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PRECONCEITO LINGUÍSTICO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DOCENTE

NA PRÁXIS EDUCATIVA1

Jéssica Rodrigues Lacerda de Freitas2


Simone Thompson de Vasconcelos3

RESUMO

Esta pesquisa problematiza o preconceito linguístico no interior da escola


pública de educação básica. De maneira especial, aborda as variações
linguísticas, mais especificamente a variação diastrática, apresentada pelas
pessoas do interior. Ao trazer esse assunto para a discussão acadêmica, espera-
se que possa, de alguma forma, ensejar práticas para a mitigação do preconceito
que, em geral, ocorre em função desta maneira de se falar. A metodologia de
pesquisa utilizada, quanto ao problema proposto, é qualitativa, quanto à
abordagem dos objetivos, é uma pesquisa descritiva e para o levantamento de
dados, será adotado o procedimento de revisãode literatura. Por fim, quanto à
natureza, esta é uma pesquisa básica. Bagno e Rangel (2005) são os autores
que serviram de base para o referencial teórico. Os autores elaboraram pesquisa
sobre os direitos do uso da linguagem materna e o direito de acesso e
aprendizagem às formas linguísticas de prestígio. Essa pesquisa é
esclarecedora no sentido de demonstrar que ao lutar pelo direito de usar a
linguagem materna sem ser julgado, o indivíduo não pode abdicar de outro
direito, o de aprender e dominar a variação padrão.

Palavras-chave: Preconceito linguístico. Variação diastrática. Práticas


pedagógicas.

1 INTRODUÇÃO

O português brasileiro (PB) é uma língua carregada de variações que ocorrem


em função de regionalidades, condições sociais, diversidades étnicas, e uma
série de outros fatores que influenciam no modo de usar a língua.

As pessoas do interior, em função do convívio social típico das regiões


interioranas, tendem a usar a língua de uma forma peculiar; em alguns casos,
esse modo de falar é chamado de “linguajar caipira” – caracterizado pelopossível
baixo nível de escolaridade, muitas vezes por falta de oportunidadeem adquiri-
la, mas que, nem por isso, a interlocução deixa de acontecer.

1 Trabalho Final de Curso de Graduação de Lic. Letras/EAD, Ifes Campus Vitória-


ES.
2 Aluna formanda, Ifes Campus Vitória-ES,
jessikafreitas2014@gmail.com
3 Professora orientadora, formada em Farmáciae Bioquímica (UFES) e
Letras Português (IFES). Mestre em Educação em Ciências e Matemática,
4 simonetvasconcelos@gmail.com
Contudo, ao entrar em contato com as pessoas que vivem nos centros urbanos,
os contrastes linguísticos se evidenciam.

Um dos ambientes onde esse contraste ocorre é na escola, quando os jovens


deixam o campo e vão para a cidade para estudar. Em algumas ocasiões, essa
diferença na fala resulta em práticas preconceituosas, em casos mais graves,
ocasiona certas agressividades como o bullying4, ou seja, a rejeição de linguagens
que fogem da norma-padrão pode terminar na ridicularização das formas de falar
de algumas pessoas.

O preconceito é um mal social presente e persistente em quase todas as


comunidades de convívio humano, mas é na escola, onde uma diversidade de
indivíduos passa a conviver repentinamente, vindos de culturas, histórias egrupos
sociais distintos e diversos, que esse problema tende a aparecer. Nos bancos
escolares, não só o conteúdo é que importa, mas também o fato de que:

O conhecimento é algo que os alunos constroem na


relação com seus pares, com a mediação do professor.
Nas aulas de português, quando objeto de estudo é a
língua, a organização da aula como um espaço de
conversa, de fala, de trocas é fundamental, pois é preciso
construir possibilidades de abstração, de forma a tornar a
língua objeto de estudo. Nada disso é possível se tivermos
uma relação vertical na sala de aula, em que o professor
detém a palavra, utilizando-a e controlando seu uso por
parte dos alunos. (GALARZA, 2015, p. 60).

Na relação com o professor e com seus pares pode surgir o preconceito


linguístico, e normalmente este aparece devido às formas de se expressar por
meio da fala. Como consequência, os alunos podem desenvolver dificuldades de
comunicação, o que acaba levando-o à exclusão. Além disso, tais práticas
excludentes incentivam os estereótipos, grandes causadores de conflitos.
Observa-se, então, a necessidade de conhecer um pouco mais sobre as
variações linguísticas.

5 Bullyingé a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma


pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. O
termo surgiu a partir do inglês bully, palavra que significa tirano, brigão ou
valentão, na tradução para o português. (Fonte:
https://www.significados.com.br/bullying/).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001):

Mudar mentalidades, superar o preconceito e combater


atitudes discriminatórias são finalidades que envolvem lidar
com valores de reconhecimento e respeito mútuo, o que é
tarefa para a sociedade como um todo. A escola tem um
papel crucial a desempenhar nesse processo. Em primeiro
lugar, porque é o espaço em que pode se dar a convivência
entre crianças de origens e nível socioeconômico
diferentes, com costumes e dogmas religiosos diferentes
daqueles que cada uma conhece, com visões de mundo
diversas daquela que compartilha em família. Em segundo,
porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do
espaço público para o convívio democrático com a
diferença. Em terceiro lugar, porque a escola apresenta à
criança conhecimentos sistematizados sobre o País e o
mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil
fornece subsídios para debates e discussões em torno de
questões sociais. A criança na escola convive com a
diversidade e poderá aprender com ela. (PCN, 2001, p. 21).

É nesse contexto que essa pesquisa é constituída, com o intuito de questionar


essa realidade e buscar saberes e práticas escolares que possam ser aplicadas
no contexto das aulas de português como forma de mitigar o preconceito. Assim
sendo, o problema de pesquisa deste trabalho problematiza o preconceito
linguístico no interior da escola pública de educação básica. De maneira especial,
aborda as variações linguísticas, mais especificamente a variação diastrática,
apresentada pelas pessoas do interior.

Para isso, dois planos foram seguidos na pesquisa, um que verifica o direito ao
uso da língua materna sem importunações – abrandando o preconceito linguístico
praticado contra alunos vindos do interior, e outro que garante a todos o acesso
ao aprendizado das variações de prestígio, como a norma culta da Língua
Portuguesa (LP). A partir deste ponto, percebe-se a importância deesclarecer a
diferença entre variação linguística e o uso da língua materna. É com esse objetivo
que a secção abaixo foi escrita.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A variação linguística e o uso da língua materna

De acordo com publicação do setor científico do Jornal R7 Notícias (2019),variação


linguística pode ser definida como uma modificação da língua por cada
falante que ocorre no momento de se comunicarem, segundo suas intenções e
necessidades. Esse fenômeno ocorre devido a fatores como região geográfica
do falante, o sexo, a idade, classe social e o grau de formalidade.

Dentre essas variações, existe a chamada variação diastrática, que é aquela que
ocorre em função do convívio em determinados grupos sociais, cujos fatores,
relacionados à idade, profissão, estrato social, entre outros, imperam de forma
especial. Como exemplo, podem ser citados: a linguagem dos grupos de rap, dos
surfistas; a linguagem da classe médica, e até mesmo a linguagem dos mais
velhos e das crianças. Como explica Coelho, quando se fala em variação
linguística,

[...] os exemplos que costumam vir primeiro à mente


dizem respeito ao vocabulário (léxico), quase sempre
associados à variação regional ou diatópica. A mesma
realidade é representada, conforme a região, por palavras
diferentes. Mas há também usos variados conforme a
situação, mais formal ou menos formal, em que se está
falando, associados, portanto, à variação estilística ou
diafásica. (COELHO, 2010, p. 52)

Assim sendo, as variações linguísticas apresentam diferentes características


históricas, culturais e geográficas e podem ser observadas na língua falada por
seus habitantes, ou seja, o português falado no Nordeste brasileiro é diferente
do português do Sul do país, sendo assim, devem ser considerados como
variações e não como erros.

O mundo atual tem aproximado os diversos povos de distintas culturas,


constituindo-se a língua como um elemento importante e que representa poder.
Bagno e Rangel (2005) elaboraram pesquisa sobre os direitos do uso da
linguagem materna e o direito de acesso e aprendizagem àquelas que eles
chamam de formas linguísticas de prestígio.

Essa pesquisa é esclarecedora no sentido de demonstrar que ao lutar pelo


direito de usar a linguagem materna sem ser importunado, o indivíduo não
pode renunciar a outro direito, o de aprender e dominar a variação padrão que
abre portas para muitas oportunidades ao longo da vida. No ponto central de sua
pesquisa, os autores afirmam que
[...] uma das tarefas mais delicadas da educação linguística
é deixar bem claro e evidente que o respeito às variedades
linguísticas estigmatizadas não significa negar aos seus
falantes o direito ao pleno conhecimento e domínio das
formas linguísticas de prestígio (BAGNO e RANGEL, 2005,
p. 78).

Os autores, no entanto, tratam o assunto de forma ampla, com a louvável


intenção de abrir espaços para pesquisas futuras. É possível inferir que, uma
vez que a educação é para todos, assim também o acesso à língua em seu
aspecto mais formal deve estar à disposição de todos, independente da região
em que vivem – ou de onde vieram.

Essa premissa concorda com a lei fundamental e suprema do Estado brasileiro


– Constituição Federal de 1988 – que inovou em vários sentidos, acolhendo
princípios essenciais, como o da diversidade ou pluralismo cultural, da igualdade
e da dignidade da pessoa humana, sendo este último o fundamento mais
importante de todos.

Essas normas apontam para a direção de que o país deve, constantemente,


buscar meios para proteger e promover os direitos fundamentais de todos os
seres humanos, respeitando a diversidade cultural – o direito fundamental
cultural linguístico – e dessa forma, inclusive, a dignidade da pessoa humana.
Reconhecer a existência das múltiplas normas linguísticas é base para que o
ensino em nossas escolas seja

[...] consequente com o fato comprovado de que a norma


linguística ensinada em sala de aula é, em muitas
situações, uma verdadeira ‘língua estrangeira’ para o aluno
que chega à escola proveniente de ambientes sociais onde
a norma linguística empregada no quotidiano é uma
variedade de português não padrão. (BAGNO, 2007, p. 40).

Mais recentemente, Santos (2018) abordou o assunto do preconceitolinguístico


praticado contra as pessoas que fazem uso de uma determinada variação
linguística que se distingue da variação padrão. Para o pesquisador, o
estereótipo “homem do campo” foi construído historicamente e passa pela
literatura brasileira.

Uma vez que na prática o preconceito linguístico pode ser facilmente percebido,
seguimos com a explicação teórica a fim de compreender melhor o conceito.
Quando a teoria é estudada, compreendida, entendida, há mais chance de haver
uma prática passível de ajuste, quando necessário.

2.2 O preconceito linguístico na teoria

A pesquisa da construção histórica do preconceito contra o modo de falar das


pessoas do interior, passa, por exemplo, pela caricatura que “Lobato construíra
do homem do interior [...] bastante pejorativa, com muitas interferências da
‘abordagem preconceituosa’ feita pelo autor” (SANTOS, 2018, p. 212).

As pesquisas também revelam que

No imaginário do homem da cidade, as imagens do homem


do sertão, no espaço urbano, aparecem como descrições
negativas, pejorativas, trazendo uma série de preconceitos
no imaginário da cultura desse meio (GONÇALVES, 2018,
p. 13).

A conclusão acima é resultado de uma tese de doutorado, defendida por


Gonçalves (2018), na Universidade Federal de Goiás, que pesquisou a
contribuição da cultura do interior, por meio do gênero musical caipira. Na
mesma pesquisa, o autor ainda menciona a obra O Jeca Tatu, de Monteiro
Lobato, como produção literária estruturante do preconceito contra o homem do
interior. Com relação ao modo de falar “caipira” uma pesquisa recente menciona
que
É do senso comum ouvir que as pessoas sem instrução
falam errado, possivelmente isso se deve a uma questão
que não é linguística, mas político-social. Pois para
pessoas que pertencem a uma classe desprestigiada,
como os alguns moradores das áreas rurais que não
tiveram acesso aos bancos escolares, o estereotipado
caipira, é natural que tenha um dialeto com troca de
consoantes como, por exemplo, compretamente, craro,
pobrema, paper, cristar (SILVA, 2019, p. 19).

No entanto, segundo o autor, a maneira de falar de um grupo na medida em que


se distancia de outros grupos, torna-se um dialeto, com suas próprias regras.
Mas, no processo de transformação, os falantes da língua padrão tendem
rechaçar essa forma de falar como feia, errada e pobre e, ao mesmo tempo,
atribui esses conceitos a quem faz uso de tais dialetos.
Barroso e Bandeira (2017) vão mais longe ao afirmar que o dialeto caipira é mais
que um sotaque, pois, além de modificar as terminações de algumas palavras,
estabelece um jeito peculiar de organizar as palavras dentro de uma oração,
suprimindo algumas palavras e acrescentando outras.

Enquanto só sotaque, de acordo com os autores: “explicita a utilização de


supressões de algumas palavras e reformulações de outras como troxe, óio,
durmi”. No entanto, “como dialetos regionais” os autores afirmam que “pode
aparecer tanto em seu aspecto sonoro, no vocabulário ou até mesmo na
estrutura de frases” (BARROSO e BANDEIRA, 2017, p. 58).

Paiva (2019) atribui tanto à literatura como aos meios de comunicação a


construção da imagem do caipira como estereótipo de pessoa sem cultura,
incauta, pobre, doente.

Em sua tese de mestrado, a autora questiona sobre a verdadeira identidade do


caipira: “Quem é o caipira brasileiro e paulista que foi marginalizado e se tornou
alvo de preconceitos sociais, culturais e econômicos?” Ao longo de sua
pesquisa, a autora menciona que a partir do preconceito linguístico, outros
termos foram sendo atribuídos ao caipira como o de preguiçoso, ignorante e
vadio (PAIVA, 2019, p. 58).

Nessa mesma perspectiva, Lima (2016) afirma que não se pode confundir
variação linguística com modo errado de se falar. E que, mesmo em livros
didáticos, esse erro ainda é comum. Ao mesmo tempo, a escola tem à disposição
materiais paradidáticos que podem auxiliar o professor na abordagem destes
temas. São citados, por exemplo, o personagem ChicoBento, de Maurício de
Souza e as poesias de Patativa do Assaré.

O autor ainda acrescenta que, a escola deve ter por objetivo

Acrescentar as variedades urbanas de prestígio à


variedade a qual o aluno já domina, possibilitando-o eleger,
conforme as situações comunicativas, uma seleção da
variedade mais adequada ao contexto. Não se trata,
portanto, de uma substituição entre variedades, mas de
acréscimo (LIMA, 2016, p. 90).
Um relato um tanto quanto chocante em relação ao preconceito que o falante
de variações linguísticas interioranas sofre é mencionado pelo renomado
educador e psicanalista Rubem Alves, em seu livro autobiográfico:

Quando me mudei para o Rio de Janeiro, aos 12 anos de


idade, menino do interior de Minas com um sotaque caipira,
fui objeto de zombarias e chacotas. Nunca me senti tão
sozinho. Nunca fui convidado a ir à casa de um colega e
nunca tive coragem para convidar um colega para ir à
minha casa. Sofri a dor da solidão e da rejeição. (ALVES,
2016, p. 12).
Esse tipo de preconceito não é sentido por quem o pratica, mas profundamente
traumático para quem o sofre, pode ter consequências para o desenvolvimento
do aluno, ao longo de sua vida escolar. Ainda sobre o assunto, Bagno esclarece
que
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida à
confusão que foi criada, no curso de história, entre língua e
gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer
essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde
de um vestido não é um vestido, um mapa- múndi não é o
mundo...Também a gramática não é a língua. A língua é
um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a
gramática normativa é a tentativa de descrever apenas
uma parcela mais visível dele, a chamada norma Culta.
Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas
é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode
ser autoritariamente aplicada a todo resto da língua –
afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas
um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação
autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia
gerada pelo preconceito linguístico. (BAGNO, 2006, p. 9).

Tudo isso, segundo explica Garcia (2018), começa quando uma pessoa, por
usar, por exemplo o “r” retroflexo, passa a ser considerado (a) menos digno
que as demais pessoas que não falam deste modo. Na sua dissertação de
mestrado, o autor explica que o preconceito contra as pessoas do interior
ocorre porque “o fazer uso do r retroflexo, o falante dá indícios de sua origem
‘caipira’, vista como ‘atrasada’ em relação à capital, por exemplo” (GARCIA,
2018, p. 25).
Além desta marcação linguística, algumas pessoas do interior são distinguidas
quanto ao modo de falar e que, esse modo “pode ser, portanto, de
posicionamento social, em que quem concorda com o sujeito e verbo se coloca
em posição de prestígio e quem não o faz, acaba por ser estigmatizado”

(GARCIA, 2018, p. 40). Ainda sobre o uso do “r” retroflexo, Tino (2020) diz que
essa forma de articular a consoante sofre variações de uma região para outra,
embora, no geral, seja concebida como uma forma planificada de fala dos caipiras.

Enquanto em algumas regiões do Paraná, o “r” é vibrante no final e no meio


das palavras, em outras, como São Paulo, só é vibrante no meio da palavra, o
que demonstra que há uma variação dentro de outra variação, dando indícios da
dinâmica da própria língua.

Durante muito tempo, o “dialeto caipira” manteve-se


isolado dos centros urbanos. Os autores discutem que, por
tal dialeto ser falado por pessoas de pouca escolaridade e
de situação econômica baixa, ele tem sido há anos
estigmatizado (TINO, 2020, p. 87)

De acordo com o autor, é preciso que os linguistas realizem mais estudos nesse
campo, a fim de mostrar a diferença entre sotaque e dialetos e quais são as
condicionantes que levam a um e a outro. Ademais, é importante salientar que
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aborda o assunto das variações
linguísticas considerando que

Cabem também reflexões sobre os fenômenos da


mudança linguística e da variação linguística, inerentes a
qualquer sistema linguístico, e que podem ser observados
em quaisquer níveis de análise. Em especial, as variedades
linguísticas devem ser objeto de reflexão e o valor social
atribuído às variedades de prestígio e às variedades
estigmatizadas, que está relacionado a preconceitos
sociais, deve ser tematizado (BRASIL, 2017, p. 81).

Vale ressaltar que a BNCC ainda menciona que as variações linguísticas devem
ser abordadas de uma perspectiva que vá além do conceito do que é certo e
errado (BRASIL, 2017). E, como a BNCC é um documento que norteia a educação
no Brasil, esse assunto deve ser considerado como uma das primeiras
preocupações do professor de Língua Portuguesa.

Uma leitura crítica do documento pode levar ao leitor da área educacional a


perceber a importância de se desenvolver uma pedagogia que aborde as
variações linguísticas sem priorizar uma em detrimento de outra no sistema
escolar do Brasil.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Esta pesquisa, quanto ao problema proposto, é qualitativa (OLIVEIRA, 2020),


quanto a abordagem dos objetivos, é uma pesquisa descritiva (VIEIRA, 2010) e
para o levantamento de dados, será adotado o procedimento de revisão
bibliográfica (GARCIA, 2016). Por fim, quanto à natureza, esta é uma pesquisa
básica (LOPES, 1991). Esses procedimentos são detalhados a seguir.

Para a abordagem do problema desta pesquisa, foi escolhida a pesquisa


qualitativa, considerando que os “estudos qualitativos são importantes por
proporcionar a relação entre teoria e prática, oferecendo ferramentas eficazes
para a interpretação das questões educacionais” (OLIVEIRA, 2020, p. 16).

Portanto, como a proposta desta pesquisa é refletir sobre o preconceito linguístico


em sala de aula, unindo a teoria com prática, no contexto educacional, julgou-se
o método qualitativo adequado. É por meio de relatos de experiência e pesquisa
que podemos compreender o mundo em sua complexidade, visando solucionar
problemas com a possibilidade de transformar o mundo em que vivemos, ou, pelo
menos, modificar nossas práticas.

Além dos procedimentos descritos acima, foi empreendido um levantamento


bibliográfico em sites específicos como Google Acadêmico, SciElo, bem como nas
bibliotecas online disponibilizadas pelo Instituto Federal do Espírito Santo- IFES,
com a finalidade de obter dados de artigos e livros sobre o tema desta pesquisa.
A esse respeito, é importante notar que

[...] o trabalho científico é apoiado em pesquisa bibliográfica


(revisão de literatura, fundamentação teórica). Por sua vez,
todas as publicações utilizadas ao longo do texto deverão
estar listadas de acordo com as normas para a elaboração
de referências da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), elencadas na NBR 6023, válida a partir
de 29 de setembro de 2002. A norma tem como objetivo
fixar a ordem na qual os elementos devem aparecer no
trabalho (MATIAS-PEREIRA, 2019, p. 119).

Dentre os descritores utilizados para a busca, foram utilizados os seguintes:


variação linguística, variação diastrática, linguajar caipira, dialeto caipira,
preconceito linguístico na escola, direitos do uso da linguagem materna. No
começo da pesquisa, mais de 520.000 artigos científicos apareceram.

Como seria, obviamente, impossível a leitura desse número de artigos, a pesquisa


foi sendo afunilada com os descritores supracitados. Excertos de livros virtuais
foram lidos, “grifados”, separados para acesso no momento de escrita do texto –
o que não foi tarefa fácil, uma vez que este tema faz parte no nosso contexto atual.

Vale ressaltar que a pesquisa de natureza básica, conforme Lopes (1991)


menciona claramente, distingue-se da pesquisa aplicada pelo fato de não se
limitar a única aplicação, mas, exatamente pelo seu caráter mais amplo, pode ser
aplicada em diferentes momentos e lugares. A pesquisa científica é fundamental
para a construção, aquisição e manutenção do conhecimento.

A construção da metodologia desta pesquisa está organizada de acordo com as


orientações para a pesquisa científica conforme proposta pelo pesquisador José
Matias-Pereira. Esse autor afirma que,

No método qualitativo a pesquisa é descritiva, ou seja, as


informações obtidas não podem ser quantificáveis. Por sua
vez, os dados obtidos são analisados de forma indutiva.
Nesse sentido, a interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de
pesquisa qualitativa (MATIAS- PEREIRA, 2019, p. 86).

Deste modo, o tema desta pesquisa será abordado de forma qualitativa, enquanto
os objetivos serão abordados de forma descritiva e, por fim, o procedimento
metodológico empregado para essa pesquisa de natureza básica será a revisão
de literatura.

4 REVISÃO DE LITERATURA

A escolha dos autores desta pesquisa se deu, desde o início, pelos títulos dos
trabalhos encontrados. A seguir, apresentaremos os títulos e um breve resumo
de cada um. Foi a partir da leitura dos resumos que houve aproximação com o
tema do preconceito linguístico.
Barroso e Bandeira (2020) produziram o artigo intitulado “A variação linguística no
ensino de língua materna: uma abordagem do livro didático de língua portuguesa”.
Este artigo tem a finalidade de discutir a variação linguística no ensino de língua
materna, procurando analisar o tratamento dado a este fenômeno no livro didático.

O objetivo foi de desenvolver uma análise focalizando três pontos principais


levantados através de questionamentos feitos por Bagno (2007). Nesse sentido,
o texto analisou se o livro didático discutia a variação linguística, compreendendo-
a como resultado de uma diversidade de fatores socioculturais de uma
comunidade linguística. Os autores puderam verificar, por meio das análises, que
o livro didático aborda a variação linguística, porém com limitações no que se
refere ao tratamento da variedade padrão e da norma culta.

Garcia (2018) produziu o artigo intitulado: “Identidade social e atitude linguística:


um estudo da fala de Bonfim Paulista”. O distrito do município de Ribeirão Preto,
Bonfim Paulista, antiga referência rural, é destaque pela valorização imobiliária e
celebrada por sua reputação relacionada à qualidade de vida, tão almejada
pelos moradores dos condomínios. Os bonfinenses, acostumados com um ritmo
de vida desacelerado, depararam-se com a chegada expressiva de milhares de
novos moradores. Percebendo a relevância da mudança social ocorrida nodistrito,
por meio do estudo do objeto linguístico, um fenômeno variável superavaliado – a
concordância verbal de terceira pessoa do plural –, foi analisada a contraposição
da fala dos dois grupos da comunidade: os moradores do distrito e os dos
condomínios.

O trabalho teve como objetivo principal analisar as atitudes e avaliações


linguísticas, associando as identidades sociais encontradas com os usos
linguísticos da concordância verbal de terceira pessoa do plural em dois grupos
da comunidade – o que foi realizado através da elaboração, aplicação e análise
de um teste de atitude linguística. A hipótese principal do estudo – que expunha
que as diferentes identidades e os diferentes valores sociais são fatores que
influenciam diretamente nas atitudes, avaliações e usos linguísticos, ainda que
os grupos que se identificam de maneira distinta dividam espaço numa mesma
localidade – foi comprovada através dos resultados. Demonstrou-se que os
moradores de condomínio estão mais associados às normas linguísticas
prestigiadas (e com índices mais altos de concordância verbal), ao estilo de vida
mais urbano e a um grau maior de escolarização, enquanto os bonfinenses se
associam mais aos valores sociais rurais, ao estilo de vida mais pacato e a um
menor grau de escolarização.

Gonçalves (2018) escreve sobre “A música sertaneja brasileira de raiz: da


memória à representação cultural”. Sua tese tem como objetivo analisar as
representações temáticas presentes na música sertaneja brasileira de raiz. Neste
intento, fundamentam-se em uma perspectiva dos estudos culturais, com
apontamentos que visam perscrutar a identidade e a memória do caipira, além
de analisar a construção do imaginário do homem do sertão e da voz representada
nas canções que se estabelecem por meio de concepções social e cultural.

Lima (2016) escreveu seu artigo sobre “A língua como um todo heterogêneo:
realidade no material didático de Língua Portuguesa”, com o objetivo de discutir
a abordagem da noção de heterogeneidade da língua e o espaço concedido às
variedades estigmatizadas da língua portuguesa presentes no volume 01 da
Coleção Ser Protagonista (BARRETO, 2010). Os resultados evidenciaram que,
embora o fenômeno da variação linguística seja mencionado, não há explicação
das regras que regem variantes sobre as quais recai maior estigma, dificultando
um trabalho com o Português em sua heterogeneidade linguística.

Paiva (2019) escreve sobre o tema “Pelos caminhos de Oblivion: representação


e resistência da cultura caipira e o ensino de História”, sendo um estudo da
História local como abordagem metodológica no ensino de história. A temática
escolhida para ser analisada e desenvolvida em sala de aula, foi a cultura caipira,
pois trata-se de um assunto presente no imaginário e nas representações
cotidianas dos vale paraibanos, especialmente, dos que vivem na região rural
denominada Vale Histórico.
Tino (2020) escreve sobre “O preconceito linguístico e o ‘r’ retroflexo: construção
da variabilidade linguística no Brasil”. O texto é fruto de uma pesquisa denatureza
teórico-conceitual em que se discutem algumas conjecturas no campo da
Linguística e a relação com o preconceito vivido por sujeitos que compartilham
uma variabilidade linguística existente no Brasil, o erre retroflexo.

Buscou-se explicitar e compreender em que medida tais fenômenos sistematizam


dentro do uso da língua e, consequentemente, da sua variabilidade e do
preconceito sofrido por sujeitos com essa característica. Nesse contexto,
assinalou-se a necessidade de estudos que tratem das vicissitudes psicossociais
e linguísticas, de maneira igualitária e livre de preconceito, por meio da língua e
de suas peculiaridades dentro dos processos de desenvolvimento humano.

Cada um dos artigos pesquisados trouxe sua contribuição para a composição e


melhor compreensão do tema deste trabalho. Havia inúmeros outros que também
se conectavam com tema, no entanto, foi preciso filtrar para não perder o foco da
pesquisa.

5 REFLEXÕES A PARTIR DOS RESULTADOS DA PESQUISA

O respeito à diversidade linguística se torna, também, respeito à diversidade


histórica e cultural de cada povo, uma vez que cada região tem seus costumes,
hábitos e falares, o respeito pela diversidade da língua leva em consideração o
respeito pela particularidade regional, reconhecendo que as línguas são
heterogêneas.

Dessa forma, os professores – atores essenciais no contexto educativo –


precisam deixar claro aos alunos que não há o certo e o errado na fala, mas sim
situações variadas que utilizarão linguagens adequadas para o(s) momento(s) em
que se fizer necessário.
Para Barbosa (2015), é meta do professor de português acabar com a imposta
superioridade da língua conferida pelo padrão escolar em relação à diversidade
existente em sala de aula. Um dos motivos do fracasso escolar, da ineficiência na
fala e escrita nas situações profissionais dos alunos está relacionado ao
direcionamento do ensino padrão ao da gramática tradicional repleta de
incoerências.

A gramaticalização é uma manifestação do aspecto dinâmico da gramática,


“uma vez que ela demonstra que as línguas estão em constante mudança em
consequência de uma incessante busca de novas expressões e que, portanto,
nunca estão definitivamente estruturadas” (MARTELOTTA, 1996, p. 26).

O professor possui, em seu cotidiano, diversos desafios e, no contexto em que


este trabalho está trazendo, talvez o desafio maior seja fazer a mediação para
que o aluno entenda todo o processo linguístico. Para Marcuschi (2007), o uso
correto da língua não está associado ao ato de falar ou escrever bem aplicando
regras da língua, mas em utilizar a língua de maneira adequada, produzindo o
sentido pretendido numa determinada situação.

A escola, como uma ferramenta de desenvolvimento e libertação humana, tem o


dever de contribuir aberta e diretamente para a diminuição do preconceito
linguístico, formando pessoas críticas e respeitosas ao mesmo tempo, cidadãos
de bem, que não enxergam o diferente como negativo, mas sim como aquele
que agrega informações à cultura local por meio da bagagem que traz ao entrar
na escola.

Assim, alunos e professores estarão sempre objetivando a evolução pessoal e


coletiva, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor. É necessário
que se estabeleça uma educação igualitária e que combata com força todo
preconceito linguístico a fim de que o aprendizado seja um prazer e não um
fardo que o aluno precisa levar em virtude das diferenças em sua forma de falar.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O preconceito linguístico só será superado se houver uma atuação ampla contra


todas as práticas detectáveis desse mal social. Esse compromisso envolve, de
uma maneira muito importante, a escola, pois é nela que ocorre a formação do
indivíduo de forma ampla, isto é, escolar e cidadã. Sobretudo, é fundamental que
a escola seja um espaço de acolhimento da diversidade e de respeito, o que não
combina com nenhum apoio aos preconceitos.

Nesse sentido, é preciso considerar que as formas de se expressar estão


relacionadas a uma construção cultural e social. O professor de Língua
Portuguesa, por ser aquele que lida com as muitas possibilidades e diversidades
da linguagem, tem a oportunidade de tematizar esse problema em sala de aula,
mas para isso precisa estruturar seu posicionamento de forma ética, profissional
e científica, o que justifica uma pesquisa como essa que sobretudo, almeja
instrumentalizar o professor com mais informações para enfrentar esse tipo de
preconceito.

Saviani (2008) explica a instrumentalização: Trata-se de se apropriar dos


instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas
detectados na prática social. Como tais instrumentos são produzidos socialmente
e preservados historicamente, a sua apropriação pelos alunos está na
dependência de sua transmissão direta ou indireta por parte do professor.

Ao longo de todo desenvolvimento deste artigo, novos questionamentos surgiram,


incentivando a buscar ainda mais as diversas formas de atuação da escola e do
corpo docente no tocante às práticas de ensino aos alunos.

Adotar um vínculo de respeito e cordialidade em relação à língua materna dos


educandos propicia um ambiente de aprendizado linguístico democrático. Este
trabalho não é conclusivo sobre o assunto e espera-se que seja ponto de partida
para um maior aprofundamento no tema do preconceito linguístico nos diversos
contextos em que pode aparecer
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VIEIRA, José Guilherme Silva. Metodologia de pesquisa científica na prática.


Curitiba: Editora Fael, 2010.
FOLHA DE APROVAÇÃO

Jéssica Rodrigues Lacerda de Freitas

PRECONCEITO LINGUÍSTICO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DOCENTE NA


PRÁXIS EDUCATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso, no


formato de ARTIGO, apresentado à
Coordenadoria do Curso Superior de
Licenciatura em Letras-Português, na
modalidade EAD – do Instituto Federal
do ES – IFES -Campus Vitória – ES,
como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciado em Letras-
Português.

Aprovado em 13 de dezembro 2021

COMISSÃO EXAMINADORA

Nome do orientador

Nome do Membro da banca 1

Nome do Membro da banca 2

Observação: As assinaturas da Comissão Examinadora estão na ATA FINAL,


anexada ao ARTIGO, abaixo desta Folha de Aprovação. No Curso de Letras
EAD, partir de 2020.1 (Covid), o orientador assina por todos os membros da
banca.

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