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FICHAMENTO – PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Primeiras palavras
(Parágrafos 1, 2 e 3) Quando se fala de linguagem, consequentemente falamos
de política, uma vez que a língua é discursada por seres humanos e estes são
considerados “animais políticos”. O preconceito linguístico refere-se em grande
parte a marcante conexão que é feita entre a língua e a gramática normativa, o
livro busca desfazer esse laço apresentando os fatos do que realmente ocorre
quando estuda-se as vivências da linguagem. Não se pode impor a chamada
norma culta a um povo imensamente amplo que explora o português das mais
diversas formas, não é possível que o padrão seja a única forma correta de
expressar a língua.
(Parágrafos 4,5 e 6) O autor menciona a língua como algo que esta
constantemente sendo atualizado e implementado com novas características e
inovações enquanto a gramática em si (norma padrão intitulada) se limita a
algo estagnado no passado, que recebe poucas atualizações ao longo do ano,
por isso sempre preserva os mesmos fundamentos.
(Parágrafos 7,8, 9 e 10) O autor faz seus agradecimentos e notas a parte,
afirmando que o livro passou por algumas evoluções e melhorias conforme os
anos. Também contextualiza a capa da edição literária, em que está presente a
prova pura de que nossa sociedade esta coberta de preconceitos preocupantes
onde as pessoas que sofrem com tal são vítimas resistentes e resilientes. Vale
ressaltar o objetivo do escritor ao publicar o livro, que trata de combater de
forma direta as intolerâncias linguísticas apresentando fatos e argumentos
completamente pertinentes.

A mitologia do preconceito linguístico


(Parágrafos 1, 2 e 3) O contexto atual do mundo que vivemos é rodeado por
uma série de intolerâncias sociais que conforme os períodos históricos passam
por inúmeras alterações. Ainda assim, nos dias de hoje é notável que há um
forte combate a tais formatos de preconceito, visto que a mentalidade do ser
humano também lida com um perceptível amadurecimento. Porém, mesmo
tendo em vista que muitas pessoas já absorveram a ideia de que atitudes
preconceituosas são a mais pura prova da ignorância humana, existem
preconceitos que continuam sendo praticados, uma vez que pode se
considerar que estão enraizados na sociedade, como por exemplo, o
preconceito linguístico.
Atitudes intolerantes com nossos próprios costumes linguísticos são
cometidas cotidianamente, uma vez enraizadas estão presentes das formas
mais sutis, por isso são cometidas em grande proporção e com tanta facilidade,
não recebendo, portanto, a devida atenção.
(Parágrafo 4) O livro em análise busca trazer conhecimento suficiente para
compreender a mitologia do preconceito linguístico, de modo que em formato
conjunto seja possível realizar uma reflexão que visa entender como combater
tal expressão preconceituosa.

Mito nº 1 – “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade


surpreendente”
(Parágrafo 1,2 e 3) Afirmar que a língua portuguesa no Brasil não é sujeita a
diversidades linguísticas é um grande ato de preconceito cometido até mesmo
por grande intelectuais e estudiosos da área. Fato este, que ocorre, por
exemplo, quando Darcy Ribeiro afirma em um de seus estudos que em todo
nosso país é falado apenas um dialeto, sendo portanto discursada a mesma
língua.
Tal ideia marca o pensamento de muitos há tanto tempo que influenciou
fortemente na educação gramatical brasileira, uma vez que as mesmas normas
gramaticais são ensinadas como regras gerais, considerando então as outras
maneiras de expressar a língua como erros da gramática.
(Parágrafo 4 e 5) Seguindo a lógica do pensamento apresentado, entende-se
que tal ideia afeta de fato o ensino em nosso país, não se pode associar as
inúmeras diferenças socias, regionais, culturais à um único padrão normativo
do português. É preciso reconhecer que existe uma grande flexibilidade em
nossa língua e que consequentemente é necessário levar em conta tais
diferenças quando trata-se do ensino da gramática. Os marcantes impactos
sociais são os maiores responsáveis pelo vazio linguístico que nos rodeia, este
que difere então os falantes da norma padrão ensinada nas escolas (minoria) e
os falantes da linguagem não padrão (maioria).
(Parágrafo 6 e 7) Visto que a educação não atinge toda a população brasileira,
sabe-se que uma notável parte da mesma encontra-se sem acesso à
aprendizagem do português padrão. Completando a linha de pensamento
daqueles que acreditam que o idioma português é um só, todos os cidadãos
que encontram-se sem escola, moradia, alimentação ou saúde, também
encontram-se se língua, sendo considerados “sem- línguas”, uma vez que o
português praticado por eles não é considerado correto mediante a norma
culta, sendo alvo de uma forte intolerância por parte tanto dos que exercem o
português padrão, quanto dos que o tem como referência.
Um fator envolvido nessa questão que não pode ser deixado de lado é o
fato de que o começo da discriminação social ocorre quando o contato entre a
população geral e o poder público é feito através da língua padrão, de forma
que não seja possível que todos o compreendam, anulando portanto parte da
ideia que ressalta a igualdade de todos perante a lei. Conclui-se então a
importância de que o ensino da norma padrão seja completamente acessível.
(Parágrafos 8 e 9) Visto que grande parte do povo brasileiro não compreende
as mensagens dos grandes poderes, muitos não conseguem ter acesso a seus
direitos ou benefícios, justamente porque não tem conhecimento dos mesmos,
tais problemas de comunicação interdialetal são reconhecidos mas não
recebem atenção.
(Parágrafos 10 e 11) Não se pode restringir-se ao pensamento de que a língua
portuguesa está compactada em um só bloco inalterável. É preciso admitir que
a diversidade do Brasil também se aplica à língua, o que indica que os dialetos
existentes também apresentam gramática coerente. As instituições de ensino
devem adaptar-se a este fato, de modo que estejam abertas a realizar novas
formas de inclusão daqueles que praticam o português não padrão, para que
assim, nossa própria língua padrão não seja vista como estrangeira se
comparada ao que é falado pela maioria dos brasileiros no cotidiano comum.
(Parágrafos 12, 13 e 14) No contexto atual, os órgãos responsáveis pelo
planejamento educacional do Brasil reconhecem a pluralidade do português e
admitem que não se pode julgar e impor o que é correto ou não dentro do uso
da língua, o que se espera é que tal pensamento se divulgue nos ambientes
escolares.

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