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e linguagem
Prof. Me. Leandro Moura
Tópico 2
Tópico
Comunicação e linguagem
2
Objetivo(s) de aprendizagem
• Conhecer a variação linguística;
• Comparar as variações sincrônicas;
• Elaborar hipóteses a partir de exemplos
práticos;
• Refletir sobre o preconceito linguístico;
• Relembrar a noção de texto.
2
Neste Tópico:
Introdução���������������������������������������������������� 4
Variação linguística����������������������������������� 5
Variação regional��������������������������������������10
Variação social�������������������������������������������13
Variação ligada ao meio
(oral e escrito)������������������������������������������� 14
Variação de registro
(formal e informal)������������������������������������17
O preconceito linguístico���������������������� 23
Noções de texto����������������������������������������28
Coesão���������������������������������������������������������34
Como melhorar a coesão textual�����������������������36
Coerência����������������������������������������������������38
Considerações finais����������������������������� 44
Síntese���������������������������������������������������������45
3
Tópico
Comunicação e linguagem
2
INTRODUÇÃO
A utilização adequada de uma língua é tema de dis-
cussão permanente nos mais variados países. De
uma região a outra, ou de uma pessoa a outra, cada
um tem uma forma de se expressar, dependente de
alguns fatores. Além disso, questões vinculadas a
melhor maneira de se comunicar também podem
ser levantadas: Como me comunicar melhor? Como
aproveitar o melhor uso de um idioma?
4
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Oxe Rango
Pila
Cambito
Bá
Xibé
Mina
Lindeiro
Figura 1: Expressões de diversas regiões do Brasil.
5
Sabão hygienico Capadocia
6
soantes eram duplicadas, como o L de “elle” e “ella”;
o som da letra f era representado pelas letras ph;
palavras que muitos desconhecem ou não se usam
mais com tanta frequência, eram comuns, como
“aseiado” (que quer dizer asseado ou limpo) e “mo-
lestia” (enfermidade ou doença). Naquela época, a
língua portuguesa utilizada pelos europeus coloniza-
dores que vieram para o Brasil tinha características
diferentes da que usamos hoje. Aos poucos, ela foi
sendo modificada pela cultura, história e crenças de
um povo, diferente daquele que nos colonizou, com
sua própria identidade – o povo brasileiro.
Podcast 1
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mesmo momento do tempo). Essas mudanças rece-
bem o nome de variações linguísticas.” (GUIMARÃES,
T., 2012, p. 24, grifo do autor).
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regional
diacrônica
ou histórica
Variação social
Linguística
sincrônica
do meio
do registro
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VARIAÇÃO REGIONAL
Tente se lembrar do modo como você fala. Você pro-
nuncia o “r” mais forte? Coloca a língua entre os den-
tes quando fala “tia”? Observe que como você fala é
característico do lugar em que você nasceu ou mora.
O Brasil é um país de vasta extensão continental e
em cada região (ou mesmo dentro da própria região),
as pessoas falam de modo diferente.
Ingridienti:
5 den di ái
3 cuié di ói
1 cabêss di repôi
1 cuié di mastumati
sali a gosto
Mé qui fais?!
10
Pica o repôi bem finin, foga o repôi.
Prontim!
Saiba mais
O modo de falar de algumas regiões (dialetos)
pode possuir tantas características próprias
que é possível encontrar dicionários locais,
como: dicionário de “mineirês”, de “gauchês”, de
“nordestinês”.
Acesse a reportagem do Jornal Hoje Falares do
Brasil e veja como pessoas de diferentes regiões
do país se comunicam:
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fêmea do cavalo, mas uma expressão usada em
várias situações, como “poxa vida”;
• Na conjugação de verbos e construção de frases:
no Nordeste, é comum falawwr “tu visse” (em vez de
“tu vistes”), assim como a expressão “sei, não” (em
vez de “não sei”). (GUIMARÃES, 2012, p.26)
Podcast 2
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VARIAÇÃO SOCIAL
A linguagem dos médicos, dos surfistas, dos tatua-
dores, da internet, dos roqueiros, do futebol. O que
elas têm em comum? Todas elas têm em comum o
contato social que seus grupos estabelecem durante
a comunicação. Algumas formas de variação social
estão relacionadas a:
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VARIAÇÃO LIGADA
AO MEIO (ORAL E
ESCRITO)
Após uma conversa ou apresentação de um trabalho,
você já teve a impressão de que não falou tudo o que
precisava ter dito? Que se tivesse feito uma “colinha”
no papel teria se saído melhor? Esta é uma situação
pela qual todos podem passar, mas você sabe por
que isso acontece?
14
- Significa que...
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com gestos, olhares ou correções para esclarecer
alguma dúvida.
Fique atento
Afinal, por que conhecer a linguagem e seus ele-
mentos é tão importante para nós? Para nos co-
municarmos com os outros, seja na faculdade,
no trabalho, em casa ou na rua, utilizamos textos
orais ou escritos. Quando produzimos um traba-
lho escrito para a faculdade, podemos pesquisar
informações, planejar a sequência lógica do tex-
to, ler e reler várias vezes, reescrever pontos que
não ficaram muito claros. Por outro lado, numa
reunião de trabalho, temos apenas nossa memó-
ria, inteligência e menos tempo para recuperar os
principais assuntos: para ajudar, anote os pontos
mais importantes que gostaria de discutir na reu-
nião, bem como sugestões e propostas de me-
lhoria para a equipe.
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VARIAÇÃO DE
REGISTRO (FORMAL
E INFORMAL)
Leia o exemplo:
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— Mãe, crush não é palavrão. É a pessoa de quem a
gente gosta, se apaixona.
Fique atento
Usamos a palavra Crush quando queremos nos
referir a alguém que gostamos ou sentimos atra-
18
ção. Do inglês to crush ou, literalmente, “colidir”
“esmagar”, a gíria é muito usadas nas redes so-
ciais e representa a paixão “esmagadora” que
sentimos pela outra pessoa.
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Será que esse candidato respondeu o que se es-
perava? Qual impressão ele pode ter passado ao
entrevistador?
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Nenhum de nós usa o idioma da mesma maneira o
tempo todo. Independentemente de sermos mais ou
menos escolarizados, de morarmos nessa ou naquela
região, de sermos jovens ou velhos, homens ou mulhe-
res, surfistas ou roqueiros, todos nós mudamos nossa
maneira de falar e escrever conforme o grau de formali-
dade da situação comunicativa. (GUIMARÃES, T., 2013,
p.30, grifo do autor).
21
Fique atento
Não existem formas melhores ou piores de se fa-
lar, mas modos diferentes que usamos para co-
municar algo. Esses modos podem ser adequa-
dos ou inadequados, mas isso vai depender da
situação em que a comunicação acontece.
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O PRECONCEITO
LINGUÍSTICO
Além de conhecer nossa própria cultura, ao entrar-
mos em contato com diferentes variedades linguís-
ticas, conhecê-las também pode ser uma forma de
combater o preconceito. É isso mesmo! Você deve
estar pensando: “já ouvi falar de outros tipos de
preconceito, como o preconceito contra mulheres,
nordestinos, negros, homossexuais, mas contra a
língua? Ainda não!”
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A língua não é homogênea, pois, como verificamos
antes, ela é formada pela diversidade de falares
que carregam histórias de vida, cultura e valores
de um povo. Sendo assim, quando as pessoas se
manifestam por meio da língua, elas mostram seus
valores culturais, a forma como vivem e a sua pró-
pria história.
Negreiros a retraficar
24
letras de rap e que caracterizam, entre outros as-
pectos, o discurso das comunidades. Essas marcas
representam a realidade de grupos (em sua maioria,
menos favorecidos socialmente), suas experiências
e a forma como se comunicam. O rap, assim como
o funk, são estilos musicais com vasta presença da
oralidade e apelo popular, mas que sofrem precon-
ceito linguístico e, em função disso, artístico.
Saiba mais
Quer conhecer um pouco mais sobre a história
do rap?
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tem pausas, entonações, hesitações, repetições e
autocorreções que só fazem sentido na dinâmica
da própria fala, no acordo que estabelecemos com
o outro. A escrita é uma espécie de “versão editada”
da comunicação, pois, quando escrevemos, podemos
escolher palavras, ler o texto, corrigi-lo antes de en-
viar, enfim, usar os mais variados recursos que vão
tornar nosso discurso mais claro para o outro.
Saiba mais
A língua falada é uma rica fonte de cultura de um
povo. Acesse o vídeo do professor Ataliba de Cas-
tilho para conhecer suas múltiplas possibilidades.
Fique atento
Ser um bom comunicador envolve não só o co-
nhecimento das regras gramaticais, mas da for-
ma como nos relacionamos com os outros.
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Bom, como observamos, a linguagem é muito di-
nâmica, mas você sabe como ela se manifesta?
Convido você a desvendar esse mistério em nosso
próximo tópico.
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NOÇÕES DE TEXTO
Diariamente, todos nós precisamos lidar com textos.
Assistir a um filme, escrever um e-mail, enviar uma
mensagem, dar um recado, fazer uma lista: o tempo
todo estamos produzindo ou recebendo diferentes
tipos de texto.
A casa é de madeira.
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Então, já sabemos que um texto não é só um conjun-
to de frases, mas o que, afinal, é o texto? Imagine que
você está vendo sua série de TV favorita quando, de
repente, a palavra MADEIRA aparece na tela, sozinha,
à frente de um fundo preto. Pode ser que você fique
intrigado ou, simplesmente, não dê importância.
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contato, ou seja, a expressão linguística produzida
por indivíduos em uma situação comunicativa. O
bom funcionamento das condições dessa situação –
emissor, receptor, mensagem, código, canal e contex-
to – é fundamental, tanto para a produção do texto,
quanto para a sua compreensão.
30
Paulo: Itaú Cultural, 2018.Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/obra2592/cinco-mocas-de-guaratingue-
ta>. Acesso em: 09 de Dez. 2018. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Fique atento
O mais importante na comunicação é que o tex-
to poder ser interpretado e compreendido por um
determinado grupo.
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ção cotidiana de um grupo de mulheres. Chegamos
a essa conclusão porque a pintura pode ser interpre-
tada e entendida a partir do seu sentido.
Figura 6: http://www.putsgrilo.com.br/humor/fotos-de-placas-engra-
cadas-e-erradas-do-brasil. Acesso em: 21 de jan. 2019.
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lixo na lixeira”, ou seja, no local adequado para des-
carte do lixo.
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COESÃO
Júlio não tem carro. Ele é azul.
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• pronomes; • preposições;
• terminações verbais; • conjunções
• advérbios; • sinônimos.
• locuções adverbiais;
Exemplo:
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adequados, facilitamos sua compreensão. E como
se faz isso? Fique de olho nessas dicas!
36
Para aumentar seu repertório de palavras, você pode
utilizar o dicionário de sinônimos.
Exemplos:
Prédio = edifício
Casa = residência/lar
Conhecimento = saber
Finalidade = objetivo
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COERÊNCIA
Quando um texto não faz sentido para nós, costuma-
mos dizer que ele é incoerente. Isso acontece porque
a coerência faz com que um texto tenha sentido para
quem o recebe.
Fique atento
A coerência não se relaciona apenas com o que
está dentro do texto, mas também com o que é
externo a ele. Ela está ligada aos interlocutores
e às condições em que a situação comunicativa
acontece, ou seja, ao contexto.
Observe a tirinha:
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Você notou alguma incoerência? As palavras podem
ter diferentes significados para as pessoas, principal-
mente para as crianças que, em fase de aprendizado,
compreendem os significados de modo bastante
literal (ao pé da letra). É o que acontece na tirinha de
Armandinho: a expressão “educação vem de casa”
é popularmente usada em seu sentido figurado, ou
seja, que a educação também se constrói no am-
biente familiar. Como o garoto relacionou “casa”
a um objeto da realidade, para ele, quem mora em
apartamento deve enfrentar sérios problemas com
a Educação.
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no texto, isto é, preenche suas lacunas textuais. É o
mesmo que “ler nas entrelinhas”.
• Fatores de contextualização: elementos que dão
pistas sobre uma determinada situação comuni-
cativa. O nome do autor, a data, o local de publica-
ção, uma assinatura, um carimbo ou qualquer outro
elemento gráfico ajudam a identificar o contexto
de produção da mensagem. Expressões como “era
uma vez”, “há muito tempo” também facilitam a in-
terpretação do texto.
• Situacionalidade: a situação em que um texto cir-
cula interfere em seu sentido. Em outras palavras, a
relação entre um texto e seu contexto de produção é
chamada de situacionalidade. Se alguém lhe disser
que a bola acertou onde a coruja dorme, quer dizer
que alguém chutou a bola no ângulo entre a trave
e o travessão do gol, sem chance de defesa para o
goleiro. Perceba que o sentido desta expressão está
diretamente ligado ao contexto do futebol. Sem esta
relação, a expressão seria incoerente.
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2. Quando os convidar para o jantar, não se es-
queça de que eles são vegetarianos. Nosso último
jantar foi um fiasco!
Figura 8: https://catracalivre.com.br/entretenimento/as-31-noticias-
-mais-engracadas-e-confusas-do-jornalismo-brasileiro/ Acesso 9
dez. 2018.
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logia tenha avançado bastante, ainda não é possível
encontrar mortos andando por aí.
Podcast 3
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deduzir faz parte das minhas experiências de vida?
Existem pistas necessárias que me permitem chegar
até a conclusão esperada?
Saiba mais
Veja como fazer um mapa mental. Ele é impor-
tante e ajudará no planejamento que antecede a
escrita.
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os desafios de se utilizar a língua portuguesa de for-
ma assertiva perpassam os conhecimentos sobre a
própria língua como instrumento vivo, que se molda
no decorrer dos anos, na composição da sociedade,
que é construída no social.
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Síntese
Regional
Social
Oral e Escrita
Variação Registro
Linguística
Discriminação pelo
modo de expressão
Diversidade
Preconceito
da Língua Linguístico
Definição
de texto
Noções Código verbal
Textuais e não-verbal
Elo entre
ideias
Elementos
coesivos
Uso de
coesão textual
Coesão
Articulação de
elementos
gramaticais
Coerência Conhecimentos
para construção
textual
Referências
Bibliográficas
& Consultadas
BAGNO, Marcos. A norma oculta: Língua & po-
der na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.