não podia ser a de Guma, seria a dele. A grande lua do mar brilhava
no céu. Esmeralda ainda ria. E foi rindo assim que morreu, o remo abriu sua
cabeça.
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Chico Tristeza contou: — Lá pras bandas da África onde eu 'tive, meu povo,
vida de negro é pior que vida de cachorro. 'tive nas terras dos negros que
agora são dos Franceses. Ali negro não vale nada, negro é só escravo de
branco, apanha de chicote. E ali é terra deles...
— Nas terras deles eles não vale nada. Só vale branco, branco é tudo, pode
tudo. Os negros trabalha no cais, carrega, descarrega navio. Anda tudo
depressa que nem rato de bordo, com os sacos nas costas. Se um não anda
depressa, o branco manda o chicote que é mesmo uma beleza.
— Foi nessa terra que se passou a história que eu 'tou contando, meu povo.
Foi quando 'tive lá num navio do Lloyd Brasileiro. Os negros 'tava carregando
o navio, o chicote do branco estalava no ar.
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e) Confusos
— De verdade?
— Juro.
— Tu jura?
— Juro.
Ela então lhe mostrou o filhinho. E dizia com os olhos que era por causa
dele. Somente por causa dele.
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Não era só em busca de riqueza que Toufick vinha. Abandonara a sua terra
porque queria ser esquecido lá, deixara um rastro de sangue atrás de si. F.
Murad o deixou em observação vários meses. Viu como ele prosperava
rapidamente. Era além de tudo um homem de coragem, capaz de
qualquer negócio que lhe trouxesse dinheiro. F. Murad o chamou e o
empregou no mais rendoso dos seus vários negócios. Agora era Toufick
quem tratava com os despenseiros de bordo, com os comandantes de
navio, com os pilotos, com todos aqueles que se relacionavam com os
carregamentos de seda que não deviam pagar impostos. Se revelara
habilíssimo, nunca haviam corrido tão bem os negócios.
61. (Prof. Fernando Oliveira) No trecho “ Agora era Toufick quem tratava
com os despenseiros de bordo, com os comandantes de navio, com os
pilotos, com todos aqueles que se relacionavam com os carregamentos
de seda que não deviam pagar impostos.”, os termos relacionados ao
verbo TRATAR assumem a função de:
a) Adjunto adverbial
b) Complemento nominal
c) Objeto direto
d) Aposto explicativo
e) Objeto indireto
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Trecho 1
Trecho 2
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68. (Prof. Fernando Oliveira) Na frase “nunca que saía do cais como tu
quer...” o termo destacado uma inadequação normativa quanto à flexão
verbal de tempo e modo, considerando o contexto semântico. Assim, o
referido verbo deveria ser substituído por uma flexão do tipo:
a) Pretérito imperfeito
b) Imperativo
c) Futuro do presente
d) Futuro do pretérito
e) Pretérito mais que perfeito
Fragmento 1
Rosa baixou a cabeça, se apertou muito contra a criança, que a princípio fugira
dela, depois tentou sorrir:
O garoto perguntou se ela era mulher de Francisco, já que era sua avó. Ela
pôde então chorar, já não tinha a navalha na saia, o punhal no peito. Vestiu
roupas sem espalhafato, sentava na porta da casa com o menino no colo.
Havia noites em que ouvia cantarem no cais o seu ABC e o escutava enleada
como se fosse o ABC de outra pessoa. Só o mar dá desses presentes a seus
filhos.
Fragmento 2
Guma viu Toufick se debatendo. Pegou o árabe pelo braço e jogou nas suas
costas. E nadou para o cais. Uma luz fraca brilhava no porto de Santo Antônio.
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Mas veio uma réstia de luz do farol da Barra e iluminou o caminho para Guma.
Olhando para trás, ele viu os tubarões em torno do saveiro. E uns braços se
agitando.
— E meu filho? Meu Antônio? Ele foi com vocês, não foi?
71. (Prof. Fernando Oliveira) Qual frase revela, dentre os dois fragmentos
destacados, uma adaptação conveniente a sensibilidade de um
momento importante da cena?
a) já não tinha a navalha na saia, o punhal no peito.
b) Só o mar dá desses presentes a seus filhos.
c) — Guma foi um bicho de sorte.
d) Havia noites em que ouvia cantarem no cais o seu ABC
e) e o escutava enleada como se fosse o ABC de outra pessoa.
72. (Prof. Fernando Oliveira) No trecho 2, descreve-se a cena que vai gerar
a morte de Guma. Um dos recursos que dá poeticidade ao texto, além
do uso de linguagem figurada, é a relação percebida entre uma das
descrições e uma cena que dialoga com os atos do filho de Guma, como
na seguinte frase:
a) Os tubarões vieram de alguma parte
b) Vá, pelo amor de seu filho.
c) Virou como se fosse um brinquedo na mão do mar.
d) Uma luz fraca brilhava no porto de Santo Antônio.
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Lentamente a vela se afasta. Vai devagar nas ondas. Sobe e desce, parece uma
minúscula embarcação mal-assombrada. Os olhos estão fitos nela, as bocas
não falam. Dr. Rodrigo revê Guma trazendo Traíra ferido, salvando o
Canavieiras, salvando gente nos temporais, passando contrabando para pagar
as dívidas. Já o velho Francisco vê o sobrinho em cima do seu barco cortando
as águas. Manuel enxerga a figura de Guma no Farol das Estrelas, conversando
com sua voz descansada, botando para trás a cabeleira morena e comprida.
Maria Clara pensa nele, correndo aposta ao som da sua voz. Maneca Mãozinha
se recorda das brigas que tiveram, foram bons amigos apesar disso. Só Lívia
não vê Guma, só ela não o enxerga nem o recorda. Só ela espera encontrá-lo
ainda.
A vela anda ao redor das águas. Águas plúmbeas para Lívia, águas de um mar
morto. Águas sem ondas, águas sem vida. A vela para. 0 velho Francisco diz:
— Está ali.
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e) Vingança
Mas Maria Clara nasceu no mar, viveu sempre ali. Para ela aquilo é uma lei
fatal: um dia o homem fica no mar, morre com o saveiro que vira. E a
mulher procura seu corpo e espera que o filho cresça para vê-lo morrer
também. Lívia, porém, não nasceu no cais. Ela veio da cidade, veio de outro
destino. A estrada larga do mar não era a sua estrada. Ela a tomou por
amor. Por isso não se conforma. Ela não aceita essa lei como uma
fatalidade, como a aceita Maria Clara. Ela lutou, ela ia vencer. Ia vencer...
Tudo estava tão próximo. Os soluços rompem do peito de Lívia.
77. (Prof. Fernando Oliveira) A cena do fragmento é mais uma que traz
algumas reações dos personagens sobre a morte de Guma.
Considerando esse contexto, a inserção da frase “Mas Maria Clara
nasceu no mar”, representa, em relação à frase anterior de consolo do
Mestre Manuel:
a) Uma equivalência à dor que Lívia demonstra na incompreensão do
luto.
b) Uma discrepância absurda inserida pelo narrador que não entende o
luto de Lívia
c) Uma atenuação comparativa à dor de Lívia diante de fatos parecidos.
d) Uma comparação que aumenta a dor de Maria Clara em relação à Lívia.
e) Uma contradição na abordagem sobre o mesmo tipo de fato.
78. (Prof. Fernando Oliveira) A frase “Ela veio da cidade, veio de outro
destino.”, aponta para um tipo de elemento da narrativa compreendido
como:
a) Personagem linear
b) Personagem esférico
c) Espaço mítico
d) Espaço simbólico
e) Tempo psicológico
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80. (Prof. Fernando Oliveira) O conteúdo da frase “Mas destino é coisa que
não se muda.” dialoga com um gênero textual conhecido como:
a) Aforismo
b) Fábula
c) Apólogo
d) Conto
e) Aviso
81. (Prof. Fernando Oliveira) No processo de narração intrusiva, há vários
marcadores linguísticos que refletem essa tentativa de interferência no
texto. Das frases abaixo, qual delas demarca essa intenção narrativa?
a) Não confessa que é arrumadeira numa casa de mulheres.
b) Quisera levar Guma, ele não deixara.
c) 0 velho Francisco nota o quanto ela envelheceu.
d) Com certeza Lívia não choraria agora,
e) Fazia quase vinte anos que ela estivera no porto...
A vela está no mesmo lugar. Os saveiros ficam lado a lado. Na noite de mil
estrelas uma vela percorrera o mar procurando um corpo. E os olhos de todas
a seguem ansiosamente. Ela anda devagar, vai de um lugar para outro, não
para. Arriaram as velas dos saveiros. A Lua bate sobre eles, derrama a sua luz
suave. As noites no cais, quando são belas assim, são destinadas ao amor.
Nessas noites, as mulheres que muito temeram pelos maridos muito amor
recebem.
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c) Composto
d) Múltiplo
e) Inexistente
Lívia olha da sua janela o mar morto sem lua. Aponta a madrugada. Os
homens que rondavam a sua porta, o seu corpo sem dono, voltaram para as
suas casas. Agora tudo é mistério. A música acabou. Aos poucos as coisas se
animam, os cenários se movem, os homens se alegram. A madrugada rompe
sobre o mar morto.
Só Lívia tem o corpo frio e frio o coração. Para Lívia a noite continua, a noite
sem estrelas do mar morto.
O Viajante sem Porto rompe as águas primeiro. Maria Clara canta uma
canção do cais. Fala em amor e saudade. Mestre Manuel vai abrindo a
caminho, olha para trás para ver como Lívia se arranja. Rosa Palmeirão vai
no leme. Lívia suspendeu as velas com as suas mãos de mulher. Seus
cabelos voam, ela vai de pé. Alcança o Viajante sem Porto, mestre Manuel
deixa que ela passe na frente, ele irá comboiando o Paquete Voador.
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89. (Prof. Fernando Oliveira) Cada termo gramatical possui uma função
específica no âmbito comunicativo. Há termos porém que podem
conotar funções além de seus aspectos originais. Nesse sentido,
considerando os contextos de ligação entre as orações, em qual das
frases abaixo o artigo assume valor de pronome demonstrativo?
a) Viu uma mulher forte que lutava.
b) era a segunda vez que ele a via.
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Maria Clara ainda soluça de amor. Judith não terá amor esta noite. Lívia amará
quando Guma chegar molhado da tempestade, com gosto de mar. Como está
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belo o mar com a Lua alvejando tudo! Rufino está ali parado. Do forte velho
vem uma música. Tocam harmônica. E, cantam: A noite é para o amor...
Voz possante de negro. Rufino olha a Lua. Talvez ele pense, também, que
Judith não terá amor esta noite. Nem nunca mais... o seu homem morreu no
mar.
96. (Prof. Fernando Oliveira) A frase “Como está belo o mar com a Lua
alvejando tudo!” traz consigo termos que convergem para o domínio
da função da linguagem:
a) Apelativa
b) Expressiva
c) Metalinguística
d) Referencial
e) Fática
Os moradores daquele pedaço de rio e do cais são seus amigos, e há até quem
diga que uma vez, na noite, em que salvou toda a tripulação de um barco de
pesca, viu o vulto de Iemanjá, que se mostrou a ele como prêmio. Quando se
fala nisso (e todo jovem mestre de saveiro pergunta ao velho Francisco se é
verdade), ele somente sorri e diz: — Se fala muita coisa neste mundo, menino...
Assim, ninguém sabe se é verdade ou não. Bem que poderia ser. Iemanjá tem
caprichos e se havia alguém que merecesse vê-la e amá-la era o velho
Francisco, que estava na beira do cais desde ninguém sabe quando. Ainda
melhor, porém, que todas as coroas, os viajantes, os canais, ele conhece as
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99. (Prof. Fernando Oliveira) A função do SE na frase “Se fala muita coisa
neste mundo, menino...”, assume o mesmo valor sintático-semântico
da seguinte frase:
a) Precisa-se de novos funcionários de tempo integral.
b) Não se desespere por causa desse problema.
c) E se você continuasse a realizar este ótimo curso?
d) Os colegas de escola cumprimentaram-se durante a dinâmica.
e) Viva a sua vida, se não, você se tornará refém da vida alheia.
100. (Prof. Fernando Oliveira) Considerando o teor da frase “Se fala
muita coisa neste mundo, menino...”, o conteúdo dela em relação à
pergunta realizada pode ser compreendido como:
a) Afirmativo
b) Negativo
c) Evasivo
d) Convicto
e) Contraditório
Há uma canção do cais que diz que desgraçado é o destino das mulheres dos
marítimos. Dizem também que o coração dos marítimos é volúvel como o
vento, como os barcos que não se fixam em nenhum porto. Mas todo o barco
tem o nome do seu porto na proa. Pode andar por outros, pode viajar muitos
anos, mas não esquece o seu porto, voltará a ele um dia. Assim o coração dos
marinheiros.
76
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CANTOS
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a) Determinismo histórico
b) Idealização sentimental
c) Opinião convergente
d) Delírio místico
e) Apego ao materialismo
02. (Prof. Fernando Oliveira) Cada léxico pode operar, em um texto, algo
além de sua função gramatical mais imediata. Nesse sentido, percebe-
se que os advérbios LÁ e CÁ,
a) Representam a equivalência comparativa entre os ambientes
descritos.
b) Enfatizam uma contraposição entre os ambientes mencionados.
c) Desfazem, em conjunto, o processo sentimentalista acerca da terra
natal.
d) Destacam dois lugares ideais do ponto de vista místico.
e) Inserem certa melancolia acerca de ambas as regiões.
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d) Quiasmo
e) Zeugma
III
Quem guia nos ares
A frecha imprumada,
Ferindo uma presa,
Com tanta certeza,
Na altura arrojada
Onde eu a mandar?
- Guerreiros, ouvi-me,
- Ouvi meu cantar.
IV
Quem tantos imigos
Em guerras preou?
Quem canta seus feitos
Com mais energia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
- Guerreiros, ouvi-me:
- Quem há, como eu sou?
V
Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
- Quem há mais valente,
- Mais destro do que eu?
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(...)
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(...)
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c) Intertextualidade
d) Intencionalidade
e) Intergenericidade
16. (Prof. Fernando Oliveira) Um dos recursos mais utilizados pelos poetas
para dar ênfase à sua expressividade é a repetição de termos ou de
sentidos. Esse procedimento possui várias nuances expressivas, como
o pleonasmo, demarcado no trecho:
a) Já hoje não caçam nas matas frondosas
b) A morte pousava nas plumas da frecha,
c) Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
d) Já lágrimas tristes choraram teus filhos
e) Teus filhos que choram tão grande mudança.
(...)
(...)
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No bandolim
Seus amores dizia mavioso,
Cantando assim:
17. (Prof. Fernando Oliveira) o grupo de versos “Soldado Espanhol” pode ser
considerado um poema narrativo, já que possui formato versificado e
com recursos próprios da poesia, como as rimas, e, ao mesmo, relata
uma história de amor entre duas pessoas. A primeira estrofe destacada
inicia com uma descrição de ambos os personagens. Nessa descrição
pode-se identificar:
a) Uma prosopopeia e um paradoxo
b) Uma hipérbole e uma catacrese
c) Uma antítese e um zeugma
d) Uma anáfora e um hipérbato
e) Um eufemismo e uma sinestesia
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b) Narrador intruso
c) Discurso direto
d) Espaço mítico
e) Discurso indireto
(...)
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d) Amores
e) Aurora
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(...)
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(...)
E o Trovador conheceu
Que era traído - por fim;
Pôs-se a andar, e só se ouvia
Nos seus lábios: ai de mim!
(...)
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(...)
30. (Prof. Fernando Oliveira) Este poema possui função narrativa, uma vez
que relata a saga de um trovador em sua função artística e lírica. Nesse
sentido, o termo destacado em “Numa terra antigamente...” aponta, do
ponto de vista narrativo, para uma:
a) Especificidade temporal
b) Relatividade lírica
c) Imprecisão espacial
d) Genericidade sentimental
e) Inatividade de ação
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(...)
39. (Prof. Fernando Oliveira) O texto descreve a morte de uma pessoa, não
identificada explicitamente. Porém, considerando os valores do
Romantismo e os termos utilizados, infere-se que a figura descrita é
de uma mulher uma vez que o eu-lírico:
a) Ressalta o aspecto angelical que envolve a morte da pessoa
b) Inclui na descrição da figura humana a pureza de seus olhos
c) Destaca a palidez do rosto da figura humana ao morrer.
d) Compreende a morte dessa pessoa como um descanso.
e) Insere uma concepção melancólica sobre a morte da pessoa.
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(...)
(...)
42. (Prof. Fernando Oliveira) O sujeito lírico deste texto traz consigo
conflitos referentes aos sentimentos duros que permeiam a existência
humana. Assinale o trecho de música popular brasileira que promove
diálogo com a primeira estrofe do poema:
a) “Tristeza não tem fim/Felicidade sim” (A felicidade - Tom Jobim e
Vinícius de Moraes)
b) “Onde foi que eu errei? / Eu só sei que amei (Flor de Lis – Djavan)
c) Eu vou ficar aqui, / E sei que vou chorar a mesma dor. (Do fundo do
meu coração – Roberto Carlos)
d) E na vida a gente tem que entender/ Que um nasce pra sofrer/
Enquanto o outro ri (Azul da cor do mar – Tim Maia)
e) Chega de saudade/ A realidade é que sem ela não há paz / Não há
beleza (Chega de saudade – João Gilberto)
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45. (Prof. Fernando Oliveira) Dentre os autores abaixo, qual deles não
tematiza, em sua lírica, a efemeridade do tempo, como no trecho “E o
homem nasce e vive um só instante:
a) Luís Vaz de Camões (Classicismo)
b) Gregório de Matos (Barroco)
c) Tomás Antônio de Gonzaga (Arcadismo)
d) Cláudio Manuel da Costa (Arcadismo)
e) Tristan Tzara (Dadaísmo)
47. (Prof. Fernando Oliveira) O texto traz uma reação de Deus perante o
povo de uma determinada cidade. Segundo esse fragmento, a
motivação da ira divina relaciona-se à ideia de:
a) Mornidão espiritual
b) Pecaminosidade aguda
c) Apatia relacional
d) Ignorância mística
e) Vivência superficial
97
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(...)
48. (Prof. Fernando Oliveira) O texto faz menção a uma nova visão
envolvendo Cristo que dialoga com o eu-poético. A ira de Deus cairá
sobre uma cidade, que faz analogia com Jerusalém, uma cidade
querida por Deus, porém, objeto de sua ira. Considerando as
sequências destacadas, a profecia gerada a essa cidade produz nela
um sentimento de:
a) Obstinação
b) Dureza
c) Inflexibilidade
d) Remorso
e) Arrependimento
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99
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(...)
(...)
54. (Prof. Fernando Oliveira) Embora Gonçalves Dias seja conhecido como
um autor de teor mais lírico sentimental, o tema, embora revestido de
certa subjetividade, apela a um tema social, tendo como personagem
principal uma mendiga. Considerando o contexto em questão, a frase
“Por vergonha os olhos dela/ Sobre ela se não volviam.”, permite inferir
que:
100
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101
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a) Narrativo
b) Injuntivo
c) Argumentativo
d) Expositivo
e) Descritivo
(...)
Eu o aguardava - sentada
Debaixo da bananeira.
Um rochedo ao pé se erguia,
Dele à base uma corrente
Despenhada sobre pedras,
Murmurava docemente.
E ele às vezes me dizia:
102
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(...)
60. (Prof. Fernando Oliveira) Para além da temática social, o autor do texto
insere uma perspectiva lírico-amorosa, que amplia o saudosismo
afetivo. Uma frase que demarca essa perspectiva ao texto é:
a) Onde vivera tão ditosa, e onde/Morrer devera!
b) Sem o pranto enxugar a triste escrava/ Pávida voa.
c) - Minha Alsgá, não tenhas medo;/ Vem comigo, vem sentar-te
d) Onde bem longe se escuta/ As vozes que vão cantando!
e) Um rochedo ao pé se erguia,/ Dele à base uma corrente
• Trecho do poema “Ao Dr. João Duarte Lisboa Serra” para responder
às questões 62 e 63:
103
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62. (Prof. Fernando Oliveira) Amigo pessoal de Gonçalves Dias, Dr. João
Duarte Lisboa Serra recebe, neste poema, uma homenagem póstuma,
tal como a irmã do mesmo amigo, citada em poema anterior. Apesar
de haver essa coincidência entre os dois poemas, existe uma diferença
na profundidade do sofrimento entre ambas as ocorrências de perda.
Uma frase que associa esse sofrimento a um certo comprometimento
negativo à continuidade poética é:
Em demanda da fragata,
Leve barco vem vogando;
Nele um velho cujas faces
Mudo choro está cortando.
104
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64. (Prof. Fernando Oliveira) Além das visões místicas ou oníricas, o autor
apela também para certos testemunhos do cotidiano para traçar
algumas reflexões sobre a existência e a vida do homem em relação à
terra, ou sobre temas relacionados. Neste poema, um homem mais
idoso preparava-se para navegar para outras terras. E, nessa
constatação, o narrador também insere uma avaliação da forma como
se dá essa partida. Por isso, a inserção do termo destacado em “Nele
um velho cujas faces/ Mudo choro está cortando.”, considerando a
expressividade desse termo, revela a adoção de um elemento narrativo
compreendido como:
a) Discurso direto
b) Personagem plano
c) Narrador intruso
d) Narrador onisciente
e) Discurso indireto livre
65. (Prof. Fernando Oliveira) Existe aqui neste texto uma tentativa de
convencimento ao velho navegante para que reconsidere sua decisão
relativa a essa navegação. A estratégia argumentativa usada,
principalmente, na última estrofe destacada, reflete uma marca do
romantismo conhecida como:
a) Nacionalismo crítico
b) Culto à natureza clássica
c) Lirismo afetivo-amoroso
d) Valorização da terra natal
e) Religiosidade afetiva
(...)
105
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(...)
106
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68. (Prof. Fernando Oliveira) Embora este poema não esteja da seção de
poemas religiosos, ele é permeado da descrição sobre a grandiosidade
da criação divina. Para ressaltar essa grandeza, o eu-lírico lança da
prosopopeia, destacando sua imponência, como na seguinte frase:
a) E o astro vai com ele, como argueiro
b) Consigo o arrasta e leva transformado;
c) O sangüíneo cometa em céus infindos!...
d) Se junto doutro mundo acaso passa
e) O Senhor o formou terrível, grande;
107
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(...)
I
Gentil, engraçado infante
Nos teus jogos inconstante,
Que tens tão belo semblante,
Que vives sempre a brincar,
- Dos teus brinquedos te esqueces
À noitinha, - e te entristeces
Como a bonina, - e adormeces,
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Adormeces a sonhar!
II
Infante, serão as cores
De várias, viçosas flores,
Ou são da aurora os fulgores
Que vem teus sonhos doirar?
Foi de algum ente celeste,
Que de luzeiros se veste,
Ou da brisa é que aprendeste,
Que aprendeste a suspirar?
VII
Mas de repente chorando
Despertas do sono brando
Assustado e soluçando...
Foi uma revelação!
Esta vida acerba e dura
Por um dia de ventura
Dá-nos anos de amargura
E fráguas do coração.
VIII
109
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(...)
(...)
110
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77. (Prof. Fernando Oliveira) Embora o narrador intruso seja mais comum
em prosas, por ser um poema narrativo, esse recurso também aparece
neste poema, em que há uma intenção de interferir nas ações e
sentimentos dos personagens e na abordagem feita ao leitor. Assim,
qual dos versos do poema em questão demonstra esse tipo de
atitude?
a) Em Lia, que era tão bela!
b) por que aportas/ A este sítio fatal!
c) Inquieta, esguia falua
d) Que resvala sobre as águas
e) Um ano e outro passou
111
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(...)
(...)
81. (Prof. Fernando Oliveira) Considerando que vários versos deste poema
estão em ordem sintática inversa, a função gramatical do termo
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(...)
(...)
(...)
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(...)
(...)
86. (Prof. Fernando Oliveira) Uma marca textual que aponta para a função
conativa da linguagem neste texto tem relação com a presença de:
a) Vocativos direcionados
b) Hipérboles qualificativas.
c) Linguagem em terceira pessoa
d) Adjetivos objetivos
e) Marcas linguísticas religiosas
87. (Prof. Fernando Oliveira) O termo destacado em “Ao insano rugir dos
ventos bravos
Sobressai teu rugido.” compõe uma oração subordinada, classificada como:
a) Adjetiva restritiva
b) Substantiva objetiva direta
115
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c) Adverbial causal
d) Adverbial temporal
e) Adjetiva explicativa
(...)
(...)
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(...)
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(...)
(...)
118
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e) Validação e grandeza
(...)
(...)
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(...)
120
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(...)
100. (Prof. Fernando Oliveira) A frase “...E que eu morresse entre vós!”
revela, além de um aspecto afetivo, uma ligação do poeta com:
a) Sua função de escritor
b) A terra natal
c) Paixão amorosa
d) Aspectos engajados
e) Temáticas de pessimismo
121
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GABARITOS
01. B
02. A
03. B
04. C
05. C
06.E
07. C
08.D
09.C
10. B
11. B
12. C
13. C
14. D
15. A
16. C
17. E
18. A
19. D
20. D
21. C
22. B
23. C
24.D
25. C
26. A
27. D
28. B
29. B
30. C
31. D
32. C
33. C
34.C
35. A
36. C
37. A
38. B
39. C
40.B
41. C
42.B
43. C
44. B
45.A
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46.B
47. B
48.C
49.E
50. B
51. A
52. D
53. B
54.C
55. B
56. A
57. B
58. C
59. D
60.D
61. C
62. D
63. C
64.D
65. D
66.C
67. C
68.C
69. B
70. C
71. C
72. E
73. B
74. B
75. B
76. D
77. D
78. C
79. B
80.C
81. B
82. C
83. C
84.D
85. B
86.B
87. C
88.D
89.B
90.A
91. C
92. D
93. C
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94.D
95. D
96.A
97. E
98.B
99. C
100. E
01. C
02. C
03. D
04. B
05. B
06.C
07. A
08.C
09.B
10. D
11. C
12. B
13. A
14. A
15. B
16. C
17. E
18. B
19. A
20. B
21. B
22. B
23. C
24.D
25. D
26. C
27. B
28. E
29. A
30. D
31. A
32. A
33. B
34.C
35. B
36. D
37. D
38. B
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39. B
40.C
41. D
42.B
43. B
44. A
45.C
46.B
47. B
48.D
49.A
50. D
51. A
52. B
53. C
54.C
55. C
56. D
57. A
58. B
59. C
60.E
61. B
62. B
63. B
64.C
65. D
66.C
67. E
68.D
69. D
70. C
71. A
72. C
73. B
74. B
75. B
76. B
77. C
78. D
79. D
80.A
81. D
82. B
83. D
84.B
85. B
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