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L O C A L H I S T O R I E S , G L O B A L Q U E S T I O N S
O Q U E FA Z E M O S C O M P A R AT I S TA S A O R E D O R D O
M U N D O ?
• “verifica-se que os estudos comparatistas são dinâmicos. Ao reconhecer isso, Benjamim Abdala
Junior enfatiza que “as articulações comunitárias podem ser de múltiplas ordens e
politicamente nos parece importante revelar que o mundo atual é de fronteiras múltiplas e
identidades plurais, seja numa perspectiva individual, nacional ou de agrupamentos sociais”
(ABDALA JUNIOR, 2012, p. 35).
PERCURSOS LOCAIS, ITINERÁRIOS GLOBAIS
• Tania Carvalhal, refletindo sobre a Literatura Comparada, concebe-a como “prática intelectual,
que sem deixar de ter no literário o seu objeto central, confronta-o com outras formas de
expressão cultural” (CARVALHAL, 2003, p.48).
• “a Literatura Comparada continua transitando pelo texto literário, entretanto, tem alargado,
significativamente, seu espectro de compreensão em torno da inflexão do transcultural no
território do comparativismo praticado hoje, posicionado na emergência de novos paradigmas
epistemológicos”.
• Posicionada no jogo das trocas culturais, a Literatura Comparada analisa as diferenças, os
diálogos transterritoriais e as interações com outros saberes.
LITERATURA COMPARADA NA
NOVA ZELÂNDIA
Mark Williams
LC NA NOVA ZELÂNDIA
Monika Schmitz-Emans
LC NA ALEMANHA
Anders Pettersson
LC NA SUÉCIA
• O sueco é uma língua falada por poucos e o estudo de línguas estrangeiras -
principalmente inglês, alemão e francês - tem uma importante posição no sistema
educacional sueco.
• O fato de que a Academia Sueca concede o Prêmio Nobel de Literatura também
pode ter suscitado algum interesse extra na literatura mundial e alguma demanda
extra por literatura com um amplo horizonte internacional.
• Ainda assim, a Literatura Comparada não é realmente uma disciplina acadêmica na
Suécia. Os estudos literários têm sido conduzidos de modo a englobar, em princípio
pelo menos, a história e a teoria da literatura de todas as culturas e épocas.
• O fato de não existir como disciplina acadêmica separada não impediu que os
estudiosos suecos às vezes se envolvessem no trabalho em "Literatura comparada“, se
entendermos - como farei aqui - o estudo da literatura de um ponto de vista
internacional, um estudo não limitado a uma nação específica, pessoas ou linguagem.
LITERATURA COMPARADA NOS
ESTADOS UNIDOS
Dorothy Figueira
University of Georgia
LC NOS EUA
• A Literatura Comparada, ao contrário de outras disciplinas, não é dogmática, nem
excludente. Pode-se estudar o que quiser, desde que o faça com seriedade.
• Promiscuidade teórica causa embaraço no diálogo com especialistas.
• A partir dos anos 1970 o cânone literário passou a ser considerado elitista e
excludente: burguês, machista, racista, homofóbico. Advento do Multiculturalismo e
dos estudos étnicos e de gênero: Identity Studies, Black Studies, Women’s Studies e
outras minorias: Hispanic, Native-American and Asian-American.
• Os Estudos Culturais tentam substituir os Estudos de Literatura Comparada.
• Imperialismo: os estudos de minorias são feitos em inglês, por uma elite intelectual.
• “É claro que os estudantes do século XXI precisam ser capazes de experimentar e
interrogar a totalidade das literaturas do mundo, não apenas o produto restrito e
diluído embalado e comercializado pela gerentes autônomos das universidades
americanas”.
LITERATURA COMPARADA NA
GEORGIA
Irma Ratiani
LC NA GEORGIA
Harish Trivedi
LC NA ÍNDIA
• Multilinguismo e diversidade linguística: hindi, urdu, inglês e 22 línguas regionais
oficiais, além 400 dialetos.
• O escritor Premchand (1880– 1936) marcou a história da literatura indiana por
consolidar o romance moderno nos dois idiomas principais: urdu e hindi.
• Comparative Literature Department da Jadavpur University in Calcutta foi criado em
1956.
• 1981: criação da Comparative Indian Literature Association (CILA).
• 1982: criação da Indian National Comparative Literature Association (INCLA).
• 1987: fundação da The Comparative Literature Association of India (CLAI), a partir da
fusão de INCLA e CILA.
• Ênfase nos estudos comparados das literaturas de línguas indianas.
LC NA ÍNDIA
• Quando o escritor e comparatista indiano Sisir Das conheceu René Wellek, ele
perguntou ao americano por que os comparatistas ocidentais como ele prestavam
pouca atenção nas literaturas não-ocidentais (japonesa, chinesa, persa, sânscrita).
Wellek respondeu:“cada um faz o que pode”.
• O episódio teria livrado Das e os outros comparatistas indianos da suposta obrigação
de seguir o modelo ocidental de Literatura Comparada. Considerando que a Índia
tem muitos idiomas clássicos e modernos, cada um com uma rica história literária, o
seu estudo deve ser suficiente para os indianos, assim como o estudo das literaturas
da Europa é suficiente para os europeus e americanos.
LITERATURA COMPARADA NO
JAPÃO
• Influência da Literatura Comparada árabe, que começou no Cairo em 1904, com duas
publicações: um livro de LC (comparando literatura árabe com a francesa) e a
primeira tradução da Ilíada para o árabe.
• O primeiro curso de LC no CCG foi criado em 1975, na Universidade do Kwait, com
os professores Nazik Al-Malaika (iraquiano) e Ibrahim ‘Abd Al-Rahman Muhammad
(egípcio).
• A maioria dos departamentos e PPG são de Língua e Literatura Árabe ou Inglesa.
• Predomina a influência das “escolas” francesas e americanas, com ênfase na
comparação entre as literaturas de língua árabe e inglesa.
• Alguns pesquisadores trabalham com Intermidialidade, transculturação, estudos pós-
coloniais e tradução.
LITERATURA COMPARADA NO
MARROCOS
Touria Nakkouch
MULTILINGUISMO NO MARROCOS
• “Não há dúvida que uma literatura, sobretudo uma literatura nascente, deve
principalmente alimentar-se dos assuntos que lhe oferece a sua região; mas não
estabeleçamos doutrinas tão absolutas que a empobreçam. O que se deve exigir do
escritor antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo
e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço”.
Machado de Assis
Instinto de Nacionalidade
LC NO BRASIL
• “No Brasil do século XIX, um certo viés do comparatismo baseava-se em uma visão
que comparava e contrastava nações. Isto pode ser comprovado no mais famoso
poema nacionalista do século, a “Canção do exílio” de Gonçalves Dias. Neste poema,
ele compara o Brasil à sua antiga metrópole, Portugal. No entanto, em 1873, Machado
de Assis produziu uma série de argumentos contra a onda nacionalista e antecipou
questões que só seriam tratadas mais tarde por Hugo Meltzl (1846-1908), o fundador
da primeira publicação dedicada à Literatura Comparada: Acta Comparationis
Litterarum Universarum [1877-1888]. Mesmo no ambiente interdisciplinar do século
XX, deve-se notar que as associações de Literatura Comparada são organizadas por
nacionalidade até hoje, a despeito da existência da Associação Internacional de
Literatura Comparada. No caso da Associação Brasileira de Literatura Comparada, ela
surgiu nos anos oitenta e foi definida por Antonio Candido como uma “entidade que
representa uma fase nova da disciplina em nosso meio”.
LC NO BRASIL