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TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM:
CONCEITOS, TIPOS E ATUAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA
115 minutos

 Aula 1 - Introdução ao Estudo dos Transtornos de Aprendizagem

 Aula 2 - Transtorno da Aprendizagem com Prejuízo na Leitura

 Aula 3 - Transtorno da Aprendizagem com Prejuízo na Escrita

 Aula 4 - Transtorno da Aprendizagem com prejuízo na Matemática

 Referências

Aula 1

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TRANSTORNOS DE


APRENDIZAGEM
Seja bem-vindo ao estudo da aula sobre os transtornos de aprendizagem. Os conceitos a serem
trabalhados nesta aula requerem atenção às diferentes vertentes pedagógicas e
psicopedagógicas em torno dos termos dificuldades e transtornos específicos na/da
aprendizagem.
35 minutos

INTRODUÇÃO
Caro aluno!

Seja bem-vindo ao estudo da aula sobre os transtornos de aprendizagem. Os conceitos a serem trabalhados
nesta aula requerem atenção às diferentes vertentes pedagógicas e psicopedagógicas em torno dos termos
dificuldades e transtornos específicos na/da aprendizagem. Há elementos suficientes para definir as
características de cada um deles na vida dos alunos, apontados também pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Torna-se imprescindível a diferenciação conceitual e clínica, bem como evidenciar o importante papel
desenvolvido pelas equipes multidisciplinares que perpassam a intervenção psicopedagógica,  a investigação, a
superação e o avanço no processo de aprendizagem, a partir da parceria estabelecida entre família, escola e
equipes com olhar e escuta sensível a outros métodos e práticas de ensino. No decorrer da unidade,
aprofundaremos os conceitos clínicos e demais saberes voltados aos transtornos de aprendizagem de crianças
e adolescentes. Então, temos um percurso muito produtivo pela frente. Desejo ótimos estudos!

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O ESTUDO DOS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM


Seu estudo se inicia apresentando a definição do termo “Transtorno de aprendizagem”. Pode-se dizer que é
uma disfunção neurológica, notória, de assimilação de conteúdos e, portanto, de evolução no processo de
aprendizagem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os Transtornos de Aprendizagem como aqueles
manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares.

Geralmente estes conteúdos se referem à escrita, à leitura e às capacidades matemáticas e resultam de fatores
permanentes, ou seja, o transtorno é persistente na vida escolar do aluno e possivelmente tem sua origem em
disfunções no sistema nervoso central desde a infância, por vezes, com diagnóstico tardio, nas trajetórias de
aprendizagem no Ensino Fundamental (a partir de consecutivas reprovações, notas extremamente baixas, ritmo
de aprendizagem não evolutivo).

A atenção no âmbito escolar e familiar deve ser às seguintes características no cotidiano da criança, tais como:

• Início do comportamento ou atraso sempre na infância.

• O transtorno está sempre ligado à maturação biológica do sistema nervoso central.

• As funções afetadas incluem geralmente a linguagem, habilidades espaciais e/ou condições motora.

• Há uma história familiar de transtornos similares e fatores genéticos têm importância na etiologia (conjunto de
possíveis causas) em muitos casos.

Em alguns casos de transtornos específicos, podem ocorrer outras complicações em conjunto, como
agressividade, dificuldade de interação social, ansiedade e isolamento.

O diagnóstico desses transtornos deve ser realizado por profissionais especializados e experientes, em uma
equipe multiprofissional que garanta também o planejamento e a intervenção, objetivando minimizar os efeitos
de tais distúrbios sobre a vida da criança.

A equipe deve ter necessariamente a presença de um psicopedagogo, profissional habilitado em trabalhar com
as questões da aprendizagem e que partirá de seus conhecimentos transdisciplinares, para promover o
desenvolvimento de estratégias cognitivas de aprendizagem, de estudo e das operações.

Compreende-se que todos esses transtornos de aprendizagem são oriundos de déficits no desenvolvimento
infantil, que não permitem ao cérebro assimilar conteúdos específicos e padrões do aprender, seja ele de cunho
social, emocional ou cognitivo de uma pessoa.

Segundo o médico Stephen Brian Sulkes (2022), são transtornos que causam discrepâncias entre o potencial e
os níveis reais de desempenho acadêmico, assim como as previsões das habilidades intelectuais da pessoa. Os
transtornos de aprendizagem envolvem deficiências ou dificuldades na concentração, atenção, linguagem ou
processamento visual de informações. O diagnóstico inclui avaliações médicas, psicológicas, intelectuais,
educacionais, de fala e linguagem. O tratamento consiste primeiramente na abordagem educacional e, às vezes,
terapêuticas médica, comportamental e psicológica.

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Assim, fica esclarecido que, diferentemente das dificuldades de aprendizagem que se manifestam de modo
transitório, por fatores que se modificaram e afetaram diretamente o desenvolvimento cognitivo da criança,
como condições de vida, estrutura familiar, métodos de ensino desatualizados ou inapropriados com os
processos de aprendizagem do aluno, troca de escola ou professor, mudança de cidade e escola, entre outros,
que equivalem às situações momentâneas na vida do aluno  e que tende-se a superar, os transtornos são
persistentes e não transitórios; eles podem ser adquiridos ou até mesmo congênitos e biológicos.

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OS CONCEITOS CLÍNICOS
Trataremos dos conceitos clínicos dos transtornos de aprendizagem, denominados discalculia, disortografia e
disgrafia e estão fundamentados em vários autores e teorias neuropsicopedagógicas. Tratam-nas por disfunção
neurológica do indivíduo para assimilar conteúdos relacionados à escrita, à leitura e às capacidades e
habilidades matemáticas. São termos clínicos encontrados na Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde, conhecido na área médica como CID. Estes transtornos se enquadram no CID
10, código F81, que se refere a transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares.

Por isso, é importante trazer este aprofundamento teórico para evitar associações entre dificuldades e
transtornos de aprendizagem. A identificação ocorre por vezes no contexto familiar, mas principalmente no
contexto escolar. A intervenção e o tratamento necessitam de acompanhamento de multiprofissionais. Para
além de pedagogas e psicólogas, a área da Neurologia tem demandas específicas a considerar no processo de
aprendizagem dessas crianças diagnosticadas com discalculia, dislexia, disortografia e disgrafia.

Especificando cada um dos termos, clinicamente entende-se discalculia por transtorno específico da
aprendizagem com prejuízo na matemática. É derivada dos termos “dis” que corresponde a “desvio” e
“calculia”, referente a cálculos, ou ainda, dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com números
e aprendizagem inferior ao ritmo ou à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível
de escolaridade do indivíduo.

Dislexia é clinicamente denominada como Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na Leitura
(é o transtorno de aprendizagem de maior incidência, segundo pesquisas recentes, atingindo entre 5 e 17%
da população mundial). É um transtorno caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de
palavras, problemas de decodificação de signos (letras e suas construções frasais) e dificuldade em
compreender os conceitos ortográficos da língua.

Quando estão em idade escolar, crianças com dislexia geralmente têm seu desempenho na aprendizagem
comprometido devido às limitações decorrentes deste transtorno e, por isso, geralmente o diagnóstico
acontece nos primeiros anos de escola.

Disortografia refere-se às dificuldades manifestadas na ortografia por “um conjunto de erros da escrita
correta das palavras, mas não no seu traçado ou grafia”. Uma dificuldade centrada na estruturação,
organização e produção de textos escritos, em que a criança não consegue escrever as palavras de forma
correta e ocorrência de troca nas consoantes com sons semelhantes, o que dificulta o processo de leitura
fluente.

Disgrafia, também apresentada como Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na Escrita, é o
desvio na grafia das palavras, o que corresponde à “escrita”. Erros de ortografia: trocas, omissão, inversão ou
adição de letras e falta de qualidade na grafia, no traço das letras e, posteriormente, na organização da escrita
correta.

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Apesar das terminologias clínicas conceituadas e fundamentadas por estudiosos na área da saúde neurológica,
há muitos equívocos nos diagnósticos e intervenções do transtorno de disgrafia e disortografia pela família e
demais profissionais, principalmente na trajetória escolar da criança.

Ambos são transtornos que afetam a aprendizagem, de fato. No entanto, devemos atentar para a Disgrafia
como uma incapacidade específica de aprendizagem caracterizada por dificuldades em escrever as letras
manuscritas de forma legível e correta e a Disortografia como as dificuldades em escrever sem erros
ortográficos.

No quadro a seguir, pode-se destacar as principais características de cada transtorno de aprendizagem além de
especificidades que auxiliam na identificação e tratamento da criança em idade escolar.

Quadro 1 | Características gerais dos transtornos de aprendizagem

Fonte: Dominguez (2022).

É importante relembrar que todos estes transtornos são acompanhados por profissionais qualificados para fins
de diagnóstico efetivo e que as dificuldades em escrever, ler ou realizar cálculos nem sempre estão relacionados
a um déficit neurológico.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
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Quanto à intervenção psicopedagógica, o diagnóstico é um processo complexo e repleto de etapas. Por meio de
um conjunto de testes padronizados, inicia-se a intervenção (mas ela é composta de especificidades e sub-
etapas). Um conjunto de profissionais participam do processo interventivo, desde o Atendimento Educacional
Especializado (AEE) com Educadores Especiais, o apoio da família, escola e outros profissionais, como
Neurologistas, Psicólogos, Pedagogos e Psicopedagogos.

Diante das condições sociais, educacionais e a aceitação das famílias com o diagnóstico, cabe à equipe escolar
adaptar métodos de ensino eficazes e compreender o indivíduo como um todo (sentimentos, medos, emoções,
fobias, desprezos, bem-estar e saúde, etc.).

Neste transtorno também se faz importante a atuação de fonoaudiólogos e oftalmologistas para as relações de
leitura visual, letra-som e pronúncia adequada.  Alguns neurologistas fazem indicação do uso de medicação
controlada, para amenizar a distração, agressividade e hiperatividade.

É imprescindível a atuação inter e/ou multidisciplinar, pois cada profissional desempenha um importante papel
no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

A intervenção psicopedagógica se dá inicialmente por anamnese e entrevista; esses são os primeiros passos
para a realização do projeto, pois é necessário dialogar com a família e aluno, identificar as queixas escolares e
demais dificuldades da criança em determinados ambientes. Após este procedimento, e sob avaliação de como
encaminhar os alunos, o psicopedagogo articula diferentes jogos, atividades, desafios e exercícios para que o
desenvolvimento neuroeducacional venha a ocorrer de forma qualitativa.

Segundo Sánchez (2008), o campo epistemológico da psicopedagogia caracteriza-se por um raciocínio


diagnóstico e uma metodologia de intervenção que busca ter um olhar sobre o sujeito na relação com o objeto
de conhecimento em situação de aprendizagem; busca considerar sujeito e objeto como entidades
indissociáveis; conceber o sujeito em seu contexto sócio-histórico; admitir a possibilidade de um conhecimento
transdisciplinar, embora ele se tenha construído na perspectiva interdisciplinar; e ter a clínica das dificuldades
de aprendizagem como espaço privilegiado para o desenvolvimento da teoria psicopedagógica.

Segundo Andrade (2004, p. 5), a psicopedagogia ainda está buscando a “autonomia de uma disciplina” e
delimitando cientificamente a aprendizagem humana com sua temática, o sujeito aprendente ou o sujeito em
situação de aprendizagem como seu sujeito e a pesquisa de intervenção como o seu método de investigação da
realidade que lhe interessa - a aprendizagem humana com todos os seus matizes, alcances e limites.

Além disso, Botelho e Moreira (2019, p. 1) reafirmam a função do profissional da Psicopedagogia em instituição
escolar, ressaltando que o mesmo assume:

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[...] o compromisso com a transformação da realidade escolar, à medida que se propõe


a fazer uma reorientação do processo de ensino-aprendizagem refletindo os métodos
educativos e numa atitude investigativa descobrir as causas dos problemas de
aprendizagem que se apresenta na instituição e que se depara em sala de aula. Seu
papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa
aprendizagem em uma instituição. 
— (BOTELHO, MOREIRA, 2019, p. 1)

Entende-se que são vários os fatores que influenciam a aprendizagem, e o reconhecimento destes são
vantajosos para que as intervenções alcancem seus objetivos, propondo e auxiliando no desenvolvimento de
projetos favoráveis sobre as mudanças educacionais, visando evitar processos que conduzam a dificuldades da
construção do conhecimento.

Nesse sentido, Nepomoceno (2020, p. 6) ressalta que a Psicopedagogia pode abranger diferentes cenários,
segundo o § 2º do Código de Ética da Psicopedagogia (2011, p. 1), “a intervenção psicopedagógica na Educação e
na Saúde se dá em diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o
institucional e o clínico”. Assim, nota-se que o psicopedagogo pode atuar nessas duas áreas, oferecendo
atendimento em clínicas e também no contexto institucional, como em escolas e empresas.

Nepomoceno reafirma ainda que é essencial para o Psicopedagogo intervir com competência no espaço
escolar. Nesse sentido, deve planejar seu trabalho de forma a contribuir para:

• melhorar o processo de ensino e a qualidade da aprendizagem, com base em uma visão ética e social.

• promover a aprendizagem cooperativa, em que cada aluno possa atingir seus objetivos de forma
colaborativa, tendo a integração, o grupo, o trabalho em equipe como pressuposto para essa
aprendizagem.

• promover a cooperação entre escola e a família com base nos projetos educativos específicos.

• colaborar com a formação do professor.

• participar de equipes multidisciplinares, compartilhando ideias, procedimentos e materiais didáticos.

Portanto, o psicopedagogo no contexto escolar tem o papel de auxiliar na formação do aluno para o seu
sucesso escolar e também para a vida, por meio de métodos e técnicas capazes de reduzir os índices de
fracasso escolar e solucionar problemas do processo educativo.

Conforme os autores supracitados, é notório o papel importante do profissional Psicopedagogo nos processos
de aprendizagem dos sujeitos em idade escolar e para o desenvolvimento da práxis do professor.

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VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! Seja muito bem-vindo a esta aula, que abordará os Transtornos de Aprendizagem em três
blocos: O primeiro abordará o estudo dos transtornos de aprendizagem, apresentando o termo, diferenciado-o
de dificuldades de aprendizagem e apontando características principais que devem ser observadas no ambiente
escolar e familiar. Em seguida, os conceitos clínicos e suas especificidades, como fatores de diagnóstico, e, por
último, o processo de intervenção psicopedagógica, a fim de minimizar os déficits de aprendizagem dos alunos.

 Saiba mais
O link a seguir, Visão geral dos Transtornos de aprendizagem, do médico Stephen Brian Sulkes, trata d os
sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento dos transtornos de aprendizagem, aprofundando o que você
estudou até o momento. 

E, enfatizando o papel do Psicopedagogo no desenvolvimento da aprendizagem, o uso de jogos e


brincadeiras são muito importantes,. Por isso, convido você para fazer a leitura do artigo de revisão
intitulado: O uso de jogos no contexto psicopedagógico, da autora Sylvia Domingos Barrera (professora de
Psicologia na USP).

Aula 2

TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO NA


LEITURA
Nessa aula vamos nos aprofundar no estudo do transtorno e dificuldades de aprendizagem que
acarretam prejuízos na leitura, explorando suas especificidades, como definições e maneiras de
identificá-lo em nossos alunos.
30 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante!

Nessa aula vamos nos aprofundar no estudo do transtorno e dificuldades de aprendizagem que acarretam
prejuízos na leitura, explorando suas especificidades, como definições e maneiras de identificá-lo em nossos
alunos.

Além disso, vamos falar sobre métodos de intervenção psicopedagógica e tratamentos voltados a cada
necessidade, a fim de construir um guia sobre esses transtornos que possa auxiliar o docente em sua prática
em sala de aula.

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Esses conhecimentos também permitirão embasar o trabalho psicopedagógico, utilizando uma escuta
qualificada, indispensável frente aos desafios apresentados na prática profissional (não somente com alunos
com transtornos de aprendizagem, mas com todos os estudantes). Apenas a partir do conhecimento de
procedimentos apropriados que visem ampliar o desenvolvimento de cada aluno é possível realizar um
atendimento qualificado e eficiente.

Portanto, convido-o a embarcar nessa aula e aprender sobre uma ferramenta imprescindível em seu cotidiano
profissional!

DEFININDO O TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO DA LEITURA


Nesse bloco vamos estudar as definições sobre o transtorno de aprendizagem com a maior prevalência na
população (variando em torno de algo como 3% a 10% dos estudantes): o Transtorno Específico de
Aprendizagem com Prejuízo na Leitura, também conhecido como dislexia (RODRIGUES, 2016).

A dislexia é um transtorno de origem neurológica, com marcadores genéticos associados, cujos principais
indicativos são dificuldades relacionadas à leitura e à escrita (caracterizados pela dificuldade em reconhecer as
palavras, decodificá-las e soletrá-las).

Na leitura, as dificuldades costumam se manifestar durante o período de alfabetização, quando a criança


encontra obstáculos na aprendizagem de vogais e consoantes, trocando letras fonologicamente próximas (por
exemplo, faca e vaca), e encontrando problemas para decodificar palavras e interpretar textos.

Segundo o DSM-V, a dislexia é considerada um transtorno do neurodesenvolvimento que implica um transtorno


específico de aprendizagem, trazendo prejuízos na habilidade de precisão da leitura de palavras, ritmo ou
fluência da leitura e compreensão da leitura.

O CID-10 (Código Internacional de Doenças), por sua vez, define a condição como um transtorno específico do
desenvolvimento das habilidades escolares.

Para ser diagnosticada, conforme consta no DSM-V, dentre outros quesitos, depende da identificação de ao
menos um dos sintomas, a saber:

• Leitura imprecisa, lenta e/ou hesitante de palavras, demonstrando dificuldade e grande esforço para soletrar.

• Dificuldade em entender o texto lido, ou seja, mesmo quando o indivíduo é capaz de ler corretamente as
palavras, tem dificuldade em compreender o sentido do que foi lido, interpretá-lo, distinguir a sequência e as
relações presentes no texto.

• Dificuldade na comunicação escrita, expressando-se sem clareza, organizando erroneamente a estrutura dos
parágrafos, com erros gramaticais e de pontuação.

• Dificuldades ortográficas, omitindo, substituindo ou adicionando letras nas palavras.

Esses sinais representam alguns indícios do transtorno, mas não podem ser utilizados de maneira
independente como critério diagnostico, pois podem derivar de outras condições (como deficiência intelectual,
por exemplo). Portanto, o DSM-V elenca outras condições que devem ser observadas: persistência da condição

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pelo tempo mínimo de seis meses; não possuir outras condições que possam acarretar nas dificuldades
observadas (transtornos psicossociais, neurológicos ou falta de instrução acadêmica/proficiência linguística no
idioma, por exemplo); habilidades acadêmicas aquém do esperado de acordo com a idade cronológica e que
excedem a capacidade do indivíduo – sendo o último fator averiguado através de testes específicos e avaliação
clínica. O processo de análise precisa incluir também uma análise de informação formal e informal do
desempenho, histórico e percurso escolar, além da avaliação clínica e psicoeducacional.

As dificuldades inerentes à dislexia podem, ainda, ser classificadas conforme o grau de comprometimento da
aprendizagem em leve, moderada ou grave, valendo ressaltar que o transtorno não impede o aprendizado, mas
dificulta o processo, sendo necessário adotar diferentes graus de suporte para lidar com esses obstáculos.

COMO IDENTIFICAR O TRANSTORNO DE LEITURA


Neste bloco, falaremos sobre os principais sinais que podem indicar o transtorno de aprendizagem com
prejuízo à leitura – a dislexia –, dando ênfase às suas manifestações em diferentes faixas etárias e descrevendo
as principais dificuldades encontradas durante o processo de escolarização.

Na educação infantil, é observável nas crianças com dislexia uma persistência no uso de:

• linguagem infantilizada para a idade – pode utilizar linguagem “tatibitate” ou “de bebê” por um período
prolongado, apresentando dificuldades em pronunciar determinados fonemas.

• dispersão e dificuldade de manter a atenção.

• atraso no desenvolvimento da linguagem e comunicação oral – a criança diz suas primeiras palavras e constrói
frases mais tardiamente que o esperado de acordo com sua idade cronológica.

• construção de frases curtas e má pronúncia das palavras – dificuldade em construir frases com sentido,
omitindo ou substituindo fonemas.

• desinteresse e dificuldade em aprender canções infantis – dificuldade em memorizar ou acompanhar as


canções ensinadas na escola, sendo especialmente difícil reproduzir as rimas e a segmentação silábica das
palavras (relacionadas à consciência fonológica).

• dificuldade em montar quebra-cabeças.

• dificuldades no desenvolvimento da coordenação motora.

• dificuldade em aprender, memorizar e reconhecer as letras do alfabeto, inclusive as do próprio nome.

Já nas séries iniciais do ensino fundamental (RODRIGUES; CIASCA, 2016), é possível identificar características
como:

• dificuldade na aprendizagem da leitura escrita – aquisição de letras, sílabas, ditongos, reconhecimento de


palavras e memorização de letras.

• dificuldade em entender a segmentação das palavras – não compreende que as palavras são divididas em
partes.

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• dificuldade de associar os sons às letras, acarretando o pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das
palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras).

• dificuldade em memorizar ou aprender informações transmitidas verbalmente.

• comunicação oral com pouca complexidade – vocabulário reduzido e formação de frases curtas e simples para
a idade cronológica.

• dificuldade de organização espacial e temporal – perda constante de pertences e prazos de entregas de


trabalhos escolares.

• dificuldades de estruturação e organização textual – as ideias no texto podem ser apresentadas de maneira
confusa, por meio da construção de frases sem sentido lógico;

• presença de erros fonológicos e lexicais – durante a leitura, troca os fonemas (por exemplo, confundindo “chá”
e “já”).

• dificuldade em copiar textos – omite, troca ou confunde informações ao copiá-las de livros ou da lousa, sendo
ainda mais difícil quando essas são ditadas.

• presença de erros de leitura – não estabelece a conexão correta entra grafemas e fonemas (por exemplo, lê
“panela” ao invés de “boneca”).

• resistência ou recusa em ler – inventa desculpas ou reclama quando precisa ler um texto, fazendo o possível
par a evitar a situação.

• desinteresse por materiais impressos, como livros ou revistas

De acordo com Martins e Capellini (2011), a observação desses indícios é importante para que seja possível
realizar uma intervenção precoce em crianças que apresentem risco à dislexia, ou seja, que demonstrem
sinais de transtorno de aprendizagem com prejuízo da leitura em fase inicial de alfabetização (pré-escola, 1º e 2º
anos escolares) para que os fatores preditivos de bom desenvolvimento da leitura sejam devidamente
trabalhados, minimizando os prejuízos acadêmicos e psicossociais.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA FRENTE À DISLEXIA


As habilidades principais consideradas prejudicadas em crianças com transtornos de aprendizagem, como a
dislexia, são a consciência fonológica e a memória de trabalho. É necessário que os estudantes utilizem a
habilidade de reflexão da linguagem oral em relação à escrita, ou seja, para compreender o sistema alfabético, é
preciso estabelecer uma relação entre as letras e os sons da fala.

A memória de trabalho, por sua vez, é fundamental no processo de alfabetização e aprendizagem matemática,
sendo responsável por decodificar palavras novas, principalmente as longas, que são decodificadas pedaço por
pedaço.

Portanto, as atividades devem ser focadas em adquirir essa consciência fonológica por meio do
desenvolvimento do gosto pela leitura (fomentado pelo contato com material impresso desde cedo). Além disso,
realizar atividades como a ordenação de letras em palavras, a formação de palavras através de brincadeiras e
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jogos e a associação entre palavras e imagens mostra-se útil nesse processo (CUNHA; CAPELLINI, 2011).

As intervenções psicopedagógicas devem se focar nas seguintes dimensões (RODRIGUES; CIASCA, 2016):
estimulação das habilidades de consciência fonológica; de consciência sintática/semântica e atencionais.

Com relação ao desenvolvimento da consciência fonológica, as estratégias indicadas são as que trabalham a
segmentação linguística (divisão das palavras em “partes”); a correção dos erros na precisão da leitura
(como substituições, omissões e inversões); treinam velocidade e fluência na leitura (por exemplo, realizar
uma leitura prévia para reconhecimento das palavras e prosseguir com uma prática de leitura que vai
aumentando gradativamente). Para isso, são sugeridas as atividades a seguir: rimas, músicas, parlendas e
poesias infantis que trabalhem a consciência dos sons das palavras; jogos e brincadeiras que permitam
observar as palavras em sílabas; introdução das relações entre grafemas e fonemas pelo uso de falas em frente
ao espelho, interação entre os colegas, cartões com imagens, explicações, comparações entre palavras e
introdução gradativa das letras e da escrita. 

No que tange às habilidades sintáticas e semânticas, destacam-se as estratégias de processamento


sintático, por meio de atividades que: permitam a formação de frases; combinem palavras e frases; trabalhem
a identificação de erros e o completar das frases e palavras; comparem significados entre frases; estabeleçam
relações entre nome-pronome, sinais de pontuação, entonação e figuras-frase; trabalhem as questões
contextuais (descritivas, temporais e funcionais); estimulem o resumo de ideias (bem como sua explicação) de
um parágrafo e sua associação entre frases e resumos; e a seleção de exercícios que representem o melhor
significado de uma palavra dentro da frase (RODRIGUES; CIASCA, 2016)

Quanto às habilidades de atenção, as atividades que treinem o desenvolvimento da capacidade de


concentração, como a leitura graduada, que aumenta progressivamente junto com a extensão dos textos.

Ainda, de acordo com Olmino e Santana (2016), as dificuldades experienciadas pelas crianças com dislexia
geram uma grande pressão social por parte dos pais e professores, diante do insucesso acadêmico
experienciado, o que pode fomentar o desenvolvimento de uma autoimagem negativa por parte do aluno. Em
virtude disso, o fator psicossocial deve ser levado em conta como parte do processo de intervenção
psicopedagógico, utilizando estratégias que visem aumentar a autoconfiança e a motivação para o estudo.

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!

Seja muito bem-vindo!

Nessa aula, você se aprofundará nos conhecimentos referentes ao Transtorno de Aprendizagem com Prejuízo
da Leitura, a dislexia, organizada em três blocos, a saber: definições e características da dislexia; sinais
indicadores de dislexia em diferentes fases do desenvolvimento; e estratégias pedagógicas e psicopedagógicas
de intervenção para a superação das dificuldades apresentadas pelos estudantes.

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 Saiba mais
Convido-o a se aprofundar no tema e conhecer a trajetória na busca por melhores condições de
atendimento e educação aos disléxicos e familiares no Brasil. Portanto, acesse o link do site da Associação
Brasileira de Dislexia (ABD), que conta com diversos materiais de apoio para disseminação de informações
sobre a dislexia.

Outra indicação importante é a do site da Associação Nacional de Dislexia, que traz dados acerca da
legislação brasileira que serve de base para a organização curricular e o suporte acadêmico oferecido aos
alunos disléxicos, bem como sugestões para pais e professores.

Aula 3

TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO NA


ESCRITA
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massa, aliquet vel hendrerit vitae, convallis id enim.
10 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante!

Nessa aula vamos nos aprofundar no estudo dos transtornos e dificuldades de aprendizagem que acarretam
prejuízos na escrita, explorando suas especificidades, definições e maneiras de identificá-los em nossos alunos.

Além disso, vamos falar sobre métodos de intervenção psicopedagógica e atividades voltados a cada
necessidade, a fim de construir um guia sobre esses transtornos que possa auxiliar o docente em sua prática
em sala de aula.

Esses conhecimentos também permitirão embasar o trabalho psicopedagógico, utilizando uma escuta
qualificada, indispensável frente aos desafios apresentados na prática profissional (não somente com alunos
com transtornos de aprendizagem, mas com todos os estudantes). Apenas a partir do conhecimento de
procedimentos apropriados que visem ampliar o desenvolvimento de cada aluno é possível realizar um
atendimento qualificado e eficiente.

Portanto, convido-o a embarcar nessa aula e aprender sobre uma ferramenta imprescindível em seu cotidiano
profissional!

DEFININDO OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO DA ESCRITA


Nesse bloco vamos estudar as definições dos transtornos de aprendizagem que acarretam prejuízos na escrita.
Embora as dificuldades de aprendizagem compreendam tanto fatores internos quanto externos, nesta aula
abordaremos apenas as consideradas dificuldades de aprendizagem específicas, a saber: disgrafia, disortografia
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e dislexia (já estudada no capítulo anterior, na dimensão do prejuízo da leitura).

Dislexia
Como estudado anteriormente, a dislexia é um transtorno com prejuízo da leitura, de origem neurobiológica,
demarcado por dificuldades na consciência fonológica. Da mesma forma, essas dificuldades afetam as
habilidades de escrita, uma vez que a baixa competência leitora contribui para uma baixa competência
ortográfica.

Por este motivo, diversos autores defendem que a dislexia e a disortografia devem ser estudadas em conjunto,
pois uma criança com dificuldades na leitura desenvolve problemas na escrita. Além disso, é comum que a
dislexia esteja associada a cada uma das outras dificuldades específicas (disortografia e disgrafia) (COELHO,
2012).

Disgrafia
A disgrafia, por sua vez, é uma dificuldade funcional relacionada ao traçado e à grafia das letras. Esse transtorno
implica dificuldades com a codificação escrita, prejudicando a execução gráfica da escrita das palavras, onde as
letras são mal proporcionadas, traçadas incorretamente e pouco diferenciadas entre si – o que, popularmente,
é conhecido como “letra feia” ou “garrancho”.

Os fatores que influenciam o desenvolvimento da disgrafia podem ser pedagógicos, maturacionais


(relacionados ao desenvolvimento da motricidade) e carateriais (relacionados à personalidade e aos aspectos
psicoafetivos da criança) (COELHO, 2012).

As principais causas da disgrafia, segundo Cinel (2003), são:

• Falhas pedagógicas: estratégias utilizadas incorretamente pelo docente durante o processo de ensino.

• Desenvolvimento da coordenação motora fina: falta de coordenação motora entre a intenção da criança e as
habilidades de seu corpo para executá-la.

• Desenvolvimento da coordenação visomotora: dificuldades de acompanhar com o olhar os movimentos


executados pelos membros do corpo.

• Dificuldades relacionadas à lateralidade de direcionalidade: falta de domínio na execução dos movimentos do


corpo no espaço.

• Prejuízo na organização temporo-espacial: dificuldades em distinguir cima-baixo, esquerda-direita, frente-


atrás.

Disortografia
A disortografia não necessariamente está relacionada ao traçado das letras, mas à construção textual que
possui problemas de estruturação e organização das ideias, com uma construção de frases curtas e diversos
erros ortográficos. Portanto, as crianças com disortografia possuem dificuldades na produção de textos e
vocabulário inferior ao esperado de acordo com sua idade cronológica.

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Dentre as causas apontadas para o surgimento dessa dificuldade, Torres e Fernandes (2001) elencam cinco
principais, a saber:

• Intelectuais: relacionadas à deficiência ou imaturidade intelectual que podem dificultar o desenvolvimento das
habilidades necessárias ao processo de aprendizagem da escrita.

• Perceptivas: relacionadas à dificuldade de percepção, memória auditiva e visual e organização temporo-


espacial.

• Linguísticas: relacionadas ao vocabulário pobre e falta de conhecimento sobre o idioma, bem como
dificuldades de pronúncia e articulação das palavras.

• Afetivo-emocionais: relacionados a questões psicossociais e subjetivas, como a motivação, a autoconfiança e a


atenção durante o processo de escrita.

• Pedagógicas: relacionadas às estratégias pedagógicas mal-executadas ou à falta de conhecimento dos


docentes das necessidades de cada estudante.

A partir do conhecimento dessas definições, será possível prosseguirmos com o estudo dos principais sinais
indicativos desses transtornos e das estratégias de intervenção psicopedagógica.

COMO IDENTIFICAR O TRANSTORNO DE LEITURA


Neste bloco, falaremos sobre os principais sinais que podem indicar os transtornos de aprendizagem com
prejuízo à escrita (dislexia, disgrafia e disortografia), dando ênfase às suas manifestações em diferentes faixas
etárias e descrevendo as principais dificuldades encontradas durante o processo de escolarização. Vale ressaltar
que alguns dos sinais são comuns entre os diversos transtornos e que, para que o diagnóstico possa ser
realizado, é necessária a realização de uma avaliação multiprofissional e mais ampla do que a simples
observância desses indícios.

Dislexia
No bloco anterior, abordamos alguns indicativos referentes aos sinais de dislexia em crianças. Agora,
discutiremos sobre os sinais referentes à produção textual escrita.

• Confundem a escrita de letras com orientação especial diferente, por exemplo, trocando o “b” pelo “d”.

• Invertem palavras ou sílabas, por exemplo, “toda” por “dota”.

• Repetem sílabas/palavras durante a escrita, por exemplo, “sapapato” ou “eu leio leio o livro”.

• Fragmentam as partes de uma frase de maneira incorreta, por exemplo, “queroco merbolo” – “quero comer
bolo”.

• Excluem letras de uma palavra, por exemplo: “caalo” – “cavalo”.

• Cometem diversos erros gramaticais e de pontuação.

• Expressam suas ideias de maneira desorganizada nos parágrafos e o texto parece não ter sentido.
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(ROTTA; OHLWEILER; RIESGO, 2016)

Disgrafia
Os primeiros sinais da disgrafia costumam surgir por volta do 3° ano do Ensino Fundamental, uma vez que,
antes disso, é comum que as crianças tenham dificuldades em realizar o traçado das letras e palavras porque
estão em processo de aprendizagem dessa técnica.

Alguns dos principais sinais são:

• Falta de destreza manual na escrita das letras e palavras.

• Escrita ilegível das palavras.

• Lentidão ao escrever.

• Alteração no tamanho das letras (muito grandes para a linha).

• Espaçamento entre letras muito pequeno ou muito grande.

• Escrita das letras de maneira distorcida e/ou inclinada.

• Pressão insuficiente do lápis contra o papel, alternando traços fortes e suaves.

• Postura e forma inadequada de segurar o lápis ao escrever.

• Inversão da ordem das letras de uma palavra, por exemplo, “caavlo” ao invés de “cavalo”.

• Mistura de diversos tipos de letras na palavra (maiúsculas, minúsculas, cursivas e bastão no meio das
palavras).

• Escrita de letras espelhadas, por exemplo, escrever “AЯЯOZ” ao invés de “ARROZ”.

Disortografia
• Lentidão e esforço demasiado ao escrever.

• Utiliza pontuação de forma incorreta.

• Dificuldade em separar frases em parágrafos, escrevendo-as de forma contínua.

• Espaçamento entre letras/palavras muito pequenos ou muito grandes.

• Escrita ilegível das palavras.

• Excesso de erros gramaticais e ortográficos durante a escrita.

• Incorreções durante a escrita de palavras desconhecidas, não conseguindo correlacionar corretamente


fonema (som da palavra) e grafema (escrita da palavra), por exemplo, “xincando” ao invés de “xingando”.

• Apesar de correlacionar fonema e grafema, há incorreções na escrita das palavras, por exemplo, “paço” ao
invés de “passo”.

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• Expressa suas ideias de maneira desorganizada nos parágrafos e o texto parece não ter sentido. (AFONSO,
2010)

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E OS TRANSTORNOS COM PREJUÍZO DA


ESCRITA
Nesse bloco, vamos discutir sobre estratégias de intervenção frente às dificuldades apresentadas por
estudantes com transtornos da escrita. Como citado anteriormente, existem dificuldades similares entre alguns
desses transtornos, portanto, as intervenções também têm características comuns.

Como estudado na aula sobre Transtorno de Aprendizagem com prejuízo da leitura, a consciência fonológica e
a memória são as principais dimensões afetadas nos transtornos de aprendizagem e, por esse motivo, as
atividades propostas devem ter um enfoque em seu desenvolvimento.

No que se refere à memória, Afonso (2010) ressalta que essa se divide em dois tipos principais, a saber:

• Memória de curto prazo – que dura horas ou minutos e auxilia na continuação das atividades realizadas no
momento presente.

• Memória de longo prazo – que dura dias, semanas ou anos e auxilia no armazenamento de informações de
procedimentos motores que são repetidos em ações rotineiras (memória processual) e no armazenamento de
informações que podem ser transmitidas pela fala ou pela escrita (memória declarativa).

Enquanto alguns estudantes apresentam dificuldades relacionadas à lembrança imediata (memória de curto
prazo), outros têm dificuldade em recordar fatos passados (memória de longo prazo), o que pode traduzir-se
em: dificuldade de organizar ideias e elementos do texto por não se recordar do que foi escrito até o momento
presente (memória de curto prazo) e dificuldade em se recordar o nome das letras, palavras e sons ouvidos no
dia anterior (memória de longo prazo).

Da mesma forma, crianças com dificuldades referentes à memória processual podem ter comprometimentos
relacionados ao sistema visomotor (prejudicando a capacidade de copiar os grafemas) ou auditivomotor
(relacionado às dificuldades referentes aos ditados, na transformação de grafemas em fonemas).

A partir desses conhecimentos, é possível planejar métodos de intervenção psicopedagógicos que diminuam
essas dificuldades ou desenvolvam habilidades que permitam superá-las. É importante incentivar momentos de
recordação de conhecimentos aprendidos em aulas passadas ou mesmo realizar leitura de textos/palavras
durante o processo de escrita. Segue abaixo uma lista com intervenções relacionadas a cada especificidade:

Dislexia
• Simplificar as instruções escritas, sublinhando partes importantes ou explicando-as aos alunos.

• Trabalhar na identificação de palavras ou partes importantes de um texto pelo aluno (que podem ser
destacadas ou copiadas numa folha a parte, a fim de permitir a visualização de uma informação por vez).

• Organizar as atividades em várias etapas, permitindo à criança realizar uma parte de cada vez.

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Disgrafia
• Auxiliar a criança no desenvolvimento de uma postura e forma de segurar o lápis correta e confortável.

• Atribuir imagens visuais ao desenho das letras junto da criança (por exemplo, o “O” pode ser uma “bola”).

• Realizar exercícios de caligrafia em folha pontilhada e/ou quadriculada, que permita à criança observar o
desenho, proporção e espaço ocupado pelas letras na folha.

• Propor atividades que auxiliem no desenvolvimento da coordenação motora fina, como modelagem com
massinha, desenho, pintura.

• Propor atividades que auxiliem no desenvolvimento da coordenação motora grossa, como arremessar, jogar,
acompanhar gestos relacionados a canções infantis.

• Utilizar exercícios gráficos, como completar traços pontilhados ou percorrer labirintos.

Disortografia
• Utilizar recursos que trabalhem a percepção e a memória visual, que sejam lúdicos e interessantes para as
crianças (como jogos de tabuleiro, alfabeto com peças móveis, etc.).

• A partir do conhecimento dos erros e trocas mais frequentes apresentados pelos alunos, desenvolver
exercícios e/ou atividades focadas na identificação dessas incorreções.

• Caso a criança apresente dificuldades auditivomotoras, como a dificuldade em correlacionar as letras


(grafemas) aos sons (fonemas), é indicado realizar atividades, brincadeiras ou jogos que permitam identificar,
corrigir ou completar palavras com os grafemas corretos.

• Realizar atividades de redação segmentadas em parte (por exemplo, escrevendo primeiro a introdução,
seguida do desenvolvimento e da conclusão).

• Propor atividades como escrita de textos ditados de letras, palavras e textos (curtos e longos), seguida pela
correção em grupo ou autocorreção pelo aluno utilizando material de consulta.

• Atividades que permitam completar frases com palavras ou atribuir palavras a figuras.

• Realizar exercícios de escrita que envolvam conhecimentos aprendidos em outras disciplinas ou pertinentes à
realidade do aluno (FERNÁNDEZ et al., 2010).

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!

Seja muito bem-vindo!

Nessa aula, você se aprofundará nos conhecimentos referentes ao Transtorno de Aprendizagem com Prejuízo
da Escrita (dislexia, disortografia e disgrafia), organizada em três blocos, a saber: definições e características de
cada transtorno; sinais indicadores de dificuldades de aprendizagem da escrita e estratégias pedagógicas e
psicopedagógicas de intervenção para a superação das dificuldades apresentadas pelos estudantes.
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 Saiba mais
Estudante, convido-o a se aprofundar no tema e visitar o site do Instituto ABCD, que é especializado na
disseminação de informações sobre a dislexia, mas conta com material referente aos demais transtornos
da escrita.

Aula 4

TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO NA


MATEMÁTICA
Nessa aula vamos nos aprofundar no estudo dos transtornos e dificuldades de aprendizagem
que acarretam prejuízos na matemática, explorando suas especificidades, definições e maneiras
de identificá-los em nossos alunos.
30 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante!

Nessa aula vamos nos aprofundar no estudo dos transtornos e dificuldades de aprendizagem que acarretam
prejuízos na matemática, explorando suas especificidades, definições e maneiras de identificá-los em nossos
alunos.

Além disso, vamos falar sobre métodos de intervenção psicopedagógica e atividades voltados a cada
necessidade, a fim de construir um guia sobre esses transtornos que possa auxiliar o docente em sua prática
em sala de aula.

Esses conhecimentos também permitirão embasar o trabalho psicopedagógico, utilizando uma escuta
qualificada, indispensável frente aos desafios apresentados na prática profissional (não somente com alunos
com transtornos de aprendizagem, mas com todos os estudantes). Apenas a partir do conhecimento de
procedimentos apropriados que visem ampliar o desenvolvimento de cada aluno é possível realizar um
atendimento qualificado e eficiente.

Portanto, convido-o a embarcar nessa aula e aprender sobre uma ferramenta imprescindível em seu cotidiano
profissional!

DEFININDO O TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM COM PREJUÍZO DA


MATEMÁTICA

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Nesse bloco vamos estudar as definições sobre o transtorno de aprendizagem que acarreta prejuízos no
conhecimento matemático. Embora as dificuldades de aprendizagem compreendam tanto fatores internos
quanto externos, nesta aula abordaremos o transtorno de aprendizagem específico com prejuízo da
matemática, também conhecida como discalculia.

A discalculia pode ser caracterizada como um transtorno específico da aprendizagem por meio do qual os
estudantes apresentam dificuldades nas habilidades matemáticas. Por ser um transtorno do
neurodesenvolvimento, sua origem é estrutural e se refere somente à maturação das habilidades matemáticas,
não afetando as demais funções mentais, o que pode dar origem a uma criança que tem um desempenho
escolar excelente nas outras disciplinas e apresenta profunda dificuldade na área da matemática.

Para auxiliar na identificação das dificuldades apresentadas pelas crianças e nas intervenções propostas, a
discalculia é classificada em seis tipos que se manifestam sob diferentes combinações:

• Léxica: dificuldades para realizar a leitura dos símbolos matemáticos.

• Verbal: dificuldades em nomear números, quantidades, símbolos e termos.

• Gráfica: dificuldades na escrita dos símbolos matemáticos.

• Operacional: dificuldade para executar operações e cálculos numéricos.

• Practognóstica: dificuldade em comparar, enumerar e manipular imagens e objetos reais.

• Ideognóstica: dificuldade na compreensão dos conceitos matemáticos e na realização das operações mentais
(BERNARDI, 2006).

Vale ressaltar que as crianças com discalculia podem não apenas possuir mais de um dos tipos do transtorno,
mas também tê-los associados a outros transtornos estudados anteriormente, como a dislexia, o Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Passos et al. (2011) esclarecem que existem estudos que
comprovam que não há uma relação entre a presença da discalculia e da dislexia, mas, por outro lado, existem
evidências fortes que associam o diagnóstico de TDAH à discalculia.

A partir dessas definições, seguem abaixo alguns dos desdobramentos dos diversos tipos de discalculia,
enunciando as principais dificuldades enfrentadas pelas crianças que possuem esse transtorno durante seu
percurso escolar.

• Contagem.

• Classificação de grandezas.

• Ordenação dos números.

• Aprendizado dos sistemas cardinais (um, dois, três) e ordinais (primeiro, segundo e terceiro).

• Aprendizado dos sistemas de medidas (centímetro, metro, quilograma, grama, etc.) e dificuldade em
estabelecer relações entre elas (por exemplo, 100 centímetros equivalem a 1 metro).

• Acompanhamento de sequências e dificuldade em completá-las.

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• Agrupamento de objetos por grupos.

• Reconhecimento de padrões que se repetem.

• Identificação e uso dos sinais matemáticos: adição (+), subtração (-), multiplicação (x), divisão (÷) e igualdade
(=).

• Aprendizado de operações básicas.

• Aprendizado da tabuada.

• Realização de operações aritméticas.

• Transporte de números.

• Percepção do valor relacionado às moedas.

• Associação de símbolos visuais e aditivos aos números.

• Compreensão do princípio da conservação de quantidade.

Por meio do conhecimento desses conceitos, será possível prosseguirmos com o estudo dos principais sinais
indicativos desses transtornos e das estratégias de intervenção psicopedagógica.

COMO IDENTIFICAR A DISCALCULIA


Neste bloco, falaremos sobre os principais sinais que podem indicar o transtorno de aprendizagem com
prejuízo da matemática (discalculia), dando ênfase às suas manifestações em diferentes faixas etárias e
descrevendo as principais dificuldades encontradas durante o processo de escolarização.

Vale ressaltar que alguns dos sinais são comuns entre os diversos transtornos e dificuldades de aprendizagem
(como a acalculia, por exemplo) e que, para que o diagnóstico possa ser realizado, é necessária a realização de
uma avaliação multiprofissional e mais ampla do que a simples observância desses indícios. Para ajudar a
esclarecer quais os sinais que merecem atenção a respeito de uma suspeita de discalculia, seguem os
parâmetros principais a serem observados para o diagnóstico: habilidades em realizar operações matemáticas;
contagem; concentração, atenção e abstração; memória de trabalho e linguagem matemática.

Na fase pré-escolar, momento em que a maioria das crianças ingressa no sistema educacional, são observados
os seguintes indícios:

• Dificuldade em seguir a ordem correta dos números durante uma contagem (por exemplo, ao invés da criança
contar “1, 2, 3, 4”, ela pode dizer “1, 4, 2, 1, 3”).

• Dificuldade em contar com a ajuda dos dedos das mãos (por exemplo, a criança pode não conseguir atribuir
um número a cada dedo).

• Dificuldade em reconhecer qual é o maior ou menor (por exemplo, a criança pode não entender que o número
3 é maior do que o 2 e, por conseguinte, quem tem 3 lápis tem mais do que quem possui apenas 2).

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• Dificuldade em distinguir os algarismos (por exemplo, a criança pode não relacionar o nome “um” ao algarismo
“1” e diferenciá-lo do “dois”/”2”).

A partir do ingresso no Ensino Fundamental, é possível notar mais dificuldades em relação à aprendizagem da
matemática que se intensificam à medida em que as noções se tornam mais complexas:

• Dificuldade em realizar operações numéricas simples, como adição e subtração, utilizando os dedos para
efetuar a contagem.

• Dificuldade em reconhecer e distinguir a função dos sinais referentes às operações aritméticas - adição (+),
subtração (-), multiplicação (x), divisão (÷) e igualdade (=).

• Dificuldade em expressar-se numericamente de maneira correta, nomeando de forma incorreta os números


relativos aos dias da semana (segunda-feira, terça-feira, etc.), meses do ano (janeiro, fevereiro, etc.) e estações
do ano (primavera, verão, outono e inverno).

• Dificuldade em compreender o princípio de conservação, não entendendo que o número 11 é equivalente à


soma do número 5 e 6 (5+6=11).

• Dificuldade para aprender a ver e dizer as horas, não conseguindo identificar e estabelecer relações entre os
segundos, minutos e horas.

• Dificuldade para resolver problemas orais, ocasionada pela dificuldade na compreensão e interpretação da
leitura das questões matemáticas.

• Dificuldade em realizar cálculos, confundindo a apresentação ou a direção dos cálculos (PASSOS et al., 2011).

Ao ingressar no Ensino Médio, esses desafios se apresentarão como:

• Dificuldade em desenvolver raciocínio lógico e causal.

• Dificuldade em aplicar a teoria nos exercícios matemáticos envolvendo proporções, quantidade, fórmulas,
formas e medidas.

• Dificuldade em memorizar as etapas para a realização de uma operação matemática, como a coleta de
informações, desenvolvimento dos cálculos e conclusão.

• Dificuldade em ler e interpretar gráficos.

• Dificuldade em realizar cálculos mentais, ainda que sejam simples.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E A DISCALCULIA


Nesse bloco, vamos discutir sobre estratégias de intervenção frente às dificuldades apresentadas por
estudantes com transtorno de aprendizagem com prejuízo da matemática. Como citado anteriormente, existem
dificuldades similares entre alguns desses transtornos, portanto, as intervenções também têm características
comuns.

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Em todos os planejamentos e atividades propostas, o docente deve prezar por proporcionar experiências que
sejam significativas para os estudantes, trabalhando os conceitos de forma lúdica e motivando a participação de
todos.

Algumas das estratégias que podem ser adotadas com o intuito de facilitar a aprendizagem dos alunos com
discalculia são:

• Utilização de jogos e brincadeiras que envolvam conceitos matemáticos, adaptados à faixa etária e às
habilidades de cada aluno.

• Utilizar ferramentas que visem facilitar a resolução de problemas, como a calculadora, o caderno quadriculado
e a tabuada.

• Elaboração de exercícios e provas contendo instruções claras e diretas, que facilitem o entendimento dos
alunos.

• Utilização de recursos visuais para facilitar o entendimento de conceitos como, por exemplo, figuras
geométricas tridimensionais, desenhos, material dourado, tangram, dentre outros.

• Proporcionar exercícios que visem aprimorar a percepção de formas e figuras, encontrando diferenças,
semelhanças, tamanho, espessura e largura e relacionando-as a elementos do cotidiano como letras do
alfabeto, fotos, imagens de lugares conhecidos, etc.

• Amplificar a percepção espacial das crianças, através de brincadeiras que trabalhem os conceitos de “cima”/
“baixo”/ “meio”; “direita”/“esquerda”.

• Amplificar a capacidade de ordenação de elementos das crianças, por meio da classificação de elementos em
“antes”/“depois”, “primeiro”/ “último” e utilizar elementos significativos para seu contexto, como dias da semana,
meses etc. (PASSOS et al., 2011).

No quesito que corresponde aos jogos e materiais de manipulação, segundo Cecato (2008), cada um é
responsável por auxiliar no desenvolvimento de diferentes competências. Seguem alguns exemplos:

a) Arquiteto: responsável por aprimorar a coordenação motora fina, o conhecimento sobre as formas
geométricas, a capacidade de planejamento e a noção de equilíbrio entre as peças.

b) Jogo da memória: responsável por aprimorar a coordenação motora fina, o conhecimento sobre as cores, o
treino da memória e a criação de estratégias.

c) Material dourado: utilizar a capacidade de representação mental para trabalhar o sistema de numeração
decimal e as noções de conservação de quantidade, multiplicação e divisão.

d) Quebra-cabeça: responsável por aprimorar a coordenação motora fina, o conhecimento sobre formas e
cores, a capacidade de compreender a figura e o fundo (análise/síntese) e a criação de estratégias.

e) Tangran: responsável por aprimorar a coordenação motora fina, desenvolver a capacidade de concentração e
a paciência; fomentar a habilidade de criar estratégias e solucionar problemas; aprimorar a habilidade de
representação mental e a percepção das diferentes formas e figuras.

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Por fim, outro aspecto fundamental a se observar no processo de aprendizagem das crianças com discalculia é
o aspecto psicológico, pois, conforme o estudo realizado por Bernardi (2006), a maioria dessas crianças
desenvolvem problemas relacionados à autoimagem e autoestima em virtude das dificuldades de
aprendizagem que perpetuam o fracasso escolar. Por isso, a utilização de estratégias lúdicas se mostra uma
grande aliada nas dimensões intelectuais, sociais e emocionais, uma vez que permite que essas crianças se
sintam acolhidas no ambiente escolar, valorizadas e capazes de aprender (BERNARDI, 2006).

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!

Seja muito bem-vindo!

Nessa aula, você se aprofundará nos conhecimentos referentes ao Transtorno de Aprendizagem com Prejuízo
da Matemática, ou discalculia, organizada em três blocos, a saber: definições e características do transtorno;
sinais indicadores de dificuldades de aprendizagem da matemática em diferentes fases do desenvolvimento e
estratégias pedagógicas e psicopedagógicas de intervenção para a superação das dificuldades apresentadas
pelos estudantes.

 Saiba mais
Estudante, convido-o a se aprofundar no tema e visitar o site da Revista de Matemática, Ciência e Cultura
(REMATEC), que traz diferentes produções acadêmicas sobre o ensino de matemática no Brasil e conta com
um artigo que discute sobre as pesquisas sobre a discalculia no país, que é de grande utilidade para
consolidar os conhecimentos.

REFERÊNCIAS
10 minutos

Aula 1
APA-AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2002.

ABPP. Associação Brasileira de Psicopedagogia. Diretrizes da formação de psicopedagogos no Brasil. 2019.


Disponível em: http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_diretrizes_formacao.html. Acesso em: 1 mar.
2020.

______. Código de Ética da Psicopedagogia. 2011. Disponível em: http://www.abpp.com.br/wp-content/Código-


de-Ética-última-revisão-Simpósio.pdf. Acesso em: 4 mar. 2020.

https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=lauramarilacvdl%40hotmail.com&usuarioNome=LAURA+MARILAC+DA+SILVA+VIDAL&disciplinaDescricao=DIFICULDADES+E+TRANSTORN… 24/26
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