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RESOLUÇÕES

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

02 De acordo com o texto, conhecer a variação linguística por


CAPÍTULO 1
motivos geracionais é de fundamental importância para se
ter consciência de que a língua passa por transformações
Variação linguística
ao longo do tempo, para saber que ela é historicamente
construída, uma entidade viva. Assim, se a norma culta é
fundamental para que haja um padrão de referência e de
COMEÇO DE CONVERSA documentação, não se deve esquecer das variedades mais
informais atuais e do passado, pois elas também fazem
01 Espera-se que o aluno possa responder que a personagem parte de nossa história e de nossa identidade como comu-
se refere aos gramáticos e estudiosos da língua portuguesa nidade linguística; elas evidenciam que a língua é cons-
que ditavam as regras gramaticais e promoviam mudanças truída por nós mesmos ao longo do tempo.
estruturais em acordos ortográficos.
03 De acordo com o texto, sobretudo por conta das inovações
02 A personagem começa o requerimento afirmando que a tecnológicas, notadamente através dos computadores e
língua portuguesa é emprestada ao Brasil. Mais adiante ele da internet, para além do vocabulário, mudam também as
afirma que a língua de um país é uma manifestação da inte- formas como escrevemos as palavras. Por exemplo, surge
ligência de um povo e que a emancipação política do país uma série de abreviações, alguns acentos podem sumir,
depende da sua emancipação idiomática. Em seguida, fala algumas palavras representam sons e não a grafia oficial
a respeito da riqueza da língua tupi-guarani, que seria a dos termos, diversos estrangeirismos são incorporados.
única capaz de traduzir as belezas do país e de se adaptar
“aos nossos órgãos vocais e cerebrais”. Por fim, comenta 04 O texto é destinado a jovens estudantes, sobretudo meni-
que as controvérsias da língua portuguesa impedem o pro- nas, sendo adequado a esse público. Isso fica perceptível
gresso da cultura brasileira. em casos como: falar em gírias ditas no recreio e em reda-
ção de ENEM; em achar um “cara” ou uma “mina” boni-
tos; em interromper os estudos para sair à noite; em ser
03 Espera-se que o aluno perceba que o português brasileiro,
adolescente nos anos 2000.
ainda no século XIX, já apresentava diferenças tanto na lín-
gua escrita como na língua falada se comparadas ao por-
tuguês de Portugal. É possível que a personagem também 05 Espera-se que o aluno comente que o termo não está ade-
notasse as diferenças regionais da língua e que as “cen- quado nesse contexto, uma vez que a escola não ensina
suras ásperas” fossem um equivalente ao que chamamos “outra” língua; a escola trabalha a língua portuguesa, sis-
hoje de preconceito linguístico, uma vez que a variante tematizando suas “regras e definições”. É possível falar
que desviasse das normas gramaticais poderia ser consi- que a escola trabalha a variante culta, de prestígio social,
derada inferior. que deve ser empregada em determinados contextos
mais formais.

04 Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que se


trata da norma culta da língua portuguesa. 06 Resposta pessoal.

05 Resposta pessoal. AGORA É COM @VOCÊ – PÁG. 12

01 A autora do texto nasceu no Maranhão, morou um tempo


AGORA É COM @VOCÊ – PÁG. 7 em São Paulo e reside, há muitos anos, em Belo Horizonte.
Logo, ela acabou incorporando diferentes sotaques em
01 O texto apresenta um tom humorístico nesse trecho, seu modo de pronunciar a língua portuguesa e até formas
baseado na contradição entre os adjetivos antigo e novo. e outras expressões, por isso ela fala de maneira “estra-
O vocabulário de pessoas idosas pode ser descoberto nha” para seus conterrâneos. Como a autora afirma, essa
como novidade para os mais jovens, mas, na verdade, é “fala estranha” faz com que ela “seja estrangeira em todos
antigo se considerarmos o uso da língua. Logo, é algo os lugares”, pois ninguém se reconhece na sua forma de
novo que vem do passado. falar e todos lhe perguntam: “você é de onde?”.

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

02 Para a autora, se a “grafia culta da língua é una, o modo de exemplos apresentam erros, embora apresentem desvios
falar é diverso e deve ser respeitado”, não se pode, por- em relação à norma-padrão, com exceção do primeiro. O
tanto, falar em erros, equívocos e elementos execráveis, e uso das diferentes variantes traz mais expressividade ao
sim em riqueza, beleza e diversidade. texto, adequando-se ao contexto em que foram utilizadas.

03 A autora apresenta uma breve trajetória da utilização da 04 F, V, V, F, V


língua portuguesa no Brasil, o que está, evidentemente, (F) A diferenciação valorativa abrange variedades de todos
ligado ao processo de colonização portuguesa. O interes- os tipos, e não apenas regional e porque dominar ape-
sante é perceber como fica evidente, pelas colocações da nas um dialeto pode gerar dificuldades na utilização de
autora, que em nenhum momento esse processo de imple- outras formas de uso da língua, como o uso padrão.
mentação da língua foi simples e unificado; houve diversas (V)
influências e adaptações que foram ocorrendo de maneira (V)
espontânea, o que revela o quanto o processo de utilização
(F) A competência linguística diz respeito ao domínio de
de uma língua para a comunicação é livre e diverso.
mais de uma variante linguística e sua adequação ao
contexto. Uma visão equivocada da língua pode pro-
04 No texto, a autora está tratando, em boa parte, dos diferen- mover a estigmatização de grupos sociais, como é o
tes sotaques que existem no Brasil, das formas que as pes- caso de grupos que se utilizam do dialeto caipira, inclu-
soas de diferentes regiões do país falam a língua portuguesa, sive pela via do humor.
e não de variantes dialetais, com termos específicos. Isso é (V)
apresentado no primeiro parágrafo, quando o filho de sua
amiga entende a mensagem, mas percebe que a autora fala 05 E
de maneira “estranha”, com outro sotaque. A certa altura,
ela afirma que as variantes da língua são os sotaques, o que Na crônica, há uma quebra de expectativa provocada pelo
evidencia essa confusão. Apenas no final do texto, quando uso de uma variante informal para narrar um acontecimento
ela fala do linguajar dos vaqueiros do sertão do Maranhão, registrado na Bíblia em uma variante bastante formal. O
ela se aproxima mais do conceito de dialeto. contraste entre o tom solene registrado na Bíblia e o tom
descontraído da crônica é o que promove essa quebra, pro-
duzindo o efeito de humor.
05 A autora, por um lado, ao apresentar uma breve trajetória
da utilização da língua portuguesa no Brasil, trata de varia-
ção histórica. Por outro, ao falar em diferentes sotaques e 06 B
linguajares, levando em conta regiões do Brasil, trata de O autor traça um paralelo entre duas linguagens. Uma,
variação geográfica. mais próxima das pessoas por estar “na ponta da língua”,
seria mais simples, de fácil entendimento. Outra, mais
complexa, em referência à linguagem poética, estaria dis-
ATIVIDADES PROPOSTAS tante do entendimento dos falantes, por isso mais difícil
de entender.
01 B
No texto, o tom de humor decorre da incompatibilidade 07 a) Sugestão de resposta: “E a vida do homem está presa
entre a linguagem pomposa da carta e o papel social encantoada — erra rumo, dá em aleijões como esses,
do remetente, o noivo, e o da destinatária, a noiva; ele, dos meninos sem pernas e braços.”. Embora a forma
um contabilista, e ela, filha de um tabelião local. Em um “encantoada” seja o particípio do verbo encantoar
contexto social de relações pessoais e íntimas (afinal, um empregado como adjetivo (daí a concordância no
noivado está sendo desfeito), a linguagem empregada é feminino com o substantivo “vida”), nesse contexto, o
extremamente formal e típica de comunicação comercial. emprego pode ser considerado uma ‘invenção’ de Gui-
marães Rosa, fundindo a ideia de a vida estar presa em
um canto e, ao mesmo tempo, encantada.
02 A
b) Sugestões de resposta: “…a gente perdidos…”; “…é
As expressões “uai” e “espaia” são exemplos comuns da todos contra os acasos”.
variante caipira. Não há referência a falantes especificamente
femininos, estrangeiros e escolarizados nessas expressões. 08 “Costuma dizer que, pela voz, sempre saberão que ele
nunca andou no meio dos pretos e que se formou em
03 Na primeira citação, houve uso de uma linguagem formal, Coimbra.”. A fala da personagem evidencia a relação entre
o que garante ao texto um tom mais solene. Nas outras, língua e preconceito racial ao associar a ideia de admira-
percebe-se que há a intenção de mostrar uma linguagem ção, beleza e distinção à fala dos portugueses, e contra-
informal, dando ênfase ao regionalismo, à oralidade e à pô-la à fala “dos pretos”, considerada inferior devido ao
classe social dos falantes. Não se deve considerar que os preconceito linguístico e social da época.

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

09 F, V, F, F, V
(F) Nem todos os dicionários regionais são elaborados de
forma empírica, como atesta o do lexicógrafo Francisco
Filipak, autor do Dicionário Sociolinguístico do Paraná.
(V)
(F) Isaque de Borba Corrêa aprimorou o seu trabalho inicial
divulgado em 1981, Dicionário do Papa-Siri, ao publicar
o Dicionário Catarinense em 2000, fruto de pesquisa e
embasamento científico.
(F) Antonio Soares da Fonseca Jr. escolhia aleatoriamente
o lugar e o informante que serviriam de apoio para a
sua pesquisa.
(V)

10 F, F, F, V, F, V
(F) O uso das aspas em “dicionários” indica um emprego
conotativo, em “dialetologia” e “idiotismos” imprime
ênfase aos termos.
(F) As classificações de “lapada” e “aprendizes de interjei-
ção” são adequadas, substantivo e interjeição, respec-
tivamente, já que o primeiro define a ação (“pancada”)
e o segundo, uma expressão emotiva de alívio (ufa!).
(F) Os dicionários elaborados por lexicógrafos amadores
caracterizam-se pela despretensão e pelo bom humor.
(V)
(F) O termo “diletantes” caracteriza pessoas que exercem
uma atividade por prazer, e não por obrigação.
(V)

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