UFCD 9366

PÓS-PRODUÇÃO VÍDEO
DIGITAL – INICIAÇÃO

INTRODUÇÃO
 CONTEXTUALIZAÇÃO

Antes de começarmos a pôr a mão na

massa, aliás, no vídeo, é importante
entenderem como o vídeo surgiu e como
o modo em que ele acontece hoje facilita
tanto a nossa vida.
Em 1885 os irmãos Lumiere,
considerados os pais do cinema,
inventaram o cinematógrafo, que
consiste em um equipamento 3 em 1,
que gravava, capturava e projetava fotos
em movimento num fundo branco e liso.
Esse foi um grande avanço, porém os filmes eram limitados, davam a ideia que tinha sido gravada
uma peça de teatro com a câmera colocada no lugar central do público.
 INTRODUÇÃO

Embora essa descoberta dos irmãos

tenha sido uma grande inovação,
em 1901 Edwin S. Porter, veio mostrar
que o filme não tinha que ser um
longo take.

UFCD 0146
Imagem/vídeo - captação, registo e edição
Formadora Sílvia Cunha
O que ele fez foi criar uma narrativa dramática entre duas ações interligadas no drama, mas
distantes fisicamente.
 Em 1908 DW Griffiths filmou “For Love of Gold”, que teve
o primeiro corte de continuidade após o final de uma
cena.
Griffiths então percebeu que as emoções também
poderiam ser retratadas através de diferentes ângulos de
câmera e ritmo de edição.
Ele tem o crédito de ter dado nome e forma a narrativa no filme, pela produção do primeiro longa-metragem
americano e também pela descoberta do close-up (plano da câmera que se mostra um detalhe/promenor)..
EDIÇÃO ANALÓGICA
A Edição Analógica é o nome
que se dá para edição antes da
invenção do computador.
Pegavam o negativo do filme
após a gravação concluída, o
cortavam e colavam na ordem
que o guião estabelecia.

Em seguida, passou-se a
utilizar uma máquina, como
a Moviola. Estas máquinas
facilitaram o trabalho, mas
nada que se compare a
evolução que o computador
e os programas de edição
trouxeram.
CHEGADA DOS COMPUTADORES

Com a chegada dos computadores e os

programas de edição tudo ficou mais
fácil. O processo de produção ficou mais
barato, mais rápido e permitiu utilizar
muito mais recursos na edição.
Essas inovações tornaram os filmes mais
interessantes para o público através de
vários aspectos, tais como: ângulos de
câmera diferentes; narrativas com mais
ritmo e claro a utilização de efeitos.
Os programas de edição progrediram muito desde sua criação e
hoje temos a disposição várias ferramentas e outros programas
como Adobe Premiere, DaVinci Resolve, programas de animação
3d, que são capazes de fazer verdadeiras mágicas e nos
proporcionar filmes incríveis como temos atualmente.
Depois de conhecer um pouco mais da história da edição, temos que entender
também que essa ferramenta é muito mais que uma técnica.

Para dominá-la é importante ter sensibilidade para fazer os cortes no ritmo

certo, para escolher a melhor música e para deixar o tratamento de
cor compatível com a ideia e guião do vídeo que vocês estiverem a fazer.

Sempre que possível, o ideal é escrever primeiramente o texto a ser

narrado (guião) depois gravá-lo e a seguir transferi-lo para o programa de
edição.
 VÍDEO
DIGITAL VS. ANALÓGICO
 VÍDEO ANALÓGICO

O vídeo analógico teve, realmente, a sua época. Até

há bem pouco tempo gravavam-se conteúdos em
cassetes e a edição era feita em mesas de mistura.
Mais recentemente, a edição envolvia a cópia do
conteúdo para o computador onde era feita a edição,
envolvendo processos mais demorados e complexos.
As principiais carateristicas do video analógico são:
imagens transmitidas como um sinal analógico, linear ,
sem acesso aleatório, sujeito a perdas na geração,
construído a partir de linhas e standards analógicos.
Há 3 tipos de standards analógicos: PAL, NTSC e o
SECAM.
VÍDEO DIGITAL

O vídeo digital, formato mais recente, é gravado em

linguagem binária.
Com o avanço da tecnologia, uma câmara digital tornou-se
mais acessível.
Esta preferência tem vários motivos:
-resistência superior do conteúdo uma vez que no caso
analógico a fita onde o conteúdo é gravado pode degradar-
se com o tempo;
-facilidade de armazenamento e partilha;
-qualidade não deformada aquando a cópia do conteúdo;
-simplicidade de manipulação e edição, uma vez que os
sistema de trabalho é, hoje em dia, totalmente digital e a
edição é feita em computadores, que obviamente, exigem
suporte digital do conteúdo.
 VÍDEO
COMO DISCURSO DE
COMUNICAÇÃO
 O vídeo tem uma
linguagem própria.
As imagens e a
forma como são
captadas
transmitem todo o
tipo de mensagens.
Isto é ainda
enriquecido pelo
facto de cada
realizador ter um
estilo próprio e a sua
forma individual de
comunicar.
ETAPAS DA
PRODUÇÃO
DO VÍDEO
ETAPAS DE
PRODUÇÃO DE VÍDEO

Pré- Produção

Produção

Pós - Produção
 PRÉ-
PRODUÇÃO
• PRÉ-PRODUÇÃO É A BASE DA
PRODUÇÃO DE UM PROJETO
AUDIOVISUAL. É NESTA FASE
QUE SÃO ORGANIZADAS TODAS
AS ATIVIDADES QUE SERÃO
REALIZADAS, COMO O GUIÃO,
STORYBOARD, ORÇAMENTO,
CASTING,DE EQUIPA E AS
ETAPAS IMPORTANTES ANTES DE
SEREM REALIZADAS AS
FILMAGENS.
 O BRIEFING É A ESPINHA DORSAL DO
PROJETO, É A PARTIR DELE QUE TODOS
OS DETALHES SERÃO DEFINIDOS:
• CRIAR O ARGUMENTO E ELABORAR O GUIÃO.

• PROVIDENCIAR O QUE DETERMINA O GUIÃO.

• CONHECER O ESPAÇO PARA CAPTURA DAS FILMAGENS.

• DEFINIR AS FUNÇÕES DA EQUIPA.

• ENUMERAR O QUE SERÁ USADO NA PRODUÇÃO.

• MONTAR CENÁRIOS E/OU CONHECER O ESPAÇO.

• FAZER O ORÇAMENTO DO VÍDEO (TODOS OS CUSTOS
DEVEM ENTRAR NO ORÇAMENTO)
PROCESSO DA NARRATIVA AUDIOVISUAL
CONCEPÇÃO DA IDEIA
-SINOPSE
-ESCRITA DO ARGUMENTO
-DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA
-PERSONAGENS
-UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
-CRIAÇÃO DA PASSAGEM TEMPORAL

GUIÃO CINEMATOGRÁFICO
-REGRAS DE ESCRITA
-SOFTWARE “CELTX”
-RÉPERAGE (IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS ESPAÇOS)

STORYBOARD
-REPRESENTAÇÃO VISUAL DE TODOS OS PLANOS E MOVIMENTOS
-SIMBOLOGIA PRÓPRIA
 SINOPSE
LINHA DA HISTÓRIA A PARTIR DA QUAL ESTA É CONTADA EM FRASES, OU SEJA, A HISTÓRIA
É FALADA UTILIZANDO UM PARÁGRAFO. EM POUCAS LINHAS, DEVEM SER INCLUÍDOS OS
PERSONAGENS DO INÍCIO AO FIM O EXEMPLO A SEGUIR APRESENTARÁ UMA HISTÓRIA EM
UM PARÁGRAFO, COM UM INÍCIO E UM DESFECHO.

• “UM HOMEM É ENCONTRADO EXAUSTO E SEM MEMÓRIA EM UM DESERTO AO SUL DOS ESTADOS UNIDOS. AOS POUCOS SE
RECORDANDO DE SUA VIDA, ELE É ACOLHIDO PELO IRMÃO WALT , QUE É CASADO COM ANNE .COM ELES VIVE TAMBÉM
ALEX, FILHO DO HOMEM SEM MEMÓRIA, QUE AOS POUCOS VOLTA A SE IDENTIFICAR COM O PAI.”

• (PARIS TEXAS DE WIN WENDERS)

 PRÉ- GUIÃO
O ARGUMENTO É ONDE EM QUE SE REÚNEM OS ASPECTOS ESSENCIAIS DO
ENREDO, SEM QUALQUER REFERÊNCIA TÉCNICA.

Quando Onde
• A ESSÊNCIA DA HISTÓRIA DESCRITA
DE UM MODO NARRATIVO – Tempo Localização
PERSONAGENS, AS SUAS
CARATERÍSTICAS E AÇÕES
FUNDAMENTAIS.
Quem Qual
• A LEITURA DA SINOPSE PERMITE
Personagens Ação dramática
COMPREENDER A HISTÓRIA.
PRÉ GUIÃO
 PRODUÇÃO DO GUIÃO

O PRÓXIMO PASSO É A PRODUÇÃO DO GUIÃO, QUE IRÁ SER

CRIADO DE ACORDO COM O QUE FOI DEFINIDO NO BRIEFING.

O GUIÃO É O GUIA PARA OS DIAS DE

GRAVAÇÃO E TAMBÉM PARA A PÓS
PRODUÇÃO DO VÍDEO.

NELE SERÃO DESCRITAS AS CENAS DO

VÍDEO, AS FALAS (SE FOR O CASO), OS
LETTERINGS, O TIPO DE MÚSICA, ETC.
CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO
• INDICAR DE FORMA CLARA COMO PASSAR PARA O ECRÃ AS IDEIAS
• INDICAR EQUILIBRADAMENTE OS PLANOS, OS MOVIMENTOS DE
CÂMARA

• INDICAR O TEMPO E O PERCURSO TEMPORAL DA NARRATIVA

• PRESPETIVAR QUAIS AS CARACTERISTICAS DETALHADAS DOS
PERSONAGENS

• DIVIDIR O GUIÃO POR SEQUÊNCIAS PRINCIPAIS – SENDO QUE ESTAS

PODERÃO ESTAR DIVIDIDAS EM CENAS

• DIÁLOGO – VERIFICAR A COMPATIBILIDADE ENTRE DIÁLOGO E AÇÃO

CONCEITOS DE PLANO, CENA E SEQUÊNCIA
 ESTRUTURA
UMA FASE DE DECISÕES E REORGANIZAÇÃO NARRATIVA.
ESTRUTURA
ESTRUTURA
ESTRUTURA
 ESTRUTURA
NESTE PONTO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA NARRATIVA
AUDIOVISUAL QUE SE TORNA IMPORTANTE DA PARTE DO
GUIONISTA/REALIZADOR:

• DIVIDIR A HISTÓRIA EM SEQUÊNCIA

• DIVIDIR AS SEQUÊNCIAS EM CENAS
• DECIDIR A ORDEM DAS CENAS, RELAÇÕES ENTRE OS MOMENTOS DE HISTÓRIA
• DEFINIR TRANSIÇÕES

DEFINIR

• ESTRUTURA NARRATIVA
• ESTRUTURA DRAMÁTICA
DEPENDE DA SEQUÊNCIA
ESTRUTURA NARRATIVA
ESTRUTURA NARRATIVA
ESTRUTURA NARRATIVA
ESTRUTURA DRAMÁTICA
ESTRUTURA DRAMÁTICA
ESTRUTURA DRAMÁTICA
 ESTRUTURA DRAMÁTICA

Crash – Colisão - 2004

 ESTRUTURA DRAMÁTICA
O TEMPO DA NARRATIVA PODE ASSUMIR DIFERENTES DIMENSÕES, EM FUNÇÃO DA NARRATIVA
ESCOLHIDA.
PODE HAVER DIFERENTES DIMENSÕES DO TEMPO NA MESMA NARRATIVA.
ESTRUTURA DRAMÁTICA
ESTRUTURA DRAMÁTICA
ESTRUTURA DRAMÁTICA
 CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO

1. CARATERIZAÇÃO DA CENA: INFORMAÇÃO ONDE SE PASSA A CENA (EM

MAIUSCÚLAS)

2. INICIA-SE COM A INDICAÇÃO DE ESPAÇO : INTERIOR (INT) OU EXTERIOR

(EXT)
3. INDICAÇÃO DO LUGAR (CASA DE ALGUÉM, RUA, CAFÉ...)
4. DESCRIÇÃO DO LUGAR - OPCIONAL (FUNDO DO CORREDOR)
5. REFERÊNCIA AO DIA OU NOITE
 EXEMPLOS
• EXT. EDIFÍCIO DA CAMÂRA, ENTRADA – DIA
• INT. CASA DO JOÃO – NOITE
• INT./EXT CASA DO JOÃO – NOITE ( A AÇÃO INICIA-SE NO INTERIOR PARA O
EXTERIOR)

EXT. EDIFÍCIO DA CAMÂRA, ENTRADA – DIA

O BOMBISTA LARGA UM SACO.
INT. EDIFÍCIO DA CAMÂRA, ENTRADA – DIA
O PRESIDENTE CONSULTA OS DOCUMENTOS.
 CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO
• AÇÃO – DESCRIÇÃO VISUAL DO QUE ACONTECE
1. DESCREVER ATITUDES E NÃO PENSAMENTOS
O JOÃO OLHA PELA JANELA E ESTRANHA NÃO VER NINGUÉM.COÇA A CABEÇA E TEME O PIOR.
O JOÃO OLHA PELA JANELA E COÇA A CABEÇA

2. USAR PARÁGRAFOS PARA REFORÇAR A INTENSIDADE DRAMÁTICA DE UMA CENA.

CADA MOMENTO DE AÇÃO EM CADA PARÁGRAFO – MENOR INTENSIDADE DA CENA.
OS MOMENTOS DE AÇÃO NO MESMO PARÁGRAFO – MAIOR INTENSIDADE.
 CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO
3. EVITAR A VOZ PASSIVA E O EXCESSO DE PREPOSIÇÕES E DISCURSO.

O JOÃO ESTÁ A SEGURAR UMA ARMA E TENTA ATIRÁ-LA PELA JANELA QUE TEM OS VIDROS
PARTIDOS.

O JOÃO SEGURA A ARMA. TENTA ATIRÁ-LA PELA JANELA PARTIDA.

4. REFERENCIAR AS PERSONAGENS OU ALUSÕES A EFEITOS SONOROS EM LETRAS

MAIÚSCULAS.
 CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO
• NOME DO PERSONAGEM (MAIÚSCULAS), POSSIBILIDADE DE INCLUIR:
V.O. (VOICE OVER) – VOZ DE ALGUÉM NÃO PRESENTE FISICAMENTE DENTRO DO PLANO E
CENA (EX. NARRADOR)

O.S.( OFF SCREEN) – VOZ DE ALGUÉM NÃO PRESENTE FISICAMENTE NO PLANO ( EX.
ATRÁS DA PORTA)
• DIÁLOGOS (ALINHADO À ESQUERDA COM MARGEM LARGA). INCLUIR TODO O DISCURSO
A SER DITO PELOS PERSONAGENS. INCLUIR NOTA PARA A ENTOAÇÃO OU PARA A FORMA
DE LEITURA DO DIÁLOGO.
 CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO GUIÃO
• PLANOS ( EM MAIÚSCULAS)
INCLUIR INFORMAÇÃO DE MUDANÇA DE PLANOS, FOQUE/DESFOQUE DE UM
PERSONAGEM/OBJETO.

• TRANSIÇÕES ( EM MAIÚSCULAS, ALINHAMENTO À DIREITA)

EX: CUT PARA, PAN PARA, FADE OUT
 STORYBOARD
UM STORYBOARD É UM ESBOÇO
VISUAL DA SEQUÊNCIA DE UM
FILME, DIVIDIDO EM QUADROS OU
PAINÉIS INDIVIDUAIS. CADA PAINEL
INCLUI DICAS VISUAIS, DIREÇÕES
DA CÂMERA, DIÁLOGOS OU
OUTROS DETALHES RELEVANTES.

STORYBOARDTHAT.COM.PT
CANVA.COM
STORYBOARD – EXEMPLO SPARTACUS