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LÍNGUA PORTUGUESA

1ª Série − Ensino Médio

1º Bimestre

Literatura de informação e textos jesuíticos/ relato de viagem e crônica


1º Bimestre propõe-se a articulação entre os gêneros textuais Literatura Informativa e Textos Jesuíticos, por um lado, e por
outro lado Relato de Viagem e Crônica. Nesta perspectiva, o estudo do contexto de produção dos registros sobre a doutrinação
religiosa, a dominação cultural dos nativos e a exploração do novo território ocorre em paralelo à caracterização dos elementos
estruturais, composicionais e temáticos que identificam os gêneros Relato de Viagem e Crônica. A articulação dos temas no Bi-
mestre justifica-se, do ponto de vista temático, pela retomada do contexto histórico e cultural determinante sobre as condições
de produção e de circulação dos textos quinhentistas: o que hoje se designa como Literatura Informativa, desdobra-se tanto em
textos essencialmente informativos que explicitam os objetivos econômicos e políticos do projeto colonial português; quanto
abarca os registros de autoria dos religiosos, geralmente jesuítas, sobre as intenções catequéticas de difusão da fé cristã. Em
relação às condições de circulação, o que os distingue é a difusão predominantemente oral dos textos religiosos, em oposição
aos diários de navegação, tratados descritivos, catálogos e crônicas históricas, sempre impressos para leitura e registro de in-
formações específicas para a coroa portuguesa, e como estímulo para a ocupação e colonização do Novo Mundo. Para situar
cronologicamente a produção de registros informativos e de textos catequéticos, importa sublinhar que, enquanto a Carta de
Caminha data de 1500, quando as primeiras expedições portuguesas aportam na Terra de Santa Cruz; a produção de textos ca-
tequéticos ocorre somente a partir de 1549, com a chegada dos jesuítas, juntamente com o Governador-Geral, Tomé de Souza,
dando início à fundação das primeiras vilas e da primeira escola, como base de seu projeto missionário. O estudo do tema Lite-
ratura Informativa e Textos Jesuíticos, como registros que buscavam traduzir o estranhamento diante de uma realidade distinta
de sua cultura e de seus valores ‘civilizatórios’, assume nos dias atuais a função de não só apresentar os primeiros registros de
Literatura sobre o Brasil, mas principalmente devem estimular a reflexão sobre os impactos das condições de exploração e de
ocupação do projeto colonial sobre a atual condição dos povos indígenas e do negro no Brasil, decorrente, sobretudo, da im-
posição de valores culturais europeus aos nativos indígenas e aos africanos escravizados compulsoriamente, da supressão das
línguas nativas e das formas de manifestação religiosa de ambas as etnias, para além da dizimação das populações indígenas
em decorrência do contato com as pestilências pós-cabralinas.

Tema 1

Literatura de informação e textos jesuíticos


A abordagem do tema Literatura Informativa e Textos Jesuíticos orienta-se para o desenvolvimento da competência Leitura e
e para o estudo dos mecanismos lógico-semânticos e lógico-gramaticais que subsidiarão a produção de texto, a partir dos gê-
neros focalizados no Bimestre. O estudo do contexto histórico e cultural quinhentista, do ponto de vista de sua influência nas
temáticas identificadas nos textos informativos e jesuíticos, assume importância elementar para a compreensão das transições
estruturais que demarcam o momento de produção de registros sobre o Brasil, em distinção às manifestações posteriores de
uma produção literária considerada nacional. Igualmente, o estudo desses registros em articulação ao momento histórico,
concorre para a compreensão sobre a definição dos símbolos representativos da nacionalidade na literatura oitocentista do
Romantismo, como idealização da formação da pátria e do povo brasileiro; e do Modernismo, na contemporaneidade, como
releitura na proposta de construção de uma visão desmitificada do Brasil, dos índios, da participação do negro e dos impactos
do processo de colonização.

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Conexões com Leitura


Habilidades e
• Diferenciar texto literário de não literário.
Competências
• Reconhecer as principais características dos gêneros literários básicos (lírico, épico e dramático).

• Identificarnos textos da literatura de informação e nos jesuíticos as marcas das escolhas do


autor, da relação com a tradição literária e com o contexto sociocultural.

• Comparar
a representação do indígena na literatura de informação, na jesuítica e na literatura
contemporânea.

Uso da Língua

• Reconhecer os elementos da comunicação.

• Identificar o sentido denotativo e conotativo da linguagem.

• Identificar a funções da linguagem: referencial, metalinguística e poética.

• Identificar e empregar relações lógico-discursivas marcadas por conectores coordenativos.

• Reconhecer a construção do enunciado a partir de unidades sintagmáticas.

Produção Textual

• Produzir relatos de viagem.

Sugestões de • Após a leitura da Carta de Caminha, apresentar aos alunos textos de diferentes gêneros e estilos
atividades literários em que se possam identificar a retomada de referências explícitas e/ou implícitas à
narrativa sobre o achamento do Brasil. Propõem-se nesta sugestão de atividade que os alunos
identifiquem a relação intertextual entre o texto-gerador da atividade e os demais apresentados
em análise crítico-comparativa.

• Orientar a pesquisa a textos de informação e jesuíticos dos principais expoentes do Quinhentis-


mo brasileiro, a fim destacar nos fragmentos selecionados trechos que remetam às condições de
submissão impostas aos nativos indígenas, como fonte para a problematização das consequên-
cias desse processo para a atual condição dos indígenas no Brasil de hoje.

• Orientara pesquisa sobre o contexto histórico e cultural do expansionismo marítimo europeu


em livros de História, a fim de propor o debate acerca dos mitos históricos que justificam a escra-
vização de negros africanos em substituição à escravização dos ameríndios. Em complementari-
dade, pode-se sugestionar a pesquisa sobre as influências de ambas as etnias para a formação
da cultura brasileira, para além da culinária, da religião ou da música, cujo enfoque restritivo
tende ao reducionismo da participação desses atores em nosso processo de formação cultural.

• Orientar a pesquisa de obras de arte produzidas no contexto da colonização portuguesa, em que


se possam identificar elementos tematizados na literatura de informação e nos textos jesuíticos,
e selecionar textos quinhentistas, de períodos literários posteriores ou, ainda, composições mu-
sicais ou textos atuais que possam servir como legenda às ilustrações selecionadas pela pesqui-
sa, explicitando a relação dialógica entre o texto verbal e o não verbal.

• Orientar a pesquisa sobre autores indígenas contemporâneos, a fim de esboçar um painel da


atual produção literária indígena em língua portuguesa, procurando destacar seus principais
expoentes, gêneros e suas atuais condições de produção, recepção e de circulação no mercado
cultural. Pode-se tomar como exemplo sua difusão dessa produção literária em eventos como as
bienais e salões de literatura.

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Material de apoio • Quinhentismo Brasileiro

(para uso em sala http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23546


de aula junto aos Sugestão de Plano de Aula, disponível no Portal do Professor (MEC), articula o percurso histórico
alunos) do início da Idade Moderna, a partir das conquistas ultramarinas europeias, ao contexto cultural
dos primeiros registros que configuram a Literatura sobre o Brasil. As sugestões de propostas de
atividades organizadas em torno da caracterização e da distinção entre Literatura Informativa e
Textos Jesuíticos possibilitam a compreensão dos desdobramentos sociais, econômicos e culturais
do processo de colonização do Brasil pelos portugueses. Discute-se também, nesta proposta di-
dática, a distinção entre Literatura Brasileira e entre Literatura sobre o Brasil, através da apresen-
tação do conceito de Literatura, e da discussão sobre as noções de imitação e de influência na re-
presentação/elaboração das manifestações artístico-literárias no período colonial. As atividades
sugestionadas para esta sugestão de plano de aula compõem-se também de questões extraídas
de vestibulares e privilegiam o trabalho com a habilidade “Identificar nos textos da literatura de
informação e nos jesuíticos as marcas das escolhas do autor, da relação com a tradição literária e
com o contexto sociocultural” da competência Leitura.

• A Carta de Pero Vaz de Caminha: Literatura do Descobrimento

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25252
Sugestão de Plano de Aula, disponível no Portal do Professor (MEC), apresenta propostas de ati-
vidades com ênfase na análise crítica da Carta de Pero Vaz de Caminha, a partir de sua inserção
no contexto histórico das grandes navegações, no século XV, e das marcas discursivas que possi-
bilitam identificar argumentos ideológicos que a tornam uma fonte histórica documental para o
estudo do primeiro século da colonização; marcas linguísticas que pontuam a evolução da Língua
Portuguesa, quanto a aspectos morfológicos e sintáticos, e elementos temáticos que mais adiante
seriam retomados nas produções literárias de autores do Romantismo e do Modernismo, princi-
palmente. Nesta proposta didática os roteiros sugeridos para atividades com a Carta de Caminha
articulam-se à utilização opcional de recursos audiovisuais, a fim de que se proponha o debate em
torno das questões históricas e culturais fomentadas pela leitura da Carta de Caminha e para fun-
damentação da proposta de produção textual sobre o gênero Carta. Privilegia-se nesta sugestão
de plano de aula o trabalho com as habilidades “Identificar a funções da linguagem: referencial,
metalinguística e poética” e “Produzir relatos de viagem”, que pertencem, respectivamente, às
competências de Uso da Língua e de Produção Textual.

• Desbrave a Linguagem da Época dos Achamentos

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/desbrave-linguagem-epoca-achamen-
tos-426684.shtml
Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita.
Apresenta sugestões para propostas de atividades sobre a Carta de Caminha, com ênfase para a
contextualização de sua inserção no panorama europeu quinhentista, em relação ao progresso
registrado no campo das ciências e das artes. Destacam-se no enfoque proposto aspectos rela-
cionados à ortografia, semântica e sintaxe do português arcaico, possibilitando uma análise com-
parativo-contrastiva com relatos de viagem contemporâneos. A seleção de trechos originais da
Carta, como norteadores dos roteiros de análise, apontam, ainda, para a identificação de aspectos
etnológicos que propiciam uma apreciação analítica e comparativa entre a cultura europeia e os
hábitos culturais dos nativos indígenas do Novo Mundo. Através da abordagem do contexto histó-
rico do Renascimento na Europa são contextualizados os objetivos econômicos e ideológicos que
apontam para a caracterização das literaturas jesuítica (ou catequética) e de informação. Em viés
intertextual, a proposta dialoga com a Disciplina História ao retomar o contexto mercantilista de
relações econômicas, através da discussão da questão indígena, não apenas no contexto colonial,
mas a partir da reflexão sobre os impactos desse processo histórico para essa etnia nos dias atu-
ais, o que possibilitando o trabalho com a habilidade “Comparar a representação do indígena na
literatura de informação, na jesuítica e na literatura contemporânea”.

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• Caminhando pelas Descrições da História

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32400
Sugestão de Plano de Aula disponível no Portal do Professor (MEC) enfatiza a importância da Carta
de Caminha, desconhecida até sua descoberta pelo Padre Manuel Aires de Casal no século XVIII,
como fonte documental para o estudo dos primeiros registros sobre o contato do europeu com
a terra, com o nativo indígena e do impacto dos primeiros contatos culturais entre ambos. A pro-
posta didática busca deter-se na distinção entre texto literário e texto não literário, relato factual
e relato ficcional, como viés para a exploração das tipologias textuais narrativa, descritiva, expo-
sitiva e argumentativa. Os roteiros com sugestões de atividades, para serem realizadas em grupo,
apresentam links selecionados para acesso ao texto integral da Carta, a comentários críticos e
vídeos produzidos em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Privilegiam-se
nesta sugestão as habilidades da competência Leitura “Diferenciar texto literário de não literário”,
“Identificar nos textos da literatura de informação e nos jesuíticos as marcas das escolhas do au-
tor, da relação com a tradição literária e com o contexto sociocultural”.

• Desmundo (Brasil, 2002 – 101 min.).

Filme de Alain Fresnot, adaptado do romance Desmundo, de Ana Miranda. Possibilita a discussão
acerca do contexto histórico e cultural da época, através do fio condutor do enredo: em carta
enviada em 1552 ao Rei D. João, padre Manuel da Nóbrega solicita o envio de órfãs cristãs que
habitavam conventos do Reino, para que seu casamento com os colonizadores minimizasse o
nascimento de filhos originados do contato com as índias. Ambientado em 1570, o filme, editado
com legendas, reproduz diálogos em português arcaico e, ainda, em hebraico, tupi e nagô, exem-
plificando a diversidade linguística observada no processo civilizatório colonial e visibiliza através
do drama da personagem Oribela as peculiaridades do processo educacional na virada entre os
séculos XVI e XVII.

Conexão com COLEÇÃO PORTUGUÊS: SER PROTAGONISTA (2010)


livro PNLD BARRETO, Ricardo Gonçalves (Org.). Português: Ser Protagonista. 1ª ed. Edições SM: São Paulo,
2010.
Indica-se nesta Coleção, para o trabalho com as habilidades das competências de Leitura e de Pro-
dução Textual, o Capítulo 9. “Manifestações Literárias no Brasil Quinhentista” (p. 113-126). Nele,
aborda-se o surgimento das primeiras manifestações literárias destinadas a registrar os resultados
dos primeiros contatos entre portugueses e nativos indígenas, designadas como Literatura de
Informação e Literatura de Catequese. O enfoque ao contexto de produção dos registros sobre a
doutrinação religiosa e a dominação cultural dos nativos ocorre em paralelo à apresentação de
gravuras produzidas no contexto histórico expansionista, como registro das impressões do ima-
ginário europeu sobre os povos colonizados. A indicação de recursos pedagógicos como filmes,
livros, textos de estilos literários sucessivos, a seleção de questões de vestibulares ao fim do Ca-
pítulo e a proposta de debates orais e escritos, a partir de questões atuais noticiadas nos meios
multimidiáticos, como a disputa de terras da reserva indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima,
complementam a abordagem dos conteúdos e sugestionam a interdisciplinaridade com a Discipli-
na História do Brasil. Para enfoque específico das habilidades “Diferenciar texto literário de não
literário” e “Reconhecer as principais características dos gêneros literários básicos (lírico, épico e
dramático)”, o Capítulo 2. “Literatura: Gêneros e Modos de Leitura” p. (p. 38-43), que se detém
na definição dos gêneros literários e sua distinção através de exemplos de textos de diferentes
épocas da história da literatura.
Para o trabalho com as habilidades da competência de Uso da Língua, indica-se o Capítulo 18.
“As relações Comunicativas” (p. 212-225), que engloba conceitos relacionados aos elementos da
Teoria da Comunicação, sua relação com a intencionalidade comunicativa, através das Funções da
Linguagem, e a construção de sentido nas práticas discursivas sob a ótica da intertextualidade e
da interdiscursividade.

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COLEÇÃO PORTUGUÊS: LINGUAGENS (2010)


CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. Ed. reform. São
Paulo: Saraiva, 2010.
Indica-se para a abordagem de Literatura de Informação e Textos Jesuíticos o Capítulo 6 “O Qui-
nhentismo no Brasil” (p.146-152), na Unidade 2 – volume I. Iniciado com uma síntese sobre os
principais eventos históricos compreendidos durante os quase três séculos de colonização portu-
guesa no Brasil, este Capítulo apresenta as manifestações literárias produzidas como registros das
conquistas advindas da colonização e da catequização de novos territórios além-mar; as condi-
ções de produção e circulação das manifestações literárias no contexto colonial e sua importância
para o florescimento de produções expressivas do homem, da terra e da língua nacionais. Nesta
perspectiva, a literatura de informação e os textos jesuíticos são apresentados e caracterizados
quanto à temática e à linguagem, ao contexto de produção e a importância que assumem no
contexto histórico expansionista. As seções Leitura e Para Quem Quer Saber Mais apresentam,
respectivamente, exercícios sobre os textos (de informação e jesuíticos) da chamada Literatura de
Expansão e indicações de sites para aquisição de informações complementares sobre os temas
em estudo no Bimestre.
Destacam-se, ainda, neste volume na Unidade 1, o Capítulo 2 “Introdução aos Gêneros do Discur-
so”, que apresenta a distinção entre gêneros discursivos e gêneros literários (p.32); na Unidade 2,
o Capítulo 2. “O Texto Teatral Escrito” (p.117-119) em que são abordadas as principais diferenças
entre conotação e denotação, através de exercícios detalhados que exploram o sentido com que
as palavras podem ser empregadas, conforme o contexto e a intencionalidade comunicativa. No
volume II desta Coleção indicam-se, também, na Unidade 2, o Capítulo 8. “Palavras Relacionais: a
Preposição e a Conjunção” (p.199-211) e, na Unidade 3, o Capítulo 3. “O Modelo Morfossintático”
(p. 260-272), que subsidiam, respectivamente, o trabalho com os descritores da competência de
Uso da Língua “Identificar e empregar relações lógico-discursivas marcadas por conectores” e
“Reconhecer a construção do enunciado a partir de unidades sintagmáticas”.

COLEÇÃO LÍNGUA PORTUGUESA: LINGUAGEM E INTERAÇÃO (2010)


FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo. Língua Por-
tuguesa: Linguagem e Interação. São Paulo: Ática, 2010.
Indica-se nesta Coleção o volume I, Capítulo 7. “O Relato de Viagem” (p.204-210) para o trabalho
com as habilidades da competência Leitura, relacionadas à Literatura de Informação e aos Textos
Jesuíticos. A abordagem do Capítulo estrutura-se em torno da proposta de leitura analítica da
Carta de Caminha, em enfoque comparativo com os relatos etnográficos de Hans Staden e com o
“Tratado da Terra do Brasil”, de Pero de Magalhães Gândavo. O Capítulo, que enfatiza a distinção
entre narrativa e relato, propõe para o trabalho com a habilidade da competência de Produção
Textual “Produzir relato de viagem” a produção de um relato de viagem para ser exposto oral-
mente, conforme as orientações de produção do roteiro disponibilizado na seção Linguagem Oral.
Ao fim do volume, na seção E a Conversa Chega ao Fim (p. 354-375) encontra-se disponível uma
seleção de questões extraídas das últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
que retoma os conteúdos abordados nos Capítulos do volume.

COLEÇÃO PORTUGUÊS: LITERATURA, GRAMÁTICA E PRODUÇÃO DE TEXTO (2010)


SARMENTO, Leila Lauar; TUFANO, Douglas. Português: Literatura, Gramática e Produção de Texto.
1ª ed. São Paulo: Moderna, 2010.
No volume I da Coleção, o Capítulo 8. “Brasil: Literatura Informativa e Jesuítica” (p. 141-159) abor-
da o contexto histórico das expedições portuguesas para reconhecimento e colonização do Brasil,
a partir do Século XVI, destacando a importância cultural e histórica dos primeiros registros pro-
duzidos por viajantes e missionários, sob a designação de Literatura Informativa, haja vista sua
função em informar a metrópole portuguesa sobre as conquistas materiais (relatos de viagem)
e sobre a catequização dos nativos indígenas (textos jesuíticos). A proposta didática do capítulo
propõe a análise de diferentes trechos da Carta de Caminha, em que se revelam os propósitos
estrangeiros com a exploração da terra recém-descoberta; e apresenta textos jesuíticos de varia-

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dos gêneros e autores, com ênfase para o teatro pedagógico de Padre José de Anchieta. Indica-se
para o trabalho com as habilidades da competência de Uso da Língua “Reconhecer os elementos
da comunicação”, “Identificar o sentido denotativo e conotativo da linguagem” e “Identificar a
funções da linguagem: referencial, metalinguística e poética”, o Capítulo 13. “Linguagem, estilís-
tica e semântica” (p. 238-255), que aborda os elementos que compõem o contexto discursivo e a
construção da intencionalidade discursiva, através da conceituação e caracterização das funções
da linguagem. A introdução à Semântica ocorre neste Capítulo com o estudo dos aspectos deter-
minantes da significação das palavras como a conotação e a denotação, e através de fenômenos
como a polissemia, a sinonímia e a antonímia. Ao fim do Capítulo, a seção Atividade Complemen-
tar apresenta sugestões de temas para a realização de uma pesquisa sobre a presença indígena e
a africana na cultura brasileira, e as seções Vale a Pena Ler e Acessar disponibiliza indicações de
livros, filmes e sites com informações complementares sobre os temas em estudo no Bimestre.
Ao fim do volume, na seção suplementar Questões de Vestibulares e do ENEM é possível realizar
testes como revisão dos conteúdos trabalhados.

Interdisciplinaridade • Revele a Influência do Tupi no Vocabulário Brasileiro

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/revele-influencia-tupi-vocabulario-brasilei-
ro-431294.shtml

Componente Curricular de Interdisciplinaridade: História do Brasil


Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita,
propõe a pesquisa sobre influências e contribuições de palavras pertencentes ao tronco linguís-
tico Tupi para o léxico e em aspectos morfológicos e fonéticos da Língua Portuguesa falada no
Brasil. Durante a colonização, português e tupi foram utilizados para a comunicação verbal, até a
Provisão Real do Marquês de Pombal em 1757, decretando a proibição do Tupi, que já vinha gra-
dativamente sendo suplantado pelo português, em consequência da imigração crescente. Nesta
proposta didática, as sugestões de atividades orientam o percurso de recuperação do contexto
histórico e cultural dos primeiros séculos da colônia, estendendo a análise das influências do
Tupi às manifestações literárias fortemente influenciadas pela tendência nacionalista, através da
busca pela representação de traços culturais do indígena no Romantismo e no Modernismo, até
o esboço de seu estágio de preservação e de utilização dessas línguas familiarizadas com o tronco
linguístico Tupi nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste em que sua influência e con-
tribuições são identificadas. Estimativas recentes apontam para a existência de aproximadamente
180 línguas faladas por 218 etnias distribuídas por quase todo o território brasileiro.

• Os Índios Brasileiros no Século XXI

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/indios-brasileiros-seculo-21-681667.shtml

Componente Curricular de Interdisciplinaridade: História do Brasil


Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita,
propõe a discussão das atuais condições de vida dos indígenas brasileiros, tendo por ponto de
partida a exibição do filme “Xingu” (Brasil, 2012, 1h42min.), de Cao Hamburguer, para estimular
a revisão crítica dos impactos da colonização europeia sobre sua cultura e sobre as formas de
organização política e econômica, após o Descobrimento do Brasil. Dentre os vieses de discussão
contemplados por esta proposta didática, que se destina também a questionar a visão tradicional
para mostrar a diversidade, estão a relativização do conceito de civilização, a partir da ótica euro-
etnocêntrica de valorização e transmissão de hábitos culturais identificados com o supremacismo
branco; e a importância da construção do senso de apreciação valorativa dos diferentes legados,
para discussão dos juízos de valor e desconstrução dos estereótipos e generalização de caracte-
rísticas, bastante difundidos no imaginário social sobre os indígenas. Através de questões como a
relação entre a preservação dos idiomas nativos e a demarcação de terras, privilegia-se o trabalho
com a habilidade da competência Leitura “Comparar a representação do indígena na literatura de
informação, na jesuítica e na literatura contemporânea”.

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Sugestões de (SAERJINHO 2012):


avaliação Leia o texto abaixo.
Senhor,
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até a outra ponta que
contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem
vinte e cinco léguas da costa.
Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a
terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito
chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender
olhos, não podíamos ver senão a terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem
lha vimos. Contudo a terra em si é de muitos bons ares frescos e temperados como os de Entre-
-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são mui-
tas; infinitas. Em tal maneira graciosa que, querendo-a a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa
das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve
ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter
Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava.
[...]
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alon-
guei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que
de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me
fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d’Ela
receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
CAMINHA, Pero Vaz de. Disponível em: http://www.brasilazul.com.br/cartadeperovazdecaminha.
asp. Acesso em: 25 de out. 2011. Fragmento.

Questão 42: Nesse texto, qual é a função da linguagem predominante?


(A) Apelativa, porque o narrador tenta influenciar o receptor.
(B) Emotiva, porque o narrador está em destaque.
(C) Fática, porque chama a atenção do leitor.
(D) Metalinguística, porque está centrada na própria linguagem.
(E) Referencial, porque o narrador tem como foco o assunto do texto.
GABARITO: E
Esta questão tem por objetivo a testagem da habilidade da competência de Uso da Língua “Iden-
tificar a funções da linguagem: referencial, metalinguística e poética”. A Carta de Pero Vaz de
Caminha, também conhecida como Carta de Achamento do Brasil, é considerada pela crítica um
documento de caráter informativo, elaborado pelo escrivão-mor da frota de Pedro Álvares Cabral,
com a finalidade de registrar os impactos decorrentes do choque cultural que marcou o primeiro
contato cultural entre portugueses e nativos indígenas. No fragmento que serve de texto-gerador
à questão, expõem-se as primeiras impressões sobre aspectos que dão conta da exuberância da
terra (natureza, fauna, condições do solo), em conotação aos interesses econômicos identifica-
dos para a futura exploração pela coroa portuguesa. Nos relatos de viajantes e missionários, a
recorrência enfática de referências ao indígena e à natureza como paraíso tropical, concorreu
para a definição dos símbolos de nacionalidade, retomados posteriormente pelo Romantismo e

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pelo Modernismo. Ao apontar como Gabarito da questão a opção E “Referencial, porque o nar-
rador tem como foco o assunto do texto”, é importante sublinhar que o designativo de Literatura
de Informação abrange tanto os relatos de viagens — de estrutura descritiva, com a finalidade
de documentar a expansão marítima da máquina colonizadora portuguesa —, como também os
textos jesuíticos, produzidos por missionários enviados ao Brasil, a partir de 1549, com a missão
de converter os nativos indígenas à fé Católica. Também denominada como função denotativa ou
informativa, a função referencial tem por objetivo transmitir informações em linguagem objetiva
sobre o contexto (conteúdo da mensagem), elemento da comunicação em que está centrada, ou
sobre um elemento designado.

(SAERJINHO 2012):
Leia o texto abaixo.
Da Condição e Costumes dos Índios da Terra
A lingua deste gentio toda pela Costa He, huma, carece de tres letras – não se acha nela F, nem L,
nem R, cousa digna de espanto, porque assi não têm Fé, nem Lei, nem Rei; e desta maneira vivem
sem justiça e desordenadamente.
Estes índios andão nús, sem cobertura algum, assi macho como fêmeas; não cobrem parte ne-
nhuma de seu corpo, e trazem descoberto quanto a natureza lhes deu. Vivem todos em aldeãs,
póde haver em cada uma sete, oito casas, as quaes são compridas feitas a maneira de cordoarias;
e cada huma dellas está cheia duma parte e doutra, e cada hum por si tem a sua estância e sua
rede armada em que dorme, e assi estão todos juntos huns dos outros por ordem, e pelo meio da
casa fica hum caminho aberto pêra se servirem. Não há como digo entre elles nenhum Rei, nem
Justiça, sómente em cada aldeã tem um principal que he como capitão, ao qual obedecem por
vontade e não por força; morrendo este principal, fica seu filho no mesmo lugar; não serve doutra
cousa se não de ir com elles à guerra, e conselhá-los como se hão de haver na peleja, mas não
castiga seus erros nem manda sobrelles cousa alguma contra sua vontade. Este principal tem tres,
quatro mulheres, a primeira tem em mais conta, e faz della mais caso que das outras. Isto tem por
estado é por honra. Não adorarão cousa alquma nem têm pêra si que há na outra vida gloria pêra
os bons, e pena para os mãos, tudo cuidadão que se acabana nesta e que as almas fenecem com
os corpo, e assi vivem bestialmente sem ter conta, nem peso, nem medida. [...]
Gândavo, Pero de Magalhães. In: Tratado da Terra do Brasil. Disponível em: http://www. bibvirt.
futuro.usp.br. Acesso em: 18 out. 2011. Fragmento reproduzido conforme a linguagem do texto
original.

Questão 51
Em relação ao Quinhentismo, esse texto apresenta como característica principal a
(A) análise metalinguística do falar indígena em contraposição com a Língua Portuguesa.
(B) contraposição dos hábitos indígenas aos portugueses, buscando diferenças culturais.
(C) descrição dos recursos minerais, da fauna, da flora e dos perigos existentes nessa terra.
(D) descrição imparcial do nativo indígena por meio de sua estrutura social e hábitos culturais.
(E) visão eurocêntrica do homem branco que visa à catequese do índio.
GABARITO: B
Esta questão tem por objetivo a testagem da habilidade da competência de Leitura “Identificar
nos textos da Literatura de Informação e nos Jesuíticos as marcas das escolhas do autor, da rela-
ção com a tradição literária e com o contexto sociocultural”. O Tratado da Terra do Brasil (1576), de
Pero de Magalhães Gândavo, destaca-se, juntamente com a Carta de Caminha, como registro pro-
duzido com a finalidade de descrever, não só o potencial econômico da nova terra, como também
catalogar os hábitos culturais dos nativos indígenas. No fragmento que serve de texto-gerador
à questão, identifica-se o estranhamento do relator diante da excentricidade dos hábitos que
caracterizavam a organização social dos nativos, analisada criticamente em comparativo aos há-

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

bitos culturais da ‘civilização’ europeia. Ao apontar como Gabarito a opção B “Contraposição dos
hábitos indígenas aos portugueses, buscando diferenças culturais”, deve-se enfatizar que, após o
achamento do Brasil em 1500, apenas em 1530 com a expedição de Martim Afonso de Souza, e
em 1532, com a consequente implantação das capitanias hereditárias, tem início, efetivamente, a
exploração do novo território de domínio português. Importa ressaltar, também, que o envio de
missões jesuíticas teve por finalidade de acelerar o processo de colonização, posto que o objetivo
central de seu trabalho consistisse na doutrinação religiosa, cultural e alteração da ordem social
dos nativos indígenas. Neste contexto, a narrativa de Pero de Magalhães Gândavo se destaca pelo
registro sistemático e detalhado do espaço e do nativo, na reunião de aspectos gerais que abran-
gem de costumes culturais como a poligamia à organização política das aldeias e sua organização
para as guerras travadas entre as tribos, conforme identificado no trecho em análise.

Material de • BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2004.
apoio (para uso Obra de referência para os estudos de crítica literária sistematiza informações sobre o panorama
do professor) da Literatura Brasileira, do século XVI ao Modernismo. Para o estudo da Literatura de Informação,
indica-se o Capítulo I “A Condição Colonial” (p. 11-25), que aborda o contexto histórico da Carta
de Pero Vaz de Caminha, em paralelo com os documentos de Pero Magalhães Gândavo, Gabriel
Soares e Frei Vicente do Salvador, para traçar o percurso historiográfico sobre a vida na colônia, a
terra, o nativo e modos de assimilação da cultura europeia que seriam identificados nas manifes-
tações literárias dos períodos subsequentes. Abordam-se também no Capítulo indicado os textos
jesuíticos de Padre Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e Padre José de Anchieta. O que, segun-
do o crítico distingue em importância a produção de Anchieta da dos relatos jesuíticos de seus
contemporâneos sobre os progressos com a obra de catequese é seu caráter literário, uma vez
que, embora produzisse autos e poesias com função pedagógica, identifica-se em suas produções
elementos temáticos e estruturais da tradição medieval dos autos cristãos.

• CEREJA, William Roberto. Ensino de Literatura: uma Proposta Dialógica para o Trabalho com
Literatura. São Paulo: Atual, 2005.
Em “Ensino de Literatura: uma Proposta Dialógica para o Trabalho com Literatura”, discute-se en-
faticamente a prática de ensino de Literatura nos dias atuais, considerando os enfoques da LDBEN,
dos Parâmetros Curriculares Nacionais, das Diretrizes Curriculares Nacionais e das Orientações
Curriculares Nacionais para as habilidades e competências a serem trabalhadas pelos conteúdos
curricularizados. Indica-se a leitura integral da obra, com especial detenção para o Capítulo 2
“Ensino de Literatura: entre a Tradição Transmissiva e o Tecnicismo Pragmático”, que focaliza,
entre outras questões, a opção pela perspectiva histórica ou pela historicista para a abordagem
do texto literário; a construção de conceitos relativos às teorias da comunicação e literária e,
ainda, a dimensão individual e a coletiva de utilização do material didático, a partir do percurso
traçado pelo enfoque metodológico e conteudístico para o trabalho com os temas selecionados
no currículo da Disciplina.

• PEREIRA, Paulo Roberto (Org.). Os Três Únicos Testemunhos do Descobrimento do Brasil. 2ª


ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999.
Os documentos históricos apresentados neste livro constam dos três únicos testemunhos consi-
derados presenciais, do ponto de vista de sua elaboração, sobre a descoberta do Brasil: a Carta
de Caminha, a Carta de Mestre João Faras e a Relação do Piloto Anônimo. Considerados informes
inaugurais sobre a Terra de Santa Cruz, constituem-se em fontes documentais para o estudo da
História do Brasil, propiciando também enfoques relacionados aos estudos literários e da lingua-
gem, a partir da exploração do vocabulário quinhentista e da análise das cartas-narrativas, identi-
ficadas com o gênero textual Relato de Viagem.

• SARAIVA, José Hermano. História Concisa de Portugal. 20ª ed. Portugal: Europa-América, 1999.

Obra de referência para o estudo da Literatura Portuguesa e para o estudo da Literatura Brasilei-
ra em análise crítico-comparativa com a produção literária ibérica, cujos códigos influenciaram
marcadamente os três primeiros séculos do que se denomina como Literatura da fase colonial no

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

Brasil. Indica-se para enriquecimento teórico sobre a Literatura de Informação a Unidade “1498-
1580: Monopólio Oriental”, com especial ênfase para o Capítulo 41 “O descobrimento e a coloni-
zação do Brasil”, que possibilitam compreender de forma abrangente o contexto das explorações
ultramarinas do ponto de vista de suas principais causas, pelos eventos históricos anteriores que
levaram à colonização do Brasil, como, por exemplo, o declínio dos lucros obtidos nas vantagens
comerciais com as especiarias das Índias e a expansão da fé cristã, por meio da catequização dos
nativos indígenas como parte do projeto contrarreformista de combate aos ideais protestantes.

• Quadro-Resumo da Literatura Brasileira


Saiba Mais
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/ portugues/literatura_brasileira/es-
tilos_literarios/cronologia_quadro
Neste site de estudos online encontram-se disponíveis conteúdos de todas as Disciplinas curricu-
lares para o Ensino Médio. Nos links de navegação é possível responder a simulados online e fazer
download de livros, além da consulta a resumos sobre conteúdos, ao calendário com as datas
dos principais exames de vestibulares do país e a notícias atualizadas sobre temas relacionados à
carreira profissional e a concursos. No link selecionado nesta seção é possível acessar um quadro
sinótico dos principais estilos da Literatura Brasileira, com informações gerais sobre suas princi-
pais tendências estéticas, obras, autores, datas limítrofes, informações sobre o contexto histórico
e cultural em que se desenvolveu o estilo em estudo etc.

• A Carta de Caminha, de Pero Vaz de Caminha

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/a_ carta_de_caminha
Neste link disponível no site de estudos online Passeiweb é possível fazer download a Carta de
Caminha; ler um artigo sobre o panorama histórico e cultural da Literatura de Informação, que for-
nece uma resenha da Carta de Caminha; realizar um simulado online com questões sobre o Qui-
nhentismo e sobre as literaturas de Informação e Jesuítica, com gabarito disponível para correção.

• SOUZA, Jésus Barbosa; CAMPEDELLI, Samira Youssef. Literaturas Brasileira e Portuguesa. 2ª


ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Este livro didático destinado à abordagem aprofundada e estrita de Literatura Brasileira e Por-
tuguesa focaliza os principais movimentos literários na historiografia da Literatura Ocidental e
apresenta, ao fim de cada Unidade, a seção Sistematizando que reúne um simulado com questões
extraídas dos principais exames de vestibular e do ENEM, possibilitando o uso pedagógico no
planejamento de revisões e de avaliações. As propostas de atividades trabalham as habilidades
de Leitura relacionadas às manifestações literárias do período Quinhentista, através da leitura
analítica de textos dos principais expoentes do período em estudo. A seção Conectando apresen-
ta uma proposta de atividade articulada à utilização de mídias diversas (filmes, músicas, jornais
etcetc.), sendo consideradas como o ponto forte do livro.

• Literatura de Informação

http://www.robertoavila.com.br/arquivos/literatura_aula09.htm
Nesta página criada pelo professor Roberto Ávila encontram-se disponíveis conteúdos relacio-
nados às Disciplinas Língua Portuguesa e Literaturas. No link em destaque é possível ter acesso
a uma aula sobre Literatura de Informação, que apresenta um breve panorama histórico do pe-
ríodo quinhentista, situando textos informativos e jesuíticos no amplo contexto das conquistas
ultramarinas, da colonização e da catequização produzidos pelos viajantes e missionários como
registros que refletiam o interesse da metrópole portuguesa no controle das conquistas materiais
e espirituais, de forma geral. A síntese teórica apresentada como aula complementa-se com a
seleção de questões de vestibulares, cujo foco de avaliação busca retomar os principais pontos do
conteúdo abordado.

10
LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

Tema 2

RELATO DE VIAGEM E CRÔNICA


Neste Bimestre, o enfoque didático com os temas Relato de Viagem e Crônica orienta-se para o
desenvolvimento das competências comunicativas relacionadas às habilidades de produção de
texto: o foco do bimestre em gêneros de dupla filiação – pertencentes ao universo literário e à
produção jornalística – possibilita trabalhar conteúdos como níveis de linguagem, variações lin-
guísticas, tipos de discurso, elementos da narrativa e a exploração equilibrada entre modalidades
de uso da língua, sobretudo no trabalho com o gênero relato de viagem. Nesta perspectiva, o co-
loquialismo da linguagem, em articulação ao ajuste contextual dos temas abordados nas crônicas
ou dos cenários descritos nos relatos de viagem, torna-se um ponto de identificação imediata do
público-alvo com os textos, aumentando a atratividade das atividades propostas sobre os gêne-
ros textuais em foco no Bimestre, ao mesmo tempo em que estimula a reflexão crítica sobre os
temas cotidianos, como primeiro passo para a produção escrita autônoma de textos dos gêneros
estudados. A atividade de produção de uma crônica ou de um texto do gênero relato de viagem
possibilita, ainda, referenciar fatores de textualidade como a coesão (referencial e sequencial) e
aprimorar a construção da coerência, pelo emprego de relações lógico-semânticas e pela conexão
de elementos gramaticais que garantem a progressão textual. Importa destacar que Crônica e Re-
lato de Viagem, embora possuam traços estruturais característicos próprios, assemelham-se prin-
cipalmente pela subjetividade e pelo tom opinativo, que os distanciam da imparcialidade. Na crô-
nica, no entanto, deve-se sublinhar que as observações/relatos de caráter mais pessoal tendem
a constituir o tema da crônica, enquanto as informações subjetivas constroem gradativamente as
bases argumentativas da exposição que se fará nos parágrafos subsequentes, até que a conclusão
possa apresentar ao leitor uma espécie de reflexão, promovida pelos argumentos explicitados.
Assim como diversos os tipos de relato (de viagem, de experiência, histórico etc) devem-se apre-
sentar ao aluno os principais tipos de crônicas (mundana, lírica, filosófica, humorística, jornalística
etc), como ilustração das tendências do gênero e da possibilidade de escrita sobre temas variados.

Conexões com Leitura


Habilidades e
• Diferenciar texto literário de não literário.
Competências
• Identificar as diferenças estruturais e temáticas que distinguem crônica literária de crônica jor-
nalística.

Uso da Língua

• Reconhecer os elementos da comunicação.

• Identificar o sentido denotativo e conotativo da linguagem.

• Identificar a funções da linguagem: referencial, metalinguística e poética.

• Identificar e empregar relações lógico-discursivas marcadas por conectores coordenativos.

• Reconhecer a construção do enunciado a partir de unidades sintagmáticas.

Produção Textual

• Produzir relatos de viagem.

• Produzir
uma crônica a partir de notícia de jornal, editando-a, sob a orientação do professor,
para publicação em jornal mural ou blog informativo produzido pela turma.

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

Sugestões de • Apresentar aos alunos textos de gêneros variados como a notícia, a reportagem, a entrevista, o
conto e a crônica, que tratem do mesmo tema, a fim de que sejam identificadas as características
atividades
principais que possibilitam reconhecer e diferenciar estruturalmente e composicionalmente os
textos dos gêneros em análise. Nesta sugestão de atividade, pode-se elaborar um quadro com a
sistematização destas principais características (do ponto de vista linguístico e das condições de
produção e de circulação), para dinamizar sua assimilação e fixação dos conteúdos trabalhados.

• Distribuir aos alunos imagens extraídas de jornais, revistas ou da internet, para que sirvam como
sugestão para a produção de crônicas, a partir da leitura das imagens em análise.

• Apresentar aos alunos três crônicas de diferentes autores, suprimindo o final dos textos, para
que os alunos, após escolherem o texto de sua preferência, produzam finais para as crônicas
lidas, que serão comparados ao final original.

•A partir da leitura e análise comparativas das crônicas “O nascimento da crônica”, de Macha-


do de Assis, “Os bastidores da crônica”, de Martha Medeiros e “Meu Ideal Seria Escrever”, de
Rubem Braga, disponíveis nos links abaixo, que tematizam o processo de produção da crônica,
propor aos alunos questões sobre identificar a estrutura do gênero, sobre seu histórico de surgi-
mento e sobre comparações que aproximem ou diferenciem as duas crônicas em análise, quanto
ao contexto de produção e a maneira como o tema é abordado pelos autores.
http://www.almacarioca.net/o-nascimento-da-cronica/
http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=305&titulo=Os_bastidores_da_
cronica
http://www.releituras.com/rubembraga_meuideal.asp

• Orientar a pesquisa das seguintes crônicas em manuais didáticos, coletâneas ou na internet: “O


Mineirinho”, de Clarice Lispector; “A Casa das Ilusões Perdidas”, de Moacyr Scliar; “A última Crô-
nica”, de Fernando Sabino e “Essa Mocidade de Hoje”, de Marcos Rey, para que, após a leitura
das crônicas e da retomada dos conceitos sobre a estrutura do gênero, os alunos possam sele-
cionar um dos textos para produção de um texto do gênero notícia, mantendo o mesmo tema
polemizado na crônica. Sugere-se que, elaboradas as crônicas, os alunos retomem a notícia, para
estabelecer comparações entre a forma de abordagem das questões nos dois gêneros textuais
distintos.

Material de Apoio • Relatos: a Constituição do Sujeito

(para uso em sala http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20102


de aula) Sugestão de Plano de Aula disponível no Portal do Professor (MEC) aborda características estrutu-
rais do gênero relato, os principais tipos de relatos e a construção de textos desse gênero, através
da recuperação de elementos característicos da tipologia textual narração. As propostas de ativi-
dades pontuam a distinção entre relato histórico, relato pessoal e relato de viagem em oposição
a gêneros como a notícia, com destaque para a influência das especificidades da situação de
produção na construção do texto, na modalidade oral ou escrita. Na abordagem proposta por esta
sugestão de plano de aula, enfatiza-se a construção da imagem do relator, de sua subjetividade,
através da reconstrução do contexto que serve de tema ao relato. Organizada em duas sugestões
de atividades, a proposta busca trabalhar a construção dos diferentes pontos de vista na análise
dos relatos disponibilizados, e estimular a produção individual de relatos que serão compartilha-
dos com os colegas para novas análises.

• Crônica: a Arte da Vida na Sala de Aula

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/cronica-arte-vida-sala-aula-531809.shtml
Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita,
focaliza o trabalho das características do gênero textual Crônica, tais como sua estrutura compo-
sicional e os suportes geralmente destinados à sua publicação. Esta sugestão didática tem como

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

ponto de partida a reportagem “Brasileiro não gosta de ler?”, da cronista Lya Luft, publicada na
revista Veja, cujo link para acesso encontra-se disponível nas etapas da sequência didática. Para
ampliação do repertório de textos e de autores do gênero em estudo, as atividades propostas
sugerem uma pesquisa biobibliográfica e a escolha de uma crônica, para apresentação oral so-
bre o gênero, a temática e o autor, e como inspiração para a produção de texto. O Plano sugere
a exibição do filme “Crônica de uma morte anunciada”, baseada no livro homônimo de Gabriel
Garcia Marquez e a leitura d coletâneas de crônicas dos volumes da série “Para Gostar de Ler”, da
Editora Ática.

• Caso de Polícia?

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/caso-policia-530627.shtml
Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita,
propõe o estudo das características do gênero textual Crônica, através da leitura dos textos “Sobre
o Amor”, de Rubem Braga, e “Aiaxoga Surucuá, Uma Narrativa Suruí”, compilado pela antropóloga
Betty Mindlin. Objetiva-se que a leitura das crônicas indicadas seja articulada à da reportagem “A
Dose Certa de Ciúme” (com link de acesso disponível na sequência de atividades), e à pesquisa
sobre obras literárias, filmes e músicas que apresentem o ciúme como temática predominante. A
3ª atividade, com base na crônica “Sobre o Amor”, apresenta uma sugestão de roteiro de análise,
que destaca as principais características do gênero textual em estudo, para subsidiar a construção
do conceito de crônica e, a partir das sugestões temáticas fornecidas, inspirar a produção de tex-
tos do gênero, para compor uma coletânea organizada pela turma.

• Viajando nas Letras

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/viajando-letras-499733.shtml
Esta sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor
Civita, tem por objetivo o conhecimento da estrutura composicional do gênero Relato de Via-
gem, a partir da leitura de textos desse gênero, como subsídio para a produção de texto. A breve
exposição sobre o histórico do gênero referencia obras célebres como a “Odisseia” de Homero
e “As viagens de Marco Polo”, sobre as aventuras do comerciante veneziano pela rota que ligava
o Ocidente ao Oriente. Na seção de atividades, as sugestões de textos de Clarice Lispector, Luis
Fernando Veríssimo, Gabriel Garcia Marquez e Amyr Klink possibilitam ampliar o repertório dos
alunos sobre textos identificados com o gênero relato de viagem e servem ao debate sobre os
diferentes estilos assumidos pelas narrativas em análise. A sequência didática se encerra como a
proposta de produção de relatos de viagem, com base nos textos lidos. Os links para acesso aos
textos indicados estão disponíveis ao fim da proposta na seção Quer saber Mais?

Conexão com livros COLEÇÃO PORTUGUÊS: SER PROTAGONISTA (2010)


do PNLD
BARRETO, Ricardo Gonçalves (Org.). Português: Ser Protagonista. 1ª ed. Edições SM: São Paulo,
2010.
Indica-se para o trabalho com o gênero textual Crônica, no volume III da Coleção, o Capítulo 31.
Crônica (p. 314-322), que sistematiza as principais características estruturais do gênero e a im-
portância do contexto de produção como fonte de sugestões temáticas, para textos inteiramente
ficcionais ou baseados em fatos reais noticiados na mídia. Neste Capítulo, a abordagem do gê-
nero Crônica estrutura-se a partir da leitura de textos de Luis Fernando Veríssimo, Rubem Braga
e Fernando Sabino, considerados referenciais na produção de textos do gênero. As atividades
privilegiam a habilidade da competência de Produção Textual “Produzir uma crônica a partir de
notícia de jornal, editando-a, sob a orientação do professor, para publicação em jornal mural ou
blog informativo produzido pela turma”, propondo a elaboração de uma crônica a partir de texto
do gênero Notícia, apresentam sugestões temáticas para a produção de texto e expõem quadros
esquemáticos para orientar as etapas de planejamento, produção e avaliação das crônicas produ-
zidas. O Capítulo 30. Conexões e Expressão (p. 292-309) aborda a competência de Uso da Língua
“Identificar e empregar relações lógico-discursivas marcadas por conectores coordenativos”, com
destaque para o enfoque dos conectores nas perspectivas morfológica, semântica e sintática, e

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

para sua função como recurso coesivo e para a manutenção da coerência e progressão textual. Ao
fim do Capítulo 30, a seção Vestibular apresenta seleção de questões extraídas de vestibulares,
que retomam os principais conceitos trabalhados sobre o emprego de conectivos.

COLEÇÃO PORTUGUÊS: LINGUAGENS (2010)


CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. Ed. reform. São
Paulo: Saraiva, 2010.
Indica-se para o trabalho com o gênero textual Crônica, no volume III da Coleção, o Capítulo 5. A
Crônica (p. 58-66) aborda o gênero, com ênfase na distinção entre crônica literária e crônica jor-
nalística, a partir de seus elementos composicionais. As atividades propostas retomam conceitos
estruturais do gênero, propiciando a fixação e domínio dos elementos que servirão de subsídio à
produção textual. O Capítulo apresenta, ainda, informações sobre o histórico do gênero no Brasil,
cuja tradição remonta aos folhetins do Romantismo, quando do desenvolvimento da Imprensa, e
traçar um panorama do prestígio do gênero nos dias atuais, citando seus principais expoentes na
modalidade jornalística e na literária. Na seção Produzindo a Crônica, as orientações para a pro-
dução de texto propõem a organização de um livro de crônicas com textos de autoria dos alunos,
elaborados com base nas sugestões temáticas apresentadas. A partir da crônica de Carlos Heitor
Cony sobre o filme “Tempos Modernos”, estrutura-se a proposta de produção de crônica, com
base no roteiro fornecido e nas sugestões de filmes baseados em crônicas célebres como o “O
Homem Nu”. Ao fim do Capítulo, a seção Escrevendo com Adequação detém-se na exploração da
técnica de impessoalização da linguagem, através da indeterminação do sujeito, do emprego da
voz passiva e da utilização dos verbos haver, fazer, existir etc., o que possibilita ampliar o enfoque
dos conteúdos indicados pelo descritor “Reconhecer a construção do enunciado a partir de uni-
dades sintagmáticas” e aprimorar a produção da crônica do tipo jornalística.

COLEÇÃO LÍNGUA PORTUGUESA: LINGUAGEM E INTERAÇÃO (2010)


FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; JÚNIOR, José Hamilton Maruxo. Língua Por-
tuguesa: Linguagem e Interação. São Paulo: Ática, 2010.
Indica-se no volume I desta Coleção, o Capítulo 3. A Crônica (p. 73- 99), que aborda o gênero em
estudo nas esferas jornalística e literária. Neste Capítulo, além das características estruturais do
gênero textual Crônica, destaca-se o enfoque a elementos da narrativa; aos tipos de discurso;
ao conceito de enunciação e de enunciado; à abordagem do histórico de evolução do gênero
crônica, desde o Humanismo; e à distinção entre crônica, conto e novela. As atividades propos-
tas privilegiam destacadamente o trabalho com as habilidades das competências de Leitura e de
Produção Textual “Diferenciar texto literário de não literário” e “Produzir uma crônica a partir de
notícia de jornal, editando-a, sob a orientação do professor, para publicação em jornal mural ou
blog informativo produzido pela turma”. Na seção “Agora é Com Você!” encontram-se disponíveis
indicações de livros e sites, entre outros recursos, como suplemento à abordagem dos conteúdos
trabalhados. Ainda no volume I, o Capítulo 7. O Relato de Viagem (p. 192-221) aborda o gênero
Relato de Viagem, com destaque para a distinção entre narrativa e relato, a partir de aspectos
estruturais e composicionais. A retomada de textos quinhentistas como os de Pero de Magalhães
Gândavo e Hans Staden favorece a articulação do gênero relato de viagem ao enfoque dos textos
que compõem a Literatura Informativa, também tematizados neste Bimestre.

COLEÇÃO PORTUGUÊS: LITERATURA, GRAMÁTICA E PRODUÇÃO DE TEXTO (2010)


SARMENTO, Leila Lauar; TUFANO, Douglas. Português: Literatura, Gramática e Produção de Texto.
1ª ed. São Paulo: Moderna, 2010.
Indica-se para a abordagem do gênero textual Crônica o Capítulo 18. A Crônica (p. 436-441), do
volume II desta Coleção. Centrado no desenvolvimento das habilidades das competências de Lei-
tura e de Produção Textual “Identificar as diferenças estruturais e temáticas que distinguem crôni-
ca literária de crônica jornalística” e “Produzir uma crônica a partir de notícia de jornal, editando-
-a, sob a orientação do professor, para publicação em jornal mural ou blog informativo produzido
pela turma”, focaliza a construção do humor no texto do gênero crônica e retoma o estudo de

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

elementos da narrativa, tais como foco narrativo, personagens e desfecho. Ao contextualizar a


crônica como gênero comumente veiculado em jornais e revistas, a abordagem estabelece a dis-
tinção entre o tipo literário e o jornalístico, como subsídio às propostas de produção de texto,
estruturadas a partir dos roteiros fornecidos no Capítulo e da articulação da proposta a textos do
gênero notícia, que, neste enfoque, assumem a função de textos-geradores para a proposta de
produção de crônicas, que formarão um painel expositivo da turma.

Interdisciplinaridade • Você e sua classe estão convidados a navegar pelo tempo

http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/voce-sua-classe-estao-convidados-navegar-pelo-
-tempo-426687.shtml

Componente Curricular de Interdisciplinaridade: História do Brasil


Sugestão de Plano de Aula disponível no site da Revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita,
propõe um percurso pelos principais textos quinhentistas produzidos no contexto histórico das
grandes navegações europeias nos séculos XV e XVI. Para além da recuperação das transições polí-
ticas, religiosas, econômicas e culturais que culminaram nas expedições marítimas, esta sugestão
didática detém-se na análise dos textos documentais elaborados pelos cronistas viajantes e mis-
sionários, através dos quais é possível recriar o cotidiano das expedições e as impressões da visão
euroetnocêntrica dos colonizadores europeus sobre as maneiras distintas como se organizavam
os povos nativos dos territórios explorados em Ásia, África e América. As propostas de atividades
articulam-se à leitura de reportagens da Revista Veja sobre os 500 anos de Descobrimento do
Brasil (links de acesso disponíveis na página deste Plano), que podem ser utilizadas como sugestão
temática para a produção de textos do gênero relato de viagem e para a ampliação dos enfoques
sobre textos da Literatura de Informação, trabalhados neste Bimestre.

Sugestões de (ENEM – 2004)


Avaliação O jivaro
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um jornal sua con-
versa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um morto até ela ficar bem
pequenina. Queria assistir a uma dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha
contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
― Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.
E o índio:
― Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
(Rubem Braga)
O assunto de uma crônica pode ser uma experiência pessoal do cronista, uma informação obtida
por ele ou um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também varia: pode ser uma
descrição objetiva, uma exposição argumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade
pretendida, pode-se promover uma reflexão, definir um sentimento ou tão somente provocar o
riso. Na crônica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos
seguintes elementos:

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

Assunto Modo de apresentar Finalidade


(A) caso imaginário descrição objetiva provocar o riso
(B) informação colhida narrativa sugestiva promover reflexão
(C) informação colhida descrição objetiva definir um sentimento
(D) experiência pessoal narrativa sugestiva provocar o riso
(E) experiência pessoal exposição argumentativa promover reflexão
GABARITO: B
Nesta questão que tem por objetivo a testagem de habilidades relacionadas ao reconhecimento
das características do gênero textual Crônica, retoma-se a habilidade da competência de Leitura
“Identificar as diferenças estruturais e temáticas que distinguem crônica literária de crônica jorna-
lística”, na medida em que a sugestão temática para produção da crônica de Rubem Braga é extra-
ída de uma reportagem publicada em jornal. Como crônica do tipo reflexiva, “O jivaro” expõe um
narrador em 1ª pessoa, recurso que produz a interlocução com o leitor em linguagem informal,
simples e direta. Neste tipo de crônica, a partir de um fato particular busca-se estimular a reflexão
de alcance geral e a autoanálise sobre os princípios humanos. Quanto às diferenças estruturais
e temáticas que estabelecem a distinção entre crônica jornalística e crônica literária, a primeira
caracteriza-se, em linhas gerais, pela exposição de comentários críticos, com a finalidade de infor-
mar o leitor sobre fatos da atualidade, em linguagem mais densa e formal. Importa, neste sentido,
enfatizar que a origem da crônica jornalística remonta ao Journal de Débats, publicação francesa
da segunda metade do século XVIII e que, no Brasil, com o desenvolvimento da imprensa no sé-
culo XIX, a publicação de crônicas em jornais constituía-se em via duplamente importante para os
escritores-jornalistas: como possibilidade de sobrevivência material e como busca por divulgação,
ascensão e reconhecimento público no campo da produção intelectual de sua época. A crônica
literária caracteriza-se, basicamente, pela tematização do real, a partir da recriação subjetiva dos
fatos. Na crônica “O jivaro”, Rubem Braga vale-se de um tema extraído de uma reportagem de jor-
nal como ponto de partida para a construção de texto que recebe tratamento estético. Quanto ao
estilo, a crônica literária caracteriza-se, geralmente, pela utilização de recursos expressivos como
figuras de linguagem e, não raro, pela inclusão de elementos composicionais da narrativa como
personagens, conflito, espaço e tempo, o que tende facilmente a aproximá-la do gênero textual
conto. Sublinhe-se, no entanto, que a distinção pontual entre crônica e conto faz-se pela densida-
de na construção do enredo: no conto a narrativa é conduzida pela tensão gerada pelo conflito,
que a encaminha naturalmente para o desfecho.

(SAERJINHO – 2011 - adaptada)


Rio Comprido
A essas analogias podem servir ainda certos fragmentos de memória que — como nos sonhos,
surgem, somem remergulham feito coisas dentro de uma fervura de panela. Pedaços ora verda-
deiros, ora ocultos por um símbolo. São tudo chaves, as chaves que eu também usei para abrir
nossa velha casa e entrar, como nos jamais. Nela, além de meus mortos (esses meus mortos que
me matam!), encontrei sempre Napoleão Bonaparte, Sancho Pança, Dom Quixote de La Mancha,
Genoveva de Brabant... Sim, Genoveva de Brabant cuja história li em Aristides Lobo, num peque-
no volume vermelho onde ela e Golo vinham com outra novela chamada Os Ovos de Páscoa. Dela
tenho recordações pessoais e não as recordações de Proust. Recordações que não posso sacrificar
porque o último também as teve.
NAVA, Pedro. Baú de ossos. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974. P. 306. Fragmento.
Nesse texto, a expressão “... ora ocultos por um símbolo.” (l.9-10) estabelece com o trecho ante-
rior uma relação de:
(A) adição.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) explicação.
(E) oposição.
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LÍNGUA PORTUGUESA 1ª Série − Ensino Médio

GABARITO: B
Esta questão tem por objetivo a testagem da habilidade da competência de Uso da Língua “Iden-
tificar e empregar relações lógico-discursivas marcadas por conectores coordenativos”. No frag-
mento em análise, a conjunção coordenativa “ora” inicia a oração em que está expressa a relação
de alternância entre duas possibilidades. Na produção do texto, o emprego de conjunções é de-
terminante para a construção da textualidade, ou seja, a reunião de fatores linguísticos e extra-
linguísticos que o tornam uma unidade linguística portadora de sentido e de intencionalidade
comunicativa. Dentre os fatores linguísticos de textualidade destacam-se a coesão e a coerência:
enquanto a coerência diz respeito a fatores lógico-semânticos e cognitivos relacionados à constru-
ção do sentido, a coesão se apresenta como sua manifestação linguística, sendo percebida através
dos mecanismos lexicais e gramaticais (conexões estabelecidas entre palavras, orações, frases,
parágrafos etc) responsáveis pela construção da trama textual. Neste sentido, importa enfatizar
que, no processo de produção do texto, as conjunções atuam com função relacional e conectiva
para as articulações gramaticais, contribuindo para o encadeamento e progressão do texto, para
a clareza das relações de sentido e para a manutenção da unidade temática do texto.

Material de • COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de Gêneros Textuais. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Edi-
apoio (para uso tora, 2009.
do professor) Ao focalizar as causas propulsoras da recente mudança de paradigma no ensino de língua mater-
na no mundo ocidental, o autor apresenta uma compilação de aproximadamente 500 gêneros
textuais e/ou discursivos - dos consagrados pela tradição e escolarização, até os emergentes do
discurso digital – para os quais fornece descrição, exemplos e contextualização nos suportes de
circulação sociocultural. Reconhecendo a lacuna decorrente da precária socialização das teorias
sobre o texto, em articulação às do ensino, o autor analisa a inclusão do conceito de gênero como
objeto e objetivo da prática de ensino de Língua Portuguesa, enfatizando aspectos teóricos socio-
-históricos e interativos que influenciam nas condições de produção do texto.

• Gêneros Textuais no Ensino de Língua Portuguesa

http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/linhadagua/images/arquivos/LD/23/Segate.pdf
Ancorado nos pressupostos da Linguística Textual, o estudo apresentado neste artigo enfatiza a
importância da utilização dos gêneros do discurso como estratégia para o processo de ensino-
-aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa, do ponto de vista das múltiplas possibilidades em
que se constituem, enquanto formas de funcionamento da língua e da linguagem. Ao considerar
o texto como unidade linguística dotada de intenções sociais e comunicativas, esta perspectiva al-
terou significativamente o panorama dos estudos sobre o texto, sobretudo por focalizar o estudo
da aprendizagem da língua em situações de interação, visando à aquisição da competência comu-
nicativa para os diversos contextos sociais em que as atividades e produções linguísticas ocorrem,
privilegiando o desenvolvimento do conjunto de habilidades de uso da língua, relacionadas à
competência textual do falante. Abordam-se, ainda, neste estudo a concepção de gêneros tex-
tuais segundo Schneuwly e Dolz, — cuja contribuição para os estudos sobre gêneros do discurso
centram-se em sua utilização como objetos de referência em sequências didáticas de produção de
textos —, e as concepções de prática de linguagem referenciadas pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) para a Disciplina Língua Portuguesa.

• A crônica: entre o Campo Literário e o Campo Jornalístico

http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_11/contemporanea_n11_02_sergio_arruda.pdf
Apresenta-se neste artigo um panorama do gênero textual crônica, nas modalidades literária e
jornalística, através da definição dos conceitos de campo jornalístico e de campo literário, para
situar e caracterizar a produção assumida pelo cronista em ambas as esferas intelectuais de pro-
dução, sob a ótica do contexto e das condições sociais de produção. O estudo centra-se na inves-
tigação das condições de produção de escritores do século XX como Machado de Assis, Clarice
Lispector, Manuel Bandeira e Nelson Rodrigues situados entre a produção literária e a atividade
jornalística, buscando traçar as particularidades e correlações advindas desse intercâmbio viven-

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LÍNGUA PORTUGUESA
1ª Série − Ensino Médio

ciado pelas identidades em contato do escritor-jornalista/escritor-cronista. Discutem-se, nesta


perspectiva, os conceitos de topos (espaço de condições materiais do escritor) e paratopos (lugar
paradoxal que determina a particularidade das condições de exercício da literatura de sua época),
tendo como exemplo a tradição da crônica na imprensa francesa do século XIX, para esboçar,
neste percurso, os principais traços distintivos que identificam as crônicas literárias em relação
às jornalísticas.

• O Gênero Crônica e a Prática Escolar

http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/pdf/maluv017.pdf
Este artigo destina-se à análise das possibilidades de uso didático do gênero textual crônica nas
aulas de Língua Portuguesa, por sua atratividade, a partir da localização das principais diferenças
entre a crônica literária e a jornalística, demonstrando variadas sugestões de abordagem temática
e de produção discursiva no enfoque deste gênero. Ao referenciar a Carta de Caminha como re-
gistro pontual da primeira crônica sobre o Brasil, a perspectiva de análise deste estudo pontua o
destaque do circunstancial como princípio básico da crônica, passando, em seguida, à análise do
folhetim como seção informativa em que se publicavam pequenos textos para informar os leitores
sobre os acontecimentos cotidianos. Na escrita da crônica, os registros de oralidade no texto es-
crito, constituem, neste enfoque, um viés para a análise de mecanismos linguísticos identificáveis
neste gênero de texto, tais como a estrutura argumentativa, a complementação pragmática de
lacunas morfossintáticas, a ruptura do tópico discursivo etc, que podem ser trabalhados nas ha-
bilidades das competências de leitura e de uso da língua, para ampliação da competência textual
nas aulas de língua materna.

• Textualização do Discurso de Relato

http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/documentos/op/em/linguaportuguesa/2010-08/op-
-em-lp-12.pdf
Orientação Pedagógica, disponível no site do Centro de Referência Virtual do Professor (SEE/MG),
aborda aspectos de textualização do gênero relato, a partir de suas características estruturais. O
enfoque norteador das orientações destaca a distinção entre os relatos oral e escrito, diferencian-
do-os de textos predominantemente narrativos, posto que, nos textos do gênero relato, o para-
digma temporal tem a duração exata da produção do discurso, sendo referenciado pelo uso de
advérbios e de expressões de conotação temporal. Embora o enfoque desta Orientação Pedagó-
gica abranja o gênero relato de maneira mais geral, sem atentar a suas especificidades, como, por
exemplo, o relato de viagem e de experiência, os tópicos de conteúdo e as habilidades indicadas
apontam para os principais pontos a serem explorados no domínio das habilidades linguísticas,
relacionadas às práticas discursivas de produção e de interpretação de textos.

Saiba Mais • Sabor da Crônica

http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/index.htm
Síntese teórica sobre o gênero Crônica, disponível no site da TV Cultura. Apresenta breve con-
ceituação sobre o gênero, seu histórico de surgimento e de evolução, traços distintivos entre a
modalidade jornalística e a literária, dicas para a produção de texto do gênero crônica, indicação
de livros sobre o gênero na seção Saiba Mais e exercícios que retomam os conceitos abordados,
através da análise da crônica “É de puxar os olhos”, de Ricardo Semler.

• Crônica: Exercícios

http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/cronica
Site de estudos online. Apresenta artigo sobre o gênero textual crônica, abordando conceitos
estruturais sobre o gênero, seus principais expoentes na literatura brasileira, a caracterização de
seus principais tipos e fragmentos de crônicas que exemplificam os conceitos abordados na ex-
posição teórica. Com base na leitura prévia do artigo “Crônica” são propostos exercícios para
resolução online, com gabarito disponível para correção.

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LÍNGUA PORTUGUESA 1ª Série − Ensino Médio

• Crônicas para Jovens: De Amor e Amizade

VASQUEZ, Pedro Karp. Crônicas para Jovens: De Amor e Amizade. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
Coletânea de crônicas da escritora Clarice Lispector, organizada pelo jornalista Pedro Karp, reúne
quarenta crônicas produzidas durante o período em que colaborou com os jornais A Noite, O Di-
ário da Noite, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e na Revista Manchete. Direcionados ao público
jovem, os textos tematizam relações humanas pautadas no Amor e na Amizade, como sentimen-
tos que atravessam relações e gerações.

• As Cem Melhores Crônicas Brasileiras

SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). Cem Melhores Crônicas Brasileiras. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2007.
Coletânea de crônicas, organizada pelo jornalista e escritor Joaquim Ferreira dos Santos, reúne
em ordem cronológica cem textos do gênero textual crônica, de autoria de 62 escritores, entre os
principais representantes do gênero no Brasil, tais como Fernando Sabino, Rubem Braga, Luís Fer-
nando Veríssimo, João do Rio e Paulo Mendes Campos, entre outros. As Cem Melhores Crônicas
Brasileiras é parte da trilogia formada pelos livros Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século
e Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século, que fornecem textos clássicos e informações
sobre autores célebres, para enriquecer e dinamizar o trabalho com estes gêneros nas aulas de
Língua Portuguesa e ampliar o repertório de leituras dos alunos.

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