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história
a UFSC como parque cultural:
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O objetivo desse trabalho é desconstruir formalidades que são obstá


cesso e não como produto. A espontaneidade é o fio da meada, e nos levaculos para reconhecer qualquer cultura como pro-
mento constante e imprevisível. Pensando assim, não basta termos const a admitir que o processo de trabalho é um movi-
nimo de criação e de experimentação, de conhecimento em jogo. O paradruções ideológicas em cima dele. Trabalho é sinô-
ência nos obriga a apontar para a bases mais profundas, mas o que podemoxo da cultura como obra de arte ou como experi-
quer processo cultural, é o que está exposto. Exposição vem do latim ex os alcançar, que está na superfície de todo e qual-
(fora) - ponere (colocar). Se algo ou alguém é reti-
rado de seu contexto original, se pretende que exerça influência sobre outro
alcance do perigo. Sair da zona de conforto? É realmente essa a exposição algo ou alguém, ou até mesmo que esteja ao
nossas relações culturais, consumindo instantaneamente imagens superficiai a qual estamos submetidos cotidianamente em
e isso não nos leva a lugar nenhum. Raramente produzimos algo e o “colo s? Creio que estamos todos muito confortáveis,
autocrítica, de discussão e de geração de conhecimento. Esse lugar que camos para fora” integralmente na concepção de
inconsciente cultural coletivo, porém ele pode ser real: o espaço público é o “fora” é apenas uma construção formal de um
experienciada. Experiência vem do latim ex (fora) - peritus (testado comimplica uma individualidade exposta para que seja
trução, e não uma simples destruição - o conhecimento estagnado é cúmpconhecimento). Desconstruir sugere uma recons-
lice da cultura estagnada.

O público perante ao qual certa criação pretende ser exposta no geral se mostra extrema-
mente seletivo, e coloca-se então a questão pública como uma crise dentro dos espaços de
exposição e das instituições no geral. Revelando o contexto histórico dentro do qual tanto a
história da arte quanto a história da arquitetura são protagonistas da própria história das exposi-
ções, encontramos uma situação de importação e elitização cultural em nosso país, que obvia-
mente está presente em outros tipos de instituição, como por exemplo a universidade. A exposi-
ção pode ser questionada dentro da dicotomia que as disciplinas intrinsecamente carregam
entre teoria e prática, que possuem um relacionamento nebuloso que faz com que sempre
surjam ideias dentro de parâmetros que pertencem à outras disciplinas. Tive o vislumbre de
como a história da arte é composta por todas as outras histórias e de como é imprescindível que
as coisas se documentem para que as histórias continuem sendo contadas - do contrário, nin-
guém aprende nada e as exposições continuam sendo um produto e não um processo. A história
é o que nos situa no presente para continuar indo para frente, e não para trás, como às vezes nos
vemos passivamente.

O panorama cultural contemporâneo gerou um ponto de vista que encara a universida-


de como espaço cultural e não exclusivamente de produção científica, e carrega também uma
crise de sua concepção pública. Um objetivo específico é ensaiar o campus da UFSC como
espaço público admitindo que ela é um espaço cultural, mesmo que fervilhosamente seja de
forma precária. A universidade pública é, sobretudo, o espaço em que o conhecimento é
experimentado, e ela sofre uma ameaça de extinção que a obriga a repensar sua estrutura cul-
tural - ou seja, de que formas a produção acadêmica é exposta publicamente, pois não há
como esperar que exista um público culturalmente engajado na universidade se ela não per-
mite que o percorrê-la e o observá-la sejam ideais de seu espaço como parque cultural. A
exposição deve ser uma estratégia de ensino dentro de uma estrutura disciplinar também des-
construída, que precisa acontecer a partir da arte e da cultura, e não a partir de um viés cientí-
fico rígido. Um objetivo pessoal é sair da minha própria zona de conforto frente a todas as
práticas a que me dediquei durante a graduação, pensando que a reestruturação cultural do
campus da UFSC é inicialmente um vazio como plataforma de reflexão, pois transborda uma
cultura que invade o espaço institucional, e procuro colocar nesse processo através de uma
linguagem propriamente expositiva. Tratando dos espaços culturais como espaços híbridos
entre disciplinas, o seu processo de institucionalização deve ser um objeto de estudo.

não existe arte: criar é um processo de


Sem algum tipo de libertação de nossas mentes e de nossos corpos o conhecimento, e principalmente a
os com
expor-se. Essa troca sutil pode revolucionar a forma como lidam as formalidades são valores institucionais e
forma como experienciamos nossa própria cultura. O que estru tura
er, estão à favor do público, pois é ele que
divisões disciplinares, que do contrário ao que à princípio pode parec que é conhecimento público e de como ele é
os molda. Mas isso não acontece se não temos uma consciência do o senso comum do que é cultura. A criação
criado. A criação e o conhecimento caminham juntos estabelecendo inação é a experimentação de algo que está
e a exposição não são entidades separadas, e o que resulta dessa comb zida, mas sim experienciada. O contexto
em processo… Aqui o público é contemplado. A cultura não é produ senta algo além dos próprios indivíduos.
informal gera conhecimento público. Nenhuma institucionalidade represa estar na superfície das vias da cidade,
O espaço em que isso acontece precisa ser uma exposição em si: precium ato de observação estética, no mínimo.
principalmente na escala do caminhar. Ir e vir deve ser encarado como te tal evento. Qualquer espaço que faça parte
A exposição é a experiência que o público tem em tal espaço, duran exposição de certa forma. A arquitetura é a
de nossa cultura (todos, se pararmos para pensar) é um espaço de coletivamente como uma história.

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exposição apenas quando a experiência que tivemos nela é contada

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Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Trabalho de Conclusão de Curso 2019.1 Nathalia Marcello de Oliveira ç ã o : R o d ri g o A lm e id a B a st o s
Orienta

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