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Crônica

O que é crônica?
A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de
comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos
corriqueiros do cotidiano.

Do latim, a palavra “crônica” (chronica) refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo
(cronológico); e do grego (khronos) significa “tempo”.

Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o
passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto.

As características das crônicas


 narrativa curta;
 uso de uma linguagem simples e coloquial;
 presença de poucos personagens, se houver;
 espaço reduzido;
 temas relacionados a acontecimentos cotidianos.

Tipos de crônicas
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo (com enredo, foco narrativo, personagens,
tempo e espaço), há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais.

Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos:

 Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de
“crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da
atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
 Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens,
tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
 Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público,
ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns
aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc.

Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo:
uma crônica jornalística e humorística.

Crônica Narrativa: A crônica narrativa é um tipo de crônica que relata as ações de personagens
num tempo atual e um espaço determinado.

Em relação à linguagem, as crônicas narrativas possuem uma linguagem simples e direta e, muitas
vezes, utilizam do humor para entreter os leitores. Além disso, podem apresentar o discurso direto,
onde há a reprodução das falas dos personagens.

As crônicas narrativas envolvem os mais diversos tipos de narrador (foco narrativo) e, portanto,
podem ser narradas em primeira ou terceira pessoa.

Além da crônica narrativa, ela pode ser dissertativa-argumentativa ou descritiva. Entretanto,


podemos encontrar uma crônica que seja narrativa e descritiva ao mesmo tempo.

Vale lembrar que a crônica é um texto curto em prosa onde a principal característica é relatar
acontecimentos cotidianos de forma cronológica, daí seu nome. Esse tipo de texto é muito veiculado
nos meios de comunicação, por exemplo, jornais e revistas.
Como fazer uma crônica narrativa?
Para produzir uma crônica narrativa precisamos considerar os principais elementos que compõem
uma narração. São eles:

1. Enredo: história da trama, onde surge o tema ou o assunto que será narrado.
2. Personagens: pessoas presentes na história e que podem ser principais ou secundários.
3. Tempo: indica o tempo no qual a história está inserida.
4. Espaço: determina o local (ou locais) onde se desenvolve a história.
5. Foco narrativo: é o tipo de narrador que pode ser um personagem da trama, um observador ou
ainda onisciente.

Além disso, devemos observar que os fatos são narrados em ordem cronológica e sua estrutura está
dividida em: introdução, clímax e conclusão.

É importante destacar que diferente de outros textos narrativos longos, como uma novela ou um
romance, a crônica narrativa é um texto mais curto.

Nesse sentido, por ser uma história breve, ela geralmente possui poucos personagens e um espaço
reduzido.

Assim, depois de compreender todos os elementos que compõem uma narrativa, escolhemos o
tema, quais serão seus personagens, o tempo e o espaço que ela ocorre.

Exemplos de crônicas narrativas


1. Aprenda a chamar a polícia (Luís Fernando Veríssimo)
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente
no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma
silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não
fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que
iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já
matei o ladrão com um tiro de escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas
situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero,
uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso
por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele
estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

2. Dois velhinhos (Dalton Trevisan)


Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no
fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do
segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.
Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros
em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

3. Valente menina (Rubem Braga)


Debruçado cá em cima, no 13.° andar, fiquei olhando a porta do edifício à espera de que surgisse o
seu vulto lá embaixo.
Eu a levara até o elevador, ao mesmo tempo aflito para que ela partisse e triste com a sua partida.
Nossa conversa fora amarga. Quando lhe abri a porta do elevador esbocei um gesto de carinho na
despedida, mas, como eu previra, ela resistiu. Pela abertura da porta vi sua cabeça de perfil, séria,
descer, sumir.
Agora sentia necessidade de vê-la sair do edifício, mas o elevador deve ter parado no caminho,
porque demorou um pouco a surgir seu vulto rápido. Desceu a escada fez uma pequena volta para
evitar uma poça de água, caminhou até a esquina, atravessou a rua. Vi-a ainda um instante andando
pela calçada da transversal, diante do café; e desapareceu, sem olhar para trás.
“Valente menina!” — foi o que murmurei ao acaso lembrando um verso antigo de Vinicius de
Moraes; e no mesmo instante me lembrei também de uma frase ocasional de Pablo Neruda, num
domingo em que fui visitá-lo em sua casa de Isla Negra, no Chile. “Que valientes son las chilenas!”
dissera ele, apontando uma mulher de maiô que entrava no mar ali em frente, na manhã nublada; e
explicara que estivera andando pela praia e apenas molhara os pés na espuma: a água estava
gelada, de cortar.
“Valente menina!” Lá embaixo, na rua, era tocante seu pequeno vulto, reduzido pela projeção
vertical. Iria com os olhos úmidos ou sentiria apenas a alma vazia? “Valente menina!” Como a
chilena que enfrentava o mar, em Isla Negra, ela também enfrentava sua solidão. E eu ficava com a
minha, parado, burro, triste, vendo-a partir por minha culpa.
Deitei-me na rede, sentindo dor de cabeça e um certo desgosto por mim mesmo. Eu poderia ser pai
dessa moça — e me pergunto o que sentiria, como pai, se soubesse de uma aventura sua, como
essa, com um homem de minha idade. Tolice! Os pais nunca sabem nada, e quando sabem não
compreendem; estão perto e longe demais para entender. Ele, esse pai de quem ela falava tanto,
não acreditaria se a visse entrar pela primeira vez em minha casa, como entrou, com sua bolsa a
tiracolo, o passo leve e o riso nervoso. “Como você pensava que eu fosse?” Lembro-me de que
fiquei olhando, meio divertido, meio assustado, aquela mocetona loura e ágil que só falava me
olhando nos olhos, e me fez as confissões mais íntimas e graves entremeadas de mentiras pueris —
sempre me olhando nos olhos. Disse-me que a metade das coisas que me contara pelo telefone era
pura invenção — e logo inventou outras. Senti que suas mentiras eram um jeito enviesado que ela
tinha de se contar, um meio de dar um pouco de lógica às suas verdades confusas.
A ternura e o tremor de seu duro corpo juvenil, seu riso, a insolência alegre com que invadiu minha
casa e minha vida, e suas previsíveis crises de pranto — tudo me perturbou um pouco, mas reagi.
Terei sido grosseiro ou mesquinho, terei deixado sua pequena alma trêmula mais pobre e mais só?
Faço-me estas perguntas, e ao mesmo tempo me sinto ridículo em fazê-las. Essa moça tem a vida
pela frente, e um dia se lembrará de nossa história como de uma anedota engraçada de sua própria
vida, e talvez a conte a outro homem olhando-o nos olhos, passando a mão pelos seus cabelos, às
vezes rindo — e talvez ele suspeite de que seja tudo mentira.

Crônica Argumentativa- A crônica argumentativa é um tipo de texto em que a argumentação é a


sua principal marca.
Ela é muito utilizada pelos meios de comunicação, sobretudo os jornais e as revistas.

A crônica argumentativa funde aspectos da crônica e dos textos argumentativos e se aproxima do


Artigo de Opinião. Ela pode ser do gênero narrativo, dissertativo ou descritivo.
Os cronistas, autores que escrevem as crônicas, expressam nesse tipo de texto um tema e sua
posição, ponto de vista ou juízo de valor sobre tal assunto.

Como fazer uma crônica argumentativa?


Para elaborar uma crônica argumentativa, primeiramente escolha um tema contemporâneo que
queira abordar, seja a fome no mundo, o aumento do preço da gasolina, a economia brasileira atual,
uma briga entre vizinhos, o aumento do trânsito nas grandes cidades, dentre outros.

Feito a escolha, leia sobre o assunto, organize suas ideias e selecione argumentos.

Lembre-se que a crônica argumentativa tem que apresentar argumentos, senão trata-se de um
texto meramente informativo.
Uma importante característica das crônicas é o acentuado teor crítico, com presença de humor,
ironia e sarcasmo. Portanto, seja criativo!
Note que a crônica narrativa argumentativa narra uma breve história, com personagens, tempo e
espaço. Ela pode conter discursos diretos (com marca da fala dos personagens, por exemplo, o uso
de travessão), indiretos (palavras dos personagens proferidas pelo narrador, ao invés de utilizar as
marcas pessoas) e os indiretos livre (fusão dos dois tipos de discursos: direto e indireto).

Principais características da crônica argumentativa


As principais características de uma crônica argumentativa são:

 Argumentação e persuasão;
 Linguagem coloquial, simples e direta;
 Textos relativamente curtos;
 Temas cotidianos e polêmicos;
 Crítica, humor e ironia;
 Induz a reflexão;
 Subjetividade e criatividade;
 Fusão do estilo jornalístico e literário;
 Poucos personagens, se houver;
 Tempo e o espaço limitados;
 Caráter contemporâneo.

 Exemplo de crônica argumentativa


 Segue abaixo um exemplo de crônica argumentativa do escritor brasileiro Luis Fernando
Veríssimo, que apresenta um texto crítico e humorístico sobre a falta de tempo nos tempos
modernos:

 Exigências da vida moderna (Quem aguenta tudo isso?)


 Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causado ferro.

 E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C.

 Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.

 Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.

 E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.

 Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é,
mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

 Cada dia uma Aspirina, previne infarto.

 Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
 Um copo de cerveja, para...não lembro bem para o que, mas faz bem.

 O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame,
nem vai perceber.

 Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra.

 Fibra suficiente para fazer um pulôver.

 Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.

 E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.

 Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.

 E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.

 Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis
refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e
bochechar com Plax.

xemplo de crônica argumentativa

Um reconhecido nome da crônica argumentativa é o escritor e psicanalista Contardo


Calligaris, colunista da Folha de São Paulo. Abaixo seguem alguns trechos de
sua crônica “O segredo da vida de um casal”, publicada em 2007 e livre para acesso
no site da UOL.
“EM GERAL, na literatura, no cinema e nas nossa fantasias, as histórias de amor acabam quando os amantes se
juntam (é o modelo Cinderela) ou, então, quando a união esbarra num obstáculo intransponível (é o modelo Romeu
e Julieta).
No modelo Cinderela, o narrador nos deixa sonhando com um "viveram felizes para sempre", que seria a "óbvia"
consequência da paixão.
No modelo Romeu e Julieta, a felicidade que os amantes teriam conhecido, se tivessem podido se juntar, é uma
hipótese indiscutível. O destino adverso que separou os amantes (ou os juntou na morte) perderia seu valor trágico
se perguntássemos: será que Romeu e Julieta continuariam se amando com afinco se, um dia, conseguissem deitar-
se juntos sem que Romeu tivesse que escalar a casa de Julieta até o famoso balcão? Ou se, em vez de enfrentar a
oposição letal de suas ascendências, eles passassem os domingos em espantosos churrascos de família?
Talvez as histórias de amor que acabam mal nos fascinem porque, nelas, a dificuldade do amor se apresenta
disfarçada. A luta trágica contra o mundo que se opõe à felicidade dos amantes pode ser uma metáfora gloriosa da
dificuldade, tragicômica e inglória, da vida conjugal.
O casal que dura no tempo, em regra, não é tema para uma história de amor, mas para farsa ou vaudeville - às
vezes, para conto de terror, à la "Dormindo com o Inimigo".”

Nessa primeira parte, percebe-se que o autor faz a parte introdutória da crônica
argumentativa, apresentando tema, introduzindo elementos que situam o leitor a
respeito do que será discutido, além de fornecer referências literárias que
contribuem para a compreensão do leitor.
“Trillin compunha com sua mulher, Alice, uma dobradinha humorística, em que Calvin era o avoado, o feio e o
desajeitado, e Alice encarnava, ao mesmo tempo, a beleza, a graça e a sabedoria concreta de vida.
À primeira vista, isso confirma a regra: a vida de casal é um tema cômico. Mas as crônicas de Trillin eram delicadas
e tocantes: engraçadas, mas nunca grotescas. Trillin não zombava da dificuldade da vida de casal: ele nos divertia
celebrando a alegria do casamento. Qual era seu segredo?
Pois bem, Alice, com quem Trillin se casou em 1965, morreu em 2001.
Trillin escreveu "Sobre Alice", que acaba de ser publicado pela Globo. Esse pequeno e tocante texto de despedida
desvenda o segredo de um amor e de uma convivência felizes, que duraram 35 anos.
O segredo é o seguinte: Calvin e Alice, as personagens das crônicas, não eram artifícios literários, eram os próprios.
A oposição entre os dois foi, efetivamente, o jeito especial que eles inventaram para conviver e prolongar o amor na
convivência.
Considere esta citação de um texto anterior, que aparece no começo de "Sobre Alice": "Minha mulher, Alice, tem a
estranha propensão de limitar nossa família a três refeições por dia". A graça está no fato de que a "propensão" de
Alice não é extravagante, mas é contemplada por Calvin como se fosse um hábito exótico.”

Nesse segundo fragmento, o autor insere um elemento diferente dos indicados na


introdução. Ele apresenta uma espécie de “exemplo” daquilo que dissertou no
início e mostra que a escrita de Calvin sobre Alice apresenta uma história de amor
diferente da usualmente apresentada pela literatura, a qual não apresenta uma
perfeição conjugal, bem como não a desmoraliza. Esse repertório atua
como fortalecedor do ponto de vista que está sendo defendido pelo autor, ao
mesmo tempo em que encaminha a discussão para sua conclusão.
“Com isso, Calvin e Alice transformaram sua vida de casal numa aventura fascinante: a aventura de sempre descobrir
o outro, cuja diferença inesperada nos dá, de brinde, a certeza de que nossa obstinada maneira de ser, nossos jeitos
e nossa neurose não precisam ser uma norma universal, nem mesmo a norma do casal.
Há quem diga que o parceiro ideal é aquele que nos faz rir. Trillin completou a fórmula: Alice era quem conseguia
fazê-lo rir dele mesmo. Com isso, ele descobriu a receita do amor que dura.”

Ao final, percebe-se que o autor conclui seu pensamento, com o auxílio da história
de Calvin e Alice, a respeito do segredo da duração do amor. Aqui, evidencia-se a
estrutura dividida em apresentação, argumentação e conclusão da crônica
argumentativa.

Característica e estrutura da crônica argumentativa

Na crônica argumentativa, o autor exerce sua expressão pessoal, refletindo e


criticando temas cotidianos.
A crônica argumentativa é um texto que busca expressar um ponto de vista
reflexivo a respeito de alguma temática do cotidiano, evidenciando um ponto de
vista, sem, no entanto, ter o intuito definitivo de convencer o leitor, e sim de expressar
sua opinião e provocar possíveis reflexões.
As temáticas que inspiram as crônicas argumentativas são os acontecimentos e
elementos do cotidiano, experiências simples e comuns que são vividas por
muitos, mas observadas por poucos. Assim, o cronista busca expor o tema e também
interpretações inovadoras sobre ele.
A diferença da crônica argumentativa é justamente a evidência de um ponto de
vista de modo não usual, pois não se restringe à argumentação lógica com
comprovação de fatos, tampouco objetiva provar a verdade, mas abrange a hibridez
do gênero crônica, permitindo a integração de elementos dramáticos, irônicos,
poéticos e outros que caibam ao texto.
A estrutura da crônica argumentativa divide-se em:
 exposição do tema: momento inicial da crônica na qual o autor apresenta os
elementos primordiais do tema, introduzindo o leitor no cenário ou no assunto;
 posicionamento do autor sobre o tema: após uma apresentação inicial,
comumente se apresentam o posicionamento do autor, a tese ou o ponto de vista
dele a respeito da temática trabalhada;

 argumentação: apresentação de elementos que aprofundam e solidificam o


ponto de vista do autor sobre;

 conclusão: síntese ou reflexão final a respeito do assunto.

Diferenças entre crônica e crônica argumentativa

O gênero crônica é de classificação abrangente, pois engloba diversos subtipos.


Pode ser compreendido como um texto que visa relatar e comentar
acontecimentos do cotidiano em ambiente profissional, público, pessoal ou outro.
As crônicas portuguesas, por exemplo, conhecidas por serem documentos que
descreviam as novas terras conhecidas à corte, apresentavam o relato e descrição
das impressões vividas no cotidiano de viagem.
O gênero crônica argumentativa também apresenta acontecimentos cotidianos,
mas se expande para a função de defender uma “visão”, um ponto de vista sobre
o tema, mas essa defesa não se concentra tanto no convencimento do leitor, e sim
na própria atividade de expressão e fomento do pensamento crítico. Para saber mais
sobre a modalidade mais abrangente desse gênero híbrido.

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