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Considerações iniciais

O presente projecto de pesquisa tem como tema: A opressão e a Psicologia do Oprimido: uma
psicanálise político-social da África pós-colonial em Frantz Fannon.

A pesquisa pretende abordar o pensamento descolonial do pensador Frantz Fanon, que segundo
Homi Bhabha, foi o autor que trabalhou os temas da raça e do racismo, assim como do
colonialismo e da identidade cultural, com maior profundidade e poesia do que qualquer outro; o
psiquiatra-filósofo e teórico-revolucionário, considerado por Ângela Davis como o teórico do
racismo e do colonialismo mais interessante deste século e por Gordon Lewis como “o maior
crítico da raça e teórico da liberação do século XX”.

Busquei compreender o pensamento anticolonial africano, com ênfase nas obras de Frantz Fanon.
A teoria de Fanon traz à vista questões pertinentes à realidade mundial, daí a importância de
resgatar seu pensamento. O racismo assimilativo mundial com seus estereótipos de “beleza
branca” e “fealdade negra”, reproduzido principalmente nas Televisões, muitas vezes leva o
negro à despersonalização, ao embranquecimento estético e cultural. A questão da violência,
tanto a do colonizador como a do colonizado, também é analisada por Fanon. Ele justifica a
utilização de meios violentos para derrubar o colonialismo e vê na violência anticolonial uma
praxis que liberta totalmente o colonizado de suas alienações.

Me centralizarei na História da Argélia, mormente na fase de luta anticolonial, já que Fanon


engendrou grande parte de seu pensamento neste contexto violento no qual o povo argelino
combatia o poderoso estado colonialista francês. Com a exposição destes aspectos, poderemos
averiguar as relações do pensamento de Fanon com o contexto da luta anticolonial africana e do
chamado terceiro mundo, em que os povos outrora colonizados puderam afirmar seu papel de
protagonistas no devir histórico mundial e descartar as visões eurocêntricas que ditam ser a
África um continente sem pensamento autónomo que reflicta sobre sua própria realidade.

Fanon defende a identidade do negro, ele mostra uma repugnância contra o ambiente que se vivia
em termos raciais, de desníveis e denegrição do negro, isto é, a experiência vivida pelo negro era
um verdadeiro inferno. Perante esta situação o autor reage contra a má leitura do branco em
relação ao negro, dizendo que o branco tinha que soltar o homem negro de modo a seguir os seus
caminhos, destinos, desafiando assim a igualdade humana porque ele é consciente, pensa, e é
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racional. O desgosto de Fanon surge na medida em que o negro se deixou prender nas
armadilhas, admitir implicitamente a valorização da diferença e manter no coração do mundo da
rejeição. Para Fanon a questão da raça, foi efectivamente para criar a inferioridade da raça negra
e supremacia da raça branca. Isto agrava-se quando o negro assume a cultura branca, camuflar-se
por aquilo que não lhe identifica.

Fanon, nos seus textos afirma que a experiencia vivida pelo negro na era colonial era um
verdadeiro inferno, visto que estes eram maltratados da forma mais cruel; uma vez que o africano
passou nas consequências relatadas pelo autor foi porque houve aquilo que chamamos de
coisificação do outro, sua negação, não reconhecimento ou reconhecimento erróneo. Todavia, por
causa deste não reconhecimento ou reconhecimento erróneo surge/causa opressão, em que por
sua vez essa opressão acabou gerando danos psicológicos no oprimido (sentimento de
inferioridade) e sua alienação.

O projecto segue a seguinte estrutura: Tema, Problema, Objectivos, Hipóteses, Justificativa,


Metodologia, fundamentação teórica, Estrutura da monografia, sua respectiva Conclusão e
Bibliografia.

1. Tema

O presente projecto tem como tema: A opressão e a Psicologia do Oprimido: uma psicanálise
político-social da África pós-colonial em Frantz Fannon.

2. Problematização

Segundo CATENTO (2003:94), problema é a parte do projecto ao qual o investigador explica


qual é o problema e como se poderia solucionar. No entanto, o problema que se pretende
resolver neste projecto face ao tema acima supracitado é: até que ponto a opressão do período
colonial acabou gerando danos psicológicos no oprimido e como tem sido a Psicologia do negro
na África Pós-Colonial.

3. Objectivos

Neste projecto pode-se elucidar o objectivo geral e os objectivos específicos.


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3.1.Objectivo Geral

De um modo geral o projecto pretende abordar o pensamento de Frantz Fanon inerente a opressão
como um dos factores da alienação da consciência do oprimido; descrever os danos psicológicos
do oprimido no período colonial e a psicologia do negro na África pós-colonial.

3.2. Objectivos Específicos

Especificamente; pretende-se:

 Falar do não reconhecimento do outro como causa da opressão e alienação da consciência


do oprimido no período colonial;
 Descrever a contribuição de Fanon na luta da identidade do negro;
 Explicar as formas e motivos de alienação do negro no mundo branco;
 Reflectir a visão de Fanon sobre a alienação do negro pelo homem branco;
 Falar da necessidade do reconhecimento do outro;
 Fazer uma análise da psicologia do negro na África pós-colonial.

4. Hipóteses

 Alienação da consciência do oprimido pelo opressor como tentativa de se libertarem da


opressão que passavam.
 Alienação pelo branco na tentativa de usufruir os mesmos direitos do branco fugindo dos
maus tratos.
 Branqueamento estético e cultural em conquista da boa consideração na sociedade.

5. Justificativa do tema:

De entre possíveis temas (ou problemas) no âmbito filosófico, o que levou-me a interessar-se
mais por este tema: A opressão e a Psicologia do Oprimido em Frantz Fanon, é pelo facto de
querer perceber melhor e abordar o seu pensamento no que diz respeito na alienação da
consciência do oprimido visto que na ex-colónia do norte da África Fanon passou a testemunhar
os "métodos" de prisão, tomada de depoimento e controle social que as forças públicas
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metropolitanas utilizavam contra a população de origem árabe, e negros africanos a saber,


torturas, espancamentos e assassinatos que no final acabaram gerando danos psicológicos.

Após essa experiência nos centros de repressão Fanon escreveu “Os Condenados da Terra”,
clássico que procura sistematizar a "sociologia da violência", cujo impacto o transformou em
texto referencial para entender a dinâmica das lutas anticoloniais e revolucionárias.

O outro motivo que me leva a escolha do tema é a questão da continuação do comportamento do


negro que Frantz Omar Fanon descreve na sua obra “pele negra, máscaras brancas”, cujo
conteúdo se resume na tentativa do negro tornar-se branco. Na sua óptica as cores da pele não são
determinantes da consciência, mas é usado para denegrir o negro dentro do mundo ocidental.

Contudo, o presente projecto culminará com a elaboração da monografia, condição necessária


para obtenção do grau de Licenciatura no curso de Ensino de Filosofia com Habilitações em
História pela Universidade Pedagógica de Nampula.

6. Metodologia

Em conformidade com Belo (2000:16), “metodologia é o conjunto de regras úteis do


procedimento para uma adequada investigação científica e é a aplicação minuciosa, detalhada.,
rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida no trabalho de pesquisa”.

Para a elaboração do projecto me basearei nos seguintes métodos:

 Método Bibliográfico
O método bibliográfico baseiar-se-á na leitura das obras principais do autor e a leitura de várias
obras de pensadores que abordam o tema em estudo;
 Método Hermenêutico – Lógico
Este método consistirá na compreensão e interpretação das obras escolhidas para a efectivação do
referido trabalho.
 Método Indutivo
O método indutivo poderá permitir-nos erguer as nossas principais proposições em volta do tema
com o intuito de trazer novidades para a ciência no geral e a filosofia africana em particular.

 Método Desconstrutivo,
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Com este método irei envolver as reflexões de Fanon para explicar os danos psicológicos do
oprimido no período colonial e a psicologia do negro na África pós-colonial, e não obstante
tomarei como técnica de pesquisa a eletrónica com vista a enriquecer e actualizar o trabalho sem
descurar as observações do supervisor.

7. Fundamentação Teórica

A presente pesquisa basear-se-á nas abordagens de alguns pensadores destacados, sendo como
principal Frantz Omar Fanon que nos traz abordagens sobre aquilo que seria a psicologia do
oprimido no espaço público do colonizador.

Frantz Fanon nasceu a 20 de Julho de 1925 em Fort-de-France, capital da colónia Francesa, Ilha da
Martinica, na América Central. Era negro e descendia de escravo de África para as Antilhas. Ainda
jovem, lutou junto às forças de resistência no norte da África e na Europa durante a Segunda Guerra
Mundial, ocasião em que foi por duas vezes condecorado por bravura. Morreu com trinta e seis anos
de leucemia num hospital dos Estados Unidos, no dia 6 de Dezembro de 1961. Imediatamente, seu
corpo foi transferido para Tunísia e consecutivamente enterrado no território liberado da Argélia
(Cfr. Zahar, 1976:19)

A experiência política deste autor, no tocante ao colonialismo e à luta pela liberdade


anticolonialista, limita-se praticamente à Argélia. As suas análises do racismo fundam-se
essencialmente nas experiências das Antilhas e da França. Utilizando o conceito de alienação
desenvolvido por Hegel e Marx, Fanon analisa os mecanismos de dominação na formação da
consciência do povo colonizado, destacando os dois pólos antagónicos na situação colonial: o
colonizador e o colonizado.

A violência colonial não tem somente o objectivo de garantir o respeito desses homens
subjugados; procura desumanizá-los. Nada devia ser poupado para liquidar as suas tradições, para
substituir a língua deles pela nossa, para destruir a sua cultura sem lhes dar a nossa; é preciso
embrutecê-los pela fadiga (Cfr. Fanon, 1968:9).

Este pensador analisou os mecanismos da alienação e viu nela um suporte primordial à empresa
colonial: esta alienação cria a justificação para o colonialismo. Por ser o colonizado retratado
como primitivo, preguiçoso, no limiar entre o homem e o animal, o colonizador tem a missão, ou
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pelo menos acredita nisso, de civilizá-lo, de levar à luz estas trevas em que consiste a sociedade
do colonizado.

A alienação colonial inferioriza o colonizado/negro/árabe, o obriga a vestir uma máscara branca,


ele sofre inclusive de transtornos psicológicos como o sentimento de inferioridade perante o
colonizador branco. Conforme Fanon, o racismo cumpre com eficácia o seu papel: faz com que o
colonizador possa dormir com a consciência serena, já que está explorando “sub-raças” e faz com
que o colonizado sinta-se fraco e inferior, possibilitando o aumento da dominação cultural.

Para Fanon apud SOARES (1990: 76), apesar de utilizar-se de uma análise psicológica em Black
Skin, White Masks: [...] é aparente para mim que a desalienação efectiva do homem preto vincula-
se ao reconhecimento imediato das realidades sociais e económicas. Se existe um complexo de
inferioridade, ele é o resultado de um processo duplo: Primeiramente, económico;
subsequentemente, a internalização, ou melhor, a epidermalização desta inferioridade.

O autor fala também do negro e a linguagem, onde ele afirma que a Linguagem foi um dos
componentes que influenciou o negro, na exaltação da sua realidade. Contra esta exaltação, diz o
autor, é ao mesmo tempo empregar uma certa sintaxe, possuir a morfologia desta ou daquela
língua, mas é sobretudo assumir uma cultura e suportar o peso de uma civilização (Fanon,
1975:31). Diz ainda que alguns negros, depois de terem vivido muito tempo na França e nas
Antilhas, voltaram a sua proveniência totalmente transformados, seja através das características
físicas ou da língua, pois estavam mergulhados num mundo dos brancos, em que queriam
aproximar-se a eles. Tanto nos Bares, Rest House, na rua, nas administrações e exércitos, o negro
se esforçou em esconder a sua realidade, camuflando-se na língua dos brancos.

Fanon compartilha connosco uma visão daquilo que era a Identidade da linguagem do negro em
que Damourette e Pichon, citados por Fanon, contra a fragilidade e comportamento do negro no
mundo dos brancos, ou seja contra a alienação na linguagem, afirmam que “todo o idioma
reflecte uma maneira de pensar. Tudo pelo facto do negro adoptar uma linguagem diferente da
comunidade que o viu a nascer” (cf. Fanon, 1975:39).

Na mesma perspectiva, Westermann, citado pelo autor, na sua obra TheAfricanToday, escreve
que:
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“Existe um sentimento de inferioridade dos negros…‘usar vestuário Europeu ou farrapos


à última moda, adoptar as coisas que o europeu utiliza nas suas formas exteriores de
civilidade, enfeitar a linguagem indígena de expressões europeias, usar frases empoladas
ao falar ou escrever numa língua europeia, tudo isso é utilizado para tentar alcançar um
sentimento de igualdade com o europeu e o seu mundo de existência”. (WESTERMANN,
apud, Fanon, 1975:39).

Noutra visão, Alan Burns, citado pelo autor, diz que “ não podemos pois considerar como
cientificamente, provada a teoria segundo a qual o homem negro seria inferior ao homem branco
ou proviria de um ramo diferente” (Burns, apud, Fanon,1975:44).

As três visões acima, mostram como esses autores analisaram o comportamento errado na
posição tomada pelo negro no mundo dos brancos. Portanto, conforme afirmam que o objectivo
essencial desses autores era de ajudar o negro a libertar-se da vida complexual que germinou no
seio da situação colonial. (cf. Fanon, 1975:44).

Falando da situação da mulher de cor e o branco, Fanon mostra a sua preocupação na atitude
levada pela mulher negra no mundo dos brancos, devido à rejeição da raça. O autor continua
analisando vias de embranquecimento tentativas de aceitação dos negros no mundo dos brancos
através da união conjugal ou das relações sexuais, apontando que a presença da união
matrimonial inter-étnica e da miscigenação não excluem a existência do racismo, não havendo
necessariamente uma incompatibilidade entre ambos.

Fanon nos mostra o complexo de inferioridade introjetada na psique de um negro ou uma negra
pode influenciar na escolha do cônjuge privilegiando o branco ou a branca como parceiros ideais,
tanto pela questão estética, que em sociedades racistas define-se o padrão de beleza branco como
o belo por excelência, quanto pela questão material, pois, nestas mesmas sociedades a cor
também se torna um marcador da distribuição de privilégios colocando os brancos no topo da
pirâmide.

Contra a alienação da mulher preta ao branco, o autor reafirma que o amor autêntico continuará a
ser impossível enquanto não forem expulsos os sentimentos de inferioridade, ou exaltação
adleriana, a súper compensação.

No ambiente de rejeição, a mulher da cor adopta uma alternativa: “Je suis Mariniquaise”-eu teria
gostado de me casar com um branco” (Fanon, 1975:56).
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Não deixando de fora o comportamento do homem de cor e a mulher mulata o Fanon explica-nos
que nas mulheres de cor existia a Preta e a mulata, com tendências diferentes. Ora, a primeira só
tem um desejo ou uma preocupação: embranquecer. A segunda não só quer embranquecer como
também evitar negridão e, salvar a raça. Estas mulatas já se julgavam mais próximas da pureza
branca e que, quando lhes fossem pedidas em casamento por homem da cor, as reações eram
severas que, em certos casos, terminavam em condenações e pena de morte. O autor insere
também uma história extraída no romance de Abdoulaye Sadji; uma história de declaração de
amor que um preto escreve com humildade em uma mulata: “a grande audácia que talvez um
preto ousou cometer” (Fanon, 1975:69).

Fanon retrata também o comportamento do homem de cor e a branca onde ele diz que em certos
casos, o preto podia se casar com uma mulher branca ou ser oferecido, mas com uma condição:
ele deveria se resignar, negar-se, despir-se, isto é, rejeitar os da cor e se considerar Europeu: “tu
não tens nada de comum com os verdadeiros pretos. Tu não és preto, és excessivamente moreno.
De facto, és como nós, tu és nós. As tuas reflexões são as nossas. Age como agimos, como
agiríamos. Julga-te ainda preto? Erro” (Fanon, 1975:82-83).

O autor conclui mostrando que estas tendências de se despir, negar a sua cor, a sua identidade,
esta resignação, esta alienação racial em nome da pureza branca, significa um “autêntico
neurótico de abandono”, isto é, rejeitar os da sua própria cor, implica rejeitar a si mesmo, numa
tendência de alienação racial.

Ao vivenciar sua condição alienada, o colonizado busca fugir dos estereótipos construídos na
sociedade colonial. A primeira saída é a da assimilação, ou seja, “mudar de pele”, tornar-se
europeu; a segunda é a revolta aberta contra o colonizador, revolta essa que pode transformar-se
em revolução. Entre estes dois momentos, ocorre, como já afirmei, a criação de uma contra-
mitologia, um “racismo às avessas” por parte do colonizado, que, apesar de ainda estar inserido
dentro do contexto colonial, apesar de ter um movimento de negação, torna-se dialecticamente
afirmação da identidade em construção.

Fanon também servi-nos na mesa a experiência vivida do negro. A visão de Fanon vem da
tradição do oprimido, da linguagem de uma consciência revolucionária, contra a opressão
colonial. Ele se posiciona para confrontar o mundo colonizado. O autor mostra que essa
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experiência da rejeição epidérmica racial permitiu, por outro lado, a afirmação ontológica do
homem da raça, superando deste modo os complexos: “Olha o preto”. Era um estímulo exterior
que me beliscava à passagem. Esbocei um sorriso: olha o preto; era verde; ri-me; olha o preto!
(Fanon, 1975:123).

O autor desperta atenção que o negro teve muitos nomes sujos, porque havia alguém que o fazia a
leitura, em detrimento da sua realidade.

“A ontologia negra na história da segregação foi sempre algo feita por


outrem. O negro já não pode ser negro, mas sê-lo em face do branco.
Alguém teimará em lembrar que a situação é de sentido duplo. E os
negros reagem logo que tal alegação é falsa. O negro não tem resistência
ontológica aos olhos do Branco.” (Fanon, 1975:122).

É daqui que o autor, na sua obra, Pele Negra, Máscaras Brancas, indaga “o que deseja o homem
negro?”.Esta experiência permitiu a afirmação do negro.

“Era ao mesmo tempo responsável pelo meu corpo, responsável pela


minha raça, pelos meus antepassados. Passei sobre mim um olhar
objectivo, descobri a minha negridão, os meus caracteres étnicos, e
furaram-me os tímpanos a antropofagias, a debilidade mental, o
feiticismo, as taras raciais, os negreiros, e sobre tudo, sobre tudo…”
(Fanon, 1975:124)

Fanon considera que no ambiente vivido entre o negro e branco, sendo um vê-se superior
(branco), a realidade do homem negro, sua cultura, os mitos, são minados, já que trata-se de uma
opressão. O preto escravizado por sua inferioridade, o branco escravizado por sua superioridade,
ambos se comportam de acordo com uma orientação neurótica.

O seu pensamento sobre as raças, dá uma ruptura repentina, afirmando que o negro não é, nem
tampouco. Pretendendo mostrar as bases tradicionais da identidade racial, que era o pano de
conflitos naquela altura, do qual descobre a descriminação e desprezo entre os mitos narcisistas
da negritude e a supremacia da cultura branca (Cfr. Fanon, 1975:125).

8. Estrutura da Monografia

Capítulo I: Vida, Obras e Influências ao pensamento de Frantz Fanon

1.1 Vida
1.2. Obras
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1.3. Influências

Capítulo II: Antecedentes causadoras da opressão e experiencia vivida do negro como causa
dos seus danos Psicológicos.

2.1. O não reconhecimento do outro como causa da opressão.

2.2. A Opressão como Experiência Vivida do Negro.

Capitulo III: Psicologia do Oprimido em Frantz Fannon

3.1. Manifestações dos danos psicológicos: perda de identidade

3.1.1. O Negro e a Linguagem.

3.1.2. Identidade da linguagem do negro.

3.1.3. A Mulher de Cor e o Branco.

3.1.4. Homem de cor e mulher mulata

3.1.5. O Homem de cor e a Branca.

3.2. A necessidade do reconhecimento do outro.

Capítulo IV: Análise da Psicologia do Oprimido na África Pós-Colonial

3.1. O complexo de inferioridade

3.2. Situação da identidade cultural

3.3. Branqueamento da vida


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Bibliografia

Principais obras do autor

FANON, Frantz, pele negra, máscara branca, 2ª edição, Paisagem, Porto, 1975.

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Obras Complementares:

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racionalistas da modernidade e os desafios das vulnerabilidades. Porto Alegre: Livraria do
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Paulísticas, Moçambique, 1993.

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Dicionário

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