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Governo do Estado de Roraima

“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

ESCOLA: ESTADUAL PROFESSOR LEOPOLDO CAMPELO


COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSOR (A): DAYANA MARQUES CARVALHO
BIMESTRE:1º ANO/SÉRIE: 1ª Ano EJA TURMAS: ÚNICA TURNO: NOTURNO
PERÍODO DE EXECUÇÃO DO PLANO: de 17/05 a 31/05/2021
QUANTIDADE DE AULAS: 6h

CADERNO DE ATIVIDADES QUINZENAL DE LÍNGUA PORTUGUESA – MÓDULO II

Reflexão...
O pensamento lógico pode levar você, de A a B, mas a imaginação te leva a qualquer parte do Universo.
(Einstein)

Conteúdos:
• Leitura e Interpretação de textos;
• Produção de textos;
• Variantes linguísticas;
• Intencionalidade Implícita
(sentido figurado, humor, etc...)

Caro aluno, você está recebendo o Módulo II, da disciplina de língua portuguesa do 1º ANO EJA. Neste
módulo, você aprenderá um pouco mais sobre as variantes linguísticas e suas situações de uso. Aprenderá a
reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional,
e a relacionar textos ao seu contexto de produção/recepção histórico, social, político, cultural, estético.
NÃO ESQUEÇA DE:
✓ Copie as questões e as respostas em seu caderno. Lembre-se que existe em prazo para realizá-la e enviá-
la;
✓ Faça respostas completas e com letra legível;
✓ Preencher o cabeçalho;
✓ Lembre-se também que a ortografia será avaliada, portanto atenção com a escrita;
✓ Se necessário, procure outras fontes como apoio (livros didáticos, videoaulas, enfim, exercícios além
dos propostos, etc.).
✓ Sugerimos que a sequência de atividades seja realizada um pouco a cada dia.
✓ Para garantir aprendizado e aproveitamento do seu tempo não deve deixar acumular atividades e/ou,
querer fazer num único dia.
✓ Ao fazer os registros deve lembrar-se da necessidade de organização e cuidado com o documento de
registro de suas tarefas (o seu caderno), não se esqueça de colocar a data no início nas atividades
diárias.
❖ Importante: não se esqueça de fazer uma leitura diária, do material que tiver em casa: revistas, livros,
jornais, rótulos de produtos, propagandas, embalagens, bulas, cartazes, letreiros, ou qualquer outro
material que tenha e possa ser lido.
✓ Considere essa atividade como uma nova oportunidade de aprendizado.
✓ Leve os seus estudos a sério e com disciplina. Dessa forma, com certeza obterá sucesso.
✓ Caso surja alguma dúvida pode entrar em contato no número fornecido no cabeçalho.

Jundiá - Rorainópolis – RR
2021
Governo do Estado de Roraima
“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

Vamos discutir uma questão fundamental para quem está estudando a língua portuguesa.

“Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um
sem-número de diferenciações.[…] Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o
pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam
diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.”

O que é a variação linguística?


É o modo pelo qual a língua se diferencia dentro do seu próprio sistema. Esta diferença pode ser
histórica, geográfica ou sociocultural. Observamos a diferenças na fala que se relacionam à idade, à região do
país, à cultura e até mesmo ao estilo. Tudo isso também configura a evolução da língua, o seu desenvolvimento
e sua adaptação através do tempo e das mudanças sociais.
O pesquisador dessa área busca verificar entre os falantes de determinadas línguas diferenças nos
modos de falar de acordo com quatro níveis:

O nível diatópico (Variação Regional)


Se relaciona com o lugar onde o falante reside, ou seja, a variação diatópica é a variação regional.
Um exemplo desse tipo seria a palavra mandioca. Em certas regiões do Brasil a mandioca é chamada de
macaxeira ou aipim. Os sotaques também entram nesse tópico, como variação regional. Veja:
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“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

O nível diafásico
Relaciona-se com o
contexto comunicativo, ou
seja, a ocasião é que será
determinante para a escolha
do modo de falar. Vemos,
por exemplo as diferenças
entre um texto escrito e um
bate-papo informal entre
colegas.

O nível diacrônico
(Variação Histórica)
São variações ocorridas em períodos históricos
distintos. Por exemplo, a palavra ‘embora’ dizia-se ‘em
boa hora’ no século XIX, no século seguinte permanece
embora e mais atualmente podemos ver a palavra
reduzida em forma de ‘bora’. Outro exemplo é a palavra
“Você”.

O nível diastrático (Variação Social)


Este acontece devido à convivência entre os grupos sociais. As gírias estão relacionadas a este tipo de
variação linguística. Tudo é social e se relaciona com um determinado grupo de pessoas, como por exemplo,
os surfistas, funkeiros, jornalistas, etc.
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“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA
Você não fala do mesmo jeito com a sua mãe, com os
seus amigos, com a sua professora ou seu professor etc. A
linguagem vai sofrendo algumas modificações, e essa
capacidade de falarmos de distintas maneiras é chamada de
adequação linguística.
Durante muito tempo, buscou-se a uniformidade
linguística e, assim, tudo o que não entrava nos padrões da
gramática normativa era considerado erro. Atualmente, o
foco está no conceito de adequado e inadequado, porque há
a compreensão de que a linguagem, isto é, o processo de
interação comunicativa, é heterogêneo, apresentando níveis
de linguagem e níveis de fala.
Assim sendo, a adequação linguística é compreendida como a habilidade que os falantes possuem de
adaptar a linguagem de acordo com a necessidade do momento.

Existem dois diferentes registros da Língua Portuguesa: a variedade padrão e a variedade popular, também
conhecida como linguagem coloquial. Cada uma das duas variedades citadas deve ser empregada em
situações específicas e cumpre bem o seu papel específico na comunicação.

AGORA, Vamos pensar um pouco... Exercícios de variação linguística

Leia o texto a seguir e responda:

1. A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos


do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que
singulariza uma forma do falar popular regional é:

(A) ( ) “Isso é um desaforo”


(B) ( ) “Vou mostrar pr’esses cabras”
(C) ( ) “Diz que eu tou aqui com alegria”
(D) ( ) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
(E) ( ) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”

(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em Acesso em 14 maio 2021)

2. Leia o texto:
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como
um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades escritas?
Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português
correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais de instrução; o
dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos cadernos
de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
(POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado).

Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio da
língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber:
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“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

(A) ( ) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.
(B) ( ) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
(C) ( ) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
(D) ( ) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
(E) ( ) descartar as marcas de informalidade do texto.

3. Leia o texto:
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao
texto:
(A) ( ) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
(B) ( ) originalidade, pela concisão da linguagem.
(C) ( ) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
(D) ( ) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da
internet.
(E) ( ) cunho apelativo, pela predominância de imagens
metafóricas.

(GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

4. Leia o texto:
"Todas as variedades linguísticas são estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às
necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas
de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades
regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de
um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de
uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que
se torna uma ponderável força contrária à variação."
(Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.)

A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:


(A) ( ) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes.
(B) ( ) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é
prejudicial a um sistema linguístico.
(C) ( ) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
(D) ( ) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.

5. você vai conhecer um poema da literatura de cordel, do mais conhecido poeta brasileiro nesse gênero:
Patativa do Assaré como ficou conhecido o cearense Antônio Gonçalves da Silva (1909 – 2002)
Aos poetas clássicos Patativa do Assaré
11. Eu nasci aqui no mato,
1. Poetas niversitário, poetas de vivi sempre a trabaiá, neste
Cademia, de rico vocabularo meu pobre recato, eu não
cheio de mitologia; se a gente pude estudá. No verdô de
canta o que pensa eu quero minha idade, só tive a
pedir licença, pois mesmo sem felicidade de dá um pequeno
português neste livrinho insaio in dois livro do iscritô,
apresento o prazê e o o famoso professô Filisberto
sofrimento de um poeta de Carvaio. começo se lia: a pá — o dedo
camponês. do papa, papa, pia, dedo, dado,
21. No premêro livro havia pua, o pote de melado, dá-me o
belas figuras na capa, e no dado, a fera é má e tantas coisa
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“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

bonita, qui o meu coração ôtras coisinha aprendi sem tê


parpita quando eu pego a lição de ninguém. Na minha 61. Deste jeito Deus me quis e
recordá. pobre linguage, a minha lira assim eu me sinto bem; me
servage canto o que minha considero feliz sem nunca
31. Foi os livro de valô mais arma sente e o meu coração invejá quem tem profundo
maió que vi no mundo, apenas incerra, as coisa de minha terra conhecimento. Ou ligêro como
daquele autô li o premêro e o e a vida de minha gente. [...] o vento ou divagá como a
segundo; mas, porém, esta lesma, tudo sofre a mesma
leitura, me tirô da treva escura, 51. Sou um caboco rocêro, sem prova, vai batê na fria cova;
mostrando o caminho certo, letra e sem istrução; o meu esta vida é sempre a mesma.
bastante me protegeu; eu juro verso tem o chêro da poêra do
que Jesus deu sarvação a sertão; vivo nesta solidade bem ASSARÉ. Patativa do. Aos poetas
Filisberto. destante da cidade onde a clássicos. Livreto de cordel, s.d.
ciença guverna. Tudo meu é
41. Depois que os dois livro eu naturá, não sou capaz de gostá
li, fiquei me sintindo bem, e da poesia moderna.

Esse tipo de literatura teve origem em Portugal e, aqui, ganhou características próprias. É um tipo de poesia
popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos, expostos para venda pendurados em cordas
ou cordéis, o que deu origem ao nome. (Cordel = corda fina, barbante).

I) Identifique os versos que apresentam as seguintes informações:

a) O eu lírico não estudou porque precisava trabalhar


b) Ele se alfabetizou sozinho.
c) Sua terra e as pessoas que vivem nela são importantes para o eu lírico.
d) Sua vida é diferente da vivida na cidade, ele está distante dos moldes impostos pela ciência.

II) O eu lírico imagina que seu poema pode não ser apreciado pelas pessoas instruídas e pede licença a elas
para apresentar seu livrinho “sem português”. Ao dizer isso, o poeta expõe um preconceito linguístico que é
muito comum em nossa sociedade. Qual?
A língua portuguesa, como todas as outras, é um conjunto muito amplo de palavras e de regras para combiná-las.
É natural que haja diferenças na forma como é empregada. Diversos fatores influenciam a maneira como as pessoas
usam a língua: a região onde moram, o grupo social a que pertencem, a idade, o sexo, o nível de escolaridade, a
profissão, etc. Assim, são muitas as variedades linguísticas empregadas no Brasil. Então, variedade linguística é
cada um dos sistemas em que uma língua se modifica, devido às possibilidades de variação de vocabulário, da
pronúncia, da forma das palavras e sua organização na frase. A norma culta ou padrão é a variedade linguística dos
membros da classe social de maior prestígio dentro de uma comunidade. Embora essa variação seja natural em
todas as línguas, os falantes esperam, geralmente, que todas as pessoas falem de uma mesma maneira, a forma
“correta”, o que implica a existência de formas “erradas” do uso da língua. Essa é a base do preconceito linguístico.
Assim, preconceito linguístico é o julgamento negativo que é feito dos falantes em função da variedade linguística
que utilizam.

6. Tendo por base essas informações, complete a frase a seguir no caderno com a(s) alternativa(s) mais
adequada(s).
Faça adaptações se necessário.
A variedade empregada pelo eu lírico de “Aos poetas clássicos” está relacionada:
a) a fatores geográficos: trata-se de um falar típico da região onde o poeta viveu.
b) à baixa escolaridade: trata-se de uma variedade empregada por pessoas com pouco acesso à variedade-
padrão ensinada nas escolas.
c) ao sexo: essa variedade é característica das pessoas do sexo masculino.

7. Copie no caderno o único verso que tem relação com fatores geográficos.
Governo do Estado de Roraima
“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

a) “pois mesmo sem português”. b) “vivi sempre a trabaiá” c) “Eu nasci aqui no mato”
d) “eu não pude estudá” e) “canto o que minha arma sente”

No poema de Patativa do Assaré, foi empregada uma variedade linguística social e regional. As variedades sociais
costumam apresentar diferenças significativas em relação ao som das palavras (“bicicreta” por bicicleta, “pobrema”
por problema, “mió” por melhor, etc.) e à forma e estrutura das frases(“a gente fumo” por nós fomos, “as laranja”
por as laranjas, etc.). Essas diferenças linguísticas costumam entrar em conflito com a norma culta, tanto na fala
quanto na escrita. Existem também as variedades regionais. Releia os versos:
“mas quanto mais pensava
mais ficava aperreado”

Dependendo da região em que você vive, a palavra “aperreado” pode soar menos ou mais familiar. Ao
conversar com pessoas de outras regiões, você pode observar o uso de palavras ou expressões que não fazem
parte do seu vocabulário cotidiano.

As variedades linguísticas próprias das pessoas que têm a mesma profissão ou realizam a mesma atividade são os
jargões. Esse tipo de linguagem se caracteriza pela presença de muitos termos técnicos, pouco compreensíveis para
quem não tem o conhecimento específico. A gíria é o jargão utilizado por grupos de jovens (skatistas, surfistas, etc.),
contribuindo também para definir a identidade do grupo que a utiliza.

8. Leia e tente responder a que grupo social ou profissional pertence o enunciador de cada trecho a seguir.

a) Data venia, havia indícios de o réu ser inimputável e, ipso jure, realizada perícia médica, constatou-se que
de fato o era à época dos fatos; o réu não nega a autoria nem alega ter agido sob os auspícios de excludente
alguma.

b) “O paciente refere quadro subagudo de quatro meses de evolução com cansaço e dispneia progressiva aos
pequenos esforços, ortopneia e edema de membros inferiores. Há três meses, apresentou agravamento de
seu quadro clínico[...].”(,acessadoem2jun.2009.)

c) O cadáver de J. R. foi encontrado em decúbito dorsal junto à entrada do prédio. O meliante se evadiu do
local.

d) Vc jah viu esse filme?!!! Ele eh d+ né?

Em situações familiares ou na conversa entre amigos, a linguagem usada, como sabemos, é mais informal. Nesses
casos, dizemos que o falante está fazendo uso da linguagem coloquial. Um dos sentidos da palavra colóquio é
“conversa íntima”. Já nas situações mais formais (por exemplo, uma palestra, uma entrevista para emprego), o
falante procura utilizar uma linguagem também mais formal. De qualquer modo, é muito importante saber que todas
as variedades linguísticas são adequadas para determinados falantes se expressarem em determinadas situações.
Nenhuma variedade linguística sobreviveria se não fosse adequada a um contexto e a uma cultura. Leia o texto
abaixo sobre as variantes regionais do nosso país.

Língua brasileira

[...] O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas
cheio de dialetos diferentes.
No Rio de Janeiro é “e aí merrmão! CB, sangue bom!”. Até eu entender que merrmão era “meu irmão”
levou um tempo. Para conseguir se comunicar, além de arranhar a garganta com o erre, você precisa aprender
a chiar que nem chaleira velha: “vai rolá umasch paradasch ischperrtasch”.
Governo do Estado de Roraima
“Amazônia: patrimônio dos brasileiros”

Na cidade de São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não
tô inteindeindo o que eu tô veindo”. E no interiorrr falam um erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a
porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima.
Em Mins, quer dizer, em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora, Doidemais da
conta, sô! Qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho na plataforma da
estação. Quando ouviu um apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo”.
No Nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é voinha. E pra você
conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota
mais aguda que as seguintes. As frases são sempre em escala descendente, ao contrário do sotaque gaúcho.
Mas o lugar mais interessante de todos é Florianópolis, um paraíso sobre a terra abençoado por Nossa
Senhora do Desterro. Os nativos tradicionais, conhecidos como Manezinhos da Ilha, têm o linguajar mais
simpático da nossa língua brasileira. Chamam lagartixa de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de
rosca (que deve ser lido rôschca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir
um envelope de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é conhecido como poste de prosa e a ficha
de telefone é pastilha de prosa. Ovo eles chamam de semente de galinha e motel lugar de instantinho. [...]
RAMIL. Kledir. Tipo assim. Porto Alegre: RBS Publicações, 2003. p. 75-76. (Fragmento).

Mas atenção: considerar uma variedade como a única “correta” é, muitas vezes, usado como pretexto para
discriminar socialmente os indivíduos. Quando alguém se refere, por exemplo, à fala dos cariocas como semelhante
a um “rádio fora de sintonia” ou representa a fala de um mineiro cortando as sílabas, acaba revelando uma visão
preconceituosa da diferença entre as variedades regionais, mesmo que seja por meio de piadas “inocentes”.
Qualquer variedade linguística é válida, desde que permita uma comunicação eficiente. Vemos, porém, que
uma variedade pode ser adequada em uma situação e inadequada em outra.
Por exemplo: uma linguagem repleta de termos característicos de uma região pode ser inadequada em um
jornal de circulação nacional, porque leitores de outras regiões podem ter dificuldade para entendê-la, embora essa
mesma linguagem seja perfeitamente adequada à comunicação cotidiana entre as pessoas do lugar.

Produção de texto – Observe o exemplo abaixo:

Agora é com você. PRODUZA UM TEXTO no gênero cordel abordando sobre as variações linguísticas.
Para ser bem fiel ao gênero, releia, na página 6, as características desse tipo de texto. Entregue ao seu professor
sua redação.
Boa sorte!

Rorainópolis, 14/05 /2021

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Professor Coordenador(a) Pedagógico

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