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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES – DLA


COLEGIADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS

RESUMO CRÍTICO – LÍNGUISTICA II

POR:
KAYLLA NASCIMENTO SANTOS

Ilhéus / BA.
2018
Os textos discorrem sobre aspectos relacionados a gramática e ao seu
posicionamento no ensino escolar.

É explanado sobre a gramática normativa, que apresenta o papel de


estabelecer o que se deve ou não usar na língua, ou seja, ela possui um caráter
pedagógico que é definido por especialistas e bons escritores. A norma culta
instruída no ambiente escolar pode incitar pressupostos preconceituosos em relação
a linguagem popular ‒ a mais acessível e corrente no cotidiano das pessoas – visto
que, uma grande quantidade de brasileiros permanece à margem de tais
conhecimentos, sofrendo estereótipos de serem indivíduos que não dispõem de
domínio e saber linguístico, apenas por se expressarem de modo coloquial.

Uma visão bastante equivocada, porque não existem erros em língua falada
ou escrita, ou que haja uma linguagem padrão. O padrão de uma linguagem é a
comunicação e o que perdura é o falar de acordo com a imposição de uma classe
social dominante para discriminar outras pessoas. A atribuição do rótulo de “certo” e
“errado” provém muito de quem lança esse rótulo e de que lugar na estrutura social
essa pessoa se encontra, pois a língua popular é tão produtiva e relevante quanto a
língua padrão. Desta forma, apesar de os gramáticos normativos identificarem que
existem diferentes modalidades, idioletos e dialetos que fundam-se nas condições
sociais, econômicas e políticas, eles não apreciam essas variantes.

Outrossim, é trabalhado acerca da figura descritiva vigente na gramática


tradicional, que permite dizer como a linguagem é elaborada em um processo
comunicativo, estabelecendo assim, suas regras de uso. Então, enquanto a
gramática normativa promove um padrão linguístico, a gramática descritiva se ocupa
de analisar e descrever os usos da língua. Nesse contexto, é posto que na prática
escolar, a gramática descritiva serve de instrumento para as prescrições da
gramática narrativa, ambas noções que normalmente correspondem ao que se
acredita ser “gramática” nas instituições educacionais, uma concepção limitada
segundo os linguistas.

As crianças adquirem sua linguagem e, a partir de seu desenvolvimento e


experiências linguísticas, constroem a gramática de sua língua, de forma
internalizada (biológica ou psicológica), que não depende fatores externos ou
escolares para existir. Essa gramática sabe distinguir a modalidade culta da
coloquial, sem priorizar ou discriminar uma em detrimento da outra.

Segundo Bagno (1999), não é necessário falar e escrever de forma dita ser a
adequada para saber e aprender gramática. Logo, o papel da escola não é obrigar
os alunos a memorizar regras da gramática tradicional, mas cabe à escola a formar
bons usuários da língua escrita e falada sempre respeitando a individualidade de
cada um, tendo sempre em vista que a criança é um produto do meio onde reside.

É mencionado que o ensino de gramática deve partir de uma educação com


atributos cientificas estimulando a análise dos fatos da língua e a formação cientifica
dos estudantes, fatores estes que não são presenciados geralmente, na
coordenação da gramática nos colégios.

Muitos alunos ao estudarem a gramática tradicional nas escolas, não


discutem ou refletem criticamente o motivo de, por exemplo, uma regra gramatical
ser de um jeito ou de outro, esse processo de buscar justificativas não é estimulado
e, consequentemente, eles não se desenvolvem nos seus aprendizados e fazem
uma trajetória defasada baseada na memorização e insatisfação pelo estudo
gramatical, contribuindo com a formação de cidadãos que são classificados como
analfabetos científicos.

Nesse contexto, a ciência é um elemento indispensável na formação


educacional do indivíduo, pois ela é um método de obter conhecimentos e
resultados. Então, pelo motivo da gramática ser uma disciplina cientifica, ela deve
ser tratada adequadamente, que admite questionamentos, métodos, possibilidades e
teorias a respeito da língua, para que os estudantes sejam formados e capacitados
positivamente com um caráter mais críticos.

Referências

FRANCINI, Carlos.et all. Mas o que é mesmo “GRAMÁTICA”? São Paulo;


Parábola Editorial, 2006
PERINE, Mário A. “Defino minha Gramática como a tentativa de encontrar resposta
às perguntas: porque ensinar gramática? que gramática ensinar?” In: NEVES, M. H.
de M; CASSEB – GALVÃO. Vânia Cristina (orgs). Gramática Contemporâneas do
Português. São Paulo: Parábola Editorial,2014

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