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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI


CAMPUS DRª JOSEFINA DEMES
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS/PORTUGUÊS
DISCIPLINA: SOCIOLINGUÍSTICA
DOCENTE: TARCILANE FERNANDES

RELATÓRIO

Daniela Lopes De Souza Barros


Edilene Freitas Da Silva
Eliziane Resende Ribeiro
Thais Ferreira De Sousa

FLORIANO/PI
2023
DANIELA LOPES DE SOUZA BARROS
EDILENE FREITAS DA SILVA
ELIZIANE RESENDE RIBEIRO
THAIS FERREIRA DE SOUSA

RELATÓRIO

Ensaio apresentado à disciplina de sociolinguística como


requisito para a obtenção da 3ª nota.

Professor (a) Tarcilane Fernandes

FLORIANO/PI
2023
Relatório final
1. Introdução / Aporte teórico
O que é a sociolinguística e qual a sua importância para o trabalho com a
língua portuguesa na escola?
A sociolinguística é a área responsável pelo estudo das variações linguísticas,
ela explica como essas variações ocorrem. Possuem uma explicação lógica,
cientifica (linguística, histórica, sociológica e psicológica). Não é aleatória, mas sim
condicionada por restrições linguísticas e extralinguísticas. Ela busca explicar que as
diferenças entre a norma padrão (culta) e as demais não são tão distintas em sua
estrutura, pois as variações que se distanciam da norma padrão também seguem
uma lógica.
Os sociolinguístas passam a tratar a língua como inerentemente variável,
sendo assim a variação e a mudança linguística são os objetos de análise, há que
os variacionistas se dedicam, observadas em comunidades reais de uso. Esses
estudos realizados em diferentes regiões permitiram a identificação de diferentes
organizações linguísticas, que possuem explicações cabíveis para ocorrerem. É
para isso que esse estudo é tão importante, dessa forma, esclarecendo as forças
que agem para que a língua varie, ela poderá ser vista como uma parte da nossa
cultura e que não há nada de errado ou feio nelas.
Existe uma crença disseminada pela rede educacional, que no Brasil só se
fala português, porém deve ser ponderado, pois há diversas línguas além da oficial e
ainda há as variações da mesma, que são vistas como erros linguísticos. Esse
ensino tradicional e ultrapassado que se afasta da realidade, deve ser deixado para
trás e passar a considerar o uso real da língua e suas situações de uso e, preparar
os indivíduos para a vida em uma sociedade que é múltipla em muitos aspectos,
abrir as mentes ao invés de limitar. Com isso, deve se pensar que os falantes de
uma língua não se prendem totalmente as normas padronizadoras, pois ela é
inalcançável, nem mesmo os mais escolarizados conseguem se comunicar de tal
forma, sendo assim, há uma contradição ao se falar que os falantes de um país
usam somente uma língua, quando na verdade ocorrem variações que se
distanciam da norma pré-estabelecida, e norteadora.
É importante trabalhar a Sociolinguística na escola, pois valorizar o falar do
aluno enriquece o aprendizado do mesmo, ter a variação linguística reconhecida,
não significa desvalorizar a norma padrão, mas sim estabelecer um equilíbrio entre
ambas, é importante o educando saber escrever de acordo com as regras
gramaticais e falar, moldando seu vocabulário para os diversos ambientes, desde
uma conversa com um indivíduo simples do interior há uma com um indivíduo com
um grau máximo de escolarização e status social.
É papel da escola trabalhar as variações, mostrar que ela é de uso social e
cada um tem suas características próprias que moldam sua variação, deixar claro
que uma não é melhor que a outra, devem esclarecer então que há variações mais
valorizadas na sociedade sendo elas as requisitadas nos ambientes formais de
trabalho. É necessário que os docentes façam reflexões e indagações a respeito do
ensino de Língua Portuguesa atualmente em relação as ocorrências de variação da
língua, para assim autoanalisarem suas práticas realizadas em sala, em tais
situações de uso, seja oral ou escrita, a forma como o professor reagir poderá ter
implicações negativas no envolvimento do discente no próprio processo de ensino
aprendizagem.
Dessa forma, optar pela inclusão ao invés da exclusão, engrandecerá os
indivíduos intelectualmente, humanamente e combaterá o preconceito linguístico
dentro e fora da escola.
O Lugar ideal da gramática no ensino de língua portuguesa é de ensinar as
formas linguísticas adequadas e inadequadas a certas situações comunicativas, ou
seja, o papel da escola não é corrigir a fala dos alunos. Mas sim, ensinar como e
onde usar a norma culta sem desmerecer a variedade linguística dos alunos. Essa
variação pode ser de origem geográfica - contida nos materiais didáticos e nas aulas
de português-, social - de acordo a organização socioeconômica e cultural da
comunidade- e estilística- que se relaciona ao uso da língua em diferentes situações
comunicativas, caracterizando assim, a língua como formal e informal.
Mas esse ideal de gramática não é percebida no ensino nas escolas, já que
ocorre o preconceito linguístico às variações, sendo importante e necessário que o
professor juntamente a escola utilizem uma nova forma de ensino da gramática em
respeito à estas variações para incluir os alunos e os seus falares, direcionando os
alunos as adequações frente as diversas possibilidades de interação comunicativa.
A Gramática Normativa, impõe que erro é tudo o que foge à variedade
padrão. E assim o ensino nas escolas é centrado na noção de língua como
homogênea, considerando apenas como material de ensino o livro didático e a
gramática normativa, ou seja, ensinando de acordo ao que é estabelecido e prescrito
pela gramática normativa. Deste modo o ensino tem como foco fazer os alunos
decorarem as regras da gramática tradicional. Em sequência, baseia-se na
prescrição de regras e não na reflexão do aluno, tendo o livro didático e a gramática
como os únicos materiais.
Também, juntamente, no livro novela sociolinguística de Marcos Bagno, no
diálogo entre as personagens é abordado o conceito de erro linguístico como sendo
uma forma de distanciar classes sociais, já que a língua padrão utilizada pela
gramática normativa é estabelecida de acordo a relação de poder entre dominantes
e dominados. Assim ele afirma que não se pode considerar erro e sim acerto já que
ocorrem em diversos falantes dentro de um território. Sendo ela lógica, possível de
estudo e de sistematização. Com isso, então, o "errado" é apenas uma forma
diferente de uso da língua.

2. Metodologia

A entrevista foi realizada de forma com a professora de Língua Portuguesa


Somaria Carvalho Guimarães. a entrevistada aceitou nos receber no intervalo de
suas aulas na Escola Municipal Odorico castelo Branco. Esse era o único tempo que
ela poderia disponibilizar, pois ela ministra aulas em outras instituições, o que
mesmo em pouco tempo ela conseguiu responder nossas perguntas. Enquanto ela
falava as acadêmicas copiavam suas respostas para não perder nenhuma
informação.
A professora Somaria Guimaraes trabalha em escolas do município
ministrando aulas de língua portuguesa para turmas do 7º ao 9º do ensino
fundamental. Pois mais de 20 anos de magistério.
Durante a procura de professores houve dificuldades em encontrar
professores de língua portuguesa com mais de vinte anos de magistério, a maioria
dos professores da área tem entre 5 a 10 anos de ensino. E aqueles que tem mais
de 20 anos se mostraram resistentes as responder as perguntas e acabar desistindo
sem maiores explicações.
O livro didático em questão, utilizado pela professora, é o Tecendo
Linguagens, do 9° ano do Ensino fundamental.
3. Análise

Para Somaria Guimarães uma de suas maiores fragilidade dos seus alunos
atualmente é em relação a fala, a escrita e a compreensão, pois há muito
desinteresse por parte dos alunos em ler, escrever e pesquisar. Ela declara que os
alunos não estão habituados a ler livros, e acabam não gostando de ler livros,
preferem utilizar o tempo livre para usar a internet. A melhor forma que ela encontrou
para trabalhar com eles, foi a conscientização em relação a importância de ler,
escrever e compreender o mundo que está a nossa volta, isso faz com que eles
tenham um pouco mais de interesse.
Para provocar o interesse dos alunos ela buscou estratégias para utilizar em
sala de aula para desenvolver as principais habilidades da língua portuguesa, em
leitura e escrita de forma diversa, pois acredita que isso facilita o desenvolvimento
do aluno. As principais são: leitura de pequenos contos, rodas de leitura, leitura oral,
pesquisas, ditados de palavras e frases, cópias de textos (reprodução e reescrita).
Para trabalhar a diferença entre língua e gramática em suas aulas, ela mostra
para eles que a língua, tanto escrita como oral tem seu uso, sua estrutura e suas
características, já a gramática é a responsável pelas regras que vão nortear a
escrita.
Em relação a variação linguística em sala de aula, devemos nos preparar e
conhecer seus norteadores de funcionamento e diferenças. A forma como trabalho é
prática, ela explica que sempre procura abordar a família, a comunidade em que
eles vivem, como todos falam, isso facilita a eles entenderem que a língua vária de
pessoa para pessoa. Dessa forma, ela caracteriza uma relação as variações e a
norma culta, pois um completa o outro.
Em relação ao uso incorreto da escrita, sempre coloca os alunos para
refazerem as atividades, assim, eles começam a ter e saber sobre a consciência
fonológica, tornando assim mais prazeroso estudar a nossa língua.
O livro didático em questão, utilizado pela professora, é o Tecendo
Linguagens, do 9° ano do Ensino fundamental. Após a análise, é notório que o
enfoque maior do livro são os assuntos gramáticas e os gêneros textuais, como:
Entrevista, conto, resenha, entre outros. Assuntos que são, de fato, de suma
importância também. No entanto, trás poucos conteúdos com relação a variação
linguística, e o único abordado durante todo o livro é a Diacrônica. Variação essa
que é resultado da passagem do tempo, já que a língua está em constante
modificação, pois os falantes são criativos e procuram novas expressões para
comunicar- se de forma mais efetiva.
O livro, ao abordar a mesma, traz um pequeno trecho com palavras e
expressões em destaque, que possivelmente os alunos não conhecem o significado,
e dá a sugestões para que façam uma pesquisa e que peçam a ajuda de pessoas
mais velhas, pois entende-se que talvez as conheçam. Em seguida, algumas
perguntas adicionais relacionadas ao texto, que nortearão uma possível discussão
coletiva e oral. É importante fazer com que os nossos alunos entendam que a
língua, em especial a Portuguesa, por ser viva e falada vai variar ao longo do tempo.
Outra abordagem pedagógica seria informa- lós que se nos deparamos com
outros textos, de outras épocas, também iríamos estranhar a ortografia de algumas
palavras e as organizações sintáticas. E é, o que possivelmente, irá acontecer com
gerações futuras ao se deparar com o que escrevemos hoje.
No entanto, o livro didático deixa de abordar outras variações, que não se
resume apenas a Diacrônica. Variações, como: Diatópica (regional), diastrática
(grupos sociais), diafásica (formal × informal). Outras modificações que seriam de
suma importância serem abordadas em sala de aula, mesmo não contendo no livro
didático.
Abordar esses temas no ambiente escolar é um processo importante para a
sociedade, pois viabiliza a diminuição do preconceito existente e amplia o repertório
linguístico do aluno. Buscando, assim, aprimorar o ensino de língua portuguesa.

Considerações Finais

É fundamental que os professores de língua portuguesa estejam cientes das


variações linguísticas existentes e saibam como lidar com elas na sala de aula, de
forma a valorizar a diversidade cultural e linguística dos alunos.
Os estudos sociolinguísticos são importantes para entendermos como as
variações linguísticas surgem e como elas são utilizadas pelos falantes em
diferentes contextos sociais. É preciso combater os preconceitos linguísticos e
culturais que ainda existem em nossa sociedade, valorizando todas as formas de
expressão linguística e reconhecendo que a língua é um elemento vivo e em
constante transformação.

Referências
VITÓRIO, Elyne Giselle de Santana Lima Aguiar. Variação linguística e Ensino:
crenças e atitudes linguísticas. 2017.

Entrevista
1. Qual o papel da língua portuguesa na formação da competência
comunicativa do aluno?
Resposta:
O Papel da língua Portuguesa na formação da competência comunicativa do
aluno é de grande valor pois norteia toda a formação do aluno e desenvolve as
habilidades essenciais que os alunos precisam ter, como leitura, escrita e
compreensão de textos.
2. Que estratégias você usa para trabalhar com seus alunos a língua em
suas diversas modalidades (escrita e falada)?
Reposta:
As estratégias utilizadas em sala de aula para desenvolver as principais
habilidades da língua portuguesa, em leitura e escrita são diversas, pois acredito
que isso facilita o desenvolvimento do aluno. As principais são: leitura de pequenos
contos, rodas de leitura, leitura oral, pesquisas, ditados de palavras e frases, cópias
de textos (reprodução e reescrita).
3. Como você avalia o livro didático adotado pela escola para o trabalho
com ensino de língua portuguesa? Quais os aspectos positivos e
negativos desse material?
Resposta:
O livro didático adotado pela escola para o trabalho como ensino de Língua
Portuguesa é bom, trazendo textos que abordam temas do cotidiano dos alunos,
assim como temas inovadores que despertam interesse por parte deles. Os
aspectos negativos desse material é somente a abordagem das atividades de
compreensão textual que é um pouco extensa, e acaba deixando os alunos
cansados.
4. Revisitando um pouco sua história, como você avalia o modo como a
disciplina de língua portuguesa foi trabalhada com você na escola, na
educação básica?
Resposta:
A avaliação que faço a respeito de como a disciplina de língua portuguesa foi
trabalhada por meus professores na educação básica foi satisfatória, pois muitas
coisas aprendi com eles, com as atividades de leituras desenvolvidas em sala de
aula.

5. Em quê sua prática atual de sala de aula se aproxima e em que se


distancia dessa abordagem que você teve na escola?
Resposta:
O que mais se aproxima, em relação a prática atual de sala de aula com o
tempo em que fui aluna, é a disciplina e o respeito que tinha pelos meus
professores, além das atividades bem direcionadas (leitura e escrita) e o que mais
distância é o uso constante das mídias em sala de aula, pois na minha época de
estudante ainda não se falava em celulares e computadores portáteis, muito menos
internet.
6. Você se considera uma boa professora de português? Quais suas
qualidades e suas fragilidades no exercício do magistério?
Resposta:
Difícil de falar, mas tento fazer o melhor. Em relação as qualidades acho que
a principal é a clareza na abordagem dos conteúdos. A maior fragilidade é quando
encontramos crianças que não tem acompanhamento de suas famílias.
7. No tocante ao uso da língua portuguesa (na fala e na escrita), qual a
maior fragilidade de seus alunos atualmente? E como você trabalha
isso?
Resposta:
A maior fragilidade dos meus alunos atualmente em relação a fala, a escrita e
a compreensão, é a preguiça, o desinteresse em ler, escrever e pesquisar. Eles não
gostam de ler livros, preferem utilizar o tempo livre para usar a internet.. A melhor
forma que encontrei para trabalhar com eles, foi a conscientização em relação a
importância de ler, escrever e compreender o mundo que está a nossa volta, isso faz
com que eles tenham um pouco mais de interesse.
8. Como você trabalha em suas aulas a diferença entre língua e gramática?
Resposta:

Para trabalhar a diferença entre língua e gramática em minhas aulas, eu


sempre mostro para eles que a língua, tanto escrita como oral tem seu uso, sua
estrutura e suas características, já a gramática é a responsável pelas regras que vão
nortear a escrita.
9. Em suas aulas, como você trabalha a questão da variação linguística?
Resposta:
Em relação a variação linguística em sala de aula, devemos nos preparar e
conhecer seus norteadores de funcionamento e diferenças. A forma como trabalho é
prática, pois sempre procuro abordar a família, a comunidade em que eles vivem,
como todos falam, isso facilita a eles entenderem que a língua vária de pessoa para
pessoa.
10. Como você trabalha a questão da norma culta em suas aulas?
Resposta:
Procuro desenvolver meu trabalho harmonioso em relação as variações e a
norma culta, pois um completa o outro.
11- Como você lida com os famosos erros cometidos pelo aluno na fala
quanto na escrita?
Resposta:
Em relação ao uso incorreto da escrita, sempre coloco os alunos para
refazerem as atividades, assim, eles começam a ter e saber sobre a consciência
fonológica, tornando assim mais prazeroso estudar a nossa língua.

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