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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação

Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação

Andrea Marinho de Souza Franco


Subsecretária de Gestão de Ensino

Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica

Coordenadoria de Área de conhecimento


Maria Claudia Chantre

Assistentes
Carla Lopes
Fabiano Farias de Souza
Roberto Farias
Verônica Nunes
Catia Batista Raimundo

Texto e conteúdo

Prof.ª Flávia Ribeiro


C.E Rodrigo Otávio filho
Prof.ª Lígia Silva de Sá
C.E. Nilo Peçanha
Prof.ª Maria José Santana Monsores
C. E. Collecchio
Prof. ª Michelli Soares de Carvalho
C.E. Pastor Miranda Pinto
Prof.ª Vera Lúcia Soares Pedro
C.E. Escritor e Jornalista Graciliano Ramos.

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Capa Luciano
Cunha

Revisão de texto

Prof ª Andreia Cristina Jacurú Belletti


Prof ª Andreza Amorim de Oliveira Pacheco.
Prof ª Cristiane Póvoa Lessa
Prof ª Deolinda da Paz Gadelha
Prof ª Elizabete Costa Malheiros
Prof ª Karla Menezes Lopes Niels
Prof ª Kassia Fernandes da Cunha
Prof Marcos Giacometti
Prof Mário Matias de Andrade Júnior
Prof Paulo Roberto Ferrari Freitas
Prof ª Rosani Santos Rosa
Prof ª Thiago Serpa Gomes da Rocha

Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à
experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de
uma orientação de estudos.

©️ 2021 - Secretaria de Estado de Educação. Todos os direitos reservados.

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Língua Portuguesa – Orientação de Estudos
1º Bimestre- 9º ano- 2020

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 5

2. Aula 1 - Norma padrão e variações linguísticas 6

3. Aula 2 - Verbos de Ligação e Predicado Nominal 12

4. Aula 3 - O verbo estar é sempre de ligação? 16

5. Aula 4 - Verbos de ligação – traços peculiares 18

6. Aula 5 – Orações subordinadas Adjetivas 20

7. Indicações Bibliográficas 26

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COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa

ORIENTAÇÕES DE ESTUDOS para Língua Portuguesa 1º


Bimestre de 2020 – 9º ano do Ensino Fundamental

META:

A meta da disciplina é permitir que os estudantes leiam e produzam textos de


qualidade, além de desenvolver a oralidade.
Formar alunos capazes de usar adequadamente a língua materna, em suas
modalidades escrita e oral, e refletir criticamente sobre o que leem e escrevem. Esses
são os objetivos das aulas de Língua Portuguesa. Saber argumentar, fazer relações
entre os textos lidos e ter uma atitude crítica perante as informações são habilidades
fundamentais para os jovens.

OBJETIVOS:

Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de


Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas
sintáticas complexas no nível da oração e do período.
Identificar, em textos lidos e em produções próprias, orações com a estrutura
sujeito- verbo de ligação-predicativo
Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito de sentido do uso
dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer.

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1. INTRODUÇÃO

Dedicamos essa Orientação de Estudo para que os educandos percebam que a


língua portuguesa é dinâmica, viva e está sempre modificando e sendo modificada.
Que aprender a norma padrão é importante, mas que essencial é saber se comunicar
com eficácia.
Esperamos que os discentes reconheçam a importância dos verbos de ligação,
o tipo de predicado a que eles levam e o papel deles no texto.
Além de analisar os aspectos das orações subordinadas adjetivas e seus
aspectos semântico.

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2. Aula 1 - Norma padrão e variações linguísticas

Olá, alunos e alunas do 9 º ano! Sejam bem – vindos!


É muito bom saber que passaremos um bom tempo juntos nesse ano letivo de 2021!
Serão desafios e alegrias compartilhados! Bons estudos e divirtam-se!

Você já ouviu falar da importância de escrever bem? Ou ainda escrever


seguindo a norma padrão da Língua Portuguesa?
Vamos observar dois textos que não seguem a norma padrão.

TEXTO amigo!
To meia preocupada com você! Não tenho notícias suas já faz um mes. Como você
tá?
Estou aguardando meus pais chegar para irmos vizitar vc. O numero do meu telefone
continua o mesmo. Quando puder me liga.

Abrassos!!

TEXTO 2 Mae, não consegui termina de lavar a lousa por que tive que ir para aula
de natação Não quis acordar a senhora para avizar mas quando aí eu termino de
lava a louça.

Irei passar na padaria para pega aquele pão quentinho que a senhora gosta. AI O pai
avisou que chegará mais cedo.

beijos do seu filho.

Você pode ter percebido algumas marcas de oralidade e até algumas inadequações
ortográficas, mas de modo algum são textos que estão “errados”.

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Há alguns anos, a preocupação com falar e escrever “certo” era muito
maior. Atualmente, existe uma flexibilização muito maior do uso da língua. É preciso
lembrar que a língua varia de acordo com o uso dela. Se a pessoa que fala ou
escreve estudou um pouco mais, terá mais facilidade de ler e escrever de acordo
com a norma padrão. Se o falante mora em um local ou outro do país, também
poderá falar e escrever de outras maneiras. Todas essas possibilidades são
chamadas de variações linguísticas. A norma culta é um das variantes, é ela que
possui maior prestígio social. Ficar criticando a forma “errada” de o outro falar ou
escrever pode ser considerado preconceito linguístico.

A norma culta se refere ao conjunto de padrões linguísticos usados


habitualmente pela camada mais escolarizada da população. Define-se
como a variação linguística utilizada por pessoas que vivem em meios
urbanos e que possuem elevado nível de escolaridade, em situações
formais e monitoradas de comunicação falada ou escrita.
(...)
A norma-padrão pode ser entendida como a norma gramatical, com base na
gramática tradicional e normativa. Atua como um modelo idealizado que
visa à padronização da língua escrita.
A norma culta é a variação que mais se aproxima desse padrão.

https://www.normaculta.com.br/normaculta/#:~:text=A%20norma%2Dpadr%C3%A3o%20pode%20ser
,mais%20se%20aproxima%20desse%20padr%C3%A3o.

A linguagem coloquial compreende a linguagem informal, popular, que


utilizamos frequentemente em situações informais como numa conversa entre
amigos, familiares, vizinhos, etc.
Quando utilizamos a linguagem coloquial, decerto que não estamos
preocupados com as normas gramaticais. Por isso, falamos de maneira
rápida, espontânea, descontraída, popular e regional com o intuito de
interagir com as pessoas.
https://www.todamateria.com.br/linguagem-coloquial/

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Para alguns educadores, o preconceito linguístico é um preconceito social.
“Não é por acaso, então, que são as pessoas mais pobres, em suas maiorias negras,
as que mais sofrem a acusação de ‘falar errado’ ou ‘não saber português’", afirma
Marcos Bagno (doutor em Língua Portuguesa pela Universidade de São
Paulo (USP) e autor do livro "Preconceito linguístico: o que é, como se faz” ). (...)
Para o doutor pela USP, o fundamental e necessário nas propostas políticas e
discussões é o foco no letramento das pessoas, isto é, a inserção crescente de
cidadãos na cultura escrita. “E isso se faz por meio da leitura e da escrita de todos
os tipos e gêneros textuais possíveis, desde os mais marginalizados, como letras de
funk e hip-hop, até os mais prestigiados, como a literatura canonizada”, enfatiza.
A língua é viva, dinâmica e carregada de intencionalidades e isso precisa se
refletir no ensino atualmente. A norma padrão é importante, mas mais importante é
conseguir se comunicar.
(Trechos adaptados https://novaescola.org.br/conteudo/12459/as-criancas-
agoravao-poder-falar-e-escrever-errado. Acesso em 15/1/21.) Atividades:
● O Jornal Folha de São Paulo introduz com o seguinte comentário uma entrevista recente
(8 dez. 1988) com o professor Paulo Freire:

A gente cheguemos não será uma


construção gramatical errada na gestão do
Partido dos trabalhadores em São Paulo.

Os trechos da entrevista nos quais a Folha se baseou para fazer tal comentário foram
os seguintes:
A criança terá uma escola na qual a sua linguagem seja respeitada [...]
Uma escola em que a criança aprenda a sintaxe dominante, mas sem desprezo pela
sua.
Esses oito milhões de meninos vêm da periferia do Brasil [...] Precisamos respeitar a
(sua) sintaxe mostrando que sua linguagem é bonita e gostosa, às vezes é mais bonita
que a minha. E, mostrando isso, dizer a ele: “mas para tua própria vida tu precisas dizer

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‘a gente chegou’ [em vez de “a gente cheguemos”]. Isso é diferente, [a abordagem] é
diferente. É assim que queremos trabalhar, com abertura, mas dizendo a verdade.

Responda de forma sucinta:

1) Qual é a posição defendida pelo professor Paulo Freire com relação à correção de
erros gramaticais na escola?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________

2) Leia o texto retirado do Facebook de uma adolescente e responda às perguntas:

a) A linguagem deste texto é considerada culta ou coloquial?


___________________________________________________________________

b) Por que o autor desta mensagem escreveu para o colega usando essa escrita?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

c) Essa escrita pode ser usada nos trabalhos escolares? Por quê?
____________________________________________________________________
__________________________________________________________________

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d) Essa escrita atrapalhou o seu entendimento do texto?
____________________________________________________________________
__________________________________________________________________

e) Reescreva essa mesma mensagem usando a norma culta da língua.


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

f) Qual a intenção das pessoas ao usarem esse tipo de escrita nas redes sociais?
____________________________________________________________________
__________________________________________________________________

3) Com relação ao texto retirado de um SMS, assinale a alternativa correta:

Vc viu como ele xegô em kza hj? Tôdu


lascadu. blz!

(a) Não pode ser considerado um texto, visto que não cumpre sua função comunicativa.
(b) Por ter palavras abreviadas em excesso está totalmente contrariando as regras da
gramática, logo não é um texto.
(c) Esse tipo de escrita é valorizado em qualquer meio de comunicação formal.
(d) Mesmo por se tratar de linguagem abreviada, cumpre sua função comunicativa, mas
só deve ser utilizada em situações informais como internet, celular etc.
4) Observe a imagem retirada do Facebook abaixo e marque (V) ou ( F) nos
parênteses:

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( ) Pela linguagem utilizada pelos falantes, eles não conseguem se comunicar.
( ) Os fatores regional, escolar e social influenciam o modo de falar dos
personagens acima.
( ) Esse modo de falar é totalmente inaceitável em qualquer situação, porque é
linguagem matuta.
( ) Mesmo sendo linguagem matuta cumpre sua função comunicativa.
( ) Não devemos ter preconceitos com exemplos de língua como essa acima, pois há
diversos motivos que explicam esse modo de falar.

5) Reescreva as falas dos falantes do exercício anterior, usando a norma padrão:


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

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3. Aula 2 - Verbos de Ligação e Predicado Nominal

Você se lembra do que são verbos de ligação?


Verbos de ligação ligam uma característica ao sujeito, indicando um estado. Não
indicam uma ação realizada. Fazem parte do predicado nominal, introduzindo o
predicativo do sujeito.

Lista de verbos de ligação


● ser;
● estar;
● parecer;
● ficar;
● tornar-se;
● continuar;
● andar;
● permanecer

Estrutura de uma oração com verbo de ligação:

Ana estava cansada.


Sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito

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RELEMBRANDO:
Predicado nominal Apresenta
as seguintes características:
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Por Exemplo: Leonardo é competente.
Predicado Nominal
No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a
função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que
caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação.

Observe o exemplo a seguir e faça o mesmo:


Exemplo: Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação) a)
A natureza é bela.
____________________________________________________________
b) O homem parecia nervoso.
____________________________________________________________
c) Nosso herói acabou derrotado.
____________________________________________________________
d) Uma simples funcionária virou diretora da empresa.
_____________________________________________________________

Quer saber mais?


https://www.youtube.com/watch?v=pG1yepTk_-k&ab_channel=Evolucional

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Atividades:
Texto 1:
Primeira experiência em balão pelo padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão

Um dia desses, eu estava lendo o livro Cinco semanas em um balão, de Júlio Verne,
que conta a história de 3 aventureiros que cruzaram a África em um balão. Eu fiquei
tão empolgado com o livro que decidi pesquisar um pouco sobre a origem dos balões.
Descobri que foi Bartolomeu Lourenço de Gusmão, um padre brasileiro, que fez, em
Portugal, o primeiro balão. O Passarola, como era chamado o balão, elevou-se quatro
metros de altura e realizou um percurso do castelo de São Jorge até o Terreiro do
Paço… Eu não faço a mínima ideia de quantos metros há entre o castelo e o Terreiro,
mas, para a época, acredito que era uma boa distância. Hoje em dia, isso parece
pouco, mas as pessoas ficaram tão impressionadas com essa experiência que
chegaram a pensar que Gusmão era mágico.

Disponível em: <http://meninomaluquinho.educacional.com.br>.

1) Há predicado nominal na passagem:


( ) “[…] eu estava lendo o livro Cinco semanas em um balão […]”
( ) “Eu fiquei tão empolgado […]”
( ) “Eu não faço a mínima ideia de quantos metros há […]”

2) Na passagem apontada anteriormente, o núcleo do predicado nominal é:


( ) um adjetivo
( ) um pronome
( ) um substantivo

3) Sublinhe o verbo que compõe o predicado nominal a seguir:


“[…] as pessoas ficaram tão impressionadas […]

4) O verbo grifado acima é:


( ) de ligação
( ) transitivo direto
( ) transitivo indireto

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5) Em “[…] chegaram a pensar que Gusmão era mágico.”, o complemento grifado é:
( ) verbal
( ) nominal
( ) verbo-nominal

Texto 2:

6) Observe o 3º quadrinho:
a) Qual é o sujeito? _____________________________________________________
b) Como se classifica o verbo ser (é): _______________________________________
c) Passageiro é classificado como: _________________________________________

Texto 3:

7) Retire da tirinha uma oração com a estrutura: Sujeito / verbo de ligação/ predicativo:

____________________________________________________________________

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8) Escreva cinco frases usando a estrutura: Sujeito / verbo de ligação/ predicativo:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

4. Aula 3 - O verbo estar é sempre de ligação?

Veja como o verbo estar pode deixar de ser verbo de ligação e ganhar outras
funções.
O que define o tipo de predicado? O tipo de verbo, não é? Logo, os verbos
significativos ou nocionais compõem o predicado verbal, ou verbo nominal, e o de
ligação, o predicado nominal.
E o verbo estar aparecerá em que tipo de predicado? Muitos dirão: “No
predicado verbal, claro!” Cuidado. Só o contexto poderá definir a predicação verbal,
ou seja, o tipo de verbo. Por isso, as listas que em geral são apresentadas são
perigosas, pois não consideram o contexto. Vejamos alguns exemplos:

Maria Luíza estava linda no seu aniversário.


● Quem é o sujeito da oração?
Maria Luíza.
● Qual é o tipo de sujeito?
Sujeito simples, pois apresenta um núcleo.
E o predicado, qual é?
Estava linda no seu aniversário.
● Que tipo de predicado?
Nominal.
● Qual é o Predicativo do Sujeito? Linda

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● Que função sintática possui o termo no seu aniversário?
Adjunto adverbial.
João estava em casa no dia do jogo.
● Quem é o sujeito da oração?
João.
● Que tipo de sujeito?
Sujeito Simples.
● E o predicado, qual é?
Estava em casa no dia do jogo.
● Que tipo de predicado?
Verbal.
● Quais são os adjuntos adverbiais?
Em casa - indicando circunstância de lugar.
No dia do jogo - indicando circunstância de tempo.
(...)
1º Sempre que o verbo estar for de ligação, ele não será núcleo do predicado, ou seja,
a informação básica não estará contida nele.
2º O núcleo do predicado nominal será o predicativo do sujeito, pois morfologicamente
é representado pelo adjetivo.
3º Se o verbo for significativo, sua ausência implicará em prejuízo para a mensagem.
Por que isso ocorre? Porque o verbo é o núcleo, ou seja, a parte mais importante. 4º
No caso do segundo exemplo, o verbo é intransitivo, ou seja, tem sentido completo.

Dica:
Quando o Verbo é Intransitivo, as perguntas feitas são: Quando? Onde? Com quem?
Quando? E em todas elas o objetivo não é buscar o complemento verbal e sim, o
adjunto adverbial.
Portanto, aparecendo estas características analise, pois em geral, o verbo é
intransitivo.
É importante lembrar que da mesma forma que o verbo estar modifica-se de acordo
com o contexto, os verbos permanecer, andar, parecer, continuar, também
considerados de ligação, podem modificar sua predicação.
Fonte:

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5. Aula 4 - Verbos de ligação – traços peculiares

Os verbos de ligação são assim chamados, pois ligam o sujeito a uma


característica ou uma qualidade.
O primeiro conceito que se atribui aos chamados “verbos de ligação” é que estes
são representados pelos verbos ser, estar, permanecer, ficar, parecer, continuar.
Contudo, há que se ressaltar que tais concepções denotam um caráter um tanto quanto
superficial, dada a complexidade da qual se perfazem os fatos linguísticos. Em função
disso, uma compreensão acerca dos mínimos traços que os demarcam funciona como
ponto de partida para entendermos como estes fatos realmente se materializam.
(...)

* Os verbos estar, permanecer, ficar e continuar poderão se classificar como


intransitivos quando indicarem a posição do sujeito num dado lugar.

Os alunos permaneceram no pátio.


(sujeito) (verbo intransitivo) (adjunto adverbial de lugar) Os
professores estão na secretaria.
(sujeito) (verbo intransitivo) (adjunto adverbial de lugar)

* Muitas vezes, alguns verbos intransitivos ou transitivos podem exercer a


função de verbo de ligação. Para tanto, comparamos os dois exemplos:

O motorista virou o carro bruscamente.


(verbo transitivo direto)

O motorista virou uma fera.


(verbo de ligação) (predicativo do sujeito)

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* O objeto indireto e o objeto direto podem ser caracterizados por um
predicativo.
Consideramos louvável sua atitude.
(verbo transitivo direto) (predicativo do objeto) (objeto direto)
* O predicativo do sujeito também pode ocorrer com verbos transitivos ou
intransitivos. Nesse caso, ele poderá ocupar qualquer lugar no contexto
oracional.

O aluno, acanhado, apresentou o trabalho.


(sujeito) (predicativo do sujeito) (verbo transitivo direto) O
aluno apresentou o trabalho acanhado.
(sujeito) (verbo transitivo direto) (predicativo do sujeito)

Fonte:
https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/os-verbos-ligacaotracos-peculiares.htm
Quer saber mais? https://www.sabermais.am.gov.br/odas/verbos-de-ligacao-verbos-
significativos-52148
https://www.youtube.com/watch?v=BGKN72zHxNg&ab_channel=Esquemaria

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6. Aula 5 – Orações subordinadas Adjetivas

Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou
seja, que a ele equivale.
As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
adnominal do antecedente.

Observe o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse
caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo
papel. Veja:

Esta foi uma redação que fez sucesso.


Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração


principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na
oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede.
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se o modo
verbal da segunda oração.

Atenção:
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode
ser substituído por: o qual - a qual - os quais -as quais Por Exemplo:
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Essa oração é equivalente a:

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Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas


Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo
indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas
desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas,
que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por
preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio).

Por Exemplo:
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é


introduzida pelo pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de
infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas


Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas
adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes.
Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem,
individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas
subordinadas adjetivas restritivas.
Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o
antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominamse
subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:

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Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele
momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido
da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o
universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que
estava passando naquele momento.

Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra
"homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
contida no conceito de "homem".

Saiba que:
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa,
que, na escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja
indicada como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas: de fato, as
explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Obs.: Ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as


diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas implicam. Em
muitos casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo
com o que se pretende dizer.
Exemplo 1: Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.
No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou
escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em
outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é
preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração subordinada adjetiva
restritiva.

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Exemplo 2:
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.
Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou
escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o
irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um elemento
identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar.

Adaptado de :
https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint35.php
https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint36.php

Atividades:

1) Reescreva as frases abaixo, criando orações adjetivas introduzidas pelo pronome relativo
que:
Exemplo: Ele é um homem cumpridor de seus deveres.
Ele é um homem que cumpre os seus deveres.

a) Essa menina tem um sorriso cativante.


____________________________________________________________
b) Essa é uma associação protetora de animais.
____________________________________________________________
c) Evite comentários ofensivos.
____________________________________________________________
d)Li uma notícia surpreendente.
____________________________________________________________

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2) Use (E) para orações adjetivas explicativas ou (R) para restritivas:
( ) Aqui há brinquedos que fascinam.
( ) Aplaudimos o cantor que foi premiados.
( ) A casa ,onde nasci é foi reformada.
( ) O pianista , que era francês, chegou ao Brasil cedo.
( ) A rua onde caí vive deserta.
( ) Deixei-o em sua tristeza, que parecia incurável.
( ) Pedro, que é muito agitado, derrubou a jarra

3) Leia a tirinha:

a) Na tirinha temos uma oração subordinada adjetiva. Transcreva essa oração:


_____________________________________________________

b) Essa oração subordinada adjetiva é restritiva ou explicativa?


_______________________________________________________

4) Leia as orações a seguir e marque a opção correta:

Os alunos do 9º ano que fizeram bagunça estão sem recreio.


Os alunos do 9º ano, que fizeram bagunça estão sem recreio.
( ) A 1ª frase indica que todos os alunos do 9º ano fizeram bagunça e estão sem
recreio e a 2ª frase indica que apenas os alunos do 9º ano que fizeram bagunça
estão sem recreio.

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( ) A 1ª frase indica que apenas os alunos do 9º ano que fizeram bagunça estão sem
recreio e a 2ª frase indica que todos os alunos do 9º ano fizeram bagunça e estão sem
recreio.

5) Classifique as orações subordinadas adjetivas a seguir em restritiva ou explicativa:


a) Perdi o livro que o professor me emprestou.
_______________________________________________________

b) Minha tia, que adora uma fofoca, espalhou a notícia para o bairro.
________________________________________________________

c) As crianças de rua, que não tiveram oportunidade, foram convidadas para cursos
gratuitos.
___________________________________________________________

d) Meu tio, que é advogado, orientou minha família no processo.


_____________________________________________________________

e) Os idosos que gostam de dançar se divertiram muito na festa.


_____________________________________________________________

Quer saber mais?


https://www.youtube.com/watch?v=HQcPjCQ72bo&ab_channel=ProfessorNoslen

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7. Indicações Bibliográficas

ANTUNES. Irandé. Análise de Textos – Fundamentos e práticas. São Paulo:


Parábola, 2010.

BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo:


Parábola Editorial, 2012.

BECHARA. Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna,


2018.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova Gramática da língua portuguesa. Rio de


Janeiro: Lexicon, 2016.

KOCH, Ingedore G.V. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1991.

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber –
a teoria na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação – uma proposta para o ensino de


gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez Editora, 1996.

Referência Bibliográfica na “WEB”:

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-
depraticas/ensino-fundamental-anos-finais/

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