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PLANO DE AULA

1. IDENTIFICAÇÃO

Disciplina: Língua Portuguesa


Ano/série: 5° ano

2. CONTEÚDO DA AULA

Variação linguística

3. OBJETIVOS

 Ouvir gravações, canções, textos falados em diferentes variedades


linguísticas identificando características regionais, urbanas e rurais da fala;

 Respeitar e valorizar as diversas variedades linguísticas como características


do uso da língua por diferentes grupos regionais ou diferentes culturas locais;

 Rejeitar preconceitos linguísticos.

4. SÍNTESE DO ASSUNTO (PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DO


CONTEÚDO)

É fato que, a maioria dos nossos alunos, chegam a escola fazendo uso de
uma linguagem não formal e que introduzir a norma padrão da língua portuguesa é
mais um papel designado à escola.
Contudo há uma preocupação, inclusive a nível acadêmico, sobre a
pluralidade dentro do universo da língua portuguesa, cabendo a escola não apenas
a ensinar a forma padrão da nossa língua, mas também abrir mais espaço para
discutir as regras do português-não-padrão que são apreendidas quase
naturalmente, por imitação. É uma linguagem mais funcional, que trata de eliminar
as regras desnecessárias. E uma linguagem inovadora, que se deixa levar pelas
forças vivas de mudança.
Nesse contexto, vale citar a obra de Marcos Bagno (1999), A língua de
Eulália, a novela sociolinguística, que conta a história de três estudantes
universitárias dos cursos de Psicologia, Letras e Pedagogia que escolhem a chácara
de sua professora Irene, em Atibaia -SP, para passar as férias escolares. No
decorrer dos dias, as jovens vão se integrando cada vez mais com a professora em
situações pouco acadêmicas, desenvolvendo conhecimentos e observações
diferentes dos aprendidos em sala de aula, tendo oportunidade de reciclar, com
diferentes padrões, os vários conceitos da língua portuguesa.
Notadamente, também perceber-se de maneira corriqueira, dentro e fora da
escola, preconceitos linguísticos, muitas vezes transformados em bullying, com
pessoas que fazem uso muito frequente de linguagem não padrão da nossa língua.
A temática em pauta (variação linguística) é contemplada na BNCC e no
Currículo de Pernambuco com o código (EF35LP11PE) para o quinto ano do Ensino
Fundamental. Contudo, devido tamanha importância perpassa por vários anos/série
da Educação Básica.

5. DESENVOLVIMENTO DA AULA

Apresentação aos alunos da proposta de analisar diferentes formas de registro da língua


portuguesa por meio de letras de música. Citando que essas diferenças aparecem em variados
gêneros textuais, seja na modalidade oral ou na escrita, e que elas enriquecem a língua, pois são
representações de grupos sociais e de diferentes regiões do Brasil.
 Apresentação das letras das músicas aos alunos e leitura em grupo (cópias
individuais);
 Identificação das palavras ou expressões que desconhecem e aquelas que
não têm a mesma forma encontrada no dicionário;
 Roda de conversa sobre o que eles sabem sobre os compositores das
músicas e apresentação de trechos das biografias, procurando situar a
produção em seu contexto para que, ao final, os alunos possam compreender
as intenções dos autores ao fazer uso dessas variedades linguísticas.
 Quanto aos compositores, é bom lembrar que o grupo Mamonas Assassinas
tinha um caráter irreverente, brincava com a forma como as pessoas falam
com a intenção de registrar esse uso e de reconhecer a existência dele entre
tantos outros da nossa língua. O compositor Projota tem como foco o
destaque a grupos sociais que estão à margem, o que reforça a ideia de
reconhecimento e de valorização das diferenças, expressas em suas
músicas. O fato de os autores terem feito uso dessas variedades na
composição de suas letras só reforça a ideia de que é preciso reconhecer as
diferenças entre elas para também saber identificar a mais adequada a
determinados contextos, como a variedade padrão, por exemplo.
 Após a identificação das palavras ou expressões que desconhecem e aquelas
que não têm a mesma forma encontrada no dicionário e da roda de conversa,
passar as letras das músicas trabalhadas para a forma padrão da língua
portuguesa, tendo-a apenas como mais uma variação da nossa língua e não
apenas como a única forma correta da língua falada e escrita.

6. RECURSOS

Para vivência da aula serão necessários tais recursos: letras das músicas
impressas, caixa de som, lousa e caderno.

7. REFERÊNCIAS

BAGNO, M. (1997). A Língua de Eulália. Novela sociolinguística. São Paulo:


Contexto.
_______. Preconceito Linguístico: o que é como se faz. São Paulo: Edição
Loyola,
1999.

“BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:


MEC, 2018.

PERNAMBUCO, Governo do Estado de. Secretaria de Educação e Esportes.


Currículo de Pernambuco Ensino Fundamental. 2019

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