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A presente pesquisa de caráter avaliativo da disciplina de Contabilidade Financeira que tem como o
tema Português como língua oficial em Moçambique busca ilustrar e delinear enfoques relacionados
com o tema e o enquadramento teórico objetivo foi feito de modo a contextualizar o tema quanto à
temática abordada.
Língua é um instrumento de comunicação, ela é composta por regras gramaticais que possibilitam
determinado grupo de falantes se comunique perfeitamente.
Língua oficial é aquela que é definida como língua a usar em funções oficiais de um dado Estado
como, por exemplo, a administração publica, a justiça, a que todos os habitantes de um pais
precisam de saber e usar em todas as suas relações com as instituições.
Gonçalves (2000) refere que:
A chegada dos primeiros portugueses a Moçambique data de finais do século XV: 1498 é o ano da
chegada de Vasco da Gama a Moçambique, podendo dizer-se que, a partir desta data, estão lançadas
as bases histórico-sociais para o uso do Português nesta região do globo. Contudo, a forma como foi
conduzido o processo de colonização pela potência colonial teve como principal consequência que só
no início do século XX esta língua se torna um efectivo meio de comunicação para algumas camadas
da população moçambicana (p.50).
No entanto, para Pupp Spinassé (2005), a aquisição de segunda língua (L2 ou SL) dá-se quando o
indivíduo já domina em parte, ou totalmente, a sua L1, ou seja, quando ele já está em um estágio
avançado de aquisição de sua língua materna. Para esta autora, segunda língua é uma não primeira
língua que é adquirida sob a necessidade de comunicação e dentro do processo de socialização.
O português como língua segunda apresenta-se, de maneira geral, como uma disciplina voltada para
pessoas vindas de outros países e que querem ou necessitam, por motivo de trabalho ou mudança,
aprender a língua portuguesa. Deve ser ensinada com metodologia diferenciada do ensino de língua
para falantes nativos, dadas às especificidades dos aprendizes.
Para Sellan (2001), devido a razoes politicas e aos acordos comerciais adotados pelas comunidades
europeias e americanas, o numero de estrangeiros que necessitam de aprender o português tem
crescido muito, uma vez que esta língua é vista como uma língua privilegiada para as relações
internacionais.
Vantagens do uso do português como língua segunda
1. Desenvolve habilidades
Uma nova língua pode melhorar a memória. Além disso, o estudo das estruturas de outras línguas
pode melhorar a atenção e concentração, o que vai permitir conciliar várias atividades ao mesmo
tempo. O processo de raciocínio em outro idioma também estimula o sistema cognitivo, fazendo
com que se desenvolva a capacidade de tomar decisões mais sistemáticas e rapidamente.
O preconceito linguístico foi deixado pelos colonialistas e a maior parte da população carrega até
aos dias de hoje. Os europeus, em Moçambique, classificaram a população em portugueses,
assimilados e indígenas. Os assimilados eram os moçambicanos que sabiam ler, escrever, falar a
língua portuguesa e que renunciavam a cultura moçambicana. Em suma, um assimilado era um
Moçambicano tido como civilizado, uma vez que imitava a cultura europeia e renunciava a sua.
Devido a esses factos históricos, com a oficialização da língua portuguesa esse estigma ainda se
encontra na sociedade. Até nos dias de hoje falar português é sinónimo de civilização e falar a
língua local representa selvajaria. Existe aqui, portanto, uma espécie de estratificação social.
As pessoas que não sabem falar português são muitas vezes humilhadas em certos locais e
dificilmente se integram em algumas comunidades.
E isso é um dos factores que contribuem para que o africano não valorize o que é seu e que despreze
a sua cultura.
Por falta de informações, muitas vezes condicionada pela falta de domínio da língua oficial, milhões
de moçambicanos não conhecem o país em que vivem nem os seus direitos e deveres. Por essa
razão poucos se integram na política e, entre os que se envolvem na política, muitos desconhecem
os conceitos, precisamente os conceitos de partido, Estado, poder político e governo. Em outras
palavras, muitos se envolvem na política sem entenderem de política, o que é danoso numa
democracia.
A maioria das informações públicas é transmitida em português e muitos não dominam a língua
nem os conceitos; a maioria dos livros que trazem informações para educação cívica está em
português e muitos não entendem. A consequência disso é manter o cidadão desactualizado sobre o
seu país.
E isso coloca um atrito na integração social do cidadão. Por conta disso muitos têm a dificuldade de
se dirigir aos locais públicos para pedir alguma informação ou procurar emprego.
A falta de domínio da língua portuguesa como L1 tanto quanto L2 dificulta a educação académica
principalmente nas zonas rurais. Muitos dos que vivem fora da cidade dificilmente falam o
português e muitas vezes só começam a falar na escola. O resultado é o baixo aproveitamento
escolar, uma vez que os conceitos não são entendidos por factores idiomáticos.
Nesses locais o professor sente-se obrigado a fazer um grande esforço para fazer perceber a matéria.
Porém, nem todos os professores têm esse potencial.
Além disso, quando as informações são transmitidas através da língua materna as coisas são
intuitivas e levam à fácil percepção.
Os conceitos dificilmente se entendem quando não são transmitidos no idioma em que se domina.
Esse factor atrasa a nossa educação. Para ensinar Física, Química, Matemática, Biologia, Sociologia
etc., é necessário que as informações sejam claras de modo a envolver o aluno no assunto, fazendo
com que facilmente faça assimilações e ponderação.
Referencias Bibliográficas
Krashen, S. (1988). Second language acquisition and second language learning. Oxford: Pergamon.
Pupp spinassé, K. (2005). Os conceitos língua materna, segunda língua e língua estrangeira e os
falantes de língua alóctones minoritárias no sul do Brasil. Recuperado em revistacontingentia.com.