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Roteiro Curso

Aula 1
Introdução
Estrutura e das aulas ( Atividade Obrigatória.. Formatação de roteiro de um minuto
• Serão ensinadas técnicas que não são regras rígidas, nem obrigatórias.
• O processo (caminho) será apontado mas não deverá ser obrigatoriamente seguido. Serão dadas
ferramentas...o talento e a criatividade deverá partir de você.
...Serão comentados :
Bock Busters para que todos possam entender os exemplos.
Bibliografia - (roteiros)
Beleza americana – Alan Ball
Pulp Fiction – Quentin Tarantino
Cidade de Deus – Braulio Mantovani
Bibliografia 2 - (livros sobre cinema)
• Linguagem e cinema – Christian Metz
• 1.000 que fizeram 100 anos de cinema – Coleção
• Folha conta 100 anos de cinema – Edição especial da Folha de São Paulo
Filmes – (Roteiros consagrados)
• Chinatown – Robert Towne
• Rede de intrigas – Paddy Chayefsky
• Sinfonia em Paris – Allan Lerner
• O campeão – Francis Marion
• Ninotchka – Billy Wilder
• A mulher faz o homem – Lewis A. Foster
• Cidadão Kane – Orson Welles
• Gata em teto de zinco quente – Tenessee Wililians
• Golpe de mestre – David Orange
• Noivo neurótico, noiva nervosa – Woody Alen
Casamento perfeito = Grandes produções X Grandes roteiros
Grandes produções que fracassaram por não ter essa “dobradinha”
• O portal do Paraíso – Colocou em xeque a reputação e o Oscar de Michael Cimino
• No Fundo do Coração – Faliu a produtora de Francis Ford Copolla
• Cleópatra – Elizabeth Taylor em produção, literalmente, faraônica.
Introdução do roteiro
Necessidade de facilitar o levantamento orçamentário.
Syd Field no final da década de 70
*Paradigma: três atos e dois pontos de virada
*Exemplo que serve como modelo
George Lucas e Spielberg na década de 80
União de grandes produções com grandes histórias Época atual
Maior respeito ao roteiro:
“Não mude uma vírgula” (Spielberg para Sam Mendes sobre “Beleza Americana”)
Mesmo épicos, sci-fi e filmes de animação valorizam a história (“Matrix” e “Procurando Nemo”)
O que está por vir
• Cinema com valorização do roteiro (certeza)
• Filmes interativos: escolhe-se personagens, situações e desfechos
• Elementos adicionais: aromas, 3D.
• Grande desafio para roteiristas e diretores
O que é “roteiro” ?

“Rota”... Começo, meio e fim. Uma decupagem por escrito do que será visto na tela.

Roteiro ontem e hoje

• O roteirista mostrava como filmar:


Descrição de planos (décadas de 20 e 30), que é o que a câmera vê.
O roteirista ganha ou perde importância ao deixar de mostrar “como filmar” para mostrar “o que filmar”?
Responsabilidade do roteirista
• Indicar:
- O que vai acontecer em cada cena
- O conteúdo
- O que vai ser visto
Como vai ser visto é tarefa do diretor!
O papel do diretor
Responsável por ditar como deve ser:
- A composição: imagem com equilíbrio, harmonia e pontos de ênfase.
- O significado: a imagem contando uma história.
- Movimento: como a câmera acompanha as situações.
- Dramatização visual: atividades físicas adequadas com o conteúdo de cada cena.
- Ritmo: comportamento dos atores e das câmeras.
“Liberdades” do roteirista e do diretor
Roteirista
• Dramaturgia
• Cena
• O que vai ser mostrado

Clint Eastwood
Roteiro e direção
Seja no cinema ou televisão, estas duas atividades não podem ser dissociadas, é preciso ter vínculo íntimo.
Existe filme sem roteiro?
Onde está o roteiro?
• “Um Cão Andaluz”: o “mini-filme” exibido em “O chamado”; tem roteiro?
• Reality-shows como “The Osbournes” e BBB”; têm roteiro?
• Um show ou partida de futebol tem roteiro?
Um roteiro sem um filme... é um roteiro.
Um filme sem roteiro... não existe.
Cuidado !
Não se julga a qualidade de um filme a partir do roteiro... !
“...Você poderá assistir péssimos filmes produzidos com bom roteiro.
Mas jamais verá um bom filme feito com mal roteiro...”
Orson Welles
Dupla Personalidade
O bom roteirista é aquele capaz de ver o mundo com os olhos de seus personagens.
Tornar-se bom roteirista
• Escrever muito e reescrever muito ( Mozart x Beethoven ? )
• Ler muito e “reler” muito.
• Assistir e “re-assistir” muitos filmes. Sessão Pipoca !
• Ler mais roteiros do que livros sobre como escrevê-los
• Ser bastante observador.
• Ser curioso.
• Gostar de aprender.
• Ter ampla cultura geral.
• Ter auto-crítica.
• Ser criativo.
Reescrever
Uma tarefa tão importante quanto escrever.
Fases iniciais de desenvolvimento
do roteiro.
Tema
Sobre o que você pretende escrever.
Não confundir TEMA com GÊNERO !
Conceito / Idéia ou *Premissa
A história em uma frase.
*Ponto ou idéia de que se parte para armar um raciocínio.
Story-Line = A idéia contada em um parágrafo.
1 (um) parágrafo não tem limite de linhas enquanto você estiver desenvolvendo a premissa. Mas é
importante não se prolongar.
Sinopse
A história com início, meio e fim. No máximo, *duas páginas.
*Duas páginas é o tamanho da sinopse de filmes “longa metragem”.
Tratamento/argumento
A história entre *15 e 45 páginas relatando a trama e os personagens de forma visual** (menos de 15
páginas é sumário).
* Longa Metragem
**Com o máximo de informações ao leitor para que ele possa imaginar as cenas dentro da história.
Escaleta
Esquema estrutural do roteiro (esqueleto) com cabeçalho e descrição de cenas.
Escaleta : cabeçalho e ação, numeradas.

Aula 2
Formatação
Elementos de layout do roteiro que o tornam organizado e padronizado
Título quase ao centro da folha, em maiúsculas.
Nome do autor logo abaixo.
Nas últimas linhas, dados do copyright do autor, do agente e contato (endereços e fones)
Fonte Courier New, corpo 12
Título do roteiro centralizado, em maiúsculas.
Duas linhas abaixo, escreve-se “Fade in”. Duas linhas abaixo começa o roteiro.
Layout básico - (master scenes)
PAPEL
tipo carta: 21,59 x 27,94cm

TIPOLOGIA
Fonte: Courier New, corpo 12.
Atenção: não usar italic ou bold
Elementos de formatação
• Cabeçalho
• Descrição/ação
• Personagens / Diálogo
• Rubricas
• Parênteses indicativos
• Transições
Cabeçalho
Linha 1
Sempre informar a ambientação: local; se é exterior ou interior; e se é dia ou noite.
Alinhamento esquerdo.
Tudo em maiúscula
Exemplos de cabeçalho

EXT – ESTRADA NO CAMPO – DIA

INT – CASA DO ARQUITETO – NOITE

INTERNA – SALA DO HOSPITAL – FINAL DE TARDE

EXTERNA/ INTERNA – CASA DE PRAIA – 05 HORAS DA MANHÃ


Descrição
Linha 2
Descreve pessoas, lugares e ação.
Alinhamento esquerdo ou justificado.
Uma linha de espaço entre os parágrafos.

Exemplo de descrição
Sala grande, típica de executivo; mesa de bebidas, sofá branco com mesa de centro cheia de revistas e
obras de arte. mesa de trabalho no canto, próxima à janela. Adalberto está olhando pela janela, de
costas para a porta.secretária entra com fisionomia assustada. Adalberto não se mexe.
Personagem

Quem está falando.


Recuo esquerdo de 6cm a 7cm.
Tudo em maiúsculas.
Nomes

A primeira vez que aparecer o nome de um personagem no roteiro, ele deverá ser escrito em caixa alta.
Exemplo da aplicação do personagem no roteiro
Barba feita, ADALBERTO passa a mão no rosto, olhando-se no espelho, para sentir a pele macia.
ADALBERTO
(em tom de sarcasmo)
O tamanho da sua preocupação é proporcional ao tamanho de sua conta bancária.
Diálogo
O que é dito.
Recuo esquerdo de 3cm a 4cm
Recuo direito de 1,5cm a 2,5cm
Alinhamento esquerdo ou justificado
Exemplo de diálogo
Lendo o jornal do dia, dobrado sobre a mesa, Adalberto é servido pelo funcionário da casa; mordomo
típico inglês com uniforme preto, bem passado e com bandeja de suco em uma das mãos. Adalberto
não dá bom dia e não olha para o funcionário. o jornal é mais importante.

Parênteses (ao lado do personagem)


VO – Voice Over (narrador ou pensamento do personagem)
OS – Out of Screen (fora da tela)
Cont – Continuando (quando o diálogo é quebrado na página ou quando a narrativa é quebrada)
Parênteses Indicativos
Pacotes de pão sobre o balcão, mais dois copos plásticos de café com leite sendo retirados por mãos
com luvas.
Indicação ao ator
Recuo esquerdo de 1cm a 2cm menor que o recuo do personagem.
Entre parênteses.
Exemplo de indicação ao ator
JOSÉ
(sorrindo)
Rubricas
Indicações nos diálogos simultâneas à fala.
Exemplo de rubrica (sempre no diálogo)
VERÔNICA

Transições
Passagem de uma cena para outra.
Alinhamento direito.
Tudo em maiúsculas.
Exemplo de transição
Manuel escuta e sai, contando o dinheiro recebido pela farinha.

CORTA PARA
Última página
Com a mesma formatação das transições escrever “Fade out” três linhas após o final do roteiro.
Três linhas abaixo, escrever “FIM”, em maiúsculas, centralizado.
Não numere as cenas
Só os roteiros de filmagem (diretor/produtor) são numerados na parte esquerda. Mas há controvérsias.
Paginação
Marcar o número da página em todas as folhas, exceto na capa.
Número no canto superior esquerdo.
Fonte Courier, corpo 12.
Espaçamento
• Simples
- Durante os diálogos
- Entre personagem e diálogo
- Entre indicações ao ator e personagem
- Durante descrições de cenas
Evitar termos técnicos
Evitar inclusive a menção “câmera”.
Estar atento à ordem “filmica”
Descreva os acontecimentos na ordem que eles ocorrem.
conjugação
Usar verbo no presente ou no gerúndio.
Cena
A unidade fundamental do roteiro.
Sessão contínua da ação no mesmo local (exceções: telefonema ou cortes para flash back)
Seqüência
Série de cenas que se interligam no filme por questão temporal, lógica ou de ambiente.
Plano
É cada tomada, cada take captado e editado. Uma cena é feita de vários planos. Exceção: plano-seqüência.
Um dentro do outro
Plano
Cena
Seqüência
Tomada (take)
É cada captação feita pela câmera de um determinado plano.
Outros formatos de roteiro
No cinema publicitário, existe roteiros com três colunas: uma para vídeo, outra para áudio e a coluna de
insert .
Softwares
• Final Draft
• Simply Screenplay
• AbiWord
• Open Office

Atividade
Formatar uma cena de um filme
(a escolher).
Etapas
(Doc Comparato)
1 – Idéia (tema, conceito)
2 – Story line (síntese)
3 – Sinopse
4 – Estrutura
5 – Primeiro roteiro (e tratamentos)
6 – Roteiro final
Conceitos dramáticos
(Doc Comparato)
• Idéia
• Conflito
• Personagens
• Ação dramática
• Tempo dramático

Correspondência entre as etapas


(Doc Comparato)
• Sinopse
• Estrutura
• Primeiro roteiro
• Roteiro final
Sinopse de Homem Aranha
Análise de estrutura (3 atos)
Ato I
Peter Parker é um aluno entusiasmado com o mundo das ciências, tímido, que ama uma bela garota chamada
Mary Jane, é criado pelos tios Ben e May, e é motivo de deboche por seu jeito nerd. Trabalha como fotógrafo
de um jornal e leva uma vida comum.
Sinopse de Homem Aranha
Análise de estrutura (3 atos)
Ato I (continuação)
Em uma feira de ciências, Peter é picado por uma aranha que é cobaia de uma sofisticada experiência
científica. Ao invés de adoecer, o incidente lhe dá superpoderes.

Ato I (ponto de virada)


Peter usa suas habilidades para tirar proveito próprio: vai à forra com o valentão da escola e até ganha grana
numa luta livre. Mas sua vida muda de rumo quando o tio é assassinado

Ato II
Peter agora resolve lutar por justiça. Mas mal sabe que o pai de seu melhor amigo está ingressando no terreno
oposto. Ele é um gênio da tecnologia bélica que trabalha em uma armadura de combate.

Ato II (continuação)
O cientista, no auge de uma crise de estresse, motivada por boicotes governamentais a seu projeto, acaba
incorporando o maior vilão que Nova York já viu: o Duende Verde. Ele anarquiza a cidade e até coloca em
risco a vida de Mary Jane.

Ato II (ponto de virada)


Depois de duelos épicos entre os arranha-céus da cidade, e de ver tia May também sendo ameaçada, o
Homem Aranha se defronta com seu maior pesadelo: O Duende Verde seqüestra Mary Jane.

Ato III
Em um golpe sádico, Duende Verde deixa o Homem Aranha num dilema: coloca em risco uma pequena
multidão de inocentes de um lado e Mary Jane de outro – O herói deve escolher quem irá salvar.

Ato III (continuação)


O Homem Aranha salva Mary Jane, os nova iorquinos ameaçados na Ponte do Brooklyn e sai à caça do
Duende Verde, em um duelo estilo arrasa-quarteirão.

Ato III (resolução)


O Homem Aranha destrói o Duende Verde. Mas leva uma seqüela traumática: matou o pai de seu melhor
amigo, que jura vingança contra ele próprio, não sabendo que Peter é o Aranha.
Roteiro
Aula 3
Criação
Formas de diegese
• Legendas;
• Relógios com uma hora e depois com outra;
• Copo de bebida cheio e depois vazio;
• Casa intacta e depois em ruínas;
• Fala dos personagens;
• Música antiga para música contemporânea;
Seu humor e estado de espírito afetam diretamente na qualidade e no conteúdo daquilo que você escreve.
Ser e estar :
A qualidade do que você cria é a soma direta daquilo que VOCÊ É com COMO VOCÊ ESTÁ
A dica ... depois da pergunta !
De que maneira começamos a escrever um roteiro ?
A resposta
Do fim !!!
(Arthur Wilmurt, mestre em roteirização)
Fontes para criação

• Uma pessoa
• Vida cotidiana
• Experiência familiar
• Observação das pessoas ao redor
• Notícias
• Livros
• Outros filmes
Tipos de idéias

• Selecionada
• Verbalizada
• Lida
• Transformada
• Solicitada
• Procurada
Idéia selecionada

Memória, vivência pessoal, interna, baseada em experiência presente ou passada.


Idéia verbalizada

Um caso, comentário, surgido casualmente ou resultante de brainstorm *

* TEMPESTADE DE IDÉIAS
Idéia lida

Tirada de jornal, livro, revista ou outra mídia ou suporte informativo.


Idéia transformada
De ficção, filme, livro, peça teatral: manipulação de tema, idéia ou tópicos que gere novo contexto.
Idéia proposta
Encomendada: dá-se um tema e o roteirista parte em busca da criação da história.
Idéia procurada
A criação pode ocorrer a partir de:
• personagem
• contexto
Criação a partir do personagem
A criação da história parte de personagens que geram o contexto.
Exemplos de criação a partir do personagem
Uma mente Brilhante
A audiência é levada ao universo do protagonista e as coisas se movem a partir de suas características
pessoais problemáticas; sua paranóia.

Forrest Gump
É seu jeito de ser que transforma as coisas em ambientes múltiplos (da guerra a um barco pesqueiro).
Criação a partir do contexto
Exemplos de criação a partir do contexto
Do Fundo do Mar
Cientistas a bordo de uma estação oceânica ameaçada por tubarões inteligentes

Cowboys do Espaço
Astronautas aposentados voltando
à ativa para uma missão espacial.
Pergunta
Existe história com criação a partir de situação e de personagem?

Abordagem Aristotélica
A história é o fundamento. Os personagens se ajustam a ela.
Escaleta antes
Em histórias onde o mais importante é a sucessão de acontecimentos, a elaboração da escaleta deve anteceder
o desenvolvimento de perfil de personagens.
Em comédias
Cria-se geralmente a situação para depois fazer as pessoas agirem e reagirem a ela.
Exemplo de comédia de situação
“Um Peixe Chamado Wanda” onde Kevin Kline e um grupo de trapaceiros vivem confusões às voltas com
um roubo.
Exemplo de comédia de personagem
“O Pequeno Diabo” onde as características do capeta interpretado por Roberto Benigni fazem as coisas
acontecerem.
Técnicas criativas
A gênese de uma idéia pode ser espontânea ou estimulada (embora mesmo a espontânea seja estimulada).
Técnica de criação (story-line)
• Faísca inicial – Brainstorm de meia hora com anotação de todo tipo de idéia, rapidamente.
• primeira revisão – pausa, análise e seleção das melhores.
• Incubação – relaxar e dar um tempo.
• Segunda revisão – definição.
• Estágio final – desenvolvimento e refinamento.
Técnica das colunas
de Roberto Mena Barreto
Dividir um tema em duas colunas, uma para aspectos tangíveis e outra para intangíveis.
Exemplo: amor
• casal
• cupido
• flecha
• coração
• eletrocardiograma
• motel
• lua
• boca
Técnica do controle e abandono
Relaxe. A tensão obstrui a criatividade.
“São os pensamentos que vem até nós” (Heidegger em “Da experiência de pensar”)!
Chegará o momento no qual seus personagens escreverão a história para você.

Escrever todos os dias


Uma prática fundamental...
Fundamental ?
Parker x Di Masi
“Se você abandona seu instrumento por um dia, ele abandona você por uma semana. Se você o abandona por
uma semana. Ele o abandona por um mês.
(Charles Parker)

“O ócio criativo”
(Domenico Di Masi)
Associar imagens
Ao escrever um roteiro, não pense em palavras, pense em cenas.
A criação do roteiro possui três aspectos fundamentais
• Logos
• Pathos
• Ethos

Naturalidade cautelosa ao escrever


Nem euforia, nem temores.
Polinização cruzada
Aprimore o roteiro contando com os colaboradores, como recomenda Tom Kelley, autor de A Arte da
Inovação.
Limitantes de criação
• Verba;
• Estilo do diretor;
• Exigências de Patrocinador;
• Capacidade da equipe;
• Aspectos morais / Culturais;
• Aspectos políticos.

Estrutura
Construir e agrupar elementos que formem o roteiro completo.

Relacionar as partes com o todo da História.


Funções da estrutura dramática
• Guiar a história dentro de uma moldura temporal.
• Facilitar o desdobramento das funções narrativas
• Facilitar a compreensão do público
• Fazer fluir a trajetória do herói.
Unidades de ação dramática
Definidas por Aristóteles
• Tempo
• Espaço
• Ação

Todo filme tem os três elementos. Mas como diria Godard, não necessariamente nesta ordem.

A história move-se da apresentação para a resolução.

Qual a trajetória do contexto...

Traga o fim para o começo e vice-versa. Mas não se perca.

Saiba o final, o início e os pontos de virada do filme.

Pontos de virada na trama.

• Plot point I: O Super Homem decidindo que não quer mais ter superpoderes no segundo filme da série.
• Plot point II: A descoberta de que os extraterrestres são sensíveis à água em “Sinais”.
Momento em que o personagem principal entra no ponto mais crítico do filme.

• Momento em que Neo entra em crise e acredita não ser aquele que seus colegas de Matrix esperavam:
o escolhido para salvar a humanidade dos robôs.

• Quando Luck Skywalker tem a mão amputada pelo próprio pai, Lord Darth Vader: é o midle-point da
trilogia.

Pontos do filme em que se adiciona alguma informação ou elemento que venha a elucidar ou complicar
a história.

• Pistas em filmes de espionagem, como os da série “007”, onde se vai mostrando o quebra-cabeça e
descobrindo a trama maquiavélica.

• Quando Rick Deckard identifica o tecido de réptil que tem como pista, sendo pertencente a uma
andróide, em Blade Runner

• Preparation
• Attack
• Struggle
• Turn
• Outcome
Uma espécie de prólogo, onde, propositadamente, deixa-se a audiência confusa (desinformada)
acompanhando alguma ação que antecipa o conteúdo da história.

O confronto no início de “Matrix”.

Introdução ao filme, com ou sem relação com o mesmo.

O discurso sobre coincidências no início de “Magnólia”.

Marca o início da ação principal.

A primeira queda de meteoros em “Armagedon”.

Desenvolvimento do confronto da ação com o problema.

Além da corrupção em Gotham City e da ascensão do Pingüim na vida pública, o homem morcego descobre
uma nova vilã: a Mulher Gato, em “Batman, o retorno”.

O último conflito, o ponto máximo da curva dramática.

O combate final do Homem-Aranha contra o Duende Verde na Ponte do Brooklyn, no primeiro filme.

O confronto de Michael Douglas e Kathleen Turner em “A Guerra dos Roses”

A restauração do equilíbrio, o desfecho da história.

Tom Cruise é despertado do sonho induzido durante seu congelamento em “Vanila Sky”

Desfecho da história, último ato, complemento ao final do filme para explicar à audiência o que
aconteceu posteriormente.

Ao final de “Veludo Azul”, David Lynch retoma a história com um paralelo ao início do filme,
mostrando que tudo voltou à normalidade.

Ataque

• É o mesmo desenho da curva do orgasmo de Wilhelm Reich (roteirista).

• Enquadra a mesma etapa de qualquer cerimônia ou solenidade (veja um casamento ou formatura, por
exemplo).

• Não é uma fórmula imposta ou consagrada: ela segue o biorritmo das pessoas.

Encadeamento e/ou sinergia

O roteiro é um quebra-cabeça em que cada cena é uma peça. As peças não podem faltar, sobrar ou ser
mal formadas, senão não se encaixam.

• manter a coerência nos elementos de cena durante todo o roteiro.

• Saber quando e como revelar as características dos personagens


• Estudar a seqüência cronológica atentamente: o filme não precisa obrigatoriamente começar do começo

Distribuição da escaleta de modo a se descobrir como montar a seqüência da melhor forma (podendo
omitir e adicionar novas cenas)

Quando duas situações acontecem simultaneamente e são editadas de forma intercalada.

Quando existem, devem ter uma ligação inequívoca uma com a outra.

Você pode ter um momento de infância e outro de fase adulta do mesmo personagem, divididos
cronologicamente de modo claro.

O roteiro pode sugerir tipos de cortes.

Você pode não mostrar uma cena e só exibir a conseqüência.

Exemplo: na série Alien, a criatura ataca. O roteiro indica o “corta para” com o objetivo de não
mostrar o ser humano sendo devorado.

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