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Silva
Código do estudante:
Índice
Considerações Iniciais................................................................................................................3
Considerações finais...................................................................................................................8
Bibliografia.................................................................................................................................9
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Considerações Iniciais
E para que se garantisse o alcance deste objectivo foi necessário traçar-se alguns objectivos
específicos que se resumem nos seguintes:
Pelo panorama geral em Moçambique, a língua portuguesa é para a maioria dos seus falantes,
uma língua segunda, para alem de servir todos interesses oficiais nos serviços públicos e na
comunicação com o exterior.
Diante disso, a quase totalidade das crianças Moçambicanas, quando entram na escola não
falam português e naturalmente, não lê e não escreve, esta é a situação do meio rural onde
prevalece o uso das línguas locais, as línguas Bantus, e onde o português é concebido como
uma língua “estrangeira”: é aprendido e usado na sala de aulas, sobretudo através do contacto
com o professor e com os livros escolares, sendo pouco frequentes as situações de
comunicação em que é falado em ambientes naturais.
No meio urbano, pelo contrário, existem muitas fontes de acesso à língua portuguesa,
uma vez que, para além da escola, há frequentemente situações em que esta língua é
usada pelos membros da comunidade em que as crianças vivem, incluindo a sua
própria família. Assim, mesmo para as crianças com línguas maternas Bantus, o
português não é uma língua totalmente estranha para elas quando entram na escola.
Por conseguinte, nas cidades, diferentemento do que acontece no campo, o português
apresenta tipicamente a dinâmica de uma língua segunda, desempenhando um papel
social e institucional de relevo na comunidade (Idem).
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A diferença relativamente ao acesso à língua portuguesa por parte dos alunos do campo e da
cidade é praticamente importante nas primeiras classes do ensino primário. Para a maioria dos
alunos do campo, é apenas quando entram para a escola que têm o primeiro contacto com a
língua portuguesa, ao passo que os da cidade já têm algum conhecimento desta língua quando
inicia a sua vida escolar. Alem disso, para os alunos do campo, ao longo da sua vida
estudantil, a escola é praticamente o único espaço em que falam e ouvem enunciados em
língua portuguesa, ao passo que os da cidade têm outras ocasiões em que podem treinar o seu
conhecimento desta língua.
Dada esta situação, os professores das escolas primárias rurais têm muito mais
responsabilidades no sucesso dos seus alunos na aprendizagem da língua portuguesa do que
os professores das escolas urbanas.
Os falantes das várias línguas Bantus em Moçambique entram cada vez mais em contacto um
com o outro e com os moçambicanos que já falam o português, ou seja, como língua materna,
seja como língua secunda. É claro que numa situação de contacto de línguas não deixam de se
efectuar mutuamente e até numa certa medida de se misturar.
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As línguas não são coisas estáticas, elas são dinâmicas mudando continuamente e uma das
principais forças motrizes desta mudança linguística é o contacto de línguas das diferentes
pessoas que se conectam no dia-a-dia.
Os desvios que os falantes não nativos introduzem na língua portuguesa em Moçambique são
essencialmente de dois tipos a saber:
Com efeito, certos desvios à norma padrão do português, pelo seu carácter massivo e
relativamente estável, poderiam já ser encarados como variantes do português de
Moçambique e não apenas como erros que uma didáctica do português tenta corrigir e
ultrapassar.
Este estatuto atribuído a língua portuguesa no nosso país já vem desde o tempo de luta
de libertação nacional. Surgiu como língua operacional do consenso de que constituía
um instrumento que, alem de evitar decisões linguísticas que perigassem a unidade
alcançada, permitia o melhor conhecimento do inimigo, durante a luta armada (Idem).
Associada a esta razão, surge outra em que se considera esta língua mais apta para a
transmissão de conhecimentos científicos uma vez que se visava garantir a elevação
do nível científico do todo povo moçambicano de uma maneira muito rápida que não
se podia perceber-se dos atrasos que traziam as línguas moçambicanas na terminologia
técnico-científica (Idem).
É fácil depreender que falar da língua portuguesa em Moçambique implica levantar a questão
do bilinguismo, lançar a problemática da aprendizagem de uma língua segunda.
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Considerações finais
Pessoas que falam língua portuguesa em Moçambique, não têm como língua mãe. Falam
outra língua materna, uma língua Bantu. Aprenderam e continuam aprender a falar português
sem uma instrução profunda, mas empiricamente pela prática só; os únicos pontos de
referência são os outros falantes não nativos que também dominam o português não
perfeitamente.
Este estatuto atribuído a língua portuguesa no nosso país já vem desde o tempo de luta de
libertação nacional. Surgiu como língua operacional do consenso de que constituía um
instrumento que, alem de evitar decisões linguísticas que perigassem a unidade alcançada,
permitia o melhor conhecimento do inimigo, durante a luta armada.
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Bibliografia
Cunha, J.T. (2001). Técnicas de língua portuguesa. (4ª ed.). Aparecida: Editorial Perpétuo
Ramos, D.L.P. (2009). Português falado. (2ª ed.). São Caetano do Sul: Difusão.
Socorro/Santuário.