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19/07/2022 13:32 Livro

Produção Textual

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:32 Livro

Introdução
Olá, estimado(a)!

Vamos iniciar a disciplina de Produção Textual, e espero que você se surpreenda


com como é bom rever língua portuguesa, comunicação e gramática com outro
olhar!

Muitos graduandos me perguntam: “Por que tenho que estudar comunicação ou


língua portuguesa se não vou utilizar o texto como ferramenta principal do meu
ofício?” - será que não vai? Pois esse questionamento é justamente nosso ponto de
partida nesta disciplina. Na Aula 1, você vai refletir sobre a necessidade de ter
consciência de que a boa comunicação, além de ser nosso cartão de visitas, é prova
de que tivemos estudo em nível superior e somos indivíduos que necessitam de
uma boa comunicação para o sucesso tanto pessoal quanto acadêmico e
profissional. O tratamento dado à língua enfatiza seu conhecimento de mundo e
suas diferentes formas de interagir. O jeito que você usa as modalidades oral e
escrita, formal e informal é o que dá status a cada uma delas, conferindo-lhes poder
de expressão e de convencimento em dada circunstância.

Quanto à presente disciplina, vamos pensá-la em duas partes: primeiro, aulas mais
conceituais para que você tenha uma base e referências sobre os estudos da
linguagem. Falaremos de linguagem e sociedade, comunicação na Era Digital,
variações da língua e estilos formais e informais, além de um panorama sobre
comunicação interpessoal no âmbito profissional. A outra parte conterá aulas com
assuntos gramaticais tais como escrita técnica, problemas de concordância, vícios
de linguagem e erros comuns da língua portuguesa.

Espero que você faça bom uso deste material. Aproveite o momento para refletir
sobre o jeito como você se comunica e para se conscientizar da importância da
leitura, além de sanar eventuais dúvidas acumuladas ao longo do tempo.

Bons estudos!

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19/07/2022 13:33 Nossa Língua Portuguesa

Nossa Língua Portuguesa

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:33 Nossa Língua Portuguesa

Olá, estimados(as)!

Vamos agora dar início à disciplina de Comunicação e Produção Textual e, para


tanto, começaremos com uma reflexão: por que você, como pessoa adulta e
alfabetizada, ainda deve estudar língua portuguesa?

Para ajudar na reflexão, vamos recorrer a uma autora da área. Em tópicos sucintos,
Brasileiro (2016) diz que:

– Ter boa comunicação escrita e falada é requisito básico para ter sucesso
profissional.

– Ainda na graduação, as disciplinas “menos importantes” são as que mais fazem


diferenças nos detalhes

Agora, leia o que Ghiraldelo tem a dizer sobre o assunto:

A necessidade do conhecimento sobre a língua materna é


constantemente retroalimentado pela sociedade. Basta que olhemos
os anúncios de empregos publicados em jornais do país para
notarmos que, independente da carreira, quanto mais altos os cargos
na pirâmide hierárquica de uma empresa, mais exigido é dos
candidatos o domínio da comunicação oral e escrita em língua
materna. Há também a mídia retroalimentando a necessidade de tal
conhecimento da língua materna. (GHIRALDELO, s/d, p. 01).

Percebe que são vários os motivos, tanto técnicos quantos sociais? Além disso, há o
fato de que se espera que quem passou por um curso superior cometa menos erros
de gramática porque teve mais contato com leitura, informações de variadas áreas,
opiniões e pontos de vistas. Você cria um repertório próprio ao estudar e fica mais
preparado para enfrentar o mercado de trabalho e usar o português – falado e
escrito – como ferramenta para atingir seus objetivos profissionais e pessoais.

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NA PRÁTICA
Você já deve ter ouvido que “quem é da área de exatas ou não é de
Letras não sabe escrever bem”. Tal fala é proferida por empregadores,
pelos próprios estudantes de dessas áreas e até mesmo por alguns
professores, o que nos leva a crer que o aluno incorpora uma avaliação
que vem de outras pessoas, não dele mesmo ou de uma autoavaliação.
Trata-se de um estereótipo socialmente criado que deve ser combatido
com interesse pela língua portuguesa e estudo contínuo.

Mas o que é se comunicar bem?

Quando falamos em dominar a escrita e a oralidade formal na língua materna,


pensamos que “escrever bem” é escrever como os grandes escritores da língua
portuguesa, é “escrever rebuscado”; e “falar bem” traz à nossa memória imagens de
pessoas que usam palavras pouco empregadas no dia a dia e que falam sem
nenhum erro gramatical. Mas não é bem assim! Falar bem é entendido como falar
para persuadir, convencer o ouvinte a fazer alguma coisa que desejamos que ele
faça. Além disso, devemos levar em conta que é com a língua e pela língua que nos
constituímos como seres humanos: nossa identidade cultural e nacional dá-se por
meio da língua materna. Assim, é importante aproveitar este momento em que você
faz um curso de graduação para se conscientizar da importância de tirar suas
dúvidas e se aprimorar na escrita e na fala.

Sei que se atualizar na língua portuguesa é um trabalho que exige dedicação e que
não existem fórmulas mágicas: a prática contínua e a reflexão, aliada à leitura de
bons autores, são indispensáveis para a boa comunicação nos vários meios pelos
quais a gente transita.

Breve História da Língua


Portuguesa
Há quem diga que uma pessoa inteligente não é aquela que sabe tudo sobre um
assunto, e sim aquela que sabe um pouco de cada assunto. Você concorda?

Seja qual for sua opinião, não podemos negar que um aluno ou profissional que se
expressa bem – ou pelo menos não comete erros crassos na hora de falar e escrever
– causa uma boa impressão, além de ser uma pessoa muito mais agradável e

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articulada nos meios sociais. E se expressar bem implicar saber ler, pensar e buscar
informações variadas.

Por isso, que tal saber um pouco mais sobre a história da língua portuguesa,
chamada pelo poeta Olavo Bilac (1865-1918) de “a última flor do Lácio, inculta e
bela?”

SAIBA MAIS
Lácio é uma região na Itália onde se falava latim. Muitas línguas
derivaram do latim, como o francês, o espanhol e o italiano. A última
delas foi o português, por isso a língua portuguesa foi denominada pelo
poeta brasileiro Olavo Bilac de “última flor do Lácio”, ou seja, o último
idioma que nasceu do latim. E é “inculta” porque é uma variação do
latim vulgar – não clássico – falado na época.

O português é resultado do latim vulgar (uma língua não clássica, variante da língua
romana) e do galego (falado na província da Galícia – hoje, território espanhol). Essas
línguas sofreram muitas transformações ao longo do tempo, e só no século XIII foi
publicado o primeiro texto mais próximo do que hoje consideramos hoje a língua
portuguesa.

Na história da humanidade, os colonizadores geralmente utilizavam a própria língua


como instrumento de dominação. Segundo Terciotti,

Os romanos, por exemplo, sempre que dominavam uma nova região,


impunham sua língua — o latim vulgar, falado pelo povo e pelos
soldados — e, por meio das academias militares e escolas,
procuravam fazer que o povo dominado adotasse o latim vulgar como
língua oficial. No entanto, com esse contato, as duas línguas sofriam
modificações (...). Isso levou à formação de uma terceira língua que,
com o fim do Império Romano, acabou por tornar-se autônoma e
independente. (TERCIOTTI, 2016, p. 10).

Mas por que, apesar de derivarem do latim, as línguas neolatinas (português,


espanhol, galego, italiano, francês e romeno) são tão diferentes entre si? Foi porque
latim se modificou durante o período de dominação do Império Romano, e o latim
vulgar foi imposto aos povos da primeira região colonizada – e com o português no
Brasil não foi diferente.

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Ao longo dos séculos, o idioma falado no Brasil depois da colonização sofreu várias
influências, como as dos povos indígenas que aqui estavam e dos africanos, trazidos
como escravos. Mas imagine que quando o Brasil foi descoberto pelos portugueses,
havia mais de MIL línguas no país, faladas por índios de diversas etnias. Para
estabelecer uma comunicação com os nativos, os portugueses foram aprendendo
os dialetos e idiomas indígenas. (TERSARIOL, 1970).

A partir da segunda metade do século XVIII, a língua portuguesa começou a


predominar em relação à língua dos indígenas e dos africanos, e o crescente
número de falantes do português tornou o bilinguismo das famílias portuguesas no
país cada vez menor. Em 17 de agosto de 1758, a língua portuguesa se tornou
idioma oficial do Brasil por meio de um decreto do Marquês de Pombal, e no ano
seguinte, os jesuítas, que haviam catequizado os índios e produzido literatura em
língua indígena, foram expulsos do país por Pombal.

Figura 1 - O diplomata Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal,


ditando o decreto da expulsão dos jesuítas do Brasil.

Nessa época, o português já havia passado pela evolução natural que toda língua
passa no decorrer do tempo e apresentava peculiaridades em sua fala, como a
generalização do uso da forma de tratamento que até hoje se mantém no Brasil,
mas que em Portugal era empregada apenas familiarmente: o "você", redução de
"vosmecê", que por sua vez vem de "vossa mercê".

Sobre a influência de várias culturas responsáveis pelas transformações no


português, Câmara Jr. diz:

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Após a independência do Brasil, o tráfico de escravos diminui até


cessar por volta de 1850. Novos imigrantes europeus tais como
alemães e italianos chegaram ao país. O novo contato do português
brasileiro com outras línguas foi um dos fatores que gerou as
diversas variedades regionais existentes hoje no Brasil. A discussão
sobre as distinções entre a fala de Portugal e a do Brasil se mantêm
até hoje. O brasileiro incorporou empréstimos de termos não só das
línguas indígenas e africanas, mas do francês, do espanhol, do italiano
e mais recentemente do inglês, devido ao avanço das tecnologias,
computação e cultura. (CÂMARA JR., 1979, grifo meu).

A Língua Portuguesa Hoje no


Mundo
Sabia que aqueles que falam a língua portuguesa são chamados de “lusófonos” (luso
= de Portugal; fono = fala)? E que 250 milhões de pessoas falam o idioma português
hoje no mundo?

Segundo dados do Governo do Brasil (2012), o português é a oitava língua mais


falada no mundo e a terceira entre os países ocidentais, atrás apenas do inglês. e do
espanhol, e adotado oficialmente em oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné
Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – além de Macau,
região autônoma na costa sul da China.

Além disso, o português é uma das línguas oficiais da União Europeia desde que
Portugal passou a integrar o grupo em 1986.

CONECTE-SE
Assista a uma videoaula sobre a influência da língua portuguesa sobre
outros idiomas e sua importância no mundo:

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Apesar de ser predominante no Brasil, o português falado varia conforme a região e


a localidade, e prova disso são os diferentes sotaques encontrados no nosso país.
Outro aspecto é que, embora a língua portuguesa seja a oficial, ela não é a única:
pesquisadores calculam que, além dela, ainda existam pelo menos 180 línguas
indígenas no Brasil. A elas, somam-se as línguas alóctones (de descendentes de
imigrantes), línguas crioulas, práticas linguísticas diferenciadas dos quilombos e a
língua brasileira de sinais (Libras). Ou seja, vendo por essa perspectiva, o Brasil pode
ser considerado um país multilíngue!

Mas uma medida visando à preservação e unificação do português que causou e


ainda causa polêmica foi o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em
2009 cujo fim do seu período de adaptação foi em 2014, que prevê a padronização
da escrita entre os oito países que têm a língua portuguesa como oficial e integram
a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), com o objetivo de ampliar o
intercâmbio cultural e científico. Você já a estudou? Está por dentro das novas
regras?

SAIBA MAIS
A USP disponibiliza um arquivo em PDF com uma guia prático sobre as
mudanças depois do novo acordo ortográfico. Vá em:

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NA PRÁTICA
Sabia que existe o Dia Internacional da Língua Portuguesa? É dia 5 de
maio, comemorado anualmente entre os países lusófonos. A data
celebra a importância cultural e histórica da língua portuguesa para
toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e em 2018, a fim
de celebrar o dia, o diretor Miguel Gonçalves Mendes produziu o vídeo
“Sotaques” a partir da leitura do livro infantil de Valter Hugo Mãe “O
paraíso são os outros”. Nele, percebemos a beleza dos vários sotaques
da língua portuguesa, lembrando que não existe um jeito certo de se
falar o português mesmo dentro do Brasil. Confira:

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19/07/2022 13:34 Por que nos Comunicamos?

Por que nos Comunicamos?

AUTORIA
Juliana Spadoto

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“Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador

Nas nossas duas primeiras aulas, creio que ficou claro a importância de estudar a
língua portuguesa no âmbito da comunicação e da expressão, certo?

Ter uma boa comunicação escrita e falada pode ampliar as oportunidades no


mercado de trabalho, pois demonstra que você tem um nível a mais de educação e
que está preparado para se comunicar em situações diversas, sejam elas com seus
colegas de trabalho, parceiros de estudo e, claro, alunos.

Falar e escrever bem é importante tanto ao participar de um processo seletivo, por


exemplo, como para atuar ativamente bem no seu trabalho, afinal, do que adianta ser
um profissional com grande experiência e boa formação se você não tiver uma
comunicação clara, que transmita todo o seu conhecimento? Acredite: um
português bem falado e bem escrito faz a diferença.

Comunicação e Sociedade
Então, estimado (a) aluno (a), pense nas seguintes questões:

Por que precisamos nos comunicar?


Comunicar-se é essencial para a vida ou é possível “existir” sem ter contato com
a escrita, a fala e o contato social?

Agora pense na sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente foram
os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal pelo qual
sua cultura foi transmitida a você.

Foi usando a linguagem, falando e ouvindo, escrevendo e lendo, que você aprendeu
a ser membro de sociedade (DÍAZ BORDENAVE apud INFANTE, 1991), que adotou
seu modo de pensar e de agir, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Não
foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação
diária com pais, irmãos e amigos, na rua, no ônibus, no jogo, no bar e na igreja que
lhe transmitiu, ainda criança, as qualidades essenciais para viver em sociedade e ser
cidadão.

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Utilizar bem a linguagem vai muito além do que apenas falar ou escrever: é fazer
parte de grupos sociais, crescer pessoal e profissionalmente, adquirir e compartilhar
conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa própria vida. Temos tanta
consciência de que comunicamos como de que respiramos ou andamos. Somente
percebemos sua importância quando, por um acidente ou doença, perdemos a
capacidade de nos comunicar. Você sabia que pessoas que foram impedidas de se
comunicar durante longos períodos enlouqueceram ou ficaram perto da loucura?

Assim, vale ressaltar a importância de estar atento ao modo como nos comunicamos
em diferentes meios que convivemos. Misturá-los é perigoso, causa uma impressão
errada e pode até lhe retirar de algum meio de convívio social.

CONECTE-SE
No filme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks)
fica sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A
certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual ele
chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o espectador
pode achar que Chuck ficou louco por conversar e dedicar sentimentos
a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe que ficará louco
se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa com um objeto e a
ele atribui características humanas para evitar ir à loucura enquanto está
sozinho.

Leia um artigo sobre as teorias da comunicação do filme:

Breve História da Comunicação


A marca de uma mão humana de cerca de 30 mil anos atrás, na parede de uma
caverna em Chauvet-Pont-d’Arc, na França, indica que alguém tentou dizer: “Passei
por aqui!”

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A comunicação, segundo Bordenave (1996), é um dos fenômenos mais importantes


da espécie humana e, para compreendê-lo, é preciso voltar no tempo, buscar as
origens da fala e das linguagens. Você consegue imaginar como era a comunicação
nos tempos dos homens da caverna, nos primórdios da existência do homo sapiens?

Até hoje os estudiosos buscam chegar a uma conclusão definitiva sobre como os
homens primitivos começaram a se comunicar entre si: se foi por gritos ou
grunhidos, por gestos ou pela combinação dos dois. À medida que o homem foi
combinando um som e um gesto ou um desenho para designar alguma coisa, surgiu
a necessidade de organizar essas combinações, pois se usadas de forma
desordenada, transmitir alguma mensagem seria uma tarefa muito difícil – e foi essa
situação que deu origem à comunicação.

Com o passar do tempo, a comunicação foi evoluindo e ficando mais clara. Os


sumérios foram os primeiros a usar a escrita, conhecida como sistema pictográfico,
que data de aproximadamente 8 mil anos antes da era cristã – ou seja, mais de 10 mil
anos atrás!

Figura 1 - Peça de argila com escrita pictográfica dos sumérios, a mais antiga
conhecida pela humanidade.

No começo, o homem contava os acontecimentos na mesma ordem em que eles


aconteciam: um caçador descrevia sua rotina na mesma sequência dos fatos.
Quando pegava um instrumento usado como arma, enfrentava um animal, matava-o
e comia-o, ele desenhava os pictogramas nessa ordem.

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CONECTE-SE
Disponibilizados na Plataforma do Letramento, dois minidocumentários
do MEC abordam a construção da escrita ao longo da história, desde os
sistemas de escrita pictográficos egípcio, sumério e cretense, passando
pelos ideogramas chineses e japoneses, até o primeiro alfabeto,
desenvolvido pelos gregos por volta de 800 a.C. Vale a pena assistir! Vá
lá:

Da Pré-história à História
Tenho certeza de que ao longo de suas experiências escolares e pessoais em algum
momento você precisou traçar mentalmente uma linha cronológica do que foi a pré-
história e o que veio depois dela até os dias atuais. Todas as datas conhecidas sobre a
evolução da comunicação são datas presumidas, sem muita exatidão, mas é
necessário afirmar que ela acompanhou a evolução biológica da humanidade.

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SAIBA MAIS
A história da escrita sempre despertou o fascínio dos homens. Antes que
a tecnologia ocidental de impressão surgisse para disseminar os textos,
as cópias manuscritas circulavam entre os poucos que decifravam seus
códigos. Nas expedições que fazia, Alexandre, o Grande, carregava
consigo a “Ilíada”, de Homero, um dos dois principais livros da Grécia
Antiga, e uma biblioteca com cerca de meio milhão de manuscritos foi
erguida na cidade que levou seu nome, Alexandria.

Para ficar mais fácil a nossa compreensão, fez-se a divisão da evolução em Pré-
História e História. Inclusive, pré-história é considerada toda forma de civilização
anterior à invenção da escrita e data aproximadamente de 500.000 a.C. Segundo
Harari (2018), foi nessa época que surgiram os neandertais onde hoje seriam a Europa
e o Oriente Médio.

A transição da Pré-história para a História aconteceu no final da Idade dos Metais,


que foi por volta de 4.000 a.C. e assim denominada porque foi quando o homem
começou a utilizar cobre, ferro e bronze no seu dia a dia. Nessa época, os egípcios
criaram a escrita hieroglífica.

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Figura 2 - Papiro egípcio.

Figura 3 - Papiro egípcio.

Junto com a evolução da linguagem, desenvolveram-se também os meios de


comunicação. Hoje, na História Moderna – também chamada de Era Atual –, temos
arquivos que registram os acontecimentos. Mas no passado, a invenção da técnica de

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imprimir ilustrações, símbolos e a própria escrita foi a possibilidade de tornar a


informação acessível a um número cada vez maior de pessoas, mudando assim o
modo de viver e de pensar das sociedades existentes.

Em 1455, a invenção da imprensa foi um dos maiores avanços e contribuições para a


comunicação no mundo moderno. A tipografia permitiu que os textos, antes escritos
à mão, fossem impressos com letras móveis produzidas em cobre e colocadas em
uma base de chumbo onde recebiam a tinta e eram prensadas no papel, como um
carimbo, uma a uma. Dessa maneira, a imprensa, como ficou conhecida a invenção
do alemão Johannes Gutenberg, passou a influenciar a produção e divulgação de
conhecimento e a contribuir para um maior desenvolvimento da produção literária e
de informações em geral na Europa e no mundo.

Figura 4 - Réplica da prensa de Gutenberg.

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Figura 5 - Os tipos - letras da prensa de Gutenberg.

Depois da prensa, veja as principais invenções a favor da comunicação:

Jornal

O primeiro exemplar data de 59 a.C., em Roma, quando Julio César quis informar o
povo sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos do seu império.
Até hoje, tem praticamente a mesma função.

Rádio

Com sua primeira transmissão datada de 1900, foi um marco na história, pois ao
contrário do jornal, as ondas do rádio tinham um alcance de pessoas e velocidade e
informação muito superiores.

Televisão

Em 1924, a TV trouxe a junção dos componentes gráficos (imagens e figuras) de um


jornal com os componentes de áudio do rádio (a fala), o que tornou possível ver
imagens em movimento juntamente com o áudio.

Internet

Desenvolvida em 1969 nos EUA para fins de comunicação militar, tinha o nome de
ArpaNet. Com o fim da Guerra Fria, o sistema tornou-se praticamente desnecessário
para fins militares e o Exército decidiu levá-lo a público.

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Fazendo um resumo, vemos que houve um processo crescente em que o homem


desenvolveu a linguagem depois dos desenhos nas cavernas, com a escrita, o papel,
as impressões manuais e as mecânicas, e assim a informação passou cruzar grandes
distâncias geográficas, culturais e cronológicas.

Passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio e televisão, e


chegamos à nossa época, que podemos chamar de Era da Tecnologia e da
Informação. Na era da tecnologia, o computador é o carro-chefe. Quando foi
desenvolvido em 1943, era uma máquina gigantesca que ocupava uma sala inteira e
só servia para fazer cálculos, até 1971, quando surgiu nos EUA o primeiro
microcomputador.

Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem
sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para fins
militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases militares dos
EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por acadêmicos e
professores universitários, principalmente nos EUA, por meio da qual trocavam ideias
e mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a
popularização da rede no Brasil aconteceram no final da década de 1990 e início dos
2000, e aos poucos foi se tornando aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a
nossa vida, pois estar conectado à rede mundial é uma fonte de conhecimento,
interatividade, diversão e, acima de tudo, de comunicação.

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19/07/2022 13:35 Formas de Linguagem e Variações Linguísticas

Formas de Linguagem e
Variações Linguísticas

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:35 Formas de Linguagem e Variações Linguísticas

Nos diferentes espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar


diversas formas de linguagem escolhidas dependendo da intenção de quem
transmite a mensagem – ou emissor. Vejamos algumas informações sobre as
características e os aspectos mais relevantes que marcam as formas de linguagem,
sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal.

No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. E por que você o leu?
Porque, a partir do momento em que você se alfabetizou, ler se torna um ato
instintivo, automático. Placas, sinais, canções, filmes, livros, bilhetes, posts de
internet, todas essas manifestações só existem porque existe a linguagem
aprendida.

SAIBA MAIS
Quando falamos em linguagem, não estamos falando apenas da
linguagem escrita e do português padrão, correto e formal. A
comunicação utiliza vários tipos de linguagens tais como a linguagem
corporal, o tom de voz, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes
tipos de linguagens, devemos considerar a diversidade de contextos
sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo realizado
entre amigos no final da tarde em um happy hour não é o mesmo
diálogo realizado pelos colegas dentro da empresa ou em uma reunião
com a diretoria. Todos os lugares possuem suas regras próprias,
inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de
um amigo e vai entrando no quarto sem pedir licença. Assim, acontece
com a linguagem.

Vamos aos tipos de linguagem.

Linguagem Verbal
Quando conversamos com alguém ou lemos um texto, estamos utilizando a palavra
como código. Quando alguém escreve um e-mail ou uma mensagem no WhatsApp,
por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está transmitindo
informações através das palavras.

Esse tipo de linguagem é conhecido como linguagem verbal, pois a palavra – escrita
ou falada. É certamente a forma mais comum no nosso dia a dia e devemos usar
corretamente nas diferentes situações exigidas.

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19/07/2022 13:35 Formas de Linguagem e Variações Linguísticas

Linguagem não Verbal


Ao contrário da linguagem verbal, a linguagem não verbal não utiliza palavras, pois o
código utilizado é um símbolo. Nessa forma de comunicação, o objetivo é utilizar
outros meios comunicativos tais como figuras, placas, gestos, objetos, cores, etc. para
transmitir a mensagem pretendida.

Por exemplo: um jogo de futebol só acaba quando o juiz apita, e um motorista só


para no sinal quando ele está vermelho. Ninguém deu ordem para parar, mas, como
se conhece a simbologia utilizada, apenas o apito e o sinal da luz vermelha já são
suficientes para compreender a mensagem. Portanto, a linguagem não verbal é
construída a partir de símbolos não verbais como imagens e cores.

Figura 1 - Empilhadeira.

Linguagem Mista ou Híbrida


Como o próprio nome diz, a linguagem mista (ou híbrida) é o uso simultâneo da
linguagem verbal e da linguagem não verbal – ou seja, palavras escritas e figuras ao
mesmo tempo. As histórias em quadrinhos, as charges e os outdoors são um
exemplo deste tipo de linguagem, já que possuem imagens, símbolos e diálogos ao
mesmo tempo.

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CONECTE-SE
Sabia que a Libras, a Língua Brasileira de sinais, não é uma linguagem,
mas uma língua; um idioma oficial do nosso país?

Leia o decreto que regulamenta a Libras e sua inserção como disciplina


curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o
exercício do magistério:

Conheça a origem da Libras no Brasil:

Linguagem Formal e Informal


A linguagem formal é baseada na norma culta, que é o modelo de padrões
linguísticos que determinam seu uso correto. Em outras palavras, é aquela
linguagem sem erros e gírias, utilizada em livros, revistas, documentos oficiais, etc.
Como podemos ver, a linguagem formal é voltada principalmente para a
comunicação escrita e vai de acordo com a gramática vigente.

Por outro lado, quando conversamos espontaneamente e fazemos o uso de gírias e


formas reduzidas tais como “cê” (você), “tai” (está aí), “pra” (para), por exemplo, temos
a linguagem informal. Neste caso, nos comunicamos principalmente por meio da
fala e de maneira coloquial. Um famoso exemplo da diferença existente entre tais é o
poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade. Veja:

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PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem
formal, pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me) = Dê-me. A gramática diz que
o pronome (no caso “me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No
último verso, já ocorre o contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar),
representando assim a forma como falamos e também a linguagem informal = Me
dá. Mas não podemos dizer que se trata de uma forma errada: é somente
inadequada em ocasiões e discursos formais.

Resumindo :

LINGUAGEM FORMAL = NORMA CULTA

Preserva as convenções gramaticais sempre respeitando a norma culta da


língua portuguesa.
É utilizada para comunicação com autoridades e superiores em organizações,
em conferências, palestras e seminários, documentos oficiais e discursos
públicos.
Envolve a comunicação entre pessoas que não se conhecem ou possuem
pouca ou quase nenhuma afinidade.
Também chamada de norma culta ou padrão.

LINGUAGEM INFORMAL = COLOQUIAL

Preza pela descontração e pelo relaxamento quanto às regras gramaticais.


Permite o uso de palavras mais simples, abreviadas e até gírias.
É muito utilizada na comunicação entre amigos, colegas, familiares e pessoas
com alto grau de envolvimento e relacionamento.
Também chamada de linguagem coloquial.

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Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher


uma forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar
mais informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece
conosco no dia a dia? Na família e com amigos falamos de uma forma, mas em uma
entrevista para procurar emprego, é muito diferente.

O sucesso da comunicação não depende apenas de saber utilizar os elementos do


processo comunicativo. É preciso que o emissor considere, antes de qualquer coisa,
quem é o seu público-alvo. Após estar ciente de quem receberá sua mensagem,
você deve, então, adequar sua mensagem utilizando uma linguagem que atinja seu
receptor da melhor forma. Para isso, é imprescindível levar em conta o contexto de
comunicação, ou seja, se é um ambiente formal ou informal. Além disso, é
importante compreender as expressões, gírias ou jargões específicos do público-alvo
para que a comunicação flua da forma mais natural possível.

Exercício Prático
Façamos agora um exercício de substituição da linguagem informal para a formal,
pois expressões coloquiais e gírias não devem aparecer em seus textos acadêmicos
ou profissionais. Imagine que você precisa reescrever as ideias abaixo em um
relatório, e-mail, etc. Assim, procure transformar as frases na linguagem padrão
escrita, mais formal. E ATENÇÃO: NÃO EXISTE UMA ÚNICA FORMA CERTA OU
ERRADA!

Faça a sua anotação e, depois, clique na frase para comparar com as sugestões
dadas.

a) Vê se tu bota a cuca para funcionar e não dê mais mancada.

Sugestão: Por favor, tenha mais atenção para que isso não aconteça novamente.

b) Aquele picareta entregou um cheque frio pra gente! Dá pra ver isso pra mim?

Sugestão: Gostaria de avisar que xxxx nos emitiu um cheque sem fundos. Por
gentileza, verifique a situação e me dê um retorno.

c) Estou mais perdido que cego em tiroteio com essa matéria.

Sugestão: Você poderia passar alguma instrução sobre a matéria?

d) Estou cru em matemática, mas não vou colar de ninguém.

Sugestão: Embora eu ainda não dominasse matemática, vou fazer o trabalho


sozinho.

e) Se der ruim, dá um toque.

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Sugestão: Caso tenha algum problema, avise-me.

f) Não vá nessa: quando você estiver por fora da jogada, cara, o melhor é pedir
orientação para o mandachuva do trampo.

Sugestão: Eu sugiro que você analise a situação com cuidado e peça orientação
ao gestor/coordenador/diretor do projeto.

g) Os caras atrasaram a entrega. Fala com o cliente, porque eu não to a fim de treta.

Sugestão: Houve um atraso na entrega. Por favor, entre em contato com o cliente e
deixe-o a par da situação.

h) Valeu, mano! Já estou ficando joia em português, e o negócio agora é curtir


matemática, que é o meu forte.

Sugestão: Obrigado(a)! Agora que estou melhor em português, vou estudar


matemática, que é o meu forte.

i) Corta essa, não sei bulhufas desse lance de ser dedo-duro de colega de trabalho.

Sugestão: Desculpe-me, não é do meu feitio entregar as ações de colegas de


trabalho.

Fonte: Adaptado de Telles, 2009.

NA PRÁTICA
Em escritas mais formais, acrescentar “por favor” ou “por gentileza”,
“grato(a)”, “gostaria de” ou “gostaríamos de”, “verifique se”, “seria
interessante se você..,” “eu sugiro que…” nas mensagens sempre
passa uma boa impressão de cuidado com o texto e
consequentemente com o destinatário da sua mensagem – alguém de
cargo hierárquico superior, cliente, parceiro de negócios, gestores, etc.
Na fala, esse recurso também sempre causa boa impressão!

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Variações Linguísticas
Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações
informais diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo
comunicativo. Fatores tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são
responsáveis por determinado tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive
dentro de situações informais.

Infelizmente, a língua é vista como um status social e há muito preconceito em


relação às pessoas que não sabem utilizar a norma-padrão e culta da língua
portuguesa, mas conhecer as variações linguísticas é importante justamente para
combater esse preconceito.

Leia o seguinte trecho:

Em escritas mais formais, acrescentar “por favor” ou “por gentileza”,


“grato(a)”, “gostaria de” ou “gostaríamos de”, “verifique se”, “seria
interessante se você..,” “eu sugiro que…” nas mensagens sempre
passa uma boa impressão de cuidado com o texto e
consequentemente com o destinatário da sua mensagem – alguém de
cargo hierárquico superior, cliente, parceiro de negócios, gestores, etc.
Na fala, esse recurso também sempre causa boa impressão!

Carlos Drummond de Andrade, in: Quadrante (1962), obra coletiva.


Reproduzida em Caminhos de João Brandão, José Olympio, 1970.

É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como
mademoiselles, janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de
Drummond fala exatamente disso: de como se falava antigamente.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como ficaria? Os termos em
destaque seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”,
“a galera,” “farmácia”, “cuecas” e assim por diante.

Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do


tempo em virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é
totalmente mutável.

Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O
que vale lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque,
por exemplo, ou vocabulário diferente de uma geração ou região para outra.

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Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de
falar a língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.

Segundo Moysés (2014),

“[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e


imutável. Assim sendo, podemos dizer que uma língua não é uma
unidade homogênea e uniforme. Ela poderia ser definida como um
conjunto de variedades. É esta diversidade que faz surgir os níveis de
linguagem que variam de acordo com o nível social, econômico,
cultural e geográfico. No Brasil há uma grande variedade de
pronúncia e vocabulário: há diferentes sotaques: o sotaque mineiro, o
gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se
diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e
de quem vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014).

Assim, essas variações são dividas em:

VARIAÇÃO HISTÓRICA

a língua sofre variações devido ao tempo que passou: conforme o tempo transcorre,
o modo que as pessoas falam, o vocabulário e as estruturas vão mudando.

VARIAÇÃO REGIONAL

a língua sofre variações devido ao lugar em que o falante vive.

VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL

a língua sofre variações devido à condição social, econômica e educacional e ao


meio cultural em que o falante vive.

Variação Histórica
É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra
“você”, que no tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O
mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia,
agora, farmácia.

Variação Regional

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São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região


como, por exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por
macaxeira e aipim; e abóbora, que também é conhecida como jerimum
dependendo do estado brasileiro. O sotaque também é uma variação regional,
como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam “tu” mesmo que não conjugue o
verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.).

NA PRÁTICA
Diga aí: como a fruta abaixo é chamada onde você mora?

( ) bergamota

( ) mexerica

( ) mimosa

( ) poncã

( ) laranja-cravo

( ) clementina

( ) fuxiqueira

( ) vergamota

( ) mandarina

( ) bitter Orange - se você vive no exterior!

Pois saiba que todas as opções são diferentes nomes dados à fruta,
dependendo da região encontrada. Assim, quando se fala em variação
regional, não há certo ou errado!

Variação Sociocultural

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É aquela pertencente a um grupo específico. Neste caso, podemos destacar as


gírias, a linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal,
que é aquela utilizada por pessoas com maior grau de instrução.
Também fazem parte deste grupo as gírias e os jargões, que pertencem a uma
classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da
informática e policias, dentre outros.

CONCEITUANDO
GÍRIA X JARGÃO

A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos marginalizados


que não queriam ser entendidos por quem não pertencesse ao grupo.
Hoje, entende-se a gíria como uma linguagem específica de grupos
específicos, como os jovens. Já o jargão é o modo de falar específico de
um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o jargão
dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, os jargões dos
jogadores de futebol, etc.

VERSUS
alinhar as agendas x combinar
“Olá, como vai?” x “E aí, beleza?”
passear x dar um rolê
trabalho x trampo
paquera x crush
aventar x sugerir
cefaleia x dor de cabeça
incrível, sensacional x top
“Por obséquio, qual é a sua graça?” x “Por favor, qual é o seu nome?”
caranga x possante

Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta.


Resposta: não existe uma opção correta em termos absolutos, mas sim, a mais
adequada a cada contexto. Dessa maneira, falar bem significa se mostrar capaz de

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escolher a variante adequada a cada situação e conseguir o máximo de eficiência


dentro da variante escolhida.

Usar o português próprio da língua escrita formal em uma situação descontraída da


comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante,
artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos,
desrespeitosos, fugindo das normas típicas dessa situação.

Dessa forma, todos os falantes são capazes de adaptar seu jeito de falar às diferentes
circunstâncias sociais escolher quais formas são as mais apropriadas para o
momento.

Quanto à escola, seja qual for a etapa de estudo, deve proporcionar reflexões acerca
dos variados usos da língua, sem apresentar a norma-padrão como a única aceita. É
com esse ensino plural que os estudantes poderão desenvolver suas competências
linguísticas, lembrando que o ensino da língua padrão continua a ser dever da
escola e um direito do aluno, mas não precisa ser substitutivo e, por isso, não implica
a erradicação das variedades não padrões.

CONECTE-SE
Sotaques são fascinantes. É curioso perceber como uma entonação ou
palavra são tão diferentes em lugares distintos do mesmo país, e com
um país tão grande e diverso como o Brasil. Então escolha sabiamente,
pois a chave para o sucesso está em alguma pronuncia entre o
Oiapoque ao Chuí! Assista a uma sketch bem-humorada do grupo
Porta dos Fundos sobre um inusitado candidato com diversos sotaques
em uma entrevista de emprego:

EXERCÍCIOS !

Teste seus conhecimentos sobre o significado de algumas variações linguísticas:

Expressões típicas da região norte e nordeste: o que significa...?

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cambito - perna fina


caxaprego - lugar muito longe
fastiado - sem fome
gaia - chifre, corno
égua de largura - muita sorte
Levar o farelo - morrer
liso - sem dinheiro
mangar - ridicularizar, tirar sarro
varapau - pessoa alta
xanha - coceira na pele
Vigie bem - preste atenção
Zé ruela - besta, abestado

Expressões típicas da região sul: o que significa...

alçar a perna - montar a cavalo


campo santo - cemitério
maleva - bandido, pessoa perversa
niqueleira - porta-moedas
cacetinho - pão francês
pandorga - pipa, papagaio
solito - sozinho

Gírias antigas: o que significa... ?

tinindo - ter vigor, energia


esbórnia - bagunça, farra
supimpa - muito bom
chorumelas - bobeira, conversa fiada
andar nos trinques - andar bem vestido, ser elegante
fim da picada - situação fora do comum e ruim
peita - camiseta

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19/07/2022 13:35 A Era da Informação

A Era da Informação

AUTORIA
Juliana Spadoto

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REFLITA
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.”
Zygmunt Bauman

Era da Informação e Era Digital são os termos utilizados para designar os avanços
tecnológicos resultantes da Terceira Revolução Industrial em um espaço virtual que
se tornou possível por meio da informática e da internet.

SAIBA MAIS
A Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução
Informacional, teve início em meados do século XX, quando a eletrônica
surgiu como meio de modernizar a indústria. Isso se deu após a II Guerra
Mundial (1939-1945) e abrange o período que vai de 1950 e até os dias
atuais. As principais características da Terceira Revolução Industrial são:

o uso de tecnologia e do sistema de informação na produção


industrial;
o desenvolvimento da robótica, da engenharia genética e da
biotecnologia;
a aceleração da economia capitalista e geração de emprego;
a utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos
poluentes, e a conscientização ambiental;
o amento da consciência ambiental e
a expansão das empresas multinacionais.

A obtenção ágil da informação – e principalmente da informação de qualidade – é o


grande desafio destes nossos tempos. De um microcomputador doméstico, um
notebook ou um smartphone podemos ter acesso ao resultado de uma pesquisa
eleitoral ou de mercado, acontecimentos registrados em forma impressa, áudio e
vídeo, depoimentos de celebridades e chefes de Estado, resultados esportivos,

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anúncios de acordos, fusões e novos produtos, entretenimento sem fim e


relacionamentos pessoais por meio de uma simples conexão à Internet (adaptado de
JAMIL E NEVES, 2000).

Assim, fica claro que a exposição a essa enxurrada de informações causa algum
impacto, positivo ou negativo, nas nossas relações, no modo como enxergamos o
mundo e como interpretamos aquilo que lemos. Mas será que apenas ler a
informação que nos é apresentada na Internet é o suficiente para adquirir
conhecimento?

Para esclarecer essa dúvida, vamos primeiro discutir o conceito de analfabetismo, em


especial o funcional.

O Analfabetismo Funcional
Sempre ouvimos que analfabeto era aquele cidadão que não sabe ler e escrever,
logo, por extensão, analfabetismo é a condição daqueles que não sabem ler e
escrever. Hoje, porém, acrescenta-se a essa terminologia o “analfabetismo funcional”,
cujo estudo nos será útil para entender algumas falhas e acertos na interpretação de
informação advinda de meios digitais (Internet, Facebook, WhatsApp, Twitter, etc.)

Segundo Soares (apud Balem, 2009),

“o conceito de alfabetização tem variado ao longo da história; houve


épocas em que saber assinar o nome era prova de que se estava
alfabetizado. (...) Até a década de 40, o formulário do Censo definiu o
indivíduo como analfabeto ou alfabetizado, perguntando-lhe se sabia
assinar o nome: as condições culturais, sociais e políticas do país, até
então, não exigiam muito mais do que isso da população. As pessoas
aprendiam a desenhar o nome apenas para poder votar ou assinar um
contrato de trabalho. A partir dos anos 40, o formulário do censo
passou a usar uma outra pergunta: sabe ler e escrever um bilhete
simples?” (Soares apud Balem, 2002).

O termo “alfabetismo funcional”, apesar de parecer recente, foi definido nos


Estados Unidos na década de 1930 e utilizado pelo exército norte-americano durante
a Segunda Guerra para indicar a capacidade de entender instruções escritas
necessárias para a realização de tarefas militares (Castell, Luke & MacLennan apud
Balem, 2002). A partir de então, o termo passou a ser utilizado para designar a
capacidade de utilizar a leitura em contextos cotidianos, domésticos ou de trabalho.

Pense nesse tipo de fenômeno relacionado ao termo analfabetismo funcional como


grupos que mesmo tendo alguma vez aprendido a ler e escrever, não usam dessas
habilidades e voltam à condição de analfabetos: apesar de terem aprendido a ler e a

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escrever na escola, não conseguem aplicar essas habilidades na sua vida diária. E é
esse tipo que mais encontramos hoje quando se fala de analfabetismo funcional em
meios digitais.

SAIBA MAIS
Quais seriam as causas do analfabetismo funcional no Brasil?

Esse fenômeno está ligado a algumas causas pontuais, entre as quais:

Ensino Básico de baixa qualidade


Ineficiência no sistema de alfabetização atual
Prezar somente pelo significado das palavras e não pelo contexto
Ausência de campanhas de incentivo à leitura
Descaso do governo com a educação
Falta de políticas públicas para o oferecimento de oficinas, cursos
ou minicursos de leitura e interpretação.

E quais as soluções?

As medidas são sutis, e a evolução é gradual, mas o investimento na


educação básica deveria ser prioridade.

Dentro do que já é aplicado nas escolas brasileiras, por ora, segundo


Paulo Freire, a real solução para a extinção do analfabetismo funcional é
ensinar o contexto de uma palavra, jamais apenas seu significado, pois
limitar uma sentença ao seu significado é limitar a capacidade de
interpretação de quem a aprende ou a lê.

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O Analfabetismo Funcional e as Redes


Sociais
Segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional, o INAF, três em cada dez
brasileiros têm limitação para ler, interpretar textos, identificar ironia e fazer
operações matemáticas em situações da vida cotidiana. Por isso, são considerados
analfabetos funcionais.

Entretanto, mesmo apresentando dificuldades, os analfabetos funcionais são


usuários frequentes das redes sociais: 86% usam WhatsApp, 72% são adeptos do
Facebook e 31% têm conta no Instagram. O problema é que essas pessoas não tiram
o máximo proveito das redes sociais para conseguir informações, conhecimento
e garantir direitos justamente porque não conseguem “peneirar” os conteúdos ou
filtrar informações segundo credibilidade e fontes confiáveis.

É fato que a Internet criou novos hábitos de comunicação entre as pessoas. Nós
nos adaptamos às facilidades da nova tecnologia, e isso vale tanto para a leitura, em
vista da enorme quantidade de textos veiculados na rede, quanto para a escrita,
principal meio de expressão do internauta – bem, apesar de até as conversas “via
áudio” já estão se tornando mais corriqueiras… logo, as gerações vindouras nem mais
saberão como é sua caligrafia!

Podemos concluir então que cada vez mais o acesso às redes sociais é irrestrito,
porém, as pessoas não sabem separar as informações mais valiosas para a
aquisição do conhecimento daquelas meramente de entretenimento,
superficiais ou falsas.

Veja o exemplo a seguir:

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INTERPRETAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

Você posta:

“Oi, meu nome é Lilian e vendo bolo de cenoura. Estarei hoje das 14h às
17h em frente à facul. Cada fatia é cinco reais, Interessados podem
aparecer por lá ou encomendar pelo whats 9999-6666”

E as pessoas perguntam:

“Tem bolo de quê?”

“Quanto custa?”

“Posso buscar às 18h?”

“Como faço pra comprar?”

O exemplo foi inspirado em um meme, uma mensagem que viralizou nas redes
como inúmeras que você já deve ter visto por aí. Na verdade, ele não traduz o
analfabetismo funcional como conceito, mas reflete um tipo de falta de interesse
comum entre os usuários de redes sociais: a preguiça. Sim, preguiça de ler. Você
certamente já deixou de ler um post ou comentário por considerá-lo “muito longo” -
e já existe neologismo para isso: o “textão”.

Somam-se a isso a falta de leitura fora dos meios digitais (livro, jornal, revista, etc.) e o
próprio caráter de leitura rápida (o “passar os olhos”) das tecnologias e temos o
resultado: a falta de prática em leitura longa e desinteresse do usuário em dispor de
um tempo maior para ler um enunciado mesmo que consideravelmente curto.
Quando ele se depara com textos e enunciados grandes em provas e testes, a
primeira sensação é de estar perdido quanto ao que fazer e por onde começar a ler
(dica: pelo começo!).

Algumas reflexões pertinentes sobre o assunto:

Estamos vivendo a era da instantaneidade, em que o mais importante parece


ser a velocidade da publicação e não mais a qualidade e a riqueza do conteúdo.
Virou tendência apenas copiar e replicar o que lemos, sem questionar se aquilo
é de fato o que acreditamos ou discordamos. Nos habituamos ao ctrl+c e ctrl+v
e nos esquecemos da nossa opinião.
Geramos informações, mas não geramos conteúdo. Geramos textos , mas não
geramos conhecimento. Somos autores de blogs e redes sociais, mas como

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disse o jornalista André Petry: Qualquer escrita floresce no mundo digital, mas
a boa leitura murcha.
Saber ler e escrever há décadas não é mais um diferencial, porém, ler e escrever
bem certamente é um seletor natural. É só pensar nos processos seletivos e
provas que fazemos ao longo da vida, com suas redações e longos enunciados.
A leitura na internet é apenas uma extensão da leitura em qualquer outro meio
(livro, jornal, revista, etc.) Se na internet as pessoas não leem, é possível que não
leiam também em outros meios, e se não sabem interpretar texto na internet,
não saberão interpretar em lugar nenhum.

Fonte: adaptado de Disponível aqui e Disponível aqui

O Fenômeno das Fake News


O acesso praticamente irrestrito aos meios de comunicação permite que qualquer
pessoa produza conteúdo e o publique nas redes sociais, mas grande parte da
informação que consumimos não corresponde totalmente à verdade. As chamadas
fake news são um fenômeno da Era Digital, mas que podem ter consequências
nefastas na vida de alguém ou de um grupo.

Algumas fontes que criam notícias falsas têm objetivos ideológicos e querem
promover ou criticar figuras públicas, como candidatos políticos ou personalidades
famosas, mas a situação é tão séria que foi preciso criar agências especializadas em
conferir a procedência dos fatos, as chamadas fact-checking agencies.

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19/07/2022 13:35 A Era da Informação

SAIBA MAIS
Em tradução literal para o português, fake news significa “notícias
falsas”. Segundo a editora inglesa Collins, seriam “informações falsas e
eventualmente sensacionalistas divulgadas sob o disfarce de
notícias”. A expressão também foi escolhida como a “palavra do ano”
em 2017, período em que as menções ao termo na mídia aumentaram
em 365% (dados da BBC Brasil). No ano anterior, 2016, o termo eleito
pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano foi pós-verdade, conceito
da Sociologia que já abria caminho para o que viria a ser o fenômeno
das fake news: “circunstâncias em que fatos objetivos são menos
influentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças
pessoais".

Fonte: ENGLISH OXFORD LIVING DICTIONARIES, 2016.

A Pós-verdade
A pós-verdade encaixa-se em um mundo virtual em que mentiras e fofocas se
espalham rapidamente em redes de pessoas que acreditam mais uma nas outras do
que em um órgão tradicional da imprensa, nas instituições de pesquisa e até mesmo
na ciência. E isso é grave.

Tal fenômeno social diz que uma pessoa está mais condicionada a acreditar em uma
informação quando ela está alinhada às suas crenças pessoais – ou seja, é um tipo de
“seleção afetiva” de identidade. Muitas vezes, a pessoa recebe aquela foto em
grupos de WhatsApp, por exemplo, e passa adiante inocentemente, mas há
vezes em que o compartilhamento está cheio de más intenções, pois querem
difamar alguém ou promover alguma ideologia. Assim, se você concorda com a
mensagem, a chance de você conferir se as fontes são confiáveis é mínima.

As fake news são uma ferramenta da pós-verdade, pois divulgar uma informação
falsa porque é sabido que um grupo de pessoas vai acreditar e se envolver com o
assunto mesmo que não seja verdadeiro é uma forma de manipulação, e isso pode
acontecer tanto no mundo dos esportes e das celebridades quanto em assuntos
bem mais sérios, como política, religião e relações externas.

‍De acordo com Paganotti (2019),

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19/07/2022 13:35 A Era da Informação

[...] vale pensar que fake news não se trata de qualquer boato
espalhado por rede social, visto que são um fenômeno mais específico:
são sites que pretendem enganar seus leitores publicando
propositadamente informações incorretas como se fossem verdade. As
fake news se espalham porque foram criadas justamente para isso:
para atrair público e tornarem-se virais. Isso significa que são sites
criados propositadamente para divulgar informações incorretas, mas
que soem plausíveis para seu público-alvo, enganando-os a ponto de
atrair visitantes e potencialmente transformar parte de seu público em
novos propagadores de seu conteúdo.

Mas por que as pessoas acreditam e espalham notícias falsas que podem ser
prejudiciais para uma pessoa, um grupo e até mesmo parte da população? No geral,
como qualquer boato, as fake news apelam para temas polêmicos, que chamam a
atenção do público a ponto de ele interagir e compartilhar.

NA PRÁTICA
O termo fake news teve alcance global por causa do presidente norte-
americano Donald Trump. Durante sua campanha eleitoral, o político
usava o termo frequentemente para desmentir possíveis boatos que
estavam rolando para prejudicar sua imagem. Porém, provou-se que
eram suas equipes de assessores quem disseminavam informações e
estatísticas não fundamentadas para fortalecer sua campanha e atingir
seus adversários. Essas afirmações, relacionadas à segurança nacional e
ao terrorismo, apelavam diretamente aos sentimentos de revolta e
insegurança da população, que se sentiu representada pelo discurso
sem se preocupar se os dados eram verdadeiros ou não. Entre as
principais declarações dele, estão que Hillary Clinton criou o Estado
Islâmico; o desemprego nos EUA chegava a 42%; Barack Obama é
muçulmano; o Papa Francisco apoiava sua campanha.

Motivada por valores pessoais, parte da população americana acreditou


nessas afirmações e Trump foi eleito presidente.

O combate às Notícias Falsas


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A fim de combater a divulgação de notícias falsas no Facebook, a própria rede social


criou uma espécie de manual com dez dicas para o usuário virtual. Vale citar que o
conteúdo tem apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
(abraji.org.br) e do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio de Janeiro (itsrio.org).

1. Seja cético com as manchetes: notícias falsas geralmente trazem manchetes


apelativas e com pontos de exclamação.
2. Olhe atentamente para a URL (o endereço na web): muitos sites de notícias
falsas imitam veículos de imprensa autênticos fazendo pequenas mudanças na
URL.
3. Investigue a fonte: se a história for contada por uma organização não muito
conhecida, verifique a seção “sobre” do sitepara saber mais sobre ela.
4. Fique atento a formatações incomuns: muitos sites de notícias falsas contêm
erros ortográficos ou apresentam layouts
5. Considere as fotos: notícias falsas geralmente contêm imagens ou vídeos que
pode até ser autênticos, mas foi retirada do contexto. Tente procurar a foto ou
imagem para verificar de onde ela veio, se é antiga ou recente, etc.
6. Busque outras reportagens: se nenhum outro veículo na imprensa tiver
publicado uma reportagem sobre o mesmo assunto, isso pode ser um
indicativo de que a história é falsa.
7. A história é uma farsa ou uma brincadeira?: algumas vezes, as notícias falsas
podem ser difíceis de distinguir de um conteúdo de humor ou sátira. Verifique
se a fonte é conhecida por paródias e se os detalhes da história e o tom
sugerem que pode ser apenas uma brincadeira irônica

Fonte: adaptado de Disponível aqui

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19/07/2022 13:35 A Era da Informação

Notícias reais sobre notícias falsas

A agência de fact-checking Aos Fatos divulgou uma pesquisa que afirma que 43% dos entrevistados
desconfiam das informações que recebem em aplicativos de mensagem. Por outro lado, metade dos
entrevistados afirmou que já tomou alguma decisão errada baseada em Fake News.

Segundo o laboratório de segurança PSafe, os brasileiros acessaram cerca de 2.9 milhões de Fake News
entre janeiro a março de 2018, e o principal meio de disseminação dessas informações é o aplicativo
WhatsApp.

No Brasil, o Senado tem se mobilizado em torno do assunto: em 21 de março de 2018 o Plenário foi
transformado em sessão temática para tratar de notícias falsas, por iniciativa de Telmário Mota (PTB-RR).
O senador sugeriu a criação de delegacias especializadas para dar celeridade na investigação das notícias
falsas propagadas na internet tanto sobre o autor como sobre quem reproduz o conteúdo.

Por que as fake news viralizam? Porque segundo o conceito da pós-verdade, uma pessoa está
condicionada a acreditar em algo alinhado com as suas crenças. Quando recebemos o link de uma
matéria sobre algo com o qual nos simpatizamos por questões políticas ou morais, temos mais chances
de ignorar evidências de que essa notícia seja falsa e acreditamos cegamente.

Fonte: adaptado de Disponível aqui e Disponível aqui

Mas viver na Era Digital é tão ruim assim para a nossa formação como leitor? De jeito
nenhum! Pelo contrário: deveríamos nos sentir privilegiados por, ao alcance de um
clique, no tempo que leva acessar um link, ter à disposição uma profusão de textos,
vídeos e áudios sobre todos os assuntos, de todas as épocas, sob todos os pontos de
vista – e ainda poder debater com gente do mundo todo por um custo mínimo.
Nossa reflexão deve ser justamente acerca de como fazer do nosso notebook ou
smartphone um filtro de tanta informação que nos ajudará a ler mais e a
compreender melhor.

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19/07/2022 13:35 A Era da Informação

CONECTE-SE
A educação virtual é uma arma importante para detectar informações
falsas no noticiário, segundo especialistas. Para evitar que as fake news
tumultuem o debate público, essa “alfabetização” deve contar com
esforços de vários setores da sociedade, como prestar atenção a dicas
para identificar fake news e conhecer as agências de fact-checking:

Confira também a primeira agência brasileira de fact-checking, a


Agência Lupa.

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19/07/2022 13:35 Texto e Contexto

Texto e Contexto

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:35 Texto e Contexto

Estimado(a) aluno(a), perceba que texto e contexto são duas palavras familiares a
qualquer pessoa que participa ou participou de alguma prática escolar, mesmo que
não tenha necessariamente feito um estudo linguístico específico. Não são
estranhas expressões tais como “redija um texto”, “isso está fora de contexto”, “o
texto está bem elaborado”, “no contexto histórico...“, “melhore seu texto”, etc., e
justamente por conta dessa frequência na utilização dos termos, todo leitor tem
uma noção sobre o que é um texto e contexto, e isso é importante principalmente
quando falamos em comunicação.

Texto
Comecemos pela consideração básica sobre texto: “texto não é um aglomerado de
frases” (FIORIN & SAVIOLI, 2007). Ao contrário: ele é um bloco organizado que
contém um sentido. Já Kobs (2012) explica que “texto é um conjunto de ideias acerca
de um tema e deve desenvolver e aprofundar um assunto, a partir do
encadeamento e da progressão de informações”.

Imagina abrir uma revista ou uma página de internet e se deparar com o seguinte:

Vem aí um novo Titanic, 110 anos após naufrágio

Mas, talvez, nada disso aconteça. Quem conhece bem o controverso


político duvida que ele consiga recriar o lendário navio, embora seja
milionário. “A primeira réplica, anunciada em 2012, nem chegou a ser
iniciada, depois mudou para 2016 e 2018, e agora para 2022”. Tudo indica
que se o Titanic I era inafundável, o Titanic II vai afundar mesmo antes
de existir.

No exemplo, fica claro que algo está errado na composição do “texto”. O bloco acima
tem palavras, orações, períodos e parágrafos, mas nem por isso podemos chamá-lo
de texto. Isso se confirma logo no início, na primeira frase: no geral, um texto
informativo ou jornalístico não pode começar com uma conjunção, principalmente
adversativa (“mas”), exatamente porque o “mas” serve para ligar duas orações com
sentidos adversos, contrários – e no exemplo acima não há nenhuma oração antes
daquela iniciada com a conjunção. As mensagens são parciais, não há começo, meio
e fim, logo, não há coesão ou coerência.

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19/07/2022 13:35 Texto e Contexto

SAIBA MAIS
A palavra “texto” vem de uma das formas do verbo em latim “texo”, que
significa “tecer”. Logo, o texto é um tecido, não um aglomerado
desconexo de fios. O significado de uma frase do texto será
compreendido dentro de uma totalidade. Assim, a mesma frase
colocada em contextos diferentes pode apresentar sentidos diferentes.

E por falar em mensagem, considere o seguinte:

Podemos dizer que a imagem acima é um texto? Sim, podemos. Texto não são só
palavras, frases e parágrafos, mas tudo aquilo que transmite mensagem. A imagem
do exemplo não contém nenhuma palavra escrita, mas entendemos sua
mensagem, logo, fizemos uma interpretação dela a partir dos símbolos
apresentados (o sinal de wi-fi, a natureza ao redor, a inferência de que é preciso
equilibrar conectividade liberdade, etc.).

Segundo Martins e Zilberknop (2010), mensagem é o que se deseja transmitir. Ela


pode ser visual, auditiva ou audiovisual e deve ter conteúdo e objetivos. Assim, em
um e-mail, a mensagem é o texto. Em um quadro, a mensagem é a imagem
retratada, e em uma canção, a mensagem é a letra mais a melodia.

Em uma entrevista à Revista Letra Magna, o professor linguista José Luiz Fiorin
(2007) diz que

[...] texto não é apenas manifestado verbalmente, isto é, por meio de


uma língua natural, como o inglês, o francês, o árabe, o português. Na
verdade, ele pode manifestar-se visualmente, como uma pintura, por
meio da linguagem verbal, visual e musical, como o cinema, por meio
da linguagem verbal e visual como nos quadrinhos. Assim, um
romance é um texto; um trecho de um romance é um texto; uma
poesia é um texto; uma escultura é um texto; uma ópera é um texto.

Assim, vale frisar que independentemente da sua forma, o texto é algo produzido
por um emissor para transmitir alguma ideia e produzir interações sociais. Sendo
assim, sua funcionalidade é bem diversa. O texto serve para:

informar
desinformar

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formar opiniões
emocionar
manipular
motivar
persuadir
refletir
esclarecer
descrever
instruir etc.

O texto é o motor do conhecimento

É possível explicitar uma ideia por meio de uma única palavra? Depende da situação
e do contexto. Uma palavra isolada pode não significar nada se não estiver
relacionada a um contexto e, sendo assim, ela não serve para nada.

Por exemplo, a palavra “ABERTO”, na porta de um estabelecimento comercial, serve


para indicar que apesar de a porta estar fechada, o estabelecimento está aberto.
Entretanto, a mesma palavra escrita em uma placa perdida no chão de uma calçada
não tem função social nenhuma, simplesmente indica uma informação deslocada
de seu contexto original. Podemos concluir, assim, que o texto é uma mensagem
que consegue transmitir um sentido completo, ainda que este sentido seja
compreendido por uma única palavra.

Cabe aqui, então, estudar o que é contexto.

Contexto
Quanto ao contexto, para o linguista russo Roman Jakobson (2005), a ideia de
contexto está ligada ao ambiente em que a mensagem foi elaborada, à situação
social em que ela ocorre e a experiência do autor e do leitor em relação a
determinado assunto.

Façamos um teste mental com as imagens a seguir: imagine quem são essas
pessoas, onde elas estão, como seria o estilo de vida delas e o que estavam sentindo
no momento em que as fotos foram tiradas.

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Figura 1 - Cartier-Bresson & Delpire (apud Cartier-Bresson, 1986), p. 39.

Fonte: arquivo pessoal.

Agora, veja a fotografia original:

Figura 2 - Cartier-Bresson & Delpire (apud Cartier-Bresson, 1986), p. 39.

Fonte: arquivo pessoal.

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19/07/2022 13:35 Texto e Contexto

Isoladas, as duas fotografias podem parecer imagens comuns retratando um


momento do cotidiano de algum vilarejo. Porém, elas fazem parte de uma única
fotografia, e o contexto em que ela se insere é o período de intenso preconceito e
segregação racial no sul dos Estados Unidos na década de 1940. De posse dessa
informação, nossa interpretação das imagens em separado é diferente. Ou seja: só
apreendemos a real mensagem da imagem quando conhecemos seu contexto.

Para fins ilustrativos, vamos analisar as imagens a seguir :

Acordei às oito da manhã de hoje. Escovei os dentes. Coloquei o terno.


Tomei o café de sempre. Fui para o trabalho. Papéis. Assinaturas.
Comprovantes. Carimbo. Dois telefonemas. Almoço. Voltei às 13h30min.
Reunião. Cafezinho. Fax. Problema. Solução. Cliente. E-mail. Fim do
expediente. Aula de inglês. Presente perfeito. Cheguei em casa. Meu
filho ainda não tinha dormido. Faltou luz. Tivemos que acender a lareira.
Jantei com minha esposa. Só fui dormir às três da manhã.

QUE DIA HORRÍVEL.

Acordei às oito da manhã de hoje. Escovei os dentes. Coloquei o terno.


Tomei o café de sempre. Fui para o trabalho. Papéis. Assinaturas.
Comprovantes. Carimbo. Dois telefonemas. Almoço. Voltei às 13h30min.
Reunião. Cafezinho. Fax. Problema. Solução. Cliente. E-mail. Fim do
expediente. Aula de inglês. Presente perfeito. Cheguei em casa. Meu
filho ainda não tinha dormido. Faltou luz. Tivemos que acender a lareira.
Jantei com minha esposa. Só fui dormir às três da manhã.

QUE DIA INCRÍVEL.

CVV. Há 35 anos ajudando as pessoas a verem a vida por um ângulo diferente.


Fonte: adaptado de Koch e Elias, 2009.

Trata-se de um anúncio do CVV – o Centro de Valorização à Vida, serviço voluntário


de apoio emocional gratuito e atua na preservação do suicídio. O anúncio é
composto por um texto para ser lido como “Um dia horrível” e outro para ser lido
como “Um dia maravilhoso” dependendo do estado e do ânimo do leitor.

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19/07/2022 13:35 Texto e Contexto

Perceba, aluno(a), que o texto em si é o mesmo para os dois títulos e, além do


recurso de mudança de cor como contextualizador, se nós não lêssemos o título, a
narrativa não ia fazer sentido. E o que nos transmitiu esse sentido para que
entendêssemos a mensagem do anúncio da CVV? Justamente o contexto
explicitado pelo título. Ou seja: o contexto de um texto é negativo, e o emissor da
mensagem encara as atividades vividas no dia como algo ruim. No segundo texto, o
contexto é positivo, pois o emissor vê o dia vivido como um dia muito bom.

NA PRÁTICA
É comum, principalmente em discussões e comentários de redes
sociais, alguém dizer que o outro está interpretando um texto ou
mesmo uma fala “fora de contexto”. Isso acontece geralmente em
campos políticos, religiosos e históricos. Dentre tantos outros, um
exemplo que podemos usar como reflexão – e não como julgamento – é
o caso do youtuber Júlio Cocielo que, em julho de 2018, fez uma piada
considerada racista em relação ao jogador francês Mbappé. Depois da
repercussão negativa, em sua defesa, Cocielo gravou um vídeo em que,
entre outros argumentos, disse que “a frase havia sido interpretada fora
do contexto”. A reflexão que fica é: será que o youtuber sabia o que
significa contexto? O contexto pode justificar uma fala preconceituosa e
ofensiva?

Por isso, há que se ter cuidado, tanto como emissor quanto receptor de
uma mensagem, ao usar a expressão “fora de contexto” em uma
argumentação!

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

Redação Técnica

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

Tenho certeza de que quando você leu a palavra “redação”, sentiu aquele calafrio se
lembrando das aulas do ensino médio, certo? Mas não se trata exatamente da
mesma coisa agora que estamos em um curso superior.

Em algum momento da nossa vida, somos cobrados a escrever um texto técnico.


Pode ser um relatório, um abaixo-assinado, um e-mail que ficará registrado como
documento, um atestado, declaração, memorando, ofício, procuração, recibo,
relatório, requerimento, etc. Conceituando, segundo Medeiros (apud França, 2013),
Redação Técnica “é qualquer espécie de linguagem escrita que trate de fatos ou
assuntos técnicos ou científicos”.

Os princípios básicos da redação técnica são os mesmos de qualquer tipo de


redação: clareza, correção, coerência, e ordenação lógica, embora sua estrutura e seu
estilo apresentem algumas características próprias. Assim, a Redação Técnica é
necessariamente objetiva quanto ao ponto de vista, logo, opiniões pessoais,
experiência pessoal, crenças, filosofia de vida e deduções são necessariamente
subjetivas.

Objetividade e Subjetividade
Textual
Ser objetivo em um texto é basicamente ser imparcial, característica essencial em
textos técnicos. É ter um ponto de vista neutro sobre o assunto ou o objeto descrito,
sem dar opiniões pessoais. Para isso, o texto deve ser uma constatação, uma
comprovação, algo concreto que pode ser observável de forma igual por todos.

Já a subjetividade tem a ver com as impressões pessoais do emissor da mensagem.


É um texto cheio de adjetivos de valor, que varia de acordo com o julgamento de
cada pessoa, e que cada um pode interpretar da sua maneira.

Qual conceito combina mais com a área de exatas? - a objetividade, claro!

Veja os dois enunciados seguintes:

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/6-redacao-tecnica.html 2/8
19/07/2022 13:36 Redação Técnica

Adaptado de: Disponível aqui

Percebe, estimado(a) aluno(a), como os adjetivos (barulhento, negligente,


assustadoras, etc.) transformam um relato objetivo em subjetivo? Pois quanto mais
direto for o texto, mais objetivo ele é.

Vamos fazer um teste? Imagine que você precisa descrever uma sala qualquer. Você
tem dois caminhos: ser objetivo (descrever o cenário de forma que não permite que
ninguém discorde do que você relatou) ou ser subjetivo (descrevê-lo com palavras,
principalmente adjetivos, que demonstre a sua opinião).

Como EXERCÍCIO , pegue uma folha de papel ou abra o bloco de notas do Word e
descreva o ambiente abaixo, com o máximo de elementos possíveis, das duas
formas:

ATENÇÃO: NÃO EXISTE UMA ÚNICA FORMA CERTA OU ERRADA! Faça a sua
anotação e, depois, clique para comparar com as sugestões dadas.

Sugestão de descrição objetiva:

A sala tem paredes brancas, com três janelas grandes e piso de taco (madeira). Ao
centro, uma mesa branca, provavelmente de laca, com oito cadeiras de estilo
moderno com pés de madeira mais escura. Em cima da mesa, há três enfeites, dois
com um tipo de planta. No canto, há uma televisão de plasma, e uma das paredes
tem um relógio pendurado entre duas janelas. O teto tem estruturas de metal ou
aço.

Sugestão de descrição subjetiva:

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

A sala é linda/não é tão bonita, tem paredes brancas, com três janelas grandes
sem cortina, o que causa certo desconforto/o que a deixa mais moderna, e um
elegante piso de taco (madeira)/ e piso de taco, que é meio cafona. Ao centro, uma
mesa branca, provavelmente de laca – material muito versátil/muito ruim de
limpar. A mesa tem oito cadeiras de estilo moderno com pés de madeira mais
escura que não combinam/que combinam. Em cima da mesa, há três enfeites, dois
com um tipo de planta. No canto, há uma televisão de plasma, e uma das paredes
tem um discreto/ superchique relógio, que poderia ser maior, pendurado entre
duas janelas. O teto tem estruturas de metal ou aço, o que deixa o ambiente mais
arrojado/o que desvaloriza a sala.

Relatório
Em algum momento da sua vida profissional, vou vai ter que escrever um relatório.
Trata-se de uma descrição objetiva de fatos, acontecimentos ou atividades, seguida
de uma análise com o objetivo de tirar conclusões ou tomar decisões (ALMEIDA E
ALMEIDA, 2008). Por isso, o relatório deve ser claro e fiel aos acontecimentos.

Podemos encontrar várias espécies de relatório, depende do que é pedido que se


faça, mas os principais são:

1. Relatórios administrativos: de gestão, sociais, de rotina, de inspeção,


informativos, etc. Esses relatórios podem ser anuais, mensais, semanais,
provisórios, progressivos, gerais e parciais.
2. Relatórios técnicos ou científicos: relatório de estágio, trabalhos de pesquisa,
resumos de livros, comunicados científicos etc.

Características do relatório
1. Um relatório deve responder primeiro a uma pergunta: O que
acontece/aconteceu (o fato ou fatos)? No relatório, devemos defini-los e
descrevê-los, trabalho que exige uma observação cuidadosa. Mas a descrição
deve se limitar ao essencial e ao útil, tendo em vista o objetivo de selecionar as
melhores informações.
2. Depois, deve responder: Qual é a conclusão sobre o acontecido? Aqui pode
haver a interferência do autor do relatório, pois ele vai contribuir com sua
experiência e conhecimento para analisar os fatos, classificar seus elementos
de forma imparcial e apresentar conclusões e soluções possíveis.
3. Ao fim, deve-se responder: O que fazer? São sugestões para a solução dos
problemas (se esse for o caso), com suas devidas justificativas.

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

Divisão do relatório
1. O relatório deve ter uma introdução com:

local e data,
título (assunto)
vocativo (para quem é destinado)
motivo

2. Desenvolvimento

data e local do fato relatado (quando for relatório de ocorrência, por exemplo)
método utilizado para o levantamento das informações (quando for o caso)
discussão do assunto ou exposição dos fatos pela ordem apropriada

3. Conclusão

considerações e recomendações de medidas ou providências necessárias a


serem tomadas
assinatura

SAIBA MAIS
Em relatórios e outras redações técnicas, não chame o destinatário de
“vossa senhoria” (V. Sª.) ou “digníssimo”, pois se trata de vocativos
arcaicos, antigos. Prefira “senhor(es)”, “senhora(s)” e, no máximo,
“ilustríssimo” (Ilmo.)

Cuidados na Hora do Envio


Pense na seguinte situação: você precisa redigir algo importante. Esmera-se no
conteúdo, consulta gramáticas, faz a revisão do texto. Como é comum hoje em dia, o
envio deve ser feito por e-mail. Mas na hora de escrever o e-mail, você descuida da
linguagem, usa vocativos errados e apresenta uma comunicação ruim. É grande a
probabilidade de o destinatário colocar em dúvida a credibilidade do conteúdo do
texto enviado.

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

Assim, é importante que haja cuidado em todas as etapas do processo de troca de


informações, do começo ao fim. E falando especificamente do e-mail, que é o meio
de envio mais comum tanto na esfera acadêmica quanto profissional, veja algumas
dicas valiosas para a elaboração de seu e-mail, listadas por Brasileiro (2016):

Independentemente de quem seja o seu interlocutor, seja sempre cordial. A


apresentação inicial de seu e-mail colaborará para o interesse por parte do
destinatário, bem como para a dedicação de retorno.
‍Os e-mails corporativos devem sempre ser mais formais e, muitas vezes, são
considerados documentos. Nada impede que você seja mais informal com
quem tenha afinidades, porém dentro dos limites profissionais.
‍ importante evitar a linguagem utilizada na internet, ou seja, usar
É
abreviaturas, símbolos e emojis que demonstram falta de profissionalismo.
‍Atente para o conteúdo que você vai desenvolver. Na maioria das vezes, o texto
do e-mail deve ser claro e objetivo. No entanto, em algumas eventualidades,
você poderá vir a ser mais abrangente, detalhando as informações para que
fiquem mais claras ao destinatário. Tudo dependerá do assunto a ser tratado e
da facilidade de entendimento do destinatário.
‍ vite escrever com todas as letras em caixa alta (maiúscula). Elas
E
representam que você está sendo indelicado e/ou gritando.
‍Demonstre no campo “assunto” a informação que conterá no e-mail de forma
clara e objetiva. Não deixe o título do assunto em branco.
‍ empre avise no corpo do e-mail quando estiver enviando documentos
S
anexados.
‍Para finalizar um e-mail, utilize termos formais como “atenciosamente” e, caso
haja contexto, pode padronizar com “um abraço”, “abraço” etc.;
‍ ão se esqueça de “assinar” seu e-mail com seu nome, cargo, empresa e
N
telefone, se julgar adequado. Evite, porém, excesso de informações após a
assinatura. Elas poluem o texto e ainda podem confundir o leitor.

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

NA PRÁTICA
Como NÃO escrever um e-mail:

Olá, Bom dia!

Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto
de seu interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja
resolvendo outro sobre o qual conversamos pessoalmente.

Nesse exemplo, fica impossível saber do que se trata e quem enviou.


Assim, não use palavras indefinidas e demonstrativas sem referências:
“no outro dia”, “aquilo”, “outro”, “seu colega de trabalho”. Outra
Informação interessante é sobre as saudações “Bom dia, Boa tarde e
Boa noite”. Se o e-mail é uma correspondência digital, não se pode
prever quando e em que horário o receptor irá ler. Por isso, prefira o
horário em que você, emissor, está escrevendo, independentemente do
período em que o receptor vai ler. O “Olá” é totalmente aceito nesse tipo
de correspondência, bem como desfechos tais como “Abraços” e
“Saudações”. Formalidades que vão além dessas formas (“Estimas de
consideração”, “Meus votos de respeito e felicidades”, etc.) podem
parecer arrogante demais - ou no mínimo mostra que a pessoa ainda
vive em uma variação histórica antiga” E é importante destacar que
responder mensagens muito tempo depois demonstra ineficiência.

Adaptado de França, 2013.

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19/07/2022 13:36 Redação Técnica

SAIBA MAIS
NÃO USE! PREFIRA:

Venho/viemos através deste e-mail


Vá direto à intenção do e-mail:
ou Venho/viemos por meio do
solicito/envio/peço/compartilho/convido, etc.
presente e-mail

Acusamos o recebimento do e-mail Recebi/recebemos o seu e-mail.

Só use em comunicações que não exige


Sem mais para o momento. resposta do destinatário, tais como em cartas de
cobrança ou similares.

Aguardo.
Fico no aguardo/No aguardo/Estou
ou
no aguardo.
Fico à espera de respostas/retorno.

Fonte: elaborado pela autora.

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19/07/2022 13:36 Estratégias de Escrita

Estratégias de Escrita

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:36 Estratégias de Escrita

“A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que sirvamos a
ela.”
Fernando Pessoa, poeta.

É inegável que hoje, na atualidade, com os avanços tecnológicos, nós escrevemos à


mão muito menos do que a geração anterior, que cresceu sem computador,
internet, Word ou corretor de textos. Por outro lado, vivemos uma geração que
nunca recebeu e transmitiu tanta informação ao mesmo tempo. E onde fica o
cuidado com a gramática, a grafia e a língua portuguesa em si?

Como alunos e profissionais, precisamos de algumas estratégias para escrever


melhor ou ao menos não cometer erros considerados bobos, crassos. Aprender a se
autocorrigir é uma atividade constante, pois quem relaxa de sua comunicação,
relaxa do modo como aprende.

Para começar, sabia que ser organizado (ou desorganizado!) reflete muito na
maneira como você escreve, aprende, recebe e passa informações? Seguem
algumas dicas de como melhorar a comunicação verbal escrita por meio da
organização prática:

Enquanto anota algum recado, tenha atenção e organização.

Evite papéis soltos: números de telefones anotados em qualquer papel branco ou em beiradas de
cadernos significam desorganização e atrapalham o andamento do trabalho.

Organização é um hábito: tenha um caderno, além de uma agenda com horários, para que seja seu
diário. Anote tudo o que precisar somente nesse caderno, com data sempre atualizada. Assim, você terá
um amigo fiel que lhe ajudará a lembra-se de situações que, muitas vezes, não são registradas nas
agendas ou no computador.

Anotações nas mãos, nem pensar! Não existe coisa mais deselegante, pois seu interlocutor sabe que
aquele lembrete irá apagar.

Ao redigir um recado, e-mail ou solicitação, tenha cuidado com as normas de escritas. Lembre-se de que
a obrigação de se fazer entender é de quem inicia a interação!

Fonte: Brasileiro, 2016.

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Correção Gramatical
“A nível de, menas, concerteza”? Você já notou esses erros ou será que é você quem
os comete? Erros grosseiros e muitos outros são cometidos no cotidiano com
clientes e parceiros de negócio, por isso, é preciso saber eliminá-los e ter uma boa
redação, pois isso reflete até mesmo no resultado profissional.

Você assinaria um contrato cheio de erros? Não dá para confiar, certo? Então
aprimore sua escrita.

Vamos a algumas expressões comuns que levam ao erro na escrita (ou na fala)
cotidiana. Comece a notar como você os escreve ou fala!

1. Viemos solicitar à sua empresa – o correto é SOLICITAMOS


2. Haviam dez pessoas na reunião – o correto é HAVIA
3. Espero evoluir a nível profissional – o correto é EM NÍVEL.
4. Eles pediram para mim entrar em contato – para EU
5. Moro à rua João da Silva 23 – Moro NA RUA. (verbos que indicam localização –
residir, morar, situar, localizar etc. são regidos por EM, nunca A)
6. Assistimos o vídeo com atenção – ASSISTIMOS AO vídeo
7. Viso o cargo de gerente – VISO AO cargo
8. Passou por nós desapercebido – DESPERCEBIDO.
9. Vou na empresa hoje – VOU À
10. É proibido a permanência sem uso de EPIs - PROIBIDA A PERMANÊNCIA
11. Contrata-se eletricistas - CONTRATAM-SE / Vende-se materiais de reuso -
VENDEM-SE materiais.
12. Ele já devia ter chego - TER CHEGADO
13. Essa tarefa é meia complicada - MEIO COMPLICADA
14. Não é difícil, ainda sim, vou explicar - ainda assim
15. Parabéns à todos pelo sucesso do projeto. - Parabéns A TODOS.
16. Não nos falamos a uma semana - HÁ uma semana

Adaptado de: França, 2013.

Estimados (as), veremos muitos outros tópicos de correção gramatical ao longo


desta disciplina, inclusive com aulas dedicadas especialmente aos erros comuns,
certo?

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NA PRÁTICA
Duas notas: uma mulher ou alguém que se identifica como mulher
sempre fala “obrigada”, e um homem ou alguém que se identifica
como homem sempre fala “obrigado”. Assim, é errado um homem falar
“obrigada” quando estiver falando com uma mulher e vice-versa. É o
mesmo que acontece com “grata” e “grato”.

Ruídos na comunicação
Toda situação de comunicação está sujeita a falhas devido a ruídos ou interferência –
todo e qualquer fator que interfira no processo de comunicação, como por exemplo,
distrações físicas, erros gramaticais, diferenças culturais, etc. Cada um de nós
processa informações de maneiras diferentes, assim, falhas na comunicação podem
gerar conflitos, improdutividade, prejuízos e até ressentimentos.

Os ruídos na comunicação são erros bastante comuns no dia a dia de qualquer


profissional, porém, muito prejudiciais para a credibilidade de que os comete. E
embora cada pessoa tenha uma maneira própria de se comunicar, existem práticas
simples que podem ser adotadas para reduzir ao máximo a possibilidade de ruídos.
Vejamos algumas:

1. Documente os acordos

registre sempre por e-mail decisões acordadas em reuniões presenciais, on-line ou


por telefone. Não se esqueça de deixar claro quem ficou responsável por cada tarefa,
datas de novas reuniões ou eventos e prazos estipulados.

2. Mantenha os envolvidos informados

certifique-se de que todos os envolvidos em determinado projeto ou processo estão


a par de todas as informações necessárias copiando todos eles nos e-mails enviados,
por exemplo.

3. Seja didático

é melhor pecar pelo excesso do que pela falta de explicações. Quando for instruir
alguém, repasse até as informações que lhe parecerem mais óbvias, pois para o
interlocutor, podem não ser.

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4. Estipule prioridades e esclareça prazos

sempre que designar tarefas, deixe claro qual é a prioridade de cada uma e estipule
prazos exatos, ou seja, nunca utilize termos como “o quanto antes”, por exemplo. Dê
a data e, se necessário, o horário em que você precisa receber o material desejado.

5. Envie lembretes

nas vésperas de entregas importantes, verifique se está tudo certo com o


andamento das tarefas e se o prazo acordado está mantido, assim, você tem tempo
hábil para partir para um plano B, se necessário. O mesmo vale para reuniões
agendadas, a confirmação evita deslocamentos e janelas desnecessárias na agenda.

Fonte: Disponível aqui

Orientações de Escrita
Erros na escrita são comuns. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas
outras vezes, talvez você apenas não conheça a grafia correta de alguma palavra.

E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas com
as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares, não existe
desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail. Veja:

Repetir palavras

Quem trabalha com projetos de engenharia, por exemplo, está acostumado a ter a
rotina interrompida inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil
sentar para escrever um e-mail, um relatório ou outro texto com calma sem receber
uma ligação no meio do processo. Como consequência, na hora de retomar a
mensagem, você pode acabar repetindo palavras que já havia escrito sem nem
perceber. Nada que uma rápida releitura não resolva.

Utilizar parágrafos longos

O parágrafo funciona como um pedaço do discurso que expressa um mesmo


pensamento, e quebrar o texto em parágrafos ajuda bastante na leitura. Se você já
precisou ler um longo bloco de texto, vai concordar que a experiência não é das
melhores.

Utilizar discurso vago

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Vamos ser honestos: ninguém gosta quando a caixa de mensagens está cheia de
ofertas ou propostas de produtos e serviços. Você até pode acabar adquirindo aquilo
que foi oferecido no e-mail, mas a reação inicial não costuma ser positiva.

Talvez por isso que tantos prestadores de serviço tenham receio de escrever
mensagens tipo mala direta. É como se o vendedor estivesse com vergonha de
demandar a atenção do seu possível cliente. Ao invés de escrever “Você, por um
acaso, estaria interessado em agendar uma conversa para debatermos melhor a
questão?”, busque ser objetivo e honesto em relação às suas intenções, optando por
algo como “Podemos agendar uma conversa de 15 minutos para eu te apresentar
meus serviços?” Ah: e apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando
tudo claro e facilitando o entendimento!

Fonte: adaptado de Disponível aqui

Exercícios!
Teste seus conhecimentos gramaticais e identifique o erro de cada oração - pode ser
de grafia, acentuação, concordância, vírgula, crase... As respostas se encontram logo
em seguida!

Quando eu ver o mestre de obras, perguntarei se ele está melhor da renite.

Quando eu vir o mestre de obras, perguntarei se ele está melhor da rinite.

Vamos assistir o jogo pela televisão as 20 hs.

Vamos assistir ao jogo pela televisão às 20h.

De 1968 à 1980, o modelo econômico Brasileiro mudou.

De 1968 a 1980, o modelo econômico brasileiro mudou.

A obra está atrazada mas, devemos.

A obra está atrasada, mas devemos esperar.

O problema da segurança no Rio está sendo discutido a nível federal, pois


envolve iminentes autoridades. A uma semana, só lemos sobre violência na
cidade maravilhosa.

O problema da segurança no Rio está sendo discutido em nível federal, pois envolve
eminentes autoridades. Há uma semana, só lemos sobre violência na cidade
maravilhosa.

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19/07/2022 13:36 Estratégias de Escrita

O profissional melhor preparado visa bons salários.

O profissional mais bem preparado visa a bons salários.

Construíram a estrada, localizada à cidade de Bom Jesus.

Construíram a estrada, localizada na cidade de Bom Jesus.

Houveram muitos jornalistas que derão a notícia incompleta.

Houve muitos jornalistas que deram a notícia incompleta.

Se você ver o João, diga a verdade.

Se você vir o João, diga a verdade.

O Globo já atua no jornalismo fazem mais de 50 anos.

O Globo já atua no jornalismo faz mais de 50 anos.

Comprei duzentas gramas de mussarela. Se você quizer, comprarei mais


amanhã.

Comprei duzentos gramas de muçarela. Se você quiser, comprarei mais amanhã.

É um previlégio conhecer você.

É um privilégio conhecê-lo.

O Iraque foi arrazado pelos EUA. Análizes realizadas no país demostra que
levarão muito tempo para reconstrui-lo.

O Iraque foi arrasado pelos EUA. Análises realizadas no país demonstram que
levará muito tempo para reconstruí-lo.

Não diga-me que não avisei, aquela loja não vende à prazo, só à vista.

Não me diga que não avisei, aquela loja não vende a prazo, só à vista.

O mixto de sensações tomou conta dos homenageados. Pretenciosos, eles


contavam seus feitos.

O misto de sensações tomou conta dos homenageados. Pretensiosos, eles


contavam seus feitos.

A descriminação, qualquer que seja, é maléfica a sociedade.

A discriminação, qualquer que seja, é maléfica à sociedade.

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Não ficamos lisongeados com sua atenção, tão pouco com seus presentes.

Não ficamos lisonjeados com sua atenção, tampouco com seus presentes.

Adaptado de: França, 2013.

Adaptado de: França, 2013.

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

Coesão e Coerência

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

Coesão e coerência são elementos fundamentais para a construção de um bom


texto. Para que um discurso tenha êxito, seja oral ou escrito, ele deve construir um
significado, ou seja, precisa ter coerência. Para tanto, deve-se usar elementos que
estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que confiram coesão ao discurso.

Chamamos de coesão os elementos conectivos que criam as relações de sentido


dentro do texto. O uso inadequado desses elementos pode causar a falta de
coerência. Podemos dizer então que o elemento conectivo tem o poder de
determinar a coerência textual. Vejamos o exemplo de duas informações
transmitidas separadamente:

1. Ontem fez sol.


2. Fui à praia.

Apesar de haver sentido entre as orações, não há nenhum elemento conectivo para
estabelecer uma ligação entre elas. O ponto final faz uma separação entre as duas
orações. Vamos acrescentar um elemento coesivo para que o texto fique articulado.
Temos duas opções:

1. portanto
2. entretanto

Qual é o conectivo correto?

Se a sua escolha foi a alternativa a), você acertou, pois o conectivo “portanto” indica
uma conclusão. “Entretanto” é uma adversativa e quer dizer “mas, porém, todavia”.

1. Ontem fez sol, portanto fui à praia - há coerência.


2. Ontem fez sol, entretanto, fui à praia - não há coerência.

E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu teria
que alterar a oração, assim:

Ontem choveu, entretanto, fui à praia - há coerência.

Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e
coerência tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra.

Os Elementos Conectivos
TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos

Fui à padaria comprar pão. Fui assaltado na Fui à padaria comprar pão, mas fui assaltado na
esquina. Voltei para casa sem dinheiro. Voltei pra esquina, por isso voltei para casa sem dinheiro e
casa sem pão. sem pão.

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

Os conectivos são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre


segmentos de um texto (palavras, frases, parágrafos, etc.). Os principais conectivos
são as conjunções e as locuções conjuntivas. Antunes (apud Silva, 2017), apresenta
duas funções fundamentais para o estudo da coesão e dos conectivos: a) entender
que os conectivos são elementos de ligação de partes do texto e b) esses elementos
indicam uma relação de sentido e de orientação argumentativa.

Vamos estudar essas relações de sentido:

Relações lógico-discursivas (coesão)


Relação de causalidade
É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As conjunções aqui
utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto que, uma vez que, etc.

NÃO VOU AO CINEMA PORQUE ESTOU SEM DINHEIRO.

CAUSA: ESTOU SEM DINHEIRO

CONSEQUÊNCIA (FATO APRESENTADO): NÃO VOU AO CINEMA.

Relação de condicionalidade
A relação se condicionalidade se dá quando um segmento expressa uma condição
para que outra coisa aconteça. São orações com conjunções condicionais: se, caso,
contanto que, a menos que, salvo se, desde que, etc.

SE EU TIVESSE DINHEIRO, IRIA AO CINEMA.

CONDIÇÃO ANTECEDENTE: SE EU TIVESSE DINHEIRO


CONSEQUÊNCIA HIPOTÉTICA: EU IRIA AO CINEMA

Relação de temporalidade
Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como quando, assim
que, logo que, enquanto, cada vez que, etc.

QUANDO EU TIVER DINHEIRO, EU IREI AO CINEMA.

CONDIÇÃO: TER DINHEIRO


CONSEQUÊNCIA: IR AO CINEMA

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Relação de finalidade
A finalidade se estabelece quando há uma relação intenção x objetivo, finalidade,
propósito. Os conectivos usados são os do grupo do “para”: para, para que, a fim de,
a fim de que, etc.

QUERO TER DINHEIRO PARA IR AO CINEMA

OBJETIVO: TER DINHEIRO


FINALIDADE: IR AO CINEMA

Relação de oposição ou de adversidade


É quando um conteúdo expresso em um segmento se opõe ao conteúdo do outro
segmento. A relação de oposição está em frase que contenham conjunções
adversativas e concessivas, tais como mas, porém, no entanto, embora, apesar de,
etc.

QUERO IR AO CINEMA, PORÉM, NÃO TENHO DINHEIRO.

CONTEÚDO 1: DESEJO DE IR AO CINEMA


CONTEÚDO DE OPOSIÇÃO: NÃO TER DINHEIRO

Relação de adição
Na relação de adição, ocorre a inclusão de mais um elemento - um item ou
argumento. Contém conjunções aditivas, do grupo do “e”, que inclui o também,
ainda, além de, além disso, nem, etc.

EU TENHO DINHEIRO E VOU AO CINEMA!

ELEMENTO 1: TENHO DINHEIRO


ELEMENTO 2: E TAMBÉM VOU AO CINEMA

Relação de conclusão
Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a conclusão de um
algo a partir das proposições presentes em um segmento anterior do texto. É o
grupo do “portanto”: logo, sendo assim, dessa forma, então, etc.

EU TENHO DINHEIRO, PORTANTO, VOU AO CINEMA.

PROPOSIÇÃO: TENHO DINHEIRO


CONCLUSÃO: VOU AONDE EU QUISER

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NA PRÁTICA
O estudo dos conectivos é cobrado em praticamente todos os
concursos públicos. Nos editais, a matéria a ser estudada aparece com o
nome de “Relações Lógico-Discursivas”, e também é o que deve ser
estudo quando exigem o tópico “Coesão e Coerência”. Conectivos
podem aparecer tanto em questões de gramática quanto serem
cobrados na escrita das questões dissertativas - as temidas redações.
Quer um exemplo? Nunca se deve começar o último parágrafo da
redação com uma conjunção adversativa, por exemplo. Esse parágrafo é
chamado de “Conclusão”, logo, deve ser iniciado com uma conjunção
conclusiva. Do contrário, a argumentação perde a coerência por não ter
um elemento de coesão correto e o candidato perde pontos na prova.

Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A
maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês,
estimados!

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Tipo de relação Alguns conectivos

Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como

Condicionalidade se, caso, desde que, contanto que , a menos que, sem que, salvo que, exceto que

quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que , logo que, assim que,
Temporalidade
sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada vez que

Alternância ou

Conformidade de acordo, conforme, consoante, segundo, como

Complementação que, se , como

Delimitação ou
pronomes relativos
restrição

Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem

Oposição mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, se bem que, apesar de

Justificativa ou
isto é, quer dizer, ou seja, pois
explicação

Conclusão logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim como

Comparação como, mais... do que, menos... do que, tanto... quanto

Fonte: Silva, 2017.

CONECTE-SE
O link nos leva ao texto “Coerência textual: um estudo com jovens e
adultos”, um artigo que examinou se o estabelecimento da coerência
textual está relacionado à aquisição da leitura e da escrita com jovens e
adultos, em processo de alfabetização, em uma situação de produção
de texto.

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Coerência
Como já falamos, coerência é relação lógica entre as ideias de um texto. Vamos a
uma breve definição dos linguistas Platão e Fiorin (2007):

A palavra coerência, da mesma família de aderência e aderente,


provém do latim cohaerentia (formada pelo prefixo co = junto com,
mais o verbo haerere = estar preso). Significa, pois, conexão, união
estreita entre várias partes, relação entre ideias que se harmonizam,
ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um
aglomerado de frases.

Ou seja: quando você transmite uma mensagem, certamente leva em consideração


quem vai recebê-la. Provavelmente você também se lembra de que alguns cuidados
devem ser tomados para que o receptor compreenda a mensagem. Nessa tentativa
de se fazer compreendido, você deve estabelecer alguns padrões mentais que
diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, certo?

Intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa escrita,
chamado de coerência textual. A coerência é uma conformidade entre fatos ou
ideias, é aquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo
de construção de sentidos do texto e à articulação das ideias.

“Frase assim escreve uma coerência sintática, mas ninguém ainda que conheça
não”. Não entendeu nada, certo? Pois é, ninguém escreve uma oração assim... Esse é
o princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração
estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a
ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.

Duas placas que viralizaram nas redes sociais e que exemplificam a falta de
coerência são aquelas em que se lia PINTAMOS CASA A DOMICÍLIO e CORTAMOS
CABELO AO VIVO. Alguém aí consegue explicar?

SAIBA MAIS
Sintaxe (pronuncia-se “sintásse”) é a parte da gramática que estuda a
relação das palavras dentro das frases e das orações. Estuda, também, a
oração dentro do período, permitindo que a frase tenha sentido e que
as palavras estejam na ordem certa dentro da oração.

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No Carnaval de 2014, a prefeitura de Porto Nacional, em Tocantins, lançou uma


inusitada campanha cuja faixa viralizou nas redes sociais. Ela dizia:

Nesse caso claro de falta de coerência, percebe-se que a prefeitura queria passar
duas informações distintas: 1) que foliões da cidade usassem camisinha para se
prevenir do vírus HIV, 2) que os foliões combatessem o mosquito da dengue. Porém,
o uso do conectivo “e” dá a ideia lógica-discursiva de adição, de acréscimo de ideias
que se complementam, e não cabe no caso de duas ideias que não têm nada a ver.
A faixa, obviamente, virou piada.

Coerência Temática
É quando o texto discorrido - seja escrito ou falado - está de acordo com a proposta.
Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia apenas ideias que sejam
relevantes para o bom desenvolvimento do tema.

Lembra-se do candidato do Enem que, na redação cujo tema era “Imigração Legal”,
escreveu uma receita de macarrão instantâneo do desenvolvimento? É um exemplo
- mesmo que exagerado e sem noção da parte do “engraçadinho” - de falta de
coerência temática.

Coerência Estilística
A coerência estilística diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se o
emissor escolhe uma linguagem formal, é coerente que ele a use no texto inteiro.
Não faz o menor sentido começar uma redação utilizando uma linguagem culta e
de repente alterar o estilo e empregar a linguagem coloquial (ou informal).

Coerência Genérica
A palavra “genérica”, aqui, quer dizer “de gênero”; de gênero textual, ou seja, dos
estilos que existem (narrativo, informativo, descritivo, etc.) Tem a ver com a escolha
adequada do gênero textual. Existe um gênero para cada ato de fala e escrita: por

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exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda,


provavelmente ele optará pela linguagem informativa, e não um poema. Se a
intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.

No exemplo abaixo, temos a transcrição de uma placa real de estrada com duas
informações coerentes e uma incoerente com o gênero informativo “placa de
sinalização”. Fica óbvio qual está fora de contexto, não é?

CRUZAMENTO PERIGOSO
REDUZA A VELOCIDADE
DOE LEITE MATERNO

Cabe aqui fazer uma observação: há casos em que o emissor da mensagem faz uso
da falta de coerência propositalmente para causar algum efeito poético ou de
humor.

Leia o trecho abaixo:

Subi a porta e fechei a escada.

Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.

Desliguei a cama e deitei-me na luz

Tudo porque

Ele me deu um beijo de boa noite...

(Anônimo)

Fonte: Antunes, 2005.

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Neste texto anônimo, a desordem das palavras é proposital, pois o “sentido” do


poema está justamente na desorganização da forma como as coisas foram ditas. A
intenção do autor era transmitir que as pessoas perdem o sentido; perdem a lógica
das coisas quando se apaixonam e subvertem a ordem natural dos eventos. As
pessoas ficam bobas, incoerentes de uma forma poética quando estão apaixonadas.

CONECTE-SE
Assista a um bem-humorado vídeo da galera do Porta dos Fundos
sobre problemas de falhas na comunicação, inclusive com o uso
incorreto dos conectivos e a falta de coerência gerada na fala. Vá lá:

Exercícios!
Complete com conjunções e locuções conjuntivas:

1. Você (aditiva) ______ eu temos muito em comum.

Você E eu temos muito em comum.

2. _______ (aditiva) de original, é interessante o que você diz.

ALÉM DE de original, é interessante o que você diz.

3. Uma coisa é certa: (aditiva) ________ os professores (aditiva) _______ os alunos


estudaram matemática.

Uma coisa é certa: NEM os professores NEM os alunos estudaram matemática.

4. Eu acho o seguinte: (alternativa) _________ fica calado, (alternativa) _____


enfrenta o problema de uma vez.

Eu acho o seguinte: OU fica calado OU enfrenta o problema de uma vez.

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

5. Só nos resta reclamar (alternativa) __________ obedecer.

Só nos resta reclamar OU obedecer.

6. Ora compremos, (alternativa) ______ vendamos, nunca teremos o bastante.

Ora compremos, ORA vendamos, nunca teremos o bastante.

7. Trabalhei muito, (adversativa) ___________, aguento um pouco mais.

Trabalhei muito, MAS/PORÉM/CONTUDO/TODAVIA, ENTRETANTO, aguento um


pouco mais.

8. Os alunos se queixam das tarefas, (adversativa) __________, fazem-nas.

Os alunos se queixam das tarefas, MAS/PORÉM/CONTUDO/TODAVIA, ENTRETANTO,


fazem-nas.

9. Penso, (conclusiva) _________ existo.

Penso, LOGO/PORTANTO, ASSIM, DESSA FORMA existo.

10. Ele disse com bastante convicção, (conclusiva) _______ é verdade.

Ele disse com bastante convicção, LOGO/PORTANTO, ASSIM, DESSA FORMA é


verdade.

11. Errei, (conclusiva) ______________ estou disposto a pagar as consequências.

Errei, LOGO/PORTANTO, ASSIM, DESSA FORMA estou disposto a pagar as


consequências.

12. Obedecerei as suas ordens, (adversativa) _________, antes direi o que penso.

Obedecerei as suas ordens, MAS/PORÉM/CONTUDO/TODAVIA, ENTRETANTO, antes


direi o que penso.

13. Escolha uma possibilidade (alternativa) ________ outra, não faço restrições.

Escolha uma possibilidade OU outra, não faço restrições.

14. Os juízes têm que ser objetivos. (aditiva) ___________ eles têm que ser
imparciais.

Os juízes têm que ser objetivos. ADEMAIS, ALÉM DISSO eles têm que ser imparciais.

15. Plantas (aditiva) ________ ervas são muito úteis quando usadas com critério.

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

Plantas E ervas são muito úteis quando usadas com critério.

16. É inadmissível que tenha fugido; (adversativa) ___________ não ouso censurá-
lo.

É inadmissível que tenha fugido; MAS/PORÉM/CONTUDO/TODAVIA, ENTRETANTO,


não ouso censurá-lo.

Complete com conjunções e locuções conjuntivas subordinativas:

1. Levantei-me (temporal) _________ o prefeito terminou o discurso.

Levantei-me QUANDO/LOGO QUE/ASSIM QUE o prefeito terminou o discurso.

2. Escrevi um carta (temporal) __________ meu filho jantava.

Escrevi um carta ENQUANTO meu filho jantava.

3. Deitei-me (temporal)_____________ terminou o jornal das dez.

Deitei-me QUANDO/LOGO QUE/ASSIM QUE terminou o jornal das dez.

4. Fiquei na sala de jantar (temporal) ____________ meu filho terminou a


sobremesa.

Fiquei na sala de jantar ENQUANTO meu filho terminou a sobremesa.

5. Só quero saber (temporal) ___________ meu pai vai chegar.

Só quero saber QUANDO meu pai vai chegar.

6. Vou terminar o relatório (temporal) _____________ André me chame para o


jantar.

Vou terminar o relatório ANTES QUE André me chame para o jantar.

7. Insistirei na petição (temporal) __________ a defiram.

Insistirei na petição ATÉ QUE a defiram.

8. Impediram a minha inscrição no concurso (causal) ________ sabiam que eu


passaria em primeiro.

Impediram a minha inscrição no concurso PORQUE sabiam que eu passaria em


primeiro.

9. Você é muito maisesforçada (comparativa) ___________ a sua irmã.

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19/07/2022 13:36 Coesão e Coerência

Você é muito mais esforçada QUE / DO QUE a sua irmã.

10. Impediam que ela depusesse perante o tribunal, (causal) ______ era uma
figura pública e notória.

Impediam que ela depusesse perante o tribunal, POIS/ PORQUE era uma figura
pública e notória.

11. Descreveu o aparelho nos seus mínimos detalhes (final) __________ ninguém
duvidasse da sua paternidade.

Descreveu o aparelho nos seus mínimos detalhes PARA QUE/A FIM DE QUE
ninguém duvidasse da sua paternidade.

12. Arrumou-se (consecutiva) __________ que chamou a atenção de todo mundo.

Arrumou-se TANTO/DE TAL MODO que chamou a atenção de todo mundo.

13. Farei o que você quiser (condicional) _____ primeiro me relatar o que
aconteceu naquela noite.

Farei o que você quiser SE primeiro me relatar o que aconteceu naquela noite.

14. Vou ler o manuscrito inteiro, (concessiva) ________ prejudique a visão.

Vou ler o manuscrito inteiro, MESMO QUE prejudique a visão.

15. Tal atitude é intolerável, (concessiva) _________ fosse compreensível.

Tal atitude é intolerável, SE BEM QUE/EMBORA fosse compreensível.

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

Comunicação Interpessoal

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

“Não se pode ficar parado, sobretudo num mundo cujos pontos de


referência estão sobre rodas.”
Zygmunt Bauman (1925-2017), sociólogo e filósofo polonês.

Não somos seres isolados. Vivemos em comunidade em todos os estágios da nossa


vida, e no âmbito profissional não seria diferente. Mesmo em profissões que exigem
menos contato humano, ter habilidades de comunicação interpessoal é uma
qualidade que as empresas têm buscado cada vez mais nos profissionais, pois se
trata de pessoas que têm mais facilidade em passar ideias de uma maneira que
todos possam entender sem gerar desentendimentos causados por falhas na
comunicação.

REFLITA
O que é comunicação interpessoal?

Comunicação interpessoal é a troca de informação que existe entre dois


ou mais indivíduos. Basicamente, trata-se de passar e receber
mensagens por meio da fala, da escrita, da mímica e dos meios
tecnológicos (e-mails, intranet, WhatsApp, etc.)

Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu, automaticamente
vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal. No ambiente de
trabalho, devemos ter cuidado com a maneira como passamos as mensagens para
outras pessoas. Aliás, quantos casos você conhece de gente que entrou em conflito
simplesmente por causa de desentendimento na comunicação? A mensagem
desejada não é passada, o emissor é mal interpretado e isso causa um desconforto
entre duas (ou mais) partes.

Uma comunicação interpessoal clara evita conflitos, pois faz com que as mensagens
sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam compreender,
resultando assim no sucesso da troca de informações.

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

NA PRÁTICA
Uma pesquisa realizada por Albert Mehrabian, psicólogo americano e
professor da Universidade da Califórnia – UCLA, constatou que as
formas de comunicação não verbais, aquelas feitas por meio de gestos,
postura corporal e contato visual, são 55% mais impactantes do que
outras formas de comunicação por ser uma forma universal de
relacionamento entre as pessoas. Ainda segundo Mehrabian, 38% do
impacto da comunicação estão no nosso tom de voz, e apenas 7% nas
palavras propriamente ditas. Desenvolver as habilidades de
comunicação não verbal e verbal, portanto, é essencial para
potencializar os resultados e construir harmonia nas relações
interpessoais.

Comunicação no Ambiente
Profissional
Bom, vamos manter algo em mente durante esta aula: comunicar-se não envolve
apenas o que falamos, mas também a maneira que passamos essas informações às
outras pessoas, e isso faz muita diferença quando você está no meio de um grupo
tanto como empregado quanto como empregador.

A linguagem corporal e o tom de voz influenciam na maneira como o outro recebe


a sua mensagem. Por isso, é preciso prestar atenção em como você se porta perto
das pessoas com quem interage, como fala com elas e como gesticula.

Enquanto exercemos nossas atividades diárias, é natural estar sempre comunicando


algo, e claro que existem pessoas que demonstram mais facilidade em estabelecer a
comunicação interpessoal com outros; da mesma forma que há quem considere tal
prática irrelevante. Curiosamente, porém, quem não presta atenção ao jeito como
ele fala com seus colegas são os mesmos que costumam reclamar que são “eternos
incompreendidos”, não é? Daquele tipo que diz: “Ninguém gosta de mim...”!

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

Aprimorar práticas de comunicação interpessoal pode impulsionar sua vida pessoal


profissional. Segundo a Endeavor, maior organização de apoio a empreendedorismo
e empreendedores de alto impacto no mundo, há meios de sempre melhorar as
relações profissionais por meio da comunicação. Vamos aos mais importantes:

Utilize a comunicação interpessoal para resolver conflitos – ter uma boa


comunicação interpessoal ajuda na resolução e na prevenção de conflitos. Não
são raros os casos de profissionais que criam situações conflituosas porque se
negam a dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e
chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre aqueles que
trabalham com você. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure
aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade.
Procure trocar algo mais que palavras – o ideal é que, quando você inicie a
troca de informações com alguém, procure ser empático, ou seja, exerça a
capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim, você conseguirá
conhecer fatos culturais que talvez você jamais chegue a vivenciar.
Aprenda com seus interlocutores – a partir do momento em que você está
aberto para se comunicar, está também aberto para aprender. Lembre-se que
o processo de aprendizagem é bilateral: a troca de ideias e experiências é
bastante relevante para o crescimento pessoal e profissional.
Combata a inibição – a inibição é uma característica normal de muitas
pessoas, mas quando se trata de compartilhar ideias ou conhecimento em um
ambiente de trabalho, ela pode ser prejudicial, pois muitos profissionais deixam
de apresentar suas ideias e mostrar o quanto podem ser valiosos à empresa
por conta da timidez. Por isso, é muito importante exercitar esse lado para
ganhar mais confiança, pois falar faz parte do contexto social em que você está
inserido.
Fique atento ao gestual – a comunicação interpessoal não se dá apenas por
meio das palavras, mas principalmente pela entonação da voz e pelos gestos
que você faz enquanto conversa com alguém. Para quem é atento, a postura e
o gestual demonstram todo tipo de sentimento: euforia, contrariedade,
desânimo, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e desentendimentos.
Melhore o desempenho de sua equipe – seja você gestor ou gerido, quando a
comunicação interpessoal é praticada no ambiente de trabalho, as pessoas
melhoram o desempenho porque passam a conviver melhor na busca de
resultados coletivos. A ideia de uma equipe que sempre está em silêncio não
combina com crescimento.
Promova o autoconhecimento – a comunicação interpessoal também serve
de termômetro para que um profissional saiba como os outros o percebem. Ao
promover as práticas de comunicação interpessoal, você abrirá caminhos para
não apenas conhecer a si próprio, mas para entender como os outros te veem.

Fonte: adaptado de ENDEAVOR BRASIL. Disponível aqui

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

NA PRÁTICA
Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite
entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker,
sócia-fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e
fofocas se tornarem a comunicação oficial de uma organização.

Imagem Pessoal
No mundo profissional, falam-se coisas do tipo: “Você é a sua melhor marca”, "Sua
imagem pessoal é seu cartão de visita” ou “Nos negócios, menos é mais.” Você já
ouviu alguma delas? E concorda?

No mercado de trabalho, a imagem pessoal tem muito valor. A construção da


imagem pessoal no ambiente profissional é algo que se dá ao longo da carreira, mas
é inegável que a marca que deixamos nas pessoas e como seremos lembrados pode
ser positiva ou negativa. E aqui entra outro ditado: “A primeira impressão é a que
fica”. Na modernidade, os profissionais bem-sucedidos obviamente mantêm uma
imagem pessoal positiva. Para tanto, usam seu poder pessoal para conquistar
objetivos, influenciar pessoas e assim construir uma base de valor pessoal sólida.

Mas como usar a imagem pessoal como estratégia profissional? Para ser eficiente, o
marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência. Exibir
roupas de marca, por exemplo, não faz de você um profissional respeitado. Pior: o
resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você exagera
na aparência.

Logo, perceba que não se pode negar que o primeiro julgamento é o visual. É a
partir dele que podemos perceber a que grupo uma pessoa pertence, se é
cuidadosa ou não pelo seu penteado, se é calma ou agitada pelo modo de andar,
sentar e falar, ou seja, fazemos uma avaliação de alguém que nem conhecemos. E
certo ou errado, justo ou injusto, é que cada vez mais importante cuidar da imagem

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19/07/2022 13:36 Comunicação Interpessoal

porque, querendo ou não, o candidato é julgado pelo inconsciente do recrutador, e


depois de contratado, ele será julgado pelo inconsciente dos clientes e parceiros de
negócio.

Mas, então, trata-se de uma “ditadura da imagem perfeita”? Não. Trata-se de ser
flexível e se adequar aos diferentes contextos e grupos sociais que vivemos.
Ninguém veste as mesmas roupas, faz os mesmos gestos ou fala com a mesma
linguagem quando está com os familiares e com os clientes, por exemplo. Sua
imagem pessoal não é única, e o bom profissional é capaz de se adaptar a
diferentes ocasiões sem se esquecer de quem é ele, do seu estilo, da sua
personalidade e dos seus gostos.

No ramo profissional é preciso unir conhecimento técnico com aquisição de


aspectos culturais e sociais. Quer dizer que o profissional tem de desenvolver um
perfil que explore suas habilidades sem mudar suas características pessoais, ao
mesmo tempo em que cria uma imagem sempre coerente com a sua profissão.

Nesse sentido, não importa a função que se esteja exercendo em qualquer área da
organização ou na sociedade: o fundamental é estar incluso (RIZZO, 2017).

CONECTE-SE
No início de 2016, um case corporativo ficou famoso nas redes sociais
quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi
demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos
em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como
"procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de
cimento".

A empresa se manifestou na página do Facebook e afirmou que as


opiniões do estagiário não refletiam a visão da construtora. Via
assessoria de imprensa, a Cantareira disse que ele seria demitido e não
manteriam alguém que disseminasse opiniões sexistas.

Nunca se esqueça de que seusconhecimentos, habilidades, técnicas e outras


qualidades que você possui formamo seu produto. A sua embalagem é a sua
aparência, o seu visual, e é a primeirainformação que o seu cliente ou contratante
tem de você.

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Falhas na comunicação interpessoal


Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar conceitos com
dados: segundo um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas
empresas causados se devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja
algumas das falhas mais recorrentes nesse âmbito:

1 – Não pedir ajuda - quem tem vergonha de tirar alguma dúvida em algum
momento vai fazer algo de errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que nunca
foi feita!

2 – Não explicar quando necessário - às vezes deixamos de explicar qual nossa


expectativa ao designar uma tarefa acreditando que elas já compreenderam.
Procure explicar sem receio o que você deseja dos outros.

3 – Esconder-se atrás do e-mail - mensagens de texto como o WhatsApp também


são válidas nesse caso. Com o advento tecnológico, preferimos enviar um e-mail ou
mensagem a resolver pessoalmente ou fazer uma ligação que levaria menos tempo.
Quando sentir que pode resolver mais rapidamente por meio de uma ação ou
conversa, vá e faça pessoalmente.

4 – Não ir direto ao ponto - existem pessoas que começam um assunto, vão fazer
alguma outra coisa no meio e não conseguem finalizá-lo. Reflita se você é essa
pessoa. Nunca se esqueça de que todo assunto que tem um início deve ter um fim!

5 – Falar demais, escutar de menos - já ouviu falar que não é à toa que temos dois
ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir mais e fala menos, e tenha menos
impulsividade no momento de defender alguma ideia.

6 – Sempre concordar com tudo - nunca seja o tipo de pessoa que concorda com
tudo, até com opiniões e fatos que, na verdade, você não concorda. Procure
questionar aquilo que está sendo transmitido a você e não concordar de primeira
em tudo quanto é assunto - sempre respeitando o ponto de vista do outro, claro.

7 – Não revisar textos - em um e-mail ou mensagem de texto, revise antes de


enviar. Veja se o que foi escrito está correto, se não tem problemas de gramática e se
tem coerência. Revisar informações é muito importante para amadurecer a
comunicação escrita e consequentemente a verbal.

Fonte: adaptado de Disponível aqui

Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos e que


trabalhamos. Por meio da comunicação, é possível consolidar essa positividade, e
com os tópicos abordados nesta aula, você certamente terá uma comunicação de
sucesso com seus pares.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

Inadequações entre Fala e


Escrita

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

Existem várias ferramentas às quais podemos recorrer em caso de dúvida gramatical


tais como dicionários, gramáticas ou uma simples busca no Google. Mas sabemos
que a maioria dos estudantes e profissionais não consultam o dicionário quando se
deparam com uma palavra desconhecida ou não buscam uma gramática para sanar
dúvidas de grafia.

Por isso, é muito comum o indivíduo aprender uma a palavra ou expressão e depois
repeti-la sem conferir como é a escrita, causando uma inadequação entre o que se
ouve - ou o que se fala - e como se escreve.

Vamos a um exemplo: a expressão “por ora”, muito usada em correspondências,


artigos científicos e relatórios, que significa “agora”, “no momento”. Não existe “h” no
termo: “Por ora, nossa pesquisa teve resultados parciais”, ou seja, por enquanto,
até agora, nossa pesquisa teve resultados parciais. Já “por hora” também existe, mas
quer dizer “por um período de 60 minutos”: “O estacionamento cobra por hora.”

A questão, então, é que essa expressão (e outras que são foco desta aula) são
idênticas ou parecidas na fala, mas diferentes na forma escrita.

Veja a seguinte placa:

Muitos acham exagero corrigir quem confunde “um simples ‘há’, ou ‘a’, ou ainda ‘à’...
é tudo igual!”. Mas certamente deixam de achar besteira quando esse tipo de
problema cai em concursos, processos seletivos ou avaliações das quais você
depende para dar um passo importante na vida, além de ser um erro grave de
gramática nas redações cotidianas.

No exemplo acima, a placa está incorreta; e o certo seria:

“HOMENS TRABALHANDO A 300m”.

“A” indica avanço para frente no tempo ou no espaço. Por exemplo: “Moro a dois
quarteirões daqui”, “Vamos nos ver daqui a dois dias”. O “há” refere-se ao passado:
“Falei com ela HÁ duas semanas”.

Vejamos algumas dessas confusões geralmente causadas porque são iguais ou


quase iguais na fala, mas diferentes na forma de escrever.

Confusões entre Fala e Escrita


Vejamos algumas dessas confusões geralmente causadas porque são iguais ou
quase iguais na fala, mas diferentes na forma de escrever.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

MAU é um adjetivo, o oposto de bom:

Exemplo: Estou de bom humor./ Estou de mau humor.

Logo, temos: mau hálito, mau caráter, mau caminho, lobo mau, que
podem ser todos substituídos por “bom” para fazer o antônimo.

MAL é um advérbio, o oposto de bem:

Exemplo: Todos falaram mal do filme. / Todos falaram bem do filme.

Logo, temos: mal estar, passar mal, mal amado, mal visto, que podem
ser todos substituídos por “bem” para fazer o antônimo.

PERDA é um substantivo: a perda, as perdas, uma perda, sua perda,


minha perda...

Exemplo 1: Falar desse assunto é perda de tempo.

Exemplo 2: Sinto muito pela sua perda.

PERCA é verbo no imperativo (o modo domando, do pedido) ou no


subjuntivo:

Exemplo 1: Não perca a promoção de sábado!

Exemplo 2: Mesmo que eu perca, não vou desistir!

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

TAMPOUCO significa “nem”, “também não”.

Exemplo 1: Ele fez o jantar, tampouco varreu a casa!

Exemplo 2: Você não trabalha, tampouco estuda. ( ATENÇÃO : “nem


tampouco” é redundância).

TÃO POUCO quer dizer muito pouco, pouquíssimo.

Exemplo 1: Havia tão pouco entusiasmo naquele grupo que eu me


desanimei.

Exemplo 2: Eu como tão pouco e mesmo assim não perco peso!

SENÃO significa “caso contrário" ou “exceto”.

Exemplo 1: O contrato precisa estar assinado, senão será inválido.

Exemplo 2: Trabalhamos todos os dias, senão aos domingos.

SE NÃO introduz uma condição, usado quando o "se" é uma


conjunção condicional (substituível por "caso").

Exemplo 1: Se não receber a ata por e-mail, avise-me.

Exemplo 2: Amanhã começam as obras se não chover.

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MAS é uma conjunção adversativa, substituível por “porém, contudo,


todavia, entretanto, no entanto”.

Exemplo 1: É preciso trabalhar, mas é preciso se divertir também.

Exemplo 2: Liguei várias vezes, mas ninguém atendeu.

MAIS indica intensidade (em oposição a “menos”), soma ou aumento


de quantidade.

Exemplo 1: Pretendo ir mais vezes à Bahia.

Exemplo 2: Quanto mais estudo, mais aprendo.

ONDE é usado quando se fala de um lugar estático, parado, e pode ser


substituído por “em que” ou “em que lugar”.

Exemplo 1: O local onde a nova escola será construída é agradável.

Exemplo 2: Você sabe onde ela está?

AONDE deve ser usado em frases com verbos de movimento tais


como “ir” e “encaminhar-se” e pode ser substituído por “para onde”,
“para qual lugar”.

Exemplo 1: Aonde João foi com tanta pressa?

Exemplo 2: Ninguém viu aonde se encaminhou o estagiário.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

SAIBA MAIS
Aonde x Onde

“Aonde” é usado quando a frase tem algum verbo de deslocamento,


como é o caso de “ir” e outros que pedem a preposição “a”: ir a, dirigir-se
a, encaminhar-se a, etc. Corresponde a “para onde você foi?”. Com
outros verbos, é apenas “onde”, no sentido de “em que lugar”. Assim, o
correto é “Onde você colocou as chaves?” e não “Aonde você colocou as
chaves?”, “Onde você trabalha?” e não “Aonde você trabalha?”. Mas é
correto “Eu sei aonde ele foi.”, por exemplo.

Certo ou errado?
Além das inadequações causadas porque existem palavras parecidas (como vimos
no tópico anterior), há também o equívoco em si: palavras e expressões que
comumente as pessoas ou aprenderam errado e repassaram adiante ao longo da
vida. Vale lembrar que mesmo que na linguagem coloquial as pessoas dizem o que
é “considerado” certo, se não estiver de acordo com a gramática ou com o dicionário,
está errado.

Então pegue uma caneta ou um lápis, puxe uma folha em branco e vá anotando o
que você sempre falou e escreveu certo e o que você deve se autocorrigir a partir de
agora!

COMO É FALADO / COMO É O CERTO


às custas / à custa

Falado: Ele vive às custas do irmão.

Certo: Ele vive à custa do irmão.

a nível / em nível

Falado: É a melhor escola a nível estadual.

Certo: É a melhor escola em nível estadual.

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ao par / a par

Falado: Joana estava ao par de tudo.

Certo: Joana estava a par de tudo.

rúbrica / rubrica

Falado: Faça uma rúbrica no contrato.

Certo: Faça uma rubrica no contato (sem acento, sílaba tônica “bri”).

todo país / todo o país

A instituição atua em todo país.

A instituição atua em todo o país.

*A frase quer dizer que a instituição atua no país inteiro. Assim, o artigo depois de
todo, toda (Ele comeu toda a comida), todos (Preciso de todos os relatórios), todas
(Todas as alunas estão convidadas) é obrigatório. Sem o artigo, todo passa a ser
sinônimo de "qualquer", como na frase "todo homem é igual perante à Lei.”

consigo / com você

Falado: Vou consigo até a cidade.

Certo: Vou com você até acidade.

renite / rinite

Falado: Tenho renite.

Certo: Tenho rinite.

florescentes / fluorescentes

Falado: Lâmpadas florescentes.

Certo: Lâmpadas fluorescentes.

quites / quite

Falado: Eu estou quites com você.

Certo: Eu estou quite com você.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

*QUITE é adjetivo e, portanto, deve concordar com a palavra a que se refere: Eu


estou quite. Eles estão quites.

vende-se / vendem-se

Falado: Vende-se duas casas na praia.

Certo: Vendem-se duas casas na praia.

interviu / interveio

Falado: O professor interviu na briga.

Certo: O professor interveio na briga.

germinada / geminada

Falado: Casa germinada.

Certo: Casa geminada.

*A casa não germina como planta. “Geminado” vem de gêmeas, unidas, iguais.

descriminação / discriminação

Falado: Diga não à descriminição!

Certo: Diga não à discriminação!

calabreza e portugueza / calabresa e portuguesa

Falado: Pizza calabreza e portugueza.

Certo: Pizza de calabresa e portuguesa.

hipocresia / hipocrisia

Falado: Pare com essa hipocresia.

Certo: Pare com essa hipocrisia.

beneficiente / beneficente

Falado: Faremos um bazar beneficiente.

Certo: Faremos um bazar beneficente.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

CONECTE-SE
Está on-line e pintou uma dúvida de como escrever uma palavra ou
verificar se ela existe na língua portuguesa? Pesquise no VOLP, o
Vocabulário Ortográfico oficial da Língua Portuguesa:

Exercícios Práticos
O gabarito está no exercício. Mas não se autossabote! Não espie a resposta certa
para fazer, ok? Vamos lá:

1. Escolha a forma correta:

a) Estou cansado, _______________ (mas/mais) sairei com vocês.

Estou cansado, mas sairei com vocês.

b) A equipe falou muito _______________ (mal/mau) do último gestor.

A equipe falou muito mal do último gestor.

c) Sou bem saudável: não fumo, _______________ (tampouco/tão pouco) bebo.

Sou bem saudável: não fumo, tampouco bebo.

d) Espero que você nunca _______________ (perda/perca) a vontade de se atualizar!

Espero que você nunca perca a vontade de se atualizar!

e) Você não vai perder seus medos _______________ (se não/senão) tentar superá-
los.

Você não vai perder seus medos se não tentar superá-los.

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

f) _______________ (Onde/Aonde) Lilian colocou os fichários?

Onde Lilian colocou os fichários?

g) É preciso acabar com o _______________ (mal/mau) hábito do sedentarismo.

É preciso acabar com o mau hábito do sedentarismo.

h) Foi uma _______________ (perda/perca) irreparável a saída dele.

Foi uma perda irreparável a saída dele.

i) Não nos satisfaremos com _______________ (tampouco/tão pouco) na vida.

Não nos satisfaremos com tão pouco na vida.

j) Alguém sabe _______________ (onde/aonde) ela foi ontem à noite?

Alguém sabe aonde ela foi ontem à noite?

k) A entrada para a cidade fica _______________ (a/há) 1km daqui.

A entrada para a cidade fica a 1km daqui.

l) Comece a fazer o relatório agora, _______________ (se não/senão) você vai


atrasar.

Comece a fazer o relatório agora, senão você vai atrasar.

2. Assinale C (certo) ou E (errado) para a grafia da palavra em destaque:

a) O projeto foi levado a todo o país, de norte a sul. ( )

Certo.

b) A conta foi paga e estamos quite. ( )

Errado.

c) A hipocresia é uma das piores atitudes do ser humano. ( )

Errado.

d) Sabemos que sucesso vem à custa de esforço. ( )

Certo.

e) Em nível acadêmico, esta instituição é a melhor! ( )

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19/07/2022 13:37 Inadequações entre Fala e Escrita

Certo.

f) Descriminação racial é crime. ( )

Errado.

g) A polícia fez certo quando interveio na contenda dentro da escola? ( )

Certo.

h) A filial fica a 200km daqui. ( )

Certo.

i) Algumas substâncias provocam renite. ( )

Errado.

j) A coroa portugueza foi símbolo de poder até o fim da monarquia. ( )

Errado.

k) Estou na correria, mas, por ora, consigo um horário para atendê-lo. ( )

Certo.

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

Homônimos
e Parônimos

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

Quantas vezes você parou para pensar qual a grafia correta de alguns termos e
expressões da língua portuguesa? Se foram muitas vezes, não se preocupe: nosso
idioma é cheio de pegadinhas na grafia, mesmo. Mas chegou a hora de estudar em
um nível conceitual, mais aprofundado, para que, da próxima vez que a dúvida surgir,
você saiba onde procurar reposta e se corrigir.

A diferença entre eminente e iminente é um exemplo clássico da confusão entre


algumas palavras que são quase idênticas e têm significados diferentes, e não é raro
vermos pessoas consideradas estudadas - jornalistas, repórteres, professores, etc. -
usarem-nas de forma trocada. Mas por que isso acontece? Porque vai de cada
indivíduo descobrir um jeito de guardar qual é um e qual é outro, pois não há uma
regra gramatical que justifique tal semelhança.

No caso, EMINENTE, segundo o dicionário on-line Priberam, significa “ilustre,


excelente, que excede os outros”. Já IMINENTE quer dizer “imediato, próximo, que
está para acontecer”. Logo, são comuns expressões do tipo:

perigo iminente personalidade eminente


risco iminente posição eminente
partida iminente deputado eminente
morte iminente região eminente
derrota iminente eminente diretora
guerra iminente eminente obra

Homônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia - às vezes, a mesma grafia - ,
mas que possuem significados diferentes.

Exemplo 1: Acender (colocar fogo) / ascender (subir)

Exemplo 2: Acento (sinal gráfico) / assento (lugar em que se senta)

Veja alguns exemplos no quadro a seguir:

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

acender (colocar fogo) ascender (subir)

acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)

apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)

bucho (estômago) buxo (arbusto)

caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)

cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)

cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)

censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)

céptico (descrente) séptico (que causa infecção)

cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)

cerrar (fechar) serrar (cortar)

cervo (veado) servo (criado)

chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)

cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)

círio (vela) sírio (natural da Síria)

cito (forma do verbo citar) sito (situado)

concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)

concerto (sessão musical) conserto (reparo)

coser (costurar) cozer (cozinhar)

esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)

espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que espera)

esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)

espiar (observar) expiar (pagar pena)

espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)

estático (imóvel) extático (admirado)

esterno (osso do peito) externo (exterior)

estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)

estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)

incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)

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incipiente (principiante) insipiente (ignorante)

laço (nó) lasso (frouxo)

ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)

tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)

tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Fonte: Disponível aqui

NA PRÁTICA
Você já deve ter ouvido essa expressão, certo? Mas o correto é que
alguém foi o bode ESPIATÓRIO ou o bode EXPIATÓRIO?

O correto é “expiatório”, do verbo “expiar”, que quer dizer pagar por um


erro, remir-se de uma culpa; e não “espiatório”, de quem está espiando.
“Bode expiatório” é uma expressão usada para definir uma pessoa sobre
a qual recaem as culpas alheias, quando alguém é acusado de um delito
que não fez. É quando alguém leva sozinho a culpa de algo errado.

Parônimos
Parônimos são palavras com grafias ou pronúncias parecidas, mas com significados
diferentes e por isso facilmente confundidas:

Exemplo 1: Absolver (perdoar, inocentar) / absorver (sorver, aspirar).

Exemplo 2: Cavaleiro (que cavalga) / cavalheiro (homem cortês, educado).

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

Figura 1 - EMIGRAR: Deixar um país, sair da sua pátria.

Fonte: Pixabay.

Figura 2 - IMIGRAR: Estabelecer-se em um país estrangeiro, geralmente em


definitivo.

Fonte: Pixabay.

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

Veja alguns exemplos no quadro a seguir:

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)

apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)

aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

delatar (denunciar) dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

despensa (onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)

docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado)

fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)

fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

inflação (alta dos preços) infração (violação)

infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

peão (domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes) procedente (que tem fundamento)

ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

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recrear (divertir) recriar (criar novamente)

soar (produzir som) suar (transpirar)

sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar)

tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)

Fonte: Disponível aqui

Expressões Parônimas
Além de palavras, existem também expressões incluídas no conceito do que é
parônimo: escritas ou pronunciadas de forma parecidas, mas com significados
diferentes.

Vamos às mais problemáticas:

Ao encontro de tem sentido positivo, significa “em busca de”, “em


direção a”, “para junto de”: Ele foi ao encontro do sucesso.

De encontro a tem sentido negativo, significa “em oposição a”, “para


chocar-se com”: O motorista foi de encontro ao muro.

Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”: Falei acerca de política.

A cerca de: indica aproximação: Estava a cerca de 3 km daqui.

E ainda temos Há cerca de: indica tempo decorrido: Brigamos há cerca


de um mês.

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A princípio significa no começo, para começar: A princípio, pensei em


desistir.

Em princípio significa de maneira geral, sem entrar em detalhes, de


forma geral: Em princípio, todos deveriam ter acesso à educação.

Assistir ao significa ver, olhar: Hoje vou assistir ao jogo/ à novela.

Assistir significa tomar conta, cuidar, dar assistência: O médico assistiu a


paciente/ o paciente.

Cessão: ato de ceder; A cessão do local pelo município tornou possível a


realização da obra.

Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção


do ministério ele trabalha?

E ainda temos Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um


congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma
tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciada em 1º de agosto.

Conjectura: suspeita, hipótese, opinião.

Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

Despercebido: que não se percebeu, não observado, não notado. Meu


aniversário passou despercebido, que triste.

Desapercebido: desprevenido, que não está preparado, sem provisões:


Quando viu que ela estava desapercebida, ele lhe roubou a bolsa.

Traz: do verbo “trazer”. Todo dia ele traz um livro novo para casa.

Trás: atrás, na parte posterior, detrás. Falar por trás das costas é fácil.
Tente cara a cara!

Fonte: adaptado de "Parônimos" em Só Português. Disponível aqui

Exercícios Práticos
Hora de pegar folha e papel!

1. Escolha o termo correto para o contexto:

a) O político foi _______________ (caçado/cassado) por irregularidades


parlamentares.

O político foi cassado por irregularidades parlamentares.

b) É preciso ter _______________ (censo/senso) de coletividade para viver em


sociedade.

É preciso ter senso de coletividade para viver em sociedade.

c) A idoneidade do diretor foi colocada em _______________ (cheque/xeque).

A idoneidade do diretor foi colocada em xeque.

d) A impressora precisa de _______________ (concerto/conserto) urgentemente.

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

A impressora precisa de conserto urgentemente.

e) O _______________ (estrato/extrato) bancário pode ser adquirido via internet.

O extrato bancário pode ser adquirido via internet.

f) Julia foi _______________ (tachada/taxada) de inconsequente.

Julia foi tachada de inconsequente.

g) Luis sabe _______________ (coser/cozer) muito bem, mas ainda não sabe cozinhar.

Luis sabe coser muito bem, mas ainda não sabe cozinhar.

h) Todos querem _______________ (acender/ascender) social e profissionalmente na


vida.

Todos querem ascender social e profissionalmente na vida.

i) Os _______________ (estratos/extratos) sociais mais baixos são sempre os mais


afetados durante crises econômicas.

Os estratos sociais mais baixos são sempre os mais afetados durante crises
econômicas.

2. Veja os parônimos do quadro e coloque-os nas orações corretas:

PRECEDENTES PROCEDENTES

EM PRINCÍPIO A PRINCÍPIO

DE ENCONTRO AOS AO ENCONTRO DOS

DISCRIÇÃO DESCRIÇÃO

ASSISTIU O ASSISTIU AO

EMINENTE IMINENTE

SEÇÕES SESSÕES

a)_____________ , segundo a Constituição, todos somos iguais.

Em princípio, segundo a Constituição, todos somos iguais.

b) A enfermeira ____________ jovem enfermo durante a tarde toda.

A enfermeira assistiu o jovem enfermo durante a tarde toda.

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c) Jacques Chirac era um ____________ político, ex-presidente da França.

Jacques Chirac era um eminente político, ex-presidente da França.

d) Peço a sua total ___________ sobre esta entrevista de emprego.

Peço a sua total discrição sobre esta entrevista de emprego.

e) Todos os ____________ dele indicam que se trata de uma ótima pessoa.

Todos os precedentes dele indicam que se trata de uma ótima pessoa.

f) Nós não concordamos politicamente: suas convicções vão _____________ meus


ideais.

Nós não concordamos politicamente: suas convicções vão de encontro aos meus
ideais.

g) Existem tantas ____________ eleitorais que nem sei em qual eu voto.

Existem tantas seções eleitorais que nem sei em qual eu voto.

h) Seus argumentos têm ____________ sólidos. Parabéns!

Seus argumentos têm procedentes sólidos. Parabéns!

i) Pensei em desistir ____________, mas logo recobrei a vontade de fazer exercícios


físicos.

Pensei em desistir a princípio, mas logo recobrei a vontade de fazer exercícios físicos.

j) Nunca pensei que fôssemos tão parecidos! Meus planos vão _______________
seus!

Nunca pensei que fôssemos tão parecidos! Meus planos vão ao encontro dos seus!

k) A ____________ das mercadorias deve vir na nota fiscal.

A descrição das mercadorias deve vir na nota fiscal.

l) Você ______________ curso exibido via internet?

Você assistiu ao curso exibido via internet?

m) É ___________ tomar uma decisão acertada: não temos mais margem para
equívocos.

É iminente tomar uma decisão acertada: não temos mais margem para equívocos.

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19/07/2022 13:37 Homônimos e Parônimos

n) Quantas____________ de terapia serão necessárias para me darem um


diagnóstico?

Quantas sessões de terapia serão necessárias para me darem um diagnóstico?

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19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

Formas de Porquês

AUTORIA
Juliana Spadoto

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 1/6
19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

Olá, estimados(as)!

Já que estamos na aula passada falamos de palavras e expressões fáceis de


confundir, vamos dar continuidade ao conteúdo com as quatro formas de porquês.

Na língua portuguesa, existem quatro formas de usar o porquê:

PORQUE (junto e sem POR QUE (separado e PORQUÊ (junto e com POR QUÊ (separado e
acento) sem acento) acento) com acento)

PORQUE

Segundo Martins e Zilberknop (2019), escreve-se porque, em uma só


palavra, quando se trata de uma conjunção causal ou explicativa.
Significa por causa de, pois:

Exemplo 1: Vamos nos apressar, porque o ônibus vem vindo.

Exemplo 2: Sou feliz porque tenho quem cuide de mim.m sentido


positivo, significa “em busca de”, “em direção a”, “para junto de”: Ele foi
ao encontro do sucesso.

POR QUE

Usa-se quando for "o motivo pelo qual" (geralmente usado junto dos
verbos do tipo “saber, entender, desconfiar, imaginar, supor”) e no
começo ou meio de perguntas.

Exemplo 1: Agora eu sei por que você sempre vai embora mais cedo.

Exemplo 2: Por que a gente nunca vai jantar no restaurante japonês?

Exemplo 3: Não entendo por que ele saiu e nem deu tchau.

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 2/6
19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

PORQUÊ

É um substantivo que pode ser substituído pela palavra “motivo”. Vem


junto de artigo (O/UM PORQUÊ = O/UM MOTIVO), de um pronome
possessivo (MEU PORQUÊ = MEU MOTIVO) e tem plural (OS PORQUÊS).

Exemplo 1: Você só arruma desculpa para não sair, é um porquê atrás


do outro!

Exemplo 2: A infância é a fase dos porquês.

POR QUÊ

Quando o "que" estiver em final de sentença ou interrogação, ou seja,


ao lado da pontuação (seja ponto final ou vírgula), precisa sempre ter o
acento, em todos os casos.

Exemplo 1: Ele está triste por quê? Por quê?

Exemplo 2: Ninguém me explicou por quê, mas não vamos receber


aumento.

Veja esta capa:

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 3/6
19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

Fonte: arquivo pessoal.

O livro acima era uma famosa enciclopédia de perguntas e respostas dos anos de
1960 e 70; uma espécie de “minigoogle” da era pré-internet. Mas talvez não fosse
bom fazer a esse oráculo perguntas sobre gramática ou uso dos porquês – a própria
capa estampa o uso errado. Qual seria a grafia certa? É “por quê” separado, por se
tratar de uma interrogativa isolada, sozinha e sem complemento (final da pergunta).

Enquanto isso, na internet...

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 4/6
19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

A cantada pode até ser boa (será?), mas o “por que” deveria ser separado: mesmo
estando no meio da frase, trata-se de uma interrogativa.

Exercícios
Complete com POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ:

a) _______________ você não fica mais um pouco?

POR QUE você não fica mais um pouco?

b) Ele não faz os exercícios _______________ não quer.

Ele não faz os exercícios PORQUE não quer.

c) Não entendo o _______________ dessas atitudes rudes.

Não entendo o PORQUÊ dessas atitudes rudes.

d) Gostaria de saber o motivo _______________ você não veio ontem.

Gostaria de saber o motivo POR QUE você não veio ontem.

e) Não sei _______________ ele não gosta dela.

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 5/6
19/07/2022 13:37 Formas de Porquês

Não sei POR QUE ele não gosta dela.

f) Você não mandou a fatura _______________?

Você não mandou a fatura POR QUÊ?

g) Nem sempre chegamos a saber o _______________ das coisas.

Nem sempre chegamos a saber o PORQUÊ das coisas.

h) Sua atitude era elogiável _______________ era sincera.

Sua atitude era elogiável PORQUE era sincera.

i) Estes são os direitos _______________ estamos lutando.

Estes são os direitos POR QUE estamos lutando.

j) Falta sabeestamos sem luz elétrica.

Falta saber POR QUE estamos sem luz elétrica.

k) Eles estão revoltados _______________ ?

Eles estão revoltados POR QUÊ?

l) Não fui _______________ não tive tempo.

Não fui PORQUE não tive tempo.

Fonte: Adaptado de Martins e Zilberknop, 2019.

Fonte: Adaptado de Martins e Zilberknop, 2019.

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/12-formas-de-porques.html 6/6
19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

Verbos Problemáticos

AUTORIA
Juliana Spadoto

https://moodle.ead.unifcv.edu.br/pluginfile.php/534059/mod_resource/content/1/book/13-verbos-problematicos.html 1/9
19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

Olá a todos!

Nesta aula, vamos falar sobre alguns verbos problemáticos quando se trata de
conjugação.

Um exemplo: o verbo “caber”, no presente, na primeira pessoa do singular (“eu”), fica


“caibo”. O verbo medir fica “meço”. São formas irregulares, mas mesmo assim, pela
frequência do uso, é mais fácil de responder. Mas e o verbo “explodir”? “Eu explodo,
eu expludo?” E “abolir?” “Eu abulo?”

Antes de irmos à matéria, adianto que esses dois verbos (explodir e abolir) não têm
forma de presente na primeira pessoa do singular (eu).

Verbos Defectivos
Defectivo vem de “defeituoso”. Assim, verbos defectivos são aqueles que possuem
uma conjugação incompleta, ou seja, não se conjugam em todos os modos, tempos
e pessoas.

Os motivos pelos quais esse fato ocorre são variados: alguns verbos se fossem
conjugados iriam se confundir com outros, como é o caso de “falar” e “falir”, que na 1ª
pessoa do indicativo (eu) ficariam do mesmo modo (“falo”). Assim, somente o verbo
“falar” tem conjugação na primeira pessoa do singular do presente do indicativo.
Para expressar o verbo “falir”, é preciso usar outra expressão, como “Estou indo à
falência” ou “Vou falir”.

Além do problema de equívoco que os verbos defectivos poderiam causar, há ainda


outras causas: algumas formas são repudiadas porque causam sons desagradáveis,
por não serem comuns no cotidiano ou por terem conotações pejorativas.

Porém, vale destacar que o fato de um verbo ser caracterizado como defectivo hoje
não quer dizer que será assim para sempre. A língua é viva, e nós, como falantes
nativos, podemos adaptar a escrita à fala de acordo com a necessidade da época em
que estamos.

Defectivos inexistentes com o pronome


“eu” no presente
Vejamos uma lista de verbos defectivos inexistentes no presente, na 1ª pessoa do
singular (eu):

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

abolir compelir florir*

adir demolir ganir

banir discernir imergir

bramir esbaforir latir*

brandir exaurir munir

carpir explodir retorquir

colorir extorquir ruir

comedir-se falir submergir

*verbos unipessoais, ou seja, que não são atribuídos a pessoas (chover, ventar, nevar,
miar, rugir, mugir...) são usados apenas em linguagem figurada ou poética por
razões óbvias.

Defectivos existentes com o pronome “eu”


no presente
Agora, vamos a uma lista de verbos que existem na 1ª pessoa do presente do
indicativo, mas que podem causar dúvidas quanto à sua forma por soarem
estranhos:

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

ACUDIR – EU ACUDO RESSARCIR - EU RESSARÇO

ADERIR – EU ADIRO COMPUTAR - EU COMPUTO

CABER – EU CAIBO EXPRIMIR - EU EXPRIMO

COMPETIR - EU COMPITO COIBIR - EU COÍBO

AGUAR – EU ÁGUO DIVERGIR - EU DIVIRJO

MEDIR – EU MEÇO VALER - EU VALHO

ADEQUAR – EU ADÉQUO AQUECER - EU AQUEÇO

MEDIAR – EU MEDEIO PERDER - EU PERCO

INTERMEDIAR – EU INTERMEDEIO POLIR - EU PULO

ANSIAR – EU ANSEIO JAZER - EU JAZO

REQUERIR – EU REQUEIRO ROER - EU ROO

FREAR – EU FREIO (RE)ERGUER – EU (RE)ERGO

RIR – EU RIO ABRANGER - EU ABRANJO

SACAR – EU SACO PENTEAR - EU PENTEIO

MAQUIAR - EU MAQUIO

Fonte: Adaptado de Almeida, 1985.

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

NA PRÁTICA
Você viu na lista anterior que “intermediar” é “eu intermedeio”? Embora
estranho, isso acontece com alguns verbos com a mesma terminação, e
para você memorizar, pense na regra do MÁRIO, que reúne as iniciais
dos principais verbos com esse padrão de conjugação:

Mediar

Ansiar

Remediar

Incendiar

Odiar

Ter, pôr, vir e ver (e derivados)


A maior dificuldade em relação aos verbos TER, PÔR, VIR E VER é a conjugação deles
em certos tempos e modos. O certo é "quando eu pôr" ou "quando eu puser"? "Se
eu vir ao colégio" ou "Se eu vier ao colégio?".

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

NA PRÁTICA
Lembra-se do modo subjuntivo?

O tempo verbal denominado pretérito do subjuntivo indica hipótese e


condição, e é iniciado pela conjunção "se" ou pela conjunção "caso". São
aqueles que terminam na desinência "-sse": "Se eu estudasse”, "Caso
estudássemos mais".

O tempo verbal denominado futuro do subjuntivo indica possibilidade


futura. É iniciado pela conjunção "quando" ou pela conjunção "se" e
caracterizado pela desinência "ar", "er" ou "ir" e geralmente
acompanhado de outro verbo no futuro do presente do indicativo: "Se
eu estudar mais, conseguirei melhores notas"; "Quando estudarmos
mais, conseguiremos melhores notas".

ter– deter, reter, conter, entreter .

pôr – propor, supor, depor, opor, expor, compor, antepor, contrapor,


recompor, transpor .

vir – intervir, sobrevir, convir, desavir .

ver – prever, antever, rever, prover .

Errado: Se mantermos contato, será legal.

Certo: Se mantivermos contato, será legal.

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

Errado: Esperava que você se oponhasse ao cargo.

Certo: Esperava que você se que você se opusesse ao cargo.

Errado: Se a empresa o mantesse , seria um desastre.

Certo: Se a empresa o mantivesse , seria um desastre.

Errado: Quando pormos dinheiro na conta, nós avisamos.

Certo: Quando pusermos dinheiro na conta, nós avisamos.

Errado: Se o IR reter minha declaração, terei que refazê-la.

Certo: Se o IR retiver minha declaração, terei que refazê-la.

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

Errado: Se você ver a professora, mande um abraço.

Certo: Se você vir a professora, mande um abraço.

Errado: Ela iria embora se suposse o que aconteceria.

Certo: Ela iria embora se supusesse o que aconteceria.

Errado: Embora eu prevesse minha nota, foi pior ainda!

Certo: Embora eu previsse minha nota, foi pior ainda!

Errado: Se ele composse algo bom, eu escutaria.

Certo: Se ele compusesse algo bom, eu escutaria.

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19/07/2022 13:38 Verbos Problemáticos

Errado: Vou devolver a caixa se ela conter nove unidades.

Certo: Vou devolver a caixa se ela contiver nove unidades.

Errado: Quando ela vir , peça que traga um casaco.

Certo: Quando ela vier , peça que traga um casaco.

CONECTE-SE
Um conjugador online bastante prático é o
http://www.conjugador.com.br/. É só digitar o verbo sobre o qual você
tem dúvida e aparece a conjugação completa, em todos os tempos,
modos e pessoas.

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

Vícios de Linguagem: Você


Tem?

AUTORIA
Juliana Spadoto

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

Algumas incorreções acontecem com mais frequência na escrita; outras, mais na fala.
O fato é que é necessário cuidado constante para evitar vícios de linguagem em
qualquer situação comunicativa, pois em algum momento você será testado. Um
exemplo são as redações e respostas dissertativas que muitas entrevistas de emprego
e processos seletivos exigem. Nessas situações, mais do que testar seu nível de
conhecimento, o que se analisa é a sua capacidade de se expressar na linguagem
escrita com menor número possível de erros gramaticais e vícios de linguagem.

Assim, vamos abordar aqui os principais vícios de linguagem com o propósito de


fornecer suporte para que você, aluno(a), identifique se possui algum desses hábitos
ruins na fala ou na escrita. Vamos lá?

Pleonasmo ou Redundância
Pleonasmo é uma figura de linguagem que significa usar as palavras de forma
redundante, por isso é também chamado de redundância.

Fugindo um pouco do “subir pra cima”, “descer pra baixo”, “sair pra fora” e “entrar pra
dentro”, note que as pessoas falam coisas do tipo “encarar os fatos de frente” (tem
como encarar de lado ou de costas?), “dar ré para trás” (tente dar ré para o lado!), ter
“hemorragia de sangue” – sem comentários – e “repetir de novo” (seriam três vezes
então?).

Veja e marque quais dessas redundâncias você já falou ou já viu por aí:

Abismo sem fundo Hemorragia de sangue

Abusar demais Hepatite do fígado

Acabamento final Individual de cada um

Adega de bebida Introduzir dentro

Adiar para depois Labaredas de fogo

Amanhecer o dia Lágrimas nos olhos

Anexar junto Lançamento novo

Arvore oca por dentro Manter o mesmo

Avançar para frente Massa polar fria

Batom na boca Minha opinião pessoal

Canja de galinha Monopólio exclusivo

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Comparecer em pessoa Negociata suja

Consenso geral Novidade inédita

Conviver juntos Orbitar ao redor

Criar novos Perpetuar-se para o futuro

Crise caótica Planejar antecipadamente

Decapitar a cabeça Plebiscito popular

Déficit negativo Pomar de frutas

Descoberta de novos Preconceito intolerante

Devolvido de volta Principal protagonista

Duas metades iguais Recuar para trás

Elo de ligação Reincidir de novo

Empréstimo temporário Repetir outra vez

Encarar de frente Safra agrícola

Engolir pela boca Sorriso nos lábios

Exportar para fora Surpresa inesperada

Exultar com alegria Útero materno

Fato verídico Vereador municipal

Ganhe grátis Voar pelos ares

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

CONECTE-SE
Para complementar a leitura, veja um vídeo clássico do “Nós na Fita” - a
dupla Marcius Melhem e Leandro Hassum - abordando alguns
pleonasmos com muito humor.

Redundância Sintática
A redundância não acontece apenas em nível de sentido, mas também de estrutura.
Veja:

Errado: SE CASO você quiser, podemos marcar uma aula.

Certo: SE você quiser , podemos marcar uma aula.

Ou: CASO você queria, podemos marcar uma aula.

Errado: HÁ um ano ATRÁS , mudei-me para cá.

Certo: HÁ um ano, mudei-me para cá.

Ou: Um ano ATRÁS , mudei-me pra cá!

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

Errado: Ela NEM SEQUER me deu tchau ao sair.

Certo: Ela NEM me deu tchau ao sair.

Ou: Ela SEQUER me deu tchau ao sair.

Errado: Nós NUNCA JAMAIS enfrentamos um processo judicial.

Certo: Nós NUNCA enfrentamos um processo judicial.

Ou: Nós JAMAIS enfrentamos um processo judicial.

Errado: O assunto AINDA vai CONTINUAR em discussão por muito


tempo.

Certo: O assunto AINDA vai ficar em discussão por muito tempo.

Ou: O assunto vai CONTINUAR em discussão por muito tempo.

Errado: AMBOS OS DOIS candidatos foram bem na prova.

Certo: AMBOS OS candidatos foram bem na prova.

Ou: OS DOIS candidatos foram bem na prova.

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

Errado: TODOS da classe foram UNÂNIMES na escolha do


representante.

Certo: TODOS da classe escolheram o representante.

Ou: A classe foi UNÂNIME na escolha do representante.

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SAIBA MAIS
Certamente você já deve ter visto a placa acima em algum elevador,
certo? E por que ela está em um material sobre erros da língua
portuguesa? Por causa do pronome “mesmo”. Há uma tendência
equivocada principalmente na linguagem escrita de se utilizar esse
termo para substituir um substantivo. Por exemplo: “Consultei vários
autores, e os mesmos indicaram a solução da questão” está errado. O
correto é: “Consultei vários autores, e eles indicaram a solução da
questão.”

“Li a crônica e tirei conclusões da mesma” (Errado).

“Li a crônica e tirei conclusões dela” (Correto).

Assim, antes de escrever o termo “o mesmo” ou “a mesma”, pare e


analise se há outro jeito de escrever a frase. No caso da placa do elevador,
uma opção seria a frase “ANTES DE ENTRAR, VERIFIQUE SE O ELEVADOR
ENCONTRA-SE PARADO NESTE ANDAR”.

Ah: e se você tem idade para lembrar do extinto Orkut, você talvez se
lembre de que lá havia uma comunidade chamada “Eu tenho medo do
mesmo” satirizando esse aviso do elevador.

Ambiguidade
A transcrição acima é da embalagem de um produto e ilustra bem o que é
ambiguidade: quando uma mensagem está escrita de tal maneira que causa certa
estranheza quanto ao significado, geralmente relacionado à ordem das palavras.

Nesse caso, a expressão “em pó” está no lugar errado na frase, causando a sensação
imediata de que os atletas são em pó. Obviamente, sabemos que tal coisa não existe,
mas demonstra um despreparo linguístico e leva a um problema de coesão e
coerência. O adequado seria “suplemento energético em pó para atletas”.

Outros exemplos de ambiguidade:

O garoto está sentado perto do banco. (banco, aqui, é um assento ou uma


agência bancária?)

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

Uma construção como "O garoto está sentado perto do banco da praça" não deixaria
esta dúvida.

O sargento estava precisando do cabo. (este cabo é relativo à patente de um


militar ou ao cabo de uma vassoura, por exemplo?)

Tomei o isqueiro de João. (tomei o isqueiro que estava com João ou o isqueiro
que pertencia a João?)

Preciso da chave do armário que estava na cozinha. (quem estava na cozinha, a


chave ou o armário?)

Pedro disse a Jorge que seus argumentos convenceriam seu pai. (os
argumentos de quem convenceriam: de Pedro ou de Jorge?)

Crianças que comem doces frequentemente têm cáries. (crianças que


frequentemente comem doces ou crianças têm cáries frequentemente?)

A ambiguidade também pode acontecer por uso incorreto dos pronomes


possessivos. Hoje, estabeleceu-se na mídia (jornalismo, legendagem, etc.) que é
melhor utilizar o os pronomes dele e dela no lugar de “seu” quando se refere a uma
terceira pessoa. Veja:

O enunciado diz “seu cão”, ou seja, do dono do cão (ou tutor, como as associações de
proteção a animais sugerem), o que está correto. Mas o erro foi usar “suas fezes” no
lugar de “as fezes dele”, ou simplesmente “recolha as fezes” – obviamente as fezes do
cachorro.

Bom, se é para cumprir a lei, então ninguém mais anda no Trianon em São Paulo,
parque em que se encontra a placa de onde a transcrição acima foi tirada: nem
bicicleta, nem adulto, nem criança.

Gerundismo
Quando se fala em gerundismo - e se fala bastante! -, é comum as pessoas
apresentarem muitas dúvidas sobre esse conceito gramatical. Há até quem pergunte
se a forma verbal do gerúndio não é mais usada ou se é errado usá-la. Mas é muito
importante salientar que gerúndio e gerundismo são coisas distintas! Então, antes
que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado pelo certo, vamos nos
lembrar de algumas regras:

GERÚNDIO é o nome dado à forma verbal que termina em “-NDO”: estudando,


escrevendo, sorrido, propondo, etc. Essa forma expressa uma ação em curso no
presente ou no passado, e pode ser usado sozinho ou com outro verbo (composto):

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19/07/2022 13:38 Vícios de Linguagem: Você Tem?

1. Vi as crianças brincando na pracinha.


2. Os alunos estavam conversando enquanto a professora explicava a matéria.
3. Ela chegou alegrando o escritório.
4. Este ano, estou estudando com afinco.

O problema, contudo, é que o gerúndio passou a ser utilizado para conferir ao verbo
uma ideia de progressividade no futuro e, conforme a norma culta, isso caracteriza
erro ou vício de linguagem:

1. Eu vou estar fazendo um bolo para o seu aniversário.


2. Eu estarei telefonando para a escola para conversar com a professora.
3. Você pode estar depositando o valor amanhã.
4. Nós vamos estar resolvendo o problema assim que possível.

O segredo é ter cuidado dobrado quando você usar verbos no gerúndio.

Exercícios
1) Leia este aviso, comumente encontrado em locais público:

Como vimos, criou-se recentemente a palavra “gerundismo” para designar o uso


abusivo do gerúndio. Na sua opinião, esse tipo de desvio ocorre no aviso acima?
Explique.

No aviso em questão, não há desvio de gerundismo, pois a forma verbal de gerúndio


foi empregada de forma correta. A construção “está sendo filmado” dá a ideia
correta de continuidade. Errado seria “você pode estar sendo filmado”, com ideia no
futuro.

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19/07/2022 13:38 Erros Comuns da Língua Portuguesa

Erros Comuns da Língua


Portuguesa

AUTORIA
Juliana Spadoto

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“Um bom professor de português quer formar bons usuários da língua


escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de
literatura!” - Marcos Bagno, professor, sociolinguista e filólogo brasileiro.

Não é novidade nenhuma que o nosso idioma é complexo por natureza, e que é
exatamente a essa complexidade que devemos prestar atenção e começar a nos
corrigir, a nos acostumar com o correto. É o que chamamos de “pegadinhas” nas
avaliações, mas que na verdade é um ponto que os avaliadores têm para medir o
grau de contato do candidato com o idioma.

Ninguém, nem mesmo profissionais da área de Letras, é obrigado a saber de tudo –


para isso existe o auxílio de livros, dicionários e gramáticas. Mas o que se espera é que
o aluno, em algum momento da sua vida, estude português em um nível tal que seja
capaz de se destacar de outros que nunca buscaram saber como falar e escrever
corretamente. Uma pequena informação a mais que o concorrente e você já está um
passo à frente dele.

Assim, a intenção é oferecer um panorama dos problemas mais comuns observados


na população média e tentar saná-las. Preparado?

CONECTE-SE
Antes de iniciarmos esta discussão, assista a uma reportagem que
revela um número surpreendente: em cada dez pessoas que passam
por uma entrevista de emprego, sete são reprovadas porque falam e
escrevem errado. Vá lá:

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Erros Genéricos
A comparação abaixo é uma coletânea de erros comumente encontrados em
escritos de diferentes gêneros: profissionais, acadêmicos, empresariais e pessoais.
Confira e corrija-se!

Errado: Fazem 12 anos que não viajo ao exterior.

Certo: Faz 12 anos que não viajo ao exterior.

Errado: Aquele foi o tempo onde mais fomos felizes.

Certo: Aquele foi o tempo em que/quando mais fomos felizes.

Errado: Acusamos o recebimento do email.

Certo: Confirmamos o recebimento do email.

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Errado: Este livro é para mim ler , não é?

Certo: Este livro é para eu ler , não é?

Errado: Ela devia ter chego antes, mais está atrasada.

Certo: Ela devia ter chegado antes, mas está atrasada.

Errado: Diga que volto daqui há pouco.

Certo: Diga que volto daqui a pouco.

Errado: Ele comprou trezentas gramas de mussarela .

Certo: Ele comprou trezentos gramas de muçarela .

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Errado: Quando nós vamos se ver denovo ?

Certo: Quando nós vamos nos ver de novo ?

Errado: Houveram vários acidentes ontem.

Certo: Houve vários acidentes ontem.

Errado: Haviam dez alunos na sala.

Certo: Havia dez alunos na sala.

Errado: Ela mesmo arrumou a sala.

Certo: Ela mesma arrumou a sala.

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Errado: Agente não vamos faltar amanhã.

Certo: A gente não vai faltar amanhã.

Errado: Entre eu e ele não há conversa nem acordo.

Certo: Entre mim e ele não há conversa nem acordo.

Errado: A energia falhou derrepente, porisso perdemos o trabalho.

Certo: A energia falhou de repente, por isso perdemos o trabalho


digitado.

Fonte: elaborado pela autora.

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SAIBA MAIS
MENAS E MEIA

É o seguinte: “menas” NÃO EXISTE. Nunca. Em contexto nenhum. O


advérbio é sempre masculino, logo, “Hoje eu tenho MENOS MATÉRIA
para estudar”, ou “Ela está MENOS CANSADA que ontem.”

Quanto à palavra “meia”, o termo não tem feminino quando dá uma


quantidade; um nível para o adjetivo que o acompanha: “A bebê está
MEIO SONOLENTA.”

Porém, tem feminino quando quer dizer metade: “Comi apenas MEIA
MAÇÔ, “Agora são meio dia e MEIA (hora)”.

Outro caso é quando “meia” se refere ao substantivo “pedaço de pano


costurado que se põe nos pés para aquecê-los”.

O Particípio
O particípio é uma das chamadas formas nominais do verbo (Lembra-se? São
aqueles que, na maioria, terminam em -ado e -ido: amado, comprado, pagado, aliado,
completado, falido, partido...). É assim chamado por não apresentar modo e tempo
ou número e pessoa, parecendo mais um adjetivo do que uma forma verbal.

Por isso, a principal função do particípio é expressar uma ação concluída, terminada,
mas há muitos casos em que ele faz a função de adjetivo:

O rapaz chegou em casa todo molhado.

Os sapatos estavam jogados no canto da sala.

Aquelas mulheres não eram amadas, mas maltratadas pelos maridos

Nas suas formas regulares, o particípio termina em –ADO ou –IDO, e é usado junto
com os verbos TER e HAVER em qualquer tempo, modo ou pessoa, formando uma
locução:

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Exemplos:

falar - falado: O senador não deveria ter falado besteira no discurso.

caminhar - caminhado: Nós já tínhamos caminhado pela manhã.

morrer - morrido: A mãe dele havia morrido fazia três meses.

comer - comido: Se você tivesse comido mais, passaria mal!

chegar - chegado: Ela já deveria ter chegado.

Particípio irregular
Alguns particípios apresentam duas formas de particípio: a REGULAR, terminada em
-ADO ou -IDO, e a IRREGULAR, que é uma forma reduzida. Veja:

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INFINITIVO REGULAR IRREGULAR

Aceitar Aceitado Aceito

Entregar Entregado Entregue

Expressar Expressado Expresso

Expulsar Expulsado Expulso

Matar Matado Morto

Salvar Salvado Salvo

Acender Acendido Aceso

Benzer Benzido Bento

Eleger Elegido Eleito

Morrer Morrido Morto

Prender Prendido Preso

Suspender Suspendido Suspenso

Exprimir Exprimido Expresso

Extinguir Extinguido Extinto

Imprimir Imprimido Impresso

Tingir Tingido Tinto

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SAIBA MAIS
Alguns particípios não têm as duas formas (regular e irregular), mas
apenas a irregular:

Abrir – aberto
Cobrir – coberto
Descobrir - descoberto
Dizer – dito
Escrever – escrito
Fazer – feito
Pôr – posto
Ver – visto
Vir – vindo

Voltando à regra, com os verbos TER e HAVER usa-se os regulares (primeira coluna), e
com os verbos SER e ESTAR, os irregulares (segunda coluna).

Exemplos:

A professora HAVIA IMPRIMIDO as provas. As provas ESTÃO IMPRESSAS.

Você deveria TER SALVADO os arquivos. Nenhum FOI SALVO.

Assim sendo, estão erradas frases do tipo:

A professora havia chego fazia muito tempo.

O 13º foi empregue na reforma da casa.

Ela podia ter trago o bolo.

Você podia ter impresso a matéria antes!

O correto é:

A professora havia chegado fazia muito tempo.

O 13º foi empregado na reforma da casa.

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Ela podia ter trazido o bolo.

Você podia ter imprimido a matéria antes!

COM OS VERBOS TER E HAVER COM OS VERBOS SER OU ESTAR

pagado pago

entregado entregue

gastado gasto

aceitado aceito

salvado salvo

prendido preso

morrido morto

matado morto

fritado frito

elegido eleito

NA PRÁTICA
Há uma grande discussão sobre algumas formas, principalmente
GANHADO/GANHO, PAGADO/PAGO e PEGAR/PEGO com ter e haver. Já
se nota nas ruas, na tevê e na imprensa em geral o uso de estruturas tais
como: “Ela devia ter pego o ônibus” e “Eu tinha ganho um dinheiro”, o
que pode vir, no futuro, a se tornar regra. Porém, algumas referências
consagradas como o Manual de Redação e Estilo do Estado de São
Paulo e obras de gramáticos influentes garantem que na norma culta,
aquela que nos é exigida em provas e concursos, ainda vale as formas
“ter pagado”, “ter pegado”, etc. “Chego” não existe como particípio! O
correto é “tinha chegado”.

A Concordância de “anexo”
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19/07/2022 13:38 Erros Comuns da Língua Portuguesa

Vamos pensar na palavra “anexo”. “Anexo” é adjetivo, logo, deve concordar em


gênero e número com os substantivos:

A PLANILHA SEGUE ANEXA. – singular e feminino.


AS PLANILHAS SEGUEM ANEXAS. – plural e feminino.

O ARQUIVO SEGUE ANEXO. – singular e masculino.


OS ARQUIVOS SEGUEM ANEXOS. – plural e masculino.

Porém, a expressão adverbial “em anexo” não faz a concordância:


A PLANINHA SEGUE EM ANEXO / AS PLANILHAS SEGUEM EM ANEXO.

Em emails, no caso da expressão “segue anexo”, geralmente iniciamos a frase com o


verbo “segue” e esquecemos de concordá-lo com o sujeito, ou seja, a coisa anexada.
Logo, as frases do exemplo acima ficam:

SEGUE ANEXA A PLANILHA / SEGUEM ANEXAS AS PLANILHAS.

SEGUE ANEXO O ARQUIVO / SEGUEM ANEXOS OS ARQUIVOS.

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NA PRÁTICA
“Fui eu que fiz” ou “Fui eu quem fiz”? Quem nunca teve essa dúvida de
concordância, não é? Qualquer que seja o verbo, são duas as formas
corretas, mas a diferença está no uso dos pronomes QUE e QUEM. Veja:

1 – Fui eu QUE ENVIEI o relatório. = eu enviei.

2 – Fui eu QUEM ENVIOU o relatório. = quem enviou? Eu.

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19/07/2022 13:38 O Novo Acordo Ortográfico

O Novo Acordo
Ortográfico

AUTORIA
Juliana Spadoto

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"Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram


outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes delas.
Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro
alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de
quiproquós.” - Graciliano Ramos.

Nossa aula de hoje trata de um tópico que tem causado polêmica e dor de cabeça em
alunos e professores: o acordo ortográfico da Língua Portuguesa, ou simplesmente a
nova ortografia.

Polêmica porque muitos não veem sentido prático para as alterações e simplesmente
as ignoram, preferindo escrever ainda da forma como aprenderam tempos atrás; e
dor de cabeça porque, no geral, a população reclama que em muitos casos nem sabia
a forma correta de usar o hífen, por exemplo, e agora precisam estudar regras que as
confundem ainda mais.

Mas não há motivo para preocupação! Basta ter a consciência de que o acordo tem
caráter oficial e deve ser respeitado. Assim, não podemos ignorá-lo ou achar que são
mudanças pequenas; que só um hífen ou um acento agudo não faz diferença na
escrita. Pois faz, e são essas diferenças que podem excluir ou aprovar um candidato
em um processo seletivo ou concurso.

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SAIBA MAIS
Em resumo, o Acordo Ortográfico está em vigor no Brasil desde 1º de
janeiro de 2009, mas foi proposto inicialmente em 1990, quando assinado
em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995. A ratificação de Portugal
ocorreu em 2008 e no ano seguinte o acordo foi decretado no Brasil. A
princípio, havia sido determinado um prazo até 2013 para que as editoras
e os brasileiros em geral absorvessem todas as mudanças que, enfim,
tornar-se-iam normas obrigatórias. Mas esse prazo foi estendido pelo
governo brasileiro até 2016, o que não nos desobriga de estudá-lo e usá-
lo.

O Portal da Língua Portuguesa traz uma explicação das questões


diplomáticas do acordo, que envolve os sete países de língua oficial
portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe). Traz também o link
para que você conheça as reformas que o português sofreu desde 1911. É
puro conhecimento, aproveite!

CONECTE-SE
Como preparatório para o material que aqui estudaremos, deixo um
vídeo em que o Profº Sérgio Nogueira faz um “resumão” e relembra as
regras de acentuação (monossílabos, oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas). Isso vai nos ajudar imensamente a entender a nova
ortografia:

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Para facilitar nossos estudos e principalmente para que você tenha um material de
consulta, vamos separar as mudanças quanto aos acentos e outros sinais (trema e
hífen).

Comecemos pelo ACENTO AGUDO.

Acento Agudo
O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos:

Paroxítonas: CAI O ACENTO DE “EI” E “OI” E DE HIATOS COM “I” E “U”

1. Nas palavras paroxítonas, ou seja, naquelas cuja sílaba tônica recai na penúltima
sílaba, os ditongos abertos ei e oi que eram acentuados, não são mais. Assim,
alguns termos que hoje se escreve de um jeito, tomam novos formatos
ortográficos, como: assembleia, ideia, jiboia, proteico, heroico, etc. Já outros,
continuam como sempre foram: cadeia, cheia, apoio, baleia, dezoito etc.

Como era Como fica


alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia apoia (verbo apoiar)
apóio apoio (verbo apoiar)
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia

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Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (palavras cuja sílaba tônica incide na
última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos -éi, -éu ou -ói,
seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc. = todos
continuam igual

2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal
anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de
ditongo. Dessa forma, feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.

Acento Circunflexo
Não existe mais circunflexo nos pares dobrado de “e” e “o”. Assim, antes era:
crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem e agora fica: creem, deem, leem, veem,
releem, preveem.

De igual modo, o acento circunflexo deixa de existir na vogal tônica “o” de palavras
paroxítonas, assim como: enjoo, voo, abençoo, perdoo.

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos
zôo zoo

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára (verbo)/para (preposição),
pêlo(s)(substantivo)/pelo(s)(preposição), pólo(s)/polo(s)

Como era Como fica


Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção: permanece o acento diferencial em pôde/pode.Pôde é a forma do


passado do verbo poder. Pode é a forma do presente do indicativo.

Veja : Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

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Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e


vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,
advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

Exemplo 1: Vocês têm muito o que aprender!


Exemplo 2: Os pais sempre intervêm nas escolhas dos filhos.

Exemplo 3: Será que eles vêm de carro ou de ônibus?


Exemplo 4: As caixas contêm dez unidades cada.

NA PRÁTICA
O acento diferencial de número (plural) permanece na terceira pessoa do
plural dos verbos TER e VIR e dos respectivos derivados. Nesse aspecto,
não houve alteração, ou seja, a regra foi mantida:

TER - Ele tem / Eles têm

VIR- Ele vem / Eles vêm

Trema
Sim, podemos dizer adeus ao trema (¨)!

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Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como lingüiça,
tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc., não possuem
mais o trema.

Essa nova regra justificou-se no fato de que há ditongos na língua que não precisam
do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como
em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser pronunciado e no
segundo não. Este fato não tem a ver com grafia e sim com fonética, ou seja, com o
modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema desnecessário.

Hífen
Usa-se hífen com substantivos compostos cujas palavras quando separadas
continuam fazendo sentido isoladamente: guarda-chuva (guarda e chuva), boa-fé
(boa e fé), segunda-feira (segunda e feira), mesa-redonda (mesa e redonda), porta-
malas (porta e malas), etc. Esses substantivos continuam iguais, ou seja, não
perderam o hífen.

Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem
elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-
taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega,
corre-corre. Esses substantivos também continuam iguais, ou seja, não perderam o
hífen.

Não se usa o hífen – e nunca se usou – em compostos como pé de moleque, pé de


vento, pai de todos, dia a dia, cara a cara, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula,
camisa de força, cara de pau, olho de sogra.

O acordo também se refere a palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub,
etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro,
geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.).

Casos Gerais do Hífen


1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:

anti-higiênico proto-história

anti-histamínico sobre-humano

macro-história super-homem

mini-hotel ultra-humano

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2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra. Exemplos:

micro-ondas micro-ônibus

anti-inflamatório inter-racial

sub-bibliotecário

3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se
inicia a outra palavra. Exemplos:

autoescola supersônico

autoestima aeroespacial

antiaéreo geopolítica

superinteressante anticoncepcional

intermunicipal semicírculo

agroindustrial

Atenção: segundo a nova ortografia, se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra
começar por r ou s, essas letras dobram:

minissaia / autorretrato / antirracismo / ultrassensível / ultrassom / antisséptico /


semirreta

4. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos:

além-mar pré-história

além-túmulo pré-vestibular

aquém-mar pró-europeu

ex-aluno recém-casado

ex-diretor recém-nascido

ex-presidente sem-terra

pós-graduação vice-reitor

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5. O “não” usado como prefixo.

De acordo com a reforma ortográfica vigente, o prefixo “não” passou a ser grafado
sem hífen. Assim, temos:

ANTES DEPOIS

não-fumante não fumante

não-verbal não verbal

não-autorizado não autorizado

não-concluído não concluído

não-regulamentado não regulamentado

Exemplo: Foi criada um ala de não fumantes naquele restaurante.

Mudanças no Alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras, já que foram reintroduzidas as letras k, w e y. O
alfabeto completo passa a ser:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários


da nossa língua, são usadas em várias situações, como:

na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg


(quilograma), W (watt)
na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy,
playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

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CONECTE-SE
A Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados disponibilizou um guia de
bolso do acordo ortográfico em PDF.

Exercícios
Leia as frases a seguir e analise se a palavra destacada está certa ou errada, de acordo
com a nova ortografia. Quando terminar, confira o seu desempenho, consultando o
gabarito.

1. As idéias revolucionárias deixaram os estudantes irritados.

Errado.

Correto: As ideias revolucionárias deixaram os estudantes irritados.

2. O equipamento de ultrassonografia do hospital se encontra inativo.

Correto.

3. Iniciaram-se os jogos interregionais na cidade de Marília.

Errado.

Correto: Iniciaram-se os jogos inter-regionais na cidade de Marília.

4. Preciso tomar um remédio anti-inflamatório com urgência.

Correto.

5. Os manifestantes não agüentaram a pressão dos policiais.

Errado.

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Correto: Os manifestantes não aguentaram a pressão dos policiais.

6. Será que os pais não vêem que os jovens estão viciados na internet?

Errado.

Correto: Será que os pais não veem que os jovens estão viciados na internet?

7. Atitudes anti-higiênicas não devem ser praticadas diante de crianças.

Correto.

8. As garotas de minissaia foram impedidas de entrar na igreja.

Correto.

9. Os jovens que assistem a filmes de ficção têm tendências paranóicas?

Errado.

Correto: Os jovens que assistem a filmes de ficção têm tendências paranoicas?

10. O preço do micro-ondas despencou naquele magazine.

Correto.

11. No contexto da globalização, o que são órgãos não-governamentais?

Errado.

Correto: No contexto da globalização, o que são órgãos não governamentais?

12. Os bombeiros de Brumadinho praticaram gestos heroicos no resgate às


vítimas.

Correto.

13. O presidente da empresa não pôde ir ao coquetel devido à agenda cheia.

Correto.

14. A empresa terá mudanças na sua infraestrutura a partir de hoje.

Correto.

15. O jovem ator apresentou conduta anti-social perante o juiz.

Errado.

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Correto: O jovem ator apresentou conduta antissocial perante o juiz.

16. Atente para as indicações e contra-indicações para evitar riscos à saúde.

Errado.

Correto: Atente para as indicações e contraindicações para evitar riscos à saúde.

17. Os professores tiveram uma microcapacitação antes da reunião com os pais.

Correto.

18. Nossa universidade apresenta variados cursos de graduação e pós-graduação.

Correto.

19. Existem muitos povos que vivem em condições sub-humanas.

Correto.

20. As mini-bibliotecas dos bairros receberam centenas de livros das ONGs.

Errado.

Correto: As minibibliotecas dos bairros receberam centenas de livros das ONGs.

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Conclusão

Chegamos ao final da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o máximo. Ao


longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhecimento e sua formação
no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu crescimento
pessoal e profissional. Todo conhecimento é válido; nada que se aprende é em vão.

Mais do que corrigir erros de português, e saber as formas de porquês, é preciso ter
consciência de que se comunicar de forma simples e direta, tanto na escrita quanto
na fala, garante seu sucesso no caminho que você pretende percorrer. Uma
comunicação mal apresentada significa muito mais do que a falha em si. Ela pode ser
um fator que altera a percepção das pessoas sobre você, o cuidado que você toma ao
divulgar informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido ou
falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas essas
questões na mente de quem vai receber sua mensagem.

Assim, fica aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e sucesso
sempre!

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Livro

Livro

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Livro

Filme

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Filme

Web

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Web

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