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(2008) permito-me resgatar a última frase do livro: “Minha última prece: Ô meu corpo,
faça sempre de mim um homem que questiona!” (p.191).
Tal prece do autor marca a temporalidade da discussão do corpo negro diante do
imperialismo racista. O homem que questiona marca-se no presente, que construirá um
futuro, mas um futuro sustentável. “Todo problema humano exige ser considerado a partir
do tempo. Sendo ideal que o presente sirva pra construir o futuro” (p.29).
A obra percorre sete capítulos e tem como fio condutor um colonialismo que
desumaniza o outro, neste caso, em específico, o negro; e que a pregação de um novo
humanismo só se desenvolverá por meio da luta que, em determinado recorte, o autor cita
conflitos armados, mas que em outros recortes de tempo é o conflito da invisibilidade do
negro que precisa adotar máscaras brancas para ser notado e, mesmo assim, pelo olhar do
colonizador – não deixa de ser inferior ou devedor de algo por ser negro.
Para cada máscara branca usada pelo negro na sociedade, mais o sujeito se afasta
da cultura que o define. Com a violência dos processos de colonização, o racismo faz com
que a humanidade das pessoas negras seja rasurada.
Ao escrever este comentário me situei que às vésperas temos a celebração do ‘Dia
do Índio’. A celebração deste dia é pautada pelo colonizador e não resgata ou mantêm a
memória da população nativa na América. Resgatei de memória também a interlocução
com a obra do pesquisador peruano Aníbal Quijano que imprime o olhar decolonizador
para a América Latina no combate a ‘colonização do poder’.