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HISTÓRIA DA MIDIA

O CRESCIMENTO
DO MEIO
JORNAL
2ª Revolução Industrial

Sociedades modernas
O final do século XIX constitui um período de
intensas mudanças nos países ocidentais mais
desenvolvidos: industrialização em ritmo acelerado,
descobertas científicas importantes, elevado índice
de invenções tecnológicas, aumento de mulheres
no mercado de trabalho, grande fluxo migratório,
entre outras. Considerado “um divisor de águas
entre a história moderna e a contemporânea”
(BARRACLOUGH, [s.d.], p. 58),
O telégrafo
No século anterior, em 1739, o telégrafo ótico de Chappe ficou restrito
aos comunicados oficiais e somente indiretamente a imprensa se
beneficiou dele. A difusão rápida de notícias iniciou com o telégrafo
elétrico6, criado por Morse, nos Estados Unidos,

A instalação de cabos submarinos oceânicos para telegrafia deu


impulso ainda maior à imprensa. Os jornais, que desde a criação da
agência de notícias Associated Press, em 1848, já eram os principais
usuários do serviço, passaram a dispor a usar também.

Em 1866, o primeiro cabo submarino ligando a Europa aos Estados


Unidos já estava em funcionamento.
“O país é governado pelo Times”
Na Inglaterra, o fim dos últimos obstáculos restritivos à atividade:
os impostos especiais de publicidade, que terminou em 1853; o
do selo, em 1855; e o do papel, em 1863 – explicam boa parte do
crescimento da imprensa e do aumento do seu poder, que se
estendeu ao continente europeu.

Em 1861, o Daily Telegraph, na inglaterra reduziu o preço de cada


exemplar para um penny, marcando o início da imprensa
popular no país, que reduziria a força do Times.
Penny Press
ANTES DISSO, O “JORNAL BARATO”
JÁ HAVIA APARECIDO EM NOVA
YORK. O PIONEIRO TERIA SIDO O THE
SUN, DE 1833.

LANÇADO POR UM GRÁFICO


EMPREENDEDOR, BENJAMIN DAY, E
QUE ATINGIRIA UMA TIRAGEM DE 34
MIL EXEMPLARES APENAS CINCO
ANOS DEPOIS.
A conjugação desses fatores históricos vai
consolidar o jornalismo, ao longo do século XIX,
como um poderoso instrumento de mobilização
da opinião pública – que já era vista como uma
expressão social que todo o governante deveria
considerar antes e depois de qualquer decisão
relevante

Cidadão Kane
"DE 1895 A 1941 KANE DEFENDEU A
ENTRADA PADE SEU PAÍS NA GUERRA E FOI
CONTRA OUTRA. GANHOU A ELEIÇÃO DE
PELO MENOS UM PRESIDENTE AMERICANO.
FALOU PARA MILHOES DE AMERICANOS. FOI
ODIADO POR TANTOS OUTROS.
DURANTE 40 ANOS, NÃO APARECEU NO
JORNAL UM PROBLEMA PÚBLICO PARA O
QUAL ELE NÃO TIVESSE UMA OPINIÃO,
NENHUM HOMEM PÚBLICO QUE KANE NAO
APOASSE OU DENUNCIASSE. GERALMENTE,
APOIAVA E DEPOIS DENUNCIAVA".
FILME LANÇADO EM 1941
Considerado uma obra prima do cinema. O Cidadão Kane é o filme
de estreia do diretor Orson Wells (atua no filme) por inovar na
estrutura dramática e estética. Retrata a vida do poderoso e rico
magnata da comunicação: Charles Foster Kane (Orson Welles), que
morreu sozinho em sua mansão segurando um globo de neve e
murmurou a palavra “Rosebud”.

ORSON WELLS
Diretor, e artista do rádio, teatro e cinema. Ficou conhecido pelo
episódio Guerra dos Mundos.

OSCAR DE MELHOR ROTEIRO/ MANK


Herman J. Mankiewicz foi roteirista da obra. Polêmica a respeito dos
direitos e do papel do roteirista na direção e montagem do filme.
HERMAN J. MANKIEWICZ Mank (2020), ganhou Oscar 2021 de melhor fotografia. Foi produzido
pela Netflix e gira em torno da produção do filme Cidadão Kane
(1941), nos anos 1930 e 1940 em Hollywood.
New York World
Em 1883, Joseph Pulitzer
compra o New York World.

Nas mãos de Pulitzer, o jornal


passa por uma reformulação
completa (manchetes
enormes, artigos
sensacionalistas, seções
esportivas, e numerosas
ilustrações para atrair leitores).
Com uma receita que misturava bons editoriais com matérias de
tom sensacionalista, o World liderou as vendas durante boa
parte das décadas de 1880 e 1890.

No final dos anos 1890, travou uma briga com o New York
Journal, episódio conhecido como yellow journalism.

Funny Page
Pulitzer concentra seus esforços no suplemento dominical e contrata ilustradores. Entre
eles, Richard Felton Outcault, que já produzia ilustrações e charges para revistas como a
Life (1883- 1936). No New York World, Outcault cria o Hogan’s Alley (humorístico), um das
primeiras Funny Pages, a seção criada pelo ilustrador do New York World publica o
primeiro personagem de quadrinhos do mundo: Yellow Kid (O menino amarelo).
“[...] ele era de estatura baixa; e
tinha feições de chinês, uma
cabeça grande e totalmente
sem cabelo, um enorme par de
orelhas, apenas dois dentes na
boca, e um sorriso zombeteiro;
usava um camisolão, que, na
maioria das vezes, exibia frases
irreverentes e sarcásticas”
(LUCCHETTI, 2001, p. 4).

VIP VIAGENS E TURISMO | 2020


New York Journal
Em 1895, o magnata William Randolph Hearst
compra o New York Journal e passa a disputar
leitores do jornal de Pulitzer. Hearst foi de fato o
responsável pelo do desenvolvimento das histórias
em quadrinhos nos jornais americanos. Seu primeiro
investimento foi contratar os ilustradores do New
York World para poder publicar o Yellow Kid. Hearst
cria os conhecidos painéis humorísticos.

Em um desses painéis, The Yellow Kid and his New


Phonograph, o menino amarelo aparece em
sequência, pela primeira vez, como uma história em
quadrinhos. É nessa história que surge o primeiro
emprego de balões para indicar a fala dos
personagens: o menino, o gramofone, e um
papagaio.
O menino amarelo foi o primeiro
personagem das histórias em
quadrinhos a ter sua imagem
estampada nos mais variados
produtos – caixas de biscoitos,
leques, etc. Foi também o primeiro
personagem dos quadrinhos a
originar uma disputa judicial
(LUCCHETTI, 2001, P.4)
A conhecida “yellow press”
(imprensa amarela) teve Início do
origem na disputa de
leitores e também na
sensacionalismo
disputa judicial entre os popular
jornais New York World, (de
Pulitzer) e New York
Journal (de Hearst).
A imprensa amarela
americana também
mostrava os perigos do
cotidiano moderno
ANDRÉIA DIAS
“O tema distópico dominante na virada do
século destacava os terrores do trânsito da
cidade grande, em especial com relação
aos riscos do bonde elétrico”

“pedestres feridos, pilhas de ‘inocentes


massacrados’ e figuras de esqueletos
regozijados personificando a morte
enfocaram os novos perigos do
ambiente urbano tecnologizado. Jornais
sensacionalistas tinham uma predileção
particular por imagens de instantâneos de
mortes de pedestres” (SINGER, 2003, P. 124-127)
PUBLICIDADE NOS JORNAIS
"Nos primórdios da imprensa jornalística, não havia
ainda uma distinção clara sobre os limites do que
era publicidade e do que era jornalismo, vigorando
assim certa ambiguidade" (MARSHALL, 2003, p.107).

Data de 1650 o primeiro anúncio publicitário em


jornal (de recompensa pela devolução de 12 cavalos
roubados), na última página do Several Proceedings
in Parliament, de Londres. Na Inglaterra, nesta
época, livros e medicamentos, e mais tarde, café,
chocolate, chá e imobiliário são os principais
conteúdos dos anúncios (BOVÉE; ARENS, 1989, p.20).
Século XIX e XX

O jornal torna-se grande Separação dos departamentos:


empresa capitalista e volta à notícia e anúncios;
essência que marca sua
Jornalismo busca objetividade, uso
origem: servir de plataforma do lead, piramide invertida e o
para relatar acontecimentos e repórter;
comercializar espaços
Profissionais para captação de
disponíveis para anúncios anúncios, regras para a
publicitários sobre os publicidade.
produtos e serviços ofertados
na sociedade.
Referências A HISTÓRIA SOCIAL DA MIDIA

Asa Briggs & Peter BURKE

A RELAÇÃO HISTÓRICA ENTRE O


JORNALISMO E A PUBLICIDADE

Bruno Navarros FRAGA

MODERNIDADE, HIPERESTÍMULO E O
INICIO DO SENSACIONALISMO
POPULAR

Ben SINGER.

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