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A variação é
inseparável do fenômeno linguístico e têm formas variá-
veis porque as sociedades são constituídas por grupos
distintos em vários aspectos. Isso define o uso de deter-
minada variedade e serve para identificar seus membros.
Aprendemos a diferenciar as falas e, no momento em
MÓDULO 1 – ESPECÍFICA que nos comunicamos com alguém, percebemos se é do
Ceará, do Rio de Janeiro, da Bahia ou de outros lugares do
país. Da mesma forma percebemos outras características
do falante, como, profissão, classe social etc. Os aspec-
tos percebidos com mais facilidade são dois: a pronúncia
e o vocabulário.
Fatores de variação:
Que alegria! que entusiasmo! Que saltos em volta do amo! No plano léxico e semântico, a variação diatópica é o
chega a lamber-lhe a mão de contente, mas Rubião dá-lhe fenômeno de uma determinada comunidade de fala ou
um tabefe, que lhe doe; elle recúa um pouco, triste, com a região eleger expressões próprias para nomear seres ou
cauda entre as pernas; depois o senhor dá um estalinho situações, para os quais encontraremos denominações
com os dedos, e eil-o que volta novamente com a mesma distintas em outras regiões. Para citar alguns exemplos,
alegria. no Estado do Paraná o item lexical “bombom” tem sentido
- Socega! socega! de “doce de chocolate”, em Porto Velho, Rondônia, tem
sentido de “bala”, ou seja, “pequena pelota de açúcar soli-
Quincas Borba vae atraz delle, pelo jardim fóra, contorna a dificada, com sabor”. Um outro exemplo é o caso de
casa, ora andando, ora aos saltos. [...] Quando Rubião “égua”, que para o paranaense tem sentido de “fêmea do
estaca, elle olha para cima, á espera; naturalmente, cuida cavalo” e pode ter também conotação pejorativa; para o
delle; é algum projecto, sahirem juntos ou cousa assim cearense, além destes mesmos sentidos, a mesma pala-
agradavel. [...] Tem o sentimento da confiança, e muito vra, em certas situações, sofre esvaziamento semântico,
curta a memoria das pancadas. Ao contrario, os affagos ou seja, perde seu sentido original e ganha outro sentido.
ficam-lhe impressos e fixos, por mais distrahidos que Assim “égua” é usada como interjeição de surpresa em
sejam. Gosta de ser amado. Contenta-se de crêr que o é. certas situações da fala, por exemplo: “Égua! má!”
Variação Diafásica:
A) Ortografia.
B) Variação linguística.
C) Léxico.
D) Análise sintática. https://cacogalhardo.wordpress.com/category/personagens/chico-
bacon/. Acesso em 30/10/2019.
05.Em quase todas as partes do Brasil, “feira” significa
“reunião de vendedores”. A exceção está na região 06.Depois de analisar os textos I e II podemos afirmar que
Norte, que concebe essa mesma palavra com sendo a
“sacola em que se transportam gêneros”. Na Língua A) em ambos a “capitulação” é definitiva, ou seja, a so-
Portuguesa, portanto, uma mesma palavra pode apre- ciedade já se capitulou, já se rendeu a outro povo, a
sentar sentidos diferentes. Um mesmo produto, entre- outra cultura.
tanto, também pode ser expresso por palavras diferen- B) Não há qualquer problema ou vício de linguagem
tes. É o caso de “mandioca”, “aipim” e “macaxeira”. neste processo linguístico, o uso indiscriminado de
Trata-se de denominações empregadas em localida- termos estrangeiros é comum em todas as línguas.
des brasileiras distintas para uma mesma espécie de C) O exagero que o autor do primeiro texto vê no em-
planta. Os exemplos mencionados corroboram a exis- prego da palavra “delivery” se aplicaria também à
tência, no Brasil, de um fenômeno linguístico que leva “telepizza” e a todas as palavras inglesas utilizadas
o nome de variação: na Língua Portuguesa.
D) Luís Fernando Verissimo escreveu o poema “Capitu-
A) Diatópica. lação” apresentando uma crítica bem-humorada ao
B) Diamésica. emprego de termos estrangeiros, mostrando que é a
C) Diacrônica. favor dos empréstimos linguísticos e que eles são
D) Diastrática. necessários no cotidiano.
E) Os dois, escritor e cartunista, fazem referência a um D) Variação diacrônica: a língua é dinâmica e sofre
fenômeno linguístico denominado estrangeirismo, transformações ao longo do tempo. Um exemplo de
com um tom condenatório: o primeiro, mencionando variação diacrônica é a questão da ortografia: a pa-
a submissão cultural; o segundo apresenta um per- lavra “farmácia” já foi escrita com “ph” (pharmácia).
sonagem que sequer conhece a palavra “entrega” A palavra “você”, que tem origem etimológica na
da língua portuguesa, conhece apenas o anglicis- expressão de tratamento de deferência “vossa mer-
mo. cê” e que se transformou sucessivamente em “vos-
semecê”, “vosmecê”, “vancê”, até chegar na que uti-
Antigamente lizamos hoje que é, muitas vezes (principalmente na
Internet), abreviado para “vc”.
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e E) Variação diamésica: consiste no meio de comuni-
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: cação empregado pelo autor, ou seja, a fala, um do-
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, cumento escrito, um e-mail, uma mensagem no
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastan- WhatsApp etc.
do a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
Carlos Drummond de Andrade 08.Em São Paulo diz-se “bexigas”, enquanto no Rio de
Janeiro diz-se “balões”.
07.Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto,
percebemos que nele existem certas expressões que Essa diferença é um exemplo de
já se encontram em desuso, tais como: Mademoisel-
les, prendadas, janotas, pé de alferes, balaio. A seguir A) linguagem coloquial.
são apresentados alguns conceitos. Sua tarefa consis- B) gíria.
tirá em analisá-los e marcar a opção que melhor expli- C) regionalismo.
ca o artifício utilizado por Carlos Drummond de Andra- D) linguagem erudita.
de. E) arcaísmo.
Texto. Antigamente
Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando per-
e o que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da rengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à
parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedoren-
escondem, fora do alcance das crianças, o carretel de tas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Anti-
linha, o pente, o pedaço de fumo, o cachimbo. Vitalina, gamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos,
conforme popularizou a cantiga, é a solteirona, a moça- lombrigas (…)
velha que se enfeita − bota pó e tira pó − mas não encon- Carlos Drummond de Andrade.
11.A respeito da expressão vitalina, de acordo com o tex- Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal,
to, é correto afirmar: mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à farmá-
cia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas.
A) Trata-se de um exemplo de variação diastrática. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Anti-
B) Trata-se de um exemplo de variação diatópica. gamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos,
C) Trata-se de um exemplo de variação diacrônica. vermes (…)
D) Trata-se de uma variação social da língua.
E) Trata-se de uma variação diafásica. 13.Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na
segunda versão, houve mudanças relativas a
Texto.
A) significado.
Pra cantá caninha verde primero canta B) significante.
O violero C) acentuação.
Depois que o violero canta canta otros D) fonética.
Companhero E) sintaxe
Chora morena primero canta o violero
Depois que o violero canta canta otros Cante Lá que Eu Canto Cá
Companhero.
Poeta, cantô da rua,
P. Chiquito e N. Serra. Cana verde.
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
12.Julgue os itens a seguir, a respeito da forma como foi
Que eu canto o sertão que é meu.
usada a linguagem na transcrição da letra de música
(...)
acima e marque a opção incorreta.
Você teve inducação,
A) O texto apresenta formas linguísticas típicas da ora-
Aprendeu munta ciença,
lidade, que deveriam ter sido corrigidas na transcri-
Mas das coisas do sertão
ção para a escrita.
Não tem boa esperiença.
B) O texto revela marcas de variação linguística na or-
Nunca fez uma paioça,
tografia, que revelam características sociais de
Nunca trabaiou na roça,
quem a usa.
Não pode conhecê bem.
C) O autor optou por fazer uma alteração na forma
Pois nesta penosa vida,
convencional das palavras, o que se evidencia na
Som quem provou da comida
redução do ditongo “ou”.
Sabe o gosto que ela tem.
D) O autor utilizou uma regra tradicional de acentua-
(...)
ção gráfica ao acentuar “cantá” (v.1).
Você é munto ditoso, 15.Os termos “língua viva” e “língua de hoje” contrapõem-
Sabe lê, sabe escrevê, se ao termo “língua mais ‘antiga”, o que corresponde à
Pois vá cantando o seu gozo, variação:
Que eu canto meu padecê
Inquanto a felicidade A) regional.
Você canta na cidade, B) histórica.
Cá no sertão eu infrento C) situacional.
A fome, a misera. D) social.
Pra sê poeta divera, E) dialetal.
Precisa tê sofrimento.
(...) 16.Sírio Possenti faz alusão a Guimarães Rosa como um
autor que criou uma “interlíngua”, ou seja, que mistu-
Só canta o sertão dereito, rou regionalismos com termos em desuso (arcaicos) e
Com tudo quanto ele tem, com palavras emprestadas de línguas estrangeiras.
Quem sempre correu estreito, Para facilitar a leitura e compreensão de um texto des-
Sem proteção de ninguém, se autor, é preciso estar atento ao fato de que:
Coberto de precisão
Suportando privação A) as variações linguísticas ocorrem, mas apenas no
Com paciença de Jó, campo do léxico. Por exemplo, a palavra miúdo, em
Puxando o cabo da inxada, Portugal, significa criança, no Brasil.
Na quebrada e na chapada, B) a língua portuguesa apresenta variações de um
Moiadinho de suó. grupo social para outro e de uma situação de co-
(...) municação para outra.
C) o texto escrito não comporta a modalidade falada
14.Os vocábulos cantô, ciença, conhecê são exemplos de: da língua, a não ser na fala real dos personagens.
D) criar palavras novas só se justifica quando se pre-
A) Solecismo: problemas na concordância ou regência. tende construir um enredo de alcance apenas regi-
B) Aliteração: repetição de sons consonantais. onal.
C) Assonância: repetição de sons vocálicos. E) as pessoas não entendem neologismos, sejam se-
D) Apócope: redução de fonemas. mânticos ou sintáticos.
E) Eco: repetição de um mesmo som final.
17.Sobre variação linguística, informe se é verdadeiro (V)
Leia: ou falso (F) o que se afirma.
A Terra é chata
A) diatópica.
B) diastrática.
C) diamésica.
D) diacrônica.
Texto
Estão corretas:
A) 2 e 3, apenas.
B) 1, 2 e 4, apenas.
C) 1 e 3, apenas.
D) 2 e 4, apenas.