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NA PRÁXIS EDUCATIVA1
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Para isso, dois planos foram seguidos na pesquisa, um que verifica o direito ao
uso da língua materna sem importunações – abrandando o preconceito linguístico
praticado contra alunos vindos do interior, e outro que garante a todos o acesso
ao aprendizado das variações de prestígio, como a norma culta da Língua
Portuguesa (LP). A partir deste ponto, percebe-se a importância deesclarecer a
diferença entre variação linguística e o uso da língua materna. É com esse objetivo
que a secção abaixo foi escrita.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Dentre essas variações, existe a chamada variação diastrática, que é aquela que
ocorre em função do convívio em determinados grupos sociais, cujos fatores,
relacionados à idade, profissão, estrato social, entre outros, imperam de forma
especial. Como exemplo, podem ser citados: a linguagem dos grupos de rap, dos
surfistas; a linguagem da classe médica, e até mesmo a linguagem dos mais
velhos e das crianças. Como explica Coelho, quando se fala em variação
linguística,
Uma vez que na prática o preconceito linguístico pode ser facilmente percebido,
seguimos com a explicação teórica a fim de compreender melhor o conceito.
Quando a teoria é estudada, compreendida, entendida, há mais chance de haver
uma prática passível de ajuste, quando necessário.
Nessa mesma perspectiva, Lima (2016) afirma que não se pode confundir
variação linguística com modo errado de se falar. E que, mesmo em livros
didáticos, esse erro ainda é comum. Ao mesmo tempo, a escola tem à disposição
materiais paradidáticos que podem auxiliar o professor na abordagem destes
temas. São citados, por exemplo, o personagem ChicoBento, de Maurício de
Souza e as poesias de Patativa do Assaré.
Tudo isso, segundo explica Garcia (2018), começa quando uma pessoa, por
usar, por exemplo o “r” retroflexo, passa a ser considerado (a) menos digno
que as demais pessoas que não falam deste modo. Na sua dissertação de
mestrado, o autor explica que o preconceito contra as pessoas do interior
ocorre porque “o fazer uso do r retroflexo, o falante dá indícios de sua origem
‘caipira’, vista como ‘atrasada’ em relação à capital, por exemplo” (GARCIA,
2018, p. 25).
Além desta marcação linguística, algumas pessoas do interior são distinguidas
quanto ao modo de falar e que, esse modo “pode ser, portanto, de
posicionamento social, em que quem concorda com o sujeito e verbo se coloca
em posição de prestígio e quem não o faz, acaba por ser estigmatizado”
(GARCIA, 2018, p. 40). Ainda sobre o uso do “r” retroflexo, Tino (2020) diz que
essa forma de articular a consoante sofre variações de uma região para outra,
embora, no geral, seja concebida como uma forma planificada de fala dos caipiras.
De acordo com o autor, é preciso que os linguistas realizem mais estudos nesse
campo, a fim de mostrar a diferença entre sotaque e dialetos e quais são as
condicionantes que levam a um e a outro. Ademais, é importante salientar que
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aborda o assunto das variações
linguísticas considerando que
Vale ressaltar que a BNCC ainda menciona que as variações linguísticas devem
ser abordadas de uma perspectiva que vá além do conceito do que é certo e
errado (BRASIL, 2017). E, como a BNCC é um documento que norteia a educação
no Brasil, esse assunto deve ser considerado como uma das primeiras
preocupações do professor de Língua Portuguesa.
Deste modo, o tema desta pesquisa será abordado de forma qualitativa, enquanto
os objetivos serão abordados de forma descritiva e, por fim, o procedimento
metodológico empregado para essa pesquisa de natureza básica será a revisão
de literatura.
4 REVISÃO DE LITERATURA
A escolha dos autores desta pesquisa se deu, desde o início, pelos títulos dos
trabalhos encontrados. A seguir, apresentaremos os títulos e um breve resumo
de cada um. Foi a partir da leitura dos resumos que houve aproximação com o
tema do preconceito linguístico.
Barroso e Bandeira (2020) produziram o artigo intitulado “A variação linguística no
ensino de língua materna: uma abordagem do livro didático de língua portuguesa”.
Este artigo tem a finalidade de discutir a variação linguística no ensino de língua
materna, procurando analisar o tratamento dado a este fenômeno no livro didático.
Lima (2016) escreveu seu artigo sobre “A língua como um todo heterogêneo:
realidade no material didático de Língua Portuguesa”, com o objetivo de discutir
a abordagem da noção de heterogeneidade da língua e o espaço concedido às
variedades estigmatizadas da língua portuguesa presentes no volume 01 da
Coleção Ser Protagonista (BARRETO, 2010). Os resultados evidenciaram que,
embora o fenômeno da variação linguística seja mencionado, não há explicação
das regras que regem variantes sobre as quais recai maior estigma, dificultando
um trabalho com o Português em sua heterogeneidade linguística.
OLIVEIRA, Marcos de. Como citar Agnome. São Mateus: Guia da Monografia,
2020.
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