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Índice

Introdução................................................................................................................................3
Alunos com necessidades educativas especiais comportamentais............................................4
1. Conceitos..............................................................................................................................4
1.1Características básicas.........................................................................................................4
2. Factores dos distúrbios.........................................................................................................5
3. Tipos de NEE “ Comportamentais”......................................................................................6
3.1 Hiperactividade..................................................................................................................6
3.1.1 Os comportamentos mais característicos são:..................................................................6
3.1.2 Possíveis causas da hiperactividade.................................................................................7
3.1.3 O papel da escola face as crianças com défice de atenção e hiperactividade...................8
3.1.4 Dicas para professores nas salas de aula..........................................................................8
3.2 Comportamentos Agressivos..............................................................................................9
3.2.1 Dicas para o professor na sala de aula...........................................................................10
3.3 Autismo infantil................................................................................................................10
3.3.1Características da criança autista....................................................................................11
3.4 Medo................................................................................................................................12
3.5 Fobia escolar....................................................................................................................12
3.6 Timidez............................................................................................................................13
4. Estratégias de intervenção junto do aluno com N.E.E.Comportamentais...........................14
Reforço Social:.......................................................................................................................14
4.2 Gestão de contingências...................................................................................................14
4.3 Contratos compartimentais...............................................................................................15
4.4 Autogestão.......................................................................................................................15
4.5 Ensino positivo.................................................................................................................16
Conclusão...............................................................................................................................18
Bibliografia............................................................................................................................19
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Introdução

As perturbações ao nível do comportamento podem afectar as relações sociais e de


realização escolar. Tais perturbações, dissociadas de factores intelectuais, sensoriais ou
de saúde, podem incluir desvios de conduta, traduzidos em agressões físicas ou verbais,
intimidações ou desatenção, demonstração de ansiedade como medo, tensão, timidez
depressão, adesão a grupos de vandalismo ou absentismo escolar, e por vezes sinais de
imaturidade.

O presente trabalho tem como tema alunos com necessidades educativas especiais
comportamentais. O mesmo tem como objectivo fazer uma análise descritiva dos
diferentes tipos de perturbações de fórum comportamental que afectam de certa forma a
aprendizagem do aluno, indicando algumas estratégias de intervenção que puderam ser
adoptadas por professores junto do aluno com necessidades educativas especiais
comportamentais.

A metodologia usada para a realização do trabalho foi a de revisão bibliográfica, quem


consistiu na leitura de diversas obras relativas ao tema acima mencionado bem como em
consultas na internet (fonte secundaria).
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Alunos com necessidades educativas especiais comportamentais

1. Conceitos

A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a educandos portadores de


necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de
deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas
habilidades, superdotação ou talentos.

A expressão “dificuldades comportamentais” é geralmente utilizada quando se fala de


alunos que manifestam dificuldades em controlar o seu comportamento ou emoções. A
sua capacidade de aprendizagem é afectada, podendo ainda ter dificuldade de integração
em contexto social. Algumas podem passar por períodos de ansiedade ou irritação,
demonstrando dificuldade em dar resposta a situações que surjam em casa ou na escola.

Os distúrbios de comportamento constituem um assunto de grande preocupação para os


professores porque embora muitos casos exijam assistência especializada, a “criança-
problema” geralmente permanece em sala de aula, mesmo enquanto o tratamento esta se
realizando.

1.1Características básicas

De acordo com JOSÉ & COELHO (2004:168), muitos psicólogos classificam os


distúrbios de comportamento em duas categorias: problemas de conduta e problemas de
personalidade.

 Problemas de conduta, relacionam-se à comportamentos que perturbam as


outras pessoas e podem ser dirigidos contra elas, visto que são hostis, agressivos,
destrutivos, as vezes envolvendo delinquência e psicopatologia.

 Problemas de personalidade, são de carácter neurótico e podem ser chamados


de “comportamento esquivo”, isto é, a criança tem medo dos outros, sente-se
ansiosa, evita situações que possam expô-la a crítica, ao ridículo ou a rejeição.
Pode manifestar um certo grau de hostilidade, mas a menos que esteja submetida
a um grau incomum de tensão, refreia essa hostilidade ou dirige-a sob forma de
culpa ou autocrítica.
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Geralmente, os problemas de conduta chamam mais atenção do que os problemas de


personalidade. Estes podem ficar em segundo plano e não serem facilmente
identificados pelo facto de que as vezes, crianças com problemas de personalidade são
submissas e obedientes, dificultando a observação.

Alguns professores têm tentado lidar com os distúrbios de comportamento através de


métodos directos e as vezes drásticos: punição física, expulsão da sala de aula,
sarcasmos, repreensão. É possível que algumas vezes esses métodos ajudem uma
criança que hesita entre seguir normas sociais ou um comportamento anti-social,
contudo, na maioria dos casos são desapontadores os resultados de tais tratamentos
directos.

Os distúrbios de comportamento são de difícil compreensão, tal deve-se ao facto de eles


servirem como fuga ou defesa contra a ansiedade. Existem uma série de manobras que
as pessoas usam inconscientemente como meios de lidar com a ansiedade ou tensão.
Elas são chamadas mecanismos mentais, mecanismos de defesa ou mecanismos de fuga.
Estes mecanismos são padrões de comportamento aprendidos com o objectivo de
reduzir ou eliminar a ansiedade, ao invés de resolver os problemas que constituem a
causa básica da mesma.

2. Factores dos distúrbios

Segundo JOSE & COELHO (2004:168), os distúrbios de comportamento frequente são


criados ou agravados por conflitos dos quais o mais comum é o do aluno proveniente de
um lar em que os valores e os padrões aceitáveis de comportamento estão em contraste
directo com os da escola.

Quando esse aluno descobre que é incapaz de agradar ou satisfazer tanto a sua família
como o seu professor, é possível que expresse o conflito através de algum tipo de
problema de comportamento. Outros conflitos comuns são os criados pelo atrito entre
adultos e adolescentes e pelas contradições quanto aos padrões de comportamento
especificados pelo grupo de companheiros das crianças de um lado, e pelos adultos de
outro.

A incidência de problemas de comportamento é maior entre os meninos do que entre as


meninas, a expectativa de que os meninos devem seguir padrões masculinos de
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desenvolvimento, isto é, devem ser rebeldes, não cooperadores, resistentes e agressivos,


tem alguma relação com sua tendência maior na manifestação de problemas
comportamentais. O ajustamento torna-se bastante complexo e difícil para os meninos,
uma vez que a escola é identificada com padrões femininos de conformismo e
submissão.

Os sentimentos de fracasso e desânimo que muitos estudantes desenvolvem como


resultado de experiências escolares mal sucedidas são a causa agravante de problemas
de comportamento mais sérios.

3. Tipos de NEE “ Comportamentais”

3.1 Hiperactividade

Segundo MORAIS & RAINHA (s/d:10) a perturbação por défice de atenção e


hiperactividade ou ADHD (do inglês Attention Deficit Hyperativity Disorder), é um dos
problemas psicológicos mais frequentes nas crianças. Alguns estudos estimam que
afecte entre 1 e 5% das crianças em idade escolar, sendo mais frequentemente
diagnosticada nos rapazes. O problema é normalmente detectado quando a criança
começa a frequentar a escola, já que os sintomas de que se faz acompanhar (actividade
motora excessiva, comportamento impulsivo e problemas de atenção) podem constituir
um sério obstáculo à aprendizagem na infância. De qualquer forma, o fato de uma
criança ser muito irrequieta e exuberante não significa, forçosamente, que sofra de
hiperactividade.

3.1.1 Os comportamentos mais característicos são:

 Problemas de atenção
As crianças hiperactivas têm dificuldade em concentrar-se numa só coisa e
aborrecem-se ao fim de alguns minutos à volta de uma só tarefa. Podem até
prestar atenção a actividades e coisas do seu agrado. Mas quando se trata de
organizar, estar atentas a uma tarefa ou aprender algo de novo, manifestam uma
grande dificuldade, distraindo-se facilmente com qualquer estímulo exterior.
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 Actividade motora excessiva


As crianças hiperactivas não param quietas e, frequentemente, falam
demasiado. Não conseguem manter-se sentadas calmamente: estão
constantemente a mexer ruidosamente nas canetas ou a abanar os pés. Muitas
vezes, passam o tempo a saltar impacientemente de actividade em actividade.

 Comportamento impulsivo
As crianças impulsivas mostram-se, frequentemente, incapazes de controlar as
suas reacções ou pensamentos antes de agir. Consequentemente, fazem
comentários pouco adequados ou respondem a questões antes mesmo de estas
serem completadas. A impulsividade faz com que a espera por algo que anseiam
ou pela sua vez se torne insustentável. As crianças hiperactivas podem
intrometer-se nas actividades das outras ou perturbar as suas brincadeiras.

A hiperactividade não é em si um problema específico de aprendizagem. Mas, por


interferir com a concentração e a atenção, pode dificultar a aprendizagem. A situação
torna-se mais complicada quando as crianças com hiperactividade têm,
simultaneamente, um problema específico de aprendizagem (os mais frequentes são
dificuldades na leitura e na matemática).

Um número significativo de crianças que sofrem deste distúrbio psicológico apresenta


uma tendência para se comportar de forma agressiva ou desafiadora. Estas crianças
podem ser teimosas, agressivas e provocadoras e manifestar grandes alterações de
temperamento. Estas crianças precisam mesmo de uma ajuda especializada, de modo a
evitar a evolução para o insucesso escolar e outros problemas de conduta mais sérios.

3.1.2 Possíveis causas da hiperactividade

De acordo com MORAIS & RAINHA (s/d:10) até hoje, ainda não foi encontrada uma
causa única que esteja na origem destas perturbações comportamentais. Talvez até nem
exista só uma, mas antes uma combinação de causas que origine este conjunto de
sintomas. Estudos recentes têm vindo a evidenciar, cada vez mais, várias etiologias de
origem biológica, em detrimento de motivos ambientais no seio da família. Algumas
novas técnicas para o estudo do cérebro têm permitido desenvolver teorias que
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defendem que danos neurológicos e alterações genéticas podem estar na origem da


hiperactividade.

Perturbações no desenvolvimento do feto também são apontadas como causas possíveis.


O fato de a mãe fumar ou consumir álcool ou outras drogas, durante a gravidez, pode
prejudicar o desenvolvimento do cérebro do feto. A presença de toxinas no ambiente
(por exemplo, chumbo presente em certos solos ou nas tintas) pode, igualmente, afectar
o desenvolvimento do cérebro das crianças

Outros estudos defendem que existe uma certa propensão genética: é frequente haver
vários casos de hiperactividade no seio de uma mesma família. Cerca de um terço dos
pais com hiperactividade têm filhos com este problema.

3.1.3 O papel da escola face as crianças com défice de atenção e hiperactividade

A maior parte das crianças hiperactivas consegue acompanhar as aulas normais. No


entanto, se, em conjunto com o professor, os pais chegarem à conclusão que a criança
não consegue acompanhar o ritmo poderão contactar a direcção da escola, no sentido de
esta providenciar um apoio especializado. Além de um apoio às suas necessidades
educativas, estes alunos deveriam ser orientados na sala de aula no sentido de haver um
controlo do seu comportamento. As escolas que contam com o apoio de um Serviço de
Psicologia e Orientação (com profissionais especializados) são as melhores
posicionadas para articular estas necessidades.

3.1.4 Dicas para professores nas salas de aula

Para ajudar as crianças com hiperactividade a adaptar-se melhor às regras de


funcionamento e conduta na sala de aula, podem ser necessárias algumas modificações.
Vejamos alguns exemplos.

 As crianças hiperactivas podem precisar de condições especiais que as ajudem a


aprender. Por exemplo, colocar a criança numa área menos sujeita a distracções
(perto do professor).
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 Pôr um desenho em cima da secretária da criança para lhe lembrar as regras


básicas nas aulas básicas pode ser uma boa ajuda: levantar a mão em vez de
gritar ou manter-se sentado em vez de andar pela sala.
 Dar mais algum tempo nos testes, para que a criança sinta que tem uma
oportunidade para mostrar o que aprendeu.
 Relembrar regras ou escrever instruções no quadro, enumerando o material
necessário para determinada tarefa.
 Utilizar o reforço das condutas positivas, elogiando os aspectos positivos e os
progressos. O professor pode ensinar técnicas que permitam à criança lembrar-se
daquilo que tem de fazer: quando tiver dúvidas acerca de determinada tarefa,
pode ver as instruções que estão escritas no quadro, levantar a mão e perguntar
ao professor ou, simplesmente, perguntar calmamente a um colega.

 Ensinar a dividir uma tarefa em várias etapas e a fazer uma coisa de cada vez.
 Mas também é importante que os colegas não sintam que aquela criança tem
direito a privilégios especiais, quando, ainda por cima, apresenta um pior
comportamento. Se for necessário, o professor pode estender as modificações às
outras crianças.

3.2 Comportamentos Agressivos

Na visão de JOSÉ & COELHO (2004:174) “o comportamento agressivo é fruto de


aprendizagem e a educação dada pelos pais desempenha um papel relevante na
formação de uma personalidade mais ou menos agressiva ’’.

Grande parte do comportamento agressivo resulta de práticas sociais que o


reforçam. Aquele que excede os limites socialmente aprovados pode ser uma
manifestação de padrões de reacção adquiridos numa família, comunidade ou
subcultura que encoraja tal comportamento.

As reacções agressivas podem assumir uma variedade de formas, a reacção inicial e


um ímpeto emocional, caótico, difuso: a criança chora esperneia e esbraveja. Com a
maturidade e a experiência, as respostas passam a ser dirigidas ao agente frustrador
e tem a finalidade de eliminar, remover ou diminuir a eficácia da restrição. A
criança ataca fisicamente com muros, pontapés, mordidas.
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No ambiente escolar, o comportamento agressivo revela-se nas mais diferentes


situações e ocasiões. A criança muitas vezes é chamada de “briguenta”, ficando
assim rotulada e sem ter quem procure ajuda-la ou orienta-la no sentido de vencer o
impulso agressivo.

3.2.1 Dicas para o professor na sala de aula

Para prevenir comportamentos agressivos, é dever do professor ensinar seus alunos


como conviver uns com os outros. Esse trabalho pode ser facilitado através da
postura do professor frente a classe e de algumas atitudes como:

 Estabelecer regras de comportamento, juntamente com a classe, aceitando


sugestões e argumentando com seriedade sobre as consequências dos actos
violentos.
 Fazer um código de comportamento a serem seguidos pela classe, bem como
estabelecer as sanções caso esses comportamentos não sejam seguidos.
 Além das regras do código de comportamento, o professor deve estabelece
regras para si próprio: ser firme, honesto e imparcial, pois as crianças o
respeitarão por ter estabelecido as regras e por ter forcas para cumpri-las.
 Chamar os pais e cientifica-los no caso de brigas ou comportamentos
agressivos; a colaboração deles é necessária na solução dos problemas de
comportamento na escola.
 Cativar a confiança e a segurança dos alunos para que em caso de briga
procurem-no como mediador.
 Preencher sempre o tempo com actividades interessantes e relevantes para a
vida dos alunos, evitando que fiquem no ócio.
 Não ignorar uma briga nem mostrar indiferença perante ela.

3.3 Autismo infantil

Caracteriza-se por uma interiorização intensa, uma espécie de fechamento sobre si


mesmo, e por um pensamento desligado do real. A incapacidade de se relacionar
normalmente com pessoas e situações pode aparecer desde os primeiros tempos de vida
e constitui o principal sintoma dessa perturbação que faz a criança viver num mundo
todo particular.
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Além do recuo nas relações interpessoais, as crianças autistas apresentam uma


preocupação intensa com objectos materiais e diversas anormalidades de linguagem e
de movimentos físicos.

3.3.1Características da criança autista

 Solidão em grau extremo e evidente na mais tenra idade;


 Fascinação por objectos (cadeiras, brinquedos, aspiradores de pó,
liquidificadores) em contraste com o desinteresse por pessoas;
 Ausência de sorriso social: parece não reconhecer os membros da sua família e
não se empenha em actividades lúdicas sociais;
 Não desenvolve linguagem apropriada, repete frases;
 Arruma sempre seus brinquedos da mesma forma, e mesmo que fique sem vê-
los durante um tempo, lembra-se da sua posição
 Possui excelente memória: decora facilmente poesias, canções, aprende sempre
novas palavras.
 Permanece muda ou fala mas não usa a linguagem como meio de comunicação;
 Possui hiperactividade e movimentos repetitivos, com entorpecimento nos
movimentos que requerem habilidades;
 Demonstra incapacidade para julgar.

É importante um trabalho multidisciplinar (psiquiatria, psicólogo) com o autista. É


preciso um regime educacional extremo e cuidadosamente ajustado, de progressão
muito suave, que não faça nenhum avanço até que seu fundamento esteja intensamente
estabilizado.

Embora a presença de uma criança totalmente autista seja rara na escola de primeiro
grau, é importante que o professor tenha conhecimento dos sintomas característicos
desse distúrbio, pois as crianças que conseguem se recuperar parcialmente podem vir a
frequentar classes normais.
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3.4 Medo

De acordo com JOSÉ & COELHO (2004:176), o medo “é um estado emocional de


alerta, que se caracteriza por sensação de desconforto e ansiedade ante um perigo
eminente”.

Dependendo das experiências vividas pela criança e do ambiente que a cerca, ela pode
passar por várias fases de medo, até criar uma verdadeira fobia.

Na idade escolar predomina o medo proveniente da própria imaginação da criança. Ela


tem medo de fantasmas, ladroes, pessoas que possam estar escondidas, morte dos pais; a
medida que acriança se desenvolve começa a perceber o que realmente teme, ou seja as
situações reais de fracasso, humilhação, perda de prestígio, de exclusivismo.

A criança na qual o medo persiste fazendo com que seu comportamento se distancie do
das outras crianças pode apresentar distorções na formação da personalidade como
ansiedade e insegurança constantes.

O receio de falhar, de ser reprovado ou de perder prestígio aos olhos dos outros é um
factor muito comum de medo na escola. Muitas vezes a criança leva à escola o medo
que sente dos pais, de uma censura por nota baixa, de uma observação na caderneta
escolar. Essas atitudes devem ser observadas com atenção pelo professor que procurara
chegar aos problemas individuais do aluno.

3.5 Fobia escolar

É a incapacidade total ou parcial de frequentar a escola dá-se o nome de fobia escolar.


Ela ocorre em crianças de todos os níveis sociais, de todos os graus de escolaridade e de
todos os níveis de inteligência. Manifesta-se através de ansiedade, pânico, náuseas,
vómitos, diarreias, dores de cabeça e de barriga, falta de apetite, febre, palidez. A
criança pode ir ate a escola mas quando chega começa a sentir esses sintomas.

O comportamento de uma criança fóbica é geralmente resultado de uma mãe


superprotetora, que com seu comportamento encoraja o filho a ficar em casa,
inventando desculpas por doenças imaginárias. Outro caso é o do aluno condicionado a
não gostar da escola por experiencias infelizes, muitas vezes a criança pode ficar
traumatizada por ser chamada de estúpida, burra, etc.
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Os alunos com fobia escolar realmente tem problemas e necessitam de ajuda


especializada tanto fora como dentro da classe.

A tarefa do professor é criar uma relação de aceitação entre as crianças, num clima de
harmonia, tentando descobrir o problema, a fim de poder ajudar. Para isto devera:

 Colocar a criança com problema sentada perto de alunos calorosos e


comunicativos, que fazem amizade facilmente;
 Organizar trabalhos em equipa, procurando a interacção do aluno;
 Discutir os problemas do aluno e obter a cooperação de outros membros da
equipe da escola. Encarregar a criança de dar recados, ela se sentira importante e
terá oportunidade de falar com outros professores.
 Elogia o trabalho da criança sempre que possível e exibi-lo para chamar a
atenção sobre seu talento e habilidades.

3.6 Timidez

Do ponto de vista de temperamento, a criança já nasce com uma serie de características


mais ou menos pronunciadas, assim, algumas crianças são inibidas e outras
extrovertidas.

A timidez excessiva de uma criança deve ser encarada com seriedade, provem em geral
de um complexo de inferioridade cultivado por pais, irmãos, outros adultos e colegas
através de frases do tipo você é burra(o); não serve para nada; nunca vai conseguir
fazer isto. São frases que impedem a criança de confiar em si mesma e geram a timidez
que pode acompanha-la durante toda a vida, prejudicando suas relações sociais futuras.

Os excessos de castigos corporais também levam à timidez, e por outro lado crianças
superprotegidas tendem a torna-se tímidas quando em contacto com um novo ambiente,
como por exemplo a escola. Para que a criança adquira a auto-confiança é preciso que
seus pequenos êxitos sejam elogiados pelos pais e professores, pois assim ela ira
formando uma auto-imagem positiva. Estas crianças necessitam do amor, apoio e afecto
dos pais e professores. Eventualmente, o encaminhamento a um pediatra e a um
psicólogo é necessário na solução do problema escolar.
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4. Estratégias de intervenção junto do aluno com N.E.E.Comportamentais

Uma Intervenção Pedagógica, ao nível dos problemas de comportamento consistiria


essencialmente e com base na filosofia educacional apontada por RUTHERFORD e
João LOPES (1994), na adopção das seguintes medidas:

 Estudo de Caso do referido aluno, com tipificação dos seus comportamentos


inadequados.
 Observação, verificação, registo e quantificação dos seus comportamentos
referidos
 Tratamento e interpretação dos dados recolhidos.
 Apuramento das causas despoletadoras dos comportamentos observados.
 Estratégia geral de modificação comportamental.
 Utilizando o tipo de registo mais adequado aos comportamentos: contínuo, de
frequência, de duração, por intervalos de tempo, amostras periódicas, etc.

Como técnicas de modificação de comportamentos pedagógicas e eficientes e em nada


punitivas, sugere-se as referidas por RUTHERFORD e LOPES (pp.63-109, idem):

Reforço Social:

Nesta técnica o aluno pode ser recompensado através de prémios materiais (alimento,
dinheiro, troféus ou prendas) prémios sociais (elogios, qualificação, distensões,
símbolos de condição social, atenção por parte do professor, notas, graus) e
oportunidade de realizar as actividades preferidas (participar num jogo, dar um passeio,
etc.).

O reforço social pode ser tão simples como um elogio, um sorriso, uma carícia, uma
frase estimuladora... e pode alterar completamente o ambiente da sala de aula.

4.2 Gestão de contingências

Através desta estratégia, procura-se com uma actividade atractiva reforçar uma
actividade pouco atractiva. Ex.: “Se não fizeres barulho podes sair 10 minutos mais
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cedo para o recreio”. Podemos dizer que esta técnica se baseia em acordos e
negociações entre o professor e o aluno.

É uma técnica que visa reforçar sistematicamente os comportamentos designados por


“divertidos” que são descendentes de outros comportamentos menos agradáveis e
reforçados. A gestão de contingências proporciona ao professor formas de usar os
reforços naturais durante a aula permitindo modificar os comportamentos.

Quando esta estratégia é utilizada se o aluno merecer a recompensa o professor não


pode faltar ao que foi previamente combinado.

4.3 Contratos compartimentais

O contrato compartimental é um acordo celebrado entre duas ou mais pessoas e deverá


ser o resultado de negociações. Deve ser feito por escrito, estipular as responsabilidades
dessas pessoas, tanto no que diz respeito ao comportamento como no que diz respeito ao
reforço pela realização.

O contrato deverá ser formulado de forma clara, simples, realista e os comportamentos


alvos que se querem estimular bem como aqueles que se querem extinguir devem ser
definidos pela afirmação, focando a atenção nos comportamentos desejáveis e na oferta
das recompensas mediante a sua ocorrência.

4.4 Autogestão

Consiste em dar uma certa “liberdade” e independência ao aluno de modo a que ele se
envolva na gestão do seu próprio comportamento. Ele deverá ser autónomo e valorizar-
se a si próprio. É necessário que exista uma motivação intrínseca que implique a
modificação, para alterar o comportamento anormal. Quando há uma motivação
intrínseca as crianças, tendem a fazer as coisas mais por razões internas com o prazer de
as fazer, do que por razões externas.
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É essencial que os alunos aprendam a ser responsáveis, para que assumam a


responsabilidade pelos seus actos e que tenham controlo sobre as próprias vidas. Se
pretendemos implementar um programa de autogestão devemos então:

1º - Definir os comportamentos que queremos que o aluno assuma, sem grandes


expectativas. Classificar o comportamento desejado e reforça-lo sempre que possível.

2º - Estabelecer para nós próprios quanto “poder” vamos dar ao aluno.

3º - Deve-se anunciar publicamente o que esperamos dele (expectativas). Estas


expectativas devem ser afirmadas de forma positiva.

Uma simples frase, pode ser o remédio eficaz, para a modificação do comportamento.
Nesta estratégia é o próprio aluno que regista e quantifica o seu comportamento,
fazendo depois a respectiva análise, por exemplo:

O aluno assinala o número de vezes que se levantou do lugar; quando posteriormente


fizer a análise do registo e verificar que exagerou pode levá-lo a alterar o seu
comportamento.
Quando o aluno participa activamente na vida escolar, avaliando e verificando os seus
próprios trabalhos, ele toma consciência que o esforço que ele despendeu o levou ao
sucesso. A elaboração de gráficos de comportamento muito simples, poderá ser uma
forma de o aluno se aperceber da modificação do seu próprio comportamento.

4.5 Ensino positivo

Mudança de ensino (ensino positivo) e de comportamento. Baseia-se num modelo


comportamental, também designado pelos americanos por - modelo ABC - em que A
significa antecedentes, B significa comportamento e o C significa consequências e que é
hoje praticamente um modelo universal. Este modelo considerado muito simples, tem
revelado bons resultados na análise de situações que requerem alterações relativamente
sensíveis.
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O professor deve estruturar o tipo de ensino e de aula, de forma que haja uma
diminuição das oportunidades de surgir comportamentos inadequados. Há vários
aspectos que se podem considerar de primordial importância para que estes
comportamentos possam ser evitados. Uma boa disposição de carteiras, o lugar onde a
criança em causa se senta, as pausas no trabalho, a não existência de rotinas nas tarefas,
retirar o que possa servir para distrair a criança, são factores que podem influenciar o
comportamento dos alunos.

Deve-se, pois prestar a máxima atenção aos aspectos gerais da programação e da


estruturação do ensino, quanto mais organização menos problemas comportamentais.

Para além do empenho e trabalho do professor é muito importante que os pais


encontrem tempo de qualidade para acompanhar os filhos. Amor e atenção são
ingredientes poderosos de terapia contra a agressividade.
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Conclusão

Os distúrbios de comportamento frequente são criados ou agravados por conflitos dos


quais o mais comum é o do aluno proveniente de um lar em que os valores e os padrões
aceitáveis de comportamento estão em contraste directo com os da escola.

O professor deve estruturar o tipo de ensino e de aula, de forma que haja uma
diminuição das oportunidades de surgir comportamentos inadequados. Há vários
aspectos que se podem considerar de primordial importância para que estes
comportamentos possam ser evitados. Uma boa disposição de carteiras, o lugar onde a
criança em causa se senta, as pausas no trabalho, a não existência de rotinas nas tarefas,
retirar o que possa servir para distrair a criança, são factores que podem influenciar o
comportamento dos alunos.

Os sentimentos de fracasso e desânimo que muitos estudantes desenvolvem como


resultado de experiências escolares mal sucedidas são a causa agravante de problemas
de comportamento mais sérios.

Estas crianças precisam mesmo de uma ajuda especializada, de modo a evitar a


evolução para o insucesso escolar e outros problemas de conduta mais sérios As escolas
que contam com o apoio de um Serviço de Psicologia e Orientação (com profissionais
especializados) são as melhores posicionadas para articular estas necessidades.

Para além do empenho e trabalho do professor é muito importante que os pais


encontrem tempo de qualidade para acompanhar os filhos.
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Bibliografia

 JOSÉ, Elisabete da Assunção. COELHO, Maria Teresa. Problemas de

Aprendizagem, 12a edição. São Paulo. Editora Ática.2004

 MORAIS, Lurdes. RAINHA, Maria do Amparo. Intervir em rede no apoio a


Alunos com necessidades educativas especiais: problemas
comportamentais. Associação Nacional de Professores - oficina de
formação. Brasil. S/d

 RUTHERFORD, Robert. LOPES, João. Problemas de Comportamento na sala


de aula, Identificação, Avaliação e Modificação – Porto Editora. 1994

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