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Espaço e Método
UNIVERSIDADE DE SÀO PAL LO
coMlssÃo EotToRl^1.
Rubens Ricupero
Crilos Àlbeno Barbosa Danras
Antonio Penteâdo Mendonçà
Chester Luiz Gâlvão Cesar
Ivan Gilb€no Sandolal Frlleiros
Mary Macedo dê Cam!rgo Neve\ Lafer
Sedi Hirâno
Espaço e Método
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l. Notadamente em: Por uma Ceografia Nord, São Pâulo, Hlcirec' 1978; Espaço e
ELtlreuros E EsrRriru RA s
a razão que cada lugar constitui na verdade uma fração do espaço total,
pois só esse espaço total é o ob,eto da totaljdade das relações exercidas
dentro de uma sociedade, em um dado momento. Cada lugar é objeto
de apenas algumas dessas relações "atuais" de uma dada sociedade e,
através dos seus movimentos próprios, apenas participa de uma fraçâo
do movimento social total.
O movimento que estamos renrando explicitar nos leva a admitir
que o espaço total, que escapa à nossa apreensão empírica e vem ao
nosso espírito sobrerudo como conceito, é que constitui o real, enquanto
as frações do espaço, que nos Parecem tanto mais concretas quanto
menores, é que constituem o abstrato, na medida em que o seu valor
sistêmico não está na coisa tal como a vemos, mas no seu Yalor relativo
dentro de um sistema mais amplo.
Quando nos referimos, por exemplo, àquela casa ou àquele ediÍício,
àquele loteamento, àquele bairro, são todos dados concretos - con-
cretos por sua existência -, mas, na verdade, todos são abstrações, se
não buscarmos compreender o seu valor atual em função das condiçôes
atuais da sociedade. Casa, edifício, loteamento, bairro estão sempre
mudando de valor relativo dentro da área onde se siÍuam, mudança
que nâo é homogênea para todos, cuia explicação se encontra fora
de cada um desses obietos e só pode ser encontrada na totalidade de
relações que comandam uma área bem mais vasta. Âssim também é
com os homens, as 6rmas, as instituições.
A noção de estrutura aplicada ao estudo do espaço tem essa outra
vantagem. Arravés da noção de sistema, analisamos os elementos' seus
predicados e as re[açóes entre tais elementos e tais predicados. Quando
a preocupação é con as estruturas, sabemos que se essa noção de pre-
dicado é aliada a cada elemento (aqui subestrutura), sabemos, antes,
que sua real de6nição depende sempre de uma estrutura mais ampla'
na qual aquela se insere.
As INovAÇôEs No EslaÇrr
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UNrFrcÀÇÃo Do CÀPlrÀt E ARRÁNJO ESPACIÂl
A Qu r:srÀ() DA FEDERAÇÀo
PtlrRLrÀ.as DA ANÁLts E
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R ef e r ên cias B i b I i o gráfi c a s
Hucitec, 1982.
S.u.rros, Milron. Por zmo Geografia Noua.5áo Paulo, Hucitec,
1978'
Espaço e Sociedade. Petrôpolis'Yozes, 1979 '
. (oÍg.). Noros Rumos da Ceogrufid Brasileiru ' Sào Paulo, Hucitec' 19112'
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. O fato de que o espaço toral seja indivisível também não nos im-
3 pede de, nele, distinguir as frações (estradas, condutos, vias e meios de
! comunicação) utilizadas para permitir que a produção e os seus Íatores
' circulem: pode-se falar num espaço de circulação? pode-se admitir que
í hâja pedaços de rerritório cuja única função seja a de assegurar a cir-
I cutação? Cremos que, além disso, deve-se, mesmo, reconhecer que tais
. "espaços de circulação" prestam-se de maneira dlferente à utilização
J pelas firmas diversas dentro de uma cidade, região ou país. Haveria
umâ hierarquia de usos, à qual corresponderiam diferenças, igualmente
hierárquicas, na capacidade efetiva de realização do capital produtivo'
O uso seletivo do espaço se daria sobretudo através desse Processo,
uma vez que, nas condições atuais de circulaçâo rápida do capital, isto
;.
é, pela necessidade de rápida transÍormação do Produto em mercado-
ria ou capital-dinheiro, isto é, nas condições atuais de reprodução, a 1
O "Eslaço oo CoIsuuo,,
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A E5TRUTURA INTERNA
OEsr.loctEoMÊRCÀDo
O EXTERN() F o INTERNo
ONovoÊovELHo
tuídas por fatores de idade assintão variada, mas que, encarados dentro
de um espaço total ou de :uma sociedade tota( em ambos encontram o
mesmo nexo explicativo.
A noção de teffipo espacial stpõe qte cad,a vetor ou variável _ Íorma_
dores da sociedade, da economia e do espaço à escala de um país _ possa
apresentar-se (como de fato se apresenta) em diversos Iugares segundo
diversas idades. Essa idade é calculada em funçâo da forma mais mo_
derna com que o mesmo vetor, naquele momento, se apresenra, seja
no mundo tomado como um rodo, seja no país. A cada lugar corres_
ponde uma idade particular p ara cada variável, o que não quer dizer
que uma variável não possa aparecer em lugares diÍerenres portando
a mesma "idade". O que, todavia, é jmpossíuel, é encontrar combina_
ções locais e variáveis específicas rendo a mesma idade. Assim, cada
lugar é o resukado da combinação espacialmente seletiva de vanáveis
diferentemente daradas. É à seletividade com que os diversos aspectos
do moderno realizam o seu impacro sobre um lugar determinado que
se deve a diferença enrre os lugares; e a combinação particular de ya_
riáveis diversamente daradas consritui o terupo espacial prôprio a um
determinado lugar.
Nesse contexto, o uelho, ta regiâo, são também os grupos sociais
preexistentes e as suas Íormas particulares de organização social, eco_
nômica e do espaço. Eles constiruem, desse modo, seja um obsráculo
'natural", seja, às vezes, um dado da expansão capiralista e exigem,
desse modo, um tratamenao especial, pois quando o uelho nào pode
colaborar para a expansão do nouo, a lógica do capital manda que
seja eliminado.
O nouo é essencialmente representado pelas inovações, cuja ma_
! rriz arual é dada pela ciência e pela técnica, isro é, as comunicações
i modernas, os mecanismos modernos de captura da acumulação e da
: poupançâ, os transportes modernos etc.
c O uelho é, sobretudo, o domínio das relações sociais, da provisâo de
I sewiços públicos, da maior pane da produçào destinada ao consumo, dos
- Íansportes de massa, assim como as velhas formas de povoamento.
' Novo e velho se encontram ambos, permanenremente, em estado de
9 mudança, que e dialerica. Sendo conrraditórios, funcionam, porem,
em
forma complementar e coniunta. As combinaçôes do novo e do velho
variam segundo os lugares
Mrrr)ANÇÂ E Co N-ÍEX'r'o
de classiÊcação sistemático.
O que foi diro acima torna claro que as opções de organização es-
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