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AV2: Seminário
Teoria das Relações Internacionais II
Decolonialidade e raça, uma perspectiva emancipatória do negro nas RI’s
Recapitulação:
Fanon baseia toda sua teoria na divisão do mundo entre duas esferas: os
colonos e os colonizados. E que a partir disso a universalização dos
costumes através do eurocentrismo, contribuíram diretamente na
desumanização do colonizado no processo de colonização, ocasionando o
racismo e a violência, convertendo esses povos através de vários tipos de
dominação.
No livro Os Condenados da Terra, Fanon inicia o debate afirmando que o
processo de descolonização é sempre violento, pois trata da substituição de
uma espécie de homem por outra, um novo ser, uma nova humanidade.
Entende esse processo como violento desde do sentido literal da palavra, até
o compreendimento de que essa luta de antagonistas perpassa pela
recomposição social, e entendimento interno do colonizado, e que é assim
violento, pois o colono para sua emancipação social atravessa na
legitimidade do homem, e o entendimento de que homem é esse.
Perpassa pelo entendimento do que é subdesenvolvimento, apontando que é
fruto de um longo processo de extração de riquezas desses países
colonizados, e no terceiro capítulo enfatiza a importância da organização das
massas para dar início à descolonização. Para Fanon, a descolonização
implica na solidariedade entre povos.
capítulo I
❖ exemplifica o termo petit-nègre como resultado falho dessa tentativa de incorporação tendo
como consequência a subalternização.
❖ Debate em cima do livro de uma mulher negra chamado “Je suis Martiniquaise”, em que ao
longo de toda sua trama de vida pessoal, se submete a diversas violências raciais vindas de
um homem branco.
Trata também da mulher negra e mulata, em que a primeira não tem outro e
sequer anseio do que se embranquecer, e a segunda de não regredir para
suas raízes escuras. Aponta a interacialidade como projeto, e doutrina
absorvida pelos negros, fruto do processo de colonização. Tudo isso, gira em
torno do entendimento europeu, e universalista de que o único corpo capaz
de ser amado, é o branco, dando à pessoa negra, através desse
relacionamento mestiço, talvez a única possibilidade de ser digno desse
sentimento.
capítulo VI
“Uma criança normal, que tenha crescido em uma família normal, será uma
pessoa normal.” Porém, Fanon explica que em famílias de cor, mesmo uma
criança normal, crescendo em uma família normal, será anormal a partir do
momento que se tem contato com o mundo branco. Aquela criança será
inferiorizada através de uma ótica da normalidade do homem branco.
Fanon enfatiza que tem por objetivo, promover uma nova forma de estudo
rigoroso, a partir de duas óticas: a interpretação psicanalítica da experiência
do negro e a interpretação psicanalítica do mito negro. Entende que o negro é
tratado pelo branco como um objeto fobígeno e ansiógeno, e tais neurores
(fobia e ansiedade) foram desenvolvidas pela lógica racista, e que as
mesmas perduram no inconsciente coletivo do branco. Esse inconsciente é
uma imposição cultural irrefletida, é adquirido, formou-se no profundo
inconsciente do europeu um recôncavo excessivamente negro, onde se
repousa as mais negativas assimilações sociais ao outro. Se compreende
assim, a partir disso como resultado a auto negação, ao perceber que o negro
é ruim, o negro parte a odiar a si mesmo de maneira autodestrutiva.
Ochy Curiel inicia seu debate afirmando que o surgimento das teorias
pós-coloniais advém precisamente de lutas concretas, ou seja, partem de
movimentos sociais para depois se converterem em teoria.
❖ cita o discurso de Sojourner Truth femnista negra em 1851 “E eu não sou mulher?”
❖ descarta o termo “latinidade” pois o enxerga como uma nova forma de eurocentrizar esses
povos colonizados na América Latina.