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Títlllo   do origi
originol
nol   jiwICt',I'
Prefácio
Les preciellse
preciellsess ridic
ridicllles
llles

Or~(l/liZoçiio   do   texto e /loto


/loto.\'
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, Gu
Gust
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avee Mici
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anha ha qu quee se imp impririma
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à   re
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s. NãoNão en encocontntro
ro na nada
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I
Trodllçiío e peperd
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quer
er ou outrtraa vi viol
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ciaa ma mais
is qu
quee a es essa
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Maria Cristina Guimal~s  Não é quc cu queira aqui (ornar modesto o autor 
e des
desprprez
ezar
ar po porr ho honr
nraa   I   mi
minhnhaa co comé
médidia.
a. OfenOfende
deri
riaa toda
toda
Pa
Paririss se a acu acusa
sass
ssee de ler podi podidodo ap apla
laud
udirir a uumama toli
tolice
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I'
I're
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Iraç
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10 texI)(   e, revi.l'iio co
como
mo o pú públ icoo   é   o juiz
blic juiz ab abssol
oluuto des essse tipo
tipo de ob obrra,
Gabor i\ran
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y\ cu esestatari
riaa se send
ndoo inso
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ntee de desm smen
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tind
ndo-o-oo c, aind
aindaa que
que
tivesse tido a pio pior opinião do mundo sobre a mi minnha
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Precio ,\'o,\'
o,\' ridículo, \'    an
ridículo,\'  ante
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tarr ag agor oraa ququee elaela vavale
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ndee pa parrle da graça
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quee o Suee Sueess ssoo oh ohti
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representa
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 por ali.2 Tinha resolvido, afirmo, não as representar senão
i t   vela ,   1 );1 1 ";1   abs
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Alamedaa dos Blcudo~,  36


Alamed 360
0 - Na el'/la,
el'/la, ilulI/il/
ilulI/il/ada
ada "utâ
"utâo
o 1'01'I'ela
1'01'I'ela,\'lJlI"
,\'lJlI" 0.1'criado.l'
criado.l' t',l'pcl'ital'alll
t',l'pcl'ital'alll
IJO.\
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Alpes da Cantarelra
0760
07600-
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Illtlo   de   I'Acaúérnic,

1<J97

11

, " Teatro de Bo Bourbon para a Gal.er~a .d .d?? Pa- versos


versos fra france
nceses latinoss6•   Acho mesmo
ses ou latino mesmo que ser seriaia lou-
 pulassem do _ d 't/ -lo e tive a mfeltcldade

láci
cio·,
o·, EnEntr
treta
etantntoo na
naoo pu e eVeVII ~n~nh~
h~ e a cai cairr nas
nas mãmãos
os va
vadodo em grego grego,, e não não se igno ignorara qu quee um encôencômi mioo em
de ver.um
ver.umaa cóp cópiaia roubad
roubadaa a ~: ~ma E:cl~l
E:cl~lsiv
sivida
idade
de obtida
obtida gre
grego go sejsejaa de uma eficácia
eficácia maravi
maravilho lhosa
sa no fron frontis
tispíc
pício io
doss ed
do edItItor
ores
es,, acacom
ompa
pan?
n?ad
ad 'to'
'to' "Oh"Oh te
tempmpos
os!! oh ccos ostu
tu-- de ,u ,umm livro
livro.. Mas
Mas me dão a lume lume se semm qu
quee eu tenha tenha o
in
insi
sidi
dios
osam
amenente
te.. Clam
Clamei
ei mUI
mUI .t'n .t'nha
ha nece
necessssid
idad
adee de se ser r  va
vagagarr de me ex exam
amininar
ar,, e não não po poss
ssoo nenemm se sequ
querer ob obte ter 

mes!", fI fIzeram-me ver que eu I _ último mal a libe
liberda
rdade
de de dizerdizer dua
duass palpalavr
avras
as par paraa justif
justifica
icarr minhas
minhas
' d er um processo, e esse inte
intenç nçõe
ões]
s] so sobr
bree o assu
assuntntoo dedessssaa cocomé
médidia.
a. Go Gost star
ariaia de
 publtcado
. d' ou. que o prImeir.o. AssI'n1
e movo . , ,  é   prec
preciso
iso se deixar 
deixar 
fa
faze
zerr ve verr ququee ela
ela se cons consererva
va se semp
mprere no noss limi
limitetess da
cah1el1gaar eaopiOd!estino e allt?rIz'mara u cois.a, que não se abs-

sáti
tira
ra ho hone
nest
staa e decen
decente te;; ququee as cois coisas
as mamaisis no notátáve
veis is
te
teri
riam
am de faze
fazerr se
sem
m ml
ml,m
,m.. h em
emba
bara
raço
ço   é   um li
livr
vroo a es
estã
tãoo su suje
jeit
itas
as à ccóp ópia
ia fefeita
ita po
porr ma macacaco
coss mamausus qu quee me- me-
Meu Deus! que estran o. . iirra rec
recemem ser ap apupa
upados
dos;; que essa essass imitaç
imitaçõesões vicvicios
iosas
as daquil
daquiloo
dar a"lume
lume e um , autor , Sque
e hoao uveser
ssePUbltcaddOaPd~
PUbltcadd
m me me OaPd~I~:~
, I~:~p:e
p:eeu
eu qu
quee há de m maiaiss pe
perf
rfei
eito
to fo fora
ram
m de desdsdee se
semp
mpre
re ma maté téri
riaa da
vez e amda Jovem. , mim e tomar todas Co
Comé médi diaa e que,
que, pe pela
la mesm
mesmaa ra razã
zãoo qu quee os ververdadade
deir iros
os
 pelo meno~ t~ria Podl~~~~~~~~se~utores,
Podl~~~~~~~~se~utores, agora meus Sábios
Sáb ios e ooss verdade
verdadeiroiross brabravos
vos ain ainda
da não se lembr lembrara aram m
as precauçocs que os ,. m ocasiões como essa. ab
abso
soluluta
tame
ment
ntee de se ofe ofendnder
er cocom m o Dou Doutotorr ou com com o
confrades, costumam tomdl e . uaI ue uerr qu
que à su sua Capitão
Cap itão da ComédComédia, ia, ass
assimim como
como os Juíz Juízes,
es, os Prín
Príncipcipeses
AI ~ ie 'lchar um grande se senhOl q . q , e os Reis Reis ao ver Trive Trivelilinn ou qualqqualque uerr ou outr
troo no teat teatroro
em ( '. Protetor de de mmha oobbra e cUJa
revelia tomana co como , d dicatória mOito repres
represent entar
ar de forma forma   ridícula   o juiz juiz,, o príprínc
ncip
ipee ou o
libc
libcra
rali
liddad
adee te tent
ntar
aria
ia co
comm umauma ccar arta
ta--. e . ref
refác
ácio
io re
rei;
i; também
também as ver verda
dade
deir
iras
as pr prec
ecio
iosa
sass nã nãoo teri
teriam
am ra razã
zãoo

I!
f1or
f1orea
ead'd'lj
lj me dari dariaa ao tra
traba
balh
lhoo de escl
esclev
ever
er um p de se irr irritar
itar qua
quando
ndo se enceencena na as  Ridículas,   que as imitam
d,'to'
d,'to'e'belo
e'belo e não me falt faltari
ariam
am liv
livros
ros para me ppr~v r~vd~r 
d~r  mal.
mal. Mas en enffim,
im, co como
mo diss isse, não me dã dãoo temp
tempoo de
eru   1
de tudo o que se :   po pode
de dizer
diz er de sábi
sábioo sobr
so bree a , Trag
Trage e suIa
a res
respir
pirar,
ar, e o senho
senhorr de Luynes
Luynes8 quer fazer a compilação compilação
' C mé médi
di'l'l a Eti
Etimo
molo
logi
giaa de ambaambas, s, sua
sua on~e
on~em,m, im
imedediaiata
tame
mentnte.
e. Em boa hora hora,, já qu quee DeDeusus asassi
sim
m qu quis is..
~ '~.
'~. iaão e ~~~d ~doo o mais:
mais: Co Convnver
ersa
sari
riaa comcom am amIg
Igos
os,, ~u~uee
e m açrecomen d"açao de minha ppeeça não me recusanam ,
 para

-I   Do Paláciu Justiça: onde   e.\'!a\'(1111   e S !l l i J e l e c i d n s   as loja


Paláciu   c/a   Justiça: lojass dos

liI'
liI'friro
friross l1uIis
l1uIis   ('1/1   mod(~.. . M I.   Mamar
Mamaroll,
oll, rico finan
financista
cista
5 V    r    ti   det!ica
det!icalvrw
lvrw de   Cmna   n .   (e .
~. - I,
I, re
recia
ciarr lima
lima lra
lragé gédi dill'
ll' A ca
caço
çoad
adadaJ
adaJra raseallt
seallten
en~r 
~r 
towJml'Il1r    lIICl1I'{/ .•.{,(   a r .  1 1   de Cornei lle   e   sobre   seu lrma
Corneille lrmao
o
lall'c
lall'c:: "( "({li
{lia
a iglla
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e/lll
lll'' so
sobr
bree ~   ~~l   I d 'spre
'spre'a
'aroro gr
grllp
llpo
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",e 6.   Era
Era ()   COS(Wll('   da épo
época.
ca.
77wma.'i.   inc!uÍl1o   ('nt re os que   ellta~   l .'.' Jf
('ntre Jf ta
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m l .... 7   Note-se
Note-se n prec
precaurt70.
aurt70.
- -D f    lJou
lJouroom
room'us
'us",
", comcomo o ele   d l : 'W . 8  O   edilor de Moliére,
Moliére,

12
13
 

PERSONAGENS

f'J \   c \ \ e re
AS PRECIOSAS RIDÍ
RIDÍCULAS
CULAS
LA GRAN
GRANGE}GE} Preten
Pretenden
dentes
tes recusa
recusados
dos
DU CROISY
CROISY
GORGIB
GOR GIBUS
US - Bom bu burgu
rguês
ês
MAGDEL
MAG DELONON - Fil
Filha
ha de Gor
Gorgib
gibus
us } pre
precio
ciosas
sas ridridícu
ículas
las
CATHOS
CATHOS - SobSobrin
rinha
ha de Gor
Gorgib
gibus
us
Comédia
Comédia reprcs
reprcsclIllIda
clIllIda   /llI    Pcti! BouriJo
BouriJon
n MAROTT
MAR OTTE E - Cri
Criada
ada das precio
preciosas
sas ridícu
ridículas
las
ALMANZ
ALM ANZOROR - Criado
Criado das pre precio
ciosas
sas ridícu
ridículas
las''
Marquês
Marquês de MASCARlLL
MASCARlLLE E2 -   Criado
Criado de La Gra Grangenge

T...-~~·...o:   t'\~ ~'~~ Vi


Visc
scon
onde
de de JOD
JODEL
ELET
ET - Cria
Criado
do de Ou Cro
Crois
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DOIS
DOI S CARREG
CARREGADO
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RES DE LILITEI
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sr,   U,.,.,,  1/~"e..J-/'1   -i'1')'t- VIZINHAS
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I I   ProfllUJCirl-Jt'   Mm l/oll,   entôo Marr6/.
Marr6/.   TralCl-u
C l-u l/e llimil
imilllllli v os   f JO ·
lllivos
"I  pu/t ire s   ou   bHrglle,\'~s. Alman!or   é   o nome de   WJ T  persOlIO~~ellJll/e
/e   P ol cxandrc,
rOllll lflce   de M,   Ú~ Roi de Gomben·itle.
  p{lpel era desem
2 EJSt' desempenhad
penhado
o por Moli;
Moli;,,.e.
,,.e.

15

DU CROISY
o   que o senho
senhorr me diz dc nossa visi
visita'
ta'!! Fic
Ficou
ou sa-
tisf
tisfeit
eitoo com ela'!
ela'!

LA GRANGE
GRANGE
CENA
CENA UM  Na sua opinião tcmos ambos motivo para isso?

DU CROIS
CROISY
Y
La Gmng
Gmngc.
c. DII Cmis)'
Cmis)'
Para
Para fal
falar
ar a verda
verdade,
de, de modo algum.
algum.

LA GRANGE
GRANGE
DU CROISY
CROISY
Quanto
Qua nto a mim. confes
confessoso que esto
estouu absolu
absolutam
tament
entee
Senhor
Senhor la Grange
Grange ... esc
escand
andali
alizad
zado.
o. Ond
Ondee já se viu, diga-
diga-me.
me. duas
duas pedant
pedanteses
da província
província)) se ffazer
azerem
em de tão rogrogadas
adas quanto aqucaquclas.
las.
LA GRANGE
GRANGE e dois
dois homens serem tratadotratadoss com tanto despre
desprezo
zo quant
quantoo
nós? O máximo a qu quee elas se dignaram
dignaram foi a nnOSo
OSofere
ferecer 
cer 
o  quê? uma cadeir
cadeira.
a. Nun
Nunca ca vi dua
duass pessoa
pessoass cochic
cochichar
harem
em tantanto
to
entre
entre si co
como
mo aquela
aquelas,s, boceja
bocejarr tanto,
tanto, esfrega
esfregarr tanto
tanto os
olho
olhoss e perg
pergun
unta
tarr ta
tant
ntas
as veze
vezes:
s: Qu
Quee hora
horass são?
são? Elas
DU CROISY
CROISY ; J   resp
respon
onde
dera
ramm com
com mais
mais do que si sim
m e não a tu tudo
do o que
,~ nós consegu
conseguimos
imos lhes dizdizer?
er? E en
enfim
fim o senh
senhor
or não cconcor
oncordada
Ol
Olhe
he um pouco
pouco para
para mim sem
sem rir.
rir. comigo em que se fôssem fôssemosos as piores crcriatur
iaturas
as do mundo
não nOS trata
tratariam
riam tão mal quanto aquelas duas?
LA GRANGE
GRANGE
J   O   illl/}()1"UlIJll"   lllJUj síio   (lS   paJa'r'rcIs   "d"   províllc;{/" .   TrfJfa·Sl'   tle
Sim'! estahelecer   lI""   mio   Sl'   visa o PaMcio PaMcio   c lt :   Bourgogne.
1
I

17
Ib

\
 
DU CROISY
CROISY
gaba
gaband
ndoo ,d,dee se
serr gala
galant
ntee e de vers
versej
ejm'
m',, c dc~p
dc~prc
rcza
za os
Par
Parece
ece-me
-me que o senhor
senhor se re
resse
ssenti
ntiuu dem
demais
ais com OU,lrOS   cnados,
cnados, chegan
chegando
do mes
mesmo
mo a chamá-
chamá-los
los dc "ros-
"ros-
selros.   o
o caso.

DU   CROISY
LA GRAN
GRANGE
GE
E então
então,, o que o sen
senho
horr pens
pensaa em faze
fazerr com
com ele?
ele?
Por
Por cer
certo
to ququee me resse
ressent
nti,
i, e tan
tanto
to que
que que
quero
ro me
vingarr dessa insolência.
vinga insolência. Sci por que que fomos despr
desprezado
ezados.
s.
O   ar
ar pn:cios
pn:ciosoo não contami
contaminou
nou apenas
apenas Paris,
Paris, ele se es
es-- LA GRAN
GRANGE
GE
 palhou também pelas províncias, e nossas donzelas
ridícu
ridículas
las tomara
tomaram m um bom hausto dele. dele. Num
Numaa palavr
palavra,
a, O   que
que eu pen
penso
so em  faze com   e le !   É preclso
fazerr com . ...
M as ante
antess vam
vamos
os sair
sair daqui,
daqui,
não há nessas duas nada mais que uma mistura de afetação
e pretensa elegfmcia; sei como é preciso ser para merecer 
cicias
cicias llima
ima boa acolhida
acolhida,, e se o senhor
senhor confia
confiarr em mim,
nús lhes prega
pregarem
remos
os utlla
utlla peça que as far faráá perce
perceber
ber sua
tolice c as ensinará
ensinará a conhecer
conhecer um pouc poucoo melho
melhorr o mundo
mundo
ell
ellll que vivem.

DU CROISY
CROISY

E como' será
será isso?
isso?

LA GRANGE
Te
Tenh
nhoo um cria
criado
do de nome
nome Masc
Mascararil
ille
le que
que mu muit
itaa
gente
gente consider
consideraa uma espéc
espécie
ie de alm
almaa sensív
sensível,
el, pois
pois nos
di
dias
as que corre
correm
m não
não há nada
nada mamaisis bara
barato
to que a alma
sensível.   É   um tipo extra
extrava
vaga
gant
ntee que
que enca
encasqsque
ueto
touu de
querer
querer passar
passar por homem de condição
condição.. Está
Está semsempre
pre se

I
IX
1 <)

CENA
CENA DOIS
DOIS CENA
CENA TRÊS
TRÊS

GorKibus,
GorKibus, J)u Croi
Croisy,
sy,   [li   Grallge  Ma rot le, Go rgi bus

GORGIBUS MAROTTE

E en
entã
tão?
o? O sesenh
nhor
or viu
viu minh
minhaa sobr
sobrin
inha
ha e minh
minhaa O que deseja
deseja,, senhor
senhor??
fi
filh
lha;
a; as co
cois
isas
as vã
vãoo bem?
bem? Qu
Qual
al foi
foi o result
resultad
adoo de sua
vi.sita? GORGIBUS
Ondee estiío
Ond estiío as suas
suas patroa
patroas?
s?
LA GRAN
GRANGE
GE
MAROITE
O senhor ficaria mais bem informado
informado conversando
conversando
com elas
elas do que
que conosco.
conosco. Apena
Apenass podemo
podemoss lhe aagrade
gradecer 
cer   No quarto.
o favor
favor que nos fez e procla
proclamar
mar que conti
continua
nuamo'
mo'ss a ser 
ser 
seus humildes
humildes servidores
servidores..
GORGIBUS
Fazend
Fazendoo o quê
quê??
DU CROISY
CROISY

Seus humildes servidores


servidores.. MAROITE
Pomada
Pomada para
para os lábio
lábios.
s.
GORGIBUS

 Nossa' Parece que eles estão saindo mal satisfeitos, GORGIBUS


Qual terá
Qual terá sido a razã
razãoo desse
desse descon
desconten
tentam
tament
ento?
o? Precis
Precisoo Já chega
chega de poma
pomadas
das.. Diga-l
Diga-lhes
hes para
para desce
descer.
r. Ach
Achoo
 procurar saber. Êi! que essas
essas velhac
velhacas
as com suas pomad
pomadasas estão
estão queren
querendo
do

20
21

 
me tlrruin
tlrruinar.
ar. Por toda
toda par
parte
te só vejo
vejo claras
claras de ovo,
ovo, leite
leite - CENA QUATRO
virg
virgin
inal
al c uma in infi
fini
nida
dade
de de bugi
bugiga
gang
ngas
as queque eu não
cOl;h
cOl;heço
eço.. Desde
Desde 4ue nós estamos
estamos aquaquii elas
elas já usara
usaram
m o
toicinho
toicinho de lima dezena
dezena de porc
porcos,
os, pelo menos,
menos, e quatro
quatro
cria
criado
doss se alim
alimen
enta
tari
riam
am co comm os moco
mocotó tóss de carne
carneir
iroo  Magdelon, Cathos, Gorgi!Ju.l' 
que essas
essas duas consomem
consomem dia diaria
riamen
mentete par
paraa se embe
embe--
lezar.

GORGlBUS

É   re
realm
alment
entee impres
imprescin
cindí
dível
vel gas
gastar
tar tanto
tanto par
paraa en-
gordurar
gordurar o fo
focinh
cinho.
o. Digam-me
Digam-me o qque
ue vocês
vocês fizeram com
ess
esses
es sen
senhor
hores
es que
que se desp
despedi
ediram
ram com tant
tantaa frieza
frieza ao
saí
saírem
rem daq
 pessoas daqui?
queui?cu Não lhe
lhess rec
consideravarecome
omende
seusndei
i rec
recebê
futuros ebê-lo
-loss como
maridos? como

MAGDELON
E   COIllO,   meu pai, o senh
senhor
or queria
queria que nós julgás-
julgás-
semoss o pproced
semo rocediment
imentoo irreg
irregular
ular daqu
daqueles
eles dois
dois??

CATHOS

Co
Como
mo uma
uma jovem
jovem um poupouco
co ra
razo
zoáv
ável
el pode
poderi
riaa se
ent
entend
ender
er com eles, meu tio'!
tio'!

GORGlBUS

E o que vocês
vocês repr
reprOVarUl
OVarUlTI
TInesses
nesses senh
senhores?
ores?

23

se casass
casassee com Mandane
Mandane e sem
sem mai
maiss aquela
aquela Aronee
Aronee se
MAGDELON casasse
casasse com Clélic'.
Que linda galanteria
galanteria,, a del
deles!
es!   ESS;1   não! Começar 
Começar 
 pelo casamento! GORGlBUS
O que é que ela está quere
querendo
ndo diz
dizer?
er?
GORGIBUS
E por onde você queria que eles cOl~eç;
cOl~eç;~ssem
~ssem?? P
Pelo
elo MAGDELON
con
concub
cubina
inato'
to'! O compor
comportam
tament
entoo del
deles
es nao e motIvo
motIvo de Papai, minha prima lhe dirá, assim como cu, que o
liso
lisonj
njaa pa
para
ra vo
você
cêss c pa
para
ra mim?
mim? Ha
Have
veri
riaa al
algo
go mais
mais casamento jamais
casamento jamais deve o<:orrerantes
o<:orrerantes das outras
outras aventuras
aventuras..
honr
honros
asp oso
aspira mo não
iram que
que é isso
isum
so?? testem
Etemunh
tes es
esse
se ola
unholaço
ço
da sa
sagr
grad
ado
honest
hon oidade
estid ao qual
ade qude
al suas
eele
sules
ass Um apai
seus apaixona
xonado,
belos do, para serempregar
sentimentos, agradável
agradável, , deve ternu-rae
doçura, saber manifestar 
manifes tar 
paixão,
intenções? e seguir regras
regras precisas em suas sondagen
sondagens. s. Em primeiro
primeiro
lugar é necess{u-ioque a pessoa por quem ele vai se apaixonar 
MAGDELON seja vista pela primeira vez num Templo, num passeio ou
nalgum
nalgumaa cerimô
cerimônia
nia públic
pública;
a; ou que ele vá ao enco encontr
ntroo
Ah, meu pai pai!! O que o senhor
senhor est
estáá diz
dizend
endoo   é  digno fatal na casa dela conduzido por um parente ou um amigo
do mais
mais desprezív
desprezível
el dos bur
burgues
gueses.
es. Ouvindo-
Ouvindo-oo fal~r
fal~r'as-
'as- e saia de lá sonhador e melancólico. Durante algum tempo
sim fico
fico enver
envergo
gonha
nhada,
da, e o sen
senhor
hor dev
devia
ia pro
procur
curarar sab
saber 
er  ele esconde
esconde do objet
objetoo ama
amadodo su
suaa pai
paixão
xão.. ent
entret
retant
antoo lhe
o que   é   de bom-tom. faz várias
várias vis
visita
itas,
s, nüo
nüo dei
deixan
xando
do nun
nunca
ca de pro
propor
por comcomoo
tema de conversa uma questão questão galante
galante que instigue
instigue a in-
leli
leligê
gênc
ncia
ia do gr grup
upo.
o. Cheg
Chegaa o di diaa da dec
decla
lara
raçã
ção,
o, que
que
GORGIBUS normalmen
norm almentete deve ser feit
feitaa na alameda de algum jardim,jardim,
numa oportunidade
oportunidade em que os acompanhantes se distanciem
 Não qucro saber o que é de tom nem de melodia'. O
um pouco;
pouco; e a ess essaa declar
declaraçã
açãoo se segue
segue ime
imedia
diatam
tament
entee
que cu sei  é  que o C;L~amentoé  uma coisa santa e sagrada
uma zanga, perceptível por nosso rubor, e que leva o apai-
começar por ele  é  próp
e que começar  próprio
rio das pessoas
pessoas honestas
honestas..
xonado
xon ado a se afaafasta
starr por um mom momentento.
o. Em segseguid
uidaa ele

MAGDELON ..• Fl'r.wnagl'lls,


Fl'r.wnagl'lls, os prim
primeiros
eiros   do   G m n d C y rruu s .   0.'1 tillimos   tle   Clélic.
!"U11I(lflCeS   de MallelcinC!
MallelcinC! de   S C lld é ry   assinado
assinadoss 1'01'
1'01' seu imuio,   Gl~orges
imuio,
Me
Meuu De
Deus
us'' Se todo
todoss pa
pare
rece
cess
ssem
em cocom
m o sen
senho
horr o  t i,.,   Scudéry.
Scudéry. Tral
Trala·
a· ..•e de obras  caracu}ríJlicllS   tia época
obras época do   I',,~ciosismo.
romance
romance logo aca
acabari
baria!
a! Que lindo seria se de saída
saída Cyrus
25
24

 
encont
encontrara um modo de acalmar acalmar-no
-noss e de mTa mTanca
ncarr de nónóss [neles
[neles exprim
exprimee iss
issoo e que eleseles absolu
absolutam
tament
entee não têm
essa confissão
confissão tão difícil.
difícil. Depois aventuras::   I es
Depois disso vêm as aventuras esse
se ar que
que Jo
Jogo
go nos lev levaa a form
formar
ar umumaa boa opiniã
opiniãoo
os rivais que logo se põem no cmninho de uma inclinação sobre as pess_oas?Fazer  i
pess_oas?Fazer uma visita amorosa com calçõe calçõess
 já   definid
definida,
a, a perseg
perseguiç
uição
ão dos pais, o ciúmeciúme gerado
gerado por ,se ,semm guarnl
guarnlçao
çao de renda,
renda, chapéu
chapéu sem plumas,plumas, um pen-
fal
falsas
sas aparênci
aparências,
as, as queixa
queixas,s, os desesp
desesperoeros,
s, os raptos
raptos e !teado
!teado simpl
simples
es e um casa
casaco
co indige
indigente
nte em matéri
matériaa de fifitas
tas!!
ludooqueael
ludooq ueaelesses
essesegue.
egue. Eis como as coisa coisass são conduz idas   'IMeu   Deus, que apaixonados
conduzidas apaixonados são esses! esses! Que frugalidade
frugalidade
segund
segundoo o bom-to
bom-tom, m, e num gal galant
anteio
eio fino
fino essas
essas regra
regrass Inos
Inos ado
adorno
rnoss e que conver
conversasa desele
deselegan
gante!
te! Nin
Ningué
guém m tolera
tolera..

nã"Op
"Opod
odem
em se serr igno
ignora
rada
das.
s. Mas
Mas cheg
chegar ar de repe
repentntee na IO IObsbser
erve
vell tamb
também
ém que que o peit
peitil
ilho
ho dele
deless não
não   é  bem-feito
união
união conconjug
jugal!
al! Só fazer
fazer a corte
corte junto
junto com o contratcontrato',
o', e que para seus cal calçõe
çõess estare
estaremm na llarg
argura
ura cert
certaa faltav
faltavaa
elecasamento
elecasam ento e começar
começar o romance
romance pelo seu final!
final! Repito,
Repito, ,maiS de meio palmo.
meu
meu pa pai,
i, nã
nãoo há nada
nada mamais
is me
merc
rcan
anti
till que essessee proc e-   I
proce-
dimenl
dim enlo,
o, e eu ficofico nauseada
nauseada só de imag imaginainarr isso.
isso.
  GORGTBUS
GORGlI3US
Qu
Quee didiab
aboo de discu
discurs
rsoo esto
estouu ouvi
ouvind
ndo?
o? Isso
Isso é que Acho
Acho que
que as dua
duass es
estã
tãoo ma
malu
luea
eass e não ente
entend
ndoo
alto estilo' r'd
r'daa desse
desse lingua
linguajar
jar.. Cathos
Cathos,, e você
você,, Ma
Magde
gdelon
lon ...
!
CATI-TOS
J
MAGDELON
 Na verdade, tio, minha prima tocou no essencial.j
Como se pode receber
receber bem indivíduos
indivíduos tão inc
inconveni entes   l '   Ah, meu pai,
onvenientes pai, por favo
favor,
r, esqu
esqueça
eça esses nomes
nomes es-
no galanteio
galanteio?? Garant
Garantoo que esses
esses dois
dois ~un
~unca
ca viram
viram o iranho
iranhos~
s~ e nos chame
chame por outros
outros..
mapaa do Amor
map Amor Tcr Tcrno
no e quc Bilhete
Bilhetess Carinh
Carinhoso
osos,
s, Agr
Agra-
a- I
di
dinh
nhos
os,, Bi
Bilh
lhct
ctes
es Gala
Galantntes
es e Lindos
Lindos Vers
Versos
os são
são terr as i
terras
desconheci
desco nhecidas
das para eles5•   O senhor não percebe
percebe que tud
tudo!
o! GORGTBUS ;

Temo   f   lima   alegorta..  eeXis


~o   mapa   110   AAmor
mor Xisten
tente
te e1
e11l
,.;
1l   Clchc.   O   r
Como! No• •m
•.
es estranhos~? • Por aca( s• o  -
n i.
i.10
-
sa
ao
o OS
viajallte, II{/rti
viajallte, II{/rtimla Amizade   Nr",n,   dev
mla da Amizade devia
ia "assa
"assarr "elas
"elas localü
localülode
lodess imoimo-- pom
pomes
es que voces
voces recebe
receberam
ram no batismo?
batismo?
g il/
il/{{ í r ill,
ill, \"\" t il'  I
  /li/hei€'   C(~rinllOso,   {)(c.,   p a r t i   che~(lr    a   A m o r T e r n o   n.a
 J)cd {J(( /çiio 0//   fi   A
  Am
m o r T e mo
mo   lia   Hstillln;   III(/S SI'   ele   se   1J(~rde.\'se,   corna   I" .

() "" .\'COl/e
C Ol/e ir l/a
l/arr 11 110
0 Ma
Mar 
r    P(~rigo.w.   N o ott e
e--s e ()
() ac l iim
muull o d e e. ttp
p rre
es s óe
óe ss!! A s  preclOscu'   se (Im1t:lllllO
(Im1t:lllllOmeS
meS rebu.fcalln.f
rebu.fcalln.f (por exemplo
exemplo Arlhénice,
Arlhénice,
 preciosas na Jáia de   em lLOs .   '{'agr(/lIlll   de   ClI1/terille,   para   CI   Madame
Madame de Rambo
Rambouill
uillel).
el).
I '

I
I
27
I

MAGDELON CATHOS
Meu
Meu De Deus,
us, quan
quantata vulg
vulgar
arid
idad
ade!
e! Uma
Uma dasdas cois
coisas
as  No que me diz respeito, meu tio, tudo o que posso
que 11l,\i
11l,\issme espant
espantaa é o senhor
senhor ter sido capaz de faze fazer r  lhe dizcr   é  que
 que acho
acho o casa
casamen
mento
to uma coisa totalm
totalment
entee
uma filha tuo voltada
voltada para
para as co
coisa
isass do espír
espírito
ito quanto
quanto ehocaehocante.
nte. Como   é   possív
possível
el tolera
tolerarr o pe
pensa
nsamen
mento
to de se
eu
eu.. Po
Porr acaso
acaso no estil
estiloo gala
galant
ntee já se ouvi falarr em deit
ouviuu fala deitar
ar ao lad
ladoo de um hom
homemem nu em em pêlo
pêloB ?
Ca
Caththos
os ou em MagdMagdel elon
on?? E o senho
senhorr não
não reco
reconh
nhececee
que bastaria
bastaria um desse
dessess nomes
nomes para
para desacr
desacredi
editar
tar o ma mais
is
lindo
lindo roma
romancence do mundo? MAGDELON
Deixe-
Deixe-nos
nos tomar
tomar um pouco de ar no ambie
ambiente
nte fino
fino
CATHOS àde  vo
Paris,
Paris,
vonta deonde
ntade nosso
nosso malRomacabamos
acaance
Romancbamos
e e de nãoochegar.
nã che gar. Deixe-nos
tenha pressatecer 
tanta pressateceder 
É verda de, meu tio, que um ouvido um pouco delicado concluí-lo.
verdade,
sofre
sofre furios
furiosame
amente
nte ao ouvir essasessas palavr
palavras;
as; e os nomes
nomes
Polixcne,
Polix cne, que minha prima esco escolheu,
lheu, e Aminthe7,   que eu GORGTBUS
me dei, têm uma graça que o senhor não pode negar.
(á parte)   Não há a menormenor dúvdúvida
ida,, elas
elas estão
estão com
com--
 pletamentc doidas.   (Em voz alia) alia)   Repito:
Repito: não enten
entendodo
GORGIBUS nada
nada dess
dessas
as frfrio
iole
leir
iras
as;; quer
queroo seserr o se
senh
nhor
or abso
absolu
luto
to,, e
 para cortar esses discursos vou lhes dizer: ou voeês se
Ouçam:
Ouç am: só há uma única única palavr
palavra·
a· que serve.
serve. Não
Não casa
casam m logo
logo ou,
ou, pala
palavr
vraa de ho honr
nra,
a, as duas
duas vão
vão para
para o
enlra
enlra na minh
minhaa cah
caheça
eça que vocês
vocês tenham
tenham outros
outros nomes convcnconvcnto, to, iss
issoo eu prome
prometo.
to.
al
além
ém do doss qu
quee se
seus
us padr
padrin
inhos
hos e mad madririnh
nhas
as lhes
lhes der
deram
am;;
e quanto
quanto aos scnhores
scnhores de quc
qucmm estam
estamosos tratando,c
tratando,conheç
onheçoo
a famíli
famíliaa del
deles
es e seus
seus bens,
bens, e que
queroro decidi
decididam
damententee que
! vocês
vocês se di dispon
sponham
ham a acei
aceitá-
tá-los
los com
comoo marmaridos
idos.. Já esto
estouu
ca
cans
nsad
adoo de carr
carreg
egá-
á-Ia
Iass no colo
colo,, e para um home homem m da
r mi
minhnhaa id
idad
adee a guard
guardaa de duas
duas jove
jovens
ns pesa
pesa um poucpouco.o.

7   Pulixl'n
Pulixl'nee e Aminthe
Aminthe siio nomes inspirados
inspirados   lia   lileralllra
lileralllra contem- M   Moliát'   I'oltarrí   a se ocu
ocupa
parr do   recaIO   afetado das precios
preciosas
as
l'0r/últ'!I til'   Molii;re.
l'0r/últ'!I eln   Es
Escola
cola de mulheres,   cella   3.

18 29

 
CENA
CENA CINC
CINCO
O CE
CENA
NA SEIS
SEIS

Cai/lO,\', Maf{delofl Marolf


Marolfe,
e, Ca
Calho
lhos,
s, Magdel
Magdelofl
ofl

CATHOS MAROTTE

Céus, minha cara, como seu pai tcm a cabeça tomada' Lá fora tem um criado
criado pergunt
perguntando
ando se as sen
senhora
horass
 pelas coisas materiais' Que inteligência espessa e que estã
estãoo em cas
casaa e diz que seseuu am
amoo quer
quer vir
vir aqui
aqui para
para
alm:! sombri:
sombri:!1
!1 vê-las.

MAGDELON MAGDELON

o   qu
quee você
você quer,
quer, min
minhaha cara
cara?? Esto
Estouu conf
confus
usaa po
por 
r  Aprend
Apr enda.
a. sua tola,
tola, a se eexpr
xpress
essar
ar com menos vul-
ca
caus
usaa dcdcle
le.. Cust
Custoo a me convconvenence
cerr de que pos
possa
sa ser  garida
garidade.
de. Dig
Diga:
a: Está
Está lá fora um necess
necessári
árioo pergunt
perguntando
ando
ver
verda
dade
deiriram
amenente
te sua
sua fi
filh
lha,
a, e acho
acho que algum
algum dia um umaa se as senh
senhori
oritas
tas estão
estão em comod
comodidaidade
de de scr vist
vistas.
as.
,Iv
,Ivenlu
enlurara qualquer
qualquer ir{1me
ir{1me revela
revelarr 11mnasc
11mnascime
imento
nto mais
ilustre.
MAROTTE
CATI·JOS Or
Ora!
a! Eu não ente
entendo
ndo nad
nadaa de lati
latim
m e não apre
aprendi
ndi
filosof
filosofia
ia num daque
daqueles
les livrões
livrões de amor que as sen
senhora
horass
Ac
Acre
redi
dito
to que sim. Cla
Claro
ro,, tod
todas
as as aparê
aparênc
ncia
iass do tanto comenta
comentavam.
vam.
mundo in
mundo indi
dica
camm isso;
isso; e também
também quant
quantoo a mim
mim,, quando
quando
me olho ...
MAGDELON

Que insole
insolente
nte!! Tem
Temos
os de agüe
agüentar
ntar isso
isso!! E quem é
o senhor
senhor desse
desse lacaio?
lacaio?

31

MAROTIE CATHOS
Ele me disse que seu nome   é marquês de Masca
Mascarille
rille.. Traga-
Traga-nos
nos o es
espel
pelho,
ho, sua ignorante
ignorante,, e tome
tome muito
cuida
cuidado
do para
para não su
suja
jarr o vid
vidro
ro com
com a comun
comunicicaç
ação
ão de
sua imagem.

MAGDELON

Ah
Ah,, minha
minha cara
cara,, um marq
marquê
uês\
s\ Si
Sim,
m, vá diz
dizer
er que
 pode nos ver. Sem dúvida é uum
m homem de alma sensível
qu
qucc ouviu
ouviu fa
fala
larr de nós.

CATHOS

Segura
Segurament
mente,
e, minh
minhaa cara.

MAGDELON

El
Elee deve ser
ser rece
recebi
bido
do aqui,
aqui, e não em nossa
nossa sala
sala;;
vamos pelo
vamos pelo men
menos
os arruma
arrumarr um pouco
pouco os ca
cabel
belos
os e fa
fazer 
zer 
 jus :1 nossa reputação. Rápido, passe à minha mão o
consel
conselheir
heiroo das graças.
graças.

MAROTTE
Jur
Juroo por Deus.
Deus. eu não sei que hicho   é   esse.
que hicho esse. Falem
língua de gente,
língua gente, se 'lucr
'lucrem
em que cu enten
entenda.
da.

32 33

)
I
CENA SETE MASCARILLE
Heim'!

 Mascarille. Dois Carregadores di: liteira


SEGUNDO
SEGUNDO CARREGADOR 
CARREGADOR 

Es
Esto
touu di
dize
zend
ndo,
o, se
senh
nhor
or,, pa
para
ra o senho
senhorr no
noss da
darr o
MASCARILLE din
dinhei
heiro,
ro, por fav
favor.
or.
i
Êi!,
Êi!, Car
Carreg
regado
adores
res,, êi! Par
Parem,
em, parem,
parem, par
parem!
em! Ach
Achoo
que esses
esses pat
patife
ifess est
estão
ão determ
determina
inados
dos a me qu
quebr
ebrar,
ar, de MASCARILLE
tanto
tanto bater
bater em muros
muros e ped
pedras
ras..
. (dan
(dando
do-l
-lhe
he um
uma
a b
bof
ofet
etada)   Como!
ada) Velhac
Velhaco,
o, pedir 
pedir 
dlllhe
dlllhelro
lro a uma pes
pessoa
soa da minha
minha qua
qualid
lidade
ade'!'!

I \
Ora essa,
queria
que
PRIMEIRO
PRIM

ria que a gente


EIRO CARR

gente entras
CARREGADOR 

essa, é que a porta


entrasse
EGADOR 

porta é muito estre


se até aqu
aqui.
i.
estreita
ita.. O senhor 
senhor 
É as
assi
sim
m qu
SEGUNDO
SEGUNDO CARREGADOR 
CARREGADOR 

quee se paga
paga ao
aoss po
pobr
bres
es'!
'! E nós va
vamo
moss
' I ',  jantar a sua qualidade'!

MASCARJLLE

11 Sei disso.
disso. E voc
vocês
expor a boa disposIção
ês ach
acham,
disposIção de m
am, seu
minhas
seuss patife
inhas pluma
patifes,
s, que eu   iria I
plumass às inclemên
inclemências
cias . Ah!
Ah! Ah!
Ah! Ah
MASCARILLE

Ah!! Vou
Vou lhe
lhess ens
ensin
inar
ar.. Es
Esse
sess can
canal
alha
hass ou
ou--
da estação
estação chuvosa
chuvosa e deixar
deixar a impres
impressão
são de meus sapatos
sapatos sam brincar comigo.
comigo.
na lama'!
lama'! Andem,
Andem, levant
levantem
em daqui
daqui esta
esta lit
liteir
eira.
a.

PRIMEIRO
PRIMEIRO CARRE
CARREGADOR 
GADOR 
SEGUNDO
SEGUNDO CARR
CARREGADOR 
EGADOR 
(pegan
(pegando
do um dos varais
varais da cad
cadeira)   Vamos!
eira) Vamos! Pa-
Ent
Então
ão por favor
favor nos pagu
pague,
e, senhor
senhor.. gue-nos
gue-nos logo .
.14
35

MASCARILLE MASCARJLLE
O quê'! Calma. Tome, isto  é  pel
 peloo bofetão
bofetão.. Com bons modos
as pesso
pessoas
as conseg
conseguem
uem de mim tudo o que querem.querem. An-
dem, venham me pegar mais tarde para irmos ao Louvre
 pnvar da intimidade do rei. '
PRIMEIRO
PRIMEIRO CARREGADOR 
CARREGADOR 

Dis
Disse
se que eu quero
quero o dinhe
dinheiro
iro ime
imedia
diatam
tament
ente.
e.

MASCARILLE
Esse é razoável.
razoável.

PRIMEIRO
PRIMEIRO CARREGADOR 
CARREGADOR 

Então
Então ande
ande logo.
logo.

~-- MASCARILLE
r
I outr
As
Assisim
m es
está
tá bem:
outroo é um patif
satisfeito'!
bem: você
patifee que
você fa
que não
fala
la como deve
não sabe
sabe o qu
deve ser;
quee diz.
ser; mas o
diz. Tom
Tome.e. Está
Está
t

I

PRIMEIRO
PRIMEIRO CARR
CARREGADOR 
EGADOR 

 Não, não estou satisfeito; o senhor deu um bofetão


no meu compa
companh
nhei
eiro
ro e...   (E
(Ergu
rguee o varal)
varal)
\
37

\
I
 
CENA   OITO CENA   NOVE

 M(lgdelon, C(l/hos, M(lscarille, Almanzor 


 M(lro/te, M(lscaril/e

MAROTTE MASCARILLE

Sen
Senho
hor,
r, minhas
minhas sen
senhor
horas
as não vão demorar.
demorar. cumprimentar))   As senhoras com certeza
(depoiss de cumprimentar
(depoi
est
estiio
iio surpre
surpresas
sas com a audácia
audácia de minha
minha visita
visita;; mas sua
rep
reputa
utação
ção lhe
lhess oca
ocasio
siona
na ess
essaa sit
situaç
uação
ão des
desagr
agradá
adável
vel,, e o
MASCARILLE mérito
mér ito tem para mir miril
il cncan
cncantos
tos tii
tiioo podero
poderosossos que eu
cor
corro
ro até onde for preciso
preciso para
para enc
encontontrá-
rá-lo.
lo.
Ela
Elass não devem
devem abs
absolu
olutam
tament
entee se apre
apressa
ssar;
r; estou
estou
esperando muito bem acomodado.
esperando acomodado.
MAGDELON
MAROTTE Se o se
senh
nhor
or pe
pers
rseg
egue
ue ap
apen
enas
as o mérit
mérito,
o, nã
nãoo é em
nos
nossas
sas terr
terras
as que deve caçar.
Chegaram.

CATHOS

Pa
Para
ra ha
have
verr mé
méri
rito
to em no
noss
ssaa ca
casa
sa foi
foi prec
precis
isoo qu
quee
o senhor o trouxesse.
trouxesse.

MASCARILLE

Ali!, vou lIpresenllu


lIpresenllu''   UIII   recurs
recursoo contra
contra essas pala-
pala-
vras. A Reputação
Reputação lhes faz justiça
justiça ao comentar
comentar seu valor,
valor,

\

39

.i
.
,•

e as senho
senhoras
ras tê
têm
m nas
nas mãos as car
carta
tass nece
necess
ssár
ária
iass pa.ra
pa.ra , CATHOS
dar
dar um cap
capot
otee em tud
tudoo o que
que há de galant
galantee em Pan
Pans.
s.
o   que
que o senhor
senhor tem
teme?
e?

MAGDELON
MASCARILLE
A comp
complaclacênc
ênciaia conduz
conduz um pouco pouco lon
longe
ge demais
demais
a liber
liberal
alid
idad
adee do
doss seus
seus louv
louvor
ores
es,, e nós nã
nãoo temo
temoss ne
ne-- Algum
Alg um roubo
roubo de meu coração,
coração, alg
algum
um ass
assass
assina
inato
to
nh
nhum
umaa ininte
tenç
nção
ão,, mi
minh
nhaa prprim
imaa e eu, de co
cons
nsid
idera
erarr um de minha
minha lib
liberd
erdade
ade.. Vej
Vejoo aqui olhos
olhos com expres
expressão
são de
ali
alimen
mento
to sér
sério
io ess
essaa doc
docee lisonj
lisonja.
a. gente muito esperta,
esperta, de ladrões
ladrões da libe
liberdade
rdade,, de carrascos
carrascos
da a:ma.
a:ma. Como,
Como, dia
diabo,
bo, log
logoo qu
quee nos apr
aproxi
oximam
mamos,
os, ele
eless
se poem
poem em guarda
guarda mortal
mortal?? Ah!,
Ah!, pal
palavr
avraa de honra,
honra, des
des--
CATHOS
I
 confio
segura deles
segura de qu ee vou
que elesevitá-los,
evitá-
não los,
me ou ent
então
farão ão quero
um uma
nenhum
nenh mal.. garantia
mal garantia
Minha cara, seria preciso que trouxessem
trouxessem cadeir
cadeiras.
as.

MAGDELON MAGDELON

Ô! Almanzor.
Almanzor. Minha
Minha car
cara,
a, ele é do gên
gênero
ero div
divert
ertido
ido..

ALMANZOR  CATHOS
,
l- Scnhora.
I

I
Comoo o Amilca
Com Amilcarr do romance
romance."
."
\:

RClpido,rrealoque
MAGDELON

ealoque para cá as comodidades da conv


conversa.
ersa.
I   Não
Não é prec
precis
isoo te
teme
merr na
nada
MAGDELON

da;; no
noss
ssos
os ol
olho
hoss nã
nãoo têm
I ne
nenh
nhum
um pl
plan
anoo ma
mau,u, e a si
simp
mple
less prom
promes
 bastar para seu coração dormir tranqüilo.
essa
sa de
dele
less deve
deve
MASCARlLLE
. '1
Mas pelo menos há segura
segurança
nça para
para mim aqUi.
aqUi. 9   Pe
Pers
rsona
onage
gem
m elee   Clélic.   Cartagin;;,r   jnl'ia!   e   g{l/(llIlt'.
el

40 41

CATHOS MASCARlLLE

Mas
Mas por fav
favor
or,, senho
senhor,
r, não
não seja
seja (nex
(nexor
oráv
ável
el co
com
m A cidad
cidadee es
está
tá um pouc
poucoo lama
lamace
centa
nta;; ma
mass se
sempr
mpree
es
essa
sa pol
pollr
lrona
ona que lhe esten
estende
de os braç
braços
os há um quart
quartoo há as liteiras.
de   hora;
hora; satisfaç
satisfaçaa um pouco seu desejo
desejo de abraç
abraçá-l
á-lo.
o.

MAGDELON
MASCARILLE
 Na verdade a liteira é um entrincheiramento móvel
(d
(depepoi
oiss de se pente
pentear
ar e de ajeita
ajeitarr () babado
babado dos maravi
maravilhos
lhosoo cont
contra
ra os ataq
ataques
ues da lam
lamaa e do mau tempo.
tempo.
calçr7e.\)   Ent
Então,
ão, senhoras,
senhoras, o que
que estã
estãoo achando
achando de Pa
Paris
ris??

MASCARILLE
MAGDELON
. Re
Rece
cebem
bem muita
muitass visit
visitas
as?? Qu
Quee home
homem
m de esp
espír
írit
itoo
Ai de nós! O que poderíam
poderíamos os diz
dizer?
er? Seria
Seria precis
precisoo  pnva com as senhoras?
se
serr o an
antí
típod
podaa da razão
razão para
para não
não confes
confessa
sarr que Pa
Pari
riss é
o grande
grande cenácu
cenáculo
lo de maravil
maravilhas
has,, o cent
centro
ro do bom gosto
gosto,,
do espírito
espírito fino
fino e da galanteri
galanteria.
a. MAGDELON

Ai de nós. Ainda
Ainda não somos
somos conhec
conhecida
idas;
s; mas temos
temos
MASCARILLE condIçã
cond Içãoo ~e sê
sê-lo
-lo,, e uma amiga
amiga partic
particula
ularr nos pro
promet
meteu
eu
trazer
trazer aqUI todos
todos aqueles
aqueles senh
senhore
oress que estão na   Coleç(io
Te
Tenho
nho para
para mim
mim que
que fora
fora de Pari
Pariss não
não há abs
absolu
olu-- de Poe
Poesia
siass Esc
Esco{hi
o{hidas.
das.
tament
tamentee salvaç
salvação
ão para
para as pessoas
pessoas de bem
bem..

CATHOS
CATHOS
E outros que nos fora
foram
m recome
recomendados
ndados como árbitros
É   uma verdade
verdade incontestável
incontestável.. oberanos
oberanos das coisas
coisas do espír
espírito.
ito.

42 43

MASCARILLE isso
isso ~ue faze
fazem~s
m~s figura
figura em sociedade
sociedade;; e se uma pesso
pessoaa
Jgno~aA
Jgno ~aAes~
es~ascOI
ascOIsas
sas cu não dou o menor valor
valor a tod
todaa a
 Ninguém melhor que cu resolverá o problema das II1
II1teh
tehgen
gencIa
cIa que ela possa ter
ter..
se
senho
nhora
ras:
s: to
todos
dos el
eles
es me visi
visita
tam,
m, c poss
possoo lhes
lhes gara
garanti
ntir 

que nunca me levant
levantoo sem estar
estar rodead
rodeadoo por mei
meiaa dúzia
de homcns
homcns de alma scnsíve
scnsível.
l. CATHOS

,Com
,Com efe
efeit
ito,
o, acho
acho que
que é se exced
exceder
er no ridridíc
ículo
ulo
MAGDELON algu
alguem
em se gaba
gabarr de seserr um es
espí
píri
rito
to refi
refina
nado
do e nãnãoo
sabe
saberr nada
nada d.
d.oo que
que es
está
tá acon
aconte
tece
cend
ndoo hoje
hoje;; e no que
que
Oh
Oh'' MeuMeu De Deus!
us! Ficar
Ficarem
emosos em dív dívida
ida eter
eternana com
com
o senhor
senhor por esse esse fa favor
vor de am amigigo;
o; pois
pois afina
afinall  preciso
  é mee   perg
n: pdiZ respe
respeit
erguntar ito,
untar o, eualguma
se vi morr
morrer
algumaeria
iacoisa
de nova
coisa verg
vergonh
onha
a não
e eu se vie
viess
  t'
ssem
em
contar com o conhecim
conhecimento ento de toda todass essas personalid
personalidadesades VIstO. Ivesse
sc quiscrm
quiscrmos os fre
freqüen
qüentar
tar os ambie
ambiente ntess requint
requintado
ados. s. São
el
elas
as qu quee dã dãoo um empurempurrãrãoz
ozin
inho
ho na re repu
putataçã
çãoo queque se
ad
adqu
quiriree em Pa Pari
ris;
s; e o senh senhoror sabe
sabe que que bast
bastaa serm
sermos
os MASCARILLE
 IUlbituées   de alguma
algumass deladelass para
para fi fica
carm
rmos
os com a ffam amaa
ele ilustr
ilustrada
ada.. mesmo
mesmo que seja só por por isso. MaspMasparaara mimmim,, É mes
mesmomo vergonh
vergonhoso
oso não estarm
estarmos
os a par de tudo o
o que ac acho
ho papartrtic
icul
ular
armen
mentete im impor
portatant
ntee é que atp~é atp~éss qu~ se faz; m~s não se aflijam: quero introduzir nesta casa
dessas
dess as visitas
visitas ilustr
ilustres
es somos
somos instruí
instruídas
das sobr
sobree centen
centenas
as uma AeaAeademH
demH~de ~de almas
almas sens
sensíve
íveis
is e prometo
prometo-lh
-lhes
es que as
de coisas
coisas cujo conhecconhecimeimento
nto é indispe
indispensánsável
vel e'q
e'queue fazem senhora
senh orass sabemo
sabemo de c~r antes de qualqu qualquer
er outr
outraa pessoa
pessoa
 parte da essência das almas sensíveis. Por esse caminho
sempre
semp re chegam
chegam ao no nosso
sso conhec
conhecime imento
nto as no notic
ticiaú
iaúnha
nhass lodos os versmhos escrItos em Paris. Este que está diante
das
, .senho
senhora
rass t,m
t,mlbé
lbém
_ m .se defe
defend
ndee um pouc'
pouc'oo quan d o quer,
ga
gala
lante
ntes.s. as delic
delicadadas
as trtroc
ocas
as de Pr Prosa
osa e Verso.
Verso. AssiAssimm
se sabe
sabe que fulanofulano escrev
escreveueu a peçpeçaa mai
maiss lind
lindaa do mundo
mundo ~:I~. s~nh~ras
s~nh~r as verao que, nas mais requintadas alcovas alcovas de
soh
sohrere um tal assuntassunto; o; fula
fulana
na é a autoraautora da letraletra de tal an.s
an.s .a mmha larvalarva esta
esta present
presentee em duzenta
duzentass Cançõe
Canções,
s,
melod
melodia ia;; es
esse
se fefezz um ma madrdrig
igal
al sobr
sobree uma noit noitee de fe- oullos tantos Sonetos, qlJatrocentos
qlJatrocentos Epigramas e mais de
li
lici
cida
dade
de;; aq aque
uele
le co comp
mpôsôs estrestrof
ofees aludaludinindo
do a uuma ma mil Madngm
Madngms, s, sem faJar
faJar nos
nos Enigma
Enigmass e nos Retrat
Retratos.
os.
inf
infide
ideli
lidad
dade;e; o senhor
senhor fulafulano
no fez fez ontontem
em uma sexti sextilh
lhaa
 para a senhorita fulana e ela lhe respondeu esta manhã
às oito
oito horas;
horas; um certocerto Autor
Autor tem um det determ
erminad
inadoo pro-
pro- MAGDELON
 jeto; outro escreve um Romance, estando já no terceiro Confesso-l
Confess o-lhe
he que   SOl!   furiosa
furiosamen
mente
te entusia
entusiasta
sta dos
vol
volume
ume;; out outro
ro,, ai
ainda
nda,, vai
vai ter
ter o seu publi publica do.   É   com
cado. etratos; ppaara mim nã
não há nad nada tão gal
galante
nte.' .

 
\ I;(
I;(
44
45

 _ _ ' _o. ~_

MASCARILLE
MASCARILLE
Os Retrat
Retratos
os sã
sãoo difí
difíee
eeis
is de escre
escreve
verr e exi
exige
gem
m um
espírito profundo:
espírito profundo: as senhor
senhoras
as ~erão al
alguns
guns dos que eeom-
om- Pr
Prome
ometo
to dar
dar um a ead
eadaa uma
uma das
das se
senh
nhor
oras
as,, e dos
 pus; eles não lhes desagradarao. que estiver
estiverem
em com melhor encadernaç
encadernação.
ão. Apesar
Apesar de isso
fazer jus   à   minha
não fazer minha condi
condiçã
ção,
o, conc
concor
ordo
do com
com a pu-
 blicação para dar uma renda aos livreiros, que ficam
CATHOS me perseguindo.

Quanto   ú   mim, eu amo ter


terriv
rivelm
elmell
ellle
le os Enigm
Enigmas.
as.
MAGDELON

MASCARILLE Imagin
Imaginoo quão
quão grande
grande seja
seja o praze
prazerr de ver impr
impress
essaa
"'assa
"'assa obra.
obra.
Eles instigam
instigam o espírito.
espírito. Fiz quat
quatro
ro ainda esta manhã
e vou recita
recitar-l
r-lhes
hes para
para que as senhora
senhorass os reso
resolva
lvam.
m. MASCARILLE
Sem dúvida.
dúvida. Mas
Mas,,   11   prop
propósi
ósito,
to, precis
precisoo lhes
lhes dizer 
MAGDELON um impr
improv
ovis
isoo que fiz ont
ontem em na cas casaa de uma duqu
duques
esaa
minha
minha ami
amiga,
ga, a quem
quem visitei
visitei.. Sou diab
diaboli
olicam
cament
entee forte
forte
Os Madrigais
Madrigais são agradáveis.
agradáveis. quando bem elabor
elaborados.
ados. nos improvisos.
improvisos.

MASCARILLE CATHOS
Esse
Esse é o meu talent
talentoo partic
particula
ular,
r, e .prese
.presente
ntemen
mente
te O improviso é justamellle
justamellle a ped
pedra
ra de toque do espírilo.
es
estou
tou po
pondo
ndo em Madr
Madrig
igai
aiss toda
toda a his
histó
tóna
na roma
romana
na..
MASCARILLE
MAGDELON Então escut
escutem.
em.

AI1',', claro,
AI1 claro, será
será a sup
suprem
remaa das belez
belezas;
as; vou que
querer 
rer 
 pelo menos um exemplar, se o senhor os mandar im- MAGDELON
 primir.
SOmos todas
todas ouvidos.
46
(''i. 47

MASCARILLE
MAGDELON
Oh!
Oh! Oh!
Oh! Eu   lUla   cuidei
cuidei de me acaute
acautelar;
lar;
 Enquanto a mirava, sem com o mal sonhar,
Sim,, acho
Sim acho esse
esse "Oh! Oh!"
Oh!" admiráv
admirável.
el.
A   sorrel/
sorrel/á
á seu olhar
olhar me mllmlllJo
lJolI
lI () cor
coraçü
açüo.,
o.,
Pega leI/irão!Pega
leI/irão!Pegaladrüo!
ladrüo! Pega ladrão! Pega ladrão!
ladrão!

MASCARILLE

CATHOS Talvez
Talvez não seja assim tão ext
extrao
raordi
rdinár
nário
io ..

lante.Ah
Ah'' Meu
Meu Deus!   É   vazado
Deus! puro   estilo   ga.
vazado no mais puro
CATHOS

,
i MASCARILLE Ah
Ah,, me
meuu Deus,
Deus, o que o se
senh
nhor
or es
está
tá dize
dizendo?   É
ndo?
i uma
uma dess
dessas
as cois
coisas
as que não têm
têm preç
preço.
o.
Tudo   O   que faç
façoo tem o clima
clima cavalh
cavalhei.
ei.res
resco;
co; 'e
'esse
sse
impro
improvi
viso
so ababso
solut
lutam
amen
ente
te niío
niío sabe
sabe a pped
edan
antI
tIsm
smo.,
o., '
r MAGDELON

Scm dúvida, e eu
eu prefer
preferiria
iria ter fei
feito
to essc "Oh! Oh '"
MAGDELON do que Ulll
Ulll poema
poema épico.
épico.
El
Elee está a mais de duas mi
mill légua
léguass de dis
distâ
tânda
nda do
 pedantismo.
MASCARILLE

MASCARILLE Por Deus! A senhor


senhoraa tcm lllu
llluito
ito bom gost
gosto.
o.

As senho
senhorasras observ
observara
aram
m o cocomeç o: "Oh! Oh!"?   É
meço:
extrao
extraordi
rdinár
nário.
io. "Oh Oh!" Como   um   homem
"Oh!! Oh!" homem que subi·
subi·
tament
tam entee pt'
pt'l'l
l'l'eh
'ehee as cois
coisas:
as: "Oh
"Oh!! Oh!
Oh!"" A sur
surpre
presa:
sa: "Oh
"Oh!! MAGDELON
Oh!"
I~, não   é   de todo
todo mau.
mau.

49

MASCARILLE Pega
Pega ladr
ladrão
ão!"
!" As se
senho
nhora
rass não ficam
ficam imag
imagina
inando
ndo um
homem que grita
homem grita e co
corr
rree atrá
atráss de um ladrã
ladrãoo para
para que
Mas
Mas as se senho
nhora
rass tatambé
mbém m não não admadmiriram
am isto
isto:: "E
"Euu o   pr
pren
endam
dam:: Pega
ega ladr
ladrão
ão!! Pega
Pega ladr
ladrão
ão!! Pega
Pega ladr
ladrão
ão!!

nãoo cu
cuididei
ei de me ac acauaute
tela
lar"
r"?? "E "Euu não
não cuid
cuidei
ei de me Pega ladrão!
ladrão!"?
"?
ac
acau
aute
tela
lar"
r"!! Eu não ch cheg
eguei
uei a me ape aperc
rceb
eber
er da coisa
coisa,,   é
um modo na natur
tural
al de falar
falar,, "E
"Euu não
não cuid
cuideiei de me acauacau--
te
tela
lar"
r".. "E"Enqu
nquan
anto
to a fitava
fitava",
", quer
quer dizedizer,
r, me entr
entretetin
inha
ha MAGDELON
em sua contem
contemplaplação
ção,, a observa
observava,va, mirava
mirava-a -a com atenaten--
çã
ção,
o, "se
"sem m co com
m o mal son sonhar
har':'::.
:. ino
inoc~
c~~,t
~,tem
emen
ente
te,, sem
sem É  pr
 preci
eciso
so admitir que   é   uma reviravolta
admitir reviravolta intelig
inteligente
ente
ma
malí
líci
cia,
a, co como
mo um pobr pobree cord
cordemn
emnho, ho, A sorr sorrel
elf~
f~ s:u e galante.
olhar.
olha r. .." O que as senhoras
senhoras achamacham dess dessaa expr essa00   à
expressa
sorrel
sorrelfa"
fa"?? Não foi bem escolhidaescolhida??
MASCARILLE
CATHOS
Vou
Vou lhes
lhes reci
recita
tarr a ári
áriaa que
que es
escr
crev
evii para
para es
esse
sess
Primorosamente. versos.

MASCARILLE CATHOS
À sorre
sorrelfa
lfa!! Às escond
escondida
idas;
s; parece
parece um   gDto  que aca- o   senhor
senhor estudou
estudou musi
musica?
ca?
 bou de pegar um rato. À sO'Te1fa!

MAGDELON MASCARILLE
 Não haveria palavra melhor. Eu
Eu?? De modo algum
algum..

MASCARILLE
CATHOS
"Me roubou o coraçã
coração",
o", levou
levou meu cor
coraçã
ação,
o, arre-
arre-
 batou-o de mim. "Pega ladrão! Pega ladrão! Pega ladrão! E então
então como
como é possíve
possívell uma coisa
coisa dessa
dessas?
s?

51

MASCARILLE MASCARILLE
As pessoa
pessoass de qualid
qualidad
adee sabem
sabem tud
tudoo sem
sem jam
jamai
aiss As senhora
senhorass não acham
acham que o ca canto
nto expre
expressa
ssa bem
ter apr
aprendi
endido
do nada.
nada. o pensamento?
pensamento? "Pega
"Pega ladr
ladrão!
ão! ...
...••
••E depois,
depois, como se gri-
tass
tassem
em bem
bem alto
alto:: "P
"Pe,
e, pe,
pe, pe,
pe, pe
pegaga ladr
ladrão
ão!"
!" E de uma
vez só, como
como alguém
alguém que perd
perdee o fôl
fôlego,
ego, "Pe
"Pega
ga ladrão
ladrão!"
!"
MAGDELON

Cer
Certam
tament
ente,
e, minha
minha cara.
cara. MAGDELON

Chama-se a isso
Chama-se isso saber o porquê das coisas
coisas,, o sen
sentido,
tido,
MASCARILLE a intençã
intençãoo das inten
intençõe s. Tudo   é   maravilhoso,
ções. maravilhoso, garant
garanto-
o-
lhe; estou
estou arreba
arrebatad
tadaa pela
pela ária
ária e pejos
pejos versos.
versos.
Esc
Escute
utemm e vejam se lhes
lhes agrada
agrada::   hã, hã; la, la, la,
la.  A brutalida
brutalidade
de da estação
estação ultraj
ultrajou
ou furiosa
furiosament
mentee a deli
deli--
cadeza das minhas cordas vocais; m'LSnão tem importância, CATHOS
é  sem compromisso.   (Canta.)
 Nunca vi nada tão vigoroso.
"Oh! Eu   mio   pude me aca
"Oh! Oh! Eu  acautel
utelar
ar ... " 
MASCARTLLE
CATHOS Tu
Tudo
do o que faço
faço me che
chega
ga de for
forma
ma natu
natura
ral:
l: se
sem
m
estudo.
Ah! Que ária tão apaixonada!
apaixonada! Ela não nos faz morr
morrer?
er?

MAGDELON
MAGDELON
A natu
nature
reza
za o tra
trato
touu como
como mãe
mãe apai
apaixo
xona
nada
da,, e o
o   ouvido
ouvido logo
logo perceb
percebee a crom
cromáti
ática
ca   10 senhor   é   seu filho
filho dileto.
dileto.

la   Os dicionár
dicionários
ios da época deixam claro que não se sabia ao  cerlo
deixam
MASCARILLE
() { f IIll C '   J igll( !!ic
ic ( II'(
II'(ll {/   r.\'prt'.'iScio
r.\'prt'.'iScio   " c ro m nf ic {/ " ,   Ma.\' Magdelon   faz   questão
c /c '   {'IIlflfl',l!.ci·/a   Imm   ('I'iclt'nciCl"   ,\'CII   /"'('/Utro.
o   qu
quee as senhoras
senhoras fazem
fazem para
para pass
passar
ar o tempo
tempo??
52
53

- ': 2

CATHOS MAGDELON
Em nada.  Não precisa dizer mais nada. Paris   é   um lugar ad-
mirá
miráve
vel.
l. Aqui
Aqui ac
acon
onte
tece
ce di
diar
aria
iamement
ntee uma
uma ce
cent
nten
enaa de
MAGDELON coi
coisas
sas que se ignoram
ignoram nas provín
província
cias,
s, por mais que
que se-
Jamos
Jam os voltad
voltados
os par
paraa o espírito
espírito,,
Até agora estamos
estamos num terrível
terrível jeju
jejum
m de dive
diversões
rsões..

CATHOS
MASCARILLE
Ofe
Ofereç
reço-m
o-mee par
paraa lev{l-
lev{l-];l
];lS
S ao teatro
teatro qualqu
qualquer
er dia Basta;; agora que estamos
Basta estamos inst
instruída
ruídas,
s, cumpriremo
cumpriremoss
des
destes
tes,, se as senho
senhoras
ras qui
quiser
serem;
em; vão repres
represent
entar
ar lá uma
uma com nosso
nosso dev
dever
er de aclamar
aclamar dev
devida
idamen
mente
te tud
tudoo o que
que
 peça nova e eu gostaria que a víssemos juntos. for dtlo
dtlo..

MAGDELON MASCARILLE
 Não há como reeusar.  Não sei se me engano: mas a senhora têm todo o
 jeito de já ter escrito alguma peça.
MASCARILLE
Mas peço-lhes
peço-lhes que aaplau
plaudam
dam devidevidamen
damente te quando
quando MAGDELON
estive
estivermo
rmoss lá, pois
pois me compr
compromeometiti a promo
promover
ver a Peça
Peça
e o Auto
Autorr volt
voltou
ou a pr
proc
ocur
urar
ar-m
-mee es esta
ta man
manhãhã papara
ra me Ah! Há um pou
pouco
co de ver
verdad
dadee no qque
ue   O   senhor
senhor diz.
 pedir isso, Aqui é costume os Autores irem ler para
nós, pessoas distintas, suas peças novas a fim de fazer-nos MASCARILLE
nos
nos co
comp
mpro
rome
mete
terr a gosta
gostarr de
dela
lass e lhlhes
es dar umauma boa
boa
rcputação:
rcputação: imagi
imagine
ne se quando
quando nós diz dizemos
emos alguma
alguma coisa Ah,
Ah, pa
pala
lavr
vraa de honr
honra,
a, te
temo
moss de vê-
vê-la
la.. Cá entre
entre
a galeria
galeria ousa nos contradi
contradizer.
zer. Sou muito rigororigoroso
so niss
nisso,
o, nós,
nós, eu escrevi
escrevi uma e quero
quero que seja ence
encenad
nada.
a.
c quand
quandoo pro
promet
metoo a um Poeta,
Poeta, gri
grito
to sempre:
sempre: "Eis"Eis uma
 bela peça!" antes de se acenderem as velas'l .
CATHOS
I\ Veja {/ nota   2   do   pr
prefeício de   Mo/iere.
efeício
Ah! E   à   que
que compa
companhia
nhia o senho
senhorr vai ent
entregá-
regá-la?
la?
ss

MASCARILLE
MAGDELON
Boa pcrgun
pcrgunta'ta' Aos gran
grandes
des Comediante
Comediantess12 ,   Só eles
são capaz
capazes
es de fazer valer
valer as coisas;
coisas; os outros
outros são igig-- Furiosamen
Furio te bem.   É   sem
samente sem dúvi
dúvida
da da Perdrioeo
Perdrioeon'3
n'3
e .

nora
norant
ntes
es que
que re reci
cita
tam
m cocomo
mo se fala;
fala; nã
nãoo sa
sabe
bemm faze
fazer 

ressoar
resso ar os versos
versos nem parar nos pontos
pontos bonitos;
bonitos; e ccomo
omo MASCARlLLE
sabe
sabere
remo
moss onde
onde há um pont pontoo boni
bonito
to se o ator não fa fazz
uma
uma pa paus
usaa e com isso isso nos
nos al
aler
erta
ta de que precprecis
isam
amos
os O CJueacham
CJueacham da renda de meus
meus cal
calçõe
ções?
s?
comunicar    à   pessoa
pessoa ao lado a nossa
nossa admira
admiração
ção??

MAGDELON
CATHOS
De absoluto
absoluto bom-tom.
bom-tom.
Com efeito,
efeito, há sempre
sempre um modo de levar a platéia
platéia
a notar
notar a bele
beleza
za de um~1obr
um~1obra,
a, e as co
cois
isas
as nã
nãoo va
vale
lem
m
sen
senão
ão pel
peloo que as faz
fazemo
emoss val
valer.
er. MASCARILLE

MASCARILLE P~
P~ss
ssoo me gab
gabar
ar de que há no míni
mínimomo um quart
quartoo
de var
varaa a maIS que nos calções
calções com
comuns
uns..
O que
que as senhor
senhoras
as acham de meus
meus acessório
acessórios?
s? Com-
 binam eom a roupa?
MAGDELON

CATHOS Prec
Preciiso adm
admiiti
tir r que
que nu
nunc a   VJ'   e Ievad
evadaa a tal pon
ponto
to
a c Iegancia
egancia dos ado
adorno rnos.
s.
  A

Perfeitamente.
;. 1
I,A . , ' MASCARrLLE
MASCARILLE
1 \
! ;,'1
i
Esc
Escolh
olhii bem a fita?
fita? olfato~mpr
olfato~mpreste
este um pouco a eslas
eslas luvas a refl
reflexão
exão de seu

12 A   exrrC.'iJêío
exrrC.'iJêío "ns gNllldes   comediantes"   era comum para   designar
13 A   Perdrigeo'l   0/1   P   d' ,
\.\1 (I   lroupe   lif'   MoJiêre Este.   evitlttl1lcmenle.   (l   empreg
MoJiêre.. Este. emprega
a com ironia.  marinhos ,er   /gi   ou, era   WJ1(/  Prc'stil:iat1" loja   d(~ Gr-

,,\ 56
57

MASCARlLLE
MAGDELON
Sa
Sabe
bem
m que
que pa
pago
go um luí
luíss de   O UJO   por ca
cada
da uma
uma
Elas
Elas têm um odo
odorr terriv
terrivelm
elment
entee bom.
bom.
delas?
delas? Ten
Tenho
ho ess
essaa mania
mania de compra
comprarr tu
tudo
do o que há de
mais belo.
CATHOS
MAGDELON
Jamais
Jamais res
respir
pirei
ei um odor
odor de tão fina
fina mistur
mistura.
a.
Asse
Assegu
guro
ro-l
-lhe
he que
que há simpa
simpatitiaa en
entr
tree nós:
nós: so
souu de
Ullla
Ullla del
delica
icadez
dezaa fur
furio
iosa
sa com tud
tudoo o que uso;
uso; e, mesmo
MASCARILLE as meias só as tolero
tolero quand
quandoo fei
feitas
tas por boas obrei
obreiras
ras..

E ess
cheirell/  esse e aqu aqui?
i? a  (re
  .1 '/1 11   peruc
peruca
(recl
clil
illa
land
ndoo
empoada
empoada))
a cabe
cabeça
ça para
para qu
quee elas
elas MASCARILLE
(griwn
(griwndo
do bru
brusca
scament   Ai'
mente)
e) Ai' Ai'
Ai' Ai'
Ai' Va
Vamo
moss com
cal
calma.
ma. Que Deus me con conden
dene,
e, sen
senhor
horas,
as, mas isso
isso já é
MAGDELON demais
dem ais;; tenho
tenho queix
queixas
as a fazer sob
sobre
re o comport
comportame
amento
nto
das senhora
senhoras;s; iss
issoo não se f,\
f,\z.
z.
É   ddee abs
absolu
oluta
ta quali
qualidad
dade;
e; a sede
sede de meu int
intele
electo
cto
roi del
delici
iciososame
amente
nte atingi
atingida
da por el
ele.
e.
CATHOS

MASCARILLE o   que
que houve
houve?? O que tem o senho
senhor?
r?

As senho
senhoras
ras nad
nadaa me dissera
disseram
m de minhas
minhas plu
plumas
mas;;
MASCARILLE
o que acham
acham del
delas?
as?
Ora! As duas contra
contra o me
meuu coração
coração ao mes
mesmo
mo tem-
 po? Atacando-me pela direita e peja csquerda? Ah, isso
CATHOS ol'l'nde
nde o direito
direito dns pessoas:
pessoas:   é   uflla
uflla luta des
desigua
igual;
l; vou
gritar
gritar pedi
pedindo
ndo soco
socorro.
rro.
Espantosa
Espantosament
mentee belas.
belas.
59

CATHOS
CENA
CENA DE
DEZ
Z
É   precis
precisoo admit
admitir
ir que ele diz as coisas
coisas de um modo
 particular.

 Ma mtt e, Ma scar ille, Cal lIO S, Ma gdcl oll


MAGDELON
Tem uma sutile
sutileza
za de espí
espírit
ritoo admirá
admirável
vel..
MAROTTE
CATHOS Senhor
Senhora,
a, est
estão
ão ped
pedind
indoo par
paraa vê-
vê-la.
la.

grita o
grita   senh
ant ses
antesenhor
or sen
que sente
te mais
mai sem,
o escalpel
escal med
medoo que dor, e seu cor
pelem, coraçã
açãoo
MAGO ELON
MASCARILLE Quem?

pó.
", MAROTTE
.}
"

1
o   viscon
viscondc
dc de lodele
lodelet.
t.
.~
"·1
i
<

MASCARILLE
I~
!~ o   viviscon
sconde
de de lodclet?
lodclet?

MAROTTE

Sim, senh
senhor.
or.
61

CENA
CEN A ONZ
ONZEE
CATHOS

Conhece'! JodeLel
JodeLel,, Mas
Mascar
carili
ilie,
e, CaliJo
CaliJoS,
S,
Mafide
MafideLol
Lol1.
1. Marotl
Marotle,
e, Almanz
Almanzor 
or 
MASCARILLE

É   me,\
me,\ melhor
melhor amigo.
amigo.
MASCARILLE
MAGDELON Ah,
Ah ,   visconde!
Faça-o
Faça-o entrar
entrar rápido.
rápido.
JODELET
MASCARILLE
(abraçam-se)   Ah,
Ah ,   marquês!
ee~IOUmaravilhado
 Não no~ vemo~ há algum tempo .
eom este encontro
encontro fortU
fortUito.
ito.
MASCARlLLE

CATHOS Corno estou conte


contente
nte de enco
encontrá-
ntrá-lo!
lo!

Ei-\o.
I JODELET
\
q Que alegria
alegria sint
sintoo vendo-
vendo-oo aqui!
aqui!
..

MASCARILLE
i
;- . ; Bei
Beije-
je-me
me mai
maiss uma vez, por favor.
favor.
i
I
I
I
·:


MAGDELON
MAGDELON
(dirigindo-s
(dirigindo-se
e a Almanz or)   Vamos
Almanzor) Vamos,, rapaz
rapazinho,
inho, é pre-
.' 'o
'ome
meçaçamo
mo~~ a fica
ficarr conh
conhec
eci-
i-
(a Cnlhos)  
Cnlhos)Meuu .1n)
Me .1n)O,
O,c_
c_ .   '1 cam
caminh
inhoo para
para no~ ciso
ciso sem
sempre
pre repeti
repetirr as coi
coisas
sas?? Não vê que é necess
necessári
árioo
das:
das: () mu
mund
ndoo requ
requmt
mtad
adoo po
poe-e-se
se • o acrés
acréscim
cimoo de uma poltro
poltrona?
na?
ver.
MASCARlLLE
MASCARILLE
. \l . apre~ente este cava-  Não se impressionem com o aspecto do visconde;
Senhoras,
Senhor as, permit
permitam
am ~ll
~ll~e.'e~
~e.'e~ que
que'' ele é digno
digno de ele acabou
acabou de sair de uma doenç
doençaa que deixou
deixou seu rost
rostoo
Ihe
Iheiro
iro.. Dou
Dou-lh
-lhes
es mmh
mmhaa p.1.lV
p.1.lVr.1
r.1ce
ce  pálido como as senhoras vêem.14
que as senhoras
senhoras o conh
conheça
eçam.
m.

JODELET
JODELET
São os frutos
frutos das vigíli
vigílias
as da Cort
Cortee e da~ fa
fadig
digas
as
'. . . . es o ue lhes devemos, e os atra- da Guerr
Guerra.
a.
t,   Just
Justoo le
lend
ndeel-
l-lh
lh.. q . lin:
lin:it
itoos   senhoriais
senhoriais sobre
livos das senhoras
senhoras cobran, seus  l . .
,

tod
todos
os os tipos de pe~s pe~soas
oas.. MASCARILLE
As senhor
senhoras
as sabe
sabemm que
que esse
esse visc
viscon
onde
de que
que aqui
aqui
MAGDELON está
está é um dos homen
homenss mais
mais intrép
intrépido
idoss do nosso século
século??
É   um
um bravo
bravo a toda prova.
prova.
. . ' ..
....
.. civi
civili
lida
dade
dess até
até os úl
últi
timo
moss con
on--
Isso c lOonduzlI SUtiS
I'ins do li~on.ieiro. .
JODELET

E você
você não
não fi
fica
ca nada
nada at
atrá
rás,
s, marq
marquê
uês,
s, e si
si'b
'bem
emos
os
CATHOS do que é capaz.
  em no~
no~so
so alm
almana
anaque
que
Es
Este
te di
diaa vai
vai fica
ficarr marcacIo
marcac
como um dia de bem-aventura
bem-aventurança.
nça. 14   Alusão ao rosto enfar
enfarinha
inhado
do do ato talvezz  à   doença
atorr de farsa ou talve
tl   que
que se ref
refere
ere o personagem no final   ({a cena   OIlU.
personagem

65

MASCARILLE MASCARILLE

É   verdade.   já   nos
nos vimo
vimoss em alguma
algumass ocasiõ
ocasiões.
es. É   o que me faz que
querer
rer aba
abando
ndonar
nar a espada
espada..

JODELET CATHOS
Por mim, tenho uma simpatia
simpatia furiosa
furiosa pelos
pelos homens
homens
E em lugare
lugaress ond
ondee faz
fazia
ia muito
muito calor.
calor. d e espada.
MASCARILLE
MAGDELON
(o/han
(o/hando
do para
para as duas)   Sim,
duas) mas não tanto quanto
aqu
aqui.
i. Ai! Ai! Ai' Eu também
também os estimo
estimo;; mas que
quero
ro que
que o esp
espíri
írito
to
tempere
tempere a bravu
bravura.
ra.
JODELET
 Nosso conhecimento se fez no exército, e a primeira MASCARILLE
vez em que
que nos vimos,
vimos, ele com
comand
andava
ava um regimen
regimento
to
da Cavalari
Cavalariaa nas galés
galés de Malta.
Malta. . ~~Cê se lembr lembra,
a, visconde
visconde,, daqu
daquela
ela fort
fortifica
ificação
ção em
meIa-   U,\   que tomamos
tomamos ao inimig
inimigoo no cerco
cerco de Arras
Arras??
MASCARILLE
É   verdade:
verdade: enlr
enlretant
etantoo o senh
senhor
or já eslava nesse
nesse em- JODELET
 prego antes de mim. e me lembro de que eu não passava
de um oficial
oficialzin
zinho
ho quand
quandoo o senhor
senhor já comand
comandava
ava dois
dois o que você quer dizer com meia-
meia-lua?
lua? Era lua cheia.'5
cheia.'5
mil cavalos.
15
M P {) /(re I'0JI'0JSi\ldmente se   ba.reou   nu m   f a r o ,
Si\ldmente .'
JODELET um adminis
administrado
tradorr prov provincia
inciall que apesar
apesar   lie   valoroso
valoroso :~   ocorr;l!O   c~m
versado
versa do na  remlinologia   milita
militar.
r. Segl
Segluu/o
uu/o a crônica
crônica c   I   o era
era""  li   mUlto
A Guerra
Guerra é uma bela coisa;
coisa; mas,
mas, pal
palavr
avraa de honra
honra,, ifuliv(dllO   que rUis
puseram   (J   esse   ifuliv(dllO 
lima   meia-lua,   A   resposta d
rUis   ferrar    wb \''U   onreml'0ranea, pro-
l" ,. : (;   governo S(I ergm'sse
a Corte
Corte rec
recomp
ompens
ensaa muito
muito mal quem,
quem, com
comoo n6s,
n6s, serviu
serviu  do rei niio   Si':   a o {umlfustrador   fOI    a   seg
seguinte
uinte:: "No ser serviço
viço
fi   l   nada pela metade:
metade: façamos
façamos uma lua inteira",
inteira",
no exército.
(, 7

JODELET
MASCARILLE
(descobrindo   o   peito)   Ei
Eiss uma
uma ba bala
la que
que me atr
atra-
a-
Achoo que você tem razão.
Ach razão. vessou
vessou de um lado
lado a outoutro
ro no ataqu
ataquee de Gravelin
Gravelines.
es.

JODELET MASCARILLE
Po
Porr ce
cert
rtoo que
que me lemblembro
ro,, ea
eara
ramb
mba:
a: fui
fui feri
ferido
do na Ih (pon
(pondo
do a müo
müo  no botü
botüoo (/(/ee seu.I·· calções)   Quero
seu.I
 perna com um tiro de granada do qual ainda trago a e mostra
mostrarr uma ferida
ferida fur
furios
iosa.
a.
cica
cicatr
triz
iz.. Pe
Pegu
guee aq
aquiui,, por
por favo
favor;r; a senh
senhor
oraa va
vaii se
sent
ntir 
ir 
algu
alguma
ma co cois
isa:
a: aí
aí..
MAGDELON
CATHOS
. N~o N~o é nnec
eces
essá
sári
rio;
o; ac
acre
redi
dita
tamo
moss no se
senh
nhor
or se
sem
m pre
pre--
(d
(dep
epois
ois de apal
apalpar hlRar)   É   verdade,
par o hlRar) verdade, a cicatriz
cicatriz cisarr vc-Ia.
cisa vc-Ia.
é   grande.

MASCARILLE
MASCARILLE
Dê-me
Dê-me um pouco
pouco sua mão e veja isso;
isso; aqu
aqui,
i, log
logoo nós. São marcas
marcas honro
honrosas
sas que rev
revela
elam
m quem somos
aba
abaixo
ixo da nuca.
nuca. Ach
Achou?
ou?

CATHOS
MAGDELON
 Não duvidamos nem um pouco do que os senhores
Sim,, est
Sim estou
ou sen
sentin
tindo
do alguma
alguma coi
coisa.
sa. são.

MASCARILLE MASCARILLE
Foi uma bala
bala de mosquete
mosquete receb
recebida
ida na últ
última
ima cam- Vis
Viscon
conde,
de, sua carruag
carruagem
em est
estáá .lá fora?
fora?
 panha cm que lutei.
69

MASCARILLE
JODELET
Êi! Champ
Champagn
agne,
e, Picard
Picard,, Bour
Bourgui
guignon
gnon,, Cas
Cascar
caret,
et,
Por quê?
quê? Basque, la Verd
Basque, Verdure,
ure, Lorrain,
Lorrain, Prove
Provençal,
nçal, Ia Violet
Violettel
tel Que
todos os serviçais
serviçais vão para o dia
diabo!
bo! Acho que na FranFrança
ça
inteiraa não deve haver nenhum caval
inteir cavalheiro
heiro tão mal se
servido
rvido
MASCARILLE quanto
quanto eu. Esse
Essess canalh
canalhas
as sem
sempre
pre me deixam
deixam só.
 poderíamoS levar essas jovens a passear nos arre-
dores
dores da cidade
cidade e lhes darí
daríamo
amoss um presente
presente..
MAGDELON
Almanz
Alm anzor,
or, diga
diga ao pess
pessoal
oal do se
senhor
nhor.ma
.marqu
rquês
ês que
MAGDELON  busque os violinistas e chame os cavalheiros e damas
da vizinha
vizinhanç
nçaa para
para pov
povoa
oarr a soli
solidã
dãoo do nosso
nosso bail
baile.
e.
Hojee não podemo
Hoj podemoss sair.
sair. (Almanz
(Almanzor
or sai
sai))

MASCARILLE MASCARILLE

Então
Então vamos
vamos chamar
chamar os violini
violinista
stass e dan
dançar
çar.. Viseon
Viseonde,
de, o que voeê diz dess
desses
es olhos?
olhos?

JODELET JODELET

E você,
você, marquê
marquês,
s, o que acha deles?
deles?
Po
Porr De
Deus
us,, é uma boa idéi
idéia.
a.

MASCARILLE
MAGDELON Digoo que nosso
Dig nossoss sentim
sentiment
entos
os a custo
custo sairã
sairãoo daqui
daqui
. os; n1as ser
será necessário de calças
calças lim
limpas
pas.. Pelo
Pelo men
menos
os no que me tange,
tange, recebo
recebo
Com isso
isso nós consen
consentim
timos; est
estran
ranhos
hos abalos
abalos e meu cora
coração
ção está
está por um fio.
fio.
um acrésc
acréscimo
imo de compa
companhi
nhia.
a.
71
70

MAGDELON honra,
honra, quando
quando tiver
tiver temp
tempoo livre
livre lhes
lhes escre
escrever
verei
ei um im-
 proviso que as senhoras acharão o mais belo do mundo.
Como
Como tutudo
do o que el
elee diz
diz é nat
natur
ural
al!! El
Elee tr
trat
ataa as
coisas
coisas cio modo
modo mais
mais agradá
agradável
vel do mundo.
JODELET

CATHOS Ele é intelig


inteligent
entee com
comoo um demôn
demônio.
io.

É vcrda
vcrdade
de que ele gasta furiosamente
furiosamente sua inteligência.
inteligência.
MAGDELON
MASCARILLE E galant
galante,
e, e que palav
palavras
ras elegan
elegantes
tes ele usa!
Pa
Para
ra lh
lhes
es mostra
mostrarr qu
quee sou
sou autê
autênt
ntic
ico,
o, quer
queroo faze
fazer 

um improvis
improvisoo sobre
sobre isso.
isso.   (Reflete) MASCARILLE

Viscon
Visconde,
de, diga
diga-me
-me,, faz muito
muito tempo que você não
CATHOS vê a condessa?
Oh
Oh',', co
com
m tod
todaa a devo
devoçã
çãoo de meu cocora
raçã
çãoo eu lh
lhe.
e.
suplico
suplico que faç
façaa isso.
isso. Ter alguma coisa
coisa feita
feita para nós! JODELET
Há mais
mais de trê
trêss se
sema
mana
nass que
que não
não a visit
visito.
o.
JODELET
Eu também
também "os
"osta
tari
riaa de faze
fazerr o mes
mesmo
mo;; ma
mass ando
ando MASCARILLE
co
com
m a veia
veia poéti
poética
ca um pouco
pouco prej
prejud
udic
icad
ada,
a, devi do   à
devido
quanti
quantidad
dadee dc sangri
sangrias
as que fiz nest
nestes
es último
últimoss dias.
dias. Você sabe que o duque veio me ver hoje de manhã
e quis
quis me lev
levar
ar cons
consig
igoo ao ca
camp
mpoo para
para a ca
caça
ça a um
cervo?
MASCARlLLE

Que diabo está


está acontccendo?
acontccendo? O primei
primeiro
ro verso se~-
se~- 'MAGDELON
 pre me vem fácil; mas tenho dificuldade com os demms.
 Não gostaria de fazer isso às pressas, mas, palavra de . Nossa
Nossass amigas'
amigas' estão chegan
chegando.
do.

72 73

CATHOS
CENA DOZE
Então
Então vam
vamos,
os, minhas
minhas caras,
caras, tomem
tomem seus
seus lugare
lugares.
s.

 Jodelel, MascariLLe. Calhas. Magdelon, Marotle. MASCARILLE


 Lllcile, Célimime, Almanzor, os violinistas
(dança
(dançando
ndo sozinho
sozinho como
como em prelúdio))  
prelúdio La,
La, la,
la, la,
la, la, la, la, la,

MAGDELON
MAGDELON
Meu Deus'
Deus' Minhas
Minhas caras,
caras, pedim
pedimos-
os-lhe
lhess perdão
perdão.. Es-
se
sess se
senh
nhor
ores
es ti
tive
vera
ram
m a fanta
fantasi
siaa de tra
traze
zerr mú
músi
sica
ca para
para Seu porte   é  elegantíssimo.
nos animar
animar os pés,
pés, e nós mandamo
mandamoss dilige
diligenci
nciá-I
á-Ias
as para
para
 preencher os vazios de nosso grupo.
CATHOS

E parece
parece que ele danç
dançaa bem
bem,,
LUCILE
Sem dúvida
dúvida estamo
estamoss agrade
agradecid
cidas
as por isso
isso.. MASCARILLE
(tendo
(tend o tirado Magde lon para dançar)  Meu coração
Magdelon
vai dança
dançarr esta
esta corre
corrente
nte com a mesm
mesmaa leveza
leveza dos pés.
MASCARILLE  Na cadência, violinos, na cadência. Ah, que ignorantes!
 Não é possível dançar com eles. Que o diabo os carregue!
o   baile   é   improv
improvisa
isado;
do; mas qualque
qualquerr dia dest
destes
es Vocês
Voc ês não sabe
sabemm tocar
tocar com ritmo?
ritmo? La, la, la, la,
la, la, la,
va
vamos
mos da darr um de acord
acordoo com
com os prece
preceit
itos
os.. Vier
Vieram
am os la, la. la. Mais rápido
rápido,, seus
seus caipir
caipiras.
as.
violinistas~

JODELET
ALMANZOR 
(dança
(dançando seguida))   Êpa, não acelere
ndo em seguida acelerem
m tanto
tanto
Sim.. senhor
Sim senhor,, estão
estão aqui,
aqui, assim
assim a cad
cadênc
ência;
ia; estou
estou saindo
saindo de uma doença
doença..

75
74

CENA
CENA TR
TREZE
EZE CENA CATORZE
CATORZE

Os ilnteriores
ilnteriores,,   DII   Croisy
Croisy,, La Granfi
Granfie,
e, Mas
Mascar
carill
illee  Mascarille, lodelet, Cathos, Magdelon, etc,

LA GRAN
GRANGE
GE MAGDELON

(com
(com 11mbas
11mbaslií
liío
o /1a miío)  Ah!
miío) Ah
Ah!! Pati
Patife
fes,
s, o que O que significa
significa isso
isso??
vocês fazem Estamos   à   sua procura
fazem aqui? Estamos procura há três hora
horas.
s.

MASCARlLLE JODELET
É   uma aposta.
aposta.
(sendo
(sendo sl/rrado)  Ai!
sl/rrado)Ai! Ai! O senhor não me disse
que haveria uma surra. '
CATHOS
JODELET
Como!! Permit
Como Permitir
ir que os es
espan
panque
quem
m dessa
dessa forma?
forma?
Ai! Ai! Ai!

LA GRAN
GRANGE
GE MASCARILLE

Só mesmo vocês, seus infames!


infames! Quer
Querendo
endo se passa
passar 
r  . Meu
Meu ~eus
~eus!! Eu nã
nãoo quis
quis deix
deixar
ar tran
transpa
spare
rece
cerr nada
nada,,
 por homens importantes,  pOIS sou Violento e me exaltaria.

DU CROISY
CROISY
'MAGDELON
Espero
Espero que isso
isso lhes tenha feito
feito lembrar
lembrar quem
quem são
vocês.   (Saem os dois.)
dois.) Suport
Suportar
ar uma afronta
afronta dessas
dessas na nossa prese
presença
nça??
76 77

MASCARlLLE CENA QUINZE

 Não foi nada, vamos terminar a dan~a.   Nó~ nos


co
conh
nhec
ecem
emos
os há muit
muitoo te
tempo
mpo,, e ent
entre
re amIg
amIgos
os nao
nao se  Du Croisy, La Grange, Mascaril/e, lodelel,
z.anga
z.anga por tão pou
pouco.
co.  Magdelon, CaI/lOS, Marotte, Lucile, Célimelle,
 Almanzor, os violinistas
LA GRANGE
GRANGE
Ah, seus patifes, vocês não vão rir  ~
 ~ IS nossas custas
custas,,
iss
issoo eu promet
prometo.
o. E você
vocêss aí, ent
entrem
rem..   (Entram
(Entram três
três ou
quatro espada
espadaclzins
clzins))

MAGDELON
Comoo ousa
Com ousam
m os sen
senhor
hores
es vir no
noss incom
incomoda
odarr desse
desse
modoo em nossa cas
mod casa?
a?

DU CROISY
CROISY

Como,
Com o, sen
senhor
horas,
as, podemo
podemoss suport
suportar
ar ver no
nosso
ssoss la-
caio
caioss sere
serem
m mais
mais bem recerecebi
bido
doss que
que nós?
nós? Que
Que el eles
es
venham
venham às nossas
nossas custas
custas corte
cortejá-
já-las
las e lhes of
ofere
erecer
cer um
 baile?

MAGDELON

Seus laca
lacaios?
ios?

79
7R

suas
suas belas,
belas, terão de procu
procurar
rar outros
outros patroc
patrocina
inador
dores,
es, ga-
LA GRANGE ranto-lhes.
Sim, nossOSlacaios, e não é nem bonito nem honesto
desenc
desencami
aminhá
nhá-lo
-loss com
comoo fazem
fazem as sesenho
nhoras
ras.. LA GRANGE
GRANGE

É demai
demais,
s, suplan
suplantar-n
tar-nos
os e ainda
ainda por ci
cima
ma com nossas
MAGDELON  próprias roupas.
Oh, céus!
céus! Que ins
insolê
olênci
ncia!
a!
MASCARILLE
LA GRANGE Oh, como a Sorte é incons
inconstan
tante!
te!
Mas eles não terão a vantagem
vantagem de se val.
val.er
er de noss~
noss~ss
rou as ara ccort
ortejá
ejá-la
-las,
s, e se as se
senho
nhoras
ras qUi
qUiser
serem,
em, a~a-
a~a-
\oS
\oS:s~
:s~ri,
ri, gar
garant
anto-l
o-lhes
hes,, pel
pelos
os bel
belos
os olhos
olhos deles.
deles. Rapld
Rapldo,
o, DU CROISY
vamos
vam os des
despoj
pojá-l
á-los
os aqui
aqui mesmo.
mesmo.
Depres
Depressa,
sa, vam
vamos
os tira
tirarr toda
toda a roup
roupaa deles.
deles.

JODELET
LA GRANGE
GRANGE
Adeus nossa elegilllcia
elegilllcial
Levem
Lev em esses
esses tra
trapos
pos,, rápido
rápido.. Ago
Agora,ra, senhor
senhoras,
as, do
 jeito que eles estão, sintam-se   à   vontade
vontade se quiser
quiserem
em
MASCARILLE contin
continuar
uar seu
seuss ,a
,amor
mores.
es. Vam
Vamos
os deixá-
deixá-las
las em totatotall liber-
liber-
dade
dade para
para isso
isso,, e dec
declar
laramo
amos,
s, est
estee senhor
senhor e eu eu,, que não
Era uma vez o marquesa
marquesado
do e o vise
viseond
ondado
ado.. ficare
ficaremos
mos nem um pouco pouco eneiuma
eneiumadosdos..   (Saem ambos)

DU CROISY
CROISY CATHOS
Ah ah patife
patifes,
s, vocês tiveram
tiveram a audác
audácia
ia de conco
concorr~r 
rr~r  Ah, que confu
confusão!
são!
conosc
conosco~
o~ S~ qquise
uiserem
rem sc tornar
tornar atraen
atraentes
tes par
paraa sedUZi
sedUZir 

RI

l\O

MAGDELON
  CENA DEZESSEI
DEZESSEISS

Est
Estou
ou a ponto
ponto de arre
arreben
bentar
tar de raiva
raiva..
Os mesmos,
mesmos, Gorgihus
Gorgihus
UM VIOLINIST
VIOLINISTA
A
• E
(ao marques)
marques)   agora.. ' ) Quem va
vai nos pagar?
GORGlBUS

MASCARILLE Ei,   sseus


eus inf
infame
ames!
s! Pusera
Puseram-n
m-nos
os em maus len
lençói
çóis,
s,
 pelo que estou vendo, fiquei sabendo de belas coisas
Peçam
Peçam ao senhor
senhor visconde.
visconde.
1 contadas
contadas por esseessess dois senho
senhores
res que acab
acabaram
aram de sair!
sair!
O VIOLINISTA \ MAGDELON
. h'   ?
(a .Im/der)
.Im/der)   Qucm
Qucm vai
vai nos dar o dm elro
elro..   Ah, meu pai, eles nos prega
pregaram
ram uma peça dolor
dolorosa.
osa.

i
I

JODELET   GORGlBUS

Peç
Peçam
am ao senhor
senhor marquê
marquês.
s.   Sim,   é   uma
uma peça
peça doloro
dolorosa,
sa, mas que só acon
acontec
teceueu
 por causa da impertinência de vocês, suas infames. Eles
fiearam
fiearam sentidos
sentidos com o trata
tratamento
mento que vocês lhes deram,
e entre
entreta
tant
nto,
o, coita
coitado
do de mim, eu tetenh
nhoo de sup
supor
orta
tarr a
:lfronta.

MAGDELON

Ah, mas juro


juro que nós vamos nos vin vingar
gar,, sen
senão
ão eu
morro de amar
morro amargur
gura,
a, E vocês
vocês,, patife
patifes,
s, ousam
ousam continu
continuar 
ar 
aqui depois dessa insolência
insolência??

83

.~ w_,,,
w_,,,,.,.·=ct
·=ct.:.::~:
:~:.·_:
.·_::::,-
:,-.,., ':':.;.;-- - -

I
'/

MASCARILLE
i CENA DEZESSETE
oi

. ~.? O mundo é assim!


'..I
Tratar desse modo um m, m,llrqucs. , les que •
A   men
menoror de
desg
sgra
" 'n
raça
ça e S
'nos
os desp
SOl
despre
reza
zado
Ol . . \ . o V'
doss pOI
V'II
pOI aque
IIno
noS
aque
S pr
proc
ocur
urar
ar a
1
nos amavam. v ,,lIno  s,. compan 1elr," . .' prezam a va-
1 Gorgib
Gorgibus,
us, Magdel
Magdelon,
on, Cathos
Cathos,, os violi
violinis
nistas
tas
l
\ 1°'11"   ve
veJo que aaqqlll so .
sort
sortee em ou outr
troo I co' , ., ....   c \   inteiramente
apare•n C"Ie
\,   I'' -aodCloo
, menor valO! a Vlrtu e
nua.   (Saem
(Saem am!Jam!Jos,)
os,) UM VIOLI
VIOLINIST
NISTA
A

Senh
Senhor
or,, conf
confia
iamo
moss em que,
que, na aus
ausên
ênci
ciaa dele
deles,
s, o
senhor
senhor nos pag
pagará
ará pelo
pelo que toea
toeamos
mos aqui.
aqui.

GORGIBUS

(espancando-os)   Si Sim,m, sisim,


m, vou paga pagar-
r-lh
lhes
es,, e eieiss
com que moeda.
moeda. E vocêvocês, s, sua
suass velhac
velhacas,as, não sei o que
me impede
impede de faze
fazer-lhe
r-lhess o mesmo;
mesmo; todos irão coment comentar 
ar 
o caso e se dive
divert
rtir 
ir   à   noss
nossaa custa
custa,, e eis o que você vocêss
conseg
conseguir
uiram
am com suas suas extr:l
extr:lvag
vagânc
âncias
ias.. Sum
Sumamam daqui,
daqui,
suas bruxas,
bruxas, sumam-
sumam-se se para sempr
sempre.e.   (Sozinho)  E a causa
\ dessa
dessa loucur
loucura:
a: dis
discur
cursos
sos vazios
vazios,, divert
divertime
imento
ntoss noc
nocivo
ivoss
de espír
espíritos
itos ociosos,
ociosos, roman
romances,
ces, verso
versos,s, canções
canções,, sonet
sonetos
os
e sonata
sonatas,
s, gostmi
gostmiaa que todos os diabos os car carrega
regassem!
ssem!

\ '- I- . J \

85

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