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§ 1 e 2. O autor afirma que a fundamentação desse mito, que por sua vez não apresenta base científica
alguma, está relacionada novamente a relação de dependência com o português de Portugal. No estado
maranhense utiliza-se ainda, em grande proporção, o pronome “tu” seguido por formas verbais com a
terminação em “s” como: tu vais, tu cantavas, tu dizes, etc. Tal modo de falar condiz em certo aspecto com
o que é proferido no país português, mas quando tratamos do Brasil, entende-se que o pronome “tu” é
quase considerado um arcaísmo, visto que é expresso em pouquíssimas regiões, estando, portanto, em
risco de extinção.
§ 3, 4 e 5. Entende-se, portanto, que o motivo pela qual o mito de que o melhor português no Brasil é
falado no Maranhão, limita-se a conservação da característica linguística mencionada no parágrafo
anterior do fichamento. Visto que se olharmos para a forma como se fala em todo o estado maranhense,
logo será perceptível uma série de discordâncias e “erros” em relação ao português de Portugal. O autor
faz uma comparação com o fenômeno que ocorre envolvendo a grande condenação que é feita a língua
portuguesa no Brasil em razão do que é dito no Estado Português. O preconceito real é vivenciado a partir
da falta de abertura da mente de grandes estudiosos da área, uma vez que estes não buscam entender as
constantes variações linguísticas, estas que ocorrem mediante à adaptação que cada região ou cultura
tende a fazer de acordo com o contexto em que se encontra, a perseverança do pronome “tu”, por
exemplo, se deu pela grande influência da colonização lusitana no Maranhão da época.
§ 6, 7, 8 e 9. É citado no livro o linguista Pasquale Cipro Neto, que ao negar o português maranhense
como o mais correto a se pronunciar, afirma que as formas de linguagem do Rio de Janeiro como um todo
são as que mais se aproximam da norma padrão. Ou seja, combate um dos grandes mitos com outro, de
modo que entre por contra própria numa discordância. É notável a grande generalização que é feita com a
língua portuguesa, pesquisas apontam que a norma culta pode ser facilmente expressa, independente da
região, desde que se tenha domínio sobre a gramática que pode ser estudada, sendo portanto comum
existir inúmeras coincidências linguísticas conforme os diversos lugares do Brasil.
§ 10, 11 e 12. Classificar o que é supostamente certo ou errado em determinada região, julgando tudo que
é citado cotidianamente, ou até mesmo fazendo comparações em relação a outros lugares não convém a
nenhum cidadão brasileiro ou não. Aqueles que buscam exercer o padrão da norma culta, muitas vezes
pronunciam vocabulários populares, questões como essas são inevitáveis porque estão presentes em
nossa cultura. Diante de tal argumento é necessário que se entenda a pluralidade de nossa língua e, como
esse fator pode ser positivo para o povo brasileiro como um todo.