Você está na página 1de 66

BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

1
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Há 17 anos, o Curso BR é referência nacional


na preparação para Concursos Públicos e
Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Pensando na praticidade e acessibilidade de uma


nova ferramenta de ensino, o Curso BR oferece um novo
material em formato Digital.

Aproveite a praticidade do material digital e


estude onde e quando quiser.

“Muito obrigado pela preferência e bons estudos.”

Sua aprovação começa agora!

© - Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por
escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros.

2
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

SUMÁRIO

4 LÍNGUA PORTUGUESA
37 RACIOCÍNIO LÓGICO/MATEMÁTICO
51 CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS

3
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão de texto

O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer concurso público. Mas para uma
disciplina específica é ponto chave para que os candidatos consigam o maior número de acertos.

A interpretação de textos, tão comum em provas de Português, sempre foi um tópico de grande dificuldade
para os candidatos a concursos públicos ou vestibulares.

As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto, conseguem lê-lo, mas não aprofundam a leitura,
não extraem dele aquelas informações que uma leitura superficial, apressada, não permite.

Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam poder ajudá-las.

Caem, então, no velho vício de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem sempre dizem respeito à
compreensão e interpretação dos textos e no final, cansadas, não fazem o essencial: ler uma grande
quantidade de textos — e tentar interpretá-los.

Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a ideia principal, quais os argumentos
que comprovam a ideia, como o texto está escrito e outras nuanças. Em suma, procurar interpretar
corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.

Compreensão

A base conceitual da interpretação de texto é a compreensão. A etimologia, ainda que não seja um recurso
confiável para estabelecer o significado das palavras, pode ser útil aqui, para mostrar a diferença entre
compreender e interpretar. “Compreender” vem de duas palavras latinas: “cum”, que significa “junto” e
“prehendere” que significa “pegar”.

Compreender é, portanto, “pegar junto”.

Essa ideia de juntar é óbvia em uma das principais acepções do verbo compreender: ser composto de dois
ou mais elementos, ou seja, abarcar, envolver, abranger, incluir.

Vejamos alguns exemplos para ilustrar essa acepção:

• O ensino da língua compreende o estudo da fala e da escrita.

• A gramática tradicional compreende o estudo da fonologia, da morfologia, da sintaxe e da


semântica.

4
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• A leitura compreende o contato do leitor com vários textos.

Saber ler corretamente

Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou combinações linearmente
ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a “enxergar” todo o contexto denotativo e
conotativo. É preciso compreender o assunto principal, suas causas e consequências, críticas, argumentações,
polissemias, ambiguidades, ironias, etc.

Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os propriamente


linguísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante variada. Bom leitor,
portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.

Erros de Leitura

Extrapolar

Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando-lhe ideias que não
estão presentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido.
Frequentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade em outros contextos e não
naquele que está sendo analisado.

Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma parte ou aspecto
do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas um fato ou uma relação
que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o conjunto das ideias.

Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos
ideias que, embora no texto, não se relacionam entre si.

Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer leituras diárias, pois é através dela
que o indivíduo terá um vocabulário mais amplo e um conhecimento aprimorado da língua portuguesa.
Praticar a leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o concurseiro possa entender os
enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao estudar, se houverem palavras não entendidas,
procure no dicionário. Ele será seu companheiro na hora das dúvidas.

Em questões que cobram a interpretação de textos como, por exemplo, aquelas que existem textos de
autores famosos ou de notícias, procure entender bem o enunciado e verificar o que está sendo cobrado,
pois é preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e não aquilo que o candidato
pensa.

Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de reconhecimento e leitura
interpretativa.

5
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo informações importantes e verificando
a mensagem do escritor.

No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes, palavras-chaves e relacionar cada
parágrafo com a ideia central do texto.

Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um seguindo uma linha de
raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto, que podem ser narrativo, descritivo e dissertativo.
Cada tipo desses, possui uma forma diferente de organização do conteúdo.

Tipos de textos

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num
determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos
são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
– Apresentação;
– Complicação ou desenvolvimento;
– Clímax;
– Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas: A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a
importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua
contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes,
esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade: Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos
histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados
narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos dizer que
nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Os Elementos da Narrativa: Os elementos que compõem a narrativa são:
– Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
– Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
– Narrador (narrador- personagem, narrador observador).
– Tempo (cronológico e psicológico);
– Espaço.

Exemplo de Texto Narrativo:

Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e implorava para o
seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e
vontades. Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos.E nada acontecia. Até que no dia do Santo,
de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva
gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Descritivo

6
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

“Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos
seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem.”
Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares,
mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção
do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para
apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar
mais consistência ao texto.
Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas. Um bom exercício para levar a
criança a vivenciar o texto descritivo e pedir que ela olhe em volta e escreva ou fale o que está vendo,
descrever objetos como, sua mochila, estojo, etc. Ou que ela conte como é o coleguinha ao lado, (nessa é
bom ter cuidado, pois elas costumam achar defeitos horrorosos).
Algumas das características que marcam o texto descritivo são:
•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.
•adjetivos e locuções adjetivas.
•presença de verbos de ligação.
•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos adjetivos.
•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das características que se deseja
descrever.
Essa é a explicação básica e resumida de “como ensinar texto descritivo para crianças”. Lembrando que ao
descrever seres vivos, as características psicológicas e comportamentais, também fazem parte da descrição.

Exemplo de texto descritivo:

“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem o marrom, o verde, o
vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento
por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

Dissertativo

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo
pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente ao texto de apresentação científica, o relatório, o texto
didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e
sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista
do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e
modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. O texto dissertativo
argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.

Introdução (1o parágrafo): Apresenta a ideia principal da dissertação, podendo conter uma citação, uma ou
mais perguntas (contanto que sejam respondidas durante o texto), comparação, pensamento filosófico,
afirmação histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e desenvolvimento do tema, na qual o
autor dá a sua opinião e tenta persuadir o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa (invés de “eu sei”, use
“nós sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma proposta de solução para os
problemas nele tratados.
Exemplo de texto dissertativo:

Uma nova ordem

7
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem, os
escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da administração pública
exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males. As
instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes,
eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam
comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de trabalhadores na rua,
ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem e sentem, procurem
manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma
democracia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da
história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita,
urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova
ordem na ética e na moral.

Lembre-se

Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado.


O texto é como uma colcha de retalhos. O candidato deve dividi-lo em partes, ver as ideias mais importantes
em cada uma e enxergar a coerência entre elas.

8
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

9
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Questões de Concursos

1 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para
humilhar ninguém". Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso
escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém",
entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e
inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina.
Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em
condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo
de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar:
houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado
pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as
canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os
incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está
vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é
bom porque vende"?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é
importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão" se já
ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores
clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e
Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música
dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso
antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.

(João Cláudio Figueira, inédito)

A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam

• a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial
sensibilidade.

• b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.

• c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revolucionárias.

• d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.

10
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu gosto
pessoal.

2 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música clássica em
particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a seguinte:

• a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de todos os
níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.

• b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais são feitas
sem qualquer critério ou disciplina.

• c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes não deve
constranger, mas estimular nosso prazer.

• d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau gosto de
quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.

• e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música clássica está
em condições de sentir um verdadeiro prazer.

3 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:

I. Têm significação equivalente, no 2° parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver nossa
sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de quem, diante
de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções possíveis, para
que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) II e III.

• b) III.

• c) II.

• d) I e III.

• e) I.

4 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

11
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

• a) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma coisa.

• b) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou rejeição.

• c) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.

• d) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.

• e) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.

5 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo


chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A
questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se
fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é
"provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que
não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por
vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa
hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90.
Para Harris, os jovens vêm programados para ser
socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças
com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa
para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não
terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com
a dos jovens que os cercam.
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por
bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades.
Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a)
garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo
sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com
a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno
encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura
onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo
vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir
meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos.

12
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de


influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e
a escola que frequentará.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo,
7/12/2014)

À pergunta O investimento faz sentido? o próprio autor responde: “provavelmente sim”. Essa resposta se
justifica, porque

• a) as grandes concentrações humanas estimulam características típicas do que já foi nosso ambiente
ancestral.

• b) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por desenvolver nos alunos uma subcultura crítica
em relação ao ensino.

• c) a escola, ao contrário do que se imagina, tem efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da
convivência familiar.

• d) as influências dos pares de um educando numa escola pública são menos nocivas do que os
exemplos de seus pais.

• e) a qualidade do convívio de um estudante com seus colegas de escola é um fator determinante


para sua formação.

6 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes (3º
parágrafo) o autor está afirmando que a socialização nas escolas se dá de modo a

• a) criar grupos fortemente tipificados.

• b) dissolver os agrupamentos perniciosos.

• c) promover a competitividade entre os grupos.

• d) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.

• e) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.

7 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:


I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a de que os estudantes migrantes são menos sensíveis
às influências dos pais que às de seus professores.
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade de outro mau aluno prova que as deficiências da
vida familiar antecedem e determinam o mau aproveitamento escolar.
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem ser positivos ou negativos os traços de afinidade que
levam os estudantes a se agruparem.

13
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) I e III.

• b) I.

• c) III.

• d) II e III.

• e) I e II.

8 - FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário

Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-
intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por
grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas
egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores decisões da história, Stephen Weir)

A primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:

• a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes;

• b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;

• c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;

• d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a seguir;

• e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.

GABARITO

1-D 2-C 3-B 4-A 5-E 6-A 7-C 8-B

Sinônimos e antônimos

As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos:

casa - lar - moradia - residência


longe - distante
delicioso - saboroso
carro - automóvel

Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente
encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.

14
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam
sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:

Comprei um novo lar.

Observação: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de
elementos que inter-relacionam as partes dos textos.

Antônimos

São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:

mal / bem
ausência / presença
fraco / forte
claro / escuro
subir / descer
cheio / vazio
possível / impossível

Frases (afirmativa, negativa, exclamativa, interrogativa)

As frases podem ser classificadas em afirmativas e negativas, conforme exprimam uma afirmação ou uma
negação.

Frases afirmativas
As frases afirmativas expressam afirmações:

Ontem eu fui ao dentista.


Meu pai gosta daquela cantora.
O vidro da janela está muito sujo.
Claro que eu pedi ajuda.
Eu fui selecionada no processo de seleção da empresa.

Frases negativas
As frases negativas expressam negações:

Ontem eu não fui ao dentista.


Meu pai nunca gostou daquela cantora.
O vidro da janela nem está muito sujo.
Eu jamais pedirei sua ajuda.
Eu tampouco fui selecionada no processo de seleção da empresa.
Nas frases negativas, a noção de negação é transmitida pela presença de um advérbio de negação, como:
não, nunca, jamais, nem e tampouco.

A classificação das frases em afirmativas e negativas é uma classificação distinta da feita de acordo com o
tipo das frases (frases declarativas, frases interrogativas, frases exclamativas, frases imperativas e frases
optativas).

15
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

As frases afirmativas e negativas são transversais aos tipos de frases, podendo ocorrer nos diversos tipos.

Frases declarativas
As frases declarativas são usadas para transmitir uma informação ou para constatar um fato. Terminam num
ponto final.

Frase declarativa afirmativa: Aquele aluno caiu no corredor da escola.


Frase declarativa negativa: Aquele aluno nunca caiu no corredor da escola.

Frases interrogativas
As frases interrogativas são usadas para realizar uma pergunta. Terminam num ponto de interrogação se for
uma interrogação direta e num ponto final se for uma interrogação indireta.

Frase interrogativa afirmativa: Você ouviu o que eu disse?


Frase interrogativa negativa: Você não ouviu o que eu disse?

Frases imperativas
As frases imperativas são usadas para dar ordens ou conselhos, bem como realizar pedidos. Terminam num
ponto de exclamação ou num ponto final.

Frase imperativa afirmativa: Pare já com isso!


Frase imperativa negativa: Jamais pare com isso!

Frases exclamativas
As frases exclamativas são usadas para expressar emoções e sentimentos. Terminam num ponto de
exclamação.

Frase exclamativa afirmativa: Você já está pronta!


Frase exclamativa negativa: Você não está pronta!

Frases optativas
As frases optativas são usadas para expressar vontades e desejos. Terminam num ponto de exclamação.

Frase optativa afirmativa: Tomara que dê certo!


Frase optativa negativa: Tomara que não dê certo!

As frases afirmativas não necessitam de palavras afirmativas para manterem o seu sentido afirmativo. Já as
frases negativas necessitam, obrigatoriamente, de uma palavra com sentido negativo que indique a negação
da frase. Os advérbios desempenham, habitualmente, essa função.

Advérbios e locuções de negação:

não;
nunca;
jamais;
nem;
tampouco;
negativamente;
de modo algum;
de forma alguma;
de jeito nenhum;
de maneira nenhuma.

16
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Advérbios e locuções de afirmação:

sim;
certamente;
certo;
decididamente;
seguramente;
efetivamente;
realmente;
decerto;
com certeza;
sem dúvida;
de fato;
na verdade;
por certo;
com efeito.

Noções de número: singular e plural

Singular é quando a palavra escrita se refere a um só elemento. Plural é quando a palavra se refere a mais de
um elemento.

Vejamos diferentes exemplos de palavras no singular:

pai
história
caneta
copo

Agora essas mesmas palavras podem ser escritas no plural:

pais
histórias
canetas
copos

Assim, observamos que, em muitos casos, o plural é indicado pela letra S no final da palavra.
Mas você já deve ter observado que algumas palavras terminam com S. Isso pode indicar um ou vários
elementos, por exemplo: ônibus.

Dessa forma, para identificar se é somente um ou mais elementos, é necessário colocar um numeral, um
artigo ou um pronome antes da palavra. Vejamos mais um exemplo: um lápis, dois lápis

Regras especiais
Quando as palavras estão no singular e vão para o plural, temos que ficar atentos a algumas regras, visto
que não basta adicionar a letra S ao final da palavra. Vejamos quais são essas regras!

1. Quando os substantivos terminarem em –r, ou -s, ou -z, fazem o plural com – es. Vejamos os exemplos:

bar – bares

17
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

capaz – capazes

freguês – fregueses

2. Quando os substantivos forem terminados em -al, -el, -ol ou -ul, fazem o plural trocando o -l por -is.
Vejamos os exemplos:

animal – animais

coronel – coronéis

azul – azuis

3. Quando os substantivos forem terminados em -il, temos duas outras regras importantes.

Caso sejam oxítonos, perdem o -l e acrescentamos o -s. Vejamos os exemplos:

fuzil – fuzis

funil – funis

Se paroxítonos, devemos trocar o -il por -eis. Veja:

útil – úteis

4. Quando os substantivos são terminados em -m, fazem o plural trocando o -m por -ns, desta forma:

bagagem – bagagens

viagem – viagens

5. Quando os substantivos são terminados em -ão, fazem o plural em -ãos (na grande maioria) ou -ães.
Vejamos os exemplos:

mão – mãos

melão – melões

6. Quando os substantivos são paroxítonas terminadas em –s ou –x, conservam a mesma forma, e o plural é
indicado pelo artigo que será colocado antes do substantivo, como nos exemplos:

o atlas – os atlas

o tórax – os tórax

Noções de gênero: masculino e feminino

Conforme o gênero de cada coisa, usamos os artigos. “o - um” para masculino e “a - uma” para feminino. É
como se estivéssemos definindo o sexo de tudo.

18
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A palavra relógio é acompanhada de “o ou um”.

Exemplos: - O relógio do meu irmão caiu e quebrou.


- Um relógio de ouro é muito caro.

O mesmo acontece com as palavras do gênero feminino.

Exemplos: - A boneca é conhecida no mundo todo.


- Uma menina ganhou o concurso de redação.

A palavra chinelo é do gênero masculino, portanto deve ser acompanhada de artigo masculino, o chinelo.
Muitas pessoas falam como se a palavra fosse feminina, “a chinela”, mas essa forma de falar é errada.

Existem palavras que comportam os dois gêneros, tanto no masculino como no feminino. Então usa-se “o -
um” e “a - uma”, como no caso da palavra caneca.

Exemplo: - A caneca de leãozinho é a minha preferida.


- Meu pai toma chocolate quente em um caneco grande.

Outras palavras não variam no gênero, aparecendo da mesma forma para o masculino e para o feminino,
como no caso de algumas espécies animais, aparecendo como machos e fêmeas. Exemplos: peixe macho -
peixe fêmea; cobra macho – cobra fêmea; grilo macho – grilo fêmea; pássaro macho – pássaro fêmea; baleia
macho – baleia fêmea; aranha macho – aranha fêmea, etc.

Concordância do adjetivo com o substantivo e do verbo com o substantivo e com o pronome

Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem
harmonicamente na frase.

Concordância verbal

Na concordância verbal, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. A concordância verbal pode
se dar com:

Sujeito simples: antecedendo ou não o seu sujeito simples, o verbo concorda com ele em número e pessoa
(E o vento forte quebra as telhas e vidraças – verbo e sujeito no singular);

Sujeito composto anteposto ao verbo: o verbo pode ir para o plural, estar no singular ou no plural (com
palavras sinônimas, ou caso os núcleos do sujeito expressem uma gradação), ou permanecer no singular
(caso os núcleos do sujeito estejam se referindo à mesma pessoa ou coisa, ou caso os núcleos do sujeito
estejam resumidos por tudo, nada, ninguém);

Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo irá para o plural (Explodem, como granadas, os arrozais e as
águas.), é admissível também a concordância do verbo com o núcleo mais próximo (Só cabe no poema o
homem sem estômago);

19
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Sujeito composto de pessoas diferentes: o verbo vai para o plural na pessoa que prevalecer (O trabalhador e
eu plantamos muita mandioca por esse mundão);
Sujeito representado por um coletivo: o verbo concorda com o coletivo (A manada de touros tomava a
paisagem em largura);

Sujeito constituído de pronomes de tratamento: o verbo não concorda com a segunda pessoa: vai para a
terceira pessoa (Vossa Excelência se enganou).

Concordância nominal

Na concordância nominal, deve haver concordância entre os nomes (substantivos) e as palavras que com
eles se relacionam (adjetivos, artigos, numerais, pronomes adjetivos, particípios). Observe os casos gerais de
concordância nominal:

Concordância do adjetivo com o substantivo: um só adjetivo relacionando-se com mais de um substantivo


de gênero ou número diferentes (Claros cabelos e semblante que esvaecem) ou mais de um adjetivo
referindo-se a um só substantivo (Entramos pelas terras italiana e suíça);

Concordância do predicado com o sujeito: predicado e sujeito simples (Lindas sombras ficaram opacas na
madrugada) ou predicado e sujeito composto (O ódio e o amor pareciam idênticos);

Concordância do numeral com o substantivo: os numerais cardinais devem concordar com o substantivo a
que se referem (No mercado havia vinte e duas pessoas), se aparecer antes dos numerais, o substantivo irá
para o plural (As pessoas segunda e terceira são alegres);

Concordância dos pronomes de tratamento: é obrigatória a concordância com os pronomes de tratamento


sempre em terceira pessoa e usual o adjetivo concordar com o sexo da pessoa relacionada ao pronome
citado (Vossa Majestade está bem atrasada para a cerimônia);

Concordância ideológica ou silepse: modo especial de concordar as palavras, e não a forma gramatical, pode
ser: de gênero (Extraordinária e bela Recife, Veneza brasileira), de pessoa (Os paulistanos abominados a
violência urbana) ou de número (Memórias de um sargento de milícias satiriza o Rio do tempo do rei).

Pronomes pessoais e possessivos

Os pronomes pessoais referem-se às pessoas do discurso, ou seja, aos agentes envolvidos no enunciado,
podendo ser a 1ª, a 2ª ou a 3ª pessoa, do singular ou do plural. São elas:

1ª pessoa: eu (singular), nós (plural);

20
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

2ª pessoa: tu (singular), vós (plural);


3ª pessoa: ele, ela (singular), eles, elas (plural).

A 3ª pessoa também engloba tudo o que não é um ser vivo. No enunciado “Aquela cadeira é vermelha.”, o
verbo está conjugado na 3ª pessoa, ainda que “cadeira” não seja um ser propriamente dito.

Os pronomes pessoais podem ser do caso reto (quando funcionam como sujeito do enunciado) ou do caso
oblíquo (quando funcionam como complemento do enunciado). Neste último caso, podem ser átonos (não
precisando de preposição que os acompanhe) ou tônicos (precisando de preposição que os acompanhe).

Observe, na tabela seguinte, quais são os diferentes pronomes:

Pronomes pessoais
Oblíquo
Reto
Átono (sem preposição) Tônico (com preposição)
1ª eu me mim, comigo
Singular 2ª tu te ti, contigo
3ª ele, ela lhe, o, a, se ele, ela, si, consigo
1ª nós nos nós, conosco
Plural 2ª vós vos vós, convosco
3ª eles, elas lhes, os, as, se eles, elas, si, consigo

Os pronomes de tratamento também configuram um caso de pronome pessoal, distinguindo-se por


serem formas de reverência.

Pronomes do caso reto


Os pronomes pessoais do caso reto funcionam como sujeito do enunciado em que estão inseridos, isto é,
executam ou sofrem a ação do enunciado. Lembrando-se dos pronomes do caso reto da tabela anterior,
observe os seguintes exemplos:

•Nós combinamos de ir ao parque.


(Sujeito + verbo + complemento)

•Eu estava muito empolgado.


(Sujeito + verbo + complemento)

Note que os sujeitos dos dois enunciados são pronomes pessoais, pois referem-se às pessoas do discurso
(nos dois casos, à 1ª pessoa), e são do caso reto, pois exercem função de sujeito nos respectivos enunciados.
Veja outros exemplos agora:

•As flores desabrocharam ontem.


(Sujeito + verbo + complemento)

•Meu irmão e a vizinha dele foram ao mercado juntos.


(Sujeito + verbo + complemento)

21
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Dessa vez, os sujeitos dos dois enunciados não são pronomes pessoais do caso reto, pois “flores”, “irmão” e
“vizinha” são substantivos. No entanto, podemos substituir esses substantivos pelos respectivos pronomes
do caso reto:

•Elas desabrocharam ontem.

•Eles foram ao mercado juntos.

Pronomes do caso oblíquo


Os pronomes do caso oblíquo funcionam como complemento do enunciado. Em alguns casos, devem
vir acompanhados de preposição para que o enunciado tenha sentido. Nesses casos, são chamados
de pronomes oblíquos tônicos. Caso não precisem estar acompanhados de preposição, são chamados de
pronomes oblíquos átonos. Vamos observar os exemplos de cada um deles:

→ Pronomes oblíquos tônicos

•Esse livro foi dedicado a vós.


(Sujeito + verbo + complemento)

•Os alunos vieram até mim.


(Sujeito + verbo + complemento)

•Elas falaram muito bem de nós.


(Sujeito + verbo + complemento)

Nesses casos, “vós”, “mim” e “nós” assumiram função de complemento e vieram acompanhados de
preposição (“a”, “até” e “de”, respectivamente), portanto, são pronomes oblíquos tônicos.

•Ela foi comigo ao mercado.


(Sujeito + verbo + complemento)

No exemplo, temos dois pronomes pessoais: “Ela”, que é do caso reto por tratar-se do sujeito do
enunciado, e “mim” (com + mim = comigo), que é do caso oblíquo por tratar-se do complemento. Como
precisa da preposição “com”, é um pronome oblíquo tônico.

Vale ressaltar que a preposição “com” sempre se junta aos pronomes, formando uma palavra só:

•com + mim = comigo

•com + ti = contigo

•com + si = consigo (singular ou plural)

22
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•com + nós = conosco

•com + vós = convosco

Pronomes oblíquos átonos


•A plateia me ouviu cantar.
(Sujeito + complemento + verbo)

•Muita gente veio nos prestigiar.


(Sujeito + verbo + complemento + verbo)

•Nós lhes damos boas-vindas.


(Sujeito + complemento + verbo + complemento)

Nesses casos, “me”, “nos” e “lhes” assumiram função de complemento, porém não precisaram vir
acompanhados de preposição. Por isso, são pronomes oblíquos átonos.

Vale lembrar que existem convenções a respeito da colocação do pronome oblíquo átono: a próclise ocorre
quando, antes do verbo, algumas palavras “atraem” o pronome oblíquo; a ênclise ocorre quando o verbo
inicia a oração ou está no gerúndio ou no imperativo afirmativo; e a mesóclise costuma ocorrer quando o
verbo está conjugado no futuro (tanto do presente, quanto do pretérito), não havendo construção que
justifique o uso da próclise ou da ênclise.

Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são formas de reverência que consistem em referirmo-nos às pessoas pelos
seus atributos ou qualidades que ocupam. Por isso, eles são também chamados formas substantivas de
tratamento ou formas pronominais de tratamento.

Assim, mesmo quando estamos falando com a pessoa (usando o discurso da 2ª pessoa), ao utilizarmos um
pronome de tratamento, o verbo passa para a 3ª pessoa. O pronome “você”, por exemplo, não é um
pronome pessoal, e sim um pronome de tratamento. Por isso, apesar de “você” referir-se à 2ª pessoa (“tu”,
ou “vocês” para “vós”), os verbos são conjugados na 3ª pessoa. Observe o exemplo:

•Tu já foste ao cinema ver esse filme?

•Você já foi ao cinema ver esse filme?

Os pronomes de tratamento podem ser usados tanto para dirigir-se à pessoa quanto para referir-se a ela,
mas os verbos sempre estarão conjugados na 3ª pessoa. Observe:

•Vossa Excelência já preparou o discurso para a cerimônia de posse?

•Vossa Santidade, o papa, deixará o Vaticano para reunir-se com grandes líderes hoje.

23
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Veja a tabela seguinte com os principais pronomes de tratamento:

Pronome Abreviação Destinado


Senhor/Senhora Sr./Sr.ª pessoas com quem há distanciamento mais respeitoso
Você V. pessoas com quem há intimidade
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V. Em.ª cardeais
presidente da República, ministros, altas patentes militares,
Vossa Excelência V. Ex.ª
bispos, arcebispos
Vossa Magnificência V. Mag.ª reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis, imperadores
Vossa Mercê V. M.cê pessoas de tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência *não se abrevia Deus
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes
Vossa Santidade V. S. papas
oficiais até coronel, funcionários graduados, pessoas de
Vossa Senhoria V. S.ª
cerimônia

Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos são aqueles que acompanham ou substituem o substantivo, indicando a relação
de posse entre as pessoas do discurso e as coisas possuídas. Alguns exemplos se pronomes possessivos são:
meu, minha, teu, tua, seu sua, nosso, nossa, vosso e vossa. Confira os exemplos abaixo:

• Todos viram meu carro novo.


• A minha casa é logo ali.

Nota-se que, no primeiro exemplo, o termo “meu” refere-se ao objeto “carro” no sentido de posse. Portanto,
o “meu” é o possuidor e “carro” é a coisa possuída. Da mesma forma, o segundo exemplo, o termo "minha"
denota o sentido de possuidor de algo.

Os pronomes possessivos podem ter outras funções, como pronomes adjetivos, quando acompanha um
nome; ou pronomes substantivos, quando substitui um nome, podendo variar de acordo com o contexto
ao qual eles foram colocados. Confira os exemplos:

• Meus amigos chegaram.

Nesse caso, o pronome possessivo “meus” acompanha o substantivo “amigos”, portanto, ele é um pronome
adjetivo, pois está acompanhando um nome.

• Devolveram todas avaliações, menos as minhas.

Diferente do exemplo anterior, o pronome possessivo “minhas” foi utilizado para substituir o nome
“avaliações”. Sendo assim, ele é considerado um pronome substantivo.

24
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Os pronomes possessivos podem variar de acordo com número (singular / plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª
pessoa) e gênero (masculino e feminino).

Pronomes possessivos
1ª pessoa do singular meu(s), minha(s)
2ª pessoa do singular teu(s), tua(s)
3ª pessoa do singular seu(s), sua(s)
1ª pessoa do plural nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa do plural vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa do plural seu(s), sua(s)

Assim como os pronomes pessoais, tanto os do caso reto quanto os do caso oblíquo, que são divididos em
1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e do plural, os pronomes possessivos também apresentam essa mesma
divisão.

Isso acontece porque os pronomes devem sempre concordar com os substantivos / nomes que eles estão
acompanhando ou que eles estão substituindo. Além disso, essa divisão se dá pelo fato de relacionar os
pronomes às pessoas do discurso.

Pronomes possessivos e a concordância

Obrigatoriamente, os pronomes possessivos devem concordar em gênero, número e em pessoa. Essa


concordância pode se dar de duas formas:

Em pessoa, com o possuidor, ou seja, aquele que possui o discurso / que produz a mensagem. Exemplos:

• Guardei meu relatório na gaveta.

Nota-se que nesse caso o pronome possessivo “meu” faz concordância com o pronome pessoal do caso reto
“eu”, que fica subentendido antes do verbo “guardei”.

• Leva as tuas coisas.

Assim como no exemplo anterior, o pronome possessivo “tuas” possui relação com o pronome pessoal “tu”.

Em gênero e número, com a coisa possuída. Ou seja, quando um pronome possessivo acompanha um
substantivo, obrigatoriamente, ele precisa concordar em gênero e em número. Exemplos:

• Guardei minha pasta na gaveta.

25
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

No exemplo acima, percebe-se que o pronome possessivo “minha” concorda em número (singular) e em
gênero (feminino) com o substantivo ao qual se refere, que é “pasta”.

• Guardei meus relatórios na gaveta.

Da mesma forma acontece no segundo exemplo, onde o pronome “meus” se alinha ao substantivo
“relatórios”

Pronome possessivo "seu"

O pronome possessivo “seu” muitas vezes é confundido com a linguagem coloquial do pronome de
tratamento “senhor”. Essa situação só pode ser analisada através de um contexto. Observe os exemplos:

• Seu carro está no estacionamento.


• Seu Augusto, faça o favor!

Nota-se que, no primeiro exemplo, o termo “seu” possui o sentido de posse referindo-se ao substantivo
“carro”. Já no segundo exemplo, o termo “seu” é utilizado como abreviação do pronome de tratamento
“senhor”.

Verbos ser, ter e verbos regulares

O verbo ser indica estado permanente. Ele é um dos principais verbos de ligação e como tal sua função é
ligar o sujeito e suas características (predicativo do sujeito).

Isso faz com que, muitas vezes, o verbo concorde com o predicativo em vez de concordar com o sujeito.

Exemplos:

• O choro são as mágoas deixadas pela separação. (e não: O choro é as mágoas deixadas pela
separação.)

• Isso são as consequências. (e não: Isso é as consequências.)

• Cem reais é muito. (e não: Cem reais são muito.)

Conjugação do Verbo Ser

O Verbo Ser sofre alterações profundas no seu radical, por isso, ele é classificado como verbo irregular

anômalo.

26
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Modo Indicativo

Pretérito Pretérito
Presente
Imperfeito Perfeito

(eu) sou (eu) era (eu) fui

(tu) és (tu) eras (tu) foste

(ele) é (ele) era (ele) foi

(nós)
(nós) éramos (nós) fomos
somos

(vós) sois (vós) éreis (vós) fostes

(eles) são (eles) eram (eles) foram

Pretérito Mais.que- Futuro do Futuro do


perfeito Presente Pretérito

(eu) fora (eu) serei (eu) seria

(tu) foras (tu) serás (tu) serias

(ele) fora (ele) será (ele) seria

(nós) fôramos (nós) seremos (nós) seríamos

(vós) fôreis (vós) sereis (vós) seríeis

(eles) foram (eles) serão (eles) seriam

Modo Subjuntivo

Pretérito
Presente Futuro
Imperfeito

(que eu) seja (se eu) fosse (quando eu) for

(que tu) sejas (se tu) fosses (quando tu) fores

(que ele) seja (se ele) fosse (quando ele) for

(que nós) (quando nós)


(se nós) fôssemos
sejamos formos

(quando vós)
(que vós) sejais (se vós) fôsseis
fordes

(quando eles)
(que eles) sejam (se eles) fossem
forem

27
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Imperativo

Imperativo Imperativo
Afirmativo Negativo

- -

sê (tu) (não) sejas (tu)

seja (você) (não) seja (você)

sejamos (nós) (não) sejamos (nós)

sede (vós) (não) sejais (vós)

sejam (vocês) (não) sejam (vocês)

Infinitivo

Infinitivo
Pessoal

(por) ser (eu)

(por) seres (tu)

(por) ser (ele)

(por) sermos
(nós)

(por) serdes (vós)

(por) serem (eles)

Verbo Ter

O verbo ter é um verbo extremamente irregular. Quando conjugado, apresenta diversas alterações
no radical e nas terminações. Apresenta vários radicais distintos: eu tenho, eu tinha, eu tive, eu terei. Também
as formas no presente do indicativo tem (singular) e têm (plural) costumam causar dúvidas.

Escrevemos o verbo TER no presente do indicativo SEM o acento circunflexo (TEM) quando o conjugamos
na 3ª pessoa do SINGULAR: Ele tem.

Exemplos:

•Mariana tem cinco anos.

•Ela tem uma casa na praia.

•Ele tem muita sorte.

TÊM

28
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Escrevemos o verbo TER no presente do indicativo COM o acento circunflexo (TÊM) quando o conjugamos
na 3ª pessoa do PLURAL: Eles têm.

Exemplos:

•Mariana e Luiz Felipe têm cinco anos.


•Elas têm uma casa na praia.
•Eles têm muita sorte.

Da mesma forma que o verbo TER, o verbo VIR, no presente do indicativo, também é conjugado SEM acento
na 3ª pessoa do singular e COM acento circunflexo na 3ª pessoa do plural. Veja:

(Eu) tenho/venho

(Tu) tens/vens

(Ele) tem/vem

(Nós) temos/viemos

(Vós) tendes/vindes

(Eles) têm/vêm

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009, não alterou nenhuma
das formas de conjugação e/ou acentuação do verbo TER no presente do indicativo.

Verbos regulares

Verbos regulares são verbos que, ao serem conjugados, não sofrem modificação em seu radical e mantêm a
mesma desinência do verbo paradigma, ou seja, acabado em -AR (primeira conjugação), -ER (segunda
conjugação) ou -IR (terceira conjugação). Já os verbos irregulares apresentam alteração em seu radical
durante a conjugação e/ou têm desinência diferente do verbo paradigma.

Os verbos regulares não apresentam alteração em seu radical no momento em que são conjugados. Além
disso, mantêm a mesma desinência do verbo paradigma (modelo), isto é, terminado em -AR (paradigma da
primeira conjugação), -ER (paradigma da segunda conjugação) ou -IR (paradigma da terceira conjugação).

Para ajudar no entendimento, vamos definir alguns conceitos.

Radical: é a parte principal da palavra, onde reside seu significado. Assim, CANT- é o radical do verbo
CANTAR, por exemplo.

Desinência: é a parte final da palavra e, no caso dos verbos, indica número (singular ou plural), pessoa
(primeira, segunda ou terceira), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou
futuro).

29
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Vamos analisar o verbo CANTAR, conjugado no presente do indicativo:

Eu canto.

Tu cantas.

Ele, ela canta.

Nós cantamos.

Vós cantais.

Eles, elas cantam.

Essa conjugação nos permite concluir que o verbo é regular, pois seu radical não sofre modificação: canto,
cantas, canta, cantamos, cantais, cantam.

Além disso, apresenta a mesma desinência do verbo paradigma, terminado em -AR, como, por exemplo, o
verbo PARAR: paro, paras, para, paramos, parais, param.

Vejamos, a seguir, o verbo BEBER, conjugado no presente do indicativo:

Eu bebo.

Tu bebes.

Ele, ela bebe.

Nós bebemos.

Vós bebeis.

Eles, elas bebem.

Esse também é um verbo regular, já que seu radical não sofre modificação: bebo, bebes, bebe, bebemos,
bebeis, bebem. Além do mais, sua conjugação apresenta a mesma desinência do verbo paradigma,
terminado em -ER, como o verbo VENDER: vendo, vendes, vende, vendemos, vendeis, vendem.

E, por fim, analisemos o verbo NUTRIR, conjugado no presente do indicativo:

Eu nutro.

Tu nutres.

30
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Ele, ela nutre.

Nós nutrimos.

Vós nutris.

Eles, elas nutrem.

O verbo é, portanto, regular, uma vez que seu radical não sofre modificação: nutro, nutres, nutre, nutrimos,
nutris, nutrem. Ele também apresenta a mesma desinência do verbo paradigma, terminado em -IR, como o
verbo PARTIR: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.

Conjugação dos verbos regulares


A seguir, outros exemplos de verbos regulares:

INDICATIVO

Pretérito imperfeito

ANDAR

BATER

DIVIDIR

Eu andava

Tu andavas

Ele, ela andava

Nós andávamos

Vós andáveis

Eles, elas andavam

Eu batia

Tu batias

Ele, ela batia

31
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nós batíamos

Vós batíeis

Eles, elas batiam

Eu dividia

Tu dividias

Ele, ela dividia

Nós dividíamos

Vós dividíeis

Eles, elas dividiam

SUBJUNTIVO

Presente

[que] Eu ande

[que] Tu andes

[que] Ele, ela ande

[que] Nós andemos

[que] Vós andeis

[que] Eles, elas andem

[que] Eu bata

[que] Tu batas

[que] Ele, ela bata

[que] Nós batamos

32
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

[que] Vós batais

[que] Eles, elas batam

[que] Eu divida

[que] Tu dividas

[que] Ele, ela divida

[que] Nós dividamos

[que] Vós dividais

[que] Eles, elas dividam

IMPERATIVO

Afirmativo

Anda tu

Ande você

Andemos nós

Andai vós

Andem vocês

Bate tu

Bata você

Batamos nós

Batei vós

Batam vocês

Divide tu

Divida você

33
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Dividamos nós

Dividi vós

Dividam vocês

Diferença entre verbos regulares e irregulares


Ao contrário dos verbos regulares, os verbos irregulares apresentam alteração em seu radical no momento
em que são conjugados e/ou têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma, como
podemos ver na conjugação do verbo DIZER, no pretérito perfeito do indicativo:

Eu disse.

Tu disseste.

Ele, ela disse.

Nós dissemos.

Vós dissestes.

Eles, elas disseram.

Nesse exemplo, o verbo da segunda conjugação (-ER) sofre modificação em seu radical DIZ- e apresenta
duas desinências diferentes do verbo paradigma. Para ilustrar, vamos conjugar o verbo regular BEBER no
pretérito perfeito do indicativo:

Eu bebi.

Tu bebeste.

Ele, ela bebeu.

Nós bebemos.

Vós bebestes.

Eles, elas beberam.

Desse modo, se DIZER fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste,

34
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. No entanto, na conjugação correta, esse verbo não mantém o radical, nem
a desinência na primeira e terceira pessoas do singular.

Reconhecimento de frases corretas e incorretas

Provavelmente, em sua prova estará assim: "parte do texto pode ser reescrito, sem prejuízo do seu sentido
original e da correção gramatical.”

Nesse caso, basta você compreender que se trata de uma paráfrase que é a reescrita de um texto sem que
haja perda de sentido, a qual pode ocorrer com: mudança de ordem dos termos no período; o uso de
sinônimos;antônimos antepostos ou pospostos por palavras negativas; elipse de termos facilmente
subentendidos; ou ainda, pelo mecanismo da perífrase que é a reescritura por meio de um processo que
consiste em expressar por muitas palavras o que se poderia dizer em poucos termos ou vice-versa.

Outra observação valiosa é ficar atento quanto à concordância e à regência verbal e nominal. Portanto,
resolver questões de reescritura é muito simples. Basta estudar tudo o que lhe foi cobrado no edital e mais
esses dois conteúdos que lhe mostraremos agora: paráfrase e perífrase.

Paráfrase

Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre
para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já
foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro "Paródia, paráfrase & Cia" (p.
23):

Texto Original

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Portanto, paráfrase é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da
própria língua.

35
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Perífrase

Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de
um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:

A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

Exemplos:

O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.


O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

36
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

RACIOCÍNIO LÓGICO/MATEMÁTICO
Operações com números naturais e fracionários: adição, subtração, multiplicação e divisão

O conjunto dos números naturais é inicialmente composto por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...

Com a utilização deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simplesmente registrar a sua
quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N. Abaixo temos uma representação do conjunto dos números
naturais:

As chaves são utilizadas na representação para dar ideia de conjunto. Os pontos de reticência dão a ideia de
infinidade, já que os conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto podemos ter a representação de apenas um
subconjunto dele. A seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais é formado pelos
quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer um dos outros quatro conjuntos
fundamentais, utilizamos o caractere asterisco após a letra, veja:

Adição: é a operação que determina um número natural para representar a junção de quantidades.

Para indicar a adição usaremos o sinal + (mais).

Exemplo: 2 + 3 = 5

37
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Os números 2 e 3 são chamados de parcelas e o número 5 é a soma.

Propriedades:

•A adição de números naturais é comutativa.

a + b = b + a ou 1 + 2 = 2 + 1

•O zero é o elemento neutro da adição.

0 + a = a = a + 0 ou 0 + 3 = 3 = 3 + 0

•A adição de números naturais é associativa.

(a + b) + c = a + (b + c) ou (1 + 2) + 3 = 1 + (2 + 3)

•A soma de números naturais é sempre um número natural.

a + b = número natural

Subtração: é a operação que determina um número natural para representar a diminuição de quantidades.

Para indicar a subtração usaremos o sinal - (menos).

Exemplo:

10 – 2 = 8

9–5=4

Considerando a e b números naturais e a > b , podemos estabelecer a seguinte equivalência:

a - b = c <==> c + b = a

O sinal <==> significa equivalente a

•A subtração de números naturais só é possível quando o minuendo é maior ou igual ao subtraendo.

exemplo: 5 - 4 = 1

•Para provar que uma subtração está correta, aplicamos a equivalência.

exemplo: 10 - 2 = 8 <==> 8 + 2 = 10

•A subtração de números naturais não é comutativa.

exemplo: 5 - 2 é diferente de 2 - 5

•A subtração de números naturais não é associativa.

exemplo: (6 - 4) - 1 é diferente de 6 - (4 - 1)

38
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•O zero não é elemento neutro da subtração de números naturais.

Multiplicação: é a operação que determina a soma de parcelas iguais.

Para indicar a multiplicação usaremos o sinal x ou · (vezes ou multiplicado por)

Exemplo: 5 x 6 é o mesmo que 6 + 6 + 6 + 6+ 6.

Então, para multiplicarmos dois números inteiros com sinais diferentes, iremos utilizar a mesma ideia.

Propriedades:

•O produto de dois números naturais é um número natural.

exemplo: 2 x 7 = 14

•A multiplicação de dois números naturais é comutativa.

exemplo: 2 x 7 = 14 = 7 x 2

•A multiplicação com números naturais é associativa.

exemplo: (3 x 5) x 2 = 3 x (5 x 2)

15 x 2 = 3 x 10

30 30

•O número 1 é o elemento neutro da multiplicação.

exemplo: 1 x 4 = 4 = 4 x 1

•O produto de um número natural por uma soma indicada de dois ou mais números naturais é igual
a soma dos produtos desse número natural pelas parcelas da soma indicada.

exemplo: 2 x (4 + 6) = 2 x 4 + 2 x 6

2 x 10 = 8 + 12

20 20

Divisão: é a operação inversa da multiplicação e está ligada à ação de repartir em partes iguais.

Para indicar a divisão usaremos o sinal : ou ÷ (dividido por)

Exemplo:

Numa divisão exata de dois números inteiros, o quociente é um número inteiro e o resto é igual a zero.

39
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Quando a divisão de um número por outro é exata, dizemos que o primeiro é múltiplo do segundo ou que o
primeiro é divisível pelo segundo.

exemplo : 12 ÷ 2 = 6 (Então 12 é múltiplo de 6 ou 12 é divisível por 6)

•A divisão de números naturais também é indicada com um traço horizontal.

exemplo:

•O quociente de números naturais nem sempre é um número natural.

(6 ÷ 5) não é um número natural

• A divisão de números naturais não é comutativa.

6 : 3 é diferente de 3 : 6

•A divisão de números naturais não é associativa.

(8 : 4) : 2 é diferente de 8 : (4 : 2)

•O número 1 não é elemento neutro da divisão de números naturais.

2 ÷ 1 é diferente de 1 ÷ 2

•Em uma divisão o divisor não pode ser zero.

•Na divisão de zero por um número natural não-nulo, o resultado é sempre zero.

Números fracionários

Numerais fracionários se referem ao fracionamento de uma unidade, de um todo, indicando assim suas
frações, divisões e partes.

Uma ida a pizzaria por exemplo nos permite perceber como é dividida uma pizza, em partes iguais, ou seja, a
pizza que é a parte inteira é dividida em outras partes denominadas partes fracionadas.

Comumente a pizza é dividida em 8 partes iguais, sendo que cada parte é denominada 1/8 (um oitavo); nós
não temos o costume de chegar a pizzaria e falar com alguém que está a mesa "me dê 3/8 (três oitavos) de
pizza".

Na verdade todos nós pedimos 3 pedaços de pizza, e nem chegamos a dizer "me dê 8/8(oito oitavos) da
pizza", pedimos logo a pizza inteira pois 8/8 quer dizer uma parte inteira.

40
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Como é que você representaria a quantidade referente ao número 1 que foi dividida em 8 partes iguais?

Simplesmente através da seguinte fração:

Generalizando, a fração é a representação genérica do valor a que é dividido por b partes iguais,
sendo b ≠ 0.

Em toda fração, o termo superior é chamado de numerador e o termo inferior chamamos de denominador.

Em nossa fração genérica temos que o termo a é o numerador e o termo b é o seu denominador.

Apesar de matematicamente a forma correta de representação de uma fração ser , por motivos técnicos em
função das limitações da linguagem de texto, geralmente utilizamos a representação a/b.

Números fracionários

Seria possível substituir a letra X por um número natural que torne a sentença abaixo verdadeira?

5.X=1

Substituindo X, temos:

X por 0 temos: 5.0 = 0


X por 1 temos: 5.1 = 5.

Portanto, substituindo X por qualquer número natural jamais encontraremos o produto

1. Para resolver esse problema temos que criar novos números. Assim, surgem os números fracionários.

Toda fração equivalente representa o mesmo número fracionário.

Portanto, uma fração (n diferente de zero) e todas frações equivalentes a ela representam o mesmo

número fracionário .

Resolvendo agora o problema inicial, concluímos que X = , pois .

Adição e subtração de números fracionários

41
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Temos que analisar dois casos:

1º) denominadores iguais

Para somar frações com denominadores iguais, basta somar os numeradores e conservar o
denominador.

Para subtrair frações com denominadores iguais, basta subtrair os numeradores e conservar o
denominador.

Observe os exemplos:

2º) denominadores diferentes

Para somar frações com denominadores


diferentes, uma solução é obter frações equivalentes, de denominadores iguais ao mmc dos denominadores

das frações. Exemplo: somar as frações .

Obtendo o mmc dos denominadores temos mmc(5,2) = 10.

(10:5).4 = 8 (10:2).5 = 25

Resumindo: utilizamos o mmc para obter as frações equivalentes e depois somamos normalmente as
frações, que já terão o mesmo denominador, ou seja, utilizamos o caso 1.

Multiplicação e divisão de números fracionários

Na multiplicação de números fracionários, devemos multiplicar numerador por numerador, e


denominador por denominador, assim como é mostrado nos exemplos abaixo:

42
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Na divisão de números fracionários, devemos multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda, como
é mostrado no exemplo abaixo:

Potenciação e radiciação de números


fracionários

Na potenciação, quando elevamos um número fracionário a um determinado expoente, estamos elevando


o numerador e o denominador a esse expoente, conforme os exemplos abaixo:

Na radiciação, quando aplicamos a raiz


quadrada a um número fracionário, estamos
aplicando essa raiz ao numerador e ao
denominador, conforme o exemplo abaixo:

Sistemas de medidas: tempo, comprimento, capacidade, massa, quantidade

Muitas vezes necessitamos transformar uma informação que está, por exemplo, em minuto para segundos,
ou em segundos para hora.

Para tal, devemos sempre lembrar que 1 hora tem 60 minutos e que 1 minuto equivale a 60 segundos. Desta

forma, 1 hora corresponde a 3600 segundos.

Assim, para mudar de hora para minuto devemos multiplicar por 60. Por exemplo, 3 horas equivalem a 180

minutos (3 . 60 = 180).

O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.

43
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus

submúltiplos.

Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de

segundos.

Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de

segundo.

O intervalo de tempo de uma rotação completa da terra equivale a 24h, que representa 1 dia.

O mês é o intervalo de tempo correspondente a determinado número de dias. Os meses de abril, junho,

setembro, novembro têm 30 dias.

Já os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro possuem 31 dias. O mês de fevereiro

normalmente têm 28 dias. Contudo, de 4 em 4 anos ele têm 29 dias.

O ano é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Normalmente, 1 ano
corresponde a 365 dias, no entanto, de 4 em 4 anos o ano têm 366 dias (ano bissexto).

Na tabela abaixo relacionamos algumas dessas unidades:

44
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Já para medirmos a altura de uma pessoa, usamos a unidade conhecida como “metro”: 1,60m, 1,83m etc.

Mas seria muito difícil se usássemos a mesma unidade para calcular a distância entre cidades ou países, pois
são longas distâncias, ou seja, números que podem ser muito grandes.

Teríamos dificuldade também ao escrever a espessura de um fio de cabelo ou a tampa de uma caneta:
pequenas distâncias, pequenos números.

Logo, para resolver esse problema, criou-se uma convenção para as unidades de comprimento.

Do maior ao menor: quilômetro, hectômetro, decâmetro, metro, decímetro, centímetro e milímetro. Seus
símbolos são respectivamente: km, hm, dam, dam, m, dm, cm, mm.

Tomando o metro como referência, temos:

Exemplo
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Helena
km hm dam m dm cm mm
quis

1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m usar


uma fita
em seu

embrulho de Natal. Após uma rápida medição notou que bastavam 45cm (quarenta e cinto centímetros). No

45
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

entanto, a papelaria aonde foi só vendia a fita por 3,50 reais a cada metro. Quanto Helena teve que pagar
para comprar o tamanho necessário de fita?
Assim, com a ajuda da tabela acima, temos que: 1cm = 0,01m, portanto 45cm = 0,45m. Daí, Helena necessita
de 0,45m, mas se a cada metro temos 4,00 reais, basta multiplicar 3,50 por 0,45 e temos 1,80 real.

Conversão: 57,83 hectômetros em centímetros:

Veja,
km hm dam m dm cm mm

5 7, 8 3 0 0

deixamos a vírgula no hm, completamos o número normalmente e acrescentamos zeros até chegar à
unidade desejada. Então 57,83hm = 578300cm.

Mas e para medir o piso que gostaria de colocar na minha casa? Ou o terreno da minha casa? Lembre-se de
que para calcular a área de um quadrado, basta multiplicar comprimento de seu lado duas vezes (o que
chamamos de elevar ao quadrado). Então a unidade de área é basicamente elevar ao quadrado a unidade de
comprimento. Portanto temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro


Exemplo
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
Uma
km² hm² dam² m² dm² cm² mm² loja de

0,1m x
1000m x 1000m = 100m x 100m 10m x 10m 1m x 1m 0,01m x 0,01m 0,001m x 0,001m
0,1m =
1.000.000m² =10.000m² = 100m² = 1m² = 0,0001m² =0,000001m²
0,01m²

construção vende um determinado tipo de ladrilho por 0,04 reais o cm². Roberto mediu os lados da parede
de seu banheiro - de forma retangular - e achou comprimento 2m por 3m. Quanto Roberto deverá
desembolsar para comprar o ladrilho? Se a parede tem forma retangular, basta multiplicar os lados para
descobrir sua área, portanto 6m². Temos que transformar 6m² em cm². Se, pela tabela, 0,00001m² = 1cm²

46
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

então 1m² = 10.000cm² , portanto, 6m² = 60.000cm². Como cada cm² custa 0,04 reais, então 0,04 x 60.000 =
2.400. Ou seja, Pedro irá gastar 2400,00 reais.

Note
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
que
0 0 0 0 7 8 4 5 6, 3 nesse
caso

dividimos as casas em duas, pois temos a unidade ao quadrado. Repare também que o caso é bem parecido
com a unidade de comprimento.

Portanto, 78456,3dm² = 0,000784563km².

Repare que, para descrever as unidades de área, multiplicamos as unidades duas vezes. O caso do volume
será muito parecido. Basta lembrar que para calcular o volume de um cubo, devemos fazer a multiplicação
do comprimento de suas arestas três vezes (elevar ao cubo), portanto, basta multiplicar essa quantidade de
vezes a unidade de comprimento.

Quilômetro Hectômetro Decâmetr Metro Decímetr Centímetro


Milímetro Cúbico
Cúbico Cúbico o Cúbico Cúbico o Cúbico Cúbico

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³

100m x 10m x 1m x 1m 0,1m x 0,01m x


1000m x 1000m 0,001m x 0,001m
100m x 100 10m x x 0,1m x 0,01m x
x 1000m = x 0,001m =
=1.000.000 10m = 1m 0,1m = 0,01m =
1.000.000.000m³ 0,000000001m³
m³ 1000m³ = 1m³ 0,001m³ 0,000001m³

Exemplos

Uma viagem de caminhão recolhe uma caçamba de lixo de 5m³ por vez. Se após a obra de um edifício o
entulho foi calculado em 0,015hm³, quantas viagens serão necessárias para remover o lixo?

Com auxílio da tabela, temos 1hm³ = 1.000.000m³, daí temos um entulho de 0,0152 x 1.000.000 = 15200m³.
Se uma viagem retira 5m³, obtemos 15200 ÷ 5 = 3040 viagens.
Conversão: 89.123.539mm³ em dam³

Mais
km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³
uma
0 0 0 0 0 8 9 1 2 3 5 3 9, vez,

47
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

tomemos de exemplo a unidade de comprimento. Lembrando que dessa vez dividimos cada casa em três,
pois elevamos ao cubo. Daí, 89.123.539mm³ = 0,000089123539dam³.

Resolução de situações-problema

Os problemas matemáticos são responsáveis pelas inúmeras dúvidas presentes entre os alunos e
concurseiro. A grande questão é relacionar as informações fornecidas com os símbolos matemáticos,
adequados para a solução dos problemas.

Através de exemplos, demonstraremos como realizar essa leitura interpretativa, selecionando as palavras-
chave, bem como utilizando as operações adequadas.

Exemplo 1

Carlos comprou uma televisão no valor de R$ 950,00, dividida em 10 prestações iguais. Ao pagar a 4º
prestação, recebeu de presente de seu avô, o restante do dinheiro para a quitação do aparelho. Quanto
Carlos recebeu?

O valor do aparelho é igual a R$ 950,00.

Carlos resolveu dividir o televisor em 10 prestações iguais, então devemos realizar uma operação de divisão:
950: 10 = 95 reais.

Carlos efetuou o pagamento de 4 prestações, dessa forma, ainda faltam 6. São as prestações restantes que o
avô de Carlos resolveu pagar. Portanto, 95 * 6 = 570 reais.

Carlos recebeu R$ 570,00 de seu avô.

Exemplo 2

João tinha uma quantia, gastou 35% e ainda ficou com R$ 97,50. Qual o valor que João tinha inicialmente?

Quando trabalhamos com porcentagem, sempre precisamos nos lembrar de que o valor corresponde a
100%. Dos 100%, João gastou 35%, então: 100% – 35% = 65%.

Os 65% restante, correspondem a R$ 97,50. Dessa forma, temos que:

48
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

João tinha o valor inicial de R$ 150,00.

Exemplo 3

O preço de uma geladeira, à vista, é R$ 1 200,00. No pagamento em três prestações ocorre um acréscimo de
10% de juros. Qual será o valor da prestação no pagamento parcelado?

Veja que no pagamento parcelado, o preço da televisão aumenta de acordo com o juro de 10%. Vamos
calcular 10% do valor à vista da geladeira:

A geladeira sofrerá um aumento de R$ 120,00 R$ 1.200,00 + R$ 120,00 = R$ 1320,00

O preço final para o financiamento é de R$ 1 320,00, que será dividido em três prestações:

1 320 : 3 = 440 reais.

Na compra da geladeira a prazo, o valor de cada prestação será de R$440,00.

Exemplo 4

O dobro de um número adicionado ao seu triplo, é igual ao próprio número adicionado a 168. Qual é o
número?

Como você não conhece o número, deverá representá-lo por “x”.

Dobro de x = 2 * x = 2x

49
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Triplo de x = 3 * x = 3x

2x + 3x = x + 168
2x + 3x – x = 168
4x = 168
x = 168/4
x = 42

O número procurado é o 42.

50
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS

História

A Serra da Estrela, onde se encontra Petrópolis, era praticamente desconhecida pelos colonizadores
portugueses nos primeiros 200 anos de colonização, salvo por alguma expedição exploratória para tomar
posse de sesmarias. Isso se devia ao enorme paredão montanhoso de mais de 1000m de altura que tinha
que ser vencido para se chegar até lá; e também pela presença dos bravios índios Coroados que habitavam
serra acima. Ali não havia atividade econômica. Somente quando os bandeirantes paulistas descobriram
ouro nas Minas Gerais é que foi aberto o Caminho Novo, em 1704, para facilitar a viagem até as vilas
mineradoras. O caminho era “novo” porque havia um outro, o “velho”, a variante do Caminho Novo,
passando pelo alto da serra onde hoje está nossa cidade desde meados dos anos 1600, muito longo e de
difícil trânsito, aberto pelos próprios bandeirantes, constituído de trilhas e picadas até as minas de ouro.

É impossível pensar Petrópolis, Juiz de Fora, Barbacena, São João Del Rei e Ouro Preto sem antes pensar o
Caminho Novo. Também não dá para entender Petrópolis sem a subida da Serra Velha, por onde vieram os
nossos pioneiros colonizadores. Conhecer esses caminhos é conhecer 300 anos da nossa história.

O CAMINHO NOVO
O Caminho Novo faz parte de uma rede de importantes caminhos do Brasil Colonial, aos quais era dado o
nome de Estrada Real. Muitos desses caminhos eram antigas trilhas e veredas abertas pelos bandeirantes
que se embrenhavam pelo sertão, na direção de Minas Gerais e Goiás, à procura de ouro e pedras preciosas.
O mais antigo deles, conhecido como Caminho Velho, ia de São Paulo, de Piratininga até Taubaté, subia a
Serra da Mantiqueira, passava por São João del Rey e ia para Vila Rica, Caetés, Sabará. Dali havia extensões
para Tijuco (Diamantina), Jaguará, até a região da Fazenda Meia Ponte, hoje Pirenópolis, Goiás. Mas quem
vinha da capital, Rio de Janeiro, tinha de ir em uma embarcação até Paraty, subir e descer a Serra do Mar até
Taubaté para encontrar o Caminho Velho e seguir adiante. Do Rio eram “99 dias de viagem, sendo 43 a pé ou
a cavalo”, conforme descrição do Governador Geral Artur de Sá e Meneses, que fez a viagem em 1699, para
avaliar as possibilidades da exploração do ouro. Foi após essa viagem que ficou decidida a abertura de um
caminho oficial por onde pudesse ser transportado sob controle, o ouro extraído nas minas e fosse feito
todo o suprimento das dezenas de arraiais e vilas que iam surgindo em torno da mineração.

O Caminho Novo foi aberto por Garcia Rodrigues Paes e levava vinte ou trinta dias de viagem, um terço do
tempo feito pelo Caminho Velho. Ele iniciava num porto do rio Pilar, que desagua no fundo da baía da
Guanabara, subia a Serra do Mar na altura de Xerém, passava por Marcos da Costa, Paty do Alferes e Paraíba
do Sul, onde havia um Registro para a fiscalização colonial, e seguia para as Minas Gerais, passando por Juiz
de Fora e Barbacena. Ocorre que a subida do paredão da Serra do Mar, em Xerém, era muito íngreme, onde
muitas vezes pessoas e mulas carregadas rolavam ribanceira abaixo. Depois de vinte anos de sofrimento,
Bernardo Proença, um rico fazendeiro da região, se propôs abrir uma nova subida da Serra por antiga trilha
de índios em sua fazenda. Aceita a proposta, Proença construiu o Porto da Estrela no fundo da baía da
Guanabara, onde é hoje a Praia de Mauá, e que se tornou logo uma importante vila, depósito e escoamento
de mercadorias. Esse porto, com sua capela em louvor de Nossa Senhora Estrela dos Mares, está hoje em
ruínas, mas ainda pode ser visitado. Ele foi o início da variante do Caminho Novo, por onde os tropeiros
subiam a Serra do Mar, atravessando a exuberante encosta da nossa Serra Velha. Chegando ao alto, a
Variante de Proença seguia em direção à área onde hoje está situada a Estação de Transbordo Imperatriz
Leopoldina, passando pela fazenda do Córrego Seco, onde, mais tarde, surgiria Petrópolis. Dali os tropeiros
tomavam a atual rua Silva Jardim até o Quissamã. Para chegar a Corrêas, os viajantes percorriam um trecho

51
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

que até hoje tem o nome de Estrada Mineira. Vinha depois Pedro do Rio, Secretário, Sebollas, até encontrar
o Caminho Novo de Garcia Rodrigues Paes em Paraíba do Sul, prosseguindo, então, até a região das minas
de ouro. Em Barbacena, também há hoje um bairro com o nome de Caminho Novo e uma rua Caminho
Novo, sobre os antigos trechos da histórica trilha.

Segundo o Registro de Paraíba do Sul, em 1824, a cada dia, indo e vindo, passavam em média pelo Caminho
Novo 153 mulas dos tropeiros e 77 pessoas. Por ela também passaram os importantes viajantes-naturalistas
dos anos 1800 como Spitz, von Martius, Saint Hilaire, Walsh, Freireys e muitos outros que, como o Barão de
Langsdorff, queriam conhecer as riquezas do novo país para informar as possibilidades de exploração aos
seus governos.

Bernardo Proença recebeu pelo seu trabalho uma sesmaria no Alto da Serra, onde hoje está quase toda a
cidade de Petrópolis. Outras sesmarias foram distribuídas ao longo do Caminho Novo e logo a região se
desenvolveu muito. Se ele não tivesse aberto a Variante do Caminho Novo passando pelo Córrego Seco,
todo o desenvolvimento da nossa região teria acontecido no eixo Xerém-Paty do Alferes-Miguel Pereira-
Paraíba do Sul, que era o traçado original daquela via feita por Garcia Rodrigues Paes.

Bernardo Proença recebe três homenagens em Petrópolis: um monumento próximo à Estação de Transbordo
Imperatriz Leopoldina, o nome de uma rua no bairro do Itamarati e o de um conjunto habitacional em
Corrêas. Garcia Rodrigues Paes é lembrado em um monumento em Paraíba do Sul.

O Brasil, antes desses caminhos, não existia como unidade geopolítica e administrativa. Havia algumas
feitorias explorando açúcar no litoral e outros núcleos urbanos na Bahia, Nordeste e São Paulo. Esses
caminhos ligaram o interior ao litoral, promovendo uma unificação cultural e de esforços que resultou na
ocupação e no desenvolvimento de uma vasta região onde se instalaram fazendas, ranchos, pousos e
vendas. Data daí, também, o início da nossa atividade administrativa pública, organizada com o emprego de
funcionários para controle da zona mineira, como fiscais, meirinhos, corregedores; a criação dos “Registros”
ao longo dos caminhos; monetarização da economia, com a criação da Casa da Moeda, das Casas de
Fundição e a formação, enfim, de uma classe média mais sólida, ao lado de outras como a dos mineradores,
artesãos, administradores, comerciantes etc.

AS SESMARIAS E ANTIGAS FAZENDAS DA REGIÃO


As primeiras sesmarias distribuídas no “sertão de serra acima do Inhomirim” pelo governo português datam
de 1686, e foram dadas a algumas pessoas que, no momento, se destacavam na vida política e na segurança
da Colônia. Mas devido à presença dos índios Coroados e das dificuldades de subir a serra, somente com o
Caminho Novo e com a concessão de novas glebas a sesmeiros, a atividade econômica desenvolveu a
região. Quando Petrópolis foi fundada 130 anos depois, já havia um grande número de fazendas e alguma
atividade industrial entre a baía da Guanabara e Vila Rica, conforme descreve o Barão de Langsdorff no
primeiro volume de seus diários. Assim, o trânsito pelo Caminho Novo era muito grande. Na região onde
seria fundada Petrópolis, as fazendas mais importantes eram:
Fazenda do Rio da Cidade, na Estrada do Contorno.
Fazenda do Pe. Correia, em Corrêas.
Fazenda do Córrego Seco, cuja sede era onde hoje está o Ed. Pio XII (Rua Marechal Deodoro, no Centro
Histórico).
Fazendas Quitandinha, Samambaia, Retiro de São Tomás e São Luiz, Itamaraty, Secretário, que depois deram
seus nomes aos bairros da cidade e dos distritos.
Fazenda da Engenhoca, onde hoje está a Estação de Transbordo de Corrêas.
Fazenda Mangalarga e Fazenda das Arcas, em Itaipava.
Fazenda Sumidouro, em Pedro do Rio.
Fazenda Santo Antônio, na estrada Philúvio Cerqueira (Petrópolis – Teresópolis).
Fazenda das Pedras, na Serra das Araras.

52
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A FAZENDA DO PE. CORREIA E D. PEDRO I


Antônio Tomás de Aquino Correia, filho de Manuel Correia da Silva, nasceu no Rio da Cidade em 1759,
estudou na Universidade de Coimbra e foi ordenado em 1783, passando a ser conhecido como o Padre
Correia. Transformou sua propriedade na mais progressiva fazenda da Variante do Caminho Novo, citada por
todos os viajantes estrangeiros que por ali passaram quando o Brasil abriu seus portos ao comércio
internacional. Em 1829, o viajante inglês Robert Walsh cita em seus diários que lá tomou um excelente suco
de pêssego. Refere-se também a plantações de café, mostrando dessa forma a importância da fazenda. A
casa grande da fazenda era enorme, com varanda na frente e muito bonita. Havia uma capela consagrada a
Nossa Senhora do Amor Divino, cuja imagem está atualmente na igreja de Corrêas. Esse conjunto
arquitetônico está preservado até hoje como um dos mais antigos e valiosos monumentos coloniais
petropolitanos.

O Padre Correia criava gado mais para corte do que para o aproveitamento de leite. Como o clima era
propício, havia o cultivo de cravos, figos, jabuticabas, uvas, pêssegos, marmelos, milho, maçãs e outras frutas
de origem européia. Mas a principal atividade do Padre Correia era cultivo de milho e a fabricação de
ferraduras para atender à enorme demanda exigida pelas dezenas de tropas diárias que pernoitavam na
Fazenda. Lá também existiam muitos escravos. O Padre Correia foi um dos grandes senhores de terra da
região petropolitana. D. Pedro I esteve na fazenda em março de 1822 e retornou várias vezes, passando a ter
grande admiração por aquele local. O Padre Correia faleceu em 1824, com 65 anos, de morte repentina,
provavelmente problemas cardíacos, tendo Da. Arcângela Joaquina da Silva, sua irmã, herdado a fazenda.

A FUNDAÇÃO DE PETRÓPOLIS
A fundação da cidade de Petrópolis está intimamente ligada ao Imperador D. Pedro I e ao Pe. Correia. Desde
que o Imperador pernoitou na fazenda do padre, de passagem pelo Caminho do Ouro que o levaria às
Minas Gerais, ficou encantado com a exuberância e amenidade do clima. Foi seu desejo, então, adquirir a
propriedade para seu uso e, em especial, para o tratamento de sua filha, Princesa Dona Paula Mariana, de
cinco anos, sempre muito doente e que se recuperou bem quando lá esteve.

A FAZENDA DO CÓRREGO SECO E A FUNDAÇÃO DE PETRÓPOLIS


Dom Pedro I sentia a necessidade de construir um palácio fora do Rio de Janeiro, pois recebia muitas visitas
da Europa não habituadas ao calor tropical. Construir um palácio na fazenda do Padre Correia seria muito
oportuno pelo excelente clima da região, que agradaria aos visitantes estrangeiros. Incomodava também ao
Imperador a existência de residências muito mais luxuosas que os seus palácios, todos eles muito simples.
Um palácio de verão serra acima poderia ser mais qualificado para a sua condição imperial. Além disso, sua
filha, a princesinha Da. Paula, que tinha sérios problemas de saúde, vindo a falecer prematuramente aos dez
anos, passou um verão na Fazenda do Padre Correia e se sentiu muito bem, repetindo a estadia muitas
vezes. Em 1828, D. Pedro I, agora com sua segunda esposa, D. Amélia, continuava a frequentar a fazenda com
Da Paula. A comitiva imperial nunca tinha menos de cinquenta pessoas e Da. Amélia sentiu que visitas tão
avantajadas estavam trazendo muitos problemas para Da. Arcângela, irmã e herdeira do padre. Pediu então a
Dom Pedro que comprasse a Fazenda. O Imperador se entusiasmou com a idéia, mas Da. Arcângela,
alegando questões familiares de herança, não concordou com a venda. Ela mesma, talvez querendo se ver
livre das incômodas e freqüentes visitas reais, indicou a Dom Pedro I uma fazenda vizinha que estava à
venda, a do Córrego Seco, pertencente ao Sargento-Mór José Vieira Afonso. Assim D. Pedro comprou o
Córrego Seco por vinte contos de réis, preço considerado muito alto para o valor real da fazenda. A escritura
de compra foi assinada em 1830.

D. Pedro I ainda adquiriu outras propriedades no entorno, no Alto da Serra, em Quitandinha e no Retiro,
ampliando a área de sua fazenda. Ele poderia afinal realizar seu sonho de 1822, construindo um Palácio de
Verão. Como enfrentava dificuldades políticas na capital, desejando que reinasse paz entre a Nação e o
Trono, passou a chamar o seu Córrego Seco de Fazenda da Concórdia, onde pretendia construir um palácio.
Encarregou o arquiteto real Pedro José Pezerat e o engenheiro francês Pierre Taulois de um projeto que
denominou Palácio da Concórdia, simbolizando a harmonia que tanto desejava entre a Nação e o ramo

53
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

brasileiro da Casa dos Bragança. Mas a obra não foi realizada, pois no dia 07 de abril de 1831, o Imperador
foi obrigado a abdicar para retornar a Portugal. O projeto do palácio e o orçamento da obra constam dos
arquivos do Museu Imperial, infelizmente sem referência quanto ao local da obra.

DOM PEDRO II E O DECRETO DE FUNDAÇÃO


Com a abdicação e morte de seu pai em 1834, D. Pedro II herda essas terras, que passam por vários
arrendamentos, até que Paulo Barbosa da Silva, Mordomo da Casa Imperial, teve a iniciativa de retomar os
planos de Pedro I, de construir um palácio de verão no alto da serra da Estrela. Era uma vultosa empreitada
que iria consumir consideráveis investimentos públicos e privados nos anos seguintes, mas o Império, na
década 1840-50, estava em boa condição financeira, com o afastamento dos ingleses da nossa economia,
com a proibição do tráfego negreiro, que liberava capitais para investir e, principalmente, com o “boom” do
café. O Mordomo já tinha mandado o engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler construir a Estrada Normal
da Serra da Estrela para tornar possível o acesso de carruagens à Fazenda do Córrego Seco, uma vez que o
Caminho Novo era apenas para tropas de mulas.

Paulo Barbosa e Koeler elaboraram um plano para fundar o que ele denominou “Povoação-Palácio de
Petrópolis”, que compreendia a doação de terras da fazenda imperial a colonos livres, que iriam não só
levantar a nova povoação, mas, também, seriam produtores agrícolas. Assim nasceu Petrópolis, com a
mentalidade de substituir o trabalho escravo pelo trabalho livre.

No dia 16 de março de 1843, o Imperador, que estava com dezoito anos e recém-casado com Da. Teresa
Cristina, assinou o Decreto Imperial nº 155, que arrendava as terras da fazenda do Córrego Seco ao Major
Koeler para a fundação da “Povoação-Palácio de Petrópolis”, incluindo as seguintes exigências:

1- Projeto e construção do Palácio Imperial.


2- Urbanização de uma Vila Imperial com Quarteirões Imperiais.
3- Edificação de uma igreja em louvor a São Pedro de Alcântara.
4- Construção de um cemitério.
5- Cobrar foros imperiais dos colonos moradores.
6- Expulsar terceiros das terras ocupadas ilegalmente.

O Major Koeler fez a planta geral da povoação-palácio, o projeto do Palácio Imperial e, em janeiro de 1845,
colocou na Bolsa de Valores as ações da Companhia de Petrópolis, criada por ele, para a execução de seus
planos e projetos. As ações da Companhia foram vendidas em quatro meses e dois meses após, a 29 de
junho, começaram a chegar os imigrantes alemães para se instalarem e começar o trabalho. Com recursos
financeiros e mão-de-obra livre, a construção da povoação-palácio estava assegurada. Além disso, os
governos provinciais de Caldas Vianna, em 1843, e Aureliano Coutinho, em 1845, deram integral apoio ao
plano traçado pelo Mordomo Imperial e por Koeler.

O palácio de verão era uma tradição das monarquias européias. A Casa de Bragança, em Portugal, veraneava
no Paço Real e no Palácio da Pena, ambos em Sintra. No Brasil, desde de Dom João VI, a Família Imperial
passava seus verões no Convento Jesuíta de Sta Cruz, no Rio de Janeiro, tentando, sem muito sucesso, se
livrar do calor do clima de São Cristóvão. Dom Pedro II não tinha muita simpatia nem pelo Convento, nem
pela Fazenda de Sta. Cruz. Em 1850, Dom Afonso, primeiro filho do Imperador, tinha dois anos e a Família
Imperial estava desde o Natal em Sta Cruz, quando, sem motivo aparente, o menino apareceu morto no seu
berço. O monarca ficou desolado e tomou horror pelo Convento, decidindo nunca mais ali voltar, passando a
se interessar pelo projeto do seu mordomo. Ele conheceu a Serra da Estrela em 1844, quando esteve na
Fábrica de Pólvora. Em 1845, esteve hospedado com a imperatriz na casa-grande do Córrego Seco,
especialmente preparada desde outubro de 1843 para recebê-lo.

O MORDOMO-REAL PAULO BARBOSA DA SILVA (1790-1868)

54
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Paulo Barbosa nasceu em Sabará, MG. Aos quatorze anos era cadete e, em 1810, foi promovido a alferes.
Como capitão, foi transferido para o Imperial Corpo de Engenheiros. No ano de 1825, embarcou para a
Europa em viagens de estudos. Com a queda de José Bonifácio, tutor do imperador, o coronel Paulo Barbosa
da Silva passou a ser, por intermédio de uma nomeação, o Mordomo da Casa Imperial, função que ia
desempenhar com grande desenvoltura.

O mordomo Paulo Barbosa, com seu espírito liberal e ecumênico, era contra a escravidão e prestou
relevantes serviços ao Império. A sua participação na fundação de Petrópolis foi decisiva quando mobilizou o
seu companheiro de arma, o engenheiro Major Júlio Frederico Köeler.

Além disso, foi Ministro Plenipotenciário na Rússia, na Alemanha, na Áustria e na França, onde, em 1851, foi
demitido de sua função diplomática. Retornou ao Brasil a chamado de D. Pedro II, em 1854, novamente
como Mordomo da Casa Imperial, falecendo em 1868.

O MAJOR JÚLIO FREDERICO KÖELER (1804-1847)


Júlio Frederico Köeler era germânico da Mogúncia, no vale do rio Reno, dominada na época pela França de
Napoleão, com suas instituições que valorizavam o mérito e a riqueza em lugar das convenções e privilégios.
Os hábitos e o refinamento franceses marcaram profundamente o temperamento do Mj Köeler e orientaram
a sua atuação nos primeiros anos da fundação de Petrópolis.

Ainda jovem, ingressou no Exército prussiano, chegando a alferes. Em 1828, foi contratado para servir no
Exército Imperial, depois de prestar rigorosos exames perante a Academia Militar do Rio de Janeiro. Casou-
se, em 1830, na catedral de Niterói, com D. Maria do Carmo Rebelo de Lamare.

Afastado do Exército por questões políticas quando foram demitidos todos os oficiais estrangeiros não
naturalizados, Köeler foi contratado como engenheiro civil na Província do Rio de Janeiro. Em 1831, já
naturalizado cidadão brasileiro, retornou ao Exército e, nos doze anos seguintes, realizou importantes obras
públicas na província, uma delas a construção da Estrada Normal da Estrela, que dava acesso a Petrópolis.
Em 1843, arrendou a Fazenda Imperial e iniciou o seu trabalho na região.

O plano urbanístico para Petrópolis era complexo porque a cidade deveria ser levantada entre montanhas,
aproveitando o curso dos rios. Ele inverteu o antigo estilo colonial português de construir as casas com o
fundo para os rios que eram utilizados apenas como esgoto, como na maioria das nossas cidades. Passou a
aproveitar os cursos de água para traçar pelas suas margens as avenidas e as ruas que davam acesso aos
bairros. Outro aspecto relevante no plano foi a preocupação com a preservação da natureza, determinada
pelo seu código de posturas municipais.

Köeler faleceu num trágico acidente durante um torneio de tiro ao alvo, na Chácara da Terra Santa, de sua
propriedade. Sua curta administração frente à colônia de Petrópolis foi decisiva para o que foi realizado nos
anos posteriores.

PETRÓPOLIS CIDADE
Como todo povoado colonial, a cidade nasceu de um curato em 1845, subordinado a São José do Rio Preto
e, um ano depois, foi criada a Paróquia de São Pedro de Alcântara, vinculada à Vila da Estrela. Em 1857, onze
anos após, foi elevado a município e cidade, sem passar pela condição de vila, o que era, na ocasião, inédito.

Mas o Imperador não desejava essa mudança de status para sua Petrópolis, pois sabia que nessa condição
haveria uma administração municipal interferindo nas suas relações com a cidade. O Coronel Amaro Emílio
da Veiga, deputado na Assembléia Provincial, depois de duas tentativas sem sucesso por interferência do
próprio Imperador, conseguiu aprovar o seu projeto “...elevando a povoação de Petrópolis à categoria de
cidade, revogando-se as leis em contrário.” D. Pedro II ficou enfurecido e retaliou, determinando que o Cel.
Veiga retornasse ao Exército, impedindo que ele assumisse a presidência da Assembléia Legislativa de

55
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Petrópolis, para a qual tinha sido o candidato mais votado nas primeiras eleições municipais. Desgostoso, o
Cel. Veiga pediu a reforma do Exército, afastando-se da vida pública, mas continuou morando em Petrópolis
até falecer, alguns anos depois. Hoje, ele dá nome a uma importante rua da cidade.

A COLONIZAÇÃO
A COLONIZAÇÃO ALEMÃ
Na primeira metade dos anos 1800, as consequências sociais e econômicas da Revolução Francesa e da
Revolução Industrial resultaram numa difícil condição de vida para os povos de língua alemã. A população
estava politicamente desiludida e havia discórdia por toda a parte. Ricos e pobres endividados, o
desemprego era grande no Rhur, o coração do aço alemão, com muitos problemas nas minas de carvão.
Salvo os que viviam da vinicultura, uma parte da população que, movida pela esperança de vida melhor,
deixou tudo e partiu para as Américas. A maioria dos colonos que chegou a Petrópolis era natural de aldeias
localizadas nos bispados de Treves e Mogúncia, na Renânia e Westphália, (Grão-Ducado de Hesse-Darmstadt
e no Ducado de Nassau), região atualmente conhecida pelo nome de Hunsrück, localizada na confluência
dos rios Reno e Mosel.

Em 1837, aportou no Rio de Janeiro o navio Justine com 238 imigrantes alemães em viagem para a Austrália.
Devido aos maus tratos sofridos a bordo, eles resolveram não seguir viagem, permanecendo no Rio de
Janeiro. O Mj Koeler soube da ocorrência e se entendeu com a Sociedade Colonizadora do Rio de Janeiro
para trazer os imigrantes para trabalhar na abertura da Estrada Normal da Estrela, pagando uma indenização
ao capitão do navio. Assim, foi dada permissão aos colonos de desembarcarem no Rio de Janeiro. Estes, sob
as ordens de Koeler, estiveram primeiramente trabalhando no Meio da Serra, depois foram para o Itamarati.

A segunda leva de colonos foi planejada pelos presidentes da província João Caldas Viana e Aureliano
Coutinho para trabalhar em obras na província, mas eles acabaram em Petrópolis, locando no terreno do
plano urbanístico traçado por Koeler. Foram 600 casais de colonos alemães contratados em 1844, exigindo-
se que fossem artífices e artesãos com experiência.

Treze navios deixaram Dunquerque com 2.338 imigrantes, o primeiro deles chegando ao porto de Niterói em
13 de junho e o último em 7 de novembro de 1845, sendo os imigrantes alojados em barracões ao lado da
igreja matriz. Acertados os trâmites legais, eles foram transferidos para o Arsenal de Guerra do Rio, onde se
acha hoje instalado o Museu Histórico Nacional, ficando por lá alguns dias e, então, seguiram viagem pela
baía da Guanabara e pelo rio Inhomirim até o Porto da Estrela. De lá, para o Córrego Seco, foram a pé ou a
cavalo, com escalas na Fábrica de Pólvora e no Meio da Serra, onde existiam ranchos para os viajantes.

Muitos dos colonos que deixaram Dunquerque não chegaram a Petrópolis em conseqüência do mau
passadio a bordo e do surto de febres nos depósitos. Outros, especialmente crianças, não resistiram à
penosa subida da serra e foram enterrados pelo caminho. O diplomata belga, Auguste Ponthoz, em seu livro
“Avaliação sobre o Brasil”, afirma que 252 imigrantes morreram, sendo 56 nos portos ou na viagem para
Petrópolis.

Vieram muito mais alemães católicos do que protestantes. No dia 19 de outubro de 1845, na praça Koblenz,
dia de São Pedro de Alcântara, num altar ornamentado com flores silvestres, o Padre Luís Gonçalves Dias
Correia celebrou uma missa para os católicos e o pastor Frederico Ave-Lallemant professou um culto para os
protestantes. O Presidente da Província, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, compareceu a essa
solenidade, tendo feito um grande elogio ao trabalho dos colonos.

Foram muitas as dificuldades iniciais. Logo que aqui chegaram, foi necessária a compra de 200 cabras para
alimentar as crianças, já que suas mães não tinham leite, devido às agruras da viagem. Köeler planejou uma
colônia agrícola em Petrópolis sem estudo prévio da geologia do terreno, o que resultou no fracasso do
empreendimento. Os colonos abriram estradas, derrubaram matas para a construção de residências e

56
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

semearam suas hortas para consumo e foram utilizados nas obras públicas, retificando os rios, drenando os
lodaçais e construindo os prédios da povoação.

Para tornar mais fácil a adaptação dos colonos alemães à nova terra, Koeler nomeou os quarteirões de
Petrópolis com o nome de suas regiões de origem, como Mosela, Palatinato, Renânia, Nassau, Bingen,
Ingelheim, Simeria, Castelânia, Westphalia. Ele também homenageou a Família Imperial em dois quarteirões,
Vila Imperial e Vila Teresa. Em 1854, Otto Reimarus, que continuou o trabalho de Koeler, criou os quarteirões
de Darmstadt, Woerstadt, Worms e outros. Também prestou homenagem às várias nacionalidades de
imigrantes de Petrópolis, nomeando outros quarteirões: Quarteirão Francês, Quarteirão Suíço, Quarteirão
Inglês e mais tarde o Quarteirão Italiano. Para os brasileiros que ajudaram a construr Petrópolis, dedicou o
Quarteirão Brasileiro e o Quarteirão Mineiro.

Hoje, os descendentes dos colonos estão por toda a cidade e seus nomes de família podem ser encontrados
no Obelisco do centro da cidade, nos guias telefônicos e dão nomes a ruas e praças. O progresso dos
colonos alemães dinamizou Petrópolis, contribuindo para o seu desenvolvimento. O seu trabalho e a sua
lembrança fazem parte da cidade.

OUTROS IMIGRANTES COLONIZADORES


Aos alemães, os primeiros colonizadores, juntaram-se muitas nacionalidades num caldeirão étnico. A
princípio, cada uma fechada em suas famílias, mas integrando-se pouco a pouco, como aconteceu em todo
o Brasil.

Os portugueses, principalmente açorianos, alguns antes mesmos dos alemães, vieram para trabalhar na
construção da Estrada da Serra da Estrela, em pedras de cantaria e comércio. Surgiram, em torno da cidade,
comunidades portuguesas de floricultores.

Os franceses não vieram todos juntos, foram chegando aos poucos e se dedicaram à alimentação, à
educação, à jardinagem e à confecção de peças de serralheria.

No início, os italianos trabalharam na Companhia Petropolitana de Tecidos, formando uma comunidade com
vida própria, quase independente da cidade. Aos poucos foram se aproximando de outros grupos. Atuaram
também em panificação, distribuição de jornais e diversas outras.

Os ingleses se destacaram em hotelaria e transportes. Também merecem destaque os imigrantes suíços,


belgas e libaneses, completando a formação cosmopolita do petropolitano.

PETRÓPOLIS NO IMPÉRIO
Durante todo o 2° Reinado, a presença de D. Pedro II em Petrópolis se destacou, acima de qualquer outra
personalidade, por sua influência, pela constância da sua presença e do seu amor à cidade. “Fale-me de
Petrópolis”, pedia a quem o visitava no exílio, pouco antes de falecer. Na colonização, os alemães, que
receberam toda a proteção e simpatia do Imperador, sempre lhe prestaram as maiores homenagens,
chamando-o de “Unser Kaiser” (Nosso Imperador). A temporada de verão na Serra da Estrela durava até seis
meses, de novembro a maio, quando então a tutela imperial era transferida para Petrópolis. Desde 1848,
somente nos anos difíceis da Guerra do Paraguai, a vilegiatura serrana do imperador foi interrompida. Nos
dois últimos anos do Império, sua saúde se deteriorou com a diabetes, a ponto de ele se retirar de um
espetáculo a que assistia no Hotel Bragança. Os médicos e sua família procuraram mantê-lo em Petrópolis.
Com o Imperador na cidade, ela se tornava a capital do Império e centro da atenção nacional. Proclamada a
República, foi em Petrópolis que ele recebeu a notícia de seu exílio.

A cidade se desenvolvia rapidamente, com forte tendência aristocrática, por força da presença do Imperador
e de sua corte nas temporadas do verão petropolitano. Nobres, políticos, diplomatas, grandes senhores e
toda sua “entourage”, ricos negociantes e a intelectualidade da época se transferia para Petrópolis, durante

57
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

um semestre a cada ano. Palacetes eram construídos para morada dessa gente abonada. Quem não tinha
moradia se hospedava em hotéis e casas de família. E a cidade assumia um aspecto elegante. Muitos desses
palacetes hoje fazem parte do patrimônio arquitetônico do Centro Histórico da cidade, cuja preservação é
imprescindível para o desenvolvimento turístico e cultural de Petrópolis.

Mas o protocolo da serra era simples, podendo o Imperador ser encontrado circulando pela cidade de vitória
ou mesmo a pé. Eventualmente, entrava na sala de aula de uma escola e passava a fazer perguntas aos
espantados alunos. Carolina Nabuco contava que sua mãe viu certa vez a princesa Isabel saindo de sua casa,
em frente à Catedral, recomendando ao Conde d’Eu: “Gaston, não esqueça a chave do portão!”

Sem perder suas características de veraneio, a cidade se modernizava, acompanhando a tendência geral da
segunda metade dos anos 1800. Alguns sinais dessa modernidade são descritos a seguir.

O renomado ensino de respeitados colégios como o Kopke, o Calógeras, o de Frederico Stroele, o NS de


Sion, o Santa Isabel e as escolas de educadoras francesas, como as de Mme Dienes, Mme Taulois e Mme
Geslin.

A construção do Hospital Santa Teresa, inaugurado em 1876, com participação ativa de Dom Pedro II.

Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, criou a a linha de barcos a vapor e a estrada de ferro que
ligava Petrópolis ao Rio de Janeiro. Essa viagem começava no Cais dos Mineiros do Rio e ia até o Porto de
Mauá, no fundo da Baía da Guanabara, em pequenos vapores muito confortáveis, com orquestra e sala de
refeições; do Porto de Mauá até a Raiz da Serra usava-se a primeira estrada de ferro do Brasil, em 1854, e
daí, em diligências até Petrópolis pela Estrada Normal da Estrela. Em 1883, foi inaugurada a Estrada de Ferro
do Príncipe Grão-Pará, vencendo a Serra da Estrela em cremalheira, notável obra de engenharia na época,
que substituía as diligências serra acima.

Hotéis para veranistas e visitantes ilustres foram inaugurados. O Hotel Bragança, que funcionou por quase 80
anos e foi derrubado para a abertura da rua Alencar Lima tinha noventa e dois quartos, salões de festas, de
bailes e um teatro. Mas havia outros, como o Hotel Suíço, o João Meyer, ponto de reunião de colonos, o
Hotel Europa, que hospedou o Imperador Maximiliano do México, em 1848, e o Orleans, onde hoje funciona
a Universidade Católica de Petrópolis, na Rua Barão do Amazonas.

A indústria de tecidos encontrou fatores favoráveis na cidade, como o clima úmido, a energia hidráulica e a
mão-de-obra qualificada. A Imperial Fábrica de São Pedro de Alcântara, a Companhia Petropolitana, a
Aurora, a Werner, a Santa Helena, a Da. Isabel e a Cometa faziam de Petrópolis o mais importante polo têxtil
do país.

A construção de modernas estradas de rodagem facilitavam o acesso à cidade. Entre elas, a Estrada para Paty
do Alferes, a Estrada Normal da Estrela, que vinha do Porto da Estrela até Petrópolis (1843), e a União e
Indústria, que ia de Petrópolis para Juiz de Fora (1856).

Assim, com sua animada vida social, Petrópolis competia com o Rio de Janeiro durante todo um semestre
por ano, levando a grande vantagem de oferecer um clima ameno aos seus visitantes. Em conseqüência, a
cidade ostentava um grande número de primeiros lugares no Brasil, como a Estrada Normal da Estrela, a
primeira estrada de rodagem de montanha, a União e Indústria, a primeira estrada macadamizada, a primeira
cidade totalmente planejada antes de ser iniciada a sua construção e o primeiro trem a subir uma montanha.

PETRÓPOLIS NA REPÚBLICA
Com a Proclamação da República em 1889, que resultou no banimento e no exílio da Família Imperial, temia-
se que a cidade fosse ameaçada por retaliações republicanas e perdesse o seu prestígio. Mas isso não
aconteceu. As funções administrativas passaram a ser exercidas por intendentes nomeados pelo governador

58
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

do estado até 1892, quando Petrópolis passou a ser governada pela sua Câmara, situação que perdurou até
1916, quando foi criada a Prefeitura Municipal, tendo Oswaldo Cruz como seu primeiro prefeito, nomeado
por Nilo Peçanha, então Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Internamente, tentando se alinhar com as
novas idéias e apagar as lembranças da Monarquia, os políticos começaram a mudar os nomes das ruas,
substituindo os antigos nomes imperiais pelos seus novos valores:

Rua do Imperador.......Av. 15 de novembro


Rua da Imperatriz.......Av. 7 de setembro
Rua Princesa Isabel.....Rua 13 de maio
Rua de Bourbon..........Rua João Pessoa, depois Nelson de Sá Earp.
Rua de Joinville...........Rua Ipiranga
Rua Da. Francisca........Rua Gen. Osório

Significativos para a cidade foram os oito anos em que ela se transformou na capital do Estado do Rio de
Janeiro. Em 1893, ocorreu a Revolta Armada em Niterói contra o governo de Marechal Floriano Peixoto e
foram cortadas todas as comunicações entre o Rio de Janeiro e Niterói. Com a capital do estado ameaçada,
o governo foi transferido de Niterói para Petrópolis em 1894. José Tomás Porciúncula era o governador e o
retorno só aconteceu em 1902. O município, que tinha 29.000 habitantes e chegava a 35.000 no verão, já
estava recebendo energia elétrica e duas surpreendentes modernidades ocorreram em 1896: bondes
elétricos passaram a circular na cidade e aí ficaram até 1939; e o primeiro automóvel subiu a serra, um
“Decauville”, em 1902, movido a benzina e não tinha silencioso.

Quando Petrópolis deixou de ser capital do Estado, pensou-se novamente que a cidade perderia seu
prestígio e ficaria esquecida. Ao contrário, por muitos anos, o desenvolvimento foi mantido, ao lado da sua
vocação turística. Quando surgia uma epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro, muitas pessoas se
mudavam para Petrópolis, que estava livre desses males pela salubridade do clima.

Os republicanos também se renderam aos encantos da Serra da Estrela. De 1894 a 1903, o Ministério das
Relações Exteriores praticamente funcionou em Petrópolis, decidindo questões vitais como a assinatura do
Tratado de Petrópolis, que anexou o Acre à Federação.

Nos anos seguintes, com exceção de Floriano Peixoto, Delfim Moreira e Castello Branco, todos os
presidentes da República, desde Deodoro da Fonseca até Costa e Silva, veranearam em Petrópolis. A cidade,
que antes se transformava em capital do Império, agora se tornava capital da República com a presença de
expressivas personalidades como Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Santos Dumont, Conde Afonso
Celso, Hermes da Fonseca e sua mulher, Nair de Teffé, Pandiá Calógeras, Henrique Lage, Ruy Barbosa,
Joaquim Murtinho, Stefan Zweig, Edson Passos, Eugênio Gudin e tantas outras. Ficou preservado o seu
ambiente culto, aristocrático e refinado. Durante o verão, no início da noite, a estação ferroviária se
transformava num “point” social, repleta com as famílias esperando a chegada do “trem dos maridos”. Com
eles vinham também as notícias do dia.

Epitácio Pessoa, em 1920, construiu o prédio do I° Batalhão de Caçadores, trazendo para a cidade a tropa do
Exército, hoje 32° Batalhão de Infantaria, uma das tradições petropolitanas. Em 1922, ele construiu o belo
prédio dos Correios em arquitetura neoclássica. Em 1928, foi construída a primeira rodovia asfaltada do país,
que ligava o Rio a Petrópolis e que recebeu o nome de Washington Luiz, uma homenagem ao presidente
que teve essa importante iniciativa para a vida da cidade.

Talvez Getúlio Vargas tenha sido o presidente que mais se aproximou e se interessou por Petrópolis. Até hoje,
muitos ainda se lembram dele caminhando pelas ruas da cidade, com as mãos cruzadas nas costas. O Museu
Imperial e o Mausoléu dos Imperadores devem a ele a sua existência. Getúlio Vargas, em Petrópolis, na visão
de José Luiz Alquéres, de certa forma repete a época imperial pela concentração e continuidade do poder
central durante o Estado Novo, pela afetividade do povo petropolitano com a família Vargas e pelo trânsito

59
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

político que beneficiou seus parentes, como a filha Alzira - qual uma nova princesa Isabel, sua mulher Darcy
e seus aparentados Amaral Peixoto, João Goulart, Celina e Moreira Franco. Tudo isso contribui para dar a
Getúlio uma aura só superada pelo velho imperador, com o qual, inconscientemente ou não, procurou se
identificar.

Essa nova “corte imperial” mudou a cidade. O suntuoso Hotel-Cassino Quitandinha, aberto em 1944, se
tornou conhecido em todo o país e atraiu o jet-set internacional para Petrópolis. Orson Welles, Errol Flynn e
outros nele se hospedaram. Com a proibição legal do jogo em 1946, o hotel perdeu o esplendor, mas até
hoje seu prédio, conhecido como Palácio Quitandinha, é atração na cidade.

OS VALORES PETROPOLITANOS
A partir de 1960, a cidade não conseguiu os grandes investimentos de que necessitava para se modernizar e
poder enfrentar a crescente concorrência comercial e industrial. Houve então a grande mudança de rumo na
vida do petropolitano e da sua cidade, que se voltou cada vez mais para a sua tradição histórica, para a
urbanização e arquitetura que ficaram de seu passado e para a beleza e preservação da sua natureza. A cada
dia, novas mansões e palácios abriam suas portas para visitação. A Prefeitura de Petrópolis planejou e
organizou o setor de turismo e cultura e uma extensa rede de facilidades foi sendo oferecida ao turista,
como informações, eventos, pousadas e hotéis, restaurantes e outras atrações cheias de requinte e
particularidades, capazes de atrair o interesse do visitante.

Em 1979, um grupo de petropolitanos animados, corajosos e vibrantes com sua cidade se movimentou em
torno de entidades preservacionistas como a APANDE e sensibilizou o presidente João Figueiredo,
conseguindo que fosse assinado o Decreto 80, em 1981, impedindo demolições e construções que
descaracterizavam o Centro Histórico. E ele atribuiu à cidade o título de CIDADE IMPERIAL. Com apenas
cinco artigos no seu decreto, Figueiredo salvou o que restou da Petrópolis imperial. Nos anos seguintes, em
conjunto com os moradores, a Câmara Municipal promulgou um bem elaborado código de posturas
municipais que garantiu as tradições e os valores da cidade.

Tanto no Império como na República, Petrópolis se desenvolveu, sempre estimulado pela presença de
pessoas ilustres que amaram a cidade e aqui passaram boa parte de suas vidas. Muitos deles estão
sepultados em Petrópolis e foram incorporados ao patrimônio cultural de nossa cidade. Especialmente a sua
rica tradição ligada à Família Imperial brasileira, em particular a figura de D. Pedro II, passou a ser um valor
significativo para a cidade e um forte apelo para turismo cultural de maior grandeza.

A educação também é um expressivo valor petropolitano. Os alunos do nosso ensino fundamental público e
privado sempre se destacaram nas avaliações oficiais. Também os estudantes do ensino superior,
representados pela Universidade Católica de Petrópolis, Faculdade de Medicina de Petrópolis, Universidade
Estácio de Sá e, desde 2015, pela primeira universidade pública do munícípio, com a instalação do campus
da Universidade Federal Fluminente na cidade, entre outras, destacam-se na vida profissional.

Para que esses valores histórico-culturais possam se transformar em riqueza para a cidade, estão sendo
feitos grandes esforços pela iniciativa privada e pelo poder público, com ações diretas como investimentos
na educação, na divulgação e, principalmente, na transformação da consciência dos que vivem em Petrópolis
para que se sensibilizem com esses valores e recebam com toda atenção aqueles que vierem nos visitar.

Outras cidades imperiais da América Latina são Ciudad Imperial, no sul do Chile, e a Vila Imperial de Potosi,
na Bolívia, que foram as primeiras e receberam seus títulos concedidos por Carlos V. Dom Pedro I deu o
título de Imperial à Cidade a São Paulo, à Vila Rica (Ouro Preto) e a Montivideo, querendo consolidar a
presença militar brasileira na Banda Oriental do Rio da Prata em 1825. Os regentes de 1831 chamaram uma
pequena vila de Goiás de Vila do Porto Imperial.

60
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Finalmente, Dom Pedro II preferiu denominar nossa vizinha como Imperial Cidade de Niterói em 1841. Todas
essas concessões foram rigorosamente legais, concedidas por decretos oficiais. Petrópolis, porém, entre
todas essas, é a única que nasceu sob o patrocínio e com a proteção de Dom Pedro II, em terras da Família
Imperial. Até a sua morte, nosso Imperador nunca se desligou de sua cidade. Petrópolis é cidade imperial
oficiosa, mas com todo o direito e o orgulho desse título de nobreza.

Formação Administrativa

Petrópolis está dividida em cinco distritos, que se subdividem em bairros menores. Estes distritos se
subdividem em bairros e/ou localidades urbanas e rurais.

Petrópolis
Centro
Zona norte: Quissamã, Retiro, Jardim Salvador, Itamarati (parte), Atílio Marotti, Quarteirão Brasileiro, entre
outros.
Zona sul: Valparaíso, Quitandinha, Duques, Taquara, Parque São Vicente, Coronel Veiga, Castelânea, Siméria,
Duas Pontes, Ponte Fones, Quarteirão Suíço, Quarteirão Italiano, Independência, São Sebastião, Saldanha
Marinho, Alto Independência, Mauá, entres outros.
Zona oeste: Bingen, Mosela, Duarte da Silveira, Capela, Castrioto, Pedras Brancas, Vila Militar, Rocío,
Battailard, Moinho Preto, Fazenda Inglesa, Quarteirão Ingelheim, Quarteirão Nassau, entre outros.
Zona leste: Morin, Alto da Serra, 24 de Maio, Vila Felipe, Vila Real, Campinho, Chácara Flora, Sargento
Boening, Oswero Vilaça, Meio da Serra, entre outros.

Distritos
Cascatinha - Araras, Vale das Videiras, Bonsucesso, Carangola, Vila Manzini, Castelo São Manoel, Corrêas,
Bairro da Glória, Itamarati, Estrada da Saudade, Nogueira, Samambaia, Jardim Salvador, Roseiral, Alcobacinha
e Humberto Rovigatti.
Itaipava - Madame Machado, Mangalarga, Vila Rica, Jardim Americano, Vale do Cuiabá, Benfica, Laginha,
Gentio, Catubira, Ribeirão, Castelo, Reta, Sumidouro, Santa Mônica, Arranha- Céu, Parque Santa Maria,
Parque dos Eucaliptos, Estrada das Arcas e centro de Itaipava
Pedro do Rio - Secretário, Fagundes, Taquaril, Barra Mansa, entre outros.
Posse - Brejal, Rio Bonito, Tremedeira, Granjas Raposo, Nossa Senhora de Fátima, Jacuba entre outros.

Informações Socioeconômicas

Considerado uma capital subregional de alta influência na região, o município de Petrópolis é polo da região
de Petrópolis, Rio de Janeiro. Dentro de sua área de influência, a cidade atrai maior parte dos visitantes pelo
comércio de vestuário.

O PIB da cidade é de cerca de R$ 13,6 bilhões de, sendo que 54% do valor adicionado advém dos serviços,
na sequência aparecem as participações da indústria (26,8%), da administração pública (18,8%) e da
agropecuária (0,4%).

Com esta estrutura, o PIB per capita de Petrópolis é de R$ 44,6 mil, valor inferior à média do estado (R$ 45,2
mil), mas superior à grande região de Petrópolis (R$ 34,9 mil) e à pequena região de Petrópolis (R$ 38 mil).

O município possui 64,3 mil empregos com carteira assinada, a ocupação predominante destes
trabalhadores é a de vendedor de comércio varejista (4118), seguido de auxiliar de escritório (2447) e de
faxineiro (2147). A remuneração média dos trabalhadores formais do município é de R$ 2,1 mil, valor abaixo
da média do estado, de R$ 3 mil.

61
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A concentração de renda entre as classes econômicas em Petrópolis pode ser considerada muito baixa e é
relativamente inferior à média estadual. As faixas de menor poder aquisitivo (E e D) participam com 60,3% do
total de remunerações da cidade, enquanto que as classes mais altas representam 9,1%. Destaca-se que
composição de renda das classes mais baixas da cidade têm uma concentração 22,3 pontos percentuais
maior que a média estadual, já as faixas de alta renda possuem participação 20,3 pontos abaixo da média.

Do total de trabalhadores, as três atividades que mais empregam são: administração pública em geral (4553),
atendimento hospitalar (3758) e atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento
a urgências (2033). Entre os setores característicos da cidade, também se destacam as atividades de
manutenção e reparação de aeronaves e fabricação de cervejas e chopes.

A economia de Petrópolis é baseada no turismo histórico e cultural, e nos setores secundário e terciário.
Merece destaque o comércio de roupas e a fabricação de cerveja e chocolate, sobretudo nos polos da Rua
Teresa e Itaipava, que atraem compradores atacadistas e varejistas de todo o país.

Petrópolis é a cidade sede de inúmeras cervejarias do Brasil e é o segundo maior polo cervejeiro do país. É
onde estão instaladas as sedes do Grupo Petrópolis, da Cervejaria Cidade Imperial e da Cervejaria Bohemia.
A cidade ainda possui fábricas da Heineken Brasil (subsidiária do grupo holandês Heineken International), e
da AmBev, a maior empresa de bebidas do país.

Em 2017, o legislativo municipal aprovou uma lei de incentivo fiscal para microcervejarias e Brewpubs
(restaurantes que fabricam a cerveja no mesmo local que ela é vendida). Segundo a Associação das
Cervejarias Artesanais de Petrópolis (ACAP), a cidade emprega cerca de 1,5 mil pessoas com esse tipo de
venda (o que não inclui os empregados de mega cervejarias). A cidade atualmente possui 21 produtoras de
cerveja. A vocação cervejeira do município o levou a ser reconhecido como a Capital Estadual da Cerveja,
através da Lei 7.650, sancionada no dia 14 de julho de 2017.

Outras empresas também possuem sede na cidade, como a rede Mundo Verde (varejista brasileira de
produtos naturais) e a fabricante de chocolates Katz. Atualmente desenvolve-se o projeto Distrito Industrial
da Posse, que visa ao incentivo às indústrias no 5º distrito da cidade. Petrópolis possui o 9º maior PIB do
estado do Rio de Janeiro, sendo a maior economia da região, e em âmbito nacional, superior a seis capitais
de estado, tais como Aracaju, Palmas e Macapá.

A economia da cidade ainda é maior que estados inteiros da federação, como Roraima e Acre.

De janeiro a julho de 2022, foram registradas 17 mil admissões formais e 14,5 mil desligamentos, resultando
em um saldo positivo de 2574 novos trabalhadores. Este desempenho é superior ao do ano passado, quando
o saldo foi de 1071.

Na grande região de Petrópolis este é o melhor desempenho em termos absolutos. Considerando a geração
de vagas pelo tamanho da população, a cidade é a 7º que mais cresce na grande região de de Petrópolis.

Destacam-se positivamente a coleta de resíduos (1371), a construção de outras obras de infraestrutura (412)
e a educação infantil e ensino fundamental (188).

Ao longo do ano, a geração de emprego da cidade é bem equilibrada, sendo que o mês de fevereiro
costuma apresentar maior número de contratação e abril normalmente tem o menor saldo de empregos.
Pelas nossas projeções, o mês atual de setembro deve apresentar um saldo de 979 empregos. No mês que
vem, a projeção indica valores próximos a 934.

62
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Até agosto de 2022 houve registro de 857 novas empresas em Petrópolis, sendo que 169 atuam pela
internet. No ano de 2021 inteiro, foram registradas 1124 empresas. No último mês, 132 novas empresas se
instalaram, sendo 22 com atuação pela internet. Este desempenho é menor que o mês anterior (157).

Na região, somam-se 2430 novas empresas, valor que é superior ao desempenho do ano passado.

Turismo

A alta temporada do turismo em Petrópolis se inicia em junho, com a realização da Bauernfest e o início do
inverno, que atrai turistas para a cidade pelo clima tipicamente frio. Em 2014, algumas atrações registraram
alta de mais de 30% em relação ao mesmo período de 2013, devido à Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

É a cidade da Região Serrana Fluminense que recebe mais turistas por ano. Petrópolis também foi a não
capital que mais progrediu no Índice de Competitividade do Turismo Nacional em 2014, elaborado pelo
Ministério do Turismo. Segundo os elaboradores, a cidade está entre as 15 mais bem colocadas do Brasil no
ranking geral de competitividade no turismo.

Patrimônio arquitetônico
A cidade possui um conjunto arquitetônico sem igual, como o Palácio Quitandinha, a Academia
Petropolitana de Letras, o Museu Casa de Santos Dumont, o Museu Imperial de Petrópolis, o Teatro D. Pedro,
o Museu Casa do Colono e a Catedral de São Pedro de Alcântara. O palácio é a principal construção do
chamado "centro histórico", onde se destaca a Avenida Koeler, ladeada por casarões e palacetes do século
XIX. A via é perpendicular à fachada da Catedral de São Pedro de Alcântara e, no outro sentido, à Praça da
Liberdade e à fachada da Universidade Católica - constituindo-se em um dos mais belos cenários da cidade.

No chamado "centro histórico", encontram-se, também, construções como a "Encantada" (casa de verão de
Santos Dumont); o Palácio de Cristal; o Palácio Amarelo (Câmara de Vereadores); o Palácio Rio Negro,
fronteiriço à sede da prefeitura (Palácio Sérgio Fadel) e construções curiosas, como o "castelinho" do
autodenominado "Duque de Belfort", na esquina da Koeler com a Praça da Liberdade, ou ainda a antiga casa
da família Rocha Miranda, na Avenida Ipiranga - mesmo endereço de outra residência da mesma família, em
estilo sessentista. Linhas modernas também estão presentes na casa de Lúcio Costa, no bairro de
Samambaia.

Teatros
Petrópolis conta com alguns teatros. O Teatro D. Pedro, criado em estilo art déco e inaugurado em 1933 pela
empresa D'Ângelo & Cia, é um dos maiores do estado. O local foi criado com estilos diferentes, com
referências mitológicas e futuristas, fazendo com que o teatro seja considerado de estilo eclético, e se
tornando uma referência cultural e artística para Petrópolis. A cidade também possui o Teatro Santa Cecília,
construído em 1955, localizado na Rua Aureliano Coutinho no centro da cidade. O teatro Afonso Arinos,
localizado no Centro de Cultura Raul de Leoni; o teatro da FASE, localizado na Avenida Rio Branco; o Teatro
Mariano, pertencente à congregação Mariana e o auditório da Concha Acústica do Museu Imperial,
localizado no próprio museu. Há também o Teatro Mecanizado do Quitandinha, com capacidade para 1600
pessoas, situado no Hotel Quitandinha.

Museus
Petrópolis tem grande tradição como cidade imperial. Por isso, hoje possui um dos museus de história mais
importantes do Brasil, o Museu Imperial. Construído entre 1845 e 1862, como Palácio de Dom Pedro II,
possui acervo constituído por peças ligadas à monarquia brasileira, incluindo mobiliário, documentos, obras
de arte e objetos pessoais de integrantes da família real. O Palácio virou museu em 1943 por decreto do
então presidente Getúlio Vargas. Além dele a cidade possui o Museu de Cera de Petrópolis, Museu Casa

63
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Santos Dumont, Museu Casa do Colono, Casa da Princesa Isabel e Palácio Rio Negro, todos localizados no
centro da cidade.

Com mais de 321 mil visitantes, o Museu Imperial, em Petrópolis, foi o museu mais visitado do Brasil em
2016, segundo dados do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério da Cultura.

Festivais
A cultura de Petrópolis está diretamente ligada à imigração alemã. Desde 1989, é realizada anualmente a
Bauernfest, uma festa típica em homenagem aos imigrantes alemães. O festival em 2012 durou 11 dias, teve
a participação de 368 mil visitantes e arrecadou R$ 55 milhões. O festival recebe turistas estrangeiros e do
Brasil inteiro, em especial da cidade do Rio de Janeiro. É a festa mais influente da cidade e inclui competições
de chope a metro, apresentações, culinária típica, exposição de chocolates, entre outras atrações.

A cidade realiza ainda o Serra Serata, festival anual que celebra a imigração e a cultura italiana.

Petrópolis também realiza o Festival de Inverno, promovido pelo SESC, com diversas atrações para esse
período do ano, que geralmente acontece no Palácio Quitandinha. O festival já é tradicional nas cidades de
Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis. Em 2014 foi realizada a 13ª edição, contando com shows,
apresentações teatrais e eventos culturais.

A cidade também realiza o Bunka-Sai, festival anual de cultura japonesa, que teve sua primeira edição em
2009. Conta com apresentações culturais, além do festival gastronômico japonês.

Natal Imperial
No período próximo às celebrações de Natal, a cidade recebe uma série de atrações custeadas através de
uma parceria entre o município e a esfera privada. O ciclo de atrações é chamado de Natal Imperial. O
período se inicia no começo de dezembro, quando a cidade recebe uma iluminação especial espalhada por
árvores, praças e prédios públicos, que complementam as decorações típicas espalhadas pela cidade. Além
da decoração, são realizados shows, desfiles, paradas e outros eventos. Estima-se que em 2017 cerca de 300
mil pessoas irão visitar a cidade no período das festividades.

Carnaval
Em 2013, o carnaval da cidade foi cancelado, para a aplicação das verbas no valor aproximado de R$1
milhão, antes usadas nos desfiles, na área da saúde, tornando assim Petrópolis um refúgio de cariocas do
Carnaval. A decisão foi tomada durante uma reunião entre o prefeito e a Fundação de Cultura e Turismo. Em
2019, a escola de samba Unidos de Vila Isabel homenageou a cidade com o enredo "Em nome do pai, do
filho e dos santos, a Vila canta a cidade de Pedro", ficando em 3º lugar na apuração.

Dados Estatísticos do Município

Demografia

Catolicismo Romano 56,9%


Protestantismo 26,7%
Sem religião 9,4%
Espiritismo 4,2%
Outros 2,7%

64
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Petrópolis viveu um forte crescimento populacional no final do século XIX, que se manteve de forma menos
significativa durante todo o século XX, tendo sua população começado a estagnar e, a partir de então, retrair
(mesmo que de forma amena) por volta do início dos anos 2000.[25] Segundo dados de 2010, 52,3%
(aproximadamente 155 mil pessoas) da população pertencem ao sexo feminino e 48,7% (cerca de 145 mil
pessoas) ao sexo masculino.
A Diocese de Petrópolis é um subdivisão da Arquidiocese de Niterói no modelo hierárquico da Igreja
Católica no Brasil.

Composição étnica

Brancos 63,5%
Pardos 25,7%
Negros 10,6%
Asiáticos 0,4%
Indígenas 0,1%

A historiografia majoritária descreve que os principais povos envolvidos na formação étnica/cultural de


Petrópolis foram os alemães, portugueses (principalmente da região dos Açores), afro-
brasileiros, italianos, franceses, ingleses e libaneses.

Escolarização 6 a 14 anos

97,4 % [2010]

IDHM Índice de desenvolvimento humano municipal

0,745 [2010]

Mortalidade infantil

13,59 óbitos por mil nascidos vivos [2020]

Receitas realizadas

997.314,72 R$ (×1000) [2017]

Despesas empenhadas

972.655,14 R$ (×1000) [2017]

PIB per capita

65
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

R$ 44.559,04 [2019]

66

Você também pode gostar